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Células-Tronco, a vitória da esperança

1. Os embri es congelados n o s o portadores de vida nem equivalem a pessoas n o vejo como as pesquisas ofendem o chamado direito vida Comentando o resultado deste julgamento a Professora Tereza Rodrigues Vieira no seu livro Ensaios de Bio tica e Direito Editora Consulex 2009 p g 24 Comungamos do seu entendimento quando afirma que a ofensa dignidade da pessoa humana exige a exist ncia da pessoa humana mas o embri o n o pessoa O grau de respeito e prote o ao embri o n o seria o mesmo atribu do ao ser humano j nascido com vida Assim entendemos que se a pesquisa permitida embora sob certas condi es isto significa que esta lei de Biosseguran a de 2005 n o considera pessoa o embri o sobretudo quando este n o est implantado na mulher CONCLUS O As pesquisas com c lulas tronco advindas de embri es congelados em cl nicas de fertiliza o n o se constitui em atentado a vida porquanto trata se apenas de um agrupamento de c lulas nesta fase de blastocisto e caso n o sejam implantados no tero de uma mulher ser o inevitavelmente destru dos como mero refugo biol gico destinado ao lixo pois efetivamente n o tem qualquer atividade cerebral ou sensorial Seria justo deixar uma pessoa morrer com uma doen a letal para preservar um embri o invi vel cujo destino o lixo Com efeito n o seria l gico impedir a esperan a de cura de milh es de doentes ou incapacitados no plane
2. militar em favor do direito vida explicou Bento XVI um direito que exige ser apoiado por todos porque um direito fundamental em rela o aos outros direitos humanos continuou ele O Papa tra ou em seguida um quadro dos ataques contra o direito vida que se estenderam e multiplicaram no mundo inteiro Nos pa ses desenvolvidos Bento XVI julgou que o interesse pela pesquisa biotecnol gica mais refinada levava a instaurar um sutil amplo m todo de eugenismo at a busca obsessiva do filho perfeito O Papa denunciou assim uma nova onda de eugenismo discriminat rio que encontra consentimentos em nome do pretenso bem estar dos indiv duos No caso supracitado o dogmatismo religioso da igreja cat lica contra as pesquisas com embri es n o novo pois foi demonstrado desde o mandamento n o matar s disposto na B blia xodo 20 13 Rom 13 9 bem como enc clica papal Evangelho da Vida que repete a doutrina e a argumenta o da instru o Donum Vitae de 1987 com a posi o oficial da Igreja Cat lica Alguns tentam justificar o aborto defendendo que o fruto da concep o pelo menos at um certo n mero de dias n o pode ainda ser considerado uma vida humana pessoal Na realidade por m a partir do momento em que o vulo fecundado inaugura se uma nova vida que n o a do pai nem a da m e mas sim a de um novo ser humano que se desenvolve por conta
3. o das sociedades cient ficas conforme disposto em regulamento 5 2 Os especialistas de que tratam os incisos Ill a VIII do caput deste artigo ser o escolhidos a partir de lista tr plice elaborada pelas organiza es da sociedade civil conforme disposto em regulamento 32 Cada membro efetivo ter um suplente que participar dos trabalhos na aus ncia do titular 5 42 Os membros da CTNBio ter o mandato de 2 dois anos renov vel por at mais 2 dois per odos consecutivos 52 O presidente da CTNBio ser designado entre seus membros pelo Ministro da Ci ncia e Tecnologia para um mandato de 2 dois anos renov vel por igual per odo 62 Os membros da CTNBio devem pautar a sua atua o pela observ ncia estrita dos conceitos tico profissionais sendo vedado participar do julgamento de quest es com as quais tenham algum envolvimento de ordem profissional ou pessoal sob pena de perda de mandato na forma do regulamento 72 A reuni o da CTNBio poder ser instalada com a presen a de 14 catorze de seus membros inclu do pelo menos um representante de cada uma das reas referidas no inciso do caput deste artigo 8 8 VETADO 82 A As decis es da CTNBio ser o tomadas com votos favor veis da maioria absoluta de seus membros Inclu do pela Lei n 11 460 de 2007 9 rg os e entidades integrantes da administra o p blica federal poder o solicitar participa o nas reuni es da CTNBio para tratar
4. totalmente proibida e uma nova lei federal sobre o assunto est sendo debatida no Congresso No entanto os recursos federais para esse tipo de pesquisa s o bastante controlados Apenas dois estados Calif rnia e New Jersey possuem leis permitindo a utiliza o de c lulas tronco embrion rias derivadas de reprodu o assistida e que seriam descartadas Para facilitar o entendimento a pesquisadora Larissa Welter tentou resumir a legisla o dos principais pa ses europeus na tabela abaixo salientando que a comunidade europ ia continua dividida mas a maioria ap ia as pesquisas com c lulas tronco embrion rias e s o relutantes clonagem com fins terap uticos Tabela Demonstrativa da Regulamenta o sobre a Utiliza o de Embri es na Europa Clonagem ai A SS Utilizar erap utica La embri es Observa es produzir excedentes embri es Decreto pro be a cria o ou utiliza o Portugal Ilegal Ilegal de embri es para fins de investiga o ou experimenta o cient fica Lei de Prote o do Embri o s permite o diagn stico ou an lise de um embri o para Alemanha Ilegal Ilegal E se de p seu pr prio beneficio e com objetivo de implantar no tero legal utilizar embri es humanos quando o objetivo aperfei oar as t cnicas Dinamarca Ilegal Legal FAN ER Fea de fertiliza o artificial ou t cnicas de investiga o gen tica A legisla o autoriza a invest
5. es exceto para os casos em que eles sejam desenvolvidos para servir de mat ria prima para a produ o de agrot xicos Art 40 Os alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou derivados dever o conter informa o nesse sentido em seus r tulos conforme regulamento Art 41 Esta Lei entra em vigor na data de sua publica o Art 42 Revogam se a Lei n 8 974 de 5 de janeiro de 1995 a Medida Provis ria n 2 191 9 de 23 de agosto de 2001 e os arts 52 69 7 80 9 10 e 16 da Lei n 10 814 de 15 de dezembro de 2003 Bras lia 24 de mar o de 2005 184 da Independ ncia e 1172 da Rep blica LUIZ IN CIO LULA DA SILVA M rcio Thomaz Bastos Celso Luiz Nunes Amorim Roberto Rodrigues Humberto S rgio Costa Lima Luiz Fernando Furlan Patrus Ananias Eduardo Campos Marina Silva Miguel Soldatelli Rossetto Jos Dirceu de Oliveira e Silva
6. o na unidade aberta da cultura transdisciplinar Neste mesmo sentido Michel Random no seu livro Pensamento Transdisciplinar e o Real aprofunda sua defini o 2000 p 26 Os n veis de realidade s o como j foi dito hol sticos em sua finalidade por isto que o prefixo trans como em transvis o exprime a id ia de ir ir al m e atrav s da vis o de conjugar verticalidade e horinzontalidade Um mundo trans aparece como a m o o esp rito e o cora o que se abrem para o vis vel e o invis vel na forma e na vibra o da forma na ess ncia e na subst ncia O conhecimento surge deixa a esfera ass ptica do saber da objetividade glacial e desumana A compreens o a fraternidade a afetividade espiritual a feminilidade do mundo tornam a desabrochar Trans portanto uma transcend ncia do real uma verticalidade que se op e linearidade dos fen menos e da complexidade quantitativa Efetivamente como visto anteriormente a vis o transdisciplinar uma necessidade em face dos avan os biotecnol gicos porquanto sem ela pode se inviabilizar ou n o permitir a evolu o de pesquisas importantes para a cura de doen as descobertas tecnol gicas e melhoria da qualidade de vida do ser humano uma vez que se prioriza tamb m a prote o dos direitos individuais e coletivos equilibrando a busca do lucro nas pesquisas biotecnol gicas com o bem estar da humanidade nos termos do ar
7. CABEDA Luiz Fernando A justi a agoniza S o Paulo Esfera 1998 CANARIS Claus Wilhelm Pensamento sistem tico e conceito de sistema na ci ncia do direito Tradu o A Menezes Cordeiro 2 ed Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian 1996 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes Direito constitucional e teoria da constitui o 4 ed Coimbra Almedina 2000 CALAMANDREI Piero Eles os ju zes vistos por um advogado S o Paulo Martins Fontes 1997 CARVALHO Antonio Carlos Campos de C lula tronco promessa para medicina do futuro Artigodispon vel em http www comciencia br reportagens celulas 09 shtml acesso em 2 dezembro 2007 CASTRO Reginaldo Oscar de Org Direitos humanos conquistas e desafios Bras lia DF Letraviva 1999 CAPRA Fritjof O ponto de muta o S o Paulo Cultrix 1986 teia da vida uma nova compreens o cient fica dos sistemas vivos S o Paulo Cultrix 1997 As conex es ocultas ci ncia para uma vida sustent vel S o Paulo Edit Cultrix 2002 CASABONA Carlos Maria Romeo Org Biotecnologia e suas implica es tico jur dicas Belo Horizonte Del Rey 2004 Biotecnologia Direito e Bio tica Belo Horizonte Del Rey e PUC Minas 2002 CONTI Matilde Carone Biodireito a norma da vida Rio de Janeiro Forense 2004 CORDEIRO Celeste Org Biodireito ci ncia da vida os novos desafios S o Paulo Revista dos Tribunais 2001 CORTINA Ad lia NAV
8. Lu s Henrique Wolff Terapia celular em cardiologia Artigo dispon vel em http www comciencia br reportagens celulas 12 shtml acesso 2 dezembro 2007 GREMSKI Waldemiro Encontro uma discuss o a favor da vida Dispon vel em http www cienciaefe org br jornal e69 Mt01 htm acesso 2 dezembro 2007 HABERMAS Jurgen O futuro da natureza humana S o Paulo Martins Fontes 2004 HABERMAS Jurgen A constela o p s nacional S o Paulo Littera Mundi 2001 HERKENHOFF Jo o Batista Para onde vai o direito Porto Alegre Livraria do Advogado 1997 Direitos humanos a constru o universal de uma utopia Aparecida SP Santu rio 1997 HOLLAND Suzanne LEBACQZ Karen ZOLOTH Laurie Organizadoras As c lulas tronco embrion rias humanas em debate S o Paulo Loyola 2006 JUNIOR Ruy Sandes Leal Fixa o jur dica do momento do surgimento da vida humana para fins de pesquisa com c lulas tronco Salvador Monografia da Faculdade de Direito UFBA 2005 KANT Immanuel Fundamenta o da metaf sica dos costumes outros escritos S o Paulo Martin Claret 2004 KELSEN Hans A democracia Tradu o dos originais em alem o Vera Barkow ingl s Jefferson Lu s Camargo Marcelo Brand o Cipolla italiano Ivone Castilho Benedetti 2 ed S o Paulo Martins Fontes 2000 Teoria pura do direito Tradu o Lu s Carlos Borges 3 ed S o Paulo Martins Fontes 1998 KUHL Eur pedes Gen tica e espiritismo Rio de Janeiro F
9. O NO BRASIL No Brasil a pesquisa gen tica obteve destaque na Constitui o Federal de 1988 especificamente no Cap tulo VI que trata do Meio Ambiente artigo 225 inciso I que incumbe ao Poder P blico preservar a diversidade e a integridade do patrim nio gen tico do pa s e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipula o de material gen tico bem como no inciso V controlar a produ o a comercializa o e o emprego de t cnicas m todos e subst ncias que comportem risco para a vida a qualidade de vida e o meio ambiente Inicialmente este dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei n 8 974 de 05 01 95 que estabelecia normas para o uso das t cnicas de engenharia gen tica e libera o no meio ambiente de organismos geneticamente modificados OGM proibindo a clonagem de c lulas embrion rias Maria Auxiliadora Minahim destaca que a Lei n 8 974 95 era de dif cil compreens o pois muitos dos conceitos complexos utilizados pela norma n o se harmonizavam com a ordem objetiva dos fatos que deseja regular 2005 p 110 A Lei 8 974 95 veio a ser complementada pelas Instru es Normativas 08 97 e 09 97 da Comiss o T cnica de Biosseguran a que cumpriam com rela o quela uma fun o hermen utica Isto se dava porque o emprego freq ente de termos pr prios da gen tica biologia e da medicina alguns dos quais decifr veis apenas por dicion rios de engenharia gen tica e biot
10. Outrossim o neurologista John Eccles ao analisar a evolu o do c rebro das pessoas humanas constatou PESSINI 1996 p 102 Ao nascer o beb humano tem um c rebro humano mas suas experi ncias do mundo II s o rudimentares e o mundo III lhe desconhecido O beb e at o embri o humano devem ser considerados como um ser humano mas n o s o uma pessoa humana A emerg ncia e o desenvolvimento da autoconsci ncia atrav s das rela es rec procas com o mundo da cultura s o misteriosas J Hubert Lepargneur no mesmo livro organizado por Pessini firma sua opini o sobre o tema E tolice muito simplificadora pretender que o embri o seja pessoa mas concordamos em reconhecer que o embri o ou feto um ser vivo da esp cie humana e como tal merece um cuidado ou respeito devido dignidade pessoal Neste mesmo sentido opina Jorge Jos Ferrer ao analisar a bio tica utilitarista de Peter Singer destacando que a capacidade de sofrer a caracter stica vital para que um ser seja amparado FERRER 2005 P 317 Para Singer a vida do feto n o tem um valor superior vida dos animais n o humanos com um n vel semelhante de racionalidade autoconsci ncia e capacidade sens vel O feto n o uma pessoa importante todavia levar em conta quando o feto come a a sentir dor Enquanto essa capacidade n o existe um aborto p e fim a uma vida que carece de valor intr nseco Quando o feto come a a ter consci ncia embora n o
11. bem mais de um s culo A tradicional economia do bem estar e das pol ticas p blicas foi durante muito tempo dominada por essa abordagem Embora os m ritos do utilitarismo possam estar sujeitos a alguns questionamentos essa vis o tem insights consider veis em particular 1 a import ncia de levar em considera o os resultados das disposi es sociais ao julg las o argumento a favor da sensibilidade para as consequ ncias pode ser muito plaus vel mesmo quando o consequencialismo pleno parece demasiado extremo 2 a necessidade de atentar para o bem estar das pessoas envolvidas ao julgar as disposi es sociais e seus resultados o interesse no bem estar das pessoas tem atrativos bvios mesmo se discordarmos do modo de julg lo por uma medida mental centrada na utilidade O utilitarismo busca atingir a felicidade atrav s da raz o promovendo a elabora o de leis que possibilitem mais felicidade ao maior n mero de membros da comunidade ou seja atendendo o princ pio da benefic ncia que a obriga o moral de agir em benef cio dos outros e segundo Marco Segre e Fermin Schramm no seu artigo publicado na Revista Bio tica n 6 1998 Esta diferen a aparentemente irrelevante tem conseq ncias importantes na pr tica da bio tica porque segundo a concep o kantiana infringir o princ pio da autonomia consiste em violar substancialmente a pr pria pessoa ao passo que para a concep o utilitarista infringir o princ
12. como hoje muitas vezes chamado permanece desligado entre os primeiros 7 ou 14 dias Como tais embri es s existem dentro do corpo da mulher n o havia como observ los durante esse per odo A pr pria exist ncia do embri o s podia ser determinada depois da implanta o Apesar destas an lises te ricas quanto diferencia o das no es de ser humano e pessoa verifica se que grande parte dos juristas somente confere personalidade civil de pessoa ap s o nascimento com vida como disp e o artigo 2 do C digo Civil Brasileiro ainda salientando a li o de Jussara Meirelles MEIRELLES 2007 p 14 Mas os embri es concebidos e mantidos em laborat rio n o s o pessoas naturais pois inexistente o nascimento com vida tamb m n o s o pessoas a nascer nascituro mas nem por isso poss vel classific los como prole eventual a ser concebida posto que concep o j houve Logo s o totalmente estranhos ao modelo cl ssico estabelecido Bertrand Mathieu tendo analisado a quest o dos embri es humanos concluiu que a mesma pode vir a assumir claro car ter teleol gico e dependente do desejo de terceiros de maneira que se o embri o n o estiver vinculado a qualquer projeto de parentalidade n o ser considerado sob a tica de potencialidade de indiv duo como uma futura pessoa humana mas como um agrupamento de c lulas que pode vir a ser til s pessoas humanas vivas e doentes 4 2 3 TEORIA
13. http www comciencia br reportagens celulas 13 shtml acesso 2 dezembro 2007 PEGORARO Olinto A tica justi a Petr polis RJ Vozes 1999 PERLINGIERI Pietro Perfis do direito civil Rio de Janeir Renovar 2002 PICANCO Melch ades A for a eterna do direito Niter i RJ Graphos 1996 PICAN O Aloysio Tavares Arb trio e liberdade Niter i RJ Peneluc 1999 PIMENTA Paulo Roberto Lyrio Efic cia e aplicabilidade das normas constitucionais program ticas S o Paulo Max Limonad 1999 PEREIRA Lygia Clonagem terap utica e pol mica Artigo dispon vel no site http www comciencia br reportagens celulas 10 shtml acesso em 2 dezembro 2007 PESSINI L o BARCHIFONTAINE Christian de Paul Fundamentos da Bio tica S o Paulo Paulus 1996 POPPER KARL A l gica da pesquisa cient fica 11 ed Tradu o de Le nidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota S o Paulo Cultrix 2004 RANDOM Michel O pensamento transdisciplinar e o real S o Paulo TRIOM 2000 REICH Warren Encyclopedia of Bioethics New York Free Press Macmillan 1978 REIS S RGIO NEESER NOGUEIRA Uma vis o hol stica do Direito Belo Horizonte Edi es Ci ncia Jur dica Nova Alvorada 1997 Justi a divina X justi a dos homens descubra as consequ ncias c rmicas dos seus atos Belo Horizonte Nova Alvorada 2000 RODRIGUES Henrique Sexo tvp clones e outros temas Capivari SP EME 1998 RODRIGUES Silvio Direito civil p
14. o tampouco um nascituro em raz o de n o haver sido transferido para o tero materno Em suma embri o resultante de fertiliza o in vitro sem haver sido transferido para o tero materno n o nem pessoa nem nascituro 35 De fato os embri es s podem ser congelados i no est gio do zigoto unicelular ii clivados 2 a 8 c lulas ou iii em blastocisto a partir do 5 dia do desenvolvimento in vitro e nunca depois do 14 dia Vale dizer a extra o das c lulas tronco ocorre 1 antes do in cio da forma o do sistema nervoso quando o embri o apenas um conjunto de c lulas n o diferenciadas ii antes da nida o 1 e da fixa o do embri o no tero 111 antes de qualquer viabilidade de vida extra uterina e at mesmo antes que se possa consider lo um ser individualizado 36 A equipara o do embri o a um ser humano em sua totalidade corporal espiritual n o compat vel com o direito brasileiro que j se encontrava em vigor antes mesmo da Lei de Biosseguran a A Lei de Transplante de rg os por exemplo somente autoriza o procedimento respectivo ap s o diagn stico de morte encef lica momento a partir do qual cessa a atividade nervosa Se a vida humana se extingue para a legisla o vigente quando o sistema nervoso p ra de funcionar o in cio da vida teria lugar apenas quando este se formasse ou pelo menos come asse a se formar E isso ocorre por volta do 14 dia ap s a fecunda o
15. o biotecnol gica e o respeito aos direitos fundamentais Exemplificando esta tem tica podemos relacionar alguns dos mais destacados princ pios e direitos constitucionais relativos Bio tica tais como a Princ pios da Dignidade da Pessoa Humana no artigo 1 inciso III da Igualdade e da Liberdade caput do art 5 Solidariedade e Justi a Social no art 3 inciso I Pluralismo art 1 inciso V e art 3 inciso IV Paternidade Respons vel no art 226 7 dentre outros b Direitos Vida caput do art 5 Honra Privacidade e Intimidade art 5 inciso X Integridade F sica e Psicol gica art 5 inciso II Sigilo art 5 inciso XII Acesso a Informa o art 5 incisos XIV e XXXIII Autorais e Patentes art 5 incisos XXVII e XXIX Sa de art 196 Biodiversidade e Meio Ambiente Preservado art 225 dentre outros Ainda no bojo deste novo Biodireito destaca se sua relev ncia social atualidade e urg ncia de solu es jur dicas a serem apontadas pois se verifica que a tem tica das in meras inova es que a Engenharia Gen tica vem proporcionando al m dos avan os espetaculares da ci ncia precisam atender a certos limites jur dicos ticos e morais escolhidos por cada cultura e sociedade em que estejam inseridos Sendo necess rio delimitar dentre outros o princ pio de liberdade de pesquisa consagrado pelo art 5 IX da CRFB em confronta o com o princ pio da dignidade humana previsto
16. o do laborat rio ou da institui o ou empresa respons vel Art 23 As multas previstas nesta Lei ser o aplicadas pelos rg os e entidades de registro e fiscaliza o dos Minist rios da Agricultura Pecu ria e Abastecimento da Sa de do Meio Ambiente e da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presid ncia da Rep blica referidos no art 16 desta Lei de acordo com suas respectivas compet ncias 12 Os recursos arrecadados com a aplica o de multas ser o destinados aos rg os e entidades de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei que aplicarem a multa 22 Os rg os e entidades fiscalizadores da administra o p blica federal poder o celebrar conv nios com os Estados Distrito Federal e Munic pios para a execu o de servi os relacionados atividade de fiscaliza o prevista nesta Lei e poder o repassar lhes parcela da receita obtida com a aplica o de multas 32 A autoridade fiscalizadora encaminhar c pia do auto de infra o CTNBio 42 Quando a infra o constituir crime ou contraven o ou les o Fazenda P blica ou ao consumidor a autoridade fiscalizadora representar junto ao rg o competente para apura o das responsabilidades administrativa e penal CAP TULO VIII Dos Crimes e das Penas Art 24 Utilizar embri o humano em desacordo com o que disp e o art 5 desta Lei Pena deten o de 1 um a 3 tr s anos e multa Art 25 Praticar engen
17. pio da autonomia pode ser justificado tendo em conta outros objetivos desej veis e portanto teis pr pria pessoa Assim a deontologia kantiana muito mais intransigente que o utilitarismo Neste mesmo diapas o foi o pronunciamento de Volnei Garrafa no VII Congresso Brasileiro de Bio tica realizado em setembro de 2007 na cidade de S o Paulo criticando a importa o de pacotes ticos como no caso do principialismo e defendendo uma bio tica de interven o com uma fundamenta o utilitarista solid ria e consequencialista buscando uma melhor decis o que privilegie o maior n mero de pessoas pelo maior espa o de tempo poss vel tema este tamb m destacado no seu livro Bases Conceituais da Bio tica 2006 p 13 14 Com as transforma es e o novo ritmo que come ou a ser experimentado no contexto internacional da bio tica o escopo da tica aplicada deixou de ser considerado como de ndole supra estrutural meramente individual ou espec fica para ao contr rio passar a exigir participa o direta da sociedade civil nas discuss es com vistas no bem estar futuro das pessoas e comunidades A quest o tica pois adquiriu identidade p blica Hoje ela cresce de import ncia no que diz respeito an lise das responsabilidades sanit rias e interpreta o hist rico social mais precisa dos quadros epidemiol gicos como tamb m essencial na determina o das formas de interven o a ser programadas nas que
18. vida e morte em uma origem comum A pesquisa caracteriza o de c lulas tronco tumorais crucial no entendimento do c ncer enquanto doen a Cada vez mais temos a no o de que o c ncer um tecido ou uma unidade tecidual que se desenvolve com suas pr prias c lulas tronco assumindo um crescimento que n o corresponde ao padr o do organismo Neste momento cada vez mais se torna urgente a caracteriza o das c lulas tronco tumorais para otimiza o das metodologias de diagn stico e avalia o de progn stico consegii ncia direta a necessidade do desenvolvimento de estrat gias terap uticas que consigam atuar sobre as c lulas tronco e n o apenas sobre as c lulas com alto potencial proliferativo por m com baixa capacidade de autorenova o Quem sabe num futuro pr ximo novas formas de regular o crescimento e manuten o da c lula tronco estar o dispon veis para o tratamento das doen as malignas Por fim destacamos a posi o do renomado cientista brasileiro Marcelo Gleiser f como negar a possibilidade de restituir a vida a tantos que sofrem baseando se na preserva o de embri es que ser o destru dos Ao menos como doadores de c lulas estar o participando de outras vidas dando nova chance a milh es de doentes mundo afora GLEISER 2001 p 23 3 3 MARCO TE RICO O UTILITARISMO COMO CONCEP O JUSTIFICADORA DAS PESQUISAS Visando dar um embasamento filos fico s pesquisas com c
19. visto que tamb m s o reprovadas por muitos dos que se declaram contr rios ao uso de c lulas tronco embrion rias 3 7 REGULAMENTA O ESTRANGEIRA Pesquisando a legisla o estrangeira temos que Carlos Casabona analisou as implica es da aprova o do CDHB Conv nio sobre Direitos Humanos e Biomedicina pelos pa ses europeus como um n cleo para um estatuto jur dico do embri o a fim de permitir uma converg ncia jur dica nas diversas legisla es europ ias no tocante as c lulas tronco embrion rias esclarecendo que seu artigo 18 1 permite a investiga o com embri es humanos in vitro mas o 18 2 n o permite a cria o de embri es com esta finalidade espec fica Por consiguiente esta propuesta interpretativa que puede llegar a adquirir una gran transcendencia en el futuro es que el Convenio no proh be en el art culo 18 2 o en el conjunto de su articulado la creaci n de embriones con el fin directo e inmediato de mejorar la salud o salvar la vida de una persona sea cual fuere el procedimiento t cnico de obtenci n del embri n puesto que se trata de una actividad radicalmente diferente a la de la experimentaci n Significa esta conclusi n que estaria abierta la puerta para la autorizaci n de crear embriones in vitro con fines terap uticos para los Estados partes en el CDHB que as lo desearan por ley de modo semejante a lo estabelecido en el art culo 18 1 si bien es cierto que no lo estar a con f
20. 12 N o se inclui na categoria de OGM o resultante de t cnicas que impliquem a introdu o direta num organismo de material heredit rio desde que n o envolvam a utiliza o de mol culas de ADN ARN recombinante ou OGM inclusive fecunda o in vitro conjuga o transdu o transforma o indu o polipl ide e qualquer outro processo natural 2 N o se inclui categoria de derivado de OGM a subst ncia pura quimicamente definida obtida por meio de processos biol gicos e que n o contenha OGM prote na heter loga ou ADN recombinante Art 4 Esta Lei n o se aplica quando a modifica o gen tica for obtida por meio das seguintes t cnicas desde que n o impliquem a utiliza o de OGM como receptor ou doador mutag nese Il forma o e utiliza o de c lulas som ticas de hibridoma animal III fus o celular inclusive a de protoplasma de c lulas vegetais que possa ser produzida mediante m todos tradicionais de cultivo IV autoclonagem de organismos n o patog nicos que se processe de maneira natural Art 52 permitida para fins de pesquisa e terapia a utiliza o de c lulas tronco embrion rias obtidas de embri es humanos produzidos por fertiliza o in vitro e n o utilizados no respectivo procedimento atendidas as seguintes condi es sejam embri es invi veis ou II sejam embri es congelados h 3 tr s anos ou mais na data da publica o desta Lei ou que
21. Biodireito decorre tipicamente da cultura europ ia continental diversamente da cultura anglo sax nica cujo regime de common law torna muito mais pr ximas as realidades do Direito e Bio tica porquanto naquele modelo o Direito resulta muito mais da constru o jurisprudencial do que da legal sofrendo assim maior influ ncia do pensamento bio tico NEVES 2002 p 499 E imprescind vel verificar que os princ pios bio ticos da n o malefic ncia benefic ncia autonomia e justi a podem ser extra dos da matiz constitucional brasileira dentro do pr prio sistema jur dico no cap tulo dos direitos fundamentais pois assim ser o capazes de suprir estas lacunas do Direito aliado a uma interpreta o fundamentada na Constitui o Federal aplic vel a cada novo caso que surge como consegii ncia das descobertas cient ficas neste campo Da a necessidade de por meio de estudos jur dicos poder buscar o equil brio entre a prote o dignidade da pessoa humana que o fundamento do Estado Democr tico de Direito CRFB art 1 e as pesquisas biotecnol gicas Com efeito quem pensa o Direito tem a obriga o de acompanhar o desenvolvimento cient fico interpretando os problemas que surgir o luz dos princ pios constitucionais vigentes bem como propondo novas regras e solu es no ordenamento jur dico a fim de nortear esta evolu o mas sempre buscando o equil brio como se fosse um p ndulo entre esta evolu
22. C sar Cardoso de Souza 14 ed S o Paulo Perspectiva 1996 ENGELHARDT H Tristam Fundamentos de bio tica S o Paulo Loyola 2000 FACHIN Luiz Edson Teoria cr tica do direito civil Rio de Janeiro Renovar 2003 FEIJ Ricardo Metodologia e filosofia da ci ncia aplica o na teoria social e estudo de caso S o Paulo Atlas 2003 FERRAZ JUNIOR Tercio Sampaio Direito ret rica e comunica o subs dios para uma pragm tica do discurso jur dico S o Paulo Saraiva 1997 A ci ncia do direito S o Paulo Editora Atlas 1980 FERRER Jorge Jos LVAREZ Juan Carlos Para fundamentar a bio tica S o Paulo Loyola 2005 GAMA Guilerme Calmon Nogueira A nova filia o o biodireito e as rela es parentais Rio de Janeiro Renovar 2003 GARCIA Maria Limites da ci ncia S o Paulo Revista dos Tribunais 2004 GARRAFA Volnei Quando a clonagem humana tica Revista Biotecnologia e Desenvolvimento Dispon vel em htpp www biotecnologia noticia asp id 869acesso em 04 fevereiro 2007 GARRAFA Volnei e PESSINI Leo Organizadores Bio tica poder e injusti a S o Paulo Loyola 2003 GARRAFA Volnei KOTTOW Miguel SAADA Alya organizadores Bases conceituais da bio tica enfoque latino americano S o Paulo Gaia 2006 GLEISER Marcelo O dilema gen tico Jornal Folha de S o Paulo S o Paulo Caderno Mais 16 setembro 2001 GOLDIM Jos Roberto Bio tica e espiritualidade Porto Alegre EDIPUCRS 2007 GOWDAK
23. DA FORMA O CEREBRAL COMO IN CIO DA VIDA Com efeito o artigo 3 da lei dos transplantes lei n 9 434 97 disp e sobre a caracteriza o da morte do ser humano vinculando a sua morte encef lica Deste modo tra ada a primeira premissa legal para que se possa chegar a um conceito jur dico para o in cio da vida humana Pois para chegar a tal conclus o basta percorrer o caminho an logo ao da conceitua o m dico legal de morte A despeito das demais teorias uma das mais l gicas aquela que delimita o marco inicial da vida humana com o pr in cio espec fico das atividades encef licas ou seja no 14 dia ap s a fecunda o com o come o da forma o cerebral Vale lembrar a exata observa o de Elio Sgreccia 2002 p 347 que o ato de se autorizar a disposi o do embri o humano para fins experimentais at o 14 dia ap s a concep o denota de maneira clara o n o reconhecimento do seu car ter humano at a data determinada ou que de qualquer sorte haveria uma subordina o do ser em fase inicial de desenvolvimento vida do adulto Outrossim como diretiva hermen utica importante verificar a tipifica o dos artigos 4 e 5 da Lei de Introdu o ao C digo Civil Brasileiro Decreto Lei n 4 657 de 04 de setembro de 1942 porquanto servem de balizamento ao juiz ao exercer sua fun o jurisdicional quando omissa a Lei a utilizar a analogia e tamb m na aplica o da lei o juiz
24. Org C lulas tronco humanas aspectos cient ficos ticos e jur dicos S o Paulo Loyola 2005 MARTINS Ives Gandra da Silva Direito econ mico e empresarial Bel m Cejup 1986 MARTINS Ives Gandra da Silva Coordenador tica no direito e na economia S o Paulo Pioneira 1999 MATURANA Humberto e VARELA Francisco A rvore do conhecimento as bases biol gicas da compreens o humana S o Paulo Palas Athena 2001 MEDEIROS JR Geraldo A Consci ncia encarnada e o corpo humano S o Paulo cone 1995 MEIRELLES Jussara Maria Leal de A vida humana embrion ria e a sua prote o jur dica Rio de Janeiro Renovar 2000 MEIRELLES Jussara Maria Leal de Coord Biodireito em discuss o Curitiba Juru 2007 MENDON A Paulo Roberto Soares A t pica e o Supremo Tribunal Federal Rio de Janeiro Renovar 2003 MICHAEL T et al Gene silencing in mammals by small interfering RNAs Nature Reviews Genetics October 2002 Dispon vel em www nature com reviews genetics Acesso em 27 jan 2007 MILHOMENS J natas Hermen utica do direito processual civil Rio de Janeiro Forense s d MILL John Stuart A liberdade utilitarismo Tradu o Eunice Ostrensky S o Paulo Martins Fontes 2000 MINAHIM Maria Auxiliadora Direito penal e biotecnologia S o Paulo Revista dos Tribunais 2005 Artigo Clonagem concretiza o do direito a sobreviver in Revista do Programa de P s Gradua o da UFBA n 14 Sal
25. TERAP UTICA COMO ALTERNATIVA AOS TRANSPLANTES 100 4 1 CLONAGEM EVOLU O HIST RICA temem 101 4 2 IMPORT NCIA DA CLONAGEM TERAP UTICA 103 4 3 CLONAGEM TERAP UTICA CRIME 113 2 5 AVIT RIA DA ESPERAN A NO STF 116 3 CONCLUS O a iso 124 REFERENCIAS maio ada o e 127 ANEXO I LEI N 11 105 DE 24 03 05 LEI DE BIOSSEGURAN A 138 AGRADECIMENTOS A minha amada esposa T nia alma g mea que me apoiou incondicionalmente neste projeto e a minha filha Diana que ilumina minha vida com sua alegria e aquece meu cora o com seu amor Aos meus pais Antonio Carlos e Regina ao meu irm o Marcelo av Agi que sempre me ajudaram e motivaram na busca dos meus objetivos A querida professora Doutora M nica Neves Aguiar da Silva minha orientadora que aprofundou meus caminhos no campo da Bio tica com seu incentivo constante ao estudo emprestando seus valiosos livros inclusive compartilhando comigo a elabora o de um livro sobre este tema Bio tica no Cinema relacionando temas bio ticos filmes de sucesso no cinema A professora Doutora Maria Auxiliadora Minahim um expoente de sabedoria e dedica o Faculdade de Direito da UFBA em especial ao Mestrado e Doutorado pela sua enorme ajuda na melhor sistematiza o do meu pensamento jur dico Aos professores Doutores Edivaldo Boaventura um exemplo de sabedoria e humildade agrad
26. a transfer ncia de n cleo porque ele nunca ter esse destino A clonagem terap utica teria a vantagem de evitar rejei o se o doador fosse a pr pria pessoa Seria o caso por exemplo de reconstituir a medula em algu m que se tornou parapl gico ap s um acidente ou para substituir o tecido card aco em uma pessoa que sofreu um infarto Entretanto esta t cnica tem suas limita es O doador n o poderia ser a pr pria pessoa quando se tratasse de algu m afetado por doen a gen tica pois a muta o patog nica causadora da doen a estaria presente em todas as c lulas No caso de usar se linhagens de c lulas tronco embrion rias de outra pessoa ter se ia tamb m o problema da compatibilidade entre o doador o receptor O prof Volney Garrafa tamb m defende a clonagem com fins terap uticos Mas isso n o um argumento para proibir pesquisas com embri es humanos seja para prop sitos vinculados com a fertilidade seja para desenvolver c lulas diferenciadas de uma maneira espec fica para ser usadas em transplantes celulares o que o objetivo da chamada clonagem terap utica GARRAFA 2003 p 161 Lygia Pereira ressalta a import ncia da clonagem terap utica no site Comciencia com o seu artigo clonagem terap utica e pol mica J a aplica o da ci ncia da clonagem na gera o de embri es clonados para fins terap uticos a clonagem terap utica foi alvo de grande pol mica Enquanto os EUA defendem os direitos
27. caso finalmente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela improced ncia da ADI n 3 510 liberando as pesquisas com as c lulas tronco embrion rias uma vit ria da esperan a de cura com vota o de seis votos deliberando pela improced ncia Carlos Ayres Britto Joaquim Barbosa Ellen Gracie Carmem L cia Marco Aur lio Mello e Celso de Mello contra cinco votos que julgaram a ADI parcialmente procedente Gilmar Mendes Carlos Alberto Menezes Direito Eros Grau Cezar Peluzo Ricardo Lewandowski Cumpre destacar que os ministros em minoria n o se manifestaram contra as pesquisas com as c lulas tronco mas sugeriram mudan as impondo mais rigor na fiscaliza o e sem preju zo para os embri es que fossem vi veis demostrando seu ativismo judicial Ademais esta decis o da Suprema Corte conforme as pesquisas publicadas em 30 05 08 pelo jornal A Tarde em Salvador 85 6 das pessoas que se manifestaram sobre o assunto foram totalmente a favor da libera o das pesquisas com c lulas tronco embrion rias Vejamos abaixo um resumo dos seus principais argumentos Voto do ministro Carlos Ayres Britto O Ministro Carlos Ayres Britto relator que julgou totalmente improcedente a a o direta de inconstitucionalidade 3 510 destacou Vida humana j revestida do atributo da personalidade civil o fen meno que transcorre entre o nascimento com vida e a morte a contar do primeiro dia de vida extra uterina Desconsiderado q
28. com a forma o da chamada placa neural Por outro lado no dia 20 de abril de 2007 pela primeira vez o Supremo Tribunal Federal STF a mais alta inst ncia do poder judici rio do pa s ouviu um grupo de especialistas antes de deliberar sobre um tema discutindo a o direta de inconstitucionalidade n 3510 Entretanto a quest o proposta pelos ministros para debate Quando se inicia a vida n o considerada pertinente por pesquisadores pr e contra as pesquisas com c lulas tronco embrion rias Para Lenise Aparecida Martins que esteve na audi ncia o verdadeiro debate tico e jur dico n o biol gico destacando not cia sobre o tema publicada no site Comci ncia Lygia V Pereira favor vel ao uso de c lulas tronco embrion rias em pesquisas tamb m acha que houve um erro de foco na convoca o da audi ncia p blica Em depoimento publicado no site do Projeto Ghente Pereira afirma que n o importante saber quando come a a vida para discutir a constitucionalidade da Lei de Biosseguran a Precisamos esclarecer que tipo de embri o humano estamos tratando na lei O argumento da pesquisadora da USP de que os embri es congelados seriam descartados mais tarde N o vamos produzir embri es s para utiliza o em pesquisa complementa Entretanto se o artigo for julgado inconstitucional poder abrir precedentes para a proibi o e ou restri o das pr ticas de reprodu o assistida
29. corpo para mim seu propriet rio um instrumento a posse de outro corpo humano se baseia em Engelhardt no modo de autoposse da pessoa e decorre dele logicamente Como eco dessa afirma o pode se dizer inversamente que a maneira de tratar o embri o humano como um produto um artefato deve ter consequ ncias sobre a maneira pela qual os homens tratam se a si mesmos e a seus corpos Que nos seja permitido aqui ilustrar essa id ia com a abertura de um par ntese A coisifica o patente em nossos dias do embri o humano implica tamb m a do genoma humano se se aceita como moralmente leg timo produzir artificialmente o embri o humano e manipular se genoma isso significa no mesmo instante que o genoma humano torna se dispon vel Neste mesmo diapas o Maria Helena Lino e Rodrigo Guerra concluem seu trabalho exposto no Congresso Estadual de Bio tica SP afirmando Portanto o embri o humano que se encontra em laborat rio segundo as normas brasileiras vigentes n o est protegido juridicamente por n o possuir o status de nascituro ou de pessoa destacando ainda neste trabalho a evolu o biol gica do ser humano desde sua fecunda o Tempo decorrido Caracter stica Crit rio O minuto Fecunda o fus o de Celular gametas 12 a 24 horas Fecundag o fus o pr Genot pico estrutura n cleos 2 dias Primeira divis o celular Divisional 3 a6 dias Express o d
30. de assuntos de seu especial interesse sem direito a voto 8 10 Poder o ser convidados a participar das reuni es em car ter excepcional representantes da comunidade cient fica e do setor p blico e entidades da sociedade civil sem direito a voto Art 12 O funcionamento da CTNBio ser definido pelo regulamento desta Lei 8 12 A CTNBio contar com uma Secretaria Executiva e cabe ao Minist rio da Ci ncia e Tecnologia prestar lhe o apoio t cnico e administrativo 8 2 VETADO Art 13 A CTNBio constituir subcomiss es setoriais permanentes na rea de sa de humana na rea animal na rea vegetal e na rea ambiental e poder constituir subcomiss es extraordin rias para an lise pr via dos temas a serem submetidos ao plen rio da Comiss o 12 Tanto os membros titulares quanto os suplentes participar o das subcomiss es setoriais e caber a todos a distribui o dos processos para an lise 22 O funcionamento e a coordena o dos trabalhos nas subcomiss es setoriais e extraordin rias ser o definidos no regimento interno da CTNBio Art 14 Compete CTNBio estabelecer normas para as pesquisas com OGM e derivados de OGM Il estabelecer normas relativamente s atividades e aos projetos relacionados e seus derivados 1 estabelecer no mbito de suas compet ncias crit rios de avalia o e monitoramento de risco de OGM e seus derivados IV proceder an lise da avalia o de ri
31. de doen as degenerativas tais como Alzheimer Parkinson e doen as neuromusculares em geral ou ainda no lugar de c lulas que o organismo deixa de produzir por alguma defici ncia como no caso de diabetes E indiscut vel que o ser humano tem autonomia e liberdade para deliberar sobre as formas de tratar suas fragilidades doen as bem quanto sua sobreviv ncia podendo se at pensar no estado de necessidade em se curar mol stia grave a fim de justificar a utiliza o da clonagem terap utica como forma de respeitar a dignidade humana Apesar de ser contra Maria Auxiliadora Minahim em seu artigo publicado na Revista do PPGD da UFBA 2007 explica como a utiliza o da clonagem terap utica pode ser uma alternativa para a supera o da fragilidade humana 2007 p 32 A clonagem como fim como t cnica situa se em um v rtice posto entre o instinto de sobreviv ncia a imprescind vel compreens o que toda a o humana tem um aspecto moral seja ela perfeita moralidade solito sensu ou imperfeita imoralidade nenhuma amoral Quando se trata de us la para fins terap uticos a t cnica envolve a cria o de um embri o do qual ser o retiradas c lulas em tese capazes de se diferenciar para formar qualquer tecido do corpo humano o que resulta em sua destrui o Ocorre por m que o uso de tecidos para fins curativos proveniente de um embri o que n o seja absolutamente compat vel com o receptor exige o em
32. de evitar um mal maior ou trazer um bem maior A toler ncia requer tamb m aquilo que os cat licos chamam de raz o proporcional Desse ponto de vista nenhum ato visto em si e por si seria moralmente errado sem que houvesse a considera o da inten o do agente e de suas raz es para agir Uma a o se torna moralmente errada quando consideradas todas as circunst ncias n o h nenhuma raz o proporcionada que a justifique McCormick 1989 p 134 Assim poderia se justificar a utiliza o de c lulas tronco extra das de embri es em raz o da grande possibilidade de que elas pudessem ser a chave da cura de in meras doen as trazendo um grande benef cio para a sociedade Vale salientar por fim quais as condena es da Igreja Cat lica s pesquisas cient ficas para a reprodu o da vida quanto clonagem resumindo uma mat ria da Revista Catolicismo de julho 97 da autoria de Murillo Galliez com veem ncia De fato do ponto de vista da moral cat lica a clonagem em seres humanos conden vel por tr s aspectos principais o primeiro deles j decisivo e os outros refor ando os motivos de condena o 1 Por ser um m todo de fecunda o artificial realizada in vitro de modo totalmente antinatural 2 Por importar em manipula o de embri es humanos ou de material gen tico humano sem finalidades terap uticas 3 Por acarretar a morte de elevado n mero de embri es humanos em experi ncias
33. descarte puro e simples preferimos optar pela permiss o de manipul los cientificamente A discuss o acerca da clonagem para obten o de c lulas tronco embrion rias tem mais ou menos as mesmas bases n o se deve produzir embri es com finalidades distintas da procria o Como j destacado na opini o de diversos mestres em Bio tica a clonagem terap utica um grande avan o cient fico em benef cio do ser humano tese esta defendida pelo autor neste trabalho tamb m seguida por Volnei Garrafa no artigo Quando a clonagem humana tica duas refer ncias conceituais devem ser objeto de an lise o livre arb trio e o benef cio Com rela o ao livre arb trio nas democracias participativas modernas prefer vel que as leis sejam declinadas positivamente afirmativamente deixando para aqueles que assim o desejarem por raz es religiosas ou outras a op o aut noma de n o aceita o a determinada pr tica Pelo contr rio caso as leis sejam constru das de modo restritivo negativo aquelas pessoas que n o t m obje o a uma determinada quest o estariam automaticamente impedidas de exerc la Com rela o ao benef cio o embri o com 5 ou 6 dias apenas um projeto de pessoa jamais uma pessoa Caso interven es executadas por centros especializados selecionados e controlados pelo estado venham utilizar c lulas de embri es clonados especificamente para que seja estudada a possibilidade de salvar
34. descobertas cient ficas Mesmo porque o que tido como verdade hoje amanh pode ser reconsiderado e a como ficaria o sistema legal dos pa ses argumentou Jacoby Al m das dificuldades de regulamenta o que acompanham os temas ligados biotecnologia quando se analisa a cria o de leis voltadas ao uso de c lulas tronco preciso considerar que a proced ncia dessas c lulas influencia diretamente na quest o legal Assim ao mesmo tempo que existe uma resolu o que autoriza o uso de c lulas tronco retiradas de sangue de cord o umbilical ou placenta no caso das c lulas tronco retiradas de embri es a quest o fica mais complexa girando em torno da legitimidade para permiss o das pesquisas j que nesse caso implicaria na perda do embri o da este tema ter sido discutido recentemente no Supremo Tribunal Federal no mbito da ADIN n 3 510 Mas havia no pa s um movimento favor vel a aprova o da Lei n 11 105 05 por diversas entidades cient ficas e organiza es n o governamentais que representam os interesses de deficientes f sicos pessoas portadoras de doen as degenerativas dentre outras Nesta linha vale destacar Waldemiro Gremski que tamb m defende as pesquisas com c lulas tronco embrion rias permitidas no seu artigo 5 em entrevista divulgada no site Cienciaefe Ningu m est afirmando que o embri o n o vida assim com nenhum de n s cientistas cat licos quer produzir embri es pa
35. do embri o a qualquer custo apesar de todo dia destru rem legalmente centenas de embri es excedentes em suas cl nicas de fertiliza o in vitro pa ses como Israel China Inglaterra permitem seu uso para fins terap uticos A posi o norte americana apoiada pela Santa S It lia e Espanha de que o processo de clonagem e n o o produto final o clone humano deve ser internacionalmente banido Mesmo que isso impe a o desenvolvimento de uma rea promissora da medicina regenerativa Essa uma discuss o complexa que envolve aspectos legais ticos culturais e religiosos que ter que ser decidida individualmente por cada pa s O conflito de posi es em rela o clonagem terap utica foi tal que at o final de 2003 impediu a elabora o da Conven o Internacional contra a clonagem reprodutiva Al m dos dilemas tico envolvidos na destrui o do embri o para a obten o das CTs embrion rias aqueles contra seu uso argumentam que se permitida a gera o de embri es clonados para pesquisa isso abrir uma brecha para a clonagem reprodutiva e surgir um com rcio de embri es vulos Toda nova tecnologia est sujeita ao mau uso Esse risco n o justifica a interrup o do desenvolvimento daquela tecnologia O que precisamos de legisla o e mecanismos de vigil ncia que nos protejam dos riscos do uso degenerado dos embri des vulos para pesquisa sem impedir o avan o da mesma Ainda esclarecendo sobr
36. e as decis es ser o tomadas com votos favor veis da maioria absoluta CAP TULO III Da Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio Art 10 A CTNBio integrante do Minist rio da Ci ncia e Tecnologia inst ncia colegiada multidisciplinar de car ter consultivo e deliberativo para prestar apoio t cnico e de assessoramento ao Governo Federal na formula o atualiza o e implementa o da PNB de OGM e seus derivados bem como no estabelecimento de normas t cnicas de seguran a e de pareceres t cnicos referentes autoriza o para atividades que envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados com base na avalia o de seu risco zoofitossanit rio sa de humana e ao meio ambiente Par grafo nico A CTNBio dever acompanhar o desenvolvimento e o progresso t cnico e cient fico nas reas de biosseguran a biotecnologia bio tica e afins com o objetivo de aumentar sua capacita o para a prote o da sa de humana dos animais e das plantas e do meio ambiente Art 11 A CTNBio composta de membros titulares e suplentes designados pelo Ministro de Estado da Ci ncia e Tecnologia ser constitu da por 27 vinte e sete cidad os brasileiros de reconhecida compet ncia t cnica de not ria atua o e saber cient ficos com grau acad mico de doutor e com destacada atividade profissional nas reas de biosseguran a biotecnologia biologia sa de humana e animal ou meio ambiente sendo 1
37. es 1 Para assegurar a efetividade desse direito incumbe ao Poder P blico preservar a diversidade e a integridade do patrim nio gen tico do Pa s e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipula o de material gen tico V controlar a produ o a comercializa o e o emprego de t cnicas m todos e subst ncia que comportem risco para a vida a qualidade de vida e o meio ambiente Estas normas demonstram que os avan os das pesquisas gen ticas t m enorme repercuss o no tecido social reclamando uma r pida adequa o do Direito aos novos desafios trazidos pela biomedicina levando ao surgimento do Biodireito que na conceitua o de Maria Helena Diniz seria uma nova disciplina DINIZ 2002 p 8 Estudo jur dico que tomando por fontes imediatas a bio tica e a biogen tica teria a vida por objeto principal salientando que a verdade cient fica n o poder sobrepor se tica e ao direito assim como o progresso cient fico n o poder acobertar crimes contra a dignidade humana nem tra ar sem limites jur dicos os destinos da humanidade A esfera do Biodireito compreende o caminhar sobre t nue limite entre o respeito s liberdades individuais e a coibi o de abusos contra o indiv duo ou contra a esp cie humana A necessidade de adequa o do direito evolu o cultural da humanidade tamb m destacada por Jos Reinaldo de Lima Lopes 2000 p 22 Mas na hist ria surgem inova
38. es e h a conting ncia pura e simples O direito tamb m uma inven o humana e uma inven o cultural muito particular Em face dos avan os biotecnol gicos deve se manter uma reflex o cr tica no sentido de adequar os valores ticos de refer ncia advindos da Bio tica com a efetiva o dos direitos humanos e fundamentais para que o Biodireito possa tra ar limites positivos de modo a proteger a dignidade da pessoa humana e o meio ambiente sem impedir a evolu o cient fica Na defini o objetiva do Dicion rio Enciclop dico de Teoria e de Sociologia do Direito 1999 Biodireito o ramo do Direito que trata da teoria da legisla o e da jurisprud ncia relativas s normas reguladoras da conduta humana face aos avan os da biologia biotecnologia e da medicina a de ix vi Assim pode se entender o Biodireito como um ramo do direito diferenciado tendo como eixo central de todo o ordenamento proteger a vida presente e futura al m de garantir a dignidade da pessoa humana prevista pela Constitui o Federal devendo se acolher o Biodireito uma vez que a Bio tica n o pode impor as responsabilidades da pr tica biotecnol gica em raz o de n o dispor de for a coercitiva traduzindo se apenas numa obriga o moral Deste modo cabe Bio tica estabelecer limites ticos para que se possa construir um Biodireito que sirva de delimita o s pesquisas biotecnol gicas sem contudo imp
39. explicar o porqu das coisas O ser humano gerente da cria o de Deus n o dono Lembrando ainda que o feto assim como a crian a nascida n o propriedade nem da m e nem do pai e muito menos dos cientistas que deram assist ncia procria o da mesma forma se exclui a possibilidade de reduzir o embri o condi o de massa biol gica suscet vel de instrumentaliza o para fins comerciais ou outras utilidades sem necessidade da presta o de contas pois a vida humana sagrada GOLDIM 2007 200 202 Logo tamb m o embri o como ser humano em forma o n o pode ser excetuado N o precisa cumprir exig ncias para ser considerado como algu m revestido de dignidade Eis porque do ponto de vista crist o se deve afirmar que o embri o no processo de gesta o se desenvolve n o para formar um ser humano Ele se desenvolve antes como ser humano assim como acontece em todas as fases da vida A nega o da dignidade ao embri o conflita com a obra do criador que por pura gra a o concession rio da raz o de ser H consenso entre as Igrejas no sentido de ser proibida a produ o de embri es para essa finalidade espec fica 1 1 3 ESPIRITISMO O espiritismo que engloba cerca de 3 da cren a dos brasileiros acredita na reencarna o na lei do carma causa efeito e considera o ser humano um esp rito em evolu o agente co criador e arquiteto do seu pr prio destino pois tem se
40. j congelados na data da publica o desta Lei depois de completarem 3 tr s anos contados a partir da data de congelamento 12 Em qualquer caso necess rio o consentimento dos genitores amp 2 Institui es de pesquisa e servi os de sa de que realizem pesquisa ou terapia com c lulas tronco embrion rias humanas dever o submeter seus projetos aprecia o e aprova o dos respectivos comit s de tica em pesquisa 3 vedada comercializa o do material biol gico a que se refere este artigo e sua pr tica implica o crime tipificado no art 15 da Lei n 9 434 de 4 de fevereiro de 1997 Art 62 Fica proibido implementa o de projeto relativo a OGM sem a manuten o de registro de seu acompanhamento individual Il engenharia gen tica em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN ARN natural ou recombinante realizado em desacordo com as normas previstas nesta Lei Ill engenharia gen tica em c lula germinal humana zigoto humano e embri o humano IV clonagem humana V destrui o ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio pelos rg os e entidades de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei e as constantes desta Leie de sua regulamenta o VI libera o no meio ambiente de OGM ou seus derivados no mbito de atividades de pesquisa sem a decis o t cnica favor vel da CTNBio e nos cas
41. julgamento moral depende pois da utilidade do interesse e por conseguinte das consequ ncias do ato Mill abre um espa o para os prazeres do esp rito e acrescenta que a pessoa tamb m pode fazer abstra o de seus interesses por altru smo a maior felicidade poss vel para a maior quantidade poss vel de pessoas A aplica o do princ pio consiste em inventariar as vantagens desvantagens consecutivas a uma a o e em escolher a a o que produz a maior vantagem poss vel em rela o s desvantagens para todas as pessoas envolvidas na a o N o h crit rio a priori para julgar a a o como em Kant Toda a moralidade est nas consequ ncias No limite o fim justifica os meios Com efeito diante dos dilemas concretos advindos das pesquisas com c lulas tronco embrion rias temos que o deontologismo rejeita qualquer forma de obten o dessas c lulas vez que haveria uma suposta instrumentaliza o de embri es para um fim determinado e indigno J sob a tica consequencialista bastaria o consentimento dos genitores respons veis para que o m todo possa ser utilizado vez que somente estes poderiam decidir quanto a possibilidade do pr embri o vir a se tornar um ser humano Ademais o elemento dor sofrimento seria inexistente pois o pr embri o n o teria capacidade de ter esta sensa o Logo com base na concep o utilitarista n o seria v lido autorizar o descarte de embri es em lugar de utiliz los nas pesquis
42. leva ao descarte de embri es DIU e p lula do dia seguinte Peter Singer ataca a teoria conceptualista criticando o princ pio da sacralidade da vida humana DINIZ 2002 p 55 n o atribuamos vida de um feto um valor maior que o atribu do vida de um animal no mesmo n vel de racionalidade autoconsci ncia consci ncia capacidade de sentir etc Uma vez que nenhum feto uma pessoa nenhum feto tem o mesmo direito vida que uma pessoa Muitos estudiosos que refutam peremptoriamente a necess ria vincula o entre as no es de ser humano e pessoa concluem pela negativa do atributo da personalidade aos embri es humanos Porquanto o embri o rec m fecundado n o passa de um aglomerado de c lulas pois precisa percorrer um longo caminho at se fixar na parede do tero num fen meno denominado de nida o Estima se que mais de 50 dos vulos fertilizados n o tenham sucesso nessa miss o e sejam abortados espontaneamente expelidos com a menstrua o Tamb m existem casos de embri es que desde o in cio de sua forma o apenas multiplicam suas c lulas de forma desordenada gerando c lulas cancer genas que ir o impossibilitar o surgimento de qualquer vida pois n o passa de um tumor Isto efetivamente n o seria pessoa humana Este avan o das ci ncias naturais em especial das biom dicas fez com que a no o de vida humana fosse abalada pois no passado o homem n o tinha acesso aos m
43. lulas tronco embrion rias importante analisar os fundamentos utilitaristas e consequencialistas al m do princ pio da benefic ncia aplic veis a este tema Basicamente existem duas grandes correntes relacionadas tica a consequencialista e a deontologista Para a primeira corrente a qualidade moral de determinada a o deve ser medida em face dos seus resultados sendo a vers o mais conhecida do consequencialismo o utilitarismo que ora ser examinado como uma concep o embasadora das pesquisas com c lulas tronco embrion rias J para a corrente deontologista a qualidade moral de determinada a o medida tendo em vista esta pr pria a o independentemente dos resultados que ela possa vir a causar salientando que seu maior defensor o fil sofo Immanuel Kant com seu imperativo categ rico Guy Durand destaca que o utilitarismo rejeita toda a concep o transcendente do bem moral num caminho inverso a Kant DURAND 2003 P 278 Essa escola nasceu sobretudo no s culo XVIII na Gr Bretanha com David Hume e se desenvolveu no s culo XIX em torno do moralista Jeremy Bentham e da escola de John Stuart Mill A id ia central dessa corrente que a moralidade tem sua origem na maximiza o da felicidade e na minimiza o do sofrimento Uma a o boa na medida em que tende para esse fim m quando diminui a felicidade e aumenta o sofrimento e neutra quando n o provoca nenhum desses dois tipos de conseq ncias O
44. mais inadequadas para uso terap utico isto porque grande parte das doen as possuem um acentuado componente gen tico podendo ser at o fator causador da doen a Assim que sentido teria reimplantar c lulas geneticamente defeituosas para tratar a doen a que causou NERI 2004 p 59 60 Dem trio N ri ainda defende a supremacia absoluta das pesquisas com c lulas tronco embrion rias sobre as adultas isto devido a necessidade de padroniza o no emprego terap utico para que se possa ter aplica o cl nica mais generalizada N o estamos falando de doen as raras estamos falando de doen as que afetam milh es de pessoas Isso estabelece v nculos ao tipo de tecnologia utiliz vel dever com efeito ser suficientemente padronizada porque n o podemos esperar que em cada hospital esteja dispon vel uma equipe de pesquisa capaz de efetuar in loco todo o complexo trabalho de prepara o de c lulas tronco Seria como se um m dico que tivesse de tratar de um paciente com uma terapia farmacol gica precisasse esperar que a farm cia do hospital preparasse in loco os medicamentos necess rios As c lulas tronco embrion rias prestam se melhor a um emprego desse tipo NERI 2004 p 61 Como nos casos dos transplantes existe a administra o de medicamentos imuno supressores outra alternativa para se evitar a rejei o do receptor seria a cria o de bancos de c lulas tronco embrion rias que englobassem um significativo percent
45. mal sucedidas A doutrina da Igreja sobre a fecunda o artificial e seus desdobramentos est contida especialmente na Instru o Donum Vitae da Congrega o para a Doutrina da F sobre o respeito vida humana nascente e a dignidade da procria o de 22 de fevereiro de 1987 1 A procria o de um novo ser humano s moralmente l cita dentro do casamento e como fruto do ato conjugal normal dos c njuges 2 Em consequ ncia condenada como moralmente il cita a fecunda o artificial tanto na forma de insemina o artificial como na de fecunda o in vitro mesmo quando realizada dentro do casamento entre marido e mulher e com todos os cuidados para evitar a morte do embri o 3 O Embri o humano deve ser tratado e respeitado como pessoa de direitos desde o momento da concep o 4 Em consequ ncia totalmente inaceit vel do ponto de vista moral a utiliza o de embri es produzidos por fecunda o in vitro para efeito de pesquisa ou de material biol gico de reserva ainda que utilizados posteriormente em finalidades l citas Outra enc clica esta do Papa Jo o Paulo II a Evangelium Vitae de 25 05 95 tamb m analisa esta tem tica condenando A contracep o e a mentalidade contraceptiva que contradizem a verdade plena do ato sexual como express o do amor As t cnicas de reprodu o artificial que s o moralmente inaceit veis porquanto separam a procria o do contexto integralmente human
46. necessariamente autoconsci ncia n o deve haver precipita o em assumir o aborto Todavia deve se pensar que em geral os interesses da mulher gr vida est o acima dos interesses rudimentares do feto Peter Singer defende tamb m na linha do autor que o embri o n o um ser humano aplicando sua tica pr tica a quest es do cotidiano SINGER 2006 p 166 167 Em primeiro lugar o embri o j um ser humano E se o feto n o uma pessoa fica ainda mais evidente que o embri o n o o Contudo existe uma nova e interessante quest o a ser colocada contra a afirma o de que o embri o um ser humano os seres humanos s o indiv duos e o embri o ainda n o tem nenhuma caracter stica de individua o A qualquer momento por volta do d cimo quarto dia depois da fertiliza o mais tempo do que at hoje os embri es humanos foram mantidos vivos fora do corpo o embri o pode separar se em dois ou mais embri es geneticamente id nticos Isso acontece naturalmente e leva forma o de g meos id nticos O absurdo decorre do fato de pensarmos no embri o como um indiv duo num momento em que ele n o passa de um agrupamento de c lulas Isso fornece um fundamento para as leis e regulamentos da Inglaterra e de v rios outros pa ses que permitem a realiza o de experi ncias com embri es at 14 dias depois da fertiliza o Durante o processo normal de reprodu o dentro do corpo o embri o ou pr embri o
47. no seu artigo 1 inciso III Ressalte se que esta tem tica de grande atualidade em raz o de ter sido aprovada uma nova Lei de Biosseguran a n 11 105 de24 03 05 que precisa ser compatibilizada ao texto constitucional tendo inclusive revogado a Lei n 8 974 de 05 01 95 que proibia por exemplo pesquisas com c lulas tronco Com efeito s o indispens veis uma universaliza o e sistematiza o que harmonizem os significados de todos os princ pios bio ticos e humanistas evitando uma obedi ncia passiva acr tica aos seus enunciados O primeiro passo em busca dessa universaliza o foi dado em 2005 quando foi aprovada pela Unesco a Declara o Universal sobre Bio tica e Direitos Humanos mas n o basta a exist ncia de tal documento preciso que seja divulgado conhecido e que seus princ pios passem a ter for a coercitiva suficiente para serem impostos a todos os pesquisadores e m dicos Vale ainda lembrar a relevante li o de Maria Garcia GARCIA 2004 p g 176 Contudo onde h vida biologia e coexist ncia bio tica h de haver prote o biodireito De tudo remanescem como princ pios fundamentais do biodireito que a Humanidade constitu da de indiv duos iguais em dignidade e direitos e ao mesmo tempo diferentes na sua individualidade que todo ser humano livre nico incondicion vel e irrepet vel que o reconhecimento da sua diversidade implica simultaneamente a aceita o da sua liberda
48. o que lhe aconte a a menos que tenha ou tenha tido alguma forma de consci ncia algum tipo de vida mental e de vida f sica Com efeito a ltima teoria defende que o ser humano apenas adquirir personalidade ap s o respectivo nascimento seria a teoria Natalista destacando que Luiz Edson Fachin numa interpreta o cr tica do C digo Civil 2003 p 32 leciona A esse respeito aponta se com equ voco que a tend ncia do novo C digo ainda teria sido a de adotar a teoria natalista A teoria natalista ataca o pressuposto l gico do processo de continuidade da vida na qual se baseia a teoria da equival ncia Muito pelo contr rio entende o embri o como sendo apenas uma pessoa em potencial porquanto det m as caracter sticas que poder o formar uma pessoa no futuro apenas alcangando sua personalidade quando do seu nascimento teoria propalada por H Tristam Engelhardt um dos pioneiros nestes estudos desde a publicac o do seu livro cl ssico Os Fundamentos da Bio tica valendo destacar 2000 p 310 311 Em moralidade secular s o as pessoas que atribuem valor aos zigotos aos embrides ou aos fetos Aqueles que produzem ou procriam o zigoto o embri o ou o feto t m o direito primordial de fazer a determina o definitiva de seu valor Embri es e fetos produzidos em particular s o considerados propriedade particular Seriam de propriedade da sociedade apenas se grupos ou cooperativas os produzissem Os pais e e
49. os e tecidos transplantados possibilitando o incremento do processo de cura de in meras doen as salvando milh es de vidas e diminuindo a dor e o sofrimento humanos Destarte cumpre aos operadores do Direito compatibilizar o princ pio da dignidade da pessoa humana e o necess rio avan o das pesquisas com as c lulas tronco como fonte de esperan a e f daquelas pessoas desenganadas pela medicina tradicional que anseiam uma vida mais digna e feliz 6 REFER NCIAS AGUIAR M nica Direito filia o e bio tica Rio de Janeiro Forense 2005 ALARC N Pietro de Jesus Lora Patrim nio gen tico humano e sua prote o na constitui o federal de 1988 S o Paulo M todo 2004 ALEXY Robert Te ria de los derechos fundamentales Madrid Centro de Estudos Constitucionales 1997 A N Carlos Lema Reproducci n poder y derecho Madrid Editorial Trotta 1998 ARRUDA Marcos e BOFF Leonardo Globaliza o desafios s cio econ micos ticos e educativos Petr polis RJ Vozes 2001 VILA Humberto Teoria dos princ pios da defini o aplica o dos princ pios jur dicos S o Paulo 2005 AZEVEDO lvaro Vila a VENOSA Silvio de Salvo C digo civil anotado S o Paulo Atlas 2004 BARBAS Stela Marcos A Neves Direito ao patrim nio gen tico Coimbra Almedina 1998 BARBOSA Mario Figueiredo Doa o especula es jur dicas Salvador Quarteto Editora Ucsal 2006 BARBOZA Helo sa Helena Org Novos t
50. p 348 traz seu posicionamento evidenciando que ap s este per odo de 14 dias inicia se o surgimento da linha primitiva indicadora de que as c lulas destinadas a constituir o embri o j se diferenciaram citando Grobstein o pr embri o humano tem um conjunto especial de caracter sticas que o distinguem do vulo que o precede e do embri o que o segue Sgreccia igualmente cita Ford o aparecimento da linha primitiva o sinal de que se formou e come ou a existir um s embri o propriamente dito e indiv duo humano no sentido ontol gico Por fim o famoso Relat rio Warnock produzido pela Comiss o de Pesquisa sobre Fertiliza o Humana e Embriologia na Inglaterra em 1984 apresentou recomenda es no sentido de n o se realizar pesquisas sobre tais embri es com mais de 14 dias salientando que apenas seria um aglomerado de c lulas sem forma humana reconhec vel A palavra pr embri o tem sido amplamente usada pelos cientistas para designar o embri o em seus momentos mais iniciais O termo abarca o zigoto unicelular que se forma imediatamente ap s a fertiliza o e o blastocisto que a bola oca de c lulas preenchida por flu do que se desenvolve a partir do zigoto entre quatro e cinco dias e que termina com a forma o da m rula cerca de tr s dias mais tarde O pr embri o partilha com o embri o propriamente dito mais caracter sticas do que se pensava Mas isso n o um argumento para proibir p
51. plantas ou bact rias sendo o clone definido como uma popula o de mol culas c lulas ou organismos que se originaram de uma nica c lula e que s o id nticas c lula original e entre elas Em humanos os clones naturais s o os g meos id nticos que se originam da divis o de um vulo fertilizado ainda segundo a professora ZATZ 2004 Com exce o das nossas c lulas sexuais o vulo e o espermatoz ide que t m 23 cromossomos todas as outras c lulas do nosso corpo t m 46 cromossomos Em cada c lula temos 22 pares que s o iguais nos dois sexos chamados autossomos e um par de cromossomos sexuais XX no sexo feminino e XY no sexo masculino Estas c lulas com 46 cromossomos s o chamadas c lulas som ticas Voltemos agora nossa primeira c lula resultante da fus o do vulo e do espermatoz ide Logo ap s a fecunda o ela come a a se dividir uma c lula em duas duas em quatro quatro em oito assim por diante Pelo menos at a fase de oito c lulas cada uma delas capaz de se desenvolver em um ser humano completo S o chamadas de totipotentes Na fase de oito a dezesseis c lulas as c lulas do embri o se diferenciam em dois grupos um grupo de c lulas externas que v o originar a placenta os anexos embrion rios e uma massa de c lulas internas que vai originar o embri o propriamente dito Ap s 772 horas este embri o agora com cerca de cem c lulas chamado de blastocisto nesta fase que ocorre a
52. produtores rurais para uso pr prio na safra 2004 2005 sendo vedada a comercializa o da produ o como semente Vide Decreto n 5 534 de 2005 Par grafo nico O Poder Executivo poder prorrogar a autoriza o de que trata o caput deste artigo Art 37 A descri o do C digo 20 do Anexo VIII da Lei n 6 938 de 31 de agosto de 1981 acrescido pela Lei n2 10 165 de 27 de dezembro de 2000 passa a vigorar com a seguinte reda o ANEXO VIII C digo Categoria Descri o Pp gu 20 Uso de Silvicultura explora o econ mica da madeira ou lenha e subprodutos M dio Recursos florestais importa o ou exporta o da fauna e flora nativas brasileiras Naturais atividade de cria o e explora o econ mica de fauna ex tica e de fauna silvestre utiliza o do patrim nio gen tico natural explora o de recursos aqu ticos vivos introdu o de esp cies ex ticas exceto para melhoramento gen tico vegetal e uso na agricultura introdu o de esp cies geneticamente modificadas previamente identificadas pela CTNBio como potencialmente causadoras de significativa degrada o do meio ambiente uso da diversidade biol gica pela biotecnologia em atividades previamente identificadas pela CTNBio como potencialmente causadoras de significativa degrada o do meio ambiente Art 38 VETADO Art 39 N o se aplica aos OGM e seus derivados o disposto na Lei n 7 802 de 11 de julho de 1989 e suas altera
53. qual um vulo fecundado se divide dando origem aos g meos univitelinos 4 1 CLONAGEM EVOLU O HIST RICA Fernanda Schaefer no livro coordenado pela Profa Jussara Meirelles Biodireito em Discuss o avalia a evolu o da biotecnologia at a clonagem 2007 p 32 Assim por exemplo do ano de 1249 que marcou a inven o dos culos a humanidade conheceu nos anos de 1990 opera es corretivas a laser que prometem o fim das lentes Do ano de 1543 data da publica o do primeiro livro ilustrado sobre anatomia humana de Andreas Vesalius e da descoberta dos raios X em 1895 a Medicina no final do s culo XX conheceu aparelhos capazes de mostrar nitidamente o interior do corpo humano sem que para isso fosse preciso abri lo ou dissec lo O ano de 1590 marcou a inven o do microsc pio atualmente a Medicina capaz de realizar microcirurgias que por serem cada vez menos traum ticas aumentam as chances de cura recupera o r pida do paciente Dos primeiros estudos sobre fertiliza o de seres humanos em 1796 chegou se em 1997 com o desenvolvimento da t cnica de fertiliza o in vitro e na d cada de 90 com o aperfei oamento de v rias outras t cnicas reprodu o assistida De 1944 com a descoberta do DNA a humanidade se deparou com a clonagem de mam feros em 1997 e questiona hoje a possibilidade da clonagem de seres humanos Segundo Mayana Zatz a clonagem um mecanismo comum de propaga o da esp cie em
54. que ele tome a decis o que o incapaz tomaria O modelo da pura autonomia respeita escolhas aut nomas anteriores Ele se aplica exclusivamente a pacientes que j foram aut nomos e que expressaram uma decis o aut noma ou prefer ncia relevante por um documento escrito deixado pelo paciente por uma diretriz dada oralmente a um membro da fam lia a um amigo ou um profissional O modelo dos melhores interesses protege o bem estar da pessoa avaliando os riscos os benef cios dos v rios tratamentos das alternativas ao tratamento levando em considera o a dor e o sofrimento e avaliando o restabelecimento e a perda de fun es indispens vel portanto um crit rio de qualidade de vida 1 3 BIODIREITO O Biodireito um ramo do direito que aplicado tendo em vista os princ pios da bio tica porquanto est baseado em tr s princ pios fundamentais a justi a ison mica todos s o iguais perante a lei o respeito s pessoas e dignidade humana e a benefic ncia maximizar o bem nossa Constitui o Federal j estabelece desde 1988 em seu artigo 225 1 incisos e V importantes normas que podem ser compreendidas como fundamentos do biodireito Art 225 Todos t m direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo essencial sadia qualidade de vida impondo se ao poder p blico e coletividade o dever de defend lo e preserv lo para as presentes e futuras gera
55. tica outorgam o subs dio neste caso em particular para decidir tranquilamente em favor da permiss o jur dica para no intuito de preservar a vida de todos realizar pr ticas de terapias gen ticas em c lulas som ticas ou c lulas tronco de embri es que seriam destru dos por n o serem implantados no tero das potenciais m es ALARC N 2004 p 149 Vale esclarecer que a nova Lei n 11 105 de 24 03 05 Lei Nacional de Biosseguran a concretizando o texto constitucional estabelece normas para o uso de t cnicas de Engenharia Gen tica e libera o no meio ambiente de organismos geneticamente modificados OGM e expressamente veda a Engenharia Gen tica de C lulas Germinais Humanas e a Clonagem Humana quanto aos aspectos reprodutivos no seu artigo 6 e autoriza as pesquisas com c lulas tronco no seu artigo 5 Art 5 permitida para fins de pesquisa e terapia a utiliza o de c lulas tronco embrion rias obtidas de embri es humanos produzidos por fertiliza o in vitro n o utilizados no respectivo procedimento atendidas as seguintes condi es I sejam embri es invi veis ou Il sejam embri es congelados h 3 tr s anos ou mais 1 Em qualquer caso necess rio o consentimento dos genitores Al m disso tamb m restringe ao mbito de entidades de direito p blico ou privado as atividades e projetos incluindo os de ensino pesquisa cient fica desenvolvimento tecnol gico e de
56. 2 doze especialistas de not rio saber cient fico e t cnico em efetivo exerc cio profissional sendo a b 3 tr s da rea de sa de humana 3 tr s da rea animal c 3 tr s da rea vegetal d 3 tr s da rea de meio ambiente Il um representante de cada um dos seguintes rg os indicados pelos respectivos titulares a Minist rio da Ci ncia e Tecnologia b Minist rio da Agricultura Pecu ria e Abastecimento c Minist rio da Sa de d Minist rio do Meio Ambiente e Minist rio do Desenvolvimento Agr rio f Minist rio do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio Exterior 9 Minist rio da Defesa h Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presid ncia da Rep blica i Minist rio das Rela es Exteriores 11 um especialista em defesa do consumidor indicado pelo Ministro da Justi a IV um especialista na rea de sa de indicado pelo Ministro da Sa de V um especialista em meio ambiente indicado pelo Ministro do Meio Ambiente VI um especialista em biotecnologia indicado pelo Ministro da Agricultura Pecu ria e Abastecimento VII um especialista em agricultura familiar indicado pelo Ministro do Desenvolvimento Agr rio VIII um especialista em sa de do trabalhador indicado pelo Ministro do Trabalho e Emprego 12 Os especialistas de que trata o inciso do caput deste artigo ser o escolhidos a partir de lista tr plice elaborada com a participa
57. 98 SEGRE Marco A prop sito da utiliza o de c lulas tronco Artigo dispon vel no site http www comciencia br reportagens celulas 11 shtml acesso 2 dezembro 2007 SEM Amartya Desenvolvimento como liberdade S o Paulo Companhia das Letras 2000 SENADO FEDERAL Direitos humanos declara es de direitos e garantias 2 edi o Bras lia Gr fica do Senado 1996 SILVA Alexandre Garrido da Coord Os vinte anos de vig ncia da Constitui o Federal de 1988 no marco do ativismo judicial Os casos da manipula o das c lulas tronco embrion rias e do amianto Revista do Instituto dos Advogados Brasileiros n 97 Rio de Janeiro Lumen Juris Editora 2010 SILVA NETO Manoel Jorge Curso de direito constitucional do trabalho S o Paulo Malheiros 1998 SINGER Peter tica pr tica S o Paulo Martins Fontes 2002 SGRECCIA Elio Manual de bio tica S o Paulo Edi es Loyola 2002 SHAEFER Fernanda Bio tica biodireito e direitos humanos In MEIRELLES Jusara Maria Leal de Biodireito em Discuss o Curitiba Juru 2007 STRECK Lenio Lu s Hermen utica jur dica e m crise 4 Edi o Porto Alegre Livraria do Advogado 2003 SOUTO Cl udio Org Sociologia e direito S o Paulo Pioneira 1999 WEIL Pierre Hol stica uma nova vis o e abordagem do real S o Paulo Palas Athenas 1990 A mudan a de sentido e o sentido de mudan a Rio de Janeiro Rosa dos Tempos 2000 VALLS lvaro L M Da tica a bio tica P
58. 990 que busca o mapeamento gen tico de todas as c lulas do corpo humano atrav s principalmente de cientistas americanos japoneses ingleses e alem es com o objetivo de prevenir doen as cuja matriz seja heredit ria Cuja import ncia da regula o jur dica foi destacada por Carlos Maria Romeo Casabona 2002 p 29 Nas investiga es sobre o genoma humano um dos aspectos que mais suscitou o debate foi a quest o da prote o jur dica de seus resultados Desse modo o debate tem se centrado no direito de patentes e atrav s dele j se tentou patentear sequ ncias de DNA procedimentos de terapia g nica o que j foi admitido no momento s nas c lulas som ticas assim como produtos farmac uticos que fazem uso da biotecnologia valendo se em alguns casos do recurso a genes humanos Do ponto de vista jur dico os problemas s o diferentes a natureza da patente pouco compat vel com meras descobertas os genes como tais e as sequ ncias de DNA j existiam na natureza n o seriam inven es ou algo novo e al m disso atualmente n o se sabe qual sua fun o sua utilidade na aplica o industrial traduzida em termos jur dicos Por outro lado costuma se excluir de patente os tratamentos m dico cir rgicos aplicados diretamente no corpo humano Destarte a Bio tica deve ser compreendida como tica que se relaciona s interven es sobre a vida a sa de humana e a integridade f sica ps quica das pe
59. ARRO Emilio Martinez tica S o Paulo Loyola 2005 CREMA Roberto Introdu o a vis o hol stica S o Paulo Summus 1989 CUNHA Jos Ricardo Ferreira Direito est tica fundamentos para um direito human stico Porto Alegre SAFE 1998 CUNHA Mauro Elogio do advogado Porto Alegre S rgio Fabris 1989 DALLARI Dalmo de Abreu O Poder dos ju zes S o Paulo Saraiva 1996 D ASSUMP O Evaldo Alves Bio tica Para quem se interessa pela tica Petr polis RJ Vozes 1998 DI BERNARDI Ricardo Gesta o sublime interc mbio Londrina PR Universalista 1993 DIAF RIA Adriana Faltam leis sobra pol mica Entrevista dispon vel em http www comciencia br reportagens celulas 04 shtml acesso em 1 dezembro 2007 DIAS Jorge Figueiredo O direito penal e a sociedade do risco Revista Brasileira de Ci ncias Criminais volume 33 S o Paulo 2001 DINIZ D bora O que bio tica S o Paulo Brasiliense 2002 DINIZ Maria Helena O estado atual do biodireito S o Paulo Saraiva 2002 A ci ncia jur dica S o Paulo Saraiva 1995 Comp ndio de introdu o ci ncia do direito S o Paulo Saraiva 1998 DURAND Guy Introdu o geral bio tica S o Paulo Loyola 2003 DWORKIN Ronald Dom nio da vida aborto eutan sia e liberdades individuais S o Paulo Martins Fontes 2003 O imp rio do direito S o Paulo Martins Fontes 2003 ECO Umberto Como se faz uma tese Tradu o de Gilson
60. Caber aos rg os e entidades de registro e fiscaliza o do Minist rio da Sa de do Minist rio da Agricultura Pecu ria e Abastecimento e do Minist rio do Meio Ambiente e da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presid ncia da Rep blica entre outras atribui es no campo de suas compet ncias observadas a decis o t cnica da CTNBio as delibera es do CNBS e os mecanismos estabelecidos nesta Lei e na sua regulamenta o fiscalizar as atividades de pesquisa de OGM e seus derivados Il registrar e fiscalizar a libera o comercial de e seus derivados 1 emitir autoriza o para a importa o de e seus derivados para uso comercial IV manter atualizado no SIB o cadastro das institui es e respons veis t cnicos que realizam atividades e projetos relacionados a OGM e seus derivados tornar p blicos inclusive no SIB os registros e autoriza es concedidas VI aplicar as penalidades de que trata esta Lei VII subsidiar a CTNBio na defini o de quesitos de avalia o de biosseguran a de OGM e seus derivados 12 Ap s manifesta o favor vel da CTNBio ou do CNBS em caso de avoca o ou recurso caber em decorr ncia de an lise espec fica e decis o pertinente ao Minist rio da Agricultura Pecu ria e Abastecimento emitir as autoriza es e registros e fiscalizar produtos e atividades que utilizem e seus derivados destinados a uso animal na ag
61. EB 1996 KUHN Thomas S A estrutura das revolu es cient ficas 5 Edi o S o Paulo Perspectiva 1997 LARENZ Karl Metodologia da ci ncia Lisboa Calouste Gulberkian 1991 LINO MariaHelena GUERRA Rodrigo In ciodavidahumana umaabordagem ticaejuridicadautiliza odec lulas troncoembrion rias Dispon velnosite http www ghente org temas reproducao juridica2 htm acesso 2 dezembro 2007 LOPES Jos Reinaldo de Lima O direito na hist ria S o Paulo Max Limonad 2000 LOTTENBERG Cl udio L MOREIRA FILHO Carlos A Aplica es terap uticas das c lulas tronco perspectivas e desafios Entrevista dispon vel em http www comciencia br reportagens celulas 14 shtml acesso em Idezembro 07 LUBISCO N dia L VIEIRA S nia Chagas Manual de estilo acad mico monografias disserta o e teses Salvador Edufba 2003 LUNA S rgio Vasconcelos de Planejamento de pesquisa S o Paulo EDUC 2000 MACHADO Emerson Gesta o parto e maternidade uma vis o hol stica Belo Horizonte MG Aurora 1995 MACHADO Germano Dias Org tica nas ci ncias Salvador BA CEPA 2000 MACHADO Germano Sintetismo filosofia da s ntese Salvador BA CEPA 1994 MACHADO NETO A L Comp ndio de introdu o a ci ncia do direito S o Paulo Saraiva 1988 MARTIN Ana Paula Nascimento Destina o de embri es excedent rios Salvador disserta o de Mestrado em Direito da UFBA 2005 MARTINEZ Julio Luis
62. S RGIO NEESER NOGUEIRA REIS BIO TICA BIODIREITO E C LULAS TRONCO A VIT RIA DA ESPERAN A Nova Alvorada Edi es Salvador 2010 SUM RIO AGRADECIMENTO SS 0 eta 5 PR O e Da a 6 INTRODU O 7 1 MUDAN AS DE PARADIGMAS crisis diia visi 9 1 1 VIS O AS 2 Es cas op 12 O A IAN 16 LS BIODIREITO 21 2 ESTATUTO JUR DICO DO EMBRI O nirre 28 2 1 TEORIA OU DA EQUIVAL NCIA DOS CONCEITOS DE SER HUMANO PESSOA ua ara N diet 29 22 TEORIA OU DA N O EQUIVAL NCIA DOS CONCEITOS DE SER HUMANO PESSOA asias ias 31 2 3 TEORIA DA FORMA O CEREBRAL COMO IN CIO DA VIDA 46 3 PESQUISAS EM C LULAS TRONCO EMBRION RIAS 50 3 1 CONCEITOS E TIPOS DE 50 3 2 IMPORT NCIA DAS PESQUISAS COM C LULAS TRONCO 54 3 3 MARCO TE RICO _ UTILITARISMO COMO CONCEP O JUSTIFICADORA DAS PESQUISAS sus Sis Rae 66 3 4 ABORDAGENS RELIGIOSAS 74 3 4 1 IGREJA CAT LICA ia id sas 77 3 4 2 IGREJA EVANG LICA 0 82 343 ESPIREDISMO 84 3 5 REGULAMENTA O NO BRASIL 87 3 6 A A O DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N 3 510 93 3 7 REGULAMENTA O 95 4 OUTRAS APLICA ES DAS C LULAS TRONCO CLONAGEM
63. a humanidade que sai prejudicada com as tentativas de barrar os avan os cient ficos e tecnol gicos O ministro salienta serem necess rias normas de organiza o e procedimento para que ocorra uma prote o suficiente dignidade da pessoa humana assim a permiss o da pesquisa e terapia com c lulas tronco deveria ser condicionada pr via autoriza o e aprova o por Comit de tica e Pesquisa vinculado ao Minist rio da Sa de o que j feito na pr tica pelo CONEP Conselho Nacional de tica em Pesquisa Tal postura do ministro Gilmar Mendes demostra a sua posi o de legitimar o STF para a resolu o de problemas e quest es controvertidas na linha do ativismo judicial destacando alguns pontos abaixo poss vel antever que o Supremo Tribunal Federal acabe por se livrar do vetusto dogma do legislador negativo e se alie mais progressiva linha jurisprudencial das decis es interpretativas com efic cia aditiva j adotadas pelas principais Cortes Constitucionais europ ias A assun o de uma atua o criativa pelo Tribunal poder ser determinante para a solu o de antigos problemas relacionados inconstitucionalidade por omiss o que muitas vezes causam entraves para a efetiva o de direitos e garantias fundamentais assegurados pelo texto constitucional p 53 O Supremo Tribunal Federal demonstra com este julgamento que pode sim ser uma Casa do Povo tal qual o parlamento Um lu
64. a o do Informe Warnock na Inglaterra o embri o n o poderia ser percebido como pessoa antes de transcorridos 14 quatorze dias da sua concep o quando se come a a formar a linha ou estria primitiva que originar o tronco cerebral pois desta forma o ser passaria a deter a capacidade sensorial De fato condicionam assim a dignidade da pessoa humana capacidade de sentir dor e aos demais est mulos dos sentidos Sendo esta tese defendida por outros autores como MacLaren Doncel e Grobstein BERIAIN 2004 p 91 De conformidade com a teoria do interesse defendida por Ronald Dworkin ser pessoa ter consci ncia de si mesmo manter o desejo o interesse de continuar existindo como sujeito no mundo Esta teoria conclui por propiciar a conclus o de que ao ser humano ser reconhecida dignidade apenas enquanto estiver em pleno uso das suas faculdades mentais e de consci ncia do significado da vida e de seus atos o que n o engloba as poss veis situa es de perturba es mentais parciais ou totais e definitivas Valendo transcrever parte do seu pensamento DWORKIN 2003 p 21 f um feto rec m concebido est em vias de tornar se um ser humano completo por si pr prio prescindindo portanto de qualquer ajuda externa Mas isso n o verdade a ajuda externa tanto da gestante quanto dos recursos da ci ncia fundamental N o tem sentido imaginar que alguma coisa tenha interesses pr prios n o obstante ser importante
65. a criado no mbito do Minist rio da Ci ncia e Tecnologia o Sistema de Informa es em Biosseguran a SIB destinado gest o das informa es decorrentes das atividades de an lise autoriza o registro monitoramento e acompanhamento das atividades que envolvam OGM e seus derivados 12 As disposi es dos atos legais regulamentares e administrativos que alterem complementem ou produzam efeitos sobre a legisla o de biosseguran a de OGM e seus derivados dever o ser divulgadas no SIB concomitantemente com a entrada em vigor desses atos 22 Os rg os e entidades de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei dever o alimentar o SIB com as informa es relativas s atividades de que trata esta Lei processadas no mbito de sua compet ncia CAP TULO VII Da Responsabilidade Civil e Administrativa Art 20 Sem preju zo da aplica o das penas previstas nesta Lei os respons veis pelos danos ao meio ambiente e a terceiros responder o solidariamente por sua indeniza o ou repara o integral independentemente da exist ncia de culpa Art 21 Considera se infra o administrativa toda a o ou omiss o que viole as normas previstas nesta Lei e demais disposi es legais pertinentes Par grafo nico As infra es administrativas ser o punidas na forma estabelecida no regulamento desta Lei independentemente das medidas cautelares de apreens o de produtos suspens o de venda de produto e e
66. and 1995 p 22 como a pesquisa de solu es para os conflitos de valores no mundo da interven o biom dica Outrossim pode se entender a Bio tica como o estudo sistem tico da conduta humana na rea das ci ncias da vida e do cuidado da sa de quando esta conduta se examina luz dos valores e dos princ pios morais Enciclop dia da Bio tica 1978 Elio Sgreccia 2002 p 46 resume de forma bastante did tica a defini o da Bio tica A bio tica geral sem grifo no original que se preocupa com as funda es ticas o discurso sobre os valores e sobre os princ pios origin rios da tica m dica e sobre as fontes documentais da bio tica direito internacional deontologia legisla o Na pr tica uma verdadeira e aut ntica filosofia moral em sua parte fundamental e institucional A bio tica especial sem grifo no original que analisa os grandes problemas enfrentados sempre sob o perfil geral tanto no terreno m dico quanto no terreno biol gico engenharia gen tica aborto eutan sia experimenta o cl nica etc A bio tica cl nica ou de decis o sem grifo no original examina na situa o concreta da pr xis m dica e do caso cl nico quais s o os valores em jogo e por quais caminhos corretos se pode encontrar uma linha de conduta sem modificar esses valores Vale salientar que os famosos princ pios bio ticos que servem de refer ncia principalmente para a rea de sa de foram
67. anismo Outras linhas de pesquisa com c lulas tronco tamb m apresentam resultados promissores entre elas a do tratamento de les es traum ticas em que se utiliza uma inje o local de c lulas tronco medulares Um estudo feito pela equipe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de S o Paulo USP conseguiu recriar impulsos el tricos entre a regi o lesada e o c rebro pela aplica o de c lulas tronco medulares Entre os 30 pacientes transplantados todos portadores de les es medulares cr nicas Outrossim nesta mesma mat ria do site Comci ncia as aplica es das c lulas tronco estendem se tamb m engenharia biotecidual que utiliza o r pido potencial de crescimento apresentado pelas c lulas tronco para a obten o de tecidos tais como ossos pele e cartilagem que s o cultivados e reimplantados nos pacientes em casos de les es Este procedimento j realizado no Hospital das Cl nicas da UFRJ pela equipe do pesquisador Radovan Borojevic A equipe trabalha tamb m em estudos envolvendo o tratamento de grandes les es sseas as quais n o t m possibilidade de regenera o espont nea Nesses casos s o utilizadas c lulas tronco medulares injetadas em matrizes sseas humanas que permitem que as c lulas tronco se diferenciem em c lulas sseas promovendo a regenera o do tecido lesado Da mesma forma a equipe da UFRJ desenvolve tamb m trabalhos na linha de tratament
68. arte geral Volume I 27 Edi o S o Paulo Saraiva 1997 ROSS Alf Direito e justi a 1 Edi o Bauru EDIPRO 2003 S Maria de F tima Freire de Org Biodireito Belo Horizonte Del Rey 2002 S Maria de F tima Freire de NAVES Bruno Torquato Clonagem humana In SARMENTO Daniel PIOVESAN Fl via Coordenadores Nos limites da vida aborto clonagem humana e eutan sia sob a perspectiva dos direitos humanos Rio de Janeiro Editora L men J ris 2007 SAMPAIO Ana Cec lia de Campos Declara o sobre exig ncias ticas em defesa da vida Dispon vel em http www universocatolico com br content view 12611 3 acesso em 9 dezembro 2007 SANTOS J M de Carvalho Repert rio enciclop dico do direito brasileiro Rio de Janeiro Borsei Volume XXXIV 1947 SANTOS Maria Celeste Cordeiro Leite Equil brio de um p ndulo bio tica e a lei implica es m dico legais S o Paulo cone Editora 1998 SANTOS Ricardo Ribeiro dos Pesquisa brasileira em c lulas tronco j apresenta resultados Entrevistadispon vel http www comciencia br reportagens celulas 02 shtml acesso em 1 dezembro 2007 SARMENTO Daniel PIOVESAN Fl via Coordenadores Nos limites da vida aborto clonagem humana e eutan sia sob a perspectiva dos direitos humanos Rio de Janeiro Editora L men J ris 2007 SEGRE Marco SCHRAMM Fermin O contexto hist rico sem ntico e filos fico do princ pio de autonomia Revista Bio tica Volume 6 n 1 19
69. as com c lulas tronco privando a coletividade de ser beneficiada com a poss vel descoberta de in meras formas de cura para doen as Stuart Mill no seu livro A Liberdade Utilitarismo afirma na p 181 que Kant fracassou na sua tese do imperativo categ rico e depois complementa seu conceito de utilitarismo na p 187 O princ pio da utilidade ou como mais tarde Bentham o denominou o princ pio da maior felicidade teve um grande papel na forma o das doutrinas morais mesmo das que com mais desd m rejeitam sua autoridade Al m disso n o existe uma escola de pensamento que se recuse a admitir que seja mais importante e mesmo mais preponderante considerar nos v rios ramos da moral a influ ncia das a es sobre a felicidade embora nenhuma esteja disposta a reconhecer essa influ ncia como o princ pio fundamental da moralidade e como fonte da obriga o moral O credo que aceita a utilidade ou o princ pio da maior felicidade como a funda o da moral sustenta que as a es corretas na medida em que tendem a promover a felicidade e erradas conforme tendam a produzir o contr rio da felicidade Por felicidade se entende prazer e aus ncia de dor por infelicidade dor e priva o do prazer Destarte a abordagem utilitarista fundamenta a pesquisa das c lulas tronco embrion rias visando gerar a m xima felicidade para um enorme n mero de pessoas doentes com grande esperan a de cura nesta terapia promissora lembrando da l
70. as tronco diferenciam se em embrion rias e adultas estas ltimas provindas da medula ssea e sangue do cord o umbilical etc A terapia com c lulas tronco uma terapia celular para tratar doen as e les es atrav s da substitui o de tecidos doentes por c lulas saud veis O transplante de medula ssea para tratamento de doen as do sangue um exemplo de c lulas tronco adultas usadas em terapia O interesse pelas c lulas tronco embrion rias enorme pois elas t m o potencial de se diferenciar e formar todos os tecidos humanos enquanto que nas c lulas tronco adultas essa potencialidade se mostra reduzida Ainda esclarecendo sobre as vantagens do uso nas pesquisas da c lula tronco embrion ria explica Antonio Carlos Campos de Carvalho professor de fisiologia e biof sica da Universidade Federal do Rio de Janeiro no seu artigo C lula tronco promessa para medicina do futuro Em 1998 a equipe do bi logo James Thomson na Universidade de Wisconsin institui o que det m a maioria das patentes sobre linhagens de c lulas tronco humanas nos Estados Unidos tornou o sonho biotecnol gico um pouco mais real quando conseguiu isolar as primeiras c lulas tronco de embri es humanos As c lulas tronco embrion rias t m a capacidade de se transformar em praticamente qualquer c lula do corpo com exce o da placenta e s o encontradas somente nos embri es essa capacidade que permite que um embri o se transforme e
71. atender aos fins sociais a que ela se dirige s exig ncias do bem comum Os defensores da vis o neurol gica acreditam que somente quando as primeiras conex es neurais s o estabelecidas no c rtex cerebral do feto ele se torna um ser humano e essa teoria tamb m compartilhada por alguns te logos crist os como Joseph Fletcher um dos pioneiros da bio tica nos EUA Revista Super Interessante 2005 p 61 Fletcher acreditava que para falar em ser humano preciso se falar em crit rios de humanidade como autoconsci ncia comunica o express o da subjetividade e racionalidade Esta mesma mat ria lembra na p gina 63 que a Suprema Corte dos Estados Unidos reconheceu o direito ao aborto desde 1973 garantido pela Constitui o americana podendo se interromper a gravidez at a 24 semana de gesta o entendendo que esse era o est gio de desenvolvimento m nimo que um feto precisava para sobreviver fora do tero da gestante Ao concluir este racioc nio fica claro que a lei brasileira dos transplantes utilizou o crit rio da parada total e irrevers vel das fun es encef licas para a defini o do fim da vida humana Assim com respeito s outras teorias mas ancorado nas bases legais trazidas pode se afirmar que a vida humana surge para o Direito com o in cio efetivo da primeira especializa o do embri o ap s o 14 dia que dar origem ao sistema nervoso por consequ ncia ao enc falo Jussara Me
72. bete e mal de Parkinson mas as mol stias respirat rias n o costumam ser inclu das nesse rol devido complexidade do tecido pulmonar Segundo Sile Lane do Imperial College em Londres as novas pesquisas s o um avan o significativo Nosso estudo mostra que as c lulas tronco embrion rias realmente t m capacidade de recolonizar pulm es lesionados disse ela Se uma t cnica semelhante funcionar em seres humanos ela pode oferecer uma alternativa aos transplantes de pulm o que s o dif ceis e caros al m de ajudar pacientes com graves les es nos pulm es causadas por doen as ou acidentes Cientistas americanos da Universidade de Princeton conseguiram identificar genes capazes de provocar as diferencia es nas c lulas tronco embrion rias As c lulas tronco embrion rias s o diferentes de outras c lulas do organismo Aparentemente elas s o capazes de dividir se interminavelmente n o desempenham uma fun o especializada e em ltima inst ncia podem transformar se em qualquer outro tipo de c lulas Como fazem isso permanece um mist rio mas novas pesquisas identificaram alguns dos genes que permitem a renova o dessas c lulas O bi logo molecular Lemischka e seus colegas da Universidade Princeton usaram um pequeno grampo de RNA ou shRNA na sigla em ingl s para ligar e desligar sequencialmente v rios genes contidos em c lulas tronco CT embrion rias de um camundongo Sete genes se revelaram potentes
73. bro 2007 ANEXO 1 LEI 11 105 DE 24 DE MAR O DE 2005 Regulamenta os incisos II IV e V do 12 do art 225 da Constitui o Federal estabelece normas de seguran a e mecanismos de fiscaliza o de atividades queenvolvamorganismos geneticamente modificados e seus derivados cria Conselho Nacional de Biosseguran a CNBS reestrutura a Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio disp e sobre a Pol tica Nacional de Biosseguran a PNB revoga a Lei n 8 974 de 5 de janeiro de 1995 e a Medida Provis ria 2 191 9 de 23 de agosto de 2001 e os arts 5 60 70 8 90 10 e 16 da Lei n 10 814 de 15 de dezembro de 2003 e d outras PRESIDENTE DA REPUBLICA Fa o saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono seguinte Lei CAP TULO DISPOSI ES PRELIMINARES E GERAIS Mensagem de veto Regulamento Art 1 Esta Lei estabelece normas de seguran a e mecanismos de fiscaliza o sobre a constru o o cultivo a produ o a manipula o o transporte a transfer ncia a importa o a exporta o o armazenamento a pesquisa a comercializa o o consumo a libera o no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados OGM e seus derivados tendo como diretrizes o est mulo ao avan o cient fico na rea de biosseguran a biotecnologia a prote o vida e sa de humana animal e vegetal e a obse
74. cia ou seja v a moralidade principalmente em fun o do objetivo de produzir bem estar Por m se podemos proteger de forma mais ampla e eficaz os interesses de quase todas as pessoas passando por cima de alguns direitos de propriedade e de autonomia ent o estamos longe de estabelecer claramente que este curso de a o estaria errado apenas por transgredir a moralidade comum e buscar o objetivo da utilidade social Em muitas circunst ncias o utilitarismo oferece um argumento convincente ao nos recomendar que confiemos menos nas convic es cotidianas e mais nos julgamentos referentes ao benef cio global Assim pode se constatar que o utilitarismo e o princ pio bio tico da benefic ncia est o intimamente ligados visando atingir a m xima felicidade para o maior n mero de pessoas sendo aplic vel s pesquisas com as c lulas tronco embrion rias porquanto a utiliza o de um embri o invi vel antes de ser descartado no lixo pode ajudar a curar in meras doen as que causam dor e sofrimento a milh es de pessoas no mundo Na vis o de Amartya Sen ganhador do pr mio Nobel de economia de 1998 o utilitarismo tradicional define a utilidade como prazer felicidade ou satisfa o mas na atualidade como a satisfa o de um desejo ou algum tipo de representa o do comportamento de escolha de uma pessoa 2000 p 75 77 O utilitarismo tem sido a teoria tica dominante e inter alia a teoria da justi a mais influente h
75. clone embri o ser transferido para o tero de uma mulher o que configuraria a clonagem reprodutiva ele seria colocado no meio de cultura no laborat rio e dele seriam extra das as c lulas tronco embrion rias Essas c lulas seriam ent o multiplicadas no laborat rio e induzidas ase diferenciar em um tipo celular correspondente necessidade daquele paciente Se fosse um caso de queimadura far amos c lulas da pele doen a de Parkinson ou Alzheimer neur nios cirrose hep tica as c lulas do f gado etc A grande vantagem que essas c lulas seriam totalmente compat veis com o paciente e por isso quando transplantadas n o seriam rejeitadas Ana Paula Nascimento Martin ao analisar esta tem tica leciona que A clonagem terap utica a transfer ncia de n cleos de uma c lula para um vulo sem n cleo Ao transferir o n cleo de uma c lula de um paciente para um vulo sem n cleo esse novo vulo ao se dividir gera em laborat rio c lulas potencialmente capazes de produzir qualquer tecido do paciente evitando a rejei o deste pelo tratamento Essa foi a experi ncia e estudo realizado por um grupo de cientistas sul coreanos que n o encontram limita o legislativa para a realiza o de clonagem terap utica Diferentemente da terap utica a clonagem reprodutiva humana t cnica condenada por grande maioria dos cientistas t cnica pela qual se pretende fazer uma c pia de um indiv duo Nessa t cnica transfere s
76. das reuni es e demais informa es sobre suas atividades exclu das as informa es sigilosas de interesse comercial apontadas pelo proponente e assim consideradas pela CTNBio XX identificar atividades e produtos decorrentes do uso de OGM e seus derivados potencialmente causadores de degrada o do meio ambiente ou que possam causar riscos sa de humana XXI reavaliar suas decis es t cnicas por solicita o de seus membros ou por recurso dos rg os e entidades de registro e fiscaliza o fundamentado em fatos ou conhecimentos cient ficos novos que sejam relevantes quanto biosseguran a do OGM ou derivado na forma desta Lei e seu regulamento XXII propor a realiza o de pesquisas e estudos cient ficos no campo da biosseguran a OGM e seus derivados XXIII apresentar proposta de regimento interno ao Ministro da Ci ncia e Tecnologia 12 Quanto aos aspectos de biosseguran a do e seus derivados a decis o t cnica da CTNBio vincula os demais rg os e entidades da administra o 2 Nos casos de uso comercial dentre outros aspectos t cnicos de sua an lise os rg os de registro e fiscaliza o no exerc cio de suas atribui es em caso de solicita o pela CTNBio observar o quanto aos aspectos de biosseguran a do OGM e seus derivados a decis o t cnica da CTNBio 3 Em caso de decis o t cnica favor vel sobre a biosseguran a no mbito da atividade de pesquisa a CTNBio re
77. de igualdade e individualidade que a dignidade do ser humano sobrepaira acima de tudo Este estudo inicial dos princ pios da Bio tica e do Biodireito fundamental para se adentrar na an lise do estatuto jur dico do embri o a fim de que se possa fazer uma avalia o cr tica sobre o in cio da exist ncia da pessoa humana que merece ser protegida pelo Direito quest o fundamental para se viabilizar as pesquisas com c lulas tronco embrion rias e a clonagem terap utica temas deste trabalho 2 ESTATUTO JUR DICO DO EMBRI O Para in cio deste estudo importante diferenciar as no es de ser humano e pessoa O termo ser humano relaciona se simplesmente vida biol gica de um ser humano enquanto a palavra pessoa implica algo mais levando a crer a exist ncia de um plus concernente dignidade gt cujo valor se imp e a toda a sociedade Este dilema por demais recorrente na hist ria da evolug o humana sendo tamb m relevante para se desvendar os questionamentos atuais da Bio tica todo ser humano pessoa I igo de Miguel Beriain em seu livro El Embrion y la Biotecnologia ao estudar o estatuto tico antropol gico do embri o humano discute sobre o respeito que deve ou n o ser conferido vida embrion ria se o ente n o nascido apesar de possuir natureza humana poderia ser considerado como pessoa e assim titular de dignidade transcrevendo abaixo uma tradu o livre do seu p
78. do direito constitucional de conflitos deverem construir se com base na harmoniza o de direitos e no caso de isso ser necess rio na preval ncia de um direito ou bem em rela o a outro Todavia uma eventual rela o de preval ncia s em face das circunst ncias concretas se poder determinar pois s nestas condi es leg timo dizer que um direito tem mais peso do que outro ou seja um direito prefere outro em face das circunst ncias do caso Note se que esse Ju zo de pondera o e esta valora o de preval ncia tanto podem efetuar se logo a n vel legislativo ex o legislador exclui a ilicitude da interrup o da gravidez em caso de viola o como no momento da elabora o de uma norma de decis o para o caso concreto ex o juiz adia a discuss o de julgamento perante as informa es m dicas da imin ncia de enfarte da pessoa do acusado Na verdade n o existiria um conflito de princ pios entre a liberdade de pesquisa das c lulas tronco embrion rias e a dignidade da pessoa humana porquanto constata se que o pr embri o armazenado em cl nicas de fertiliza o in vitro ainda n o pode ser considerado pessoa humana pelos longos motivos j explicitados inclusive luz do utilitarismo o benef cio advindo destas pesquisas para a cura de doen as cria o de rg os tecidos para transplantes justificaria a continuidade destas pesquisas em benef cio de toda a humanidade 3 4 ABORDAGENS RELIGIOSAS Com
79. e n o se deve conter a pesquisa cient fica mas preciso identificar as pr ticas que dever o ser proibidas devido a seus potenciais perigos e exibir as vantagens e benef cios dessas t cnicas para a humanidade A solu o est no equil brio 4 3 CLONAGEM TERAP UTICA CRIME Jorge Figueiredo Dias lembra que o papel do direito penal na prote o das gera es futuras constitui problema novo e controvertido chegando a falar que estamos vivendo numa Sociedade do Risco porquanto grandes riscos globais pesam sobre a humanidade DIAS 2001 p 45 risco at mico a diminui o da camada de oz nio o aquecimento global a engenharia e a manipula o gen ticas a criminalidade organizada dos senhores do crime o tr fico de armas de drogas o terrorismo Nesta sociedade p s moderna existe uma necessidade imperiosa de adequa o dos instrumentos do direito penal para a correta defesa perante estes mega riscos enunciados como destaca a li o da Profa Maria Auxiliadora Minahim BARBOZA 2003 106 o direito penal brasileiro ainda n o se redefiniu de forma a poder lidar com as quest es referentes decis o volunt ria de interrup o da vida e da gesta o com a agilidade e coragem reclamadas pelo moderno aparato cient fico Ainda destacando ensinamento do fil sofo alem o Hans Georg Gadamer de que o mundo dominado pela tecnologia havia se transformado em um mundo artificial inclusive com a t
80. e A equipe do Centro de Pesquisa Gon alo Moniz da Fiocruz na Bahia realizou o primeiro transplante de c lulas de medula ssea em pacientes com insufici ncia card aca devida doen a de Chagas um feito at ent o in dito no mundo O grupo obteve resultados muito rapidamente em um prazo de tr s anos e meio entre a pesquisa b sica iniciada em 2000 e a aplica o cl nica iniciada em junho de 2003 Santos explica que o grupo j tem uma base experimental para tratar pacientes em est gios avan ados da doen a de Chagas com a utiliza o de c lulas tronco medulares Esta uma tecnologia compat vel com o Sistema nico de Sa de SUS uma vez que o procedimento muito mais barato do que um transplante card aco convencional Acredito que com boa vontade pol tica poder amos atingir uma popula o carente entre dois ou tr s anos Ainda esta mat ria do Comciencia destaca que no Instituto do Cora o Incor de S o Paulo s o realizadas tamb m com bons resultados aplica es diretas de c lulas tronco em pacientes com insufici ncia card aca causada por doen a de Chagas hipertens o ou de origem desconhecida Duas t cnicas diferentes foram utilizadas a aplica o de c lulas tronco isoladas da medula e a utiliza o de um horm nio que estimula a libera o das c lulas tronco da medula ssea para a circula o sangu nea que podem ser estimuladas para se dirigirem por si mesmas para as regi es lesadas do org
81. e a clonagem continua a ser uma estrat gia importante mas que o novo trabalho um golpe de mestre Este trabalho representa um avan o cient fico tremendo o equivalente biol gico do primeiro avi o disse o m dico Robert Lanza principal cientista da empresa Advanced Cell Technology que vem tentando extrair c lulas tronco de embri es humanos Mas h um problema neste momento a t cnica gera o potencial para o desenvolvimento de c ncer o que a torna inaceit vel para os usos mais esperados para as c lulas tronco embrion rias a cria o de tecidos para transplante Ainda tratando da poss vel descoberta revolucion ria Elio Sgreccia declarou que a nova pesquisa que se apresenta n o parece levantar problemas ticos j o jornal O Estado de S o Paulo noticiou em seu site que A despeito de todo o entusiasmo gerado entre cientistas e em setores conservadores como a Casa Branca e o Vaticano pelo an ncio nesta semana da cria o de c lulas muito semelhantes s c lulas tronco embrion rias sem o uso de embri es a rea o das empresas que poder o um dia transformar a t cnica em tratamentos m dicos foi morna Executivos do setor de biotecnologia disseram que o resultado tem interesse cient fico mas que o novo m todo tem ainda menos chances de gerar resultados m dicos significativos em breve do que o processo que exige a destrui o de embri es Um executivo cuja companhia desenvolve tratamentos c
82. e o pelas brilhantes aulas ministradas neste curso e pelas li es de vida Saulo Casali Bahia Paulo Pimenta Washington Trindade e Roxana Borges pelas timas aulas e incentivo ao aprofundamento das reflex es jur dicas PREF CIO E motivo de grande orgulho prefaciar esta obra de S rgio Nogueira Reis que procura analisar com profici ncia e seriedade o impacto das novas tecnologias no direito p trio Este livro ressalta os reflexos jur dicos dos avan os pertinentes utiliza o de tais organismos gen ticos dando nfase ao progresso cientifico obtido por essa via Com rigor t cnico revelando s lida forma o jur dica o autor soube tra ar os par metros para uma criteriosa an lise doutrin ria das consequ ncias das pesquisas com c lulas tronco embrion rias as limita es jur dicas que as envolvem sem esquecer a relev ncia da utilidade do uso da t cnica como forma de minorar o sofrimento humano ao permitir a cura de in meras doen as Busca outrossim compatibilizar o princ pio da dignidade da pessoa humana e o avan o das pesquisas no sentido utilitarista da ci ncia apta a gerar esperan a aos que dela necessitam para um viver melhor Com clareza e objetividade o autor tem o grande m rito de apontar a dignidade da pessoa humana como fundamento e limite para o exerc cio das pesquisas que tais n o se furtando a oferecer sua opini o em quest es controvertidas inclusive de natureza tica que envolvem
83. e OGM e seus derivados inclusive a classifica o quanto ao grau de risco e n vel de biosseguran a exigido bem como medidas de seguran a exigidas e restri es ao uso XIII definir o n vel de biosseguran a a ser aplicado ao e seus usos e os respectivos procedimentos e medidas de seguran a quanto ao seu uso conforme as normas estabelecidas na regulamenta o desta Lei bem como quanto aos seus derivados XIV classificar os OGM segundo a classe de risco observados os crit rios estabelecidos no regulamento desta Lei XV acompanhar o desenvolvimento e o progresso t cnico cient fico na biosseguran a de OGM e seus derivados XVI emitir resolu es de natureza normativa sobre as mat rias de sua compet ncia XVII apoiar tecnicamente os rg os competentes no processo de preven o e investiga o de acidentes e de enfermidades verificados no curso dos projetos e das atividades com t cnicas de ADN ARN recombinante XVIII apoiar tecnicamente os rg os e entidades de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei no exerc cio de suas atividades relacionadas a OGM e seus derivados XIX divulgar no Di rio Oficial da Uni o previamente an lise os extratos dos pleitos e posteriormente dos pareceres dos processos que lhe forem submetidos bem como dar ampla publicidade no Sistema de Informa es em Biosseguran a SIB a sua agenda processos em tr mite relat rios anuais atas
84. e a transdisciplinaridade Destacamos Este documento representa uma verdadeira convoca o mundial para o despertar de uma nova consci ncia humana dentro do paradigma hol stico sendo sob sua inspira o organizada em mar o de 1987 na Cidade de Bras lia o I Congresso Hol stico Internacional e o I Congresso Hol stico Brasileiro reunindo mais de mil pessoas com representantes da Ci ncia Filosofia Artes e Tradi es Espirituais Com o sucesso repercuss o dos citados congressos foi constitu da em Bras lia ainda em 1987 a Funda o Cidade da Paz com o objetivo de criar implantar desenvolver e manter a Universidade Hol stica Internacional tendo como presidente Pierre Weil Pode se resumir a ess ncia da vis o hol stica tomando o conceito exposto pelo autor REIS 1997 p 43 f podemos afirmar que ela n o uma nova ci ncia filosofia ou religi o apenas prop e uma nova abordagem n o fragmentada da realidade onde sensa o sentimento raz o e intui o se equilibram dentro de um enfoque transdisciplinar criando um espa o de converg ncia onde permitido um interc mbio din mico entre a Ci ncia Filosofia Arte e Tradi es Espirituais Por fim como forma de demonstrar como esta abordagem transdisciplinar ou hol stica est diretamente relacionada com a Bio tica vale transcrever a recomenda o que o Conselho das Comunidades Europ ias aprovou em 26 06 90 quanto an lise do genoma
85. e as desvantagens no uso da c lula tronco adulta em rela o embrion ria explica Antonio Carlos Campos de Carvalho no artigo C lula tronco promessa para medicina do futuro Gostaria de enfatizar que as c lulas tronco aut logas do pr prio indiv duo de qualquer fonte n o curam as doen as pois n o corrigem as causas da doen a seja ela infecciosa ambiental ou gen tica Elas permitem que se regenere os rg os afetados mas se a causa da doen a n o for removida o rg o ser novamente lesado Sendo assim importante que se possa conjugar as terapias celulares com a g nica por exemplo na cura de doen as de origem gen tica Isto requer a manipula o gen tica das c lulas tronco do indiv duo para corrigir o defeito gen tico antes de injet las no paciente Se a doen a for de causa infecciosa ou ambiental preciso que al m da terapia celular se remova o agente infeccioso ou ambiental causador da doen a O m dico Drauzio Varella tamb m defende a clonagem terap utica esclarecendo sua diferen a em rela o clonagem reprodutiva 1 Na clonagem reprodutiva o n cleo de uma c lula adulta introduzido no vulo vazio e transferido para um tero de aluguel com a finalidade de gerar um feto geneticamente id ntico ao doador do material gen tico do doador 2 Na clonagem terap utica as c lulas tronco jamais ser o introduzidas em algum tero O DNA retirado de uma c lula adulta do doador
86. e o n cleo de uma c lula humana para um vulo sem n cleo Se o vulo com esse novo n cleo come asse a se dividir e fosse transferido para um tero humano desenvolvendo se ter se ia uma c pia da pessoa de quem foi retirado o n cleo da c lula Fernando Castro Garcia tamb m defende a clonagem terap utica no livro coordenado por Jussara Meirelles Biodireito em Discuss o 2007 p 57 No escopo atual o objeto da clonagem humana terap utica s o as c lulas tronco humanas O enfoque principal atual est calcado sobre as c lulas tronco embrion rias encontradas no embri o humano ainda nos est gios iniciais de desenvolvimento do mesmo Como t cnica de clonagem utilizada para c lulas humanas a mais utilizada a de transfer ncia de n cleo um aprimoramento das t cnicas empregadas h d cadas para o cultivo de tecidos celulares do organismo humano e que usada tamb m para a clonagem das c lulas tronco humanas De forma sucinta pode ser assim explicada retira se o n cleo de um ov cito em fase de met fase II antes de se tornar vulo e nele injeta eletrofus o ou inje o nuclear o n cleo de uma c lula contendo um n mero completo de cromossomos Este n cleo pode ser tanto de uma c lula som tica adulta tida como diferenciada ou multipotente quanto de pr embri o na fase de desenvolvimento bl stula onde s o pluripotentes Ap s est mulos el tricos come am a se formar aglomerados celulare
87. e o poder de recupera o contra as doen as como se noticia nos jornais televis es e revistas semanais No banco de dados da National Library of Medicine PUMED que serve de refer ncia da produ o cient fica mundial de 1975 a 2005 foram publicados 1 170 artigos sobre o tema da espiritualidade e sa de em revistas indexadas Podendo exemplificar com o efeito protetor da religi o sobre os efeitos fisiol gicos do estresse sobre as mulheres que sofriam de fibromialgia ou com o estudo envolvendo cerca de 3 768 pessoas constatou que as pessoas que tinham pouca ou nenhuma atividade religiosa comparativamente estavam mais sujeitas morrer Destacando ainda um resumo das reflex es religiosas relativas ao in cio da vida GOLDIM 2007 p 13 15 Para o Budismo Tibetano o in cio da vida que o indiv duo est correntemente vivendo ocorre na concep o Este crit rio compartilhado com as Religi es Afro brasileiras Candombl e Umbanda Catolicismo Romano Espiritismo Islamismo Juda smo Testemunhas de Jeov e Zen Budismo que tamb m consideram que o in cio da vida de um indiv duo ocorre no momento da concep o O islamismo ressalta que a vida prov m de Deus destacando a import ncia do tero denominado de morada fixa no Cor o onde come a a cria o do ser humano Para os ciganos Rom e ind genas Caigangues e guaranis o marco do in cio da vida ocorre quando a gesta o percebida O nascimento desde que assegurada a
88. e oito Bancos de Sangue de Cord o Umbilical e Placent rio BSCUP Nesse locais o sangue contendo c lulas tronco retiradas do cord o umbilical e placenta de doadores armazenado para utiliza o em terapias e pesquisas Os BSCUP possuem normas de funcionamento definidas pela Ag ncia Nacional de Vigil ncia Sanit ria Anvisa Entre elas est o a gratuidade da doa o autoriza o do doador para descarte do material depois do prazo considerado seguro para utiliza o vincula o de todo banco de sangue a um servi o de hemoterapia ou de transplante de c lulas progenitoras hematopo ticas possuir um manual t cnico operacional com detalhes de todos os procedimentos de sele o de doadoras coleta transporte processamento de c lulas armazenamento libera o descarte e registros Ainda no mesmo site Comciencia Ricardo Ribeiro dos Santos concedeu a entrevista Pesquisa Brasileira em C lulas Tronco j Apresenta Resultados elencando alguns dos principais avan os na pesquisa com terapia celular no Brasil O uso de c lulas tronco para o reparo de rg os e tecidos lesados abre as portas para uma nova era rica em possibilidades e batizada de medicina regenerativa a qual segundo alguns pesquisadores apresenta um potencial revolucion rio compar vel ao do advento da penicilina A principal aplica o da terapia de c lulas tronco seria em doen as cr nico degenerativas que afetam principalmente pessoas na terceira idad
89. ecanismos de sua forma o Pensava se que a constitui o da vida era dominada apenas por for a da natureza ou divina Por m o tema ganhou import ncia quando o homem passou a interferir diretamente no mecanismo da sua reprodu o quando ele obteve um maior controle sobre o processo de surgimento de um semelhante Corroborando com esta id ia Maria Auxiliadora Minahim 2005 p 79 faz em sua mais recente obra uma observa o interessante sobre esta nova situa o Discorre a referida autora A pr tica de t cnicas de reprodu o assistida p s em evid ncia o ser humano em forma o durante suas primeiras semanas de vida ao envolverem a manipula o transfer ncia congelamento e descarte de embri es Essas pr ticas estimulam novas perplexidades e novas indaga es afinal os embri es congelados podem ser descartados Ser que o direito tolera o descarte porque quando se fala de embri es n o se fala de vida ou porque n o se trata de vida humana Vale ressaltar que existem variadas diversifica es da teoria da n o equival ncia entre os termos ser humano e pessoa cada qual tentando apresentar o momento exato em que o ser humano passa a ser considerado legitimamente como pessoa Podendo salientar as teorias a da forma o do sistema nervoso b do interesse ou autonomia c do ser humano em potencial Consoante a primeira das sub teorias referenciadas cuja divulga o oficial deu se em 1984 com a public
90. ecidiera Marcelo de Faria C mara destaca algumas posi es relatadas no seu artigo sobre o tema publicado na obra Biodireito S 2002 p 373 resumidas em seguida Na Alemanha as clonagens terap utica e reprodutiva s o proibidas Em Portugal Luis Archer Presidente do Conselho de tica afirmou que a clonagem humana conden vel assim como todas as experi ncias com c lulas humanas Na Gr cia um porta voz do governo afirmou que preciso um contexto religioso moderno europeu e internacional Na Espanha a clonagem humana reprodutiva proibida Na Argentina em mar o de 1997 Vale lembrar que o Presidente Carlos Menem proibiu por decreto as experi ncias que envolvam a clonagem de seres humanos Na Fran a uma lei aprovada em 17 01 02 pro be a clonagem reprodutiva e terap utica mas libera a pesquisa com embri es excedent rios resultantes de fertiliza o in vitro para obten o de c lulas tronco com consentimento escrito dos genitores Na It lia sob influ ncia do Vaticano o governo proibiu todos os experimentos com clonagem em humanos ou animais Outrossim na constesta o da ADI n 3510 o advogado Lu s Roberto Barroso destaca alguns aspectos importantes na legisla o estrangeira As pesquisas com c lulas tronco s o admitidas em grande n mero de pa ses Nos Estados Unidos permite se a produ o de novas linhagens i e a replica o em outras c lulas a partir de
91. ecnologia dificultava a compreens o de seu conte do assim como da extens o atribu da a algumas express es o que obrigava o interessado a uma rdua tarefa de interpreta o Em entrevista para o site Comciencia Adriana Diaf ria afirmou que a regulamenta o de novas tecnologias dif cil principalmente por causa da incerteza sobre os efeitos causados pela utiliza o desses novos procedimentos Na verdade a elabora o da legisla o ocorre na medida em que demandas concretas no desenvolvimento das atividades nesses novos campos imp em situa es de conflito que necessitam de par metros claros e seguros N o podemos analisar a quest o somente sob a tica da biosseguran a preciso observar outros aspectos princ pios constitucionais que protegem a vida humana em todas as suas formas Isso sem mencionar a indefini o acerca da natureza jur dica do embri o humano A Lei de Biosseguran a se prop e a tratar de OGM e seus derivados a regulamenta o do uso de embri es para fins terap uticos dentro desse espa o fica deslocada e contribui para exist ncia de ambigiidades na lei Ainda na mesma mat ria Faltam leis sobra pol mica segundo C sar Jacoby a cria o de leis relacionadas ao uso de c lulas tronco embrion rias vem acontecendo de forma lenta n o apenas no Brasil mas em todo mundo Seria imposs vel acreditar que o processo de constru o de uma norma seguiria a mesma velocidade das
92. edir o avan o da ci ncia e a cura de diversas enfermidades que afligem a popula o Maria Elisa Villas B as salienta que a Bio tica pensa os fatos catalisando o sentimento social que os envolve enquanto que o Biodireito sacramenta fixando o resultado do pensar Villas B as 1977 p 110 Assim em face da necessidade de se colmatarem lacunas legais o aplicador do direito h de buscar solu es poss veis em fontes outras distintas da lei como os costumes e princ pios Na tentativa de responder a essas perguntas e de melhor compreender a tend ncia social a Bio tica pode ser de grande valia para o julgador bem como o auxilia de lege ferenda uma vez que provida de maior agilidade para acompanhar as mudan as cient ficas e culturais do que seria poss vel a lei fazer Assim a Bio tica vem compor com o Direito e as ci ncias biom dicas um tri ngulo extremamente atual voltado para a busca do bem estar humano Foi tentando unificar esse panorama que alguns autores adotaram a express o Biodireito ao se referirem ao tratamento jur dico de temas tradicionais da Bio tica Visava se com isso ao deslocamento da discuss o do espa o da zet tica em dire o dogm tica de modo que se obtivesse no pr prio mbito legal a resolubilidade de conflitos que pareciam originalmente n o contemplados Essa aparente lacuna resulta em que simultaneamente s dificuldades porque passam os operadores do Direito diante das disputas judiciais n
93. elaborados por uma comiss o americana em 1978 o Informe Belmont no qual definiram se tr s princ pios bio ticos b sicos da autonomia das pessoas cada indiv duo tem liberdade de agir conforme sua autodetermina o desde que respeite os limites legais da benefic ncia fazer o bem maximizando os benef cios e da justi a valores que devem ser respeitados por toda a sociedade exemplificando com a garantia de distribui o equitativa dos bens e servi os de sa de Por fim saliente se que Tom L BEAUCHAMP e James F CHILDRESS em 1979 na obra Princ pios da tica Biom dica resolveram aditar um princ pio o da n o malefic ncia que seria basicamente n o fazer mal a outra pessoa sendo sua principal diferencia o do princ pio da benefic ncia que este envolve a es positivas enquanto aquele envolve a es ou omiss es negativas ou seja n o impor dano intencional ao paciente Outrossim definiram tr s modelos de decis es substitutas quando os pacientes n o t m autonomia para decidir ou seja quando o paciente n o capaz de escolher ou recusar um tratamento um membro da fam lia seu medico ou at mesmo se pode recorrer a justi a para que seja implementada a melhor decis o para o caso 2002 p 196 204 O julgamento substituto parte da premissa de que as decis es sobre tratamentos pertencem propriamente ao paciente incapaz ou n o aut nomo em virtude dos direitos autonomia privacidade exige
94. elhora do quadro cl nico em pessoas com insufici ncia card aca Efetivamente as pesquisas com c lulas tronco embrion rias n o t m esta liberdade devido grande pol mica que envolve o uso de embri es e sua destrui o nesse processo Por isso que muitos escritores apenas defendem o uso de c lulas tronco adultas entretanto se esquecem de esclarecer aos seus leitores as in meras desvantagens desta op o Preliminarmente este tipo de c lula adulta est presente em quantidade m nima por exemplo no sistema hematopoi tico o mais fecundo em encontrar esta esp cie a propor o de uma em um milh o sendo ainda mais raras em outros tecidos Lembrando Dem trio N ri no seu livro A Bio tica em Laborat rio C lulas tronco Clonagem e Sa de Humana que devido a sua raridade estas c lulas tronco adultas s o muito dif ceis de serem identificadas em virtude deste fato est o sendo desenvolvidos marcadores gen ticos que funcionariam como etiquetas permitindo isol las dos outros tipos de c lulas residentes nos tecidos Em segundo lugar ainda N ri salienta que este tipo de c lula tem uma capacidade de reprodu o muito reduzida em raz o da idade ainda mais se comparada s embrion rias que s o quase ilimitadas Em terceiro lugar as c lulas tronco adultas poderiam conter anomalias gen ticas causadas pela exposi o di ria a fatores poluentes ou erros na replica o celular no decurso da vida as tornando
95. em ser o in cio da vida humana segundo a concep o que cada um adota Ent o deve se optar pela concep o que mais se adapte ao interesse p blico Voto do ministro Marco Aur lio Mello O voto do ministro Marco Aur lio foi no sentido de tamb m acompanhar integralmente o voto do relator Carlos Ayres Britto inclusive destacando Pela passagem do tempo sob o estado de congelados os embri es jamais vir o a se desenvolver jamais se transformar o em feto a quest o se eles v o ser destru dos fazendo bem a algu m ou n o Ademais ressalta o ministro Marco Aur lio que o in cio da vida n o pressup e s a fecunda o mas a viabilidade da gesta o e a destrui o destes embri es seria um gesto de ego smo uma vez que poderiam servir a cura de doen as Por fim faz uso ainda Marco Aur lio da abordagem utilitarista lecionada pelo bioeticista Peter Singer tamb m citada pelas ministras Ellen Gracie e C rmen L cia nos seus votos para afirmar que acaso n o forem esses embri es invi veis ou congelados h tr s anos ou mais utilizados em pesquisas o destino deles ser o lixo Voto do ministro Gilmar Mendes Em linha de interpreta o oposta o ministro Gilmar Mendes Presidente do STF lidera os votos contr rios a livre pesquisa com c lulas tronco embrion rias A lei brasileira parece conter algum tratamento deficiente no que se refere s pesquisas com c lulas tronco E sempre
96. emas de biodireito e bio tica Rio de Janeiro Renovar 2003 BARTH Wilmar Luiz C lulas tronco e Bio tica o progresso biom dico os desafios ticos Porto Alegre Edipucrs 2006 BARRETO Vicente de Paulo Org Temas de biodireito e bio tica Rio de Janeiro Renovar 2001 BEAUCHAMP Tom L CHILDRESS James F Princ pios de tica biom dica S o Paulo Loyola 2002 BELLINO Francesco Fundamentos da bio tica aspectos antropol gicos ontol gicos e morais Bauru S o Paulo EDUSC 1997 BENTHAM Jeremias Uma introdu o aos princ pios da moral e da legisla o Cole o Os Pensadores S o Paulo Edit Abril Cultural 1974 BERIAIN I igo de Miguel El embrion y la biotecnologia Madrid Editorial Comares 2004 BOAVENTURA Edivaldo M Metodologia da pesquisa monografia dissertag o tese S o Paulo Atlas 2004 BOBBIO Norberto Teoria do ordenamento jur dico Bras lia Universidade de Bras lia 1996 BONFIM Danielle Cabral Clonagem benef cios e riscos Rio de Janeiro Interci ncia 2005 BORGES Roxana Cardoso Brasileiro Disponibilidade dos direitos de personalidade e autonomia privada S o Paulo Saraiva 2005 BOURGUET Vincent O ser em gesta o reflex es bio ticas sobre o embri o humano S o Paulo Loyola 2002 BRITTO Carlos Ayres Teoria da constitui o Rio de Janeiro Forense 2003 BUITONI Ademir O direito na balan a da estabiliza o econ mica do cruzado ao real S o Paulo LTR 1997
97. enquanto faltarem as perspectivas de desenvolver se em processo gestativo O que deveria ser eliminado o escr pulo decorrente da qualifica o das c lulas antes da nida o como pessoas humanas dignas da assist ncia cab vel a estas Seria legitimada assim a fertiliza o in vitro sempre sob a condi o de ela servir ao objetivo da procria o a despeito da incid ncia de embri es excedentes como efeito colateral Da mesma forma ser permitida em princ pio a pesquisa em c lulas embrion rias que sobram e j n o mais ter o condi es de constituir um ser humano Carlos Lema A on exemplifica algumas obje es fecunda o in vitro numa tradu o livre do seu livro Reproducion Poder Derecho 1998 p 254 256 Em primeiro lugar porquanto que para maior seguran a e ante o baixo ndice de xito s o fecundados um n mero relativamente elevado de embri es muitos dos quais sobram e s o congelados ou utilizados para outras finalidades que n o a reprodu o do casal de que procedem os gametas Em segundo lugar a obje o da perda de embri es est ligada em ocasi es de que os embri es transferidos ao tero t m uma taxa de abortos espont neos maior que aqueles que conseguem a nida o de forma natural N o impens vel que tenha sido isto que tem for ado a centrar a argumenta o cat lica na ilicitude da fecunda o in vitro em si independentemente das consequ ncias para os embri es Vinc
98. ensamento 2004 p 175 Assim se bem podemos aceitar como certo somente seja de momento que o princ pio da vida humana est indissoluvelmente unido cria o do embri o o que dificilmente faremos admitir que toda vida humana seja pessoa nem muito menos que toda fecunda o origine uma pessoa Ainda I igo Beriain resume na mesma obra em linhas breves as duas principais bases te ricas primeiro temos o conceito de pessoa relacionado a toda manifesta o de vida biol gica humana desde a sua concep o segundo nega se a necess ria rela o entre exist ncia org nica do ser humano e o conceito de pessoa Estas correntes te ricas diferenciadas ser o explicitadas abaixo e tratam se das Teorias da Equival ncia e da N o Equival ncia entre os conceitos de ser humano e pessoa 2004 p 129 133 2 1 TEORIA CONCEPTUALISTA OU DA EQUIVAL NCIA DOS CONCEITOS DE SER HUMANO E PESSOA Na verdade existe um grande dissenso dentro da bio tica sobre a uniformiza o do conceito de ser humano e pessoa que um dado cultural sendo defendido neste trabalho que o pr embri o n o tem nem status de vida humana A teoria conceptualista tende a utilizar os conceitos de ser humano e de pessoa como sin nimos Com efeito o ser humano detentor de dignidade motivo pelo qual totalmente despropositada a conclus o de que possa existir um ser humano que n o seja pessoa Esta teoria concepcionista abra ada por gra
99. ent Bourguet ao analisar esta tem tica verifica que a lei trata o embri o como coisa ou seja que o pr embri o n o um ser humano BOURGUET 2002 16 e 91 Em outros termos para diz lo claramente quando o direito a lei ou a tica autorizam que se trate o embri o como uma coisa n o como uma pessoa essa autoriza o se baseia na afirma o frequentemente impl cita da n o individualidade do embri o humano em seus primeiros est gios Em resumo para justificar certas pr ticas manipulat rias sobre o embri o tudo se passa como se fosse preciso que o embri o n o fosse um ser humano mas apenas algo humano Vejamos um exemplo disso Na Fran a a recente lei de 29 de julho de 1994 relativa a assist ncia m dica procria o e ao diagn stico pr natal leg tima por exemplo a destrui o dos embri es in vitro sob certas condi es Essa autoriza o significa justamente a n o personalidade do embri o nos primeiros est gios da vida Entre os antigos a apreens o nocional da individualidade inteiramente determinada pelo prejulgamento segundo o qual o ser vivo se individua somente ao exibir uma morph uma forma reconhec vel a olho nu Este um dos pressupostos constantes das especula es embriol gicas greco latinas a saber a equival ncia tacitamente reconhecida entre o momento de emerg ncia de um indiv duo e o de um corpo reconhec vel por suas propriedades morfol gicas Mas esse p
100. entativa de se desenvolver um ser humano artificialmente perfeito que poder ser privado de seu destino e de sua individualidade alertando para a necessidade da imposi o de limites ticos investiga o gen tica da esta nossa abordagem sobre a clonagem humana Mas isso n o um argumento para proibir pesquisas com embri es humanos seja para prop sitos vinculados com a fertilidade seja para desenvolver c lulas diferenciadas de uma maneira espec fica para ser usadas em transplantes celulares o que o objetivo da chamada clonagem terap utica GARRAFA 2003 p 161 O crime de clonagem est previsto pela Lei 11 105 2005 no seu art 26 cujo tipo cont m a seguinte descri o Realizar clonagem humana Pena reclus o de 2 dois a 5 cinco anos e multa O novo texto legal vem suprir uma lacuna do direito brasileiro no que diz respeito incrimina o da conduta j que sob a gide da Lei 8 974 95 n o havia previs o expressa da figura que era tratada como uma hip tese de configura o do art 13 da Lei 8 974 95 que tratava de manipula o gen tica em sentido amplo Com efeito foi editada a Instru o normativa 08 97 com o intuito de suprir esta omiss o estabelecendo no seu artigo 1 o conceito de clonagem em humanos processo de reprodu o assexuada em humanos inc IV e de clonagem radical processo de clonagem de um ser humano a partir de uma c lula ou de um conjunto de c lulas geneticamente man
101. erentes centros a fim de comparar os resultados obtidos com a terapia convencional e a que se utiliza das c lulas tronco O pr ximo passo se for comprovada a superioridade do tratamento com c lulas tronco ser o de torn lo dispon vel em hospitais p blicos e privados Entre as doen as auto imunes nas quais o tratamento com c lulas tronco est sendo testado encontra se tamb m o diabetes melito Pesquisadores do N cleo de Terapia Celular Molecular Nucel do Instituto de Qu mica da USP obtiveram resultados positivos na diminui o dos efeitos do diabetes atrav s de transplantes de ilhotas pancre ticas J os pesquisadores do hospital da USP de Ribeir o Preto tentam obter resultados semelhantes utilizando uma t cnica diferente A t cnica aplicada em Ribeir o Preto envolve a retirada das c lulas tronco do paciente que ent o submetido quimioterapia e a o de imunossupressores para ent o reintroduzirem se as c lulas tronco no pr prio paciente evitando assim que as c lulas alteradas do sistema imunol gico destruam as c lulas produtoras de insulina do p ncreas Ainda vale ressaltar o avan o das terapias celulares no campo da neurologia como pode ser pesquisado no artigo do m dicos Claudio L Lottenberg e Carlos A Moreira Filho pesquisadores do Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e do Depto de Imunologia do Instituto de Ci ncias Biom dicas da USP Aplica es terap uticas das c lulas t
102. es sobre as pesquisas com c lulas tronco embrion rias a luz da sua religi o destacando que o embri o seria o mais fraco e menos privilegiado dos seres humanos e que nenhuma comunidade realmente forte se n o d apoio a seus membros muit ssimos fracos HOLLAND 2006 p 152 153 A pesquisa com c lulas tronco apresentada como um tipo de solu o salvadora e n o surpreende consequentemente que devamos nos apegar a ela Nesse caso os meios desejados envolver o certamente a cria o de embri es para pesquisa e ulterior destrui o A vontade do ser humano vendo um fim que anseia alcan ar assume o controle sujeitando a seus desejos mesmo o organismo humano vivo Opus me ao uso de embri es para a pesquisa com c lulas tronco Somente declinando de usar embri es para essa pesquisa despertamos nossa imagina o e nos for amos a procurar outras fontes para as c lulas tronco pois talvez seja poss vel por exemplo a crer em relatos recentes derivar as c lulas a partir da medula ssea ou ent o da placenta ou do cord o umbilical em nascimentos vivos Segundo Gottfried Brakmeier caso a ci ncia pretenda a fabrica o de seres humanos atrav s da manipula o gen tica ainda assim o mist rio da vida permanece pois toda cria o humana necessita de mat ria prima que ela mesma n o produziu e sim recebeu ou seja apenas descobre como funciona as coisas e pode por isto desenvolver tecnologia mas n o sabe
103. escala para ajudar v timas de infarto ou de insufici ncia card aca Os pesquisadores da Universidade de Washington e da empresa californiana de biotecnologia Geron desenvolveram uma nova t cnica para conseguir implantar com sucesso nos cora es de ratos infartados c lulas musculares card acas chamadas cardiomi citos produzidas a partir de c lulas tronco A nova t cnica publicada em artigo na revista cient fica Nature Biotechnology permitiu aos pesquisadores produzir um grande n mero de cardiomi citos a partir de c lulas tronco e sua implanta o com sucesso gra as ao uso de um coquetel de subst ncias que reduziram a morte dessas c lulas As c lulas foram implantadas em cora es de ratos quatro dias ap s ataques card acos e ajudaram a reconstruir os tecidos danificados do rg o e a melhorar a fun o card aca dos animais Segundo os pesquisadores o sucesso do estudo d esperan as de repetir o resultado em humanos Eles estimam que os testes da t cnica em seres humanos poderiam come ar em dois anos Outrossim analisando outras aplica es das c lulas tronco na cura de problemas card acos Lu s Henrique Wolff Gowdak especialista em terapia celular e cardiologia no seu artigo Terapia Celular em Cardiologia destaca Stamm e colaboradores propuseram a utiliza o combinada de inje es intramioc rdicas de c lulas tronco derivadas da medula ssea com potencial de indu o de angiog nese cirurgia de re
104. esquisas com embri es humanos seja para prop sitos vinculados com a fertilidade seja para desenvolver c lulas diferenciadas de uma maneira espec fica para ser usadas em transplantes celulares o que o objetivo da chamada clonagem terap utica GARRAFA 2003 p 161 3 PESQUISAS EM C LULAS TRONCO EMBRION RIAS A Lei n 11 105 de 24 03 05 Lei Nacional de Biosseguran a no Anexo I concretizando o texto constitucional estabelece normas relativas s pesquisas com c lulas tronco no seu artigo 5 que ser o adiante analisadas mas antes de abordar seus aspectos jur dicos este trabalho percorrer os aspectos f ticos cient ficos filos ficos e religiosos 3 1 CONCEITOS E TIPOS Segundo Mayana Zatz no seu artigo o que c lula tronco um tipo de c lula que tem a capacidade especial de se diferenciar e constituir tecidos no organismo diferentemente das demais c lulas que s podem fazer parte de um tecido espec fico al m de poderem se autoreplicar ou seja podem gerar c pias id nticas de si mesmas Por causa destas duas capacidades as c lulas tronco se tornaram objeto de interesse pois poderiam funcionar como c lulas substitutas em tecidos lesionados ou doentes como nos casos de doen as degenerativas tais como Alzheimer Parkinson e doen as neuromusculares em geral ou ainda no lugar de c lulas que o organismo deixa de produzir por alguma defici ncia como no caso de diabetes Com efeito as c lul
105. ess rios para plenamente informar CTNBio s autoridades da sa de p blica do meio ambiente da defesa agropecu ria coletividade e aos demais empregados da institui o ou empresa sobre os riscos a que possam estar submetidos bem como os procedimentos a serem tomados no caso de acidentes com OGM CAP TULO II Do Conselho Nacional de Biosseguran a CNBS Art 80 Fica criado o Conselho Nacional de Biosseguran a CNBS vinculado Presid ncia da Rep blica rg o de assessoramento superior do Presidente da Rep blica para a formula o e implementa o da Pol tica Nacional de Biosseguran a PNB 12 Compete ao CNBS fixar princ pios e diretrizes a a o administrativa dos rg os e entidades federais com compet ncias sobre a mat ria Il analisar a pedido da CTNBio quanto aos aspectos da conveni ncia e oportunidade socioecon micas e do interesse nacional os pedidos de libera o para uso comercial de OGM e seus derivados III avocar e decidir em ltima e definitiva inst ncia com base em manifesta o da CTNBio e quando julgar necess rio dos rg os e entidades referidos no art 16 desta Lei no mbito de suas compet ncias sobre os processos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus derivados IV VETADO 8 2 VETADO 32 Sempre que o CNBS deliberar favoravelmente realiza o da atividade analisada encaminhar sua manifesta o aos r
106. etr polis Vozes 2004 VARELLA Drauzio Clonagem humana Dispon vel em htpp www drauziovarella com br artigos clonagemhumana asp acesso 04 01 07 VEJA revista mensal C lulas Tronco S o Paulo Ed Abril p 118 123 novembro 2005 VIDAL Marciano O evangelho da vida S o Paulo Paulinas 1997 VIEIRA Tereza Rodrigues Bio tica temas atuais e seus aspectos jur dicos Bras lia Editora Consulex 2006 Bio tica e direito S o Paulo Editora Jur dica Brasileira 2003 Ensaios de bio tica e direito Bras lia Editora Consulex 2009 VILANOVA Lourival As estruturas l gicas e o sistema do direito positivo S o Paulo Max Limonad 1997 VILLAS B AS Maria Elisa Da eutan sia ao prolongamento artificial Rio de Janeiro Forense 2005 WELTER Larissa Cristine Machado A regulamenta o internacional do uso de c lulas tronco embrion rias obtidas pela clonagem terap utica Dispon vel no site http jus2 uol com br doutrina texto asp id 6397acesso em 10 dezembro 2007 ZAGO Marco Antonio COVAS Dimas Tadeu Organizadores C lulas tronco a nova fronteira da medicina S o Paulo Atheneu 2006 ZATZ Mayana O que c lula tronco Dispon vel em http www estadao com br educa o noticias 2004 mai 25 12 htm acesso 02 01 07 ZATZ Mayana Ao arque logo do futuro Dispon vel em http agenciacartamaior uol com br templates materiaMostrar cfm materia id 11302 amp editoria id 12 acesso em 8 deze
107. fico Art 18 Compete ClBio no mbito da institui o onde constitu da manter informados os trabalhadores e demais membros da coletividade quando suscet veis de serem afetados pela atividade sobre as quest es relacionadas com a sa de e a seguran a bem como sobre os procedimentos em caso de acidentes II estabelecer programas preventivos e de inspe o para garantir o funcionamento das instala es sob sua responsabilidade dentro dos padr es e normas de biosseguran a definidos pela CTNBio na regulamenta o desta Lei 111 encaminhar CTNBio os documentos cuja rela o ser estabelecida na regulamenta o desta Lei para efeito de an lise registro ou autoriza o do rg o competente quando couber IV manter registro do acompanhamento individual de cada atividade ou projeto em desenvolvimento que envolvam OGM ou seus derivados V notificar CTNBio aos rg os e entidades de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei e s entidades de trabalhadores o resultado de avalia es de risco a que est o submetidas as pessoas expostas bem como qualquer acidente ou incidente que possa provocar a dissemina o de agente biol gico VI investigar a ocorr ncia de acidentes e as enfermidades possivelmente relacionados a OGM e seus derivados e notificar suas conclus es e provid ncias CTNBio CAP TULO VI Do Sistema de Informa es em Biosseguran a SIB Art 19 Fic
108. g os e entidades de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei 42 Sempre que o CNBS deliberar contrariamente atividade analisada encaminhar sua manifesta o CTNBio para informa o ao requerente Art 92 O CNBS composto pelos seguintes membros Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presid ncia da Rep blica que o presidir 11 Ministro de Estado da Ci ncia e Tecnologia III Ministro de Estado do Desenvolvimento Agr rio IV Ministro de Estado da Agricultura Pecu ria e Abastecimento V Ministro de Estado da Justi a VI Ministro de Estado da Sa de VII Ministro de Estado do Meio Ambiente VIII Ministro de Estado do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio Exterior IX Ministro de Estado das Rela es Exteriores X Ministro de Estado da Defesa XI Secret rio Especial de Aquicultura e Pesca da Presid ncia da Rep blica 12 O CNBS reunir se sempre que convocado pelo Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presid ncia da Rep blica ou mediante provoca o da maioria de seus membros 8 2 VETADO 32 Poder o ser convidados a participar das reuni es em car ter excepcional representantes do setor p blico e de entidades da sociedade civil 42 O CNBS contar com Secretaria Executiva vinculada Casa Civil da Presid ncia da Rep blica 52 A reuni o do CNBS poder ser instalada com a presen a de 6 seis de seus membros
109. gar onde os diversos anseios sociais e o pluralismo pol tico tico e religioso encontram guarida nos debates procedimental e argumentativamente organizados em normas previamente estabelecidas As audi ncias p blicas nas quias s o ouvidos os expertos sobre a mat ria em debate a interven o dos amici curiae com suas contribui es jur dicas e socialmente relevantes assim como a interven o do Minist rio P blico como representante de toda a sociedade perante o Tribunal e das advocacias p blica e privada na defesa de seus interesses fazem desta Corte tamb m um espa o democr tico Um espa o aberto reflex o e argumenta o jur dica e moral com ampla repercuss o na coletividade e nas institui es democr ticas p 3 4 Comentando este voto o Prof Alexandre Garrido da Silva entende que foi recepcionada a representa o argumentativa pelo Presidente do STF pois o Tribunal receberia todo tipo de argumentos raz es e pontos de vista diferentes sobre temas pol micos na sociedade Revista IAB n 97 2010 p 163 Em seguida desenvolve uma estrat gia de legitima o da atua o do Tribunal em casos constitucionais dificeis com forte conota o moral e pol tica destacando a compet ncia do STF em dar a ltima palavra sobre quais direitos a Constitui o protege com fundamento nas teorias de Ronald Dworkin e Robert Alexy Voto do ministro Carlos Alberto Menezes Direito O Ministro Menezes Direito vot
110. geraram 87 embri es e apenas um animal vivo Em 25 04 06 foi noticiado pela revista Time o anivers rio de um ano do primeiro e nico c o clonado do mundo chamado Snuppy feito da equipe de cientistas da Cor ia do Sul liderada pelo Pesquisador Hwang Woo suk tendo ainda apontado esta clonagem reprodutiva como uma das inven es cient ficas mais incr veis de 2005 Entretanto diversas tentativas para clonagem de ratos cavalos porcos tem demonstrado pouca efici ncia tendo como resultado in meros abortos e embri es malformados natural que esta nova t cnica tenha que romper com tabus como ocorreram em todos os momentos decisivos em que a ci ncia avan ou tais como as descobertas de Darwin sobre a evolu o das esp cies o primeiro transplante de cora o o primeiro beb de proveta e muitos outros importante lembrar que vivemos numa poca em que imprescind vel refletir sobre nossos atos para evitar de nos conscientizarmos das consequ ncias somente depois de uma cat strofe Devemos pensar e refletir sempre pautados na tica bem antes de praticar ou n o certas a es mesmo podendo auferir reconhecimento cient fico mundial 4 2 IMPORT NCIA DA CLONAGEM TERAP UTICA A clonagem terap utica uma t cnica viabilizada pela biotecnologia capaz de obten o das c lulas tronco que se tornaram objeto de interesse pois poderiam funcionar como c lulas substitutas em tecidos lesionados ou doentes como nos casos
111. gesta o o crit rio adotado pelo Hindu smo Efetivamente na linha contr ria ao pensamento do autor o Budismo considera que a pesquisa com embri es uma pr tica negativa porque afinal est se acabando com a vida de um ser pois existe consci ncia no embri o desde o momento da fecunda o e por isso n o se pode matar um ser que tem sua pr pria energia independente de quem est doando seu corpo para essa manifesta o de energia no caso a m e Do mesmo modo as religi es afro brasileiras Candombl e Umbanda que possuem cerca de 1 da cren a dos brasileiros t m em comum o culto vida em todas as suas representa es o ser humano a natureza e os deuses sendo a utiliza o do embri o congelado em pesquisa uma quest o de morte que transgride os c digos ticos e morais dessas religi es por isso ele antivida e antinatureza Ademais o Candombl cr que cada fam lia tem uma marca de destina o seu Odum e os indiv duos tamb m o seu Odum particular Para os mu ulmanos conforme preceitua o Islamismo o ser passa por diferentes est gios at tomar forma humana o momento em que se d a anima o do ser isto quando o feto recebe a sua alma que ocorreria no fim do quarto m s de gesta o Por este racioc nio n o haveria alma no embri o como tamb m defende o autor Segundo normatiza o Cor o Criamos o homem da ess ncia do barro Em seguida criamo lo de uma gota de esperma que inseri
112. haria gen tica em c lula germinal humana zigoto humano ou embri o humano Pena reclus o de 1 um a 4 quatro anos e multa Art 26 Realizar clonagem humana Pena reclus o de 2 dois a 5 cinco anos e multa Art 27 Liberar ou descartar OGM no meio ambiente em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos rg os e entidades de registro e fiscaliza o Pena reclus o de 1 um a 4 quatro anos e multa 8 1 VETADO 2 Agrava se a pena de 1 6 um sexto a 1 3 um ter o se resultar dano propriedade alheia Il de 1 3 um terco at a metade se resultar dano ao meio ambiente Ill da metade at 2 3 dois ter os se resultar les o corporal de natureza grave em outrem IV de 2 3 dois ter os at o dobro se resultar a morte de outrem Art 28 Utilizar comercializar registrar patentear e licenciar tecnologias gen ticas de restri o do uso Pena reclus o de 2 dois a 5 cinco anos e multa Art 29 Produzir armazenar transportar comercializar importar ou exportar OGM ou seus derivados sem autoriza o ou em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos rg os e entidades de registro e fiscaliza o Pena reclus o de 1 um a 2 dois anos e multa CAP TULO IX Disposi es Finais e Transit rias Art 30 Os OGM que tenham obtido decis o t cnica da CTNBio favor vel a sua libera o comercial at a entrada em vig
113. humano BARBAS 1998 P 203 investiga o em mat ria do genoma humano exige uma abordagem integrada que tenha em considera o aspectos m dicos ticos sociais e jur dicos das suas eventuais aplica es e a necessidade de evitar que sejam utilizados de modo abusivo O f sico qu ntico Basarab Nicolescu aborda define este tema na sua obra O Manifesto da Transdisciplinaridade com a ci ncia e a arte 2001 p 107 110 As tentativas de reaproxima o entre a arte e a ci ncia tiveram a princ pio um car ter multidisciplinar In meros col quios reuniram poetas e astrof sicos ou matem ticos artistas f sicos ou bi logos Uma etapa a mais foi ultrapassada com a aproxima o interdisciplinar entre a ci ncia a arte A acelera o desta aproxima o num ritmo sem precedentes produziu se sob nossos olhos gra as explos o inform tica Um novo tipo de arte nasce hoje pela transfer ncia dos m todos da inform tica ao campo da arte Se multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade refor am o di logo entre as duas culturas a transdisciplinaridade permite entrever sua unifica o aberta As considera es precedentes sobre os n veis de realidade de percep o e de representa o al m do exemplo da arte e da ci ncia oferecem uma base metodol gica para a concilia o de duas culturas artificialmente antagonistas a cultura cient fica e a cultura humanista decorrente da sua supera
114. i o de Bentham em sua obra Princ pios da Moral e da Legisla o 1974 p 10 11 Por conseguinte afirma se que uma determinada a o est em conformidade com o princ pio da utilidade ou para ser mais breve utilidade quando a tend ncia que ela tem a aumentar a felicidade for maior do que qualquer tend ncia que tenha a diminu la Em virtude da pr pria constitui o natural da estrutura humana na maioria das ocasi es da sua vida os homens geralmente abra am este princ pio sem pensar explicitamente nele se n o para orientar sua pr pria conduta pelo menos para julgar suas pr prias a es bem como as dos outros Igualmente Tom L Beuchamp e James F Childress tamb m destacaram as vantagens da vis o utilitarista no seu livro Princ pios de tica Biom dica 2002 p 71 O utilitarismo tem muitos pontos fortes o primeiro aceitar que o princ pio da utilidade tenha um papel na forma o de pol ticas p blicas Os requisitos utilitaristas referentes a uma avalia o objetiva dos interesses de todos e a uma escolha imparcial para maximizar os resultados bons para todas as partes afetadas s o normas aceit veis para as pol ticas p blicas Em segundo lugar quando formulamos os princ pios de benefic ncia no cap tulo 5 a utilidade desempenha um papel importante Embora tenhamos caracterizado o utilitarismo principalmente como uma teoria fundada nas consequ ncias ele se funda tamb m na benefic n
115. ia sobre os casos em que a atividade potencial ou efetivamente causadora de degrada o ambiental bem como sobre a necessidade do licenciamento ambiental 40 A emiss o dos registros das autoriza es e do licenciamento ambiental referidos nesta Lei dever ocorrer no prazo m ximo de 120 cento e vinte dias 52 A contagem do prazo previsto no 42 deste artigo ser suspensa por at 180 cento e oitenta dias durante a elabora o pelo requerente dos estudos ou esclarecimentos necess rios 62 As autoriza es e registros de que trata este artigo estar o vinculados decis o t cnica da CTNBio correspondente sendo vedadas exig ncias t cnicas que extrapolem as condi es estabelecidas naquela decis o nos aspectos relacionados biosseguran a 72 Em caso de diverg ncia quanto decis o t cnica da CTNBio sobre a libera o comercial de OGM e derivados os rg os e entidades de registro e fiscaliza o no mbito de suas compet ncias poder o apresentar recurso ao CNBS no prazo de at 30 trinta dias a contar da data de publica o da decis o t cnica da CTNBio CAP TULO V Da Comiss o Interna de Biosseguran a Art 17 Toda institui o que utilizar t cnicas e m todos de engenharia gen tica ou realizar pesquisas com OGM e seus derivados dever criar uma Comiss o Interna de Biosseguran a al m de indicar um t cnico principal respons vel para cada projeto espec
116. ibilitado de experimentar as metamorfoses de hominiza o que adviriam de sua eventual nida o implanta o do zigoto no endom trio ou parede do tero na perspectiva de sua muta o em feto ao passo que l na g lida solid o do confinamento in vitro o que se tem um quadro geneticamente contido do embri o que tende a ser estacion rio degenerativo O relator ao formular seus ju zos de validade constitucional lembra que a lei de biosseguran a tinha somente 3 op es condenar os embri es perpetuidade da pena de pris o em congelados tubos de ensaio a segunda deixar que os estabelecimentos m dicos de procria o assistida prosseguissem em jogar no lixo os embri es n o utilizados na procria o humana ou na autoriza o para ajudarem nas pesquisas cient ficas debaixo de judiciosos par metros Ademais faz paralelo entre a Lei n 9 434 que disp s ser a morte encef lica o marco da cessa o da vida de qualquer pessoa f sica ou natural destacando que ao embri o mencionado no art 5 da Lei de Biosseguran a Faltam lhe todas as possibilidades de ganhar as primeiras termina es nervosas que s o o an ncio biol gico de um c rebro humano em gesta o Numa palavra n o h c rebro Nem conclu do nem em forma o Pessoa humana por conseq ncia n o existe nem mesmo como potencialidade algo que jamais ser algu m N o tem como atrair para sua causa a essencial configura o jur dica da
117. ica a part cula elementar foi transformada em evento energ tico Entretanto o verdadeiro grande marco da dissemina o mundial das id ias hol sticas aconteceu em Veneza em mar o de 1986 num encontro patrocinado pela UNESCO de diversos cientistas laureados com o pr mio Nobel fil sofos artistas e representantes das tradi es espirituais pertencentes a dezesseis na es reuni o esta idealizada por Basarab Nicolescu com o tema A Ci ncia Face aos Confins do Conhecimento O Pr logo de Nosso Passado Cultural sendo suas conclus es publicadas no documento denominado Declara o de Veneza de 07 03 86 que pela sua import ncia e poder de s ntese est o destacados seus pontos principais 5 Os desafios de nossa poca o desafio da auto destrui o da nossa esp cie o desafio da inform tica o desafio gen tico etc esclarecem de uma nova maneira a responsabilidade social dos cientistas na iniciativa e na aplica o da pesquisa ao mesmo tempo Se os cientistas n o podem decidir quanto aplica o de suas pr prias descobertas n o devem assistir passivamente aplica o cega de suas descobertas Em nossa opini o a amplid o dos desafios contempor neos emana de um lado a cria o de rg os de orienta o e at de decis o de natureza pluri e transdisciplinar 6 Expressamos a esperan a de que a UNESCO levar adiante esta iniciativa estimulando uma reflex o dirigida para a universalidade
118. ido o uso de pr embri es em pesquisas o caso da Inglaterra cuja legisla o n o s permite como determina a destrui o dos embri es congelados cinco anos ap s sua constitui o preciso um posicionamento diante dessas teorias para definir o aborto e a tutela jur dica reservada ao embri o criopreservado Assim como no mbito do Direito Civil a lei penal n o det m instrumentos jur dicos capazes de salvaguardar ou punir quem atente contra a vida do embri o em situa o extra uterina tema de fundamental import ncia tendo em vista a exist ncia de milhares de embri es criopreservados em cl nicas de fertiliza o do pa s Novamente Vincent Bourguet ao analisar esta tem tica busca provar a tend ncia coisifica o do pr embri o usando um artigo do bioeticista americano Engelhardt BOURGUET 2002 131 Revelam se em Engelhardt pr ticas coerentes sist micas porque remetem a uma antropologia determinada que as justifica a partir das mesmas decis es te ricas Nesse autor j que o corpo humano apreendido originariamente como objeto como entidade que existe originariamente fora e diante do sujeito a rela o entre a pessoa e seu corpo submetida s categorias do instrumento da fabrica o e da propriedade categorias que descrevem habitualmente a rela o exterior do corpo com as coisas Assim o embri o humano para mim seu produtor um objeto porque mais fundamentalmente meu
119. iga o em Espanha Ilegal 09 Legal embri es invi veis E obrigado destruir os embri es 14 dias ap s Finl ndia Ilegal Legal 5 5 a fertiliza o Existe lei espec fica que pro be qualquer Fran a Ilegal Ilegal Se t cnica de clonagem Em todos os casos os embri es devem ser Reino Unido Legal Legal eliminados no per odo de 14 dias ap s a fertiliza o 4 OUTRAS APLICA ES DAS C LULAS TRONCO CLONAGEM TERAP UTICA COMO ALTERNATIVA AOS TRANSPLANTES Com efeito do mesmo modo que as c lulas tronco embrion rias a clonagem terap utica pode constituir na esperan a de cura de in meras doen as e na melhoria da qualidade de vida das pessoas principalmente por evitar os riscos de rejei o na hip tese de cria o de rg os ou tecidos derivados das c lulas som ticas do doador A Clonagem uma t cnica ou procedimento por meio do qual s o fabricadas c pias de genes ou c lulas A origem da palavra vem do grego klan significando broto ramo ou rebento Fica evidente que a experi ncia de clonagem j faz parte dos caminhos que a ci ncia ir trilhar cada vez mais intensamente valendo destacar a posi o do autor j manifestada anteriormente REIS 2000 p 395 Com efeito a clonagem cl ssica ou tradicional conhecida desde 1952 necessita dos gametas feminino e masculino e uma imita o de um processo natural a fiss o gemelar na
120. implanta o do embri o na cavidade uterina As c lulas internas do blastocisto v o originar as centenas de tecidos que comp em o corpo humano S o chamadas de c lulas tronco embrion rias pluripotentes A partir de um determinado momento estas c lulas som ticas que ainda s o todas iguais come am a diferenciar se nos v rios tecidos que v o compor o organismo sangue f gado m sculos c rebro ossos etc Pela primeira vez a popula o em geral tomou conhecimento da clonagem no dia 23 02 97 quando foi apresentada ao mundo a ovelha Dolly com seis meses de idade clonada atrav s da transfer ncia do n cleo de uma c lula som tica da gl ndula mam ria da ovelha doadora para um vulo enucleado e cerca de seis meses depois uma pequena companhia de Wisconsin EUA anunciou o nascimento de um grupo de bezerros clonados saud veis mostrando o intenso avan o tecnol gico nesta rea Vale salientar que Dolly somente nasceu depois de 276 tentativas que fracassaram Em 15 02 02 a imprensa noticiou a clonagem do primeiro animal dom stico do mundo o gato copycat que foi clonado a partir de c lulas adultas de outro gato pelos cientistas americanos da Universidade A amp M do Texas com financiamento da Genetic Saving amp Clone Inc que tem a op o de licenciar com exclusividade qualquer tecnologia de clonagem de animais de estima o que for desenvolvida pela Universidade Para isto foram utilizados 188 vulos que
121. ines de investigaci n incluso aunque lo fuera en relaci n con esos posibles tratamientos Esta ltima reflexi n no deja de presentar paradojas y limitaciones no se pueden crear embriones para investigar sobre una enfermedad determinada pero s pueden crearse para tratar dicha enfermedad pues exigir a buscar otras vias por ejemplo con embriones humanos supernumerarios hasta que se llegara a la fase de su utilizaci n experimental sobre seres humanos la llamada en este contexto correctamente experimentaci n terap utica Esta ltima estar a sometida a su vez y no obstante a las exigencias jur dicas generales previstas para los ensayos cl nicos Sin embargo mientras que en trabajos anteriores hemos entendido que la llamada clonaci n terap utica realmente de investigaci n estaria prohibida en cuanto estuviera dirigida a la investigaci n en el laboratorio estudios posteriores m s profundos del conjunto del CDHB y del protocolo por el que se proh be la clonaci n humana y de su contexto hist rico nos han llevado a la conclusi n de que no estar a cerrada por completo esta possibilidad de la transferencia nuclear con fines de investigaci n Algunos informes t cnicos ya fueron elaborados espec ficamente con el sentido de profundizar ste assunto En todo caso a partir del momento en que realmente fuera terap utica para alguna persona podr a ser autorizada mediante la ley por el Estado parte en el CDHB que as lo d
122. ipuladas ou n o inc Proibindo experimentos de clonagem no art 2 inciso IL atrav s de qualquer t cnica Vale lembrar da flagrante inconstitucionalidade deste alargamento do tipo penal por for a do advento da instru o normativa supracitada pois fere o princ pio constitucional da legalidade assim qualquer tentativa de sua flexibiliza o deve ser contestada Na Lei 11 105 art 26 pode se constatar que o n cleo do tipo consiste em realizar a clonagem humana levando o jurista a novas interpreta es no campo da biologia al m do espa o dedicado s normas de hermen utica visando entender o verdadeiro significado atribu do express o ou seja englobaria a reprodutiva e a terap utica Entendemos que o legislador apenas proibiu a clonagem reprodutiva luz do disposto no art 3 curiosamente o mesmo legislador que pro be a clonagem humana n o tenha explicitado especificamente seu conceito apenas abordando os seguintes clonagem processo de reprodu o assexuada produzida artificialmente baseada em um nico patrim nio gen tico com ou sem utiliza o de t cnicas de engenharia gen tica inc clonagem para fins reprodutivos clonagem com a finalidade de obten o de um indiv duo inc IX e clonagem com finalidade de produ o de c lulas tronco embrion rias para utiliza o terap utica inc X Maria Auxiliadora Minahim entende que n o existe um tipo espec fico para a clonagem te
123. irelles assinala que somente ap s o 14 dia que se d a forma o do plano construtivo do embri o reconhecendo o seu car ter humano tido como a cifra de ouro da embriologia humana saliente se que este limite foi proposto inicialmente em 1979 pela Ethic Advisory Board nos Estados Unidos com a justificativa de que o 14 dia corresponde ao final da implanta o SGRECCIA 2002 p 347 J que o estabelecimento deste marco parte da analogia com o disposto no art 3 da lei de transplantes viabiliza que se alcance dois objetivos fundamentais para coletividade O primeiro deles a possibilidade de realiza o de pesquisas com c lulas tronco embrion rias que visem cura de graves patologias como doen a de Alzheimer s ndrome de Parkinson paralisias dentre outras O segundo que ao se definir para o Direito o momento em que surge a vida humana estar se viabilizando pesquisas ticas e respons veis com c lulas tronco embrion rias evitando poss veis abusos contra a vida humana Ademais outra forma de racioc nio conduz igualmente ao limite do 14 dia uma vez que o produto da concep o ou seja o zigoto o ponto de partida do novo ser com caracter sticas de individualidade e unicidade isto porque o zigoto antes desta data poderia dar lugar a g meos monozig ticos Assim como poderia surgir uma pessoa na fecunda o se ela poderia se transformar em dois ou tr s indiv duos Elio Sgreccia 2002
124. lisando o tema no seu artigo no site da Comciencia A prop sito da utiliza o de c lulas tronco ensina Face s premissas supra est clara nossa posi o francamente favor vel utiliza o de c lulas tronco a partir de pr embri es produzidos in vitro sejam eles resultantes de fecunda o ou de clonagem A import ncia desse avan o cient fico e tecnol gico tem ao que tudo indica enorme valor terap utico A possibilidade de se tratarem e curarem doen as como leucemias mal de Parkinson Alzheimer a par de se poderem desenvolver rg os que poder o ser utilizados em transplantes uma perspectiva alentadora no sentido de melhorar a qualidade e alongar o tempo de vida de muitas pessoas O poder de decis o quanto ao destino desses pr embri es quest o tamb m importante parecendo nos apropriado que ele deva ser de seus pais Esta n o uma quest o menor pois est em jogo a autonomia dos doadores de c lulas embora ela deva vir depois da discuss o conceitual de a partir de quando se respeite um conjunto de c lulas como vida humana Os progressos cient ficos ser o aceitos ou recusados segundo os j mencionados fatores culturais e ou religiosos De forma t o democr tica quanto poss vel Mas tamb m entendemos ser nosso papel na bio tica o de expor e defender posi es que consideramos importantes para a vida e sa de humana Inclusive Jurgen Habermas no seu livro O Futu
125. m um organismo pluricelular formado Cerca de cinco dias ap s a fertiliza o o embri o humano se torna um blastocisto uma esfera com aproximadamente 100 c lulas As encontradas em sua camada externa v o formar a placenta e outros rg os necess rios ao desenvolvimento fetal do tero J as existentes em seu interior c lulas tronco embrion rias formam quase todos os tecidos do corpo Outra caracter stica especial dessas c lulas que quando reintroduzidas em embri es de camundongo d o origem a c lulas de todos os tecidos de um animal adulto mesmo as germinativas vulos e espermatoz ides A capacidade de direcionar esse processo de diferencia o permitiria que a partir de c lulas tronco embrion rias fossem cultivados controladamente os mais diferentes tipos celulares abrindo a possibilidade de construir tecidos e rg os in vitro na placa de cultura tornando vi vel a chamada bioengenharia J as c lulas tronco adultas s o encontradas em v rios tecidos como medula ssea sangue f gado polpa dent ria de crian as e adultos e tamb m no cord o umbilical e na placenta H grande liberdade e autonomia para a pesquisa com estas c lulas tronco adultas tanto no Brasil quanto no exterior encontrando se a pesquisa j em fase cl nica ou seja com aplica o em pacientes Um estudo recente com c lulas tronco retiradas da medula e injetadas no cora o da pr pria pessoa o auto transplante sugere uma m
126. massa celular isolada a fim de derivar c lulas tronco para fins de pesquisa o embri o ainda n o adquiriu desenvolvimento suficiente para trazer em si o peso moral de pessoa J Michael M Mendiola te logo aponta como uma das principais obje es cat licas s pesquisas com c lulas tronco a que diz respeito destrui o de embri es humanos porque afronta o dogma da inviolabilidade da vida humana Ele contesta o uso absolutista deste conceito dentro do ensinamento social cat lico uma sofisticada corrente de reflex o tica afirmando a necessidade de ler os sinais dos tempos na mesma linha de racioc nio defendida pelo autor exemplificando com o Conc lio Vaticano II que respeitaria o direito de discord ncia das solu es propostas quando na sua aplica o ao caso concreto citando Leslie Griffin HOLLAND 2006 p 128 A igreja teve o cuidado de n o oferecer solu es de validade universal que negligenciassem as diferen as individuais Nem desejou usurpar reas de compet ncia dos leigos os aspectos t cnicos da economia da ci ncia pol tica etc em vez disso o laicato incentivado a aplicar os ensinamentos da Igreja a suas circunst ncias espec ficas Essas caracter sticas resultam num estilo de tica social de tipo indutivo capaz de aprender com a experi ncia concreta em ambientes circunscritos A teologia moral cat lica tem reconhecido tradicionalmente na tica social que podemos tolerar um mal a fim
127. maternidade nem se dotar do substrato neural que no fundo a raz o de ser da atribui o de uma personalidade jur dica ao nativivo O Ministro Carlos Britto ainda utiliza o argumento do direito sa de previsto no caput do art 196 da Constitui o direito de todos e dever do Estado garantida mediante a es e servi os de pronto qualificados como de relev ncia p blica conforme art 197 propondo o mais venturoso dos encontros entre esse direito sa de e a pr pria ci ncia j agora tamb m faz parte do cat logo dos direitos fundamentais da pessoa humana Confira se Art 5 IX livre a express o da atividade intelectual art stica cient fica e de comunica o Destacamos Com efeito conclui o Ministro que nosso ordenamento jur dico deve se colocar ao lado dos que sofrem devolvendo as pessoas a sua plenitude de vida utilizando a ci ncia em benef cio da sa de humana destacando num contexto de solid ria compassiva ou fraternal legalidade que longe de traduzir desprezo ou desrespeito aos congelados embri es in vitro significa apre o e rever ncia a criaturas humanas que sofrem e se desesperam nas nsias de um infort nio que muitas vezes lhes parece maior que a ci ncia dos homens e a pr pria vontade de Deus Donde a lancinante pergunta que fez uma garotinha brasileira de tr s anos parapl gica segundo relato da geneticista Mayana Zatz por que n o abrem um buraco em minha
128. mbargos de atividades com as seguintes san es advert ncia Il multa IIl apreens o de e seus derivados IV suspens o da venda de OGM e seus derivados V embargo da atividade VI interdi o parcial ou total do estabelecimento atividade ou empreendimento VII suspens o de registro licen a ou autoriza o VIII cancelamento de registro licen a ou autoriza o IX perda ou restri o de incentivo e benef cio fiscal concedidos pelo governo X perda ou suspens o da participa o em linha de financiamento em estabelecimento oficial de cr dito XI interven o no estabelecimento XII proibi o de contratar com a administra o p blica por per odo de at 5 cinco anos Art 22 Compete aos rg os e entidades de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei definir crit rios valores e aplicar multas de R 2 000 00 dois mil reais a R 1 500 000 00 um milh o e quinhentos mil reais proporcionalmente gravidade da infra o 12 As multas poder o ser aplicadas cumulativamente com as demais san es previstas neste artigo 2 No caso de reincid ncia a multa ser aplicada em dobro 32 No caso de infra o continuada caracterizada pela perman ncia da a o ou omiss o inicialmente punida ser a respectiva penalidade aplicada diariamente at cessar sua causa sem preju zo da paralisa o imediata da atividade ou da interdi
129. mbro 2007 Not cias STF libera pesquisas com c lulas tronco embrion rias 2008 Disponivel em http www stf gov br portal cms verNoticiaDetalhe asp idConteudo 89917 amp caixaBusca N gt Acesso em 31 maio 2008 Not cias Defesa Luis Roberto Barroso contra ADIN N 3 515 STF Disponivel em http www migalhas com br mostra noticia 38291 menu um Not cias T cnica com c lulas tronco repara cora es de ratos infartados Dispon vel em http www Estadao com br vidae not vid41488 0 htm acesso em Idezembro 2007 Not cias Cientistas transformam c lulas humanas em c lulas tronco Dispon vel em http www Estadao com br vidae not_vid82880 0 htm acesso em 1 dezembro 2007 Not cias C lulas tronco debate vai al m do biol gico Dispon vel em http www comciencia br comciencia section 3 moticia 300 acesso 2 dez 2007 Not cias T cnica com c lulas tronco cura pulm es de ratos Dispon vel em http www Estadao com br vidae not_vid53943 0 htm acesso em 1 dezembro 2007 Not cias Cientistas encontram gene da renova o das c lulas tronco Dispon vel em http www2 uol com br sciam conteudo noticia noticia_143 html acesso em 8 dezembro 2007 Not cias Aborto eutan sia o Papa apela a um despertar das consci ncias MONTFORTAssocia oCulturalhttp www montfort org br index php secao imprensa amp subsecao mundo amp artigo 20070225 amp lang bra acesso em 9 dezem
130. mediante a modifica o de segmentos de ADN ARN natural ou sint tico e que possam multiplicar se em uma c lula viva ou ainda as mol culas de ADN ARN resultantes dessa multiplica o consideram se tamb m os segmentos de ADN ARN sint ticos equivalentes aos de ADN ARN natural IV engenharia gen tica atividade de produ o e manipula o de mol culas de ADN ARN recombinante V organismo geneticamente modificado OGM organismo cujo material gen tico ADN ARN tenha sido modificado por qualquer t cnica de engenharia gen tica VI derivado de OGM produto obtido de OGM e que n o possua capacidade aut noma de replica o ou que n o contenha forma vi vel de OGM VII c lula germinal humana c lula m e respons vel pela forma o de gametas presentes nas gl ndulas sexuais femininas e masculinas e suas descendentes diretas em qualquer grau de ploidia VIII clonagem processo de reprodu o assexuada produzida artificialmente baseada em um nico patrim nio gen tico com ou sem utiliza o de t cnicas de engenharia gen tica IX clonagem para fins reprodutivos clonagem com a finalidade de obten o de um indiv duo X clonagem terap utica clonagem com a finalidade de produ o de c lulas tronco embrion rias para utiliza o terap utica XI c lulas tronco embrion rias c lulas de embri o que apresentam a capacidade de se transformar em c lulas de qualquer tecido de um organismo 8
131. meter o processo respectivo aos rg os e entidades referidos no art 16 desta Lei para o exerc cio de suas atribui es 40 A decis o t cnica da CTNBio dever conter resumo de sua fundamenta o t cnica explicitar as medidas de seguran a e restri es ao uso do e seus derivados e considerar as particularidades das diferentes regi es do Pa s com o objetivo de orientar e subsidiar os rg os e entidades de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei no exerc cio de suas atribui es 5 N o se submeter a an lise e emiss o de parecer t cnico da CTNBio o derivado cujo OGM j tenha sido por ela aprovado 62 As pessoas f sicas ou jur dicas envolvidas em qualquer das fases do processo de produ o agr cola comercializa o ou transporte de produto geneticamente modificado que tenham obtido a libera o para uso comercial est o dispensadas de apresenta o do e constitui o de salvo decis o em contr rio da CTNBio Art 15 A CTNBio poder realizar audi ncias p blicas garantida participa o da sociedade civil na forma do regulamento Par grafo nico Em casos de libera o comercial audi ncia p blica poder ser requerida por partes interessadas incluindo se entre estas organiza es da sociedade civil que comprovem interesse relacionado mat ria na forma do regulamento CAP TULO IV Dos rg os e entidades de registro e fiscaliza o Art 16
132. mos em lugar seguro Ent o convertemos a gota de esperma em co gulo que transformamos em bocadinho de carne e convertemos em ossos depois os revestimos de carne logo animamos o todo Existem diferentes aspectos a serem analisados nas vis es religiosas aplic veis s pesquisas com c lulas tronco embrion rias mas todas se iniciam do questionamento do in cio da vida humana logo aquelas que entendem ser desde a fecunda o do vulo pelo espermatoz ide com a forma o do ovo ou zigoto ser o contr rias s pesquisas com c lulas tronco embrion rias como ser o destacadas a seguir as principais religi es dos brasileiros segundo aponta o IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica 1 1 1 IGREJA CAT LICA Segundo dados do ltimo censo do IBGE de 1991 8 em cada 10 brasileiros 85 da popula o se dizem Cat licos por m muito poucos s o os praticantes ou seja que seguem a orienta o da Igreja literalmente O principal expoente da Igreja Cat lica na atualidade o Papa Bento XVI assim expressou o pensamento tradicional da igreja contra o esp rito de toler ncia das sociedades modernas que justifica as manipula es embrion rias o aborto e a eutan sia na sua exposi o aos cat licos 25 02 07 O Papa denunciou assim o aborto o eugenismo sutil e o poder dos mais fortes que paralisa as pessoas de boa vontade em uma sociedade ca tica e violenta A consci ncia crist deve
133. n sia e Liberdades Individuais a vida humana possui um valor sagrado do qual decorre a obriga o do Estado de proteg la 2003 p 101 valor pessoal aquilo que um governo tenta proteger como fundamentalmente importante quando reconhece e faz vigorar o direito das pessoas vida compreens vel portanto que o debate sobre aborto deva incluir a quest o de se o feto tem direitos e interesses pr prios Se os tiver ter igualmente o interesse pessoal de continuar vivo interesse que deve ser protegido mediante o reconhecimento e a imposi o do direito vida Afirmei que na fase inicial da concep o um feto n o tem interesses e direitos e que quase ningu m acredita que os tenha se o valor pessoal fosse o nico tipo de valor pertinente em jogo na quest o do aborto este n o seria moralmente problem tico Para melhor entendimento relevante citar o enorme salto evolutivo da Biotecnologia OLIVEIRA 1997 p 37 que em 1978 originou o nascimento do primeiro beb de proveta na Inglaterra Louise Brown ao passo que em1997 quase 20 anos depois anunciado o nascimento da ovelha Dolly obtida por clonagem de ltima gera o vulo desnucleado de uma ovelha e n cleo de c lula som tica de outra ovelha pela equipe do cientista Wilmut do Roslin Institute Edimburgo Esc cia O mais importante foco de pesquisa da gen tica na atualidade o denominado Projeto Genoma Humano iniciado em 1
134. ndes pensadores da bio tica como Maria Helena Diniz M nica Aguiar e Maria Auxiliadora Minahim e tamb m pela Igreja Cat lica Por todos eles ficamos com a precisa argumenta o de M nica Aguiar 2005 p 32 quando ensina que no momento em que o vulo fecundado pelo espermatoz ide surge biologicamente uma nova vida absolutamente nica haja vista que o conjunto g nico confere identidade biol gica singular a cada ser humano Dentro desta vis o de continuidade o desenvolvimento humano um processo cont nuo desde zigoto fecundado o embri o o feto o beb rec m nascido a crian a at o indiv duo adulto s o seres com id ntica ess ncia humana a mesma identidade biol gica Da n o poderem ser diferenciadas etapas da evolu o humana com maior ou menor dignidade todas correspondem a mesma pessoa Esta teoria n o estabelece qualquer diferencia o entre os termos ser humano e pessoa uma vez que todo aquele que biologicamente detenha os caracteres da esp cie humana ainda que sequer tenha nascido teria o atributo de pessoa Destarte desde a fus o dos gametas masculino e feminino ou seja desde a fecunda o uma nova vida humana individual e independente da vida materna passa a existir infundindo se naquele tenro ser desde j a ess ncia da humanidade Immanuel Kant entende no seu imperativo categ rico que o homem um fim em si mesmo tendo valor absoluto ou seja n
135. ndo as limita es s pesquisas com c lulas tronco embrion rias desde as oposi es religiosas destacando seu hist rico a import ncia das suas descobertas para a cura de in meras doen as e sua fundamenta o filos fica at sua regulamenta o atual no Brasil e no exterior no quarto cap tulo s o descritas outras aplica es das c lulas tronco destacando a clonagem terap utica como uma alternativa aos transplantes e por fim no quinto apresentamos uma an lise dos principais argumentos discutidos no Supremo Tribunal Federal que culminaram com a libera o das pesquisas com c lulas tronco embrion rias no Brasil 1 MUDAN AS DE PARADIGMAS A contemporaneidade tem admitido outras racionalidades al m daquela posta pelo iluminismo pode se afirmar que h uma convoca o de diversas reas do saber para a explica o de certos fen menos sendo poss vel afirmar que se vive num novo paradigma integrador Cabendo aqui conceituar paradigma como modelo padr o exemplo ou seja um sistema modelar para orientar a descri o e compreens o da realidade Os novos paradigmas geralmente s o recebidos com desconfian a s vezes at hostilidade ou zombaria sendo suas descobertas atacadas como se fossem uma heresia vide os exemplos hist ricos de Galileu Cop rnico Pasteur etc mudan a de paradigma ocorre quando verificam se as falhas e equ vocos da concep o pr via ent o vigente sendo esta express o in
136. nfinitamente mais til e nobre do que o descarte v o dos mesmos Inclusive ela reconhece que h uma diferen a entre embri o surge a partir do 14 dia de fecunda o quando ent o tem in cio a forma o do sistema nervoso central com o aparecimento dos primeiros neur nios e pr embri o entidade n o individualizada a qual n o passa de um agrupamento de c lulas indiferenciadas Voto da ministra C rmen L cia A ministra C rmen L cia tamb m votou acompanhando o relator Ayres Britto confirmando seus principais argumentos expendidos no seu voto A utiliza o de c lulas tronco embrion rias para pesquisa e ap s o seu resultado consolidado o seu aproveitamento em tratamentos n o agride a dignidade da pessoa humana antes a valoriza O gr o tem que morrer para germinar As pesquisas com c lulas tronco embrion rias n o podem ser substitu das por outras linhas de pesquisa como as efetuadas com c lulas tronco adultas ademais o n o aproveitamento das c lulas n o implantadas s origina lixo gen tico Voto do ministro Celso de Mello J o ministro Celso de Mello acreditava no julgamento a favor da libera o das pesquisas com c lulas tronco embrion rias pela maioria dos ministros do STF acompanhando o elogiado voto do ministro relator Carlos Ayres Brito Com efeito o ministro Celso de Mello destacou o aspecto da laicidade do Estado que n o poderia ser influenciado pela religi o V rios pod
137. nto para ele quanto para os pais h casos em que jamais houve um Esp rito destinado aos corpos nada devendo se cumprir neles Concluindo pode se resumir a ess ncia da vis o esp rita quanto liga o do esp rito reencarnante com o embri o tomando o conceito exposto pelo autor REIS 2000 p 391 natural questionarmos a situa o do esp rito reencarnante mas ele ser adequado evolu o tecnol gica aplicada para favorecer o seu renascimento pois ser atra do por sintonia vibrat ria aquela entidade que carmicamente mere a passar por este tipo de experi ncia Neste item oportuno lembrar o problema do congelamento de embri es porquanto na insemina o artificial a mulher tem de 10 a 20 de possibilidade de engravidar e s vezes quando o tratamento exitoso sobram alguns embri es congelados sendo a tend ncia mundial pelo seu armazenamento durante o prazo de 3 anos Acreditamos que nem todo processo de desenvolvimento embrion rio obrigatoriamente leva a uma liga o com o esp rito reencarnante neste est gio seriam os embri es um mero grupo de c lulas sem nenhum impulso espiritual sua evolu o Apenas com a sua implanta o no tero da futura mam e seria procedida a sua conex o com o esp rito reencarnante Basta ter bom senso para constatar que a espiritualidade n o permitiria que um esp rito ficasse 3 anos ligados a um embri o congelado aguardando tal decis o 3 5 REGULAMENTA
138. o campo da Medicina sobretudo em face da desatualiza o dos c digos nessa rea tamb m os m dicos se vejam desnorteados acerca da licitude de determinadas condutas a que n o h qualquer men o legal expressa Ao Biodireito caber um procedimento dogm tico utilizando normas de direito positivo para estruturar as solu es aos problemas emergentes n o se escravizando o Direito ci ncia mas sim equilibrando pontos de vistas diferentes promovendo o avan o de uma ci ncia eticamente livre para uma ci ncia eticamente respons vel e que esteja a servi o do bem estar humano Assim n o existe diferen a de conte do entre Bio tica e Biodireito apenas uma diferencia o no seu m todo de abordagem Outrossim o Biodireito dever estar capacitado a oferecer as respostas a uma sociedade com uma evolu o biotecnol gica desordenada baseada em ticas individuais precisa estar em perfeita sintonia com a Bio tica com os direitos humanos e o ordenamento jur dico constitucional local Nas palavras de Simone Born de Oliveira 2002 p 67 Bio tica e Biodireito devem se unir em torno de um denominador comum qual seja a perfeita sincronia entre o ser com o dever ser e o poder fazer Caber Bio tica buscar respostas s perguntas e ao Direito traduzir estas mesmas respostas em normas jur dicas visando ao equil brio das condutas indesejadas pela coletividade Maria do C u Patr o Neves lembra que a denomina o
139. o de cardiopatias em parceria com o Hospital Pr card aco no Rio de Janeiro Nesses estudos foram realizados os transplantes de c lulas tronco medulares em 20 pacientes que aguardavam o transplante card aco Do total de transplantados 16 pacientes foram estudados por um longo prazo demonstrando que a terapia celular trouxe consider veis melhoras cl nicas Todos os procedimentos foram financiados por verbas de pesquisa por m a expectativa de que posteriormente esta seja inclu da na lista das terapias que s o cobertas pelo SUS As c lulas tronco parecem ser um campo promissor tamb m no tratamento de doen as auto imunes tais como a artrite reumat ide o l pus eritematoso sist mico e a nefrite l pica Algumas experi ncias j foram realizadas pela equipe de J lio Voltarelli do Hospital das Cl nicas da Faculdade de Medicina de Ribeir o Preto da USP HCFMRP USP Esses estudos empregam c lulas tronco medulares do pr prio paciente das quais s o separadas as subpopula es n o auto imunes que s o reintroduzidas nos pacientes depois de passarem por tratamento com quimioter picos A quimioterapia destr i as c lulas defeituosas do sistema imune Voltarelli e sua equipe j realizaram o transplante em 20 pacientes portadores de diferentes doen as auto imunes obtendo resultados animadores Os projetos de pesquisa encontram se agora na fase que envolve a realiza o dos transplantes em um n mero maior de pacientes em dif
140. o de outra vedando sua autonomia igualit ria apenas por um desejo narcisista ao intervir intencionalmente numa regi o indispon vel moralmente Ainda cita o argumento biol gico de Dieter E Zimmer pois a clonagem reprodutiva paralisaria a combina o casual dos genes paternos e consequentemente um mecanismo de varia o natural que tornou o ser humano em um g nio na adapta o Se as pessoas come arem a se clonar elas violar o um dos princ pios aos quais devem a sua exist ncia Da elas n o deverem permitir isso Para concluir este estudo temos que Tereza Rodrigues Vieira tamb m condena a clonagem reprodutiva alegando que podem se clonar os genes de uma pessoa mas n o sua hist ria de vida ou seja os clones podem ter personalidades diferentes VIEIRA 2003 p 39 Felizmente os indiv duos n o s o inteiramente determinados por seu material gen tico Ambiente cultural social e familiar t m poderosa influ ncia humanizadora na forma o da personalidade A hereditariedade pode existir por m com pouco desempenho na estrutura da personalidade A educa o e o contexto social s o mais influentes Como seria um clone de Mohammed Ali se criado na fam lia Jackson As chances de ser um cantor seriam maiores Madre Teresa Frei Dami o e Betinho n o s o pura conseq ncia da carga gen tica que herdam Os clones dessas pessoas poder o ser indiferentes ao pr ximo insens veis fome e mis ria dos povos Destart
141. o do ato conjugal EV 14 Os diagn sticos pr natais que com muita frequ ncia s o ocasi o para propor ou praticar o aborto 1 1 2 IGREJA EVANG LICA LUTERANA Devido a grande diversidade cerca de 3 mil entidades Evang licas Pentecostais agregando cerca de 6 dos brasileiros n o existe uma posi o oficial sobre as pesquisas com c lulas tronco embrion rias entretanto a maioria a favor da vida do pr embri o crio preservado nas clinicas de fertiliza o in vitro ou seja contra as pesquisas Enquanto que na Igreja Cat lica a posi o oficial inequ voca devido autoridade hier rquica papal defendendo o direito a vida desde a concep o as Igrejas Evang licas e Luteranas desconhecem um magist rio central numa argumenta o mais democr tica ancorada no evangelho que est na raiz da f crist embora necessitem do posicionamento dos seus respectivos l deres religiosos estes n o possuem nenhuma infalibilidade A igreja Luterana n o prescreve posi es prefere a pluralidade de opini es mas que devem ser assumidas de forma consciente e respons vel na atualidade ent o qual ser a posi o crist evang lica Sendo uma das teses b sicas da f crist de que a vida humana animal e vegetal tem sua origem num ato criador de Deus lembrando li o do Catecismo Menor de Martim Lutero Creio que Deus criou a mim e a todas as criaturas Gilbert Meilander tece suas considera
142. o este trabalho est em sintonia com o paradigma transdisciplinar buscando uma vis o hol stica da viabilidade das pesquisas com c lulas tronco embrion rias importante analisar os aspectos religiosos envolvidos nesta tem tica A palavra religi o tem por origem o verbo religar no sentido de religar o ser humano a Deus ao pr ximo e natureza e no Brasil as convic es religiosas interferem de forma significativa na aceita o a certas pr ticas m dicas ou cient ficas uma vez que no ltimo censo demogr fico apenas 7 26 dos entrevistados declararam n o ter religi o Vale salientar que a Constitui o Federal de 1988 garante a todos o direito liberdade de credo no seu artigo 5 que estabelece as garantias dos direitos fundamentais Outrossim a Resolu o 196 96 do Conselho Nacional de Sa de que regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil prev em seu artigo II 1 que sejam sempre respeitados os valores culturais sociais morais religiosos e ticos bem como os h bitos e costumes quando as pesquisas envolverem comunidades Da mesma forma seu artigo 11 8 considera risco de pesquisa como a possibilidade de danos dimens o f sica ps quica moral intelectual social cultural ou espiritual do ser humano em qualquer fase de uma pesquisa e dela decorrente Cada vez mais as pessoas tomam consci ncia da grande influ ncia que sua espiritualidade e f t m sobre a sua sa de e sobr
143. o novo gen tipo Genot pico funcional 6 a7 dias Implanta o uterina Suporte materno 14 dias C lulas do indiv duo Individualiza o diferenciadas das c lulas dos anexos 20 dias Notocorda maci a Neural 3 a 4 semanas In cio dos batimentos card acos Card aco 6 semanas Apar ncia humana e rudimento Fenot pico de todos os rg os 7 semanas Respostas reflexas dor e Senci ncia press o 8 semanas Registro de ondas encef lico eletroencefalogr ficas 10 semanas Movimentos espont neos Atividade 12 semanas Estrutura cerebral completa neocortical 12 a 16 semanas Movimentos do feto Anima o percebidos pela m e 20 semanas Probabilidade de 10 Viabilidade Olinto Pegoraro na mesma linha de Ronald Dworkin defende que a exist ncia da natureza humana caracteriza se como uma realidade consciente livre e autodeterminada Este o modo de existir do ser humano natureza consciente em parte j determinada e em parte ainda n o realizada Sendo consciente e indeterminada esta exist ncia livre e respons vel por sua autoconstitui o Esta exist ncia aberta em devir o nico ser tico Se f ssemos apenas viventes biol gicos subordinados s leis do funcionamento dos seres vivos n o nos colocar amos quest es ticas mas enquanto exist ncias conscientes e livres tomamos sempre novas decis es e orienta es somos a nica natureza que controla seu devir PEGORARO 1995 p 91
144. o podendo ser usado como instrumento para algo e justamente por isso tem dignidade sendo assim qualquer ato de instrumentaliza o ou coisifica o do ser humano deveria ser repudiado K ANT 2004 p 58 59 O homem e duma maneira geral todo o ser racional existe como um fim em si mesmo n o meio para o uso arbitr rio desta ou daquela vontade Pelo contr rio em todas as suas a es tanto nas que se dirigem a ele mesmo como nas que se dirigem a outros seres racionais ele tem de ser sempre considerado simultaneamente como um fim Portanto o valor de todos os objetos que possamos adquirir pelas nossas a es sempre condicional Os seres cuja exist ncia depende n o em verdade da nossa vontade mas da natureza t m contudo se s o seres irracionais apenas um valor relativo como meios e por isso se chamam coisas ao passo que os seres racionais se chamam pessoas porque a sua natureza os distingue j como fins em si mesmos quer dizer como algo que n o pode ser empregado como simples meio e que por conseguinte limita nesta medida todo o arb trio e um objeto de respeito 2 2 TEORIA NATALISTA OU DA N O EQUIVAL NCIA DOS CONCEITOS DE SER HUMANO E PESSOA Entretanto apesar da l gica dos argumentos de seus ilustres defensores esta teoria conceptualista n o prevalece no Direito brasileiro por diferentes e v rios motivos que ser o explicitados a seguir Guy Durand destaca a dificuldade de definir crit rios
145. o se afirma nas fontes romanas Outrossim neste mesmo diapas o a li o de Almeida Paiva ao defender a corrente natalista sendo o nascimento o momento inicial da exist ncia da vida humana no seu artigo publicado no jornal Estado de S o Paulo A personalidade civil come a com o nascimento com vida O art 2 do novo C digo Civil reproduziu ipsis litteris o art 4 do C digo revogado de 1916 A personalidade civil da pessoa come a do nascimento com vida mas a lei p e a salvo desde a concep o os direitos do nascituro O atributo jur dico da pessoa passa a existir a partir do momento em que o feto sai do ventre da m e quer por parto natural induzido ou artificial e tenha vida a vida que d a personalidade jur dica da pessoa At ent o desde a concep o at o nascimento com vida o embri o um nascituro gerado e concebido com exist ncia no ventre materno nem por isto pode ser considerado como pessoa A lei protege os interesses de um ser humano j concebido vulo fecundado ordenando o respeito pelas expectativas daqueles direitos que esse ser humano vir adquirir se chegar a ser pessoa o que acontecer repetimos somente ap s o nascimento com vida O professor Washington de Barros Monteiro com a experi ncia de um grande civilista esclarece Discute se se o nascituro pessoa virtual cidad o em germe homem in spem Seja qual for a conceitua o h para o feto uma e
146. o tema Imensa a import ncia desta obra que n o perdeu sua atualidade com o julgamento da a o direta de inconstitucionalidade 3510 feito pelo Supremo Tribunal Federal mas ao contr rio serve de fundamento te rico para ampliar o entendimento em derredor do tema Salvador 22 de fevereiro 2010 M nica Aguiar Profa Bio tica da Gradua o e P s Gradua o Faculdade Direito UFBA INTRODU O Inicialmente cabe salientar que este livro o resultado de minha disserta o de Mestrado em Direito Privado na UFBA aprovada em 2008 e devidamente atualizada O desenvolvimento da biotecnologia causa verdadeira rea o em cadeia havendo uma necessidade urgente de adequa o jur dica a fim de sanar os problemas que vir o no futuro procurar se encontrar a princ pio dentro do sistema jur dico brasileiro os dispositivos legais que sejam capazes de atender esta evolu o cient fica e tamb m a uma interpreta o fundamentada nos princ pios constitucionais aplic veis a cada novo caso que surge Com efeito este livro tem como hip tese de estudo a necessidade do Direito acompanhar os avan os cient ficos a fim de regulamentar as pesquisas com c lulas tronco embrion rias e a clonagem terap utica Da a necessidade de por meio de estudos legais buscar se o equil brio entre a prote o dignidade da pessoa humana que o fundamento do Estado Democr tico de Direito CRFB art 1 as pesquisas bi
147. ociedade Separa se ent o completamente o biol gico do humano Frequentemente recorre se aqui ao direito Seria incumb ncia do direito definir quando o feto humano quando pessoa a id ia subjacente a isso geralmente que ele deveria fixar este momento no nascimento De in cio cumpre observar que se realmente a vida humana surgisse com a forma o do zigoto as t cnicas de reprodu o assistidas que envolvam fertiliza o in vitro poderiam n o ser admitidas pelo Direito Pois nestas t cnicas v rios embri es s o formados em laborat rio sendo aqueles menos vi veis descartados ou congelados apenas sendo implantados os que tenham uma maior possibilidade de xito ou seja seriam geradas v rias vidas para que se viabilizasse pelo menos uma gravidez isto tamb m seria uma esp cie de coisifica o da vida humana GOLDIM 2007 p 200 202 Estimativas variam entre 40 a 70 de zigotos que se perdem no trajeto A nida o pois encerra um processo de rigorosa sele o Enquanto n o assegurado que o amontoado de c lulas ou seja o zigoto tenha condi es de se tornar um ser humano impr prio conceder lhe o status moral Trata se de uma conclus o pol mica e todavia necess ria como nos parece Ningu m vai apregoar uma c lula tronco adulta como sendo uma pessoa humana embora ela seja capaz de algum autodesenvolvimento Algo an logo vale para c lulas embrion rias E temer rio atribuir lhes dignidade humana
148. om uso de c lulas tronco que logo poder o entrar na fase de testes em seres humanos destacou que a FDA rg o do governo dos EUA que libera ou veta a ado o de medicamentos tratamentos dificilmente aprovar com rapidez uma t cnica que exige um tratamento diferenciado para cada paciente Os cientistas envolvidos na pesquisa pura tamb m reconhecem que preciso descobrir mais sobre o novo tipo de c lula criado pela reprograma o e encontrar um modo de cri las sem o risco de que se transformem em tumores Certamente existem motivos de cautela e desconfian a no recebimento desta not cia ao se analisar o caso do cientista sul coreano Woo Suk Hwang que em novembro de 2005 assumiu ser uma fraude e propaganda falsa a not cia de que teria clonado os primeiros embri es humanos para fins terap uticos pois eticamente irrespons vel criar expectativas que posteriormente podem ser frustradas No site Comciencia pode se encontrar diversos artigos e entrevistas com cientistas bioeticistas e juristas analisando os principais debates a respeito do tema destacando inicialmente o avan o nas pesquisas com c lulas tronco adultas retiradas de bancos de cord o umbilical na mat ria Faltam leis sobra pol mica Mesmo sem uma legisla o espec fica as pesquisas terapias com c lulas tronco adultas retiradas do cord o umbilical placenta medula ssea s o realizadas no pa s No Brasil existem atualment
149. onflito entre ambos deve ser aplicada a t cnica ALEX Y 1997 p 106 Para Humberto vila a pondera o de bens consiste num m todo destinado a atribuir pesos a elementos que se entrela am sem refer ncia a pontos de vista que orientem esse sopesamento sendo preciso estruturar a pondera o com a inser o de crit rios divididos em etapas VILA 2005 p 95 96 Prepara o da pondera o Nesta fase devem ser analisados todos os elementos e argumentos o mais exaustivamente poss vel A segunda etapa a da realiza o da pondera o em que se vai fundamentar a rela o estabelecida entre os elementos objeto de sopesamento No caso da pondera o de princ pios essa deve indicar a rela o de primazia entre um outro A terceira etapa a da reconstru o da pondera o mediante a formula o de regras de rela o inclusive de primazia entre os elementos objeto de sopesamento com a pretens o de validade para al m do caso Outrossim para Canotilho apenas em face do caso concreto poss vel se falar em pondera o entre princ pios para se chegar conclus o de que um direito prevaleceria em rela o a outro mas isto n o invalidaria a utiliza o dos m todos de solu o da colis o entre direitos fundamentais em termos abstratos de modo a nortear a a o do Legislativo na elabora o de leis restritivas a direitos fundamentais 1997 p 1232 Os exemplos anteriores apontam para a necessidade de as regras
150. or desta Lei poder o ser registrados e comercializados salvo manifesta o contr ria do CNBS no prazo de 60 sessenta dias a contar da data da publica o desta Lei Art 31 A CTNBio e os rg os e entidades de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei dever o rever suas delibera es de car ter normativo no prazo de 120 cento e vinte dias a fim de promover sua adequa o s disposi es desta Lei Art 32 Permanecem em vigor os Certificados de Qualidade em Biosseguran a comunicados e decis es t cnicas j emitidos pela CTNBio bem como no que n o contrariarem o disposto nesta Lei os atos normativos emitidos ao amparo da Lei n 8 974 de 5 de janeiro de 1995 Art 33 As institui es que desenvolverem atividades reguladas por esta Lei na data de sua publica o dever o adequar se as suas disposi es no prazo de 120 cento e vinte dias contado da publica o do decreto que a regulamentar Art 34 Ficam convalidados e tornam se permanentes os registros provis rios concedidos sob a gide da Lei n 10 814 de 15 de dezembro de 2003 Art 35 Ficam autorizadas a produ o e a comercializa o de sementes de cultivares de soja geneticamente modificadas tolerantes a glifosato registradas no Registro Nacional de Cultivares RNC do Minist rio da Agricultura Pecu ria e Abastecimento Art 36 Fica autorizado o plantio de gr os de soja geneticamente modificada tolerante a glifosato reservados pelos
151. os de libera o comercial sem o parecer t cnico favor vel da CTNBio ou sem o licenciamento do rg o ou entidade ambiental respons vel quando a CTNBio considerar a atividade como potencialmente causadora de degrada o ambiental ou sem a aprova o do Conselho Nacional de Biosseguran a CNBS quando o processo tenha sido por ele avocado na forma desta Lei e de sua regulamenta o VII a utiliza o a comercializa o o registro patenteamento e o licenciamento de tecnologias gen ticas de restri o do uso Par grafo nico Para os efeitos desta Lei entende se por tecnologias gen ticas de restri o do uso qualquer processo de interven o humana para gera o ou multiplica o de plantas geneticamente modificadas para produzir estruturas reprodutivas est reis bem como qualquer forma de manipula o gen tica que vise ativa o ou desativa o de genes relacionados fertilidade das plantas por indutores qu micos externos Art 72 S o obrigat rias a investiga o de acidentes ocorridos no curso de pesquisas e projetos na rea de engenharia gen tica e o envio de relat rio respectivo autoridade competente no prazo m ximo de 5 cinco dias a contar da data do evento Il a notifica o imediata CTNBio e s autoridades da sa de p blica da defesa agropecu ria e do meio ambiente sobre acidente que possa provocar a dissemina o de OGM e seus derivados 1 a ado o de meios nec
152. ot cia lament vel e preocupante E os clones poder se iam multiplicar ao infinito todos iguais na sua apar ncia f sica como no seu comportamento ps quico Isso grave Sr Cardeal como fica a afirmativa da sua Igreja Que cada alma criada para cada corpo que nasce uma s vez N o tememos o avan o da ci ncia porque nela o que chamamos de Deus sempre est Eur pedes Kuhl tece abaixo suas considera es a respeito desta pol mica mat ria Sabendo que a vida inicia j a partir da fecunda o a muitos assalta a preocupa o de como estariam os Esp ritos jungidos aos embri es congelados talvez assim permanecendo nas provetas dos laborat rios por esticados per odos Exercitando a an lise vamos em busca das poss veis respostas Corpos sem alma O Livro dos Esp ritos nas Quest es 136 a 136 b consta que podem existir corpos sem alma sendo apenas uma massa de carne sem intelig ncia na Quest o 336 consta que Deus proveria os casos em que um corpo que deve nascer n o encontrasse um Esp rito para nele reencarnar se Com Kardec no outro cap tulo Uni o da alma e do corpo Quest es 344 a 356 b de O Livro dos Esp ritos encontramos a segura orienta o no momento da concep o o Esp rito se une em definitivo ao corpo por la os ainda fr geis podendo haver mortes prematuras tanto pela imperfei o da mat ria quanto principalmente por tratar se de prova ta
153. otecnol gicas com nfase na utiliza o das c lulas tronco embrion rias da clonagem terap utica que poder o sanar in meras doen as mas que ainda s o objeto de d vidas no ordenamento jur dico brasileiro Este livro propiciar o desenvolvimento de um estudo pormenorizado a respeito do tema tendo por objetivos a Investigar sob o aspecto jur dico quais as teorias que definem o in cio da vida humana embasadoras das pesquisas com c lulas tronco embrion rias b Demonstrar que desnecess ria a distin o entre pessoa ser humano na medida em que o pr embri o n o tem status que lhe assegure o direito vida c Compatibilizar as teorias concepcionista e a natalista de forma a permitir as pesquisas com c lulas tronco embrion rias sem ferir a dignidade da pessoa humana d Demonstrar que da mesma forma que as pesquisas com as c lulas tronco embrion rias s o importantes para a melhoria da sa de da popula o a clonagem terap utica tamb m deveria ser permitida como uma alternativa aos transplantes Ainda cabe justificar que este tema foi escolhido justamente por sua relev ncia social atualidade e urg ncia de solu es jur dicas a serem apontadas pois se verifica que a tem tica da utiliza o das c lulas tronco embrion rias bem como a clonagem terap utica necessitam ser melhor discutidas e normatizadas a fim de que os juristas possam oferecer solu es pr ticas s in meras que
154. ou contra a libera o das pesquisas O embri o desde a fecunda o um indiv duo um representante da esp cie humana com toda a carga gen tica do feto Se pelo bem praticamos o mal se para salvar uma vida tiramos outra sem salva o ficar o homem Tamb m propondo restri es no texto legal Voto do ministro Ricardo Lewandowski Outrossim o Ministro Ricardo Lewandowski votou contra a libera o das pesquisas A vida do ponto de vista estritamente legal come a na concep o iniciada quer in vitro quer no tero N o se mostra conveniente permitir que projetos de pesquisa e de terapia com c lulas tronco embrion rias humanas sejam exclusivamente aprovadas pelos comit s de tica das pr prias institui es Voto do ministro Eros Grau O ministro Eros Grau em seu voto demostra sua contrariedade a libera o das pesquisas Nesses vulos fecundados n o h ainda vida humana Nos embri es e tomo o voc bulo em sentido corrente sim neles h processo vital em curso O embri o insisto neste ponto faz parte do g nero humano j uma parcela da humanidade Em resumo para o ministro a pesquisa com embri es humanos e a poss vel destrui o dos mesmos afrontariam o direito vida e a dignidade da pessoa humana Voto do ministro Cezar Peluso O Ministro Antonio Cezar Peluso julga parcialmente procedente a a o pois estabelece restri es as pesquisas em seu voto embora tenha afirmado
155. para o estatuto do feto e o in cio da pessoa humana como os biol gicos psicoafetivo ou jur dico DURAND 2003 p294 Quando se pode dizer que o embri o ou que o feto realmente humano As respostas s o divergentes Aqui mais uma vez elas podem ser agrupadas globalmente em duas tend ncias 1 A primeira tentativa refere se a um crit rio de ordem biol gica Seus defensores sustentam que o ser humano come a desde o primeiro instante da gravidez desde o encontro do vulo com o espermatoz ide Fala se portanto da humaniza o imediata 2 Os defensores da humaniza o diferida n o negam nenhum dos dados factuais da biologia mas julgam que esse indiv duo ainda n o um ser humano completo uma pessoa Ele s se tornar tal em um momento ulterior de seu desenvolvimento pelo jogo das rea es do material gen tico sobre o meio ambiente biol gico e pela aquisi o progressiva das formas e fun es caracter sticas do homem Ele ser uma pessoa por exemplo por volta dos quatorze ou dezessete dias quando a nida o tiver sido completada e o processo de individua o interrompido ou mais tarde quando estiverem formados o sistema nervoso e o c rebro 3 Em uma perspectiva um pouco diferente certos psic logos e fil sofos baseando se na import ncia da relacionalidade no crescimento das pessoas pretendem que o feto s se torna realmente humano quando ele aut nomo ou quando reconhecido e aceito como tal por seus pais ou pela s
156. pr pria Outrossim no artigo Declara o sobre Exig ncias ticas em Defesa da Vida escrito por Ana Cec lia de Campos Sampaio no site da CNBB Confer ncia Nacional dos Bispos Brasileiros foi defendida a posi o da Igreja Cat lica neste tema destacando seus principais argumentos abaixo A Igreja Cat lica consciente de sua miss o evangelizadora jamais poder abrir m o do empenho de valorizar promover e defender a vida humana Firmamos nossa posi o com o saudoso Papa Jo o Paulo que sempre defendeu a vida e a dignidade da pessoa humana em qualquer fase ou condi o em que se encontre a pessoa humana como medida central de toda a ci ncia os mais fracos e desprotegidos como op o preferencial da Igreja o ju zo tico como referencial para a pesquisa cient fica Causa nos rep dio e inquietude uma s rie de iniciativas do Executivo distribui o maci a de preservativos al m de produtos abortivos como o DIU e as assim chamadas p lulas do dia seguinte de decis es do Judici rio como foi o caso da cautelar concedida na Arg ig o de Descumprimento de Preceito Fundamental ADPF 54 no Supremo Tribunal Federal permitindo o aborto de fetos portadores de anencefalia e de projetos do Legislativo tais como Lei de Biosseguran a j aprovada que permite a utiliza o de embri es para a pesquisa com c lulas tronco e v rias tentativas de revis o da Legisla o Punitiva sobre o aborto propondo a sua de
157. prego de drogas imunossupressoras para combater o risco de rejei o Este procedimento sujeita o paciente ao perigo de bito por outras infec es e c nceres Para contornar este problema se aposta no auto transplante de c lulas atrav s da gera o de um blast cito com material gen tico do enfermo O processo permite n o s o cultivo do tecido necess rio mas sua compatibilidade com material gen tico do paciente A clonagem terap utica constitui um recurso para ampliar a biblioteca de tecidos oferecendo menores riscos de rejei o para o enfermo conforme referido A Profa Mayana Zatz explica assim a t cnica da clonagem terap utica Se em vez de inserirmos em um tero o vulo cujo n cleo foi substitu do por um de uma c lula som tica deixarmos que ele se divida no laborat rio teremos a possibilidade de usar estas c lulas que na fase de blastocisto s o pluripotentes para fabricar diferentes tecidos Isto abrir perspectivas fant sticas para futuros tratamentos porque hoje s se consegue cultivar em laborat rio c lulas com as mesmas caracter sticas do tecido do qual foram retiradas importante que as pessoas entendam que na clonagem para fins terap uticos ser o gerados s tecidos em laborat rio sem implanta o no tero N o se trata de clonar um feto at alguns meses dentro do tero para depois lhe retirar os rg os como alguns acreditam Tamb m n o h porque chamar esse vulo de embri o ap s
158. produ o industrial que cultivam OGM Organismo Geneticamente Modificado no territ rio brasileiro artigo 2 ficando vedados assim s pessoas f sicas como agentes aut nomos independentes as atividades e projetos mencionados na lei art 2 2 Portanto legalmente um cientista isoladamente n o pode trabalhar com as t cnicas de manipula o gen tica Conforme exposto o arcabou o legal brasileiro especialmente aplicado clonagem nos seres humanos inclusive a n vel constitucional d seguran a de que pelo menos no Brasil o progresso da Gen tica n o afrontar a dignidade da pessoa humana art 1 inciso III da Carta Magna C ntia Gon alves em artigo escrito com Daniela Lemos defende a pesquisa com c lulas tronco embrion rias PACHECO 2006 p 215 Ao permitir as pesquisas com embri es nos moldes que foram permitidas o legislador buscou a preserva o da vida sen o vejamos nas t cnicas de reprodu o assistida normalmente v rios vulos s o fecundados in vitro desses alguns s o descartados por serem considerados invi veis outros s o realmente implantados no tero feminino e outros ainda s o simplesmente congelados para futura mas n o certa utiliza o Ap s tr s anos de congelamento as chances de implanta o ou mesmo o desenvolvimento ap s implanta o desses embri es praticamente nula A n o utiliza o acarretar o descarte desse material Da a bvia con
159. ra pesquisa Mas por que n o utilizar com a devida autoriza o dos genitores essas c lulas que se encontram nas cl nicas de fertiliza o congeladas h mais de tr s anos conforme determina a lei Queremos o uso de embri es que j existem e fatalmente ser o descartados para a cura de outros seres A utiliza o terap utica de c lulas tronco e a se incluem as c lulas tronco adultas encontradas no organismo e no cord o umbilical representam uma revolu o dentro da Medicina para doen as que se tornam cada dia mais frequentes e para as quais hoje n o existe nenhuma esperan a de cura Qual a esperan a que a Medicina tem a dar a um indiv duo v tima de uma les o na medula no sentido de recuperar os seus movimentos Pr xima de zero Com a pesquisa da c lula tronco existe uma esperan a a de que a partir dessas c lulas sejam produzidas milh es de outras do tecido nervoso e que implantadas no local da les o passariam a cumprir a fun o de transmitir os impulsos nervosos Qual a esperan a de cura de um indiv duo com diabetes Praticamente nenhuma Com as c lulas tronco existe uma expectativa real de que o diabetes tenha um tratamento e que a pessoa n o precise tomar insulina o resto da vida At mesmo para o c ncer essas pesquisas podem ser animadoras segundo o geneticista Neste mesmo diapas o Pietro Alarc n defende estas pesquisas A nosso ver a evolu o dos direitos fundamentais e da Ci ncia Gen
160. ram uma cultura de c lulas tratam na com fatores de crescimento j podem produzir qualquer tipo de tecido do corpo humano das c lulas cerebrais para tratar o mal de Alzheimer a novos cora es para transplantes NERI 2004 p 11 Lygia da Veiga Pereira afirma no seu artigo Clonagem terap utica e pol mica que a investiga o em embri es na linha de pesquisa de c lulas tronco embrion rias uma ferramenta poderosa para o estudo do desenvolvimento humano j que a impossibilidade de acompanhar esse desenvolvimento in vivu Defende tamb m a viabiliza o da clonagem terap utica no Brasil mas n o a da clonagem reprodutiva pelo benef cio que poder trazer pesquisa cient fica uma vez que possibilitaria a visualiza o da progress o de doen as in vitro e seus mecanismos do desenvolvimento 5 Acredita a pesquisadora ser um momento de abrir o leque de pesquisas promissoras no Brasil Entre estas pesquisas promissoras encontram se a pesquisa com c lulas tronco a auto regenera o de rg os etc Argumenta que a libera o da pesquisa simboliza o come o de um longo caminho a percorrer at a obten o da cura ao paciente em leito de hospitais Afirma tamb m que as pesquisas com animais acontecem desde a d cada de 80 n o se justificando mais os resultados foram bastante promissores o que indicaria situa o bastante favor vel para passar para o estudo da clonagem da c lula embrion ria Marco Segre ana
161. rap utica n o crime devendo ser a conduta adequada ao tipo da clonagem reprodutiva MINA HIM 2005 p g 142 sua gera o e uso para fins terap uticos n o deveria ser considerado crime No entendimento daqueles que s aceitam que haja embri o quando implantado o que s aconteceria com mais possibilidades de xito at o est gio de m rula a clonagem de blastocisto n o afetaria os bens jur dicos protegidos porque sobrevindo esta fase sem implante praticamente n o existe mais viabilidade de gesta o Tendo descriminalizado a produ o de embri es para servir como material terap utico dispon vel e admitindo o uso de c lulas tronco para terapia a lei mais audaciosamente quis inserir o Brasil na mais avan ada e arrojada das posi es no particular A clonagem reprodutiva por seu turno visa a proporcionar o nascimento de filhos em casais inf rteis ou substituir uma pessoa querida j morta e para fins de eugenia Porque tem a finalidade de gerar um indiv duo deve ser entendida como forma de clonagem humana proibida pela lei Se se compreender como o legislador que s h tipo quando houver fim de reprodu o o crime se consumaria com o implante no tero do ov cito contendo material gen tico do doador ou com a gera o do embri o restando inconteste pelos meios dispon veis que ele ser implantado no tero 5 AVIT RIA DA ESPERAN A NO STF Em 29 05 08 depois de cerca de tr s anos estudando o
162. reguladores da capacidade de uma c lula tronco se dividir e ent o se renovar Sem eles as c lulas rapidamente tornam se especializadas perdendo seu status peculiar de pluripot ncia A pesquisa cria esperan as de que um dia ser poss vel controlar a renova o e o desenvolvimento de CTs em c lulas espec ficas Este o in cio do desenvolvimento de maneiras para manipular essas c lulas com objetivos definidos sugere Lemischka De certa forma essa apenas a ponta do iceberg N s n o examinamos todos o genes Os resultados da pesquisa foram publicados no site da revista Nature Analisando novos m todos para obten o de c lulas tronco O jornal O Estado de S o Paulo noticiou em seu site o experimento em que cientistas transformaram c lulas som ticas humanas em c lulas tronco Cientistas conseguiram dar a c lulas comuns da pele humana os mesmos poderes de transforma o das c lulas tronco embrion rias um avan o surpreendente que poder um dia gerar os mesmos benef cios m dicos esperados da clonagem de embri es mas sem o processo pol mico Equipes de dois continentes informam o sucesso em dois artigos divulgados em 20 11 07 A t cnica da reprograma o direta contorna a s rie de obst culos ticos pol ticos e pr ticos que surgiram em meio s tentativas de gerar c lulas tronco embrion rias humanas por meio da clonagem de embri es Cientistas familiarizados com o novo trabalho dizem qu
163. rejulgamento vai muito al m da Antiguidade e da Idade M dia Por exemplo a jurisprud ncia penal francesa no s culo XIX considerava que o feto nos primeiros meses da gesta o n o tendo as organiza es as formas de um ser humano deveria ser tratado como um produto sem nome n o como uma pessoa Segundo essa teoria o embri o informe e consiste em um simples saco cut neo sem rg os distintos Littr Do mesmo modo hoje esse prejulgamento ainda est ativo na primeira parte deste trabalho n s o vimos aparecer tanto no relat rio Warnock como no relat rio Palacios Outra falha nesta teoria que se realmente a pessoa surgisse com a fecunda o o direito n o toleraria a utiliza o do contraceptivo emergencial denominado como p lula do dia seguinte inclusive como parte do programa de Pol ticas de Planejamento Familiar desenvolvido pelo Minist rio da Sa de salientando que sua a o concentra se no impedimento da fixa o do zigoto na parede do tero materno O mesmo racioc nio se aplicaria ao m todo contraceptivo DIU dispositivo intra uterino refutando a id ia da inviolabilidade do pr embri o uma vez que o DIU de progesterona impede a implanta o do blast cito no tero assim impediria a gravidez no est gio ap s a concep o Logo para serem coerentes aqueles que defendem a teoria concepcionista deveriam tamb m opinar pela proibi o da fertiliza o in vitro que
164. ricultura pecu ria agroind stria e reas afins de acordo com a legisla o em vigor e segundo o regulamento desta Lei Il ao rg o competente do Minist rio da Sa de emitir as autoriza es e registros e fiscalizar produtos e atividades com OGM e seus derivados destinados a uso humano farmacol gico domissanit rio e reas afins de acordo com a legisla o em vigor e segundo o regulamento desta Lei III ao rg o competente do Minist rio do Meio Ambiente emitir as autoriza es e registros e fiscalizar produtos e atividades que envolvam OGM e seus derivados a serem liberados nos ecossistemas naturais de acordo com a legisla o em vigor e segundo o regulamento desta Lei bem como o licenciamento nos casos em que a CTNBio deliberar na forma desta Lei que o OGM potencialmente causador de significativa degrada o do meio ambiente IV Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presid ncia da Rep blica emitir as autoriza es e registros de produtos e atividades com OGM e seus derivados destinados ao uso na pesca e aquicultura de acordo com a legisla o em vigor e segundo esta Lei e seu regulamento 2 Somente se aplicam as disposi es dos incisos e Il do art 82 e do caput do art 10 da Lei n 6 938 de 31 de agosto de 1981 nos casos em que a CTNBio deliberar que o OGM potencialmente causador de significativa degrada o do meio ambiente 32 A CTNBio delibera em ltima e definitiva inst nc
165. ro da Natureza Humana defende as interven es gen ticas de car ter terap utico 2004 p 60 Por um lado sob as condi es do pluralismo ideol gico n o podemos atribuir ao embri o desde o in cio a prote o absoluta da vida de que as pessoas enquanto portadoras de direitos fundamentais desfrutam Por outro lado existe a intui o de que n o podemos simplesmente dispor da vida humana pr pessoal como de um bem submetido a concorr ncia Para esclarecer essa intui o escolho o desvio que passa pela possibilidade hoje admitida apenas de forma te rica de uma eugenia liberal que nos Estados Unidos j discutida pormenorizadamente E f cil vislumbrar a import ncia dessas c lulas para o tratamento de doen as como Parkinson esclerose m ltipla les es musculares e cerebrais e problemas card acos destacando at a possibilidade de cura da diabetes evitando a necessidade das inje es di rias de insulina ap s o tratamento com c lulas tronco no p ncreas Ainda analisando as pesquisas promissoras com c lulas tronco foram descobertos mais resultados satisfat rios na cura de doen as do cora o como noticia o jornal O Estado de S o Paulo no seu site www Estadao com br Um grupo de cientistas dos Estados Unidos conseguiu reparar cora es danificados de ratos usando uma inje o de c lulas produzidas a partir de c lulas tronco abrindo o caminho para o poss vel uso da t cnica em larga
166. rojetos no mbito de entidade os conduzidos em instala es pr prias ou sob a responsabilidade administrativa t cnica ou cient fica da entidade 5 22 As atividades e projetos de que trata este artigo s o vedados a pessoas f sicas em atua o aut noma e independente ainda que mantenham v nculo empregat cio ou qualquer outro com pessoas jur dicas 32 Os interessados em realizar atividade prevista nesta Lei dever o requerer autoriza o Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio que se manifestar no prazo fixado em regulamento 42 As organiza es p blicas e privadas nacionais estrangeiras ou internacionais financiadoras ou patrocinadoras de atividades ou de projetos referidos no caput deste artigo devem exigir a apresenta o de Certificado de Qualidade em Biosseguran a emitido pela CTNBio sob pena de se tornarem co respons veis pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento desta Lei ou de sua regulamenta o Art 32 Para os efeitos desta Lei considera se organismo toda entidade biol gica capaz de reproduzir ou transferir material gen tico inclusive v rus e outras classes que venham a ser conhecidas Il cido desoxirribonucl ico ADN cido ribonucl ico ARN material gen tico que cont m informa es determinantes dos caracteres heredit rios transmiss veis descend ncia III mol culas de ADN ARN recombinante as mol culas manipuladas fora das c lulas vivas
167. ronco perspectivas e desafios do site Comciencia Entre as primeiras aplica es da terapia celular em neurologia est o tratamento da esclerose m ltipla uma doen a inflamat ria cr nica do sistema nervoso central de natureza autoimune com d ficit neurol gico progressivo O tratamento convencional emprega drogas imuno supressoras mas h casos refrat rios onde a terapia celular com CTH aparece como alternativa O procedimento consiste em intensa imuno supress o por quimioterapia e ou radioterapia seguida da reconstitui o do sistema imune com CTH aut logas ou alog nicas Ou seja procura se eliminar as c lulas do sistema imune do paciente que est o agredindo seu sistema nervoso e substitu las por novas c lulas derivadas das CTH Protocolos de pesquisa desse tipo est o em execu o em diversas institui es no mundo com resultados satisfat rios cerca de 70 dos pacientes apresentam melhora ou estabiliza o do quadro O interesse mais imediato o emprego de CT na redu o de morbidade ap s o acidente vascular cerebral isqu mico AVCI uma doen a com altas taxas de mortalidade e morbidade no Brasil Tamb m nas pesquisas para encontrar a cura do c ncer as c lulas tronco s o promissoras como explicam Fl vio Henrique Paraguass Braga Adriana Bonomo pesquisadores do Banco de Sangue de Cord o Umbilical e Placent rio do Instituto Nacional de C ncer do Rio de Janeiro no seu artigo C lulas tronco e c ncer
168. rv ncia do princ pio da precau o para a prote o do meio ambiente 19 Para os fins desta Lei considera se atividade de pesquisa realizada em laborat rio regime de conten o ou campo como parte do processo de obten o de OGM e seus derivados ou de avalia o da biosseguran a de OGM e seus derivados o que engloba no mbito experimental a constru o o cultivo a manipula o o transporte a transfer ncia a importa o a exporta o o armazenamento a libera o no meio ambiente e o descarte de OGM e seus derivados 20 Para os fins desta Lei considera se atividade de uso comercial de e seus derivados que n o se enquadra como atividade de pesquisa que trata do cultivo da produ o da manipula o do transporte da transfer ncia da comercializa o da importa o da exporta o do armazenamento do consumo da libera o e do descarte de OGM e seus derivados para fins comerciais Art 22 As atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados relacionados ao ensino com manipula o de organismos vivos pesquisa cient fica ao desenvolvimento tecnol gico e produ o industrial ficam restritos ao mbito de entidades de direito p blico ou privado que ser o respons veis pela obedi ncia aos preceitos desta Lei e de sua regulamenta o como pelas eventuais consequ ncias ou efeitos advindos de seu descumprimento 8 12 Para os fins desta Lei consideram se atividades e p
169. s zigoto m rula bl stula quando se tem o aparecimento das c lulas tronco pluripotentes que dar o origem ao embri o e anexos embrion rios nesta fase tamb m que nas cl nicas de fertiliza o o pr embri o sofre uma indu o qu mica e cultivado para acompanhar sua viabilidade quando inserido no tero Ainda defendendo as pesquisas sobre clonagem terap utica Maria de F tima Freire de S e Bruno Torquato Naves tecem seus coment rios SARMENTO 2007 p 271 272 Embora a clonagem tenha sido proibida pela Lei de Biosseguran a a utiliza o de c lulas tronco embrion rias permitida no Brasil desde que obtida de embri es excedentes das t cnicas de fertiliza o in vitro invi veis ou congelados h mais de tr s anos Desta forma um dos maiores objetivos da clonagem terap utica a produ o de rg os para transplantes ou a recomposi o destes a partir de c lulas tronco ainda pode ser alcan ado Um argumento favor vel manipula o dos mesmos o que poderia ensejar a clonagem terap utica versa no sentido de que se sobrantes das t cnicas de fertiliza o in vitro realizadas com sucesso porque n o utiliz los na forma o de novos rg os N o seriam eles descartados Em princ pio parece nos adequada a coloca o at porque preciso diferenciar a produ o de embri es em escala para fins de manipula o em rala o aos embri es excedentes da t cnica de reprodu o diante do
170. s costas e p em dentro dele uma pilha uma bateria para que eu possa andar como as minhas bonecas Voto do ministro Joaquim Barbosa Ao acompanhar integralmente o voto do relator pela improced ncia da a o o ministro Joaquim Barbosa ressaltou que A proibi o da pesquisa significa fechar os olhos para o desenvolvimento cient fico e para os eventuais benef cios que dele podem advir A lei respeita tr s primados fundamentais da Rep blica laicidade respeito a liberdade individual e liberdade de express o da atividade intelectual e cient fica concluindo que a permiss o para pesquisa com c lulas embrion rias prevista na lei de biosseguran a n o recai em inconstitucionalidade Inclusive ele citou que em pa ses como a Espanha B lgica e Su a esse tipo de pesquisa permitida com restri es semelhantes s j previstas na lei brasileira Voto da ministra Ellen Gracie O voto da ministra Ellen Gracie acompanhou integralmente o voto do relator Carlos Ayres Britto no sentido da improced ncia da pretens o aduzida na ADI n 3510 salientando em seu posicionamento O pr embri o n o acolhido no seu ninho natural de desenvolvimento o tero n o se classifica nem como pessoa nem como nascituro uma vez que este pressup e a possibilidade de vir a nascer o que n o ocorre com esses embri es invi veis ou destinados ao descarte O aproveitamento nas pesquisas cient ficas com c lulas tronco dos embri es i
171. s para obten o de c lulas tronco embrion rias utilizando a clonagem terap utica ou de embri es de at 14 dias Essa a mesma posi o adotada pelas academias de ci ncia de 63 pa ses inclusive a brasileira dentre elas China Cor ia do Sul Taiwan Nos Estados Unidos o presidente Bush a princ pio tentou proibir a pesquisa com embri es humanos congelados mas depois flexibilizou o uso de experi ncias em alguns estados Segundo o site Comciencia existe uma grande diversidade no tratamento legal deste tema na mat ria Faltam leis sobra pol mica Dos pa ses que integram a Uni o Europ ia UE a Inglaterra foi o primeiro a autorizar a utiliza o de c lulas tronco embrion rias em pesquisas em 2000 Mas at hoje apenas Finl ndia Gr cia Su a e Holanda seguiram seu exemplo A maioria dos outros pa ses que integram a UE n o possui legisla o espec fica sobre o tema Em outros a utiliza o de c lulas tronco embrion rias permitida apenas em casos muito particulares como o da fertiliza o in vitro Em laborat rios em Cingapura Taiwam e Cor ia do Sul j s o realizadas pesquisas com c lulas tronco embrion rias mas a legisla o sobre o assunto apenas come a a ser discutida O governo da China foi pioneiro ao aprovar em fevereiro deste ano as primeiras regulamenta es permitindo pesquisa com clonagem de embri es humanos para retirada de c lulas tronco Nos Estados Unidos a utiliza o n o
172. sco caso a caso relativamente a atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados V estabelecer os mecanismos de funcionamento das Comiss es Internas de Biosseguran a no mbito de cada institui o que se dedique ao ensino pesquisa cient fica ao desenvolvimento tecnol gico e produ o industrial que envolvam OGM ou seus derivados VI estabelecer requisitos relativos biosseguran a para autoriza o de funcionamento de laborat rio institui o ou empresa que desenvolver atividades relacionadas a OGM e seus derivados VII relacionar se com institui es voltadas para a biosseguran a de OGM e seus derivados em mbito nacional e internacional VIII autorizar cadastrar e acompanhar as atividades de pesquisa com OGM ou derivado de OGM nos termos da legisla o em vigor IX autorizar a importa o de OGM e seus derivados para atividade de pesquisa X prestar apoio t cnico consultivo e de assessoramento ao CNBS na formula o da PNB de OGM e seus derivados XI emitir Certificado de Qualidade em Biosseguran a para o desenvolvimento de atividades com e seus derivados em laborat rio institui o ou empresa e enviar c pia do processo aos rg os de registro e fiscaliza o referidos no art 16 desta Lei XII emitir decis o t cnica caso a caso sobre a biosseguran a de OGM e seus derivados no mbito das atividades de pesquisa e de uso comercial d
173. scriminaliza o e ampliando os prazos e condi es para sua pr tica A tradi o moral Cat lica Romana coesa na defesa do direito a vida lembrando Margaret Farley que a prote o dos embri es humanos deriva do mesmo direito dos homens que n o devem ser criados ou destru dos apenas para finalidade de pesquisa HOLLAND 2006 p 123 Em primeiro lugar n meros relevantes de cat licos incluindo os atuais porta vozes dos bispos americanos argumentam contra DOERFLINGER 1999 Donum Vitae 1987 GRISEZ 1990 Parte do argumento contra a pesquisa com c lulas tronco embrion rias ap ia se ainda na identifica o de alternativas c lulas de adultos desdiferenciadas e rediferenciadas em linhagens espec ficas Grande n mero de te logos morais cat licos por exemplo n o considera que o embri o humano em seus est gios mais iniciais antes do desenvolvimento da linha primitiva ou da implanta o constitua uma entidade humana individualizada com o potencial inerente estabelecido de transformar se em um ser humano Quem tem essa opini o prefere voltar a posi o cat lica de v rios s culos de acordo com a qual preciso haver um certo grau de desenvolvimento a fim de o concepto adquirir um estatuto pessoal Estudos embrion rios recentes mostram que a fertiliza o concep o ela mesmo um processo em vez de um momento fornecendo fundamentos id ia de que em seus est gios iniciais incluindo o de blast cito em que a
174. sente nas c lulas tronco embrion rias fetais ou adultas O pluralismo que caracteriza a bio tica deve imperar Nosso Estado laico e ademais ao eventual tratamento com c lulas tronco s se submeteriam pessoas que n o tivessem problemas morais contra tal procedimento Portanto suas convic es seriam respeitadas 3 6 A A O DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N 3 510 Em 16 05 05 o Procurador Geral da Rep blica ajuizou a A o Direta de Inconstitucionalidade n 3510 perante o Supremo Tribunal Federal contra o artigo 5 e seus par grafos alegando que estes dispositivos ferem a prote o constitucional do direito vida e a dignidade da pessoa humana porquanto entende que pessoa humana desde o momento da fecunda o Vale por fim salientar que o relator do processo foi o Ministro Carlos Ayres Britto Entretanto a defesa das pesquisas com c lulas tronco na a o de inconstitucionalidade proposta pelo Procurador Geral da Rep blica no Supremo Tribunal Federal conduzida pela sociedade sem fins lucrativos Movitae presidida por Andr a Bezerra Albuquerque A representa o da entidade que atua como amicus curiae no processo feita pelo advogado Lu s Roberto Barroso destacando alguns aspectos principais de defesa das pesquisas 32 Como consequ ncia das premissas assentadas acima o embri o resultante da fertiliza o in vitro conservado em laborat rio a n o uma pessoa haja vista n o ter nascido b n
175. specialmente a mulher produziram o feto s o extens es e fruto do seu pr prio corpo s o seus para deles dispor at que tomem posse de si mesmos como entidades conscientes at que se lhes d em uma condi o especial em uma comunidade ou at que eles mesmos se tornem pessoas Desta mesma maneira pensa Fermin Roland Schramm entendendo que o embri o antes de se fixar no tero seria apenas um pr embri o Revista Super Interessante 2005 p 64 A pergunta pertinente n o quando come a a vida mas quando come a uma vida relevante do ponto de vista tico Um embri o num tubo de ensaio apenas uma possibilidade de vida Na linha defendida pelo autor para S rgio Abdalla Semi o um embri o fertilizado in vitro tamb m n o seria considerado ser humano quando afirma SEMI O 1998 p 153 A consequ ncia l gica do nascimento com vida no sistema adotado pelo nosso Ordenamento Jur dico a exist ncia da pessoa natural portadora da personalidade civil plena Portanto em nosso Direito em conformidade com a maioria das legisla es vigentes e em harmonia com a escola natalista hoje generalizada em todo o mundo soa exclusivamente dois os requisitos para que a pessoa natural tenha inicialmente a personalidade civil a o nascimento b a vida extra uterina Em outras palavras exige se apenas que nas a vida Antes do parto o feto n o pessoa uma por o da sua m e uma parte das v sceras desta com
176. ssoas Com efeito a Bio tica n o apenas uma nova vers o da tica m dica tradicional pois n o trata apenas de problemas deontol gicos decorrentes das rela es entre m dicos e pacientes mas como leciona Volney Garrafa de situa es persistentes aborto transplantes de rg os eutan sia e de situa es emergentes terapia g nica clonagem transg nicos c lulas tronco decorrentes do progresso biotecnol gico GARRAFA 2006 p 12 Situa es Emergentes em Bio tica ou seja aquelas situa es tamb m denominadas de limites ou fronteiras do conhecimento e que surgiram mais recentemente no contexto mundial como consequ ncia do acelerado desenvolvimento cient fico e tecnol gico verificado nos ltimos anos Situa es Persistentes em Bio tica refere se aos problemas ou conflitos ticos cotidianos que persistem teimosamente nas sociedades humanas Como se pode depreender a classifica o proposta agrega uma base te rico conceitual e duas vertentes tem ticas que respeitam a historicidade dos conflitos ticos atuais emergentes ou antigos persistentes A Bio tica como j explicitado anteriormente n o pode ser entendida apenas como uma vis o do bem ou do mal a ser aplicada a uma realidade concreta mas dentro de uma abordagem hol stica ou transdisciplinar devendo estabelecer limites ticos bem como justificar o ju zo moral aplic vel a cada caso lembrando a li o de Guy Dur
177. st es ambientais na forma o de pessoal sanit rio e outros na responsabilidade dos Estados frente aos cidad os principalmente os mais fr geis e necessitados Vale lembrar que se busca n o a realiza o de pesquisas com c lulas tronco embrion rias de forma indiscriminada mas sim a elabora o de documentos legais que possam equilibrar os direitos dos cientistas de liberdade de pesquisa com a dignidade da pessoa humana visando dentro de uma abordagem utilitarista atingir a maior felicidade para o maior contingente de pessoas Para esta finalidade indispens vel a utiliza o da t cnica da Pondera o de Valores para enfrentar a colis o de direitos fundamentais entre a liberdade de pesquisa cient fica disposta no art 5 inciso IX da Constitui o Federal livre a express o da atividade intelectual art stica cient fica e de comunica o independente de censura ou licen a que estaria tensionada pela necessidade de respeito ao princ pio da dignidade humana que serviria mesmo de um limite aquele outro Neste sentido Robert Alexy entende que s se pode definir o conte do da dignidade humana a partir do necess rio processo de pondera o que deve ocorrer quando esta for cotejada com outros princ pios n o possuindo esta um valor absoluto nem tampouco grau de hierarquia superior ao dos demais direitos humanos fundamentais que como aquela constituem se em princ pios e de tal modo em caso de c
178. st es que poder o surgir Ademais preponderante a relev ncia social do tema em raz o da possibilidade de cura de variadas doen as como se pode acompanhar na m dia pois s o in meras as inova es que a biotecnologia vem proporcionando Entretanto estes avan os espetaculares da ci ncia precisam atender a certos limites jur dicos ticos e morais escolhidos por cada cultura e sociedade em que estejam inseridos Sendo necess rio delimitar o princ pio da liberdade de pesquisa consagrado pelo art 5 IX da CRFB em confronta o com o princ pio da dignidade humana previsto no seu artigo 1 inciso Ressalte se que esta tem tica de grande atualidade em raz o de ter sido aprovada uma nova Lei de Biosseguran a n 11 105 de 24 03 05 permitindo as pesquisas com c lulas tronco que podem diferenciar se nos in meros tecidos e rg os do corpo humano tendo inclusive revogado a Lei n 8 974 de 05 01 95 que proibia esta pesquisa O livro est dividido em 5 cap tulos que assim est o distribu dos o primeiro analisa as evolu es paradigm ticas que est o ampliando os horizontes da sociedade demonstrando a import ncia da bio tica e do biodireito na concretiza o do holismo na esfera cient fica o segundo examina as teorias conceptualista natalista e da forma o cerebral como in cio da vida que tratam da diferencia o dos conceitos de ser humano e pessoa o terceiro o ponto focal do trabalho analisa
179. stata o de que trocando em mi dos o legislador aprovou pesquisas n o com potenciais vidas humanas mas com o lixo das cl nicas de reprodu o e ainda assim condicionando expressa aprova o dos genitores desses embri es Por fim Tereza Rodrigues Vieira na mesma linha de racioc nio do autor defende as pesquisas com c lulas tronco embrion rias VIEIRA 2006 p 106 107 Os motivos que ensejam a pesquisa com c lulas embrion rias destinadas regenera o de tecidos s o por demais nobres haja vista as esperan as que podem advir dos tratamentos Devemos investir recursos federais tamb m neste setor pois n o podemos permitir a condena o do nosso pa s a um atraso cient fico N o necessitamos de mais retrocesso Reconhece o art 12b da Declara o do Genoma Humano que a liberdade de pesquisa necess ria ao progresso fazendo parte da liberdade de pensamento perfilhando tamb m no al vio do sofrimento melhorando a sa de de todos A exarcebada prote o de um amontoado de c lulas sem vest gios de sistema nervoso n o merece maior tutela que o direito daqueles que aguardam tratamento para doen as incur veis s quais a tecnologia vislumbra terap utica futura Proibir n o adianta N o se pode olvidar que as pessoas que esperam nas filas de transplantes e as portadoras de necessidades especiais gozam dos mesmos direitos que as demais Destarte n o podemos deixar escapar mais esta esperan a pre
180. ta marginalizando a vida humana real em face de uma inexistente vida em potencial dos blastocistos n o implantados no ventre materno isto sim confrontaria os princ pios constitucionais de prote o vida e dignidade da pessoa humana Ademais mesmo que o C digo Civil no seu artigo 2 proteja desde a concep o os direitos do nascituro este resguardo n o se aplica aos embri es invi veis ou congelados h mais de tr s anos em laborat rios ao contr rio suas c lulas tronco poderiam regenerar tecidos ou rg os de uma pessoa condenada morte por uma doen a letal e neste processo n o estaria se criando vida Com efeito as c lulas tronco embrion rias somente podem ser extra das at o 14 dia ap s a fertiliza o portanto antes do in cio da forma o do sistema nervoso central ou da exist ncia de qualquer atividade cerebral Logo em sintonia com a maior parte das concep es existentes ainda n o existe vida humana nesse momento Saliente se que a Lei n 11 105 2005 pro be expressamente a clonagem humana reprodutiva a engenharia gen tica e a comercializa o de embri es Outrossim ao permitir a pesquisa com c lulas tronco embrion rias n o h viola o do direito vida nem tampouco da dignidade humana porque embri o n o se equipara a pessoa e antes de ser transferido para o tero materno n o sequer nascituro Por outro lado a Lei n 11 105 protege a dignidade do embri o impedindo s
181. tamb m introduzido num vulo vazio mas depois de algumas divis es as c lulas tronco s o direcionadas no laborat rio para fabricar tecidos id nticos aos do doador tecidos que nunca ser o rejeitados por ele Imagine leitora que seu filho fique parapl gico ou seja afetado por uma doen a gen tica incapacitante como a distrofia muscular A clonagem permitir retirar o DNA de uma c lula da pele do menino ou sua se ele tiver um doen a gen tica introduzi lo num vulo vazio e produzir no laborat rio c lulas tronco que poder o ser enxertadas na medula espinal para repor os neur nios perdidos ou na musculatura para recompor m sculos enfraquecidos pela distrofia A clonagem terap utica oferece a possibilidade de repor tecidos perdidos por acidente ou pelo passar dos anos e de tratar doen as neuromusculares infartos derrames cerebrais Alzheimer e outras dem ncias cegueira c ncer e muitas outras A bi loga rsula Resende defende a clonagem terap utica nos transplantes pois evitaria os riscos de rejei o PACHECO 2006 p 206 No entanto em todo transplante existe o risco de rejei o e o receptor pode n o ser imunologicamente compat vel com as c lulas tronco embrion rias que est recebendo A proposta mais ousada para resolvermos o problema de rejei o das c lulas tronco embrion rias a cria o de um embri o a partir de uma c lula do paciente como se o estivesse clonando Por m em vez de o
182. tigo 14 al nea b da Declara o Universal sobre Bio tica e Direitos Humanos 1 2 BIO TICA Bio tica que etimologicamente significa tica da vida formada por dois voc bulos gregos bios vida e tica costumes tendo por objetivo a busca de benef cios da garantia da integridade do ser humano em outras palavras uma disciplina que busca mais humanismo nas ci ncias biol gicas nas pr ticas m dicas e nas experimenta es cient ficas que utilizem seres humanos A bio tica um campo de trabalho do qual participam muitos saberes da sua capacidade de concretiza o do holismo na esfera cient fica Esta palavra come ou a se popularizar em janeiro de 1971 com a publica o do livro Bio tica Ponte Para o Futuro do bi logo Van Rensselaer Potter da Universidade de Wisconsin EUA num sentido macro com conota o ecol gica hol stica j o obstetra holand s da Universidade de Georgetown EUA Andre Hellegers foi o primeiro a usar o termo aplicado Medicina ou Biologia ao fundar em julho de 1971 o Instituto Bio tico de Reprodu o Humana enfatizando que os temas mais constantes s o as manipula es gen ticas e os direitos reprodutivos Com efeito fica clara a necessidade de uma normatiza o jur dica a nortear as pesquisas biotecnol gicas que est o em franco desenvolvimento e segundo ensinamento de Ronald Dworkin no seu livro Dom nio da Vida Aborto Euta
183. troduzida pelo fil sofo Thomas Kuhn no seu livro A Estrutura das Revolu es Cient ficas 1997 p 60 62 J vimos que uma comunidade cient fica ao adquirir um paradigma adquire igualmente um crit rio para a escolha de problemas que enquanto o paradigma for aceito podem ser considerados como dotados de uma solu o poss vel Assim um paradigma pode at mesmo afastar uma comunidade daqueles problemas sociais relevantes que n o s o redut veis forma de quebra cabe a pois n o podem ser enunciados nos termos compat veis com os instrumentos e conceitos proporcionados pelo paradigma Se aceitarmos uma utiliza o mais ampla do termo regra identificando o eventualmente com ponto de vista estabelecido ou concep o pr via ent o os problemas acess veis a uma determinada tradi o de pesquisa apresentam caracter sticas muito similares s dos quebra cabe as Vale salientar a necessidade deste breve resumo das teorias cient ficas que determinaram a mudan a do antigo paradigma como embasamento te rico fundamental para a perfeita assimila o dos cap tulos posteriores A concep o cient fica ocidental decorrente do paradigma newtoniano cartesiano um modelo mecanicista concebe o universo como uma grande e complexa m quina e reducionista divide o conhecimento humano em compartimentos que separou de forma dualista o homem da natureza gerando toda a trag dia ecol gica e a viol ncia do m
184. u livre arb trio Em resumo a interrup o do processo de gesta o produz um choque proporcional ao est gio de desenvolvimento fetal pela ruptura for ada dos liames que unem o perisp rito do ser que est reencarnando ao organismo em desenvolvimento A m dica esp rita Marlene Nobre no seu livro Clamor da Vida destaca nas p ginas 170 172 que Tem convic o de que o zigoto ou c lula ovo um sujeito de direito reconhece os direitos do embri o deficiente ou n o e respeita no feto a grandeza do continuum Ademais Henrique Rodrigues contestando as costumeiras posi es conservadoras da Igreja Cat lica comenta a clonagem A Igreja Cat lica cometeu o erro hist rico da condena o de Galileu Acabou se retratando Agora quanto aos clones est dividida Alguns condenam algumas vozes t midas v o com calma temem a repeti o de erro E se Deus estiver querendo modificar a sistem tica da reencarna o na Terra A vida revelou leis que proporcionam filhos aos que querem e n o podem Fecunda o na proveta e agora a clonagem que talvez atestem como nas ado es filhos do amor sendo que as duas primeiras op es a igreja condena A reencarna o tem prioridade No mesmo jornal Dom Lucas Moreira Neves cardeal primaz do Brasil diz coisas assim em que circula a informa o sobre um clone humano produzido por inadvert ncia intencionalmente em um laborat rio cl nico da B lgica Se for exata a n
185. ua coisifica o ou instrumentaliza o ao determinar que s possam ser utilizados em pesquisas embri es invi veis ou n o utilizados no procedimento de fertiliza o Por outro lado indiscut vel que o ser humano tem autonomia e liberdade para deliberar sobre as formas de tratar suas fragilidades doen as bem quanto sua sobreviv ncia podendo se at pensar no estado de necessidade em se curar mol stia grave a fim de justificar a utiliza o da clonagem terap utica como forma de respeitar a dignidade humana Pode se concluir ratificando a grande relev ncia que as pesquisas com c lulas tronco podem gerar para a minora o do sofrimento da humanidade ao possibilitar a cura de in meras doen as eliminar situa es de extrema dor para os seres humanos Por causa destas capacidades especiais as c lulas tronco apelidadas de curingas da esperan a tornaram se objeto de interesse pois poderiam funcionar como c lulas substitutas em tecidos lesionados ou doentes como nos casos de doen as degenerativas tais como cirrose mal de Chagas Alzheimer Parkinson e doen as neuromusculares em geral ou ainda no lugar de c lulas que o organismo deixa de produzir por alguma defici ncia como na diabetes Igualmente as grandes potencialidades das pesquisas biotecnol gicas com a clonagem terap utica est o respaldadas pelo princ pio bio tico da benefic ncia uma vez que o uso da clonagem evitar a rejei o de rg
186. ual dos tipos de histocompatibilidade existentes possibilitando a escolha da linha celular mais apta ao sistema imunol gico do receptor at podendo intervir nas mol culas das c lulas visando criar uma esp cie de linha celular universal atrav s da engenharia gen tica A legisla o que est sendo estruturada ao redor do mundo analisada no item 3 7 deste trabalho tende a nem proibir nem liberar absolutamente a manipula o e investiga o de embri es humanos mas sim aderir a uma posi o intermedi ria qual seja liberar a investiga o em embri es de forma limitada e sob algumas condi es Atualmente as c lulas tronco embrion rias podem ser retiradas de embri es excedentes que s o descartados em cl nicas de fertiliza o por n o terem qualidade para implanta o por terem sido congelados por muito tempo ou por n o terem outra destina o e ainda pela t cnica de clonagem terap utica 3 2 IMPORT NCIA DAS PESQUISAS COM C LULAS TRONCO O jornal cient fico Science concedeu pesquisa com as c lulas tronco o t tulo Breakthroughs 1999 que todo ano dado descoberta que muda profundamente a pr tica ou a interpreta o da ci ncia com suas implica es para a sociedade tendo tamb m sido destaque de mat ria jornal stica num dos mais importantes jornais de finan as do mundo o Financial Times de 06 11 98 Imaginem que voc s v o a um laborat rio aproximam se do freezer reti
187. udan a paradigm tica Francesco Bellino na sua obra Fundamentos da Bio tica destaca 1997 p 166 A mudan a do paradigma na medicina e na assist ncia sanit ria hoje dirige se cada vez mais para uma abordagem personalista sist mica que nos assinala uma maneira de pensar a complexidade e a interdepend ncia entre os fatores gen ticos bioqu micos psicol gicos e ambientais do sistema homem Esta nova abordagem multidimensional n o s coloca em vida uma nova concep o do homem mas promove tamb m uma nova concep o da ci ncia e da medicina mais aberta e mais humana 1 1 VIS O HOL STICA Complementando esta abordagem Pierre Weil WEIL 1990 p 37 conceitua Hol stica vem do grego holos que significa todo inteiro Hol stica portanto um objetivo que se refere ao conjunto ao todo em suas rela es com suas partes inteireza do mundo e dos seres e na defini o da Universidade Hol stica Internacional de Paris Este paradigma considera cada elemento de um campo como um evento que reflete e cont m todas as dimens es do campo conforme a met fora do holograma Pode se constatar que esta defini o caracteriza cada elemento como um evento havendo neste instante uma mudan a fundamental de conceitua o porquanto o antigo paradigma entendia o universo como um conjunto de elementos materiais e permanentes ao passo que com o advento da f sica qu nt
188. ue fica todo o tempo em que se viveu em estado de embri o e feto Numa primeira s ntese ent o de se concluir que a Constitui o Federal n o faz de todo e qualquer est gio da vida humana um autonomizado bem jur dico mas da vida que j pr pria de uma concreta pessoa porque nativiva e nessa condi o dotada de compostura f sica ou natural Outrossim para diferenciar a condi o do pr embri o e que seu descarte n o seria um aborto analisa tamb m o voc bulo gestante salientando para evidenciar que o bem jur dico a tutelar contra o aborto um organismo ou entidade pr natal quer em estado embrion rio quer em estado fetal mas sempre no interior do corpo feminino N o em placa de Petri cilindro met lico ou qualquer outro recipiente mec nico de embri es que n o precisaram de intercurso sexual para eclodir Carlos Britto ainda ressalta O embri o embri o o feto feto e a pessoa humana pessoa humana Esta n o se antecipa metamorfose dos outros dois organismos o produto final dessa metamorfose Tal como se d entre a planta e a semente a chuva e a nuvem a borboleta e a cris lida a cris lida e a lagarta Donde n o existir pessoa humana embrion ria mas embri o de pessoa humana passando necessariamente por essa entidade a que chamamos de feto o embri o aprisionado in vitro empaca nos primeiros degraus do que seria sua evolu o gen tica Isto por se achar imposs
189. uma c lula tronco embrion ria J a possibilidade de clonagem terap utica varia entre os Estados No Reino Unido permite se a produ o de novas linhagens assim como a clonagem terap utica Permite se ainda a pr pria fecunda o in vitro com o prop sito direto de utilizar os embri es em pesquisas Na Uni o Europ ia permite se a produ o de novas linhagens a partir de embri es remanescentes de FIV nos pa ses em que a pr tica for legal Na Su cia na China e em Israel permite se a produ o de novas linhagens assim como a clonagem terap utica Em Cingapura permite se a produ o de novas linhagens assim como a clonagem terap utica desde que os embri es sejam destru dos em at 14 dias Na Austr lia permite se a produ o de novas linhagens sob certas condi es mas a clonagem terap utica proibida Na Espanha permite se a pesquisa Contudo a produ o de embri es especificamente com essa finalidade n o permitida Como se v a legisla o brasileira se harmoniza com a tend ncia legislativa internacional exibindo inclusive em rela o a ela um vi s mais moderado Vale ainda salientar que em 08 03 05 a ONU Organiza o das Na es Unidas aprovou na sua 82 sess o plen ria uma resolu o proibindo a clonagem reprodutiva Entretanto para manter a esperan a de milh es de doentes no mundo a maioria dos pa ses da Uni o Europ ia Canad Austr lia Jap o e Israel aprovaram pesquisa
190. undo hodierno Edgar Morin no seu livro Ci ncia com Consci ncia exemplifica 1999 p 135 137 Eles foram de certo modo formulados por Descartes a dissocia o entre o sujeito ego cogitans remetido metaf sica e o objeto rex extensa enfatizando a ci ncia A exclus o do sujeito efetuou se na base de que a concord ncia entre experimenta es e observa es por diversos observadores permitia chegar ao conhecimento objetivo Sabemos cada vez mais que as disciplinas se fecham e n o se comunicam umas com as outras Os fen menos s o cada vez mais fragmentados e n o se consegue conceber a sua unidade Portanto preciso ir al m e aqui aparece o termo transdisciplinaridade A ci ncia nunca teria sido ci ncia se n o tivesse sido transdisciplinar O surgimento de um novo paradigma geralmente precedido de uma crise instrutiva como leciona o Roberto Crema representando o prel dio de uma reorienta o e afirmando se como o pr requisito para a revolu o cientifica CREMA 1989 p 23 Por essa raz o a habilidade para tolerar crises capitalizando a sua tens o impulsionadora o seu potencial criativo fundamental para o pesquisador E em resposta crise que atua como oportunidade de crescimento e evolu o que surge um novo paradigma reorientando a cosmovis o Efetivamente o m todo cartesiano de redu o dos fen menos complexos j reconhecido como inadequado e retratando esta m
191. vador 2007 MORIN Edgar Ci ncia com consci ncia 3 edi o Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1999 MOSER Ant nio Biotecnologia e bio tica para onde vamos Petr polis Vozes 2004 MUTO Eliza NARLOCH Leandro Super Interessante revista mensal Quando come a a vida S o Paulo Ed Abril edi o 219 p 57 64 nov 2005 NERI Demetrio A bio tica em laborat rio c lulas tronco clonagem e sa de humana S o Paulo Loyola 2004 NEVES Maria do C u Patr o Coord Bio tica e biodireito In Comiss es de tica Das Bases Te ricas Actividade Quotidiana Coimbra Gr fica de Coimbra 2002 NICOLESCU Basarab O manifesto da transdisciplinaridade S o Paulo TRIOM 1999 OLIVEIRA Simone Born Da bio tica ao biodireito manipula o gen tica e dignidade humana Curitiba Juru 2002 OLIVEIRA F tima Bio tica uma face da cidadania S o Paulo Moderna 1997 PACHECO Ana Paula Organizadora Bio tica no in cio da vida dilemas pensados de forma transdisciplinar Petrop lis RJ Vozes 2006 PAIVA J A Almeida Personalidade civil come a com nascimento com vida Dispon vel em http conjur estadao com br static text 2160 1 acesso 2 dezembro 2007 PASSOS Jos Joaquim Calmon de Direito poder justi a e processo julgando os que nos julgam Rio de Janeiro 1999 PARAGUACU BRAGA Fl vio Henrique BONOMO Adriana C lulas tronco e c ncer vida e morte com uma origem comum Entrevista dispon vel no site
192. vasculariza o mioc rdica em 6 pacientes p s IAM Cerca de 1 5x106 c lulas foram injetadas em cada paciente Ap s 3 a 9 meses de seguimento todos os pacientes se encontravam vivos aumento na mobilidade global em 4 dos 6 pacientes e da perfus o da rea de infarto em 5 dos 6 pacientes p de ser documentada No Instituto do Cora o InCor do Hospital das Cl nicas em S o Paulo Gowdak e colaboradores adotaram estrat gia semelhante para o tratamento de pacientes com DAC grave e difusa refrat rios ao tratamento cl nico e n o pass veis de revasculariza o cir rgica completa pela extens o da doen a Em 10 pacientes 13x 107 c lulas tronco e progenitoras hematopo ticas aut logas foram injetadas N o houve eventos adversos relacionados ao procedimento A an lise da perfus o mioc rdica nos segmentos injetados e n o revascularizados apontou para a revers o da isquemia nesses segmentos e melhora contr til Pesquisando formas alternativas de cura de doen as nos pulm es utilizando c lulas tronco o jornal O Estado de S o Paulo noticiou em seu site de not cias j citado Pesquisadores brit nicos conseguiram implantar c lulas pulmonares cultivadas a partir de c lulas tronco embrion rias nos pulm es de camundongos t cnica que um dia pode oferecer tratamento para seres humanos com problemas respirat rios severos As c lulas tronco s o vistas como uma tecnologia promissora para o tratamento de doen as como dia
193. vidas j existentes o benef cio est claro o investimento em uma vida existente eticamente defens vel diante da utiliza o de fragmentos de um projeto de vida gerado in vitro em um tubo de ensaio e que jamais ser implantado em um tero Para concluir faz se mister diferenciar a clonagem terap utica da reprodutiva pois suas finalidades s o distintas na transfer ncia de n cleos para fins terap uticos as c lulas s o multiplicadas em laborat rio para formar tecidos na clonagem reprodutiva humana requer a inser o em um tero humano Entretanto criou se grande pol mica em torno da clonagem terap utica devido a sua proximidade com a clonagem reprodutiva porquanto a tend ncia na legisla o estrangeira como j visto de vedar a possibilidade da clonagem reprodutiva por entenderem que h um grande problema de seguran a na libera o dessa t cnica apto a ferir o que a doutrina reconhece como o direito identidade pessoal e intimidade gen tica Jurgen Habermas na sua obra Constela o P s Nacional destaca sua opini o contra a clonagem reprodutiva Minha reserva dirige se antes de mais nada contra a duplica o do genoma de um organismo humano maduro n o contra o procedimento biol gico da clonagem enquanto tal Argumentando que ningu m deve dispor de uma outra pessoa controlando suas possibilidades de a o isto acontece quando algu m tem a inst ncia decis ria quanto ao programa gen tic
194. xpectativa de vida humana uma pessoa em forma o A lei n o pode ignor lo e por isso lhe salvaguarda os eventuais direitos Mas para que estes se adquiram preciso que ocorra o nascimento com vida Por assim dizer nascituro pessoa condicional a aquisi o da personalidade acha se sob a depend ncia de condi o suspensiva o nascimento com vida A esta situa o toda especial chama Planiol de antecipa o da personalidade Da mesma forma ensina Mario Figueiredo Barbosa que o embri o sujeito de direito somente ap s a sua implanta o num ambiente org nico prop cio ao seu desenvolvimento como ser biologicamente independente antes disto seria objeto de direito BARBOSA 2006 p 55 O aparecimento do ser se verificaria no momento da implanta o do embri o no tero A decorr ncia l gica desse enfoque a de que o embri o in vitro n o sujeito de direito mas bem da propriedade comum dos fornecedores do espermatoz ide e vulos H legisla es que reconhecem aos titulares dos embri es o direito de decidir o destino deles o que importa atribuir lhe a natureza de objeto de direito e n o de sujeito Elida S guin questiona se os embri es congelados t m algum direito sugerindo que deveria haver uma legisla o do embri o mais especifica S GUIN 2005 p 113 Melhor seria uma pequena altera o determinando a prote o do nascituro desde a nidag o e n o da concep o Em muitos pa ses permit

Células-Tronco, a vitória da esperança

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