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DM_Joana Barros

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1. cccc Anexo 1 Question rio Modelo Anexo 2 Question rios Anexo 3 Quadro 1 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Introdu o A concep o do desenho e o percurso da sua afirma o enquanto express o art stica tanto ao n vel do conceito como do processo como fim em si mesmo abrange uma pan plia coesa de ferramentas concetuais para o processo art stico Da a transversalidade que percorre todas as disciplinas de artes visuais Queremos por isso perceber como que os professores de Artes visuais percepcionam e difundem em termos de ensino aprendizagem esta conce o bem como a pertin ncia das artes num curr culo diversificado O trabalho de investiga o surge no mbito do mestrado em ensino de artes Visuais no 3 ciclo do ensino b sico e no ensino secund rio que vem acrescentar valor nossa experi ncia e forma o em Artes Pl sticas e a sua exposi o escrita est de acordo com as normas da universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias e com as normas de publica o da APA American Psycological Association A sua estrutura desenvolve se em tr s partes em que a PARTE I cap tulo 1 enquadra teoricamente a base da investiga o PARTE II cap tulos II e III que introduz
2. JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado o professor muitas vezes termina dizendo olhe estes exemplos e procure imit los Se voc praticar o bastante poss vel que termine aprendendo Mas embora quase todo o mundo aprenda a andar de bicicleta muitas pessoas jamais conseguem resolver os problemas do desenho Ou para sermos mais precisos a maioria das pessoas jamais aprende a ver suficientemente bem para desenhar Edwards 1984 12 Ent o o grande desafio do desenho de observa o ser aprender a ver a observar detalhadamente a processar as informa es visuais de forma mais profunda em que o c rebro seja lavado a processar de modo diferente do que quando simplesmente se olha Betty Edwards compilou os seus exerc cios em nove li es tendo por base o estudo do processamento cerebral dos dois hemisf rios isoladamente cooperativamente e rela o contr ria de um para com o outro Empregou um m todo que permite ao aluno desenvolver as habilidades que j possui desbloqueando o que a inseguran a impede apelando express o da criatividade e utilizando o realismo como um meio de alcan ar um fim A aquisi o da habilidade de desenhar valiosa sob tr s aspectos Em primeiro lugar atrav s do realismo aprendemos a ver em profundidade Em segundo lugar quando ainda n o se artista a aquisi o dessa habilidade pode nos transmitir um sens
3. es arte educa o especificamente os novos planos curriculares e programas de ensino de 1991 da DGEBS Direc o Geral dos Ensinos B sico e Secund rio o Programa de Investiga o e Desenvolvimento Est tico da Gulbenkian IDE 1997 2000 e o Curr culo Nacional do Ensino B sico Compet ncias Essenciais de 2001 nomeadamente o cap tulo dedicado ao ensino art stico Como escrevera Ant nio N voa citado por Ant nio Teodoro referindo se aos percursos mais recentes da investiga o comparada N o se trata de regressar s teses funcionalistas e utilitaristas que conduziram a um empobrecimento intelectual da Hist ria da Educa o nem de insistir sobre o argumento das li es do passado uma vez que n o poss vel transportar para hoje debates e dilemas de ontem A quest o mais complexa e passa pela necessidade de compreender o presente nas suas diferen as com o passado mas tamb m o modo como o passado foi trazido at ao presente influenciando as de pensar e de falar de educa o A ideia de que preciso aprender a relativizar as teses e as propostas educativas e a perceb las no tempo tem se posto como um elemento importante para os debates pedag gicos atuais 1999 50 51 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 78 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das arte
4. o das variantes do pensamento com a criatividade uma vez que estas implicam sempre a produ o de s mbolos que assentam em estruturas mais complexas do que por exemplo as ci ncias a l gica e a escrita os processos da mente t m uma privilegiada e ntima rela o com a arte Observamos que Gardner avaliou o desempenho da educa o art stica em afinidade com psicologia da arte reconhecendo na percep o uma fun o cognitiva e revendo nas artes sobretudo um meio privilegiado para estimular os sentidos teis para o desenvolvimento da cogni o e da imagina o ao reconhecer diferentes tipos de intelig ncias Intelig ncias M ltiplas e de pensamento veio refor ar a import ncia das artes visuais na educa o no que diz respeito ao desenvolvimento da percep o visual e da imagina o bem como a prioridade dos projectos art sticos onde os jovens estabelecem uma correspond ncia entre intui o produ o e simbolismo Silva 2010 21 Rudolf Arnheim 1969 veio tamb m defender a import ncia da express o art stica enquanto promotora de actividades cognitivas A par dos princ pios fundadores da Gestalt o autor deu um enorme contributo actividade criativa da percep o visual onde o pensar e o percepcionar est o intimamente relacionados uma vez que o pensamento visual traduzido por opera es cognitivas nomeadamente a explora o anal tica e cr tica a abstrac o a s ntese a compara o e
5. question rios recolhidos Numa segunda fase e a t tulo de organiza o apresentamos as respostas em quadros colocando para cada quest o o n mero de respostas correspondentes ao n vel de concord ncia CP Concordo Plenamente C Concordo NS N o Sei D Discordo DP Discordo Plenamente Para facilitar a compreens o das respostas numa segunda etapa resolvemos associar as respostas concordantes e discordantes atribuindo ao Concordo Plenamente dois pontos 2 ao Concordo um ponto 1 ao N o Sei zero pontos 0 Discordo um ponto negativo 1 e ao Discordo Plenamente dois pontos negativos 2 O somat rio linear das concord ncias e discord ncias fornecer desta forma uma certa ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 87 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado quantifica o do acordo ou desacordo em cada uma das perguntas e no conjunto das perguntas ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 88 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 4 2 An lise de dados 4 2 1 An lise de dados I Come mos por analisar a parte do question rio que introduz o testemunho dos docentes sobre
6. z Se o Desenho uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do pensamento e da comunica o no dom nio da literacia visual quest o11 e institui se enquanto fio condutor no processamento das artes visuais quest o 12 ent o ele tem a capacidade de congregar em si uma pluralidade de fun es tanto ao n vel processual de um trabalho art stico onde se veiculam ideias se mapeiam prop sitos como finalidade em si mesma como obra aut noma como produto final Logo a rela o pensamento comunica o apelaria a um consenso mais coeso em rela o ao grau de concord ncia das quest es 13 e 14 principalmente da 13 uma vez que a quest o 14 j se insere numa obra de arte contempor nea E aqui j entramos numa esfera bastante discut vel Contudo na nossa perspectiva o desenho proporciona uma pan plia de ferramentas e conjecturas quer seja ao n vel de instrumento conceptual quer ao n vel de instrumento para o produto final e estes dois campos n o se podem encontrar em polos d spares ali s eles congregam se em si mesmos Convocamos Molina Cabezas e Borges quando defendem que a atividade de desenhar estabelecida numa rela o temporal de continuidades e descontinuidades que determinam os segmentos atrav s de estruturas din micas do nome vel e n o nome vel A actividade de desenhar estabelece o limite ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade L
7. Deve existir sempre uma valoriza o conceptual do trabalho do aluno ainda que esse conceito intens o prop sito n o seja fixo pois quase sempre est sujeito a transforma es processuais O trabalho do aluno apoiado numa cont nua reflex o do seu pr prio processo materializa sempre um bom produto final n o apontam o lugar transversal da imagina o no desenvolvimento cognitivo uma vez que n o considerado no processo que a quest o 2 introduz e a quest o 3 reflete o desenvolvimento cognitivo enquanto contributo instigador de situa es problem ticas que estimulam a produ o de significados e de mapas de conhecimento e onde a interpreta o relaciona os mundos conceptuais culturais e socias da obra Queremos com isto dizer que se atrav s da imagina o que o ensino das artes promove coes o relacional entre a flexibilidade cognitiva e os tipos de conhecimento integrado consolidados durante a experi ncia est tica e art stica experi ncia essa que conduzir o pensamento a v rios dom nios do conhecimento como pode o trabalho do aluno apoiado numa reflex o contante do seu pr prio processo n o materializar na generalidade um bom produto final A imagina o constitui se enquanto a mais integradora de todas as ferramentas do processamento de s mbolos com enorme pot ncia formativa e capaz de criar novas ideias ou imagens atrav s da combina o e reorganiza o da experi ncia anterior Este proces
8. Guerra Mundial e a fal ncia do mundo moderno abriram caminho para um revigorado panorama art stico com novos movimentos e categorias Exemplo ser o Movimento Fluxos designa o adoptada por um movimento internacional formado em 1962 com a finalidade de reunir a vanguarda art stica europeia e norte americana Foi porventura um dos mais complexos e mais prof cuos da cena art stica contempor nea constitu do por um grupo influente de 5 Tarabukin idem ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 37 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado artistas que pretendiam revolucionar a pr pria vanguarda art stica atrav s do discurso em parte conceptual dos novos media associados fotografia e ao v deo e das pr ticas performativas Em causa estavam uma aprecia o est tica do quotidiano a supress o da diferen a entre a arte e a vida e a desmistifica o do estatuto do objecto art stico A ideia de fluxo fazia deste grupo um conjunto ecl ctico que recorrendo a temas retirados da pr pria vida tal como o caso da ecologia da pol tica da cidadania e da sociedade de consumo projectavam uma arte vanguardista em rela o directa com o quotidiano capaz de se transformar progressivamente numa ferramenta de contesta o Silva 2010 11 O campo
9. NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Quest o 15 Quest o 16 Quest o 17 108 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Cap tulo V Discuss o dos resultados Serve o presente cap tulo para as discuss o dos resultados e conclus es a que cheg mos a partir da an lise mais aprofundada dos mesmos Seguindo a ordem da an lise dos dados trabalh mos primeiramente a parte referente ao enquadramento dos docentes na comunidade educativa e posteriormente a parte dos question rios referentes aos quatro blocos base de estudo Em rela o ao enquadramento dos docentes na comunidade educativa a partir da an lise de dados que pretendeu perante a quest o 1 De modo geral qual o relacionamento com os colegas rg os gestores alunos encarregados de educa o e espa o f sico da escola Destaque aspectos positivos e negativos uma opini o geral acerca dos factores que contribuem para as condi es de trabalho do docente a n vel de ambiente na comunidade educativa e perante a quest o 2 A comunidade escolar valoriza a educa o e consequentemente a actividade docente enquanto pilar imprescind vel de uma sociedade Comente o seu caso pessoal fac
10. NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Bloco III assinale com x a sua op o 11 A sociedade na qual vivemos est mergulhada numa opul ncia da imagem a v rios n veis o que apela ao dom nio da literacia visual bem como de uma aprendizagem adequada Nesta conjuntura o desenho uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do pensamento e da comunica o Discordo Plenamente Concordo Concordo N o sei Discordo Plenamente 12 O desenho institui se enquanto fio condutor no processamento das artes visuais estando impl cito em todas as disciplinas que integram o grupo 600 Discordo Plenamente Concordo Concordo N o sei Discordo Plenamente 13 O desenho o fundamento e a teoria Lorenzo Ghiberti Esta frase tem um caracter incontest vel no ensino das artes visuais Discordo Plenamente Concordo Concordo N o sei Discordo Plenamente 14 O desenho pode ser considerado terminado quando atinge o ponto em que a ideia se define como fundamental ou seja o desenho emerge para al m dos limites da sua defini o original redimensionado enquanto modelo de uma conce o mental Ex uma carta foi enviada enquanto esquema com as instru es para a conce o de um desenho Esta carta um desenho por vir Mais cartas s o enviadas mais destinat
11. a saber um curr culo diversificado os docentes defendem qua deveria pelo menos existir uma disciplina de car cter est tico na oferta do ensino secund rio que fosse transversal a todos os cursos cient fico human sticos pois as experiencias est ticas s o comuns a todos os seres humanos de modo a que o aluno desenvolvesse a sua sensibilidade e as suas compet ncias e compreendesse melhor v rios aspectos exteriores como aspectos sociais culturais e art sticos Deste modo as experi ncias dos indiv duos seriam enriquecidas pois a aquisi o de conhecimento seria valorizada Como defende Dewey a experi ncia antes de mais um assunto activo passivo onde a medida do valor de uma experi ncia habita na percep o das rela es ou continuidades a que conduz incluindo a cogni o que ao ser cumulativa acrescenta significado Neste sentido as artes devem ser orientadas para a Ox organiza o de experi ncias reais onde a qualidade do pensamento qualitativo valorizada Aqui convocada a imagina o que promove com mais veem ncia a aprendizagem enquanto processo cont nuo pois permite expandir e concentrar a experi ncia N o deixamos de convocar Eisner quando o autor defende que comparativamente com outras disciplinas grande parte do que realmente importante nas artes adv m da imagina o A capacidade dos alunos mobilizarem e materializarem ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da in
12. cognitivas est ticas e art sticas A quest o 1 a nica que apresenta o maior valor ponderado total de todo o question rio 29 correspondendo tamb m ao maior n vel ponderado de Concordo Plenamente 24 A quest o 5 apresenta n vel ponderado de Concordo Plenamente de 20 que comparativamente com a quest o 1 inferior 24 mas tem um n vel ponderado superior de Concordo 7 em rela o ao mesmo n vel da quest o 1 7 Ou seja a maioria dos docentes considera que a imagina o fundamental enquanto instrumento cr tico e reconstrutor do mundo onde as artes t m um papel incontorn vel na combust o dessas experi ncias Ainda que n o estejam abaixo do ponto m dio do valor ponderado do Concordo Plenamente 17 as quest es 2 Nas artes visuais de modo geral o processo t o importante como o produto final e 4 O ensino das artes promove coes o relacional entre a flexibilidade cognitiva que as artes conferem aprendizagem e os tipos de conhecimento integrado que s o consolidados durante a experi ncia est tica na medida em que essa experi ncia conduz o ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 100 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado pensamento a v rios dom nios do conhecimento que t m o mesmo valor ponderado total de 21 apresent
13. com lugar para as artes em todas as reas de conhecimento Verificar se os professores valorizam o desenho enquanto fio condutor e transversal no processamento das artes e impl cito em todas as disciplinas que integram o grupo de artes visuais Compreender se os professores de artes visuais concordam que todos os alunos podem saber desenhar desde que ensinados independentemente de maior ou menor aptid o para tal ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 76 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Cap tulo III Metodologia 3 1 Tipo de Pesquisa A investiga o emp rica tem por objetivo testar as hip teses colocadas para melhor compreender o fen meno a estudar Todas as ci ncias naturais bem como todas as ci ncias sociais t m por base investiga es emp ricas de modo a poderem construir explica es ou teorias mais adequadas onde o processo de investiga o n o se estabelece apenas enquanto processo de aplica o de conhecimentos mas tamb m enquanto processo de planifica o e criatividade controlada Hill amp Hill 2008 Resultando de um conjunto de diferentes tradi es a investiga o difere consoante o campo de estudo visado e adv m de um m todo de interroga o que pode ser conduzido por um ou mais agentes de uma comunidade Herr 20
14. constru o moral tica social cultural art stica do aluno refor ando a sua identidade o reconhecimento das suas capacidades o assimilar das diferentes realidades culturais enquanto contributo para a defini o da humanidade Ao n vel pedag gico os objectivos de ensinar artes para qu ensinar artes passam pelo despertar da consci ncia do papel da imagem e objectos art sticos pelo atribuir de est mulos estrat gias metodologias de compet ncias de cogni o de express o do trabalhar das emo o e das ideias de saber observar compreender criar comunicar desenvolver criatividade fornecer bases e rela es que promovam a cr tica Para Rodriguez 2005 o estudo das artes permite compartilhar projectos interdisciplinares com outras reas com grandes benef cios para a pr tica educativa dada a grande riqueza de possibilidades e conex es com o contexto extra escolar e o mundo de interesses dos alunos ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 24 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Segundo Eisner 2002 a defici ncia na consci ncia do papel substantivo das artes n o est na n o compreens o da rela o intr nseca entre o poder da imagina o que materializa a express o criativa e o pensamento e aquisi o de conhecimentos A mai
15. culo diversificado PARTEI Cap tulo I Enquadramento te rico 1 Curr culo artes e democracia ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 11 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 1 1 Curr culo apontamentos gerais O conceito de curr culo n o tem uma objectividade linear quanto sua defini o Num mbito geral poder dizer se que o curr culo compreende um conjunto de actividades educativas delineadas pela comunidade escolar face aos objetivos educativos Considerado abstractamente pode ser definido enquanto catalisador de mudan a na medida em que concretiza a transi o entre o pensamento e a pr tica Ribeiro 1990 entende o curr culo partindo das defini es que lhe s o atribu das mais frequentemente identificando o como o elenco e sequ ncia de mat rias ou disciplinas propostas para todo o sistema escolar um ciclo de estudos um n vel de escolaridade ou um curso visando a gradua o dos alunos nesse sistema ciclo n vel ou curso identificando o como um programa de ensino para uma determinada rea de estudo do sistema escolar que compreende uma listagem organizada e sequenciada de conte dos e orienta es metodol gicas Todavia para o autor esta caracteriza o real a os aspectos exteriores do curr culo em detrime
16. es de sociedade valores e atitudes bem como outros aspectos da vida que ao serem trabalhados pelo professor com os alunos incrementam estrat gias de trabalho Deste modo pode se trabalhar o curr culo oculto intrinsecamente no curr culo real focalizando assim a qualidade pedag gica mas sem descartar o curr culo oficial Uma boa articula o do curr culo prev uma boa planifica o geral que n o deve desconsiderar a hip tese de o professor contornar e planificar de acordo com os pr requisitos dos alunos n o sendo totalmente inflex vel transformando o programa sem lhe tirar as bases essenciais O curr culo tem na sua g nese altru sta a atitude de real ar informa o abrangente e partilha da variedade de opini es permitindo aos docentes e alunos serem leitores cr ticos da sua pr pria sociedade uma vez que o conhecimento tamb m se constr i socialmente com base na diversidade nos valores e nos interesses dos c indiv duos Neste sentido Rold o refere que o curr culo surge do conjunto de aprendizagens que socialmente se pretende e se espera que a escola promova e garanta a todos os cidad os 1999 23 e Apple na mesma conflu ncia de conceito critica o curr culo devia acentuar pressupostos hegem nicos que ignoram o papel do poder na vida cultural e social e que remetem para uma aceita o natural benefic ncia institucional e uma vis o positivista em que o conhecimento se encontra divorc
17. o de um experimentalismo espont neo Como o docente v esta quest o Seguidamente de modo a resumir fundamentalmente as principais matrizes do nosso estudo esquematiz mos atrav s de quatro blocos fundamentais o enquadramento para as quest es do question rio S o eles ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 83 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Aferir se a maioria dos professores de artes visuais Bloco I Aaa Es gui PIER valorizam as experi ncias cognitiva est tica e art stica bem como o poder cr tico e interventivo das artes Saber se os professores de artes visuais defendem um Bloco II i f T curr culo diversificado com lugar para as artes em todas as reas de conhecimento do ensino obrigat rio ensino das artes e democracia Verificar se os professores valorizam o desenho enquanto fio Bloco II condutor e transversal no processamento das artes e impl cito em todas as disciplinas que integram o grupo de artes visuais Compreender se os professores de artes visuais concordam Bloco IV que todos os alunos podem saber desenhar desde que ensinados independentemente de maior ou menor aptid o para tal Elabor mos com base neste roteiro o nosso question rio modelo que foi testado junto de
18. que o docente lecciona pode m inferir no refor o da identidade do individuo Qual o contributo que a s disciplina s que o docente lecciona pode m inferir no reconhecimento das capacidades e compet ncias do individuo NI Contributo das artes para um Fortalecimento da necessidade de uma democracia parece ter deixado de ser um conceito social passando a aparecer ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 81 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado curr culo identidade democr tica revestido como um conceito econ mico diversificado e de cidadania As pol ticas educativas e o s programa s que s o leccionados t m vindo ou Consequ ncias das n o a comprometer os ideais pol ticas educativas e democr ticos e de cidadania qualidade dos programas na pr tica Como contribuem as artes para a educativa melhoria efectiva da consci ncia democr tica Assimilar as diferentes realidades culturais e a colabora o das O programa da disciplina ao ser posto mesmas para a em pr tica tendo em conta as vari veis defini o da de ensino dentro de uma sala de aula humanidade consegue ou n o atrav s dos procedimentos para trabalhar os Compreender a conte dos cumprir os objectivos e opini o dos profe
19. tica Defende que toda a arte faz qualquer coisa como um material f sico o corpo ou alguma coisa a ele exterior com ou sem recurso a ferramentas intervenientes e com fim de chegar produ o de algo vis vel aud vel ou tang vel A experiencia de fazer t o marcante que os dicion rios habitualmente a definem em termos de ac o habilidosa ou habilidade de execu o Nesta inst ncia a teoria deve ser aplicada na pr tica atribuindo maior valor aquisi o de conhecimento onde a experi ncia antes de mais um assunto activo passivo onde a medida do valor de uma experi ncia reside na percep o das rela es ou continuidades a que conduz incluindo a cogni o na medida em que cumulativa acrescenta alguma coisa ou tem significado neste sentido que as artes devem ser orientadas para a organiza o de experiencias reais onde a qualidade do pensamento qualitativo enfatizada Fr is 2005 acreditar Torna se bvio que existe uma transi o entre considerar uma cren a til e assumi la como verdadeira uma diferen a que a defini o pragmatista de verdade ignora sem no entanto destruir o significado comumente dado palavra verdade o que resultaria numa irremedi vel inadequa o entre crit rio de verdade e significado da palavra verdade O pragmatismo n o apresenta nenhuma raz o para que a verdade e a utilidade andem sempre juntas A partir de William James s Conception of Thruth RUSSELL Bertrand
20. tica das obras de arte do que em t cnicas de produ o e da representa o A experi ncia est tica n o necessariamente derivada da Arte mas a arte uma das suas melhores fontes Durante esta experi ncia a aten o centra se num est mulo sensorial exterior podendo esse ser uma obra de arte ou uma cena da natureza Munro 1956 4 Convocamos ainda Ralph Smith que tende ainda que distintamente a integrar mutuamente a rela o entre o est tico e o art stico quando afirma citado por Fr is 2005 58 que o termo experi ncia est tica muitas vezes utilizado para referir o tipo de experi ncia proporcionada pela Arte Mas a terminologia menos importante do que o reconhecimento de uma diferen a entre ter conhecimentos de arte e experimentar pessoalmente a sua presen a e o seu poder Smith 1995 28 Esta explana o torna se pertinente por um lado porque tem empregabilidade ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 44 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado directa no ensino das artes ainda que n o seja indispens vel uma vincada distin o na pr tica por outro porque introduz a import ncia e a necessidade da cogni o no fruir est tico e no fazer art stico na medida em que a arte implica e aplica caracter sticas cognitivas com
21. Discordo 3 como do Discordo Plenamente 1 o que faz com que tenha o segundo valor mais baixo em termos de valor ponderado total 10 de todo o Quadro II Enquadramos esta quest o numa aprecia o geral do modo como se manifesta a democracia no ensino das artes a partir das pol ticas educativas e a sua consequ ncia nos programas das disciplinas bem como a consequ ncia a n vel do comprometimento ou n o dos ideais democr ticos e de cidadania mas observamos pela an lise que n o uma quest o consensual Uma vez que a rela o de equidade entre a sociedade e os indiv duos atrav s da democracia e o conceber da humanidade como comunidade planet ria numa consci ncia alargada de cidadania s o duas grandes finalidades ticas da Educa o n o esperar amos um resultado amb guo independentemente das nossas pr prias convic es desta quest o esperar se ia uma maior coes o quer fosse tendencionalmente concordante ou tendencionalmente discordante Ainda dentro da esfera geral de como se manifesta a democracia no ensino das artes no aspecto da oferta formativa aos alunos analis mos a quest o 9 A experi ncia est tica no seu sentido restrito distingue se da experi ncia art stica que ocorre mais durante a cria o o desenho a manufatura a execu o e a representa o na perce o uso frui o e cr tica das obras de arte do que em t cnicas de produ o e da representa o A experi ncia es
22. Est tica filos fica n o tem mais a inten o de excluir a arte do dom nio do conhecimento logo n o nos parece pertinente que o docente tenha essa vis o sobre o aluno Todavia o mais importante a extrair deste bloco o resultado que adv m das quest es 16 Se os alunos conseguem desenvolver compet ncias de outras reas de conhecimento tamb m ser o capazes de desenvolver compet ncias para o desenho e 17 Qualquer aluno pode saber desenhar num grau suficientemente qualitativo desde que seja ensinado com as ferramentas e os procedimentos adequados falamos do desenho de observa o que congrega um n vel qualitativo de concord ncia indo ao encontro de que a forma de conceber o desenho enquanto catalisador de sucessivas interroga es que emanam do conhecimento do pensamento cr tico das experiencias art sticas est ticas e cognitivas na rela o com a sua pr tica instrumental resulta da intera o com o meio intera o essa que promulgada atrav s do ensino ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 119 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Sabemos que os indiv duos podem ter mais ou menos aptid o para determinadas reas mas tamb m sabemos que muitos por variad ssimos contextos podem n o saber ou julgar n o ter aptid o para d
23. Russell 1910 Philosophical Essays p 72 Contudo Dewey em contraste com James embora reconhecesse a importante fun o das institui es pr ticas e religiosas na vida humana rejeitava a cren a em um ideal est tico no caso um deus pessoal ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 50 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Na obra supracitada Dewey ressalva que a experi ncia activa e din mica a base para a arte e argumenta sobre a correla o entre a mat ria e a forma em que se deve preservar o distanciamento com que devem ser empregues os princ pios da interpreta o da arte afastando as interpreta es que reduzem a arte a fun o representativa Sobre isto diz In s Ara jo Nada mais estranho ao pragmatismo analisa Kaplan do que a concep o vulgar de que n o passa de um utilitarismo e que portanto nada teria a dizer sobre arte uma vez que ela in til Contudo Dewey reserva arte o lugar de constru o de pensamento e materializa o da mesma o mesmo lugar da experi ncia conceito chave na compreens o das suas ideias 2010 108 Considerou algumas teorias est ticas limitadas devido compartimentaliza o do seu objecto e do seu estudo quando afasta a experi ncia quotidiana como foi o exemplo da sua resist ncia s expos
24. a resolu o de problemas em geral Toda esta din mica geradora de conceitos e categorias visuais e esses sistemas visuais validam um excelente modelo para a compreens o da arte Efland 2002 embora tenha uma tese em que radicaliza as artes no centro do curr culo defende o objectivo final da educa o de forma bem coerente na medida em que o eleva activa o do potencial cognitivo do aluno em que a integra o do conhecimento deve evitar as perspectivas repartidas de modo a haver uma efectiva ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 46 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado transfer ncia do mesmo O autor congrega um conjunto de argumentos ocorrentes no ensino das artes e na experiencia art stica o primeiro respeitante flexibilidade cognitiva que evoca o caracter personalizado que as artes conferem aprendizagem o segundo refere o conhecimento integrado que se consolida no trabalho art stico atrav s de conex es com dom nios concorrentes que permitem o conhecimento do contexto e conte do da obra de arte como um todo o terceiro contextualiza a imagina o enquanto actividade estruturante e reguladora dos exerc cios narrativos e metaf ricos de modo a construir novos significados e a resolver criativamente problem ticas no intuito de conceber repr
25. a sua inser o na comunidade educativa segundo os pressupostos referidos na introdu o feita acerca da apresenta o dos dados transcrevendo as respostas dos question rios ver anexo 3 Quadro 1 Numa primeira inst ncia para analisar de modo generalizado e qualitativos estes testemunhos elabor mos um quadro Quadro IV tendo como refer ncia na quest o 1 os aspectos positivos e negativos os aspectos s positivos os aspetos s negativos e dentro destes os que apenas estavam relacionados com o espa o f sico da escola na quest o 2 limitamo nos a apresentar os aspetos mais negativos e os aspetos mais positivos Quadro I A quest o 1 De modo geral qualo Positivose S positivos S negativos Negativos negativos apenas a n vel de rg os gestores alunos espa o f sico relacionamento com os colegas encarregados de educa o e espa o f sico da escola Destaque aspectos 8 2 0 3 positivos e negativos A quest o 2 A comunidade escolar Mais aspectos positivos Mais aspectos negativos valoriza a educa o e consequentemente a actividade docente enquanto pilar imprescind vel de uma sociedade 4 7 Comente o seu caso pessoal face aos diferentes elementos da comunidade ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 89 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do de
26. al m do vis vel e geram outros significados outros lugares outras rela es As artes falam nos tamb m atrav s das emo es como observamos na cita o que Eisner faz de Susanne Langer Una obra de arte nos presenta sensasiones en el sentido amplio que antes he mencionado como qualquer cosa que se pueda sentir para que las contemplemos haci ndolas visibles audibles o ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 47 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado percepibles de alguna manera mediante um s mbolo que no es inferible de um sintoma La forma art stica es congruente con las formas din micas de nuestra vida directa sensorial mental e emocional las obras de arte son proyecciones da la vida sentida como la llamaba Henrry James en estruturas espaciales temporales y po ticas Son im genes de sensasiones y sentimentos que formulan para nuestra cognicion 2004 29 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 48 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 1 2 4 A Arte e a experi ncia Dimens o pedag gica da experi ncia Pode se reflectir em dado momento com Immanuel Kant 1724 1804
27. alunos e encarregados de educa o A categoria de escola foram anexas as subcategorias de ambiente no corpo docente e recursos e espa o f sico categoria de rg os gestores e pol ticas educativas foram anexas as subcategorias de posi o perante a actividade docente e Condicionantes e est mulos pr tica art stica e categoria de os alunos e encarregados de educa o foram anexas as subcategorias de atitude dos alunos e atitude dos encarregados de educa o Uma vez que a quest o 2 mais diretiva e pessoal os conte dos foram analisados tendo por base a categoria essencial da valoriza o da actividade docente dado que este par metro se constitui enquanto cerne da quest o Assim para a categoria da valoriza o da actividade docente foram anexas a valoriza o pelas pol ticas educativas dire o da escola a valoriza o pelos alunos a valoriza o pelos encarregados de educa o como v m os docentes a valoriza o das artes pela AT e de z a 4 educa o e a alus o estreita rela o entre educa o e sociedade E Continuando a aprofundar o tratamento de dados no sentido de uma procura cada vez mais qualitativa base mo nos ainda numa esfera quantitativa Dispusemos ent o as categorias e subcategorias de forma esquem tica Quadro ID As respostas dos inquiridos manifestam por vezes para as mesmas subcategorias posi es positivas e negativas 46 a A 3 E 7 x Optamos por juntar estes d
28. campo em aberto e n o absoluto e definitivo mas que valoriza a integra o da disciplina no quotidiano do aluno tentando ultrapassar as barreiras da tradi o institu da pela cultura dominante Assim proporcionado ao aluno um leque de diferentes perspectivas bem como liberdade de opini o e constru o do seu pr prio conhecimento fazendo ent o com que este tenha um papel activo no pr prio ensino ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 15 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 1 2 1 Curr culo e pol ticas educativas Ant nio Novoa no seu Livro Evidentemente Hist rias da Educa o escreve Tudo s o evid ncias nos textos e nos debates nas pol ticas e nas reformas educativas Ningu m tem d vidas Todos t m certezas Definitivas Evid ncias de senso comum Falsas evid ncias Continuamente desmentidas Continuamente repetidas 2005 14 Esta frase expressa o que acontece efectivamente na rela o entre o curr culo e as pol ticas educativas e a realidade pr tica Teoria muitas vezes t o bem elaborada mas bastante desfasada da sua exequibilidade na pr tica do ensino No entanto ser na teoria que nos podemos basear ou melhor na escolha adequada da mesma se poss vel for para adoptarmos uma pr tica qualitativa N o pretendemos portanto f
29. de Humanidades e Tecnologias 94 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado os rg os de gest o que se esfor am para que o trabalho docente seja efectivamente valorizado A subcategoria a valoriza o pelos alunos teve considera es positivas 3 ao n vel do relacionamento e negativas 4 ao n vel do desinteresse indisciplina do n o reconhecimento do esfor o do professor Dentro destas observa es um dos inguiridos destaca que estas caracter sticas est o mais atenuadas nos alunos do ensino secund rio No que respeita valoriza o pelos encarregados de educa o as observa es positivas est o equiparadas em mesmo n mero aos das observa es negativas 4 As primeiras enquadram os Encarregados de Educa o na generalidade da valoriza o da comunidade educativa atividade docente excep o de um dos inquiridos destacar pais que se questionam sobre a melhor forma de ajudar os filhos As observa es negativas apontam o interesse dos Encarregados de Educa o apenas nas notas a desvaloriza o quando as disciplinas lecionadas n o s o do ensino secund rio que Embora seja importante a participa o de pais e de encarregados de educa o no processo educativo esta participa o n o deve permitir que a profiss o docente seja prejudicada por interesses pr prios e de ocasi o que infelizmente a interpreta o que muitos encarre
30. de compreens o de variedade de dom nios de conhecimento de matrizes e de mapas coerentes que estruturam v rios modelos do mundo Nesta converg ncia de ideias Efland semelhan a de Eisner evoca a imagina o como a mais integradora de todas as ferramentas do processamento de s mbolos poderosamente formativa e capaz de criar novas ideias ou imagens atrav s da combina o e reorganiza o da experi ncia anterior 2002 133 A imagina o trabalha v rios instrumentos culturais como a linguagem a matem tica as obras de arte etc e em seguida reutiliza os remodelando cont nua e criticamente a sua concep o do mundo Outro factor importante na rela o com o ensino que os seus efeitos mais importantes d o se no contexto exterior ao da sala de aula Mais importante que os alunos captarem o conhecimento que posteriormente ser avaliado em provas e pouco tem a ver com o mundo exterior a capacidade de aplicar esse saber eficazmente fora da sala de aula o contexto que realmente valoriza o saber e que procura um rela o n o ut pica e com aplicabilidade entre a escola e a sociedade entre a escola e a vida entre a arte e a vida 8 Os mapas de conhecimento protagonizam liga es entre dom nios de conhecimentos sobrepostos Efland 2002 164 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 27 JOANA POL NIA DE B
31. desenhar A primeira quest o deste bloco pretende compreender a enfatizar que depositada na aptid o para o desenho no sentido de uma conce o que ainda se inclina para o g nio para o iluminado e restantes para a aquisi o e evolu o dessas compet ncias ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 106 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Este bloco o nico que apresenta uma quest o com n vel abaixo do ponto m dio de Concordo 8 5 A quest o 15 A aptid o para o desenho n o uma condi o inata apresenta o valor ponderado total mais baixo de todo o question rio 4 Tendo em conta que o ponto m dio de Discordo 8 5 o valor que est entre estes dois ser 4 25 logo podemos concluir que as respostas desta quest o n o apontam para um consenso Ainda que tenda muito tenuemente para o n vel de discord ncia averiguamos que praticamente metade concorda que a aptid o para a desenho n o uma condi o inata e a outra metade n o concorda A quest o 16 Se os alunos conseguem desenvolver compet ncias de outras reas de conhecimento tamb m ser o capazes de desenvolver compet ncias para o desenho e a quest o 17 Qualquer aluno pode saber desenhar num grau suficientemente qualitativo desde que seja ensinado com as ferram
32. e as compet ncias a desenvolver t m tra os comuns e que se resumem a nosso ver na ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 73 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 3 7 3 42 3 A tricotomia global Ver Criar Comunicar que tem os seguintes par metros referenciais 1 Observar e analisar 2 Manipular e sintetizar 3 Interpretar e comunicar adaptados s faixas et rias dos alunos nas v rias disciplinas e nos diferentes anos tais como Desenho A Educa o visual Desenho e Geometria Descritiva A Oficina de Artes Hist ria da cultura e das Artes Oficina de Multim dia B Esta din mica tem no 2 2 desenho um fio condutor que lhe transversal e que instrumentalizado em experiencias cognitivas est ticas e art sticas quer seja do forma teoria ou pr tica A partir daqui surgem as quest es de partida Ser que maioria dos professores de artes visuais reconhece o valor das experiencias cognitivas est ticas e art sticas bem como o poder cr tico e interventivo das artes Os professores de artes visuais defendem um curr culo diversificado com lugar para as artes em todas as reas de conhecimento Ser que os professores de artes visuais valorizam a import ncia do desenho enquanto fio condutor e transversal no processamento da
33. fona de Humanidades e Tecnologias 39 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado coloca a literacia em artes como o grande objectivo program tico nas suas 4 compet ncias essenciais apropria o das linguagens elementares das artes desenvolvimento da capacidade de express o e comunica o desenvolvimento da criatividade e compreens o das artes no contexto subdivididas por sua vez em in meras compet ncias espec ficas Possui este documento curricular mais recente Compet ncias Essenciais ME 2001 uma inspira o do DBAE de Eisner e do Getty Center sem no entanto promover a divis o pelas disciplinas de est tica hist ria cr tica da arte e produ o de arte como o modelo inspirador refere Resgata o interesse educativo da arte como experi ncia necess ria para o desenvolvimento individual e social referindo a din mica propiciadora da capacidade de descoberta da dimens o cr tica e participativa e da procura da linguagem apropriada interpreta o est tica e art stica do mundo Vasconcelos 2011 187 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 40 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 1 2 2 Arte o Est tico e o Art stico Desde o s c XVIII que a investiga o e estudo ac
34. graus qualitativos adequados s diferentes faixas et rias e s a elas deveriam ser motivo de n o haver tanto sectarismo no ensino oficial e na forma como est estruturado e vis vel tamb m nos resultados obtidos da an lise das quest es 7 As artes visuais contribuem para a melhoria de uma consci ncia efetivamente democr tica atrav s do seu poder cr tico e interventivo 8 O ensino das artes visuais contribui verdadeiramente para a valoriza o das rela es humanas tanto ao n vel de valores ticos morais e sociais como do refor o da identidade do indiv duo Em suma na perspectiva dos docentes deveria haver pelo menos uma disciplina de car cter est tico na oferta do ensino secund rio que fosse transversal a todos os cursos cient fico human sticos na medida em que as experiencias est ticas s o comuns a todos os seres humanos Como vimos no enquadramento te rico as experi ncias art sticas ocorrem quando produzimos arte Nem todos ser o artistas por diversas raz es mas todos temos sensibilidade est tica e esse factor individual e colectivo n o deveria ser descurado antes pelo contr rio deveria ser ensinado de modo a que o indiv duo compreendesse melhor e desenvolvesse a sua sensibilidade e as suas compet ncias e compreendesse melhor v rios aspectos exteriores como aspectos sociais culturais e art sticos de modo tamb m a n o reduzir a arte ou os seus agentes nas suas v rias componentes como ar
35. h ordem definida nas rela es espaciais tudo fica no mesmo plano 8 a 10 anos O despertar do realismo A crian a descobre que a generaliza o esquem tica j n o suficiente para expressar a realidade Isto acontece porque ela come a a olhar mais detalhadamente para os objetos individuais come a a v los O espa o descoberto e desenhado com sobreposi o de objetos e representam a linha do horizonte mas ainda fica aqu m do desenho naturalista As crian as come am a comparar o seu trabalho umas com as outras e tornando se mais cr ticas 12 anos A fase pseudo naturalista Uma vez que as crian as s o cada vez mais 25 A partir de http pioneer netserv chula ac th tampai 1 ampai Drawing 20Development 20in 20Children htm consultado a 10 05 2013 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 54 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado cr ticas dos seus desenhos esta fase marca o fim da espontaneidade O foco aponta para o produto final em que existe um esfor o para criar desenhos naturalistas Existem 6 2 bi apontamentos de luz sombra e movimento O espa o ganha alguma tridimensionalidade onde o tamanho dos objetos que est o mais distantes mais reduzido em rela o aos que est o mais pr ximos 14 a 16 anos O per
36. mundo complexo e constantemente agitado e ao mesmo tempo a b ssola que permita navegar atrav s dele 1996 77 No mesmo relat rio observamos que a educa o deve reflectir e ser ao mesmo tempo reflectida tendo por princ pio tr s bases de an lise e interven o que se estendem 1 Da comunidade de base sociedade mundial 2 Da coes o social participa o democr tica 3 Do crescimento econ mico ao desenvolvimento humano Observando os aspectos emergentes da pr pria globaliza o quanto s quest es econ micas cient ficas culturais pol ticas e sociais que convergem sem d vida com uma interdepend ncia planet ria instrumentalizada pela abertura de fronteiras econ micas e financeiras pelas migra es internacionais pelo veloz crescimento tecnol gico conclu mos que cada vez mais este nosso habitat torna se confuso e inseguro onde se antev um sentimento colectivo de defrauda o e de perda de identidade Esta livre circula o de imagens e de palavras que prefigura o mundo de amanh at no que possa ter de perturbador transformou quer as rela es internacionais quer a compreens o do mundo pelas pessoas um dos grandes aceleradores da mundializa o 1996 35 Uma educa o adequada desempenha um papel fundamental no ser humano na medida em que impulsiona os indiv duos a conseguirem hierarquizar interpretar e criticar as informa es recebidas e cultiva numa ECATI Escol
37. o Quadro II as quest es apresentam um n vel de valor ponderado total decrescente A quest o 11 A sociedade na qual vivemos est mergulhada numa opul ncia da imagem a v rios n veis o que apela ao dom nio da literacia visual bem como de uma aprendizagem adequada Nesta conjuntura o desenho uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do pensamento e da comunica o a mais unanime ao n vel da concord ncia dos docentes apresentando um maior n vel de Concordo Plenamente 20 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 104 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado e de Concordo 7 sendo a que contem o maior valor ponderado total 27 e a nica no bloco que n o obteve nenhuma resposta N o Sei Quadro I semelhan a desta quest o a quest o 12 O desenho institui se enquanto fio condutor no processamento das artes visuais estando impl cito em todas as disciplinas que integram o grupo 600 n o apresenta nenhum valor de discord ncia tendo um valor ponderado total de 24 Observando o valor ponderado total das quest es 13 e 14 verificamos que se encontram abaixo do valor m dio do concordo plenamente 17 mas acima do n vel m dio de Concordo 8 5 onde a quest o 13 est no n vel 16 e a quest o 14 no n vel 12 tendo ambas o mesmo val
38. o das ci ncias sociais e humanas bem como as artes torna se essencial na medida em que abordam tanto a exist ncia em si mesma como factores sociais Para dar respostas a esta realidade Delors defende que a educa o dever organizar se volta de quatro aprendizagens fundamentais os quatro pilares do Projecto de artes de artes visuais desenvolvido na Scottish Art Concil de paisagem um projeto de grande escala que come ou pelo desenho de paisagem de Skye feito pelos alunos e envolveu toda a comunidade desde artistas pl sticos e um compositor professores de v rias disciplinas e as pessoas de Skye Descri o do projeto em http www scottisharts org uk 1 artsinscotland education features airtime archive andealbhmor aspx 10 A quest o foi debatida na quinta sess o da comiss o Santigo do Chile no decorrer da qual foram apresentadas algumas experi ncias originais levadas a cabo especialmente em Portugal onde foi criado um secretariado para a educa o intercultural e onde a forma o pessoal e social foi considerada como uma actividade transdisciplinar noz ensinos prim rio e secund rio ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 32 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado conhecimento com o objectivo de que os indiv duos ao longo da vida tenham
39. o das formas dos objectos e do movimento emitir opini es e discutir posi es com base na sensibilidade na experiencias e nos conhecimentos adquiridos Desenvolver a capacidade de comunica o assumir uma posi o consciente e cr tica em rela o aos meios da comunica o visual interpretar e executar objectos de comunica o visual utilizando diferentes sistemas de informa o representa o compreender os estere tipos como elementos facilitadores mas tamb m empobrecedores da comunica o representar a terceira dimens o no plano utilizando formas sistem ticas e formas expressivas empregar adequadamente vocabul rio espec fico Desenvolver o sentido social ter em conta as opini es dos outros quando justificadas numa atitude de constru o de consenso como forma de aprendizagem em comum ter consci ncia do valor das manifesta es art sticas de culturas diferentes 8no espa o e no tempo cumprir normas democraticamente estabelecidas para trabalhar em grupo gerir materiais e equipamentos colectivos partilhar espa os de trabalho Empenhar se conscientemente nos problemas de grupo avaliar o funcionamento do grupo de trabalho designadamente quanto coopera o rendimento e sentido de responsabilidade conhecer ambientes de trabalho relacionados com actividades art sticas tomar contacto com valores atitudes problemas vocabul rio espec fico de profissionais de actividades art sticas Desenvolver a capacidade d
40. o prazer e o interesse pessoal o desenho ao comunicar ideias invoca c digos e conven es simb licas o desenho ao abranger a metodologia de projecto apresenta se como ferramenta de interroga o compreens o e consequentemente comunica o 7 Programa dispon vel em http dge mec pt metascurriculares index php s directorio amp pid 25 consultado a 15 05 2013 programas de Desenho A 10 e Desenho A 11 e 12 dispon vel em http www dgidc min edu pt ensinosecundario index php s directorio amp pid 2 consultado a 15 05 2013 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 59 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Recuando na Hist ria observamos que o desenho de representa o do mundo natural manifestou se na antiguidade cl ssica No entanto a valoriza o de desenho enquanto processo indispens vel para a representa o propriamente dita deu se efectivamente a partir do Renascimento Paula Tavares cita Lorenzo Ghiberti que nos seus commentari Venturi s d afirmava O desenho o fundamento e a teoria 2009 10 Com a descoberta da perspectiva c nica linear e a sua capacidade de representa o do real a partir da regra da geometria a arte e a ci ncia passam a ter uma rela o directa atrav s do desenho Em Portugal no s culo XVI
41. odo de decis o nesta fase a arte ou continuada e explorada ou abandonada O desenvolvimento natural e espont neo que acontecera at aqui terminar Para haver uma continua o ter de haver uma decis o consciente de modo a melhorar e desenvolver compet ncias para desenhar Isto deve se ao facto de os alunos serem extremamente conscientes da imaturidade de seu desenho e consequentemente facilmente desencorajados Lowenfeld defende como solu o introduzir conceitos da arte dos adultos como aspectos n o representativos e outros campos para al m da pintura e desenho propriamente ditos De acordo com Susan K Donley as fases do desenvolvimento propostas por Betty Edwards ocorrem da seguinte maneira 2 anos Fase da Garatuja as garatujas come am aproximadamente entre um ano e um ano e meio de idade de forma bastante aleat ria mas muito rapidamente se modificam para formas mais conclu das Os movimentos circulares s o os primeiros a serem desenhados na medida em que anatomicamente s o mais naturais 3 anos Est dio dos s mbolos Depois de bastantes garatujas as crian as descobrem a arte um s mbolo desenhado pode representar uma coisa real num determinado contexto A forma circular torna se um s mbolo universal para quase tudo Posteriormente os s mbolos v o se tornando mais complexas o que reflete as observa es da crian a sobre o mundo que a rodeia 4 anos Imagens que contam hist
42. os modos de projectar como parte integrante do processo art stico relacionando a din mica das aprendizagens anteriores com as novas hip teses expressivas Conhecer as fases metodol gicas do projecto art stico Desenvolver compet ncias nos dom nios da representa o bidimensional e tridimensional Explorar t cnicas de representa o expressiva e rigorosa do espa o e das formas que o habitam Compreender as quest es utilit rias relacionadas com certos tipos de iconicidade na rea da cidadania Desenvolver capacidades de trabalho em equipa necess rias consecu o de projectos ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado manipular e sintetizar interpretar e comunicar que s o as compet ncias a desenvolver no programa de Desenho A uma vez que se observarmos com aten o todos os objetivos de todas as disciplinas eles s o conseguidos se estas compet ncias forem adquiridas e desenvolvidas Neste enquadramento o desenho institui se enquanto fio condutor e transversal no processamento e desenvolvimento das artes visuais integrador de todas as disciplinas do seu grupo Se o ensino das artes por tudo o que j discorrermos torna se uma necessidade o ensino do desenho pela import ncia que tem para o desenvolvimento est tico
43. pelo material que s se torna arte pela fus o do subjectivo como objectivo ao produzir uma nova experi ncia Novamente Dewey se posiciona contra a tese da representa o do objecto pela mente e contra a tese de que a arte conhecimento A arte transforma o saber pela vis o imaginativa e emocional ela express o 2010 113 114 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 52 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 3 O valor do desenho no ensino das artes 13 1 Desenho o princ pio das artes O desenho a express o art stica mais completa praticada pelas crian as Todas as crian as desenham No ensino pr escolar o desenho uma ferramenta de trabalho porque atrav s dele as crian as expressam o que conhecem No desenho infantil a imagem tem um modelo interno o equivalente visual a uma ideia geral O desenho convoca a primeira aproxima o s artes o princ pio das Artes V rios autores desenvolveram teses fundamentais para a valoriza o das artes nomeadamente do desenho entre os quais Georges Henri Luquet Betty Edwards Viktor Lowenfeld Rudolph Arnheim Elliot Eisner Howard Gardner Michael Parsons Kerry Freedman Herbert Read Paul Duncan entre outros Luquet 1935 teorizou quatro campos sequenciais que a crian a atravessa qu
44. pensamento cr tico das experiencias art sticas est ticas e cognitivas na rela o com a sua pr tica instrumental resultando da intera o com o meio intera o essa que promulgada atrav s do ensino Retomamos a discuss o de dados quando referimos que os indiv duos podem ter mais ou menos aptid o para determinadas reas mas tamb m muitos por variad ssimos contextos podem n o saber ou julgar n o ter aptid o para desenhar e a desmistifica o do ter jeito que o senso comum idealiza incontornavelmente importante N o poder amos deixar de convocar a tese de Betty Edwards e o seu contributo para a desmistifica o das conce es das ideias do talento da inspira o espont nea do dom e de todas as categoriza es que ainda est o na mentalidade da maioria dos indiv duos e at em alguns docentes de artes visuais bem como o seu contributo para a democratiza o do ensino do desenho atrav s do m todo de ensino aprendizagem onde a autora aponta uma poss vel explica o te rico pr tica do processo do desenho de observa o bem como exerc cios que facilitam a aquisi o de compet ncias para o desenho no ponto fulcral da ideia de democracia que reiteramos a reflex o final do nosso estudo Vimos que nas disciplinas do grupo de artes visuais a partir do 3 ciclo do ensino b sico at ao t rmino do ensino secund rio de modo geral os objectivos e as compet ncias a desenvolver t m tra os c
45. processo do desenho de observa o partindo das pesquisas do neurocientista Dr Roger Wolcott Sperry sobre a ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 56 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado bilateraliza o dos hemisf rios direito e esquerdo do c rebro humano A partir daqui seria poss vel desenvolver a habilidade do desenho de observa o partindo do pressuposto de que os dois hemisf rios cerebrais do ser humano processam as informa es visuais percebidas atrav s do aparelho da vis o de modos diferentes O est mulo do processamento das informa es visuais pelo hemisf rio direito seria o respons vel pela efic cia do seu m todo Deste modo a autora contribui para quebrar a barreira da n o continuidade do exerc cio do desenho do estigma que se cria que para saber desenhar necess rio um talento Muitas vezes os indiv duos t m aptid o mas n o a conhecem e como n o s o ensinados pois o processo j n o ocorre espontaneamente abandonando os exerc cios que os levaria a experi ncias art sticas ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 57 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversific
46. processo gradual e intenso que express o e raz o antecipador do projecto da autonomia ou outra qualquer forma de fazer sob a qual o desenho se possa apresentar 2009 21 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 68 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado O ensino do desenho congrega sucessivas interroga es que emanam do conhecimento do pensamento cr tico e da pr tica instrumental Essas interroga es encontram voz no desenho O desenho de representa o ressalta a an lise e a observa o o desenho de express o art stica salienta a imagina o exigindo a problematiza o constante de rela es espaciais m tricas geom tricas destacando se o ensaio a experimenta o a interroga o dentro do processo criativo O desenho de observa o pode ainda ser englobado nas problem ticas citadas como o caso do desenho desenvolvido pelos urban sketchers Invocamos o importante contributo de Betty Edwards na democratiza o da aprendizagem do desenho ou seja no alerta das potencialidades que todos t m para desenhar desde que sejam facultados os m todos e as ferramentas adequados Embora nos apercebamos de alguns preconceitos que associam a sua obra a uma educa o meramente tecnicista o contributo de Desenhando com o lado direito do C r
47. revestido como um conceito econ mico Actualmente existe uma rela o laboral de coac o entre os agentes da educa o De um lado o Minist rio de Educa o e Ci ncia estabelece para esta rela o chav es como a submiss o a passividade o objecto como visto o sujeito ou como este se v e a v tima atitude inerte Do outro lado os professores que apelam a uma rela o laboral de autonomia cria o confrontando os quatro chav es supracitados com outros a saber a autonomia a produ o o sujeito e a responsabilidade atitude activa Na primeira situa o n o h uma perspectiva nem uma projec o no futuro semelhan a de ac es psicopatas existe uma contribui o para assassinar a profiss o sem consci ncia nem arrependimento J na segunda o futuro contingente depende da ac o e o sujeito surge como agente transformador e criador A energia do tempo flui e se essa energia se concentrar em conjunto ao juntarem se esfor os o impacto ser sem d vida diferente Quanto mais uni o mais coes o Sem esta consci ncia o sujeito passa a ser um objecto ent o numa base de consci ncia colectiva que se deve perspectivar quem somos e para onde vamos Os autores Pacheco e Pereira defendem a constru o de uma vontade colectiva para novas direc es pol ticas culturais e para a reforma intelectual e moral no que respeita educa o nomeadamente que tipo de identidade est adjacente glob
48. rios desenham A correspond ncia centra se neste evoluir Os desenhos podem afirmar se desenhos no processo de serem enviados destinados recebidos e trocados Discordo Plenamente Concordo Concordo N o sei Discordo Plenamente ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 133 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Bloco IV assinale com x a sua op o 15 A aptid o para o desenho uma condi o inata Concordo Plenamente Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente 16 Se os alunos conseguem desenvolver compet ncias de outras reas de conhecimento tamb m ser o capazes de desenvolver compet ncias para o desenho Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente 17 Qualquer aluno pode saber desenhar num grau suficientemente qualitativo desde que seja ensinado com as ferramentas e os procedimentos adequados falamos do desenho de observa o Concordo Plenamente Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias
49. se uma cren a deve ser julgada verdadeira na medida em que as consequ ncias pr ticas dessa cren a sejam boas ent o verdade seria qualquer coisa na qual compensasse ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 49 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado defendendo que um dos principais objectivos do educador educar o aluno como um todo O mais importante que o indiv duo se desenvolva num somat rio de crescimento f sico emocional e intelectual onde o sujeito passa a ser somente um conceito significante quando considerado parte integrante da sociedade enquanto esta nenhum significado possui se for considerada parte longe da participa o de seus membros individuais Esta concep o enquadra a tese central de Dewey em que todo o indiv duo recebe e sofre influ ncia do meio A este facto o autor chamou experi ncia onde a arte tem um lugar de destaque pois integra os pr prios valores da vida surgindo dos processos de interac o entre o organismo e o meio A concep o de Dewey da Arte como experi ncia explorada na sua obra Art as Experience 1934 infere que independentemente de ser de ndole produtiva experi ncia art stica ou contemplativa experi ncia est tica uma experi ncia Interpreta a experi ncia e a arte como uma forma relacional de pr
50. tempo torn la suscept vel de entender e apreciar a arte de contempl la de julg la e tamb m de a recriar ou de criar simplesmente trata se de educar a pessoa no sentido est tico da vida para que seja capaz de aceder a uma das objecto que estimamos que toda a gente deve achar belo Kant considera que o belo n o t o intelectual como as concep es pr prias do entendimento porque a entra um elemento afectivo existe com efeito sempre um prazer O belo n o pois outra coisa que o que produz um prazer universalmente partilhado E puramente subjectivo e encontra se no acordo de duas das nossas faculdades Bayer 1961 172 20 21 25 pa z Um c digo est tico representa uma forma subjectiva de ver a realidade n o somente atrav s do belo mas tamb m pelo concreto sens vel e percept vel pelos sentidos ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 42 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado suas poss veis dimens es a dimens o est tica Esta aced ncia educa a pessoa a adornar tanto os seus actos como as suas produ es dando lhes um aspecto atractivo e prazenteiro capaz de levar o pr prio e os outros a gostar Fr is 2005 82 A educa o est tica est intrinsecamente envolvida com a educa o art stica uma vez qu
51. um curr culo diversificado com lugar para as artes em todas as reas de conhecimento do ensino obrigat rio em que descrimin mos dois polos que s o obviamente indissoci veis Num tivemos em considera o uma aprecia o geral da forma como se manifesta a democracia no ensino das artes e no outro a verifica o do valor das artes num ensino democr tico ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 113 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado A primeira quest o deste bloco a quest o 6 A democracia parece ter deixado de ser um conceito social passando a aparecer revestido como um conceito econ mico As pol ticas educativas e o s programa s que leciona t m vindo a comprometer os ideais democr ticos e de cidadania a nica que se demarca pela negativa no estudo do bloco com um valor ponderado total de 10 Todavia n o alcan a um valor de discord ncia que estaria como vimos na An lise de Dados entre o valor ponderado total de 8 5 e 8 5 Esta quest o a nica que apresenta valores de discord ncia no Bloco II e onde quatro inquiridos responderam N o Sei Quadro I A afirma o perece nos bastante direta para ter respostas ao n vel da possibilidade N o Sei 4 e segundo o referido quadro tamb m s o 4 os n veis de discord ncia tanto ao n vel do
52. vinculado reprodu o de desigualdades e injusti as sociais cunhando o numa base de resist ncia contra o poder e a sociedade dominantes Desenvolve uma teoria cr tica alternativa baseada na resist ncia racionalidade t cnica e utilit ria e ao positivismo das perspectivas t cnicas do curr culo Critica ainda as an lises fenomenol gicas do curr culo pela aus ncia de nfase dada forma como as constru es de significado se desenvolvem na escola e no curr culo bem como as rela es mais amplas de poder e controle defendendo deste modo a intr nseca import ncia do curr culo na sua rela o com a pol tica A oferta de oportunidades educacionais e as reformas educativas t m vindo a crescer e com isto muitas altera es ao n vel do sistema educacional bem como de metodologias pedag gicas t m vindo a ser propostas num mbito de desenvolvimento pois tamb m as r pidas mudan as sociais assim o exigem Todavia nem sempre existe ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 19 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado compatibilidade entre essas mudan as e a oferta educacional nem sempre as reformas educativas acompanham as mudan as sociais e as suas necessidades espec ficas A democracia parece ter deixado de ser um conceito social passando a aparecer
53. vis o e consci ncia cr ticas n o s em rela o sociedade de consumo com realidade em si mesma No campo da estrutura o de ideias a pr tica do desenho concorre para literacia visual partindo de duas vertentes designadamente a estrutura o do pensamento em que se dinamiza a an lise e a s ntese do registo gr fico Cabe aqui referir que durante a aprendizagem o entendimento que envolve a organiza o de ideias e a estrutura o de procedimentos se pode traduzir por um esquema construtivo contribuindo para a compreens o de m todos art sticos que potenciam o alargamento da cultura visual do indiv duo Silva 2010 35 O desenho permite que o indiv duo imite e analise a sua realidade sens vel podendo transform la criar uma nova realidade e desenvolver a cr tica do seu trabalho Torna se ent o numa forma de conhecer investigar compreender e comunicar actuante na produ o de conhecimento tanto exterior como interior Os programas de Educa o Visual e Desenho A congregam de forma geral o princ pio de que o desenho adestra conjuntamente a an lise a percep o a concentra o o racioc nio visual o ju zo cr tico e comunica o paralelamente aceita o do imprevisto e ambiguidade Eilen Adams 2002 enumera em tr s qualidades as ideias relativas pr tica do desenho o desenho como meio de percep o ordena atrav s da observa o anal tica as ideias e pensamentos de acordo com
54. 05 A investiga o enquanto processo reflexivo distingue se da reflex o espont nea pois conduzida sistematicamente ainda que com recuos e avan os requerendo evid ncias que fundamentem as afirma es declaradas Concordamos com Laville amp Dione quando acerca da validade qualitativa ou quantitativa na pesquisa n o privilegiam nenhuma em detrimento da outra na medida em que essa pesquisa estar de acordo com a que melhor responde problem tica a ser estudada A partir do momento em que a pesquisa centra se em um problema espec fico em virtude desse problema espec fico que o pesquisador escolher o procedimento mais apto segundo ele para chegar compreens o visada Poder ser um processamento qualitativo ou quantitativo ou uma mistura de ambos O essencial permanecer que a escolha da abordagem esteja a servi o do objeto de pesquisa e n o o contr rio como objetivo de da tirar o melhor poss vel os saberes desejados Nesse sentido centralizar a pesquisa em um problema convida a conciliar abordagens 43 xs AO i 3 A viagem da investiga o emp rica tem como objetivo contribuir para o enriquecimento do conhecimento da determinada rea necessita de escolhas em termos do tema e das hip teses espec ficas a testar obriga a um planeamento dos m todo de recolha de dados e requer que se pense adiante para planear as an lises de dados antes de come ar a parte emp rica da invest
55. 134 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Anexo 2 Question rios 135 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Anexo 3 Quadro 1 1 De modo geral qual o relacionamento 2 A comunidade escolar valoriza a com os colegas rg os gestores alunos educa o e consequentemente a encarregados de educa o e espa o actividade docente enquanto pilar f sico da escola Destaque aspectos imprescind vel de uma sociedade positivos e negativos Comente o seu caso pessoal face aos diferentes elementos da comunidade Question rio Colegas Cordial Gestores Foco me no aspeto educa o como 1 institucional Alunos Dire o de pilar tendo em vista uma sociedade turma total disponibilidade preven o mais justa e sem preconceitos A de comportamentos desviante Pais educa o o motor da sociedade A Atrav s da associa o reuni es arte pouco entendida apesar de ser peri dicas Espa o Somos uma eco muito falada escola Existem condi es aceit veis para a lecciona o das disciplinas do grupo 600 Question rio A rela o muito positiva porque De modo geral a comunidade escolar 2 colaborativa valoriza have
56. 91 The new technology is it part of the solution or part of the problem in Education Computers in Schools v8 nl 3 p59 81 125 Arnheim R 1969 Visual Thinking Berkeley University of California Press Batista I 2005 Dar Rosto ao Futuro A Educa o como compromisso tico 1 ed Porto Profedi es Bento A Org 1987 Actas do I Encontro das Express es Art sticas na Forma o de Professores do Ensino Prim rio e de Educadores de Inf ncia do Distrito de Portalegre Edi o do Centro de Recursos e Anima o Pedag gica da Escola Superior de Educa o de Portalegre CRAP ESEP Portalegre comunica es de v rios artistas e pedagogos Ant nio N voa Arquimedes Santos Avelino Bento Glic nia Quartin Graziela Cintra Gomes Jos Alberto Saraiva Jo o Brites Maria de Lourdes Martins Nat lia Pais Wanda Ribeiro da Silva Cabanas Q 1993 Pedagogia Estetica Madrid Dykinson ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Ching F e Juroszek S 2001 Representa o Gr fica para Desenho e Projecto Barcelona Editorial Gustavo Gili S A Cook L Sylvester D amp Serrota N 1992 Running Arcs Weight and Measure Drawings Tate Publishing Limited Day C 2001 Desenvolvime
57. ARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Existe ainda a necessidade de reconhecer que os alunos mais facilmente guardam em si a causa dos significados pessoais que extraem do que aquilo que realmente os professores pretendem ensinar lhes Cada um deles contextualiza e relaciona as v rias situa es com a sua hist ria pessoal dando lhes significados pr prios e independentes dos demais Assim ser mais f cil que o que os alunos aprendem supere o que os professores ensinam Salienta se tamb m que um professor de artes necessita ter conhecimento profundo do comportamento dos materiais bem como de t cnicas que pede para serem exploradas pelos seus alunos e deve tentar sempre articular da melhor forma a leitura que faz desses trabalhos que deve ser constru da atrav s do realce positivo de um aspecto para os aspectos negativos a melhorar de modo a que a critica seja construtiva com o espa o que deve deixar livre para que certos aspectos sejam descobertos pelos alunos Embora esta ac o pedag gica se deva retractar em todas as disciplinas como por exemplo no ensino da ortografia em que a interven o do professor mais l gica no campo art stico o processo mais subjectivo uma vez que o trabalho a realizar depende muito de interpreta o individual e da express o de um ponto de vista pessoal Assim sendo e neste espa o aberto para as suas pr prias interpreta es os alunos precis
58. ARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Susan K Donley 1985 e 1987 relaciona as etapas do desenvolvimento do desenho infantil apresentadas por Viktor Lowenfeld em Creative and Mental Growth 1947 e Betty Edwards em Drawing on the right side of the brain 1979 De acordo com Susan K Donley as fases do desenvolvimento propostas por Viktor Lowenfeld acontecem da seguinte forma 2 anos Fase da Garatuja As primeiras garatujas s o desordenadas advindas da atividade cinest sica Aproximadamente seis meses depois medida que se tornam mais absortas as crian as v o desenhando as garatujas de forma mais ordenada nomeando as E um importante marco para o desenvolvimento da crian a 3 e 4 anos Est dio pr esquem tico Por volta desta idade acontece a primeira cria o consciente da forma um registro tang vel do processo de pensamento da crian a Essa primeira tentativa de representa o uma pessoa geralmente utilizando um c rculo para a cabe a e duas linhas verticais para as pernas Posteriormente v o desenvolvendo outras formas que se tornam por vezes bastante complexas num processo de constante procura de novos s mbolos 6 anos Est dio esquem tico A crian a esquematiza uma forma concludente de representar um objeto embora essa forma seja passiva de modifica o O esquema representa o conhecimento ativo da crian a sobre o tema ou objeto Nesta fase n o
59. II n 12 007 024 Teodoro A N D 1999 A Constru o Social das Pol ticas Educativas Estado Educa o e Mudan a Social no Portugal Contempor neo Disserta o para obten o do Grau de Doutor em Ci ncias da Educa o na especializa o de Educa o e Desenvolvimento pela Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ci ncias e Tecnologia Vale L R 2010 Como Desenvolver a Criatividade do Aluno Em Artes Visuais Relat rio da Pr tica de Ensino Supervisionada do mestrado em Ensino de Artes Visuais pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Anexo I Question rio Modelo Este question rio uma das fontes para a investiga o da disserta o do Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3 Ciclo do Ensino B sico e no Ensino Secund rio que tem como problem tica de estudo a compreens o da import ncia do desenho no ensino das artes pelos agentes da educa o O question rio visa aferir as conce es dos professores face valoriza o das experi ncias cognitiva est tica e art stica no ensino das artes visuais da import ncia do desenho enquanto fio condutor e transversal no processamento das artes e da necessidade de um curr culo dive
60. II o escultor Joaquim Machado de Castro a pedido de Pina Manique elabora o Discurso sobre as utilidades do Desenho considerando ser da maior utilidade para todos os cidad os a pr tica e o conhecimento do desenho e que ambos devem ser dirigidos com bom gosto e na imita o da natureza e evidenciando as suas aplica es nas diversas reas do saber como a medicina atrav s da anatomia a geografia e a hist ria natural entre outras Contudo devido conturbada pol tica da poca que viu sucessivos governos e consequentemente sucessivas reformas de educa o s em 1860 foi criada uma disciplina com a designa o de Desenho nos planos de estudos liceais A partir do s culo XIX o ensino do desenho foi inserido nas academias Contudo nota se uma ambiguidade na dicotomia art stico industrial uma vez que o ensino de desenho era articulado ao curr culo industrial onde encontramos nas academias de belas artes vocacionadas para a forma o de artistas aulas de desenho dirigidas prepara o de oper rios industriais orientadas na mesma perspectiva da forma o de artistas Entre o s culo XIX e o s culo XX da nossa hist ria assistimos a diversas e conturbadas din micas ideol gicas e pol ticas como o Absolutismo o Liberalismo a Rep blica a Ditadura e a Democracia Considerando os tr s momentos revolucion rios que a hist ria portuguesa teve nos dois ltimos s culos a revolu o liberal de 1820 a revolu o republi
61. JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Orientador Professor Doutor scar de Sousa Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias Escola de Comunica o Arquitetura Artes e Tecnologias da Informa o Lisboa 2013 A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Disserta o apresentada para obten o do grau de Mestre em Ensino no Curso de Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3 ciclo do Ensino B sico e no Ensino Secund rio Orientador Professor Doutor scar de Sousa Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias Escola de Comunica o Arquitetura Artes e Tecnologias da Informa o Lisboa 2013 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Dedicat ria A por e para Deus Pela e para a Educa o Em mem ria do av Patareco mem ria do Hugo Matilde Aos meus pais ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Agradecimentos Agrade o ao Professor Doutor Oscar de Sousa pelo seu contributo na orienta o desta disserta o pela sua postura tica e prontamente profissional e pelas suas qualidades humanas que em un ssono foram
62. Lisboa Edi es Asa Oliveira Elisabete s d desenvolvimento da Educa o Est tica em Portugal nos ltimos 40 anos Texto fotocopiado ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Pacheco J amp Pereira N 2006 Globaliza o e identidades educativas rupturas e incertezas Revista Lus fona de educa o 8 13 28 Paraskeva J M 2001 Curriculum com a extrema un o neoliberal escolariza o p blica Educa o e Realidade 26 1 59 92 jan jun Penin L 2001 Da Disciplina do tra o irreverencia do Borr o Lisboa Livros Horizonte Ruskin J 1888 The Elements of Drawing In Three Letters to Beginners London Universidad de Harvard Wiley Santos A 1989 Media es Art stico Pedag gicas Lisboa Horizonte BEP Silva I L 2010 O Contributo da Arte Contempor nea no Ensino do desenho Art stico atrav s de m todos Experimentais Disserta o de mestrado em Educa o Art stica pela FBAUL Silva T 2000 Teorias do Curr culo Uma Introdu o Cr tica Porto Porto Editora 128 Tavares P 2009 O Desenho como Ferramente Universal O contributo do processo de desenho na metodologia projectual Revista de Estudos Polit cnicos Polytechnical Studies Review Vol V
63. POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 1 2 3 Educa o art stica e cogni o Por cogni o entende se processo mental de conhecer que envolve aten o percep o mem ria racioc nio ju zo imagina o pensamento e linguagem Apesar da divis o que foi aceite no pensamento filos fico ocidental entre e percep o est tica e a cogni o em que a considera o do efeito subjectivo do Julgamento est tico seria exterior ao racioc nio formal e isolado do julgamento est tico foram apresentadas propostas no sentido da rela o intr nseca entre a rela o est tica art stica e a cogni o A partir da diferencia o entre est tico e art stico encontramos consequencialmente uma diferencia o entre a educa o est tica e educa o art stica contudo ambas est o interrelacionadas Quintana Cabanas 1993 defende que a pedagogia est tica tem como objectivo a forma o do gosto de modo a proporcionar o entendimento dos elementos cr ticos necess rios para fazer ju zos sobre a arte e a educa o art stica tem como objectivo orientar a educa o da express o art stica Thomas Munro tamb m apresentara esta distin o ao afirmar que a experi ncia est tica no seu sentido restrito distingue se da experi ncia art stica que ocorre mais durante a cria o o desenho a manufactura a execu o e a representa o na percep o uso frui o e cr
64. a sem sentido est pida e 5515 como uma parede cega no entanto os artistas da poca preteriam a representa o que constituiria sempre o destino da pintura face utilidade que uma pintura n o tem Outro exemplo da diversidade e din mica art stica do s culo XX preconizada na did tica da Bauhaus constituindo uma forte influ ncia enquanto modelo pedag gico que combinava o pensamento art stico com o progresso industrial conjugando ainda a filosofia do movimento Arts and Crafts e a teoria da percep o visual possibilitando fasear o ensino ao n vel do projecto do desenvolvimento da express o individual e do pensamento cr tico Durante as d cadas de 30 e 40 o termo Cultura de massas foi largamente debatido por Walter Benjamin Theodor Adorno entre outros onde o contributo da revolu o industrial promoveu um forte impacto social e cultural tanto ao n vel da escolariza o como atrav s da produ o cultural aliada ao desenvolvimento das tecnologias e dos meios de comunica o como cinema r dio fotografia banda desenhada ilustra o design As d cadas de 50 e 60 foram consideravelmente importantes para o sistema art stico uma vez que na Europa Ocidental observavam se in meras actividades de teor pol tico e social como a Guerra a sexualidade os Direitos Humanos o Feminismo entre outras problem ticas que serviram de mat ria explorat ria para o campo art stico O ambiente da 2
65. a de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 30 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado utopia orientadora o objectivo de fazer convergir os indiv duos nas sociedades para uma maior compreens o respeito e solidariedade m tuos e um maior senso de responsabilidade na aceita o das diferen as culturais Deste modo se cada um conhecer melhor o mundo e outro conhecer se melhor a si mesmo Aqui verifica se um dos objectivos essenciais da educa o o desenvolvimento do ser humano na sua dimens o social e cultural As actividades comuns e valores partilhados entre os seres humanos sedimentam uma sociedade Estas manifesta es com o decorrer do tempo v o se homogeneizando tornando se uma mem ria individual e colectiva uma heran a cultural no sentido mais lato do termo que serve de base ao sentimento de perten a e de solidariedade Delors 2011 45 A concretiza o destes factores tende a tornar se cada vez mais lenta uma vez que actualmente o estado social apresenta um ruptura cada vez maior se por um lado as desigualdades se evidenciam em rela o aos fen menos de pobreza e exclus o social por outro o conceito de democracia est cada vez mais desfasado da sua pr pria pr tica ideol gica Ora a Educa o poder contribuir para essa coes o social ao promover
66. a v rios n veis o que apela ao dom nio da literacia visual bem como de uma aprendizagem adequada Nesta conjuntura o desenho uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do pensamento e da comunica o reuniu o terceiro maior valor ponderado total de todo o question rio e concordam maioritariamente com a afirma o da quest o 12 O desenho institui se enquanto fio condutor no processamento das artes visuais estando impl cito em todas as disciplinas que integram o grupo 600 apresentando 2 respostas de possibilidade N o Sei Deste modo podemos aferir que os docentes compreendem que o desenho o factor catalisador de experiencias cognitivas est ticas e art sticas ao assimilar expressar e investigar mecanismos de percep o e de produ o Por estes motivos o desenho transversal a todas as disciplinas de artes visuais qua acabam todas por ir beber tricotomia Observar e analisar Manipular e sintetizar Interpretar e comunicar O desenho como meio de percep o atrav s da observa o anal tica ordena as ideias e ao interpret las invoca c digos e conven es simb licas apresenta se como ferramenta de interroga o compreens o e consequentemente comunica o Todavia os ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 117 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr
67. ade mais justa Especificamente em rela o valoriza o das artes foi demonstrado descontentamento no sentido de ser sempre remetida para segundo plano muitas das vezes tamb m pelos rg os gestores Em rela o segunda parte do question rio discutimos os resultados a partir dos campos que contextualiz mos nos quatro blocos Com referimos anteriormente no Bloco I detivemo nos em averiguar se a maioria dos professores de artes visuais valorizam as experi ncias cognitiva est tica e art stica e como consideram o poder cr tico e interventivo das artes Para a considera o dessas experi ncias bem como do potencial cr tico e interventivo das artes temos como conceitos chave nas quest es apresentadas a imagina o o processo e a valoriza o do mesmo na sua rela o com o produto final onde a desenvolvimento cognitivo transversal a todo o processo A arte a experi ncia art stica e a experi ncia est tica necessitam de ser estruturadas como uma pr tica baseada na imagina o e criatividade que aplica a t cnica para seleccionar e organizar qualidades expressivas com o fim de alcan ar objectivos est ticos Por esta raz o defendemos que a pr tica art stica deve ent o ser apoiada numa cont nua reflex o do seu pr prio processo bem como o seu ensino Vimos que o dom nio da imagina o reuniu mais factores de concord ncia no bloco aparecendo como motor instrumentalizador e reutilizador de v rios aspe
68. ado Embora a educa o compreenda como seus agentes fundamentais o Minist rio da Educa o e Ci ncia MEC as pol ticas educativas e os consequentes curr culos os professores e a comunidade escolar os professores t m um papel privilegiado enquanto agentes activos na pr tica da educa o na medida em que perante o MEC e os curr culos s o eles que mais possibilidades t m de serem agentes de mudan a na comunidade educativa Especificamente no ensino das artes visuais constatamos que estas ao serem unificadoras de v rios conhecimentos t m como estrutura edificadora o desenho ainda que de forma impl cita O desenho o come o e pode ser um fim Ele pr prio serve de investiga o de caminho de processo nas artes visuais ele esbo a constr i e desconstr i a ideia contextualiza a fundamenta a rejeita a trabalha o pensamento desenvolve o sentido cr tico Traduz estruturas e faseamentos face a obras que se querem produzir aponta caminhos tornando se intermedi rio entre passado e futuro N o pretendemos fazer um estudo tomando como refer ncia o desenho enquanto disciplina a saber desenho A que se desenvolve nos tr s anos do ensino secund rio mas o desenho que est impl cito e trabalhado em todas as disciplinas de artes visuais Analisando as disciplinas do grupo de artes visuais a partir do 3 ciclo do ensino b sico at ao t rmino do ensino secund rio compreendemos que de modo geral os objectivos
69. ado 1 3 2 Desenho e ensino das artes Sobre a defini o de desenho Molina Cabezas e Borges defendem que ela estabelecida numa rela o temporal de continuidades e descontinuidades que determinam os segmentos atrav s de estruturas din micas do nome vel e n o nome vel Aprender a desenhar torna se compar vel a nomear o report rio das estrelas no firmamento do nosso universo num processo cont nuo de reconhecimento de novas rela es surgidas entre as palavras e as coisas os objectos as figuras A actividade de desenhar estabelece o limite das palavras onde determinar os elementos pict ricos e interromper a continuidade do que nomeamos uma actividade que expande ou concentra o eco de uma frase da sonoridade e da ac o por onde nos aventuramos a ultrapassar barreiras e caminhos que previamente determinamos para no intuito de criar os limites de seguran a do nosso conhecimento Precisar el dibujo es ante todo establecer un respiro un lugar de descanso provisional a nuestro deseo de nombrar nuevos territ rios es una orden provisional desde el que explicamos la realidade un modelo de relaciones posibles que l ejemplifica en el gesto Controlar el dibujo es un acto de soberbia com el que establecemos nuestra relaci n definitiva com las cosas un acto que tiene inmediatamente a ser desdicho cuestionado en la periferia del gesto para dejar paso a una nueva interpretaci n 2008 39 Estas din micas acontecem num t
70. ados 1999 149 150 Os question rios foram preenchidos sob anonimato e ainda que n o seja condi o sine quo non para garantir a sinceridade das respostas obtidas o anonimato permite que os questionados se salvaguardem de repres lias de ordens v rias Como referimos anteriormente a escolha do tipo de question rio recaiu na escala tipo Likert de modo a evitar que o interrogado vagueie num desenvolvimento da sua resposta enquanto opini o e sequencialmente o investigador tenha de interpretar algo que n o os dados para a an lise Deste modo os interrogados refletem as suas interpreta es nos itens que escolhem partindo se do pressuposto que ao colocarem a si mesmo as quest es compreendem o seu sentido e as interpretam com proximidade da do investigador A constru o do question rio obedeceu a uma estrat gia que integrasse os dados do quadro te rico Utilizamos a escala de Likert enquanto escala unidimensional e psicom trica com cinco campos Concordo Plenamente Concordo N o Sei discordo at Discordo Plenamente ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 80 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 3 4 Procedimentos Primeiramente foi feito um esbo o de estudo preliminar que n o se concretizou na pr tica serviu antes para clarificarmos o pr
71. agraphs html 17 Estas conce es de arte como ideia e arte com ac o v m referidas em The Dematerialization of the Art datado de 1968 por Lucy Lipard e John Chandler Este ensaio encontra se na antologia Six Years The Dematerialization of the Art Object from 1966 to 1972 Lucy R Lippard New York Praeger 1973 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 38 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado altera es da pr tica escult rica nomeadamente a introdu o da imagem projectada a incorpora o ou mesmo a utiliza o exclusiva de som bem como a sa da de um conceito unit rio que derivasse da tradi o do monumento ou do objecto que escultura passou a ser uma abstrac o um nome que n o designava j qualquer tipologia reconhec vel 2006 7 A A partir da d cada de 70 a produ o art stica marcada pelo abandono dos c nones tradicionais at aos dias de hoje N o que deixassem de ser importantes mas porque deixaram de ser condi o sin ne qua non para a concep o de obra art stica Mais interessante que estabelecer genealogias de afastamento ou aproxima o ser compreender por que eixos de desenvolvimento se tem vindo declarar o recurso reiterado s pr ticas art sticas como g nero de modo a que a transi o das artes visuais p
72. aliza o A escola uma comunidade aberta a v rias comunidades a pessoas de diferentes estratos sociais econ micos diferentes religi es culturas com diferentes formas de ver e estar no mundo e esta diversidade important ssima para o processo de ensino aprendizagem No entanto subjacente tentativa de homogeneizar o ensino est o esbatimento dessas especificidades e riquezas naturais Para que tal n o aconte a necess rio criar uma cultura de responsabilidade em que a padroniza o de um sistema h PACHECO J A amp PEREIRA N 2006 Globaliza o e identidades educativas rupturas e incertezas Revista Lus fona de educa o 8 13 28 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 20 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado n o implique a padroniza o dos indiv duos e que esse padr o sirva para a optimiza o do conhecimento e da efici ncia dos resultados da aprendizagem A legisla o educativa ao estar sujeita a rela es pol tico econ micas p e em ambiguidade o conceito de identidade e o seu sentido de individualidade e autonomia vai se desvanecendo Apercebemo nos de que com o pensamento p s moderno o processo de ensino aprendizagem cada vez menos unidireccional sendo que para ele concorrem diferentes influ ncias Observemos o
73. am de compreender o que lhes pedido mas tamb m o porqu de estar a ser pedido desta forma e n o de outra isto o objectivo do trabalho Porque foi escolhido um suporte quadrado e n o rectangular Porque em certos casos o enquadramento deve estar centrado e noutros n o Observamos novamente um aspecto que extens vel a todas as disciplinas mas torna se mais relevante no ensino art stico A arte a experi ncia art stica e a experi ncia est tica necessitam de ser estruturadas como uma pr tica baseada na imagina o e criatividade que aplica a t cnica para seleccionar e organizar qualidades expressivas com o fim de alcan ar objectivos est ticos A pr tica bem como o seu ensino art stica deve ent o ser apoiada numa reflex o continuada do seu pr prio processo ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 28 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 1 3 Educa o democracia e artes a necessidade de um curr culo diversificado A Educa o ao permitir a todos o acesso ao conhecimento tem um papel elevado no cumprimento desta tarefa universal onde a socializa o do indiv duo e o seu desenvolvimento enquanto tal n o t m de ser objectivos contr rios e d spares A rela o de equidade entre a sociedade e os indiv duos atrav s da democracia e o c
74. am uma diferencia o nas respostas dos docentes todavia com uma leitura positiva ao n vel de concord ncia Deste modo observamos que a maioria dos docentes uma maioria inferior em rela o ao grau de concord ncia das quest es 1 e 5 valorizam a liga o entre o processo criativo e a flexibilidade cognitiva que atrav s dos tipos de conhecimento integrado consolidada durante a experi ncia Todavia estas quest es apresentam um factor interessante de an lise na medida em que a quest o 2 apresenta o mesmo valor ponderado 24 do n vel Concordo Plenamente que a quest o 1 a mais homog nea a n vel de concord ncia mas tem ao mesmo tempo o valor ponderado de discord ncia Discordo at agora mais elevado 4 isto ainda que a maioria dos docentes concorde plenamente que de modo geral o processo t o importante como o produto final existe quem discorde da afirma o A quest o 4 n o apresenta uma diferen a t o acentuada em termos de valores ponderados apenas um 1 discorda da afirma o estando os restantes ao n vel do Concordo 6 e do Concordo Plenamente 16 A quest o 3 Deve existir sempre uma valoriza o conceptual do trabalho do aluno ainda que esse conceito intens o prop sito n o seja fixo pois quase sempre est sujeito a transforma es processuais O trabalho do aluno apoiado numa cont nua reflex o do seu pr prio processo materializa sempre um bom produto final a nica que se en
75. ando desenha Contudo atentamos para o fato de que falamos de uma categoriza o te rica flex vel pois uma fase pode come ar estando a anterior inacabada e a evolu o do desenho est sujeita a regress es Na primeira fase Desenho involunt rio a crian a principia a sua express o gr fica pelo prazer do movimento no acto de desenhar at alcan ar um realismo fortuito conseguindo uma certa semelhan a com algo que n o estava procura Na segunda fase Incapacidade sint tica a crian a n o chega a sistematizar num conjunto coerente os detalhes distintos uma vez que a sua preocupa o representar cada elemento por si Na terceira fase Realismo intelectual a crian a tenta reproduzir um objeto com tudo o que v e o que sabe conhece dele de modo a obter as formas representativas da apar ncia visual Na quarta fase Realismo visual existe no desenho uma submiss o perspectiva Contudo s quando a crian a manifestar o desejo de conformar os seus desenhos apar ncia visual se devem introduzir conceitos de perspectiva ou seja estes objectivos t m de respeitar as etapas naturais sem apressar a sua evolu o gr fica pois crian a tem de adquirir determinados h bitos ou t cnicas para o pr prio desenvolvimento da sua exist ncia ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 53 JOANA POL NIA DE B
76. antos ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 69 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado pode observar nos trabalhos de pesquisa de Titton que afirma que Betty Edwards proporciona s pessoas um desenvolvimento pessoal que excede as buscas de express o por interm dio do desenho 2000 p 120 e Carneiro que conclui o mais bonito ver nos olhos de cada aluno o brilho de alegria ao saber se capaz de realizar coisas que at ent o julgavam imposs vel 2000 Apesar de ainda n o haver por parte de neurocientistas comprova o cient fica podemos afirmar que o m todo permite atrav s de exerc cios que os alunos desenvolvam a habilidade do desenho de observa o partindo do pressuposto de que os dois hemisf rios cerebrais do ser humano processam as informa es visuais percebidas atrav s do aparelho da vis o de modos diferentes O est mulo do processamento das informa es visuais pelo hemisf rio direito seria o respons vel pela efic cia do m todo de Betty Edwards como referimos em Desenho o princ pio das artes A sua tese deu um enorme contributo para a desmistifica o das conce es das ideias do talento da inspira o espont nea do dom e de todas as categoriza es que ainda est o na mentalidade da maioria dos indiv duos fa
77. ara o ensino seja a mais eficaz Em Portugal ap s a aprova o da Lei de Bases do Sistema Educativo portugu s Frausto da Silva avan a em 1988 propostas de altera o curricular que foram concretizadas em 1991 com os Novos Programas do Ensino B sico e Ensino Secund rio A interven o curricular mais recente Curr culo nacional do Ensino b sico Compet ncias Essenciais publicada em 2001 teve a iniciativa do Departamento de Educa o B sica do minist rio da Educa o cuja conce o foi resultante de um grupo reunido pela faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa que teve como coordenadora para o Conselho Consultivo do Curr culo do Ensino B sico para a educa o Art stica a Professora Escultora Virg nia Fr is A partir de uma reformula o da vis o e conce o das artes visuais que se encontravam ainda como fun o ilustradora das outras reas do conhecimento foi elaborado para a Disciplina de Educa o Visual o documento program tico das Compet ncias Essenciais para a Educa o Art stica Educa o Visual onde os conte dos v o beber a v rias disciplinas que se ocupam do Ver e do Olhar como a Hist ria da Arte a teorias da Arte a psicologia a Semi tica e a Cultura visual Sobre este assunto Vasconvelos refere O modelo portugu s construtivista como a maioria dos modelos europeus ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus
78. art stico foi convocado para lugar de expans o reflexiva e cr tica onde o processo criativo ganhava consider vel destaque Sol LeWit num artigo para a publica o Arteforum em 1967 intitulado Paragraphs on Conceptual Art 16 refere a import ncia da ideia ou do conceito que precede a execu o da obra como os aspectos fulcrais remetendo o objecto art stico para um campo superficial submetido ao processo criativo Estas concep es vieram p r em causa de modo mais enf tico os procedimentos as t cnicas e os meios da produ o art stica promovendo ideias como a desmaterializa o do objecto art stico em que a arte pensada como ideia ac o e conceito e site specific que reflectia a rela o da obra ou objecto art stico com o espectador e consequencialmente o seu espa o expositivo Deu se ent o lugar no final da d cada de 60 e in cio da d cada de 70 a novos modelos como a arte conceptual arte anti formal Land e Earth Art Hapenigs Performances Video Art Movimentos Fluxus entre outros Em 1978 Rosalind Krauss no ensaio The expanded field of sculpture criticou a concep o tradicional da escultura restituindo a enquanto campo expendido a outras linguagens que n o apenas as t cnicas do escavado moldado edificado Delfim Sardo ao reflectir sobre este texto e na sua import ncia para a poca escreve Tantas foram as Texto Paragraphs on Conceptual Art em http radicalart info concept LeWitt par
79. as 16 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Ferdinand Bobbitt 1918 em The Curriculum defende que cabe aos especialistas organizar e especificar habilidades a serem desenvolvidas bem como a elabora o dos instrumentos a aplicar Parafraseando Jesus Maria Ang lica Fernandes Sousa 2002 registamos que o Curr culo surge assim do ponto de vista pol tico com car cter instrumental ele destina se a processar transformar o aluno com o m ximo de efic cia e o m nimo de custos numa l gica empresarial comercial ou industrial tal como afirmam Beyer e Liston O modelo fabril do desenvolvimento do Curr culo que emerge nos primeiros anos do campo real a a racionalidade t cnica do processo produto ligada a uma nfase na efic cia e produtividade 1996 22 Acredita se deste modo que a efic cia e a produtividade s o alcan adas atrav s duma gest o cient fica do ensino tecnificando o processo de forma ordenada e sequencial com um design preciso tendo em vista alcan ar objectivos que fossem claros observ veis e mensur veis O objectivo final seria assim a soma dos objectivos parciais interm dios O curr culo encontra se ent o na esfera da efici ncia organiza o e desenvolvimento e o funcionamento da escola est concebido semelhan a da empresa industrial ou comercial no sentido em que a finalidade da educa o visa re
80. as categorias qualitativamente e quantitativamente de modo a fazermos posteriormente uma an lise mais espec fica definindo subcategorias Embora haja uma transversalidade das categorias supracitadas nas duas quest es umas destacam se com mais pertin ncia para a quest o 1 outras para a quest o 2 uma vez que a quest o 1 De modo geral qual o relacionamento com os colegas rg os gestores alunos encarregados de educa o e espa o f sico da escola Destaque aspectos positivos e negativos prev uma opini o geral acerca dos factores que contribuem para as condi es de trabalho do docente a n vel de ambiente na comunidade educativa e a quest o 2 A comunidade escolar valoriza a educa o e consequentemente a actividade docente enquanto pilar imprescind vel de uma sociedade Comente o seu caso pessoal face aos diferentes elementos da comunidade procura uma opini o mais pessoal que se refere forma como o ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 90 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado colectivo valoriza a educa o enquanto pilar de uma sociedade e consequentemente a atividade docente Deste modo os conte dos da quest o 1 foram analisados tendo por categorias a TS de 46 Escola os rg os gestores e as pol ticas educativas e os
81. atural trazido consci ncia e que se tornou um factor na determina o da observa o e da escolha dos modos de actuar Significa que uma actividade se tornou inteligente Especificamente significa a previs o das consequ ncias alternativas resultantes dos diferentes modos de actua o numa dada situa o e o uso daquilo que antecipado para direccionar a observa o e a experi ncia Um verdadeiro objectivo op e se assim por completo a um objectivo que imposto por um processo de ac o a partir do exterior Na educa o a preval ncia destes objectivos impostos externamente respons vel pela nfase que se d no o de prepara o para um futuro remoto e por tornar o trabalho do professor e do aluno z o leitor de Dewey constantemente cc mec nico e escravizado Gamb a alerta que advertido pelo pr prio autor para a necessidade de uma compreens o hol stica totalizadora que restaure e interconecte os diferentes dom nios da experi ncia humana falaciosamente fragmentada nas velhas dicotomias da cultura o homem vs a natureza a moral vs a ci ncia o corpo vs a alma 2004 55 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 34 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Reconhece se a rela o entre a express o art stica e a democracia
82. azer uma abordagem hist rica das teorias curriculares ao longo das pocas e suas concep es mas sim destacar defini es de autores que nos parecem mais pertinentes face ao curr culo e suas aplica es na comunidade educativa bem como a influ ncia pol tica no mesmo A partir de Teorias do Curr culo Uma Introdu o Cr tica 2000 de Tom s Tadeu da Silva em tra os largos e superficiais podemos contextualizar o curr culo nas suas teorias tradicionais e nas teorias cr ticas As teorias tradicionais contextualizam o surgimento de estudos de curr culo com a institucionaliza o da cultura de massas O contexto do seu aparecimento a dos anos vinte nos Estados Unidos da Am rica tamb m marcou a natureza das primeiras concep es de Curr culo enquanto rea especializada O processo a decorrente de industrializa o e urbaniza o aceleradas para al m das sucessivas hordas de imigra o busca do sonho americano trouxe consigo a exig ncia da racionaliza o dos Curr culos para uma escolariza o necessariamente de massas inspirada no modelo de administra o cient fica de Taylor 1985 de frisar que a escola p blica surge no auge da Revolu o Industrial que mobilizou a desloca o de grandes massas populacionais do campo para os sub rbios das cidades ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologi
83. cado subjectivas e a teoria marxista promove e impulsiona a cr tica estrutural da escola e do curr culo existente cr tica esta que ser fonte para as an lises de Michael Apple e Henry Giroux Estes dois autores protagonizam uma ruptura radical com as teorias tradicionais do curr culo Apple adopta uma vis o estrutural e relacional do curr culo enquanto processo de reprodu o social vinculando a esta ultima a reprodu o cultural Teoriza sobre curr culo oficial e curr culo oculto trabalhando o conceito de hegemonia contribuindo assim para a politiza o das teorias do curr culo Defende o conflito no curr culo como o caminho para se alcan arem novas ideias e uma forma de se conseguir a evolu o do indiv duo atrav s do pensamento e de ideias pr prias Os conflitos s o produtos sistem ticos da estrutura em mudan a de uma dada sociedade e pela sua pr pria natureza tendem a conduzir ao progresso Desta forma a ordem da sociedade passa a ser a regularidade da mudan a A realidade da sociedade conflito e fluxo e n o um sistema funcional herm tico Apple 1999 158 Assim o curr culo ganha relevada import ncia na an lise de media es contradi es e ambiguidades no processo de reprodu o cultural e social O pensamento e a obra de Michael Apple revelam se assim decisivos para aqueles que se encontram preocupados com as quest es de pol tica educativa Giroux vem tamb m criticar um curr culo
84. cana de 1910 e a revolu o democr tica de 1974 os quais tiveram inevitavelmente repercuss es nos sistemas educacionais da poca podemos observar a discuss o problem tica da Educa o Est tica do ser humano por alguns dos intelectuais portugueses Santos Arquimedes 1989 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 60 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Mas foi indubitavelmente a partir do s culo XIX que o ensino art stico se desenvolveu mais aprofundadamente primeiramente com base na c pia dos mestres e no modelo nu A progressiva extens o da instru o art stica conduziu especializa o de did cticas como os m todos de observa o a perspectiva linear e o projecto e evidentemente a partir da revolu o art stica iniciada no s c XX mais especificamente a partir da d cada de 60 como vimos no cap tulo Arte teoria e ensino o desenho tamb m foi alvo de grandes mudan as em termos de concep es finalidades at conseguir a sua autonomia enquanto obra art stica quer seja ao n vel processual como no sentido de ser um fim em si mesmo Na obra de Bruce Nauman o desenho considerado terminado quando atinge o ponto em que a ideia se define como necess ria ou seja o desenho emerge para al m dos limites da sua defini o original re
85. ce aptid o ou habilidade para desenhar Sobre este aspecto Betty Edwards diz nos o seguinte Embora esta atitude de admira o ante o talento art stico fa a com que as pessoas apreciem os artistas e seu trabalho pouco faz no sentido de encorajar as pessoas a aprender a desenhar e n o ajuda os professores a explicar aos alunos o processo do desenho De fato muitas vezes as pessoas acham que n o devem fazer um curso de desenho pelo fato de j n o saberem desenhar Isto como decidir que n o se deve frequentar uma aula de franc s pelo fato de j n o se saber franc s ou que n o se deve fazer um curso de carpintaria pelo facto de j n o se saber construir uma casa Edwards 1984 13 O desenho pode e deve ser ensinado existem caminhos que t m de ser facultados aos alunos Desde que os indiv duos sejam dotados de coordena o visual e coordena o motora consideradas normais qualquer pessoa poder executar um desenho de observa o num grau suficientemente qualitativo Edwards afirma que A maioria dos professores de arte e dos autores de livros did ticos sobre desenho exortam os principiantes a mudar sua maneira de olhar as coisas e aprender a ver O problema que essa maneira diferente de ver t o dif cil de explicar quanto andar de bicicleta e ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 70
86. compreens o a comunica o a resolu o de problemas e o pensamento cr tico s o transversais a todas as disciplinas da oferta formativa oficial do ensino obrigat rio o segundo maior valor de Concordo Plenamente de todo o question rio Frisamos ainda que esta quest o a segunda a seguir quest o 1 que apresenta o maior n vel de valor ponderado total de todo o question rio 28 Apresentamos os dados do Quadro IV referentes ao Bloco II no seguinte gr fico Gr fico II ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 103 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Quest o 6 Quest o 7 Quest o 8 Quest o 9 Quest o 10 4 2 2 3 An lise Bloco HI O bloco III tenciona verificar se os professores valorizam o desenho enquanto fio condutor e transversal no processamento das artes e impl cito em todas as disciplinas que integram o grupo de artes visuais As quest es 11 e 12 t m com elemento de congru ncia o facto do desenho se constituir enquanto instrumento essencial para a literacia visual e por isso enquanto ess ncia transversal a todas as disciplinas do grupo de artes visuais As quest es 13 e 14 est o relacionadas com uma vis o moderna e contempor nea da conce o de desenho que foram desenvolvidas no enquadramento te rico Observando
87. contra abaixo do ponto m dio de Concordo Plenamente 17 mas acima do ponto m dio do Concordo 8 5 com um valor ponderado total de 16 Ainda que seja um valor aparentemente insignificante observamos que para a maioria dos docentes o processo conceptual que o aluno desenvolve no seu trabalho nem sempre materializa um bom produto final Apresentamos os dados do Quadro IV referentes ao Bloco I no gr fico que se segue Gr fico I ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 101 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Quest o 1 Quest o 2 Quest o 3 Quest o 4 Quest o 5 4 2 2 2 An lise Bloco II O Bloco II visa aferir qual a vis o dos professores sobre o lugar da democracia no ensino das artes e se estes defendem um curr culo diversificado com lugar para as artes em todas as reas de conhecimento do ensino obrigat rio sendo que numa aprecia o geral a primeira quest o deste bloco quest o 6 e a pen ltima quest o 9 tendem para a verifica o da forma como se manifesta a democracia no ensino das artes e as restantes quest es 7 8 e 10 tendem para a verifica o do valor das artes num ensino democr tico A quest o 6 A democracia parece ter deixado de ser um conceito social passando a aparecer revestido como um conceito ec
88. ctos exteriores remodelando cont nua e criticamente a conce o do mundo tendo nas artes visuais um papel privilegiado onde a sua pr pria atividade reguladora potencia experiencias cognitivas est ticas e art sticas traves da quest es 1 A imagina o trabalha v rios instrumentos culturais e em seguida reutiliza os remodelando cont nua e criticamente a conce o do mundo As artes visuais t m um papel privilegiado na conce o destas experi ncias 5 A imagina o enquanto atividade reguladora dos exerc cios narrativos e metaf ricos construtora de significados e potenciadora de resolu o de problemas fundamental para o desenvolvimento das experiencias cognitivas est ticas e art sticas Consider mos a maioria dos docentes t m uma vis o coesa em rela o imagina o atrav s da qual o aluno reproduz no seu trabalho art stico as suas experi ncias tornando o num processo ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 110 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado cont nuo em que o que representado surge esteticamente modificado revendo e reapresentando no objecto uma significa o pr pria da sua vis o imaginativa A obra de arte funciona imaginativamente expandindo e concentrando a experi ncia Estes aspectos v o a
89. culo diversificado resultados das seguintes quest es que comp em este bloco n o t m um n vel de concord ncia igualmente elevado A quest o 13 O desenho o fundamento e a teoria Lorenzo Ghiberti Esta frase tem um caracter incontest vel no ensino das artes visuais segundo o Quadro I apresenta nos as possibilidades N o sei 3 e Discordo 2 e a quest o 14 O desenho pode ser considerado terminado quando atinge o ponto em que a ideia se define como fundamental ou seja o desenho emerge para al m dos limites da sua defini o original redimensionado enquanto modelo de uma conce o mental Ex uma carta foi enviada enquanto esquema com as instru es para a conce o de um desenho Esta carta um desenho por vir Mais cartas s o enviadas mais destinat rios desenham A correspond ncia centra se neste evoluir Os desenhos podem afirmar se desenhos no processo de serem enviados destinados recebidos e trocados apresenta nos igualmente as possibilidades N o sei 5 e Discordo 2 ou seja apresenta n veis de discord ncia que as duas primeiras quest es dos Bloco II n o apresentaram Todavia encontram se entre o n vel m dio de concord ncia como vimos no cap tulo anterior com maior n vel de valor ponderado para a quest o 13 que para a quest o 14 Estas duas quest es como supracit mos est o anexas a uma vis o menos cl ssica e mais moderna ou dir amos at mais profunda da conce o de desenho
90. curr culo diversificado 4 1 A presenta o Num contexto de cinquenta question rios e quatro escolas foram devolvidos dezassete question rios respondidos por tr s escolas Lamentamos mas a amostra dos sujeitos que participaram na nossa pesquisa fica condicionada ao n mero de question rios que os professores se disponibilizaram a devolver Obtivemos da escola A seis question rios da escola B seis e da escola C cinco question rios o que d um total de uma amostra de dezassete question rios Os question rios encontram se em anexo e est o numerados Numa primeira fase trataremos da parte inicial do question rio que introduz o enquadramento dos docentes na comunidade educativa e que apresenta duas quest es abertas que por sua vez exigiam uma opini o descritiva por parte dos inquiridos as quais transcrevemos De modo geral qual o relacionamento com os colegas rg os gestores alunos encarregados de educa o e espa o f sico da escola Destaque aspectos positivos e negativos 1 A comunidade escolar valoriza a educa o e consequentemente a actividade docente enquanto pilar imprescind vel de uma sociedade Comente o seu caso pessoal face aos diferentes elementos da comunidade Perante aus ncia de algumas respostas e o facto de que nem todas as que foram respondidas conterem os aspectos que a quest o colocava analis mos as que est o completas nos pressupostos da quest o colocada presentes em onze dos dezassete
91. da inven o das tintas industriais Sardo 2006 9 A democratiza o cr tica em rela o Arte emergia em v rias conce es da mesma Uma dessas concep es referia se ideia limite da possibilidade da pintura personificada pelo monocromo enquanto modelo modernista por excel ncia Em 1923 Nikolai Tarabukin afirmava convictamente que a ltima pintura seria um pequeno quadro monocrom tico de Rodtchenko apresentado em 1922 5x5 25 1921 particularmente porque era indiferente a sua similaridade em rela o ao Quadrado 1 Entenda se por Contemporaneidade a rela o com a arte contempor nea 4 Nikolai Tarabukin Ot mol berta k mashine Moscovo 1923 cap I a XII From the Fasel to Machine tradu o e edi o de Christina lodder in Modern Art and Modernism ed Francis Frascina Charles Harrisson Harper and Row Londres 1982 p 135 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 36 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado negro sobre fundo branco apresentado em 1915 por Malevitch na exposi o 0 10 Na opini o de Tarabukin a ess ncia da pr tica da pintura teria chegado a um n o censo no qual a autoria a qualidade da imagem a qualidade de representa o e a sua viabilidade seriam indiferentes chegando a afirmar tratar se de uma pintur
92. da pessoa e do seu contexto estando implicado o estabelecimento pr vio de uma base de conhecimentos que qualifiquem informadamente as respostas 3 Interpretar e comunicar o aluno conseguir ler criticamente mensagens visuais de origens diversificadas e agir como autor de novas mensagens utilizando a criatividade e a inven o em metodologias de trabalho faseadas Esta compet ncia pressup e um dom nio crescente nos processos de interpreta o e de sentido assentes num pano de fundo culturalmente ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 74 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado O interesse pela presente investiga o resulta da experiencias e espectativas advindas da minha forma o em Artes Pl sticas Pintura e das observa es e experi ncias adquiridas na pr tica supervisionada em ensino das Artes Visuais Prende se ainda com o facto de que uma vez que nunca dei aulas em contexto oficial quis partir do ponto de vista dos docentes n o que estejam num grau elevado de import ncia no processo educativo mas porque t m um lugar essencial enquanto agentes da educa o 2 2 Objetivos Gerais A partir das considera es feitas no enquadramento te rico da presente disserta o consideramos haver na concep o do desenho enquanto base conceptual pa
93. dade na mediada em que al m de nela se reflectir o sentido da individualidade e da autonomia dos sujeitos tamb m carece de incorporar a quest o do conhecimento quer como ferramenta de homogeneiza o e diversifica o cultural quer como recurso de forma o dos indiv duos e das comunidades escolares No entanto mais importante que atingir uma defini o de identidade e globaliza o saber ver quais as relev ncias transversais aos mesmos conceitos e estas independentemente das suas designa es s o pontos basilares na formata o dos ciclos de forma o da educa o Hoje vemos a possibilidade de uma globaliza o da pr pria escola na l gica da continuidade neoliberal do mercado Entretanto outras possibilidades se demonstram n o podemos esquecer as quest es educacionais das trocas de experi ncias e os c mbios internacionais Este conceito liga se quest o da padroniza o cultural que a escola institui na sua fun o da educa o geral A globaliza o que hoje funcional e mediadora de pr ticas comuns constitui se numa esfera de abordagens de consciencializa o cr tica do aluno ao n vel do seu desenvolvimento particular e civil Com o s culo XX o curr culo e a escola passam a ser vistos como processos em constru o culturas que devem estar comprometidas com a emancipa o das classes oprimidas com a liga o de conte dos a experi ncias vividas pelos mesmas de maneira a provocar uma conscienc
94. de e a conex o desta com a educa o e a fam lia Pierre Bourdieu e Jean Claude Passeron denunciam a estrita rela o entre cultura e economia na qual se funde o conceito de capital cultural ou seja a din mica da reprodu o social centra se no processo de reprodu o cultural que por sua vez representa o ciclo de aprendizes das classes dominantes que v em esse capital reconhecido e favorecido Neste quadro o curr culo da escola baseia se na cultura dominante A explos o da literatura cr tica do curr culo d se nas d cadas de 70 e 80 em que a compreens o do curr culo como actividade t cnica j n o se enquadra nas teorias sociais de origem A fenomenologia e a hermen utica prop em estrat gias interpretativas de investiga o para o curr culo dando enfase s significa es Em muitos aspectos o curr culo pragmatista constitui se um processo num corpo distinto de disciplinas As disciplinas tradicionais n o s o ignoradas ao contr rio s o estudadas e usadas pela contribui o que d o problematiza o e pensamento cr tico do aluno Ou seja o curr culo pragmatista composto tanto pelo processo como pelo conte do n o fixo nem constitui um fim em si mesmo ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 18 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversifi
95. de educa o e alunos sobre a Atitude dos Alunos reunimos observa es negativas 2 a indisciplina dos alunos e nas observa es positivas 3 o bom relacionamento Foi ainda referido que o perfil das turmas determinante em grande parte na rela o professor aluno e que a Direc o de Turma aposta na preven o de comportamentos desviantes No respeitante Atitude dos Encarregados de Educa o a observa o negativa 1 est relacionada com o desinteresse destes e as observa es positivas 4 mencionam uma boa rela o com os encarregados de educa o Em rela o quest o 2 que foi trabalhada sob a perspectiva da Valoriza o da atividade docente no que respeita s pol ticas educativas foram mais as observa es negativas 4 do que as positivas 2 As negativas apontaram que os rg os de dire o estar o mais preocupados com os resultados dos exames do que com o processo educativo que as atuais op es pol ticas est o no caminho da desvaloriza o do papel do docente estando sujeitos a condi es prec rias burocracia exagerada e escasso tempo para prepara o de aulas o que impede a realiza o de forma es e estudo de novas propostas ou seja de melhor prepara o para um melhor rendimento educativo As observa es positivas est o relacionadas n o com as pol ticas educativas mas com ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona
96. dimensionado enquanto modelo de uma concep o mental Na arte contempor nea tamb m temos na mesma linha de conflu ncia Um Dois Tr s trabalho realizado por Miguel ngelo Rocha e Sara Bich o onde os artistas estabeleceram uma rela o epistolar por correio electr nico Uma correspond ncia que teve como motivo essencial a troca de impress es ideias e indaga es em torno do Desenho o que o desenho o que pode o desenho onde nos leva o desenho Foram trocadas cartas que utilizam a escrita espec fica do desenho Miguel ngelo Rocha M A R e Sara Bich o S B enviaram cerca de quarenta desenhos perguntas respostas Destes envios uns s o mais imateriais do que outros como as configura es que surgiram em devaneios as vis es informadas por mem rias ou as descri es daquilo que se sonha com os olhos abertos seguindo a capacidade singular do desenho de fazer emergir tudo isto num mesmo plano A primeira carta que foi enviada um esquema com as instru es para um desenho Esta carta um desenho por vir a correspond ncia centrou se neste evoluir Os desenhos afirmavam se desenhos ao serem enviados destinados recebidos trocados decorrendo como numa ia 29 conversa uma coisa a seguir outra Tamb m Tania Kovats 2006 reflectiu a import ncia da segunda metade do s c XX para a expans o dos seus limites convocando Richard Serra como uma das mais Ler o processo em http www sarabichao com text
97. diversas disciplinas actividades ou artes e confiando esta inicia o a especialistas para haver reconhecimento social bom sempre que poss vel diversificar os sistemas de ensino e implicar em acordos ou parcerias educativas as fam lias e os diversos actores sociais Delors 2011 Bom exemplo desta situa o o projecto An Dealbh M r Project que ad gio da rela o educativa entre a arte e a comunidade As potencialidades da educa o para estes valores e condi es necess rias democracia n o s o nem poderiam ser objectos de ensino A escola pode e deve criar condi es para que estes valores e condi es sejam assimilados e desenvolvidos pelos alunos de modo a que sejam estimulados para debates que impliquem quest es ticas pois a imposi o de valores que n o est o definidos nem s o objecto de reflex o nos indiv duos certamente levar sua nega o S ter o sentido e resultado efectivos se a pessoa tiver acesso ao conhecimento e op o de escolha enfatizando as capacidades sa 10 cr ticas e reflexivas do ser humano Mais que uma observa o do esp rito democr tico pretende se efectivamente que o aluno seja preparado para a vida com capacidade para reflectir criticamente interpretar tomar decis es e fazer escolhas para a sua pr pria vida para o futuro e para a sua viv ncia na sociedade tendo liberdade para viver a sua individualidade no colectivo da melhor forma poss vel A colabora
98. do trabalha numa pintura ou numa escultura n o o mesmo que aprende sobre como trabalhar com determinado material na mediada em que quando est a produzir tem impl cito o que aprende com outras pessoas enquanto membro de uma comunidade O contexto cultural atrav s de normas modelos e condutas sociais bem como a oportunidade de partilhar e conversar com os outros sobre o seu trabalho s o factores enriquecedores de aprendizagem Eisner 2004 O aluno quando transita para o ensino secund rio n o deixa de ser um ser social ainda que com especificidades e desenvolvimentos cognitivos diferentes Se a arte assim como qualquer outra experi ncia ocorre e ao mesmo tempo promove a socializa o torna se pertinente reflectir o seu lugar neste n vel de ensino No Ajustamento do programa da disciplina de Educa o Visual 3 Ciclo no sentido de se propor a melhor adequa o ao actual programa da disciplina de acordo Curr culo e programas do ensino secund rio em http www dgidc min edu pt ensinosecundario index php consultado em 16 05 2013 33 N o foi alterado o disposto da formula o dada aos conte dos e reas de explora o nele descritos propondo se uma selec o de acordo com o que nos parece priorit rio e significativo para a forma o dos alunos Assim seleccionamos os conte dos de acordo com o que vem descrito no volume II do Plano de Organiza o do Ensino Aprendizagem tendo o cuidado de lhe
99. e art stico e para a evolu o a v rios n veis que o ensino das artes promove desenvolver compet ncias para o desenho tornar se uma compet ncia transversal z No ensino o desenho de observa o dominante e a sua import ncia uma realidade para produzir outros desenhos A partir do desenho de observa o quer se materialize de forma adequada ao desenvolvimento cognitivo da crian a tenhamos presentes as teses de Luquet Lowenfeld Edwards quer a partir da observa o anal tica de um jovem um adulto um artista podemos considerar g neros do desenho tipos do desenho e tipologias processuais do desenho e poder amos continuar a considerar tantas outras subdivis es mediante um autor um movimento uma poca Em conformidade com a relev ncia do desenho de observa o Paula Tavares refere Quem desenha aprende e reaprende a ver todos os dias A experi ncia tanto a n vel pedag gico como da pr tica efectiva do desenho traduz que se observa melhor desenhando Aqui a f rmula do como andar de bicicleta nem sempre funciona a m o que descansa demasiado perde destreza o c rebro precisa de ser treinado e a m o obediente Principalmente nos primeiros anos at a resposta ser imediata e a linguagem madura A compreens o do desenho como procedimento do intelecto como execu o e demonstra o do pensamento faz nos afirmar o ensino do desenho a partir da observa o e representa o do real num
100. e interven o compreender a import ncia da qualidade do envolvimento assumir uma posi o consciente e cr tica perante o envolvimento visual Intervir no envolvimento visual no sentido da melhoria da qualidade de vida designadamente nas suas rela es com a Defesa do Ambiente a Defesa do Patrim nio a Defesa do Consumidor 33 Objectivos espec ficos Usar o desenho e os meios de representa o como instrumentos de conhecimento e interroga o Conhecer as articula es entre percep o e representa o do mundo vis vel Desenvolver modos pr prios de express o e comunica o visuais utilizando com efici ncia os diversos ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 66 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado e Desenvolver as capacidades der observa o interroga o e interpreta o e Desenvolver as capacidades de representa o express o e de comunica o e Promover m todos de trabalho individual e colaborativo observando princ pios de conviv ncia e cidadania e Desenvolver o esp rito cr tico face a imagens e conte dos mediatizados e adquirir com autonomia capacidades de resposta superadoras de estere tipos e preconceitos face ao meio envolvente e Desenvolver a sensibilidade est tica formando e aplicando padr es de exig ncia e Desenvo
101. e a educa o art stica respeitante pr tica da arte e a educa o est tica tem por objectivo p r os sujeitos receptivos arte Esta rela o impulsiona o pensamento resultante da interac o do sujeito com a obra de arte e a arte em geral estimula a express o dos sentimentos de modo a conhecer emo es onde a intelig ncia atende ao sentir captando os aspectos formais e convoca a sensorialidade para captar os aspectos expressivos Deste modo os eixos da cria o e da aprecia o de um objecto art stico t m consequ ncias educativas project veis na experi ncia humana que se repercute no fen meno art stico e nas percep es basilares da aprecia o da arte Digamos que h uma experiencia biun voca entre a arte e a experi ncia Fr is 2005 V rios foram os autores como Lev Vigotsky Herbert Read Elliot Eisner John Dewey Thomas Munro Arthur Efland Viktor Lowenfeld Nelson entre outros que aprofundaram o esclarecimento destas problem ticas da educa o Para alguns a educa o est tica considerada num campo mais abrangente e para outros assume se de uma forma mais espec fica com m todos e pr ticas pr prias como a educa o art stica Contudo o esbatimento e entrosamento destas an lises constituem se fundamentais para o ensino das artes visuais ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 43 JOANA
102. e aos diferentes elementos da comunidade uma opini o mais pessoal referente forma como o colectivo valoriza a educa o enquanto pilar de uma sociedade e consequentemente a atividade docente Em resumo conclusivo atrav s das categorias e subcategorias estipuladas para este estudo observamos que o que a maioria dos inquiridos consideram por unanimidade como mais positivo e exequ vel na comunidade educativa o ambiente entre os seus pares O espa o na maioria dos casos n o o melhor os recursos s e a manuten o s o escassos o que aparece como fator condicionante pr tica art stica As pol ticas educativas de modo geral parecem ser um dos cavalos de batalha que mais influencia negativamente a pr tica educativa desvalorizando cada vez mais o docente sujeitando o a condi es prec rias de trabalho sobrecarga burocr tica n o lhes deixando tempo necess rio para a investiga o estudo aprofundado e prepara o de aulas factores estes incontorn veis na procura de excel ncia da sua atividade profissional A desvaloriza o dessa atividade aponta consequ ncias na desvaloriza o ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 109 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado da educa o sendo focada a import ncia desta enquanto pilar de uma socied
103. e o envolvimento no processo escolar Question rio 15 Como professora contratada penso que a integra o de um novo elemento no ambiente escolar muitas vezes se n o sempre descuidada Na maioria das escolas onde estive n o fui devidamente apresentada aos colegas e espa o escolar Isto para n o falar de uma apropriada passagem de testemunho de informa o relativamente s turmas com que ia trabalhar dificuldades sentidas pelos alunos programa previamente desenvolvido etc Apesar da acessibilidade e empatia dos colegas seria imprescind vel um dossier devidamente documentado com trabalho desenvolvido com a turma e estrat gias desenvolvidas pelo grupo 600 A educa o cada vez menos respeitada por todos Os professores est o sujeitos a condi es prec rias burocracia exagerada e escasso tempo para prepara o de aulas realiza o de forma es e estudo de novas propostas Os alunos est o sujeitos massifica o escolar redu o hor ria das disciplinas fundamentais para o desenvolvimento cr tico mostrando cada vez mais desinteresse Os encarregados de educa o que impacientemente questionam a validade escolar face situa o econ mica e que maioritariamente v m na escola o problema em vez da solu o A sociedade diariamente bombardeada com not cias que desvalorizam a profiss o docente Neste contexto imposs vel valorizar a escola e muito menos a atividade doce
104. ebro 1984 elabora um m todo de ensino aprendizagem onde o autora aponta uma poss vel explica o te rico pr tica do processo do desenho de observa o partindo das pesquisas neurocientistas sobre a bilateraliza o dos hemisf rios direito e esquerdo do c rebro humano e apropria o dessa habilidade por parte dos alunos de modo a estabelecerem a sua autoexpress o Como disserta Luiz Roberto Gon alves A teoria apresentada pela autora baseia se nas pesquisas sobre o funcionamento e processamento de informa es do c rebro humano Springer e Deutsch 1998 e seu valor pr tico j foi aprovado como se 37 Sobre este grupo e o seu trabalho aconselhamos a consulta em http www urbansketchers org 38 Betty Edwards desenvolveu um m todo de ensino aprendizagem de desenho de observa o que permite a qualquer estudante de qualquer disciplina aprender a representar eficazmente o que v O livro Desenhando com o lado direito do c rebro resultou da pesquisa da autora para o sua tese de doutoramento 4 A partir de estudo de Dr Roger Wolcott Sperry premio Nobel da Medicina e Fisiologia em 1981 Autor de Arte Educa o A contribui o da proposta de ensino aprendizagem no desenho de observa o desenvolvido por Betty Edwards para a forma o do professor de Arte s d no mbito da Licenciatura em Artes Visuais da Faculdade de Artes do Paran Curitiba PR Orientadora Dra Zeloi Aparecida Martins dos S
105. eccionamento quer seja de forma expl cita como na disciplina de Desenho A quer impl cita nas restantes disciplinas como Educa o Visual Oficina de Artes Desenho e Geometria Descritiva podemos afirmar que adaptados s faixas et rias pretendem assegurar o desenvolvimento da capacidade de interroga o das capacidades de representa o o desenvolvimento dos m todos de trabalho colaborativo enfatizando tamb m a vertente c vica a aquisi o de sentido cr tico face ao meio visual envolvente a forma o de padr es est ticos de exig ncia onde se pressup e transversalmente a forma o de uma consci ncia hist rica e cultural Vejamos as Finalidades Objectivos Gerais das disciplinas de Educa o Visual Desenho A e Oficina de Artes e pela ordem que v em descriminados nos respectivos programas Educa o Visual Ea http dge mec pt metascurriculares index php s directorio amp pid 25 Programa de educa o Visual do Ensino B sico 3 ciclo Vol II Consultado em 17 05 13 Objectivos espec ficos da disciplina de educa o Visual est o dispostos consoante as suas finalidades da seguinte forma Desenvolver a percep o avaliar as qualidades formais linha luz cor textura estrutura etc e expressivas dos objectos avaliar as interac es do elementos visuais num determinado campo visual movimento ritmo etc compreender a geometria das formas visuais representar o mundo
106. ectivos COPAS nren e narr Laa EA AE E RA ga Doda 75 2 3 Obj cti vos ESpeCIICOS e E E E E EE aS 76 Cap tulo III Metodologia cc erre ere 77 Sd Tipode pesquisa snn ees a E q E S aR TT 32 A 5 JO SB Fontes oeenn RO RR RIR 79 3 3 Instr MmentoS ear a E E E Pa T E a 79 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 3 4 ProcedimentoS ss ssussssassssssasoanasiisa EAEE 81 PARTE HI Cap tulo IV Apresenta o e An lise de dados cciciiiisiisiisiitiita 85 4I Apresenta o iore Ss A O a aa DR Pd CU a a T 86 4 2 An lise de dados ccc errar rara arara arara 89 4 21 An lise de dados E ss sse san mais pio So L E a O asa a Sd andado 89 4 22 Analise dedados spas assess sabe sia Tas aU LESS e Did aid 96 4 2 2 1 An lise do Bloco Lis css ceras assi case d a ea desde dada 100 4 2 2 2 An lise do Bloco IE cccc aa 102 4 2 2 3 An lise do Bloco HI ccc serro 104 422 4 An lis do Bloco IV a ue res dia ese E 106 Cap tulo V Discuss o dos resultados ccciccisiiiiiiscs tre eerrrrrrrreo 109 Conclus es FihaiS sacas assis caras in nadas DELE a RE E E E Lan naa das jo an lmala aaa daIS 121 Refer ncias Bibliogr ficas DEXOS
107. educa o e alunos reconhecimento por parte dos EE dos Escola pr xima da resid ncia alunos e at dos funcion rios Negativos nem sempre h compreens o por parte dos rg os gestores para os problemas do dia a dia Indisciplina de alguns alunos desinteresse dos EE e escola com poucas condi es Question rio O relacionamento com o ambiente Infelizmente nos ltimos anos o papel 13 escolar e todos os factores e agentes que aquele implica bom positivo no sentido de haver entreajuda e a intera o ser frutuosa em ambos os sentidos Menos positivo a confus o geral lan ada por algumas pol ticas avulsas e geralmente descontextualizadas promulgadas pelo Minist rio da Educa o do professor e da educa o enquanto pilar essencial na forma o e estrutura o de uma sociedade tem vindo a ser continuamente desvalorizado e delapidado Embora seja importante a participa o de pais e de encarregados de educa o no processo educativo esta participa o n o deve permitir que a profiss o docente seja prejudicada por interesse pr prios e de ocasi o que ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 137 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado infelizmente a interpreta o que muitos encarregados de educa o fazem sobr
108. em o estudo emp rico definindo a problem tica e a metodologia de estudo e a PARTE III cap tulos IV e V que apresentam e analisam os dados que permitem a discuss o e as conclus es finais O primeiro ponto do cap tulo I evoca o conceito do curr culo a sua rela o com as pol ticas educativas e com a democracia bem como o lugar das artes no mesmo onde s o pertinentes as reflex es de Ant nio Ribeiro Ivor Goodson Michael Apple Albert Victor Kelly Giroux Jack Delors O segundo ponto faz um enquadramento hist rico da arte quanto s teorias e ao ensino reflete o est tico e o art stico refere a liga o entre a cogni o e a arte e o contributo pedag gico da experi ncia na sua rela o com a arte onde s o destacados os contributos dos artistas das suas publica es bem como dos te ricos Jo o Fr is Defim Sardo e do fil sofo Gardner e dos movimentos art sticos do s culo XX nomeadamente a partir da segunda metade sendo ainda apontadas breves introdu es filos ficas de ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Kant e Baumgarten Transversais a estes dois pontos situam se os autores John Dewey Arthur Efland e Elliot Eisner Relativamente ao terceiro ponto abordamos o desenho enquanto exp
109. entas e os procedimentos adequados falamos do desenho de observa o t m o mesmo valor ponderado total 16 que se encontra ligeiramente abaixo do ponto m dio de Concordo Plenamente 17 n o existindo nenhuma discord ncia nos valores ponderados de Discordo 0 e Discordo Plenamente 0 A maioria dos docentes concorda que todos os alunos podem desenvolver compet ncias e aprender a desenhar desde que ensinados O desenho pode ser uma actividade bem desenvolvida por alunos de artes e n o s Na rela o entre as quest es este bloco o mais desequilibrado na an lise dos dados na medida em que a maioria dos docentes concorda que os alunos podem aprender a desenhar num n vel suficientemente qualitativo desde que ensinados mas em rela o opini o sobre a aptid o para o desenho aliada a uma genialidade existe uma divis o em partes praticamente iguais entre a concord ncia e a discord ncia Isto acontece devido natureza das quest es A primeira quest o deste bloco prende se com a ideia de aptid o caracter stica esta que decorre de quest es biol gicas e gen ticas e as restantes com a aquisi o e desenvolvimento de compet ncias para o desenho Apresentamos os dados do Quadro IV referentes ao Bloco IV no seguinte gr fico Gr fico IV ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 107 JOANA POL
110. erca da natureza da arte se debru a explicita ou implicitamente sob dois conceitos basilares o sujeito e o objecto consagrados respectivamente na experiencia est tica e na obra de arte Carmo D Orey 2007 Alexander Baumgarten 1714 1762 seguidor de Descartes e contempor neo de Kant em 1750 elabora Aesthetica o primeiro tratado reflexivo sobre a no o de est tica entendida como ci ncia aut noma que abrange toda actividade art stica O autor traz concep es bastante pertinentes em rea o descri o racional exclusiva da consci ncia introduzindo o termo cogniito aesthetica reconhecendo que o conhecimento das percep es e sensa es tamb m faria sentido para a compreens o da realidade e elevando a percep o est tica ainda que inferior cogni o racional a um n vel mais elevado que uma mera sensibilidade sensorial A percep o aisthesis uma forma de conhecimento t o clara como a cogni o l gica de Ren Descartes Fr is 2005 48 A experi ncia est tica segundo Baumgarten encerra em si mesma dois aspectos o da rela o com a arte e o da rela o com a beleza tornando se num conhecimento exclusivamente sensorial representativo sensitiva e inferior pois aceita um conhecimento que n o racional no sentido em que obscuro Contudo afasta se da tradi o por aceitar um conhecimento n o racional Immanuel Kant 1724 1804 na Cr tica da Raz o Pura aponta o car cte
111. errit rio relativo ao pensamento visual John Ruskin nos seus estudos disserta sobre como o desenho estaria confiado aos princ pios da educa o visual Observes em The Elements of Drawing In 3 Letters to Beginners o compromisso do desenho enquanto precursor de um vasto campo de experi ncias e de conhecimentos no mbito educativo I believe that the sight is a more important thing than the drawing and I would rather teach drawing that my pupils may learn to love nature than teach the looking at nature that they may learn to draw Ruskin 1888 11 A sociedade na qual vivemos est mergulhada numa opul ncia da imagem a v rios n veis o que apela ao dom nio da literacia visual e da respectiva e adequada aprendizagem Nesta conjuntura o desenho al m de constituir se como meio de ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 58 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado aprendizagem tamb m se retracta como ferramenta fundamental para o desenvolvimento do pensamento e da comunica o desempenhando um papel bastante significativo na aquisi o da literacia visual pois desenhar permite traduzir a realidade atrav s de processos de selec o rejei o nivelamento e acentua o de elementos conduzindo ao dom nio instrumental da representa o gr fica e apoiando um
112. es visuais e curr culo diversificado Gamboa R 2004 Educa o tica e democracia A reconstru o da modernidade em Jonh Dewey 1 ed Porto Edi es ASA Hickman R 2000 Art Education 11 18 Meaning Purpose and Direction New York Continuum International Publishing Group Kovats T 2006 The Drawing Book A Survey of the Primary Means of Expression Londres Black Dog Publishing Laville C amp Dionne J 1999 A Constru o do Saber manual de metodologia da pesquisa em ci ncias humanas Adapta o de Lana Mara Siman Belo Horizonte Editora UFMG Lawton D 1980 The politics of the school curriculum Routledge education books International Library of Sociology Routledge amp Kegan Paul Lefranc G Hist ria do Trabalho e dos Trabalhadores Odivelas Europress Editores e distribuidores de Publica es Lda Luquet G 1935 Le Dessin Infantin Paris Alcan 127 McLaren P 2001 F ria e Esperan a A Pedagogia Revolucion ria Curr culo Sem Fronteiras 2 1 171 188 jul dez Molina J 1999 Estrategias del Dibujo en el Arte Contempor neo Madrid C tedra Molina J Cabezas L amp Borges J 2008 El Manual de Dibujo Estrat gias de Su Ense anza en el Siglo XX 4 ed Madrid C tedra Munro T 1956 Art Education Its Philosophy and Psychology Selected Essays New York The Liberal Arts Press N voa A 2005 Evidentemente Hist rias da Educa o
113. esenhar e a desmistifica o do ter jeito que o senso comum idealiza incontornavelmente importante N o poder amos deixar de convocar a tese de Betty Edwards enquanto contributo para a desmistifica o das conce es das ideias do talento da inspira o espont nea do dom e de todas as categoriza es que ainda est o na mentalidade da maioria dos indiv duos e at em alguns docentes de artes visuais bem como o seu contributo para a democratiza o do ensino do desenho atrav s do m todo de ensino aprendizagem onde a autora aponta uma poss vel explica o te rico pr tica do processo do desenho de observa o bem como exerc cios que facilitam a aquisi o de compet ncias para o desenho ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 120 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Conclus es Finais Tratamos neste cap tulo das reflex es finais do estudo uma vez que discutimos a an lise de dados de forma conclusiva O estudo na opini o dos docentes inqueridos fala do poder interventivo das artes visuais ao n vel das experiencias est ticas art sticas e cognitivas dos indiv duos e da import ncia emergente de haver um curr culo mais diversificado onde o desenho pela sua capacidade transversal surge como ptimo catalisador dessas mesmas experi
114. esenta es unificadas e coesas o ltimo defende o eficaz contributo da experiencia est tica para o valor educativo As artes visuais estimulam o desenvolvimento cognitivo pois promovem oportunidades nicas na concep o de significados e de mapas de conhecimento Eisner 2004 para dar resposta quest o de que fun es cognitivas as artes desempenham introduz o conceito de cogni o como campo que inclui todos os processos por meio dos quais o organismo se torna consciente do meio ambiente na medida em que pensar em qualquer das suas manifesta es por si s um evento cognitivo Refere v rias dimens es cognitivas das artes ensinar a observar e consequentemente a conhecer o mundo que nos rodeia a explorar o incerto a aplicar ju zos livres de procedimento e regras prescritivas estimulando a rela o entre evolu o interior e o lado subjectivo o que privilegia o desenvolvimento da autonomia individual originar processos criativos que atrav s de meios instrumentais permitem nos fixar dar alguma perman ncia e fazer as imagens e ideias e agu ando nos uma an lise mais detalhada e cr tica dessas mesmas imagens e ideias e por ltimo fornecem nos meios de genuinamente explorar a nossa pr pria paisagem interior o nosso ser emocional oferecendo nos recursos para experimentar a nossa receptividade e sensibilidade Mediante esta exposi o convocamos as emo es pois enquanto processos mentais levam nos
115. exemplo da europeiza o do curr culo na implementa o do processo de Bolonha tem como vantagens a mobilidade e certifica o numa plataforma comum todavia os estados perderam a autonomia eles s policiam e desta forma criou se um sistema de mercados na educa o Pacheco e Pereira 2006 Em muitos aspectos o perfil comum das agendas das pol ticas educacionais relaciona se com aquilo que podemos denominar por pol ticas de identidade O objectivo alterar o que pensamos que somos e como que s o as nossas grandes institui es sociais para responder a esta identidade alterada o que somos e como pensamos sobre as institui es encontra se intimamente relacionado com quem tem o poder para produzir e circular novas formas de compreens o das nossas identidades Tanto as pol ticas educativas e curriculares quanto a constru o do senso comum desempenham neste contexto um papel preponderante Apple 2001 9 Apple aborda quest es existentes nas rela es entre conhecimento leg timo ensino e poder dando nfase aos quesitos relativos s escolas como organiza es sociais bem como relev ncia das diferentes classes sociais e assuntos raciais e de etnicidade e s consequentes atitudes dos agentes de educa o dos docentes dos jovens e dos pais Na sua obra Ideologia e Curr culo especificamente no cap tulo dedicado ao Curr culo oculto e a natureza do conflito o autor reflecte acerca dos interesses soc
116. existir sempre uma valoriza o conceptual do 7 6 0 4 0 trabalho do aluno ainda que esse conceito intens o prop sito n o seja fixo pois quase sempre est sujeito a transforma es processuais O trabalho do aluno apoiado numa cont nua reflex o do seu pr prio processo materializa sempre um bom produto final ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 96 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 4 0 ensino das artes promove coes o relacional entre a 8 6 2 1 0 flexibilidade cognitiva que as artes conferem aprendizagem e os tipos de conhecimento integrado que s o consolidados durante a experi ncia est tica na medida em que essa experi ncia conduz o pensamento a v rios dom nios do conhecimento 5 A imagina o enquanto atividade reguladora dos 10 7 0 0 0 exerc cios narrativos e metaf ricos construtora de significados e potenciadora de resolu o de problemas fundamental para o desenvolvimento das experiencias cognitivas est ticas e art sticas Bloco II 6 A democracia parece ter deixado de ser um conceito 6 3 4 3 1 social passando a aparecer revestido como um conceito econ mico As pol ticas educativas e o s programa s que leciona t m vindo a comprometer os ideais democr ticos e de cidadania 7 As artes
117. forma o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 122 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado essa imagina o t m uma import ncia fundamental no ensino art stico e consequentemente nas experi ncias cognitivas est ticas e art sticas dos alunos Com respeito fun o da imagina o no ensino das artes especificamente no seu contributo para a rela o processo e resultado final os resultados refletem uma maior valoriza o do segundo no sentido em que houve mais concord ncia para o facto de o trabalho do aluno ser apoiado numa cont nua reflex o do seu pr prio processo poder n o materializar um bom resultado final que se traduziu na conclus o de que a parte conceptual do seu trabalho nem sempre devidamente considerada Uma vez que a imagina o potencia experiencias est ticas art sticas e cognitivas e o ensino das artes promove flexibilidade onde os tipos de conhecimento integrado s o consolidados durante essas mesmas experiencias temos por convic o que o processo deveria ser mais valorizado no seu contributo para o resultado final dado que pr tica art stica deve ser apoiada numa cont nua reflex o do seu pr prio processo como Eisner defende Em rela o conce o do desenho o estudo demonstrou diferen as em dois campos Um no que respeita a essa mesma conce o do desenho enquanto instrumento essencial para a l
118. fundamentais para a realiza o do presente trabalho Agrade o direc o deste mestrado na pessoa da Professora Doutora Constan a Vasconcelos pela coragem indesist vel de levar os alunos a consolidarem a convic o do poder das Artes Visuais no desenvolvimento do indiv duo bem como coordena o do mestrado na pessoa da Doutora Isabel Canhoto pela presteza em responder s solicita es que lhe fui colocando ao longo deste mestrado Aos professores que se disponibilizaram a participar no estudo emp rico A todos os que de diferentes formas me incentivaram e ajudaram neste processo Ant nio Barros D lia Barros Matilde Francisco Deir Ana Cristina Nandinha Mariana Joaquina Clarinha Davide Victor Bernardino Norberto o meu muito obrigado ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Resumo O presente estudo centra se na import ncia das experi ncias cognitivas est ticas e art sticas que as artes promovem no seu contributo ao desenvolvimento do ser humano estreitando se na conce o transversal do desenho no ensino das artes visuais Pretende se compreender a valoriza o dada ao desenho enquanto promotor de experiencias est ticas art sticas e cognitivas em todas as disciplinas de artes visuais
119. gados de educa o fazem sobre o envolvimento no processo escolar e impaci ncia demostrada ao questionarem a validade escolar face situa o econ mica vendo maioritariamente na escola o problema em vez da solu o Quanto valoriza o das artes pela educa o os docentes demonstram o seu descontentamento atentando para o fato de que A arte pouco entendida apesar de ser muito falada desvalorizada pois existe um certo distanciamento da comunidade educativa no geral remetida sempre para segundo plano e a falta de tempo devido a burocracias e tantas outras coisas que s o impostas aos docentes e que n o deviam fazer parte da sua atividade n o permite uma investiga o mais profunda e actualiza o do que se vai passando no mundo da arte Na rela o entre educa o e sociedade sete 7 foram os inquiridos que fizeram quest o de frisar a import ncia desta rela o dissertando sobre a mesma Foi focada a educa o como pilar tendo em vista uma sociedade mais justa e sem preconceitos A ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 95 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado educa o o motor da sociedade todavia apesar do esfor o e entrega nota se uma crescente fadiga desmotiva o quanto pr tica educativa o que se reflete ne
120. gativamente na valoriza o da educa o e consequentemente na sociedade Ou seja dentro destes foram frisados aspectos negativos 4 que contribuem para uma ruptura nesta rela o As atuais op es pol ticas s o apontadas como estando no caminho da desvaloriza o do papel do docente o que ser uma consequ ncia para a desvaloriza o da edu o o papel do professor e da educa o enquanto pilar essencial na forma o e estrutura o de uma sociedade tem vindo a ser continuamente desvalorizado e delapidado e temos ainda observa es que s destacam pela negativa apontando que a educa o cada vez menos respeitada por todos a sociedade diariamente bombardeada com not cias que desvalorizam a profiss o docente Neste contexto imposs vel valorizar a escola e muito menos a atividade docente 4 2 2 An lise de dados II O quadro que se segue Quadro III o panorama das respostas ao question rio Na vertical as quest es e na horizontal o n mero de respostas em cada uma das 5 possibilidades de respostas Quadro III CP C NS D DP Bloco I 1 A imagina o trabalha v rios instrumentos culturais e 12 5 0 0 0 em seguida reutiliza os remodelando cont nua e criticamente a conce o do mundo As artes visuais t m um papel privilegiado na conce o destas experi ncias 2 Nas artes visuais de modo geral o processo t o 12 1 0 4 0 importante como o produto final 3 Deve
121. hecer a sua import ncia enquanto agente transversal a todas as disciplinas do grupo de artes visuais do que reconhecer a sua autonomia tanto a n vel conceptual como ao n vel da materializa o dessa conceptualidade adquirida a partir do modernismo mais precisamente na segunda metade do s culo XX Apresentamos os dados do Quadro IV referentes ao Bloco III no seguinte gr fico ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 105 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Gr fico HI CP 2 EC 1 NS 0 D 1 DP 2 VP Quest o 11 Quest o 12 Quest o 13 Quest o 14 4 2 2 4 An lise Bloco IV O bloco IV relaciona se diretamente com o desenho de observa o e pretende compreender se os professores de artes visuais concordam que todos os alunos podem saber desenhar desde que ensinados independentemente de maior ou menor aptid o para tal Embora esta quest o partida nos pare a bvia pois para isso que o ensino serve e porque a conce o de aptid o extens vel conce o do inato escolhemos a rela o com o conceito de talento da aptid o inata para desenhar para perceber at que ponto a conce o do dom ou talento um fator condicionante ou n o na aquisi o e desenvolvimento de compet ncias para
122. i es Clement Greenberg por enfatizar a forma em detrimento do significado N o tencionamos de todo descredibilizar as teorias de Greenberg que tanto influenciaram a educa o modernista privilegiando as artes visuais e o seu contributo para educar a vis o art stica ou educar a literacia visual que se fundiram com a psicologia experimental e a fundamenta o de uma educa o art stica centrada na aprendizagem da representa o do vis vel elaborando concep es sobre o desenvolvimento do sujeito cognitivo e afectivo Contudo o que Dewey n o privilegia a abordagem formalista deste autor Fr is 2005 56 aponta a ideia de experiencia nica de Greenberg em que este cita Quando se chega experi ncia est tica fica se completamente sozinho do seu in cio ao seu fim Dalton 2001 78 Esta vis o perceptiva das artes prop e nos uma ideia de exclusividade face experiencia em que atrav s de observa o e com os mesmos dispositivos visuais todos poderem ver e sentir da mesma formas Ainda que seja uma interpreta o de ndole democr tico limitada Dewey enfatizou a rela o da obra de arte e a sua fun o intensificadora dos v rios significados da experi ncia est tica onde a solu o de tens es e conflitos leva a uma harmonia e prazer qua h uma adapta o pois a experiencia a arte em estado germinal As ideias n o s o algo puramente mental fluem em converg ncia com aspectos afectivos e pr ticos ex
123. i ncia conduz o pensamento a v rios dom nios do conhecimento Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente 5 A imagina o enquanto atividade reguladora dos exerc cios narrativos e metaf ricos construtora de significados e potenciadora de resolu o de problemas fundamental para o desenvolvimento das experiencias cognitivas est ticas e art sticas Concordo Plenamente Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 131 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Bloco II assinale com x a sua op o 6 A democracia parece ter deixado de ser um conceito social passando a aparecer revestido como um conceito econ mico As pol ticas educativas e o s programa s que leciona t m vindo a comprometer os ideais democr ticos e de cidadania Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente 7 As artes visuais contribuem para a melhoria de uma consci ncia efetivamente democr tica atrav s do seu poder cr tico e interventivo Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente 8 O ensino das artes visuais contribui verdadeiramente para a va
124. iado dos actores humanos concretos que o criaram Julgo que a chave para clarificar esta quest o se encontra no tratamento do conflito no curriculo 1999 139 O Curr culo nunca simplesmente uma montagem neutra de conhecimentos que de alguma forma aparece nos livros e nas salas de aula de um pa s Sempre parte de uma tradi o selectiva da selec o feita por algu m da vis o que algum grupo tem do que seja o conhecimento leg timo Ele produzido pelos conflitos tens es e compromissos culturais pol ticos e econ micos que organizam e desorganizam um povo Apple 2000 53 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 14 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Denis Lawton 1980 define tr s fontes fundamentais do planeamento o saber relacionado com o saber cient fico as mat rias o aluno para o qual o curr culo est a ser planeado e a sociedade fonte de v rios factores e que aguarda a forma como a escola os ir encarar e absorver uma vez que a pr pria faz parte desses mesmos factores Do mesmo modo que a educa o n o se deve restringir ao ensino do conhecimento como algo acabado mas que o saber e habilidade do estudante adquirem possam ser integrados sua vida como cidad o pessoa ser humano tamb m o curr culo acaba por evocar um
125. iais ainda associados nas formas dominantes do conhecimento curricular que se encontram actualmente nas escolas e que traduzem uma s rie de pressuposi es ideol gicas propondo ainda uma an lise ao conhecimento expl cito nas propostas e no material curricular amplamente aceite nas ci ncias e nos estudos sociais prestando particular aten o mais uma vez ideologia do consenso que preenche o conhecimento escolar e ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 21 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado falta de distribui o de conhecimento curricular com maior poder pol tico Paraskeva 2002 p 112 O curr culo n o pode ser tido em conta como uma verdade incontest vel e intoc vel mesmo porque est sujeito a contamina es de ordem pol tico econ mica As mudan as que v o acontecendo ao n vel das sociedades d o se tamb m ao n vel global oferecendo tra os comuns de actua o numa base unificada uma esp cie de legisla o educativa de saberes que adv m de uma conjuntura pol tica e econ mica uma vez que as l gicas identit rias s o processos de racionalidade Giddens 2000 Convocamos novamente os autores Jos Augusto Pacheco e Nancy Pereira com a defesa de que o conceito de identidade provoca algum sentido de incompatibili
126. ializa o das suas condi es de vida e uma perspectiva de mudan a destas deste modo as identidades e a globaliza o come am a ter um valor de orienta o Segundo os autores um estado unificado e com ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 22 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado diferentes culturas oferece multiplicidade e valor cultural e uma globaliza o n o totalizante permite Estados Culturais e a prolifera o da diferen a existindo continuamente espa o para a cria o de novas identidades e novas subculturas desde que os sujeitos que as formam estejam comprometidos colectivamente com um determinado projecto de forma o Deste modo a regula o da educa o cada vez mais realizada nos contextos supranacionais impondo um padr o comum para a optimiza o do conhecimento e da efici ncia efic cia dos resultados da aprendizagem Assim sendo ser poss vel acreditar numa escola comum num ensino mais justo e adaptado sem inclus es pol ticas e de n meros onde a segrega o deixa de ser exemplo e a homogeneiza o cultural um dom bem vindo aos conte dos de aprendizagem Assim como os m todos as ferramentas e as instala es em que a diversidade marca profunda e positivamente a escolariza o dos alunos e do processo de ser professo
127. idade ao esp rito de competi o e ao sucesso individual Se num contexto educacional com diferentes grupos culturais for realizado com igualdade na concretiza o de objectivos e projectos comuns os preconceitos e a hostilidade tendem a desaparecer e dar lugar a uma coopera o mais serena Aprender a ser prop e como objectivo da educa o contribuir para o desenvolvimento total da pessoa em que todo o ser humano deve ser preparado para elaborar pensamentos aut nomos e cr ticos formular os seus ju zos pr prios de valor de modo a poder decidir por si mesmo como agir nas diferentes circunstancias da vida conferindo a todos os seres humanos a liberdade de pensamento discernimento sentimento e imagina o de que necessitam para desenvolver os seus talentos e permanecerem tanto quanto poss vel senhores do seu pr prio destino O desenvolvimento do ser humano desde o nascimento at morte um processo dial ctico que come a pelo conhecimento de si mesmo para se abrir de seguida rela o com o outro Na hip tese duma experiencia profissional de sucesso a educa o pode ser tida como um meio para alcan ar tal realiza o sendo tamb m um processo individualizado e uma constru o social interactiva ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 33 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visua
128. iga o Hill amp Hill 2008 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 77 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado preocupadas com a complexidade do real sem perder o contato com os aportes anteriores 1999 43 O tra ado da presente investiga o do tipo descritivo e interpretativo enquadrando dados qualitativos e quantitativos que visam apoiar o processo de reflex o e de an lise de dados permitindo chegar a resultados conclusivos A investiga o da presente pesquisa ir centrar se em dois p los que se relacionam e contribuem para o estudo global que surgem dos diferentes agentes de educa o que definimos nos Cap tulos II e III dos quais destacamos para o nosso estudo as pol ticas educativas e os consequentes curr culos e os professores do grupo de Artes Visuais No terreno metodol gico trata se de uma investiga o documental das reformas educativas que privilegiaram ou n o o ensino das artes e que se estreitam mais especificamente no estudo das reformas curriculares a partir da reforma educativa da Lei de Bases de 1986 Assinalaremos ent o as reformas educativas que nos parecem pertinentes para o desenvolvimento do ensino das artes em Portugal bem como as propostas de alguns percursores e autores portugueses igualmente interessados nas rela
129. ino Valoriza o da Cogni o e da Experi ncia no ensino das artes 1 2 1 Arte teoria e ensino A partir do s culo XX a Arte a par dos paradigmas e movimentos art sticos gerou na sua pr pria concep o ontol gica e material um campo de rupturas subvers es experi ncias e mudan as para a qual a estrutura do ensino ainda que n o preparada obviamente influenciada As propostas modernistas foram influentes para a projec o de disciplinas art sticas nas escolas uma vez que as hierarquias herdadas das tradi es e categoriza es acad micas ao n vel da pintura desenho e escultura foram postas em causa por propostas art sticas interdisciplinares onde o cruzamento de diferentes meios e reas de produ o bem como o alargamento de hip teses ao n vel da Ea a E 13 expositivo se t m vindo a desenvolver at contemporaneidade Nas duas primeiras d cadas a vontade incessante de mudan a ao n vel Art stico vis vel entre outros nos movimentos Dada e Surrealista onde os artistas promoveram condi es intelectuais e cr ticas favor veis ao desenvolvimento de um ensino liberal e culturalmente exigente Vejamos o exemplo da concep o de Marcel Duchamp que efectuou uma estrita dilu da e profunda rela o entre o ready made e a pintura considerando o pr prio tubo de tinta um ready made resultado da industrializa o e radicalmente diferente do processo de culin ria pict rica indispens vel antes
130. ino secund rio na modalidade de ensino recorrente f Cursos de ensino vocacional O nosso estudo enquadra se nos Cursos cient fico human sticos nomeadamente o Curso Cient fico Human stico de Artes Visuais ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 63 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado dispers o curricular concretiza se no refor o de disciplinas fundamentais tais como o Portugu s a Matem tica a Hist ria a Geografia a F sico Qu mica e as Ci ncias Naturais na promo o do ensino do Ingl s que passar a ser obrigat rio por um per odo de cinco anos Adicionalmente na rea das express es reafirma se se um refor o da identidade disciplinar A problem tica que sobressai e que tem sido referida ao longo do enquadramento te rico da disserta o o porqu de disciplinas que desempenham actividades art sticas ou experiencias est ticas promovidas pela arte n o terem lugar na continua o do ensino obrigat rio por todas as raz es j enumeradas nos cap tulos anteriores acerca da import ncia das artes na educa o e consequentemente no indiv duo Temos como v lida a conclus o da produ o art stica de uma crian a n o poder ser examinada primeiramente de uma perspectiva individual mas sim social O que ela conhece e aprende quan
131. is e curr culo diversificado 4 2 2 1 An lise do Bloco I O Bloco I tem como objetivo averiguar se a maioria dos professores de artes visuais valorizam as experi ncias cognitiva est tica e art stica e como consideram o poder cr tico e interventivo das artes Para a considera o dessas experi ncias bem como do potencial cr tico e interventivo das artes temos como conceitos chave nas quest es apresentadas a imagina o quest es 1 e 5 o processo e a valoriza o do mesmo na sua rela o com o produto final quest es 2 3 e 4 Segundo observa o do Quadro II a quest ol A imagina o trabalha v rios instrumentos culturais e em seguida reutiliza os remodelando cont nua e criticamente a conce o do mundo As artes visuais t m um papel privilegiado na conce o destas experi ncias valor ponderado total de 29 e a quest o 5 A imagina o enquanto atividade reguladora dos exerc cios narrativos e metaf ricos construtora de significados e potenciadora de resolu o de problemas fundamental para o desenvolvimento das experiencias cognitivas est ticas e art sticas valor ponderado total de 27 s o as que t m a maioria de valor de concord ncia dentro do bloco tendo como fator comum e de destaque a import ncia da imagina o o que significa que a maioria dos docentes privilegia a imagina o enquanto atividade reguladora que promove uma conce o cr tica do mundo e potencia as experi ncias
132. is e curr culo diversificado certos resultados mas sim que passe a ser considerada em toda a plenitude a realiza o da pessoa que aprende a ser Relacionando estas estruturas entramos intr nseca e extrinsecamente no processo de enriquecimento pela experi ncia pela qual John Dewey tanto se debateu Atentemos para a seguinte reflex o O combate de Dewey contra a educa o como prepara o para o centrar da decis o sobre os valores e finalidades educativas na pr pria educa o s o problemas ainda que filos fica e ideologicamente percebidos e situados deslocados instrumentalmente para o campo da ac o educativa para a pedagogia como espa o para o sujeito exercer e desenvolver as suas potencialidades se auto realizar o que acontece ao longo das p ginas de Democracy and Education onde desmontada a fal cia a solu o pragmaticamente ensaiada no universo pr tico da a o educativa S o os professores mais que os pol ticos os agentes da mudan a A autonomia da educa o na defini o dos seus pr prios objectivos assim o implica aos actores directamente implicados que cabe a responsabilidade de definir reconstruir os objectivos pois estes desenvolvem se no pr prio processo educativo Gamb a 2004 43 precisamente por isto que Dewey no cap tulo 8 do livro Democracia e educa o dedicado aos objectivos da educa o afirma que um objectivo denota o resultado de qualquer processo n
133. iteracia visual e consequentemente enquanto ess ncia transversal a todas as disciplinas do grupo de artes visuais onde a concord ncia de opini o dos professores foi geral e outro relacionado com uma vis o mais moderna e contempor nea da conce o de desenho que a nosso ver uma vis o mais profunda do que a primeira onde os resultados revelaram uma certa desconfian a face aos rumos que a hist ria deu a essa conce o Relativamente rela o entre o talento e o desenvolver compet ncias para o desenho not mos um certo conservadorismo no sentido da ideia de predestina o que inerente ao artista Todavia o mais importante a extrair do estudo nesta quest o o resultado demonstrativo de que se os alunos conseguem desenvolver compet ncias para outras reas de conhecimento tamb m ser o capazes de desenvolver compet ncias para o desenho e que qualquer aluno pode saber desenhar num grau suficientemente qualitativo desde que seja ensinado com as ferramentas e os procedimentos adequados falamos do desenho de observa o o que vai ao encontro da a forma de conceber o desenho enquanto catalisador de sucessivas interroga es que emanam do ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 123 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado conhecimento do
134. itetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 82 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado necessariamente derivada da Arte mas a arte uma das suas melhores fontes Thomas Munro 1956 Qual o n vel de concord ncia com esta informa o Como interpretado o conceito de talento Todos os alunos podem saber desenhar desde que ensinados com ferramentas adequadas independentemente de maior ou menor aptid o para tal Qual o n vel de concord ncia com esta informa o O desenho ainda que de forma impl cita revela se ou n o uma ferramenta imprescind vel na concep o de trabalhos art sticos V Enfase no processo ou Conce o no produto final did ctica do rela o com a professor sobre o materializa o do contributo das ide rio imag tico artes visuais e do desenho para forma o integral do indiv duo Rigor conceptual no desenvolvimento anal tico expressivo emotivo criativo e cr tico imagina o e criatividade s o grandes motrizes na pr tica art stica O trabalho do aluno apoiado numa cont nua reflex o do seu pr prio processo materializa sempre ou n o um bom produto final produ o do trabalho dos alunos no especto geral e desenvolvido ao longo do ano deve vir privilegia um ide rio imagin rio e n
135. ivo e n o a rela o rec proca da imagina o e do entendimento considerado objectivamente como o que tem lugar no esquematismo transcendental Bayer 1961 No s culo XX a est tica ganhou outro estatuto e popularidade na semi tica nomeadamente com o surgimento da concep o de c digo est tico que rompe a fronteira com a est tica idealista ampliando as categorias tradicionais est ticas aos fen menos do quotidiano n o associados habitualmente Arte como podemos observar nos paradigmas concep es e movimentos art sticas que se desenvolveram a partir deste s culo A est tica surge ent o como cogni o sens vel t o importante como o racioc nio l gico e deve ser ensinada como um instrumento para a compreens o da arte Parsons 1993 Smith 1995 Neste sentido a partir da est tica analisamos as ideias com as quais pensamos a arte ou seja a est tica o modo de pensar a arte Da refor armos novamente a necessidade de um curr culo diversificado na medida em que mesmo que o aluno n o venha a ser artista ter um conhecimento mais abrangente mais cr tico mais consciente da multiplicidade das suas capacidades para a interac o com o mundo que o rodeia utilizando n o s compet ncias de caracter t cnico mas cc tamb m imag ticas criativas e aut nomas Ser importante educar a pessoa tornando a sens vel beleza e arte capaz de ter emo es est ticas e sentimento est tico e ao mesmo
136. la o categoria de controlo social assumida por Goodson tendo em vista que diferentemente de uma no o mais global da segunda a regula o social enfatizaria os elementos activos de poder presentes nas capacidades individuais socialmente produzidas e disciplinadas Popkewitz 1997 13 O curr culo assume se como o fundamento de qualquer sistema de ensino e as modifica es que o sistema sofre t m nele um peso bastante forte e dominante Para que o Curr culo seja eficaz necess rio rever e fazer uma recep o real e substancial do mesmo e da planifica o e desenvolvimento que os agentes de educa o lhe prop em Albert Victor Kelly no livro O Curr culo Teoria e Pr tica 1980 defende que o Curr culo como fundamento l gico para o programa educacional da institui o com caracter sticas gerais da mudan a e desenvolvimento intr nseco ao mesmo n o poder ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 13 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado estar dissociado de reas de mat ria individuais O autor faz distin es ente Curr culo Oficial que vem do Minist rio da Educa o Curr culo Real que trabalhado na pr tica e dever resultar de alguma intencionalidade por parte do professor e o Curr culo Oculto que dever abordar quest
137. la o com a experi ncia desprovida de sentido Dewey tem no pragmatismo o prop sito de fornecer uma directriz ao pensamento evitando que a raz o na sua rela o com o abstracto se desvincule do objecto da realidade da vida contrapondo se s ideologias metaf sicas de car cter dogm tico e propondo por outro lado que o racioc nio seja guiado por m todos semelhantes aos da ci ncia que incluem a observa o dos fen menos a formula o de hip teses os testes pr ticos e a revis o de teorias O pragmatismo s pode oferecer em troca uma exist ncia mais criativa num oceano de possibilidades por esta raz o que o pragmatismo estranha qualquer ideia de certezas inatas ou absolutas Apesar da escola do pragmatismo ter tamb m como fundamentadores William James 1842 1910 e Charles Sanders Pierce 1839 1914 Dewey seguiu uma linha de influ ncia fortemente hegeliana e neo hegeliana sendo particularmente empirista e utilitarista James afirmava que a experi ncia de diferentes mbitos como social cultural tecnol gica filos fica poderia ser usada como ju zo de valor da verdade Exemplo disso ser a concep o que faz acerca da religi o na medida em que esta seria boa sempre que fosse ben fica para o ser humano pelo facto do mesmo ter acesso cognoscitivo ao dogma religioso Este par metro do pragmatismo denominado como crit rio de verdade foi alvo de cr ticas nomeadamente de Bertrand Russell defendeu que
138. labora o de 50 docentes para responderem ao question rio 3 3 Instrumentos O uso das t cnicas instrumentais bem como os procedimentos de e para com o objecto de estudo comp em o tra o definidor do perfil epistemol gico de uma pesquisa Tendo em conta a problem tica de partida para o estudo e a recolha de dados em que pretendemos saber o ponto de vista dos docentes de artes visuais face import ncia contributiva do desenho para o ensino das artes visuais optamos pelo question rio ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 79 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado como instrumento privilegiado da pesquisa de opini o O nosso question rio composto de afirma es e a resposta pretendida a concord ncia ou n o com o seu conte do oferecendo ao inquirido uma escala de op es uma escala tipo Likert n Como nos dizem Laville amp Dione As principais exig ncias da pesquisa de opini o dizem respeito ao seu instrumento privilegiado o question rio e necessidade de constituir uma amostra representativa da popula o visada pela investiga o Podemos afirmar que o question rio padronizado isto que as mesmas quest es simples e precisas devem ser propostas na mesma ordem e oferecendo a mesma op o de respostas a todos os interrog
139. loriza o das rela es humanas tanto ao n vel de valores ticos morais e sociais como do refor o da identidade do indiv duo Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente 9 A experi ncia est tica no seu sentido restrito distingue se da experi ncia art stica que ocorre mais durante a cria o o desenho a manufatura a execu o e a representa o na perce o uso frui o e cr tica das obras de arte do que em t cnicas de produ o e da representa o A experi ncia est tica n o necessariamente derivada da arte mas a arte uma das suas melhores fontes Thomas Munro Todos os alunos deveriam ter acesso ao ensino art stico ou est tico em todas as reas de conhecimento na oferta formativa do ensino oficial obrigat rio Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente 10 A educa o art stica deve ser continuamente repensada e reinventada Aspetos como a compreens o a comunica o a resolu o de problemas e o pensamento cr tico s o transversais a todas as disciplinas da oferta formativa oficial do ensino obrigat rio Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 132 JOANA POL
140. lver a consci ncia hist rica e cultural e cultivar a sua dissemina o Oficina de Artes e Desenvolver a sensibilidade e a consci ncia cr tica mediante a mobiliza o do aluno para os conte dos espec ficos das diferentes reas das artes visuais e Fomentar a capacidade de manipula o sens vel e t cnica dos materiais dos suportes e dos instrumentos visando um melhor entendimento do espa o bidimensional e tridimensional em v rios dom nios da express o pl stica e Incentivar e desenvolver a criatividade h bitos de pesquisa e m todos de trabalho 67 experimental e Proporcionar aos alunos o acesso aos fundamentos e pressupostos cient ficos essenciais que determinam grande parte da fenomenologia das artes visuais desde o acto criativo em si perspectiva cr tica e de interven o no mbito da comunidade Consideramos ent o que todas as finalidades e objectivos gerais e consequentemente os espec ficos t m em si mesmos a tricotomia observar e analisar recursos do desenho Dominar os conceitos estruturais da comunica o visual e da linguagem pl stica Conhecer explorar e dominar as potencialidades do desenho no mbito do projecto visual e pl stico incrementando neste dom nio capacidades de formula o explora o e desenvolvimento 39 Objectivos espec ficos Desenvolver conhecimentos e compet ncias j adquiridos em reas afins relacionando os e adequando os aos diversos modos de projectar Entender
141. lvimento do ser humano na sua dimens o social e cultural um dos objectivos essenciais da educa o Ora as artes t m em si essa capacidade universal de chamar a si e ao mesmo tempo exteriorizar fen menos sociais culturais que s o pass veis de se individualizarem sendo extremamente enriquecedoras para o desenvolvimento humano Concordamos com Aplle quando defende o curr culo advindo de uma tradi o selectiva da vis o que algum grupo tem do que seja o conhecimento leg timo Ele produzido por conflitos tens es e compromissos culturais pol ticos e econ micos que organizam e desorganizam uma sociedade Em contrapartida deveria haver uma vis o mais hol stica para e da Educa o Sabemos que o nosso curr culo portugu s na pr tica tende para a prioriza o das ci ncias exatas e em termos de disciplinas h quase que uma idolatria s disciplinas de Matem tica e L ngua Portuguesa N o queremos de todo p r de parte ou reduzir a import ncia fundamental que estas disciplinas t m no curr culo todavia deveria haver uma homogeneiza o de valor ao n vel das ci ncias humanas e das artes o que n o acontece principalmente no ensino secund rio em que se aposta numa especializa o demasiado sectarista uma vez que como defendemos no enquadramento te rico todos os campos de conhecimento est o de alguma forma integrados quer direta ou 50 iag a ES Lado Entenda se como conhecimento cient fico cogniti
142. m mesmo grau de relev ncia A quest o 3 fala das caracter sticas de um processo aquando da materializa o do produto final Falamos de conceptual do que relativo ao conceito do que referente concep o relev ncia do pensamento que por sua vez inerente constru o da obra N o pode haver processo criativo sem haver conceptualidade A rela o de conceito pr tica reflex o n o deve a nosso ver ter picos de desvaloriza o entre o in cio e o fim do processo criativo o produto final Os alunos devem ser consciencializados da livre responsabilidade com eles pr prios e com o que produzem considerando a parte conceptual do seu trabalho O processo criativo adv m da rela o entre a arte e a cogni o que como descrevemos no quadro te rico fundamental para o desenvolvimento cognitivo do aluno uma vez que as experi ncias est ticas e art sticas s o colocadas em lugares onde a integra o do conhecimento maximizada de modo a haver uma efetiva compreens o do mundo O processo art stico requer tamb m rigor intelectual por parte do aluno o que o obriga a utilizar rg os espec ficos do dom nio de conhecimento que desenvolvem estrat gias cognitivas e estimulam uma experiencia hol stica na rela o do desenvolvimento individual est tico art stico cultural e social No Bloco II vis mos aferir qual a vis o dos professores sobre o lugar da democracia no ensino das artes e se estes defendem
143. ncias Deste modo tomamos como conclus o geral do estudo que a transversalidade e implicidade do desenho estar o para todas as disciplinas de artes visuais como a transversalidade e implicidade dos conceitos e contributos das artes visuais est para um curr culo diversificado O pr prio curr culo trata essa transversalidade do desenho como observ mos no Ajustamento do programa da disciplina de Educa o Visual 3 Ciclo onde vem descrito A integra o da disciplina de Educa o Visual numa rea de Educa o Art stica situa a nos dom nios concretos da express o Pl stica e do Desenho entendido este como uma escrita visual de uma linguagem espec fica das artes pl sticas A Educa o Visual uma disciplina fundamental para a EDUCA O global do cidad o Finalmente devemos salientar que o DESENHO o exerc cio b sico insubstitu vel de toda a linguagem pl stica bem como constitui uma ferramenta essencial na estrutura o do pensamento visual Nessa medida deve ser desenvolvida de forma sistem tica nomeadamente em registos livres registos de observa o ou na representa o rigorosa Ajustamento do programa de educa o Visual 3 ciclo Programa de educa o Visual do Ensino B sico 3 ciclo Vol II Todavia o campo das pol ticas educativas que est intimamente ligado aos programas e ao curr culo um dos cavalos de batalha com que os docentes se deparam pra exercerem a sua pr
144. ndo exce o de alguns alunos Question rio O relacionamento com colegas e N o S valorizam os resultados dos 4 alunos bom na generalidade Espa o exames O trabalho de socializa o e f sico pouco ajust vel educa o que feito nem sempre valorizado Question rio De modo geral existe um bom Apesar do esfor o e entrega nota se 5 relacionamento de colabora o e apoio uma crescente fadiga desmotiva o entre os colegas Quanto aos alunos o quanto pr tica educativa o que perfil das turmas determina em grande reflete negativamente na valoriza o parte a rela o professor aluno No que da educa o e consequentemente na diz respeito ao espa o f sico este sociedade A n vel de educa o ex guo e as salas s o inadequadas para art stica existe um certo pr tica art stica distanciamento da comunidade educativa no geral remetida sempre para segundo plano desvaloriza o Question rio Bom relacionamento Positivos os Sim No entanto as atuais op es 7 alunos e o espa o f sico da escola pol ticas est o no caminho da ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 136 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Negativos Org os de gest o actualmente demostram insensibilidade para com o c
145. no conhecimento uma base fundamental S o eles Aprender a conhecer adquirindo os instrumentos da compreens o aprender a fazer para poder agir sobre o meio envolvente aprender a viver juntos para participar e cooperar com os outros em todas as actividades humanas aprender a ser constituindo se a via essencial que integra os tr s precedentes Uma nova concep o alargada da educa o no que diz respeito aos quatros pilares do conhecimento deve ser objecto de aten o igual por parte do ensino estruturado em que a educa o apare a como uma experi ncia levada a cabo ao longo da vida no plano cognitivo e pr tico para que todos possam descobrir reanimar e fortalecer o seu potencial criativo de modo que n o seja uma via obrigat ria de obter Aprender a conhecer visa o dom nio dos pr prios instrumentos do conhecimento sendo considerado como um meio pois pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o rodeia como um fim baseado na compreens o no conhecimento e na descoberta privilegiando o exerc cio do pensamento com avan os e recuos entre o concreto e o abstracto numa combina o entre o estudo e a investiga o e mesmo numa poss vel combina o de dois m todos entre o dedutivo e o intuitivo valorizando a experi ncia O ser humano ao ter acesso desde a sua inf ncia e de forma adequada a metodologias instrumentos conceitos e refer ncias resultantes dos avan os das ci ncias das artes dos paradigmas d
146. ns etc para as raparigas 10 anos O est dio do realismo a paix o pelo realismo ferventa Quando os desenhos n o se parecem com o real que observado procuram resolver o conflito alternando no seu desenho os objectos como parecem e as informa es armazenadas anteriormente que impede de ver o objeto como ele realmente Isto acontece porque exigido um certo conhecimento de perspectiva escor o e outras quest es espaciais que j se demarcam da maneira como pensam a forma em rela o maneira como a forma como a observam como a v m 12 anos O per odo da crise O in cio da adolesc ncia tra a na maioria das crian as o fim do desenvolvimento art stico devido frustra o que estas sentem por n o conseguirem representar as formas como v em mais pr ximas do real Aquelas que conseguem superar a crise e aprender o segredo do desenho ficar o maravilhadas Todavia Betty Edwards acredita que essa crise pode ser evitada atrav s de m todos de ensino adequados para que possam aprender a observar e desenhar A autora desenvolveu um m todo de ensino aprendizagem bastante importante onde atrav s de exerc cios espec ficos qualquer indiv duo poder aprender a desenhar O m todo de Betty Edwards n o se caracteriza como um manual t cnico embora alguns educadores tenham para a sua tese uma concep o de ensino meramente tecnicista O foco da autora uma poss vel explica o te rico pr tica do
147. nte ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 138
148. nto dos seus elementos intr nsecos e substantivos uma vez que n o manifestam a diversidade de experi ncias formativas absorvidas pelos alunos Deste modo o curr culo na sua concep o essencial dever ser entendido como o conjunto de experi ncias educativas que engloba todas as actividades de aprendizagem proporcionadas pela escola quer elas resultem de inten es ou prop sitos expl citos quer decorram da pr pria organiza o e ingredientes da vida escolar na sua multiplicidade Ribeiro 1990 14 Apesar de surgir de um conjunto de pressupostos de partida das metas que se desejam alcan ar e dos passos que se d o para as alcan ar Zabalza 1994 o curr culo n o trabalhado s em sala de aula como defende Formosinho cit por Machado e Gon alves 1991 43 definindo o como o conjunto das actividades educativas programadas pela escola ocorram elas nas aulas ou fora delas As experi ncias ou processos de aprendizagens est o ent o inclu das no curr culo al m do plano estruturado de ensino aprendizagem objectivos a alcan ar conte dos a ensinar e metodologias a aplicar Neste sentido observamos o curr culo como o conjunto de experi ncias de aprendizagens planeadas bem como de resultados ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 12 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das ar
149. nto profissional de Professores Porto Porto Editora Delors J 2001 Educa o um tesouro a descobrir Relat rio para a UNESCO da Comiss o Internacional sobre Educa o para o s culo XXI 7 ed Porto Edi es ASA Dewey J 2008 El Arte como experiencia Barcelona Paid s Est tica 45 Dewey J 2010 Experiencia y education 2 ed Madrid Biblioteca Nueva Duarte J amp Vasconcelos M 2011 A fun o inalien vel das Artes Visuais Reflex o a duas vozes Revista Lus fona de educa o 8 173 192 Efland A 2002 Art and Cognition Integrating the Visual Arts in the Curriculum Columbia University Teachers College Press Edwards B 1984 Desenhando com o Lado Direito do C rebro Editora Tecnoprint S A Eisner E 1972 Educating artistic vision New York Macmillan Eisner E 2004 El Arte Y La Creacion De La Mente El Papel De Las Artes Visuales En La Transformacion De La Conciencia Barcelona Phaid s Eisner E 1979 The educational imagination on the design and evaluation of school programs New York Macmillan Fernandes R 1973 As ideias pedag gicas de F Adolfo Coelho Lisboa Instituto Gulbenkian de Ci ncia Centro de Investiga o Pedag gica ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 126 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das art
150. o ndice Ditrod t o sais rotina ta A T EE da O Naga 9 PARTE I Cap tulo I Enquadramento te rico cccisiss seres 11 1 Curr culo artes e democracia oeeesseeeseeererererrrrrrrrrrrererrsrerereree 12 1 1 O Curr culo apontamentos gerais eeessesssssssssssrsesrerrrrrreree 12 1 1 1 Curr culo e pol ticas educativas ccsiiiiiiii iii 16 12 AS Artes no CUn QUIO as enr is a E EE S S 24 1 3 Educa o democracia e artes a necessidade de um curr culo div rsific do s iraa a N AD RR e A TER A a 29 2 Arte teoria e ensino valoriza o da Cogni o e da Experi ncia no ensino das DUETOS PAE E AE EA A A TE 36 1 2 1 Arte teoria CNSINO cassa t am at cama E a ra andas 36 1 2 2 Arte o Est tico e o ATSHICO ss ir saceapnsiaceersonra cus sa suion musa ss udenanos 41 1 2 3 Educa o artistica e COGNI O sasiunisan sas ieaieahe seas eras ade siniegres 44 1 2 4 A Arte e a experi ncia Dimens o pedag gica da experi ncia 49 3 O valor do desenho no ensino das artes ccciiis iii 53 1 3 1 Desenho o princ pio das Ames casss is praa as picia ad Cs aaa 53 1 3 2 Desenho e ensino dascartes custa oeste di ae seda Os o mandaa Qui nRNC dada 58 1 3 4 Desenvolver compet ncias o Desenho c ciiiisis iii 63 PARTE II Capitulo TE ProbIEMd tica aus spas ans ESA ACAO DA ag 72 21 Defini o do problemani dar E A O ade a a a 12 2 2 Obj
151. o nosso tempo e da cultura em geral num contexto de abertura a outras linguagens e conhecimentos conseguir mais facilmente comunicar e trabalhar em profundidade diferentes assuntos Aprender a fazer visa uma aprendizagem mais associada quest o da forma o da actividade laboral e t cnica de como aluno poder levar pr tica os seus conhecimentos em termos profissionais bem como o adaptar da educa o ao trabalho futuro empregabilidade Na observa o desta quest o conv m distinguir o caso das economias industriais relacionadas com o trabalho assalariado e restantes economias relacionadas com o trabalho independente e informal Ora o futuro das economias depende da sua capacidade de transformar o progresso dos conhecimentos em inova es geradoras de novos empreendimentos logo novas empresas e novos empregos Todavia Aprender a fazer n o dever ser restringido ac o de preparar o indiv duo para determinada tarefa material dever ter tamb m um fim de evolu o Aprender a viver juntos compreende uma evolu o na humanidade no sentido de conceber uma educa o capaz de resolver os conflitos de maneira pac fica desenvolvendo o conhecimento dos outros e das suas culturas tendo no o dessa imensa dificuldade o ser humano tem tend ncia a sobrevalorizar as suas qualidades e as do grupo a que pertence e a alimentar preconceitos desfavor veis em rela o aos outros Na actividade econ mica tem a tend ncia a dar prior
152. o tamb m ser o capazes de desenvolver compet ncias para o desenho 17 Qualquer aluno pode saber desenhar num grau 8 8 1 0 0 suficientemente qualitativo desde que seja ensinado com as ferramentas e os procedimentos adequados falamos do desenho de observa o As quest es n o respondidas foram enquadradas na possibilidade de resposta N o Sei Ressalvamos ainda que para coer ncia relacional da escala de concord ncia a quest o 15 trabalhada como se estivesse na seguinte forma A aptid o para o desenho N O uma condi o inata De modo a facilitar a leitura resolvemos associar as respostas concordantes e discordantes em valores ponderados VP atribuindo ao Concordo Plenamente CP dois pontos 2 ao Concordo C um ponto 1 ao N o Sei NS zero pontos 0 ao Discordo D um ponto negativo 1 e ao Discordo Plenamente DP dois pontos negativos 2 Assim o somat rio linear das concord ncias e discord ncias fornecer uma certa quantifica o do acordo ou desacordo em cada uma das perguntas e no conjunto das perguntas Quadro IV ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 98 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Se todos os inguiridos respondessem Concordo Plenamente CP a pondera o dos itens atingi
153. o de confian a em nossa capacidade criativa que talvez jamais conseguissemos atingir de outra forma E em terceiro lugar aprendemos a fazer a transi o para outra modalidade de pensamento modalidade esta com alto potencial para a solu o criativa e inteligente de problemas Edwards 1984 19 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 71 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado PARTE II Cap tulo II Problem tica ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 72 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 2 1 Defini o do problema Dentro da linha geral de investiga o que engloba a compreens o do papel das artes pela comunidade educativa a problem tica na qual nos propusemos trabalhar foi compreender qual a import ncia que dada concep o do desenho no ensino das artes pelos agentes da educa o Falamos de Desenho n o enquanto disciplina mas no conceito base do desenho que ser transversal a todas as disciplinas das artes visuais A problem tica relaciona se com a concep o do desenho no ensino das artes visuais pelos agentes da educa o na mira de um curr culo diversific
154. o encontro do pensamento de Dewey quando o autor defende que toda a arte faz qualquer coisa como um material f sico o corpo ou alguma coisa a ele exterior com ou sem recurso a ferramentas intervenientes e com o objectivo de produzir algo vis vel aud vel ou tang vel Nesta inst ncia a teoria deve ser aplicada na pr tica atribuindo maior valor aquisi o de conhecimento onde a experi ncia antes de mais um assunto activo passivo e onde a medida do valor de uma experi ncia habita na percep o das rela es ou continuidades a que conduz incluindo a cogni o na medida em que ao ser cumulativa acrescenta alguma coisa ou tem significado Neste sentido que as artes devem ser orientadas para a organiza o de experi ncias reais onde a qualidade do pensamento qualitativo valorizada Invocamos ainda a import ncia que enfatizada na imagina o por Eisner quando o autor defende que comparativamente com outras disciplinas grande parte do que realmente importante nas artes adv m da imagina o A capacidade de os alunos mobilizarem e materializarem essa imagina o t m uma import ncia fundamental no ensino art stico e consequentemente as experi ncias cognitivas est ticas e art sticas dos alunos Menos unanimidade houve nas quest es que abordaram de modo geral o processo cognitivo no processo art stico quest o 4 e mais especificamente na rela o conceptual com o material do processo ao produto final Em tod
155. o este sistema o desenvolvimento cognitivo est impl cito quest es 2 e 3 justamente o fato de o desenvolvimento cognitivo ser transversal a todo este ide rio imaginativo est tico art stico e imag tico que a an lise de dados nos revelou algumas surpresas Como observ mos a afirma o da quest o 4 O ensino das artes promove coes o relacional entre a flexibilidade cognitiva que as artes conferem aprendizagem e os tipos de conhecimento integrado que s o consolidados durante a experi ncia est tica na medida em que essa experi ncia conduz o pensamento a v rios dom nios do conhecimento por n s considerada como mediana no bloco entre as j referidas com maior concord ncia e as de maior ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 111 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado discord ncia quest es 2 e 3 se tivermos em conta que a nica neste bloco a ter respostas N o Sei 2 Quadro 1 na escala de concord ncia do nosso question rio Consider mos atr s que os docentes concordam maioritariamente que a imagina o potencia experiencias cognitivas est ticas e art sticas no entanto curioso observar que a quest o 2 nas artes visuais de modo geral o processo t o importante como o produto final e a quest o 3
156. o observar analisar criticar construir desconstruir criar A revolu o cognitiva ocorrida a partir dos finais da d cada de 50 teve uma enorme relev ncia para a desmistifica o das artes enquanto entretenimento e ocupa o f til para o cultivo intelectual e inerente apenas a emo es e n o a ideias e concep es A psicologia cognitivista aponta as emo es a intui o e a criatividade como resultado da actividade intelectual que inerente a todas as actividades da natureza cognitiva Todavia ainda que o curr culo actual continue a debater se teimosamente com esta realidade a educa o art stica abra a e aplica estes factores Como menciona Vasconcelos Com a revolu o cognitiva das artes a teoria das intelig ncias m ltiplas e investiga es ligadas ao campo das artes Gardner Perkins Hetland e o Project Zero da Universidade de Harvard colocam se novos problemas s escolas n o no sentido de uniformizar mas apontando para a heterogeneidade de resultados a tal idiossincrasia produtiva que Eisner refere Provocat ria e desafiadora dum certo status quo enraizado que negligencia o ensino das artes e que as v como actividades n o cognitivas a teoria das intelig ncias m ltiplas refor a o papel das artes no curr culo se a escola quiser ser o lugar de socializa o e de integra o Se a mente humana tem diferentes capacidades cognitivas e cada pessoa tem um perfil diferente a educa o deve fornecer o
157. o que produzem que h uma valoriza o conceptual do seu trabalho ainda que esse conceito inten o prop sito n o seja fixo pois quase sempre est sujeito a transforma es processuais Uma vez que grande parte do que realmente importante nas artes comparativamente com outras disciplinas a imagina o Eisner 2004 a capacidade de os alunos mobilizarem e materializarem essa imagina o t m uma import ncia fundamental no ensino art stico e consequentemente as experiencias cognitivas est ticas e art sticas dos alunos Na mesma linha de conflu ncia entre a arte e a cogni o Arthur Efland centraliza o curr culo nas artes visuais defendendo a rela o entre as mesmas e o desenvolvimento cognitivo do aluno e colocando as obras art sticas em lugares onde a integra o do conhecimento maximizada pois estas s o chaves de compreens o do mundo e como tal deviam ser centrais no curr culo como um dom nio de sobreposi es A observa o e interpreta o da obra de arte requer rigor intelectual por parte do aluno o que o obriga a utilizar rg os espec ficos do dom nio de conhecimento que desenvolvem estrat gias cognitivas e estimulam uma experiencia hol stica na rela o do desenvolvimento individual e social Em Art and Cognition Integrating the Visual Arts in the Curriculum 2002 apresenta um conjunto de argumentos sobre as teorias da cogni o e a inclus o das mesmas na experiencia art stica para uma nece
158. ocesso que est vamos a percorrer ao n vel das ideias e para definir as afirma es finais a serem inclu das no question rio Hill amp Hill defendem o objetivo do estudo preliminar da seguinte forma O objectivo do estudo preliminar seleccionar perguntas adequadas para serem inclu das na vers o final do question rio que se pretende utilizar na investiga o principal 2008 70 Criamos o seguinte quadro que ajudou a criar o question rio final I Enquadramento Forma o do docente Que forma o para a atividade docente do professor na para o ensino das artes as comunidade visuais Relacionamento com colegas rg o 2 ii educativa gestores funcion rios alunos Relacionamento com a encarregados de educa o e espa o f sico comunidade escolar da escola colegas rg o PONES E gestores funcion rios A Mea da no n pela nquanto pi alunos encarregados de comuni A e E qua Spisar educa o espa o f sico imprescind vel de uma sociedade 2 da escola H Contributo das artes Como vista a participa o das artes Concep o para a constru o visuais na valoriza o das rela es ontol gica do ensino das artes visuais moral tica social cultural art stica do aluno Refor o da identidade do indiv duo e o reconhecimento das suas capacidades humanas ao n vel de valores ticos morais e sociais Qual o contributo que a s disciplina s
159. ofiss o de forma qualitativa aspeto detetado na investiga o que reuniu dezassete testemunhos de professores de Artes Visuais e do Grupo de Express es por via do question rio ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 121 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado No que respeita ao enquadramento dos professores na comunidade educativa o estudo revela que as pol ticas educativas de forma geral tendem a desvalorizar a doc ncia pois cada vez mais exercem uma sobrecarga de burocracia e actividades que n o est o directamente ligadas com o exercer da profiss o o que rouba tempo para aprofundarem os conhecimentos investigarem e preparem o mais convenientemente poss vel as aulas factores estes indispens veis para um ensino de excel ncia Esta desvaloriza o aponta consequ ncias na desvaloriza o da educa o onde foi focada a import ncia desta enquanto pilar de uma sociedade mais justa Contudo no que diz respeito rela o direta entre as pol ticas educativas e os programas que os professores trabalham nas disciplinas que lecionam h uma tend ncia muito t nue para um n o comprometimento dos ideais democr ticos e de cidadania nesses mesmos programas J no que respeita verifica o do valor das artes naquilo que seria um curr culo democr tico
160. ois campos porque est o tendencialmente e intrinsecamente ligados todavia na an lise encontramos minoritariamente respostas que t m uma vis o negativa de um e uma vis o positiva de outro 47 a 7 3 o A 2 Apesar de a pergunta n o apelar diretamente a este item pareceu nos importante analis lo pois foi referido algumas vezes 48 a 4 2 2 N o analis mos s no sentido da resposta positiva ou negativa mas tamb m quando foi frisada a import ncia da rela o entre educa o e sociedade ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 91 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Quadro II De modo geral qual o relacionamento com os colegas rg os gestores alunos encarregados de educa o e espa o f sico da escola Destaque aspectos positivos e negativos Escola ambiente recursos e espa o f sico Org os gestores e pol ticas educativas Encarregados de educa o e alunos Ambiente entre o corpo docente Espa o f sico e recursos Condicionantes e est mulos pr tica art stica Posi o face atividade docente Atitude dos E E Atitude dos Alunos Observa es Positivas 11 2 Observa es Negativas A comunidade escolar valoriza a educa o e con
161. ola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 130 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Bloco I assinale com x a sua op o 1 A imagina o trabalha v rios instrumentos culturais e em seguida reutiliza os remodelando cont nua e criticamente a conce o do mundo As artes visuais t m um papel privilegiado na conce o destas experi ncias Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente 2 Nas artes visuais de modo geral o processo t o importante como o produto final Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente 3 Deve existir sempre uma valoriza o conceptual do trabalho do aluno ainda que esse conceito intens o prop sito n o seja fixo pois quase sempre est sujeito a transforma es processuais O trabalho do aluno apoiado numa cont nua reflex o do seu pr prio processo materializa sempre um bom produto final Concordo Concordo N o sei Discordo Discordo Plenamente Plenamente 4 O ensino das artes promove coes o relacional entre a flexibilidade cognitiva que as artes conferem aprendizagem e os tipos de conhecimento integrado que s o consolidados durante a experi ncia est tica na medida em que essa exper
162. omuns e que se resumem a nosso ver na tricotomia global Ver Criar Comunicar que estabelecem de forma geral as compet ncias a serem desenvolvidas no programa de Desenho A e que t m os seguintes par metros referenciais 1 Observar e analisar 2 Manipular e sintetizar 3 Interpretar e comunicar Uma vez que visualizamos nesta tricotomia uma transversalidade a todas as disciplinas sem exce o do ensino b sico e secund rio e parece nos pertinente um ensino mais democr tico expresso num curr culo mais diversificado e com maior lugar para as artes na oferta de ensino ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 124 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Refer ncias Bibliogr ficas Apple M W 2002 Os estudos curriculares cr ticos Curr culo sem Fronteiras v 2 n 1 pp 106 120 Jan Jun Anais do Encontro Internacional Pol ticas Educativas e Curriculares Apple M W 1999 Democratic Education in a Conservative Age 2 ed Official Knowledge Apple M W 2001 Educating the Right Way Markets Standards God and Inequality New York and London Routledge Falgmer Apple M W 1979 Ideology and Curriculum New York Routledge amp Kegan Paul Apple M 2006 Ideologia e Curr culo 3 Ed Porto Alegre Artmed Apple M 19
163. on mico As pol ticas educativas e o s programa s que leciona t m vindo a comprometer os ideais democr ticos e de cidadania a nica que se destaca num n vel de desfasamento em rela o coer ncia relacional de concord ncia das restantes quest es deste bloco estando abaixo do n vel m dio de Concordo Plenamente 17 e acima do n vel m dio de Concordo 8 5 com um valor ponderado ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 102 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado total de 10 sendo a nica do bloco a ter n veis de discord ncia como o Discordo 3 e o Discordo Plenamente 2 Todas as outras s apontam n veis de concord ncia em termos de valores ponderados Esta quest o est entre as nicas duas quest es do Quadro II que t m a op o do Discordo Plenamente 2 a outra a quest o 15 4 J em termos de n meros de respostas Quadro I o n mero de inquiridos que optaram por Concordo 3 igual ao dos que optaram por Discordo 3 sendo que 4 optaram por N o sei sendo que o segundo maior n mero de N o Sei em todo o quadro a seguir quest o 14 Fazemos esta ressalva pois parece nos que uma quest o suficientemente linear e direcionada que n o dar aso a erros de interpreta o todavia deixaremos este tipo de aprecia o
164. onceber da humanidade como comunidade planet ria numa consci ncia alargada de cidadania s o duas grandes finalidades ticas da Educa o Ao abranger tamanha capacidade e for a a educa o dever possuir um espa o privilegiado entre o sistema educativo a fam lia e a sociedade sendo um agente elementar a ter em conta nas op es pol ticas econ micas e financeiras Todavia a concilia o entre o crescimento econ mico e o desenvolvimento do ser humano quanto s suas bases de constru o moral cultural e social mostra se cada vez mais distante Actualmente vive se um desencanto que contrasta com as esperan as surgidas no final da segunda guerra mundial No entanto a inquietude e o mal estar causados pela incerteza e falta de clareza numa vis o do futuro n o s em rela o Educa o como a outros campos estruturais de uma sociedade revela no cerne de muitas outras crises uma crise identit ria tanto no aspecto individual como colectivo Neste clima que avista uma ruptura cada vez mais acentuada entre uma minoria determinada e apta a reerguer se e uma maioria que cada vez mais se sente impotente para influenciar e construir o destino do colectivo o foco de esfor o deve apontar para um mundo com uma maior compreens o m tua uma maior no o de diversidade cultural e aceita o das diferen as e um maior sentido de tica e responsabilidade Todavia o grande motor de conflu ncia e ao mesmo tempo escape deste
165. or parte dos curr culos mesmo a n vel global privilegiam as da linguagem verbal a ci ncia e outas reas para desenvolvimento intelectual do aluno e mais necess rias fora da comunidade escolar segregando o ensino das artes por consider las agrad veis mas desnecess rias para o intelecto e forma o da personalidade do aluno indiv duo S o do mbito do l dico n o contribuindo para o desenvolvimento cognitivo geral nem como contributo de um bom rendimento escolar Eisner conceitua a educa o como um processo de reinven o do indiv duo aluno dando grande enfoque imagina o express o e liberdade de explora o A arte ou talento art stico emerge como uma pr tica baseada na imagina o e criatividade qua aplica a t cnica para seleccionar e organizar qualidades expressivas com o fim de alcan ar objectivos est ticos A pr tica art stica deve ent o ser apoiada numa cont nua reflex o do seu pr prio processo Ora uma vez que o autor defende o ensino como uma arte esta rela o de conceito pr tica reflex o tanto se aplica ao aluno no seu percurso art stico como ao pr prio professor Nesta inst ncia o que os alunos aprendem supera o que os professores ensinam sendo que a estes acontece o mesmo perante o curr culo e os seus conte dos mas espera se que seja de uma forma mais criteriosa Todavia no contexto real quase sempre aprendem menos e as expectativas do professor quase nunca se cumprem Mas isto deve fa
166. or ponderado de Discordo 2 A quest o 13 O desenho o fundamento e a teoria Lorenzo Ghiberti Esta frase tem um caracter incontest vel no ensino das artes visuais n o apresenta uma coer ncia na vis o dos docentes todavia observando o quadro II a quest o apresenta se com maior tend ncia para a concord ncia do que para a discord ncia na medida em que se encontra um valor m dio do concordo plenamente 17 mas acima do n vel m dio de Concordo 8 5 como j referenci mos acima A quest o 14 O desenho pode ser considerado terminado quando atinge o ponto em que a ideia se define como fundamental ou seja o desenho emerge para al m dos limites da sua defini o original redimensionado enquanto modelo de uma conce o mental Ex uma carta foi enviada enquanto esquema com as instru es para a conce o de um desenho Esta carta um desenho por vir Mais cartas s o enviadas mais destinat rios desenham A correspond ncia centra se neste evoluir Os desenhos podem afirmar se desenhos no processo de serem enviados destinados recebidos e trocados apresenta se muito abaixo do ponto m dio do valor ponderado total como tamb m j referimos e neste bloco apresenta valor de Discordo 2 o mesmo apresentado pela quest o 13 Existe uma maior tend ncia para compreender o desenho enquanto ferramenta fundamental para um desenvolvimento conhecedor e cr tico de literacia visual e por isso recon
167. orpo docente nomeadamente nos direitos ticos e profissionais dos professores contratados desvaloriza o do papel do docente o que ser uma consequ ncia para a desvaloriza o da edu o Question rio Aspetos positivos la os que refletem o Poderia valorizar mais Os alunos s o 8 amor profiss o que ainda pouco interessados e por isso n o se subsistem apesar das contrariedades apercebem sempre do investimento Aspetos negativos espa os pouco do professor acolhedores para os alunos pouca manuten o no que diz respeito ao equipamento inform tico Question rio Boa rela o com os colegas rg os Face s conjetura penso que sim O 9 gestores alunos encarregados de trabalho costuma ser valorizado educa o Espa o f sico a necessitar de melhoramentos Question rio Positivos di logo transforma es no Sim Atrav s das abordagens da 11 processo educativo toca de maioria dos alunos ou de pais que se experiencias diversidade Negativos questionam sobre a melhor forma de respeito pela diversidade dificuldades ajudar os filhos a preocupa o das por condicionalismo de recursos axilares de a o educativa as alguns factores de exclus o social institui es com que a escola estabeleceu protocolos Question rio Positivos bom relacionamento e Quando lecionamos disciplinas do 12 partilha com os colegas com ensino secund rio mais f cil haver encarregados de
168. os fatores de exclus o social Um Trata se da opini o de uma professora contratada que fez quest o de frisar o seu estatuto profissional ver question rio 15 no anexo II ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 93 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado dos inquiridos frisou a boa rela o com todos os rg os e elementos que fazem parte da comunidade escolar mas apontou como menos positivo a confus o geral lan ada por algumas pol ticas avulsas e geralmente descontextualizadas promulgadas pelo Minist rio da Educa o Foi ainda ressaltado por outro inquirido a falta de passagem de testemunho no sentido da informa o relativa s turmas com que ia trabalhar s dificuldades sentidas pelos alunos ao programa previamente desenvolvido etc Das observa es positivas os coment rios foram gerais n o destacando nada espec fico Em rela o subcategoria das Condicionantes e est mulos pr tica art stica as observa es negativas 2 e positivas 1 apontaram em comum o espa o e os recursos respectivamente desadequados e adequados pr tica art stica sendo ainda indicado como negativo a falta de um dossier devidamente documentado com trabalho desenvolvido com a turma e estrat gias desenvolvidas pelo grupo 600 Na categoria Encarregados
169. para o subcap tulo da Discuss o dos Resultados As quest es 7 8 e 9 t m respectivamente um valor ponderado total crescente 7 24 8 26 9 27 que vis vel tamb m no n vel do Concordo Plenamente 7 12 8 16 9 18 As quest es 7 As artes visuais contribuem para a melhoria de uma consci ncia efetivamente democr tica atrav s do seu poder cr tico e interventivo 8 O ensino das artes visuais contribui verdadeiramente para a valoriza o das rela es humanas tanto ao n vel de valores ticos morais e sociais como do refor o da identidade do indiv duo t m o mesmo valor ponderado de Concordo 8 sendo que est o num n vel coerente de concord ncia assim como a quest o 9 A experi ncia est tica no seu sentido restrito distingue se da experi ncia art stica que ocorre mais durante a cria o o desenho a manufatura a execu o e a representa o na perce o uso frui o e cr tica das obras de arte do que em t cnicas de produ o e da representa o A experi ncia est tica n o necessariamente derivada da arte mas a arte uma das suas melhores fontes Thomas Munro 1956 Todos os alunos deveriam ter acesso ao ensino art stico ou est tico em todas as reas de conhecimento na oferta formativa do ensino oficial obrigat rio tem por sua vez o mesmo n vel de Concordo Plenamente 22 que a quest o 10 A educa o art stica deve ser continuamente repensada e reinventada Aspetos como a
170. por parte dos professores e analisar qual o contributo dessa conce o e das artes visuais em geral para um curr culo diversificado Partimos de um quadro te rico que aborda reflex es de forma abrangente sobre os conceitos supracitados que permitiu desenvolver o estudo emp rico de forma quantitativa e qualitativa com recurso a question rios dirigidos a professores de Artes Visuais Os resultados indigitam que a transversalidade e implicidade das artes estar para um curr culo diversificado como a transversalidade e implicidade do desenho estar para a todas as disciplinas de artes visuais Uma vez que as artes visuais impulsionam experi ncias fortemente enriquecedoras no desenvolvimento cognitivo social cultural e c vico do indiv duo seria pertinente que o ensino secund rio tivesse tamb m uma disciplina de cariz est tico n o sendo t o sectarista nas reas de conhecimento como oferecido pelo Minist rio da Educa o e Ci ncia Palavras chave Ensino de Artes Visuais Desenho Curr culo diversificado Experi ncia cogni o Processo e resultado final ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Abstract This research centred on the importance of the aesthetic and artistic experience is concerned abo
171. portunidades de explorar e desenvolver todas essas capacidades 2011 185 O Projecto Zero fundado por Nelson Goodman e que tem vindo a contar com a colabora o de Howard Gardner David Perkins e Steve Seidel entre outros preconizou a investiga o e o estudo sistem tico do pensamento e conceito art sticos 2 Jerome Bruner 1960 procurou introduzir a partir da psicologia cognitiva um novo conceito que designasse a percep o explicando o fen meno segundo o qual um processo activo e vari vel estaria de acordo com a predisposi o de cada indiv duo em torno do seu contexto individual de h bitos e de interesses veiculados por sugest es de conhecimentos pr vios motiva es desejos e expectativas 2 Informa o detalhada em http www pz harvard edu ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 45 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado pondo em evid ncia as bases intelectuais para debate em particular de natureza cognitiva convocando ainda disciplinas da rea humana e cient fica que progressivamente evolu ram para o sistema educativo bem como para empresas museus e ambientes digitais A par de Jean Piaget e de Rudolf Arnheim Howard Gardner procurou estabelecer os processos de vis o enquadrados em actividades cognitivas inferindo a rela
172. pressas em significados e s mbolos Dewey concebe o conceito express o como um processo em que as obras de arte necessitam de tempo para serem ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 51 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado compreendidas e concludentemente a express o ocorre quando perante uma situa o uma resposta emocional experimentada como sendo portadora de significado para o indiv duo e aperfei oada em gesto intencionalmente comunicativo As qualidades est tica e art stica n o s o exteriores ou desligadas do intelectual nem da pr tica existe uma interac o indiv duo meio que surge de uma estrutura de adapta o cont nua em que a ac o amplifica as experi ncias que resultam em sensibilidade habilidade intelig ncia e imagina o O indiv duo p e nos trabalhos art sticos as suas experi ncias e esse processo torna se como cont nuo em que o que representa esteticamente modificado revendo e reapresentando no objecto uma significa o pr pria da sua vis o imaginativa Obra de arte resulta ent o da arte e funciona imaginativamente expandindo e concentrando a experi ncia Como analisa In s Ara jo a arte n o pode ser definida unicamente pelo aspecto l dico h a livre cria o do eu mas ela ordenada
173. propriada passagem de testemunho de informa o relativamente s turmas com que ia trabalhar dificuldades sentidas pelos alunos programa previamente desenvolvido etc Embora esta resposta aponte o bom relacionamento de professores refere gralhas na estrutura o de trabalho do corpo docente n o no ambiente mas na integra o de um novo elemento embora a implementa o deste tipo de iniciativas deve ser a nosso ver feita pela gest o e trabalhada pelo docente O ambiente de trabalho de um docente n o est apenas condicionado rela o com os seus pares mas sim com outros elementos da comunidade como a pr pria quest o enumera Em rela o ao Espa o f sico e recursos s o mais as observa es negativas 5 que exprimem um espa o ex guo com poucas condi es pouco acolhedor para os alunos com falta de recursos e manuten o de equipamentos do que as observa es positivas 2 em que uma delas esta relacionada com o facto de ser uma eco escola Quanto posi o dos rg os gestores e pol ticas educativas face atividade docente as observa es negativas foram em mesmo n mero das positivas 4 Das negativas destacam se a insensibilidade para com o corpo docente pelos rg os de gest o nomeadamente nos direitos dos professores contratados sendo mesmo apontada a falta de tica a falta de compreens o com os problemas do quotidiano a falta de respeito pela diversidades e a n o adequada resposta a
174. que defendeu na Cr tica da Raz o Pura que se por um lado toda experi ncia sem a forma do conceito cega o conceito sem o conte do da experi ncia vazio Embora Kant se refira experi ncia est tica no sentido da recep o e n o da ac o esta frase contextualizada no pragmatismo pode reflectir a import ncia da experi ncia na rela o entre a teoria e a pr tica Ou seja podemos afirmar que algu m honesto se nos fundamentarmos em factos poss veis de serem observados ou seja nas suas ac es e atitudes Nesta linha de pensamento convocamos ainda Arist teles que afirma que n o tocamos as ess ncias s podemos ter acesso s ess ncias atrav s das opera es das ess ncias ou seja tem de haver uma experi ncia emp rica que determina o que as coisas s o e como s o John Dewey 1859 1952 deu enorme contributo para a valoriza o das experi ncias est tica e art stica e a sua rela o com a educa o No seu interesse pela pedagogia adopta uma linha pr tica e emp rica baseada na Teoria do Conhecimento que x 24 2 estava de acordo com a Escola Americana do Pensamento de bases pragm ticas Sa 2 http www armazem literario nom br autoresarmazemliterario eles martinhocarloshost filosofia 44 mo dulo44 htm 2 John Dewey ficou associado corrente filos fica do pragmatismo embora Dewey preferisse denominar se como instrumentalista O pragmatismo defende que uma afirma o que n o tenha qualquer re
175. que v o seu ponto de converg ncia no exerc cio da liberdade pois a manifesta o art stica consegue variadas interpreta es e solu es para uma mesma problem tica sempre com um caracter individual e nico do mundo Deste modo ao criar e desenvolver uma malha de significados auxilia a compreens o dos mist rios da vida aponta novos rumos e dimens es que a ci ncia por si s tem sufici ncia para fazer Vasconcelos 2011 Limitar portanto a educa o ao desenvolvimento de capacidades verbais e matem ticas extremamente redutor do potencial humano pois as artes permitem desenvolver diferentes tipos de cogni o como a teoria de Gardner das intelig ncias m ltiplas defende Sendo as artes um fen meno social e cultural de car cter universal um subsistema da cultura e sendo as escolas meios privilegiados de cultura o lugar das artes na educa o como se diz no t tulo inalien vel 2 embora tantas vezes menosprezado por incompreens o da sua import ncia no desenvolvimento humano 2011 175 12 Vasconcelos C e Duarte J B A fun o inalien vel das Artes Visuais Reflex o a duas vozes Revista Lus fona de Educa o n 18 173 192 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 35 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 2 Arte teoria e ens
176. r desinteressado e sem necessidade de possess o material do belo e da experi ncia est tica e n o t o intelectual como as concep es pr prias do entendimento porque adv m tamb m do campo afectivo engloba na est tica o campo da sensibilidade Na 8 A originalidade da sua teoria e o seu grande contributo foi a demostra o de que a percep o na sua origem n o um simples estado preliminar um come o obscuro do conhecimento mas j um conhecimento 19 r y Existe uma diferen a n o s de grau mas de natureza Duas das nossas faculdades intelectuais habitualmente divergentes aqui est o de acordo a imagina o e o entendimento Esta coincid ncia n o habitual causa nos prazer este prazer do acordo que um prazer est tico por isso que desinteressado e n o tem necessidade de possess o material No fundo o que achamos belo um ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 41 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Est tica Transcendental uma ci ncia de todos os princ pios a priori da sensibilidade Kant aparta a sensibilidade do entendimento e em seguida separa da intui o tudo o que pertence sensa o No julgamento do gosto ou julgamento reflexivo est tico considera apenas o efeito subject
177. r neste mundo que global havendo uma maior garantia de apropria o de saberes atitudes e compet ncias ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 23 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 1 2 As Artes no Curr culo As artes encontram se ainda rotuladas com um estigma de marginaliza o onde a ci ncia ainda vista como a verdadeira fonte e forma de conhecimento na generalidade dos curr culos mentalidade fruto ainda do positivismo No entanto as artes exigem esfor o cognitivo como observar analisar criar e criticar o que demonstra relevantes contribui es para o cultivo da mente e a forma o da personalidade H ainda uma mancha que n o se desvinculou da ideia do fazer arte como um trabalho apenas artesanal ligado m o em que n o h um desenvolvimento conceptual ao n vel do pensamento cognitivo e tamb m intelectual Nada poderia estar mais errado Mesmo quando a Hist ria nos relata a arte submissa a c nones em que a imagina o n o era livre pelo menos a que teria de ser aplicada obra j tinha de haver um pensamento profundo tanto pelo lado est tico como t cnico Ao n vel ontol gico a raz o de ensinar artes porqu ensinar artes prende se com v rios factores importantes a consciencializa o do ser que abre caminho
178. ra as artes visuais e na import ncia do mesmo ao n vel das experi ncias est ticas art sticas e cognitivas uma linha transversal s finalidades objectivos e compet ncias a desenvolver nas disciplinas da oferta formativa do MEC de cariz est tico art stico no 3 ciclo do ensino b sico como o caso disciplina de Educa o Visual e nas disciplinas de artes visuais do ensino secund rio nos cursos cient fico human sticos de artes visuais Tendo em conta a presente problem tica de estudo a conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado temos como objetivos gerais e Compreender em que medida as artes visuais contribuem para um curr culo diversificado e Compreender a valoriza o dada ao desenho enquanto promotor de experiencias est ticas art sticas e cognitivas em todas as disciplinas de artes visuais por parte dos professores ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 15 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 2 3 Objetivos Espec ficos Temos com objetivos espec ficos Aferir se a maioria dos professores de artes visuais valorizam as experi ncias cognitiva est tica e art stica bem como o poder cr tico e interventivo das artes Saber se os professores de artes visuais defendem um curr culo diversificado
179. ra o desenho uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do pensamento e da comunica o ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 12 0 desenho institui se enquanto fio condutor no 9 6 2 0 0 processamento das artes visuais estando impl cito em todas as disciplinas que integram o grupo 600 13 O desenho o fundamento e a teoria Lorenzo 6 6 3 2 0 Ghiberti Esta frase tem um caracter incontest vel no ensino das artes visuais 14 0 desenho pode ser considerado terminado quando 4 6 5 2 0 atinge o ponto em que a ideia se define como fundamental ou seja o desenho emerge para al m dos limites da sua defini o original redimensionado enquanto modelo de uma conce o mental Ex uma carta foi enviada enquanto esquema com as instru es para a conce o de um desenho Esta carta um desenho por vir Mais cartas s o enviadas mais destinat rios desenham A correspond ncia centra se neste evoluir Os desenhos podem afirmar se desenhos no processo de serem enviados destinados recebidos e trocados Bloco IV 15 A aptid o para o desenho n o uma condi o inata 4 5 1 5 2 16 Se os alunos conseguem desenvolver compet ncias de 6 10 1 0 0 outras reas de conheciment
180. re como na din mica social ou na interac o cultural pois possui for a interventiva e cr tica sendo enaltecido pelo seu car cter democr tico e de f cil dissemina o ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 62 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 1 3 3 Desenvolver compet ncias para o Desenho Como temos visto as artes enriquecem e desenvolvem o conhecimento s o dom nios criativos por excel ncia o que n o quer dizer que a criatividade n o exista nas ci ncias ou em qualquer outra rea a criatividade faz parte da condi o humana Uma diferen a importante entre as artes e as ci ncias que exatamente a regra nas artes a celebra o da diversidade da individualidade e da surpresa enquanto nas ci ncias domina a fatualiza o linearidade correc o ajudando se os alunos a obter certezas regras e generaliza es Eisner 2002 No entanto a verbaliza o e a quantifica o s o apenas algumas das formas de literacia de modos de se configurar a compreens o humana do mundo S o outras as formas de literacia em artes no sentido em que descrevem qualidades dum mundo que n o se pode explicar discursivamente mas experienciar apelando nossa sensibilidade e contribuindo de um modo distinto para o conhecimento e aprendizagem Va
181. real Desenvolver a sensibilidade est tica ser sens vel influ ncia das rela es formais na qualidade visual do envolvimento ser sens vel ao valor est tico de diferentes formas de express o visual ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 65 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado e Desenvolver a percep o e Desenvolver a sensibilidade est tica e Desenvolver a criatividade e Desenvolver a capacidade de express o e Desenvolver a capacidade de utilizar os meios de express o visual e Desenvolver o sentido cr tico e Desenvolver a capacidade de comunica o e Desenvolver o sentido social e Desenvolver a capacidade de interven o Desenho A Desenvolver a criatividade materializar o desenvolvimento de uma ideia estabelecendo novas rela es ou organizando em novas bases Desenvolver a capacidade de express o Analisar as reac es pessoais aos acontecimentos e s qualidades do mundo envolvente utilizar intencionalmente as interac es dos elementos visuais para o enriquecimento da express o Desenvolver a capacidade de utilizar os meios de express o visual ter consci ncia dos crit rios de aprecia o que aplica compreender a influ ncia dos factores est ticos funcionais f sicos econ micos e sociais na determina
182. ress o espont nea e natural na inf ncia onde convocamos Betty Edwards e Georges Henri Luquet para falar do valor do desenho no ensino das artes quanto sua conce o e transversalidade nas disciplinas de artes visuais tivemos por base as teorias de Molina Cabezas e Borges de artistas como Bruce Nauman e Tania Kovats Tamb m transversal a todo o terceiro ponto a autora Betty Edwards No respeitante PARTE II no cap tulo II temos por objectivos compreender qual a valoriza o dada ao desenho enquanto promotor de experiencias est ticas art sticas e cognitivas em todas as disciplinas de artes visuais por parte dos professores e saber se os professores de artes visuais defendem um curr culo diversificado com lugar para as artes em todas as reas de conhecimento No respeitante aos aspetos metodol gicos cap tulo III conduzimos o estudo de forma descritiva e interpretativa enquadrando dados qualitativos e quantitativos que visam apoiar o processo de reflex o e de an lise de dados trabalhados a partir da PARTE III no cap tulo IV permitindo nos chegar a resultados conclusivos no cap tulo V No final apresentamos as conclus es resultantes da an lise da informa o recolhida e laborada ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 10 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr
183. ria 34 e o seu ponto m dio seria 17 se todos os inquiridos respondessem Concordo CP a pondera o dos itens atingiria 17 e o seu ponto m dio seria 8 5 se todos os inquiridos respondessem Discordo D a pondera o dos itens atingiria 17 e o seu ponto m dio seria 8 5 se todos os inquiridos respondessem Discordo Plenamente DP a pondera o dos itens atingiria 34 e o seu ponto m dio seria 17 A partir daqui podemos ler os valores atribu dos concord ncia e discord ncia ou seja como significado positivo ou negativo na nossa escala Quadro IV CP C NS D DP VP 2 amp D 0 CD 2 Total Bloco I Quest o 1 24 5 0 0 0 29 Quest o 2 24 1 0 4 0 21 Quest o 3 14 6 0 4 0 16 Quest o 4 16 6 0 1 0 21 Quest o 5 20 7 0 0 0 27 Bloco II Quest o 6 12 3 0 3 2 10 Quest o 7 16 8 0 0 0 24 Quest o 8 18 8 0 0 0 26 Quest o 9 22 5 0 0 0 27 Quest o 10 22 6 0 0 0 28 Bloco HI Quest o 11 20 7 0 0 0 27 Quest o 12 18 6 0 0 0 24 Quest o 13 12 6 0 2 0 16 Quest o 14 8 6 0 2 0 12 Bloco IV Quest o 15 8 5 0 5 4 4 Quest o 16 6 10 0 0 0 16 Quest o 17 8 8 0 0 0 16 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 99 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visua
184. rias aos quatro ou cinco anos a crian a come a a contar hist rias com seus desenhos resolvendo problemas alterando formas b sicas conforme necess rio para comunicar para expressar os seus significados As crian as quando exprimem atrav s do desenho um problema muitas vezes sentem se mais capazes de lidar com ele ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 55 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado 6 anos A paisagem aos cinco ou seis anos as crian as desenvolvem um conjunto de s mbolos para criar uma paisagem que eventualmente tornar se numa varia o nica e indefinidamente repetida Uma linha azul em cima e uma linha verde na parte inferior tornam se representa es simb licas do c u e terra A composi o da paisagem feita com muito cuidado dando a impress o de que a remo o de qualquer forma tiraria todo o equil brio ao desenho 8 anos A fase da complexidade Aos nove ou dez anos as crian as procuram ser mais detalhistas na esperan a de representar um maior realismo e uma certa realiza o A preocupa o que era dada ao lugar das formas composi o do desenho substitu da pela preocupa o com a apar ncia das formas nomeadamente tanques dinossauros super her is etc para os rapazes e modelos cavalos paisage
185. rsificado Salientamos que nos referimos ao desenho n o enquanto disciplina a saber Desenho A mas ao desenho enquanto conceito e instrumento de trabalho O question rio an nimo e n o h respostas certas ou erradas Solicito por isso toda a vossa colabora o Obrigada Joana Pol nia de Barros Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3 Ciclo do Ensino B sico e no Ensino Secund rio pela Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias ESCOLA DE COMUNICA O ARQUITETURA ARTES E TECNOLOGIAS DA INFORMA O 2013 ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 129 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Forma o para O ensino Anos de ensino Enquadramento na comunidade educativa 1 De modo geral qual o relacionamento com os colegas rg os gestores alunos encarregados de educa o e espa o f sico da escola Destaque aspectos positivos e negativos 2 A comunidade escolar valoriza a educa o e consequentemente a actividade docente enquanto pilar imprescind vel de uma sociedade Comente o seu caso pessoal face aos diferentes elementos da comunidade ECATI Esc
186. rt stico atrav s de m todos Experimentais 2010 Disserta o de mestrado em Educa o Art stica pela FBAUL ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 26 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado a flexibilidade cognitiva que enfatiza o car cter de excep o que as artes conferem aprendizagem os tipos de conhecimento integrado que s o consolidados durante a experi ncia art stica aquando da an lise do conte do de uma obra de arte na medida em que essa experi ncia conduz o pensamento a v rios dom nios do conhecimento o poder da imagina o enquanto actividade reguladora dos exerc cios narrativos e metaf ricos e construtora de significados e resolu o de problemas O papel da experi ncia est tica para o desenvolvimento dos valores educativos Reconhece se a import ncia das artes visuais no desenvolvimento cognitivo na medida em que instigam situa es problem ticas que por sua vez estimulam a produ o de significados e de mapas de conhecimento onde a interpreta o relaciona os mundos conceptuais culturais e socias da obra pois o seu conte do expressivo assim o permite A mente n o pode ser encarada como um reposit rio hier rquico de estruturas l gico cient ficas ela suficientemente flex vel para empregar diferentes estrat gias
187. s factores a democracia n o parece conseguir respirar em reas onde est institucionalizada h anos Este facto tem em si impl cita uma n o consci ncia da incapacidade de enquanto indiv duos e cidad os vivermos com o outro nas nossas comunidades de perten a contendo ainda a quest o da g nese democr tica que saber ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 29 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado se queremos ou podemos participar na vida em comunidade praticando a pr pria cidadania Que ben volo e h bil caminho pode a educa o apontar e ao mesmo tempo trilhar Como e onde que a pr pria educa o se sedimenta num cen rio t o amb guo e vol vel Delors 1996 acerca das perspectivas para o s c XXI sobre a Educa o defende que Dado que oferecer meios nunca antes dispon veis para a circula o e armazenamento de informa es e para a educa o o pr ximo s culo submeter a educa o a uma dura obriga o que pode parecer primeira vista quase contradit ria A educa o deve transmitir de fato de forma maci a e eficaz cada vez mais saberes e saber fazer evolutivos adaptados civiliza o cognitiva pois s o as bases das compet ncias do futuro educa o cabe fornecer dalgum modo a cartografia dum
188. s apresentar uma abordagem de proposta sequencial baseada na experi ncia da pr tica lectiva e tendo presente o desenvolvimento cognitivo dos jovens Ajustamento do programa de educa o Visual 3 ciclo em ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 64 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado com a nova organiza o curricular podemos ler o seguinte A integra o da disciplina de Educa o Visual numa rea de Educa o Art stica situa a nos dom nios concretos da express o Pl stica e do Desenho entendido este como uma escrita visual de uma linguagem espec fica das artes pl sticas A Educa o Visual uma disciplina fundamental para a EDUCA O global do cidad o Finalmente devemos salientar que o DESENHO o exerc cio b sico insubstitu vel de toda a linguagem pl stica bem como constitui uma ferramenta essencial na estrutura o do pensamento visual Nessa medida deve ser desenvolvida de forma sistem tica nomeadamente em registos livres registos de observa o ou na representa o rigorosa Ajustamento do programa de educa o Visual 3 ciclo Programa de educa o Visual do Ensino B sico 3 ciclo Vol II Analisando os pontos comuns do desenho nas disciplinas das Artes visuais que se enquadram no grupo 600 de l
189. s artes ou o desenho apenas uma rea dentro das artes visuais Os professores de artes visuais pensam que todos os alunos podem saber desenhar desde que ensinados independentemente de maior ou menor aptid o para tal 4 Esta tricotomia global representa as compet ncias a desenvolver no programa de Desenho A 1 Observar e analisar o aluno estar capaz de observar e registar com elevado poder de an lise tendo em aten o as singularidades presentes e a forma como estas se relacionam com outras bem como a integra o de todas num todo ou unidade decompon vel em elementos estruturais O aluno dever merc do exerc cio da observa o anal tica observar e registar com crescente aptid o o quotidiano natural ou t cnico por meios manuais riscadores e ou de mancha ou meios inform ticos Esta rea adequada para permitir o desenvolvimento das capacidades psicomotoras ao n vel da aptid o adaptativa simples composta e complexa 2 Manipular e sintetizar o aluno estar apto a aplicar procedimentos e t cnicas com adequa o e correc o e a criar imagens novas Estar em evid ncia a capacidade de s ntese quer por tratamento da soma de experi ncias e de esbo os anal ticos pr vios quer por aplica o de princ pios ideias m todos ou conceitos no dom nio das opera es abstractas Pressup e o exerc cio de sentido cr tico de m todo de trabalho e a integra o num projecto que responda a necessidades
190. s php ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 61 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado importantes refer ncias para o desenho enquanto campo expandido Elias amp Vasconcelos 2009 O Artista citado por Cooke Serrota amp Sylvester afirma O desenho sempre indicativo do modo como os artistas pensam N o consigo referir imediatamente nenhuma obra digna desse nome na qual o desenho n o seja um elemento chave Quando falo em desenhar n o me refiro ao desenho como uma disciplina diferente da pintura ou da escultura H o desenho no desenho e h o desenho na pintura assim como h o desenho na escultura 1992 21 22 O Desenho abrange uma multiplicidade de fun es traduzindo estruturas e faseamentos perante obras que se querem desenvolver antecipando projectos apontando caminhos tanto no captar anal tico e moment neo do real como nas express es de mem ria emo es e inquieta es tornando se intermedi rio entre passado e futuro O desenho tem a capacidade de p r em pr tica toda a concep o de cogni o e valoriza o da experi ncia j enunciadas Al m de permitir assimilar expressar e investigar mecanismos de percep o ele actua naquilo que pretende tornando se bastante enriquecedor nas demais reas em que o ser humano se inse
191. s visuais e curr culo diversificado A transi o da educa o do dom nio dom stico para o dom nio p blico com o foco central que lhe conferida presentemente nos processos de desenvolvimento humano coloca problemas complexos ao estudo das pol ticas educativas O grande problema conseguir uma n o contamina o prom scua entre a pol tica e a educa o o que a nosso ver se tem vindo a tornar cada vez mais dif cil de concretizar Para analisar no corpo docente a import ncia que dada s experi ncias cognitiva est tica e art stica no ensino das artes visuais da necessidade de um curr culo diversificado e a conce o do desenho enquanto fio condutor e transversal no processamento das artes opt mos por uma pesquisa de opini o enquanto estrat gia que visa aferir as opini es as inten es ou mesmo os comportamentos dos professores perante a problem tica a ser estudada Sobre esta pesquisa dizem nos Laville amp Dione recorre se a um conjunto de quest es propostas a uma amostra dessa popula o A pesquisa de opini o uma estrat gia de pesquisa digamos ou de verifica o uma vez que a exemplo dos outros tipos de pesquisa contribui para a solu o de um problema 1999 148 3 2 Sujeitos Fontes Tivemos como fontes a popula o constitu da por docentes do grupo de artes visuais ou do grupo de Express es de cinco escolas do concelho de Almada Pretendemos solicitar a co
192. samento acontece porque a mente suficientemente flex vel para empregar diferentes estrat gias de compreens o de variedade de dom nios de conhecimento de matrizes e de mapas coerentes que estruturam v rios modelos do mundo ou seja de todo o processo cognitivo est tico e art stico que a produ o de um trabalho necessita A arte ou talento art stico emerge como uma pr tica baseada na imagina o e criatividade qua aplica a t cnica para seleccionar e organizar qualidades expressivas com o fim de alcan ar objectivos est ticos Neste sentido retomamos Eisner quando defende que a pr tica art stica deve ser apoiada numa cont nua reflex o do seu pr prio processo ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 112 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Refletindo a est tica enquanto cogni o sens vel t o importante como o racioc nio l gico e sendo a partir dela que analisamos as ideias com as quais pensamos a arte podemos concluir que a est tica o modo de pensar a arte Deste modo parece nos incoerente que a quest o 2 tenha um valor ponderado total 21 consideravelmente superior em rela o quest o 3 16 Ora existe a nosso ver uma discrep ncia entre estas duas quest es A quest o 2 menciona a rela o processo produto final de forma geral nu
193. sconcelos 2011 178 No curr culo escolar do ensino b sico existe lugar para as artes mas o estigma ligado s artes e s disciplinas art sticas j discorrido anteriormente impedem que estas transitem para o ensino secund rio a n o ser por op o do aluno ao ingressar no Curso Cient fico Human stico de Artes Visuais como podemos observar no Decreto Lei n 139 2012 de 5 de Julho referente ao ensino secund rio respeitante ao conjunto de aprendizagens a desenvolver pelos alunos de cada curso de n vel secund rio de acordo com os objectivos consagrados na Lei de Bases do Sistema Educativo A redu o da 30 E E Programas e metas curriculares do ensino b sico em http www dgidc mine du pt ensinobasico index php s directorio amp pid 3 consultado em 16 05 2013 Optamos por fazer esta descrimina o porque a oferta formativa do ensino secund rio compreende os diferentes cursos a Cursos cient fico human sticos vocacionados para o prosseguimento de estudos de n vel superior b Cursos com planos pr prios c Cursos art sticos especializados vocacionados consoante a rea art stica para o prosseguimento de estudos ou orientados na dupla perspectiva da inser o no mundo do trabalho e do prosseguimento de estudos d Cursos profissionais vocacionados param a qualifica o profissional dos alunos privilegiando a sua inser o no mundo do trabalho e permitindo o prosseguimento de estudos e Ens
194. senho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Nas respostas quest o 1 dos 11 question rios 8 apontaram aspectos positivos e negativos conforme fora solicitado 2 s apontaram aspectos positivos nenhum 0 apontou s aspectos negativos e dos que apontaram aspectos negativos 3 est o apenas relacionados com o espa o f sico da escola Nas respostas quest o 2 dos 11 question rios 4 destacaram mais aspectos positivos e 7 destacaram mais aspetos negativos No que diz respeito rela o com os rg os de gest o superiores e com as pol ticas educativas 5 demonstraram que essa rela o negativa e 5 destacaram aspetos pertinentes relacionados com os alunos e com os encarregados de educa o De modo a enunciar alguns testemunhos mais significativos para cada uma destas categorias analis mos a contribui o dos aspetos relacionados com os rg os de gest o e com as pol ticas educativas bem como os aspetos relacionados com os alunos e com os encarregados de educa o inquirindo sobre as contribui es dadas por estes para a valoriza o da actividade docente enquadrando os conte dos em categorias relacionadas com a escola a arte os rg os gestores as pol ticas educativas os alunos e os encarregados de educa o Conclu mos atrav s da leitura atenta das respostas que estas categorias acabam por ser transversais s respostas de ambas as quest es Fizemos ent o o enquadramento dest
195. sequentemente a actividade docente enquanto pilar imprescind vel de uma sociedade Comente o seu caso pessoal face aos diferentes elementos da comunidade Valoriza o da actividade docente Pol ticas educativas dire o da escola Alunos Encarregados de educa o Valoriza o das artes pela educa o Rela o entre educa o e sociedade Observa es Positivas Observa es Negativas ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 92 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Em rela o quest o 1 os inquiridos declararam com unanimidade em rela o ao Ambiente entre o corpo docente haver um relacionamento positivo cordial com espa o para o di logo troca de experi ncias entreajuda e intera o uma rela o colaborativa entre os colegas onde os la os que refletem o amor profiss o ainda subsistem apesar das contrariedades Todavia frisamos uma resposta que nos parece pertinente pois refere qua apesar da acessibilidade e empatia dos colegas a integra o de um novo elemento no ambiente escolar muitas vezes se n o sempre descuidada Na maioria das escolas onde estive n o fui devidamente apresentada aos colegas e espa o escolar Isto para n o falar de uma a
196. sponder s exig ncias profissionais da vida adulta O curr culo com fun o estritamente t cnica viu a orienta o comportamentalista tecnicismo radicalizada na d cada de 60 Embora tenham ficado como marcos definidores da emerg ncia do curr culo como objecto espec fico de estudo e pesquisa os livros especializados de Ferdinand Bobbitt The Curriculum 1918 e How to make a Curriculum 1924 os modelos progressistas na figura central de John Dewey trazem a debate a necessidade de A Dimens o Pol tica Do Curr culo Sum rio pormenorizado da li o s ntese A dimens o pol tica do curr culo da disciplina de Desenvolvimento Curricular para efeitos de provas para obten o do t tulo de agregado na rea de Curr culo do Departamento de Ci ncias da Educa o da Universidade da Madeira 2 A experi ncia de planeamento curricular de escolas prim rias nas Filipinas numa altura de ocupa o americana deu azo a que Bobbitt reflectisse sobre a necessidade de organiza o e desenvolvimento do Curr culo percorrendo as seguintes etapas antes de se chegar planifica o propriamente dita 1 An lise da experi ncia humana 2 An lise de tarefas 3 Deriva o de objectivos 4 Selec o de objectivos S depois se passaria para a Planifica o em detalhe a quinta etapa Com a publica o em 1927 do 26 Anu rio da National Society for the Study of Education o Curr culo passa a ser mais generalizadamen
197. ss ria e justific vel integra o da aprendizagem das artes de aprendizagem no curr culo de A a j educa o geral Enumerando esses argumentos podemos mape los em quatro campos compreendam que a atitude perceptiva uma op o e que existem v rias maneiras de ver sendo esta uma boa base para depois se expressarem materializando artisticamente os seus pensamentos Pede ent o aos seus alunos que reflictam entre duas actividades que realizem no seu quotidiano e at de forma rotineira uma de caracter pr tico e uma de caracter est tico Wayne que trabalha um projecto com estudantes do secund rio em que estes criam m scaras de animais de que gostam e que de alguma forma se aproximam das suas caracter sticas pessoais de modo a promover o conhecimento das propor es adequadas entre os membros e o corpo Os objectivos de Wayne est o ao n vel tanto de uma dimens o introspectiva e de autoconhecimento como do conhecimento entre as rela es de propor o do corpo Nota se neste caso o bom exemplo do estabelecer de prop sitos e objectivos Chan uma senhora que trabalha no centro de Macau e que descreve a sua planifica o curricular com tr s procedimentos 1 Compet ncia para o pensamento visual e introdu o dos conceitos art sticos 2 Aprecia o art stica de uma obra de Georgia de O Keeffe 3 Fazer arte 7 A partir de In s Carolina Robusto Leit o da Silva O Contributo da Arte Contempor nea no Ensino do desenho A
198. ssores desenvolver as compet ncias a que se acerca da separa o das prop e artes do curr culo no ensino secund rio Tendo por base a separa o curricular que feita no ensino secund rio em rela o ao ensino das artes deveria haver ou n o uma disciplina de cariz art stico ou est tico nos restantes cursos cient fico human sticos Valoriza o da imagina o trabalha v rios cogni o das instrumentos culturais e em seguida IV experiencias est ticas e reutiliza os remodelando cont nua e Concep o art sticas filosofia de criticamente a sua concep o do mundo pedag gica do ensino consci ncia do As artes instrumentalizam ou n o esta ensino das artes visuais valoriza o do desenho valor do que produzido pelo aluno Compreender a opini o dos professores de artes visuais em rela o ao desenvolvimento das compet ncias dos alunos para desenhar concep o Em termos de filosofia de ensino qual o contributo das artes visuais para o desenvolvimento das actividades cognitivas A experi ncia art stica no seu sentido restrito distingue se da experi ncia art stica que ocorre mais durante a cria o o desenho a manufactura a execu o e a representa o na percep o uso frui o e cr tica das obras de arte do que em t cnicas de produ o e da representa o A experi ncia est tica n o ECATI Escola de comunica o arqu
199. t tica n o necessariamente derivada da arte mas a arte uma das suas melhores fontes Thomas Munro 1956 Todos os alunos deveriam ter acesso ao ensino art stico ou est tico em todas as reas de conhecimento na oferta formativa do ensino oficial obrigat rio como a que re ne dentro do bloco II a seguir quest o 10 maior n vel de concord ncia com uma resposta ao n vel ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 114 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado do N o Sei Quadro I o que nos parece bastante revelador em rela o vis o de como seria um curr culo diversificado e a nosso ver um curr culo democr tico A Educa o na sua tarefa de permitir a todos o acesso ao conhecimento possibilita de v rias formas a socializa o do indiv duo e o seu desenvolvimento enquanto tal A grande problem tica formula se a partir da ideia do que os agentes de educa o ao n vel das pol ticas e consequentes curr culos concebem ou at privilegiam enquanto conhecimento e quais as disciplinas mais capazes de o congregar no indiv duo O nosso curr culo n o distingue nas artes a sua contribui o para o conhecimento que na nossa perspectiva deveria associar em si mesmo todos os campos de conhecimento de modo a contribuir para o desenvo
200. te aceite como organiza o burocr tica e desenvolvimento t cnico ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 17 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado estabelecer a distin o entre processo e conte do de ensino no curr culo O termo Curr culo neste contexto utilizado por John Dewey nas suas obras The absolute curriculum 1900 The curriculum in elementary education 1901 e The child and the curriculum 1902 Dewey defende que o curr culo tem por finalidade capacitar os alunos a lidar eficazmente com o mundo moderno como tal n o deve ser apresentado com um desfasamento em rela o realidade da vida O comportamento das crian as segundo o autor caracteriza se em quatro esferas nomeadamente sociais construtivas expressivas e art sticas Deste modo o curr culo deve construir se em sentido ordenado de acordo com o mundo onde a crian a vive O autor na sua concep o progressista defende que a escola n o poderia assumir um curr culo enquanto um instrumento de adequa o dos alunos ao mundo existente mas sim um curr culo que se adequasse mais realidade dos alunos Na g nese da teoria cr tica est a responsabiliza o do status quo pelas desigualdades e injusti as sociais que tem uma forte influ ncia da an lise marxista da socieda
201. tes visuais e curr culo diversificado de aprendizagem perviamente definidos formulando se umas e outros mediante a reconstru o sistem tica da experi ncia e conhecimento humano Sob os ausp cios da escola e em ordem ao desenvolvimento permanente do educando nas suas compet ncias pessoais e socias Tanner e Tanner 1975 cit por Ribeiro 17 Como j foi observado a mudan a no ensino deve ter a sua base na altera o e articula o adequada do curr culo uma vez que este comporta aspectos sociais culturais individuais ideol gicos Segundo Hernandez 1997 as mudan as e as concep es nas pr ticas da educa o n o se devem a uma nica ordem de raz es mas a um conjunto de factores que v o desde as pr prias correntes est ticas e art sticas passando pelas correntes art sticas dominantes at aos valores sociais e s mentalidades que orientam cada poca A concep o que Ivor Goodson 1995 mobiliza assim como Apple uma vis o cr tica do curr culo com potencial para produzir um controle social cr tico ou dial ctico Todavia o autor compreende que a discuss o em torno do curr culo pode ser interpretada em termos de conflito em rela o a status recursos e territ rio no mbito de disciplinas escolares acad micas ou cient ficas Por outro lado Popkewitz entende o curr culo bem como a escolariza o como ve culos constituintes de processos de regula o social pretendendo assim diferenciar se em re
202. tistas cr ticos galeristas museus etc a um mundo muito espec fico e fechado na sociedade ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 116 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Reconhece se ent o a rela o entre a express o art stica e a democracia que v o seu ponto de converg ncia no exerc cio da liberdade pois a manifesta o art stica consegue variadas interpreta es e solu es para um mesmo problema sempre com um car ter individual e nico do mundo No bloco III tencion mos verificar se os professores valorizam o desenho enquanto fio condutor e transversal no processamento das artes e impl cito em todas as disciplinas que integram o grupo de artes visuais Privilegi mos dois momentos um aliado ao facto do desenho se constituir enquanto instrumento essencial para a literacia visual e por isso enquanto ess ncia transversal a todas as disciplinas do grupo de artes visuais outro relacionado com uma vis o moderna e contempor nea da conce o de desenho que foram desenvolvidas no enquadramento te rico O primeiro momento resultou na conclus o que a maioria dos docentes privilegiam o desenho para um efectivo desenvolvimento da literacia visual sendo a quest o 11 A sociedade na qual vivemos est mergulhada numa opul ncia da imagem
203. um grupo de 5 professores para verificar a sua exequibilidade Ver anexo 1 Posteriormente dirigimo nos s escolas e entr mos em contato com a dire o das Die 45 mesmas Apenas uma nos solicitou um pedido por escrito ver anexo 2 para a entrega dos question rios coordena o do grupo de docentes de artes visuais As restantes puseram nos em contacto com os respetivos grupos na pessoa do docente coordenador A partir daqui apresent mo nos e expusemos os intuitos dos question rios e para que 4 Este pedido foi deferido e apresentamo lo em anexo ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 84 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado estes serviriam e combinamos a partir de um email informativo o data de levantamento dos mesmos ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 85 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado PARTE HI V Apresenta o e An lise de dados ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 86 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e
204. uma educa o intercultural permitindo a consciencializa o em cada indiv duo de que enquanto cidad o dever ter presente as suas vantagens colectivas e sociais para ter participa o numa vida verdadeiramente democr tica Este desafio parte do cidad o comum abrange o sector pol tico e consequentemente os sistemas educativos Para que os sistemas educativos sejam eficazes ter o de rejeitar partida um ensino standartizado e formal que privilegia o desenvolvimento do pensamento abstracto mais te rico em detrimento da valoriza o da criatividade e imagina o aptid o para comunicar desenvolvimento de compet ncias para o trabalho em equipa destreza manual estimulo para reflex o e sentido do belo e da concep o da arte nesta multiplicidade de talentos individuais que a educa o tamb m deveria concentrar os seus esfor os pois a riqueza de express es culturais conseguem com maior facilidade alcan ar o respeito pelo pluralismo A par de alguns princ pios de ac o na rela o da educa o com a din mica social Delors defende que o ensino deve tamb m ser personalizado esfor ar se por valorizar a originalidade apresentando op es de ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 31 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado inicia o s
205. us fona de Humanidades e Tecnologias 118 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado das palavras onde determinar os elementos pict ricos e interromper a continuidade do que nomeamos uma actividade que expande ou concentra a rela o pensamento a o onde o indiv duo levado a ultrapassar barreiras e caminhos que previamente determinou No bloco IV pretendemos compreender qual a posi o dos professores de artes visuais face aquisi o e desenvolvimento de compet ncias para desenhar desde que ensinados independentemente de maior ou menor aptid o para tal tendo por base o conceito de talento da aptid o inata para desenhar de dom e at que ponto estes fatores s o condicionantes A quest o 15 A aptid o para o desenho n o uma condi o inata foi a mais contradit ria no que diz respeito aos resultados obtidos pois praticamente metade dos inquiridos concorda e outra metade n o Tendo em conta que aqui estava a patente do dom e da genialidade os resultados tornam se curiosos Observamos um certo conservadorismo no sentido da ideia de predestina o que inerente ao artista Quando nos quedamos a pensar o tema do g nio art stico historicamente torna se necess rio refletir por exemplo at que ponto o artista contempor neo ainda pode ter a pretens o de olhar para o mundo e ser ele o nico a dar express o a esse olhar Atualmente a
206. ut arts and its significance for the development of the human being focusing on Drawing as an extended subject for the visual arts education Aiming to understand the value of Drawing as a subject which promotes and develops aesthetic artistic and cognitive experiences on the Visual Arts Education this study is centred on the teachers role and on the visual arts as part of an extended curriculum In order to develop the empirical study we started from a theoretical framework addressing to reflections on the above concepts which allowed us to develop questionnaires for the art teachers The presented results prove the importance of an extended art curriculum as well as the consequence of drawing as present on all art subjects Because the visual arts strongly encourage enriching experiences in the cognitive social cultural and civic development of the human being it would be appropriate for the secondary school to have a discipline of aesthetic nature instead of focusing on the established program that as is offered by the Ministry of Education and Science Keywords Visual Arts Education Drawing Extended Curriculum Experience Cognition Process and Final Result ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificad
207. visuais contribuem para a melhoria de uma 8 8 1 0 0 consci ncia efetivamente democr tica atrav s do seu poder cr tico e interventivo 8 0 ensino das artes visuais contribui verdadeiramente 9 8 0 0 0 para a valoriza o das rela es humanas tanto ao n vel de valores ticos morais e sociais como do refor o da identidade do indiv duo 9 A experi ncia est tica no seu sentido restrito 11 5 1 0 0 distingue se da experi ncia art stica que ocorre mais durante a cria o o desenho a manufatura a execu o e a representa o na perce o uso frui o e cr tica das obras de arte do que em t cnicas de produ o e da representa o A experi ncia est tica n o necessariamente derivada da arte mas a arte uma das suas melhores fontes Thomas Munro 1956 Todos os alunos deveriam ter acesso ao ensino art stico ou est tico em todas as reas de conhecimento na oferta formativa do ensino oficial obrigat rio 10 A educa o art stica deve ser continuamente 11 6 0 0 0 repensada e reinventada Aspetos como a compreens o a comunica o a resolu o de problemas e o pensamento cr tico s o transversais a todas as disciplinas da oferta formativa oficial do ensino obrigat rio Bloco HI 11 A sociedade na qual vivemos est mergulhada numa 10 7 0 0 0 opul ncia da imagem a v rios n veis o que apela ao dom nio da literacia visual bem como de uma aprendizagem adequada Nesta conjuntu
208. vo social cultural est tico art stico Aconselhamos a visualiza o da pagina http www dgidc min edu pt metascurriculares index php s directorio amp pid 60 referente s metas curriculares no site da Direc o Geral da Educa o ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 115 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado indiretamente Circunscrever a educa o das capacidades matem ticas e verbais ou lingu sticas redutor perante o potencial humano do indiv duo As artes tamb m permitem trabalhar a cogni o como a teoria das intelig ncias m ltiplas de Gardner t o bem ilustra e funcionam como um corpo organizado de conhecimentos que requer o mesmo tipo de rigor intelectual que as ci ncias exatas e sociais Este debate vai ao encontro da an lise de dados obtida na quest o 10 A educa o art stica deve ser continuamente repensada e reinventada Aspetos como a compreens o a comunica o a resolu o de problemas e o pensamento cr tico s o transversais a todas as disciplinas da oferta formativa oficial do ensino obrigat rio esta quest o obteve o maior valor ponderado total deste bloco 28 em que os aspetos citados na quest o por serem necess rios e afetos a todas as disciplinas e que se querem desenvolver no aluno com diferentes
209. zer com que as situa es sejam repensadas numa reflex o revers vel e que a criatividade n o seja apenas ferramenta para os alunos desenvolverem o seu trabalho mas tamb m para os pr prios professores poderem ter um melhor desempenho sempre com uma vis o de elasticidade perante varias atitudes e metodologias aquando da pr tica docente A partir do subcap tulo Obstaculos a la pr ctica docente entendida como una arte do cap tulo 3 do livro Elarte y la creaction de la mente El papel de las artes visuales en la transformaci n de la consci ncia 2004 No seu livro El arte y la creaci n de la mente nomeadamente no 3 cap tulo Eisner exemplifica atrav s de tr s personagens professores diferentes metodologias em que se reflecte a valoriza o da experiencia S o eles Harsh que ensina est tica a uma classe de jovem de uma zona urbana deprimida com o objectivo de ajuda los a reconhecer diferentes maneiras de experimentar o mundo enfatizando a rela o entre experiencia pr tica e experiencia est tica tendo como objectivo principal fazer com que os alunos ECATI Escola de comunica o arquitetura artes e tecnologias da informa o ULHT Universidade Lus fona de Humanidades e Tecnologias 25 JOANA POL NIA DE BARROS A conce o do desenho no ensino das artes visuais e curr culo diversificado Os alunos devem estar conscientes que t m algo a dizer que t m uma livre responsabilidade com eles pr prios e com

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