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CT_PPGTE_M_Dal Moro, Guilherme Andre_2012

1. Id Idade Forma o complementar Institui o Profiss es e Fun es em ordem cronol gica E Ed1 26 Planejamento e controle de obras SENAI Servente de pedreiro familiar militar encarregado de obras moto boy t cnico em manuten o vigilante pedreiro aut nomo mestre de obras E Ed2 56 Sinaliza o de obras 3M Garimpeiro operador de m quinas de Curso de impermeabiliza o asf ltica Triunfo pavimenta o encarregado de obras de Curso de blaster Cuiab Triunfo pavimenta o E Ed3 42 Capacita o pessoal Prefeitura de Curitiba Trabalhador rural familiar vendedor em loja Curso de pavimenta o SENAI de materiais de const operador de m quinas encarregado de obras de pavimenta o E Ed4 33 Datilografia SENAI Servente de pedreiro aut nomo camel Pedreiro e azulejista Maria R Junqueira balconista em panificadora panfleteiro Eletricista SENAI jornaleiro pintor pedreiro mestre de obras E Ed5 36 Est gio Construtora Hestia Office boy militar servi o de guarda e Curso b sico de inform tica Data Byte seguran a vigilante estagi rio E Ed6 41 Eletricista industrial FAS Cobrador de nibus frentista servente de Instalador hidr ulico predial FAS pedreiro pedreiro mestre de obra empreiteiro Curso de mestre de obra E Ed7 20 Assistente administrativo SENAC Trabalhadora rural Operadora de telemarke
2. e a proje o estabelecida do futuro o que deveria ou dever ser NONAKA TAKEUCHI 1997 p 7 Retomando o exemplo anterior o marceneiro experiente possui em geral uma habilidade maior de definir precisamente quantidades de materiais utilizados tempo de servi o custos de produ o or amento margem de lucro etc em rela o a um iniciante ou leigo na profiss o Com o objetivo de superar os ideais de objetividade da ci ncia racionalista consolidados na Revolu o Cient fica do s culo XVIII para os quais somente aceito aquilo que pode ser provado prop s nas d cadas de 1950 e 60 a epistemologia do conhecimento t cito Com base nos princ pios da psicologia da Gestalt considera que a constru o dos significados termo distal n o ocorre pela soma ou infer ncia dos significados das partes termo proximal j conhecidas do objeto mas sim por uma integra o funcional das partes atrav s de mecanismos ferramentas perceptivos do ser humano POLANYI apud SAIANI 2004 De acordo com Saiani sobre a epistemologia do conhecimento t cito vemos utilizando a vis o como exemplo objetos completos mesmo na aus ncia de suas partes Na percep o executamos uma a o criamos uma integra o t cita de sensa es num objeto percebido que lhe confere um significado que n o possu am anteriormente idem p 49 Para Polanyi 2009 a constru o do conhecimento t cito leva em conta a integra o funciona
3. es dos trabalhadores Em contraponto Jones e Wood 1984 defendem que as qualifica es t citas adquiridas no trabalho s o constru das socialmente e por isso constituem um corpo inalien vel de conhecimento do trabalhador Segundo eles mesmo em trabalhos reconhecidos como n o qualificados ou em postos cuja automa o atingiu n veis elevados os trabalhadores ainda interv m amplamente nos processos de trabalho prescrito ao colocar em pr tica os saberes t citos que se constituem inconscientemente e que por vezes n o s o reconhecidos ou nem percebidos Para os autores alguns pontos devem ser melhor esclarecidos sobre o processo de automa o e a participa o dos trabalhadores nesses processos Primeiramente mesmo nas 12 perspectivas marxistas mais ortodoxas o controle sobre o proletariado somente um meio para atingir a finalidade do capitalista o lucro n o podendo assim ser considerada um fim em si mesmo Consequentemente a redu o dos custos da produ o e o aumento dos ganhos s o crit rios mais importantes para o capitalista que o controle sobre os trabalhadores ou outras quest es mais perif ricas a respeito do trabalho Segundo o avan o da tecnologia de produ o n o direcionado somente objetivando a amplia o do controle mas ditado por outros fatores como o mercado de trabalho consumidor a organiza o sindical e patronal bem como outras estrat gias de gest o Por fim at mesmo no
4. o de eletricista afirmou que teve maior facilidade nas disciplinas relacionadas aos conceitos de eletricidade Mesmo assim ratificou que essa facilidade tenha ocorrido pelo fato de ter realizado o curso de eletricista com o qual se capacitou para a fun o E Em4 Teve pelo fato de eu ter feito o outro curso de especifica o l n Que da l eu j aprendi bastante coisa n A lei de Ohm que utilizada na el trica ali pelo menos essa base assim eu j tinha Sim tamb m Isso eu aprendi no curso l da Da quando eu cheguei aqui j tinha j tinha as no es j n Tinha gente que olhava ali n e perguntava resist ncia N o sabia n n o sabia o que resist ncia n Mas pelo menos essa base eu j tinha n Dentre estas rela es de complementaridade entre os saberes que os estudantes indicaram em seus relatos observou se que o aprendizado dos conhecimentos pr ticos n o implica diretamente no aprendizado dos conhecimentos te ricos mas S o os processos pedag gicos intencionais e sistematizados portanto que mediando as rela es entre teoria e pr tica ensinar o a conhecer KUENZER ABREU GOMES 2007 p 471 Essa quest o foi apresentada pelo estudante E Em4 quando afirma que o aprendizado dos princ pios te ricos que obteve no campo da eletricidade mais propriamente sobre os transformadores de alta tens o ocorreu nas disciplinas de eletricidade estudadas
5. Sobre a forma o dos professores quatro dos cinco possuem cursos complementares realizados na rea de exerc cio com exce o do professor P Eml rec m formado que j est matriculado em uma p s gradua o e pretende continuar estudando I E hoje em dia voc pensa em fazer um mestrado P Eml Cara hoje em dia eu penso em continuar estudando Eu penso em me estabelecer financeiramente e estudar N o sei bem o que cara N o sei se seja bem um mestrado Mas a p s eu j t inscrito em uma s estou esperando a turma que na institui o X Vou fazer uma p s na engenharia da produ o Depois vou continuar estudando n o quero nunca n o quero parar n o 104 Ademais chama se aten o ao fato de que os professores manifestaram nas entrevistas ou em conversas durante os intervalos de aula a pretens o de dar continuidade aos estudos em cursos de p s gradua o lato e stricto sensu voltados rea de forma o t cnica Refor a se nesse caso o paralelismo da carreira t cnica carreira docente apresentada por Lima Filho 2010 e a inclina o continuidade dos estudos e da especializa o imprescind vel primeira mas n o segunda Percebe se que os estudantes com maior n mero de cursos possuem tamb m maior n mero de profiss es e fun es j exercidas Dentre os participantes da pesquisa o E Em3 aquele com maior n mero de cursos realizados cinco e tamb m com maior n mero de pro
6. Trajet ria profissional ac sirinin ienis a E ada desing sda R sa Taca 106 Quadro 6 Disciplinas ministradas pelos professores ieeeeereeecereecenaa 138 BID CEFET CEPAL CIPA CNC COHAB GOT INEP LDB MEC Narkompros PL PLANFOR PNPE PREMEM PROEJA PROEP PROJOVEM PSS SEED PR SEFOR SENAC SENAI SENTEC LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Banco Interamericano de Desenvolvimento Centro Federal de Educa o Tecnol gica Comiss o Econ mica para a Am rica Latina e o Caribe Comiss o Interna de Preven o de Acidentes Controle Num rico Computadorizado Companhia de Habita o Gin sio Orientado para o Trabalho Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Minist rio da Educa o Comissariado do Povo de Educa o Projeto de Lei Plano Nacional de Qualifica o do Trabalhador Programa de Est mulo ao Primeiro Emprego Programa de Extens o e Melhoria do Ensino M dio Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional com a Educa o B sica na Modalidade de Jovens e Adultos Programa de Expans o da Educa o Profissional Programa Nacional de Inclus o de Jovens Educa o Qualifica o e A o Comunit ria Processo de Sele o Simplificado Secretaria de Estado da Educa o Estado do Paran Secretaria de Forma o e Desenvolvimento Profissional Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial Servi o Nacional de Aprendizagem Ind
7. em uma cavidade E da mesma forma habitamos as ferramentas intelectuais oferecidas por um referencial interpretativo particularmente um livro texto de ci ncia desse modo que os mecanismos perceptivos sejam eles manuais ou intelectuais e as experi ncias pessoais anteriores se articulam e se influenciam mutuamente resultando um conhecimento tamb m de car ter pessoal Logo a epistemologia de Polanyi contrap e se s concep es tradicionais deterministas e instrumentalistas das ci ncias modernas para as quais a neutralidade e a autonomia s o condi es sine qua non para o desenvolvimento 3 4 O conhecimento t cito e a sua emerg ncia na acumula o flex vel Contrariamente aos modelos de produ o de Taylor e Ford nos quais os trabalhadores especializavam se em micro tarefas da linha de montagem o sistema de Ohno aglutinou nos mesmos postos de trabalho m quinas de diferentes finalidades permitindo a concentra o de diferentes fun es no mesmo local Tal manobra conduziu ao ac mulo de tarefas distribu das a um n mero reduzido de trabalhadores exigindo lhes responsabilidades multifuncionais concentradas no tempo e espa o Surgem assim os trabalhos multifuncionais ou polivalentes com o prop sito de permitir que os trabalhadores adquirissem o conhecimento executassem e passassem a se responsabilizar por v rias fases do processo produtivo total o que lhes possibilitaria desenvolver m ltiplas
8. es em s ntese os modos de constru o do trabalhador tanto dos estudantes quanto dos professores Tendo se esse panorama no segundo t pico s o aprofundadas quest es relacionadas ao exerc cio do trabalho e da atual fun o exercida pelos entrevistados O conhecimento do trabalho destes estudantes possibilitou identificar as rela es entre os saberes que s o constru dos no ambiente profissional vinculados Foram realizadas entrevistas com trabalhadores do setor de autope as de pe as petrol feras de bombas de sistemas de saneamento etc 98 ao saber fazer com aqueles que circulam no ambiente educacional vinculados ao saber cient fico objeto de estudo do terceiro t pico A an lise se encerra com o quarto t pico em que s o retratados os olhares dos professores das disciplinas t cnicas da disciplina de F sica e dos estudantes a respeito da rela o entre a F sica o curso e as experi ncias profissionais dos estudantes 5 1 A inicia o no trabalho a trajet ria profissional e a constru o do trabalhador O prop sito de iniciar as entrevistas pedindo aos estudantes que relatassem suas trajet rias profissionais n o teve somente o objetivo de compreender os caminhos tomados por estes profissionais e de registrar os empregos e fun es realizadas anteriormente mas tamb m o de diminuir uma poss vel tens o nervosismo ou desconforto dos entrevistados com a entrevista ou com a grava o do udio S o
9. o entre teoria e pr tica mesmo que qualitativamente Esse aspecto complementado segundo os professores pelo maior esfor o dos estudantes da modalidade PROEJA em compara o aos estudantes de outras modalidades subsequente e integrado Muito embora esse esfor o n o se traduza diretamente na perman ncia escolar todos os professores relataram que os estudantes trabalhadores em especial aqueles cujas pr ticas profissionais s o vinculadas aos cursos s o extremamente esfor ados Outro aspecto considerado na pesquisa trouxe luz as impress es dos professores e dos estudantes a respeitos das rela es da F sica ci ncia e disciplina s reas de atua o profissional relacionadas aos cursos t cnicos de Edifica es e Eletromec nica Confirmou se a forte rela o entre os conhecimentos inerentes aos cursos t cnicos pesquisados e os assuntos da F sica abordados entretanto de forma aplicada e difuso nos conte dos das disciplinas t cnicas Ainda assim foi poss vel verificar com base nas entrevistas com os professores que os conceitos da F sica s o considerados fundamentais para a compreens o de in meros processos realizados pelos estudantes em suas pr ticas laborais desempenhando um papel crucial na forma o dos estudantes dos cursos investigados em especial no que se refere articula o entre os saberes A partir da integra o entre as disciplinas t cnicas e as de base comum proposta no PROEJA o e
10. objetivou se compreender de maneira aproximada de qual modo produtivo o trabalho realizado pelos estudantes em especial os de Eletromec nica mais se aproxima isto se ao taylorista com metas e prazos mais justos e r gidos ou ao toyotista com metas e prazos mais flex veis As ambi es e pretens es dos estudantes com o curso do PROEJA foram o objeto contemplado na 7 e 8 quest es que constitu ram o 2 grupo Da 9 a 12 quest o 3 grupo verificaram se as 86 rela es entre os saberes pr ticos trazidos das experi ncias com os conhecimentos formais explorados nos cursos realizados e por fim nas quest es 13 e 14 4 grupo buscou se relacionar a F sica s praticas profissionais dos estudantes Os professores das disciplinas t cnicas foram entrevistados Ap ndice B com o intuito de identificar aproxima es entre os conhecimentos da s disciplina s t cnica s ministrada s aos conhecimentos da disciplina de F sica e aos conhecimentos trazidos pelos estudantes de suas pr ticas profissionais Objetivou se compreender a partir das perspectivas dos professores dos cursos como s o percebidas as rela es e contribui es dos saberes pr ticos aos saberes formais e escolariza o como um todo As entrevistas realizadas com esses professores tiveram in cio com a descri o de suas trajet rias profissionais 1 grupo de an lise e dos momentos em que a disciplina de F sica apareceu durant
11. resist ncia e a dureza dos materiais E Ed1 Olha vou te falar a verdade De F sica tem bastante coisa tipo ponto de equil brio equil brio est tico Tipo at mesmo um pilar um balan o vai ser maior que o outro pode puxar a parte de tr s que nem uma marquise por exemplo fazer uma marquise mais pesada do que o contra piso Ajuda a gente a determinar o tamanho do ferro a negatividade que vai ter que ter o ferro para travar Esse ponto de equil brio j ajudou bastante ali na F sica Da F sica na verdade tem bastante conceitos que poderiam ser empregados que infelizmente eu n o sei n o tenho um vasto conhecimento da rea da F sica Mas se soubesse a mat ria me ajudaria mais porque eu uso bastante mesmo o conhecimento at por l gica n V que alguma coisa n o vai dar certo por quest o de F sica mesmo E Ed4 Na parte de F sica seria a parte de queda livre Queda livre porque voc t fazendo um plano de laje e o pessoal t trabalhando embaixo E um pequeno objeto simplesmente um pequeno prego 15 por 21 caindo de uma certa altura dependendo dessa altura do plano de laje ele vai atingir uma certa velocidade que pode perfurar o capacete E Ed6 Numa obra existe n Tem que contar material tem que suspender em parte superior tem elevador As roldanas pra erguer tudo aquilo l Tudo F sica n mas isso todo o processo E Em2 Ent o da voc vai usar a F sica pra voc
12. vida produtos sociais de ordem mais elevada idem Desse modo com o trabalho portanto d se ao mesmo tempo ontologicamente a possibilidade do seu desenvolvimento superior do desenvolvimento dos homens que trabalham J por esse motivo mas antes de mais nada porque se altera a adapta o passiva meramente reativa do processo de reprodu o ao mundo circundante porque esse mundo circundante transformado de maneira consciente e ativa o trabalho torna se n o simplesmente um fato no qual se expressa a nova peculiaridade do ser social mas ao contr rio precisamente no plano ontol gico converte se no modelo da nova forma do ser em seu conjunto ibidem p 6 Ainda nesse sentido o trabalho o elemento de media o entre o reino da necessidade e o reino da liberdade um ato consciente n o espont neo ou instintivo precisamente essa liga o do reino da liberdade com sua base s cio material com o reino econ mico da necessidade mostra como a liberdade do g nero humano seja o resultado de sua pr pria atividade A liberdade n o algo dado por natureza n o um dom do alto e nem sequer uma parte integrante de origem misteriosa do ser humano o produto da pr pria atividade humana ibidem p 17 22 Com rela o ao segundo conceito ontol gico de Luk cs o trabalho como protoforma da pr xis social com base na an lise de Antunes 1999 o trabalho po
13. 1982 p 33 34 Nesse sentido Rossi 1982 pontua duas principais perspectivas do trabalho enquanto princ pio educativo Primeiramente o trabalho tem grande import ncia na supera o da dicotomia entre os saberes te ricos e pr ticos no pr prio contexto escolar em especial enquanto instrumento para o entendimento da atualidade que essa supera o feita p 36 Enfatiza assim o trabalho enquanto trabalho socialmente til fundamental para a conquista do mundo e enquanto rela es entre homens no processo de produ o at sua objetiva o nas mercadorias nos bens que resultam do trabalho nos quais aquelas rela es s o impl citas escondidas ibidem p 37 Dentre os pensadores abordados por Rossi reserva se um olhar especial no que tange s contribui es para a pedagogia do trabalho s obra de Freire e sua compreens o a respeito do universo da educa o da cultura e do trabalho no Brasil Quanto ao pensamento freiriano considera se imposs vel deixar de se entender os princ pios de seu sistema educacional educa o como um todo n o obstante seus principais trabalhos se reservem educa o de adultos ibidem p 85 A concep o de Freire a respeito da educa o interpessoal Sua concep o de educa o dial gica e dial tica Dial gica porque o conceito principal que aparece naquele autor o di logo um dialogo verdadeiro estabelecido entre seres humanos que s o ig
14. 2002 121 f Disserta o Mestrado em Tecnologia 157 Centro Federal de Educa o Tecnol gica do Paran Programa de P s Gradua o em Tecnologia Curitiba 2002 COLONTONIO Eloise M O curr culo integrado do PROEJA trabalho cultura ci ncia e tecnologia em tempos de semiforma o 2010 121 f Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Federal do Paran Setor de Ci ncias Humanas Letras e Artes Programa de P s Gradua o em Educa o Curitiba 2010 CORREA Jane MACLEAN Morag Era uma vez um vil o chamado matem tica um estudo intercultural da dificuldade atribu da matem tica Psicologia Reflex o e Cr tica UFRGS Porto Alegre v 12 n 1 p 173 194 1999 CUNHA Luiz A O ensino profissional na irradia o do industrialismo 2 ed S o Paulo Ed UNESP 2005 Pol tica educacional no Brasil a profissionaliza o no Ensino M dio 2 ed Rio de Janeiro Eldorado 1977 DEBIASIO Flavia de J M Acesso permanencia e evas o nos cursos do PROEJA em institui es de ensino de Curitiba PR 2010 127 f Disserta o Mestrado Universidade Tecnol gica Federal do Paran Programa de P s Gradua o em Tecnologia Curitiba 2010 DE MASI Dom nico Desenvolvimento sem trabalho 5 ed S o Paulo Esfera 1999 O futuro do trabalho fadiga e cio na sociedade p s industrial 6 ed Rio de Janeiro Jose Olympio 2001 DEJOURS Chistophe Intelig ncia oper ria e
15. 277 f Tese Doutorado Universidade de S o Paulo Faculdade de Educa o S o Paulo 2000 GARCIA Nilson M D LIMA FILHO Domingos L Politecnia ou educa o tecnol gica desafios ao Ensino M dio e Educa o Profissional In 27a Reuni o Anual da ANPEd 2004 Caxambu MG Trabalhos Encomendados 27a ANPEd Rio de Janeiro Anped p 1 34 2004 GARRISON Ervan A history of engineering and technology artful methods Boca Raton CRC Press 1991 159 GEBARA N dia O ensino de ci ncias na educa o do trabalhador o olhar dos educadores sobre um Programa de Supl ncia I Profissionalizante 210 f Disserta o Mestrado em Ensino da F sica Instituto de F sica Universidade de S o Paulo S o Paulo 2005 GRAMSCI Antonio Os intelectuais e a organiza o da cultura 8 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1991 JONES Bryn WOOD Stephen Qualifica es t citas divis o do trabalho e novas tecnologias Sociologia du travail n 4 p 407 421 1984 HIGA I Vis es de professores sobre ci ncia elementos para repensar os cursos de licenciatura em F sica 2005 183 f Tese Doutorado Faculdade de Educa o da Universidade de S o Paulo 2005 HOBSBAWM Eric J Era dos extremos o breve seculo XX 1914 1991 2 ed S o Paulo Companhia das Letras 1995 KLEIN L gia R Fundamentos filos fico epistemol gicos do PROEJA o trabalho como princ pio educativo In LIMA FILHO Domingos L
16. Ap ndice C Roteiro de entrevista com professores da disciplina de F sica ENTREVISTA COM PROFESSORES DO PROEJA DA DISCIPLINA DE F SICA Objetivos Identificar a presen a e a import ncia de assuntos escolares de F sica nos ambientes de trabalho e nas pr ticas profissionais de alunos de Cursos T cnicos do PROEJA Roteiro b sico da entrevista Curso Data e hora de realiza o da entrevista h min h min Informa es pessoais Nome Completo Sexo Masculino Feminino Idade Telefones para contato Informa es escolares Ensino M dio 2 Grau a Escola Loca D ISS Ano de conclus o idade aproximada de conclus o _ b Escola Loca Ss Ano de conclus o idade aproximada de conclus o Ensino Superior 3 Grau a Institui o Local Curso Ano de conclus o b Institui o Local Curso Ano de conclus o Forma o complementar P s gradua o Mestrado Doutorado etc a Institui o Local Curso Ano de conclus o b Institui o Local Curso Ano de conclus o c Institui o Local Curso Ano de conclus o 1 Fale me a respeito de voc e sua trajet ria profissional Desde quando voc trabalha no que j trabalhou Quando e por que houve a op o por ser professor 171 2 Qual is disciplina s voc ministra aqui Fale me um pouco sobre a estrutura da disciplina de F sica em termos de conte dos e como voc a desenvol
17. ando a fazer um curso t cnico E eu t parado aqui A idade at acima desse pessoal ai eu vou ter que correr de igual pra igual n Mas assim isso s na cabe a eu vim fazer a matricula do meu filho e vi que tinha vaga no PROEJA Achei interessante a modalidade de fazer o 2 grau e o curso t cnico Eu pensava em fazer o curso t cnico mas tinha o impasse que n o tinha o EM Ent o eu j aproveitei fiz a matricula do meu filho eu me formo esse ano meu filho ano que vem e e foi por causa disso ai E Emo6 O que me motivou foi a parte financeira eu fiz uns estudos da escola t cnica e vi que era bem conceituado Tanto que na Petrobr s na Vale eles contratam bastante gente daqui eles contratam gente daqui Fica pr ximo da minha casa tamb m Nas transcri es do estudante E Ed1 observa se especificamente a busca pela abertura 2 do neg cio pr prio isto pela autonomia no mercado de trabalho conforme j assinalou anteriormente o estudante E Ed2 Al m de acordo com estudantes E Ed3 e E Em5 nota se a percep o pela necessidade de dar continuidade aos estudos uma exig ncia imposta pelo mercado de trabalho e um movimento coletivo tomado pelos pr prios trabalhadores Nesse sentido v rios alunos atribuem grande import ncia aos conhecimentos escolares em especial aos conhecimentos adquiridos nas disciplinas do n cleo b sico os quais dizem ser fundamentais para a valoriza o profissional O estudan
18. aponta que os m todos da escola capitalista s o in teis e defende a unifica o do sistema de ensino no que se refere aos temas e objetos de estudo eixos norteadores em que se superem as disciplinaridades recorrentes da escola cl ssica e a dualidade decorrente dessa estrutura em converg ncia s cr ticas de autores mencionados anteriormente ibidem p 120 Inserido na concep o de atualidade o trabalho o fundamento b sico da matriz curricular da Escola Comuna balizador dos complexos de ensino e da metodologia hist rico cr tica Substancialmente a estrutura metodol gica da Escola Comuna subdivide se no trabalho campesino e industrial sendo que o segundo subdividido em trabalho na oficina e na f brica os dois primeiros anos da vida laboral na escola concentram se nas oficinas escolares o terceiro ano dedica se diretamente ao trabalho na f brica o quarto sistematiza e generaliza a experi ncia acumulada pelo estudante ibidem p 139 Acerca dos dois primeiros anos da vida estudantil e laboral na Escola Comuna Pistrak salienta a necessidade do amplo uso das experi ncias introdut rias nas oficinas onde os estudantes obt m h bitos de auto organiza o de organiza o econ mica da oficina da divis o do trabalho idem Com rela o aos dois ltimos anos da vida escolar que se reservam ao trabalho na f brica 3 ano e em um segmento da grande ind stria 4 ano intensifica se o v nculo
19. digital informatizado Em um primeiro momento com a introdu o e uso intensivo de tecnologias importadas de alta complexidade e substancialmente ainda desconhecidas foram oferecidos cursos de forma o t cnica em empresas que haviam aderido a sistemas semelhantes com os t cnicos 74 estrangeiros das fabricantes dos equipamentos al m de trabalhos e estudos para compreender os novos processos implementados Era um per odo de aprendizagem tanto para t cnicos e operadores quanto para os engenheiros Era preciso aprender fazendo aprender a partir da solu o dos problemas Tal processo de aprendizagem culminava com a es para que as experi ncias bem sucedidas fossem reproduzidas No caso da especifica o de produtos essas experi ncias eram transformadas no que se denominava de bonecos da unidade Muitos dos ajustes eram feitos por experimenta o pois n o havia como o operador realizar c lculos complexos de engenharia para prever o resultado de sua a o REIS 2005 p 90 A pesquisa de Reis apontou que as formas de aprendizagem do trabalho na refinaria analisada mesmo ap s a substitui o dos sistemas privilegiavam ainda os conhecimentos t citos e o car ter pr tico da aprendizagem conduz os operadores compreens o do fazer funcionar a resolver situa es extraordin rias mais que o pr prio conhecimento do como funciona ibidem p 89 Todavia segundo o autor muito embora as quali
20. e tudo isso a que tem a vai l faz o furo derrama areia faz os processos dele l 126 Quando questionados se os saberes que adquirem a partir das experi ncias profissionais possuem rela es com os saberes estudados no curso todos os estudantes afirmaram que muito daquilo que trazem de suas experi ncias dialoga intimamente com os conhecimentos aprendidos em especial nas disciplinas t cnicas O estudante E Ed4 por exemplo afirma que as t cnicas os jeitos de fazer os conhecimentos ensinados pelos professores muito semelhante quilo que faz na pr tica E Ed4 Na verdade incr vel mas n o muito parecido n muito parecido como se dizer repetido n I E repetitivo E Ed4 E repetitivo bem igual mesmo Eu achei bem que eles utilizam aqui os nossos professores que nos temos l hoje Na verdade s o professores que nessa rea t cnica tem mais experi ncia hoje Ent o eles utilizam muito do que est sendo usado l fora Eu achei muito repetitivo no caso igual T sendo aplicado o que t sendo falado Por outro lado os estudantes E Ed1 e E Ed5 apresentam situa es em que h algumas diverg ncias entre o que se faz na pr tica e os m todos formais que s o ensinados no curso Essa mesma coloca o corroborada por um dos professores quando questionado se os estudantes costumam discordar das t cnicas apresentadas em sala de aula Nesses casos relata o professor comum os es
21. eles n o sabiam o que tavam fazendo Ent o vindo aqui pra sala de aula a gente ensina pra eles olha voc s est o fazendo isso porque tem que chegar em tal objetivo A gente percebe que muitos profissionais jogam eles na obra pra executar qualquer fun o mas n o explica o porque que tem que ser feito Explica o que tem que fazer Ent o essa parte t cnica pra eles a gente sente muita evolu o deles nessa parte P Fis Da at outro veio e disse Isso a coisa pra loco Por que que eu tenho que saber isso a E eu falei mas eu falo assim Pessoal voc s tem que saber isso aqui justamente pra voc s n o fazerem uma coisa um trabalho alienado voc s tem que saber o que voc s est o fazendo N o estou passando isso aqui toa n o estou passando isso aqui toa Voc s tem que ter esse conhecimento b sico pra da n o ficar leigo no que voc s t o fazendo l fora no mercado de trabalho porque s vezes voc s est o fazendo muita coisa que aplica o da F sica direto e voc s n o tem no o disso No que tange propriamente ao ensino da F sica da Matem tica enfim das ci ncias que se sustentam sobre o pensamento dedutivo abstrato cabe aqui ressaltar a import ncia destas disciplinas ao desenvolvimento do conhecimento integrado articulado como se prev no documento base do PROEJA E importante deixar claro que o estudo delas n o garante necessariamente a es
22. mesmo que adquiridos em um curso fora do ambiente escolar para a constru o usinagem e prepara o de pe as na ind stria Al m a coloca o do estudante E Em5 revela que seu conhecimento de inform tica voltado rea de opera o de micro computadores e softwares computacionais mesmo sem qualquer rela o com os sistemas digitais da m quina de controle CNC da ind stria tornou o capaz na vis o do supervisor para a fun o Nesse caso seus conhecimentos espec ficos da inform tica pouco se vinculavam inform tica exigida pela empresa mas o serviram de base para aprender mais rapidamente os processos e procedimentos da fun o como ele mesmo afirma N o que voc precise ter conhecimentos de inform tica mas voc precisa ter uma facilidade de aprendizado Tipo assim uma pessoa que n o tem uma facilidade de aprendizado n o consegue operar uma maquina daquela porque muita coisa pra assimilar em pouco tempo E Ems5 Nesse caso a facilidade de aprendizado mencionada pelo estudante se associa a um conhecimento pr vio associada aos fundamentos da inform tica que adquirira em outros momentos Ainda assim em especial quanto aos estudantes v rios deles j realizaram fun es completamente diferentes das que exerciam poca da pesquisa Dois deles foram militares muito embora realizassem fun es afins s profiss es atuais dois foram frentistas um cobrador de nibus outro trabalhador rural Al m
23. o Paulo Martin Claret 2010 MASON Stephen F Hist ria da ci ncia as principais correntes do pensamento cient fico Rio de Janeiro Globo 1964 MOURA Dante H EJA Forma o t cnica integrada ao Ensino M dio In EJA forma o t cnica integrada ao ensino m dio Rio de Janeiro MEC SEED TV Escola Salto para o Futuro v 16 p 3 23 2006 NOBLE David F Forces of production a social history of industrial automation New York Oxford Univ 1986 Social choice in machine design the case of automatically controlled machine tools In MACKENCIE Donald A WAJCMAN Judy The social shaping of technology 2 ed Buckingham Open University Press 1999 161 NONAKA Ikujiro TAKEUCHI Hirotaka Cria o de conhecimento na empresa como as empresas japonesas geram a din mica da inova o 8 ed Rio de Janeiro Campus 1997 OFFE Claus Trabalho e sociedade problemas estruturais e perspectivas para o futuro da sociedade do trabalho Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1991 PINTO Geraldo A A organiza o do trabalho no s culo 20 1 ed S o Paulo Express o Popular 2007 PISTRAK Mousei M Fundamentos da escola do trabalho 6 ed S o Paulo Express o Popular 2008 A Escola Comuna 1 ed S o Paulo Express o Popular 2009 POLANYI Michael The tacit dimension Chicago The University of Chicago Press 2009 QUIXABEIRA A P R SANTOS S O FARTES V L B O trabalho docente na educa o prof
24. o de tarefas e atividades t picas do taylorismo 76 Tais objetivos manifestam se nas ordens zero defeito zero pane zero estoque padr o de qualidade produtividade etc Contudo em uma base de produ o em que os eventos incontrol veis est o corriqueiramente presentes as prescri es distanciam se do trabalho real e abrem brechas para a interven o humana Santos SANTOS 1997 p 17 e 20 denomina esse delta como um espa o necess rio de cria o do saber pelo trabalhador que aponta para a insufici ncia radical da prescri o em dizer tudo sem restos acerca do trabalho real O conhecimento t cnico projetado e incorporado aos planos de trabalho e s ordens de servi o por vezes n o d conta da totalidade ou variabilidade das situa es reais da imprevisibilidade dos recursos materiais e da pr pria complexidade do fator humano Ademais a precis o do qu e at onde as prescri es devem ir para que os projetos sejam realizados com sucesso uma zona fluida abstrata que requer um constante co labor entre os sujeitos envolvidos ibidem p 20 na diferen a entre a concep o dos modelos das simula es e dos projetos e a realidade concreta da produ o que as qualifica es t citas e os conhecimentos informaliz veis emergem garantindo o andamento normal dos processos A execu o passa ent o a estabelecer uma rela o de colabora o formal e informal com a concep
25. o prescrita mobilizando e incorporando saberes necess rios para o funcionamento do sistema Nesse sentido Dejours 1993 chama aten o para outra caracter stica da intelig ncia ardilosa o conhecimento astucioso em que muitas vezes os trabalhadores d o mais import ncia aos resultados da a o do que ao caminho utilizado para atingir os objetivos p 289 Conforme tal habilidade residida sobretudo no campo das qualifica o t citas em que a pr tica e a experi ncia precedem o pr prio saber t cnico os trabalhadores s o continuamente levados a desobedecer ou contornar as prescri es dadas seja para a mera economia de esfor o em rela o ao corpo e ao sofrimento do trabalho mas tamb m como condi o para garantia de condi es de seguran a ou funcionamento da produ o Nesse sentido Guillerm e Bourdet citados por Kuenzer 1995 p 94 e 95 colocam que por vezes os trabalhadores devem desempenhar duas tarefas inteligentes criar solu es para que a a o prescrita seja concretizada e ao mesmo tempo usar sua ast cia para que suas transgress es passem despercebidas pelos chefes o oper rio somente pode obedecer s diretivas dos chefes desobedecendo a eles executando seu trabalho de maneira diferente da que lhe ordenada GUILLERM BOURDET apud KUENZER 2002 p 95 117 3 5 As aproxima es entre trabalho e educa o por uma articula o dos saberes Garcia 2000 com base em sua pesq
26. o voc fez o t cnico come ou a trabalhar da voc fez o curso de F sica continuou trabalhando P Fis Isso Continuei trabalhando Continuei trabalhando E que eu fiz o t cnico n Da eu comecei a trabalhar Da j passei no vestibular da toquei as duas coisas junto n Tanto quanto F sica quanto trabalho Era uma loucura n E consegui terminar ainda bem Mas enfim sempre trabalhando sempre trabalhando Enfim quanto aos locais em que os professores cursaram o Ensino M dio tr s dos cinco estudaram em outras cidades que n o Curitiba Somente um deles cursou o Ensino Superior fora de Curitiba vindo a residir na cidade ap s a gradua o 4 5 Tratamento e an lise dos dados Tendo em vista a natureza subjetiva dos dados coletados na pesquisa optou se pela an lise de conte do nas transcri es das entrevistas realizadas com os estudantes e professores participantes da pesquisa De acordo com Bardin 2010 a an lise de conte dos de comunica es se refere a um nico instrumento ou melhor trata se de um nico instrumento marcado por uma grande variedade de formas sendo assim aplic vel a um campo vasto as comunica es O m todo exposto por Bardin organiza se cronologicamente em tr s fases a pr an lise a explora o dos materiais e o tratamento dos resultados a infer ncia e a interpreta o A pr an lise entendida como um per odo de intui es objetiva tornar operacionais as id
27. para incrementar o pr prio capital que o explora Desvalorizado como moeda de troca como for a e trabalho comprados pois se trata de um conhecimento informal n o material por esse valor desvalor que surge a procura pela escola e pelo conhecimento formal a eles negados ontem e hoje O adulto que abandonou a escola quando crian a ou jovem assim o fez porque de sua casa ficava muito longe porque nela n o via interesse esperan a que pudesse lev lo mais longe ou dela n o aprendeu a gostar porque n o havia pr ximo de sua cidade na sua escola o ensino al m da quarta s rie o cient fico o segundo grau ou ainda porque era imposs vel conciliar o estudo com o trabalho necess rio para a sobreviv ncia ARROYO 2007 Hoje o adulto trabalhador e experiente se abandona a escola pela segunda ou terceira vez assim o faz quando n o reconhece mais o que a escola tem a lhe dizer ou ainda quando corpo e intelecto esgotam n o suportam mais a carga mental e f sica da jornada de tr s turnos Como explicado por um professor fisicamente eles n o aguentam Ent o depois de um ano um ano e meio tem muita gente que n o consegue Eles precisam parar n o conseguem Fisicamente eles n o conseguem Da eles param um semestre s vezes da voltam para repor Mas eles retornam Todos retornam P Ed2 Retornam superando a nega o porque 13 entendem que o saber que possuem por mais funcional que seja t
28. questiona Tumolo 2003 o trabalho poderia ser considerado princ pio educativo de uma estrat gia pol tico educativa que tenha como horizonte a transforma o revolucion ria da ordem do capital O trabalho poderia ser princ pio educativo de uma concep o de educa o que pretenda a emancipa o humana ibidem p 256 Quest es essas que em outra produ o sob a mesma base argumentativa considera dado o conjunto de raz es expostas o trabalho n o pode ser considerado como princ pio educativo de uma estrat gia pol tico educativa que tenha como horizonte a transforma o revolucion ria da ordem do capital ibidem p 10 Preocupado com a polissemia da categoria trabalho e as ambiguidades que da emergem nas discuss es te ricas Frigotto 2009 por sua vez faz uma breve an lise das ideias de Tumolo identificando a necessidade de rediscutir a premissa e n o a l gica que n o apresenta contradi es de que se vale esse autor No entendimento de Frigotto o trabalho como princ pio educativo tomado como base os conceitos de Marx n o se vincula diretamente a um m todo 31 pedag gico mas internaliza o do car ter e da personalidade solid rios p 189 processo necess rio supera o da sociedade do capital O trabalho que possibilita o homem produzir e reproduzir se e que deve ser internalizado enquanto formador do car ter e da personalidade o trabalho produtor de v
29. rea 8 En et ses Manacorda chama aten o cr tica de Gramsci escola de sua poca de um lado a escola humanista cultural para os intelectuais tradicionais de outro uma escola puramente pr tica para os trabalhadores de classes subalternas 29 29 66 escolar e quanto mais numerosos forem os graus verticais da escola t o mais complexo ser o mundo cultural a civiliza o de uma determinado Estado GRAMSCI 1991 p 09 2 3 2 Trabalho enquanto princ pio educativo em quest o Franco 1989 a respeito das possibilidades e limites do trabalho enquanto princ pio educativo chama a aten o a dois sentidos que podem ser dados ao trabalho o primeiro fundamentado na teoria da atividade de Leontiev o segundo na ideia de trabalho alienado e reificado no modo de produ o capitalista Pelo primeiro entende se que por meio da atividade laboral do trabalho concreto do disp ndio de energia na transforma o da natureza que o homem transforma a ordem social cria e desenvolve a estrutura e as fun es do seu psiquismo relaciona se com outras pessoas pensa comunica se descobre enfim produz sua pr pria consci ncia e um conjunto de saberes que lhe possibilitar o viver em sociedade transformar se e transform la Pelo outro o conceito de trabalho perde sua natureza de atividade humana e humanizadora uma vez que o trabalhador ao trabalhar para seu patr o capitalista torna se mer
30. sobretudo nas reas da mec nica da termologia da ptica da eletricidade e da estrutura da mat ria em seus diversos estados Al m disso aborda se como a pr pria sistematiza o destes conhecimentos capacitou a a o humana sobre a natureza realizada agora com base em um saber validado experimental e teoricamente Fundada tamb m nos princ pios da mec nica e do c lculo newtonianos a constru o civil se especializou dando se a origem s engenharias e a um amplo conjunto de saberes cientificamente organizados o que abordado na primeira se o do cap tulo Semelhantemente sustentada nos princ pios da termologia em um primeiro momento e do eletromagnetismo posteriormente a produ o industrial avan ou se t cnica e tecnologicamente e constituiu seu universo de saberes legitimados aspecto presente na segunda se o reifica o da ci ncia moderna tomada por mais de dois s culos soma se ainda a recente valora o do conhecimento pr tico adquirido tacitamente pelo trabalhador na terceira se o deste cap tulo em que se detalha o conhecimento t cito um novo objeto de incremento dos processos produtivos e a ulterior disputa por esse conhecimento ora valorizado ora desvalorizado discutido na quarta se o O cap tulo se encerra com proposi es no sentido de fortalecer os v nculos entre educa o e trabalho e escola e f brica como condi es para a qualifica o e forma o do trabalhador A
31. 3 60 50 901 5 F SICA 413 140 117 401 6 GEOGRAFIA 2 3 2 140 117 S 501 7 HIST RIA 2 2 3 140 117 lt 104 8 LINGUA PORTUGUESA E LITERATURA 3 13 12 2 200 167 w 201 9 MATEMATICA 3 3 3 2 220 183 2 801 10 QU MICA 2 1213 140 117 m 2301 11 SOCIOLOGIA 3 2 100 83 Subtotal 13 143 13 13 10 9 1 420 1 183 Total Base Nacional Comum 13 13 13 13 143 14 1 520 1 267 DESENHO TECNICO E 13 ARQUITETONICO 4 4 4 240 200 GEST O ORGANIZACIONAL E 14 SEGURAN A DO TRABALHO NA 4 80 67 S CONSTRU O CIVIL I 15 TOPOGRAFIA 4 80 67 Q 16 RESIST NCIA DOS MATERIAIS 4 80 67 5 17 SISTEMAS ESTRUTURAIS 4 4 160 133 18 INSTALA ES PREDIAIS 414 160 133 T 19 MATERIAIS DE CONSTRU O 4 80 67 g 20 MEC NICA DOS SOLOS 4 80 67 Y 21 TECNOLOGIA DA CONSTRU O 4 4j 4 240 200 L 22 INFORMATICA 4 80 67 OR AMENTO E ESPECIFICA ES Es 4 4 160 133 24 E NAS RELA ES DO 0 2 40 33 Total Forma o Espec fica 12 12 12 12 12 14 1 480 1 233 Total 25 25 25 25 25 25 3 000 2 500 4446 28 EST GIO PROF SUPERVISIONADO 313 120 100 TOTAL GERAL 25 25 25 25 28 28 3 120 2 600 Parecer 600 08 CEE adequou a distribui o do est gio nesta matriz curricular Curitiba 05 de setembro de 2008 Secret ria Diretor 175 Anexo B Disciplinas do t cnico de Eletromec nica SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCA O Estabelecimento Entidade Mantenedora GOVE
32. 877 910 2006b As pol ticas de educa o profissional para os que vivem do trabalho formar para a inclus o subordinada In XIV ENDIPE 2008 Porto Alegre Anais do XIV ENDIPE 2008 KUENZER Ac cia Z ABREU Claudia B M GOMES Cristiano M A A articula o entre conhecimento t cito e inova o tecnol gica a fun o mediadora da educa o Revista Brasileira de Educa o v 12 p 1 16 2007 LIMA FILHO Domingos L A desescolariza o da escola impactos da reforma da educa o profissional per odo 1995 a 2002 Curitiba Torre de Papel 2003 O PROEJA em constru o enfrentando desafios pol ticos e pedag gicos Educa o e Realidade v 35 p 109 127 2010 LUK CS Georg As bases ontol gicas do pensamento e da atividade do homem Temas de Ci ncias Humanas S o Paulo n 4 p 1 18 1978 MACHADO Luc lia PROEJA o significado socioecon mico e o desafio da constru o de um curr culo inovador In EJA forma o t cnica integrada ao ensino m dio Rio de Janeiro MEC SEED TV Escola Salto para o Futuro v 16 p 36 53 2006 MANACORDA Mario A O princ pio educativo em Gramsci 2 ed Campinas SP Al nea 2008 MANFREDI Silvia M Educa o profissional no Brasil S o Paulo Cortez 2003 MARX Karl O Capital Volume I S o Paulo Nova Cultural 1996 MARX Karl ENGELS Friedrich A ideologia alem Feuerbach a oposi o entre as concep es materialistas e idealistas 3 ed S
33. E Edl As minhas ambi es pessoais assim eu seguir tamb m na minha rea de estar seguindo os meus patr es ali De empreendedorismo constru o e im veis mesmo nessa parte Acho que at experi ncia qualifica o na rea por que eu j sou registrado como mestre de obra Se eu tiver algo a mais no meu curr culo como t cnico de Edifica es pode ajudar bastante a entrar em outras vagas ganhar mais ou at mesmo abrir um neg cio pr prio E Ed2 E a como eu t para me aposentar esse curso com uma aposentadoria d mais um pique Eu passo a me aposentar como encarregado t cnico E Ed3 Ah a gente eu penso em terminar e continuar n talvez fazer engenharia I Aumentar o cargo ou n o E Ed3 Tamb m ajuda profissionalmente ajuda por exemplo hoje um supervisor de obra no meu caso tendo um curso t cnico mais f cil Tem amigos meus que t m o curso t cnico mais antigos Eles s o supervisores n n o vou dizer que se se n o tem 123 um t cnico voc n o vai conseguir mas com o t cnico fica mais f cil Daqui a 3 ou 4 anos o encarregado de obra vai ter que ter o curso t cnico E Ems Eu fui na surpresa mas assim j fazia tempo que eu tava pensando em voltar principalmente porque tava sentindo esse crescimento dentro da empresa e tava vendo que tava chegando em um teto n N o tinha o EM completo n o companheiro aqui fazendo uma faculdade outro companheiro ali come
34. E Em3 A parte de se expressar no relat rio t cnico Como se expressar no relat rio t cnico devido a voc saber ter devido voc estar em contato geralmente com os professores Ent o na hora de voc se expressar no relat rio t cnico ou num e mail na hora de voc responder pro ter gerente ou pro pr prio cliente voc tem uma express o Voc se expressa de forma melhor entendeu Al m destas m tuas contribui es entre os campos da pr tica e da teoria as falas dos professores sinalizaram que ainda assim os estudantes enfrentam in meras dificuldades nos cursos do PROEJA sobretudo naqueles que exigem maior conhecimento nas reas de ci ncias naturais e exatas isto da F sica Qu mica Matem tica etc que o caso dos cursos analisados Conforme o professor P Fis ao relatar como o aprendizado e o desempenho na disciplina de F sica os estudantes em geral compreendem os aspectos conceituais os princ pios a l gica dos conte dos mas apresentam maiores dificuldades nos c lculos P Fis E eles j vem pro PROJEA com o conhecimento meio enferrujado s vezes muito enferrujado quase esqueceu tudo ou s vezes literalmente ele parou de estudar faz trinta anos voc entende Eu falo tem l gica Eles tem l gica tem l gica sim Tem l gica l gico funciona assim mesmo Mas e a na hora de de fazer o c lculo ali da j tem complica o Da vem a compl
35. F sica no trabalho e a F sica da escola impress es Relacionada categoria anterior analisa se nessa quarta e ltima categoria a rela o da F sica com a pr tica e teoria das reas de estudo e trabalho dos entrevistados Nesse caso investigam se preliminarmente as impress es dos estudantes no contato que tiveram com a disciplina estudada nos tr s primeiros semestres do curso de Edifica es e quatro primeiros no de Eletromec nica Incluem se tamb m os assuntos identificados pelos alunos da disciplina em suas respectivas pr ticas profissionais e laborais e a import ncia desses conhecimentos quando identificados Estabelecidos os elementos b sicos da pesquisa quais sejam o local de seu desenvolvimento o universo e caracteriza o dos participantes e o m todo e as categorias de an lise o pr ximo cap tulo ser dedicado apresenta o e an lise dos dados obtidos 97 5 DO TRABALHO PARA A ESCOLA As entrevistas realizadas com os professores e os estudantes dos cursos t cnicos de Edifica es e Eletromec nica permitiram mais que a obten o de dados e informa es a respeito das rela es existentes entre os conhecimentos pr ticos e te ricos profissionais e escolares t citos e cient ficos Permeadas em tais entrevistas encontram se ricas informa es v rias das quais sequer esperava se encontrar e que complementam aquelas que foram obtidas intencionalmente Juntamente trajet ria profissional emergem
36. a passo o exerc cio do trabalho Garcia 2000 p 119 cita as rela es de apadrinhamento em uma empresa de montagem de produtos da linha branca na cidade de Curitiba o padrinho em geral um funcion rio que tem bastante tempo de f brica e muita pr tica na opera o de m quinas tendo oportunidade de conhecer diversas delas Em outro momento o autor o define como um instrutor podendo ser comparado aos antigos mestres artes os que assumiam para si a responsabilidade de repassar um determinado tipo de conhecimento para os aprendizes GARCIA 2000 p 120 Identificou se nas transcri es a presen a desses tutores desses mestres de of cio distintos em duas categorias a amadora que ocorre fora do ambiente empregat cio e envolve rela es afetivas e a profissional que ocorre dentro do ambiente empregat cio e envolve sobretudo rela es formais A primeira delas evidenciou se no aprendizado dos of cios tutorado pelos pr prios pais em ambiente familiar ou por amigos Em geral ocorre na inf ncia ou adolesc ncia sem obriga es formais e pode fortalecer o v nculo entre o aprendiz e a fun o aprendida I E ele j dava alguma fun o para voc E Ed1 A a gente come ou com meu pai de servente Ele delegava algumas fun es pra gente ia ensinando mostrando projeto dando mijada toda hora a piazada s 110 fazia bagun a risos Na fase dos 12 at os 14 foi mais pra n o deixar a gente em
37. a rela o entre os fundamentos te ricos e as aplica es pr ticas s o realizadas a partir das interse es entre eles Parte se dos fundamentos te ricos e desses aprofundam se os conhecimentos pr ticos o que poss vel nas falas dos professores uma vez que a disciplina de F sica lecionada previamente Nos cursos analisados a F sica abordada em m dulos semestrais sendo que no curso de Eletromec nica s o ofertados quatro semestres de F sica e tr s no curso de Edifica es Observa se a priori que nestes cursos t cnicos a integra o proposta pelo pr prio documento base do PROEJA existente na articula o entre a F sica e as disciplinas t cnicas em que seus conceitos s o definidos como centrais pelos pr prios professores De acordo com o professor de F sica P Fis para se atender s necessidades dos cursos t cnicos profissionalizantes a F sica lecionada exige algumas modifica es n o somente em 141 seus conte dos mas tamb m no estilo e na estrutura em rela o disciplina ensinada em cursos proped uticos Na institui o ainda a periodiza o disciplinar semestral e em bloco conforme as falas do professor Anexos A e B um outro diferencial em rela o disciplina ensinada nos col gios de ensino proped utico P Fis Ah tem tem bastante porque agora al m disso al m disso n o tem s a mudan a de estilo de ensino n um da rea profissional e um da
38. deixadas que me nortearam neste trabalho Aos amigos pr ximos ou distantes sempre presentes nesta jornada pelo conforto e apoio A Talita por ter aberto portas que jamais conseguiria abrir sozinho Um agradecimento especial pela sua enorme disposi o e contribui o em v rios momentos deste trabalho Aos meus amados pais e irm os pelo apoio incondicional na busca pelos meus sonhos A Halina querida companheira pela sempre doce presen a e inabal vel compreens o RESUMO DAL MORO Guilherme Andre Do trabalho para a escola olhares de trabalhadores estudantes e professores sobre as rela es entre o saber da pr tica e o saber da escola 176 f Disserta o Mestrado em Tecnologia Programa de P s Gradua o em Tecnologia Universidade Tecnol gica Federal do Paran Curitiba 2012 S o apresentados os resultados de uma investiga o realizada em cursos da modalidade PROEJA em uma institui o de educa o profissional da cidade de Curitiba Seu objetivo principal foi identificar e estabelecer as rela es entre os saberes que os estudantes adquirem no trabalho de natureza pr tica e t cita e os saberes de cunho cient fico e te rico principalmente os de F sica aos quais tiveram acesso na escola Tomando o trabalho como categoria central e como princ pio educativo e apoiado dentre outros nos trabalhos de Marx Paulo Freire Luk cs Gaud ncio Frigotto e Ac cia Kuenzer enfatizou se no referencial te ric
39. do Ensino M dio em concomit ncia ao Ensino T cnico sob dois aspectos Primeiramente pela necessidade que avaliam no t rmino da escolariza o b sica requisito fundamental para o ingresso no mercado de trabalho Em segundo pelo estudo articulado integrado das mat rias b sicas s mat rias t cnicas que trazem diversas aproxima es com seus campos de trabalho um elemento motivador como ressalta o estudante E Edo6 Dois estudantes relataram que o objetivo com o curso a aquisi o de novos conhecimentos novas t cnicas mas tamb m ainda n o explicitaram diretamente a rela o entre tais conhecimentos s melhorias profissionais ou de emprego E Ed4 Queria aprender mais de t cnica mais desenho c lculo Devido aqui por exemplo eu queria se for calcular uma obra uma viga um pilar eu queria saber calcular sem ter que perguntar pra um engenheiro n E Em2 mais pela quest o de voc ter uma instru o n De voc ter uma no o das coisas como eu falei n E te da um pouco de racioc nio pra voc poder se sobressair em algumas situa es Por outro lado em cinco entrevistas foram abordadas as inten es profissionais que os estudantes possuem ao fazer o curso Nestas afirmaram que a realiza o do curso est relacionada com melhorias profissionais ou em outros termos valoriza o de seus trabalhos refletido em aumentos de sal rios promo es ou mudan a para empregos melhores
40. do trabalho enquanto princ pio educativo utiliza o do trabalho material socialmente til como base para a organiza o de um sistema de ensino com vistas forma o de quadros que permita realizar uma transi o que reunifique ensino e educa o TITTON 2008 p 6 27 se simultaneamente o que faz do trabalho necessariamente um processo educativo a origem da educa o coincide ent o com a origem do homem mesmo idem Sobre essa rela o entre trabalho e educa o tem se em Gramsci uma vasta produ o sobre os fundamentos de uma educa o balizada pelo trabalho Conforme Farias 1994 Gramsci parte de concep es marxianas nas quais o homem constitui sua consci ncia historicamente n o como um fen meno individual mas como reflexo da sociedade na qual se instala nesse princ pio o da constru o hist rica do homem que fundou sua concep o sobre a educa o acreditando que qualquer proposta pedag gica que n o se baseie nele ter dificuldades em atingir os objetivos que se prop e Para o autor o principio educativo em Gramsci guiado por um equil brio constante entre a escola e a vida e entre a ordem social e a ordem natural FARIAS 1994 p 74 Rossi 1982 por outro lado apreende a base dos fundamentos sociol gicos elaborado por Gramsci determinantes em sua concep o pedag gica O processo de domina o de determinada classe sobre outras vai al m das condi es materia
41. e Superior e demais cursos complementares Quadro 2 Professores participantes da pesquisa Escolariza o Identifica o Sexo Idade Ensino M dio Ensino superior Idade de Idade de conc Curso Local conc Curso Local P Ed1 F 26 17 Proped utico Curitiba 24 Tecnologia em Concreto Curitiba P Ed2 M 52 17 Mafra 22 Engenharia Civil Curitiba P Em1 M 29 18 Proped utico S o Paulo 27 Tec em Mec Ind Corn lio Proc pio P Em2 M 29 17 Proped utico Papanduva 28 Tecnologia em Automa o 21 T c em Eletromec Industrial Curitiba subsequente Curitiba P Fis M 30 18 T cnico em 26 Licenciatura em Mec nica Curitiba F sica Curitiba NOTA Professor e coordenador do curso de Edifica es FONTE O autor 2012 Seguindo a tend ncia j apresentada na amostra de estudantes os professores s o majoritariamente do sexo masculino 80 de homens Com rela o idade s o em geral professores jovens no in cio de carreira com idades na faixa dos 25 e 30 anos com exce o do 29 PRATO R 5 E E X Para manter a ess ncia do depoimento dos entrevistados preferiu se deix las em linguagem oral a adapt las linguagem formal 92 professor P Ed2 e apresentam idade m dia de 33 2 anos a mesma dos alunos participantes da pesquisa Sobre os cursos superiores realizados pelos professores nota se que somente o professor de F sica de fato habilitado por curso de Licenciatura pa
42. e superior permitindo a continuidade aos estudos e prepara o para o mundo do trabalho condi o essa determinada por quest es 18 FARO SRT Nesta situa o apresenta se a imagem de um ndio ca ando 19 Re Nesta situa o apresentada a imagem de um gato ca ando ratos 43 pol ticas sens veis rela o entre educa o e trabalho e que dadas as mudan as na base de produ o constituiu uma ambiguidade educacional em diversos momentos hist ricos do Brasil A autora ainda pondera que A hist ria do Ensino M dio no Brasil a hist ria do enfrentamento desta tens o que tem levado n o s ntese mas polariza o fazendo da dualidade estrutural a categoria de an lise por excel ncia para a compreens o das propostas que v m se desenvolvendo a partir dos anos 40 KUENZER 1997b p 10 grifos nossos De acordo com Manfredi 2003 num cen rio macroecon mico em que o Estado teve papel central no desenvolvimento econ mico do pa s marcado sobretudo pela substitui o do modelo predominantemente agroexportador por um modelo de industrializa o e urbaniza o a pol tica educacional do Estado Novo consolidou a dicotomia entre o trabalho manual e intelectual erigindo uma arquitetura educacional que ressaltava a sintonia entre a divis o social do trabalho e a estrutura escolar isto um ensino secund rio destinado s elites condutoras e os ramos profissionais do Ensino M dio destinad
43. educa o continuada KUENZER 2003b p 51 Simultaneamente s novas condi es de trabalho e as novas qualifica es demandadas na acumula o flex vel os conhecimentos t citos oriundos da inventividade e da perspic cia do trabalhador que pudessem assim ser traduzidos para as novas linguagens computacionais e incorporados aos processos produtivos foram valorizados De acordo com Bianchetti 1999 no novo padr o produtivo as qualifica es t citas ganham novos status passam a ser reconhecidas como importante elemento para melhoria dos processos de produ o e maximiza o das taxas de mais valia Mais propriamente no tocante ao papel do conhecimento t cito da for a de trabalho viva o autor afirma que uma primeira e significativa mudan a refere se pr pria maneira de os empres rios se posicionarem frente aos saberes t citos dos trabalhadores Se durante muito tempo sucumbiram v busca de concretizar o one best way taylorista busca esta que embora com estrat gias mais sofisticadas continua na ordem do dia determinando como quando e em quanto tempo executar opera es agora al m de reconhecerem a import ncia dos conhecimentos t citos veem neles a principal possibilidade de continuar dinamizando o processo produtivo BIANCHETTI 1997 p 139 grifos do autor Nesse sentido Arcangeli e Genthon apud BIANCHETTI 1999 p 137 escrevem sobre as mudan as na cultura organizacional entre os modos d
44. enfim generaliza o compuls ria do ensino profissional no 2 grau n o permitindo mais o Ensino M dio de natureza proped utica Em suma os cursos profissionalizantes de 2 Grau teriam agora car ter terminal e preparat rio para o mercado de trabalho Para Kuenzer 1997b embora permane a a supremacia da cabe a sobre as m os bem como a da escola sobre os demais locais de forma o dos trabalhadores considera se um avan o a incorpora o da dimens o qualifica o para o trabalho como parte integrante do desenvolvimento pessoal e social Outro avan o se constata no texto da lei na n o incorpora o da dualidade estrutural o que resultaria em longo prazo em uma escola que n o tivesse uma proposta diferenciada para fun es distintas no mercado de trabalho conforme origem de classe se seus alunos Logo verifica se portanto que a proposta de 1971 admite a dualidade estrutural como dado da estrutura social tento que seus efeitos se concretizam no sucesso escolar que obviamente n o um resultado de compet ncia gen tica ou de esfor o pessoal mas 47 n o admite a dualidade estrutural como modelo de organiza o escolar para a escola de 1 e 2 graus ao estabelecer um sistema de via nica para todos KUENZER 1997b p 21 Para Cunha 2005 a mais ambiciosa e medida de pol tica educacional de toda a hist ria do Brasil foi sem d vida a profissionaliza o universal e compuls ria no
45. ensino de 2 grau Ela representou certamente o maior fracasso p 185 O autor cita estudos encomendados pelo Inep MEC em que s o relacionados os principais motivos por tr s da precariedade e fal ncia dos cursos profissionalizantes Nesses estudos evidenciaram se alguns destaques a prefer ncia era pela implementa o de cursos de baixo custo ligados s atividades terci rias sem qualquer v nculo com as reais necessidades do mercado produtivo a profissionaliza o se restringiu s escolas p blicas e privadas que j ofereciam cursos profissionalizantes antes da lei a oferta de ensino profissional n o reduziu a demanda pelo ensino superior a maioria dos alunos de 2 graus n o estaria interessada na profissionaliza o mas justamente na continuidade da forma o a maioria dos egressos dos cursos profissionalizantes n o exercia fun es compat veis s suas forma es Esse autor observa que as escolas privadas em geral impossibilitadas pela custosa implementa o dos cursos profissionalizantes que exigiam equipamentos e acervo bibliotec rio prosseguiram com as pr ticas de ensino humanista proped utico mascarados por uma aparente profissionaliza o Para Frigotto a reforma n o considerou sobretudo a realidade objetiva de recursos humanos e materiais das escolas especialmente a das escolas p blicas Nesse aspecto o autor aponta que a observa o das oficinas ou dos laborat rios das escolas apont
46. entrevista h min Informa es pessoais Nome Completo Sexo Masculino Feminino Estado civil Idade Telefones para contato Informa es escolares Ensino Fundamental I 1 Grau 1 4 s rie Modalidade Regular Supletivo Outros 5 Ano de conclus o Aproximadamente com que idade a Escola Local b Escola Local Observa es Ensino Fundamental II 1 Grau 5 8 s rie Modalidade Regular Supletivo Outros E Ano de conclus o Aproximadamente com que idade a Escola Local b Escola Local Observa es Ensino M dio 2 Grau Modalidade Regular Supletivo Outros S Ano de conclus o Aproximadamente com que idade a Escola Local b Escola Local a Forma o complementar a Local Institui o a Curso b Local Institui o Curso 165 1 Fale me um pouco sobre voc e sua trajet ria de vida onde nasceu passou a inf ncia estudou e come ou a trabalhar 2 Desde quando voc trabalha E nesta rea quando come ou 3 Em que empregos empresas trabalhou a Emprego 1 Cargo b Emprego 2 cargo c Emprego 3 cargo f d Emprego 4 cargo i 4 Com rela o ao seu trabalho atual e ou anterior es a Qual a sua rotina de trabalho O que voc faz como faz Que t c
47. especial naquela que vivenciada e experimentada na dura realidade dos seus professores e estudantes como um real alicerce para a ruptura dessa face alienadora do conhecimento Exemplificando ao serem questionados sobre o que dos cursos t cnicos est o levando para o trabalho os estudantes do curso de Edifica es afirmam em sua maioria que est o tomando contato com saberes que lhes permitem aprender os fundamentos dos processos transmitidos pelos mais antigos antes realizados de forma mec nica Afirmam ainda que por serem conhecimentos tipicamente de dom nio de engenheiros e arquitetos obt m com eles maior independ ncia em rela o a estes profissionais Sobre esses novos conhecimentos de sete estudantes do curso de Edifica es cinco citaram como exemplo os c lculos referentes s estruturas vigas pilares prepara o do concreto etc E Ed1 Isso geralmente vem j na parte que o engenheiro manda na parte do projeto estrutural Alguma coisa a gente tinha que desenvolver no dia a dia mas j do conhecimento antigo por j ter executado em outras obras fez alguma coisa parecida E agora e agora n o Com o curso a maioria das coisas s o coisas calculadas ao menos da minha parte I E isso voc aprendeu na disciplina do curso E Ed1 Na disciplina do curso Dosagem de concreto quantidade de ferro c lculo de viga estrutura Tipo coisa que o engenheiro n o est todo dia na obra para n o ficar chamando toda
48. festividades at mesmo visitas f brica com a fam lia Por outro lado tais ideias se convertem em lucros extraordin rios s empresas A autora cita ainda o trabalho de Tauile apud ARANHA 1997 p 23 sobre as sugest es de trabalhadores da Toyota no ano de 1983 que contabilizou um total de 1 655 858 sugest es das quais 96 foram aceitas e implementadas Esses dados evidenciam que se por um lado o capital dotado de tecnologias cada vez mais automatizadas e robotizadas anuncia sua progressiva independ ncia do fator humano por outro na realidade busca contraditoriamente o envolvimento a responsabilidade e a lealdade do trabalhador ARANHA 1997 p 25 Em segundo lugar ainda conforme Bianchetti 1999 desenvolvem se tecnologias capazes de simultaneamente produ o registrar e evidenciar os conhecimentos pr ticos as manhas os macetes os jeitinhos dos trabalhadores p 139 Sobre esse processo Noble 1986 1999 descreve a evolu o hist rica das t cnicas industriais de automa o ao longo do s culo XX O autor defende a tese de que os rumos do desenvolvimento t cnico cient fico s o fortemente pressionados por conflitos de classes em que fatores t cnicos e econ micos ficam por vezes subsumidos por fatores de ordem social pol tica e cultural Em outros termos a viabilidade de uma tecnologia por vezes definida se ela estiver em conformidade com as rela es de poder vigentes Os conce
49. funda o e local de implanta o Sondagem do subsolo Capacidade de carga de funda es e dos solos M todo de Terzaghi fatores de corre o Capacidade de carga de solos estratificados Recalque de funda es rasas Dimensionamento de funda es rasas Funda es em solos moles funda es pr ximas a divisas e escava es presen a de n vel d gua descontinuidades geol gicas Projeto de funda es rasas Funda es profundas funda es em estacas e outros tipos Ementa da disciplina Sistemas estruturais 2007 Analisando pode se perceber que os conte dos iniciais referem se a assuntos escolares da F sica t picos de cursos proped uticos de n vel m dio Os conceitos de for a momento sistema bin rio as condi es de equil brio centro de gravidade etc s o base da Mec nica Newtoniana e como se percebe dos sistemas estruturais da Constru o Civil Tal rela o n o poderia ser diferente Conforme visto a evolu o dos conceitos naturais da mec nica estiveram em v rios momentos atrelados realidade pr tica da a o humana sobre a natureza desde a elabora o laboral das m quinas simples na Antiguidade passando pelo o aprimoramento das t cnicas de constru o percept veis na redoma da catedral Santa Maria del Fiore at as constru es modernas mais recentes 3 2 Os saberes legitimados da produ o Eletromec nica Se por um lado a evolu o da Constru o Civil ocorreu em partes an
50. fundamenta o e as descri es da metodologia dos instrumentos de pesquisa da institui o onde a pesquisa foi realizada e dos procedimentos realizados est o presentes no terceiro cap tulo Pela natureza do objeto investigado optou se por uma pesquisa qualitativa com a realiza o de 18 entrevistas com professores e estudantes dos cursos t cnicos de 18 Edifica es e Eletromec nica da modalidade educativa PROEJA em uma escola da rede estadual de educa o Os resultados obtidos foram tratados e avaliados atrav s da an lise de seu conte do conforme apresentado por Bardin 2010 est o presentes no cap tulo quatro Al m da caracteriza o dos pr prios participantes da pesquisa os resultados contam ainda com quatro categorias de an lise que revelam a forma como os trabalhadores estudantes investigados iniciam se no trabalho como se tornam trabalhadores e como aprendem as profiss es que exercem o exerc cio do trabalho destes trabalhadores as rela es entre trabalho e educa o os saberes da pr tica e os saberes da escola e mais propriamente o que do trabalho os trabalhadores trazem para a escola e o que da escola levam ao trabalho e a import ncia e presen a da F sica nos campos da Constru o Civil e da Produ o Industrial na vis o dos professores e dos estudantes participantes Nas considera es finais s o apresentadas algumas conclus es acerca dos relatos dos professores e dos estudantes mediante as
51. grande desafio que se tem pela frente Pensar na educa o de jovens e adultos uma tarefa absolutamente distinta da educa o de crian as e adolescentes da escolariza o regular Por isso ao pensar nas qualidades desta educa o deve se atender prioritariamente s especificidades destes jovens e adultos Tentar compreender suas trajet rias de vida suas trajet rias profissionais como expressa Arroyo 2007 um passo importante deste desafio Nesse sentido pesquisas que se orientem nessa 155 dire o e que busquem respostas e solu es inequa o da educa o profissional continuam sendo de extrema pertin ncia ao campo de estudo entre Educa o e Trabalho 156 REFER NCIAS ANTUNES Ricardo L C Adeus ao trabalho ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho 9 ed S o Paulo Cortez 2003 Os sentidos do trabalho ensaio sobre a afirma o e a nega o do trabalho 5 ed S o Paulo Boitempo 1999 ARANHA Ant nia V S O conhecimento t cito e a qualifica o do trabalhador Trabalho e Educa o Belo Horizonte v 1 n 2 p 12 29 1997 ARANHA Maria L A Hist ria da educa o e da pedagogia geral e Brasil 3 ed S o Paulo Moderna 2006 ARROYO Miguel G As rela es sociais na escola e a forma o do trabalhador In FERRETTI Celso J SILVA JUNIOR Jo o R OLIVEIRA Maria Rita N S Org Trabalho forma o e curr culo para onde vai a escola 1
52. hora o engenheiro E Ed5 Na verdade o curso de Edifica es te mostra a parte de teoria que voc n o tem num canteiro Voc vai entender algumas coisas O porqu da ferragem do concreto 135 L voc faz v o projeto na verdade assim o pessoal que t l faz mas porque que t sendo executado daquela forma ele n o sabe o porqu O estudante E Edl ratifica a relev ncia de se calcular o que antes realizava a partir de conhecimentos antigos passados de trabalhador para trabalhador Ainda repete se a quest o sobre a independ ncia que o conhecimento te rico adquirido no curso confere a estes trabalhadores dando lhes maior autonomia em rela o s prescri es dos engenheiros Corroborando com estas coloca es o estudante E Ed5 analisa o curso de Edifica es de modo mais amplo e identifica que a teoria ensinada nas disciplinas o faz compreender os porqu s dos procedimentos realizados mecanicamente no canteiro de obra Com rela o aos estudantes do curso de Eletromec nica a maioria afirmou que dos conte dos relacionados rea de Mec nica e das diversas disciplinas relacionadas a essa rea pouco levam para seus trabalhos pois em geral os saberes pr ticos obtidos no trabalho s o suficientes para as fun es que desempenham O estudante E Ems ainda assim afirma que os conhecimentos te ricos de Mec nica aprendidos no curso o ajudaram a compreender melhor o que faz no trabalho mas ressalta que o cur
53. na Eletromec nica n Bom que funciona assim Como na Eletromec nica a gente tem uma carga de uma aula a mais da o que que eu fa o Eu pego e trabalho toda a parte da cinem tica da coisa a parte das leis de Newton e enfoco bem a din mica ali Entende E da Edifica es o que acontece Quando eu chego em leis de Newton l gico eu abordo din mica eu abordo as tr s leis de Newton as leis do movimento mas eu abordo mais a est tica O professor de F sica afirma que al m de maior nfase dada a determinados conte dos da disciplina existem conte dos da F sica imprescind veis aos profissionais da rea No caso do curso de Edifica es a est tica e de Eletromec nica a din mica a eletricidade e o eletromagnetismo De acordo com ele mesmo que esses conte dos da F sica sejam muitas vezes abordados ou at mesmo revisados pelos professores das disciplinas t cnicas conforme se observou em algumas transcri es anteriores ele mesmo procura aproximar conte dos dessas disciplinas F sica estudada disciplinarmente E uma forma de atribuir maior significado aos 142 conte dos estudados na F sica contextualizando os a partir da pr tica profissional e das disciplinas t cnicas dos cursos P Fis Eu sempre procuro enfatizar a parte a qual eles v o atuar a rea em que eles v o atuar Pr n o ficar um tro o s vago assim n da F sica n Porque s vezes o pessoal tem aquele terror
54. natural e indissociavelmente as trajet rias e escolhas de vida destes trabalhadores suas cidades de origem os locais por onde passaram trabalharam e que ajudam a explicar e entender de certa maneira suas op es e interesses A natureza qualitativa da pesquisa permitiu a an lise de como estas mulheres e estes homens se tornaram trabalhadores como aprenderam as especificidades de suas profiss es e em especial o que trazem do universo do trabalho para o universo da educa o Os resultados desta pesquisa favoreceram compara es entre tr s realidades a dos estudantes da constru o do setor produtivo industrial de diversas reas k e dos professores desses estudantes tamb m imersos nestas reas de trabalho As an lises acontecer o tendo se em vista as quatro categorias anteriormente estabelecidas e identificadas nas transcri es das entrevistas realizadas com os treze trabalhadores estudantes e cinco professores dos cursos t cnicos de Edifica es e Eletromec nica A ordem de an lise das categorias foi definida pela pr pria organiza o dos roteiros de entrevistas e das entrevistas em si O primeiro t pico contempla as informa es relacionadas s declara es dos estudantes com respeito ao desenvolvimento profissional que tiveram em suas carreiras Mais detalhadamente relata se a inicia o no trabalho os caminhos percorridos na trajet ria profissional e os modos pelos quais aprenderam seus trabalhos e suas fun
55. o bem assim As coloca es de ambos os professores revelam que face hierarquia dos conhecimentos no ambiente produtivo os saberes te ricos e pr ticos s o absolutamente complementares e 133 dial gicos Ademais revelam que nessa modalidade de educa o o professor n o deve ser encarado como um propriet rio do conhecimento ou que o conhecimento por ele apresentado n o se trata de um conhecimento unit rio e hegem nico Pelo contr rio na ampla variedade de experi ncias e saberes contidos nas salas de aula tais saberes devem ser somados devem ser dialogados um est mulo pr xis Os professores ressaltam que n o obstante os conhecimentos trazidos pelos estudantes de suas pr ticas profissionais enrique am o processo de escolariza o muitas vezes o que trazem um saber alienado vinculado a uma pr tica profissional alienada Realizam um trabalho mec nico objetivado e reificado sem compreender os objetivos ou os motivos que os levam a reproduzir as t cnicas aprendidas dos mais experientes ou engenheiros Sobre isto apontam que um importante papel da educa o e do pr prio professor o de mostrar aos estudantes os porqu s dos procedimentos e etapas que realizam diariamente em seus trabalhos esclarecer os princ pios te ricos e cient ficos que est o por tr s das pr ticas Nas palavras dos professores P Edl Eles v m com essa experi ncia de obra s que muitas vezes eles faziam mecanicamente
56. o caminho normal da escolariza o brasileira e ap s conclu dos os cursos superiores por diversas raz es tornaram se professores de educa o profissional No caso dos estudantes o trabalho surgiu mais precocemente medida que se tornavam cada vez mais trabalhadores assumiam se cada vez menos como estudantes Sabe se que como confirmaram alguns entrevistados a necessidade pelo trabalhar e pelo garantir a sobreviv ncia nos termos de Arroyo 2007 tem se caracterizado para o jovem brasileiro como decis o que os leva a abandonar os estudos e se dedicar exclusivamente ao trabalho Por outro lado h ainda que se investigar mais precisamente o quanto a escola ao se tornar desinteressante 148 inesperan osa e tendo pouco a ofertar d espa o ao trabalho como alternativa e esperan a imediata de vida O que de fato foi poss vel ser constatado que uma vez abandonada a escola desinteressada e tomado o trabalho como o caminho para a sobreviv ncia a forma o t cnica e complementar se tornou op o no retorno ao conv vio com o conhecimento sistematizado Por esse motivo conforme os resultados os trabalhadores estudantes buscam m xima especializa o nas fun es que desempenham realizando cursos e treinamentos que os capacitem na vis o do mercado para melhores fun es e melhores empregos A constru o do conhecimento destes trabalhadores as formas como estes jovens e adultos se constitu ram
57. o nunca ganhei nada S trabalhava porque gostava E Em3 Meu pai tinha uma empresa tamb m na rea de manuten o n de implementos rodovi rios Da com ele a gente aprendeu a trabalhar com a rea de soldagem Da dentro disso tamb m eu aprendi com ele conhecimento de marcenaria n marcenaria carpintaria e vai outras outras esse sempre no ambiente familiar n E Ems Bom eu comecei a trabalhar com 14 anos num emprego praticamente familiar n A gente trabalhava com pintura na rea de comunica o visual Fazia letreiro fachada essas coisas n painel At os 28 anos Dos estudantes que iniciaram suas vidas profissionais em ambiente familiar tr s s o provenientes do ambiente rural dois do Paraguai E Ed3 e E Eml e uma do interior do estado do Paran E Ed7 Eram plantadores trabalhavam a terra manualmente com pouco maquin rio O estudante E Ed3 realizava um trabalho bra al cansativo no qual plantava em terras pr prias milho soja algod o para revender e ainda cultivava algumas culturas para subsist ncia ou escambo Abaixo seguem os relatos do momento em que esses tr s trabalhadores sa ram do ambiente rural e vieram para a cidade para ver o que que d E Ed3 Me cansei e minha situa o n o tava legal com o pessoal l Da eu resolvi sair conhecer o Brasil o futebol brasileiro N o tinha como estudar tamb m que l era dif cil era longe e tinha 3
58. o do trabalhador destacando se o papel central do mundo do trabalho na constitui o do trabalhador e do trabalho como fundamento ontol gico do ser humano Trata se aqui do conjunto de informa es obtidas 95 complementarmente na etapa introdut ria das entrevistas nos campos onde se preencheu os dados objetivos sobre a forma o do entrevistado e nas seis primeiras quest es do roteiro de entrevista em que se explorou as informa es profissionais e os modos como foram aprendidas as especificidades das profiss es Incluem se desde as informa es sobre a escolariza o dos alunos dos cursos realizados para capacita o dentro e fora da empresa e o relato sobre as trajet rias profissionais Na categoria a constru o do trabalhador observou se assuntos mais definidos com quem os estudantes aprenderam suas profiss es isto quem foram os autores respons veis pela constru o deste trabalhador como estes estudantes aprenderam sua profiss o quais foram os meios e m todos desta constru o quais foram os locais onde ocorreu esta constru o o espa o do trabalho os cursos realizados autonomamente os cursos oferecidos pela e na empresa etc 2 O exerc cio do trabalho Com base nos roteiros de entrevistas formulados dedicou se em especial com os alunos um momento para a apreens o de aspectos gerais relacionados ao exerc cio do trabalho Uma vez que a pesquisa foi realizada no ambiente escolar e n o pro
59. organiza o do trabalho a prop sito do modelo japon s de produ o In HIRATA Helena Sobre o modelo japon s S o Paulo EDUSP p 281 309 1993 FARIAS Itamar M de Pedagogia do trabalho seus princ pios no cotidiano escolar 1994 199 f Tese Doutorado Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Educa o Campinas SP 1994 FERREIRA Eliza B OLIVEIRA Edna C Entre a inclus o social e a integra o curricular os dilemas pol ticos e epistemol gicos do PROEJA Educa o amp Realidade Porto Alegre v 35 n 1 p 87 107 jan abr 2010 FLICK Uwe Introdu o pesquisa qualitativa Porto Alegre Artmed 2009 FRANCO Luiz A C SAUERBRONN Sidney Breve hist rico da forma o profissional no Brasil S o Paulo CENAFOR 1984 FRANCO Maria C A forma o integrada a escola e o trabalho como lugares de mem ria e de identidade Trabalho Necess rio Online www uff br trabalhonecessario v 1 p 1 28 2005 158 FRANCO Maria L P B Limites e possibilidades do trabalho enquanto princ pio educativo Cadernos de Pesquisa Funda o Carlos Chagas Cortez Editora FCC S o Paulo n 68 p 29 39 1989 FREIRE Paulo Educa o como pr tica da liberdade 34 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2011 Pedagogia do oprimido 46 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2007 FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria RAMOS Marise O Trabalho como princ pio educativo na educa o integral dos trabal
60. ou cognitivas Polanyi cita como exemplo o desenvolvimento de habilidades t citas no manejo de uma bengala por um cego ibidem p 18 19 Para pessoas que n o possuem habilidades desenvolvidas no manejo com esse instrumento os impactos da bengala sobre a m o ir o compor uma imagem pouco precisa do ambiente em que se encontra uma vez que as habilidades t citas relacionadas ao reconhecimento e integra o dos elementos proximais sinais t teis conduzidos pela bengala ainda n o foram desenvolvidas medida que se aprende a usar a bengala tais impactos se transformam em sinais e informa es cada vez mais sens veis e com isso integram se compondo significados mais precisos O mesmo se pode considerar para o caso de um leigo que procura avaliar ou diagnosticar uma doen a no corpo humano usando um exame uma radiografia por exemplo Existem determinados detalhes do exame termos proximais como contrastes tonalidades manchas marcas etc que s o percept veis somente para m dicos mais experientes e que n o podem ser traduzidos em conhecimentos expl citos formais Uma vez que o conhecimento t cito compreendido a partir de duas dimens es a t cnica e a cognitiva conforme Nonaka e Takeuchi os mecanismos perceptivos respons veis pela integra o dos termos podem ser tanto manuais quanto intelectuais Como exprime Saiani 2004 p 55 da mesma forma habitamos uma sonda para determinar o tamanho de um objeto situado 68
61. para a profissionaliza o para o mundo do trabalho o primeiro atendendo o trabalho intelectual o segundo o trabalho manual ibidem p 1092 1095 Ainda nesse sentido para Frigotto Ciavatta e Ramos 2005b o conte do do texto do Decreto n 5 154 2004 indica a conserva o e a persist ncia no manejo do poder e na manuten o de seus interesses de tal modo que as reformas tomadas por base esse decreto n o transformar o radicalmente o desmonte estrutural gerido na d cada anterior 52 e 53 Kuenzer 2006b luz de suas pesquisas corroborando as percep es dos autores anteriores conclui que o novo decreto portanto longe de reafirmar a primazia da oferta p blica viabilizando a por meio de pol ticas p blicas representou uma acomoda o conservadora que atendeu a todos os interesses em jogo do governo que cumpriu um dos compromissos de campanha com a revoga o do decreto n 2 208 97 das institui es p blicas que passaram a vender cursos para o pr prio governo e gostaram de faz lo renunciando em parte sua fun o e das institui es privadas que passaram a preencher com vantagens o v cuo criado pela extin o das ofertas p blicas ibidem p 900 Fica evidenciado nessa sum ria apresenta o da hist ria da educa o brasileira com nfase na educa o t cnica e profissional que a educa o esteve atrelada a pol ticas econ micas sociais e educacionais de circunst ncia Ademais conf
62. para a universidade dar ocupa o aos menos capazes e ao mesmo tempo conter a demanda de educa o superior em limites mais estreitos p 235 Essa mesma vis o compartilhada por Kuenzer 1997b p 17 que constata a conten o da demanda de estudantes secundaristas ao ensino superior que havia marcado fortemente a organiza o estudantil no final da d cada de 1960 al m da natureza despolitizada e tecnicista do ensino de 2 grau e a prepara o da for a de trabalho qualificada para o atendimento das novas demandas do desenvolvimento econ mico No olhar de Franco e Sauerbronn 1984 a pol tica educacional buscou na poca estabelecer rela es simplistas de causa e efeito em particular o aumento de produtividade como resultado da expans o educacional que al m de mecanicistas s o tamb m falaciosos Em primeiro lugar a educa o e a forma o profissional n o geram crescimento econ mico em geral e tampouco se reverte em taxa de retorno individual autom tica e mecanicamente Para compreender as rela es de influ ncias rec procas da educa o 2 com as demais institui es sociais necess rio buscar rela es n o un vocas nem lineares ou seja necess rio compreender a educa o como media o como esfera insepar vel da totalidade social que n o esta inteiramente subordinada por exemplo s condi es econ micas Al m disso a pr pria evolu o do capitalismo na medida em que por
63. pela minimiza o das fun es do Estado na estrutura educacional e a autom tica delega o de tais fun es a setores privados Com rela o ao ensino profissional respaldado pela LDB rec m aprovada em 1997 assinado o Decreto n 2 208 97 que promoveu o ordenamento estrutural e operacional do ensino t cnico e profissional na rede de ensino voltada para essa forma o restaurando os pressupostos j presentes no refutado PL 1603 96 O decreto estabeleceu novos objetivos n veis e modalidade de educa o profissional novos mecanismos de articula o entre o ensino profissional e o 51 regular sobretudo com novas diretrizes s Escolas T cnicas Agrot cnicas e CEFETs LIMA FILHO 2003 p 20 Paralelamente instituiu se tamb m nesse ano o Programa de Expans o da Educa o Profissional PROEP com o qual se programou e se financiou a reforma com recursos na ordem de 500 milh es de d lares Desses recursos 40 destinaram se s institui es p blicas da rede federal e estadual e 60 para projetos do denominado segmento comunit rio de iniciativa privada justamente no mbito da aplica o dessa pol tica p blica financiada com recursos p blicos que a Uni o e os Estados empreenderam transforma es significativas nas suas redes de Ensino M dio e t cnico e que se incrementa a participa o do setor privado quer pela transfer ncia da gest o de institui es publicas quer pelo financiamen
64. pessoas simples de pouco estudo com percursos escolares truncados conforme aponta Debiaso 2010 Por isso houve um permanente cuidado de manter um clima de simplicidade informalidade e cordialidade Alguns professores tocaram nesse aspecto durante as entrevistas ou em conversas informais P Emil Eles se sentem intimidado eu acredito que seja por eles estarem por serem pessoas velhas porque n o trabalharam n o estudaram por muito tempo n A chega pra voltar a estudar pra fazer um curso t cnico entendeu ent o eles ficam um pouco retra dos porque eles s o meio que tachados como burros j de anteriormente n Mas quando eles veem que o professor d uma abertura pra eles da eles gostam de falar Eles se sentem intimidados silenciam se conforme acredita o professor porque n o possuem o estudo o conhecimento te rico a autoridade conferida a quem os det m Percebe se aqui a hierarquiza o entre os saberes pr ticos e te ricos t citos e cient ficos no universo do trabalho conforme j identificam Garcia 2000 e Kuenzer 2002 Com rela o inicia o ao trabalho a primeira quest o permitiu identificar que sete entrevistados iniciaram suas carreiras profissionais no pr prio ambiente familiar seja colaborando com os pais em tarefas simples seja realizando trabalhos em casa na casa de conhecidos ou da vizinhan a V rias dessas atividades eram sequer remuneradas ou eram troc
65. quatro categorias analisadas e em especial as rela es entre Trabalho e Educa o observadas na pesquisa Finalizando s o apresentadas limita es da pesquisa e sugest es de dire es que podem ainda ser melhor exploradas 19 2 TRABALHO E EDUCA O No sentido ideol gico o trabalho aqui compreendido como uma categoria fundamental para se entender e fazer a educa o considerado como uma atividade de transforma o e reprodu o humana uma a o sobre a natureza uma rela o dial tica entre a teoria e a pr tica O ser humano se faz humano se constitui humano pelo trabalho e com o trabalho No sentido pr tico o trabalho o sustento de vida ganha p o do trabalhador profiss o emprego fun o bico Mas tamb m trans forma o A mulher e o homem ao come arem a trabalhar erram acertam aprendem se trans formam E transformam a vida em escola Essa a nfase dada a este primeiro cap tulo trabalho enquanto fundamento ontol gico humano e trabalho como princ pio educativo 2 1 Fundamento ontol gico humano o ser do homem o ser do trabalho Pode se encontrar em Marx e Engels MARX 1996 MARX e ENGELS 2010 muito embora n o estivessem particularmente preocupados com o trabalho como categoria central da constitui o humana mas sim com o trabalho reificado que no modo de produ o capitalista transformado em mercadoria os fundamentos da concep o que tem o
66. setores produtivos da empresa onde trabalham E Em3 Todos os processos eu devido ao tempo que eu fiquei l eu aprendi a trabalhar em todas as m quinas Tanto prepar las quanto escolher o ferramental e por ela em processo I E voc conhece todos os setores etapas E Ems5 Todas Todos os setores todas as bombas Trabalhamos em todas as reas at na pintura Os outros trabalhadores afirmaram n o conhecer todas as etapas do trabalho que exercem ou da rea em que atuam O estudante E Eml quantifica seus conhecimentos sobre estas etapas e afirma que seria capaz de fazer a manuten o em torno de 50 das m quinas da empresa frisando que as estruturas b sicas das diferentes m quinas se mant m o que facilita seu trabalho De modo semelhante fala do estudante E Ed4 o E Em2 mencionou a import ncia do curso para compreens o desses processos 117 E Emtl dessa m quina que eu t agora claro eu vou dizer que sim que entendo 100 Que cada vez que voc muda assim a m quina tem muitas coisas que mudam mas tem muitas coisas que tipo assim como que eu vou te dizer a base dela quase toda igual Eu diria 50 50 do que tem dentro l talvez eu que tem muitas m quinas l que muito dif cil voc que nem a gente falou O b sico assim um pouco mais f cil agora tem coisas que s o bem mais espec ficas ali E Em2 N o Mas o curso t sendo bom pra isso Quando eu
67. sica a separa o entre o Ensino M dio e a Educa o Profissional que passaram desde 1996 a transcorrer independentemente Al m do mal gasto dos recursos p blicos o PLANFOR teve como caracter stica a baixa qualidade e efetividade social resultado da desarticula o das pol ticas de emprego renda educa o dos poucos mecanismos de controle social e da car ncia na democratiza o dos planejamentos e gest es desses programas p 889 7 Em 2003 j no governo Lula objetivando a inclus o dos jovens ao mercado de trabalho e contribuindo indiretamente sob a l gica da empregabilidade para o combate contra a pobreza e exclus o social instalou se por meio do Decreto n 10 748 o Programa Nacional de Estimulo ao Primeiro Emprego PNPE De acordo com Kuenzer 2006b p 894 o programa foi concebido para atender ao contingente mais vulner vel da juventude brasileira os jovens desempregados de baixa renda e baixa escolaridade sem experi ncia profissional pr via e articularam se a es de qualifica o social e profissional e a da inser o imediata no mercado de trabalho 21 Na realidade alguns desses problemas identificados no PLANFOR se tratam de uma const ncia no que refere s politicas educacionais voltadas forma o do trabalhador O pr prio PROEJA analisado nesse trabalho e desenvolvido no contexto do governo Lula apresenta lacunas substancialmente semelhantes ao PANFLOR baixa efetividad
68. simples 11 Houve alguma t cnica procedimento conhecimento jeito de fazer ou resolver algo que foi ensinado aqui no curso e que fez com que voc mudasse a sua forma de agir trabalhar pensar Comente essa situa o 12 Houve alguma coisa de seu trabalho que voc compreendeu melhor por causa das aulas do curso 13 Quando voc estudou f sica novamente que assunto marcou voc ou voc lembra Por que voc acha que voc lembra dele 14 O que voc acha que h de F sica no seu trabalho 15 H alguma coisa que voc gostaria de acrescentar comentar relatar perguntar 167 Ap ndice B Roteiro de entrevista com professores das disciplinas t cnicas ENTREVISTA COM PROFESSORES DO PROEJA DE DISCIPLINAS T CNICAS Objetivos Identificar a presen a e a import ncia de assuntos escolares de F sica nos ambientes de trabalho e nas pr ticas profissionais de alunos de Cursos T cnicos do PROEJA Roteiro b sico da entrevista Curso Data e hora de realiza o da entrevista h min Informa es pessoais Nome Completo Sexo Masculino Feminino Idade a Telefones para contato Informa es escolares Ensino M dio 2 Grau a Escola Loca S i Ano de conclus o idade aproximada de conclus o _ b Escola PEocal Ano de conclus o idade aproximada de conclus o Ensino Superior 3 Grau a Institui o Local Curso Ano de conclus o b Institui o Loca
69. sua extin o Em outros termos se poss vel visualizar a elimina o da sociedade do trabalho abstrato a o esta totalmente articulada com a sociedade de produtores de mercadorias algo ontologicamente distinto supor ou conceber o fim do trabalho como atividade til como 6 A trabalho abstrato labour expressa a execu o cotidiana do trabalho convertendo se em trabalho alienado que sob a forma do capitalismo torna se atividade estranha fetichizada produtora de valor de troca De outro lado o trabalho concreto work aquele que cria valores socialmente teis que expressa ent o uma atividade gen rico social que transcende a vida cotidiana HELLER 1977 119 127 apud ANTUNES 2003 p 87 e 88 grifos do autor 26 atividade vital como elemento fundante protoforma de uma atividade humana ANTUNES 2003 p 90 Contrariamente ao que apontam os defensores da crise do trabalho cr se que as mudan as nas rela es e no processo de trabalho n o extinguiram os elementos b sicos desta categoria social percept vel que os fen menos e eventos que ocorrem no universo do trabalho da estrutura produtiva definem os contornos de outras dimens es da vida humana ibidem p 101 2 3 Centralidade do trabalho na perspectiva pedag gica o trabalho como princ pio educativo Fundamentada na vis o do trabalho como fundamento ontol gico estrutura se a concep o pedag gica segundo a qua
70. tico pedag gico poderia ser obtido no portal da institui o Ap s esse primeiro contato houve ainda algumas visitas explorat rias escola para melhor conhecer os funcion rios os estudantes os professores os espa os onde as entrevistas poderiam ocorrer os hor rios etc Antes do in cio das entrevistas por quest es metodol gicas foram realizadas duas entrevistas piloto uma com um aluno e outra com uma professora do curso de Edifica es de uma institui o de ensino similar ap s o que com as necess rias corre es evidenciadas o instrumento foi validado Ap s essa etapa deu se in cio s entrevistas que transcorreram por dois meses Ocorreram individualmente predominantemente em salas de aulas desocupadas ou na biblioteca Tiveram dura o m dia de 41 minutos considerando se o tempo para o preenchimento dos dados preliminares e das considera es livres e espont neas e foram gravadas integralmente desde o in cio da leitura da carta de apresenta o at o t rmino do di logo Os quatro professores das disciplinas t cnicas foram selecionados a partir da aproxima o entre a disciplina ministrada com assuntos e temas da disciplina de forma o do pesquisador qual seja a F sica Al m disto optou se por entrevistar professores de disciplinas 88 que s o ofertadas nos tr s ltimos semestres de ambos os cursos uma vez que a disciplina de F sica ofertada nos tr s primeiros semestres de Edifica e
71. trabalho como princ pio da constitui o da ess ncia do ser humano Para eles o homem se distingue dos demais animais pela consci ncia pela religi o e por in meras dimens es humanas n o obstante o ponto de partida desta distin o ocorre quando o homem passa a produzir seus meios materiais de sobreviv ncia pelo trabalho MARX ENGELS 2010 p 44 entendido como um processo entre o homem e a Natureza um processo em que o homem por sua pr pria a o media regula e controla seu metabolismo com a Natureza Ele mesmo se defronta com a mat ria natural como uma for a natural Ele p e em movimento as for as naturais pertencentes a sua corporalidade bra os e pernas cabe a e m o a fim de apropriar se da mat ria natural numa forma til para sua pr pria vida Ao atuar por meio desse movimento sobre a Natureza externa a ele e ao modific la ele modifica ao mesmo tempo sua pr pria natureza MARX 1996 p 297 Diferentemente dos animais o ser humano n o realiza somente pelo disp ndio de seu trabalho e de sua energia a transforma o da mat ria natural Ele realiza seu objetivo final 1 a 2 3o 24 O errar concebido aqui como princ pio educativo n o somente no campo do trabalho mas de toda pr tica e projeto pedag gicos 20 conscientemente determinado por esse motivo conforme Marx que o ser humano se faz diferente em ess ncia dos demais animais a aranha e a abelha em seus exemplo
72. um lado desenvolve a ci ncia e sofistica a tecnologia e por outro desqualifica os agentes da produ o nos fornece elementos para refutar aquele argumento FRANCO SAUERBRONN 1984 p 146 Tendo em vista as dificuldades e os problemas ocasionados pela reforma da Lei n 5 692 em 1975 Ney Braga ent o Ministro da Educa o e Cultura solicitou novo estudo que culminou no parecer 76 75 que levando em conta a dificuldade de proporcionar a educa o profissionalizante de qualidade a partir dos recursos humanos e materiais dispon veis apresenta um novo conceito de forma o profissional b sico de car ter interinstitucional e que intermediasse os 1 e o 3 graus levando os jovens a uma forma o ampla que pudesse ser complementada nas universidades ou no emprego KUENZER 1997b Tal parecer nas palavras dessa autora acomodou a legisla o realidade e permitiu a coexist ncia das ofertas existentes t cnico pleno t cnico parcial e habilita o b sica ressurgindo a velha dualidade estrutural na legisla o As propostas do parecer tornaram se lei 49 em 1982 Lei n 7 044 82 levando a uma nova configura o conservadora e consolidando a escola como um espa o de exclus o e diferencia o social Paralelamente s mudan as na pol tica educacional para o 2 grau verifica se ao longo das d cadas de 1960 e 1970 a implementa o de novos cursos profissionalizantes de n vel superior de curta
73. ver se t certo o ngulo se vai ter que mudar alguma coisa nela O peso se t compat vel com o que voc t fazendo ou at a pr pria press o que esta sendo usada pra poder estampar formar a pe a Os assuntos relacionados dilata o t rmica foram observados em tr s entrevistas duas delas de estudantes de Edifica es O estudante E Ed1 explicou que os diferentes coeficientes de dilata o dos materiais podem provocar diferentes trabalhabilidades nas estruturas comprometendo as e o estudante E Ed4 abordou a dilata o t rmica em placas de gesso em forros internos E Edl Dilata o de metais a dilata o de outros materiais que existem diferentes coeficientes de dilata o para cada material Se a gente emprega por exemplo concreto com ferro um tem uma trabalhabilidade diferente da outro Um pode romper o outro como pode fissura Pode acontecer um cisalhamento e isso tipo me abriu bastante a cabe a para fazer por exemplo lajes E o que me veio mente foi realmente a dilata o Por que se elas as lajes s o concretadas em tempos diferentes elas tem curas diferentes pode haver uma trabalhabilidade diferente na laje E existe n Porque antigamente por exemplo as tesouras da cobertura eu prendia os dois lados na cobertura Depois que eu aprendi um pouco da dilata o na F sica eu s prendo um lado por que um lado trabalha e o outro lado t livre para correr E Ed4
74. 1 p 1 e 2 Na Antiguidade Cl ssica nos principais imp rios as constru es se tornaram maiores e mais complexas especialmente pelo desenvolvimento de novas ferramentas novos materiais e novas t cnicas referentes ao uso de velhos materiais no Egito a pedra na Mesopot mia o tijolo e na China a madeira Sobre as ferramentas as m quinas simples tiveram papel fundamental em facilitar trabalhos realizados no ambiente construtivo como elevar e transportar materiais Chama se aten o para a cunha a alavanca a polia e a talha exponencial o plano inclinado e o parafuso de Arquimedes ibidem p 15 e 16 Contudo somente no Renascimento que os conhecimentos te ricos da Constru o Civil come am a ser sistematizados processo intensificado com a Revolu o Cient fica e os estudos na rea da mec nica nos s culos seguintes At a poca os avan os na rea decorreram das novas habilidades e t cnicas adquiridas pela experi ncia e pela pr tica das civiliza es De acordo com Garrison a origem da engenharia cient fica reside na constru o da redoma elevada da catedral de Floren a Santa Maria del Fiore iniciada em 1296 e finalizada em 1407 Embora a c pula da catedral Santa Maria Del Fiore j tivesse sido constru da com base nas resolu es qualitativas de seu desenhista Fillipo Bruschetti sua estrutura despertou o interesse para a compreens o dos princ pios que a mantinham est vel Dois principais prob
75. 1991 p 7 Com base neste reconhecimento da potencialidade humana Gramsci idealiza os fundamentos de sua escola nica inicial de cultura geral com princ pios humanistas mas que 28 de modo equilibrado promova o desenvolvimento da capacidade do trabalho manual t cnico e industrial em concomit ncia ao desenvolvimento das capacidades do trabalho manual ibidem p 125 A essa escola unit ria de cunho humanista e de forma o geral cabe a fun o de conduzir os jovens a um determinado n vel de maturidade e capacidade autonomia e iniciativa habilidades intelectuais e habilidades manuais no trabalho industrial socialmente til enfim conduzir os jovens por meio de uma educa o polit cnica s novas pr ticas sociais o advento da escola unit ria significa o in cio de novas rela es entre trabalho intelectual e trabalho industrial n o apenas na escola mas tamb m em toda a vida social O princ pio unit rio por isso refletir se em todos os organismos de cultura transformando os e emprestando lhes um novo conte do idem Para Manacorda 2008 esse entrela amento que Gramsci propunha entre teoria e pr tica entre ci ncia e trabalho diferia profundamente do entrelace j presente na escola desinteressada E i 8 Ed e 66 ba human stica de sua poca Esse novo entrela amento deveria criar um novo intelectual diretamente produtivo um intelectual moderno que conciliasse concom
76. 5 3 4 O conhecimento t cito e a sua emerg ncia na acumula o flex vel 68 3 5 As aproxima es entre trabalho e educa o por uma articula o dos saberes 71 4 OS CAMINHOS DA PESQUISA METODOLOGIA E INSTRUMENTOS 81 4 1 A institui o onde a pesquisa ocorreu sessseeseeseesseeseeseessesseseessressessessresseesesseesseesees 83 4 2 Os instrumentos de coleta de dados 0 nnneoeneseeeeesessseeseeseesseesseserssressessesseessessesseesseeseese 84 4 3 Os procedimentos para coleta de dados e rieerreeerreeeereerereeeeerenas 87 4 4 Os participantes da pesquisa trabalhador estudantes e professores 89 4 5 Tratamento e an lise dos dados e ieerereeeeeererererneraarecarreeaeeenenads 93 5 DO TRABALHO PARA ESCOLA een e irecrreereeereearaaaeranea 97 5 1 A inicia o no trabalho a trajet ria profissional e a constru o do trabalhador 98 5 2 O exercicio do trabalhos crpiressassia sides is AD A E a 112 5 3 As rela es entre os saberes sia sats ss isi o fedegass ani Taberna UNOS pia ha Pala e 118 5 4 A F sica no trabalho e a F sica da escola impress es ccistiissstreeerieos 138 6 CONSIDERA ES FINAIS sas untado ssa 147 REFERENCIAS Dei a E O na 156 APPENDICI S nara ds as gar aa as a ane an DO a 163 Ap ndice A Roteiro de entrevi
77. 6 experi ncias as pr ticas e os saberes pr prios dos estudantes s o tidos como referenciais pedag gicos ao processo de forma o essencial conhecer esses sujeitos ouvir e considerar suas hist rias e seus saberes bem como suas condi es concretas de exist ncia ibidem p 43 Ademais a participa o ativa dos alunos na produ o de conhecimentos pressup e o est mulo cotidiano para os muitos poss veis aprendizados na perspectiva de constante supera o desenvolvendo sua consci ncia do valor da escolariza o e da qualifica o profissional ibidem p 45 De acordo com Moura 2006 poca do in cio do programa a concep o de uma pol tica p blica educacional com objetivo de forma o fundamentada na integra o de trabalho ci ncia t cnica tecnologia humanismo e cultura em geral ambicionado no PROEJA pode contribuir para o enriquecimento cient fico cultural pol tico e profissional destas popula es pela indissociabilidade dessas dimens es no mundo real p 12 Para isso os cursos t cnicos devem ser integrados a uma pol tica educacional e devem possibilitar uma educa o b sica s lida com um estreito v nculo forma o profissional Caracteriza se assim a forma o integral do sujeito A forma o assim pensada contribui para a integra o social do educando o que compreende o mundo do trabalho sem resumir se a ele assim como compreende a continuidade dos es
78. Da voc tem que calcular a altura do telhado a inclina o do telhado quantos porcento voc quer ent o isso tudo o engenheiro que tem que ajudar Trevisan 2003 em pesquisa com trabalhadores aut nomos analisa esse tipo de rela o entre trabalhadores experientes e novatos na profiss o os auxiliares Sobre os conhecimentos que s o repassados de um profissional para outro o autor constata que todos os profissionais consideram importante o ensinamento articulado da teoria e da pr tica O autor observa que os profissionais que tiveram possibilidade de fazer o curso profissionalizante na rea de exerc cio al m de adquirirem base te rica mais consistente d o mais valor teoria e s o mais capazes de repass la aos auxiliares em articula o aos procedimentos pr ticos da profiss o TREVISAN 2003 Os cursos e treinamentos empresariais aparecem como outro elemento relevante de forma o e qualifica o do trabalhador no ambiente de trabalho Possuem caracter sticas semelhantes s dos cursos oferecidos por institui es privadas de forma o e capacita o profissional ou dos cursos oferecidos pelo SENAI e SENAC por m com maior especificidade nas m quinas e procedimentos internos S o cursos r pidos ministrados por t cnicos das empresas fornecedoras da maquinaria usada nas empresas e de car ter instrumental direcionados 111 para a resolu o de problemas previs veis Sobre os aspectos te ricos relata
79. Em2 revela outra caracter stica da intelig ncia ardilosa 4 R E N E des de Dejours 1993 o conhecimento astucioso segundo o qual o trabalhador foge s prescri es fornecidas e busca no seu saber os caminhos para as solu es dos problemas Afirma ainda que no caso de alcan ar o objetivo proposto pelos seus meios contrariando as prescri es revela aos seus superiores a invalidade e impossibilidade da prescri o fornecida na tentativa de valorizar seu conhecimento e sua capacidade t cnica frente o conhecimento e capacidade te rica De acordo com o professor P Ed2 esses conflitos gerados no campo do trabalho ou mais propriamente no emprego na rela o empregado patr o trabalhador engenheiro pr tica teoria s o transpostos para os cursos analisados no PROEJA uma vez que na escola os trabalhadores transfiguram se em estudantes e os engenheiros em professores Isto o trabalhador que em seu emprego subordina se figura do chefe engenheiro quando recorre aos estudos encontra o mesmo engenheiro agora sob as vestes de professor P Ed2 E o lado emocional por eles se considerarem inferiores especialmente alguns que trabalham como servente de repente na Constru o Civil e vem aqui e bate de frente com dez engenheiros e arquitetos O aluno que vem da Constru o Civil l da loja de materiais de constru o do escrit rio ele n o considera que um professor Ele d de cara com um engenheiro E l fora te
80. Em6 por trabalhar com bombas de sistemas de saneamento relacionou os conceitos de vaz o e press o aos equipamentos que s o constru dos na empresa onde trabalha e o estudante E Em3 trouxe como exemplo os sistemas de freios hidrodin micos dos ve culos com que trabalha E Emo Tem a parte da curva da bomba l A altura manom trica que tem que jogar a bomba A press o que tem que ser gerada A vaz o dela A curva que tem que ser feita n o pode fazer muito A rpm da bomba no caso n de bomba pra bomba E Em3 Dentro da caixa autom tica ela tem a parte de elas s o quatro velocidades Tem o freio retardo que um sistema de freio pra economizar e n o dar aquecimento no freio de servi o no tambor lona e pastilha n E ent o esse freio de retardo ele funciona da forma assim ele usa a for a contr ria que seria a in rcia Ele aproveita a for a do carro indo pra frente ele joga o leo que seria uma for a hidrodin mica entendeu nas p s da turbina e faz girar com essa for a contraria entendeu O carro t indo pra frente da atrav s do procedimento de pneum tica ele fecha a v lvula mestre da parte de rotor de bomba que da roda guia n Ele fecha a parte de entrada de leo a e entra o fluxo de leo s por um sentido Da ele funciona a parte da turbina da da da p l E a turbina joga na roda guia Como a roda guia t est tica ela gera ela faz uma for a contr ria Gera uma for a co
81. F sica por serem os que mais se aproximam de nossa forma o acad mica e bagagens docentes o que direcionou a pesquisa ao estudo dessas rela es em cursos t cnicos ligados Constru o Civil e produ o industrial A escolha pela modalidade PROEJA atendeu por outro lado outras duas exig ncias da pesquisa a possibilidade de entrar em contato com estudantes que j s o trabalhadores e j possuem por isso experi ncias profissionais e encontrar estudantes que j trabalham em reas vinculadas ao curso realizado e que assim estavam sob hip tese em contato direto ou indireto com assuntos da F sica em suas pr ticas laborais Estabelecidas essas premissas o problema que orientou a pesquisa buscou identificar que rela es s o estabelecidas entre o saber fazer e o saber cient fico por trabalhadores estudantes e professores de cursos t cnicos do PROEJA no seu processo de escolariza o e o universo da investiga o restringiu o estudo dessa quest o a alunos e professores de cursos t cnicos de Eletromec nica e Edifica es do PROEJA de uma institui o de educa o profissional de Curitiba envolvendo treze estudantes e cinco professores Foi poss vel constatar que todos os professores entrevistados estudaram o Ensino M dio de car ter proped utico com exce o do professor de F sica que o fez em curso t cnico e deram sequ ncia aos seus estudos de forma regular ingressando no Ensino Superior Tra aram
82. Jovens e Adultos PROEJA tendo como principais diferencia es aos demais programas a unifica o do curr culo de forma o profissional ao de forma o geral o atendimento s pessoas com mais de 18 anos e a condensa o de alguns cursos em rela o s modalidades integradas para menores de idade de oito para seis semestres O PROEJA apresentado pelo Governo Federal com objetivo de superar a hist rica dualidade estrutural entre a forma o geral e forma o profissional e reduzir as desigualdades e injusti as sociais em especial por meio da melhoria e aumento da escolariza o e qualifica o profissional das popula es adultas que j est o inseridas no mercado de trabalho Ademais pretende se com o PROEJA oferecer melhores condi es educacionais e de qualifica o profissional e ent o maiores oportunidades de ingresso e crescimento no mundo do trabalho Tais objetivos t m como base de acordo o Decreto de sua cria o a oferta de educa o profissional dentro da concep o de forma o integral do cidad o forma o essa que combine na sua pr tica e nos seus fundamentos cient fico tecnol gicos e hist rico sociais trabalho ci ncia e cultura e o papel estrat gico da educa o profissional nas pol ticas de inclus o social BRASIL 2006 p 2 Nas palavras de Lima Filho 2010 55 a proposi o do PROEJA traz aspectos inovadores qualitativos e quantitativos de amplitude concep
83. Pra n s interfere bastante n Por exemplo um teto de gesso Tem obras l que o cara me chama no inverno e o teto t aberto Da chama dois dias depois que passou aquela geada que eu posso atender Chego l e o cara vai me mostra e n o tem nada Como eu j cheguei no dia que geou o teto tava aberto E fui no outro dia l levar um 145 cara pra ver um gesseiro pra consertar e j n o tinha nada Isso bem b sico Concreto a mesma coisa A parede no frio uma coisa no calor outra O estudante E Em4 que trabalha como eletricista na instala o de redes el tricas relacionou a dilata o t rmica tens o e comprimento dos cabos entre os postes E Em 4 Acho que o caso da dilata o dos cabos a tens o n Por exemplo voc puxa uns 400 m de cabo Voc vai puxar ali da tem uma flecha tem a flecha do cabo Quantos quilos tem que puxar ali voc tem que ver a temperatura Quantos que t na temperatura ambiente a temperatura do cabo Da voc olha numa tabela pra ver a dilata o pra ver quantos que ele vai dilatar I Porque se esfriar muito E Em4 Ele vai encolher n e pode puxar os postes no c s n I E se esquentar muito E Em4 Se esquentar muito ele pode abaixar muito e no caso um cabo de alta tens o pode pegar em outros cabos de baixa de telefonia Outros assuntos da F sica foram abordados pelos estudantes como a hidrodin mica mencionada por dois deles O estudante E
84. Prof Dr Ernesto Macedo Reis CEFET MG Prof Dr Nilson Marcos Dias Garcia UTFPR Orientador Visto da Coordena o Prof Dr Faimara do Rocio Strauhs Coordenadora do PPGTE Para Iiani e Alceu Por tudo que s o em minha vida AGRADECIMENTOS Foram v rios aqueles que contribu ram com esta pesquisa Entretanto n o poderia deixar de fazer nominalmente alguns agradecimentos especiais Ao professor Dr Nilson Marcos Dias Garcia pela orienta o precisa e justa brilhante Nos termos de sua pesquisa um verdadeiro padrinho A ele meu profundo agradecimento pelas ricas discuss es e pelos s bios ensinamentos s professoras Drs Maclovia Mar lia Nanci Noela e aos professores Drs Christian Gilson e M rio pelas valiosas aulas ministradas no PPGTE Ao prof Dr Herivelto pelas discuss es esclarecedoras sobre os caminhos da pesquisa qualitativa Caminhos inicialmente confusos mente de um f sico Aos amigos do PPGTE companheiros de estudos debates e caf s Aos funcion rios do PPGTE pela assessoria em diversos momentos Aos diretores secret rios professores e demais funcion rios do Col gio pelo acolhimento aten o e apoio durante a pesquisa Aos professores e estudantes que partilharam deste trabalho Como aprendi em t o pouco tempo com aquelas mulheres e homens A eles toda minha gratid o pelo tempo aten o e experi ncias concedidos Elizabete dos Santos pelas trilhas
85. RNO DO ESTADO DO PARANA CURSO T CNICO EM ELETROMEC NICA INTEGRADO EDUCA O DE JOVENS E ADULTOS EM NIVEL MEDIO Curso Turno MANH TARDE NOITE Ano de implanta o 2008 MATR CULA SEMESTRAL MODULO 20 DISCIPLINAS RTE SERIES IMPLANTA O GRADATIVA semanais n total horas aula n total horas rel gio BIOLOGIA 601 5 1 2 3 EDUCA O F SICA 4 5 6 7 HIST RIA 2201 FILOSOFIA 9 F SICA 2 01 401 GEOGRAFIA 01 104 g LINGUA PORTUGUESA E LITERATURA 183 3 201 BASE NACIONAL COMUM 9 IMATEM TICA 11 SOCIOLOGIA 50 0 a 1107 12 LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA Subtotal Total Base Nacional Comum 13 DESENHO 13 1545 14 ELETRICIDADE 3805 15 ELETR NICA FORMA O ESPEC FICA 16 MEC NICA 17 PROCESSOS DE FABRICA O 18 SISTEMAS 133 3 Total Forma o Espec fica 1200 0 Total 19 EST GIO PROF SUPERVISIONADO TOTAL GERAL Distribui o do Est gio adequado ao Parecer n 600 08 CEE Curitiba 05 de setembro de 2008 176 Anexo C N mero de alunos matriculados no curso de Edifica es e Eletromec nica TEC EM EDIFICA ES PROEJA TEC EM ELETROMECANICA PROEJA
86. SILVA M nica R da DEITOS Roberto A Org PROEJA Educa o Profissional integrada EJA quest es pol ticas pedag gicas e epistemol gicas 1 ed Curitiba Ed UTFPR v 1 p 89 103 2011 KUENZER Ac cia Z Ensino de 2 grau o trabalho como princ pio educativo 3 ed S o Paulo Cortez 1997a Ensino M dio e profissional as pol ticas do estado neoliberal S o Paulo Cortez 1997b reforma do ensino t cnico no Brasil e suas consegii ncias In FERRETTI Celso J SILVA JUNIOR Jo o R OLIVEIRA Maria Rita N S Org Trabalho forma o e curr culo para onde vai a escola 1 ed S o Paulo Xam v 1 p 121 140 1999 Pedagogia da f brica as rela es de produ o e a educa o do trabalhador 4 ed S o Paulo Cortez 2002 Conhecimento e Compet ncias no Trabalho e na Escola Educa o amp Linguagem Universidade Metodista S o Paulo v 8 p 45 68 2003a As rela es entre conhecimento t cito e conhecimento cient fico a partir da base microeletr nica primeiras aproxima es Educar em Revista Curitiba n 1 p 13 33 2003b Desafios te rico metodol gicos da rela o trabalho educa o e o papel social da escola In Educa o e crise do trabalho perspectivas de final de s culo 8 ed Rio de Janeiro Vozes 2006a 160 A educa o profissional nos anos 2000 a dimens o subordinada das pol ticas de inclus o Educa o e Sociedade v 27 p
87. Subsequente 215 Subsequente 218 Subsequente 216 Subsequente 229 206 527 530 433 647 FONTE Secretaria de Educa o do Estado do Paran 2011 A institui o possui atualmente cinco pr dios onde se distribuem 22 salas de aula 23 laborat rios uma biblioteca al m de uma quadra poliesportiva coberta e um audit rio O corpo docente formado por 156 professores dos quais 20 comp em a equipe pedag gica De acordo com o Projeto Pol tico Pedag gico da escola o corpo docente composto majoritariamente por profissionais concursados muito embora haja n mero expressivo de professores vinculados Secretaria de Educa o por meio de Processo de Sele o Simplificado PSS o que ainda de acordo com o documento dificulta o pleno encaminhamento da proposta pedag gica da Institui o Al m dos professores a institui o conta com uma equipe de 26 funcion rios respons veis por quest es administrativas e outros servi os entendidos como atividades fundamentais para o funcionamento da escola Quanto ao corpo discente composto por um total de 2343 alunos que passam por um processo seletivo para a admiss o na institui o Ainda de acordo com o Projeto Pol tico Pedag gico tais estudantes s o em geral provenientes de col gios p blicos possuem renda familiar per capita baixa e s o oriundos de v rios bairros da cidade de Curitiba e da Regi o Metropolitana incluindo
88. UNIVERSIDADE TECNOL GICA FEDERAL DO PARAN PROGRAMA DE P S GRADUA O EM TECNOLOGIA GUILHERME ANDRE DAL MORO DO TRABALHO PARA A ESCOLA OLHARES DE TRABALHADORES ESTUDANTES E PROFESSORES SOBRE AS RELA ES ENTRE O SABER DA PRATICA E O SABER DA ESCOLA DISSERTA O CURITIBA 2012 GUILHERME ANDRE DAL MORO DO TRABALHO PARA A ESCOLA OLHARES DE TRABALHADORES ESTUDANTES E PROFESSORES SOBRE AS RELA ES ENTRE O SABER DA PRATICA E O SABER DA ESCOLA Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Tecnologia da Universidade Tecnol gica Federal do Paran como requisito parcial para a obten o do grau de Mestre em Tecnologia Orientador Prof Dr Nilson Marcos Dias Garcia CURITIBA 2012 TERMO DE APROVA O Do trabalho para a escola olhares de trabalhadores estudantes e professores sobre as rela es entre o saber da pr tica e o saber da escola por Guilherme Andre Dal Moro Esta disserta o foi apresentada s do dia como requisito parcial para obten o do t tulo de Mestre em Tecnologia Linha de Pesquisa Tecnologia e Trabalho do Programa de P s Gradua o em Tecnologia da Universidade Tecnol gica Federal do Paran O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados Ap s delibera o a Banca Examinadora considerou o trabalho Prof Dr Ac cia Zeneida Kuenzer UFPR Prof Dr Domingos Leite Lima Filho UTFPR
89. a es inesperadas os eventos que ser o analisados adiante Dependendo do grau de anormalidade e da complexidade da situa o enfrentada exige se mais ou menos da consci ncia bem como das qualifica es adquiridas pela experi ncia rotineira ibidem p 7 Os autores trazem como terceira dimens o a natureza coletiva do trabalho em especial no modo flex vel de acumula o e as qualifica es t citas derivadas da coopera o Essa 13 dimens o revela a tomada de consci ncia e a percep o dos trabalhadores sobre como suas tarefas se inserem na totalidade integrada da produ o JONES WOOD 1984 p 7 Com base em resultados sobre as qualifica es exigidas no Centro de Ger ncia Integrada de Redes CGIR na Telecomunica es de Santa Catarina TELESC Bianchetti 2008 sinaliza que mesmo com a reestrutura o de sistemas anal gicos substitu dos por sistemas informatizados e automatizados determinadas qualifica es t citas adquiridas com a experi ncia pr tica ainda s o fundamentais estabilidade dos sistemas de opera o e controle de telefonia do estado BIANCHETTI 2008 O autor aponta a presen a das qualifica es t citas dos operadores nas tomadas de decis es necess rias para solu es de problemas identificadas pelos softwares de controle Mais especificamente o controle do sistema realizado pela observa o de pain is digitais que sinalizam problemas da rede por meio de alarmes representa
90. a es que provocam no mundo ao atuarem em fun o das finalidades a que se prop em tomando para si o poder da decis o n o somente vivem como os animais mas criam uma exist ncia hist rica Os homens pelo contr rio porque s o consci ncia de si e assim consci ncia do mundo porque s o um corpo consciente vivem uma rela o dial tica entre os condicionamentos e sua liberdade ibidem p 104 Nesse sentido segundo Marx 2010 o desenvolvimento das ideias das representa es e da consci ncia pr pria humana est diretamente atrelado s suas atividades materiais ao que denomina de interc mbio material humano Todas as manifesta es conscientes as representa es o pensamento o com rcio espiritual s o derivadas das bases e de seus comportamentos materiais s o os homens os produtores de suas representa es de suas ideias etc mas os homens reais e atuantes tal como s o condicionados por um determinado desenvolvimento de suas for as produtivas e das rela es a eles correspondentes at chegar s suas mais amplas forma es A consci ncia nunca pode ser outra coisa que o ser consciente e o ser dos homens o seu processo da vida real E se em toda a ideologia a humanidade e 21 suas rela es aparecem de ponta cabe a como ocorre em uma c mara escura tal fen meno resulta de seu processo hist rico de vida da mesma maneira pela qual a invers o dos objetos na retina deco
91. a mais simples que o produto de usinagem mas a tecnologia dela superior porque numa m quina de usinagem dificilmente voc tem l um desenho um s lido e voc transfere diretamente pra m quina sem interfer ncia nenhuma de do desenhista Tipo o projetista projetou a pe a e vai direto pra m quina a m quina CNC de corte voc consegue isso n O cara te entrega o desenho salvo l voc exporta esse desenho pro programa da m quina l o programa gera a linguagem de m quina e joga pra m quina A tua interfer ncia m nima Como programador de CNC voc n o precisa conhecer um c digo de CNC n o precisa conhecer uma linguagem n o precisa conhecer nada basta voc saber operar o programa E pra voc operar esse programa as empresas que vendem esse programa oferecem o treinamento Treinamento de uma semana acho que deu 20 horas Acho que mais ou menos 20 horas De acordo Noble 1986 1999 o progressivo processo de desenvolvimento e automatiza o no ambiente de produ o a partir das novas tecnologias da d cada de 1940 e 1950 s o motivadas sobretudo por fins de ordem pol tica social e cultural Objetivam o 115 aumento do controle e do poder a centraliza o dos processos produtivos em ambientes de f cil acesso ao patronato o que conduziu de acordo tamb m com Bianchetti 1999 expropria o do conhecimento do oper rio e a transfer ncia desse conhecimento maqui
92. a de vida e do trabalho dos trabalhadores estudantes que retornam escola quando chegam ao sistema escolar j trazem uma boa quantidade de experi ncias acumuladas pela grande luta que enfrentam no dia a dia da produ o de suas exist ncias p 29 Todavia essas experi ncias n o s o reconhecidas pela escola nem pelos professores porque est muito 34 arraigado entre n s educadores uma ideia de educa o reduzida instru o limitada aos muros da escola Nesta vis o o l cus b sico do processo educativo a escola frente qual outro saber adquirido deslegitimado como tal DAYRELL apud FARIAS 1994 p 29 grifos do autor Desse modo n o conseguimos situar nem relacionar uma proposta pedag gica que n o leve em conta a experi ncia que o aluno trabalhador traz para a escola com a proposta gramsciana de uma escola unit ria que tem como principal objetivo a forma o de um intelectual org nico nascido do trabalhador engajado Gramsci esteve sempre preocupado com a cotidianidade dos homens tentando sempre traduzilla em a es pedag gicas permanentes Via nesse cotidiano o lugar essencial de luta de classes Tinha consci ncia de que o corte feito pela escola entre o que ensinava e a experi ncia trazida pelos educandos era a maior causa do fracasso de seus ensinamentos FARIAS 1994 p 167 Para Farias compartilhando a percep o de Frigotto e Arroyo o sentido do trabalho como princ pio educati
93. a el trica em um filamento condutor produzia deflex es em uma b ssola produzindo a intera o entre a eletricidade e o magnetismo Faraday em 1832 desenvolve a Lei da Indu o Eletromagn tica de grande import ncia para a convers o de energia el trica em mec nica e vice versa descobrindo a chave para a constru o dos geradores e motores el tricos que passaram a ser amplamente usados j no final do s culo XIX De acordo com Garcia 2000 estas inova es advindas da pesquisa cient fica traduziram se na pr tica pela possibilidade de serem criados novos meios de tra o que v o ser respons veis em parte pela diferen a entre a primeira Revolu o Industrial que teve sua base na mec nica e a segunda Revolu o Industrial que teve sua base na eletromec nica Na primeira Revolu o Industrial a for a de tra o das m quinas se baseava na for a emanada das caldeiras das m quinas t rmicas ao passo que na segunda Revolu o a tra o passou a se apoiar fortemente nos motores el tricos GARCIA 2000 p 20 Por m como afirma o autor a hist ria n o para Em 1900 com a publica o dos trabalhos de Planck sobre a irradia o do corpo negro inicia se uma nova fase da F sica e do pensamento cient fico a fase da Mec nica Qu ntica estruturada somente no ano de 1926 com a formula o da equa o de Schr dinger complementada nos anos seguintes Adentra se no interior da mat ria no funcionamen
94. a natural e independente de seu valor social que deve servir de base para o trabalho manual grifos nossos O trabalho enquanto puro gasto de energia cerebral ou muscular um gasto que pode at ser til tem uma import ncia m nima em rela o aos nossos objetivos da educa o Nesta concep o de trabalho pode se introduzir tudo at mesmo a tarefa infernal que consiste em decorar manuais nas v speras de exames N o a base da educa o comunista antes de tudo o trabalho imaginado na perspectiva de nossa vida moderna o trabalho concebido do ponto de vista social na base do qual se forja inevitavelmente uma compreens o determinada da realidade atual Pistrak 2008 p 105 grifos do autor Com base nessa perspectiva o autor conclui que o trabalho na escola um fen meno de ordem social e por esse motivo o trabalho social uma das formas mais importantes do trabalho coletivo o fundamento dos pressupostos de sua escola Segundo Rossi 1982 a escola apresentada por Pistrak e suas concep es de ensino representam uma nova concep o epistemol gica essenciais para a compreens o e constru o da pedagogia do trabalho a de que o trabalho um meio atrav s do qual se pode adquirir 12 Neste segundo aspecto o trabalho e suas especificidades funcionam como objetos ilustrativos das teorias estudadas na escola o que n o se torna um m todo essencial uma vez que o trabalho se apr
95. a para o rid culo quando postos em contraste com o est gio de desenvolvimento industrial da d cada da implanta o da reforma Lei 5 692 71 Enquanto na ind stria e mesmo nos servi os se observa uma crescente automa o do processo de trabalho e se inicia a introdu o do rob no processo produtivo a escola brinca de inicia o para o trabalho de profissionaliza o mediante rudimentos de trabalho manual defasado no tempo um artesanato deformado FRIGOTTO 2006 p 172 O autor conclui que a Lei n 5 692 71 gera o agravamento da desqualifica o do trabalho escolar desviando a escola de sua fun o elementar o fornecimento de uma educa o e uma estrutura de base uma qualifica o polit cnica O fracasso da escola profissionalizante n o se tratou de caracter sticas inerentes aos problemas do sistema escolar mas sim das determina es hist ricas de mbito social que conduziram a escola quele fracasso 2006 p 172 e 173 20 Trabalhos realizados por Carlos Roberto Jamil Cury Maria Inez Bedran Maria Umbelina Salgado e Sandra Azzi 48 Para Romanelli 1999 era pressuposto que a universidade ainda consistia em fator de mobilidade socioecon mica o que somado impossibilidade da massa de estudantes profissionalizar se mais cedo acarretava no aumento de demanda de Ensino Superior A profissionaliza o de Ensino M dio seria concebida ent o como exig ncia para selecionar apenas os mais capazes
96. abilidade LUK CS apud ANTUNES 1999 p 139 2 2 Centralidade da categoria trabalho em debate A partir da d cada de 1970 os processos de trabalho e as rela es de produ o sofreram grandes transforma es O advento da micro e da ptico eletr nica em virtude do desenvolvimento dos transistores e dos lasers possibilitou o avan o dos dispositivos de processamento de dados e de sensores pticos e simultaneamente o aprimoramento da inform tica Em pouco tempo tais dispositivos foram incorporados aos sistemas de produ o tornando os em parte aut nomos e autom ticos Associada crise do capital da d cada de 1970 a reestrutura o produtiva iniciada no setor automobil stico e levada rapidamente a outros reconfigurou o modo como o ser humano se relaciona com seu trabalho como produz e reproduz suas condi es de subsist ncia quanto aos Cita o de LUK CS Georg The ontology of social Being Labour Merling Press Londres p 47 23 empregos por exemplo percebe se nessa poca grande movimento do setor produtivo secund rio para o setor de servi os terci rio Entre outros fatores o cen rio apresentado acima representou na vis o de diferentes pensadores dessa tem tica a crise do trabalho como categoria central da vida humana Offe 1991 em Trabalho e Sociedade problemas estruturais e perspectivas para o futuro do trabalho faz uma an lise acerca da perda da centralidade e crise da s
97. achar a rea de um de um quadrado is sceles sic os lados diferentes Da a trigonometria me ajudou bastante E eu consegui resolver I Ah Essa era a prova no caso E Em2 Essa era a prova Da consegui entrar Passei pra essa rea a vamos dizer assim quase inspe o mas fazendo beira o das pe as Da eles pagaram o curso de Autocad pra eu fazer E Em4 Eu sa da empresa X e fui trabalhar na empresa Y da Era log stica Da pelo fato de eu j ter o curso de empilhadeira n Da l era como posso te dizer era mais eu separava o mercado n assim 105 E Em5 A quando eu passei a operador de m quina devido ao conhecimento que eu tinha de de de inform tica n a m quina tem um painel e tem um monte de bot o pra apertar tem um monte de instru o que voc tem que decorar E quem me indicou assim julgou ah ele conhece de inform tica ent o ele vai se dar bem com essa m quina que essa m quina requer um pouco de conhecimento de inform tica N o tinha nada a ver mas n o tinha nada a ver mas pra mim foi uma vantagem Observa se nas coloca es dos estudantes a import ncia e valoriza o dos saberes pr vios adquiridos em cursos realizados anteriormente ao desenvolvimento de atividades em reas t cnicas da produ o Nas coloca es do estudante E Em2 ressaltada ainda a import ncia de conhecimentos escolares b sicos no caso a trigonometria e a geometria
98. acionais profissionais debru am se sobre as especificidades das diferentes fun es e as formas como os conhecimentos t citos e cient ficos se distribuem nos grupos de trabalhadores entrevistados A partir das entrevistas com funcion rios dos setores administrativos de uma empresa do setor petroqu mico da manuten o e da opera o algumas conclus es puderam ser tiradas Primeiro a forma o tecnol gica vinculada rea de trabalho ou s fun es exercidas um fator que favorece o desenvolvimento de conhecimento t tico mais integrado ao conhecimento cient fico idem Nas situa es em que a ader ncia entre a forma o escolar e a fun o profissional n o se verifica as contribui es da forma o ainda s o identificadas por m no est mulo de habilidades mais complexas associadas ao dom nio das linguagens e ao racioc nio l gico Sobre a dinamicidade e a complexidade do trabalho realizado identifica se que esses fatores contribuem com a aproxima o entre os conhecimentos te ricos e t citos isto quanto mais din mico e complexo o trabalho ou seja quanto mais situa es que fogem da normalidade eventos ele produz mais impacta a rela o entre o conhecimento t cito e cient fico levando o trabalhador a buscar os fundamentos de sua experi ncia para criar solu es inovadoras ibidem p 470 Quanto escolariza o a conclus o do Ensino M dio proped utico regular ou supletivo n o
99. ada e Matem tica aplicada N o tem outra coisa E um pouco de Qu mica nos materiais Mas a gente n o produz os materiais A gente utiliza os materiais Ent o a gente usa muito pouco a Qu mica na pratica n Mas tudo aplica o F sica n tudo tubula o hidr ulica No entanto os professores P Ed1 P Eml e P Em2 ressaltam que em sua forma o em curso de tecnologia n o tiveram a disciplina de F sica mas somente disciplinas nas quais seus assuntos eram aplicados P Ed1 Na faculdade eu tive s F sica aplicada eu n o tive F sica pura I Voc lembra do nome das disciplinas que utilizavam 139 P Ed1 Era F sica aplicada I Ah F sica aplicada era o nome da disciplina P Ed1 Era F sica aplicada Constru o Civil A assim a gente via muito conte do que a gente j tinha visto no segundo grau A gente n o via muita coisa diferente A gente teve mais em resist ncia dos materiais a F sica que a gente deveria ter pra concreto mesmo Assim os conceitos eram assim de F sica mesmo Era s o nome que era aplicada Misturava at umas coisas de tr nsito que n o tinha nada a ver P Eml Espec fica de F sica n o Teve Energia teve Fen menos dos Transportes Energia 1 e 2 Mas F sica propriamente n o I E conte dos de F sica assuntos de F sica eram abordados diretamente P Emi Olha tinha bastante mas diretamente n o era especifico da disciplina n I F si
100. adas por recompensas mesadas importante frisar que alguns dos entrevistados em especial aqueles que se iniciaram no trabalho em ambiente familiar fizeram no muito cedo com 12 13 anos levando os estudo e o trabalho paralelamente 99 I Seu pai j era da rea E Ed1 J era da rea De onze a doze anos eu j ia pra obra com meu pai Da quando eu passei para a sexta s rie eu passei a estudar de noite l tinha da da sexta serie at o Ensino M dio eu passei a estudar de noite Eu trabalhava de dia e estudava de noite I E voc recebia teu pai pagava alguma coisa ou n o E Edl Ah a gente tinha um sal rio fict cio a gente recebia uma mesada n o chegava a se equiparar com o sal rio dos outro profissionais que ele contratava n o tinha uma di ria E Ed4 Na verdade eu comecei a trabalhar na rea de Constru o Civil com 13 anos Comecei porque na regi o em que eu morava tinha muito pedreiro e gente da rea Ent o eu comecei a me misturar com o pessoal dessa rea l na regi o onde eu morava e uma coisa que eu gosto e aprendi E Ed4 Eu comecei trabalhando numa obra ajudando os vizinhos Ajudando I Auxiliar E Ed4 Auxiliar Servente de pedreiro Ajudando por gosto Inclusive ao inv s de estudar mais inv s de estudar mais no caso deixava de estudar e ia trabalhar Minha m e sempre reclamava I E ganhava algum trocado Era remunerado E Ed4 Muitas das vezes n
101. adores fundamentado na compreens o do trabalho como princ pio educativo em dois sentidos contemplados por Saviani o ontol gico e o hist rico A partir do primeiro sentido concebe se ent o o trabalho como princ pio educativo porque permite a compreens o hist rica dos processos e meios de produ o como conhecimentos apropriados socialmente e que refletiram em mudan as nas condi es de vida 33 o das capacidades potencialidades e sentidos humanos O trabalho no sentido ontol gico princ pio e organiza a base unit ria do Ensino M dio ibidem p 30 Pelo segundo o trabalho coloca ao sistema educativo exig ncias espec ficas com vistas participa o direta dos indiv duos no trabalho socialmente produtivo Esse sentido do trabalho baliza e organiza a constru o das propostas curriculares bem como justifica a forma o espec fica para o trabalho produtivo ibidem p 30 Desse modo esses mesmos autores definem um projeto de educa o integral de trabalhadores que tenha o trabalho como princ pio educativo articula se ao processo din mico e vivo das rela es sociais pressupondo se a participa o ativa dos sujeitos como meio de alimentar de sentido a a o educativa mediada dialogada repensada renovada e transformada continuadamente dialeticamente Enfatiza a constru o coletiva do conhecimento a partir da socializa o dos diversos saberes e da realiza o de um trabalho integrado entr
102. alavam assim tem que tomar cuidado que voc t trabalhando com uma coisa que voc n o t vendo Da no caso aqui no col gio eu passei a ver n atrav s de c lculos De acordo com o estudante E Eml al m do di logo entre os saberes da pr tica e os escolares te ricos existe ainda uma rela o funcional entre os ambientes do trabalho e da escola O primeiro aquele em que se pode visualizar a aplica o dos fundamentos te ricos e o funcionamento das m quinas no segundo compreende se esse funcionamento e se aprende na teoria o que se v na pr tica De modo complementar o estudante E Em4 ressalta os c lculos realizados na teoria que lhes permitem compreender os aspectos pr ticos Outro aspecto evidenciado nas entrevistas com os estudantes do curso de Eletromec nica o consenso de que os v rios conhecimentos adquiridos no trabalho ou em cursos realizados nas empresas podem contribuir de diversas formas com a realiza o do curso no PROEJA Nesse sentido dois estudantes afirmaram que exatamente os conte dos e disciplinas associados mec nica ficaram mais simples porque j tinham conhecimento daquilo que se estudava E Em2 No caso mec nica o que ele t passando sobre metrologia eu conhe o tudo Instrumentos de medi o projetor metrologia isso a eu conhe o E que mec nica eu trabalho com manuten o n Ent o isso a foi elementos de m quina essas coisas ai Ent o tudo a foi ma
103. alhos realizados J a Matem tica avaliada como 125 uma ci ncia b sica em suas fun es especialmente pelo uso de rela es trigonom tricas e pela geometria pelos c lculos e pelo pr prio racioc nio l gico Dentre outras disciplinas mencionadas como a Qu mica e a F sica foram citadas tamb m a disciplina de Educa o Art stica pelo estudante E Ed6 e a disciplina de Ingl s pelo E Em3 conforme justificam abaixo nas transcri es E Edo6 Nos temos ali que eu achei muito foi a educa o t cnica d vida Que da a gente v a Constru o Civil do come o e evolu o t cnica da Constru o Civil Ah Educa o Art stica eu achava que n o tinha nada a ver com Constru o Civil eu achei que n o tinha nada a ver com Constru o Civil no come o Mas eu vi que tem muito a ver n E Em3 E o Ingl s T cnico mais uma vez o pessoal usa muito no meio A parte como se diz a parte comercial Da esses dias eu n o sabia o que era um W no e mail Da eu perguntei pro meu chefe O que que quer dizer esse W aqui e o n mero Da ele pegou e assim N o isso a semana semana 26 Contrariamente o estudante E Ed2 relatou que todo o conhecimento que usa em sua profiss o foi adquirido na pr tica no dia a dia Ressalva se todavia que o entrevistado de maior idade e tamb m o que terminou mais tardiamente o Ensino Fundamental em curso supletivo j com 54 anos Dentre suas fala
104. alores de uso e n o o trabalho escravo servil ou o alienado pelo capital A conclus o de Tumolo sobre a impossibilidade de considerar o trabalho como princ pio educativo sob o capitalismo decorre n o s por n o trabalhar neste texto o car ter contradit rio das rela es sociais mas de uma invers o hist rica o capital se torna a categoria antediluviana O trabalho tomado como fundamento do princ pio pedag gico n o se reduz s formas hist ricas aos modos de produ o das sociedades mas sim quele que produz e reproduz o ser humano fazendo o humano ibidem p 189 e 190 Corroborando as concep es de Frigotto acerca da validade do princ pio educativo do trabalho Souza Junior 2010 defende que o princ pio educativo do trabalho pode ser entendido como uma qualidade inerente atividade vital humana de formar transformar educar enfim tornar o ser social e que indissoci vel do trabalho em geral pertence universalmente ao ser social pois esse se faz enquanto tal a partir das diferentes maneiras definidas historicamente sob as quais se objetiva no mundo p 2 Na continuidade de sua defesa do princ pio educativo do trabalho o autor circunscreve a categoria trabalho no dom nio da produ o capitalista e afirma que a dimens o educativa do trabalho se relaciona tanto ideia do processo de constru o forma o transforma o do ser humano e do mundo hist rico social quanto experi ncia
105. am que v rias t cnicas que aprenderam na pr tica laboral com os trabalhadores mais antigos e as que s o ensinadas nas disciplinas t cnicas de car ter pr tico Nesse ponto colocam que estas disciplinas acabam se tornando mais simples ou f ceis pelo conhecimento pr vio que j detinham Por outro lado as disciplinas t cnicas de car ter te rico s o aquelas em que possuem maior relev ncia para os estudantes pois os saberes adquiridos ali n o s o aprendidos na pr tica Tratam se das disciplinas que os permitem compreender os c lculos as quantifica es os saberes te ricos que antes lhes eram desconhecidos aproximando os dos conhecimentos de dom nio de seus superiores Nesse sentido a apropria o do conhecimento te rico visto sob duas principais perspectivas A primeira mais enfatizada pelos estudantes do curso de Edifica es est relacionada com a autonomia que adquirem com a posse de conhecimentos te ricos mais aprofundados que se traduz na possibilidade de dar continuidade s obras reduzindo a frequ ncia de consultas aos engenheiros e at mesmo na possibilidade de abrir um neg cio pr prio na rea de constru o A segunda mais enfatizada pelos estudantes de Eletromec nica se relaciona capacidade de argumenta o no ambiente de trabalho ao respeito profissional e consequente ascens o no mercado de trabalho As contribui es dos saberes t citos e pr ticos dos estudantes escolariza o foi o
106. ani 2007 realizada a transi o da compreens o do trabalho enquanto fundamento ontol gico do ser humano para seus fundamentos educativos aprofundados pela perspectiva de Gramsci 1991 Realizado esse aprofundamento discutem se as implica es dos embates sociol gicos acerca da centralidade da categoria trabalho s perspectivas pedag gicas e analisam se os projetos pedag gicos que tomam como fundamento o princ pio educativo da categoria trabalho Apoiando se nas realiza es de Pistrak 2008 2009 e Freire 2007 2011 a se o encerrada com a reflex o de suas a es 17 pedag gicas entendendo as como projetos que tomam o trabalho humano como fundamento para a forma o do sujeito omnilateral integral e consciente Objetivando apreender os elementos da realidade brasileira no que se refere sua estrutura educacional procurou se na quarta se o descrever os caminhos da educa o t cnica e profissional de n vel m dio Analisou se a fun o dualista da educa o brasileira tendo se como reflexo a forma o funcional e parcial para a classe trabalhadora e a proped utica e cl ssica para as classes dirigentes O segundo cap tulo apresenta os fundamentos dos conhecimentos cient ficos e pr ticos vinculados s reas de atua o profissional dos estudantes entrevistados na produ o industrial e na constru o civil Explora se o avan o da compreens o da F sica dos fen menos e das rela es naturais
107. anos na Constru o Civil Ent o a gente tem que deixar eles vontade P Eml Eu uso eles Eu for o eles pra tar passando o conhecimento que eles t m na pr tica porque eu at mesmo falo Olha na pr tica de repente em certa rea eu n o tenho nenhuma experi ncia e s vezes a experi ncia de voc s vale mais do que o conte do te rico que eu tenho pra passar pra voc s ent o importante Teve uma aula de soldagem at que tem aula pr tica no laborat rio tem um aluno que j soldador h 20 anos da eu peguei e falei cara a aula sua falei porque eu n o tenho experi ncia com solda eu tenho o conte do te rico eu n o tenho pr tica com solda e ele foi l me mostrou professor essa m quina assim essa maquina aqui assim I E a pr tica que ele tem bate certinho com P Eml Bate bate e ele soube at explicar a teoria colocando na pr tica a teoria o cord o de solda como que ele desenvolvido a parte de prote o da solda o que o cord o faz tudo ali ele professor t vendo aqui t fazendo a solda olha o que t acontecendo e os outros alunos ficaram at mais interessados acharam legal porque tava era uma aluno p um aluno ensinando o professor eles pensam isso E eu achei legal Eu uso uso mesmo sem vergonha porque tem muita gente que fala o professor tem que saber de tudo o professor tem que saber tudo e eu acho que n
108. anteriormente por m no ambiente educacional Investigou se o que o trabalhador j inserido no mundo do trabalho ao retomar os estudos traz de suas experi ncias vividas e como essas experi ncias e os saberes delas adquiridos se relacionam s experi ncias escolares e seus respectivos saberes te ricos Nesse sentido o Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional com a Educa o B sica na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA foi tomado como o contexto mais prop cio para a realiza o da pesquisa Primeiramente por oferecer cursos t cnicos de n vel m dio para jovens e adultos constituindo se como um local pr prio de trabalhadores estudantes Em segundo lugar por contemplar cursos t cnicos vinculados a reas espec ficas de atua o profissional atraindo trabalhadores que j exercem profiss es afins aos cursos Em terceiro essa modalidade de ensino integra disciplinas da base comum s disciplinas t cnicas facilitando a apreens o das rela es investigadas Dado esse contexto procurou se responder ao seguinte problema de pesquisa que rela es s o estabelecidas entre o saber fazer e o saber cient fico por trabalhadores estudantes e professores de cursos t cnicos do PROEJA em seu processo de escolariza o Para o desenvolvimento da pesquisa dentre in meras institui es federais e estaduais de ensino que oferecem a modalidade PROEJA na cidade de Curitiba foi selecionada uma que oferta o
109. as adotadas nos cursos de PROEJA 2 grupo quest es 4 e 5 O 3 grupo 6 e 7 quest o refere se rela o da F sica com outras disciplinas t cnicas e com os diversos trabalhos realizado na rea pelos estudantes e o 4 grupo de modo complementar explora a relev ncia da F sica para 87 os cursos e para as atividades profissionais a eles relacionadas Enfim o 5 grupo objetivou identificar as contribui es das experi ncias profissionais e dos conhecimentos delas derivadas escolariza o nos cursos de PROEJA Nos roteiros destinados aos professores tanto das disciplinas t cnicas quanto da F sica perguntou se caso pudessem reestruturar o conte do program tico da disciplina se o fariam e como o fariam buscando se compreender outras quest es relativas concep o de educa o conhecimento e ensino dos docentes entrevistados 4 3 Os procedimentos para coleta de dados O primeiro contato e visita institui o destinou se apresenta o da pesquisa e do pesquisador aos diretores e solicita o de autoriza o para realiza o da pesquisa Tal pedido foi atendido e um dos diretores se disponibilizou a apresentar o pesquisador escola e a v rios funcion rios secret rias bibliotec ria coordenadores dos cursos de Edifica es e Eletromec nica Ainda nesse primeiro encontro foram recebidos do diretor e secret rias a grade hor ria dos cursos pesquisados e indicado que o projeto pol
110. as cidades de Pinhais Colombo e Fazenda Rio Grande 4 2 Instrumentos de coleta de dados Os principais dados e informa es referentes pesquisa foram obtidos a partir da realiza o de entrevistas semiestruturadas com quatro professores das disciplinas t cnicas e um da disciplina de F sica e com treze estudantes do 4 ao 6 per odo todos dos cursos de Edifica es e Eletromec nica As entrevistas foram iniciadas com a entrega e leitura da carta de apresenta o na qual se explicavam os objetivos da pesquisa da participa o do entrevistado e os termos de 85 consentimento livre e esclarecido e os referentes aos direitos de uso das informa es concedidas A primeira p gina dos roteiros de entrevista para professores e estudantes trata se de breve question rio no qual se objetivou obten o dos dados pessoais e sobre a forma o b sica e forma o complementar As informa es referentes s profiss es foram obtidas por meio de entrevistas subjetivas nas quais tamb m se obteve o relato das trajet rias profissionais e de vida Os instrumentos foram estruturados a partir de grupos de informa es e temas que se pretendiam investigar As quest es formuladas eram em sua maioria compostas isto formadas por uma quest o principal com a qual se pretendia uma explora o preliminar e quest es complementares ou de apoio nos casos por exemplo do entrevistado n o compreender plenamente a quest o ou ainda des
111. as pelos outros entrevistados da rea de constru o O primeiro trabalha em um escrit rio de arquitetura e faz os projetos arquitet nicos em Autocad e o segundo como j apresentado anteriormente acompanha as atividades do mestre de obras Observa se ainda o elevado n mero de trabalhadores sob regime de trabalho prec rio contratados temporariamente Em alguns casos conforme coloca es dos estudantes s o contratados como pessoas jur dicas prestadores de servi os terceirizados empreiteiros Ao final da obra transferem se para outras obras da mesma empresa ou migram para outras empresas E Ed1 Eu fa o uma leitura na obra vejo se t faltando material delego fun es assim pros serventes pros pedreiros pros empreiteiros que agora tamb m tem bastante empreiteiros oito s o da empresa mas tem mais seis que s o empreiteiros subcontratados da empresa sabe Est o prestando servi o l dentro E Ed4 Isso a Eu gerencio os funcion rios e a obra o tempo que ela tem que ser feita e se precisa de mais gente menos gente conferir o servi o dos meus funcion rios n e dos terceiros E Edo T valorizado Agora sou empreiteiro e tenho dez empregados no caso n Fui contratando as pessoas abri uma firma uma pequena empresa tamb m e tamb m agora t trabalhando naquela construtora X uma liga o com eles n X construtora uma construtora que tem em Curitiba Sobre os estudantes do curso de El
112. assavam gradualmente a realizar tarefas mais complexas a tentar resolver problemas mais dif ceis a fazer cada vez melhor mais r pido E Em2 A eu comecei o mec nico vinha mexer e eu dava uma mexida ficava olhando assim Da de vez em quando dava uma pane na m quina l da o cara n o podia vir da eu dizia posso fazer porque eu vi voc fazendo n o pode fazer da ia l ia fazer No come o eu acompanhava da depois eu comecei a ajudar A depois de 6 meses de empresa eu s que mexia na m quina ningu m mais mexia na m quina E Em4 Ah foi prestando aten o Quando eu trabalhava como ajudante eu prestava bastante aten o n Quando eles tavam trabalhando no caso vendo que eles tavam fazendo E pr tica bastante pr tica Na pr tica ali do dia a dia fui aprendendo mais mesmo E Ems Nesse meio tempo eu comecei a acompanhar o pessoal da programa o Tava operando a m quina e tava acompanhando o pessoal da programa o Da eu precisei um per odo trabalhar no 3 turno No terceiro turno n o tinha um programador a eu tinha que estar mais inteirado ainda com a programa o porque se tivesse algum problema um problema com o programa algum problema que precisasse mexer n que eu tinha que conhecer o programa De acordo com Nonaka e Takeuchi 1997 e Villavicencio 1992 tal aprendizado se vincula dimens o t cnica do conhecimento t cito na qual trabalhand
113. ativa A raz o dessa escolha se fundamenta no argumento de Flick 2009 p 21 o objeto de estudo o fator determinante para a escolha de um m todo e n o o contr rio Os objetos n o s o reduzidos a vari veis nicas mas s o estudados em sua complexidade e totalidade em seu contexto di rio Portanto os campos de estudo n o s o situa es artificiais em laborat rio mas as pr ticas e intera es dos sujeitos na vida cotidiana Para esse autor a subjetividade do pesquisador e dos participantes da pesquisa faz parte intr nseca dos processos da pesquisa qualitativa e se torna parte de seus pr prios resultados As reflex es dos pesquisadores sobre suas pr prias atitudes e observa es em campo suas impress es irrita o sentimentos etc tornam se dados em si mesmos constituindo parte da interpreta o FLICK 2009 p 22 Uma vez definida a natureza metodol gica do estudo escolheu se como instrumento para a coleta dos dados a entrevista qualitativa semiestruturada individual realizada com professores e estudantes dos Cursos T cnicos do PROEJA complementada pela obten o de dados de modo objetivo em especial sobre a escolaridade forma o complementar e trajet ria profissional Ap ndices A B e C Segundo Selltiz et al 1967 p 272 a entrevista a t cnica mais adequada para a revela o de informa es sobre assuntos complexos emocionalmente carregados ou para verificar os sentimentos subjacen
114. c nica trabalham em outra rea sabe mas querem migrar pra essa Mas pra quem j trabalha na rea t sempre trocando ideia sempre Olha professor tem isso e isso aplica o disso e disso Da eu j falo l que s vezes o pessoal v m perguntar l da parte de eletromagnetismo solen ide essas coisas Da eu explico sempre que posso eu explico nem que n o envolva a rea que eu t ensinando de imediato assim Mas se tiver conte do da F sica ali dentro eu fa o quest o de explicar Ainda sobre as contribui es dos estudantes mediadas pela posse dos saberes pr ticos chamam aten o as participa es dos estudantes que v o al m de coment rios e perguntas Os professores P Ed1 e P Eml mencionam que alguns estudantes possuem saberes pr ticos t o profundos que em determinados momentos quando estimulados s o capazes de auxiliar os professores e os demais colegas em atividades pr ticas Nas transcri es abaixo s o exemplificadas por eles as formas pelas quais os estudantes assumem um papel ativo no processo de forma o e complementam a teoria que professor possui P Ed1 E eu sou uma pessoa que tive alguma experi ncia em obra claro mas n o tanto Ent o eu deixo muito aberto a isso Olha pessoal eu sei muito a parte t cnica mas a parte de obras eu tenho que deixar eles um pouco mais vontade pra trazer essa experi ncia pra n s porque tem caras que t o ali que trabalham h 30
115. ca es P Ed dois professores do curso t cnico de Eletromec nica P Em um professor de F sica dos cursos de Edifica es e Eletromec nica P Fis O Quadro 2 apresenta as informa es gerais idade e sexo e sobre a escolariza o dos estudantes Quadro 2 Estudantes participantes da pesquisa informa es gerais e sobre a escolaridade Escolariza o Identifica o Sexo Idade Ensino Fundamental 1 4 Ensino Fundamental 5 8 Idade de Local Idade de Local Observa es conclus o conclus o E Ed1 M 26 10 Curitiba PR 16 Campo Mour o Iniciou E M anteriormente E Ed2 M 56 13 S o Carlos do 54 Curitiba Parou de estudar na 7 s rie Iva PR por 33 anos E Ed3 M 42 15 Guadalupe 35 Curitiba Concluiu E M Paraguai E Ed4 M 33 10 Colombo PR 14 Colombo Concluiu E M com 17 anos Colombo E Ed5 M 36 11 Campo 17 Campo Mour o Concluiu E M em Pinhais Mour o PR com 20 anos E Ed6 M 41 11 Icara ma PR 19 Icaraima Iniciou E M anteriormente E Ed7 F 20 10 Imbituva SC 18 Imbituva N o iniciou E M anteriormente E Em1 M 29 10 Campos 14 Mallonquin Par Concluiu 1 e 2 do E M Novos SC aguai no Paraguai E Em2 M 32 10 S o Paulo SP 14 Santa Tereza do Concluiu 1 e 2 do E M Oeste S T do Oeste E Em3 M 29 10 Castro PR 14 Castro Iniciou E M anteriormente E Em4 M 23 12 S o Jos dos 17 Ver Iniciou E M Pinhais PR anteriormente E Em5 M 38 10 Curitiba PR 14 Curitiba Concl
116. ca aplicada digamos assim P Eml n o tinha esse nome Eu sei que era F sica porque eu conhecia j Mas na rea Mas Energia Fen menos dos Transportes era praticamente F sica Agora sei l tem v rios ramos da F sica n P Em2 Especifica de F sica Nesses agora n o tem Na grade anterior acho que tinha F sica aplicada que falava Evidenciam se algumas contradi es nas coloca es apresentadas pelos professores acerca da F sica como uma ci ncia central para as reas de atua o destes profissionais e a F sica como disciplina nos cursos de forma o A professora P Ed1 revela que em seu curso de forma o Tecnologia em Concreto a F sica aplicada rea esteve mais presente na disciplina de Resist ncia dos Materiais que na pr pria disciplina de F sica Aplicada Quanto F sica Aplicada sinaliza ainda que se tratou de uma disciplina superficial focada em uma abordagem de Ensino M dio e desvinculada das necessidades dos profissionais da rea O professor P Em2 relata que em seu curso de forma o Tecnologia em Mec nica Industrial n o teve sequer a disciplina de F sica aplicada e a ci ncia foi lecionada de forma indireta nas disciplinas t cnicas Sobre a forma como a F sica aparece nas disciplinas em que lecionam nos cursos analisados do PROEJA os professores ressaltaram o papel coadjuvante da ci ncia para os demais conte dos P Edl O papel da F sica te mostrar de onde surgiram aqu
117. cadoria est vendendo sua for a de trabalho contratada por um per odo de tempo FRANCO 1989 p 33 A dimens o educativa do trabalho tem validade apenas se fosse ao mesmo tempo uma atividade impulsionada por motivos e necessidades constru das socialmente e direcionada satisfa o de necessidades sociais como finalidade direta dos produtos do trabalho Todavia a rela o que o trabalhador constr i com o trabalho no capitalismo exteriorizada alienada N o se trata de um trabalho para ele mesmo mas um trabalho para o outro e por isso um trabalho estranho a si pr prio A partir do momento que o trabalhador deixa de reconhecer se como participante da produ o social pois seu trabalho perde o car ter de atividade social e reifica se perante o capital o trabalho deixa de ser realiza o pessoal de liberdade e de criatividade e perde sua faceta educativa idem Para a autora a compreens o do trabalho como princ pio educativo pode ser mais aceita ao encarar o trabalho enquanto atividade humana criadora e transformadora de valores de uso isto associado concep o de atividade laboral vista como uma prioridade inalien vel do individuo humano Ainda assim tal defini o n o se faz de forma tranquila idem 30 De acordo com Tumolo 1996 retomando a an lise de Antunes e Franco a discuss o do princ pio educativo do trabalho deve levar em conta a categoria trabalho n o somen
118. caminho fugimos de uma rela o mec nica para levar a an lise da escola e dos processos educativos em geral para a mesma matriz pedag gica que nos guia no reconhecimento do trabalho como princ pio educativo ARROYO 1999 p 28 A li o a ser tomada ao olhar as rela es sociais s quais o trabalhador se depara n o a de definir quais compet ncias e habilidades devem ser dominadas pelo trabalhador no processo de sua forma o mas como constituir este trabalhador em sua totalidade Em outras palavras a quest o n o em que aspectos capacit lo para se tornar mais empreg vel mas que trabalhador a constituir formar ibidem p 29 Por esse motivo as rela es sociais devem ser olhadas como educativas mesmo que para entender que o papel da escola colaborar nesses processos formadores deformadores humanizadores desumanizadores Da a centralidade de outra li o a tirar dessas an lises o aprendizado das rela es sociais aponta para uma pluralidade de dimens es na forma o do ser humano E importante prestar aten o para essas dimens es e entender que n o de agora que o mundo da produ o percebe o trabalhador em sua totalidade na subjetividade na aten o e sensibilidade nos valores na cultura e na diversidade ARROYO 1999 p 29 Nesse mesmo vi s Frigotto Ciavatta e Ramos 2005a ratificam a necess ria constru o de um projeto unit rio de educa o integral dos trabalh
119. capacidades que ao final seriam reaproveitadas no cotidiano de seu trabalho com aumento de produtividade PINTO 2007 p 57 Consequentemente o novo modelo de organiza o do trabalho demandou novas qualifica es de seus profissionais Ao contr rio de trabalhadores r gidos com qualifica es nas atividades mec nicas que privilegiam habilidades como a memoriza o reprodu o e disciplina a flexibiliza o do trabalho agora mais complexo requereu habilidades mais flex veis intelectualizadas inteligentes o pensamento r pido a prontid o bem como o dom nio de conhecimentos mais profundos e interligados aos saberes te ricos Ademais o r pido avan o da matriz tecnol gica incorporada maquinaria industrial e o curto tempo de obsolesc ncia dessa matriz fen meno intensificado na acumula o flex vel 5 Q sistema de Ohno ohnismo ou toyotismo um modo de organiza o de produ o industrial que teve origem na necessidade em que se encontrava o Jap o no p s guerra de produzir pequenas quantidades de in meros produtos Por este motivo o sistema de Ohno foi gradativamente incorporado pelo modo de produ o capitalista tornando se um sistema de produ o global 69 demandou dos trabalhadores um cont nuo processo de atualiza o e forma o Nas palavras de Kuenzer mais do que memoriza o esta nova forma de conceber a compet ncia remete criatividade capacidade comunicativa
120. casa mesmo pra n o vadiar mesmo por que deixar a piazada em casa voc sabe Era s para n o ficar em casa mesmo para n o vadiar Dos 14 ao 17 que houve maior interesse pela fun o assim um interesse de aprender assim mesmo sabe E Ed4 Da inclusive meu vizinho o que me ensinou a trabalhar assim um pouco das coisas ele me ensinou a trabalhar e me ajudou fazendo l em casa um muro alguma coisa E uns dois anos depois ele me pegou e vamos fazer o dele Ele me ensinou a trabalhar me ajudou fazendo l em casa depois ele me pegou pra fazer o dele Com rela o outra categoria a tutoria profissional ocorre em geral quando os trabalhadores s o rec m admitidos ou quando entram em fun es das quais desconhecem e necessitam de um treinamento preliminar Em casos que h um grande n mero de contratados comum as empresas fornecerem treinamentos mais espec ficos em momentos distintos desvinculados da produ o No entanto em empresas menores ou quando s o poucos os contratados esses novatos se tornam afilhados ou como define um dos participantes desta pesquisa sombra de algu m mais experiente E Ed5 No caso eu a bem dizer fico como se fosse uma sombra do mestre de obras Eu fico acompanhado as coordenadas vendo as tarefas as fun es no caso E Ed7 N o o engenheiro teve que sentar do meu lado pra explicar E Ed7 Ent o isso a o engenheiro tem que ajudar porque muito complicado
121. co integrado ao Ensino M dio ao inv s por exemplo de cursos m dios supletivos ou outros cursos profissionalizantes de maior dura o Tr s estudantes mencionaram que a procura pelo PROEJA foi motivada pela necessidade de concluir o Ensino M dio vinculando esse estudo s reas de atua o por m n o vincularam explicitamente os estudos e a certifica o s promo es profissionais E Ed6 Um colega meu tava fazendo o curso de Eletromec nica e falou Olha tem um curso de Edifica es l E eu n o tinha o segundo grau completo Da eu falei eu precisava do segundo grau tamb m estudar Porque eu parei de estudar porque eu comecei a estudar e n o consegui eu n o tive embalo assim porque n o era da minha rea Da s estudar e ir para casa regular n Da eu aproveitei n Isso aqui embalou n voc t estudando alguma coisa que t usando no teu dia a dia e j tem as mat rias junto n muito importante isso 122 E Em2 Ent o o PROEJA O PROEJA foi pela quest o do Ensino M dio n Como faltava ainda n pra mim terminar se eu fosse fazer o Ensino M dio separado n e depois fazer o t cnico Se eu fosse fazer o Ensino M dio seria dois anos pra terminar depois o t cnico seria mais 2 anos Ent o eu j optei por juntar que esse aqui nesses tr s anos eu j consigo fazer os dois n Nota se nas coloca es dos estudantes a import ncia dada por eles pela realiza o
122. creto 2 208 97 e restitui a possibilidade de articula o plena do Ensino M dio com a educa o profissional mediante a oferta do Ensino M dio integrado ao ensino T cnico por outro lado mant m as alternativas anteriores que haviam sido fortalecidas e ampliadas com o decreto 2 208 97 e nos programas apoiados por aquele decreto que expressam a hist rica dualidade estrutural da educa o brasileira Assim o Decreto 5 154 04 traz dentro de si as mesmas contradi es deixando claro que a defini o e condu o da pol tica educacional depender o fundamentalmente da a o das institui es da sociedade civil organizada que tenham compromisso com a constru o e o avan o da democracia social e da capacidade de interlocu o e press o destes com os governos 52 refor ando o que j havia sido colocado por Kuenzer 2000a p 20 GARCIA LIMA FILHO 2004 p 24 25 Para Frigotto a nova legisla o da educa o profissional n o apresenta nenhuma nova concep o pedag gica o que se evid ncia em texto do Parecer n 39 2004 onde se compreende que a educa o profissional t cnica de n vel m dio deva ser oferecida simultaneamente e ao longo do Ensino M dio FRIGOTTO 2005 p 1092 1095 Al m disso n o obstante o decreto reconhe a a forma integrada como um nico curso o faz reafirmando a dicotomiza o do ensino estabelecendo uma concep o educacional de forma o humana geral para a cidadania e outra
123. d2 Tomam consci ncia No momento em que voc traz a novidade pra ele ele resiste Quando voc tem a possibilidade pra fazer isso na pr tica que ele percebe o resultado ele imediatamente muda a pr tica dele na obra E isso acontece muito Acontece muito Uma das coisas que a gente pega bastante a quest o da gua no cimento O pessoal t acostumado bota a massa l e joga um pouco de gua l pra amolecer a massa Isso um erro grav ssimo n porque voc desestrutura totalmente n Quanto aos estudantes de Eletromec nica h o consenso de que os saberes adquiridos na pr tica e os estudados no curso s o complementares E Eml Ent o tem muita coisa que voc v l o funcionamento t funciona assim ent o voc vem aqui ou voc vai projetar algum circuito assim digamos Fica bem mais f cil n fica bem mais aquele funcionamento n I Porque aqui mais did tico E Emil Exatamente aqui mais did tico Da quando voc vai pra rea voc v como que funciona na verdade ent o bem muito bom muito bom I E as coisas casam E Emil Casam E Em4 Tem bastante No caso no meu trabalho eu vejo as partes pr ticas a e no col gio eu vejo a teoria do que eu fa o no meu trabalho no caso I De que rea 130 E Em4 Na parte da eletricidade da n De eletricidade que eu vejo bastante Igual no caso no come o quando eu comecei a trabalhar eu via no caso os caras f
124. da F sica Ent o eu procuro sempre e sempre enfocar o a parte que eles tem contato pra ficar mais interessante o estudo pra eles no caso n e facilitar tamb m pra mim n Da parte de Eletromec nica a parte que eu fa o com eles a parte de resolu o de circuitos que eu n o vejo isso direto em F sica em cursos proped uticos Porque eles t m que ter dom nio bastante ali tamb m na parte de resolu o de circuitos t m que ter Tem que dominar mais a parte de eletrodin mica tamb m Mas tamb m n o pode deixar a parte de mec nica n porque eles fazem a ponte tamb m entre a eletricidade e a mec nica n no curso Bom no curso de Edifica es seria a parte de est tica e an lise de equil brio n de viga Eles aplicam isso a em viga n Pra eles a parte fundamental porque eles tem que saber As aplica es das leis de Newton aplicadas est tica n com a for a resultante nula e a aplica o em outra rea que seria a parte de resist ncia mexer com vigas eles v o trabalhar com vigas com concreto na F sica seria a parte de est tica As coloca es do professor P Fis apontam exatamente para a integra o desses saberes pr ticos e te ricos em especial no que se refere educa o desses trabalhadores estudantes Esses que pela trajet ria de vida na escolha sem op o pela sobreviv ncia foram obrigados a largar do estudo e iniciar no trabalho No sent
125. da fase do Ensino Fundamental com atraso de 2 a 4 anos e os demais terminaram periodizados Sobre a faixa et ria de conclus o das duas fases do ensino fundamental nota se um crescimento na heterogeneidade das idades da primeira para a segunda fase Na primeira fase do Ensino Fundamental da 1 4 s rie a varia o et ria de conclus o de 5 anos entre 10 e 15 anos sendo que dos 13 entrevistados 8 o fizeram com 10 anos moda estat stica idade regular para conclus o dessa etapa Por outro lado na segunda fase a varia o et ria de conclus o da segunda fase do Ensino Fundamental cresce para 30 anos entre 14 e 54 anos sendo que dos 13 seis o fizeram com a idade regular de 14 anos Quanto s cidades onde os participantes conclu ram a primeira fase do Fundamental observa se que cinco estudantes o fizeram em Curitiba ou Regi o Metropolitana Colombo e S o Jos dos Pinhais quatro estudantes em cidades do interior do estado do Paran dois em cidades do estado de Santa Catarina um em S o Paulo e um no Paraguai Al m disto seis estudantes 46 conclu ram a segunda etapa do Ensino Fundamental em uma cidade diferente de onde conclu ram a quarta s rie Sobre a escolariza o dois deles n o iniciaram anteriormente o Ensino M dio a estudante E Ed7 porque conclu ra o Ensino Fundamental no ano anterior e o E Ed2 largou os estudos na s tima s rie porque n o havia escola por perto Sete estudantes j haviam iniciad
126. dantes n o costumam trazer m todos ou jeitos diferentes de solucionar seus problemas na pr tica ao longo de seu relato exemplifica se uma situa o de discord ncia entre a teoria e a pr tica entre a 127 norma t cnica apresentada pelo professor e as solu es concretas tomadas pelo estudante Ademais revela se nessa situa o a hierarquia entre os saberes de um lado a autoridade do argumento te rico o saber do professor de outro a experi ncia do trabalhador o saber do estudante Tendo em vista o forte v nculo entre os conhecimentos da rea da Constru o Civil e os princ pios da F sica da Qu mica j se esperava que fossem mencionados nas entrevistas em especial dos professores como tais rela es s o realizadas e como s o transportadas para o universo do trabalho dos estudantes Essa rela o aparece na fala do professor P Ed2 o qual relatou que um dos papeis do curso de Edifica es inclusive for ar os estudantes a levar para a pr tica as articula es estudadas com a teoria I E eles ligam uma coisa outra P Ed2 Fazem A gente for a eles a fazerem isso A gente for a porque porque a ci ncia que a gente passa pra eles tamb m a ci ncia da pr tica n a ci ncia da F sica aplicada da Qu mica aplicada nas tintas nos solventes nos vedantes nas colas no cimento especificamente na cal E a F sica que aplicada n as alavancas Dois estudantes do curso de Edifica
127. das opera es constantes da tarefa levando os aprendizes a repetirem cada uma ibidem p 68 Quatro anos ap s a cria o do SENAI o governo federal instituiu o Servi o Nacional da Aprendizagem Comercial com a mesma finalidade estrutura e organiza o por m voltado para a forma o comercial e por isso sustentado pela Confedera o Nacional do Com rcio De acordo com Romanelli 1999 ap s a promulga o das Leis Org nicas e a cria o do SENAI e do SENAC intensificou se a polariza o em face segmenta o social da oferta e da procura educacional N o obstante o sistema de ensino oficial oferecesse cursos de forma o variada n o havia tinha condi es de comandar o treinamento adequado e r pido m o de obra necess ria A forma o t cnica proporcionada pelo sistema oficial n o acompanhava o ritmo de desenvolvimento tecnol gico e as transforma es do sistema produtivo poca Por outro lado os servi os de aprendizagem e treinamento r pido ligados ao pr prio setor produtivo acompanhavam tais mudan as e suas respectivas exig ncias educacionais ROMANELLI 1999 p 169 Somada a tais observa es os jovens mais carentes urgentes de capacita o para o trabalho recorriam aos cursos de forma o r pida ocupando rapidamente vagas no setor industrial condizente com sua forma o instrumental reprodutiva e mec nica Por outro lado 45 outros jovens que por quest es em geral li
128. de fato como trabalhadores empreiteiros mec nicos montadores eletricistas pedreiros mestres de obras etc foi objeto deste trabalho Certamente os cursos complementares desempenharam um papel preponderante nessa tarefa mas s o ainda complementados por in meras outras formas de acesso ao saber o aprendizado emp rico a observa o dos trabalhos realizados pelos mais velhos a iniciativa pr pria a necessidade de perguntar e questionar o aprendizado com os mais antigos tutores ou padrinhos e as explica es das empresas fabricantes ou fornecedoras de materiais dentre outras Foi poss vel se constatar que de modo geral a constru o do trabalhador compreende um processo lento cont nuo e gradativo N o existe o mestre de obra que um dia n o tenha sido pedreiro o pedreiro que um dia n o tenha sido servente o supervisor que n o tenha sido operador o operador que um dia n o foi auxiliar Tais considera es permitem concluir que a constru o destes trabalhadores isto o aprender ser empreiteiro mec nico montador eletricista pedreiros mestre de obra est diretamente relacionado com o desenvolvimento de habilidades t citas adquiridas por meio de in meras formas que ocorre gradativamente ao longo da trajet ria profissional Essas observa es permitiram fortalecer a compreens o de que o trabalho e continua sendo uma categoria central na vida do ser humano e que como consequ ncia possui um pa
129. de ser compreendido em seu mais amplo e gen rico sentido produtor de valores de uso isto por meio do trabalho objetos naturais s o transformados em objetos teis ao ser social Com o surgimento das sociedades os homens desenvolvem paralelamente s rela es com a natureza rela es com outros homens tendo em vista a produ o de valores de uso Surge neste momento mediado pelo trabalho e dom nio sobre a natureza a pr xis social interativa cujo objetivo convencer outros seres sociais a realizar determinado ato teleol gico A segunda forma da posi o teleol gica da esfera interativa visa atuar teleologicamente sobre outros seres sociais o que j apareceu em est gios societais bastante rudimentares de que foi exemplo a pr tica da ca a no per odo paleol tico Idem ibidem Nessas formas da pr xis social a posi o teleol gica n o mais dada pela rela o direta com a natureza mas atua e interage junto com os outros seres sociais visando a realiza o de determinadas posi es teleol gicas ANTUNES 1999 p 139 Desse modo o trabalho se configura como uma a o social um co labor que depende da coopera o de v rias pessoas que conforme Luk cs pode ser produtor de valores de uso coletivo ou mais tardiamente valores de troca Configura se como protoforma da pr xis social como uma categoria de media o de inter rela o entre os seres sociais como a pr pria linguagem e a soci
130. disto um dos professores j trabalhara como vendedor de fichas em uma loja de fliperamas no in cio de sua carreira profissional Esses movimentos s o t picos destes trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho e recorrentemente transitam por diversas reas profiss es fun es Contudo a experi ncia a realiza o de cursos na rea a especializa o e o aprendizado de tarefas mais valorizadas pelo mercado de trabalho s o fatores apontados pelos entrevistados que com o tempo contribuem para a fixa o em um setor uma empresa uma fun o Atingem a estabilidade n o somente financeira mas sobretudo 106 profissional pessoal Consolidam se enquanto trabalhadores da rea satisfazem se enquanto pessoas E Ed4 Estou h 12 anos nessa empreiteira a Onde eu t trabalhando agora dif cil eu sair Porque a minha fun o eu que fa o eu que cuido de obra que cuido de funcion rio de uma por o de coisa Ainda sobre as trajet rias profissionais dos estudantes percebe se que al m de serem promovidos em suas reas alcan ando periodicamente fun es de maior responsabilidades e valor quase todos sofreram em algum momento de suas carreiras uma mudan a radical da rea de trabalho Essa rela o pode ser melhor constatada na Tabela 5 a seguir na qual se apresentam tr s profiss es de cada um dos entrevistados a primeira uma intermedi ria e a ltima Quadro 4 Trajet ria profissiona
131. do estudante com os processos e m todos cient ficos da pesquisa e do trabalho uma vez que a f brica e a ind stria podem ser compreendidas pedagogicamente como um exemplo concreto onde se aprendem os demais aspectos da vida Desse modo a f brica n o vista pela escola apenas como um objeto de estudo objeto de ilustra o para cada curso A f brica uma ampla porta para a vida atrav s desta porta para a vida ela introduz se na escola de forma organizada re nem se todos os seus aspectos positivos e que elevam o desenvolvimento das crian as A f brica tamb m um meio de forma o pol tica e de fortalecimento da vis o de mundo marxista das crian as Portanto a significa o principal da f brica est em que ela um princ pio organizador da vida das crian as impulsionador dos seus interesses ele deve unir as crian as e desenvolver nelas a vontade coletiva organiz las PISTRAK 2009 p 141 O v nculo estabelecido pela Escola Comuna com a f brica objetiva dar ao aluno h bitos e habilidades necess rios para que participe ativamente e conscientemente dos diversos segmentos 4 Tamb m denominados de complexos organiza o do programa de ensino segundo os complexos o qual Pistrak 2000 p 36 apresenta como a complexidade concreta dos fen menos tomada da realidade e unificados ao redor de um determinado tema ou ideia central 38 da sociedade e da constru o de uma nova organiza o
132. do pela rela o dos educandos com o mundo e deles com seus pr prios educadores o conte do program tico para a a o que de ambos n o possa ser de exclusiva elei o daqueles mas deles e do povo ibidem p 101 Com isso n o s o os homens somente que se pretende conhecer mas o pensamento linguagem que os constituem ontologicamente e como por meio deste percebem e se comunicam com a realidade onde est o contidos as palavras e os temas geradores pr prios FREIRE 2007 p 101 Retomando os fundamentos ontol gicos Freire 2007 localiza os temas geradores da a o pedag gica no universo das situa es limites e atos limites os temas se encontram em ltima an lise de um lado envolvidos e de outro envolvendo as situa es limites 299 enquanto tarefas que eles implicam quando cumpridas constituem os atos limites ibidem p 108 Em um primeiro momento as situa es limites se apresentam aos homens enquanto elemento inquestion vel do real determinantes hist ricas esmagadoras em face das quais n o 13 N o o di logo de A para B ou de A sobre B mas de A com B mediatizados pelo mundo Freire 2007 p 97 14 Palavras geradoras s o aquelas que decompostas em seus elementos sil bicos propiciam pela combina o desses elementos a cria o de novas palavras FREIRE 2011 p 146 9 Freire busca na an lise de lvaro Vieira Pinto o
133. do trabalho alienado estranhado Logo o trabalho no contexto da produ o capitalista e sua imediata degrada o moral e f sica mesmo que negativo n o deixa de ser encarado pelo autor como possibilidade de forma o educa o do ser potencialmente revolucion rio ibidem p 3 Com rela o s concep es apresentadas a respeito do trabalho enquanto princ pio educativo e mais propriamente s discuss es levantadas a respeito de sua validade necess rio frisar que a concep o que baliza este trabalho corrobora as afirma es de Frigotto isto a vis o de que o trabalho se torna princ pio educativo na base material das rela es de produ o independente do modo pelo qual efetuado Busca se portanto em Marx 1996 o entendimento de que o trabalho base da superestrutura social e por isso essa categoria presente nas 32 dimens es educativas da estrutura social seja no modo de produ o capitalista que o explora em favor do capital ou em outros modelos produtivos 2 3 3 O trabalho enquanto princ pio educativo e base de projetos pedag gicos De acordo com Arroyo 1999 n o o produto do trabalho em si mas o processo material e social de sua realiza o que conforma o indiv duo e portanto n o o conhecimento formal mas o processo de seu desenvolvimento e as rela es sociais que est o por tr s desse desenvolvimento que devem se constituir como fonte da forma o escolar Assim por este
134. dos por cores Diferentes alarmes conduzem a diferentes a es dos operadores Em determinadas situa es os operadores resolviam o problema remotamente por comandos nos pain is de controle Em outras ao se perceberem impossibilitados de intervirem no defeito acionavam um grupo de t cnicos que se deslocava at o local do problema para fazer os devidos reparos ibidem p 186 187 De acordo com o autor a interpreta o do operador ao se deparar com um tipo de problema bem como o tempo gasto para tomada de decis es e o tipo de decis es tomadas refletem a presen a de qualifica es t citas adquiridas somente com a experi ncia no trabalho segundo os operadores a experi ncia ensina que n o deve haver precipita o pois pode se com isso acionar indevidamente t cnicos e recursos mas ao mesmo tempo n o deve haver demora excessiva pois um pequeno problema pass vel de solu o pode assumir propor es de dif cil contorno Percebendo aqui o espa o espec fico das qualifica es t citas procuramos investigar como os operadores chegam a esse tempo exato isto decis o de acionar os t cnicos de campo ou n o e quando BIANCHETTI 2008 p 187 Conclus es semelhantes s de Bianchetti foram alcan adas por Reis 2005 em um trabalho de mesma natureza com engenheiros e operadores de uma planta de refino da Refinaria Get lio Vargas cujo sistema de tecnologia anal gica foi reestruturado e substitu do pelo sistema
135. dos por um dos entrevistados s o mencionados nestes cursos de modo superficial e somente quando necess rio E Em1 Quando eu entrei l n eles te d o uma explica o b sica de como funciona Mas a maioria de coisas mais espec ficas assim eles v o dando nos cursos ele explica D tipo passa os slides assim e vai mostrando casos que j aconteceram de m quinas que deram problemas espec ficos nessa rea n Da eles vem assim e explicam mais ou menos como voc pode solucionar algum problema ali voc pode solucionar algum problema ali Em duas entrevistas foi abordado o processo de certifica o ISO 9001 com o qual no entendimento dos estudantes puderam compreender melhor as etapas e as normas de seus trabalhos Ademais um dos estudantes ainda mencionou a constitui o da Comiss o Interna de Preven o a Acidentes CIPA com a qual p de ter uma vis o mais completa dos processos produtivos e dos trabalhos realizados na empresa Particularmente no campo da Constru o Civil alguns entrevistados ressaltaram a import ncia das explica es concedidas pelas empresas fabricantes ou fornecedoras dos materiais usados em obra Tais materiais passam por transforma es e inova es frequentes tornam se mais pr ticos mais eficientes e consequentemente mudam os m todos de utiliza o E Ed4 no caso eles fornecem a laje e eles te explicam assim assado ferro tanto n
136. dura o principalmente em algumas Escolas T cnicas Federais Tais cursos deveriam ter curr culos diferentes daqueles de longa dura o para desinteressar a continuidade da forma o em cursos superiores com isso alterou se a estrat gia da defesa do Ensino Superior diante do avan o da massa de candidatos CUNHA 2005 p 207 Essa expans o de oferta de ensino nas escolas t cnicas federais culminou na cria o dos Centros Federais de Educa o Tecnol gica Lei n 6545 1978 e a transforma o de algumas dessas escolas Paran Rio de Janeiro e de Minas Gerais em CEFETSs com os seguintes objetivos integra o do ensino t cnico de 2 grau aos cursos superiores nfase na forma o especializada levando em conta as tend ncias do mercado de trabalho forma o de professores para disciplinas t cnicas do 2 grau realiza o de pesquisas aplicadas e presta es de servi os etc CUNHA 2005 p 207 No mbito educacional em especial na educa o profissional e para o trabalhador n o houve grandes mudan as na d cada de 1980 Quanto nova constitui o de 1988 garantiu se a gradativa expans o da obrigatoriedade e gratuidade do ensino de 2 grau alicer ado de acordo com o artigo 205 em uma tr plice dimens o formativa humana desenvolvimento da pessoa preparo para o exerc cio da cidadania e qualifica o para o trabalho KUENZER 1997b p 26 A d cada de 1990 por sua vez caracterizou se po
137. duz a crise do trabalho em geral e da a perda de sentido do trabalho enquanto categoria sociol gica para explicar as rela es sociais FRIGOTTO 2003 p 121 Partindo de um referencial sociol gico Antunes 2003 apresenta suas teses com a finalidade de desconstruir o discurso da perda da centralidade da categoria trabalho Para o autor a problem tica central daqueles que defendem a tese da crise do trabalho reside na constata o emp rica da perda da centralidade do trabalho abstrato na sociedade atual e na respectiva generaliza o desse como categoria sociol gica geral quando se fala da crise da sociedade do trabalho absolutamente necess rio qualificar de que dimens o se est tratando se uma crise do trabalho abstrato ou se trata da crise do trabalho tamb m em sua dimens o concreta enquanto elemento estruturante do interc mbio social entre os homens e a natureza ANTUNES 2003 p 85 grifos do autor Tendo em vista a distin o entre o trabalho concreto e abstrato e compreendendo o papel central do trabalho assalariado reificado na sociedade p s moderna Antunes afirma trata se de uma crise do trabalho abstrato cuja supera o tem na classe trabalhadora mesmo fragmentada heterogeneizada e complexificada o seu polo central Por outro lado o trabalho concreto criador de coisas teis transformador do pr prio ser humano indispens vel sua exist ncia e portanto pouco fact vel
138. e porque na verdade voc quer ensinar como que se monta o circuito pneum tico como que se faz a leitura do circuito pneum tico e como que faz ele funcionar ou vice versa Se voc tem ele em funcionamento e ele t com problema como que voc vai achar esse problema Porque em um semestre de curso que ainda divide com hidr ulica e eletropneum tica n o d A professora P Ed1 ressalta a import ncia da l gica dedutiva base do desenvolvimento te rico da F sica e da Matem tica disciplina de instala es prediais Aponta ainda que a F sica possui o papel de definir e de mostrar de onde surgem as grandezas como press o vaz o temperatura utilizadas na determina o das propriedades das instala es hidr ulicas De modo complementar o professor P Ed2 relaciona assuntos e grandezas da F sica estudados tamb m em cursos de n vel m dio aos projetos estruturais e teoria das estruturas Quanto ao curso de Eletromec nica observa se nas falas do professor P Eml ao abordar a rela o dos assuntos de termodin mica aos conte dos das disciplinas que leciona que os conte dos da F sica s o tratados com um objetivo introdut rio O objetivo principal afirma o ensino dos conte dos e assuntos t cnicos relacionados s suas disciplinas Aspectos te ricos da F sica que tangencia esses conte dos s o trabalhados rapidamente sobretudo pelo tempo restrito e pelo vasto conte do Nota se ent o que
139. e classes sociais carentes tendo nfase na alfabetiza o e conscientiza o pol tica com destaque ao m todo de Paulo Freire FRANCO e SAUERBORNN 1984 p 125 126 Com rela o forma o profissional ocorre a partir da segunda metade desta d cada a expans o dos programas de treinamento e capacita o para o trabalho objetivando aumentar a oferta de m o de obra qualificada aos novos postos de trabalho do setor industrial No in cio da d cada seguinte em 1971 foi aprovada a lei de Diretrizes e Bases do Ensino de 1 e 2 graus do governo militar Lei n 5 692 de 11 de agosto Conforme Cunha 2005 essa reforma caracterizou se basicamente pela amplia o da escolaridade obrigat ria de no m nimo oito s ries de ensino de 1 grau que combinou o antigo prim rio e o primeiro ciclo do secund rio perman ncia do segundo ciclo do secund rio com tr s anos ou quatro se realizado est gio agora 2 grau adequa o excepcional de escolaridade inferior a oito anos em casos de car ncia de recursos do Estado ou quando necess ria a introdu o precoce de alunos no mercado de trabalho reestrutura o curricular do ensino de 1 grau exclusividade de conte dos gerais nos quatro primeiros anos e conte dos vocacionais nos quatro ltimos com a finalidade de sondar as aptid es para o trabalho nova concep o de ensino supletivo de car ter de supl ncia de escolariza o regular e suprimento de conhecimentos e
140. e a forma o acad mica 2 grupo Ap s realizar se o levantamento das disciplinas ofertadas e os respectivos cursos buscou se no 3 grupo com as quest es 5 6 e 7 compreender a metodologia utilizada pelo professor a estrutura de conte dos e as articula es efetuadas com outras disciplinas e com a pr pria F sica As aproxima es dos conhecimentos formais estudados na s disciplina s oferecida s pelo professor com os conhecimentos pr ticos adquiridos nas pr ticas de trabalho dos estudantes bem como as contribui es desses saberes nessa etapa de qualifica o e forma o t cnica foram investigados no 4 e ltimo grupo deste roteiro que compreende da 8 13 quest es Buscou se por fim com a entrevista realizada com o professor de F sica Ap ndice C compreender como os conhecimentos dessa disciplina subsidiam as pr ticas profissionais dos estudantes e os conte dos das demais disciplinas t cnicas e ainda como as experi ncias trazidas pelos estudantes contribuem com as aulas de F sica Procurou se tamb m compreender a import ncia da F sica para os trabalhadores nas reas profissionais dos cursos oferecidos pela institui o Ap s o levantamento das experi ncias profissionais do professor de F sica 1 grupo de an lise e das disciplinas e cursos para os quais ministra aulas nas institui es entrou se no campo das metodologias adotadas pelo professor bem como nas especificidades metodol gic
141. e ao pesquisador entrar em contato com os professores das disciplinas escolhidas para solicitar permiss o para aus ncia do estudante em uma aula Como ainda assim n o houve n mero suficiente de participantes nessa turma pois os demais estudantes n o trabalhavam na rea buscou se a participa o de outros alunos mediante apresenta o da pesquisa e convite no in cio das aulas em turmas do 5 e 6 semestre de Eletromec nica Nesses casos os estudantes que aceitaram participar da pesquisa se ausentaram imediatamente da aula com consentimento do professor para conceder a entrevista As entrevistas com os alunos de Edifica es ocorreram durante as aulas de um dos professores participantes da pesquisa que permitiu o pesquisador retirar de sala de aula um aluno por vez No in cio das aulas desse professor um dos alunos seguindo a ordem previamente estabelecida acompanhava o pesquisador para a uma sala desocupada Assim que a entrevista finalizasse o estudante tinha permiss o para retornar sala de aula e outro aluno na sequ ncia do agendamento poderia se retirar para ser entrevistado 89 4 4 Os participantes da pesquisa trabalhadores estudantes e professores Tendo se encerradas as pesquisas de campo obteve se um total de 18 entrevistas distribu das em 5 grupos sete estudantes do curso t cnico de Edifica es E Ed seis estudantes do curso t cnico de Eletromec nica E Em dois professores do curso t cnico de Edifi
142. e atribu da ao dom nio e uso da norma culta a variante padr o da L ngua Portuguesa 39 66 Tr s estudantes apresentam que falar e escrever corretamente saber dialogar e interpretar os textos preencher formul rios e quantitativos essencial em suas profiss es por mais que sejam substancialmente manuais E Ed4 Acho se for bem feito Portugu s n Portugu s devido ao conhecimento do Portugu s n que eu acho que importante n Dialogar e trabalhar e falar com outras pessoas escrever bem at pra poder consultar alguma coisa pra poder na quest o do Portugu s voc como que se diz ler e interpretar bem E Ed6 Hoje em dia t sendo importante at o Portugu s para voc preencher fazer um quantitativo n fazer um quantitativo bem descrito n pra passar pro cliente At isso t sendo importante E Em2 Portugu s porque ela te d uma no o de voc falar correto De voc escrever correto de voc ter uma no o de produzir um texto entendeu Se voc for fazer um teste numa empresa pra voc poder fazer a reda o pra voc tiver uma boa caligrafia e um bom desempenho saber colocar as palavras na ordem certa correta e passar pra quem t lendo aquilo que voc t escrevendo ali e ele entender aquilo ali Os estudantes mencionaram tamb m a Matem tica como outra disciplina escolar que exerce grande import ncia em suas profiss es Apresentaram conte do
143. e avan ar na articula o entre a teoria e a pr tica quando n o de disp e de tempo m nimo para isso REIS 2005 p 31 N o obstante se tenha identificado a relev ncia dos conhecimentos t citos adquiridos pelos trabalhadores por meio experi ncia o autor ratifica a import ncia da aproxima o da capacita o dos operadores capacita o dos pr prios engenheiros conferindo a esses ltimos maior responsabilidade da forma o do trabalhador Nas palavras do autor o conhecimento t cito ainda um importante elemento da qualifica o dos operadores Contudo preciso entender que essa forma de conhecimento apesar de ser imprescind vel n o pode ser considerada a mais importante ibidem p 92 Para Kuenzer Abreu e Gomes 2007 confirmando as conclus es de Reis os saberes que s o adquiridos na pr tica embora de grande relev ncia para a qualifica o integral do 78 trabalhador n o garantem o aprendizado dos saberes de base cientifica Por si s a pr tica n o suficiente para que o trabalhador deixe de ser um mero apertador de bot es um operador mec nico dos sistemas automatizados e passe a intervir de fato no ambiente produtivo necess rio que os processos pedag gicos sejam os mediadores da articula o entre estes saberes p 469 471 Entretanto os autores v o al m nas an lises das rela es entre trabalho conhecimento e educa o e objetivando a implementa o de programas educ
144. e educadores incorporando os ac mulos advindos das diversas experi ncias formativas trazidas individualmente pelos diferentes sujeitos educadores ibidem p 44 Visando apreender a media o da categoria trabalho como fundamento de uma educa o polit cnica Frigotto 1987 afirma que nas rela es sociais de produ o o oper rio produtor de um conhecimento particular pr prio um saber que intr nseco ao trabalhador e que determina sua consci ncia de realidade e classe Tal saber n o se faz suficiente para sua reprodu o individual nas rela es adversas que s o remontadas na sociedade capitalista e por esse motivo que essa classe carece e necessita da escola e do saber escolar Mas certamente o saber o conhecimento que a classe trabalhadora busca na escola n o coincide necessariamente com o saber historicamente acumulado sob a hegemonia da burguesia FRIGOTTO 1987 p 19 20 Para Frigotto Ciavatta e Ramos 2005a p 31 o trabalho prec rio duro e bra al realidade cotidiana de jovens e adultos para os quais a escolaridade foi negada nessa realidade pela experi ncia pela tradi o pelas necessidades e dificuldades concretas que o conhecimento se reproduz e apropriado fornecendo ao educador e escola ricos elementos que servem de ponto de partida para a constru o e amplia o desse saber Nesse sentido Farias 1994 constata em sua pesquisa os aspectos educativos da experi nci
145. e produ o taylorista fordista e toyotista Afirmam que neste ltimo modo h uma busca pela explicita o e formaliza o dos saberes t citos adquiridos cotidianamente uma busca na tentativa de racionalizar os fluxos de aprendizado e o uso do estoque de conhecimento aumentando a taxa de codifica o transfer ncia e uso repetitivo do mesmo conhecimento por todo o mundo A respeito desses saberes geridos no universo da produ o Bianchetti 1997 ressalta duas estrat gias ao est mulo e apropria o do conhecimento t cito pertencente ao trabalhador Primeiramente ou autor reconhece a relev ncia dos conhecimentos que s o produzidos pelos trabalhadores estimulando os por meio de incentivos variados participa o na inova o de produtos ou processos A esse respeito Aranha 1997 pondera que tal sistema traz tona as gest es participativas que buscam cooptar o trabalhador dando lhes uma maior import ncia nas tomadas de decis es ou incentivando os participa o volunt ria um potente elemento de aprimoramento da produ o saindo da clandestinidade taylorista para a aparente democracia 70 da integra o p 23 grifos da autora Outro exemplo refere se s premia es oferecidas aos trabalhadores que fazem sugest es de melhorias Tratam se em geral de retribui es m nimas como produtos de baixo valor quase sempre produzidos pela pr pria empresa almo os men es honrosas em
146. e social e educacional aligeiramento da forma o alta evas o etc 54 Derivados desses programas surgiram nos anos seguintes diversos outros projetos de inclus o social e profissional dos jovens Cons rcios Sociais da Juventude Empreendedorismo Juvenil Soldado Cidad o Juventude Cidad Jovem Empreendedor etc De modo geral tais projetos contaram com forma o de 600 horas totais de dura o das quais 300 destinam se forma o de 50 a 100 horas para a es volunt rias e o restante s atividades nas entidades conveniadas e os participantes recebiam remunera o de R 120 00 a R 150 00 ibidem p 895 898 Somada as estrat gias do PNPE foi criado em 2005 o Programa Nacional de Inclus o de Jovens Educa o Qualifica o e A o Comunit ria PROJOVEM Visando o aumento da escolaridade a partir da conclus o do ensino fundamental integrado qualifica o profissional e a o comunit ria o programa com dura o m xima de 12 meses e auxilio de custos de 100 00 reais por aluno destinou se a jovens entre 18 e 24 anos sem v nculos empregat cios com escolaridade at a 4 s rie do 1 grau e cuja trajet ria sinalizasse as discrimina es racial tnica de g nero de categoria social ou de religi o ibidem p 894 Na sequ ncia em 2006 foi criado pelo Decreto 5840 2006 o Programa de Integra o da Educa o Profissional com a Educa o B sica na Modalidade de
147. e um curso para outro eliminando se a diferencia o quanto aos exames de aprova o para os diferentes cursos Ademais as Escolas T cnicas Federais as Agrot cnicas o SENAI e o SENAC poderiam oferecer seus cursos de modo regular equivalendo se aos cursos de n vel fundamental 1 grau e m dio 2 graus de tal forma que aqueles cursos poderiam ent o permitir acesso ao ensino superior KUENZER 1997b p 15 Sob esse aspecto ainda analisa Kuenzer ocorre uma diferencia o no princ pio educativo que passa a combinar um projeto humanista e cl ssico com outras alternativas equivalentes profissionalizantes Todavia sinaliza a autora essa diferencia o 2 n o altera a ess ncia do princ pio educativo tradicional que a exist ncia de dois projetos pedag gicos distintos que atendem s necessidades distintas pela divis o t cnica e social do trabalho de formar trabalhadores instrumentais e trabalhadores intelectuais atrav s de sistemas distintos KUENZER 1997b p 15 No ano de 1962 foi criado o Gin sio Moderno orientado para a educa o e trabalho sucedido no ano seguinte ao Gin sio Orientado para o Trabalho GOT que serviu como 46 projeto experimental para planos subsequentes como o PREMEM Programa de Expans o e Melhoria do Ensino e para a pr pria reforma de 1971 Ainda neste in cio de d cada surgiram os movimentos de educa o popular voltados para a forma o prioritariamente de adultos d
148. ed S o Paulo Xam v 1 p 13 42 1999 Imagens quebradas trajet rias e tempos de alunos e mestres 4 ed Petr polis Vozes 2007 BARDIN Laurence An lise de conte do Lisboa Edi es 70 2010 BIANCHETTI L As novas tecnologias e o devassamento do espa o tempo do saber t cito dos trabalhadores In Bernardete W Aued Org Educa o para o des emprego Ou quando estar liberto da necessidade de emprego um tormento 1 ed Petr polis Vozes v 1 p 133 149 1999 Da chave de fenda ao laptpot Tecnologia digital e novas qualifica es desafios educa o 2 ed Florian polis Editora da UFSC 2008 BRASIL Minist rio da Educa o Documento Base Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional com a educa o B sica na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA 2 ed Bras lia SETEC 2006 Minist rio da Educa o Documento Base Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional com a educa o B sica na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA 3 ed Bras lia SETEC 2007 BURNIER Suzana et al Hist rias de vida de professores o caso da educa o profissional Revista Brasileira de Educa o Campinas v 12 n 35 p 343 358 ago 2007 CHAGAS Milene M A dissemina o do conhecimento tecnol gico e a aquisi o de novos conhecimentos por parte dos trabalhadores de uma ind stria reestruturada produtivamente um estudo de caso
149. egativo tanto escora tanto O cara vai fazer uma base l vai tanto de saibro tanto de material de outro material tipo de tubo quantidade se vai argamassa se vai passar peso se n o vai que carga que vai passar em cima E Ed6 isso a voc tem que estar no mercado n vendo nas lojas de materiais de constru es s vezes eles passam folhetos s vezes eles informam dos materiais que est o evoluindo e passam os folhetos explicativos pra voc manual a forma ou a cer mica Segundo tr s entrevistados h uma forma de aprendizado e de transfer ncia dos conhecimentos durante o exerc cio do trabalho que ocorre quase que naturalmente Os saberes das profiss es s o passados de funcion rio para funcion rios as ideias os aprendizados e os estilos v o sendo somados E Ed4 que a gente vai somando as ideias n Por exemplo tem mestre de obra l que n s temos um empregado na obra que tem 30 anos de experi ncia em obra muito mais que eu Ent o vai aprendendo n vai somando o que um fala o que o outro fala e isso e aquilo Ent o v rios tipos de trabalho e voc vai somando o aprendizado de cada um E Ed6 Quem trabalha na Constru o Civil vamos supor voc vai aprendendo normalmente voc vai aprendendo fazendo n Voc come a a trabalhar na coisa e j 112 aprende Vamos supor tem muitas partes vamos supor o pr prio pedreiro quando voc contrata s vezes e
150. eias iniciais de tal forma que seja estabelecido um esquema b sico que servir de plano de an lise Cabe na pr an lise a escolha dos documentos analisados das formula es das hip teses e dos respectivos objetivos e da elabora o de indicadores que baseiem a interpreta o final dos resultados Um dos procedimentos padr es desenvolvidos na pr an lise aplicado nos materiais obtidos da pesquisa foi a leitura flutuante na qual estabeleceu se um primeiro contato com os 94 documentos e demais materiais conhecendo preliminarmente os textos e deixando se invadir pelas primeiras impress es BARDIN 2010 p 121 e 122 A explora o dos materiais de an lise consiste na etapa mais longa e fastidiosa da an lise de conte do consistindo se na etapa de codifica o decomposi o ou enumera o dos resultados obtidos Por fim o tratamento das informa es obtidas constitui a ltima etapa da an lise de conte do Dessa etapa fazem parte a s ntese e a sele o dos resultados as interpreta es e infer ncias que podem constituir referencial para novas an lises Especialmente relacionada s duas ltimas etapas acima descritas a categoriza o um importante conceito para a an lise de conte dos Conforme Bardin 2010 a categoriza o a opera o de classifica o dos elementos que constituem um conjunto diferenciado a partir de crit rios previamente definidos As categorias podem ser compreendidas como class
151. elas grandezas entendeu Da onde que voc tava calculando aquela for a da onde que surgiu aquela f rmula em que momento ela saiu A gente come a mostrando um pouco de unidades pra eles Qual a unidade pra calcular volume Porque voc utiliza isso o que vaz o porque voc tem que utilizar uma coluna de gua A gente volta um pouquinho nesse sentido Aquela transforma o de unidades n que a gente tem que rever com eles P Ed2 O projeto estrutural vai tratar da teoria das estruturas que s o utilizadas na Constru o Civil Ent o a estabilidade das estruturas estabilidade as liga es entre os elementos estruturais a parte da est tica n equa es de est tica pra c lculo de rea o de apoio flex o c lculo das tens es internas Eles j fazem isso na resist ncia dos materiais 140 I E que parte da F sica que entra a basicamente P Ed2 As quest es da est tica e a parte de tens o e deforma o Compress o tra o flex o tor o momento fletor essa parte que diagrama de Hooke n a gente tem Trabalha com eles tamb m a dilata o t rmica n por causa dos v os a ruptura n P Eml A trabalha essa parte de termodin mica de condu o do calor por convec o radia o e termodin mica em si Toda essa parte de transforma o adiab tica Essa parte da F sica mesmo s pra voc dar uma introdu o pra voc dizer olha exist
152. elo n o trabalho recolocar o os sentidos da escola e de estudo Do trabalho para a escola fazendo o percurso inverso ao feito ainda adolescentes da escola sobreviv ncia Esse n o o caminho normal da escolariza o brasileira o caminho invertido pelo qual milhares de jovens adultos depois de anos de err ncia tentar o o caminho inverso do trabalho da experi ncia afetiva da experi ncia dos filhos para a escola noturna ARROYO 2007 p 106 Com rela o ao exerc cio do trabalho os relatos dos estudantes trabalhadores convergiram para alguns pontos comuns Pode se perceber que os novos padr es de trabalho redefinidos a partir da d cada de 1970 est o presentes em maior ou menor intensidade nas suas pr ticas profissionais No caso dos trabalhadores da Constru o Civil evidenciam se os v nculos empregat cios ou a falta deles entre os profissionais e as construtoras Os trabalhadores deixam de ser empregados e passam a ser contratados pelas construtoras como prestadores de servi os Tornam se profissionais liberais empreiteiros absorvidos pelo setor da Constru o Civil por contratos tempor rios sem direitos trabalhistas caracterizando o trabalho precarizado Quanto aos trabalhadores da produ o industrial chamou se aten o flexibiliza o das jornadas de trabalho e das metas de produ o Alguns estudantes trabalhadores mencionaram a necessidade de realiza o de turnos adicionais
153. em pouco valor como moeda de troca O saber valorizado o da escola o acad mico O valor do saber pr tico outro Esse o ponto de partida desta pesquisa Como professor de F sica e Qu mica de uma escola para Jovens e Adultos EJA pude observar que esses conhecimentos conquistados pelos trabalhadores em suas experi ncias pr ticas em suas profiss es trabalhos s o absolutamente ricos para suas forma es O saber pr tico muitas vezes dialoga de perto com o saber escolar por mais que pare a prescind vel a algumas fun es exercidas O cabeleireiro que cotidianamente mistura produtos cidos e b sicos sem saber como as subst ncias se neutralizavam passa a conhecer a rela o das propor es dos produtos utilizados com o balanceamento de equa es qu micas O microempres rio instalador de ar condicionado industrial explica os processos de troca de calor os conceitos de press o e vaz o ao compreender os conceitos de termologia com que trabalha Esses adultos compreenderam que o conhecimento que lhes foi apresentado est vinculado s suas pr ticas di rias por isso que n o podem encar lo como algo elitizado e inating vel Devem e podem acess los em especial a partir da a o dial gica entre estes saberes Ministrar aulas para esses adultos alguns j senhores e senhoras s vezes tementes F sica Qu mica aos c lculos aos n meros mostrou me que t o importante quanto ensin los o que sei foi a
154. emasiado do trabalhador o que tamb m foi mencionado por Santos 1997 Poucas vezes as alternativas e sugest es que apresentam em contrapartida s o aceitas na maioria das vezes os trabalhadores devem apenas acatar as ordens Kuenzer 2002 p 91 identifica em suas pesquisas situa es semelhantes nem sempre o processo funciona quando isso ocorre os supervisores todos profundamente conhecedores dos trabalhos de suas respectivas reas com ou sem interfer ncia dos montadores apresentam sugest es aos engenheiros para modifica o dos processos Essas sugest es nem sempre s o aceitas 119 Como consequ ncia analisa a autora 50 dos problemas nos processos produtivos s o ocasionados por falhas de desenhos de engenharia e demoram a ser solucionados As falas de dois estudantes entrevistados corroboram a autora E Emtl Os engenheiros que trabalham l os engenheiros que trabalham em rea eles n o s o muito de ter aquela interpreta o com o pessoal sabe Eles s o mais focados em cima daquilo que eles sabem entendeu Eles acham tipo assim eles entendem muito de parte te rica A parte te rica pra eles muito vis vel n Mas assim na parte pr tica bem mais complicado sabe Se ele acha que isso tem que funcionar assim tem que ser assim s vezes tamb m n o bem assim s vezes voc tem que ter alguma coisa ali I Acontece muito disso E Emil Acontece muito disso I E voc tem que argume
155. encosta no limitador ou n o O trabalho dos programadores CNC melhor descrito pelo estudante E Em5 mesmo tendo sa do desta fun o e fazendo parte de trabalhos administrativos Segundo ele a programa o de m quinas CNC contempla uma s rie de reas distintas diferenciadas pela especificidade do setor produtivo e pela fun o de opera o da m quina Nos exemplos citados pelo estudante as m quinas de programa o CNC voltadas para a rea de usinagem demandam conhecimentos e rotinas completamente diferentes das m quinas voltadas para a rea de corte de tal modo que programadores da primeira rea s o incapazes de operar m quinas da segunda Nesse sentido o estudante compara as duas tecnologias de produ o e relata que no processo de evolu o tecnol gica das m quinas de usinagem para as m quinas de corte de tecnologia mais avan ada uma das implica es foi a redu o da interfer ncia do trabalhador no processo e consequente redu o do conhecimento do trabalhador sobre as linguagens de programa o adotadas Consequentemente o estudante relata para a programa o CNC em m quinas de corte os treinamentos s o r pidos exigindo somente 20 horas de capacita o E Ems Eu fiz um curso de programa o CNC voltado pra rea de corte a laser e pulsionadeira que s o duas m quinas espec ficas voltadas pra corte de chapa que usam uma tecnologia superior m quina de usinagem O produto final del
156. errei que nem aconteceu l na prensa Mas eu hoje procuro sempre avaliar primeiro ver se vai dar certo ou n o se n o der certo eu j bom eu n o vou falar pra ningu m vou tentar fazer agora se der certo eu vou coloco pra pessoa Olha assim assim assim e assado De acordo com E Eml percebe se que mesmo os engenheiros que conhecem os fundamentos te ricos dos processos realizados na ind stria negligenciam o conhecimento pr tico e t cnico de posse dos trabalhadores Ademais julga se que esse conhecimento te rico por si s suficiente para a solu o das quest es relativas produ o o que tamb m refutado nas palavras do estudante Como afirma Santos 1997 o conhecimento te rico ignora uma s rie de variantes n o formalizadas e n o formaliz veis que somente o conhecimento pr tico dos 120 trabalhadores pode captar tacitamente Um terceiro aspecto vis vel nas falas deste estudante intimamente vinculado ao motivo que conduz in meros trabalhadores aos cursos profissionalizantes refere se dificuldade de demonstra o de situa es do trabalho por meio somente da oralidade A argumenta o do trabalhador baseada na pr tica em aspectos vis veis e por isso ele a faz mostrando ao engenheiro junto na m quina E Eml visualmente aquilo que teria dificuldade de expressar formalmente pela aus ncia dos termos t cnicos e do conhecimento dos projetos Complementando o estudante E
157. es os trabalhadores da rea de pavimenta o E Ed2 e E Ed3 indicaram que compreenderam melhor as t cnicas utilizadas na topografia pelo fato de j terem o contato com tais instrumentos e pr ticas Citam tamb m que obtiveram maior facilidade em compreender os conceitos dos conte dos de mec nica dos solos em virtude de trabalhar diariamente com a an lise dos solos para a constru o de rodovias Observou se nas falas dos tr s mestres de obra que a pr tica que obtiveram ao longo dos anos de experi ncia pode ser complementada aperfei oada e at mesmo corrigida pelos procedimentos formais e pelos conhecimentos te ricos De acordo com eles embora tenham adquirido v rios saberes durante os anos de profiss o afirmam que seus conhecimentos s o aplic veis a situa es mais limitadas em geral em obras de menor porte pois desconhecem os c lculos e as t cnicas que permitiriam gerenciar obras de maior porte Nesse sentido o estudante E Ed1 apresenta um exemplo de como os conhecimentos pr ticos e te ricos se complementam no campo da constru o e o estudante E Ed complementando afirma que somente com a media o pedag gica alguns conhecimentos podem ser adquiridos I Teve alguma coisa que nesta em alguma disciplina que voc fez que voc j sabia Ah eu j fiz isso no meu trabalho E Ed1 Sim das mat rias t cnicas Bastante 128 I O que por exemplo E Edl Instala es prediais por exemplo hid
158. es professores e dos pr prios estudantes os saberes t citos e cient ficos s o complementares mais por condi es circunstanciais do que por um planejamento elaborado com esse fim O papel desses cursos propriamente enfatizam os professores de estimular a articula o dos assuntos das disciplinas t cnicas e da base comum aos conhecimentos provenientes das pr ticas profissionais o que leva a concluir que se no ambiente de trabalho os saberes estabelecem muitas vezes uma rela o de concorr ncia e de conflito no ambiente escolar esta hierarquia de complementaridade Ainda assim as rela es entre os saberes mesmo no ambiente educacional n o s o totalmente tranquilas Um sinal da perman ncia de alguns conflitos no ambiente educacional pode ser observada na reprodu o no ambiente escolar da hierarquia funcional do ambiente de trabalho ao se constatar que a maioria dos professores das disciplinas t cnicas s o engenheiros e arquitetos Chama se aten o ao fato de que muitos dos professores respons veis por disciplinas centrais dos cursos n o s o por forma o inicial professores Possuem amplo conhecimento te rico a respeito das disciplinas lecionadas mas para muitos mesmo que habilitados faltam lhes a forma o e sobretudo a pr tica docente interessante perceber neste momento que boa parte dos professores trilharam em suas forma es profissionais o mesmo percurso realizado pelos estudantes Da mes
159. es que re nem um grupo de elementos em comum a partir de titula o gen rica O agrupamento das informa es efetuado a partir das caracter sticas comuns dos elementos analisados Os crit rios de categoriza o das informa es podem ser diversos sem nticos quando categorizados por temas sint ticos quando por verbos adjetivos l xicos quando por palavras tendo se em vista seus sentidos aproximando os sin nimos expressivo quando por meio de diversas perturba es de linguagens A classifica o dos elementos em categorias implica na identifica o do que eles t m em comum com os demais isto o que permite o agrupamento dos elementos nas classes a parte comum existente entre eles ibidem p 144 147 Para Bardin a an lise de conte do por categorias uma das mais antigas e mais utilizadas t cnicas de an lise e tem como princ pio o desmembramento das informa es verbais em unidades segmentadas reagrupadas por categorias anal gicas Dentre as t cnicas de categoriza o a investiga o por temas r pida e eficiente especialmente quando submetida a conte dos e discursos diretivos e simples como no caso daqueles apresentados como resultados desta pesquisa Para a an lise das entrevistas desta pesquisa foram estabelecidas quatro categorias de an lise descritas a seguir 1 Inicia o no trabalho a trajet ria profissional e a constru o do trabalhador Essa categoria se refere aos meios de forma
160. escola que o que buscam na educa o especializada na rea em que atuam profissionalmente n o somente o conhecimento cient fico mas este conhecimento cient fico dialogado com o conhecimento que conquistaram na pr tica e que desejam aprimorar com aqueles que a escola tem a oferecer As dificuldades dessa busca por m n o s o poucas e n o somente pedag gicas ou cognitivas A taxa de evas o nesses cursos do PROEJA vinculados s pr ticas profissionais de parte dos estudantes que os realizam pode chegar at a 50 de um semestre para outro Soma se ainda o baixo rendimento dos estudantes e as suas profundas dificuldades de compreens o e aprendizado frequentemente citados pelos professores Um reflexo de que mesmo existindo estes v nculos entre teoria e pr tica ocorrem de modo geral improvisadamente sob encargo das estrat gias espec ficas dos professores e se perdem quando o conhecimento te rico e cient fico na sala de aula se torna predominante importante ressaltar que sob esses aspectos mesmo sendo criado no governo Lula o PROEJA aproxima se a outros programas de forma o do trabalhador como o PANFLOR isto ambos marcados pela baixa efici ncia social e educacional Nesse sentido equacionar a integra o entre os saberes as qualidades da educa o profissional e a real inclus o destes jovens e adultos uma inclus o que se reflita minimamente entre outros aspectos na perman ncia escolar ainda um
161. escolariza o o mass media p 175 Em outra obra De Masi 1999 apresenta dez teses com as quais advoga a perda da centralidade da categoria trabalho na era p s industrial Em uma delas convergindo s proposi es dos autores anteriores anuncia Antunes 1999 apresenta uma tabela referente mudan a nos padr es de emprego no Reino Unido de 1979 at 1995 sinalizando redu o de empregos na manufatura 77 0 mi para 3 8 mi e aumento nos servi os 13 7 mi para 15 9 mi Podem ser citados Offe Schaff De Masi Lafargue Habermas Gorz Kurz Rifkin etc importante frisar aqui que a an lise de De Masi apresenta intenso car ter t cnico determinista e rela es tipicamente unilaterais entre tecnologia e sociedade 24 hoje a tecnologia e a organiza o fazem com que os setores de destino dos trabalhadores admitindo que ainda se criem outros no futuro pr ximo assimilem uma al quota de m o de obra muito menor do que a massa liberada pelos setores de origem Se a isso se soma o crescimento num rico da popula o mundial e o recente acesso das mulheres ao mercado de trabalho antes exclu das pelo machismo industrial e dos trabalhadores do Terceiro Mundo antes exclu dos pela divis o imperialista do trabalho pode se tranquilamente prever que logo haver um aumento violento do desemprego que de conjuntural passar a ser estrutural p 10 e 11 Embora tal fen meno seja percebido com
162. esenta como um fen meno externo consci ncia dos estudantes e externo para todo o conjunto da vida e do cotidiano escolar mas ainda assim contribui especialmente como elemento organizacional 39 conhecimento Na leitura desse autor a escola de Pistrak incorpora o trabalho ao seu acervo educacional e ao contr rio de todas as outras propostas tamb m analisadas pelo pedagogo sovi tico n o o faz meramente como simples m todo simulado de estudar e assim compreender a vida mas a vida em si mesma dentro da escola Logo existem dois n veis em que tal discuss o ocorre um se refere ao n vel filos fico da gnosiologia ou teoria do conhecimento e lida com as pr prias condi es da gera o do conhecimento em suas pressuposi es te ricas incluindo o pr prio sentido conceitual do conhecimento em si mesmo a quest o de qual dos momentos fundamentais da exist ncia humana d inicio ao processo de conhecimento pensamento ou a o teoria ou pr tica logos ou pr xis O outro n vel de discuss o que pode ser desenvolvido estritamente educacional e envolve a aplica o de determinada gnosiologia ou epistemologia ao processo de aprendizagem isto a did tica Mas apesar da nfase nas propriedades did ticas do trabalho o seu uso nas escolas n o pode ser reduzido ao mesmo n vel de outros meios atrav s dos quais conte dos educacionais s o veiculados para atingirem o estudante ROSSI
163. etromec nica todos realizam fun es espec ficas dentro dos processos produtivos em que trabalham Cinco deles exercem fun es manuais diretamente ligadas produ o e somente um o estudante E Em5 realiza fun es administrativas muito embora j tenha participado da produ o Com rela o fun o de mec nico industrial exercida por dois entrevistados o estudante E Eml trabalha em uma empresa terceirizada respons vel pela manuten o da linha de produ o de ind strias do setor de produ o de alimentos m veis e onde trabalha maquin rio agr cola De acordo com o estudante n o se trata em seu caso de uma fun o de ajustes e regulagens sens veis e exige esfor o f sico para a montagem e desmontagem dos sistemas que comp em as m quinas n o uma rea espec fica assim que voc trabalha e tem que fazer regulagens assim coisa muito sens vel n assim mais bruto digamos n Por ouro lado o estudante E Ed2 menciona que a prepara o e a manuten o desses sistemas exigem certos 114 cuidados e aten o com detalhes espec ficos das m quinas que opera e cita o exemplo de uma empresa que atribuiu tal fun o aos pr prios operadores E Ed2 Eles come aram a colocar o operador pra preparar as ferramentas S que come aram a quebrar muita ferramenta ai voc tem que por mais que a pessoa acha que simples mas voc tem que ter cuidado com curso com press o entendeu se
164. eve apresentar o diagn stico do problema ao cliente e empresa em menos de tr s horas de atendimento Os estudantes E Eml e E Em2 mec nicos afirmaram n o ter metas espec ficas de trabalho mas que devem manter as m quinas em opera o e que s o cobrados para que em caso de panes as m quinas sejam reparadas o quanto antes O estudante E Em eletricista relatou que n o possui um n mero definido de atendimentos a fazer mas deve cumprir o tempo m ximo de desligamento nas opera es programadas que de 6 horas Segundo o estudante E Em6 a empresa prop e metas financeiras aos funcion rios que em caso de xito s o recompensado com bonifica es H ainda os prazos de entrega dos produtos mas no caso de atrasos a empresa redireciona os funcion rios para os setores sobrecarregados E Emo L na empresa onde eu trabalho todo o m s tem que fechar uma meta uma cota No ano a nossa meta esse ano foi de 60 milh es de reais pela porcentagem que 118 eles usam tem uma media de 10 a 15 a mais nesse ano Tem um protocolo que eles fazem com as bombas que s o necess rias sair naquela data ali O dia que pra sair e assim por diante n I Em geral voc s conseguem vencer os prazos Eles s o apertados E Emo Olha quando n o vence assim eles deslocam mais gente pra l que t tendo maior necessidade n de tirar aquelas bombas de l E no caso de necessidade de gerar mais necessidade fica em h
165. evidencia privilegiar as articula es entre os conhecimentos t citos e cient ficos muito embora frisam os autores trata se de um dado ainda a ser melhor investigado Por outro lado a realiza o de cursos de forma o e qualifica o complementares realizados na empresa mesmo que pouco frequente nas situa es investigadas representou impacto significativo na rela o entre os conhecimentos privilegiando a articula o entre teoria e pr tica idem As conclus es de Kuenzer Abreu e Gomes s o tamb m identificadas por Trevisan 2003 em pesquisa realizada com eletricistas e encanadores da cidade de Curitiba Nesta o 79 autor analisa as rela es entre os conhecimentos pr ticos e te ricos e a aquisi o desses conhecimentos por trabalhadores aut nomos de ambas as reas Partindo dos relatos dos entrevistados em um primeiro momento o autor identifica a import ncia dos conhecimentos t cnicos e a experi ncia pr tica na realiza o das atividades profissionais podemos dizer que no geral os profissionais consideram como fundamental o conhecimento t cnico Esse conhecimento est envolvido com o entendimento b sico das fun es de cada um dos componentes de uma instala o A aquisi o do conhecimento vem basicamente da experi ncia pr tica E preciso um bom tempo de trabalho na profiss o para aprender a fazer os servi os mais importantes TREVISAN 2003 p 117 e 118 Entretanto a partir de questionamento
166. fica es t citas dos operadores constituam se em importante acervo de conhecimento t cnico do trabalho real na refinaria necess rio levar em conta que apesar de imprescind vel n o pode ser tomada com a mais importante ibidem p 92 Ambos os trabalhos citados acima corroborando as hip teses de Jones e Wood evidenciam que a manifesta o das qualifica es t citas adquiridas pelos trabalhadores ocorrem sobretudo em momentos extraordin rios nos quais a funcionalidade dos equipamentos e sistemas comprometida Sobre esse aspecto Zarifian 2001 apresenta o conceito de eventos um elemento chave do trabalho no contexto da acumula o flex vel Tal conceito emerge na base de produ o eletromicroeletr nica mais propriamente no limite apresentado pelos processos autom ticos quando situa es imprevistas perturbam o desenvolvimento normal dos sistemas sem que os mecanismos autom ticos de reajuste possam reverter as condi es de funcionamento aos estados de normalidade ZARIFIAN 2001 p 40 45 Ou seja por mais automatizado e autorregul vel que seja um sistema tecnol gico produtivo situa es imprevistas podem ocorrer em quaisquer etapas da produ o seja por panes e quebras ocasionadas em equipamentos por falta de recursos ou materiais necess rios continuidade da produ o ou at mesmo quando as prescri es fogem das rotinas padr es Quando tais eventos ocorrem a interven o humana dotada da co
167. filhos Da eu vim para c em 99 I Em 99 da come ou a trabalhar na rea de constru o E Ed3 Na Constru o Civil Na verdade comecei numa loja de material de constru o e entrega trabalhei um ano sai e a entrei em uma empresa de terraplanagem E Emit Da eu sa de l Mato Grosso eu vim embora de volta voltei pro Paraguai de novo e fui trabalhar de volta Na realidade tipo assim na mesma rea s que num lugar diferente n Da eu fiquei trabalhando l at 2008 n Da vim pra c n minha 100 esposa queria vir pra c de todo o jeito Os pais delas vieram pra c da eu falei Vamo l pra ver o que que da Mas assim uma coisa assim nada a ver Sa de l s mexia com uma coisa especifica e mais mex com agricultura n o tem isso em ind stria n E vim pra c e aqui basicamente s ind stria n Ent o pra mim entrar assim foi um pouco dif cil Quanto aos demais estudantes todos tiveram uma inicia o prematura no trabalho com idades entre 14 e 18 anos Muito embora o estudante E Ed5 exer a a fun o de estagi rio nenhum dos estudantes ao contr rio dos professores come ou a trabalhar como estagi rio uma vez que poucos come aram o Ensino M dio periodizados iniciando a vida trabalhista ainda na inf ncia ou adolesc ncia Em v rias falas em especial dos estudantes E Edl e E Ed4 em grifo ressaltam se rela es conflituosas concorrentes e com
168. fiss es e fun es exercidas 12 mesmo possuindo 29 anos Tal informa o pode ser comparada aos dados do estudante E Ed2 que mesmo com 56 anos realizou tr s cursos complementares e afirmou ter exercido tr s fun es diferentes Ademais n o se identifica uma rela o de proporcionalidade entre a idade dos entrevistados e o n mero de cursos realizados ou profiss es exercidas Contudo clara a rela o existente entre a natureza dos cursos realizados tanto pelos estudantes quanto pelos professores e seus trabalhos exercidos Em diversas entrevistas os participantes relataram que a realiza o de algum curso ou do pr prio curso no PROEJA refletiu diretamente na carreira profissional possibilitando promo es admiss es em empregos mudan a de fun es ou rea de trabalho E Ed1 Depois que ele ficou sabendo que eu tava no curso sim Eu acho que at aumentou um pouco de responsabilidade assim I Come ou a te dar mais tarefas mais E Ed1 Mais tarefas mais t cnicas assim digamos Come ou a confiar mais na parte que ele poderia deixar mais para o engenheiro alguma coisa assim Por eu ser mestre de obra e j estar entendendo mais tecnicamente do que acontece E Em2 E a l l eu j comecei a mexer com ngulo e o que me ajudou a entrar l na verdade foi a qualidade de produ o E o que me deu a maior for a l foi o curso de geometria e trigonometria que da no teste l ele colocou pra gente
169. fissional foi de extrema import ncia a explora o desse assunto de modo a captar onde residem os conhecimentos adquiridos nestes trabalhos e como se relacionam com aqueles de natureza escolar Sob esse aspecto quest es relacionadas aos procedimentos rotineiros t cnicas adotadas metas e prazos estipulados dificuldades gerais e espec ficas frequentes e eventuais etc s o objeto de an lise mais espec fica dessa primeira categoria 3 As rela es entre trabalho e educa o o saber fazer e o saber cient fico As aproxima es entre a teoria e a pr tica entre o trabalho e a educa o fazem parte da terceira categoria de an lise dos resultados obtidos O que os trabalhadores estudantes trazem de suas experi ncias profissionais para sala de aula O que da sala de aula levam para o mundo do trabalho Qual a import ncia do PROEJA para essas pessoas O que elas ambicionam com o curso Trata se de uma rela o complexa compreendida aqui como uma via de duplo sentido na qual trabalho e educa o s o tidas como categorias complementares Entram nessa categoria de an lise os di logos entre os saberes pr ticos e te ricos o que se traz para a escola o que se leva ao trabalho dificuldades enfrentadas na escolariza o em 96 conciliar trabalho e estudo as dificuldades com a Matem tica com o racioc nio l gico dedutivo a rela o espinhosa com o formal o conhecimento a l ngua o professor o engenheiro 4 A
170. fui l na empresa a gente t precisando algu m assim que entende Da eu deixei especificado pra ele eu t fazendo o curso assim o conhecimento que eu tenho mais da parte mec nica e prensa Prensa torno fresa Parte el trica m quina de solda nem tanto Sobre as metas e prazos atribu dos s atividades de constru o e produ o todos os estudantes do curso de Edifica es afirmaram que existe um cronograma estabelecido para o andamento das obras e dois estudantes mencionaram que tal cronograma elaborado com prazo estendido prevendo poss veis atrasos O estudante E Ed5 afirmou que a maior cobran a pelo cumprimento dos prazos do cronograma feita em seu caso pelo banco financiador e que esse somente repassa as parcelas do financiamento conforme a evolu o da obra Dos seis estudantes do curso de Eletromec nica somente um deles relatou que possuiu quando exerceu a fun o de operador metas mais r gidas de produ o de pe as e de acordo com o tipo de pe a produziam de 50 a 200 pe as diariamente em turnos de oito horas E Em3 Mas assim que nem essa pe a de rosca petrol fera a gente passa at uma semana trabalhando em cima de 5000 pe as Porque da o que que vai acontecer ela vai correndo toda a produ o todas as etapas do processo Na fun o de mec nico de nibus o mesmo estudante afirmou que n o possui um n mero definido de assist ncias semanal ou mensalmente mas que d
171. gadas condi o socioecon mica que n o lhes impingia a procura imediata de uma ocupa o produtiva procuravam a oferta de ensino oficial de forma o proped utica ou profissional mais qualificada vindo a ocupar mais tarde cargos mais elevados na hierarquia produtiva A partir d cada de 1960 de acordo com Franco e Sauerbronn 1984 p 115 o ensino brasileiro especificamente no que tange s suas qualidades de forma o do trabalhador passou por um per odo de articula o de tend ncias tecnicista que a partir de 1970 torna se predominante Os padr es e objetivos da escola anterior foram questionados e considerados anacr nicos para a nova fase de desenvolvimento t cnico e industrial do pa s Por m para os autores se a escola existente era incapaz de atender s necessidades colocadas pela nova ordem era porque funcionava mal funcionava de modo irracional Essa irracionalidade implicou em erros e disfun es pela tecnocracia como problemas t cnicos que poderiam ser corrigidos no futuro desde que houvesse no mbito nacional um planejamento cuidadoso idem Em 1961 com a aprova o da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Lei n 4 024 1961 mantiveram se o ensino prim rio de quatro anos o ginasial com as subdivis es no secund rio comercial industrial agr cola e normal e o colegial dividido em cient fico e cl ssico Quanto ao ensino t cnico profissional flexibilizou se a passagem d
172. hadores In H li da Costa Martinho da Concei o Org Educa o integral e sistema de reconhecimento e certifica o educacional e profissional S o Paulo Escola Sindical S o Paulo CUT p 19 62 2005a A G nese do decreto n 5154 2004 Um debate no contexto controverso da democracia restrita In FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria RAMOS Marise Org Ensino M dio Integrado concep o e contradi o S o Paulo Cortez p 21 56 2005b FRIGOTTO Gaud ncio Trabalho Conhecimento Consci ncia e a Educa o do Trabalhador Impasses Te ricos e Pr ticos In GOMES Carlos M Trabalho e conhecimento dilemas na educa o do trabalhador S o Paulo Cortez p 13 26 1987 Educa o e a crise do capitalismo real 5 ed S o Paulo Cortez 2003 pol tica de Educa o Profissional no Governo Lula Um percurso hist rico controvertido Educa o e Sociedade Campinas v 26 p 1087 1113 2005 A produtividade da escola improdutiva um re exame das rela es entre educa o e estrutura econ mico social capitalista 8 ed S o Paulo Cortez 2006 polissemia da categoria trabalho na batalha das ideias na sociedade de classe Revista Brasileira de Educa o v 14 p 168 194 2009 GARCIA Nilson M D A reforma do Ensino T cnico sua trajet ria e seus impactos Belo Horizonte UFMG I CONED 1996 F sica escolar Ci ncias e Novas Tecnologias de Produ o o desafio da aproxima o 2000
173. ias concord ncias 13 Como o desempenho em termos gerais dos alunos nesta disciplina Alunos que j trabalham na rea tem desempenho diferenciado melhor pior Por que voc acha que isso ocorre 14 Se voc pudesse reestruturar o conte do program tico desta disciplina voc faria mudan as Quais Que assuntos voc n o abriria m o Por qu Qual is incluiria Por qu 15 H alguma coisa que voc gostaria de acrescentar comentar relatar perguntar 173 ANEXOS Anexo A Disciplinas do curso t cnico de Edifica es Anexo B Disciplinas do t cnico de Eletromec nica Anexo C N mero de alunos matriculados no curso de Edifica es e Eletromec nica 174 Anexo A Disciplinas do curso t cnico de Edifica es NRE 09 Curitiba Munic pio 0690 Curitiba Estabelecimento Entidade Mantenedora GOVERNO DO ESTADO DO PARAN Curso CURSO T CNICO DE N VEL M DIO EM CONSTRU O CIVIL Turno NOITE Ano de implanta o 2008 MATR CULA SEMESTRAL IMPLANTA O MODULO 20 EDUCA O DE JOVENS E ADUTOS GRADATIVA lt lt A n total n total ado N DISCIPLINAS SERIES horas horas 12 2 3 4 5 6 aula rel gio 704 1 ARTE 3 60 50 1001 2 BIOLOGIA 2 1 3 2 140 117 2 601 3 EDUCA O F SICA 212 80 67 O 2201 4 FILOSOFIA
174. ica o 137 De acordo com a professora P Ed1 os estudantes do PROEJA possuem maiores dificuldades do que os estudantes do subsequente exigindo dos professores um maior cuidado no encaminhamento com os conte dos da disciplina P Ed1 No PROEJA mais devagar A gente tem que ter muita paci ncia com ele Voc tem que praticamente pegar na m o vamos l Tem que motivar eles constantemente No PROEJA voc tem que trabalhar muito com a motiva o deles sen o eles desistem E eles s o mais devagar assim principalmente por causa da idade Por outro lado o professor P Eml afirma que as dificuldades dos estudantes no curso s o muito mais gerais e n o se restringem somente s disciplinas exatas P Emil Eles t m dificuldade na verdade em tudo cara pelo que eu to percebendo Ent o eu j vi dificuldade em filosofia muita dificuldade em Portugu s com quest o de estrutura de textos eu j vi dificuldade em tudo Somadas s dificuldades de aprendizado os professores colocaram que a combina o trabalho manual bra al exaustivo educa o caracterizada nesses cursos pelo estudo de ci ncias exatas complexas abstratas como o caso das disciplinas de resist ncia dos materiais eletr nica anal gica digital etc muitas vezes na pr tica marcada por uma rela o conflitante e concorrente Retomando discuss es anteriores o mesmo trabalho tomado como base do princ pio educativo por
175. ica encontra se a compreens o da domina o e da liberta o a A TS P 16 compreens o da luta entre opressores e oprimidos entre primeiro mundo e terceiro mundo desta maneira as dimens es significativas que por sua vez est o constitu das de partes em intera o ao serem analisadas devem ser percebidas pelos indiv duos como dimens es da totalidade Deste modo a an lise cr tica de uma dimens o significativo existencial possibilita aos indiv duos uma nova postura tamb m critica em face das situa es limites A capta o e a compreens o da realidade de refazem ganhando um n vel que at ent o n o tinham Os homens tendem a perceber que sua compreens o e que a raz o da realidade n o est o fora dela como por usa vez ela n o se encontra deles dicotomizada como se fosse um mundo parte misterioso e estranho que os esmagasse ibidem p 111 112 Ao analisar com maior cuidado o m todo de Freire os fundamentos pedag gicos do trabalho enquanto alicerces da forma o da cultura humana aparecem mais nitidamente em Educa o como Pr tica de Liberdade Nessa obra o autor apresenta 10 situa es existenciais que conduzem seus estudantes apreens o do conceito de cultura e consequentemente forma o das palavras geradoras Diante da primeira situa o discute se o homem como um ser de rela es um ser no mundo e com o mundo um ser que cria e recria sua
176. icinas laborat rios que em seu 36 entender s o necess rios para a apreens o do saber cientifico t cnico tecnol gico e hist rico cr tico idem 2 3 4 O trabalho enquanto princ pio educativo na pr tica Em A Escola Comuna redigida concomitantemente s experi ncias que teve como diretor da Comuna Escolar escola experimental demostrativa NarKomPros Pistrak 2009 relata os principais acontecimentos desde a funda o da escola no terceiro trimestre de 1918 at meados de 1923 Em linhas gerais a Comuna Escolar foi definida por Pistrak 2009 como uma escola de quatro anos de tipo socioindustrial isto a escola que estuda a grande ind stria em liga o com a qual se baseia seu trabalho da escola como fen meno central da cultura moderna da ci ncia moderna e t cnica do regime social moderno Durante os quatro anos da vida do estudante na escola ele deve ser conduzido atrav s de uma s rie de etapas que o preparam para a assimila o da f brica que o familiarizam diretamente com a f brica e conduzem no para fora dela para o todo social da qual a f brica parte p 139 De acordo o autor 2009 e os pedagogos que com ele trabalharam no projeto a tarefa essencial da escola o estudo da atualidade sob duas perspectivas a primeira refere se ao conte do do trabalho educativo a segunda aos m todos de estudo do material educativo e nas quest es de forma o S
177. icistas e encanadores Este estudo confirmou a exist ncia de diferen as significativas entre aqueles que tiveram melhores oportunidades de estudo e os que aprenderam quase que exclusivamente na pr tica TREVISAN 2003 p 159 Paralelamente de acordo com Garcia 2000 p 144 come amos a perceber como pertinentes algumas das propostas oriundas de participantes da pesquisa que ao declararem suas expectativas sugerem que tanto os alunos quanto os professores fa am visitas ou est gios a segmentos do setor produtivo para que conhecendo um pouco melhor o processo industrial possam fazer com que os 80 assuntos a serem desenvolvidos em sala de aula n o sejam t o desprovidos de significados Gebara 2005 em investiga es sobre o Ensino de Ci ncias na Educa o do Trabalhador apresenta algumas possibilidades nas quais o mundo do trabalho entra na sala de aula De acordo com a autora a tem tica do trabalho j est naturalmente presente na educa o profissional mas existem ainda outros aspectos e discuss es sobre o trabalho que transcendem as rela es objetivas da pr tica laboral que enriquecem o ambiente educacional tais como o mundo do trabalho como discuss o dos direito dos trabalhadores do emprego e desemprego da realidade de neoliberalismo e globaliza o que gera o desemprego da luta por melhores condi es de vida do papel do sindicato GEBARA 2005 p 149 Sob esse enfoque a
178. ido inverso l gica previs vel da escola apontada por Arroyo 2007 aprenderam na pr tica fazendo Voltam escola em busca da teoria do saber cient fico do conhecimento que observam dos superiores e que querem para si O professor quando questionado se os estudantes conseguem estabelecer tais rela es entre os conhecimentos pr ticos que trazem de suas experi ncias profissionais ou aqueles estudados nas disciplinas t cnicas do curso com os conte dos te ricos da F sica responde afirmativamente Afirma que essa media o provocada pelo ensino da F sica nos cursos t cnicos possibilita os estudantes compreenderem melhor processos internos os porqu s associados aos seus trabalhos P Fis Consegue uma coisa ele consegue Eu j tive v rios alunos perguntando ah professor dentro l da empresa tem um neg cio que funciona assim assim assado Ele j faz essa ponte entendeu Mesmo que a parte te rica fique ainda um pouco vaga ele j faz essa liga o A quer dizer que eu n o perdi Eu t ganhando alguma coisa com isso T valendo a pena porque j n o t mais ficando aquele neg cio alienado ah funciona assim Ah mas o cara s sabe apertar o bot o e t dando d aquele valor l N o agora ele sabe porque que tem que dar aquele valor n As vezes um procedimento interno que funciona dentro da m quina ele j sabe como funciona Ent o eu no meu caso acho sempre interessant ssim
179. ights palpites subjetivos intui es o conhecimento t cito est profundamente enraizado nas a es e experi ncias de um indiv duo bem como em suas emo es valores ou ideais NONAKA TAKEUCHI 1997 p 7 Para esses autores o conhecimento t cito composto por duas dimens es A primeira a dimens o t cnica reflete habilidades relacionadas capacidade do saber fazer Um marceneiro por exemplo ao longo de anos de experi ncia desenvolve habilidades t citas que articulam 66 fun es mentais e corporais na constru o de m veis mas ainda assim incapaz de articular a estas fun es os princ pios t cnicos ou cient ficos referentes ao que faz Nesse sentido Villavicencio apud ARANHA 1997 p 13 apresenta que Trabalhando o trabalhador desenvolve o seu conhecimento O saber fazer emerge de uma rela o t cnica se manifesta como vari vel determinante da efici ncia produtiva e nesse sentido constitui um ponto de partida para an lises de qualifica o E necess rio pois tomar em conta por um lado o processo de constitui o do saber fazer e por outro lado o funcionamento das redes de circula o do conhecimento t cnico aspas no original A segunda dimens o reflete habilidades relacionadas as fun es cognitivas associadas por exemplo formula o de esquemas e modelos mentais planejamentos previs es estimativas Essa dimens o vincula se imagem do real o que
180. il e da produ o industrial e nos respectivos cursos t cnicos Ademais os estudantes pontuam que a F sica se associa a um dos principais interesses que possuem nos cursos o de ganhar maior autonomia e liberdade em rela o aos superiores a partir do conhecimento dos princ pios te ricos de seus trabalhos Nesse sentido apontam que o saber calcular a partir dos procedimentos e das t cnicas te ricas aquilo que antes realizavam por intui o ou com base em conhecimentos reproduzidos extremamente necess rio A F sica ent o com seu acervo de princ pios e teorias que fundamentam esse saber calcular como colocado pelo pr prio professor de F sica P Fis apresenta se como base para o desenvolvimento dessas habilidades ensejadas pelos estudantes Al m disto no que se refere articula o entre os saberes t citos e cient ficos a F sica aqui explorada se revela como um rico elemento para facilitar essa integra o por transitar em diferentes n veis e de diferentes formas nos diversos ambientes da pr tica e da teoria 147 6 CONSIDERA ES FINAIS Objetivou se nesta pesquisa esclarecer as rela es entre os conhecimentos conquistados pelos trabalhadores em suas jornadas di rias no universo do trabalho substancialmente de car ter pr tico t cito e informal com aqueles de cunho escolar te ricos abstratos e formais Quanto aos saberes escolares optou se pelos conhecimentos relacionados ao campo da
181. in meros aspectos um obst culo ao estudo ao acesso e perman ncia na escola P Ed2 Eles saem cedo de casa trabalham o dia inteiro Trabalho dif cil pesado cansativo V m direto do trabalho pra c N o t m como tomar banho nada Almo a janta aqui na escola n e vai pra aula Da ele fica at 11 23 horas vai pra casa a maioria demora mais de uma hora pra chegar em casa E cinco horas tem que acordar de novo I E o que esses alunos aprendem vamos admitir que eles realmente aprendem uma esp cie uma categoria de conhecimento quando ele vem pra c isso percept vel P Ed2 Sim Em todos os conselhos de classe a gente tem essa discuss o n Que o aluno novo muito pior que os alunos do ano passado Que o aluno do ano passado j passou n Ent o ele j t em um outro n vel ele j t em um segundo per odo A gente percebe isso nas turmas bem significativo Todavia o trabalho n o deve ser encarado como total negatividade ou total positividade mas deve ser compreendido dentro de suas m ltiplas facetas bem como o entendimento dos princ pios educativos advindos de seu exerc cio 138 5 4 A F sica no trabalho e a F sica da escola impress es Com rela o aos conhecimentos da F sica envolvidos nas disciplinas e no pr prio trabalho procurou se explorar nas entrevistas com os professores quais s o os fundamentos da disciplina que est o envolvidos com as disciplinas que m
182. inistram e como eles devem aparecem nas pr ticas profissionais relacionadas aos cursos analisados Nas entrevistas realizadas com os estudantes procurou se investigar quais eram suas impress es com a disciplina e o que desta ci ncia reconheciam em suas pr ticas O Quadro 6 apresenta as disciplinas ministradas pelos professores nos cursos de Edifica es ou Eletromec nica Quadro 5 Disciplinas ministradas pelos professores Id Disciplinas P Ed1 Materiais de constru o instala es prediais seguran a do trabalho resist ncia dos Materiais P Ed2 Coordenador de curso instala es prediais resist ncia dos materiais P Eml Eletricidade pneum tica e hidr ulica mec nica processos eletromec nicos usinagem convencional P Em2 Eletricidade corrente alternada P Fis F sica Fonte O autor 2012 Nas falas dos professores das disciplinas t cnicas a F sica aparece tanto para a Constru o Civil quanto para a produ o industrial como uma ci ncia central em diversas reas e profiss es relacionadas ao curso o que revelado tamb m pela presen a de disciplinas envolvendo a F sica nos cursos de suas forma es De acordo com o professor P Ed2 quando questionado sobre o papel da F sica para a constru o e para a engenharia civil afirma que a F sica P Ed2 tudo tudo Sem F sica n o tem nada n Porque a engenharia a F sica aplicada A engenharia civil F sica aplic
183. inser o do mundo do trabalho em sua plenitude ao mundo da educa o do trabalhador possibilita um di logo mais ntimo entre educadores tamb m trabalhadores e seus trabalhadores estudantes Os educadores compreendem nessa perspectiva pedag gica um novo horizonte da vida de seus estudantes que vai al m do estritamente dom stico e profissional o horizonte do trabalho enquanto necessidade e liberdade GEBARA 2005 As coloca es apresentadas pelos autores nesses t pico apontam alguns caminhos e ideias para a integra o entre pr tica e teoria saberes t citos e cient ficos Contudo no mbito desses caminhos e ideias pode se observar que o mundo do trabalho entra na sala de aula quando o pr prio trabalhador retorna escola levando sala de aula o seu mundo do trabalho Nos cap tulos a seguir ser o investigadas as rela es entre esses mundos quando no caminhar dos trabalhadores escola s o reaproximados 81 4 CAMINHOS DA PESQUISA METODOLOGIA E INSTRUMENTOS Tendo se em vista a complexidade que envolve o objeto pesquisado que contempla n o somente quest es t cnicas relativas aos saberes cient ficos e escolares presentes nas pr ticas profissionais dos trabalhadores estudantes dos cursos t cnicos de Edifica es e Eletromec nica mas tamb m aspectos socioecon micos vinculados constru o circula o e valora o destes saberes optou se pela pesquisa qualitativa de natureza interpret
184. ionadoras dos transformadores em parte da rede el trica bloqueio e aterramento teste de bloqueio da rede el trica sinaliza o de bloqueio opera es de manuten o e religamento da rede O estudante relata que seu trabalho vai al m da fun o de eletricista Quando sua equipe se encarrega da constru o de novas redes encarregado n o somente pela instala o dos geradores e da fia o el trica mas tamb m pela prepara o da estrutura onde a fia o instalada o que inclui desmatar a rea fazer as escava es levantar e fixar os postes ou torres Com rela o s etapas do trabalho realizado na rea em que atuam os tr s mestres de obra e os dois encarregados de obras pavimenta o afirmaram conhecer todas as etapas do processo de constru o de uma casa edif cio ou rodovia Todavia quando questionados se s o capazes de realizar todas essas etapas reconsideraram suas coloca es Em outras palavras tais trabalhadores conhecem profundamente as etapas pelas quais s o encarregados e s o capazes de 116 exerc las Mas outras etapas em geral as fun es administrativas ou aquelas que requerem conhecimentos te ricos mais aprofundados como para a elabora o de projetos conhecem nas superficialmente Nesse sentido o estudante E Ed4 revelou que o interesse em cursar o PROEJA surge exatamente da necessidade de compreender melhor para assim executar fun es realizadas por profissionais mais de maior va
185. is f cil pra mim E Em3 A parte de usinagem eu me identifico bastante e tenho facilidade porque j tenho a ret fica um ramo mais dif cil que tem na parte da usinagem por causa da precis o e das medidas pequenas Ent o na parte de usinagem eu n o tenho dificuldade aqui O estudante E Ems que j passou por v rias fun es em uma mesma empresa auxiliar operador programador CNC e or amentista responde que dentre as diversas disciplinas que j estudou no curso teve maior facilidade na que exigia habilidades de desenho as quais afirma ter adquirido na fun o de or amentista bem como nas disciplinas vinculadas mec nica E Ems Assim o que ficou a mat ria que eu senti uma facilidade enorme que o pessoal tinha bastante dificuldade pra mim pela forma que eu trabalhava foi desenho t cnico Desenho t cnico pra mim foi j era bem tranquilo A parte de mec nica tamb m uma boa parte do conhecimento que eu trouxe de fora me ajudou bastante O estudante E Em6 quando questionado se sua pr tica pode ter simplificado o aprendizado de alguma disciplina ou de algum conte do afirma que sua experi ncia colaborou em determinados momentos do curso mas explica 131 E Emo n o que tenha ficado mais simples mas sim eu tive mais vis o do que eu to fazendo no caso o objetivo daquele produto pronto quando chegar no cliente como ele funciona tudo certinho O estudante E Em 4 que exerce a fun
186. is impostas nas rela es entre o proletariado e os capitalistas Tal processo perpassa atrelado coer o dos sistemas militares policiais e judici rios pela constru o de um controle ideol gico hegem nico colocado em pr tica por aparelhos que residem na superestrutura social a igreja a fam lia os meios de comunica o em massa e obviamente a escola Logo para a manuten o do controle da classe oper ria e de seus intelectuais org nicos e intr nsecos faz se necess rio o uso da escola como instrumento que produz submiss o e obedi ncia para a conforma o dos trabalhadores racionalidade do capital ROSSI 1982 p 79 Em Os Intelectuais e a Organiza o da Cultura Gramsci 1991 afirma que a intelectualidade uma propriedade intr nseca do homem de qualquer trabalhador mesmo que nem todos desempenhem socialmente tal fun o Em suma o oper rio o proletariado por exemplo se caracteriza especificamente pelo trabalho manual ou instrumental mas por este trabalho em determinadas condi es e em determinadas rela es sociais sem falar no fato de que n o existe trabalho puramente fisico e de que mesmo a express o de Taylor gorila amestrado uma met fora para indicar um limite numa certa dire o em qualquer trabalho f sico mesmo no mais mec nico e degradado existe um m nimo de qualifica o t cnica isto um m nimo de atividade intelectual criadora GRAMSCI
187. issional e tecnol gica no Brasil desafios e perspectivas contempor neas In CONGRESSO NORTE NORDESTE DE PESQUISA E INOVA O CONNEPIJ Macei 2010 REIS Ernesto M Pesquisando o PROEJA atrav s do Ensino de Ci ncias da Natureza 1 ed Campos dos Goytacazes Essentia Editora 2011 REIS Mario N C Articula o entre os conhecimentos t cito e cient fico na opera o de sistemas digitais em plantas de refino um estudo de caso 2005 104 f Disserta o Mestrado Universidade Federal do Paran Setor de Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Curitiba 2005 ROMANELLI Otaiza de O Hist ria da educa o no Brasil 1930 1973 Petr polis Vozes 1999 ROSSI Wagner G Pedagogia do trabalho caminhos da educa o socialista S o Paulo Moraes 1982 Pedagogia do trabalho ra zes da educa o socialista S o Paulo Moraes 1981 SAIANI Claudio O valor do conhecimento t cito a epistemologia de Michael Polanyi na escola S o Paulo Escrituras 2004 SANTOS Boaventura de S Introdu o a uma ci ncia p s moderna Rio de Janeiro Graal 1989 SANTOS Eloisa H Trabalho prescrito e real no atual mundo do trabalho Trabalho e Educa o Belo Horizonte p 25 33 1997 162 SAVIANI Dermeval O trabalho como princ pio educativo frente s novas tecnologias In FERRETTI Celso et al Novas tecnologias trabalho e educa o um debate multidiscipinar Petr polis Vozes 1994 Traba
188. ital para exercer a explora o do trabalho Concretamente esta diferencia o se expressa pela discrimina o salarial acompanhada de um movimento intencional de valoriza o desvaloriza o do saber pr tico e do saber te rico ao n vel da ideologia tendo em vista a manuten o das rela es de manuten o KUENZER 2002 p 136 E percebendo esse cen rio consolidado que os trabalhadores da constru o e da produ o entendem que n o h outro modo de valorizar definitivamente seu trabalho sen o tomando posse daqueles conhecimentos formais que lhe foram negados em sua escolariza o Se o engenheiro capaz de aprender com o oper rio reunificando teoria e pr tica e passando a dominar realmente o trabalho constituindo se concretamente como engenheiro o oper rio jamais deixar de ser oper rio para ser engenheiro pois ao n vel de sua pr tica a reunifica o imposs vel na medida em que sua possibilidade de elabora o te rica limitada e lhe negado o acesso escola o que vale dizer o acesso aos instrumentos conceituais e metodol gicos que lhe permitiriam superar essa limita o KUENZER 2002 p 139 Mobilizado por essa realidade e pela compreens o de que n o h alternativa a ser tomada o trabalhador retoma os estudos busca a unifica o desses saberes Estas quest es podem ser observadas nos questionamentos feitos aos estudantes sobre os motivos que os levaram a fazer um curso t cni
189. itantemente as habilidades manuais e intelectuais p 158 Para isso a rela o cultura profiss o apresenta se portanto nessas notas sob dois pontos de vista diversos O primeiro e o mais bvio consiste na perspectiva de uma escola elementar e m dia unit ria que eduque tanto para as atividades intelectuais quanto para as manuais entendidas no sentido moderno do trabalho industrial e que propicie uma orienta o m ltipla em rela o s futuras atividades profissionais N o nos podemos preparar para as modernas atividades profissionais as quais se tornaram complexas e com as quais a ci ncia se encontra t o intimamente entrela ada sem ter como base uma cultura geral formativa te rico pr tica O segundo ponto de vista refere se ao contr rio ao tema que hoje chamar amos de instru o permanente ou recorrente do qual Gramsci examina essencialmente as estruturas organizativas as academias em particular e seu relacionamento com a Universidade MANACORDA 2008 p 165 No entanto Gramsci compreende que a fun o escolar vai al m da forma o do intelectual polit cnico de car ter generalista A escola gramsciana admite a fun o dos profissionais especializados como base para a forma o de um aparelho industrial desenvolvido a complexidade da fun o intelectual nos v rios Estados pode ser objetivamente medida pela quantidade de escolas especializadas e pela sua hierarquiza o quanto mais extensa for a
190. itos de viabilidade econ mica e de viabilidade t cnica n o s o categorias puramente econ micas ou t cnicas como a hist ria ideol gica sugere mas s o categorias pol ticas e culturais NOBLE 1986 p 145 tradu o pr pria Dentre os principais fatores pol ticos e culturais que conduziram determinados setores m xima automatiza o de processos o autor destaca a inten o centralizadora do capital aumentando o controle sobre as t cnicas e afastando do trabalhador conhecimentos elementares como por exemplo as plantas e projetos industriais NOBLE 1999 Para evidenciar o modo como o conhecimento foi sendo continuamente expropriado do trabalhador e imediatamente 26 Ea Pe adia is In short the concepts of economic viability and technical viability are not really economic or technical categories at all as our ideological inheritance suggests but political and cultural categories 71 incorporado m quina o autor descreve o desenvolvimento da tecnologia de Controle Num rico nos institutos de tecnologia estadunidense para a constru es de helic pteros b licos At as d cadas de 1940 as m quinas de corte tradicionais eram operadas manualmente pelos oper rios que transmitiam suas habilidades s m quinas por meio de alavancas volantes e pedais e controlavam seus movimentos pelo tato audi o e vis o Durante as d cadas seguintes o avan o na rea de sensores e disp
191. jeitos pesquisados Objetivaram identificar como o ambiente de produ o se constitui como meio pedag gico e como o trabalhador ao inserir se neste ambiente aprende e aprende a ser trabalhador Dentre eles e sem a pretens o de abordar todos destacam se os resultados da pesquisa de Garcia 2000 realizada em uma ind stria montadora de produtos do setor de linha branca na qual se discute a presen a de conte dos escolares da F sica no ambiente produtivo e a aproxima o destes conte dos queles pr prios da produ o industrial Chagas 2002 relata suas investiga es sobre a dissemina o do conhecimento tecnol gico e a forma como tais conhecimentos s o absorvidos por parte dos trabalhadores atuantes em empresas que utilizam tecnologias de ponta no processo produtivo Trevisan 2003 por sua vez descreve como encanadores e eletricistas cujos servi os caracterizam se basicamente por trabalhos manuais apropriam se de conhecimentos que se fundamentam em pressupostos cient ficos e a import ncia que teriam a escolaridade e os cursos t cnicos na forma o destes trabalhadores Reis em 2005 15 adentra se especificamente no campo das articula es entre os saberes t citos e cient ficos pr ticos e te ricos investigando os efeitos produzidos pela reestrutura o produtiva das plantas da Refinaria Get lio Vargas Nessa concep o buscou se no presente trabalho compreender rela es semelhantes s pesquisas relatadas
192. l Id Primeira profiss o Profiss o Intermedi ria Ultima profiss o E Ed1 Servente de pedreiro Moto boy Mestre de obras E Ed2 Garimpeiro Operador de m quinas de Encarregado de obras de pavimenta o pavimenta o E Ed3 Trabalhador rural Vendedor em loja de materiais de Encarregado de obras de constru o pavimenta o E Ed4 Servente de pedreiro Camel Mestre de obras E Ed5 Office boy Militar Estagi rio E Ed6 Cobrador de nibus Frentista Empreiteiro E Ed7 Trabalhadora Rural Operadora de telemarketing Projetista E Em1 Mec nico de m quinas rurais Operador industrial Mec nico industrial pesadas E Em2 Frentista Auxiliar de produ o Metal rgico E Em3 Marceneiro T cnico de manuten o Mec nico de ve culos de transporte de passageiros E Em4 Carregador de caminh es Auxiliar de produ o Eletricista E Em5 Pintor Programador CNC Or amentista E Em6 Pedreiro Furador de bancada Montador s nior de bombas P Ed1 Estagi ria Supervisora Professor P Ed2 Manuten o de equipamentos Banc rio Professor e engenheiro P Eml Estagi rio Auxiliar t cnico mec nico Professor P Em2 Caixa de Fliperama Operador industrial Professor P Fis T cnico mec nico Professor NOTA Trabalhadores que iniciaram no trabalho em ambiente familiar FONTE O autor 2012 O Quadro 5 permite inferir que os primeiros trabalhos tanto dos estudantes quanto dos profe
193. l Curso Ano de conclus o Forma o complementar P s gradua o Mestrado Doutorado etc a Institui o Local Curso Ano de conclus o b Institui o Local Curso Ano de conclus o c Institui o Local Curso Ano de conclus o 168 1 Fale me a respeito de sua trajet ria profissional Desde quando voc trabalha no que j trabalhou Quando e por que houve a op o por ser professor 2 Em que momentos de sua forma o voc estudou F sica Com que intensidade De forma te rica ou aplicada 3 Que rela o se estabelecia entre a F sica que voc estudou na gradua o com as outras mat rias do curso Qual era o papel da F sica para essas disciplinas Como se relacionavam 4 Al m desse para que cursos voc ministra aulas Neste curso quais disciplinas voc ministra ministrou a semestre gt b semestre c semestre e semestre f 5 Fale me um pouco sobre a estrutura dessa disciplina em termos de conte dos e como voc a desenvolve articula os conte dos entre si Com outras disciplinas 6 Como voc desenvolve suas aulas que estrat gias utiliza aula expositiva experimentais demonstrativas leituras discuss es Que recursos utiliza quadro negro projetor livro did tico nas aulas O que dominante Voc costuma variar 7 Os conte dos desta disciplina articulam se com assuntos da F sica Voc real a esta articula o Como 8 Voc pode
194. l dos termos perceptivos o termo proximal que inclui as particularidades do conhecimento os termos expl citos subsidi rios e o termo distal ou tamb m focal associado ao significado do objeto como um todo POLANYI 2009 p 34 67 No reconhecimento do rosto humano por exemplo mesmo que n o seja poss vel expressar em palavras como se distingue uma fisionomia entre milhares de outras sabe se que a integra o t cita dos termos proximais do rosto isto suas partes cor dos olhos formato do nariz da boca etc o que ir compor o significado ao termo distal o rosto como um todo Al m disto mesmo o reconhecimento do rosto ocorrendo pela integra o dos termos proximais a percep o focaliza o termo distal o rosto ibidem p 4 6 A respeito da rela o funcional entre o termo proximal e o distal Saiani ressalta o sentido da integra o t cita Polanyi tamb m denomina esse conhecimento de de para uma vez que sua estrutura funcional incorpora um de subsidi rio e um para ou em focal A rela o de um pormenor subsidi rio para um foco determinada pelo ato de uma pessoa que integra um ao outro SAIANI 2004 p 54 Logo pode se compreender o conhecimento t cito como a compreens o acerca de uma entidade abrangente constitu da pelos termos proximais e o distal A integra o dos termos do conhecimento t cito mediada por ferramentas perceptivas sejam elas manuais
195. l o trabalho tomado como princ pio educativo No Brasil essa corrente origina se em meados da d cada de 1970 como rea o s mudan as e incoer ncias ocorridas nas pol ticas educacionais 2 3 1 Alicerces da rela o trabalho e educa o No plano te rico tem se em Saviani 2007 a justificativa para a concep o do trabalho enquanto fundamento ontol gico educativo Baseado na ontologia marxiana o autor retoma o trabalho o agir sobre a natureza transformando a em fun o de suas necessidades como ess ncia humana N o uma ess ncia dada ao ser humano divina ou naturalmente precedente sua exist ncia mas produzida por ele mesmo o que o homem o o pelo trabalho A ess ncia do homem um feito humano p 154 A exist ncia do ser humano n o uma d diva Deve ser garantida por ele pelo resultado de seu esfor o de seu trabalho isso significa que o homem n o nasce homem Ele se forma homem Ele n o nasce sabendo produzir se como homem Ele necessita aprender a ser homem precisa aprender a produzir sua pr pria exist ncia idem Logo o homem produz e reproduz 7 Embora as discuss es relativas aos princ pios educativos do trabalho processo mais amplo de educa o que se d por meio do trabalho na forma social em que assume num modo determinado de produ o da vida estejam continuamente presentes nesta an lise a abordagem principal aqui tomada direciona se ao entendimento
196. leis f sicas te ricas O artista e engenheiro Leonardo da Vinci 1442 1519 estudou v rios problemas da constru o experimentalmente utilizando modelos em escala reduzida investigou a quantidade de peso que pilares verticais e traves horizontais podiam suportar em raz o de sua grossura altura e comprimento Suas experi ncias levaram no s conclus es de que o poder de sustenta o de um pilar de um material e altura dados variava com o cubo de seu di metro e que o de uma viga era diretamente proporcional sua grossura e inversamente proporcional ao seu comprimento MASON 1964 p 117 A partir dos estudos de Kepler e de Galileu Isaac Newton teve condi es de estruturar as Leis Universais da Mec nica ou os princ pios da filosofia natural sintetizados e conhecidos hoje pelos tr s enunciados o Princ pio da In rcia o Princ pio Fundamental da Din mica e o Princ pio da A o e Rea o Somados a esses tr s princ pios Newton formulou ainda a Teoria da Gravita o Universal segundo a qual as Mec nicas terrena e celeste s o unificadas Esses princ pios cient ficos iniciados no Renascimento e estruturados no desenrolar dos s culos XVI ao XVIII s o ainda hoje os fundamentos da Constru o Civil moderna Est o largamente presentes nos canteiros de obras definem as a es dos engenheiros dos mestres de obra dos pedreiros e dos serventes por mais que para estes passem despercebidos ou sejam mais conhecido
197. lemas foram encontrados pelos engenheiros dentre eles Leonardo da Vinci que procuravam teorizar a estrutura a decomposi o das for as e o problema da elasticidade e deforma o das estruturas elementar para a teoria da resist ncia dos materiais Ainda neste momento outras quest es relacionadas tornaram se centrais a defini o do conceito de for a como grandeza vetorial a distin o entre for a e massa como uma intera o especial peso os estudos sobre o centro de massa e o princ pio do plano inclinado e do torque momento de rota o ibidem 113 124 2 Piece of engineering construction that gave birth to scientific engineering PARSONS W B Engineers and Engineering in the Renaissance MIT Press 1939 p 372 2 Leonard da Vinci refeered himself simpley as engeneer PARSONS W B Engineers and Engineering in the Renaissance MIT Press 1939 p 372 61 Sobre a import ncia dos problemas reais da engenharia para o desenvolvimento dos 2 dos ei R Eu uai 24 princ pios da est tica Mason 1964 ratifica que ap s a fase estacion ria do impetus a Mec nica se desenvolveu ao longo de s culo XVI gra as principalmente aos engenheiros e assumiu por fim forma moderna com o professor universit rio Galileu Segundo o autor os engenheiros avan aram rapidamente nas discuss es e experi ncias de constru o com m todos j quantitativos mediam e comparavam seus resultados com
198. les passam ideias deles Vamos dizer assim ele mais antigo que voc vamos supor um pedreiro de 50 60 anos voc entendeu E tem bastante conhecimentos da os conhecimentos dele passa pra voc A forma dele alisar a parede O estudante E Em2 relatou uma forma espec fica de aprendizado de fun es espec ficas de suas profiss es o estudo de manuais de instru es das m quinas que preparava Embora outros entrevistados tenham ressaltado a import ncia da busca pelo conhecimento no espa o da constru o ou da f brica tal busca focada sobretudo em outras pessoas Nesse caso caracterizou se a busca pelo conhecimento em materiais textuais a partir do estudo e da leitura E Em2 Eu sempre pedia pros meus chefes os manuais das m quinas pra eu poder ler Ele falou Voc t afim Eu falei T Da ele j me entregou os manuais torno tamb m fresa ret fica tudo eu sempre pedi o manual pra eu ter uma no o 5 2 O exerc cio do trabalho Como a pesquisa ocorreu em um ambiente educacional e n o profissional mesmo com a condi o de que os estudantes trabalhassem em reas afins s dos cursos realizados n o houve crit rio de sele o quanto s fun es realizadas por eles Todavia percebeu se tanto para os trabalhadores da Constru o Civil quanto para os trabalhadores da produ o industrial que v rios deles realizam ou j realizaram fun es similares No campo da constru o fo
199. lho e educa o fundamentos ontol gicos e hist ricos In Revista Brasileira de Educa o v 12 n 34 jan abr 2007 SELLTIZ Claire et al M todos de pesquisa nas rela es sociais S o Paulo Herder 1967 SCHAFF Adam A sociedade inform tica as consequ ncias sociais da segunda revolu o industrial 4 ed S o Paulo Brasiliense 1995 157 p SHIROMA Eneida O LIMA FILHO Domingos L Trabalho docente na Educa o Profissional e Tecnol gica e no PROEJA Educa o amp Sociedade Impresso v 32 p 725 743 2011 SOUZA JUNIOR Justino de Princ pio educativo e emancipa o social validade do trabalho e pertin ncia da pr xis In 33 Reuni o anual da ANPED 2010 Caxambu Anais da 33 Reuni o anual da ANPED 2010 TITTON Mauro O princ pio educativo do trabalho e o trabalho enquanto princ pio educativo ampliando o debate com os movimentos de luta social In 31 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxamb Constitui o Brasileira Direitos Humanos e Educa o 2008 v 1 p 1 13 TREVISAN Nilo F A teoria e a pr tica no trabalho dos eletricistas e encanadores um estudo sobre a apropria o do conhecimento 2003 189 f Disserta o Mestrado em Tecnologia Centro Federal de Educa o Tecnol gica Federal do Paran Programa de P s Gradua o em Tecnologia Curitiba 2003 TUMOLO Paulo S Trabalho categoria sociol gica chave e ou princ
200. lig ncia pr pria que articula fun es intelectuais e manuais mente e corpo movimentada pela ast cia pela engenhosidade do trabalhador e que reside no centro do of cio em todas as a es sejam elas pr ticas ou te ricas Uma dimens o especial da intelig ncia pr tica segundo Dejours 1993 a intelig ncia ardilosa trata se de uma intelig ncia fundamentalmente enraizada no corpo onde elementos perceptivos a capta o de ru dos vibra es cheiros e sinais visuais podem mobilizar o intelecto Desse modo n o se pode conceber que as ast cias do pensamento o saber fazer e a intelig ncia pr tica se limitam somente s atividades manuais ou mec nicas podendo ser encontrado tamb m em situa es e of cios nos quais os racioc nios e pensamentos mais abstratos s o exigidos Com o objetivo de compreender melhor a subjetividade do saber do trabalhador Santos 1997 apresenta algumas caracter sticas da rela o entre o trabalho prescrito e o trabalho real no contexto da acumula o flex vel A autora chama aten o ao espa o onde s o colocados em cena n o somente os conhecimentos mobilizados pela produ o em si mas o conhecimento subjetivo proveniente da rela o singular de cada trabalhador com as a es prescritas Segundo ela na produ o flex vel a prescri o do trabalho est muito mais direcionada execu o de objetivos vinculados melhoria do funcionamento do sistema t cnico do que a prescri
201. lor como t cnicos e engenheiros Nota se ent o que os conhecimentos te ricos obtidos nos cursos t cnicos profissionalizantes conferem aos trabalhadores maior respeito e autonomia em suas a es perante os engenheiros I Em termos de t cnicas de procedimentos relacionados constru o ao ato de construir voc conhece todas as etapas E Ed4 Bastante todas as etapas na verdade a gente iniciou um processo de ISO 9001 a empresa a Tentamos at um certo ponto depois n o deu devido ao tempo n Mas do processo de Constru o Civil eu conhe o N o posso dizer tudo assim tamb m mas conhe o bastante A parte de projeto s o eles Ent o eu conhe o diferentes maneiras de como executar e fazer de cada servi o e de cada etapa E eu com certeza se for gerenciar um projeto o escrit rio alguma coisa eu vou bater cabe a Eu queria saber mais da parte de n o sei assim t cnica n Queria aprender mais de t cnica mais desenho c lculo devido aqui por exemplo eu queria se for calcular uma obra uma viga um pilar eu queria saber calcular sem ter que perguntar pra um engenheiro n Dois estudantes do curso de Eletromec nica afirmaram conhecer todas as etapas do processo produtivo em que trabalham mas tamb m afirmaram que n o s o capazes de realizar outras fun es Isto assim como os estudantes de Edifica es tais trabalhadores dominam as fun es manuais e pr ticas dos
202. m o leo e com isso ela reduz a velocidade do ve culo I um freio hidrodin mico E Em3 Isso Um freio hidrodin mico Utilizando a pr pria for a a velocidade do carro que t indo pra frente e voc t utilizando pra frenagem dele E com isso da ele ele entra em fun o a partir de 36 do acionamento do pedal de freio Ent o quer dizer que o carro em baixa velocidade n o vai ter a o Mas em alta velocidade ele vai chegar ate digamos 75 80 de for a de frenagem do freio nominal de servi o Entendeu Ent o muito legal 146 Chamou aten o contudo que somente um dos estudantes do curso de Eletromec nica se referiu a assuntos da eletricidade quando questionado sobre o que o havia marcado quando estudou a disciplina do curso E Em3 Uma coisa que me marcou bastante que foi foi a parte de energia eletrost tica A gente pegou uma borracha l em movimento dando atrito da ela cria um campo um campo eletrost tico da a hora que voc p e a m o sa raiozinhos da m o Sa el trons da m o do dedo E teu cabelo fica em p Isso foi uma coisa que me marcou bastante Foi a experi ncia mais interessante que eu tive E tem outras de Qu mica tamb m As declara es dos estudantes sobre a aproxima o dos assuntos estudados na F sica aos saberes de seus trabalhos s o condizentes com as falas dos seus professores quando apontam para a centralidade desta ci ncia nas reas da Constru o Civ
203. m um outro posicionamento L fora uma autoridade diferenciada Aqui a gente se coloca como parceiro porque a ideia da educa o profissional a capacita o profissional efetiva O aluno precisa se adaptar com a pessoa do engenheiro que t ali professor E o professor tem que se adaptar com a pessoa do aluno que t ali Ent o uma adapta o que muitas vezes complicada Nesses casos percebe se por m que vinculados aos conflitos manifestados nos bin mios empregado patr o capital trabalho trabalhador engenheiro estudantes professor est o como pano de fundo os conflitos entre os saberes pr ticos e te ricos t citos e formais do senso comum e de base cient fica acad micos Um conceito semelhante dupla intelig ncia do trabalhador de acordo com Guillerm e Bourdet GUILLERM e BOURDET apud KUENZER 2002 p 95 121 De acordo com Kuenzer 2002 esses conflitos conduzem ainda a uma atribui o assim trica de valores salariais aos diferentes saberes e s diferentes categorias trabalhadoras que os det m Aqueles tidos como te ricos formais portados pelos engenheiros e adquiridos nos cursos superiores na academia s o valorizados em detrimento daqueles que s o constru dos no ch o da f brica ou da constru o portados pelos trabalhadores O que se pretende indicar a diferente valoriza o do saber intelectual e do saber pr tico como um dos mecanismos de que se utiliza o cap
204. ma ampla an lise de aspectos estruturais do PROEJA o autor apresenta que as lacunas na forma o dos professores dos cursos t cnicos s o evidentes especialmente na especificidade do trabalho com jovens e adultos professores carentes de condi es de trabalho e de processos de forma o inicial e continuada que lhes proporcionem condi es para o efetivo exerc cio de suas atividades docentes de forma qualificada LIMA FILHO 2010 p 122 O autor constata que al m das dificuldades relacionadas a um pequeno n mero de professores com experi ncia na educa o de jovens e adultos a participa o dos professores das disciplinas de forma o t cnica e do n cleo comum desigual o que caracteriza a perman ncia da dicotomia entre o n cleo t cnico e comum e logo a dificuldade de assimila o da integra o curricular almejada no documento base do programa idem Com rela o a aspectos pr ticos da realidade do PROEJA e de seus estudantes Debiaso 2010 investigou as possibilidades de acesso perman ncia e evas o em tr s institui es de Ensino T cnico na cidade de Curitiba Universidade Tecnologia Federal do Paran UTFPR 58 Col gio Estadual de Educa o Profissional de Curitiba CEEP e Col gio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira CEPMAT Sobre as experi ncias escolares dos estudantes a autora identifica que a maior parte dos alunos apresenta trajet rias truncadas reveladas por recome os e interru
205. ma forma como os estudantes tornaram se trabalhadores adentraram no universo do ensino sem a forma o adequada para a fun o e na experi ncia pr tica do dia a dia nos erros e acertos cometidos em sala foram se construindo professores Experimentam na pr tica as duas d vidas e aprendem tacitamente ou com os mais antigos as diversas formas de ensino Apesar da pr tica estar hegemonicamente presente nas atividades dos estudantes e dos professores h um reconhecimento da import ncia da teoria como fundamento como alicerce para a aquisi o de novos saberes mais espec ficos do universo de trabalho A escolariza o destes trabalhadores mesmo que sem ades o s reas profissionais estimula as habilidades mais complexas vinculadas ao racioc nio l gico e ao dom nio da linguagem A articula o proposta pelo PROEJA nesse sentido favorecida quando os estudantes estudam de modo interdisciplinarizado os diversos conte dos das disciplinas t cnicas e das de base comum associados s suas experi ncias 152 O compartilhamento e entrela amento de saberes da pr tica profissional com os escolares foi enfatizado pela totalidade dos estudantes o que era previs vel levando se em conta a proximidade da rea de trabalho dos estudantes com os cursos realizados evidenciando se aqueles relacionados com as disciplinas t cnicas Dentre essas aproxima es os estudantes em especial aqueles do curso de Edifica es apresentar
206. matem tica Segundo Wright 1989 dentre todas as ferramentas dispon veis para um engenheiro para a solu o de problemas de engenharia nenhuma mais valiosa que a Matem tica habilidades matem ticas s o a principal funda o de muitos trabalhos de engenharia WRIGHT 1989 p 151 Os conhecimentos t cnicos da engenharia moderna se fundamentam em complexos e precisos c lculos com uso da Matem tica b sica da lgebra Geometria Trigonometria e do C lculo Diferencial e Integral Reside a um segundo fator de exclus o o julgamento e o ide rio comum de que o aprendizado da Matem tica e a da F sica dif cil e rduo derivando se na cren a de que a Matem tica os n meros os c lculos e a F sica s o para poucos CORREA MACLEAN 1999 3 1 Os saberes legitimados da Constru o Civil Apesar da base cient fica que fundamenta o aporte te rico da Constru o Civil ter sido constru da ap s o s culo XVI sabe se que desde a Antiguidade o ser humano cria manipula ferramentas e instrumentos para transformar a natureza De acordo com Garrison 1991 as 60 primeiras ferramentas identific veis como pedras lascadas usadas para o corte datam de 2 25 milh es de anos Contudo ap s a sedentariza o do ser humano por volta de 8 mil anos A C que as primeiras t cnicas de constru o se tornam mais evidentes incluindo barcos reservat rios de gua canais de irriga o e pequenas Edifica es GARRISON 199
207. mbina o de saberes cient ficos t cnicos e pr ticos torna se necess ria para o reestabelecimento do sistema Em outros termos o trabalho com a imprevisibilidade exige dos trabalhadores n o somente um 75 profundo conhecimento pr tico advindo da experi ncia mas a articula o desse conhecimento com habilidades mais complexas vinculadas s intelig ncias emocionais e intelectuais idem Sobre tais qualifica es Bianchetti 2008 p 193 apresenta o conceito de conhecimento personal stico mencionado por um de seus entrevistados definido como o conhecimento pr prio de cada trabalhador no qual as qualifica es t citas as manhas as sutilezas os v cios e as formas pr prias de conhecimento deslocam se para o campo da afetividade e da emo o A agilidade mental a capacidade de responder aos eventos com imediatismo efic cia e precis o e o controle emocional e da ansiedade tornam se muito mais relevantes que o pr prio dom nio do conhecimento em quantidade o conhecimento enciclop dico muito al m de um operador que conhe a bastante determinado equipamento que seja um especialista um expert um s como era esperado na atua o com equipamentos anal gicos busca se um operador que construa qualifica es relacionadas a uma postura compat vel com o contexto de transforma es velozes BIANCHETTI 2008 p 193 Dejours 1993 se refere a esse conhecimento como intelig ncia pr tica uma inte
208. naria As coloca es do estudante E Em5 ilustram o percurso do desenvolvimento tecnol gico industrial no sentido de aprimorar os processos automatizados e aut nomos de produ o tornando o trabalhador um espectador passivo acionado em momentos espec ficos de opera o da m quina ou em situa es mpares eventos O estudante correlaciona ainda esse movimento do progresso tecnol gico redu o das necessidades de forma o e capacita o do trabalhador o que tamb m j fora colocado por Kuenzer 2002 Quanto aos demais estudantes do curso de Eletromec nica o estudante E Em3 empregado de uma montadora de ve culos de transporte de passageiros Exerce a fun o de mec nico prestando assist ncia t cnica aos clientes que possuem ve culos dentro do prazo de garantia O estudante relatou que sua atividade realizada somente com uso de softwares de diagn stico de problemas em sistemas de transmiss o e frenagem nos quais especializado e em seu computador pessoal apresentou para o investigador os programas que adota e os procedimentos que realiza para fazer tais diagn sticos Por fim o estudante E Em4 eletricista de uma empresa que presta servi os de manuten o e instala o da rede de distribui o el trica no estado do Paran Para melhor descrever seu trabalho o estudante relatou os procedimentos adotados em uma das atividades que realiza rotineiramente a manuten o programada que s o nas chaves secc
209. nc pio educativo ressalta se o entendimento de que os homens e mulheres produzem sua condi o humana pelo trabalho a o transformadora no mundo de si para si e para outrem idem Trabalho e educa o na concep o defendida pelo documento n o s o entidades isoladas de modo que a forma o deva ser desenvolvida exclusivamente no campo do trabalho ou no campo da educa o Tratam se de categorias indissoci veis um pondo de intersec o para o qual as abordagens e as contribui es pr prias de cada uma devem convergir ibidem p 46 Sobre as rela es entre trabalho e educa o mais propriamente sobre os saberes que circulam nos ambientes educacionais e produtivos o Documento Base traz a import ncia dos m ltiplos espa os de produ o de saberes como por exemplo museus teatros cinemas e exposi es constru o curricular mesmo que o acesso a muitos desses ainda seja negado aos jovens e adultos Ressalta se por m que necess rio tamb m reconhecer formas e manifesta es n o hegem nicas produzidas por grupos de menor prest gio social e quase sempre negadas e inviabilizadas na sociedade e na escola ibidem p 42 Nesse sentido o curr culo integrado defendido pela proposta governamental compreendido como uma possibilidade de ampliar o reconhecimento dos saberes produzidos nos variados espa os sociais que decorrem da vivencia cultural pol tica e hist rica das pessoas As 5
210. nho hist rico do desenvolvimento dos fundamentos cient ficos da Eletromec nica permite estabelecer uma primeira conclus o se de um lado os saberes de base da Constru o Civil foram gradativamente sistematizados e afastados dos trabalhadores da constru o os saberes da produ o Eletromec nica por outro j nasceram afastados do saber pr tico dos trabalhadores de sua rea e nunca se aproximaram deles incorporando se nas tecnologias como uma caixa preta Al m disto servem como instrumentos de apropria o do saber fazer do saber org nico acumulado pelo trabalhador Sendo nos sistemas propriamente produtivos nas m quinas motores controladores sensores e mais uma infinidade de dispositivos ou na grande parte das mercadorias que s o fabricadas por tais processos eletroport teis autom veis a hist ria recente da tecno ci ncia mostra que o desconhecimento um contrassenso para a sociedade da informa o uma condi o De acordo com Hobsbawm 1995 para os cidad os comuns n o h exig ncias que se entenda ou modifique o que est ocorrendo no interior de um equipamento tecnol gico uma vez que isto j foi realizado para ele O autor exp e que mesmo que nos suponhamos especialistas num ou noutro campo determinado ou seja o tipo de pessoa que pode consertar o aparelho se der problema ou projet lo ou constru lo diante da maioria dos outros produtos di rios da ci ncia e tecnologia s
211. nicas procedimentos m quinas que opera voc usa para desempenhar seu trabalho Como e onde as aprendeu b Voc usa ferramentas instrumentos m quinas no seu trabalho Quais Descreva as Como eles funcionam Como e onde aprendeu a us las c Quais conhecimentos habilidades voc precisa ter para desenvolver seu trabalho faz contas racioc nios l escreve conhecimentos espec ficos Onde e como aprendeu Quem ensinou d Qual o produto de seu trabalho Quais s o as etapas de sua produ o constru o 5 No seu trabalho voc tem metas a cumprir Quais 6 Onde voc aprendeu o que usa no cotidiano de sua vida e de seu trabalho Qual a participa o da escola nesse seu aprendizado 166 7 Por que voc optou fazer este curso no PROEJA Por que n o optou pelo regular ou por um curso profissionalizante 8 O que este curso representa para voc Qual o papel dele em sua vida e para sua carreira Suas expectativas est o sendo atendidas Quais suas expectativas com este curso 9 Que rela o existe entre o que voc aprende estuda nas disciplinas t cnicas e o trabalho que voc desempenha Seu trabalho tem algo a ver com este curso O que Que disciplina s tem mais afinidade com seu trabalho 10 Houve algum assunto t cnica conte do neste curso que ficou mais simples aprender entender por causa do seu trabalho ou que voc j sabia O que O que voc faz no trabalho que deixou esse assunto mais
212. no curso e que tal compreens o n o poderia ocorrer somente pela pr tica por mais que seja na pr tica onde visualiza opera e toma contato com a aplica o dos conte dos te ricos E Em4 o que eu aprendi mais ou menos sobre o transformador foi aqui e n o no servi o No servi o no caso eu aprendi a montar Aprendi como que montava e s mais nada Mas aqui por exemplo eu aprendi mais ou menos uma base assim Por exemplo assim tem l as bobinas l Tem umas que no caso seis bobinas Da tem as bobinas de entrada e as bobinas de sa da Aqui nessa bobina aqui por exemplo tem 10 voltas e nessa aqui tem 20 voltas Se entrar tipo por exemplo 5 V aqui vai sair 10 V aqui Ou o inverso n depende das voltas das bobinas Quando se perguntou aos professores a respeito da participa o dos estudantes e se nessa participa o eles traziam informa es de suas pr ticas que se relacionam com os conte dos estudados todos afirmam que isto ocorre com frequ ncia Os professores mencionam que comum os estudantes trazerem situa es de seus trabalhos quando relacionados com os 132 conte dos estudados em sala de aula e que em geral participam positivamente das aulas com coment rios e falas desta natureza I Eles trazem nessa participa o deles informa es do trabalho e da vida pra sala P Fis Trazem trazem bastante Principalmente os que trabalham T m alguns que n o trabalham na rea Eletrome
213. ntar que o pensamento dele t errado E Eml voc tem que tentar tipo assim n conversa com ele pra chegar em alguma conclus o n Porque s vezes ele te d o papel j aconteceu comigo no caso n Ele chegou pra mim eu quero que voc fa a essa pe a aqui digamos Eu olho a pe a e t vou tentar fazer Pego fa o vejo fa o a medida e falo Olha isso aqui n o vai ficar muito certo N o mas tem que dar tem que dar T ent o pega e Vamo l vamo l junto na m quina vamos tentar conversar n ver o que que d pra fazer I E eles aceitam E Eml Na maioria das vezes n o Tipo assim ficam ali naquela n Mas s vezes aceitam Nem sempre I Existem conflitos em termos de conhecimento da pr tica e da teoria E Em2 Ah bastante n I Coisa assim que ele pede pra voc fazer e E Em2 E a gente sabe que o neg cio n o vai Mas por ele ser o engenheiro e o respons vel voc tem que fazer do jeito dele E existe bastante isso Sabe de eu acabar questionando uma pessoa que est acima de mim Voc sabe que o neg cio t errado entendeu mas voc tem que fazer o que o cara t mandando Eu j n o gosto disso I E se voc coloca a tua opini o aceita E Em2 Depois que foi colocada a dele e eles viram que t errada eles v m e falam N o ent o faz do teu jeito Eu procuro sempre eu n o vou dizer que eu sou perfeito eu j
214. o No confronto dessas l gicas temporais os alunos tentam se equilibrar como em uma corda bamba p 23 Pelos conflitos dos tempos e das l gicas temporais o que resta s crian as e jovens a penosa escolha pela sobreviv ncia ou pela escola Alguns ainda quando crian as s o for ados a tomar escolhas em que as condi es n o lhes d o muitas op es ir escola e nela 101 permanecer um exerc cio de penosas escolhas Trabalhar ou ir escola articular estudo e trabalho viver sobreviver ou estudar ibidem p 159 160 Em resson ncia s palavras de Arroyo o que se identifica com base nos relatos dessa pesquisa que medida que a pr tica do trabalho se torna gradualmente mais presente na vida dos estudantes a pr tica do estudo se torna gradativamente mais ausente isto quando o jovem n o se depara com escolhas repentinas largando a escola e iniciando o exerc cio do trabalho Sobre estas informa es ent o poss vel aprofundar brevemente a an lise sobre as categorias trabalho e educa o diante das perspectivas que lhes s o conferida nesta pesquisa poss vel compreender que se tratam de duas categorias indissoci veis um ponto de intersec o para o qual as contribui es e as abordagens devem ser convergentes conforme apresenta o Documento Base do PROEJA 2007 Na pluralidade destas rela es devem ser tamb m contemplados os pontos de diverg ncia en
215. o s classes menos favorecidas p 95 Ap s a cria o do Minist rio da Educa o e Sa de em 1932 seu primeiro ministro Francisco Campos promoveu uma organiza o nacional na estrutura do ensino brasileiro que at a poca ocorrera por meio de reformas estaduais O ensino secund rio passou a ter dois n veis o primeiro com cinco anos permaneceu sem altera es em rela o ao per odo anterior o segundo ainda complementar objetivou a prepara o para o curso superior ARANHA 2006 p 305 Ainda de acordo com a autora inspirada na reforma educacional italiana implementada por Gentile a reforma CAPANEMA com a promulga o da Lei Org nica do Ensino Decreto lei n 4 078 42 extinguiu os cursos complementares e os substituiu pelos cursos secund rio de 2 ciclo de tr s anos O ensino secund rio passara ent o a ter quatro anos de gin sio e tr s de colegial sendo esse composto pelos cursos cient fico e cl ssico o primeiro com predomin ncia nas humanidades o segundo nas ci ncias naturais e t cnicas Entretanto nessa Reforma n o obstante os cursos normal agrot cnico comercial t cnico e industrial t cnico terem sido colocados em mesmo n vel aos cursos secund rios n o garantiam acesso ao ensino superior levando Kuenzer a concluir que ao n vel da superestrutura se reafirmava um princ pio j presente nas formas escolares anteriores que correspondia ao est gio de desenvolvimento das for as pr
216. o ali s fazer esse tipo de ponte da F sica e a aplica o direta 143 Sob esse aspecto Reis 2011 advoga que o conhecimento um din mico instrumento que os indiv duos podem levar para outros espa os de suas vidas para o trabalho ou outras situa es escolares De acordo com ele o conhecimento um instrumento de poder sendo portanto um artefato pol tico pois ajuda a dar s pessoas certo controle sobre as suas pr prias vidas REIS 2011 p 34 Nesse sentido o processo experimentado pelo professor de F sica com seus estudantes assim pode ser explicado por Reis 2011 p 187 alfabetizada ou alfabetizado cientifica e tecnologicamente cada estudante passa a ser capaz de se apropriar melhor de mecanismos importantes da forma o profissional n o s para utiliz los nas verifica es escolares mas para questionar a pr pria realidade recriar reinventar o usual em uma leitura de mundo pr pria que n o se baseia na interpreta o de outros Sobre as impress es que os estudantes possuem da F sica estudada nos cursos a maioria afirmou que se trata de uma disciplina e uma ci ncia importante para seus respectivos trabalhos Foram constatadas em duas entrevistas a impress o de que a F sica uma disciplina complicada ou que envolve c lculos dif ceis Quanto s rela es entre a ci ncia e as pr ticas profissionais o que exigiu que os estudantes lembrassem espontaneamente de conte dos de F sica d
217. o o trabalhador desenvolve o seu conhecimento VILLAVICENCIO apud ARANHA 1997 p 13 Ainda 109 conforme Jones e Wood 1984 pode se definir esse aprendizado como o processo de conforma o das pr ticas rotineiras nas quais pela repeti o s o incorporadas n veis de menor consci ncia Complementando as coloca es anteriores outro elemento citado por quatro estudantes foi a iniciativa pr pria a vontade de aprender a necessidade de perguntar questionar E Ed5 Um pouco eu fui visualizando e bastante por parte de pergunta Voc tem que ser curioso ent o quando voc v uma t cnica que eu aprendi com o mestre de obra l vamos supor a parte de um banheiro E Em2 E sempre junto com os mec nicos sempre olhando Ah porque que serve isso Como que eu fa o isso aqui Sempre assim Foi assim que eu consegui aprender E Em3 Eu mesmo tomava a iniciativa da tinha uma boa amizade chegava e falava olha hoj b do a n o t j n o Da l olha hoje eu t bem sossegado a n o tem alguma coisa pra eu fazer a n o a l eu aprendi a trabalhar mexer com a parte de embalagem grava o grava o de pe as parte burocr tica do processo fazer os relat rios Com rela o aos agentes desse aprendizado percebeu se em v rias falas dos entrevistados a presen a dos professores da vida S o em geral pessoas mais experientes que ensinam aos mais jovens o passo
218. o os fundamentos ontol gicos e as formas de acesso ao conhecimento por parte dos trabalhadores Desenvolvida no mbito de cursos t cnicos de Edifica es e Eletromec nica foi dada aten o especial s bases dos conhecimentos do campo da Constru o Civil e da produ o industrial identificadas com as pr ticas laborais dos trabalhadores das reas investigadas sejam elas acad micos e escolares ou pr ticas e t citas Da pesquisa de natureza qualitativa participaram alunos e professores e os dados foram obtidos atrav s de entrevistas semiestruturadas A an lise dos resultados foi realizada tomando se como base quatro categorias trajet rias profissionais exerc cio do trabalho conhecimento t cito e conhecimento escolar F sica da produ o e F sica escolar Os resultados apontaram que face s trajet rias escolares intermitentes ou interrompidas os trabalhadores buscam os saberes dos quais necessitam em cursos complementares em suas pr prias profiss es e no contato com os trabalhadores mais experientes Verificou se que esses saberes conquistados na pr tica t citos aproximam se daqueles escolares te ricos e permitem aos trabalhadores maior possibilidade de articula o dos conhecimentos que constroem na escola Como reflexo observou se que a integra o dos saberes proporcionada na modalidade PROEJA confere aos trabalhadores estudantes maior autonomia e liberdade em suas fun es desempenhadas e maior valoriza o n
219. o Estado do Paran que oferecem os cursos de PROEJA e dois estabelecimentos federais ligados ao Minist rio da Educa o que oferecem cursos nessa modalidade educativa Nos estabelecimentos estaduais s o oferecidos quinze cursos t cnicos Eletromec nica Constru o Civil Edifica es Administra o Nutri o Panifica o Secretariado Inform tica Vendas Meio Ambiente Log stica Enfermagem Agente de Sa de Comunit ria Cuidados com Pessoa Idosa Seguran a do Trabalho Dos federais um deles oferta somente cursos de PROEJA na modalidade dist ncia inviabilizando a pesquisa O outro oferta 83 somente o curso de Edifica es Tendo em vista a investiga o da aproxima o entre os saberes pr ticos adquiridos no trabalho e te rico cient ficos da disciplina de F sica estudados no PROEJA selecionou se os cursos t cnicos de Edifica es e de Eletromec nica de uma unidade ligada SEED PR seguindo os seguintes crit rios especificidade dos cursos e afinidade dos conte dos das disciplinas t cnicas do curso com conte dos de F sica anexo A e B exist ncia de alunos que estejam cursando semestres avan ados cursos de seis semestres anexo C garantindo com isso que parte dos sujeitos entrevistados j tenham estudado F sica e que tenham cursado o maior n mero de disciplinas t cnicas exist ncia de n mero suficiente de alunos para compor a amostra possibilidade de analisar e cotejar os resultados obtidos n
220. o ambiente profissional Palavras chave PROEJA Rela es trabalho educa o Ensino de F sica Conhecimento t cito Pr tica profissional ABSTRACT FROM WORK TO SCHOOL WORKING STUDENTS AND TEACHERS PERSPECTIVE ON THE RELATIONSHIP BETWEEN PRACTICE KNOWLEDGE AND SCHOOL KNOWLEDGE This work presents the results of an investigation performed in PROEJA courses in a professional education institution in the city of Curitiba Its main objective was to identify and establish the relationships between the knowledge acquired by students at work of practical and tacit nature and knowledge of scientific and theoretical nature especially the Physics ones to which students had access in school This research considered work as a central category and educational principle and was supported by the work of Marx Paulo Freire Luk cs Gaud ncio Frigotto and Ac cia Kuenzer among others It emphasized on a theoretical referential the ontological fundaments and the manners through which workers access knowledge The research was developed in the range of technical courses of Civil Construction and Electromechanics and gave special attention to the base knowledge of civil construction and industrial production identified with workers labour practices in the investigated areas Academic and school knowledge or practical and tacit knowledge were considered in the study Both students and teachers participated on the research which had a qualitati
221. o de uma nova categoria a reestrutura o produtiva em espec fico no caso brasileiro em virtude de seu papel no que se refere globaliza o da economia e s transforma es espec ficas que se desenrolaram nas diferentes regi es do pa s ibidem p 67 e 68 Da mesma forma Frigotto 2003 reitera que na sociedade moderna marcada pelas m quinas inteligentes pela rob tica e a microeletr nica pelo avan o da biotecnologia da engenharia gen tica e de novas fontes de energia toda essa tecnologia sob a gide do capital financeiro criada em nome da liberta o do homem na realidade escraviza e o subjuga sob as rela es de propriedade privada e de exclus o ao desemprego e subemprego p 118 25 Com rela o aos argumentos acerca da migra o do trabalho para o setor terci rio o autor afirma que uma observa o anal tica mais cuidadosa tomando se em conta a divis o internacional do trabalho mostra uma tend ncia do processo produtivo e de sua base t cnica em destruir cindir criar ou recriar deslocar e movimentar as ocupa es de trabalho ibidem p 119 Sobre as ideias de Offe Frigotto afirma que o problema est no fato de que ao abandonar a perspectiva ontol gica do trabalho desenvolve uma an lise que o leva a v rios sofismas de composi o O mais geral destes sofismas de que de dados relativos ao problema crucial e crise do trabalho enquanto emprego tarefa ocupa o de
222. o desemprego em um primeiro momento somente num segundo momento percebido como liberta o da escravid o do trabalho da carestia e da tradi o Para isso por m preciso ter coragem necess ria para aceitar e planejar a liberta o do trabalho o que ocorrer quando emergir coletivamente uma consci ncia de que os esfor os para aumentar o n mero de empregos numa sociedade foram superados ibidem p 08 e 11 Para De Masi as m quinas se encarregar o de quase todo o trabalho f sico e boa parte do trabalho intelectual sobrando ao homem consequentemente as atividades criativas Ao contr rio do desemprego ao qual se associam a mis ria e a marginaliza o esta liberta o do trabalho admitir modos de vida mais livres e felizes ibidem p 11 e 12 Em oposi o perspectiva anterior Kuenzer 2006a aponta mediante suas investiga es que as novas formas reestruturadas de acumula o do capital n o trouxeram como efeito a perda da centralidade da categoria trabalho Pelo contr rio consolidam e perpetuam a velha l gica das rela es de trabalho nas quais em suma observa se a crescente exclus o pela explora o do trabalho Nas palavras da autora existem novas formas de explora o que se expressam no aparente descolamento entre o real e o virtual de modo a produzir subjetividades n o mais a partir de bases materiais determinadas p 67 Nesse sentido Kuenzer sugere ainda a introdu
223. o e localiza o para a educa o no pa s sobretudo no que trata da oferta de educa o b sica no n vel fundamental ou no n vel m dio integrada educa o profissional na modalidade da educa o de jovens e adultos al m da forma o de professores especialistas para a atua o nestes cursos e modalidades Nesse sentido podemos afirmar que o ensino m dio integrado educa o profissional na modalidade de educa o de jovens e adultos uma iniciativa pioneira que n o encontra precedentes na hist ria da educa o brasileira em especial no relativo oferta nas redes p blicas p 114 A respeito da concep o de educa o profissional sobre a qual se fundamenta o programa o novo Documento Base do PROEJA de 2007 estabelece seis princ pios norteadores compromisso com a inclus o da popula o em suas ofertas educacionais inser o org nica da modalidade EJA integrada educa o profissional nos sistemas educacionais p blicos amplia o do direito educa o b sica pela universaliza o do Ensino M dio o trabalho como princ pio educativo a pesquisa como fundamento da forma o do sujeito considera o das condi es geracionais de g nero de rela es tnico raciais como fundantes da forma o humana e dos modos como se produzem as identidades sociais BRASIL 2007 p 37 38 De acordo com o quarto princ pio enunciado pelo Documento Base do PROEJA no qual se compreende o trabalho como pri
224. o nas palavras dos professores P Em1 e P Ed1 L O que te levou a ser professor A dar aula P Emi Eu dei aula no SENAI por na verdade pra ajudar mais um amigo Ele tava trabalhando l era coordenador era professor da eu fui l dar aula E aqui cara mais por necessidade financeira Tem que trabalhar n ter uma profiss o L E porque voc quis dar aula P Ed1 Porque eu queria complementar minha renda A princ pio I Se fosse outra fun o que desse pra trabalhar de noite voc iria P Ed1 Eu teria ido Eu faria Era mais uma esp cie que eu queria complementar renda N o era nem estar pensando em mudar de rea por enquanto Da como eu comecei com poucas aulas da eu fui pegando mais aulas da eu falei opa eu n o estou ganhando t o bem quanto eu ganhava mas eu t muito mais feliz dando aula 30 Com base nas pesquisas de Ferreira e Oliveira 2010 Lima Filho 2010 e Quixabeira Santos e Fartes 2010 93 Todos os professores conclu ram o Ensino M dio periodizados exceto os professores P Emil e P Fis que tiveram atraso de um ano Nesse sentido a tabela revela a uniformidade no que se refere idade de conclus o do Ensino M dio com uma varia o et ria de um ano dentre os participantes Quanto ao Ensino Superior todos conclu ram em seis anos ou mais ap s a conclus o do Ensino M dio devido provavelmente ao fato de trabalharem ao mesmo tempo em que realizavam os cursos I Ent
225. o o Ensino M dio dos quais um concluiu o 1 ano e outros dois o 2 ano Quatro estudantes que j 28 A an lise destes dados ser realizada no t pico 4 1 sobre a inicia o no trabalho e a trajet ria profissional 91 conclu ram o Ensino M dio est o cursando o PROEJA porque preferiram estudar novamente as disciplinas da base comum ou porque n o conseguiram vaga no curso subsequente conforme se depreende de algumas de suas falas como as que seguem E Ed3 Como eu fui uma pessoa que n o tive oportunidade de estudar e assim do governo da eu aproveitei essa oportunidade Como n o tinha eu n o consegui o subsequente eu optei para n o ficar parado fazer o PROEJA Fazer de novo o m dio para melhorar o meu conhecimento porque eu fiz muito r pido n E hoje eu t um pouco melhor j E Ed4 Na verdade eu vim em busca do subsequente Como n o tinha vaga n o vou dizer assim peguei o PROEJA porque foi o que restou eu na verdade t a procura de conhecimento I E porque n o subsequente E EM6 E que foi assim o subsequente mais ou menos uns 10 amigos meus da empresa tentaram o subsequente Nenhum conseguiu O Quadro 3 apresenta as informa es gerais sobre a escolariza o dos professores obtidas pelas quest es objetivas Esses n o foram questionados sobre institui es e locais onde cursaram o Ensino Fundamental dando se prioridade s informa es referentes ao Ensino M dio
226. obre a primeira perspectiva Pistrak 2009 define a import ncia do estudo interdisciplinarizado e articulado objetivamente s quest es de contexto e conjuntura Defende ainda a recusa de uma s rie inteira de disciplinas e partes de cursos que n o t m nada em comum com a atualidade e em contrapartida a introdu o de novas disciplinas antes nem conhecidas pela escola p 119 Elizaveta S Berezanskaya Olga S Leytnekker Robert M Mikelson Alleksei I Strazhev e Viktor N Shugin 10 A atualidade tudo aquilo que na vida da sociedade do nosso per odo tem requisitos para crescer e desenvolver se que se re ne ao redor da revolu o social que est vencendo e ir servir para a constru o da nova vida Atualidade tamb m aquela fortaleza capitalista contra a qual conduz o cerco a revolu o mundial Falando brevemente atualidade o imperialismo em sua ultima forma e o poder sovi tico como ruptura frente ao imperialismo como brecha na fortaleza do capital mundial PISTRAK 2009 p 117 118 Para ROSSI 1982 p 27 atualidade no trabalho de Pistrak n o se trata somente de uma dimens o de tempo mas um conjunto de fen menos sociais pol ticos e econ micos que se concretizam no presente mas que derivam de processos de ordem hist rica 37 Sob o segundo aspecto o autor afirma que o objetivo da escola n o somente o de conhecer a atualidade mas domin la grifos do autor Nesse sentido
227. ociedade do trabalho como reflexo do crescimento do trabalho em servi os assunto ao qual reserva os tr s primeiros cap tulos desta produ o e do desemprego resultado da fal ncia dos estados nacionalistas Muito embora o setor de trabalhos em servi o estivesse em expans o o crescimento seria insuficiente para absorver os trabalhadores provenientes de outros setores OFFE 1991 Essa vis o compartilhada por Schaff 1995 em Sociedade Inform tica para quem as mudan as ocorridas na ci ncia e na tecnologia implicam em transforma es na produ o e nos servi os e consequentemente nas rela es sociais No aspecto econ mico o reflexo imediato observado na redu o da demanda de trabalho humano e do imediato desemprego estrutural Como sa da para os efeitos da crise do trabalho Schaff prop e a substitui o do trabalho tradicional por atividades que deem sentido vida humana mesmo somente que para manter o bem estar ps quico daqueles que n o trabalham Em O futuro do trabalho De Masi 2001 traz os fatores que julga determinantes nas transforma es das rela es de produ o e os seus respectivos impactos no universo do trabalho na sociedade p s industrial Diz ele se dev ssemos por m indicar os elementos que exercem papel propulsor do sistema p s industrial e de sua din mica n o ter amos d vida privilegiar amos a ci ncia a tecnologia a globaliza o o progresso organizativo a
228. odutivas o acesso ao n vel superior se d pelo dom nio dos conte dos gerais das ci ncias das letras e das humanidades considerados como nicos saberes socialmente reconhecidos 44 como v lidos para a forma o daqueles que desenvolveriam as fun es de dirigentes o que Gramsci denominou de princ pio educativo tradicional na vertente humanista cl ssica KUENZER 1997b p 13 14 A reforma de CAPANEMA segundo Cunha 2005 p 36 trouxe ainda a transforma o de toda a forma o profissional para o ensino de grau secund rio m dio com objetivo de que a escola prim ria pudesse selecionar os estudantes mais educ veis Logo ap s a promulga o da Lei Org nica do Ensino Industrial Decreto lei n 4 078 1942 foi institu do o Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI Decreto n 10 009 1942 prevendo uma rede federativa privada sob dom nio da Federa o Nacional da Ind stria de institui es de ensino e capacita o do trabalhador e financiado na base de 1 sobre o montante de remunera o paga pelos estabelecimentos contribuintes a todos os seus empregados Decreto lei n 6 246 1944 ibidem p 47 55 Quanto concep o de ensino do SENAI baseada em um m todo de quatro fases de instru o individual tem se a observa o a reprodu o e a repeti o como principal mecanismo de aprendizado das tarefas o docente demonstra na oficina o modo correto de como executar cada uma
229. ofessor chama de v nculo com a casa com os cuidados do lar com a decora o pintura O professor frisa nesse sentido o saber da pr pria viv ncia do pr prio cotidiano destas pessoas e suas ricas contribui es para o ambiente escolar P Ed2 E a ideia exatamente nesse sentido Das pequenas manuten es da decora o o arranjo ambiental da pintura dos projetos de ambientes essa que a ideia que elas vem E tamb m algumas porque j participaram de mutir es de constru o de casa pr pria nos projetos de COHAB de prefeitura e tal Tem mulheres que j trabalharam j como ajudantes Trazem experi ncia de viv ncia exatamente de viv ncia Ent o essa uma condi o Tem l aqueles que t m esse interesse natural Alguns que trabalham em outros ramos e que tem interesse de trabalhar na Constru o Civil porque viram algu m algum parente alguma coisa e aqueles efetivamente que trabalham alguns que inclusive tem empreendimentos na rea Ressalta que em determinadas ocasi es os estudantes trazem pr ticas ou conhecimentos de suas experi ncias que convergem queles que s o ensinados nas salas de aula Menciona que por vezes os alunos possuem compreens es equivocadas ou at mesmo alguns v cios desmistificados a partir da experimenta o no laborat rio do curso I Em outros termos ser que isso vai mudar a pr tica dele P Ed2 Muda I Eles tomam consci ncia P E
230. ojeto ap s estudo diagn stico das quest es cr ticas da educa o brasileira visara qualifica o e requalifica o de trabalhadores de jovens e adultos forma o continuada com vistas supera o das propostas meramente instrumentais nega o da polariza o entre a educa o b sica e a educa o profissional e articula o entre os saberes que s o desenvolvidos na pr tica e os de cunho te rico MANFREDI 2003 p 118 Entretanto enquanto essas quest es eram discutidas em diversos grupos de trabalhos constitu dos no mbito desses minist rios outros encaminhamentos para a educa o profissional estavam sendo dados Em fevereiro de 1996 vem luz uma proposta do projeto de lei n 1603 1996 que tinha como conceito b sico a desvincula o da educa o b sica da de forma o profissional o que implicaria na extin o do ensino m dio t cnico integrado forma o profissional de reconhecida qualidade intensivamente presente nas Escolas T cnicas e CEFETS Tal projeto foi veemente refutado por praticamente todos os segmentos da educa o nacional o que fez com que ele fosse retirado de discuss o GARCIA 1996 Apesar das manifesta es contr rias as ideias b sicas do PL n 1603 1996 foram incorporadas LDB n 9394 1996 proposta pelo senador Darcy Ribeiro e apoiada pelo Governo Federal e Minist rio da Educa o De acordo com Aranha 2006 p 324 a LDB n 9394 1996 se caracterizou notoriamente
231. omos leigos ignorantes sem compreender nada p 510 Com nfase nos saberes cient ficos da F sica que se consagraram e se converteram em conhecimentos escolares Garcia 2000 ratifica que aos distintos n veis de dom nio desses saberes correspondem distintos n veis na hierarquia funcional no ambiente da f brica tendo a escola um papel importante nesta condi o Com rela o a esses conhecimentos escolares por serem em geral propostos e desenvolvidos de forma fragmentada e desvinculados de aplica es no nosso entendimento esses conhecimentos n o est o mais dando conta de ajudar a explicar as m quinas de hoje Contribuem para a composi o de um quadro que permite aos trabalhadores operarem as m quinas mas n o entend las de tal forma que se caracterizam como um conjunto limitado de conhecimentos escolares de F sica t pico dos operadores funcion rios de menor escolariza o GARCIA 2000 p 141 65 Al m disto existe uma s rie de saberes t picos dos processos industriais que s o aprendidos na pr tica na viv ncia por meio da observa o e da discuss o do funcionamento das m quinas J o dom nio desses saberes tem como pressuposto n o somente o grau de escolariza o que se faz importante mas tamb m o tempo de experi ncia e a mobilidade no espa o da f brica excluindo operadores e incluindo t cnicos e trabalhadores da manuten o 3 3 O conhecimento t cito O conhecimento t cito um c
232. onhecimento intr nseco do ser humano fundamentado nas experi ncias pr ticas at mesmo cotidianas intimamente relacionado com a intui o Trata se de um saber de dif cil sistematiza o formaliza o codifica o e express o por meio de palavras ou outro tipo de representa o Por isso dentre outros fatores n o s o saberes privilegiados pelas institui es formais de ensino BIANCHETTI 1999 Jones e Wood 1984 definem o conhecimento t cito como qualifica es apreendidas em situa es espec ficas que constituem um corpo de conhecimentos pessoais o conhecimento t cito se apreende atrav s da experi ncia individual dif cil e s mais das vezes imposs vel exprimi lo em alguma linguagem codificada formalizada e ele se liga geralmente a uma situa o espec fica A memoriza o de uma s rie de instru es insuficiente para levar algu m a realizar uma tarefa As epistemologias nas quais baseamos o conceito de conhecimento impl cito provam que ele caracteriza toda a a o humana poss vel de ser reproduzida WOOD JONES 1984 p 9 Sob outra tica de acordo com Nonaka e Takeuchi 1997 adotando os fundamentos da epistemologia de Polanyi o conhecimento expl cito aquele que pode ser sistematizado por meio de palavras n meros f rmulas representa somente a ponta emersa e vis vel do iceberg referente ao conhecimento Abaixo dessa regi o residem os saberes t citos manifestados em conclus es ins
233. ontol gica entre o ca ador humano e o ca ador animal Ao ca ar o animal n o faz cultura n o trabalha sobre a natureza e n o ensina aos mais jovens como fazer esta cultura e este trabalho Nas falas de um educando de Freire enquanto o homem um ca ador o gato um perseguidor Fazia assim uma diferen a sutil entre ca ar e perseguir Em ess ncia o que havia de fundamental fazer cultura foi captado ibidem 170 Como se pode perceber Freire e Pistrak em tempos espa os e condi es t o distintos efetivaram projetos pedag gicos em que o trabalho e a cultura estiveram frequentemente presentes nas rotinas discentes S o todavia projetos mpares que buscaram superar as ambiguidades do ensino tradicional anunciado por Gramsci Ac cia Kuenzer Gaud ncio Frigotto Luiz Ant nio Cunha dentre tantos outros Na sequ ncia ser o abordados elementos destas contradi es em uma breve evolu o hist rica da forma o dos trabalhadores no contexto da educa o brasileira 2 4 O trabalho e a forma o do trabalhador brasileiro trajet ria e concep es A trajet ria da forma o do trabalhador brasileiro da d cada de 1930 at a atualidade tem revelado um forte am lgama entre as concep es e princ pios pedag gicos e as respectivas pol ticas educativas A respeito da organiza o do Ensino M dio brasileiro Kuenzer 1997b p 10 destaca sua dupla fun o interm dio entre forma o b sica
234. or s nior de bombas El trica Automotiva CETEP P Ed1 26 Forma o continuada SEED PR Estagi ria auditora assistente 1 assistente 2 Curso de auditor interno UTFPR supervisora professora Autocad P Ed2 52 Engenharia ambiental FACCREI Manuten o de equipamentos familiar Educa o para o trabalho SENAR Unisul banc rio engenheiro professor P Em1 29 N o possui Estagi rio auxiliar t cnico mec nico professor P Em2 29 Engenharia el trica cursando UTFPR PR Caixa de Fliperama operador industrial t cnico Curso de automa o industrial UTFPR PR em Eletromec nica professor P Fis 30 Pneum tica e hidr ulica SENAI T cnico mec nico professor Usinagem CEFET SENAI Engenharia mec nica Cursando UTFPR PR NOTA Blast Explos o De acordo com descri o do entrevistado blaster a t cnica de detona o de rochas e pedras com explosivos FONTE O autor 2012 103 Com base nos dados dessa tabela o que se pode ver sob os dizeres de Arroyo 2007 s o as in meras escolhas e tentativas destes trabalhadores pela concilia o dos tempos da sobreviv ncia e da forma o Migram entre empregos trabalhos fun es algumas vezes acompanhando mudan as de cidades estados realidades na luta pela vida pela sobreviv ncia Ao mesmo tempo se especializam realizam cursos treinamentos lutam por melhores condi es no restrito e seleto mercado de trabalho Uma solu o paliati
235. ora extra turno extra a no s bado e assim por diante A flexibilidade das e da jornada de trabalho com o objetivo de atender as demandas do mercado uma caracter stica t pica do toyotismo tamb m pode ser observada na fala do estudante E Ems E Ems na empresa onde eu trabalho como eu trabalho em fun o do cliente a proje o do cliente Se o cliente falar n s precisamos dobrar a produ o agora at tal dia a empresa ou contrata a gente pra fazer um turno a mais ou trabalha em turno dobrado como j aconteceu v rias vezes comigo de trabalhar fazer 12 por 12 n Mas assim conforme o mercado n o n o tem uma previs o assim I A empresa tem essa flexibilidade de produ o E Ems Isso I E ela repassa isso pra voc s E Em5 Isso repassa pros funcion rios uma briga que a gente t tendo l agora n O sindicato at chegou l na frente falou n o porque a empresa mudou turno n a empresa at criou um turno n o mas ningu m negociou Mas assim sempre foi assim 5 3 As rela es entre os saberes Algumas das entrevistas revelaram conflitos existentes entre os trabalhadores e as figuras dos engenheiros dos chefes e dos superiores Os estudantes manifestam que em diversas situa es as ordens e processos prescritos pelos seus chefes pela ger ncia por desconhecerem os detalhes do trabalho pr tico s o invi veis ou exigem esfor o e tempo d
236. orme Kuenzer 2008 a educa o de qualidade popula o trabalhadora exige elevado investimento nos trabalhadores da educa o e no pr prio espa o p blico Investimento esse que privatizado e assumido pela burguesia que investe nas escolas particulares ao passo que a escola p blica tem como resultado um arremedo de educa o que antes de ser geral e s lida apenas gen rica e superficial com preju zos irrepar veis para a classe trabalhadora p 3 O s culo passado e o in cio deste sinalizam que a 53 educa o t cnica e profissional no Brasil carece de um caminho efetivamente democr tico conquistado com a participa o coletiva de trabalhadores sindicatos pensadores e gestores 2 5 Programas de educa o e qualifica o do trabalhador um olhar especial ao PROEJA No contexto da elabora o de nova LDB e mesmo antes de sua assinatura a preocupa o do governo FHC com a reestrutura o da educa o profissional sob uma nova concep o j estava presente Nesse sentido diversos Planos e Programas de est mulo a essa modalidade de educa o foram elaborados e implementados No ano de 1996 foi implementado pelo Minist rio do Trabalho e Emprego o Plano Nacional de Qualifica o do Trabalhador PLANFOR com a proposta de articular as pol ticas p blicas de emprego trabalho e renda com financiamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT Para Kuenzer 2006b esse Programa teve como proposta b
237. os nossos Essas constata es revelam a import ncia desse Programa para a educa o profissional brasileira raz o pela qual a ele foi dada especial aten o 59 3 OS CONHECIMENTOS E A AS RELA ES DE PRODU O Para compreender melhor como trabalhadores relacionam os saberes que trazem de suas experi ncias de vida e profissionais com os saberes te ricos abordados nos cursos de forma o t cnica e profissional ser o contemplados nesta se o os conhecimentos legitimados na rea da Constru o Civil e da produ o Eletromec nica Primeiramente tem se de levar em conta que os espa os privilegiados de circula o dos conhecimentos te ricos associados queles pr ticos est o em cursos t cnicos de n vel m dio e na academia em cursos universit rios de engenharia constituindo se assim como um primeiro fator que conduz segrega o entre eles Aos indiv duos que s o por suas condi es socioecon micas ou por outros motivos impossibilitados de acessar estes espa os resta somente o aprendizado de saberes adquiridos pelo conhecimento pr tico Para outros cujas condi es de vida e de escolaridade s o favor veis o caminho para tais ambientes mais curto e f cil adquirem forma o superior e lan am se no mercado de trabalho com a bagagem e status da teoria Em segundo lugar tais conhecimentos caracterizam se pela formaliza o te rica por linguagens abstratas codificadas sobretudo a nota o
238. os 13 estudantes entrevistados nove lembraram se de assuntos da ci ncia e os exemplificaram com situa es pr ticas de suas profiss es Dentre essas respostas e exemplifica es percebe se variados graus de profundidade e clareza da rela o entre a F sica e o trabalho Alguns em seus exemplos entraram em detalhes mais espec ficos dos assuntos da F sica relacionando os detalhadamente com quest es do dia a dia enquanto outros somente mencionaram tais exemplos de modo mais superficial Ao encontro das coloca es do professor P Fis os estudantes se mostraram mais familiarizados com os assuntos da F sica quando questionados sobre exemplos do dia a dia em que a disciplina aparece Isto a partir de situa es pr ticas e do pr prio saber pr tico que trazem de suas experi ncias tiveram maior facilidade em relembrar e reconhecer espontaneamente os assuntos da F sica ali tratados Sobre esses assuntos a Mec nica foi abordada em cinco entrevistas quatro estudantes do curso de Edifica es e um do curso de Eletromec nica sendo que o principal assunto mencionado foi o equil brio de corpos extensos a est tica considerado pelos pr prios professores a rea da F sica de maior relev ncia Constru o Civil Foram citados tamb m dentre os conte dos de Mec nica assuntos relacionados s roldanas queda dos corpos e 144 seguran a no trabalho s for as aplicadas em objetos em prensas para o modelamento a
239. os dois diferentes cursos 4 1 A institui o onde a pesquisa ocorreu A institui o de ensino adotada para a realiza o da pesquisa localiza se em um bairro perif rico da cidade de Curitiba Foi fundada em 1941 oferecendo os cursos t cnicos de Agronomia Veterin ria e Qu mica Posteriormente nos anos 40 e 50 do s culo passado com o desenvolvimento industrial do pa s teve permiss o para oferecer ainda os cursos t cnicos de Qu mica Industrial Meteorologia Pontes e Estradas e Agrimensura Nos anos de 1980 e 1990 devido s propostas econ micas neoliberais a institui o se reestruturou sob o modelo de demais institui es t cnicas do estado do Paran caracterizado pela fragmenta o da estrutura curricular Em 2004 ap s o Decreto n 5 154 passou a oferecer os cursos de Ensino M dio nas modalidades Integrado e Subsequente e em 2008 teve autoriza o para oferecer os cursos t cnicos na modalidade PROEJA de Eletromec nica e Edifica es O Quadro 1 apresenta os cursos as modalidades oferecidas pela institui o e o n mero de estudantes matriculados no ano de 2011 84 Quadro 1 Modalidades cursos oferecidos e n mero de matr culas por curso 2011 Meio Ambiente Edifica es Qu mica Industrial Eletr nica Eletromec nica Mod Matr Mod Matr Mod Matr Mod Matr Mod Matr Integrado 206 Integrado 204 Integrado 312 Integrado 217 Integrado 265 X X PROEJA 108 X X X X PROEJA 153 X X
240. ositivos ptico eletr nicos permitiu a automatiza o dos movimentos mec nicos Todavia as m quinas manuais se caracterizavam pela grande versatilidade em suas fun es em detrimento da especificidade operacional das m quinas autom ticas A primeira solu o encontrada para o problema foi desenvolver um mecanismo em que os movimentos dos trabalhadores fossem traduzidos em sinais codificados em filmes ou cart es magn ticos onde a informa o pudesse ser armazenada Esse primeiro processo envolvia ent o a grava o dos movimentos manuais dos trabalhadores a leitura e decodifica o e reprodu o pela m quina Por m a reprodu o das fitas ainda representava um elemento de rigidez produtiva em compara o tecnologia manual que permitia corre es e altera es pelos operadores Os sistemas de controle num rico por outro lado baseados em algoritmos informatizados representavam os movimentos e a es das m quinas matematicamente Os novos dispositivos de controle assimilavam centenas ou milhares de sub rotinas e instru es discretas conferindo maior flexibilidade s m quinas e assimilando habilidades antes s presentes no controle humano NOBLE 1999 p 162 e 163 Os trabalhos de Noble sugerem que o progressivo processo de automatiza o dos ambientes de produ o efeito da robotiza o e dos controles n meros computacionais poder levar a um dom nio pleno da m quina e o esgotamento das qualifica
241. ou horas extras em determinadas pocas do ano quando a produ o intensificada O papel da tecnologia como instrumento de centraliza o e controle dos processos produtivos foi identificado nas coloca es dos estudantes As inova es tecnol gicas muitas vezes n o s o orientadas por fins econ micos ou t cnicos e sim por aspectos pol ticos sociais e 150 culturais As m quinas de controle num rico computadorizado CNC desenvolvidas ap s a Segunda Guerra Mundial possibilitaram a dr stica redu o da interven o dos operadores nos processos produtivos bem como a possibilidade centraliza o dos c digos e comandos que gerenciam os movimentos das m quinas interessante observar que o discurso tecnocr tico vinculado ao pensamento de que as novas tecnologias s o melhores e superiores que as tecnologias anteriores passadas defendido e reproduzido pelo pr prio trabalhador estudante Ao passo que o avan o tecnol gico provoca a centraliza o dos processos produtivos e o conhecimento do trabalhador expropriado e incorporado m quina o discurso ideol gico assumido e reproduzido por ele sob uma perspectiva positiva Movido pelo discurso hegem nico o oper rio reproduz o pensamento capitalista sem mesmo compreender que os efeitos deste pensamento agem contrariamente aos seus interesses na luta de classes A respeito das rela es entre trabalho e educa o e seus respectivos saberes foi poss vel cons
242. p es da escolariza o 68 7 dos alunos j haviam iniciado o Ensino M dio em algum momento da vida destes 25 o fizeram na EJA 15 6 iniciaram o Ensino M dio regular e j haviam cursado o 1 ano 9 cursaram o 2 ano do Ensino M dio regular e um deles chegou a frequentar a 3 s rie do Ensino M dio sem complet la DEBIASO 2010 p 88 Todavia a pesquisa revela uma elevada taxa de evas o na ordem de 78 em todas as institui es de ensino investigadas o que contraria no entendimento da autora o primeiro princ pio que consolida os fundamentos do PROEJA que diz respeito ao papel e compromisso que entidades p blicas integrantes dos sistemas educacionais t m com a inclus o da popula o em suas ofertas educacionais Brasil 2007 p 37 grifos originais Dentre v rios motivos da elevada taxa de evas o identificada como problemas familiares e dificuldade de aprendizado o principal se configura na dif cil equa o de combinar escola e trabalho ibidem p 88 isto justamente a dificuldade de integrar as atividades e os tempos do trabalho e da educa o Por outro lado ao questionar os estudantes permanentes sobre os motivos que os levaram a continuar no PROEJA todos os alunos que permaneceram afirmam que o que havia sido aprendido at aquele momento no PROEJA tem razo vel rela o com o seu cotidiano fator importante para perman ncia deles no curso ibidem p 97 grif
243. pel fundamental na forma o de mulheres e homens ao longo de suas vidas Isto n o significa que o exerc cio do trabalho por si s seja suficiente para a forma o de mulheres e homens omnilaterais Pelo contr rio a pedagogia baseada na forma o profissional mec nica reducionista instrumento de forma o unilateral cujo objetivo a pr tica do trabalho alienado reificado e objetivado Por isso a escola ocupa papel central de media o da forma o 149 omnilateral do trabalhador cujo objetivo o exerc cio do trabalho como total positividade Um trabalho em que a pr xis e a a o teleol gica estejam de fato presentes Foi poss vel perceber tanto nas falas dos pr prios estudantes quanto nas dos professores que o retorno aos estudos em ltima inst ncia motivada pela busca dessa omnilateralidade pela articula o da forma o profissional forma o cient fica escolar acad mica Verificou se que compreendido por professores e por estudantes que essa articula o n o pode ocorrer sem a media o escolar em especial diante de suas trajet rias de vida destes trabalhadores para os quais a escolariza o foi truncada ou ocorreu de forma descont nua Arroyo 2007 nos relatos de professores e educandos sobre as trajet rias de vida e escolares constata que a retomada pelo percurso escolar motivada pelos caminhos de suas trajet rias sociais Iniciando se no mundo do trabalho ou amea ados p
244. peri ncia na rea o proporciona maior facilidade nas disciplinas e nas avalia es em compara o queles que n o possuem a mesma experi ncia E Ed4 Certeza muito simples pra mim porque eu j sei ler um projeto n Na verdade eu j fa o muita coisa J fazia um projeto por exemplo de uma coisa simples n o vou dizer que eu sabia o c lculo daquilo mas a desenhar eu j sabia I Voc percebe diferen a com rela o aos alunos que n o trabalham E Ed4 Percebe bastante Isso nessa rea mesma coisa que eu sei 10 e eles sabem porque muito diferente n Sobre essa rela o entre os saberes a mesma conclus o apresentada pelos estudantes ressaltada pela professora P Ed1 De acordo com o professor os estudantes que j possuem a experi ncia pr tica conhecem as t cnicas os diversos modos de realizar suas obras o cara que trabalha na rea e que t fazendo o curso de Edifica es ele se realiza aprendendo o que voc t ensinando Ele vem buscar aquilo O professor P Ed2 coloca que n o s o somente os trabalhadores da rea que trazem ricas experi ncias para a sala de aula Para esclarecer essa coloca o o professor cita como exemplo as mulheres do lar que fazem o curso de Edifica es Mulheres do lar e vem pra escola 129 N s temos bastante casos assim eu diria que de cada turma uma ou duas tr s s vezes Nesses casos em geral s o motivadas pelo que o pr
245. petitivas entre trabalho e educa o o que permite uma reflex o sobre a trajet ria escolar e profissional destes estudantes Retomando os dados da Tabela 2 em que s o apresentadas as informa es escolares dos estudantes evidencia se um aumento significativo da varia o da faixa et ria de conclus o da primeira para a segunda fase do Ensino Fundamental Isto durante a primeira fase at os 10 anos de idade os estudantes possuem em geral um percurso escolar regular Na segunda fase quando o trabalho passa a ser precocemente realidade de alguns deles percebe se ent o o aumento da varia o et ria da conclus o do Ensino Fundamental ou seja o processo escolar torna se mais truncado Excetuando os estudantes E Ed4 curiosamente aquele que revela a concorr ncia entre o trabalho e a educa o na inf ncia em seu relato E Ed3 e E Ed5 que j conclu ram o Ensino M dio os demais tiveram a escolariza o b sica obrigat ria interrompida ao passo que o trabalho se tornou uma realidade de todos Sobre esse conflito Arroyo 2007 se refere aos tempos da sobreviv ncia e do trabalho e aos tempos da forma o e da escola Quanto aos tempos do primeiro s o regidos pela imprevisibilidade pela incerteza do futuro projetado na urg ncia do presente Quanto aos tempo do segundo s o regidos por uma l gica r gida gradeada disciplinada e se cr na sua previsibilidade na certeza e linearidade do futur
246. pio educativo O trabalho como princ pio educativo diante da crise da sociedade do trabalho Perspectiva Florian polis v 14 n 26 p 39 70 1996 O significado do trabalho no capitalismo e o trabalho como princ pio educativo ensaio de an lise cr tica Trabalho Necess rio Online Niter i v 1 p 1 21 2003 O trabalho na forma social do capital e o trabalho como princ pio educativo uma articula o poss vel Educa o e Sociedade Campinas v 26 n 90 p 239 265 2005 WRIGHT Paul H Introduction to engineering New York J Wiley 1989 262 p ZANETIC Jo o Evolu o dos conceitos de F sica FMT 405 1 parte Alguns t picos de filosofia da ci ncia Notas de aula 1 sem 1999 S o Paulo Instituto de F sica da USP 1999 ZARIFIAN Philippe Objetivo compet ncia por uma nova l gica S o Paulo Atlas 2001 197 p 163 AP NDICES Ap ndice A Roteiro de entrevista com estudantes Ap ndice B Roteiro de entrevista com professores das disciplinas t cnicas Ap ndice C Roteiro de entrevista com professores da disciplina de F sica 164 Ap ndice A Roteiro de entrevista com estudantes ENTREVISTA COM ESTUDANTES DO PROEJA Objetivos Identificar a presen a e a import ncia de assuntos escolares de F sica nos ambientes de trabalho e nas pr ticas profissionais de alunos de Cursos T cnicos do PROEJA Roteiro b sico da entrevista Curso Data e hora de realiza o da
247. prender o que sabem E como eles sabem S o mulheres e homens repletos de saberes repletos como diz Reis 2011 p 180 de hist rias de vida tantas e diversas que apenas uma fra o pequena delas fui capaz de trazer para esse texto Como aprendi com todas 1 elas Talvez tenha sido ali que pude compreender um pouco do que Freire 2007 quis dizer com ningu m liberta ningu m ningu m se liberta sozinho os homens se libertam em comunh o p 58 A tem tica desta pesquisa orientada intencionalmente do trabalho para a escola expressa n o s o movimento di rio destes trabalhadores que estendem suas jornadas ao terceiro turno realizado na escola Expressa tamb m a din mica rela o entre o saber pr tico constru do tacitamente em meio s intemp ries do trabalho di rio e o saber te rico formalizado historicamente e tendo a escola como um de seus expoentes Compreender esse movimento din mico do universo dos trabalhadores estudantes tem v rias implica es Uma delas trazer as contribui es do saber informal e popular adquiridos nos ambientes profissionais ao saber escolar aproximando o universo do trabalho ao da sala de aula E ineg vel que a educa o formal tem muito a aprender com as experi ncias e os 14 conhecimentos desses estudantes Al m disso desmistifica se o conhecimento cient fico levando o ao n vel do conhecimento popular tornando o includente luz da epistemologia eme
248. problema das situa es limites para o qual pode se conceber como a margem real onde come am todas as possibilidades em contraposi o ao contorno infranque vel onde terminam as possibilidades a fronteira entre o ser e o mais ser em contraposi o fronteira entre o ser e o nada dimens es concretas e hist ricas de uma dada realidade FREIRE 2007 p 104 41 lhes cabe outra alternativa sen o adaptar se Constituem se como uma sensa o de desesperan a de conformismo acerca das condi es negativas apresentadas a si Em contrapartida se faz necess ria a a o libertadora revolucion ria o ato limite que somente se constr i com base no pensamento e na percep o cr ticos Desta forma se imp e a o libertadora que hist rica sobre um contexto tamb m hist rico a exig ncia de que esteja em rela o de correspond ncia n o s com os temas geradores mas com a percep o que deles estejam tendo os homens Esta exig ncia necessariamente se alonga noutra a da investiga o da tem tica significativa ibidem p 109 Essa a rela o dial tica entre contexto realidade situa o e atos limites e a ess ncia da educa o libertadora de Freire cunhada no trato com os temas geradores Freire 2007 defende a compreens o inicial de temas mais abrangentes diversificados o que define como nossa a AE gt EREIN x poca Nessa tem t
249. que est o diretamente associados aos saberes de que necessita diariamente em sua fun o 136 prestador de assist ncia Mec nica em ve culos de transporte de passageiros e por esse motivo afirma leva dessas disciplinas conhecimentos relevante para seu trabalho E Em3 Ent o essa parte do funcionamento das v lvulas n abre fecha dosagem de v lvulas entendeu ent o tudo essa parte que envolve do curso te deixa voc com a mente mais aberta pra voc na hora que voc vai fazer a an lise pra ver o que que t dando defeito na caixa mais r pido Dois estudantes desse curso afirmaram que t o importante quanto os saberes te ricos ligados ao trabalho s o os saberes relacionados organiza o do trabalho s rela es com outros trabalhadores e com seus superiores e aos processos administrativos e de gest o Para o estudante E Ems5 foram adquiridos durante as aulas de administra o do curso conhecimentos relacionados organiza o do trabalho que o possibilitaram compreender melhor os processos administrativos da empresa Al m desse o estudante E Em3 mencionou que algumas t cnicas relacionadas parte de se expressar elabora o de relat rios t cnicos e at mesmo reda o de e mail foram adquiridos no curso e levados ao exerc cio do trabalho Mais uma vez defende se a relev ncia da qualidade da comunica o no ambiente de trabalho a partir do uso da linguagem t cnica e formal
250. que se pretende analisar Ademais a realiza o da pesquisa na f brica permitiria a visualiza o e observa o da pr tica laboral dos trabalhadores permitindo inferir os conhecimentos e as teorias que se fazem presentes no ambiente produtivo Por m sendo o objetivo da pesquisa a identifica o de como os estudantes relacionam os saberes pr ticos com os te ricos e sabendo que grande parte desse conhecimento te rico afastado do ambiente de dom nio do trabalhador e ganha espa o de circula o no ambiente escolar e acad mico foi na esfera educacional que se procurou apreender tais rela es Atentando se s diversas modalidades de ensino no mbito da educa o profissional percebeu se no PROEJA o espa o que atendia aos principais requisitos da pesquisa sob os aspectos metodol gicos a integra o de disciplinas da base de forma o comum de cunho te rico proped uticas s disciplinas t cnicas cujos conte dos te rico pr ticos se aproximam do saber adquirido pela experi ncia profissional a maior facilidade de acesso a trabalhadores que s o tamb m estudantes que no ambiente da f brica poderia ser limitado frequ ncia ou ao per odo de tempo dos encontros entrevistas e a presen a de professores que mediam tais conhecimentos entre as disciplinas e os saberes pr ticos e te ricos Na cidade de Curitiba foram identificados dezesseis estabelecimentos estaduais de ensino ligados Secretaria de Educa o d
251. r ulica Eu n o digo em quest es de estruturas uma coisa que eu j sei fazer execu o de formas mas eu n o sabia a parte t cnica n I Voc fazia isso mais pelo fato de ter aprendido na pr tica E Edl1 d certo mas aquela coisa que foge um pouco da regra n Pode ter uma margem de erro pode exagerar no consumo ou pode deixar a desejar n Pode comprometer a estrutura ou pode exagerar na estrutura e gastar muito Acho que com o curso aqui a gente consegue deixar mais preciso at para evitar desperd cio e at pra evitar imprud ncia I Mas aprende a fazer e a ler bem a calcular E Edo Sim a calcular Voc vai sair formado pra uma corre o de planta voc pode ver se tem algum defeito na planta tudo isso Isso a o que voc mais aprende aqui na Constru o Civil n Nestas falas acima percebe se ainda que o fato dos estudantes desconhecerem os conhecimentos formais t cnicos como denominam n o os impede de executar suas obras Resulta por m em maiores imprecis es na quantidade de material utilizado na resist ncia das estruturas no tempo de servi o Da mesma forma o estudante E Ed4 relata que com sua experi ncia de obra possui maior facilidade na leitura e na constru o de simples projetos habilidades as quais adquiriu tacitamente mas que incapaz de fazer os c lculos mais complexos para constru o de projetos mais elaborados O estudante tamb m afirma que sua ex
252. r novos embates entre correntes pol tico educacionais no Brasil V rios projetos de reforma do Ensino M dio e do ensino profissional foram objetos de enfrentamento em especial na primeira metade da d cada Representavam aspira es diferentes e de distintos grupos sociais que apoiavam os projetos em tramita o na C mara Federal e no Senado MANFREDI 2003 p 118 No mbito federal salienta se a presen a de dois projetos predominantes quanto educa o profissional o do Minist rio da Educa o e da Secretaria de Ensino T cnico SENTEC e outro do Minist rio do Trabalho e da Secretaria de Forma o e Desenvolvimento Profissional SEFOR O primeiro defendia para o ingresso do pa s na categoria de primeiro mundo o intenso investimento nos recursos humanos idealizando se assim a cria o de um Sistema de 50 Educa o Tecnol gica que integraria toda a rede de ensino t cnico do setor Federal Estadual e Municipal Nesse projeto baseado em diagn sticos de organismo internacionais Banco Mundial CEPAL BID defendia se a otimiza o da rela o custo benef cio dando prioridade s series iniciais da educa o fundamental Para Kuenzer 1997b tal op o se justificava pelo elevado investimento necess rio para a universaliza o do Ensino M dio levando o Banco Mundial a recomendar n o investir em educa o profissional especializada e de custo elevado mas atingir as metas de ajuste fiscal O segundo pr
253. ra o trabalho docente Quanto aos demais possuem forma o t cnica em cursos de tecnologia e engenharia Al m da falta de forma o adequada para o trabalho docente ressalta se que tr s dos cinco professores entrevistados n o s o concursados possuem contrato de trabalho tempor rio prec rio e foram selecionados pelo Processo Seletivo Simplificado PSS um dado destoante da informa o apresentada pelo Projeto Pol tico Pedag gico em que se afirma a propor o majorit ria de professores concursados em compara o aos de contrato tempor rio Essa composi o do quadro docente corrobora com o apresentado por Shiroma e Lima Filho 2011 apontam que os cursos do PROEJA funcionam com a maioria de professores substitutos que n o raramente trabalham em outras escolas e exercem outras fun es a doc ncia tende a figurar como uma atividade complementar escolhida em fun o da flexibilidade de hor rios que a torna compat vel com outros v nculos SHIROMA LIMA FILHO 2011 p 737 o que contribui para a precariza o do trabalho docente A op o dos entrevistados em serem professores de cursos t cnicos coincide com a j observada por Burnier 2007 que constata que para estes profissionais em geral a carreira docente surge de maneiras muitas vezes imprevista como alternativa falta de emprego na rea desejada para complementa o de renda ou ainda em substitui o a empregos anteriores o que pode ser verificad
254. ram entrevistados tr s mestres de obra dois encarregados de obras de pavimenta o e dois profissionais que entraram no ramo h pouco tempo um como projetista e outro como estagi rio No campo da produ o observou se maior diversidade das fun es realizadas mas dos seis entrevistados cinco j exerceram a fun es de operador al m de dois que tamb m j foram programadores e outros dois que eram mec nicos Chama se aten o fun o do estudante E Ed1 que trabalha para uma sociedade de dois empreendedores fora da rea de constru o possuem outros trabalhos e investem seus capitais construindo e revendendo casas e sobrados populares Nesse caso como n o h um engenheiro contratado pela empresa somente terceirizados o estudante E Ed1 o trabalhador dos oito funcion rios que ocupa o maior n vel hier rquico na obra mesmo tendo 26 anos respons vel pelas contrata es dos funcion rios dos servi os pela compra dos materiais controla as finan as e o andamento geral da obra Os estudantes E Ed4 E Ed6 mestres de obra 113 e os E Ed2 e E Ed3 encarregados de obras de pavimenta o exercem fun es similares s executadas pelo estudante E Ed1 por m trabalham em empresas de maior porte e por isso est o subordinados a engenheiros Ainda assim s o os encarregados gerais pelo andamento das obras ou de partes delas Os estudantes E Ed5 e E Ed7 executam tarefas mais espec ficas do que as realizad
255. rea regular Tem ainda esse problema do Estado em que ainda algumas escolas t m sistema de blocos n Que atua em blocos Outras j n o n o adaptaram n tem esse direito I Aqui como que em bloco P Fis Pois aqui n o falam que bloco mas o estilo de bloco a mesma coisa Eles n o falam que bloco semestral isso que j era assim antes E tem essa de enfoque tamb m n Voc trabalha mais focado entendeu Em termos de conte do Porque n o adianta n o adianta voc ficar deslumbrando uma rea da F sica l que o aluno nunca vai ter contato L gico eu passo a mat ria normal tranquilo mas como um ensino t cnico eu sempre procuro focar a parte que ele vai ter mais contato no dia a dia da empresa Quanto ao enfoque dado disciplina nos dois cursos o professor afirma que os conte dos lecionados s o praticamente os mesmos mas existe uma pequena diferen a com rela o ao aprofundamento dado nas diversas reas da F sica objetivando ressaltar aspectos da F sica envolvidos com a rea de interesse do curso outro aspecto particular da integra o curricular proposta pelo PROEJA Segundo o professor P Fis Tem diferen a Bem pequena mas existe Por exemplo o enfoque que eu dou que existe na est tica por exemplo n o o mesmo da Eletromec nica entende A parte do estudo da est tica bem mais pesado E bem mais puxado na parte da Constru o Civil na Edifica es do que
256. res percebem as rela es dos conhecimentos estabelecidas pelos educandos Cabe aqui pontuar que as refer ncias adotadas como suporte pesquisa n o tiveram a inten o de esgotar a tem tica referente s rela es entre educa o e trabalho mas sim posicionar a pesquisa mediante os aportes te ricos que se constituem na rea A categoria trabalho assim foi compreendida como elemento central na constitui o do homem como um ser social Para tal no primeiro cap tulo buscou se nas obras de Marx e Engels 1996 2010 de Freire 2007 2011 e em especial de Luk cs 1978 o entendimento da constru o da consci ncia humana como efeito da a o teleol gica no processo de trabalho Os fen menos socioecon micos emergentes na d cada de 1970 provocaram profundas transforma es nos processos e nas rela es de produ o deslocando os postos dos setores prim rios e secund rios para setores terci rios Esses fen menos trazem tona novas discuss es acerca da centralidade da categoria trabalho discutidas na segunda se o deste cap tulo a partir das produ es de Offe 1991 Schaff 1995 De Masi 1999 2001 de um lado e Kuenzer 2006 a Antunes 1999 e Frigotto 2003 de outro A centralidade do trabalho retomada na terceira se o deste cap tulo mas agora com uma perspectiva pedag gica mais especificamente com um olhar sobre o trabalho enquanto princ pio educativo Partindo se das produ es de Savi
257. rgente de Boaventura de Souza Santos a dupla ruptura epistemol gica tem por objetivo criar uma forma de conhecimento ou melhor uma configura o de conhecimentos que sendo pr tica n o deixe de ser esclarecida e sendo s bia n o deixe de estar democraticamente distribu da SANTOS 1989 p 41 42 Assumindo a necessidade de projetos educacionais mais democr ticos e includentes esta investiga o buscou se inserir na ampla tem tica de estudos realizados sobre as rela es entre as categorias trabalho e educa o que surgiram no Brasil na d cada de 1970 Na trajet ria deste campo de investiga o novas linhas de pesquisas emergiram com intuito de esclarecer dimens es espec ficas circunscritas ao universo das rela es entre o mundo do trabalho e da educa o No mbito dessas linhas foram desenvolvidos trabalhos nos quais os processos de constitui o do trabalhador brasileiro seja no ambiente produtivo ou educativo e os respectivos interesses por tr s dessa forma o s o abordados As rela es entre os saberes pr ticos e te ricos seus ambientes de constru o circula o e valora o aparecem tamb m como coadjuvantes em algumas dessas pesquisas e centralmente em outras Algumas dessas pesquisas com objetivos de esclarecer as rela es entre trabalho e educa o apropria o do conhecimento pr tico e te rico rela es e aproxima es entre estes saberes foram realizadas nos locais de trabalho dos su
258. ria me dizer que tipo de trabalho emprego os alunos poder o conseguir com este curso O que eles podem fazer Em que setor poder o trabalhar Em que fun es 169 9 Como e onde os estudantes utilizar o os conhecimentos e t cnicas desta disciplina em seus trabalhos Qual a rela o desta disciplina com o trabalho que poder o conseguir 10 Como a participa o dos estudantes durante as aulas Eles trazem informa es m todos t cnicas conhecimentos espec ficos do trabalho ou da vida para a aula relacionando com a disciplina 11 Algum estudante j apresentou um modo diferente de fazer algo mostrado nesta disciplina Eles costumam discordar concordar comentar sobre m todos t cnicas ou assunto da disciplina O que pode ter motivado essa discord ncia concord ncia coment rio 12 Eles costumam confirmar antecipar com base no trabalho deles o que est o estudando na disciplina 13 Como o desempenho em termos gerais dos alunos nesta disciplina Alunos que j trabalham na rea tem desempenho diferenciado melhor pior Por que voc acha que isso ocorre Quais as dificuldades deles 14 Se voc pudesse reestruturar os conte dos program ticos desta disciplina voc faria mudan as Quais Que assuntos de f sica voc n o abriria m o Por qu Que assuntos incluiria Por qu 15 H alguma coisa que n o foi perguntada aqui e voc gostaria de acrescentar comentar relatar perguntar 170
259. rre de seu processo de vida diretamente f sico MARX 2010 p 51 Muito embora Marx tenha partido da compreens o da centralidade do trabalho em Luk cs 1978 que se encontram maiores aprofundamentos te rico do tema Segundo este autor o trabalho est no centro do processo de humaniza o e se constitui como uma categoria intermedi ria que permitiu o salto ontol gico da vida pr humana para o ser social Para Antunes 1999 dois conceitos s o centrais na ontologia de Luk cs o trabalho enquanto p r teleol gico e enquanto protoforma social p 136 Com rela o ao primeiro conceito Luk cs 1978 afirma que o momento separat rio entre o ser social e os demais animais n o se deve somente pela fabrica o de produtos mas pelo uso da consci ncia que deixa de ser indo ao encontro de Freire epifen meno da reprodu o biol gica p 5 Luk cs ent o d consci ncia um papel decisivo na distin o entre o ser social e o ser da natureza O trabalho humano o resultado de um p r teleol gico no qual o ser social ao contr rio do ser natural org nico idealiza os processos e o produto de seu trabalho antes da realiza o do labor e para isso inevitavelmente chama a ci ncia e o conhecimento dos determinados meios e fins O desenvolvimento e o aprimoramento do trabalho s o caracter sticas ontol gicas do ser social e disso resulta que ao se constituir o trabalho chama
260. rt ncia de que os profissionais envolvidos na educa o t cnica de jovens e adultos se pautem pela vis o da totalidade isto por pr ticas pedag gicas que compreendam a integralidade do ser humano e que integrem teoria e pr tica de modo interdisciplinar e contextualizado este trabalho pedag gico fundamentado no trabalho como princ pio educativo vai muito al m do que preparar para o trabalho pois tem a ver com a pr pria constitui o do ser humano como sujeito de sua vida ibidem p 48 Por outro lado na an lise de Klein 2011 n o obstante a proposta tenha a positividade de apresentar o debate da categoria trabalho e de seus princ pios educativos como elemento constituinte de sua concep o o faz de forma aligeirada o que coloca em cheque a efetividade da aplica o do princ pio e de seus resultados no PROEJA Com rela o ao desenvolvimento das categorias elementares que constituem o princ pio educativo do trabalho a an lise do projeto leva frustrante constata o de que a categoria trabalho raramente ocupa o centro de um debate de aprofundamento constituindo se mais frequentemente com um pano de fundo sobre o qual se desenrola autonomamente o drama da educa o Klein 2011 p 92 grifos da autora Com base em estudos acerca da implementa o do PROEJA no estado do Paran Lima Filho 2010 quatro anos ap s o in cio do programa aponta algumas fragilidades que ainda persistem Ap s u
261. s identificam se alguns elementos que ilustram o modo como o estudante busca a partir de sua intelig ncia ardilosa pr tica nos termos de Dejours 1993 os outros jeitos de resolver os problemas di rios de seu trabalho Dentro da precis o de seu trabalho dos limites da compacta o do asfalto obtida com o rolo compressor o trabalhador se prende a sinais e detalhes minuciosos adquiridos pela experi ncia pr tica e pelo conhecimento t cito E Ed2 Passa a bota se a bota arrepiasse n o tava bom da ia l passa a bota se a bota arrepiasse n o tava bom I O que arrepiar E Ed2 Voc passa o p em cima se ficou o sinal da bota por exemplo se voc esfregou a sola aqui e ele arrepiou no asfalto tem que dar mais uma fechada Passar mais o rolo que n o t bem compactado Voc passou esfregou e n o assinalou voc pode falar para o laborat rio pode furar Voc sabe que vai dar certo Na medida que voc t rolando passando o rolo compressor eu t acompanhando Na medida que eu vejo que o rolo t come ando a trepidar eu j mando ele parar porque j come a a estourar meu trabalho porque a base tem um limite Se ela passar de 100 estourou j n o presta mais Tem que ficar entre 95 e 100 por cento I Ent o a partir do momento que passa o rolo e a m quina n o trepida mais E Ed2 Ah mas geralmente eu trabalho junto com o laborat rio O laborat rio vem com todos esses apetrechos que tem a
262. s condi es de exist ncia alterando a sua realidade Das problematiza es da situa o o autor identifica os conceitos b sicos que se 16 Percebe se aqui a semelhan a das perspectivas de Freire e Pistrak na ado o de tem ticas que servem como pano de fundo da educa o os conflitos entre opressores e oprimidos os conflitos de ordem social econ mico e pol tico O primeiro denomina a de nossa poca o segundo de atualidade 17 Nesta situa o apresentada a imagem de um trabalhador portando em uma das m os um livro na outra uma enxada Pr ximo ao homem localiza se um po o d gua uma mulher com uma crian a ambos pr ximos a uma casa 42 escondem na imagem o da necessidade e o de trabalho e a cultura se explicita num primeiro n vel o da subsist ncia O homem trabalha na medida em que se relaciona com o mundo fazendo deste mundo um objeto de seu conhecimento FREIRE 2011 p 162 Na terceira situa o Freire 2011 p 166 apresenta o conceito de trabalho como elo entre a natureza e a cultura Nas palavras de seus educandos depois que o homem mata o p ssaro tira suas penas e transforma elas com o trabalho j n o s o natureza S o cultura grifos do autor Assim ao transferir n o s o uso do instrumento que funcionalizou mas a incipiente tecnologia de sua fabrica o s gera es mais jovens fez educa o ibidem A quinta situa o revela a diferen a
263. s cursos t cnicos de Eletromec nica e Edifica es Tal op o n o casual apoiou se no fato de que a base de conhecimentos pr ticos e te ricos dos participantes da pesquisa teria maior aproxima o com a forma o e experi ncia do pesquisador professor e licenciado em F sica Objetivou se com essa investiga o identificar como os trabalhadores estudantes dos cursos de Eletromec nica e de Edifica es relacionam os saberes pr ticos trazidos de suas viv ncias profissionais aos saberes te ricos cient ficos e escolares das disciplinas t cnicas e das disciplinas da base comum dando maior nfase disciplina de F sica De modo complementar investigou se as contribui es do saber te rico adquirido na educa o formal para a forma o e qualifica o destes trabalhadores Em outros termos seguindo a express o recorrente das 16 entrevistas o que destes cursos levado pra fora do col gio e o que de fora trazido para dentro dele Buscando aprofundar as rela es entre o conhecimento pr tico e o conhecimento te rico foram ouvidos professores das disciplinas t cnicas destes cursos e o professor de F sica que leciona a disciplina em ambos os cursos Tais entrevistas associam se a objetivos mais espec ficos o de compreender como os educadores articulam os conte dos escolares espec ficos de suas disciplinas ao conjunto de conhecimentos e experi ncias de seus estudantes e identificar como tais educado
264. s e nos quatro primeiros de Eletromec nica Quanto disciplina de F sica entrevistou se o professor que ministrava a disciplina para ambos os cursos O contato e agendamento com esses professores ocorreram nos intervalos das aulas momento no qual era servido o jantar para professores e funcion rios da institui o As entrevistas com os participantes do curso de Edifica es foram realizadas primeiramente Ap s o t rmino destas entrevistas passou se para o curso de Eletromec nica Para a escolha dos estudantes participantes da pesquisa um dos crit rios adotados foi que j tivessem estudado a disciplina de F sica Por isso em ambos os cursos optou se por entrevistar alunos que estivessem no 4 per odo ou adiante A sele o dos alunos do curso de Edifica es foi feita predominantemente a partir da indica o de um dos professores entrevistados que j conhecia os alunos que eram trabalhadores da rea segundo crit rio de sele o Com rela o aos estudantes de Eletromec nica um dos professores entrevistados permitiu que o pesquisador retirasse no in cio de uma de suas aulas os alunos que satisfaziam s condi es exigidas Em uma r pida conversa com o grupo formado foram apresentados os objetivos da pesquisa e feito o convite para participa o Aqueles que aceitaram escolheram a disciplina da qual se ausentariam para conceder a entrevista no caso aquela que apresentavam menores dificuldades de aprendizado e coub
265. s espec ficos da Matem tica como a trigonometria relacionando a s situa es do dia a dia e s habilidades b sicas necess rias nas mais diversas fun es E Ed4 muito pr ximo a Matem tica na Constru o Civil n Isso que eu quero dizer do meu ponto de vista E Eds A parte de Matem tica seria bastante importante A parte de Trigonometria e a parte de tri ngulos A Matem tica porque s vezes a gente vai fazer um esquadro vamos supor e o sistema pitag rico muito utilizado na obra Eu at perguntei pro mestre como ele fazia ele n o sabia porque Mas ela sabia que atrav s daquele resultado ele chegava no c lculo certo e atrav s do c lculo que ele fez eu percebi que ele tava usando atrav s do sistema de Pit goras E Ed6 Pra Constru o Civil muito importante a Matem tica n Pra voc calcular a quantidade de tijolos a altura medir os espa os ver os ngulos do canto entendeu E Em3 Que ajuda bastante pra gente ler a parte de projeto Antes n o tinha a parte de Matem tica de Matem tica aplicada agora tamb m tem Voc j consegue porque devido ao tempo que voc fica fora de sala voc deixa voc vai aquietando um pouco o c rebro n ent o muito bom Logo na avalia o dos estudantes a import ncia da L ngua Portuguesa se refere a aspectos da comunica o oral ou textual com clientes e superiores e n o propriamente a quest es ou conhecimentos t cnicos dos trab
266. s especificidades dos estudantes o hist rico da popula o de jovens e de adultos para os quais a a o educativa se orienta como suas trajet rias de vida suas expectativas e necessidades seus processos operat rios de aprendizagem p 148 35 Analisando as conjunturas e o contexto das rela es entre a vida e cultura entre trabalho intelectual e instrumental a escola institui o respons vel pela forma o do novo tipo de intelectual Kuenzer 1997a reafirma os fundamentos do projeto pedag gico a partir do princ pio educativo do trabalho e constata fundamentada nos pressupostos de Gramsci e Manacorda que O trabalho manual mais primitivo cont m em si um aspecto intelectual O t cnico o novo tipo de intelectual capaz de ser ao mesmo tempo especialista e dirigente express o da identidade entre especializa o t cnico manual com especializa o intelectual a t cnica trabalho a t cnica ci ncia e a concep o human stico hist rica foram unificadas no atual est gio de desenvolvimento das sociedades modernas as atividades v o se fazendo complexas e a teoria de faz operativa O trabalho e a ci ncia dissociados anteriormente voltam a formar uma unidade atrav s da media o da tecnologia MANACORDA apud KUENZER 1997a p 125 A partir desses pressupostos Kuenzer prop e os fundamentos pedag gicos da escola constru da com vistas forma o do novo intelectual uma escola tomada
267. s j bastante conhecidos s o construtores trabalhadores tais como o ser humano realizam trabalho modificam e transformam a natureza para a realiza o de suas necessidades Ocorre que diferentemente desses animais o homem constr i o favo em sua cabe a antes de constru lo em cera e ao finalizar seu trabalho o resultado usualmente toma a forma concreta daquilo que estava inicialmente no plano imagin rio O ser humano movido por uma vontade orientada a um fim que o acompanha no labor durante todo o tempo de seu trabalho diferentemente dos demais animais ibidem p 297 e 298 Sobre esse aspecto Freire 2007 corrobora as concep es de Marx e Engels ao compreender o trabalho como elemento de distin o entre o ser humano e as demais esp cies O animal ao n o poder se separar da atividade que executa e sobre a qual n o age de modo reflexivo n o absorve a transforma o que realiza no mundo De um lado o animal n o se separa de sua atividade que a ele se encontra aderida de outro o ponto de decis o desta se acha fora dele na esp cie a que pertence Pelo fato de que sua atividade seja ele e ele seja sua atividade n o podendo dela separar se enquanto seu ponto de decis o se acha em sua esp cie e n o nele o animal se constitui fundamentalmente como um ser fechado em si FREIRE 2007 p 102 Por outro lado os homens ao adquirirem a consci ncia da atividade que realizam e das transform
268. s pelas vias pr ticas Por esse motivo s o objetos de estudo nas disciplinas estruturantes desta ci ncia na resist ncia dos materiais nos sistemas estruturais nas instala es prediais na mec nica dos solos e at mesmo nos materiais de constru o usualmente transmitidos nos cursos t cnicos de Edifica es e superiores de engenharia como exemplificado na ementa da disciplina Sistemas Estruturais do Curso T cnico de Constru o Civil da institui o onde a pesquisa ocorreu CONTE DOS Grandezas fundamentais for a momento e sistema bin rio Condi es de equil brio Centro de gravidade e momento de in rcia Deforma o estrutural lei de Hooke diagrama tens o deforma o tens es normais e de corte tens o normal na flex o Elementos estruturais V nculos tipos e simbologia Tipos de carregamento Rea es de apoio em vigas e lajes Esfor os seccionais cortante normal e momento fletor em uma viga isost tica Diagrama de esfor os Dimensionamento de lajes e vigas Concep o de Arist teles e de Philoponus sobre a for a e a manuten o dos movimentos 62 Dimensionamento de pilares curtos e m dios Dimensionamento de funda es diretas Planta de funda o Planta de lajes Detalhamentos de funda o de pilares de vigas e de lajes Detalhamento de escadas e reservat rios Quantitativos de armaduras e quadros de ferragem Funda es Classifica o e tipos das funda es Escolha do tipo de
269. s processos mais automatizados nos quais dada import ncia significativa ao controle por meio da tecnologia as qualifica es t citas exercem um papel fundamental para a funcionalidade da tecnologia Jones e Wood apresentam ent o tr s dimens es das qualifica es t citas como resultado do labor humano em atividades at mesmo pouco qualificadas A primeira dimens o refere se s pr ticas de tarefas rotineiras para a qual a aprendizagem a as qualifica es s o adquiridas pela experi ncia Citam o exemplo da condu o de autom veis que pode ser seguramente transposta para situa es de opera o em equipamentos e instrumentos no trabalho Naquela atividade embora aparentemente desqualificada s o demandados do condutor uma s rie de a es combinadas com precis o mobilizando os p s as m os e a aten o sobre todas as dire es em objetos est ticos e em movimentos Essa primeira dimens o conforme afirmam os autores est fundamentada parcialmente nos pressupostos de Polanyi que mostra que toda a a o humana implica em determinado n vel de qualifica o e que uma vez que as a es s o incorporadas requerem n veis de consci ncia menores JONES WOOD 1984 p 5 A segunda dimens o das qualifica es t citas localiza se nos diferentes n veis de consci ncia de acordo com a atividade que realizada Tais n veis podem ser evidenciados em situa es em que as rotinas deixam de ocorrer e presenciam se situ
270. s voltados a aspectos te ricos do trabalho dos encanadores e eletricistas Trevisan constata algumas diverg ncias entre as respostas dadas pelos entrevistados e os princ pios cient ficos da F sica que justificariam os melhores encaminhamentos para os problemas pr ticos analisados o que pode representar dificuldades para a apropria o de conhecimentos que justifiquem as escolhas t cnicas mais adequadas Em outros termos a posse dos conhecimentos te ricos cient ficos pode levar a uma maior facilidade no aprendizado de procedimentos de ordem pr tica ou solu o de problemas e eventos imprevistos idem Por outro lado o acesso aos conhecimentos te ricos e cient ficos resultado das a es pedag gicas ou melhor do acesso educa o formal b sica e profissional Quanto s a es dessa media o Trevisan 2003 Kuenzer Abreu e Gomes 2007 e Garcia 2000 convergem para uma maior aproxima o entre a educa o e o trabalho As novas exig ncias do setor produtivo entre os saberes cient ficos e os saberes t citos apontam para a necessidade de ampliar o acesso com qualidade ao conhecimento condi o necess ria inser o e perman ncia nas rela es sociais e produtivas para os que vivem do trabalho KUENZER ABREU GOMES 2007 p 472 Para Trevisan 2003 quanto integra o entre os saberes escolares e pr ticos seria necess rio maior participa o da escola na forma o profissional dos eletr
271. ses estudantes o acesso a uma nova forma de pensar mais cr tica articulando teoria e pr tica Os estudantes quando questionados sobre a articula o das disciplinas de base comum s t cnicas 134 ou da teoria pr tica muitas vezes se referiram import ncia do saber calcular do saber o conhecimento que explica os procedimentos pr ticos Por m nem sempre esse saber calcular a realiza o do trabalho intelectual garantia da pr xis da clareza e articula o entre teoria e pr tica Retornando ao pensamento de Pistrak 2008 p 105 O trabalho enquanto puro gasto de energia cerebral ou muscular um gasto que pode at ser til tem uma import ncia m nima em rela o aos nossos objetivos da educa o Nessa concep o de trabalho pode se introduzir tudo at mesmo a tarefa infernal que consiste em decorar manuais nas v speras de exames Sobre o ensino da F sica por exemplo Higa 2005 e Zanetic 1999 se referem F sica do formulismo na qual o estudante compreende a ci ncia como um jogo onde se deve acertar a f rmula correta a ser utilizada e que essa uma vez encontrada representaria o nico caminho para resolver tal problema Isto ao inv s de se adestrar o estudante a se tornar um apertador de bot es est o adestrando nesse caso para se tornar um resolvedor de c lculos Nesse sentido cr se na integra o prevista no documento base do PROEJA e em
272. sicamente a partir da 108 experi ncia pr tica TREVISAN 2003 na experi ncia do dia a dia que se aprende as manhas do trabalho que se adquire a habilidade e a destreza das tarefas N o existe como dizem o mestre de obra que um dia n o foi pedreiro o pedreiro que um dia n o foi servente ou o supervisor que um dia n o foi operador o operador que um dia n o foi auxiliar um aprendizado lento processual e gradativo O aprendizado e dom nio destas profiss es como em quaisquer outras exigem tempo e esfor o concentra o e disciplina E Edl N o tem como aprender do dia para a noite assim tudo o que se sabe A gente v mestre de obra que sabe de coisa da obra mas tem coisa que j n o sabe E Ed3 Na verdade os mais antigos v o passando para a gente e a gente tem algumas instru es tamb m n A empresa te d uns cursinho r pido assim na pr pria obra de como usar os equipamentos mas isso se aprende mais com a experi ncia Voc vai trabalhando no dia a dia e vai pegando Seis dos estudantes entrevistados colocaram a import ncia do aprendizado emp rico pela observa o dos movimentos dos passos e etapas realizados pelos mais velhos N o se trata aqui de uma rela o de tutoria de apadrinhado ou de professor aluno mas somente do exerc cio da contempla o da aten o no modo como os colegas os mais experientes trabalhavam medida que se sentiam confiantes seguros de seus conhecimentos p
273. so mais orientado para a parte de Eletricidade e os conte dos de Mec nica ficaram aqu m da expectativa evidenciando que esperavam por maiores aprofundamentos na rea Por outro lado os estudantes apontam que os conhecimentos relacionados Eletricidade Eletr nica Digital e Anal gica s o os que mais t m a levar para suas pr ticas profissionais exatamente por que sabem que n o na pr tica onde ir o aprender sobre Eletricidade e Eletr nica E Em3 O que eu vejo de mais interessante a parte de el trica de eletr nica anal gica e eletr nica digital que volta pra parte de rob tica que volta pra parte de mais diagnose do produto n E Ems A parte de Mec nica tamb m uma boa parte do conhecimento que eu trouxe de fora me ajudou bastante E o inverso tamb m Boa parte do que eu aprendi mesmo sendo te rico de Mec nica aqui me ajudou bastante a entender o meu trabalho tamb m Conforma o de material composi o de material tratamento qu mico tratamento t rmico E Eml O que mais voc v assim a gente trabalha bastante aqui no curso com a parte el trica e eletr nica Como eu trabalho junto com o eletricista tipo assim onde ele vai tipo assim a gente sempre t junto trabalha junto Ent o tipo assim voc v quase todo o dia como que funciona isso tipo assim partes especificas Para o estudante E Em3 as disciplinas relacionadas Mec nica contemplam conte dos
274. sob as bases do princ pio educativo do trabalho e que permite superar a cis o entre escola cl ssica e escola profissional KUENZER 1997a p 125 Diante desses princ pios a autora apresenta a escola de estrutura nica que elimina o dualismo estrutural que se caracteriza pela dicotomia entre uma escola erudita humanista proped utica caminho ao ingresso universit rio e s fun es superiores no modo de produ o e outra escola popular do trabalho especializada caminho ao r pido ingresso aos postos de trabalho daqueles que n o possuem tempo de espera KUENZER 1997a p 130 Quanto ao conte do apresenta a politecnia como base curricular e t cnica para a integra o entre conhecimento produ o e rela es sociais atrav s da apropria o do saber cient fico tecnol gico atrav s de uma perspectiva hist rico cr tica idem Sobre o m todo defende a reunifica o entre o saber te rico e pr tico entre ci ncia e produ o t cnica e cultura atividades manuais e intelectuais tomando o trabalho enquanto forma de a o transformadora da natureza e de constitui o da vida social como ponto de partida Sobre a gest o aponta a democracia como s ntese de um sistema organizado eficiente disciplinado baseado no trabalho coletivo etc Por fim quanto estrutura e as condi es f sicas defende a moderniza o e atualiza o dos equipamentos e espa os contando com bibliotecas of
275. social Nesse mesmo enfoque a f brica e a ind stria devem ser antes de tudo objetos sociais com finalidades formativas e pedag gicas Na transforma o da sociedade sovi tica do in cio do s culo passado a f brica a c lula mais importante onde se criam os principais valores materiais modernos onde se constroem rela es da produ o b sicas onde o coletivo dos trabalhadores por uma quantidade de fios inumer veis liga se imediatamente com o todo social multilateral ibidem p 178 Debru ando se sobre a quest o do trabalho e a suas perspectivas enquanto princ pio educativo Pistrak apresenta tr s possibilidades Primeiro como meio de introduzir o princ pio da atividade no ensino escolar Segundo como um fen meno pr prio com o qual se pode apreender determinados assuntos de natureza cient fica inseridos no curso ibidem p 215 e 12 gas a 216 E enfim como um fundamento b sico da forma o da personalidade um meio de estimular na pessoa aptid es coletivas formar e desenvolver nela uma s rie de aptid es sociais e h bitos ibidem p 216 Para o autor 2008 p 105 ao analisar mais propriamente as categorias de trabalho e suas rela es com os objetivos gerais da educa o e da escola que experimentara na conjuntura sovi tica o trabalho que deve ser concebido como base do trabalho educativo n o o trabalho em si mesmo trabalho abstrato como se fosse dotado de uma virtude educativ
276. ssores s o adquiridos pela necessidade de trabalhar de exercer alguma fun o de aderir ao mercado de trabalho Ainda em outros casos como tratado anteriormente s o iniciados no 33 7 s Aspecto percept vel tamb m nas carreiras dos professores entrevistados e e o dd Trabalhadores que iniciaram no trabalho em ambiente familiar 107 pr prio ambiente familiar na lavoura no neg cio da fam lia juntamente com pais amigos ou conhecidos Na terceira coluna da tabela onde constam as profiss es intermedi rias dos participantes da pesquisa observam se as abruptas mudan as nas carreiras profissionais dos participantes isto as migra es destes trabalhadores para reas profissionais distintas daquelas nas quais foram iniciados revelando que em v rios casos os primeiros s o adquiridos do modo provis rio pela real necessidade da sobreviv ncia Isto ocorre inclusive nos casos em que os trabalhadores tiveram o in cio no trabalho no ambiente familiar Em alguns relatos apresentados a seguir pode se notar essa necessidade de come ar a trabalhar n o importando em que E Em2 A comecei a trabalhar de servente de pedreiro Meu pai carpinteiro n da eu fui me arriscar Fiquei 4 anos Fiquei 4 anos ainda mais porque n o tava conseguindo servi o n por causa dos estudos ent o tive que pegar P Ed1 T Eu fiz est gio eu fiz um ano de est gio j numa empresa Na verdade eu comecei fa
277. sta com estudantes ireas 164 Ap ndice B Roteiro de entrevista com professores das disciplinas t cnicas 167 Ap ndice C Roteiro de entrevista com professores da disciplina de F sica 170 ANEXOS a sura o E DR GRU O NO Ui 173 Anexo A Disciplinas do curso t cnico de Edifica es ss see 174 Anexo B Disciplinas do t cnico de Eletromec nica cs sirene 175 Anexo C N mero de alunos matriculados no curso de Edifica es e Eletromec nica 176 12 1 INTRODU O H um casamento que ainda n o foi feito no Brasil entre o saber acad mico e o saber popular O saber popular nasce da experi ncia sofrida dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos O saber acad mico nasce do estudo bebendo de muitas fontes Quando esses dois saberes se unirem seremos invenc veis Leonardo Boff Diariamente milh es de trabalhadores brasileiros saem de suas casas e tomam o rumo do trabalho Realizam suas vidas produzem e reproduzem suas pr prias exist ncias SAVIANI 2007 fazem se mulheres e homens Aprendem a apreender o mundo a v lo refletido no trabalho que realizam e constroem neste mundo do trabalho o saber fazer os mil jeitos de sobreviver T m nas m os o conhecimento pr tico Um conhecimento que valorizado ao mesmo tempo desvalorizado Valorizado como instrumento para enriquecer os meios produtivos
278. studo da F sica conduz os alunos ao estabelecimento de frequentes liga es ou significa es com conte dos de outras disciplinas t cnicas ou at mesmo de situa es de suas profiss es Para os estudantes a F sica tamb m considerada uma disciplina fundamental para suas pr ticas profissionais e para a pr pria continuidade no curso t cnico Os assuntos de F sica que mais marcaram as vidas desses estudantes e que foram por eles espontaneamente relacionados com suas atividades profissionais foram aqueles relacionados Mec nica possivelmente pelo fato desses conte dos serem mais concretos e vis veis em situa es do cotidiano 154 Compreendemos que quando os alunos exemplificam espontaneamente assuntos da F sica a partir de situa es vivenciadas em suas pr ticas profissionais evidenciam sinais da articula o realizada entre a teoria e a pr tica entre os conhecimentos cient ficos e a experi ncia t cita cuja identifica o foi almejada neste trabalho Nesses casos os estudantes n o somente relembraram de conceitos de F sica mas foram capazes em alguns casos de trazer as situa es do universo de trabalho para pr ximo da ci ncia Ao mesmo tempo que declaravam n o saberem muito da F sica forneciam explica es absolutamente condizentes com os princ pios da F sica Foi poss vel perceber ainda quanto aos anseios e desejos destes estudantes trabalhadores neste seu percurso de retorno do trabalho para a
279. tatar sob a l gica do capital os conflitos existentes entre os saberes t citos de posse dos trabalhadores e os te ricos de posse dos engenheiros e gerentes reflexos da pr pria hierarquia funcional no mercado de trabalho Quanto aos saberes te ricos o que se verificou que validados pelo argumento e pelo m todo cient fico possuem uma autoridade inquestion vel no ambiente de trabalho J os t citos em geral saberes de dif cil sistematiza o ou representa o conquistados pelos trabalhadores lentamente durante suas experi ncias profissionais e ganham legitimidade sobretudo em situa es especiais nas quais o conhecimento te rico incapaz de se formalizar Com base nestas observa es verificou se que os trabalhadores quando procuram defender seus posicionamentos perante seus superiores recorrem a argumentos concretos conduzindo os at o problema uma vez que a partir de seus saberes pr ticos e t citos n o conseguem sistematizar e expressar as ideais obtidas ou ainda desconhecem as terminologias t cnicas e os conhecimentos cient ficos que os fa am ser plenamente compreendidos Por isso conforme os estudantes trabalhadores e os professores a aquisi o da terminologia t cnica e o dom nio da linguagem padr o s o importantes aspectos da forma o destes profissionais pois possibilitam que se expressem melhor e defendam seus pontos de vista com a autoridade do conhecimento cient fico 151 Na vis o dest
280. te E Ed6 quando questionado sobre a import ncia dos conhecimentos escolares assim a define I E esse conhecimento escolar ele importante para a constru o Ou n o De 0a 10 E Ed6 10 n O conhecimento escolar quantos mais o n vel de estudo teu na Constru o Civil voc vai na Constru o Civil voc mais aprende A no caso mais voc evolui E hoje em dia cada vez mais voc tem que ir procurando se evoluir no estudo tamb m I valorizado no mercado E Ed6 valorizado no mercado se voc chegar l com n vel maior de estudo n Eu n o sei se as construtoras j est o vendo assim entendeu Porque s vezes as construtoras s querem tem muita construtora que s pensa na m o de obra mas t m muitas que j t o qualificando os profissionais tamb m pra aprender novas etapas n o s a m o de obra da construtora ali mas de pedreiro entendeu Eles querem uma pessoa que tenha uma escolaridade maior entendeu Para poder fazer outras coisas tamb m Evidencia se nos relatos do estudante E Ed6 sobretudo a compreens o da rela o entre escolariza o e dos saberes escolares b sicos aquisi o de novas etapas de conhecimentos t cnicos mais elaborados e diversificados no ambiente de trabalho bem como o movimento das construtoras na busca por estes trabalhadores para fun es manuais 124 Dentre as disciplinas e conte dos escolares mencionados chama se aten o necessidad
281. te em sua dimens o concreta produtora de valores de uso e abstrata produtora de valores de troca sobretudo em sua dimens o produtiva criadora de mais valia Sob esse aspecto se a finalidade da sociedade do capital a produ o de mercadoria e assim a faz para extrair dela mais valia o trabalho concreto est subsumido pelo trabalho abstrato que por sua vez est subsumido pelo trabalho produtivo p 54 56 grifo do autor Em outros termos a produ o de bens valores de uso trabalho concreto e de mercadorias valores de troca trabalho abstrato sendo que a ltima determina a primeira condi o necess ria por m insuficiente para caracterizar o modo de produ o capitalista A produ o de mais valia capital a raz o ltima deste modo de produ o e por isso o trabalho produtivo determina tanto o trabalho abstrato como o trabalho concreto Trabalho produtivo portanto a categoria anal tica fundamental TUMOLO 1996 p 56 grifos do autor Desse modo para Tumolo 2005 considerando o trabalho produtivo o instrumento b sico da produ o e reprodu o do capitalismo a constru o do g nero humano por interm dio do trabalho d se pela sua destrui o sua emancipa o efetiva se pela sua degrada o sua liberdade ocorre pela sua escravid o a produ o de sua vida realiza se pela produ o de sua morte p 255 grifos do autor Colocados esses argumentos
282. tes a determinada opini o apresentada De acordo com os autores as entrevistas possuem outras vantagens a atingem uma amostra muito melhor da popula o garantindo maior disposi o e afinidade dos participantes com a pesquisa e b apresentam maior flexibilidade pois existe a possibilidade de repetir as perguntas ou apresent las de outro modo para que se possa ter a certeza de que s o compreendidas ou fazer outras perguntas a fim de esclarecer o sentido de uma resposta Reconhece se que os participantes desta pesquisa por serem trabalhadores que estudam s o trabalhadores estudantes Todavia como a pesquisa ocorre em ambiente educacional ser utilizado o termo estudante 82 Frente problematiza o da pesquisa que procurou identificar que rela es s o estabelecidas entre o saber fazer e o saber cient fico por trabalhadores estudantes e professores de cursos t cnicos do PROEJA no seu processo de escolariza o a primeira op o a ser tomada foi com rela o ao seu l cus onde encontrar trabalhadores que possibilitassem a investiga o das rela es entre o saberes pr ticos conquistado no cotidiano profissional e os saberes te ricos que muitas vezes explicam os fazeres pr ticos realizados pelos trabalhadores A priori considerou se que o ambiente mais adequado para tal finalidade seria o espa o da f brica da produ o pois l onde o trabalhador adquire o conhecimento
283. tes mesmo do que conhecemos como Ci ncia Moderna sendo teorizada depois do surgimento do m todo cient fico o aparecimento da Eletromec nica ocorreu somente no s culo XIX mais de dois s culos depois dos trabalhos de Galileu De maneira geral os livros de F sica apontam que os primeiros ind cios de estudos sistematizados com a eletricidade foram realizados por Tales de Mileto aproximadamente 600 A C ao perceber que pedras de mbar depois de serem atritadas em tecidos e peles de animais atraiam pequenas part culas como penas e peda os de folhas ressecadas Tales no entanto acreditara que o efeito produzido pelo atrito sobre o mbar estava relacionado ao magnetismo fen meno por ele tamb m analisado em pedras de magnetita No s culo XIII Pierre de Maricourt descreveu detalhadamente o comportamento de materiais magnetizados pr estabelecendo a denomina o de polos magn ticos bem como a repuls o de polos iguais e a atra o de polos diferentes Quanto eletricidade os avan os 63 ocorreram somente no s culo XVIII com Du Fay Franklin Galvani e Coulomb e no in cio do s culo XIX com Alexandre Volta Todavia ao longo do s culo XIX que a eletricidade e o magnetismo se tornam fontes de poder para a humanidade e passam a ser incorporados aos processos produtivos capitalistas Os primeiros sinais das rela es entre magnetismo e eletricidade foram observados por Oersted em 1820 ao perceber que o fluxo de carg
284. ting Auxiliar de escrit rio SENAC projetista E Em1 29 N o possui Mec nico de m quinas rurais pesadas operador industrial mec nico industrial E Em2 32 Mec nica b sica com CNC CEDUC Frentista servente de pedreiro auxiliar de Trigonometria aplicada ind stria CEDUC produ o operador de m quinas preparador Curso de Autocad CEDUC industrial mec nico industrial E Em3 29 Curso de Inform tica Treinfo Marceneiro carpinteiro auxiliar de serralheiro Mec nica b sica industrial SENAI soldador t cnico de manuten o auxiliar de Leitura interpreta o de des industrial Empresa produ o operador 1 operador 2 retificador B Sistemas informatizados de produ o Empresa almoxarife operador de escavadeira Opera o de m quinas de terraplan CEFET PR organizador de p tio mec nico de ve culos E Em4 23 Operador de empilhadeira Sineltepar Carregador e descarregador de caminh es Curso de eletricista Alpha Omega auxiliar de produ o empilhador auxiliar de eletricista eletricista E Em5 38 Mec nica b sica industrial Sindicato Pintor familiar auxiliar de produ o operador T cnico em inform tica Data Byte programador CNC or amentista Capacita o em CNC Empresa E Em6 30 Curso b sico de eletricista SENAI Pedreiro pintor industrial operador de fresa Mec nica b sica industrial SENAI furador de bancada montador de pain is Programador CNC Sindicato montad
285. to de institui es privadas LIMA FILHO 2003 p 22 De acordo com Kuenzer 1999 as medidas legais instauradas pelo Decreto n 2208 97 que visaram plena separa o entre os ensinos m dio e profissional resultaram em redes de ensino distintas e divergentes Para a autora o Decreto n 2208 97 rep e no cen rio da educa o brasileira a dualidade estrutural tal como ocorria antes de 1961 com a quebra da equival ncia Esta proposta conservadora porque retoma a concep o taylorista fordista que sup e a ruptura entre o saber acad mico desvalorizado por n o ser pr tica e o saber para o trabalho desvalorizado por n o ser te rico contrariamente compreens o contempor nea que mostra que a partir da crescente incorpora o da ci ncia ao mundo do trabalho e das rela es sociais a indissoci vel articula o entre ci ncia cultura e trabalho entre pensar e fazer entre refletir e agir KUENZER 1999 p 134 e 135 Em 2004 ap s dois anos de intensa discuss o de projetos de educa o profissional e sua rela o no Ensino M dio em que foram retomados os princ pios da educa o polit cnica unit ria universal e laica objetivando a supera o da dualidade educacional e estrutural foi assinado o Decreto n 5 154 2004 conservando ainda diversos elementos contradit rios e conservadores da revogada lei n 2 208 97 De acordo com Garcia e Lima Filho se por um lado o decreto 5 154 2004 revoga o de
286. to mec nico do tomo comportamento absolutamente distinto da Mec nica Newtoniana a que estamos acostumados Da revolu o da Mec nica Qu ntica derivam se os princ pios para a revolu o t cnico cient fica Nas d cadas de 1950 e 1960 novos dispositivos miniaturizados s o desenvolvidos com base nas propriedades microsc picas da mat ria e assim incorporados aos diversos setores da produ o Sobre o transistor quem imaginaria que a partir da sua descoberta em 1948 ou seja h apenas 50 anos poderia se constituir num dos avan os tecnol gicos mais significativos do s culo 20 Al m de iniciar a ind stria dos multibilh es de d lares dos semicondutores ele contribuiu para o desenvolvimento de todas as inven es relacionadas como os circuitos integrados componentes optoeletr nicos e microprocessadores Ou ent o quem poderia imaginar que a amplifica o de luz por 64 meio da emiss o estimulada de radia es descoberta em 1960 acabasse se tornando o t o comum laser utilizado na ind stria como ferramenta para cortes de chapas e posicionamento de pe as numa placa de circuito impresso e pelo mercado consumidor dom stico j em 1980 como leitor dos dados de um CD Rom ou de um compact disc ibidem p 22 Ainda na d cada de 1960 o desenvolvimento da linguagem digital possibilitou avan o especial na rea da eletr nica seguida da mecatr nica articulam se assim hardware e software Esse cami
287. tre trabalho e educa o No entanto em uma compreens o incompleta ou unidirecional das rela es destas categorias em especial no modo de produ o capitalista no qual o trabalho concreto subsumido pelo abstrato as analises se reduzem a uma vis o puramente negativista cerne da cr tica de Souza Junior 2010 a respeito das contesta es de Tumolo 1996 2003 2005 sobre o princ pio educativo do trabalho Essa pesquisa realizada com trabalhadores estudantes no PROEJA revelou in meros elementos de positividade do trabalho que ser o melhor explorados adiante Contudo foram tamb m identificados diversos outros pontos de incongru ncia nas rela es trabalho e educa o em especial no que se refere dificuldade de conciliar emprego e estudo mente e corpo nas tr s jornadas di rias que n o podem ser ocultados Em suma as faces do trabalho e da educa o e das rela es entre estas categorias s o m ltiplas e plurais n o se reduzem somente s totais positividades e t o pouco s totais negatividades Retomando os resultados sobre a inicia o no trabalho apresenta se a Tabela 4 na qual constam mais informa es relacionadas s trajet rias de vida dos participantes da pesquisa forma o complementar profiss es e fun es dos estudantes e dos professores 2 E estes pelo produtor de mais valia conforme Tumolo 102 Quadro 3 Cursos complementares profiss es e fun es exercidas
288. tudantes apresentarem dificuldades de se colocar na pr tica aquilo que exigido pelas normas t cnicas E Ed1 J Que nem essa no n vel que voc perguntou mesmo O professor falou como que era feita a gabaritagem Da eu expliquei de outras formas que existem ainda n Que al m do gabarito tem na linha Cada um marca de um jeito na obra digamos assim I Algum aluno j trouxe algum m todo alguma coisa diferente de fazer alguma coisa Voc j apresentou algum conte do alguma coisa e eles faziam de outro jeito ou discordaram de algo P Ed1 N o eles s disseram como que na realidade eles fazem Porque na realidade existe uma coisa a pr tica e a teoria a teoria eu t ensinando aqui mas na pr tica s vezes a coisa muda Olha professora n o da pra fazer assim Foi na parte de uma tubula o Na norma dizia pra fazer 90 uma tubula o e o aluno disse olha professora acho que n o vai dar certo a gente tava estudando um projeto e um projeto que era feito por um engenheiro professora n o d da ele tirou uma foto na obra e falou olha professora a gente faz com 45 t aqui oh ent o isso eu achei bacana ele foi atr s ele viu ele mediu l que era 45 e trouxe uma foto pra professora Eu falei gente nem sempre as pessoas executam as coisas como a norma pede nesse sentido assim Embora nessa situa o o professor em um primeiro momento afirma que os estu
289. tudos idem Sobre a estrutura curricular o PROEJA privilegia a abordagem na perspectiva dos complexos tem ticos isto a organiza o de temas gerais ligados entre si de tal modo que sejam enfatizados os saberes b sicos que possibilitem a compreens o do contexto e de situa es mais espec ficas S o tamb m privilegiadas as abordagens por meio de esquemas conceituais resolu o de problemas mediadas por dilemas reais vividos pela sociedade e por reas de conhecimentos Percebe se aqui a inten o de evitar nesse programa a constitui o de um curr culo tecnicista fechado e universal Para Machado 2006 fundamentada na estrutura curricular apresentada no documento existem diversos pontos que servem de partida para a constru o de curr culos inovadores aos cursos do PROEJA Dentre os v rios indicados pela autora pode se frisar a considera o de toda e qualquer bagagem anterior escola os valores e os conhecimentos pr vios adquiridos por estes p blicos em suas culturas de origem e em seus ambientes de trabalho p 45 grifos nossos o reconhecimento das trajet rias de vida sociais e escolares e a import ncia destes aspectos na constitui o da forma o mental tica identit ria cultural social e pol tica o 57 respeito pelo direito que essas pessoas possuem de utilizar tanto o conhecimento novo quanto aqueles que trazem de suas experi ncias anteriores A autora reitera por m a impo
290. uais entre si O que faz os homens iguais a sua humanidade essencial igualdade ontol gica Dial tica porque sendo o conceito de di logo de Freire compreendido como o objetivo principal de sua 40 educa o tem se a contraposi o entre concep es diversas concep es de opressores e oprimidos como momento da supera o dial gica da ordem atual pela coloca o de uma ordem nova que incorpora e ultrapassa a anterior ibidem p 102 Da mesma forma como Pistrak busca os complexos de ensino na realidade social viva S maA E a al 7 as 13 nas rela es din micas e reais de produ o a proposta de educa o de Freire busca o di logo a dialogia como norteador do conte do program tico esta inquieta o em torno do conte do do dialogo a inquieta o em torno do conte do program tico da educa o Simplesmente n o podemos chegar aos oper rios urbanos ou camponeses estes de modo geral imersos num contexto colonial quase umbilicalmente ligados ao mundo da natureza de que se sentem mais partes que transformadores para maneira da concep o banc ria entregar lhes conhecimento ou impor lhes um modelo de bom homem contido no programa cujo conte do nos mesmos organizamos FREIRE 2007 p 96 97 Para Freire 2007 conduzido pelos seus ideais libertadores de ensino a escolha dos temas da educa o do trabalhador uma escolha democr tica derivada de um processo gradual media
291. uisa realizada em f brica de linha branca enfatiza o conflito que surge das rela es entre trabalho e educa o ind stria e escola A primeira tem pressa o seu empenho para que tudo seja feito com qualidade e no menor tempo poss vel pois seu ritmo ditado pelo mercado Como empresa cremos que apesar de necessitar e exigir funcion rios cada vez com maior escolariza o ela n o quer perder tempo com essa forma o 143 Por outro lado para a escola cabe o papel da forma o do cidad o e n o somente do trabalhador ou do empregado para as empresas O ritmo e a pr pria natureza do trabalho pedag gico e formativo realizado pela escola de longo prazo distinto do imediatismo do setor produtivo GARCIA 2000 Os processos produtivos introduzidos pela acumula o flex vel subsidiados por uma base tecnol gica microeletr nica de alta complexidade exigem de seus trabalhadores capacidades e compet ncias tamb m mais flex veis e complexas relacionadas ao dom nio profundo de saberes cient ficos e escolares em especial no enfrentamento de situa es extraordin rias Reis 2005 com base em suas pesquisas no setor petroqu mico corrobora as afirma es de Garcia e reafirma a incompatibilidade entre as exig ncias colocadas pelo setor produtivo de acelera o da forma o de m o de obra e o ritmo da forma o de qualidade deste trabalhador no ambiente educacional n o se organiza uma pr tica educativa capaz d
292. uiu 1 do E M E Em6 M 30 10 Curitiba PR 14 Curitiba Concluiu o E M NOTA Modalidade Supletivo FONTE O autor 2012 De acordo com o Quadro 2 nota se que a maioria dos estudantes do sexo masculino 12 homens 92 e uma mulher 8 importante ressaltar que o sexo n o foi um crit rio de sele o dos estudantes e que os alunos dos cursos de Edifica es e Eletromec nica s o 90 predominantemente do sexo masculino A idade m dia dos estudantes de 33 4 anos a menor 20 e maior 56 sendo que a maioria dos estudantes possui idade entre 20 29 e 30 39 5 pessoas em cada intervalo Dois estudantes possuem idades entre 40 49 e apenas um possui idade entre 50 e 59 anos Com rela o escolariza o a partir do breve question rio aplicado anteriormente entrevista percebe se que os dois estudantes de maior idade s o aqueles que conclu ram a quarta s rie do ensino fundamental mais tardiamente com 13 e 15 anos na respectiva ordem de idade Pode se dizer que os demais conclu ram a primeira fase do Ensino Fundamental periodizados com exce o do estudante E Em 4 que teve atraso de um ano Quanto segunda fase do Ensino Fundamental novamente os dois participantes de maior idade conclu ram mais tardiamente com 35 e 54 anos em cursos supletivos que tamb m foi realizado por outros tr s estudantes quando iniciaram anteriormente o Ensino M dio Cinco estudantes conclu ram essa segun
293. ustrial Secretaria de Ensino T cnico SUM RIO TINTRODUC O passas LS a aE tieira 12 2 TRABALHO E EDUCA O sas da aaa aaa Lp 19 2 1 Fundamento ontol gico humano o ser do homem o ser do trabalho 19 2 2 A centralidade da categoria trabalho em debate ns e rreereerea 22 2 3 A centralidade do trabalho na perspectiva pedag gica o trabalho como princ pio educativos sis passas n pip a a E pda GU dra 26 2 3 1 Alicerces da rela o trabalho e educa o suas nl o and San AS 26 2 3 2 O trabalho enquanto princ pio educativo em quest o sseseesenseessensseessesseesserssereseee 29 2 3 3 O trabalho enquanto princ pio educativo e base de projetos pedag gicos 32 2 3 4 O trabalho enquanto princ pio educativo na pr tica ieereeerereerrereeereeacerenaa 36 2 4 O trabalho e a forma o do trabalhador brasileiro trajet ria e concep es 42 2 5 Programas de educa o e qualifica o do trabalhador um olhar especial ao PROEJA usasse uia cri sisas thai a A Eat aged R e do AU AR laa RASS 53 3 OS CONHECIMENTOS E A AS RELA ES DE PRODU O 59 3 1 Os saberes legitimados da Constru o Civil re 59 3 2 Os saberes legitimados da produ o Eletromec nica 0 noeoeeeseosseeeesseosseesrsseesseesee 62 3 3 O conhecimento t cito 0eooeoeoeeeeeeeoeseeeeseeststesteststssestestssestestsstsresestestssestesessesresseseesesse 6
294. utro importante ponto evidenciado na pesquisa Os conhecimentos pr vios e mais propriamente a proximidade desses conhecimentos queles que ser o estudados no curso servem de est mulo ao estudo Foram v rios os estudantes que relataram a signific ncia dada aos conte dos estudados a partir daquilo que veem e trabalham diariamente em seus empregos Para os professores os conhecimentos pr vios dos estudantes tamb m se constituem em um importante elemento para suas aulas a partir dos saberes que estes estudantes trazem de suas vidas e de suas profiss es que eles ressignificam e constroem suas metodologias de ensino A tens o e o afastamento entre os saberes t citos pr ticos e cient ficos te ricos reduzida no ambiente escolar a ponto de permitir em alguns momentos o protagonismo dos estudantes durante as aulas Nesse caso quando professores relatam que est o dando voz aos estudantes 153 est o na verdade dando voz ao saber pr tico que trazem de suas experi ncias que no ambiente profissional muitas vezes silenciado perante os conhecimentos legitimados pela teoria Apesar de n o haver uma rela o direta entre o rendimento escolar dos estudantes nas disciplinas e o n vel de experi ncias alguns estudantes experientes profissionalmente de maiores idades n o possuem facilidades no aprendizado os professores reconhecem que a experi ncia profissional est diretamente relacionada com a capacidade de articula
295. va falta do estudo adequado no tempo certo no tempo r gido previs vel da escola Como se observa na tabela a maioria dos estudantes possui um ou mais cursos de forma o complementar Cada estudante possui em m dia 2 5 cursos realizados sendo que os estudantes de Edifica es e Eletromec nica possuem m dias respectivas de 2 3 e 2 8 Somente o estudante E Eml n o possui cursos complementares formais com certifica es mas relata que recebeu v rios treinamentos nas empresas em que trabalhou Percebe se na tabela grande diversidade de institui es em que os 37 cursos complementares foram realizados Destas institui es destaca se o SENAL com uma frequ ncia de sete cursos correspondendo aproximadamente 19 do total Ademais os estudantes E Ed5 E Em3 E Ems tiveram cursos realizados no pr prio espa o da empresa os estudantes E Em5 e E Em6 participaram de cursos oferecidos pelo sindicato da categoria o E Ed3 capacitou se junta prefeitura de Curitiba e foram mencionadas ainda outras dez institui es de ensino forma o ou capacita o profissional Sobre tais cursos tratam se em geral de treinamentos r pidos direcionados para fun es espec ficas e com dura o entre tr s dias e um m s exceto cursos t cnicos ou de gradua o mencionados por alguns entrevistados Alguns mencionaram que quando de interesse da empresa os cursos foram completamente pagos por elas Em outros casos foram pagos por eles mesmos
296. ve articula os conte dos entre si 3 Al m desse para que cursos voc ministra aulas 4 Como voc desenvolve suas aulas que estrat gias utiliza aula expositiva experimentais demonstrativas leituras discuss es Que recursos utiliza quadro negro projetor livro did tico nas aulas O que dominante Voc costuma variar 5 Voc ensina F sica no PROEJA da mesma forma que num curso regular O que muda O que permanece O conte do diferente mais compactado mais geral mais voltado rea O jeito de dar aula a metodologia diferente Por qu 6 Voc relaciona os conte dos de F sica com os de outras disciplinas t cnicas 7 Voc estabelece rela o entre o conte do de F sica e as situa es de trabalho dos seus alunos Como isso acontece 8 Se um aluno perguntasse para voc qual o conte do de F sica que eu jamais posso deixar de saber na minha profiss o e neste curso qual voc apontaria para ele 9 Se um aluno perguntasse para voc por que estou estudando isso No que vou usar na minha atividade profissional o que voc lhe responderia 10 Como a participa o dos estudantes durante as aulas 172 11 Eles trazem informa es da experi ncia do trabalho ou da vida deles relacionando com a disciplina Quais como 12 Eles costumam discordar comentar concordar sobre assuntos ideias teorias da disciplina Quais O que motiva esses coment rios discord nc
297. ve nature and obtained the data through semi structured interviews The results analysis was conducted based on four categories professional trajectories work execution tacit and school knowledge and production Physics and school Physics The results pointed out that taking the intermittent or interrupted school trajectories into consideration workers seek the knowledge they need in complementary courses in their own professions and in the contact with more experienced workers It was verified that this knowledge conquered through practice the tacit knowledge is closer to the school theoretical one and allows workers to have more possibility of knowledge articulation As a reflex it was observed that the integration of knowledge provided in the PROEJA modality grants more autonomy and freedom to the working students in their performed functions and more recognition in the work environment Key words PROEJA work education relationship Physics teaching tacit knowledge professional practice LISTA DE QUADROS Quadro 1 Modalidades cursos oferecidos e n mero de matr culas por curso 2011 84 Quadro 2 Estudantes participantes da pesquisa informa es gerais e sobre a escolaridade 89 Quadro 3 Professores participantes da pesquisa s ssssssssessesssessseeessettssttsstesseesseeesseeesseesseesse 91 Quadro 4 Cursos complementares profiss es e fun es exercidas cis 102 Quadro 3
298. viar se da pergunta Todas as entrevistas foram finalizadas concedendo se ao entrevistado possibilidades de acrescentar informa es de modo livre e espont neo o que ocorreu com seis participantes As entrevistas realizadas com os estudantes ap ndice A de ambos os cursos foram estruturadas com o objetivo geral de identificar aproxima es entre conhecimentos adquiridos pr tica e tacitamente nas experi ncias profissionais e conhecimentos te ricos estudados nos cursos realizados Em outros termos objetivou se identificar contribui es que os saberes pr ticos trazem escolariza o dos trabalhadores no PROEJA Os roteiros aplicados junto aos estudantes de ambos os cursos continham 15 quest es contemplando quatro principais grupos No 1 grupo sobre a forma o do trabalhador distribu do nas seis primeiras quest es analisou se a trajet ria o aprendizado profissional e elementos gerais do exerc cio do trabalho as rotinas t cnicas conhecimentos e procedimentos instrumentos m quinas e ferramentas etapas e produto do trabalho metas e prazos e por fim formas de aprendizado Ao serem questionados a respeito das etapas dos processos e da rea em que trabalham quest o 4 d objetivou se obter informa es preliminares sobre a divis o t cnica do trabalho e dos respectivos conhecimentos que eles t m isto se s o mais pr ticos e t citos ou te ricos e formais Com rela o quest o sobre as metas quest o cinco
299. vo deve estar ligado a uma preocupa o social e pol tica que tenha como finalidade tornar este trabalhador consciente de sua situa o diferentemente da percep o do senso comum para o qual o trabalho como princ pio educativo tem sentido de prepara o de m o de obra para o capital Em outros termos o trabalho como princ pio educativo associa se com a forma o integral do homem omnilateral FARIAS 1994 p 114 e 115 Sob a mesma tica de Farias ao analisar como as tecnologias educacionais mediam o aprendizado de jovens e adultos alunos de cursos t cnicos do PROEJA Reis 2011 ressalta a relev ncia de se considerar a bagagem intelectual anterior escola os conhecimentos pr vios adquiridos pelos estudantes em suas culturas de origem e nos ambientes de trabalho O autor frisa que nestes cursos t cnicos a capacidade de estabelecimento de rela es entre os saberes da experi ncia e os novos conhecimentos ampliada trazendo novos significados vida dos estudantes Para ele deve se respeitar o direito que os estudantes t m de utilizar tanto o conhecimento novo como o anterior no seu cotidiano compreendendo que a escola ou as disciplinas escolares ou o livro did tico ou o professor n o t m a palavra final nem a verdade REIS 2011 p 27 Especificamente quanto ao curr culo direcionado a estes cursos Reis 2011 baseado nos princ pios freireanos ressalta novamente a necess ria aten o
300. zendo est gio no Segundo Grau nada a ver com a rea s pra trabalhar ganhar um dinheiro Os caminhos tomados pelos estudantes E Ed1 e E Ed4 possuem no entanto uma particularidade Ambos iniciaram a trabalhar em obras prematuramente ajudando e aprendendo um of cio t cita e praticamente com os mais velhos Contudo experimentaram aventuraram se em outras fun es O estudante E Ed1 foi ainda militar motoboy t cnico em manuten o e vigilante o E Ed4 camel balconista em panificadora panfleteiro jornaleiro e pintor Por m voltaram rea de origem Perceberam que eram trabalhadores da constru o que era o que sabiam e gostavam de fazer e por isso retomaram as profiss es E Edl E da trabalhei de vigilante era totalmente diferente a fun o Sa totalmente da fun o sabe Fui mais por causa do sal rio tamb m que era mais chamativo assim E era um servi o mais tranquilo s que da vi que n o era minha praia E Ed4 Na verdade bati cabe a bastante Fui fazer outras coisas J fui camel j vendi p o j trabalhei em panificadora j entreguei panfleto trabalhei de jornaleiro e de pintor assim no caso n e acabei voltando pra isso A respeito do aprendizado das profiss es e dos trabalhos que realizam diariamente todos os entrevistados mencionaram prontamente a import ncia do aprender fazendo o aprender na pr tica A aquisi o do conhecimento por parte de trabalhadores ocorre ba

CT_PPGTE_M_Dal Moro, Guilherme Andre_2012

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