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Thesis - Técnico Lisboa

1. interessante referir que na ilha de Santiago em Cabo Verde vive cerca de metade da popula o do pa s residindo na cidade da Praia a capital cerca de 25 do total Direc o Geral do Planeamento 2008 Em S o Tom e Pr ncipe cerca de 70 da popula o concentra se num raio de 10 quil metros em redor da capital OMS 2009a Para al m de Angola e Mo ambique onde a realidade n o difere tamb m na Guin Bissau se tem registado um forte xodo rural principalmente para as cidades de Bissau Gab e Bafat Na capital concentra se cerca de 30 da popula o do pa s OMS 2008 A migra o para as cidades tem feito crescer as reas envolventes aos n cleos urbanos designadas neste trabalho por zonas Peri Urbanas Informais PUI com as consequ ncias gravosas anteriormente referidas Cr se que cerca de 70 da popula o urbana resida em zonas peri urbanas de cidades africanas DNA 2008a 2 3 Cobertura em abastecimento de gua O Quadro 2 7 resume o grau de cobertura de abastecimento de gua nos PALOP nos anos 1990 e 2008 A informa o est discriminada por popula o residente em meio rural e meio urbano e segundo o tipo de servi o fornecido ou seja consoante se refira a um abastecimento de gua adequado ou n o adequado A distin o na classifica o do servi o diz respeito qualidade e ao acesso gua Relativamente ao abastecimento de gua adequado especifica se ainda a percentagem da
2. Os m todos de tratamento biol gico constituem locais onde os microrganismos encontram condi es ptimas para procederem biodegrada o da mat ria org nica Lacerda e Megre 1982 Entre os m todos existentes seleccionam se as lagoas de estabiliza o e os leitos de macr fitas uma vez que apresentam uma elevada efici ncia de tratamento baixas exig ncias de opera o e manuten o e baixos custos sendo por isso vi veis em pa ses em desenvolvimento Kayombo et al 2004 27 Uma lagoa de estabiliza o consiste num reservat rio geralmente limitado por diques de terra compacta onde as guas residuais permanecem por um per odo de tempo suficiente para que ocorra a sua depura o atrav s de processos bioqu micos naturais Normalmente associa se mais do que uma lagoa em s rie dado o aumento de efici ncia que se obt m Os tipos de lagoas de estabiliza o mais correntes s o as anaer bias as aer bias as facultativas e as de matura o DGQA 1986 As primeiras s o lagoas profundas e de rea superficial reduzida o que permite que os s lidos mais pesados decantem para o fundo sofrendo o processo de digest o anaer bia com liberta o de metano e di xido de carbono As lagoas aer bias de profundidade reduzida e com relativamente grande rea superficial cont m algas em suspens o que produzem oxig nio a ser utilizado por bact rias nos processos de degrada o aer bia Os nutrientes e o di xido
3. Verificar o funcionamento do po o observando se o l quido est a ser normalmente absorvido de 6 em 6 meses Necessidade de opera o e manuten o Por fim de referir que se o tratamento a que as guas residuais s o sujeitas adequado mas n o suficiente para que sejam reutilizadas em agricultura ou caso n o haja interesse nesta reutiliza o poss vel recorrer ao tratamento final por dilui o e auto depura o numa massa de gua como referenciado no NS Ill A massa de gua n o deve ser utilizada para abastecimento p blico Adicionalmente o meio receptor deve apresentar um caudal de estiagem e uma capacidade de auto depura o suficientes Este processo realiza se custa do oxig nio dissolvido na gua o qual sendo utilizado por bact rias aer bias permite a oxida o dos compostos org nicos extremamente complexos existentes nas guas residuais em subst ncias simples est veis e inofensivas Deve realizar se por via aer bia para que n o ocorra a produ o de odores desagrad veis Morais 1962 3 3 4 Reutiliza o de lamas e efluentes A reutiliza o das lamas e guas residuais tratadas embora a um ritmo lento cada vez mais defendida a n vel internacional como uma forma de optimizar o uso dos nutrientes para a agricultura e fazer face m dia de 40 000 mortes di rias por fome ao aumento do pre o dos alimentos e de fertilizantes o pre o m dio em 2008 dos fertilizante
4. Figura 5 1 Divis o administrativa de Maputo adaptada de Conselho Municipal de Maputo 2008 Em termos urban sticos Maputo desenvolveu se muito significativamente nas ltimas duas d cadas como consequ ncia da actividade portu ria A cidade caracteriza se por duas zonas marcadamente distintas a cidade de cimento e a cidade de cani o Na primeira localizam se as reas residenciais onde vive a popula o de maiores recursos e as principais actividades comerciais e administrativas As infra estruturas est o desenvolvidas os pr dios s o altos e as ruas est o pavimentadas DNA 2004 Nela residem os mo ambicanos de classe alta e m dia alta e a popula o estrangeira nomeadamente os portugueses e os indianos que pagam entre 500 a 3 000 d lares de renda de habita o Marta Curto 2010 Pelo contr rio nas reas peri urbanas da cidade proliferam os aglomerados informais em condi es talvez equivalentes s favelas no Brasil ou aos bairros de lata em Portugal Esses aglomerados tiveram origem num fluxo migrat rio anterior Independ ncia Nacional que se deslocou para a cidade para trabalhar e a quem foi proibido construir habita es de material dur vel visto serem considerados bairros provis rios As reas peri urbanas compreendem uma densa rea de habita es prec rias pobres e de crescimento n o planificado constitu da maioritariamente por zonas com condi es ambientais e de sa de impr prias
5. Tipos de perdas Solu es Principais c 2 s Boas pr ticas de combate fraude e liga es onsumo n o autorizado 3 R AS Perdas ilegais Fiscaliza o aparentes Medi es ineficientes ao n vel dos Per E a contadores Substitui o calibra o de contadores Consumo Consumo medido n o facturado Boas pr ticas de cadastro autorizado n o Consumo n o medido n o Boas pr ticas de cadastro e implementa o facturado facturado de contadores Perdas Perdas nas tubagens reservat rios e nos ramais at Substitui o de componentes degradados ou f sicas aos contadores sua repara o As perdas aparentes resultam maioritariamente de um fraco controlo de liga es ilegais e do uso inapropriados dos contadores Schutte 2001 No que diz respeito s liga es ilegais equivalentes a consumos n o autorizados especial refer ncia deve ser feita aos POP que t m demonstrado contribuir para elevados n veis de perdas j que in meras vezes vendem gua roubada do OP WUP 2003 Relativamente ao consumo n o autorizado nos locais de n vel social mais elevado as situa es mais usuais s o o by pass e deriva es de ramal Pelo contr rio nas reas PUI mais carenciadas as fraudes correspondem normalmente a liga es ilegais A principal solu o visa a fiscaliza o como forma de combate fraude tentando ultrapassar os obst culos que levam a n o puni o Outra medida fundamental passa pela an lise de fra
6. nascen a anos 654 4 Ao n vel de educa o identifica se a falta de estabelecimentos de ensino muitos dos quais destru dos durante os conflitos armados bem como a escassez de manuais e outros materiais de ensino Em particular em Angola a falta de documentos de identidade a presen a de minas terrestres para al m dos atrasos nos pagamentos e dos baixos sal rios dos professores dificultam o acesso educa o das crian as mais carentes OCDE 2005 Na Guin ainda mencionada a fraca forma o dos professores PNUD 2006 Em Mo ambique ap s a destrui o de 50 das escolas prim rias durante a guerra tem se assistido a esfor os para reabilitar um sistema desestruturado e fragmentado mas actualmente ainda muitas crian as n o frequentam a escola PNUD 2005 Em S o Tom e Pr ncipe apesar do elevado ndice de Educa o o funcionamento do sistema educativo est muito longe de ser satisfat rio devido a constrangimentos financeiros e organizacionais mas tamb m devido baixa qualifica o dos professores ADF 2002 Cabo Verde ainda que necessite de melhorar os resultados estat sticos apresenta um sistema educativo mais estruturado Direc o Geral do Planeamento 2008 No Quadro 2 4 apresenta se a taxa de alfabetiza o nos PALOP Observa se que os diferentes pa ses apresentam realidades muito distintas e que existe um longo caminho a percorrer n o s para aumentar estas taxas como tamb m
7. o de manuais nas l nguas locais sobre conceitos e crit rios de SAS apropriados para pa ses em desenvolvimento ou a cria o de um jornal que inclua artigos com casos de estudo que demonstrem como as tecnologias foram alteradas para servir as condi es dos pa ses em estudo Ludwig 2006 As Organiza es N o Governamentais ONG t m uma vantagem competitiva no que concerne solu o de problemas ao n vel do planeamento e implementa o de SAS e que resulta da tradi o de envolvimento com as comunidades locais Adicionalmente a maioria das ONG defende o desenvolvimento de uma vis o hol stica e integrada com especial aten o para as quest es de sustentabilidade e de justi a nomeadamente quanto ao g nero que se caracterizam ainda por terem 44 uma boa rela o custo benef cio Carrard et al 2009 S o reconhecidas s ONG v rias fun es particularmente em contextos de emerg ncia e ajuda humanit ria ou em reas remotas ou muito carentes embora sob formas de actua o muito distintas que se resumem na Figura 4 4 Capacita o Investiga o Organiza es Fornecimento de servi os Est mulo do mercado Educa o e mobiliza o N o Governamentais Parcerias e di logo Figura 4 4 Potenciais fun es das Organiza es N o Governamentais adaptada de Carrard et al 2009 Todas as fun es referidas merecem ser potenciadas nomeadamente a que visa a representa
8. o em reas PUI importa ultrapassar dificuldades como taxas de liga o estruturas tarif rias e m todos de pagamento desajustados que tanto ocorrem no sector p blico como no privado Este ponto do trabalho dedica se a estas quest es especialmente relevantes para os N veis de Servi o III O pagamento da liga o domicili ria a um SAS de NS Ill atinge muitas vezes o equivalente a v rios meses de ordenado de um chefe de fam lia residente nas reas PUI sendo esta uma importante barreira do acesso a estes servi os Uma das solu es vulgarmente apresentada diz respeito ao uso de subs dios de liga o em vez de subs dios de consumo garantindo que estes t m crit rios de elegibilidade bem definidos tal como referido anteriormente Tr molet e Halpern 2006 Outra solu o tamb m j apresentada refere se cria o de parecerias com ONG ou institui es de micro cr dito neste caso particular com o intuito de ajudar obten o de uma liga o TESE 2006b Existe tamb m a possibilidade se o OP assim o aceitar dos residentes interessados na liga o efectuarem pequenos pagamentos ao longo de alguns meses obtendo a liga o quando a soma dos pagamentos atingir o valor estabelecido Nalguns pa ses a solu o encontrada para facilitar novas liga es passa pelo pagamento em esp cie ao OP ou seja atrav s da contribui o de trabalho manual como a escava o para a implementa o da rede secund ria
9. sa de a erradica o de doen as como a mal ria e a SIDA continua a constituir um enorme desafio nos PALOP Em Mo ambique em 2005 30 das unidades de sa de n o tinham gua corrente e muitas n o tinham condi es de esteriliza o fi veis No mesmo ano este pa s encontrava se entre os 10 pa ses do mundo mais afectados pela SIDA PNUD 2005 Na Guin cerca de 73 das mulheres entre os 15 e os 49 anos n o conhecem nenhum meio de protec o ou de preven o desta doen a OMS 2008 Em Angola apenas 40 da popula o tem acesso a servi os de sa de OMS 2009b De facto apesar dos esfor os realizados nesta rea os relat rios que d o conta da situa o da sa de nestes pa ses continuam a acusar baixa propor o de profissionais de sa de por habitante fraca forma o de recursos humanos situa o prec ria das infra estruturas e equipamentos e grandes desequil brios na distribui o geogr fica da presta o de servi os OMS 2010 Esta situa o explica em parte os valores de esperan a m dia de vida nascen a nos PALOP que se apresentam no Quadro 2 3 Excluindo Cabo Verde e S o Tom e Pr ncipe os restantes pa ses apresentam esperan as m dias de vida inferiores a 50 anos valor muito inferior m dia mundial de 67 5 anos UNDP 2009 Quadro 2 3 Esperan a m dia de vida nascen a nos PALOP referente ao ano 2007 adaptado de UNDP 2009 Cabo Guin S o Tom Esperan a m dia de vida
10. ainda interessante referir uma forma de pagamento que corresponde cria o de um fundo particular gerido pelo operador de servi o para o qual todos os clientes contribuem atrav s de uma taxa fixa inclu da na conta do servi o Esse fundo facilita a liga o de novos subscritores Se se pretender que os residentes mais carenciados paguem o mesmo pre o do que os de maiores rendimentos o custo pode ser distribu do pelos clientes na propor o dos respectivos rendimentos WUP 2003 O pre o cobrado pelos servi os bem como a estrutura tarif ria de SAS de NS Ill reflectem se igualmente no acesso aos servi os por parte das popula es de menores rendimentos Em primeiro lugar necess rio desmistificar a ideia de que as tarifas baixas s o a melhor solu o Ao correr o risco de serem inferiores aos custos reais conduzem potencialmente incapacidade do OP realizar posteriores expans es ou at melhorias na qualidade do servi o prestado Em regra esta situa o resulta mais da falta de vontade de cobrar por parte dos pol ticos e fornecedores do que da falta de vontade de pagar dos consumidores A possibilidade de manter as tarifas baixas resulta em geral de subsidia o existente a qual com frequ ncia abrange unicamente os clientes que j t m acesso ao servi o excluindo as popula es carenciadas das zonas PUI que acabam muitas vezes por pagar tarifas mais elevadas por servi os de POP inadequados Entre as solu
11. es de press o que Possibilidade de adaptar o permitem em regra uma maior Op o mais econ mica volume de armazenamento s rea de distribui o e necessidades de consumo popula o servida graviticamente Vantagens Contamina o caso o reservat rio n o seja Potencial corros o de devidamente tapado ou como componentes resultado do pr prio m todo de Possibilidade do solo ceder recolha de gua caso a funda o n o seja Possibilidade do reservat rio adequada se enferrujar ou abrir fissuras Potencial corros o de componentes fo ST q qo E lt 52 ogn gt 00 nae vo O a Manter o recipiente fechado Limpar e observar frequentemente o estado dos equipamentos de forma a evitar contamina o Regularmente algumas v lvulas precisam de ser lubrificadas e os pelo contacto com objectos equipamentos reparados Limpar regularmente Limpar e desinfectar o interior dos reservat rios Necessidades de opera o e manuten o 3 2 3 Tratamento Idealmente tal como acontece no NS Ill o tratamento de gua tem lugar antes da distribui o ou seja fora do local de consumo n o necessitando de tratamento adicional pois a sua qualidade n o significativamente alterada durante o processo de distribui o No entanto a realidade dos PALOP caracteriza se maioritariamente por NS e Il sem garantia de qualidade de gua o que conduz a necessidade de realizar o tratamento
12. es em geral As boas pr ticas de saneamento impedem a contamina o da gua e do solo deste modo impedindo a prolifera o de doen as que constituem a causa prim ria de morte prematura no mundo especialmente de crian as e jovens Comming 2008 Assim facilmente se conclui que o acesso a servi os adequados de gua e saneamento constitui um importante contributo para a redu o da mortalidade infantil melhoria da sa de materna e combate ao VHI SIDA mal ria e outras doen as a que correspondem o quarto o quinto e o sexto ODM respectivamente O 7 ODM refere se sustentabilidade ambiental e nele est o inclu das as metas 7 8 e 7 9 cujos benef cios se refor am mutuamente De facto se por um lado um saneamento prec rio pode levar contamina o das massas de gua que abastecem uma comunidade por outro os h bitos de higiene que tornam um sistema de saneamento mais eficaz est o dependentes da disponibilidade de gua em boas condi es O saneamento em particular pode tamb m contribuir para o s timo ODM no que respeita meta ambiental Na verdade a maioria dos sistemas de drenagem de guas residuais realiza descargas sem tratamento adequado para os meios receptores afectando o ambiente O mesmo se verifica no caso de in meras latrinas fossas s pticas e sistemas de gest o de lamas Os microrganismos patog nicos podem assim facilmente contaminar as guas superficiais e subterr neas com implica es no am
13. es poss veis figura a subsidia o directa da popula o mais carenciada Por outro lado igualmente comum a defini o de tarifas demasiado altas para as capacidades financeiras dos clientes o que acontece frequentemente quando n o h competi o no mercado Neste caso importante que estejam activos mecanismos de regula o que defendam os interessem das popula es Tr molet e Halpern 2006 Relativamente estrutura das tarifas de abastecimento de gua de NS Ill importante analisar algumas das hip teses j testadas em pa ses em desenvolvimento Nalguns desses pa ses aplica se o que se designa por escal es sociais Nestes escal es a um aumento do consumo corresponde um aumento do pre o unit rio da gua consumida Se os n veis mais baixos de consumo forem 49 subsidiados aos mais elevados devem ser cobrados valores superiores aos custos m dios do servi o A quest o fundamental reside na defini o dos volumes dos diferentes escal es de forma a eliminar os riscos de inclus o e exclus o j anteriormente mencionados Como n vel de consumo m nimo aconselh vel considerar 6 m m s suficiente para fornecer 40l habitante dia a uma familia com cinco elementos Tr molet e Halpern 2006 Podem ser ainda aplicadas taxas diferenciadas a consumidores urbanos e rurais bem como agricultura e ind stria UN 2004 necess rio ter em aten o os casos em que os POP compram gua a um OP qua
14. o das comunidades perante os governantes e fornecedores de servi o e inversamente o esclarecimento sobre as pol ticas e regula es nacionais ao n vel local tamb m interessante dar maior nfase replica o de experi ncias de ONG bem sucedidas quer atrav s de modelos de auto replica o segundos os quais as pr prias comunidades ensinam comunidades vizinhas quer atrav s de uma tentativa de alinhamento com as estrat gias e pol ticas de mbito nacional Carrard et al 2009 As OBC merecem igual aten o Para tal ben fico que os grupos comunit rios se organizem e desenvolvam as suas pr prias estruturas representativas Os diferentes grupos formados por exemplo correspondentes a bairros diferentes devem considerar se aliados e n o competidores pelo mesmo recurso Podem inclusivamente organizar visitas entre diferentes organiza es de comunidades numa ptica de partilha WSSCC 2005 A investiga o cient fica igualmente um meio para a identifica o de solu es relativas a SAS Por m a maioria da investiga o desenvolvida nos pa ses desenvolvidos negligenciando se os problemas dos pa ses de baixos rendimentos Assim considera se que a investiga o seja levada a cabo por investigadores de universidades ou centros de investiga o dos pr prios pa ses a necessitar de servi os em t picos por eles identificados e no seu pr prio ambiente orientados por apoio exterior Deve existir clara
15. o dos contadores Como ltima considera o importa aproximar os centros operadores das zonas PUI de forma a facilitar o pagamento dos servi os Para tal estes centros deveriam ser deslocados para a periferia das cidades WUP 2003 50 4 5 Fase 4 Implementa o e gest o A implementa o de SAS e a respectiva gest o incluem aspectos de planeamento organiza o lideran a e controlo A realidade dos pa ses em desenvolvimento claramente diferente da verificada em pa ses desenvolvidos onde as condi es s o mais favor veis e partida o servi o pago e dado como garantido havendo igualmente uma menor necessidade de interac o com os clientes Nos pa ses em desenvolvimento acrescentam se problemas frequentes de falta de pagamentos altera o constante das circunst ncias fraca informa o baixo n vel de infra estruturas vandalismo entre outros Schutte 2001 Mais do que introduzir drasticamente novos sistemas aconselh vel realizar melhorias graduais de forma democr tica e transparente o que facilitar a altera o do comportamento das pessoas UN 2004 Para uma implementa o e gest o sustent vel destes servi os necess rio que os operadores se centrem em transmitir uma imagem de credibilidade perante a sociedade para al m de se focarem em apresentar uma cultura de controlo de custos e de refor o da import ncia da manuten o dos sistemas Paralelamente essencial envolver a comun
16. 1962 Como visto anteriormente um sistema de NS Il conduz produ o de efluentes provenientes de fossas s pticas que se n o forem encaminhadas para uma rede de guas residuais decantadas ter o que ser sujeitos a um tratamento complementar no solo Nestes m todos ocorrem dois processos um mec nico que tem lugar nos interst cios do solo que ret m as subst ncias em suspens o coloidal contidas nos efluentes e um biol gico conduzido pelas bact rias aer bias existentes no terreno que custa do oxig nio dispon vel oxidam a mat ria org nica em subst ncias simples e est veis Faria e Neves 1989 A efici ncia destes m todos est dependente das caracter sticas de permeabilidade do solo e tem como principal fragilidade os potenciais problemas de contamina o especialmente preocupantes em cursos de gua que constituam origens de abastecimento Os meios mais comuns de infiltra o s o os po os absorventes e as trincheiras de infiltra o Os de filtra o s o as trincheiras filtrantes de areia Morais 1962 De ressalvar que a utiliza o desta op o n o deve ser permitida para o tratamento de guas residuais brutas isto sem qualquer tratamento pr vio DGQA 1986 Um po o absorvente essencialmente uma escava o feita no terreno com a profundidade necess ria para entrar nas camadas perme veis e filtrantes a qual revestida por raz es de seguran a por uma parede cil ndrica de alvenaria
17. A recolha das lamas em cami es tanque muitas vezes cr tica pela dificuldade em aceder aos estreitos ou inexistentes acessos pelo que neste caso a solu o de latrina colectiva facilitar este problema pela diminui o dos locais onde ser necess rio garantir o acesso aos cami es 76 O NS II caracteriza se por utilizar a tecnologia de fossas s pticas como deposi o do excreta sendo que esta tecnologia permite um tratamento no local mais seguro que a latrina embora seja mais dispendiosa Apresentam se tamb m duas possibilidades para o uso da tecnologia de fossa s ptica O uso individual por unidade habitacional D seguido de recolha mec nica das lamas e disposi o final do efluente no local e o sistema de fossa s ptica colectiva Este ltimo sistema considera a exist ncia em espa o privado de reservat rios enterrados nomeadamente antigas latrinas os quais descarregam para um sistema p blico simplificado colectores de di metro 150mm culos de limpeza e c maras de visita em n mero reduzido e posteriormente para a fossa s ptica colectiva N o havendo descarga de gua nos domic lios pelo menos em grandes quantidades deve ser implementado um sistema de descarga descont nuo e c clico desses reservat rios que garanta as condi es de auto limpeza das condutas dos sistemas simplificados Para tal poder se o colocar v lvulas de seccionamento nos ramais de liga o das latrinas procedendo se descar
18. United Nations Human Settlements Programme UN HABITAT 2008a Country Programme Document 2008 2009 Mozambique UN HABITAT United Nations Human Settlements Programme UN HABITAT 2008b Global atlas of excreta wastewater sludge and biosolids management moving forward the sustainable and welcome uses of a global resource UN HABITAT United Nations Human Settlements Programme WaterAid e Tearfund 2003 New rules new roles does PSP benefit the poor Case studies of private sector participation in water and sanitation in 10 countries London WaterAid 2008 Technology notes WaterAid London WaterAid 2009 Towards total sanitation Socio cultural barriers and triggers to total sanitation in West Africa WaterAid October London WHO e UNICEF 2010 Progress on sanitation and drinking water 2010 Update World Health Organization and UNICEF WSP 2004 The Case for Marketing Sanitation Water and Sanitation Program Africa WSP 2005 Alternative Technologies for Water and Sanitation Supply in Small Towns Water and Sanitation Program WSP 2007 La ciudad y el saneamiento Sistemas condominiales Un enfoque diferente para los desagues sanitarios urbanos Water and Sanitation Program WSP 2008 Levantamento de Iniciativas nas areas peri urbanas de Maputo Water and Sanitation Program WSSCC 2005 Community driven development for water and sanitation in urban reas Its contribution to meeting the Millennium
19. conhecer o Contexto pol tico existente Em termos institucionais os diferentes agentes envolvidos apresentam partida diferentes perspectivas face escolha do tipo de SAS mais adequado A caracteriza o do Enquadramento Institucional por isso fundamental para facilitar a obten o de consensos e para potenciar o contributo que cada agente pode dar solu o dos problemas De uma forma geral os fornecedores de SAS do sector p blico ou privado n o apresentam compet ncias necess rias para lidar com os problemas espec ficos da popula o residente em reas PUI WUP 2003 Em particular o sector p blico muitas vezes criticado pelo baixo n vel de governa o geralmente consequ ncia da grande seguran a nos empregos da falta de incentivos produtividade e flexibilidade laboral de constrangimentos financeiros e pelo facto de os processos de decis o serem muitas vezes motivados por uma necessidade de evitar controv rsia p blica Pickford 1995 No caso do sector privado para al m de um Operador Principal OP a quem em muitos casos dada a exclusividade de fornecimento do servi o numa dada rea existem usualmente fornecedores de servi o alternativos na sua maioria de pequena capacidade sem estatuto formal e sujeitos a regula o inadequada Esta situa o muito comum no abastecimento de gua onde estes Pequenos Operadores Privados POP cujo mercado atinge os 70 de cobertura nalguns pa ses
20. do excreta F seguran a e gt reduzidos de gua para limpeza fivecidade constru o e anal P opera o Custos de P constru o e 2 j i opera o Inapropriado Eee Elevado para locais em M o de obra potencial de que se usa gua E a pence et qualificada i contamina o do Dificuldades em para limpeza Necessita de S ambiente e manter as Colapso da infra estruturas d Maiores custos e satura o do solo condi es fossa como remoc o d s de constru o e g com excreta necess rias a um resultado de ane opera o Q N o adapt vel a funcionamento remo o n o ossivelment de Constru o o terreno rochoso adequado da cuidada do p tratamento requer m o de 2 ou arenoso latrina luz e composto obra qualificada o ep E A aad complementar do o Dif cil constru o circula o do ar N o aceita o efluente no caso de nivel da reutiliza o do c dia Arrastamento de o fre tico elevado excreta por gt s lidos caso a motivos culturais Q ocorra Manter a latrina amp Manter o topo da F retrete limpa o o Limpar A c laje limpo F Inspeccionar a o f Limpar regularmente a Deitar uma espessura das 5 ocasionalmente os laje c pequena lamas e de Manter a o E componentes da Deitar uma E quantidade de escumas latrina retrete latrina e repar pequena v terra ou cinza fake r Desentupir
21. e aprender com as li es de experi ncias anteriores como por exemplo de reas piloto testadas por ONG 69 Para responderem aos desafios que se colocam crucial que todos os agentes e em particular a comunidade estejam informados e capacitados devendo por isso apostar se na Sensibiliza o As escolas s o uma forma interessante de o fazer uma vez que os estudantes s o bons agentes de comunica o e transmiss o de informa o para o resto da comunidade A informa o tamb m pode chegar por r dio televis o ou por distribui o de panfletos informativos Os chefes de quarteir o e de bairro s o intermedi rios importantes pelo reconhecimento que t m nas comunidades Al m disso tal como referido pela popula o contactada quem assume a responsabilidade destes cargos apresenta em regra um elevado n vel de empenhamento uma vez que sente a sua fun o valorizada Os assuntos que merecem destaque especial s o o est mulo pela procura de solu es de saneamento a promo o de higiene bem como informa o sobre tecnologias utiliza o e necessidades de opera o e manuten o dos sistemas A vertente de Capacita o t cnica e administrativa tamb m fundamental pelo que se deve apostar na cria o de compet ncias para o planeamento e opera o dos sistemas ao n vel das institui es p blicas e privadas e da sociedade civil fundamental dar se prioridade capacita o do munic pio que pelo
22. e com infra estruturas 56 de abastecimento de gua electricidade saneamento de guas residuais equipamentos sociais e acessibilidade claramente insuficientes UEM 2006 A popula o residente africana e embora a constru o de algumas habita es tenha evolu do do cani o para o tijolo e cimento a pobreza mant m se Se existem zonas onde as habita es est o espa adas a verdade que nas reas de maior densidade as casas est o amontoadas ou coladas umas s outras num ambiente ca tico mas que visto pelos residentes como af vel acolhedor e humano Marta Curto 2010 A gest o do acesso terra uma quest o complexa pautada por interesses contradit rios e processos burocr ticos o que contribui para que as constru es nas zonas peri urbanas permane am informais UN HABITAT 2007 Dados do Censo da Popula o de 2007 indicam que 90 dos habitantes de Maputo cerca de 1 milh o de residentes habita nestas reas peri urbanas INE 2007 O facto de continuarem a ser zonas atractivas sobretudo pela localiza o favor vel em rela o aos centros de emprego e de servi os e pela proximidade cidade de cimento considerada sin nimo de riqueza e desenvolvimento faz com que se preveja o seu crescimento e desenvolvimento significativo no futuro pr ximo UEM 2006 5 3 Abastecimento de gua a Maputo 5 3 1 Enquadramento legal O sector da gua tem registado progressos importantes nos lt
23. e fam lia o carinho do Diogo Belinha Z e fam lia as correc es da Ana L cia do Miguel e da Elsa a compreens o da C tia a boa disposi o da Nolas e da Lais e a amizade da Siouxsi do Mourinho do Luis Gomes do Margalha da Ana Margarida da Ana Rita da Dodes e da Susy Ao Z a quem dedico este trabalho pela pessoa especial que por muito do que moldou em mim e pelo quanto sei me apoiar RESUMO No Mundo 884 milh es de pessoas n o t m acesso adequado a gua e 2 6 mil milh es n o tem acesso adequado a saneamento WHO e UNICEF 2010 A presente disserta o centra se na an lise de boas pr ticas de concep o planeamento opera o e manuten o de sistemas de abastecimento de gua e de saneamento de guas residuais com especial nfase em reas peri urbanas informais de Pa ses Africanos de L ngua Oficial Portuguesa S o analisadas diferentes tecnologias de baixo custo associadas a N veis de Servi o Adicionalmente s o desenvolvidas algumas considera es no que se refere ao planeamento e implementa o dessas tecnologias analisado o Caso de Estudo na cidade de Maputo em Mo ambique onde se verifica uma forte car ncia de servi os na designada cidade de cani o correspondente s reas peri urbanas Partindo dos condicionalismos t cnicos econ micos institucionais regulat rios e sociais identificam se poss veis solu es apropriadas no sentido de aumentar a taxa de c
24. es tanque principalmente utilizadas em meios urbanos de Angola 2 4 Cobertura em saneamento Os valores do JMP aplicados ao saneamento s o apresentados no Quadro 2 9 para a popula o total rural e urbana A informa o est dividida em quatro hip teses o saneamento adequado isto cumpre os requisitos de boas condi es a defec o ao ar livre aus ncia total de servi os de saneamento saneamento n o adequado se o servi o n o atinge o n vel m nimo e adequado de evacua o dos excreta ou o sistema comunit rios se partilhado por v rias pessoas 11 Quadro 2 9 Cobertura em saneamento da popula o total rural e urbana para 1990 e 2008 segundo as seguintes categorias Adequado Ar livre N o adequado e Comunit rio Valore em percentagem adaptado de WHO e UNICEF 2010 Adequado N o adequado Comunit rio Adequado adequado Comunit rio Adequado N o adequado Comunit rio Angola Cabo Verde Guin Bissau 1990 2008 42 38 3 59 36 1 38 14 41 Mo ambique S o Tom e Pr ncipe O grau de cobertura de saneamento adequado claramente mais preocupante em meio rural Ainda assim em meio urbano s em Angola e Cabo Verde que a popula o servida por um servi o adequado superior a 50 sendo S o Tom e Pr ncipe o pa s com menor n vel de cobertura Nas reas urbanas des
25. nomeadamente incluir informa o sobre as popula es nomeadamente sobre os sal rios dos residentes em reas PUI usualmente irregulares e imprevis veis como consequ ncia do desemprego ou da sazonalidade do mesmo WUP 2003 N o se pode ignorar ainda que a opini o de diferentes fam lias sobre o que um pre o comport vel difere significativamente e que h limites a partir dos quais os clientes n o conseguem suportar os custos No Quadro 4 4 apresentam se os aspectos a considerar na an lise de factores econ micos Quadro 4 4 reas de an lise e aspectos econ micos a considerar reas de an lise Aspectos econ micos a considerar Custos locais das diferentes tecnologias existentes Custo da m o de obra Capacidade financeira p blica e privada para suportar os investimentos Capacidade financeira p blica ou privada para opera o e manuten o de SAS Participa o financeira dos benefici rios capacidade e vontade de pagar Ambiente Or amenta o e subsidia o dos sectores financeiro Economia local Disponibilidade de cr ditos e subs dios An lise econ mica de viabilidade do projecto 4 4 Fase 3 Selec o de tecnologias e abordagens 4 4 1 Aspectos gerais Existem v rias ferramentas de apoio ao processo de decis o de SAS correspondentes a diferentes combina es de grupos alvo n veis de participa o complexidade e necessidade de informa o Usualme
26. o de agua puas Particulares Po os aguadeiros cami es tanque e outros AdM e POP Fontan rios e liga es no quintal Particulares Re vendedores de quintal Oom AdM Redes domicili rias redes interiores DE O NS corresponde a sistemas que podem ser inc modos pois no caso dos po os envolve a desloca o dos benefici rios para obten o de gua e podem resultar inclusivamente em riscos para a sa de p blica j que com excep o dos cami es tanque abastecidos na rede da AdM n o envolvem nenhum tipo de controlo de qualidade da gua Assim a propor o da popula o dependente deste NS deve reduzir drasticamente at 2030 at um n vel de cobertura de 5 para posteriormente ser totalmente eliminada O NS II em 2010 corresponde gua abastecida pela AdM ou pelos POP directamente ou a partir de re vendedores de quintal A qualidade da gua fornecida depende da origem As condi es de acesso ao servi o n o s o as melhores uma vez que as pessoas precisar o de se deslocar a um fontan rio p blico ou de um POP ao seu quintal ou ao quintal do vizinho Em 2030 perspectiva se que como eventual consequ ncia da regulamenta o dos POP do maior controlo da qualidade de gua e da banaliza o da re revenda de gua no quintal a cobertura por este n vel de servi o atinja 45 Ainda assim a situa o mais segura e de maior conforto corresponde ao NS Ill que se baseia na distribui o de gua da Ad
27. o relativa ao saneamento a Maputo Ao Engenheiro Rui Gomes ao Nelson e ao Celso o apoio no contacto com pessoas e operadores informais de servi os de abastecimento de gua enriquecendo o conhecimento relativo ao contexto social em estudo Aos meus Pais por tudo minha fam lia as in meras ajudas o portugu s da minha m e n o de dos o pragmatismo do meu pai o que est s a fazer Tens que terminar a preocupa o do meu irm o isso tudo o incentivo da Av Lita Estuda Ratolas a prud ncia da Av Teresa Calma vais ver que corre bem a confian a da Magui a experi ncia da Dulce e o realismo da Paula Os meus Primos que me alegram de forma ternurenta merecem destaque Maria Martim In s Lu sa Joana Gon alo Jo o Ana Isabel Man Miguel e Carolina E porque aquilo que sou reflecte os la os familiares que se constroem Tios e Primos de Beja Lisboa Coimbra e Porto Obrigada Um abra o especial para os meus Padrinhos Aos colegas de faculdade sobretudo bons amigos a prest vel Vera a desenrascada Sara a divertida Mafalda a risonha Margarida o alegre Carlos a extravagante Fifa e o brincalh o Ruben Far from here also met wonderful people who changed me and made the choice of a topic for my master thesis very easy Bryan Matias Elena Karolina Ricardo Reza Norazlizan and Ryle thank you so much Por fim ao apoio dos meus amigos o afecto da F
28. rea de concess o da AdM Matsinhe et al 2008 Em termos futuros pretende se que o CRA passe a contemplar directa ou indirectamente todos os servi os existentes no pais incluindo os servi os de saneamento DNA 2008a Na pr tica por m as responsabilidades de regula o s o partilhadas entre o FIPAG o CRA e duma certa forma pelo pr prio Munic pio Em termos de regula o dos pre os o CRA recebe do FIPAG propostas de n veis tarif rios dos consumidores e aprova as para serem adoptadas pela AdM Quanto protec o do consumidor espera se que o CRA desenvolva inqu ritos de opini o dos 62 consumidores sobre a qualidade do servi o e trabalhe com as associa es de consumidores para estudar e analisar reas de interesse Tem um papel importante em assegurar boa rela o entre clientes e a AdM em particular durante o processo de reclama es Os objectivos de qualidade do servi o s o definidos pelo FIPAG e a monitoriza o e observa o do cumprimento desta feita pelo FIPAG e pelo CRA Matsinhe et al 2008 Para os fontan rios existe um n vel de gest o e regula o especial O sistema de gest o constitu do por agentes ao n vel do bairro as Comiss es de gua CA que s o membros da comunidade legitimados pelo Munic pio o funcion rio do fontan rio e um representante das autoridades locais Em termos de regula o segue uma regula o indirecta O CRA como regulador principal define as no
29. rede de guas residuais actualmente existente 82 6 CONSIDERA ES FINAIS E CONCLUS ES Durante o s culo XX enquanto a popula o mundial triplicou a procura de gua cresceu seis vezes UNDP 2006 Recurso essencial para a vida e em muitos locais inacess vel a gua representa igualmente uma fonte de tens es sociais e pol ticas entre pa ses e regi es IWA 2008 Adicionalmente um saneamento ausente ou inapropriado pode ser respons vel por condi es de vida extremamente prec rias e por elevada mortalidade principalmente infantil Cumming 2008 Apesar da crescente aten o internacional que merecem estas quest es h ainda um longo caminho a percorrer para que toda a Humanidade tenha acesso a um abastecimento de gua seguro e a um saneamento de guas residuais adequado Garantido o acesso a estes servi os aumentar se o as possibilidades de potenciar todas as vertentes do desenvolvimento humano de sociedades desfavorecidas de pa ses em desenvolvimento nomeadamente na rea da sa de economia e educa o A presente disserta o aborda a tem tica do abastecimento de gua e do saneamento de guas residuais focalizada em reas peri urbanas de Pa ses Africanos de Lingua Oficial Portuguesa PALOP A respeito da tem tica referida e dos respectivos limites de an lise anotam se dois aspectos em particular Em primeiro lugar ao longo da elabora o do trabalho foi poss vel identificar uma s rie de sol
30. ria os dados do MICS mostram que em 77 8 dos agregados familiares s o as mulheres adultas que regularmente transportam gua para o uso dom stico 14 7 os homens 6 2 uma crian a do sexo feminino menor de 15 anos de idade e 1 3 uma crian a rapaz INE 2009 O consumo m dio di rio por habitante superior a 20 litros Os domic lios com liga es pr prias tendem a usar tr s vezes mais gua per capita A maioria dos consumidores dom sticos considera que a quantidade de gua dispon vel n o suficiente para satisfazer as necessidades em horas de ponta o que faz com que tenha lugar uma grande procura de sistemas de reserva desenvolvidos pelos pr prios consumidores usualmente foras das instala es Segundo o mesmo estudo os agregados familiares da cidade de Maputo est o cientes dos benef cios associados ao facto de terem liga es pr prias DNA 2004 De referir a relev ncia da contribui o da pr pria comunidade para o abastecimento de gua Em particular os rg os de base herdados do passado secret rios de bairro chefes de quarteir es e chefes de fam lias embora n o reconhecidos legalmente ainda hoje apresentam forte protagonismo nas reas perif ricas da cidade UEM 2006 5 4 Saneamento de guas residuais em Maputo 5 4 1 Enquadramento legal O sector do saneamento em Maputo tem tido um desenvolvimento muito lento DNA 2008 devido em grande parte a fraca coordena o entre os diferentes ag
31. s prefer ncias da popula o servida Assim a tend ncia esperada que sempre que se verifiquem tais condi es as pessoas pretendam aumentar o NS No Quadro 5 7 apresentam se os diferentes NS considerados respectivas caracter sticas t cnicas e grau de protec o da sa de p blica 75 Quadro 5 7 N veis de Servi o em saneamento e respectivas op es de Deposi o e Transporte Disposi o final Tratamento e ou Reutiliza o bem como Grau de protec o da sa de p blica Grau de protec o da sa de p blica Deposi o e Transporte Disposi o final Tratamento Reutiliza o Deposi o a c u aberto ou latrina n o melhorada Latrina melhorada individual Lamas recolhidas mecanicamente e transportadas para a ETAR de Infulene ou outro Latrina melhorada colectiva local adequado e e e p Bombagem do efluente e das lamas para a ETAR de Infulene ou outro local adequado Reutiliza o do efluente para agricultura Fossa s ptica retrete com rede de guas residuais Tratamento de guas residuais em ETAR convencional ou Reutiliza o do efluente para agricultura simplificada Disposi o final do efluente no local E ty Eras Lamas recolhidas mecanicamente e Rossi eve ana tida transportadas para a ETAR de Infulene ou outro local adequado Disposi o final do efluente fora do local Lamas recolhidas mecanicamente e transportadas para a ETAR de Infulene ou outro
32. 5 Elevada efici ncia de tratamento Elevada efici ncia de tratamento gt Baixos custos de manuten o Baixos custos de manuten o Promo o da biodiversidade Promo o da biodiversidade S Capacidade de tolerar flutua es de caudale Flexibilidade e resili ncia a flutua es de cargas tratar efluentes com carga org nica baixa org nica e de cargas hidr ulicas Necessidade de ocupa o de grandes reas Depend ncia das condi es clim ticas Complexidade de fornecimento hidr ulico Desapropriado a terrenos rochosos desagregados ou perme veis Desvantagens e potenciais problemas Evitar o desenvolvimento de vegeta o sobre vo o Verificar fluxos de gua TOR os diques igs si ey DO ch ifi ubstitu las Verificar o estado das plantas e substitu las se T amp c Remover plantas das lagoas facultativas e de a 3 So Ne for necess rio 25 matura o h no Er y J Proteger a aguas profundas 8 2 c Remover os s lidos acumulados entrada e a ihe F 8 E Remover bloqueios entrada e sa da 29 E sa da x o Controlar os processos de eros o Reparar os problemas nos diques 28 poss vel ainda considerar a desinfec o por cloro embora s deva ser aplic vel em casos excepcionais e nunca directamente sobre as guas residuais em bruto Constitui por isso um processo de afina o final de um efluente j tratado Morais
33. Development Goal targets WASH Water Sanitation and Hygiene A study commissioned by the Water Supply and Sanitation Collaborative Council WSSCC New York WSSCC 2006 Para ela a grande quest o Colocando as mulheres no centro do abastecimento de gua saneamento e higiene Conselho Colaborativo de Abastecimento de gua e Esgotamento Sanit rio Water Supply and Sanitation Collaborative Council WUP 2003 Better water and sanitation for the urban poor Good Practice from sub Saharan Africa Water Utility Partnership for Capacity Building WUP AFRICA 91
34. EE en 9 2 3 Cobertura em abastecimento de gua aeareaaanaarreananna 10 24 Cobertura em saneamento rr A a a arara na naa area O e 11 3 OP ES TECNOL GICAS DE ABASTECIMENTO DE GUA E SANEAMENTO DE GUAS RESIDUAIS SOLU ES DE BAIXO CUSTO css he titudenctssiaodnorsnbthlel sacle added Lata inda E 13 3 1 Opera es e n veis de servi o iso EErEE aaa aaaeaaeaeenananaaaananaaraanareas 13 3 2 Componentes e tecnologias de abastecimento de gua 15 3 2 1 Capta o tscesiag beaceiedle adoriri ei eea a aae e ode tedesnc teen anca Justus adidas idee 15 3 2 2 Armazenamento sima a Dies sado Landen cane suada o mada daria da NULOS dada riaa Chad deh avi dae asda 18 3 2 3 Tratamento maae DM ESTA aaa dO Sina aceite ia ana gia mania asas anaa CURTA bees 19 3 2 4 DISIrIDUI O cias isso sic sssapssaa dose isa pacas tre teens E A T A ceeds 21 3 3 Componentes e tecnologias de saneamento de guas residuais 22 3 3 1 DEPOSI O t saree SA tede tee da em eE edo A SS Nua be tag Da a PAO ab ga UA E deena S DELAS 22 3 3 2 Recolhia 6 Transportes iaia e sheds paga ron a e aa ab a Dolo atadas calados as ibada 26 3 3 3 Tratamento ionaid de dccaect iaiasgaslial sagas iba dade diana had eee bad eee ladd einen Leaded Lacie 27 3 3 4 Reutiliza o de lamas e efluentes ccececeeeeecceeceeeeeeeeeeeeeceeneeeeeeeeeeeeeteeeessensieaeeees 30 4 PLANEAMENTO E IMPLEMENTA O DE SISTEMAS DE ABASTECIMEN
35. EEN lamas asilo compostagem p Aplica o agricola N vel de Servi o Manual ou mec nica Manual ou mec nica Tratamento biol gico de lamas Ve culos de suc o Tratamento no solo Rede de guas Tratamento residuais biol gico do decantadas efluente Latrina com fossa h mida Latrina com Aplica o agr cola sif o hidr ulico Retrete e Fossa s ptica N vel de Servi o II Aplica o agricola Rede de guas Tratamento das lamas guas residuais biol gico de residuais convencional ou guas ERES a simplificadas residuais Irriga o agr cola com efluente Tratamento por dilui o Figura 3 2 N veis de Servi o de sistemas de saneamento de guas residuais Retrete Rede predial de guas residuais Nivel de Servi o III No que diz respeito ao saneamento a principal diferen a entre os NS reside no m todo de deposi o de excreta como se pode observar na Figura 3 2 O NS corresponde a deposi o a seco ou seja a m todos que n o recorrem a gua para limpeza mas pelo contr rio a materiais como o papel que s o muitas vezes preferidos pelos utilizadores As latrinas simples e de fossa ventilada depois de cheias podem ser seladas com terra ou caso sejam constitu das por dep sitos receptores podem ser periodicamente esvaziadas por meio de ve culos ou viaturas com suc o os quais transportam o ex
36. Mbwette T S A Katima J H Y Ladegaard N Jorgensen S E 2004 Waste stabilization ponds and constructed wetlands design manual UNEP Lacerda e Megre 1982 Tratamento de guas residuais Semin rio 300 Sistemas de abastecimento de gua e evacua o de excreta em pequenas comunidades e zonas rurais LNEC ICT Langergraber G Muellegger E 2004 Ecological Sanitation a way to solve global sanitation problems Elsevier Environment International 31 2005 433 444 Ludwig H F 2006 How the multilateral development banks can improve their technology transfer operations for water sanitation projects in developing countries Springer Science Business Media LLC 2006 Environmentalist 2006 26 147 155 Mara D Drangert J Anh N V Tonderski A Gulyas H Tonderski K 2007 Selection of sustainable sanitation arrangements Water Policy 9 2007 305 318 IWA Publishing 2007 Mara D D 2008 Unconventional Sewerage Systems Their Role in Low cost Urban Sanitation Mara D Alabaster G 2008 A new paradigm for low cost urban water supplies and sanitation in developing countries Water Policy10 119 129 Mara D Broome J 2008 Sewerage a return to basics to benefit the poor Municipal Engineer 161 Issue ME4 ICE Institution of Civil Engineering Marta Curto 2010 A sombra da cidade de cimento Tabu Jornal Sol de 6 de Agosto de 2010 52 57 Matsinhe N P Juizo D Macheve B Santos C 2
37. Sector das guas prop e uma reorganiza o institucional para este sector sugerindo que as quest es de financiamento e de regula o do saneamento sejam assumidas pelo Fundo de Investimento e Patrim nio do Abastecimento de gua FIPAG e pelo Conselho de Regula o da gua CRA respectivamente DNA 2008 O desenvolvimento do sector privado na rea do saneamento tem potencial nomeadamente no que se refere aos centros de constru o de latrinas e fossas s pticas tal como em rela o s actividades de esvaziamento e manuten o dos mesmos H contudo problemas diversos uma vez que os equipamentos n o se encontram facilmente dispon veis para al m da dificuldade por vezes encontrada de garantir a recupera o dos custos de capital DNA 2008 importante referir a sociedade civil como outro dos actores relevantes em particular as Organiza es N o Governamentais ONG e as Organiza es Baseadas na Comunidade OBC que s o respons veis por interven es ao n vel da promo o da higiene constru o de infra estruturas e capacita o das institui es respons veis por esses servi os Por m a aus ncia de um plano municipal claro que oriente as ONG resulta no facto de alguns bairros terem organiza es distintas a executarem projectos com o mesmo objectivo e para o mesmo grupo alvo utilizando abordagens diversas Um dos exemplos desta situa o o bairro de Hulene B onde a WaterAid est a implementar um
38. a provis ria que permita aos POP terem um per odo para se adaptarem s exig ncias e s depois emitir se a licen a definitiva parece adequada Por fim h que definir a estrutura tarif ria a implementar sejam subs dios tarifas e ou custos de novas liga es de modo a garantir um compromisso entre a sustentabilidade financeira dos operadores privados e a capacidade de pagamento dos clientes Assim sugere se uma estrutura tarif ria progressiva tal como acontece na AdM de forma a desencorajar desperd cios que ocorreriam se a gua fosse vendida a um pre o muito baixo Para evitar que os POP ou revendedores de torneira de quintal paguem um custo elevado da gua os blocos tarif rios devem ser ajustados aumentando para estas situa es os limites dos escal es inferiores O custo das taxas de liga o deve ser reduzido ou ent o deve facilitar se o micro cr dito ou empr stimos de ONG Para as popula es mais desfavorecidas devem ser disponibilizados subs dios de forma que n o haja popula o que n o tenha liga o por falta de capacidade financeira No Quadro 5 6 apresentam se os custos benef cios dificuldades e prioridades de medidas relativas regula o licenciamento dos POP e estrutura tarif ria para os servi os de guas Quadro 5 6 Custos benef cios dificuldades e prioridade das medidas relativas regula o licenciamento dos POP e estrutura tarif ria MEDIDAS BENEF CIOS DIFICULDADES PRIORID
39. coloc las a profundidade reduzida uma vez que n o sendo localizadas no centro das ruas n o necess rio ter em conta os potenciais estragos causados por sobrecargas devido a ve culos pesados Usualmente o operador principal respons vel pela manuten o da rede principal mas as condutas implantadas nas propriedades privadas s o da responsabilidade dos residentes WUP 2003 No Quadro 3 5 compara se o fontan rio com a rede domicili ria 21 Quadro 3 5 An lise comparativa de op es de distribui o de gua adaptado de Pickford 1995 Brikk e Bredero 2003 WUP 2003 e DNA 2005 Fontan rio Rede domicili ria Melhorias na sa de p blica e higiene familiar Melhor qualidade de servi o conforto e seguran a Melhorias ambientais por permitir melhor gest o da procura e conserva o de gua Distribui o de gua a um grande n mero de pessoas Vantagens Custo elevado Conhecimentos t cnicos Necessidade de investimento em sistemas de saneamento Contamina o de gua nas condutas especialmente se o abastecimento for intermitente ou a press o for muito baixa Risco de estagna o de gua como resultado de torneiras abertas com perda de gua Baixa press o em fontan rios no extremo jusante da rede de abastecimento Organiza o e gest o frequentemente ineficazes potenciais problemas o N c o D c gt N U a Verificar se as torneiras est
40. consumo de gua per capita significativo gt 50 I hab dia Vantagens Dificuldade de garantir condi es de auto limpeza e a necess ria frequ ncia de limpeza de colectores de forma a evitar a produ o de g s sulf drico Deposi o de mat ria org nica por insuficiente capacidade de transporte devido a caudais reduzidos Desvantagens e potenciais problemas Observar condi es de escoamento e estado de conserva o dos colectores e acess rios Proceder a correntes de varrer com gua a fim de evitar entupimentos Recorrer a um limpa fossas colocado no tanque a montante no local de obstru o do colector e aspirar todo o caudal Observar condi es de escoamento e estado de conserva o dos colectores e acess rios Proceder a correntes de varrer gua a fim de evitar entupimentos Necessidade de opera o e manuten o 3 3 3 Tratamento Os m todos de tratamento aqui considerados s o o tratamento biol gico de lamas NS e Il de efluentes NS Il e de guas residuais NS Ill o tratamento no solo de efluentes NS Il e o tratamento por dilui o e auto depura o numa massa de gua NS Ill De notar que a latrina de compostagem e a fossa s ptica constituem rg os de tratamento mas segundo a categoriza o adoptada na presente disserta o a informa o apresentada sobre os mesmos encontra se no sub cap tulo intitulado Deposi o
41. de Servi o NS de saneamento na cidade de Maputo para o ano de 2010 e para o ano de 2030 82 NDICE DE QUADROS Quadro 2 1 Evolu o do IDH dos PALOP entre os anos 1985 e 2007 adaptado de UNDP 2009 6 Quadro 2 2 Componentes do IDH relativos aos PALOP referentes ao ano 2007 adaptado de UNDP Quadro 2 3 Esperan a m dia de vida nascen a nos PALOP referente ao ano 2007 adaptado de UNDP 2009 a IS a a ioe aaa ee eee O tee ese ase se as e As 7 Quadro 2 4 Taxa de alfabetiza o nos PALOP referente ao ano 2007 adaptado de UNDP 2009 8 Quadro 2 5 Pobreza e desigualdade nos PALOP com excep o de S o Tom e Pr ncipe referentes ao ano 2007 adaptado de UNDP 2009 aeee aaa aaa nantes 9 Quadro 2 6 Popula o total e percentagem de popula o urbana relativa ao ano 2007 e projec es para os anos de 2025 e 2050 adaptado de UN 2010b areas 9 Quadro 2 7 Cobertura em abastecimento de gua da popula o total rural e urbana para 1990 e 2008 segundo as seguintes categorias N o adequado Adequado e gua canalizada Valores em percentagem adaptado de WHO e UNICEF 2010 arena 10 Quadro 2 8 Popula o em meio urbano e meio rural que recorre a diferentes tecnologias de obten o de gua Valores em percentagem adaptado de OMS 2010 11 Quadro 2 9 Cobertura em saneamento da popula o total rural e urbana para 1990 e 2008 segundo as seguintes cat
42. de popula o com acesso ao servi o de saneamento em Mo ambique foi de cerca de 42 Rep blica de Mo ambique 2008b valor superior ao apresentado pelo JMP 17 em 2008 Por fim importante referir que existem quest es relativas ao saneamento que n o s o usualmente tratadas estatisticamente mas que contribuem para o agravamento de riscos para a sa de p blica e para o meio ambiente o caso na Guin Bissau da aus ncia de sistemas organizados de manuten o da rede de guas residuais OMS 2008 ou em Cabo Verde das inadequadas pr ticas de higiene praticadas pela popula o Direc o Geral do Planeamento 2008 12 3 OP ES TECNOL GICAS DE ABASTECIMENTO DE GUA E SANEAMENTO DE GUAS RESIDUAIS SOLU ES DE BAIXO CUSTO 3 1 Opera es e n veis de servi o N o naturalmente adequado impor uma op o tecnol gica nica para Sistemas de Abastecimento de gua e de Saneamento de guas residuais SAS mas pelo contr rio devem ser consideradas v rias op es que possam ser adaptadas s condi es e necessidades locais No mbito deste cap tulo pretende categorizar se as op es mais comuns ou de maior potencialidade em reas urbanas dos PALOP segundo N veis de Servi o NS consoante a qualidade do servi o prestado o conforto a conveni ncia e a protec o que proporcionam e considerando que medida que aumenta o NS aumenta a protec o da sa de p blica e o n vel de qualidade de vida
43. e efluente conduzido para uma fossa imperme vel apresentam capacidade de evolu o uma vez que se a disponibilidade de gua aumentar pode alterar se facilmente o sistema de modo a encaminhar as guas residuais para uma rede de guas residuais decantadas e posterior tratamento e deposi o final Pickford 1995 40 4 4 3 Considera es de mbito social Uma vez compreendidas as caracter sticas e cren as culturais da comunidade aconselh vel incorporar o conhecimento e as pr ticas locais e tradicionais na fase de selec o de tecnologias e abordagens a adoptar n o s para garantir a aceita o dos projectos mas tamb m de forma a dar comunidade um maior sentido de responsabilidade contribuindo para a sustentabilidade dos mesmos UN 2004 refor ada a import ncia do envolvimento da comunidade em todo o processo Na verdade as decis es t m de ser tomadas com as pessoas e n o somente para elas WSSCC 2005 A sociedade civil pode por exemplo comentar relat rios preparados por conselheiros externos e garantir que est o representados os interesses de todos os grupos WaterAid e Tearfund 2003 Naturalmente que quanto mais organizada for a comunidade melhores ser o as condi es para conduzir a melhorias Assim se dar mais voz comunidade residente em reas PUI usualmente fracamente representada Em particular importa ter aten o a determinados grupos alvo nomeadamente os chefes comunit rios as mul
44. horizonte est contudo dependente da prioridade que atribu da s v rias op es anteriormente consideradas e das maiores ou menores dificuldades com a respectiva implementa o Uma das principais barreiras consiste na evolu o do planeamento urbano dos aglomerados informais Esta rea sob responsabilidade do munic pio dever evoluir de forma gradual contribuindo para a melhoria das condi es de vida de zonas carenciadas sendo que nalguns casos ser necess rio recorrer ao realojamento UEM 2006 Ainda assim a defini o das metas importante constituindo um compromisso de melhoria do n vel de vida nas zonas PUI No Quadro 5 9 e no Quadro 5 10 apresenta se a percentagem aproximada da popula o de Maputo servida por diferentes N veis de Servi o NS de abastecimento de gua e saneamento respectivamente S o indicados os valores de 2010 e os que se podem perspectivar como metas a alcan ar em 2030 As metas de NS perspectivadas para 2030 correspondem a propostas de cariz acad mico consideradas 79 relativamente ambiciosas que devem ser calibradas e validadas pelos decisores nomeadamente face aos condicionalismos e potencialidades de financiamento Quadro 5 9 Percentagem aproximada de popula o servida por abastecimento de gua na cidade de Maputo por N veis de Servi o Valores estimados para 2010 e meta para 2030 Popula o servida Sonic Operadores e tecnologias de distribui
45. muitas angolanos Rep blica de Angola 2005 como deixaram o pa s numa situa o social e sanit ria muito fr gil e carente de redes de seguran a OCDE 2005 No caso de Cabo Verde e de S o Tom e Pr ncipe o ndice do Produto Interno Bruto PIB que mais influencia negativamente o valor do IDH No caso da Guin Bissau e de Mo ambique para al m deste componente do IDH o ndice de Esperan a M dia de Vida assume um valor igualmente muito baixo Na verdade a Guin Bissau apresenta um estado fr gil e institui es democr ticas sob amea a constante o que a adicionar eclos o de conflitos violentos conduz a uma situa o social extremamente gravosa Sangreman et al 2006 J Mo ambique mesmo mostrando progressos significativos nos ltimos anos que levou a que fosse considerado uma das hist rias de sucesso do Mundo continua a ser um dos pa ses mais pobres e muito dependente de ajuda externa o que afecta de forma significativa a esperan a m dia de vida dos seus habitantes Rep blica de Mo ambique 2008a Quadro 2 2 Componentes do IDH relativos aos PALOP referentes ao ano 2007 adaptado de UNDP 2009 Angola Cabo Verde Cuns Mo ambique Es Tome S r ncipe Bissau ndice de Esperan a M dia de Vida ndice de Educa o ndice do Produto Interno Bruto Importa analisar com maior detalhe cada uma das dimens es de desenvolvimento humano anteriormente referidas Relativamente
46. nas zonas peri urbanas de Maputo n o s do ponto de vista tecnol gico e econ mico mas tamb m analisando condicionalismos institucionais regulat rios ambientais de cultura e sociais afectos zona de interesse Pretendeu se ainda ter em conta v rios est gios de desenvolvimento destes servi os atrav s da an lise de solu es sustent veis e com potencial de evolu o para outras solu es progressivamente mais completas e complexas s quais correspondem diferentes graus de adapta o a h bitos de consumo e de desenvolvimento urbano e s cio econ mico do Pa s 1 3 Estrutura da disserta o O Cap tulo 1 introduz o tema do abastecimento de gua e saneamento de guas residuais enquadrado nos Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio com especial nfase para a presta o de servi os nos meios peri urbanos informais No Cap tulo 2 caracterizam se sumariamente os Pa ses Africanos de L ngua Oficial Portuguesa PALOP a tend ncia demogr fica que se perspectiva para estes pa ses e os actuais n veis de cobertura em abastecimento de gua e saneamento de guas residuais O Cap tulo 3 apresenta algumas op es tecnol gicas de baixo custo de poss vel aplica o nos PALOP apresentando as principais vantagens e potenciais problemas bem como as correspondentes necessidades de opera o e manuten o No cap tulo 4 apresentam se considera es no que se refere ao planeamento e implementa o dos sis
47. no decurso do qual todos os agentes devem assumir compromissos e ced ncias com vista melhoria sustent vel do ambiente e da sociedade Na Figura 5 9 apresenta se uma s ntese dos aspectos gerais mais importantes a ter em conta para a melhoria geral dos SAS em reas peri urbanas da cidade de Maputo Participa o p blica e Coopera o entre agentes e sectores 3 Selec o de tecnologias e abordagens Clarifica o da estrutura institucional e financiamento Figura 5 9 Aspectos gerais a ter em conta para a melhoria de SAS em reas peri urbanas de Maputo 1 An lise da 2 Sensibiliza o situa o e capacita o 5 Monitoriza o e Avalia o 4 Implementa o e gest o Transversalmente a todo o ciclo de planeamento e implementa o parece crucial a Participa o P blica e a Coopera o entre agentes e sectores De referir que em 2008 foram criadas Institui es de Participa o e Consulta Comunit rias nos Distritos Postos Administrativos e Localidades Conselhos Consultivos e dos F runs Locais no sentido de permitir a participa o de todos os segmentos da comunidade local no processo de tomada de decis o e controlo da utiliza o dos recursos dispon veis Rep blica de Mo ambique 2008b indispens vel que se valorizem estas Institui es Na verdade a participa o um elemento indispens vel a qualquer estrat gia devendo ser materializada no campo num
48. o servidas por gua e 1 7 mil milh es pessoas sem acesso adequado a saneamento WHO e UNICEF 2010 De ressalvar que adoptando crit rios de estimativas mais exigentes o grau de cobertura dos servi os em an lise seria ainda mais alarmante O maior atraso do saneamento quando comparado com o abastecimento de gua deve se em boa medida a uma procura menos acentuada por parte das pr prias popula es dos governos e dos agentes doadores um facto que os custos econ micos e sociais relacionados com um ausente ou deficiente saneamento n o s o muitas vezes directamente percepcionados Carrard et al 2009 interessante analisar as rela es existentes entre as metas referidas e os restantes ODM no mbito dos pa ses em desenvolvimento O primeiro ODM refere se erradica o da pobreza extrema e da fome sabido que o acesso a gua e saneamento aspectos fundamentais para uma vida mais saud vel aumentam a capacidade humana para gerar maiores rendimentos e consequentemente reduzem a pobreza e a fome Al m disso a redu o de doen as aumenta a produtividade j que diminui o absentismo no trabalho e o tempo gasto a cuidar de doentes A gua em particular fundamental para a produ o agr cola cria o de emprego e desenvolvimento tur stico e econ mico tendo um contributo importante para o cumprimento deste objectivo Resultam ainda ganhos econ micos da redu o de custos hospitalares e farmac uticos Pickfor
49. o todas as solu es eleg veis resultantes do consenso entre os agentes envolvidos Em geral nas reas Peri Urbanas Informais PUI cr tica a falta de dados sobre os residentes os propriet rios de habita es e terrenos bem como sobre as infra estruturas existentes Assim importante come ar por recolher informa o relativa situa o actual e reais necessidades directamente a partir da comunidade por observa o atrav s de outras fontes como o governo Organiza es N o Governamentais ou at mesmo organizando workshops e encontros com os diferentes agentes Para confirmar que a informa o representa a realidade aconselh vel que os dados inicialmente recolhidos sejam posteriormente confirmados pela comunidade ou por organiza es comunit rias WSSCC 2005 De entre as principais quest es a verificar real a se a avalia o da qualidade de SAS existentes nomeadamente o tipo de tecnologia usada o n vel de cobertura e o grau de satisfa o da popula o bem como os eventuais motivos de insucesso Na verdade por vezes um sistema que n o esteja a funcionar adequadamente mais perigoso para a sa de p blica do que se n o existir Pickford 1995 O conhecimento da situa o actual permitir posteriormente decidir se prefer vel ou poss vel proceder reabilita o do sistema existente ou se necess rio planear um novo SAS A Figura 4 2 representa os factores de an lise considerados no mbito
50. o bem fechadas Verificar se as torneiras est o bem fechadas Limpar o local e testar as torneiras diariamente Reparar ou substituir torneiras ou rede de Inspeccionar e limpar o dreno diariamente condutas Reparar ou substituir torneiras condutas ou a Limpar poss veis bloqueios nas condutas pr pria estrutura do fontan rio Altos n veis de perda de gua Necessidades de opera o e manuten o 3 3 Componentes e tecnologias de saneamento de guas residuais 3 3 1 Deposi o As infra estruturas que ser o seguidamente apresentadas incluem a latrina de fossa simples a latrina de fossa ventilada e a latrina de compostagem de NSI a fossa s ptica possivelmente antecedida por uma latrina ou retrete com fossa h mida ou sif o hidr ulico NS Il e a rede predial de guas residuais com retrete NS III A latrina de fossa simples o sistema de deposi o mais apropriado quando os utilizadores de baixos rendimentos s o respons veis pelo seu pr prio sistema de deposi o dos excreta e n o disp em de gua com abund ncia Faria e Neves 1989 constitu da por uma fossa escavada no solo com paredes que podem ser revestidas com material poroso A necessidade de revestimento depende do grau de estabilidade do solo Um exemplo de revestimento o apresentado na Figura 3 6 a Na Figura 3 6 b poss vel observar uma laje colocada sobre a fossa que constitui o local onde os utilizadores se posicionam e onde
51. o limpa o f los se necess rio quantidade de 16 depois de cada tubo de descarga Inspeccionar as O s Manter a cinza ou outro o USO para prevenir e desbloquear o condutas Elo cobertura escura material ES ee o odores sif o hidr ulico Limpar os sif es o f Manter aberto o absorvente eae e Evitar a Manter as fossas com periodicidade o buraco da latrina depois da 7 5 concentra o de Ea com um nivel de semestral e para permitir a defec o para gt w gua ou urina fora GE gua adequado sempre que se O ventila o do ar e prevenir o cheiro ss ae da latrina Efectuar verificarem scan de gases para o Fechar o buraco N o limpar a descargas de entupimentos T tubo de da latrina com fossa quando o ree lamas pelo menos D ventila o uma tampa o excreta estiver de 2 em 2 anos e 3 fresco deposit las correctamente 25 3 3 2 Recolha e Transporte As op es analisadas neste sub cap tulo dizem respeito recolha e transporte de produtos da deposi o do excreta ou de guas residuais para que sejam tratados ou reutilizados longe do local de deposi o No caso das lamas e do composto pode recorrer se recolha manual ou mec nica seguida de transporte por ve culos No que concerne o transporte de efluente ou de guas residuais s o apresentadas para al m da rede convencional duas op es para as redes de saneamento n o convencion
52. o sobre a tecnologia pelo acesso a cr dito e terra pela ausculta o da sua opini o nomeadamente quanto localiza o dos sistemas e necessidades espec ficas e pela sua participa o activa em todas as fases do processo igualmente importante mostrar o trabalho desenvolvido por mulheres l deres para que sirvam como modelos no esfor o de envolver o g nero feminino UN 2004 As escolas podem tamb m constituir um local para a dissemina o da informa o sobre gua saneamento e higiene Os jovens receptivos a novas ideias s o vistos n o s como benefici rios mas tamb m como agentes de mudan a comportamental ao n vel familiar e comunit rio DNA 2005 Para tal igualmente importante que os professores acreditem na mensagem a transmitir Pickford 1995 41 Por fim referir um grupo raramente auscultado em projectos de SAS as pessoas com invalidez f sica Estima se que 90 de crian as com defici ncias f sicas de pa ses em desenvolvimento n o frequente a escola devido em parte inacessibilidade a locais de defec o em condi es adequadas As dificuldades enfrentadas n o diferem contudo na vida adulta Paralelamente v rios estudos provam que o custo de garantir o acesso ao servi o por pessoas com necessidades especiais pode ser bastante baixo 0 5 a 1 do custo total do projecto UNDP 2006 Na verdade existem casos reportados em que tiveram lugar melhorias significativas na higiene pessoal s
53. os que se apresentam no Quadro 5 4 Associado aos sub cen rios est indicado o tipo de regula o que se aconselha sendo este assunto 71 abordado conjuntamente no fim da apresenta o dos v rios cen rios desenvolvidos No fim do cap tulo tamb m se abordar o quest es de licenciamento dos POP e de estrutura tarif ria Quadro 5 4 Solu es para o abastecimento de gua a zonas peri urbanas de Maputo a be A Atrav s de liga es dom sticas AdM fornece servi o sem competi o dos POP B Atrav s de fontanario AdM e POP coexistem sendo que os POP mant m POP utilizam gua da AdM controlo dos seus pr prios sistemas D POP utilizam gua de origens pr prias POP s o os nicos operadores de servi o POP utilizam gua de origens pr prias nas reas em que actuam Regula o directa Regula o indirecta Nos cen rios A e B a AdM a nica operadora do servi o e nesse caso importa concentrar esfor os na melhoria das actividades de gest o opera o e manuten o da empresa Tem como desafios reduzir as perdas na rede melhorar os procedimentos de recupera o de custos e melhorar a imagem da empresa na comunidade No Quadro 5 5 resumem se algumas das medidas necess rias neste sentido e respectivas ac es benef cios e dificuldades Quadro 5 5 Ac es benef cios e dificuldades de medidas de gest o opera o e manuten o da AdM MEDIDA AC ES BENEF CIOS DIFICULDA
54. para as comunidades de zonas PUI de menor n vel de literacia Como consequ ncia a popula o desenvolve a sensa o de que est a ser enganada De forma a evitar este constrangimento o documento de cobran a deve indicar claramente cada item e de onde deriva numa estrutura que n o apresente d vidas Paralelamente o feedback da opini o dos clientes deve ser fomentado evitando situa es prejudiciais para o operador e de maneira a orient lo para a melhor forma de actua o Schutte 2001 Para al m da imagem de credibilidade os operadores devem focar directamente a sua actua o na gera o de lucros Regra geral os trabalhadores de operadores de maior dimens o n o compreendem que os lucros do servi o est o dependentes do seu trabalho pelo que fundamental que tomem consci ncia e assumam a responsabilidade de minimizar as despesas evit veis em 51 actividades sob o seu controlo Contribuir para tal a defini o de uma estrutura de custos categorizada em custos control veis e n o control veis e sujeita a revis o frequente Schutte 2001 Com implica es directas no lucro produzido e tamb m no n vel de servi o disponibilizado popula o refere se a prem ncia de se considerarem os aspectos de manuten o dos SAS Muitas vezes negligenciados por falta de verbas ou pela aloca o errada dos recursos essencial mostrar a import ncia que det m nas actividades de gest o nomeadamente direccion
55. planeamento e implementa o definido para estes sistemas A inten o fundamental que estas considera es constituam um apoio para que um leitor interessado se consciencialize da import ncia de todas essas dimens es para o desenvolvimento e expans o dos servi os de abastecimento de gua e de saneamento Assim as solu es gen ricas apresentadas n o devem ser consideradas de forma restritiva mas sim como ponto de partida a melhorar para solu es adaptadas ao contexto a servir Por fim o presente trabalho analisou um Caso de Estudo particular a rea peri urbana da cidade de Maputo em Mo ambique O facto de continuarem a ser zonas atractivas sobretudo pela localiza o favor vel em rela o aos centros de emprego e de servi os pela proximidade cidade de cimento considerada sin nimo de riqueza e desenvolvimento faz com que se preveja o seu crescimento significativo no futuro pr ximo UEM 2006 Simultaneamente tem se verificado que o servi o de abastecimento de gua cidade de Maputo n o est a ser acompanhado por um n vel de servi o an logo em termos de saneamento de guas residuais o que pode por em causa a sa de p blica da popula o como consequ ncia da inter rela o existente entre ambos os servi os referidos Assim justifica se a urg ncia de resolver os problemas que estes habitantes enfrentam abordando aspectos relativos melhoria dos servi os nas reas peri urbanas da cidad
56. qualidade DNA 2004 De facto a gua distribu da sujeita a um rigoroso controlo Por m ainda que alguns bairros tenham distribui o de gua durante quase 24h o fornecimento limita se a cerca de 12 horas por dia em muitas reas servidas AdP 2007 No que diz respeito cobran a apenas uma parte do valor da tarifa cobrado aos consumidores retida pela AdM sendo o resto encaminhado para o FIPAG e para o CRA DNA 2008a A estrutura tarif ria progressiva isto em blocos para os clientes com liga es dom sticas enquanto os fontan rios t m uma tarifa fixa Matsinhe et al 2008 A AdM enfrenta grandes dificuldades nomeadamente pela destrui o e roubo de contadores apesar dos esfor os de substitui o AdP 2007 Quanto aos procedimentos de leitura os registos s o introduzidos num sistema inform tico que atrav s de uma an lise cr tica das leituras identifica poss veis fraudes confirmadas posteriormente por equipas de fiscaliza o TESE 2006b A visita efectuada AdM no mbito desta disserta o permitiu verificar que foi adoptado 59 recentemente um sistema de gest o segundo o qual cada zona de influ ncia de um centro de distribui o est dividida em reas constitu das por um pequeno n mero de bairros A cada rea atribu do um funcion rio que tem a seu cargo a fun o de realizar vistorias di rias de forma a identificar e reportar ilegalidades e outros problemas detectados aos Ges
57. saneamento escolar Assim conclui se que o acesso adequado e equitativo destes servi os ao n vel dom stico e escolar determinante para o aumento do n mero de crian as a frequentar a escola Inversamente a educa o prim ria pode servir para consciencializar as crian as para boas pr ticas de higiene e para as sensibilizar no que respeita inter depend ncia entre as quest es de gua saneamento e sa de WSSCC 2006 O ODM 3 diz respeito promo o da igualdade entre g neros e capacita o das mulheres Na verdade nos pa ses em desenvolvimento a mulher det m a tarefa de obten o de gua para a qual despende bastante tempo Em m dia a mulher africana percorre cerca de 6 km por dia e transporta entre 15 a 20 litros de gua sujeitando se a diversos riscos como danos f sicos s costas e ao pesco o ou at mesmo viola es UN 2004 A gravidez uma fase particularmente sens vel durante a qual existe grande probabilidade de aquisi o de infec es como resultado da fraca disponibilidade de gua que n o permite pr ticas mais higi nicas WSSCC 2006 A agravar a situa o as mulheres s o propriet rias de apenas 2 da terra privada no mundo o que lhes limita ainda mais o acesso a gua UN 2004 A quest o da desigualdade de g nero tamb m cr tica no que respeita ao acesso a servi os de saneamento Em muitos pa ses as mulheres t m frequentemente pouco peso no que se refere priorida
58. torneiras como se pode observar na Figura 3 5 b O fontan rio inclui uma liga o de servi o rede de abastecimento de gua ou a uma fonte pr pria po o ou furo uma parede torneiras a altura suficiente de forma a facilitar o enchimento de baldes ou contentores de gua e finalmente um dreno para encaminhar a gua n o recolhida Brikk e Bredero 2003 a Figura 3 5 Imagens de op es de distribui o de gua fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique a Cami es tanque b Fontan rio A liga o dom stica tem origem numa rede de distribui o que transporta a gua at uma torneira localizada no quintal ou at uma ou mais torneiras localizadas no interior de habita o Este ltimo caso corresponde ao NS Ill Muitas vezes os custos das redes com liga o domicili ria podem ser reduzidos se o dimensionamento dos sistemas se basear realmente nas necessidades dos utilizadores em termos de n veis de consumo os quais s o menores do que os correspondentes aos sistemas convencionais que funcionam em pa ses desenvolvidos Assim recomenda se o sistema condominial como forma de distribui o de gua Este sistema caracteriza se por uma rede principal que em vez de terminar nas habita es serve unidades de blocos de casas a partir de liga es comunit rias A redu o de custos conseguida porque a partir destes pontos s o usadas condutas de menor di metro e em menor n mero ainda poss vel
59. 006 Bank Netherlands Water Partnership BNWP e World Bank Tr molet S Halpern J 2006 Regulation of water and sanitation services getting better service to poor people The Global Partnership on Output Based Aid GPOBA OBA Working Paper Series Paper No 8 June 2006 UEM 2006 Mo ambique Melhoramento dos Assentamentos Informais An lise da Situa o amp Proposta de Estrat gias de Interven o Universidade Eduardo Mondlane UEM Maputo UN 2004 A Gender Perspective on Water Resources and Sanitation Submitted by Interagency Task Force on Gender and Water BACKGROUND PAPER NO 2 UNITED NATIONS DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS Commission on Sustainable Development Twelfth Session April 2004 New York UN 2010a www un org millenniumgoals environ shtml United Nations acedido a 24 de Setembro de 2010 90 UN 2010b www unpopulation org United Nations Department of Economic and Social Affairs acedido a 17 Agosto de 2010 UNDP 2006 Human Development Report 2006 Beyond scarcity Power poverty and the global water crisis Published for the United Nations Development Programme UNDP UNDP 2008 Relat rio de Desenvolvimento Humano 2007 2008 Indicadores de desenvolvimento humano UNDP 2009 Human Development Report 2009 Overcoming barriers Human mobility and development United Nations Development Programme UNDP UN HABITAT 2007 Perfil do sector urbano em Mo ambique UN HABITAT
60. 008 Regulation of water resale activities in peri urban areas of Maputo Matsui S Henze M Ho G Otterpohl R 2001 Frontiers in Urban Water Management Deadlock or Hope Capitulo 5 Emerging paradigms in water supply and sanitation Moe C L Rheingans R D 2006 Global challenges in water sanitation and health Journal of Water and Health 41 54 IWA Publishing Morais A Q 1962 Depura o de esgotos dom sticos dos pequenos aglomerados populacionais e habita es isoladas Minist rio das Obras P blicas Direc o Geral dos Servi o de Urbaniza o Centro de estudos de urbanismo Lisboa Muyibi S A 1992 Planning water supply and sanitation projects in developing countries Journal of water resources planning and management Vol 118 No 4 351 355 88 NWP 2005 Smart Sanitation Solutions Netherlands Water Partnership Netherlands NWP 2006 Smart Sanitation Solutions Netherlands Water Partnership Netherlands OCDE 2005 Perspectivas Econ micas na frica BAfD e OCDE Oman C B Klutse A Rabbani G Edward R 2009 Strategy for strengthening scientific capacity in developing countries on water and sanitation related issues Desalination 248 2009 658 665 Elsevier OMS 2008 Estrat gia de coopera o da OMS com os pa ses 2009 2013 Guin Bissau Organiza o Mundial de Sa de Escrit rio Regional Africano OMS 2009a Estrat gia de coopera o da OMS com os pa ses 200
61. 14 Schutte C F 2001 Managing water supply and sanitation services to developing communities key success factors Water Science and Technology Vol 44 No 6 pp 155 162 O IWA Publishing 2001 TESE 2009 Apresenta o Ter mesmo de ser um monop lio Oportunidades para a integra o de modelos informais no abastecimento de gua Pr ticas internacionais e o caso de Maputo Lusambe Congresso Lus fono de Ambiente e Energia 21 de Setembro de 2009 TESE Associa o para o Desenvolvimento Programa Engenheiros sem Fronteiras TESE 2006a An lise do sector das guas em Mo ambique Rela o com vendedores de gua informais TESE Associa o para o Desenvolvimento Programa Engenheiros sem Fronteiras TESE 2006b An lise do sector das guas em Mo ambique Redu o das perdas aparentes TESE Associa o para o Desenvolvimento Programa Engenheiros sem Fronteiras Tilley E Luthi C Morel A Zurbrugg C Schertenleib R 2008 Compendium of Sanitation Systems and Technologies Swiss Federal Institute of Aquatic Science and Technology Dubendorf Switzerland Tornqvist R Norstrom A Karrman E Malmqvist P A 2008 A framework for planning of sustainable water and sanitation systems in peri urban areas Water and Science Technology 58 3 563 570 Tr molet S Hunt C 2006 Taking account of the poor in water sector regulation Water Supply amp Sanitation Working Notes Note No 11 August 2
62. 8 2013 S o Tom e Pr ncipe Organiza o Mundial de Sa de Escrit rio Regional Africano OMS 2009b Estrat gia de coopera o da OMS com os pa ses 2009 2013 Angola Organiza o Mundial de Sa de Escrit rio Regional Africano OMS 2010 www who int Organiza o Mundial de Sa de acedido a 25 de Setembro de 2010 Palmer I Tricamegy M 2007 Desenvolvimento Municipal em Mo ambique As Li es da Primeira D cada Cap tulo 7 Abastecimento de gua e Saneamento nas reas Urbanas lan Palmer Palmer Development Group and Mayza Tricamegy Consultor Independente Pereira A 2008 De que Vale Tanta gua O Papel do Sistema Institucional na Governa o dos Recursos H dricos em Angola IV Encontro Nacional da Anppas 4 5 e 6 de junho de 2008 Bras lia DF Brasil Alvaro Pereira Soci logo N cleo de Ecologia Social DED LNEC Portugal Plano de Ac o Nacional para o Ambiente Il Documento S ntese Cabo Verde 2004 2014 Minist rio do Ambiente Agricultura e Pescas Praia Fevereiro de 2004 PNA 2007 30 de Outubro de 2007 Resolu o n 46 2007 S rie 730 50 63 Pol tica Nacional das guas PNUD 2005 Relat rio Nacional de Desenvolvimento Humano 2015 Alcan ando os Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUD 2006 Rapport national sur le d veloppement humain en Guin e Bissau 2006 R former les politiques pour atteindre le
63. A t tulo de exemplo dever analisar se a possibilidade de impor taxas de descarga de lamas ou pelo contr rio e de forma a evitar a pr tica de descargas ilegais a implementa o de um sistema de b nus por cada descarga em local adequado No mbito da reutiliza o de efluentes para irriga o agr cola ou no mbito da descarga de efluentes para o meio receptor dever o ser analisadas amostras de efluentes de forma a controlar situa es de contamina o Refere se ainda a necessidade de regular o funcionamento e as actividades das opera es anteriormente mencionadas garantindo que o CRA ou outra entidade com responsabilidades na rea tenha capacidades para tal atrav s de sistemas de fiscaliza o No Quadro 5 8 resumem se as medidas referidas relativas a solu es para o sector do saneamento na cidade de Maputo bem como os respectivos benef cios dificuldades e prioridades 78 Quadro 5 8 Tipologia benef cios dificuldades e prioridades das medidas relativas a solu es para o sector do saneamento de guas residuais em Maputo BENEF CIOS MEDIDA ER ESPERADOS Fomentar a viabilidade e sustentabilidade de centros para constru o de latrinas e fossas s pticas Cria o de servi os para o esvaziamento de latrinas e POTENCIAIS DIFICULDADES Fornecimento cont nuo de materiais Facilidades de transporte Forma o dos artes os Incentivo actividade privada T cnica Aumento d
64. ADE Considera o de crit rios ambientais Falta de flexibilidade na regula o pode inviabilizar solu es dos POP Aumento e f TER a e prejudicar pessoas fortalecimento Mecanismos de monitoriza o da da regula o qualidade do servi o pre os qualidade de servi o rela o com os clientes Regulador pode n o ter todas os instrumentos para monitorizar e regular os POP Estimulo das actividades econ micas Possibilidade de n o se considerar quem tem menor capacidade de Melhoria do servi o dos POP pagar 2 Licenciamento Diminui o dos riscos de opera o e Podem deixar de se verificar dos POP aumento do apoio t cnico aos POP condi es de licenciamento Exclus o dos POP sem alternativa da AdM pode indisponibilizar servi o Melhoria da imagem da AdM junto da popula o Equidade no mercado Ajustamento Redu o do pre o pago pela gua Desadapta o da estrutura tarif ria dos pre os aos POP se n o for alterada periodicamente estrutura para fazer face a mudan as de tarif ria Custos de liga o acess veis conjuntura econ mica permitem acesso de popula o mais desfavorecida 74 5 5 3 Saneamento de guas residuais Relativamente organiza o do sector do saneamento peri urbano em Maputo sugere se a adapta o do modelo defendido por Mara e Alabaster 2006 segundo o qual a unidade de organiza o um grupo de casas e n o a unidade habitacional Cada grupo de casas pode ide
65. DES Parceria com Diminui o de perdas menos liga es Entidade de ilegais a Microcr dito e Aumento de factura o mais taxas de Financiamento para a ONG para micro liga o formula o S financiamento de Abordagem de combate pobreza implementa o da parceria liga es Melhoria da Imagem externa da AdM Maximiza o das restantes ac es de Campanha de redu o de perdas comerciais Investimento Sensibiliza o Aumento de visibilidade e melhoria da imagem concep o Ambiental e da AdM implementa o C vica Redu o de capita o e maior disponibilidade campanha de gua no sistema Melhoria do modo Potencial de conflitos de fiscaliza o Diminui o da fraude e liga es ilegais Dificuldade de coopera o com FIPAG e CRA Divulga o d Acabar com o sentimento de impunidade por eee aes r Grandes Fraudes parte dos respons veis por grandes fraudes a bias A os nos Meios de Aumento da consci ncia c vica dos cidad os a Comunica o a imagem da AdM Diminui o das fraudes cometidas a Ultrapassar problema de sub factura o e Vandalismo e roubo dos e medi es ineficientes contadores contadores M todos de cobran a 2 amp o o E q cs N Pp o N o o o O gt o D x Implementa o de Redu o das perdas por consumo autorizado Vandalismo e roubo dos contadores n o facturado nem medido contadores Melhoria das Redu o das perdas por consum
66. F Bredero M 2003 Linking technology choice with operation and maintenance in the context of community water supply and sanitation World Health Organization and IRC Water and Sanitation Centre Geneva Switzerland Carrard N Pedi D Willetts J Powell B 2009 Non government organisation engagement in the sanitation sector opportunities to maximise benefits IWA Publishing 2009 Water Science amp Technology WST 60 12 2009 Cidade de Maputo 2009 Inqu rito a popula o sobre a presta o dos servi os municipais Edi o 2008 Relat rio Final Abril de 2009 Conselho Municipal de Maputo 2008 Perfil Estat stico do Munic pio de Maputo 2004 2007 Novembro de 2008 Maputo Cumming 2008 The sanitation imperative A strategic response to a development crisis Elsevier 248 8 13 DENARP 2005 Documento de Estrat gia Nacional de Redu o da Pobreza DENARP Guin Bissau DGQA 1986 Manual de Tecnologias de saneamento b sico apropriadas a pequenos aglomerados Selec o das tecnologias apropriadas em guas residuais Fernando Azenha Bartolomeu Jaime Fernando de Melo Baptista Direc o Geral da Qualidade do Ambiente Dias S P Matos J S 2001 Small diameter gravity sewers self cleansing conditions and aspects of wastewater quality Water Science and Technology Vol 43 Pp 111 118 IWA Publishing Direc o Geral do Planeamento 2008 Documento de estrat gia de crescimento e redu o da pob
67. Ifi INSTITUTO SUPERIOR T CNICO Contribui o para a evolu o do abastecimento de gua e do saneamento de guas residuais em reas peri urbanas dos Pa ses Africanos de L ngua Oficial Portuguesa Caso de estudo na cidade de Maputo em Mo ambique Ana Rita Caldeira Ram a Disserta o para obten o do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente J ri Presidente Professor Doutor Ant nio Jorge Sousa Orientador Professor Doutor Jos Saldanha Matos Vogais Professor Doutor Ant nio Jorge Monteiro Engenheira Alexandra Serra Professora Doutora Ana Fonseca Galv o Setembro de 2010 AGRADECIMENTOS A elabora o da presente disserta o recebeu contributos de v rias pessoas a quem desejo dirigir uma palavra de reconhecimento Ao Professor Jos Saldanha Matos a oportunidade de ter explorado este tema de disserta o bem como a orienta o e o rigor cient fico com que sempre me acompanhou Ao grupo guas de Portugal fundamental para a elabora o do caso de estudo um agradecimento particular Engenheira Alexandra Serra ao Engenheiro Carlos P voa ao Engenheiro Nuno Br co ao Engenheiro Jos Gasc o e Engenheira Ana Katila pela aten o que me dedicaram s guas de Mo ambique nas pessoas do Engenheiro Manuel Thomaz e do Engenheiro Miguel vora a possibilidade de melhor compreender a realidade do abastecimento de gua a Maputo Direc o Nacional das guas de Mo ambique a documenta
68. Latrina retrete individual com local adequado CESCE pala DEEE SABE Descarga para sistema de lagunagem SISO OG alav s te SE Sai Reutilizas o efluente para Feu EA de esgotos simplificado ig P 9 As solu es A B D e H correspondem a NS actualmente existentes em Maputo O NS 0 Deposi o a c u aberto ou latrina n o melhorada A corresponde aos sistemas de saneamento n o adequados em termos de sa de p blica de conforto e de qualidade de vida O NS apresenta a latrina como op o tecnol gica de deposi o de excreta que uma op o econ mica aconselhando se duas hip teses a latrina melhorada individual B vulgar na cidade de Maputo e a colectiva C A primeira solu o tem como grande vantagem a maior privacidade e conveni ncia apesar do risco de reduzida manuten o com riscos para a sa de p blica Nas zonas peri urbanas em que o espa o que circunda as casas muito reduzido e onde a pr tica de defec o a c u aberto frequente o servi o de latrina colectiva em espa o p blico gerido colectivamente a servir cerca de 25 a 30 edifica es pode ser uma solu o econ mica vi vel Dever se tirar partido das cooperativas para garantir a manuten o e limpeza adequadas dessas infra estruturas Em qualquer das solu es prev se para o NS I a recolha mec nica das lamas as quais poder o ser transportadas para a ETAR de Infulene lagoa anaer bia inicial ou para outro local apropriado
69. M a partir de liga es domicili rias at ao interior da habita o Em 2030 dependendo da evolu o dos sistemas poss vel que os POP tamb m contribuam para o aumento deste NS qualquer que seja o estatuto legal alcan ando se no total uma cobertura de 50 de popula o servida Quadro 5 10 Percentagem aproximada de popula o de Maputo servida por saneamento por N veis de Servi o Valores estimados para 2010 e metas consideradas para o ano 2030 N vel de Popula o servida Servi o NS 2010 2030 Perspectiva se para o NS 0 correspondente aos sistemas de saneamento n o adequados e que actualmente cobrem uma popula o significativa a redu o at 2030 para um n vel residual pr ximo de zero O NS I que corresponde op o de latrina melhorada tender a dar lugar ao NS II que se espera em 2030 atingir um n vel de cobertura de aproximadamente 40 de popula o 80 servida Uma parte da popula o que recorre em 2010 ao NS II pode tamb m progredir em termos de servi o de saneamento para o NS Ill o qual ainda que seja mais vantajoso em termos de sa de p blica est fortemente dependente de financiamento e de uma complexa reordena o gradual do espa o urbano Cr se que ser o necess rios esfor os muito significativos para ser excedido o patamar de 30 de cobertura que se perspectiva para o ano 2030 A Figura 5 10 e a Figura 5 11 pretendem mostrar a evolu o espacial admitida
70. N vel e consumo dos recursos actual e espect vel Direc o do escoamento Poss vel contamina o de recursos h dricos Capacidade de auto depura o de massas de gua Qualidade e fiabilidade das origens de gua Estabilidade e permeabilidade do solo Caracter sticas topogr ficas Susceptibilidade a inunda es Facilidade de escava o Densidade populacional N vel de urbaniza o Tipo de constru o Disponibilidade de espa o Facilidade de acessos N vel de conhecimentos e capacidade de m o de obra existentes Disponibilidade de materiais e de energia Disponibilidade de trabalho manual gratuito Disponibilidade suficiente de res duos org nicos para compostagem Fornecimento cont nuo de energia el ctrica para servi os convencionais Compatibilidade com crit rios t cnicos Recursos H dricos Geologia Ocupa o do Solo Constru o opera o e manuten o Factores sociais No mbito da Fase 1 do ciclo de planeamento e implementa o de projectos de SAS recomenda se que a aplica o dos m todos e abordagens de consciencializa o e capacita o de comunidades seja antecedida pela caracteriza o geral da comunidade e das suas maiores necessidades idealmente identificadas pela pr pria popula o Na Fase 2 aconselha se que esta caracteriza o seja mais detalhada dada a grande heterogeneidade das comunidades constitu das por diferentes grupos tnicos pol t
71. Recursos H dricos e a Geologia do local O tipo de Ocupa o do Solo e as condicionantes no que respeita a actividades de Constru o Opera o e Manuten o de SAS s o igualmente importantes De notar a especial rela o existente entre os sistemas de abastecimento de gua e os sistemas de saneamento Por exemplo fundamental estar se ciente da possibilidade de contamina o de origens de gua para consumo como resultado de um saneamento inexistente ou desadequado Inversamente a identifica o de poss veis solu es de saneamento est dependente da disponibilidade de gua dado que um abastecimento inadequado pode comprometer a fiabilidade do sistema de saneamento nomeadamente devido obstru o dos colectores por falta de auto limpeza WaterAid 2009 A rela o entre estes sistemas pode ser melhor analisada atrav s da leitura do ponto 3 1 da presente disserta o e em particular do Quadro 3 1 No Quadro 4 1 apresentam se os aspectos a considerar para a an lise da situa o no mbito dos factores ambientais e t cnicos subdividos nas reas de an lise referidas Quadro 4 1 reas de an lise e aspectos ambientais e t cnicos a considerar reas de an lise Aspectos ambientais e t cnicos a considerar Localiza o de origens de capta o de gua Disponibilidade e capacidade limite das origens de gua Variabilidade clim tica e de recursos h dricos Profundidade do n vel da gua subterr nea
72. TO DE GUA E SANEAMENTO DE GUAS RESIDUAIS sa aaismasinsia iris A ias sena ta ST 32 4 1 Aspectos gefalS EE E T E ha Ia rete SONIC LDL An Aa adaga See DELE Nha Das See teeta 32 vii 4 2 Fase 1 Consciencializa o e capacita o eee aearaaeneenaeananaaa 32 4 3 Fase 2 An lise da situa o cee ce cette a e E a A 34 44 Fase 3 Selec o de tecnologias e abordagens 39 4 4 1 ASpectos deralS s ioe ea eae eda PAS eee eine gtd a ede aos 39 4 4 2 Estrat gias de cobertura e op es tecnol gicas 40 4 4 3 Considera es de mbito social ee aearaeeeeeaaeena aa reenn 41 4 4 4 Enquadramento institucional eee cera een ererana na erarer ana trenen 42 44 5 Regula o de servi os de gua e saneamento rea 46 44 6 Financiamento sas ptiehe it eee nies ae lene ea Ha ad gun ohne AG Raabe 47 4 4 7 Politica tarif ria e m todos de pagamento rea 48 4 5 Fase 4 Implementa o e gest o ret rararananaaaaaaaa arena nnne Ennn nnne 51 4 6 Fase 5 Monitoriza o e avalia o er rerarara renan aeac ana aaaaaaanananad 54 5 CASO DE ESTUDO A CIDADE DE MAPUTO EM MO AMBIQUE 55 5 1 Razoes da escolha pisa ox sedi edncce cada a a a a a a E aia needa tet a eae 55 5 2 A Cldade de Maputo scares cece Seis levees dead Avena stedoeb a gees ite aun eo a a aana Sees 55 5 3 Abastecimento de g
73. a Considera se o reservat rio de pequena capacidade um reservat rio domiciliar de volume til inferior a 1m O NS II resulta da necessidade de obten o de maior quantidade de agua e de uma maior garantia de qualidade relativamente origem Assim o servi o fornecido a partir de fontan rios e corresponde em m dia a um consumo de 20 I hab dia Para os NS le Il o tratamento da gua realizado em regra junto ao local de consumo excep o feita aos casos em que a gua obtida a partir de 13 operadores de gua que realizam o tratamento pr ximo da origem De qualquer modo tal n o invalida em regra a necessidade de tratar a gua no local de consumo dada a grande vulnerabilidade a contamina o a que a gua sujeita nos processos de transporte que antecedem o consumo medida que as pessoas melhoram as condi es de vida nomeadamente de habitabilidade aumentam as expectativas e surge o desejo do abastecimento de gua canalizada dando origem ao NS Ill Este n vel caracteriza se por um maior consumo superior a 50 I hab dia um maior controlo de qualidade de gua dado que a gua sujeita a um tratamento mais rigoroso na origem e claramente por um maior conforto no que respeita ao acesso uma vez que a gua distribu da at ao interior das habita es Recoma e Transporte Reutiza o Cobertura da fossa com terra Latrina simples z Tratamento Latrina de fossa Veiculos de biol gico de ventilada
74. a de e independ ncia de pessoas com debilidades f sicas a custo reduzido o caso de uma senhora invisual que viu a sua vida melhorada depois de se terem colocado dois postes de madeira a marcar o local do reservat rio de gua facilmente detect veis pela sua bengala A altura da torneira foi reduzida o que lhe permite colocar um recipiente no ch o enquanto o est a encher WSSCC 2006 4 4 4 Enquadramento institucional Os SAS de pa ses em desenvolvimento s o caracterizados por modelos institucionais complexos existindo frequentemente dificuldades de coordena o entre agentes duplica o de esfor os ou at mesmo incoer ncias e conflitos DNA 2005 Neste sub cap tulo identificam se as potencialidades que os v rios agentes apresentam N o se define uma estrutura institucional nica uma vez que os casos de sucesso n o s o necessariamente replic veis dadas as especificidades de cada local Defende se pelo contr rio que para cada situa o sejam identificadas as reas de interesses dos v rios agentes apostando em esfor os de colabora o coordena o e complementaridade no que respeita a capacidades de trabalho e conhecimentos evitando simultaneamente vazios institucionais Carrard et al 2009 Assim as responsabilidades de cada agente t m que ser claramente definidas num ambiente de transpar ncia Mara et al 2006 Apesar dos constrangimentos j referidos relativamente ao sector p blico poss
75. a base de contacto e rela o permanentes desde a fase da tomada de decis o do projecto n veis de servi os e tecnologia at gest o opera o e manuten o das infra estruturas Os mecanismos de coordena o entre os diversos parceiros governo munic pio distrito sector privado doadores sociedade civil comunidades locais e institui es de ensino e investiga o evitam decis es e ac es incompat veis ou sobrepostas resultando numa resposta mais eficiente aos problemas uma vez que permite acompanhar documentar e divulgar as experi ncias de cada um destes actores Podem ser organizados f runs de debate que sirvam igualmente para envolver outras reas de actua o nomeadamente o abastecimento de gua a drenagem de guas pluviais e o planeamento urbano de forma a construir se uma vis o consistente e integrada de desenvolvimento da cidade de Maputo a longo prazo No que diz respeito ao ciclo do planeamento e implementa o necess rio primeiramente proceder se An lise da situa o n o s do ponto de vista das prefer ncias dos utilizadores o n vel de satisfa o a vontade e a capacidade de pagar pelos servi os mas tamb m do ponto de vista da inventaria o das infra estruturas existentes A elabora o do cadastro das infra estruturas ali s uma prioridade referida na Pol tica Nacional das guas PNA 2007 fundamental reconhecer que necess rio ultrapassar obst culos diversos
76. acesso de transportes pesados ent o escolhido o local e o pessoal definindo se as tarefas e responsabilidades dos agentes envolvidos Estes devem ser devidamente formados quanto a capacidade t cnica qualidade dos elementos fabricados princ pios de saneamento e higiene gest o de neg cio finan as e vendas Por outro lado essencial criar mecanismos de controlo de qualidade dos materiais fabricados Um dos maiores problemas das solu es descentralizadas a inefici ncia dos servi os de esvaziamento de latrinas e fossas pelo que deve ser garantido que o munic pio o sector privado e ou as ONG apresentam capacidade de resposta para estas necessidades Ser importante ampliar a ETAR existente no Infulene de forma a aumentar a sua capacidade para um valor total talvez n o inferior a cerca de 300 000 habitantes 30 do total da popula o de Maputo Dever provavelmente manter se o sistema de lagunagem lagoa anaer bia lagoa arejada e lagoas de matura o e de forma a permitir a reutiliza o segura dos efluentes para irriga o agr cola A lagoa anaer bia deve apresentar capacidade suficiente para receber eventuais lamas j estabilizadas de latrinas e fossas s pticas da regi o Para garantir o correcto tratamento e disposi o dos efluentes e das lamas deve elaborar se um quadro jur dico flex vel mas que satisfa a crit rios de seguran a das opera es e que garanta a protec o da sa de p blica
77. ade s necessidades espec ficas das mulheres nomeadamente durante a menstrua o a gravidez e o per odo p s natal Por outro lado as mulheres apresentam um elevado potencial para a solu o dos problemas dado que s o elas que usualmente melhor conhecem as pr ticas locais relacionadas com o abastecimento de gua e o saneamento apresentando um papel igualmente importante na educa o das fam lias e da comunidade sobre pr ticas de higiene WSSCC 2006 Em resumo relativamente aos factores sociais para al m da an lise da Caracteriza o geral da comunidade recomenda se a identifica o das Prefer ncias e potencialidades de grupos comunit rios de maneira a assegurar que determinada interven o aceite por toda a popula o aumentando a probabilidade de sucesso do programa e a sua sustentabilidade a longo prazo No Quadro 4 2 apresentam se os aspectos a considerar a respeito dos factores sociais Quadro 4 2 reas de an lise e aspectos sociais a considerar reas de an lise Aspectos sociais a considerar Estado de sa de e doen as N vel de satisfa o dos servi os N vel de compreens o de assuntos de sa de saneamento e higiene Organiza o da comunidade e padr es de lideran a e de comportamentos geral da N vel de rendimentos capacidade e vontade de pagar pelos servi os comunidade Caracteriza o do n cleo familiar n mero de membros sexo e idade Tradi o culturas religi es supe
78. ade da gua Palmer e Tricamegy 2007 Al m disso os POP cobram pre os muito mais altos que a AdM Relativamente s condi es de mercado de POP o investimento inicial corresponde ao furo reservat rio e condutas com r pida recupera o de custos dos investimentos 1 ou 2 anos Existem no entanto dificuldades como o pre o e a garantia de disponibilidade de energia el ctrica bem como com o acesso a cr dito A situa o ilegal da terra que ocupam e o facto de operarem de forma ilegal s o igualmente motivo de desconforto para muitos POP Adicionalmente t m aumentado as tens es sociais com os consumidores e entre os pr prios POP comum observar mais do que um POP a vender gua na mesma rua numa din mica que parece ser orientada pelos mais fortes No estudo de Bhatts 2006 70 dos POP entrevistados consideraram ter uma rela o muito competitiva com outros operadores acrescentando que tentam competir com base na qualidade de servi o mais do que nos pre os No mesmo estudo concluiu se que 20 dos POP entrevistados colaboravam com outros operadores numa base informal de forma a repartir reas de ac o e fixar os pre os ou para troca de informa o t cnica e assist ncia AFD 2009 No Quadro 5 2 comparam se os principais operadores de servi os em Maputo a AdM e os POP assinalando se a amarelo o operador possivelmente com maior vantagem competitiva A compara o apenas orientativa dado que a condi o de competi
79. age rate of water supply and sanitation systems As far as water supply is concerned small scale informal providers are taken into consideration With regard to sanitation a variety of technological options are presented corresponding to different Service Levels and including progressively more complete and complex solutions Finally an evolution on service quality is proposed and goals are envisaged to be achieved by 2030 Key words water supply sewage sanitation peri urban areas vi NDICE DO TEXTO AGRADECIMENTOS ssa isaetsa ass fenosdania a ETR bO cantina lacs a a nauevatng ich ned de SENA dada dadas Sa i RESUMO rr 5400 E ETEA S EE meee atch S E EEE A AE E AEE E ET iii ABSTRACT usa sagas sta eres e th tae Ste done AOS SUR att aaa Coad var qu ae als E te a a v INDICE DO TEXTO periei r e aea O id a stoniaaahaioee vii INDICE DE FIGURAS iruren e a al ix INDICE DE QUADROS asas gas brand bad bs a a a a xi ACRONIMO Siete sain a a a a a RE a E xiii fs INTROD CAG ae a T a O NA era a o aaa dan E e a 1 1 1 Enquadramento do temaz ae a aaea DEL ONO a a a aen PORTA Lacan aaoi 1 1 2 Motiva o e objectiVOS asgen cia a dai eal aii er eal 4 1 3 Estrutura da disserta o s2 s ra bra dos a a de Diga SAS saaddeed sMaotetet ASE 5 2 PA SES AFRICANOS DE L NGUA OFICIAL PORTUGUESA 6 2 1 Caracteriza o sum ria s ias sa a he dado vibe hed thee oes e Goal hs La dao ieee i eee 6 2 2 Tend ncias demogr ficas E EE iea eE E UN E A
80. ais de baixo custo a rede de guas residuais decantadas NS Il e a rede de guas residuais simplificadas NS III Relativamente recolha e transporte manuais de lamas e de composto s o utilizados em regra p s e baldes uma t cnica simples mas exige elevados cuidados para que n o haja contacto directo entre os produtos e as pessoas Gon alves 2008 para al m de se ter de garantir que j passou o tempo suficiente para o respectivo manuseamento em condi es de salubridade A recolha e transporte mec nicos baseiam se essencialmente na utiliza o de ve culos limpa fossas os quais correspondem a tanques com uma bomba mec nica normalmente a v cuo Franceys 1992 uma op o r pida e geralmente eficiente Contudo dependendo da densidade dos res duos a bombear pode ser dif cil efectuar a opera o Al m disso um processo dispendioso e exigente em termos de manuten o sendo comum n o ser garantida a disponibilidade de equipamentos e materiais e a incapacidade de t cnicos locais Tilley et al 2008 Pode tamb m haver dificuldades de acesso a determinadas reas como no caso de ruas estreitas t picas em reas PUI Gon alves 2008 No que diz respeito ao transporte de guas residuais dom sticas a rede convencional a solu o usualmente adoptada em pa ses desenvolvidos a qual corresponde a um sistema de colectores com di metro m nimo de 200mm DGQA 1986 Contudo os custos e as exig ncias
81. almente criar uma cooperativa O objectivo ltimo reduzir os custos e maximizar recursos funcionando da seguinte forma cada grupo decide com aprova o do Munic pio que tipo de saneamento pretende a partir de um leque de op es e organiza se numa cooperativa que pode coincidir com os existentes Comit s da gua a quem todos os membros pagam uma taxa previamente combinada A cooperativa fica assim respons vel por garantir todos os servi os necess rios No caso de solu es localizadas ser preciso facilitar a constru o do sistema e encontrar solu es para um sistema de esvaziamento das latrinas e fossas s pticas com a frequ ncia apropriada No caso das solu es centralizadas a cooperativa poder pagar a constru o da rede secund ria e a liga o rede p blica de guas residuais Dever ser acordado entre os membros da cooperativa como tratar os casos de n o pagamento Desta forma descendo a um n vel local e aproveitando pequenas economias de escala espera se que a gest o dos sistemas seja simplificada uma vez que este tipo de organiza o se formalmente reconhecido poder facilitar o controlo e planeamento por parte do munic pio para al m de dar aos utilizadores finais uma maior responsabilidade em todo o processo Caso este tipo de organiza o estrutural descentralizado ap s um ou mais projectos piloto n o se verificar especialmente adaptado ou apropriado s condi es da cidade de Maputo as s
82. amento adaptado de DGQA ano Kayombo et al 2004 Gon alves 2008 e Santos 2008 28 Quadro 3 9 An lise comparativa de op es de tratamento no solo de efluente adaptado de Morais 1962 DGQA 1986 2 35 Lciseee iad es nea aeaa Ea ae ada iaraa quan laedat aaiae ae 30 xi Quadro 4 1 reas de an lise e aspectos ambientais e t cnicos a considerar 35 Quadro 4 2 reas de an lise e aspectos sociais a considerar cecccececessscssesssceeeeseceecesaserenseterenease 36 Quadro 4 3 reas de an lise e aspectos institucionais e pol ticos a considerar 38 Quadro 4 4 reas de an lise e aspectos econ micos a considerar 39 Quadro 4 5 Vantagens para o operador principal os pequenos operadores privados e as popula es da viabiliza o dos POP adaptado de Tr molet e Halpern 2006 e TESE 2006b 44 Quadro 4 6 Diferentes tipos de perdas de gua e principais solu es adaptado de AdP 2007 52 Quadro 5 1 Pol ticas legisla o e planos estrat gicos relevantes no sector da gua em Maputo 57 Quadro 5 2 Compara o nas zonas peri urbanas das principais vantagens e desvantagens competitivas do operador AdM e dos POP s assinaladas a AMAPElO cccccccccccccesesaeseseeeeeseseeeeeenes 61 Quadro 5 3 Pol ticas legisla o e planos estrat gicos relevantes no sector do saneamento em Quadro 5 6 Custos benef cios dificuldades e prioridade da
83. ando mais recursos financeiros t cnicos e de pessoal para a sua execu o importante transmitir a quem tem responsabilidades na gest o de SAS que uma fraca ou inexistente manuten o pode ter como consequ ncia custos econ micos e sociais bem mais elevados no futuro igualmente crucial fazer face falta de invent rios com a informa o mais relevante sobre os sistemas Schutte 2001 De entre as diversas reas de interesse para a manuten o de SAS existe uma que se destaca pelos seus impactos ao n vel financeiro as perdas de gua nos sistemas de abastecimento de gua em terminologia anglo sax nica unaccounted for water correspondentes gua que produzida mas n o vendida As perdas de gua s o especialmente cr ticas em pa ses em desenvolvimento Nos PALOP a situa o n o excep o Em S o Tom e Pr ncipe os n meros t picos para perdas variam entre 30 e 75 dependendo da idade do sistema Gibbs 2005 Em Cabo Verde as perdas de gua entre a produ o e distribui o tamb m apresentam valores elevados superiores em m dia a 30 do volume total da produ o Direc o Geral do Planeamento 2008 O sector da gua em Angola apresenta perdas entre 40 e 60 Rep blica de Angola 2005 As perdas de gua podem ser comerciais ou f sicas como se pode ver no Quadro 4 6 Quadro 4 6 Diferentes tipos de perdas de gua e principais solu es adaptado de AdP 2007
84. ano Rural Agua da torneira Liga o dom stica Dentro da habita o Fora da habita o Fontan rio Na habita o vizinha gua subterr nea Po o ou furo 14 Nascentes 3 3 gua da chuva Origens n o adequadas 37 4 14 Verifica se que em meio urbano nos PALOP frequente obter se gua da torneira excep o feita Guin Bissau onde se recorre maioritariamente a gua subterr nea Em meio rural uma percentagem significativa da gua consumida tem tamb m origem subterr nea Relativamente gua obtida atrav s de uma torneira a liga o dom stica a op o mais comum nas zonas urbanas e os fontan rios nas zonas rurais A liga o dom stica localiza se frequentemente fora da habita o Quanto ao recurso subterr neo mais vulgar o aproveitamento de gua atrav s de po os ou furos do que a partir de nascentes Por m em Cabo Verde e S o Tom e Pr ncipe a realidade contr ria Neste ltimo pa s o n mero reduzido de po os pode ser um reflexo da natureza vulc nica da ilha ou da contamina o que se tem identificado nas origens de gua Gibbs 2005 Relativamente s outras formas de obten o de gua Cabo Verde o nico pa s que recorre a gua da chuva e de garrafa em quantidades mensur veis A gua de superf cie tamb m uma op o nomeadamente em Angola e Mo ambique Por fim s o identificadas outras origens n o adequadas como os cami
85. ao n vel dom stico Menor efici ncia em gua alcalina Necessidade de pr tratamento se a gua contiver muita mat ria org nica e mat ria suspensa Sabor desagrad vel da gua tratada Dificuldade de obten o de cloro No caso do m todo de adi o cont nua encher o reservat rio de cloro sempre que necess rio Verificar e ajustar regularmente a dose de cloro O tratamento no local de consumo deve ser amplamente divulgado nos PALOP dado constituir uma forma de melhorar a qualidade da gua antes de ser consumida Um dos m todos mais comuns o armazenamento pr decanta o segundo o qual a gua armazenada por um dia conduzindo sedimenta o de s lidos suspensos Brikk e Bredero 2003 A luz solar pelo seu efeito bactericida sobre os organismos patog nicos usada como um m todo de desinfec o usualmente atrav s da exposi o da gua contaminada ao sol no interior de garrafas de vidro ou de pl stico transparentes durante seis horas em tempo ensolarado ou por dois dias em tempo nublado NWP 2005 Outro m todo relevante corresponde desinfec o qu mica atrav s do qual a mat ria org nica oxidada Neste m todo h a considerar a disponibilidade de qu micos e a dificuldade na dosagem a qual varia com a qualidade da gua Se existir combust vel acess vel ferver a gua outra op o poss vel pois tamb m inactiva ou elimina muitos dos microrganismos pa
86. bbs 2005 e DNA 2008a Em particular os aqu feros s o bastante afectados principalmente os que se localizam em zonas de grande densidade populacional como acontece em Mo ambique DNA 2008a Nas guas de consumo na Guin Bissau s o frequentemente identificados altas concentra es de ferro que afectam o sabor da gua IRC 1995 Por fim em S o Tom e Pr ncipe as condi es geol gicas r pida infiltra o a fraca auto depura o do solo a aplica o de fertilizantes da actividade agr cola e a falta de um adequado saneamento constituem riscos de contamina o da gua DRNEE 2008 As formas mais comuns de capta o de gua nos PALOP s o a capta o superficial de gua de precipita o rain harvesting as capta es em po os e furos Na Figura 3 3 apresentam se imagens das referidas op es de capta o de gua Existem outros m todos de capta o caracter sticos dos pa ses desenvolvidos que n o s o apresentados no mbito deste trabalho Figura 3 3 Imagens de op es de capta o de gua fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique a e b Capta es de gua de precipita o c Po o e d Furo A primeira solu o corresponde capta o de gua imediatamente ap s a ocorr ncia de precipita o directamente para um reservat rio ou atrav s de uma superf cie de cobertura de uma habita o com calhas localizadas volta dos telhados que canalizam a gua para um
87. biente e sa de p blica IWA 2008 Por fim o 8 ODM visa uma parceria global para o desenvolvimento o que naturalmente se reveste de particular import ncia na rea de estudo deste trabalho pela ajuda que os pa ses doadores podem fornecer aos pa ses em desenvolvimento no cumprimento dos objectivos em causa Importa agora enumerar os principais motivos que t m justificado o fracasso nos sectores do abastecimento de gua e saneamento de guas residuais Neles se incluem a instabilidade e a fraca vontade pol tica a legisla o inadequada os mecanismos institucionais inst veis a falta de coordena o entre agentes e o financiamento insuficiente WaterAid e Tearfund 2003 Outro factor que se tem verificado cr tico o fraco apoio participa o e a iniciativas baseadas na comunidade Na pr tica ocorre a subvaloriza o de quest es sociais e culturais o que conduz desadequa o entre as necessidades e prefer ncias das popula es face s condi es impostas pelos sistemas implementados Muyibi 1992 Por vezes a baixa cobertura do servi o deve se tamb m escassa disponibilidade ou ao desconhecimento de tecnologias a custo sustent vel bem como de m o de obra qualificada A falta de apoio posterior finaliza o dos projectos constitui igualmente um constrangimento nomeadamente durante as fases de opera o e manuten o dos sistemas Um outro motivo relevante consiste na implementa o inapropriada de t
88. bita o Direc o Nacional das guas DNA 2010 Plano Econ mico e Social de 2010 Rep blica de Mo ambique Minist rio das Obras P blicas e Habita o Direc o Nacional das guas DRNE 2008 Avalia o sobre disponibilidade h drica com vista a atender s metas do mil nio referentes ao abastecimento de gua Nota conceptual sobre as possibilidades de Coopera o com S Tom e Pr ncipe CPLP S Tom 10 de Abril de 2008 Rep blica Democr tica de S o Tom e Pr ncipe Minist rio dos Recursos Naturais e Ambiente Direc o dos Recursos Naturais e Energia Esreyt S A 2002 Philosophical ecological and technical challenges for expanding ecological sanitation into urban areas Water Science and Technology Vol 45 No 8 225 228 Franceys R Pickford J and Reed R A Guide to the Development of On site Sanitation WHO Geneva 1992 Gibbs K 2005 Relat rio sobre Abastecimento de gua Saneamento e Quest es Ambientais Projecto de Consultoria da Universidade de Columbia a S o Tom e Pr ncipe Centro de Globaliza o e Desenvolvimento Sustent vel Earth Institute Universidade de Columbia Gomez J D Graham J P 2004 Community participation in dry sanitation projects Water Policy 6 249 262 Gon alves A F F 2008 Solu es de Saneamento Aplicadas a Popula es de Pa ses em Vias de Desenvolvimento Caso de Estudo Mindelo Cabo Verde Disserta o para obten o do grau de Mestre e
89. bsidia o de SAS dependem da respectiva origem n vel e forma Os subs dios com origem em agentes externos como doadores ONG ou do pr prio sector p blico s o inicialmente considerados como tempor rios resultando frequentemente num grau de depend ncia que faz com que se tornem indispens veis continua o do servi o Schutte 2001 As consequ ncias da interrup o ou conclus o de um subs dio podem ser dram ticas com aconteceu em Mo ambique Ao fim de duas d cadas de implementa o o programa nacional para expandir o saneamento urbano entrou em colapso ap s uma redu o da ajuda financeira Como consequ ncia o governo retirou os subs dios o que levou a um aumento de 400 do pre o das latrinas UNDP 2006 No que diz respeito ao n vel de endividamento o subs dio deve ser definido de forma a assegurar que o cliente ser posteriormente capaz de pagar as suas pr prias contas Caso n o estejam implementadas formas de subsidia o cruzada deve reflectir o custo real da liga o de maneira a n o incorrer em preju zos para o fornecedor do servi o No caso de clientes de NS Ill a facilidade de obten o de subs dios aliada j referida falta de informa o sobre os residentes de reas PUI pode fazer com que por exemplo clientes a quem foi cortada a liga o recorram a novas liga es subsidiadas usando o nome de um outro membro do agregado familiar em vez de efectuarem o pagamento em d vida WUP 2003 P
90. cadas roturas corros o liga es ilegais e ainda problemas de insufici ncia de press o em virtude das condutas apresentarem reduzido di metro face s necessidades A Figura 5 3 apresenta imagens do Sistema de Umbeluzi Um contrato celebrado em 2006 entre o governo mo ambicano e ag ncias doadoras Programa de Investimentos do Sistema de Abastecimento de gua rea Metropolitana de Maputo visava o aumento da capacidade de produ o de gua tratada na ETA de Umbel zi a redu o de perdas e fugas f sicas e a reabilita o de condutas e expans o de rede Os investimentos previstos est o 58 contudo atrasados em rela o ao que se encontrava previsto para al m de ficarem aqu m das necessidades da AdM AdP 2007 d Figura 5 3 Imagens do Sistema de Umbel zi a A ude b ETA c Laborat rio para an lise de amostras de gua e d Reservat rio de distribui o Quanto aos Sistemas Aut nomos constitu dos por furos e reservat rios que abastecem a rede de distribui o localizam se principalmente no Norte da cidade em zonas com abund ncia de recursos subterr neos e em locais de dif cil acesso para o fornecimento de gua a partir de Umbel zi A gua captada tratada junto ao furo e armazenada em pequenos reservat rios que alimentam uma rede de distribui o de pequena extens o AdP 2007 Relativamente qualidade do servi o prestado pela AdM a comunidade considera a gua da AdM de boa
91. com juntas abertas ou orif cios abaixo da cota de entrada do esgoto e estanque para cima envolvida exterior e inferiormente por um pequeno maci o de material drenante A trincheira de infiltra o consiste numa vala aberta no terreno a profundidade compreendida entre 0 50m e 1 00 m na qual se instala a tubagem de distribui o do efluente envolta em material drenante No fundo colocado envolvido numa camada de brita ou material an logo um sistema de tubos com juntas abertas atrav s do qual o efluente da fossa se distribui de modo t o uniforme quanto poss vel pelo terreno subjacente O aterro acima dos drenos constitu do por material da pr pria vala Este material n o deve ser imperme vel para n o prejudicar o processo de evapotranspira o que contribui para evitar a satura o do solo Morais 1962 Por ultimo a trincheira filtrante consiste numa vala aberta no terreno na qual o efluente da fossa s ptica distribu do pela parte superior de distribui o ou alimenta o atravessa as camadas filtrantes constitu das por areias de granulometrias adequadas e s o recolhidas por drenos colocados no fundo do rg o O l quido ap s atravessar o leito de areia grossa interposto entre as duas fiadas de tubos a superior de distribui o e a inferior de recolha ou drenagem pode ser evacuado sem tratamento adicional numa pequena linha de gua ou numa vala Lacerda e Megre 1982 No Quadro 3 9 comparam se a
92. comercializa o de bens Sangreman et al 2006 Mo ambique embora tenha tido um crescimento econ mico muito lento at ao in cio da d cada de 1990 o pa s dos PALOP que tem registado taxas de crescimento econ mico mais acentuadas propiciando o investimento apesar das barreiras administrativas PNUD 2005 Por ltimo S o Tom e Pr ncipe enfrenta dificuldades de transportes fraca produ o interna e depend ncia em quase 82 de ajuda externa Estas fragilidades associadas grande descontinuidade da ac o governativa s o impeditivas do total aproveitamento das potencialidades de turismo agricultura e pesca deste pa s OMS 2009a O Quadro 2 5 apresenta valores de par metros referentes pobreza e a desigualdades reportadas a 2007 com excep o de S o Tom e Pr ncipe para o qual n o se encontraram dados dispon veis Nos pa ses referidos as percentagens de popula o abaixo do limiar da pobreza s o elevadas apresentando Mo ambique o maior desses valores Em rela o s desigualdades Angola revela se o pa s onde a diferen a de poder econ mico entre os mais ricos e os mais pobres maior Quadro 2 5 Pobreza e desigualdade nos PALOP com excep o de S o Tom e Pr ncipe referentes ao ano 2007 adaptado de UNDP 2009 Cabo Guin 5 Popula o abaixo do limiar da pobreza 2 por dia 70 2 40 2 77 9 90 Rendimento dos 10 mais ricos face aos 10 mais pobres 74 6 21 6 9 5 18 5 2 2 Tend ncias d
93. creta para o local de tratamento e poss vel posterior reutiliza o Faria e Neves 1989 As latrinas de compostagem exigem a aceita o de h bitos sociais de reutiliza o do excreta uma vez que conduzem produ o de composto usado em agricultura Independentemente do tipo de latrina o NS caracteriza se por uma fraca protec o da sa de p blica e pela dificuldade por vezes encontrada no processo de esvaziamento das latrinas Bhagwan et al 2008 O NS II diz respeito a m todos de deposi o a gua correspondentes a latrinas ou retretes com fossa h mida ou com sif o 14 hidr ulico ligadas a uma fossa s ptica As lamas produzidas s o sujeitas aos mesmos processos que no caso das lamas de NS I Se o terreno oferecer boas condi es de permeabilidade e n o houver perigo de polui o de origens de gua o destino final do l quido efluente da fossa s ptica geralmente a infiltra o ou filtra o no solo Faria e Neves 1989 Contudo o sistema apresenta potencial para evoluir para uma rede de guas residuais decantadas seguida de tratamento e com potencial para reutiliza o do efluente como meio de irriga o No NS Il o excreta fica sujeito a um maior tratamento pelo que ha maior protec o das pessoas Por fim o NS III corresponde a um sistema de deposi o a gua com tratamento e destino final fora do local de deposi o dos excreta Envolve a exist ncia de uma rede predial e de redes de colectores c
94. d 1995 Por outro lado h uma clara rela o entre o acesso a servi os de gua e saneamento e a capacidade financeira da popula o A t tulo exemplificativo refere se que na Guin enquanto 82 da popula o de maiores rendimentos tem acesso a servi os de gua este valor de apenas 52 para a popula o de classes mais desfavorecidas R publique de Guin e Bissau 2004 Em Mo ambique e para os mesmos escal es de rendimento as percentagens s o de 85 e 11 respectivamente INE 2009 O mesmo acontece no saneamento dado que em 2005 cerca de um ter o das pessoas sem acesso a este servi o sobrevivia com um n vel de rendimento considerado insuficiente Lenton et al 2005 O ODM 2 apela educa o prim ria universal fortemente dificultada pelo baixo n vel de abastecimento de gua e de saneamento escolar existente em muitos pa ses em desenvolvimento As condi es de sa de das crian as s o afectadas com implica es na redu o do potencial cognitivo e no desenvolvimento f sico e mental IWA 2008 Em particular as raparigas s o as mais prejudicadas Por um lado tal com as m es s o elas que apresentam maioritariamente a responsabilidade de obter gua para a fam lia o que lhes retira tempo para frequentar a escola Por outro lado o abandono escolar feminino resulta frequentemente da falta de condi es de privacidade e de dignidade como consequ ncia dos inexistentes ou desapropriados servi os de
95. da puxada manualmente e que corre sobre uma roldana Este sistema usualmente aplicado a po os constru dos manualmente contudo muito suscept vel a contamina o Outro dispositivo comum nos PALOP a bomba de corda em que uma corda com pist es igualmente espa ados passa por uma roldana O movimento girat rio da roldana processo que resulta de se dar manivela permite a 17 subida da gua no interior do tubo principal encaminhando a posteriormente para o tubo de descarga onde recolhida H v rios outros dispositivos de capta o de gua como a bomba a pedal e a bomba manual de suc o sendo que todos precisam de uma limpeza regular de modo a evitar a contamina o da gua para al m de necessitarem ocasionalmente de repara es ou substitui es de pe as Brikk e Bredero 2003 3 2 2 Armazenamento No que diz respeito ao armazenamento de gua abordam se de seguida os pequenos recipientes dom sticos utilizados a uma escala familiar e os reservat rios apoiados ou elevados Na Figura 3 4 apresentam se imagens de reservat rios dom sticos e reservat rios elevados a b Figura 3 4 Imagens de op es de armazenamento de gua fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique a Reservat rio dom stico b e c Reservat rios elevados Os reservat rios dom sticos de pequena capacidade s o usados nas habita es para consumo particular de gua sendo a op o mais econ mica para qu
96. da popula o servida A Figura 3 1 e a Figura 3 2 apresentam os NS definidos no mbito deste trabalho para o abastecimento de gua e para o saneamento de guas residuais respectivamente No topo das Figuras poss vel verificar a subdivis o feita relativamente aos componentes dos sistemas em an lise De ressalvar que um sistema adequado n o tem de incluir todas as opera es nem tem de estar sujeito ordem aqui apresentada Capta o Distribui o Cami es Capta o superficial da gua das chuvas re Poco Reservat rio Furo Rio ou albufeira Capta o superficial da gua das chuvas Tratamento em Rede Po o Reservat rio regra fora do Domicili ria Furo local de consumo Rio ou albufeira Capta o superficial de Ras rvat rio gua das chuvas pequena Po o capacidade Furo Tratamento em regra no local de consumo Tratamento em regra no local de consumo N vel de Servi o Il o 2 Os e 20 Figura 3 1 N veis de Servi o de sistemas de abastecimento de agua Relativamente ao abastecimento de agua que se encontra esquematizado na Figura 3 1 a principal distin o entre os diferentes NS diz respeito ao m todo de distribui o de gua No NS I a gua distribu da por aguadeiros ou cami es tanque sendo usualmente dif cil garantir a sua qualidade O consumo de gua per capita bastante reduzido cerca de 5 a 10 I hab di
97. da presente disserta o em regra factores ambientais e t cnicos sociais pol ticos e institucionais e econ micos Estes factores s o analisados numa perspectiva de sustentabilidade dos SAS devendo a sua an lise ser elaborada de forma conjunta e integrada no sentido de melhor caracterizar a situa o uma vez que se tratam de factores fortemente inter dependentes A t tulo ilustrativo o desconhecimento sobre os condicionalismos ambientais pode conduzir a gastos desnecess rios ou desadequados com op es t cnicas consideradas o uso inapropriado de materiais locais de constru o pode debilitar as infra estruturas de tal maneira que estas acabem por ser abandonadas ou podem constituir riscos graves para a sa de p blica a n o considera o de quest es sociais pode inviabilizar um projecto como o caso da defec o sem ser ao ar livre dificultada por cren as religiosas e culturais e entre outras poss veis situa es a falta de consci ncia pol tica e de um enquadramento institucional claro condicionam o encaminhamento de recursos financeiros para o aumento da cobertura dos servi os WaterAid 2009 T cnicos e Eni ie Sociais ambientias Politicos e Econ micos institucionais Figura 4 2 Factores gerais de an lise a considerar em projectos de SAS 34 Factores ambientais e t cnicos Em termos ambientais e t cnicos essencial come ar por caracterizar o ambiente biof sico envolvente nomeadamente os
98. de carbono resultantes deste processo s o utilizados novamente pelas algas para a fotoss ntese As lagoas facultativas combinam os processos aer bios numa zona superficial com os processos anaer bios de decomposi o dos s lidos numa zona de fundo Por ltimo ainda poss vel identificar lagoas de matura o utilizadas como tratamento terci rio ou de afina o onde os microrganismos s o removidos e o azoto amoniacal convertido em nitrato Gon alves 2008 Nos leitos de macr fitas as plantas fornecem oxig nio ao solo substrato e massa de gua atrav s dos rizomas possibilitando assim o desenvolvimento de uma popula o densa de microrganismos aer bios respons veis pela degrada o e remo o da carga org nica Ocorre ainda a remo o de nutrientes azoto e f sforo bem como a elimina o de microrganismos patog nicos e de subst ncias inorg nicas indesejadas como fen is e metais pesados Gon alves 2008 Entre as plantas usadas nos leitos de macr fitas incluem se os cani os juncos t buas espadanas jacintos de gua e lentilhas de gua No Quadro 3 8 comparam se dois m todos de tratamento biol gico Quadro 3 8 An lise comparativa de op es de tratamento biol gico de sistemas de saneamento adaptado de DGQA ano Kayombo et al 2004 e Gon alves 2008 Lagoas de estabiliza o Leito de macr fitas Auto sufici ncia em termos de tecnologia Auto sufici ncia em termos de tecnologia
99. de nos gastos dom sticos pelo que as suas necessidades espec ficas n o s o consideradas Assim uma origem de gua pr xima e um saneamento adequado melhoram a conveni ncia privacidade dignidade sa de seguran a e autonomia das mulheres libertando tempo e criando novas oportunidades para que possam desenvolver outras actividades UNDP 2006 Por outro lado a promo o da igualdade e a capacita o da mulher podem ser exploradas atrav s de projectos de fornecimento de gua e saneamento onde se explora o contributo que a mulher pode desempenhar permitindo lhe ainda desenvolver projectos individuais contribuir para o rendimento familiar e ganhar maior independ ncia financeira O sucesso dos projectos referidos tem conduzido a um maior reconhecimento das suas capacidades perante a comunidade inclusivamente de lideran a e a um fortalecimento da sua posi o social WSSCC 2006 Desta forma promovida a igualdade de g nero permitindo mulher investir mais na sua capacita o A inacessibilidade e o consumo impr prio de gua exp em muitas pessoas a uma pan plia de doen as que as debilitam particularmente no caso de sistemas imunit rios fr geis situa es de 2 subnutri o e SIDA Nesse sentido considera se por vezes que as quest es da gua constituem uma amea a seguran a maior que o conflito armado IWA 2008 O saneamento constitui igualmente um indicador da qualidade de vida e da sa de das popula
100. de tratamento de gua fora do local de consumo Quadro 3 4 An lise comparativa de op es de tratamento de gua adaptado de Brikk e Bredero 2003 e DNA 2005 Sedimenta o Filtra o lenta em areia Desinfec o por cloro Simplicidade do m todo Vantagens Dificuldade de sedimenta o de part culas coloidais em suspens o sendo necess rio nesse caso aumentar o tempo de armazenamento ou adicionar reagentes para induzir a coagula o e a flocula o 0 v E nL cQ ae qo E cv o gt S no oc ag o Regular diariamente a entrada de gua Descarregar regularmente os s lidos depositados Reparar v lvulas e controlar perdas de gua sempre que necess rio Necessidades de opera o e manuten o Possibilidade de adapta o ao n vel dom stico Diminui o da qualidade da gua tratada no caso de um caudal elevado ou perante uma interrup o Dificuldade de obten o de areia Colmata o do filtro se a gua estiver muito turva Produ o indesej vel de produtos t xicos organoclorados e com sabor desagrad vel se a gua for de qualidade muito reduzida Manter diariamente o local limpo e verificar a qualidade e quantidade de gua entrada Lavar secar e substituir areia Reparar v lvulas e substituir constituintes do sistema Desinfectar os filtros Efici ncia Custo reduzido Possibilidade de adapta o
101. e de Maputo Como medidas transversais apela se participa o p blica e coopera o entre agentes e sectores crucial proceder se a uma an lise cuidada da situa o garantindo que todos os agentes est o informados e capacitados para colaborar e que a estrutura institucional e financeira adequada o que permitir a efectiva selec o de tecnologias e abordagens apropriadas Defende se ainda a considera o de solu es faseadas as quais devem corresponder a aumentos progressivos dos N veis de Servi o NS baseados em diferentes tecnologias garantindo se condi es de protec o da sa de p blica e do Ambiente 84 Em particular para o abastecimento de gua cidade de Maputo s o analisadas cen rios de inclus o dos Pequenos Operadores Privados no enquadramento legal e institucional Em paralelo s o indicados eventuais esfor os e ac es a implementar no sentido da melhoria das actividades de gest o opera o e manuten o das actividades do Operador Principal Para uma efectiva melhoria no servi o de saneamento s o identificadas diversas medidas e op es tecnol gicas como o fomento de centros para constru o e servi os de esvaziamento de latrinas melhoradas e fossas s pticas a amplia o da ETAR de Infulene e a amplia o do actual quadro jur dico e regulamentar por forma a cobrir a totalidade das actividades do sector Subjacente a estas medidas inclui se a proposta de um modelo a e
102. ecnologias e abordagens convencionais corrente no mundo ocidental aplicadas por agentes investidores ou doadores sendo que a realidade dos pa ses desenvolvidos e dos pa ses em desenvolvimento n o compar vel Tr molet e Halpern 2006 Deste modo fundamental entender que o modelo adequado a um pais desenvolvido pode n o ser apropriado para aplica o a um pa s em desenvolvimento Al m disso a melhor solu o n o resulta apenas de considera es t cnicas mas deve ser tamb m 3 institucionalmente apropriada economicamente vi vel socialmente aceite e deve proteger o ambiente e os recursos naturais em condi es de sustentabilidade Schertenleib 2005 Adicionalmente uma causa que tem contribu do de forma crescente para as dificuldades verificadas no aumento da cobertura dos servi os em an lise corresponde s altas taxas de crescimento urbano Moe e Rheingans 2006 Como consequ ncia a maioria da popula o sem acesso a gua e saneamento vive em zonas urbanas perif ricas de pa ses em desenvolvimento resultado da inevit vel expans o urbana Estas zonas compreendem entre 40 a 70 da popula o urbana total caracterizando se em regra geral por elevadas densidades e por n o apresentarem reconhecimento legal As condi es de habitabilidade s o deficientes e o acesso a servi os p blicos como a recolha de res duos s lidos urbanos a ilumina o p blica e a drenagem pluvial muito limitado A vulne
103. egorias Adequado Ar livre N o adequado e Comunit rio Valore em percentagem adaptado de WHO e UNICEF 2010 errar 12 Quadro 3 1 Compatibilidade de N veis de Servi o de abastecimento de gua e de saneamento 15 Quadro 3 2 An lise comparativa de op es de capta o de gua adaptado de WaterAid 2008 Brikk e Bredero 2003 e DNA 2004 cereenenaa aaa naaaanaaeaseaaeanananacanana 17 Quadro 3 3 An lise comparativa de op es de armazenamento de gua adaptado de Brikk e Bredero 2003 DNA 2005 t nase Aa Da dia EE a DD ada Ri RA aa a 19 Quadro 3 4 An lise comparativa de op es de tratamento de gua adaptado de Brikk e Bredero 2003 S DNA 72005 a adoro Gt ssfesa io elt ral Ralado Sula aaa ad Ei Nina des nao dna r UNA pa sas bees aa 20 Quadro 3 5 An lise comparativa de op es de distribui o de gua adaptado de Pickford 1995 Brikk e Bredero 2003 WUP 2003 e DNA 2005 era ereeeeaeea aaa 22 Quadro 3 6 An lise comparativa de op es de deposi o adaptado de Faria e Neves 1989 Pickford 1995 DNA 2006 NWP 2006 Gon alves 2008 e Tilley et al 2008 25 Quadro 3 7 An lise comparativa de op es de drenagem de efluentes adaptado de Faria e Neves 1989 e Mara 2008 mziiiissssalizacadustolicaadaso jafeiees Ligas dest iilaasgalaa qeddeaec qcdatdeas fateane biae a aeiia tardina aeiae 27 Quadro 3 8 An lise comparativa de op es de tratamento biol gico de sistemas de sane
104. em possua liga o dom stica ou quando o abastecimento n o cont nuo e necess rio armazenar gua durante per odos relativamente curtos DNA 2005 Os reservat rios apoiados s o constru dos no local sobre funda o directa ou com recurso a estacas inclu dos uma conduta de arejamento que permite a circula o do ar no reservat rio uma rede que impede a entrada de animais e outros objectos ou poluentes indesejados e uma caixa de entrada para realizar repara es ou limpezas A gua entra no reservat rio em regra por uma conduta a um n vel superior ao n vel da gua e sai a um n vel mais elevado que a base do reservat rio Por ltimo os reservat rios elevados apresentam uma altura que permite criar as condi es de press o necess rias distribui o e s o geralmente constitu dos por condutas de entrada de sa da e de descarga No topo existe ainda um ponto de entrada com uma cobertura para que se possa proceder inspec o do reservat rio Usualmente recorre se a uma bomba para elevar a gua para o reservat rio elevado Brikk e Bredero 2003 No Quadro 3 3 apresentam se a 18 compara o das principais vantagens desvantagens e necessidades de opera o e manuten o das op es consideradas Quadro 3 3 An lise comparativa de op es de armazenamento de gua adaptado de Brikk e Bredero 2003 e DNA 2005 Reservat rio dom stico Reservat rio apoiado Reservat rio elevado Condi
105. emograficas Uma vez elaborada a caracteriza o sum ria dos PALOP importa analisar a tend ncia demogr fica espect vel para os pr ximos anos O Quadro 2 6 apresenta dados referentes popula o total residente nos PALOP bem como a percentagem que reside em meio urbano A informa o relativa ao ano de 2007 e inclui projec es realizadas para os anos 2025 e 2050 Verifica se que Mo ambique e Angola s o os pa ses mais populosos e S o Tom e Pr ncipe o que apresenta claramente um menor n mero de habitantes O crescimento populacional previsto consider vel e corresponde aproximadamente duplica o da popula o entre 2007 e 2050 exceptuando se Angola e Guin Bissau onde a popula o projectada mais que duplica entre os anos referidos Quanto percentagem de popula o urbana em 2007 o valor bastante elevado em Angola Cabo Verde e S o Tom e Pr ncipe atingindo cerca de 60 Para o mesmo ano a popula o que reside em cidades na Guin Bissau e em Mo ambique respectivamente 30 e 36 Em todos os casos perspectiva se no futuro pr ximo um crescimento urbano acentuado caracter stico de pa ses em desenvolvimento o que trar importantes desafios Quadro 2 6 Popula o total e percentagem de popula o urbana relativa ao ano 2007 e projec es para os anos de 2025 e 2050 adaptado de UN 2010b Pr ncipe Popula o Total milhares Popula o Urbana
106. enciadas De uma maneira geral o financiamento do sector direccionado ao OP p blico ou privado aos POP e comunidade baseia se em sistemas de empr stimos e subs dios fornecidos por doadores ONG ou pelo pr prio sector p blico Existem mecanismos de micro cr dito em quase todas as cidades africanas embora nem sempre sejam aplicados para obten o de acesso a SAS Apesar de se advogar por vezes que os empr stimos s o desapropriados para as popula es de baixa capacidade financeira a experi ncia tem demonstrado os seus benef cios quando projectados e geridos de forma a corresponder s necessidades das pessoas Os empr stimos colectivos podem 47 tamb m constituir uma op o vi vel para algumas fam lias ou comunidades WSSCC 2005 O cr dito est usualmente dispon vel atrav s de institui es que disponibilizam uma linha de micro cr dito bastante til a realiza o de parcerias entre estas institui es e ONG para um maior apoio comunidade relativamente ao funcionamento do micro cr dito Podem surgir formas simples e inovadoras destas parcerias com ONG o caso da utiliza o em cada habita o familiar de uma caixa onde os residentes adoptaram o h bito de depositar diariamente o valor anteriormente pago ao POP Este exemplo representa uma forma de incentivo poupan a para o pagamento do empr stimo que permitiu acesso a um servi o melhorado TESE 2006b A efic cia e a sustentabilidade da su
107. endada no Plano de Recursos H dricos para as Bacias dos rios Maputo Umbel zi e Incomati j se encontrando dispon veis os estudos preliminares da respectiva viabilidade Os estudos consultados sobre o aproveitamento de Moamba Major sugerem que pela sua dimens o ir proporcionar as disponibilidades de gua necess rias para o crescimento da cidade de Maputo a m dio e longo prazo Contudo face dimens o do projecto e fase em que se encontra n o ser poss vel contar com essa contribui o antes de 2015 AdP 2007 Sendo o abastecimento de gua uma necessidade b sica que n o est dispon vel a grande parte da popula o mais desfavorecida a expans o da cobertura do servi o a custo reduzido e com qualidade de servi o e garantia de protec o da sa de p blica deve ser a grande prioridade a assumir pelos decisores Para tal ser necess rio estabelecer o consenso entre os v rios interesses sendo que o funcionamento do mercado nomeadamente a considera o dos POP uma das quest es que merece aten o As solu es que a seguir se apresentam constituem meras sugest es a serem verificadas afinadas e aceites pelos agentes envolvidos Realce se que dado o actual momento de negocia es a considera o destas sugest es deve ter em conta altera es que tenham ocorrido no que diz respeito ao processo e ao contexto negocial No mbito deste trabalho s o consideradas tr s hip teses para o fornecimento de servi
108. entes e uma grande insufici ncia de recursos financeiros e humanos DNA 2009 No Quadro 5 3 apresentam se as principais pol ticas legisla o e planos estrat gicos relevantes no sector do saneamento a Maputo Quadro 5 3 Pol ticas legisla o e planos estrat gicos relevantes no sector do saneamento em Maputo Lei das guas Lei 19 91 de 3 de Agosto de 1991 Regulamento dos Sistemas P blicos e Perdiais de Distribui o de gua e de Drenagem de guas Residuais Decreto 30 03 de 01 de Julho de 2003 Plano Estrat gico de Saneamento das 7 cidades uma delas Maputo 2004 Projecto de Desenvolvimento Municipal elaborado pelo Banco Mundial 2004 Pol tica Nacional das guas 2007 Plano Estrat gico de gua e Saneamento Urbano 2008 5 4 2 Enquadramento institucional Em Maputo no que concerne ao sector p blico o Munic pio apresenta como compet ncias a colecta e tratamento de guas residuais a defini o de tarifas para presta o de servi os p blicos e a fiscaliza o das actividades do sector UN HABITAT 2008b Outra entidade importante a Direc o Nacional de guas DNA que pertence ao Minist rio das Obras P blicas e Habita o e cuja miss o inclui a promo o de um saneamento adequado bem 65 como o desenvolvimento de normas e o apoio introdu o de mecanismos de fiscaliza o da constru o de latrinas e fossas s pticas Em termos futuros o Plano Estrat gico do
109. ervi os de gua nas reas peri urbanas da cidade de Maputo A WaterAid por exemplo desde 2006 que tem vindo a construir fontan rios nas reas cobertas pela rede da AdM e pequenos sistemas de abastecimento de gua em reas n o cobertas Simultaneamente s o criadas OCB e formados activistas para acompanhar a popula o 63 em caso da necessidade de esclarecimentos bem como apoiar as secretarias dos bairros na solu o de alguns problemas relacionados com o fornecimento de gua O WSUP iniciou em 2008 em parceria com o CM uma actividade dedicada a fam lias mais carenciadas Noutros locais a WSUP est a colaborar com as autoridades locais e a AdM para reduzir as perdas de gua e regularizar algumas liga es ilegais A WSUP prima pela abordagem participativa n o apresentando um modo de actua o nico e pr definido Apesar dos importantes contributos destas e de outras ONG os impactos das respectivas actividades s o em termos quantitativos bastante reduzidos WSP 2008 5 3 3 N vel de cobertura e n veis de servi o Segundo o censo de 2007 cerca de 55 das habita es da cidade de Maputo tinham gua canalizada dos quais 16 no interior da habita o e 39 fora da habita o INE 2007 Por m segundo o Inqu rito Integrado da For a do Trabalho 70 da popula o do Munic pio de Maputo tem gua canalizada 24 gua de fontan rio sendo a restante popula o abastecida por po os 2 5 po os n o prote
110. es duos org nicos como res duos de alimentos palha folhas e ervas que se acumulam numa das fossas e se decomp em num processo de compostagem Os drenados em reduzida quantidade filtram se no solo Quando a primeira fossa est cheia selada e inicia se a utiliza o da segunda Entretanto uma vez completo o processo de decomposi o da primeira fossa poss vel esvazi la manual ou mecanicamente de forma a obter o composto que pode servir de 23 fertilizante Gon alves 2008 Na Figura 3 7 b pode observar se a abertura de uma latrina atrav s da qual se pode processar o lan amento de res duos s lidos org nicos para compostagem e a remo o do composto O composto assim produzido praticamente inofensivo do ponto de vista da sa de p blica devido ao extenso tempo de reac es e elevada temperatura que se atinge durante o processo 50 a 60 C factores que permitem a destrui o da maioria dos microrganismos patog nicos DGQA 1986 A latrina de compostagem baseia se nos princ pios do saneamento ecol gico em terminologia anglo sax nica Ecological Sanitation ou Eco sanitation que s o alvo de grande aten o a n vel internacional por constitu rem um sistema fechado do ponto de vista do ciclo dos nutrientes contudo essencial considerar as quest es sociais envolvidas Esreyt 2002 Figura 3 7 Latrina de compostagem fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique A fossa
111. existe um pequeno buraco que liga fossa coberto por uma tampa para prevenir o odor e a presen a de moscas As latrinas podem apresentar ainda uma estrutura simples designada por cobertura que confere maior privacidade e serve de protec o para a gua das chuvas Gon alves 2008 Nalguns casos de forma a evitar a entrada de guas superficiais ou subterr neas as latrinas s o constru das em locais mais elevados que o n vel do solo como se pode verificar na Figura 3 6 c Em rela o ao funcionamento da latrina ap s cair na fossa o excreta decomposto enriquecendo os solos S o tamb m libertados gases para a atmosfera e a frac o l quida infiltra se no terreno Gon alves 2008 22 Figura 3 6 Pormenores de latrinas fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique a Revestimento de fossa de latrina b Laje e c Latrina elevada A latrina de fossa ventilada constitu da por um tubo de ventila o da fossa para o exterior o que evita odores desagrad veis bem como a presen a de moscas e mosquitos no interior da estrutura O tubo de ventila o deve ser pintado de preto colocado a um n vel mais alto do que a estrutura da latrina e localizado de forma a obter a m xima exposi o ao sol Tais condi es resultam numa corrente de suc o de ar da fossa para a atmosfera e na entrada de ar fresco para o interior da estrutura Para garantir a circula o de ar a entrada de ar deve estar voltada para a d
112. ferentes caracter sticas qualidade pre o Lenton et al 2005 46 Adicionalmente a grande variedade de POP usualmente competindo no mercado de forma ilegal especialmente no abastecimento de gua exige diferentes abordagens de regula o Aos POP que obt m gua atrav s de fonte pr pria pode ser exigida a obten o de uma licen a emitida por um regulador ou por uma autoridade local Se pelo contr rio a gua vendida pelos POP obtida do OP pode ser este ltimo a assumir a fun o de regula o ou apenas de acompanhamento t cnico e monitoriza o quanto qualidade do servi o Independentemente da solu o adoptada o interesse das partes envolvidas deve ser respeitado Assim no caso de o OP possuir um contrato de exclusividade numa dada rea t m de ser implementadas medidas que salvaguardem os seus interesses leg timos perante a possibilidade dos POP passarem a ser regulados com o objectivo final de facilitar o acesso do servi o a um maior n mero de pessoas A atribui o de licen as provis rias um exemplo Nesse caso os POP realizam contratos com o OP por um determinado per odo ao fim do qual o OP obt m novamente a exclusividade do servi o o que lhe permite expandir a rede e aumentar o NS fornecido necess rio garantir ainda que os POP s o devidamente compensados por exemplo facilitando a mudan a da sua actividade para outros locais Por outro lado fundamental n o inibir o dinamismo que to
113. fornecem servi os atrav s de redes de condutas um nico ponto de distribui o fontan rios ou re venda de quintal ou ainda atrav s de sistemas de distribui o m vel como tanques ou cami es cisterna A gua vendida pelos POP tem origem em origens de gua pr prias ou obtida do OP Apesar de existirem POP que fornecem gua sem cobrar especialmente a familiares ou indigentes na grande maioria dos casos cobram pre os muito altos pelos servi os que prestam obtendo lucros elevados Tr molet e Halpern 2006 No abastecimento de gua com base em liga es dom sticas os materiais de liga o mais usados s o usualmente de fraca qualidade e a sua coloca o e manuseamento s o efectuados de forma incorrecta TESE 2006b Em rela o ao saneamento a participa o privada mais incipiente mas tem havido um aumento da consci ncia da sua import ncia Pickford 1995 Os doadores constituem apoios e parcerias muito importantes mas a ajuda monet ria recebida nem sempre suficiente ou adequada uma vez que vem fraccionada ou n o atinge as popula es mais desfavorecidas conduzindo ao desperd cio de investimentos UNDP 2006 Muitas vezes n o existe capacidade profissional em ag ncias doadoras para lidar com problemas de pa ses com necessidades espec ficas o que se torna um entrave transfer ncia de tecnologia O saneamento recebe menor aten o que o abastecimento de gua sendo muitas vezes apontado como justif
114. ga c clica dos efluentes ent o com um caudal superior quele que se verificaria em cada utiliza o correntes de varrer c clicas Poder haver diferentes destinos para o conte do das fossas s pticas consoante as caracter sticas do terreno a viabilidade t cnico econ mica das solu es de infiltra o e as pr prias prefer ncias dos utilizadores Assim pode recorrer se a sistemas de disposi o final po o absorvente trincheira de infiltra o ou leito de macr fitas por exemplo longe do aglomerado urbano E a um sistema de lagunagem lagoas de estabiliza o incluindo lagoa de matura o F ou proceder se bombagem do efluente para tratamento na ETAR de Infulene ou outro local apropriado G Nas ltimas duas hip teses o efluente pode ser reutilizado para a agricultura Relativamente ao NS I e NS Il importa refor ar a potencialidade de integra o de solu es de saneamento ecol gico Na verdade estes NS correspondem a menores capita es o que viabiliza a separa o tendencial dos excreta urina e fezes com aproveitamento de recursos e nutrientes f sforo no caso da urina e mat ria org nica estabilizada no caso das fezes Deste modo interessante analisar o potencial para explorar os conceitos de saneamento ecol gico garantindo a adequabilidade de dispositivos ou rg os usados Estes rg os devem permitir a reutiliza o dos efluentes e o aproveitamento dos nutrientes mas garantir igua
115. gidos 1 8 po os protegidos mas sem bomba e 1 2 po os protegidos com bomba manual Conselho Municipal de Maputo 2008 Os n meros apresentados s o bastante d spares Adicionalmente o Banco Mundial estima que a cobertura pela AdM seja de 25 da popula o total da cidade O FIPAG e a AdM estimam que este valor seja de 35 An lises recentes do CRA mostram que incluindo a revenda de gua pelos POP a cobertura pela rede da AdM atinge cerca de 53 AFD 2009 Na Figura 5 6 apresenta se a distribui o espacial da cobertura de abastecimento de gua na cidade de Maputo Verifica se uma clara tend ncia da diminui o da cobertura nas zonas mais a norte que por sua vez correspondem s reas de maior presen a de POP Cobertura Em 2 x as Figura 5 6 Cobertura do servi o de abastecimento de gua na cidade de Maputo adaptada de WSP 2008 Na zona peri urbana que circunda o n cleo urbano regista se um abastecimento caracterizado por um sistema misto sendo a que residem os maiores problemas da cobertura em termos de baixa 64 qualidade dos servi os liga es ilegais e revenda de gua a pre os especulativos DNA 2008a De ressalvar ainda que em Maputo em 2008 ainda havia cerca de 15 da popula o urbana a viver em lotes urbanizados com ruas demarcadas mas abastecidos por operadores aut nomos a partir de po os n o legalizados Palmer e Tricamegy 2007 Para quem n o tem liga o domicili
116. guardados 81 2010 2030 N N ray MD so ns g NSII oO NS Ill Figura 5 11 Representa o esquem tica aproximada da evolu o espacial dos N veis de Servi o NS em saneamento na cidade de Maputo no ano 2010 e no ano de 2030 Pela an lise da Figura 5 11 verifica se que o NS O Solu o A apresentada no Quadro 5 7 mais corrente no Norte da cidade nas zonas onde as fam lias t m baixos rendimentos Os NS le Il correspondentes s Solu es B e D respectivamente desenvolvem se em v rios locais da cidade consoante a capacidade financeira das fam lias e o NS III Solu o H desenvolve se na cidade de cimento Assim em 2030 a erradica o do NS 0 da cidade de Maputo contribuir naturalmente para a redu o de condi es prec rias de salubridade passando a vigorar apenas os outros tr s N veis de Servi o O NS Solu es B e C poder subsistir nas zonas mais a norte da cidade onde a popula o tem menores rendimentos o NS Il Solu es D E F e G poder permanecer e desenvolver se nas zonas igualmente perif ricas mas mais perto da cidade de cimento e na zona pr xima da zona de expans o da ETAR de Infulene permitindo viabilizar o sistema de fossas s pticas colectivas com tratamento dos efluentes na ETAR Solu es E e G Por fim o NS III Solu o H poder se expandir a partir da cidade de cimento atrav s da amplia o do sistema de
117. heres os jovens e as pessoas com invalidez f sica Ainda que resultantes de uma organiza o muitas vezes informal os chefes comunit rios podem desempenhar uma tarefa muito relevante promovendo o di logo entre a comunidade e os restantes agentes bem como informando a e incentivando o apoio a projectos de SAS DNA 2005 Uma avalia o de 122 projectos de gua levada a cabo pelo Banco Mundial concluiu que o sucesso de um projecto era seis a sete vezes superior quando envolvidas mulheres ainda que sejam frequentemente encaradas como actuando fora de seus pap is tradicionais De facto a mulher pode assumir um papel muito relevante desde o planeamento de projectos a actividades complementares de venda de pe as ou gest o dos sistemas implementados Simultaneamente a participa o da mulher nestes projectos aumenta o respeito que det m na comunidade Por exemplo segundo um estudo efectuado na Guin Bissau em 2006 98 de 177 mec nicos de manuten o de bombas manuais eram mulheres Outro exemplo que apesar da oposi o inicial 53 dos membros de comiss es de pontos de gua eram mulheres das quais 20 tinham fun es administrativas al m da tarefa tradicional de limpeza WSSCC 2006 Deste modo imprescind vel ultrapassar estere tipos culturais tradicionais discutindo se abertamente as regras e as cren as que tendem a inibir a mulher de usar dos seus justos direitos Tal deve passar pela disponibilidade de informa
118. ica o principal para 37 essa situa o o facto de apresentar um fraco retorno directo Ludwig 2006 No caso de existirem as institui es de investiga o cient fica podem assegurar contributos importantes para a identifica o de solu es apropriadas s especificidades do local bem como para a investiga o de novas solu es Contudo um estudo em pa ses da frica Subsaariana identificou grandes dificuldades na investiga o conduzida nestes pa ses nomeadamente a falta de fundos a indisponibilidade de equipamento de investiga o problemas de financiamento fornecimento inst vel de energia e car ncias de manuten o S o tamb m apontados obst culos como as fracas instala es falta de recursos humanos competentes baixos sal rios falta de incentivos e uma elevada carga de trabalho dedicada ao ensino e a quest es administrativas Oman et al 2009 As Organiza es N o Governamentais ONG t m provado efic cia na educa o e consciencializa o da comunidade promo o de higiene mobiliza o para a procura dos servi os e est mulo para altera o de comportamentos Contudo as ONG enfrentam v rias dificuldades como a fraca integra o no tecido institucional do pa s onde operam e quest es de sustentabilidade financeira Carrard et al 2009 Na Guin por exemplo embora as ONG tenham um reconhecido papel social dependem em quase 98 de apoio externo Sangreman et al 2006 As iniciativas levada
119. icos et rios e sexuais Na verdade estes grupos t m ideias muito espec ficas 35 sobre direito a gua higiene doen as e saneamento ideias que contrastam frequentemente com o pensamento de quem planeia e promove os SAS Avvannavar e Mani 2007 Em particular importante identificar a exist ncia de chefes locais potenciais agentes de mudan a que podem constituir um elo de liga o entre os agentes respons veis pela implementa o de projectos e a comunidade DNA 2005 A caracteriza o da popula o mais carenciada residente em reas PUI tamb m pertinente j que usualmente servida num mercado informal n o regulado mais caro e de menor qualidade Tr molet e Halpern 2006 frequente os utilizadores arrendarem terrenos ou habita es sem acesso a saneamento n o s porque os senhorios n o realizam esse investimento mas tamb m porque eles pr prios n o arriscam faz lo nomeadamente pelo receio que a renda aumente e acabem por perder a capacidade de a pagar WSP 2004 Os idosos e as mulheres recebem um destaque especial por serem quem mais sofre com a falta de gua Por exemplo na Guin mais de 95 das mulheres percorrem em m dia cerca de 30 minutos para ter acesso a gua pot vel DENARP 2005 Em Mo ambique os agregados familiares despendem em m dia 49 minutos para realizar essa tarefa sendo em 86 dos casos responsabilidade da mulher INE 2009 Tamb m no saneamento dada fraca priorid
120. id e Tearfund 2003 A privatiza o dos servi os de SAS um assunto internacionalmente controverso Argumenta se in meras vezes que o envolvimento do sector privado n o resolve por si s as causas dos insucessos em projectos na rea dado que este sector n o est tipicamente preparado para lidar com quest es de pobreza e com o envolvimento com a comunidade Contudo desde que os decisores pol ticos mantenham controlo sobre a propriedade dos recursos e sobre a qualidade dos servi os prestados a participa o privada pode ser muito ben fica H que ressalvar por m a fr gil ou inexistente capacidade de regula o de muitos dos pa ses em desenvolvimento WaterAid e Tearfund 2003 Como visto anteriormente h muitos pa ses onde existe no mercado uma forte presen a de Pequenos Operadores Privados POP geralmente ignorados pelos reguladores e decisores pol ticos que consideram que os servi os podem ser financeiramente mais eficientes e vantajosos se apoiarem apenas o desenvolvimento do Operador Principal OP Tr molet e Halpern 2006 Contudo os POP s o particularmente cr ticos e fundamentais no caso do abastecimento de gua onde apresentam como vantagens competitivas em rela o ao OP o facto de actuarem em reas de neg cio mais pequenas assim como por terem maior adaptabilidade a diferentes realidades locais e a necessidades espec ficas do mercado nomeadamente quanto aos modelos de pagamento adaptados a
121. idade A credibilidade dos operadores de servi os influencia a sua aceita o por parte da comunidade conseguida perante um servi o confi vel por exemplo fornecimento de gua cont nuo a um pre o que seja entendido como justo Um outro contributo para melhorar a credibilidade dos operadores na sociedade obtido ao transmitir a imagem de que realizam todos os esfor os para melhor servir o interesse dos clientes e para os ajudar a resolver os seus problemas Por exemplo no caso de interrup es de gua a comunidade deve ser automaticamente informada sobre os motivos da interrup o a dura o esperada e as formas alternativas para obter gua Outro exemplo se um consumidor reclamar uma conta que lhe parece injusta o operador deve investigar as poss veis causas que o justifiquem No caso do abastecimento de gua de NS Ill as fugas de agua d o lugar frequentemente a um n vel de consumo muito superior realidade Assim o cliente deve ser apoiado com as repara es necess rias na rede de abastecimento e devem realizar se eventuais acertos no pagamento fundamental garantir que todas as reclama es s o resolvidas no menor tempo poss vel Nesse sentido os trabalhadores devem estar preparados para ouvir os clientes e encaminh los para a solu o do problema acompanhando o processo de forma prest vel Uma outra situa o bastante comum resulta da estrutura tarif ria ser apresentada de uma maneira pouco percept vel
122. iii NDICE DE FIGURAS Figura 3 1 N veis de Servi o de sistemas de abastecimento de gua ii 13 Figura 3 2 N veis de Servi o de sistemas de saneamento de guas residuais 14 Figura 3 3 Imagens de op es de capta o de gua fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique a e b Capta o superficial de gua de precipita o c Po o e d Furo 16 Figura 3 4 Imagens de op es de armazenamento de gua fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique a Reservat rio dom stico b Reservat rio elevado capacidade m dia e c Reservat rio elevado capacidade alta ear aaa arena naarraaaaaa 18 Figura 3 5 Imagens de op es de distribui o de gua fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique a Cami es tanque b Fontan rio eee 21 Figura 3 6 Pormenores de latrinas fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique a Revestimento de fossa de latrina b Laje e c Latrina elevada 23 Figura 3 7 Latrina de compostagem fotografias tiradas em Maio de 2010 em Mo ambique 24 Figura 4 1 Fases do ciclo de planeamento e implementa o de projectos de SAS 32 Figura 4 2 Factores de an lise a considerar em projectos de SAS ea 34 Figura 4 3 Potenciais fun es do sector p blico adaptada de UN 2004 e Carrard et al 2009 42 Figura 4 4 Potencia
123. imos 15 anos Os desafios que enfrenta a curto m dio e longo prazo s o reflectidos nas estrat gias de planeamento nacional nomeadamente na Agenda 2025 no Programa do Governo de 5 anos 2005 2009 no Plano de Ac o para a Redu o da Pobreza Absoluta PARPA II 2006 2009 e no Plano Econ mico Social PES Rep blica de Mo ambique 2008a O Quadro 5 1 apresenta as pol ticas legisla o e regulamenta o relevantes no sector da gua em Maputo Quadro 5 1 Pol ticas legisla o e planos estrat gicos relevantes no sector da gua em Maputo Lei das guas Lei 19 91 de 3 de Agosto de 1991 Pol tica Nacional das guas Resolu o de 8 95 que substitui o documento de 1995 Plano Estrat gico do Sector das guas Quadro de Gest o Delegada Decreto n 72 98 de 23 de Dezembro Pol tica Tarif ria Nacional da gua Resolu o de 60 98 de 23 de Setembro de 1998 Regulamento dos Sistemas P blicos e Perdiais de Distribui o de gua e de Drenagem de guas Residuais Decreto 30 03 de 01 de Julho de 2003 Plano Estrat gico de Saneamento das 7 cidades uma delas Maputo 2004 Projecto de Desenvolvimento Municipal de Maputo elaborado pelo Banco Mundial Projecto de Abastecimento de gua a Maputo 2003 2004 5 3 2 Enquadramento institucional Em Maputo as tarefas de gest o supervis o e regula o dos servi os de gua n o est o de uma forma geral bem separadas Matsinhe et al 2008 Ainda a
124. irec o dos ventos dominantes Gon alves 2008 A cobertura deve ser escura no interior uma vez que os insectos fototr picos s o atra dos pela luz encaminhando se para a sa da do tubo de ventila o O topo do tubo de ventila o coberto por uma rede de malha que impede a entrada de moscas e mosquitos do exterior atra dos pelo odor para al m de aprisionar os que tentam sair que acabam por falecer na rede DGQA 1986 Quando n o poss vel proceder ao esvaziamento de latrinas de fossa simples ou de latrinas de fossa ventilada ou quando n o h outro m todo de tratamento dispon vel e simultaneamente a disponibilidade de espa o n o constitui um problema uma solu o a que usualmente se recorre consiste no enchimento e cobertura das fossas das latrinas em terminologia anglo sax nica Arborloo com terra DNA 2006 Como o material fecal naturalmente degradado ao longo do tempo pode seguir se a planta o de uma rvore no local que crescer num meio rico em nutrientes Tilley et al 2008 A latrina de compostagem constitui uma op o de aproveitamento do valor fertilizante do excreta com o m nimo de riscos para a sa de p blica Faria e Neves 1989 Pode adquirir diferentes formas mas a mais comum corresponde latrina de fossa dupla Como se pode observar na Figura 3 7 a as duas fossas s o dispostas ao lado uma da outra de forma a permitir uma utiliza o alternada Ao excreta s o adicionados r
125. is fun es das Organiza es N o Governamentais adaptado de Carrard et al Figura 5 2 Imagens do Sistema de Umbel zi a A ude b ETA c Laborat rio para an lise de amostras de gua e d Reservat rio de distribui o renan 59 Figura 5 3 Reservat rio de armazenamento de gua de POP em Maputo esquerda e contadores do mesmo operador ireita eee eeecceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeceneeeeeeseeeeeeeeeceeeeeeeseeeeeeeeseeeeeeeeseeeeaeeeeseeeanenes 60 Figura 5 4 Gest o de fontan rios em Maputo ainda n o est traduzido 63 Figura 5 5 Cobertura do servi o de abastecimento de gua pela AdM adaptado de WSP 2008 64 Figura 5 6 Distribui o percentual dos agregados familiares residentes em Maputo por tipo de saneamento 2004 2005 adaptada de Conselho Municipal de Maputo 2008 67 Figura 5 7 Imagens de fotografias tiradas em Maputo em Maio de 2010 a Centro de demonstra o b latrina para venda c retrete para demonstra o e eeeereraeenaeaaeaaana 67 Figura 5 8 Aspectos a ter em conta para a melhoria de SAS em reas peri urbanas de Maputo 69 Figura 5 9 Representa o esquem tica da evolu o espacial aproximada dos N veis de Servi o NS de abastecimento de gua em Maputo para o ano de 2010 e para o ano de 2030 81 Figura 5 10 Representa o esquem tica aproximada da evolu o espacial dos N veis
126. ita o e expans o do patrim nio de algumas cidades incluindo Maputo ficando igualmente propriet rio do patrim nio constru do Dentro do Quadro de Gest o Delegada a cria o do FIPAG permitiu as condi es para que a gest o do sistema de Maputo Matola fosse delegada a um operador privado j que poderia tamb m monitorizar o cumprimento das obriga es contratuais Deste modo a empresa estatal da gua criada em 1981 guas de Maputo foi substitu da pela guas de Mo ambique AdM atrav s de um contrato de concess o da explora o celebrado em 1999 com uma dura o de 15 anos DNA 2008a O operador AdM tomou assim a responsabilidade de realizar todas as opera es e manuten es bem como fun es comerciais financeiras e administrativas cumprindo as normas de desempenho fixadas pelo FIPAG A AdM abastece a popula o a partir de liga es domicili rias no interior da habita o ou atrav s de uma torneira de quintal e fontan rios A adu o de gua a Maputo feita atrav s do Sistema de Umbel zi ou a partir de Sistemas Aut nomos No Sistema de Umbeluzi a gua captada a montante de um pequeno a ude e tratada na Esta o de Tratamento de gua ETA a qual possui duas linhas distintas que se encontram a tratar um caudal por vezes superior as respectivas capacidades nominais A gua tratada posteriormente transportada pelo sistema adutor at aos centros de distribui o Nalgumas adutoras s o identifi
127. iversal de planeamento e implementa o de SAS adaptado a todas as situa es O presente cap tulo pretende reflectir de forma estruturada e flex vel sobre algumas das quest es principais que devem ser consideradas O cap tulo n o exaustivo e trata tamb m algumas quest es ou aspectos que em determinados contextos n o s o necess rios tomar em considera o No mbito deste trabalho os projectos dos sistemas s o divididos em diferentes fases como se pode observar na Figura 4 1 a qual representa um processo interactivo geral de planeamento e implementa o de projectos Por vezes para reduzir incertezas e ou corrigir ac es e procedimentos pode regressar se a fases precedentes do processos 1 Consciencializa o e capacita o aA a 5 Monitoriza o e 2 An lise da Avalia o situa o N V 3 Selec o de tecnologias e est o abordagens 4 Implementa o e o Figura 4 1 Fases do ciclo de planeamento e implementa o de projectos de SAS 4 2 Fase 1 Consciencializa o e capacita o A Fase 1 parte do pressuposto que o interesse dedicado resolu o de problemas potenciado pela consci ncia com que as dificuldades s o encaradas bem como pelas capacidades existentes para os resolver Se uma actividade de implementa o de um SAS n o corresponder a uma iniciativa da comunidade pode ser necess rio motivar primeiramente as pessoas para o
128. l como aconteceu em Mo ambique Pickford 1995 Existem igualmente mecanismos de difus o naturais como os que resultam da transmiss o de comportamentos mais evolu dos de higiene e saneamento por parte de migrantes com influ ncia sobre a comunidade WaterAid 2009 No processo de envolvimento com a comunidade as mulheres constituem uma for a motriz essencial Para al m dos motivos mencionados ao longo da presente disserta o h a considerar ainda o potencial que representam na difus o de boas pr ticas de gest o de SAS uma vez que usam actividades de grupo para alcan ar outras mulheres e disseminar as mensagens WSSCC 2006 Podem ainda ser utilizados em alguns casos sistemas de compensa o como a oferta de recompensas em esp cie de forma a motivar a comunidade para um envolvimento mais efectivo nas ac es WaterAid 2009 Por fim a cria o de comiss es outro instrumento a que se recorre para manter a comunidade pr xima dos SAS Idealmente embora n o seja essa a pr tica comum estas comiss es deveriam requerer um 53 n mero m nimo de mulheres e de grupos minorit rios de forma a garantir a respectiva representatividade Se n o conduzir ao perigo de sobrecarga de responsabilidades as comiss es de gua saneamento e sa de podem resultar em importantes sinergias Pickford 1995 4 6 Fase 5 Monitoriza o e avalia o A falta de monitoriza o de projectos levados a cabo por ag ncias doadoras cons
129. lmente a protec o da sa de p blica e do ambiente Por fim o NS Ill corresponde a uma fossa s ptica ou retrete individual com rede de guas residuais a montante convencional ou simplificada di metro de 150mm culos de limpeza e n mero limitado de c maras de visita H As guas residuais s o ent o enviadas para tratamento na ETAR podendo o efluente ser reutilizado posteriormente para produ o agr cola Para qualquer um das hip teses apresentadas conveniente iniciarem se pequenos projectos piloto de forma a verificar e analisar os potenciais problemas antes de passar implementa o de solu es de maior escala Importa tamb m definir as medidas necess rias viabiliza o de solu es apresentadas As op es referentes aos NS e Il que recorrem a latrinas ou a fossas s pticas constituem respostas localizadas de menor custo e que exigem um elevado grau de participa o dos utilizadores assim 77 necess rio que existam do lado da oferta solu es economicamente acess veis e adapt veis s v rias condi es f sicas s capacidades de manuten o e s prefer ncias dos utilizadores Ser necess rio desde logo fomentar a exist ncia de centros para constru o de latrinas e fossas s pticas com um estatuto formal Antes de instalar um centro deve garantir se o fornecimento de materiais de constru o e o transporte at ao local bem como a exist ncia de gua energia e
130. lo operador da concess o Palmer e Tricamegy 2007 Apesar de licen as contradizerem o esp rito da rela o contratual entre a AdM e o Governo parece ter continuidade a implementa o de um sistema de licen as emitidas pelo Munic pio e a que todos os POP se podem candidatar desde que tenham gua pot vel e submetam ARA Sul informa o t cnica sobre as suas opera es A ideia que seja uma licen a primeiramente indicativa esperando se que nos dois primeiros anos de explora o os POP que a obtenham melhorem os seus servi os at um n vel que corresponda a crit rios m nimos antes de ser passada uma licen a definitiva Aqueles que n o cumprirem os requisitos ter o de cessar a sua actividade O FIPAG entende ainda que os operadores licenciados poder o candidatar se a gerir novos sistemas constru dos pelo FIPAG ou a ampliar e melhorar os seus sistemas actuais AFD 2009 Paralelamente desde 2006 que os POP come aram a formar associa es havendo j duas a AMATI e a AFORAMO A primeira tem assumido o di logo com o FIPAG ainda que informal N o se sabe por m a influ ncia que ter fora da esfera local nem o seu potencial para participar nas actividades regulat rias A AFORAMO nacional e tornou se activa em Maputo como resultado do potencial para formaliza o dos POP A AFORAMO expressou recentemente a sua falta de confian a no Governo quando este suspendeu o licenciamento em Outubro de 2008 sem antes ter regi
131. locais e comunidades quanto s op es dispon veis e mais adequadas para os SAS UN 2004 A esse respeito os agentes doadores n o devem pressionar os pa ses receptores de ajuda para a privatiza o de SAS como condi o de ajuda ou de al vio de d vidas WaterAid e Tearfund 2003 No sentido de garantir que os projectos respondem efectivamente s necessidades das comunidades PUI podem orientar se fundos para institui es intermedi rias criadas nos pa ses receptores ou directamente a grupos comunit rios garantindo se simultaneamente que as institui es actuam de forma transparente Esta orienta o contradiz a tend ncia verificada para o apoio a projectos de grandes dimens es e resist ncia adop o de medidas inovadoras por serem consideradas de maior risco e requerem investiga o WSSCC 2005 Relativamente ao processo de transfer ncia de tecnologia e de conhecimentos deve ser agrupado por um conjunto de v rias ac es ou cursos espa ados no tempo em vez de um evento nico como geralmente acontece de forma que os receptores de ajuda aprendam mais facilmente as li es de cada sess o Ludwig 2006 Em termos or amentais devem ser inclu dos fundos suficientes para a transfer ncia de tecnologia baseada no treino de recursos humanos disponibilizado tamb m ap s o projecto estar finalizado UN 2004 Por fim h uma s rie de outras recomenda es igualmente pr ticas como a prepara o e disponibiliza
132. lutuantes e em suspens o j tenham sofrido um tratamento prim rio na maioria dos casos 26 haver necessidade de complementar com um tratamento secund rio como o tratamento biol gico ou o tratamento no solo infiltra o ou filtra o Lacerda e Megre 1982 Na rede de guas residuais simplificadas os colectores t m di metros reduzidos tipicamente de 150mm e inclina es por vezes muito pouco significativas Ao contr rio do verificado nas redes decantadas as redes simplificadas recebem as guas residuais em bruto sem passarem por tanques interceptores Estas redes s o instaladas geralmente no interior dos complexos habitacionais para que um mesmo colector receba os efluentes de v rias unidades domiciliares Mara 2008 Neste caso s o designados por sistemas condominiais e t m sido aplicados em grande escala no Brasil WSP 2007 No Quadro 3 7 compara se as op es de drenagem consideradas Quadro 3 7 An lise comparativa de op es de drenagem de efluentes adaptado de Faria e Neves 1989 e Mara 2008 Rede decantada Rede simplificada Diminui o de riscos de entupimento Amortecimento dos picos de aflu ncia permitido pelos tanques interceptores Possibilidade da evolu o de fossa s ptica para uma solu o colectiva resolvendo problemas de contamina o das guas subterr neas pela infiltra o dos efluentes Apropriado para locais de elevada densidade habitacional e onde o
133. m Engenharia do Ambiente Perfil Engenharia Sanit ria Faculdade de Ci ncias e Tecnologia Universidade Nova de Lisboa Costa da Caparica Governo de Angola 2003 Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio Relat rio de Progresso MDG NEPAD ANGOLA Ag ncias das Na es Unidas em Angola Minist rio do Planeamento Governo de Angola INDER 1994 Manual de Latrinas Melhoradas Programa Nacional de Saneamento a Baixo Custo Instituto de Desenvolvimento Rural INDER Maputo INE 2007 http Awww ine gov mz Instituto Nacional de Estat sticas Mo ambique acedido a 25 de Setembro de 2010 INE 2009 Relat rio preliminar do inqu rito sobre indicadores m ltiplos MICS de 2008 Instituto Nacional de Estat sticas 87 Infopedia 2010 www infopedia pt Infopedia Enciclop dia e Dicion rios Porto Editora acedido a 25 de Setembro de 2010 IRC 1995 Por um Abastecimento de gua Auto Sustent vel Oito Anos de Experi ncia na Guin Bissau International Water and Sanitation Centre tem o nome dos autores Koen van der Werff e Jan Teun Visscher IWA 2008 Rosemarin A et al Pathways for Sustainable Sanitation Achieving the Millennium Development Goals EcoSanRes Programme Stockholm Environment Institute Partner of SuSanA IWA Faria A Neves M 1989 Sistemas de abastecimento de gua e evacua o de excreta em zonas rurais e pequenas comunidades Laborat rio Nacional de Engenharia Civil LNEC Kayombo S
134. m sif o que conduz os excrementos at fossa com a ajuda de uma descarga de gua O sif o hidr ulico consiste num tubo em U cheio com gua colocado sob a abertura para defec o que isola os odores e diminui a presen a de insectos ainda necess rio instalar um tubo de ventila o para permitir a sa da de gases para o exterior Faria e Neves 1989 24 Por fim a rede predial de guas residuais constitu da por canaliza es no interior das habita es e pelos respectivos acess rios e equipamentos O sistema deve assegurar uma r pida evacua o das guas residuais uma ventila o conveniente bem como garantir com facilidade a realiza o de opera es de limpeza DGQA 1986 No Quadro 3 6 comparam se as op es de deposi o referidas Quadro 3 6 An lise comparativa de op es de deposi o adaptado de Faria e Neves 1989 Pickford 1995 DNA 2006 NWP 2006 Gon alves 2008 e Tilley et al 2008 acumula o de lamas e escumas Latrina de fossa Latrina de fossa Latrina de Fossa s ptica Rede predial simples ventilada compostagem Facilidade de constru o Maiores Staion w Possibilidade de a beneficios para a ae c re Facilidade de Potencial de z benef cios para a o uso de materiais Tai RE sa de dd E locais constru o reutiliza o do Aptoonadoara sa de er Custos valor fertilizante prop p Maior conforto Custos muito locais onde se usa reduzidos
135. m uma densidade demogr fica de 3 648 habitantes por km Os 221 365 agregados familiares residentes na cidade eram constitu dos em m dia por 5 pessoas e maioritariamente chefiados por homens 71 Em m dia cada mulher tinha 2 9 filhos A esperan a m dia de vida era de 55 anos sendo que 36 1 da popula o tinha idade inferior a 14 anos O portugu s era a l ngua materna com maior express o 42 9 existindo no entanto v rios outros idiomas locais Relativamente s religi es eram professadas v rias cren as entre as quais a religi o Cat lica a Evang lica e a Isl mica INE 2007 A taxa de cobertura de servi os de recolha de res duos s lidos atingia apenas 30 dos residentes de Maputo UN HABITAT 2007 Apesar da linha f rrea e do grande porto as acessibilidades dentro da cidade de Maputo s o muito deficit rias DNA 2004 63 das habita es est o abastecidas por energia el ctrica 37 tem telem veis 7 com Internet 11 com computadores e 62 com televis o INE 2007 55 Em termos administrativos Maputo tem um estatuto de Prov ncia e encontra se dividido em sete Distritos Urbanos e 64 bairros AFD 2009 No mbito da presente disserta o apenas s o analisados os Distritos Municipais 1 2 3 4 e 5 dado o facto de os Distritos Municipais de Catembe e da Inhaca se encontrarem geograficamente mais afastados fora dos limites da cidade de Maputo propriamente dita como se pode observar na Figura 5 1
136. meios PUI onde a propaga o de doen as ocorre de forma muito r pida Pickford 1995 Contudo ainda que o objectivo principal de qualquer SAS deva tender para um n vel de cobertura total h quest es relevantes a considerar no que se refere defini o de estrat gias frequentemente pautadas pela escassez de informa o e de clareza Acontece por vezes que uma determinada estrat gia clara mas acaba por se revelar desapropriada por ser pouco exigente ou ambiciosa demais Uma defini o ambiciosa ocorre quando os objectivos propostos n o est o de acordo com os recursos financeiros dispon veis ou quando se objectiva uma cobertura baseada somente em N veis de Servi o NS Ill e se excluem outras op es NS inferiores Na verdade nalgumas situa es prefer vel considerar solu es que embora n o sendo ptimas permitem o acesso de SAS a popula o desfavorecidas igualmente comum a imposi o governativa ou a defini o estrat gica da empresa fornecedora de servi o de limitar o fornecimento de SAS a reas urbanizadas Deste modo as reas PUI s o exclu das o que resulta do receio de que a sua inclus o possa legitimar a ocupa o ilegal e encorajar os habitantes a consolidar as suas habita es Tr molet e Halpern 2006 Para al m das quest es de ilegalidade e de falta de documentos comprovativos o fornecimento de servi os ao PUI frequentemente evitado dada a fraca ou inexistente informa o relati
137. melhor solu o de SAS a respectiva implementa o deve incluir as pessoas como ponto de partida independentemente de serem as respons veis pela gest o dos sistemas como muitas vezes ocorre em pa ses em desenvolvimento ou apenas os utilizadores Estudos do WSP indicam que os custos de constru o de SAS podem reduzir at 40 como consequ ncia do envolvimento com a comunidade H quem defenda ainda que as quest es de vandalismo ilegalidade de liga es e n o pagamento de contas s podem ser resolvidas atrav s da participa o da comunidade Contudo h que reflectir sobre as estruturas projectadas para serem geridas pela comunidade usualmente afectadas por baixos n veis de literacia e de capacidade de gest o WUP 2003 Adicionalmente uma das maiores cr ticas que estas estruturas recebem o facto de dificilmente conduzirem a uma expans o de servi o significativa Todavia existem na comunidade muitas formas de difus o do fornecimento de servi os como o caso da implementa o de projectos piloto os quais podem ser verdadeiros centros de experimenta o e aprendizagem de grupos servindo de catalisadores para outras iniciativas WSSCC 2005 Os centros de demonstra o usualmente utilizados na constru o de latrinas podem tamb m ser uma op o desde que devidamente mantidos Por exemplo podem assinar se as latrinas com o nome do artes o que as produziu de forma a identificar a origem de latrinas com defeitos ta
138. menos a curto prazo continuar a ser o principal respons vel pela presta o de servi o e s pr prias fam lias que continuar o a assumir a principal responsabilidade pela constru o dos sistemas de saneamento locais e por garantir a respectiva manuten o A Selec o de tecnologias e abordagens apropriadas deve incluir um esfor o para prioritizar ac es particularmente atrav s de crit rios claros que definam como devem ser encaminhadas as ac es e os investimentos sem desconsiderar a import ncia em termos da popula o a servir das zonas PUI Nesta fase particularmente importante clarificar a estrutura institucional de forma a evitar a falta de clareza no que respeita s fun es e responsabilidades dos parceiros que interv m no sector garantindo que n o h vazios nem sobreposi es nos diversos campos de ac o e contribuindo para o uso racional dos recursos financeiros materiais e humanos dispon veis Os l deres locais merecem aten o especial principalmente na media o de conflitos entre a comunidade e os restantes agentes Outra quest o relevante diz respeito sustentabilidade econ mica e financeira dos servi os devendo garantir se o financiamento atrav s da mobiliza o dos planos de investimento Nesses planos devem constar claramente os custos de opera o e manuten o Parece igualmente importante fomentar o envolvimento do sector privado de ONG e OCB podendo tamb m assumir rele
139. mente uma estrat gia para fortalecer a capacidade cient fica atrav s da cria o de cursos sobre m todos cient ficos cr tica liter ria t cnicas de escrita amostragem pr ticas laboratoriais m todos estat sticos entre outros O apoio compra e manuten o de equipamento cient fico e subscri o de jornais t cnicos e cient ficos igualmente importante Outro contributo que deve ser direccionado investiga o corresponde implementa o e dissemina o dos resultados cient ficos obtidos em publica es de jornais confer ncias internacionais mas tamb m ao n vel local atrav s de encontros workshops manuais artigos e p ginas na internet Para alcan ar este objectivo em vez da disponibiliza o directa de fundos para o efeito interessante apoiar estes investigadores a atrair eles pr prios fundos nomeadamente colaborando no desenvolvimento de propostas de investiga o em competi es internacionais Por fim como os 45 benefici rios dos resultados cient ficos s o aqueles que conhecem melhor os seus problemas e solu es a estrat gia a implementar deve envolver um contacto entre os investigadores e os utilizadores finais comunidades decisores pol ticos institui es t cnicas e de regula o sector privado ONG e OCB tendo o cuidado de transformar os resultados em ferramentas adequadas que possam efectivamente ser aplicadas Oman et al 2009 O apoio referido a direccionar a instit
140. mento uma vez que as entidades sob avalia o temem ser alvo de puni o Assim devem motivar se estas entidades para o uso de indicadores pela oportunidade que constituem permitindo assegurar que o projecto cumpra os seus objectivos e opere numa base sustent vel Idealmente os indicadores devem representar a realidade referente a determinados per odos de an lise e serem facilmente calculados Adicionalmente n o devem permitir interpreta es distintas e devem ser facilmente entendidos por especialistas e pela comunidade em geral Pybus e Schoeman 2001 Relativamente s v rias vertentes do desempenho a avaliar aconselha se uma avalia o detalhada do funcionamento das instala es o seu uso correcto e a sua adapta o s prefer ncias das pessoas Ser necess rio identificar problemas financeiros de coordena o institucionais ou de outra ordem podendo ser usados os Quadros 4 1 4 2 4 3 e 4 4 como base de apoio para a defini o do sistema de avalia o 54 5 CASO DE ESTUDO A CIDADE DE MAPUTO EM MO AMBIQUE 5 1 Raz es da escolha Em Maputo capital de Mo ambique tem se registado um crescimento populacional significativo nas reas peri urbanas fen meno actualmente caracter stico das principais cidades dos PALOP Os desafios enfrentados por estas cidades nomeadamente as dificuldades financeiras t cnicas e institucionais assumem grande relevo Assim a op o por esta cidade como Caso de Estudo per
141. mento Humano IDH indicador que pretende reflectir o n vel de desenvolvimento humano dos pa ses a partir da m dia ponderada de 3 ndices o ndice de Esperan a M dia de Vida o ndice de Educa o e o ndice do Produto Interno Bruto PIB O IDH e os ndices que o comp em variam entre 0 e 1 UNDP 2008 Num total de 182 pa ses o IDH m dio em 2007 era de 0 753 sendo que o pa s com ndice superior a Noruega com um IDH de 0 971 Portugal apresenta um IDH de 0 909 UNDP 2009 O Quadro 2 1 mostra o aumento do IDH dos PALOP entre 1985 e 2007 Em 2007 ltima data com dados dispon veis Cabo Verde apresenta o maior IDH seguido de S o Tom e Pr ncipe e de Angola Estes tr s pa ses situam se no escal o de n vel desenvolvimento humano m dio compreendido entre 0 5 e 0 8 Mo ambique e Guin Bissau est o no escal o de n vel de desenvolvimento humano baixo inferior a 0 5 UNDP 2009 Quadro 2 1 Evolu o do IDH dos PALOP entre os anos 1985 e 2007 adaptado de UNDP 2009 Angola Cabo Verde Guin Bissau Mo ambique S o Tom e Pr ncipe O Quadro 2 2 apresenta para o ano de 2007 os valores dos ndices parcelares que comp em o IDH relativos aos PALOP Observa se que Angola apresenta um ndice de Esperan a M dia de Vida muito inferior aos restantes ndices do pa s o que resulta dos mais de 30 anos de conflito interno que n o s conduziram desloca o de
142. mite que a abordagem desenvolvida possa servir de ponto de partida an lise posterior de outras cidades salvaguardando no entanto as especificidades de cada uma Por outro lado existe em Maputo alguma informa o dispon vel sobre a tem tica abordada parte da qual foi obtida pela possibilidade de desloca o a esta cidade o que permitiu ainda o contacto com t cnicos dos servi os de guas nomeadamente das guas de Mo ambique empresa portuguesa que opera o abastecimento de gua cidade de Maputo 5 2 A cidade de Maputo A cidade de Maputo com uma superf cie de 300 km Conselho Municipal de Maputo 2008 apresenta a Ba a de Maputo como fronteira a Este e a Sul e o Rio Infulene como fronteira a Oeste que a separa do Munic pio da Matola DNA 2004 O clima caracteristicamente tropical seco apresentando grande variabilidade anual quanto precipita o Veja se a t tulo exemplificativo que se registaram os valores de precipita o de 860 6mm 29 9mm e 915 6mm nos anos 2004 2005 e 2006 respectivamente Conselho Municipal de Maputo 2008 Nalguns anos t m ocorrido inunda es significativas respons veis por desabamentos de terras e pela obstru o de canais de drenagem e de colectores de guas residuais DNA 2004 Segundo o Censo Geral da Popula o de Mo ambique em 2007 residiam 1 094 315 habitantes no Munic pio de Maputo ap s um acr scimo de 13 2 relativamente popula o residente em 1997 co
143. ndo este ltimo apresenta um sistema de blocos tarif rios Dado o elevado consumo dos POP s o lhes recorrentemente associados os escal es mais altos de consumo Consequentemente este custo reflecte se num pre o mais elevado cobrado aos clientes Para evitar esta situa o recomendada uma tarifa especial de venda a grosso para os POP TESE 2006b Como estrutura tarif ria alternativa aos blocos tarif rios o Banco Mundial defende que aos consumidores seja cobrado o pre o unit rio do ltimo escal o de consumo e aqueles que reduzirem o seu consumo a um escal o inferior t m direito a um subs dio Tr molet e Halpern 2006 As duas abordagens referidas pressup em a utiliza o de contadores de gua os quais constituem uma forma de cobrar taxas de acordo com a gua fornecida Estes aparelhos medidores de caudais s o muitas vezes alvo de vandalismo Tamb m perdem a precis o com alguma facilidade quando n o sujeitos a manuten o Brikk e Bredero 2003 Pelo contr rio se o consumo de gua n o for medido as tarifas s o usualmente baseadas em estimativas arbitr rias havendo uma tend ncia de sobre cobran a dos pobres e sub cobran a dos ricos necess rio por isso decidir entre a instala o de contadores e a defini o de m todos melhorados de diferencia o das tarifas n o baseadas nos consumos reais Neste ltimo caso poss vel basear se a cobran a na localiza o geogr fica da unidade servida
144. no local de consumo Assim relativamente s op es de tratamento fora do local de consumo tamb m designado por tratamento localizado considera se para an lise a sedimenta o a filtra o lenta em areia e a desinfec o por cloro A primeira op o baseia se num processo simples durante o qual part culas suspensas n o coloidais sedimentam no fundo de um reservat rio ao mesmo tempo que a radia o solar inactiva grande parte dos microrganismos patog nicos Estes reservat rios s o normalmente constitu dos por uma conduta de entrada e uma conduta de sa da de gua e t m normalmente dois compartimentos para facilitar o processo de limpeza No m todo de filtra o lenta em areia a gua atravessa um filtro de areia As part culas finas s o filtradas e a mat ria org nica consumida por uma popula o de microrganismos que se desenvolve no topo do filtro Por fim no m todo de desinfec o por cloro o cloro adicionado gua inactiva os microrganismos patog nicos presentes constituindo ainda uma barreira para uma poss vel contamina o posterior cloro residual O cloro pode ser adicionado num reservat rio fechado durante uma reac o m dia de trinta minutos ou a partir de um m todo de adi o cont nua sendo que a turbul ncia da gua entrada do reservat rio 19 onde o agente qu mico adicionado garante a mistura Brikk e Bredero 2003 No Quadro 3 4 comparam se as referidas op es
145. nsaiar segundo o qual a unidade de organiza o dos sistemas de saneamento um grupo de casas em vez da unidade habitacional Por fim s o propostas metas ambiciosas de cobertura de N veis de Servi o para a cidade de Maputo no ano 2030 relativas a estes servi os Essas metas n o resultam da an lise de informa o do Governo ou institui es de Mo ambique correspondendo apenas a valores que se consideram razo veis compat veis com os Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio mas que exigem esfor os e uma grande mobiliza o de recursos 85 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ADF 2002 Democratic Republic of Sao Tome and Principe Human Resource Development Support Project Appraisal Report African Development Fund Social Development Department Central and West Region AdP 2007 Plano director do sistema de abastecimento de gua na rea de cess o da guas de Mo ambique guas de Portugal AdP 2010 www adp pt guas de Porugal acedido a 25 de Setembro de 2010 AFD 2009 Water supply in Maput An anthropological review of small scale private operators Agence Fran aise de D veloppement Avvannavar S M Mani M 2007 A conceptual model of people s approach to sanitation Science of the total environment 390 2008 1 1 2 Elsevier Bhagwan J N Still D Bucklet C Foxon K 2008 Challenges with up scaling dry sanitation technologies Water Science and Technology WST 58 1 21 7 Brikk
146. nta na capacidade inata das pessoas para compreender enfrentar e resolver problemas informando as e capacitando as para tal O m todo Dirigido pela comunidade e centrado nas pessoas Community Led Total Sanitation CLTS adopta uma abordagem com a t nica cada vez mais forte na cria o de um esp rito informado que resulte na procura de SAS DNA 2005 e onde se tenta compreender as quest es mais valorizadas pelas popula es e os respectivos motivos Em particular no que se refere ao saneamento esta abordagem incentiva a popula o a identificar os meios de transmiss o causadores de doen as e a contribui o de cada membro da comunidade para a resolu o do problema O objectivo sensibilizar para tr s aspectos fundamentais da mudan a comportamental o sentimento de repulsa perante sistemas n o adequados a auto motiva o para a melhoria da situa o e o sentido de responsabilidade individual pelo bem estar geral da comunidade UNDP 2006 Deve tamb m ser feita refer ncia Abordagem Participativa para a Transforma o de Pr ticas de Higiene e Saneamento Participatory Hygiene and Sanitation Transformation PHAST que utiliza t cnicas participativas com base no princ pio de que o comportamento humano apenas alterado de forma duradoura e sustentada se as pessoas compreenderem os motivos que justificam a mudan a e se acreditarem neles Esta abordagem inclui formas de apoio para que seja a pr pria com
147. nte estas ferramentas baseiam se em listas de verifica o ou em abordagens mais exigentes e complexas em termos de tempo e recursos Tornqvist et al 2006 Dada a elevada abrang ncia de sistemas e enquadramentos que a presente disserta o inclui a Fase 3 definida no mbito do ciclo de planeamento e implementa o de SAS n o pretende apresentar uma metodologia mas apenas abordar algumas das considera es mais pertinentes do processo de decis o com o intuito de ajudar selec o do conjunto de tecnologias e abordagens adaptadas s especificidades do local Assim durante a Fase 3 de um projecto de SAS partindo da considera o das quest es seguidamente abordadas ser poss vel proceder se compara o e selec o das solu es que melhor se adequam s necessidades particulares das zonas PUI Aconselha se ainda que o processo de compara o tenha por base crit rios previamente definidos com os agentes envolvidos o que diminuir impasses ou constrangimentos posteriores resultantes de opini es opostas quanto import ncia relativa de cada factor O consenso final obtido deve resultar n o s na 39 escolha da tecnologia a implementar mas tamb m na abordagem a seguir e na forma de implementa o mais apropriada 4 4 2 Estrat gias de cobertura e op es tecnol gicas essencial tentar obter uma cobertura global de SAS caso contr rio a sa de p blica da popula o ser comprometida especialmente em
148. o 5 6 s o identificados dois tipos de regula o a directa aplicada ao cen rio A que segue o esquema actual que envolve o FIPAG o CRA e a AdM e a indirecta aplicada aos restantes cen rios A gest o de fontan rios p blicos pode ser expandida a modelos de gest o de POP que tenham um contrato com a AdM um modelo baseado na descentraliza o das actividades regulat rias baseadas na comunidade micro regula o pois sugere se que n o s o fontan rio p blico mas tamb m os POP com liga o AdM e os revendedores de quintal possam estar sujeitos a uma regula o indirecta com o CRA a definir as normas de regula o mas a implementa o a ser deixada responsabilidade do Munic pio que por sua vez pode delegar a um n vel mais descentralizado como os CA associa es locais ou CBO Matsinhe et al 2008 Pode considerar se igualmente a possibilidade de se implementar este modelo no caso dos POP operarem a partir do seu pr prio furo 73 O licenciamento dos POP deve resultar de um equil brio de interesses de todos os intervenientes Nesse sentido deve apoiar se a cria o de associa es de operadores de servi os e uma vez mais o di logo entre os agentes interessados Independentemente da entidade que detenha a responsabilidade de emitir as licen as FIPAG DNA ou o Munic pio devem ter se em aten o crit rios ambientais e t cnicos A solu o apoiada pelo Munic pio para que haja primeiramente uma licen
149. o autorizado pr ticas de 2 nao facturado cadastro Aumento de disponibilidades de agua para Substitui o de consumo tro os de rede Melhoria da sustentabilidade financeira da Financiamento disponivel AdM 72 Consideram se adicionalmente duas hip teses de coexist ncia entre a AdM e os POP em que os propriet rios mant m o controlo do seu sistema e ou utilizam gua da AdM selando o seu furo C ou utilizam gua de furo pr prio D As movimenta es que t m surgido nas negocia es parecem indicar que a hip tese mais considerada a incorpora o dos POP atrav s de um sub contrato com a AdM para a venda de gua a grosso de forma semelhante ao modelo de gest o de fontan rio ficando o Munic pio com a responsabilidade de emitir licen as para os POP sendo que aqueles que n o cumprem os requisitos ser o obrigados a fechar AFD 2009 Estas duas ltimas propostas C e D partem do princ pio de que os POP ser o licenciados e regulamentados contribuindo para uma melhor qualidade de servi o fundamental que tamb m tenha lugar um controlo do pre o de venda da gua Assim importa definir o que diferencia estas duas propostas Isto o que far com que numas situa es os POP possam usar o seu furo e noutras passem a comprar gua AdM A resposta baseia se numa argumenta o que apela protec o dos interesses dos POP que mesmo tendo o feito de forma ilegal permitiram o fornecimento de um bem es
150. o emprego formal Disponibilidade de latrinas com garantias t cnicas Alternativa ao manuseamento manual das lamas Contribui o para a protec o da sa de p blica Acesso a ruas estreitas e desordenadas Aquisi o de pe as de substitui o para equipamento n o dispon veis no local PRIORIDADE fossas s pticas Pa a Coordena o de interesses Incentivo actividade rivada e ao emprego formal privados S SENISES P p blicos Aumento da quantidade de gua tratada T cnica Reutiliza o mais segura de efluente Contribui o para a sa de p blica Financiamento T cnica Amplia o da actual ETAR de Infulene Conhecimentos t cnicos e necessidades de opera o e manuten o Conhecimentos t cnicos e jur dicos Quadro jur dico para tratamento e disposi o do efluente e lamas Legislativa Reguladora Co Indefini o institucional Garantia de estabilidade do quadro jur dico do funcionamento do mercado e da satisfa o dos utilizadores Indefini o institucional Regula o das actividades Legislativa Falta de recursos humanos Reguladora a a e de conhecimentos na rea 5 5 4 Perspectivas de evolu o e metas a alcan ar em 2030 Considerando as solu es referidas para a melhoria dos SAS na cidade de Maputo importante definir metas de cobertura que sejam exequiveis num horizonte plaus vel assumido neste trabalho como um per odo de 20 anos Este
151. o servi o No mesmo sentido deve apostar se na capacita o dos agentes p blicos para a rea mesmo que os SAS estejam sob gest o privada WaterAid e Tearfund 2003 igualmente fundamental referir o facto de que por muito sucesso que as iniciativas baseadas em comunidades ou ONG possam ter s o em geral insuficientes para acelerar o progresso da presta o de servi os a n vel nacional pelo que necess rio que o sector p blico lhes d efectiva continuidade UNDP 2006 Por fim o servi o p blico tem um grande potencial para estimular a participa o equitativa e remover qualquer tipo de discrimina o recorrendo a variados meios nomeadamente a compila o e dissemina o de boas pr ticas o desenvolvimento de normas e princ pios para a inclus o do g nero e dos costumes locais a agrega o da informa o produzida sobre os sectores em an lise por g nero de forma a apoiar as pol ticas e a altera o de leis discriminat rias que proibam a mulher a ter direito a obter empr stimos ou a abrir contas banc rias UN 2004 De notar ainda que a descentraliza o para o n vel local da responsabilidade de SAS nomeadamente ao n vel do munic pio apresenta potencialidades resultando partida numa maior proximidade e resposta efectiva s necessidades das pessoas Para o sucesso deste processo devem no entanto garantir se as necess rias transfer ncias de recursos financeiros e humanos para o n vel local WaterA
152. obertura dos servi os em an lise Para o abastecimento de gua tem se em considera o a actividade dos operadores informais de servi o No que concerne ao saneamento s o apresentadas v rias op es tecnol gicas s quais correspondem diferentes N veis de Servi o compreendendo solu es progressivamente mais completas e complexas Por fim desenvolve se uma proposta de evolu o de qualidade dos servi os e s o perspectivadas as metas a alcan ar at 2030 Palavras chave abastecimento de gua saneamento de guas residuais reas peri urbanas ABSTRACT Worldwide 884 million people do not have access to improved sources of drinking water and 2 6 billion people do not use improved sanitation WHO and UNICEF 2010 The present Msc Dissertation focuses on best practices analysis for design planning operation and maintenance of water supply and sanitation systems with a special emphasis on peri urban informal areas of Portuguese speaking African Countries Different low cost technologies are analyzed in association with Service Levels Additionally some considerations are taken into account concerning the planning and implementation of these technologies A Case Study in Maputo Mozambique is used to analyze the peri urban areas characterized by general lack of services Considering the technical economic institutional regulatory and social constraints possible solutions are identified in order to increase the cover
153. olu es apresentadas seguidamente n o perder o validade Nesse caso o munic pio ou uma empresa concession ria poder o vir a ter responsabilidades acrescidas no planeamento e gest o do sector Refere se ainda a possibilidade de integrar abordagens de saneamento ecol gico eco sanitation ema terminologia anglo sax nica caracterizado por consumos m nimos de gua energia reagentes e materiais A aplica o dos princ pios advogados pelo saneamento ecol gico permite igualmente o aproveitamento de efluentes e nutrientes Langergraber e Muellegger 2004 A sua considera o torna se especialmente relevante no que diz respeito a auto sustentabilidade da cidade de Maputo e a protec o dos recursos contudo necess rio garantir que a respectiva aplica o t cnica e socialmente adequada ao contexto local Em termos estrat gicos o saneamento deve ser planeado de forma gradual garantindo que todas as solu es s o adequadas em termos de satisfa o da sa de p blica e que respondem s necessidades da popula o com custo sustentado A aposta em solu es faseadas deve corresponder a um aumento progressivo dos N veis de Servi o NS sempre que tal for econ mica t cnica e socialmente poss vel De uma forma geral a um NS superior est o associadas melhores condi es de servi o No entanto tal s ser efectivamente verificado se existirem as condi es para que o sistema seja funcional e responda
154. onvencionais ou simplificados a partir dos quais os efluentes s o encaminhados para tratamento centralizado podendo ser posteriormente reutilizados Corresponde deste modo a uma maior garantia de controlo de polui o do ambiente em geral e de odores desagrad veis A implementa o do NS Ill resulta em maior privacidade e permite cuidados acrescidos com a higiene pessoal Importa reflectir sobre a compatibilidade existente entre os NS de abastecimento de gua e os NS de saneamento que se apresenta esquematicamente no Quadro 3 1 Em regra perante um NS de abastecimento de gua os NS Ile Ill de saneamento n o s o vi veis dado que n o garantida gua em quantidades suficientes Pelo mesmo motivo um NS II de abastecimento de gua e um NS III de saneamento n o s o partida compat veis Por fim um NS Ill de abastecimento de gua n o deve coexistir com um NS de saneamento uma vez que ao abastecimento domicili rio se associa um caudal de guas residuais n o acomod vel por sistemas de deposi o de excreta a seco dadas as potenciais implica es na sa de p blica Quadro 3 1 Compatibilidade de N veis de Servi o de abastecimento de gua e de saneamento Abastecimento de gua HI Compat vel Saneamento De seguida s o apresentadas as tecnologias referidas subdivididas por componentes sem o fazer contudo de forma exaustiva dada aten o especial s vantagens e potenciais p
155. or fim relativamente forma de subsidia o frequente que os subs dios sejam direccionados incorrectamente n o beneficiando os residentes mais pobres dos PUI riscos de exclus o ou beneficiando mais comparativamente a popula o de maiores rendimentos riscos de inclus o Tr molet e Hunt 2006 Desta forma devem ser definidos crit rios espec ficos para direccionar os subs dios aos clientes mais desfavorecidos ou relacionar os pedidos com o n vel de rendimento de quem os submete apesar de se reconhecer ser muito dif cil administrar esta informa o de forma clara e confi vel WUP 2003 4 4 7 Pol tica tarif ria e m todos de pagamento em geral aceite que os benefici rios paguem um pre o apropriado pelo acesso a SAS no sentido de permitir uma recupera o sustent vel dos custos do seu fornecimento e se poss vel de forma a contribuir para os investimentos necess rios Tr molet e Halpern 2006 Em particular as tarifas da gua funcionam como um incentivo para uma utiliza o mais eficiente do recurso UN 2004 Se por um lado a um aumento de NS se associa melhor qualidade de servi o a esse aumento corresponde tamb m a necessidade de recursos financeiros mais elevados Por exemplo pode ser cerca de 20 vezes mais dispendioso conectar uma habita o a um sistema de drenagem de guas residuais do que comprar uma latrina de fossa simples UNDP 2006 Perante a debilidade econ mica da 48 popula
156. os Operadores Privados Peri Urbano Informal Sistemas de Abastecimento de gua e de Saneamento de guas Residuais xiii xiv 1 INTRODU O 1 1 Enquadramento do tema No Mundo 884 milh es de pessoas n o t m acesso adequado a gua e 2 6 mil milh es n o t m acesso a saneamento WHO e UNICEF 2010 Estes n meros s o preocupantes especialmente nos pa ses em desenvolvimento face import ncia que o abastecimento de gua e o saneamento apresentam no desenvolvimento humano No ano de 2000 189 estados membros da Assembleia Geral das Na es Unidas adoptaram a Declara o do Mil nio onde foram definidos oito Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio ODM Cada ODM foi subdividido em metas de forma a facilitar um processo adequado de monitoriza o a n vel nacional e global Entre estes objectivos destaca se a meta 7 8 que visa a redu o para metade da popula o mundial sem acesso adequado a gua pot vel entre 1990 e 2015 No ano de 2002 foi inclu da uma nova meta a n mero 7 9 segundo a qual a popula o mundial sem acesso adequado a saneamento b sico deve reduzir para metade no per odo j referido UN 2010a Se o ritmo de evolu o da popula o servida se mantiver ser poss vel alcan ar a meta relativa ao acesso a gua perspectivando se no entanto o incumprimento da meta referente ao saneamento Mesmo que ambas as metas sejam atingidas projecta se que em 2015 haja 672 milh es de pessoas n
157. os rendimentos irregulares TESE 2006b Deste modo sugere se a incorpora o dos POP num regime regulat rio criando condi es para que haja um envolvimento transparente e justo 43 entre os diferentes agentes e que as vantagens resultantes deste processo sejam claras No Quadro 4 5 resumem se as poss veis vantagens de viabiliza o de apoio dos POP Quadro 4 5 Vantagens para o operador principal os pequenos operadores privados e as popula es da viabiliza o dos POP adaptado de Tr molet e Halpern 2006 e TESE 2006b Operador Principal Pequenos Operadores Privados Popula es Aumento da factura o e Continuidade de acesso receita Maior acesso ao financiamento gua Diminui o das perdas e maior seguran a no Melhoria da qualidade comerciais investimento Redu o de custos Maior controlo da qualidade de Menor risco de expropria o Solu es adaptadas aos gua vendida clientes mais pobres De uma forma geral a efectividade da ajuda internacional passa por participar no processo de decis o e de planeamento nacionais adaptando mais eficazmente o modelo de actua o realidade local e aproximando os ciclos de planeamento nacional dos pa ses receptores de ajuda entre 10 e 15 anos aos os ciclos de doa o m dios 2 a 3 anos UNDP 2006 O contributo dos doadores igualmente fundamental no apoio t cnico e na disponibiliza o de informa o s autoridades
158. os solos As lamas tratadas devem ser aplicadas antes das planta es e n o podem de forma alguma ser aplicados como fertilizantes de vegetais que v o ser seguidamente consumidos crus O local de aplica o deve ser coberto por uma camada de solo e aconselha se ainda o uso de equipamento de protec o durante a aplica o NWP 2006 A irriga o uma solu o de disposi o final do efluente que se correctamente acompanhada nomeadamente quanto s condi es do solo das planta es e do clima pode trazer v rios benef cios Entre estes conta se a redu o do gasto de gua pot vel que pode ser assim encaminhada para o consumo dom stico e outros usos compat veis a redu o do consumo de fertilizantes e os custos moderados de aplica o necess rio ainda que no caso de um pr tratamento ineficiente estejam dispon veis meios para controlar ou minimizar as respectivas consequ ncias Tilley et al 2008 31 4 PLANEAMENTO E IMPLEMENTA O DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE GUA E SANEAMENTO DE GUAS RESIDUAIS 4 1 Aspectos gerais Tal como referido anteriormente as solu es mais apropriadas de SAS n o devem ser escolhidas apenas por motivos de natureza puramente tecnol gica mas pelo contr rio devem considerar igualmente os recursos humanos e financeiros dispon veis e naturalmente as caracter sticas s cio culturais da popula o a beneficiar Por esse motivo n o adequado definir um m todo un
159. ou em outros aspectos como a dimens o ou a qualidade das habita es Contudo a implementa o deste procedimento tem de ser cuidadosamente afinada Tr molet e Halpern 2006 Por fim h que lidar com as dificuldades que as popula es mais carenciadas enfrentam quanto ao cumprimento dos per odos de cobran a exigidos pelos operadores Na verdade estes per odos n o s o frequentemente coincidentes com os per odos dos rendimentos destas popula es usualmente di rios ou semanais e com grande car cter sazonal ou at mesmo irregular Este um problema transversal a todos os NS mas de novo mais cr tico nos NS superiores De forma a desencorajar o pagamento tardio ou ausente v rias medidas s o usualmente implementadas tais como a puni o financeira ou a desconex o da liga o resid ncia do infractor Contrariamente defende se a aplica o de abordagens mais flex veis nomeadamente atrav s de pagamentos com diferentes frequ ncias de cobran a e de sistemas de pr pagamento Os pagamentos flex veis dever o ser adequados s necessidades dos benefici rios Uma hip tese corresponde ao aumento da frequ ncia de cobran a que permitir efectuar pagamentos de menor valor em substitui o de uma conta nica O pr pagamento atrav s de contadores ou cart es electr nicos usado para restringir o consumo de gua quilo que pago sendo contudo necess rio encontrar formas de evitar o vandalismo e a re programa
160. para diminuir o fosso entre homens e mulheres de forma que seja garantida a igualdade de oportunidades aos dois g neros Quadro 2 4 Taxa de alfabetiza o nos PALOP referente ao ano 2007 adaptado de UNDP 2009 Cabo Guin Verde Bissau S o Tom Angola e Pr ncipe Mo ambique Taxa de alfabetiza o M dia de adultos a partir dos Mulher 15 anos da popula o Homem Outra caracter stica importante de um pa s o seu n vel econ mico Em Angola desde os finais dos anos 70 que o petr leo tem dominado a economia embora de forma pouco transparente e com pouco impacto no emprego As minas de diamantes s o tamb m uma fonte de receitas fulcral para o desenvolvimento do pa s Contudo o sector agr cola e industrial tem tido um crescimento muito lento condicionado por infra estruturas inadequadas fraca governa o e corrup o OCDE 2005 A economia cabo verdiana tem tido um desenvolvimento significativo nos ltimos anos nomeadamente devido ao turismo contrastando com o sector agr rio de poucos recursos e muito dependente da aleatoriedade clim tica e de pr ticas inadequadas de produ o Direc o Geral do Planeamento 2008 A Guin Bissau que faz parte dos 20 pa ses mais pobres do mundo OMS 2008 caracteriza se pela forte depend ncia da comunidade internacional A baixa produtividade e a inexist ncia de vias de acesso agravadas durante a poca das chuvas dificultam a
161. para os diferentes NS e SAS entre o ano 2010 e o ano 2030 A mancha a branco corresponde ao Aeroporto de Maputo A rea representada por cada NS n o proporcional ao n vel de cobertura mas apenas tenciona indicar de forma muito aproximada as zonas da cidade de Maputo onde cada NS pode assumir maior relevo em termos de popula o servida Quando na mesma zona houver mais do que um NS com express o relevante as Figuras referidas exprimem essa condi o Admitiu se que os NS mais altos se localizam na cidade de cimento e v o gradualmente diminuindo para a periferia da cidade Maputo 2009 2010 2030 ns NSII O NS III Figura 5 10 Representa o esquem tica da evolu o espacial aproximada dos N veis de Servi o NS de abastecimento de gua a Maputo no ano 2010 e no ano 2030 A Figura 5 10 permite verificar que o NS se centra nas zonas a norte de Maputo que est o fora da rea de concess o da AdM Contudo espera se que at 2030 estas reas recebam aten o especial caso n o sejam integradas num pr ximo contrato de concess o Ainda assim como s o habitadas por fam lias com menor capacidade econ mica pode acontecer que ao fim dos anos referidos ainda n o seja poss vel abastec las com um NS mais adequado O NS Il abrange uma grande rea da cidade de Maputo que tendencialmente dever diminuir para dar lugar ao NS III onde o conforto e a sa de ser o naturalmente melhor salva
162. popula o servida por gua canalizada Quadro 2 7 Cobertura em abastecimento de gua da popula o total rural e urbana para 1990 e 2008 segundo as seguintes categorias N o adequado Adequado e Agua canalizada Valores em percentagem adaptado de WHO e UNICEF 2010 Urbano N o adequado gua canalizada N o adequado gua canalizada N o adequado gua canalizada 1990 64 36 0 60 40 0 70 30 1 2008 50 50 20 62 38 1 40 60 34 Angola Cabo Verde Guin Bissau 1990 64 36 74 26 27 73 22 2008 53 47 71 29 23 77 20 S o Tom e 1990 Pr ncipe Mo ambique oo Observa se que Angola Guin Bissau e Mo ambique s o os pa ses que actualmente apresentam os menores n veis de cobertura total de abastecimento de gua Relativamente popula o rural Mo ambique apresenta o menor n vel de cobertura No meio urbano em Angola que o fornecimento deste servi o mais cr tico o que justificado pelo grande afluxo populacional para reas peri urbanas e pela insufici ncia de produ o de energia Governo de Angola 2003 importante referir tamb m a disparidade existente entre o meio rural e o meio urbano principalmente em Mo ambique No que diz respeito gua canalizada Cabo Verde e S o Tom e Pr ncipe destacam se por apresentarem maior cobertura e menor diferen a entre os meios rural e urbano De notar por m que estes n mero
163. projecto de saneamento oferecendo latrinas melhoradas enquanto o Departamento de Saneamento da DNA est a implementar a constru o de mini centros onde ser o produzidas e vendidas latrinas por artes os privados previamente capacitados Desta situa o pode resultar que os centros n o tenham clientes pois o grupo alvo j est a beneficiar de donativos Em contrapartida a WSUP tomou a iniciativa de contactar e coordenar as suas interven es com a ESF e actualmente est o a trabalhar no sentido de maximizar os recursos de cada um WSP 2008 5 4 3 N vel de cobertura e n veis de servi o A cidade de cimento servida por um sistema convencional de saneamento redes grav ticas de colectores e por um sistema constitu do por fossas s pticas com ou sem liga o ao sistema p blico de drenagem Pelo contr rio nas zonas peri urbanas as solu es encontradas correspondem a op es tecnol gicas de iniciativa privada e de baixo custo como as latrinas melhoradas ou n o e em menor n mero as fossas s pticas DNA 2008 A latrina melhorada diferencia se da n o melhorada por ser baseada no conceito de laje c ncava de bet o n o armado com t cnicas de constru o bastante simples mas que garante maior protec o da sa de p blica enquanto a latrina simples consiste apenas numa escava o sem cobertura e sem impermeabiliza o DNA 2006 Na Figura 5 7 apresenta se a distribui o percentual dos agregados familia
164. que abordado no sub cap tulo 4 4 7 da disserta o Os crit rios de qualidade de servi o relativos a pa ses em desenvolvimento s o por vezes inexistentes ou encontram se estabelecidos a n veis demasiado exigentes o que encarece de forma insustent vel os requisitos de opera o e manuten o dos sistemas Como consequ ncia t m lugar implica es negativas no valor das tarifas na necessidade de subs dios e na viabilidade dos sistemas Por exemplo a proibi o de obten o de gua a partir de furos onde POP se abastecem pode inviabilizar o acesso a gua para quem n o tenha outra solu o vi vel Esta uma situa o muito frequente dada a falta de capacidade t cnica e financeira caracter stica destes operadores que os impossibilita de satisfazer os crit rios definidos A regula o da qualidade dos SAS deve por isso ser flex vel considerar o dilema qualidade versus pre o bem como adaptar se s necessidades e realidades locais e s poss veis altera es ao longo do tempo Nesse sentido fundamental desmistificar a ideia de que apenas devem ser aplicados os crit rios existentes em pa ses desenvolvidos eventualmente aceitando se a redu o de exig ncias ambientais e caracter sticas de servi o como a press o de servi o no sistema de abastecimento de gua Paralelamente deve encorajar se o desenvolvimento de solu es inovadoras como a oferta aos clientes de mais de uma op o de servi o com di
165. ra muito pequena para contribuir A AdM assume por m um papel crucial na redu o de perdas de gua Como mencionado anteriormente est prevista a amplia o e remodela o da ETA Por m como j est a operar acima da capacidade nominal a amplia o prevista apenas aumentar a capacidade de produ o em 500 m h face aos 2 000 m h projectados Existem ainda outras alternativas para o aumento das disponibilidades de agua como seja a utiliza o das guas subterr neas do aquifero de Maputo Marracuene atrav s de um campo de furos que contribu a para aumentar as disponibilidades de gua na regi o de Laulane e nos bairros localizados a norte desta regi o permitindo se ent o utilizar na ntegra o caudal da ETA para o fornecimento de gua restante rea de concess o Al m disso permitiria um controlo mais eficaz da quantidade e qualidade da gua na origem uma vez que mais f cil fazer esta monitoriza o do que efectuar o controlo de dezenas de pequenos furos distanciados entre si Ser contudo necess rio controlar devidamente este aproveitamento de modo a evitar a sua sobre explora o o avan o da cunha salina e a contamina o N o pode deixar de ser referido tamb m o projecto de aproveitamento hidr ulico de Moamba Major na bacia do rio Incomati que viabilizaria a transfer ncia de gua transvaze deste aproveitamento para o rio Movene um afluente do rio Umbel zi Ali s uma solu o recom
166. rabilidade a doen as especialmente agravada pela precariedade das solu es de abastecimento de gua e de saneamento existentes Nessas zonas peri urbanas o consumo m dio di rio de gua encontra se entre os 5 e os 30 litros e a gua na sua maioria obtida a partir de fontes de gua pontuais como furos po os e fontan rios No saneamento as latrinas s o a forma de deposi o no local predominante seguindo se as fossas s pticas As comunidades de menores rendimentos pagam pre os mais elevados por servi os de guas de pior qualidade que os que t m lugar em zonas n o perif ricas WUP 2003 A melhoria dos servi os nas reas perif ricas constitui um grande e dif cil desafio fundamentalmente devido aus ncia de planeamento urbano falta de informa o sobre a popula o s condi es geogr ficas e de ocupa o e s dificuldades de acesso Os investimentos para a expans o dos servi os s o usualmente direccionados para reas planeadas onde o estatuto legal claro e onde os riscos de investimento e de recupera o de custos s o baixos o que n o acontece na maioria das reas peri urbanas Por fim n o existe normalmente uma estrat gia de regula o e legaliza o destas comunidades situa o ainda agravada pelos inapropriados canais de comunica o existentes entre os diferentes agentes envolvidos WUP 2003 1 2 Motiva o e objectivos Constitui objectivo da presente disserta o contrib
167. res residentes em Maputo por tipo de saneamento em 2004 Observa se que quase 60 da popula o da cidade servida por latrinas e 25 por fossas s pticas Apenas 16 da popula o est directamente ligada rede p blica de drenagem 66 0 2 0 16 0 E Retrete ligada rede de esgotos 30 5 E Retrete ligada a fossa s ptica E Latrina melhorada 24 8 E Latrina n o melhorada E No solo 28 6 Figura 5 7 Distribui o percentual dos agregados familiares residentes em Maputo por tipo de saneamento em 2004 adaptada de Conselho Municipal de Maputo 2008 A concep o da latrina melhorada definida como priorit ria para as reas peri urbanas foi desenvolvida em 1979 tendo tido bastante aceita o No entanto o acompanhamento t cnico insuficiente ao n vel do projecto e constru o a falta de sensibiliza o sobre as condi es hidro geol gicas locais e a falta de verbas e de materiais de constru o condicionaram o xito da iniciativa DNA 2006 Foi ent o iniciado em 1985 o Programa Nacional de Saneamento a Baixo Custo nos sub rbios de Maputo que levou expans o da utiliza o das latrinas melhoradas a partir da cria o de v rios centros de constru o INDER 1994 A Figura 5 8 a apresenta um centro de constru o em Maputo Em 1999 cessou o apoio ao programa e a actividade desses centros foi reduzida significativamente Actualmente muitos dos referidos centros ainda existem mas com
168. reservat rio WaterAid 2008 Por vezes o escoamento atravessa um filtro de rede antes de entrar no reservat rio de forma a prevenir a entrada de potenciais poluentes igualmente usual colocar um descarregador que permita que os primeiros 20 litros de gua da chuva potencialmente mais polu dos sejam desviados do interior do reservat rio Brikk e Bredero 2003 O recurso a po os manuais apresenta como principal condicionante a profundidade a que se encontra a gua sendo tecnicamente vi vel em aqu feros com len ol fre tico a menos de 10 m de profundidade Por fim a execu o de furos profundos constitui uma t cnica que permite extrair guas subterr neas a maiores profundidades em aqu feros arenosos em zona de rocha fracturada ou solos consolidados ou em zonas sob camadas espessas de argila DNA 2004 No Quadro 3 2 comparam se as op es de capta o de gua consideradas no que respeita a vantagens desvantagens e necessidades de opera o e manuten o Quadro 3 2 An lise comparativa de op es de capta o de gua adaptado de WaterAid 2008 Brikk e Bredero 2003 e DNA 2004 precipita o Potencialidade de aplica o em locais com precipita o N c o D c gt N o a Necessidades Vantagens o c o 2 2 o de opera o e manuten o q E 2 3 o suficiente e quando a gua superficial e subterr nea inacess vel ou n o apresenta q
169. reza Il Rep blica de Cabo Verde Minist rio das Finan as e Administra o P blica Direc o Geral do Planeamento DNA 2004 Manual T cnico para a Implementa o de Projectos de Abastecimento de gua e Saneamento Rural Rep blica de Mo ambique Minist rio das Obras P blicas e Habita o Direc o Nacional de guas DNA 2004 Plano Estrat gico de Saneamento de Maputo Volume 2 7 Governo de Mo ambique Minist rio das Obras P blicas e Habita o Direc o Nacional da gua 86 DNA 2005 Directrizes Sociais sobre a educa o em sa de higiene e saneamento Rep blica de Mo ambique Minist rio das Obras P blicas e Habita o Direc o Nacional da gua Primeiro Projecto Nacional de Desenvolvimento de gua DNA 2006 Directrizes T cnicos para o Saneamento Rural Rep blica de Mo ambique Minist rio das Obras P blicas e Habita o Direc o Nacional de guas Programa Nacional de Desenvolvimento do sector de guas DNA 2008a Plano Estrat gico de gua e Saneamento Urbano 2006 2012 Relat rio Preliminar Rep blica de Mo ambique Minist rio das Obras P blicas e Habita o Direc o Nacional das guas DNA 2008b Plano Econ mico e Social de 2009 Rep blica de Mo ambique Minist rio das Obras P blicas e Habita o Direc o Nacional das guas DNA 2009 Apresenta o Situa o de saneamento em Mo ambique Rep blica de Mo ambique Minist rio das Obras P blicas e Ha
170. rivados Palmer e Tricamegy 2007 No entanto os equipamentos sofrem avarias frequentes Trata se de um mercado que n o regulado nem em termos de qualidade nem de tarifas H tamb m a dificuldade de acesso dos cami es a certas zonas peri urbanas uma vez que estas reas possuem vias de acesso muito limitadas e condicionadas Al m disso as lamas das latrinas apresentam por vezes elevada densidade elevada de mat ria seca e os cami es tanque n o disp em de capacidade suficiente para as bombear Assim quando as latrinas ficam cheias a solu o normalmente encontrada a de construir uma nova latrina num lugar diferente Quando tal n o poss vel tem lugar a evacua o manual dos res duos o que constitui naturalmente uma op o inaceit vel Como experi ncias positivas refiram se as da associa o ADASBU do bairro Urbaniza o em Maputo que oferece um servi o de limpeza de fossas s pticas e de latrinas recorrendo a m quinas especialmente fabricadas para operar nos bairros desordenados n o planificados e de dif cil acesso A associa o consegue recuperar os custos de opera o manuten o e de descarga das lamas na Esta o de Tratamento de guas Residuais estando actualmente a expandir os seus servi os para os bairros vizinhos A deposi o final das lamas constitui outro problema s rio em termos de riscos para a sa de p blica Actualmente n o existe qualquer esta o de tratamento de lamas embora e
171. rmas de regula o mas a implementa o deixada na pr tica responsabilidade do Munic pio que det m um importante papel de supervisor mas que pode delegar esta tarefa a um n vel mais descentralizado como os CA associa es locais ou Organiza es Baseadas na Comunidade OBC H tamb m a possibilidade de coopera o com as autoridades municipais atrav s de um representante que existe em cada bairro e com um delegado do CRA que representa o Munic pio No entanto s o apontadas limita es no sentido de lidar com as reclama es das pessoas Matsinhe et a 2008 Na Figura 5 5 pretende se demonstrar as rela es referidas N S k f AS Es L LOCAL 5 at j R e I P P r 4 4 a id a IN on B TEE e LEGENDA t N E E E Supervis o informal Al 10 1 P E Rela o de supervis o 4 kS Rela o contratual a e a Rela o de regula o P Contribui o do consumidor Figura 5 5 Gest o de fontan rios em Maputo adaptada de Matsinhe et al 2008 Em ltimo lugar resta referir a import ncia da Sociedade Civil no enquadramento institucional de Maputo nomeadamente as ONG e OCB como elos de liga o entre as comunidades e as autoridades locais V rias ONG internacionais como WaterAid WSUP Unicef e ESF e ONG nacionais como a Pamodzi Estamos Adasbu Amdec t m se dedicado a trabalhar com OCB ao n vel dos bairros no sentido de melhorar o acesso aos s
172. rna os POP teis para a sociedade o que tem lugar com a exist ncia de requisitos e especifica es t cnicas ou de qualidade especialmente gravosas economicamente Tr molet e Halpern 2006 4 4 6 Financiamento Existe um grave problema de aloca o e defini o de prioridades no sector financeiro dos SAS Na verdade n o s os recursos tendem apenas a ser direccionados para manter os servi os existentes como o dinheiro encaminhado para a expans o da cobertura dos servi os beneficia em geral as comunidades mais pr speras residentes nas zonas planeadas e n o as que ainda n o t m servi os dispon veis que correspondem maioritariamente s zonas PUI Reed 1995 Assim a estrat gia de financiamento de um pa s e de projectos dos SAS fundamental para o sucesso dos mesmos Nalguns pa ses existe uma clara tend ncia de financiamento do lado da oferta atrav s de investimentos na tecnologia e na produ o Noutros aposta se no maior est mulo da procura justificado pela insustentabilidade de projectos que mostraram estar demasiado dependentes de ajuda externa UNDP 2006 Na presente disserta o encara se uma abordagem interm dia Nesse sentido insiste se na import ncia de apoiar os mercados no sentido de criar condi es para o fornecimento dos servi os em pa ses em desenvolvimento e simultaneamente refor ar a prem ncia da mobiliza o dos recursos econ micos das fam lias com o devido apoio s mais car
173. roblemas de cada op o tecnol gica bem como aos requisitos de opera o e manuten o N o s o referidos crit rios de dimensionamento e disposi es construtivas para os quais se recomenda a leitura de literatura especializada 3 2 Componentes e tecnologias de abastecimento de gua 3 2 1 Capta o Ao seleccionar a solu o a adoptar para a capta o de gua necess rio ter em conta a quantidade e qualidade das diferentes origens de gua dispon veis ao longo do tempo bem como a facilidade de 15 acesso Nos PALOP a diminui o da quantidade de gua dispon vel para consumo humano constitui um problema cr tico sendo Angola o pa s menos suscept vel escassez de recursos h dricos Pereira 2008 Na Guin Bissau a disponibilidade de recursos h dricos afectada pela grande variabilidade da precipita o anual IRC 1995 e em S o Tom e Pr ncipe especialmente preocupante a desigual distribui o espacial dos recursos h dricos encontrando se a maioria da gua dispon vel em regi es montanhosas de dif cil acesso DRNE 2008 Em Mo ambique 60 da gua superficial tem origem em rios internacionais o que prova a forte depend ncia em rela o a outros pa ses PNUD 2005 Simultaneamente tem se observado uma diminui o geral da qualidade da gua nos PALOP nomeadamente nas zonas litorais de Cabo Verde S o Tom e Pr ncipe e Mo ambique como consequ ncia da intrus o salina MAAP 2004 Gi
174. rsti es e cren as Rela o de poder dom stico igualdade de g nero Receptividade a coopera o com outras entidades Grupos alvo com necessidades de cobertura Material de lavagem usado no saneamento H bitos de higiene Prefer ncia pela localiza o dos SAS Conveni ncia privacidade e seguran a desejadas Motiva o e expectativas para os servi os Aceita o da utiliza o de v rias tecnologias Necessidades especiais crian as mulheres idosos portadores de defici ncias etc Caracteriza o Prefer ncias e potencialidades de grupos comunit rios 36 Factores institucionais e pol ticos Os decisores pol ticos de pa ses em desenvolvimento s o frequentemente criticados pela falta de lideran a vontade pol tica e relut ncia em usar abordagens alternativas no sentido de prosseguir com os objectivos de acesso a SAS UNDP 2006 Por vezes as exig ncias t cnicas desajustadas realidade e impostas por legisla o nacional dificultam o fornecimento dos servi os tamb m comum que a legisla o pro ba operadores de gua de pequena dimens o de fornecer gua aos clientes de baixos rendimentos ou que imponha crit rios ambientais e t cnicos inexequ veis em pa ses em desenvolvimento Especial refer ncia merecem as quest es de falta de planeamento urbano e de ilegalidade das habita es WUP 2003 Deste modo justifica se a import ncia de
175. s ptica a que corresponde o NS Il um reservat rio estanque onde as guas residuais se mant m durante um certo per odo suficiente para sofrerem um certo grau de tratamento f sico e biol gico Em virtude da baixa velocidade das guas residuais afluentes fossa as mat rias sediment veis sob ac o do peso tendem a decantar e a separar se do l quido dando origem s lamas Simultaneamente os s lidos flutuantes de menor densidade como gorduras e detrinas vegetais sobem superf cie aglomerando se gradualmente e formando as escumas Como o oxig nio dissolvido rapidamente extinto inicia se um processo de degrada o anaer bio que conduz estabiliza o parcial ou total dessas subst ncias Morais 1962 Ocorre assim a transforma o da mat ria org nica em mat ria mineral acompanhada da liberta o de gases e da redu o apreci vel do volume de lamas DGQA 1986 O efluente l quido segue para tratamento biol gico ou para tratamento no solo Geralmente a fossa s ptica segue se a uma retrete ou latrina com fossa h mida ou sif o hidr ulico No caso da fossa h mida existe uma fossa selada com gua para onde entra directamente um tubo de descarga o que evita a propaga o de odores desagrad veis e de insectos A fossa tem de ser imperme vel para evitar a infiltra o para o solo evitando tamb m a redu o da altura de gua da fossa Gon alves 2008 A outra alternativa consiste na introdu o de u
176. s a cabo por Organiza es Baseadas na Comunidade OBC muitas delas em pareceria com as ONG t m tamb m alcan ado xito especialmente quando existe colabora o com as entidades pol ticas ou de fornecimento de servi os Geralmente apresentam boa capacidade de recupera o de custos e custos unit rios reduzidos embora algumas organiza es estejam fortemente dependentes dos governos locais e ag ncias internacionais enquanto outras n o apresentam estrutura legal WSSCC 2005 Por fim o fraco ou ausente envolvimento dos agentes de SAS com as comunidades tem ditado o fracasso de v rios projectos o que resulta muitas vezes da aus ncia de sentimento de perten a e responsabiliza o por parte das popula es servidas WaterAid e Tearfund 2003 Deste modo essencial para garantir a viabilidade de SAS em pa ses em desenvolvimento verificar o potencial papel da comunidade Pybus e Schoeman 2001 No Quadro 4 3 apresentam se as reas de an lise a considerar no mbito dos factores de an lise institucionais e pol ticos Quadro 4 3 reas de an lise e aspectos institucionais e pol ticos a considerar reas de an lise Aspectos institucionais e pol ticos a considerar Estrat gias e prioridades nacionais Enquadramento legal e de regula o Planeamento urbano e gest o ambiental Promo o de campanhas de sensibiliza o Fun es actuais e futuras desempenhadas pelos agentes envolvidos Coordena o e instr
177. s escondem assimetrias nacionais Em Cabo Verde por exemplo em apenas 6 dos 22 concelhos mais de metade dos agregados familiares est ligada rede p blica de abastecimento de gua Direc o Geral do Planeamento 2008 Por outro lado um abastecimento de gua canalizada n o garante necessariamente uma boa qualidade da gua Em S o Tom e Pr ncipe em 2004 menos de 20 da popula o com acesso a gua canalizada recebia gua pot vel Gibbs 2005 Por ltimo referir que diferentes documentos apresentam frequentemente valores d spares Em 2006 por exemplo apresenta se em DRNE 2008 uma taxa de acesso a gua pot vel em S o Tom e Pr ncipe de 38 o que claramente contradit rio com a informa o apresentada no Quadro 2 7 retirada de WHO e UNICEF 2010 10 O Joint Monitoring Plan JMP um programa que monitoriza os ODM nos v rios pa ses com base em crit rios comuns O Quadro 2 8 apresenta a percentagem da popula o rural e urbana que recorre a diferentes tecnologias usadas para a obten o de gua A informa o referente a cada pa s relativa ao ano que apresenta informa o mais actualizada Quadro 2 8 Popula o em meio urbano e meio rural que recorre a diferentes tecnologias de obten o de gua Valores em percentagem adaptado de OMS 2010 Cabo Verde Guin Bissau Mo ambique S o Tom e 2005 2006 2008 Pr ncipe 2006 Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural Urb
178. s medidas relativas regula o licenciamento dos POP e estrutura tarif ria errar 74 Quadro 5 7 N veis de Servi o em saneamento e respectivas op es de Deposi o e Transporte Disposi o final Tratamento e ou Reutiliza o bem como Grau de protec o da sa de p blica 76 Quadro 5 8 Tipologia benef cios dificuldades e prioridades das medidas relativas a solu es para o sector do saneamento de guas residuais em Maputo reatar 19 Quadro 5 9 Percentagem aproximada de popula o servida por abastecimento de gua na cidade de Maputo por N veis de Servi o Valores estimados para 2010 e meta para 2030 80 Quadro 5 10 Percentagem aproximada de popula o de Maputo servida por saneamento por N veis de Servi o Valores estimados para 2010 e metas consideradas para o ano 2030 80 xii ACR NIMOS AdM CRA FIPAG IDH JMP NS OCB ODM ONG OP PALOP POP PUI SAS guas de Mo ambique Conselho de Regula o da gua Fundo de Investimento e Patrim nio do Abastecimento de gua ndice de Desenvolvimento Humano Plano Conjunto de Monitoriza o Joint Monitoring Plan N vel de Servi o Organiza o Comunit ria de Base Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio Organiza o N o Governamental Operador Principal Pa ses Africanos de L ngua Oficial Portuguesa Pequen
179. s objectifs du mill naire pour le d veloppement en Guin e Bissau Pybus P Schoeman G 2001 Performance indicators in water and sanitation for developing reas Water Science and Technology Vol 44 No 6 pp 127 134 O IWA Publishing 2001 Reed 1995 Sustainable sewerage Regulamento dos Sistemas P blicos e Perdiais de distribui o de gua e de drenagem de gua residuais Rep blica de Angola 2005 Angola Millennium Goals Report Summary Rep blica de Mo ambique 2008a Report on the millennium development goals Minist rio do Planeamento e Desenvolvimento Mo ambique Rep blica de Mo ambique 2008b Balan o do meio termo do programa quinzenal do governo 2005 2009 Maputo 89 Rep blica de Mo ambique 2009 Balan o do Plano Econ mico e Social semestre de 2009 Maputo R publique de Guin e Bissau 2004 Premier rapport sur les Objectifs du Mill naire pour le D veloppement en Guin Bissau Sangreman C E J nior F S Zeverina G J R Barros M M J 2006 A evolu o pol tica recente na Guin Bissau as elei es presidenciais de 2005 os conflitos o desenvolvimento a sociedade civil Colec o Documentos de Trabalho n 70 Centro de Estudos sobre frica e do Desenvolvimento do Instituto Superior de Economia e Gest o da Universidade T cnica de Lisboa CESA Schertenleib R 2005 From conventional to advanced environmental sanitation Water Science and Technology Vol 51 No10 7
180. s qu micos foi 3 a 5 vezes mais elevado do que o de 2006 bem como taxa de degrada o da terra 70 a 80 da terra cultiv vel em frica j se encontra degradada Por m existem nesse dom nio ainda muitos tabus culturais e desconhecimento por isso fundamental que as actividades de reutiliza o sejam reguladas Para controlar os riscos para a sa de p blica em 2006 a WHO juntamente com a UNEP e a FAO publicou um novo guia relativo reutiliza o segura de excreta humano e urina na agricultura mais flex vel no sentido de divulgar m todos apropriados de tratamento para assegurar benef cios ambientais e proteger a sa de humana a v rios n veis no tratamento na agricultura e ao n vel do consumidor Este guia apresenta tamb m padr es de qualidade da gua IWA 2008 Uma das correntes de 30 reutiliza o de produtos no mbito do saneamento designada por Saneamento Ecol gico em termos anglo sax nicos eco sanitation o qual aborda as potencialidades de aproveitar os efluentes e os nutrientes com um consumo m nimo de gua energia reagentes e materiais Langergraber e Muellegger 2004 Em particular a aplica o de lamas tratadas e de composto na agricultura especialmente encorajante pelo conte do em nutrientes azoto f sforo e pot ssio e mat ria org nica que reduz a necessidade de fertilizantes artificiais j que melhoram a fertilidade estrutura e capacidade de reten o d
181. s tr s op es apresentadas de tratamento do efluente no solo 29 Quadro 3 9 An lise comparativa de op es de tratamento no solo de efluente adaptado de Morais 1962 DGQA 1986 Po o absorvente Trincheira de infiltra o Trincheiras filtrantes Viabilidade quando os terrenos q di Maior facilidade de arejamento ake Peres c Adequabilidade a solo PRO RR s o imperme veis ou se forem o da camada bioldgica Deas D imperme vel assente sobre E perme veis mas o poder de Ea Maior protec o da gua SAS forma es perme veis a X absor o t o reduzido que 5 subterr nea j i baixa profundidade EE exige uma avultada rea de gt Viabilidade em solos arenosos terreno q Interdito em reas de S z 2 capta o de gua Possibilidade de contamina o gt S Menor efici ncia de filtra o Dificuldade de utiliza o do por microrganismos patog nicos E S biol gica terreno para outros fins como o Necessidades de grandes 2 Q o Perigo de contamina o em prado ou a horta reas o que aumenta o custo do o solos perme veis ou rochas sistema fendilhadas Verificar o funcionamento do sistema de 6 em 6 meses observando se o terreno apresenta ind cios de refluxo de efluentes Verificar tamb m o estado de conserva o dos rg os Limpar a vala caso o afluente arraste quantidades apreci veis de mat rias sediment veis ou flutuantes
182. sencial vida que doutra forma n o estaria acess vel a muitas pessoas Assim tendo em conta que o tempo de retorno de um investimento de um POP em m dia 3 anos sugere se que num per odo de 3 anos a partir do momento da implementa o do licenciamento ou noutro per odo que se considere mais adequado se permita a um POP escolher entre continuar com o aproveitamento do seu furo ou ligar se AdM Deve contudo fazer se um trabalho paralelo para mostrar as vantagens e tornar aliciantes a liga o AdM nomeadamente pela melhoria da imagem junto dos seus clientes pela maior garantia de qualidade de gua e pela diminui o dos riscos de opera o se for acordado que passam a ter apoio t cnico da AdM por isso importante que se fa a tamb m uma campanha de sensibiliza o da comunidade centrada na AdM e que mostre popula o o esfor o que a empresa faz no sentido de melhorar a sua qualidade e cobertura Findo o per odo considerado os POP que ainda assim n o se ligaram AdM ser o obrigados a fazer essa liga o Se entretanto a AdM alterou as suas condi es e passou a estar impossibilitada de o fazer os POP poder o ver a sua licen a renovada mais um ano De ressalvar que os POP que iniciem as suas actividades devem obrigatoriamente realizar a liga o ao sistema da AdM Apresentados que est o os cen rios importa agora apresentar as sugest es quanto regula o do servi o Tal como indicado no Quadr
183. seu envolvimento no projecto O processo de consciencializa o e motiva o deve ser precedido da identifica o das necessidades sentidas pelas popula es e do conhecimento geral sobre a comunidade a servir O que permitir transmitir a mensagem de forma mais efectiva e melhor adaptada realidade e aos recursos locais O n vel de informa o a recolher n o necessita de ser muito detalhado uma vez que 32 apenas se pretende sensibilizar as pessoas para a identifica o do problema e motiv las para o resolver Ainda assim necess rio considerar as mensagens a serem comunicadas e aplicar m todos de comunica o adequados como o uso de recursos visuais e de m todos interactivos DNA 2005 Aconselha se a distribui o de folhetos nas l nguas locais bem como a difus o de informa o via r dio ou atrav s da organiza o de pequenos conv vios ou sess es onde se utilizem can es teatro ou banda desenhada como ve culos de comunica o Em Mo ambique desenvolveu se um programa nacional de sensibiliza o baseado em m todos comunit rios de comunica o participativa que recorrem a agentes de educa o pertencentes pr pria comunidade a servir o que facilitou a aceita o e a confian a das pessoas INDER 1994 Existem v rias abordagens para incentivar o envolvimento da comunidade nos projectos de SAS Em particular o m todo Esp rito de Iniciativa Planeamento de Ac o e Responsabilidade asse
184. sinhe et al 2008 estimando se que existam aproximadamente 450 POP activos em Maputo e Matola gerindo 37 000 liga es domicili rias e 320 fonten rios maioritariamente nas zonas de maior densidade demogr fica AFD 2009 Os POP variam do vendedor com um simples fontan rio no seu quintal tendo lugar uma grande proximidade aos clientes a operadores com v rios sistemas servindo mais de 1800 liga es domicili rias sendo aplicadas inclusivamente estrat gias bem definidas como o uso de descontos e a redu o de custos de liga o AFD 2009 Na Figura 5 4 apresentam se imagens de um sistema operado por um POP em Maputo Figura 5 4 Reservat rio de armazenamento de gua de POP em Maputo esquerda e contadores do mesmo operador direita 60 Na realidade os POP respondem bem a algumas das necessidades das popula es como a prontid o na resposta a pedidos de liga o domicili ria e a reclama es AFD 2009 A maioria efectua a liga o no pr prio dia sem exigir documentos de identifica o ou t tulos de propriedade ao contr rio do que acontece na AdM TESE 2006b O tempo de distribui o das liga es domicili rias com frequ ncia superior a 17h di rias AFD 2009 e o modo de pagamento adaptado s pessoas sendo frequentemente faseado Contudo n o h garantia de qualidade da gua fornecida pelos POP TESE 2006b apesar de recentemente alguns POP terem come ado j a realizar exames de qualid
185. ssim poss vel dividir as institui es do sector em an lise em 4 categorias apresentadas na Figura 5 2 57 Opera o Fundo de Investimento e Patrim nio do Governo Abastecimento de gua FIPAG Minist rio das Obras P blicas e Habita o guas de Mo ambique AdM MOPH i Direc o Nacional das guas DNA Planeamento e Coordena o Regula o e Controlo Conselho de Regula o da gua CRA Contributo da Sociedade Civil Organiza es Baseadas na Comunidade Fundo de Investimento e Patrim nio do OBCs Abastecimento de Agua FIPAG eee Comunidade Municipio Figura 5 2 Categoriza o das principais institui es do sector do abastecimento de gua em Maputo Ao Estado compete a responsabilidade do planeamento estrat gico do sector atrav s do Minist rio das Obras P blicas e Habita o MOPH respons vel pelo controlo das actividades do sector e pela prepara o de legisla o Por sua vez o MOPH apresenta como rg o central a Direc o Nacional de guas DNA a qual formula estrat gias pol ticas e cen rios de desenvolvimento DNA 2008a Ao n vel p blico o Munic pio mant m ainda o seu papel em termos de planeamento de infra estruturas tendo de ser consultado em decis es pertinentes PNA 2007 Em 1998 foi estabelecido o Fundo de Investimento e Patrim nio do Abastecimento de gua FIPAG cuja fun o atrair e gerir investimentos para a reabil
186. stado um nico POP De seguida a AFORAMO recusou se a prosseguir o di logo com o FIPAG enquanto os compromissos assumidos publicamente n o fossem efectivamente postos em pr tica AFD 2009 Por fim ainda necess rio referir a modalidade de revendedores domicili rios que s o os clientes da AdM que revendem gua aos vizinhos Mesmo os residentes que t m acesso a fontan rios da AdM optam frequentemente por esta solu o por haver maior proximidade do revendedor e para evitar os tempos de espera em fontan rios A gest o da revenda dificultada pela irregularidade de factura o da AdM e a sua grande variabilidade o que prejudica a estimativa dos custos de gua TESE 2006b De notar por m que alguns dos donos das torneiras n o cobram a gua aos vizinhos o que parece ser parte de um sistema costumeiro de solidariedade entre familiares e amigos DNA 2004 H tamb m os designados txovas que s o condutores de carros de m o que distribuem baldes de 15 a 20 litros de gua pelas ruas porta a porta abastecendo se normalmente em fontan rios da AdM ou de POP TESE 2006b Estima se que contribuam para 0 7 do abastecimento de gua a Maputo TESE 2009 Relativamente regula o das opera es e das rela es entre o FIPAG e a AdM a entidade a cargo destas fun es o Conselho de Regula o da Agua CRA DNA 2008a A limita o geogr fica das actividades do regulador definida pela fronteira da
187. steja a ser constru da uma unidade no mbito da reabilita o da ETAR no vale do Infulene em Maputo Matola As lamas s o assim maioritariamente descarregadas nas guas superficiais ou no solo em campos de acesso p blico sem qualquer tratamento n o existindo que se tenha conhecimento um quadro jur dico que regulamente as descargas DNA 2008 A rede de guas residuais encontra se em alguns locais da cidade degradada apresentando actualmente fugas exfiltra es as quais podem causar problemas por contamina o dos meios receptores Estima se que a Esta o de Tratamento de guas Residuais ETAR do munic pio de Maputo sirva apenas 10 da popula o Os efluentes s o usados em parte para irriga o agr cola As restantes guas residuais s o lan adas na Ba a de Maputo sem tratamento contaminando o ambiente A ETAR existente bem como a rea j prevista para a sua amplia o localizam se no Infulene entre as cidades de Maputo e da Matola UN HABITAT 2008b 5 5 Apresenta o de solu es gerais integradas e faseadas 5 5 1 Aspectos gerais importante ter presente que falta informa o actualizada nomeadamente quanto sensibilidade da comunidade necessidade e prioridade do saneamento Realce se que se pretende apresentar neste 68 trabalho algumas solu es poss veis ou vi veis sendo que o processo de decis o ou optimiza o da escolha se deve basear em informa o de campo mais pormenorizada
188. t cnicas das redes convencionais n o s o adequados em regra a reas peri urbanas de pa ses em desenvolvimento pelo que t m vindo a ser adoptadas outras solu es nomeadamente as redes decantadas e as redes simplificadas Os custos reduzidos associados s solu es n o convencionais resultam da menor profundidade das escava es do menor di metro dos colectores bem como da simplicidade e do menor n mero de c maras de visita Ainda assim as redes n o convencionais encontram se frequentemente em m s condi es Mara e Broome 2008 Em particular a rede de guas residuais decantadas consiste num sistema de colectores que recebe apenas a frac o l quida das guas residuais ap s terem sido sujeitas a uma decanta o pr via em tanques de decanta o Estes tanques tamb m designados por tanques interceptores localizam se junto aos locais de produ o o que diminui significativamente os riscos de entupimento permitindo a utiliza o a jusante de colectores de di metro reduzido usualmente variando entre 50 e 100mm Mara 2008 Este tipo de rede muitas vezes instalado em locais onde j existem fossas s pticas que funcionam como tanques interceptores e onde tem lugar um abastecimento de gua constante Numa perspectiva de evolu o da rede essencial que se garanta espa o dispon vel para instalar novos tanques interceptores Gon alves 2008 Embora as guas residuais transportadas isentas de s lidos f
189. te pa s n o existem sistemas de saneamento de guas residuais mas apenas algumas fossas s pticas e latrinas secas Gibbs 2005 A propor o da popula o que recorre a defec o ao ar livre consider vel em qualquer dos pa ses e mais gravosa em meio rural O saneamento n o adequado excep o de Cabo Verde igualmente muito cr tico De facto na Guin Bissau por exemplo frequente a utiliza o de latrinas e fossas mal concebidas que representam um perigo elevado para sa de p blica DENARP 2005 O modo comunit rio o tipo de Saneamento menos comum sendo mais vulgar em reas urbanas da Guin Bissau Mo ambique e S o Tom e Pr ncipe Neste ltimo pa s os balne rios municipais apresentam um funcionamento satisfat rio provavelmente por se cobrar entrada aos utilizadores Gibbs 2005 Adicionalmente tal como referido no caso do abastecimento de gua h que ter em aten o a diverg ncia de valores de cobertura de servi o correspondentes a diferentes fontes de informa o ainda que origin rias de documentos oficiais Esta situa o resulta nalguns casos das defini es adoptadas o caso da latrina que muitas vezes se refere a um simples buraco no solo sem qualquer cobertura e que considerada por vezes como m todo de saneamento adequado de deposi o de excreta apesar de internacionalmente n o ser classificado como tal PNUD 2005 Veja se por exemplo que em 2007 a cobertura total
190. temas em an lise nomeadamente acerca da necessidade de consciencializa o e de capacita o dos agentes envolvidos da an lise cuidada da situa o existente e da selec o das tecnologias e abordagens mais apropriadas S o igualmente referenciadas quest es relevantes relativas implementa o gest o avalia o e monitoriza o dos sistemas referidos O cap tulo 5 diz respeito ao Caso de Estudo o qual se baseia na identifica o de solu es apropriadas para o abastecimento de gua e saneamento de guas residuais nas zonas peri urbanas da cidade de Maputo em Mo ambique tendo em conta os condicionalismos institucionais regulat rios de cultura e outros n o exclusivamente t cnicos e econ micos No Cap tulo 6 apresentam se as principais conclus es e recomenda es do trabalho 2 PA SES AFRICANOS DE L NGUA OFICIAL PORTUGUESA 2 1 Caracteriza o sum ria Os Pa ses Africanos de L ngua Oficial Portuguesa PALOP formam um grupo de cinco pa ses lus fonos africanos constitu do em 1996 Angola Cabo Verde Guin Bissau Mo ambique e S o Tom e Pr ncipe Os referidos pa ses ganharam a sua independ ncia em 1974 75 na sequ ncia do processo de descoloniza o de Portugal seguindo diferentes rumos e estrat gias pol ticas dificultadas muitas vezes por conflitos civis Infopedia 2010 Para caracterizar sumariamente e comparar a situa o nos PALOP recorre se neste trabalho ao ndice de Desenvolvi
191. titui uma tend ncia comum o que justifica o fracasso de v rias iniciativas Na verdade a aus ncia de monitoriza o inviabiliza a identifica o das melhorias necess rias em projectos futuros nomeadamente no que diz respeito a defici ncias no projecto e em quest es de opera o e manuten o De notar que o dinheiro dispon vel proporcionado pelos doadores constitui geralmente apenas uma frac o do total necess rio para a constru o e gest o do sistema Ludwig 2006 Deste modo a monitoriza o conduzida pelos fornecedores de servi o uma entidade reguladora ou uma entidade p blica um processo fundamental para acompanhar o desempenho de SAS desde o in cio do projecto e ao longo do tempo Os censos nacionais e os question rios em geral s o importantes fontes de informa o embora nem sempre sejam suficientemente detalhados para identificar os principais problemas dos SAS nem para os categorizar por localidades ou por outras dimens es econ micas e sociais A recolha de dados exige geralmente o contacto com institui es p blicas a v rios n veis institui es privadas e com a comunidade local WSSCC 2005 Para uma avalia o sistem tica da informa o recolhida no processo de monitoriza o devem ser definidos crit rios de avalia o do desempenho os quais podem estar associados a metas e objectivos Estes crit rios de desempenho s o muitas vezes vistos como uma amea a especialmente nos pa ses em desenvolvi
192. tiva O segundo aspecto a observar diz respeito n o identifica o clara das melhores op es a adoptar Na verdade a grande diversidade de circunst ncias locais entre cada PALOP e dentro de cada pa s impossibilita a escolha de uma solu o nica Ali s esta uma das principais ideias que se pretende 83 transmitir com a presente disserta o n o h solu es de abastecimento de gua ou de saneamento que sejam universalmente aplic veis a todas as situa es Deste modo constituiu um desafio interessante examinar os poss veis caminhos sustent veis que podem ajudar a acelerar o progresso nesta rea O contributo que o trabalho pretendeu representar relaciona se com tr s vertentes Um primeiro contributo refere se an lise de op es tecnol gicas de baixo custo categorizadas em N veis de Servi o e em processos com o intuito de esclarecer as diferentes etapas necess rias ao fornecimento do servi o e as possibilidades que representam Adicionalmente entendeu se apresentar a compatibilidade entre N veis de Servi o de sistemas de abastecimento de gua e N veis de Servi o de saneamento conhecimento fundamental para garantir que n veis desiguais n o condicionam o sucesso de projectos na mesma rea Uma segunda contribui o passa pela considera o de diversas quest es de mbito ambiental t cnico s cio cultural econ mico pol tico e institucional estruturadas de acordo com um ciclo de
193. tividade depende de v rios factores incluindo naturalmente a localiza o geogr fica do local a servir e sua proximidade em rela o s origens de gua Adicionalmente a import ncia dos diversos factores considerados n o equivalente Nesse contexto o controlo da qualidade de gua por exemplo assume grande relev ncia Quadro 5 2 Compara o nas zonas peri urbanas das principais vantagens e desvantagens competitivas do operador AdM e dos POP assinaladas a amarelo DO Par metro AM POP Custo de instala o domicili ria ID Tempo e requisitos para o contracto de ID Garantia de cumprimento de contrato pelo Operador Tempo de distribui o por dia Pre o por m Controlo de qualidade da gua Perante esta realidade o Governo de Mo ambique tem afirmado valorizar os servi os prestados pelos POP expressando o interesse em inclu los nas negocia es para encontrar uma solu o sustentada para o abastecimento de gua a Maputo AFD 2009 Assim no sentido de desenvolver uma estrat gia de integra o dos POP foi j elaborado um documento que detalha o processo de licenciamento e crit rios para integra o dos POP WSP 2008 O CRA tamb m j expressou o interesse em explorar a potencial legaliza o de POP e expandir a sua rea de actua o e influ ncia 61 Matsinhe et al 2008 H alguma expectativa que os POP localizados dentro da rea de concess o da AdM sejam abrangidos pe
194. tog nicos Por m o tempo necess rio para ferver e arrefecer a gua pode ser desencorajador da aplica o deste m todo A filtra o usada igualmente em muitos locais sendo as formas mais acess veis a filtra o por filtros de carv o ou o filtro cer mico embora n o sejam t o eficientes H ainda outras op es mais complexas de tratamento no local de consumo como a adi o de um coagulante gua de maneira a que as part culas suspensas coagulem e posteriormente decantem de forma mais eficiente Em qualquer dos casos importante que os reservat rios onde a gua armazenada sejam limpos regularmente e que tenham lugar cuidados especiais para que a gua acabada de tratar n o volte a ser contaminada Brikk e Bredero 2003 20 3 2 4 Distribui o Como referido anteriormente a forma de distribui o de gua determina os correspondentes N veis de Servi o definidos no mbito deste trabalho Aguadeiros e cami es tanque incluem se no NS I fontan rios no NS Il e liga es domicili rias no NS III As op es de NS apresentam em geral elevados problemas de contamina o embora constituam frequentemente a nica forma de obten o de gua para comunidades desfavorecidas de reas PUI Na Figura 3 5 a apresenta se a imagem de um cami o tanque a abastecer a partir de uma mangueira O fontan rio corresponde a uma forma de distribuir gua a um elevado n meros de consumidores atrav s de uma ou mais
195. tores de zona existentes consoante se trate de quest es de Servi o ao cliente Reclama es ou Leituras e factura o Todos os funcion rios s o identificados com n mero de contacto p blico o que facilita ainda mais a proximidade com os clientes Adicionalmente a AdM tem recorrido a outras estrat gias de interven o tendo iniciado recentemente o desenvolvimento de parcerias com as autoridades locais atrav s de uma campanha piloto no Bairro da Costa de Sol Os procedimentos s o simples uma vez que o cliente necessita apenas de uma declara o de resid ncia para obter a liga o e o pagamento feito posteriormente Houve contudo constrangimentos relativos emiss o tardia de contratos ao desconhecimento no que se refere aos custos de servi o direitos e deveres do consumidor e ao relacionamento entre a AdM e a Secretaria do Bairro A AdM est ainda a desenvolver uma parceria no Munic pio da Matola Bairro Liberdade com a empresa privada EMA no sentido de revender gua em alta e delegar EMA a gest o dos clientes WSP 2008 Paralelamente perante a necessidade de se ultrapassarem limita es da AdM tem se verificado uma tend ncia crescente do n mero de vendedores informais de gua em particular os Pequenos Operadores Privados POP os re vendedores e os txovas transportadores de gua por carros de m o DNA 2004 Os POP fornecem gua a cerca de 21 da popula o de Maputo Mat
196. u es que n o s o exclusivas de reas peri urbanas nem se aplicam naturalmente exclusivamente aos PALOP Na verdade as reas peri urbanas concentram a maioria da popula o sem acesso a servi os de guas o que agravado pela ignor ncia e pelos muito limitados recursos econ micos da popula o Na literatura as solu es e exemplos de casos de estudo referem se sobretudo ao abastecimento de gua e ao saneamento de aglomerados urbanos e ou de aglomerados rurais n o dizendo especificamente respeito a zonas peri urbanas Adicionalmente os resultados apresentados para o meio urbano s o muito limitativos em termos de resposta s especificidades do PUI Deste modo urge estudar e dar prioridade ao estudo das reas peri urbanas ainda que estas mantenham esporadicamente algumas caracter sticas comuns s reas urbanas planeadas e formalizadas igualmente question vel o motivo por que a disserta o dedica aten o especial aos PALOP A justifica o resulta dos especiais compromissos e responsabilidades hist ricas que Portugal apresenta para com os PALOP Nesse sentido o trabalho elaborado foi considerado como um contributo para enquadrar o estado actual em que estes pa ses se encontram n o s em termos de n vel de cobertura dos servi os como tamb m no que concerne s tecnologias usadas solu es de implementa o e dificuldades de gest o Todavia importante referir que esta an lise n o de todo exaus
197. ua a Maputo eee ceecceesccseeeeenaneeeeeeaaaeeeeeeeaaeeeeseeaaeaeeseeeaaaeeeeeeaaeeeeeeeaea 57 5 3 1 Enquadramento legal 2 ccccecccceceetenecedesteseecneceseeeseeeensendedenbenedaceenteseesdensscuccnsneneete 57 5 3 2 Enquadramento institucional e aa eaa E aE EE EEEE E EES 57 5 3 3 N vel de cobertura e n veis de servi o cecceceeceeceeeeeeeeeececcnnecaeeeeeceeeeteesecsennaeaeeees 64 5 4 Saneamento de guas residuais em Maputo ccceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeneeeeeseenaeeeseeenneeeeeeaaes 65 5 4 1 Enquadramento legal is tsamla ta ita e a lead agen sola galtan se segunda g atada 65 5 4 2 Enquadramento institucional ir rerarararanaaaa nana aaa naaaaaanananad 65 5 4 3 N vel de cobertura e n veis de servi o e eereaeereeaeenaaaaanaana 66 5 5 Apresenta o de solu es gerais integradas e faseadas ttr te nee nrsren rreren 68 5 5 1 Aspectos g ras aa aaeei ciety aaa nas pra aaa ndo dadas ee eee 68 5 5 2 Abastecimento AAG US ia sms cis sie cee tan aac heat ss ied Ia ETE ada a ASA Una GR isa acao 11 5 5 3 Saneamento de guas residuais cc cceeceeeeeeeeeeneeeeeeeeeaeeeeeeeaaeeeeeeeaaeeeeeeenaeeeeesenaees 75 5 5 4 Perspectivas de evolu o e metas a alcan ar em 2030 79 6 CONSIDERA ES FINAIS E CONCLUS ES ws acuats cicotsireaini Seam aWiainiainn a 83 REFERENCIAS BIBLIOGR FICAS cansado nor desaba ant IG Arbre 86 v
198. ualidade adequada Dependente dos padr es de precipita o Cr tico em per odos sem precipita o Poss vel contamina o da gua com poeiras folhas insectos ou outros objectos Manter o telhado limpo especialmente ap s cada per odo seco Verificar o funcionamento do sistema e realizar as repara es necess rias antes e durante a esta o das chuvas Constru o com materiais locais e a partir de m o de obra local pouco qualificada Morosidade e dificuldade na constru o Grande risco de contamina o por v rias fontes Limpar diariamente o po o e a rea envolvente Reparar a cobertura e toda a estrutura envolvente sempre que for necess rio Aumentar se necess rio a profundidade do po o Possibilidade de capta o de gua subterr nea a grandes profundidades Solu o mais cara e dependente de t cnicos especializados Riscos de contamina o em reas pr ximas de aterros sanit rios de latrinas ou actividades industriais Limpar diariamente a rea envolvente ao furo Reparar a estrutura que envolve e protege o furo sempre que for necess rio necess rio mencionar os dispositivos de capta o de gua usados para bombear gua a uma altura acess vel aos utilizadores Um dos dispositivos mais comuns recorre apenas a um balde que ap s ser rebaixado ao n vel da gua puxado de volta superf cie com a ajuda de uma cor
199. udes ou seja o tratamento de dados relativos a liga es ilegais e den ncias de forma sistematizada Estrategicamente as liga es ilegais 52 podem ser consideradas como potenciais novos clientes pelo que importante facilitar novas liga es e pagamentos nomeadamente atrav s de processos de negocia o flex veis Outra forma de contornar o problema divulgar as grandes fraudes nos meios de comunica o demonstrando o impacto que estas t m na qualidade do servi o prestado e na sociedade em geral TESE 2006b Perante medi es incorrectas ao n vel dos contadores preciso substitui los e calibr los garantindo tamb m que todos se localizam nos locais adequados O consumo autorizado n o facturado combatido atrav s de boas pr ticas de cadastro e de implementa o de contadores Schutte 2001 Por fim perdas f sicas elevadas resultam normalmente de infra estruturas degradas e obsoletas Brikk e Bredero 2003 Como iniciativas para diminuir este tipo de perdas inclui se a substitui o e repara o das componentes degradas o apoio na substitui o de condutas privadas de fraca qualidade t picas de sistemas condominiais e a maior frequ ncia e facilidade de verifica o da necessidade de repara es e redu o da press o das redes As perdas de gua por debilidade das infra estruturas s o igualmente comuns em sistemas de saneamento de NS III WUP 2003 Tal como o processo de decis o da escolha da
200. ui es cient ficas nos PALOP deve ser transferido a partir de parcerias entre universidades de pa ses desenvolvidos nomeadamente de Portugal ou a partir de ag ncias doadoras com experi ncia no ramo da actividade cient fica 4 4 5 Regula o de servi os de gua e saneamento A regula o constitui um factor com influ ncia decisiva no acesso equitativo justo e sustent vel a SAS por parte de residentes de zonas PUI Consoante o arranjo institucional existente ou previsto assim o agente regulador pode assumir v rios modelos entre os quais constituir se como ag ncia regulat ria aut noma minist rio ou como entidade reguladora externa Nalguns pa ses existe o que se designa por auto regula o baseada na diversifica o da oferta e na competi o O processo de regula o pode ser complexo e burocr tico o que refor a a relev ncia de associa es que ajudam na implementa o dos regulamentos atrav s da publica o de informa o e que contribuem para a motiva o dos seus membros publicando por exemplo listas com os operadores cumpridores Adicionalmente estas associa es s o importantes pela potencial confian a que transmitem aos clientes Tr molet e Halpern 2006 Este ponto do trabalho centra se em considera es ao n vel da qualidade do servi o e da protec o do consumidor bem como do controlo da competi o de mercado A regula o de servi os engloba ainda quest es de pol tica de pre os tema
201. uir para a an lise de boas pr ticas na concep o planeamento opera o e manuten o de Sistemas de Abastecimento de gua e de Saneamento de guas residuais de agora em diante designados por SAS com especial interesse para aplica o em reas peri urbanas de pa ses de baixos rendimentos em terminologia anglo sax nica low income countries A an lise exclui a drenagem pluvial embora se lhe reconhe a clara import ncia O foco nas reas peri urbanas informais designadas por reas PUI onde reside a grande maioria da popula o urbana n o servida pelos servi os de guas resulta das fragilidades acrescidas que estas zonas enfrentam O trabalho dirigido para a realidade particular dos Pa ses Africanos de L ngua Oficial Portuguesa PALOP o que se justifica pelos especiais compromissos e responsabilidades hist ricas que Portugal tem com esses pa ses Na verdade h muitos profissionais portugueses a trabalhar nos PALOP Especial refer ncia merece o Grupo guas de Portugal que opera em Mo ambique atrav s de um contrato de cess o na rea do abastecimento de gua e em Angola 4 atrav s da presta o de servi os de assist ncia t cnica AdP 2010 Deste modo pretende se identificar op es tecnol gicas dispon veis e adaptadas a estes pa ses considerando igualmente quest es de planeamento e de implementa o dos servi os de guas No Caso de Estudo analisado o fornecimento destes servi os
202. uma ac o limitada dado o facto de faltarem subs dios e coordena o entre os diferentes actores interessados Paralelamente foram se desenvolvendo centros ou unidades privadas N o existe contudo nenhuma institui o que fiscalize ou d orienta es para a constru o de latrinas a t tulo particular DNA 2008 Na Figura 5 8 b e c apresentam se imagens de componentes de infra estruturas de saneamento dispon veis em centros de demonstra o c Figura 5 8 Imagens de fotografias tiradas em Maputo em Maio de 2010 a Centro de demonstra o b latrina para venda c retrete para demonstra o As popula es com maior poder de compra est o por iniciativa pr pria a fazer evoluir as antigas latrinas para fossas s pticas Na verdade devido falta de redes de guas residuais quem quiser 67 construir uma casa moderna com casa de banho recorre frequentemente tecnologia da fossa s ptica Onde a densidade habitacional e as condi es do terreno o permitam a tecnologia de fossa s ptica e disposi o final adequada se a fossa for bem mantida e regularmente limpa H por m casos em que estas condi es n o se verificam surgindo problemas ambientais e de sa de p blica devido principalmente inexist ncia de normas de constru o e falta de fiscaliza o DNA 2008 Presentemente o servi o de esvaziamento de fossas de latrinas e fossas s pticas efectuado por operadores p blicos e p
203. umentos de di logo entre agentes Empenho governativo Exist ncia de exclusividade no fornecimento de servi o Est mulo e capacidade do sector p blico ou privado para expandir servi os no PUI Exist ncia de operadores alternativos e suas caracter sticas Disponibilidade de ajuda externa para suporte t cnico financeiro e capacita o Capacidade local de investiga o e divulga o cient fica Exist ncia capacidade apoio e auto sustentabilidade financeira de ONG e OCB Envolvimento com a comunidade Capacidade de gest o da comunidade e potencial de contribui o para os projectos Contexto Pol tico Enquadramento institucional 38 Factores econ micos Ainda que alguns projectos possam ser financiados pelas pr prias comunidades prov vel que o financiamento disponibilizado pelas ag ncias doadoras n o acompanhe o r pido crescimento das necessidades de gua e saneamento no Mundo UN 2004 O financiamento dos SAS em pa ses em desenvolvimento caracteriza se por uma falta geral de recursos e por uma fraca gest o financeira associadas a uma reduzida capacidade financeira dos benefici rios para pagar os servi os WUP 2003 Assim para garantir a sustentabilidade financeira dos projectos para al m da An lise econ mica de viabilidade do projecto necess rio obter se bastante informa o sobre o Ambiente financeiro no qual as comunidades se movimentam
204. unidade a identificar os problemas e a planear a forma mais adequada para os ultrapassar Gomez e Graham 2004 Uma quest o fundamental que em geral expl cita nas abordagens previamente referidas a educa o para a sa de e a promo o da higiene uma rea fulcral para o sucesso dos projectos e deve antecipar a implementa o de qualquer SAS UNDP 2006 Paralelamente deve investir se na capacita o cont nua de todos os agentes ao n vel da assist ncia t cnica e de desenvolvimento social a qual deve ser prolongada ap s a implementa o do projecto de forma a garantir a sustentabilidade do mesmo UN 2004 igualmente relevante que se aposte desde o in cio e ao longo de todo o projecto na capacidade dos v rios agentes em fazer face s necessidades de opera o e manuten o dos SAS o que far reduzir a frequ ncia das repara es prolongar o tempo de vida das tecnologias seleccionadas e reduzir os custos de explora o Mara et al 2006 Assim as t cnicas e abordagens de motiva o e capacita o apresentam potencial de aplica o nas restantes fases do ciclo para al m da Fase 1 uma vez que incentivam a uma coopera o mais eficiente entre a popula o a servir e os restantes agente envolvidos no processo 33 4 3 Fase 2 An lise da situa o A Fase 2 refere se an lise e compreens o da situa o actual e dos desafios futuros Esta an lise permite identificar em primeira aproxima
205. v ncia o papel do micro financiamento e de outros incentivos como subs dios ou empr stimos aos potenciais benefici rios Em particular no saneamento as verbas recebidas pelo munic pio devem ser devidamente encaminhadas para cobrir os custos de opera o manuten o e gest o das infra estruturas Adicionalmente poder ser criada uma taxa social que possibilite aos utilizadores de menores rendimentos aceder ao servi o com isen o de pagamento ou com pagamento a uma taxa reduzida Tomadas as decis es deve prosseguir se com a respectiva implementa o e gest o incluindo ac es de Monitoriza o e Avalia o as quais permitem corrigir op es tomadas no sentido da procura constante de sistemas de saneamento sustent veis e que correspondam s expectativas dos agentes envolvidos 70 5 5 2 Abastecimento de gua A primeira preocupa o dirigida para a quantidade e qualidade da gua superficial e subterr nea Acima de tudo deve garantir se uma abordagem integrada e sustent vel da gest o das origens de gua baseada numa correcta avalia o dos recursos h dricos dispon veis Em particular no que concerne disponibilidade de gua para abastecimento n o sendo da responsabilidade da AdM a execu o de investimentos este operador pode contribuir para o aumento das disponibilidades de gua atrav s de uma gest o operacional optimizada apesar de ter sido provado que existe uma margem de manob
206. va aos limites das habita es ou identifica o dos propriet rios Neste sentido necess rio melhorar e regularizar a transfer ncia do direito de terra nas reas PUI ultrapassando constrangimentos como a morosidade a burocracia a complexidade e o custo dos procedimentos De referir que nalguns projectos j foram estabelecidos acordos com popula es do PUI usando cart es de identidade cart es eleitorais ou at contas de electricidade como provas de ocupa o WSSCC 2005 tamb m poss vel que as autoridades facilitem a obten o tempor ria de direitos de ocupa o de terra por determinado per odo o que confere maior seguran a ao operador para efectuar o servi o WUP 2003 Em termos tecnol gicos importa inovar no que respeita a durabilidade funcionalidade e sustentabilidade das instala es IWA 2008 Uma decis o importante referida na Fase 2 diz respeito op o entre a reabilita o de SAS existentes ou a constru o de novos sistemas Se a solu o escolhida for a reabilita o do sistema n o se deve apenas substituir ou reparar os equipamentos que tenham deixado de estar operacionais necess rio entender o motivo que levou degrada o do sistema e resolver a raiz do problema Outro assunto a ter em conta a import ncia de considerar alternativas com potencial de evolu o no tempo em terminologias anglo sax nica upgrading Por exemplo as latrinas de descarga com pouca gua
207. vel que este sector desempenhe com sucesso v rias fun es apresentadas na Figura 4 3 Fornecimento de servi os Promo o de Lideran a sa de e higiene pol tica Coordena o de agentes e sectores Sector P blico Planeamento estrat gico Investimento e Financiamento Legisla o e Regula o Figura 4 3 Potenciais fun es do sector p blico adaptada de UN 2004 e Carrard et al 2009 De entre as referidas fun es deve destacar se o potencial papel de mobilizador de recursos quer atrav s da facilita o do acesso a mecanismos de financiamento dirigido a fornecedores de servi os e a organiza es da sociedade civil quer apostando no apoio directo a projectos na rea os quais devem ser cuidadosamente seleccionados quanto sua sustentabilidade UN 2004 Outro aspecto importante diz respeito ao fornecimento directo de servi os que nalguns casos se tem mostrado bem 42 sucedido No caso do servi o ser delegado ao sector privado uma das principais preocupa es corresponde incapacidade do sector p blico em responder s necessidades das pessoas caso o servi o privado seja ineficiente ou no momento em que termina o contrato Assim a depend ncia em rela o ao sector privado n o deve ser irrevers vel e devem existir cl usulas nos contratos que a evitem de forma que o sector p blico n o fique desabilitado a fornecer novamente

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