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Tania Cristina Bordon Miotto

1. CORTE EIXO V Figura 63 Corte esquem tico da Capela de S o Miguel parte integrante do Projeto de Restauro com levantamento das paredes de taipa em sentido vertical e horizontal Fonte Projeto M Palote e T nia Miotto F Dos m todos de consolida o esqueleto de concreto armado e lan amento de concreto ou argamassa armada sobre a taipa pode se concluir a m nima compatibilidade e m xima agressividade quando recobre a regi o a ser consolidada Este novo revestimento retira o desenho natural da superf cie conforme levantamento m trico arquitet nico de 2006 de M Palote e T nia Miotto Cada restaura o constitui um caso a ser analisado de acordo com suas particularidades Para aqueles que atuam na preserva o de bens culturais necess rio superar atitudes ditadas por predile es alicer adas em uma vis o Levantamento feito com eixos esquem ticos em sentido tanto horizontal e vertical com o uso de trena eletr nica prumos e dist ncias equivalentes Uma forma de cataloga o dos desaprumos da estrutura T nia Cristina Bordon Miotto 106 Pad meo JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio hist rica e associadas a estudos multidisciplinares justamente para se minimizar o risco de posturas individualistas preciso transformar esta reparti o em coexist ncia entre antigo e n
2. Figura 7 Desenho de Levantamento Inicial 2002 Fonte Arq Maira Pereira e T nia Miotto 2 2 2 Procedimentos de Conserva o e Restauro A an lise do estado de conserva o desenvolvida previamente permite a formula o de crit rios de restaura o que compatibilizem elementos a serem preservados e novos projetos de implanta o Os procedimentos metodol gicos necess rios para a execu o dos servi os estabelecem uma hierarquia de valores hist rico espaciais T nia Cristina Bordon Miotto 55 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio As fontes prim rias para o levantamento e registro de informa es pertinentes Capela foram arquivos documentais do IPHAN e CONDEPHAAT tendo sido analisados os projetos de levantamento e os documentos iconogr ficos Como fonte secund ria utilizou se a bibliografia de Saia 2005 Costa 1941 e Petrone 1995 Efetuada an lise da caracter stica de estilo com base na documenta o e leitura direta preciso analisar a rela o com as demais edifica es do per odo O grau de elabora o t cnica e pl stica dos componentes a estrutura e desenvolvimento do partido arquitet nico e a hierarquia dos valores espaciais permitem a leitura dos procedimentos de preserva o parte integrante de an lise geral de conserva o do conjunto No que se refere uma a o propositiva de escolh
3. O edif cio ser a base de sua hist ria lbum de famita relatos e fotos das pessoas que frequentam o bairro caracter sticas dos grupos colonizadores e ocupantes da Capeia indo dos jesuitas ao imigrante nordestino e a nova gera o de paulistanos buscando um contraponto cutural entre eles Vitrine Pesquisa arqueol gica Painel afirantado Exposi o de fragmentos Vitrine Painel atirantado Pesquisa com Radar GPR realizada na pra a entorno e interior da capela Sobre t ca consiruiiva da capek ane Vitrine 1 Vitrine 2 ferramentas e madeiras Painel atirantado t cnica da tapa de pil o Prospec o da parede de tapa Expositor em relevo com vidro e luz indireta 5 Imagens sacras do acervo hist ria e Painel atirantado com vitrines 3 97 x 2 00 H x 0 86P informa es sobre o restauro Ciis Base incinada para texto informativo Est tua de S o Miguel Arcanjo hist rias Painel atirantado com vrine iconografia e restauro Base incinada para texto informativo Conteudo sobre a p a mural enco ada Pai atrantado Monitor para simular virtualmente como seriam as pinturas murais erramentos descoberios nas eospe esarqueci gesa Inscri o no piso confecion rio T tem de piso informativo modelo 3 Figura 166 Organiza o dos expositores Circuito de Visita o Planta da Capela de S o Miguel 2009 Fonte Genovez Sarita 2010 10 60 x 1 83M 2 90
4. importante frisar que essas sondagens foram realizadas T nia Cristina Bordon Miotto 133 Pd AN A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio exatamente nos pontos onde os esteios de madeira podem ter sido trocados diversas vezes ao longo dos quase 400 anos de exist ncia do edif cio a Acesso ao Altar Mor e Alpendre Lateral No primeiro c modo atr s da estrutura do altar da Capela Mor aconteceu o acompanhamento da retirada dos banheiros que haviam ali sido instalados A escava o dessas reas foi em busca de respostas Indagava se se o n vel atual dos banheiros seria resultado de aterro posterior constru o original ou se o solo original da Capela teria sido escavado para coloca o dos baldrames e tubula es No Alpendre Lateral foi observada a presen a do piso de lajotas cer micas e sob este outro piso de terra batida Junto ao v o de acesso entre o alpendre lateral e a sacristia foram localizados tr s diferentes n veis de piso al m do atual Figura 100 Sacristia piso de lajotas irregulares Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 rea 13 Sacristia A sacristia encontrava se com piso de cimento o qual foi removido expondo o piso de lajotas cer micas diferentes das lajotas retangulares verificadas na nave apresentando formato quadrado com
5. 3 1 2 Refer ncias da Preexist ncia Dentro deste racioc nio a interfer ncia era no sentido de se obter um projeto conciliat rio A primeira proposta de Niemeyer duas no total era muito moderna frente cidade Sobre o projeto de Le o houve hip teses de reciclagem e reloca o do pr dio no centro de Ouro Preto No entanto a op o foi pelo projeto de Oscar com telhado de uma gua sem tesouras sacadas em balan o e pilares quadrados fazendo um contraste de superf cies rendilhadas das casas oitocentistas um receitu rio arquitet nico de elementos que referenciavam a tradi o colonial brasileira O hotel parecia com uma casa do s c XVIII telhado e uso de pedras Itacolomi por m com design arrojo e delicadeza dos detalhes uma rela o de harmonia com o Barroco GOLDWIN 1943 n o paginado 3 1 3 Modernidade e Tradi o Quais limites a seguir eram pr tica da arquitetura que estava se iniciando no Brasil Era a poca de cria o do SPHAN e dos primeiros levantamentos da fase denominada her ica numa grande empreitada de cataloga o de monumentos ato de pioneirismo e descoberta do patrim nio O risco das tomadas de atitudes era preocupante frente aus ncia de experi ncias anteriores 101 Tradu o da autora Cat logo da Mostra Brazil Builds the hotel looks very much at home in its 18th Century setting Obvious reasons are the sloping tile roof and the occasional use of Itacolomi s
6. A taipa de pil o entrou em decad ncia a partir de 1940 porque o tijolo maci o comum apresentava maior rapidez de constru o e era executado a custos menores A m o de obra formada por taipeiros come ou a desaparecer dando lugar aos pedreiros cuja forma o profissional mais r pida SCHMIDT 1946 Bacora do frontal quando Tampa ou Lados Frontal 1 RS Cord o JR y gt T U I L y AS Agulha ou Cangalha de Baixo A d D Cadob Tarra j apiloada Figura 173 Taipal Fonte Adaptado de Corona amp Lemos 1972 T nia Cristina Bordon Miotto 198 Capela de S o Miguel Paulista EEN o o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Espa o Todos N s Miscigena o Nos conjuntos arquitet nicos situados nos centros hist ricos antigos a legisla o orienta para que a restaura o ocorra de forma integrada com o contempor neo de modo a associar o uso do espa o aos habitantes conforme a Declara o de Nairobi de 1976 que formulou a import ncia da salvaguarda da trama social existente em atividades de preserva o Portanto a pol tica de preserva o n o deve negar sua historicidade pois o patrim nio cultural muito mais que uma edifica o pois contempla uma popula o e um usufruto preexistente Considerando que os conjuntos hist ricos ou tradicionais fazem parte do ambiente quotidiano dos seres humanos em todos os
7. J nos objetos arqueol gicos est prevista uma retro ilumina o dando uma maior sensa o de flutua o Na ilumina o interna s vitrines cuidados devem ser tomados para preservar os objetos sens veis a luz por meio de i Seguir o os princ pios entre outros de padroniza o legibilidade visibilidade seguran a efici ncia continuidade e coer ncia conforme o Guia Brasileiro de Sinaliza o Tur stica T nia Cristina Bordon Miotto 194 AN Y AN JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio fot metros para medir a ilumin ncia que cada vitrine ou objeto estar recebendo podendo controlar eventuais excessos a Figuras 168 e 169 Situa es indesej veis para a visualiza o de pain is Fonte Alambert 1990 2 5 2 4 O Anexo A melhor defesa de uma arquitetura hist rica aut ntica o complemento de uma aut ntica arquitetura contempor nea SORKIN 2003 15 Foi criado um novo edif cio pr ximo Capela para abrigar uma recep o com atendimento e controle dos visitantes e dispondo de um guarda volumes e sanit rios A presen a da antiga Capela a alguns metros cria um contraste entre o velho e o novo mem ria e inven o O anexo apesar de ter uma linguagem moderna n o se destaca constitui um espa o de grande import ncia dentro dessa estrutura o devendo ser convidativo e dando acess
8. o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio no or amento de 29 10 1958 de vigas colunas e base nas paredes externas de concreto armado MAYUMI 2008 p 115 e no S tio da Ressaca restaurado em 1978 1979 conduzido por Janj o a introdu o do esqueleto de concreto armado sofreu mudan as a partir de uma parede que amea ava ruir e que conforme laudo do IPT teria sido provocado pela retirada do encamisamento de tijolos que diminuiu a espessura da taipa escava o da base vazamentos provenientes de gua e esgoto e remo o da base da parede pelas prospec es arqueol gicas Estes itens somados desestabilizaram a parede Assim foram constru das alavancas e brocas suportando vigas baldrames nas bases As partes faltantes da taipa seriam preenchidas com capas de argamassa armada nas faces tanto interna quanto externa e as lacunas obturadas com argamassa de cimento e tijolos de barro Por um lado houve a conserva o do bloco original de outro houve preju zo da espessura e autenticidade As lacunas deixadas pela remo o do encamisamento de tijolos e pelas envasaduras n o originais foram preenchidas com novo encamisamento do mesmo material tijolo de barro tendo sido abandonada a proposta de construir as tradicionais placas de concreto juntpo ao embasamento das paredes MAYUMI 2008 p 187 Interven o 2006 Em S o Miguel o concreto fora recobrido com o revestimento de arga
9. 207 Figura 184 Grande Hotel na paisagem de Ouro Preto 209 Figura 185 Conjunto KKKK com o Rio Ribeira ao fundo 211 Figuras 186 e 187 Conjunto KKKK com o cubo de alvenaria caiada branca afastado dos galp es mas com alinhamento e escala sem agredir nem se submeter reflete a interven o dos arquitetos 211 Figura 188 Interior da Igreja do Carmo aquarela 1924 214 Figura 189 Igreja do Esp rito Santo do Cerrado 216 SUM RIO INTRODU O 1 PATRIM NIO EMBASAMENTO TE RICO 1 1 O ELEMENTO PR EXISTENTE 1 2 DI LOGOS DE RESTAURO O PROJETO 1 3 VALOR DO BEM CULTURAL 1 4 LIMITES DE INTERVEN O 1 5 MEM RIA 1 6 MEM RIA E HIST RIA 2 RESTAURO DA CAPELA DE S O MIGUEL 2 1 CATALOGA O 17 Erro Indicador n o definido 23 24 26 28 31 33 Erro Indicador n o definido 2 1 1 2 Hist ria 2 1 2 Iconografia 2 1 2 2 Desenhos 2 1 2 3 Imagin rio 2 2 PROJETOS 2 2 3 1 Taipa 2 2 3 2 Pintura 2 2 3 3 Cobertura 2 2 3 4 Pisos 2 2 3 8 Concreto 2 2 3 10 Imagens 2 3 ARQUEOLOGIA 2 3 1 A Cultura Material 2 3 2 A rea de Pesquisa 2 4 1 Luz 2 4 2 A Cidade Noturna 2 4 4 Ilumina o Urbana 37 2 1 1 Pesquisa Documental 37 2 1 1 1 Procedimentos Iniciais 37 40 2 1 1 3 Tipologia da Arquitetura 49 2 1 1 4 Sistemas e Materiais Construtivos 50 50 2 1 2 1 Levantamento Fotogr fico 51 52 54 54 2
10. constru do em uma rea de 44 346 m2 da antiga pedreira T nia Cristina Bordon Miotto 83 A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figuras 35 e 36 esq piso do Alpendre Frontal em detalhe A dir piso do Corredor Lateral vista geral Fonte T nia Miotto 2006 Al m do material n o ser o mais apropriado outro fator que contribuiu para que ele n o fosse mantido foi a falta de mat ria prima A pesquisa da equipe levou ao Parque do Varvito e em contato com o Parque obtive se a informa o de que a pedra estava impossibilitada de ser extra da j que as jazidas de Itu foram tombadas restringindo sua extra o Dentro desta situa o o varvito n o podia ser mais extra do e substitu lo por material semelhante seria recorrer em erros como a falta de resist ncia e incompatibilidade de leitura do templo Esta comunica o se det m sobre as opera es de demoli es ou apagamentos em projetos nos quais a preserva o atenta busca reconfigurar o edif cio hist rico na sua mais significativa materialidade em conv vio com uma nova organiza o espacial ALMEIDA amp BOGEA 2007 n o paginado A proposta foi realizar a substitui o por um piso de caracter stica semelhante ao das prospec es o revestimento com tijolo encontrado logo abaixo da camada de varvito na d cada de 1940 o IPHAN j havia c
11. o de uma despojada sa de pl stica constatada por L cio Costa nas constru es de outrora que teria sido a fonte natural de nossa arquitetura moderna LEMOS 2008 p 14 T nia Cristina Bordon Miotto 105 AT A A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A consolida o de uma t cnica pela repeti o formou um paradigma de um restauro pioneiro do IPHAN nos anos iniciais O concreto era atual e se distinguia da taipa seja para o preenchimento dos vazios seja para consolida o ou como t cnica funcionamento e fatura Qualquer interven o se faz irrevers vel a parede n o se preenche com a pr pria t cnica da a atua o moderna de adapta o do passado procura de solu es que atendessem as novas recomenda es os arquitetos pesquisaram materiais e t cnicas de restaura o mais afinadas com a taipa tais como o solo cimento e o solo estabilizado acabaram sendo preteridos por uma t cnica in dita para essas casas o lan amento do concreto armado sobre os muros de taipa baseado na no o de preserva o do car ter monol tico da taipa que acabou se revelando solu o muito mais invasiva do que o tradicional emprego do esqueleto de concreto armado em pontos isolados dos maci os M AYUMI 2008 p 299 n vel 6 n vel 5 n vel 4 n vel 3 n vel 2 n vel 1
12. o momento ficou decidido que o altar n o ser removido em respeito ao momento de inser o na hist ria do Monumento T nia Cristina Bordon Miotto 123 Pad eo EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio LEGENDA p alta lateral liim Figura 91 Localiza o da pintura mural Fonte T nia Miotto 2009 Planta sem escala O estudo e divulga o devem ser incentivados a fim de ampliar os saberes sobre os procedimentos ligados s pr ticas de conserva o al m de fundamentar a preserva o dessas representa es Imprescind vel tamb m a forma o profissional dos conservadores espec ficos desta ramifica o do restauro 5 Conforme recomenda o do C digo de tica do ICCOM Comit da Conserva o 1984 e por associa es tais como a E C C O European Confederation of Conservator Restores Organisayions ou como o ENCORE Eurpoean Network for Conservation Restoration Education T nia Cristina Bordon Miotto 124 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio e a preserva o das t cnicas tradicionais Mas isto n o implica a condi o de que apenas artes os possam faz lo o essencial a troca e divulga o de conhecimentos numa atitude de intera o entre profissionais conservadores e restauradores do m
13. poca n o conferiu um aspecto original nem o de uma interven o contempor nea 31 1906 1988 Cesare Brandi era formado em direito e letras mas dedicou sua obra cr tica e tamb m hist ria da arte tendo feito alguns trabalhos com Giulio Carlo Argan Fundou em 1939 o Istituto Centrale del Restauro em Roma tendo sido seu diretor at 1959 T nia Cristina Bordon Miotto 65 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio No Brasil as diversas tipologias base dos acabamentos base de cal e suas cores n o tem sido utilizadas com par metros na realiza o de planos de conserva o dos centros hist ricos e a grande maioria dessas caracter sticas t cnicas e est tica est praticamente perdida Como a pintura encontrada na Capela era a caiada foi indispens vel a sua manuten o pois era o mais apropriado de se fazer tanto do ponto de vista est tico quanto e hist rico H compatibilidade com extratos porosos elimina o de umidade apar ncia e simplicidade de aplica o o tipo de pintura correta para edifica es hist ricas porque permite o respiro da parede evitando a reten o da umidade o que n o ocorre com tintas acr licas PVA s e similares nocivas ao patrim nio ao impermeabilizar paredes e aumentar o teor de umidade Obedecendo ao princ pio da compatibilidade foi necess ria a verifica o laborator
14. Avww prefeitura sp gov br cidade upload revista do arquivo Acesso 17 02 2010 T nia Cristina Bordon Miotto 128 E ra Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio levantando assim suposi es a respeito da organiza o e funcionamento da unidade religiosa O conhecimento hist rico arqueol gico se fortalece como fonte que norteia as pesquisas arqueol gicas da rea com o objetivo de resgatar e conservar o patrim nio cultural de S o Miguel j que seus ind cios s o conex es importantes para o entendimento do passado e para a din mica do uso social do presente principalmente ligadas ao ensino museol gico Os apontamentos ressaltam o papel de S o Miguel no conjunto dos primeiros n cleos de coloniza o e do desenvolvimento da hist ria de S o Paulo Nas pesquisas foram abertas escava es 11 na rea externa da Capela 10 e no interior do c modo posterior ao altar da Capela Mor 1 al m de sondagens 12 no interior da constru o Pesquisas textuais possibilitaram estabelecer o aldeamento de S o Miguel dentro do conjunto hist rico paulista e elaborar uma bibliografia com suas principais qualidades Fontes prim rias orientaram o entendimento das mudan as do aldeamento e seus diversos usos como exemplo as anota es nos cadernos de campo do arquiteto Lu s Saia or amentos relato da obra e o arquivo da C ria Met
15. Estad o com br Fotos 2009 Era um momento vivo que integrava arte e arquitetura em S o Paulo para a arquitetura moderna como tamb m o mural de Portinari na Capela da Pampulha Niemeyer 1945 CLARO 2004 T nia Cristina Bordon Miotto 120 Pa ee A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 89 Vis o Igreja da Pampulha em Belo Horizonte Azulejos de Portinari Fonte Bulc o Athos Artista Pl stico Biografias Vida e Obra 2008 A combina o ambiente pintura Na hip tese de destacamento ou transfer ncia da pintura para conserva o e restauro esta s se justifica em ltimo caso quando descartadas todas as possibilidades de trato no local e quando for tomada a decis o por uma equipe de trabalho considerando as qualidades f sicas estruturais e a beleza do fen meno art stico como um todo Artigo 90 Todo edif cio ou qualquer outra obra devem ser mantidos em sua localiza o hist rica O deslocamento de uma edifica o ou de qualquer outra obra integralmente ou em parte n o pode ser admitido a n o ser que essa solu o constitua o nico meio de assegurar sua sobreviv ncia Carta de Burra Austr lia 1980 p 3 A transfer ncia de partes ntegras para outro local de modo que fiquem expostas visita o pode acontecer devido ao estado de conserva o do edif cio sede n o tendo possi
16. Natan GQ o secas dest ses f gt a af perto LaTi mm apalic am de tado EN ts dead S Poa to EI jaf O Sa EUOLDEN oon 7 Oo 4 Figura 3 Croqui do prov vel sistema evolutivo da Capela de S o Miguel segundo Lu s Saia A linha tracejada corresponde ao aspecto da edifica o antes de 1622 com um nico telhado em duas guas Desenho de Lu s Saia Fonte acervo IPHAN 9 SR SP 2 1 1 4 Sistemas e Materiais Construtivos Com base nestes itens poss vel conhecer a t cnica utilizada na poca da edifica o e seus elementos estruturais e arquitet nicos caracter sticos com o objetivo de se conhecer a estrutura f sica e elaborar um diagn stico capaz de apontar poss veis problemas que comprometam a conserva o do bem arquitet nico O estado de conserva o orienta e fundamenta o Projeto de Interven o destacando seus prop sitos em um memorial anexo Nessa etapa s o identificados os fatores de degrada o provocados pela a o do tempo e uso ou causados por elementos externos Os levantamentos s o importantes para dar embasamento aos servi os de conserva o e restauro do patrim nio edificado principalmente ao futuro uso do monumento O restauro constitui o momento metodol gico do reconhecimento da obra de arte em sua consist ncia f sica e em sua dupla polaridade est tica e hist rica com vistas a sua transmiss o ao futuro BRANDI 1963 p 8 2 1 2 Iconografia T nia Cristina Bordon Miotto 50
17. Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo Editora Anablume 2007 GOODWIN Philip Lippincott SMITH George Everard Kidder Brazil Builds architecture new and old 1652 1942 Museum of Modern Art New York N Y The Museum of Modern Art 1943 T nia Cristina Bordon Miotto 226 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio GON ALVES Cristiane Souza Restaura o arquitet nica a experi ncia do SPHAN em S o Paulo 1937 1975 S o Paulo Annablume Fapesp 2007 GON ALVES Lisbeth Rebollo Entre Cenografias o museu e a exposi o de arte no s culo XX S o Paulo Edusp 2004 GUIMARAENS C a Paradoxos entrela ados as torres para o futuro e a tradi o nacional Rio de Janeiro Editora UFRJ 2002 HALBWACHS Maurice A mem ria coletiva S o Paulo Vertice 1990 HARVEY David A Condi o P s Moderna S o Paulo Loyola 1992 HORTA Maria de Lourdes Parreiras GRUNBERG Evelina MONTEIRO Adriane Queiroz Guia B sico de Educa o Patrimonial Bras lia Museu Imperial IPHAN MinC 1999 JULIANI L cia J C Etapa de Prospec o Arqueol gica Relat rio Final Capela de S o Miguel Paulista 1622 Institui o de Apoio Prefeitura do Munic pio de S o Paulo Secretaria Municipal de Cultura Departamento do Patrim nio Hist rico 2007 KANAN Maria Isabel Manual de conserva o e interven o em argamassas e r
18. Souza Reis relatou que a adapta o do corredor lateral em compartimento seria poss vel se houvesse um fechamento dos v os entre as colunas de madeira com vidra as de correr com caixilhos de madeira e vidros inteiri os a fim de transformar o aspecto simples do gradeado pontuando que o fechamento poderia ser feito apenas no espa o necess rio utiliza o pretendida Observa se a a preocupa o com o uso e com o aspecto do Monumento REIS 1941 n o paginado Esta solu o entretanto s deveria ser adotada em caso de grande necessidade de utiliza o do alpendre para local de perman ncia obrigat ria pois de qualquer maneira importar muita altera o das caracter sticas da constru o Provavelmente pela proximidade da Estrada Rio S o Paulo ainda n o pavimentada Carta de Jos S Reis Saia T nia Cristina Bordon Miotto 94 Pad Y mom ig Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Interven o 2006 Figura 51 Vista geral do Alpendre Lateral antes do restauro Foto T nia Miotto 2006 A varanda lateral ou corredor lateral como de prefer ncia de muitos pesquisadores sempre foi tema pol mico Antes era um ambiente fechado na sua totalidade depois foi refeito em seu aspecto por Lu s Saia Em meio a tantas controv rsias a proposta era a manuten o da balaustrada com fechamento por um
19. Temos dois momentos ocupando uma mesma sobreposi o A tend ncia est em n o elimin los ou em dar prefer ncia a algum j que refletem uma parte da hist ria do templo Aqui se conjuga tecnologia e infra estrutura m todo expositivo e arquitetura exemplo da interdisciplinaridade j mencionada Presente e passado se misturam ao longo de toda essa disserta o entre limites e paralelismos Entre cortes trincheiras e escava es a arqueologia auxiliou no entendimento da hist ria do s tio agora com uma abordagem de constru o e de uso Cer micas lou as objetos enterramentos descobertos em outra cota de investiga o ferramentas de linguagem que auxiliaram na percep o do patrim nio integrando tecnologias Uma das inten es desta pesquisa foi revelar o dia a dia dos usu rios do Monumento apesar do maior objetivo ser a data o das partes construtivas esclarecendo d vidas de cronologia da constru o A Capela Mor teria sido edificada antes do volume da Capela Lateral E o c modo anexo a ela e ao Altar Mor Quest es que foram esclarecidas numa pesquisa de cotas de n vel de compatibiliza o de materiais que enriqueceu todo o trabalho e o acervo da Capela Os enterramentos encontrados t o aguardados mas j previstos pela pr pria l gica da hist ria pois as igrejas recebiam enterramentos foram mais uma vez comprovados Al m disso a arqueologia muito nos norteou na quest o da escolha dos pisos tanto ext
20. am presentes tamb m nos relat rios e pe as gr ficas espelhadas em exerc cios atuais de conserva o Se cada caso um caso assim como cada desenho nico nas suas variantes dentro do campo da conserva o como enfatiza Kuhl 2006 o rigor e a adequa o dos m todos na avalia o do existente devem se apoiar numa hist ria que torne apto os caracteres para se entender o significado do monumento e assim reintegr lo ao tempo atual Deste contexto analisado foram assumidas as seguintes posi es no Projeto da Capela preserva o do perfil arquitet nico como refer ncia urbana recupera o do espa o como uso religioso e informativo resgatando a Capela enquanto refer ncia hist rica urban stica e de mem ria para a cidade de S o Paulo Assim com essas considera es formulou se a proposta de tornar a Capela um espa o que convidasse a visita o na forma de circuito j que a voca o T nia Cristina Bordon Miotto 57 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio religiosa do espa o se mostrava com certa clareza Nessa proposta os aspectos resultantes implicaram numa paisagem capaz de manter seu perfil e valor restabelecendo uma identidade do cidad o com o patrim nio e criando melhores condi es de uso para a popula o 2 2 3 1 Taipa A taipa de pil o mais resistente consegue se atrav s do feitio de f
21. dizer ou seja o seu sentido O espa o f sico proporciona uma condi o de lugar especial numa percep o de quem o percebe e avalia partindo de sentidos e experi ncias Mas o que de verdade d sentido a um lugar o conjunto de significados os s mbolos que a cultura local nele imprimiu isso que leva o outro a sentir partindo de seus valores determinado lugar como aponta Santos 1998 p 328 Quando o homem se defronta com um espa o que n o ajudou a criar cuja hist ria desconhece cuja mem ria lhe estranha esse lugar a sede de uma vigorosa aliena o L cio Costa um dos autores que condena a perfei o dom stica o apre o pelo novo H constru es inexpressivas mas tamb m h para sos de vida que parecem viver conosco J Ruskin 2008 defendia que o edif cio s agregava valor ap s testemunhar v rias exist ncias e assistir a evolu o da cidade num car ter de imortalidade sobre o homem T nia Cristina Bordon Miotto 27 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Pois de fato a maior gl ria de um edif cio n o est em suas pedras ou em seu ouro Sua gl ria est em sua Idade e naquela profunda sensa o de resson ncia de vigil ncia severa de misteriosa compaix o n o at mesmo de aprova o ou condena o que n s sentimos em paredes que h tempos s o banhadas pelas o
22. elemento transparente pensado como espa o integrante de um circuito de visita o Era preciso saber o que significava este elemento do Bem e qual a sua conformidade na hist ria Conforme Amaral 1981 a solu o vazada do alpendre possivelmente era uma separa o entre a fam lia e os ndios convertidos ou n o batizados Ainda deixava vis vel o altar mor mesmo com a Capela com as portas fechadas Como estas constru es estavam sempre isoladas n o existiu o problema da fachada a vida di ria em lugar de se concentrar em torno do dos p tios internos se desenvolveu nos corredores exteriores criados como zonas de estar e de descanso frente uma perspectiva aberta cheia de verde e de cultivos GASPARINI apud AMARAL 1981 p 78 Com a manuten o da balaustrada em dias com intemp ries era imposs vel transitar pelo ambiente apesar da dimens o do beiral existente A implanta o da nova pra a um ambiente aberto criou um corredor de vento e era necess rio um maior conforto sem a descaracteriza o do alpendre A solu o dos vidros transparentes corredi os com a m nima estrutura de fixa o permitia o vedo a transpar ncia e a abertura quando necess rio Ademais a taipa necessita de T nia Cristina Bordon Miotto 95 PATNA Aa E A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio ventila o para sua pr pria subsis
23. exist ncia O imediatismo ligado a um pragmatismo como solu o de problema e n o como reflex o onde o que interessa o novo n o o lastro hist rico Da o plano curto Com base nas cita es acima para se revitalizar preciso pensar globalmente Uma interfer ncia tem que considerar quest es paralelas iniciativa os problemas sociais de acesso de espa o p blico num mbito global fazendo jus s palavras de Regina Prosperi Meyer 1999 n o paginado Considero simplista a vis o de que interven es pontuais sejam por si s s capazes de revitalizar reas como essa A aus ncia de um projeto urbano que crie a conex o entre essas ncoras vital para a efic cia do processo 2 5 1 Proposta do Anexo A necessidade da constru o de espa os que permitem abrigar os servi os relacionados ao uso e manuten o da Capela de S o Miguel Arcanjo era fundamental desde o in cio dos trabalhos Banheiros copa e dep sito haviam sido constru dos atr s do Altar Mor entre as paredes de taipa A pesquisa hist rica revelou que essas instala es j haviam sido demolidas anteriormente e que por necessidade de uso foram novamente edificadas T nia Cristina Bordon Miotto 156 A fg Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio H i H H H H i H i H COBERTURA CORTE AA CORTE BB Figura 122 Levantament
24. gt Acesso em jan 2011 ARA JO Ant nio de Borja trad Princ pio do ICOMOS para a Preserva o e Conserva o Restauro das Pinturas Murais 2007 Dispon vel em http planbuildmanage biz quintaci wp content uploads 2008 03 principios para a preservacao das pinturas murais pdf Acesso em 31 maio 2010 AZEVEDO Paulo Ormindo de A Restaura o Arquitet nica enter o Passado e o Presente Revista de Urbanismo e Arquitetura Vol 6 No 1 2003 Dispon vel em http Awww portalseer ufba br index php rua article viewaArticle 3226 Acesso em 10 maio 2010 BARRETO Leonardo In Patrim nio Hist rico Preservando com conhecimento e respeito Claudia Cavallo Revista Lume Arquitetura Dispon vel em lt http www lumearquitetura com br pdf ed09 ed_09_Entrevista pdf gt Acesso em 18 abril 2010 BERTHO Beatriz Carra Conversa com Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz A trajet ria do Brasil Arquitetura S o Paulo jan 2011 Portal Vit vios Fonte http www vitruvius com br revistas browse entrevista Acesso 15 de janeiro de 2011 BIERRENBACH Ana Carolina de Souza Restauros de Lina Bo Bardi Inspira es para a Preserva o da Arquitetura do Movimento Moderno Escola T cnica Superior de Arquitectura de Barcelona UPC Dispon vel em http www docomomo org br seminario 205 20pdfs 012R pdf Acesso em 21 abr 2010 BSBALS lumina o especial em pr dios hist ricos 2009 Dispon vel em lt http Anww skyscrapercity com sho
25. hist ria do munic pio e origem de grande parte da popula o A partir de 1920 a Cia Ultramarina de Desenvolvimento introduziu 450 fam lias nip nicas na regi o e iniciou a venda de lotes para o plantio de arroz Para sediar as opera es comerciais a KKKK Kaigai Kogijo Kobushiki Kaisha construiu um conjunto de edif cios s margens do rio Ribeira de Iguape local do primitivo porto de Registro Em 1924 foram inaugurados quatro galp es de tijolo aparente para armazenamento de produtos e um para beneficiamento de arroz onde a tipologia industrial contrastava com as edifica es dos colonos O conjunto tinha uma presen a f sica marcante na forma o e crescimento da cidade com destaque tamb m para sua posi o estrat gica tanto geogr fica quanto urban stica na porta da entrada da cidade por m subutilizada O restauro se referenciou ao conjunto onde existia o aspecto da sua articula o com a paisagem cidade e rio Ribeira de Iguape No complexo foi instaurado o Memorial da Imigra o Japonesa do Vale do Ribeira e estabelecida uma nova rela o entre cidade e patrim nio com base em uma arquitetura que tem a for a da transforma o de alterar uma realidade e irradiar seus efeitos numa linguagem arquitet nica capaz de unir tend ncias e valores universais da arquitetura moderna realidade de um contexto T nia Cristina Bordon Miotto 210 A ka Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven
26. muito nos norteou as decis es tomadas dentro de reflex o e questionamento Temos que salientar a import ncia da metodologia um verdadeiro exerc cio cognitivo na interfer ncia dos Monumentos que como aponta Maria L cia Bressan Pinheiro 2007 apud GON ALVES 2007 p 15 encontra at hoje muita resson ncia nos meios patrimoniais No restauro atual a Capela foi encontrada com sua parede de taipa e esteios aparentes N o ir amos portanto retornar tijoleira encontrada pois descaracterizaria o monumento Foram retirados os esteios danificados recompostos com madeira similar seca e de qualidade de acabamento n o lavrado para que fosse poss vel observar o local de interven o distinguindo o dos demais esteios que n o foram tocados Como aponta COSTA 1995 p 38 sem d vida louv vel que as constru es se pare am e as solu es se repitam porquanto o estilo de cada poca se funda precisamente nessa mesma repeti o e presen a mas imprescind vel que a aplica o renovada e desej vel das formas ainda v lidas se processe com aquela mesma propriedade que originalmente as determinou Ainda sobre o segundo princ pio da teoria da restaura o de Brandi 2004 p 33 2 axioma A restaura o deve visar ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte desde que isso seja poss vel sem cometer um falso art stico ou um falso hist rico e sem cancelar nenhum tra o da pa
27. pa ses constituem a presen a viva do passado que lhes deu forma asseguram ao quadro da vida a variedade necess ria para responder diversidade da sociedade e por isso adquirem um valor e uma dimens o humana suplementares CARTA DE NAIROBI 1976 Este espa o apresentar os povos formadores da Capela e do bairro ao longo do tempo numa intera o com os visitantes Isso ser feito com um programa educativo que proporciona o contato com a hist ria desses povos ao mesmo tempo em que lhes fornecesse informa es para motiva o e interesse pela preserva o da mem ria e da hist ria O projeto busca ressaltar a mem ria das personalidades que contribu ram com o desenvolvimento da Capela e do bairro como o caso do beato Jos de Anchieta nos prim rdios e dos imigrantes nordestinos em tempos atuais Imagin ria Todas as imagens sacras que pertenceram S o Miguel ser o expostas pr ximas Capela lateral e em ordem cronol gica dando maior destaque imagem de S o Miguel Arcanjo Ser o fornecidas informa es sobre o restauro das pe as e suas iconografias com recurso sonoro que intensifica a atmosfera religiosa T nia Cristina Bordon Miotto 199 AT e EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Me 128 ss Figuras 174 a 176 Imagens pertencentes Capela de S o Miguel Paulista da esquerda para direita
28. providenciada pela UnicSul A solicita o era sobre a acelera o de execu o de reparos o mais r pido poss vel com respaldo e orienta o do IPHAN Na poca havia uma exposi o do fot grafo Milit o de Azevedo 3 Di rio Popular caderno CLIPPING 1999 caderno 5 T nia Cristina Bordon Miotto 72 i Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A Cliente UNICSUL CLIPPING DI RIO POPULAR 5 CIDADE ML A daborado por S O PAULO QUARTA FEIRA 27 DE JANEIRO DE 1999 Festa na pra a danifica a REGIANE MONTEIRO Falta de organiza o e um erro de c lculo da Prefeitura resultaram na depreda o da capela mais antiga na Capital a de S o Mi guel Arcanjo na pra a Padre Aleixo Monteiro em S o Miguel Paulista Zona Leste Na segun da feira a Administra o Regio nal de S o Miguel em conjunto com uma r dio realizou um grande show em comemora o aos 445 anos de funda o da ci dade Ao todo seis grupos de pa e gode abriram o evento incluindo sucessos de p blico como Sowe to Art Popular e Sensa o A expectativa era de que at 30 mil pessoas se reunissem na antiga vcpra a do Forr mas o n mero foi o dobro do esperado 60 mil Re sultado sem o efetivo suficiente tanto da Pol cia Militar quanto da Guarda Civil
29. ria da sociedade que o produziu e 3 In SCCARROCCHIA p 55 73 T nia Cristina Bordon Miotto 26 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio aquela que o reconheceu como merecedor de destaque e de a es que permitam a sua preserva o para as gera es presentes e futuras As iniciativas para a preserva o de um bem cultural necessitam muito mais do que o reconhecimento do seu valor cultural cabendo sociedade e ao Poder P blico tomar medidas que viabilizem a perpetua o deste s mbolo ao longo do tempo O estudo exaustivo do monumento a ser restaurado imprescind vel e deve ser utilizado como fundamento e justificativa das interven es a serem realizadas na edifica o adequando a as necessidades dos tempos atuais sem prejudicar sua rela o com o passado e visando o resgate de sua unidade potencial e da simbologia intr nseca em sua imagem f sica Em busca de uma qualidade nica deste estado latente da obra n o se deve desprezar o verdadeiro atributo do monumento por meio de uma altera o de seu valor hist rico ou art stico Portanto inadequado aplicar a determinado monumento pr ticas de edif cios novos ou particularidades que possam acarretar em preju zos irrepar veis exemplos de fachadismos presentes inexplicavelmente nos dias atuais Quando se fala em significado refere se a algo que uma coisa quer
30. rios recomposi o A opini o do IPHAN do uso do concreto se difundiu em todo o tipo de edif cio A atualidade e distin o dos materiais originais eram justificativas e na Casa do Butant restaurada em 1954 1955 os servi os de consolida o estrutural introduziram uma cinta de concreto no respaldo das paredes conc ntricas de forma a ficar invis vel e n o alterar a altura do edif cio na forma de um esqueleto de concreto armado e na casa do Caxingui restaurada em 1967 h plantas com pilares de concreto nos cunhais e encontros de paredes al m de men o Conforme Mayumi a taipa ao mesmo tempo material e t cnica e n o admite refazimentos Referindo se s quest es abordadas por autores como e Fernando Machado Leal este ltimo a partir de texto de Paulo Tedim Barreto citando o Padre Florian Backe com o correr do tempo o maci o se petrifica adquirindo solidez extraordin ria Apesar disso da fr gil constitui o qualquer interven o irrevers vel ou seja novos maci os n o se compatibilizam com os antigos o preenchimento das lacunas com a pr pria t cnica de constirui o tamb m n o conveniente e da a necessidade de estudos criteriosos do material e t cnica so sistema construtivo para interven es pretendidas p 125 Parecer do arquiteto Jos de Souza Reis In GITAHY 2007 T nia Cristina Bordon Miotto 108 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven
31. taipa pelo contato com a terra e o escoamento direto das guas pluviais nas paredes O cal amento no per metro total da Capela e na calha com piso auto drenante executado no alinhamento do beiral dos telhados tamb m auxiliou no escoamento das guas pluviais Figuras 13 e 14 A esq Detalhe da taipa no c modo anexo ao Altar Mor O p direito de quase 6m Esta parte da taipa far parte de uma vitrine no projeto museal com o tema de t cnicas construtivas A dir detalhe do cal amento com piso autodrenante ao redor da Capela Fonte T nia Miotto 2009 Considera es A releitura cr tica das experi ncias realizadas pelo SPHAN em sua fase pioneira com v rias interven es privilegiaram uma dada leitura da hist ria da arquitetura brasileira Questiona se a considera o da validade das diversas fases por que passou o monumento hist rico e como essas decis es podem ser refletidas no momento atual Como aponta Cristiane Gon alves 2007 p 77 o processo de restauro realizado pela equipe do SPHAN estava desamparado por um julgamento pr vio e preliminarmente estabelecido em um projeto de restauro Para n s o T nia Cristina Bordon Miotto 63 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio contato com a documenta o que revelou os cuidados dentro dos limites existentes de documenta o pr tica e questionamentos
32. 1938 40 Porto Alegre 2002 Portal Vitr vios Fonte http www vitruvius com br revistas read arquitextos 10 122 3486 Acesso 15 de janeiro de 2011 COP Silvia Moehlecke Arqueologia da Arquitetura ensaio sobre complexibilidade performance e processos construtivos das estruturas semi subterr neas do Planalto Ga cho Anais do V encontro do N cleo Regional Sul da Sociedade de Arqueologia Brasileira SAB Sul Rio Grande RS 2006 Dispon vel em lt http www anchietano unisinos br sabsul V 20 20SABSul simposio planalto 1 pdf gt Acesso em 30 julho 2009 COSTA Thiago 2009 Cole o Bairros de S o Paulo O extremo da zona leste quer ser visto S o Miguel Paulista Dispon vel em lt http Anww skyscrapercity com showthread php t 829300 gt Acesso em janeiro 2011 DE ALMEIDA Eneida BOG A Marta Esquecer para preservar Fonte http www vitruvius com br revistas read arquitextos 08 091 181 Acesso 15 de julho de 2010 Decreto 13 426 7 9 Dispon vel em lt http Awww jusbrasil com br legislacao 207905 decreto 13426 79 sao paulo sp gt Acesso em 25 02 2011 DE FIGUEIREDO Anttonio Pereira vers o BIBLIA N T Jo o Portugu s B blia sagrada Reed S o Paulo Editora Da Am ricas 1950 T nia Cristina Bordon Miotto 232 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio DE JESUS 2010 Plano Diretor de Ilumina o U
33. 1957 p 69 Nessa percep o temporal cabe ao presente extrair do passado novos elos que n o dependam de sequ ncias cronol gicas estabelecendo uma temporalidade descont nua Desenvolver uma compreens o temporal que mant m os acontecimentos rigidamente encadeados em uma linha do tempo abstrata recolher fatos e v nculos de um modo inusitado e provocativo sem come o nem fim O relato da evolu o hist rica do local onde est situada a Capela de suma import ncia para o entendimento global e para o embasamento de informa es relevantes Aspectos te ricos tiveram como fun o analisar o valor do Bem justificando a import ncia de se elaborar um projeto de restauro e principalmente explicar a metodologia adotada Nesse caso espec fico era vital saber o que deveria ser restaurado e consolidado seja por vias culturais hist ricas ou de utiliza o Tanto uma quanto outra deveriam se basear no valor que a sociedade atribui ao objeto A documenta o embasou as decis es tomadas e as interfer ncias dos valores art sticos e documentais pr existentes o que demandou um partido de projeto com base nas normas da rea de preserva o Foram id ias consolidadas mas que permitiram uma reorganiza o conforme a particularidade das situa es Neste sentido a colabora o de Cesare Brandi 1906 1988 foi apropriada no alcance de princ pios de interven o alinhados a uma cr tica cient fica em oposi o a e
34. Anww skyscrapercity com showthread php t 861684 gt Acesso em 03 05 2010 LOPES Jonas Capela de S o Miguel Arcanjo restaurada Revista Veja S o Paulo S o Paulo edi o 2137 2009 Dispon vel em lt hitp vejasp abril com br revista edicao 2137 capela de sao miguel arcanjo restaurada gt Acesso em 01 jun 2010 MASCAR L cia Ilumina o e arquitetura sua evolu o atrav s do tempo Set 2005 Dispon vel em lt http Awww vitruvius com br revistas read arquitextos 10 118 3374 gt Acesso em 01 jun 2010 MELENDEZ Adilson Luzes destacam arquitetura peculiar e pain is de Portinari Revista Projeto Design edi o no 309 S o Paulo S o Paulo Nov 2005 Dispon vel em lt http Anww arcoweb com br lightning ld studio luminotecnica de 12 12 2005 html gt Acesso em 03 mar o 2010 MEYER Regina Outros sons outros trens 1 Outubro 1999 Dispon vel em lt http Awww piniweb com br construcao noticias outros sons outros trens 84465 1 asp gt Acesso em 03 mar o 2010 T nia Cristina Bordon Miotto 234 yi Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio NEIVA Eduardo Imagem hist riae semi tica Anais museu paulista vol 1 no 1 S o Paulo 1993 Dispon vel em lt http www scielo br pdf anaismp vin1 a02v1n1 pdf gt Acesso em 19 maio 2009 NUNES Joana Concei o ALFONSO Paula Arnold Ilumina o em Edif cios Hist ri
35. Arquitetura v 1 n 8 Patrim nio Maquinaria e Mem ria Salvador jul dez 2008 DI MARCO Anita e ZEIN Ruth Verde Sala S o Paulo de Concertos o projeto arquitet nico S o Paulo Editora Alter market 2001 FANUCCI Francisco P FERRAZ Marcelo Carvalho DOS SANTOS Cec lia Rodrigues CALDEIRA Vasco Francisco Fanucci Marcelo Ferraz Brasil Arquitetura Editora Cosac Naify S o Paulo 2005 FERRAZ Marcelo C Org Lina Bo Bardi S o Paulo Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi 1998 FLORIO Wilson Experimenta o e Incerteza no Processo de Projeto uma reflex o sobre o papel dos croquis de concep o em Arquitetura In CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN 18 2008 S o Paulo Anais do 8 Congresso de Pesquisa e Desenvolvimento em Design S o Paulo AEND Brasil 2008 FONSECA Maria Cec lia Lurdes O Patrim nio em Processo A trajet ria da pol tica Federal do preserva o do Brasil RJ UFRJ Minc IPHAN 1997 FR D RIC Louis Manual Pr tico de Arqueologia Livraria Almedina Coimbra 1980 FUNARI Pedro Paulo Abreu A trajet ria da Arqueologia Hist rica no Brasil In Orser Jr Charles E Introdu o A Arqueologia Hist rica Belo Horizonte Oficina de Livros 1992 HORNE D Reading Museums In Museums 2000 Politics people professionals and profit London Patric Boylan Routledge 1992 GITAHY Maria L cia Caira DE LIRA Jos Tavares Correia S o Paulo USP
36. Dispon vel em lt http www docomomo org br seminario 207 20pdfs 049 paf gt Acesso em 30 ago 2009 WARCHAVCHIK Gregori MARTINS Carlos A Ferreira Editora Arquitetura do s culo XXdISPONIVEL EM lt htto www revistasusp sibi usp br pdf cpc n1 a06n1 pdf gt Acesso em 15 jan 2011 T nia Cristina Bordon Miotto 237
37. Estes registros n o apresentam semelhan a com entalhes e figuras do g nero produzidas pelos nativos brasileiros 19 Roseli Santaella Stella em Anchieta e S o Miguel Funda o e Capela s d T nia Cristina Bordon Miotto 47 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio na regi o Esse testemunho levanta a hip tese da presen a em S o Miguel de ndios capturados por sertanistas na Am rica espanhola talvez um dos nicos vest gios da presen a destes ndios no Brasil As portas variadas constituem interessante acervo da igreja seja por suas formas decorativas seja por sua dupla fun o no caso de uma delas a de separar o altar da sacristia ao mesmo tempo em que os elementos vazados transformam o espa o em uma esp cie de confession rio A Igreja ainda possui um elemento arquitet nico que a torna inconfund vel a varanda ou balc o fronteiro e lateral em forma de um grande L O primeiro aberto na parte superior e sustentado por seis pilares tamb m em taipa O segundo fechado com pilastras em toda a extens o Analisando nossas Capelas alpendradas Luis Saia identifica predomin ncias regionais de tipos edificados em particular quanto ao sistema das coberturas Nota se regionaliza o mais precisa quanto ao tipo de cobertura do Rio de Janeiro para o norte surge sistematicamente o telhado de tr s guas e para o
38. Itu 80 Figura 34 A retirada do lageamento da nave veio mostrar por baixo das lages um piso de tijolos cuja bitola media de 6x19x38 A foto mostra um oper rio com a m o espalmada sobre um tijolo o sentido da medida indicada pela m o transversal 1940 81 Figuras 35 e 36 esq piso do Alpendre Frontal em detalhe dir piso do Corredor Lateral vista geral 84 Figuras 37 e 38 Detalhes do piso de tijoleira encontrados na nave abaixo do piso de varvito 85 Figura 39 Detalhe do cal amento com piso auto drenante ao redor da Capela 86 Figura 40 Janela externa do anexo Capela Lateral Observar a balaustrada folhas de madeira interna e as inscri es em baixo relevo no batente 88 Figura 41 Balaustrada do Corredor Lateral 88 Figuras 42 e 43 esq foto da porta do Confession rio Sacristia dir a porta entre a Capela Lateral e a Nave 89 Figura 44 Capela de S o Miguel Paulista 90 Figuras 45 e 46 esq S tio do Padre In cio Cotia dir S tio Santo Antonio S o Roque 90 Figuras 47 e 48 esq aspecto externo do corredor lateral anterior interven o de Lu s Saia Notar a cal ada externa em Lages de Itu O pequeno guarda corpo de taipa recebeu uma camisaria de tijolo dir ap s a retirada do fechamento de tijolos o muro de taipa vista na parte inferior 92 Figura 49 Fichamento com foto do lado interno do corredor lateral mostrando a parede
39. Luiz Dias de Um Estado Completo que pode jamais ter existido SP FAUUSP 1994 Tese Douturado ANDRADE Rodrigo Melo Franco Rodrigo e o SPHAN Minist rio da Cultura Secretaria do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional Funda o Nacional Rio de Janeiro Pr Mem ria 1987 ARANTES Antonio Augusto Revitaliza o da Capela de S o Miguel Paulista In Produzindo o passado estrat gias de constru o do patrim nio cultural S o Paulo Brasiliense 1984 ARGAN G C A hist ria da arte como hist ria da cidade S o Paulo Martins Fontes 1992 ARROYO Leonardo Igrejas de S o Paulo S o Paulo Companhia Editora Nacional 1966 ARTIGAS VilaNova O Desenho Texto da Aula Inaugural pronunciada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP S o Paulo mar o 1967 Reedi o da publica o do Centro de Estudos Brasileiros do Gr mio da FAU USP 1975 BARDI Lina Bo Contribui o proped utica ao ensino da teoria da arquitetura apresentada ao concurso da cadeira de Teoria da Arquitetura Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de S o Paulo S o Paulo 1957 BASUALDO Carlos org Tropic lia uma revolu o na cultura brasileira 1967 1972 Museum of Contemporary Art Chicago Ill Barbican Art Gallery Centro Cultural de Bel m Bronx Museum of the Arts S o Paulo Editora Cosac Naify 2007 BENEVOLO Leonardo Hist ria da cidade S o Paulo Perspectiva 19883 cidade e o arquiteto S o Paulo
40. MIGUEL ARCANJO Aafa rom sve Figura 134 Projeto da Implanta o do anexo tra ado evolutivo Folha 6 Fonte Arq T nia Miotto e Marcelo Palote 2007 Com o t rmino dos estudos relacionados Pesquisa Arqueol gica em aten o ao solicitado pelo Conpresp Oficio n 479 2006 de 18 04 2006 pelo Condephaat Oficio GP 1964 07 de 03 08 2007 e tamb m em aten o portaria n 215 07 IPHAN que se pode dimensionar o interesse arqueol gico preservado no entorno da Capela e o potencial para um estudo cient fico mais amplo A necessidade da preserva o deste potencial mais a posi o do IPHAN que considerou que um salvamento parcial de um lado teria interesse cientifico limitado e de outro seria inexequ vel em virtude das restri es or ament rias do projeto de T nia Cristina Bordon Miotto 165 E D SA A fg Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio restauro Ata de reuni o 18 10 07 somado a negativa da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente DEPAVE para a remo o das rvores do local pedido n 135 06 nos levou a propor a revis o da loca o do Bloco parte integrante do Projeto Executivo de Restauro A proposta final considerou o Bloco de Apoio nos fundos da Capela em situa o aparente sendo considerados a dist ncia do Monumento e a legibilidade do conjunto com a m nima interfer ncia e reversibilidade
41. Marcelo Palote 2007 T nia Cristina Bordon Miotto 162 PATNA i Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 2 5 1 1 Revitaliza o da Pra a Padre Aleixo INPLANTA EO ANTERIOR lo anterior do pro o Po Alevo om 2004 se Inicio estudos poro elobora o do Projeto do Restauro da Capek Uersas corstu es o elementos de paisagismo competfom com o visuolzo o da Copak gt reloncvam ro o um uso fnodequada o pon s diversos desniveis lorem suspensos exsautodos em blocos frema a Capek havia um desnmvel muito gomo com prdne mwr do pedro o umo essdorio oo oe os obmervor que a obro da ssocu ho dessa configura o de pra a tamb m foi eparina pelo gronda otero no entomo do apelo Q am s o ucus scmuo E raso m oono aaoo PRA A PE ALEIXO MAFRA ANTES DA REFORMA NOV 2006 EB DEHN Com ANU E LURES DE MEDIA S EMA mei CAPELA DE S O MIGUEL ARCANJO Aa Foma 1 6 equi palota polotm com br Figura 131 Projeto da Implanta o do anexo pra a existente Padre Aleixo de Monteiro Mafra Folha 1 2007 Fonte Arq T nia Miotto e Marcelo Palote 2007 A remodela o da pra a projeto do escrit rio Brasil Arquitetura Arq Marcelo Ferraz iniciativa da Prefeitura Municipal retirou os aterros e desn veis existentes retomando parte da topografia original e valorizando o Monumento com a elimina o de constru
42. Monteiro Mafra 2002 Fonte Projeto Relevo Topografia 2002 70 Associa o Cultural Beato Jos de Anchieta ACBJA que tem como presidente o Pe Geraldo Ant nio Rodrigues O objetivo resgatar preservar e divulgar o patrim nio art stico e cultural da Diocese de S o Miguel Paulista http www catedralsaomiguel org br associacao planejamento php T nia Cristina Bordon Miotto 158 A 4 i Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 126 Pra a Padre Aleixo de Monteiro Mafra com o palco de shows esquerda e monumento japon s ao fundo 2002 Fonte Prefeitura de S o Paulo Subprefeitura de S o Miguel Paulista 2007 Foto T nia Miotto A pra a onde se localiza a Capela pertence ao bairro de S o Miguel Paulista e leva o nome do Padre Aleixo Monteiro Mafra que chegou ao bairro em 1941 Em mar o de 2007 a pra a passou por reformas o palco o monumento japon s e o caramanch o foram demolidos priorizando a visual legibilidade e salvaguarda da Capela Devido grande migra o nordestina acabou recebendo o apelido de Pra a do Forr e os shows no local foram suspensos Antes desta remodela o foram feitas duas propostas para o anexo 1 Previa se a constru o do bloco na lateral esquerda de quem olha de frente para a Capela A necessidade da constru o de rampas para acessibilidade tornava o desenho volumoso
43. Nesse sentido caminhar pelas cidades observar seus pr dios visitar museus igrejas entrevistar moradores degustar as peculiaridades culin rias observar pr ticas culturais al m de documentos produzidos em outras pocas constitui uma possibilidade mpar para operar com o tempo compreender suas descontinuidades e perman ncias confrontar temporalidades diversas situar per odos hist ricos em rela o ao presente A cultura passou a ser uma imagem de grife de entretenimento a ser consumida rapidamente Com rela o s cidades a competi o acontece em fun o do turismo e de investimentos estrangeiros numa luta acirrada de pol ticos num esmero de venda da imagem de marca de suas cidades Perguntas como o uso contempor neo que se faz da cultura como estrat gia principal dos novos projetos ditos de revitaliza o urbana ou como as novas produ es art sticas passam a ter novas fun es sociais al m daquelas T nia Cristina Bordon Miotto 34 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio puramente est ticas nos levam ao questionamento do papel do arquiteto e urbanista diante desses processos urbanos contempor neos Para o bem ou para o mal a cidade o convida a refaz la a consolid la numa forma em que voc possa viver nela Voc tamb m Decida o que ela e a sua pr pria identidade ser revelada como um mapa fix
44. Perspectiva 2001 T nia Cristina Bordon Miotto 224 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio BERGAMASCHI Maria Aparecida STEPHANOU Maria Ensino de Hist ria e Educa o Patrimonial mem ria a oriana In JORNADA DE ENSINO DE HISTORIA E EDUCA O Porto Alegre EST 2000 BOGUS Ricardo Nogueira O projeto museogr fico da exposi o Cartografia de uma hist ria S o Paulo colonial mapas e relatos Anais museu paulista vol 17 no 1 S o Paulo Jan Junho 2009 BOITO Camillo Os Restauradores Tradu o Beatriz Mugayar K hl e Paulo Mugayar Kuhl S o Paulo Ateli Editorial 2002 BRANDI Cesare Teoria da restaura o Tradu o Beatriz Mugayar K hl S o Paulo Ateli Editorial 2004 BRITO Paulo Vin cio de Brito Capela de S o Miguel Arcanjo S o Paulo Publica o 2008 BRUNO Ernani Silva Equipamentos usos e costumes da Casa Brasileira S o Paulo EDUSP 2000 BSBALS Ilumina o especial em pr dios hist ricos 2009 Dispon vel em lt http Anww skyscrapercity com showthread php t 861684 gt Acesso em 03 maio 2010 CANCLINI Nestor Garcia Consumidores e cidad os Rio de Janeiro UFRJ 1999 CAVALCANTI Lauro Moderno e Brasileiro a hist ria de uma nova linguagem na arquitectura 1930 60 Editora Jorge Zahar 2006 CHELINI Maria J lia Estef nia LOPES S nia Godoy Bueno de Carvalho Exposi es em m
45. S O MIGUEL ARCANJO BEE FOLHA 3 6 Figura 129 Projeto da Implanta o do anexo tra ado evolutivo Fonte Arq T nia Miotto e Marcelo Palote 2007 As altera es na loca o do bloco suas justificativas e partidos perfil natural do terreno e redu o de rea se depararam com um novo elemento a revitaliza o da Pra a Este fato provocou uma revis o no projeto do anexo que vinha sendo estudado propiciando a constru o de um adro em frente Capela situa o at ent o inexistente Esta nova topografia retirava a possibilidade da utiliza o do desn vel ficando o bloco de apoio quase que totalmente vista interferindo na visualiza o do conjunto Hist rico O projeto de interven o foi novamente revisto propondo se a constru o de um bloco enterrado na frente do Monumento Uma laje plana manteria livre a entrada da Capela e do Adro com exce o das duas entradas localizadas nas extremidades escada e plataforma de acesso Al m disso a rea proposta para implanta o correspondia proje o da antiga estrada S o Paulo Rio de Janeiro que em sua constru o j havia interferido no prov vel material arqueol gico do local A constru o atenderia as seguintes implica es Foram observados abaixo do solo camadas de asfalto paralelep pedos brita corrida graduada e camadas de compacta o para preparo de caixa alem de instala es antigas de telefonia interfer ncia consideravel
46. Sna a i Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio ETSE Figuras 82 e 83 A esq Coluna Antropomorfa da Banca de Comunh o A dir vista geral da Banca de Comunh o Fonte T nia Miotto 2006 Maira Pajos 2002 Figuras 84 e 85 esq Pia Batismal dir Altar Mor Fonte Carlos Campoy 2004 Figuras 86 e 87 A esq Altar da Capela Lateral A dir Altar Mor vis o geral Fonte Carlos Campoy 2006 T nia Cristina Bordon Miotto 116 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Al m do pr prio estado de conserva o e at mais do que ele s o as pr prias t cnicas executivas empregadas na confec o de cada pe a que determinam as possibilidades de restauro a come ar pelos recursos t cnicos de restauro utiliz veis em cada caso MORAES 2006 n Considera es Tocar uma obra de arte um grande desafio como uma p gina em branco O fato que j existe uma preexist ncia At onde o restaurador pode intervir faz parte do processo n o ato antecipado H diretrizes por m elas podem tomar caminhos diferenciados e at imprevistos j que a interven o revela o inusitado da a surpresa na riqueza da descoberta O bvio n o faz parte da pr tica No caso da Capela foi preciso um estudo hist rico e invasi
47. a Padre Aleixo de Monteiro Mafra com o palco de shows esquerda e monumento japon s ao fundo 2002 159 Figura 127 Vista Frontal da Capela e Adro na Pra a Padre Aleixo de Monteiro Mafra 2002 159 Figura 128 Projeto da Implanta o do anexo tra ado evolutivo 160 Figura 129 Projeto da Implanta o do anexo tra ado evolutivo 161 Figura 130 Projeto da Implanta o do anexo tra ado evolutivo Folha 5 162 Figura 131 Projeto da Implanta o do anexo pra a existente Padre Aleixo de Monteiro Mafra Folha 1 2007 163 Figuras 132 e 133 Projeto Implanta o do anexo pra a proposta Folhas 3 e 4 164 Figura 134 Projeto da Implanta o do anexo tra ado evolutivo Folha 6 165 Figura 135 Maquete eletr nica do anexo 166 Figura 136 Projeto da Implanta o do anexo estudo das fachadas e volumetria 167 Figura 137 esq mapa da cidade de S o Paulo subprefeituras dir bairros formadores da rea Subprefeitura S o Miguel Paulista 172 Figura 138 Mapa da cidade de S o Paulo subprefeituras No ret ngulo vermelho a localiza o da Pra a Padre Aleixo de Monteiro Mafra 172 Figura 139 Localiza o das fotos abaixo Pra a Padre Aleixo 173 Figuras 140 e 141 Fotos 1 e 2 da Pra a Padre Aleixo Ao fundo ag ncias banc rias constru das entre 2006 e 2008 um dos gabaritos mais altos do entorno 173 Figuras 142 e 143 Foto 3 catedral de S o Miguel Arcanjo Foto 4 entorno e pede
48. a natureza espacial funcional e at mesmo social do objeto GON ALVES 2007 p 19 T nia Cristina Bordon Miotto 97 Pd Y meo JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 54 Vista em detalhe do Alpendre Lateral ap s o restauro Detalhe do fechamento em vidro esquerda Foto T nia Miotto 2006 2 2 3 7 Pintura do Madeiramento Em janeiro de 1940 as camadas de pintura recente revelaram que estavam ligadas diretamente ao mordente os cachorros dos beirais e as grades externas eram de cor verde esmeralda No mesmo m s Saia 1940 n o paginado solicitou ao Dr Jos de Paiva Castro diretor geral da Secretaria da Agricultura 20 kg de verde Paris para pintura das portas e janelas Creio que a solu o para este problema bem mais f cil que o dos altares acho que as partes de madeira voltadas para o exterior devem ser pintadas nesta cor verde Havia d vida sobre a pintura do coro da armadura do telhado e dos cachorros da nave As decis es foram pelo madeiramento da cobertura pintado na cor branca de prefer ncia caiada os cachorros do beiral brancos conservando o verde apenas nas janelas e grades Em 2006 houve a pintura do madeiramento estrutural na cor branca resgatando a imagem do restauro de 1940 j que as pe as atuais se encontravam com restos de pintura a cal nas pe as lavradas e a leo nas d
49. ado urbano solicitando sua desapropria o Al m desse pedido havia a quest o do desvio da Estrada Rio S o Paulo onde o intenso tr nsito no entorno prejudicava a edifica o pela vibra o A resposta veio por meio de projeto em c pia fornecida pela Divis o de Parques e Jardins da PMSP com a inten o de desviar a estrada para os fundos da Igreja Esta proposta levou a uma cr tica r pida na afirma o de que seria in til este posicionamento pois afastava a Capela de visita o dos turistas que passavam pelos arredores Entre outros defeitos ela tem o de afastar da Igreja e mais da solu o arquitet nica mais interessante desta o alpendre SAIA 1940 n o paginado 77 Prefeito Prestes Maia 78 Ainda n o existia a Via Dutra T nia Cristina Bordon Miotto 175 ATNA i Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figuras 149 e 150 Capela de S o Miguel A esq Estrada RJ SP circundada por rvores com cruzeiro em destaque A dir cruzeiro beira da Estrada RJ SP 1939 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Figura 151 Capela de S o Miguel com estrada RJ SP frente 1940 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Foi elaborado um novo projeto pela Prefeitura que melhorou consideravelmente a situa o do Monumento sujeito a abalos estruturais Ainda assim n o estava solucionado o problema dos im veis lindeiros nos f
50. apresentadas propostas concretas para a utiliza o do patrim nio tendo em vista o panorama de transforma o de reas de poucos recursos econ micos dos pa ses da Am rica Latina Em 1968 em sua 15 Se o foram apresentadas recomenda es sobre a conserva o dos bens culturais relacionando necessidades da sociedade contempor nea caracterizando uma coer ncia hist rica e tradicional e integrando a vida contempor nea como elemento fundamental que deve ser tratado no planejamento urbano A realiza o do projeto para a restaura o de uma obra arquitet nica dever ser precedida de um exaustivo estudo sobre o monumento elaborado de diversos pontos de vista que estabele am a an lise de sua posi o no contexto territorial ou no tecido urbano dos aspectos tipol gicos das eleva es e qualidades formais dos sistemas e caracteres construtivos etc relativos obra original assim como aos eventuais acr scimos ou modifica es Carta de Restauro Governo da lt lia 1972 p 9 A Carta de Restauro Governo da It lia 1972 documento nacional de influ ncia internacional afirma que os centros hist ricos n o s o apenas os antigos mas assentamentos que se transformaram no decorrer dos tempos e que possuem um valor especial um testemunho hist rico ou caracter sticas arquitet nicas urbanas T nia Cristina Bordon Miotto 169 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendi
51. caracterizaram ao longo do tempo ouso desses pr prios elementos Carta do Restauro 1972 p 17 N q A 5 N t DR F D FR Be A q Figura 22 Detalhe do telhado da Capela Lateral Fonte T nia Miotto 2006 Os procedimentos adotados se constitu ram no destelhamento com retirada das telhas para limpeza e recupera o do madeiramento rea trabalhada n o excedeu rea que pudesse ser protegida por superf cie pl stica male vel na expectativa de chuvas Desta forma este servi o foi realizado trecho a trecho e com crit rio Um guarda p acima do ripamento existente com aplica o de sub cobertura imperme vel foi executado al m de substitui o das telhas por pe as cer micas novas hidrofugadas e de mesma dimens o e caracter sticas f sicas das existentes e da pintura do madeiramento estrutural na cor branca 38 As telhas retiradas possu am v rios modelos tamanhos e cores da as patologias recorrentes como encaixe das telhas N o houve a preocupa o do conjunto e o telhado se apresentava descaracterizado T nia Cristina Bordon Miotto 74 ANN i Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figuras 23 e 24 Na ordem seq encial vista frontal e lateral esquerda da Capela Fonte T nia Miotto 2006 Em Documenta o Necess ria L cio Costa consi
52. com base na afirma o de que este refor o tirava o aspecto caracter stico da t cnica a aus ncia de retid o e superf cies planas Apesar da preocupa o de n o deformar o car ter da constru o ao introduzir o concreto apareceu um car ter muito mais irrevers vel como aponta Gon alves 2005 Seguindo o racioc nio da autora o uso do concreto estaria ligado mais a um desejo de uso do novo material do que a real necessidade numa modernidade de interven o Al m disso n o existia o aspecto de ru na perante a documenta o fotogr fica apresentada no m nimo intrigante ent o frente aparente integridade estrutural da edifica o a extens o dos servi os propostos atrav s da inser o de esqueleto de concreto armado refuncionalizando os maci os de taipa e alterando sua mat ria original GON ALVES 2007 p 99 A taipa n o possui alicerces ou baldrames e um simples socar da terra Luis Saia enfrentou esta problem tica ao conjugar estruturas mistas de concreto e taipa Art 12 Os elementos destinados a substitu rem as partes que faltem devem integrar se harmoniosamente no conjunto e simultaneamente serem distingu veis do original por forma a que o restauro n o falsifique o documento art stico ou hist rico CARTA DE VENEZA 1964 p 3 ES err C p l O O ELEVA O 01 esc 1 125 nesta parede de taipa havia estrututa de madeira anterior encontr
53. com mais de 50 de sua rea destinada circula o Al m disso os dados da Pesquisa Arqueol gica provocavam restri es agravado pelo fato da constru o invadir a rea de circula o da pra a T nia Cristina Bordon Miotto 159 AA mM JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio fora do terreno da Diocese Esta proposta apresentada no Projeto B sico foi considerada favor vel pelo Conpresp Oficio n 479 2006 mas permaneceu em discuss o ESTUDO 01 PROJETO B SICO Prlmelro estudo oprovodo como Projeto B sica Prop e a constru o do Hom de opolo no loteral esquerdo do terreno da Capelo A proposta teve que ser revisto devido da cimers o do pal paa Bo do rompa ida verfficado posteriormanta que a loca o sugerida ulropossovo s fmies do jo E Copaia treno di Dados do mapromento arqueni gioo do mol GPR mostrou ver tamb m de gronde htoresso o loca sugeri para Implanta o inviabilizando tomb m suo reoliza o APOIO SUBTERR NEO s ENA IMPLANTA O PROPOSTA 1 y EMA orul potstsBpolata com br mem CAPELA DE S O MIGUEL ARCANJO DR roma z s Figura 128 Projeto da Implanta o do anexo tra ado evolutivo Fonte Arq T nia Miotto 2007 2 Tomava se partido do desenho da pra a Padre Aleixo caracterizada por desn veis escadarias e jardins com fechamento
54. conjunto da cidade Da a vis o de uma mem ria da cidade ligada da pessoa e a do grupo e esta ltima ao campo da tradi o a mem ria coletiva da sociedade Este ato de retrabalhar imagens dos centros hist ricos hoje com os recursos dispon veis n o tem a pretens o de uma conserva o do passado na sua total autenticidade T nia Cristina Bordon Miotto 155 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Considerar o patrim nio cultural nas reas de revitaliza o como apenas materializa o dos espa os s torna insustent vel o que estas experi ncias t m de mais significativas a elabora o de uma arquitetura dos lugares e uma complexa rela o entre cultura e consumo Esta releitura das cidades por vezes implica a nfase e a recria o de novas colocando em foco delicadas quest es at que ponto estas interven es contribuem para a manuten o da paisagem e da cultura local Qual o limite entre o real aut ntico e o imagin rio falsificado Citando Canclini 1995 p 92 A cidade um suporte e um l cus para a cultura de massa um verdadeiro laborat rio de rela o p blico privado Dentre esses problemas e conceitos concep es e tarefas temos a dualidade do velho e do novo Tamb m oportuno colocar a afirma o de Rubano 2009 n o paginado entre a proposta e a necessidade de se pensar com crit rio a pr
55. d vidas da fun o do edif cio e se entreter com rvores llases clamar por um projeto de ilumina o frente s novas tecnologias que merecem nossa aten o e que valorizam as cidades Essa tecnologia da luz no sentido de colaborar acaba ofuscando designers que se deixam levar por promessas t cnicas sem ao menos prestarem aten o na hist ria descaracterizando o patrim nio e anulando a sensibilidade das gera es futuras Uma pirotecnia luminot cnica que est transformando cidades em parques de divers o com falta de pesquisa que restringe respostas est ticas que contribuem para a import ncia da cultura regional e para o conforto ambiental Ao iluminar a Capela de S o Miguel foram definidas as caracter sticas b sicas os fluxos e as rotas de aproxima o arquitetura caracter sticas hist ricas dentro de um ponto de vis o e ilumina o existente Tamb m houve a an lise de efeitos na silhueta urbana perspectivas reconhecimento para a determina o dos crit rios pertinentes aos projetos considerados No projeto utilzaram se luzes mais amarelas no Monumento predominam as paredes caiadas em branco e tamb m h o destaque para pe as do T nia Cristina Bordon Miotto 151 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio futuro Circuito de Visita o Interno contribuindo para uma pontua o de informa es Quanto
56. de entendimento das novas linguagens do patrim nio Espanha que ao contr rio de Portugal no s culo XVI amplamente os utilizava segundo os princ pios palacianos Pode se afirmar que a Capela de S o Miguel um dos poucos exemplares existentes no Brasil que conserva integralmente as suas originais varandas 2 1 1 3 Tipologia da Arquitetura A tipologia da arquitetura tem rela o com a fun o do edif cio sua implanta o e distribui o dos espa os internos Faz parte dessa etapa do invent rio detectar caracter sticas arquitet nicas que foram alteradas por reformas anteriores e embasar uma leitura espacial do edif cio com base na associa o com tipologias semelhantes Deve se tamb m considerar o edif cio inserido no meio ambiente a sua volta entorno A representa o gr fica da planta permite uma an lise da distribui o dos ambientes internos bem como de h bitos e costumes caracter sticos de um determinado per odo hist rico O desenho das fachadas utilizado para o estudo de determinado tipo arquitet nico e signo de poca material iconogr fico que permite a an lise e reconhecimento de tipos O car ter f sico estrutural fontes diretas da pesquisa permite a an lise da configura o m trica dos espa os da caracter stica dos materiais que comp em o edif cio e sua t cnica construtiva De acordo com Tirello 2007 p 148 O reconhecimento de cronologias arquitet nicas requer avalia es m
57. de preserva o sempre que necess rios a fim de n o encobrir o acesso posterior s evid ncias incorporadas Dispon vel em lt http Avww icomos org br cartas Carta do Restauro 1972 pdf gt T nia Cristina Bordon Miotto 39 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio De qualquer modo a estrutura hist rica deve ser considerada como um todo e todos os materiais recebem a mesma aten o Com o princ pio de se manter tanto quanto poss vel o material existente no caso de renova o ou substitui o de materiais as t cnicas e texturas originais devem ser respeitadas e avaliadas quanto reprodu o da t cnica compatibiliza o e distin o das pocas Conservar a estrutura hist rica revelando valores culturais melhora a legibilidade a concep o original dentro dos limites das evid ncias hist ricas existentes como indicado nos Artigos 9 13 da Carta de Veneza Pe as e componentes removidos da estrutura hist rica s o submetidos a uma cataloga o e amostras significativas s o mantidas de forma permanente como parte da documenta o 2 1 1 2 Hist ria S pelo conhecimento direto e n o apenas ligeiro dessas obras do passado nacional criadas com tamanho esfor o e s vezes em condi es t o pouco favor veis que se aprende a consider las no seu verdadeiro sentido S do conv vio com os monumentos e
58. de repintura e posterior reintegra o crom tica da policromia primitiva N o necessariamente devesse resgatar a policromia mais antiga podendo se escolher outra camada que equilibre condi es de resgate e representatividade A decapagem foi quase toda feita com bisturi cir rgico para um melhor controle e seletividade das sucessivas camadas de tinta Todos os elementos art sticos encontrados na Capela seguiram procedimento de restaura o definido por profissional qualificado No entanto os procedimentos b sicos listados a seguir foram considerados a Cataloga o e documenta o fotogr fica b Prospec o pict rica sendo resultado fundamental para a defini o dos procedimentos posteriores c Limpeza e escova o d Reconstitui o dos trechos com fraturas ou descolamento seguindo a mesma especifica o de material existente e Imuniza o contra ataque de fungos e cupins f Impermeabiliza o da base junto ao piso T nia Cristina Bordon Miotto 114 AU A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figuras 78 e 79 A esq foto do Altar da Sacristia vista geral A dir foto do Detalhe do Altar Fonte T nia Miotto 2004 Maira Pajos 2002 Figuras 80 e 81 A esq foto do Altar Lateral A dir foto do Altar Lateral Fonte Maira Pajos 2002 115 T nia Cristina Bordon Miotto Pad
59. de tijolos que revestia o muro de taipa 1939 92 Figura 50 Fichamento com foto do lado interno do corredor lateral com amostragem do revestimento da pintura no encontro das paredes 1939 93 Figura 51 Vista geral do Alpendre Lateral antes do restauro 95 Figura 52 Prancha 21 parte integrante do Projeto de Restauro Detalhe do fechamento em vidro da balaustrada lateral 96 Figura 53 Prancha 21 parte integrante do Projeto de Restauro Detalhe do fechamento em vidro da balaustrada lateral 97 Figura 54 Vista em detalhe do Alpendre Lateral ap s o restauro Detalhe do fechamento em vidro esquerda 98 Figura 55 Detalhe interno da Capela ap s interven o do Arq Lu s Saia 1940 99 Figura 56 Imagem externa depois da restaura o 1940 99 Figura 57 Imagem externa antes da restaura o 1939 100 Figuras 58 e 59 esq detalhe da Varanda Lateral a escada que leva ao p lpito e a Viga de Concreto Armado 1940 dir detalhe da parede no Alpendre com o rasgo para o encaixe de uma viga de concreto armado sobre a verga da porta principal Notar o desvio de encaminhamento da viga de concreto em virtude da import ncia do elemento 101 Figuras 60 e 61 esq vista da parede externa pr xima sacada dos sinos com detalhe dos rasgos para recebimento do concreto armado Na foto ainda vis vel os ferros para recebimento do concreto para finaliza o da coluna dir vista da parede ex
60. deve ser objecto de cuidados especiais Em certos conjuntos algumas perspectivas particularmente pitorescas devem ser preservadas Carta de Atenas 1931 p 2 O tombo extrapola a rea art stica e hist rica e tem influ ncia na quest o urbana Quanto exig ncia de se manter o entorno a Carta de Veneza produzida no Il Congresso Internacional de Arquitetos e T cnicos de Monumentos Hist ricos 1964 tamb m colaborou para que a preserva o evolu sse ao introduzir este conceito nos conjunto de princ pios do patrim nio cultural reconhecendo como monumento tanto a edifica o isolada como os conjuntos edificados al m de dar import ncia para as rela es entre o monumento e seu envolt rio Art 1 O conceito de monumento hist rico engloba n o s as cria es arquitet nicas isoladamente mas tamb m os s tios urbanos ou rurais nos quais sejam patentes os testemunhos de uma civiliza o particular de uma fase significativa da evolu o ou do progresso ou algum acontecimento hist rico 74 Em 1982 o Conselho de Defesa do Patrim nio Hist rico Art stico Arqueol gico e Tur stico do Estado de S o Paulo Condephaat pretendia tombar alguns im veis da Avenida Paulista alguns propriet rios iniciaram a demoli o dos seus im veis exemplo de que a maioria confunde o tombamento com desapropria o art 137 gest o de Paulo Salim Maluf ent o Governador de S o Paulo criando a Secretaria de Estad
61. do espa o urbano e a compatibiliza o entre a arboriza o e a ilumina o urbana Salienta se algumas cidades que j v m desenvolvendo Planos de Ilumina o P blica Urbana como s o os casos de Ros rio Salt Lake City e Minneapolis Estados Unidos Sovico Eindhoven Holanda Seoul Austr lia e Saint Deni Fran a com os cuidados dos condicionantes culturais urban sticos econ micos e tecnol gicos espec ficos de cada local Modem Shocbox Parkway fixture Figura 109 Diferentes tipologias de lumin rias utilizadas em Minneapolis Fonte DE JESUS 2010 2 4 4 Ilumina o Urbana A ilumina o urbana trata da ilumina o artificial da cidade inserida numa pol tica de qualidade da paisagem e que analisa as peculiaridades do conjunto hist rico cultural e comportamental dos usu rios Dentro de um Plano de Ilumina o T nia Cristina Bordon Miotto 145 AT A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio urbana h v rios prop sitos dentre eles atingir a maior legibilidade poss vel do espa o urbano e a valoriza o dos ambientes e referenciais do patrim nio Inclusos em uma metodologia que abrange pesquisa hist rica e iconogr fica em conjunto com a an lise da paisagem urbana imagem cultural e do sistema de ilumina o existente eles criam uma pol tica de ilumina o com conceito e avalia o t cni
62. do patrim nio nem interpretar as imagens que nele se refletem atualmente sem procurar previamente compreender como a grande superf cie lisa desse espelho foi pouco a pouco sendo constitu da pelo acr scimo e pela fus o de fragmentos a princ pio chamados de antiguidades depois de monumentos hist ricos FARE Figura 189 Igreja do Esp rito Santo do Cerrado Fonte http monolitho labin pro br index php s igreja espirito santo do cerrado Acesso 15 janeiro de 2011 T nia Cristina Bordon Miotto 216 yi Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio No princ pio era o verbo descrever a experi ncia no projeto de restauro na Capela de S o Miguel Paulista Tema que tinha se iniciado em 2002 e se prolongou at os dias de hoje com a instala o do Circuito de Visita o Partindo disto houve outra vertente do processo que se direcionou para o primeiro restauro do templo e um dos primeiros do Brasil em 1940 quando aconteceu uma reflex o destes vetores de chegada e partida A pesquisa se iniciou com os documentos e postulados de restauro leia se Cartas e afins e os pensadores que tanto norteiam nossas id ias de interven o E assim foram elencados itens como pr exist ncia valor limites de interven o mem ria e hist ria discorrendo sobre o projeto n o no formato de um relat rio mas no formato de investiga o de me
63. e telhado D Eq N entre frechal e tehado Aa CORTE C C SACRISTIA E ALTAR MOR esc 1 125 Figura 32 Detalhamento do Forro entre Frechal e Telhado corte da Nave Sacristia e Alpendre Lateral parte integrante do Projeto Executivo de Restauro 2006 Fonte M Palote e T nia Miotto Havia uma tesoura na fachada interven o feita por L cio Costa em 1940 Para o arquiteto este acr scimo em madeira traria maior equil brio fachada e seria uma repeti o das tesouras internas dando maior visibilidade e entendimento da estrutura do telhado Na interven o de 2006 a tesoura aparente T nia Cristina Bordon Miotto 79 Pa Y mom JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio foi retirada na ci ncia de que ela era um acr scimo em madeira sobre a taipa n o estrutura 2 2 3 4 Pisos Varvito de Itu e Tijoleira z A palavra varvito de origem n rdica e significa aquilo que constitu do de varvas isto duas camadas representando um per odo de degelo e outro de congelamento Em termos geol gicos faz parte de um pacote de rochas sedimentares que cont m evid ncias de uma extensa idade glacial h 280 milh es de anos quando um enorme manto ou len ol de gelo cobriu a regi o sudeste da Am rica do Sul As camadas horizontais correspondentes aos assoalhos dos antigos lagos constitu dos de silte cinza claro e a
64. em lt http www arcoweb com br index php option com arcocontent amp stype 1 amp search os risco s da modernidade gt Acesso em 17 agosto 2009 GRUNOW Evelise Reportagem PROJETO DESIGN Edi o 315 maio de 2006 Dispon vel em http www arcoweb com br arquitetura pedro e paulo mendes da rocha museu sao 06 07 2006 html Acesso em 12 janeiro 2010 Guia Adoro Viagem Grande Hotel Ouro Preto Dispon vel em http adoroviagem uol com br hotel ouro preto Acesso em 28 dez 2010 FIGUEROLA Valentina Outros sons outros trens 1999 Dispon vel em http Anww piniweb com br construcao noticias outros sons outros trens 84465 1 asp Acesso em 18 junho 2009 FILHO Cidomar Biancardi Esta o Luz da Nossa L ngua a preserva o urbana a circula o de capital e o arquiteto Dispon vel em lt http www vitruvius com br revistas read minhacidade 06 062 1967 gt Acesso em 17 dezembro 2009 FRIEDRICH Micheli et al Contempor neo 2010 Arqstyles sblog Dispon vel em lt http argstyles wordpress com gt Acesso em jan 2011 T nia Cristina Bordon Miotto 233 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio GUIA S O ROQUE Pontos Tur sticos S tio Santo Antonio S o Paulo 2010 Dispon vel em lt http www guiasaoroque com br turismo santo_antonio asp Acesso em agosto 2010 JESUS Rodrigo Poltosi de Plano Diretor de Ilumina o Urbana Mar
65. es conflitantes como o palco e o jardim japon s 73 Marcelo Ferraz arquiteto formado pela USP fundador da Marcenaria Bara na com os s cios da Brasil Arquitetura iniciando trabalhos de design de mobili rio e objetos de madeira T nia Cristina Bordon Miotto 163 o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A Aa E A Capela de S o Miguel Paulista Num terceiro momento h a remodela o da topografia Projeto Broeil Arquiteturo de iniciativa do PMSP retirando aterros a desn veis existentes retomando porte do topografio ariginol e valorizando o Copelo Retirava inclusive as constru es que conflitavam com o Monumento e for ava nova revis o O novo projeto propiciovo a constru o da Adra frente da Capela situa o at ent o inexistente face aos desn veis e jardins existentes A navo topografia retiro a possibilidode de utiliza o do desn vel pois o Bloco de apoio ficaria quase que totalmente amp vista interferindo na visualiza o PRA A PE ALEIXO MAFRA LEGENDA AP S REFORMA JAN 2007 PROVETD BRASIL ARQUITETURA OD a ESCALA H O INDICADA mewaa 43 PISO HOSACO PORTUGUES VERMELHO 4 MOU TOPOGRAFI SEM DENNES roro MinuUEL PAULIRTA CAPELA DE S O MIGUEL ARCANJO AT FOLHA 4 6 FUNDA NAL ESTUDOS Plano de Revitaliza o ce Reintegra o Funcional for pprie do Pro ee a Restauro do Capela g
66. escolas prim rias e de ensino secund rio Em 1959 Ermelino Matarazzo foi desmembrado reservando S o Miguel a rea mais pr xima Capela A hist ria da constru o do Templo est relacionada com a forma o da cidade de S o Paulo seu ciclo econ mico e sua import ncia para a regi o desde o s culo XVIII Amea ada pela falta de uso apesar de ser uma constru o de valor arquitet nico e hist rico de suma import ncia garantiu a sua perman ncia em grande parte por estar inserida na rea de tombamento do Munic pio institu da pelo IPHAN em 1938 com inscri o no livro de Tombo de Belas Artes e no livro de Tombo Arqueol gico Etnogr fico e Paisag stico Tombada pelo Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional em 1938 pessoalmente indicado por seu diretor o arquiteto Lu s Saia que ainda dirigiu as obras de restaura o executadas em 1939 e 1940 Gilberto Freyre e S rgio Buarque de Holanda entre outros reconhecem no passado de S o Miguel elementos de refer ncia obrigat ria a estudos do s culo XVI e XVII embora a hist ria do bairro continue sendo confundida com a do seu templo T nia Cristina Bordon Miotto 46 AA iE Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Como exemplo h o fato de que at os dias atuais o anivers rio de S o Miguel comemorado a partir da inaugura o da segunda Capela em
67. estavam revestidos como no compartimento atr s do altar mor ou possu am revestimento de tijolo gasto e com necessidade de substitui o e sugeriu a solu o de revestimento com Lages de It como na nave Ainda justificou a retirada do piso varvito existente devido ao refor o estrutural que seria executado na taipa e o p ssimo assentamento Na parte onde j se encontra executado o revestimento ser necess rio retirar estas e refazer o sentido de assentamento Figura 34 A retirada do lageamento da nave veio mostrar por baixo das lages um piso de tijolos cuja bitola media de 6x19x38 A foto mostra um oper rio com a m o espalmada sobre um tijolo o sentido da medida indicada pela m o transversal Fonte Carta de Saia Rodrigo Mello Franco de Andrade 1939 acervo IPHAN 9 SR SP Havia um cuidado com as decis es tomadas que se efetuavam somente depois de consultas e aprova o do SPHAN A aceita o do revestimento do piso era uma solu o que se adequava obra que a conciliava ao uso atual do edif cio e com o aspecto primitivo da constru o al m das quest es de ger ncia e relacionamento entre executores conforme texto abaixo 4 Carta de L Saia em 21 de junho de 1939 a Rodrigo de M F de Andrade T nia Cristina Bordon Miotto 81 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio mas
68. localizam no quarteir o na parte posterior da Capela T nia Cristina Bordon Miotto 173 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio am o a ce Figuras 142 e 143 Foto 3 catedral de S o Miguel Arcanjo Foto 4 entorno e pedestres na Pra a Padre Aleixo Fonte COSTA Thiago 2009 SE ESPE e ACE Figuras 144 e 145 Foto 5 entorno e visual do E espa o livre Foto 6 banca de jornal e ao fundo o antigo Cinema na Pra a Padre Aleixo Fonte COSTA Thiago 2009 Figuras 146 e 147 Foto 7 bancos e entorno Foto 8 E Livre ama a Capela ao fundo Fonte COSTA Thiago 2009 T nia Cristina Bordon Miotto 174 A A A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 148 Foto 9 Fonte COSTA Thiago 2009 2 5 1 3 Interven es no entorno Desde 1940 j havia contato de Saia com a Prefeitura Municipal sobre a ci ncia de encaminhamento de anteprojeto de remodela o da Pra a pelo Departamento de Obras P blicas salientando que o restauro da Capela realizado pelo SPHAN estava em fase final e que a execu o do trabalho contribuiria para o acabamento do conjunto numa mesma poca SAIA 1940 n o paginado Lembrava tamb m das constru es na parte posterior da Igreja que prejudicavam a visibilidade e o tra
69. ltiplas e imbricadas No aspecto da an lise hist rica contam os documentos textuais e iconogr ficos sempre raros escassos como tamb m o entendimento das altera es estruturais morfol gicas program ticas e ambientais havidas ao longo da vida dos edif cios e que nem sempre s o t o evidentes e l gicas quanto se desejaria Se as lacunas documentais s o uma const ncia bem o sabem os profissionais que atuam na rea grande utilidade e valia adquire o testemunho dado pelos pr prios materiais constitutivos de um edif cio estudado 20 Segundo Stedman 1996 a arqueologia da arquitetura s o as investiga es focadas no estudo da arquitetura a partir de uma perspectiva arqueol gica desenvolveu se nos anos 1980 quando surgiu a arqueologia preventiva na Europa especialmente na Fran a e It lia por m encontra suas ra zes bem mais cedo no final da d cada de 1950 e nos in cios de 1960 quando a arqueologia urbana afirmou se e dentro desta a arqueologia medieval T nia Cristina Bordon Miotto 49 A a a Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio vonena soove p ovivonas vo cumprem r 2 2 amp F ER 5 7 gt oaeo a ti tia mised adiposo ana hAur cof Ean y ssa tenda Ramal 9 sua drrmalho Cia Amuso Ea o dao ina ERE ps anG ay sliraani dy anpo dy moms Pen pao 5 nas eme a Cidia a cas
70. nia Cristina Bordon Miotto 70 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio daria lugar a outro elemento a fuligem e a sujidade provocada pelo fluxo dos autom veis e do desenvolvimento do bairro Em 1959 houve o embo amento de 588m do telhado o retelhamento completo a limpeza das telhas a coloca o de ganchos de arame galvanizado e em 1975 houve a substitui o de 40 do madeiramento do forro da Capela Mor Lateral e Sacristia Em 04 de Julho de 1979 Antonio Luiz Dias de Andrade solicitou ao Eng Jorge Avelino Superintendente de engenharia da REFESA diante da dificuldade de aquisi o de telhas antigas a doa o das telhas provenientes da demoli o da antiga Esta o Sorocabana desta Capital acervo IPHAN 9 SR SP n o paginado O remanejamento da cobertura foi solucionado com o emprego de telhas de fabrica o industrial e igual dimens o das antigas para as bicas Para as capas empregou se antigas pe as selecionadas no entelhamento ent o existente garantindo assim a perman ncia de uma das principais caracter sticas dos antigos telhados que se deseja preservar acervo IPHAN 9 SR SP n o paginado Em 25 de Maio de 1979 Murillo Marx escreveu a Antonio Luiz Dias de Andrade sobre o agravamento da situa o do Monumento frente s chuvas o que acarretou problemas de infiltra o e queda do
71. no local T nia Cristina Bordon Miotto 161 ANN ig Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio e Declive que facilitaria as instala es de esgoto e guas pluviais permitindo a liga o convencional sem bombeamento e Aus ncia de arvores pr ximas que precisassem ser removidas e Facilidade de localiza o por parte dos visitantes tornando o monitoramento e a manuten o mais efetiva BLOCO DE APDIO sam ESTUDO 03 NOVO ADRO Situa o proposta ap s a reforma da pra a e constru o do novo Adro O bloco de poio 6 proposto em umo constru o totolmentes enterrado sob uma loje ao frente da Capelo com o acesso em duos aberturas laterais sendo uma para uma escada e outra para uma plataforma elevat ria O bloco de apoia tem em seu programa al m dos acessos e circula o que fazem parte da proposta de circuito de visita o sola administrativa dep sito de material e sanit rio feminino e masculino paro atendimento ao visitante e funcion rios da Capela Esse estudo foi discutido com os rg os de Preserva o n o sendo aceito pelos t cnicos do Departamento de Patrim nio Hist rico DPH sendo for ado um novo estudo IMPLANTA O PROPOSTA 3 B ENA CAPELA DE S O MIGUEL ARCANJO DRE rom se Figura 130 Projeto da Implanta o do anexo tra ado evolutivo Folha 5 Fonte Arq T nia Miotto e
72. o Paulo Atelie Editorial 2008 SAIA Lu s Morada Paulista Cole o Debates G3 S o Paulo Editora Perspectiva 1976 Luiz A casa bandeirista uma interpreta o S o Paulo Comiss o do IV Centen rio da cidade de S o Paulo 195 Luiz O Alpendre nas Casas Brasileiras Revista do Servi o do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional Volume 3 RJ 1939 SAINT HILAIRE Auguste de Viagem prov ncia de S Paulo S o Paulo Livraria Martins Editora da USP 1972 SANTOS Cec lia Rodrigues dos Novas Fronteiras e Novos Pactos para o patrim nio Cultura S o Paulo Perspectiva vol 15 no 2 2001 SANTOS Milton MARQUES Maria Cristina A natureza do espa o t cnica e tempo raz o e emo o S o Paulo Editora Universidade de S o Paulo 2002 SANTOS M lton Santos DE SOUZA Maria Ad lia Aparecida SILVEIRA Mar a Laura Territ rio globaliza o e fragmenta o S o Paulo Editora Hucitec 1994 SEGAWA Hugo FANUCCI Francisco FERRAZ Marcelo O Conjunto KKKK S o Paulo Takano 2002 SITTE Camilo A constru o das cidades segundo seus princ pios art sticos S o Paulo tica 1992 c 1889 T nia Cristina Bordon Miotto 229 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio SOARES Andr Luis Ramos MACHADO Alexander da Silva HAIGERT Cynthia Gindri POSSEL Vanessa Rodrigues Educa o Patrimo
73. o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 3 2 2 Os Anexos Figura 185 Conjunto KKKK com o Rio Ribeira ao fundo Fonte FRIEDRICH Micheli Figuras 186 e 187 Conjunto KKKK com o cubo de alvenaria caiada branca afastado dos galp es mas com alinhamento e escala sem agredir nem se submeter reflete a interven o dos arquitetos Fonte 186 FRIEDRICH Micheli 2010 e 187 APARECIDO Camilo 200 3 2 3 Antigo e Novo Num processo de interven o h dois lados de atua o os que defendem o novo e os que defendem o antigo como pe a intoc vel Dento dessa dial tica h o rompimento com a id ia de oposi o entre perman ncia e modifica o na constru o de um ju zo cr tico sobre preexist ncia Ao se falar em interven es contempor neas nos remetemos a quest es sobre uma cidade que refeita todos os dias uma reflex o positiva considerando que o fator de sobreviv ncia se conecta as transforma es inseridos num dia a dia contempor neo err neo destruir o antigo para edificar algo novo pois h uma viv ncia paralela e al m disso dentro destas escolhas sobre perman ncia e elimina o h normas que n o s o absolutas T nia Cristina Bordon Miotto 211 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 3 2 4 Entorno Considerando essa rela o nos deparamos com atitudes de arquite
74. o da Igreja o piso de lage condizia com a necessidade de higiene e conserva o al m dos sentimentos est ticos do povo 2 lembrando a proximidade da Capela Estrada RJ SP e a aus ncia de pavimenta o que agravava a situa o Este documento mostrou o envolvimento da comunidade e do clero com as opini es tomadas Finalmente em carta De conformidade com as informa es colhidas com V S pelo auxiliar deste servi o Dr Ernani silva Bruno que a esteve no dia 11 04 1940 tenho o prazer de comunicar lhe que estamos interessados na aquisi o de aproximadamente 300 m de lage de 4cm de espessura SAIA 1940 n o paginado 4 Carta sem data 42 Carta do Frei Romano Roque Saia 1940 T nia Cristina Bordon Miotto 82 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A preocupa o ent o era com o tempo de chegada do material com o contato com a Secretaria da Via o para agilizar o transporte e com a porcentagem de quebra da lage durante a viagem Outras interven es se sucederam e em 1959 nova interven o sobre a rea aproximada de 50m no piso de varvito e rebaixamento do terreno em frente ao alpendre frontal com execu o de cal ada externa com Lages retiradas da nave e na interven o de 1981 houve nova execu o de piso de varvito com a participa o de Eideval Bollanho e Antonio Luiz Dias de Andrade P
75. o espa o hist rico No termo promenade architecturale siginifica apreender um conhecimento num percurso uma alfabetiza o cultural que fornece a leitura do mundo num entendimento hist rico 24 S o Paulo Sua Arquitetura Col nia E Imp rio Ren e Lefevre Carlos Lemos 2 ed 1979 Ed Nacional S o Paulo 25 ARQUITETURA SIGNAGEM E N O LINGUAGEM Equador 2005 26 A arquitetura rabe nos d um ensinamento precioso Ela apreciada no percurso a p caminhando se deslocando que se v desenvolverem as ordena es da arquitetura Trata se de um princ pio contr rio arquitetura barroca que concebida sobre o papel ao redor de um ponto te rico fixo Eu prefiro o ensinamento da arquitetura rabe LE CORBUSIER JEANNERET Pierre Oeuvre compl te 1929 34 4a ed Erlenbach Les ditions d architecture 1947 http Awww vitruvius com br revistas read arquitextos 02 024 785 T nia Cristina Bordon Miotto 53 Pai Y eo ig Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio z Figura 6 Desenho Alpendre Lateral da Capela de S o Miguel Paulista Fonte T nia Miotto 2006 O desenho uma forma de trabalhar com a mem ria com lugares e objetos e tem um significado especial para a comunidade ao representar e reconstruir uma narrativa que prioriza o conceito acima da descri o 2 1 2 3 Imagin rio O Estilo Arqui
76. o havendo cemit rios p blicos na cidade at o s culo XIX os corpos eram enterrados nos terrenos cont guos s igrejas e irmandades pessoas ilustres tinham seus jazigos nos soalhos das igrejas e no altar mor contexto que come a a mudar no in cio do s culo XIX atrav s de campanhas higienistas novidade vida da Europa MORENO 2010 15 STELLA Roseli 2000 T nia Cristina Bordon Miotto 42 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio outra a Nossa Senhora da Concei o dos Pinheiros Devido a esse esfor o religioso alguns historiadores consideram Anchieta o fundador dos dois primeiros bairros paulistanos S o Miguel Paulista e Pinheiros A hist ria do bairro de S o Miguel Paulista mistura se com as origens da cidade de S o Paulo por este ter sido ocupado juntamente com Pinheiros em 1560 ou pouco tempo depois por tribos guaianases Em 1580 para justificar o oferecimento da sesmaria aos ndios de S o Miguel consta nos termos assinado por Jer nimo Leit o que os nativos eram crist os e possu am igreja Tamb m Anchieta e Fern o Cardim na mesma d cada referem se ao primeiro templo religioso edificado no aldeamento Conforme Stella 2000 em 1584 ao escrever informa es do Brasil e de suas Capitanias Anchieta mencionou 12 aldeias em S o Paulo de Piratininga por m duas maiores a de S o Miguel e de Nossa Senhora da Concei o
77. o no local mas apenas sondar questionamentos t cnicos da equipe de profissionais do restauro j que o im vel havia sofrido reformas e restaura es anteriores Nesta busca das rela es entre espa o constru do e uso as coletas no interior e nas proximidades do im vel dariam indica es da exist ncia localiza o e natureza dos descartes prim rios do local do uso secund rios fora do local do uso adjacentes nas proximidades perif ricos em locais distantes e dos sepultamentos humanos A exemplo do correto in cio do aldeamento jesu ta que pode remontar ao ano de 1560 com as a es de Jos de Anchieta contrariando o ano de 1622 data oficial da funda o que confundida com a constru o da Capela em quest o 5 A implanta o de uma pol tica de gerenciamento do patrim nio arqueol gico municipal resultou na inclus o da Lei Org nica do Munic pio em elabora o do artigo 197 obrigatoriedade de acompanhamento arqueol gico de obras p blicas ou privadas que venham a ocorrer em reas de interesse arqueol gico Surge o projeto piloto Cadastro de S tios Arqueol gicos no Munic pio de S o Paulo 1990 Em 1991 esse projeto sofre algumas complementa es passando a abranger todo e qualquer tipo de vest gio arqueol gico independente da ficha cronol gica ou filia o cultural O projeto passa a ser designado pela sigla LECAM Levantamento e Cadastro Arqueol gico do Munic pio de S o Paulo http
78. o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio ocorridas s o princ pios importantes no processo de restaura o O que ele representa o que ele representou no passado principalmente seu valor intr nseco e consequentemente a autenticidade do que existe na edifica o estud lo e entend lo evitam erros de interpreta o embasando as tomadas de decis es projetuais para que n o danifiquem ainda mais aquele determinado patrim nio A interven o em um Monumento requer uma abrang ncia que envolve atividades que v o al m da pesquisa de cadastramento das an lises patol gicas das caracteriza es e de uma gama de informa es que possibilitam a constru o de um processo de qualidades e valores preexistentes combinados com uma proposta projetual e de uso como afirma Florio 2008 p 1478 Os projetos cont m poucas defini es relativas aos objetivos sendo abertos e indeterminados n o podem ser racionalmente resolvidos de modo linear As vari veis promovem m ltiplas escolhas poss veis e n o podem adotar uma formula o definitiva ou estabelecer regras dentro de uma lista de possibilidades Acabam sendo realizados a partir de conhecimentos pr vios por experimenta o tentativa e erro e descobertas inesperadas A elabora o de um projeto no sentido amplo compreende todas as modalidades de bens culturais e as disciplinas associadas tais como a arqueologia
79. percep o da hist ria e dos desejos de preserva o cultural que precisam ser contemplados sob um esp rito de poca e seus imensos legados Um exemplo o atual espet culo luminot cnico nonsense que est transformando cidades em grandes disneyl ndias 2 4 3 Planos Diretores de Ilumina o Urbana Entendemos aqui o termo llumina o p blica urbana como disciplina que trata a ilumina o artificial da cidade inserida numa pol tica urbana qualitativa da paisagem e que analisa especificidades quanto ao contexto hist rico cultural econ mico e comportamental dos usu rios para oferecer lhes qualidade de vida Mesmo o Plano Diretor principal instrumento do Estado para a gest o espacial das cidades n o reflete este importante aspecto o que refor a a necessidade da elabora o de um Plano Diretor de Ilumina o Urbana Este Plano deve tratar a ilumina o p blica desde a escolha adequada das solu es tecnol gicas e de infra estrutura levando em considera o as obriga es ambientais as import ncias culturais da popula o e a tend ncia econ mica do munic pio buscando desta forma acentuar as diretrizes do Plano Diretor Entretanto o que observamos na pr tica s o projetos pontuais de ilumina o p blica urbana para situa es espec ficas de determinadas reas Curitiba talvez seja a nica cidade do pa s que desenvolveu um trabalho pr ximo de um Plano de Ilumina o P blica Durante a gest
80. que eram paus roli os e as ripas que eram varetas T nia Cristina Bordon Miotto 67 AT AN A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figuras 16 e 17 esq vista em detalhe da Armadura do Telhado da Nave 1939 Observar a proximidade das ripas e o desenho da tesoura da armadura A dir Capela Lateral Depois da retirada do forro Foi encontrado um forro mais antigo logo abaixo Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Em 28 de Janeiro de 1940 com a retirada do forro da Capela mor surgiram detalhes sobre a armadura do telhado e foi encontrada uma clarab ia na nave de fatura recente K D ss co Figuras 18 e19 A esq forro do Altar Mor com clarab ia que deformou bastante a armadura do telhado A dir vista em detalhe da Armadura da Capela Mor Altar Mor Superposi o de Pe as caibros roli os e travessas quadradas 1940 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP 1939 T nia Cristina Bordon Miotto 68 a a Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio vonana soove p ovivonas vo oupimmim olmaco a UR phu e mhad adiej o ama Anso oal i lj patu teme SNe Mrama ca Aus Eua sido o eco pda pro as 2y alaran fo npo dy Meia a cu o pao so nas tme ola cidima as NelinS GR o meas me as af perto LaTi mm apalic am d
81. reflete um pensamento de poca transfigurado nas interven es onde n o havia ainda uma cartilha de id ias iniciais 3 1 5 Di logo de Elementos Pode se colocar neste momento a quest o do di logo entre elementos na cidade mineira o rendilhado de telhado dialogou com pilotis quadrados em S o Paulo a taipa o pau a pique e o concreto armado Outro item a limpeza das formas em Ouro Preto desprezando as linhas e detalhes neocoloniais e a retirada das T nia Cristina Bordon Miotto 207 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio adi es de reformas anteriores encontradas em S o Miguel por Lu s Saia mostram a busca por uma uniformidade de estilo numa retomada da hist ria dos monumentos 3 1 6 Introdu o de novos Elementos em diferentes Escalas A introdu o de elementos novos no patrim nio em diferentes escalas tamb m pode ser abordada em Minas Gerais a inser o do novo hotel na cidade em S o Miguel a inser o de novos elementos pontuais como o concreto e o alpendre lateral na pr existente Capela O modernismo se traduziu nestas diferentes linguagens seja na retomada de uma concep o original em S o Miguel seja na busca de uma autenticidade na leitura do patrim nio na cidade mineira Situa es onde o novo ressalta o antigo em um equil brio n o em superposi o 3 1 7 Pol micas J4 Segundo
82. retirados no trabalho de arqueologia na Capela de S o Miguel foram estudados seguindo a metodologia pertinente conforme bibliografia arqueol gica Ap s limpeza e numera o o material foi separado em categorias Faian a Faian a Fina Porcelana Gr s Dentre elas foi selecionado o material separado em tipos de vasilhas caracter sticas da pasta esmalte t cnica decorativa cor motivo fabricante e datas de produ o A faian a pode ser considerada como uma cer mica vitrificada elaborada a partir da combina o de seis pares de argila pl stica T nia Cristina Bordon Miotto 137 E rar Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio barro e quatro partes de c lcio caulim Numa primeira etapa a pe a confeccionada em torno e levada ao forno para uma primeira fase de vitrifica o com banho de sal marinho e areia Ap s essa queima a pe a recebe decora o e um banho a base de xido de estanho ou chumbo e retorna ao forno para o cozimento que vai ressaltar a cor branca do vitrificado JULIANI 2003 p 119 Nos estudos foi encontrado um peda o de borda de prato ver foto com tra os grosseiros em colora o azul escuro e vinhoso citada na bibliografia como motivo que se apresenta ocupando toda a aba dos pratos composto por uma sequ ncia de semic rculos conc ntricos delimitados por linhas paralelas executado na cor az
83. revestimento de um pilar do alpendre Ele citou como sua recupera o uma sequ ncia l gica que permitiu e a desapropria o dos im veis lindeiros e o estreitamento da estrada velha Rio SP e a reurbaniza o da pra a e amplia o do Adro Os forros da Capela Mor Capela Lateral e Sacristia foram removidos para recomposi o em 1980 Em 1983 houve o reajuste de pe as deslocadas a substitui o de aproximadamente 600 telhas danificadas o acabamento de beirais e cumeeiras e o grampeamento das reas comprometidas Em 27de Janeiro de 1999 no anivers rio de 445 anos da cidade a Capela foi alvo de vandalismo Situada na Pra a Padre Aleixo a Pra a do Forr seu telhado se transformou em arquibancada para o show realizado pela Administra o T nia Cristina Bordon Miotto 71 E ras Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Regional e uma r dio local O p blico previsto superou as expectativas e ultrapassou as grades de prote o do Monumento parte do p blico acabou pulando para o telhado na tentativa de conseguir ver os grupos famosos No fim aproximadamente mil telhas todas feitas de barro foram quebradas deixando o interior da Capela exposto Em 28 de Janeiro de 1999 Jos Saia neto visitou o Monumento a fim de verificar as provid ncias para refazimento da cobertura emergencial para prote o da taipa
84. seu estado atual nem que para isso seja necess ria uma restaura o in integrum Negativo da o monumento provavelmente ficar fadado ao esquecimento El culto moderno a los monumentos vers o original de 1903 T nia Cristina Bordon Miotto 30 Vicapala de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Valor Instrumental Fundamental restaura o Valores de de Novidade Fundamental restaura o Contemporaneidade Valor Art stico Se e restaura o Relativo Se Se negativo n o interven o n o interven o Quadro 1 Sistematiza o dos valores estabelecidos por Riegl 1999 e seus graus de interven o Fonte Riegl 1999 Por n o existir um valor art stico absoluto as interven es de preserva o dependem do valor que se atribui obra Estabelecer seus limites necess rio para identificar seus principais valores 1 5 MEM RIA Para as cidades europ ias a passagem dos s culos constitui uma promo o para as americanas a passagem dos anos uma decad ncia LEVI STRAUSS 1955 p 91 H o enfrentamento de um desafio para os profissionais de preserva o como decidir o que manter como lembran a e o que esquecer dentro de uma atitude preservacionista A reflex o sobre o termo mem ria fez voltar aten o a Maurice Halbwachs autor que em 1925 estudou a sociedade e sua rela o sob o termo mem ri
85. sul a cobertura de uma s gua SAIA 1978 p 110 112 Quanto ao emprego estas varandas dividem a opini o de especialistas Segundo alguns a utiliza o de alpendres garantia o frescor das constru es al m de constituir abrigo para forasteiros durante as caminhadas Para outros os alpendres eram a extens o do pr prio templo mas serviam para separar os elementos inferiores como os escravos ou ainda indiv duos n o convertidos ao catolicismo Sobre esse tema cabe lembrar que nos fundamentos mission rios da obra jesu ta a exclus o contrariava a catequese e por outro lado S o Miguel nunca registrou a necessidade de utiliza o de m o de obra escrava africana posto que jamais a regi o figurou como centro produtivo agr cola ou mineral gico Desta maneira no in cio do s culo XVII a antiga aldeia de Urura apenas destacava se como um ponto importante para a propaga o da f e defesa da Vila de S o Paulo Un nime no entanto a opini o de que os alpendres eram um recurso utilizado nas constru es dom sticas e tamb m empregado na arquitetura religiosa e segundo Aracy Amaral 1981 de influ ncia espanhola vindo ao Brasil diretamente ou por meio de suas prov ncias americanas As mesmas pilastras dos alpendres s o encontradas em resid ncias na Col mbia Venezuela Equador e na T nia Cristina Bordon Miotto 48 li Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta
86. tamb m porque evita a cria o de problemas de consilia o entre o agenciamento do edif cio para funcionar actualmente o vig rio quer assoalho no sal o esquerso Com a solu o de lages o vig rio naturalmente deixar muito mais f cil de querer coisas SAIA 1940 n o paginado A resposta positiva sobre a conserva o do piso de varvito da nave e cal ada em volta da Igreja com a justificativa da prote o umidade e a originalidade do Monumento Por m houve a vis o do que isso poderia significar em rela o a interfer ncias no conjunto n o em separado quando cita uma possibilidade de escolha do piso primitivo teria sido prefer vel no ponto de vista da autenticidade e talvez mesmo como liga o com os outros elementos do interior a conserva o do primitivo piso ainda que fosse de material mais pobre REIS 1940 O refor o da escolha tamb m se baseou na situa o encontrada ou seja O varvito era o piso atual e sua remo o s se daria se estivesse prejudicando o aspecto interior do Monumento Percebe se o cuidado com as refer ncias na tomada de decis es conforme se verificou na solicita o de documentos que mostrassem os ambientes em maiores dimens es novamente a fim de consolidar a vis o em conjunto Como s temos uma fotografia que mostra o piso da nave e assim mesmo em parte pedimos que o Saia nos envie algumas fotos mesmo pequenas mas que mostrem melhor Quanto opini
87. tamb m respons vel pela forma o de Tarsila do Amaral Anita Malfatti e Aldo Bonadei entre outros No fim da d cada de 1920 ela foi a Paris aperfei oar sua forma o e l pintou ao ar livre a cena parisiense e de outras cidades pelas quais passou Retorna ao Brasil em 1932 e por meio de sua obra principalmente poss vel hoje ter um relato de uma S o Paulo que n o existe mais cidade natal da artista e um de seus motivos favoritos T nia Cristina Bordon Miotto 52 Pa Y meo JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio do Brasil antigo filtradas por uma poetiza o l rica que se encontram em ilustra es de v rios livros sobre arquitetura colonial brasileira S o pinturas e desenhos realizados entre as d cadas de 1930 e 1940 a PE O ea nA x ig Figura 5 Exposi o O Brasil de Ren e Lef vre Pinacoteca de S o Paulo 2006 Fonte Exposi o O Brasil de Ren e Lef vre Pinacoteca de S o Paulo 2006 Sob este aspecto as representa es incitam uma maneira de olhar que revela a arquitetura e a heran a de uma cidade Conforme Alonso 2005 P 440 O desenho fala sobre a coisa representada e sobre si mesmo desde seu suporte at sua maneira de ser Na escolha dos ngulos surgem cenas que revelam uma narrativa de estudo difundindo um patrim nio e construindo um di logo entre a rota de circula o e
88. um olhar para o edif cio a ser desenvolvido com o material expositivo atividades e cria o de cartilhas educacionais Mantendo essa postura acreditou se que o visitante pudesse reconhecer a natureza dessa atmosfera sacra e direcionar seu olhar para o conte do educativo proporcionado pela Capela Planejamento da Exposi o Os formatos de exposi o de cole es t m sido objeto de estudo podendo se classificar uma exposi o segundo determinados crit rios Para Alambert e Monteiro 2008 p 206 a exposi o transcende o agrad vel agrupamento de objetos em um determinado espa o f sico J Cury 2006 p 368 82 In BASUALDO 2007 83 In CHELINI LOPES 2008 T nia Cristina Bordon Miotto 187 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio atribui s exposi es a responsabilidade na media o da rela o homem cultura material H o acervo permanente e a possibilidade de se abrir espa o para exposi es tempor rias criando uma din mica maior de visita o conforme demandas e interesses da coletividade A concep o e montagem de uma exposi o implicam na escolha de um tema relevante e sua organiza o em determinado espa o f sico com uma proposta de di logo entre um conhecimento pr estabelecido e o que proposto pela mostra CURY 2006 Quanto aos tipos tomamos como base Dean 2003 e Davall
89. uma vis o de outros aspectos como a evolu o do Bem num afastamento do empirismo e aproxima o da cr tica BRANDI 2004 Estudar a tipologia da arquitetura traduzida em representa o T nia Cristina Bordon Miotto 218 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio gr fica t cnicas utilizadas que deram embasamento aos servi os de restauro fez reconhecer a obra BRANDI 1963 Captar o Monumento com desenhos e fotos revelou a diversidade de ferramentas que mostraram cenas de di logo hist rico e uma nova forma de trabalhar o lugar Estes itens formataram as an lises de reflex o a seguir trabalhando o procedimento de preserva o como um refazimento de hist ria Na segunda parte temos elementos que fizeram parte do processo de interven o e dentro de uma retrospectiva de atividades temos os questionamentos e contribui es para o momento atual O cen rio de terra taipa apresentado com suas modifica es alteamento na retirada dos elementos que deformaram a constru o e que revelaram a Capela e suas transforma es em 1940 nos permitiu um melhor entendimento do Monumento em 2006 tanto espacial como hist rico A taipa ntegra encontrada surpreendeu no seu alteamento permitindo um entendimento do material que n o recebeu nenhum complemento apenas uma pesquisa da t cnica de loca o e combina o taipa pau
90. verticalidade da arquitetura Fonte NUNES Joana Concei o ALFONSO Paula Arnold 2007 Neste contexto pretende se discorrer sobre a conserva o dos bens arquitet nicos nessa percep o da arquitetura a ilumina o dos espa os Determinar as necessidades de ilumina o associada a um levantamento iconogr fico base para an lise da percep o visual dos elementos hist rico arquitet nicos 2 4 1 Luz Por meio da luz percebemos volumes No mbito da preserva o dos edif cios hist ricos a luz desempenha papel fundamental tanto na percep o visual quanto na conserva o j que uma ilumina o adequada protege a edifica o e cria condi es favor veis para os usos dos monumentos Revelar uma beleza urbana fornecendo percep es visuais diferentes cria uma identidade c vica tornando as cidades mais convidativas Volumes iluminados contrastam com a escurid o da noite tornando os dram ticos Da se constr i a imagem da cidade e de seus elementos resultante do processo de causa e efeito entre observador e paisagem T nia Cristina Bordon Miotto 141 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 107 Catedral da S S o Paulo 2008 Fonte SAN Raphael Papel Eletr nico M dia religi o fotografia S o Paulo e etc Dentre essas sensa es visuais percebidas h uma sele o dentro de um processo qu
91. www vitruvius com br revistas read arquitextos 08 091 181 gt Acesso em 30 julho 2009 STEDMAN S 1996 Recent Research in the Archeology of Architecture Beyond the Foundations Journal of Archaeological Research 4 1 51 93 In COPE Silvia Moehlecke Arqueologia da Arquitetura ensaio sobre complexibilidade performance e processos construtivos das estruturas semi subterr neas do Planalto Ga cho Anais do V encontro do N cleo Regional Sul da Sociedade de Arqueologia Brasileira AB Sul Rio Grande RS 2006 Dispon vel em lt http Avww anchietano unisinos br sabsul V 20 20SABSul simposio planalto 1 pdf gt Acesso em 30 julho 2009 TINOCO Jorge Eduardo Lucena Telhados Tradicionais Patologias reparos e manuten o ARC Revista Brasileira de Arqueometria Restaura o e Conserva o Vol 1 In Resumos do Ill Simp sio de T cnicas Avan adas em Conserva o de Bens Culturais Olinda AERPA T nia Cristina Bordon Miotto 236 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Editor 2006 Dispon vel em lt http restaurabr org arc arc01pdf 078_JorgeELTinoco pdf gt Acesso em 20 outubro 2009 TIRELLO Regina A arqueologia da arquitetura um modo de entender e conservar edif cios hist ricos Revista CPC n 3 S o Paulo 2006 2007 Dispon vel em lt http www usp br cpc v1 imagem conteudo revista conservacao arquivo pdf n3 regin pdf gt Acesso em 3
92. x 1 83M DE HISTORIAS 83M 90 0 70 0 2 90 x 1 83M 2 90 x 1 83M CO 7 e 0 70 z S v 2 z f telhas e tijolos SAP 2 74 x 2 00 H x 1 00P 0 0 944P Sua inser o no contexto hist rico da Capela e o restauro 0 35x 1 27 x 0 35M 0 70x 1 27 x 0 35M 0 70 x 2 00 x 0 35M 0 70 x 2 00 x 0 35M 0 70 x 1 27 x0 35M 0 70x 1 27 x 0 35M 0 70 x 2 00 x 0 35M Suporte estruturas e materiais Na Capela foram usados pain is como estruturas de suporte de exposi o de superf cie vertical nica onde devem ser fixados fotografias desenhos textos e objetos funcionando ora como anteparo ora separando 191 T nia Cristina Bordon Miotto Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio circula es e criando espa os diferenciados Tamb m devem apoiar a ilumina o de seguran a ao mesmo tempo em que condicionam a circula o na sua maioria semi fixada com estrutura presa diretamente ao vigamento do teto S o pain is aut nomos que n o interferem na integridade da parede seguindo mais uma vez o princ pio da m nima interven o e reversibilidade Eles ter o estrutura confeccionada em sarrafos de madeira com fechamento em placas de MDF com espessura de 20 mm e acabamento em perfil met lico em formato U Seu design apresentar solidez estabilidade e flexibilidade para arranjos diversos O projeto do painel
93. 0 julho 2009 Restauro Digital de Arquitetura Hist rica de Cronologia Construtiva Complexa a Casa de Dona Yay Semin rio Computa o gr fica pesquisas e projetos rumo Educa o Patrimonial S o Paulo 2008 Dispon vel em lt http www arquivohistorico sp gov br gt Acesso em 05 maio 2009 O caso da destrui o das pinturas murais da sede da Fazenda Rialto Bananal Anais do Museu Paulista S o Paulo v 13 n 2 2005 Dispon vel em http www scielo br pdf anaismp v1 3n2 a10v1 3n2 pdf Acesso j jan 2011 TRAVESSO Gilberto Notinhas de S o Miguel A Capela seiscentista segredos mist rios e a imagem de Nossa Senhora sem nome do s culo XVI 2010 Dispon vel em http notasdesaomiguel blogspot com 2010 07 0s misterios nos entalhes detalhes e html Acesso jan 2011 TROPIA Eduardo Grande Hotel Ouro Preto Dispon vel em je http Awww google com br imgres imgurl http www siaapm cultura mg gov br acervo fotogr afico Acesso em 28 dezembro de 2010 VIERNO L via Rodrigues A Modernidade Museogr fica de Lina Bo Bardi Revista Ci ncias Humanas Volume 8 N 1 Semestre 2002 UNITAU Universidade de Taubat Dispon vel em lt http Awww unitau br scripts prppg humanas download amodernidade N1 2002 pdf gt Acesso em 18 junho 2009 ZEIN Ruth Verde DI MARCO Anita A rosa por outro nome t o doce seria In 7 Semin rio DOCOMOMO Brasil Reciclagem requalifica o rearquitetura Anais Porto alegre 2007
94. 1622 quando o correto conforme informa es documentadas pelo padre Jos de Anchieta a funda o ocorreu em 1560 Figura 2 Desenho da Fachada da Capela de S o Miguel Fonte Subprefeitura S o Miguel Paulista Capela de S o Miguel Arcanjo tombada em 1938 Prefeitura Municipal de S o Paulo 2010 Quanto aos bens m veis podemos citar a pia batismal e a banca de comunh o originais em jacarand Essa ltima ornamentada por querubins em duas extremidades apresentando rostos de tra os finos e alongados a exemplo das fei es europ ias com o cabelo que lembra o de uma jovem e o volume do ventre acentuado sugerindo que dar a luz Segundo L cio Costa 1941 p 63 N o s o pois estes ret bulos paulistas simples c pias in beis mas muito pelo contr rio leg timas recria es podendo ser considerados juntamente com os espl ndidos e original ssimos tocheiros antropomorfos que Ihes pertencem e com a banca de comunh o de s o Miguel como das mais antigas e aut nticas express es conhecidas de arte brasileira em contraposi o maior parte das obras luso brasileiras dessa poca que se deveriam melhor dizer portuguesas do Brasil Na janela e na porta externas da constru o original em um poss vel aposento foram entalhadas carrancas que lembram tra ados incas Chama a aten o como sabido o fato destes povos ornarem com carrancas a entrada de suas moradias para espantarem os maus esp ritos
95. 2 1 Levantamento M trico Arquitet nico 54 2 2 2 Procedimentos de Conserva o e Restauro 55 2 2 3 Recupera o e Substitui es 56 58 65 66 80 2 2 3 5 Esquadrias 87 2 2 3 6 Varanda ou Alpendre Lateral 90 2 2 3 7 Pintura do Madeiramento 98 100 2 2 3 9 Restaura o dos Altares 1939 108 112 2 2 3 11 Pinturas Murais 118 126 126 129 2 3 3 Resultados Obtidos rea Interna 131 2 4 LUMINOTECNIA E ACESSIBILIDADE 140 141 143 2 4 3 Planos Diretores de Ilumina o Urbana 144 145 147 2 4 5 City Beautification 2 4 6 Luminotecnia 148 2 4 7 Capela 151 2 5 REVITALIZA O URBANA 154 2 5 1 Proposta do Anexo 156 2 5 1 1 Revitaliza o da Pra a Padre Aleixo 163 2 5 1 2 Entorno 167 2 5 1 3 Interven es no entorno 175 2 5 2 Circuito de Visita o 181 2 5 2 1 Primeiros Estudos 181 2 5 2 2 Plano de Trabalho 182 2 5 2 3 Percurso sugerido e tem ticas abordadas 190 2 5 2 4 O Anexo 195 2 5 2 5 Capela 196 3 ESTUDOS DE CASO Erro Indicador n o definido 3 1 PRIMEIRO MOMENTO RESTAURO DE LU S SAIA E O GRANDE HOTEL OURO PRETO 204 3 1 1 Reafirma o de Princ pios 205 3 1 2 Refer ncias da Preexist ncia 206 3 1 3 Modernidade e Tradi o 206 3 1 4 Quest es 207 3 1 5 Di logo de Elementos 207 3 1 6 Introdu o de novos Elementos em diferentes Escalas 208 3 1 7 Pol micas 208 3 1 8 A Constru o de uma Linguagem 208 3 2 SEGUNDO MOMENTO REST
96. 40 este estudo tamb m foi vis vel desde a tentativa de reposicionar a estrada Rio S o Paulo os im veis lindeiros e a visibilidade traduzindo desde estes tempos a import ncia do entorno para a legibilidade do patrim nio O Circuito de Visita o proposto nos apontava para um cotidiano e para a comunidade para que percorresse os ambientes da Capela e que estes falassem por si se interligando com o maior acervo o Monumento falando dos personagens do bairro da t cnica construtiva saindo de amontoados de acervos e transformando a atmosfera de um espa o antigo Este item nos remeteu a quest es como a educa o patrimonial parte do programa de necessidades de um Monumento que nos mostraram caminhos que conjugaram os elementos materiais e imateriais como um pr ximo discurso e caminho de pesquisa Se intervir requer entendimento chegamos aos estudos de caso Ouro Preto e Registro evid ncia que os itens apontados nesta trajet ria mostraram possibilidades de conex o e permitiram dizer que o estudo do patrim nio ap s 60 anos caracterizou um projeto conjunto aberto e com respostas a serem constru das no decorrer dos tempos e onde presente e passado entre limites e paralelismos acabam se integrando Os espa os se refazem no alcance de outro plano al m de posturas bem comportadas para se enxergar a verdadeira seiva e sentido real de todo o processo Nas palavras de Costa n o s o sempre as obras academicamente per
97. 42 Figura 108 Catedral Metropolitana de Vit ria Vit ria Esp rito Santo 2007 143 Figura 109 Diferentes tipologias de lumin rias utilizadas em Minneapolis 145 Figura 110 Paraty 2006 146 Figura 111 Casas em Paraty Estudo para coloca o dos lampi es 147 Figura 112 Parati simula o da retirada do posteamento por meio digital 147 Figuras 113 e 114 esq destaque para monumentalidade do edif cio dir estudo de ritmo repeti o e simetria 149 Figuras 115 e 116 O Monumento com vista diurna e noturna nesta ltima h detalhes arquitet nicos n o percept veis que comprometem a leitura do patrim nio 149 Figuras 117 e 118 esq silhueta positiva linha luminosa colocada nas bordas para real ar o volume com marca o dos planos e destaque aos detalhes arquitet nicos dir Marca o dos cheios e vazios repeti o com silhueta negativa ilumina o colocada atr s do objeto Utiliza o da ilumina o interna atual com destaque aos detalhes arquitet nicos 149 Figura 119 Catedral de Bras lia 2009 150 Figura 120 Capela de S o Miguel Arcanjo 2009 151 Figura 121 Planta de Ilumina o Piso T rreo 154 Figura 122 Levantamento Inicial com localiza o dos banheiros 2002 157 Figuras 123 e 124 Instala es Sanit rias atr s do Altar Mor 157 Figura 125 Levantamento Topogr fico da Pra a Padre Aleixo de Monteiro Mafra 2002 158 Figura 126 Pra
98. AN A A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 2 1 2 1 Levantamento Fotogr fico Figura 4 Fachada Frontal 1938 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Conforme Kuhl 2002 Camilo Boito fez largo uso de desenho e fotografias Realizado de forma sistem tica e investigativa com isso se obt m um registro criterioso de imagens que permitem a compreens o e reconstitui o integral da edifica o no conjunto e em seus pormenores no est gio em que antecedeu a interven o Esta discuss o de ferramentas para uma capta o do Monumento possibilita percep es e descobertas produzindo ambig idades entre a beleza e a ru na Dentro desses par metros distintos as interpreta es aproximam id ias numa explora o que se consolida como ferramenta e n o mais simples registro um tipo de representa o ativa na interpreta o do patrim nio O registro fotogr fico e sua import ncia assinalado como instrumento de pesquisa e reflex o da cidade Numa maneira pedag gica de conhecimento as figuras auxiliam a forma o de um repert rio e revelam uma forma construtiva de composi o e estado do bem hist rico Este fato reconhecido nos primeiros registros do SPHAN na sua fase her ica com o levantamento preliminar das edifica es existentes no Estado de S o Paulo especificamente nos materiais pertencentes ao IPHAN 9 SR
99. ANDRADE 1983 n o paginado O gradil foi executado no entorno da Capela a pra a foi reformada e gerou observa es e solicita es do CONDEPHAAT em 01 de Mar o de 1984 feitas pelo vice presidente Augusto Humberto Vario Titarelli e o elemento em ferro n o solucionava as invas es al m de prejudicar a visibilidade T nia Cristina Bordon Miotto 179 AT A A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio e O aterro realizado elevou a cota de n vel provocando invas o das guas no alpendre umedecimento das paredes de taipa e externamente a diminui o da dist ncia entre piso e linha do beiral e havia uma vegeta o muito alta e espessa na Pra a e solicitou o rebaixamento da pra a no n vel anterior elimina o dos arbustos pr ximos ilumina o mais eficiente e vigil ncia noturna Se tais medidas fossem ineficazes eles concordavam com o fechamento do Monumento com grades Nem s a pra a era elemento de controv rsia A volumetria do local tamb m era um item de preocupa o dos rg os sobre o gabarito de altura do entorno havia uma correspond ncia de 1996 escrita por Marco Carrilho arquiteto da 9 regional do IPHAN a respeito de uma sequ ncia progressiva e proporcional a partir do v rtice mais pr ximo da pra a Estipulada pelo arq Victor Hugo Mori arquiteto da mesma regional que justificava estabe
100. AURO CAPELA 2006 E CONJUNTO KKKK 210 3 2 1 O Conjunto Kaigai Kogijo Kobushiki Kaisha KKKK 210 3 2 2 Os Anexos 211 3 2 3 Antigo e Novo 211 3 2 4 Entorno 212 3 2 5 O Projeto como Exerc cio 213 3 2 6 Um Parenteses L cio e Lina 214 3 3 CONSIDERA ES 215 4 CONCLUS O Erro Indicador n o definido REFER NCIAS Erro Indicador n o definido yt ey ego k gt zt NERODU a X E a t Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Quando se estuda qualquer obra de arquitetura importa ter primeiro em vista al m das imposi es do meio f sico e social consideradas no seu sentido mais amplo o programa isto quais as finalidades dela e as necessidades de natureza funcional a satisfazer em seguida a t cnica quer dizer os materiais e o sistema de constru o adotado depois o partido ou seja de que maneira com a utiliza o dessa t cnica foram traduzidas em termos de arquitetura as determina es daquele programa finalmente a comodula o e a modenatura entendendo se por isto as qualidades pl sticas do monumento COSTA 1978 p 17 A palavra patrim nio se associa heran a ligada a estudo e pr tica onde temos exemplos atuais de Monumentos que se submeteram a interven es focadas em restituir uma integridade e que tiveram como resposta um avan o na inst ncia de
101. Autenticidade e materialidade CARTA DE BRASILIA 1995 p 3 Assim percept vel que o equipamento funciona como ncora para a recupera o do entorno requalificando o espa o que possui mudan as que s o pr prias do seu desenvolvimento ao longo do tempo necess rio conhecer al m dos aspectos hist ricos o meio fundamental para que se estabele a a liga o entre os agentes externos e a edifica o O patrim nio um organismo din mico em constante di logo e intera o com o entorno O entorno da Capela de S o Miguel paulista T nia Cristina Bordon Miotto 171 wu LAIS d A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A Capela de S o Miguel se localiza no Bairro de S o Miguel Paulista extremo leste da cidade de S o Paulo No mapa da cidade de S o Paulo abaixo pertence rea corresponde ao n mero 23 itaim Paulista Raquera Gualanazes Figura 137 esq mapa da cidade de S o Paulo subprefeituras dir bairros formadores da rea Subprefeitura S o Miguel Paulista Fonte Prefeitura da Cidade de S o Paulo Passeio Livre 2011 Figura 138 Mapa da cidade de S o Paulo subprefeituras No ret ngulo vermelho a localiza o da Pra a Padre Aleixo de Monteiro Mafra Fonte Prefeitura da Cidade de S o Paulo Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Zoneam
102. Capela de S o Miguel Revista Eletr nica de S o Miguel Dispon vel em lt http Awww saomiguelpta blogspot com gt Acesso em d s 2010 SAN Raphael Papel Eletr nico M dia religi o fotografia S o Paulo e etc Dispon vel em lt http papeleletronico wordpress com 2008 09 08 gt Acesso em 04 06 2010 SCARROCCHIA Sandro Alois Riegl Teoria e prassi della conservazione dei monumenti Bologna Accademia Clementina di Bologna 1995 In Hist ria e tica na Conserva o e na Restaura o de Monumentos Hist ricos Beatriz Mugayar K hl Dispon vel em http Awww usp br cpc v1 php wfO7 revista interna php id revista 2 amp id conteudo 6 amp tipo 5 Acesso em fev 2011 SEGAWA Hugo Brasil Arquitetura conv vio entre o contempor neo e o tradicionalResenha do livro Francisco Fanucci Marcelo Ferraz Brasil Arquitetura Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz 2005 Fonte resenhasonline 060 01 Brasil Arquitetura conv vio entre o contempor neo e o tradicional vitruvius mht Dez 2006 Acesso 27 dezembro de 2010 SILVA Heitor da Costa Ilumina o em Edif cios Hist ricos Centro de Porto Alegre Dispon vel em lt http www ufrgs br labcon sic joana paula apresentacao pdf gt Acesso em 30 maio 2010 SORKIN Michael Patrim nio arquitet nico e metr poles em extens o Rua Revista de Urbanismo e Arquitetura v 1 n 8 Patrim nio Maquinaria e Mem ria Salvador jul dez 2008 p 15 Dispon vel em lt http
103. EE eia j s a E da ia a Sd Figuras 8 e 9 esq foto da fachada da Capela em 04 12 1939 ap s a retirada do revestimento de taipa Detalhe da linha do antigo telhado acima o complemento em adobe A dir Foto da Parede posterior da Nave Detalhe da linha do antigo telhado da Capela Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Posta esta preliminar hip tese de ter existido uma Capela menor antes da atual e cujas paredes foram aproveitadas nesta e mais considerando que a parede que separa os dois alpendres vis vel da mema taipa bem poss vel que o plano da Capela primitiva tenha sido igual ou do mesmo tipo da Capela de Santo Angelo com o telhado do alpendre lateral como prolongamento da Igreja nave SAIA carta de 08 01 1940 n o paginada T nia Cristina Bordon Miotto 59 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio centenas va swnian SA Sidr se ania awin ty vaa e re wy I j OOBSNUV gt ougsiy OtuQutNa Op o 1g Pon aa 7 Ro fist auno erp Eres arm tais ato vire Ego E sf ES Sa TT ra Lie o ie Em se dado TULE E pa a a ES PANGE vo Popesta ini doi rr be tai i Figura 10 Desenho de Lu s Saia a respeito da armadura atual e antiga com detalhe da coloca o dos pontaletes em A e B para eleva o do telhado encontrado Fonte acervo IPHAN 9 SR SP de Figura 11 Foto da Nave 04 1 2 1 939 Detalhe da pared
104. Este ltimo item pertinente ao sistema construtivo do bloco um sistema em Pain is Ciment cios e estrutura met lica sobre base em radier que n o interfere no s tio arqueol gico Esta interven o dialoga com o Bem quando respeita seu passado e permite que se considere este partido no presente dando espa o s propostas futuras e a como o restauro deve ser um constante di logo entre os tempos Figura 135 Maquete eletr nica do anexo Fonte Carlos Campoy 2008 T nia Cristina Bordon Miotto 166 AT A A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio CAPELA DE S O MIGUEL CORTES 02 5 10 25 oinn RE E E pr CE SETEMBRO 08 Figura 136 Projeto da Implanta o do anexo estudo das fachadas e volumetria Fonte Arq T nia Miotto e Marcelo Palote 2008 2 5 1 2 Entorno A rea de implanta o de uma constru o de interesse especial se compromete com a vizinhan a imediata onde as normas de prote o se estendem a fim de valorizar o monumento o per metro urbano e as zonas mais distantes um valor num n cleo que se multiplica sobre a rea As interven es de restauro nessas regi es t m a finalidade de garantir a perman ncia de valores que caracterizam o conjunto Definindo entorno de im veis tombados temos a rea de proje o localizada na vizinhan a dos im veis tombados que delimitada com objeti
105. Ibid 2007 H um objeto ou conceito exposto em display com disposi o est tica quando o objeto fala por si ou conceitual o objeto n o tem import ncia 86 H a contempla o cenariza o ou impacto numa situa o est tica e comunicativa T nia Cristina Bordon Miotto 188 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Projeto Segundo GON ALVES 2004 exposi o e museu caminham juntos A exposi o busca conceitos e estrat gias enquanto meio de comunica o dentro de um contexto com um desenho espacial de percurso que forma um jogo de representa o dentro de uma experi ncia social Tendo como finalidade a comunica o Davallon 1998 afirma ser um espa o social de contato com um saber Considerando este espa o dentro de suas possibilidades construtivas h diretrizes da distribui o no espa o emprego de luz cores e tecnologias que trazem din mica ao projeto O formato e a concep o mudam em fun o do perfil que o espa o assumiu nos ltimos anos relacionados proposta est tica da exposi o Conceber e montar uma exposi o sob o vi s da experi ncia do p blico significa escolhas tomar decis es quanto ao o que e como CURY 2005 grifo nosso Para planejar representar e at mesmo visualizar com precis o o resultado da montagem a ser executada a apresenta o foi tratada no sentido se adeq
106. Lauro Cavalcanti 1995 a partir da pol mica de sua constru o que se define no SPHAN uma posi o quanto ao modelo de interven o em s tios Pol mica que houve tanto em S o Miguel quanto em Ouro Preto no partido de projeto da Capela a retomada da telha v e a abertura do alpendre lateral geraram controv rsia entre os padres do Templo Em Minas o partido de projeto foi rediscutido por tr s vezes Reflexo de um pensamento que estava se formando e n o vinha nem dos t cnicos quanto menos pelos usu rios os mesmos intelectuais que se voltaram simultaneamente para a cria o de uma nova linguagem est tica no sentido de ruptura do passado e para a constru o de uma tradi o no sentido de buscar uma continuidade FONSECA 1997 p 98 3 1 8 A Constru o de uma Linguagem O Grande Hotel conseguiu formatar uma nova linguagem na cidade mineira sem copiar ou se opor ao entorno existente se inserindo num ritmo com respeito e afirma o A descoberta do barroco como uma express o real da cultura brasileira que se inicia com as viagens na d cada de 1920 por M rio de Andrade T nia Cristina Bordon Miotto 208 a Aa E A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio foi uma redescoberta do Brasil e o epis dio na cidade mineira deixou claro o objetivo de organizar um conjunto comprovando a tese de Costa de correspond ncia
107. Metropolitana GCM para conter a multid o as grades que protegiam a capela fo ram danificadas e parte do p blico acabou pulando para o telhado na tentativa de conseguir ver os gru pos famosos No fim aproximada mente mil telhas todas feitas de barro foram quebradas deixando o interior da capela exposto VANDALISMO comprometeu a igreja que ter de ser restaurada primeira capela da cidade Segundo Wilson Jo o Zampie n reitor da Universidade Cruzei ro do Sul Unicsul entidade res pons vel pela manuten o da ca pela h 15 anos a restaura o completa levar no m nimo dois meses At l o telhado dos fun dos permanecer coberto com lo nas para que o interior n o sofra com a a o das chuvas Zampieri registrou Boletim de Ocorr ncia no 22 DP S o Miguel Paulista denunciando o vandalismo A Prefeitura deveria encontrar uma outra pra a para realizar esse tipo de show afirmou Constru da em 1622 a capela foi tombada em 1938 pelo Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional Iphan Agora um ar quiteto do instituto estar acompa nhando os trabalhos de restaura o As telhas embora n o sejam originais acompanham exatamen te o mesmo material e desenho das colocadas na poca da constru o Ontem os t cnicos retiraram da capela rapidamente a exposi o S o Paulo em Tr s Tempos do fot grafo Augusto Milit o de Azevedo que estaria aberta ao
108. Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Varanda de hist rias O maior ambiente do circuito abrigar uma linha do tempo contando a hist ria da Capela e do bairro Haver uma conex o com a cidade de S o Paulo em um painel contendo voloumes textos e vitrines conjugadas A liga o com personagens hist ricos tamb m se far presente para o completo entendimento dos fatos e acontecimentos expostos Ser uma introdu o a toda sequ ncia de visita o com panorama geral dos temas abordados Uma ilha de acesso a um provedor facilitar a pesquisa em display independente Destaque para a arquitetura do espa o uma grande varanda onde ocorre acesso ao mezanino que d acesso tamb m ao coro e ao p lpito Ser restrito tamb m a pesquisadores j que n o foi adaptado s normas de seguran a o que descaracterizaria sua est tica fato tamb m acordado com o IPHAN Destaque para o acesso sacristia com o Altar folhado ouro o piso quadriculado em tijolo queimado encontrado quase intacto abaixo do piso anterior e a interessante inscri o de um jagun o desenho em baixo relevo como marca do fabricante e Vitrine arqueol gica os fragmentos ter o uma simula o da reconstitui o em desenho conforme exemplo abaixo Figura 172 Desenho de reconstitui o de fragmentos Fonte Alambert 1990 e GPR ir retratar de forma did tica o m t
109. S o Miguel entraria em processo de estagna o e decad ncia medida que exauria se o ciclo das bandeiras e crescia o com rcio de escaravos africanos permanecendo a igreja inalterada em seu aspecto GON ALVES 2005 p 68 18 sp 1 o aspecto mais leve e gracioso resulta do alteamento da nave com paredes de adobe material muito empregado nas reformas e acr scimos do s culo XVIII e escoramento interno de madeira COSTA 1978 p 41 T nia Cristina Bordon Miotto 44 yi Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio S o Miguel crescia e em 1903 j contava com 108 casas e 2 299 habitantes A principal atividade era a ind stria de cer mica A partir de 1913 o bairro passou a evoluir tamb m comercialmente Em 1920 come aram a se dirigir para S o Paulo grande n mero de nordestinos principalmente baianos que de modo especial se instalaram em S o Miguel Por volta de 1920 a imigra o dos trabalhadores europeus atra dos pelo caf tornou a cidade de S o Paulo um centro de m o de obra Surgiram os primeiros ind cios de industrializa o expandindo a cidade O bairro de S o Miguel foi ent o incorporado e elevado a distrito Acentuou se tamb m o trabalho de olarias na regi o em fun o do crescimento urbano escoavam pelo Tiet pedregulho e areia para o centro consumidor mas o transporte urbano era impratic vel Nas
110. SP Lembrando que o primeiro registro fotogr fico da hist ria foi um conjunto de edif cios em Chalon sur Sa ne na Fran a pelo f sico Nic phore Ni pce em 1826 2 Cavalcanti 1996 p 187 aponta Her ica por conta do romantismo das viagens para desvendar a realidade brasileira t o ex tica e desconhecida no pr prio pa s pela escassez de recursos e n mero de funcion rios para a herc lea tarefa de classificar e tomar contados bens em todo o territ rio nacional T nia Cristina Bordon Miotto 51 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A fotografia levou naturalmente os arquitetos as serem ainda mais escrupulosos no respeito pelos m nimos remanescentes de uma disposi o antiga a melhor se conscientizar da estrutura e fornecer lhes um meio permanente de justificar suas opera es LE DUC 2000 p 68 69 2 1 2 2 Desenhos Como se viu ningu m desenha pelo desenho Para construir igrejas h que t las na mente em projeto Parodiando Bluteau agrada me interpelar vos particularmente aos mais jovens os que ingressam hoje em nossa Escola que catedrais tendes no pensamento Aqui aprendereis a constru las duas vezes aprendereis da nova t cnica e ajudareis na cria o de novos s mbolos ARTIGAS 1975 n o paginado Mesmo sendo essenciais para as artes como a pintura e a escultura os desenhos eram considerados
111. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE T NIA CRISTINA BORDON MIOTTO CAPELA DE S O MIGUEL PAULISTA O PROJETO DE INTERVEN O COMO FERRAMENTA DE ENTENDIMENTO DAS NOVAS LINGUAGENS DO PATRIM NIO S o Paulo 2011 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE T NIA CRISTINA BORDON MIOTTO CAPELA DE S O MIGUEL PAULISTA O PROJETO DE INTERVEN O COMO FERRAMENTA DE ENTENDIMENTO DAS NOVAS LINGUAGENS DO PATRIM NIO Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie como requisito parcial obten o do t tulo de Mestre em Arquitetura e Urbanismo ORIENTADOR Prof Dr Jos Geraldo Sim es J nior S o Paulo 2011 M669c Miotto Tania Cristina Bordon Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Tania Cristina Bordon Miotto 2011 240 f il 30cm Disserta o Mestrado em Arquitetura e Urbanismo Universidade Presbiteriana Mackenzie S o Paulo 2011 Bibliografia f 227 240 1 Capela se S o Miguel Paulista 2 Patrim nio Hist rico 3 Restaura o l T tulo CDD 720 288 T NIA CRISTINA BORDON MIOTTO CAPELA DE S O MIGUEL PAULISTA O PROJETO DE INTERVEN O COMO FERRAMENTA DE ENTENDIMENTO DAS NOVAS LINGUAGENS DO PATRIM NIO Disserta o apresentada Universidade Presbiteriana Mackenzie como requisito parcial para a obten o do
112. UNOW 2006 Compatibilizar respeitando o bem leis e suas particularidades PLANTA EM OETA ME FRONTAL mpi l na i I CIRCULA O INFORMATIVA ORCUA Or S PEER O WAOWNARA O TRATTO CAGEADAVTIS nom taa o died ca mento La a mehr edos a CAPELA DE SAO MIGUEL ARCANJO S O MIGUEL PAULISTA O PAULO DIRETRIZES DE READEQUA O e REVITALIZA O FUNCIONAL Figura 162 Primeiros Estudos de Ambienta o Varanda de Hist rias Projeto Museal Fonte T nia Miotto 2006 Uma exposi o um meio que beneficia a divulga o cultural de um patrim nio na medida em que feita para oferecer aos indiv duos o entendimento da sua hist ria e de sua cidade Ela deve ultrapassar o simples agrupamento de objetos para tornar se um meio de comunica o que permita ao p blico vivenciar experi ncias tanto no n vel intelectual quanto emocional T nia Cristina Bordon Miotto 185 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A m impress o causada na sua maioria pelas atuais institui es tamb m j era notada por L cio Costa 1995 n o paginado em visita ao Museu do Louvre em 1926 conforme ele descreveu em carta Levei dias para me aclimatar com o Louvre Que mundo que inestim vel tesouro Pena ser t o francamente museu prefiro apreciar as obras de arte em pal cios ou antigos hot is E menos catalogado menos a
113. a cabe uma ressalva da maior import ncia n o se trata de opini o pessoal de gosto ou capricho deve se tratar de estudo consciencioso formulado por equipes multidisciplinares fundamentado na antropologia na sociologia na hist ria em geral e em especial na hist ria da arte e da arquitetura na est tica nas ci ncias de modo amplo e jamais de modo algum de ato arbitr rio KUHL 2006 P 16 2 2 3 Recupera o e Substitui es preciso tamb m considerar que uma das caracter sticas da preserva o patrimonial e que constitui um paradoxo sua frequente transforma o que identific vel pelas constantes e significativas mudan as altera es e amplia es que a rea paresenta GALLO 2006 p 95 Quais s o as atitudes do profissional diante do patrim nio H o surgimento de novas necessidades que influenciam o existente dentro de uma poss vel transforma o As obras est o sujeitas aos desgastes pela a o do meio ambiente do uso das a es f sicas funcionais ou est ticas j que os valores e programas de uso se modificam A interven o f sica na mat ria assegura uma integridade estrutural ou est tica para a sobrevida do Monumento e extrapola o projeto ao especificar t cnicas construtivas e viabilidades t cnicas Na recupera o de uma estrutura hist rica podem ser usados elementos novos para substituir pe as avariadas ou T nia Cristina Bordon Miotto 56 E Capela de S o Mi
114. a 66 Altar da Sacristia com C moda ap s o restauro 1940 Fonte Foto Germano Acervo IPHAN 9 SR SP 2 Altar mor adotar o restauro pelo fato de n o se ter a impress o da pintura muito antiga apesar das 4 ou 5 camadas encontradas Rebolo 1939 sugere a documenta o criteriosa da ltima camada com croqui em escala real remo o das camadas recentes para repintura 3 Altar lateral idem Altar Mor dando aten o s superf cies da caixa de base e as decora es que deveriam ser restauradas Figuras 67 e 68 A esq arco Cruzeiro e Altar Mor vista Geral 1940 A dir altar lateral Fonte acervo IPHAN 9 SR SP T nia Cristina Bordon Miotto 110 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio MINIST RIO DA EDUCA O E CULTURA INSTITUTO DO PATRIM NIO HISTORICO E ART STICO NACIONAL MONUMENTO ESTADO Ao E T U c LIE MUNICIPIO LOCALIDADE DATA FOTO Figura 69 Ficha de cataloga o Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Ke Figuras 70 e 71 A esq detalhe Fonte acervo IPHAN 9 SR SP pintura do Altar Mor A dir detalhe do Altar lateral de S o Francisco 1940 4 Altar da Capela Lateral aten o a decora o existente na parte interna T nia Cristina Bordon Miotto 111 cd S Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas l
115. a coletiva e que se relaciona com as obras dos historiadores Pierre Nora Les Lieux de M moire 1984 e de Michael Pollak Mem ria Esquecimento Sil ncio e Mem ria e Identidade S cia publicados em 1989 e 1992 A discuss o da obra de Halbwachs tem como fundamento na exist ncia da mem ria individual que parte de uma mem ria coletiva onde as lembran as s o formadas internamente a uma coletividade id ias reflex es sentimentos e paix es que atribu mos a n s mesmos Haveria ent o na base de toda lembran a o chamado a um estado de consci ncia puramente individual que para distingui lo das percep es onde entram elementos do pensamento social admitiremos que se chame intui o sens vel HALBWACHS 2004 p 41 T nia Cristina Bordon Miotto 31 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Para Halbwachs 2004 as lembran as desta pr tica em grupo s o aptas reconstru o ou simula o e vice versa Significados do passado baseados no entendimento de outros recordar uma imagem engajada em outras imagens Ou ainda a lembran a em larga medida uma reconstru o do passado com a ajuda de dados emprestados do presente e al m disso preparada por outras reconstru es feitas em pocas anteriores e de onde a imagem de outrora manifestou se j bem alterada HALBWACHS 2004 pp 75 6 As lemb
116. a de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio W f i WW 7 mA H fe ARNE PA li W Y ja T r Figura 1 Capela de S o Miguel 1940 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Situada em ponto alto com rela o ao Rio Tiet a obra jesu ta tinha um car ter aglutinador e defensivo haja vista que em 1623 os ndios de Itaquaquecetuba foram transferidos para S o Miguel e Nossa Senhora da Concei o de Guarulhos situada na margem oposta do rio que tamb m passou a receber a aten o da Companhia de Jesus STELLA 2002 A op o deste orago para aldeia se embasou na sua representa o de esp rito guerreiro com o qual os ndios se identificavam al m de S o Miguel ser o padroeiro das Ilhas Tenerife onde Anchieta viveu STELLA 2002 Em 1691 a igreja de S o Miguel sofreu os primeiros reparos No in cio do s culo XVIII passou por reformas promovidas pelos franciscanos que n o alteraram as suas formas a constru o das paredes de taipa recebeu acr scimo em adobe e o p direito da nave foi elevado de quatro para seis metros Duas janelas foram abertas acima do telhado fronteiro Ela ganhou altares laterais e escoramento interno de madeira al m de elementos decorativos em madeira com detalhes em dourado no altar principal na sacristia e na Capela lateral que tamb m lhe foi acrescida Ao longo dos s culos XVIII e XIX no entanto a aldeia de
117. a de Veneza 1964 destacando o envolvimento da popula o local com o sucesso da preserva o Os valores a preservar s o o car ter hist rico da cidade e o conjunto de elementos materiais e espirituais que expressam sua imagem em particular a a forma urbana definida pelo tra ado e pelo parcelamento b as rela es entre os diversos espa os urbanos espa os constru dos espa os abertos e espa os verdes c a forma e o aspecto das edifica es interior e exterior tais como s o definidos por sua estrutura volume estilo escala materiais cor e decora o As novas fun es devem ser compat veis com o car ter a voca o e a estrutura das cidades hist ricas A adapta o da cidade hist rica vida contempor nea requer cuidadosas instala es das redes de infra estrutura e equipamento dos servi os p blicos CARTA DE WASHINGTON 1987 p 2 Este conceito complementado pela Carta de Bras lia que coloca que para a manuten o da autenticidade do conjunto essencial a manuten o do conte do s cio cultural Este documento diz que o respeito a essas diferentes heran as constitui exemplo do respeito pela diversidade cultural Autenticidade e mensagem O suporte tang vel n o deve ser o nico objeto da conserva o Autenticidade e contexto imprescind vel o equil brio entre o edif cio e seu entorno tanto na paisagem urbana quanto na rural Sua ruptura seria um atentado contra a autenticidade
118. a de entendimento das novas linguagens do patrim nio dos sistemas e materiais construtivos utilizados Os estudos dos costumes e culturas por meio de fragmentos respaldariam o entendimento hist rico local possibilitando ampliar informa es hist ricas j consolidadas Este levantamento da restaura o da Capela reuniu diversas etapas como a limpeza da rea o quadriculamento para direcionar as men es que localizam os objetos recolhidos e as composi es fixas os cortes do terreno e a an lise laboratorial Na etapa de cortes do terreno os objetos encontrados retirados para an lise foram fotografados registrados por croquis e outras t cnicas de registro peculiares A somat ria dos dados recolhidos e a consequente an lise fizeram com que o estudo tomasse forma permitindo que a hist ria local fosse entendida como um todo reconhecendo sua complexidade espa o temporal As an lises dos vest gios deste assentamento revelaram as verdadeiras origens do local e o in cio do processo de ocupa o rumo ao Alto Tiet O estudo arqueol gico foi desenvolvido com a utiliza o de ferramentas apropriadas na pesquisa de bens hist ricos conforme a legisla o e as cartas de preserva o pertencentes ao Programa Arqueol gico do Munic pio de S o Paulo LECAMI1 desenvolvido pelo Departamento de Patrim nio Hist rico do Munic pio de S o Paulo DPH S O objetivo do trabalho n o era esgotar as atividades de escava
119. a estranha jogar a imagem no ch o da Capela 1953 113 Figuras 78 e 79 esq foto do Altar da Sacristia vista geral dir foto do Detalhe do Altar 115 Figuras 80 e 81 esq foto do Altar Lateral dir foto do Altar Lateral 115 Figuras 82 e 83 esq Coluna Antropomorfa da Banca de Comunh o dir vista geral da Banca de Comunh o 116 Figuras 84 e 85 esq Pia Batismal dir Altar Mor 116 Figuras 86 e 87 esq Altar da Capela Lateral dir Altar Mor vis o geral 116 Figura 88 Vis o geral do altar com murais Cristo Oper rio Sagrada Fam lia e Santo Antonio 120 Figura 89 Vis o Igreja da Pampulha em Belo Horizonte Azulejos de Portinari 121 Figura 90 Detalhe pintura mural 123 Figura 91 Localiza o da pintura mural 124 Figura 92 Imagem do relat rio de Arqueologia grade de An lise Cer mica com comparativo entre fragmento cer mico encontrado e forma 127 Figura 93 Implanta o da Capela de S o Miguel em imagem tomada a partir da Rodovia Ayrton Senna Em primeiro plano a v rzea do rio Tiet 130 Figura 94 Mapa da Capitania de S o Paulo elaborado em 1765 por Luiz Antonio de Souza que foi Capit o General de S o Paulo em 1773 Localiza o da Capela de S o Miguel 130 Figuras 95 e 96 Visita da equipe t cnica do IPHAN s escava es arqueol gicas realizadas no interior e no exterior da Capela de S o Miguel Localiza o esq Anexo Cap
120. a museologia o marketing entre outros e o projeto no seu sentido espec fico como opera es de conserva o restaura o e adapta o pressupondo as seguintes atividades pesquisa hist rica concep o desenvolvimento realiza o da obra documenta o da execu o e divulga o e difus o Ao arquiteto s o necess rios subs dios para um in cio reunidos a partir de um invent rio que siga um procedimento metodol gico espec fico e que seja base para a constru o de um relat rio etapa indispens vel para o in cio do desenvolvimento do projeto arquitet nico Al m do Objeto Hist rico h o Objeto F sico No estudo do monumento enquanto Objeto Hist rico devem ser realizados levantamentos com o aux lio de um historiador coordenado por um arquiteto visando determinar as diretrizes necess rias para o desenvolvimento do projeto de restaura o e Hist ria e Tipologia de Arquitetura T nia Cristina Bordon Miotto 25 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio e Estilo arquitet nico e obras de arte integradas e Sistemas construtivos e materiais e Levantamento arquitet nico e Diagn stico do estado de conserva o e Proposta de interven o Projeto arquitet nico Ainda na Carta do Restauro de 1972 a realiza o do projeto para restaura o de uma obra arquitet nica dever ser precedida de um exausti
121. a pique e adobe O entendimento dos desn veis em eixos tanto horizontal quanto vertical serviu para o mapeamento do templo como orienta o para interven es futuras Isto tamb m se refletiu na representa o gr fica da parede de taipa incompreens vel numa linha reta e um desafio para os meios digitais O telhado elemento de destaque exigiu mudan as que se transformaram em perguntas A quest o n o estava no entelhamento mas na forra o interna Isso desde a poca de Saia que com a retirada do forro deixou aparente a interessante armadura do telhado e com ela a poeira da estrada Rio S o Paulo A cidade cresceu e a poeira foi substitu da pela fuligem Em 2006 ponderamos o telhado com as necessidades atuais e se construiu o intermedi rio guarda p deixando aparente o madeiramento e abafando a polui o da metr pole Sobre o varvito de It onde Saia optou pela conserva o do piso e justificou sua manuten o pelo aux lio da conten o de umidade em 2006 se apresentou outro aspecto o varvito de It estava desgastado e sem possibilidade de reposi o al m de escurecer a ambienta o Em 2006 sua retirada encontrou uma tijoleira anterior que foi conservada e recebeu ap s prote o uma nova tijoleira T nia Cristina Bordon Miotto 219 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio refeita com base no desenho pr exi
122. a reintroduzir o Monumento na cidade com independ ncia num espa o de tempo a o coletiva e renova o Frisando sua import ncia hist rica e arquitet nica este projeto ensinou aos envolvidos a reconsiderar o patrim nio e a postura na rea de preserva o frente a todos os desenhos e apontamentos cont nuos que foram surgindo durante esses oito anos Pretendeu se entender as interfer ncias considerando uma din mica de id ias e valores identificando os mecanismos de preserva o pr existentes e observando as necessidades Dentro destes enunciados as indaga es sobre o objeto foram sendo constru das durante o processo de recupera o Como o projeto de restauro arquitet nico se manifesta observa o do arquiteto no entendimento das posturas de interven o De que maneira se faz a proposta de restauro com as perman ncias altera es e adapta es durante a obra Como o patrim nio influi na consolida o do Monumento considerando as decis es tomadas e o partido adotado A exist ncia de uma identidade pr existente pass vel de transforma o T nia Cristina Bordon Miotto 19 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Assim com o objetivo de estudar as adapta es exigidas pela interven o incluindo se m todos e as conseq ncias desta atividade patrimonial vieram tona questionamentos da a
123. acontecimentos e de datas mas tudo que faz que um per odo se distinga dos outros HALBWACHS 2004 p 43 44 A cultura um patrim nio produzido e pertencente a um grupo social a mem ria mant m dados e referencia pap is que se adaptam a conhecimentos anteriores e formam uma consci ncia individual ou coletiva Grupos sociais se apossam de elementos culturais e Ihe atribuem valores produzindo modelos formando um estabelecimento de regras e restringindo o ingresso a informa es espec ficas Uma hist ria que se inclina para classes dominantes da a necessidade de se democratizar o patrim nio cultural 1 6 MEM RIA E HIST RIA Hist ria e mem ria qualidades da cultura dos povos que transmitem identidade aos lugares e significados culturais enquanto produto de entendimento da pr pria conjuntura social S o tamb m atributos capazes e abertos s releituras e modifica es Quem determina o valor do patrim nio e das tradi es e mem rias culturais corre o risco de descontextualizar um ritmo social quando estes se inserem num setor din mico Buscar a diferen a e manter caracter sticas regionais sem se subjugar aos encantos da globaliza o que se inclina para uma estandardiza o de lugares investir em pol ticas que privilegiem a popula o local e a participa o cidad T nia Cristina Bordon Miotto 33 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas ling
124. ada apodrecida e substitu da por vigas de concreto Figura 62 Fachada Frontal Levantamento restauro de 1940 com loca o das vigas e pilares de concreto realizado por Lu s Saia integrante do Projeto de Restauro Fonte Projeto M Palote e T Miotto Abril 2006 T nia Cristina Bordon Miotto 102 lema Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Interven o 1939 Ao estabelecer o conceito de interven o com a introdu o do concreto armado paradigma recorrente das obras do SPHAN surgiram d vidas sobre os procedimentos adotados j que n o havia refer ncias no Brasil Diante deste momento de obra as perguntas recorriam sobre as paredes desaparecidas de taipa dos monumentos se seriam ou n o refeitas Considerando o parecer Saia abandonou a id ia de refazer paredes de taipa e adotou o procedimento de reconstruir paredes primitivas desaparecidas em alvenaria de tijolos de barro MAYUMI 2008 P 68 A modernidade era um meio operativo de prote o preserva o e consolida o dos monumentos quer nos arranjos que lhes permitam sobreviv ncia e uso adequados na vida moderna dizia Saia 1972 p 16 conforme texto da revista CJ Arquitetura publicado em 1977 Nos procedimentos de restauro era uma atua o que adaptava o passado ao presente numa atitude moderna na qual o concreto criava novos elementos necess
125. ade de S o Paulo REBOLLO 1977 n o paginado 8 Murillo Marx era o Diretor do Departamento de Patrim nio Hist rico e Murillo Marx Chefe Substituto do 4 Distrito do IPHAN T nia Cristina Bordon Miotto 178 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Quanto solicita o de constru es no entorno da Capela os pedidos foram analisados sempre observando a ambienta o do entorno e o preju zo de sua vis o como no caso de um pedido de diretrizes de Ricardo Salvador Sallotim 1983 para um pr dio de quatro andares na lateral esquerda que teve como resposta a autoriza o de gabarito de at tr s andares Figura 157 Croqui de localiza o da Capela e do lote para constru o de edif cio com 4 pavimentos Fonte acervo IPHAN 9 SR SP No mesmo ano Antonio Luis Dias de Andrade escreveu ao Secret rio da Cultura Dr F bio Magalh es sobre o estado de conserva o do Monumento a ocupa o da Pra a por um parque de divers es al m dos danos cobertura causados pelos com cios das ltimas elei es E mais o bem hist rico estava sendo usado como dep sito e abrigo de funcion rios respons veis pela manuten o da rea como segue essencial encontrar solu es que viabilize a plena utiliza o do bem tombado em benef cio da popula o local bem assim dos visitantes que frequentemente ali se dirigem
126. ade projetada para fechar a sala que fica ao lado esquerdo da Igreja por uma parede de tijolos ou de taboas T nia Cristina Bordon Miotto 93 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Ele acrescentou que a constru o de uma grade somente inutilizaria a sala para fins religiosos e prejudicaria o exerc cio das diversas fun es paroquiais Em 16 de Junho de 1941 ap s a finaliza o da obra com a Capela em uso Rodrigo escreveu a Saia suas solicita es O arcebispo de S o Paulo veio pessoalmente a este servi o solicitar provid ncias no sentido da Igreja de S o Miguel e serem adaptados s necessidades de sua utiliza o atual tendo se em vista os seguintes inconvenientes que resultaram da restaura o operada nos seguintes monumentos O pedido era pelo fechamento do alpendre lateral com vidra as descrevendo uma improvisa o que estava sendo feita com a coloca o de uma cortina para que a l mpada do sant ssimo n o se apagasse visto que havia problemas de ventila o excessiva Pombos e morcegos provocavam sujidades no interior da Igreja somados poeira da proximidade da Rodovia Rio S o Paulo e falta de ilumina o artificial devido a cobertura de telha v H tamb m o relato que a Igreja tinha sido privada de consist rio pela transforma o do ambiente lateral em alpendre Em resposta Jos
127. ado por triangula o As cidades ao contr rio dos povoados e pequenos munic pios s o pl sticas por natureza HARVEY 1989 p 17 Dentro da busca da leitura da cidade h a quest o sem formato como perceb la Num clamor de interven o n o urbana que repense seu uso com um processo de gentrifica o surgem atitudes de di logo frente uma percep o urbana de exerc cio de cidadania Como declara Santos 1994 p 15 Seu entendimento pois fundamental para afastar o risco de aliena o o risco da perda do sentido da exist ncia individual e coletiva o risco de ren ncia ao futuro A superposi o de tempos hist ricos diferentes contribui para essa heterogeneidade A perda dos monumentos e at da cidade enquanto s mbolo com a n o percep o da escala faz findar o desenho mental Lynch 1982 O resultado deste espa o saturado que n o abre caminhos para que o cidad o tenha algo de concreto para fazer se reconhecer consequ ncia de uma cidade sem lembran as Reflexo de uma gel ia geral que tentou entender qu o importante manter viva a produ o cultural T nia Cristina Bordon Miotto 35 A T a Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 2 1 CATALOGA O 2 1 1 Pesquisa Documental 2 1 1 1 Procedimentos Iniciais Partindo se do princ pio de que toda obra de restauro deve ter um car ter q
128. alores da cultura popular dignos de salvaguarda Nesta percep o eles se conscientizam que poderiam transformar estes valores em linguagem moderna para o alcance de uma nova espacialidade Bo Bardi fez isso a partir de interven es que revitalizaram tecidos urbanos de uma apropria o da comunidade dos valores imateriais do comportamento de ocupa o 102 Lina nasceu e cresceu em Roma Costa nasceu em Toulon Fran a e estudou na Inglaterra e Su a T nia Cristina Bordon Miotto 214 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio dos usu rios maior do que a configura o espacial Costa nos deixou a mensagem da possibilidade da conviv ncia art stica entre as v rias arquiteturas desde que verdadeiras uma adi o das partes conforme cita COMAS 2002 A distin o entre o novo e o velho responde tanto a uma exig ncia de autenticidade hist rica quanto necessidade de confrontar o novo e o velho para chegar ao sentimento pleno do ciclo vital Ao refletirmos que a conviv ncia o partido projetual que constr i o especial sentido do projeto arquitet nico ROSSETI 2007 p 8 transportamos esta afirma o para monumentos e pessoas L cio Costa esteve presente em Ouro Preto e na Capela de S o Miguel nas correspond ncias com Lu s Saia O escrit rio Brasil Arquitetura esteve presente em registro e no Projeto de Revitali
129. amb m de ossos T nia Cristina Bordon Miotto 136 AN A EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 1 camada 22 camada 32 camada 4 camada 52 camada Figura 103 Foto da estratigrafia do aterro que cobre o solo original camada marrom camada vermelha mais uma camada marrom e camada esbranqui ada com presen a de areia cal restos de argamassa e outro materiais construtivos Local encontro da Nave com alpendre Frontal face Noroeste Fonte Modificado de JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 f rea Externa Fundos da Capela Lateral O alicerce da parede oeste da Capela lateral bem raso cerca de 0 40m de profundidade o que contrasta com a profundidade maior do alicerce da mesma Capela na parede leste Essa diferen a pode confirmar uma hip tese levantada durante a escava o do C modo 1 de que este mais recente do que o restante do corpo da Capela Lateral 9 An lises de Laborat rio Para o estudo dos objetos cer micos utilit rios dom sticos foi elaborada uma ficha para constru o de um banco de dados com as rela es de quantidades por meio de c digos num ricos como localiza o tamanho t cnica de constru o queima sinais de uso tratamento de superf cie estado de conserva o decora o entre outros Os fragmentos de lou a
130. amos o exerc cio da d vida diariamente porque projetar exercitar a infinita possibilidade de abrir caminhos Em S o Miguel muitas perguntas se fizeram presente no projeto e na retomada durante a execu o Havia alternativas mas dentre as escolhidas havia a T nia Cristina Bordon Miotto 213 EM i Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio certeza de que nada era absoluto Todas as a es foram discutidas e ponderadas frente responsabilidade da pr tica entre t cnicos rg os respons veis e at em alguns momentos com a participa o da comunidade local O fechamento do alpendre lateral com as vidra as e a inser o do guarda p na cobertura s o dois exemplos desta verifica o 3 2 6 Um Parenteses L cio e Lina Figura 188 Interior da Igreja do Carmo aquarela 1924 Fonte Lucio Costa 1995 Analisando o Conjunto KKKK Brasil Arquitetura e o Grande Hotel Ouro Preto natural falarmos de Lina Bo Bardi e L cio Costa Arquitetos onde a viv ncia espacial urbana de outros pa ses foi fundamental na pr tica arquitet nica de ambos Ele se atentava a uma express o da arquitetura brasileira ao se defrontar com a simplicidade verdadeira de Diamantina e se interessava por uma l gica construtiva ainda inexplorada Lina no escrit rio de Gi Ponti voltou seus interesses para uma produ o artesanal atenta aos v
131. anteiro de obras de restauro demanda cuidados n o usuais nos processos construtivos tanto com rela o s partes em que n o h interfer ncia nova e que devam ser mantidas ntegras quanto s partes novas que devem ir sendo protegidas medida que forem sendo executadas e ainda extrema limpeza e organiza o que o trabalho exige evitando se qualquer ac mulo de entulho e eliminando se as fontes de poeira ou res duos Al m da log stica operacional num restauro do monumento preciso registrar procedimentos organizar informa es e expor o resultado de todo trabalho desenvolvido Conforme Mendon a 2008 o processo deve contemplar mais do que levantamentos cadastrais de um edif cio de interesse cultural e sim trazer uma vis o de outros aspectos da representa o documental como a evolu o e a interpreta o do bem arquitet nico Nesse sentido o projeto de restauro tem um car ter interdisciplinar dentro da meta de associar arquitetura hist ria arqueologia e as ci ncias que se fazem necess rias para o desenvolvimento do processo os profissionais ligados preserva o deveriam portanto possuir vis o hist rica e sobretudo conservadores restauradores arquitetos engenheiros historiadores etc que participam de estudos invent rios e interven es em bens culturais devem ter s lida forma o e consci ncia da responsabilidade envolvida KUHL 2006 p 17 Considerando a consist ncia f
132. apenas esbo os at o s culo XV num passo anterior a pr tica art stica Na poca moderna eram vistos como obras autosuficientes um caminho fundamental para o artista onde era poss vel descobrir conte dos com o objetivo de valorizar aspectos dos s tios hist ricos Trazendo luz desta discusss o pergunta se como o desenho auxilia na compreens o da arquitetura patrimonial Esse debate sobre a import ncia do desenho pertinente e atual ainda que seus valores muitas vezes sejam considerados inferiores se comparados s outras artes mostra que o desenho uma linguagem insubstitu vel e parte do patrim nio da condi o humana A import ncia do desenho no conceito da preserva o reclama uma participa o no processo de ensinamento e transmiss o de um saber A mensagem maior da linguagem possibilitar a percep o de sua transcend ncia de barreiras e que se torne parte do cotidiano dos pesquisadores a fim de torn los captadores de conhecimento Um formato de desenolvimento de consci ncia a respeito de nosso patrim nio cultural Pode se perceber essas interpreta es nos desenhos da pintora paulista Ren e Lef vre em suas andan as pelo Brasil em suas obras do patrim nio hist rico nacional Com base neles se fizeram conhecer igrejas casarios e paisagens de lugares at ent o desconhecidos S o representa es da paisagem 23 Aceita aos 23 anos como aluna do requisitado e exigente mestre Pedro Alexandrino
133. ar neste caso Retirar os esteios e portanto mudar a actual posi o do frechal o que acarretaria mudan a de toda armadura do telhado pois o v o da nave se tornaria maior duas vezes a espessura dos esteios SAIA carta de 08 01 1940 n o paginada Em resposta a reabertura das esquadrias n o houve interesse dos envolvidos j que os elementos n o possu am caracter sticas que justificassem a sua recoloca o refor ada pelo inconveniente da fabrica o de novos elementos para o fechamento dos v os Isto pode ser verificado em carta de Jos Souza Reis 1940 n o paginada arquiteto da equipe Creio que n o h interesse em reabrir esta porta uma vez que a primitiva Capela praticamente desapareceu Sobre os esteios internos caso fossem retirados n o eram prioridade frente a outros itens e sua rela o com o resultado que poderia ser obtido Al m disso Saia 1940 n o paginada afirma em carta que esta reforma encontrada era importante e que poderia ser preservada enquanto registro de uma altera o A documenta o prova bem que a suposi o da forma anterior do alpendre assim o retorno aos esteios de madeira de acordo com os vest gios o que parece certo Para embasar essas atitudes os t cnicos do SPHAN tiveram que realizar estudos e pesquisas e como mostra a interven o de 1939 1940 houve peculiaridades que resultaram em interven es pr prias e n o em atitudes aleat rias T nia Cristina B
134. ara monumentalidade do edif cio dir estudo de ritmo repeti o e simetria Fonte NUNES Joana Concei o ALFONSO Paula Arnold 2007 Figuras 115 e 116 O Monumento com vista diurna e noturna nesta ltima h detalhes arquitet nicos n o percept veis que comprometem a leitura do patrim nio Fonte NUNES Joana Concei o ALFONSO Paula Arnold 2007 Figuras 117 e 118 A esq silhueta positiva linha luminosa colocada nas bordas para real ar o volume com marca o dos planos e destaque aos detalhes arquitet nicos A dir Marca o dos cheios e vazios repeti o com silhueta negativa ilumina o colocada atr s do objeto Utiliza o da ilumina o interna atual com destaque aos detalhes arquitet nicos Fonte NUNES Joana Concei o ALFONSO Paula Arnold 2007 T nia Cristina Bordon Miotto 149 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A ilumina o externa de monumentos busca haver um destaque em rela o ao entorno indicando linhas arquitet nicas marcantes ou definidoras do conjunto urban stico Usar fontes artificiais de luz precede um estudo e defini o das cores da edifica o ou ent o a interven o luminot cnica pode descaracterizar a mesma Os equipamentos n o devem causar danos edifica o ou impacto visual visto que o objetivo valorizar a edifica o e n o utilizar o monumento co
135. ara se eliminar a cis o entre o presente e o passado necess ria se torna a considera o hist rica do resultado arquitet nico ao qual chegamos hoje Desenvolvimento hist rico n o significa concilia o e sim exame cr tico profundo BARDI 1957 p 69 Recomposi o do piso Os trabalhos de recomposi o dos pisos merecem um entendimento O piso existente n o foi preservado nem sua recomposi o poss vel Objetivou se um refazimento do material mas com respeito unidade hist rica e est tica O piso de varvito de Itu existente no interior da nave e alpendres lateral e frontal por suas caracter sticas geol gicas apresentava pouca resist ncia a abras o sofrendo desplacamentos nas reas de maior intensidade de tr fego o que inviabiliza sua escolha para tal finalidade O varvito escurecia a Capela em contraste com a brancura das paredes de taipa Retomar amos o varvito Quais eram os registros e o que havia abaixo dele Fizemos um levantamento da planta de piso um levantando em porcentagem de seu desgaste as condi es de tr nsito e um mapeamento de percurso e utiliza o conforme fotos a seguir 43 Varvito o nome utilizado pelos ge logos para denominar um tipo de rocha sedimentar nica formada pela sucess o repetitiva de l minas ou camadas cada uma delas depositada durante o intervalo de um ano O Parque do Varvito um monumento geol gico inaugurado em 1995 um patrim nio tombado pelo Condephaat
136. arquivos secretarias planejamento zoneamento 0001 parte 1l sao miguel 23 MAPA MP 04 jpg Acesso em janeiro 2011 Subprefeitura S o Miguel Paulista Capela de S o Miguel Arcanjo tombada em 1938 2010 Dispon vel em lt http www prefeitura sp gov br cidade secretarias subprefeituras sao miguel paulist a noticias p 16075 Acesso em jan 2011 Princ pio do Icomos para a Preserva o e Conserva o Restauro das Pinturas Murais 2008 Dispon vel em lt http planbuildmanage biz quintaci wp content uploads 2008 03 principios para a preservacao das pinturas murais pdf gt Acesso em 18 junho 2009 T nia Cristina Bordon Miotto 235 y Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio ROSSETTI Eduardo Pierrotti Lucio Costa e Lina Bo Bardi patrim nio e projeto moderno Anais do 7o Semin rio Docomomo Brasil Porto Alegre 2007 Fonte www docomomo org br seminario 207 20pdfs 019 pdf f Acesso 20 out 2009 SANTOS Milton O retorno do territ rio In Territorio y movimentos sociales OSAL Ano VI N 16 ENERO ABRIL 2005 Dispon vel em www bibliotecavirtual clacso org ar ar libros osal osal16 D16Santos pdf Acesso em out 2011 SANTOS Jenilton Ferreira Arqueologia Hist rica algumas considera es conceituais Dispon vel em lt editoravirtual netfirms com arqueonhistoria doc gt Acesso em Nov 2010 SANTOS Vitor Pintura Mural no interior da
137. as duas ambi ncias houve uma reorganiza o do entorno com inser o de um anexo como apoio de um novo programa Um bloco que respeitou escala e dist ncia e que n o reproduziu uma tipologia anterior existente Tanto na discuss o de localiza o fun o e ou forma os anexos dos projetos se inserem como uma marca da interven o n o do arquiteto mas de proposta confirmando que o restauro uma atividade que permite adi es deixando de lado a intocabilidade O patrim nio precisa de mobilidade para sua sobreviv ncia e na formula o de um programa de necessidades nos casos analisados os blocos de apoio se colocaram como organizadores e se submeteram ao programa principal do monumento Aqui n o se afirma que h sempre a necessidade desta inser o no restauro h apenas uma pretens o de que para as propostas elencadas os anexos se justificam mas tamb m se apresentam como revers veis em projetos futuros 3 2 5 O Projeto como Exerc cio Em uma situa o nova onde cada projeto um universo a ser desvendado cada experi ncia se difere da anterior e cada projeto encarado com o objetivo de buscar rela es na sua maioria n o t o bvias Dentro delas a qualidade da obra est muito mais pr xima da maneira pela qual o programa manipulado para inseri lo em determinado contexto metamorfoseando uma preexist ncia Citando Ferraz 2007 n o paginado Aqui no escrit rio h mais de duas d cadas pratic
138. as novas linguagens do patrim nio Figuras 47 e 48 esq aspecto externo do corredor lateral anterior interven o de Lu s Saia Notar a cal ada externa em Lages de Itu O pequeno guarda corpo de taipa recebeu uma camisaria de tijolo A dir ap s a retirada do fechamento de tijolos o muro de taipa vista na parte inferior Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Es o ia Otras da Y 7 E 74 Z S Miguel Preelegd A p Foto w79 Outro aspecto da parede indicada na foto 16 csta tambem apa nhada do int or do corredor E ibet visivel parede do suarda corpo de tai pa s colunas sustenta o do telnado de tijolo Figura 49 Fichamento com foto do lado interno do corredor lateral mostrando a parede de tijolos que revestia o muro de taipa 1939 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Quando foi retirada a parede de tijolo que fechava o corredor lateral encontrou se um muro de taipa de 70cm de altura aproximadamente que apoiava a parede refor ada em alguns pontos por colunas tamb m de tijolo Em pequenas falhas na estrutura que apoiava os tensores da armadura do telhado ainda havia restos dos primitivos esteios Em outra foto o relato da descoberta de vest gios de pintura no encontro da parede de tijolos do corredor lateral com a parede de taipa revelou que havia ali anteriormente um v o Para Saia 1939 a clareza das informa es fazia T nia Cristina Bordon Miotto 92 AR D rA A Capela de S
139. as para a compreens o deste processo de identifica o de seus principais agentes e colaboradores se iniciaram nesta empreitada sugerindo descobrir um bairro que mesmo perif rico soube aproximar povos t cnicas e hist ria e Circuito um acesso visual Capela e ao entorno e contribui o volunt ria e Circuito dois acesso visual Capela e ao entorno e tamb m s reas restritas possibilitando ao visitante fotografar a Capela Essa T nia Cristina Bordon Miotto 182 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio visita o ocorreria com o agendamento pr vio e monitoria especializada Estaria direcionada a um p blico espec fico e teria contribui o compuls ria A pesquisa de formatos e conte do de projetos de utiliza o associados ao projeto de restauro foi essencial para a constitui o de uma linha que definiu o eixo do projeto Nessa perspectiva o principal objetivo foi a verifica o da adi o ao uso original e a adequa o f sica e t cnica do edif cio para a fun o A proposta de tematiza o dos ambientes teve como premissa a apresenta o cronol gica de sua evolu o j que o IPHAN a teve como o primeiro Bem tombado do estado de S o Paulo ressaltando tanto sua materialidade enquanto templo quanto sua imaterialidade como refer ncia As informa es seriam dispostas em displays tipo remov vei
140. bilidade de abrigar as pinturas em seus ambientes originais discutem se procedimentos t cnicos para a remo o dos trechos ntegros o caso da Fazenda Rialto em Bananal SP aonde tr s pain is deveriam ir para um edif cio p blico ou museu da cidade ou ser inseridas em pain is especiais de 53 Localizada 10km do centro hist rico de Bananal era conhecida at 1842 como Fazenda da Arribada por terem ali arribado as tropas de Caxias que regressavam de Silveiras Revolu o Liberal Ap s o fim do ciclo do caf a fazenda sofreu com o descaso e assim desapareceu uma das mais requintadas fazendas a sede da fazenda recebeu um dos mais importantes conjuntos de pinturas ambientais atribu das ao pintor Jos Maria Villaronga Nada restou desta hist rica fazenda que chegou a possuir uma esta o da Estrada de Ferro Ramal Bananalense inaugurada em 1888 T nia Cristina Bordon Miotto 121 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio resina argamassa neutra afixadas em reas correspondentes s primitivas As reintegra es crom ticas se limitariam s lacunas as argamassas novas entre os fragmentos n o receberiam tratamento manter se ia sua tonalidade natural Nem as remo es nem os tratamentos se realizaram os trechos permaneceram l e ru ram e da a quest o haveria coer ncia na remo o Art 7 Um monument
141. bjetivo de verificar se a funda o de taipa indicava que os dois blocos formados pela Capela de S o Miguel foram edificados em momentos diferentes A abertura permitiu uma mostra de cal ada de varvito junto parede da Capela 0 36m abaixo da canaleta de cimento para escoamento de guas pluviais T nia Cristina Bordon Miotto 135 O A fg Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Mey A aiat E A Figura 102 evidencia o da cal ada de varvito que acompanha a parede norte co corpo lateral da Capela de S o Miguel Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 ad T e rea Externa Ponto Central Varanda lateral Foram encontradas camadas de solo com fragmentos de telha colonial vasilhas cer micas lixo atual fragmentos de vidros fragmentos de ossos e pontos de carv o f rea Externa Pilar Esquerdo Entrada da Varanda Frontal Foi aprofundada com o objetivo de verificar a poss vel exist ncia de degraus e a cota dos pisos antigos na entrada principal da Capela Evidenciou se uma estrutura de tijolos em frente coluna do alpendre frontal com menor largura e aprofundando o v o foram encontrados peda os de piso e de telhas dispersos um piso de argila bem batido fragmentos de telha colonial carv o e fragmentos de cer mica ind gena e t
142. bordagem entre edif cio e proposta projetual Dentro de um relacionamento que fomentou novas cr ticas de restauro mais do que catalogar aspectos exteriores dos espa os houve a reflex o das a es de consolida o anteriores que foram embutidas nos espa os Pretende se identificar nos dois restauros as contribui es na reflex o de id ias e na conscientiza o da pr tica de restauro enquanto realidade elencando mecanismos de preserva o surgidos No primeiro cap tulo faz se o posicionamento do problema fundamentado por uma coleta bibliogr fica de refer ncias como Teorias e Cartas de Preserva o legisla o vigente e discuss es contempor neas H a inten o de uma abordagem inserida em uma retrospectiva hist rica de embasar pr ticas que norteiam o princ pio de interven o dentro de uma consci ncia de altera o sofrida pelos conceitos patrimoniais Este desenvolvimento foi feito com base em bibliografias principais a saber Boito 2002 Brandi 2004 Carbonara 1997 Choay 2006 e Cury 2004 Dados referentes ao objeto de estudo s o apresentados no Segundo Cap tulo como o Projeto de Restauro introduzindo uma vis o t cnica sobre o tema e desenvolvendo uma abordagem da edifica o num estudo sobre quais s o os fatores que os bens se submetem A constitui o cadastramento e pesquisa te rica da atividade gr fica formatam um exerc cio de racioc nio dentro de uma linguagem de preserva o m
143. ca O plano diretor de ilumina o precisa apresentar concord ncia em rela o aos pressupostos de preserva o da ambi ncia urbana ajustando se pol tica de salvaguarda do s tio hist rico GON ALVES 2006 n o paginado Figura 110 Paraty 2006 Fonte GON ALVES 2006 n o paginado necess rio se fazer um cadastro dos elementos de destaque que envolva a arquitetura e o tra ado urbano e onde questionamentos sobre a Paisagem Urbana fundamentem a avalia o do Sistema de Ilumina o Para se estabelecer uma pol tica de ilumina o deve se passar por diversas fases envolvendo princ pios de concep o t cnica e visual a saber e preserva o da atmosfera tradicional e harmonia do conjunto com requalifica o dos espa os e intera o da luz com a paisagem e adequa o do sistema de ilumina o tipologia arquitet nica conjugando racionaliza o do sistema e manuten o dos equipamentos Disciplina que trata a ilumina o artificial da cidade sob um enfoque conceitual inserido numa pol tica urbana qualitativa da paisagem e que analisa as especificidades da rea quanto ao seu contexto hist rico cultural e comportamental dos usu rios de modo a oferecer lhes uma melhoria de vida Fonte http Avww monumenta gov br upload Palestra Ana Lucia Goncalves 1163509650 pdf Acesso em 03 06 2010 T nia Cristina Bordon Miotto 146 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como fer
144. centes arquitet nicos do per odo de exist ncia do Templo o trabalho voltou se para prospec es arqueol gicas em diversos pontos da rea A prioridade era levantar tamb m ind cios estruturais que pudessem atestar remanescentes das primeiras configura es da Capela j que as caracter sticas primitivas do edif cio em estudo sofreram altera es durante os quase quatro s culos de exist ncia Com esta proposta de pesquisa a equipe de arqueologia identificou alguns fragmentos que caracterizaram os ocupantes do s tio Neste sentido foram evidenciadas al m da tralha dom stica estruturas associadas aos sistemas construtivos principalmente no encontro das paredes dos c modos junto sobreposi o de cal amentos anteriores e pisos de terra batida ind cios que forneceriam a sequ ncia construtiva dos ambientes fundamental para o entendimento de conforma o do Bem 2 3 1 A Cultura Material A cultura material encontrada possibilitou estabelecer um per odo de ocupa o local permitindo data es relativas como exemplo a faian a elemento determinante no conjunto dos artefatos recuperados das escava es Os demais artefatos encontrados remetem a pocas mais antigas Data es laboratoriais e os resultados fazem com que alguns aspectos da antiguidade do espa o possam ser elucidados T nia Cristina Bordon Miotto 126 AT A EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendi
145. com a sua hist ria poder nascer a estima sincera que eles devem inspirar ANDRADE 1987 p 54 A import ncia da hist ria e da historiografia se firma para quem atua com bens culturais de modo a conduzir uma s lida pesquisa n o se tratando apenas de instrumento de atua o mas tamb m como campo disciplinar aut nomo Para profissionais atuantes na preserva o possuir uma vis o hist rica e uma s lida forma o no campo para entender e respeitar aquilo que relevante do ponto de vista hist rico documental permite a constru o de uma consci ncia hist rica evitando consequ ncias de maior gravidade nas a es sobre os bens culturais KUHL 2005 Os per odos hist ricos possuem singularidades que os caracterizam e que marcam sua diferen a com rela o s etapas considera o que Lina Bo Bardi afirmava sobre o tempo presente e seu entendimento dentro de uma ordem temporal O passado oferece meios para a compreens o do presente e vice versa estabelecendo com ele uma liga o de compreens o T nia Cristina Bordon Miotto 40 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Para se eliminar a cis o entre o presente e o passado necess ria se torna a considera o hist rica do resultado arquitet nico ao qual chegamos hoje Desenvolvimento hist rico n o significa concilia o e sim exame cr tico profundo BO BARDI
146. com cantoneiras nos encontros SAIA 1939 Os panos centrais encontrados eram verde claro os filetes cor de rosa e roxo os panos de cerco azuis Os frisos e molduras pareciam folheados a ouro n o havia vest gio de pintura sobre o mordente Saia pediu a opini o sobre o crit rio de conservar deixando a ltima camada no estado encontrado apenas preenchendo as partes perdidas numa cor aproximada Visto dist ncia se teria a impress o de uma recomposi o integral mas na aproxima o revelar se iam as partes perdidas A d vida pairava sobre os frisos que n o possu am camadas sobrepostas Continuar o custoso e lerdo trabalho de remo o das camadas mais recentes de pintura com os processos delicados que n o prejudiquem dentro de um certo limite claro a camada mais antiga SAIA 1939 A vantagem do processo recaia sobre a conserva o de todas as interven es A desvantagem seria o aspecto do conjunto j que paredes e forro teriam um aspecto novo com altares patinados e incompletos al m do fator do custo da atividade A outra op o seria restaurar j que os panos originais eram largos e sem figuras onde haveria a repeti o da mesma cor num processo mais r pido e de T nia Cristina Bordon Miotto 108 a ia Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio custo menor As camadas existentes seriam retiradas com soda c ust
147. concebida e realizada tanto quanto poss vel sem modifica es importantes da composi o social dos habitantes e de uma maneira tal que todas as camadas da sociedade se beneficiem de uma opera o financiada por fundos p blicos Declara o de Amsterd p 2 Na mesma linha da Carta de Veneza a Carta de Burra ICOMOS em 1980 afirma a manuten o de um entorno visual apropriado art 8 e o respeito a todas as altera es realizadas ao longo do tempo a fim de que a atividade tur stica n o ameace a integridade local esclarecendo que o uso n o deve mudar a significa o cultural A express o uso compat vel designar uma utiliza o que n o implique mudan a na significa o cultural da subst ncia modifica es que sejam substancialmente revers veis ou que requeiram um impacto m nimo Carta de Burra 1980 p 2 Sobre a identidade dos bairros tradicionais e a identidade urban stica em 1986 a Carta de Washington Carta internacional para a salvaguarda das T nia Cristina Bordon Miotto 170 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Cidades Hist ricas reconhece a import ncia da preserva o formada por elementos tais como malha fundi ria estrutura e volume das edifica es rela o entre espa os edificados e vazios urbanos ambiente natural e voca o dos bairros tendo a inten o de complementar a Cart
148. cos Centros de Porto Alegre XIX Sal o de Inicia o Cient fica UFRGS Porto Alegre 2007 Dispon vel em lt http www ufrgs br labcon sic joana paula apresentacao pdf gt Acesso em 28 05 2010 OKA Cristina ROPERTO Afonso Cotia Net S tio do Padre In cio S o Paulo 2005 Dispon vel em lt http www cotianet com br cultura CidadRosas htm gt Acesso em 01 jun 2010 OLIVEIRA Ra ssa Marcelo Ferraz Entrevista S o Paulo abril 2007 Fonte lt www vitruvius com br entrevista ferraz ferraz asp gt Acesso 20 dez de 2010 PEREZ Valmir O OLHAR BONDOSO DE EDWARD HOPPER Campinas S o Paulo Set 2005 Dispon vel em lt http www iar unicamp br lab luz ld Arquitetural artigos Valmir 20Perez 0 200lhar 20bondoso 20de 20Edward 20Hopper pdf gt Acesso em 01 jun 2010 PINHEIRO Maria Lucia Bressan A Hist ria da Arquitetura Brasileira e a Preserva o do Patrim nio Cultural Revista CPC v 1 n 1 S o Paulo 2005 2006 Dispon vel em lt http www usp br cpc v1 imagem conteudo revista arti arquivo pdf bressan pdaf pdf gt Acesso em 19 maio 2009 PREFEITURA DA CIDADE DE S O PAULO PASSEIO LIVRE 2011 Dispon vel em lt http ww2 prefeitura sp gov br passeiolivre s smiguel asp Acesso em janeiro 2011PREFEITURA DA CIDADE DE SAO PAULO Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Zoneamento da cidade Subprefeitura de S o Miguel Paulita Mapa de Uso e Ocupa o do Solo 2011 Dispon vel em http Iww2 prefeitura sp gov br
149. creveu solicitando a possibilidade de deixar aparente a tesoura da cobertura na fachada como sucedia atualmente de um dos lados a fim de propiciar uma leveza na constru o e uma melhor leitura da pe a Saia 1940 respondeu A sugest o do Dr L cio Costa 93 Arquiteto do quadro t cnico formado por Rodrigo M F de Andrade a equipe t cnica pioneira do SPHAN junto com L cio Costa Oscar Niemeyer Carlos Le o Thedim Barreto Renato Soeiro e Alcides da Costa Miranda T nia Cristina Bordon Miotto 69 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio tima Se eu n o havia pensado t o claramente nela verdade que tamb m n o pensara em modificar o detalhe Frente retirada do antigo forro e a proposta de telha v em 11 de Mar o de 1940 via carta o Frei Romano Roque solicitou ao SPHAN por motivo de higiene e culto lit rgico a constru o do forro abaixo do madeiramento do telhado para manuten o da limpeza Corresponde ao mesmo tempo um forro aos sentimentos est ticos do povo que acha uma casa de culto destitu da de forro impr pria e inconveniente acervo IPHAN 9 SR SP A proposta consistia num forro provis rio j que havia em mente a possibilidade de constru o de um novo templo para S o Miguel Paulista Como resposta Saia escreveu a Rodrigo sobre o fechamento do forro e pontuou sobre o preju zo
150. d cadas de 1920 e 1930 houve melhoria de acessibilidade rea com as constru es da Rodovia SP RJ da Estrada de Ferro Central do Brasil que contava com uma esta o em S o Miguel e a inaugura o da fase industrial do bairro a instala o da Companhia Nitroqu mica provocando um grande deslocamento humano Este refor o do crescimento populacional fez com que o bairro ganhasse arruamentos e possibilitou o surgimento de novas vilas e loteamentos desaparecendo seu aspecto rural Foram ent o constitu das as vilas oper rias e houve a consequente expans o das atividades comerciais e industriais O maior continente humano deslocado para o bairro foi o de pessoas origin rias do sul de Minas Gerais e do nordeste que vinham para a capital paulista em busca de melhores condi es de vida e oportunidade de trabalho dentro deste mercado crescente Ainda hoje o bairro de S o Miguel mant m muito dos costumes dessa regi o do pa s Constru da precariamente em 1924 devido falta de recursos a primeira estrada do bairro a S o Paulo Jacare As regi es de Itaquera e Lajeado atual Guaianazes desmembraram se de S o Miguel constituindo distritos aut nomos criados respectivamente em 1920 e 1929 Em 1932 quatro anos ap s a inaugura o da estrada de ferro Central do Brasil foi inaugurada a linha variante e no mesmo ano a esta o de S o Miguel A fase industrial iniciou se em 1935 quando se deu o in cio constru o
151. da Cia Nitro Qu mica Brasileira A primeira estrada de concreto do Brasil surgiu em S o Miguel no ano de 1939 assim como vieram a energia el trica e a inaugura o da T nia Cristina Bordon Miotto 45 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Cia Nitro Qu mica Brasileira A Cia Nitro Qu mica cresceu rapidamente e em 1948 j empregava 4 000 oper rios S o Miguel come ou a expandir em dire o cidade A denomina o do distrito de S o Miguel sofreu sucessivas altera es a mais antiga refer ncia nominal a regi o Urura Com a forma o da aldeia crist surgiu S o Miguel de Urura e em 1944 esta denomina o foi substitu da por Baquiriv Em 1948 ap s protesto dos moradores o distrito reapareceu com o nome de S o Miguel Paulista e a partir de ent o houve uma r pida ascens o do bairro o que gerou diversos problemas A m o de obra n o qualificada se distribuiu aos mais distantes locais criando dificuldades para o transporte urbano que chegava no centro da cidade Com o grande fluxo de novos moradores de baixa renda as moradias foram constru das em lotes sem infra estrutura e de forma prec ria Por volta de 1950 quase todas as moradias estavam para reformar ou refazer no bairro foi quando os problemas locais sensibilizaram o poder p blico O Governo do Estado ativou o setor educacional multiplicando as
152. da leitura do aspecto da armadura do telhado de uma riqueza de claro escuro reconhecida at pelo povo Por outro lado como j disse penso que o problema principal da Igreja de S Miguel a poeira que vem da estrada de rodagem da terra vermelha que passa ao lado SAIA 1940 acervo IPHAN 9 SR SP Al m disso a Prefeitura de S o Paulo j estava realizando as obras de asfaltamento da Rodovia e faltava apenas 1km para chegar em S o Miguel No ano seguinte em 16 de Junho de 1941 interessante notar que o arcebispo de S o Paulo foi pessoalmente ao Sphan solicitar o fecnamento em vidra as da Igreja alegando ventila o excessiva sujidades pela presen a de pombos e morcegos e nuvens de p Insuficiente ilumina o artificial era acentuada pela retirada do forro e presen a de telha v Em carta Rodrigo Mello pede a Jos de Souza Reis os pedidos acrescentando A esses inconvenientes acresce ainda o de ter sido a igreja privada de consist rio pela transforma o da depend ncia a ele destinada em alpendre ANDRADE 1940 acervo IPHAN 9 SR SP A Capela restaurada sem forro ou vidra as Outro templo logo seria erguido e a rodovia pavimentada a cidade cresceria e o entorno da Capela urbanizado favoreceria a solu o dos problemas de ventila o excessiva A poeira Advogado jornalista e escritor Rodrigo Mello Franco de Andrade Belo Horizonte MG 1898 1969 Foi presidente do SPHAN de 1937 a 1967 T
153. das novas linguagens do patrim nio Alturas e dist ncias a serem respeitadas para uma boa visualiza o dos objetos em vitrines Altura til vis vel a At 2 ou 2 3 m m ximo Altura m nima para Im vitrines que comecem no ch o b Profunditlade m xima para vitrine encaixada na parede c Profundidade m xima para vitrine comum d Espa o m nimo entre 1 m para vitrines o visitante e a vitrine grandes e Espa o de circula o Entre 0 9 e 1 2 m m nimo entre duas vitrines pode ser maior no caso de vitrines de grandes dimens es f Figura 167 Dados e medidas de expositores Fonte Alambert 1990 Diagrama o A programa o visual complementar o planejamento da apresenta o do acervo no sentido de criar um padr o visual para a exposi o comunicando mensagens que atinjam o visitante tanto em n vel racional quanto sensorial Assim os textos explicativos devem ser claros e curtos com pain is ilustrativos e montagens fotogr ficas O texto vem clarear o c digo de leitura da exposi o um c digo de controle da significa o DAVALLON 1998 p 49 In GON ALVES 2004 T nia Cristina Bordon Miotto 193 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A cor da Capela em tom branco favoreceu muito o projeto pois sendo neutra n o interfere visualmente e prop
154. de arte pict rica por estar profundamente vinculada arquitetura Muralismo a arte da pintura mural que engloba o conjunto de obras pict ricas realizadas sobre parede A t cnica de uso mais generalizado a do afresco que consiste na aplica o de pigmentos de cores diferentes dilu dos em gua sobre argamassa ainda mida Vem da palavra latina murus que significa o muro T nia Cristina Bordon Miotto 122 A Ama 4 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 90 Detalhe pintura mural Fonte TRAVESSO Gilberto 2010 Novas descobertas esses tesouros patrimoniais escondidos atr s dos altares colaterais trazem tona quest es como deve se optar pela exposi o da pintura mural do altar ou de ambos Provocaria mudan a no espa o lit rgico se transformado num espa o de exposi o Do mesmo modo depois da conserva o e restauro qual o m todo para preserv los Quest es como estas est o sendo analisadas no processo de utiliza o da Capela no circuito de visita o Haver um painel explicativo com reprodu o do desenho a exposi o ser criteriosamente estudada priorizando a salvaguarda desta arte encontrada Op es como a remo o de uma pequena parte do ret bulo e a inser o de um elemento transparente para visualiza o est o sendo discutidas juntamente com os rg os de preserva o At
155. derou o telhado como uma das tr s caracter sticas construtivas da arquitetura tradicional que teve como evolu o o telhado com platibanda Na Capela ele foi muito descaracterizado devido s perdas dos materiais t cnicas empregadas nos restauros anteriores e sistemas construtivos tradicionais Sob o ponto de vista t cnico e est tico havia muitas diferen as nas telhas em seus formatos cores e dimens es As patologias abrangiam telhas mal cozidas infiltra o em cumeeiras beirais e transbordamento nas bicas estreitas com inadequa o dos formatos e dimens es das telhas de capa e canal O telhado n o era original o madeiramento havia sido substitu do e as telhas tamb m foram repostas no restauro de 1940 Sua estrutura que consiste em tesouras de madeira ap s criteriosa avalia o foi classificada em pe as ntegras a serem mantidas e n o aproveit veis substitu das Posteriormente receberam tratamento contra cupins 37 Revista do patrim nio hist rico e Art stico Nacional 1 Edi o T nia Cristina Bordon Miotto 75 A Y mom EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figuras 25 e 26 A esq detalhe da arma o do telhado da Varanda Lateral A dir detalhe do telhado da Capela Lateral frente e da Nave e Capela Mor Fonte T nia Miotto 2006 Figuras 27 e 28 esq detalhe do telhado da Na
156. desde os tempos mais remotos como a arte rupestre at os murais atuais Diretamente ligada hist ria da arquitetura extrapola a condi o est tica VITRUVIO 2006 2 j citava temas pict ricos e os relacionava beleza e conserva o Adequando tipologia de formas e cores para sua realiza o preciso conhecer a tecnologia da constru o o suporte e a capacidade de fixa o da cor combinando o encobrimento com manifesta o art stica 52 Tratado De architectura T nia Cristina Bordon Miotto 119 A O A fg Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Atravessando o s culo XIX e in cio do XX esta manifesta o art stica relacionou compartimentos a determinadas formas com uma ornamenta o caracter stica Segundo Tirapelli 2007 no estado de S o Paulo a riqueza do caf possibilitou s pinturas murais o caminho das fazendas do Vale do Para ba aos palacetes urbanos Igrejas como a de Santa lIfig nea 1912 com Gino Catani e Benedito Calixto tamb m s o exemplos do pouco que restou deste ornamento Conhecendo a decad ncia nos anos 1930 ela foi retomada somente nos anos 1950 exemplo da Capela do Cristo Oper rio no bairro do Ipiranga em S o Paulo onde Alfredo Volpi pintou cenas em 1951 Figura 88 Vis o geral do altar com murais Cristo Oper rio Sagrada Fam lia e Santo Antonio Fonte GON ALVES Val ria
157. dimens es irregulares Abaixo deste piso h um contrapiso de terra Nesta mesma rea foi observada outra rea de forma ovalada preenchida com solo solto na qual foi poss vel introduzir 1 50m de um metro de T nia Cristina Bordon Miotto 134 E Nij A fg Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio madeira Esta evid ncia mostra um prov vel sepultamento por m a profundidade era pouca No entanto foi evidenciado um enterramento bastante preservado com os p s voltados para o altar Ap s o registro da interven o a estrutura exposta foi recomposta com o mesmo solo retirado preenchido com areia seca e separa o das camadas com tecido Bidin 180g TNT a fim de que houvesse uma recomposi o da rea escavada para a preserva o da estrutura do sepultamento e a demarca o das interven es arqueol gicas realizadas nesta pesquisa Salienta se o alto grau de relev ncia e signific ncia arqueol gica que a ocorr ncia deste contexto deposicional representa JULIANI 2007 p 85 Peito Figura 101 Sacristia sepultamento ossos referentes s falanges dos p s Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 d rea Externa O Corte aberto entre as paredes externas no encontro entre a Capela Mor e o c modo anexo Capela Lateral foi realizado com o o
158. dos Pinheiros Nas primeiras d cadas do s culo XVII j existia um consider vel n mero de fazendas nas terras de S o Miguel de Urura que praticavam a agricultura e a pecu ria como atividade econ mica Come aram ent o a aparecer as primeiras caracter sticas de um povoado de brancos S o Miguel Paulista j n o era mais somente um aldeamento de ndios como no in cio da sua funda o Da talvez a necessidade de reconstruir a sua Capela nos moldes mais adequados celebra o da liturgia cat lica para atender a demanda de uma crescente popula o de homens brancos A reconstru o da Capela em 18 de julho de 1622 em taipa de pil o foi inspirada pelo padre Jo o lvares e executada pelo bandeirante Fern o Munhoz espanhol provavelmente no mesmo local onde havia a Capela antiga constru da pelos jesu tas nos prim rdios da coloniza o Erguida sobre paredes de taipa de pil o possui as caracter sticas jesu ticas da poca sobriedade e austeridade A inscri o de 1622 encontrada na verga da porta principal corresponde constru o do segundo templo do primeiro restaram apenas refer ncias documentais 8 As duas primeiras aldeias de S o Paulo MADRE DE DEUS 1975 x o modesto mas importante portal de madeira com inscri o de 1622 da Capela Paulista de S o Miguel que ainda conserva a porta e a ferragem primitivas COSTA 1978 p 41 T nia Cristina Bordon Miotto 43 Capel
159. e 164 Montagem da simula o em tamanho real do projeto de exposi o dentro da Capela Fonte Genovez Sarita 2010 2 5 2 3 Percurso sugerido e tem ticas abordadas O tipo de circula o adotado dependeu da arquitetura da Capela dass a ad 4 Figura 165 Estudo de fluxos e setoriza o do Circuito de Visita o Planta da Capela de S o Miguel 2009 Fonte Genovez Sarita 2010 T nia Cristina Bordon Miotto 190 gt Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio TABELA DO CONJUNTO DE PAIN IS EXPOSITIVOS POR AMBIENTE Recep o Apresenta o do circuito de visita o Regras de comportamento Patrocinadores e Cr ditos CONTE DO EQUIPAMENTO painel plano de pared monitor com passeio virtual circuto de visita o 2 20 L X 1 6 H OM 1 10 X 1 60M painel plano de parede painel plano de piso Painel de entrada tipo para vento mapas hsl ricos Tusirando caracter sticas e import ncia do relevo e da posi o geogr fica em rela o a outros aldeamentos sos n cleos urbanos conceito do alpendre enquanto elemento arquitet nico verga da porta de entrada 0 68 X 1 30M 1 P acesso a informa o digital link 80 x 2 00 x 0 50 P M com outros museus digitais Bancada acoplada no verso do painel 02 computadores LCD Painel atirantado Monitores LCD com fone de ouvido e microfone
160. e com a camisaria de tijolo e com a retirada Notar a linha de separa o da taipa e do adobe Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Com o prosseguimento dos trabalhos se encontrou uma camisa de tijolos por toda volta do edif cio aspecto que deformava o car ter da constru o Al m desses achados foram encontrados vest gios de antigas portas e janelas somados aos depoimentos dos moradores da exist ncia de esquadrias recentes e culos fechados A d vida pairava sobre as reaberturas manuten o e refazimentos O que deveria ser feito Ainda mais ind cios de revestimento sob os esteios internos encontrados na parede lateral da nave permitiram formular outra hip tese de que os esteios eram de uma reforma posterior ao alteamento da Capela bem como toda a armadura do telhado Por m os esteios eram de madeira lavrada o que indicava uma reforma antiga T nia Cristina Bordon Miotto 60 AU JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 12 Foto do Altar Mor 04 12 1939 Com a retirada do revestimento de tijolo foi descoberta uma janela fechada com tijolos Saia afirma a certeza de sua fun o de iluminar o Altar j que estava alinhada com outra janela externa e ainda que seu fechamento se deu no mesmo momento de execu o do forro recente com clarab ia deste ambiente Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Qual o crit ior a adot
161. e corte mec nico escurecendo a Capela O uso da pintura se justificava n o s pelo aspecto est tico mas preventivo ela protegia o madeiramento e na avalia o de toda equipe t cnica arquitetos de projeto e de obra ela foi resgatada T nia Cristina Bordon Miotto 98 A SA A fg Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A influ ncia da escola moderna de arquitetura teve sua contribui o na fei o final do monumento ap s as obras de restaura o as superf cies mais lisas lisas e brancas caiadas acentuando o contraste com as madeiras escuras GON ALVES 2005 p 101 Figura 55 Detalhe interno da Capela ap s interven o do Arg Lu s Saia 1940 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP H gi o gm B IEI SNPA I Figura 56 Imagem externa depois da restaura o 1940 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP T nia Cristina Bordon Miotto 99 Pa Y meo ig Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Ye 4 K PR N h t 4 VA dy s CM IP ENIN A IRT a 4y AM a AME E EN WZ Ed E E q Ci Feia Figura 57 Imagem externa antes da restaura o 1939 Fonte foto Germano Acervo IPHAN 9 SR SP 2 2 3 8 Concreto Refor o da estrutura do edif cio a Sugiro que se encaixe na estrutura da taipa um verdadeiro esque
162. e de toda a terra 5 Mas o senhor desceu para ver a cidade e a torre que constru ram os filhos dos homens 6 Eis que s o um s povo disse ele e falam uma s l ngua se come am assim nada futuramente os impedir de executarem todos os seus empreendimentos 7 Vamos des amos para lhes confundir a linguagem de sorte que j n o se compreendam um ao outro 8 Foi dali que o Senhor os dispersou daquele lugar pela face de toda a terra e cessaram a constru o da cidade 9 Por isso deram lhe o nome de Babel porque ali o Senhor confundiu a linguagem de todos os habitantes da terra e dali os dispersou sobre a face de toda a terra G nesis Cap 11 1 9 DE FIGUEIREDO 1950 A Torre de Babel G nesis 11 1 9 o retrato de um projeto que foi interrompido por uma interfer ncia divina antes a mesma l ngua permitia uma execu o depois a obra arquitet nica ficou incompreens vel na comunica o indispens vel entre projeto e obra O processo de projeto envolve intera es num desafio proposto como exerc cio de solu es poss veis na elabora o enquanto representa o gr fica de possibilidades e materializa o de hip teses fundamentando avalia es comparativas at a escolha de uma defini o final Conhecer o edif cio enquanto objeto hist rico e f sico e entender seu comportamento mediante a passagem do tempo identificando interven es T nia Cristina Bordon Miotto 24 E Capela de S o Miguel Paulista
163. e forma imagens Assim a imagem do meio urbano pode ser analisada considerando se os seus tr s componentes principais a saber identidade estrutura e significado e Caminhos considerados os principais elementos da forma o da imagem urbana devido observa o da cidade ser feita durante o seu uso e Limites definem as bordas f sicas de observa o S o estradas rios linhas f rreas bordas de desenvolvimento urbano muros etc e Zonas reas relativamente grandes onde o observador pode identificar refer ncias urbanas topografia edif cios hist ricos ou monumentos e igrejas e N s estrat gicos pontos de refer ncia criados pela concentra o ou cruzamento de caminhos importantes no contexto urbano e Marcos refer ncias das cidades n o acessados por pessoas ou ve culos podem ser vistos de v rios ngulos da cidade T nia Cristina Bordon Miotto 142 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio E 4 E as ai E a y i F AT tl a es AA Cria Figura 108 Catedral Metropolitana de Vit ria Vit ria Esp rito Santo 2007 Fonte LIMA Edson Ilumina o especial em pr dios hist ricos 2 4 2 A Cidade Noturna O objetivo espec fico referenciar uma cidade diurna complementando a vis o e expressando uma ambienta o Devem se utilizar sistemas que n o prejudiquem a vis
164. e nos resultados luz dos documentos existentes nos propomos a entender as conex es de maior relev ncia que colaboraram para desenvolver o tema do patrim nio Confrontados os conte dos das cartas patrimoniais tentou se entender como na realidade de execu o as caracter sticas espaciais hist ricas e est ticas se destacam no processo de interven o Tamb m se polemizou acerca das teorias de restauro fundamentais em rela o s condutas e mostrando que o t tulo de patrim nio nos torna conscientes dos fatos e cientes sobre as atitudes e suas consequ ncias Palavras chave Capela de S o Miguel Arcanjo SP patrim nio hist rico restaura o ABSTRACT This paper seeks to understand and summarize the design methodology of restoration of the Chapel of St Michael in S o Paulo in order to understand the attitudes of intervention that allowed her to reintegrate the community and know the procedures crucial in this new qualification Since the goal we intend to investigate this situation that gave it importance and list the shares of the pioneering phase of IPHAN with the current intervention At this stage it must be demonstrated that preliminary steps and executive ended up happening simultaneously with the working methods of empiricism visible in the unfinished documentary research the fragile oral records in the absence of technicians and laboratories and also by the lack of previous experience From the effects o
165. e tado EN ts dead n S Puma toy EI faf Ye Sa owy gt oped S onay 9 May 2 oousi oruguueg op odtaag euoneN on 7 Figura 20 Desenho de Lu s Saia a respeito da situa o atual da Capela e seu prov vel aspecto primitivo Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Conforme visto no desenho acima de ind cios do telhado com duas inclina es n o significou a retomada da solu o GON ALVES ano p 77 Saia 1940 indicou prov veis raz es da transforma o do telhado era preciso criar um acesso ao p lpito e outro para o coro Dentre as descobertas como eleger o que devia ser mantido e preservado segundo um crit rio de interven o que mantivesse a autenticidade do Bem representando uma mem ria coletiva Quest es como essa permeiam o projeto de conserva o restaura o Modificar a inclina o actual do telhado si bem que seria muito mais agrad vel um vasto pano como este com duas inclina es que tornariam o ngulo muito mais descan ante sic seria modificar toda a estrutura introduzida com a eleva o das paredes da nave pois teria que desaparecer por falta de espa o a porta que d acesso ao coro SAIA 1940 n o paginado E mais Tenho muito interesse em saber a opini o de voc s sobre este caso ainda mesmo que a orienta o a seguir n o seja duvidosa Em documento intitulado Notas sobre os planos de obras proposto pelo assistente t cnico Lu s Saia Jos Souza Reis 1940 es
166. ela Lateral e dir rea externa pr xima varanda 131 Figura 97 Exposi o dos remanescentes do piso de terra batida recortado no centro do c modo 132 Figura 98 Foto do corte estratigr fico em primeiro plano o varvito de Itu abaixo o piso retangular em tijolo Capela Lateral pr ximo ao Altar e ao C modo anexo 2007 133 Figura 99 detalhe do entalhe no batente da porta do C modo Anexo da Capela Lateral 133 Figura 100 Sacristia piso de lajotas irregulares 134 Figura 101 Sacristia sepultamento ossos referentes s falanges dos p s 135 Figura 102 evidencia o da cal ada de varvito que acompanha a parede norte co corpo lateral da Capela de S o Miguel Notar que em certo ponto a cal ada se apresenta mais larga JULIANI 2007 136 Figura 103 Foto da estratigrafia do aterro que cobre o solo original camada marrom camada vermelha mais uma camada marrom e camada esbranqui ada com presen a de areia cal restos de argamassa e outro materiais construtivos Local encontro da Nave com alpendre Frontal face Noroeste 137 Figuras 104 e 105 Foto e Desenho com motivos Estiliza o de guirlandas e semi c rculos conc ntricos 138 Figura 106 Edif cio do Centro Cultural Banco do Brasil Utilizaram se projetores que iluminam verticalmente os pilares de sua fachada intensificando a verticalidade da arquitetura 141 Figura 107 Catedral da S S o Paulo 2008 1
167. em do inusitado encoberto pelo leo queimado revelou desenhos e cores que surpreenderam e contrastaram com a brancura do Monumento Em 1940 os m todos e t cnicas ainda eram emp ricos e careciam de embasamento como a documenta o e o registro fotogr fico A quest o era pelo conjunto recuperar as pinturas e deix las com aspecto de novas e at que ponto a totalidade de resgate era necess ria Desenhos que foram deixados incompletos poderiam ser refeitos em cada olhar do visitante E reafirmando Moraes 2006 as t cnicas determinam as possibilidades A surpresa das pinturas murais ainda formula quest es entre as formas pag s recobertas de um Deus Sol sem rosto num vermelho sobre fundo da caia o branca colunas elementos din micos que exploravam formas e cores na aus ncia do ouro arte que precisa ser divulgada e ter sua leitura aprimorada para T nia Cristina Bordon Miotto 220 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio que se tenha seu significado democr tico assimilado At onde essas pinturas foram reproduzidas era uma d vida frente pequena rea encontrada atr s do Altar lateral De qualquer forma a simplicidade externa contrasta com as riquezas internas descobertas e deixa em aberto a caracteriza o da arquitetura colonial na sua brancura Outra quest o levantada o m todo expositivo est sendo formatado
168. ens do patrim nio Ap s a remodela o foi apresentado e aprovado pelos rg os de Preserva o Municipal Estadual e Federal o projeto executivo que propunha a loca o do bloco de apoio ao fundo do terreno onde se localiza a Capela na Pra a Padre Aleixo Oficio n 463 07 9 SR SP IPHAN Oficio n 672 CONPRESP 2007 Oficio GP 1964 07 CONDEPHAAT Esta constru o apresentava dificuldades como o declive da Pra a o esgoto e as guas pluviais que precisariam ser bombeados as restri es arqueol gicas e a necessidade da remo o de rvores pr xima rea de constru o ESTUDO 04 PROJETO APROVADO Em constru o tamb m enterrado foi proposto e aprovado o Bloco de Apoio co fundo do terreno da Capela Mantinha a mesma configura o do estudo inicial com o acr scimo do acesso por rampa N o a proposta inicial dos autores do projeto nem agrada ao cliente pois vai contra o uso pretendido dentro do circuito de visita o museal proposto Troz alguns complicadores para sua manuten o como o esgoto que passa a ser bombeado atrav s de recalque al m da necessidade de remo o de rvores pr ximos costru o Dodos do mapeamento rqueol gico GPR mostraram que o freo pretendido poro o suo implonto o de grande interesse para futuros estudos e o IPHAN imp e restri es a sua execu o tornando q solu o invi vel IMPLANTA O PROPOSTA 4 s ENA CAPELA DE S O
169. ente Belo Horizonte Ed Itatiaia e S o Paulo EDUSP 1975 Manual de orienta o museol gica e museogr fica Governo do Estado de S o Paulo Secretaria do Estado da Cultuta Dema 1987 MAYUMI Lia Taipa Canela preta e Concreto Estudo Sobre o Restauro de Casas Bandeiristas S o Paulo Romano Guerra 2008 MONTANER Josep Maria Eliana Aguiar trad Museus para o S culo XXI Barcelona Gustavo Gili 2003 MORI Victor org Patrim nio Atualizando o Debate S o Paulo 92 SR IPHAN 2006 MOTTA Lia O SPHAN em Ouro Preto uma hist ria de conceitos e crit rios Revista do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional Bras lia n 22 p 108 122 1987 NORA Pierre Less lieux de m moire Nation Paris Gallimard 1987 OLIVEIRA M rio Mendon a SANTIAGO Cyb le C OLIVEIRA Tereza C et al Argamassas bastardas origens e propriedades In SIMPOSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS 1 1995 Goi nia Anais Goi nia UFG ANTAC 1995 PERRUPATO Roselis et al Guia Brasileiro de Sinaliza o Tur stica Bras lia Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional 2001 PETRONE Pasquale Aldeamentos paulistas S o Paulo Edusp 1995 POLLAK Michael Mem ria Esquecimento Sil ncio Estudos Hist ricos Rio de Janeiro vol 2 n 3 1989 Michael Mem ria e Identidade Social In Revista Estudos Hist ricos Rio de janeiro vol 5 N 10 1992 RABELO Clevio Dheivas Nobre
170. ento da cidade Subprefeitura de S o Miguel Paulita Mapa de Uso e Ocupa o do Solo 2011 T nia Cristina Bordon Miotto 172 ANNA ii Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Localizada na Pra a Padre Aleixo de Monteiro Mafra antiga Pra a Campos Sales pr xima Avenida S o Miguel do lado esquerdo e direita com a Rua Salvador de Medeiros A pra a era composta por muros de pedra e v rios n veis j que existe um desn vel dos fundos para a frente da Capela Nos fundos um jardim com rvores direita a Avenida S o Miguel esquerda a Pra a e a sua frente um Adro envolta por um gradil de ferro As edifica es no entorno s o na sua maioria comerciais e de dois e um pavimentos com exce o do pr dio do Centro de Refer ncia do Idoso da PMSP e de duas ag ncias banc rias constru das h pouco tempo entre 2006 e 2008 O tr fego local intenso com ve culos nibus e caminh es e se localiza bem pr ximo Capela Lateral R IACAMACIR Capela de S o Miguel Arcanjo PR Re AL IXO MAFRA 0 o Figura 139 Localiza o das fotos abaixo Pra a Padre Aleixo Fonte T nia Miotto 2011 Et Figuras 140 e 141 Fotos 1e 2 da Pra a Padre Aleixo Ao fundo ag ncias banc rias cons 2008 um dos gabaritos mais altos do entorno Fonte COSTA Thiago 2009 tru das entre 2006 e 78 Ambas as constru es se
171. entre a arquitetura antiga e a nova Em S o Miguel o restauro tamb m desenvolveu procedimentos que iriam se repetir em restauros seguintes deve o moderno arquiteto estudar os antigos n o com o fito de imit los mas com o de desenvolver sua capacidade est tica no sentido do equil brio e das medidas WARCHAVICHIK 1926 p 3 Dado deir Figura 184 Grande Hotel na paisagem de Ouro Preto Fonte Adoro viagem beta Guia Adoro Brasil 2011 Somente a partir da primeira metade do s culo XX que foram tomadas medidas mais consistentes no sentido de preserva o em vista da ausente legisla o O trabalho de organiza o de prote o e salvaguarda do patrim nio no Brasil s foi iniciado depois que Ouro Preto foi declarada Monumento Nacional 1935 A arquitetura modernista queria apagar o passado diferente dos l deres modernistas no Brasil partid rios de uma salvaguarda que conciliasse o moderno e a preserva o Exemplo de Costa que adaptou o contexto em sintonia com as tend ncias internas de restauro e Saia que o colocou em pr tica T nia Cristina Bordon Miotto 209 li Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 3 2 SEGUNDO MOMENTO RESTAURO CAPELA 2006 E CONJUNTO KKKK 3 2 1 O Conjunto Kaigai Kogijo Kobushiki Kaisha KKKK O conjunto KKKK era uma edifica o bastante deteriorada em Registro S o Paulo ligada
172. ernos vide cal ada do varvito quanto internos tijoleira embasando e reafirmando a escolha A luminotecnia tamb m se fez presente interna e externamente destacando volumes externos e elementos internos Foi um desafio para conciliar o desenho da ilumina o com o desenho dos ambientes num exerc cio de integra o e cuidado Internamente a Capela carecia de uma ilumina o conjugada sua imagin ria e aos seus bens m veis al m da possibilidade de criar o circuito de visita o uma quest o expositiva e did tica Externamente o templo recebeu uma nova caracteriza o com o cuidado de valorizar uma simplicidade de formas do conjunto T nia Cristina Bordon Miotto 221 yi Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Nestes procedimentos cautelosos o objetivo foi sair de interven es pontuais que conectassem as fases do processo Sa mos ent o do interior para o exterior o bloco de apoio relacionado com a manuten o do patrim nio os sucessivos posicionamentos enterramentos que encontram na Revitaliza o da Pra a Padre Aleixo a solu o de legibilidade e di logo com a Capela Era como se a reforma da Pra a se fizesse necess ria para posicionar o anexo num comprometimento a obra isolada se projetando para o s tio numa conversa do urbanismo do Monumento garantindo a perman ncia de valores como ncora do entorno Em 19
173. es s cio urbanas assinalam uma substitui o por um fundo cenogr fico onde os atores fazem um mero papel de contempla o Estudos apontam que atribui es aut nticas brasileiras estariam sendo descaracterizadas pela revitaliza o associada cultura de massa num formato de racioc nio do consumo nas atividades de entretenimento e de turismo nos centros hist ricos S o incoer ncias que as rela es sociais assumem quando interagem com o uso do patrim nio O espa o urbano e a arquitetura enquanto lugares simb licos t m consequ ncia na mem ria coletiva assinalando uma condi o de consumo dos lugares de mem ria sua produ o uso e utiliza o por grupos sociais diferentes geram uma espacialidade p blica centrada no sentimento de pertencer elaborado diante dos processos de re significa o das paisagens Deve se analisar os sentidos de pol ticas de revitaliza o do patrim nio cultural e esta insustent vel leveza da rela o entre mem ria marketing quando as imagens mostram fachadas pintadas em cores vibrantes monumentos reformados para usos culturais e institucionais uma re significa o de uma mem ria supostamente coletiva para consumo cultural muitas vezes enfatizando al m de separa es s cio espaciais uma fr gil infra estrutura urbana Revitalizar al m de Monumentos valores de um dia a dia acima dos atrativos hist ricos e art sticos ilhas de conv vio e seus valores novamente integrados ao
174. esta velha Capela de 1622 data do portal e da valiosa pe a que a grade de separa o do presbit rio seria acrescido de alpendre o das Capelas t picas de aldeia como a de Carapicu ba COSTA 1941 p 108 In BRUNO 2000 2 In REVISTA DO SPHAN RJ N 5 1941 T nia Cristina Bordon Miotto 58 Pi Y oem ig Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Conforme inscri o na verga principal a Capela de S o Miguel constitu da por um bloco mais antigo datado de 1622 em taipa constru do pelo bandeirante Fernando Munhoz e pelo Padre Jo o lvares Ela sofreu reformas no s culo XVIII sob orienta o dos franciscanos e foi acrescida de um complemento de adobe que elevou o p direito de quatro para seis metros conforme cita o de L cio Costa onde o telhado da nave subiu deixando em n vel inferior a cobertura da varanda lateral Na retirada do revestimento de taipa na parte externa restauro de 1939 tendo frente o arquiteto Luis Saia foi constatada uma constru o anterior atual com aproveitamento das paredes da taipa A atual se apresentara com 6 20m a diferen a de 2 30ms de adobe Isso nas paredes laterais da nave na parede da fachada vis vel ainda na liga o da taipa com o adobe o caimento do telhado da primitiva Capela SAIA carta de 08 01 1940 n o paginada rt atado
175. estar relacionado ao tipo de objeto ao espa o f sico dispon vel e intencionalidade tem tica prevista no projeto O seu uso permitir controlar e estabilizar o espa o fechado que constitui o microclima do objeto Para o perfeito funcionamento da vitrine os seguintes itens devem ser observados e Estabilidade f sica e seguran a contra roubos e Facilidade de abertura para manuten o da limpeza e arruma o das pe as e Ilumina o adequada e controle das condi es clim ticas internas da vitrine O vidro empregado deve preferencialmente ser do tipo temperado com espessura m nima de 6 mm com ferragens discretas e internas de acesso exclusivo de pessoa autorizada Deve ser projetada com tr s compartimentos distintos um para a ilumina o outro para a exposi o dos objetos e um terceiro para a coloca o dos dispositivos de seguran a e controle clim tico Os objetos em madeira como os resqu cios das vigas de madeira e as pr prias imagin rias da Capela devem ser providos de aera o com instala o de filtro de ar na entrada da vitrine al m de estar protegidos da luz do sol 39 Segundo Ulpiano Menezes 1992 a transforma o do objeto em documento o eixo da musealiza o Dever ser feita uma avalia o teste que comprove a efici ncia do sistema T nia Cristina Bordon Miotto 192 Capela de S o Miguel Paulista i o projeto de interven o como ferramenta de entendimento
176. evestimentos base de cal Bras lia DF Iphan Programa Monumenta 2008 KIRSCHBAUM C Ilumina o Eficiente de Cidades Um Enfoque Globalizador In MASCAR L org A Ilumina o do Espa o Urbano Porto Alegre Editora Masquatro 2006 KUHL Beatriz Mugayar Arquitetura do ferro e arquitetura ferrovi ria em S o Paulo reflex es sobre a sua preserva o Cotia Atelie Editorial 1998 LE GOFF Jacques A hist ria nova S o Paulo Martins Fontes 1990 LEMAIRE Raymond Authenticit et Patrimoine Monumental Restauro Napoli 1994 tradu o Beatriz Mugayar K hl LEMOS Carlos O que patrim nio hist rico S o Paulo Brasiliense 1981 Carlos S o Paulo Sua Arquitetura Col nia E Imp rio Ren e Lefevre S o Paulo Ed Nacional 2 ed 1979 L VI STRAUSS Claude Tristes Tr picos S o Paulo Anhembi 1957 LOUREIRO Maria Am lia Salgado A evolu o da casa paulistana e a arquitetura de Ramos de Azevedo S o Paulo Voz do Oeste Secretaria do Estado e daCultura 1981 T nia Cristina Bordon Miotto 221 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio LOUREN O Maria Cec lia Fran a Museus acolhem Moderno S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 1999 LYNCH Kevin A Imagem da Cidade S o Paulo Martins Fontes 1982 MADRE DE DEUS Frei Gaspar Mem rias para a Hist ria da Capitania de S o Vic
177. f history on the identity of the Monument with interest in the outcome in light of existing documents we aim to understand the connections of greater importance that collaborated to develop the theme of heritage Confronted the contents of the letters to property attempted to understand how in the reality of implementation the spatial historical and aesthetic stand out in the intervention process Also on opposing sides of the theories of restoration important in relation to pipelines and showing that the title of heritage makes us aware of the facts and aware of the attitudes and their consequences LISTA DE FIGURAS E QUADROS Quadro 1 Sistematiza o dos valores estabelecidos por Riegl 1999 e seus graus de interven o 31 Figura 1 Capela de S o Miguel 1940 44 Figura 2 Desenho da Fachada da Capela de S o Miguel 47 Figura 3 Crogui do prov vel sistema evolutivo da Capela de S o Miguel segundo Lu s Saia A linha tracejada corresponde ao aspecto da edifica o antes de 1622 com um nico telhado em duas guas Desenho de Lu s Saia 50 Figura 4 Fachada Frontal 1938 51 Figura 5 Exposi o O Brasil de Ren e Lef vre Pinacoteca de S o Paulo 2006 53 Figura 6 Desenho Alpendre Lateral da Capela de S o Miguel Paulista 54 Figura 7 Desenho de Levantamento Inicial 2002 55 Figuras 8 e 9 esq foto da fachada da Capela em 04 12 1939 ap s a retirada do revestimento de taipa Detalhe da lin
178. feitas dentre dos c nones greco romanos as que de fato maior valor pl stico possuem As obras de sabor popular desfigurando a seu modo as rela es modulares dos padr es eruditos criam muitas vezes rela es pl sticas novas e imprevistas cheias de espontaneidade e de esp rito de inven o COSTA 100 apud GON ALVES 2008 p 25 T nia Cristina Bordon Miotto 222 i aN e Es e a x Ler AT o O cod Y Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio ALAMBERT Clara Correia d Exposi o materiais e t cnicas de montagem S o Paulo Secretaria de Estado da Cultura 1990 Conserva o postura e procedimentos S o Paulo Secretaria de Estado da Cultura 1998 ALONSO Carlos Eg dio Arquitetura Signagem e n o Linguagem In XXI CLEFA Confer ncia Latino Americana de Escuelas y Falculdades de Arquitectura 2005 Loja Equador Ponencias CLEFA El Rol de las Escuelas y Facultades de Arquitectura en el Contexto Regional Loja Equador Editorial de la Universidad T cnica Particular de Loja 2005 AMARAL Aracy A hispanidade em S o Paulo da casa rural Capela de Santo Ant nio S o Paulo Nobel Editora da Universidade de S o Paulo 1981 ANDRADE M rio de A capela de Santo Ant nio Revista do Servi o do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional Rio de Janeiro 1937 ANDRADE Antonio
179. ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio tem forma de calha para frui o disciplinada das guas em m dia 61cm de pano 30 x 12 5cm de boca e 25 x 9 5cm de calda a uma inclina o m dia da gua do telhado entorno de 25 a 30 A telha de capa faz o cobrimento e garante a estanqueidade do telhamento medem em torno de 61cm de pano 21 x 7 5cm de boca e 20 x 5 5cm de calda TINOCO 2006 Figura 15 Transporte de Telhas de Jean Baptiste Debret Fonte TINOCO 2007 Restauro 1939 Em 03 de Junho Saia 1939 n o paginado escreveu O telhado est em geral em bom estado Necessita contudo de uma revis o geral e substitui o de algumas pe as primeira vista a armadura parecia em bom estado por m era imposs vel antever com qualquer trabalho frente necessidade da retirada do forro e entelhamento Quando isto foi realizado verificou se que o entelhamento precisava ser substitu do Quanto ao forro conforme informa es dos moradores do bairro de S o Miguel era de idade recente e se chocava bastante com a constru o e suas partes primitivas Conforme Foto 106 tirada em 17 01 1940 da armadura do telhado da Nave os caibros eram de paus roli os e estavam apodrecidos Eles foram substitu dos por outros de se o retangular Os tensores e frechais foram conservados assim como os esteios da nave Na armadura do telhado do Alpendre Frontal tamb m foram substitu dos os caibros
180. guarda n o s da mat ria mas principalmente de sua imagem e autenticidade enquanto fruto de uma identidade Uma arquitetura que transforma e preserva simultaneamente por se reconhecer como parte de um processo hist rico num di logo de tempo e n o submiss o Camilo Boito 2002 estabeleceu a legitimidade da restaura o quando afirmou o conceito fundamental da distin o das partes agregadas das originais e a limita o das interven es ao m nimo necess rio Em caso de necessidade as T nia Cristina Bordon Miotto 28 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio inova es deviam ter car ter diferente do material empregado ou um sinal principalmente nos monumentos da Antig idade sendo volumes simples apenas com ajustes geom tricos do encaixe A Carta de Veneza de 1964 diz no artigo 12 que os elementos destinados a substituir as partes faltantes devem integrar se harmonicamente ao conjunto distinguindo se todavia das partes originais a fim de que a restaura o n o falsifique o documento de arte e de hist ria Em 1972 no Il Congresso Ibero americano de Urbanismo Conserva o e Reabilita o de Centros Urbanos em Sevilha a Carta do Restauro afirmou que se fossem necess rias altera es significativas e permanentes em determinado Monumento mas com o interesse da conserva o tais interven es deve
181. guel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio parte delas com respeito aos valores hist ricos e est ticos relevantes desde que esta seja uma resposta apropriada s necessidades ou exig ncias da restaura o Pe as novas ou partes delas devem ser constru das com o mesmo tipo de madeira das quais foram substitu das ou com uma madeira de melhor qualidade na busca de compatibilidade Substitui es e encaixes da marcenaria tradicional podem ser usados dentro de uma adequa o estrutural para fixar a parte nova parte pr existente As pe as novas devem possuir diferen as das existentes dentro do conceito de que n o se deve copiar o desgaste ou a deforma o natural nas pe as substitu das de forma que essas possam ser identificadas posteriormente As interven es destinam se a eliminar a obsolesc ncia f sica e funcional e permitem um uso que evite a destrui o A revitaliza o trabalha a mem ria coletiva a no o de espa o e cidades reformulando componentes associando fun es e acrescentando inten es ao projeto respeitando seu car ter original De qualquer modo cabe ao arquiteto o papel da preserva o e sua adequa o ao modo de uso contempor neo ao associar transforma o com crescimento entendendo o passado como hist ria e embasando uma a o de presente e futuro Ao se restituir o conjunto preciso que as respostas se fa
182. guibilidade somados reversibilidade dos retoques item tamb m aconselh vel Todos estes procedimentos sempre dever o ser acompanhados de uma gest o de obras e sob consenso dos rg os respons veis Frisando novamente Tirello 2005 p 278 Restaurar significa ocupar se desse envelhecimento da mat ria procurar det lo ou anul lo por meio de interven es de car ter t cnico e est tico T nia Cristina Bordon Miotto 125 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 2 3 ARQUEOLOGIA primeira vista o passado predomina e regula a experi ncia presente O presente desfaz se constantemente para depositar se como res duo passado O presente predomina enquanto mem ria presente das coisas passadas vis o presente das coisas presente e esperan a presente das coisas futuras Assim presente e passado estariam misturados numa unidade que permanece definitivamente enquanto mem ria NEIVA 1993 p 13 O desenvolvimento deste trabalho baseou se na import ncia da pesquisa durante a obra de restauro fornecendo dados relevantes a pesquisadores estudantes e interessados que buscam um conhecimento mais amplo relativo hist ria e cultura do s tio Neste sentido a arqueologia de s tios hist ricos assume um papel de contribuinte para uma completa compreens o da sociedade brasileira FUNARI 1992 p 11 A fim de localizar os remanes
183. guro integrando o vida da comunidade Todo projeto absorveu um estudo dos bens m veis e do acervo da Capela a ser exposto no Circuito de Visita o considerando radia es iluminamento temperatura e reprodu o de cor compreendendo os elementos particulares e suas respectivas ambienta es Refletir sobre o tema leva ci ncia da import ncia da ilumina o do patrim nio dentro de uma inst ncia urbana e da cria o de pol ticas p blicas tendo em mente que a quest o deve ser tratada sobre a atmosfera da cidade da seguran a e da paisagem urbana A luz permite uma revis o de conceitos de 8 O projeto foi desenvolvido pela Cia de Ilumina o instalada em S o Paulo que tem como t cnico o Engenheiro Carlos Bertolucci profissional de larga experi ncia e designer de ilumina o tendo a Catedral da S e a Igreja de S o Crist v o ambas em S o Paulo capital como exemplo de trabalhos executados al m de assessorar os principais arquitetos do pa s no quesito de ilumina o T nia Cristina Bordon Miotto 152 A AR e EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio preserva o a partir do momento em que interfere nesta leitura e que revela um resultado final Constata se tamb m que estamos longe daqueles momentos em que a rela o tecnologia arquitetura ilumina o e arquitetura tem o sentido emblem tico de
184. ha do antigo telhado acima o complemento em adobe dir Foto da Parede posterior da Nave Detalhe da linha do antigo telhado da Capela 59 Figura 10 Desenho de Lu s Saia a respeito da armadura atual e antiga com detalhe da coloca o dos pontaletes em A e B para eleva o do telhado encontrado 60 Figura 11 Foto da Nave 04 12 1939 Detalhe da parede com a camisaria de tijolo e com a retirada Notar a linha de separa o da taipa e do adobe 60 Figura 12 Foto do Altar Mor 04 12 1939 Com a retirada do revestimento de tijolo foi descoberta uma janela fechada com tijolos Saia afirma a certeza de sua fun o de iluminar o Altar j que estava alinhada com outra janela externa e ainda que seu fechamento se deu no mesmo momento de execu o do forro recente com clarab ia deste ambiente 61 Figuras 13 e 14 esq Detalhe da taipa no c modo anexo ao Altar Mor O p direito de quase 6m Esta parte da taipa far parte de uma vitrine no projeto museal com o tema de t cnicas construtivas dir detalhe do cal amento com piso autodrenante ao redor da Capela 63 Figura 15 Transporte de Telhas de Jean Baptiste Debret 67 Figuras 16 e 17 esq vista em detalhe da Armadura do Telhado da Nave 1939 Observar a proximidade das ripas e o desenho da tesoura da armadura dir Capela Lateral Depois da retirada do forro Foi encontrado um forro mais antigo logo abaixo 68 Figuras 18 e19 esq forro d
185. ia as medidas pedido que teve como prioridade as quest es diretamente relacionadas Capela inclusive desapropriando umas casas que est o localizadas na parte posterior do Monumento SAIA 30 09 1944 n o paginado Figuras 155 e 156 Capela de S o Miguel com muro pr ximo Capela lateral e Capela Mor distante apenas 0 40m do Monumento o muro pertencia a uma propriedade particular na parte posterior 1940 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Somente em 1975 foi feito um Estudo Preliminar de remodela o da Pra a Padre Aleixo pelo arquiteto Clayton Alfredo Nigro com o objetivo de resguardar a Capela da S o Miguel cercando a com gradil de ferro que s seria aberto em ocasi es especiais Em setembro do mesmo ano Armando Rebollo chefe substituto do 4 distrito do IPHAN comunicou o Dr Renato Soeiro diretor do mesmo Distrito o recebimento dos or amentos de obra do Monumento e remanejamento da Pra a Acusando o recebimento do projeto Paisag stico Rebollo ainda escreveu para o Arq Murilo Marx e verificou o desvio do tr nsito defronte Capela a desapropria o dos im veis posteriores e a incorpora o da rea ilhada Houve tamb m a amplia o do adro rea fronteira ao Monumento e a sugest o de gramado ao redor da Igreja Assim destaca se o trecho da carta Tais medidas demonstram o interesse da atual administra o municipal de preserva o e valoriza o ambiental dos bens culturais da cid
186. ia Cristina Bordon Miotto 147 li Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio valoriza o dos espa os urbanos pelas ilumina es festivas pelo entretenimento pela publicidade ou conjugada ao mobili rio urbano e paisagismo O conceito de city beautification e o desenvolvimento tecnol gico de equipamentos de ilumina o v m possibilitando a valoriza o crescente de marcos e monumentos das cidades j que para se desenvolver um projeto luminot cnico de um patrim nio p blico s o necess rios conhecimentos t cnicos est ticos e hist ricos Ou ent o a ilumina o distorcer e descaracterizar deteriorando aquilo que deveria exaltar Para o caso de museus e edifica es com acervo art stico deve se observar como id ia fundamental que Toda a concep o luminot cnica deve nortear se pela preserva o do acervo respeitando se os n veis de iluminamento recomendados por normas internacionais e nacionais bem como devem ser eliminadas ou reduzidas a n veis aceit veis as radia es na faixa do ultravioleta UV e infravermelho IV BARRETO 2008 p 10 Os danos causados pelo excesso de luz vis vel bem como pelas radia es UV e IV justificam em primeiro lugar os conceitos de conserva o ou ent o n o se ter o que valorizar por meio da luz Os n veis de iluminamento indicados para cada material s o determinados e
187. ia Cristina Bordon Miotto 23 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio O respeito pelos aspectos fundamentais permitindo um di logo entre a arquitetura pr existente e a arquitetura original imprescind vel com a instala o de novos programas que estabelecem um di logo entre o novo e o antigo num desafio de exist ncias simult neas de espa os diferentes e partes de um mesmo edif cio e mant m uma unidade arquitet nica integrando estes diferentes momentos do patrim nio Ante estas reflex es o que se coloca h a possibilidade de se elencar m todos para uma reabilita o respeitando tra os e particularidades culturais de uma sociedade e de um tempo Na sua maioria os programas e usos t m um limite temporal mas o que se verifica que a edifica o t m se adaptado bem s mudan as 1 2 DI LOGOS DE RESTAURO O PROJETO 1 Toda a terra tinha uma s l ngua e servia se das mesmas palavras 2 Alguns homens partindo para o oriente encontraram na terra de Senaar uma plan cie onde se estabeleceram 3 E disseram uns aos outros Vamos fa amos tijolos e cozamo los no fogo Serviram se de tijolos em vez de pedras e de betume em lugar de argamassa 4 Depois disseram Vamos fa amos para n s uma cidade e uma torre cujo cimo atinja os c us Tornemos assim c lebre o nosso nome para que n o sejamos dispersos pela fac
188. ial da composi o do revestimento geral da argamassa da cal com pintura caiada acompanhada de ensaios para reconstru o do tra o original e seu registro para avalia o e conduta de futuros restauros 2 2 3 3 Cobertura Os telhados constroem se de modo a projetarem se de dois a tr s p s al m da parede fazendo com que a chuva corra distanciada da base as calhas seriam um preservativo mais eficaz contra a umidade mas aqui n o se conhece o seu uso MAWE 1807 1809 apud BRUNO 2000 P 60 Z A cobertura um dos elementos de maior destaque da tipologia arquitet nica seja pelos volumes dimens o e conjunto Na Capela grandes beirais s o predominantes para prote o das paredes caiadas Um volume maior em duas guas protege a nave o menor protege a Capela lateral Um grande pano de uma gua abriga o corredor lateral e um menor a Varanda Frontal sem calhas As deteriora es principais t m origem em goteiras percola o nas telhas mal cozidas infiltra o em cumeeiras e beirais Assim as patologias nos telhados coloniais t m causa na inadequa o dos formatos e dimens es das telhas de capa e canal rinc o e cumeeira que ao longo do tempo perdem caracter sticas t cnicas e hist ricas A telha canal ou de bica tem a fun o de coletar as guas e 3 MAWE John Viagens ao Interior do Brasil T nia Cristina Bordon Miotto 66 A lema Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como
189. ica por m num futuro n o haveria a possibilidade de ado o de um crit rio diferente No altar da sacristia foi encontrado um fundo azul e entalhes folheados a ouro Havia interesse na talha no pequeno tamanho e na autenticidade do conjunto esse eu acho que seria uma solu o justa a raspagem completa e cuidadosa das camadas recentes se conservando a primitiva com o azul e o folheado a ouro encontrado SAIA 1939 Saia 1939 ainda escreveu a conserva o ser de melhor op o com o esp rito da poca abandonando o passado imediato pelo mais antigo e valorizando as vezes em preju zo da boa composi o e de outros detalhes art sticos As decis es foram 1 Altar da sacristia considerada uma pe a aut ntica Seria necess rio refazer a pintura primitiva com a resolu o de Gustavo Rebolo de se retirar as camadas recentes de pintura delicadamente procurando n o prejudicar os panos neutralizar as repara es e n o tocar no que foi encontrado MINIST RIO DA EDUCA O E CULTURA 541 INSTITUTO DO PATRIM NIO HIST RICO E ART STICO NACIONAL ESTADO MUNIC PIO HI IJ r v a LOCALIDADE DATA FOTO gt Figura 65 Ficha catalogr fica com detalhe do Altar da Sacristia Fonte acervo IPHAN 9 SR SP T nia Cristina Bordon Miotto 109 ON D rA EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figur
190. ica do edif cio quando composta como um elemento de funcionalidade Com a corre o do n vel do terreno na parte posterior da Capela foi devolvida a cota original de modo a evitar o umedecimento da base das paredes de taipa com o escoamento direto das guas pluviais nas paredes O cal amento no per metro total da Capela e calha com piso auto drenante executado no alinhamento do beiral dos telhados tamb m auxiliou no escoamento das guas pluviais T nia Cristina Bordon Miotto 85 AN Ds aA EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 39 Detalhe do cal amento com piso auto drenante ao redor da Capela Foto T nia Miotto 2009 Tijoleira Como afirmara Lina Bo Bardi em outra ocasi o preciso se libertar das amarras n o jogando fora o passado e a hist ria da arquitetura Libertar se conjugando o passado como um tempo de verbo o presente hist rico O passado visto como presente hist rico uma coisa viva Frente ao presente hist rico nossa tarefa forjar um presente verdadeiro BO BARDI 1992 p 17 Quando se fala em tijoleira no caso de S o Miguel nos remete ao material do piso encontrado sob o varvito que estava em cacos mas as juntas de dilata o ntegras Para se conseguir um tijolo no formato semelhante foram necess rios testes e buscas que duraram cerca de dois anos Finalmente o propr
191. idade de posturas futuras e os resultados obtidos ap s sua consolida o Um patrim nio que at hoje possibilita investiga es e debates num per odo de intensa produ o e aprendizado utilizando a heran a como professora de um trabalho com eternas descobertas T nia Cristina Bordon Miotto 21 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 1 1 O ELEMENTO PR EXISTENTE O trabalho do restaurador equipara se ao de um cirurgi o astuto e experiente eu s toca num rg o depois de ter adquirido um completo conhecimento da sua fun o e de ter previsto as consequ ncias imediatas ou futuras da opera o Viollet le Duc 2000 No projeto de restauro al m do programa de uso futuro do im vel o arquiteto est trabalhando sobre uma pr exist ncia Esta possui um valor devendo ser pesquisada para se estabelecer as condutas que ir o nortear decis es futuras baseadas nas teorias de restauro Os levantamentos preliminares da edifica o e seu entorno os quais s o complexos diferem de um projeto comum de arquitetura Estes limites s o percebidos por Lina Bo Bardi quando ela afirma que ainda que exista uma liberdade criativa h tamb m um respeito com a constru o antiga pelo limite entre o antigo e o novo aliando criatividade e respeito presente nas interven es da arquiteta que se pode considerar o seu procedimento A
192. iet rio de uma olaria na zona rural da cidade de Salto SP lembrou se de ter visto o av produzir pe as parecidas e as formas utilizadas estavam guardadas no dep sito da olaria o que possibilitou sua reconstitui o Al m da pesquisa de material e fornecedor a busca tamb m por uma tonalidade adequada Resgatada uma amostra ntegra reproduziu se um piso que se aproximasse em cor textura e tamanho ao original Houve um tratamento para aumentar sua resist ncia abras o e tr nsito dos visitantes ademais a cor do material traria uma claridade Capela perante o verde das esquadrias e a brancura da taipa luminosidade agregada hist ria primeira vista o material rec m colocado sem a p tina do tempo incomodava o interessante que a sujidade presente na Capela era uma marca A T nia Cristina Bordon Miotto 86 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio limpeza era necess ria e o aspecto do material novo se chocava com o j existente mesmo limpo A decis o de retomada da tijoleira n o de um est gio anterior como modelo foi mais do que um simples transporte de estilo para uma etapa posterior Na especificidade de cada momento hist rico procurou se estabelecer uma express o formal da poca presente n o uma poca verdadeira mas condizente uma realidade que atendesse suas necessidades Ao examinar as conex es en
193. ilidade a fim de n o alterar o aspecto e o car ter do edif cio a ser restaurado Recomendam os t cnicos esses procedimentos especialmente nos casos em que permitam evitar os riscos de desagrega o dos elementos a serem conservados Carta de Atenas 1931 A ema at E E j Sr A MA PRA j 7 FROGS e Ea as y oF f Figuras 58 e 59 A esq detalhe da Varanda Lateral a escada que leva ao p lpito e a Viga de Concreto Armado 1940 A dir detalhe da parede no Alpendre com o rasgo para o encaixe de uma viga de concreto armado sobre a verga da porta principal Notar o desvio de encaminhamento da viga de concreto em virtude da import ncia do elemento Fonte acervo IPHAN 9 SR SP AE Vcs I ao Figuras 60 e 61 esq vista da parede externa pr xima sacada dos sinos com detalhe dos rasgos para recebimento do concreto armado Na foto ainda vis vel os ferros para recebimento do concreto para finaliza o da coluna dir vista da parede externa da Capela Lateral com detalhe dos rasgos para recebimento do concreto armado Esta parede foi encontrada com rasgos e preenchimento com v os em madeira Fonte acervo IPHAN 9 SR SP T nia Cristina Bordon Miotto 101 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Na Capela de S o Miguel Saia 1940 encontrou uma camisaria de tijolos sobre a taipa e a retira
194. imagem da Tradi o uma reflex o acerca da arquitetura moderna brasileira Disserta o de Mestrado Universidade Mackenzie S o Paulo 2006 RAMALHO Maria de Magalh es Ramalho Arqueologia da Arquitectura O m todo arqueol gico aplicado ao estudo e interven o em patrim nio arquitect nico In Revista Estudos Patrim nio n 3 Lisboa IPPAR 2008 T nia Cristina Bordon Miotto 228 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Revista do Brazil Diretoria do Patrim nio Hist rico e Art stico nacional Rio de Janeiro 1941 Volume 5 RIEGL Alo s 1903 Monumentos Valores Atribu dos e sua Valoriza o Hist rica Tradu o Les Valeurs Monumentales et leur Evolution Historique in Le Culte Moderne des Monuments son Essence e as Gen se Paris 1984 Revista Museologia N 1 1989 19083 Culto Moderno a los Monumentos Caracteres y Origem Tradu o de Ana Perez Lopez Visor Madrid 1987 ROSA Flavia Goullart Mota Garcia Refletindo sobre a avalia o acad mica do livro do s culo XXI Interface Botucatu v 9 n 18 p 591 592 set dez 2005 ROSENDAHL Zeny Espa o e religi o uma abordagem geogr fica Rio de Janeiro UERJ NEPEC 1996 RUBINO Silvana L cio Costa e o Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional REVISTA USP S o Paulo n 53 p 6 17 mar o maio 2002 RUSKIN John A L mpada da Mem ria S
195. imagem de S o Miguel Nossa Senhora da Concei o S o Francisco e S o Francisco 1940 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Capela Lateral A Capela lateral foi prevista para ser usada como espa o de exposi es tempor rias e quando necess rio adaptada para um pequeno audit rio satisfazendo a demanda por eventos paralelos Tamb m foi escolhida para abordar a quest o arqueol gica dos enterramentos humanos encontrados em diversos pontos da Capela inclusive neste local Como na sequ ncia h a pintura mural ou parietais de enorme import ncia para a hist ria da arte paulista decidiu se utilizar um painel que informasse os crit rios de restauro aplicados nessas pinturas Segundo Tirello 2005 p 281 93 As Exposi es Tempor rias s o importantes ve culos de dinamiza o dos museus e um incentivo aos profissionais que tem o intuito de divulgar seus trabalhos 4 No Brasil os primeiros portugueses tamb m v o construir suas cidades de acordo com as determina es daigreja principalmente porque poca a Igreja par quia representava numa cidade vila povoado ou mesmo fazenda uma unidade pol tico administrativa e econ mica al m da fun o religiosa ROSENDAHL 1996 p 60 Nesta representatividade a Igreja organizava os v rios territ rios incluso o da morte Ou parietais t cnicas executadas sobre uma superf cie profundamente vinculadas arquitetura podendo explorar o plano de uma pa
196. inguagens do patrim nio RR N de Figuras 72 e 73 esq detalhe do Altar DA Capela Lateral 1940 A dir detalhe do Altar lateral de S o Francisco 1940 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP 2 2 3 10 Imagens Em 17 de Julho de 1952 Saia escreveu a Rodrigo sobre a danifica o das imagens de S o Miguel ocorrida em 23 de Junho 1 Imagem de S o Miguel de terracota e tecido com mais danos cabe a e sugerindo a recomposi o parcial 2 N Sra da Piedade em terracota a mais danificada 3 N Sra da Concei o n o muito danificada 4 S o Francisco em madeira com apenas a base quebrada T nia Cristina Bordon Miotto 112 Pai Y meo EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figuras 74 e 75 esq imagem N Sra da Concei o barro 1940 e dir ap s os danos em agosto 1953 Fonte Foto Germano Acervo IPHAN 9 SR SP Figuras 76 e 77 Imagens Sant Ana e N Sra da Concei o barro 1940 dir Imagem S Miguel depois de uma pessoa estranha jogar a imagem no ch o da Capela 1953 Fonte Foto Germano Acervo IPHAN 9 SR SP Restauro 2006 O restauro foi executado ap s a consolida o dos componentes arquitet nicos de suporte madeira e foi objeto de projeto espec fico Todos os componentes foram vistos e abordados como um conjunto tamb m integrados arquitetura a partir do uso popu
197. ito considerava os monumentos como documentos da hist ria da humanidade priorizando sua consolida o e manuten o entendendo a restaura o como ato excepcional que s deveria ser concretizada em ltimo caso devendo sempre ser cuidadosamente documentada e deixar marcas que claramente a identificassem de maneira a diferenci la do original entretanto sem altera o do equil brio da composi o arquitet nica 8 In Cury 2005 T nia Cristina Bordon Miotto 37 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Art 16 Os trabalhos de conserva o restauro ou escava o devem ser sempre companhados por um registro preciso sob a forma de relat rios anal ticos ou cr ticos ilustrados com desenhos e fotografias Todas as fases dos trabalhos de repara o consolida o recomposi o e reintegra o assim como os elementos t cnicos e formais identificados ao longo dos trabalhos devem ser inclu dos Este registro dever ser guardado nos arquivos de um organismo p blico e posto disposi o dos investigadores Recomenda se tamb m que seja publicado A acessibilidade na obra de restauro permitida somente fiscaliza o contratada e a outras pessoas que integrem a equipe de trabalho Instala es provis rias s o locadas de modo a interferir minimamente nos servi os a serem realizados Segundo Gallo 2002 O pr prio c
198. iza o ribeirinha por volta de 1875 1880 at o ano de 1940 quando se encerrou o ciclo das embarca es no Brasil amuletos e prote o de salvaguarda dos barqueiros viajantes e moradores contra as tempestades perigos e maus press gios http www fundaj gov br Acesso em 20 05 2010 T nia Cristina Bordon Miotto 132 A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 98 Foto do corte estratigr fico em primeiro plano o varvito de Itu abaixo o piso retangular em tijolo Capela Lateral pr ximo ao Altar e ao C modo anexo 2007 Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 Figura 99 detalhe do entalhe no batente da porta do C modo Anexo da Capela Lateral Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 rea4e 6 Na rea 4 Anexo Capela Lateral foi realizado um corte estratigr fico junto parede externa e parede interna com o objetivo de se verificar a funda o de ambas as paredes e determinar a coexist ncia destas constru es A rea 6 a rea da nave onde foram realizadas quatro sondagens Todas estas interven es foram executadas junto aos esteios de madeira da parede norte visando a sua avalia o do estado de preserva o e necessidade de substitui o dessas pe as JULIANI 2007 p 62
199. izada pelos construtores iniciais do templo O ato de pensar como igual o material madeira e sua modifica o como um bala stre da varanda frontal possui uma constitui o f sica e uma imagem hist rica e nesse instante conforme Brandi 2004 p 61 se tornam aspecto e estrutura N o suficiente a madeira ser id ntica h um refazimento de outro tempo por outras m os e se pretende ser igual nunca conseguir faz lo da o falso hist rico e tamb m art stico a obra de arte est no timo e presente hist rico mas tamb m passado e a custo de outro modo de n o pertencer consci ncia humana est na hist ria O restauro se faz verdadeiro na percep o de determinado momento enquanto hist ria e parte do processo de exist ncia da obra 2 2 3 2 Pintura A cal foi usada no passado como aglutinante em acabamentos e pinturas tanto para proteger como decorar s vezes esses acabamentos s o retirados erroneamente pois al m de ter a fun o est tica eles tamb m protegem as superf cies Esta pintura funciona como uma cal muito fina e dilu da que aplicada em camadas quanto mais finas e dilu das mais penetram e consolidam o substrato Conforme Kanam 2008 p 113 30 Na tese Um Estado completo que pode jamais ter existido Antonio Luiz Dias de ANDRADE 1993 relata o caso da restaura o da torre da igreja de Nossa Senhora do Ros rio em Embu a retomada do esp rito da
200. jeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 2 2 3 11 Pinturas Murais A riqueza das pinturas murais pode ser notada pela realiza o est tica diversidade dos materiais e t cnica sendo tamb m as superf cies arquitet nicas e as camadas de acabamento de importante valor hist rico est tico e t cnico j que a parte integral dos monumentos e s tios deve ser preservada sempre que poss vel no local A maioria das patologias est relacionada com a m condi o do edif cio com o uso inapropriado e a falta de conserva o complementado por restauros m todos e materiais inapropriados al m de qualifica es profissionais de baixo n vel justificando a necessidade de regras adequadas a sua conserva o e restauro O envelhecimento natural um testemunho da passagem do tempo e deve ser respeitado ICOMOS 2003 p 4 H princ pios que devem ser seguidos como por exemplo interven es realizadas sob autoriza o dos rg os respons veis e investiga es acad micas n o destrutivas para se averiguar as dimens es hist rica est tica e t cnica com abordagem multidisciplinar De acordo com a Carta de Veneza a conserva o e restauro das pinturas murais devem ter seu estado registrado bem como os materiais e a metodologia usada Este material deve ser mantido no local e se orienta publica o para possibilidade de pesquisa A conserva o preventiva possibilita
201. lar que se formou naquele monumento e que lhe deram o significado que ent o possuem Al m do valor de express o art stica raridade e antiguidade de cada pe a o conjunto ganhou grande valor como testemunho das pocas iniciais da coloniza o e popula o da atual regi o metropolitana de S o Paulo MORAES 2006 T nia Cristina Bordon Miotto 113 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio As interven es firmaram se em crit rios ticos adotados em interven es de restauro de bens culturais com particular aten o aos crit rios espec ficos para as obras de arte O partido de restauro b sico consistiu em limpeza m nima interfer ncia estudo das pe as para poss vel resgate de policromia para uma leitura clara das caracter sticas e valor art stico pr prios e consequentemente de cada pe a como um todo Os danos foram amenizados at o ponto de n o perturbarem a leitura sempre com base na tipologia da pe a As reintegra es de forma e cor foram evidenciadas por meio de diferen as do plano das superf cies da textura da tonalidade das cores e do emprego de t cnicas diferenciadas usuais em restauro Normalmente as pe as de madeira sofrem repinturas que as descaracterizam pelo ac mulo de material e pela mudan a de cores e tipo de tratamento crom tico Assim a parte principal da interven o foi a remo o das camadas
202. larmente jesu ticas e fontes prim rias sobre a Capela de S o Miguel apontam a presen a de enterramentos internos ao Monumento O sepultamento encontrado na sacristia apresentou bom estado de conserva o o que indica que o tipo de solo sobre o qual a Capela foi erguida apresenta boa capacidade de preserva o de vest gios arqueol gicos o que confirma o alto potencial cient fico do s tio arqueol gico Na rea 5 foi recomendada a manuten o do piso de lajotas cer micas H locais rea 8 em que n o havia o piso de lajotas cer micas abaixo do piso de varvito sendo evidenciado um contrapiso elaborado com restos de materiais construtivos rea do Altar Mor Caso haja a necessidade de rebaixamento ainda que inferior a 0 05m de profundidade recomenda se a realiza o de escava o arqueol gica diante das evid ncias apontadas de modo que as obras de restauro do piso n o interfiram de forma alguma no solo Isto significa que o melhor seria n o retirar as lajotas cer micas existentes devendo ser avaliada a perspectiva de constru o de um novo piso sobre o atual De maneira geral as camadas mais superficiais estavam recobertas por fragmentos de telhas capa e canal tijolos antigos fragmentados e peda os de argamassa de cal s vezes com restos de tinta No entorno ficou evidente que o solo arqueol gico apresentava se parcialmente preservado e recoberto por uma camada de aterro Os materiais arqueol gicos prese
203. lece uma escala com a Igreja de S o Miguel e suas reas livres 1996 n o paginado At 30m dist ncia Maximo 2 pavimentos ou 7 50m 30 m 3 pav ou 11 25m 60 m 4 pav ou 15 m 90m 5 pav ou 18 5m Figura 158 Croqui de estudo de gabaritos de edifica es ao redor da Capela A seta vermelha mostra a localiza o do Monumento Fonte acervo IPHAN 9 SR SP T nia Cristina Bordon Miotto 180 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Em 1999 em carta de Jos Saia Neto para Regina Celi Moreira havia considera es sobre o discut vel projeto de remanejamento paisag stico que a Prefeitura submeteu Regional do IPHAN Nele havia alerta sobre a cria o de um palco que tinha volumetria agressiva e riscos ao Patrim nio Al m disso havia a solicita o de rebaixamento na parte posterior da Igreja para redu o de infiltra o e deslocamento de um pergolado existente Havia um jogo de transfer ncia de responsabilidades SAIA NETO Jos 1999 n o paginado entre a Diocese de S o Miguel e a PMSP fato que se agravou quando em 1998 mendigos invadiram a Capela e fizeram uma fogueira no seu interior O texto finalizava com um pedido para que todos os reparos e eventos fossem acompanhados pelo IPHAN 2 5 2 Circuito de Visita o 2 5 2 1 Primeiros Estudos Os trabalhos de restauro executados na Capela de S o Miguel A
204. leto de concreto armado que constar de tr s vigas dispostas horizontalmente 15 x 15cm em tr s alturas uma a um metro da base outra na altura da base no pavimento superior e uma terceira na extremidade SAIA 1939 N o h como negar o uso do concreto como solu o t cnica nas primeiras interven es do SPHAN o m todo consistia na abertura de rasgos e depois de executada a viga ou coluna de concreto havia o preenchimento com taipa dentro de uma justificativa A vantagem deste processo reside sobretudo no fato de n o ser necess rio com ele deforma o alguma no caracter da constru o de taipa SAIA 1939 Como coloca Gon alves ano p 132 era uma gera o que ansiava por modernidade Perante o respaldo das posturas internacionais que indicavam o uso da t cnica moderna como na Carta de Atenas 1931 os t cnicos aprovavam a utiliza o dos novos materiais mas enfatizavam a necessidade de n o alterar a originalidade das obras hist ricas IV Os materiais de Restaura o T nia Cristina Bordon Miotto 100 AN Y meo A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Em rela o ao emprego de materiais os t cnicos aprovaram o emprego adequado de todos os recursos da t cnica moderna e especialmente do cimento armado Especificam por m que esses meios de refor o devem ser dissimulados salvo impossib
205. m tabelas espec ficas 2 4 6 Luminotecnia Discutir a ilumina o de constru es seja com luz natural ou artificial em edif cios de interesse hist rico cultural abrange a an lise de uma organiza o arquitet nica que envolve o equil brio de composi o Por meio da ilumina o natural o observador reconhece o volume e tem no es de perspectiva J a ilumina o artificial tem por finalidade ressaltar detalhes arquitet nicos Em alguns edif cios hist ricos o contorno da edifica o desaparece perdendo a percep o da monumentalidade do edif cio necess rio um estudo dos elementos que se repetem do seu ritmo de organiza o simetria e hierarquia 8 amp 7 O chamado Landscape Lighting contempla a valoriza o dos recursos naturais ou elementos constru dos pelo homem tais como jardins rvores e reas verdes em geral sa Atualmente nas reas destinadas exposi o de acervos o par metro utilizado de dosagem permitida baseia se na unidade lux x hora ano Com rela o s radia es invis veis UV e IV para o infravermelho segue se no geral o disposto para a radia o vis vel Tratando se do ultravioleta o limite encontra se na faixa de 75 mW Im setenta cinco microwatts por l mem T nia Cristina Bordon Miotto 148 apoia de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figuras 113 e 114 esq destaque p
206. massa caiada n o distingu vel a olho nu Na retirada de partes do revestimento ap s testes de percuss o e mapeamento de danos aparentes por recortes geom tricos o concreto se mostrou em vigas e pilares numa imagem de um material de natureza bruta em contrapartida a terra viva Nesse momento se v agregar s escolhas de restauro reflex es Conforme Cesare Brandi apud KUHL 2004 h nos princ pios para interven o restauradora dois aspectos fundamentais pontos das interven es contempor neas 50 Como cita KUHL 1998 A autenticidade a base de outros documerntos internacionais de preserva o e inclusive o fundamento para aceita o de um bem como parte do Patrim nio da Humanidade T nia Cristina Bordon Miotto 104 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio nos monumentos do passado datando a restaura o como fato hist rico indissoci vel do presente hist rico que o produziu 1 a integra o dever ser sempre e facilmente reconhec vel mas sem que por isto se venha a infringir a pr pria unidade que se visa a reconstruir 2 que qualquer interven o de restauro n o torne imposs vel mas antes facilite as eventuais interven es futuras Princ pios como o da reversibilidade que facilita qualquer interven o futura n o alteram a obra em sua subst ncia devendo se inserir de m
207. mec nica iguais ou menores que os materiais construtivos adjacentes restaura o Para isso se fez necess ria a verifica o laboratorial da composi o do revestimento geral da argamassa da cal com pintura caiada acompanhada de ensaios para reconstru o do tra o original e seu registro para avalia o e conduta de futuros restauros Tem se tido a oportunidade de examinar e analisar no NTPR N cleode Tecnologia da Preserva o e da Restaura o centenas de amostras de antigas argamassas podendo se afirmar que no Brasil desde as constru es do s culo XVI at o in cio do s culo XX oitenta por cento das argamassas eram bastardas OLIVEIRA 1995 p 43 Foi realizado em S o Miguel o monitoramento e tratamento de trincas e fissuras com a abertura de valas para prospec o de funda es a fim de verificar a melhor postura de interven o bem como de cadastrar as interfer ncias j realizadas Os elementos danificados foram recompostos com material similar e de T nia Cristina Bordon Miotto 62 E O A fg Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio qualidade de acabamento para que se pudesse observar o local de interven o distinguindo o dos outros que n o foram tocados Com a corre o do n vel do terreno na parte posterior da Capela foi devolvida a cota original de modo a evitar o umedecimento da base das paredes de
208. menta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Esta pergunta nos remete ao austr aco Alois Riegl 1999 que descreve os valores que podem ser atribu dos aos monumentos e os ordena em valores rememorativos e contempor neos O primeiro se refere ao passado mem ria e ao valor hist rico enquanto que o segundo se refere capacidade que o monumento possui de satisfazer as necessidades contempor neas Assim o autor faz uma conex o entre as interven es feitas em um monumento e os valores a ele atribu dos Riegl 1999 coloca que os monumentos em que o valor de antiguidade prevalece n o podem sofrer qualquer tipo de interven o j que isto o que determina seu valor Quando o valor hist rico se destaca poder o ser aceitas a es de conserva o pois o valor hist rico ser maior quanto menor for a altera o de seu estado original A interven o n o deve reconstituir partes mas impedir a deteriora o conservando ao m ximo a forma original com o intuito de se manter o valor hist rico Quanto ao valor art stico Riegl 1999 o divide em duas classes o valor art stico da novidade e o valor art stico relativo O primeiro uma exig ncia contempor nea de se apreciar obras humanas rec m surgidas e o segundo permite que obras de gera es anteriores sejam apreciadas n o s como testemunho hist rico mas tamb m com rela o sua concep o est tica Positivo se o monumento puder manter o
209. mento das novas linguagens do patrim nio A import ncia desta pesquisa se d em edifica es onde a hist ria muitas vezes n o suficiente para revelar as interven es ocorridas auxiliando diretamente no objetivo de conhecer a popula o que ali viveu seus usos e costumes Definindo a rela o entre a arqueologia pr hist rica e hist rica n o se pode assinalar os limites tendentes a separar a hist ria da arqueologia elas n o se sucedem seguem caminhos paralelos s o irm s FREDERIC 1980 p 22 Desse modo o papel do arque logo seria o de buscar nos vest gios materiais aspectos desta hist ria desaparecida e a partir de uma observa o sistem tica extrair dedu es plaus veis LIMA 1989 Por outro lado a arqueologia passou a ser encarada como uma disciplina que agrega v rias formas de abordagens Figura 92 Imagem do relat rio de Arqueologia grade de An lise Cer mica com comparativo entre fragmento cer mico encontrado e forma Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 Com rela o Capela de S o Miguel examinar a fundo a arqueologia teria a inten o de identificar caracter sticas de antigas reformas e restaura es executadas durante aproximados quatro s culos esclarecendo o desenvolvimento 56 T nia Cristina Bordon Miotto 127 li Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferrament
210. mento das novas linguagens do patrim nio particulares As interven es de restauro nessas reas t m a finalidade de garantir a perman ncia no tempo desses valores que caracterizam o conjunto Para que haja uma continuidade e um desenvolvimento deve haver uma reorganiza o no contexto urbano visando um futuro por meio de um planejamento f sico adequado N o h impedimento de moderniza o da cidade mesmo porque o uso original pode ser modificado e este acompanha id ias de renova o j que n o s a arquitetura mas tamb m a estrutura urban stica tem por si mesmas um significado e um valor CARTA DO RESTAURO 1972 p16 Concilia os caracteres gerais do ambiente adaptando aos elementos da vida moderna por meio de uma reestrutura o urbana relacionando o centro hist rico ao desenvolvimento contempor neo reordena o vi ria revis o do tr fego reconduzindo o uso com a estrutura de outro tempo e com integra o do mobili rio e revis o dos equipamentos conex o entre o edif cio e seu exterior A import ncia al m dos monumentos isolados para a conserva o de um urbanismo da arquitetura menor reconhecida pela Declara o de Amsterd Conselho da Europa 1975 formada pelas in meras edifica es sem import ncia isolada mas de import ncia quando consideradas em conjunto Por exemplo as edifica es do conjunto urbano de Ouro Preto A reabilita o dos bairros antigos deve ser
211. minimizar o desgaste com base em acompanhamentos da pintura e do espa o Ainda Art 16 Os trabalhos de conserva o restauro ou escava o devem ser sempre acompanhados por um registro preciso sob a forma de relat rios anal ticos ou cr ticos ilustrados com desenhos e fotografias Todas as fases dos trabalhos de repara o consolida o recomposi o e reintegra o assim como os elementos t cnicos e formais identificados ao longo dos trabalhos devem ser inclu dos Carta de Veneza 1964 p 4 Elementos pertencentes ao edif cio a conserva o das pinturas deve ser pensada em conjunto Interven es como consolida es limpezas e reintegra es devem ser m nimas e necess rias para n o haver perda do material ou autenticidade pict rica Preferencialmente as camadas estratigr ficas devem ser preservadas mostrando com clareza a hist ria das pinturas de prefer ncia no local T nia Cristina Bordon Miotto 118 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Devem ser conservadas as altera es f sico qu micas exceto se sua retirada alterar algum aspecto e tamb m os acr scimos interven es e superposi o de pinturas entendidos como integrantes e reveladores da hist ria sendo importante que o p blico tenha acesso a este patrim nio cultural com base na metodologia de circula o e uso da rea O dado que se
212. mo suporte para testes ou demonstra es Tamb m necess rio o estudo das possibilidades de manuten o pelas concession rias de energia ou prefeituras essenciais para o deferimento da proposta pelos rg os envolvidos Projetos luminot cnicos destinados tanto ao interior quanto ao exterior de monumentos e edifica es tombadas requerem a integra o e ou reversibilidade da interven o e a demarca o da contemporaneidade dos equipamentos inseridos Figura 119 Catedral de Bras lia Fonte Foto BSBALS 2009 A partir de simula es pode se concluir que existem diferentes alternativas de projeto com escolha da lumin ria adequada para o projeto de ilumina o intensidade luminosa temperatura de cor e ngulo de radia o T nia Cristina Bordon Miotto 150 AA JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 2 4 7 Capela Figura 120 Capela de S o Miguel Arcanjo Fonte LOPES Jonas 2009 Um edif cio tem que oferecer algo mais do que a vis o de sua fachada oferecer detalhes de esp rito de uma poca mat ria intang vel das quais s o feitas nossas lembran as e mem rias O que mais importante notar claramente o estilo de um Monumento pelos contornos da fachada num dia claro ou noite n o mais perceber os detalhes mas fachadas mudando de cor paredes de um azul cintilante que ficam vermelhas Ter
213. mpresa Concrejato com contato da Eng Maria Aparecida Soukef Nasser O anteprojeto foi desenvolvido juntamente com a Arq Maira Pajos funcion ria da empresa T nia Cristina Bordon Miotto 18 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio para os tr mites de interven o realizados em 2002 sendo que a not cia da contrata o para in cio das atividades se deu somente em 2006 Dentro de uma organiza o de posturas e direcionamentos desde o levantamento m trico fotogr fico a pesquisa aos rg os competentes e o levantamento de fontes prim rias e secund rias at a elabora o das pe as gr ficas e t cnicas necess rias realiza o do trabalho de restauro o trabalho foi feito em equipe e contou com quatro arquitetos Ap s o projeto a possibilidade de visita mensal a obra numa forma de acompanhamento t cnico foi condizente com uma cr tica executiva como participante das decis es tomadas desde o in cio do processo O contato com o bairro seja nas oficinas de atividade nas reuni es e ou nas visitas t cnicas fez perceber o ritmo do espa o e dos moradores consolidando uma viv ncia al m do levantamento m trico num reconhecimento maior do que a taipa como um s mbolo para a comunidade Frente aparente aus ncia de fontes o per odo do projeto n o foi uma atividade tranquila mas sim de questionamentos sobre um caminho par
214. ndas passageiras da humanidade RUSKIN 2008 p 186 187 A preserva o de bens arquitet nicos abrange um patrim nio de heran a acumulada a es que se referem identidade de uma sociedade a fim de possibilitar a leitura do mundo pelo cidad o e permitir a compreens o do universo s cio cultural e hist rico temporal que ele se insere A mat ria j n o a f sica a coisa inerte que n o possui atividade interna A mat ria social numa rela o entendida como produ o 1 4 LIMITES DE INTERVEN O O que preservar e o que esquecer Intervir num patrim nio edificado estudar a quest o da autenticidade dos elementos encontrados e os valores a ele atribu dos os quais s o os balizadores dos crit rios a serem adotados nas tomadas de decis es A quest o crucial definir o limite da interven o At que ponto se pode intervir num patrim nio e de que forma Dentro desta quest o fato h os que defendem a particularidade dos casos Mas a simplifica o n o basta este limite dever estar vinculado ao valor autenticidade e identidade do patrim nio com a cultura local em que o mesmo est inserido Como afirma Sorkin 2003 p 15 A melhor defesa de uma arquitetura hist rica aut ntica o complemento de uma aut ntica arquitetura contempor nea Estamos numa poca de mudan a de paradigmas e conceitos versando sobre a forma de atua o no nosso patrim nio edificado visando uma salva
215. ndicionamento das pe as durante a execu o do restauro a fim de evitar novos danos superf cie 2 2 3 6 Varanda ou Alpendre Lateral elementos claramente portugueses como os alpendres fronteiros das Capelas rurais t picos das Capelas de peregrina o do extremo Norte galego de Portugal AMARAL 1981 p 49 Figura 44 Capela de S o Miguel Paulista Fonte Revista Veja S o Paulo S o Paulo edi o 2137 2009 Figuras 45 e 46 esq S tio do Padre In cio Cotia dir S tio Santo Antonio S o Roque Fonte OKA Cristina ROPERTO Afonso CotiaNet S o Paulo 2005 Fonte Guia S o Roque Pontos Tur sticos S o Paulo 2010 T nia Cristina Bordon Miotto 90 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio O hist rico desse elemento arquitet nico desde o per odo colonial com a sua presen a e fun es considerando essa terminologia aplicada a espa os arquitet nicos de morfologias distintas tem como resultado seu uso nos diversos per odos da hist ria de acordo com cada contexto A varanda como rea de transi o entre interior e exterior tradi o da arquitetura brasileira especialmente das sedes rurais coloniais conhecidas como casas bandeiristas foi definida por L cio Costa como contribui o ind gena a cultura abor gene s influi na casa inicial em uma coisa a sua pla
216. nhora da Escada baseado em desenho do Livro Morada paulista Lu s Saia 184 Figura 161 Primeiros Estudos Mobili rio Banco concebido para a igreja S o Louren o dos ndios em Niter i 185 Figura 162 Primeiros Estudos de Ambienta o Varanda de Hist rias Projeto Museal 185 Figuras 163 e 164 Montagem da simula o em tamanho real do projeto de exposi o dentro da Capela __ 190 Figura 165 Estudo de fluxos e setoriza o do Circuito de Visita o Planta da Capela de S o Miguel 2009 _ 190 Figura 166 Organiza o dos expositores Circuito de Visita o Planta da Capela de S o Miguel 2009 ___ 191 Figura 167 Dados e medidas de expositores 193 Figuras 168 e 169 Situa es indesej veis para a visualiza o de pain is 195 Figura 170 Vista externa do anexo rec m constru do 2009 195 Figura 171 Vista interna do anexo rec m constru do 2009 196 Figura 172 Desenho de reconstitui o de fragmentos 197 Figura 173 Taipal 198 Figuras 174 a 176 Imagens pertencentes Capela de S o Miguel Paulista da esquerda para direita imagem de S o Miguel Nossa Senhora da Concei o S o Francisco e S o Francisco 1940 200 Figura 177 Pintura mural do Altar lateral da Capela 201 Figuras 178 a 181 Circuito externo e interno de c meras de vigil ncia instaladas dentro da Capela 202 Figuras 182 e 183 Grande Hotel Ouro Preto MG esquerda em 1940 e direita foto de 2010
217. nia Cristina Bordon Miotto 201 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio ais Acervo Os crit rios de sele o ser o feitos por meio de uma an lise apurada calcada no tema e no n mero de objetos expostos que ir o restringir o espa o dispon vel Na impossibilidade ou inexist ncia de empr stimo de objetos indispens veis exposi o esta deve ser complementada por fotos e desenhos A imagin ria religiosa e todos os objetos de grande valor s ser o expostos quando o sistema de seguran a estiver garantido e aprovado Na conserva o devem ser previstas medidas de limpeza e controle com cada sala tendo uma listagem de todos os objetos das vitrines Devem ser feitas vistorias peri dicas di rias antes da abertura e no final do dia para garantir a integridade e a seguran a dos objetos expostos al m do esquema de vigil ncia diurno e noturno A limpeza regular e o controle constante das condi es ambientais dos locais de guarda e exposi o s o medidas essenciais para a preven o do ataque de fungos e bact rias Recomenda se o exame frequente dos objetos e a dedetiza o ou descupiniza o regular das reas ALAMBERT 1998 Figuras 178 a 181 Circuito externo e interno de c meras de vigil ncia instaladas dentro da Capela Fonte GENOVEZ Sarita 2010 Com rela o ao controle interno das condi es clim tica
218. nial Relatos e Experi ncias Santa Maria Editora da UFSM 2008 SORKIN Michael Patrim nio arquitet nico e metr poles em extens o Rua Revista de Urbanismo e Arquitetura v 1 n 8 Patrim nio Maquinaria e Mem ria Salvador jul dez 2008 p 15 STELLA Roseli Santaella Anchieta e S o Miguel Funda o e Capela In Encontro com Can rias no anivers rio de S o Paulo Centros Can rios do Brasil s d O Dom nio Espanhol no Brasil durante a Monarquia dos Felipes 1580 1640 S o Paulo Unibero 2000 SUBIRATS Eduardo A pen ltima vis o do para so ensaios sobre mem ria e globaliza o Studio Nobel S o Paulo 2001 TOLEDO Benedito Lima Frei Galv o arquiteto S o Paulo Ateli Editorial 2007 S o Paulo tr s cidades em um s culo S o Paulo Cosac Naify 2007 VIOLLET LE DUC Eug ne Emmanuel Restaura o Tradu o de Beatriz K hl S rie Artes amp Of cios S o Paulo Ateli Editorial 2000 VITRUVIUS POLLIO Tratado de arquitetura Vitr vio trad e notas M Justino Maciel S o Paulo Martins 2007 WIISNIK Guilherme L cio Costa S o Paulo Cosac amp Naify 2002 Wisnik Guilherme PL STICA E ANONIMATO Modernidade e tradi o em Lucio Costa e M rio de Andrade En publicacion Novos Estudos no 79 CEBRAP Centro Brasileiro De Analise e Planejamento Brasil Brasil Novembro 2007 ZANCHETI Silvio Conserva o Integrada e Novas Estrat gias de Gest o 4 Encont
219. ns coletados foi feita em laborat rio complementada por pesquisa bibliogr fica para embasar a interpreta o dos dados e elabora o de relat rio t cnico e documentada por meio de fotos e desenhos A localiza o dos cortes na rea externa da Capela obedeceu as exig ncias do projeto de restauro Basicamente as camadas mais superficiais estavam cobertas por terra ou entulho guardando se apenas peda os representativos Figuras 95 e 96 Visita da equipe t cnica do IPHAN s escava es arqueol gicas realizadas no interior e no exterior da Capela de S o Miguel Localiza o A esq Anexo Capela Lateral e dir rea externa pr xima varanda Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 2 3 3 Resultados Obtidos rea Interna rea 1 C modo posterior ao altar da Capela Lateral que cont m as estruturas de madeira do altar O piso lajotas de cer mica retangulares assentadas sobre contrapiso de terra sobre rea n o regular A finalidade era verificar evid ncias de que pelo menos um desses c modos tivesse sido constru do em momento diferente dos demais o que poderia ficar expl cito nos encontros das funda es das paredes T nia Cristina Bordon Miotto 131 Capela de S o Miguel Paulista L o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 97 Exposi o dos remanescentes do
220. nta As feitorias foram as primeiras casas eram verdadeiros alpendrados onde se cozinhava e dormia O fogo na parte central os catres ou redes em volta ou seja opr prio partido da casa ind gena A medida que o programa social evolui e a casa adquire sentido familiar a planta se define O centro do primitivo ret ngulo de quatro guas passa a ser amplo recinto fechado de telha v e ch o de terra batida ou piso de lajotas de barro contido por duas varandas uma frente outra aos fundos e por sua vez entaladas entre corpos laterais compartimentados COSTA 1995 p 212 Restauro 1939 Na Capela de S o Miguel houve a id ia de retornar ao original no corredor lateral desde as primeiras interven es No restauro de 1939 ap s a remo o dos revestimentos deste ambiente verificou se que os fechamentos eram em tijolos confirmando uma execu o posterior No alpendre frontal os pilares tamb m eram de tijolos mas foram conservados espelho de uma restaura o mais conservativa removendo se apenas as bases salientes dos pilares Segundo L cio Costa era prefer vel corredor ao inv s de alpendre Alpendre n o atende caracteriza o de rea integrante da estrutura da casa ao passo que a palavra alpendre lembra acr scimo Depoimento Aracy Amaral 26 05 1972 T nia Cristina Bordon Miotto 91 A meo JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento d
221. nte do ambiente arquitet nico e n o mero espectador A arquitetura do patrim nio n o deve apenas assumir uma tipologia de cen rio mas uma nova realidade de conceito com seu papel est tico no processo de compreens o de informa es de preserva o redefinindo pap is O monumento assume um lugar de mem ria coletiva e de espa os vivos Enquanto elemento importante na paisagem urbana parte do imagin rio coletivo faz o pr dio ter a vez de alma da cidade permanecendo o local como importante referencial Por meio do plano de utiliza o obter amos a base estrat gica para definir objetivos facilitando sua compreens o para que se organizasse metas priorizando a es e identificando uma funcionalidade Na proposta para a Capela pensou se desenvolver um roteiro abordando a evolu o do bairro de S o Miguel Paulista e da cidade de S o Paulo tomando como ponto de partida sua funda o com temas como tecnologias construtivas agregadas o desenvolvimento urbano e a influ ncia e a miscigena o dos povos formadores da hist ria do Monumento e do bairro Haveria a possibilidade de duas formas de visita o tem ticas com op es que possibilitaram ao visitante al m de conhecer o patrim nio hist rico e cultural entender o significado da preserva o e principalmente percorrer o caminho e a evolu o da hist ria do Monumento e da forma o da cidade de S o Paulo Em busca de uma proposta cultural as ferrament
222. ntes nas camadas de aterro apresentavam duas data es bem definidas a primeira mais antiga dos s culos XVII e XVIII e a segunda que varia entre o final do s culo XIX e in cio do XX indicando um per odo de ocupa o bem definido e relacionando esse material respectivamente ao aldeamento e ao casario que existia no entorno imediato Capela Diante dos dados obtidos sugeriu se que os procedimentos de rebaixamento da cota do entorno da Capela fossem acompanhados por um programa de monitoramento arqueol gico Sugeriu se tamb m a constru o de infraestrutura de apoio aos visitantes e a interven o no piso da Capela justificada T nia Cristina Bordon Miotto 139 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio pelo fato de que cada c modo da Capela apresentar diferen as na formata o do piso 2 4 LUMINOTECNIA E ACESSIBILIDADE Pretende se discutir as solu es de ilumina o atuais dentro do nosso recorte de estudo e tamb m a import ncia dos projetos de luminotecnia na valoriza o das caracter sticas do patrim nio hist rico viabilizando seu reconhecimento na paisagem A ilumina o urbana trabalha com necessidades de seguran a conforto e performance envolvendo a cidade as pessoas e a luz al m de auxiliar no entendimento da arquitetura da cidade e influenciar a orienta o espacial do observador O projeto de lumin
223. o insepar vel da hist ria de que testemunho e do meio em que est inserido A remo o do todo ou de parte do monumento n o deve ser permitida exceto quando tal seja exigido para a conserva o desse monumento ou por raz es de grande interesse nacional ou internacional Carta de Veneza 1964 p 2 Murais com imagens ntegras e em sede original combinados com mobili rio e objetos de poca propiciam um transporte seguido do entendimento acerca dos modos de morar de determinado grupo social em um contexto hist rico espec fico As pinturas parietais perderiam seu sentido se n o fossem vistas nas paredes originais relacionadas a outras informa es visuais combina o do ambiente hist rico com a pintura art stica J um peda o de mural da Rialto se exposto em uma vitrine ou sobre um fundo de argamassa neutra n o teria nenhuma significa o al m do valor de antiguidade Dentro deste racioc nio temos as pinturas murais descobertas em S o Miguel que estavam atr s de um altar lateral quando foi retirado um ret bulo de madeira da parte posterior Recobertas na poca dos padres franciscanos a estrutura em madeira preservou esta inscri o na taipa Elas possuem desenhos que se assemelham a um sol algumas colunas e figuras pintadas com tons vermelhos As paredes s o originais do s culo 17 feitas de taipa e foram descobertas h cerca de dois anos PA pintura mural difere de todas as outras formas
224. o 2010 Dispon vel em lt http www vitruvius com br revistas read arquitextos 10 118 3374 gt Acesso em 01 jun 2010 KUHL Beatriz Mugayar Hist ria e tica na Conserva o e na Restaura o de Monumentos Hist ricos Revista CPC S o Paulo v 1 n 1 S o Paulo 2005 2006 Dispon vel em http www usp br cpc v1 imagem conteudo revista arti arquivo pdf kuhl pdf pdf Acesso em 19 maio 2009 Restauro teoria e pr tica Resenha On line 2002 O restauro de um mural moderno r na USP O afresco de Carlos Magano Regina A Tirello org 2001 Dispon vel em lt http Avww vitruvius com br revistas read resenhasonline 01 009 3233 gt Acesso em agosto 2010 LE O Rafael Ilumina o dos monumentos arquitet nicos do centro hist rico de S o Paulo Resumo Memorial de Qualifica o Universidade de S o Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo S o Paulo 2007 Dispon vel em lt http www confortovisual com br pdfs Memorial 20de 20qualificacao 20 20RESUMO pdf gt Acesso em 02 jun 2010 LEVI R S ntese das artes pl sticas SP Acr pole Ano 16 no 192 1954 In Aproxima es diferencia es e embates entre a produ o do Rio de Janeiro e de S o Paulo nas revistas de arquitetura 1945 1960 Paula Gorenstein Dedecca Dispon vel em lt http www docomomo org br seminario 208 20pdfs 036 pdf gt Acesso em 03 mar o 2010 LIMA Edson Ilumina o especial em pr dios hist ricos Dispon vel em lt http
225. o Altar Mor com clarab ia que deformou bastante a armadura do telhado dir vista em detalhe da Armadura da Capela Mor Altar Mor Superposi o de Pe as caibros roli os e travessas quadradas 1940 68 Figura 20 Desenho de Lu s Saia a respeito da situa o atual da Capela e seu prov vel aspecto primitivo 69 Figura 21 Artigo de jornal informa que no show na Pra a Padre Aleixo o p blico usou o telhado da Capela como arquibancada 73 Figura 22 Detalhe do telhado da Capela Lateral 74 Figuras 23 e 24 Na ordem seq encial vista frontal e lateral esquerda da Capela 75 Figuras 25 e 26 esq detalhe da arma o do telhado da Varanda Lateral dir detalhe do telhado da Capela Lateral frente e da Nave e Capela Mor 76 Figuras 27 e 28 esq detalhe do telhado da Nave Observar o embo amento e estado prec rio das telhas dir detalhe do telhado da Varanda lateral Observar o embo amento das telhas e a diferen a dos tipos existentes 76 Figura 29 Detalhe da Nave Observar a armadura do telhado e a rea destelhada e protegida 77 Figura 30 Planta Forros existentes Projeto Executivo de Restauro 2006 78 Figura 31 Planta Forros Projeto Executivo de Restauro 2006 79 Figura 32 Detalhamento do Forro entre Frechal e Telhado corte da Nave Sacristia e Alpendre Lateral parte integrante do Projeto Executivo de Restauro 2006 79 Figura 33 Foto a rea do Parque do Varvito em
226. o Inicial com localiza o dos banheiros 2002 Fonte Desenho Maira Pajos Figuras 123 e 124 Instala es Sanit rias atr s do Altar Mor Fonte Campoy 2002 O novo projeto tinha a oportunidade de disciplinar tal uso com a constru o de um bloco de apoio para abrigar servi os essenciais Recep o vigil ncia administra o dep sito de manuten o limpeza e sanit rios organizariam tais necessidades anteriormente no interior da Capela A partir deste bloco o visitante teria contato com as primeiras informa es sobre o Monumento num aspecto de monitoramento de a es contribuindo muito com a seguran a T nia Cristina Bordon Miotto 157 Pad meo A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A utiliza o para a constru o do bloco ia al m era inten o da ACBJA manter na Capela funcion rios que pudessem viabilizar o atendimento aos visitantes tendo uma pequena recep o de apoio ao circuito de visita o Partindo deste conceito temos como estudo o processo de instala o do Bloco de Apoio junto Capela de S o Miguel Arcanjo situada na Pra a Padre Aleixo Monteiro Mafra s n Esta loca o foi estudada e discutida desde o in cio de 2004 passando por diversas solu es de loca o e layout Propostas Pi ENS VA Ve Figura 125 Levantamento Topogr fico da Pra a Padre Aleixo de
227. o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio com que se conservasse o alpendre apenas fechado pela grade com os esteios de madeira N PE Pg ri Maid A Ubel Pot i a Figura 50 Fichamento com foto do lado interno do corredor lateral com amostragem do revestimento da pintura no encontro das paredes 1939 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Em carta de Rodrigo Saia datada de 10 de Janeiro de 1940 este relatou que recebeu a informa o sobre os achados do alpendre lateral Assim o alpendre foi fechado com uma balaustrada de madeira de se o quadrada disposta diagonalmente embasado nas evid ncias e nos testemunhos dos moradores d segundo informes colhidos numa pesquisa que fiz entre velhos moradores toda extens o deste alpendre lateral era feita por uma grade de bala stres de se o quadrada colocados losangularmente Um dos informantes contou que nesta sala assim fechada funcionava a escola onde ele mesmo estudou quando crian a SAIA 1940 n o paginado Opini es Nem todas as decis es de restauro s o por todos acatadas Um exemplo o depoimento do p roco Frei Romano Roque em carta de 11 de Mar o de 1940 acervo IPHAN 9 SR SP 5 Visto que uma sala de dimens es mais ou menos amplas constitui hoje em dia uma imperiosa necessidade para o desenvolvimento da vida de uma par quia conveniente seria subdividir a gr
228. o Tiet Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 Figura 94 Mapa da Capitania de S o Paulo elaborado em 1765 por Luiz Antonio de Souza que foi Capit o General de S o Paulo em 1773 Localiza o da Capela de S o Miguel Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 AESP Mapa 08 02 18 O objetivo da atividade foi verificar o grau de preserva o do solo arqueol gico da Capela e entorno para avaliar a contribui o para estudos cient ficos e garantir que a restaura o do edif cio n o causasse impacto dos n veis arqueol gicos preservados A prospec o arqueol gica foi realizada com a abertura de cortes teste nos compartimentos da Capela e nos locais solicitados pela equipe de arquitetos respons veis Ap s o resgate de materiais arqueol gicos evidenciados e seu 61 Informa es coletadas junto a moradores antigos confirmam que urnas funer rias foram encontradas em 1954 no terreno do antigo cinema atual Igreja Universal do reino de Deus que se encontra a menos de 50 metros da Capela al m de terem sido encontrados na poca da instala o da Nitroqu mica um cemit rio ind gena T nia Cristina Bordon Miotto 130 EM K AN E A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio cuidado a an lise dos be
229. o da Cultura T nia Cristina Bordon Miotto 168 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Art 6 A conserva o de um monumento implica a manuten o de um espa o envolvente devidamente proporcionado Sempre que o espa o envolvente tradicional subsista deve ser conservado n o devendo ser permitidas quaisquer novas constru es demoli es ou modifica es que possam alterar as rela es volum tricas e crom ticas Carta de Veneza 1964 p 2 A Organiza o dos Estados Americano OEA promoveu na cidade de Quito em 1967 um encontro a respeito da conserva o e utiliza o dos monumentos em lugares de interesse hist rico e art stico recomendando o aproveitamento do potencial tur stico que poderia contribuir para gera o de renda principalmente nos pa ses carentes ou que n o disp em de recursos para realizar de forma adequada a conserva o de seu patrim nio A id ia de espa o insepar vel do conceito de monumento Considera es Gerais Normas de Quito 1967 p 2 Para os efeitos de legisla o confere tr s zonas de prote o uma rigorosa de maior densidade outra de prote o ou respeito e a ltima de prote o paisagem Para isso a revaloriza o ambiental implica em estudo do uso da zona para controle e da regulamenta o das zonas adjacentes densidade e rela o volum trica Nas Normas de Quito s o
230. o de todas as folhas de portas e janelas para identifica o e posicionamento nos v os originais As folhas foram retiradas bem como batentes e alisares quando necess rio e protegidos para evitar danos ao longo da execu o da obra Por meio de processos manuais ou ainda sopradores t rmicos retiraram se as sucessivas camadas de pintura e verificou se o ataque de insetos xil fagos No caso de comprometimento extenso mais de 1 3 das pe as houve a substitui o integral sem solu es paliativas de substitui o parcial por madeira similar de mesmo dimensionamento e caracter sticas seca e de qualidade Os segmentos que apresentaram fraturas ou remendos folhas locais de ferragens foram substitu dos por pe as id nticas repondo a estrutura e acabamentos tomando cuidado especial com os encaixes Todas as pe as foram fotografadas na desmontagem para controle e entendimento de remontagem As pe as novas foram identificadas para serem distinguidas das originais T nia Cristina Bordon Miotto 89 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Za x As pe as retiradas para substitui o foram guardadas e numeradas e as pe as novas em madeira foram constru das no mesmo dimensionamento e caracter sticas As ferragens foram retiradas para recupera o ou substitui o conforme estado de conserva o Todo cuidado foi tomado no aco
231. o direto ao p blico Figura 170 Vista externa do anexo rec m constru do 2009 Fonte T nia Miotto T nia Cristina Bordon Miotto 195 A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio dd Figura 171 Vista interna do anexo rec m constru do 2009 Fonte T nia Miotto 2 5 2 5 Capela Diante do fato de que a Capela possui diversos ambientes compartimentados ao redor do local de culto cada um com caracter sticas e ambi ncias diferentes foram projetados espa os expositivos que abordam a Capela de diferentes maneiras Apesar disso a exposi o segue uma linha de continuidade de conte do e desenho mantendo uma coer ncia espacial de mobili rio expositivo Boas Vindas O alpendre frontal tem uma rela o direta com a vis o externa da Capela sem displays ou totens Em um local pr ximo dentro da rota de acesso Capela ser posicionado um painel de piso com informa es de cunho geogr fico que trar explica es sobre o alpendre e seus elementos As interven es devem manter sua legibilidade distinguindo o autentico do novo mas sem romper a unidade da obra e sem medo de eliminar ru dos esp rios que perturbem a comunica o Essa filtragem corresponde ao que na historiografia se chama de an lise cr tica do documento AZEVEDO 2003 p 23 T nia Cristina Bordon Miotto 196 AT A A Capela de S o Miguel
232. o do arquiteto Jaime Lerner Prefeito de Curitiba em 1971 houve um esfor o no desenho e na hierarquia vi ria da cidade por meio da ilumina o p blica Pelo tipo de intensidade de luz localizava se na cidade Nas vias estruturais foi utilizada ilumina o com l mpadas de s dio enquanto as vias alimentadoras ou coletoras eram iluminadas com outras tonalidades de cor Ver 1984 livro de Jorge Orwell que retrata uma sociedade cujo passado era sempre mudado para que os cidad os acreditassem nos novos programas de um governo violento e ditatorial atrav s da destrui o e descaracteriza o do patrim nio hist rico num risco de anular a sensibilidade das gera es futuras e apagar os resqu cios sutis do passado T nia Cristina Bordon Miotto 144 Pd Y AN JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Dentre os principais pontos que a ilumina o p blica deve atender salienta se responder as fun es que se desenvolvem na cidade contribuir para a beleza de lugares ter impacto ambiental controlado e limitado consumir uma energia necess ria e promov la num custo adequado com as fun es urbanas necessidades e possibilidades do usu rio KIRSCHBAUM 2006 p 11 Pode se ainda acrescentar a seguran a do tr fego a inter rela o com a cidade de dia e de noite a melhoria da qualidade ambiental a maior legibilidade poss vel
233. o e Cultura que realizou um projeto compat vel com a tipologia arquitet nica da cidade a proposta teve partido neocolonial com alvenaria de tijolo e o m nimo de contraste com a arquitetura local Havia j a o risco de confundir o patrim nio verdadeiro com a inser o num falso hist rico sem distinguibilidade o turista desprevenido correria o risco de primeira vista tomar por um dos principais monumentos da cidade uma contrafa o ou ent o fracassada a tentativa ter amos um arremedo neocolonial sem nada de comum com o verdadeiro significado das velhas constru es COSTA 1939 3 1 1 Reafirma o de Princ pios No ano seguinte em 1939 o prefeito Dias recebeu uma maquete de Niemeyer com argumentos para a rejei o da proposta neocolonial frisada pelo memorando de L cio Costa 1939 n o paginado n o dever estranhar a vizinhan a de outras obras a boa arquitetura de um determinado per odo vai sempre bem com a de qualquer per odo anterior Na realidade houve uma mobiliza o dos arquitetos do SPHAN a respeito da constru o desta edifica o de grande porte na cidade colonial era tamb m uma oportunidade de reafirma o dos princ pios modernos da poca Costa sustentava a compatibilidade entre a arquitetura moderna e a colonial e ainda alertava no projeto de Niemeyer acentuar dentro dos limites impostos pela boa arquitetura e sem recorrer a nenhum proces
234. o noturna e que n o provoquem ofuscamento visando o uso eficiente com escolha de elementos a serem iluminados sem a produ o desnecess ria de luz e que distribuam as lumin ncias Fatores como cor da luz a vida da l mpada e a facilidade de manuten o entre outros devem ser considerados A cor importante para a visualiza o das imagens urbanas Os tipos de lumin rias s o essenciais na implementa o do projeto para controle e distribui o do fluxo luminoso sem produ o de ofuscamento Al m disso t m a fun o de proteger as l mpadas contra intemp ries e choques mec nicos As especifica es t cnicas destes equipamentos devem enfatizar o Monumento e n o o aspecto dos mesmos a ilumina o um instrumento de valoriza o do urbano da rela o entre a cidade e seus moradores e do sentimento de cuidado e aten o do poder p blico e da seguran a Lumin rias e equipamentos n o bastam A maior parte das fontes de ilumina o requer interven es na execu o dos projetos luminot cnicos Em constru es antigas cabe aos lighting designers a an lise os cuidados da preserva o e a determina o dos ndices de deprecia o das fontes e aparatos de luz T nia Cristina Bordon Miotto 143 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio N o submeter projetos de ilumina o pesquisa hist rica por em risco a
235. ociedade que permitiu um exerc cio refletindo que a arquitetura um elemento flex vel como aponta Zein 2007 p 2 para entender o cerne do assunto as muitas e variadas transforma es que as arquiteturas podem sofrer pelo desgaste dos tempos pelas mudan as dos usos pelas necessidades sempre cambiantes das sociedades E num reverso das variantes mas embora pare am semelhantes s o diferentes e embora substancialmente sejam a mesma coisa as nuances podem ser esclarecedoras se forem exploradas adequadamente e n o de maneira vaga ZEIN 2007 p 2 A Capela tamb m tem uma arquitetura que contrasta com o bairro como j visto no cap tulo desta disserta o em que descrevemos o entorno reafirmada pela localiza o na Pra a Padre Aleixo Destaque tamb m para a T nia Cristina Bordon Miotto 212 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio subutilza o da Capela nos ltimos anos antes do restauro subutiliza o tanto f sica quanto conceitual Este ponto de vista tamb m analisado em S o Miguel na revitaliza o urbana da Pra a Padre Aleixo Havia uma pr exist ncia e uma necessidade de interven o o patrim nio era latente e carecia de algo para se posicionar tanto em Registro como em S o Miguel Paulista quase que impercept veis com a legibilidade prejudicada tanto na forma como na est tica N
236. odo respeitoso em rela o ao preexistente J a distinguibilidade faz com que n o se induza o observador a confundir acr scimos com o que j existia anteriormente Art 10 Quando as t cnicas tradicionais se revelarem inadequadas a consolida o de um monumento pode ser efetuada atrav s do recurso a outras t cnicas modernas de conserva o ou de constru o cuja efic cia tenha sido demonstrada cientificamente e garantida atrav s da experi ncia de uso CARTA DE VENEZA 1964 p 3 A A interven o no patrim nio hist rico direcionada viabilidade da prote o e as metodologias aplicadas em edifica es antigas ainda n o exploradas indicam a necessidade de se combinar a autenticidade com a adequa o tecnol gica As interven es brasileiras analisadas revelam n o s a escassez de recursos como a falta de cr tica em torno dos crit rios e conhecimento de materiais e t cnicas dispon veis Ao equilibrar as estruturas de taipa de pil o com o emprego de m todos novos como indicava as Cartas de Atenas e de Veneza por especialistas orientados por L cio Costa havia o encobrimento dos acr scimos de concreto sob os lisos panos de argamassa com base em um modelo que assegurava uma condi o estrutural Depois de caiadas adquiriam uma brancura nunca vista fazendo contraponto com todo o madeirame uniformizado em tons escuros obtidos com solu o de estrato de nogueira Essa pureza ass ptica seria a recupera
237. odo geof sico utilizado conhecido no Brasil por geo radar ou radar de penetra o no solo Tem como inten o conscientizar o visitante em rela o ao trabalho realizado e sobre o potencial arqueol gico de S o Miguel T nia Cristina Bordon Miotto 197 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio M os a obra Conforme Ben volo 2001 p 37 se queremos conservar os artefatos tradicionais preciso salvaguardar os misteres tradicionais que em outros tempos serviram para construir tais artefatos e agora devem servir para mant los Assim n o apenas o fazer mas o saber que ficou preservado por alguma literatura cient fica e sobretudo o conhecimento vernacular dos manuais populares s o vitais para o conhecimento destes m todos Al m disso fundamentam a escolha dos procedimentos adequados a serem utilizados na conserva o restaura o auxiliando na compreens o do processo de degrada o diagn stico e consolida o Ambientes atr s do Altar Mor t m o objetivo de retratar as t cnicas construtivas usadas na Capela por meio de ferramentas materiais de constru o telhas e tijolos da pr pria Capela e de uma prospec o de parede revelando a taipa de pil o Neste sentido reafirma se que um projeto de restauro abriga de maneira articulada os aspectos materiais e t cnicos formais e documentais da obra KUHL 2007
238. on 1999 Para o primeiro h dois tipos de exposi o as educativas e as tem ticas e para o segundo s o tr s categorias onde o visitante tem participa o Somam se outros fatores como tempo de exposi o local acervo e p blico a quem se destina Partindo se do pressuposto de que a Capela de S o Miguel o ponto de partida toda a tem tica da exposi o foi desenvolvida considerando arte arquitetura e sociedade Elaborou se o roteiro de visita o interna baseado nos principais temas ligados ao monumento cada qual examinado minuciosamente a fim de que se estabelecesse uma linha de racioc nio dentro da hist ria do Templo No mbito da transmiss o patrimonial foram estudados os aspectos t cnicos e conceituais com o prop sito de compreender os assuntos individualmente e em conjunto dentro de aspectos presentes e retrospectivos A maneira de apresenta o da exposi o depende dos recursos empregados sonoros visuais t teis etc o que a torna uma exposi o did tica ou informal dependendo do uso desses recursos Apesar de estar na zona perif rica da cidade de S o Paulo a regi o apresenta f cil acesso por meio de transporte coletivo com esta o de trem e pontos de nibus A id ia que a comunidade de S o Miguel pudesse frequentar o local e que pessoas de outras regi es de S o Paulo tamb m conhecessem o espa o fazendo com que todos passem a ver a Capela como patrim nio cultural 4
239. onstatado a exist ncia desses tijolos A tijoleira encontrada nos referenciou a adot la por apresentar melhores caracter sticas para esse fim Ela foi preservada aplicando se o novo piso acima de um colch o de areia como prote o mec nica O novo modelo foi executado em uma olaria na zona rural da cidade de Salto SP T nia Cristina Bordon Miotto 84 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figuras 37 e 38 Detalhes do piso de tijoleira encontrados na nave abaixo do piso de varvito Foto T nia Miotto 2008 A pagina o encontrada nos tijolos estava em cacos mas as juntas de dilata o estavam ntegras primeira vista o material rec m colocado sem a p tina do tempo incomodava O interessante que a sujidade presente na Capela era uma marca A limpeza era necess ria e o aspecto do material novo se chocava com o j existentes mesmo limpo Na parte externa o piso de varvito foi mantido pois as prospec es arqueol gicas constataram um cal amento antigo abaixo do n vel existente encoberto pelo aterro de reformas anteriores Havia refer ncia de sua exist ncia pela documenta o fotogr fica Optou se ent o pelo refazimento do cal amento mas com outra fun o como uma cal ada de piso auto drenante encobrindo a canaleta de guas pluviais Essa refer ncia possibilitou um destaque na compreens o hist r
240. orciona um pano de fundo agrad vel para a exposi o Seguindo a mesma linha os pain is tamb m devem ser claros pois a sinaliza o deve se integrar ao espa o criando harmonia e n o obst culos ALAMBERT 1990 Em alguns casos ser feito o uso de cores mais marcantes para identificar m dulos e melhorar a percep o do ambiente pelas crian as As placas direcionais tamb m ser o consideradas devendo ser eficientes quanto localiza o dos espa os e eventos quanto ao sentido de circula o e sa da de emerg ncia sendo esteticamente agrad veis e discretas para n o interferirem na montagem em si Ilumina o Para Cassares e Petrella 2001 uma das causas mais comuns de degrada o de materiais de acervos a a o das radia es de luz tanto natural quanto artificial Ind cios de degrada o como desbotamento e mudan a de cor se caracterizam como danos silenciosos que atingem a estrutura qu mica al m da f sica No projeto ser previsto um sistema de ilumina o geral fixo com lumin rias desenhadas exclusivamente para n o agredir o espa o da Capela e a instala o de pontos de luz em locais estrat gicos A cor e a luz conforme enfatiza Alambert 1990 s o elementos importantes de comunica o visual de uma exposi o tanto do ponto de vista est tico como funcional O uso da cor e da luz atua diretamente na percep o psicol gica do visitante ajudando a criar a atmosfera dos ambientes
241. ordon Miotto 61 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Mas o fato de cada restaura o constituir um caso a ser analisado de modo singular em raz o das caracter sticas particulares de cada obra e de seu individual transcorrer na hist ria e n o obedecer a coloca es dogm ticas n o significa que a interven o seja arbitr ria Como j notara Frodl a teoria tende a uma generaliza o enquanto os monumentos s o sempre indiv duos KUHL 2005 p 10 Interven o 2006 Intervir em uma alvenaria hist rica requer o entendimento dos materiais sobreviventes e dos que v o ser utilizados na consolida o Assim an lises f sicas e qu micas se fazem necess rias com base em amostras a fim de identificar caracter sticas e preparar materiais compat veis Argamassas antigas s o heterog neas devido ao envelhecimento e mudan a micro estrutural entre outros fatores Importante definir o n vel de informa o necess ria para fundamentar a interven o determinando o aglomerante o tra o e os agregados para se conhecer propriedades como resist ncia textura e porosidade Uma condi o pr via s an lises das argamassas antigas ter objetivos claros e completa documenta o das amostras KANAN 2008 p 40 O material utilizado no restauro obedeceu ao princ pio da compatibilidade oferecendo resist ncia f sica e
242. ormas de madeira taipais montados verticalmente As espessuras das paredes de taipa de pil o salvo as grandes alturas variam de 40 a 80 cm e s o maci as transformando se em blocos r gidos depois de terminados LOUREIRO 1981 n o paginado A t cnica de taipa foi introduzida nas primeiras constru es paulistas pelo Padre Afonso Br s o primeiro arquiteto paulista O Padre Fern o Cardim em visita S o Paulo em 1585 tamb m citou o col gio e sua constru o revestida com o barro branco a tabatinga argila branca de revestimento obtida na Ladeira da Tabatinguera TOLEDO 2004 A cidade de S o Paulo em seus prim rdios tinha esta paisagem em constru o de terra o material m o dos primeiros habitantes na 27 falta de pedra e cal Segundo Saint Hilaire 1819 p 156 no s culo XIX ainda persistia o cen rio da terra As casas constru das de taipa muito s lida s o todas brancas e cobertas de telhas c ncavas nenhuma delas apresenta grandeza e magnific ncia mas h um grande n mero que al m do andar t rreo tem um segundo andar e fazem se notar por um aspecto de alegria e de limpeza Descoberta do alteamento Na Capela t o simp tica de S o Miguel daquela mesma regi o de S o Paulo o aspecto mais leve e gracioso resulta no alteamento da nave com paredes de adobe material muito empregado nas reformas e acr scimos do s culo XVIII e escoramento interno de madeira O feitio primitivo d
243. otecnia deve estudar as qualidades do edif cio que n o s o evidenciadas durante o dia como texturas transpar ncias e tridimensionalidade A luz um instrumento de informa o Objetos iluminados mais vis veis s o entendidos como os de maior poder de atratividade Esta quest o do valor do elemento perante o todo por meio da luz direciona o olhar no per odo noturno e estabelece uma hierarquia atraindo o observador por algo que justifique sua aten o Empregar a luz como ferramenta de linguagem modifica a percep o da arquitetura criando interpreta es sobre a configura o dos elementos Genericamente a dire o da luz produz diferentes interpreta es das formas e relevos e Direta a luz projetada de cima para baixo como a luz natural e Indireta a luz projetada de baixo para cima como projetores embutidos no piso para a valoriza o da fachada e Direta e indireta quando a luz projetada na vertical para baixo e para cima sem emiss o lateral horizontal e Difusa a luz projetada para todas as dire es sem ngulos definidos como difusores em vidro leitoso T nia Cristina Bordon Miotto 140 MA o a Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 106 Edif cio do Centro Cultural Banco do Brasil Utilizaram se projetores que iluminam verticalmente os pilares de sua fachada intensificando a
244. ouso de viajantes e inclusive cemit rio Anchieta chegou ao Brasil em 1553 junto com outros jesu tas ajudando a fundar a vila de S o Paulo de Piratininga em 1554 Situado na extremidade leste da capital S o Miguel surgiu como um aldeamento ind gena em povoado de brancos provavelmente em 1560 coincidindo com a extin o de Santo Andr da Borda do Campo e a transfer ncia de seus moradores para a vila de S o Paulo de Piratininga Essa invas o de brancos atemorizou os ndios guaianases que habitavam a vila de S o Paulo e acabou dividindo os entre os que permaneceram na vila e os que foram para outros locais Piquerobi irm o do ndio Tibiri deixou as imedia es do P tio do Col gio para se instalar com parte dos ndios dissidentes em um local conhecido como Urura formando a aldeia de Urura a primeira denomina o do bairro Anchieta para n o perder o contato com ndios dissidentes que se afastaram da vila de Piratininga conforme alguns registros indicam construiu em duas aldeias pr ximas pequenas Capelas uma dedicada a S o Miguel Arcanjo e 12 ver Costa 1978 13 Quanto t cnica exclu das as primeiras constru es sum rias de cobertura vegetal de pouca dura como diziam ent o os padres houve uma primeira s rie de edifica es ainda provis rias estruturas de madeira e barro de m o quase sempre assobradadas com compartimentos forrados e cobertura de telha COSTA 1978 14 N
245. ovo numa pr tica arquitet nica que testemunha o preexistente mas n o abre m o de fazer o que acha necess rio em cada circunst ncia CINTAMENTO CONCRETO LEGENDA ESTRUTURA DE REER EST SET DE CONCRETO ARUS TETE LSTEE SS PaagERRSO std DEN aim iah t EEE S Figura 64 Planta Levantamento restauro de 1940 com loca o das vigas e pilares de concreto realizado por Lu s Saia integrante do Projeto de Restauro Fonte Projeto M Palote e T Miotto 2006 T nia Cristina Bordon Miotto 107 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio aquilo que a restaura o deve almejar enquanto procedimento que na diversidade das t cnicas e meios necess rios a unidade metodol gica e a coer ncia de crit rios KUHL 2002 n o paginado 2 2 3 9 Restaura o dos Altares 1939 Saia enviou por M rio de Andrade o problema da pintura das partes de madeira da Capela diante da hip tese de que os altares mor eram primitivos e que sob as camadas recentes estariam outras mais antigas Houve a colabora o do pintor Paulo Rossi mas diante dos resultados insatisfat rios contratou se Gustavo Rebolo que encontrou em alguns lugares 4 ou 5 camadas sobre a pintura de jun o com o mordente A camada de pintura imediatamente ligada ao mordente e portanto a mais antiga formada de grandes panos cercados por duplo filete
246. p blico at 28 de fevereiro Al m disso existia a preocupa o com as pe as como a mesa de h stia RICARDO LU VINOS 30 NIWIOVIM P BLICO fez de tudo para ver show mais antiga do Pa s feita em jaca rand Corremos o risco de per der nosso patrim nio hist rico lembrou Zampieri O administrador regional de S o Miguel Rubens Rubio disse que a Prefeitura estar comprometida com os trabalhos de restaura o da igreja mas descartou a hip tese de n o realizar novos shows na pra a Padre Aleixo Aqui h falta de lazer Estamos cumprindo uma obriga o social explicou Esse foi o terceiro show organizado pela regional e segundo Rubio o pri meiro em que aconteceu algum ti po de problema A sa da encontra da pela Prefeitura ser levar gru pos de menor express o ao local Figura 21 Artigo de jornal informa que no show na Pra a Padre Aleixo o p blico usou o telhado da Capela como arquibancada Fonte acervo IPHAN 9 SR SP T nia Cristina Bordon Miotto 73 AN A A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Interven o 2006 Os elementos construtivos que fazem parte do conjunto devem ser conservados n o apenas nos seus aspectos formais que qualificam a sua express o arquitect nica ou ambiental mas tamb m nas suas caracter sticas tipol gicas como express o de fun es que
247. pela luz da preserva o Arq Gina Lo Caspi amiga e anjo da guarda terrestre que sempre me faz voltar terra em todos os devaneios da rea acad mica nas opini es diretrizes e partilha de conhecimentos Luis Saia um dos precursores nos caminhos de descobrimento e consolida o do patrim nio que tanto nos inspira M rio de Andrade pelas atitudes e paix o pela rea de preserva o e que tanto influencia os pesquisadores Universidade Presbiteriana Mackenzie um dos meus patrim nios de vida e carreira acad mica refer ncia dos meus ideais e pensamentos RESUMO Este trabalho busca conhecer e sumarizar a metodologia de projeto de restauro da Capela de S o Miguel Arcanjo em S o Paulo no prop sito de entender os posicionamentos de interven o que possibilitaram reintegr la comunidade bem como conhecer os procedimentos determinantes nesta nova qualifica o Como o objetivo pretende se investigar esta situa o que lhe conferiu import ncia e relacionar as a es da fase pioneira do IPHAN com as da interven o atual Nesta etapa deve se demonstrar que etapas preliminares e executivas acabavam acontecendo simultaneamente com empirismo de m todos de trabalho vis veis nas inacabadas pesquisas documentais nos fr geis registros orais na aus ncia de t cnicos e laborat rios e ainda pela falta de experi ncia anterior A partir dos efeitos da hist ria na identidade do Monumento com interess
248. piso de terra batida recortado no centro do c modo Fonte JULIANI L cia Relat rio Final Pesquisa arqueol gica na Capela de S o Miguel Paulista 2007 rea2e3 Na Capela Lateral o piso encontrado foi de varvito de itu assentado com terra Abaixo deste piso foi encontrada lajota cer mica e sob ela havia um contrapiso de tijolinhos e peda os de tijolos argamassa e pedras e ainda sob este o solo natural Um corte estratigr fico aberto junto porta de acesso ao anexo da Capela Lateral mostrava uma caracter stica especial e interesse porque tanto os batentes e soleira da porta quanto a nica janela deste c modo apresentavam se talhados com um rosto estilizado que lembrava carrancas Nome utilizado pelos ge logos para denominar um tipo de rocha sedimentar nica formada pela sucess o repetitiva de l minas ou camadas cada uma delas depositada durante o intervalo de um ano O varvito de Itu a mais importante exposi o conhecida desse tipo de rocha na Am rica do Sul O Parque do Varvito um verdadeiro monumento geol gico inaugurado em 1995 patrim nio tombado pelo Condephaat e foi constru do em uma rea de 44 346 m da antiga pedreira http Avww itu com br Acesso em 11 05 2010 a Figura de cara feia e disforme segundo os historiadores das barcas do rio S o Francisco nicas embarca es primitivas de povos ocidentais que usaram figuras de proa ou carrancas Surgiram na cultura nordestina no meio da civil
249. projeto e consolida o Nestes procedimentos altera es se fazem presentes considerando que esta atividade compartilha uma din mica e pertence a uma sociedade contempor nea mutante Encarada nesta forma de proximidade e envolvimento uma reafirma o do Bem Hist rico est se consolidando nos tempos atuais na forma de uma muta o que se solidifica ao longo do tempo Neste cen rio h a atividade de projeto de restauro que possibilita um crescimento do significado da interven o e a sobrevida do edif cio Inserido em um objetivo profissional que envolve esta problem tica de reflex o este trabalho tem como objeto o Restauro da Capela de S o Miguel Arcanjo em S o Miguel Paulista S o Paulo embasado em postulados te ricos pr ticos e experimentais e suas expans es significativas A verifica o do projeto se deve ao surgimento de a es eficazes capazes de direcionar um reconhecimento de como o Monumento incorpora seu tempo pr prio um grande desafio quando se pretende abranger novas tem ticas na arquitetura Especificamente no caso da edifica o analisada o estudo apresenta vari veis ligadas a pesquisa hist rica cadastramento pr tica e seu entrelace com a consolida o O convite por uma empresa especializada na rea de preserva o para participar do anteprojeto de restauro da Capela de S o Miguel Arcanjo em S o Miguel Paulista bairro da Zona Leste de S o Paulo foi um dos primeiros passos f E
250. qualquer fato t o interessante quanto o outro e merece ser enfatizado e transcrito na mesma medida HALBWACHS 2004 pp 89 90 As lembran as n o mais existiriam para Halbwachs quando assimiladas pela hist ria ou quando os grupos que as reproduzissem deixassem de existir Para Nora 1987 a mem ria inexiste porque passou a ser recuperada pelo T nia Cristina Bordon Miotto 32 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio discurso hist rico Este ponto de vista entre Hist ria e Mem ria investigado por Michael Pollak 1989 como uma abertura de novos caminhos feitos por estas mem rias marginalizadas dentro de uma Hist ria Oral A emerg ncia destas mem rias vem ocasionando uma disputa entre mem ria oficial e as mem rias subterr neas uma luta onde uma minoria marginalizada e silenciada reclamam uma afirma o POLLAK 1989 p 4 5 O homem que procura entender seu tempo e seu passado dentro do processo de globaliza o atual tamb m pleiteia uma identidade justificado pelo discurso do termo mem ria nos dias atuais A inten o de conservar o passado no presente subitamente se encontra com as peculiaridades que distinguem os grupos Como se observa mem ria coletiva n o se ap ia sobre a hist ria aprendida mas sobre a hist ria vivida e por hist ria preciso que se compreenda n o como uma sucess o cronol gica de
251. ramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio EM Visitas ao local e testes de luz s o importantes para a compress o do projeto e para efetivar o di logo entre proponente e cliente uma raconter une histoire Em Parati por exemplo o local dos lampi es foi mapeado e indicado para direcionamento do projeto al m da simula o da retirada do posteamento por meio digital Na cita o de Maria Elisa Costa sobre seu pai 2004 n o paginado a ilumina o dos monumentos nunca deve pretender ir muito al m de um luar forte deve mostrar a arquitetura tal como ela sem criar novos efeitos pl sticos Figura 11 Casas em Paraty Estudo para coloca o dos lampi es Fonte GON ALVES 2006 n o paginado Figura 112 Parati simula o da retirada do posteamento por meio digital Fonte GON ALVES 2006 n o paginado 2 4 5 City Beautification O Embelezamento de Cidades uma abordagem que incorpora a funcionalidade do sistema de ilumina o e seus efeitos est ticos e emocionais na i Express o francesa a hist ria que a luz conta da cidade por meio da concretiza o das inten es e das escolhas de projeto anuncia a escrita de uma hist ria do lugar atrav s da sensibilidade do imagin rio e das lembran as de modo a prop la aos cidad os inscrevendo a no espa o e no tempo http Awww monumenta gov br upload Palestra Ana Lucia Goncalves 1163509650 pcf T n
252. ran as podem ser refeitas com lembran as de outros mas precisam de pontos comuns tornando maior o entendimento do passado uma reconstitui o entre id ias de grupos para compreender uma lembran a Al m disso a mem ria individual referencia percep es produzidas pela mem ria coletiva e pela mem ria hist rica os quadros coletivos da mem ria n o se resumem em datas nomes e f rmulas que eles representam correntes de pensamento e de experi ncia onde reencontramos nosso passado porque este foi atravessado por isso tudo HALBWACHS 2004 p 71 Ou seja uma mem ria que se baseia no passado vivido mais do que sobre o passado incorporado pela hist ria escrita HALBWACHS 2004 p 75 A mem ria hist rica entendida como sucess o de fatos importantes na hist ria de um pa s enquanto que a mem ria coletiva relacionada na continuidade A Hist ria centraliza se em resumos de acontecimentos o que para Halbwachs faz das mem rias coletivas apenas detalhes o necess rio descobrir a atmosfera dos lugares mais do que ornamentos ruas que se destacam nas rela es da cidade o esp rito do lugar este o panorama vivo da Mem ria coletiva O que justifica ao historiador estas pesquisas de detalhe que o detalhe somado ao detalhe resultar num conjunto esse conjunto se somar a outros conjuntos e que no quadro total que resultar de todas essas sucessivas somas nada est subordinado a nada
253. rbana Arquitextos S o Paulo Vitruvius 2010 Dispon vel em lt http Ayww vitruvius com br revistas read arquitextos 10 118 3374 gt Acesso em 02 06 2010 Departamento do Patrim nio Hist rico secretaria Municipal de Cultura de S o Paulo http www prefeitura sp gov br cidade secretarias cultura patrimonio historico preservacao i ndex php p 430 Acesso em 12 01 2011 GALLO Haroldo Relato e reflex es sobre uma experi ncia de trabalho de restauro a interven o no antigo Cine Teatro Paramount em S o Paulo Dispon vel em lt http Awww vitruvius com br revistas read arquitextos 02 022 805 gt Acesso em 17 dezembro 2009 GODOY Pl nio City Beautification Ilumina o para o embelezamento das cidades Lume Arquitetura Revista Edi o no 4 De maio Editora S o Paulo S o Paul Abril 2008 Dispon vel em lt http Avww lume com br pdf ed04 ed 04 Ponto pdf gt Acesso em 01 jun 2010 GON ALVES Ana L cia Palestra Ilumina o Urbana de S tios Hist ricos Planos Diretores de Ilumina o Urbana IPHAN 2006 Dispon vel em lt http www monumenta gov br upload Palestra Ana Lucia Goncalves 1163509650 pdf gt Acesso em 01 jun 2010 GON ALVES Val ria Estad o com br Fotos 2009 Destaques Dispon vel em lt http fotos estadao com br alfredo volpi visao geral da capela do cristo operario com obras de alfredo volpi Acesso 15 fev 2011 GOROVITZ Matheus Os Riscos da Modernidade 2002 Dispon vel
254. rcanjo tinham o objetivo de valorizar seus aspectos originais Entretanto era necess ria a reinser o do Monumento no cotidiano da cidade na expectativa de gerar usos di rios As novas formas de uso propostas deveriam criar espa os de intera o com a popula o num desafio que somente um importante p lo social como a Capela realizaria A exposi o de dados que ressaltassem peculiaridades e agregassem valores sociedade contribuiria para a cria o de diretrizes fomentando a gera o de pol ticas p blicas e atividades afins Se cri ssemos condi es de uma nova percep o do Bem para ressaltar seu legado n o s de cunho religioso mas cultural e hist rico criar amos mecanismos para atingir um est gio que n o tinha a necessidade de esperar tantos anos por servi os de recupera o alguns b sicos outros essenciais Em julho de 2006 o projeto de restauro j contemplava uma proposta de uso e se iniciavam as pesquisas sobre o conceito de exposi es e educa o patrimonial T nia Cristina Bordon Miotto 181 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 2 5 2 2 Plano de Trabalho A quest o de ser um templo ou showroom abriu um debate sobre a fun o do espa o analisando iniciativas pioneiras de agentes culturais representantes da produ o das artes contempor neas Nestes espa os abertos o p blico parte integra
255. rede ou criar o efeito de uma nova rea de espa o www brasilcultura com br Acesso em 11 05 2010 T nia Cristina Bordon Miotto 200 AT A EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio As pinturas parietais consideradas durante muitos anos produtos de arte menor de arte decorativa n o foram objeto particular de estudo por parte dos historiadores de arte nem foram alvo de iniciativas especiais de conserva o e tutela Destru das em sua maior parte pode se afirmar que os poucos exemplos remanescentes antigos ou modernos nunca foram submetidos s indaga es das duas grandes linhas que regem a preserva o conservar ou restaurar Figura 177 Pintura mural do Altar lateral da Capela Fonte Santos Vitor 2010 Nave e Capela mor Ponto final da exposi o e o ambiente mais esperado do percurso esse espa o n o ter interfer ncias na leitura espacial Ele deve conter displays m veis totens que ser o distribu dos para nomear informa es referentes a pontos importantes do local como a pia batismal o p lpito os altares colaterais e o altar mor Reserva t cnica dep sito Ainda est em estudo qual seria o local ideal para este fim Ele se destina guarda do acervo n o exposto devendo apresentar condi es de seguran a e ilumina o adequadas sendo acessado apenas pelos funcion rios do museu T
256. reflex o sobre o exerc cio de projeto tem um car ter explorat rio seja um objeto arquitet nico ou um espa o urbano Essa reflex o passa pela compreens o do objeto existente e por um posicionamento conceitual determinado por quest es como autenticidade j que a interven o se d na maioria das vezes em obras realizadas por outros profissionais A consci ncia sobre essa press o de pocas entre recupera o e preserva o atravessa a d vida sobre a import ncia de itens numa investiga o que necessita de flexibilidade e ci ncia que se defronta com discuss es sobre os projetos de restauro H a necessidade de se acomodar s novas condi es de obra de achados arqueol gicos e de solu es t cnicas construtivas avan adas que trazem novos horizontes mas respeitando a conduta de projeto Aclamar pocas distintas buscar equil brio de arquiteturas como diz Carlos Lemos 2004 na pol mica restaura o da Esta o da Luz Mas o importante que n o se prejudiquem os espa os essenciais que efetivamente caracterizam o edif cio como a gare e a torre do rel gio por exemplo Fomos favor veis mudan a porque o tombamento n o pode significar a mumifica o http www arcoweb com br arquitetura pedro e paulo mendes da rocha museu sao 06 07 2006 htm Texto resumido a partir de reportagem de Evelise Grunow Publicada originalmente em PROJETO DESIGN Edi o 315 Maio de 2006 acesso em 12 01 2010 T n
257. rgila org nica cinza escura a preta sendo utilizado para revestimento de pisos cal adas tampo de mesa entre outros z O varvito uma rocha sedimentar e o tipo mais conhecido o da regi o de Itu no Estado de S o Paulo O Parque do Varvito foi criado ap s a transforma o da cidade em est ncia tur stica apesar da pedra ser caracter stica daquele local e ser conhecida e bastante aplicada na pavimenta o de cal adas e pisos dos espa os livres da cidade f A MaustoFranciscr goy seo Figura 33 Foto a rea do Parque do Varvito em ltu Fonte Modificado com base em Google Earth 2010 3 A mais importante exposi o conhecida desse tipo de rocha na Am rica do Sul monumento geol gico inaugurado em 1995 tombado pelo Condephaat constru do na rea de uma antiga pedreira T nia Cristina Bordon Miotto 80 AN ADE A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Restauro de 1939 Conforme Saia 1939 n o paginado O piso da nave est revestido com Lages assim como a volta toda do edif cio Este servi o recente e a sua conserva o me parece digna de estudo al m de funcionar preservando a base das paredes externas de humidade julgo ser uma solu o aceit vel para o problema da cal ada circundante necess ria Em outra carta de 21 de Junho Saia 1939 afirmou que 150 metros do edif cio n o
258. rgs br propar publicacoes ARQtextos PDFs revista 1 1 Kiefer pdf gt Acesso em nov 2010 T nia Cristina Bordon Miotto 186 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio O Espa o O conceito moderno de exposi es abrange espa os ativos onde acontecem eventos exposi es e palestras locais de pesquisa e estudo para que parte da comunidade leve em conta a ideologia os costumes e as tradi es do local Uma das principais fun es tamb m salvaguardar o seu acervo devendo ser tomadas as provid ncias que se fizerem necess rias para minimizar a a o do tempo e das condi es ambientais Pensando nesses aspectos o espa o na Capela de S o Miguel seria um local aberto comunidade com a inten o de interagir e provocar uma rela o de identifica o com os usu rios A inten o era possibilitar uma preserva o al m da mat ria que possibilitasse novas percep es como afirma Bo Bardi 1980 p 215 n o significa conservar as formas e os materiais significa avaliar as possibilidades criativas originais e ainda a estrutura profunda daquelas possibilidades Durante a elabora o do projeto pensou se no uso religioso e foi decidido pela sua perman ncia dentro de uma atmosfera j estabelecida Assim o partido do projeto foi sens vel para com as quest es a partir de uma demanda atual para propiciar
259. ria o mais importante no que diz respeito pintura entretanto determina o da t cnica empregada nem sempre poder ter uma resposta cient fica e portanto a cautela e a experimenta o com os materiais a serem utilizados na restaura o n o dever o ser consideradas quest es sup rfluas de um reconhecimento gen rico realizado sobre base emp rica e n o cient fica da t cnica utilizada na pintura em quest o Todos os m todos e materiais usados na conserva o e no restauro das pinturas murais devem ter em aten o a possibilidade de futuros tratamentos Carta do Restauro 1972 Anexo C p 11 A utiliza o de materiais novos deve ter como base testes laboratoriais e experimentos em outras interven es em vista do pouco conhecimento do emprego da t cnica estimulando a pr tica de t cnicas conservadoras e respeitando a harmonia com a pintura e estruturas existentes Hist ria Pintura e escultura exercem na arquitetura fun o nitidamente arquitet nica Pintura e escultura poder o ter vida independente No entanto quando aplicadas a arquitetura tornam se detalhes de um todo Cabe ao arquiteto coordenar e conjugar todos estes esfor os O trabalho final deve reunir harmonicamente a fun o a t cnica e a pl stica LEVI 1954 n o paginado As pinturas parietais foram consideradas durante anos produtos de arte menor e n o foram estudadas por historiadores Por m t m sido express es da cria o humana
260. riam mostrar claramente a poca de execu o por m com discri o Questionando sobre as consequ ncias dessas determina es como ficaria uma edifica o ap s v rias interven es Com tantos elementos diversos como ficaria a quest o da harmonia A Confer ncia de Nara realizada em novembro de 1994 no Jap o foi baseada na Carta de Veneza e abordou a quest o da autenticidade ligada ao valor intr nseco do Bem e identidade cultural da regi o em que ele est inserido No ano seguinte a Carta de Bras lia destacou que a autenticidade dos valores se manifesta e se mant m na veracidade dos patrim nios que recebemos e transmitimos A interven o deve resgatar o car ter do edif cio ou de seu conjunto sem modificar sua ess ncia e equil brio destacando seus valores e a no o de que os novos elementos introduzidos devem ser revers veis e se harmonizar com o conjunto Aqui j n o aparece a necessidade de se utilizar materiais diferenciados Mas que valores devem ser preservados e qual a verdadeira ess ncia do trabalho de restauro 4 E gia Documento internacional sobre conserva o e restaura o de monumentos e s tios promulgada em Veneza em maio de 1964 Ela procede a Carta de Atenas de 1931 o primeiro documento a estabelecer princ pios internacionais para conserva o e restaura o T nia Cristina Bordon Miotto 29 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferra
261. ro do Semin rio Internacional sobre a Revitaliza o de Centros Hist ricos de Cidades da Am rica Latina e do Caribe SIRCHAL Salvador 2000 Refer ncias Web ALMEIDA Francisco A representa o gr fica digital de edif cios hist ricos limites e possibilidades de a es educacionais S tio Arqueol gico S o Francisco Computa o gr fica pesquisas e projetos rumo Educa o Patrimonial Semin rio S o Paulo 2008 AHMWL DPH SMC PMSP Dispon vel em lt http Anww arquivohistorico sp gov br gt Acesso em 30 julho 2009 T nia Cristina Bordon Miotto 230 yi Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio AMARAL Vanine Borges CAB S Ricardo Iluminando edif cios Hist ricos um estudo para o munic pio de Pilar AL In ELACAC 2005 Macei Alagoas UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 2005 Dispon vel em lt http Avww ctec ufal br grupopesquisa grilu arquivos lluminando edificios historicos pdf gt Acesso em 21 abr 2010 APARECIDO Camilo Curiosidades do Vale do Ribeira e suas Cidades Hist ria do Munic pio de Registro Dispon vel em lt http camiloaparecido blog terra com br category historia do municipio de registro gt Acesso em jan 2011 APM Associa o Cultural Arquivo P blico Mineiro Fotografias Belo Horizonte p 3 Dispon vel em lt http www siaapm cultura mg gov br modules fotografico docs
262. ropolitana 2 3 2 A rea de Pesquisa Situada pr ximo ao topo de uma eleva o na margem do antigo curso do Rio Tiet antes pr ximo da Capela e atualmente retificado e desviado para um novo tra ado O local foi ocupado de forma cont nua e os vest gios materiais passaram por v rias interfer ncias A Pra a Padre Aleixo Monteiro Mafra onde est 9 S o Miguel foi fundamental no processo de coloniza o do planalto al m de Nossa Senhora da Concei o dos Pinheiros e Itaquacetuba fundadas em 1560 Nossa Senhora da Concei o dos Guarulhos teve in cio em 1580 Na Regional do Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional foi respons vel pela restaura o de mais de 30 edifica es entre as quais as casas do Bandeirante e do Caxingui Luis Saia nasceu na cidade de S o Carlos SP 1911 Iniciou seus estudos naquela cidade transferindo se sucessivamente para Campinas e S o Paulo onde se graduou em engenharia e arquitetura pela Escola Polit cnica da Universidade de S o Paulo T nia Cristina Bordon Miotto 129 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio a Capela foi citada oral e textualmente como o local do aldeamento de S o Miguel de Urura e constitui se o foco da pesquisa Figura 93 Implanta o da Capela de S o Miguel em imagem tomada a partir da Rodovia Ayrton Senna Em primeiro plano a v rzea do ri
263. rrumado empilhado Por maior que seja o prazer que se tenha de ver cada quadro de per si o conjunto assim em massa amontoado cansa aborrece A vizinhan a destr i a quantidade esvaloriza E os velhos guardas que se arrastam naquela atmosfera de catacumba de coisa morta Na Capela era percept vel a necessidade de se trabalhar o contexto justificada pela import ncia hist rica e pela vis vel car ncia de divulga o do Bem As informa es disponibilizadas na pesquisa hist rica e iconogr fica formataram um grande material que pedia uma organiza o e um formato Somada a amplitude dos espa os a linha de conduta adotou preceitos b sicos apresentados pela metodologia do restauro aplicada em projetos de interven o realizados nos bens culturais e m nima interven o e reversibilidade e distinguibilidade O espa o f sico da Capela de S o Miguel sofreu altera es ao longo do tempo fruto das vontades e necessidades ao longo de quase quatrocentos anos o que revela um grande potencial informativo que poderia ser explorado para gerar conhecimento Seguindo esse racioc nio e tendo em mente que a escolha de um uso deve ser compat vel com o espa o foi idealizado um circuito de visita o que se iniciaria em um corpo anexo ao da Capela e nela adentraria conservando concomitantemente o seu uso religioso 81 In KIEFER Fl vio UFRGS Arquitetura de Museus Arqg Texto p 18 2001 Dispon vel em lt http www uf
264. s da vitrine devem ser seguidas as recomenda es para a manuten o equilibrada da taxa de umidade relativa do ar HR e a temperatura interna Para mudar o microclima no interior das vitrines deve haver meios el tricos umidificadores e desumidificadores T nia Cristina Bordon Miotto 202 AN ADE A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio acoplados s vitrines ou certos materiais como a s lica gel que consegue diminuir as varia es de umidade relativa O pessoal encarregado do manuseio e transporte de pe as do acervo dever receber treinamento espec fico para a execu o dessas tarefas que s o de extremo cuidado s s lica gel reage com as varia es do grau higrom trico do ar contido no interior das vitrines tornando as flutua es menos bruscas T nia Cristina Bordon Miotto 203 lema Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio 3 1 PRIMEIRO MOMENTO RESTAURO DE LU S SAIA E O GRANDE HOTEL OURO PRETO Em 1938 o prefeito de Ouro Preto Washington Dias teve a iniciativa de construir um hotel com o apoio de Rodrigo Mello Franco de Andrade diretor do SPHAN na inten o de explorar o potencial tur stico da cidade Ele direcionou o projeto a Carlos Le o membro da equipe de arquitetos do MEC Minist rio da Educa
265. s e teriam sua forma de apresenta o organizada ora em bancadas ora em exposi es lineares com pain is suspensos Agregariam volumes e luzes focais havendo destaques e organiza o de informa es conforme tema espec fico Haveria tamb m uma integra o hist rico espacial na medida em que neste espa o aconteceriam exposi es tempor rias com temas e artistas atuais Nesse espa o existiria uma linha do tempo onde seriam oferecidos dados informa es e imagens sobre a evolu o da Capela do bairro e sua intera o com a cidade T nia Cristina Bordon Miotto 183 F PAS i Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio AAN CARENLAc O A ACEO VOITANTES m ceto p o 7 Puerto wwa ES AceEMo RESTO Figura 159 Primeiros Estudos de Circula o Fonte T nia Miotto 2006 Figura 160 Primeiros Estudos Totem externo Localiza o esquem tica dos Monumentos Paulistas do S tio Santo Antonio Nossa Senhora da Escada baseado em desenho do Livro Morada paulista Lu s Saia Fonte T nia Miotto e Marcelo Palote 2006 T nia Cristina Bordon Miotto 184 PATNA Aa E A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 161 Banco concebido para a igreja S o Louren o dos ndios em Niter i Maur cio Azeredo Fonte GR
266. s em muretas de blocos de pedras Aproveitando o talude frontal a proposta era construir tamb m na lateral esquerda por m mais frente Seria uma liga o entre o n vel da rua mais baixo e o da Capela e n o interferia na visualiza o do Monumento como acontecia com o antigo palco existente 71 Padre Aleixo Monteiro Mafra nascido na cidade paulista de Guaratinguet em 1901 chegou no bairro para tomar posse de sua par quia velha Capela em 1941 Em 1964 Padre Aleixo foi afastado da Par quia de S o Miguel Paulista pela C ria Diocesana ap s 23 anos de servi os prestados Seu afastamento n o foi devidamente esclarecido tendo causas contradit rias Em sua homenagem a Pra a leva seu nome T nia Cristina Bordon Miotto 160 AN s rA A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Segunda estudo tomova portida da desenho anterior da Praga caracterizado por desn veis escadarias e jardins suspensos Apraveitonda um tolude farmado por um aterro de parte da terrena da pro o ero proposto a locoliza o oindo no loteral mos mois frente servindo de liga o entre o n vel da rua e g da Capela Este estudo tinha como deavantagem propor o Bloco como um elemento vis vel ainda que n o interferisse no visualiza o do monumento E R cum ami Eme soe APOIO 2 ESCALA N O INDICADA CAPELA DE
267. s lumin rias foram estudados os formatos as cores e a manuten o al m da fixa o dever causar a m nima interfer ncia no Bem S o na sua maioria geom tricas com linhas limpas na cor branca e de pequenas dimens es blocos de luz que se integram no contexto Para fixa o dos elementos a op o foi sobre o madeiramento com cabos de a o ajust veis na altura nunca sobre a taipa H tamb m elementos autoportantes na ilumina o dos altares por m sempre encobertos por um pano de parede ou seja n o s o vis veis para o observador que s visualiza o facho de luz Altar Mor A principal aten o foi a Capela As lumin rias foram coadjuvantes do contexto hist rico por m tinham uma linguagem que respeitou o momento do Patrim nio dentro de uma interven o que introduziu modernidade mas que reconheceu seus limites Quanto quantidade de luz a proposta foi destacar alguns elementos e propor uma ilumina o condizente ao meio religioso em quest o sem ofuscamento ou excessos Infelizmente na Capela foi realizado um projeto pontual por m que se integrou Pra a longe do ideal Projeto de Ilumina o Urbana do entorno o que enriqueceria toda a leitura do conjunto Na Capela foi escolhida uma lavagem de luz n o equipamentos que criassem desenhos sombras e luzes fazendo ressaltar o principal elemento a simplicidade A ilumina o da pra a e do Monumento tornou o equipamento mais vis vel e mais se
268. seu tempo Faz se necess rio e urgente incorporar emblematicamente a tecnologia a ilumina o atividade arquitet nica em todos os seus aspectos MASCARO 2005 n o paginado 153 T nia Cristina Bordon Miotto ARS AE Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio MULA E B a AT 9 r B il F NSS NNN HE imis RNE ZA ad CO f PISO T RREO Figura 121 Planta de Ilumina o Piso T rreo Fonte Projeto Cia de Ilumina o Eng Carlos Bertolucci 2 5 REVITALIZA O URBANA Para se eliminar a cis o entre o presente e o passado necess ria se torna a considera o hist rica do resultado arquitet nico ao qual chegamos hoje Desenvolvimento hist rico n o significa concilia o e sim exame cr tico profundo BARDI 1995 p 69 T nia Cristina Bordon Miotto 154 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio A restaura o n o se estabelece buscando refer ncias de tempo ou estilo A integra o do monumento na vida moderna tamb m tem que ser evidenciada com interven es contempor neas fundamentais para que se estabele a uma leitura e um est mulo para a formula o de percep es individualizadas da hist ria narrativas pessoais e coletivas Atualmente as rela
269. sica e hist rica no estudo dos monumentos s o realizados levantamentos coordenados por um arquiteto com o Dispon vel em lt http Awww vitruvius com br revistas read arquitextos 02 022 805 gt Conforme Brandi 1963 p 4 o conceito de restauro se apresenta como o momento metodol gico do reconhecimento da obra de arte na sua consist ncia f sica e na sua d plice polaridade est tica e hist rica com vistas sua transmiss o para o futuro T nia Cristina Bordon Miotto 38 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio aux lio de um historiador para estabelecer diretrizes necess rias para o trabalho Este posicionamento vem ao encontro da afirma o de Brandi fundador do Instituto Central de Restaura o ICR em Roma em 1939 e diretor por duas d cadas onde a atua o de restauro deve se afastar do empirismo e aproximar se da cr tica com base em disciplinas correlatas como hist ria filosofia sociologia etc A organiza o do Instituto sendo baseada no conceito de restaura o como cr tica filol gica segundo o qual se recomenda restaurar inicialmente aquilo que resta de uma obra de arte a dire o do Instituto foi confiada n o a um restaurador mas a um historiador da arte secundado por um comit t cnico composto de arque logos de historiadores da arte e de cr ticos de arte BRANDI 2004 p 42 44 E
270. so de simula o a semelhan a entre as duas t cnicas NIEMEYER 1939 9 O neocolonial valorizava a arte tradicional atrav s de elementos coloniais brasileiros para os modernos o popular e tradicional deveriam sofrer uma releitura n o uma imita o GON ALVES 2005 p 31 O esp rito inovador da nova linguagem arquitet nica interligou os procedimentos de interven o no patrim nio edificado e as solu es encontradas na arquitetura colonial brasileira in MOTTA 1987 99 O Grande Hotel Ouro Preto foi emblem tico para o arquiteto uma das obras iniciais antes da Pampulha e um dos poucos projetos onde o arquiteto sua arquitetura com um vocabul rio colonial brasileiro 100 Memorando sem data provavelmente entre janeiro e mar o de 39 COMAS 2002 T nia Cristina Bordon Miotto 205 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio apud CAVALCANTI 2006 p 112 Foi a primeira ocasi o no posicionamento do IPHAN de um enfrentamento do tradicionalismo com o movimento moderno A consultoria de Costa foi decisiva no abandono da imita o neocolonial Ele foi figura chave na arquitetura moderna no Brasil seja pelo projeto do Minist rio da Educa o seja pelo aux lio na defini o das diretrizes de preserva o no Brasil assim como Saia que tamb m foi respons vel pelas primeiras posturas de interven o no Brasil
271. sons durante os cultos realizados uma vez por m s na Capela ainda existiam Assim optou se por um guarda p acima do ripamento existente com aplica o de sub cobertura imperme vel deixando o madeiramento das tesouras existentes mostra 38 In Restaura o e recupera o da Capela de S o Miguel Arcanjo realiza o Diocese de S o Miguel Paulista e Associa o Cultural Beato Jos de Anchieta T nia Cristina Bordon Miotto 77 Ea A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio ui L l a m o o o e cg Planta Forro sem escala LEGENDA forro existente H telha v forro de madeira Figura 30 Planta Forros existentes Projeto Executivo de Restauro 2006 Fonte M Palote e T nia Miotto T nia Cristina Bordon Miotto EM A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio a ANN n p Planta Forro sem escala LEGENDA forro proposta telha v N foro de madeira guarda p com tesoura aparente Figura 31 Planta Forros Projeto Executivo de Restauro 2006 Fonte M Palote e T nia Miotto di Introdu o de quarda p em madeira AN Introdu o de guarda p em madeira entre frechal
272. ssagem da obra de arte no tempo p 33 Ainda que se busque com a restaura o a unidade potencial da obra conceito de todo distinto de unidade estil stica n o se deve com isso sacrificar a veracidade do monumento seja atrav s de uma falsifica o art stica seja de uma falsifica o hist rica A partir disso h de se tomar cuidado com as pr ticas de restauro para que n o originem um ato art stico hist rico sem fundamento e que criem evid ncias temporais sem valor Substitui es que intitulam uma volta a um estado primitivo n o um restauro No chamado falso hist rico a opera o do restauro n o se legitima In Restaura o Arquitett nica A experi ncia do SPHAN em S o Paulo 1937 1975 Cristiane Gon alves T nia Cristina Bordon Miotto 64 li Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Se a restaura o para ser reconhecida como aut ntica n o preconiza uma volta a um tempo anterior ou a supress o da hist ria qual atitude tomar As interven es fazem parte de uma sequ ncia de acontecimentos e as id ias de Brandi 2004 nos permitem perceber que a obra de arte se atualiza e se processa num reconhecimento pelas pessoas em um atualizar que integra uma an lise cr tica e que pode reconhecer a autenticidade de qualquer tipo de interven o A solu o adotada no restauro n o foi a mesma util
273. sta metodologia de estudo e interpreta o dos dados confrontada com as informa es das fontes de pesquisa compondo assim um exaustivo estudo sobre o monumento elaborado de diversos pontos de vista relativos obra original conforme declara o da Carta do Restauro 1972 Anexo B p 9 Um diagn stico minucioso das condi es e causas da degrada o e decomposi o das estruturas deve anteceder qualquer interven o As propostas integrantes do trabalho t m que ser fundamentadas e justificadas e as prefer ncias dos arquitetos ou da equipe de restaura o n o devem prevalecer em detrimento da manuten o do suporte e representa o da mem ria express o da cultura pelos s culos Submete se o Estudo Preliminar an lise pr via dos rg os de preserva o competentes as demais etapas do projeto Projeto B sico de Arquitetura B sicos Complementares de Engenharia Projeto Executivo detalhamento dos projetos de arquitetura e complementares demonstram como as etapas de cadastramento e projetos se estruturam e se relacionam z O objetivo b sico da preserva o e da conserva o ter como prioridade a manuten o da autenticidade e da integridade hist rica baseada em estudos e avalia es respeitando os valores est ticos e hist ricos e a integridade f sica da estrutura do s tio As interven es procuram seguir princ pios de reversibilidade ou seja n o prejudicar futuros trabalhos
274. stente trazendo uma nova cor e reconfigura o espacial estabelecendo uma nova poca condizente com as necessidades presentes de fluxo resist ncia e reposi o No alpendre lateral da Capela onde em 1940 foram encontrados ind cios de outra configura o preservou se um muro de taipa e foi criada uma rea semi aberta que recebeu muitas cr ticas frente a um entorno descampado Em 2002 a configura o da pra a envolt ria n o trouxe o inconveniente do excesso de ventila o j a revitaliza o da Pra a em 2009 criou uma visual para o templo com um novo corredor de vento e a justificativa da t o discutida vidra a de fechamento aconteceu Assim o fechamento desejado quase 70 anos atr s se repetia frente necessidade de um novo tempo Foi preciso entender uma nova l gica para criar uma nova ordem como aponta Gon alves 2007 O encaixe do esqueleto de concreto solu o t cnica que se repetiria em outros restauros do SPHAN entre desejo e necessidade era distinto do material existente A caia o que tudo encobriu n o deixou vis vel o procedimento mas havia os registros de Saia 1940 Quando retiramos os panos soltos da caia o e o concreto se mostrou a terra vermelha com o bloco monol tico cinza chocava por m a estabilidade do patrim nio se manteve frente s pr teses modernas Em 2006 foi averiguada a estabilidade do material mapeado e mantido Era uma assinatura moderna O toque nos altares decapag
275. stres na Pra a Padre Aleixo 174 Figuras 144 e 145 Foto 5 entorno e visual do grande espa o livre Foto 6 banca de jornal e ao fundo o antigo Cinema na Pra a Padre Aleixo 174 Figuras 146 e 147 Foto 7 bancos e entorno Foto 8 Espa o Livre com a Capela ao fundo 174 Figura 148 Foto 9 Capela com o novo gradil 175 Figuras 149 e 150 Capela de S o Miguel esq Estrada RJ SP circundada por rvores com cruzeiro em destaque dir cruzeiro beira da Estrada RJ SP 1939 176 Figura 151 Capela de S o Miguel com estrada RJ SP frente 1940 176 Figuras 152 e 153 esq Capela de S o Miguel com im veis lindeiros ao fundo dir vista do Alpendre Lateral 1939 177 Figura 154 Capela de S o Miguel com im veis lindeiros ao fundo e na Lateral Esquerda 1940 177 Figuras 155 e 156 Capela de S o Miguel com muro pr ximo Capela lateral e Capela Mor distante apenas 0 40m do Monumento o muro pertencia a uma propriedade particular na parte posterior 1940 178 Figura 157 Croqui de localiza o da Capela e do lote para constru o de edif cio com 4 pavimentos 179 Figura 158 Croqui de estudo de gabaritos de edifica es ao redor da Capela A seta vermelha mostra a localiza o do Monumento 180 Figura 159 Primeiros Estudos de Circula o 184 Figura 160 Primeiros Estudos Totem externo Localiza o esquem tica dos Monumentos Paulistas do S tio Santo Antonio Nossa Se
276. t ncia observando que a veda o proposta alcan aria um limite n o sendo integral haveria uma ventila o superior id ntica nave da Capela DETALHE ESC 1 10 DETALHE ESC 1 50 ESC 1 10 Figura 52 Prancha 21 parte integrante do Projeto de Restauro Detalhe do fechamento em vidro da balaustrada lateral Fonte M Palote e T nia Miotto T nia Cristina Bordon Miotto 96 ON A A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Loo a vari vel as tipo dobradi a 3 11 VISTA A ESC 1 50 Figura 53 Prancha 21 parte integrante do Projeto de Restauro Detalhe do fechamento em vidro da balaustrada lateral Fonte M Palote e T nia Miotto A outra op o seria a manuten o das balaustradas sem o fechamento Hip tese descartada Todas as decis es foram discutidas com os rg os competentes e apresentadas comunidade da o tempo do trabalho e o tempo do restauro N o h como fazer um bom trabalho rapidamente H muitas pessoas envolvidas o patrim nio de todos e envolve profissionais rg os e comunidade que necessitam discutir e pensar as atitudes em conjunto ou seja alem de lidar com os dados do passado presentes no pr prio objeto arquitet nico a fim de compreender sua l gica em muitos casos o novo programa vai exigir que seja criada uma nova ordem modificando
277. t tulo de Mestre em Arquitetura e Urbanismo Aprovada em BANCA EXAMINADORA Prof Dr Jos Geraldo Sim es J nior Orientador Universidade Presbiteriana Mackenzie Profa Dra Beatriz Mugayar K hl Universidade de S o Paulo Prof Dr Cecilia Helena G R dos Santos Universidade Presbiteriana Mackenzie A Deus que me concedeu al m da vida meus maiores patrim nios minha fam lia que me forneceu as ferramentas de entendimento do estudo essencial nossa forma o enquanto seres pensantes e humanos meus sobrinhos que me fazem reconhecer novas linguagens atrav s da meiguice da inf ncia meu marido Reinaldo que sempre me d asas pra v os mais altos me possibilitando novos olhares sobre todas as inst ncias AGRADECIMENTOS Ao Prof Jos Geraldo Sim es J nior por ter aceito meu convite como orientador que com serenidade e objetividade tanto me auxiliou nesta empreitada Professora Dra Beatriz Mugayar K hl e Prof2 Dr Cecilia Helena G R dos Santos agrade o pela participa o da banca coment rios que enriqueceram o trabalho e que muito agregaram no desenvolvimento desta disserta o Ao Prof Marcos Jos Carrilho pelo muito que me ensinou durante meu trabalho e pelo carinho e aten o dedicado em todo o processo extensivo a toda equipe do IPHAN 9 Regional SP Eng Maria Aparecida Soukef Nasser por me abrir as portas do patrim nio e enxergar a arquitetura
278. terna da Capela Lateral com detalhe dos rasgos para recebimento do concreto armado Esta parede foi encontrada com rasgos e preenchimento com v os em madeira 101 Figura 62 Fachada Frontal Levantamento restauro de 1940 com loca o das vigas e pilares de concreto realizado por Lu s Saia integrante do Projeto de Restauro 102 Figura 63 Corte esquem tico da Capela de S o Miguel parte integrante do Projeto de Restauro com levantamento das paredes de taipa em sentido vertical e horizontal 106 Figura 64 Planta Levantamento restauro de 1940 com loca o das vigas e pilares de concreto realizado por Lu s Saia integrante do Projeto de Restauro 107 Figura 65 Ficha catalogr fica com detalhe do Altar da Sacristia 109 Figura 66 Altar da Sacristia com C moda ap s o restauro 1940 110 Figuras 67 e 68 esq arco Cruzeiro e Altar Mor vista Geral 1940 dir altar lateral 110 Figura 69 Ficha de cataloga o 111 Figuras 70 e 71 esq detalhe pintura do Altar Mor dir detalhe do Altar lateral de S o Francisco 1940 111 Figuras 72 e 73 esq detalhe do Altar DA Capela Lateral 1940 dir detalhe do Altar lateral de S o Francisco 1940 112 Figuras 74 e 75 esq imagem N Sra da Concei o barro 1940 e dir ap s os danos em agosto 1953 113 Figuras 76 e 77 Imagens Sant Ana e N Sra da Concei o barro 1940 dir Imagem S Miguel depois de uma pesso
279. tes Todas as pe as foram mantidas e submetidas aos procedimentos b sicos de preserva o tendo como caracter sticas e Confeccionadas em madeira as vergas pe a de madeira que se p e horizontalmente sobre a ombreira ou batente s o em linhas retas e Janelas em duas folhas cegas que se abrem para o interior do Monumento com balaustres de sess o quadrada dispostos diagonalmente e Presen a de Gonzos dispositivo em madeira que permite a rota o da folha da janela em torno de um eixo formado basicamente por um pino um espig o macho que penetra e gira dentro de uma cavidade cil ndrica chamada cachimbo ou f mea T nia Cristina Bordon Miotto 88 E SA A fg Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio e Portas em madeira com uma ou duas folhas Destaque para a treli ada da Capela Lateral a do Confession rio e a da Entrada Lateral e suas almofadas com inscri es em baixo relevo e M nimas ferragens em ferro do tipo dobradi a ou fechaduras Figuras 42 e 43 A esq foto da porta do Confession rio Sacristia A dir a porta entre a Capela Lateral e a Nave Fonte Campoy 2004 As esquadrias apresentavam se pintadas verde paris ou com resqu cios de pintura branca Realizou se a prospec o estratigr fica apresentando material para execu o da pintura posterior com numera o com base em marcadores no top
280. tet nico e as Obras de Arte Integradas permitem o estudo do repert rio formal da edifica o e de sua linguagem decorativa a fim de detectar caracter sticas perdidas e a reconstru o da espacializa o Estes dados s o importantes para conhecer o estilo que se est trabalhando tendo em mente suas peculiaridades elementos formais e decorativos caracter sticos 2 2 PROJETOS 2 2 1 Levantamento M trico Arquitet nico Documento hist rico e instrumento para poss veis interven es o levantamento m trico arquitet nico consiste num registro gr fico do im vel T nia Cristina Bordon Miotto 54 AT A EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio constru do baseado na tomada de medidas das fachadas ambientes e detalhes construtivos essenciais leitura do edif cio Ele se completa com o levantamento das instala es existentes no edif cio sejam elas el trica hidr ulica e sanit ria identificando e desenhando em planta sua localiza o Tamb m realizado o levantamento dos elementos art sticos m veis e integrados pertencentes ao Monumento parte integrante do seu acervo e hist ria Esse levantamento permite a visualiza o do Monumento e da distribui o dos ambientes internos ou seja aponta as caracter sticas do tipo arquitet nico e signo de uma poca ELEVA O 03 CORTE AA CORTE BB CORTE CC
281. todologia inserindo refer ncias e pensamentos Na primeira parte remete se que o pr existente para ser tocado precisa ser conhecido na totalidade opera o que se faz presente nos dias atuais e que dentro dos limites entre o antigo e o novo faz reconhecer a necessidade do di logo e a intera o com o conhecimento adquirido sobre o edif cio Um estudo exaustivo e interdisciplinar mostra as particularidades do Bem e de seu valor refer ncia para entender a heran a vinda dos tempos que formaram uma identidade Neste racioc nio temos as decis es tomadas na Capela como um grande aprendizado onde a inten o foi construir uma arquitetura que abra asse a preserva o entre as pocas j mencionadas Em alguns casos as posturas foram conservadas em outros foram refeitas e tamb m realizadas uma nova interven o A mem ria fez questionar o que manter como lembran a estudando um tempo que vinha acima de uma hist ria e redescobrindo o esp rito do lugar onde os detalhes somados e estudados resultaram num conjunto de fatos no mesmo patamar de import ncia Em busca da conserva o de um aspecto apresentado em S o Miguel observamos as pr ticas de restauro efetuadas e operamos com um tempo tentando compreender uma descontinuidade O trabalho de explana o se fez necess rio para o entendimento de S o Miguel dentro desta superposi o n o de dois mas de todos os tempos A pesquisa documental foi um cadastro que trouxe
282. tone Less obviously it is the design itself bold in outline and delicate in detail which has a sympathetic relationship with the native baroque T nia Cristina Bordon Miotto 206 ON D rA EEN Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio O novo frente ao velho se fazia necess rio para um sentimento pleno do estilo pois a execu o de uma c pia consumiria a identidade dos dois tempos presente e passado Havia uma preocupa o em assentar a modernidade na tradi o com base nas teorias de Corbusier que vinham de elementos que se inscreviam em constru es racionais pilotis se assemelhavam s palafitas vidros s janelas corridas dos alpendres os brises aos muxarabis azulejos hist ria Significado e pragmatismo de uma coexist ncia de materiais t cnicas e componentes Figuras 182 e 183 Grande Hotel Ouro Preto MG Fonte 182 APM 194 7 Fonte 183 TROPIA Eduardo 2007 3 1 4 Quest es Qual a rela o entre o restauro na disserta o Saia e o estudo de caso aqui apresentado Grande Hotel A op o pela escolha de um monumento sem a mesma fun o religiosa se justifica pelo intuito de se discutir o conceito e n o uma tipologia arquitet nica e analisar posturas de interven o acompanhadas pelas suas justificativas m todos e resultados O que Saia Niemeyer e Costa pensaram ao escolher as posturas
283. tos em edifica es existentes Existe uma resolu o sobre esta an lise al m da pergunta de como conciliar arquitetura com atributos positivos que possam assimilar uma condi o n o s f sica mas de uma realidade espacial Uma necessidade de experimento e percep o de uma mensagem dentro da pr pria concep o de Marcelo Ferraz 2007 onde arquitetura comunica o No projeto em Registro h o di logo do contempor neo com o patrim nio hist rico e cultural Como na Capela sob a tica do tecido urbano e os problemas para a constru o do novo abordando n o o lugar f sico mas o lugar de projeto A vanguarda europ ia exprimiu fundamentalmente uma ang stia existencial com respeito a um passado que de um lado a afogava e de outro temia perder Ningu m exprimiu essa dram tica vontade de liquidar violentamente o passado t o bem como Marinetti ou Mondrian J artistas como Rivera Huidobro Oswald de Andrade ou M rio de Andrade foram ao encontro das tradi es antigas das l nguas e s mbolos populares como fontes de renova o para criar num di logo ininterrupto com elas o novo o futuro O novo era o velho e s faltava desnud lo SUBIRATS 2001 p 156 7 Em ambos os casos houve acr scimo de elementos a inser o vis vel de um bloco como introdu o moderna uma reintegra o executada com material diferente dos originais no intuito de consolidar um arranjo Nas duas cidades se consolidou uma s
284. tre a teoria e pr tica da restaura o estabelecem se as bases para a interven o considerando sua fundamenta o perante as v rias posturas ligadas s condi es do Monumento encontradas 2 2 3 5 Esquadrias Janelas e Portas Algumas portas e janelas s o recentes e devem ser substitu das assim como o gradil do alpendre no or amento se incluiu a refatura de algumas portas e janelas e concerto de outras SAIA apud GON ALVES 2008 p 85 O primeiro fato relevante a ser comentado a presen a de elementos de confec o recente nas primeiras considera es de Saia em carta a Rodrigo M F de Andrade 1939 Em outro trecho h a inten o de reconstitui o do suposto gradil original do corredor lateral num surgimento das primeiras quest es importantes do futuro projeto de interven o em meio incerteza de diretrizes e metodologias T nia Cristina Bordon Miotto 87 EA a Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 40 Janela externa do anexo Capela Lateral Observar a balaustrada folhas de madeira interna e as inscri es em baixo relevo no batente Fonte Campoy 2004 Figura 41 Balaustrada do Corredor Lateral Fonte Campoy 2004 Nos tempos do restauro 2002 2006 a Capela foi encontrada com suas esquadrias em estado satisfat rio com necessidade de revis o por m com raras unidades faltan
285. uagens do patrim nio Em sua an lise da mem ria coletiva Maurice Halbwachs enfatiza a for a dos diferentes pontos de refer ncia que estruturam nossa mem ria e que a inserem na mem ria da coletividade a que pertencemos apud POLLAK 1989 p 3 Entre eles incluem se evidentemente os monumentos esses lugares da mem ria analisados por Pierre Nora o patrim nio arquitet nico e seu estilo que nos acompanham por toda a nossa vida apud POLLAK 1989 p 3 A d cada de 1980 e o in cio dos anos 1990 materializaram uma estrat gia de prote o e conserva o como resposta a uma for a global num momento presente percebidas como desestabilizadoras da identidade do cidad o Como ferramenta de prote o daria continuidade a significados que sustentariam uma identidade coletiva O patrim nio n o apenas conserva mas apresenta um acervo e um contexto hist rico livre de conflitos Diante do processo de moderniza o das cidades percebe se a constante desvaloriza o e desconhecimento com rela o ao patrim nio cultural Com a globaliza o um dos desafios do s culo XXI estabelecer rela o entre as disciplinas do curr culo escolar ou seja como sugere Morin 1999 religar os conhecimentos A interdisciplinaridade a integra o entre teoria e pr tica entre a ci ncia e o conhecimento emp rico visualizando a forma o integral na perspectiva da totalidade Segundo Bergamaschi e Stephanou 2000 p 97
286. uar e distribuir espacialmente as pe as ilumina o tipos e quantidades de suporte e seguran a Da percebeu se a necessidade de estabelecer os percursos adequados esquematizando o arranjo dos pain is vitrines e demais expositores O estudo das rela es espaciais que se estabeleceriam entre o espa o f sico e a exposi o foi feito em etapas com v rios estudos at que se chegassem aos detalhes de uma montagem tridimensional realizada em tamanho real dentro da Capela o que possibilitou uma vis o cr tica e o aperfei oamento do projeto inicial O projeto tamb m contemplou uma variedade de p blico considerando sua forma o experi ncias e expectativas De qualquer modo uma exposi o um ato cultural que possibilita a amplia o de um sentido espa o temporal do repert rio e que desperta curiosidades e necessidades de conhecimento N s somos muitos p blicos e n o somos passivos somos participantes n s abordamos o museu nos nossos termos HORNE 1992 37 Museu deriva da palavra latina museum e do grego mouseion templo dedicado s musas J exposi o vem do latim exponere por para fora entregar sorte a8 Segundo Davallon o espa o expositivo em si mesmo torna se produtor de efeito de sentido T nia Cristina Bordon Miotto 189 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio WU A gt KTN i Figuras 163
287. ue englobe a pr tica de reparo e consolida o juntamente com conceito exposto no artigo 9 da Carta de Veneza as obras e servi os de interven o propostos no projeto de restauro da Capela de S o Miguel s o entendidos como excepcionais Artigo 9 A restaura o uma opera o que deve ter car ter excepcional Tem por objetivo conservar e revelar os valores est ticos e hist ricos do monumento e fundamenta se no respeito ao material original e aos documentos aut nticos Termina onde come a a hip tese no plano das reconstitui es conjeturais todo trabalho complementar reconhecido como indispens vel por raz es est ticas ou t cnicas destacar se da composi o arquitet nica e dever ostentar a marca do nosso tempo CARTA DE VENEZA 1964 A restaura o dos elementos de arquitetura deve respeitar e valorizar as t cnicas construtivas originais Contudo a interven o e consolida o do bem hist rico tamb m t m o dever de deixar a marca do seu tempo onde t cnicas e materiais empregados se aliam moderna tecnologia da constru o civil As etapas do andamento das obras s o documentadas mostrando o estado anterior durante a execu o e posterior a cada servi o e desde o in cio do processo Conforme o Art 16 da Carta de Veneza 1964 Documento conclusivo do Congresso Internacional de Monumentos e S tios realizado em Veneza 1964 7 O restauro moderno teoria elaborada em 1883 por Camillo Bo
288. uito mais que uma descri o de processo A an lise das interven es para uma cr tica dentro da l gica de pensamento capta os ind cios que fomentaram a restaura o do Monumento O recorte temporal escolhido foi a partir de 1939 com a justificativa de que h neste per odo uma percep o de mudan as marcantes no processo de compreens o do patrim nio brasileiro onde a forma de apropria o e seu entendimento se transformaram Os livros e artigos utilizados como refer ncia ao Cap tulo 2 foram Costa 1941 Amaral 1981 Amaral 1978 Gon alves 2007 Brito 2008 Di Marco e T nia Cristina Bordon Miotto 20 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Zein 2001 Caldeira Fanucci Ferraz e Santos 2005 Mori 2006 e Fonseca 1997 As conclus es que este estudo chegou ressaltando como a atividade de projeto elaborada dentro desta tem tica do retauro contribuem para o estudo e a perman ncia das edifica es Perceber esta ordem estar ciente de altera es significativas na estrutura de preserva o e na forma o de um consider vel patrim nio edificado As atividades reunidas nas divis es desta pesquisa dentro de um experimento criam probabilidades de entendimento do processo de restaura o atual Um processo de escolha de amostras e resultados obtidos numa investiga o que possibilita discutir a divers
289. ul ALBUQUERQUE 2001 p 35 e sendo do terceiro quartel do s culo XVI at o primeiro do s culo XVII Foto 7 Essa pe a foi resgatada na pra a da Capela de S o Miguel f a pes come Ea j i ZY om Figuras 104 e 105 Foto e Desenho com motivos Estiliza o de guirlandas e semi c rculos conc ntricos Fonte Albuquerque 2001 Os movimentos de solo que ocorreram no entorno da Capela de S o Miguel reduziram o material arqueol gico dos objetos v treos a fragmentos dispersos tanto horizontal quanto verticalmente fato relevante na interpreta o arqueol gica da cole o Dos materiais sseos coletados nas escava es arqueol gicas somente um representava uma estrutura preservada de sepultamento ou seja apenas dela pode se tirar conclus es Considera es A bibliografia consultada e os dados prim rios informam que o Aldeamento de S o Miguel ocupava uma rea de 6 l guas quadradas Portanto o s tio arqueol gico encontrado ocupava a rea da Capela da pra a e uma rea muito maior A hip tese que subsistentes do s tio estejam sob as constru es de grande parte do bairro de S o Miguel Paulista e se estendam at o limite da margem esquerda original do rio Tiet T nia Cristina Bordon Miotto 138 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Pesquisas arqueol gicas em igrejas coloniais particu
290. undo Como afirma Tirello 2005 p 300 O passado antes de ser did tico fascina por sua diferen a com a atualidade Costuma ser considerado um lugar de mem ria de evoca es de reminisc ncias A visualiza o das obras art sticas para os t cnicos costuma acontecer no sentido contr rio do p blico que tem a inclina o de querer ver as pinturas sempre novas Por m o tempo das imagens um presente que j est se modificando O fato de ser elemento de f cil acesso e pr ximo da popula o o torna elemento de pertencimento das comunidades que o possuem Democr tico de f cil identifica o cultural e elemento conscientizador de preserva o como se deve conciliar divulga o e acesso a uma visita o A consci ncia desta situa o tem que come ar pelo pr prio restaurador tanto no seu trabalho cotidiano como por meio das entidades e agremia es que faz parte Pintura e escultura exercem na arquitetura fun o nitidamente arquitet nica Pintura e escultura poder o ter vida independente No entanto quando aplicadas a arquitetura tornam se detalhes de um todo Cabe ao arquiteto coordenar e conjugar todos estes esfor os O trabalho final deve reunir harmonicamente a fun o a t cnica e a pl stica LEVI 1954 n o paginado Fundamental a melhora da leitura do significado da pintura mural levando em conta sua hist ria j que este fato colabora para reduzir a percep o das deteriora es e a distin
291. undos da Capela uma necess ria desapropria o que valorizaria o Monumento T nia Cristina Bordon Miotto 176 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Ih ur E A imaga Mi Figuras 152 e 153 A esq Capela de S o Miguel com im veis lindeiros ao fundo A dir vista do Alpendre Lateral 1939 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Figura 154 Capela de S o Miguel com im veis lindeiros ao fundo e na Lateral Esquerda 1940 Fonte acervo IPHAN 9 SR SP Art 18 Sem pr via autoriza o do Servi o do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional n o se poder na vizinhan a da coisa tombada fazer constru o que lhe impe a ou reduza a visib lidade nem nela colocar an ncios ou cartazes sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o obj to impondo se n ste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objeto VARGAS Get lio CAPANEMA Gustavo 1937 Em 27 de Janeiro de 1943 Rodrigo Melo concordou e autorizou Saia a submeter o pedido PMSP solicitando o novo tra ado da estrada Rio SP Um ano Decreto Lei no 25 de 30 11 1937 Cap tulo T nia Cristina Bordon Miotto 177 AR e A A Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio depois houve uma reuni o com o Prefeito para que fossem tomadas com urg nc
292. useus de ci ncias reflex es e crit rios para an lise Anais do Museu Paulista S o Paulo v 16 n 2 2008 Dispon vel em lt http Avww scielo br pdf anaismp v16n2 a07v1 6n2 pdf gt Acesso em jan 2011 CHOAY Fran oise A Alegoria do Patrim nio S o Paulo UNESP 2006 CLARO Mauro Unilabor desenho industrial arte moderna e autogest o oper ria S o Paulo Senac 2004 COSTA L cio Registro de uma Viv ncia S o Paulo Empresa das Artes 1995 A Arquitetura Jesu tica no Brasil S o Paulo FAU USP MEC IPHAN 1978 Lucio Documenta o Necess ra In Revista do Patrim nio no 1 p 91 i Lucio Muita Constru o Alguma Arquitetura e um Milagre in Arte em Revista n 4 1985 p 38 T nia Cristina Bordon Miotto 225 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio CURY Isabelle org Cartas Patrimoniais Cole o Edi es do Patrim nio IPHAN Bras lia 3 edi o revista e aumentada 2004 CURY Mar lia Xavier Exposi o concep o Montagem e Avalia o S o Paulo Annablume 2005 DAVALLON Jean A imagem uma arte de mem ria In ACHARD Pierre etal Papel da mem ria Campinas SP Pontes 1999 DEAN David Museum Exhibition theory and practice New York Routledge 2008 DE AZEREDO Paulo Ormindo A RESTAURA O ARQUITET NICA ENTRE O PASSADO E O PRESENTE Rua Revista de Urbanismo e
293. ve Observar o embo amento e estado prec rio das telhas dir detalhe do telhado da Varanda lateral Observar o embo amento das telhas e a diferen a dos tipos existentes Fonte Foto M Palote 2008 T nia Miotto 2002 No restauro de 2006 foi feito o destelhamento com retirada das telhas para limpeza e recupera o do madeiramento A parte descoberta n o excedeu uma rea que pudesse ser protegida por superf cie pl stica male vel na expectativa de chuvas desta forma este servi o foi realizado trecho a trecho T nia Cristina Bordon Miotto 76 A JH Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio Figura 29 Detalhe da Nave Observar a armadura do telhado e a rea destelhada e protegida Fonte M Palote 2008 As novas pe as foram confeccionadas em uma olaria na regi o de Itu onde o barro ap s a queima mostrava uma colora o compat vel e cujos propriet rios se dispuseram a adaptar formas que possibilitaram fabricar pe as com uma dimens o precisa Al m disso para se obter um tom mesclado as novas telhas foram colocadas de forma alternada para que o telhado n o acabasse formando linhas algumas pe as foram queimadas com a boca para dentro do forno e outras para fora BRITO 2008 A armadura do telhado da Nave era bel ssima N o se pensou em cobri la por m os problemas de sujidades reverbera o de
294. vo de decapagem j que o leo queimado encobria todas as informa es desejadas t cnica utilizada para evitar ataque de insetos xil fagos Por m o leo impregnado se sobrepunha as pinturas remanescentes e acabava se tornando parte das mesmas N o havia mais cores era um branco raspado numa forma ntegra onde as cores elementos e informa o quase inexistiam O ateli J lio Moraes foi contratado e assim iniciaram os trabalhos Ap s a pesquisa a interven o previu o resgate de cores onde a informa o era precisa Nas formas os crit rios se perdiam haja vista a falta de solidez das informa es O restauro dos altares de 1939 ainda era atividade vaga sem embasamento de t cnica e tecnologia os pioneiros de 1939 bem o fizeram ao saber at onde ir Nosso olhar tem a habilidade de completar determinados formatos um cubo em perspectiva um c rculo inacabado Portanto a recupera o se ateve a elementos que nos forneciam sua recupera o integral j que n o havia a certeza de determinados elementos integrantes O resultado final foram pinturas figurativas sombreamentos que permitiram ao olho humano recuperar formatos na sua cor sem a informa o por inteiro A interven o deve ser feita para ser pensada e refletida a informa o pronta n o basta e a atividade refeita a cada olhar Isto o que enriquece o trabalho T nia Cristina Bordon Miotto 117 Capela de S o Miguel Paulista o pro
295. vo de preservar a sua ambi ncia e impedir que novos elementos obstruam ou reduzam sua visibilidade Compete ao rg o que efetuou o Tombamento estabelecer os limites e as diretrizes para as interven es nas reas de entorno de bens tombados DEPARTAMENTO DO PATRIM NIO HIST RICO SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DE SAO PAULO 2011 O Tombamento n o evita a moderniza o mas est ligado melhoria da qualidade de vida da popula o e preserva o da mem ria e se configura como T nia Cristina Bordon Miotto 167 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio demanda social onde preservar e revitalizar s o a es que juntas podem valorizar o im vel No Estado de S o Paulo a legisla o diz Nenhuma obra poder ser executada na rea compreendendo um raio de 300 trezentos metros em torno de qualquer edifica o ou s tio tombado sem que o respectivo projeto seja previamente aprovado pelo Conselho para evitar preju zo visibilidade ou destaque do referido s tio ou edifica o DECRETO 13 426 79 Assim deve haver o respeito referente ao entorno ou envolt ria e os rg os estipulam diretrizes quanto a sua utiliza o HI A valoriza o dos monumentos A confer ncia recomenda respeitar na constru o dos edif cios car cter e a fisionomia das cidades sobretudo na vizinhan a dos monumentos antigos cuja proximidade
296. vo estudo sobre o monumento elaborado de diversos pontos de vista relativos obra original Restauro envolve cr tica Intervir num bem cultural embasar se em campos disciplinares correlatos como hist ria filosofia e sociologia etc Considera se que a preserva o deve seguir uma unidade de metodologia sendo importante destacar que estudar um monumento e conhec lo de forma aprofundada leva ao entendimento ao respeito e a uma boa restaura o como coloca Boito 2002 Mas ainda mais imprescind vel recordar que n o se trata apenas de conhecer para bem conservar mas sobretudo como mostram os ensinamentos de Paul Clement conservar para conhecer 1 3 VALOR DO BEM CULTURAL A mais elaborada pe a de arquitetura em Veneza uma pequena casa no come o do Grande Canal consistindo de um piso t rreo e dois andares superiores com tr s janelas no primeiro piso e duas no segundo RUSKIN 1989 p 182 Se para Brandi 2004 alus o obrigat ria conceitualizar o termo restauro a reflex o de Alois Riegl 1858 1905 importante para ampliar a discuss o O autor realiza uma reflex o baseada muito mais no valor conferido ao monumento do que nele em si Considera se mais o valor enquanto fen meno hist rico e n o enquanto uma categoria eterna O valor hist rico art stico arqueol gico etnogr fico paisag stico etc reconhecido em um bem cultural imprime a este um papel importante para a hist
297. wthread php t 861684 gt Acesso em 03 maio 2010 BULC O Athos Artista Pl stico Biografias Vida e Obra 2008 Dispon vel em lt http www biografia inf br athos bulcao artista plastico html Acesso 15 de janeiro de 2011 T nia Cristina Bordon Miotto 231 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio J NIOR Wilson Ribeiro dos Santos J nior BRAGA Paula Marques O Programa de Recupera o do Centro Hist rico de Salvador e as li es das Cartas Patrimoniais Dispon vel em lt http Awww vitruvius com br jornal gt Acesso 15 de janeiro de 2011 Cartas Patrimoniais Internacionais Dispon vel em http Avnww icomos org br cartas Carta do Restauro 1972 pdf Acesso em 31 setembro 2010 CASSARES Norma Ciaflone PETRELLA Yara L gia Mello Moreira Influ ncia da radia o de Luz sobre Acervos Museol gicos Anais do Museu Paulista ano vol 8 9 n mero 009 S o Paulo Brasil Dispon vel em lt http redalyc uaemex mx redalyc html 273 27300906 27300906 html gt Acesso em 31 setembro 2010 CLARO Larissa Os desafios da ilumina o urbana Revista Artestudio edi o no 29 Para ba Mar o Abril Maio 2010 Dispon vel em lt http www artestudiorevista com br materia conteudo php conteudo Entrevista Acesso em 01 jun 2010 COMAS Carlos Eduardo Dias O passado mora ao lado L cio Costa e o projeto do Grand Hotel de Ouro Preto
298. xperimenta es casuais Dentro desse estudo cient fico al m do objeto de preserva o h tamb m o estudo das fontes documentais caracterizadas de um modo geral em prim rias e secund rias como segue e Prim rias compreendem todos os documentos escritos e iconogr ficos dispon veis que ainda n o tenham sido objeto de an lise S o os invent rios escrituras fotografias antigas desenhos originais e requerimentos junto aos rg os p blicos que variam com as caracter sticas da edifica o T nia Cristina Bordon Miotto 41 E Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio e Secund rias compreendem o conjunto de estudos e bibliografia dispon vel sobre o objeto de pesquisa como os estudos anal ticos monogr ficos publicados Al m das fontes relacionadas diretamente com o artefato arquitet nico a pesquisa se estendeu a fontes centradas em outros objetos mas que se relacionem com a Capela de S o Miguel Paulista Nesse sentido foi necess rio recorrer aos conhecimentos relativos forma o da cidade ao desenvolvimento do bairro e hist ria da arquitetura religiosa O assentamento jesu tico estudado iniciou se com uma tosca constru o Geralmente se caracterizavam por um nico pavimento que servia m ltiplas fun es templo religioso resid ncia de padres e ndios catequizados escola de catecismo local de p
299. z Hg am SR ga AS E Miraa um CRM a o Bau in cio percorrendo o Templo em sentido anti hor rio A nave coros com suos dimens es humanos a espirituais q expectativa da descoberto no final deste trajeto No primeira momento temos os instala es sonit rios no interior do oa auos do altar Mor inadequados e descaraeterizando o patrim nio Mas h o inten o da necessidade t MEVITALIZA RO FERIEDVA AO a ato dO feto nc aurora tdo tomi viguola e o contexto do Projeto Museol A localiza o do opolo tronsfere ss do loterol para a porte frontal pr ximo so ro reparando o EA Seca patrol do tarrena 8 iguagem de forma n o compatir om ERR usadi Ja Capela Goma pasficdada da Bam e fmpara vaal da Prac Bonfigura se Roopea ge ensada psi des iga inserido q Apoio garb sul neo Tka parace na paisagem mas na Rectssidade ea dis amp em toa roponentes do Id ia de resgate da CAPELA DE S O MIGUEL ARCANJO PROLETA NE MENTAVRS PIFETR IZEN O posicionamento dos Instala es exlate esgoto el trica ol m da compotibliiza o co o perfil do terreno s da aterromentos pr existentes refor am o posicionamento Figuras 132 e 133 Projeto Implanta o do anexo pra a proposta Folhas 3 e 4 Fonte Arq T nia Miotto e Marcelo Palote 2007 T nia Cristina Bordon Miotto 164 AT A 4 Capela de S o Miguel Paulista o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguag
300. za o da Pra a Padre Aleixo Vale lembrar que os arquitetos do escrit rio trabalharam com Lina Bo Bardi onde houve uma coexist ncia expl cita nas articula es entre tradi o e liberdade 3 3 CONSIDERA ES O estudo de caso tem a finalidade de guiar e incentivar uma reflex o acerca dos resultados encontrados Dessa forma as tr s interven es se relacionam na inser o de novos elementos pela concilia o da leitura do existente com as interven es na afirma o e consolida o de conceitos mais do que de mat rias Quase trabalhando um patrim nio imaterial de id ias em que o Modernismo trazia e que poderia se reafirmar em ambos os casos por meio de embasamentos te ricos e discuss es Acompanhando esta linha de identifica o de arquiteturas espec ficas houve uma fus o de ide rios dentro de um tecido do patrim nio Compatibiliza o de posturas que nos possibilita questionar nossa percep o sobre os elementos desta paisagem hist rica De Ouro Preto Registro do restauro de 1938 ao de 2006 h uma linha do tempo que nos fornece indicativos para estruturar um pensamento e construir uma imagem sua compreens o n o permite passividade Choay 2006 p 29 confirma T nia Cristina Bordon Miotto 215 Fa Capela de S o Miguel Paulista 41 o projeto de interven o como ferramenta de entendimento das novas linguagens do patrim nio U A n o podemos nos debru ar sobre o espelho

Tania Cristina Bordon Miotto

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