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o regime militar no livro didático de história do ensino médio

1. c6 LOOZ og5eJet eAON IPIWYOS OUPIN Minn eu euojsiH ep soue 009 ISeJg op EINS euoisiH BAON See 6664 dS eusapon sodueo ones IS21g op euoisiH ep LUYO S9 466L PH seq sep PIO oyjeneo obor IS2Jg op euoisiH ejed tu Be A S9 S664 dS dsnp3 osne suog IIS amp g op euoisiH soo OeAiesqo seuibed ouy J01Ip3 Jony O n Sr IS2Jg op euoisiH ep soonepiq SOJA G su O peni 146 No quadro n 03 observa se que dos dez livros selecionados Fausto Caldeira Campos Azevedo Seriacopi Divalte Vicentino Dorigo Pedro Lima Carvalho est o na 1 edi o Schmidt e Mota Braick na 2 edi o e apenas Arruda Piletti j se encontra na 8 edi o o que evidencia uma significativa circula o e ado o dessa obra No quadro quatro verificamos que em um universo de dez livros cinco s o de Hist ria Geral mas abrem espa o para a abordagem da Hist ria do Brasil J o quadro seis constitu do por cinco livros espec ficos de Hist ria do Brasil Esses dados revelam uma presen a mais significativa da hist ria brasileira nos livros did ticos Ao mesmo tempo permite acreditar que o mesmo ocorre nas discuss es de sala de aula Um outro aspecto instigante a altera o gradativa do foco do ensino de Hist ria apresentado pelos manuais A vis o eurocentrista das abordagens come a a ser substitu da por uma nfase da hist ria do Brasil preciso ressaltar que esses autore
2. Escrita Escolar da Hist ria Livros Did ticos e Ensino no Brasil 1970 1990 Bauru Uberl ndia Edusc Edufu 2004 Hist ria das Institui es Educacionais In ARA JO Jos Carlos Souza GATTI JUNIOR D lcio orgs Novos Temas em Hist ria da Educa o Brasileira Campinas Autores Associados 2002 p 3 24 Livro Did tico e Ensino de Hist ria dos anos sessenta aos nossos dias Tese de Doutorado S o Paulo PUCSP 1998 GERMANO Jos Willington Estado Militar e Educa o no Brasil 1964 1985 2 ed S o Paulo Cortez EDI UNICAMP 1994 GHIRARDELLI JUNIOR Paulo Filosofia e Hist ria da Educa o Brasileira Barueri SP Manole 2008 Hist ria da Educa o 2 ed S o Paulo Cortez 2006 GIMENO SACRIST N J O Curr culo uma reflex o sobre a pr tica 3 ed Porto Alegre Artes M dicas 2000 GOMES Angela de Castro org Escrita de Si Escrita da Hist ria Rio de Janeiro FGV 2004 Hist ria e Historiadores Rio de Janeiro FGV 1996 GONTIJO Rebeca Identidade Nacional e Ensino de Hist ria a diversidade como patrim nio sociocultural In ABREU Martha SOIHET Rachel orgs Ensino de 373 Hist ria Conceitos Tem ticas e Metodologia Rio de Janeiro Casa da Palavra FAPERJ 2003 p 55 79 GRAT O Juliana Mem rias Guardadas em lbuns Os retratos de fam lia como fonte documental para a Hist ria Fragmentos de Cultura v 15 n 12 Goi nia UCG dez 2005
3. Identidade Nacional e Ensino de Hist ria no Brasil In KARNAL Leandro org Hist ria na sala de aula Conceitos Pr ticas e Propostas S o Paulo Contexto 2003 p 185 204 Identidades e Ensino da Hist ria do Brasil In CARRETERO M rio ROSA Alberto GONZALES Maria Fernanda orgs Ensino de Hist ria e Mem ria Coletiva Porto Alegre Artes M dicas 2007 p 33 52 Livros Did ticos entre Textos e Imagens In BITTENCOURT Circe org O Saber Hist rico na Sala de Aula S o Paulo Contexto 1997 p 69 70 BLOCH Marc Apologie pour l histoire ou m tier d historien Paris Armand Colin 1960 BORGES Maria Eliza Linhares Hist ria e Fotografia Belo Horizonte Aut ntica 2003 BORGES Nilson A Doutrina de Seguran a Nacional e os Governos Militares In FERREIRA Jorge DELGADO Lucilia de Almeida Neves orgs Brasil Republicano 4 O tempo da Ditadura Regime militar e movimentos sociais em fins do s culo XX Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 13 42 BURGUI RE Andr Dicion rio de Ci ncias Hist ricas Rio de Janeiro Imago 1993 BURKE Peter O que Hist ria Cultural Rio de Janeiro Jorge Zahar 2005 369 Testemunha Ocular Hist ria e Imagem Bauru S o Paulo EDUSC 2004 CAIMI Fl via Elo sa Conversas e Controv rsias O Ensino de Hist ria no Brasil 1980 1998 Passo Fundo EDIUPF 2001 O Livro Did tico Algumas Quest es In DIEHL Astor Ant nio org
4. Ainda houve um partido de exist ncia ef mera o PP Partido Popular que tinha pouco de popular j que sua lideran a es tava nas m os de grandes banqueiros e pol ticos tradicionais como Tancredo Ne ves Mas como a lei eleitoral de 1982 obri gava a vota o de todos os candidatos de vereador a governador do mesmo parti do o PP acabou se fundindo ao PMDB Em 1982 com as elei es diretas para governador restabelecidas a oposi o ob teve vit rias espetaculares Franco Monto ro PMDB SP Leonel Brizola PDT RD e Tancredo Neves PMDB MG embora te nha perdido no Rio Grande do Sul ARQUIVO AE Foto Brasil Divida Externa Bruta no Governo Figueiredo 1979 1985 em bilh es de US A partir de 1983 as oposi es lancaram a campanha pelas Diretas j O movimento consistia em reivindicar a aprova o de um projeto de lei de autoria do deputado federal Dante de Oliveira que preconizava a realiza o de elei es diretas e livres para a Presid ncia da Rep bli ca em 1985 Com cios foram realizados em todo o pa s as ruas tingiram se de amarelo a cor escolhida como s mbolo da campanha e personalidades importantes como artistas jornalistas intelectuais e pol ticos de todas as fac es de centro e de esquerda transformaram as Diretas j num grito em un ssono pela liberdade e pela democracia Apesar da forte mobiliza o por m a emen da apresentada ao Congresso n o foi aprovada A derr
5. Nadai Neves 1988 deixam claro que as manifesta es de resist ncias que se intensificaram em todo o Brasil exigiam uma mudanca na realidade social e pol tica Nessa esteira veio a revoga o do Als e a Anistia Na realidade as autoras procuram passar a id ia de que a abertura n o ocorreu pela vontade dos presidentes Geisel e Figueiredo mas devido intensa mobiliza o de todos os segmentos que se opunham ao regime Para Nadai Neves a maior flexibilidade da censura e o retorno de pluripartidarismo assinalam o in cio do processo de abertura que vai marcar a transic o do regime militar para um regime civil e democr tico Ao examinar o que as autoras dizem observa se um compromisso em realizar uma an lise mais completa poss vel No final as mesmas apresentam quest es que permitem interessantes reflex es sobre o regime militar e sobre o processo de abertura que elas consideram inevit vel Os autores que publicaram no per odo de 1995 2005 abriram um maior espa o para an lise do processo em que a sociedade civil o movimento estudantil e dos direitos humanos propiciaram para a abertura pol tica Entre esses comp ndios o de Schmidt 2001 p 354 358 informa o leitor em que espa os da sociedade esses movimentos ocorreram Entidades como a SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ci ncia a OAB Ordem dos Advogados do Brasil esta sob a lideranga do Dr Raymundo Faoro e intelectuais de prest gi
6. defini o cl ssica de Hist ria como g nero Yilmaz 2005 p 22 diz que a mesma Englobara o aspecto de ser uma narrativa que visa a nos informar sobre coisas do passado ou que est o acontecendo Esta narrativa nos diz o que realmente aconteceu ou o que acontece no presente Primeiro precisamos de algu m que escreva ou fale coisas do passado ou do presente Essa pessoa deve ter conhecimento disso No caso de Her doto esse conhecimento constru do ou pelo que ele v com seus pr prios olhos ou pelo que ele ouve com seus pr prios ouvidos De acordo com a credibilidade do informante o relato encontra lugar em sua narrativa ou ent o exclu do Nos s culos XIX e XX a produ o historiogr fica conhece significativos momentos de cria o e inova o Como diz Baudelaire 1999 descemos do desconhecido esperando encontrar o novo Os historiadores passam a conviver com desafios e se preocupam com conceitos como fato hist rico tempo e historicidade Esse campo ser questionado por Le Goff 1994 p 183 que considera a historicidade termo que diz respeito a uma qualidade que os homens de determinado per odo compartilham uns com os outros uma fun o comum a todos que pertencem ao mesmo tempo O conceito de historicidade indica o pr prio pertencer de cada indiv duo a seu tempo e existe para toda a esp cie humana Logo n o h sociedades sem Hist ria visto que o ato de contar descrever e analis
7. desvendaria uma verdade cient fica sem recursos a hip teses Por fim tal concep o do fato o caracteriza como nico e n o reprodut vel o que privilegia os fatos pol ticos Hoje de acordo com Febrre o ato hist rico j n o mais necessariamente nico e o historiador come a a encarar como outros fatos os elementos repetitivos que constituem uma s rie estat stica Todos os fatos da sociedade tornam se assim fatos hist ricos Enfim a mudan a de status do fato implica o fim de uma hist ria relato descont nua que privilegia o curto prazo a Hist ria passa a tratar do longo prazo e das muta es lentas Para P Veyne o fato continua a ser elemento singular pr prio do historiador e esbo a um status do fato hist rico nico e singular combinado com a utilizac o de modelos constru dos ele permite definir diferencas determinar condic es de possibilidades e limites de validade Carr 1982 p 47 por sua vez apresenta a id ia de que os fatos s o as for as sociais que a partir das a es individuais produzem resultados que nem sempre concordam e s vezes op e se aos resultados que pretendiam O discurso historiogr fico salvaguardada a sua especificidade dever revelar a face real da vida humana Essa narrativa deve libertar se da exclusividade dos documentos escritos feitos her is monumentos e inovar buscando novas fontes e objetos F lix 1998 p 81 esclarece que a Hist ria
8. o das fotografias constatamos que nos livros de Lucci e de Alencar s o de tamanho pequeno e localizam se na parte superior 305 esquerda da p gina A fotografia apresentada por Fausto de tamanho grande e ocupa a parte superior da p gina Por fim no livro de Schmidt aparece uma fotografia grande que ocupa aproximadamente dois ter os 2 3 da parte superior da p gina importante lembrar que ao examinarmos a tem tica das fotografias a nica que traz alguma informa o a que pertence ao livro de Schmidt Embaixo da mesma diz As donas de casa podiam voltar a assistir novelas na tev estavam salvas do comunismo ateu Assim os favor veis ao golpe se manifestavam contra o que eles consideravam como perigo ou seja as reformas propostas por Jo o Goulart Na pr tica essa fotografia al m de ilustrar enriquece de certa forma o texto o qual fala que os participantes da Marcha deveriam rezar para manter os valores o latif ndio as contas banc rias dos capitalistas e a virgindade das mocinhas de fam lia etc Ap s o Golpe de 1964 estudantes trabalhadores e artistas iniciaram um longo e conflituoso processo de contesta o Ditadura Esse processo vivencia momentos de avangos e recuos diante do autoritarismo e perseguic es realizadas pelos defensores do Regime Militar Os protestos intensificaram se a partir de 1967 1968 causando incidentes como o do Restaurante Calabou o ligado a UFRJ quando acaba s
9. ocorreu a partir do s culo XIX permeada por aproxima es e distanciamentos entre a hist ria produzida por historiadores e a hist ria escolar Mas n o podemos nos esquecer do que diz Veyne s d p 10 a Hist ria um romance verdadeiro cuja fun o tornar poss vel compreens o da realidade passada e atual pois o presente interroga o passado cada vez que os historiadores interpretam e reinventam a Hist ria A Hist ria assim como outras disciplinas em seu processo de sistematiza o passa por conflitos diferencia es contesta es indaga es afirma es e continuidades A leitura de Gusm o 2004 p 29 permite verificar que de Tuc dedes e Mac Bloch a ess ncia do of cio de historiador a mesma a constru o de narrativas de acontecimentos que t m o homem como ator no entanto a estrutura dessas narrativas diferencia gera es e escolas de historiadores De texto liter rio fonte de erudi o e entretenimento das elites ilustradas a Hist ria converte se em ci ncia e disciplina escolar no s culo XIX A Hist ria ci ncia gradativamente abandona a leveza da narrativa liter ria e a facilidade com que se prestava a fonte para exemplifica es eloquentes em discursos p blicos e privados Ao tratar da hist ria da disciplina de Hist ria no Brasil recorremos a Magalh es 2003 p 168 169 quando diz a hist ria passou a ser uma disciplina escolar obrigat ria na primeira m
10. que a mesma ocorrer nos livros did ticos de Hist ria do Ensino M dio O segundo cap tulo denominado Revisitando o Livro Did tico de Hist ria no Brasil procura realizar uma reconstituic o dos caminhos percorridos pelo ensino de hist ria e pelo livro did tico na trajet ria da educa o brasileira Ao longo desse cap tulo al m de organizar os aspectos hist ricos a inten o estabelecer di logos com os autores que em diferentes pocas e lugares produziram saberes sobre uma enorme gama de tem ticas tendo o livro did tico como fonte de informa o ou an lise Torna se importante esclarecer que tendo em vista a sua amplitude n o pretendemos abranger todos os aspectos sobre a Hist ria do ensino e do livro did tico de Hist ria Na realidade a pesquisa faz gerar possibilidades de procura sele o interpreta o compara es an lises e indica es de novas fontes Essas atitudes ocorrem no sentido de que possamos eleger id ias e autores tornando mais interessante a continuidade do processo 54 Por ltimo organizamos o terceiro cap tulo denominado A Presenca ou Sil ncio sobre o Regime Militar no Livro Did tico de Hist ria do Ensino M dio No percurso investigado optamos por dividi lo em cinco momentos No primeiro momento passamos a centrar as investigac es no conjunto de livros did ticos Para realiza o desta sele o estabelecemos tr s crit rios que se constitu ram em elementos n
11. 19 Capa do livro Hist ria Geral e do Brasil de C Vicentino e G Ps CE cL Imagem n 20 Capa do livro Hist ria s rie Brasil de G Azevedo e R sire Pm LISTA DE FOTOS Foto n 1 Nadai Neves p 241 293 Foton 2 ootrim p 194 isis po tu ER E tu EU 294 Foto S lencab p 309 r Su a v dug wget eb eges 295 Foto n 4 Schmlthi pz92 sus e ho t t coto e ote eme dece ds 296 Foto n 5 Pedro p 490 isdosdidce conte emt epe pie DEE OLEO exte sedeo ado Sea 297 Fotone 6zLucei Pr 231 assoanus ana apa o oa P nbus enisi eruta ni uad e 300 Foton Y Alencar pa 2 uisa etr qiie ate IR gpasuy qg 301 Foto n 8 Fausto p 466 mas ea uua PU ati abad p 302 Foto ms 9 Schrmnidt p 9329 santana aaa A ee acce sts 303 Foto n 10 Piletti p 180 a aa 307 Foto n 11 Alencar p 312 tesserae tetro e o brute b beiden 308 Foto n 12 Gald lra p 918 etiatn aoo Prec oneris ERE 309 Folo n 132 Galdelra D 929 dca uei ei i En E eiat ics 310 Foto n 14 Azevedo Seriacopi p 481 a 311 Folom 15 Campos D 39300 useltiosub o e o n a ei 314 Foto n 16 Schmidt p 934 io eta das e a ead Bleed 315 Foto n 17 Pedro p 4939 rea SR a e 316 Foto no 18 Divalte P376 iuiscuxuauciiin iD a p mtem 317 Foto n 19 Campos p 900 aut Date etit obedit t bild 321 Fo
12. 27 Pedro p 529 RRA FRIA ERA DA GL Miguel Chikaoka N Imagens BALIZA O nii Uu Hic m ng i ii Na foto maior com cio da campanha das Diretas J realizado em 25 de janeiro de 1984 na pra a da S em Sao Paulo No detalhe placar instalado na mesma pra a com o nome dos deputados e seus votos 529 334 ANOS DE VIOL NCIA NO BRASIL A DITADURA MILITAR CAP TULO 78 487 biliza o nacional em abril de 1984 o Congresso Nacio Alguns parlamentares ligados ao PDS partido que nal rejeitou por apenas 22 votos de diferen a a propos garantiu a rejei o da emenda abandonaram a agremia ta de elei es diretas para presidente da Rep blica o e formaram a Frente Liberal que daria origem mais LAURENI FOCHETTO sob controle da Inglaterra desde meados do s culo XIX ENQUANTO 4 GUERRA NAS MALVINAS Entre 1976 e 1983 a Argentina tamb m esteve sob uma ditadura militar Em 1982 a economia do pa s estava em crise com infla o elevada e desemprego A situa o piorou ainda mais quando o presidente general Leopoldo Galtieri orde nou a ocupa o das ilhas Malvinas ao largo da costa argentina As ilhas inicialmente pertencentes Argentina estavam O governo ingl s reagiu rapidamente enviando navios de guerra regi o Ap s dois meses de combate as tropas ar gentinas se renderam 712 de seus soldados estavam mortos e 11 mil eram agora pr
13. Aos colegas e alunos da Universidade de Cruz Alta do Instituto Estadual de Educa o Vicente Dutra e da Escola Estadual de Ensino Fundamental Am rico Reginatto J lio de Castilhos por haverem sido verdadeiros laborat rios humanos e onde nos quais a receptividade se transformou em referencial educativo APRESENTANDO A PESQUISA Nos princ pios do s culo XXI vivenciamos um intenso processo de rela es econ micas pol ticas e sociais cujos reflexos propiciam aproxima es entre o local e o global com uma ligeireza impressionante Esse mundo globalizado plurinacional mas rico em diferen as culturais e tnicas est cada vez mais a exigir novos saberes Como Sposito 2006 p 19 diz A consci ncia sobre a rapidez das mudan as a fluidez com que elas se disseminam e sua condi o vol til submete a sociedade a uma cont nua sensa o de incerteza e isso sem d vida refor a pelo menos para alguns a id ia de que preciso refletir sobre as coes planej las e avali las A necessidade de inser o nesse processo motiva nos a realizar novas investiga es o que vem ao encontro do pensamento de Marques 2003 p 93 quando diz que pesquisar buscar um centro de incid ncia uma concentra o um p lo preciso das muitas varia es ou modula es de saberes que se irradiam a partir de um mesmo ponto A perspectiva de contribuir para reconstru o das pr ticas nos leva a pesquisar sobre um tema A pa
14. assim como a defesa das id ias de desenvolvimento econ mico defendidas pelos militares ligados Escola Superior de Guerra que havia sido fundada em 1949 Nesses espa os tempos o projeto reformista e nacionalista de acordo com Mattos e Junior 2003 p 8 a partir Da proposta das Reformas de Base Goulart procurou implementar mudangas tribut rias educacionais e agr rias visando a atenuar a desigualdade econ mica e social no pa s Para tanto tomou medidas que contrariam profundamente os interesses de grupos de elite como a concess o de subs dios diretos ind stria nacional al m de restri es movimenta o do capital estrangeiro Jo o Goulart 1961 assume em meio a um clima de entusiasmo mas em uma situa o social complexa Seu governo iniciava se em contexto complicado crise militar descontrole das contas p blicas d vida interna e externa Al m disso o pa s vivenciava uma situa o pol tica dif cil e a implanta o do parlamentarismo que 155 havia sido imposto para impedir o exerc cio pleno do poder acentuavam cada vez mais a crise Ao assumir Goulart precisava implementar as Reformas de Base que eram demandas hist ricas das esquerdas De acordo com Ferreira 2003 p 351 352 tratava se de um conjunto de medidas que visava alterar as estruturas econ micas sociais e pol ticas do pa s permitindo um desenvolvimento aut nomo e o estabelecimento da justi a social Entre as pri
15. diz A Hist ria predominante nas escolas desde longa data at meados dos anos 80 era a mesma que embasava a doutrina de seguran a nacional pautada na biografia dos grandes her is da Hist ria Nacional cujos feitos expressam o ser nacional e o est gio civilizat rio dos povos Ficavam exclu dos os populares os vencidos e os marginais de narrativas que constitu am abstra es mascaradoras das desigualdades sociais da domina o olig rquica e da aus ncia de democracia Em sua avalia o Gusm o 2004 p 101 prossegue A na o resultava da colabora o pac fica entre europeus africanos e ndios e o branco assume um papel central no progresso hist rico A nfase da an lise recai sobre os aspectos positivos ou seja as contribui es das ra as para a m sica a l ngua a culin ria e de modo geral para a forma o de uma cultura sincr tica capaz de impor uma postura de toler ncia A partir dos fins da d cada de 1970 e princ pios da d cada de 1980 o Brasil vivencia um processo de redemocratiza o anistia elei es diretas para governadores e presidente movimentos sociais direitos humanos e greves de professores Esses movimentos assinalam a transi o de um regime autorit ria para um per odo de redemocratiza o 75 O mbito da educa o convive com uma realidade dual De um lado a continuidade da legislac o autorit ria que imp e a Educa o Moral e C vica e a
16. es e em outros contextos No Brasil nos ltimos tempos as investiga es a respeito do livro did tico t m despertado o interesse de pesquisadores ligados hist ria e educa o Nesse sentido Gatti J nior 2004 p 31 esclarece 32 No Brasil s recentemente houve esfor os de pesquisadores em constituir acervos de materiais escolares Diferentemente da Fran a e outros pa ses europeus onde h algumas d cadas se desenvolvem trabalhos sistem ticos de investiga o hist rico educacional tanto por meio das pesquisas de base quanto no financiamento de investiga es de longo alcance e de longa dura o Mesmo com o desenvolvimento destes projetos persiste a tend ncia de identificar aus ncias ou sil ncios de abordagens a respeito de determinados temas ou sujeitos hist ricos Ao inquirirmos sobre os trabalhos cujo enfoque tem tico o livro did tico encontramos em Caimi 2001 p 77 respaldo te rico quando defende a id ia de que essas an lises privilegiam quatro abordagens natureza do livro did tico s o trabalhos que analisam os limites e possibilidades do livro did tico de hist ria do ponto de vista end geno ou seja da sua natureza Nesse sentido evidenciam aspectos como nfase pol tica periodiza o cronol gica simplifica o de conte dos conhecimento hist rico apresentado como verdade nica e acabada entre outros ideologia subjacente ao livro did tico esta abordagem
17. hist ria total como dizem os franceses Essa nova corrente historiogr fica contribui qualitativamente para a constru o do conhecimento hist rico sob um novo olhar Nessa perspectiva preciso salientar que a Hist ria Cultural propicia o entendimento do passado por meio de suas representa es sejam elas discursivas ou imag ticas Essas representa es simbolizam as formas que os homens falaram de si e do mundo Ao tratar desse aspecto Pesavento 2004 p 71 diz que a Hist ria Cultural deve debru ar se sobre a escrita do texto sobre a edi o do livro ou sobre a leitura permite reconstruir o passado como objeto de pesquisa tenta atingir a percep o dos indiv duos no tempo quais s o seus valores aspira es modelos ambi es e temores Permite inclusive pensar a descontinuidade da Hist ria e a diferen a pondo tanto o Historiador como o leitor diante de uma alteridade de sentidos diante do mundo 7 Sobre ver VAINFAS Ronaldo Hist ria das Mentalidades e Hist ria Cultural In CARDOSO Ciro Flamarion VAINFAS Ronaldo orgs Dom nios da Hist ria Ensaios de Teoria e Metodologia 11 ed Rio de Janeiro Campus 1997 p 127 162 Sobre ver BURKE Peter Testemunha Ocular Hist ria e Imagem Bauru Edusc 2004 25 A decis o de seguirmos esse caminho est vinculada n o apenas ao fato de defendermos um melhor ensino de Hist ria mas acreditarmos que o mesmo ser revitalizado quando ocorrer
18. na qual examina a ideologia impl cita nos conte dos de textos de Hist ria Em seu estudo procura explicitar o tratamento dado s classes populares e viol ncia nos movimentos de insurrei o ocorridos durante as Reg ncias 38 Em 1984 Ana L cia G de Faria publica Ideologia no Livro Did tico Essa obra resultado das investigac es que a autora faz da presen a da ideologia no livro did tico mais especificamente a respeito do trabalho e da classe oper ria A partir da premissa de que o livro s fala do car ter positivo do trabalho e da humaniza o da natureza por ele processada a autora desenvolve a sua abordagem cr tica Norma Abreu Telles tamb m em 1984 procura identificar estere tipos e distor es no tratamento destinado s diferentes culturas que constituem a sociedade brasileira A partir do enfoque referente ao bin mio tempo espa o dado pelos livros did ticos a autora chega conclus o de que a Hist ria contada no singular isto a Hist ria do Ocidente De natureza diversa das refer ncias anteriores Laurence Hallewell 1985 2005 apresenta um estudo mais completo sobre a Hist ria do Livro no Brasil O autor recupera com rigor aspectos significativos da presen a do livro em todos os momentos da hist ria apresenta dados e informa es preciosas bem como instiga as novas pesquisas Analisando o livro did tico em outra perspectiva a pesquisa de Elo sa de Mattos H fling 1996
19. o da ordem legal e da democracia os conservadores e a extrema direita conseguiram arregimentar as tropas e mobilizar grandes contingentes sociais Diversamente das crises anteriores as direitas defenderam pelo menos em termos ret ricos a ordem democr tica O resultado foi a vit ria relativamente f cil nos primeiros dias de abril de 1964 Por outro lado preciso esclarecer que durante essa longa perman ncia no poder e inspirados pela Doutrina de Seguran a Nacional os militares criaram 65 Sobre ver ALVES Maria Helena Moreira O Estado e a Oposi o no Brasil 1964 1984 Petr polis Vozes 1984 PRADO JUNIOR Caio A Revolu o Brasileira S o Paulo Brasiliense 1966 RAPOSO Eduardo coord 1964 30 anos depois Rio de Janeiro Agir 1994 SILVA H lio 1964 Golpe ou Contragolpe Porto Alegre LPM 1975 FICO Carlos O regime militar no Brasil 1964 1985 S o Paulo Saraiva 1999 8 Sobre ver BORGES Nilson A Doutrina de Seguran a Nacional e os governos militares In FERREIRA Jorge DELGADO Lucilia de Almeida Neves orgs O tempo da Ditadura O regime 160 mecanismos providenciais de inibi o utilizaram instrumentos de exce o emitiram decretos lei modificaram a constitui o cassaram mandatos parlamentaram silenciaram vozes baniram os filhos da p tria m e gentil censuraram m sicas livros documentos filmes impediram o acesso a acervos impediram pesquisas No entanto
20. o da pedagogia da na o e pela divulga o de saberes e pr ticas culturais que inserem conceitos como p tria patriotismo na o e liberdade A marca 101 desse per odo a busca pela nossa hist ria o momento em que aparecem os primeiros livros did ticos de Hist ria no Brasil Essa inova o se deve s a es de brasileiros ilustrados portadores de uma consci ncia sociopol tica e pertencentes a uma elite intelectual e pol tica O ensino de Hist ria e os livros did ticos abarcam as ra zes da Hist ria do Brasil her is batalhas a grandeza do territ rio a natureza e o seu povo Os livros did ticos produzidos nesse momento de acordo com Gasparello 2004 p 206 foram gerados no interior de um grupo letrado e em meio ao ambiente de fervor patri tico da fase inicial de implanta o do Estado mon rquico Surgiram assim sob o signo da constru o do Estado Imperial e da na o Os autores desse per odo Bellegarde e Abreu e Lima procuraram responder ao desafio da exig ncia hist rica da divulga o cria o de uma hist ria da na o que surgiu inspirada em autores estrangeiros que contribu ram para o desenvolvimento do interesse das quest es nacionais na literatura brasileira e para os estudos hist ricos brasileiros como Denis e Southey O pioneirismo em rela o produ o did tica brasileira coube a Henrique Luiz Niemeyer Bellegarde que publica a obra Resumo da Hist ria do Brasil
21. o estudo do homem no tempo evidente que essas id ias entraram em confronto Na realidade a partir da segunda metade do s culo XIX que a Hist ria come a a ser analisada como uma ci ncia de interpreta o embasada em teorias e dinamizada por m todos espec ficos As novas pesquisas e refer ncias rompem com a id ia de que a Hist ria deve examinar apenas o passado e de acordo com F lix 1998 p 33 34 sua fun o estaria no compromisso com o presente mesmo que indagando sobre os eg pcios gregos ou romanos de compreender o presente papel que era desempenhado pelo mito nas sociedades ditas primitivas e que passa a s lo pela Hist ria Para melhor entendimento desses confrontos recorremos a Barros 2005 p 100 quando diz que definir a Hist ria como o estudo do homem no tempo foi portanto um passo decisivo para expans o dos dom nios historiogr ficos Contudo a defini o de Hist ria no seu aspecto mais irredut vel deve incluir ainda uma outra coordenada para al m do homem e do tempo Na verdade a Hist ria e o estudo do Homem no Tempo e no Espa o As a es e transforma es que afetam aquela vida humana que pode ser historicamente considerada d o se em um espa o que muitas vezes um espa o geogr fico ou pol tico e que sobretudo sempre e necessariamente constituir se em espa o social Os estudos hist ricos s o vitais para a compreens o cr tica do mundo co
22. pe sz eony S800c eani eoep SIA OIP9IN OUISU3 O ON 9lJ9S ELIOISIH OEN UIS NH sueDeu sueDeu 0e51p3 e01Ip3 ouy Jony ony L 026 Imagem n 11 Capa do livro Hist ria do Brasil de Boris Fausto 272 Imagem n 12 273 arkene n Ao as 4 rtu E ria Hist ria do Brasil de Fl vio Campos 274 Jos Jobson de A Arruda Nelson Piletti sas Hist ria Geral e E Hist ria do Brasil c XN a e Eos I ra SY Tos er t D XT Ui DES editora tica Venda Proibida Imagem n 14 Capa do livro Toda a Hist ria Hist ria Geral e Hist ria do Brasil de J J de A Arruda e N Piletti 275 Mario Schmid NOVA HICT DIA CD TICA DO BRASIL 500 anos de Hist ria malcontada ENSINO M DIO srd SA s e TESTS n 15 5 Capa do Ds Nova Hist ria Cr tica co Brasil 500 c anos de Hist ria malcontada de M rio Schmidt 276 XE gq ES LIST e RIA RP ni LJ SE FEY my Imagem n 16 Capa do livro Hist ria das cavernas ao Terceiro Mil nio de M B Mota e P R Braick BTONTODONO Iy VU Wan 2 voLuME NICO ses A D E ac m m t Imagem n 17 Capa do livro Hist ria da civiliza o ocidental de A P L de Souza Lima 278 a ES DE LIVROS e NOVO 7 ENSINO lt M DIO 0 9 z lt ul ES D z 0 gt Divalte Imagem n 18 Cap
23. s pra as S o Paulo tica 2006 162 historiadores tiveram a oportunidade de divulgar os resultados de suas investiga es Lembramos dois pela seriedade da pesquisa pelos seus pressupostos te ricos pela abordagem cr tico reflexiva realizada por historiadores que trazem em sua trajet ria uma enorme afinidade com a sua tem tica O trabalho o Brasil Republicano organizado por Ferreira e Delgado 2003 o Golpe e a Ditadura Militar 40 anos depois 1694 2004 organizado por Reis Ridenti e Motta 2004 evidente que as contribui es desses autores est o presentes na base te rica desta fase do trabalho 3 2 2 Notas sobre a Educa o Ao analisar o contexto anterior implanta o do Regime Militar pode se observar que o mesmo foi marcado por uma intensa participa o pol tica inclusive pelo ativo movimento estudantil Essa realidade inicia sua modifica o a partir do Golpe quando o estado come a a assumir um car ter ditatorial passando a restringir se preciso com viol ncia a participa o da sociedade civil A inten o n o cobrir toda a Educa o desse per odo que serviu de espa o para revezamento de cinco generais como Presidentes da Rep blica A proposi o realizar uma an lise dos aspectos significativos dessa realidade para o objeto de estudo 70 Sobre ver CUNHA L A Educa o Estado e Democracia no Brasil S o Paulo Niter i Bras lia Cortez Eduff Flasco 2001
24. soas Ap s a divulga o das Reformas de Base que defendiam por exemplo uma reforma agr ria para o Pa s a fim de melhorar as condi es de vida do homem do campo atrav s de uma distribui o mais justa da propriedade da terra as for as oposicionistas organizaram ma nifesta es contr rias ao Governo acusando o de possuir um programa pol tico comunista Dentre essas manifesta es oposicionistas cita sea Marcha da fam lia com Deus pela liberdade realizada em S o Paulo No dia 31 de mar o de 1964 eclodiu um movimento militar contr rio ao Governo de Jan go Teve seu in cio em Minas Gerais com a mo biliza o das tropas sob o comando do general Ol mpio Mour o Filho apoiado pelo Governa dor mineiro Magalh es Pinto Este movimento contou com a r pida ades o de outras unidades militares de S o Paulo e Guanabara Sem con di es de resistir ao golpe de for a o Presidente Jo o Goulart foi obrigado a abandonar Bras lia no dia 1 de abril de 1964 dirigindo se para o Rio Grande do Sul e logo depois para o Uru guai como exilado pol tico Este foi o marco fi nal da experi ncia democr tica vivida pelo Pa s desde 1946 Constitui o de 1946 a Constitui o brasileira promulgada em 18 de setembro de 1946 era francamente liberal democr tica Do seu conte do principal podemos destacar t picos como voto secreto e universal para os maiores de 18 anos excetuando se os analfabetos cabos
25. 2001 Mota Braick 2002 Pedro Lima Carvalho imagens significativas Campos 1999 insere em seu livro quatro desses cartazes e prop e uma abordagem reflexiva A esse respeito recupera uma passagem de Sampaio 1995 p 23 24 que diz A propaganda mistura apelos l gicos e emocionais informa o e argumenta o medo e inveja fasc nio pelo novo e necessidade de seguran a Al m de muitos outros elementos primeira vista paradoxais e antag nicos que ela junta e combina para atingir seu prop sito maior de gerar nos consumidores pela persuas o comportamentos que beneficiem o anunciante que a utiliza A propaganda dessa forma age sobre o indiv duo a fam lia os grupos sociais a comunidade enfim a sociedade como um todo em um processo de grande sinergia no qual cada an ncio interfere em muitos outros atrav s dos meios de comunica o Schmidt 2001 p 344 por sua vez salienta que a ditadura n o se manteve s com viol ncia f sica Ela soube se valer de uma propaganda ideol gica massacrante Esse autor apresenta um cartaz com o slogan Brasil Ame o ou Deixe o o desenho de uma pessoa no Pau de arara Por outro lado salienta a 327 tortura a Marcio Moreira Alves e contundente versos de Caetano Veloso Ou ent o cada paisano e cada capataz com sua burrice far jorrar sangue demais nos pantanais nas cidades antigas e nas gerais Al m disso insere uma charge de Ziraldo
26. 31 Identificar pesquisa e ensino significa preservar o rigor da produc o do saber pr prio primeira e o compromisso de sua presenca na cena social ampliada e sob o controle de seus agentes inerente ao segundo pensando numa s ntese desses atributos Nesse sentido h reciprocidade na alian a ensino e pesquisa se iluminam ampliam e se superam simultaneamente e garantia de que os anos de pesquisar e ensinar continuam a se questionar permanentemente em busca de novos horizontes na produ o de saberes nessa perspectiva que procuramos realizar o presente estudo Dando continuidade a esse encontro passamos a seguir a focalizar o livro did tico como objeto de pesquisa 1 2 O Livro Did tico como objeto de Pesquisa O livro did tico ao longo do tempo tem despertado cr ticas e interesse de pesquisadores principalmente na Alemanha Fran a e Brasil Observa se que nos ltimos anos o Livro Did tico tem se constitu do em uma fonte privilegiada para estudos de natureza hist rica educacional e cultural Os livros did ticos em sua trajet ria passaram por sucessivas transforma es e conforme Choppin 2000 p 13 37 converteram se em uma ferramenta polif nica com v rias fun es atuais avaliar a aquisi o dos saberes e compet ncias oferecer uma documenta o completa proveniente de suportes diferentes facilitar aos alunos a apropria o de certos m todos que possam ser usados em outras situa
27. EDIUFRGS 2000 p 289 301 MAGALH ES J Fazer e ensinar hist ria da educa o In MAGALH ES J Fazer e ensinar hist ria da educa o ed Braga Lusografe Universidade do Minho 1998 p 9 33 MAGALH ES Marcelo de Souza Hist ria e Cidadania por que ensinar hist ria hoje In ABREU Martha SOIHET Rachel orgs Ensino de Hist ria Conceitos tem ticas e Metodologia Rio de Janeiro Casa da Palavra FAPERJ 2003 p 168 184 MANGUEL Alberto Lendo Imagens Rio de Janeiro Companhia das Letras 2001 MARQUES Mario Os rio Escrever Preciso O Princ pio da Pesquisa 4 ed Iju Uniju 2003 MART N Jes s Izquierdo Disciplina e eventualidade historiadores conhecimento e ensino do passado In CARRETERO Mario ROSA Alberto GONZALES Maria Fernanda orgs Ensino de Hist ria e Mem ria Coletiva Porto Alegre Artes M dicas 2007 p 61 73 MATHIAS Suzeley Kalil A Militariza o da Burocracia 1963 1990 A participa o militar na administra o federal das comunica es e da Educa o S o Paulo UNESP 2004 FAPESP 2004 MATTOS Marco Aur lio Vannucchi L de J NIOR Walter Cruz Swensson Contra Inimigos da Ordem A repress o pol tica do regime militar brasileiro 1964 1985 Rio de Janeiro DP e A 2004 MEDEIROS Elisabeth Weber AGOSTINI Lenir Cassel O Curso de Hist ria do Centro Universit rio Franciscano de Santa Maria Algumas considerag es sobre sua hist ria In QUADROS Cla
28. OSPB como estudos obrigat rios De outro um rico movimento de renova o e troca de experi ncias Na esteira desses acontecimentos ocorrem encontros debates publica es e propostas curriculares Nessa perspectiva intensificam se as pesquisas revitalizam se teorias renovam se as tem ticas e objetos de ensino pesquisa Nesse momento ocorre a amplia o do acesso escola para diferentes setores da sociedade que acabou ficando conhecido como escola para todos A expans o quantitativa n o foi acompanhada de um processo de qualifica o pois perduravam as p ssimas condi es das instala es f sicas forma o deficiente dos professores baixos sal rios al m da redu o em um ano do per odo escolar No final dos anos oitenta era prudente democratizar o ensino e implementar com urg ncia um processo ensino aprendizagem renovado luz das teorias e propostas de educa o popular que come avam a ser debatidas depois da volta de educadores que haviam sido exilados como Paulo Freire e Darcy Ribeiro Para tornar poss vel mudan as nessa realidade foi importante o retorno da obrigatoriedade do ensino de Hist ria e Geografia aos curr culos de 1 e 2 graus O surgimento de teoriza es e propostas pedag gicas a melhoria da forma o dos professores em Cursos de P s Gradua o bem como a es desencadeadas pelos profissionais ligados Associa o Nacional dos Professores Universit rios de Hist ria
29. Por outro lado preciso lembrar que reformas curriculares 62 foram efetuadas para modificar inclusive os conte dos ensinados nas aulas de Hist ria Nessa perspectiva Horn e Germinari 2006 p 27 esclarecem O ensino de Hist ria desde os fins do s culo XIX quando da sua inclus o nos programas e guias curriculares sofreu forte influ ncia das tradi es europ ias herdando o esquema quadripartido franc s Idade Antiga Idade M dia Idade Moderna e Idade Contempor nea Tal situa o em nada surpreende ao contr rio est em plena conson ncia com o movimento republicano e os ideais positivistas em expans o e praticamente hegem nico no Brasil no final do s culo XIX Ao estudarem a trajet ria do ensino de Hist ria Medeiros e Agostini 2005 p 168 focalizam Com os acontecimentos ocorridos no final do s culo XIX e as id ias positivistas que defendiam uma proposta que fosse ao encontro do progresso e da civiliza o o ensino de Hist ria assume no curr culo a posi o de formadora do cidad o patri tico e civilizado Foi quando a Hist ria Universal deu lugar Hist ria da Civiliza o e com isso separa o entre o Estado laico e a Igreja No ensino de Hist ria desapareceu o predom nio do sagrado e a sua vincula o com os tempos b blicos Persistiu por m a periodiza o francesa que partia de um novo contexto em que o processo civilizat rio estava associado constitui o de u
30. Posteriormente busca se aproximar essa fase do foco de pesquisa procurando reconstruir a realidade do ensino de hist ria no per odo de arb trio do regime militar e na poca de redemocratiza o Retomando brevemente os caminhos do ensino de hist ria interessante ressaltar que as origens da Hist ria como disciplina aut noma ocorre a partir do s culo XIX em meio aos movimentos de laiciza o da sociedade e do processo de forma o dos Estados Nacionais Modernos No Brasil a introdu o da disciplina de Hist ria nos curr culos escolares est ligada s origens do Imperial Col gio Pedro Il 1837 e do Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro 1838 No primeiro momento preocuparam se com a elabora o de uma hist ria nacional cuja finalidade foi a de 17 Sobre ver MAGALH ES Marcelo de Souza Hist ria e Cidadania por que ensinar hist ria hoje In ABREU Martha SOIHET Rachel orgs Ensino de Hist ria Conceitos Tem ticas e Metodologia Rio de Janeiro Casa da Palavra FAPERJ 2003 P 168 184 59 criar uma genealogia da na o Quando investiga o curr culo dinamizado pela Instituic o Gasparello 2004 p 59 60 esclarece Os programas de ensino do Col gio Pedro Il demonstram como a for a da cultura cl ssica human stica serviu de eixo articulador dos estudos embora com a presen a das ci ncias matem tica hist ria natural f sica qu mica que conferiam um car ter encicl
31. Racismo em Livros Did ticos brasileiros e seu combate uma revis o da literatura em que efetua uma revis o da produ o brasileira sobre express es de racismo em livros did ticos Em 2004 D cio Gatti Junior lan a a obra A Escrita Escolar da Hist ria livro did tico e ensino no Brasil 1970 1990 O livro rico em dados informa es ilustra es e imagens resultado de sua tese de doutorado em Educa o 1998 defendida na PUCSP De acordo com Bastos 2005 p 193 O estudo sob o enfoque s cio hist rico insere se no campo da hist ria das disciplinas escolares e especificamente da hist ria dos manuais livros did ticos O autor examina as mudan as de conte do e as formas editoriais em livros did ticos de Hist ria destinados ao ensino fundamental e ensino m dio escritos e publicados entre as d cadas de 1970 e 1990 Tamb m colheu depoimentos junto aos autores e editores dos livros did ticos examinados Al m de uma introdu o que apresenta a tem tica e os procedimentos da pesquisa a obra constitu da por cinco cap tulos que analisam da produ o artesanal individual o perfil o papel a hist ria e realidade vivida pelos autores o papel do livro did tico na escola brasileira Nas considera es finais salienta as inova es que ocorrem no formato capa aspectos gr ficos ilustra es conte do e linguagem das obras D cio Gatti Junior 2006 em outro estudo Livro Did
32. Revista Signos L ngua Literatura Comunica o Ano 26 n 01 2 Lageado Univates 2005 p 65 75 MUNAKATA Kazumi Hist ria que os livros did ticos contam depois que acabou a ditadura no Brasil In FREITAS Marcos Cezar org Historiografia Brasileira em Perspectiva 5 ed S o Paulo Contexto 2003 p 271 296 Indaga es sobre a Hist ria Ensinada In GUAZZELLI Cesar Augusto Barcellos et al orgs Quest es de Teoria e Metodologia Porto Alegre EUFRGS 2000 p 303 313 NADAI Elza O Ensino de Hist ria e a Pedagogia do Cidad o In PINSKY Jaime orgs O Ensino de Hist ria e a Cria o do Fato 9 ed S o Paulo Contexto 2001 p 23 29 NAPOLITANO Marcos Hist ria e M sica Belo Horizonte Aut ntica 2002 Pensando a Estranha Hist ria sem Fim In KARNAL Leandro org Hist ria na Sala de Aula Conceitos Pr ticas e Propostas S o Paulo Contexto 2003 p 163 184 NETO Jos Batista A Constitui o da Hist ria como disciplina escolar Revista Educa o n 2 Porto Alegre Editora Projeto Junho 2000 p 16 21 376 NETO Jos Paulo Em busca da contemporaneidade perdida a esquerda brasileira p s 64 In MOTH Carlos Guilherme org Viagem Incompleta A Grande Transi o A experi ncia Brasileira S o Paulo SENAC 2000 p 219 245 NEVES Margarida de Souza Hist ria Mem ria e Memorial stica Esbo os Revista do PPGH v11 Dossi Cidade e Mem ria Florian poli
33. am os cen rios em que as atividades cotidianas desenvolvam se como tamb m a diversidade de articula es e das viv ncias dos autores sociais que atuaram em um determinado contexto s cio cultural Quando trata da fotografia como uma fonte hist rica Kossov 2001 p 45 46 diz Toda fotografia um res duo do passado Um artefato que cont m em si um fragmento determinado da realidade registrado fotograficamente Se por um lado este artefato nos oferece ind cios quanto aos elementos constitutivos assunto fot grafo tecnologia que lhe deram origem por outro o registro visual nele contido re ne um invent rio de informa es acerca daquele preciso fragmento de espa o tempo retratado O artefato fotogr fico atrav s da mat ria que lhe d corpo e de sua express o o registro visual nele contido constitui uma fonte hist rica As rela es do homem com as imagens ao longo da Hist ria permearam as rela es s cio culturais Durante muito tempo a fotografia foi considerada apenas uma representa o da realidade uma tentativa de recuperar o passado ou de legitimar o presente Hoje essa perspectiva est superada e a fotografia passa a exercer um novo papel Como Bittencourt 2004 p 365 366 diz A difus o da fotografia provocou reviravolta no meio art stico ainda no s culo XIX pela sua capacidade de reproduzir o real as situa es instant neas inicialmente em preto e branco e posteriormente em co
34. aspectos precisam ser observados com maior cuidado A partir de 1994 o MEC implantou paulatinamente o processo de avalia o did tica Nos ltimos anos os resultados desse trabalho t m promovido pol micas quanto ao papel desempenhado pelos manuais na vida social e cultural bem como a sua import ncia econ mica para um vasto setor ligado produ o do livro did tico no Brasil No caso espec fico da Hist ria estabeleceu se um novo e necess rio di logo entre o saber acad mico e o saber escolar Os estudiosos respons veis pela avalia o estabeleceram crit rios eficazes para a an lise de contribui o metodol gica do livro did tico no processo ensino aprendizagem dos alunos Esse processo avaliativo abrange os livros did ticos do ensino fundamental O MEC est ampliando o Programa Livro Did tico para o Ensino M dio Alunos e professores das escolas p blicas foram contemplados com comp ndios de Portugu s Matem tica 2006 e Biologia 2007 Nesse momento j existe previs o de doa o pelo MEC de livros did ticos de Hist ria para o p blico de Ensino M dio a partir de 2008 preciso ressaltar que esse n vel de ensino utiliza os livros did ticos que analisamos no quarto cap tulo dessa constru o 52 Sobre ver ARA JO Luciana Telles O uso do livro did tico no ensino de Hist ria depoimentos de professores das escolas estaduais de ensino fundamental situadas em S o Paulo Disserta o Mestrado
35. atribui aos homens s mulheres aos lugares e s coisas de uma forma geral v rias identidades No in cio da d cada de 1990 foi divulgada uma interessante an lise do livro did tico de Hist ria feita por Baldissera sob o ponto de vista ling stico conceitual Para ele 1994 p 127 os autores em geral 122 Parecem desconhecer o universo ling stico do aluno elaborando textos de compreens o discut vel para a faixa et ria dos alunos aos quais se destinam Alguns desses textos est o repletos de termos e express es rebuscadas outros possuem uma linguagem cientificamente demasiadamente herm tica outros ainda apresentam uma soma dos dois problemas Al m das quest es ling sticas e conceituais observam se outros problemas presentes nos livros did ticos como a sele o arbitr ria dos temas ou conte dos a ideologiza o a simplifica o na exposi o a fragmenta o dos temas Muitas vezes deixam d vidas quanto corre o e atualidade das informa es o tratamento dos dados e conceitos adequa o e corre o dos exemplos e ilustra es bem como a validade de certas atividades propostas Os livros s o alvos de cr tica a respeito da forma e conte do raramente sobre a aus ncia de elementos te ricos Ao analisar o livro did tico Macedo 2000 p 291 assim se expressa Os livros did ticos convencionais costumam ser descritivos seguem certa concep o cronol gica encadeada por eventos
36. conforme Castro 2004 p 46 procuraram quase sempre Manter o sistema pol tico e o Congresso funcionando embora sem nenhuma resist ncia ou oposi o efetivas ao regime militar Al m disso manteve se uma rotina de sucess es presidenciais embora na pr tica apenas os militares pudessem ser escolhidos A manuten o dessa fachada democr tica foi uma marca do regime militar brasileiro que o distinguiu de outras experi ncias ditatoriais mais personalistas ou que n o toleraram o funcionamento de um sistema de representa o pol tico parlamentar Na realidade o governo de 1964 que teve como protagonistas as fac es duras das For as Armadas os saberes conservadores da sociedade civil com o respaldo da embaixada dos EUA e ag ncias de intelig ncia Departamento de Estado Cia Pent gono destruiu as organiza es pol ticas reprimiu os movimentos sociais de orienta o popular censurou textos filmes m sicas manifesta es art sticas calou vozes baniu da p tria baluartes de nossa intelectualidade Por outro lado n o podemos nos esquecer de que lideran as progressistas respons veis por declara es gestos e comportamentos contribu ram para precipitar o Golpe interessante analisar que as classes populares e trabalhadores n o participaram das passeatas que pediram a queda de Goulart as for as progressistas fragmentadas e sem armas n o ofereceram nenhuma resist ncia ao militar e movimentos soc
37. em comum ambos se apresentam como rupturas bruscas da ordem institucional Al m disso o objetivo dos dois derrubar um governo e instituir outro mas enquanto a revolu o uma manifesta o radical das estruturas econ micas e sociais o golpe em geral apenas a substitui o pura e simples das elites no poder quase sempre levado a cabo pelas chamadas elites org nicas ou seja as elites inseridas no pr prio Estado como os burocratas e os militares Na continuidade da an lise as indaga es revelam que autores como Piletti Cotrim e Nadai Neves ao apresentarem uma cr tica mais agu ada adotam o conceito de golpe Para elucidar essa postura vamos buscar em Gatti Junior 2004 p 80 que recupera a contribuic o de Neves Nadai pelo fato de Tratar o epis dio de 1964 da hist ria do Brasil como um Golpe pol tico militar e n o como uma Revoluc o na obra Hist ria do Brasil publicada em 1980 ilustra o quanto era dif cil tratar de tem ticas hist ricas naquela poca pois foram necess rios 16 anos para poder veicular nos livros escolares uma id ia como essa Ao falar das condi es gerais na poca do Golpe Nadai Neves 1988 p 246 assim se expressam O Golpe de 64 foi o resultado final de articula es e campanhas contra o governo Jo o Goulart que passou a ser identificado pelos setores mais conservadores da sociedade como instigador da subven o e da agita o revolucion ria atrav
38. era o deputado Ulisses Guimar es figura importante na luta contra o regime militar O PDT Partido Democr tico Traba Ihista era chefiado por Leonel Brizola que tinha voltado do ex lio Naquela poca Bri zola gozava de enorme prest gio como o homem contr rio a tudo de ruim do regime militar Ele quis refundar o antigo PTB mas levou uma pernada da justi a Propunha ser herdeiro do trabalhismo de Vargas e Jango misturado social democracia veja o qua dro da p g 372 que ele tinha aprendido a admirar na Fran a na Alemanha e na Su cia uma esp cie de capitalismo reformado com medidas inspiradas no socialismo O PTB Partido Trabalhista Brasilei ro n o tinha nada a ver com o antigo PTB Pelo contr rio chegou a abrigar antigos udenistas e at algumas figuras da antiga Arena Ficou nas m os da deputada Ivete Vargas foi visto como uma cria o ardilo sa do regime uma esp cie de filial camufla da do PDS O PT Partido dos Trabalhadores aparecia como o grande partido de esquer da do Brasil Na sua origem o movimento oper rio organizado no ABC paulista lide rado por Lula mas tamb m dirigentes sindi cais de outras categorias oper rias e at de setores como o banc rio o de professores e de funcion rios p blicos O PT tamb m recebeu apoio de setores da Igreja Cat lica ligados Teologia da Liberta o estudan tes universit rios e intelectuais reunindo desde marxistas a social democratas
39. es dos jornais e Constru o de grandes obras como a Ponte Rio Niter i e a Transamaz nica e Crescimento econ mico conhecido como mila gre brasileiro com muitos investimentos e con ten o dos sal rios General Ernesto Geisel 15 03 1974 15 03 1979 e In cio do processo de abertura pol tica com cres cente liberdade de imprensa e revoga o do Ato Institucional n 5 em 1 de janeiro de 1979 e Vit ria oposicionista nas elei es parlamentares de 1974 o MDB elegeu 16 senadores contra ape nas cinco da ARENA e Problemas na rea militar Geisel demitiu o co mandante do Segundo Ex rcito general Ednardo d vila Mello ap s a morte do jornalista Vladimir Herzog e do oper rio Manuel Fiel Filho em quar tel de sua jurisdi o Tamb m foi demitido o Ministro do Ex rcito general S lvio Frota que estava articulando sua candidatura presid ncia contra o candidato da prefer ncia de Geisel o general Jo o Baptista Figueiredo O general Hugo Abreu chefe da Casa Militar da presid ncia da Rep blica foi exonerado por n o concordar com o encaminhamento dado sucess o presidencial General Jo o Baptista de Oliveira Figueiredo 15 03 1979 e Tomou posse no dia 15 de mar o de 1979 pro metendo fazer deste pa s uma democracia e Anistia pol tica reforma partid ria adiamento das elei es municipais OBJETIVOS ECON MICOS Os principais objetivos econ micos dos gove
40. exalta o da p tria Todo mundo tinha de acreditar que o Brasil estava se tornando um pa s maravilhoso Nos vi dros dos carros os adesivos diziam Bra sil Ame o ou Deixe o como se os per seguidos pol ticos foragidos tivessem se exilado por antipatriotismo Um pontap na verdade Claro que essa euforia toda no come o dos anos 70 n o vinha s das vit rias espor tivas e da m quina de propaganda do go verno Em realidade o pa s vivia a excita o de um crescimento econ mico espeta cular Era o tempo do milagre econ mico 344 Foto n 21 Schmith p 344 4 de novembro de 1969 ap s quarenta anos de milit ncia Marighella morre numa emboscada armada pelo DOPS na Alameda Casa Branca na capital paulista Carlos Lamarca nasceu no Rio de Janeiro em 27 de outubro de 1937 terceiro dos seis filhos de uma mo desta fam lia carioca Aos 16 anos j tomava parte nas manifesta es de rua promovidas pelo movimento na cionalista O petr leo nosso Em 1960 ingressou na Escola Militar de Agulhas Negras em 1962 foi para o Egito como integrante da organiza o militar da ONU e em 1967 obteve a patente de capit o Cena do filme Lamarca dirigido por S rgio Rezende e inter pretado pelo ator Paulo Betti que procura reconstituir a tra jet ria do famoso guerrilheiro e do movimento de oposi o armada ao militares Mas desde 1965 quando se transferiu para S o Paulo Lamarca havia feito
41. focaliza a quest o da cidadania procurando explicar elementos b sicos que configuram a concep o de cidadania quando questiona como o livro did tico estaria contribuindo para formar um indiv duo com condi es de efetivar o exerc cio consciente da cidadania 39 Em 1991 a professora Nilse Winck Ostermann analisa como a hist ria trabalhada no Curr culo Escolar Ao avaliar os livros did ticos de Estudos Sociais que introduzem o ensino de Hist ria no curr culo afirma que transmitem um conhecimento parcial empobrecido e ultrapassado No ano seguinte 1992 Jos Alberto Baldissera defende disserta o O Livro Did tico de Hist ria Uma Vis o Cr tica na qual examina cuidadosamente um dos grandes problemas do ensino fundamental ensino e aprendizagem de Hist ria Analisa os livros did ticos pelo vi s de sua abordagem metodol gica realiza uma an lise cr tica e minuciosa da problem tica sugere alternativas para melhoria da qualidade do ensino e de como usar o livro did tico Em 1997 publicado o trabalho coordenado por B rbara Freitag que realiza uma abordagem das concep es hist rica pol tica econ mica e did tica do livro Trata se de um novo tratamento dado a esses diferentes aspectos salvaguardada as suas especificidades Hist rias que os Livros Did ticos Contam depois que acabou a Ditadura no Brasil 1999 o t tulo do texto publicado por Kazumi Munakata Em sua an lise avalia
42. latif n dios forte presen a do capital estrangei ro Na estrutura pol tica o principal foi preservado a burguesia continuava no poder Apenas n o o exercia diretamente mas sob a prote o dos militares um grande erro achar que o gover no autorit rio implantado em 1964 foi uma ditadura sobre toda a popula o Ou que o poder pol tico ficou todo na m o dos militares Ora n s j vimos quem desejava a derrubada de Goulart aqueles que se sentiram prejudicados pela organiza o popular e pelas Reformas de Base os latifundi rios os grandes empres rios as multinacionais os EUA V rios historia dores e soci logos j se fartaram de pro var que foram eles que bolaram o golpe Ou seja Jango foi derrubado por uma conspira o conjunta de militares e tam b m de civis Os militares foram os executores Fi zeram O servi o pesado Mas os princi pais beneficiados com o regime militar foram os grandes empres rios Eles eram ministros assessores secret rios Viviam nos gabinetes em Bras lia pedindo favo res aconselhando pressionando milita res O fato de a ditadura obrigar os tra balhadores a ficarem quietos deixou o campo livre para o mais selvagem dos capitalismos Na verdade o regime militar foi uma ditadura militar e civil Porque os civis fo ram a maioria dos governadores e prefei tos de capitais havia um partido pol tico que apoiava o regime a Arena e os mi nistros da rea econ
43. m de ligados a seus processos de socializa o em diversas esferas fornecendo legitimidade constitui o da vida social aos conflitos e projetos pol ticos Esse compromisso do ensino de hist ria ao lado da sua inerente condi o de formador de valores juntamente com os demais 33 Sobre ver FONSECA Selva Guimar es SILVA Marcos Ensinar Hist ria no S culo XXI em busca do tempo entendido Campinas Papirus 2007 GASPARELLO Arlete Medeiros MAGALHAES Marcelo Souza MONTEIRO Ana Maria Ensino de Hist ria Sujeitos Saberes e Pr ticas Rio de Janeiro Mauad x FAPERJ 2007 90 componentes escolares situa com precis o o atual momento da Hist ria da disciplina interessante salientar que embora as pesquisas professores alunos e pais fa am cr ticas sobre o ensino de Hist ria poss vel reconhecer que nas ltimas d cadas ocorreu um consider vel avan o ineg vel que ainda h muito a ser feito at porque em Hist ria nada definitivo Acreditamos em um ensino capaz de gerir a forma o do pensamento investigativo a interpreta o a cr tica e a problematiza o Esse cap tulo n o encerra nada mas deixa possibilidades como dizem Pinsky Pinsky 2008 p 36 para abrir um debate franco e construtivo a fim de valorizar o ensino de Hist ria colaborar com o professor e propiciar ao aluno uma aprendizagem mais prazerosa e consequente preciso registrar que esse processo de renova o te r
44. marcado pelo jogo entre raz o e sensibilidade n o se far no entanto em detrimento de sua magia e de seus m ltiplos significados Ao se debru ar sobre as inten es do produtor de uma imagem sobre a an lise da din mica social que interfere na produ o imag tica o pesquisador compreende mais facilmente que o conhecimento hist rico opera no reino das possibilidades e da verossimilhan a Seu of cio implica conhecer compreender e interpretar luz das evid ncias hist ricas da qual a imagem fotogr fica uma das manifesta es os sentidos que os indiv duos isoladamente ou em grupo quiseram atribuir s suas pr ticas sociais Canabarro 2005 p 25 por sua vez acrescenta 92 Sobre ver KUBRUSLY Cl udio O que fotografia S o Paulo Brasiliense 2003 Sobre ver FRIZOT Michel org Nouvelle histoire de la photographie Paris Adan Biro Larousse 2001 93 Sobre ver LE GOFF Jacques Hist ria e Mem ria Campinas Unicamp 1996 250 A fotografia como fonte de pesquisa propicia ao historiador acrescentar novas formas e diferentes interpreta es da hist ria social A partir da leitura de elementos que a comp em compreendem se em detalhes o car ter simb lico expresso por diversos sistemas de atitudes relacionadas s representa es sociais As imagens fotogr ficas possibilitam ampliar a vis o do historiador colocam em cena atores sociais em diferentes situa es de atua o e permitem que se conhe
45. mio Seguran a Nacional e Desenvolvimento lema bem parecido com o velho Ordem e Progresso dos positivistas republicanos De certo modo tamb m a consagra o dos velhos ideais tenentistas dos anos 20 Schmidt 2001 em sua an lise interliga as palavras ordem e disciplina aos ideais da doutrina de seguran a nacional Observa se ainda que o autor destaca as rela es do general Golbery do Couto e Silva com as id ias da Guerra Fria al m de focalizar que os defensores do regime queriam sacralizar uma vis o de Brasil como grande pot ncia capitalista do futuro Schmidt avalia que a seguran a nacional e o desenvolvimento t m semelhan as com os princ pios positivistas de ordem e progresso do per odo republicano Por sua vez Divalte 2004 examina a situa o marcada pela morte do estudante Edson Luiz e a Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro De acordo com o mesmo esses fatos intensificaram as persegui es demonstradas no XXX Congresso da UNE Uni o Nacional de Estudantes em Ibi na S o Paulo em outubro de 1968 e nas greves dos trabalhadores da Sider rgica Belgo Mineira em Belo Horizonte Esse autor 2004 p 379 acrescenta Um epis dio acabou favorecendo a linha dura nas For as Armadas o discurso do deputado M rcio Moreira Alves no Congresso Nacional Em seu 34 um dos autores mais adotados atualmente nas Escolas de Ensino M dio da 8 CRE Santa Maria inclusive no Instituto Estadual
46. o golpe contra as reformas e a democracia In REIS Daniel Aar o RIDENTI Marcelo MOTTA Rodrigo Patto S orgs O Golpe a ditadura militar 40 anos depois 1964 2004 Bauru Edusc 2004 p 67 77 TOLEDO Maria Aparecida Leopoldino Tursi A Hist ria ensinada sob o imp rio da mem ria quest es da Hist ria da disciplina Revista Hist ria S o Paulo UNESP 2004 p 13 32 VAINFAS Ronaldo Hist ria das Mentalidades e Hist ria Cultural In CARDOSO Ciro Flamarion VAINFAS Ronaldo Dom nios da Hist ria Ensaios de Teoria e Metodologia 11 ed Rio de Janeiro Campus 2003 p 127 162 VER SSIMO Jos A Educac o Nacional 3 ed Porto Alegre Mercado Aberto 1985 VEYNE Paulo Como se escreve a Hist ria e Foucault revoluciona a Hist ria Bras lia UNB 1998 Como se escreve a Hist ria Lisboa Edi es 70 VIDAL Diana Gon alves FILHO Luciano Mendes de Faria Hist ria da Educa o no Brasil a contribui o hist rica do campo 1880 1970 Revista Brasileira de Hist ria O Of cio do Historiador vol 23 n 45 S o Paulo Humanistas ANPUH 2008 p 37 70 VIEIRA Evaldo Brasil do golpe de 1964 redemocratiza o In MOTTA Carlos Guilherme org Viagem Incompleta A Grande Transa o A Experi ncia Brasileira S o Paulo SENAC p 185 215 2000 VILLALTA Luiz Carlos BECHO Andr Pedroso Abaixo o Jo o Bob o Revista de Hist ria da Biblioteca Nacional Edi o Especia
47. p 1835 1854 GUIMAR ES Manoel Luiz Salgado Historiografia e Cultura Hist rica notas para um debate Agora v 11 n 1 Santa Cruz do Sul Unisc jan jun 2005 p 31 47 GUSM O Emery Marques Mem rias de quem ensina Hist ria Cultura e Identidade docente S o Paulo UNESP FAPESP 2004 HALLEWELL Laurence O Livro no Brasil Sua Hist ria S o Paulo USP 1985 HELFER Nadir Emma A Mem ria do Ensino de Hist ria In LENSKIJ Tatiana HELFER Nadir Emma org A Mem ria e o Ensino de Hist ria Santa Cruz do Sul EDUNISC ANPUH RS p 53 95 HILSDORF Maria Lucia Spedo Hist ria da Educa o Brasileira Leituras S o Paulo Thomson 2008 H FLING Eloisa de Matos O Livro Did tico em Estudos Sociais Campinas UNICAMP 1986 S rie Teses HOLANDA Guy de A Pesquisa de Esteri tipos e Valores nos comp ndios de Hist ria destinados ao Curso Secund rio Brasileiro Educa o e Ci ncias Sociais Rio de Janeiro C B P E A 1 n 3 p 77 133 1956 HORN Geraldo Baldu no GERMINARI Geyso Dongley O Ensino de Hist ria e seu Curr culo Teoria e M todo Petr polis Vozes 2006 JOLY Martine Introdu o an lise da Imagem Of cio de Arte e Forma 7 ed Campinas Papirus 2004 KARNAL Leandro org Hist ria na Sala de Aula Conceitos Pr ticas e Propostas S o Paulo Contexto 2003 KERN Maria L cia Bastos Tradi o e Modernidade a imagem e a quest o da representa o Estudos Ibero A
48. rg os de seguran a se sofisticaram e transformaram se nos DOI CODIs mis teriosas siglas que englobavam v rios elementos das For as Armadas e da pol cia Na maioria das vezes n o prestavam conta a nenhuma autoridade constitu da nem mesmo ao presidente V rias pessoas desaparece ram sem deixar o menor rastro Um exemplo cl ssico o caso do ex deputado Rubens Paiva A repress o luta armada foi violenta e eficaz at o final de 1971 praticamente n o havia mais nenhuma re sist ncia armada por parte das organiza es de esquerda O governo agia em duas frentes reprimia e fazia uma maci a propaganda do regime O Brasil uma ilha de tranquilidade em um mundo conturbado cami nharia para ser uma grande pot ncia conforme era di fundido pelo r dio televis o e cinema Os autom veis tinham adesivos com os dizeres Brasil ame o ou dei xe o Ningu m segura esse pa s Brasil um pa s que vai para frente Na m dia isso era associado s vit rias da sele o brasileira de futebol que foi tricampe do mundo em 1970 O presidente M dici se fez fotografar ao lado de Pel o maior jogador da hist ria do futebol Todavia o Brasil grande n o era s propaganda A Foto n 23 Pedro p 495 325 A vit ria da sele o brasileira na copa de 1970 foi associada imagem de um Brasil grande pot ncia que o regime militar procurava divulgar Na foto Pel levanta a ta a Jules R
49. ria 1982 CEZAR Tem stocles Hist ria e historiadores beira da fal sia Resenha CHARTIER Roger A Beira da Fal sia A hist ria entre certezas e inquietude Porto Alegre EDUFRGS 2002 Tradu o Patr cia Chittoni Ramos In Agora v 11 n 11 n 1 Santa Cruz do Sul Unisc jan jun 2005 p 299 302 CHARTIER Roger Beira da Fal sia A Hist ria entre Certezas e Inquietude Porto Alegre EDUFRGS 2002 370 Du codex l cran les trajectoires de l crit In Solaris n 1 Presses Universitaires de Rennes 1994 A Aventura do Livro S o Paulo UNESP 2004 A Hist ria Cultural Lisboa Difel 1990 CHARTIER Roger ROCHE Daniel O Livro Uma Mudan a de Perspectiva In LE GOFF Jacques NORA Pierre org Hist ria Novos objetos S o Paulo Francisco Alves 1995 p 99 115 CHERVEL Andr Hist ria das Disciplinas escolares reflexoes sobre um campo de pesquisa Teoria e Educa o Porto Alegre n 2 1990 p 177 229 CHOPPIN Alain Los manuales escolares da ayer a hoy um ejemplo de Francia Hist ria de la Educaci n N 19 Madrid 2000 p 13 37 O Historiador e o Livro Escolar In Revista Hist ria da Educa o ASPHE UFPEL Pelotas V 6 n 11 Abril 2002 Pasado y Presente de Los Manuales Escolares In BERRIO Julio Ruiz ed La Cultura Escolar na Europa Tend ncias Escolares Emergentes Madri Editorial Biblioteca Nueva S L 2000 p 107 141 C
50. s acontece quando se muda radicalmente a estrutura econ mica e pol tica da sociedade Por exemplo a Revolu o Francesa de 1789 que destruiu o sistema feudal e o absolutismo mon rquico Ou a Revolu o Cubana de 1959 que acabou com o latif ndio e o poder das elites guiadas pelos EUA No Brasil a estrutura econ mica continuou a mesma capitalismo latif ndios forte presen a do capital estrangeiro Na estrutura pol tica o principal foi preservado a burguesia continuava no poder Apenas n o o exercia diretamente mas sob a prote o dos militares 213 Schmidt um autor que traz significativa contribuic o em sua abordagem quando esclarece o que ocorreu no Brasil em 1964 Al m disso o autor estabelece de forma did tica rela es espa o temporais ao inserir a realidade brasileira no contexto hist rico mundial do passado e na poca investigada Em Viagem pela Hist ria do Brasil 1997 Caldeira coordena um trabalho amplamente divulgado pela Companhia das Letras onde a hist ria contada de maneira criativa e agrad vel Al m dessa atitude inovadora a obra complementada por CD Rom que traz temas adicionais Na continuidade de nossas reflex es e com inten o de comparar as abordagens encontradas pertinente inserir as id ias de Caldeira 1997 p 304 que esclarece Os militares que tomaram o poder em abril de 1964 tinham mais capacidade para atacar os advers rios do que para resolver os probl
51. sendo seus l deres presos ou exilados assim como campo neses e estudantes acusados de subvers o da ordem Ap s essas medidas foram instaurados inqu ritos seguidos de processos po l ticos a cargo da Justi a Militar Nem s as esquerdas tiveram baixas entretanto No ltimo dia permitido pelo AI 1 para cassa es foi punido o ent o senador Juscelino Kubitschek candida to do PSD s elei es presidenciais previstas para 1965 Os setores liberais da bur guesia sofriam a sua primeira grande derrota pol tica ap s a mudan a de mar o de 1964 O movimento vitorioso legitimava se como restaurador da economia abala da pelas constantes greves e favor vel defini o de um padr o de desenvolvi mento baseado na livre empresa contr rio ao intervencionismo do Estado Politi camente o projeto do General Castelo Branco escolhido como presidente inclu a o fortalecimento do Executivo e a seguran a do Estado para a qual foram criados rg os como o Servi o Nacional de Informa es SNI O inimigo era externo e estava tamb m dentro do pa s 312 PARTE III A REP BLICA Foto n 7 Alencar p 312 302 466 HIST RIA DO BRASIL vnb as CRIST OS A AR prorpGUEO i 4 65 Marcha da Fam lia com Deus pela Liberdade S o Paulo 1964 sentadas como tempor rias O pr prio AI 1 limitou sua vig ncia at 31 de janeiro de 1966 V rias das medidas do AI 1 tinham por objetivo refor ar o
52. tica e Pr tica de Ensino de Hist ria 2004 O terceiro cap tulo desta obra versa sobre o Livro Did tico e Paradid tico de Hist ria onde faz interessantes reflex es sobre a presen a hist rica do livro did tico saberes ensino e questionamentos Na opini o de Fonseca 2004 p 49 o livro did tico de fato o principal veiculador de conhecimentos sistematizados o produto cultural de maior divulga o entre os brasileiros que t m acesso educa o escolar Circe Maria Fernandes Bittencout professora da USP j havia publicado o artigo Livro Did tico Entre Textos e Imagens 1997 focalizando a tem tica ind gena Em 2004 edita Ensino de Hist ria Fundamentos e M todos em que aborda aspectos significativos para as investiga es e teoriza es sobre materiais did ticos na Hist ria Escolar do livro did tico como objeto de cultura e pesquisa 44 proposic es para an lise sugest es de ensino e pesquisa sobre o livro did tico de Hist ria Em 2004 Arlete Medeiros Gasparello edita o livro Construtores de Identidades A Pedagogia da na o nos livros did ticos da escola secund ria brasileira Este livro contribui para os estudos sobre o ensino secund rio principalmente na segunda metade do s culo XIX e in cio do XX O estudo centra se no Col gio D Pedro Il e tem no ensino das humanidades seu l cus de an lise A autora focaliza a hist ria do ensino de Hist ria aval
53. tico de Hist ria Saber Disciplinar e Cultura Escolar Primeiras Aproxima es avalia as formas de utiliza o do livro did tico por professores e alunos das escolas de 1 e 2 graus no processo de ensino de Hist ria nos ltimos quarenta anos no Brasil Essa an lise 5 Este artigo foi publicado por F lvia Rosemberg juntamente com Chirley Bazilli e Paulo Vin cius Baptista da Silva na Revista Educa o e Pesquisa S o Paulo v 29 n 1 p 125 146 Jan Jun 2008 43 realizada a partir das orienta es pol tico educacionais das especificidades existentes no interior da cultura escolar bem como nas edi es de produ o e circula o no mercado nacional Os livros did ticos t m aspectos de continuidade bastante fortes tais como o fato de terem sido e continuarem a ser verdadeiros suportes do planejamento e dinamiza o das aulas nas escolas localizadas em todos os pontos do territ rio brasileiro Segundo o autor existem rupturas importantes na Hist ria deste instrumental de ensino Os estudos nos esclarecem que as rupturas s o evidenciadas nas altera es editoriais que ocorrem desde o formato at a inser o das cores e ilustra es nas variadas publica es escolares no que se referem s inova es do conte do elas ocorrem a partir das d cadas de 80 e 90 do s culo passado GATTI JUNIOR 2004 p 235 237 Selva Guimar es Fonseca professora da UFU publica a 2 edi o atualizada de Did
54. tico podem constituir se em f rtil campo de pesquisa em Hist ria da Educa o Nesse processo procurou se aliar discuss es te ricas e situa es pr ticas a respeito do livro did tico como espa o de pesquisa e lugar de mem ria O segundo cap tulo denominado Revisitando o Ensino e o Livro Did tico de Hist ria reconstitui o papel de ambos na trajet ria da educa o brasileira A inten o era focalizar principalmente a realidade de ensino aprendizagem e o papel exercido pelo livro did tico nesse processo Quanto ao ensino de Hist ria durante o Regime Militar observou se que valorizava a decoreba em detrimento da reflex o a exposi o quantitativa do 352 conte do em preju zo da interpreta o localiza o an lise o cumprimento do programa e a inexist ncia espa o para os debates Com a implanta o do Regime Militar ocorre uma despolitizac o do ensino e dos sujeitos hist ricos Esse tipo de ensino era implementado por uma elite dominante que for ava a focaliza o de valores c vicos dos conceitos de desenvolvimento integra o e seguran a nacional e dos aspectos positivos como por exemplo a contribui o dos povos para a forma o do Brasil Tratava se de uma hist ria com forte car ter ufanista doutrin rio alienante pautada na biografia de her is fatos datas eventos aspectos pol ticos militar e diplom ticos As quest es ind genas do negro dos pobres n o mereciam se quer
55. ticos Esse processo de qualifica o tanto na sua forma de apresenta o tamanho capa n mero de folhas encaderna o cores como no sentido pedag gico conte do atividades textos complementares atividades imagens Nesse novo momento ganham espa os as obras publicadas por Alencar 1979 Nadai Neves 1980 Piletti 1982 Na pr tica o processo de elabora o dos livros did ticos passa a ser beneficiado pela maior liberdade conquistada pela Abertura pelas inova es te ricas resultantes de pesquisas e divulgadas em Congressos artigos e livros bem como pelas inova es t cnicas implementadas gradativamente pelas editoras como a tica e a Saraiva vi zz v961 sod IS21g O x lez B 986L 0961 dS eweieg eM Bojandou e eiugioo PEN i eueor IepeN ezr3 ep IlseJg op BuoISIH Seip sossou OJI9qIH OIIUSA iesticel 80 vz sor p96 ep eoiandei x eee S z L96L 6761 Pu oouo on oy snose dieg epn Se a i opeparoog ep euoisiH V ope s onou wn reoue v oosioueJ J oeugJoduiejuoo OL OL lA seig O Z 4 deo x oiei uiios deeft ejueiosuoo op5eu 6 ewn t9 9r61 op oomei2ouiep 9 1 ZL sZ 8864 c 6L dS EA eJeS 100 oueqio esed ISeIg op euoisiH 60 60 opouesd O 9 deo LL LL 96 repu ouugAoB O x 80c 8l Hi c86L c86L dS ey IWS ld UOS SN IISeJg OP EUOISIH Sv6L JI9J19 90 Ov ep siodep eoiqndei y x v8 9I eG c86L 6461 dS ey Jauo orejo IISe1g op EUOISIH solues 0 ec eng
56. uo CUM eyeq op5 oo vo00c al dS ala eznog ep seluezr oJpeg OIUQIUY EjueproQO oB EZIJIAIO ep euoistH MoreJg OIU9 IA 4661 oe3ipe EL zooz aZ dS eulspoW Souuetj eDued N ouoeg WwenAN s OP SEUJOAEO SEP PlU0 1SIH ppeluo2o jew euoisiH ep soue 00S LO0c e dS o amp 58J85 eAON JPILUVOS oue N ISeJg OP BINHO EUOISIH AON S00c el dS eony Idodeues opjeured ope ezy eue sio IISe1g N S EUO SIH 666L al dS eulepolN soduie2 ORI lS amp Jg OD EUOISIH ep euroyO Z661 al rH se1n 1 sep elo esopjeg Buior IIS21g op euoisiH ejed uieDelA S66L al dS dsnp3 ojsne4 suog IISe1g op EUOISIH S90 BMSSO ouy Oe2Ip43 piolip3 Jony omy evl G00Z 661 euoisiH ep soonepiq SOJA su olpenO seJe nqnseA W3N3 doses opseoisenD 26S S002 dS Cony ISejg u s EN Suse BuOISIH Joad op jenueu woo j j soJe nqnse UMS ANS dS Soneumijeg oBuoq ISeJg op e eJec euoisiH op seojsen 919 v00OS 2 euoidiog oues ojoedueic ounuoo A opne OIpo N OUISUI o eJed euoisiH joad op jenueui woo seJye nqnseA W3N3 SIRE opseoisenD cer r00Z dS eony o esanbi BICO eyeAiq UO SIH OUISU3 OAON Joad op jenueuuJ uoo soJe nqnse PHI OU EAJ8 9UOA 9 EZNOS eui op s ols nO 094 00 dS dl eyeq Bo SEN FDOIES TOT e3uepioQo OB BZIINO ep euoistH oad op jenueui woo i i s oem sqo seuibed ouy p1O1ID3 0e59 025 Jony O n rtrt ISeyg op euolsiH wanpu enb sew eag eugisiH ep SOJA y su open
57. 1968 Pedro Lima Carvalho destacam a repress o policial aos estudantes em 12 de agosto de 1968 em S o Paulo Finalmente Divalte mostra o confronto entre estudantes e policiais tamb m em S o Paulo em outubro de 1968 No que diz respeito aos autores das fotografias elencamos o seguinte as fotografias dos livros de Campos e Schmidt n o apresentam nenhuma refer ncia a fotografia do livro de Mota Braick pertence ltima Hora Acervo AESP a do livro de Pedro Lima Carvalho pertence AE Em compensa o a fotografia apresentada por Divalte tem como autor Carlos Namba e faz parte do acervo da Abril Imagens As fotografias dos livros de Campos Mota Braick e Pedro Lima Carvalho s o em preto e branco enquanto as dos livros de Schmidt e Divalte s o coloridas No que diz respeito ao tamanho e o local em que aparecem nas p ginas dos livros did ticos constatamos o seguinte no livro de Campos uma fotografia grande que ocupa a parte inferior da p gina uma das fotografias do livro de Schmidt grande e 319 ocupa toda a parte superior enquanto a outra representa Vladimir Palmeira e ocupa o lado esquerdo inferior da p gina em Mota Braick uma fotografia pequena e situa se no lado direito da parte superior da p gina em Pedro Lima Carvalho uma fotografia maior que a anterior e ocupa praticamente toda a parte inferior da p gina a ltima fotografia presente no livro de Divalte grande e ocupa a porc o centro direita
58. 1988 p 28 54 Ver tamb m CONTIGO Rebeca Paulo amido amizade mecenato e of cio do historiador nas Cartas de Capistrano de Abreu In GOMES Angela de Castro org Escrita de si Escrita da Hist ria Rio de Janeiro FGV 2004 p 163 198 As leituras da obra de Capistrano de Abreu inspiraram Paulo Prado a escrever o seu Retrato do Brasil 1928 106 atrav s da media o dos livros did ticos refor ando as e difundindo as Pouco a pouco junto aos textos narrativos foram sendo inclu das ilustra es visando fazer com que os alunos aprendessem tamb m pelos olhos como sugeria Jonathas Serrano no in cio do s culo XX espelhando se no franc s Ernest Lavisse que insistia na necessidade de fazer com que as crian as vissem cenas hist ricas para compreender a hist ria Os prim rdios da vida republicana s o marcados tamb m pela contribui o de Jo o Batista Ribeiro de Andrade Fernandes como intelectual e professor pelo livro de Hist ria do Brasil publicado em 1900 que de acordo com Gasparello 2004 p 163 n o foi apenas mais um comp ndio A qualidade do texto na composi o de uma s ntese fundamental da hist ria nacional aliada a uma inovadora interpreta o da trajet ria nacional garantiram a Jo o Ribeiro um lugar destacado na historiografia e o seu reconhecimento como historiador Seu livro repercutiu no mundo intelectual da capital e teve ampla aceita o no ensino atest
59. 79 e a preocupa o com a implementa o dos curr culos buscando sua legitimidade junto aos professores justificando sua produ o e procurando diluir formas de resist ncia aos documentos oficiais e a redefini o do papel do professor fornecendo lhe maior autonomia no trabalho pedag gico concep o esta expressa na aus ncia de um rol de conte dos estabelecidos de forma obrigat ria para cada s rie ou ciclo e a apresenta o mais detalhada dos pressupostos te ricos e metodol gicos do conhecimento hist rico e a fundamenta o pedag gica baseada no construtivismo expresso de maneiras diversas mas tendo como princ pio que o aluno sujeito ativo no processo ensino aprendizagem e a aceita o de que o aluno possui um conhecimento pr vio sobre os objetos de estudos hist ricos obtido pela hist ria de vida e pelos meios de comunica o o qual deve ser integrado ao processo de aprendizagem e a introdu o dos estudos hist ricos a partir das s ries iniciais do ensino fundamental Ao avaliar a proposta elaborada pelos professores de S o Paulo Gusm o 2004 p 19 20 analisa que foi Fortemente marcada pelo clima pol tico da poca A abertura e o fim do regime militar a Proposta da Cenp reproduz nos temas anseios e expectativas dos diversos movimentos sociais que agitam o pa s e exigiam a extens o dos direitos pol ticos s minorias assim como a remo o do chamado entulho militar A eufor
60. A forma o de lideran as civis militares tinha um pressuposto incapacidade governamental das elites civis e consequentemente previa a atribui o aos militares da miss o de salvar o pa s da infiltra o comunista No prosseguimento de sua argumenta o Campos 1999 p 290 clarifica Ampliando o conceito de guerra para o cotidiano da pol tica e submetendo esta ltima aos des gnios geopol ticos do Brasil pa s ocidental capitalista crist o obtinha se uma perigosa identifica o entre a na o e o Estado tido como sua representa o pol tica Assim as discord ncias oposicionistas eram identificadas como crimes contra o Estado cujos objetivos visaram desestabilizar o regime e subjugar a soberania nacional As observa es realizadas por Campos 1999 revelam que esse autor aborda os conceitos de golpe seguran a nacional e integra o que refletem as caracter sticas do regime O mesmo estabelece uma rela o entre Als e as quest es de seguran a nacional Na realidade o autor usa um procedimento did tico para articular as influ ncias oriundas dos EUA o perigo vermelho representado pela URSS A ideologia da ESG e a inser o do Brasil no contexto geopol tico da poca Trata se de um dos poucos autores que fala em ditadura O autor procura focalizar que a realidade social e pol tica vivenciada no per odo investigado identificam se com as de uma ditadura 218 Se tomarmos como alvo Segura
61. A posse de Jo o Goulart deu se em um ambiente pol tico extremamente conflituoso Representantes de expressivos setores das for as armadas tentaram impedir que Goulart um trabalhista e getulista hist rico assumisse a Presid ncia da Rep blica Para Delgado 2004 p 26 O quadro se complicou ainda mais pois o vice presidente no momento em que J nio renunciou estava em viagem oficial Rep blica Popular da China ent o presidida por M o Tse Tung o hist rico l der comunista da revolu o chinesa No apogeu da guerra fria Goulart era um destinado defensor da amplia o das rela es do Brasil com pa ses n o vinculados exclusivamente capitalistas Anteriormente como vice presidente de Juscelino Kubitschek visitara a Uni o Sovi tica fato que j havia causado grande desconforto aos pol ticos anti reformistas e a importantes setores das For as Armadas 152 No m s de agosto de 1961 a realidade pol tica brasileira estava bastante conturbada A posse de Jo o Goulart antecedida por uma enorme mobiliza o pol tica De um lado o seu sucessor imediato Ranieri Mazzilli presidente da C mara e os chefes das For as Armadas defendiam a sua perman ncia no exterior com base na seguran a nacional Mazzilli segundo Castro et al 2004 p 21 envia inclusive mensagem ao Congresso informando que os ministros militares consideravam inconveniente o regresso de Jo o Goulart ao Brasil por motivos de seguran a na
62. Caldeira Regime Autorit rio em Mota Braick o Longo Ciclo Militar por Divalte Anos de Viol ncia A Ditadura Militar em Azevedo Seriacopi Dos dez livros que constituem esse grupo quatro Fausto Caldeira Campos Divalte Vicentino Dorigo e Azevedo Seriacopi s o da 1 edi o Schmidt e Mota Braick est o na 2 edi o Arruda Piletti at o presente momento atinge a 8 edi o Entre os do primeiro grupo 1967 1988 apenas dois traziam em anexo o Plano de Ensino Nos livros mais recentes o n mero cresceu pois est o anexos em Mota Braick Divalte Schmidt Vicentino Dorigo e Azevedo Seriacopi Um outro aspecto levantado que os livros do segundo grupo 1995 2005 trazem uma colet nea de quest es de vestibulares de institui es de ensino superior de v rias cidades do pa s Precisamos salientar que apenas quatro das dez obras analisadas t m um s autor por isso o n mero maior de autores Os autores que elaboraram sozinhos os seus comp ndios s o Fausto Campos Schmidt e Figueira Este ltimo mais conhecido no mbito escolar como o livro de Divalte tica IS2Jg op euoisiH S664 OP ID a 0002 28 dS ey Mo9 ld uosioN epnuv uosqor 199 EUOISIH EUOJSIH E epoL SOJ oulgJeg ofuoq ojoedueic LOS ise1g op 8 eJe5 euoisiH v00c el dS euoidios OUNUSIOIA OIPNFIO OID N ouisu3 o esed BUOISIH OIP9IN v00c al dS eony eian euep lleAiq OUISUI OAON SU9S EUO SIH OUJEAJ
63. Ci ncia os movimentos sociais a oposi o popular descontente com os rumos da sociedade brasileira os partidos pol ticos que passaram a lutar pela liberdade de express o Anistia Constituinte e pelas elei es diretas que al m de ganhar uma grande ades o popular assinalaria um rompimento imediato com a abertura limitada e pactuada 330 Na realidade esse movimento consistia na reivindica o da aprova o de um projeto de lei proposto pelo deputado federal Dante de Oliveira que previa o estabelecimento de elei es diretas e livres para Presidente da Rep blica em 1985 Inaugura se um per odo de intenso civismo marcado pela realiza o de com cios pela presen a da bandeira brasileira em atos p blicos de contesta o e pelo uso de amarelo como cor s mbolo da campanha Depois que a cantora Clara Nunes havia sido perseguida por cantar Apesar de Voc Chico Buarque e de Elis Regina tornar a m sica O B bado e o Equilibrista Jo o Bosco Aldir Blanco no hino da abertura agora Faf de Bel m e Bete Carvalho emocionam multid es nos com cios das Diretas J A enorme participa o popular de artistas jornalistas intelectuais e pol ticos de centro esquerda transformaram as diretas em um grito pela liberdade e pela democracia Apesar da imensa mobiliza o a emenda n o foi aprovada pela C mara dos Deputados A alternativa proposta foi a transi o democr tica isto o lan amento de
64. Estado de Direito e a reconstitucionaliza o do regime Por outro lado o mesmo n o atendia aos anseios da oposi o que lutava pela democratiza o do pa s Retornando aos livros did ticos percebemos que os tr s autores Cotrim Piletti e Nadai Neves s o os que lembram a resist ncia Nos textos aparece sutilmente a import ncia dessa rea o Naturalmente que resist ncia e abertura s o dois elementos que se combinam Nesse sentido Cotrim 1988 p 171 procura demonstrar que a transi o n o uma iniciativa dos militares mas que se insere em um 232 Movimento crescente de questionamento ao regime militar das decis es autorit rias e centralizadoras do governo diversos setores da sociedade partidos igreja associa es cient ficas imprensa empres rios universidades sindicatos profissionais passaram a reivindicar ardentemente uma mudan a de rumos para o Pa s A crescente onda de descontentamento popular em rela o ao regime militar foi canalizada de modo pac fico e ordeiro pelas lideran as de oposi o para a campanha em favor das elei es diretas para a Presid ncia da Rep blica O objetivo era conseguir que o Congresso Nacional aprovasse a emenda proposta pelo deputado Dante de Oliveira que restabelecia elei es diretas para Presidente e acabava com o Col gio Eleitoral onde se faziam as elei es indiretas Cotrim al m de trazer a resist ncia lembra os com cios pelas elei es direta
65. Gizlene Neder que analisam 37 livros de Hist ria Estudos Sociais Organiza o Social e Pol tica Brasileira e Educa o Moral e C vica Em plena vig ncia da lei 5 692 71 altamente comprometida com a realidade pol tica em que se vivenciava e 37 preocupada em priorizar a forma o t cnica assim como desprestigiar a forma o human stica e cr tica esses autores investigaram omiss es mitos e falsifica es presentes nos textos did ticos uma tentativa de questionar mitos como a democracia racial e a falta de habilidade do brasileiro para participar efetivamente de um processo revolucion rio No final dos anos 70 o Brasil come a a vivenciar um momento de abertura pol tica e de significativas inova es as quais acabam atingindo todas as inst ncias da sociedade inclusive a de rea educacional que passa a conhecer novas pesquisas Em As Belas Mentiras 1979 Maria de Lurdes Chagas Deir Nosella examina aproximadamente 20 000 p ginas de livros did ticos das quatro primeiras s ries do 1 grau no intuito de explicitar de maneira rigorosa e sistem tica a defasagem entre o imagin rio descrito nos textos e o real vivido pelas crian as Inicialmente procura demonstrar a divis o social desigual da sociedade mas seu objetivo espec fico evidenciar a educa o como instrumento que transmite a ideologia da classe dominante Nesta perspectiva pode se citar a obra de Maria Laura P B Franco 1982
66. Hist ria Aproxima o entre Ensino e a Pesquisa Revista de Hist ria N 4 Cruz Alta UNICRUZ 2003 P 106 108 RODRIGUES Elaine Reformando o Ensino de Hist ria Li es de continuidade Revista de Hist ria n 23 S o Paulo UNESP 2004 p 49 68 RODRIGUES Jos Hon rio Teoria da Hist ria do Brasil Introdu o Metodol gica S o Paulo Cia Ed Nacional 1979 ROMANELLI Otaiza de Oliveira Hist ria da Educa o no Brasil 1930 1973 27 ed Petr polis Vozes 2002 ROSA Alberto BRESC Ign cio Efeitos do conte do da forma na lembran a repetida das hist rias nacionais In CARRETEIRO Mario ROSA Alberto GONZALES Maria Fernanda orgs Ensino de Hist ria e Mem ria Coletiva Porto Alegre Artes M dicas 2007 p 167 179 SALIBA Elias Thom A Sedutora Hist ria da Leitura In Revista Hist ria Viva Rio de Janeiro Abril Viva 2004 p 98 SAMPAIO Rafael Propaganda de A a Z s o Paulo Campus 1995 SANTIAGO Ana Rosa Fontella Pol ticas Educacionais e Reformas no Ensino In ZARTH Paulo Afonso et al orgs Ensino de Hist ria e Educa o Iju Uniju ANPUH RS 2004 p 149 165 SANTOS Wanderley Guilherme Sessenta e Quatro autonomia da crise Rio de Janeiro V rtice 1986 SAVIANI Demerval Escola e Democracia 36 ed S o Paulo Cortez 2003 Pol tica e Educa o no Brasil O papel do Congresso na Legislac o do Ensino 4 ed Campinas Autores Associados
67. Hist ria integraram o curr culo do Col gio Pedro Il desde a sua funda o O seu ensino durante muito tempo acontecia apenas com o respaldo de mapas e do Atlas de Delamarche Aos poucos a Hist ria como disciplina foi constituindo a sua identidade a partir de planos de estudo programas e livros did ticos Associada a um ensino de teor human stico a Hist ria gradativamente legitima a proximidade com as humanidades A cria o da cadeira aut noma de Hist ria do Brasil de acordo com Gasparello 2004 p 68 parece 61 n o ter seguido os tr mites burocr ticos usuais pois n o localizei o texto oficial nas cole es de Leis e Avisos da poca autorizando essa mudan a no plano de estudos do Col gio A refer ncia mais autorizada sobre o assunto encontramos em Mem ria Hist rica do Col gio Pedro Il de Escragnolle Doria 1997 p 69 que afirma O decreto Monte Alegre de 25 de mar o de 1849 dividia a cadeira de Hist ria e Geografia A 3 de abril o Ministro Monte Alegre comunicou reitoria do Col gio ter sua Majestade o Imperador havido a bem da 1 cadeira de Hist ria e Geografia desligar o ensino da Hist ria do Brasil O decreto de 25 de mar o de 1849 autorizou apenas a divis o que na realidade d origem a duas disciplinas Hist ria e Geografia Posteriormente o documento Perguntas para os Exames de 1849 confirma que por decis es do Imperador em tr s de abril do mesmo ano criada a ca
68. ISe4g op euoisiH 8 s e a 2 CE lt o ouy Pa Jojny ony L soll89uoo LLZ S00Z 8661 soonepiq SOJA sou s lu s id sojgisouog 6 su olpenO 212 Na continuidade de sua an lise Mota Braick 2002 p 520 esclarecem Golpe refere se s mudan as pol ticas realizadas na base da viola o constitui o do pa s geralmente de forma violenta por parte daqueles que ir o assumir o poder Revolu o o desencadeamento de a es na maioria das vezes violentas por segmentos da sociedade que n o pertencem s camadas dirigentes ou s elites e que pretendem realizar profundas mudan as na pol tica na economia na estrutura social e nas leis As autoras procuram explicar de forma did tica os conceitos estabelecendo a diferen a entre revolu o e golpe Para as mesmas a palavra revolu o no caso de 1964 foi usada de forma equivocada Os conceitos de revolu o e golpe se aproximam porque em ambos os casos ocorrem mudan as do ponto de vista institucional Por outro lado as suas diferen as aumentam porque a revolu o determina mudan as radicais na realidade social econ mica e pol tica No caso do golpe as mudan as limitam se aos aspectos pol ticos Ao se referir a esse momento Schmidt 2001 p 323 por sua vez esclarecedor Os militares tinham o projeto de mudar o Brasil profundamente Por isso chamaram o golpe de Revolu o de 1964 Mas uma verdadeira revolu o
69. Marcelo MOTTA Rodrigo Patto S orgs O Golpe e a Ditadura Militar 40 anos depois 1964 2004 Bauru Edusc 2004 p 81 100 Sobre a UNE ver FERREIRA Marieta de Moraes et alii orgs Vozes da Oposi o Rio de Janeiro FGV 2001 VALLE Maria Ribeiro do O di logo e a viol ncia Movimento Estudantil e a Ditadura Militar Campinas Unicamp 199 Sobre ver RIDENTI Marcelo Cultura e Pol tica os anos 1960 1970 e sua heran a In FERREIRA Jorge DELGADO Lucilia de Almeida Neves orgs O tempo da Ditadura Regime Militar e os movimentos sociais em fins do s culo XX v 4 Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 133 166 Sobre ver DELGADO Lucialia de Almeida Neves Catolicismo direitos sociais e direitos humanos 1960 1970 In FERREIRA Jorge DELGADO Lucialia de Almeida Neves orgs O tempo da ditadura Regime Militar e os Movimentos sociais em fins do s culo XX v 4 Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2008 p 93 131 156 As contradi es oriundas do governo JK 1956 1960 intensificaram se no tempo de Jo o Goulart nos campos da economia e da pol tica A oposi o n o lhe dava tr gua O presidente buscava todas as alternativas para sustentar a governabilidade inclusive com a assessoria do ministro Celso Furtado Prop e na o um Plano Trienal 1961 atrav s do qual pretendia implementar de forma gradual as reformas reivindicadas pelos diferentes segmentos da
70. Milton Nascimento Caetano Veloso e Gilberto Gil a ES R s DE ve ANOS DE VIOL NCIA NO BRASIL A DITADURA MILITAR Os militares procuraram das mais variadas maneiras calar a voz das pessoas que faziam oposi o ditadura Um des ses meios foi a forte censura imposta aos meios de comunica o e aos artistas em geral Not cias livros filmes m sicas pe as de teatro s podiam chegar ao p blico depois de passar pelo crivo dos censores Ao fazer isso os militares alegavam es tar preservando a seguranca nacional e a moral da fam lia brasileira Em S o Paulo o jornal O Estado de S Paulo substitu a as mat rias censuradas por receitas culin rias e trechos do poe Em outubro de 1968 os estudantes desafiaram mais uma vez a ditadura e organizaram clandestinamente o 302 Congresso da UNE Realizado em Ibi na na Gran de S o Paulo o encontro foi descoberto pela pol cia que invadiu o local e prendeu centenas de estudantes entre eles Lu s Travassos presidente da UNE Jos Dirceu pre sidente da Uni o Estadual dos Estudantes de S o Paulo e Vladimir Palmeira ex presidente da Uni o Metropoli tana dos Estudantes do Rio de Janeiro Os trabalhadores tamb m protestavam Cerca de 15 mil oper rios de Contagem em Minas Gerais e 10 mil metal rgicos de Osasco em S o Paulo fizeram em 1968 as primeiras grandes greves desde a implanta o da dita dura militar A resposta do go
71. Mulheres estupradas na frente dos fi lhos homens castrados A lista de atrocida des infind vel Pau de arara Os torturadores s o ani mais s dicos Mas al m da maldade pura e simples havia a necessidade estrat gica a tortura extra a confis s es em pouco tempo dan do oportunidade de prender outras pessoas que tamb m seriam tortu radas revelando mais coisas e assim por diante Infelizmente a tortura revelou se bem eficaz Houve muita gente entretanto que nada falou Veja bem amigo leitor basta va contar tudo que a tortura acabaria Essa era a diab lica proposta Imagine se no lugar do preso apanhando feito um c o nu sangrando com a cabe a enfiada num balde cheio de fezes e v mito dos outros Algumas frases e voc seria man dado para um hospital No entanto mui tos n o falaram Bravamente recusaram se a colaborar com a repress o Morto sob tortura tinha o caix o la crado para ningu m ver o cad ver arre bentado O laudo oficial do IML dizia que a morte tinha ocorrido em ti roteio com a pol cia Uma gera o que pagou um alto pre o por seus sonhos pagou com o pr prio sangue Por isso amigo leitor se hoje eu posso escrever essas li nhas se hoje voc pode di zer o que pensa saiba que entre os respons veis por nossa liberdade est o aque les que deram sua vida para que um dia o pa s n o esti vesse mais sob o jugo das bo tas da tirania Mas
72. N o se matam somente as pessoas tamb m se matam os pa ses os processos hist ricos Herbert Jos de Souza Betinho Vai passar nessa avenida um samba popular cada paralelep pedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar ao lembrar que aqui passaram sambas imortais que sangraram pelos nossos p s que aqui sambaram nossos ancestrais num tempo p gina infeliz de nossa hist ria passagem desbotada na mem ria das novas gera es dormia a nossa p tria m e t o distra da sem perceber que era subtra da em tenebrosas transa es Vai passar Chico Buarque de Hollanda e Fracis Hime 1984 O livro de Mota Braick 2002 destaca se pelas aproxima es entre id ias e imagens al m de fazer algumas incurs es pela Hist ria Nova e pela biografia As autoras conseguiram reunir em sua abordagem duas figuras que tiveram um papel importante no processo de resist ncia e na abertura Para justificar essa afirma o nada melhor do que dizer que elas inseriram um fragmento de texto do Betinho e a letra da m sica Vai Passar de Chico Buarque de Hollanda e Francis Hime O texto do Betinho nos leva a refletir sobre a realidade de tudo o que aconteceu e a m sica de Chico Hime consegue nos incentivar a acreditar que assim como o samba vai passar pela avenida durante a noite a ditadura com suas tenebrosas transa es vai acabar E n s assim como a nossa p tria m o t o distra da precisamos p
73. Na ltima elei o direta 1961 ocorrida antes do Golpe Militar de 1964 foram eleitos respectivamente J nio Quadros e Jo o Goulart para a Presid ncia e Vice Presid ncia do Brasil Com a vit ria de J nio a UDN Uni o Democr tica Nacional chega finalmente ao poder Mas J nio come a a agir sem consultar os partidos que 151 Ihe deram sustentag o inclusive escolhendo pessoas para os minist rios pelo crit rio da amizade muitos deles n o do agrado dos udenistas Em suas decis es procura combater a inflac o herdada do governo anterior No que diz respeito s rela es internacionais mais uma vez desagrada a UDN pois implementa uma pol tica de n o alinhamento com os EUA priorizando acordos comerciais com os pa ses do bloco socialista Busca uma aproxima o com Cuba ao condecorar Che Guevara com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul agravando mais o descontentamento nos meios conservadores Internamente toma algumas medidas um tanto folcl ricas como a proibi o do uso de biqu nis em desfile de misses do hipnotismo em lugares p blicos da corrida de cavalo em dias de semana de brigas de galo Em agosto de 1961 levado por for as ocultas J nio Quadro renuncia o que leva o pa s a entrar em uma profunda crise pol tica O presidente da C mara Ranieri Mazzilli assume a Presid ncia da Rep blica O Vice Presidente Jo o Goulart encontrava se em viagem oficial ao Leste Europeu e ao Oriente
74. O Livro Did tico e o Curr culo de Hist ria em Transi o Passo Fundo EDIUPF 1999 CANABARRO lvo Fotografia hist ria e cultura fotogr fica aproxima es Estudos Ibero Americanos v XXXI n 2 Porto Alegre PUCRS dez 2005 p 23 39 CARDOSO Ciro Flamarion S Uma Introdu o Hist ria 4 ed S o Paulo Brasiliense 1984 CARDOSO Ciro Flamarion MAUAD Ana Maria Hist ria e Imagem Os Exemplos da Fotografia e do Cinema In CARDOSO Ciro Flamarion VAINFAS Ronaldo orgs Dom nios da Hist ria 11 ed Rio de Janeiro Campus 2003 p 401 417 CARR E H O que Hist ria 3 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1982 CARRETERO M rio Construir e Ensinar As Ci ncias Sociais e a Hist ria Porto Alegre Artes M dicas 1997 CARRETERO M rio ROSA Alberto GONZ LEZ Maria Fernanda orgs Ensino de Hist ria e Mem ria Coletiva Porto Alegre Artes M dicas 2007 CASTRO Celso D ARAUJO Maria Celina SOARES Gl ucio Ary Dillon Vis o do Golpe A Mem ria Militar de 1964 Rio de Janeiro Ediouro 2004 CATROGA Fernando Ainda ser a Hist ria Mestra da Vida Estudos Ibero Americanos Ed Especial n 2 Porto Alegre PUCRS 2006 p 7 34 CERQUEIRA FILHO Gil sio NEDER Gislene Concilia o e Viol ncia na Hist ria do Brasil Encontros com a Civiliza o Brasileira Rio de Janeiro n 2 p 189 277 1978 CERTEAU Michel de A escrita da hist ria Rio de Janeiro Forense Universit
75. Os estudos revelam que os autores mais recentes que publicaram os seus livros a partir da d cada de 1980 momento do processo de abertura pol tica e de enriquecimento da historiografia embora continuem priorizando a Hist ria do Brasil anterior ao Golpe 1964 aproveitaram as vantagens do novo momento e avan aram nas discuss es Nesse momento cabe dizer que enquanto nos planos de estudo e documentos oficiais ex PCN persiste um sil ncio nos livros did ticos mais recentes observa se que a tem tica tem sido mais privilegiada Na atualidade quando vivenciamos um momento mpar de democracia de retomada das atividades de pesquisa bem como de divulga o de bibliografia t o rica a respeito desse per odo os professores deveriam reivindicar maiores espa os para sua abordagem no mbito do ensino e da pesquisa O segundo momento que denominamos O Foco o Regime Militar teve como objetivo contextualizar as investiga es no mbito hist rico e da educa o A inten o n o foi cobrir todos os aspectos mas constitu lo em pano de fundo para a pesquisa Nos princ pios dos anos de 1960 o mundo foi dominado pelas disputas de id ias espa os e a es entre os EUA e a URSS nesse momento de Guerra Fria 1945 1990 que ocorreu o Golpe 1964 no Brasil Esse evento passa a integrar o processo hist rico de constru o da cidadania e desperta opini es antag nicas 357 De um lado os defensores do regime o exaltam
76. S A N opsJoue ep oe3ieje G96L L SL eiroejoouieq piq wog jeureg Ef sejeJiq OJUSLUAOLU SOJO 0L OS L 8864 wog suoo Job ewn d Iseig op euoisiH ISeJg op euas ep oniwo opaan PN lesiec eAJIS e e1so2 ooueJg O SISLD sejuepiseJg V96 LJAJO ep ejueq epueurj oe5e1oA r ZVL 9861 S9A9N IEPEN IISe1g Op EUOJSIH EP Sq JIN USD ejeesseg 96 ONIWO IN WSN ejeesseg ewe ep euoJe vN ogag Aeqjos enJ eu 6 9EL L864 Jeoue v EJIo ISEJg 9PEP9IVOS ED EHOIJSIH opepjos wn p9 o34euJ ep oioiuJo2 soJleuuue N SOp amp 1 OA9H 0J1U92 OlH 9 gvo eu equiog IIN WN op ejeesseg 4 c8 c86L Halld ISeJg op el SIH fy uang ep souelsiul N op 1u 1uJ eu sedol 0 GLL c86L 1191194 IISe1g op EUOISIH 01I049x ENJ eu OOd L r 6 6L sojues ISeJg op euoisiH epepJeqr ejed sneq uoo ei jue ep eye L LE 626L Ion I Se1g Op HAL 0 86 461 epiuueH sebiog IIS amp 4g op euoisiH ep soipugdwog 0 06 Z96L EUUEIA OI 2H IISe1g op EUOJSIH 0 8Z 296 JOIPIN ONOS IISe1g op EUOJSIH Na s oem sqo sueBeuJ ouy 10 ny on susbeul 8861 Z96L OIP9IN ouisu3 BUOISIH ep oonepig ouJAr1 OU Jepy SLBOW op su Beuul sep e5uesejd G8c ZL su peno 0 OXiop no o uue ISeJg noBeuo onn o oejue 3 ounin op sied o seuede BJS ISeJg o 796 91e sjed also eunDes sew uienDulw S219 eyduues ou uu luo Jeu w op epueDedoud ep sezeyueo y Ol Ix o gied reojequue ep sajue yr v
77. S o Paulo FTD 2005 SCHIMITH M rio Hist ria Cr tica do Brasil S o Paulo Nova Gera o 2001
78. a exist ncia de um cap tulo especial sobre o Regime Militar constatamos que todas as obras o privilegiam Na realidade formam um conjunto de 307 6 0996 p ginas das quais 245 4 86 tratam especificamente da tem tica investigada As denomina es dos cap tulos avan am em express es at ent o n o presentes Regime Militar Vicentino Dorigo Schmidt Caldeira Regime Autorit rio Mota Braick o Longo Ciclo Militar Divalte Anos de Viol ncia A Ditadura Militar Azevedo Seriacopi O distanciamento temporal e a redemocratiza o do Pa s explicam sua significativa altera o Na observa o dos sum rios verificamos que em rela o ao grupo anterior houve um crescimento de 2874 para 5033 p ginas Mas n o podemos nos esquecer de que essa rela o relativa pois desse grupo apenas quatro Fausto Caldeira Campos e Schmidt tratam apenas da Hist ria do Brasil Os demais s o comp ndios que abarcam Hist ria Geral Am rica e Brasil No que diz respeito ao espa o destinado a focalizar a tem tica que investigamos constatamos que houve um 142 crescimento pois das 77 p ginas no grupo anterior ampliou para 245 O percentual elevou de 2 67 para 4 86 Se os livros anteriores n o chamavam a aten o para esse per odo no sum rio o mesmo n o podemos dizer quando observamos o grupo dos mais recentes Quando assim procedemos inferimos as seguintes chamadas Regime Militar em Vicentino Dorigo Schmidt e
79. a justi a o progresso a liberta o nacional as reformas e a revolu o social Ambos os lados defendiam a democracia acusando se reciprocamente por desprez la mas em toda parte tinha com este regime uma rela o meramente instrumental n o se furtando a pisotear alegremente os valores e as institui es democr ticas sempre que isto lhes parecesse importante para fazer avan ar seus interesses imediatos e o alcance de seu poder A partir da perspectiva de que rever a hist ria um elemento essencial no processo de constru o consolida o da cidadania passamos a rever o contexto hist rico brasileiro no in cio da d cada de 1960 pertinente inserirmos em nossa constru o as id ias sobre a poca dada por autores cuja linha interpretativa tem provocado repercuss o entre estudiosos do meio acad mico Entre esses pesquisadores Santos 1986 defende a necessidade de aplicar vari veis pol ticas aos esquemas explicativos estruturalistas de base econ mica e que n o foi a fragmenta o pol tica mas sim a radicaliza o que provocou a ascens o do autoritarismo Santos 1986 p 161 A sua interpreta o destaca a situa o da rep blica brasileira no in cio da d cada de 1960 Conforme Santos 1986 p 163 o per odo caracteriza se pela 5 Sobre ver FERREIRA M rio NUMERIANO Roberto O que Golpe de Estado S o Paulo Brasiliense 1993 150 Paralisia decis ria que cont
80. afinal quem eram os torturadores Onde as pessoas eram torturadas Ao contr rio do que se possa pensar a tortura n o era feita em algum lugar escondido uma casa de sub rbio ou uma fazenda afastada de tudo N o infelizmente as pes soas eram torturadas em lugares p blicos na frente de muitas testemunhas Como M rio Alves dirigente do PCBR torturado at a morte nas depend ncias do Primeiro Batalh o de Pol cia do Ex rcito na rua Ba r o de Mesquita Tijuca Rio de Janeiro Re parou no local Um quartel do Ex rcito Como tamb m aconteceu em delegacias em bases da Marinha Atrav s da Opera o A charge de Ziraldo lembra va os que tinham deixado o pais fugidos da ditadura Foto n 20 Schmith p 343 323 Os tricampeoes mundiais no M xico em 1 Bandeirantes OBAN do DOI CODI dos Servi os de Informa o das For as Arma das CENIMAR CISA CIEX do DOPS e do SNI o governo exterminou a guerrilha com brutalidade Claro que a maioria dos militares n o teve nenhum envolvimento com a tortura Muitos sequer sabiam que ela estava acontecendo Mas ineg vel que os tor turadores ocupavam importantes posi es no aparelho repressivo do Estado eram policiais civis PMs agentes da pol cia federal delegados oficiais e sargentos da Marinha do Ex rcito da Aeron utica m dicos que avaliavam a sa de da v tima e autorizavam a continua o da tortura Muito triste sa
81. apresentados soltos com exclusivo crit rio cronol gico sem a preocupa o de conect los por uma compreens o mais abrangente como fez Ribeiro Embora o autor acompanhe o programa oficial do Col gio n o se limitou a discorrer sobre os pontos do mesmo mas de uma outra fei o uma nova organiza o mat ria que demonstra ser o fruto de profunda reflex o sobre a forma o hist rica do Brasil Outros aspectos que se distinguem na fabrica o do livro s o a apresenta o de textos em tipo menor com t tulos impressos em it lico no ndice al m de Sinopse geral j indicada ao final de cada unidade Nessa fase os livros did ticos produzidos e utilizados nas salas de aula reinventam a na o sob a perspectiva republicana Apresentam um posicionamento mais cr tico em rela o aos colonizadores abordagens que valorizam ou n o determinados personagens como Jos Bonif cio e divulgam o ideal republicano Nesse sentido Bittencourt 2004 p 309 diz Os livros did ticos ao longo dos s culos XIX e XX foram organizados de maneira que tivessem uma sequ ncia linear segundo a l gica cartesiana que conformava a estrutura da obra a cap tulos compostos de exerc cios perguntas resumos e quadro cronol gico que seguiam as li es Os livros did ticos serviam de importante e c modo referencial para as fam lias acompanharem e avaliaram o professor Para os pais de alunos um bom professor era o que
82. as diferen as e semelhan as entre culturas as mudan as e perman ncias no modo de viver de pensar de fazer as heran as legadas por gera es Valoriza se nos estudos hist ricos a sua capacidade para lidar com o interc mbio de id ias com diferentes fontes e linguagens e com explica es variadas sobre um mesmo acontecimento Espera se que a hist ria estimule a forma o pelo di logo pela troca pela constru o de rela es entre o presente e o passado e pelo estudo das representa es Torna se preciso salientar que as novas abordagens interdisciplinares as quais dinamizam as aulas de Hist ria passam a contribuir para reorienta o curricular Nesse sentido essencial que ocorra de forma segura a didatiza o do conhecimento hist rico Para que ocorra essa renova o foi essencial a contribui o de novos estudos realizados por expoentes da Educa o e Hist ria As obras organizadas por Abreu Soihet 2003 e a de Karnal 2003 s o produ es que re nem uma pluralidade de artigos autores e id ias sobre o ensino de Hist ria Abud 2004 inova atrav s de um artigo estabelecendo um di logo entre did tica hist ria e cinema As obras de Antunes 2003 Fonseca 2004 Bittencourt 2004 e Horn Germinari 2006 Carretero Rosa e Gonz les 2007 apresentam um rico e atualizado painel te rico e metodol gico sobre ensino pesquisa em Hist ria 32 CARRETERO M rio ROSA Alberto GONZ LES Maria Fernan
83. as levaria a uma crescente exclus o Na d cada de 1970 ocorre uma organiza o diferenciada do curr culo criando se o ensino de 1 grau com 8 anos e o segundo grau 3 anos com habilita es profissionais O curr culo de cunho cient fico foi desenvolvido sob as 2 Ver PASSARINHO J Folha de S o Paulo 8 7 1990 p A 3 73 orientac es do tecnicismo As atividades educativas passaram a ser beneficiadas pela nova produ o historiogr fica e pela forma o de professores em n vel superior Seus idealizadores acreditam que a moderniza o se situava na depend ncia direta do n mero de t cnicos que estivessem aptos para atuar no mercado Portanto era preciso preparar t cnicos em curto espa o de tempo atrav s de um menor custo poss vel Torna se preciso ressaltar que no Ensino de 1 grau fundamental e 2 grau m dio as humanidades perderam espa o na carga hor ria para as ci ncias exatas e para as disciplinas t cnicas A Hist ria que poderia contribuir para a forma o do pensamento reflexivo e cr tico foi submetida a uma r gida censura e teve sua carga hor ria reduzida No ensino fundamental cedia gradativamente o espa o para os Estudos Sociais no Ensino de 2 grau M dio ficou restrita apenas a uma s rie com dois per odos semanais Na realidade o ensino de Hist ria valorizou a memoriza o em detrimento da reflex o enfatizou os valores c vicos e os conceitos de desenvolvimento in
84. autores Ser que os mesmos o consideravam algo muito simples e que n o mereceria uma melhor explica o Os autores talvez porque assim o consideram esqueceram que os alunos e professores ao utilizarem o livro did tico como lugar de estudo e pesquisa 231 precisam de uma boa explicac o que contemple os aspectos hist rico te rico e did tico O per odo de vig ncia do regime militar principalmente a partir da segunda metade da d cada de 70 foi marcado pelo enfrentamento entre as for as que representavam a ditadura e o bloco de resist ncia que articulado comeca agir com mais efici ncia em um novo contexto hist rico e pol tico Entre 1974 e 1979 Geisel e Golbery deveriam coordenar a constitucionaliza o do Brasil tendo como objetivo a distens o lenta gradual e segura Esse projeto de abertura segundo Silva 2002 p 262 263 deveria compreender garantias essenciais para o regime Evitar o retorno de pessoas institui es e partidos anteriores a 1964 preceder se em um tempo longo seu car ter lento de mais ou menos dez anos o que implicaria a escolha ainda segura do sucessor de Geisel e a incorpora o a uma nova constitui o que n o deveria de maneira alguma ser fruto de uma constituinte das chamadas salvaguardas de regime as medidas necess rias para manter no futuro uma determinada ordem sem o recurso quebra da constitui o poss vel perceber que esse projeto articulava a volta ao
85. avers o a outros povos americanos Essa atitude evidencia a enorme influ ncia no golpe militar dos acordos MEC USAID na assinatura dessa conven o e muitos atos e momentos vindouros Retomando esse momento Fonseca 2004 p 24 25 afirma Tratando se da Am rica Latina a presen a americana fez se marcante por meio de in meros mecanismos ingerindo nos processos pol ticos como por exemplo no golpe pol tico de 1964 na elabora o da pol tica educacional especialmente nos curr culos e por meio de intensa propaganda anticomunista A recomenda o de estudos de hist ria da Am rica sem hostilidades livres de conceitos ofensivos sem dios valorizando o estudo da cultura e do desenvolvimento fazia se presente no ensino m dio O prop sito era valorizar a hegemonia americana no mundo e a paz entre as na es americanas e a identifica o entre elas s o exemplos de temas de estudos sugeridos Ao adotar essa concep o o ensino de Hist ria assumia a tarefa de forma o c vica impondo regras de conduta pol tica por meio do estado de temas e conceitos que eram de interesse central do governo Em 11 de agosto de 1971 o Estado brasileiro mais uma vez assume a sua postura ditatorial ao implantar a Lei 5 692 71 sobre a reforma do ensino de 1 e 2 graus um momento em que uma combina o de fatores contribui para desqualificar a escola p blica e relegar as classes populares a um plano secund rio que
86. concep o de Hist ria da Humanidade fortalecendo a id ia de racionalidade do homem e tendo o Estado na o como agente principal da civiliza o moderna A cronologia continuava a organizar os conte dos hist ricos escolares tendo como meta o progresso tecnol gico criado pelo homem branco A Hist ria da Civiliza o e a Hist ria do Brasil destinavam se a operar como formadoras da cidadania e da moral e c vica Um dos objetivos b sicos da Hist ria escolar era a forma o do cidad o pol tico que em nosso caso era o possuidor do direito ao voto A Hist ria do Brasil servia para possibilitar as futuras gera es dos setores de elite informa es acerca de como conduzir a Na o ao seu progresso ao destino de grande na o Se realizarmos a leitura dessa perspectiva percebemos que a Hist ria do Brasil baseada em uma cronologia pol tica e em um tempo linear continuava como O debate em torno da disciplina de Educa o Moral e C vica foi longo e pol mico entre os anos de 1930 e 1945 Ela n o consta como disciplina aut noma no texto definitivo da Constitui o de 1934 aparece na Carta Outorgada der 10 4 1937 para desaparecer novamente em 1942 a partir da Lei Org nica do Ensino Secund rio Cf HORTA Jos Silv rio Ba a O hino o serm o e a Ordem do Dia A Educa o no Brasil 1930 1945 Rio de Janeiro Ed UFRJ 1994 p 137 204 65 um conte do de car ter complementar Predominava a id ia
87. d cada de 1980 a Secretaria de Educa o do Rio Grande do Sul juntamente com os seus professores realizou encontros em que se intensificaram os debates e surgiram proposi es Dessas id ias e alternativas resulta o Padr o Referencial de Curr culo 1998 que integra a Proposta para o Ensino de Hist ria para o Ensino M dio elaborado por Jos Alberto Baldissera que destaca a import ncia da abordagem dos conceitos habilidades espec ficas essenciais os n veis de an lise e as diferentes leituras da realidade que o aluno deveria realizar ao concluir o Ensino M dio Prop e ainda a organiza o dos conte dos atrav s de focos sugerindo um tratamento interligado para as tem ticas da Hist ria Geral Am rica e Brasil A sugest o metodol gica toma o capitalismo como eixo de an lise Na realidade trata se de uma proposta abrangente e coerente pois aponta para um repensar da Hist ria como pr tica pedag gica ROCHA 2000 Neste per odo come am a ocorrer reflex es te ricas e metodol gicas as quais passam a sugerir outros recursos did tico pedag gicos tais como filmes letras de m sica textos liter rios artigos de jornais e revistas documentos 29 BALDISSERA Jos Alberto Proposta para o Ensino de Hist ria Padr o Referencial de Curr culo Ensino M dio Documento n 05 Hist ria e Geografia Porto Alegre Secretaria da Educa o RS 1998 p 11 60 81 hist ricos os quais gradativamente p
88. da parte inferior da p gina Quanto relac o das tem ticas com a realidade representada as fotografias trazem poucas informa es excetuando se uma focalizada por Schmidt que estabelece um di logo entre a m sica Pra n o dizer que n o falei das flores de Geraldo Vandr e o movimento estudantil Na pr tica essa m sica proibida pela censura permaneceria como cone da resist ncia No governo do Presidente M dice 1969 1974 o Brasil vivenciou um dos per odos mais violentos da ditadura militar A censura viol ncia tortura e assassinatos tornaram se marcas desse tempo Esse governo silenciou a imprensa e alguns setores minorit rios da sociedade advers rios do regime Ainda procurou neutralizar as massas populares que sobreviviam por ter esperan a em dias melhores Nessa perspectiva que o governo M dice visando fortalecer o regime e esconder o clima de terror instaurado em todo Brasil cria um programa de propaganda governamental alicer ado nas id ias de conscientiza o c vica e de coopera o dos brasileiros para o engrandecimento do Pa s A Assessoria Especial de Rela es P blicas AERP e a TV Globo encarregaram se de realizar a propaga o 320 nessa esteira que s o forjados slogans ufanistas como Ningu m segura esse pa s Brasil conte comigo Brasil ame o ou deixe o que levaram os brasileiros a acreditar que estavam vivendo um momento hist rico sem precedentes Nesta me
89. dantes espancaram dezenas de professores e alunos depre daram salas de aula e laborat rios destru ram livros e docu mentos V tima da explos o de uma bomba de g s lacrimo g nio uma estudante teve seu rosto desfigurado Apesar da re press o dois anos depois o XXXI Congresso da UNE foi rea lizado em Salvador 306 Foto n 15 Campos p 306 EE OPOVO WO PODER 7 M esperar n o saber quem sabe faz a hora n o espera acontecer A can c o de Geraldo Vandr Pra n o dizer que n o falei de flores proibida pela censura estava em todos os coracoes e mentes Estes jovens con testadores de 1968 hoje seriam adultos quantos sobreviveram Quantos ideais permaneceram O que o tempo este corruptor faz de todos n s ec mais importante l der estudantil de 1968 Vladimir Palmeira acordo MEC Usaid previa a colabora o dos t cnicos americanos na reformula o do ensino brasileiro E o que os ianques propunham Acabar com as discuss es pol ticas na universidade estudante de veria apenas ser m o de obra qualificada para atender as multinacionais aqui insta ladas Al m disso o governo queria que o ensino superior fosse pago Ou seja fa culdade s para minoria de classe m dia alta para cima Mas a UNE estava l para lutar contra poca gloriosa do movimento estudantil Coragem sonhos libert rios utopia na alma A juventude queria o poder no mundo
90. de aprendizagem principalmente as de Piaget 1975 e as de Vygotsky 1989 pesquisadores que aprofundaram as suas investiga es nos est gios de desenvolvimento cognitivo e quanto ao problema de forma o de conceitos natural que o desenvolvimento da aprendizagem de conceitos esteja ligada a princ pios epistemol gicos faixa et ria dos alunos e a pressupostos te ricos da psicologia cognitiva Nessa constru o o aprofundamento te rico desses aspectos s o alvos a serem perseguidos As leituras investiga es e an lises revelam que os historiadores deparam se com conceitos e categorias Em suas atividades selecionam os conceitos essenciais contextualizando os e apropriando se dos mesmos na organiza o e sistematiza o de dados emp ricos A hist ria ensinada nas escolas utiliza no es e conceitos em profus o que muitas vezes chegam a designar os conte dos program ticos e ou passagens do livro did tico Exemplo Revolu o Industrial Constitui o Brasileira de 1824 Anos de Viol ncia no Brasil A Ditadura Militar Gislane Azevedo Reinaldo Seriacopi Quando o foco de an lise direcionado para a apreens o de conceitos n hist ricos imprescind vel a contribuic o de Bittencourt 2004 p 195 196 que defende O conhecimento hist rico escolar comparado ao historiogr fico produz se por interm dio da aquisi o de conceitos informa es e acrescenta o autor franc s Henri M
91. de Educa o Vicente Dutra munic pio de J lio de Castilhos onde atuo como docente 222 pronunciamento ele conclamou a popula o do pis a boicotar os desfiles de 7 de setembro Os militares resolveram processar o deputado mas precisavam de autoriza o da C mara e n o conseguiram Diante da derrotada os militares muniram se novamente de poderes excepcionais e passaram por cima da Constitui o que eles mesmos haviam institu do Assim em dezembro de 1968 foi promulgado o Als a mais violenta das medidas do governo Inaugurou se assim um novo ciclo de persegui o cassa es e demiss es A imprensa e todos os meios de comunica o passaram a sofrer rigorosa censura A seguir Divalte leva avante as suas considera es falando das decorr ncias que vieram ap s a decreta o do Als Analisa a Luta Armada o milagre e a repress o Ao se referir ao Als Divalte 2004 considera no como um ato violento que d in cio a um intenso processo de autoritarismo marcado pelas persegui es demiss es censura e cassa es Assim Mota Braick Campos e Schmidt apontam o discurso de M rcio Moreira Alves como o fator imediato que desencadeou algo que o pr prio contexto hist rico j vinha construindo Quando trabalham a quest o da Seguran a Nacional Vicentino e Dorigo 2004 p 530 esclarecem A tortura utilizada na busca de informa es transformou nomes e siglas como Fleury e D i Cod em sin nimos de vio
92. de F Alencar L Carpi M V Ribeiro 265 bo v 4 Imagem n 8 Capa do livro Hist ria do Brasil de Nelson Piletti Elza Nadai Joana Neves Hist ria do Brasil 267 Gilberto Cotrim o BaS para uma Gera o Consciente I ag Fre MO I Imagem n 10 Capa do livro Hist ria do Brasil para uma gerag o consciente de Gilberto Cotrim 10 0O ojuepisaJd o nojseje enb olu uuIAoN op seq sep euueduje ep seuoo ejuesoJdy euoisip ue esinbsed sopnise sop oe5ezi eo1 ejyed sejuepoduul sojueuunujsur ei amp ojoenbue esed sejuaues ejenbsip sesngued sosa sedeui ogoj c D euJepo N 666L SOQUJE olgj IS21g op euoisiH ep RUIDO ousiMnisog osseJ80Jd uiepio JeA eu esio8Jd eia ejseu enb opueJquue eJlepueq e e euipjodos7 q sobingsqeH sop gwe e uu B6eu uuou ewn elos zanje ojosewe O esonBnuod ejodoJjeui e ujoo soSe sossou LUBIONS OJpod q 8 epeoui e oJBoN op oIpu op oe3inquiuoo e weiqwaj sogdeBsAeN sopuelo Se LOS eperoiui wape euin wees seJojne SO pe s sen 1 Sep el 2661 ened sooo olbios sepuoouJe AN opne OUJEMBO OIAE d apen abor seg op euoisiH ejed uieBelA NH op 0quJos OpolJSd o JeJquis wa opesued euuo Jojne o Z9A e 0Jnose uio ojad opeosnjo oonod wn ojoJeuue p a oueuoo uin w eJileued op Bulo ewn ejueuJ aAissod ejuesoJde Jojne O pe L dsnp3 866 olsnej suog ISeJg op euoisiH OE
93. de Freitag 1986 p 66 67 a LDB 166 N o procura ser um corretivo de diferen as sociais porque acha que n o precisa s lo Assim ela traduz no seu texto a estrat gia t pica da classe dominante que ao mesmo tempo em que institucionaliza a desigualdade social ao n vel de ideologia postula sua inexist ncia O sistema educacional al m de contribuir para reproduzir a estrutura de classes e as rela es de trabalho tamb m reproduz essa ideologia da igualdade O per odo do Regime Militar marcado pela conten o e repress o mas h um crescimento da demanda social pela educa o No entendimento de Ghiraldelli Junior 2006 p 112 o per odo ditatorial ao Longo de suas d cadas que serviram de palco para revezamento de cinco generais na Presid ncia da Rep blica foi pautado em termos educacionais pela repress o privatiza o do ensino exclus o de boa parcela dos setores mais pobres do ensino elementar de boa qualidade institucionaliza o do ensino profissionalizante na rede p blica regular sem qualquer arranjo pr vio para tal divulga o de uma pedagogia cal ada mais em t cnicas do em prop sitos com fins abertos e discut veis tentativas variadas de desmobiliza o do magist rio atrav s de abundante e confusa legisla o educacional Somente uma vis o bastante condescendente com os ditadores poderia encontrar ind cios de algum saldo positivo na heran a deixada pela Ditadura Militar para o nosso
94. de certos deputados e senadores dos sindicatos de S o Paulo da Igreja Cat lica em Porto Alegre e em S o Paulo A principal press o pol tica veio do governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola juntamente com os pronunciamentos a favor feitos por Juscelino Kubitschek e por Carvalho Pinto governador do estado de S o Paulo Decisiva foi sustenta o militar do Ill Ex rcito sediado em Porto Alegre em resposta s demonstra es de confian a nas for as armadas brasileiras expressas por Jo o Goulart Para reconstituir os acontecimentos de 1961 no Brasil o historiador segundo Ferreira 2008 P 335 336 se depara com parcelas significativas da sociedade imbu das de algumas certezas entre elas a necessidade de manuten o da legalidade democr tica Nos partidos pol ticos sindicatos e igrejas entre estudantes intelectuais e associa es de profissionais e de capitalistas nas fac es das For as Armadas e na imprensa entre diversos outros grupos sociais e institui es pol ticas havia os que recusaram qualquer solu o para a crise que n o a da legalidade e da democracia A intransig ncia pela sa da legal incentivou inclusive que setores da popula o sobretudo trabalhadores e estudantes aceitassem com entusiasmo a convoca o de l deres pol ticos como Leonel Brizola e Mauro Borges para a resist ncia armada Ferreira 2003 p 336 continua Os patrocinadores do golpe como os ministros milita
95. de conhecimento na indaga o das fontes e na compreens o de realidades hist ricas espec ficas Quando direcionamos o foco para o ensino e aprendizagem de hist ria torna se comum a afirma o de que a mesma ocorre atrav s do dom nio de conceitos relegando para um segundo plano as personagens e os fatos ocorridos provados pelos documentos em um espa o tempo Na busca de uma justificativa fundamental associar os fatos a temas e sujeitos que o produziram e a conceitos Nessa perspectiva recorremos a Horn e Germinari 2006 p 83 quando defendem que uma coisa partir de Conceitos dados fechados desvinculados da realidade e portanto imut veis outra tom los com ampla elasticidade e permitir que sejam alterados relativizados quando confrontados com as evid ncias Os conceitos te ricos na medida em que v o surgindo no di logo com o objeto n o podem ser tomados de forma est tica como estruturas v lidas para todos os tempos Na realidade as abordagens sobre conceitos permitem di logos com as evid ncias de seu tempo hist rico Essa atitude passa a exigir permanentes teoriza es que v o viabilizar a revis o e ou a reconstru o conceitual Conceitos e no es sistematizam os fatos tornando poss vel a sua compreens o Na praticidade desses procedimentos o conhecimento hist rico passa pela media o dos conceitos 202 A apreens o dos conceitos pelos alunos est vinculada s teorias
96. de hist ria no mundo ocidental As pesquisas permitem a investiga o sobre a sua g nese conte dos valores ideologias estere tipos a abordagem de quest es a respeito de sua fabrica o a abertura de novos recortes e perspectivas a an lise de novos temas e problematiza es bem como interessantes olhares de historiadores educadores e demais profissionais O livro did tico constitui se em um rico espa o de id ias fatos s mbolos conceitos valores vozes significados mem ria e identidades Na pr tica acreditamos que os manuais s o um f rtil objeto de pesquisa Ao tomar o Regime Militar como alvo e tendo o livro did tico como l cus de pesquisa viemos ao encontro da id ia de que este instrumental pode contribuir para instaurar uma ordem principalmente se a mesma for desejada pelo grupo social que o encomenda e assegura a sua presen a nas pr ticas educativas A partir desse entendimento situamos a produ o do terceiro cap tulo onde passamos a verificar como os textos e as imagens neles inseridos contribuem para tornar o livro did tico um lugar privilegiado para a constru o da mem ria 128 3 1 O Corpus da Pesquisa O livro did tico ocupa um lugar especifico na trajet ria da Educac o e no processo hist rico e cultural da escolariza o Em uma perspectiva moderna ele cumpre o seu papel como instrumento de divulgac o e recriac o de saberes No Brasil insere se no mbito das pr ticas culturais
97. de not cias de jornais de obras liter rias de obras de historiadores e letras de m sicas al m de ilustra es gr ficos mapas e dados estat sticos As ilustra es na maioria dos livros continuam sendo apresentadas sem as devidas refer ncias de origem autoria data locais de produ o e preserva o e assim como os demais documentos inseridos no final dos cap tulos sem sugest es de an lises que permitam uma atividade pedag gica adequada para um aproveitamento consistente desse material Os livros did ticos s o objetos culturais integrantes da tradi o escolar utilizados h aproximadamente dois s culos por professores e alunos Apesar da concorr ncia com as novas tecnologias esses comp ndios continuam a ser um 120 s mbolo do saber escolar Nesse sentido tudo se une na mesma interessante passagem de Donato 2002 p 79 quando explica O livro did tico um artefato pedag gico muito utilizado nas salas de aula Ele tem sido utilizado como um recurso imprescind vel mas suas certezas raramente s o questionadas e refletidas Mas ele n o apenas um instrumento pedag gico ele se apresenta como lugar de elabora o do saber portanto com muitos significados ele um espa o privilegiado para constru o e subjetiva o das identidades Na realidade o livro did tico um instrumento que exerce um importante papel para fazer circular na escola o saber hist rico cient fico produzido p
98. destacando seus objetivos her is e obras constru das pelos governos militares Pelo outro existem os que situam o 31 de mar o de 1964 como uma daquelas datas que n o merecem comemora o Na pr tica o 31 de mar o pode ser um momento de comemora o ou de reflex o Isto depende de que lado estamos No terceiro momento deste cap tulo trabalhamos com os fatos que marcaram o processo hist rico desde o Golpe de 1964 at o processo de abertura pol tica As discuss es te ricas preliminares foram as seguidas pelo levantamento e estudo dos fatos que marcaram o processo hist rico brasileiro no per odo investigado Os resultados indicam que os livros did ticos sacralizam os fatos como o Com cio da Central do Brasil Marcha da Fam lia com Deus e pela Liberdade a Constitui o de 1967 e a Campanha pelas Diretas J 1984 Por outro lado o Movimento dos Marinheiros Com cio do Autom vel Clube Incidente do Restaurante Calabou o e a Emenda Constitucional de 1969 est o presentes na Hist ria mas n o refletidos nos livros did ticos Os manuais fazem refer ncias ao Als mas n o entram no m rito da quest o Percebe se que os autores tratam superficialmente de um momento importante como o de 1968 Os livros deveriam suscitar reflex es sobre a realidade pol tica que determinou a decreta o do Als bem como as suas consequ ncias para a sociedade brasileira Constata se que os fatos mais presentes nos livros did ticos fo
99. did tico ocorreu sob uma r gida legisla o de acordo com os ideais da doutrina de seguran a nacional e com a aprova o da Comiss o Nacional de Moral e Civismo Em meio a esse contexto marcado pela exce o e falta de liberdades democr ticas o livro sobreviveu a tudo Por fim organizou se o terceiro cap tulo denominado O Regime Militar no Livro Did tico de Hist ria do Ensino M dio Este cap tulo foi subdividido em cinco momentos No primeiro momento do terceiro cap tulo que denominamos O Corpus da Pesquisa privilegiamos o livro did tico como um dispositivo escolar entendido ao mesmo tempo como uma t cnica de poder e um procedimento de saber CHARTIER 2002 p 10 Na pr tica o conceito dispositivo refere se t cnica e da a raz o de utilizar o livro did tico como uma ferramenta capaz de gerir e validar dados no processo investigativo Ao estabelecermos um comparativo entre os livros do primeiro conjunto 1967 1988 e os do segundo conjunto 1995 2005 percebemos que houve um crescimento de 2874 para 5033 no universo de p ginas No que diz respeito s p ginas que tratam do per odo em que antecedeu o Golpe o regime e o in cio do processo de abertura constata se uma ascens o de 77 para 245 p ginas Observa 356 se que ocorreu um crescimento de 2 67 para 4 86 evidente que o fato de terem aumentado as p ginas que tratam do regime n o significa que houve um avan o qualitativo
100. diretamente pela popula o No fi nal do pleito o PDS partido do governo obteve apenas pequena margem de vantagem Flegeu doze dos 23 go vernadores e manteve a maioria no Congresso Diretas J O ano de 1984 foi marcado pelo movimento das Diretas J mobiliza o popular que reivindicava a aprova o de uma emenda no Congresso Nacional que restabelecesse as elei es diretas para presidente Iniciada pelo PT a campanha foi imediatamente encampada por uma frente ampla que reu nia v rios partidos pol ticos e acabou se transformando num movimento popular de mbito nacional Os com cios realizados durante a campanha atra ram centenas de milhares de pessoas que viram no evento uma forma de protestar contra o regime militar Mesmo com a for te press o popular o governo militar derrotou a emenda que recebeu 298 votos favor veis quando precisava de 320 no Congresso Nacional A elei o presidencial continuou sendo indireta Foto n 35 Divalte p 382 342 Unidade XI Um mundo bipolar SS AAT AA wau NSS EX NES RN L d ARE x Multidao participa de com cio na avenida Presidente Vargas no Rio de Janeiro durante a campanha das Diretas J Rio de Janeiro 10 de abril de 1984 A vit ria de Tancredo Neves Coma derrota das Diretas J as aten es da popula o voltaram se para o Col gio Eleitoral onde seria eleito o futu ro presidente Apresentaram se dois candidatos Repre
101. do Sul S o Sep S o Vicente do Sul Silveira Martins Toropi Vila Nova do Sul 130 No que diz respeito s editoras todas se localizam no eixo Rio S o Paulo Al m da Cia Editora Nacional outras se projetam no cen rio nacional tica e Saraiva que v o se consagrar pela especializa o produ o e qualidade dos livros did ticos Al m da tica que se firma cada vez mais nessa rea surgem produ es did ticas qualificadas das editoras Moderna Nova Gera o FTD e Scipione Al m dessas a Edusp e a Cia das Letras que publicam mais obras para o ensino superior abrem espa os a manuais como os de Fausto e Caldeira respectivamente Esses comp ndios foram elaborados em um per odo hist rico marcado pela ditadura militar e cumpriam a importante tarefa de divulgar um nacionalismo ufanista e patri tico Tratam se de obras elaboradas a partir da d cada de 1960 em um momento que ocorria a democratiza o do acesso e a massifica o do ensino brasileiro Neste per odo ocorre a vincula o das a es do Estado aos interesses da expans o da ind stria cultural Nesse processo conforme Gatti J nior 2004 p 37 ocorrem Mudan as na escola e na sociedade brasileira que se expressam tamb m na l gica de produ o de textos escolares que de manuais pouco utilizados passaram a ser livros did ticos com um papel central no universo escolar e nos planos de governantes especialmente no per odo que come
102. do conhecimento em sala de aula Para a realiza o da an lise documental e das imagens Villalta e Becho 2008 sugerem ainda a busca de apoio em outros documentos na historiografia e nos livros did ticos De certa forma parte dessas id ias foram utilizadas na constru o do quinto momento do terceiro cap tulo de nosso estudo Inserir as imagens fotografias na pesquisa constituiu se em um avan o no sentido te rico e no ponto de vista de an lise Inicialmente pensamos em um levantamento mas a pr tica nos mostrou uma pluralidade de imagens Diante dessa nova realidade decidimos efetuar um recorte metodol gico e passamos a analisar as Imagens fotografias de alguns eventos selecionados Os autores trabalham a partir de algumas refer ncias condensando informa es a respeito de muitos fatos e eventos Na realidade n o conseguem abranger todos os aspectos importantes sobre um determinado per odo hist rico Com certeza este um dos pontos negativos dos manuais Os livros did ticos analisados procuram passar o regime militar como um per odo denso em eventos her is realiza es paz e desenvolvimento Sobre aspectos como justi a social e direitos humanos existe um enorme sil ncio 363 Uma minoria de autores como Cotrim 1988 Nadai Neves 1986 Schmidt 2001 Mota Braick 2002 procuram salientar uma vis o negativa do regime como um per odo em que os princ pios democr ticos e os direitos humanos foram suf
103. do movimento pelas Diretas J no Congresso O grupo que sempre se beneficiara do regime fornecendo seus quadros pol ticos e administrativos e at obtendo vantagens pessoais encontrava se diante da possibilidade de n o mais fazer parte das estruturas do poder uma vez que Maluf sempre agia por conta pr pria Diante dessa situa o formou se uma dissid ncia dentro do PDS a Frente Liberal que mais tarde daria origem ao Partido da Frente Liberal PFL A Frente buscou aproxi mar se do PMDB que lan ou a candidatura do moderado pol tico mineiro Tancredo Neves presid ncia da Rep blica Estabeleceu se uma alian a entre os dois agrupamentos pol ticos da qual nasceu a chapa Tancredo Sarney candidatos respecti vamente presid ncia da Rep blica e vice presid ncia O Col gio Eleitoral reuniu se em 15 de janeiro de 1985 para escolher o novo presi dente do Brasil dando vit ria a Tancredo Neves Com uma complicada manobra pol tica a oposi o havia conseguido assumir o poder ainda que se valendo de uma chapa bastante conservadora e do apoio de pol ticos que antes haviam participado do regime militar De qualquer maneira os 21 anos de governo militar haviam se encerrado e uma nova poca se iniciava no pa s O REGIME MILITAR 1964 1985 537 382 Esse quadro s daria sinais de melhora em 1984 A subs titui o gradativa da gasolina pelo lcool e a queda dos pre os internacionais do petr leo red
104. dos grandes erros porque institucionalizou o arb trio justamente quando houve a oportunidade de uma transi o para a democracia com a Constitui o de 1967 O regime causou tamb m um crescimento da d vida social atrav s de uma alta con centra o de renda que aumentou brutalmente a taxa de analfabetismo e a pobreza al m da amplia o da 3 1 2 gt corrup o na burocracia do Estado Houve pr ticas a injustific veis como a tortura em um sistema baseado nos DOI CODIS que provocou desaparecimentos e S mortes de presos pol ticos como Wladimir Herzog Manoel Fiel Filho e Rubens Paiva CAVAGNARI Geraldo coronel In CONTREIRAS H lio org Charge criticando o general Castello Branco um dos l deres do Militares confiss es Rio de Janeiro Mauad 1998 coma d 1964 elaborada por Fritz e publicada no jornal oposi DESTA EREE AOAR NEA cionista Ultima Hora em 18 12 1964 UNIDADE VIII O SONHO N O ACABOU EJ Foto n 33 Mota Braick p 521 A campanha pelas Diretas J como foi divulga da e ficou conhecida come ou timidamente mas logo ganhou o apoio dos membros do PMDB e do PDT Em pouco tempo multidoes tomaram as ruas das cidades em com cios gigantescos numa mobili za o popular rara na hist ria do pa s Apesar da mobiliza o da oposi o e do voto favor vel de mais de 50 deputados do PDS a emenda constitucional que estabelecia as elei es diretas para presidente da Rep bli
105. dos seus problemas A organiza o das entidades populares con tou com est mulos do pr prio governo em de terminados momentos quando a pol tica oficial se orientava para o controle dos trabalhadores urbanos atrav s dos sindicatos No governo Goulart estimulou se a organi za o de sindicatos no meio rural de 300 sindi catos existentes em julho de 1963 passou se pa ra 1500 em mar o de 1964 Reconheceu se ain da a CONTAG Confedera o Nacional dos Tra balhadores da Agricultura e determinou se a re gulamenta o do Estatuto do Trabalhador Rural Uma das mais expressivas formas de mobili za o dos trabalhadores rurais foram as Ligas 26 A penetra o do PCB era de certa forma neutralizada na medida em que o PTB se definia mais claramente por uma pol tica de massa 241 293 poderes do Presidente ficavam diminu dos pois no parlamentarismo a chefia do executivo com pete ao Primeiro Ministro que exerce o poder de acordo com a maioria dos parlamentares Aceitando as condi es que lhe foram im postas Jo o Goulart tomou posse da Presid n cia em setembro de 1961 Tempos depois no dia 6 de janeiro de 1963 foi realizado um plebiscito para que o povo se manifestasse a favor ou contra o regime parlamentarista A consulta popular re velou que a ampla maioria dos brasileiros era fa vor vel extin o do parlamentarismo e volta do presidencialismo Ap s o resultado do plebis cito Goular
106. e Associa o de Ge grafos Brasileiros 76 A ANPUH uma associa o cient fica fundada em 1961 que congrega professores e pesquisadores de Hist ria Tem por objetivos o aperfei oamento do ensino de Hist ria em seus diversos n veis o estudo a pesquisa e a divulga o historiogr fica e a defesa das fontes e manifesta es culturais de interesse para os estudos hist ricos A ANPUH promove o interc mbio de id ias entre seus associados atrav s da manuten o de publica es peri dicas da realiza o de simp sios nacionais e de encontros estaduais de cursos de extens o e de outros eventos de interesse da rea A Associa o dos Ge grafos Brasileiros AGB uma entidade da sociedade civil de car ter t cnico cient fico fundada na cidade de S o Paulo em 7 de setembro de 1934 por iniciativa do ge grafo franc s Pierre De Fontaines Tem como objetivos pesquisar e divulgar assuntos geogr ficos principalmente brasileiros bem como colaborar para o desenvolvimento do ensino de geografia em todos os n veis Acolhe em seu quadro social n o s ge grafos licenciados ou bachar is mas tamb m t cnicos pesquisadores e estudantes al m de especialistas em ci ncias afins e estudiosos em geral Desde 1946 a AGB vem realizando Congressos Encontros Simp sios nacionais e regionais em cidades como Rio de Janeiro S o Paulo Salvador Recife Fortaleza Belo Horizonte etc Para atingir suas finalidades a AGB p
107. e a forte presen a do estado no processo econ mico Todos os autores mais recentes quadro n 9 denominam o movimento de 1964 como Golpe Em suas proposi es Mota Braick 2002 p 520 elucidam Os militares chamaram de Revolu o de 1964 o movimento que derrubou o presidente Goulart Contudo n o se pode dizer que tenha ocorrido uma revolu o Essa palavra tem sido muitas vezes empregada de modo equivocado No essencial por m h pouca confus o quanto ao seu significado central designa mudan as dr sticas e violentas na estrutura socioecon mica e tamb m nas leis afastando do poder aqueles que o controlavam Revolu o o desencadeamento de a es violentas levadas adiante por setores da sociedade que n o pertencem s elites dirigentes ou s classes dominantes c OL 9 S S r OL 0 TV1O1 x x x x S002 eony Idooeueg opeAezy UOISIH x x x x x 002 euoidiog oBuoqg ounueoiA OIP9IN OUISUI o gied euoisiH x x x x t00Z eony eyenq amp UOISIH x x 100 ald ewlT 0y4ene9 01p d ejuepioQ 0B EZIIIAIO ep euoisiH x x x 2002 uJepojN xoreJg e1o N Olu IUi 5 Oe SEUJOAEO SEP BUOISIH x x x x LOOZ oB BI9L eAON 1piuJuos IN ISeJg op eonuo euoisiH BAON X X X X X X 000c eony Mojtd epruy BOISIH E PEDO L x x x x x 6661 euJopo N sodure 4 SEJ op euoisiH ep Luno x x x x x Z664 selo sep 219 epep r ISe1g op euoisiH ejed uieBelA X x x x S66L dsnp3 ojsne J suog
108. e clientes podem chegar a uma interpreta o seriamente equivocada 3 Entretanto voltando boa not cia o processo de distor o ele pr prio evid ncia de fen menos que muitos historiadores desejam estudar tais como mentalidades ideologias e identidades A imagem material ou literal uma boa evid ncia da imagem mental ou metaf rica do eu ou dos outros As imagens s o produtos sociais e quando associadas a outros registros informa es usos e interpreta es s o essenciais para a constru o hist rica de um determinado momento Interessar se pela imagem de acordo com Joly 2004 p 136 tamb m interessar se por toda a Hist ria tanto pelas nossas mitologias quanto pelos nossos diversos tipos de representa o A riqueza da conduta contradiz a redu o da imagem imagem da m dia ou s novas tecnologias estas s o apenas as transforma es mais recentes se n o as ltimas dos signos visuais que nos acompanham como acompanharam a Hist ria da Humanidade Sobre ver LEITE Miriam Moreira Retrato de Fam lia leitura da fotografia hist rica S o Paulo Edusp 1998 Sobre ver JOZIEL Paula Imagens Construindo a Hist ria S o Paulo UNIMEP 2005 248 Hoje sem d vida torna se interessante conhecer essas m ltiplas realidades o real e o imagin rio de homens e mulheres de outros espa os e tempos procurando aproximar passado o presente que possam iluminar o camin
109. eias Imagem n 8 Capa do livro Hist ria do Brasil de Nelson Piletti Imagem n 9 Capa do livro Hist ria do Brasil da Col nia a Rep blica de Elza Nadai e Joana Neves a nnn nnne nn nnne nnne nennen nnne Imagem n 10 Capa do livro Hist ria do Brasil para uma gera o consciente de Gilberto Gotrimi er Imagem n 11 Capa do livro Hist ria do Brasil de Boris Fausto Imagem n 12 Capa do livro Viagem pela Hist ria do Brasil de Jorge Galderan Lu smua mu usa kaa ENIO o omoi sm mc t E Imagem n 13 Capa do livro Oficina de Hist ria Hist ria do Brasil de Fl vio Campos 2122 umum T habeas Susa ustus a aia Imagem n 14 Capa do livro Toda a Hist ria Hist ria Geral e Hist ria do Brasil de J J de A Arruda e N Piletti Imagem n 15 Capa do livro Nova Hist ria Cr tica do Brasil 500 anos de Hist ria malcontada de M rio Schmidt Imagem n 16 Capa do livro Hist ria das cavernas ao Terceiro Mil nio de MBZMO GTDUHABEISIGI aciasieasemtpincaunneas o od saia id a Dp Re MI Imagem n 17 Capa do livro Hist ria da civiliza o ocidental de A P L de SOUZA INRA eco dirae u asua Rd E mci re hu Imagem n 18 Capa do livro Hist ria de Divalte Imagem n
110. em Curitiba uma fotografia grande em preto e branco e localiza se na parte superior da p gina A mesma n o traz o autor e a fonte Nadai Neves inovam por acrescentar essa tem tica em seu texto e por inserir uma das primeiras fotografias desse evento em um livro did tico No livro de Cotrim 1988 encontramos duas fotografias a do Com cio ocorrido na Pra a da S em S o Paulo e do Com cio da Candel ria no Rio de Janeiro As duas fotografias de tamanho m dio em preto e branco localizam se na parte inferior da p gina Nenhuma aponta o autor e a data Para Cotrim ambas representam um memor vel espet culo de civismo As duas relacionam se com a tem tica abordada no livro embora o autor do mesmo pouco as utilize para fins did ticos O livro seguinte a ser observado o de Fausto 1995 que apresenta uma fotografia do ato pelas Elei es Diretas ocorrido em 27 de junho de 1984 na Pra a da S em S o Paulo Essa fotografia de autoria de ngelo Jos Pessoa uma fotografia em preto e branco de tamanho grande e situa se na parte superior da p gina Na mesma destaca se uma faixa onde se l Oposi es Unidas Diretas 344 J Essa fotografia articula se ao texto ilustrando o mas o autor do livro pouco a explora no sentido pedag gico O livro de Campos 1999 apresenta uma fotografia do Com cio pelas Diretas ocorrido em Belo Horizonte em 1984 Essa fotografia de Daniel Augusto Jr Puls
111. em Educa o S o Paulo PUCSP 2001 119 Nos comp ndios persistem aspectos consagrados pela historiografia como a divis o da Hist ria escolar e acad mica da Antiguidade Idade Contempor nea Nos ltimos anos os livros did ticos comecaram a renovar se inclusive com as abordagens de novos temas principalmente ligados Hist ria Cultural No Ensino M dio os livros did ticos s o pressionados pela necessidade de preparar o aluno para o vestibular cujas provas de Hist ria ainda s o pautadas pelos temas e cronologias tradicionais Apesar dessa dificuldade no Ensino M dio na perspectiva de Bittencourt 2004 p 310 a renova o maior com a cria o da denominada hist ria integrada que junta conte dos de Hist ria do Brasil da Am rica e Geral em aparente organiza o sincr nica no tempo O risco dessa produ o est em preterir os estudos sobre a hist ria brasileira priorizando tem ticas da hist ria geral segundo uma vis o euroc ntrica e fornecendo explica es dos problemas brasileiros sob a influ ncia exclusivamente externa Inspirados em obras estrangeiras francesas sobretudo que organizam os chamados dossi s nos quais apresentada uma s rie de dados adicionais ao texto principal do cap tulo os manuais did ticos de maneira geral t m se esmerado na inclus o de documentos Bittencourt 2004 p 310 continua Estes s o de natureza diversa destacando se excertos
112. esperamos contribuir para a divulga o e abordagem do Regime Militar nas atividades de ensino e pesquisa Se isto ocorrer no mbito escolar com certeza um dos maiores objetivos estar sendo alcan ado REFER NCIAS ABR O Janete Pesquisa em Hist ria Porto Alegre EDIPUCRS 2002 ABUD K tia Curr culos de Hist ria e Pol ticas P blicas Os Programas de Hist ria do Brasil na Escola Secund ria In BITTENCOURT Circe O Saber Hist rico na Sala de Aula S o Paulo Contexto 1997 p 28 41 APPLE Michael W Trabalho docente e textos Porto Alegre Artes M dicas 1995 ARAPIRACA Jos de Oliveira A Usaid e a Educa o Brasileira S o Paulo Cortez Autores Associados 1982 BALDISSERA Jos Alberto O Livro Did tico de Hist ria Uma Vis o Cr tica Porto Alegre EVANGRAF 1994 BALDISSERA Jos Alberto ROSSINI Miriam Imagens do Descobrimento em Livros Did ticos de Hist ria In RECKZILGEL Ana Lu za Setti FELIX Loiva Otero orgs RS 200 anos definindo espa os na hist ria nacional Passo Fundo EDIUPF 2000 p 383 394 BARROS Jos D Assun o Hist ria Geografia e Espacialidade Agora Revista de Hist ria e Geografia v 11 n 02 Santa Cruz do Sul UNISC jul dez 2005 p 99 114 O Campo da Hist ria Especialidades e Abordagens Petr polis Vozes 2004 BARROS Marco Aur lio SWERSSON JUNIOR Walter Cruz Contra Inimigos da Ordem A Repress o Pol tica do Regime Militar 1964 1
113. este controle A educa o estar novamente a servi o dos interesses econ micos que fizeram necess ria a sua reformula o Essa afirma o 7 Sobre ver BUFFA Ester NOSELLA Paolo A Educa o Negada Introdu o ao Estudo da Educa o Brasileira Contempor nea 2 ed S o Paulo Cortez 1997 168 encontra seu fundamento nos fundamentos oficiais nos planos e leis educacionais e na pr pria atua o do novo governo militar Para Hilsdorf 2003 p 123 no campo da educa o As pol ticas implementadas no per odo segundo o enquadramento do desenvolvimento e da seguran a nacional v o sendo realizadas sob a justificativa ideol gica liberal de que se investia na melhoria do capital humano para adequar a sociedade brasileira aos patamares das exig ncias modernas da produ o internacional A teoria do capital humano importada dos EUA nos anos 60 funcionava como uma diretriz de pol ticas sociais para os pa ses em desenvolvimento Na realidade prop e que a educa o seja um investimento que assegure maior produtividade e consequentemente melhores condi es de vida para a sociedade e para os trabalhadores Acreditava se que era s investir que o desenvolvimento de habilidades e novos conhecimentos seriam viabilizados Ao se referir a esses programas Hilsdorf 2003 p 124 esclarece que A estrat gia de ajuda internacional para o desenvolvimento da educa o ou expans o de mercado que favorecia
114. focalizados os ciclos econ micos brasileiros embora nenhuma mudan a significativa ocorra no rigor sequencial e ou na abrang ncia dos conte dos Apenas uma inova o ocorre como decorr ncia da Revolu o Cubana a inclus o de Hist ria da Am rica principalmente t picos sobre os EUA com o objetivo de acentuar a influ ncia da pol tica norte americana na Am rica Latina Ao analisar esse contexto Bittencourt 2004 p 82 enfatiza Nas d cadas de 50 e 60 surgiram cr ticas e novas propostas sobre os objetivos e m todos de ensino Tais cr ticas provinham de professores formados pelos cursos de Hist ria criados a partir de 1934 cursos esses respons veis pela profissionaliza o de um corpo docente que tamb m se iniciava pela rela o entre ensino e pesquisa A cr tica maior dos educadores da poca dirigia se contra uma erudi o hist rica desvinculada de forma o que fornecesse aos alunos elementos de autonomia intelectual ante os desafios econ micos impostos pelo setor empresarial e pelas pol ticas desenvolvimentistas que visavam ao crescimento industrial e tecnol gico Dando continuidade sua abordagem Bittencourt 2004 p 83 argumenta parte essa forma o intelectual via se igualmente como necess ria forma o do cidad o pol tico o qual diferentemente de per odos anteriores aliasse o conhecimento da hist ria pol tica hist ria econ mica como uma das bases para o entendimento do est g
115. foi privilegiada na maioria das produ es e trabalhada pela an lise de conte dos sobretudo de hist ria do Brasil Foram apontadas diversas quest es como a aus ncia das camadas populares o tratamento passivo dado ao povo o escamoteamento da viol ncia dirigida aos segmentos desprestigiados economicamente a nfase nos her is da hist ria enfim o livro apresentado como um instrumento de reprodu o ideol gica conte dos ausentes no livro did tico algumas produ es trataram de denunciar aspectos ausentes nos livros did ticos tais como preocupa es ecol gicas o cotidiano das sociedades humanas e dos sujeitos hist ricos entre outros linguagem conceitual e iconogr fica do livro did tico dois trabalhos analisaram o livro did tico sob o ponto de vista da linguagem texto e imagem A compreens o que o aluno tem do livro did tico foi colocada em quest o por esses autores assim a an lise perdeu o car ter gen rico e o livro refletido a partir daquele que o seu consumidor o aluno As investiga es revelam que os estudos valorizam algumas tem ticas em detrimento de outras como as quest es ind genas dos afro descendentes da mulher da crian a do trabalho etc Ao revisitarmos a bibliografia verificamos a exist ncia de novas possibilidades de pesquisa teoriza o e perspectivas Bittencourt 2004 p 3 e 4 quando aborda essas quest es argumenta 33 No Brasil tamb m os livros did ti
116. foi sufocado professores e alunos perseguidos salas de aulas invadidas disciplinas tiveram sua carga reduzida e abordagens censuradas e vigiadas Hist ria e Geografia ou foram afastadas do curr culo Sociologia e Filosofia Nas escolas o ensino de Hist ria continuava sob a influ ncia do eurocentrismo e as no es inserem se dentro do quadripartismo Hist ria Antiga Medieval Moderna e Contempor nea e focalizava principalmente os aspectos pol ticos militares ideol gicos e diplom ticos Os conte dos buscavam instituir uma mem ria oficial e a Hist ria deveria servir para manter a hegemonia das classes dominantes A Ditadura Militar de acordo com Bittencourt 2007 p 44 45 encarregou se de divulgar um nacionalismo de ufanismo de ritmos de Brasil Grande em um contexto de intenso crescimento baseado em forte concentra o de renda Os estudos sociais propostos e apresentados pelas obras did ticas eram diferentemente das propostas de soci logos como Darcy Ribeiro ou Delgado de Carvalho uma simplificada e reduzida hist ria e geografia sem profundidade conceitual justificada por uma inser o do aluno na comunidade de maneira a se adaptar e a se acomodar ao sistema A rela o 70 aprendizagem associado ao ensino passou a ser considerada fundamental pelos curr culos mas os novos m todos piagetianos transformaram se em simples t cnicas de ensino Dando continuidade a sua an lise Bittencour
117. for a e o clima de guerra instalado em Bras lia pelo general Newton Cruz Os autores do segundo conjunto 1995 2005 que publicaram suas obras ap s o movimento de redemocratiza o tiveram amplas oportunidades no momento de produzirem as mesmas Nesse grupo destacam se por efetuar uma abordagem cr tico reflexiva as obras de Schmidt 2001 e Mota Braick 2002 Nesse sentido inserimos uma passagem Schmidt 2001 p 358 359 quando o autor esclarece Em 1984 multid es foram s ruas exigir o direito ao voto para presidente A ditadura agonizava O acontecimento final do governo do general Figueiredo foi a Campanha pelas Diretas J em 1984 Uma coisa maravilhosa na qual praticamente o pa s inteiro tomou parte lutando pelo direito de votar para presidente Nos ltimos com cios no Rio de Janeiro e em S o Paulo reuniram se milh es de pessoas Foram as maiores manifesta es de massa da Hist ria do Brasil Mota Braick 2002 p 532 quando esses autores esclarecem A partir de 1983 as oposi es lan aram a campanha pelas Diretas J O movimento consistia em reivindicar a aprova o de um projeto de lei autoria do deputado federal Dante de Oliveira que preconizava a realiza o de 195 eleic es diretas e livres para a Presid ncia da Rep blica em 1985 Com cios foram realizados em todo o pa s as ruas tingiram se de amarelo a cor escolhida como s mbolo da campanha e personalidades importantes c
118. igualdades e desigualdades existentes nas sociedades comparecer problem ticas atuais e de outros momentos posicionar se de forma cr tica no seu presente e buscar as rela es poss veis com o passado Os conceitos e as orienta es s o ferramentas essenciais para o enriquecimento das discuss es durante o processo ensino aprendizagem A aula de Hist ria deve abrir um maior espa o para argumenta o pesquisa debates e novas t cnicas que podem ser aplicadas durante as atividades Seffner 2000 p 263 271 esclarece O conhecimento hist rico um artefato hist rico cultural S o tarefa e objetivo do ensino de Hist ria propiciar ao aluno condi es de ter uma experi ncia de realizar uma experi ncia fazer com que ele se sinta interpelado e tenha que responder a essa interpreta o argumentando seu ponto de vista A essa altura de nossas viv ncias partilhamos da id ia de que o ensino algo din mico e precisa adequar se s m ltiplas realidades e alunos Podemos esclarecer que em uma abordagem tradicional ou atrav s da inser o de eixos tem ticos o docente deve mediar com criatividade o processo de revitaliza o do ensino de Hist ria Nessa perspectiva Freitas Neto 2003 p 72 73 apresenta pontos essenciais e Valoriza o do aluno e de seu universo e Estimular a oralidade e com base nela a produ o textual e a an lise de documentos textos v deos mapas acervos 87 e N o poss v
119. importante destacar que as fotografias presentes nos livros de Nadai Neves 1986 e Cotrim 1988 s o iguais Por outro lado as fotografias inseridas nos comp ndios de Schmidt 2001 e Pedro Lima Carvalho 2004 possivelmente foram obtidas a partir de um mesmo ngulo A indisciplina que j se mostrava n tida no meio das pr prias For as Ar madas e a insist ncia do Presidente em tentar promulgar o Estado de S tio provavelmente para intervir na Guanabara onde o jornalista Carlos Lacerda Ihe fazia oposi o come aram a preocupar seriamente os meios civis e milita res do Pa s A preocupac o aumentou ainda mais quando a 13 de marco de 1964 o Presidente em um com cio realizado junto E F Central do Brasil no Rio de Janeiro onde se reuniram milhares de trabalhadores para aumentar seus po deres anunciou a Revis o da Constituic o e assinou os decretos da reforma agr ria incorporac o de empresas etc Imediatamente a oposic o se agigantou em todo o Pa s Os militares e uma parte da classe dirigente do Pa s apoiados pelo clamor popular represen tado pela Marcha da Fam lia com Deus pela Liberdade no dia 31 de marco de 1964 depuseram o Presidente 1964 Diante do movimento das tropas em v rios Estados Goulart foi para Bra s lia de l retornou ao Rio Grande do Sul e em seguida se asilou no Uruguai O Congresso Nacional imediatamente declarou vago o cargo de Presiden te que passou a ser ocupado inter
120. inicialmente o g nero liter rio denominado As Belas Mentiras resultantes de pesquisas acad micas que focalizam a manipula o preconceito mistifica o legitima o da domina o explora o burguesa e da ideologia Analisa tamb m a profissionaliza o da ind stria e das editoras as propostas das secretarias estaduais de educa o de S o Paulo e Minas Gerais as produ es did ticas Em outro estudo o autor avalia os livros paradid ticos 40 Quase no final da d cada de 90 Ant nio Astor Diehl orienta duas monografias no Curso de Especializac o em Hist ria Regional que inovaram no ponto de vista te rico e metodol gico ao analisar o livro did tico e o curr culo Fl via Elo sa Caimi 1999 examina a dimens o hist rica relacionando com a ind stria cultural quest es psicopedag gicas e estruturas te ricas A seguir de forma sint tica apresenta os paradigmas Positivismo Marxismo e Nova Hist ria relacionando os com o livro did tico Por fim trata da an lise das obras did ticas 1 grau tentando evidenciar as tend ncias paradigm ticas presentes nas propostas dos autores A explica o das teorias que subsidiam as obras ocorre a partir de cinco eixos concep o de Hist ria a concep o de ensino a periodiza o adotada os novos objetos fontes e bibliografias incorporadas e o tratamento dispensado aos sujeitos hist ricos Na segunda parte da obra lronita A P Machado 1999 examina o c
121. instru o ou al vio ampliam essa ilus o permitindo nos imaginar que uma pintura de Picasso ou uma escultura de Aleijadinho revelam o mundo para n s ou nos revela para o mundo assim tamb m e de forma assombrosa que em meio nossa crueldade gan ncia ou loucura sem inspira o ainda sejamos capazes de criar e recriar com tanta beleza Essencialmente toda a imagem nada mais do que uma pincelada de cor um naco de pedra um efeito de luz na retina que dispara a ilus o da descoberta ou da recorda o do mesmo modo que nada mais somos do que uma multiplicidade de espirais infinitesimais em cujas mol culas assim nos dizem est o contidos cada um de nossos tra os e tremores As imagens sempre estiveram associadas ao seu contexto hist rico intelectual e art stico Nesse processo tornaram se fontes de conhecimento verdade poder culto e projetos sociais Nessa perspectiva Canabarro 2005 p 23 explica Na contemporaneidade as imagens aparecem nos distintos meios de circula o da cultura Elas representam pequenos fragmentos que indicam os diferentes modos de vida dos atores sociais a forma como compreendem o 8 Sobre ver CARDOSO Ciro Flamarion MAUAD Ana Maria Hist ria e Imagem os exemplos da fotografia e do cinema In CARDOSO Ciro Flamarion VAINFAS Ronaldo Dom nios da Hist ria Rio de Janeiro Campus 1997 246 mundo suas representa es o imagin rio e as mesmas cenas muito pr xi
122. interesses e conflitos Esses lugares al m de constitu rem novas possibilidades de leitura despertam o interesse dos historiadores da cultura Diante disso retornamos a Nora 1993 p 16 quando assim se expressa Lugar da mem ria toda unidade significativa de ordem material ou ideal da qual a vontade dos homens ou o trabalho do tempo fez um elemento simb lico do patrim nio da mem ria de uma comunidade qualquer As discuss es anteriores permitem a compreens o de que a mem ria individual social e coletiva est intimamente interligada pela vontade sentidos e identidade Esses elementos tornam se vitais na constru o do conceito de lugares da mem ria Nessa esteira que tem origem o livro denominado Le tour de France par deux enfants meio pelo qual as crian as viajam pela Fran a atrav s de sua 52 Hist ria geografia economia cultura e diversidade regional A id ia do livro educar as crian as e contribuir para a elaborac o da mem ria sobre a Fran a No Brasil esse exemplo seguido por Olavo Bilac e Manuel Bonfim que nas primeiras d cadas do s culo XX escreveram e publicaram Atrav s do Brasil reeditado recentemente na cole o Retratos do Brasil pela Editora Companhia das Letras Essas reflex es tornaram poss vel a articula o dessas id ias com o estudo que estamos realizando Com isso haver oportunidade de empreendermos mais uma reflex o os livros did ticos investiga
123. m em anexo o Plano de Ensino para ser utilizado pelos professores como apoio nas situa es de ensino aprendizagem Outro aspecto o pequeno n mero de cap tulos que oscilam entre quatorze Nadai Neves e vinte e um Souto Maior A obra de Vianna al m de ser organizada em dois volumes excec o pois o segundo volume constitu do de trinta e quatro cap tulos preciso esclarecer a exist ncia de um hiato no per odo compreendido entre a publica o da ltima obra Cotrim 1988 selecionada no primeiro conjunto e a primeira Fausto 1995 inserida no segundo conjunto de livros analisados Na realidade nessa poca no Brasil e na 8 Regi o Escolar que definimos como um dos crit rios para a escolha dos livros a serem objeto de an lise s obras did ticas mais utilizadas no meio escolar as mais adotadas eram de Piletti e Nadai Neves Esses livros conheciam sucessivas edi es e conquistavam uma proje o nacional no sentido quantitativo e qualitativo Na verdade a sua enorme aceitabilidade entre educadores e educandos se deve densidade de seu conte do base te rica abordagem hist rica que supera aquela hist ria marcada pela dualidade entre her is e vil es al m de serem de f cil compreens o para os estudantes Na pr tica esses livros no referido per odo dominam o mercado deixando poucas chances a outras publica es Nesse sentido justifica se a n o inser o em nossos estudos de nenhum ou
124. metodol gicos e os crit rios a serem observados no processo de elabora o em Hist ria e Livro Did tico o ponto de vista de um autor Jos Rivair Macedo d um testemunho como autor em Indaga es sobre a Hist ria ensinada Kazumi Munakata faz uma s rie de reflex es sobre o processo ensino aprendizagem e o livro did tico de Hist ria Em 2001 Fl via Elo sa Caimi publica Conversas e Controv rsias O Ensino de Hist ria no Brasil 1980 1998 resultante de sua Dissertac o de Mestrado em Educag o UPF No primeiro cap tulo reconstituiu os caminhos da Hist ria ensinada no segundo focaliza a base emp rica e as discuss es do ensino de Hist ria nas d cadas de 80 90 no terceiro aborda as especificidades e os principais elementos da crise do ensino de Hist ria no quarto analisa a identidade nacional a pluralidade cultural as perspectivas propostas e tend ncias atuais de pesquisa e ensino de Hist ria no ltimo cap tulo as investigac es se voltam para a base te rica e as rela es entre paradigmas da Hist ria e sua metodologia de ensino Nas considerag es finais apresenta id ias interessantes que passam pela historiografia concep es metodologia identidade nacional e ensino de Hist ria 14 Esses artigos est o no livro GUAZELLI Cesar Augusto Barcellos org Quest es de Teoria e Metodologia da Hist ria Porto Alegre UFRGS 2000 42 Em 2003 F lvia Rosemberg publica o artigo
125. mulher nua eram trazidas pe los malvados bolcheviques dispostos a destruir a moral e a sa de de nossos jo vens Algu m precisava salvar o Brasil Esse algu m bvio eram os militares sempre alerta Acontece que a DSN n o era apenas negativista no sentido de querer negar destruir uma situa o Ela tinha um lado construtivo ou seja propunha criar um novo pa s Aten o para isso porque era a mostra de que os militares pretendiam ficar muito tempo no governo A DSN ligava se uma vis o geopol tica A geopol tica foi inventada pelo im perialismo alem o no final do s culo XIX Sua id ia a de que o destino de um pa s se relaciona com suas condi es geogr ficas O general Golbery do Couto e Silva especialista em geopol tica cabe a chefe da DSN brasileira dizia que o Brasil pa s gigantesco com popula o crescente tinha o destino de se tornar a grande pot ncia capitalista do Cone Sul Para isso os militares assumiriam a dire o do pa s mobilizando todos os recur sos econ micos pol ticos psicossociais e militares Era o bin mio Seguran a e Desenvolvimento lema bem parecido com o velho Ordem e Progresso dos po sitivistas republicanos De certo modo tamb m a consagra o dos velhos ideais tenentistas dos anos 20 n o mesmo Pois s faltava a gotinha d gua para os militares agirem Ela viria com a rebe li o dos marinheiros e o famoso Com cio da Central do Brasil As lu
126. nas escolas brasileiras Al m disso preciso lembrar que as relac es entre o Estado e os livros did ticos podem ser encaradas como t nues e pouco definidas A propaga o do movimento modernista durante a d cada de 1920 e das id ias nacionalistas na d cada de 1930 assinalam o in cio de um novo momento na trajet ria do livro did tico de hist ria na educa o brasileira Ao tratar desse momento Caimi 1999 p 34 enfatiza Na d cada de 1930 acentuou se o emprego de manuais produzidos no pa s fato que se deveu especialmente a dois fatores o encarecimento do livro estrangeiro provocado pela crise de 1929 e o desenvolvimento de uma pol tica educacional consistente atrav s de Francisco Campos As mudan as come am a ocorrer a partir da Revolu o de 1930 com a cria o do Minist rio da Educa o e Sa de MES Al m da difus o intensiva do ensino p blico o MES passa a coordenar as a es de produ o circula o e distribui o dos livros did ticos Em 1936 criada a Comiss o Nacional de Literatura Infantil que tinha entre as suas atribui es realizar levantamentos sobre a situa o desse tipo de produ o liter ria existente selecionar livros para serem traduzidos classificar as obras por 109 idade e censur las se fosse preciso promover intensamente o desenvolvimento de uma literatura de melhor qualidade para crian as e jovens Essa comiss o deveria premiar as obras de lit
127. no pleno transcorrer de seu desenvolvimento como indiv duo e como parte do coletivo social simultaneamente A Hist ria enquanto campo do saber ou disciplina sustenta se em uma ret rica de origem social e propicia aos historiadores desenvolverem reflex es epistemol gicas e pr ticas metodol gicas Esses procedimentos permitem que o historiador ultrapasse a perspectiva da contempla o e realize atrav s de uma linguagem espec fica uma interpreta o cr tica do mundo e de suas pr ticas Nesse sentido compartilhamos das id ias de Martin 2007 p 71 quando diz Acreditamos que a educa o na condu o do pluralismo poderia partir da redefini o do historiador docente como uma esp cie de orquestrador epistemol gico cujo papel social fosse radicalmente distinto do aspecto legislativo e autorit rio herdado da culturalmente envolvente modernidade Suas atitudes e pr ticas se destinariam a formar os alunos no pluralismo epistemol gico a fomentar sua aproxima o da id ia de que o conhecimento do passado uma atividade construtiva da mesma maneira que a veracidade historiogr fica cont m se uma faceta coletiva e dialogada A pr tica como docente permitiu o contato e o di logo com diferentes abordagens Essas experi ncias permitiram a certeza de que h uma enorme necessidade de diminuir o distanciamento entre o ensino e a pesquisa Essa uma alternativa a ser desenvolvida pois como afirma Silva 1995 p 19
128. o se bem compreendida poderia incidir em uma abordagem mais eficaz do ponto de vista hist rico Em um momento de grande produ o historiogr fica os autores deveriam melhor aproveit la para o enriquecimento de suas discuss es te ricas Os estudos a respeito de fatos e conceitos que marcaram o Regime Militar deveriam ser aprofundados Se isso ocorresse al m de contribuir para o crescimento da 360 qualidade do livro did tico despertaria maior interesse pela aprendizagem em Hist ria tanto dos alunos como dos leitores As imagens refletem a realidade hist rica social e cultural As teoriza es e a sua utilizac o como fonte de pesquisa hist rica s o algo recente principalmente no Brasil Foi nessa esteira que organizamos o quinto momento do terceiro cap tulo Quanto presenca das imagens nos livros did ticos nota se que houve um avan o significativo na quantidade Em um comparativo entre os livros mais antigos e os mais recentes observa se o crescimento do n mero de fotografias relativas ao Regime Militar Um outro aspecto que em uma era imag tica com tantos recursos observa se a pouca presen a de fotografias coloridas preciso ressaltar que muitas vezes as fotografias representam os mesmos eventos e est o presentes em diferentes comp ndios como as do Com cio da Central do Brasil no Rio de Janeiro 1964 e do Com cio da Pra a da S em S o Paulo 1984 Na realidade essas s o as fotogra
129. o capazes de transformar o mundo e os pr prios rumos da Hist ria das sociedades Nessa perspectiva Carr 1982 p 4 elucida que a hist ria significa tanto O exame conduzido pelo historiador quanto aos fatos do passado que ele examina um processo social em que os indiv duos est o engajados como seres sociais a ant tese imagin ria entre a sociedade e o indiv duo nada mais do que uma pista falsa atravessada no caminho para confundir nosso pensamento O processo rec proco de intera o entre o historiador e seus fatos o que denominei di logo entre presente e passado um di logo n o entre indiv duos abstratos e isolados mas entre a sociedade de hoje e a sociedade de ontem A hist ria nas palavras de Burckhardt o registro daquilo que uma poca encontra em outra digna de nota O passado intelig vel para n s somente luz do presente s podemos compreender completamente o presente luz do passado Capacitar o homem a entender a sociedade do passado e aumentar o seu dom nio sobre a sociedade do presente a dupla fun o da hist ria Sobre ver DIEHL Astor Antonio Cultura Historiogr fica Mem ria Identidade e Representa o Bauru Edusc 2002 22 Podemos dizer que a Hist ria a ci ncia que trata do processo hist rico e cultural das sociedades humanas em diferentes contextos e temporalidades Na realidade uma narrativa comprometida com a verdade dos fatos Ao se referir
130. o de amor p tria na o Hist ria O civismo est ligado s nossas origens cultura mem ria tem rela o com identidade enquanto povo e ou Estado A constru o da no o de civismo articula se forma o educacional e da consci ncia hist rica Essa constru o contextualizada em uma poca de intensa divulga o dos valores brasileiros um momento em que a Ideologia de Seguran a Nacional 238 permeava as falas textos sons e imagens Ao trazer essa realidade na an lise dos livros did ticos de Hist ria declinamos em incluir o civismo como objeto de investiga o pois como j nos referimos Educa o Moral e C vica e OSPB trabalhavam com esse conceito No entanto n o podemos nos furtar de o 86 mencionar pois um tema transversal que tamb m aparece nos livros did ticos analisados As investiga es revelaram que no primeiro conjunto de livros 1967 1988 apenas Nadai Neves e Cotrim abordam o conceito de civismo associado ao Movimento das Diretas J Ao se referir aos com cios realizados na Pra a da S S o Paulo e Candel ria Rio de Janeiro Cotrim 1988 p 171 diz foi um memor vel espet culo de civismo que contou com a maior concentra o popular da Hist ria do Pa s Nadai Neves indiretamente falam em civismo quando inserem em sua abordagem a participa o hist rica de Teot nio Vilela no processo de redemocratiza o do Pa s Essas autoras 19
131. o dualismo anterior que separava a escola das elites e a escola dos trabalhadores Nesse processo os educadores lan am o Manifesto de 1959 redigido por Fernando de Azevedo Esse documento foi avalizado por e intelectuais ligados s diferentes correntes pol ticas O mesmo trata de quest es gerais da pol tica educacional admite a validade de algumas id ias escolanovistas mas n o se preocupa com quest es did tico pedag gicas O manifesto defendia a escola p blica enquanto o ent o frei Evaristo Arns propagava um ensino livre privado e de responsabilidade da fam lia Torna se preciso esclarecer ainda que os debates foram pautados de acordo com os princ pios ideol gicos amplos e articulados aos direitos da Igreja e do Estado sobre a educa o Verificam se as disputas entre o ensino p blico versus o ensino privado ou seja a luta entre os pioneiros e os cat licos Os novos procedimentos relativos s defini es sobre a pol tica educacional nacional prolongam se at a aprova o da LDB depois de 15 anos de espera De acordo com Ghiraldelli Jr 2003 p 106 7 a nossa 1 LDBEN 165 garantiu igualdade de tratamento por parte do Poder P blico para os estabelecimentos oficiais e os particulares o que assegurara que as verbas p blicas poderiam inexoravelmente ser carreadas para a rede particular de ensino em todos os graus A Lei que inicialmente destinara se a um pa s pouco urbanizado acab
132. os pa ses assistentes se fornecida na forma de capital o investimento retorna ao pa s de origem se dada na forma de bolsa de estudo promove a evas o de c rebros para esses pa ses Quando toma forma de divulga o de metodologias de pesquisa mais atualizadas tende a diminuir a preocupa o com a problem tica do contexto da sociedade assistida e a aumentar a introdu o de t cnicas de ensino modernizantes Quanto aos contextos a serem trabalhados sintom tica a supervaloriza o das reas tecnol gicas manifestada na predomin ncia do treinamento espec fico sobre a forma o geral e na gradativa perda do status das humanidades e das ci ncias sociais Quando da avalia o desse contexto observa se que o terror pol tico atingiu imediatamente o campo educacional atrav s de atos como a invas o s Universidades extin o do Plano Nacional de Alfabetiza o 14 4 1964 bem como 169 a cria o de uma nova ordena o legal para as atividades educacionais A ditadura militar que havia destru do as entidades que incitaram os movimentos de educa o popular de acordo com Ghiraldelli Jr 2003 p 130 criou em 1967 o Movimento Brasileiro de Alfabetiza o MOBRAL que para se fazer passar por eficaz chegou mesmo a dizer que poderia utilizar se do m todo Paulo Freire desideologizado Evidentemente isso era um absurdo dado que o m todo do Paulo Freire aut ntico n o poderia conviver com uma
133. passado que implica mudan as significativas na hist ria acad mica e transforma es equivalentes na hist ria escolar 350 Em um segundo momento conforme Chartier 2002 para escrever a Hist ria preciso travar um di logo e questionamentos inventar quest es novas e forjar instrumentos de compreens o mais rigorosos Essa perspectiva permite o esforco de repensar os rumos da pesquisa interrogar as fontes registrar organizar e revelar dados criar novas interpreta es propor di logos entre seus aspectos gerais e momentos de especificidade produzir narrativas Enfim n o esquecer como diz Catroga 2006 que a Hist ria s ser mestra da vida se em primeiro lugar a vida for mestra da hist ria Hist ria a ci ncia que nos leva arte de investigar interpretar e refletir sobre as quest es do homem e suas rela es com a sociedade e com a natureza em diferentes espa os e temporalidades Pensar a hist ria significa rever teorias buscar apoio epistemol gico buscar outras fontes descobrir novos fatos reconstituir mem rias teorizar conceitos discursos e pr ticas criar metodologias estabelecer rela es espa o temporais avaliar dados e informa es Como diz Guimar es 2005 compreender o trabalho de escrita da hist ria como parte de um esfor o maior de constru o social da vida humana Percebe se que ao longo do tempo a Hist ria e a Mem ria se encontram Neste caso de acordo com Carr
134. passando 34 Sobre ver CHARTIER Roger ROCHE Daniel O Livro Uma Mudan a de Perspectiva In LE GOFF Jacques NORA Pierre orgs Hist ria Novos Objetos S o Paulo Francisco Alves 1995 p 99 115 Ver ainda BELO Andr Hist ria Livro e Leitura Belo Horizonte Aut ntica 2002 Ver ainda CHARTIER Roger A Aventura do Livro S o Paulo UNESP 2004 ELSENSTEIN Elizabeth L A Revolu o da Cultura Impressa Os Prim rdios da Europa Moderna S o Paulo tica 1998 35 Sobre ver GOMES Ant nio Castilhos Das Tabuinhas ao Hipertexto Uma Viagem na Hist ria da Cultura Escrita Lisboa Biblioteca Nacional 2004 93 pelo papiro dos eg pcios pelo pergaminho dos Judeus pelo papel de trapos papel feito de tecido dos rabes e o de nossos dias confeccionado em papel de celulose o livro apesar de ter sua forma vari vel ao longo de mil nios manteve se como um porta voz do pensamento humano Pela leitura de seus registros recupera se a mem ria de uma cultura A Hist ria a cultura e a mem ria de um povo reconstru da a partir das imagens vest gios rel quias monumentos artefatos palavras s mbolos obras de escultura arquitetura e documentos Nesse processo de reconstru o constru o da Hist ria de um grupo inserido em um determinado tempo espaco os livros ocupam um papel significativo pois reproduzem por escrito as id ias e representac es que os homens preservaram atrav s dos monumentos Ao a
135. percebermos a import ncia da investiga o avalia o e divulga o dos fatos para o entendimento do contexto hist rico A sua ocorr ncia est articulada s id ias pol ticas interesses econ micos e tra os culturais dos sujeitos que se aproximam ou disputam a hegemonia de um lugar em uma determinada poca A sua recupera o fundamental para o of cio do historiador e para uma leitura cr tica da Hist ria A seguir passamos a verificar quais os fatos s o selecionados como momentos significativos do Regime Militar A nossa sele o obedeceu a uma ordem cronol gica dos acontecimentos e que foram sacralizados como marcos emblem ticos do per odo pelos pr prios autores de livros did ticos e pela historiografia do per odo quadro n 6 A inser o do Al e das Diretas J s o 183 justificadas por representarem respectivamente momentos extremos ou seja de arb trio e de abertura A investiga o nos livros publicados entre 1967 1988 revelam os seguintes dados nenhum autor destacou o incidente do Restaurante Calabou o e a Copa de 1970 Borges Hermida falou do Movimento dos Marinheiros Nadai Neves da Crise do Petr leo 1973 e Alencar do Pacote de Abril 1977 Dois autores Alencar e Nadai Neves lembraram da Passeata dos Cem Mil Alencar e Piletti da Reforma Constitucional de 1969 Nadai Neves e Cotrim da Campanha das Diretas J tr s autores Souto Maior Ferreira e Nadai Neves falaram do Com ci
136. pessoas Em S o Paulo os protestos foram se multiplicando ao longo do ano No Dia do Trabalho o governador Abreu Sodr chegou a ser apedrejado Estu dantes favor veis ao regime organi zaram o Comando de Ca a aos Comu nistas cujo maior centro de apoio era a Universidade Mackenzie na rua Maria Antonia Do outro lado da rua ficava a Faculdade de Filosofia da USP n cleo Foto n 12 Caldeira p 318 Ato Institucional n 5 Passeata dos 100 mil no Rio de Janeiro 1968 Arb trio total O AI 5 promoveu a maior concen trac o de poder j vista na hist ria do Brasil O presidente incorporou v rias atribui es do Legislativo convocar e colocar em recesso o Congresso as as sembl ias estaduais e as c maras mu nicipais por ato complementar em es tado de s tio ou fora dele Mesmo com o Legislativo em recesso ficava auto rizado a legislar sobre a esfera federal estados e munic pios Tamb m podia decretar a interven o em estados e munic pios sem precisar atender s li mita es da Constitui o Quanto aos direitos individuais o presidente po dia suspender os direitos pol ticos de qualquer cidad o pelo prazo de dez anos cassar mandatos legislativos de mitir remover ou aposentar funcion rios at mesmo ju zes do governo ou de empresas estatais confiscar os Foto n 13 Caldeira p 323 bens de qualquer funcion rio Nem o Judici rio escapou ao controle Al m de a
137. pol ticos nem sempre s o bem ilustrados n o se questiona apenas a qualidade de gr fica das ilustra es mas sua pertin ncia seu reconhecimento como linguagem visual com conota es pr prias nem sempre s o fundamentadas em bibliografia atualizada isso quando a bibliografia indicada Torna se preciso compreender que no processo de ensino aprendizagem em Hist ria o livro did tico deve garantir a presen a dos conte dos revestidos de significados hist ricos pol ticos e sociais pois al m dos professores e alunos da educa o b sica atinge um p blico maior A elabora o do livro did tico deve estar interligada produ o cient fica e historiogr fica atualizada evitar o anacronismo voluntarismo nominalismo e preconceitos Na sua proposi o metodol gica essencial que fique assegurada a 123 presen a de conte dos significativos e bem desenvolvidos que possibilitem a constru o de saberes e compet ncias O mesmo tamb m possibilita uma renova o da pr tica pedag gica Ao se referir ao livro did tico Wasserman 2002 p 253 defende o que caracteriza de fato um bom livro de Hist ria a sua coer ncia e adequa o metodol gicas O livro did tico deve ser utilizado como instrumento auxiliar sendo necess rio o apoio de bibliografia especializada jornais revistas filmes documentos testemunhas de pessoas fonte A sele o desse material did tico deve ser alvo de permanen
138. presidente da Rep blica mobilizou milh es de pessoas em todo o pa s MES Q Foto n 28 Azevedo Seriacopi p 487 335 A cor amarela foi escolhida como s mbolo da cam panha das diretas Mais do quea mensagem de sabe doria que muitos quiseram sustentar tratava se de uma forma de n o deixar o vermelho das bandeiras de es querda dominar as pra as e avenidas Era poss vel ver um pouco de medo nos semblantes das pessoas Nem mesmo as tradicionais palavras de ordem Abai xo a ditadurae O povo unido jamais ser vencido con seguiam dissipar o receio de uma brutal interven o militar Durante a execu o do Hino Nacional grande parte dos presentes se debulhava em l grimas Nos anos da ditadura acostumaram se a ver o Hino toma do como s mbolo do regime militar Cant lo em meio a mais de um milh o de pessoas como um ato de pro testo tinha um indescrit vel sabor revolucion rio Ulysses Guimar es o Senhor Diretas apesar de muito respeitado n o conseguiu empolgar a massa Tamb m foi o caso de Tancredo Neves Franco Montoro Fernando Henrique Cardoso e Dante de Oliveira O povo vibrava com Lula e Brizola que lembravam que a luta pol tica tinha de aprofundar as mudan as so ciais no pa s Apesar do amarelo as bandeiras verme lhas destacavam se na multid o Com cio pelas diretas em Belo Horizonte 1984 Em 15 de janeiro de 1985 era escolhido o primeiro presidente civil do pa s depois de mais de 2
139. problemas em rela o ao livro did tico a forma como abordam os conte dos hist ricos A esse respeito pertinente a contribui o de Bittencourt 2004 p 319 quando diz O conhecimento produzido por ele categ rico caracter stica percept vel pelo discurso unit rio e simplificado que reproduz sem possibilidade de ser contestado como afirmam v rios de seus cr ticos Trata se de textos que dificilmente s o pass veis de contesta o ou confronto pois expressam uma verdade de maneira bastante impositiva 34 Os livros did ticos merecem ser considerados e utilizados de acordo com suas reais possibilidades pedag gicas e cada vez mais aparece como um referencial e n o como um texto exclusivo deposit rio do nico conhecimento escolar posto disposi o para os alunos Na realidade os livros did ticos constituem se em lugares onde podemos investigar diferentes tem ticas articuladas educa o Os mesmos al m de novas abordagens propiciam investiga es que v o contribuir para a elabora o de outros saberes A inten o propiciar um olhar hist rico cr tico que possa suscitar interesse pela contribui o do livro did tico na constru o reconstru o do conhecimento sobre um determinado espa o tempo Nesse sentido Choppin 2002 p 8 esclarece o manual realmente um objeto complexo dotado de m ltiplas fun es a maioria ali s totalmente despercebida aos olhos dos cont
140. que ocupava o poder na poca E essa Constitui o modificada por emendas posteriores a de 1969 que est em vigor atualmente e que setores da oposi o reclamam que seja substitu da por uma nova Constitui o elaborada por uma Assembl ia Constituinte eleita para esse fim Piletti 1982 p 183 esclarece ao leitor que A emenda constitucional de 1969 considerada como uma nova Constitui o a s tima de nossa hist ria em 188 virtude das numerosas e profundas mudan as que introduziu na Constitui o de 1967 Na realidade o que Piletti 1982 destaca o que poderia ter sido levantado por outros autores A Emenda 1969 implementou mudan as no texto da Constitui o 1967 e que provocaram reflexos na ordem social e pol tica Essas transforma es poderiam lhe atribuir o status de uma nova constitui o Cabe ainda dizer que estes aspectos n o foram focalizados pelos livros did ticos Dando continuidade an lise agora abordamos as obras publicadas entre 1995 2005 quadro n 07 Nenhum autor lembrou do Com cio do Autom vel Clube Emenda Constitucional de 1969 apenas quem fala no Movimento dos Marinheiros Divalte Campos fala do incidente do Restaurante Calabou o dois autores Caldeira e Divalte falam da crise do petr leo 1973 tr s autores Campos Mota Braick e Azevedo Seriacopi falam da Anistia quatro autores Fausto Schmidt Mota Braick e Divalte falam da Constitui o de 1
141. que os livros did ticos poderiam abordar o regime militar na perspectiva de um per odo hist rico marcado por contradi es Prop e se que o mesmo seja abordado em sala de aula e nos livros did ticos em toda a sua import ncia e complexidade como um momento de avan os e retrocessos na economia pol tica sociedade educa o ci ncias letras e artes demonstrando para os alunos leitores que mesmo diante de tantas limita es houve espa o para a criatividade resist ncia e esperan a em um novo Brasil Para a dinamiza o desse processo torna se importante o papel do ensino e do livro did tico de hist ria Esses dois espa os tornam se abrigos ou lugares para a constru o de uma mem ria sobre o Regime Militar que precisa ser perpetuada no imagin rio e na mente dos brasileiros para que n o se repita Os quarenta anos do golpe 1964 desencadeou um intenso revisionismo sobre o Regime Militar Essa din mica tem tido continuidade com a abertura de arquivos acervos documentos cartas que trazem importantes informa es para o enriquecimento da historiografia do per odo fundamental que os resultados da nova produ o historiogr fica venham a ser didatizados nos manuais e no processo ensino aprendizagem de Hist ria Torna se importante ressaltar que a mem ria do Regime Militar um processo em constru o A tarefa dif cil pois muitas vezes o acesso documenta o n o depende apenas dos historia
142. s de janeiro de 1984 uma fotografia em preto e branco de tamanho grande e ocupa o lado esquerdo da parte superior da p gina Essa fotografia de autoria de Oswaldo Palermo AE mas n o traz a data No fundo aparece imponente a Igreja da S Na realidade essa fotografia vincula se ao tema e ilustra o texto Divalte 2004 apresenta uma fotografia de uma multid o que participa de um com cio na Avenida Presidente Vargas no Rio de Janeiro durante a Campanha das Diretas J em 10 de abril de 1984 Trata se de uma fotografia que pertence ao Arquivo Ag ncia O Globo A mesma n o traz o nome do autor uma fotografia em preto e branco de tamanho grande e localiza se no lado direito da parte superior da p gina Nos cartazes destaca se a sigla do PDT um dos partidos que mais se identificou com essa campanha Divalte usa essa fotografia como instrumento de ilustra o mas pouco a utiliza em sua abordagem Pedro Lima Carvalho 2004 apresentam duas fotografias a primeira de autoria de Juca Martins Olhar Imagem e demonstra o com cio da Campanha das Diretas J realizado em 25 de janeiro de 1984 na Pra a da S em S o Paulo Trata se de uma fotografia colorida de tamanho grande e ocupa o lado direito da parte superior da p gina a segunda de Miguel Chikaaka N Imagens e apresenta no detalhe o placar instalado na mesma pra a com o nome dos deputados e seus 346 votos uma fotografia em preto e branco de tamanh
143. se na atualidade atrav s dos altos ndices de analfabetismo evas o e repet ncia defici ncias da rede p blica escolar na precariedade de trabalho e salarial dos professores no baixo n vel da cultura geral dos estudantes bem como na pesada heran a no campo da organiza o pol tica dos estudantes Toda essa gama de influ ncias passa a conviver com as transforma es ocorridas na sociedade brasileira no final dos anos 1970 que agilizaram o processo de abertura pol tica Mas no campo da educa o inicialmente as iniciativas parecem um tanto t midas A lei 7 044 82 apenas torna facultativa a habilita o profissional no 2 grau n o representando nenhum avan o significativo que fosse capaz de impulsionar atividades criadoras 175 Em 1996 a LDB Lei 9394 que reforma o ensino no Brasil surgiu depois de ser centro de fortes e contradit rias discuss es A partir de uma nova abrang ncia a legisla o vincula a Educa o ao mundo do trabalho e s pr ticas sociais A Lei 9394 96 enfatiza a qualidade do ensino a obrigatoriedade a pluralidade de acesso a inclus o a educa o infantil e especial a gest o e o financiamento a atualiza o do conte do a inova o metodol gica a forma o inicial e continuada de professores Em suas finalidades prop e o pleno desenvolvimento do educando o preparo para o exerc cio da cidadania e a qualifica o para o trabalho Em seu artigo 26 em que trata dos curr
144. sempre revelaram id ias e valores dos povos em diferentes est gios culturais Ao tratar de suas origens Kern 2005 p 07 08 esclarece A imagem desde a sua origem esteve relacionada representa o de imita o do real O pr prio termo teve a sua origem na palavra latina imago que no mundo antigo significava m scara de cera utilizada nos rituais de enterramento para reproduzir o rosto dos mortos A imagem nasceu assim da morte para prolongar a vida e apresentou com isto as no es de duplo e de mem ria Desse modo ela teve o car ter m gico ao proteger os vivos da vis o do corpo em putrefa o e de liber los de seus temores diante da morte Logo a imagem emergiu tendo a fun o de tornar presente o ausente e dar continuidade exist ncia terrena produzindo por meio deste o que Jean Baudrillard denominou de change symbolique assegurando com isto a transmiss o Na antiguidade a imagem tornava presente algo que estava ausente A partir do s culo XX a mesma passa a realizar a representa o n o apenas do corpo mas do seu pr prio autor A renova o no campo conceitual e metodol gico revaloriza as imagens que foram durante muito tempo utilizadas pelos historiadores apenas como ilustra o retrato ou paisagem De acordo com Pesavento 2004 p 85 a redescoberta da imagem pela hist ria deu se pela associa o com a id ia de representa o tal como se deu com rela o ao texto lite
145. sociedade civil O plano trienal pretendia combater a infla o sem comprometer o desenvolvimento econ mico e no desenvolvimento desse processo implementar as reformas de base No entanto os movimentos estudantil sindical e campon s e alguns partidos de esquerda rejeitaram a proposta e a consideraram reacion ria Parte dos empres rios apoiaram outros o rejeitaram Diante de tantos obst culos o plano fracassou A complexidade dessa realidade cresce mais quando empres rios latifundi rios e representantes diplom ticos de pa ses que haviam feito investimentos no Brasil come am a temer a bolcheviriza o brasileira Esses setores passam a aderir a uma rea o de desestabiliza o do governo embalados por um discurso anticomunista De acordo com Mattos e Junior 2003 p 9 entre OS militares foi decisiva nesse plano a participa o de oficiais ligados Escola Superior de Guerra ESG Entre os civis duas entidades se destacaram O Instituto Brasileiro de A o Democr tica Ibad financiava a candidatura de pol ticos contr rios a Goulart e atuava diretamente no Congresso Nacional por meio da A o Democr tica Parlamentar Adep O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais Ipes tinha como fun o articular a mobilizar propriet rios de rg os de imprensa jornalistas publicit rios editores cineastas escritores e demais segmentos da intelectualidade descontentes Sobre ver OLIVEIRA Francisco E
146. sua exig ncia deveria ser lida tanto quanto a B blia Sua leitura provocou diferentes emo es desmaios choros suic dios Mas no s culo XIX e XX que a transmiss o de textos e imagens por via do impresso livros revistas jornais etc cresceu a ponto de ser considerada a era de 95 ouro da leitura Ao analisar a trajet ria da hist ria do livro Saliba 2005 p 98 elucida que essa fase Foi a ltima a viver ainda imune competi o com outros meios de comunica o TV internet e todo o sofisticado aparato de m dia com p ginas Estar amos hoje diante de uma terceira revolu o da leitura Independentemente da imprevis vel resposta esta recente hist ria da leitura empolga e surpreende Porque a hist ria de uma pr tica ligada talvez ao mais espetacular instrumento utilizado pelo homem Que afinal vem confirmar o que Jorge Luis Borges disse certa vez de forma definitiva sobre o livro O microsc pio e o telesc pio s o extens es de nossa vis o o telefone a extens o de nossa voz em seguida temos o arado e a espada extens es de nosso bra o O livro porem outra coisa o livro uma extens o de nossa mem ria e da nossa imagina o Verificando se mais precisamente as primeiras iniciativas do uso do livro como recurso did tico Gatti J nior 1998 p 5 esclarece O livro did tico foi seguidamente utilizado nas sociedades com educa o escolarizada institucionalizada
147. sua op o pela luta revolu cion ria Defensor das teses de R gis Debray e Che Guevara te ricos do foco guerrilheiro Lamarca apos tava na t tica de usar um pequeno grupo de homens bem treinados que desencadeariam a insurrei o para que esta se alastrasse espontaneamente por forga da ades o popular Em 1968 ingressou na Vanguarda Po pular Revolucion ria VPR e em 1969 juntamente com dezesseis companheiros instalou se no Vale do Ribei ra comecando o treinamento de guerrilha Mas em maio de 1971 a regi o foi cercada pelo Ex rcito e pela pol cia militar que em 41 dias de opera o conseguiu prender quatro guerrilheiros Lamarca caiu na clandestinidade e em discord ncia com a VPR desligou se da organiza o para aderir ao Movimento Revolucion rio 8 de outubro MR 8 Em agosto um militante do MR 8 caiu nas m os da pol cia e sob tortura revelou o paradeiro de Lamarca ent o escondido no sert o baiano As for as da repres s o deram in cio ca ada obrigando Lamarca a empreen der uma longa e penosa rota de fuga pelo interior da Bahia A aventura se estendeu de 18 de agosto a 17 de setembro quando Lamarca desnutrido asm tico e pro vavelmente contaminado pelo Mal de Chagas foi sur preendido e morto pelos agentes da repress o Com a grande imprensa silenciada as not cias sobre que acontecia nos por es da ditadura eram veiculadas exclusivamente pela imprensa clandestina Muitos docu mentos so
148. tempo passa e o livro vence enormes desafios assegurando a sua import ncia na vida das pessoas e no desenvolvimento das sociedades Em meio a este caminho ganha os espa os escolares e mais recentemente torna se objeto de pesquisa Para compreendermos o papel dos livros did ticos nas pesquisas torna se importante ligarmos a sua an lise de um lado educa o e ao ensino e pelo outro a Hist ria e ao discurso historiogr fico Os livros did ticos despertam diferentes interesses e questionamentos aos pesquisadores que propiciam a abertura de novos caminhos para novas abordagens recortes e possibilidades de investiga o Nessa perspectiva o segundo momento desse cap tulo ir buscar na historiografia o aporte para reconstituir a sua hist ria a sua contribui o no processo ensino aprendizagem na constitui o de identidades e nas pr ticas culturais 92 A Hist ria do livro est associada Hist ria das Civilizac es O homem desde as pocas mais remotas e em diferentes espa os procurou formas para registrar e transmitir os seus conhecimentos cren as arte necessidades e experi ncias Nas sociedades que n o dominavam a escrita o homem utilizou a narrativa oral e a dramatiza o para narrar a sua hist ria e seus interesses O homem que havia se expressado por meio de gravuras rupestres gestos gritos e sinais ao dominar o alfabeto passa a representar as suas id ias atrav s da escrita s mbolos visuais
149. um frustra do atentado de extrema direita Os dois morreram de acidente de trabalho A anistia veio em 1979 Mas n o foi am pla geral e irrestrita O pior que os tor turadores tamb m foram anistiados sem ja mais terem sentado no banco dos r us De qualquer modo ela permitiu o retorno dos exilados e a liberta o dos presos pol ticos Os reencontros no aeroporto e na sa da da cadeia emocionaram uma gera o que ha via sacrificado sua juventude por seu pa triotismo O governo falava em abertura mas criava artif cios para manter o controle da situa o J dissemos que a ditadura militar tinha a participa o ativa de muitos civis incluindo empres rios administrado res e os pol ticos da Arena Para dividir as oposi es Figueiredo baixou a Nova Lei Org nica dos Partidos 1979 que acabava com a divis o Arena e MDB Foi assim que nasceram cinco novos partidos pol ticos O PDS Partido Democr tico Social era o novo nome da Arena Representava os pol ticos que apoiaram a ditadura Por tanto tinha bem pouco de democr tico e quase nada de social O l der era o senador Jos Sarney do Maranh o O PMDB Partido do Movimento De 338 mocr tico Brasileiro herdava o antigo MDB Continuou sendo o grande partido da oposi o reunindo diversas correntes pol ticas incluindo conservadores moderados liberais e at os comunistas os PCs ainda estavam proibidos de funcionar O l der
150. uma por o de gente alienada que nem d bola para o que acontece no pa s Mas voc e seus amigos s o conscientizados O problema que existe uma floresta de partidos e gru pelhos de esquerda PC do B AP Polop Dissid ncia na Guanabara e tantos outros sigla era um tro o importante naquela poca S n o vale o PCB que n o bem visto pela garotada que o chama de Par tid o Parece com um velho s bio que n o d mais no couro Na verdade o fato de o PCB n o aceitar a luta armada contra o regime tira o charme dele Afinal todos temos p ster de Che Guevara e Ho Chi Minh na parede de casa e gostamos de nos imaginar na selva entre os camponeses com id ias na cabe a e um fuzil na m o As pessoas l em o suficiente para n o se sentirem alienadas Estamos em 1968 e alguns autores s o obrigat rios Leo Hu berman Engels L nin N lson Werneck Sodr Caio Prado Jr Moniz Bandeira e o famoso manual marxista de Politzer Quem n o leu ouviu falar O que suficiente para participar de um debate que o que mais interessa Para os mais metidos a es pertos cabe citar Marcuse Althusser Gramsci e Erich Fromm No corredor da faculdade voc s discu tem pol tica Baixinho mas escancarado at 1968 ainda dava para fazer isso De 315 Foto n 16 Schmidt p 334 CAPITULO 35 O BRASIL A GUERRA FRIA E O GOLPE DE 1964 O resultado foi tr gico v rias cassac es de direitos pol
151. 0 noS opueuuy ISe4g op euoisiH R E AE lt ouy Pa Jony on 1 Soll89uoo 886 4 961 soonepiq sour sou sejueseJd soijeouo2 8 su OJpenD 205 A seguir passamos a verificar a op o dos autores para denominar o movimento hist rico de 1964 As investiga es nos revelam a exist ncia de dois caminhos o de denomin lo de Revolu o e o outro de cham lo de golpe de Estado Revolu o uma palavra bastante utilizada pela historiografia Essa express o surgiu na poca do Renascimento como refer ncia ao movimento dos corpos celestes que realizam todo um trajeto e voltam ao lugar de origem O termo ganhou conota o pol tica no s culo XVII com a Revolu o Inglesa Nesse sentido difere da primeira situa o pois provoca profundas mudan as na sociedade Esse conceito gera questionamentos quando utilizado no sentido de golpe ou reforma A express o golpe de Estado tem sua origem na Fran a e vem de Coup d Etat A mesma assinalou a tomada do poder por Napole o no 18 Brum rio em 1799 logo ap s a Revolu o Francesa Ao examinarmos a literatura a esse respeito verificamos que os golpes militares ocorridos na Am rica Latina sob a luz de uma filosofia que se dizia contra revolucion ria incentivaram a tomada do poder por grupos de direita para evitar uma revolu o socialista Nessa perspectiva Silva e Silva 2005 p 364 esclarecem Durante a pr pria vig ncia desses governos militar
152. 0 anos de ditadura Apesar das press es populares prevaleceu o pacto das elites e as regras definidas pelos militares O objetivo era adiar o inevit vel debate pol tico que uma elei o presidencial suscitaria e afastar mais uma vez O risco de uma vit ria de Leonel Brizola temido desde os agora long nquos governos de JK J nio e Jango A par ticipa o no Col gio Eleitoral voltou a dividir as oposi es Embora n o participassem da Alian a Democr ti ca os parlamentares do PDT votaram na chapa Tancre do Sarney A dire o nacional do PT determinou o n o comparecimento de seus oito deputados federais Mes mo assim A rton Soares Bete Mendes e Lys neas Maciel n o seguiram o partido e votaram na chapa da transi o democr tica Foram expulsos do PT Vit ria de Tancredo Neves no Col gio Eleitoral Bras lia 15 1 1985 Foto n 29 Campos p 315 336 Diretas j om cio pelas diretas Marcado para o dia do anivers rio da cidade de S o Paulo o primeiro co m cio da campanha por elei es dire tas foi feito em clima de nervosismo organiza o do evento era do gover nador paulista Franco Montoro Em torno da iniciativa juntaram se os di versos partidos pol ticos de oposi o al m de lideran as civis e estudantis Enquanto o com cio era prepara do o governo militar fazia todo o pos s vel para reduzir seu impacto Disse minou boatos sobre a inseguran a do evento pre
153. 104 01u0soe PISO epuo eijeJsdojo euin gosa euin opui soared enb esnuid ewn eu nseq ep enesboy euin ejsnueoseuoJ oJpenb wn soipui 8 snedoune eue sojejuoo soull uulud opuejuesaJdau euoo Posse epiugJid JeAeipeui ejede wn joured oou wn ep es e1eJ pe g eony 000c Molld UOS 9N epnuy yrr ISeJg op 9 e199 EUOISIH euoisiH E epo OEN UIS NH sueDeu sueDeu 0e51p3 e01Ip3 ouy Jony ony L 69c edeo ep eued oew ep ouo OU 9UJ49A O WOI 9 SeJ uO9 OJJe Op OJeJ9 wo O OAB ool jqnd eJojpe seJojne euos o n1i WO SORO pe 1 eony S800c Idooeues opjeuioy Op A8ZV QUIBISIO IISeg eues iseug op euoisiH Sieg o Jepnu epod e510 ens ep oe3ezijuaiosuoo y OJig iseug oAod o ejuesaJdoJ sei oc ojueDi6 o ejuojjue enb neq O Sued 9JAnO7 op n sniN ou eise enb xioj19 j q o og o opuiznpuo epepJaqi e PH eieaiq eny eueulo4 ozuoJq ep ow ejeofejeu J eoiumJ92 L00Z 60 LL Sode x0A LAON ojeDuy janb ep peg pe z euoidios S 00c OBLOG o qeg ue OU USIIA OIPNEIO SOJJoueJeg 9119S ISe1g OP 9 e199 BUOJSIH OIp9 A OUISUI o esed euoisiH JOlI9 op oe3ueje Jeujeuo esed opesn elos zeA e ayoz 109 euin OUJ9UJJ8A Op osn O Soouoisiu sopnise sop opijues o opueJquio lu uuj AI ssod epejooid 8 euoisiH eJAe ed e epuo 9juessoJeju edes ewn op es geI N3N3 OD Seoiseno ouuios9Joe wo OIP9IN OUISU3 gied o nji o opuejuer es seagi seu o
154. 1831 Trata se da tradu o atualizada e enriquecida do trabalho de Ferdinand Denis e de acordo com o IHGB 1839 destaca se pela eleg ncia de seu estilo concis o de pensamento e veracidade hist rica A mesma apresenta uma linguagem simples com acentuado sentimento c vico nacionalista embora n o fique atrelado s datas e eventos O livro mais significativo da primeira fase da historiografia did tica brasileira foi elaborado pelo escritor e monarquista general Jos In cio de Abreu e Lima Esse pernambucano part cipe da Revolu o de 1817 e das lutas pela emancipa o das Col nias sul americanas Abreu e Lima publica a obra Comp ndio de Hist ria do 102 Brasil 1843 que se destina forma o c vica e nacionalista da juventude brasileira o primeiro comp ndio a inserir documentos hist ricos A sua hist ria contada a partir da dimens o do territ rio dos ndios da moral jesu tica da civiliza o dos holandeses dos paulistas dos negros da Revolu o Mineira 1879 da Revolu o Pernambucana 1817 da Independ ncia os Andradas dos partidos pol ticos Bellegard Abreu e Lima lan aram as bases de uma Hist ria Nacional permeada por mitos fatos her is eventos e valores que foram perpetuados no imagin rio dos brasileiros O segundo momento marcado pela consolida o do IHGB Essa institui o estimula a pesquisa e a escrita de temas brasileiros legitimando assim a nossa historiog
155. 30 46 Claudia Engler Cury 2006 tamb m focaliza as no es de Cidadania nos livros paradid ticos Esse trabalho chama atenc o pela sua atualidade e pertin ncia A autora busca apreender as representa es sobre cidadania desenvolvidas pelos autores de livros paradid ticos com a indica o de poss veis par metros para utilizac o deste recurso did tico pelos professores em sala de aula Nicholas Davies 2001 realiza uma pesquisa sobre o papel das camadas populares nos livros did ticos de Hist ria do Brasil Esse trabalho analisa as quest es do eurocentrismo a introdu o da escravid o o povoamento a cafeicultura no sentido de levantar as raz es que subestimam o papel das camadas populares na Hist ria O estudo estabelece ainda as rela es entre a forma o de professores e a utiliza o do livro did tico no processo ensino aprendizagem Tomando um outro caminho Rosangela C lia Faustino trabalha com As Concep es de Hist ria e o Livro Did tico Transforma es Sociais e Mudan a de Conceitos 2006 As suas investiga es revelam que a maioria dos livros utilizados no ensino de Hist ria no Ensino Fundamental e M dio traz conceitos permanentes as abordagens das concep es de Hist ria consideradas cr ticas ou progressistas por m preservam o conte do e a metodologia bastante tradicionais A partir da an lise de alguns livros did ticos utilizados nas escolas da rede p blica publicados a par
156. 378 SAVIANI Demerval Pol tica e Educa o no Brasil S o Paulo Cortez 1987 SCH FFER Neiva Otero O Livro Did tico e o Desempenho Pedag gico Anota es de Apoio Escolha do Livro Texto In CASTROGIOVANNI Ant nio Carlos et al org Geografia em sala de Aula Pr ticas e Reflex es Porto Alegre EDIUFRGS AGB RS 1999 p 133 147 SEFFNER Fernando Teoria Metodologia e Ensino de Hist ria In GUAZELLI Cezar Augusto Barcellos et alli org Quest es de Teoria e Metodologia da Hist ria Porto Alegre EDUFRGS 2000 p 257 288 Teoria Metodologia e Ensino de Hist ria In GUAZZELI Cezar Augusto Barcellos et alli orgs Quest es de Teoria e Metodologia da Hist ria Porto Alegre EDUFRGS 2000 P 257 288 SILVA Francisco Carlos Teixeira da A Moderniza o Autorit ria Do Golpe Militar Redemocratiza o 1964 84 In LINHARES Maria Yeda org Hist ria Geral do Brasil 9 ed Rio de Janeiro Campus 2003 p 351 384 Crise da Ditadura Militar e o processo de abertura pol tica no Brasil 1974 1985 in FERREIREA Jorge DELGADO Lucilia de Almeida Neves orgs O Brasil Republicano 4 O Tempo da Ditadura O regime militar e movimentos sociais em fins do s culo XX Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 243 282 SILVA Kalina Vanderlei SILVA Maciel Henrique Dicion rio de Conceitos Hist ricos S o Paulo Contexto 2005 SILVA Marcos A Perspectivas Outros ensinos de Hist r
157. 88 p 256 assim referem na luta pelas diretas j foi o l der alagoano Teot nio Vilela que realizou uma verdadeira cruzada pela democratiza o do pa s Tendo falecido antes do desfecho da campanha das Diretas J 1982 tornou se um de seus s mbolos A m sica Menestrel das Alagoas composta em homenagem a ele por Milton Nascimento foi a rigor o hino das Diretas J al m do pr prio Hino Nacional que foi reaprendido pelo povo e cantado em todos os com cios Al m de lembrar Teot nio Vilela como um exemplo do civismo as autoras se referem s Diretas J como um grande movimento hist rico e de manifesta o 38 Sobre ver ROCHA Aristeu Castilhos da Os Temas de Relev ncia Social e o Ensino de Hist ria Revista de Ci ncias Humanas Frederico Westphalen URI 2007 no prelo 239 c vica Pensamos que Nadai Neves poderiam ter melhor explorado a historicidade desse momento propondo estrat gias did ticas para o seu estudo Nadai Neves poderiam ter realizado um estudo cr tico e comparativo entre as m sicas da poca da resist ncia e Para n o dizer que n o falei das flores e da abertura ex Vai Passar Menestrel das Alagoas sobre vultos que defendiam o regime e ou abertura pol tica sobre os s mbolos nacional que voltaram cena na poca das diretas e ainda sobre a participa o das massas nas manifesta es de rua Entre os livros did ticos que surgiram entre 1995 2005 apenas Campos e Diva
158. 961 PH edjob o eguoo Jejndod ojsejiueui em 6 61 dS eioeBoejep eu opeoJ0jue BozisH JIUJIel A 776 dS wa Nuepniso olu ullAouu oe oessaJdoi sejeJip sep ofeuo ejuozuoH ojeg uie er seq S A N opoeJoue ogija G86L L SL uio oss iBuoo 04u92 0lH OI IX9 op ouJojaJ ou eureqec SI 0ZL 6661 soduieo ISe1g op euoisiH ep LUYO sL Se1euiq sep ODILON ojere e opeurenDi4 ogy op 9 9JD eu enq 76L 3Nf ep oe5euoa i ep oasa o V opepjos op eip oe og esowawop eu opaan y jesiec soy sop eJbuy ep 10jeaH Jesiec eoiugzeuJesue OPN sejueurepueq ogdeJado ep ajouo ino 4 ouuejeg 016195 opeB p 996 uie soJireujuuen 10d ouou OUBILISUB 9LIOU jeyo 10pexiequue ojad sopeoojJj soureujuuente Gy o opueiounue enjis 9 EURO SNo 9 Lenis 9 81s02 HNg op odnoDo1 PAIS 1S0 So i juoo ep 290 eiuojuy sN enJ eu dSN rH ou 896L N LUSO e3eesseg ep SOJO z dS eueJv eJpos neJqy eiisejg ue eiougpuedepu ep oeDeup issJey u soue so noJquiosse enb eJojiajo pun y w oseJd euiezeg ouuoB io opeindep p96 eni ep eue 9c 90S 2661 amp Jlepjeo iseyg op euoisiH ejed wapen o ned oes 486L 9 2 9S ep e5eJq PP sejeiq oro1ul02 p96L dS epepJsg ejed e sne uoo ei jure ep ejeesseg opeurenBiJ 9 Jesiec IPN LAIS e1s02 oougJg OJS SLD SejuepisaJd 08 866 oIsneA IS2Jg op euoisiH s oem sqo INH sueDeu suabeu ouy Jony o ny
159. 967 cinco autores Fausto Schmidt Mota Braick Vicentino Dorigo e Azevedo Seriacopi falam da Marcha da Fam lia seis autores Fausto Schmidt Pedro Lima Carvalho Divalte Vicentino Dorigo e Azevedo Seriacopi trazem informa es sobre o Com cio da Central do Brasil enquanto sete autores Fausto Caldeira Campos Arruda Piletti Schmidt Mota Braick Azevedo Seriacopi lembram da Passeata do Cem Mil 189 O quadro n 07 revela ainda um aspecto instigante oito autores abordam o Als como um momento de intenso autoritarismo enquanto oito autores evocam a Campanha das Diretas J como um momento decisivo no processo de redemocratizac o poss vel observarmos que Pedro Lima Carvalho s falam do Als e n o nas Diretas J enquanto que Azevedo Seriacopi tratam do momento das Diretas mas n o fazem nenhuma alus o ao Als Os dados indicam ainda que a obra de Vicentino Dorigo a nica que n o avalia o Al e nem o movimento das Diretas J 8 r c r 0 Z 8 r L 0 L S 9 por Idooeues x x x x x X 9002 sel dS eony amp UOISIH i Oponozy oBuoq OID N x X v002 el dS suoldios OUNUSDA ouisu3 d euolsiH x E x x E i x X yooz l dS eony eyenQ BLOJSIH OYJEMBO Ielu pioo A X v002 sl dS qua Ae OB BZIINO yoaped v ep euoIsiH OJU9IIN x x x x x X X 2002 se dS eusspo xoreJg e10 N c OB SEUJOAe Sep euolslH ISeJg op eoru x x x x x x X 1002 s as IPILIVDS IN md
160. 985 Rio de Janeiro DP e A 2004 BASTOS Maria Helena C mara Uma rica hist ria do livro did tico e do ensino de Hist ria no Brasil Revista Hist ria da Educa o n 18 ASPHE FAE Pelotas UFPEL set 2005 p 193 194 BATISTA Ant nio Augusto Cosme Recomenda es para uma pol tica p blica de Livros Did ticos Bras lia MEC 2001 368 BELO Andr Hist ria Livro e Leitura Belo Horizonte Aut ntica 2004 BEN TEZ Manuel de Pueblles Los Manuales Escolares Um nuevo campo de conocimiento Hist ria de la Educaci n N 19 Madrid Ediciones Universidad Salamanca 2000 p 5 11 BEZERRA Holien Gon alves Ensino de Hist ria conte dos e conceitos b sicos In KARNAL Leandro org Hist ria na Sala de Aula Conceitos Pr ticas e Propostas S o Paulo Contexto 2003 p 37 48 BEZERRA Holien Gon alves LUCA T nia Regina de Em busca da Qualidade PNLD Hist ria 1996 2004 In SPOSITO Maria Encarna o Beltr o org Livros Did ticos de Hist ria e Geografia Avalia o e Pesquisa S o Paulo Cultura Acad mica 2006 p 27 53 BITTENCOURT Circe Maria Fernandes Ensino de Hist ria fundamentos e m todos S o Paulo Cortez 2004 Disciplinas Escolares Hist ria e Pesquisa In OLIVEIRA Marcus Aur lio Taborda de RANZI Serlei Maria Fischer orgs Hist ria das Disciplinas Escolares no Brasil Contribui es para o Debate Bragan a Paulista EDUSF 2008 p 9 38
161. ARISTEU CASTILHOS DA ROCHA O REGIME MILITAR NO LIVRO DID TICO DE HIST RIA DO ENSINO M DIO A CONSTRU O DE UMA MEM RIA Orientador Prof Dra Maria Helena C mara Bastos Porto Alegre RS Mar o 2008 ARISTEU CASTILHOS DA ROCHA O REGIME MILITAR NO LIVRO DID TICO DE HIST RIA DO ENSINO M DIO A CONSTRU O DE UMA MEM RIA Aprovado pela banca examinadora Prof Dra Maria Helena C mara Bastos Orientadora PUCRS Prof Dr D cio Gatti Junior UFUB Prof Dra Berenice Corsetti UNISINOS Prof Dr Jos Alberto Baldissera UNISINOS Prof Dr Ren Ernaini Gertez PUCRS Porto Alegre RS Mar o 2008 LISTA DE SIGLAS E ABREVIA ES AGB Associag o dos Ge grafos Brasileiros ANPUH Associa o Nacional dos Professores Universit rios CNLD Comiss o Nacional do Livro Did tico COMOCI Comiss o de Educa o Moral e C vica COLTED Comiss o do Livro T cnico e Did tico ESG Escola Superior de Guerra FENAME Funda o Nacional de Material Escolar ISN Ideologia de Seguran a Nacional IHGB Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro INLD Instituto Nacional do Livro Did tico LDB Lei de Diretrizes e Bases MES Minist rio da Educa o e Sa de MEC Minist rio da Educa o e Cultura MOBRAL Movimento Brasileiro de Alfabetiza o PSB Partido Socialista Brasileiro PLIDEF Programa do Livro Did tico para o Ensino Fundamental PNA Plano Naci
162. Adhesa Educacional Milano it lia Imagine elaborata da Studio 22 200 99 Centrar nuestra atencion em el texto escolar va ma s all de una preocupaci n por el anclaje formal que tiene este recurso en la rutina de la sala de clase el apoyo pedag gico que representa para el docente y el salvavidas que significa par el alumno Hemos enfocado nuestra mirada en el libro de texto escolar como una tecnolgia educativa que en cuanto interventor mediatiza socio culturalmente en los proceso de formaci n produciendo afectos en la construcci n de la identidade cultural de la comunidad educativa em su conjunto De esta manera nos interess poner en evidencia al libro de texto escolar no s lo como difusor de saberes institucionalizados sino como mediador antre el docente y el alumno entre el conocimiento y su apropriaci n y en la delimitaci n de las pol ticas culturales que orientan nuestra identidad A Hist ria do livro e da leitura ganha maior espa o a partir do momento em que a Hist ria Cultural assinala uma abordagem do passado sob luz da contemporaneidade De certa forma ocorre esta interligac o ao processo de discuss o dos pressupostos das ci ncias humanas Iniciando essa revis o Belo 2002 p 104 se refere qualquer livro em qualquer poca seja ele impresso ou manuscrito traz em si para al m das marcas de um trabalho intelectual marcas de pr tica artesanais ou industriais marcas de uma rela o com o poder
163. Borjes Hermida Lucci Ferreira Alencar e Santos Na realidade esse grupo comunga das mesmas id ias e s o vinculados ideologia que dava sustenta o ao regime militar Enquanto Souto Maior fala em Alto Comando da Revolu o Vitoriosa Borges Hermida 1969 p 295 um dos cl ssicos em sua poca refere se a ela como revolu o O movimento de mar o de 1964 vit ria da revolu o e elei o no Congresso do Marechal Castelo Branco Programa financeiro do governo de Castelo Branco conter a infla o A ltima constitui o promulgada em 1969 O sucessor de Castelo Branco marechal Artur da Costa e Silva Verificamos ainda que compactuam dessa id ia os livros de Vianna Lucci Ferreira e Santos evidente que nos chama aten o o uso por Santos desse 207 conceito pois entre esses autores um dos que avan a em sua an lise fala na alian a dos Ros rios com as Reformas insere passagens instigantes dos jornais da poca e lembra o perigo que representava para determinados grupos o comunismo Alencar por sua vez assim se expressa 1981 p 312 A vit ria do movimento militar o Comando Supremo da Revolu o assim se auto definiu editou o Ato Institucional n 1 suspendendo as garantias constitucionais estabelecendo um prazo de 60 dias durante as quais poderia cassar mandatos e suspender direitos pol ticos Torna se interessante lembrar que embora a id ia fosse propagada n o havia nenhum
164. Hist ria do Brasil em todos os graus de ensino Ao analisarmos a trajet ria do livro did tico de Hist ria verificamos que o mesmo tornou se um instrumento respons vel pela divulga o do conhecimento id ias cren as valores e pr ticas que fizeram parte de diferentes gera es Os conte dos divulgados por esses manuais chegam a constituir em muitas situa es programa e ou curr culo b sico a ser desenvolvido Poder amos dizer ainda que os livros deixam de ser obras de refer ncia e passam a constituir se em instrumentos de orienta o para a a o docente Na realidade o livro de acordo com Cunha 2006 p 64 deveria ser Apenas um recurso de apoio tornar se guia da agenda docente e substituir muitas vezes a necess ria energia questionadora que deveria fazer a media o entre a condi o dos estudantes incluindo sua cultura e linguagem e o conhecimento dispon vel Os estudos realizados revelam que o livro did tico tornou se essencial para o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem Na contemporaneidade continua sendo um suporte divulgador de informa es e constru o da mem ria Nesse sentido compartilhamos com a id ia de Morigi e Bretano 2005 p 71 que 355 dizem que o livro mant m seu papel de registrar os valores que definem o esp rito humano a linguagem a imaginac o a justica e a busca de igualdade no acesso s informa es Durante o Regime Militar a produ o do livro
165. LVES Maria Helena O Estado e a Oposi o no Brasil 1964 1984 S o Paulo Edusc 2004 220 Ao se referir ao pronunciamento do deputado Schmidt tamb m esclarece que o caso de Alves era s desculpa Tratava se de mais um mecanismo para aumentar a repress o e o sil ncio dos opositores Nesse sentido Schmidt 2001 p 339 explica O Als foi o principal instrumento de arb trio da ditadura militar Com ele o general presidente poderia sem dar satisfa es a ningu m fechar o Congresso Nacional cassar mandatos de parlamentares isto excluir a pol tica do cargo que ocupava fosse senador governador deputado etc demitir ju zes suspender garantias do poder judici rio legislar por decretos decretar estado de s tio enfim ter poderes t o vastos como os dos tiranos Tem gente que chega a falar do golpe dentro do golpe Schmidt 2001 realiza uma abordagem criativa e que abrange muitas vezes a aspectos n o focalizados nos livros did ticos O autor considera o Als como um instrumento mais importante para implementa o imediata do arb trio e capaz de torn lo o elemento norteador das atividades bem como o de determinar a continuidade ou afastamento de figuras em cargos p blicos Ao se referir ao Als Schmidt 2001 p 339 diz Depois do Als o regime tinha fechado de vez Passeata era dissolvida a tiros de fuzil Em cada reda o de jornal havia um imbecil da pol cia federal para fazer a censu
166. Livro Did tico de Nadai Neves 1986 p 249 quando dizem que Ap s o golpe de 1964 a vida institucional do pa s passou a ser praticamente regida por Atos Institucionais se bem que at 1967 fundamentalmente continuou vigorando a Constituic o de 1946 quando uma nova Constituic o foi elaborada Esta por m sofreu uma s rie de emendas e foi modificada em 1969 Em 1979 houve nova altera o institucional foram revogados o AP eo Decreto Lei n 477 Os dispositivos de controle pol tico ideol gico foram incorporados nova Lei de Seguran a Nacional Observa se que al m de tratar das Constitui es de 1967 as autoras avan am falando em momentos significativos do processo de redemocratiza o como a extin o do Als e do decreto n 477 Na pr tica essas autoras enriquecem a sua abordagem e anunciam nas notas de rodap outras fontes para o aprofundamento do tema Piletti outro autor conectado com a retomada da democracia implantada a partir da abertura pol tica nos fins da d cada de 1970 Esse autor traz todos os atos institucionais uma s ntese sobre a Constitui o de 1967 e as Emendas que alteraram a mesma at 1979 Quando fala da constitui o de 1967 Piletti 1982 p 183 na 1 edi o de Hist ria do Brasil assim se refere A constitui o promulgada a 24 de janeiro de 1967 sofreu profundas modifica es com a Emenda Constitucional n 01 de 17 de outubro de 1969 promovida pela junta militar
167. MATHIAS Suzeley Kalil A Militariza o da Burocracia 1963 1990 A Participa o militar na administra o federal das comunica es e da educa o S o Paulo UNESP 2004 CUNHA Lu z Ant nio GOES Moacyr O Golpe na Educa o 11 ed Rio de Janeiro Jorge Zahar 2002 GERMANO J W Estado militar e a educa o no Brasil 1964 1985 2 ed S o Paulo Cortez Unicamp 1994 163 As leituras realizadas sobre a Assembl ia Constituinte de 1946 que elaborou a Constituic o que substituiria a Carta Outorgada de 1937 mostram que essa fase foi marcada pela disputa entre cat licos e pioneiros De certa forma representam muito mais continuidade dos debates ocorridos nas d cadas anteriores do que proje es em rela o ao futuro Os discursos dos constituintes demonstram que os mesmos est o preocupados com o controle da educa o e esta vista como a respons vel pela forma o de mentalidades No entendimento de Hilsdorf 2003 em sua an lise sobre o per odo nas falas dos constituintes do PSD e UDN partidos majorit rios observa se que a educa o a respons vel pela regenera o dos costumes e pelo progresso social e democr tico A autora constata ainda que a oferta de uma educa o p blica gratuita e obrigat ria constitu a se em um dos deveres sociais do Estado Hilsdorf 2003 p 108 argumenta Essa vis o difere de interpreta o de outros autores como D Saviani M L S Ribeiro B rbara F
168. N UIS NH sueDeuJ sueDeuJ oe5ip3 eJolIp3 ouy Jony on L 89c S00Z 8661 oIpa N ouisu3 euoisiH ep soonepiq soJAr sop sedeo seu sejueseJd sueDeu LL gu openo osseooud op epepinunuoo e lu uuj Aissod opueoipul epeululJ9 PISO ogu euoisiH gejed e enb og uaje eweyo epuo s lu nb sei s 109 op edeo ewn 3 oe3ipe eJojipo orje oorgnd op 5 o2 e eui diosip e opueJquie sede seusan pe gc Q 14 S 00c OUJEAJ 2 9UOA eznog seluezr oJpeg oiuoluy BLOJSIH ep op5 oO Texuepioo og5ezi iAI ep euoisiH oipugduJoo ejseu euoisiH ep sopnise JueBns eooeJed sueDeuui ep epepisJoAIp y seJepueg se ojueuinuouJ o eoejse epiuJeJid euin euioH ouB3 o opueuquie seu elep w eou edeo ewn 3 z pe sz guapo c00c xoreJg Souwey PIORA ejon 0u2eg WIBU IN OIU IN 0119919 Oe SEUJSALO Sep euoisiH oduu81 onou wn opueiounue Ze e eJnojse ojaJeuJe o e OpILJSAOJUI siew nze O 9PJ9A O ojoJeuje ojuoziou ou o nze noo ou SepeJquie oes seJloe ISeJq S9109 se eJjneu 109 euin w ISeJg op edew o es eAjesqo epuo eAneuo edeo ewn op 9S e 6J SIN Op 9 IseJg op eJrepueq ewn wo orod o oJino op ewep E e ejuepiseud un opg uin eq e3ue eq ewn iseyg op edeny pe sz oe5eJet BAON L00S JPILUVOS OEN epejuoo jew euogisiu ep Soue 009 seig op eonuo euoisiH BAON JO JOO es opuuagJo4 lu uu AIssod e
169. OLL C sar POZO Juan Ign cio SARAIVA Bernab VALLS Eri org Os Conte dos da Reforma Ensino aprendizagem de Conceitos Procedimentos e Atitudes Porto Alegre Artes M dicas 2000 COMBLIN Joseph A Ideologia de Seguran a Nacional Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1978 COMENIUS J A Did tica Magna Rio de Janeiro Organiza es Sim es 1954 CUNHA Lu s Ant nio Educa o Estado e Democracia no Brasil S o Paulo Niter i Bras lia Cortez Eduff Flasco 2001 CUNHA Maria Isabel da Os conhecimentos curriculares e do ensino In VEIGA Ilima Passos Alencastro Li es de Did tica Campinas Papirus 2006 p 57 74 D ARAUJO Maria Celina Sindicatos carisma e poder O PTB de 1945 65 Rio de Janeiro Funda o Get lio Vargas 1996 DELGADO Luc lia de Almeida Neves Cr nica de um Golpe Anunciado In Revista Hist ria Rio de Janeiro Biblioteca Nacional Mar o 04 p 26 30 DEMO Pedro Educar pela Pesquisa Campinas Autores Associados 1998 DIEHL Astor Ant nio org Considera es sobre a Redefini o do Horizonte de Expectativas na Historiografia Di logo A Constru o da Hist ria N 05 Canoas UNILASALLE 2004 p 13 39 371 O Livro Did tico e o Curr culo em Transi o Passo Fundo EDIUPF 1999 O que Hist ria Sistemas de refer ncia e narrativa Capistrano de Abreu e o moderno sentido para historiografia brasileira Agora Revista de Hist ria e Geo
170. OUISU3 OAON 91 98 BLOISIH OoueJg o l1speo 896 L dS sejuepnise ejeessed ueuuudai sieioiog Wd Soo9eAJ90SqQO sueBeuj ouy Joiny on 1 su Beui 88c 289 No segundo momento passamos a verificar as imagens inseridas no livro did tico comparando as com as imagens relativas ao Regime Militar No primeiro grupo 1967 1988 quadro 12 observa se que h um crescente embora n o uniforme n mero de imagens que passam a integrar os livros conforme o ano de sua publica o Cinco autores consultados Souto Maior Viana Borges Hermida e Ferreira que juntos perfazem um total de trezentos e noventa e uma imagens mas nenhuma relativa ao per odo do Regime Militar Entre os demais Santos 1979 em um universo de duzentas e setenta e quatro apenas uma lembra o Regime Militar 0 36 Piletti 1982 entre oitenta e duas s duas 2 43 Nadai Neves 1986 entre as cento e quarenta e sete quatro s o relativas ao tema 2 7296 O maior n mero de imagens que constituem nosso objeto de pesquisa encontramos em Cotrim 1988 dez em um acervo de cento e cinquenta 6 66 Ao observarmos as imagens percebe se o predom nio de cenas de rua como tropas em frente ao Minist rio da Guerra Piletti Passeata do Cem Mil Piletti Alencar Nadai Neves Marcha da Fam lia com Deus e pela Liberdade Revolta dos Marinheiros soldados nas ruas Alencar Com cios 1964 Alencar Nadai Neves Diretas J Nadai Neves Cotrim as figura
171. Os estudantes iam para a rua contra um governo que esculhambava a universidade p blica contra um regime militar Apesar de proibidas suas passea tas nas ruas atra ram cada vez mais par ticipantes de oper rios e boys a donas de casa e profissionais liberais A grande imprensa chamava os de infantis toxi c manos desequilibrados A pol cia atacava Cassetetes g s lacrimog neo ca minh es brucutu Eles respondiam com pedras bolas de gude contra a cavalaria da PM coquet is molotov e idealismo Os principais l deres estudantis estavam no Rio de Janeiro Vladimir Palmeira e Lu s Travassos Imagine que voc com sua idade atual acaba de voltar no tempo Esta mos em 1968 no Rio de Janeiro Em que que voc est pensando O que que voc faz no dia a dia Bem voc de classe m dia na nossa imagina o e est se preparando para o vestibular Assustador A faculdade tem vagas reduzidas Ali s essa uma das bandeiras do movimento estudantil alar gar o funil que desemboca na universida de Que curso voc vai seguir A maioria quer ser engenheiro m dico advogado Mas tem gente que quer conhecer o Brasil para transform lo v o estudar sociologia hist ria filosofia e at economia Um ami go seu diz brincando que tem um profes sor de sociologia da USP que um dia ain da vai ser presidente da Rep blica Na faculdade quem n o de esquerda est por fora Claro que h
172. Poder Exe cutivo e reduzir o campo de a o do Congresso O presidente da Rep blica ficava autorizado a enviar ao Congresso projetos de lei que deveriam ser apreciados no prazo de trinta dias na C mara e em igual prazo no Senado caso contr rio seriam considerados aprovados Como era f cil obstruir vo ta es no Congresso e seus trabalhos normalmente se arrastavam a aprova o de projetos do Executivo por decurso de prazo se tornou um fato comum Passou tamb m para a compet ncia do presidente da Rep blica a iniciativa dos projetos de lei que viessem a criar ou aumentar a despesa p blica O AI 1 suspendeu as imunidades parlamentares e autorizou o comando supremo da revolu o a cassar mandatos em qualquer n vel municipal estadual e federal e a suspender direitos pol ticos pelo prazo de dez anos As garantias de vitaliciedade assegurada aos magistrados pela qual eles t m Foto n 8 Fausto p 466 Os militares tinham o projeto de mu dar o Brasil profundamente Por isso cha maram o golpe de Revoluc o de 1964 Mas uma verdadeira revolu o s aconte ce quando se muda radicalmente a estru tura econ mica e pol tica da sociedade Por exemplo a Revolu o Francesa de 1789 que destruiu o sistema feudal e o absolutismo mon rquico Ou a Revolu o Cubana de 1959 que acabou com o lati f ndio e o poder das elites guiadas pelos EUA No Brasil a estrutura econ mica continuou a mesma capitalismo
173. a o Por fim chegou se as Considera es Finais Esse estudo conclui que em um comparativo entre os livros mais antigos 1967 1988 e os mais recentes 1995 2005 houve um crescimento qualitativo no espa o destinado abordagem da tem tica Percebe se que n o ocorreu um crescimento significativo em termos de qualidade O mesmo acontece quando os fatos conceitos e imagens s o verificados Espera se que com este estudo a referida tem tica torne se objeto de maior explora o nos espa os destinados ao ensino e pesquisa PALAVRAS CHAVE Regime Militar Livro Did tico de Hist ria Educa o Brasileira ABSTRACT The theme of this thesis is the Military Regime The study investigates the ideas and images that represent this regime in textbooks of history in high school It is composed by three chapters the first one is based on an updated bibliography when dialogues among History Cultural History Education History and the textbooks were the locus of the research Then the thesis describes the reality of the studies that currently uses textbooks as a source of research in Brazil It also shows the three stages of the study when the used methodological procedures are explained The second one which is based on a classic and current historiographic deals with the History textbook in the scope of Brazilian Education The third chapter accomphishes a survey about the space used bay the authors of textbooks to the investigated theme i
174. a o reprodu o ideol gica tornando se um instrumental de domina o Ao examinarmos os livros did ticos selecionados constatamos a pouca relev ncia dada pelos autores do 1 grupo 1967 1988 a esses conceitos Quanto ao conceito de doutrina de seguran a nacional apenas Alencar e Nadai Neves fazem refer ncia Ferreira Cotrim e Nadai Neves lembram o de Integra o enquanto o conceito de desenvolvimento levantado por Viana Alencar Piletti Cotrim e Nadai Neves Esses conceitos aparecem em meio a frases ou par grafos sem acompanhamento de discuss es que possibilitem a sua inser o no processo de constru o do conhecimento Quanto ao conceito de Seguran a Nacional citado por Alencar em Nadai Neves que vai aparecer associado vida institucional aos seus reflexos do Als e aos ideais nacionais Nadai Neves 1986 p 249 ao falarem das circunst ncias daquele momento afirmam A ideologia dominante passou a ser a ideologia da Seguran a Nacional que identificando a na o com o regime vigente considera a contesta o ao regime como atentado contra a na o que deve ser combatido com os recursos da for a militar Ap s o golpe de 1964 a vida institucional do pa s passou a ser praticamente regida por Atos Institucionais Os dispositivos de controle pol tico ideol gico foram incorporados nova Lei de Seguran a Nacional Alencar por sua vez destaca a edi o do Als que dava ao Presidente prat
175. a cada trabalhador a remunera o justa para atender s suas necessidades como chefe de fam lia Uma das primeiras medidas do governo foi a anistia pol tica ou seja os exilados e os que tiveram seus di reitos cassados poderiam voltar vida pol tica normal A reforma pol tica dissolveu os nicos dois partidos permitidos pelo movimento de 1964 Com isso surgi ram o PDS Partido Democr tico Social antiga Arena apoiando o governo o PMDB Partido do Movimento Democr tico Brasileiro antigo MDB o PDT Partido Democr tico Trabalhista tentando retomar o trabalhismo de Vargas o PTB Partido Trabalhista Bra sileiro com posi es mais conservadoras o PT Parti do dos Trabalhadores nascido do movimento sindical da regi o do ABC o Partido Popular que nasceu como um partido liberal conservador mas que logo se fun diu ao PMDB As reformas de Figueiredo tinham como objetivo manter a maioria dos estados sob o controle do partido do governo As elei es de 1982 deveriam escolher os governadores de estado senadores deputados verea dores e prefeitos dos munic pios com exce o das ca pitais cujos prefeitos eram nomeados Apesar de todas as precau es tomadas pela legisla o de Figueiredo o PDS s conseguiu eleger doze go vernadores em estados menores econ mica e politi camente mais atrasados Mesmo assim o PDS manteve maioria no Congresso gra as ainda aos senadores in dicados bi nicos Foto n
176. a 2 ogey eAON BLOISIH BAON P 0002 8 dS Ny melg epnuv BLQISIH E epo seg x x x x x 666 sl dS eujepojw soduro op euoisiH RUIDO ISeJg op euoisi x x x x 2661 sl is euepjeo r und se181 Sep BIO p d uieBelA x x X A i X 9661 l dS dsnp3 ojsne4 g IiseJg op euoisiH gt U O O m U gt O O lt oo e gt Oi a qhe R SS at E BE E ZS a c A i 4 D O L amp gt ss x O ouv p3 JOJIp3 Jo ny ojnyL e 9 3 p o D o Q 3 o c 3 q q S 3 2 N N 9 06L S002 661 enue sopeoi qnd euoisiH ep soonepiq soJAr sou sopuejeJ eyy eue op SOJUSAI SO Z su O peno 191 Se confrontarmos o n mero de fatos estudados por autor constatamos que Vicentino Dorigo tratam de dois fatos Pedro Lima Carvalho e Arruda Piletti de tr s Caldeira Campos de cinco Azevedo Seriacopi abordam seis fatos Schmidt e Mota Braick estudam sete Divalte e Fausto trazem informa es sobre oito fatos No conjunto estudado Vicentino Dorigo s o os autores que abarcam o menor n mero de fatos dois por sua vez Divalte e Fausto s o os que lideram pois destacaram oito fatos entre os dezesseis selecionados Levando avante a nossa proposi o passamos a verificar como os livros publicados entre 1995 2005 focalizam o fato anteriormente pesquisado a Constitui o de 1967 As investiga es revelam que A Arru
177. a autoria dessas representa es a tecnologia empregada em sua confec o e as tem ticas exploradas ou solicitadas aos fot grafos do passado Al m 347 disso oferecer pistas para a determinac o das datas em que as mesmas foram produzidas e os locais onde os fot grafos mantinham seus estabelecimentos fotogr ficos Questionados sobre a presen a das imagens relativas ao Regime Militar especificamente as que representam momentos significativos desse per odo interessante salientar que no primeiro conjunto de autores apenas Alencar 1981 Piletti 1982 Nadai Neves 1986 e Cotrim 1988 apresentam algumas fotografias sobre o per odo em estudo Quando a busca feita nos livros do segundo conjunto 1995 2005 o n mero de fotografias cresce significativamente Podemos destacar que nos livros do per odo de 1967 1988 ocorre o predom nio das fotografias em preto e branco Nos livros mais recentes 1995 2005 cresce o n mero de fotografias coloridas Ao perguntarmos a respeito das que representam o auge da ditadura verificamos que tendo em vista as circunst ncias da poca de sua organiza o os livros did ticos apresentam um n mero pequeno de fotografias Por outro lado quando o momento focalizado o da redemocratiza o principalmente a Campanha das Diretas J not rio o crescimento da presen a de fotografias mas que n o apresentam o autor data e o local do evento Apesar dos avan os precisam
178. a com a Ditadura Militar imposta pelo Golpe de 1964 Os governos brasileiros p s 1964 apoiaram a ind stria editorial atrav s de diferentes iniciativas Depois de determinar o fim do projeto de padroniza o do livro did tico implementado pelo governo J nio Quadros Jo o Goulart passa a Sobre ver HALLEVEL Laurence O Livro no Brasil sua hist ria S o Paulo Edusp 2005 131 concentrar a sua pol tica no Minist rio da Educa o Al m da isen o de impostos a todas as fases de produ o dos livros did ticos o governo brasileiro atrav s do Conselho Federal de Cultura estimula a edi o de obras de grande significado cultural preciso salientar que em meio a esse processo implementada a lei 5692 71 que defendia os ideais de liberdade e solidariedade humana mas na pr tica n o incentivava a proposi o de atividades que permitissem a constru o da cidadania Toda essa situa o torna se mais complexa pela influ ncia dos princ pios tecnicistas e orienta es emanadas da Comiss o Nacional de Moral e Civismo Essa realidade hist rica passa a se refletir na elabora o dos livros did ticos De acordo com Bezerra e Luca 2006 p 30 31 os materiais did ticos rapidamente deixaram de ser obras de refer ncia como haviam sido at ent o e passaram a orientar e conduzir a a o docente Tudo isso num contexto marcado por um regime de exce o e pela falta de liberdades democr ticas Entr
179. a do livro Hist ria de Divalte editora tica 279 editora scipione Imagem n 19 Capa do livro Hist ria Geral e do Brasil de C Vicentino e G Dorigo 280 LIVRO PARA AN LISE DO PROFESSOR VENDA PROIBIDA hist ria s rie brasil GISLANE AZEVEDO JPREINALDO SERIACOPI ENSINO M DIO VOLUME NICO editora lica Imagem n 20 Capa do livro Hist ria s rie brasil de G Azevedo e R Seriacopi 281 Ap s analisar os fatos e conceitos passamos a verificar as imagens presentes nas capas dos livros did ticos Essas observag es revelam que o 1 conjunto 1967 1988 e o 2 conjunto 1995 2005 presentes nos quadros n 13 e 14 apresentam imagens relativas a diferentes aspectos da Hist ria Geral e do Brasil como As Grandes Navega es embarca es etnias formadoras do povo brasileiro as atividades econ micas ex plantio do caf o trabalho escravo Encontramos tamb m momentos hist ricos como a Primeira Missa as bandeiras o Grito do Ipiranga Revolu o de 1930 movimento Constitucionalista de 1932 movimento sindical Campanhas pelas elei es diretas no RJ e SP fora Collor desfile carnavalesco vultos hist ricos como Tiradentes D Pedro Get lio Vargas JK Prestes cenas do filme o Pagador de Promessas Observa se ainda o globo gr ficos mapas livros partituras disquetes ferramentas para o trabalho arqueol gico cer mica marajoara bandeira nacional bandei
180. a hist rica do homem sujeito de uma sociedade marcada por diferen as e desigualdades m ltiplas Requer assumir o of cio de professor de Hist ria como uma forma de luta pol tica e cultural A rela o ensino aprendizagem deve ser um convite e um desafio para professores e alunos cruzarem ou mesmo subverterem as fronteiras impostas entre as diferentes culturas e grupos sociais entre a teoria e a pr tica a pol tica e o cotidiano a hist ria a arte e a vida Ao realizar a sua abordagem sobre os PCNs Gusm o 2004 p 110 111 por sua vez diz O documento apresenta reflex es e sugest es de pr ticas pedag gicas que orientam o desenvolvimento de conceitos habilidades e atitudes favor veis compreens o da realidade proporcionando a participa o dos alunos nas rela es sociais pol ticas e culturais diversificadas e amplas condi es entendidas como fundamentais para o exerc cio da cidadania Desse modo a no o de conte do escolar apresentado ultrapassa a constru o de conceitos incluindo procedimentos valores normas e atitudes remetendo escola a responsabilidade de ampla forma o do aluno Os PCNs constituem uma id ia emanada do MEC e sugerida em n vel nacional Passado alguns anos de sua divulga o e ap s algumas an lises as quais 84 nos referimos anteriormente os PCN ainda n o foram bem aproveitados como uma refer ncia precisam ser mais investigados reavaliados atualizados e ampl
181. a imut vel de um certo momento e situa o de uma certa luz de um determinado tema absolutamente congelado contra a marcha do tempo 249 Em sua abordagem Kossoy 2002 p 42 43 argumenta A fotografia se conecta fisicamente ao seu referente e esta uma condi o inerente ao sistema de representa o fotogr fica por m atrav s de um filtro cultural est tico e t cnico articulado no imagin rio de seu criador A representa o fotogr fica uma recria o do mundo f sico ou imaginado tang vel ou intang vel o assunto registrado produto de um elaborado processo de cria o por parte de seu autor n A fotografia um meio que propicia uma leitura da realidade A imagem fotogr fica uma constru o cultural Nessa perspectiva Canabarro 2005 p 24 diz A fotografia um produto social e cabe ao historiador perceber como as imagens constituem uma certa maneira discursiva de colocar em cena quest es e fragmentos da Hist ria percebidos no encaixe de uns documentos com os outros na tentativa de se entender a sua forma evolutiva e ao mesmo tempo descont nua Dessa forma a Hist ria aproxima se do presente com a fotografia permitindo entender a hist ria oficial a secreta a individual e a coletiva A imagem fotogr fica no entendimento de Borges 2003 p 112 quando transformada em documento pelo historiador Dessacralizar a rede de rela es que a sustenta Esse processo
182. a pr tica social Essas a es passam a constituir se como fatos hist ricos quando id ias e a es encadeadas a partir de uma historicidade compartilhada provocam transforma es profundas na sociedade Os historiadores t m diferentes posicionamentos em rela o aos fatos hist ricos Para Burguiere 1993 o historiador redescobre reconstitui os fatos dispersos pelo tempo Carr 1982 os fatos demonstram as rela es de indiv duos entre si e sobre as for as sociais F lix 1998 o fato hist rico algo coletivo e selecionado a partir da tica do presente Horn e Germinari 2006 sua constru o buscada no emp rico textos objetos passando pela sensibiliza o te rica interpreta o contexto an lise do professor e do aluno Essa rela o interativa que ocorre entre a hist ria e as evid ncias ou fontes hist ricas Historicamente a inser o do Fato Hist rico est ligada cientificidade dada a Hist ria na Alemanha a partir da segunda metade do s culo XIX Nesse processo paulatinamente os fatos tornam se objetos de todos os discursos hist ricos cabendo Hist ria dar lhe vida e voz Tomando o como elemento de toda a reflex o hist rica Burgui re 1993 p 323 diz O historiador redescobre reconstitui os fatos dispersos pelo tempo Esse m todo indutivo sup e que o fato hist rico existe em si sem trabalho pr vio do historiador da mesma forma que a experi ncia dos laborat rios 178
183. a revolu o socialista em andamento no Brasil Argentina ou Uruguai Na pr tica os golpes militares ocorridos foram golpes contra a democracia Em 1964 n o houve mudan as profundas na realidade brasileira portanto n o ocorreu nenhuma revolu o O que houve foi a utiliza o desse termo quando deveriam falar em golpe Ao tratarem da historicidade desse conceito Silva e Silva 2005 p 174 defendem a id ia de que o golpe de Estado passou a denominar Todo o movimento de subvers o da ordem constitucional toda derrubada de um regime pol tico em geral por elementos de dentro do Estado principalmente das For as Armadas Nesse sentido golpe de Estado um movimento realizado contra uma Constitui o e como tal est bastante atrelado ao Ocidente contempor neo visto ser nesse contexto hist rico que predominam os regimes constitucionais De forma geral o golpe de Estado um fen meno pol tico quase sempre de car ter violento uma a o radical contra a ordem vigente 208 O golpe de Estado uma realidade que marca social e politicamente a Hist ria da Am rica Latina e do Brasil durante o s culo XX Esses acontecimentos tiveram reflexos que atingiram com intensidade a Hist ria Contempor nea dessa regi o Na perspectiva brasileira pertinente lembrar a contribui o de Silva e Silva 2005 p 175 quando salientam que o golpe de Estado como conceito Aproxima se de outros como revolu o
184. a simplicidade foram s bios ao me educarem carinhosamente para trilhar o caminho do bem justi a responsabilidade amizade e esperan a A saudade imensa mas o amor para voc s ETERNO Gl dis Margareth e Gomercindo irm os e Ana Carla cunhada pela permanente manifesta o de carinho e apoio verdadeiras ncoras do mau dia a dia Ao Jos Carlos e Bibiana amados sobrinhos que mesmo na sua inoc ncia de crian a souberam ser afetuosos nos momentos dif ceis Rogo a Deus que o brilho do olhar de voc s anuncie o advento de um mundo mais humano s colegas de caminhada futuras Doutoras Maria Catharina Lima Pozzebon e V nia Maria Oliveira Freitas com quem partilhei ang stias e realiza es trocamos experi ncias somamos anseios criamos la os de eterna amizade Aos professores Berenice G Basso Denise C Culau Cl udio B Carle UNICRUZ Wilson Olkoski URI Claudemir Quadros e Ail Meirelles Ortiz UNIFRA pelo incentivo constante e pela transfer ncia de conhecimento em forma de exemplo como profissionais s Diretoras Ana Luiza Carbone dos Santos Gladis Castilhos da Rocha e Turquia Maria M Pippi pelo incentivo e por saberem compreender as minhas aus ncias Nas entrelinhas deste trabalho permanecer o indel veis os seus apoios s amigas Terezinha dos Santos Militz F tima Santos Marilete Facco da Silva e Simone Zago pelo carinho e apoio t cnico Voc s foram simplesmente maravilhosas
185. a sua fun o social 181 Fato um acontecimento que tem sua veracidade reconhecida O que diferencia um acontecimento qualquer de um fato hist rico segundo Carr 1982 a import ncia que o historiador d a um fato atrav s de sua interpretac o e n o ao outro De acordo com R diger 1991 p 41 42 os fatos hist ricos s o resultado da a o das for as evolutivas sobre determinadas condi es cujo encadeamento causal forma essas s ries Ao investigarmos como ocorre a compreens o e assimila o de fatos hist ricos no processo ensino aprendizagem de hist ria encontramos em Coll 2000 p 23 27 apoio Os fatos e os dados s o aprendidos de modo memor stico e baseiam se numa atitude ou orienta o passiva em rela o aprendizagem na qual os alunos esperam que os objetivos as atividades e os fins da aprendizagem sejam definidos externamente Aprendizagem de fatos consiste em c pia liberal alcan ada por repeti o aprendizagem memor stica adquirida de uma s vez esquecida rapidamente sem revis o Quando se referem a esses aspectos as Orienta es Curriculares para o Ensino M dio 2006 p 90 advertem Na exposi o factual e linear que sup e o aluno como recept culo de ensinamentos al m de textos expositivos e detalhados utilizam se exerc cios voltados especificamente para o teste de compreens o e de fixa o de conte dos A preocupa o com o desenvolvimento d
186. ada por sucessivas edi es principalmente na vers o Curso Superior para Gin sios e Escolas Normais Jo o Ribeiro sugere o uso de mapas nas aulas de Hist ria e inova ao inserir ilustra es com o o ltimo tamoio as estampas do Pr ncipe Maur cio de Nassau D Pedro e Jos Bonif cio o ndio Uap do Amazonas D Pedro Il e Duque de Caxias Essas imagens de certa forma representam a for a simb lica importante na constru o da id ia de na o As caracter sticas da Hist ria do Brasil de Jo o Ribeiro levantadas pela cr tica conforme Gasparello 2004 p 167 foram a metodologia e a forma da escrita Mas outros aspectos merecem ser ressaltados por conferirem o car ter marcadamente did tico e inovador da obra como o plano geral do livro e a organiza o do texto A inova o did tica foi a reuni o de assuntos por unidades em ligar dos antigos pontos Sobre o citado livro de Jo o Ribeiro Hist ria do Brasil 1900 e o de Joaquim Manuel de Macedo Ver tese de MELO Ciro F C Bandeira Senhores da Hist ria a constru o do Brasil em dois manuais did ticos de Hist ria na segunda metade do s culo XIX Tese de Doutorado S o Paulo USP 1997 43 Sobre ver ARARIPE JUNIOR Trist o de Alencar Jo o Ribeiro fil sofo e historiador In RIBEIRO Jo o Hist ria do Brasil Curso Superior 2 ed Rio de Janeiro S ao Paulo Livraria Francisco Alves 1901 107 ou li es
187. adativa de alguns aspectos do tradicional pelo inusitado teoriza es 9 Sobre ver STEPHANOU Maria Curr culos de Hist ria instaurando maneiras de ser conhecer e interpretar Revista Brasileira de Hist ria v 18 n 36 1998 p 15 38 85 e atitudes inovadoras Pensando nessas transforma es Medeiros e Agostini 2005 p 171 acreditam que O ensino de Hist ria hoje de forma espec fica busca substituir o velho ensino factual e her ico centrado na memoriza o por um ensino mais cr tico interpretativo e reflexivo capaz de proporcionar significado ao conhecimento hist rico escolar Nesse processo de busca de renova o do ensino de Hist ria surgem novos referenciais te rico metodol gicos na produ o do conhecimento hist rico apontados por historiadores e fil sofos europeus Esses novos referenciais contribu ram para uma amplia o do entendimento sobre o conceito de documento tempo e fato hist rico apontando novos temas e objetos de estudo da Hist ria privilegiando multiplicidades temporais sociais espaciais econ micas e culturais presentes nas sociedades E o privil gio de um ensino que trabalhe com documentos que apontem a voz do homem comum sua vida seus interesses suas preocupa es e conflitos que ou a os exclu dos da Hist ria desfazendo um ensino tradicionalmente baseado na cronologia linear Na realidade o ensino de Hist ria deve conciliar as orienta es legais e os pressu
188. adequada poss vel os saberes eruditos e acad micos A Escola por outro lado de acordo com Bittencourt 2003 p 30 tamb m concebida diferentemente ou como lugar privilegiado da produ o das disciplinas escolares mesmo que possam estar mais ou menos dependentes de interfer ncias externas ou como institui o que mesmo possuindo v rios agentes no seu interior n o possui autonomia suficiente para a cria o constituindo se em um espa o privilegiado de reprodu o pol tica ideol gica e acad mica e o sucesso da escola depende de sua capacidade de melhor adaptar o conhecimento produzido fora dela Os estudos mais recentes anunciam novas possibilidades de pesquisa respaldadas por fontes de natureza diversa Os seus resultados evidenciam a participa o de sujeitos produtores de novos saberes e a viabilidade de apreens o do processo hist rico interligado a espa os tempos cada vez mais amplos Um outro aspecto s o as fontes mais utilizadas programas curriculares livro did tico e obras de refer ncia Recentemente novas fontes passaram a ser l cus de investiga o cadernos provas fotografias entrevistas mem ria oral livros de registros atas Um aspecto interessante quanto ao estudo das disciplinas escolares refere se s suas especificidades Quanto Hist ria ao verificarmos a trajet ria de sua constitui o enquanto disciplina universit ria e escolar nota se que a mesma 29
189. ado pelos quais uma sociedade tenha exist ncia e que permite a sua reconstru o Este pressuposto implica necessariamente em cinco itens fundamentais o interesse pelo conhecimento hist rico articulado pelo historiador dentro do contexto inserido as experi ncias m ltiplas individuais e coletivas articuladas como objeto de an lise as premissas t cnicas e te ricas articuladas nos m todos as formas de representa o articuladas pela historiografia e a dimens o did tica da hist ria tendo como n cleo o conceito de identidade A import ncia das interlocu es entre historiadores e os fatos levantados por Carr 1982 entram em sintonia com os pontos fundamentais sugeridos por Diehl 2004 que aglutinam interesse atitudes sele o teoriza o narrativa e proposi es did ticas Essas id ias v m ao encontro do pensamento de Cardoso 1984 p 107 109 quando o mesmo estabelece a diferen a do papel do historiador de outros cientistas sociais Para o autor a sua preocupa o primordial com com as transforma es e as perman ncias ou sobreviv ncias O historiador tem o compromisso inilud vel com a sociedade na qual vive e age O seu papel o de p r as suas capacidades profissionais a servi o das tarefas sociais que se imp em coletividade da qual forma parte Al m de renova o de suas expectativas precisam adquirir ferramentas te rico metadol gicas que lhe permitam cumprir profissional e efetivamente
190. algum coment rio O Ensino de Hist ria em sintonia com a Educa o Moral e C vica deveriam assegurar a forma o de um homem pac fico submisso e patriota Constata se que o processo ensino aprendizagem desenvolvido nas escolas e divulgado pelos livros did ticos n o priorizavam a forma o da cidadania Essa quest o perdeu espa o nos curr culos e comp ndios para o culto p tria moral e civismo Com o golpe 1964 o material produzido pela Hist ria nova foi apreendido e as discuss es a respeito do processo hist rico s o gradativamente substitu dos pela necessidade do cumprimento de um programa que tinha como um dos objetivos destacar o regime militar como algo essencial e ben fico Nos fins dos anos de 1970 em meio ao movimento pela redemocratiza o ocorrem encontros de professores ligados a sindicatos e universidades os quais passam a refletir sobre a historiografia cr tica e a realidade do ensino de Hist ria Esses encontros estimularam uma rea o contra o curr culo oficial textos 353 doutrin rios e os PCNs Passaram a ser sugeridos textos com um conte do mais cr tico e inovador Os educadores lan am um outro olhar para os PCNs n o os entendendo mais como um obst culo e sim como uma proposi o A d cada de 1980 na realidade constitui se num momento interessante de reflex es encontros e divulga o de teorias saberes e pr ticas Em meio a essas inova es emergiram projetos alternat
191. alientar o Brasil inserido em um mundo cada vez mais globalizado Essa nova abordagem deveria contribuir para a forma o de um aluno livre consciente respons vel e capaz de interferir na sociedade como um sujeito hist rico Na d cada de 1980 conhecida como a Era do Repensando ocorrem encontros de cunho hist rico cient ficos que vieram instigar reflex es pesquisas e publica es Essas inquieta es marcaram os encontros de professores no mbito escolar e nos espa os de forma o 2 Sobre ver NIDELCOFF Maria Tereza A Escola e a Compreens o da Realidade S o Paulo Brasiliense 1979 PANUTTI Maria Regina Viana Estudos Sociais Uma Proposta para o professor Petr polis Vozes 1981 SILVA Marcos org Repensando o Ensino de Hist ria S o Paulo Marco Zero ANPUH 1985 CABRINI Concei o org O Ensino de Hist ria Revis o Urgente S o Paulo Brasiliense 1986 NEVES Maria Aparecida Mamede Ensinando e Aprendendo Hist ria S o Paulo EPU 1985 CALLAI Jaime org Area de Estudos Sociais Metodologia Iju UNIJUI 1985 78 muito interessante destacar a contribui o dos Cursos de P s Gradua o criados principalmente a partir da d cada de 70 e a participa o da ANPUH e da AGB Tanto os cursos como as institui es tornam se verdadeiros baluartes que passam a lutar por maiores e melhores espa os tempo para o ensino e pesquisa em Hist ria e Geografia pela supress o dos Estudo
192. am contra Jo o Goulart ganharam mais um aliado o embaixador norte ameri cano Lincoln Gordon No come o de 1964 o general Castello Branco chefe do Estado Maior das For as Armadas e Bilac Pinto l der da UDN divulgaram um documento denunciando que o pa s estava prestes a ser tomado pelos comunis tas Era o alerta preparativo do golpe As organiza es sindicais e estudantis como a CGT e a UNE mais os grupos de esquerda realizaram no Rio de Janeiro um grande com cio de apoio a Jo o Goulart Mais de 200 000 pessoas compareceram no dia 13 de mar o de 1964 para ouvir o presidente e v rios l de res Jango assinou alguns documentos comprometen do se com a reforma agr ria e a estatiza o de empre sas de petr leo Os setores da direita brasileira rapidamente organi zaram uma resposta ao com cio do governo populista de Goulart O g vernador Adhemar de Barros de S o Pau lo deputados setores da igreja Cat lica a Fiesp Fede ra o das Ind strias do Estado de S o Paulo a UDN o O presidente Jo o Goulart ao lado de sua esposa Maria Tereza no com cio da Central do Brasil duas semanas antes de ser deposto pelo golpe militar de 31 de mar o 490 Foto n 5 Pedro p 490 298 As primeiras fotografias representam o Com cio realizado na Pra a da Rep blica em frente Esta o da Central do Brasil no Rio de Janeiro em 13 de marco de 1964 Nesse evento o presidente Jo o Goulart anunciou
193. aminou o parlamento e o poder executivo Fragmenta o de recursos de poder Radicaliza o ideol gica Inconst ncia das coaliz es formadas no Congresso Nacional Instabilidade governamental rotatividade na dire o de minist rios e ag ncias estatais e Dispers o partid ria entre outros fatores J Figueiredo em seus estudos revela que os conflitos entre os grupos antag nicos provocam resultados negativos e evitam qualquer possibilidade que assegurasse a continuidade da democracia Nessa perspectiva afirma 1993 p 30 que nos primeiros anos da d cada de 1960 escolhas e a es espec ficas solaparam as possibilidades de amplia o e consolida o de apoio para as reformas e desta forma reduzirem as oportunidades de implementar sob regras democr ticas um compromisso sobre essas reformas A abordagem de Ferreira 2003 p 345 401 vem ao encontro das id ias defendidas por Figueiredo 1993 que esclarece que e Na historiografia sobre 1964 predominam paradigmas tradicionais estruturalistas ou individuais personalizado da culpa do golpe e O golpe n o pode ser explicado apenas por fatores externos conspira o internacional e Jango tentou uma estrat gia de concilia o para implementa o das reformas Plano Trienal mas que essa estrat gia falhou por recusa das partes envolvidas no processo em negociar e A democracia n o era priorit ria nem na agenda da direita nem na da esquerda
194. ao fim do ano tinha conclu do a tarefa de dar todas as li es do livro Rocha Pombo que havia publicado dez volumes de Hist ria do Brasil em 1919 comp s um comp ndio de Hist ria do Brasil para o ensino secund rio Editora Weiszflog Irm os S o Paulo 1919 O mesmo atinge em poucos anos v rias edi es At essa poca o movimento de imposi o de um sentido nacionalista Hist ria do Brasil contava com a milit ncia de v rios autores de livros escolares Outras obras did ticas foram publicadas e utilizadas nessa poca COUTTO Pedro de Pontos de Hist ria do Brasil 1915 FLEIRIUSS Marx MAGALHAES Bas lio de Quadros de Hist ria P tria 1918 CABRAL M rio da Veiga Comp ndio de Hist ria do Brasil 1920 Escritores e intelectuais escreveram manuais de cunho did tico Silvio Romero Olavo Bilac Coelho Neto Manuel Bonfim e Bar o do Rio Branco A respeito das obras escritas por esses autores Ver BITTENCOURT Circe Maria Fernandes Os confrontos de uma disciplina escolar da hist ria sagrada hist ria profana Revista Brasileira de Hist ria v 13 n 25 26 S o Paulo USP set 1992 ago 1993 p 193 221 108 Al m do Rocha Pombo faziam parte desse grupo Jonathas Serrano Jo o Ribeiro e Oliveira Lima Poder amos acrescentar que as id ias oriundas da historiografia francesa de matriz positivista bem como os historiadores ligados aos c nones do IHGB foram bastante utilizadas
195. apresenta data autor e local Mota Braick com essa ilustra o lembram que a conquista da sele o foi explorada pelos militares para estimular o apoio da popula o ditadura As autoras associam a fotografia ao tema mas n o realizam a sua devida explora o Na terceira fotografia o jogador Pel levanta a Ta a Jules Rimet ao lado do general M dice em traje civil e de Clodoaldo A id ia era aproximar a vit ria da copa de 1970 imagem do Brasil como grande pot ncia do futuro Nessa perspectiva entende se a presen a do jovem Clodoaldo na fotografia Trata se de uma fotografia em preto e branco de Roberto Stuckert Folha Imagem N o indica a data e o local uma fotografia grande que ocupa o lado direito da parte superior da folha Observa se ainda que no lado direito da fotografia e atr s do presidente M dice aparece a metade do rosto de um atleta Isto dificulta a sua identifica o Essa fotografia relaciona se ao tema mas n o foi melhor aproveitada pelo autor do livro pelo que ela representa historicamente A Hist ria dos pa ses sul americanos exce o da Venezuela e Col mbia nas d cadas de 1960 e 1970 marcada pela implanta o de ditaduras militares Nessa poca ocorreu a multiplica o dos regimes militares com suas caracter sticas t picas especialmente as acusa es de viola es aos direitos humanos 329 Nos fins das d cadas de 1970 e princ pio de 1980 inicia um intenso processo p
196. ar mas n o diz a data do acontecimento A mesma colorida de tamanho grande e localiza se no lado direito superior da p gina sua esquerda Campos acrescenta um quadro explicativo com a inten o de articul la ao contexto hist rico Caldeira 1997 n o traz nenhuma fotografia demonstrando cenas da Campanha das Diretas J Em meio ao seu texto traz uma imagem de um cartaz com as cores verde e amarelo onde est escrito a frase Muda Brasil Schmidt 2001 apresenta uma fotografia registrando uma passeata pelas Elei es diretas ocorrida em 1984 A mesma n o indica a data local e o autor uma fotografia colorida de tamanho grande e ocupa o lado esquerdo da parte superior da p gina Essa fotografia est associada tem tica focalizada mas pouco aproveitada pelo autor Mota Braick 2002 apresentam duas fotografias a primeira de um dos com cios das Diretas J que consideram um dos maiores movimentos c vicos realizados no Brasil em todos os tempos a segunda uma passeata onde se destaca a presen a do cantor compositor e escritor Chico Buarque de Hollanda que sempre esteve presente nas manifesta es populares em defesa da liberdade Essa 345 fotografia de Orlando Brito Abril Imagens mas n o traz a data e o local As duas fotografias relacionam se com a tem tica focalizada No livro de Vicentino Dorigo 2004 h uma fotografia do com cio realizado na Pra a da S no m
197. ar o passado depende da sociedade e do per odo de cada contador Tudo na Hist ria deve ser pensado em seu tempo isto a historicidade Ao se referir a essas quest es Yilmaz 2005 p 27 por sua vez esclarece Sobre ver CARDOSO Ciro Flamarion Um Historiador fala de Teoria e Metodologia Ensaios Bauru Edusc 2005 23 se a hist ria uma narrativa e faz relatos sempre poss vel cont los de modo diferente e essa diferen a pode ser tal que os mesmos eventos contados de modo distinto chegam a se tornar completamente diferentes n o podendo mais ser os mesmos E tamb m poss vel que o mesmo evento seja contado por outro narrador Ambas as quest es s o um desfio para a mem ria e espera se que essa situa o seja superada pelo aspecto cr tico da escrita da Hist ria Pensamos que a Hist ria tem compromisso em contar os momentos significativos da trajet ria humana Na continuidade de nossas teoriza es interessante ressaltar as id ias de Vavy Pacheco 1981 que afirma que a fun o da Hist ria fornecer explica es para as sociedades humanas de Marc Bloch 1960 para quem a Hist ria a ci ncia dos Homens no Tempo e de Eric Hobsbawm 1998 que defende que a Hist ria tem sentido e fun o pol tica Chama nos aten o a contribui o de Marc Bloch 1960 como um dos fundadores da Escola dos Annales por ter valorizado a interdisciplinaridade e propor aproxima es da Hist ria com outras
198. aram sua hist ria e sua historicidade e se apropriaram da mem ria cultivada individual e coletivamente Essa fonte nos possibilita ainda por meio de outros valores interesses problemas t cnicas e olhares compreender enfim essas constru es hist ricas tempos quando os historiadores ampliam os seus interesses passando a inserir como objeto de pesquisa aspectos da vida pol tica econ mica 247 social as mentalidades cotidiano g nero etnias fam lia corpo sexo religi es cultura material e gradativamente come am a deixar os limites das fontes tradicionais e dos documentos oficiais as imagens come am assim como os textos e testemunhos orais a ser utilizadas como uma importante evid ncia hist rica Elas registram um testemunho atrav s do olhar Ao investigar o uso das imagens como evid ncia hist ria Burke 2004 p 37 procura respostas a determinadas d vidas e as sintetiza em tr s pontos 1 A boa not cia para os historiadores que a arte pode fornecer evid ncias para aspectos da realidade social que os textos passam por alto pelo menos alguns lugares e pocas como no caso da ca a no Egito antigo 2 A m not cia que a arte da representa o quase sempre menos realista do que parece e distorce a realidade social mais do que a reflete de tal forma que historiadores que n o levem em considera o a variedade das inten es de pintores e fot grafos sem falar nos patronos
199. arnhagen 1854 la os com o projeto de na o idealizado pelo IHGB e com o Plano de Estudos do Col gio Pedro ll Macedo contribuiu para cria o de uma pedagogia para o ensino de Hist ria As suas li es no entendimento de Gasparello 2004 p 207 al m de Contribu rem para o fortalecimento de uma imagem de na o identificada com o imp rio dos bachar is e da classe senhorial ajudaram a tornar mais vis vel a especificidade do of cio de professor autor do livro did tico n o apenas pesquisar e conhecer Hist ria mas ensinar preocupar se com as formas de aprendizagem dos alunos e com isto inventar um m todo de ensino com a cria o de instrumentos did ticos apropriados Com Macedo ficaram mais claras as semelhan as e diferen as entre o livro de Hist ria erudita e o livro de Hist ria escolar bem como articula o das pe as chaves do tri ngulo historiador professor livro did tico Podemos dizer que Bellegarde e Abreu e Lima foram os respons veis pela cria o dos fundamentos da produ o textual do livro did tico de Hist ria do Brasil A seguir Macedo sugeriu as indica es de que para escrever um livro de Hist ria era preciso o respaldo da pr tica pedag gica isto significava n o apenas ter o dom nio da cultura mas ter viv ncia na pr tica de ensinar Nessa poca fortalece se a id ia de uma Hist ria Nacional que vinha ao encontro dos objetivos da elite mon rquica de origem portugue
200. as pelos autores para enriquecer as abordagens sobre o Regime Militar nos livros did ticos Se isto ocorresse a qualidade dos livros seria melhor e os alunos professores e interessados seriam beneficiados As investiga es tornaram poss vel a compreens o de que os autores de livros did ticos t m de certa forma dificuldade de abordar os conceitos como uma constru o hist rica e cultural ampla complexa e cont nua Os mesmos precisariam ter o entendimento de que um conceito algo que vamos melhorando teoricamente e cada vez mais apostamos na essencialidade contida nos estudos de hist ria Acredita se que as investiga es e reflex es sobre os conceitos hist ricos n o se encerram Ao contr rio os mesmos permitem pensarmos que outras atividades tendo o livro did tico como o l cus de pesquisa s o poss veis de ocorrer E tanto isso previsto que anunciamos o ltimo momento do terceiro cap tulo onde vamos inquirir sobre as imagens do regime militar no livro did tico de Hist ria 243 3 5 As Imagens do Regime Miiitar no Livro Did tico de Hist ria Esse momento constitu do de reflex es te ricas levantamento das imagens e an lise das fotografias dos momentos significativos do per odo As imagens assim como as figuras s mbolos pinturas desenhos e esculturas s o representa es da realidade ricas em significados Ao longo da Historia da Humanidade em diferentes espa os e temporalidades as imagens
201. assam a qualificar a pr tica pedag gica em Hist ria preciso dizer que para essas pr ticas serem poss veis s o necess rios professores com uma s lida e renovada forma o te rica cient fica e metodol gica o que n o acontecia Um outro aspecto interessante a ser analisado a aprova o da Lei Federal 8663 93 que determina o fim da obrigatoriedade das disciplinas de Educa o Moral e C vica e Organiza o Social e Pol tica Brasileira no ensino de 1 e 2 graus e Estudo de Problemas Brasileiros no ensino superior A partir dessa lei e das orienta es do Parecer 1214 93 do CEE Conselho Estadual de Educa o os professores do RS reuniram se em suas escolas para discutir a redistribui o da carga hor ria conte dos e objetivos das disciplinas referidas anteriormente em Geografia e Hist ria Amplia se assim a carga hor ria de Hist ria e Geografia oportunizando mais tempo para a sistematiza o do conhecimento Isso ocorreu principalmente no ensino de 1 grau No segundo grau houve muita disputa pela carga hor ria com as disciplinas de Matem tica Qu mica e F sica As mudan as ocorridas no pa s na d cada de 1980 t m continuidade nos anos 90 em meio a um contexto neoliberal conservador de globaliza o econ mica disputas e lutas em torno de uma nova pol tica educacional e de uma nova Lei de Diretrizes e Bases que tra a os novos rumos para a educa o A Lei 9394 96 prop e um ensino m di
202. ativa da mensagem Ao verificar as aproxima es entre imagem e conhecimento Kossoy 2001 p 153 154 por sua vez esclarece Toda e qualquer fotografia al m de ser um res duo do passado tamb m um testemunho visual no qual se pode detectar tal como ocorre nos documentos escritos n o apenas os elementos constitutivos que lhe deram origem do ponto de vista material No que toca imagem fotogr fica uma s rie de dados poder o ser reveladores posto que jamais mencionados pela linguagem escrita da hist ria Por outro lado apesar de sua aparente credibilidade nelas tamb m ocorrem omiss es intencionais acr scimos e manipula es de toda ordem Essas dificuldades precisam ser superadas pois na realidade os trabalhos cient ficos constituem se em uma narrativa de um fen meno observado A fotografia uma narrativa visual que possui uma enorme identifica o com a realidade Isto nos leva a pensar que a utiliza o das imagens fotogr ficas em trabalhos hist rico Sobre ver NISHIKAWA Reinaldo Retratos em Preto e Branco Uma discuss o anal tica sobre fontes historiogr ficas para o historiador Fragmentos de cultura v 15 n 12 Goi nia dez 2005 p 1797 1810 252 cient ficos representa um avan o que gera novas possibilidades Nessa perspectiva retomamos Kossoy 2002 p 143 quando o mesmo enfatiza O compromisso da fotografia com o aparente das coisas A fotografia certam
203. azes de facilitar o entendimento da tem tica Diante de amplas situa es passamos a verificar a presen a do conceito de desenvolvimento nos livros did ticos As indaga es apontaram que o mesmo focalizado superficialmente por 10 autores sendo que cinco pertencem a cada um dos conjuntos de manuais investigados Na tentativa de descobrir um novo dado fizemos um recorte temporal e verificamos em Souto Maior um autor cl ssico dos anos 1960 e em Fausto um marxista Para Souto Maior 1967 o desenvolvimento est condicionado industrializa o J para Fausto 1995 o desenvolvimento 225 depende de um Projeto de Ac o Econ mica do governo Fausto 1995 p 471 assim o elucida Tratou de reduzir o d ficit do setor p blico contrair o cr dito privado e comprimir os sal rios Buscou controlar os gastos dos Estados ao propor uma lei que proibia que eles se endividassem sem autoriza o federal O reequil brio das finan as da Uni o foi obtido atrav s da melhora da situa o das empresas p blicas do corte dos subs dios a produtos b sicos como o trigo e o petr leo que eram importados a uma taxa de c mbio mais baixa e do aumento da arrecada o de impostos As duas primeiras medidas produziram de in cio um impacto no custo de vida pois foi necess rio aumentar tarifas de servi o de energia el trica telefones etc e elevar o pre o da gasolina e do p o Obteve se o aumento da arrecada o de impost
204. ber que alguns desses monstros permanecem na pol cia nas For as Armadas e que foram anistiados pelo gene ral Figueiredo em 1979 Neste pa s jamais um torturador sentou no banco dos re s A ditadura n o se manteve s com vio l ncia fisica Ela soube se valer de uma pro paganda ideol gica massacrante Numa poca em que todas as cr ticas ao governo eram censuradas os jornais a tev os r dios e revistas transmitiam a id ia de que o Brasil tinha encontrado um caminho mara vilhoso de desenvolvimento e progresso Reportagens sobre grandes obras do gover no e o crescimento econ mico do pa s convenciam a popula o de que viv amos numa poca incr vel Nas ruas as pessoas cantavam Ningu m segura esse pa s Os guerrilheiros eram apresentados como terroristas inimigos da p tria agentes subversivos Qualquer cr tica era vista como coisa de comunista de bader neiro Houve at quem chegasse ao c mu lo de acusar os comunistas de respons veis pela difus o das drogas e da pornografia O futebol como n o poderia deixar de ser foi utilizado como arma de propagan da ideol gica Na poca a esquerda se perguntava O futebol aliena os trabalha dores o pio do povo E houve at quem torcesse para que o Brasil perdesse a Copa como se o trabalhador brasileiro pre cisasse de uma derrota no jogo de futebol para realmente se sentir oprimido Ou seja quem estava sup
205. bre as pr ticas de tortura e outros horrores da poca s existem gra as a o da Igreja Cat lica que UNIDADE VIII O soNHO N O ACABOU Foto n 22 Mota Braick p 527 participou de movimentos de oposi o ditadura nas d cadas de 1970 e 1980 e organizou um dossi contendo registros daquele per odo O governo M dici destacou se por ter sido o mais repressivo Visando fortalecer o regime e encobrir o cli ma de terror instaurado no pa s montou se um aparato de propaganda que tinha como base a id ia da coopera o dos brasileiros para o engrandecimento da na o Foram forjados slogans ufanistas do tipo Voc constr i o Brasil Ningu m segura este pa s Brasil conte comigo e Brasil ame o ou deixe o que despertavam euforia naque les que acreditavam no progresso brasileiro O auge da campanha publicit ria oficial foi atingido quando a sele o brasileira de futebol ganhou o tricampeonato na Copa do Mundo de 1970 disputada no M xico O general presidente e todos aqueles que lhe davam sustenta o no poder transformaram o evento em uma conquista do Estado brasileiro e fortaleceram se com esse acontecimento A m sica Pra frente Brasil que se tornou uma esp cie de hino da Copa de 1970 era repetido em todos os cantos Noventa milh es em a o Pra frente Brasil do meu cora o Todos juntos vamos pra frente Brasil Salve a sele o De repente aquela Corr
206. ca acabou n o sendo aprovada pelo Congresso gerando frustra o em todo o pa s A luta seguinte das oposi es seria no Col gio Eleitoral que escolheria um novo presidente A uni o dos partidos de oposi o durante o movi mento pelas Diretas J fez surgir a possibilidade de vit ria nas elei es indiretas marcadas para janeiro de 1985 Em 1984 o partido do governo por sua vez apresentava se dividido j que a escolha do candidato para a presid ncia n o mais estava nas m os dos mili tares tendo essa incumb ncia passado para o PDS Um candidato despontava era o coronel do ex rcito M rio Andreazza nome que contava com a simpatia dos militares No entanto o ex prefeito da cidade de S o Paulo e ex governador do estado Paulo Maluf do PDS tamb m tinha pretens es na disputa presidencial Por meio de in meras conces s es e promessas de campanha ele acabou conse guindo o apoio da maioria dos pol ticos de seu partido sendo indicado como candidato oficial na conven o de agosto de 1984 Foto n 34 Vicentino Dorigo p 537 341 Apesar de conservador e tendo constru do sua carreira pol tica sombra dos militares Maluf des contentava a velha guarda do PDS que tinha frente nomes de outros antigos pol ticos como Jos Sarney Aureliano Chaves Ant nio Carlos Magalh es e Marco Maciel O partido tamb m vinha apoiando o regime militar tendo os seus l deres papel decisivo como no fracasso
207. cam que A constitui o de 1967 aumentou ainda mais o poder do Executivo e limitou a autonomia dos Estados enfraquecendo por princ pio federalista Al m disso foram promulgadas novas leis e assinados decretos executivos dentre eles um que submetia o Executivo a um planejamento de feitio militar Por fim foram publicadas uma severa Lei de Imprensa e a Lei de Seguran a 193 Nacional destinada a facilitar a atua o dos rg os de seguran a do Estado contra os denominados inimigos internos Podemos dizer que existe uma sintonia entre as id ias de Schmidt Fausto e Mota Braick sobre a abordagem do evento Constitui o de 1967 e sua inser o no contexto hist rico estudado Torna se necess rio enfatizar que mesmo esses autores que avan aram em suas discuss es referiram se apenas Constitui o de 1967 preciso salientar que Piletti o nico que apresenta uma s ntese sobre os Atos Institucionais do n 01 09 04 1964 ao n 17 14 10 1969 da Constitui o de 1967 e das Emendas n 01 17 10 1969 a n 13 10 10 1979 Depois de verificar o que os autores dizem sobre a Constitui o de 1967 um momento de sacraliza o do arb trio do regime militar implantado em 1964 importante analisar o contraponto que os autores mais recentes 1995 2005 apresentam sobre o movimento das Diretas J momento de manifesta es resultantes de um longo e dif cil processo de resist ncia Justifica se a inser o
208. caracter sticas que precisam ser levadas em considera o tanto como poss vel fonte de explica o para as dificuldades que os alunos t m para sua compreens o como para planejar estrat gias did ticas que facilitem o aprendizado do aluno e os conceitos s o mutantes A dimens o temporal afeta a compreens o dos conceitos hist ricos e entender muitos conceitos hist ricos exige conhecer e assimilar o contexto no qual surgem ou adquirem relev ncia e os conceitos hist ricos possuem uma grande influ ncia cultural Ao estabelecer um di logo entre as id ias de Mendon a Coll Carretero e Bezerra salientamos que os conceitos inserem se em uma contextualiza o espa o temporal que se distinguem pelas suas especificidades muta es relev ncia e influ ncias hist ricas e culturais Essas constata es levam nos a recorrer novamente ao apoio de Bezerra 2008 p 46 quando nos subsidia 201 Os conceitos hist ricos somente podem ser entendidos na sua historicidade Isso quer dizer que os conceitos criados para explicar certas realidades hist ricas t m seu significado voltado para essas realidades n o sendo poss vel empreg las indistintamente para toda e qualquer situa o semelhante Dessa forma os conceitos quando tomados em sua acepc o mais ampla n o podem ser utilizados como modelos mas apenas como indicadores de expectativas anal ticas Ajudam nos e facilitam o trabalho a ser realizado no processo
209. ci ncias A vis o de Eric Hobsbawm 1998 para quem o passado e a hist ria s o respons veis pela legitima o de a es do presente a es de diferentes cunhos pol ticos nacionalista tnico etc Segundo ele fundamental a percep o da diferen a entre fato e fic o Depois dessas discuss es e tendo em vista a natureza do estudo que realizamos passamos a aproximar a Hist ria e a Hist ria Cultural Essas breves reflex es facilitam a compreens o da import ncia da Hist ria Cultural como significativo e que abre um vasto leque para novas investiga es Sobre ver BLOCH Marc Apologie pour l histoire ou m tier d historien Paris Armand Colin 1960 24 A Hist ria Cultural caracteriza se por abarcar uma pluralidade de id ias express es festas cren as manifesta es populares linguagens e representa es Na pr tica ultrapassa o mbito da cultura mas simultaneamente a interliga ao cotidiano mentalidades sociedade economia poder valores significados s mbolos religiosidade imagens realidade mem ria enfim ao processo interativo da Educa o Na perspectiva de Burke 2005 p 163 a Hist ria Cultural simplesmente uma parte necess ria do empreendimento hist rico coletivo Com suas vizinhas hist ria econ mica pol tica intelectual social e assim por diante essa abordagem ao passado d uma contribui o indispens vel nossa vis o da hist ria como um todo
210. cional Come am opera es para prender Goulart caso desembarcasse em territ rio nacional Por outro lado os janguistas desenvolveram atividades diferenciadas como uma greve nacional de grande repercuss o em defesa da ordem constitucional a qual daria posteriormente origem ao Comando Geral dos Trabalhadores no Brasil CGT e a atua o da Campanha da Legalidade Para Mattos e Junior 2004 p 7 Para superar as restri es dos militares e de outros setores conservadores da sociedade brasileira foi deflagrado como um movimento social amplo do qual a lideran a mais expressiva foi a do governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola Com apoio do Ill Ex rcito comandado pelo general Machado Lopes Brizola liderou o movimento a partir de Porto Alegre e por meio de uma cadeia de r dios denominada Cadeia da Legalidade defendeu a posse de Jo o Goulart Na realidade a atua o da Campanha da Legalidade desenvolvida por Brizola petebista hist rico atrav s de programas de r dio ouvidos na maioria das cidades brasileiras teve como objetivo maior defender a posse de Jo o Goulart Essa atitude de Brizola com certeza retardou por quase tr s anos o Golpe Militar de 1964 Sobre ver FELIZARDO Joaquim A Legalidade o ltimo levante ga cho 4 ed Porto Alegre EDUFRGS 1999 153 Ao se referir posse de Goulart Vieira 2000 p 190 191 assim se refere A posse de Goulart decorreu da press o
211. como ci ncia social est ancorada no coletivo Logo o fato hist rico antes de tudo coletivo na medida em que a Hist ria n o examina fatos individuais isolados mas encadeamentos e rela es de fatos Esses s o sempre selecionados a partir da tica do presente que localiza no passado a multiplicidade dos fatos e seus encadeamentos l gicas e nexos mesmo que n o mais advogando a continuidade linear Nessa perspectiva Catroga 2006 p 28 entende que a Hist ria deixa de ser concebida como um processo ontologicamente dotado de sentido ila o que arrasta consigo todas as vis es evolutivas continu stas e progressivas julgados como suced neas de expectativas religiosas e contraditadas pela pr tica hist rico social tanto mais que esta estar a negar o sonho emancipat rio que elas despertaram e que foi a raz o ltima de seu sucesso ideol gico 179 Com as renova es historiogr ficas ocorridas no p s guerra a Hist ria comeca gradativamente a deixar de enfatizar os fatos singulares e desvinculados realidade social As investigac es realizadas por Horn e Germinan 2006 p 79 80 revelam o fato hist rico n o est pronto ele constru do a constru o do fato buscada no emp rico textos objetos passando pela sensibiliza o te rica interpreta o contexto an lise do professor e do aluno Essa rela o interativa que ocorre entre o historiador e as evid ncias atrav s d
212. conomia brasileira a cr tica raz o dualista S o Paulo Cebrap 1975 157 com o governo vigente assim como divulgar as id ias do instituto para a popula o publicando folhetos livros ou ocupando espa o nos meios de comunica o Na continuidade de nossa an lise preciso lembrar a participa o das mulheres da classe m dia as quais foram presen a nas manifesta es em todo o pa s como as marchas da Fam lia com Deus pela Liberdade A fragilidade do governo de Goulart intensifica se com a crescente oposi o que no pensar de Delgado 2004 p 30 era formada pelos militares antijanguistas que h muito j se organizavam para depor o presidente articulados com os governadores Magalh es Pinto de Minas Gerais Carlos Lacerda do Estado da Guanabara e Ademar de Barros de S o Paulo entraram logo em a o apoiados de forma incondicional pela maioria do clero da Igreja Cat lica propriet rios rurais setores da classe m dia e empresariado internacional e nacional Ao se referir a esse momento Fico 2004 p 43 tamb m afirma A realiza o dessas manifesta es grandiosas indica a efic cia da propaganda pol tica promovida pelo IPES e IBAD Se a conspira o civil militar que deflagrou o golpe foi desarticulada sendo not vel que ele tenha se efetivado contra a vontade das principais lideran as militares que o tramavam a campanha de desestabiliza o do governo Goulart nada t
213. considerado como constitutivo dos processos hist ricos e nessa escala deve ser compreendido O saber hist rico constitu do de fatos conceitos id ias s mbolos tradi es e significados que s o explicados atrav s do of cio do historiador em seus di logos com as fontes Como diz Carr 1982 p 28 29 o historiador come a com uma 180 Sele o provis ria de fatos e uma interpreta o provis ria a partir da qual a sele o foi feita tanto pelos outros quanto por ele mesmo Enquanto trabalha tanto a interpreta o e a sele o quanto a ordena o de fatos passam por mudan as sutis e talvez parcialmente inconscientes atrav s da a o rec proca de uma ou da outra Essa a o m tua tamb m envolve a reciprocidade entre presente e passado uma vez que o historiador faz parte do presente e os fatos pertencem ao passado O historiador e os fatos hist ricos s o necess rios um ao outro O historiador sem seus fatos n o tem ra zes e in til os fatos sem seu historiador s o mortos e sem significado Portanto minha primeira resposta pergunta Que hist ria que ela se constitui de um processo cont nuo de intera o entre o historiador e seus fatos um di logo intermin vel entre o presente e o passado Diehl 2004 p 30 31 por sua vez defende a id ia de que o conhecimento hist rico a forma entre v rias existentes de Apresentar interpretar e analisar o projeto humano no pass
214. constru o retomamos cl ssicos e buscamos apoio em obras recentes A id ia n o realizar um estudo historiogr fico aprofundado sobre o per odo mas torn lo um pano de fundo para a pesquisa Somos conscientes de que as rela es humanas e sociais ocorrem em uma contemporaneidade repleta de antagonismos e complexidades Em meio a essas diferen as o ensino de Hist ria est em plena muta o mas ainda abarca fatos id ias s mbolos nexos valores e significados Nessa esteira organizamos o 56 referido momento deste cap tulo o qual focaliza os fatos que representam o Regime Militar nos livros did ticos Para selecionar os fatos investigados tomamos como um dos referenciais as repercuss es hist ricas provocadas pelos mesmos nos instantes de arb trio resist ncia ou transic o democr tica O outro elemento decisivo que auxiliou na selec o foi a sua efetiva presenca e abordagem no conjunto de livros did ticos No quarto momento deste cap tulo passamos a inquirir os conceitos hist ricos relativos ao per odo de dom nio do Regime Militar quando realizamos algumas reflex es te ricas a respeito dos conceitos e na sequ ncia a sua presen a nos livros did ticos selecionados Os conceitos s o tomados como uma constru o hist rica e cultural Para escolha dos eventos e conceitos a serem investigados foram decisivas as observa es preliminares e as viv ncias na sala de aula na Escola B s
215. contribuindo para expans o pedag gica e constru o da identidade nacional De acordo com Fonseca 2004 p 49 O livro did tico de fato o principal veiculador de conhecimentos sistematizados o produto cultural de maior divulga o entre os brasileiros que t m acesso educa o escolar Ao tom lo como objeto de pesquisa procuramos aproxim lo na conflu ncia da Hist ria e da Educa o At um passado recente a ideologia era uma das tem ticas mais investigadas nos manuais Na atualidade abre se um leque de possibilidades abrangendo estudos que inclusive permitem a compreens o dos procedimentos que viabilzam a constru o de novos saberes Nesse sentido Choppin 2002 p 8 alerta Os manuais representam para os historiadores uma fonte privilegiada seja qual for o interesse por quest es relativas educa o cultura ou s mensalidades linguagem s ci ncias ou ainda economia do livro s t cnicas de impress o ou semiologia da imagem A escolha dos livros did ticos que passaram integrar os dois conjuntos ocorreram atrav s de tr s crit rios O primeiro serem destinados aos alunos do 2 grau atualmente denominado ensino m dio O segundo crit rio serem adotados 129 por professores e alunos da 8 Coordenadoria de Educac o SE 4 O terceiro crit rio adotado parte das nossas viv ncias cotidianas de sala de aula como professor de Hist ria e Geografia no ensin
216. cos de hist ria t m sido os mais investigados pelos pesquisadores e foram igualmente muito comuns an lises dos conte dos escolares em uma perspectiva ideol gica Aos poucos as abordagens ideol gicas foram acrescidas de outros aspectos referentes aos conte dos como defasagens ou clivagens entre a produc o acad mica e a escolar ou aus ncias ou estere tipos de grupos tnicos ou minorit rios da sociedade brasileira medida que as nossas investiga es leituras e compara es ocorrem vamos dar buscas em Fonseca 2004 p 52 que adverte Pesquisas publicadas nos ltimos anos t m analisado os conte dos veiculados pelo livro did tico da hist ria os significados de sua ampla utiliza o no Brasil e as formas alternativas ao uso desse material que muitas vezes tem se tornado o elemento definidor do processo de ensino O livro did tico h muito tempo o respons vel pela sacraliza o dos conte dos hist ricos no mbito escolar As pesquisas e teoriza es revelam que o papel do livro did tico ganhou espa o medida que o mesmo respons vel pela explicita o e sistematiza o dos conte dos oriundos da produ o historiogr fica ou dos projetos de ensino Nos ltimos tempos in meras situa es desafiam autores editores e professores na busca de alternativas criativas para viabiliza o do livro did tico como instrumental de apoio pedag gico Os estudos realizados apontam que um dos mais graves
217. culadas na organiza o mas n o exploradas no ponto de vista did tico A maioria dos manuais apresentam um planejamento que acaba sendo seguido fielmente pelos professores Ao tratar a respeito do conhecimento que apresentado no livro did tico Demo 1998 p 27 faz sua an lise O manejo do conhecimento dispon vel encontra express o importante nos livros did ticos hoje colocados sob severa cr tica mas que ser o sempre apoio importante ao processo ensino aprendizagem desde que elaborados com qualidade Esta qualidade est sobretudo em n o instalarem a expectativa em t bua de receitas prontas simplifica es rebaixadas reprodu o sistem tica Todavia se bem feito podem instigar o aprender a aprender e o saber pensar medida que exigem racioc nio completo promovem o exerc cio constante da fundamenta o cuidadosa e bem argumentada conjugam bem teoria e pr tica alicercam a capacidade criadora e assim por diante N o faltam livros did ticos imbecilizantes maliciosamente ideol gicos mentirosos e mal feitos Quanto ao saber hist rico apresentado no livro Donato 2002 p 80 por sua vez afirma constitu do de narrativas Estas s o o resultado das pesquisas cient ficas que observaram classificaram e anotaram a realidade social Atrav s da utiliza o dos conceitos a ci ncia n o se d luz da realidade como a problem tica Mas ela n o s problematiza mas atrav s das nomea es
218. culos do ensino fundamental e m dio orienta que as escolas ao organizar a parte diversificada devem respeitar caracter sticas regionais e locais da sociedade da cultura da economia e dos educandos Nas aulas de Hist ria do Brasil dever o ser focalizadas as contribui es tnicas e culturais para a forma o do povo brasileiro especialmente as oriundas das matrizes ind gena africana e europ ia A Lei inova ao estabelecer a obrigatoriedade do ensino da Hist ria e Cultura Afro brasileira Quanto aplicabilidade da legisla o no planejamento das atividades escolares observa se uma maior flexibilidade e autonomia Os professores participam da elabora o dos novos Projetos Pol tico Pedag gicos e dos Planos de Estudos das disciplinas Trata se de um momento significativo de reflex es quando ocorre a participa o dos professores na luta pela amplia o da carga hor ria e pela inser o de novas tem ticas no ensino de Hist ria 176 Esse primeiro momento serviu para situar a pesquisa em seu tempo hist rico e na realidade da educa o brasileira daquela poca evidente que n o conseguimos abranger todos os aspectos mas indicamos novas fontes para sua continuidade e enriquecimento Cabe ainda destacar que os seus reflexos atingem todos os setores da sociedade e inclusive determinando os aspectos e como o regime militar deveria ser passado para os educandos Na continuidade do trabalho passamos a focalizar os fatos q
219. d tico Esse programa estipula o fluxo regular de recursos para aquisi o e distribui o de livros did ticos em todo o Brasil A partir dos fins da d cada de 1970 o Brasil vivencia um intenso movimento de abertura pol tica e reivindica es sociais que permitem avan os e renova es em todas as reas e sentidos A educa o brasileira inaugura um novo momento de encontros discuss es e divulga o de novos pressupostos te ricos metodol gicos os quais v o permitir o surgimento da chamada Era do Repensando 115 A partir dos fins da d cada de oitenta e princ pios dos anos noventa inicia se um movimento de renova o dos livros did ticos de Hist ria Esse processo abrange a linguagem e a apresenta o inova ao sugerir a discuss o de conceitos o estudo de documentos a inser o de fragmentos de textos de outros autores e a publica o dos paradid ticos A moderniza o conforme Gatti J nior 2004 p 106 ocorre e Possibilita a melhoria do padr o est tico dos mesmos O uso das cores uma marca dos livros destinados ao ensino fundamental em que existem mais ilustra es boxes e outros recursos de edi o e formata o do texto Os livros destinados ao ensino m dio eram poca mais despojados que os primeiros Neles o privil gio sempre esteve no texto escrito e n o nos filigranas e ilustra es Na continuidade de sua an lise Gatti J nior 2004 p 192 diz Outras constata e
220. da orgs Ensino de Hist ria e Mem ria Coletiva Porto Alegre Artes M dicas 2007 89 necess rio ainda referir a lei 9394 96 que destaca a necessidade de se dar nfase aos estudos de Hist ria do Brasil Em meio a essas inova es foi criado o PEIES da UFSM que al m de assegurar a presen a de Hist ria em seu processo de avalia o promove uma s rie de encontros onde discutida a abrang ncia dos conte dos a serem focalizados no Ensino M dio A seguir a vez do MEC inovar atrav s da lei n 10 639 03 do Parecer 003 04 CNE e da Resolu o 01 04 implantando a obrigatoriedade dos estudos de Hist ria e Cultura da frica a Afro descendentes Nos ltimos anos ocorre um enorme crescimento da produ o historiogr fica brasileira Novos temas e objetos foram investigados e os resultados dessas an lises eliminaram enormes sil ncios dos diferentes espa os e tempos Os reflexos dessa postura aliados s atitudes de inquietude de quem se preocupa com o ensino de Hist ria deram origem a novos trabalhos Essas recentes publica es subsidiam os interessados com pressupostos te ricos e metodol gicos que v o com certeza garantir um avan o qualitativo no processo ensino aprendizagem de Hist ria Nessa perspectiva Bittencourt 2007 p 50 diz Na atualidade os estudos hist ricos nas escolas est o associados ao desenvolvimento intelectual dos alunos nos diferentes n veis de escolariza o al
221. da Piletti Pedro Lima Carvalho Caldeira Campos Vicentino Dorigo Azevedo Seriacopi n o trazem nenhuma informa o sobre esse fato Em compensa o autores como Fausto Mota Braick e Schmidt efetivam interessantes teoriza es Procurando explicitar estas id ias vamos citar uma passagem anterior em que Schmidt 2001 p 330 informa ao leitor No Brasil os homens da ditadura faziam quest o de criar uma imagem de que o pa s era um regime democr tico Alegavam que existia um partido de oposi o e elei es para deputado e senador Est bom mas acontece que os pol ticos mais cr ticos estavam cassados e o MDB sob vigil ncia Al m disso o Congresso Nacional ficou com os poderes muito cerceados Um deputado podia fazer pouca coisa al m de elogiar as praias douradas do Brasil No fundo quem mandava mesmo era o general presidente e pronto Mas ao tratar especificamente do fato investigado Schmidt 2001 p 330 afirma Dentro dessa preocupa o de manter a apar ncia s a apar ncia de democr tico o regime promulgou a Constitui o de 1967 Aten o ela 192 vigorou de 1967 at 1988 quando finalmente foi aprovada a Constituic o atual Promulgar n o bem a palavra Porque n o existiu sequer uma Assembl ia Constituinte Os militares fizeram um rascunho do texto constitucional e enviaram para o Congresso aprovar Congresso mutilado pelas cassa es nunca devemos esquecer O trabal
222. de forma obrigat ria e no secund rio sob a responsabilidade do professor de Hist ria do Brasil Este aspecto emprestava disciplina um car ter ideol gico e regulador Em 1945 as instru es esclareciam os objetivos do ensino de Hist ria que deveriam abranger as habilidades de compreens o descri o diferencia o bem como fortalecer os valores c vicos e humanos Os programas eram priorizados conforme o uso das pocas consagradas pela historiografia cl ssica Os mesmos deveriam privilegiar a genealogia da na o a unidade tnica administrativa territorial e cultural propiciando a forma o do estado nacional Al m de continuar enfocando a constru o da identidade nacional atrav s de um processo de inser o no mundo branco ocidental e crist o eram estudados os feitos administrativos dos presidentes da Rep blica a partir de Deodoro da Fonseca at os mais recentes O final da Il Guerra 1939 1945 e a queda de Vargas anunciam um tempo de democracia Nesse contexto surgiu uma nova abordagem para os conte dos de Hist ria sob a tica human stica e atrav s de uma educa o para a paz Nas d cadas de 1950 e 1960 no Brasil processa se a transi o de um modelo agroexportador para uma pol tica modernizadora com nfase na industrializa o Nessa poca o ensino de Hist ria privilegia as tem ticas voltadas 68 para o nacional desenvolvimentismo Nas aulas de Hist ria come am a ser
223. de nomes o que s poderia servir queles que j sabem hist ria nem deveria ser longa pois jovens ocupados com muitos outros estudos n o podem conceder um tempo consider vel ao da Hist ria A partir dessas id ias constata se que a Fran a um dos primeiros pa ses a ter seus livros escolares Esse avan o o resultado de uma gama de fatores como o uso de recursos viabilizados pelo surgimento da imprensa bem como a forma o das disciplinas que vieram de certa forma sacralizar os curr culos Para Gatti J nior 2004 p 36 os livros did ticos ganhavam em pleno s culo 17 uma fun o que conservam at os dias de hoje a de portadores dos caracteres das ci ncias De fato durante os s culos subsequentes a palavra impressa principalmente aquela registrada na forma de livros cient ficos ganhariam um estatuto de verdade que ainda hoje se dissemina em grande parte dos bancos escolares e da vida cotidiana das pessoas O livro did tico como instrumento de educa o formal impulsiona a democratiza o do conhecimento o desenvolvimento de pol ticas de educa o e a constru o de identidades Nesse sentido a abordagem que ora constru mos vem ao encontro das id ias de Morales Kiss e Guarda 2006 p 27 de que 37 Sobre o uso de Manuais na Europa veja GENOVES Gionvani L Immagine e ide adi Europa nei manuali scolastici 1900 1945 In ANGELI Franco SPICAE Societas pro Investigatione Comparate
224. de que a identidade nacional era uma heran a europ ia Nesse vi s o Brasil teria seu ber o em Portugal O povo brasileiro constitu do em sua maioria por ndios negros e mesti os continuava ausente da hist ria escolar A mem ria era repleta de fatos eventos e her is respons veis pela organiza o do Estado na o Era uma hist ria permeada pelo patriotismo e pela prega o de uma unidade tnica No espa o das escolas difundiam se as festas c vicas os hinos p trios e o ide rio nacionalista essencial para a consolida o do Estado Novo 1937 1945 As aulas de Hist ria focalizavam os conte dos voltados para a forma o do esp rito moral c vico e nacionalista Em 1931 as Instru es Metodol gicas recomendavam a concilia o dos aspectos econ micos pol ticos e ideol gicos A Hist ria deveria ministrar conte dos que auxiliassem no ensino de Geografia Ap s a Intentona Comunista 1935 o z civismo alvo de muitos debates entre 1930 e 1945 recolocado na pauta de discuss es Nesse sentido o governo retoma a id ia de que a Educa o seria importante instrumento a favor da divulga o da ideologia do Estado No novo momento de acordo com Caimi 2001 p 37 a proposta era Organizar um ensino capaz de despertar a consci ncia patri tica priorizando se o car ter cient fico Isso se justifica porque deste ltimo n o se podia esperar uma forma o patri tica visto que as ci ncias n
225. deira de Hist ria do Brasil No que diz respeito especificamente ao ensino de Hist ria do Brasil Bittencourt 2008 p 193 diz Os estudos de Hist ria do Brasil nunca ocuparam um lugar importante na carga did tica surgindo como conte do aut nomo ap s 1850 mas de forma pol mica A cria o de uma cadeira de Hist ria do Brasil com professor especialmente contratado se fez por ordem do Imperador mas sua autonomia sempre foi questionada e teve sempre que concorrer com os demais conte dos de Hist ria Universal e essa situa o prevaleceu at a d cada de 1930 Predominou no per odo do Imp rio o ensino de Hist ria Universal e de Hist ria Sagrada situa o que facilmente se constata ao se comparar a carga did tica das cadeiras de Hist ria Universal com a de Hist ria Nacional A Hist ria do Brasil acompanhada pela Geografia ou Corografia do Brasil era reservada para as s ries finais sexta e s tima sendo objeto de estudos de um n mero de alunos bastante reduzido lembrando que o ensino de n vel secund rio n o era obrigat rio para a entrada nos cursos superiores No final do s culo XIX ocorrem intensas transforma es aboli o da escravatura proclama o da Rep blica processos de migra o in cio da industrializa o e urbaniza o que v o influenciar nas mudan as ocorridas no sistema escolar O ensino de Hist ria marcado por uma preocupa o nacionalista patri tica moral e c vica
226. dem oferecer vers es muito diferentes em seus conte dos e chegar inclusive a entrar em conflito que acreditamos serem particularmente significativas para an lise Se a hist ria escolar a que vinculamos aos livros de texto e ao curr culo educativo a cotidiana o elemento de uma mem ria coletiva que se inscreve na mente dos cidad os e a acad mica ou historiografia a que cultivam os historiadores e os cientistas sociais de acordo com a l gica de um saber institu do sob condi es sociais e institucionais espec ficas Ap s a organiza o do conjunto de livros elaboramos o terceiro momento deste cap tulo Levantamos dados que foram inseridos em quadros demonstrativos sintetizando informa es importantes para subsidiar uma an lise no sentido qualitativo e quantitativo A seguir verificamos o espa o destinado pelos autores para a realiza o de suas abordagens sobre o Regime Militar bem como os fatores caracter sticas e formas de apresenta o que marcaram a produ o dos livros did ticos no per odo de autoritarismo e na redemocratiza o Para sua constru o nos apoiamos em leituras anteriormente efetivadas no conhecimento revelado pelas experi ncias cotidianas da sala de aula e nos dados que podemos elencar a partir da bibliografia espec fica e nos pr prios livros objeto de estudos O segundo que chamamos O Foco Regime Militar e que foi elaborado a partir de uma consulta bibliogr fica Para sua
227. deologia Na realidade a import ncia do livro did tico tamb m reside na abordagem dos conte dos hist ricos oriundos da produ o historiogr fica e presentes nas propostas curriculares 125 Na produc o do livro did tico al m do conhecimento hist rico merecem cuidados especiais o n vel da narrativa a elabora o dos conceitos a extens o das frases e ou par grafos o n mero de p ginas a pertin ncia das imagens mapas gr ficos e dados a abordagem efetivada das tem ticas Consideramos que para a elabora o de um bom livro did tico deveriam ser considerados e conciliados aspectos levantados por Baldissera 1994 Caimi 1999 Choppin 2000 Donato 2002 Wasserman 2002 Rocha 2002 Bittencourt 2004 Bezerra e Luca 2006 preciso lembrar ainda que a partir da d cada de 1980 as pesquisas hist ricas no campo tem tico e documental e as mudan as implementadas em termos de quest es de ensino s o acompanhadas por um significativo e qualificado crescimento no mercado editorial Na d cada de 1990 e nos primeiros anos do s culo XXI esses avan os continuam em alguns momentos cedendo espa o para as novas tecnologias ou aliando se e mesmo inserindo as para o seu enriquecimento O desenvolvimento das tecnologias digitais ocorrido na contemporaneidade representa uma das mais radicais transformag es nos suportes de informac o desde a origem da imprensa nos tempos modernos evidente que os meio
228. do amplia se o repensar do papel da escola No Brasil h um aumento do p blico escolar em meio a uma nova realidade social e pol tica implementada a partir do Golpe 1964 Essas novidades passam a exigir uma nova pr tica pedag gica Os livros did ticos gradativamente deixaram de ser instrumentais de refer ncia e passaram a orientar o desenvolvimento da a o docente O Estado incentiva a ind stria cultural as escolas passam a adot los em n mero expressivo e os livros passam a didatizar os curr culos Ao se referir a essa poca Fonseca 2004 p 50 51 diz Os governos p s 1964 incentivaram a ind stria editorial brasileira de diversas formas Em primeiro lugar puseram fim ao projeto de governo J nio Quadros Jo o Goulart que visava a padroniza o do livro did tico al m de concentrar suas produ es e sua distribui o nas m os do Minist rio da Educa o A partir da estabeleceu se a isen o de impostos a todas as fases de produ o e comercializa o de livros jornais e peri dicos conforme exposto na al nea d do item III artigo 19 cap tulo V da Constitui o Federal de 1967 Essa isen o se estendia tamb m produ o de papel O Brasil de importador de papel de 1967 passou a ser exportador de papel e celulose nos 80 gra as aos incentivos fiscais que beneficiaram principalmente os investimentos das empresas estrangeiras 48 Sobre ver ARAUJO OLIVEIRA Jo o B A Pol tica do Livro Did t
229. do movimento pelas Diretas J por tratar se de um momento hist rico mpar e que deveria ganhar maior espa o nos comp ndios escolares e em outras publica es Al m disso um fato com o qual temos uma enorme identifica o pelo que representa depois de um per odo extremamente autorit rio um momento em que pessoas emo es cores s mbolos e valores v o para as ruas ao som de o B bado e o Equilibrista mas embalados pela can o da esperan a No conjunto de livros 1967 1988 somente Nadai Neves e Cotrim fazem refer ncias ao evento A esse respeito Nadai Neves 1986 p 255 informam 194 Em 1984 organizada por um comit supra partid rio que congregava as principais for as populares do pa s realizou se a campanha pelas Diretas J Foi uma das mais expressivas campanhas populares j registradas na hist ria do Pa s e se concentrou na luta pela aprova o pelo Congresso Nacional da Emenda Constitucional proposta por Dante de Oliveira deputado federal pelo PMDB do Mato Grosso Cabe observar que Nadai Neves aproveitam a liberdade de express o conquistada pelo movimento de redemocratizac o do Pa s para expressar suas id ias e convicc es As autoras s o contundentes ao se manifestarem a respeito do clima de tens o gerado em Bras lia em 25 de abril de 1984 quando na C mara Federal foi votada e n o aprovada a proposi o de Dante de Oliveira Falam ainda das medidas de emerg ncia implementadas
230. do Brasil Perto dali esta o de trens da Central no Rio de Janei ro ficava o Minist rio da Guerra com a est tua de Caxias olhando grave para aquelas faixas xin gando Lacerda e os gori las generais golpistas exigindo a reforma agr ria ao lado das incon fund veis bandeiras ver melhas com foice e mar telo No com cio ao lado 296 Jango no com cio da Central do Brasil onde anunciou as reformas de base Ao seu lado sua bonita mulher No Sul terra de Jango dizem que cavalo velho gosta de capim fresco Foto n 4 Schmith p 321 15 03 1964 Acervo Ultima Hora Folha Imagem 297 31 de mar o de 1964 o golpe A pesar de precisar do apoio popular o governo Goulart n o tomava medidas concretas e decisivas em favor dos trabalhadores Tinha esperanca de que uma reforma agr ria assegurasse o desenvolvimento do pa s e evitasse uma convuls o social Enviou ent o ao Con gresso um projeto nesse sentido No entanto a UDN e o PSD pressionados pela Confedera o Rural Brasilei ra que defendia os interesses dos grandes propriet rios rejeitaram o projeto Jango quis decretar estado de s tio e assim impor as reformas Tanto a esquerda como a direita recusa ram o pedido do presidente A tens o geral aumentou ainda mais quando os atri tos com os Estados Unidos se acentuaram depois que o governo regulamentou a remessa de lucros enviadas para o exterior Os que conspirav
231. do Regime Militar 3 2 O foco O Regime Militar As a es do homem como sujeito hist rico ocorrem em sintonia com as particularidades de seu tempo e de seu espa o social com o objetivo de contextualizar a pesquisa que produzimos o primeiro momento do terceiro cap tulo O mesmo constitu do de reflex es que ocorrem a partir das investiga es realizadas na historiografia cl ssica e nas recentes publica es A id ia que essa parte sirva de pano de fundo para a pesquisa 148 3 2 1 Contextualiza o Hist rica A Ditadura Militar iniciou em 31 de mar o de 1964 com o Golpe que dep s o presidente Jo o Goulart Jango e teve seu final com a elei o indireta atrav s do Col gio Eleitoral de Tancredo de Almeida Neves e Jos Sarney em janeiro de 1985 Decorridos mais de quarenta anos o movimento pol tico militar 1964 continua a ser visto como um momento cujo ciclo hist rico ainda n o se encerrou A nossa inten o n o cobrir toda a hist ria da poca mas revisit la atrav s de um outro olhar luz da produ o historiogr fica recente Por outro lado torna se preciso dizer que o objetivo desse cap tulo contextualizar a tem tica a ser investigada durante a pesquisa Em nosso entendimento a Hist ria um processo din mico cont nuo contradit rio que sofre continuidades rupturas avan os e transforma es Nesse sentido a leitura de Castro et al 2004 p 8 permite pensarm
232. do Regime Militar em 1964 a mesma perdeu espa o para os decretos Lei instrumental b sico para imposic o da nova ordem Todo esse manancial de autoritarismo vai ser inserido for a no texto da constitui o de 1967 e no Emend o de 1969 A an lise da Constitui o pelos autores dos livros did ticos selecionados 1967 1988 traz algumas informa es sobre a ordem constitucional naquele per odo Entre os autores observa se que Borges Hermida traz um pequeno cap tulo que denomina as Constitui es Brasileiras Souto Maior a denomina de a lei mais importante do pa s Lucci em dois pequenos par grafos informa sobre que a junta militar introduz em 1969 modifica es na Constitui o de 1967 Ferreira al m de trazer algumas informa es inova ao apresentar um quadro com o organograma da Constitui o de 1967 Santos e Alencar n o apresentam nenhuma discuss o sobre esse conceito Nadai Neves s o duas autoras sintonizadas com o seu tempo hist rico A sua abordagem est inserida em um novo momento hist rico que denominamos de Abertura Trata se da ruptura com o autoritarismo e a ades o redemocratiza o Nadai Neves aproveitam a flexibilidade dada pela censura e passam a inserir em seu livro o entendimento que tinham a respeito do regime militar 78 Sobre ver VITA lvaro Constitui es Brasileiras S o Paulo tica 1990 187 Para exemplificar o que dizem selecionamos o trecho do
233. do de 1967 1988 o n mero atingiu cento e vinte e cinco nos comp ndios publicados entre 1995 2005 Quando o ponto de refer ncia s o os autores destacam se pelo n mero de imagens Cotrim 150 Santos 274 que publicaram suas obras em 1988 e 1979 respectivamente enquanto Schmidt 815 e Vicentino Dorigo 894 que publicaram seus comp ndios em 2001 e 2005 Quanto s imagens relativas ao Regime Militar os resultados s o os seguintes entre os do primeiro grupo 1967 1988 destacam se 292 Alencar nove Cotrim dez enquanto no segundo grupo 1995 2005 Caldeira vinte e seis e Schmidt trinta e cinco lideram e inserc o das mesmas Se compararmos o autor do primeiro grupo que incluiu o maior n mero de imagens percebemos que de uma realidade de dez imagens em Cotrim 1988 atingimos trinta e cinco em Schmidt 2001 ocorrendo assim um acr scimo de vinte e cinco imagens Um outro aspecto apontado a riqueza e a pluralidade de imagens inseridas nas obras de Schmidt 2001 e Vicentino Dorigo 2004 Nessa perspectiva Mota Braick 2002 abrem espa o significativo ao final de cada cap tulo denominado Imagem do Cotidiano As autoras inovam no ponto de vista ilustrativo e sugerem alternativas metodol gicas para o uso de imagens na sala de aula de Hist ria Tendo em vista a diversidade de imagens encontradas decidimos realizar um recorte metodol gico Nesse sentido passamos a examinar algumas fotografias que re
234. do novo mil nio tanto para os historiadores como para os educadores em Hist ria o comprometimento em incentivar o interesse pelo conhecimento hist rico A id ia n o apenas estudar um momento investigante de nossa Hist ria mas tamb m chamar a aten o acerca do livro did tico que se bem explorado pode tornar se uma importante fonte para novos saberes Nessa caminhada preciso rigor te rico e cuidado com a verdade hist rica Na dinamiza o desse processo muito comum conforme Rosa e Bresc 2007 p 167 1 Sobre ver FONSECA Thais N via de Lima Inconfid ncia Mineira e o 21 de abril discursos e representa es Semin rio Internacional de Dimens es da Hist ria Cultural Belo Horizonte Universidade de Newton Cardoso 1999 49 que a maioria dos conhecimentos hist ricos de que dispomos provenham de textos escritos de forma narrativa como tamb m o que os manuais de hist ria utilizados para o ensino ofere am narra es de acontecimentos do passado Isto que pode muito bem ser uma caracter stica central do conhecimento hist rico faz com que a Hist ria que a popula o conhece provenha do consumo de relatos que incluem eventos previamente selecionados a partir da escolha de um tema narrativo incluindo em uma trama argumental cujo desenvolvimento n o est isento de implica es ideol gicas e morais As expectativas geradas a partir da escolha do tema nos leva a muitas reflex es Nessa camin
235. dores O caminho est aberto preciso persistir 365 Percebe se que as primeiras pesquisas com e sobre os livros did ticos datam da d cada de 1970 e focalizam v rios aspectos e tem ticas mas nenhuma focalizou o Regime Militar Vale ressaltar que o estudo que realizamos inova em rela o aos anteriores por tratar do Regime Militar no Livro Did tico de Hist ria Esse per odo um dos mais significativos de nossa Hist ria e at ent o estava relegado ao relativo esquecimento Experienciamos um processo intenso de leituras reflex es investiga es que permitiram um avan o fundamental ao propiciar o encontro entre Hist ria Hist ria Cultural e Hist ria da Educa o que permitiram a compreens o de id ias e afinidades ao focalizar a Hist ria da disciplina uma rea relativamente nova como l cus de pesquisa a Hist ria do Livro Did tico que nos mostrou autores obras e passagens interessantes e ao realizar o levantamento documental que forneceu as bases para a organiza o dos quadros e a efetiva o da an lise Um avan o importante a ser observado foi o fato de inserir e trabalhar com as imagens fotografias Por tudo isso pensamos que a pesquisa anuncia a possibilidade de novos estudos com esta e outras tem ticas O estudo realizado pode incentivar a investigac o da Hist ria e dos Livros Did ticos de outras disciplinas um estudo cr tico comparativo sobre o Regime Militar nos livros did ticos do Brasi
236. dos tornam se um dos caminhos para constru o de uma mem ria sobre o Regime Militar Acreditamos que a resposta ser encontrada durante o desenvolvimento do quarto cap tulo As discuss es ora realizadas encerram essa fase de nosso estudo evidente que as mesmas ser o retomadas durante a continuidade da pesquisa Para seu melhor entendimento apresentamos a seguir os caminhos que a mesma ir trilhar 1 4 Os caminhos da Pesquisa oportuno esclarecer a forma como foi organizada a tese Quando pensamos em seu todo decidimos n o apenas por uma introdu o mas por um primeiro cap tulo que denominamos de A Pesquisa Este momento foi constru do a partir de uma pesquisa bibliogr fica quando se procurou privilegiar as refer ncias historiogr ficas recentes e especializadas 53 A id ia inicial realizar discuss es preliminares com o intuito de efetuar uma chamada para o que vai ser investigado interpretado e revelado no decorrer da proposta As reflex es contemplam inicialmente uma revis o conceitual de Hist ria Hist ria Cultural e Hist ria da Educa o A partir desse instante focaliza se o livro did tico como objeto de estudo A seguir organiza se um estado da arte dos estudos sobre diferentes tem ticas que tomam o livro did tico como l cus de pesquisa O objetivo demonstrar que at o momento nenhuma pesquisa havia determinado o Regime Militar como tem tica a ser focalizada importante salientar
237. e muitas vezes n o o tinham como mercadoria principal n o apresentavam um processo de didatiza o e adapta o de linguagem consoante s faixas et rias para as quais se destinavam Em 1964 com o golpe de Estado implanta se o Regime Militar A educa o brasileira come a a vivenciar um processo pautado pela repress o privatiza o do ensino exclus o desmobiliza o do magist rio e divulga o de uma pedagogia alicer ada em objetivos discut veis Os ideais da doutrina de seguran a nacional v o ter sua presen a assegurada nos curr culos escolares Neste contexto natural que a interven o do Estado na quest o do livro did tico passe a ocorrer com maior intensidade Ao analisarem esse per odo Bezerra e Luca 2006 p 30 advertem Em 1966 sob a gide da ditadura militar foi criada a Comiss o do Livro T cnico e Livro Did tico COLTED cuja fun o era coordenar a produ o edi o e distribui o do livro did tico Para assegurar recursos governamentais contou se com o financiamento proveniente do acordo MEC USAID United States Agency for Internacional Development O aporte de recursos p blicos garantiu a continuidade do livro did tico que a partir de ent o ocupou lugar relevante nas preocupa es do Estado brasileiro que mais uma vez pretendia ter o controle sobre o que e como se ensinava Na realidade entre os anos de 1964 e 1968 foram assinados doze acordos entre MEC USAID q
238. e compet ncias e habilidades n o faz parte dos horizontes dessas propostas pedag gicas z No per odo da Hist ria do Brasil que objeto de nossa investiga o principalmente a primeira d cada do Regime Militar 1964 1974 constata se o predom nio da chamada historiografia positivista que Fonseca 2004 p 41 utiliza como 182 Fontes de estudo os documentos oficiais e n o oficiais escritos leis livros tamb m valoriza os s tios arqueol gicos as edifica es e objetos de cole es e de museus como moedas e selos Os sujeitos da hist ria tradicional s o as grandes personalidades pol ticas religiosas e militares S o os reis l deres religiosos generais grandes empres rios S o atores individuais her is que geralmente aparecem como construtores da hist ria A historiografia positivista valoriza os fatos retirados dos documentos considerados os nicos testemunhos do real O ensino de hist ria n o um ensino de situa es hist ricas O mesmo ocorre atrav s de uma abordagem linear factual n o cr tica que privilegia a memoriza o de dados fatos acontecimentos personagens ilustres aspectos da vida militar pol tica e diplom tica evidente que essa performance do ensino de hist ria reflete se nos livros did ticos que se confunde muitas vezes com programas e ou nico recurso pedag gico a ser utilizado no processo ensino aprendizagem da hist ria As reflex es auxiliam para
239. e em muitos outros atrav s dos meios de comunica o Rafael Sampaio Propaganda de A a Z p 23 e 24 ontem hoje sempre Abril Imagens AT 1964 O BRASIL ERA APENAS O PAIS DO FUTURO ENT O O FUTURO CHEGOU Ls Cartaz de propaganda do regime militar Cartaz de propaganda do regime militar Cartaz de propaganda do regime militar Ontem Hoje Sempre Brasil Ningu m mais segura este pa s At 1964 o Brasil era apenas o pa s do futuro E ent o o futuro chegou Cartaz de propaganda do regime militar Brasil AME O OU DEIXE O a Identifique as principais mensagens de cada uma das pe as de propaganda Ame o ou Deixe o b Como tais mensagens agiam sobre os cidad os brasileiros Que efeitos e atitudes provocavam 2 O cartaz abaixo foi elaborado por representantes da esquerda francesa em maio de 1968 e servia como instrumento de propaganda do movimento que se pretendia revolucion rio Analise as mensagens contidas nesse cartaz rovs sommes le pouvoir Cartaz franc s de maio de 1968 N s somos o poder Foto n 19 Campos p 300 322 Ou ent o cada paisano e cada capataz Com sua burrice far jorrar sangue demais Nos pantanais nas cidades caatingas E nos gerais CAETANO VELOSO Como que a ditadura conseguiu di zimar a guerrilha Prepare se amigo lei tor se voc n o tiver est mago melhor pular essa parte Porque a repress o foi se
240. e ensino Sobre ver CAMBI Franco Hist ria da Pedagogia S o Paulo UNESP 1999 Ver tamb m SOUZA Neusa Maria Marques org Hist ria da Educa o S o Paulo Avercamp 2006 26 produ o historiogr fica hist ria das disciplinas produ o cient fica livro did tico impressos peri dicos arquitetura escolar mobili rio etc Recentemente as pesquisas ligadas Hist ria da Educa o revigoram se com a utiliza o de novas t cnicas e metodologias de investiga o incluindo os depoimentos e hist rias de alunos professores e outras pessoas com afinidade com o ensino Diante de tantos desafios esse campo no entendimento de Prado 2003 p 131 132 precisa compreender o funcionamento interno das escolas o desenvolvimento do curr culo a constru o do conhecimento escolar a organiza o do quotidiano escolar as vidas e a experi ncia dos alunos e professores Este investiga novas compreens es das pr ticas discursivas no interior do espa o social ocupado pelos atores educativos o que requer portanto uma nova abordagem com novos procedimentos metodol gicos evidente que esse processo de renova o da Hist ria da Educa o vem acompanhado de uma discuss o historiogr fica A dinamiza o de novos estudos na vis o de N voa 1995 precisa incluir eixos tem ticos investigativos experi ncia cultura discurso e identidade Por outro lado os atores envolvidos no processo educacional precisam
241. e mais pr xima poss vel da verdade hist rica Destaca que o per odo do regime militar um momento conturbado com sil ncios pris es atos institucionais cassa es de direitos e liberdade coes o dos beneficiados social e politicamente com o crescimento da produ o bem como da manuten o da ordem a qualquer custo Preocupados com a continuidade do regime e convictos da necessidade de manter seu status quo os militares agiram no sentido de aplicar as id ias oriundas da ESG Escola Superior de Guerra para que fosse salvaguardada a Seguran a Nacional Os autores dos livros did ticos 2 grupo que abordam o conceito de Seguran a Nacional verificamos que entre eles Caldeira Campos Schmidt 217 Vicentino Dorigo Azevedo Seriacopi Nesse sentido captamos o momento em Campos 1999 p 290 quando o mesmo diz O Als marcava o in cio de uma nova fase da Rep blica Militar Consolidavam se a institucionaliza o da ditadura e o Estado de Seguran a Nacional o primeiro de muitos a se estabelecer na Am rica Latina que identificava determinados setores da sociedade tidos como agentes do comunismo internacional Disseminada pelos Estados Unidos logo ap s a Segunda Guerra e desenvolvida no Brasil pela Escola Superior de Guerra ESG a partir de 1949 a ideologia de Seguranga Nacional tornara se peca chave da propaganda e das a es militares ocidentais contra o expansionismo vermelho
242. e os livros selecionados desse per odo todos tratam apenas de Hist ria do Brasil os comp ndios de autores mais tradicionais s o liderados por Borges Hermida 1952 que em 1967 j alcan ava a 58 edi o enquanto o de Souto Maior 1958 no mesmo ano de 1967 atingia a 10 edi o Um aspecto curioso a aceitabilidade de Hist ria do Brasil da Col nia Rep blica de Nadai Neves que surgiu em 1980 e em 1986 j chegava 9 edi o 132 Observa se ainda que entre os autores tradicionais de Hist ria do Brasil Vianna em 1967 chega 5 edi o posi o que Ferreira um dos autores menos conhecidos alcan a em 1982 Entre os autores que se lan avam no per odo nota se a primeira edi o das obras de Lucci Santos e Piletti a 2 edi o de Hist ria da Sociedade Brasileira de Alencar e a 7 edi o de Hist ria do Brasil de Cotrim Entre esses autores Piletti um dos mais conhecidos no mbito escolar pela publica o do livro denominado Hist ria do Brasil pela Editora tica destinado ao ensino m dio que em 1999 j alcan ava a 20 edi o Na realidade no final dos anos 1960 ocorre o in cio de um processo de transforma o dos antigos comp ndios em livros did ticos mais modernos os autores ainda produziam individualmente e a produ o editorial ensaiava a sua partida de uma situa o artesanal para a constitui o de modernas ind strias editoriais Os livros eram elaborad
243. e sol dados direito liberdade de pensamento e express o direito de greve assegurado aos trabalha Governo Dutra o Governo do general Eurico Gaspar Dutra 1946 1951 foi bastante influen ciado pela conjuntura internacional do p s guerra e o advento da Guerra Fria Aliando se aos EUA o Governo Dutra rompeu rela es diplom ticas com a URSS e extinguiu o Partido Comu nista Brasileiro Durante esse Governo foi criado o Plano SALTE Sa de Alimenta o Trans 295 Com cio de Jango a 13 de marco de 1964 ANMENNNENN PT e Eaa 3 j T and aqa888588880a8588 Revolta dos marinheiros 1964 Jango conversa Foto n 3 Alencar p 303 flados nos sindicatos no Congresso nas entidades estudantis nos meios intelec tuais na imprensa e at nos quart is En fraqueciam a moral destru am a estabili dade do pa s tumultuavam de prop sito O caos servia aos des gnios dos verme lhos Porque o passo seguinte era a guer ra revolucion ria atrav s de greves ge rais guerrilha forma es de sovietes at a tomada do poder quando o amado Brasil se tornaria uma prov ncia escrava da R ssia Como voc v amigo leitor uma sim ples greve oper ria uma sess o de cine ma seguida de um debate com a plat ia a publica o de um livro tudo isso era visto como resultado da infiltra o de agentes sovi ticos cubanos ou chineses Achavam que at a maconha e as revisti nhas com
244. e sufocar a participa o popular e alicer ada em id ias de efici ncia e tecnocracia o governo imp s sociedade brasileira as leis 5 540 68 reforma Universit ria e a 5 692 71 Reforma do 1 e 2 graus Ambas de cunho tecnicista pregavam a adapta o do indiv duo sociedade priorizavam a quantidade a cultura profissional e a nfase nos meios metodologias Ao se referir ao objetivo das modifica es implantadas na Universidade pela lei 5 540 68 Ribeiro 2000 p 193 esclarece Para produzir a expans o necess ria com um 7 Sobre ver SAVIANI Demerval op cit 7 Sobre ver FILHO Carlos Fragoso Universidade e Sociedade S o Paulo Edi es Grafset 1984 GRACIANI Maria Stela Santos O Ensino Superior no Brasil A Estrutura de Poder na Universidade em Quest o Petr polis Vozes 1982 MARTINS Carlos Benedito Ensino Pago Um retrato sem retoques S o Paulo Cortez 1988 CUNHA Luiz Ant nio A Universidade Reformada o golpe de 1964 e a moderniza o do ensino superior Rio de Janeiro Francisco Alves 1988 OLIEN Arabela Campos A Paroquializa o do ensino superior Classe M dia e Sistema Educacional no Brasil Petr polis Vozes 1990 171 m nimo de custos que importam relacionar no momento s o as seguintes a departamentaliza o a matr cula por disciplina o curso b sico a institucionaliza o da p s gradua o Ghiraldelli Jr 2003 p 142 3 avalia comparativamente a legislac o vig
245. educa o que n o estivesse ligada id ia de tomada de consci ncia pol tica a partir da constata o e den ncia do modelo econ mico concentrador de renda de fato atingiu duramente justo a clientela do MOBRAL Al m da cria o do MOBRAL Lei n 5370 de 15 12 1967 s o estabelecidos os acordos MEC USAID A esse respeito Ghiraldelli Jr 2003 p 127 esclarece Entre junho de 1964 e janeiro de 1968 foram firmados doze acordos entre o Minist rio da Educa o e Cultura e a Agency for Internacional Development os acordos MEC Usaid o que comprometeu a pol tica educacional do nosso pa s s determina es de um grupo espec fico de t cnicos norte americanos um grupo nada representativo da democracia americana e do American Way of Life N o se tratava nem um pouco de um grupo de t cnicos que fossem leitores e admiradores de John Dewey e de fil sofos da educa o democrata que os Estados Unidos haviam produzido em larga escala Ao se referir sobre a finalidade dos acordos MEC Usaid Hilsdorf 2008 p 124 explica Diagnosticar e solucionar problemas da educa o brasileira na linha do desenvolvimento internacional baseado no capital humano Os assessores da USAID agiam segundo uma mentalidade empresarial que combinada s medidas de exce o da rea militar deu as marcas da pol tica educacional do per odo desenvolvimentismo produtividade efici ncia controle e repress o 74 Sobre
246. el estudar tudo Em nenhum momento em nenhum modelo poder o professor contemplar toda a Hist ria at mesmo porque ningu m possui esse saber ou pretens o por isso preciso saber selecionar o que falar e como falar para que o aluno possa fazer a articula o entre sua individualidade e a hist ria coletiva e Saber identificar o esgotamento ou a necessidade de aprofundamento de um t pico pela maturidade envolvimento e proximidade com o que vivido pelos alunos devendo estar atento ao ritmo dos mesmos e do que se busca em detrimento de um calend rio r gido que muitas vezes escassa o esfor o do professor e Expor aos alunos o que se ensina por que se ensina e onde se quer chegar para que eles reajam e discutam em torno desses mesmos objetivos sendo part cipes desse processo de aprendizagem e Dar a dimens o que o conhecimento hist rico um meio para compreender o mundo as quest es da atualidade suas origens as diversas respostas e explica es para um determinado fato levando o aluno a ver que h diversas explica es para uma mesma realidade devendo abrir se para ouvi as e question las numa pr tica que permitir maior lucidez e discernimento diante da sociedade e da pr pria vida Como educadores em Hist ria precisamos planejar atividades interdisciplinares que assegurem o desenvolvimento de aprendizagens significativas a partir da focaliza o de tem ticas de diferentes tempos e espa os teoriza
247. elardo Jurema Darci Ribeiro Celso Furtado Miguel Arraes Francisco Juli o e muitos outros A Frente Parlamentar Nacionalis ta foi extinta o mesmo ocorrendo com todas as organiza es que exigiam as refor mas de base o Comando Geral dos Trabalhadores CGT o Pacto de Unidade e A o PUA e as Ligas Camponesas Sindicatos e federa es oper rias sofreram interven es do Governo sendo seus l deres presos ou exilados assim como campo neses e estudantes acusados de subvers o da ordem Ap s essas medidas foram instaurados inqu ritos seguidos de processos po l ticos a cargo da Justi a Militar Nem s as esquerdas tiveram baixas entretanto No ltimo dia permitido pelo AI 1 para cassa es foi punido o ent o senador Juscelino Kubitschek candida to do PSD s elei es presidenciais previstas para 1965 Os setores liberais da bur guesia sofriam a sua primeira grande derrota pol tica ap s a mudan a de mar o de 1964 O movimento vitorioso legitimava se como restaurador da economia abala da pelas constantes greves e favor vel defini o de um padr o de desenvolvi mento baseado na livre empresa contr rio ao intervencionismo do Estado Politi camente o projeto do General Castelo Branco escolhido como presidente inclu a o fortalecimento do Executivo e a seguran a do Estado para a qual foram criados rg os como o Servi o Nacional de Informa es SNI O inimigo era externo e estava tamb m de
248. elos historiadores nele que a maioria do p blico interessado vai buscar as informa es necess rias para tirar d vidas ou satisfazer curiosidades O mesmo deve passar didaticamente um conhecimento hist rico de qualidade E esse conhecimento deve ser acess vel para a maioria das pessoas ou seja ao homem comum A organiza o do livro did tico est associada ao seu tempo hist rico s pol ticas educacionais e s tend ncias pedag gicas vigentes natural que receba diferentes influ ncias de natureza diversas Ao se referir s liga es do livro did tico com o seu contexto Caimi 1999 p 28 diz que ele n o Neutro do ponto de vista te rico metodol gico e ideol gico trazendo em si condicionamentos marcados pela concep o de mundo e lugar social do autor pelas pol ticas educacionais em termos de curr culos e programas pelo mercado editorial etc envolve diferentes segmentos no processo de elabora o e consumo autores editores estado professores alunos Assim o livro uma quest o que n o se restringe a quest es pedag gicas mas tem implica es pol ticas econ micas ideol gicas e te ricas z O livro did tico utilizado para leitura consulta ou complementa o de informa es Apresenta os conte dos de forma seq encial e simplificado de acordo 121 com o ponto de vista do autor textos fragmentos de documentos ilustra es fotografias mapas muitas vezes arti
249. em meio a a es pedag gicas voltadas para a Educa o e Hist ria A Hist ria da Educa o como campo de conhecimento nos remete para a Gr cia Cl ssica O seu compromisso com a forma o humana torna se maior a partir do s culo XVIII no contexto da forma o dos estados nacionais Nesse momento ocorre a estabiliza o do ensino a institucionaliza o da forma o de professores principalmente atrav s da escola normal e da pedagogia cient fica a partir de refer ncias encontradas na sociologia e na psicologia Ao se referirem fun o da Hist ria da Educa o Vidal e Filho 2008 p 51 52 esclarecem Constitu da como disciplina escolar em geral em proximidade com a filosofia da educa o impregnada de uma postura salvacionista e tribuna de defesa de um ideal de educa o popular hist ria da educa o foi delegado o lugar de ci ncia auxiliar da Pedagogia A disciplina de Hist ria da Educa o deve contribuir na forma o dos futuros professores propiciando di logos com a antropologia filosofia sociologia psicologia e biologia preservando valores e interpretando processo Na pr tica procura explicar as rela es entre as experi ncias educativas do passado e do presente A Hist ria da Educa o aborda aspectos como hist ria do pensamento pedag gico legisla o do ensino sistemas de educa o institui es tempos saberes curr culos programas propostas pedag gicas m todos d
250. em presentes as diretrizes os princ pios pedag gicos os crit rios para a sele o dos conte dos conceitos fundamentais e as estrat gias did ticas pr tica social Se esses di logos e intera es ocorrerem a escola b sica estar com certeza cumprindo um interessante papel de formar intelectual afetiva e socialmente o jovem para viver em uma sociedade em permanente muta o Para que essa mudan a ocorra primordial a contribui o do conhecimento hist rico Uma confirma o dessa posi o vamos encontrar em Bezerra 2008 p 42 quando exp e suas id ias O objetivo primeiro do conhecimento hist rico a compreens o dos sujeitos hist ricos o desvendamento das rela es que se estabelecem entre grupos humanos em diferentes tempos e espa os Os historiadores est o atentos s diferentes e m ltiplas possibilidades e alternativas apresentadas nas sociedades tanto nas de hoje quanto nas do passado que emergiam da a o consciente ou inconsciente dos homens procuram apontar para os desdobramentos que se impuseram com o desenrolar das a es desses sujeitos 199 Na contemporaneidade as indaga es as reflex es te ricas e as metodologias apontam algumas quest es sobre o ensino de Hist ria Depois de feitas algumas considera es a esse respeito optamos nesse momento por um dos blocos de quest es os conceitos Para tecermos algumas considera es metodol gicas sobre o conceito vital o
251. em t buas de argila dos pergaminhos e do papel Essas inven es apresentaram para o homem alternativas de autonomia e de interpreta o do mundo Os prim rdios dos livros atuais Belo 2002 p 27 28 exp e que Nas mais antigas civiliza es do Oriente M dio do Mediterr neo ou na China vamos verificar que elas usaram como suporte para escrita diferentes materiais o papiro o pergaminho o rolo do c dice as tabuinhas de argila que podem ser consideradas uma forma de livro existentes em bibliotecas produzidas e reproduzidas em oficinas de copistas Tamb m se constitu am em suportes da escrita os tecidos as conchas a cer mica as folhas de palmeiras o marfim No per odo medieval os materiais mais usados foram o pergaminho e depois o papel embora permanecesse o habito de escrever anota es em tabuinhas de cera utilizando um estilete para fazer anota es ou listas Todos esses materiais antecederam o livro palavra de origem latina oriunda do l der que significa o alburno uma parte da rvore localizada entre a casca e o miolo que foi no passado utilizada como superf cie para receber o texto Ao se referirem s origens do livro Morigi e Brentano 2005 p 67 por sua vez informam que A Hist ria do livro tem cerca de seis mil anos Ele foi o primeiro suporte de informa o e comunica o de massa e ao longo da hist ria foi adquirindo diferentes formatos Desde o suporte de barro na remota Sum ria
252. emas do pa s Sua primeira medida foi um ato institucional que abriu uma fase de persegui o a todos considerados inimigos do regime Promoveram cassa es inqu ritos e ex lios Como programa recorreram ao velho arsenal positivista montar um governo forte para fazer o progresso que a democracia n o conseguira construir Enquanto tomavam p da situa o foram prudentes Escolheram um presidente e mantiveram as institui es pol ticas Mas sabiam que deveriam agir pois o pa s mudava com rapidez Esse autor enfatiza os atos de autoritarismo do novo regime e estabelece uma compara o desse momento com os princ pios do positivismo Caldeira 1997 prefere a denomina o de Golpe A implanta o dos programas de governo durante o regime militar ocorre sob a tica de tr s perspectivas a doutrina de seguran a nacional a integra o e o 214 desenvolvimento evidente que a primeira perspectiva exerce uma enorme influ ncia na realidade hist rica brasileira A Doutrina de Seguran a Nacional oriunda dos EUA A mesma teve suas origens no contexto da Guerra Fria resultantes dos conflitos leste oeste No Brasil a implanta o do Golpe e a continuidade do regime militar de 1964 ocorrem sob a sua gide Essa doutrina serviu de seu suporte ideol gico e contribuiu decisivamente para a cria o de um r gido aparato de controle das informa es como o SNI Na realidade constituiu se em uma manifesta o ideol
253. empor neos E fascinante at mesmo inquietante constatar que cada um de n s tem um olhar parcial e parcializado sobre o manual depende da posi o que n s ocupamos em um dado momento de nossa vida no contexto educativo definitivamente n s s percebemos no livro de classe o que nosso pr prio papel na sociedade aluno professor pais de aluno editor respons vel pol tico religioso sindical ou associativo ou simples editor nos instiga a ali pesquis lo O livro did tico tem sido objeto de an lises realizadas luz de diferentes bases te ricas e metodol gicas oriundas de trabalhos realizados por variados campos de pesquisa cient fica No entendimento de Soares 1996 p 53 4 o que tem faltado entre n s um olhar sobre o livro did tico que se lance do lugar de uma Hist ria de ensino e de uma sociologia de ensino ou seja um olhar que busque uma perspectiva s cio hist rica do livro did tico E olhando desse lugar que talvez se possam entender as pol micas em curso em nosso pa s manter ou rejeitar o livro did tico Defend lo ou conden lo O que afinal um livro did tico de qualidade 35 As reflex es a respeito do livro did tico como objeto de pesquisa n o acabam com esta fase Ao contr rio medida que a sua constru o ocorre novos questionamentos id ias e alternativas passam a ser articuladas ao processo 1 3 O Estado da Arte Os estudos acad micos tendo o liv
254. endo v tima o estudante Edson Lu s de Lima Souto de dezessete anos Em 1968 as for as dispostas a lutar pela redemocratiza o embalados pelo sonho de um mundo novo e inspiradas nas manifesta es ocorridas na Fran a e nos 306 EUA ampliam o seu leque de atuac o Ocorria o que Ridenti 2003 p 135 diz Rebeldia contra a ordem e revolu o social por uma nova ordem mantinham di logo tenso e criativo interpretando se em diferentes medidas na pr tica dos movimentos s cias expressa tamb m nas manifestac es art sticas A mobilizac o iniciada pelos estudantes ligados UNE ganha defensores vinculados de oposi o setores da classe m dia ala progressista da Igreja intelectuais e artistas como Chico Buarque de Holanda Gilberto Gil Caetano Veloso e Milton Nascimento Um dos momentos mais significativos dessa articula o de for a em prol da redemocratiza o foi chamada Passeata dos Cem Mil realizada no Rio de Janeiro em 25 de junho de 1968 Essas manifesta es desencadearam persegui es mortes censura que culminariam com a decreta o do Als em 13 de dezembro do mesmo ano General Em lio Garrastazu M dici 30 10 1969 15 03 1974 e Luta intensa contra a guerrilha urbana que foi desmantelada com o saldo de muitos presos mortos e desaparecidos e Guerrilha rural na regi o do Araguaia sul do Par e norte de Goi s e Censura imprensa com censores instalados nas reda
255. enta outras caracter sticas come ariam a surgir Nesse caminho ocorre a amplia o do campo do conhecimento hist rico ensinado nas escolas a organiza o articulada dos conte dos de Hist ria Geral da Am rica e Brasil a introdu o de novos temas ligados Hist ria das Mentalidades e do Cotidiano a amplia o do mercado para os paradid ticos bem como o fortalecimento das editoras como agentes que passam a influenciar sobre o que e como ensinar Hist ria Por outro lado torna se pertinente salientar a contribui o de Fonseca 2004 p 57 que chama a aten o sobre esse momento hist rico em que A preocupa o central da sociedade e do Estado construir uma educa o b sica de qualidade imprescind vel aprimorar a pol tica nacional do livro did tico Para isso preciso aprofundar o processo de avalia o permanente da produ o dispon vel no mercado O Estado e as escolas p blicas e privadas os maiores compradores devem exigir seus direitos como consumidores exigentes propondo mudan as qualitativas s editoras inclusive exigindo revis o ou retirando do mercado os livros desatualizados dos que contenham erros conceituais e dos que veiculem preconceitos raciais pol ticos e religiosos O livro did tico precisa acompanhar as permanentes muta es que ocorrem rapidamente na sociedade contempor nea Na realidade este processo de qualifica o cada vez mais necess rio deve acompanhar n o apenas as in
256. ente antes depois da implanta o do Regime Militar A lei n 5692 71 n o significou uma ruptura completa com a lei 4024 61 A lei n 5692 71 incorporou os objetivos gerais do ensino expostas nos fins da educa o da lei na 4024 61 Tais objetivos diziam respeito necessidade de proporcionar ao educando a forma o necess ria ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto realiza o qualifica o para o trabalho e preparo para o exerc cio consciente da cidadania Todavia diferen as entre as duas leis n o podem ser minimizadas A lei n 4024 61 refletiu princ pios liberais vivos na democracia relativa dos anos de 1950 enquanto a lei n 5692 71 manifestou os princ pios da ditadura militar verificados pela incorpora o de determina es no sentido da racionaliza o do trabalho escolar e na ado o do ensino profissionalizante no 2 grau de forma absoluta e universal Ao examinar as pol ticas educacionais desse per odo Cunha 2001 p 475 tamb m diz encontrei tr s raz es para a administra o do zig zag o eleitorismo o experimentalismo pedag gico e o voluntarismo ideol gico O eleitorismo a procura de pol ticas educacionais que provoquem impacto capaz de trazer resultados nas urnas seja visando elei o de secret rio de educa o para deputado seja dando ao governador um mote capaz de atrair votos at em elei o presidencial O experimentalismo pedag
257. ente pra frente Parece que todo o Brasil deu a m o Todos ligados na mesma emo o Tudo um s cora o r a a REPRODU AO rar Capa da revista O Cruzeiro com a manchete O caneco nosso referindo se conquista da Copa do Mundo de futebol em 1970 no M xico pela sele o brasileira fato que foi muito explorado pelos militares para estimular o apoio da popula o ditadura 324 CAPITULO 35 O BRASIL A GUERRA FRIA E O GOLPE DE 1964 Apesar das promessas M dici exerceu todo o seu mandato de cinco anos sob vir tual estado de s tio estabelecido pelo Al 5 O Legislativo transformou se num rg o que servia unicamente para referendar os decretos vindos da presid ncia da Rep bli ca A imprensa o r dio e a televis o esta vam sob rigorosa censura Ficaram famosas as receitas culin rias e os trechos de Os lus adas que como forma de protesto o Jornal da Tarde e o Estado de S Paulo coloca vam no lugar das mat rias censuradas Repress o e propaganda En sio Paulo formou se a Oban Ope ra o Bandeirantes com membros do ex r cito e da pol cia para combater a subver s o armada e as manifesta es de oposi o Com o apoio do ministro da Justi a e da legisla o de exce o os militares e a pol cia prendiam sequestravam e torturavam os chamados terroristas muitas vezes at a morte com o objetivo de destruir os fo cos de resist ncia armada Os
258. ente um registro do vis vel ele n o nem pretende ser um raio x dos objetos ou das personagens retratadas Seu fasc nio reside exatamente a na possibilidade que oferece pesquisa descoberta e s m ltiplas interpreta es que os receptores dela far o ao longo da Hist ria Para este autor as reflex es n o se esgotam aqui Kossoy 2002 p 143 ainda afirma que Apreender a natureza complexa da imagem fotogr fica documento fechado definido delimitado pelas margens da superf cie fotogr fica portador de um invent rio de informa es que ao mesmo tempo uma representa o aberta indefinida real por m imagin ria plena de segredos extra imagem que segue sua trajet ria mostrando encobrindo sua raz o de ser no mundo uma apar ncia constru da em uma eterna tens o com seu verdadeiro mist rio sua trama sua hist ria sua realidade interior Um signo espera de sua desmontagem Os livros did ticos s o considerados desde o s culo XVII at os atuais como l cus de conhecimento cient fico representado pela palavra impressa que passa a ser considerada uma alternativa eficaz para divulgar o novo tanto na din mica das aulas como em viv ncias cotidianas Nesse sentido Vin o Frago 1995 considera que esta concep o iluminista do livro prosseguiu e ganhou for a com o passar do tempo bem como a id ia da escola como lugar de divulga o e dissemina o da cultura escrita em di logo com a cul
259. entram em sintonia ideais cores 240 vozes sons medo e esperan a O autor destaca que nos com cios e nas passeatas pelas Diretas J os brasileiros voltam a cantar o hino e a levar a bandeira nacional O mesmo realiza uma abordagem interessante a respeito do per odo Divalte 2004 p 379 por sua vez aproxima a id ia de civismo patriotismo propaganda feita pelos militares que ao mesmo tempo em que intensificava A repress o aos grupos de oposi o o regime militar procurou ganhar simpatia popular por meio da propaganda Esta era feita pelos meios de comunica o principalmente a televis o Os s mbolos nacionais a m sica e o cinema foram largamente explorados para difundir uma ideologia que associava o regime militar a valores positivos como patriotismo seguran a nacional e desenvolvimento Na realidade Divalte 2004 retorna ao momento do auge do autoritarismo para falar do civismo como algo essencial para preparar o homem para servir sociedade fam lia e cultuar a na o J que Divalte focaliza um momento delicado poderia ter melhor explorado a id ia de que o regime militar justifica o arb trio em nome da seguran a do desenvolvimento e do pr prio civismo Acreditamos que a aus ncia do conceito de Civismo na maioria dos livros did ticos analisados est relacionada legisla o e s diretrizes que asseguram um espa o de teoriza o pr tica e divulga o do mesmo nas aulas e no
260. eratura infantil O MES o respons vel pela an lise dos conte dos divulgados atrav s dos livros did ticos Em 1937 criado pelo ministro Gustavo Capanema o Instituto Nacional do Livro Did tico que tinha como papel assegurar a divulga o e distribui o das obras de interesse cultural e educacional O livro did tico inseria se em uma pol tica de educa o sintonizada com o nacionalismo brasileiro O mesmo deveria contribuir para consolidar a id ia de na o ordem e seguran a Em 1938 atrav s do decreto n 1 006 38 criada a Comiss o Nacional do Livro Did tico A sua cria o segundo Sch ffer 1999 p 135 foi Para examinar e julgar os livros did ticos indicar obras de valor para tradu o e outras atividades conexas Implantou se oficialmente o controle pol tico ideol gico coerente com o pensamento expresso por Capanema ministro da educa o durante o Estado Novo para quem a educa o n o neutra mas precisa ser conduzida pelas diretrizes do sistema que representa as bases da Educa o Bezerra e Luca 2006 p 29 30 por sua vez esclarecem que em 1938 j sob a gide da ditadura do Estado Novo foi criada a Comiss o Nacional do Livro Did tico CNLD qual caberia zelar pelo conte do dos materiais utilizados pelos alunos Como bem salientou Luis Reznik o ensino de Hist ria do Brasil tornou se objeto de particular preocupa o dos intelectuais vinculados ao poder na med
261. erificar na historiografia e nos livros escolares qual a Hist ria da p tria os her is nacionais os eventos c vicos os significados e s mbolos que representavam Fran a e eram transmitidos para as crian as e jovens no mbito das escolas 51 Enfim verificam os meios que supunham servir de mediadores para diminuir as diferen as formar um imagin rio nacional bem como contribuir para a constru o de uma mem ria coletiva Em meio a esta gama de inova es que Nora cria a express o Lugares da Mem ria Nesse momento pertinente inserir uma passagem de Enders 1993 p 133 quando diz Para abordar a no o de Lugar da Mem ria dispomos de impressionante s rie de textos e declara es nos quais Pierre Nora se esfor a para precisar o que quer dizer isso Ele afirma haver tomado emprestada a C cero em seu De oratore a figura ret rica do l cus memorise na qual se associa a um lugar uma id ia transformando no em um s mbolo Este l cus pertence claramente ao dom nio do ideal e por isso errado reduzi lo a um passeio nost lgico entre monumentos e vest gios materiais do passado O Lugar da Mem ria pode ser concebido como um ponto em torno do qual se cristaliza uma parte da mem ria nacional Os lugares da mem ria despertam inquieta o e curiosidades por constitu rem se numa constru o hist rica de significativo valor documental e instrumental que propiciam a compreens o de paix es
262. ervalorizando o futebol o pov o ou a esquerda De qualquer modo meu amigo aquela sele o brasileira de 1970 foi simplesmente o maior time de fu tebol que j existiu Pel Tost o Jairzinho G rson Rivelino Clodoaldo Carlos Alber to Torres seus craques s o inesquec veis O tricampeonato conquistado na Copa do M xico encheu o pa s de euforia Nas ca sas pela primeira vez a Copa foi transmiti da ao vivo pela televis o e ruas o povo ex plodia de alegria e cantava Todos juntos vamos Pra frente Brasil Os homens do governo claro trataram logo de aparecer em centenas de fotos ao lado dos craques Queriam que o pa s tivesse a impress o de que s t nhamos ganho a Copa gra as di tadura militar embora as vit rias de 1958 e 1962 tivessem sido no tempo da democra cia com JK e Jango O prefeito de S o Paulo Paulo que n o era S o Maluf re solveu dar para cada jogador um autom vel zero quil metro de presente O presi dente M dici vestido com a camisa rubro negra do Flamengo era aplaudido de p por parte da torcida no Maracan Triste pa s o general chutava a bola os tortura dores chutavam os presos Al m do futebol os brasileiros conhe ceram uma nova paix o o automobilismo At hoje o mundo s teve um nico pilo to capaz de vencer na sua estr ia na F r mula 1 o nosso merson Fittipaldi cam pe o mundial em 1972 e 1974 Nas escolas vivia se um clima de ufa nismo
263. es os golpes de Estado que lhes deram origem eram chamados de revolu es Para Florestan Fernandes o uso da palavra revolu o como sin nimo de golpe de Estado 9 Sobre ver FERNANDES Florestan O que revolu o S o Paulo Brasiliense 1984 206 principalmente no que dizia respeito ao governo militar brasileiro e tomada de poder em 1964 tem um profundo car ter ideol gico Fernandes concorda que a defini o de revolu o oferece pouca controv rsia revolu o um fen meno social e pol tico de mudan as r pidas e dr sticas nas estruturas sociais em que a ordem social vigente subvertida Mas o uso das palavras sempre remete s rela es de domina o assim empregar revolu o em vez de golpe de Estado para nomear um acontecimento que n o transformou as estruturas sociais uma forma de escamotear a realidade hist rica Na realidade as id ias de Silva e Silva 2005 v m ao encontro das de Fernandes 2004 quando afirmam que uma revolu o provoca mudan as r pidas e profundas na realidade Por outro lado o Golpe de Estado apenas a tomada do poder n o implicando em transforma es no contexto Esses autores afirmam que os militares tomaram o poder em 1964 isto foi um golpe de estado com um forte teor ideol gico No que diz respeito denomina o desse momento da hist ria do Brasil como uma revolu o verificamos que sete entre os autores consultados o adotam Souto Maior Vianna
264. espeito ao uso dos manuais pedag gicos no Brasil pode se dizer que os primeiros comecam a chegar em meados dos Oitocentos como os de Jo o de Deus e Ant nio Feliciano de Castilhos Esses comp ndios provocaram alguns questionamentos mas contribu ram para firmar aos poucos um discurso intelectual nacionalista no que tange ao projeto escolar De acordo com Bezerra e Luca 2006 p 27 o empenho do Estado em se voltar para o objeto livro did tico enra za sua tradic o no s culo XIX em pa ses que exerceram forte preponder ncia nos prim rdios do sistema educacional brasileiro E conhecida a import ncia atribu da s cole es de livros did ticos na Fran a da Terceira Rep blica que consagrou o modelo de escola laica gratuita e obrigat ria Guy Bourde e Herv Martin apontaram a proximidade da legisla o escolar e os nomes de destaque da historiografia do tempo G Monod Ernest Lavisse e A Rambaud Os poucos livros que circulavam na Am rica Hisp nica e no Brasil principalmente at o s culo XIX eram escritos na Europa e transmitiam o ponto de vista europeu Oriundos de Portugal ou da Fran a os mesmos prestavam relevantes servicos a grupos sociais preocupados em preservar sua identidade cultural ou seus status econ mico social e pol tico O Brasil logo ap s a Independ ncia 1822 vivencia um intenso processo de constru o da sua identidade enquanto na o A educa o escolar respons vel pela cria
265. essoal demanda an lise e criticidade no discurso Guimar es 2005 p 31 32 tamb m esclarece que Combinando uma reflex o sobre a Hist ria da disciplina a um conjunto de quest es de natureza epistemol gica a disciplina hist rica buscaria superar os impasses de uma tradi o apontando novos horizontes de pesquisa Sugere portanto que a interroga o de natureza historiogr fica partilha de um certo esfor o de repensar os rumos da disciplina numa era de maturidade quando os balan os podem significar igualmente novas possibilidades de questionamento A partir de uma percep o cada vez mais acelerada do 21 tempo a uma velocidade que parece condenar o pr prio presente a um esquecimento os esfor os sociais para a preserva o do passado assumem cada vez mais sentido em nossas sociedades contempor neas Na esteira dos debates Ciro Flamarion Cardoso 1984 apresenta a cientificidade da hist ria enquanto historiadores adeptos da Nova Hist ria Cultural como Hayden White 1992 assume posi es mais radicais e defende a proximidade da hist ria com a arte com a fic o e n o como ci ncia J o historiador E H Carr 1982 diz que a defini o de hist ria depende da leitura que o indiv duo faz da sociedade de seu tempo O homem se insere na realidade social tornando se um agente do processo hist rico no qual representa o poder criador das for as sociais que atrav s de suas id ias s
266. estudantil se processou no per odo Um desses meios foi a forte censura imposta aos meios de comunica o e aos artistas em geral Not cias livros filmes m sicas pegas de teatro s podiam chegar ao p blico depois de passar pelo crivo dos censores Ao fazer isso os militares alegavam estar preservando a seguran a nacional e a moral da fam lia brasileira Em S o Paulo o jornal O Estado de S o Paulo substitu a as mat rias censuradas por receitas culin rias e trechos do poema Os Lus adas de Cam es para deixar expl cita ao leitor a a o da censura No Rio de Janeiro o Jornal do Brasil simplesmente retirava as mat rias censuradas deixando em seu lugar enormes espa os em branco Peri dicos alternativos como o Pasquim e Opini o desobedeciam aos censores e publicavam artigos que incomodavam o regime Em repres lia a pol tica retirava os exemplares venda nas bancas e com frequ ncia prendia os jornalistas respons veis por essas publica es M sicas de compositores como Chico Buarque Caetano Veloso Gilberto Gil e Geraldo Vandr entre outros eram constantemente proibidos Livros como Zero de Ign cio de Loyola Brand o e Feliz Ano Novo de Rubem Fonseca bem como a pe a Abajur Lil s de Pl nio Marcos foram proibidos Muitos filmes s puderam ser exibidos depois de terem algumas cenas cortadas Em 1968 elementos do grupo de extrema direita Comando de Ca a aos Comunistas invadiram o Teatro Ruth Escoba
267. esultado de um processo intelectual ou editorial como deposit rio de um 36 conte do mas como um instrumento de ensino indissoci vel do emprego para o qual foi criado ou do emprego que dele tenha sido feito Ao observarmos o que diz Choppin 2002 notamos que o mesmo avan a ao tomar o livro did tico como objeto de pesquisa A sua argumenta o nos leva a entender que poss vel lan armos diferentes olhares os quais v o propiciar novas id ias e uma melhor compreens o acerca da sua import ncia como instrumental did tico Ao buscarmos apoio bibliogr fico encontramos informa es que nos levam a pensar que at os fins da d cada de 1960 a Hist ria do Livro Did tico no Brasil n o passava de uma s rie de leis e decretos Na pr tica tratam se de medidas governamentais que foram implementadas a partir de 1930 As poucas pesquisas e as permanentes cr ticas aos livros did ticos de Hist ria surgiram principalmente a partir dos anos 1970 No entanto preciso esclarecer que o livro did tico j havia sido objeto de estudo na d cada de 1950 quando Guy de Holanda 1956 pesquisou sobre a presen a de estere tipos e valores nos comp ndios destinados ao ensino secund rio O mesmo apesar de n o expor a sua concep o de Hist ria e de n o sugerir uma orienta o metodol gica valioso como referencial para estudos posteriores Cabe destacar outro estudo feito em 1978 por Gil sio Cerqueiro Filho e
268. etade do s culo XIX momento de afirma o do Estado Nacional com a cria o do Col gio Pedro Il no Rio de Janeiro em 1837 Havia ent o uma Hist ria sagrada com sua cronologia pr pria organizada de acordo com as Escrituras e uma hist ria profana laica civil cujos marcos temporais eram definidos pelo Estado A Hist ria da civiliza o era norteada pela hist ria da Europa Ocidental sobretudo da Fran a 12 Sobre ver FONSECA Selva Guimar es Revisitando a Hist ria da disciplina nas ltimas d cadas do s culo XX In FONSECA Selva Guimar es Did tica e Pr tica de Ensino de Hist ria 2 ed Campinas Papirus 2004 p 15 27 13 Sobre ver FONSECA Thais L via de Lima e Hist ria e Ensino de Hist ria 2 ed Belo Horizonte Aut ntica 2004 30 Os estudos de Hist ria no Brasil integram os curr culos da escola b sica desde o s culo XIX conhecendo mudancas significativas de m todos conte dos e finalidades at a sua atual configura o nas propostas curriculares e PCN s Nesse sentido Millavil 2007 p 265 esclarece O conhecimento hist rico corresponde a um exerc cio de reconstru o em permanente revis o e amplia o necess rio se perguntar ent o pelos limites temporais do passado presente e futuro n o apenas como um exerc cio anal tico mas como forma de encontrar sentido para a experi ncia humana da perspectiva de sua historiza o e compreens o por quem est
269. etero Rosa Gonz les 2007 p 21 o historiador vive em seu presente al m de recordar para o futuro Por mais que se esforce em seguir uma atitude historicista nunca pode abandonar totalmente a liga o com o presente A pertin ncia da tem tica a disponibilidade de obras de refer ncia ricas pela sua densidade e pensamentos fortes a afinidade do autor com o objeto de pesquisa devido suas viv ncias aliadas s orienta es prof cuas permearam todas as fases dessa constru o Ao longo desse processo procuramos aportes te ricos 351 revisitamos cl ssicos revisamos conceitos partilhamos saberes reelaboramos id ias comparamos dados selecionamos livros did ticos para an lise enriquecemos a narrativa planejamos novos fazeres No cap tulo denominado Apresentando a Pesquisa a id ia era realizar um encontro de disciplinas As reflex es te ricas permitiram o entendimento de que a Hist ria a ci ncia que estuda a experi ncia humana em diferentes lugares no passado e no presente A Hist ria Cultural por sua vez abarca as id ias cren as valores linguagem representa o s mbolos imagens e livros Ao tratar do livro aproximamos Hist ria Hist ria Cultural e a Hist ria da Educa o Na realidade a sua constru o abre um espa o para investiga o sobre a Hist ria do Livro e de uma tem tica espec fica no livro did tico Essa possibilidade indica que a combina o Hist ria e livro did
270. etti e Nadai Neves mas a Constitui o Brasileira de 1967 est presente nas informa es de oito dos dez autores estudados apenas dois autores silenciam diante desse fato Alencar e Santos O destaque Nadai Neves que trazem informa es sobre sete dos dezesseis fatos selecionados e integrantes do quadro analisado A essa altura constata se uma enorme dispers o dos fatos indicados pelos autores o que nos leva a acreditar que cada um destaca aquele acontecimento que percebe como mais significativo decorrendo de refer ncias te ricas que privilegiam convic o ideol gica etc Diante da dispers o dos fatos realizamos a an lise mais apurada sobre a Constitui o de 1967 evento que aparece em sete manuais pesquisados Para entendermos o que uma constitui o n o basta termos aquele pensamento generalizado de que a mesma a lei maior do Pa s Na pr tica a Constitui o al m de estabelecer os poderes do governo os direitos e os deveres do cidad o deve ser um conceito conectado com a realidade social ou seja dando lhe sentido A constitui o traz em sua ess ncia os princ pios ticos e legais da economia educa o natureza cultura justi a seguran a desenvolvimento Acreditamos que esse pensamento que deveria salvaguardar as nossas a es enquanto seres humanos em busca da verdadeira cidadania 186 At 1964 estava em vig ncia a 5 Constitui o Brasileira 1946 Com a implementa o
271. euoisiH ejed uieDelA apen apor F961 es es jew eue O x E99 el sl S661 ds dsnp3 ojsne suog ISeJg op euoisiH Jep PEN T aS aunpoy p eoneule sansa seubed sojnydeo Ne uit ny o wepioqe uibed ep ege enb oni iqos PAN 9p N oe3ip3 ouy J01Ip3 Joiny onyL enb euibed ep N d DN ojnudeo wn 9 SIX3 6EL S00Z S661 OIP9IN ouisu3 euoisiH ep oorepiq OJAT ou Jey Sway op eSuesejd Z su oupeno 60 60 JEAN d einpeiiq v liseig Idooeues opjeuied T dos ua uso op Soy x 26S 8 el S002 dS eony iopenozy ouepsro S 9 UPS BUOISIH ei9eJooule ep ouy SoJeulgJed 5861 v961 ofiuoq ojoedueis euog ise1g op 2 al seyii SUBA O 7 EA m Bb PROS dS SUO OS unio opne e 2199 euoisiH ope OUISUI O eJed euoisiH SENTA SN TT xu Sup is eoneuJlog o seuibed sojnydeo o o ep eje anb ony L iqos 9p N pon OB IPI ouv E103 1olny Ony L rond P aN ojnudeo PoN wn lsixg Or 141 Quando observamos a organizac o desses livros inferimos que o n mero de cap tulos muito maior que os existentes nas obras do bloco anteriormente analisado pois variam entre doze cap tulos Fausto a cento e onze Arruda Piletti O primeiro abarca textos densos e o segundo apresenta cap tulos em forma de s ntese Ao computarmos o n mero de p ginas verificamos que essas obras 1995 2005 abrangem cerca de 5033 p ginas Quando indagamos sobre
272. eve de improvisada Amparada no medo difuso que o discurso anticomunista causava as marchas deixaram de ser fen meno meramente propagand stico quando conseguiram mobilizar as insatisfa es das classes m dias urbanas com os desacertos do governo Goulart Durante muitos anos a ditadura militar que se iniciou com um golpe civil militar usaria as imagens das marchas para justificar sua exist ncia Vieira 2000 p 191 afirma que a oposi o conservadora civil e militar transformou Goulart em alto risco ao Brasil Ferreira 2004 p 35 explica que Sobre ver SIM ES Solange de Deus Deus P tria e Fam lia As Mulheres no golpe de 1964 Petr polis Vozes 1985 158 Daquela sexta feira dia 13 de margo at 1 de abril o conflito pol tico entre esquerdas e direitas tomou novos rumos N o se tratava mais de saber se as reformas seriam ou n o implementadas A quest o central era tomada do poder e a imposi o de projetos Os partid rios de direita tentariam impedir as altera es econ micas e sociais em preocupa es de respeitar as institui es democr ticas Os grupos de esquerda exigiam as reformas mas tamb m sem valorizar a democracia No movimento hist rico de 1964 o legado pol tico de Get lio Vargas e Jo o Goulart vivenciam um momento vital De um lado Jo o Goulart contava com o apoio do PCB do CGT e for as pol ticas nacionais que representam uma amea a direita conservadora Por o
273. ex rcito entraram em prontid o O alto comando das For as Armadas efetuou v rias reuni es de emerg ncia O ministro do Trabalho Jarbas Passari nho encarregou se de reprimir o movimento grevista Em meio a essa movimenta o toda que se teve not cia dos primeiros atentados a bomba 12 08 1968 Foto AE A pol cia reprime manifesta o de estudantes em S o Paulo em agosto de 1968 Foto n 17 Pedro p 493 493 316 Em 1964 os militares tomaram o poder e im plantaram uma ditadura no Brasil Muitos dos di reitos constitucionais foram suspensos e substi tu dos por uma s rie de medidas de exce o Os golpistas procuraram definir esse assalto demo cracia como uma revolu o Com essa express o eles procuravam legitimar o golpe de Estado que depusera um presidente eleito democraticamente pelo voto popular 317 O longo ciclo militar A esse ato de for a seguiram se vinte anos de ditadura durante a qual os militares impuseram seu projeto ao pa s um projeto de moderniza o do Brasil pela via conservadora e autorit ria Nesse per odo nosso pa s assistiu com perplexidade supress o das liberdades civis e repress o indis criminada dos movimentos sociais organizados qual n o faltaram requintes de crueldade como tortura assassinatos e persegui es Pare O he Reflita Apesar da repress o nunca deixou de haver oposi o ao regime militar implantado em 1964 Com o pa
274. fias que mais aparecem nos livros did ticos preciso acrescentar que o primeiro conjunto de autores 1967 1988 com certeza n o acrescentaram um n mero maior de fotografias sobre o per odo militar devido realidade pol tica o autoritarismo e a censura Se eles fossem mais audaciosos as Editoras n o publicariam J o segundo conjunto de autores 1995 2005 vivencia um outro momento de liberdade de id ias e express es de disponibilidade de recursos tecnol gicos para o enriquecimento da forma de 361 organiza o produ o e apresenta o do livro did tico al m de poder contar com o incentivo das editoras interessadas em ganhar espa o em um mercado cada vez mais lucrativo e competitivo Esses autores n o aproveitaram melhor as fotografias em seus livros possivelmente por falta de afinidade com as mesmas por n o ter um suporte metodol gico adequado para sua utiliza o ou simplesmente por desconhecer a sua viabilidade como agente de investiga o Tornou se importante observar o uso da fotografia no livro did tico como ilustra o ou como alternativa metodol gica para o ensino e pesquisa Neste caso infelizmente os autores as utilizam como instrumento para ilustra o da tem tica focalizada tornando os livros mais atrativos e interessantes no ponto de vista visual Geralmente as fotografias representam aspectos do tema estudado mas n o s o utilizadas didaticamente para seu enriquecimento e melh
275. for as populares do pa s realizou se a campanha pelas Diretas j Foi uma das mais expressivas cam panhas populares j registrada na hist ria do pa s e se concentrou na luta pela aprova o pe lo Congresso Nacional da Emenda Constitucio nal proposta por Dante de Oliveira deputado federal pelo PMDB do Mato Grosso A Emenda Dante de Oliveira foi votada no dia 25 de abril de 1984 pela C mara Federal em clima de forte tens o O governo com o pretex 29 Dos 22 governadores eleitos em 1982 9 s o do PMDB 12 do PDS e um Leonel Brizola do PDT Durante a campanha das diretas a maioria dos governa dores mesmo os eleitos pelo PDS se manifestou a favor de se devolver ao povo o direito de escolha do seu gover nante Depois quase todos acabaram por apoiar a candi datura Tancredo Neves Esse apoio foi de fundamental import ncia porque os governadores tendo sido eleitos diretamente possu am muito respaldo popular e por is so representavam uma grande for a pol tica no processo sucess rio 255 331 decis es nacionais inversamente proporcio nal ao grau de endividamento externo 2 Infla o a infla o brasileira uma das maio res do mundo atingiu no final de 1984 a ci fra de 223 8 ao ano com preju zo princi palmente das classes assalariadas que viram diminu do seu poder aquisitivo Desemprego sem recursos para manter o cres cimento da economia o Brasil come ou a so frer crescente c
276. fossem s mbolos oficiais do Pa s Quando nos reportamos para o nosso foco de pesquisa vamos observar que apenas Campos 1999 traz uma imagem relativa ao Regime Militar de um Com cio pelas diretas J Precisamos acrescentar que nas capas dos livros do 2 conjunto 1995 2005 houve uma significativa melhoria na forma de apresenta o tipo de papel letra cores imagens Se compararmos com o 1 conjunto 1967 1988 veremos que houve um crescimento qualitativo No aspecto quantitativo e em relac o ao Regime Militar ocorreu uma redu o no n mero de imagens Entre os primeiros havia duas imagens Santos 1979 e Cotrim 1988 Nos livros mais recentes aparece apenas uma imagem no livro de Campos 1999 importante salientar que os livros mais recentes com suas capas e textos com imagens coloridas cnamam a aten o do leitor Torna se pertinente destacar que esses manuais foram elaborados em um novo momento hist rico quando puderam contar a seu favor com a maior liberdade 284 conquistada pela redemocratiza o a disponibilidade de novos recursos tecnol gicos e a valoriza o da fotografia como recurso para pesquisa hist rica Finalmente o que nos instiga o fato desses autores n o aproveitarem esse novo momento hist rico e tecnol gico para inserir em suas capas imagens relativas ao regime militar O acesso a elas poss vel talvez o que tenha dificultado tenham sido os resqu cios deixados pela ditadura
277. gica atrelada a uma concep o de guerra cont nua e total entre o comunismo e os pa ses do ocidente Al m da manuten o de um estado poderoso de acordo com Comblin 1978 p 17 a Doutrina de Seguran a Nacional uma extraordin ria simplifica o do homem e dos problemas humanos Em sua concep o a guerra e a estrat gia tornam se nica realidade e a resposta a tudo Por causa disso a Doutrina escraviza os esp ritos e os corpos Sendo um sistema muito aplicado na Am rica Latina ela ultrapassa esse continente para amea ar todo o Ocidente Na verdade a guerra parece ter se tornado a ltima palavra o ltimo recurso da civiliza o contempor nea Nessa perspectiva Borges 2003 p 37 38 diz que na pr tica a doutrina atrav s de seus conceitos princ pios e fundamentos permeou durante os governos militares toda a estrutura do poder p blico brasileiro introduzindo se inclusive na escola quando passaram a ser obrigat rias em todos os graus do sistema educacional disciplinas como Educa o Moral e C vica Organiza o Social e Pol tica do Brasil e Estudos de Problemas Brasileiros cujos conte dos program ticos eram formulados tomando como base princ pios e conceitos de Seguran a Nacional 215 Al m da expectativa eminente de guerra os seus princ pios foram difundidos na maioria das escolas Na pr tica o conte do em vez de servir de meio de liberta o era utilizado para assimil
278. gico resulta do entusiasmo com propostas elaboradas sem bases cient ficas anunciadas como capazes de resolver os problemas educacionais estendidos apressadamente para o conjunto da rede antes de serem suficientemente testadas O voluntarismo ideol gico a atitude generosa de querer acabar com os males da educa o escolar e at da sociedade como um todo no curto espa o de uma administra o s vezes no prazo de um ano o caso de uma proposta curricular que pretende dissolver ou compensar os efeitos da aliena o do trabalho ou at mesmo a ideologia dominante 172 Quando avalia a nova legisla o Romanelli 2002 p 253 por sua vez considera que a mesma traz como inovac o mais substancial a extens o da obrigatoriedade escolar a elimina o de parte de esquema seletivo das escolas a elimina o do dualismo educacional ensino secund rio x ensino profissional proveniente de um dualismo social mais profundo a previs o mais objetiva de meios de execu o das reformas a profissionaliza o em n vel m dio a coopera o das empresas na educa o a integra o geral do sistema educacional desde o 1 grau ao superior Analisando essas altera es observa se que ocorrem mudan as no 1 e 2 graus uma tentativa de adequar as institui es educacionais ao modelo econ mico Romanelli 2002 p 254 considera que Adequar o modelo de ensino ao modelo econ mico n o tem sido encarado a noss
279. grafia v 11 n 1 Santa Cruz do Sul Unisc jan jun 2005 p 49 77 DONATO Eronides C mara As Narrativas dos Livros Did ticos de Hist ria e a Constru o de Identidades O papel informativo da leitura In Educa o em Debate Ano 24 v 2 n 44 Fortaleza EUFC 2002 p 75 82 ENDERS Armelle L s Lieux de M moire dez anos depois Revista Estudos Hist ricos Rio de Janeiro UFRJ 1993 p 132 137 FARIA Ana L cia G de Ideologia no Livro Did tico S o Paulo Cortez 1984 F LIX Loiva Otero Hist ria e Mem ria A Problem tica da Pesquisa Passo Fundo Ediupf 1998 FERREIRA Jorge O Governo Goulart e o Golpe Civil Militar de 1964 In FERREIRA Jorge DELGADO Luc lia de Almeida Neves orgs O Brasil Republicano O tempo da experi ncia democr tica Da democratiza o de 1945 ao golpe civil militar de 1964 v 3 Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 345 401 FICO Carlos Com o Ros rio na M o Revista Hist ria Rio de Janeiro Biblioteca Nacional Mar o 2004 p 40 43 FIGUEIREDO Argelina Cheibub Democracia ou Reformas Alternativas democr ticas crise pol tica 1961 1964 Rio de Janeiro Paz e Terra 1993 FONSECA Thais N via de Lima e Ver e Compreender arte livro did tico e hist ria da na o In SIMAN Lana Mara de Castro FONSECA Tha s de Lima org Inaugurando a Hist ria e Construindo a Na o Discursos e Imagens no Ensino de Hist ria Belo H
280. grandiosos da expans o da coloniza o e da ocupa o do territ rio brasileiro e sobretudo na valoriza o da id ia de unidade nacional Em sua abordagem Fonseca evidencia dois momentos desta produ o historiogr fica o primeiro permeado por uma Hist ria com forte car ter c vico e nacionalista preocupado com a constru o de uma identidade enquanto na o o segundo que ocorreu com as novas id ias articuladas ao movimento republicano e que se notabilizava pelo idealismo de ordem e progresso Capistrano de Abreu viveu em uma poca de plena afirma o do Estado Nacional e de divulga o de conhecimentos in ditos produzidos por Comte Buckle Darwin Spencer Enriqueceu a sua forma o te rica lendo sobre o positivismo determinismo clim tico determinismo biol gico teorias raciais etc De acordo com 105 Diehl 2005 p 51 52 torna se um dos principais historiadores da virada s culo XIX especialmente por quatro aspectos O primeiro vincula se institucionalizac o de fundamentos modernos da disciplina hist rica num contexto recheado de inova es te ricas como na segunda metade do s culo XIX O segundo aspecto o interesse cada vez maior e a sua recepc o dos debates filos ficos e culturais da Alemanha e Inglaterra no Brasil em contrapartida Fran a ap s o desfecho da guerra franco prussiana O terceiro diz respeito s mudan as estruturais ocorridas no Brasil neste per odo como a Guerra d
281. hada percebemos a possibilidade de nosso estudo analisar as representa es do Regime Militar nos livros did ticos de hist ria do ensino m dio Em meio a essas alternativas passamos a refletir sobre o livro did tico como vi s para constru o da mem ria Essa situa o nos remete inevit vel aproxima o e diferen as entre Hist ria e Mem ria Hist ria um intenso processo de viv ncias problem ticas partilhas registros interpreta o reflex o cr tica e s ntese entre os sujeitos que atuam de acordo com os seus interesses e ideologias no tempo e no espa o Mem ria palavra que tem sua origem na express o grega Mnemosyne que significa a divindade respons vel pela mem ria e inspiradora da criatividade dos artistas e poetas A mem ria individual ou coletiva evoca lembran as poesia afeto cenas s mbolos monumentos Ao realizar seus estudos sobre o tema Nora 1984 p 3 diz Mem ria e hist ria longe de serem sin nimos em tudo se op em A mem ria a vida enquanto a hist ria a reconstru o sempre problem tica e incompleta do que j n o A mem ria um fen meno sempre atual um la o vivido no presente eterno a Hist ria uma representa o do passado Caracteriza a hist ria como laica em oposi o a uma mem ria que instala a recorda o no sagrado 50 Lorens 2007 p 23 por sua vez esclarece Inicialmente muitos historiadores defenderam uma divi
282. har essas transforma es os livros did ticos precisam qualificar se A inser o das imagens apontam um desses caminhos A efic cia das imagens de acordo com Fonseca 2001 p 115 no entanto se restringem sua competente utiliza o did tica As sele es feitas desde a segunda metade do s culo XIX para ilustrar os livros did ticos reca ram predominantemente sobre imagens que al m de serem narrativas visuais dos fatos harmonizavam se s concep es de Hist ria e aos objetivos gerais do ensino de Hist ria em cada poca 254 Em sua abordagem Fonseca 2001 p 115 ainda diz que Impregnadas de valores culturais essas imagens mais do que conformar a mem ria visual da na o ajudaram a consolidar identidades principalmente em torno de id ias de coes o e de harmonia nacionais Algumas obras da arte brasileira sobretudo da pintura expressaram essas id ias talvez melhor que muitos textos escritos e carregados de elementos conotativos s o representa es da Hist ria do Brasil constantemente lembradas e reinterpretadas Elas t m sido respons veis pelo processo de monumentaliza o de eventos e de personagens mantendo se sempre presentes na mem ria e no imagin rio coletivos Vivemos na atualidade um per odo hist rico que precisa ser analisado de forma contextualizada para provocar uma preciosa riqueza de leituras Esse o caso das imagens Na sociedade visual em que se vive atualmente de ac
283. hecimento que eles poder o aceitar o desafio que lhes hoje lan ado A expectativa da elabora o da tese propicia inquietudes buscas compara es op es an lises e s nteses Ao mesmo tempo esse processo exige curiosidade releitura redimensionamentos e criatividade Para iniciar as nossas reflex es torna se interessante a contribui o de Catroga 2006 p 07 ao falar da origem da express o Hist rica tal como eidenai conhecer tamb m o voc bulo hist ria deriva de id ver e histor significava originalmente testemunha ocular e posteriormente aquele que examina testemunhas e obt m a verdade atrav s da indaga o Por conseguinte historein refere se tanto a testemunhar como a investigar acep es que se tornar o mais claras a partir desta regra consignada no Gutapathe Brahamana discutem dois homens dizendo um eu viu o e o outro eu o uviu o Hist ria o estudo das a es do homem no tempo e no espa o uma constru o intelectual que envolve investiga o registro problematiza o cr tica reflex o narrativas e divulga o As origens dos estudos hist ricos remontam Antiguidade passando pela Idade M dia confinada nos conventos e mosteiros Ganha espa o na Renascen a e revitaliza se na contemporaneidade Os historiadores do s culo XIX diziam que a Hist ria o estudo do passado humano Marc Bloch nos princ pios do s culo XX prop s a Hist ria
284. ho era pouco mais que aplaudir Trabalhos regulados por um rel gio que tocava corneta Deputados obedientes como soldados em marcha Schmidt faz uma cr tica contundente n o apenas para o uso da express o promulga o quando deveria ser utilizada outorga o mas tamb m a respeito do esvaziamento das fun es do Congresso Na pr tica essa casa legislativa passava apenas a cumprir ordens de um poder superior Na realidade esses autores abordam com pertin ncia o per odo Isso nos leva a refletir o que liberal ou autorit rio nesse contexto Os dois excertos abaixo procuram configurar o Regime Militar com o golpe ditatorial em uma linguagem cr tica Nesse sentido Fausto 1995 p 475 assim se refere O governo de Castelo completou as mudan as nas institui es do pa s fazendo aprovar pelo Congresso uma nova constitui o em janeiro de 1967 A express o fazendo aprovar deve ser tomada no sentido liberal Submetido a novas cassa es o Congresso fora fechado por um m s em outubro de 1966 e reconvocado pelo Al para se reunir extraordinariamente a fim de aprovar o novo texto constitucional A Constitui o de 1967 incorporou a legisla o que ampliara os poderes conferidos ao executivo especialmente em mat ria de seguran a nacional mas n o manteve os dispositivos excepcionais que permitiriam novas cassa es de mandatos perda de direitos pol ticos etc J Mota Braick 2002 p 522 colo
285. ho para a constru o do futuro Hoje vivemos em um mundo conforme Grat o 2005 p 1837 em que as Imagens imperam nos meios de comunica o Se antes as palavras dominavam a comunica o entre os indiv duos por meio de cartas telegramas e da transmiss o oral a democratizac o da imagem por meio da fotografia do cinema da televis o e da internet torna o di logo entre os homens cada vez mais imag tico A televis o se tornou meio de comunica o indispens vel mesmo nas fam lias de poder aquisitivo baixo As guerras as trag dias as novidades chegam at n s com uma freq ncia maior de forma visual Entre a pluraridade de imagens escolhemos a fotografia para ser alvo de investigac o Justificamos essa opc o por considerarmos a mesma uma excelente fonte de conhecimento bem como um interessante recurso did tico para as aulas de Hist ria A fotografia um testemunho visual e tem um conte do documental pois representa aspectos da vida passada de um grupo social do local da regi o ou de um Pa s Na realidade a mesma torna se importante para os estudos hist rico s os quais v o emitir um invent rio de importantes informa es para as diferentes reas do conhecimento Na pr tica a inten o do fot grafo registrar o microcen rio de uma poca um momento singular do tempo De acordo com Kossoy 2002 p 136 a fotografia funciona em nossas mentes como uma esp cie de passado preservado lembran
286. i e iseJg Op BLOISIH ep Solu uuoui soejueJaJip opuejuesaJde euso Jeured ody 9JEe5 ep onuejd eBueuid oc ueuniog 9129 ep Jopejuela ooueuy opad X pesL dS eAEJES 6761 DONT v 3 ISeJg HAL j9uO N no eiougpuedep ul s JI lA 101A ESSIN Lawd soJpenb sop seuoo uJoo nze opuny uin essiuJ s seonsiie oogeJb seus oonueny OUB9IO pe 8S dS BpILUSH lS amp 4g OD BUOISIH x op Inze o woo opuoduuoo e esseuJoJd opuejuesaJdaJ epJeA O seuinueui 264 lAuoI9eN p3 219 s Buog f V ep oipugduos sueDelA seoiuguooe sepepiArge serua seJdeJ seua seig op edeny poljoleo elosb e e jeBnuog uoo seouoisiu pe BUUBIA x Z964 ISEJg OD BUOISIH so932bI se wesqwaj enb seJuiepueq Senga opuezijoquiis enneg aG SOJUSLWIBJOUYJSIN Oll9H JOIBIN o neq oes eJendeJg op enbueg po GL dS x Z96L olnos ISBJg Op BUOISIH OU 9S BZI 2907 19 9U9919 JOJ91A Jod open seJrepueg se ojueuinuo A euoloeN p3 elo opueuuy EISMGISISPI ORN _WIS suabeu 063Ip3 610 I ou Join ony eua Wy sueBeui 2Ip3 eJoip V iny In L 9Sc 8864 7 961 OID N ouisu3 euoisiH ep soonepiq soJAr sop sedeo seu sejueseJd sueDeu OL gu oJpeno S A N eoiqndeu opnise ejseu epebiseau eoode e opueJquue x p 6 dS PARIeS 9861 eueofr elugjot ep ZOA e SeJquJOS w odu O epJ8A opunj wN eng eu ogdejndod euan JlepeN eziH I SeJg op EUOISIH OS OIO9IUSA Sne eJlo iseJg OJleJIseJq oAod o urejueseJdoJ
287. ia In LENSKIJ Tatiana HELFER Nadir Emma orgs A Mem ria e o Ensino de Hist ria Santa Cruz do Sul EDIUNISC ANPUH RS 2000 p 151 152 SOARES Lucila O Golpe 40 anos depois Revista Veja n 13 ano 37 31 2 04 S o Paulo Abril 2004 p 102 110 SOARES M B Um olhar sobre o Livro Did tico Presen a Pedag gica Belo Horizonte 2 12 Nov Dez 1996 p 54 63 SPOSITO Maria Encarna o Beltr o A Avalia o de Livros Did ticos no Brasil Por qu In SPOSITO Maria Encarna o Beltr o org Livros Did ticos de Hist ria e Geografia Avalia o e Pesquisa S o Paulo Cultura Acad mica 2006 p 15 25 STEPHANOU Alexandre Ayub Censura no Regime Militar e Militariza o das Artes Porto Alegre EDIPUCRS 2001 STRATHERN Paulo Foucalt 1926 1984 em 90 Minutos Rio de Janeiro Jorge Zahar 2008 379 TELLES Norma Abreu Cartografia basilis ou esta hist ria est mal contada S o Paulo Loyola 1984 THEODORO Janice Educac o para um mundo em Transformacao In KARNAL Leandro org Hist ria na Sala de Aula Contextos Pr ticas e Propostas S o Paulo Contexto 2003 p 49 56 TIBOLA Luciana Rosniak A Constru o Hist ria da Cidadania na Sociedade Brasileira Monografia Curso de P s Gradua o Especializa o em Hist ria do Brasil e a Perspectiva Regional sob orienta o do Prof Msc Aristeu Castilhos da Rocha Frederico Westphalen URI 2003 TOLEDO Caio Navarro 1964
288. ia a Nomea o do general Humberto de Allencar Castello Das novas gera es Dormia A nossa p tria m e t o distra da Sem perceber que era subtra da Em tenebrosas transa es Vai Passar Chico Buarque de Holanda e Francis Hime 1984 4 Branco para a presid ncia da Rep blica b As Constitui es federais e estaduais em vigor seriam mantidas c A elei o do presidente e do vice presidente da Rep blica passaria a ser efetuada pelo Congresso Nacional d O presidente da Rep blica poderia remeter ao Con gresso sugest es para a reforma da Constitui o de 1946 leis sobre qualquer assunto para criar ou au mentar as despesas p blicas e As investiga es e processos legais com rela o a cri mes contra o Estado ou sua propriedade bem como contra a ordem pol tica e social poderiam ser instau rados contra indiv duos ou coletivamente f Os Comandantes em Chefe das For as Armadas que assinaram o Ato Institucional poderiam suspender di reitos pol ticos por um prazo de 10 anos e anular man datos legislativos federais estaduais e municipais sem revis o judicial Vaio Institucional 18 12 1964 O m sico e compositor Chico Buarque de Holanda sempre esteve presente nas manifesta es popula z z res em defesa da liberdade FS 3 Falhamos Participei do Golpe de 64 como ca pit o e por isso fa o essa autocr tica muito vontade Falhamos O AI 5 foi um
289. ia a constitui o da id ia de na o atrav s da din mica pedag gica bem como demonstra que poss vel realizar pesquisa sobre o livro did tico Al m de realizar uma abordagem hist rica demonstra a efetiva possibilidade de investiga o sobre o ensino de hist ria A obra tomada em seu conjunto contribui para incentivar as discuss es sobre o ensino de Hist ria Arlete Medeiros Gasparello publicou recentemente um novo trabalho sobre Livros Did ticos Mitos e Desafios Nesta proposi o apresenta parte das quest es desenvolvidas na pesquisa Curr culo e Ensino de Hist ria o papel do livro did tico na qual procura observar as rela es entre o curr culo e o conhecimento hist rico situando o livro did tico neste processo Segundo a autora o livro did tico tem sido alvo de cr ticas no mbito das escolas e nas academias Entre essas manifesta es poucos t m sa do em sua defesa Levantando se a produ o na rea sob a forma de artigos teses livros delineiam se v rios temas muitas vezes repetitivos mas que expressam a preocupa o por problem ticas produzidas a partir de pr ticas ocorridas na realidade social que traduzem maneiras de pensar a 45 educa o a sociedade e o livro Na verdade s o pr ticas que ocorrem em diferentes inst ncias que se interligam na forma o da problem tica do livro escolar as governamentais a partir de uma pol tica do livro did tico as editoriais a
290. ia com que a esquerda acolheu o fim do regime militar ajuda a entender o car ter marcadamente pol tico dos temas propostos e a centralidade que a disciplina Hist ria assumiu nos debates educacionais que pretendiam inaugurar uma nova era na educa o brasileira Essa proposta de certa forma reflete a realidade do ensino de Hist ria em diferentes regi es do Brasil A mesma prioriza a forma o do adolescente em uma perspectiva emancipat ria e libert ria O centro do processo o aluno Suas experi ncias ser o o ponto inicial para as reflex es O ensino de Hist ria precisa romper com as ilus es e mitos marcas culturais de uma sociedade tradicional No entendimento de Gusm o 2004 p 81 a grande preocupa o desenvolver no aluno o esp rito cr tico a capacidade de estabelecer rela es comparar fatos e posicionar se perante o mundo com seguran a e independ ncia Cenp Coordenadoria de Estudos e Normas Pedag gicas S o Paulo 80 Na realidade as propostas curriculares procuram ultrapassar uma hist ria linear pol tica mecanicista positivista etapista her ica factual euroc nctrica com um passado nico para a humanidade As mesmas inovam abordando o conhecimento hist rico atrav s de eixos tem ticos extra dos da realidade social de forma global cr tica din mica e participativa Essas inova es acabam se refletindo na produ o dos livros did ticos Durante a segunda metade da
291. iados Na atualidade o mundo vivencia um amplo intenso e complexo conjunto de transforma es econ micas pol ticas sociais e culturais As pesquisas e o ensino de Hist ria precisam engajar se nesse processo O historiador cada vez mais de acordo com Pinsky Pinsky 2008 p 19 20 est sendo valorizado as pesquisas d o conta de objetos cada vez mais amplos a inform tica e a internet facilitam imensamente a parte mec nica do trabalho de investiga o profissionais s o cnamados para explicar o mundo na m dia historiadores s o convidados a trabalhar com planejamento urbano com projetos tur sticos como consultores editoriais e empresariais certos livros de Hist ria tornam se best sellers e novelas e filmes de poca alcan am grande sucesso de p blico muitas escolas parecem caminhar na contram o da Hist ria em todos os sentidos Em meio a essa gama de mudan as os sujeitos envolvidos com atividades de ensino e pesquisa em Hist ria s o desafiados a desempenhar novas e interessantes a es Para que isso ocorra lembramos Theodoro 2003 p 49 quando diz Tudo muda a cada momento no mundo contempor neo Portanto o conceito com o qual precisamos trabalhar atualmente com muita desenvoltura o de mudan a Nessa trajet ria permeada por tradi es perplexidades e id ias o ensino de Hist ria precisa conhecer uma fase de renova o Essa altera o passa pela substitui o gr
292. iais em fins do s culo XX v 4 Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 13 42 Sobre ver STEPHANOU Alexander Ayub Censura no Regime Militar e Militariza o das Artes Porto Alegre EDIPUCRS 2001 ver tamb m CZAJKA Rodrigo Redesenhando Ideologias Cultura e Pol tica em tempos de Golpe Hist ria Quest es e Debates N 40 Curitiba UFPR 2004 p 37 47 161 Golpe No entanto a sociedade que tr s anos havia resistido em 1964 assistiu a tudo sem esbo ar nenhuma forma de resist ncia Hoje decorridos mais de quarenta anos conforme Frederico 2004 p 102 o golpe de 1964 pode ser visto como cap tulo de um ciclo hist rico que ainda n o se fechou Apesar das transforma es profundas vividas pela sociedade brasileira as quest es de fundo que estiveram presentes e que ocasionaram o movimento golpista continuam sendo de uma desagrad vel atualidade as reformas de base em especial a agr ria o papel do Estado na condu o da economia a quest o nacional e a luta antiimperialista s o temas atual ssimos repostos numa nova configura o hist rica pois ainda n o foram equacionados E imposs vel portanto manter a passividade de um arque logo falar sobre o golpe de 64 implica necessariamente em tomar partido nas querelas do presente Na atualidade a sociedade brasileira tem dificuldade de entender como em um passado recente participou de um longo per odo de ditadura respons vel pela e
293. ica No ltimo momento deste terceiro cap tulo investigamos e analisamos ent o a presen a das imagens que representam o Regime Militar nos livros did ticos Na contemporaneidade os historiadores lan am seus olhares investigativos a uma enorme e plural gama de fontes e tem ticas Em meio a essa diversidade as imagens fotografias ganham um espa o cada vez mais f rtil e amplo Na diversidade das imagens optamos por analisar a fotografia por esta constituir se em uma excelente fonte de conhecimento e um interessante recurso 57 did tico para a aula de Hist ria A imagem fotogr fica no livro did tico al m de permitir a leitura da realidade torna se uma constru o cultural As reflex es te ricas realizadas at esse momento v o subsidiar os caminhos da pesquisa Um desses caminhos ser o pr ximo cap tulo o qual abordar quest es relativas ao ensino e ao livro did tico de hist ria II REVISITANDO O ENSINO E O LIVRO DID TICO DE HIST RIA NO BRASIL O segundo cap tulo situa se na rea da Hist ria do Ensino e do livro did tico de hist ria A sua produ o ocorrer a partir de uma investiga o bibliogr fica e pressup e um processo reflex vel essencial na trajet ria da educa o brasileira 2 1 Ensino de Hist ria formar o cidad o ou culto p tria moral e civismo No primeiro momento desse cap tulo a inten o realizar algumas reflex es sobre os caminhos do ensino de hist ria
294. ica ocorrido na d cada de 1990 e princ pios do s culo XXI veio enriquecer a constru o dos saberes hist ricos mas tamb m incentivar novas investiga es Essa postura te rica aliada s inova es tecnol gicas contribu ram para o enriquecimento do livro did tico Lembramos ainda que uma das contribui es dessa tese tamb m demonstrar como a Redemocratiza o da sociedade brasileira permitiu que esses comp ndios viessem abrir novos espa os para abordar o Regime Militar Finalmente preciso dizer que o ensino de Hist ria e os livros did ticos existem dentro de uma realidade social e pol tica O seu estudo est associado a diferentes pr ticas sociais que acabam produzindo usos e significa es 91 Nesta perspectiva a hist ria do ensino de hist ria permite a compreens o do papel do livro did tico na escola brasileira especialmente quanto mem ria que sacraliza per odos significativos com o regime militar Pensando que o livro did tico buscou sempre estabelecer uma ordem e como artefato do cotidiano escolar tornou se um lugar de mem ria para usar uma express o de Nora a seguir passamos a revisitar a sua pr pria historicidade no percurso do ensino de hist ria e da educa o brasileira 2 2 O Livro como Recurso Did tico Em sua trajet ria hist rica significativa a sua presen a como instrumento de divulga o de id ias princ pios eventos conceitos cren as valores e cultura O
295. icamente os mesmos poderes do Alz acrescentando o poder de confiscar bens 216 em caso de enriquecimento il cito e de suspender o direito de h beas corpus nas situa es que coloca em perigo a Lei de Seguran a Nacional Nessa perspectiva Alencar 1981 p 315 argumenta Segundo os ide logos do regime era necess rio um novo surto revolucion rio pois o cen rio pol tico estava conturbado por causa da oposi o sistem tica de alguns e epis dica de outros As cassa es ceifaram mandatos e direitos pol ticos at de l deres civis articuladores do movimento vitorioso quatro anos antes como Carlos Lacerda A coes o dos que se beneficiavam com o crescimento da produ o garantia social e politicamente o endurecimento Foi uma poca de muitas pris es e grande sil ncio nos meios estudantis sindicais art sticos e intelectuais O desenvolvimento pol tico estava subordinado ao Ato A partir da h uma esp cie de acordo entre o Estado e a Burguesia ela abria m o dos controles pol ticos tradicionais e de instrumentos como a liberdade de imprensa o pluripartidarismo o h beas corpus o Estado por seu lado mantinha a ordem a qualquer custo assumia os interesses dos empres rios como se fossem os de toda a Na o Alencar um dos autores do 1 conjunto 1967 1988 que juntamente com Piletti e Nadai Neves realiza uma abordagem reflexiva tentando passar para o usu rio do livro did tico uma realidad
296. icar o que os anistiados diziam sobre o que estavam sentindo na volta para a p tria amada m e gentil Os autores Vicentino e Dorigo 2004 p 536 ao se referirem sobre essa quest o salientam que no processo de abertura o Congresso aprovou 237 a lei da Anistia perdoando todos os presos ou exilados acusados de crimes pol ticos A lei no entanto n o inclu a aqueles considerados culpados por atos terroristas e luta armada contra o governo embora perdoasse todos os militares que haviam cometido viol ncia na repress o Vicentino Dorigo 2004 focalizam a lei da Anistia mas destacam que a mesma n o contempla os respons veis pelos atos terroristas e luta armada De certa forma percebe se que esses autores defendem uma anistia ampla e irrestrita A seguir passamos a investigar a presen a do conceito de civismo nos livros did ticos Para que esse processo ocorra preciso antes efetuarmos algumas reflex es As id ias de civismo patriotismo e nacionalidade est o presentes no modo de ser viver e estar dos sujeitos que vivem e convivem em um determinado grupo e ou etnia em uma realidade social e hist rica contextualizado no espa o e no tempo Esses grupos al m de transformar o espa o dinamizam um processo hist rico capaz de assegurar a sua constru o enquanto na o mesmo que para isso tenham que superar diferen as tnicas sociais religiosas pol ticas e sociais Civismo uma manifesta
297. ico S o Paulo Summus Campinas Editora da Universidade Estadual de Campinas 1984 Nos anos 1960 entre os livros did ticos de Hist ria mais conhecidos e adotados nas escolas est o os de Borges Hermida e o do Souto Maior 113 Os governos militares e o Conselho Federal de Cultura incentivaram a amplia o da produ o e a renova o tecnol gica o que representou um enorme avan o em termos de oferta e qualidade A partir de 1968 com o Als intensifica se o controle ideol gico Em 1969 a disciplina de Educa o Moral e C vica criada pelo decreto n 869 12 12 1969 e torna se obrigat ria inclusive como pr tica educativa Para planejar controlar e revigorar a Educa o Moral e C vica no ensino brasileiro foi criada a Comiss o Nacional de Moral e Civismo Essa comiss o acompanhou e controlou todas as publica es na rea do livro did tico que traziam a seguinte inscri o Aprovado pela Comiss o Nacional de Moral e Civismo evidente que os autores adotavam uma autocensura para poder ter suas obras aprovadas Em 1971 a lei 5 692 71 introduz a Reforma do Ensino de 1 e 2 graus O tecnicismo marca a educa o brasileira e as ci ncias humanas perdem um espa o consider vel Essas altera es influenciaram na organiza o dos livros did ticos que passam a adotar a metodologia do trabalho dirigido ou instru o programada Na d cada de 1970 a sociedade brasileira come a a sentir com mai
298. id ticos como recurso material essencial para o desenvolvimento do processo de ensino nas salas de aulas em diferentes pa ses Gimeno Sacrist 2000 observa que na aproxima o entre a prescri o curricular e o curr culo real que se dinamiza na pr tica existe uma construc o intermedi ria que ocorre nos recursos pedag gicos principalmente nos livros did ticos Lajolo 1996 p 3 7 por sua vez caracteriza o que vai ser utilizado em aula e cursos na situac o especifica da escola isto de aprendizado coletivo e orientado por um professor O livro did tico instrumento importante de ensino aprendizagem formal que apesar de n o ser o nico pode ser decisivo para a qualidade do aprendizado resultante das atividades escolares Gatti Junior 2004 p 34 indica que os livros did ticos s o tomados como material impresso estruturado destinado ou adequado a ser utilizado num processo de aprendizagem ou forma o materiais caracterizados pela seria o dos conte dos mercadoria deposit rio de conte dos educacionais instrumento pedag gico portador de um sistema de valores suportes na formula o de Hist ria Nacional fonte de registros de experi ncias e de rela es pedag gicas ligadas s pol ticas pedag gicas da poca e ainda como materiais reveladores de ngulos do cotidiano escolar e do fazer se da cultura nacional O livro did tico utilizado em situa es sistem ticas de ensino ap
299. ida em que a disciplina cumpria papel estrat gico no processo de constru o da identidade nacional e da mem ria hist rica ambas forjadas Sobre ver GOMES ngela de Castro As Aventuras de Tibicuera Literatura Infantil e Hist ria do Brasil na Era Vargas Palestra apresentada no XV Congresso de Inicia o Cient fica da UNESP Dispon vel em www unesp br propp Acesso em jun 2004 110 de acordo com os princ pios abra ados pelo regime e que deveriam estar presentes nos livros utilizados em todas as escolas do pa s Com a criac o da CNLD 1938 implanta se em car ter oficial o controle pol tico ideol gico nos materiais did tico pedag gicos Os mesmos deviam estar em sintonia com o pensamento da poca isto do Estado Novo 1937 1945 Capanema defendia a id ia de que a educa o deveria ser orientada por diretrizes emanadas do Estado e gerir a constru o das bases da na o O livro did tico passa a ser o grande canal de divulga o do ide rio estado novista ordem da na o brasilidade seguran a nacional Ao investigar a presen a do livro did tico nesse per odo Freitag 1997 p 12 13 assinala que em 1938 aparece pela primeira vez a sua defini o Comp ndios s o livros que exp em total ou parcialmente a mat ria das disciplinas constantes dos programas escolares livros de leitura de classe s o os livros usados para a leitura dos alunos em aula tais livros tamb m chamados de
300. idade de fatos converg ncia de id ias e o fortalecimento de resist ncias quase natural que o desfecho dessas articula es tenha se Sobre ver MENDES Ricardo AntOnio Souza Mar o de 1964 esquecendo as diferen as Revista Ci ncias e Letras N 37 Porto Alegre FAPA jan jun 2005 p 205 225 159 efetivado entre 31 de mar o e 1 de abril de 1964 com o Golpe de Estado que derrubou do poder o presidente Jo o Goulart O mesmo implementou no Brasil um regime antidemocr tico que se prolongaria por 21 anos denominado Anos de Chumbo Ao analisar as crises republicanas de 1954 1955 e 1961 Ferreira 2003 p 338 339 por sua vez diz Nessas crises a bandeira da democracia e da legalidade estava nas m os dos trabalhistas e das esquerdas N o se tratava de lutar por reformas mas sim de garantir os preceitos constitucionais Da as vit rias que obtiveram diante da extrema direita golpista Somente na ltima crise da Rep blica inaugurada em 1946 em marco de 1964 o quadro pol tico seria diverso Preocupadas em implementar as reformas a qualquer preco na lei ou na marra as esquerdas passaram a denunciar o regime democr tico sobretudo o conservadorismo do Congresso Nacional como um empecilho para viabilizar o conjunto de mudan as que exigiam sobretudo a reforma agr ria Continua Ferreira 2008 p 338 339 dizendo que a bandeira da Legalidade mudou de m os Em defesa da Constitui
301. ilheiros Tancredo Neves Vladimir Herzog Gabeira Lula JK Jo o Goulart Lamarca Leila Diniz Chico Buarque Ulisses Guimar es Vladimir Palmeira estudantes Marighella Santos Dias da Silva S o lembrados o Pasquim a UNE o MDB a Censura os jogadores tricampe es do mundo no M xico 1970 a revista O Cruzeiro 291 Destacam se as Passeatas Marcha da Fam lia com Deus e pela Liberdade Movimentos estudantis o Com cio da Central do Brasil a Passeata do Cem Mil as Greves do ABG os locais hist ricos Rio Centro Araguaia EF Central do Brasil USP avenida Borges de Medeiros em Porto Alegre As imagens retratam as obras dos governos militares Usina At mica de Angra dos Reis Itaipu Transamaz nica BNH Poder amos dizer ainda que as imagens focalizam tanques fuzis pau arara que representam a opress o Por outro lado encontramos bandeiras urnas anistia que evocam sentimentos e op es pela democratiza o Os pr prios Drag es da Independ ncia parecem avisar os militares que o seu ciclo precisa e vai acabar Se tomarmos como elemento de an lise o total das imagens partimos de um conjunto de duzentos e onze nos livros publicados entre 1967 1988 para atingir um patamar de tr s mil e oitocentos e sessenta e duas imagens nos livros mais recentes 1995 2005 No que diz respeito s imagens espec ficas do Regime Militar tamb m houve um crescimento consider vel de trinta imagens presentes nos livros do per o
302. imet ao lado do general M dici ditadura militar realizou grandes obras nem todas com resultados positivos Uma delas foi a Transamaz nica uma longa estrada cortando a Amaz nia No dizer do l der pol tico Pedroso Horta um caminho que parte do nada e leva ao nada Hoje a estrada est praticamente abandonada Programas de assist ncia social como aposentadoria para os trabalhadores do campo foram mais bem sucedidos e ajudaram a consolidar a imagem do governo No reverso da medalha a renda concentrava se cada vez mais e os sal rios dos trabalhadores n o acompa nhavam nem a infla o nem o crescimento da econo mia A vida intelectual o ensino a produ o cultural e a participa o pol tica eram tolhidos pelo regime Mui tos amedrontados pela repress o recolheram se no anonimato 495 326 A id ia era a de que o Brasil estava trilhando um caminho de pleno progresso e desenvolvimento da consci ncia dos alunos e populares e que os brasileiros viviam em uma poca incr vel Os governos procuravam aliar o discurso oficial s imagens de grandes projetos de engenharia civil que se tornaram s mbolos de um Brasil pot ncia como a Transamaz nica a Ponte Rio Niter i a Hidrel trica de Itaipu as quais consumiram na poca enormes custos e desencadearam posic es contr rias Ao verificarmos a presen a desses eventos que marcaram o per odo dos anos de 1970 encontramos nos livros de Campos 1999 Schmidt
303. inamente pelo Presidente da C mara Ra nieri Mazzilli No dia 9 de abril de 1964 o Alto Comando da Revolu o formado pelo General Artur da Costa e Silva Vice Almirante Augusto Rademaker e Tenente Brigadeiro Correia de Melo promulgou o Ato Institucional n 1 que mantinha a Constituic o de 1946 mas impunha novas medidas entre elas a eleic o indireta do novo Presidente 231 Foto n 6 Lucci p 231 300 301 W e x sr ar y ME U ADS ER eomm ww PNE C A AUTA nt 2 A ad Passeata dos cem mil RJ unho de 19 J de da fam lia com Deus pela liberda Marcha P mar o de 1964 S Paulo mar l Novos atores na cena pol tica Com a vit ria do movimento militar o Comando Supremo da Revolu o assim ele se autodefiniu editou o Ato Institucional n 1 suspendendo as garantias constitucionais e estabelecendo um prazo de 60 dias durante os quais poderia cas sar mandatos e suspender direitos pol ticos Os expurgos atingiram os principais l deres do governo deposto Jo o Goulart Leonel Brizola Almino Afonso Abelardo Jurema Darci Ribeiro Celso Furtado Miguel Arraes Francisco Juli o e muitos outros A Frente Parlamentar Nacionalis ta foi extinta o mesmo ocorrendo com todas as organiza es que exigiam as refor mas de base o Comando Geral dos Trabalhadores CGT o Pacto de Unidade e A o PUA e as Ligas Camponesas Sindicatos e federa es oper rias sofreram interven es do Governo
304. inho da Adelaide a quem atribuiu a autoria de tr s de suas cang es Acorda Amor Jorge Maravilha e Milagre Brasileiro Ir nico o compositor fez Julinho dar uma entrevista ao jornal Ultima Hora em setembro de 1974 No ano seguinte Julinho j havia morrido mais uma vez por obra de seu criador Mas foram as lideran as progressistas da Igreja Cat lica atrav s de suas pastorais que exerceram o principal papel de resist ncia nesses anos t o dif ceis Voz daqueles que n o tinham voz ela colocou advogados disposi o das fam lias dos presos pol ticos O objetivo inicial era encontrar os prisioneiros e garantir lhes assist ncia jur dica O cardeal arcebispo de S o Paulo D Paulo Evaristo Arns fez duras cr ticas aos militares condenou publicamente as torturas praticadas e denunciou os assassinatos cometidos Membros da Igreja deram abrigo a militantes de esquerda e ajudaram a organizar fugas para fora do pa s Juntamente com l deres protestantes e judaicos o clero cat lico desafiava a hierarquia militar Viola Enluarada A m o que toca um viol o Se for preciso faz a guerra Mata o mundo Fere a Terra A voz que canta uma can o Se for preciso canta um hino Louva a morte Viola em noite enluarada No sert o como espada Esperan a de vingan a O mesmo p que dan a um samba Se preciso Vai luta Capoeira Marcos Valle Paulo S rgio Valle 230 muito interessante a contribuic o de Camp
305. interpretar teorizar e reconstruir suas identidades e experi ncias pedag gicas articulando as ao seu espa o social e sua temporalidade hist rica e cultural Nesse processo os autores embasados em pressupostos te ricos metodol gicos atualizados devem reinventar o processo dial gico de ensinar e aprender E para que isto ocorra o conhecimento da Hist ria da Educa o e da Hist ria da Educa o brasileira indispens vel Sobre ver LOPES Eliane Marta Teixeira FARIA FILHO Luciano Mendes VEIGA Cynthia Greive orgs 500 anos da Educa o no Brasil 3 ed Belo Horizonte Aut ntica 2003 27 Na contemporaneidade vivenciamos um momento intenso de produ o epistemol gica e historiogr fica Para acompanhar esse processo torna se preciso que se fa a de acordo com Cezar 2005 p 300 um apelo vigoroso para que a hist ria se redefina como disciplina cr tica em uma poca marcada por crises e incertezas quanto aos rumos da hist ria enquanto saber capaz de conferir sentido ao passado e presente O objetivo da mesma n o apenas realizar uma produc o historiogr fica mas chamar a aten o para as compatibilidades entre disciplinas vizinhas e suas rela es A sistematiza o do conhecimento e a origem das disciplinas escolares ocorre em meio divulga o de uma corrente do pensamento pedag gico que defendia a renova o do ensino prim rio e secund rio na segunda metade do s culo XIX Segund
306. io de desenvolvimento capitalista dentro dos projetos de moderniza o do Pa s N o havia no entanto cr tica ao predom nio de uma Hist ria euroc ntrica e ao conceito de civiliza o difundido por essa Hist ria A genealogia da na o encontrava se na Europa e o mundo brasileiro era branco e crist o A partir da Lei 4 024 61 o Conselho Federal de Educa o passa a estipular a amplitude das disciplinas obrigat rias ficando sob a responsabilidade dos Conselhos Estaduais e Associa es de Professores a defini o dos programas As orienta es emanadas do CFE destacavam a Hist ria Geral e do Brasil A Hist ria 69 da Am rica deveria ser trabalhada quando poss vel De acordo com Horns e Germinari 2006 p 28 Esse encaminhamento levou institucionalizac o de programas com vis o euroc ntrica ou seja a seq ncia cronol gica que privilegia os grandes fatos da hist ria europ ia como por exemplo a Revolu o Francesa a Revolu o Industrial Inglesa quando muito articula esses acontecimentos com a Hist ria do Brasil destacando a Independ ncia ou a Rep blica ou a Emancipa o Pol tica Hispano americana como conseq ncia das mudan as ocorridas na Europa concentradas nas decis es pol ticas Em 1964 o golpe militar assinalou o fim da democracia populista e o decl nio dos debates pol ticos e educacionais implementando torturas persegui es cassa o e ex lios O movimento estudantil
307. ioefBoejep eu ouou BozieH 896 juepnis3 eieesseg LAIS PISO9 SOpep os ojsiseo srejeueD sop eDueuo einpeliqd e oxieqy oipod wn ep epeuoe eu ewe ep euoJe N seni eu sopepjos IseJg op amp E34092 EP oroIul02 ou eseJe FIN 8 penos ogor AJogjos s S818 LO0c piuuos Ise1g op oND BUOISIH BAON BozjeH JLUIPeIM ONJUS9 0IW ou equioq 8964 PH ou puepnise ejeesseg en eu sopepjos wos enbue v6L 0006 IH lld epn uy seig op e199 euoisiH euoisiH epo L s gem sqo NH suabeu susbeul ouy Jony ony p 286 y86 L oJlouel 9S ep eSeJg olneq oes PP sejeuiq 01U92 0IH LAIS ep seg oiues eoipuis J9P op eJeuny I0J91IN oiy ejuod yf13 ouqi3 sepu Jopexiequia ojad sopeooJ soonijod 8 8rv S00c Idooeueg opeAezy seig eues Ise1g op euoisiH sosaJd goej oujnf fy ou N ue op ejeessed eu seijsiuy 996L dS Inpuepnise ojueuurouJ oe oessaudai ooutJg OJ 9 Se2 op essog eanne oppd wn uie enpera OXIEQY Y86L f sel 1iq solo Z opeioue fH Z86 S995199 SoJj9ueJeg l9S ISE1q op i cl t68 S002 oDBuoq ounuosolA lesiec ououw BozieH G 6L gaIN op oe5e1oA 976 eueqeoedoo e199 EUOJSIH IN3 eJed euoisiH w opejuaje soea p96L p L PH ou sedo oesse1ideu y86L b 0L WS ord ou er sejeuq eyy euibed OID N ojod sopeunooud epjenbse ep sejueji Iuu WO0 ZEEN LAIS e plsoo G eez S00c OoyeA q i
308. iseJyg O x 8cc ZL ak 6264 6461 dS 401Ip3 Ouen sop ouynH eof SeJg OD EUOISIH eeugioduiejuoo vo vL eoljqnde e e x 9Sc 8l ak 626L 626L dS amp ArEJeg 1900n IQely uela IISe1g HAL ouisijndod op oluij5p 9p O 0 6L dS amp puluueH iSeJg op ES 60 epsiodepeomandoHy ape 3b e83 6L 796 puopen ejoyip3 BIO sellog P V BUOISIH ep oipueduio 0 cl SEIDU9PISSIA SEWN x 1 ve a9 1961 9v6l dS OjueumeJou o u BUBIA OIJ9H ISeJg Op EUOISIH Beupiodusjuoo dS JOEN seia O CCI Z0 Le eoljqndeH v 89 Lc 0L 96L 8964 IPUOIOEN JOJIp3 BIO ojnos opueuuy IISe1g OD EUOISIH Jen oe EN us Suba Bed eorneuloe Gd so nlide5 EpES Epes og ouepioqe 477 ep Eel n Oi ii Jey oway ep OD euy eue iba pJollp3 Jony ony L enb euibed P N p Init eJqos ojnideo N P aN oe ip3 p ouy IP el 9p N wn lsixg vel 8861 7961 OID N ouisu3 EUOJSIH ep oonepiq OJAT OU JeHIN SLDOW Op e5uesejd gu oupeno 135 Nessa poca segundo Fonseca 2004 p 53 o movimento de amplia o das pesquisas hist ricas e do repensar do ensino foi acompanhado por um processo de mudan as nas rela es entre o conjunto da ind stria cultural e as institui es educacionais produtoras de conhecimento A ind stria editorial passou a participar ativamente do debate acad mico adequando e renovando os materiais aliando se aos setores intelectuais que cada vez mais dependiam da m dia para se estabelecerem na car
309. isioneiros das for as brit nicas As tarde ao Partido da Frente Liberal PFL Em junho de 1984 o PMDB juntou se Frente Liberal e formou um bloco denomi nado Alian a Democr tica Juntos lan a ram a candidatura de Tancredo Neves go vernador de Minas Gerais Presid ncia O governo por sua vez indicou para a sucess o do general Figueiredo o nome de Paulo Maluf PDS pol tico que duran te os anos de chumbo de ditadura havia si do escolhido pelo regime para ocupar a prefeitura de S o Paulo Nas elei es presidenciais ocorridas em janeiro de 1985 Tancredo Neves venceu por 480 votos do Col gio Eleitoral contra 180 de seu advers rio A posse deveria ser realizada no dia 15 de mar o No dia ante rior entretanto Tancredo Neves adoeceu gravemente e foi internado em um hospi tal de Bras lia Transferido para um hospi tal de S o Paulo morreu no dia 21 de abril A Presid ncia foi ocupada ent o pe lo vice presidente Jos Sarney ex parla mentar da Arena que integrava a Frente Liberal Assim com um pol tico historica mente associado ao partido da ditadura chegou ao fim o regime militar Iniciava se dessa maneira uma nova fase na hist ria do Brasil Com cio pelas Diretas J realizado na pra a da S S o Paulo em janeiro de 1984 Alguns rg os importantes da imprensa tentaram minimizar a for a do movimento que ganhava as ruas Apesar disso a campanha por elei es diretas para
310. ismo 58 2 2 O Livro como Recurso Did tico r ainda 91 III O REGIME MILITAR NO LIVRO DID TICO DE HIST RIA DO ENSINO vapor ES 127 3 1 O Corpus da Pesquisa 1221212222222aaaaa a ennemis 128 3 2 O foco O Regime Militar errar 147 3 2 1 Contextualiza o Hist rica 5 oon oa idee sett ER erra ere exe Uc phe na acne 148 9 2 2 Notas sobrea Educa o uude ib ee ta iei d ooo cried ls 162 39 9 Fate FIISt rIge07 er DELETE 176 3 4 Os conceitos abordados nos Livros Did ticos 196 3 5 As Imagens do Regime Militar no Livro Did tico de Hist ria 243 CONSIDERA ES FINAIS sess tetn testet tete te tate 349 REFERENCIAS cU s AE gp 367 LIVROS DID TICOS ANALISADOS iene 381 AGRADECIMENTOS Chegado o momento de agradecer reconhe o aqueles que de alguma maneira auxiliaram na realiza o do curso e na elabora o deste trabalho A Deus pela vida e gra a alcan ada Coordena o e Professores do Doutorado em Hist ria PUCRS com quem al m de muito aprender recebi um grande exemplo de profissionalismo Em especial Prof Dra Maria Helena C mara Bastos pelas orienta es prof cuas pela retid o e confian a algo que fez com que a seguran a se tornasse uma constante durante a elabora o do trabalho Aos meus pais Gomercindo Guedes da Rocha in memorian e Imery Castilhos da Rocha in memorian que mesmo em su
311. istoria del libro M s a n el manual escolar es hoy el lugar de encuentro obligado de diversas ramas de la historia de la educaci n convergem em e l la historia del curr culo la historia de l s disciplinas escolares y la moderna historia interna de la escuela o de la pra ctica escolar O livro com exce o da b blia durante muito tempo foi considerado um artigo de luxo excentricidade e extravag ncia O surgimento da imprensa favoreceu a sua divulga o e democratiza o A partir do s culo XIX quando ocorre a sistematizac o das ci ncias e a origem das disciplinas escolares cria se a 98 necessidade de instrumentais para apresentar as noc es essenciais de cada rea do conhecimento Para Burgui re 1993 p 509 o aparecimento dos manuais est ligado inven o da imprensa e ao desenvolvimento da institui o escolar Pode se dizer grosso modo que na Fran a se iniciou no s culo XVII Os primeiros manuais se assim os podemos chamar ainda se apresentavam sob uma forma indefinida aide m moire cronol gicos s vezes redigidas em latim que buscavam competir com os cadernos de notas manuscritas ditadas pelo professor durante o seu curso Sua inadapta o confirmada por Rollin que escrevia no in cio do s culo XVIII seria portanto desej vel que houvesse uma obra composta explicitamente para os jovens Essa obra n o deveria ser nem um simples resumo carregado quase unicamente de datas e
312. ivos ao Regime Militar Entre os livros que tivemos acesso a primeira edi o ocorrida p s 64 dois autores Lucci e Santos n o abrem um cap tulo espec fico para o tema Enquanto Lucci destina quatro p ginas Santos trata do tema em apenas tr s O resultado diferente em Piletti que cria um cap tulo com onze p ginas inteiramente destinado ao tema Entre os novos autores que publicaram seus comp ndios na mesma poca quatro Piletti Cotrim Alencar Nadai Neves destinam um cap tulo para a abordagem do per odo mas entre eles apenas o de Piletti denomina o O Governo Militar 1964 Das setenta e uma p ginas que constituem os cap tulos cinq enta e duas contemplam o assunto Observa se que as refer ncias ao Regime Militar s o evitadas nos sum rios na denomina o dos cap tulos bem como quando essas obras destinam um n mero pequeno de p ginas para limitar uma discuss o do tema Ao examinarmos essas publica es percebemos uma abordagem tradicional em Borges Hermida Souto Maior e Vianna uma influ ncia da tend ncia comportamentalista forte no per odo p s LDB lei 5692 71 em Lucci com o seu Estudo Dirigido a inova o em Alencar Santos Cotrim e Nadai Neves Torna se pertinente lembrar que Cotrim defende no pr prio t tulo uma Hist ria do Brasil para uma gera o consciente enquanto Nadai Neves trazem uma enorme contribui o 137 te rica e metodol gica no corpo da obra tamb
313. ivos e propostas curriculares que vieram provocar o que Bittencourt 1997 chama de Era do Repensando A partir do final da d cada de 1980 e na de 1990 o mundo conhece uma enorme mudan a com o final da Guerra Fria 1989 e os novos nacionalismos Essas transforma es passaram a refletir praticamente em todas as reas do conhecimento Nos princ pios do s culo XXI com a expans o da globaliza o cresce a perspectiva de supera o das fronteiras nacionais E o ensino de hist ria no entendimento de Zarth 2004 p 113 114 poder andar na dire o da globaliza o dos conte dos demolindo os velhos contornos nacionais em favor de uma vis o mais ampla da Hist ria suprindo conte dos que possam estimular os antigos conflitos regionais Os acontecimentos ocorridos nos ltimos dez anos em escala mundial passaram a provocar mudan as de ordem econ mica social e pol tica Essa realidade passou a exigir novas propostas educacionais e outros contornos para o 354 ensino de Hist ria Na Europa e nos EUA os novos referenciais apontam para um ensino comprometido com uma Hist ria em escala mundial Em um momento em que cresce a id ia de globaliza o n o podemos perder a nossa identidade enquanto povo e na o nessa perspectiva que a constru o do primeiro momento do segundo cap tulo de nosso estudo permite chamar a aten o para a essencialidade em assegurar um maior espa o para os estudos de
314. l Ano 3 n 28 Rio de Janeiro SABIN jan 2008 p 76 80 VIN O FRAGO A Historia de la Educaci ne Hist ria Cultural possibilidades problemas cuestiones Revista Brasileira de Educa o n 00 Set Dez 1995 p 63 82 VITA lvaro Constitui es Brasileiras S o Paulo tica 1990 380 VYGOTSKY L S Pensamento e Linguagem Traduc o de J ferson Camargo S o Paulo Martins Fontes 1989 WASSERMAN Cl udia Como os brasilianistas interpretam o Regime Militar In Caderno de Cultura Porto Alegre Zero Hora 27 de mar o de 2004 p 4 5 O Livro Did tico Aspectos Te rico Metodol gicos relevantes na sua produ o In GUAZZELLI Cesar Augusto Barcellos et al orgs Quest es de Teoria e Metodologia da Hist ria Porto Alegre EUFRGS 2000 p 249 255 YILMAZ Lerent Como a Hist ria deveria ser escrita ou deve mesmo ser escrita Agora v 11 n 1 Santa Cruz do Sul Unisc jan jun 2005 p 21 29 ZARTH Paulo Afonso Hist ria qual ensino Qual conhecimento In ZARTH Paulo Afonso GERHARDT Marcos CONSETTI Berenice CAIMI Fl via Elo sa orgs Ensino de Hist ria e Educa o Porto Alegre lju ANPHURS Uniju 2004 p 109 121 381 LIVROS DID TICOS ANALISADOS ENSINO M DIO PUBLICA ES 1967 1988 ALENCAR Chico et al Hist ria da Sociedade Brasileira Rio de Janeiro Ao Livro T cnico 1981 COTRIN Gilberto Hist ria do Brasil para uma gera o consciente S o Paul
315. l Argentina Chile e Uruguai de per odos pouco focalizados nos livros did ticos ex Hist ria do Rio Grande do Sul sobre a import ncia dos conceitos no processo ensino aprendizagem em Hist ria ou um trabalho tratando das imagens fotografias como documento de ensino e pesquisa 366 No entanto consideramos que a pesquisa abre o caminho para mais dois importantes estudos um mais de cunho historiogr fico enfatizando como o Regime Militar deveria ser focalizado criticamente nos livros did ticos e o outro mais no mbito da metodologia sugerindo estrat gias e recursos did ticos para a sua abordagem na aula de Hist ria Os cont nuos momentos de leitura reflex o d vidas questionamentos produ o e tomada de decis es ocorridos no decorrer da elabora o da tese n o superam a expectativa da sua apresenta o final Nesse sentido recorremos a Carretero Rosa Gonz les 2007 p 23 quando esses autores afirmam Se dizemos que o ser humano hist rico n o somente porque se constituiu no passado mas tamb m porque tem alguma parte da propriedade de seu futuro Entendemos que a Hist ria e seu ensino devem ser instrumentos para abrir futuros poss veis n o unicamente para canaliz lo nas dire es recebidas por quem confeccionou no passado narrativas com voca o para eternas E na busca deste delicado equil brio que se discute agora o futuro do ensino de Hist ria Com a realiza o deste trabalho
316. l ncia contra o indiv duo Escoradas na doutrina da seguran a nacional segundo a qual os militares estavam encarregados da defesa contra amea as internas as For as Armadas e policiais moveram verdadeira guerra contra os opositores do regime Nessa guerra suja todas as armas inclusive a tortura eram justificadas Vicentino e Dorigo 2004 em sua avalia o do per odo falam dos instrumentos e locais onde eram praticadas as atrocidades aos opositores do 35 ver CONTREIRAS H lio Als A Opress o no Brasil S o Paulo Record 2006 O autor jornalista reconstitui o chamado golpe dentro do golpe Examina tamb m a repercuss o e o impacto das medidas ditatoriais brasileiras na Argentina e no Chile O autor entrevistou 50 pessoas a maioria delas militares que ocuparam cargos importantes nos governos p s 64 223 regime Os autores denunciam que para a manuten o do regime eram aplicados atos de intimida o como a tortura Verificamos que se a op o for Seguran a Nacional e Desenvolvimento elas est o presentes em Alencar caso seja Integra o e Desenvolvimento os mesmos aparecem em Caldeira Arruda Piletti e Cotrim se for apenas Integra o ela lembrada por Ferreira Ao tratar de uma das tentativas de integra o Caldeira 1997 p 328 informa sobre a Transamaz nica A mais estrondosa e fracassada promessa de construir um novo Brasil com grandes obras foi a constru o da es
317. l sobreviveu e desempenhou um significativo papel muito bem focalizado por Belo 2002 p 94 T m um impacto social na sociedade brasileira do s culo XX a que mais nenhuma obra impressa pode ambicionar para boa parte da popula o este o principal objeto em torno do qual se organizam as pr ticas de leitura Todos esses aspectos fazem convergir para o livro did tico uma s rie de interroga es hist ricas fundamentais que se prolongam at o nosso presente por tr s das quais encontramos o interesse pela alfabetiza o pela qualidade do ensino e pela democratiza o da leitura como condi es de cidadania Quando analisaram a relev ncia do papel do livro did tico na perspectiva da aprendizagem Bezerra e Luca 2006 p 37 por sua vez salientam que o mesmo precisa ser compreendido como elemento importante na constru o do saber escolar e do processo educacional espera se que contribua para o aprimoramento da tica imprescind vel ao conv vio social e constru o da cidadania Nesse sentido h que se verificar nos textos e nas atividades a exist ncia de uma real preocupa o em despertar no aluno a pr tica participativa a sociabilidade a consci ncia pol tica enfim a cidadania entendida em seu sentido mais amplo O livro um recurso did tico pedag gico que al m de constituir se em uma mercadoria ligada ao mercado editorial um suporte de conhecimento e canal de divulga o de valores e i
318. legado dos te ricos Os conceitos precisam ser entendidos em seu contexto hist rico Na realidade os mesmos guardam especificidades t picas de seu tempo Nesse sentido compartilhamos das id ias de Bittencourt 2004 quando a mesma diz a serem apreendidos no processo de escolariza o t m conota es pr prias da forma o intelectual e valorativa O estabelecimento de di logos entre as id ias de Mendon a 1983 Carretero 1997 Coll 2000 Bezerra 2003 e Bittencourt 2004 permite a compreens o de que os conceitos inserem se em um contexto espa o temporal Os mesmos destacam se pela sua especificidade relev ncia e influ ncias hist ricas e culturais Quando se refere conceitos Mendon a 1983 p 17 explica Os conceitos s o constru es l gicas estabelecidas de acordo com um quadro de refer ncias Adquirem seu significado dentro do esquema de pensamento no qual s o colocados Cada um usa seus pr prios conceitos para a comunica o de seus conhecimentos Ao sistema te rico de uma ci ncia podemo nos referir como um sistema conceptual Atrav s de um dispositivo conceitual procura se representar o fen meno ou aspectos do fen meno que ocorrem no mundo real uma representa o resumida de um conjunto de fatos E o processo de conceitua o Sua fun o refletir atrav s dos conceitos o que ocorre no mundo dos fen menos existenciais e simplificar o pensamento ao dispor alguns acontecimentos sob o me
319. lembrando os que tinham deixado o Brasil fugindo da ditadura Esse autor instiga o aluno a refletir e a pesquisar sobre o per odo As imagens que representam a sele o brasileira sempre despertaram o entusiasmo e a paix o pelo futebol do povo Quando verificamos a presen a dessas fotografias vamos encontr las em Schmidt 2001 Mota Braick 2002 e Pedro Lima Carvalho 2004 A fotografia do livro de Schmidt de tamanho grande apresenta os jogadores da sele o brasileira tricampe mundial no M xico 1970 com a tradicional camiseta canarinho O autor lembra os nomes de Pel Tost o Jairzinho Rivelino Clodoaldo Gerson e Carlos Alberto mas n o identifica os demais atletas Entre eles orgulha nos a participa o do ga cho Everaldo Marques da Silva lateral esquerdo do Gr mio Porto alegrense Esta fotografia colorida ilustra a parte inferior da p gina A mesma n o traz o nome do autor data lugar e a sua fonte Observa se que embora a fotografia represente a tem tica o autor n o realiza uma abordagem mais ampla Mota Braick 2002 inserem em seu livro a reprodu o da fotografia da capa da revista O Cruzeiro com a manchete O Caneco nosso A mesma mostra a 328 ta a sustentada pelos bra os do jogador Carlos Alberto Torres Essa fotografia colorida est situada no lado direito da p gina logo ap s a letra da m sica Pra frente Brasil que se tornou o hino da Copa 1970 A mesma n o
320. lidade democr tica Isso levou setores da es querda a pensar na luta armada como a nica forma de a o pol tica consequente A crise pol tica o AI 5 e a luta armada O movimentos estudantis as lideran as oper rias e o Partido Comunista discutiam a situa o pol tica na clandestinidade O Partido Comunista insistia na tese de que a luta contra o regime militar deveria ser pela via pol tica e n o pela luta armada como os outros setores pretendiam Em mar o de 1968 a pol cia matou o estudante Edson Lu s em uma manifesta o de estudantes no Rio de Janeiro Imediatamente uma onda de protestos tomou conta da ci dade passeatas com cios choques com a pol cia O MDB os intelectuais e a Igreja manifestaram o apoio aos estudantes Organizou se a Passeata dos 100 Mil com a participa o de diversos setores da sociedade Do movimento estudantil a onda de protesto esten deu se para o movimento oper rio Em abril ocorreu uma grande greve na cidade de Contagem Minas Gerais na qual quase 7 000 trabalhadores cruzaram os bra os Em S o Paulo nas comemora es do 1 de Maio o governa dor Abreu Sodr foi apedrejado Em julho de 1968 na cidade de Osasco S o Paulo os oper rios entraram em greve Em setembro no Rio de Janeiro os banc rios fi zeram o mesmo Era a primeira vez depois de mar o de 1964 que o movimento oper rio desafiava o regime militar e protestava contra o arrocho salarial As tropas do
321. limina o do embate social e pela ruptura de um processo reformista A partir da abertura pol tica essa sociedade recuperou legitimamente valores e institui es democr ticas Na perspectiva de Reis 2004 p 50 a ditadura militar n o h como neg lo por mais que seja doloroso foi um processo de constru o hist rico social n o um acidente de percurso Foi processada por um brasileiro n o imposta ou inventada por marcianos Reconhec la pode ser um exerc cio preliminar para compreender seus profundos fundamentos hist ricos e sociais e para criar condi es para que o abomin vel n o volte a assombrar e a atormentar a hist ria destes brasis Os quarenta anos do Regime Militar abriram espa os tempo para um revisionismo historiogr fico discuss es debates e atividades em que os 9 Sobre ver SILVA Francisco Carlos Teixeira Crise da ditadura militar e o processo de abertura pol tica no Brasil 1974 1985 In FERREIRA Jorge DELGADO Lucilia de Almeida Neves orgs O Brasil Republicano Regime militar e movimentos sociais em fins do s culo XX v 4 Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2003 p 243 282 Sobre ver PAES Maria Helena Sim es A D cada de 60 Rebeldia contesta o e repress o pol tica S o Paulo tica 2006 HABERT Nadine A D cada de 70 Apogeu e crise da ditadura militar S o Paulo tica 2006 RODRIGUES Marly A D cada de 80 Brasil quando a multid o voltou
322. lte trazem pequenas passagens onde falam de aspectos relacionados a civismo Campos 1999 p 315 traz uma imagem dos com cios pelas Diretas em Belo Horizonte 1984 e diz A cor amarela foi escolhida como s mbolo da campanha das diretas Mais do que a mensagem de sabedoria que muitos quiseram sustentar tratava se de uma forma de n o deixar o vermelho das bandeiras de esquerda dominar as pra as e avenidas Era poss vel ver um pouco de medo nos semblantes das pessoas Nem mesmo as tradicionais palavras de ordem Abaixo a Ditadura e O povo unido jamais ser vencido conseguiam dissipar o receio de uma brutal interven o militar Durante a execu o do Hino Nacional grande parte dos presentes se debulhava em l grimas Nos anos de ditadura acostumaram se a ver o Hino Nacional como s mbolo do regime militar Cont lo em maio a mais de um milh o de pessoas como um ato de protesto tinha um indescrit vel sabor revolucion rio Ulysses Guimar es o senhor diretas apesar de muito respeitado n o conseguiu empolgar a massa Tamb m foi o caso de Tancredo Neves Franco Montoro Fernando Henrique Cardoso e Dante de Oliveira O povo vibrava com Lula e Brizola que lembravam que a luta pol tica tinha de aprofundar as mudan as sociais no pa s Apesar do amarelo as bandeiras vermelhas destacavam se na multid o Campos 1999 em sua abordagem salienta que a Campanha das Diretas J constitui se em um grande movimento c vico onde
323. lvagem Imagine que voc fosse um guerrilhei ro naquela poca Documento falso rev l ver escondido na cintura olhar assustado para qualquer pessoa da rua Distante da fam lia dos amigos de qualquer conheci do Clandestino Codinome ou seja nome inventado nem os companheiros sabiam sua identidade Se fossem presos n o po deriam te revelar Voc s se escondem num apartamento discreto no sub rbio E mu dam de resid ncia quase todo o m s Esse esconderijo chamado de aparelho Um dia voc tem um ponto ou seja um encontro marcado com outro guer rilheiro Ele n o aparece Prova velmente caiu foi preso Em algumas horas debaixo de paulada pode ser que ele abra Os meganhas logo v o chegar preciso desativar o aparelho r pido De repente chega a pol cia Tiroteio Mortes Se voc escapar com vida vai direto para o por o Agora sim voc vai sentir na pele a face mais negra do regi me A tortura N o houve guerrilheiro preso que n o fosse barbaramente tortu rado Ficar pendurado no pau de arara um cavalete em que o sujeito fica preso pela barra que passa na dobra do joelho com p s e m os amarra dos juntos um dos piores supl cios Al m disso pontap s queimaduras de ci garros choques el tricos alicates arran cando os mamilos banhos de cido test culos amassados com alicate arame em brasa introduzido pela uretra dente arran cado a pontap s olhos vazados com so cos
324. m Estado forte e centralizado condutor da na o rumo civiliza o Foi quando se constru ram muitos dos mitos que ainda s o enfatizados na Hist ria do Brasil como os bandeirantes m rtires e her is como Tiradentes Duque de Caxias e outros A partir da Proclama o da Rep blica 1889 ocorre uma s rie de discuss es a respeito de quest es nacionais Na rea da Educa o os debates acontecem em torno da necessidade da cria o de um sistema nacional de ensino O contexto hist rico brasileiro come a a mudar com a crise econ mica de 1929 e a Revolu o de 1930 que inauguram um ciclo conhecido como Era Vargas 63 Esse novo per odo marcado por um intenso centralismo e nacionalismo Representa um momento significativo de mudan as educacionais a come ar pela Reforma Francisco Campos Ao analisar a realidade educacional desse per odo de inova es Ghiraldelli Jr 2003 p 29 30 esclarece As leis Campos foram as seguintes pelo Decreto n 19 850 11 4 1931 ele criou o Conselho Nacional de Educa o pelo Decreto n 19 851 11 4 1931 disp s itens regulamentando e organizando o Ensino Superior no Brasil adotando o chamado regime universit rio em seguida com o Decreto n 19 852 11 4 1931 organizou a Universidade do Rio de Janeiro com o Decreto n 19 890 18 4 1931 organizou o ensino secund rio com o Decreto n 20 158 30 6 1831 organizou o ensino comercial e regulamentou a profis
325. mas de seu cotidiano As imagens parecem mais sedutoras do que a realidade permite ao observador fazer viagens por lugares nunca dantes imagin veis e descobrem o pr prio mundo No momento atual os historiadores est o mais despreocupados em rela o a provas ou verdade em rela o aos fatos essencial para os positivistas Hoje as fronteiras s o menos r gidas e abrem espa o para di logos entre as diferentes reas do saber buscando apoio em conceitos estrat gias e experi ncias Assim ocorre o desenvolvimento de um novo olhar sobre as fontes os jornais as revistas os documentos os filmes os outdoors as campanhas publicit rias na TV o livro did tico ou paradid tico a bibliografia especializada as imagens os acervos das escolas CD ROM Internet Nessa nova fase conforme Paiva 2002 p 13 preciso aprender a Paiva 2002 Nos ltimos Lidar com essa diversidade de registros saber indag los e desconstru los saber contextualiz los e explor los para deles retirar vers es ou fazer com que eles subsidiem as nossas vers es isto apropriarmo nos criticamente deles e us los metodologicamente esses s o os procedimentos b sicos do historiador e isso o que deveria ocorrer nas salas de aula desde o ensino fundamental p 13 ao falar da imagem defende Uma fonte que contribuiu tamb m para o melhor entendimento das formas por meio das quais no passado as pessoas represent
326. mente a historicidade de sua poca A investiga o revela que entre os fatos a Campanha das Diretas J que abordada pela maioria dos autores evidente que o contexto 196 hist rico e social em que os livros foram elaborados um fator determinante mas para os autores o elegerem falou mais alto o seu significado hist rico evidente que ao encerrar esse momento somos conscientes de que n o abrangemos todos os aspectos Durante a sua cria o al m das reflex es indagamos organizamos os quadros elegemos fatos e tecemos alguns coment rios Na pr tica a sua elabora o permitiu a articula o com o pr ximo momento no qual vamos focalizar os conceitos hist ricos relativos ao regime militar que os livros did ticos publicizam 3 4 Os conceitos abordados nos Livros Did ticos O quarto momento do terceiro cap tulo trata dos conceitos abordados pelos livros did ticos O mesmo constitu do por duas fases na organiza o da primeira fomos buscar apoio te rico na produ o historiogr fica e procuramos aliar id ias de historiadores e educadores A seguir investigamos dados organizamos quadros e produzimos an lises As mudan as pol ticas econ micas sociais cient ficas tecnol gicas e culturais ocorridas nas ltimas d cadas do s culo XX e princ pios do XXI causaram enormes inquieta es perplexidades e d vidas entre os pesquisadores professores e alunos Nesse sentido o processo his
327. mericanos v XXXI n 2 Porto Alegre PUCRS dez 2005 p 7 22 KOSSOY Boris Fotografia e Hist ria S o Paulo Ateli Editorial 2001 Realidades e Fic es na Trama Fotogr fica 3 ed S o Paulo Ateli Editorial 2002 KUBRUSLY Claudio O que Fotografia 4 ed S o Paulo Brasiliense 2003 KUENZER Ac cia Para estudar o trabalho como princ pio educativo na Universidade Categorias te rico metodol gicas Tese Curitiba UFPR 1992 374 LAJOLO Marisa org O Livro did tico um quase manual de usu rio In Em aberto V 16 n 69 Bras lia INEP 1996 P 3 7 LE GOFF Jacques Hist ria e Mem ria Campinas Unicamp 1994 LIMA Solange Ferraz de CARVALHO V nia Carneiro de Desenhocop O Ensino atrav s das Imagens Hist ria da Educac o Vol 7 n 14 Pelotas ASPHE FAE UFPEL Set 2003 p 30 LOPES Eliane Marta Teixeira GALV O Ana Maria de Oliveira Hist ria da Educa o Rio de Janeiro DP e A 2001 LORENZ Federico Guillermo O passado recente na argentina as dif ceis rela es entre transmiss o educa o e mem ria In CARRETERO M rio ROSA Alberto GONZALES Maria Fernanda orgs Ensino de Hist ria e Mem ria Coletiva Porto Alegre Artes M dicas 2007 p 229 242 MACEDO Jos Rivair Hist ria do Livro Did tico O Ponto de Vista de um Autor In GUAZELLI C sar Augusto Barcellos et ali org Quest es de Teoria e Metodologia da Hist ria Porto Alegre
328. mica fundamental eram todos civis Foto n 9 Schmidt p 323 303 Marcha da Fam lia com Deus pela liberdade As do nas de casas podiam voltar a assistir novelas na tev rid culo achar que todos os militares foram corruptos Ao contr rio a maioria dos generais coron is e almirantes n o roubou dinheiro p blico E se a gente pegar todo o dinheiro ganho pelos ofi ciais incluindo as eventuais roubalhei ras certamente n o chegar aos p s do que uma nica multinacional lucrou no mesmo per odo N o podemos olhar a hist ria de for ma manique sta achando que ela se re duz a uma briga entre os mocinhos e os bandidos Claro que isso n o quer dizer que n o exista verdade que qualquer interpreta o da reali dade seja v lida ou que devamos aceitar tudo o que aconteceu Mas nos alerta contra as simplifica es O que queremos dizer com isso Que os militares n o derrubaram Jango e implantaram uma ditadura porque queriam fazer do pa s um campo de ca a para o ca pitalismo selvagem Sim a ditadura teve momentos de des respeito aos direitos humanos e de explo ra o brutal do povo tra balhador Mas nem todos os militares sabiam disso V rios deles acreditaram que estavam sendo patrio tas Uns nem achavam que haveria uma ditadura Pensaram que estavam evitando uma dita dura comunista ou uma ditadura estavam salvas do comu nismo ateu 304 Como rea o s
329. mite abrir novos caminhos para a escrita como instrumento para a condu o de um processo ensino aprendizagem formativo e cr tico Nikitiuk acredita que se o livro did tico for assim produzido pode se tornar um ve culo de conscientiza o reflex o e questionamento da realidade social vivida O estado da arte das pesquisas sobre o livro did tico de Hist ria revela dados interessantes Observa se que autores em diferentes locais e institui es est o em pleno processo de constru o de estudos investigativos sobre diferentes tem ticas 48 Nota se que diferentes tem ticas j foram alvos de estudos tendo o livro did tico como l cus de pesquisa Nessa diversidade observa se que at o presente os seguintes aspectos s o focalizados estere tipos e valores preconceitos mitos democracia racial divis o social desigual da sociedade ideologia cidadania metodologia Hist ria Regional Hist ria Ibero Americana processo ensino aprendizagem identidade nacional racismo imagens a presen a do Jap o Inconfid ncia Mineira o papel das camadas populares e os conceitos hist ricos Mas at o momento n o foi poss vel localizar nenhum estudo que se debru asse sobre o Golpe de 1964 e o Regime Militar no Livro Did tico de Hist ria do Ensino M dio Isso evidencia a import ncia de tomarmos essa tem tica como objeto de investiga o al m de procurar responder a um dos grandes desafios que se apresenta no in cio
330. mostra que a preocupa o de Caldeira 1997 demonstrar que a integra o um dos objetivos essenciais para garantir a continuidade da vig ncia do regime O autor destaca a import ncia da obra para integrar a Amaz nia com as demais regi es do Brasil Por outro lado o mesmo n o focaliza o significado do impacto de sua constru o para as popula es locais preserva o do meio 224 ambiente desenvolvimento regional e seguridade da fronteira Trata se de um tema vasto que poderia constituir um outro estudo Sobre o conceito de Seguran a Nacional lembramos que o mesmo surge nos comp ndios das d cadas 60 70 80 e no recente trabalho de Azevedo Seriacopi Ao lembrar do mesmo esses autores 2005 p 480 explicam Contrariando o discurso inicial de r pido retorno democracia nos ltimos meses de seu governo Castelo Branco adotou medidas que endureceram ainda mais o regime No in cio de 1967 promulgou uma lei de imprensa que cerceava a informa o decretou uma Lei de Seguran a Nacional que restringia as liberdades civis cassou parlamentares e fechou o Congresso O livro de Azevedo Seriacopi 2005 foi elaborado em meio s comemora es dos quarenta anos do golpe de 1964 Mesmo assim os autores n o souberam aproveitar esse novo momento para realizar uma abordagem abrangente e reflexiva Os mesmos deveriam ter utilizado o livro para publicizar uma an lise teoricamente sustentada e procedimentos did ticos cap
331. n a Nacional e Integra o vamos encontr los em Campos Esse autor 1999 p 284 ilustra a sua abordagem ao falar de Seguran a Nacional Enquanto o novo n cleo do poder se organizava transcorria uma ampla campanha arquitetada pelos setores mais conservadores do pa s Exigiam se expurgos nas universidades nos servi os p blicos e nas for as armadas Intelectuais de esquerda lideran as pol ticas e sindicais e militares nacionalistas foram alvos de intensa persegui o A linha dura controlava as comiss es especiais de inqu rito criadas para investigar crimes de subvers o e corrup o O Inqu rito Policial Militar IPM era uma poderosa arma de intimida o qual foram submetidas milhares de pessoas Em junho de 1964 foi criado o Servi o Nacional de Informa es SNI rg o que reunia agentes de seguran a civis e militares que se infiltravam em jornais empresas escolas universidades associa es e sindicatos para investigar suspeitos e reprimir atividades oposicionistas Ao longo de 1964 aproximadamente cinquenta membros do Congresso dezenas de vereadores e deputados estaduais cerca de cinquenta ju zes e servidores civis e militares foram afastados de seus cargos e tiveram seus direitos pol ticos suspensos Nomes importantes como Juscelino Kubitschek J nio Quadros Jo o Goulart Leonel Brizola Miguel Arraes Luis Carlos Prestes Darci Ribeiro e Celso Furtado foram afastados da cena nacional Nesta pa
332. nal evidente nas disciplinas de Hist ria e Geografia Essa tentativa no entanto n o modificou as pr ticas vigentes 64 Minist rio da Educa o e Sa de e da Comiss o do Livro Did tico no per odo getulista teve in cio a pr tica de controle dos conte dos de ensino de Hist ria e do seu material did tico fazendo com que o professor perdesse o poder de decis o sobre os programas e sobre o livro did tico que s o transferidos para o Estado O professor de Hist ria foi expropriado assim de elementos que lhe davam identidade profissional Em rela o aos curr culos e ao ensino de Hist ria nos anos 1930 dir se ia que esse per odo foi marcado pelos conflitos entre as propostas de uma educa o human stica e de uma educa o cient fica pela substitui o de uma Hist ria Universal pela Hist ria da Civiliza o o que implicava em uma ruptura com a vis o tradicional cat lica para uma vis o laica e positivista pelas discuss es c vico nacionalistas que tinham como objetivo maior a manuten o do Estado Nacional e a identidade coletiva do povo brasileiro Ao mesmo tempo essas abordagens constitu am a espinha dorsal do ensino de Hist ria Nesse sentido Bittencourt 2004 p 80 afirma A Hist ria da Civiliza o com os quatro grandes per odos e separada definitivamente da Hist ria sagrada transformou se no eixo explicativo da Hist ria escolar Os pressupostos iluministas foram os vencedores de uma
333. ncipais reformas constavam a banc ria fiscal urbana tribut ria administrativa agr ria e universit ria al m da extens o do voto aos analfabetos e oficiais n o graduados das For as Armadas e a legaliza o do PCB O controle do capital estrangeiro e o monop lio estatal de setores estrat gicos da economia tamb m faziam parte do programa reformista dos nacionalistas Com essas proposi es al m da fidelidade dos comunistas e trabalhistas Goulart passa a contar com o apoio das Ligas Camponesas da Uni o Nacional dos Estudantes de grupos de cultura popular dos setores progressistas da Igreja Cat lica de sindicalistas de pol ticos da Frente Parlamentar Nacionalista Nessa perspectiva Vieira 2000 p 191 enfatiza Jango procurava enfrentar as dificuldades pol ticas econ micas e sociais combinando o nacionalismo com o capitalismo internacional buscando o controle do custo de vida e tamb m da produ o mediante um plano de estabiliza o econ mica denominado Plano Trienal Os resultados insatisfat rios no campo da economia fortaleciam sua convic o quanto necessidade de concretizar as reformas de base pondo a emancipa o econ mica como condi o de derrota do subdesenvolvimento Sobre ver AZEVEDO Fernando Ant nio As Ligas Camponesas Rio de Janeiro Paz e Terra 1982 ver tamb m BORGES Maria Eliza Linhares Reforma Agr ria e Identidade Camponesa In REIS Daniel Aar o RIDENTI
334. ncourt 2004 p 360 esclarece Independentemente da origem da Imagem o problema central que se apresenta para os professores o tratamento metodol gico que esse acervo iconogr fico exige para que n o se limite a ter usado apenas como ilustra es para um tema ou como recurso para seduzir um aluno acostumado com a profus o de imagens e sons do mundo audiovisual Nesse sentido buscamos realizar uma analise descritiva a respeito da presen a de imagens e fotografias sobre o Regime Militar no livro did tico de Hist ria A id ia realizar um levantamento sobre essas imagens fotografias e sua incid ncia nos manuais selecionados para o estudo quadro 10 e 11 Tamb m apresentamos as capas dos livros did ticos que constitu ram o foco da pesquisa mo x fH eng ep eueo OE6 ep oe5njo ed po el dS Ly c86L ISEJg OD BUOISIH uOS oN 21181194 Jeugeq 10d sepeyjege waq oynu XIX olno s x pesG dS Ly c86L I8uo ISEJg OD BUOISIH op soidjouud sou f4 op eroos oueipioo op seueo opueJquie Wsbeul d OABIO 10 1 op op u le jeureuo eied ejueujjeArssod opezi n 9 910J 109 euin OYJSUMSA O eJnpejp e eiougisisoJ e eJquia enb eim e 0861 ep epeoop seiseJg eunjo e nojepi enb pe gl Sojues sop enq 0103 X 6264 ISBJg Op BUOISIH S S ld ZEG ep 19 euenB e sejuejBiuur so e ej6eu eluje e sojpenp dS enop ooe ouny aof f a pejmnog f yr sejuepiseJg so seBJeA oia ep euou
335. ndamentos te ricos O espa o destinado abordagem da tem tica no livro did tico n o foi suficiente Optaram por trabalhar com outro Um outro aspecto que podemos levantar que Borges Hermida Licci e Santos tiveram a sua forma o e a produ o de seus livros em um per odo que faltavam muitos recursos J Pedro Lima Caravalho e Mota Braick s o autores que tiveram uma forma o recente e uma enorme gama de recursos t cnicos Qual seria a explica o para esse sil ncio Os ltimos anos da d cada de 1960 e os princ pios dos anos de 1970 s o marcados pelos movimentos contra o racismo a guerra do Vietn a repress o sexual o abuso com as mulheres e por reformas de ensino No Brasil na esteira dos movimentos internacionais incorpora se o movimento estudantil que al m de comungar com as causas anteriormente mencionadas reage contra o autoritarismo do regime militar No entanto verifica se que os livros fazem poucas alus es ao movimento estudantil no per odo militar Em Mota Braick 2002 p 523 524 o movimento estudantil aparece a partir da transcri o de uma reportagem publicada na se o Veja na sala de aula Revista Veja n 1545 S o Paulo 06 de maio de 1968 1968 o ano em que o mundo mudou Certas datas irradiam uma aura de revolu o E o caso de 1968 ano de mobiliza es e confrontos pol ticos e tamb m de transforma es no campo das artes do comportamento e especialmente da
336. no cotidiano social e pol tico de um pa s Os autores mais recentes como Schmidt 2001 Mota Braick 2002 Vicentino Dorigo 2004 e Azevedo Seriacopi 2005 falam no processo de resist ncia 359 O conceito Milagre Econ mico aparece principalmente nos livros do primeiro conjunto 1967 1988 Na realidade os manuais limitam se a divulgar que o Regime Militar um per odo de desenvolvimento mas n o esclarecem que esse falso milagre beneficiou os grupos dominantes que defendiam o regime Os manuais n o explicitam que o milagre n o contemplou as necessidades b sicas das camadas populares e os direitos humanos dos brasileiros Cabe observar que inclusive os manuais que avan aram em suas discuss es como Schimidt 2001 e Mota Braick 2002 n o problematizam essa tem tica Entre as observa es realizadas percebemos que apenas os manuais mais recentes mencionam ocasionalmente os conceitos de Regime de Exce o e Anos de Chumbo Cumpre ainda esclarecer que os conceitos s o conte dos resultantes de opera es mentais decorrentes da apreens o de informa es reflex es te ricas e das viv ncias cotidianas Tendo em vista o significado dos conceitos no ensino de hist ria cabe destacar que os autores dos livros did ticos investigados n o demonstraram a preocupa o em explicar de forma did tica para o aluno o que cada conceito se refere qual o seu significado no mbito da tem tica estudada Essa situa
337. nte In Revista Educa o N 02 Porto Alegre Editora Projeto Junho 2000 p 12 15 PIAGET J A no o de tempo na crian a Tradu o de Rubens Fi za Rio de Janeiro Record 1975 PINSKY Jaime PINSKY Carla Bassanezo Por Uma Hist ria prazerosa e consequente In KARNAL Leandro org Hist ria na Sala de Aula Conceitos Pr ticas e Propostas S o Paulo Contexto 2003 p 17 36 PRADO Luiz Fernando Silva O Lugar da Hist ria da Educa o Algumas Reflex es Te ricas In Revista Educativa v 5 n 1 Guiana EDUC Jan Jun 2003 p 123 135 377 PRIKLADIVICKI F bio Nos Por es da Cultura Os 40 anos do Golpe Militar e as Hist rias de Resist ncia Cultural no RS Porto Alegre Aplauso 2004 RECUERO Carlos Leonardo O uso da imagem em trabalhos cient ficos Fragmentos de Cultura v 15 n 12 Goi nia UCG dez 2005 p 1869 1879 REIS Daniel Aar o Ditadura e Sociedade As Reconstru es da Mem ria In REIS Daniel Aar o RIDENTI Marcelo orgs O Golpe e a Ditadura Militar 40 anos depois 1964 2004 Bauru Edusc 2004 p 29 52 RIBEIRO Maria Luisa Santos Hist ria da Educa o Brasileira A Organzia o Escolar 15 ed Campinas Autores Associados 2000 RICCI Magda Como se faz um vulto na Hist ria do Brasil In GUASELLI Cezar Augusto Barcellos et al Quest es de Teoria e Metodologia da Hist ria Porto Alegre EDIUFRGS 2000 P 147 160 ROCHA Aristeu Castilhos da
338. ntempor neo A complexidade da era da globaliza o crescente e est cada vez mais a exigir um s lido conhecimento hist rico 1 Sobre ver BLOCH Marc Apologia da Hist ria Rio de Janeiro Jorge Zahar 1997 A Hist ria cada vez mais deve primar pelo estudo apurado das sociedades humanas de contextos e tempos passados ou atuais Entre os historiadores envolvidos com essa ci ncia social e humana deve haver a prontid o para novas investiga es Para que isso ocorra Catroga 2006 p 23 33 defende o surgimento do novo fulgura o que brota da tens o entre heran a e expectativa impulso individual e portanto coletivo que desmente profecias prognoses e previs es mesmo quando parcialmente os confirma A Hist ria n o morre como n o se extingue a necessidade de a interrogar o que vai definhando s o as suas representa es concretas socialmente condicionadas Hist ria a ci ncia que investiga analisa e divulga as a es do homem no tempo e no espa o Na realidade a Hist ria uma ci ncia que ao longo de seu processo de constru o conheceu permanentes muta es por isso poder amos dizer que Hist ria um conceito sempre aberto a novas defini es Fonseca 2004 p 40 concebe Hist ria como o Estudo da experi ncia humana no passado e no presente A hist ria busca compreender as diversas maneiras como homens e mulheres viveram e pensaram suas vidas e de suas sociedades atrav s do
339. ntou se contra uma imediata e deci dida rea o 4 As manifesta es populares A experi ncia democr tica do per odo 46 64 caracterizou se tamb m logicamente pela mo biliza o e atua o das grandes massas popula res 25 As reformas de base inclu am tamb m aspectos n o espe cificamente econ micos extens o do direito de voto aos analfabetos e pra as de pr reforma universit ria asse gurando plena liberdade de ensino e abolindo a vitalicie dade de c tedra reforma da Constitui o para delega o de poderes legislativos ao presidente da rep blica e ain da realiza o de plebiscitos para referendar as reformas de base Foto n 1 Nadai Neves p 241 As manifesta es populares eram viabiliza das pela crescente organiza o institucional dos diferentes segmentos da popula o Esta organi za o se verificava na forma de entidades pol ti co partid rias associa es profissionais e de classe em geral e mesmo entidades mais restri tas que reuniam elementos de tend ncias mais espec ficas O PCB apesar da clandestinidade e das dis sens es internas desenvolveu um intenso traba lho de mobiliza o de massas tanto atrav s da infiltra o de seus elementos nas entidades le gais como criando grupos clandestinos que agiam nos mais diferentes locais do pa s cons cientizando e mobilizando os trabalhadores em geral para a participa o dos mesmos nas dis cuss es e nas solu es
340. ntro do pa s 312 PARTE III A REP BLICA Foto n 11 Alencar p 312 309 A explos o em 1968 efervesc ncia cultural em meio implantava no pa s e que ao esfriamento pol tico e impulsionava estudantes e m sicos a econ mico aumentou ainda mais no traduzir os sinais cruzados do tempo final de 1967 e no primeiro semestre em protesto ou em inven o de 1968 Sobretudo com as not cias multifacetada do exterior que mostravam uma utopia de liberdade sendo constru da por jovens norte americanos estudantes franceses e guerrilheiros latino americanos Uma utopia que era o oposto do regime de for a quese M44144 Manifesta o estudantil em Paris maio de 1968 Protestos estudantis Os sinais de fora repercutiram com intensidade num pa s que parecia ca minhar na contram o dos tempos A contesta o juvenil confundiu se com a contesta o pol tica ao regime em Passeta dos 100 mil no Rio de Janeiro 1968 No Rio de Janeiro um tiro que atingiu o estudante dson Lu s de Li ma Souto no restaurante Calabou o durante uma manifesta o foi o esto pim que deflagrou a onda de protestos No dia seguinte morte 50 mil pes soas reuniram se para acompanhar o enterro Pol ticos oper rios e religiosos aderiram ao protesto contra a ditadura militar Nos dias seguintes as passeatas se multiplicaram Em junho de 1968 o movimento atingiu o auge com uma passeata de mais de 100 mil
341. o Saraiva 1988 FERREIRA Olavo Leonel Hist ria do Brasil S o Paulo tica 1982 HERMIDA Borges Hist ria do Brasil S o Paulo Cia Ed Nacional 1978 LUCCI Elian Alabi TDB do Brasil S o Paulo Saraiva 1979 NADAI Eliza NEVES Joana Hist ria do Brasil S o Paulo Saraiva 1986 PILETTI Nelson Hist ria do Brasil S o Paulo tica 1982 SANTOS Joel Rufino Hist ria do Brasil S o Paulo Marco Editorial 1979 SOUTO Armando Maior Hist ria do Brasil S o Paulo Cia Ed Nacional 1967 VIANA H lio Hist ria do Brasil S o Paulo Melhoramentos 1967 ENSINO M DIO PUBLICA ES 2005 ARRUDA Jos Jobson PILETTI Nelson Toda a Hist ria 8 ed S o Paulo tica 2000 AZEVEDO Gislaine SERIACOPI Rainaldo Hist ria S o Paulo tica 2005 382 BRAICK Patr cia Ramos MOTTA Myriam Becho Hist ria das Cavernas ao terceiro Mil nio 2 ed S o Paulo Moderna 2002 CALDEIRA Jorge Viajem pela Hist ria do Brasil Rio de Janeiro Companhia das Letras 1997 CAMPOS Fl vio Oficina de Hist ria Hist ria do Brasil S o Paulo Moderna 1999 DIVALTE Garcia Figueira Hist ria S o Paulo tica 2005 DORIGO Gianpaolo VICENTINO Claudio Hist ria para o ensino m dio S o Paulo Scipione 2005 FAUSTO B ris Hist ria do Brasil S o Paulo UDUSP 1995 PEDRO Ant nio SOUZA Liz nias CARVALHO Yone Hist ria da Civiliza o Ocidental Integrada Geral e do Brasil
342. o Chervel 1990 a constituic o dos saberes escolares concretizados especialmente por meio das disciplinas segue itiner rio bastante diferenciado obedecendo s demandas de esferas sociais quase nunca id nticas quelas existentes exclusivamente na produ o do conhecimento cient fico Nesse contexto as ci ncias pedag gicas iniciam um processo de reflex o e aprofundamento em v rios aspectos Estabelecem se amplas rela es entre educa o e sociedade educa o e poder e iniciam se algumas pesquisas sobre aprendizagem dos alunos Por outro lado era premente repensar o papel da escola A mesma havia sido criada para atender a uma elite burguesa enquanto a demanda era marcada por uma pluralidade de sujeitos oriundos de grupos sociais diferenciados no sentido social econ mico tnico e cultural Nessa realidade 1 Sobre ver CHERVEL Andr Hist ria das disciplinas escolares reflex es sobre um campo de pesquisa Teoria e Educa o n 02 Porto Alegre 1990 p 177 229 28 tamb m as disciplinas emergentes s o desafiadas Mas afinal o que era ou uma disciplina escolar Para Bittencourt 2003 p 29 30 a concepc o de disciplina escolar Se concebemos a disciplina escolar como produ o coletiva das institui es de ensino isso significa que a pedagogia n o pode ser entendida como uma atividade limitada a produzir m todos para melhor transpor conte dos externos simplificando da maneira mais
343. o Paraguai o processo de mudan a da m o de obra e a fragilidade da monarquia com a instala o da Rep blica O quarto aspecto est vinculado ao objetivo de escrever livros did ticos na perspectiva de institucionalizar os conhecimentos no ambiente escolar Capistrano de Abreu destaca se como historiador ao reunir as fontes os documentos interpret los e ao organizar a obra de Varnhagen Um de seus objetivos como bem aponta Diehl 2005 era escrever uma obra did tica o que n o acabou acontecendo Por outro lado Capistrano focaliza os aspectos sociais e econ micos da realidade As suas obras mais conhecidas s o Cap tulos de Hist ria Colonial e Caminhos Antigos e povoamento do Brasil que pela sua moderna concep o de Hist ria se tornaram obras de refer ncia Ao investigar sobre a produ o e qualidade do livro did tico neste per odo hist rico Fonseca 2001 p 93 esclarece a produ o dos livros did ticos de Hist ria esteve fortemente ligada ao IHGB j que muitos historiadores a ele vinculados escreviam os livros mais conhecidos e utilizados nos ensinos prim rio e secund rio Tais v nculos garantiam continuidade s formas de interpreta o ent o predominantes da Hist ria do Brasil que passavam do IHGB s salas de aula das escolas Sobre ver ARA JO Ricardo Banzaquen de Ronda noturna narrativa cr tica e verdade em Capistrano de Abreu Revista Estudos Hist ricos n 01 Rio de Janeiro
344. o de 1 e 2 graus a partir de 1977 Nesses espa os tempo tivemos a oportunidade de dialogar com os manuais alunos e colegas A partir desses di logos ocorreram interpreta es re leituras an lise op es bem como a sua utiliza o como instrumental de apoio em atividades de ensino e pesquisa Torna se necess rio esclarecer que apesar da sele o ter levado em conta a escola local regional ou micro representa consequentemente a realidade nacional Os livros escolhidos s o de autores que tiveram as suas publica es efetuadas por editoras localizadas no eixo Rio S o Paulo mas com circula o em todo territ rio nacional O 1 conjunto abarca dez livros did ticos publicados por editoras do centro do pa s e divulgadas no Rio Grande do Sul entre os anos de 1967 e 1988 Entre as editoras destacam se desde as mais antigas e tradicionais como a Companhia Editora Nacional e a Melhoramentos at as que surgiram a partir da d cada de 1960 a tica Marco Editorial Livro T cnico e Saraiva Esse per odo teve um enorme impulso de divulga o de obras did ticas das editoras tica e Saraiva 5 A 8 CRE abrange os munic pios de Cacequi Dilermando de Aguiar Faxinal do Soturno Formigueiro Itaara Ivor Jaguar J lio de Castilhos Mata Nova Esperan a do Sul Nova Palma Pinhal Grande Quevedos Santa Maria Sede S o Francisco de Assis S o Jo o do Pol sine S o Martinho da Serra S o Pedro
345. o de 1969 torna obrigat ria a inclus o da Educa o Moral e C vica como disciplina e pr tica educativa em todos 22 Sobre esse tema ver SOUZA Maria In s S Os Empres rios e a Educa o o IPES e a Pol tica Educacional ap s 1964 Petr polis Vozes 1981 71 os sistemas e graus de ensino no Brasil Quando investiga esse contexto relativo ao ensino de Hist ria Rodrigues 2004 p 52 esclarece A disciplina de Educa o Moral e C vica representa uma ruptura com a forma da disciplina e com os conte dos anteriormente ensinados Tal tese n o se sustenta pois seus ensinamentos portadores de forte carga ideol gica caracterizaram se por estimular a forma o de um homem pac fico moralmente correto patriota um cidad o s dito O prop sito de inclus o da Educa o Moral e C vica seria sinteticamente a incorpora o de seus ideais sociedade perpassando gera es e isto deveria realizar se como o pr prio saber A finalidade da Educa o Moral e C vica seria de preparar o homem para a vida e sobretudo formar o cidad o para a sociedade de acordo com as proposi es do decreto que a criou Ao tratar do mesmo tema Fonseca 2004 p 21 tamb m avalia que A forma o moral e a transmiss o de valores sempre estiveram presentes na educa o brasileira por m a forma de transmitir isso e a concep o acerca desses valores tem variado segundo o contexto sociopol tico e as for as sociais dominan
346. o di logo como condi o para investiga o e portanto para a cria o do fato pode ser utilizada tamb m como princ pio norteador da rela o professor aluno e objeto de conhecimento Ou seja ambos estar o em contato constante com as evid ncias fontes hist ricas entendidas como momentos de experi ncias de vida que ser o recuperados atrav s de questionamentos formulados em vista da expectativa que se tem em torno de objeto de estudo Torna se evidente que Hist ria na atualidade passa a focalizar os fatos hist ricos inseridos ao processo de investiga o respaldados teoricamente e dinamizados a partir de uma metodologia criativa e interdisciplinar Esse trabalho cr tico anal tico abarca quest es de diferentes escalas de an lise percebe semelhan as e diferen as desigualdades e igualdades revisa conceitos Essa nova atitude apresentada pelas Orienta es Curriculares para o Ensino M dio 2006 p 74 que nesse quadro conceitual de processo dimensiona se a compreens o do conceito de fato hist rico de acontecimento que resulta de uma constru o social da qual faz parte o historiador e tem import ncia fundamental como ponto referencial das rela es sociais no cotidiano da Hist ria No entanto o sentido pleno dos acontecimentos em sua dimens o micro resolve se quando remetido aos processos que lhes emprestam as possibilidades explicativas Enfim o fato hist rico toma sentido se
347. o do Autom vel Clube quatro autores Lucci Santos Alencar e Ferreira trouxeram cena a Marcha da Fam lia e por sua vez Alencar Ferreira Piletti e Nadai Neves focalizaram o Als g m O L l UR Z F O S 10 9jualosuoo X X 886L a dS Brees LUL OS oe3ejoD ewn d seg op euoisiH SOA9N A ss 5 A 2 2 X 986 6 dS eneJes IS2Jg op EUOISIH repen 3 lt L dp A X 286l sl dS eony IHelld N IIS amp Jg op euoisiH c les X X X 2960 sS dS eony eJlemes 7 O IISe4g op euoisiH gaseg E A x 86L Z la Jeouely 4 pep loos OOIU99 OJAT ep euoIsiH X X 626L s IeHOMp3 oven SolUeS H f seig Op euoIsIH X X 8 60 sl dS neies jon v 3 IISeJg op HAL X x I epIUJeH ISeJg op BuoIsIH 264 88 dS JEuoI9EN seDJog ap soilpu duioo Y dS 196L sS BUUBIA OIH ISeJg Op eUoISIH solu 9uueuou j N x x Z964 0l dS euoloeN 10e onos ISeJg Op EUOISIH U gt U 2o O O m gt O O gt O lt O Os o S e S S y al E 8 g8 82 5 88 O D See gs o O ouy p3 401Ip3 10 ny oiny L P B 3 a c z 3 s 0 vel 9 su olpenO 8861 961 euoisiH ep soonepiq soir sou sopuejei Jew OWY op sojue 3 SO 185 A refer ncia ao Com cio da Central do Brasil ocorrido em mar o de 1964 somente aparece em Lucci Santos Ferreira Pil
348. o grande e ocupa o lado direito inferior da p gina As duas fotografias interligam se ao tema focalizado Ao observarmos a primeira podemos notar a presen a de bandeiras representando a pluralidade de partidos presentes no evento Azevedo Seriacopi 2005 apresentam uma fotografia do com cio das Diretas J realizado na Praca da S em janeiro de 1984 Essa fotografia de Lauren Fochetto n o traz a data uma fotografia colorida de tamanho grande e ocupa praticamente quase todo o lado esquerdo da p gina Ao lado da fotografia os autores advertem que alguns rg os importantes da imprensa tentaram minimizar a for a do movimento que ganhava as ruas Apesar disso a campanha por elei es diretas para Presidente da Rep blica mobilizou milh es de pessoas em todo pa s Essa fotografia est ligada tem tica em estudo Precisamos acrescentar que vivemos em uma poca sem precedentes em termos de imagens E nesse mundo imag tico impressionante a velocidade das transforma es e das imagens Nessa perspectiva torna se cada vez mais necess ria no ensino de Hist ria n o apenas a leitura mas a interpreta o dos livros das imagens e dos processos hist ricos e culturais A presen a das imagens iconogr ficas fotografias nos livros did ticos oferece algumas informa es mas carecem de uma an lise t cnico iconogr fica que no entendimento de Kossoy 2001 p 70 trar ao pesquisador dados relevantes sobre
349. o n o ser o Ex rcito um valhacouto ref gio de torturadores As autoras 2002 p 524 continuam lembrando as palavras de Alves Vem a o 7 de setembro As c pulas militaristas procuram explorar o sentimento profundo de patriotismo do povo e pedir o aos col gios que desfilem junto com os algozes dos estudantes Seria necess rio que cada pai cada m e se compenetrasse que a presen a de seus filhos nesse desfile um aux lio nos carrascos que os espancam e os metralham nas ruas Portanto que cada um boicote esse desfile Esse boicote pode passar tamb m sempre falando de mulheres s mo as que dan am com os cadetes e namoram os jovens oficiais Seria preciso fazer hoje no Brasil com que as mulheres de 1968 repetissem as paulistas da Guerra dos Emboadas e recusassem a entrada porta de suas casas quelas que vilipendiam a Na o recusassem aqueles que silenciam e portanto se acumpliciam Discordar em sil ncio pouco adianta Com a inser o das id ias de Alves procuram evidenciar o comprometimento do mesmo com a resist ncia ao Regime Mota Braick 2002 manifestam se como autoras comprometidas em realizar uma nova abordagem hist rica As mesmas inovam por inserir reflex es em um livro did tico sobre um momento delicado como foi o do pronunciamento de Marcio Moreira Alves e a consequente decreta o do Als 22 ALVES M rcio Moreira 68 mudou o Mundo Rio de Janeiro Nova Fronteira 1993 83 Sobre ver A
350. o que assinala a perman ncia desse antigo objeto desde h muito na cultura escolar Na Europa antes da exist ncia da imprensa os estudantes universit rios produziam seus pr prios cadernos textos pois os livros eram poucos e normalmente escritos m o A pr tica escolar do ditado remonta essa poca pois era a forma mais barata de acesso aos textos escolares Com o advento da imprensa isso mudou e os livros foram os primeiros produtos feitos em s rie Nesse sentido pertinente lembrar que Comenius na Did tica Magna 1657 1954 p 339 ao expor a l gica que deveria orientar o sistema de ensino utiliza a met fora do funcionamento de uma tipografia Segundo ele O papel s o os disc pulos cuja intelig ncia h o de ser impressas com os caracteres das ci ncias Os tipos ou caracteres s o os livros did ticos e demais instrumentos preparados para este trabalho gra as aos quais se imprime na intelig ncia com facilidade tudo quanto se h de aprender A tinta a voz viva do professor que traduz o sentido das coisas e dos livros para os alunos A prensa a disciplina escolar que disp e e sujeita a todos para receber o ensinamento 96 Depois de verificarmos o entendimento que Comenius pedagogo do s culo XVII tinha sobre o livro did tico passamos a investigar o que autores atuais pensam sobre este recurso did tico Ao recorrermos literatura que trata do livro no mbito escolar Apple 1995 aponta os livros d
351. o reconstru o de conceitos contatos com fontes hist ricas diversas visitas a locais hist ricos tur sticos e a museus Sugerimos ainda o trabalho com not cias de jornais e revistas an lise de filmes document rios e programas de televis o investiga o an lise em documentos amostra e ou estudo orientado de imagens e fotografias cria o de um acervo hist rico cultural Uma outra alternativa apontada por Rocha 2003 p 107 o incentivo e a pr tica da pesquisa indispens vel para inserir de forma ativa o educando no processo hist rico de constru o da cidadania E uma oportunidade de fornecer lhe os meios necess rios para o desenvolvimento da capacidade de criar e articular saberes compet ncias e valores o que facilitar a sua interven o transformadora e qualificada do meio social evidente que as pesquisas e abordagens sobre o ensino de Hist ria al m de recentes est o em pleno desenvolvimento Somos convictos de nossas 88 limita es mas conscientes da pertin ncia da continuidade das investiga es di logos teoriza es e partilha de saberes Na necessidade de aprender a realidade em sua dimens o espa o temporal no entendimento de Gontijo 2003 p 67 a Hist ria pode contribuir Para destacar os compromissos e as atitudes de indiv duos grupos e povos na constru o e reconstru o das sociedades Pode dedicar se a quest es locais regionais nacionais e mundiais recuperando
352. o respons vel por uma educa o geral formativa mas tendo como objetivo principal o preparo para o exerc cio da cidadania Esse n vel de ensino n o se preocupa com uma educa o proped utica e com a educa o profissional 82 A partir dos anos 1990 vivenciamos um tempo de inven es t cnicas mas tamb m de incertezas reflex es e questionamentos Nesse painel de crises retomadas e avancos insere se a educac o os valores a cultura a mem ria e o ensino de Hist ria Essas atividades essenciais nas sociedades humanas trazem em seu bojo uma chamada para repensarmos o nosso olhar para a realidade social econ mica e cultural meio ambiente espa os e temporalidades desenvolvimento subdesenvolvimentos igualdade desigualdade diferenga diversidade e solidariedade nesse rico e complexo processo de teoriza o debates elabora o e implementa o de propostas curriculares que a Lei 9394 96 traz em sua esteira os Par metros Curriculares Nacionais Os PCNs de Hist ria para o Ensino M dio publicados em 1997 procuraram articular a forma o para a cidadania com o dom nio das informa es e conceitos hist ricos Ao focalizar os PCNs para o Ensino M dio Bittencourt 2004 p 118 assim se refere mant m a organiza o dos conte dos por temas mas sem elenc los ou apresentar sugest es como foi feito para os demais n veis Tem como preocupa o maior aprofundar os conceitos introduzidos a pa
353. o se manifestavam contra o regime A imprensa alternativa representada pelos jornais O Pasquim Movimento e Opini o n o descansava A censura tinha sido abrandada no final do governo Geisel e portanto j havia um espaco para falar de coisas novas na pol tica Cada n mero novo de um desses jornais era lido com voracidade A oposi o estava articulada jornalistas MDB estudantes Igreja Cat lica intelectuais movimento pela anistia A extrema direita resiste replicava A abertura foi uma mistura de oportunismo com recuo A anistia 234 veio em 1979 Mas n o foi ampla geral e irrestrita O pior que os torturadores tamb m foram anistiados sem jamais terem sentado no banco dos r us De qualquer modo ela permitiu o retorno dos exilados e a liberta o dos presos pol ticos Os reencontros no aeroporto e na sa da da cadeia emocionaram uma gera o que havia sacrificado sua juventude por seu patriotismo Schmidt 2001 tem o cuidado de falar em todos os setores da sociedade e nas atitudes de seus l deres na luta pela abertura O autor se refere SBPC OAB Movimento Opini o Pasquim MDB estudantes que se uniram para lutar pela redemocratiza o Insere algumas imagens al m de apresentar quest es que podem estimular a curiosidade para o aprofundamento da tem tica Apesar de tudo isso o autor poderia ter explorado mais a tem tica Uma sugest o seria um estudo orientado sobre o papel de cada uma dessas en
354. o t m p tria sendo naquele momento essencial o fortalecimento da na o Assim a forma o da consci ncia patri tica seria viabilizada de modo especial pelo ensino de Hist ria e Geografia quanto educa o c vica ficaria dilu da nessas duas disciplinas 2 Sobre ver HOLLANDA Guy de Um quarto de s culo de programas e comp ndios de hist ria para o ensino secund rio brasileiro 1931 1959 rio de Janeiro MEC INEP 1957 66 No contexto de mudan as educacionais a Hist ria da Civiliza o continua valorizada inclusive agora com a obrigatoriedade em cada s rie do ensino secund rio Os debates em torno dos projetos pol ticos e educacionais s o permeados pelos ideais nacionalistas e provocam a re valoriza o da Hist ria do Brasil como disciplina aut noma em 1942 atrav s da Lei Org nica do Ensino Secund rio Reforma Capanema O ensino secund rio embora tivesse assistido a chegada das classes populares escola prim ria conforme Bittencourt 2008 p 196 continuava Destinado a preparar elites guias e condutores do povo mas dentre seus objetivos havia uma acentuada preocupa o em formar o esp rito de nacionalidade de uma verdadeira consci ncia patri tica De acordo com os pressupostos educacionais a educa o moral e c vica era objeto de regulamenta o minuciosa e deveria ser ministrada obrigatoriamente em todos os ramos do ensino pois no curso secund rio se
355. o ver de forma homog nea pelo processo pol tico e pelo processo econ mico H converg ncias e diverg ncias Isso confirma de certa forma a tese de que a moderniza o se obtida por press o de fatores externos absorvida em fun o tamb m de interesses internos e de que a depend ncia n o um processo ditado mecanicamente de fora para dentro necess rio lembrar que a militariza o atingiu as id ias a administra o as comunica es as for as governamentais a educa o e a sociedade como um todo O ethos militar abre um leque de influ ncias atingindo as pr ticas sociais Os governos militares ao tratarem da educa o procuram salientar que a escola o local de ensino e preparo profissional jamais de exerc cio pol tico e cidadania O regime militar enfatiza que a educa o deve resgatar os analfabetos e priorizar a educa o t cnica e profissional Essas id ias est o em sintonia com o tecnicismo implementado sob a gide da Lei 5692 71 Ainda poder amos dizer que o processo de militarizac o do ensino s o enfatizados atrav s do Mobral da 173 introdu o da Educa o Moral e C vica e da nfase dada Educa o F sica Ao tratar da militariza o na rea da Educa o Mathias 2004 p 209 diz Nota se um processo de centraliza o maior das pol ticas governamentais no Executivo Federal Isso redundou em um controle maior por parte do governo federal das pol ticas de en
356. ocados em nome da ordem integra o e desenvolvimento Esses autores foram fi is realidade hist rica procurando represent la da melhor forma poss vel Em outra perspectiva focalizaram que mesmo em um momento de extremo autoritarismo houve espa o para resist ncia nas academias nos partidos pol ticos clandestinos nas artes nas guerrilhas etc Esses aspectos nos chamam a aten o sobre o per odo e levam com certeza os leitores alunos a buscarem mais informa es sobre a poca investigada Quanto aos autores dos livros did ticos defenderem ou n o o Regime Militar uma outra quest o bastante complexa Os autores que publicaram seus comp ndios nas d cadas de 1960 1970 os produziram sob a gide do regime Essas obras apresentavam os aspectos positivos caso contr rio o livro n o era publicado Ser s por isso Com certeza a falta de aporte te rico sobre o tema e a afinidade do autor com o regime ex Borges Hermida Vianna n o permitia a elabora o de uma abordagem cr tica sobre o per odo estudado Podemos observar que os autores que divulgaram as suas obras a partir da d cada de 1980 tiveram maior liberdade para expressar as suas id ias e realizar uma an lise hist rica mais completa Se n o as realizaram foi talvez por decis o pr pria pela car ncia de aporte te rico ou pela continuidade dos resqu cios do autoritarismo 364 Com o intuito de subsidiar outras iniciativas enfatiza se
357. ol tico denominado abertura que de acordo com Silva 2003 p 247 teve como principais atores A press o exterior representada principalmente pelo governo Carter e tamb m os condicionantes da economia mundial o projeto de abertura do poder militar traduzido na estrat gia Geisel Golbery e a a o aut noma por m condicionada da oposi o Estes s o os principais atores em presen a embora n o necessariamente nicos ao longo dos anos 1970 e 1980 em torno da ampla luta sobre a forma objetivos e ritmo da abertura ou transi o do regime militar implantado em 1964 em dire o a um Estado de Direito No caso do Brasil apesar da diferen a de interesses entre o grupo militar interessado pelo projeto Geisel Golbery que defendia uma imediata reconstitucionaliza o do regime militar e o das for as pol ticas de oposi o organizadas em torno do MDB e liderados por Tancredo Neves Ulysses Guimar es Jos Richa FHC Franco Montoro entre outros tem origem a partir da segunda metade da d cada de 1970 o processo de abertura Esse projeto ganha adeptos que passam a desempenhar um papel fundamental na transi o da ditadura para um regime democr tico representativo Nessa perspectiva destacaram se pelas suas id ias e atitudes a OAB Ordem dos Advogados do Brasil a ABI associa o Brasileira de Imprensa a CNBB Conselho Nacional dos Bispos do Brasil a SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da
358. omo artistas jornalistas intelectuais e pol ticos de todas as facc es de centro de esquerda transformaram as Diretas J num grito em un ssono pela liberdade e pela democracia Apesar da forte mobiliza o por m a emenda apresentada ao Congresso n o foi aprovada Em suas an lises Schmidt 2001 e Mota Braick 2002 enfatizam que a Campanha das Diretas J em 1984 constitui se num intenso e emocionante movimento c vico capaz de reunir artistas jornalistas intelectuais pol ticos e a multid o para reivindicar liberdade e democracia Por outro lado preciso esclarecer que ambas inovam por tratar com fidelidade a verdade de uma tem tica sobre a qual at pouco tempo havia um sil ncio nos livros did ticos Torna se preciso esclarecer que optamos por verificar dois momentos extremos do per odo estudado um de autoritarismo e um de redemocratiza o Inicialmente pensamos de avaliar o Als como representante do arb trio mas as observa es revelaram que os autores falam apenas que ele ocorreu mas n o efetuam uma an lise cr tica Diante disso optamos pela Constitui o de 1967 que al m de ter inclu do seu texto todo o ran o autorit rio do regime militar s o abordados de forma mais consistente alguns livros did ticos in Piletti Nadai Neves Schmidt Mota Braick Para representar o final do regime militar e o in cio do per odo de redemocratiza o a escolha recai sobre as Diretas J que representa fiel
359. omo ela evoluiu a resist ncia opress o e o caminho para a decad ncia Para o autor a Ditadura nos faz perder o bonde da Hist ria Na d cada de 1960 enquanto o mundo assistia a uma evolu o acelerada das ci ncias artes e costumes o Brasil mergulhava em uma estagna o A economia era estatizada a cultura e as manifesta es art sticas eram perseguidas por n o se adequarem vis o moralista dos militares Apesar da amplitude do peso das dificuldades para abordar o tema Gaspari atrav s de uma narrativa jornal stica propicia uma leitura curiosa e interessante O Sobre ver GASARI lio A Ditadura Envergonhada As Ilus es Perdidas V 1 e 2 S o Paulo Companhia das Letras 2002 GASPARI Elio A Ditadura Escancarada As Ilus es Perdidas S o Paulo Companhia das Letras 2002 GASPARI Elio A Ditadura Derrotada O Sacerdote e o Feiticeiro S o Paulo Companhia das Letras 2003 GASPARI Elio A Ditadura Encurralada O Sacerdote e o Feiticeiro S o Paulo Companhia das Letras 2004 242 autor tem o privil gio de eleger e unir fatos relatos e interpretac es e a partir da efetivar a an lise e a s ntese do per odo de nossa hist ria conhecido como ditadura Por outro lado o trabalho de Gaspari recebe cr ticas O mesmo chega a ser acusado de apresentar dados falsos para preservar a sua ideologia A produ o historiogr fica recente e a contribui o de Gaspari deveriam ser melhor aproveitad
360. onais de Desenvolvimento Santiago 2004 p 159 por sua vez esclarece Fica evidente que o projeto de desenvolvimento social assumido pelo governo militar julgou ser necess rio atrelar o curr culo da educa o b sica ao processo produtivo qualificando a for a de trabalho para dar suporte ao desenvolvimento econ mico que previa um significativo avan o da industrializa o da tecnologia e do consumo com a abertura ao capital internacional A qualidade da educa o estava ent o associada forma o 174 t cnica e ao saber fazer veinculando os valores de ordem e respeito s institui es como fatores necess rios ao desenvolvimento e ao progresso Na continuidade de suas reflex es Santiago 2004 p 159 afirma O contexto hist rico encarregou se da dispers o desse modelo na medida em que o projeto pol tico econ mico do governo militar se esgotava e a cr tica racionalidade t cnico instrumental abria caminhos para outros suportes te ricos que valorizavam no curr culo escolar os componentes cr ticos e a criatividade entendidos como indispens veis forma o para a cidadania no regime de abertura pol tica que se instalava As diferentes leituras realizadas levam a acreditar que a pol tica educacional p s 64 caracterizou se como um mecanismo de exclus o social Nesta perspectiva Germano 1994 p 269 ao fazer a sua an lise enfatiza que o legado do Regime Militar no campo da educa o projeta
361. onal de Alfabetiza o PNDL Programa Nacional do Livro Did tico PND Plano Nacional de Desenvolvimento UDN Uni o Democr tica Nacional FAE Funda o de Assist ncia do Estudante PEIES Programa Experimental de Ingresso no Ensino Superior UFSM Universidade Federal de Santa Maria UNICRUZ Universidade de Cruz Alta RESUMO A tese tem como tema o Regime Militar A mesma investiga as id ias e as imagens que o representam nos livros did ticos de Hist ria do Ensino M dio E constitu da por tr s cap tulos o primeiro a partir de uma bibliografia atualizada quando foram empreendidos di logos entre Hist ria Hist ria Cultural Hist ria da Educa o e o livro did tico como l cus de pesquisa A seguir tra a um panorama da realidade dos estudos que atualmente temam o livro did tico no Brasil como fonte de investiga o Tamb m apresenta os tr s momentos da pesquisa quando s o explicitados os procedimentos metodol gicos utilizados O segundo que a partir da produ o historiogr fica cl ssica e recente aborda o ensino e o livro did tico de Hist ria no mbito da Educa o Brasileira J o terceiro realiza um levantamento do espa o destinado pelos autores de livros did ticos para a tem tica investigada tamb m aborda a contextualiza o hist rica a verifica o dos fatos conceitos e an lise das imagens fotografias que representam o Regime Militar e que acabaram por auxiliar para a sua sacraliz
362. oniot valores especialmente os c vicos que se relacionam 203 forma o da cidadania As especificidades dos conceitos hist ricos a serem apreendidos no processo de escolariza o t m conota es pr prias da forma o intelectual e valorativa e a precis o conceitual torna se fundamental para evitar deforma es ideol gicas Dando continuidade s nossas reflex es questionamentos e para assegurar a fidelidade tem tica abordada passamos a analisar os conceitos presentes nos livros did ticos Os conceitos foram levantados a partir do contexto hist rico e dos livros did ticos selecionados quadros n 8 e 9 Procurando verificar quais os conceitos e ou a sua influ ncia para a caracteriza o do Regime Militar nos livros did ticos que propomos a pr xima fase de nossas proposi es voc c L S Z Z TOL x x x x x x 9961 BAIRIES S A N f IepeN 3 ISeJg op euoisiH x x x x x 8864 PAIeJeS w109 5 ejueiosuoo oe3eJoD ewn J0d iseg op euoisiH x x x c86L eony Helld N IISeJg OD EUOISIH x x c86L eony 1181194 1 O IIse1g OP euoisiH x x x I96L 2IUO9 OJAT 1eoue y 4 amp Jlejiseyg epeperoogs ep euoisiH x 626L EUOHPI IN sojues uf iSeJg op euoisiH x 6Z6L EAIEJES 99mm v d IISe1g op HAL x 261 EUOIoEN epiuueH seliog f v I Se4g op euoisiH ep oIpugduos X Z964 SojueueJou a N BUUBIA Oll H ISeJg OD EUOISIH x x x 96L BUOIDEN JOIe IA
363. op dico tamb m no esp rito das humanidades ao curr culo Esse aspecto associado id ia de forma o integral com as ci ncias as letras e as artes n o impedia que o passado cl ssico com os textos gregos e latinos e o ensino da hist ria universal predominasse por muito tempo no plano de estudos Em seus estudos sobre a hist ria das disciplinas Bittencourt 2004 p 76 assim se refere A Hist ria foi uma disciplina inclu da no plano de estudos do Col gio Pedro II a escola secund ria p blica modelar criada pelo governo imperial em 1837 Embora o n vel secund rio tenha sofrido transforma es constantes do s culo XIX ao atual a Hist ria permaneceu como ensino obrigat rio integrando tanto os curr culos das humanidades cl ssicas como os curr culos cient ficos Nesse percurso os conte dos selecionados e os m todos variaram bastante sem contudo deixarem de estar a servi o de finalidades fundamentais associadas constitui o de identidades nacionais Para Bittencourt 2008 p 185 o ensino de Hist ria no Brasil Est associado inegavelmente constitui o da identidade nacional Nacionalismo patri tico cultos a her is nacionais e festas c vicas s o alguns valores que na escola se integram ao ensino da Hist ria do Brasil ou ao menos de uma certa Hist ria do Brasil As nossas investiga es revelam que os estudos de Hist ria durante o per odo imperial deveriam contribuir
364. or aproveitamento como estrat gia de ensino e fonte de pesquisa Nota se que as fotografias inseridas nos livros analisados carecem de informa es t cnicas a respeito de seu processo de cria o Na realidade n o houve uma articula o metodol gica entre texto e imagem para melhorar os estudos sobre o per odo Quando ocorreu uma aproxima o entre texto e imagem foi para passar as imagens que atendiam aos interesses dos grupos dominantes e que deveriam sacralizar o Regime Militar Para enriquecer o ensino sobre um determinado per odo hist rico sugere se o uso de documentos n o escritos e de imagens O uso did tico destes recursos exige um certo cuidado e dever propiciar reflex es an lises e questionamentos Nessa perspectiva interessante inserir a contribui o de Villalta e Becho 2008 p 79 ao se referirem ao uso desses recursos 362 Sua efic cia em termos pedag gicos depende dos procedimentos cr ticos de investiga o hist rica N o se pode empreg los como forma ilustrativa e comprobat ria de interpreta es transmitidas prontas e acabadas pelo professor isso n o enriquece o aprendizado Os documentos devem instigar os alunos a opor imagens e representa es analisando quem quando como e porque elas foram produzidas detectando suas diferen as e semelhan as e produzindo uma s ntese interpretativa no fim do exame de todo o material Com isso participam do processo de constru o
365. ordo com Baldissera e Rossini 2000 p 383 o apelo aos Olhos chega de todos os lados cinema televis o outdoors internet etc Os ve culos de comunica o orientados pela imagem cinema e tev modificaram fortemente o contato com o mundo a nossa volta sendo seguidos pela publicidade E ineg vel o fato de que a maioria dos livros did ticos da ltima d cada repleta de imagens No entanto Baldissera e Rossini 2000 p 383 demonstram preocupa o ao explicitar Se as imagens nos rodeiam constantemente ainda somos analfabetos visuais ou seja sabemos entender o seu significado expl cito mas ainda n o estamos qualificados para ler os seus significados impl citos causados por exemplo pela tens o entre forma e conte do Pior do que isso acostumados que estamos fun o puramente ilustrativa das imagens esquecemo nos de que elas tamb m s o fontes de informa o que podem nos dizer muito sobre o imagin rio da poca em que foram confeccionadas ou sobre o entendimento que a sociedade na qual o autor est inserido tem sobre o assunto tratado Al m claro do pr prio imagin rio do autor da imagem sobre o fato e sua poca 255 Na contemporaneidade al m das imagens dos livros did ticos observa se a propaga o das imagens tecnol gicas Essas imagens geradas por meios sofisticados s o produzidas para fins did ticos ou acabam sendo utilizadas como tal Ao tratar dessas quest es Bitte
366. orizonte Aut ntica 2001 p 91 121 Hist ria e Ensino de Hist ria 2 ed Belo Horizonte Aut ntica 2004 FONSECA Selva Guimar es Did tica e Pr tica de Ensino de Hist ria 2 ed Campinas Papirus 2004 Caminhos da Hist ria Ensinada Campinas Papirus 1995 FOUCALT Michel A Ordem do Discurso 10 ed S o Paulo Loyola 2004 FRANCO Maria Laura P B O Livro Did tico de Hist ria no Brasil a vers o fabricada S o Paulo Global 1982 372 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia 17 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2001 FREITAG B rbara Escola Estado e Sociedade 6 ed S o Paulo Moraes 1986 FREITAS NETO Jos Alves de A transversalidade e a Renova o no Ensino de Hist ria na Sala de Aula Conceitos Pr ticas e Propostas S o Paulo Contexto 2008 p 57 74 FREITAG B rbara MOTTA Val ria Rodrigues O Estado da Arte do livro Did tico no Brasil S o Paulo Cortez 2004 FRERICO Celso 40 Anos Depois In REIS Daniel Aar o RIDENTI Marcelo MOTTA Rodrigo Patto S orgs O Golpe e a Ditadura Militar 40 anos depois 1964 2004 Bauru Edusc 2004 p 101 115 GASPARELLO Arlette Medeiros Construtores de Identidade A Pedagogia da Na o nos livros did ticos da escola secund ria brasileira S o Paulo Iglu 2004 GATTI JUNIOR D cio A Escrita Escolar da Hist ria Livros Did ticos e Ensino no Brasil 1970 e 1990 Bauru SP Uberl ndia MG EDUSC EDUFU 2004
367. orteadores do processo investigativo O primeiro foi optar pelos livros utilizados por professores e alunos da 8 CRE embora os mesmos fossem publicados por editoras que t m uma proje o nacional O segundo crit rio embasa se fato dos mesmos serem destinados ao Ensino M dio e terem sido publicados no per odo em estudo O fato de ser um produto descart vel fez com que ao longo do percurso fosse alterado o recorte temporal Na pr tica os livros selecionados foram publicados no per odo compreendido entre 1967 e 2005 O terceiro crit rio foi o da utiliza o do livro como recurso did tico em nossas viv ncias h mais de trinta anos como professor de Hist ria Geografia OSPB e Educa o Moral e C vica nos turnos diurno e noturno em escolas de educa o b sica 1 e 2 graus localizadas na zona rural centro e periferia de J lio de Castilhos Munic pio localizado no planalto m dio ga cho A experi ncia tornara se um fator determinante na escolha dos livros a serem l cus investigativo Durante o desenvolvimento dessas atividades acreditamos em um ensino de Hist ria que vem ao encontro das id ias de Carretero Rosa Gonz les 2007 p 18 quando estes autores destacam que a hist ria escolar Uma representa o do passado plaus vel de ser distinguida de outros registros da Hist ria como o cotidiano e o acad mico com os quais estabelece tens es e adequa es variadas estas tr s representa es 55 po
368. os 1999 quando esclarece de forma detalhada como aconteceu o processo de resist ncia Em sua avalia o demonstra a simultaneidade no mesmo recorte temporal do milagre brasileiro ufanismo anonimato autoritarismo milit ncia resid ncia e musicalidade S o dessa poca as m sicas Acorda Amor Chico Buarque com o pseud nimo de Julinho de Adelaide e Viola Enluarada Marcos Valle Paulo S rgio Valle Observa se ainda que esse autor poderia ter sugerido estrat gias did ticas para melhor explorar todas as quest es Nesse caso poderia sugerir uma atividade para propiciar a aproxima o entre Hist ria e M sica Como alternativa metodol gica o estudo da letra da m sica de forma cr tica e contextualizada a audi o o canto pelos alunos al m de realizar um estudo sobre a participa o dos autores no per odo investigado preciso esclarecer que durante o Regime Militar existiam dois partidos pol ticos ARENA situa o e o MDB oposi o Ao examinarmos os livros did ticos 1967 1988 verificamos apenas que o Souto Maior faz refer ncias ao bipartidarismo No segundo conjunto de livros 1995 2005 seis autores se referem ao bipartidarismo Limitam se a dizer que era um sistema com apenas dois partidos um defendendo os interesses da Na o e o outro tentando resistir ao autoritarismo Esse conceito na pr tica uma das marcas do regime militar Por que os mesmos n o mereceram uma maior aten o por parte doa
369. os com a inten o de levar o aluno a memorizar e repetir li es pouco ajudando na sua forma o intelectual Na pr tica aprender era sin nimo de reproduzir As poucas inova es metodol gicas apresentadas pelos livros did ticos s o os estudos dirigidos cruzadinhas palavras cruzadas e jogos r pidos que pouco exigiam do aluno Um exemplo cl ssico dessa fase o Trabalho Dirigido de Hist ria de Lucci 1979 que teve uma enorme aceita o no meio educacional Da mesma poca mas com uma proposta um pouco diferente s o os livros de Santos e Ferreira ambos de 1979 Estes dois autores apresentam o conte do em forma de textos quadros resumos e sugest es de atividades No entendimento de Fonseca 2004 p 50 os 133 Novos programas curriculares elaborados e implementados na d cada de 1970 se corporificam no livro did tico Houve uma ado o em massa de livros did ticos incentivada pelo Estado e pela ind stria editorial brasileira em plena expans o por meio dos incentivos estatais por meio dos incentivos estatais O livro did tico assumiu assim a forma do curr culo e do saber nas escolas Poder amos acrescentar que esse projeto atendia aos interesses do modelo de desenvolvimento os ideais de seguran a nacional e beneficiava os interesses das multinacionais na Am rica Latina e no Brasil Na d cada de 1980 quando tem origem o processo de abertura pol tica ocorre o in cio da renova o dos livros did
370. os por um melhor aparelhamento da m quina do Estado que era notoriamente deficiente A introdu o da corre o monet ria para o pagamento de impostos em atraso contribuiu tamb m para que pelo menos em parte ser devedor do Estado deixasse de ser um excelente neg cio A compreens o dos sal rios come ou a ser feita pela fixa o de f rmulas de reajuste inferiores infla o Ela veio acompanhada de medidas destinadas a impedir as greves e a facilitar a rotatividade da m o de obra no interesse das empresas Em Fausto 1995 encontramos uma explica o did tica de como ocorreu esse processo Em seu discurso observa se uma preocupa o em demonstrar todos os fatores e os caminhos a serem trilhados para que ocorra a aplica o do projeto Em um outro sentido percebe se que o estudo de Fausto carece de algumas reflex es que nos levam a compreender porque o chamado desenvolvimento beneficiou apenas algumas regi es e setores sociais deixando a maioria dos brasileiros vivendo em condi es subumanas Entre os aspectos observados percebemos que os conceitos de Seguran a Nacional Integra o e Desenvolvimento n o foram objeto de estudo tanto em autores mais antigos como Borges Hermida 1973 Lucci 1979 Santos 1979 como pelos atuais Pedro Lima Carvalho 2004 bem como Mota Braick 2002 Esses dados nos levam a refletir ser que esses conceitos n o despertaram o 226 interesse dos autores Ser que faltaram os fu
371. os que o entendimento das raz es que levaram ao golpe e longa dura o do regime militar uma tarefa incompleta A Hist ria pode ser revista e reexaminada quando surgem novos dados e novas fontes quando aparecem novas teorias ou interpreta es ou quando o interesse por um tema redespertado em fun o de demandas conjunturais Este constante rever n o s atividade intelectual exerc cio de cidadania Devemos estar sempre equipados para pensar e pensar nossa hist ria e atrav s dela nosso destino Os acontecimentos hist ricos trazem em si as especificidades da sua temporalidade e as caracter sticas do seu entorno social pol tico econ mico e 149 cultural O mesmo podemos dizer do Golpe Militar de 1964 ocorrido no Brasil que se insere em um contexto hist rico marcado pela Guerra Fria entre os EUA e a ex URSS De acordo com Reis 2004 p 33 as duas superpot ncias empenhavam todos os recursos no sentido da polariza o das contradi es existentes em escala mundial em torno de seus interesses universalistas e expansionistas Tentaram com seus aliados em cada pa s fazer de cada rea de tens o de cada conflito um momento de choque maior de dois projetos civilizacionais Os partid rios da lideran a dos EUA falavam segundo o Jarg o da poca na defesa da livre iniciativa dos valores liberais do ocidente da civiliza o crist Os que de algum modo simpatizavam com a URSS enfatizavam
372. os salientar que os autores de livros did ticos deveriam aproveitar as fotografias propondo estrat gias did ticas que viessem a contribuir para o enriquecimento do processo ensino aprendizagem em Hist ria As 348 especula es n o se encerram por aqui Ao contr rio todas as inquietudes nos remetem ltima fase de nossa tese ou seja as considera es finais CONSIDERACOES FINAIS A pesquisa nos remete s atividades espec ficas do historiador a qual consiste num primeiro momento de acordo com Chartier 2002 propor a inteligibilidade mais adequada poss vel de um objetivo de um corpus de um problema Nesse sentido percebe se que a identidade de cada historiador Ihe conferida pela afinidade com a tem tica abordada Por isso decidimos realizar uma pesquisa que pudesse reafirmar a constru o identit ria entre os pressupostos te ricos metodol gicos saberes tem tica investigada e fazeres propiciados pelas pr ticas docente e sociais desenvolvidas ao longo da trajet ria de forma o e ou atua o profissional No que se refere ao of cio de educador em Hist ria vale ressaltar que procuramos aproxim la ao que nos revela Carretero Rosa Gonz les 2007 p 16 de Um processo global que tanto na academia quanto no ambiente educativo por um lado e na sociedade civil e no cen rio pol tico por outro destacam a exist ncia de uma revis o profunda das hist rias nacionais e locais uma reconsidera o do
373. ospitalar que o levou morte em 21 de abril daquele mesmo ano O fato gerou como o nacional a coincid n cia de datas 21 de abril tamb m a data de morte de Tiradentes refor ava a aura de m rtir emprestada a Tancredo Na data marcada para a posse 5 de mar o de 1985 a faixa presidencial foi entregue ao ex l der da Are na e ex presidente do PDS Jos Sarney Nasceu assim um novo e conturbado per odo para o povo brasileiro a Nova Rep blica Com cio das Diretas j um dos maiores movimentos c vicos realizados no Brasil em todos os tempos E H IST RIA DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MIL NIO n 32 Mota Braick p 532 340 Vai passar cer misata sa popular Logo ap s o golpe de 1964 ficou claro que o Brasil Da velha cidade entraria em uma ditadura militar Embora o movimento Essa noite vai tenha contado com o apoio dos civis notadamente dos Se arrepiar pol ticos da UDN os militares n o pretendiam entregar Ao lembrar o poder a eles como ocorrera em 1930 e 1945 Desta Que aqui passaram sambas imortais vez representantes das For as Armadas estariam no con Que sangraram pelos nossos p s trole direto do aparelho de Estado Que aqui sambaram nossos ancestrais Em abril de 1964 foi editado o Ato Institucional n I Num tempo pelos comandantes do Ex rcito da Marinha e da Aeron uti P gina infeliz de nossa hist ria ca Dentre v rias disposi es destacaram se as seguintes Passagem desbotada na mem r
374. ota da Emenda Dante de Oliveira frustrou a popula o num dia de black out nas principais cidades do pa s Extrema coincid ncia ou n o as luzes se apagaram no Rio em S o Paulo em Bras lia No dia seguinte as pessoas 339 sa ram as ruas portando tarjas amarelas e pretas num sinal de luto pela morte de mais um sonho de liberdade Restava a op o de eleger um presidente civil depois de tantos anos de arb trio A sa da encontrada pela oposi o foi a chamada transi o democr tica ou seja o lan camento de um candidato de consenso que se opusesse ao candidato da situa o Assim pela primeira vez desde o Golpe de 64 a disputa se deu entre dois civis de um lado apoiado pelo PDS e pelo regime militar estava o empres rio e deputado federal Paulo Maluf ex prefeito e ex governador bi nico do Estado de S o Paulo do outro lado estava o mineiro Tancredo Neves 1910 1985 can didato da Alian a Democr tica bloco que reunia os par tidos da oposi o exceto o PDT que no entanto votou em Tancredo e o PT que se negou a ser conivente com um pleito realizado em Col gio Eleitoral e tamb m a Frente Liberal que congregava os dissidentes do PDS Em 15 de janeiro de 1985 o peemedebista Tancredo Neves e o ex pedessista Jos Sarney foram eleitos respectivamente presidente e vice presidente da Rep blica O presidente eleito n o chegou a ser empossado em raz o de um c ncer no intestino agravado por infec o h
375. ou com outros indiv duos marcas de um produto destinado a ser vendido ou trocado marcas do estatuto social dos seus autores marcas da rela o do texto com o leitor marcas de um uso da l ngua enfim marcas de um propriet rio ou mesmo de um ato de leitura Tudo o que est no livro em qualquer livro nos reenvia para fora dele As investiga es relativas hist ria do livro e do livro did tico foram durante muito tempo negligenciadas devido dificuldade de acesso s cole es sua incompletude e dispers o No Brasil essa realidade remonta os fins do s culo XVIII e princ pios do s culo XIX quando de acordo com Hallewell 1985 p 143 144 os primeiros livros escolares brasileiros foram impressos pela impress o R gia mas esta primeira tentativa deveu se s guerras napole nicas que interromperam os suprimentos normais da Europa Depois que estes foram restabelecidos durante muitos anos pouco mais ouvimos falar de livros escolares brasileiros N o apenas o mercado era pequeno para interessar qualquer editora nacional como tamb m os m todos primitivos em ensino usados por muitas escolas dispensavam inteiramente o uso de livros 100 Acredita se que mesmo timidamente o livro did tico a partir do s culo XIX torna se uma alternativa tanto para a autonomiza o do escritor brasileiro como um dos recursos did ticos mais utilizados A aceita o do livro impresso vem da Europa ocidental No que diz r
376. ou sendo aprovada para um Brasil industrializado e com necessidades educacionais que o Parlamento n o soube perceber A LDB de 1961 representou os interesses pol ticos econ micos e sociais das elites conservadores A mesma foi aprovada sob a influ ncia do liberalismo Nesse sentido Saviani 1987 p 60 explica Acabou se por ocasionar o pacto das elites conciliadas pelo alto atrav s da qual se torna poss vel preservar os interesses dos grupos privilegiados econ mica social e culturalmente adiando para o futuro indefinido a realiza o das aspira es das massas populares A Lei 4 024 61 n o implantou mudangas significativas A mesma distingue se quando permite a diversidade dos curr culos De acordo com Romanelli 2002 p 181 o nico progresso da lei A quebra da rigidez e certo grau de descentralizac o Foi uma abertura que se fazia necess ria mas que na verdade foi apenas timidamente ensaiada A possibilidade do Estado e os estabelecimentos de anexarem disciplinas optativas ao curr culo m nimo estabelecido pelo Conselho Federal de Educa o foi sem d vida um progresso em mat ria de legisla o A LDB mesmo alicer ada nos ideais de liberdade e solidariedade humana reflete as contradi es e conflitos existentes na sociedade brasileira Apesar de trazer elementos populistas traz em seu bojo um car ter elitista No entanto inova com a equival ncia e a flexibilidade dos cursos Na avalia o
377. ova es est ticas de sua apresenta o como acrescentando abordagens de tem ticas ou per odos hist ricos que at ent o ficaram esquecidos em um enorme sil ncio 117 Em meio a essas renova es uma das atitudes era rever e aperfei oar o livro did tico de Hist ria Foram sugeridas mudan as na linguagem na apresenta o inser o de documentos escritos fatos desenhos e sele o de textos Por outro lado o movimento foi incrementado com o lan amento de cole es complementadas pelos livros paradid ticos Ao analisar a produ o de livros did ticos a partir do final dos anos oitenta Napolitano 2003 p 177 observa Uma das caracter sticas mais interessantes dos livros did ticos a partir do final dos anos 80 o conv vio entre a velha Hist ria Positivista com uma vis o de fatos pol ticos datas e atores individuais a vis o de modo de produ o o conflito social e processo conceitos basicamente marxistas e a inclus o de temas do cotidiano da vida privada da cultura e mentalidade coletivas absorvidos em grande parte da historiografia francesa em que pese a import ncia de autores como E Thompson para o estudo do cotidiano oper rio Essa abordagem marca n o apenas o ensino de Hist ria Geral e Contempor nea mas o ensino de Hist ria como um todo deve se menos neglig ncia na forma o te rica dos professores ou autores de livros did ticos mas s peculiaridades na forma o do profis
378. p S00Z 661 OIP N ouisu3 euoisiH ep oonepiq our OU Jepy euiiDeg op sueDeu sep e ueseJd EL gu OJpeno 986 07 edoO ID N 10d ope5eJqe 9 ejed 8961 olned oes w puepnise ojueuureouJ swuda eiorod p96L p sL IS Ue enj eu senbue seig op enlu oO ep oroIulo2 ou ezeJe sN e enos ogof ELH S 00c ou eAJe2 eznog oJped eueproo oe eziIlIAIO ep euoisiH eose we awl op eueo ef sejeJiq sejed 019IUJ02 ooueJg Ojeise OPULO p96L 2L 8L e1oH ewyn euof obieuo enbJeng oyp jueung sanr eej e wos saoj opady SO JE7 ep sogu se 0 2d09 eJgos oul zniO O 8IS Y ep edeo 896L 4 v VOd S01l p l ep sobiog y huepnise 0 s8 01d g v op siod p oss iBuoo ou ouulzos BAIIS e gs09 ensiuy ejed zeueo en 60v c00c xoreug eiojN Olu l tu z Op seuJe eo sep eugoisiH SIoH sop eJfuy ndie einsei ujes eansueo ep Heyo nuepnise Jop euleui eg JIUIpe A ooruguooe ojepoul soduue ojegoy oueipunjne uin ep oJisjoisid Jod opeuissesse B4n4 ejsi eoipurs uin ep ejoui e uoo oe5ejaJ euin sguodueo wn ap eJsun ureunjog oJpenb efoJ6i ep eeu sieAeu soile zny o xi p no o euJe ise4g ejjeBue N 026 00X9 seoeduieou seuopebof E9IUOZEUJESUEJ SogJeulint sessil opeJoue nbieng oyp ein opaan y gf seq uinbseg ou zluid eie e1eje neg eojeue USA op eBJeuo oJ equueduioo ossi 9 enb o ou gopId op soJieuj uen6 erenBeiy op sououw opuesedei efoJ6i ep ejuejueseJdoJ e
379. pa s A ditadura militar gradativamente implementou manobras para se afastar das for as sociais que proporcionaram o golpe de 1964 pois houve apoio civil ao mesmo em especial dos setores m dios que temiam o comunismo de Jango e Brizola passando a governar o pa s atrav s de uma tecnoburocracia 2 Observa se neste momento uma certa dist ncia entre governantes diretos e os interesses das elites que podem ser identificadas na pol tica educacional que o Estado come a a empreender principalmente com a Reforma do Ensino Superior 1968 e a Reforma do Ensino Prim rio e M dio 1971 A pol tica educacional desse contexto excludente como Germano 1994 p 104 definiu Um de seus projetos de equaliza o social produz um discurso de valoriza o da educa o e transforma a 7 Sobre ver HORTA J S B Liberalismo tecnocracia e planejamento educacional no Brasil Autores Associados 1982 167 pol tica educacional numa estrat gia de hegemonia num ve culo para a obten o de consenso A esse respeito Saviani 1999 p 146 7 tamb m se expressa No mbito educacional a democracia excludente se expressou atrav s da ado o e difus o de uma ideologia tecnicista e do controle tecnocr tico cujo pressuposto era a considera o da educa o como uma quest o t cnica e n o pol tica Da o processo de desmobilizac o maci a e tamb m compuls ria dos estudantes e intelectuais No regime da democ
380. para a consolida o de um sentimento de 18 Sobre os programas do Col gio Pedro Il ver VECHIA Aricl e LORENZ Karl M org Programa de ensino da escola secund ria brasileira 1850 1951 Curitiba Ed do Autor 1998 60 identidade na o e povo O ensino de Hist ria dedicado s elites precisam aliar valores crist os universais morais e hist ricos A inser o da Hist ria como disciplina passa a ser indispens vel em todas as camadas sociais ou faixas et rias uma vez que a mesma deveria formar os ju zos de valor e o sentimento patri tico essenciais constru o da identidade nacional Mas segundo Caimi 2001 p 28 9 os alunos do Col gio Pedro II estudavam As li es de Hist ria em comp ndios e manuais franceses quando n o havia tradu es para l ngua portuguesa Tratava se de uma hist ria euroc ntrica que apresentava a civiliza o ocidental como origem e modelo para toda a Hist ria da Humanidade Assim n o havendo no Brasil pesquisas hist ricas que pudessem orientar programas de ensino de Hist ria do pa s manteve ao longo do Imp rio um car ter elitista e ideol gico Nesse sentido Nadai 2001 p 146 lembra a hist ria p tria surgia como ap ndice sem um corpo aut nomo e ocupando um papel extremamente secund rio Relegada aos finais dos gin sios com n mero nfimo de aulas sem um reposit rio de biografias de homens ilustres de datas e de batalhas Os estudos de
381. pe sz fH x L864 Ideg pep loos nb sojsoJ sejusJs p sO seJie iseJq selu 3 sep sojuejussasdoH ODIUD9 OJAM OV eom ep BUOISIH Jeoue v OOSIOUEJ J JEoipuis o u uulAoui op oeSeijseJiueuJ ojueiosuoo euin o eipisejg jeuoroeN osseJ6uo o 2961 sesseuioJg ep w09 x pos dS PARIes 8864 oe5eJoD ewn ered JopeBeg O euj op eueo 684 Lau eruegpijuoou eu sejuepeil oli qli ISBJg Op BUOISIH op oe5edionued e s A V oJse9 0119165 N oeny ospenb o ejuasaJdy eiougisiseJ OEN ulis euo Wy sueDeuij susbeu oe3ip3 eJ01p3 ouy Joiny oni p ZS 258 Imagem n 1 Capa do livro Hist ria do Brasil de A Souto Maior 259 HELIO VIANNA HIST RIA BRASIL VOLUME KI MELHORAMENTOS gt Imagem n 2 Capa do livro Hist ria do Brasil de H lio Vianna Antonio Jos BORGES HERMIDA _ compendio HISTORIA DO BRASIL ESTUDOS SOCIAIS Imagem n 3 Capa do comp ndio de Hist ria do Brasil de Ant nio Jos Borges Hermida TDF ELIAN ALABI LUCCI Trabalho Dirigido de HISTORIA DO BRASIL 261 262 Imagem n 5 Capa do livro Hist ria do Brasil de Joel Rufino dos Santos WU DO BRANIL Olavo Leonel Ferera Imagem n 6 Capa do livro Hist ria do Brasil de Olavo Leonel Ferreira 263 HIST RIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA FRANCISCO ALENCAR L CIA CARPI MARCUS VEN CIO RIBEIRO Imagem n 7 Capa do livro Hist ria da Sociedade Brasileira
382. pol tico do Congresso Nacional Apesar de receber mais de 50 dos votos o MDB constitu a pouco mais de 1 3 do Se nado O partido da oposi o venceu em todo o Sul e Sudeste onde se destacaram nomes como Pedro Simon RS Jos Richa PR Franco Montoro SP Nelson Carneiro RJ e Tancredo Neves MG Apesar de sua derrota as elei es de 1978 marca ram a consolida o do MDB como frente de oposi o Isso se deu porque o partido conseguiu estreitar seus la os com os movimentos de resist ncia civil o que lhe conferiu bases sociais mais s lidas Por outro lado tais movimentos puderam ampliar sua atua o tendo o MDB como seu instrumento pol tico para a democratiza o do pa s Entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil OAB a Associa o Brasileira de Imprensa ABI e a Igreja cat lica atuaram conjuntamente no sen tido de combater o autoritarismo e a censura 314 A volta dos estudantes Pelas liberdades democr ticas Em defesa do en sino p blico e gratuito Anistia a todos os presos e exilados pol ticos Pelo fim da censura Abaixo a ditadura Em 1977 cabeludos barbudos e incon formados jovens traziam novamente suas palavras de ordem para as ruas em v rias cidades do pa s Uma nova gera o de estudantes retomava a pr tica pol tica de contesta o Na mem ria antigas palavras de ordem lembran as de l deres mortos e exilados e cr ticas luta armada A der
383. postos te rico metodol gicos com a realidade social e cultural onde os sujeitos est o localizados Esse processo exige uma rigorosa sele o e organiza o dos conte dos a op o pelos conceitos fundamentais para o ensino de Hist ria na Escola B sica Hist ria processo hist rico tempo sujeito hist rico cultura e cuidados especiais ao propor atividades para dinamizar compet ncias e ou habilidades Essas proposi es ter o sentido se estiverem associadas s pr ticas sociais do aluno ao mundo do trabalho e forma o da cidadania Se trabalhada neste sentido a Hist ria alcan ar um dos seus objetivos mais importantes a compreens o dos processos e dos sujeitos bem como o entendimento das rela es 3 Sobre ver ZARTH Paulo Afonso Hist ria qual ensino Qual conhecimento In ZARTH Paulo Afonso CONSETTI Berenice CAIMI Fl via Elo sa GERHARDT Marcos orgs Ensino de Hist ria e Educa o Iju UNIJUI FAPERGS 2004 p 109 121 86 entre os grupos humanos em diferentes contextos e temporalidades Assim a Hist ria concebida como processo conforme Bezerra 2003 p 44 busca aprimorar o exerc cio da problematiza o da vida social como ponte de partida para a investigac o produtiva e criativa buscando identificar as relac es sociais de grupos sociais locais regionais nacionais e de outros povos perceber as diferen as e semelhan as os conflitos contradi es e as solidariedades
384. pr tica essas tr s notas trazem uma nova vis o sobre o per odo estudado Al m disso a abordagem realizada pelas autoras instigou a curiosidade e o interesse pelo tema A seguir passamos a verificar como os autores do segundo conjunto de livros 1995 2005 identificam o conceito revolu o ou golpe Nesse segundo grupo h um ponto em comum com os livros do per odo anterior que ambos adotam a denomina o de Regime Militar para o per odo hist rico Para enriquecer a nossa avalia o pertinente inserir a contribui o de Fausto 1995 p 512 513 ao design lo 210 regime militar no sentido de que pela primeira vez a c pula das For as Armadas assumiu diretamente o poder e as demais fun es de governo O Alto Comando das For as Armadas composto pelos tr s ministros militares o chefe do Estado Maior das For as Armadas e o chefe do Gabinete Militar da Presid ncia representavam a inst ncia decis ria mais alta na indica o dos presidentes Nesse regime os militares atuaram em bloco privilegiando a burocracia t cnica do Estado o autoritarismo os rg os de informa o e repress o a forte presen a do Estado na regula o da economia O autor procura explicar as mudan as que ocorreram no contexto hist rico a partir da implanta o do regime militar em 1964 A seguir Fausto 1995 aponta as caracter sticas que identificam o autoritarismo do per odo como burocracia t cnica a repress o
385. presentam momentos significativos do per odo em estudo Para efetiva o da sele o das fotografias consideramos como crit rios a import ncia do evento fotografado no contexto hist rico e a incid ncia das fotografias nos livros did ticos que serviram de l cus para a pesquisa Na realidade este o momento de realizar uma tentativa de incurs o mais eficaz na realidade representada Para isto selecionamos as imagens fotografias relevantes que representam o per odo que antecedeu ao Golpe de 1964 Pr a repress o a contesta o o ufanismo e por ltimo a fase da Abertura Campanha das Diretas Discurso do presidente Jo o Goulart no com cio de 13 de mar o de 1964 na Central do Brasil Rio de Janeiro no qual ele anunciou um conjunto de reformas de base tituic o que previa a indenizac o pr via e em dinheiro A reforma agr ria proposta por Jango tinha como princ pio que o bem estar social deve con dicionar o uso da propriedade e estabelecia que as terras n o exploradas ou parcelas n o explo radas das propriedades parcialmente aproveita das seriam desapropriadas mediante pagamento em t tulos p blicos de valor reajust vel Al m disso a terra deveria ser prioritariamente usada para a produ o de g neros aliment cios para o mercado externo Com isso o governo Goulart feriu o nico direito inviol vel para as classes dominantes o direito de propriedade e evidentemente sua atitude defro
386. proposi es do Presidente Jo o Goulart um grupo de senhoras cat licas ligadas Igreja Conservadora realizam em 19 de mar o de 1964 um desfile pelas ruas de S o Paulo Esse evento ficou conhecido como a Marcha da Fam lia com Deus e pela Liberdade e contou com cerca de quinhentas mil pessoas A mesma procura demonstrar que os adeptos do Golpe poderiam contar com importante respaldo social Os ideais da Marcha e a crise provocada pelos Marinheiros contribu ram para criar uma perspectiva favor vel aos conspiradores As fotografias da Marcha da Fam lia com Deus e pela Liberdade s o diferentes e est o presentes nos livros de Lucci 1979 Alencar 1981 Fausto 1995 e Schmidt 2001 As fotografias dos livros de Alencar e de Fausto dizem que a Marcha ocorreu em S o Paulo em mar o de 1964 mas n o indicam o dia do acontecimento Os livros de Lucci e Schmidt dizem apenas que a fotografia deste evento Nenhum dos livros apontam o autor das fotografias Quanto s cores podemos destacar que as fotografias dos livros de Lucci Alencar e Fausto s o em preto e branco J o livro de Schmidt que foi elaborado em um momento de maior disponibilidade de recursos t cnicos apresenta uma fotografia colorida No que diz respeito cena representada observamos que a fotografia do livro de Alencar destaca lideran as em um momento de discurso Os outros tr s manuais demonstram o avan o da multid o pelas ruas Ao verificarmos a posi
387. que viv amos em um momento ideal com paz seguran a e desenvolvimento evidente que se tratando de manuais produzidos em uma poca de rigidez da censura de autoritarismo e sob as orienta es da Comiss o Nacional de Moral e Civismo n o trariam imagens que representasse a resist ncia ao regime A seguir passamos a investigar as capas dos livros que constituem o 2 conjunto 1995 2005 Ao olharmos as suas capas observa se a criatividade a enorme quantidade de imagens e o uso de muitas cores Todas elas s o atraentes e densas em informa es A capa mais curiosa e rica a do livro de Mota Braick 2002 Al m da qualidade do material a mesma traz uma riqueza de imagens As mesmas representam de forma criativa diferentes tempos e culturas que v o do Egito Antigo Am rica Pr Colombiana da Antiguidade Cl ssica ao Brasil Contempor neo 283 Esse livro traz ainda em uma de suas primeiras p ginas uma listagem explicando o que significa cada uma das imagens Vicentino Dorigo 2004 al m das interessantes imagens apresenta um roteiro identificando todas as imagens presentes ao longo do livro J o livro de Schimidt 2001 apresenta a capa mais criativa mostrando o presidente Lula de um lado da balan a e o MST do outro Entendemos que o autor tem a intenc o de denunciar de forma inteligente que o MST vem se constituindo em um governo paralelo A capa apresenta ainda a bandeira nacional e a do MST como se ambas
388. r em S o Paulo e agrediram os atores do grupo Teatro de Arena que encenavam a pe a Roda Viva escrita por Chico Buarque e dirigida por Jos Celso Martinez Correa Os autores explicam de forma organizada e did tica como a censura e o autoritarismo agiram para sufocar todas as manifesta es art sticas e culturais de resist ncia ao regime Na realidade um processo de avan os conquistas retrocessos fugas desaparecimentos textos cr ticos pol micas encena es e m sicas de protesto um momento em que a arte luta pela vida e pela democracia 229 evidente que esse livro traz uma nova vis o da Hist ria mas mesmo assim apresenta falhas Torna se necess rio dizer que esses autores poderiam ter explorado didaticamente a complexidade e a riqueza desse momento para enriquecer o processo ensino aprendizagem em hist ria Os autores poderiam explorar mais a realidade cultural do per odo inclusive as manifesta es de resist ncia ao regime As perseguic es estimulavam os estudantes intelectuais artistas e militantes a buscar alternativas para fugir do crivo da censura e da repress o A luta em prol da resist ncia conforme Campos 1999 p 295 era Uma forma de lembrar aos leitores que haviam sido censuradas pela repress o Compositores elaboraram letras para cang es repletas de duplos sentidos que pudessem confundir os censores Chico Buarque cansado de ter m sicas proibidas criou um novo nome Jul
389. r rio As imagens estabelecem uma media o entre o mundo e o expectador e a do produtor tendo como 244 referente a realidade tal como no caso de discurso o texto mediador entre o mundo da leitura e o da escrita Afinal palavras e imagens s o formas de representac o do mundo que constituem o imagin rio Toda a imagem d a ver todo o texto d a ler Na realidade as imagens no entendimento de Burke 2004 p 175 buscam Oferecer sobre a organiza o e o cen rio de acontecimentos grandes e pequenos batalhas cercos rendi es tratados de paz greves revolu es conc lios da igreja assassinatos coroa es as entradas de governantes ou embaixadores e cidades execu es e outras puni es p blicas e assim por diante Na atualidade observa se um crescente interesse dos historiadores e antrop logos pelo potencial que as imagens representam como fonte de pesquisa e representa o de a es sociais As mesmas come am a despertar uma nova educa o do olhar S o essenciais de acordo com Lima e Carvalho 2003 p 19 para entender a conforma o de discursos e representa es sociais ou seja para entender que a imagem n o reflexo de processos econ micos e sociais mas os integra de maneira atuante Nesse sentido Kern e Fay 2005 p 05 afirmam A imagem na arte moderna exige do historiador um longo processo de reflex o a respeito das quest es internas e externas mesma visto que e
390. ra N o poderia sair nenhuma not cia que desagradasse ao governo Uma simples reportagem esportiva sobre o Internacional de Porto Alegre com sua camisa vermelha poderia ser encarada como propaganda da Internacional Comunista Pela sua relev ncia preciso lembrar que os conceitos de Seguran a Nacional Integra o e Desenvolvimento tamb m s o focalizados nos livros de Schmidt Vicentino Dorigo Ao tentar responder a pergunta por que os militares deram o golpe Schmidt fala de Seguran a Nacional Esse autor 2001 p 320 321 diz 221 Para come ar pela pr pria forma o deles Nas academias tinham aprendido que as greves os protestos sociais as manifesta es populares eram baderna intoler vel Para eles o que faltava no pa s era a disciplina a ordem Em 1949 foi fundada a Escola Superior de Guerra Nela desenvolveu se a famosa DSN Doutrina de Seguran a Nacional que fez a cabe a de muitos militares Capacetes com id ias de Guerra Fria O golpe e a ditadura procuravam seguir os princ pios desta doutrina A DSN liga se a uma vis o geopol tica defendida no Brasil pelo general Golbery do Couto e Silva A DSN brasileira dizia que o Brasil pa s gigantesco com popula o crescente tinha o destino de se tornar a grande pot ncia capitalista do Cone Sul Por isso os militares assumiram a dire o do pa s mobilizando todos os recursos econ micos pol ticos psicossociais e militares Era o bin
391. ra do MST Nova York depois do atentado de onze de setembro Ao examinarmos as capas dos livros do 1 conjunto 1967 1988 observa se que diferentes cores foram usadas nas capas azul verde cinza e branco As capas mais coloridas s o as de Borjes Hermida 1973 Ferreira 1982 Alencar 1981 e principalmente a de Piletti 1982 Entre elas a que mais chama aten o do leitor pela riqueza de imagens a de Cotrim 1988 A aus ncia do colorido faz com que as capas n o despertem a curiosidade A n o inser o de imagens relativas ao regime militar na quase totalidade dos livros faz com essas capas n o tenham uma contribui o significativa na an lise 282 Quando indagamos sobre a presen a das imagens que representam o regime militar foco da pesquisa deparamos nos com um enorme sil ncio mas tamb m com dados curiosos Santos 1979 traz a figura de Lula discursando em uma assembl ia dos metal rgicos ocorrida na regi o do ABC no final dos anos de 1970 O mesmo representa o movimento de resist ncia e participa do processo de redemocratiza o Cotrim 1988 apresenta uma s rie de imagens mas apenas retrata as lutas do movimento sindical que estavam articulados com a abertura pol tica Nadai Neves 1986 apresentam sob um fundo verde a caricatura de muitas pessoas possivelmente em uma cena de rua As capas desses manuais n o apresentam os vultos fatos e obras que contribu ram para passar a falsa id ia de
392. racia excludente o aparelho escolar foi reorganizado no sentido de garantir prolongar e perpetuar a hegemonia da sociedade pol tica Tendo em vista a tem tica priorizada neste projeto e suas correla es com a educa o torna se essencial a inser o da contribui o das id ias de Germano 1994 p 105 106 como pontos fortes desta pol tica 1 Controle pol tico e ideol gico da educa o escolar em todos os n veis 2 Estabelecimento de uma rela o direta e imediata segundo a Teoria do Capital Humano entre educa o e produ o capitalista e que aparece de forma mais evidente na reforma do ensino de 2 grau atrav s da pretensa profissionaliza o 3 Incentivo pesquisa vinculada acumula o de capital 4 Descomprometimento com o financiamento da educa o p blica e gratuita negando na pr tica o discurso de valoriza o da educa o escolar e concorrendo decisivamente para a corrup o e privatiza o do ensino transformando em neg cio rendoso e subsidiado pelo Estado Diante dessas circunst ncias o regime abre a possibilidade para a 3 participa o do setor privado na expans o do sistema educacional e compromete a qualidade da escola p blica de 1 e 2 graus No entendimento de Freitag 1986 p 77 a pol tica educacional ela mesma express o de reordena o das formas de controle social e pol tico usar o sistema educacional reestruturado para assegurar
393. rafia Al m dessas atividades o IHGB orienta a produ o did tica Nessa fase destacam se dois autores o historiador erudito Varnhagen e o literato e autor de livros did ticos Joaquim Manuel de Macedo A obra Hist ria Geral do Brasil de Varnhagen 1854 inspirada na historiografia alem surgiu em um momento de constru o da unidade e identidade nacional Trata se da primeira hist ria erudita elaborada por um autor brasileiro que busca de forma permanente documentos e a valoriza o das fontes na escrita da Hist ria O mesmo realiza uma abordagem est tica e cronol gica do processo hist rico quando ressalta a monarquia e o culto ordem Retrata uma hist ria oficial e legitimada socialmente atrav s de um discurso conservador e tradicional Essa obra torna se uma refer ncia para se pensar o Brasil atrav s dos livros did ticos 38 Foi a primeira institui o do g nero no Continente Em 1843 foi fundado o IHG do Uruguai e alguns anos depois na Argentina Wehling 1999 103 Joaquim Manuel de Macedo 1820 1882 fluminense m dico poeta dramaturgo pol tico professor do Imperial Col gio publica em 1861 Li es de Hist ria do Brasil Inspirado na matriz Varnhageniana fornece id ias norteadoras para a constru o da mem ria social do Imp rio e parte da Rep blica Essa obra o resultado de sua experi ncia como docente e apresenta pontos convergentes com a obra Hist ria Geral do Brasil de V
394. ram a Constitui o de 1967 e a Campanha das Diretas J O curioso que se tratam de 358 dois momentos antag nicos um de autoritarismo e outro de processo de abertura pol tica No quarto momento do terceiro cap tulo focalizamos os conceitos como uma constru o hist rica e cultural espec fica e relevante que passa a ser compreendida em seu contexto e temporalidade Os livros mais antigos trabalham mais com os conceitos de Revolu o Integra o e Desenvolvimento Os manuais mais recentes focalizam mais os conceitos de Golpe e de Abertura pol tica Os livros did ticos analisados n o inserem em suas abordagens o conceito de ditadura Os mais antigos n o mencionam essa express o enquanto os mais recentes limitam se a us la em meio ao texto sem nenhuma reflex o te rica ou nota explicativa no rodap Isto ocorre em Campos 1999 Schmidt 2001 Mota Braick 2002 Vicentino Dorigo 2004 Esse sil ncio ocorre possivelmente devido a diferentes fatores de ordem te rica e ideol gica Os autores deveriam rever as suas convic es colocando a sua abordagem para al m de poss veis falhas conceituais e ticas Na pr tica esses conceitos precisam ser focalizados de forma contextualizada e cr tica Essa situa o que atinge a sociedade como um todo mereceria uma an lise te rica e reflexiva A mesma poderia despertar a curiosidade n o apenas pelo conceito de ditadura mas como funciona e as implica es
395. reira acad mica Ap s a sele o dos manuais do primeiro conjunto procedemos a an lise quantitativa do sum rio para verificar o t pico sobre a presen a do Regime Militar nos livros did ticos de Hist ria do Ensino M dio 1967 a 1988 que integram o quadro n 01 Na realidade examinamos a presen a da tem tica no sum rio da obra a exist ncia de um cap tulo destinado a sua abordagem e o n mero de p ginas por esta ocupado As dez obras publicadas entre os anos de 1967 1988 constituem um universo de 2874 p ginas das quais somente 191 6 64 destinam se a focalizar a realidade hist rica pr xima ao per odo investigado sendo que entre elas apenas 77 2 67 abordam o Regime Militar No que diz respeito especificamente ao Regime Militar tr s obras de autores tradicionais n o abrem um cap tulo especial Essa tem tica focalizada em cap tulos denominados ltimos Presidentes Vianna a Rep blica Contempor nea Souto Maior a Rep blica depois de 30 Borges Hermida Essa op o feita a seguir por outros tr s autores que assim os identificam o Decl nio do Populismo e a Rep blica Contempor nea Lucci Brasil Atual Santos a Rep blica depois de 1945 Ferreira Nenhum dos subt tulos faz refer ncia ao per odo objeto de nossa pesquisa Essas obras organizam o conhecimento ao longo de cap tulos que 136 constituem cento e vinte e quatro p ginas das quais vinte e tr s tratam de aspectos relat
396. reitas e Ota za Romanelli que consideram o debate educacional dos anos 40 como j dominado pela perspectiva desenvolvimentista isto aquela que prop e a educa o como fator dinamizador da economia como qualificadora da m o de obra para Oliveira essa posi o desenvolvimentista est presente sim mas na sociedade atrav s do discurso de alguns representantes da gera o dos pioneiros e de membros do Idort e n o entre os constituintes de 1946 A maioria dos getulistas na Assembl ia liderada por Gustavo Capanema ent o deputado constituinte pelo Estado de Minas Gerais n o poderia mesmo apresentar esse discurso novo motivo pelo qual portanto essa tend ncia n o foi incorporada lei 71 Sobre ver CURY Carlos Roberto Jamil NOGUEIRA M Alice O atual discurso dos Protagonistas das redes de ensino CUNHA L A Org Escola p blica escola particular e a redemocratiza o do ensino S o Paulo Cortez 1985 164 Os deputados inspiraram se nos trabalhos provenientes da IX Confer ncia Brasileira de Educa o de 1945 que havia aprovado o documento Carta da Educa o Brasileira Democr tica A mesma apresentava a pol tica educacional dos liberais para o novo contexto passando a acenar com a possibilidade de restaura o da democracia no pa s via educa o escolar atrav s da universaliza o da escola elementar leiga e gratuita bem como um ensino proped utico e profissional Um ensino sem
397. rendizagem O mesmo expressa os diferentes aspectos do conhecimento humano explicitado em forma de disciplinas Deveria ser utilizado como um recurso alternativo mas considerado o instrumento predominante e ou nico na maioria 97 das vezes nas salas de aula Nessa perspectiva pertinente lembrar Choppin 2000 p 111 quando afirma que Para el historiador que se interesse por la educaci n las ciencias la cultura o incluso por la mentalidad los manuales representan tambi n uma fuente privilegiada Por ello me gustaria insistir sobre este assunto Es por lo pronto uma fuente abundante Os livros al m de se constitu rem em fontes de conhecimento exercem importante papel ao adaptarem de forma did tica o saber acad mico em saber escolar Poder amos acrescentar que mesmo diante de tantas inova es de sua fun o continua imprescind vel Ao se referir aos manuais escolares Ben tez 2000 p 5 diz El Manual Escolar libro de texto o libro escolar h tenido siempre por su propria naturaleza um car cter instrumental y una apariencia m s bien modesta Quiz por eso los historiadores de la educaci n apenas le han dedicado atenci n si exceptuamos las dos ltimas d cadas del siglo que ahora acaba Desde entonces sin embargo el manual escolar se ha convertido en uno de los campos de conocimiento m s prometedores de la historia de la educaci n contagiando su inter s incluso a los cultivadores de la h
398. res As paisagens e as pessoas puderam ser reproduzidas e transformadas em fotos inclu das em lbuns ou publicadas em revistas e jornais A fotografia passou a ser parte do cotidiano e da cultura moderna A diversidade de registros fotogr ficos assumiu a condi o de fonte importante de estudo da sociedade contempor nea A fotografia como um produto cultural transformou se em objeto de estudo de semi logos antrop logos soci logos e outros cientistas sociais Os historiadores para interpreta o das imagens geradas por ela apropriam se dos m todos desses outros especialistas mas sempre indagam que conhecimento hist rico a fotografia produz 251 A utiliza o da fotografia em trabalhos de cunho historiogr fico lan a um desafio aos historiadores a quem cabe interpretar os significados e as rela es entre sujeitos e a realidade A fotografia al m de seu imenso poder de ser observada possibilita a leitura de uma narrativa s gnica A utiliza o da fotografia em trabalhos cient ficos conforme Recurso 2005 p 1872 enfrenta dois problemas que impedem sua utilizac o de forma mais ampla O primeiro est diretamente ligado resist ncia dos text logos quanto sua utiliza o Acreditam que tudo pode ser explicado pela escrita O segundo est ligado ao desconhecimento da fotografia como um todo seja da parte t cnica no que se refere sua operacionalidade seja da parte de sua funcionalidade para a narr
399. res e Carlos Lacerda n o apenas sofreram ataques e acusa es provenientes de diversos setores sociais como tamb m foram objetos de insultos e chacotas nos meios de comunica o Qualquer tentativa de golpe em 1961 n o encontraria o menor respaldo pol tico e sobretudo social Se levado adiante com um custo alt ssimo os embates deixariam a dimens o pol tica para atuar no campo das ramas Apesar da forte atua o dos opositores do Vice Presidente com maior influ ncia no cen rio pol tico o Congresso rejeita o pedido de impedimento contra a posse de Goulart que acaba acorrendo em 7 de setembro de 1961 Nesse momento j haviam iniciado as articula es pela busca de uma solu o 154 conciliat ria que acaba ocorrendo ap s um acordo entre os legalistas e opositores da posse de Goulart atrav s da instituic o do regime parlamentarista Emenda Constitucional n 4 que durou de 8 de setembro de 1961 a 6 de janeiro de 1963 Jo o Goulart toma posse como presidente mas com poderes reduzidos pelo parlamentarismo Tancredo Neves escolhido como primeiro ministro sendo substitu do sucessivamente por Brochado da Rocha e Hermes Lima Em 6 de janeiro de 1963 ocorreu o plebiscito que garantiu o retorno do presidencialismo Goulart passa a exercer a Presid ncia da Rep blica como chefe de estado e chefe do governo at o golpe de marco de 1964 No cotidiano da sociedade brasileira observam se os ecos da Guerra Fria
400. ria atribui o do professor de Hist ria do Brasil Por outro lado poder amos dizer que a lei org nica n 4 244 de 1942 marca um momento de reordena o do ensino secund rio A Hist ria da Am rica inclu da em uma s rie no intuito de contribuir para forma o de uma identidade latino americana Sob a orienta o do minist rio de Gustavo Capanema a Hist ria do Brasil tem presen a significativa tendo inclusive sua carga hor ria ampliada O ensino de Hist ria conforme Bittencourt 2004 p 82 tinha por objetivos apresentar e difundir elementos que formam a trama da hist ria por meio de fatos pol ticos econ micos sociais religiosos liter rios art sticos cient ficos enfim os fatos culturais e de civiliza o ou seja serviam para a forma o de uma cultura geral e erudita 67 Quando tratam da Reforma Capanema e das normatiza es da educa o no Estado Novo 1937 1945 Medeiros e Agostini 2005 p 169 assim se expressam A Hist ria deveria cumprir a tarefa de formar o cidad o patri tico Nessa poca a Hist ria do Brasil passou a existir no curr culo separadamente da Hist ria Geral por m ainda os conte dos eram trabalhados dentro de uma vis o tradicional refor ados pela nfase que o Estado Novo dava s comemora es c vicas e aos her is nacionais com o objetivo de revigorar a na o Nesse sentido tamb m foi regulamentada a Educa o Moral e C vica
401. riacopi p 481 312 As fotografias analisadas representam as manifesta es efetivadas pelo movimento estudantil e principalmente a Passeata dos Cem Mil Organizamos essa an lise em dois momentos primeiro o das fotografias da Passeata do Cem Mil e o segundo de outros momentos de atua o dos estudantes As imagens fotografias que representam a Passeata dos Cem Mil est o presentes nos livros de Alencar 1981 Nadai Neves 1986 Piletti 1982 Caldeira 1997 e Azevedo Seriacopi 2005 Esse conjunto constitu do por seis fotografias sendo que nas obras de Nadai Neves e Piletti apresentam a mesma fotografia Os cinco livros trazem na realidade cinco fotografias que mostram cenas de rua mas n o indicam o respectivo local endere o Esses livros afirmam que ela ocorreu em junho de 1968 mas n o especificam a data A fotografia apresentada pelos livros de Nadai Neves e Piletti pertence ao acervo da Ag ncia Estado Apenas a fotografia do livro de Azevedo Seriacopi identifica como autor Wilton J nior da Ag ncia Estado A fotografia do livro de Alencar e as duas do livro de Caldeira n o apresentam seus autores Ao investigarmos se os livros especificam a tem tica que a fotografia representa constatamos que apenas Nadai Neves referem se a uma das maiores manifesta es populares de protesto contra o regime o que vem ao encontro das id ias de Azevedo Seriacopi que complementam dizendo o nome de alguns artistas pa
402. rise de empregos A cada ano o Pa s precisa gerar cerca de 1 5 milh o de no vos empregos para absorver os novos contin gentes de trabalhadores Mas a nossa econo 3 O FIM DO REGIME MILITAR O fracasso do modelo pol tico e econ mico adotado pelo regime militar ficou mais do que evidenciado durante o Governo do general Fi gueiredo O Pa s mergulhou numa das maiores crises econ micas de sua hist ria que se refle tia nas elevadas taxas de infla o no assombro so endividamento externo e no d ficit p blico das empresas estatais A Num movimento crescente de questiona mento do regime militar das decis es autorit rias e centralizadoras do Governo diversos se tores da sociedade partidos Igreja associa es cient ficas Imprensa empres rios univer Pra a da S S o Paulo mia n o conseguiu se desenvolver o suficiente para atender a essa necesidade de amplia o do mercado de trabalho Em 1983 a situa o do desemprego em S o Paulo Rio de Janeiro e outros lugares do Brasil atingiu n veis t o desesperadores que levou grupos de desem pregados a se manifestar nas ruas chegando at a saquear supermercados em busca de ali mentos Essa atitude gerou conseq ncias violentas e dram ticas v rias pessoas ficaram feridas e foram registrados casos de morte durante os saques 2 Hil rio ToRLONI Estudos dos problemas brasileiros S o Paulo Pioneira 1982 p 140 sidades sindicatos profi
403. rnos posteriores a 1964 foram os seguintes 180 Foto n 10 Piletti p 180 AG NCIA ESTADO 307 uma das no Rio de Janeiro manifesta es populares de protesto contra o regime realizadas em 1968 Passeata dos Cem Mil e levar o pa s a um maior crescimento econ mico e exercer um maior controle sobre a infla o e diminuir as diferen as regionais em termos de desenvolvimento e diminuir os d ficits de nossa balan a de pagamen tos e incentivar a exporta o atrair capitais estrangeiros oferecendo lhes possi bilidades de lucros consider veis e estabilidade pol tica e conter o cr dito e os sal rios Esses objetivos constaram do Plano de A o Econ mica do Governo PAEG elaborado durante o governo Castelo Branco 1964 1967 e foram perseguidos durante todos os governos posteriores sem que maiores resultados fossem alcan ados 308 e w WS AUS Pr A 4 da fam lia com Deus pela liberdade cha Mar o mar o de 1964 S Paul l NOVOS atores na cena pol tica Com a vit ria do movimento militar o Comando Supremo da Revolu o assim ele se autodefiniu editou o Ato Institucional n9 1 suspendendo as garantias constitucionais e estabelecendo um prazo de 60 dias durante os quais poderia cas sar mandatos e suspender direitos pol ticos Os expurgos atingiram os principais l deres do governo deposto Jo o Goulart Leonel Brizola Almino Afonso Ab
404. ro escolar como objeto de pesquisa e an lise comecam a surgir a partir das d cadas de 1970 principalmente na Inglaterra EUA Alemanha Jap o Franca etc Esse dinamismo enriquecido pelo desenvolvimento da pesquisa em Hist ria da Educa o e pelas novas publica es ambas associadas ao progresso das t cnicas e ou tratamento qualificado dado s informa es inclusive com o apoio da inform tica No Brasil entre os estudos mais recentes destacamos os de Caimi 2001 Gatti Jr 2004 Gasparello 2004 Bittencourt 2004 e o de Sposito 2006 Estes trabalhos tornaram se refer ncias importantes para a pesquisa As investiga es realizadas por Choppin 2002 p 11 12 revelam a coexist ncia de suas concep es de pesquisa hist rica sobre os manuais escolares Uma inscreve se em uma longa tradi o liga se a uma corrente historiogr fica que v o manual como um documento hist rico entre outros O principal interesse em analisar os conte dos dos livros escolares reside ent o como assinala de imediato a maioria dos pesquisadores na influ ncia que teriam exercido na forma o das mentalidades A outra que aparece a partir dos anos 1980 repousa sobre uma concep o ecol gica da literatura escolar visa apreender o manual no contexto global e especialmente dar novo contexto ao seu discurso o livro de classe n o mais ent o considerado em um processo escandalosamente redutor como r
405. ro n 8 Conceitos presentes nos Livros Did ticos 1967 1988 Quadro n 9 Conceitos presentes nos Livros Did ticos 1995 2005 Quadro n 10 Imagens presentes nas capas dos Livros Did ticos de Hist ria Ensino M dio 1967 1988 a Quadro n 11 Imagens presentes nas capas dos Livros Did ticos de Hist ria Ensino M dio 1995 2005 222 Quadro n 12 Presen a das Imagens do Regime Militar no Livro Did tico de Hist ria Ensino M dio 1967 1988 a Quadro n 13 Presen a das Imagens do Regime Militar no Livro Did tico de Hist ria Ensino M dio 1995 2005 LISTA DE IMAGENS Imagem n 1 Capa do livro Hist ria do Brasil de A Souto Maior Imagem n 2 Capa do livro Hist ria do Brasil de H lio Vianna Imagem n 3 Capa do comp ndio de Hist ria do Brasil de Ant nio Jos Borges Hermida 35 od p leor I MD Imagem n 4 Capa do livro Trabalho Dirigido de Hist ria do Brasil de Elian AlJaDI PCP NIE vt CC Imagem n 5 Capa do livro Hist ria do Brasil de Joel Rufino dos Santos Imagem n 6 Capa do livro Hist ria do Brasil de Olavo Leonel Ferreira Imagem n 7 Capa do livro Hist ria da Sociedade Brasileira de F Alencar L Garpi MV SRHIDBIEO idco din AS Seda EP raa aa um e FED SEQ cf
406. romove o conhecimento e o interc mbio de id ias entre seus associados atrav s de reuni es regulares e outros meios realiza pesquisas geogr ficas mant m publica es e procura por meio da funda o de sec es locais ou em coopera o com organiza es similares irradiar suas atividades por todo o pa s 77 A volta do ensino de Hist ria para o ent o chamado primeiro e segundo graus era uma tarefa complexa Segundo Bittencourt 2007 p 46 a indagac o que percorria os debates entre educadores e historiadores relacionava se a qual hist ria deveria ser ensinada para o novo p blico escolar social e culturalmente heterog neo Um p blico escolar que estava sendo colocado diante de novos ve culos de comunica o audiovisuais criado sob novos paradigmas frente ao conhecimento e que parecia oferecer espet culos diante do mundo da escrita e da leitura impressa Um p blico que conhecia o Brasil pela TV e muito pouco por estudos hist ricos na escola Os debates apontavam que al m de formar o cidad o cr tico e consciente o ensino de Hist ria deveria eliminar o ide rio nacionalista do regime militar e abordar as quest es ligadas identidade social Os conte dos que propagavam uma vis o euroc ntrica linear e sob a tica da ideologia do progresso do capitalismo deveriam gradativamente ser substitu dos por saberes indispens veis para uma vis o embasada na nova produ o historiogr fica e que deveria s
407. rosseguir S que a continuidade desse caminho precisa acontecer em uma democracia 236 Nessa passagem as autoras emocionam pois fazem lembrar da inf ncia do som da voz de nossos pais que diziam Um dia vai melhorar e do medo das incertezas que muitas vezes era sentido na escola Por tudo isso que o livro did tico tem que contribuir para informar e para formar os alunos e demais leitores Dando continuidade s investiga es sobre o conceito de Abertura Azevedo Seriacopi 2005 p 486 argumentam Cedendo press o popular em agosto de 1979 o Congresso aprovou a Lei da Anistia Estima se que cerca de 10 mil pessoas foram beneficiadas Liderangas pol ticas como Lu s Carlos Prestes Leonel Brizola Miguel Arraes o educador Paulo Freire o soci logo Herbert de Souza entre muitos outros que se encontravam no ex lio come aram a retornar para o Brasil ao mesmo tempo que presos pol ticos foram postos em liberdade Os autores narram o movimento da concess o da anistia aos exilados e presos pol ticos Trata se de um fato importante no processo de redemocratiza o Apesar de se tratar de um livro produzido recentemente o mesmo n o realiza uma abordagem ampla sobre a tem tica investigada Os mesmo poderiam sugerir como atividade uma consulta aos jornais e revistas da poca para verificar o que era dito sobre a anistia como proposi o poderiam indicar o estudo dos conceitos de exilado anistia bem como verif
408. rt cipes da Passeata dos Cem Mil como Edu Lobo Nana Caymi Leonardo Villar Paulo Autran entre outros 313 Todas as fotografias s o em preto e branco e representam o p blico no espa o das ruas Poder amos dizer que a fotografia do livro de Alencar pequena e ocupa a margem direita superior da p gina Nadai Neves e Piletti apresentam uma fotografia de tamanho grande no lado direito da parte superior da p gina Caldeira mostra duas fotografias pequenas uma do lado esquerdo inferior p 318 e a outra no lado esquerdo da parte superior p 323 j Azevedo Seriacopi apresentam uma fotografia grande na parte inferior da p gina pertinente ressaltar que essas fotografias s o utilizadas a t tulo de ilustra o do texto data do decreto lei e de acordo com ele os candidatos n o poderiam mais aparecer ao vivo nesses meios de comunica o e deveriam se restringir a apresentar seu curr culo para aprecia o dos eleitores Um ano depois novas altera es evidenciaram o receio do crescimento da oposi o ap s fechar o Congresso Nacional Geisel lan ou o Pacote de Abril que entre outras medidas instituiu a elei o indireta para 1 3 do Senado ampliou o n mero de deputados dos estados das regi es Norte e Nordeste e alterou as regras das elei es para governa dores estaduais Contando com esse refor o para as elei es parla mentares de novembro de 1978 o governo manteve a maioria e conseq entemente o controle
409. rtir das s ries iniciais e ampliar a capacidade do educando para o dom nio de m todos da pesquisa hist rica escolar refor ando o trabalho pedag gico com propostas de leitura de bibliografia mais espec fica sobre os temas de estudo e com possibilidades de dominar o processo de produ o do conhecimento hist rico pelo uso mais intenso de fontes de diferentes naturezas Os PCNs chamam aten o para o significado dos conte dos expressos nas informa es e conceitos Os mesmos s o dilu dos em reas de conhecimento e n o trazem uma interpreta o clara de interdisciplinaridade A id ia n o formar um historiador mas de oferecer maior autonomia intelectual colocando o educando em contato com os diversos registros humanos 83 Ap s realizar uma avalia o criteriosa sobre a viabilidade dos PCNs como alternativa para o ensino de Hist ria Fonseca defende a id ia de que para introdu o dos novos temas no curr culo este precisa ser reconstru do de forma participativa no cotidiano escolar O professor precisa acreditar que suas aulas n o ocorrem aleatoriamente mas articuladas aos saberes valores cren as significados atitudes comportamentos a partir de recursos pedag gicos diversos a perspectiva de ensino tem tico e multicultural deve ocorrer acompanhada de uma mudan a did tica Nessa perspectiva Fonseca 2004 p 37 38 retoma o papel formativo do ensino de Hist ria fundamental na forma o da consci nci
410. rtir do desejo de conhec lo passamos a empreender esfor os para o consequente desenvolvimento da pesquisa Pensando assim definimos o tema objeto de nossa investiga o Passados mais de quarenta anos do in cio de um ciclo hist rico de longa dura o inaugurado pelo Golpe Militar de 1964 observa se que essa tem tica continua pertinente e apenas recentemente passou a ser alvo de investiga o Ao verificarmos as suas rela es com a Educa o Brasileira e o ensino de Hist ria percebemos um enorme sil ncio Isto nos instiga a realizar essa aproxima o pois compartilhamos com Freire 2001 p 32 da id ia de que n o h ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino Na pr tica a pesquisa constitui se a ess ncia de toda ci ncia As suas experi ncias estabelecem o campo l gico teorizado e coerente que buscam a valida o dos novos saberes e expressam de forma objetiva uma nova realidade Nesse sentido relevante a contribui o de Kuenzer 1992 p 120 quando analisa a pr xis Esta categoria traz a compreens o que o conhecimento produzido atrav s da rela o entre sujeito e objeto onde ocorre um movimento dial tico entre a teoriza o e a pr tica sempre de car ter transformador A verdadeira atividade pr xis que produz conhecimento ao mesmo tempo te rica e pr tica ou seja cr tica e pr tica cr tica sem ser mera contempla o j que a teoria que conduz a a o pr
411. rubada da ditadura deveria ser constru da a partir da alian a com todos os setores democr ticos A a o deveria ser pol tica n o militar Nesse sentido o MDB constitu a o campo estrat gico privilegiado para essa aglutina o das for as oposicionistas Passeatas rel mpago greves nas universidades car tas abertas popula o e confrontos com a pol cia Ape sar de proibidas as manifesta es cresciam a cada se mana Nas escolas e universidades apareciam novas li deran as que comandavam os protestos e disputavam a dire o do movimento estudantil dividido em in me ras pequenas organiza es A essa altura a maior parte dos jovens brasileiros mantinha se alheia aos questionamentos pol ticos For mada durante a ditadura essa nova gera o n o desen volveu uma cultura pr pria e particular Amortecida pela sociedade de consumo e pelo autoritarismo ela nutria desprezo pela pr tica pol tica Filhos do sil ncio imposto pelo regime autorit rio muitos viram alguns de seus professores desaparecerem das escolas e uni Repress o ao movimento estudantil 1977 Na PUC SP em setembro de 1977 os estudantes organizaram o ato mais ousado daquele ano em reuni o discutiam os passos da reorganiza o da UNE Diri gidos pelo coronel Erasmo Dias ent o secret rio de Seguran a P blica a pol cia agentes do DOI Codi e grupos de extrema direita invadiram a universidade prenderam cerca de 900 estu
412. s Mota Braick 2002 inovam ao inserir em seu livro fragmentos de uma reportagem que de forma clara e did tica explica os passos do movimento estudantil bem como a resist ncia empreendida contra o regime que marcaram definitivamente o ano de 1968 O lan amento de um outro olhar sobre o livro mostra que as autoras poderiam ter proposto atividades para melhor aproveitamento da reportagem no entendimento do problema em quest o As id ias apresentadas por Mota Braick e Schmidt combinam com as de Divalte 2004 p 378 quando se referem a este per odo A for a do movimento foi maior entre os universit rios que protestavam contra o arcaico sistema de ensino e a falta de liberdade imposta pelo regime militar Os estudantes estavam mobilizados em torno de entidades representativas como a UNE que agia na clandestinidade ap s ter sido declarada ilegal Divalte 2004 destaca a atua o do movimento estudantil sob a lideran a da UNE e como parte de contexto de resist ncia contra a opress o Em seu estudo 228 Divalte limita se a algumas reflex es mas poderia ter aprofundado a sua an lise abrangendo aspectos hist ricos importantes a respeito do per odo Os militares procuraram diferentes caminhos para calar a voz e oprimir as pessoas que se posicionavam contra a ditadura Essa afirmativa encontra respaldo em Azevedo Seriacopi 2005 p 481 482 quando as mesmas esclarecem ao jovem estudante como o movimento
413. s Educa o na Escola B sica teve seu in cio h trinta anos Nos ltimos sete anos a realiza o do Mestrado PUCRS abriu um enorme leque de possibilidades O contato permanente com os pressupostos te ricos propiciaram reflex es questionamentos atitudes investigativas e elabora o de novos saberes O conv vio em atividades de sala de aula em diferentes disciplinas nos cursos de Hist ria Geografia e Pedagogia como orientador de Trabalhos de Conclus o de Curso TCC e Monografias de Especializa o viabilizaram o interc mbio de id ias a produ o de conhecimento a partilha de experi ncias e resultados animadores Diante dessas circunst ncias procuramos aliar a teoria e as viv ncias para a elabora o dessa proposta de pesquisa 1 1 Um Encontro de Disciplinas Algumas Reflex es Dado ao momento historiogr fico que vivemos pretendemos estabelecer di logos e abrir novos caminhos aproximando Hist ria Hist ria Cultural e a Hist ria da Educa o Ao delinearmos os nossos prop sitos lembramos Chartier 2002 p 17 quando se refere que os historiadores perderam muito de sua ingenuidade e de suas ilus es Agora sabem que o respeito s regras e s opera es pr prias sua disciplina uma condi o necess ria mas n o suficiente para estabelecer a hist ria como um saber espec fico Talvez seja seguindo o percurso que leva do arquivo ao texto todo texto escritura e da escritura ao con
414. s UFSC 2004 NORA Pierre Between Entre Mem ria e Hist ria a problem tica dos lugares In Projeto Hist ria N 10 S o Paulo PUC 1993 p 07 28 Memory and history In Nora P ed Realms of memory the construction of the French past New York Columbia University 1984 vol NOSELLA Maria de Lurdes Chagas Deir AS Belas Mentiras A Ideologia subjacente aos textos did ticos S o Paulo Moraes 1979 OLIVEIRA J B A e outros A Pol tica do Livro Did tico S o Paulo Summus Campinas EDIUNICAMP 1984 ORIENTA ES CURRICULARES PARA O ENSINO M DIO Ci ncias Humanas e suas tecnologias v 3 Secretaria de Educa o B sica Bras lia Minist rio da Educa o 2006 OSTERMANN Nilse Winck A Hist ria que se conta no livro did tico Uma Hist ria mal contada um estudo da forma como se introduz o ensino de Hist ria na escola de 1 grau Disserta o de Mestrado Porto Alegre UFRGS 1991 PAIVA Eduardo Fran a Hist ria e Imagens Belo Horizonte Aut ntica 2002 PEDROSS Enrique Serra RODRIGUES Gabriela Hist ria Imediata e Pensamento nico Reflex es sobre a Hist ria e Ensino de Hist ria In LENSKIJ Tatiana HELFER Nadir Emma orgs A Mem ria e o Ensino de Hist ria Santa Cruz do Sul EDIUNISC ANPUH 2000 p 123 139 PESAVENTO Sandra Jathay Hist ria e Hist ria Cultural 2 ed Belo Horizonte Aut ntica 2004 Que Hist ria esta Uma Incurs o nos desafios do prese
415. s como parte do processo de abertura Segundo esse autor 1988 p 171 Os com cios pelas Diretas reuniram multid es entusiasmadas nas grandes cidades brasileiras Foi um memor vel espet culo de civismo que contou com a maior concentra o popular da Hist ria do Pa s Nadai e Neves ressaltam que o insucesso do modelo econ mico o descontentamento popular os debates promovidos pelos meios de comunica o pela SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ci ncia e a defesa dos direitos humanos pela ala progressista da Igreja Cat lica representam avan os significativos A respeito do processo de abertura pol tica e o fim do regime pol tico militar Nadai Neves 1988 p 254 por sua vez revelam Os movimentos e manifesta es reivindicat rios e contestat rios ressurgiram em todo pa s e a repress o pura e simples n o foi mais resposta convincente tornando se por isso invi vel A resposta do governo foi consequentemente a abertura pol tica que exemplificou atrav s de medidas como a revoga o do Als ocorrida no final do governo Geisel a concess o de anistia aos condenados por crimes pol ticos no in cio do governo Figueiredo A abertura revelou se ainda pelo relaxamento da censura permitindo se a divulga o de obras cient ficas e art sticas nacionais e estrangeiras que haviam sido proibidas e pela amplia o do sistema pol tico partid rio com o restabelecimento do pluripartidarismo 233
416. s eletr nicos aproximaram emissores e receptores encurtaram as dist ncias aumentaram a velocidade diminu ram o tempo no mbito das comunica es e na propaga o do conhecimento Esse processo agilizou a produ o a organiza o a divulga o e um melhor e mais r pido contato com os novos saberes Em meio a essas cria es o livro sobrevive a tudo 126 Os livros did ticos perpassam tempos e territ rios e continuam a sua trajet ria como documentos importantes nas atividades de ensino e pesquisa A reconstitui o dessa contribui o hist rica n o se esgota com a elabora o desse cap tulo Ao contr rio o processo continua quando vasculhamos as novas produ es historiogr ficas procura de outros estudos Com a elabora o desse cap tulo improv vel que tenhamos contemplado todos os aspectos sobre o ensino e o livro did tico de Hist ria no Brasil Com certeza a sua organiza o nos faz aumentar o interesse pela tem tica Na continuidade da pesquisa passamos a seguir ao terceiro cap tulo que versar sobre o Regime Militar no livro did tico de Hist ria do Ensino M dio Sobre ver OLIVEIRA Margarida STAMATTO Maria In s org O Livro Did tico de Hist ria pol ticas educacionais pesquisa e ensino Natal UFRN 2007 III O REGIME MILITAR NO LIVRO DID TICO DE HIST RIA DO ENSINO M DIO Os livros did ticos h muito tempo auxiliam para contarmos a hist ria da educa o e do ensino
417. s intensidade os reflexos da implanta o da Ditadura Militar do xodo rural urbaniza o etc Esse processo come a a ser observado no universo escolar tanto pelo surgimento de alunos oriundos da zona rural campesinato e da zona urbana filhos de oper rios como por uma nova produ o de textos escolares Os manuais 5 Sobre ver OLIVEIRA Jo o Batista Ara jo e A Pedagogia e a Economia do Livro Did tico Rio de Janeiro ABT 1983 114 passam a ocupar importante papel no I cus da sala de aula e nos planos dos governantes As altera es na pol tica educacional brasileira na d cada de 1970 determinam sucessivas mudangas nas instituic es e na pol tica do livro did tico Em 1971 foi extinta a COLTED No mesmo ano criado o Instituto Nacional do Livro Did tico INLD rg o que assumia a responsabilidade de administrar e controlar os recursos financeiros destinados a implementar a pol tica educacional e desenvolver o Programa do Livro Did tico para o ensino fundamental PLIDEF Em 1976 criada a FENAME Funda o Nacional de Material Escolar Essa funda o tinha entre suas finalidades definir as diretrizes da produ o e distribui o do livro did tico O final da d cada de 1970 e o in cio dos anos 1980 s o marcados por in meras transforma es que v o refletir inclusive na produ o e pol tica do livro did tico Em 1985 o decreto n 9 154 institui o PNDL Programa Nacional do Livro Di
418. s o de contador e outras Por fim consolidou as regulamenta es sobre o ensino secund rio com o Decreto n 21 241 14 4 1931 Mas a atua o do novo governo n o se restringiu a isso no campo educacional ela foi provocativa no mbito da disputa de id ias pedag gicas O panorama educacional brasileiro depois da Revolu o de 1930 assinalado pelo ensino religioso cat lico facultativo a fixa o de um percentual m nimo obrigat rio de aplica o das verbas p blicas ao ensino pela descentraliza o administrativa o sistema de ensino b sico escola elementar ampliado integral e com a orienta o metodol gica da Escola Nova de acordo com as reivindica es dos liberais mas nos demais n veis separado em popular e de elite a nfase na educa o musical f sica moral e c vica para o desenvolvimento dos valores nacionais Sobre esse momento Neto 2000 p 19 explica A centraliza o pol tica e o novo papel desempenhado pelo estado brasileiro a partir de 1930 repercutiram sobre o ensino Com a cria o do 19 Sobre Escola Nova ver VIDAL Diana Gon alves Escola Nova e o processo Educativo In LOPES Eliane Marta Teixeira FILHO Luciana Mendes Faria VEIGA Cynthia Greive 500 Anos de Educa o no Brasil 3 ed Belo Horizonte Aut ntica 2003 p 497 517 As id ias escolanovistas importadas dos EUA introduziram os Estudos Sociais no ensino elementar como alternativa para superar o ensino tradicio
419. s o entre hist ria e mem ria Esta ltima consistiria em uma aproxima o acr tica ao passado de uma parcialidade e setorialidade manifestas fortemente influenciada pelos desejos e posi es dos indiv duos Frente mem ria a hist ria desempenhava a fun o cr tica de voltar s coisas a seu lugar a partir de um rigor anal tico e da objetividade do m todo Mem ria e Hist ria integram um vasto panorama art stico cient fico e patrimonial das sociedades humanas em diferentes espa os tempos Mas preciso lembrar que s o distintas e n o devem ser tomadas como sin nimos Por outro lado torna se importante salientar que no entendimento de Neves 2004 p 14 fun o da Mem ria e da Hist ria estabelecer os nexos entre o passado o presente e o futuro E se a mem ria procura salvar o passado essa a o est longe de ser como muitos parecem supor um mero resgate mas sim um processo direcionado a atuar no presente e a orientar os caminhos do futuro Preocupado com este processo Pierre Nora torna se um dos pioneiros a realizar na Fran a a partir da d cada de 1970 estudos sobre a Hist ria e a Mem ria O autor prop e tr s nichos a partir dos quais a Fran a deveria ser constru da nos cora es e mentes dos franceses a no o de na o a proposta de rep blica e a pluralidade das Fran as resultante de sua diversidade regional Tomando essas proposi es v rios autores passaram a v
420. s pedag gicas com as diferentes maneiras de utiliza o nas pr ticas docentes GASPARELLO 2004 p 205 210 Ainda em 2004 o professor japon s Isao Ishibaschi apresentou a disserta o Um Comparativo do conte do did tico da disciplina de Hist ria Geral do Ensino M dio brasileiro e japon s PUCRS em que analisa a presen a do Jap o nos livros did ticos brasileiros e a presen a do Brasil nos livros did ticos japoneses Em 2006 Holien Gon alves Bezerra e T nia Regina de Luca publicam o artigo Em busca da Qualidade PNLD Hist ria 1996 2004 Os autores oferecem uma abrangente an lise de livros did ticos de Hist ria Revisitam as pol ticas p blicas de Estado voltadas para os livros did ticos desde o s culo XIX e defendem a id ia de que esse processo de avalia o vem sendo realizado no Brasil tendo em vista a necessidade de melhorar a qualidade deste recurso did tico Apresentam ainda os crit rios e par metros de an lise avalia o dos resultados e apontam caminhos para re defini o da pr pria pol tica de avalia o A professora Claudia Regina Callari 2006 ligada ao departamento de Hist ria da USP realiza atualmente a pesquisa sobre a Inconfid ncia Mineira e a Constru o do Mito de Tiradentes Historiografia e Livro Did tico A pesquisa busca a compreens o da transposi o do saber erudito para o saber did tico em rela o Inconfid ncia Mineira no per odo de 1839 19
421. s Sociais bem como pela valoriza o do professor e da escola p blica A produ o historiogr fica revigorada abarca de forma crescente aspectos da hist ria social e critica a hist ria pol tica Em meio aos movimentos sociais nos anos 1980 as pesquisas e os debates propiciam o redimensionamento do ensino de Hist ria Os reflexos da historiografia trouxeram para a pauta de discuss es e ensino novas e ou diferentes tem ticas e abordagens Essas atitudes confirmam o papel da Hist ria na forma o intelectual social e cr tica do cidad o Refor a ainda a id ia de que o ensino deve preocupar se em desenvolver no aluno habilidades que o levem ao pensar refletir e pesquisar Os estados de S o Paulo Minas Gerais e Paran organizam propostas inovadoras as quais n o vamos detalhar por n o constitu rem nosso objeto de investiga o Tais propostas segundo Bittencourt 2004 p 111 112 t m em comum algumas caracter sticas a saber e a altera o nas formula es t cnicas dos textos curriculares que passaram a apresentar fundamenta es sobre o conhecimento hist rico e sobre os demais t picos da disciplina Um texto interessante sobre esse tema o de KERN Arno Alvarez 1973 2003 Trinta anos de Trajet ria de um P s Gradua o voltado para a forma o qualificada em Hist ria In Estudos Ibero Americanos Ed Comemorativa dos 30 anos do PPH Porto Alegre PUCRS v XXX n 1 junho 08 p 5 10
422. s das quais teria a inten o de estabelecer a ditadura comunista no Pa s 81 Sobre ver FERREIRA M rio NUMER ANO Roberto O que Golpe de Estado S o Paulo Brasiliense 1993 209 Ao analisarmos o livro de Nadai Neves 1988 nota se que as autoras aproveitaram as conquistas sociais e pol ticas ocorridas no processo de redemocratiza o e tiveram maior liberdade para incluir em suas abordagens que at ent o n o apareciam nos livros did ticos Essa obra destaca se ainda pela riqueza das trinta e oito notas de rodap A seguir inserimos tr s notas apontadas por Nadai Neves que consideramos significativas para a constru o do conhecimento hist rico pedag gico e cient fico 1 Os autores do Golpe chamaram na de revolu o contudo o conceito de revolu o n o se aplica absolutamente ao ocorrido pois este n o provocou mudan as estruturais o que houve foi a modifica o pol tica partindo ao uso da for a 7 Juscelino havia sido convidado pelo deputado Jos Maria Alkmin para aderir ao movimento de Minas ele por m n o aceitou pois seu interesse era que permanecesse a normalidade constitucional uma vez que pretendia apresentar se como candidato s elei es presidenciais em 1965 9 Apesar da irregularidade da situa o o embaixador dos EUA Lincoln Gordan promoveu o imediato reconhecimento do novo governo brasileiro contrariando a norma de s se reconhecerem governos constitucionais Na
423. s de Golbery Leit o Alencar Castelo Branco Costa e Silva M dici Geisel e Figueiredo Cotrim Os dados revelam que a vota o da Emenda Dante de Oliveira lembrada apenas por Nadai Neves e os cinco presidentes em traje civil s o focalizados por Cotrim A passeata do Cem Mil est presente em tr s autores Alencar Nadai Neves Cotrim enquanto a 290 Campanha das Diretas J aparece uma vez em Nadai Neves e em tr s oportunidades em Cotrim No segundo grupo de autores que publicaram seus manuais entre 1995 2005 quadro n 13 h um crescimento consider vel de imagens Partindo dos ndices quatro imagens s o encontradas em Arruda Piletti 2000 quatro em Pedro Lima Carvalho 2004 cinco em Divalte 2004 sete em Fausto 1995 oito em Azevedo Seriacopi 2005 doze em Vicentino Dorigo 2004 quinze em Campos 1999 vinte e seis em Caldeira 1997 No todo se olharmos o n mero de imagens a lideran a fica com Schmidt 2001 que apresenta trinta e cinco Tendo em vista a enorme diversidade de imagens procuramos aproxim las por afinidades O crit rio para esse coment rio tem mais o significado hist rico do que o n mero de livros onde a imagem aparece Entre as figuras que defendiam o Regime Militar encontramos Castelo Branco Costa e Silva M dici Geisel Figueiredo Golbery Delfim Soldados Fleury Abreu Sodr Gama e Silva Do grupo de resist ncia s o focalizados Greg rio Bezerra os guerr
424. s livros did ticos de Educa o Moral e C vica e OSBP preciso tornar claro que o conceito de civismo era trabalhado nas atividades extra classes Exemplo Hora Cultural e nas a es do Centro C vico Escolar de forma articulada id ia de conduta her ica lideran a patriotismo e valores 87 ver interessante artigo de FITZ Ricardo Brasil Os mitos fundadores da nacionalidade Ci ncias e Letras Brasil Sociedade e Pol tica n 37 Revista da Faculdade Porto Alegrense de Educa o Ci ncias e Letras Porto Alegre FAPA jan jun 2005 p 13 23 241 Na an lise dos livros did ticos constat se aspecto interessante os autores raramente falam no conceito da ditadura Isto nos leva a pensar que poderiam ter retratado melhor esse per odo crucial da Hist ria do Brasil Quais seriam os fatores que levaram os autores a n o focaliz lo Talvez seja o resqu cio do autoritarismo a falta de aporte te rico ou falta de uma atitude investigativa por parte do autor Os autores poderiam ter realizado uma an lise cr tica e comparativa sobre os conceitos de revolu o e golpe Cabe ainda lembrar que os mesmos ainda poderiam ter focalizado a historicidade desses momentos de forma mais objetiva Gaspari tomando como apoio documentos depoimentos e de uma vasta bibliografia levanta uma enorme quantidade de informa es e desenha um panorama abrangente do per odo que abarca desde o movimento que deslanchou a ditadura c
425. s produzem em um novo ciclo hist rico quando al m da abertura pol tica j existia um maior incentivo para a pesquisa e novas tecnologias para a produ o de um material did tico que atendesse as exig ncias da sociedade brasileira que naquela poca vivenciava diferentes desafios Um aspecto que difere do grupo de autores selecionados anteriormente 1967 1988 que no segundo grupo 1995 2005 a maioria se uniu a um ou mais 147 autores para produ o de seu livro did tico excetuando se Fausto Campos Schmidt e Divalte No grupo anterior apenas Nadai Neves e Alencar Carpi Ribeiro produziram juntos As demais foram produ es individuais evidente que os autores mais recentes 1995 2005 d o prosseguimento ao processo iniciado por Alencar Piletti Cotrim e Nadai Neves e desprendem se das amarras de uma hist ria pol tico militar oficial conservadora fragmentada e acr tica Os livros produzidos e as abordagens neles realizadas come am a mudar os rumos do ensino de Hist ria evidente que as discuss es que iniciamos nesse momento n o atingem todos os aspectos sobre a presen a da tem tica investigada nos livros did ticos Durante a sua organiza o indagamos priorizamos e sintetizamos dados que nos apontaram outros rumos que asseguram a continuidade do processo em busca desses caminhos que produzimos o segundo momento desse cap tulo quando vamos realizar ent o a contextualiza o hist rica
426. s relevantes referem se de um lado percep o que demonstraram os editores sobre o processo de mudan a que a literatura did tica em geral e a de Hist ria em particular haviam passado no per odo compreendido entre a d cada de 1970 e 1990 pois todos assinalaram que de um material voltado para memoriza o com pouca didatiza o e mesmo criatividade existente at parte da d cada de 1980 e de modo mais marcante na d cada de 1990 para um material mais cr tico didatizado e criativo por for a dos processos de avalia o mas tamb m de melhorias tecnol gicas e mudan as de paradigmas em rela o aos conte dos e postura did tico pedag gica presente nos livros did ticos interessante lembrar que no per odo compreendido entre a d cada de 1960 e os anos noventa ocorre a passagem de uma forma de produ o quase artesanal para uma produ o industrial preocupada com a crescente demanda do mercado Na rea de Hist ria percebe se um processo de melhoria da qualidade dos conte dos que se tornam mais cr ticos e completos quanto edi o que utiliza diferentes cores bem como um papel de melhor qualidade evidente que nesse contexto ocorre o crescimento do interesse das livrarias e do governo federal 116 Ainda poder amos dizer que a renova o ocorrida na d cada de oitenta que havia repensado a linguagem os conceitos as explica es e o trabalho com documentos j havia se consolidado e que nos anos nov
427. sa 39 Sobre ver MATTOS Selma Rinaldi de Li es de Macedo uma pedagogia do s dito cidad o no Imp rio do Brasil Disserta o de Mestrado Rio de Janeiro FGV 1992 104 As investigac es revelam que os primeiros anos da Rep blica 1889 conhecem uma renovac o no campo historiogr fico e do ensino de Hist ria do Brasil Nesse momento de inova o s o not veis as contribui es de Capistrano de Abreu como pesquisador e de Jo o Ribeiro que cria uma original produ o destinada s atividades de ensino de Hist ria Nas primeiras d cadas da Rep blica a produ o historiogr fica conforme Fonseca 2001 p 93 manteve se estreitamente vinculada ao Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro IHGB onde desde a segunda metade do s culo XIX desenvolvia se o projeto de elabora o de uma hist ria nacional A princ pio os estudos produzidos no mbito do Instituto eram marcados pela exalta o da monarquia e da coloniza o portuguesa no Brasil vista como a respons vel pela constru o dos alicerces da na o Com o advento da Rep blica as preocupa es voltaram se para a valoriza o do novo regime o prest gio da coloniza o portuguesa sofreu alguns reveses mas as diretrizes metodol gicas fundamentais do IHGB se mantiveram at pelo menos o in cio da d cada de 30 do s culo XX Continuou se a produzir uma hist ria centralizada nos fatos pol ticos nos feitos dos grandes homens nos epis dios
428. sen tando o governo militar e a direita brasileira estava Paulo Maluf ex prefeito e governador de S o Paulo Pressionados pelas Diretas J e descontentes com a candidatura de Maluf setores do PDS romperam com o go verno Figueiredo e criaram a Frente Liberal que mais tarde deu origem ao Partido da Frente Liberal PFL Com parte da oposi o esse grupo formou a Alian a Democr tica para con correr com Paulo Maluf no Col gio Eleitoral Como can didatos a presidente e vice presidente a Alian a Democr ti ca apresentou os nomes de Tancredo Neves e de Jos Sarney respectivamente elei o ocorreu no dia 15 de janeiro de 1985 A chapa Tancredo Sarney recebeu 480 votos e Maluf apenas 180 O regime militar havia sido vencido No entanto no dia 15 de mar o Tancredo n o p de tomar posse por motivos de sa de Dias depois em 21 de abril viria a morrer Ent o o vice presidente Jos Sarney ex presidente da Arena assumiu a Presid ncia Arquivo Ag ncia O Globo 343 Ap s essas reflex es passamos a examinar a presen a das fotografias relativas Campanha das Diretas J nos livros did ticos As buscas revelam que esse o momento do Regime Militar mais representado atrav s das fotografias Nos livros investigados encontramos treze fotografias relativas Campanha das Diretas J O livro de Nadai Neves 1986 traz o Com cio de Lancamento da Campanha pelas Diretas J ocorrido em 13 de janeiro de 1984
429. sexualidade Pois afinal proibido proibir a palavra de ordem dos estudantes franceses em maio As transforma es passam pelo Vietn EUA Tchecoslov quia Fran a e no Brasil 227 Mar o no dia 28 a morte do estudante Edson Lu s de Lima Souto abatido pela Pol cia no Rio de Janeiro causa indigna o 50 mil pessoas protestam no seu enterro Abril no dia 16 t m in cio os 9 dias de greve dos metal rgicos de Contagem MG Junho no dia 26 realiza se no Rio de Janeiro a Passeata dos 100 mil representantes do movimento se re nem com o presidente Costa e Silva Julho nos dias 16 17 e 18 oper rios em greve paralisam seis das onze empresas metal rgicas de Osasco SP Na capital paulista militantes do CCC Comando de Ca a aos Comunistas agridem os artistas do espet culo Roda Viva no Teatro Ruth Escobar Outubro no dia 2 alunos da Maria Ant nia sede da Faculdade de Filosofia Ci ncias e Letras da USP e p lo da contesta o estudantil enfrenta os do Mackenzie reduto conservador no qual atuavam n cleos anticomunistas No confronto morto a tiros o secundarista Jos Guimar es que apoiava a Maria Ant nia No dia 12 em Ibi na SP s o presos os delegados do Congresso da UNE Clandestino Dezembro a decreta o do AI inaugura uma nova fase ainda mais repressora do regime militar Setores radicais de oposi o ditadura voltam se para as a es armada
430. sino nos seus diversos graus n o somente no ensino superior que como determina a lei responsabilidade do Executivo Federal Essa centraliza o por m teve como principal objetivo e unifica o do discurso moral e patri tico a ser ministrado nas escolas Assim o governo militar utilizava a educa o formal como mecanismo de controle social N o sem raz o portanto nos setores ligados disciplina de Educa o Moral e C vica que a presen a militar notada No MEC durante todo o per odo pesquisado as comiss es e departamentos ligados a essa disciplina s o dirigidos por membros das For as Armadas Nos demais setores do minist rio ao contr rio continuou a predominar civis treinados nas burocracias estaduais de ensino Na pr tica a lei 5692 71 surge com o objetivo de aproximar a educa o nacional ruptura implementada pelo golpe militar de 1964 sob a inspira o da ideologia de um Brasil pot ncia da qual o regime militar tinha respaldo na nova legisla o que acaba com as resist ncias e divulga um discurso de exalta o ao projeto que prioriza a intera o entre a forma o educativa e o mercado de trabalho preciso dizer ainda que as duas reformas tinham entre seus objetivos tirar de cena as resist ncias ao regime bem como atender as exig ncias do capitalismo nacional e estrangeiro Ao lan ar seu olhar sobre a pol tica educacional brasileira e recorrendo aos Planos Naci
431. sional de Hist ria do Brasil tradicionalmente ecl tica e bastante sens vel aos modismos intelectuais Na continuidade de sua abordagem Napolitano 2003 p 177 178 diz Tamb m n o podemos esquecer o lugar que ocupa o livro did tico no Brasil Consumido ao mesmo tempo como ensaio e obra de refer ncia como material explicativo sobre processos e estruturas e inform tico sobre conte dos factuais as pol ticas editoriais acabam sendo bastante conservadoras pois o livro acaba suprindo lacunas de informa es historiogr ficas b sicas ao mesmo tempo em que s o exigidos como elemento de reflex o sobre os fazeres e m todos da Hist ria A produ o did tica escolar sempre foi vigiada por rg os nacionais e avaliada por profissionais da Educa o originando pol micas cr ticas e investiga es Os livros did ticos muitas vezes foram culpados pelas mazelas do 51 Sobre ver MUNAKATA Kazumi Hist ria que os livros did ticos contam depois que acabou a ditadura no Brasil In FREITAS Marros C de org Historiografia Brasileira em perspectiva S o Paulo Contexto 1998 p 271 296 118 ensino de Hist ria pelas defici ncias em termos de conte dos por lacunas ou sil ncios erros conceituais No entanto o livro did tico precisa desempenhar um papel efetivo no ensino Em um outro olhar verificamos que os cr ticos esquecem que o seu uso did tico depara se com limites vantagens e desvantagens Esses
432. sistas e recebeu 298 Desses votos 55 eram de deputados do PDS que apesar das press es do governo e do partido votaram a favor da emenda De qualquer forma tendo em vista a composi o do Senado era muito problem tico que a emenda passasse no Senado caso fosse aprovada pela C mara 9 7 4 AS ELEI ES INDIRETAS A rejei o das elei es diretas para presidente provocou uma grande frustra o popular A batalha sucess ria fixou se no Col gio Eleitoral Tr s Foto n 26 Fausto p 510 BRASIL DA GI lho militar que se consolidou nos anos da repress o A vit ria coube a Geisel de tend ncia mais liberal que apoiava o general Jo o Baptista Figueiredo chefe do SNI Servi o Nacional de Informa es para a su cess o presidencial Ao fim de seu mandato o presi dente Geisel efetivou reformas liberalizantes Entre elas destacaram se o fim da censura pr via e principalmente o fim do AI 5 instrumento legal do regime autorit rio Geisel deixava seu governo com o projeto de aber tura consolidado mas ainda mantinha v rios mecanis mos para a seguranca do Estado como a Lei de Segu ranca Nacional e a Lei Falc o que impedia a propagan da pol tica aberta pela televis o O governo do general Figueiredo No dia 15 de mar o de 1979 o presidente Figueiredo tomou posse Seu discurso inaugural pro metia a redemocratiza o do Brasil Ele disse que faria do pa s uma democracia uma sociedade livre e daria
433. sma poca a sele o brasileira de futebol ganha a Copa do Mundo 1970 no M xico e conquista o tricampeonato do Mundo Era a poca do Ningu m segura este pa s e da marchinha Pra frente Brasil que se tornou no verdadeiro hino da copa e uma das m sicas mais cantadas no carnaval de 1971 O general presidente e seus adeptos transformaram esse evento em uma conquista do Estado Brasileiro e tratavam de construir uma outra id ia do contexto hist rico ent o vivenciado A campanha de publicidade tratava de divulgar imagens do Presidente nos est dios e junto aos grandes jogadores aproveitando a paix o do povo pelo futebol As vit rias conquistadas pela selec o brasileira aliavam se s falsas perspectivas do milagre econ mico para a criac o de um entusiasmo coletivo que acabavam encobrindo a viol ncia e buscavam o per odo militar mais popular 321 A propaganda mistura apelos l gicos e emocionais informa o e argumenta o medo e inveja fasc nio pelo novo e necessidade de seguran a Al m de muitos outros elementos primeira vista paradoxais e antag nicos que ela junta e combina para atingir seu prop sito maior de gerar nos consumidores pela persuas o comportamentos que beneficiem o anunciante que a utiliza A propaganda dessa forma age sobre o indiv duo a fam lia os grupos sociais a comunidade enfim a socieda de como um todo em um processo de grande sinergia no qual cada an ncio interfer
434. smo t tulo geral Na realidade o conceito uma palavra que expressa uma abstra o e traz um significado O processo ensino aprendizagem deve ter como ponto de partida os 79 Sobre ver AZEVEDO Ant nio Carlos do Amaral Dicion rio de Nomes Termos e Conceitos hist ricos 3 ed Rio de Janeiro Nova Fronteira 2006 200 conhecimentos pr vios que os alunos trazem de casa Ao fomentar essas atividades a abordagem de conceitos torna se interessante para que o aluno possa a partir da busca e indagac o compreender o fen meno observado interpretar o problema bem como estabelecer v nculos entre os diferentes conte dos do curr culo Nessa perspectiva pertinente a contribuic o de Coll 2000 p 23 quando diz A aquisic o de conceitos baseia se na aprendizagem significativa que requer uma atitude ou orientac o mais ativa com respeito pr pria aprendizagem na qual o aluno deve ter mais autonomia na definic o de seus objetivos suas atividades e seus fins O aluno orientado a reproduzir dados e o aluno que se esfor a de maneira sistem tica para compreender e dar sentido informa o diferem provavelmente em muitos outros aspectos quando enfrentam tarefas de aprendizagem ensino preciso registrar que os conceitos tornam se distintos conforme a sua escala de compreens o e realidade s cio hist rica Ao se referir aos mesmos Carretero 1997 p 34 36 destaca e os conceitos hist ricos apresentam
435. ssa resultante de m ltiplos saberes nos quais se confrontam de forma independente diferentes campos do conhecimento o imagin rio do artista a cultura visual e as pr ticas pr prias da sociedade em que ele vive As imagens da modernidade s o fecundas pois evidenciam suas mudan as de estatuto bem como expressam as teorias com as quais s o produzidas Com isto elas s o resultantes do cruzamento de v rios dom nios do saber do mundo moderno associados mem ria ao imagin rio sensibilidade s convic es pessoais e pr ticas culturais 245 O uso das imagens como poder de representa o visual de acordo com Burke 2004 p 16 17 n o pode e n o deve se limitar evid ncia no sentido restrito do termo Deve se tamb m deixar espa o para o que Francis Haskell denominou o impacto da imagem na imagina o hist rica Pinturas est tuas publica es e assim por diante permitem a n s posteridade compartilhar as experi ncias n o verbais ou o conhecimento de culturas passadas Trazem nos o que podemos ter conhecido mas n o hav amos levado t o a s rio antes Em resumo imagens nos permitem imaginar o passado de forma mais vivida As imagens fazem parte de todos os momentos da exist ncia desde que se nasce e se come a a observar pensar imitar agir compartilhar alegrias id ias e a es Para Manguel 2001 p 215 216 As imagens que conscientemente criamos para nosso prazer
436. ssa pesquisa sem pensar no que a humanidade pode ser beneficiada com isso Compromisso com o passado pesquisar com seriedade basear se nos fatos hist ricos n o distorcer o acontecido como se esse fosse uma massa amorfa disposi o da fantasia de seu manipulador Sem o respeito ao acontecido a hist ria vira fic o Interpretar n o pode ser confundido com inventar E isso vale tanto para os fatos como para os processos 198 As diferentes abordagens hist ricas e a problematiza o da realidade abrem novos horizontes para que o aluno possa vencer os desafios que surgirem na vida contempor nea Nesse sentido o processo ensino aprendizagem deve acompanhar os avan os e inova es da sociedade como Theodoro 2003 p 49 diz Tudo muda a cada momento no mundo contempor neo Portanto o conceito com o qual precisamos trabalhar atualmente com muita desenvoltura o de mudan a Muitos pensam que a comunica o e a tecnologia s o a pedra de toque da sociedade contempor nea Eu diria que ambas s o partes de um profundo processo de transforma o Os avan os tecnol gicos foram constantes na hist ria da humanidade As inven es do fogo da cer mica da roda do aqueduto do uso do vapor etc marcaram a vida de diferentes civiliza es mas foram alterando os h bitos lentamente Para assegurar a presen a do conceito de mudan a no processo interativo de ensinar e aprender pertinente que tenhamos b
437. ssagem Campos 1999 esclarece que para ser garantida a seguran a nacional o processo de integra o precisava ser efetivado Na realidade traz para o seu texto indicativos que representam o arb trio do regime como o papel desenvolvido pelo Inqu rito Policial Militar a atua o do SNI como elemento de garantia da continuidade da ordem al m de divulgar o nome dos oposicionistas hist ricos que haviam sido afastados da cena pol tica e do Brasil Torna se oportuno acrescentar que as abordagens de Schmidt Mota Braick e Divalte destacam se pelas suas contextualiza es ricas em informa es id ias e opini es Na avalia o que realizam da poca Mota Braick a caracterizam como um momento que irradia mobiliza es confrontos manifesta es art sticas sexualidade e participa o estudantil al m de esclarecerem como aconteceu o desenvolvimento 219 do processo que culminou com a decreta o do Als Mota Braick 2002 p 524 inovam ao recuperar um momento do pronunciamento do deputado M rcio Moreira Alves em 2 de setembro de 1968 que provocou imediata reac o do Congresso Nacional Uma vez que no Brasil de hoje torturar presos inermes parece ser motivo de promo o na outrora honrada e gloriosa carreira militar pergunto Quando parar o as tropas de metralhar na rua o povo Quando uma bota arrebentando uma porta de laborat rio deixar de ser a proposta de reforma universit ria do governo Quand
438. ssar dos anos ela cresceu e chegou ao ponto m ximo em 1968 Como ocorreu em outras partes do mundo tamb m o Brasil naquele ano foi sacudido por manifesta es pol ticas de grandes propor es Na linha de frente da revolta estavam os estudantes De norte a sul do pa s eles exigiam a volta da democra cia reformas no ensino e mais verbas para a educa o entre outras reivindica es Reunidos em grupos fa am uma descri o da imagem Depois respondam seguinte quest o que argumentos voc s usariam para condenar a ditadura Policiais militares e ci vis reprimem manifesta o estudantil em S o Paulo outubro de 1968 Foto n 18 Divalte p 376 318 Ao procurarmos imagens que representam outros momentos da a o do movimento estudantil encontramos fotografias nos livros de Campos 1999 Schmidt 2001 Mota Braick 2002 Pedro Lima Carvalho 2004 e Divalte 2004 Quanto data e o local representado levantamos os seguintes dados no livro de Campos a fotografia representa a repress o ao movimento estudantil possivelmente em rua de S o Paulo em 1967 Schmidt mostra duas fotografias onde aparecem jovens contestadores em 1968 mas n o especifica data e lugar em uma delas lembra Vladimir Palmeira o mais importante l der estudantil de 1968 Mota Braick focalizam o protesto estudantil contra a repress o policial e pol tica realizado na avenida Borges de Medeiros em Porto Alegre em 04 de julho de
439. ssionais passaram a reivindicar ardentemente uma mudan a de ru mos para o Pa s A crescente onda de descontentamento po pular em rela o ao regime militar foi canaliza da de modo pac fico e ordeiro pelas lideran as de oposi o para a campanha em favor das elei es diretas para Presidente da Rep blica O objetivo era conseguir que o Congresso Na cional aprovasse a emenda proposta pelo depu tado Dante de Oliveira que restabelecia elei es diretas para Presidente e acabava com o Col gio Eleitoral onde se faziam as elei es in diretas Candel ria Rio Os com cios pelas Diretas reuniram multid es entusiasmadas nas grandes cidades brasileiras Foi um memor vel espet culo de civismo que contou com a maior concentra o popular da hist ria do Pa s Foto n 25 Cotrim p 171 171 332 333 510 HIST RIA DO BRASIL 72 Ato pelas elei es diretas em 27 de junho de 1984 na pra a da S Foto Angelo Jos Perosa expectativa popular Em Bras lia Figueiredo imp s o estado de emerg ncia executado pelo general Newton Cruz O general entre outras fa anhas tentou impedir um buzina o no dia da vota o 25 de abril de 1984 saindo em seu cavalo branco e chicoteando o cap dos autom veis dirigidos pelos deso bedientes motoristas A Emenda Dante de Oliveira n o passou Faltaram na C mara dos Depu tados somente 22 votos Precisava de 320 votos de um total de 479 congres
440. ssionou meios de comuni ca o para que censurassem not cias tentou cooptar pol ticos que haviam se comprometido com o projeto Por causa dessas press es at mes mo os organizadores estavam apreensi vos Com um governo estadual nas m os dispunham tamb m de recur Foto n 30 Caldeira p 345 sos para favorecer presen as o metr foi liberado prefeitos e vereadores do interior chamados para aderir nibus alugados No dia 25 de janeiro che gou a hora de testar a receptividade da iniciativa Embora o dia estivesse chu voso 300 mil pessoas acotovelaram se no centro da cidade ocupando a pra a da S N o se via tal multid o nas ruas desde os com cios e marchas de 1964 Era o elemento que faltava para encer rar o ciclo militar no governo O primeiro com cio pelas diretas 337 Em 1984 multid es foram s dente A ditadura agonizava MENOS VOTOS MAIS DEPUTADOS O PDS teve no pa s inteiro sete milh es de votos a me nos do que os outros parti dos reunidos No entanto por causa da propor o eleitoral estabelecida pelo Pacot o de Abril de Geisel reveja a p g 352 o partido do governo elegeu a maio ria dos deputados Foto n 31 Schmidt p 358 e faei k ruas exigir o direito ao voto para presi nado por l Ele ao lado de um capit o O que faziam ali O inqu rito policial militar concluiu que ambos foram v timas Para muita gente por m tinha sido
441. t 2007 p 45 diz jogos testes e os estudos dirigidos eram apresentados como inova es metodol gicas mas pouco acrescentavam forma o intelectual e transformavam se mais uma vez em instrumentos pedag gicos para fazer o aluno melhor memorizar e repetir li es para os professores As inova es t cnicas fundamentavam se na concep o do aluno como sujeito de aprendizagem mas as pr ticas de ensino fundamentavam se exclusivamente na reprodu o do conhecimento Ensinar significava reproduzir conhecimento e a did tica tinha como fun o criar instrumentos eficientes para que esse conhecimento fosse transmitido da maneira mais f cil para o aluno Explica se assim a import ncia dos livros did ticos que podiam inclusive substituir professores com t cnicas de auto instru o Os conte dos e as alternativas levantadas por Bittencourt 2007 passaram a ser incorporadas aos livros did ticos Esses modelos inovadores para o tipo de aluno que o sistema pretendia formar passam a ser considerados importantes e deveriam ser seguidos pelos educadores e educandos A partir do processo de Redemocratiza o do Pa s 1945 e das discuss es da LDB 1961 a Educa o Moral e C vica vinha sendo tratada como pr tica educativa Depois do golpe militar de 1964 o Estado passa a sentir a necessidade de revitalizar o ensino de Educa o Moral e C vica luz da doutrina de Seguran a Nacional O Decreto n 869 de 12 de dezembr
442. t rico educativo torna se complexo e desafiador assim como a sociedade a cultura e o conhecimento 197 De acordo com Pinsky Pinsky 2003 os estudos hist ricos assumem nos tempos atuais uma enorme import ncia e um comprometimento no dizer de Bezerra 2003 com a compreens o dos sujeitos hist ricos e suas rela es no espa o e no tempo N o podemos nos esquecer de que tudo ocorre no entendimento de Theodoro 2003 em meio e ou com o pr prio conceito de mudan a Na atualidade ocorre a difus o de novas tecnologias questiona se a efic cia educativa dos livros o papel do professor enquanto condutor do ensino e os projetos e ou propostas de ensino articulados s realidades local regional e nacional Para que estes desafios sejam superados torna se necess rio que os professores organizem a es pedag gicas capazes de superar as diversidades que se surgem no nosso cotidiano Torna se evidente a essencialidade das investiga es o conhecimento da realidade seus valores desejos e necessidades o desenvolvimento de capacidades h bitos atitudes sociais cient ficas e democr ticas bem como a constru o criativa aut noma interdisciplinar e contextualizada do conhecimento Nessa perspectiva os estudos hist ricos assumem um enorme significado para Pinsky Pinsky 2003 p 24 Compromisso com o passado n o significa estudar o passado pelo passado apaixonar se pelo objeto de pesquisa por ser a no
443. t also approaches the historical contextualization the verification of facts concepts and analysis of the images pictures that represent the Military Regime and helped its sacralization At least it shows the conclusions This research concludes that in a comparative study between the oldest books 1967 1988 and the most recent ones there was a quantitative increase in the space devoted to the subject It can be noticed that doesn t occur a significant increase in the quality The same happens when the facts concepts and images are verified It is hoped with this study that the reported theme will be more studied in the spaces dedicated to teaching and research KEY WORDS Military Regime Textbook History Brazilian Education LISTA DE QUADROS Quadro n 1 Presen a do Regime Militar no Livro Did tico de Hist ria Ensino M dio 1967 a 1988 deett reip ed Luna SE Quadro n 2 Presen a do Regime Militar no Livro Did tico de Hist ria Ensino M dio 1995 2005 r dade Quadro n 3 Livros Did ticos de Hist ria 1995 2005 Quadro n 4 Livros de Hist ria Geral mas que incluem Hist ria do Brasil Quadro n 5 Livros Did ticos de Hist ria do Brasil Quadro n 6 Os Eventos do Regime Militar referidos nos livros 1967 1988 Quadro n 7 Os Eventos do Regime Militar referidos nos livros 1995 2005 Quad
444. t assumiu a plenitude do poder presi dencial refor ando a partir de ent o sua linha de Governo de tend ncia nacionalista Sua estra t gia s cio econ mica foi formalizada atrav s do Plano Trienal de Desenvolvimento Econ mi co e Social organizado pelo Ministro do Plane jamento Celso Furtado Esse Plano tinha como objetivos Promover melhor distribui o das riquezas nacionais atacando os latif ndios improdu tivos e Encampa o das refinarias particulares de pe tr leo e Reduzir a d vida externa brasileira e Diminuir a infla o e manter o crescimento econ mico sem sacrificar exclusivamente os trabalhadores Nesta poca as massas trabalhadoras mobi lizavam se cada vez mais contra a explora o dos poderosos Atenta s agita es sociais do Pa s a classe dominante temia a uni o do Go verno com as classes populares e come ou a arti cular o golpe pol tico que dep s o Presidente Jo o Goulart Acirrando ainda mais a revolta das classes dominantes ligadas ao capital estrangeiro Jo o Goulart decidiu anunciar um conjunto de medi das pol ticas denominadas Reformas de Base num com cio em frente Esta o de Ferro Cen dores etc porte e Energia 164 Foto n 2 Cotrim p 164 294 Jo o Goulart acompanhado de sua esposa Maria Teresa fala multid o no Com cio da Central tral do Brasil no Rio de Janeiro L compareceu uma multid o de aproximadamente 300 mil pes
445. tando se as suas principais falhas e distor es bem co mo a sua inefic cia para solucionar os grandes problemas que afetavam a sociedade brasileira 27 A postura do presidente Figueiredo chamando para si uma tarefa que por defini o atribui o do povo todo ou seja a constru o do tipo de sociedade considerado adequado lembra a posi o dos revolucion rios de 1930 que no fundo procura afastar as classes populares do processo pol tico como se a irmasse facamos a democracia antes que o povo a faca 28 Depois do AI 5 1968 os governadores passaram a ser eleitos pelas Assembl ias Estaduais Essa elei o indire ta na verdade apenas ratificava a indica o do governo federal criando os governadores chamados bi nicos O regime criou tamb m a figura do senador bi nico indica do pelo pr prio governo Foto n 24 Nadai Neves p 255 em segundo lugar registraram se expressivas vi t rias dos candidatos dos partidos de oposi o o que veio a fortalecer a posi o pol tica de todos os grupos sociais e das lideran as inte ressadas ou comprometidas com as mudan as s cio econ micas e pol ticas apontadas como necess rias e que pressupunham a mudan a do pr prio regime Ap s as elei es de 1982 come ou a se deli near um movimento popular em prol das elei es diretas para presidente Em 1984 organizada por um comit supra partid rio que congregava as principais
446. tas de classes chegaram ao ponto mais agudo Valia tudo at mesmo cal nias e baix ssimo n vel Madames subiam s fa velas para alertar que com Jango em bre ve o comunismo vai mandar no Brasil A o Estado vai tomar tudo dos pobres inclu sive os filhos que ser o enviados para Moscou e nunca mais voltar o Panfletos espalhavam que Jango baixaria um decre to ordenando que os moradores dividis sem seus apartamentos com os favelados Os famintos desceriam o morro aos gritos de isso aqui nosso para ocupar as ca sas das pessoas de bem As solteironas se arrepiavam de medo dos curradores bol cheviques com aquelas barbas cubanas charutos enormes com a ponta em brasa gritos selvagens de cossacos russos exa lando h lito de vodca e terr veis olhares de anos de leitura leninista misturados com a cobica pela propriedade alheia Brizola foi convidado para dar uma pa lestra sobre a reforma agr ria em Minas Gerais N o conseguiu Um coro de se nhoras e senhoritas rezando o terco pe dia a Deus que livrasse o Brasil do comu nismo e da reforma agr ria Como se Jesus fosse o paladino da desigualdade social Jango resolveu apresentar sua ltima carta as reformas de base teriam de pas sar por bem ou por mal como se dizia No dia 13 de marco de 1964 apesar do fe riado decretado de sur presa pelo governador Lacerda um oceano de centenas de milhares de pessoas compareceram ao c lebre Com cio da Central
447. te avalia o preciso que os professores tenham bem claro o papel da hist ria no curr culo escolar para que ocorra uma renova o na pr tica educativa Considera se que um bom livro did tico deve propiciar uma perspectiva cr tica da Hist ria Ao realizar a sua escolha de acordo com Rocha 2002 p 68 dever o ser avaliados O embasamento te rico a fidedignidade verdade hist rica o est mulo curiosidade a pesquisa e a criatividade a realiza o de uma abordagem global e espec fica a oportunidade de reformula o de id ias e conceitos bem como o uso de narrativa clara simples mas que incentive o desenvolvimento de habilidades Nos tempos atuais os livros did ticos n o podem ser tomados como texto exclusivo fechado completo e inquestion vel Na realidade estes precisam ser compreendidos e utilizados como um referencial e conforme as possibilidades did ticas A leitura de Choppin 2000 p 30 permite elencar as fun es atuais do livro did tico avaliar a aquisi o dos saberes e comp ndios oferecer uma documenta o completa proveniente de suportes diferentes facilitar aos alunos a 124 apropria o de certos m todos que possam ser usados em outras situa es e em outros contextos O livro did tico no Brasil tem enfrentado desafios como car ncias te ricas custos interesses pol ticos id ias censura persegui es e cr ticas contundentes Se n o venceu a todos em tempo h bi
448. tegra o seguran a nacional Nessa perspectiva Rodrigues 2004 p 55 enfatiza O ideal nacionalista permeou o per odo militar no Brasil Alguns cr ticos da escola da d cada de 1980 evidenciavam o golpe militar de 1964 e sua correspondente a o relativa ao aspecto educacional como um marco O conte do das ci ncias humanas e particularmente o da Hist ria havia se esvaziado de seu aspecto cr tico A cr tica e a contesta o caracter sticas inerentes ao ensino de Hist ria havia se perdido e era manifesto o seu car ter de instrumento de veicula o e forma o do esp rito c vico entendido como aquele capaz de glorificar os feitos dos autoproclamados her is do dia 25 sobre ver RODRIGUES Neidson Por uma nova escola o transit rio e o permanente na Educa o S o Paulo Cortez 1985 Li es do Pr ncipe e outras li es S o Paulo Cortez 1987 e ainda Da Mistifica o da Escola escola necess ria S o Paulo Cortez 1987 74 Ao investigarem esse contexto Medeiros e Agostini 2005 p 170 tamb m revelam que Foi o momento de desqualifica o da rea das Ci ncias Humanas esvaziou diluiu e despolitizou o ensino de Hist ria e os sujeitos hist ricos mas valorizou abordagens do nacionalismo de car ter ufanista com o objetivo de justificar o governo autorit rio que se instalava Ao se referir s quest es relativas ao ensino de Hist ria nesse per odo Gusm o 2004 p 100 101
449. tempo e do espa o Ela permite que as experi ncias sociais sejam vistas como um constante processo de transforma o um processo que assume formas muito diferenciadas e que produto das a es dos pr prios homens De acordo com as Orienta es Curriculares para o Ensino M dio 2006 p 72 o conceito de Hist ria tem tomado um duplo significado Sob um aspecto hist ria s o todas as a es humanas realizadas no decorrer dos tempos independentemente de terem sido ou n o objeto de conhecimento dos estudiosos E o que se poderia chamar de mat ria prima para o trabalho dos historiadores que por sua vez foram construindo suas 2 Sobre ver BARROS Jos D Assun o O Campo da Hist ria Especialidades e Abordagens Petr polis Vozes 2004 3 Documento recente emanado da Secretaria de Educa o B sica do Minist rio da Educa o Entre os seus consultores est o os historiadores Holien Gan alves Bezerra Lana Mara de Castro Siman Margarida Maria Dias de Oliveira Helenice Ciampi e Pedro Tomaz de Oliveira Neto 20 representa es cognitivas A essas representa es cognitivas d se o nome de hist ria em geral grafada com mai scula para distinguir da hist ria como acontecimento O objetivo primeiro do conhecimento hist rico a compreens o dos processos e dos sujeitos hist ricos o desvendamento das rela es que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espa os Os historiadores est o aten
450. tes no pa s Com o golpe militar de 1964 o Estado passa a se preocupar com a necessidade de revigorar o ensino de educa o c vica pela tica da doutrina de seguran a nacional havendo como contrapartida a descaracteriza o e o esvaziamento do ensino de hist ria nas escolas Para planejar controlar e revigorar a Educa o Moral e C vica na educa o brasileira foi criada a Comiss o Nacional de Moral e Civismo Posteriormente atrav s da legisla o pertinente Decreto Lei n 68 065 14 01 1971 CFE s o definidas as atribui es da COMOCI a as finalidades da Educa o Moral e C vica A disciplina de Organiza o Social e Pol tica Brasileira passa a ser vinculada Educa o Moral e C vica seguindo seus princ pios e orienta es Apenas alguns professores mais audaciosos e melhor preparados apesar da censura e da repress o utilizavam as aulas de EMOCI e OSPB para abordar criticamente as quest es nacionais 23 Pelo decreto 68 065 71 o ensino de Hist ria foi sutilmente vinculado aos princ pios norteadores da Educa o Moral e C vica 72 Em 08 de dezembro de 1969 o presidente M dici atrav s do Decreto Federal n 65 814 edita uma Conven o sobre o Ensino de Hist ria firmada entre as na es latino americanas No entendimento de Fonseca 1995 p 44 analisando o seu conte do observamos que a ess ncia do mesmo a depura o dos temas de Hist ria e de tudo aquilo que possa provocar
451. texto livro texto comp ndio escolar livro escolar livro de classe manual livro did tico Vale ressaltar que a partir da cria o dos cursos de Licenciatura na USP 1932 1934 irradia se pelo Brasil um processo de forma o qualificada de professores Com certeza a cria o do Curso de Hist ria propicia a forma o de professores que ir o atuar de forma produtiva pois essas oportunidades de aprimoramento te rico e metodol gico ir o refletir se gradativamente na produ o de manuais did ticos nos pr ximos vinte anos A CNLD segue orientando a pol tica Sobre ver REZNIK Lu s Tecendo o amanh A Hist ria do Brasil no Ensino Secund rio Programas e Livros Did ticos 1931 a 1945 Disserta o de Mestrado Rio de Janeiro UFF 1992 Ver tamb m GOMES Angela de Castro Hist ria e Historiadores A Pol tica Cultural do Estado Novo Rio de Janeiro FGV 1996 HORTA Jos Silv rio Ba a O hino o serm o e a ordem do dia A Educa o no Brasil 1930 1945 Rio de Janeiro UFRJ 1994 111 do livro did tico at os primeiros anos da d cada de 1960 No que diz respeito produ o de livro did tico na fase compreendida entre as d cadas de 1930 e 1960 caracterizada por Gatti Junior 2002 p como permanecendo longo per odo no mercado sofrendo poucas altera es possu am autores provenientes de lugares tidos como de alta cultura como o Col gio D Pedro Il eram publicados por poucas editoras qu
452. tica sem ser ativismo posto que a a o guiada pela teoria N o h conhecimento fora da pr xis o conhecimento o conhecimento do mundo criado pelo homem o real o objeto o produto subjetivado da a o do homem Considerando a pesquisa como atividade intelectiva racional e din mica e a Hist ria como uma ci ncia pautada em pressupostos te ricos e metodol gicos capazes de nos propiciar novos conhecimentos optamos por definir como objeto de pesquisa o Regime Militar no livro did tico de Hist ria de Ensino M dio 1967 2005 No entendimento de Certeau 1982 p 46 47 o fazer do historiador se realiza e a partir da rela o entre uma pr tica social e seu produto um discurso o texto hist rico A pr tica que muda conforme a poca envolve desde tradi es de pesquisa e ensino possibilidades de divulga o at a organiza o de uma disciplina dotada de objetos e m todos etc O discurso tamb m em constante transforma o constru do mediante o uso de uma linguagem espec fica nascida do trabalho emp rico com documentos e de um tipo de reflex o que procura torn los pens veis e articul veis entre si As id ias de Certeau nos estimulam e desafiam atividade criadora da pesquisa A opc o pela mesma encontra justificativa no fato do autor procurar aproximar o seu fazer de historiador com a sua pr tica social A trajet ria como docente em Hist ria e Geografia e outras atividades ligada
453. ticos e de mandatos e fechamento do Congresso Nacional em 1966 A ditadura se consolidava O Congresso reuniu se novamente em janeiro de 1967 para promulgar a nova Constitui o do Brasil dando a im press o de que a normalidade pol tica havia sido restabelecida Depois de surda disputa nos bastidores da pol tica militar o candidato escolhido para a presid ncia foi o ent o ministro do Ex rcito Costa e Silva o que significou uma derrota para o grupo castelista O vice presidente foi o jurista Pedro Aleixo Ambos foram eleitos indiretamente pela Arena partido do governo O MDB partido da oposi o retirou se do Congresso em sinal de protesto Antes da posse de Costa e Silva Castello Branco ain da fez promulgar v rias leis que aumentaram ainda mais o poder da presid ncia da Rep blica a Lei de Impren sa e a Lei de Seguran a Nacional O novo presidente prometeu restaurar os direitos democr ticos animando a oposi o Em setembro de 1967 Juscelino e Lacerda com o apoio de Jango de J nio e de Leonel Brizola formaram a chamada Frente Ampla que tinha por objetivo lutar pela restaura o do poder civil Para a direita militar da linha dura a Frente era um movimento destinado a reconstruir a situa o anterior a 1964 Por essa raz o era preciso continuar com o re gime de exce o e adiar para um futuro incerto e malsabido a restaura o da democracia A oposi o perdia assim as suas esperan as na volta da norma
454. tidades no processo de resist ncia abertura Uma outra proposi o seria a de levar algu m que tenha conhecimento sobre o tema para exp lo aos alunos Al m de indagar minuciosamente esses conceitos algo raro em um livro did tico Mota Braick defendem a id ia de que o significado desse per odo divide opini es entre professores pol ticos militares a imprensa nacional e estrangeira no Brasil e no Mundo Ao falar tanto em resist ncia como em lutas em prol da abertura pol tica Mota Braick 2002 p 520 521 enriqueceram a sua abordagem ao inserir interessantes passagens da obra do soci logo Betinho bem como a letra da m sica Vai Passar de Chico Buarque Francis Hime que se tornou um dos s mbolos de uma poca em 64 a Na o recebeu um tiro no peito Um tiro que matou a alma nacional Os personagens que pareciam fazer parte da hist ria brasileira ou da Hist ria do Brasil como n s imagin vamos esses personagens de repente sumiram Ou fora do poder ou presos ou mortos E em seu lugar 235 sumiram outros que nunca tinha visto E em seu lugar surgiram outros que eu nunca tinha visto Idiotas que nem mereciam ser notados A me veio a percep o clara de que o Brasil tinha mudado para sempre Havia sido cometido um assassinato pol tico A morreu um pa s morreu uma lideran a popular morreu um processo Uma derrota pol tica da qual voc jamais vai se recuperar nos mesmos termos
455. tir dos anos 1980 investiga quais as concep es predominantes e se os conte dos e as estrat gias metodol gicas relacionam se a estas concep es Tha s N via de Lima Fonseca 2006 publica O Livro Did tico e o Programa Curricular de Hist ria Sintonias e Distor es em que analisa comparativamente 47 dois dos mais utilizados livros de hist ria em escolas de ensino fundamental de Belo Horizonte luz do programa curricular no qual se baseiam averiguando o n vel de sintonia e ou distor o dos primeiros em rela o a este ltimo Essa an lise justificada em fun o da realidade das pr ticas docentes de boa parte dos professores de Hist ria do ensino fundamental que t m no livro did tico seu principal recurso did tico S nia Maria Leite Nikitiuk 2006 realiza uma pesquisa denominada Na constru o coletiva do Livro Did tico uma Metodologia para o Ensino de Hist ria Segundo a autora cultura livro did tico e forma o s o elementos indissoci veis na reflex o ensino aprendizagem Aproximar forma o de professores e ensino constru o de textos did ticos permite pensar o livro did tico como algo aberto de constru o coletiva onde ensino e pesquisa se interligam e oportunizam a constru o do conhecimento propiciando a alunos e professores redescobrirem se como autores e atores de sua hist ria e historicidade Defende ainda a constru o coletiva do livro did tico que per
456. to mn 20 Sohmilh p 9493 ui eH RR o Ever Ms etl a e DM ees 322 Foto n2 21 Sebimiltb p 944 ous su Tea ie pee Erato A Dio gs 323 Fot n 22 Mota Braiek P527 xc cua o a a uuu els 324 Folomn 23 PegrodD 495 autem sl paises DIDI SD Sis cUm toss 325 Foto n 24 Nadai Neves p 255 iiec RD HERE En URS is 331 Foto n 25 Foto n 26 Foto n 27 Foto n 28 Foto n 29 Foto n 30 Foto n 31 Foto n 32 Foto n 33 Foto n 34 Foto n 35 CO 4p Z Sinis RD RU IER NE 332 FAUSO DES T0 aussi edo oco pd tutto te aste diatur 333 Pedro4D 520 ugedeudi ari dedit n dd Ay uz 334 Azevedo Seriacopi p 487 arena 335 Campos p315 princi iria pat ar DA db a a 336 Caldeira p 945 1 a edel ipod De 337 Schmidt 0 358 J u c S LA ML AL M UE 338 Mota Braick ID 532 sata aside lia a ad a as 339 Mota Braick p 521 aculeis ot odes dta pad a 340 Vicentino Dorgo p 5937 suut HE e Sob ERR e 341 IJiValte D 392 cana atte a I Ned eR 342 SUM RIO APRESENTANDO A PESQUISA piece tei eni NS 14 1 1 Um Encontro de Disciplinas Algumas Reflex es 16 1 2 O Livro Did tico como objeto de Pesquisa 31 1 3 O Estado da Arte END RTT RP 35 1 4 Os caminhos da Pesquisa 5 5 fi ra aa E e E AS e be E Rae des 52 II REVISITANDO O ENSINO E O LIVRO DID TICO DE HIST RIA NO BRASI arg 58 2 1 Ensino de Hist ria formar o cidad o ou culto p tria moral e civ
457. tos s diferentes e m ltiplas possibilidades e alternativas que se apresentam nas sociedades tanto nas de hoje quanto nas do passado as quais emergiram da a o consciente ou inconsciente dos homens Procuram apontar tamb m os desdobramentos que se impuseram com o desenrolar das a es desses sujeitos As pesquisas teoriza es e an lises realizadas por historiadores sempre provocaram rea es que desencadearam novos trabalhos Nessa perspectiva interessante inserir nesse estudo uma passagem de Silva e Silva 2005 p 182 quando os mesmos tratam desse processo Desde os iluministas com sua vis o da Hist ria como progresso da Humanidade passando pelos positivistas ou historiadores da escola met dica que viam a hist ria que prefere n o oferecer uma explica o nica para a quest o todo o historiador se defronta com o problema inicial de definir seu pr prio of cio Essa quest o passa muitas vezes pela defini o ou n o da hist ria como ci ncia o que oferece dificuldades pois desde o s culo XIX at hoje a pr pria defini o de ci ncia est em constante muta o Hist ria o campo do conhecimento que trata das quest es relativas presen a do homem como sujeito que transforma o espa o em diferentes tempos A reconstitui o dessa trajet ria exige registro problematiza o cr tica e reflex o Nesse processo dinamiza se uma opera o intelectual e sua escrita exige um trato imp
458. trada Transamaz nica Anunciada em 1970 como parte de um grande plano de desenvolvimento deveria ligar os extremos leste e oeste do pa s num percurso de mais de 5 mil quil metros A estrada serviria para abrir a Amaz nia coloniza o de nordestinos aliviando o fluxo migrat rio para o sudeste Para isso o governo prometia terras gratuitas financiamentos assist ncia t cnica e dinheiro O an ncio do plano que inclu a mais dezessete estradas na regi o foi feito em cadeia nacional de televis o pelo presidente M dici Na manh de 9 de outubro de 1970 o presidente e seus ministros foram para Altamira no Par assistir derrubada de uma castanheira de cinquenta metros de altura Como todo o projeto em que a import ncia simb lica maior que a t cnica a obra foi dividida entre as empreiteiras com a instru o de agir r pido e mandar a conta ao governo Nem assim foi poss vel realizar o sonho do presidente Todas as previs es falharam as obras foram conclu das com atraso os colonos enfrentaram dificuldades imensas e a mal ria atacou mais que se imaginara O projeto foi um gigantesco e caro fracasso Feito s pressas e inaugurada por partes a estrada nunca chegou a ser totalmente trafeg vel Em menos de uma d cada a floresta amaz nica retomou grande parte da estrada O nico tipo de ocupa o bem sucedido foi a cria o de gado que emprega pouca gente e exige a destrui o de floresta A cita o nos
459. tribuir ao Executivo o poder de aposentar ou afastar ju zes o AI 5 sus pendeu a garantia de habeas corpus E nenhuma medida tomada com base no ato era pass vel de discuss o judi cial A justificativa de tanta viol ncia era econ mica para permitir a obra de reconstru o econ mica financeira e moral do pa s R 5 Gama e Silva esq anuncia o Al 5 310 studantes trabalhadores e artistas al m de alguns Igreja cat lica que em um primeiro momen m a apoiar o golpe intensificaram suas mani contra a ditadura Ao longo de 1967 os estudan s ruas protestar contra um acordo firmado governos do Brasil e dos Estados Unidos que pre privatiza o das universidades p blicas brasileiras Em 1968 as manifesta es se multiplicaram e a re s o intensificou se Em mar o estudantes que pro tavam pela melhoria da qualidade da comida servida D restaurante Calabou o ligado Universidade Fede do Rio de Janeiro entraram em choque com a pol o confronto o jovem dson Lu s de Lima Souto de l anos morreu baleado O enterro do rapaz foi acom anhado por mais de 50 mil pessoas e desencadeou uma ida de protestos O auge dessas manifesta es ocorreu em junho quan lo cerca de 100 mil pessoas sa ram pelas ruas do Rio de Ja eiro em passeata pelo fim da ditadura no pa s Entre os presentes encontravam se pol ticos da oposi o intelec uais religiosos estudantes e artistas como Chico Buarque
460. tro autor que tivesse publicado seus manuais entre o ano de 1989 e o de 1994 138 O segundo grupo de livros de Hist ria do Ensino M dio compreendem aqueles editados entre 1995 2005 quadro n 02 A sele o desses livros atendeu aos mesmos crit rios utilizados para a escolha dos pertencentes ao primeiro grupo 1967 1988 60 60 Jey ojo oBuo x z 00 eon Preng OIP9N OUISUI IA O 91O 10 cep Z al voo2 dS eony BIRO SUBA OAON 2119S BUOISIHI t961 AUS OD ell q vi SZ ep dlo o e eu x 095 ge al 002 HE tens copied op5 loO Tejuspioo enan y seg O opad oluojuy oe3ezi IAI ep euoisiH ISeyg ou c00c xyoreJg ouejuoiny uu 6 OlU UI z OP gl gl EISE Dien X ees 6G 166l dS eujepoyy sowey BOCA Seujoneo svp ei o ep oduiei obuo un pe gl PIOIN ouoeg WEAN EAS g g Jey euiDeu O LO0c epejuoo jew UOISIH S0 6 vV9 GV6L x c6 co ec 4661 dS o 5eJet eAoN IPILUVOS ONN ep soue 008 ISelg eoljqndoy V D al OD edO EH0 SIH EAON Jepod 0 0 op J0J SJEN SO so xi P qos Ista O x 9 Hl a oe dS eony is op PuolsIH e09 o uos eN epnay v pr TRAN Jeju pe sl BUOISIH BUOJSIH epo c0 S0 edjoB oe sopesnop soue sop ISeJg O ejsuqiinb3 SL Sc seig e5ueJeds3 X seg LZ d 6661 dS uJepo u soduje oI e 4 6l 6L Vijeoidos Sied WNN Op EUOISIH ep EUl9lIO ened 86L t964 ep saga ojbios seig Sy Sy Tey euiiBou O x Ss9 cl el 4661 fy s2149 sep ei EIE OM op
461. tura oral e imag tica Nesse contexto que surge a iniciativa de Jonathas Serrano de incluir ilustra es nos manuais A incorpora o das imagens nos livros did ticos de Hist ria ocorre principalmente a partir do advento da Rep blica Esta inova o segundo Fonseca 2001 p 95 ocorreu 253 em fun o dos objetivos fundamentais do ensino de Hist ria nas escolas brasileiras ou seja a constru o de uma identidade nacional o est mulo aos sentimentos patri ticos e a exalta o da hist ria da na o Ao analisar essa perspectiva Bittencourt 1997 p 75 esclarece Ver cenas hist ricas era o objetivo fundamental que justificava ou ainda justifica a inclus o de imagens nos livros did ticos em maior n mero poss vel significando que as ilustra es concretizam a no o altamente abstrata de tempo hist rico A partir dos anos 30 come am a surgir obras identificadas em uma vertente nacionalista Esses manuais anunciavam id ias nacionalistas e em contrapartida realizavam uma cr tica coloniza o portuguesa Uma terceira leva de obras concebida no contexto da crise do regime militar Nesse momento a Hist ria desafiada a optar por um ensino que desse continuidade ao ide rio oficial ou rever os seus objetivos e abordagens Diante da abertura pol tica democratiza o das inova es te ricas e metodol gicas o ensino de Hist ria passa a buscar uma postura mais cr tica Para acompan
462. udemir org Hist ria e Mem rias dos 50 anos dos 375 Cursos de forma o de professores do Centro Universit rio Franciscano de Santa Maria Santa Maria Unifra 2005 p 167 182 MENDONGA Nadir Domingues O uso dos conceitos Uma tentativa de Interdisciplinaridade 2 ed Petr polis Vozes 1983 MENDON A Sonia Regina FONTES Virg nia Maria Hist ria do Brasil Recente 1964 1980 S o Paulo Atica 1988 MICELI Paulo Por Outras Hist rias do Brasil In PINSKY Jaime org O Ensino de Hist ria e a Cria o do Fato S o Paulo Contexto 2001 p 31 42 MILLAVIL Lu s Osand n O ensino da hist ria na sociedade do conhecimento novas relag es entre curr culo e historiografia In CARRETERO Mario ROSA Alberto GONZALES Maria Fernanda orgs Ensino de Hist ria e Mem ria Coletiva Porto Alegre Artes M dicas 2007 p 263 280 MONTEIRO Charles Hist ria fotografia e cidade reflexoes te rico metodol gicas sobre o campo de pesquisa M tis Hist ria e Cultura v5 n 9 Caxias do Sul UCS jan jun 2006 p 11 23 MORALES Gladys KISS Diana GUARDA Al cia El libro de texto escolar como interventor s cio cultural em la construccion de la identidade cultural Revista Impulso Cultura e Cidadania n 42 v 17 Piracicaba Universidade de Piracicaba jan abr 2006 p 21 28 MORIGI Valdir Jos BRENTANO Elisabeth O livro a Constru o e a Preserva o da Mem ria Social na Era de Informa o
463. ue em nada lembram as id ias de John Dewey e de fil sofos da educa o democr tica dos EUA Al m disso esses acordos geraram den ncias de Sobre ver Recomenda es para uma Pol tica P blica de Livros Did ticos resultado de estudos e discuss es realizadas pela Comiss o T cnica para avalia o de Livros Did ticos cuja reda o final ficou a cargo do professor Ant nio Augusto Gomes Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria da Educa o Fundamental 2001 ver especialmente p 11 18 r 55 56 112 controle norte americano na produ o did tica e de influ ncias no processo educacional O nono acordo MEC Usaid assinado em seis de janeiro de 1967 conforme Mathias 2004 p 160 foi um acordo entre MEC SNEL Sindicato Nacional de Editores de Livros USAID de coopera o para publica es t cnicas cient ficas e educacionais por esse acordo seriam colocados no prazo de tr s anos a contar de 1967 51 milh es de livros nas escolas ao MEC e ao SNEL caberiam apenas responsabilidades de execu o mas aos t cnicos da Usaid o controle desde os detalhes t cnicos de fabrica o do livro at os detalhes de maior import ncia como elabora o ilustra o editora o e distribui o de livros al m da orienta o das editoras brasileiras no processo de compra de direitos autorais de editores n o brasileiros vale dizer norte americanos A partir dos anos 1960 em v rios pa ses do mun
464. ue marcaram o Regime Militar 3 3 Fato Hist rico O terceiro momento desse cap tulo trata dos fatos que marcaram o processo hist rico brasileiro durante o per odo do regime militar 1964 1984 Esse momento constitu do por duas fases na primeira empreendemos algumas reflex es te ricas que contribuem para o entendimento do que um fato hist rico Na segunda inquirimos quais os fatos hist ricos relativos ao regime militar que s o divulgados pelos livros did ticos A seguir os inserimos em um quadro s ntese posteriormente realizamos uma breve an lise A Hist ria uma constitui o intelectual a respeito das a es do homem no tempo e no espa o O seu processo de reconstitui o exige investiga o registro problematiza o cr tica reflex o s ntese narrativa e divulga o Bloch 1997 e Barros 2005 levantam a id ia de que a Hist ria o estudo do homem no tempo enquanto Catroga 2006 diz que ela um testemunho ocular F lix 1998 por sua vez defende que a sua fun o estaria no compromisso com o presente Em nosso entendimento al m do passado a Hist ria tem um compromisso vital com a 177 contemporaneidade A sua dinamicidade n o vai morrer enquanto n o se extinguir a necessidade de interrog la A Hist ria dos povos em diferentes espa os e temporalidades marcada por objetivos id ias raz o f sentimentos conflitos manifesta es culturais e a es que marcam su
465. um candidato de consenso capaz de vencer o nome indicado pela situa o Pela primeira vez desde 1964 a disputa ocorre entre dois civis de um lado o deputado federal Paulo Maluf com apoio do PDS e do Regime Militar e de outro Tancredo de Almeida Neves candidato da Alian a Democr tica representando a Oposi o 95 Faf de Bel m al m do Hino Nacional cantava a m sica Menestrel das Alagoas que Milton Nascimento havia feito em homenagem a Teut nio Vilela l der alagoano falecido em 1982 Bete Carvalho al m do Hino Nacional cantava sambas de contesta o como aquele que falava Est na hora da virada 5 O fim do regime pol tico militar m t 13 01 84 Curitiba PR Lan amento da campanha pela popular O governo Figueiredo apesar da promessa de fazer deste pa s uma democracia n o conseguiu impedir que o regime inaugurado em 1964 se esfacelasse A principal express o do desgaste do regi me pol tico militar foi a campanha popular pelo reestabelecimento das eleic es diretas para pre sidente da rep blica A luta pelas eleic es diretas comecou a ri gor em 1982 quando pela primeira vez desde 1966 os governadores dos estados foram eleitos diretamente A elei o dos governadores de estado acar retou um duplo desgaste para o regime vigente primeiro porque durante as campanhas no de correr da disputa eleitoral foram feitas as mais contundentes cr ticas ao governo salien
466. um conjunto de medidas denominado de Reformas de Base Essas imagens fotografias est o presentes nos livros de Alencar 1981 Nadai Neves 1986 Cotrim 1988 Schimidt 2001 e Pedro Lima Carvalho 2004 Ao examinarmos os livros verificamos que os de Nadai Neves e o de Cotrim trazem a mesma fotografia os demais trazem fotografias diferentes Os cinco autores trazem o local da ocorr ncia do fato mas apenas Alencar Nadai Neves e Pedro Lima Carvalho dizem que a mesma pertence ao acervo ltima Hora Folha Imagem O livro de Nadai Neves o nico que tamb m informa sobre a tem tica da fotografia As fotografias s o em preto e branco A fotografia presente no livro de Alencar mostra o p blico as demais eternizam a imagem do Presidente Jo o Goulart discursando para a multid o e tendo sua direita a esposa Maria Teresa Quanto ao tamanho e posic o ocupada na p gina do livro did tico podemos observar que a presente no livro de Alencar pequena e ocupa o centro da p gina no livro de Nadai Neves a fotografia de tamanho grande e ocupa quase toda a parte superior da p gina no livro de Cotrim a mesma fotografia do livro anterior em tamanho menor e ocupa o lado direito da parte superior da p gina j no de Schmidt uma fotografia pequena ocupando o lado direito da parte inferior da p gina o livro de 299 Pedro Lima Carvalho mostra uma fotografia grande que ocupa toda a parte inferior da p gina
467. uma qualifica o que Chartier 1994 denominou de cultura do impresso na capacidade t cnica de reproduzir os textos No entanto esse evento t o significativo como a cria o dos primeiros livros escritos e copiados m o os quais formavam um conjunto de cadernos costurados uns aos outros e encadernados Procurando centrar a sua aten o nas pr ticas culturais Chartier 1994 fala O que permaneceu no livro depois de Gutemberg foi mais importante do que mudou os sinais que facilitam a orienta o do leitor no interior do livro numera o de p ginas de colunas ou linhas e no interior de cada p gina t tulos de cap tulos e letras iniciais ornamentadas nasceram no tempo do livro manuscrito o mesmo acontecendo com os ndices alfab ticos ou por assuntos A imprensa n o criou um objeto novo e n o obrigou a novos gestos da parte do leitor ao contr rio do que aconteceu com o aparecimento do c dice A partir dessas considera es percebe se que segundo Chartier 1994 a inven o da tipografia n o chegou a revolucionar a forma do livro o seu conte do e nem as formas de leitura O conte do dos primeiros textos dispon veis eram textos religiosos e laicos de autores consagrados e cl ssicos latinos e gregos A leitura intensiva enriquecida posteriormente com o advento do romance que coincide com a maior divulga o dos modos emocionais de leitura Nessa poca a Nova Heloisa de Rousseau 1760 por
468. urr culo de Hist ria e avalia uma proposta curricular para o ensino de Hist ria Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educa o de Passo Fundo Na pr tica a obra coordenada por Diehl procura atrav s de uma a o reflexiva repensar o ensino de ci ncias sociais buscando uma aproxima o com a Educa o Em 2000 Aristeu Castilhos da Rocha defende na PUCRS disserta o que versa sobre o Livro Did tico e o Ensino de Hist ria Ibero Americana A an lise tem como objetivo examinar em que medida os livros auxiliam ou prejudicam na constru o reconstru o do conhecimento hist rico O trabalho foi desenvolvido a partir da experi ncia did tica do referencial te rico an lise de curr culos programas documentos institucionais leis e pareceres Depois de dois momentos te ricos o terceiro cap tulo analisa a abordagem realizada em vinte e seis Livros Did ticos de Ensino M dio 1985 1999 sobre as tem ticas povoamento 41 ind gena descobertas e conquistas as miss es jesu tico guaranis as independ ncias da Am rica Espanhola e o negro na hist ria do Brasil Ainda no ano de 2000 s o publicados tr s artigos resultantes de trabalhos apresentados em um Semin rio sobre Teoria e Metodologia de Hist ria realizado na UFRGS Em O Livro Did tico aspectos te rico metodol gicos relevantes na sua produ o Cl udia Wasserman avalia quest es como o eurocentrismo os aspectos te ricos
469. utro lado a direita alardeava a possibilidade de vir a acontecer um novo 1937 desta vez sob o comando de Jo o Goulart herdeiro pol tico de Get lio No entanto ap s o com cio de 13 de mar o duas decis es de Jo o Goulart no entendimento de Toledo 2004 p 75 podem ser interpretadas como a do ator que de forma desesperada e ag nica lan a se de peito aberto diante de seus algozes 1 Sua complac ncia em rela o insubordina o de Cabos e marinheiros revoltosos no Rio de Janeiro Com seu gesto o presidente afrontou o minist rio da Marinha que tinha punido os insubordinados e consequentemente provocou a ira de toda a corpora o militar Na passeata dos marinheiros que comemoravam o indulto presidencial aos revoltosos Candido Arag o conhecido por almirante vermelho ou almirante do povo foi carregado em triunfo 2 Seu panflet rio discurso numa assembl ia de sargentos da Pol cia Militar no Autom vel Clube do Brasil na noite de 30 de mar o Transmitido pela TV diante de um audit rio repleto de sargentos sindicalistas e pol ticos nacionalistas Goulart denunciou as for as reacion rias e golpistas Com veem ncia defendeu para a reden o do pa s a necessidade de um golpe das reformas As palavras eloq entes e os gestos dram ticos de Goulart muito se assemelham carta testamento de Vargas Sem atirar contra o pr prio peito Goulart parecia preferir o suic dio pol tico Devido intens
470. uziram as despesas com a im porta o e as exporta es obtiveram um pequeno aumento Mesmo assim os n meros da economia continuaram preo cupantes O PIB teve taxas negativas em tr s anos sucessivos Paralelamente a infla o anual saltou de 40 8 para 223 8 no come o de 1985 e a d vida externa simplesmente dobrou passando de 43 5 para 91 bilh es de d lares Reforma partid ria A manuten o do bipartidarismo havia se tornado in conveniente para o governo pois nas elei es ficava claro que ele estava sofrendo sucessivas derrotas Por isso o governo enviou ao Congresso um projeto de reforma parti d ria aprovado em dezembro de 1979 que previa a extin o dos partidos existentes e a regulamenta o de novas agremia es pol ticas O partido do governo a Arena passou a se chamar Partido Democr tico Social PDS partido da oposi o o MDB tornou se o Partido do Movimento Democr tico Brasileiro PMDB mantendo parte de seus militantes Outros setores at ent o pertencentes ao MDB organi zaram novos partidos Dos movimentos trabalhistas do ABC por exemplo surgiu o Partido dos Trabalhadores PT Antigos pol ticos ligados ac getulismo criaram o Par tido Democr tico Trabalhista PDT e o Partido Trabalhista Brasileiro PTB Os partidos comunistas continuaram proibidos estr ia dos novos partidos ocorreu nas elei es ge rais de 1982 Pela primeira vez desde 1965 os gover nadores seriam eleitos
471. valiarem a import ncia do livro Morigi e Brentano 2005 p 67 68 esclarecem O livro pode ser definido como sendo documento monumento um dispositivo pelo qual uma civiliza o grava fixa memoriza para si e para futuras gera es o conjunto de conhecimentos suas cren as ideais e experi ncias Mais que um objeto o livro uma entidade que institui valores comunit rios e identidades grupais e individuais Ao lermos um livro estamos compartilhando valores e assimilando as id ias da sociedade que o criou Analisando se as maneiras de ler escrever e divulgar os textos constata se que elas sofreram mudan as com diferentes intensidades Belo 2002 p 40 esclarece Se os livros assumiram diversos formatos ao longo da hist ria se eles foram escritos reproduzidos e lidos de modo distinto na Roma Antiga nas bibliotecas dos conventos medievais ou na Europa do s culo XIX se o pr prio objeto livro tal como conhecemos hoje encadernado e composto de uma sucess o de folhas uma inven o dos primeiros s culos da era crist a verdade que nenhuma inova o ligada ao livro marcou t o fortemente a cultura da poca contempor nea como a inven o da tipografia De forma revolucion ria ou n o o livro impresso triunfou progressivamente transformando se na forma consagrada de transmitir textos 36 Sobre ver LE GOFF Jacque Hist ria e Mem ria Campinas UNICAMP 1996 94 A inven o da imprensa representa
472. ver JANNUZZI G M Confronto Pedag gico Pauro Freire e Mobral 3 ed S o Paulo Cortez 1987 PAIVA Vanilda Ind stria Cultural e Educa o FREITAG B rbara Escola Estado e Sociedade 6 ed S o Paulo Moraes 1986 7 Sobre ver ARAPIRACA Jos de Oliveira A Usaid e a Educa o Brasileira S o Paulo Cortez Autores Associados 1982 170 Os acordes MEC USAID concentram as suas a es apontando os caminhos que deveriam ser assumidos pela educa o superior a racionaliza o a propriedade na forma o t cnica a desvaloriza o das ci ncias humanas e sociais a ado o do modelo empresarial al m de estreitar os la os entre o mundo acad mico e a produ o industrial Na realidade a id ia era implementar uma sujei o cultural importante para a domina o ideol gica evidente na pol tica imperialista norte americana A educa o brasileira no per odo anterior a 1964 estava organizada a partir das orienta es legais da lei 4 024 617 linha liberal A mesma se preocupa com a autonomia do indiv duo a qualidade a cultura geral nfase nos fins ideais Na realidade inspirava se nos ideais de liberdade e solidariedade humana Ap s a implanta o do Regime Militar essa realidade come a a ser transformada com a introdu o de medidas autorit rias e do atrelamento cada vez maior da educa o ao capitalismo nacional e internacional Procurando fazer da educa o um instrumental de domina o capaz d
473. verno foi violenta centenas de pessoas foram presas e sindicatos sofreram interven o Diante dessa mobiliza o popular o governo deci diu fechar ainda mais o cerco e decretou no dia 13 de de zembro de 1968 o Ato Institucional n mero 5 AI 5 o mais repressivo de todos Por meio dele o presidente po deria fechar o Congresso e legislar sobre qualquer assun to intervir nos Estados aposentar funcion rios p blicos e suspender o habeas corpus para os chamados crimes pol ticos entre outras me didas A censura impren sa se tornou ainda mais r gida como mostra o boxe abaixo Luiz Armando Queiroz Nelson Motta Edu Lobo Chico Buarque Caetano Veloso Nana Caymmi Gilberto Gil Paulo Autran e Leonardo Villar entre os manifestantes da Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro em julho de 1968 Os intelectuais e os artistas uniam se a aos estudantes na luta contra a ditadura milita ma Os lus adas de Cam es para deixar expl cita ao leitor a a o da censura No Rio de Janeiro o Jornal do Brasil simples mente retirava as mat rias censuradas deixando em seu lugar enormes espa os em branco Peri dicos alternativos como O Pasquim e Opini o desobedeciam aos censores e publicavam artigos que incomodavam o regime Em repres lia a pol cia retirava os exemplares venda nas bancas e com frequ ncia prendia os jornalistas respons veis por essas publica es Foto n 14 Azevedo Se

o regime militar no livro didático de história do ensino médio

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