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dissertação de mestrado em linguística aplicada

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1. 209 ANEXO 04 PRODU ES DOS ALUNOS MANUAIS DE CELULAR TRADU O E A Universidade de Brasilia UnB w eS ad Instituto de Letras IL Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET 3 A Para acrescentar data e hora Sony Ericsson X Peria X 10 Mini pro 1 Toque a tecla alternar 2 Tire a caixa de sele o autom tica se tiver marcada 3 Toque em definir data ou definir hora 4 Toque nas teclas e _ para ajustar a data ou as horas e os minutos 5 Na op o definir 6 Caso queira usar AM e PM desmarque a caixa de sele o usar formato de 24h 7 Toque em conclu do para voltar a de configura o 8 Clique em avan ar 3 B Precauciones de seguridad Samsung GT _ S 3350 N o utilize um plugue ou extens es danificadas N o utilize o cabo do carregador com as m os molhadas o desconecte o carregador pelo cabo N o utilize o telefone com as m os molhadas N o deixe o carregador da bateria cair ou sofrer algum impacto N o utilize o dispositivo durante uma tempestade seu aparelho pode funcionar mal e o risco de descarga el trica alto Nunca coloque as baterias ou o telefone com ou sobre dispositivos de aquecimento como forno de microondas estufas ou baterias aquecedor Elas podem explodir se esquentarem fortemente Evite que as baterias entrem em contato co objetos de metal que podem causar danos temporais ou permanentes 3 A Manual
2. 177 QUADRO 69 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 B 177 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 Cart es produzidos na 1 SD 3 A ooccocnncccccnacnconnnonnnnconannncnonncnnnnncnnnnos 161 FIGURA 02 Cart es produzidos na 1 SD 3 B 163 FIGURAO3 Manual produzido na 2 SD 3 A erre 165 FIGURA 04 Manual produzido na 2 SD 3 B ee 167 FIGURA 05 Manual produzido na 2 SD 3 A areas 169 xiv SUM RIO 1 INTRODU O 1 1 Origens da pesquisa e sua relev ncia 1 2 Contextualiza o da pesquisa 1 3 Objetivos e perguntas de pesquisa 1 4 Organiza o da disserta o 1 5 Algumas considera es 2 REFERENCIAL TE RICO DA PESQUISA 2 1 A L ngua agem 2 2 Os G neros discursivos no ensino de LE 2 3 Os multiletramentos e as novas tecnologias 2 4 A rela o entre Identidade e o processo de Ensino aprendizagem de LE 3 METODOLOGIA 3 1 A import ncia da pesquisa qualitativa 3 2 A apaixonante pesquisa a o 3 3 A Sequ ncia Did tica 3 4 O Cen rio de pesquisa 3 5 Os Aspectos ticos 3 6 Os Participantes 3 7 Os Instrumentos 3 7 1 Di rio de itiner ncia dos participantes 3 7 2 Di rio de itiner ncia do professor pesquisador 3 7 3 Question rio inicial 3 7 4 Grava es em udio e v deo 3 7 5 Produ es dos alunos 3 8 Coleta de dados 3 9 Sequ ncia das SDs aplicadas 3 10 Triangula o e resultados esperados 4 AN LISE
3. QUADRO 30 Trecho do DIP da 2 SD 3 B Agata 3 B O nico problema foi o tempo em sala de aula que acabou acumulando conte do desestimulando alguns alunos Fonte dados da pesquisa 118 SD3 Relato de m sicas do You Tube O g nero m sica foi escolhido com base nos relatos dos di rios de itiner ncia dos participantes da pesquisa Os alunos respondiam positivamente quando eram utilizadas m sicas nas aulas de espanhol e sempre cobravam de mim que trabalhasse com elas Para eles todas as aulas deveriam acontecer por meio da utilizag o de m sicas Para estimul los resolvi atender ao pedido deles e escolhi trabalhar o g nero relato de m sica Apresento abaixo o pedido relatado nos DIPs e como os alunos se sentiram ap s a aplica o QUADRO 31 Trecho dos DIPs da 2 SD 3 B Fonte dados da pesquisa Apresenta o da Situa o Nesta terceira e ltima aplica o escolhi uma m sica do grupo espanhol Amaral a m sica se chama Marta Sebas Guille y los dem s Essa m sica relata um grupo de amigos da escola que ao concluir o Ensino M dio se separou e cada um foi viver sua vida Achei a tem tica parecida com a situa o das turmas pois o per odo letivo estava terminando e eles logo se separariam Os alunos escutaram a m sica duas vezes Na primeira vez pedi a eles que apenas acompanhassem a audi o com a letra impressa depois pedi a eles que cantassem a m sica junto com o udio Ap s esses ex
4. De acordo com Cristov o ibid 2009 a SD al m de norteadora das a es por meio do uso dos g neros na sala de aula apresenta caracter sticas que esclarecem os passos a serem seguidos por quem adota esse procedimento Uma dessas caracter sticas o aspecto de constru o da SD pois o trabalho did tico prev a proposta de aprendizagem como um processo espiralado de apreens o em que o novo se edifica transformando o que j existe ibid 2009 p 307 Esse aspecto valoriza o que os alunos j sabem sobre o g nero trabalhado e amplia seus conhecimentos explorando todos os aspectos que o comp em Outra caracter stica importante da SD apresentada por Cristov o 2009 que as diversas atividades que comp em uma SD podem dar conta das caracter sticas que devem ser respeitadas bem como das dificuldades dos alunos que v o sendo superadas na reescrita ibid p 308 309 Assim a apropria o do g nero pode acontecer pois na SD os g neros n o s o apenas apresentados eles s o explorados analisados questionados produzidos e reconstru dos No momento de explora o e an lise dos g neros poss vel abordar o contexto de produ o e uso que muitas vezes apresentam quest es importantes a serem debatidas com os alunos pois s o quest es sociais que contribuem para a constru o dos g neros as quais demonstram as ideologias e representa es da sociedade Essas quest es podem ser o lugar social o objetivo
5. o do que da pr pria palavra por isso reafirmo que a tradicional abordagem da l ngua focada nica e exclusivamente nas estruturas gramaticais n o atende s necessidades de um falante que precisa atuar na intera o J os g neros discursivos n o o servem apenas para saber uma palavra ou diversas palavras no novo idioma mas tamb m para conhecer como aplic las nos diversos usos nos diversos discursos Parece ser cada vez mais frequente o n mero de pesquisas na rea de LA que envolvem as teorias dos g neros discursivos ou textuais Isso talvez se deva ao fato de os documentos oficiais PCNEMs e OCEMs tratarem da import ncia dos g neros no ensino de l ngua materna e estrangeira Junto a esse crescimento destaco o in cio de uma pol mica quanto ado o da nomenclatura g nero discursivo ou g nero textual Tendo essa pol mica em mente acredito ser relevante apresentar nesta pesquisa o texto 48 de Rojo 2012 no qual ela compara as duas nomenclaturas e questiona se h diferen a ao adotar uma ou outra Ao tra ar tal compara o a pesquisadora define cada uma das nomenclaturas e nos diz que na abordagem de g neros textuais parece ser interessante fazer uma descrig o mais propriamente textual quando se trata da materialidade lingu stica do texto ou mais funcional contextual ROJO 2012 p 189 Ao passo que na abordagem de g neros discursivos a tend ncia selecionar os aspectos da materialidade
6. que la chica estaba sola en el hotel y ve a el amanecer 4 La canci n de Amaral retrat una de las amigas que hab a ido a vivir a Barcelona como una amiga que tengo y que se fue para otro pa s Ahora escribe tu relato 205 AP NDICE J 3 DI RIO DE ITINER NCIA DO PARTICIPANTE lt q E Universidade de Bras lia UnB W D A Instituto de Letras IL Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET 3 DI RIO DE ITINER NCIA DO PARTICIPANTE Ap s cada aula de produ o de relatos a partir de m sica expresse suas impress es e sentimentos referentes a cada atividade desenvolvida na sala de aula e em casa pela internet Ao avaliar cada processo das aulas pense como voc se sentiu e como acredita que foi sua aprendizagem Pense e expresse o que voc gostou e acredita que deu certo e o que voc n o gostou e acredita que n o deu certo 1 Aula Apresenta o da m sica e an lise dos relatos 2 Aula An lise das dificuldades nas produ es dos relatos e produ o de frases na sala de aula Produ o do v deo clipe PSEUD NIMO 206 ANEXO 01 MODELOS DE CART ES DE VOTOS Universidade de Brasilia UnB W Instituto de Letras IL Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET Que en este d a tan especial la magia est siempre presente tusonrisa ser el mejor regalo tus ojos e
7. A pr tica oral embora tenha sido muito discutida no campo da LA ainda pouco abordada nas escolas p blicas Esse princ pio lembrado nos documentos oficiais para o ensino de LE no Ensino M dio que ao apontar as habilidades a serem desenvolvidas destacam que focaliza a leitura a pr tica escrita e a comunica o oral contextualizadas OCEM 2006 p 87 e O car ter pr tico do ensino da l ngua estrangeira permite a produ o de informa o e o acesso a ela o fazer e o buscar aut nomos o di logo e a partilha com semelhantes e diferentes Para isso o foco do aprendizado deve centrar se na fun o comunicativa por excel ncia visando prioritariamente a leitura e a compreens o de textos verbais orais e escritos portanto a comunica o em diferentes situa es da vida cotidiana PCNEM 2000 p 94 134 Ao observar os documentos oficiais e o que realmente acontece nas aulas de LE poss vel concluir que h ainda uma grande dist ncia entre o que orientam os documentos e o que feito na pr tica A partir dos relatos dos alunos no DIP da primeira aplica o pelo desejo que eles manifestaram em falar na l ngua resolvi dedicar um espago maior para a pr tica oral nas outras SDs isso n o significa que a produ o oral n o tenha aparecido na 1 SD pois nesse ponto da realiza o do trabalho eu ainda me questionava se era poss vel incluir um espa o maior para a oralidade porque sabia o quanto a inte
8. A qualidade n o o mercado ou outras raz es de ordem externa lembremos a condi o de sobreviv ncia do ensino do espanhol assim se afirma tamb m nas OCEM Se n o o fizermos dessa forma entraremos num mundo de faz de conta os professores fazem de conta que ensinam e os alunos fazem de conta que aprendem ouve se com muita frequ ncia GONZ LES 2009 grifo meu Dando continuidade an lise dos dados coletados apresento como foi a produ o da terceira SD Relato de m sicas do You Tube Como fora mencionado nesta pesquisa anteriormente a m sica de aprova o un nime entre os estudantes de LE e ao escolh las e ao realizar os relatos sobre elas os participantes deixaram marcas que ser o apresentadas Vejamos primeiramente alguns relatos do 3 B QUADRO 65 Alguns Relatos postados na Comunidade do Facebook 3 B Participante M sica Relato Mary Man es una bella canci n y tanbi n muy sentimantal Labios compartidos principalmente cuando menci n que elle amaba la chica con toda su f Goiabinha Dulce Maria La canc on es muy bonita me gusta mucho habla Ingenua de una chica que esta enamorada pero est triste y est sufriendo por amor Luluzinha Rosa de Saron esta canci n es muy buena ella habla sobre el amor El sol de de Dios que es el sol del media noche Onde nos da Medianoche sentido a la vida nos da la esperanza para ser feliz y que a pesar de todas nuestras heridas
9. Uma situa o discursiva n o pode ser livre ou acontecer em um v cuo desconectada do tempo e do espa o MOTTA ROTH 2011 p 164 5SAA A y a 2 G neros do discurso e g neros textuais quest es te ricas e aplicadas 49 No papel de pesquisadora minha opg o vincula se ao conceito de g neros discursivos luz da teoria bakhtiniana pois concordo que esse conceito atende s necessidades da educa o b sica uma vez que ele apresenta os g neros de forma a trabalhar os aspectos necess rios para que um falante possa atuar em a es pr ticas de linguagem ou seja n o se trata apenas de explorar um g nero de forma textual por meio de suas estruturas Trata se pois de reconhecer o agir dentro do uso da linguagem o que engloba o saber cr tico e o entendimento do que est por traz de cada enuncia o Revozeando Rojo 2012 concluo sobre esta quest o que No Brasil com seus acentuados problemas de iletrismo a necessidade dos alunos de terem acesso letrado a textos de opini o liter rios cient ficos jornal sticos informativos etc e de poderem fazer uma leitura cr tica e cidad desses textos Assim parece nos ser mais til e necess rio explorar com eles as caracter sticas das situa es de enuncia o ROJO 2012 p 207 A teoria dos g neros discursivos mostra se importante para a o ensino de LE na escola b sica porque h no Brasil hoje a necessidade de pensarmos em uma educa o
10. a professora explica sempre bem chega contente na sala ela tem vontade realmente de ensinar os alunos e aprender tamb m com os alunos Layd 3 B As aulas de Espanhol como sempre alegre A senhora tem vontade de ensinar o que sabe Fonte dados da pesquisa 132 V rios s o os fatores afetivos que podem influenciar o processo de ensino aprendizagem de uma LE entre esses fatores destaco o ambiente e a motiva o Neles est inserido o relacionamento professor aluno Quando esse relacionamento bem sucedido tanto o aluno quanto o professor podem sentir se mais motivados nas aulas o que faz com que o ambiente de aprendizagem seja mais prop cio para uma intera o que permita espa o para diferentes discursos Essa rela o bem sucedida foi percebida nos relatos acima Ressalta se que o estranhamento relatado por Drih da turma 3 B pode estar relacionado s pr ticas anteriores as aulas dadas durante o 1 bimestre pois antes de aplicar as SDs as aulas n o eram planejadas a partir de g neros discursivos o que me faz apontar outro benef cio da utiliza o do trabalhar sob a perspectiva dos g neros discursivos porque propicia melhora no relacionamento aluno professor fazendo com que os alunos sintam se motivados levando o ambiente de sala de aula ser mais agrad vel Quando essa rela o estabelecida apenas pelo poder que tem o professor sob aluno pode se perder muito na aprendizagem pois al m dos outros fatores j mencion
11. o papel social do enunciador o papel social do destinat rio que exerceriam uma efetiva influ ncia sobre aspectos textuais CRISTOV O 2009 p 322 Por isso concordando com a proposta de Cristov o 2009 acredito que os textos trabalhados nas aulas de LE devem ser textos sociais em circula o ou seja textos produzidos em contextos reais Ao preparar uma SD para ser aplicada em sala de aula de l nguas importante que o professor reflita sobre alguns aspectos De acordo com Cristov o ibid 2009 esses aspectos s o a uma esfera de atividade em que o g nero circule b a defini o de uma situa o de comunica o na qual a produ o se inseri 83 c conte dos apropriados d a disponibiliza o textos sociais de circula o real como refer ncia para os alunos e uma organiza o geral de ensino que v ao encontro das transforma es desejadas f atividades que contribuam para que os objetivos sejam alcan ados g propostas de percursos e situa es que levem o aluno a atingir os objetivos desejados CRISTOV O 2009 p 309 Os itens listados acima contemplam a necessidade de que o ensino de LE seja n o apenas focado nos elementos estruturais da l ngua como foi discutido no cap tulo te rico mas que seja um ensino voltado para a pr tica social e que leve o aluno a pensar nas situa es sociais de forma cr tica e agentiva Dessa forma o ensino de LE prepararia o aluno n o para o futur
12. pois nenhum professor usou o facebook Florzinha 3 B Foi legal e divertida tamb m usando isso com a facilidade que a internet nos proporciona foi melhor ainda amei conhecer essa novidade pois nem sempre d tempo de apresentar o trabalho na aula e com isso facilita tendo em vista um jeito novo e inovador para corre o de trabalhos Pirate 3 A Apesar de n o gostar muito de mexer no facebook desse eu gostei tive um pouco de dificuldade sim mas d sim para aprender para aperfei oar o que sei e aprender o que n o sei Kelly Kel 3 A N o postei o v deo no face mais com a professora tirando as d vidas dos outros alunos deu para eu tirar as minhas d vidas tamb m Dany 3 A Essa atividade foi muito interessante s foi dif cil para quem n o mexe muito no facebook para o v deo mas de resto foi muito bom 152 Iran 3 A Uma atividade muito divertida e criativa aprendemos bastante como interpretar uma m sica mas n o s uma v rias Jeanzito3 A Interessante pois a corre o est sendo de uma forma fregiiente a professora est sempre nos auxiliando Fonte dados da pesquisa poss vel perceber que os alunos reconheceram ser essa pr tica uma novidade nas aulas E ainda que o novo muitas vezes cause medo ele tamb m motiva e estimula a vontade de participar dos aprendizes e com isso a aprendizagem passa a ser mais eficaz At mesmo quem n o participou da atividade postando sua m sica e
13. possa aflorar Afinal como os pr prios participantes relataram nos DIPs apresentados na 1 SD receber uma mensagem deixa as pessoas felizes e receber um cart o ainda uma atitude desejada muito embora n o seja t o praticada atualmente O fato de esta pesquisa ter sido iniciada com aplica o da SD Cart es Comemorativos oportunizou uma pr tica mais subjetiva o que foi considerado como algo in dito para os alunos As frases produzidas eram curtas o que pode ter facilitado o processo de produ o escrita pelos participantes Embora essa escrita tenha sido 160 intencionalmente facilitada os alunos ainda assim tiveram dificuldades para pensar nas frases e escrev las Ao trabalhar com a a o de linguagem escrita Comas 2004 p 933 934 nos recomenda a propor atividades espec ficas para desenvolver o dom nio da L2 no mbito tem tico e discursivo no qual vai escrever antes da composi o ou durante o planejamento ler modelos de textos trabalhar o l xico e a fraseologia espec fica do tema etc b fornecer ao aprendiz informa es lingu sticas vocabul rio regra gramatical etc que necessite durante o momento da composi o c facilitar o acesso a material auxiliar de apoio gram tica dicion rios manuais de consulta etc d organizar a tarefa de compor escritos em fases ou passos sucessivos que permitam trabalhar paulatinamente os diferentes processos de composi o com os apoios e aju
14. reflex es acerca de enunciado enuncia o de sua estreita vincula o com o signo ideol gico palavra comunica o intera o G neros discursivos texto tema e significa o discurso discurso verbal polifonia dialogismo ato evento e demais elementos constitutivos do processo enunciativo discursivo BRAIT 2012 p 65 Considerando ent o que a enuncia o n o vazia n o posse somente do falante e de que a situa o social mais imediata e o meio social mais amplo determinam completamente por assim dizer a partir do seu pr prio interior a estrutura Ver pref cio da obra Marxismo e filosofia da linguagem 36 da enuncia o BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 113 cabe concluir n o esgotando a discuss o mas abreviando a neste espa o que cada enuncia o particular individual mas cada campo de utiliza o da l ngua elabora seus tipos relativamente est veis de enunciados os quais denominamos g neros do discurso BAKHTIN 2006 p 262 Voltarei a abordar a enuncia o no pr ximo t pico deste cap tulo que tratar dos g neros discursivos Cabe tamb m atrelar a essa reflex o sobre a enuncia o a import ncia que a palavra tem no processo enunciativo para tanto abordarei a explica o na qual Bakhtin 2006 apresenta a palavra que o falante utiliza em seu discurso nos seguintes aspectos como palavra alheia dos outros cheia de ecos de outros enunciados e por ltimo como a m
15. seguir um filme uma conversa entre falantes nativos e por sua vez expressar se de forma precisa REVUZ 1998 p 213 Ao iniciar este estudo havia a previs o de que os alunos poderiam ter dificuldades de que eles poderiam n o ter profici ncia na l ngua espanhola apenas por estarem exercitando por meio dos g neros discursivos a pr tica oral sabido por todos que quem se aventura em optar pela abordagem dos g neros discursivos e a realiza o de uma P A n o consegue prever os resultados pois eles podem ser positivos ou negativos Mesmo assim o que mais importa nessa abordagem o caminho percorrido e n o exatamente os resultados Confesso que fica um descontentamento por n o ter tido tempo suficiente para orientar essa aluna que apresentou maiores dificuldades na intera o oral Questiono me se caso fosse dado LE o espa o que ela merece e deveria ter nas escolas de Ensino B sico talvez pud ssemos contribuir um pouco mais para a forma o identit ria de nossos alunos Al m da quantidade ex gua de aulas de LE na escola preciso refletir sobre o espa o que dado a oralidade nessas aulas pois embora seja uma tarefa dif cil para o professor n o deve ser desvinculada da escrita uma vez que ambas se complementam Sendo assim n o se pode abrir m o dos benef cios que ela traz para a aprendizagem pois ao ajudar a construir as novas identidades dos novos falantes a oralidade pode fazer diferen a na
16. tico podendo se pensar na postura do cidad o e de como ele se percebe em rela o a circula o e uso de cada g nero Ressalto que o retorno desta pesquisa aos participantes ocorreu ao meu mesmo tempo em que a pesquisa estava sendo realizada pois a cada SD conclu da os participantes puderam opinar e cada SD aplicada na sequ ncia eram observadas as coloca es dos participantes Considero essa quest o como ponto mais relevante da P A pois seu car ter espiral permite o retorno da pesquisa aos participantes antes mesmo de sua conclus o 184 5 3 Limita es da pesquisa Embora haja aspectos significativos a realiza o dessa pesquisa teve alguns entraves sendo alguns deles o pouco tempo de aula a falta de material que servisse como suporte para a aplica o das SDs o grande n mero de alunos nas turmas e o tempo para conclus o desta pesquisa Destaco primeiramente que o pouco tempo de aula de espanhol com as turmas n o permitiu que a explora o das etapas das SDs aplicadas fossem mais detalhadas Considero que a etapa mais prejudicada foi a dos m dulos pois trabalhei apenas um m dulo em cada SD e a produ o final pois n o houve tempo h bil para a corre o e reescrita dessa produ o As produ es foram corrigidas mas apenas uma corre o n o foi suficiente e com o grande n mero de alunos por turma foi dif cil conseguir auxiliar cada um de forma a sanar as d vidas Mesmo utilizando a internet como form
17. valorizado por Moita Lopes 1994 que a linguagem determinante central do fato social portanto se a pesquisa social ela precisa ser intrinsecamente subjetiva Conhecendo como funciona a pesquisa interpretativista importante apresentar as t cnicas de observa o do pesquisador participante Observa o Participante Perif rica OPP o pesquisador aceita uma implica o parcial para poder ser considerado como membro sem entretanto ser admitido no centro das atividades de grupo Observa o Participante Ativa OPA o pesquisador tenta por meio de um papel desempenhado no grupo adquirir um status no interior do grupo ou da institui o que ele estuda Ele est simultaneamente dentro e fora do grupo Observa o Participante Completa OPC o pesquisador ou est implicado desde o in cio porque j era membro do grupo antes de come ar a pesquisa ou ele torna se membro do grupo por convers o porque prov m de fora ADLER E ADLER 1987 apud BARBIER 2007 p 126 80 Levando em considera o as t cnicas da observa o do pesquisador mencionadas esta pesquisa fez uso da Observa o Participante Completa OPC pois a metodologia foi aplicada em uma turma em que eu j era professora de l ngua espanhola antes de iniciar a pesquisa Sendo assim exerci o duplo papel de observar e analisar por fora a situa o de sala de aula e ao mesmo tempo participei ativamente do processo Tendo como base as caracter stic
18. vel enfrentado por alunos e professores e uma nova abordagem pedagogia de letramento chamada por eles de multiletramentos Os autores do mencionado grupo argumentam que a multiplicidade dos canais de comunica o e o aumento da diversidade lingu stica e cultural no mundo hoje exigem uma vis o mais abrangente do letramento do que o que representado por abordagens baseadas na linguagem tradicional Os multiletramentos de acordo com esses autores superam as limita es das abordagens tradicionais pois agenciam a negocia o das m ltiplas diferen as culturais e lingu sticas em nossa sociedade como fator inerente s pr ticas da vida pessoal c vica e trabalhista dos alunos COPE amp KALANTZIS 1996 Essa proposta do grupo foi vista com bons olhos por v rios linguistas aplicados dentre eles Rojo Rocha Cristov o Dias entre outros Os fundamentos dessa proposta levam nos a considerar professores e alunos como agentes de mudan as sociais Por isso advogo que o processo de constru o dos multiletramentos leva em considera o os aspectos culturais do falante aprendiz e possibilita o contato e o conhecimento de forma cr tica de outras culturas linguagens cren as maneiras de viver Al m de como nos diz Rocha 2012 colocar l nguas e linguagens diversas em di logo com diferentes vozes em contato A partir disso o aprendiz pode se apoderar de diferentes discursos sendo agente de seu pr prio agir na l ngua Conc
19. 2002 Muito se tem falado em LA sobre a necessidade de se repensar a pr tica docente Desta forma s o frequentes os questionamentos sobre como desenvolvido o ensino de LE como e o que ensinar como se aprende o que se deve aprender dentre outras quest es Embasado nos te ricos j mencionados este estudo pretende repensar a pr tica de LE de uma escola p blica de ensino b sico do DF oportunizando aos estudantes participantes desta pesquisa o contato com a es de linguagem por meio dos g neros discursivos com vistas a possibilitar maior apropria o da l ngua espanhola como LE levando os a se perceberem agentes de seu pr prio aprendizado Para guiar o caminho percorrido adoto como metodologia a Pesquisa a o doravante P A baseada principalmente nas orienta es de Barbier 1985 2007 Essa escolha se justifica devido ao fato de a P A proporcionar tanto ao pesquisador quanto aos participantes momentos de reflex o Tais momentos fazem com que o professor pesquisador possa avaliar sua pr tica n o apenas pelo seu pr prio ponto de vista pois no decorrer da pesquisa durante a realiza o das etapas da P A as a es realizadas via ciclos oportunizam mudan as simult neas para a aplica o da pesquisa propiciando ao professor pesquisador verificar o que importante para a educa o cujo cerne neste estudo o ensino de l nguas para se ressignificar a todo momento Na se o seguinte explicito os objetivos e quest
20. Afetividade e emo o no ensino aprendizagem de l nguas m ltiplos olhares Campinas SP Pontes 2011 p 17 48 MELO Francis Arag o O uso do l dico como atividade significativa no ensino aprendizagem do espanhol como LE no ciclo juvenil 213 172 f Disserta o 191 Mestrado em Lingu stica Aplicada Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o Universidade de Bras lia 2013 MENEZES V SILVA M M GOMES LF Sessenta anos de Ling stica Aplicada de onde viemos e para onde vamos In PEREIRA R C ROCA P Linguistica Aplicada um caminho com diferentes acessos http www veramenezes com linaplic pdf Acesso em 10 de set de 2014 MIOTELLO V Ideologia In BRAIT Beth Org Bakhtin conceitos chave 5 ed S o Paulo Contexto 2012 p 167 176 MOITA LOPES L P Discursos de identidade em sala de aula de leitura de LI a constru o da diferen a In SISNORI I Org L ngua gem e Identidade Elementos para uma discuss o no campo aplicado Campinas SP Mercado de Letras S o Paulo FAPESP 2002 p 303 332 MOTTA ROTH D Quest es de metodologia em an lises de g neros In KARWOSKI A M GAYDECZKA B BRITO K S Org G neros textuais reflex es e ensino S o Paulo Par bola Editorial p 154 173 2011 NORTON B Identity and Language Learning Gender Ethnicity and Educational Change Harlow England Pearson Education 2000 NORTON B Identity and Language Learning Gender Ethnic
21. B Querer poder Motiva o identidade e aprendizagem de l ngua estrangeira In MASTRELLA M R Org Afetividade e emo o no ensino aprendizagem de l nguas m ltiplos olhares Campinas SP Pontes 2011 p 89 162 WOODS D The social construction of biliefs in the language classroom In KAJALA P amp BARCELOS A M New Approaches to Research on Beliefs about SLA Amsterd Kluwer 2003 WOODWARD K Identidade e diferen a uma introdu o te rica e conceitual In SILVA T T Org Identidade e Diferen a a perspectiva dos Estudos Culturais Petr polis RJ Vozes 2000 p 7 72 194 AP NDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO NU E Universidade de Bras lia UnB w j PS A Instituto de Letras IL Ca Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Esta pesquisa est sendo desenvolvida no Programa de Mestrado em Lingu stica Aplicada da Universidade de Bras lia e tem como objetivo analisar o uso dos g neros discursivos nas aulas de Espanhol como LE no Ensino Regular da escola p blica de forma que essas aulas sejam cada vez mais dial gicas e discursivas capacitando os alunos a atuarem em a es de linguagem A pesquisa ser aplicada nas turmas do 3 Ano A e B A metodologia utilizada se caracteriza como pesquisa a o Como resultado desta pesquisa espera se promover os multiletramentos dentro da sala de aula de espanhol
22. Considerei que seria importante que os alunos pensassem na utiliza o dessas palavras nesse g nero No excerto abaixo apresento o que os alunos conseguiram responder e quais foram suas principais d vidas Ressalto que n o foi poss vel terminar a interpreta o 5 O texto e a interpreta o trabalhada nesta aplica o est o no ap ndice G 114 toda em uma nica aula nas duas turmas sendo ela conclu da no dia seguinte As respostas depois de discutidas com os participantes eram reescritas no quadro em l ngua espanhola QUADRO 26 Trechos do DIPP da 2 SD 3 B Quanto primeira pergunta uma pequena parte dos alunos disse que l o manual mas somente a parte de que necessita quando tem dificuldades A grande maioria disse que n o l manual porque os textos s o grandes e d pregui a J a respeito da segunda pergunta os alunos conseguiram facilmente identificar que o manual serve para orientar o usu rio quanto a utiliza o do celular Quanto ao que n o pode faltar no manual os alunos mencionaram que preciso ter o tempo da primeira carga de bateria As opini es dos alunos foram divergentes quando perguntou se a eles se os manuais conseguem esclarecer todas as d vidas do usu rio A turma considerou que a linguagem do manual n o clara o que causa incompreens o ao leitor e que isso seria um dos motivos pelos quais poucos leem o manual A quest o 07 foi considerada a mais dif cil para os alunos responderem
23. Nessa primeira aplicag o tivemos apenas um m dulo Embora a teoria de SD que adotei nesta pesquisa sugira maior n mero de m dulos haveria necessidade de aplic las em maior n mero de aulas para que fosse poss vel trabalhar esta etapa com as turmas Pensando nos aspectos ticos os quais norteiam as pesquisas qualitativas coletei os dados de acordo com o cronograma previsto porque alter lo poderia causar algum preju zo aos alunos que estavam se preparando para o exame vestibular e que por isso precisariam aprender os conte dos previstos poca da pesquisa Esse m dulo consta como suporte s d vidas dos alunos e foi feito em uma aula Depois de corrigir as frases dos alunos devolvi as a eles e lhes esclareci as d vidas de modo geral Ap s o momento de explica o cada aluno faria as adequa es que sugeri na corre o e se caso algum deles ainda tivesse d vidas poderia tir las comigo Esse procedimento foi seguido nas duas turmas tomando o cuidado de prestar bastante aten o na turma B pois n o tinham tido o mesmo acompanhamento da turma A Nessa mesma aula ap s a corre o das frases os alunos escreveram no cart o a segunda vers o da primeira escrita Eu tinha pedido para que eles confeccionassem o cart o em casa e s deixassem para colocar as frases na sala de aula Nas duas turmas alguns alunos n o conseguiram terminar pois n o tinham levado o cart o confeccionado Esses entregaram na aula seguinte Pr
24. Rojo 2009 no excerto abaixo preciso levar em conta o fato de que a linguagem n o ocorre em um v cuo social e que portanto textos orais e escritos n o t m sentidos em si mesmos mas interlocutores escritores eleitores por exemplo situados no mundo social com seus valores projetos pol tico hist rias e desejos constroem seus significados para agir na vida social ROJO 2009 p 108 V rias s o as ferramentas disponibilizadas pelas TICs que podem ser utilizadas em nossas aulas e que proporcionam a inclus o social e a intera o verbal ROJO 2009 As redes sociais s o uma dessas ferramentas que podem produzir ambiente virtual de aprendizagem No que se refere popularidade das redes sociais abro agora um par ntese para falar sobre o Facebook que tem se destacado por apresentar maior n mero de usu rios Embora n o tenha sido criado com objetivos educacionais entendo que os recursos ali apresentados podem ser uma alternativa a mais de aprendizagem 65 pois atualmente o Facebook faz parte da vida cotidiana de nossos alunos e muitos at utilizam essa ferramenta em detrimento dos estudos Pensando nisso podemos nos indagar porque n o orient los a utilizar essa ferramenta de forma a ajud los a estudar e a se tornarem alunos agentes e cr ticos Essa n o uma tarefa f cil pois muitos dos nossos alunos conhecem as ferramentas do Facebook melhor do que n s mesmos mas isso n o pode ser um obst culo qu
25. a exigir Nesse sentido como afirmam Bakhtin Voloshinov 1997 a palavra totalmente determinada por seu contexto Em contrapartida os adeptos da teoria de Saussure consideram que a palavra que aparece em diferentes contextos est no mesmo plano de significado o que considerado um erro pelos autores que reiteram que na verdade as coisas s o bem diferentes os contextos poss veis de uma nica e mesma palavra podem ser frequentemente opostos BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 107 Exemplificando a palavra sede pode expressar diferentes necessidades como por exemplo a necessidade de tomar gua a necessidade de bens materiais a necessidade de sonhos etc Al m disso dependendo do contexto que ela for utilizada tal palavra poder expressar diversos sentimentos como desejos dio ansiedade entre outros Apesar de considerar o contexto para determinar uma palavra Bakhtin Voloshinov 1997 n o desvalorizam a estrutura da l ngua mas consideram que ela funciona ao falante de maneira distinta do que se apresenta no estruturalismo de Saussure Todo sistema de normas sociais encontra se numa posi o an loga somente existe relacionado consci ncia subjetiva dos indiv duos que participam da coletividade regida por essas normas A consci ncia subjetiva do locutor n o se utiliza da l ngua como de um sistema de formas normativas BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 91 92 Por meio dessa cita o poss vel refl
26. a moca retirava da bolsa alguns objetos como uma panela uma faca al m de outros objetos met licos Diante do relato apresentado por um dos membros dessa equipe Neg o no primeiro t pico deste cap tulo no qual dizia que n o sabia muito o espanhol e que se identificava melhor com a l ngua inglesa e levando em considerag o que todos os trabalhos nos quais ele estava envolvido ficaram bem feitos e criativos entendo que a atividade promoveu identifica o dos alunos com a l ngua espanhola al m do agenciamento de a es da linguagem e forma o cidad O terceiro manual escolhido mostrou que o grupo teve uma preocupa o com o meio ambiente pois os participantes Pirate Jenny Son e Dany elaboraram seis passos para orientar o usu rio a como proceder quando o aparelho perdesse sua vida til Eles apresentaram como os componentes do aparelho poderiam ser reaproveitados como poss vel acompanhar nas frases apresentadas no quadro a seguir QUADRO 61 Texto do manual produzido na 2 SD 3 A Fonte dados de pesquisa 169 FIGURA 5 Manual produzido por alunos do 3 A Fonte dados da pesquisa Nessa produ o poss vel observar a interfer ncia da l ngua portuguesa na escrita dos participantes Note se que na primeira orienta o aparece a palavra vay verbo ir onde deveria aparecer ve na segunda orienta o no lugar da palavra vases deveria aparecer vasos e na quarta orienta o aparece a palavra
27. ao se acompanhar as decis es durante o processo como apresentado em BARBIER 2007 p 67 expressar se antes uma arte de rigor cl nico desenvolvida coletivamente com o objetivo de uma adapta o relativa de si ao mundo Essa metodologia propicia ainda a aplica o das solu es formando um verdadeiro espiral cada fase em verdade modifica o conjunto do sistema interativo BARBIER 2007 p 121 fazendo com que 78 a pesquisa cumpra seu valor social e devolva para a sociedade pesquisada o resultado antes mesmo da conclus o da pesquisa Essas caracter sticas possibilitam uma pesquisa de car ter humano social e hist rico dos sujeitos envolvidos Mas para que essa atividade em espiral e essa implicag o ocorram importante que o ambiente pesquisado seja prop cio que se estabelega confianga para que todos os envolvidos se sintam engajados e participem ativamente principalmente na sala de aula em que os alunos n o est o acostumados a Opinar sobre seu processo de aprendizagem Al m dessas caracter sticas apresentadas a P A se diferencia da pesquisa tradicional por apresentar uma din mica de envolvimento que obriga o pesquisador a implicar se a envolver se na pesquisa e n o apenas observar como afirma Ren Barbier O pesquisador realiza que sua pr pria vida social e afetiva est presente na sua pesquisa sociol gica e que o imprevisto est no cora o da sua pr tica BARBIER 2007 p 14 Outra
28. aprendizagem da l ngua de forma a desenvolver a es de linguagem tanto oral quanto escrita pois uma sequ ncia 81 did tica um conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistem tica em torno de um g nero textual oral ou escrito DOLZ J et al 2011 p 82 Entendo que trabalhar com g neros discursivos nas aulas de LE n o uma tarefa f cil por m a SD orienta quanto s etapas a serem seguidas para que se construa uma sequ ncia coerente a qual possa ser aplicada em sala de aula Dessa forma para a elaborac o das SDs desta pesquisa adotei como suporte os construtos e estrutura da SD apresentados por Dolz et al 2011 as orienta es e a planilha de avalia o de material did tico de Cristov o 2009 e as discuss es e SDs produzidas no Grupo de Estudos GEDLE Grupo de Estudos em did tica de L ngua Estrangeira do qual participo A seguir apresentarei como as teorias dos autores supracitados e as discuss es do GEDLE contribu ram para esta pesquisa Dolz et al 2011 apresentam apontamentos importantes acerca da SD Iniciarei a discuss o desses apontamentos a partir da finalidade da utiliza o da SD em sala de aula de l nguas Uma sequ ncia did tica tem precisamente a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor um g nero de texto permitindo lhe assim escrever ou falar de uma maneira suficiente sobre aqueles dificilmente acess veis espontaneamente pela maioria dos alunos e sobr
29. arel dispositivo Cargar com un cable USB Antes de cargar aseg rese de que el PC est encendido 1 Conecteun extremo micro USB delcable USB enla toma multifunci n 2Conecteelotro extremo delcable USB en uno de lospuertos USB del PC Seg nel tipo de cable USB que est utilizando el inicio de la carga puede demorar unos segundos 3Cuandolabater aest totalmente cargada desconecteelcableUSB del dispositivo y despu sdel PC Disponibleenhttp www samsung com es support model GT 181600KAXEC downloads INTERPRETACI N 01 T lee el manual cuando compra un m vil nuevo 02 Para qu sirve un manual de usuario 03 Qu informaciones son importantes o no pueden faltar en un manual 04 Crees que existe alguna informaci n importante que no aparece generalmente en un manual 05 Todas las informaciones del manual son tiles y aclaran las dudas 06 El lenguaje de los manuales es comprensible 07 Para t1 qu importancia tienen las palabras subrayadas en el manual presentado 08 El manual trata su lector de manera formal o informal Qu elementos del manual justifica su respuesta 1 2 3 4 5 6 7 9 203 AP NDICE H 3 SEQU NCIA DID TICA Y Universidade de Bras lia UnB W A Instituto de Letras IL OS Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET Sequ ncia Did tica 03 Agentes discursivos Alunos do 3 Ano do Ensino M dio G nero Relat
30. as habilidades que voc julga importante desenvolver em l ngua espanhola Compreens o escrita Compreens o oral Express o escrita Express o oral Intera o Na sua opini o se aprende L ngua Estrangeira na escola p blica Por qu 198 AP NDICE D 1 DEQU NCIA DID TICA E Universidade de Bras lia UnB Wi 7 ad Instituto de Letras IL Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET 7 8 9 Sequ ncia Did tica 01 Agentes discursivos Alunos do 3 Ano do Ensino M dio G nero Cart es de votos Suporte http www sonico com postales cumpleanos php Sugest o de documento Cart es de anivers rio natal ano novo dentre outros A es de linguagem Compreens o leitora e Produ o Escrita Objetivos a Apropriar se do g nero Cart es b Utilizar elementos lingu stico discursivos referentes linguagem do desejar algo c Propiciar o reconhecimento e uso do presente do subjuntivo em espanhol d Retomar o clima fraterno em sala de aula Tempo estimado Duas aulas de 50 minutos Etapas da sequ ncia a Sem mostrar os documentos aos alunos fazer um levantamento se eles j enviaram ou receberam um cart o b Fazer a leitura e interpreta o dos documentos sempre deixando com que os alunos leiam e tentem interpretar c Ap s a leitura e interpreta o refletir com os alunos as seguintes quest es Para que servem os cart es com que fi
31. caracter stica importante da P A que precisa ser lembrada e que foi observada nesta pesquisa foi a quest o da emancipa o do professor Tal car ter emancipat rio libera o professor de rezar pela cartilha dos outros e o que o faz produzir o conhecimento que lhe interessa mais propriamente MELO 2013 p 72 Essa caracter stica pode ser considerada como um problema para alguns educadores mas importante que o professor tenha a iniciativa e liberdade de produzir o material com o qual trabalha embora isso demande tempo Ao desenvolver uma P A o professor poder precisar preparar material adequado para o n vel da turma pois de acordo com relatos e avalia es dos alunos talvez n o haja material dispon vel para adequar o que se ensina necessidade deles Isso foi observado nesta pesquisa e ser tratado com detalhes na an lise dos dados A P A atende s necessidades desta pesquisa e vai ao encontro das minhas ang stias sobre o ensino do espanhol como LE no ensino b sico pois o espa o para reflex es dos alunos a oportunidade de dar a voz faz com que eles sejam tratados n o como meros informantes de pesquisa mas como atores de seu aprendizado e das mudan as na educa o da qual participam Al m disso o car ter imediato da pesquisa e o retorno simult neo fizeram com que essa metodologia se tornasse a mais coerente para este estudo O car ter imediato aqui citado n o significa atual instant neo mas qual
32. circunstancia com acento proveniente da l ngua portuguesa O fato de terem escrito palavras em portugu s ou terem apresentado escrita influenciada pela l ngua materna n o pode ser considerado uma atitude conden vel pelos professores de l nguas como aponta COMAS 2004 p 933 pois o uso da L1 durante a composi o mais frequente com aprendizes principiantes ou com escasso dom nio de L2 Por esses motivos se considera negativo proibir o uso da L1 durante as tarefas de composi o Outros problemas quanto escrita de algumas palavras das frases apresentadas foram observadas conforme consta no quadro 61 como recojida que deveria ser recogida Essa troca de letras que ocorre em alguns verbos irregulares em espanhol causa muita d vida aos estudantes uma vez que alguns tempos verbais como presente 20 a e ao z a Texto original El uso de La L1 durante La composici n es m s frecuentes con aprendices por principiantes o con escaso dominio de L2 Por estos motivos se considera negativo prohibir el uso de la L1 durante las tareas de composici n 170 do subjuntivo e em algumas pessoas do imperativo afirmativo usted nosotros vosotros e ustedes apresentam a letra J nas conjuga es do verbo recoger recorrer A pesar de tratar de um tema importante a ser abordado por um manual de celular essa equipe n o gravou o v deo instrucional o que a meu ver fez com que os alunos se privassem de uma experi
33. como indiv duos n o trabalh ssemos nem nos arrisc ssemos ao faz la Dessa forma para que o poder de ag ncia seja despertado nos aprendizes de LE preciso pensar em pr ticas que os levem a se arriscar uma vez que Na medida em que os alunos aprendem que sua escrita n o somente pode afetar as pessoas na sala aula e na comunidade mas tamb m pode levar significados e inten es para outras pessoas que n o conhecem pessoalmente eles focam mais aten o no mundo de intera o criado dentro do texto BAZERMAN 2011 p 21 Nesta pesquisa o poder de ag ncia foi observado nessa pr tica dos g neros discursivos com o uso das novas tecnologias o que n o significa que esse seja o nico modo de desenvolver o poder de ag ncia mas cada professor precisar analisar sua realidade para descobrir a melhor maneira de despertar e desenvolver essa atitude em seus alunos Na se o a seguir ser apresentada a an lise das produ es dos alunos e por meio dela a efetiva o do uso de g neros discursivos na sala de aula de espanhol como LE 159 4 4 Produ es dos alunos Este t pico da an lise apresenta a concretiza o das atividades desenvolvidas nas SDs aplicadas Ressalto que houve destaque de algumas produ es de cada SD para que se pudesse observar os produtos das produ es orais e escritas Primeiramente apresentarei frases dos cart es comemorativos com algumas imagens ilustrativas depois entrar o em foco
34. como insuficiente o tempo de aula de espanhol na escola Acredito que o fato de se eles pr prios reconhecem isso talvez possa ser um ponto positivo para pensarem sobre a import ncia de se aprender uma LE por meio das pr ticas propostas nas SDs Mas n o se pode deixar de observar a necessidade de aumentar a carga hor ria da LE assim como lembrado na cita o a seguir A segunda quest o est relacionada carga hor ria dos cursos de l nguas geralmente uma ou duas vezes por semana o que totaliza quando muito 400 minutos por m s Essa quantidade m nima para que se possa efetivamente produzir um trabalho de qualidade Assim entendemos que uma necessidade premente o aumento dessa quantidade de horas para que se possa ter um ensino de primeira linha como proposto nos documentos oficiais RINALDI 2014 p 14 Ressalto ainda que o ensino de primeira linha o qual menciona Rinaldi 2004 tamb m salientado nas OCEMs ao apresentar que estamos diante uma reflex o de pol tica lingu stica e de que se deve evitar o reducionismo no ensino de LE como foi apresentado o cap tulo te rico A situa o da carga hor ria da LE na escola de Ensino B sico principalmente da l ngua espanhola parece me incoerente com os objetivos propostos pelos documentos oficiais talvez por isso muitos professores n o se sintam estimulados a repensar suas pr ticas na sala de aula Sobre isso importante refletir o que 173
35. comunica o do pesquisador em campo como parte expl cita da produ o de conhecimento Em vez de simplesmente encar la como uma vari vel a interferir no processo A subjetividade do pesquisador bem como daqueles que est o sendo estudados tornam se parte do processo de pesquisa FLICK 2009 p 25 76 Ao considerar a subjetividade tanto do pesquisador quanto dos sujeitos participantes a pesquisa qualitativa impossibilita a neutralidade Por interpretar as quest es mais focadas em contextos espec ficos ela nega generaliza es afinando se a realidade Assim por meio da pesquisa qualitativa o pesquisador pode conseguir chegar mais perto das necessidades da sociedade principalmente quando nos referimos ao mbito educacional A exemplo disso pode se observar e investigar quest es de uma dada comunidade ou escola tendo como foco os problemas ou caracter sticas ali existentes Em contrapartida em uma pesquisa generalizada n o seria poss vel verificar com precis o casos espec ficos de uma dada regi o ou de uma escola o que tornaria mais dif cil a an lise e por conseguinte haveria falhas na execu o de propostas que pudessem gerar resolu es de problemas ou melhorias das condi es locais que o que se espera de uma pesquisa Dessa forma o fato de a pesquisa qualitativa investigar dados mais espec ficos chegando at uma comunidade delimitando o n mero de participantes faz com que ela tenha um importante papel s
36. contribuindo para a forma o de um cidad o agente na sociedade Proporcionar aos aprendizes a atua o em a es de linguagem tanto escrita quanto oral para facilitar o processo de apropria o da LE qui representando A escola do DF fui informado dos objetivos desta pesquisa de maneira clara e detalhada e esclareci minhas d vidas A pesquisadora Rosilene dos Anjos Sant Ana certificou me de que os dados coletados ser o utilizados apenas em sua disserta o de mestrado e os resultados obtidos poder o ser divulgados em eventos e ou revistas cient ficas Ela tamb m me informou que esta pesquisa n o prev contribui o financeira institui o uma vez que os dados obtidos poder o ser utilizados pela pr pria escola para reflex es e usos futuros Declaro que recebi c pia do presente Termo de Consentimento Assinatura do Representante da Institui o Nome Data Assinatura da Pesquisadora Nome Data 195 AP NDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO ALUNOS NU E Universidade de Bras lia UnB w i BS A Instituto de Letras IL Ca Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET TERMO DE CONSENTIMENTO ALUNOS Prezado a aluno a Tendo em vista a elabora o da minha disserta o de Mestrado em Lingu stica Aplicada na Universidade de Bras lia gostaria de solicitar a sua participa o na coleta de dados para a realiza o desta pesquisa A coleta se dar nas aulas de L ngua Esp
37. daria a oportunidade de abordar tamb m os conte dos que s o programados para que os alunos estudem no 3 ano SD1 Cart es Comemorativos O g nero cart es comemorativos que se integra aos g neros prim rios considerados por Bakhtin 2006 como g neros simples foi escolhido para primeira aplicag o desta pesquisa pelo fato de que eu precisaria trabalhar com frases curtas devido grande dificuldade que os alunos t m na l ngua espanhola e devido ao pouco tempo de aula apenas 1 hora aula por semana Dessa forma eu teria que optar por um g nero que pudesse ser produzido dentro da minha realidade de trabalho Outro fator que influenciou na escolha desse g nero foi o aspecto afetivo que o envolve Tendo em vista que na escola os alunos t m pouco espa o para pensar e refletir sobre a afetividade e ainda que no ltimo ano na escola eles ficam mais envolvidos uns com os outros considerei que seria um bom g nero 103 Apresentac o da Situac o A aplicag o desta primeira sequ ncia did tica se deu da mesma forma nas duas turmas pois o planejamento das atividades foi o mesmo para ambas no entanto preciso ressaltar que cada turma tem uma realidade diferente Dessa forma os questionamentos apresentados por cada aluno fizeram com que o resultado das aplica es tivesse aspectos diferentes poss vel observar como se deu a aplica o em cada turma por meio de trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisado
38. de gravar o v deo Acredito que a dificuldade de alguns componentes pode ter desanimado e bloqueado a a o dos demais Tamb m n o considero que eles n o tinham tido interesse nas atividades dessa SD pois fizeram a vers o escrita do manual 171 A pesar da dificuldade enfrentada por essa participante ela demonstrou interesse nas atividades propostas Percebi ao ler seus relatos que ela queria se livrar dessa timidez e participar dessa pr tica oral Isso foi poss vel perceber nos seguintes trechos do DIP QUADRO 63 Trechos dos DIPs Fonte dados da pesquisa Outro fator importante que percebi no relato da participante que antes de chegar o momento de gravar e postar o v deo ela se sentia motivada em gravar e reconhecia que esse procedimento seria importante para sua aprendizagem Suponho que ao tentar fazer essa pr tica a aluna tenha encontrado muitas dificuldades de pronuncia Tais dificuldades poderiam ter sido notadas e trabalhadas se houvesse mais tempo para que a atividade fosse melhor desenvolvida Essa quest o relativa ao tempo das aulas de espanhol foi frequentemente apontada pelos alunos nos DIPs das tr s SDs aplicadas Considero que esse foi um dos principais problemas que enfrentei para aplicar as SDs e acredito ser importante apresentar algumas reclama es destacadas pelos alunos como nos relatos a seguir QUADRO 64 Trechos dos DIPs 172 Fonte dados da pesquisa Os participantes apontaram
39. de pesquisa No segundo cap tulo apresentei os pressupostos te ricos que ancoraram a an lise dos dados gerados por meio da triangula o que atrelou SDs Multiletramentos e g neros discursivos No terceiro cap tulo procurei explicitar as etapas metodol gicas da Pesquisa a o bem como minha proposta para a realiza o da an lise dos dados obtidos por meio da utiliza o desta metodologia No quarto cap tulo apresentei a an lise dos dados triangulados os quais foram abordados por meio dos eixos tem ticos a saber Intera o e oralidade como a es de linguagem construindo identidade Multiletramentos o novo na sala de aula de LE e Produ es dos alunos 181 A partir daqui proponho retornar as quest es de pesquisa deste estudo afim responder cada uma delas 1 De que maneira a aula de espanhol por meio do uso dos g neros discursivos embasados em SD Sequ ncia Did tica pode contribuir para a constru o de identidade dos aprendizes de forma que eles se percebam como falantes da LE Observou se por esta pesquisa que os alunos ao usarem os g neros discursivos na sala de aula orientados pela pr tica da SD e podendo atuar na l ngua espanhola em a es de linguagem oral tornaram capazes de realizar as atividades propostas Al m disso o entusiasmo que os alunos sentiam ao participar das atividades fez com que eles se mostrassem mais interessados em estudar o idioma Talvez isso se deva ao fato de que a partir d
40. de usu rio NOKIA Quando o dispositivo chegar ao final da vida os componentes podem ser recuperados como materiais e energia Voc pode assegurar correto recolhimento e tratamento para ele 1 V ao site www nokia com brreciclaje onde se descreve todos os pontos de coleta ou entre em contato com o centro de rela o Nokia Care 2 Recicle em vasos e os manuais pelo sistema local 3 Todos os componentes de eletricidade e eletr nica pilhas e acumuladores podem conter metais pesados e outros t xicos e devem ser levados a seus pontos de coleta 4 A bateria e outros n o podem ser quebradas em nenhuma circunstancia 5 N o desfa a desses produtos como lixo dom stico para n o causar impactos ambientais 6 Para mais informa es entre no site WWW nokia com ecodeclaration 210 ANEXO 05 PRODU ES DOS ALUNOS RELATOS DE M SCIAS DO YOU A Universidade de Brasilia UnB Instituto de Letras IL TUBE TRADU O Ni Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET 3 B Participante M sica Relato Mary Man uma bela can o e tamb m muito sentimental L bios divididos principalmente quando mencionou que ele amava a garota com toda sua f Goiabinha Dulce Maria A can o muito bonita eu gosto muito fala de uma Ing nua garota que est apaixonada mas est triste e est sofrendo por amor Luluzinha Rosas de Saron Esta can
41. decis o futura que o aprendiz tomar a respeito dos estudos dessa l ngua Caso ele continue estudando por se sentir estimulado ou se nunca mais ter contato com a l ngua que estudou Acredito que esse seja um item importante de pauta 141 para discuss o que n o deve ser feita apenas entres professores mas entre toda a comunidade escolar incluindo os governantes respons veis pelas pol ticas p blicas Na pr xima se o ser tratado o segundo eixo tem tico identificado nos dados desta pesquisa Tal eixo relativo ao novo dentro da sala de aula de LE que abrange os g neros discursivos os multiletramentos e as novas tecnologias 4 3 Multiletramentos o novo na sala de aula de LE Baseado numa metodologia estruturalista o ensino de LE nas escolas p blicas n o tem atingido o objetivo que o de propor um ensino comunicativo em diferentes a es reais como apresentados nos PCNs e OCEMS citados no cap tulo te rico Dessa forma adotar o uso de g neros discursivos pode mudar essa situa o no ensino aprendizagem de LE e pode ainda fazer com que nossos alunos se engajem e que se animem para estudar a nova l ngua pois os g neros materializam as atividades sociais Isso pode ser comprovando durante a realiza o desta pesquisa Conforme percebemos o uso dos g neros discursivos explorando os multiletramentos que eles apresentam acrescidos das novas tecnologias pode contribuir com maior efic cia para a forma o
42. deo J da turma B foram realizadas 4 postagens O resultado dessa produ o ser analisado no t pico 4 3 QUADRO 34 Resumo das propostas apresentadas nas SDs G NERO APRESENTA O DA PRODU M DULO PRODU O DISCUR SITUA O O INICIAL FINAL SIVO Cart es Leitura e interpreta o de Produ o Corre o das Reescrita das Comemor slides com cart es em das frases frases com frases e confec o ativos espanhol com desejos suporte s dos cart es d vidas comemorativos Manual Interpreta o de v deo Produ o da Corre o das Reescrita das de instrucional 1 vers o de frases com frases e produ o Celular Leitura e interpreta o de trechos suporte s dos manuais de trecho de manual de frases do d vidas celular celular manual de Produ o de celular em v deo instrucional equipe a partir das frases elaboradas Relato Audi o e interpreta o Produ o Corre o dos Produ o dos de de m sica dos primeiros relatos relatos e m sicas Leitura de relatos feitos primeiros Postagem de produ o de no you tube relatos sobre m sicas no v deo musical a m sica Facebook e produ o dos relatos Coment rios e suporte s d vidas on line Fonte dados da pesquisa 3 10 Triangula o de dados e resultados esperados luz dos estudos demonstrados por Flick 2009 considero que a triangula o supera as limita es de um m t
43. embasam este trabalho apresentarei no pr ximo cap tulo os aspectos referentes metodologia de pesquisa 75 3 METODOLOGIA DE PESQUISA Neste cap tulo apresentarei como se deu a aplicac o da proposta desta pesquisa a metodologia escolhida os instrumentos para coleta de dados utilizados a caracteriza o dos participantes com algumas respostas ao question rio inicial aplicado e do contexto em que ela ocorreu Em seguida abordarei os aspectos ticos adotados para a realiza o deste trabalho e o per odo de coleta dos dados Por fim detalharei como se deu cada aplica o das Sequ ncias Did ticas doravante SDs com relatos dos Di rios de Itiner ncia dos Participantes doravante DIPs e do Di rio de Itiner ncia da Professora Pesquisadora doravante DIPP 3 1 A import ncia da Pesquisa Qualitativa Ao refletir sobre a realiza o desta pesquisa pensei na contribui o que ela poderia trazer para a pr tica n o apenas por quest es ticas mas pela expectativa de promover mudan as na atual situa o da nossa educa o Dessa forma decidi juntamente com minha orientadora realizar uma pesquisa na qual eu pudesse me envolver em todo o processo de realiza o do come o ao fim assegurada a parcela de contribui o desta como pesquisa cient fica Levando todos esses quesitos em considera o optei por realizar uma pesquisa qualitativa pois de acordo com Flick 2009 Os m todos qualitativos consideram a
44. es norteadores deste estudo 23 1 3 Objetivos e perguntas de pesquisa Corroborando o car ter transdisciplinar e social da LA na atualidade minha experi ncia como professora e o acesso que tive s leituras sobre teorias que tratam do ensino de LE nas escolas tive o interesse em pesquisar sobre g neros multiletramentos novas tecnologias identidades e poder de ag ncia no ensino de espanhol na escola p blica Desse modo estabeleci como objetivo geral desta pesquisa Analisar o uso dos g neros discursivos nas aulas de Espanhol como LE no Ensino Regular de uma escola p blica de forma que as aulas ministradas nessa escola explorem perspectivas cr tico discursivas as quais capacitem os alunos a interagirem quando do uso da linguagem para sua forma o enquanto cidad os Partindo desse objetivo geral delimitei os objetivos espec ficos de forma a localizar e centralizar os pilares desta investiga o Sendo assim os objetivos espec ficos s o os seguintes e Promover os multiletramentos dentro da sala de aula de espanhol contribuindo para a forma o de cidad o agente na sociedade e Proporcionar aos aprendizes a intera o em a es de linguagem tanto escrita quanto oral para facilitar o processo de apropria o da LE Diante dos objetivos mencionados os quais buscam trazer contribui es para o ensino de espanhol como LE na escola de Ensino Regular principalmente da rede p blica apresento a seguir
45. est indissoluvelmente ligada s condi es da comunidade que por sua vez est o sempre ligadas s estruturas sociais YAGUELO 1997 p 14 Valorizar a l ngua como social reconhecer os aspectos que envolvem seu uso O que dizemos est relacionado com o contexto no qual falamos Dessa forma a enuncia o compreendida como uma r plica do di logo social a unidade de base da l ngua trata se do discurso interior di logo consigo mesmo ou exterior Ela de natureza social portanto ideol gica Ela n o existe fora de um contexto social j que cada locutor tem um horizonte social BAKHTIN 1997 p 16 Cada enuncia o n o vazia de sentido nenhum enunciado totalmente novo Dentro de um di logo o papel de cada falante influenciado por diversos fatores internos e externos Essa caracter stica da enuncia o defendida por Bakhtin e seu C rculo permite que compreendamos melhor esse elo entre l ngua gem como apresentado na cita o a seguir As no es de enunciado enuncia o t m papel central na concep o de linguagem que rege o pensamento bakhtiniano justamente porque a linguagem concebida de um ponto de vista hist rico cultural e social que inclui para efeito de compreens o e an lise a comunica o efetiva e os sujeitos e discursos nelas envolvidos Bakhtin e seu C rculo medida que elaboram uma teoria enunciativa discursiva da linguagem prop em em diferentes momentos
46. futuros Percebo que as limita es desta pesquisa suscitaram questionamentos que demandam outras investiga es dentre esses questionamentos sugiro alguns por rea de interesse 1 Forma o de professores e de que maneira a forma o de professores de LE contribui para que o ensino aprendizagem explore os multiletramentos e as novas tecnologias de forma consciente e cr tica e como o professor de LE poder se capacitar para produzir material did tico sob a perspectiva discursiva 2 Pol ticas p blicas e de que maneira os documentos oficiais dialogam com as necessidades do aprendiz de escola p blica e at que ponto eles s o seguidos De que maneira poss vel re pensar a carga hor ria de espanhol na escola p blica ou pelo menos igualar a carga hor ria da l ngua inglesa e quais s o as atuais pol ticas p blicas para a melhoria do ensino de LE na escola p blica e de que maneira a carga hor ria do professor de escola p blica permite tempo para que ele se capacite e se arrisque em novas pr ticas de abordagem e metodologia 5 5 Outras considera es O ensino aprendizagem de LE vai al m de capacitar o aluno para que ele se insira no mercado de trabalho Esse processo deve ser considerado muito mais que inclusivo uma vez que a vida p s moderna explora cada vez mais uma intera o pluril ngue exigindo que cada cidad o consiga interagir em diferentes discursos Por 186 isso n o se dev
47. g neros discursivos poder o tamb m auxiliar os aprendizes de uma LE a serem agentes do seu aprendizado pois como resultado g nero d forma a nossas a es e inten es um meio de ag ncia e n o pode ser ensinado divorciado da a o e das situa es dentro das quais aquelas a es s o significativas BAZERMAN 2011 p 10 Portanto a perspectiva dos g neros discursivos valoriza o falante nas a es de linguagem e no trabalho did tico em sala de aula uma vez que considera que o aluno j sabe dos g neros na LM para que se possa explorar suas caracter sticas depois extrapola cada g nero estudado observando suas estruturas fun es e linguagens pr prias 46 Ao estudar os g neros e suas implica es o aprendiz pode entender o processo no qual est inserido entende como funciona a l ngua estudada e ao entend la consegue buscar caminhos para cada vez mais atuar discursivamente na LE sendo sujeito do seu pr prio discurso como se observa no relato de Bazerman Far amos melhor se d ssemos a n s e aos nossos alunos meios para entender as formas de vida incorporadas pr tica simb lica corrente para avaliar as consequ ncias da ret rica recebida e tentar transformar nosso mundo ret rico quando tal transforma o parece aconselh vel BAZERMAN 2011 p 61 Al m de Bazerman 2011 outros autores valorizaram a caracter stica agentiva dentro do processo de ensino aprendizagem Outro aspecto valoriz
48. indireto Para que o trecho da m sica fosse transcrito para o discurso indireto eles foram orientados quanto s regras de uso desse discurso e receberam uma folha na qual constavam as regras para utilizarem como suporte Ao observar os relatos aqui apresentados pude constatar que os participantes n o tiveram a preocupa o em colocar os trechos das m sicas no discurso indireto a 175 preocupa o maior foi em postar as frases justificando suas escolhas Observei que o relato da participante Mary cumpriu com o que fora solicitado pois ela justificou e apresentou a adapta o do trecho da m sica J a participante Ava apresentou o trecho no discurso direto e os demais postaram trechos da m sica sem usar as adaptac es sugeridas pelas regras Os participantes apresentaram outros problemas como a escrita de palavras elle quando deveria ser l tanb n quando deveria ser tambi n e problemas com regras de acentua o como na palavra canc on que deveria ter sido escrita canci n Vale lembrar que todos os relatos foram corrigidos na comunidade mas aqui foram apresentados na forma como os participantes publicaram conforme consta no quadro 66 QUADRO 66 Alguns Relatos do 3 A postados na comunidade do Facebook Dulce Mar a Esta musica es muy interesante porque nos pasa un No pares mensaje bonita de la vida cuando dice que nuetra libertad es lo que hay de m s importante y que no devemos nos rendir nunca delante de tantas adi
49. instruir os leitores Mesmo sem que eles soubessem como se denominavam essas palavras depois de os alunos terem interpretado sua import ncia foi dito a eles sobre a denomina o sobre o uso sobre a fun o Falei tamb m sobre as regras do imperativo em espanhol conforme fora apresentado nos relatos do DIPP apresentados no cap tulo metodol gico Os alunos precisavam de todas essas informa es pois iriam criar frases instrucionais para fazer o manual de celular e depois produzir o v deo A import ncia do uso dos recursos lingu sticos foi percebida pelos alunos como poss vel observar nos relatos apresentados abaixo QUADRO 45 Trechos do DIP da 2 SD Yokohama 3 A Na verdade o v deo na hora n o entendemos nada mas quando a produzir um ficou bem melhor Foi timo aprender os verbos do modo imperativo saber quando e como deve ser usado a aula foi muito boa e o legal que o manual foi escrito e assim ficou bem mais f cil Fonte dados da pesquisa Os alunos reconheceram que aprenderam os recursos lingu sticos de forma contextualizada na pr tica como lembram os documentos oficiais PCNEMs e OCEMs e de maneira que n o apenas sejam consideradas as estruturas desses recursos mas compreendendo a inten o do uso dialogando assim com a teoria de Bakhtin de que na intera o que a l ngua ganha vida Saber ler o manual de celular ou escutar e compreender um tutorial na internet faz parte do dia a dia dos alunos
50. letrada de nossos alunos oportunizando a eles uma reflex o do uso das novas tecnologias em benef cio de sua pr pria aprendizagem Neste t pico apresentarei an lise dos dados que demonstram como se deu essa mescla entre os g neros discursivos novas tecnologias e multiletramentos e como isso se caracterizou como algo novo na sala de aula para os participantes desta pesquisa Para melhor compreens o deste t pico apresentarei primeiramente a an lise do uso dos multiletramentos Em seguida abordarei a an lise do uso das novas tecnologias e por fim abordarei o importante poder de ag ncia que observei ao atrelar o uso das novas tecnologias a essa abordagem 142 4 3 1 Os multiletramentos e os g neros discursivos A sociedade hoje exige que cada pessoa seja capaz de se engajar em diferentes letramentos para que possa interagir em distintos discursos N o basta ao indiv duo saber comunicar apenas pela leitura e escrita tem ainda de ser capaz de lidar com outros modos de comunica o al m de desenvolver consci ncia cr tica em rela o ao que ouve l escreve e v DIAS 2012 p 02 Al m de saber ler e escrever nossos alunos precisam saber interpretar e argumentar sobre o que leem Mas as exig ncias n o s o apenas essas para que se possa interpretar e argumentar preciso saber perceber cada letramento que nos envolve Dessa forma a diversidade de abrang ncia dos g neros discursivos s o infinitas p
51. lt E UNIVERSIDADE DE BRAS LIA INSTITUTO DE LETRAS DEPARTAMENTO DE L NGUA ESTRANGEIRA E TRADU O PROGRAMA DE P S GRADUA O EM LINGU STICA APLICADA G NEROS DISCURSIVOS NO ENSINO DE LE NA ESCOLA P BLICA A ES DE LINGUAGEM A PARTIR DE SEQU NCIAS DID TICAS ROSILENE DOS ANJOS SANT ANA DISSERTA O DE MESTRADO EM LINGU STICA APLICADA BRAS LIA DF DEZEMBRO 2014 4 UNIVERSIDADE DE BRAS LIA INSTITUTO DE LETRAS IL DEPARTAMENTO DE L NGUAS ESTRANGEIRAS E TRADU O LET PROGRAMA DE P S GRADUA O EM LINGU STICA APLICADA PPGLA G NEROS DISCURSIVOS NO ENSINO DE LE NA ESCOLA P BLICA A ES DE LINGUAGEM A PARTIR DE SEQU NCIAS DID TICAS ROSILENE DOS ANJOS SANT ANA ORIENTADORA PROFA DRA MARIA DA GL RIA MAGALH ES DOS REIS DISSERTA O DE MESTRADO EM LINGU STICA APLICADA Bras lia DF 2014 REFER NCIA BIBLIOGR FICA E CATALOGA O SANT ANA Rosilene dos Anjos G neros discursivos no ensino de LE na escola p blica ac es de linguagem a partir de sequ ncia did tica Bras lia Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o Universidade de Bras lia 2014 211 f Disserta o de mestrado Documento formal autorizando reprodu o desta disserta o de mestrado para empr stimo ou comercializa o exclusivamente para fins acad micos foi passado pelo autor Universidade de Bras lia e acha se arquivado na Secretaria do Programa O autor reserva para si os outro
52. medida que explicava cada fun o A ideia original consistia em mostrar o v deo e discutir oralmente com os alunos depois ler o texto que era o trecho de um manual de celular em seguida solicitar lhes que expressassem por escrito a interpreta o desse texto Mas devido ao recesso que 112 estava previsto para o per odo entre 14 e 15 de outubro foi necess rio que os alunos realizassem a tarefa escrita referente interpreta o em casa antes de assistirem ao v deo Ap s os quinze dias ao apresentar lhes o v deo pedi para as turmas que tentassem entender a mensagem que o v deo trazia e n o cada palavra que era dita Solicitei que o fizessem desta forma porque havia escutado de muitos que eles n o entendem nada porque ficam procurando traduzir cada palavra Acredito que o fato de ter conseguido passar o v deo duas vezes em cada turma pode ter facilitado a interpreta o realizada pelos alunos QUADRO 23 Trechos do DIPP da 2 SD 3 B Fonte dados da pesquisa QUADRO 24 Trechos do DIPP da 2 SD 3 A Fonte dados de pesquisa Essa introdu o realizada por meio do v deo foi bem engra ada pois os alunos embora n o tenham gostando do celular ficaram relaxados e descontra dos Depois que assistimos ao v deo fiz algumas perguntas para saber o que eles tinham conseguido entender Depois de constatar que eles n o tinham percebido que era um celular para idosos levei os a entender essa parte Em s
53. muito mais nesta era digital na qual todos principalmente os jovens t m aparelhos de celular mais modernos e multifuncionais Por isso os g neros discursivos enriquecem as aulas de LE pois trazem aos alunos o contato com pr ticas reais de linguagem tamb m porque aprender os modos sociais de fazer tamb m aprender os modos sociais de dizer FARACO 2009 p 131 Muito embora os alunos n o tivessem o costume de ler o manual antes de us lo foi importante trabalhar com eles a finalidade deste g nero Os pr prios alunos perceberam que o manual n o um texto que se l todo de uma vez mas que 146 importante que t lo para consult lo quando houver necessidade Essa quest o tamb m foi relatada pelos alunos conforme nos mostra o quadro abaixo QUADRO 46 Trechos do DIP da 2 SD Fonte dados da pesquisa A rela o do estudo da l ngua atrelada pr tica que foi apresentada pelos participantes pode ser o fator que deixa nossos alunos convictos da import ncia desse estudo na escola Ver a sua pr tica di ria sendo abordada na sala de aula pode mudar a concep o de aprendizagem de l nguas dos nossos alunos Nesta pesquisa essa rela o entre estudo e vida pr tica foi efetiva pois os g neros discursivos incluem toda sorte de di logos cotidianos bem como enuncia es da vida p blica institucional art stica cient fica e filos fica MACHADO 2012 p 155 Outra atividade que faz p
54. multiletramento acontece se em nossa pr tica utilizamos metodologias e abordagens que permitam a diversidade de leitura as quais est o engajadas na atualidade Se quisermos abordar os multiletramentos em nossas aulas n o poderemos negar o que vem sendo atual e frequente na vida do cidad o ou seja as novas tecnologias Assim como mencionei sobre o letramento cr tico tamb m pode soar estranho dizer que se trabalha com as novas tecnologias em escolas p blicas em poucas aulas Mas mesmo sendo mais uma tarefa dif cil necess rio que se reconhe am as contribui es da tecnologia e que se aproveite todo o seu potencial para que nossa pr tica em sala de aula contribua para uma forma o real e inclusiva uma vez que negar a influ ncia das novas tecnologias gerar mais exclus o em nossa sociedade Sobre esse ponto as OCEMs sugerem que o projeto de letramento pode coadunar se com a proposta de inclus o digital e social e atender a um prop sito educacional pois possibilita o desenvolvimento do senso de cidadania OCEM p 98 Durante a aplica o desta pesquisa observei que n o f cil e n o contamos com todos os recursos para fazer desta situa o uma realidade de sucesso nas aulas de LE mas com um pouco de esfor o e criatividade podemos come ar a mudar a nossa realidade e atender ao que se espera das aulas de LE e abrir caminho para o que nos orienta os documentos oficiais como citado a seguir 151 Por m a nova con
55. n o se constitui apenas em fun o de um outro mas de v rios outros fragmentando se em in meras identidades com a possibilidade de chegar ao n vel da pulveriza o LEFFA 2913 p 68 Ainda sobre o conceito de identidade Hall 2003 apresenta considera es importantes a identidade realmente algo formado ao longo do tempo atrav s de processos inconscientes e n o algo inato existente na consci ncia no momento do nascimento Em vez de falar da identidade como uma coisa acabada dever amos falar de identifica o e v la como um processo em andamento HALL 2003 p 7 Hall nos fala tamb m sobre a fragmenta o identit ria do sujeito p s moderno O sujeito previamente vivido como tendo uma identidade unificada e est vel est se tornando fragmentado composto n o de uma nica mas v rias identidades algumas vezes contradit rias ou n o resolvidas HALL 2003 p 12 Com essas observa es Hall 2003 considera que a identidade fixa fantasiosa Muitas vezes em nossas aulas de LE n s tratamos de v rios assuntos sem pensar nos aspectos identit rios que est o por tr s de cada tema com isso perdemos a oportunidade de levar o nosso aluno a pensar sobre quest es que s o ditadas pela sociedade e que por isso acabam sendo aceitas E preciso perceber que mudamos sempre e junto com essas mudan as nossas identidades tamb m s o re constru das transformadas esquecidas ou acrescentada
56. na comunidade do Facebook Conhecendo o perfil da aluna admito que por tratar se de uma pessoa t mida sua voz quase n o se ouvia nas aulas A princ pio pensei em n o permitir o que fora solicitado para que ela tentasse se expor um pouco mais mas depois voltei atr s e conversei com ela permitindo que gravasse o v deo e apenas eu o veria Mesmo assim a aluna n o realizou a grava o Muitos dos alunos que participaram das atividades para exerc cio da oralidade em LE propostas nas SDs tiveram dificuldades com as pron ncias mesmo assim arriscaram se tentaram como poder ser visto com mais detalhes na an lise das produ es dos alunos no ltimo t pico deste cap tulo Diante do que fora mencionado reconhe o que dentro da aprendizagem de uma LE est o envolvidos diversos aspectos pois cada aprendiz tem a sua forma de aprender 140 Reconheco tamb m que s o grandes e frequentes os insucessos que ocorrem durante o processo de ensino aprendizagem e que a sala de aula de LE muito mais do que encontro um lugar de confronto como afirma Irala 2010 em sua pesquisa sobre constru o de identidade e discurso mencionada no cap tulo te rico Em virtude disso os resultados obtidos na aprendizagem de l nguas nem sempre s o satisfat rios nos afirma Revuz 1998 N o s o muitas as pessoas que alcan am um bom conhecimento de uma ou v rias l nguas estrangeiras nesse est gio no qual se pode sem dificuldades ler um livro
57. ncia positiva embora eu n o considere que eles n o tenham aprendido com as pr ticas dessa SD O fato de o v deo ser gravado e visto por mim e pelos colegas da turma pode ter estimulado cada participante a sentir se capaz de falar na l ngua espanhola mas no caso dessa equipe percebi que postar o v deo para que os colegas tamb m vissem pode ter sido um problema o motivo pelo qual eles n o gravaram Isso pode ser visto pelo relato que apresento abaixo Ele diz respeito a avalia o das atividades pelos participantes QUADRO 62 Dados coletados por meio dos DIPs Fonte dados da pesquisa A participante Pirate admite ser t mida e aponta ser essa a dificuldade para o cumprimento da atividade conclusiva da aplica o dessa SD Reconhe o que o pouco tempo de aula e a preocupa o em cumprir as atividades que programei para que a SD fosse aplicada n o permitiram que eu fizesse um trabalho especial com vistas a amenizar a quest o da timidez de alguns alunos Essa situa o me fez refletir sobre as pr ticas orais em sala de aula pois n o podemos apenas trabalhar a oralidade preciso tratar com aten o as situa es conflituosas e constrangedoras que impedem alguns alunos de atuarem no discurso oral Ao planejar essa SD pensei em oportunizar aos alunos um momento no qual eles pudessem atuar no discurso oral de forma mais descontra da e menos tensa por isso sugeri o v deo N o considero que essa equipe n o tenha sentido desejo
58. ngua deve ser estudada a partir de suas estruturas na perspectiva discursiva bakhtiniana a l ngua vista como um processo social de comunica o e n o um conjunto de estruturas Dessa forma o agir humano n o se d independentemente da intera o nem o dizer fora do agir FARACO 2009 p 126 Ao refletir a teoria bakhtiniana percebo que preciso abordar a l ngua considerando seus aspectos hist ricos identit rios estruturais e sociais Utilizando essa abordagem podemos oportunizar aos nossos alunos possibilidades de atuarem nas diversas esferas da sociedade como apresenta Faraco 2009 ancorado nas ideias bakhtinianas Uma pessoa que domina os modos de dizer numa esfera da comunica o cultural sabe por exemplo dar uma aula travar uma discuss o cient fica elaborar um tratado filos fico escrever um poema pode se sentir pouco vontade em outra cala se ou ent o interv m de maneira muito desajeitada numa conversa social ou numa assembl ia de sindicato FARACO 2009 p 131 Refletindo sobre o que apresenta Faraco 2009 poss vel compreender que esses modos de dizer s o as diferentes intera es das quais participamos no nosso dia a dia dessa forma se conhecemos e sabemos utilizar um n mero variado de discursos conseguiremos atuar em diferentes momentos de intera o adequando nos s diversas caracter sticas que cada momento exige Corroborando as ideias bakhtinianas adotamos neste trabalho as
59. os alunos a observarem o uso do imperativo e as formas de tratamento T e Usted O professor orientar os alunos quanto s regras deste modo verbal h Ap s a interpreta o os alunos escolher o uma parte do manual de celular para produzirem em equipes de quatro componentes na produ o os alunos devem observar as cr ticas e sugest es que fizeram durante a interpreta o guiada i A professora recolher os textos para corre o da primeira vers o j Na aula seguinte a professora entregar o texto corrigindo e orientar os alunos a fazerem a corre o tirando as d vidas que surgiram na 1 vers o Em casa os alunos confeccionar o o manual e colocar o o texto produzido por eles k Com este mesmo texto produzido as equipes dever o produzir um v deo pequeno para instruir as pessoas que utilizam o celular o 201 1 O v deo dever ser postado na Comunidade do Facebook da disciplina 9 Contexto de produ o e uso A consulta ao manual de celular quando houver a necessidade compreendendo e interpretando esse g nero 10 Elementos lingu sticos discursivos tratamento formal ou informal imperativo afirmativo e negativo vocabul rio referente ao celular 11 Reflex o pedag gica Trabalhar com g neros discursivos que fazem parte do dia a dia dos alunos os fazem ver sentido no que estudam na escola Essa pr tica pode proporcionar melhorias na aprendizagem 12 Atividades complementares Atividade posterior
60. ou com textos em l ngua materna por exemplo colaboram para constru o de sentido H explora o de elementos que cumprem uma fun o discursiva no g nero abordado As diferentes partes e atividades est o voltadas para o objetivo a ser alcan ado As atividades exigem do aluno conhecimento pr vio e ou espiralado O material proporciona caminhos e ou fontes para que o aluno busque conhecimentos que o auxiliem na aprendizagem Os alunos t m informa es e instru es suficientes para acompanhar e compreender o processo H inser o de atividade que demande ag ncia delibera o tomada de decis o cidadania autoria estilo pr prio para sua realiza o H inser o de atividades diferenciadas como l dicas jogo can o brincadeira etc por exemplo poss vel fazer adapta es ou o material se mostra como uma camisa de for a para alunos e professor A proposta est suficientemente aberta para que haja adapta o H inser o de atividades com dicion rio pictionary gram ticas etc H inser o de atividade que demande outras fontes de conhecimento ou colabora o de outras reas e ou de diferentes 88 12345 89 pessoas que n o o colega e ou o professor da disciplina de l ngua inglesa H inserc o de atividade do tipo extra classe H men o ao procedimento metodol gico e ou da din mica sugerida para a condu o realiza o da atividade 1 N o 2 superficialmente 3 parcia
61. para expressar suas opini es o que Bakhtin chama de dialogismo O dialogismo pode ser considerado o fen meno que ocorre entre os sujeitos nos discursos e que possibilita emergir as diferentes e diversas vozes que permeiam esses discursos essas vozes n o se op em mas conversam entre si O encontro sociocultural delas e a din mica que se estabelece nesse processo o que mais importa para Bakhtin segundo a vis o de Faraco 2009 a qual compartilho Esse encontro possibilita uma polifonia nas rela es dial gicas entendendo que polifonia n o para Bakhtin um universo de muitas vozes mas um universo em que todas as vozes s o equipotentes 40 FARACO 2009 p 77 78 Considerar essa diversidade de vozes e respeitar os diversos lugares de onde elas v m importante para que n o se delimite as identidades de cada sujeito regi o ou pa s e para que se possa conhecer melhor cada sujeito antes mesmo de estabelecer ou taxar alguma ideia pr estabelecida no ltimo t pico deste cap tulo desenvolverei com detalhes a quest o da identidade pois como a realidade lingu stico social heterog nea nenhum sujeito absorve uma s voz social mas sempre muitas vozes FARACO 2009 p 84 Ap s essa pequena discuss o sobre aspectos da teoria da discursividade de Bakhtin lembro que n o se esgota aqui esse debate pois as teorias desse autor s o densas e significativas mas devido ao espa o deste trabalho necess
62. que s o constantemente reproduzidos pela m dia de v rias formas levando os a agir de forma cr tica reflexiva e dial gica comportando se como cidad os que analisam o que veem e escutam Caso contr rio se n o dermos a devida import ncia a essa quest o poderemos confirmar tais estere tipos e outros tipos de discursos discriminat rios fazendo com que cada vez mais tenhamos cidad os que reproduzem discursos j legitimados que n o questionam a sociedade e que aceitam ter sua opini o previamente estabelecida 71 Dando continuidade a rela o entre identidade e diferen a de acordo com Woodward 2000 identidade e diferen a se ordenam em torno de oposi es bin rias como por exemplo masculino feminino branco negro heterossexual homossexual A autora ressalta ainda que questionar sobre identidade e diferen a como rela o de poder significa problematizar os binarismos em torno dos quais elas se organizam Trazendo esse conceito para a sala de aula de LE poss vel destacar que por muitas vezes essa rela o de poder pode ser tratada de forma positiva ou negativa isso depende da abordagem que se tem e do espa o que se d para as identidades dentro da sala de aula Ao utilizar sua posi o no processo de ensino aprendizagem o professor de LE deve ter o cuidado de observar as diferen as que marcam as identidades entre seus alunos e entre professor e aluno Al m disso importante que o professor repense sobre ess
63. se deu a realizac o dessa atividade e principalmente que houve a participa o da grande maioria dos alunos das duas turmas nas comunidades a cada uma destinada percebi que esse m dulo teve grande relev ncia Na segunda aula dessa aplica o pude corrigir os relatos dos alunos que n o tinham conseguido terminar em sala mas que conclu ram a atividade em casa Aproveitei o momento para explicar os principais problemas com rela o aos conhecimentos lingu sticos apresentados nos textos postados via comunidade Entre eles destaco a transforma o do discurso direto em indireto e a troca de ES por Y Tamb m verifiquei alguns problemas relacionados ao vocabul rio pois encontrei algumas vezes textos escritos em portugu s ao inv s de espanhol Imaginando que muito provavelmente esses erros tenham sido cometidos devido consulta ao aplicativo Google tradutor aproveitei para orient los quanto ao uso deste Os problemas aqui mencionados e ainda outros problemas ser o abordados na an lise das produ es no t pico 4 4 QUADRO 33 Trechos do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa Produ o Final Conclu do o prazo de postagem dos relatos e dos v deos os alunos teriam que postar um v deo musical produzido em equipe A m sica poderia ser a mesma que algum componente tivesse postado ou os alunos poderiam escolher uma outra m sica 122 Dos cinco grupos participantes em cada turma apenas 02 da turma A postaram o v
64. seja uma reflex o di ria os di rios de itiner ncia dos alunos foram escritos ao final da primeira e da segunda aplica o da sequ ncia did tica Eles foram escritos diariamente apenas na terceira aplica o A cada SD aplicada tentei adequar o di rio de itiner ncia para que os alunos pudessem avaliar o processo com mais clareza e facilidade por isso n o utilizei o mesmo formato para cada aplica o 12 aba did A a a A a Os di rios de itiner ncia guiados podem ser consultados no ap ndice E e J 99 Os di rios de itiner ncia dos participantes foram escritos em l ngua materna devido ao n vel de escrita dos alunos na l ngua estrangeira com a finalidade de que eles pudessem sentir se mais vontade para escrever O primeiro di rio foi guiado por perguntas para que os alunos pudessem entender como poderiam expor suas ideias e Os alunos levaram o roteiro para realizar a tarefa em casa O segundo di rio teve como roteiro um texto livre que deveria ter no m nimo seis linhas Nele os alunos deveriam mencionar o que havia sido trabalhado e o que eles acharam de cada uma das aulas da segunda aplicag o Desta vez eles produziram o texto em sala de aula pois o fato de terem levado para a casa a tarefa de escreverem o di rio ao que parece gerou para eles uma esp cie de descompromisso Percebi que no primeiro di rio a maioria n o se esfor ou para escrever alguns escreviam qualquer coisa s para me agradar informando p
65. ser um aspecto crucial na aprendizagem do aluno pois a identidade que se ressignifica na nova l ngua pode colaborar para que esse aluno consiga ser agente nos discursos ou poder fazer com que ele n o se sinta vontade para atuar em a es de linguagem na LE Portando compreender o processo de ressignifica o de identidades em sala de aula de l nguas poder contribuir para uma melhor aprendizagem do falante e melhor relacionamento entre os sujeitos envolvidos o que pode por sua vez facilitar a intera o na l ngua alvo Sendo assim as novas a es 128 discursivas manifestam identidades ressignificadas as quais n o podem ser fixas e definidas MASTRELLA DE ANDRADE 2010 2011 2013 est o em estado de vapor LEFFA 2013 ou s o cambiantes HALL 2003 s o constru das na l ngua e atrav s dela RAJAGOPALAN 2002 Ao analisar os di rios de itiner ncia dos participantes foi poss vel perceber que por diversas vezes eles se identificaram com as pr ticas fazendo com que se sentissem mais envolvidos e estimulados a cumprirem as atividades propostas Em contrapartida outros alunos n o se identificaram com algumas atividades e n o conseguiram cumpri las Desse modo apresento neste t pico os principais aspectos identit rios que se destacaram durante a pesquisa e como as pr ticas de a es de linguagem e a intera o entre os participantes e a professora pesquisadora contribu ram para a ressignifica o das ident
66. suas ideias o que considero positivo pois isso demonstra o poder agentivo propiciado pela atividade O ltimo relato apresentado chamou aten o por se tratar de uma m sica muito conhecida a qual faz parte de um epis dio da Turma do Chaves apresentado pela rede de televis o SBT Nesse relato o participante Thor justifica que escolheu essa m sica por ela ser humor stica e por faz lo recordar do tempo de crian a Decidi destacar os g neros musicais dos participantes antes de analisar a produ o das frases em seus relatos porque muitas vezes selecionamos m sicas para serem trabalhadas em sala de aula sem levar em considera o as prefer ncias de nossos alunos Creio ent o que seja importante conhecer essas prefer ncias mesmo reconhecendo que n o conseguiremos agradar a todos e n o essa a inten o Por outra parte importante que os alunos se interessem pela m sica a ser trabalhada pois isso gera engajamento na realiza o da atividade proposta pelo professor Nesse sentido acredito que se essa atividade de produ o de relato fosse sobre a mesma m sica para todos os participantes o resultado n o teria sido o mesmo e ou talvez muitos n o teriam feito as frases Relembro que a proposta dessa atividade de produ o dos relatos a partir de m sica pretendia que as frases fossem elaboradas em l ngua espanhola e que os alunos justificariam suas escolhas e as fundamentariam contando sobre um trecho da m sica em discurso
67. tem tamb m os seus direitos aqueles cujas vozes est o na palavra encontrada de antem o pelo autor porque n o h palavra sem dono Se n o esperamos nada da palavra se sabemos de antem o tudo o que ela pode dizer ela sai do di logo e se coisifica BAKHTIN 2006 p 327 328 37 Um aspecto apontado por Bakhtin 2006 na cita o acima de que n o se pode prever o significado de uma palavra antes que ela seja empregada em um discurso importante para ressaltar que a forma como essa pensado O processo de ensino aprendizagem de LE precisa de reflex o Pois preciso propiciar a atuac o do aprendiz dentro dos discursos para que assim ele possa aprender as palavras utilizando as dentro de contextos de ac es da vida social Mais uma vez poss vel observar que apenas saber a estrutura da palavra os aspectos gramaticais n o vai ajudar o aprendiz a atuar nos discursos da l ngua alvo Fortalecendo a teoria da enunciag o prossigo esta reflex o apresentando aspectos sobre o conceito de ideologia defendido por Bakhtin e o C rculo E o primeiro aspecto te rico que aqui apresento sobre ideologia considera que tudo que ideol gico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo Em outros termos tudo que ideol gico um signo Sem signos n o existe ideologia BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 31 Ao apresentar esse conceito de ideologia os autores consideram que ela pode ser constru da juntamente com o meio e
68. teorias sobre l ngua gem desenvolvidas por Bakhtin e pelos componentes de seu grupo conhecido como C rculo de Bakhtin Antes de prosseguir com as reflex es considero importante esclarecer o que se convencionou chamar de C rculo de Bakhtin De acordo com Faraco 2009 o c rculo era constitu do por pessoas de diversas forma es e atua es profissionais dentre esses profissionais al m de Bakhtin os que mais s o citados por autores que discutem as obras de Bakhtin e as autorias delas s o Valentin N 34 Voloshinov e Pavel N Medvedev Para conhecer um pouco sobre o que refletia esse grupo apresento alguns aspectos abaixo Os membros do C rculo tinham uma paix o pela filosofia e pelo debate de ideias o que facilmente percept vel nos textos que nos legaram Mergulharam fundo nas discuss es de fil sofos do passado sem deixar de se envolver criticamente com autores de seu tempo Podemos acrescentar a essa paix o outra que progressivamente invade os interesses do c rculo em espacial em seus tempos de Leningrado a paix o pela linguagem FARACO 2009 p 14 O que chama a aten o entre esses aspectos apresentados por Faraco 2009 a paix o pela linguagem ela era pensada e discutida n o como estrutura mas como atividade Outro aspecto importante da cita o acima o car ter interdisciplinar do C rculo pois autores que o compunham debatiam ideias de diferentes reas Isso poder nos ajudar a compreende
69. tr s manuais produzidos Esse procedimento visa tra ar um paralelo entre a escrita e a produ o oral advinda do v deo instrucional Em seguida abordarei alguns dos relatos postados na comunidade do Facebook e por fim analisarei parte dos v deos de m sicas produzidos na l ngua espanhola Ao trabalhar com cart es os alunos entram em contato com suas emo es e embora muitos possam questionar a finalidade desse tipo de atividade concordo que s o as emo es que modulam os espa os nos quais nos movimentamos nos nossos diversos dom nios de a es tais como o dom nio do pensar o dom nio do linguajar o dom nio do observar os dom nios do aprender e ensinar dentre tantos outros poss veis ARAG O 2011 p 173 A a o de criar as frases para os cart es foi direcionada pelas emo es pois cada aluno escolheu o voto que mais lhe interessava e a escolha do interlocutor tamb m promovia emo o pois certamente os participantes pensaram em algu m especial para quem poderiam escrever uma mensagem Dessa forma acredito ser importante que a escola resgate momentos de afetividade e emo o entre os alunos para que eles compreendam que as rela es humanas devem ser mais afetivas e menos frias como se caracterizam muitas vezes as rela es nos tempos modernos BAUMAN 2014 Nesse sentido acredito ser importante estimularmos em nossas aulas de LE momentos para que a afetividade o subjetivo o lado humano e pessoal de cada um
70. 010 p 15 alfabetiza o em seu sentido pr prio o processo de aquisi o do c digo escrito das habilidades de leitura e escrita poss vel apontar ent o que ser alfabetizado saber ler escrever e compreender diferentes c digos Sobre esse tema Soares ressalta ainda que Em s ntese uma teoria coerente da alfabetiza o dever basear se em um conceito desse processo suficientemente abrangente para incluir a abordagem mec nica do ler escrever o enfoque da l ngua escrita como um meio de express o compreens o com especificidade e autonomia em rela o l ngua oral e ainda os determinantes sociais das fun es e fins da aprendizagem da l ngua escrita SOARES 2010 p 18 Outros autores tamb m conceituam os dois termos Para Garcia Fel cio 2012 alfabetiza o alfabetismo e letramento se relacionam assim alfabetismo relaciona se mais s capacidades individuais codificar decodificar compreender interpretar replicar intertextualizar etc ao passo que o letramento est ligado ao contexto social sendo situado e presente em m ltiplas pr ticas GARCIA FELICIO 2012 p 129 Para Dion sio 2011 no entanto A no o de letramento como habilidade de ler e escrever n o abrange todos os diferentes tipos de representa o do conhecimento existentes em nossa sociedade Na atualidade uma pessoa letrada deve ser algu m capaz de atribuir sentidos a mensagens oriundas de m ltip
71. 1985 p 197 Embora demande um trabalho intenso e exaustivo a P A possibilita ao professor reflexivo e dial tico como menciona Barbier conhecer e avaliar melhor sua pr tica acompanhando passo a passo sua did tica e dando voz aos alunos o que torna poss vel a mudan a uma vez que todos os envolvidos no processo podem participar dando opini es e sugest es de melhorias Por isso a P A corrobora as necessidades do professor que sente desejo e necessidade de mudan a Por tratar se de uma metodologia da pesquisa social que se assemelha aos princ pios da pesquisa qualitativa na qual a h uma ampla e expl cita intera o entre pesquisadores e pessoas implicadas na situa o investigada b desta intera o resulta a ordem de prioridade dos problemas a serem pesquisados e das solu es a serem encaminhadas sob forma de a o concreta c o objeto de investiga o n o constitu do pelas pessoas e sim pela situa o social e pelos problemas de diferentes naturezas encontradas nesta situa o d o objetivo da pesquisa a o consiste em resolver ou pelo menos em esclarecer os problemas da situa o observada e h durante o processo um acompanhamento das decis es das a es e de toda a atividade intencional dos atores da situac o THIOLLENT 2011 p 22 Essas implica es da P A fazem da pesquisa uma atividade c clica em que todos se envolvem e todos se beneficiam al m de trazer para o grupo os resultados
72. 2007 p 85 98 RIBEIRO A E Ler na tela Letramento e novos suportes de leitura e escrita In COSCARELLI Carla RIBEIRO Ana Letramento digital aspectos sociais e possibilidades pedag gicas 2 Edica o Belo horizonte Ceale Autentica 2007 p 125 150 RINALDI O ESPANHOL NAS ESCOLAS PUBLICAS BRASILEIRAS In DIREITOS A APRENDIZAGEM DA L NGUA ESPANHOLA NA EDUCA O B SICA Ano XXIV Boletim 2 mai 2014 pp 10 16 ROCHA C H Reflex es e propostas sobre l ngua estrangeira no ensino fundamental I plurilinguismo multiletramentos e transculturalidade Vol 1 Campinas SP Ed Pontes 2012 ROJO R G neros do discurso e g neros textuais quest es te ricas e aplicadas In G neros teorias m todos e debates J L Meurer BONINI A MOTTA ROTH D Orgs G nero teorias m todos e debates S o Paulo Parabola Editorial 2005 ROJO R Letramentos M ltiplos escola e inclus o social S o Paulo Par bola Editorial 2009 ROJO R Pedagogia dos multiletramentos In ROJO R MOURA E Org Multiletramentos na escola S o Paulo Par bola 2012 p 11 31 ROMERO T R S Autobiografias de professores de ingl s o entretecer de mem ria narrativa na constituig o da identidade profissional In CELANI M A A Org Reflex es e a es trans formadoras no ensino aprendizagem de ingl s Campinas Mercado de Letras 2010 p 141 172 SHIELDS C M Bakhtin New York Peter Lang Publishing In
73. 9 Trechos do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa Quando falamos sobre letramento cr tico muitas vezes fica dif cil pensar em como proporcion lo na escola p blica em uma disciplina de apenas 1h a por semana Essa parte da 3 SD n o utilizou a m sica como pretexto para ensino de l ngua mas como recurso para explora o de argumentos do discurso Por meio da aplica o da 3 SD essa pesquisa mostrou que poss vel trabalhar o letramento cr tico com os alunos de maneira prazerosa levando os a mudar a maneira como estudam ou escutam uma m sica na LE Entretanto apesar de ser uma atividade prazerosa nem todos conseguiram cumprir como poss vel ler a seguir QUADRO 50 Trechos do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa 150 Os aspectos que envolvem a aprendizagem de uma nova l ngua nem sempre s o positivos afinal esse processo representa um per odo de mudanga Os participantes que n o conseguiram cumprir com essa parte da SD acabaram n o gostando da atividade o que teve como consequ ncia o fato de eles n o reconhecerem a import ncia dessa proposta Embora possa se pensar que dif cil ainda termos alunos que n o est o engajados nos novos recursos oferecidos pelos avan os da modernidade ainda assim existem os que apresentam dificuldade em participar desse meio Mesmo assim eles n o devem ser esquecidos quando formos adotar esse tipo de pr tica 4 3 2As novas tecnologias na aula de LE O
74. 997 p 95 Retomando as caracter sticas da primeira orienta o te rica subjetivismo idealista ainda importante destacar que para essa teoria 4 1 A l ngua uma atividade um processo criativo ininterrupto de constru o energia que se materializa sob a forma de atos individuais de fala 2 As leis da cria o lingu stica s o essencialmente as leis da psicologia individual 3 A cria o lingu stica uma cria o significativa an loga cria o art stica BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 72 Ap s apresentar neste trabalho as principais caracter sticas das duas orienta es discutidas por Bakhtin Voloshinov 1997 poss vel comparar essas duas vertentes te ricas Ambas se contrap em ao explicar o que a l ngua Ao configurar a l ngua como atividade o subjetivismo idealista considera que ela utilizada apenas por car ter individual o que est envolvido no seu processo de utiliza o e as influ ncias sociais n o s o consideradas Enquanto o objetivismo abstrato apresenta que a l ngua composta puramente de estruturas lingu sticas isso deixa o processo de uso apenas a cargo dos elementos que a comp e Esse aspecto faz com que a l ngua seja limitada como descrito no trecho abaixo A l ngua como sistema possui uma imensa reserva de recursos puramente lingu sticos para exprimir o direcionamento formal recursos lexicais 32 morfol gicos os respectivos casos pronomes
75. ADRO 03 Planilha para an lise de material CRISTOV O DOOR 88 QUADRO 04 Resumo do cen rio de pesquisa serraria 90 QUADRO 05 Resumo do perfil dos participantes 3 A ia 91 QUADRO 06 Resumo do perfil dos participantes 3 B nono 92 QUADRO 07 Dados do question rio inicial ooocnnnnccnonocinnccnonnncnnnnononnnnncnnnnncnnnnncnnncnnns 93 QUADRO 08 Dados do question rio inicial oooonnncccinnocinncccnoncnononononnnnnccnancccnnnncnnnncnns 93 QUADRO 09 Dados do question rio inicial 94 QUADRO 10 Dados do question rio inicial errada 95 QUADRO 11 Dados do question rio inicial 96 QUADRO 12 Dados do question rio inicial eres 97 QUADRO 13 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 1 SD 103 QUADRO 14 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 1 SD 3 B 103 QUADRO 15 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 1 SD 3 A 104 QUADRO 16 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 1 SD 3 B 105 QUADRO 17 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 1 SD 3 B 105 QUADRO 18 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 2 SD 3 A 106 QUADRO 19 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 2 SD 3 B 106 QUADRO 20 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 2 SD 3 A 106 QUADRO 21 T
76. ADRO 54 Trechos dos DIPs da 3 SD Jhonin 3 A A atividade feita no face foi tima fica mais pr tico e voc tamb m consegue comparar o seu trabalho com o do seu colega e aprende um pouco de palavras em espanhol da m sica Fonte dados da pesquisa O excerto retirado do di rio de itiner ncia do participante Jeanzito apresenta nos um relato importante pois por ele Jeanzito menciona que o grupo aprendeu a tirar d vidas sozinho Isso nos mostra que nossos alunos est o acostumados a tirar d vidas apenas perguntando ao professor e que quando eles encontram atividades que exigem deles algo al m do que est o acostumados muitas vezes ficam sem compreender como devem agir Tendo em vista que o tempo de aula era insuficiente e mais ex guo ainda era o intervalo de tempo entre o t rmino da realiza o da atividade e a postagem do trabalho para que conseguissem realizar a atividade cada um precisaria buscar sanar suas d vidas J por meio do excerto retirado do di rio de itiner ncia do participante Jhonin pode se observar que uma das alternativas que os alunos utilizaram como apoio para realizar essa atividade foi a compara o com as produ es dos colegas Dessa forma 156 podemos dizer que ter aberto uma comunidade no Facebook foi essencial para que essa atividade pudesse ser realizada Outro aspecto dessa pr tica que levou os alunos a serem agentivos na sua ag o foi o fato de ter que relatar colocando sua opini o p
77. DOS DADOS 4 1 An lise de dados por eixos tem ticos 4 2 Intera o e oralidade como a es de linguagem construindo identidade 4 3 Multiletramentos o novo na sala de aula de LE 4 3 1 Os multiletramentos e os g neros discursivos 4 3 2 As novas tecnologias na aula de LE 4 3 3 O despertar do poder de ag ncia 4 4 Produ o dos alunos 5 CONSIDER ES FINAIS 5 1 Retomada das perguntas de pesquisa 5 2 Implica o dos resultados da pesquisa 5 3 Limita es da pesquisa 5 4 Sugest es para estudos futuros 5 5 Outras considera es REFER NCIAS 017 017 020 023 024 025 027 027 041 051 066 075 075 076 080 089 090 091 098 098 100 100 100 101 101 102 123 124 124 126 141 142 150 153 159 180 180 183 184 185 185 187 Xv xvi AP NDICE A Termo de consentimento e livre esclarecimento escola 194 AP NDICE B Termo de consentimento aluno 195 AP NDICE C Question rio inicial 196 AP NDICE D 1 Sequ ncia did tica 198 AP NDICE E Di rio de itiner ncia do participante 199 AP NDICE F 2 Sequ ncia did tica 200 AP NDICE G Atividade de introdu o do g nero manual de Celular 202 AP NDICE H 3 Sequ ncia Did tica 203 AP NDICE I Atividade de apresenta o do g nero Relato de M sica do You 204 Tube AP NDICE J 3 Di rio de itiner ncia do participante 205 ANEXO 01 Modelos de cart es de votos 206 ANEXO 02 Di rios de itiner ncia dos parti
78. E Sobre a aprendizagem que estimula os aprendizes Perrenoud esclarece que A maioria das pessoas interessa se em alguns momentos pelo jogo da aprendizagem se lhes oferecem situa es abertas estimulantes interessantes H maneiras mais l dicas do que outras de propor a mesma tarefa cognitiva N o necess rio que o trabalho pare a uma via crucis pode se aprender rindo brincando tendo prazer PERRENOUD 2000 p 70 O uso de diferentes letramentos possibilita que o processo de ensino aprendizagem de LE seja mais agrad vel O v deo que foi utilizado para apresenta o da situa o do g nero Manual de Celular pode ser considerado aut ntico por alguns estudiosos pois senso comum a ideia de que material aut ntico aquele concebido n o para uso pedag gico mas para integrar intera es sociais de uso da l ngua TILIO 2012 p 218 Como esse v deo foi selecionado do You Tube e direcionado a falantes nativos da l ngua espanhola que tenham dificuldades em usar o aparelho de celular especialmente pessoas mais velhas com dificuldades para enxergar as letras dos teclados e manusear o aparelho a classifica o de material aut ntico a ele 6 se aplicaria Entretanto preciso atentar para o fato de que ao se fazer essa transposi o o material deixa de ser aut ntico pois deixa de ser utilizado na esfera para o qual foi concebido e passa a interagir uma nova esfera com outros objetivos e interlocuto
79. ERMAN 2011 ROCHA 2012 ROJO 2009 apoiado em sequ ncias did ticas DOLZ et al 2011 CRISTOV O 2009 Outros construtos tais como identidade e o ensino aprendizagem de LE MASTRELLA DE ANDRADE 2011 LEFFA 2013 REVUZ 2008 MOITA LOPES 2002 HALL 2003 os multiletramentos KOPE KALANTZIS 1996 ROCHA 2012 ROJO 2009 2012 DIONISIO 2011 DIAS 2012 RAJAGOPALAN 2003 atrelados as teorias sobre as novas tecnologias PERRENOUD 2000 RIBEIRO 2007 PEREIRA 2007 tamb m me serviram de alicerce para este estudo A an lise e discuss o dos dados apontaram que os g neros discursivos usados por meio de sequ ncias did ticas contribuem para que o ambiente em sala de aula seja mais agrad vel gerando um clima prop cio para a aprendizagem de LE Al m disso ao atuarem em a es de linguagem exercendo a oralidade os participantes desta pesquisa perceberam se engajados e agentes da l ngua estudada BAZERMAN 2011 A an lise tamb m revelou que as a es de linguagem nortearam o processo de ensino aprendizagem de LE nesta pesquisa pois por meio delas os aprendizes interagiram em l ngua espanhola e capacitaram se de forma a construir a an lise cr tica de uso e import ncia de cada g nero abordado Palavras chave Espanhol como LE G neros discursivos Sequ ncia did tica Pesquisa a o ABSTRACT Due to the necessity to think about practices that can help improve the quality of Foreign Language
80. Foi necess rio que eu fizesse perguntas auxiliares para que eles pensassem em como responder Depois das perguntas que fiz eles falaram que aquelas palavras indicam o que se deve e n o se deve fazer no manual ent o aproveitei para acrescentar a informa o de instru o daquelas palavras e os fiz pensar que tipo de palavras eram eles disseram que eram verbos A ltima quest o tamb m foi confusa para os alunos Tive que relembrar com eles o que seria tratamento formal e informal e depois ajudei os a encontrar a resposta Essa parte foi bastante trabalhosa Ao final da interpreta o perguntei aos alunos qual seria a inten o desse texto se seria um desejo como os cart es que t nhamos produzido ou se era uma orienta o como conselho ou ainda se tinha outra inten o Os alunos conseguiram entender que se tratava de uma orienta o ent o perguntei qual recurso lingu stico nos ajudaria a escrever frases orientadoras Depois de algum tempo os alunos conseguiram responder que o tempo que fora utilizado pelo manual era o imperativo Aproveitei ent o para explicar as demais fun es desse modo e mostrar no texto como ele funciona Como o texto usou apenas T Usted expliquei tamb m como funcionaria a utiliza o de outros pronomes pessoais Fonte dados da pesquisa As d vidas que os alunos tiveram durante as atividades dessa SD se assemelharam nas duas turmas Mas importante mencionar que os alunos conseguiram observar a imp
81. NEMs pois estes t m como foco a comunica o e aquelas t m o foco al m da comunica o o ensino de LE como suprimento da necessidade de um falante da l ngua ou seja prev se que ele deve aprender dentro da pr tica dessa l ngua o que corresponde a exercer a es de linguagem CRISTOV O 2009 como foi tratado no t pico anterior Levando em considera o a necessidade de aprender dentro da pr tica da l ngua as OCEMSs direcionam ainda que conforme sugest es feitas em outros par metros curriculares os temas transversais podem ser de grande valia As atividades de leitura mas n o apenas essas e concep es como letramento multiletramento multimodalidade aplicadas ao ensino podem contribuir igualmente OCEMS 2006 p 92 Com base nessas orienta es dos documentos principalmente das OCEMSs e das reflex es sobre a necessidade de mudan a no ensino de LE ao lado de Rocha 2012 atrelo nesta pesquisa os fundamentos de Bakhtin e seu C rculo Pedagogia dos Multiletramentos pois esse elo pode proporcionar uma educa o lingu stica que desenvolva m ltiplas pr ticas permitindo a promo o de diversas capacidades de linguagem essenciais para que o ensino de LE alcance seus objetivos 55 A pedagogia dos multiletramentos teve in cio com o Grupo de Nova Londres GNL formado por pesquisadores representativos Esse grupo apresenta uma vis o geral das conex es entre o meio ambiente social mut
82. PEREIRA 2007 In this study the discussion and analysis of the data showed that teaching discursive genre through pedagogical sequences contribute to a more enjoyable classroom environment and create a comfortable climate to develop the learning processes moreover when students participate in oral language action they realized themselves as agent who use language use which improved and developed the students agency power BAZERMAN 2011 The analysis also revealed that the language actions guided the teaching and learning processes because through them learners interacted in Spanish language the action language as well enabled the participants built their critical analysis of the use and importance of each genre studied Key words Spanish as Foreign Language Discursive Genre Pedagogical sequence Action research LISTA DE SIGLAS LA Lingu stica Aplicada LM L ngua Materna LE L ngua Estrangeira LEM L ngua Estrangeira Moderna P A Pesquisa A o DIP Di rio de Itiner ncia do Participante DIPP Di rio de Itiner ncia do Professor Pesquisador SD Sequ ncia Did tica TICS Tecnologias da Informa o e Comunica o OCEMs Orienta es Curriculares para Ensino M dio L nguas Estrangeiras PCNEMs Par metros Curriculares Nacionais Ensino M dio xi LISTA DE QUADROS QUADRO 01 Esquema de Sequ ncia Did tica DOLZ et al 2011 83 QUADRO 02 Modelo de Sequ ncia Did tica GEDLE 86 QU
83. a Maria Luiza Ortiz Alvarez UnB SUPLENTE BRAS LIA DF 5 de DEZEMBRO de 2014 AGRADECIMENTOS Toda alegria e satisfa o em chegar a conclus o deste sonho eu devo a Deus que me permitiu e capacitou trilhar esse caminho A Ele sou grata pois Posso tudo posso Naquele que me fortalece Nada e ningu m no mundo vai me fazer desistir Quero tudo quero sem medo entregar meus projetos Deixar me guiar nos caminhos que Deus desejou pra mim E ali estar Vou perseguir tudo aquilo que Deus j escolheu pra mim Vou persistir e mesmo nas marcas daquela dor Do que ficou vou me lembrar E realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou Em meu lugar estar na espera de um novo que vai chegar Vou persistir continuar a esperar e crer E mesmo quando a vis o se turva e o cora o s chora Mas na alma h certeza da vit ria Tudo Posso Celina Borges Tamb m sou grata minha querida fam lia que nos momentos mais cr ticos da minha exist ncia sempre rezou sonhou e torceu por mim Aos meus pais em especial agrade o a minha m e Rosa Senhora que ncora da minha vida meu alicerce meu tudo por quem eu sempre quis lutar viver e superar todos os percal os dessa vida Aos meus irm os companheiros que sempre compartilharam e respeitaram os meus sonhos Agrade o carinhosamente ao meu marido Luquicinaldo que foi quem mais sofreu com a minha aus ncia e falta de tempo para que eu pudesse dedicar me aos estudos Obrigada pela compr
84. a Estrangeira doravante LE nas escolas p blicas pois ensinar LE hoje deve estar muito al m de proporcionar um ensino instrumental Busca se capacitar os estudantes para que se tornem cidad os multiletrados e capazes de atuar discursivamente por meio da l ngua gem de forma que sejam inclu dos no processo de intera o global que os novos tempos desafiam Faz se necess rio que o ensino de l nguas tanto de l ngua materna quanto o de l ngua estrangeira leve em considera o as 22 pr ticas de linguagem visto que as relac es humanas que s o por elas permeadas s o tamb m permeadas por diferentes representa es e ideologias Buscando atingir a essa demanda do ensino aprendizagem de LE na atualidade abordo nesta pesquisa um di logo entre a teoria dos g neros discursivos atrelada aos multiletramentos e s novas tecnologias Para a efetiva o desse di logo revozeo as concep es te ricas de Bakhtin 2006 2013 Bakhtin Voloshinov 2007 Rojo 2009 2012 Mota Roth 2011 Rocha 2012 Dolz et al 2011 Dias 2012 Rajagopalan 2013 Cope e Kalantzis 1996 Soares 2010 e os documentos oficiais PCNEMs 2000 e OCEMs 2006 Ao se levar em conta o uso da linguagem via pr ticas sociais isto o uso da linguagem por meio da manifesta o de diferentes identidades adoto os construtos apresentados pelos estudos de Mastrella de Andrade 2011 Leffa 2013 Rajagopalan 2002 Hall 2003 Irala 2010 e Moita Lopes
85. a de orient los como m dulo da SD nem todos os alunos aproveitaram esse espa o para esse fim Faz se necess rio ressaltar no entanto que o objetivo desta pesquisa n o era avaliar o resultado da produ o dos alunos mas sim o caminho que eles percorreram para atuarem nas a es de linguagem O fato de n o haver material dispon vel para ser usado na SD na poca em que esta pesquisa foi aplicada demandou maior tempo de prepara o de cada sequ ncia pois eu precisava ler muito para selecionar os g neros e preparar cada atividade uma vez que n o havia nos livros did ticos modelos que seguissem a abordagem dos g neros discursivos Por m ressalto que ao escrever aqui este t pico j reconhe o haver livros que abordem essa teoria inclusive j existem na lista de livros a serem escolhidos e adotados pelos professores de escolas p blicas em 2015 duas cole es Cercan a Joven e Enlaces que fazem uso da abordagem dos g neros de maneira interativa Isso demonstra que se os professores de espanhol das escolas p blicas quiserem optar por trabalhar sob a perspectiva dos g neros discursivos ter o um apoio do livro did tico o que facilita o trabalho Por fim o tempo destinado a realiza o da pesquisa impossibilitou que outras SDs fossem aplicadas ou que as mesmas fossem aplicadas em turmas diferentes isso possibilitaria talvez uma an lise mais aprofundada e contrastiva dos resultados 185 5 4 Sugest es para estudos
86. a g nero usado Dessa forma nossos alunos podem aprender a utilizar os recursos gramaticais observando suas fun es estil sticas compreendendo o uso dentro das a es de linguagem As exig ncias dos documentos oficiais de comunica o real e ensino contextualizado e as caracter sticas dos g neros discursivos como modeladores dos nossos discursos caracterizam a l ngua como a o discursiva e a comunica o como discurso e intera o Portanto preciso pensar no falante dessa l ngua como aquele que ir atuar nos discursos da LE A esse respeito Marcuschi afirma que o falante de uma l ngua deve fazer se entender e n o explicar o que est fazendo com a l ngua MARCUSCHI 2008 p 57 Nesta pesquisa o falante o aluno de espanhol como LE de uma escola p blica do DF e para que se cumpra a fun o apresentada pelo autor o aluno deve saber usar a l ngua estudada e n o apenas conhecer formas estruturais para ser cobrado a explicar como essas formas funcionam Tradicionalmente o ensino de l nguas tanto materna como estrangeira marcado por pr ticas apenas gramaticais as quais n o valorizam a intera o entre l ngua e linguagem Essa abordagem parece n o atender a todos os aspectos que envolvem o uso 45 da l ngua por n o considerar o aluno como agente de pr ticas sociais Se assim ocorresse seria necess rio ag ncia por parte do aluno para que conseguisse utilizar a l ngua em v rios momentos de inte
87. a realiza o da mencionada proposta eles terem come ado a acreditar que eram capazes de agir nos discursos do novo idioma Essa situa o permitiu que o complexo momento de aprendizagem de uma LE pudesse ser mais prazeroso o que possibilitou que a l ngua se tornasse menos estrangeira contribuindo positivamente no processo de ressignifica o das identidades desses alunos enquanto aprendizes de espanhol como LE A intera o entre professor aluno foi considerada positiva pois contribuiu para que os aprendizes se sentissem mais vontade para arriscar tentar e aceitar os poss veis erros 2 Como os g neros discursivos atrelados s novas tecnologias e aos multiletramentos podem contribuir para mudar o cen rio de ensino aprendizagem de LE de maneira a estimular os alunos a serem agentes de seu aprendizado Por meio dos depoimentos coletados nos DIPs foi poss vel observar que atrelar esses tr s elementos g neros novas tecnologias e multiletramentos contribuiu para que o ensino aprendizagem de LE pudesse atingir a necessidade dos estudantes enquanto falantes de um novo idioma Quem estuda uma l ngua precisa interagir nos diversos discursos sociais e se n o tenta fazer isso durante a aprendizagem pode n o se sentir capaz de produzir discursos mesmo estudando a l ngua alvo em outro momento A tr ade mencionada possibilitou situa es para que os alunos pudessem tentar a intera o discursiva pois a utiliza o de g neros ligados
88. a rela o de poder para que ela possa ser mais dial gica uma vez que n o poss vel consider la linear isso servir para que o dialogismo aconte a com vistas a combater o autoritarismo contribuindo assim para uma rela o de conforto e confian a Esses aspectos podem fazer com que o ambiente de aprendizagem seja mais prop cio para o desenvolvimento da aprendizagem e de identifica o do aluno com uma nova l ngua Reconhecendo a import ncia da escola na vida de cada aprendiz meu objetivo ao tratar da quest o de identidades e o ensino de l nguas contribuir para a forma o de cidad os cuja postura seja cr tica Tal forma o se estabelece pela oportunidade de conhecer como as identidades s o constru das o que se pode fazer para que n o se cometa o erro de taxar um aprendiz por meio de uma identidade legitimada por meio da vis o apenas de sua apar ncia sem que se conhe am suas necessidades emo es e expectativas Acerca desse assunto Moita Lopes 2002 nos apresenta ideias importantes para esta pesquisa As identidades sociais constru das na escola podem desempenhar um papel importante na vida dos indiv duos quando depararem com suas pr ticas discursivas nas quais suas identidades s o re experienciadas ou re posicionadas MOITALOPES 2002 p 311 As identidades se manifestam nas a es discursivas e sofrem transforma es dependendo das situa es Essas situa es envolvem o ambiente no qual a pessoa
89. abalhar como estagi ria ministrando aulas de l ngua espanhola em um projeto da Prefeitura Municipal de Montes Claros Tal projeto oferecia aulas oficinas no turno contr rio que os alunos estudavam Essa foi minha primeira e nica experi ncia com crian as Foi ent o que comecei a descobrir como seria prazeroso lecionar aulas de l ngua estrangeira Aprender a l ngua espanhola foi para mim sin nimo de inser o pois se eu n o a tivesse aprendido em tempo h bil teria problemas em acompanhar minha nova turma Fiquei aflita sem saber se conseguiria aprend la de forma r pida mas depois percebendo que estava conseguindo sentia dentro de mim uma enorme felicidade Aprender essa l ngua n o significava s acompanhar a turma mesmo porque eu sempre quis aprender uma l ngua estrangeira Achava bonito quando ouvia algu m pronunciar alguma palavra em l ngua estrangeira mas n o tive condi o financeira para estudar um novo idioma na fase da adolesc ncia Eu estava ent o maravilhada com esta conquista Desde ent o esse sentimento passou a influenciar a minha pr tica pedag gica Ao lecionar a l ngua espanhola eu queria convencer os meus alunos de que todos eles seriam capazes de aprender uma segunda l ngua assim como eu fui capaz Preocupava me ent o com o ambiente da sala a cada aula pois queria que os alunos se sentissem a vontade que tivessem coragem de se arriscar de investir no aprendizado da l ngua Ap s a c
90. ado de s lido para vaporoso s o motivadas pela energia liberada na intera o social LEFFA 2013 p 51 52 Analisando a proposi o de Leffa 2013 poss vel afirmar ent o que a intera o social que vai conduzir as mudan as e o estado cambiante das identidades Semelhante a essa teoria Rajagopalan 2002 considera que a identidade de um indiv duo se constr i na l ngua e atrav s dela Essas teorias nos levam a refletir que em nossas pr ticas precisamos ter um olhar atento para as identidades pois a sala de aula lugar de uso da l ngua de intera o e as identidades dos alunos e de professores poder o ser constantemente ressignificadas o que levar a mais questionamentos que precisam ser repensados A forma como se pensa as identidades pode auxiliar esse processo de questionamentos por m conceb las como eram conceituadas na era iluminista o mesmo que consider las como terra firme algo s lido de terra pr pria de 68 transforma o t o lenta que n o se percebe ao longo de uma vida compar vel a eros o do vento sobre a rocha invis vel pela morosidade com que acontece LEFFA 2013 p 78 Portanto as identidades mudam assim como mudam a sociedade e os costumes pois Historicamente j tivemos ent o uma identidade s lida passamos depois para uma identidade l quida mas n o paramos por a a identidade parece estar agora evoluindo para uma identidade em estado de vapor O sujeito
91. ado pela maioria desses autores a capacidade de reflex o Ela deve ser estimulada para que o cidad o possa sempre refletir o mundo no qual vive conforme nos mostra Freire 2005 O homem chega a ser sujeito por uma reflex o sobre sua situa o sobre seu ambiente concreto Quanto mais refletir sobre a realidade sobre sua situa o concreta mais emerge plenamente consciente comprometido pronto a intervir na realidade para mud la FREIRE 2005 p 39 Ao refletir constantemente sobre o seu agir e o agir alheio cada um pode construir suas pr prias ideias e opini es sobre os diferentes aspectos da sociedade Como mencionado na reflex o de Freire 2005 cabe ao cidad o cr tico lembrar que ele ou deveria ser um sujeito atuante no mundo de forma que A voca o do homem a de ser sujeito e n o objeto Pela aus ncia de uma an lise do meio cultural corre se o perigo de realizar uma educa o pr fabricada portanto inoperante que n o est adaptada ao homem concreto a que se destina FREIRE 2005 p 38 39 Considerar o cidad o como sujeito permitir que se forme cidad os pensantes e atuantes e isso pressup e uma educa o que oportunize a reflex o por parte dos alunos para que eles n o sejam produtos de ideias pr concebidas Esse aspecto da educa o tamb m precisa ser pensado no ensino de LE Como o ensino aprendizagem de LE se 47 faz importante nesta pesquisa continuo apresentando as ideias
92. ados os quais dificultam a aprendizagem de uma nova l ngua muitos alunos por n o estarem vontade com o professor podem n o querer atuar nas a es de linguagem na LE Para ilustrar o que acabo de mencionar revozeo Bakhtin 2013 p 30 31 Ap s a discuss o com os alunos chegamos conclus o que n o poss vel deixar a frase desse jeito Adiante junto com os alunos chegamos conclus o de que o elemento dram tico do per odo sumiu totalmente Note que ao relatar sua maneira de dar aula Bakhtin 2013 n o conclui sozinho os aspectos observados mas leva os alunos a discutirem e chegarem uma conclus o juntamente com o professor Ao realizar a conclus o em conjunto com os alunos o filosofo da linguagem d voz a eles fazendo com que sintam se mais seguros o que muda o ambiente de aprendizagem Concordando com ele acredito n o ser positivo centralizar as aulas de LE apenas em n s professores preciso dar espa o aos alunos para que eles ajam como sujeitos de todo o processo de aprendizagem Todos esses fatores influenciam o processo de ressignifica o das identidades pois a fase conflituosa que caracteriza esse processo n o apenas manifesta diferentes identidades nos aprendizes mas tamb m em n s professores que nos deparamos com as dificuldades de nossos alunos e muitas vezes n o sabemos como ajud los ou 133 ficamos inquietos e insatisfeitos por n o entendermos o qu o complicado po
93. ados pelo ambiente pela cren a pelo momento em que est vivendo ou seja pelo meio social e particular Portanto n o se pode separar a linguagem do meio social e dos aspectos hist ricos pelos quais perpassam a l ngua Essa reflex o que compara a comunica o animal com a linguagem humana serviu para repensarmos as teorias referentes l ngua gem pois se a l ngua for considerada apenas como estrutura e se n o se considerar o elo entre l ngua fala discurso ser amos como animais que apenas se comunicam n s apenas pronunciar amos as palavras sem que elas tivessem pesos e inten es diferentes mas sabemos que n o agimos assim Ao utilizar uma palavra muitas vezes ela pode est carregada de ironia sarcasmos e isso pode ser compreendido por meio das express es que utilizamos ao diz la ou o contexto no qual ela utilizada Em nossos discursos nosso falar vai al m de simples comunica o perpassa por caminhos identit rios que nos prescreve enquanto sujeitos que vivem num ambiente que capta influ ncias 33 diversas Ainda sob a teoria de Benveniste 2005 a l ngua fornece o instrumento de um discurso no qual a personalidade do sujeito se liberta e se cria interpela o outro e se faz reconhecer por ele Ora a l ngua deve ser compartilhada socialmente que a palavra est sujeita a fins individuais e intersubjetivos juntando lhes assim um perfil novo e estritamente pessoal Contrariamente teoria de que a l
94. agem pelo emprego dos multiletramentos Dias 2012 nos diz que a forma o para o trabalho em equipe ganha uma dimens o marcante uma vez que a produ o de conhecimentos na era atual depende das capacidades interpessoal e intrapessoal dos indiv duos para o criar e o colaborar on line em contextos socioculturais diferentes DIAS 2012 p 07 59 A autora apresenta uma caracter stica fundamental para o emprego dos multiletramentos em sala de aula o trabalho em equipe H in meras dificuldades para que ele seja realizado e al m disso para desenvolv lo necess rio que seja mais bem explorado nas escolas Apesar disso crucial que se pense nesse aspecto ao se abordar os multiletramentos pois o trabalho em equipe de grande valia para proporcionar aos alunos um ambiente em que eles possam interagir colaborando uns com os outros e tamb m com o professor Acerca da diferen a entre os termos letramentos m ltiplos e multiltramentos Rojo 2012 retrata a import ncia deste ltimo ao possibilitar o contato que os aprendizes podem ter com diferentes culturas e com diferentes constru es de textos isto com os discursos pelos quais as pessoas se comunicam em mbito social Para essa autora Diferentemente do conceito de letramentos m ltiplos que n o faz sen o apontar para a multiplicidade e variedade das pr ticas letradas valorizadas ou n o nas sociedades em geral o conceito de multiletramento b
95. ainda mais as dificuldades que o professor encontra para desenvolver aula de LE na escola p blica Pelas respostas s perguntas apresentadas a seguir poss vel perceber as representa es que os alunos t m a respeito do ensino aprendizagem de LE na escola Nesta se o n o h uma an lise exaustiva dessas respostas pois essa n o a inten o da pesquisa No entanto as respostas apresentadas serviram me como dados os quais foram analisados conforme apresento no pr ximo cap tulo Destaco a seguir as respostas que os alunos apresentaram referente a aprender uma LE QUADRO 9 Dados do question rio inicial Dominar a l ngua portuguesa gram tica Ouvir Sua pr pria l ngua Os verbos e pronuncias Os pronomes Fonte dados da pesquisa 95 Dentre as respostas dos alunos poss vel destacar v rias representa es a de que preciso saber primeiro a LM para depois estudar uma LE de que o conhecimento da gram tica deve vir em primeiro lugar de que ouvir importante juntamente com a pron ncia e por fim com rela o aos aspectos gramaticais os pronomes foram lembrados As respostas apresentadas pelos alunos remetem ao que Revuz 1998 apresenta como ilus o na l ngua estrangeira como tratado na cita o abaixo O que estilha a ao contato com a l ngua estrangeira a ilus o de que existe um ponto de vista nico sobre as coisas a ilus o de uma poss vel tradu o termo a
96. ampinas Pontes 1993 3 ed 2002 ALMEIDA FILHO J C P de A lingu stica aplicada na grande rea da linguagem In SILVA K A ALVAREZ M L O Perspectivas de investigac o em lingu stica aplicada Campinas Pontes 2008 ARAG O R C Emo o no ensino aprendizagem de l nguas In MASTRELLA DE ANDRADE org Afetividade e Emo es no Ensino Aprendizagem de L nguas m ltiplos olhares Campinas Pontes 2011 p 163 189 BAKHTIN M Marxismo e Filosofia da Linguagem Tradu o Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira S o Paulo Hucitec 8 ed 1997 BAKHTIN M Est tica da cria o verbal Tradu o Paulo Bezerra 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2006 BAKHTIN M Quest es de estil stica no ensino de l ngua Tradu o Sheila Grillo e Ekaterina V lkova Am rico 1 ed S o Paulo 34 2013 BARBIER R A pesquisa a o na institui o educacional Rio de Janeiro Jorge Zahar Ed 1985 BARBIER R A Pesquisa a o Tradu o Lucie Didio Bras lia L ber Livro 2007 BAZERMAN C G nero ag ncia e escrita 2 ed S o Paulo Cortez 2011 BAUMAN Zigmun O mal estar da p s modernidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Ed 1998 BENVENISTE Problemas de Lingu stica Geral I Tradu o Maria da Gl ria Novak e Maria Luisa Neri 5 ed Campinas SP Ed Pontes 2005 BRAIT B MELO R Enunciado enunciado concreto enuncia o IN BRAIT Beth Org Bakhtin conceitos chave 5 ed S o Paulo Co
97. anhola Estou ciente de que A minha participa o de natureza volunt ria A qualquer momento pode haver desist ncia do participante na pesquisa As respostas ser o utilizadas na disserta o e em eventuais artigos e apresenta es Todas as respostas ser o sigilosas Ser adotado um pseud nimo como forma de garantir que a identidade ser preservada por motivos ticos Recebi uma c pia desse termo de compromisso Desde j agrade o a sua colabora o para a realiza o desta pesquisa Bras lia de de 2013 Assinatura do a aluno a participante ou respons vel 196 AP NDICE C QUESTION RIO INICIAL q A Universidade de Bras lia UnB Y N A Instituto de Letras IL Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET QUESTION RIO INICIAL Estou desenvolvendo uma pesquisa para minha disserta o de Mestrado pelo Programa de P s Gradua o em Lingu stica Aplicada da Universidade De Bras lia Este question rio tem como objetivo coletar dados para a pesquisa IMPORTANTE Este documento n o se trata de uma avalia o N o um teste de conhecimento N o h respostas certas ou erradas Idade Sexo Cidade de domic lio 1 Qual a profiss o dos seus pais 2 Seus pais estudam espanhol sim Onde H quanto tempo n o 3 Voc exerce alguma atividade remunerada o Sim o N o Em caso afirmativo qua
98. anto a dimens o interativa s o assumidas pelos produtores dos instrumentos PERRENOUD 2000 p 139 Ao valorizar o uso das TICs conforme apresentado nas duas cita es acima o autor menciona a import ncia da educa o que forma cidad os capazes de serem cr ticos de formarem opini o Ele menciona ainda uma importante caracter stica da sociedade atual a divis o de trabalho que esse meio virtual demanda fazendo com que o conhecimento t o secularmente centrado no professor seja desmembrado e que o aluno seja cada vez mais agente de seu aprendizado Tal caracter stica aqui retomada pois fora apresentada no t pico anterior quando mencionei os di logos entre as teorias dos g neros discursivos de Bakhtin e as novas tecnologias e outros construtos Diante do exposto reafirmo ent o que o uso dos g neros discursivos na sala de aula de LE em conjunto com o uso das novas tecnologias possibilitam a a o dos alunos levando os a tornarem se agentes do processo de apropria o da l ngua alvo Compreendendo as exig ncias da sociedade moderna e por isso menciono porque se torna crucial que adotemos as novas tecnologias em nossas aulas de LE O trecho abaixo apresenta aspectos que precisam ser lembrados Lida se hoje com m dias b sicas texto escrito imagens est ticas imagens din micas v deo anima o som m sica efeitos sonoros narra o hiperm dia e realidade virtual As novas m dias s o representadas p
99. ao cotidiano dos alunos e uma diversidade de leituras e interpreta es proporcionadas pelos multiletramentos e as atividades principalmente as que foram desenvolvidas por meio das novas tecnologias 182 capacitaram lhes para construir sua an lise cr tica de uso e import ncia em conformidade a cada g nero abordado Por meio desses fatores os alunos desenvolveram atitudes agentivas demonstrando a necessidade de buscar de pesquisar de colaborar uns com os outros nos grupos para sanar suas d vidas Al m disso eles demonstraram tamb m sensa es como surpresa e alegria por terem conseguido falar na l ngua espanhola reconhecendo erros o que n o os impediu de construir a es de linguagem Essa atitude agentiva despertada nos alunos mudou n o apenas o cen rio das aulas de espanhol das duas turmas que participaram desta pesquisa mas tamb m as representa es que os alunos tinham a respeito do ensino aprendizagem de uma LE na escola p blica Observo que os g neros discursivos deram suporte para que os alunos soubessem como interagir sentindo se mais seguros Ressalto que a forma como os g neros foram trabalhados segundo as orienta es da SD DOLZ et al 2011 CRISTOV O 2009 GEDLE http dgp cnpq br dgp espelhogrupo 0524323240846821 foi crucial para que os alunos se apropriassem deles pois necessitam de aux lio para produzir o g nero Devido a isso foi necess rio que compreendessem qual era a fun o soc
100. aria a pesquisa e perguntei se eles gostariam de participar Deixei bem claro que a identidade de cada um seria preservada e que os maiores de 18 anos assinariam um Termo de Consentimento e que os menores de 18 anos levariam o termo para que os pais o assinassem Todos os alunos aceitaram a proposta e assinaram o Termo de Consentimento autorizando a utiliza o de todos os registros obtidos Dessa forma certifiquei me de que os participantes entenderam os objetivos da pesquisa e fiz com que compreendessem que poderiam desistir de participar a qualquer tempo Todos esses procedimentos foram realizados para que esta pesquisa cumprisse com esse rigor tico em todas as etapas de trabalho 91 3 6 Participantes Os participantes desta pesquisa como mencionado anteriormente foram os alunos das turmas 3 A e 3 B conforme quadros 5 e 6 Vale mencionar que nem todos os alunos entregaram as atividades que foram desenvolvidas e que nem todos fizeram os di rios de itiner ncia conforme ser explicado no item 3 7 1 Como forma de resguardar a identidade dos alunos cada um escolheu um pseud nimo Quanto ao dom nio da l ngua espanhola os grupos eram heterog neos mas a maioria tinha pouco conhecimento pois s estudavam a l ngua na escola e o n mero de horas aula era insuficiente Apenas uma aluna da turma B estudava espanhol no Centro Interescolar de L nguas do Distrito Federal Abaixo apresento os quadros referentes ao perfil dos participa
101. arte da vida dos alunos participantes desta pesquisa ouvir m sicas via internet e fazer coment rios delas ou de v deos retirados do You Tuve O trabalho com letras de m sica elemento un nime entre os estudantes de uma LE e n o foi diferente com meus alunos Dessa vez o letramento se deu pela audi o e interpreta o de uma letra de m sica escolhida especialmente para as turmas que dessa pesquisa participaram A m sica escolhida Marta Seb s Guile y los Dem s do grupo espanhol Amaral relatava o que havia acontecido cada amigo de um grupo de jovens que se conheciam desde a adolesc ncia Tal situa o relaciona se com a vida dos 147 estudantes do 3 ano do Ensino M dio que ap s sa rem da escola se separam para seguir cada um seu destino Tal separa o pode ocasionar a perda de contato com os colegas Ao se identificarem com a m sica os participantes se interessaram pelas atividades propostas e viram sentido ao cumpri las como foi destacado nos relatos abaixo QUADRO 47 Trechos do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa Nos relatos dos participantes observei que eles gostaram da aula n o apenas porque gostam de m sica mas pelas caracter sticas que essa m sica apresenta e pela aprendizagem que ela propicia pois al m de tratar de um tema t o pr ximo deles ela r pida como foi citado por Dany o que exigiu mais da compreens o oral Por isso o fato de terem conseguido cada um do seu je
102. as aqui apresentadas considero que a P A tem muito a contribuir para a educa o uma vez que permite a todos os envolvidos atuarem e refletirem sobre suas a es e ao mesmo tempo encontrar maneiras ou poss veis solu es para os problemas que podem afetar negativamente o ensino aprendizagem 3 3 A Sequ ncia Did tica Retomando o papel do uso dos g neros discursivos nas aulas de LE como discutido no cap tulo te rico reafirmo que eles s o importantes para a forma o de nossos alunos e que embora os g neros considerados menos formais possam ser aprendidos no dia a dia os g neros mais formais necessitam de aplica o sistematizada como aponta Cristov o 2009 Dessa forma importante que os g neros sejam explorados nas aulas de LE como formas de articula o das pr ticas de linguagem pode ser o eixo organizador das sequ ncias did ticas consideradas instrumentos de media o Esse s instrumento s objeto s socialmente elaborado s media m a atividade de ensino aprendizagem Se o instrumento se transforma a pr pria atividade que est relacionada ao seu uso pode ser modificada CRISTOV O 2009 p 307 Considerada mediadora conforme consta no trecho acima a sequ ncia did tica doravante SD foi adotada nesta pesquisa como forma de usar os g neros discursivos nas aulas de l ngua espanhola com o intuito de promover o uso da l ngua por meio de a es de linguagem Isso porque a SD possibilita o ensino
103. as mais velhas partes do manual de celular Guia de in cio r pido e Como carregar 5 A es de linguagem Compreens o escrita leitura interpreta o e produ o do texto do manual Compreens o oral audi o e produ o de v deo 6 Objetivos a Apropriar se do g nero Manual de Celular b Reconhecer o manual como um discurso c Reconhecer a import ncia da leitura deste tipo de texto d Familiarizar se com as exig ncias deste g nero como o uso do imperativo e o tratamento formal ou informal e Utilizar os recursos da internet como suporte e divulga o das atividades desenvolvidas em sala de aula 7 Tempo estimado Cinco aulas de 50 minutos 8 Etapas da sequ ncia a A professora pedir para os alunos entrarem na Comunidade do Facebook da disciplina b Apresentar o v deo que instrui o uso de um celular feito especialmente para pessoas mais velhas c Interpretar o v deo explorando o que os alunos conseguiram entender e chamando aten o para as palavras e express es novas ou dif ceis d Questionar quanto utilidade deste tipo de material dispon vel na internet Leitura de partes de um manual de celular f Interpreta o guiada do texto levando os alunos a observarem e refletirem sobre qual o objetivo deste texto para que serve com que frequ ncia consultamos ou lemos este tipo de texto o que poderia ser retirado e o que est faltando no texto que elementos comp em este texto g Instigar
104. as perguntas de pesquisa que nortearam esta investiga o De que maneira a aula de espanhol por meio do uso dos g neros discursivos embasados em SD Sequ ncia Did tica pode contribuir para a constru o de identidade dos aprendizes de forma que eles se percebam como falantes da LE Como os g neros discursivos atrelados s novas tecnologias e aos multiletramentos podem contribuir para mudar o cen rio de ensino 24 aprendizagem de LE de maneira a estimular os alunos a serem agentes de seu aprendizado 3 Em que medida as a es de linguagem s o norteadoras do ensino aprendizagem de LE de forma que ocorra a apropria o da nova l ngua 1 4 Organizac o da dissertac o Esta disserta o est organizada em cinco cap tulos No cap tulo I apresentei as origens a justificativa o objetivo geral os objetivos espec ficos e as perguntas que nortearam este estudo No cap tulo II trago o referencial te rico no qual este trabalho foi embasado Nele trago discuss es e di logos entre os construtos relevantes ao desenvolvimento desta pesquisa Trago uma discuss o sobre os conceitos sobre l ngua gem e fundamento o conceito que embasa este trabalho Em seguida apresento as teorias a respeito dos g neros discursivos as contribui es dos multiletramentos para o ensino de LE e por fim realizo o di logo entre as teorias sobre Identidades no ensino aprendizagem de LE No cap tulo III descrevo a metodologia de pesqui
105. aspecto estrutural foi considerado como essencial para que se pudessem desenvolver estudos sobre a l ngua Dessa forma n o se consideram assim como na teoria do subjetivismo idealista os atos de fala individuais e sociais e tampouco se valoriza o aspecto hist rico e evolutivo da l ngua Pelo contr rio de acordo com as duas teorias o presente da l ngua e sua hist ria n o se entendem entre si s o incapazes de se entenderem BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 81 Ao apresentar os aspectos do objetivismo abstrato os autores apresentam e problematizam os estudos desenvolvidos pelo principal te rico dessa corrente Saussure Eles apontam que de acordo com Saussure indispens vel partir da l ngua como sistema de formas cuja identidade se refira a uma norma e esclarecer todos os fatos de linguagem com refer ncia as suas formas est veis e aut nomas auto regulamentadas BAHKTIN VOLOSHINOV 1997 p 86 Considerar a l ngua como est vel como considerava Saussure significa n o observar o que ocorre ao utilizarmos a linguagem 1 ana 2 A enuncia o ser tratada mais a frente ao apresentar as teorias de Bakhtin 30 colocar a l ngua fora do fluxo da comunica o verbal BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 107 pois na realidade fazemos uso da l ngua de acordo com o momento ou seja a palavra ganha vida quando a utilizamos Dessa forma ela pode mudar de sentido se a intera o na comunica o assim
106. aspectos em ambas as turmas QUADRO 15 Trechos do DIPP da 1 SD 3 A Fonte dados da pesquisa A cada interpreta o feita aos cart es eu remetia perguntas aos aprendizes com a finalidade de faz los pensar nos elementos que compunham esse g nero Foram feitas perguntas sobre a finalidade desse tipo de g nero sobre a composi o e onde poderia ser identificado o desejo nas frases apresentadas nos cart es Essas perguntas ajudaram os alunos a se apropriarem do g nero pois assim eles tomaram consci ncia de que os g neros t m uma finalidade uma pr tica social no campo no qual circula Essa etapa foi muito importante pois conforme nos dizem Dolz et al 2011 p 85 A fase inicial da apresenta o da situa o permite portanto fornecer aos alunos todas as informa es necess rias para que conhe am o projeto comunicativo visado e a aprendizagem de linguagem a que est relacionado O desfecho da primeira aula nas duas turmas n o se deu da mesma maneira pois na turma A continuar amos com a produ o de frases na aula seguinte j na turma B os 105 alunos teriam que adiantar a produ o das frases em casa conforme poss vel observar nos excertos abaixo QUADRO 16 Trechos do DIPP da 1 SD 3 A Fonte dados da pesquisa QUADRO 17 Trecho do DIPP da 1 SD 3 B Fonte dados da pesquisa Nesta primeira aplica o a ansiedade esteve presente e senti ao final da aula um pouco de frus
107. ativa Essa frase deveria ser escrita em discurso indireto Essa atividade al m de trabalhar a compreens o auditiva e os recursos lingu sticos referentes transposi o ao discurso indireto estimulou o desenvolvimento de parte do letramento cr tico dos alunos pois eles n o tinham apenas que escutar e compreender uma m sica em espanhol era preciso ter o que dizer sobre ela Por isso era preciso refletir sobre a m sica escolhida Essa caracter stica retoma o que foi discutido no cap tulo te rico sobre a educa o libertadora de Paulo Freire cuja ideia pode ser lembrada no trecho abaixo Uma educa o que procura desenvolver a tomada de consci ncia e a atitude cr tica gra as qual o homem escolhe e decide liberta o em lugar de submet lo de domestic lo de adapt lo como faz com muita frequ ncia a educa o em vigor num grande n mero de pa ses do mundo educa o que tende a ajustar o indiv duo sociedade em lugar de promov lo em sua pr pria linha FREIRE 2005 p 40 149 Aprender a refletir sobre a m sica que se escuta uma maneira de explorar a leitura cr tica para que a aliena o comece a ser eliminada e a inclus o digital seja efetiva mesmo nas atividades l dicas realizadas com os alunos Desta forma poss vel diminuir a aliena o e explorar o uso cr tico ao se usar a internet para o entretenimento Sobre essa atividade apresento a seguir alguns relatos dos participantes QUADRO 4
108. avaliaram seu pr prio desenvolvimento durante a aplica o desta pesquisa 179 No pr ximo cap tulo com base nas an lises aqui discutidas apresento as considera es finais desse estudo respondendo s perguntas de pesquisa abordando suas implica es e sugest es para pesquisas futuras 180 5 CONSIDERACOES FINAIS Apresento nesta se o ltimas considera es acerca deste trabalho Na primeira se o retomo as perguntas de pesquisa Na segunda se o discuto as contribui es desta investiga o e na terceira e ltima se o aponto as limita es do estudo bem como as sugest es para novas pesquisas 5 1 Retomada das perguntas de pesquisa Minha inquieta o quanto ao tema desta pesquisa surgiu quando conheci as teorias sobre g neros discursivos conforme detalhei na introdu o deste trabalho Para realiz la utilizei me da metodologia trazida pela Pesquisa a o pela qual analisei o uso dos g neros discursivos nas aulas de Espanhol como LE no Ensino Regular de uma escola p blica do Distrito Federal O interesse por esta investiga o perpassa pela import ncia do ensino de LE na Educa o B sica pela necessidade de se ressignific lo e por minha preocupa o em refletir sobre minha pr tica em sala de aula de forma a contribuir para uma educa o mais humana cr tica e libertadora No primeiro cap tulo expus a trajet ria da minha investiga o apresentando assim meus objetivos e quest es
109. c 2007 apud ROCHA C H Reflex es e propostas sobre l ngua estrangeira no ensino fundamental I plurilinguismo multiletramentos e transculturalidade Vol 1 Campinas SP Ed Pontes 2012 SILVA T T A produ o social da identidade e da diferen a In SILVA T T Org Identidade e Diferen a a perspectiva dos Estudos Culturais Petr polis RJ Vozes 2000 p 73 102 SILVEIRA R M H SANTOS C A Revistas Pedag gicas e identidades de professor a quem o docente de Profiss o Mestre e Nova Escola In BASTOS L C MOITA L P Org Estudos de Identidade entre saberes e pr ticas Rio de Janeiro Garamond 2011 p 313 334 SOARES M Alfabetiza o e letramento 6 ED S o Paulo Contexto 2010 193 SOBRAL A tico e est tico na vida na arte e na pesquisa em ci ncias humanas In BRAIT Beth Org Bakhtin conceitos chave 5 ed S o Paulo Contexto 2012 p 103 121 STELLA P R Palavra In BRAIT Beth Org Bakhtin conceitos chave 5 ed S o Paulo Contexto 2012 p 177 190 TILIO R A construg o social de g nero e sexualidade no livro did tico de ingl s que vozes circulam In FERREIRA A J Org Identidades sociais de raca etnia g nero e sexualidade pr ticas pedag gicas em sala de aula de l nguas e forma o de professores as Campinas Pontes 2012 p 121 143 WEEDON C Feminist practice and poststructuralist theory London Basil Blackwell 1997 apud MASTRELLA M R NORTON
110. c cio da cidadania e assim pela forma o de cidad os conscientes e tolerantes porque viver dialogicamente significa estar aberto a novos conceitos novas ideias novas perspectivas e portanto a aqueles que s o diferentes de n s SHIELDS 2007 p 9 apud ROCHA 2012 p 45 Concordando com Rojo 2009 e Rocha 2012 me parece necess rio que a escola extrapole o trabalho com g neros escolares reconhecidos pois como se sabe esses ainda s o insuficientes para uma forma o cidad sob perspectivas transformadoras Ainda sobre a quest o dos g neros discursivos outros autores como Dolz et al 2011 ressaltam que o que constitui o mais alto n vel o objeto do desenvolvimento de linguagem saber falar n o importa em que l ngua dominar os g neros que nela s o trazidos tona historicamente dos mais simples aos mais complexos Com essa observa o os autores parecem concordar que os g neros discursivos permitem uma forma o mais abrangente do falante contribuindo para que ele consiga atuar usar a l ngua alvo Reconhecendo as dificuldades de se trabalhar com g neros sob a perspectiva acima apresentada Dolz et al 2011 chamam a aten o ao enfatizar que O trabalho escolar no dom nio da produ o de linguagem faz se sobre os g neros quer queira ou n o Eles constituem o instrumento de media o de toda estrat gia de ensino e o material de trabalho necess rio e inesgot vel para o ensino de tex
111. ca de linguagem os falantes submetem suas identidades a re constru es pois evidenciam as caracter sticas e ideias das rela es sociais nas quais atuam Ora se as rela es sociais nas quais atuamos n o s o fixas muito mais im veis e flu das s o nossas identidades e por conseguinte as constru es delas Algumas teorias mostram a necessidade de se conhecer o processo de constru o de identidades dentro do ensino aprendizagem nas escolas Para Norton 2010 enfocar identidades no processo de aprendizagem de l nguas de grande import ncia pois identidade a forma como uma pessoa entende seu relacionamento como mundo como esse relacionamento constru do ao longo do tempo e do espa o e como a pessoa entende as possibilidades de futuro NORTON 2000 p 5 apud MASTRELLA DE ANDRADE 2011 p 27 Corroborando esse conceito de identidade podemos relacionar os estudos desenvolvidos por Norton 2000 aos estudos desenvolvidos por Leffa 2013 pois 70 ambos conceituam a identidade levando em considerac o a exist ncia do outro a interag o com o outro e tamb m por isso consideram que as identidades est o em constante re construc o Confirmando o que pensam os autores supramencionados Mastrella de Andrade 2011 aponta a rela o entre l ngua gem e identidade nos usos da linguagem que temos e fazemos que constitu mos ou vemos constitu do quem somos Dessa maneira as identidades n o s o dada
112. car por meio de um novo idioma sentindo se agentes do processo de ensino aprendizagem e que isso poderia mudar a hist ria de vida de muitos deles Al m disso essas teorias 20 despertaram me uma curiosidade Eu me questionava da seguinte forma Ser que essas teorias se aplicariam minha realidade Ser que se aplicariam realidade das salas de aula de uma escola p blica onde os alunos na maioria das vezes est o desmotivados Em escolas nas quais as salas est o sempre superlotadas e a quantidade de aulas insuficiente Esses questionamentos trouxeram me o desejo de tentar de experimentar como seria usar os g neros discursivos em minhas aulas Eu imaginava que seria dif cil e me senti muitas vezes perdida Mas as teorias utilizadas neste estudo o di logo e a orienta o da professora Doutora Maria da Gl ria Magalh es dos Reis me ajudaram a caminhar e a vencer todas as etapas para que esta pesquisa fosse desenvolvida e conclu da Hoje me sinto realizada por ter atingindo o objetivo ao qual me propus quando ainda sonhava em fazer o mestrado Reconhe o que meu amadurecimento n o foi apenas profissional porque a minha pr tica hoje n o mais a mesma Ela diferente de como era antes de eu conhecer as teorias nas quais me apoiei para realizar este estudo Acredito que isso aconteceu porque o mestrado me proporcionou tamb m um amadurecimento pessoal Tal amadurecimento resultou em tratar a quest o do plurilinguismo c
113. cep o de heterogeneidade da linguagem e da cultura que promove os conceitos de letramento e de comunidades de pr tica tamb m prev a heterogeneidade de saberes e conhecimentos diferentes existentes em cada comunidade de pr tica Esses saberes e conhecimentos heterog neos est o presentes nas diversas formas de letramento como pr ticas socioculturais Abrira sala de aula para essas heterogeneidades pode significar transformar o car ter excludente da escola OCEM p 108 Esta pesquisa abriu espa o na sala de aula de LE para uma tecnologia presente na realidade dos alunos por fiz uso de uma ferramenta do Facebook uma rede social muito usada pelos alunos na poca de aplica o desta pesquisa Se ela tivesse sido aplicada hoje talvez o efeito n o fosse o mesmo talvez fosse necess rio usar outra rede social como o WhatsApp O fato de usar uma rede social que t o acessada pelos alunos causou espanto e bastante entusiasmo Era empolgante ver como os alunos se envolveram nessa atividade Apresento a seguir os relatos nos quais consta essa impress o QUADRO 51 Trechos do DIP da 3 SD Beta 3 A Achei muito interessante usar o facebook como ferramenta de ensino e gostei muito de compartilhar com os outros a m sica que gosto Son 3 A atividade de produ o de relatos na comunidade foi bem interessante foi uma coisa nova para mim e acho que foi bem legal para todos Derson 3 A Foi um trabalho diferente
114. cimento e carinho Aos meus colegas de estudo da UnB especialmente Jorge Morais Julyana Carvalho e Arleane Cardoso pela prontid o em ler e opinar sobre meus textos A Juliana Ribeiro e Neila colegas parceiras que iniciaram os estudos dentro da lingu stica aplicada comigo Saibam que voc s t m o meu respeito e carinho Aos amigos que a p s gradua o me permitiu conhecer Julyana Carvalho Vanessa Cristina Sheilla Andrade Lauro S rgio agrade o as conversas de desabafo o carinho e a partilha de ang stias Aos colegas do grupo de pesquisa GEDLE pelo carinho com o qual me acolheram pelos di logos compartilhados e pelas ricas contribui es minha pr tica o meu muito obrigada A Jaqueline Barros pela amizade conselhos paci ncia e por ter aceitado ler e revisar meu texto Saiba que te admiro muito e te quero bem vi Aos funcion rios do PPGLA por sempre me atenderem prontamente Aos agentes desta pesquisa alunos da escola p blica Por todo carinho e respeito que tiveram para com o meu trabalho por terem aceitado participar desta pesquisa e principalmente por terem feito desta dissertag o mais que um trabalho acad mico mas algo que mudou a minha vida tanto profissional quanto pessoal meus sinceros agradecimentos Talvez eu tenha contribu do para a forma o de novos agentes na l ngua espanhola no entanto eles contribu ram para que eu me tornasse uma nova agente como professora vii n
115. cipantes 207 ANEXO 03 Produ es dos alunos Cart es de votos tradu o 208 ANEXO 04 Produ es dos alunos Manuais de celular tradu o 209 ANEXO 05 Produ es dos alunos Relatos de m sica do You Tube tradu o 210 ANEXO 06 Produ es dos alunos V deos instru o de uso do celular e v deo clipe 211 17 1 INTRODUCAO Pergunta de Caim ao Criador Por acaso sou eu guardador do meu irm o A resposta afirmativa Sim professor voc guardador da autoestima de seu aluno LAGO 2011 p 81 Neste cap tulo apresento a trajet ria da pesquisa realizada Ele est dividido em cinco se es a saber conhecendo as origens e justificando a pesquisa contextualizando a pesquisa objetivos e perguntas de pesquisa organiza o da disserta o e por fim a se o algumas considera es 1 1 Origens da pesquisa e sua relev ncia Devido ao car ter subjetivo desta pesquisa condizentes com as caracter sticas de pesquisas qualitativas de cunho interpretativista e por ser eu ao mesmo tempo a pesquisadora e a professora das turmas nas quais foram coletados dados para a realiza o deste trabalho fazendo com que eu me envolvesse em todos os processos dele considero importante tra ar uma r pida trajet ria de minha experi ncia como professora afim de que se compreendam as origens deste estudo Comecei a atuar na profiss o de professora lecionando l ngua portuguesa no programa Tel
116. coletividade A palavra uma esp cie de ponte entre mim e os outros BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 113 Os alunos conseguiram engajar se nessa proposta de atividade porque se sentiram atuantes na l ngua pois a pr tica de dialogar a partir das palavras constantes das frases os colocou em situa o de uso pr tico via intera o O fato de se sentirem praticantes da l ngua espanhola contribuiu para a ressignifica o das identidades dos alunos pois como fora tratado no cap tulo te rico estudar uma l ngua pode representar em um determinado momento o verdadeiro caos e nesse processo se manifestam outras identidades Ao estudar a l ngua espanhola esses alunos da Educa o B sica de uma escola p blica se encontram numa fase conflituosa e essa fase caracteriza se pela necessidade do sujeito em se adaptar ao outro em ajustar se ao contexto em que est situado LEFFA 2013 p 67 Esses participantes se adaptaram situa o porque a a o da l ngua permite que ao pensar na frase na l ngua alvo os alunos pensassem na situa o em que poderia estar vivendo o seu receptor e que mensagem seria adequada na l ngua espanhola isso justifica o entusiasmo dos alunos e 131 mostra que esse momento conflituoso que a aprendizagem de uma nova l ngua pode ser menos tenso caso favore a nossos alunos no processo de ressignificac o de suas identidades Alguns relatos escritos ainda na aplica o da primeira SD apresentaram ou
117. colhas e que no processo de apropria o de uma LE nem sempre o aprendiz escolhe suas atitudes s vezes ele quer se sentir sujeito da l ngua que para ele nova mas na pr tica n o consegue por n o se expressar com facilmente Ao se pensar e observar os aspectos identit rios que se manifestam nas aulas de LE poss vel considerar a individualidade de cada aluno respeitando as diferen as e auxiliando os para que compreendam as novas identidades constru das para que cada aprendiz se sinta agente dessa nova l ngua e que se identifique em a es de linguagem pois compreender a l ngua como ag ncia tem consequ cias por sua vez para a quest o da identidade O conceito de l ngua como ag ncia entretanto n o traz consequ ncias apenas para a quest o identit ria mas tamb m para v rias outras esferas do processo de ensinar e prender LE MASTRELLA DE ANDRADE 2011 p 228 229 Retomando o conceito de ag ncia j mencionado depreendo que na cita o da autora se apresenta outra rela o entre l ngua e identidade Ao ser considerada meio de 73 ag ncia o sujeito ao fazer uso da l ngua constr i seu discurso por meio de sentimentos experi ncias isto sofre as influ ncias externas que o constituem Tendo em vista que as aulas de LE podem oportunizar a construg o de identidades e por isso contribuir para que o ambiente de sala de aula seja cada vez mais discursivo e dial gico o professor deve se
118. contempor neas de Bakhtin que apontam questionamentos importantes para nossa reflex o quanto ao ensino de LE em rela o ao ensino voltado apenas para o aspecto gramatical Na cita o abaixo Bakhtin apresenta a import ncia da estil stica para o ensino de l nguas Do mesmo modo que as an lises estritamente gramaticais podem ser tediosas os estudos e exerc cios de estil stica podem ser apaixonantes Mais do que isso ao serem realizadas corretamente essas an lises explicam a gram tica para os alunos ao serem iluminadas pelo seu significado estil stico as formas secas gramaticais adquirem novo sentido para os alunos tornam se mais compreens veis e interessantes para eles BAKHTIN 2013 p 40 Dentro da perspectiva de que l ngua gem intera o este trabalho defende o ensino de LE por meio de g neros discursivos Sendo assim n o consideramos essa abordagem como a nica a ser aplicada nas escolas p blicas mas como uma abordagem coerente para que a l ngua que se ensina seja utilizada como a o de linguagem na qual emergem caracter sticas sociais que influenciam o discurso do agente pois em diferentes g neros podem revelar se diferentes camadas e aspectos de uma personalidade individual o estilo individual pode encontrar se em diversas rela es de reciprocidade com a l ngua nacional BAKHTIN 2006 p 266 Isso confere aos g neros discursivos formas enunciativas que dependem mais da comunidade de comunica
119. da linguagem este estudo corrobora que l ngua gem n o se excluem mas se integram Para que se possa compreender melhor as diferentes teorias sobre l ngua gem abordarei aspectos importantes de duas teorias que Bakhtin Voloshinov apresentam na obra supracitada Ao questionar o principal objeto da filosofia da linguagem Bakhtin Voloshinov apresentam duas orienta es te ricas a saber o subjetivismo idealista e o objetivismo abstrato O subjetivismo idealista considera a l ngua como um produto acabado ap ia se sobre a enuncia o monol gica e dessa forma interessa se pelo ato de fala de cria o individual como fundamento da l ngua no sentido de toda atividade de linguagem sem exce o BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 72 Esse ponto de partida da teoria do subjetivismo idealista considera importantes os atos de fala ou seja a linguagem do falante No entanto ela considera apenas a quest o individual conforme observa se na seguinte cita o A l gica da l ngua n o absolutamente a da repeti o de formas identificadas a uma norma mas sim uma renova o constante a individualiza o das formas em enuncia es estilisticamente nicas e n o reiter veis BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 82 A teoria do subjetivismo idealista foi criticada por Bakhtin Voloshinov 1997 segundo estes fil sofos embora ela apresente a linguagem e os discursos deixa a cargo individual do falante a responsabi
120. dade proposta A escrita dos relatos oportunizou tamb m liberdade para que os alunos optassem quanto m sica com a qual gostariam de trabalhar de acordo com os seus gostos particulares Essa liberdade gerou resultados positivos pois como foi relatado os participantes desta pesquisa apresentaram uma postura diferente da que apresentavam em aulas anteriores pois antes da aplica o da SD n o se exigia deles opini o e cr tica Al m do poder agentivo observado nessa aplica o de SD foi poss vel analisar que o fato de n o apenas o professor ler as frases mas todos os colegas que estavam na comunidade fez com que essa atividade exigisse uma maior aten o dos alunos e que se preocupassem mais com o que iam postar como apresentado pelos excertos abaixo 157 QUADRO 55 Trechos dos DIPs da 3 SD Beta 3 A Foi bem diferente termos que relatar uma m sica e foi bom pois tivemos que elaborar nossas pr prias frases escrever com nossas pr prias palavras Morena 3 B Gostei porque voc fala com suas palavras o que achou da letra da m sica Fonte dados da pesquisa Nos relatos dos participantes Alfa Beta e Morena as express es respectivamente mencionadas criativa bem diferente fala com suas palavras retratam que para os participantes mencionados essa atividade era algo novo para eles e que esse o desafio fora aceito pois consideraram que a proposta fazia sentido para sua aprendizagem Por fim de acord
121. das que requeiram o aprendiz e Organizar a intera o em sala de aula de forma mais eficaz para potenciar a intera o entre aprendizes por exemplo a pesquisa por ideias pode realizar se em pequenos grupos de 5 ou 6 aprendizes mas a reda o ou a revis o pode acontecer em duplas para mais possibilidades de intervir a cada sujeito 17 Considero as sugest es de Comas 2004 significativas pois ao acat las o professor demonstra preocupa o em oportunizar o desenvolvimento da a o de linguagem escrita do seu aluno Quanto ao desenvolvimento desta a o de linguagem para os participantes podemos observar que ocorreu da seguinte maneira primeiro as frases foram redigidas em l ngua portuguesa e depois transcritas em l ngua espanhola Essa atividade levou a meu ver os alunos a uma esp cie de imers o mas preciso tempo para que essa a o de linguagem se desenvolva e o pouco tempo de aula de espanhol na escola regular a falta de pr tica escrita nas aulas de espanhol o pouco vocabul rio apropriado pelos alunos como relatei no DIPP ao detalhar essa primeira SD fizeram com que essa n o fosse uma tarefa f cil para os meus alunos Por isso apoiei explicando que poderiam tentar outro caminho se quisessem A situa o na qual se encontravam os participantes dessa pesquisa demonstra que urgente a necessidade de ampliarmos as pr ticas discursivas dos discentes de LE e essas pr ticas devem levar os alunos a serem agentes de
122. de Bazerman 2011 podemos nomear essa extens o ou necessidade de ag ncia ou poder agentivo conforme fora tratado no cap tulo te rico Sendo assim o aluno precisa sentir se sujeito de sua aprendizagem e precisa tamb m compreender que seu desempenho n o depende apenas do professor 154 mas de seu compromisso em buscar muitas vezes por si s estrat gias para intensificar seu rendimento sua apropriac o da l ngua alvo Sabe se que para levar o aluno a ser agente de sua aprendizagem h muito o que fazer inclusive faz se necess rio encontrar abordagens que auxiliem o professor a realizar este trabalho que de suma import ncia para a educac o e n o apenas nas aulas de LE Nesta pesquisa observei que o uso dos g neros discursivos atrelados s novas tecnologias promoveu o poder de ag ncia aos alunos Tal atitude considerada por mim importante para o processo de ensino aprendizagem de LE porque capaz de tornar efetiva a apropria o de um novo idioma pelo aluno Dessa forma o ensino de LE nas escolas p blicas pode deixar de ser previamente tachado de insuficiente e ao inv s disso pode ser considerado eficiente A seguir apresento os relatos dos participantes referentes atividade do relato de m sicas retirada do You Tube Ressalto que essa atividade foi escolhida porque me possibilitou observar e analisar do poder agentivo entre os alunos de forma mais acurada Os participantes ao postarem as atividades na com
123. de ser esse processo Ao analisar esses relatos pude perceber que ao iniciar a primeira aplica o das SDs eu estava bastante ansiosa como relatei nos trechos do DIPP apresentado no cap tulo metodol gico Al m disso tive medo de que os alunos n o se identificassem com as propostas e que o uso dos g neros n o funcionasse em poucas aulas Mas apesar de toda inseguran a a cada SD que eu preparava sentia um entusiasmo muito grande e sentia que era poss vel usar os g neros discursivos nas aulas de espanhol Isso me causava muita alegria O que os alunos relataram nos di rios tamb m foi gratificante para mim porque pude avaliar que trabalhar com SDs a partir de g neros discursivos pode ressignificar as identidades dos professores de LE o que pode fazer com que as aulas sejam mais alegres menos tensas e pode levar empolga o para os alunos que captam nosso trabalho e sabem avali lo Os participantes desta pesquisa demonstraram importantes fatores identit rios ao se depararem com a pr tica oral como a es de linguagem Isso talvez se deva ao fato de que praticar a oralidade em LE na escola n o uma tarefa f cil e usual por isso importante estabelecer de fato uma rela o entre o oral e o escrito e tamb m refletir sobre a import ncia que tem o exerc cio didaticamente elaborado para a constru o dessa rela o sobre e no desenvolvimento de habilidades lingu sticas de crian as e adolescentes BRUNO 2010 p 222
124. dos alunos conseguiu escrever frases curtas mas alguns apresentaram frases maiores como foi o caso da participante Mary J para a participante Pretinha foi mais f cil pensar em um receptor que supostamente estivesse mais pr ximo dela naquela situa o A atitude dessa participante me faz refletir sobre a quest o relativa quantidade e qualidade de produ o de cada aluno Talvez alguns alunos tivessem conseguido escrever com mais facilidade se tivessem um receptor real da mensagem Sendo assim reconhe o a import ncia de realizar adapta es a essa SD antes de us la novamente Seria importante que cada aluno escolhesse seu receptor de forma mais objetiva antes de iniciar a primeira produ o Nesse caso poderia haver uma troca de mensagens entre as turmas da mesma escola ou de escolas diferentes ou at mesmo de cidades estados ou pa ses diferentes Embora as aulas de LE nas escolas de Ensino B sico enfrentem problemas e os alunos tenham muita dificuldade como relatado nos DIPs essa produ o mostra nos que poss vel explorar a compreens o escrita com os aprendizes de forma mais eficiente pois apesar de algumas dificuldades apresentadas com rela o aos aspectos lingu sticos eles produziram e atuaram nessa a o de intera o verbal Isso tamb m ser observado na an lise das produ es da 2 SD que apresentarei no quadro 59 QUADRO 59 Texto do manual produzido na 2 SD 3 A Fonte dados da pesquisa A s
125. e com os g neros que delas emergem e nelas circulam servindo como ponte para a constru o de conhecimento e protagonismos por parte de seus alunos levando os a perceber como novos significados s o produzidos nas novas m dias e como eles podem ser cr ticos e produtivos GARCIA FEL CIO 2012 p 132 Essa mudan a conforme Garcia Fel cio 2012 se mostrou presente nesta pesquisa uma vez que o elo entre os g neros discursivos multiletramentos eTICs oportunizaram momentos novos em sala de aula Esse elo foi percebido n o apenas por 66 mim enquanto professora pesquisadora mas tamb m pelos alunos participantes e ser relatado no cap tulo da an lise de dados Continuarei com a reflex o te rica no pr ximo t pico dessa vez abordando as teorias sobre identidades no Ensino de L nguas 2 3 A relac o entre Identidade e o processo de ensino aprendizagem de LE O car ter interdisciplinar da LA possibilita o di logo das pesquisas desenvolvidas com outras reas do conhecimento As teorias sobre identidade passaram nas ltimas d cadas a fazer parte de v rios estudos em diversos campos principalmente no campo de realiza o de pesquisas em LE Dessa forma considerar l ngua gem como intera o verbal conforme se considera neste trabalho aceitar a exist ncia das diferen as e das m ltiplas identidades que se manifestam durante as pr ticas de linguagem Para que se compreenda a import ncia do crescimento d
126. e essa forma adquire no contexto Para o locutor o que importa aquilo que permite que a forma lingu stica figure num dado contexto aquilo que a torna um signo adequado s condi es de uma situa o concreta dada BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 92 93 Essas manifesta es apontam que o aluno desenvolveu uma vontade em atuar na l ngua pois ele como falante tem necessidade em falar dessa forma ao atuar na l ngua estudada ele come a a se identificar como sujeito dessa nova l ngua e quer atuar nas pr ticas de linguagem propostas pois quando os alunos de l nguas consideram as atividades e as tarefas prazerosas interessantes e desafiadoras em si mesmas percebe se um engajamento nas a es ARAG O 2011 p 177 Embora muitas vezes a realidade da sala de aula seja outra acredito que devemos tentar proporcionar um cen rio de aprendizagem prazeroso que seja mais significativo para os que est o envolvidos e sobre esse aspecto vale lembrar que se a crian a ou adulto n o gostar do que estiver fazendo se a aula for cansativa a aprendizagem diminuir ou deixar de ocorrer LEFFA 2003 p 239 Outra caracter stica da pr tica oral como a o de linguagem percebida nesta pesquisa al m de proporcionar um maior contato dos aprendizes com a l ngua foi o fato de ela contribuir para a melhoria da autoestima fazendo com que esses aprendizes se capacitem para atuar discursivamente numa LE importante conside
127. e fazer das aulas de LE das escolas p blicas um mero passa tempo preciso que se reconhe a o papel do ensino de LE sua import ncia na forma o de um cidad o cr tico agente e consciente de sua ag o na sociedade A aplica o de g neros discursivos a partir da SD pode apresentar avan os significativos no ensino de LE nas escolas p blicas ela se baseia no uso da l ngua em a es de linguagem que proporcionam aos aprendizes oportunidades de apropriarem se da l ngua em seus diversos discursos Al m disso ao interagirem na l ngua espanhola os participantes desta pesquisa compreenderam que estudar a l ngua al m de suas estruturas pode lev los a interagir em a es de linguagem reais possibilitando assim a abertura de novos horizontes no que diz respeito aos estudos de uma LE Por ltimo cabe ressaltar que os resultados desta pesquisa apresentaram que poss vel aprender LE na escola p blica e estimular os alunos a serem agentes de seu aprendizado Refletindo a esse respeito chego ao fim deste percurso com um questionamento ainda h quem duvide que poss vel aprender LE na escola p blica 187 REFER NCIAS ALMEIDA FILHO J C P de Uma metodologia espec fica para o ensino de l nguas pr ximas In ALMEIDA FILHO J C P de org Portugu s para estrangeiros interface com o espanhol 2 ed Campinas Pontes p 9 21 2001 ALMEIDA FILHO J C P de Dimens es comunicativas no ensino de l nguas C
128. e g neros p blicos e n o privados DOLZ et al 2011 p 83 Como apresentado no trecho acima cada etapa da SD permite ao aluno assimilar e explorar o g nero para que ele tenha aux lio para realizar produ es orais e ou escritas importante ressaltar tamb m que o papel da sequ ncia did tica consiste em proporcionar um conjunto de atividades que propicie a transposi o did tica adequada de conhecimentos sobre o g nero ao mesmo tempo que explora a esfera de circula o dos textos produzidos CRISTOV O 2009 p 307 Durante a aplica o da proposta desta pesquisa percebi que a SD tornou poss vel o uso dos g neros discursivos na sala de aula de espanhol como LE pois com um n mero reduzido de horas aula e um grande n mero de alunos nas turmas seria dif cil pensar em outra maneira de usar o g nero de forma a atingir os objetivos propostos por esta pesquisa Por isso acredito que a SD tem papel importante para que O GEDLE um grupo de pesquisa da UNB dirigido pela professora Dr Maria da Gloria Magalh es Reis http dgp cnpq br dgp espelhogrupo 0524323240846821 82 as teorias dos g neros discursivos cheguem at as escolas mesmo naquelas em que seria dif cil pensar na aplica o dessas teorias Tendo em vista a finalidade do uso de uma SD significativo pensar neste momento nas orienta es apresentadas pelos autores cujos estudos serviram me como aporte te rico para a realiza o desta pesquisa
129. e isso foi vya aa A a E 14 ae A constatado no 1 di rio de itiner ncia do participante Ser o apresentadas abaixo tr s das oito frases do di rio de itiner ncia que eles completaram ao final da aplica o desse primeiro g nero QUADRO 22 Trechos do DIP da 1 SD 3 A Fonte dados da pesquisa Nos trechos citados acima observa se que os alunos conseguem acompanhar sua aprendizagem ao opinar sobre as atividades que desenvolveram na sala de aula positivo o fato de eles perceberem melhorias em seu pr prio processo pois isso contribuiu para que eles se sentissem mais motivados para as aulas de LE Todavia foi notado que os alunos n o estavam acostumados a acompanhar e avaliar o processo de aprendizagem do qual participam Isso foi observado a partir da aus ncia de produ o destinado a opini o deles no di rio de itiner ncia sobre a realiza o das aulas de LE relacionadas ao g nero cart es comemorativos Ressaltando que os alunos tiveram antes da aplica o da SD v rias orienta es para que pudessem entender como Como foi detalhado na se o 3 7 1 o 1 di rio de itiner ncia do participante foi guiado por perguntas abertas para orientar os alunos para que o completassem Os modelos de di rios de itiner ncia constam dos ap ndices E e J 109 funcionariam os di rios Minha hip tese sobre a aus ncia de opini o se embasa no fato de eles n o considerarem importante manifest la M dulos
130. e nos impe a cumprir nosso papel de professores formadores Podemos utilizar essa ferramenta para trabalhar a colabora o e intera o entre os alunos e entre professores e alunos Levando em considera o o frequente uso do Facebook pelos alunos criei uma comunidade e convidei os alunos a participarem como membros para que eles pudessem postar seus trabalhos e pudessem acompanhar a repercuss o deles por parte dos colegas e por mim enquanto professora pesquisadora Eles n o eram obrigados a participar do grupo como meus amigos no Facebook mas aos poucos isso foi acontecendo A princ pio a comunidade era aberta depois a pedido dos alunos fechamos para que o acesso fosse apenas da turma No cap tulo metodol gico explicitarei como se deu cada parte da aplica o e como essa comunidade foi utilizada Fecho agora este par ntese para continuar falando sobre a rela o entre multiletramentos e o uso de ferramentas das TICs Muito embora as teorias de multiletramentos e das TICs na educa o tenham sido discutidas frequentemente ainda h um longo caminho a ser percorrido al m disso os curr culos precisam ser adaptados para atender a essa demanda mas enquanto isso ocorre n o se pode esperar que o tempo passe imprescind vel sugerir a mudan a de postura do professor dada a incompatibilidade entre as novas pr ticas letradas e os curr culos tradicionais O professor pode trabalhar com esferas sociais em v rias culturas
131. e ouvir a voz de quem o foco desse processo o aluno Percebo ainda que as an lises feitas n o est o esgotadas mas abrem horizontes para o fazer complexo que representa o ensino aprendizagem de LE Quanto mais reflito sobre esse processo no qual estou inserida mas me conscientizo de que n s professores temos uma grande responsabilidade pois nos relacionamos com seres humanos e cada um deles nos vem com seus sonhos desejos alegrias tristezas que n o podem ser desconsiderados quando planejamos nossas aulas e escolhemos nossas metodologias e abordagens Em prol de um ensino humanit rio cr tico reflexivo que gere o poder de ag ncia e forme cidad os capazes de observar a realidade na qual vive reitero que o uso dos g neros discursivos uma importante ferramenta para ser utilizada em nossas aulas de LE Por fim considero que a P A possibilitou o constante repensar durante a aplica o desta pesquisa e atrelada a essa metodologia a teoria dos g neros discursivos dos multiletramentos e das novas tecnologias fizeram com que as atividades produzidas pelos alunos despertassem uma alegria e uma vontade que ainda n o tinha sido manifestada em minhas aulas na escola p blica Neste cap tulo teci uma an lise sobre os dados coletados por meio dos instrumentos de pesquisa utilizados Foi poss vel observar como os participantes sentiram se agentes durante a realiza o das pr ticas de intera o em a es de linguagem e como eles
132. eber no DIP abaixo QUADRO 69 Trecho do DIP da 3 SD 3 B Fonte dados da pesquisa Percebi que as equipes dessa turma demonstraram mais entusiasmo para gravar os v deos pois todos os participantes tentaram cantar utilizando se de recursos como viol o e aparelho de DVD Mais uma vez a equipe liderada por Neg o chamou aten o ao desenvolver essa atividade Sua equipe que escolheu a m sica Bendita tu luz que foi gravada ao ar livre entre gramas e rvores O grupo estava bem descontra do e gravou todos os preparativos como o treino para cantar a pron ncia das palavras e frases e as brincadeiras eles se divertiram 178 Cada equipe tanto da turma A quanto da turma B tentou a sua maneira interpretar e gravar as m sicas escolhidas e mesmo que algumas equipes tenham aproveitado mais o momento do que outras percebi que os participantes atuaram em a es de linguagem ao trabalhar com m sicas produzindo os v deos Reconhe o que a P A possibilitou que este trabalho fosse acompanhado tanto na vis o da professora pesquisadora quanto dos participantes o que oportunizou atender a uma demanda solicitada devido s considera es dos alunos Verifica se que a P A al m de estimular os alunos a serem agentes de sua pr pria aprendizagem ao opinarem sobre cada SD produzida propiciou tamb m a realiza o da pesquisar por meio da ado o de metodologias que fossem coerentes aos objetivos do ensino de LE na escola sem deixar d
133. ectos algumas vezes levaram me a fazer algumas modifica es nas SDs que eu elaborava Outra contribui o importante do grupo foi a oportunidade de apresentar a SD elaborada para que os participantes do GEDLE pudessem contribuir com sugest es de adapta o Para que se entenda melhor a estrutura das SDs que apliquei apresento abaixo o modelo de SD atualmente adotado pelo GEDLE QUADRO 2 Modelo de SD GEDLE 1 Agentes Discursivos Fonte GEDLE 87 Cada etapa da SD adotada pelo GEDLE foi contemplada nesta pesquisa por isso acredito ser importante esbogar sucintamente o que trata cada t pico dessa SD Sendo assim no primeiro item agentes discursivos deve se indicar quem s o os sujeitos agentes com os quais ser trabalhada a SD esse nome se justifica pela perspectiva discursiva adotada pelo grupo o segundo item g nero deve apresentar o tipo de g nero a ser trabalhado o terceiro item suporte deve indicar o lugar de circula o do qual foi tirado o g nero por exemplo revista site jornal entre outros O quarto item sugest o de documento deve especificar o tipo de documento a ser trabalhado para explorar o g nero O quinto item denominado as a es de linguagem deve apresentar as situa es reais que ser o exploradas as quais dever o ser apropriadas pelos alunos O sexto item diz respeito aos objetivos pelos quais deve ser explicitados o que se pretende ao propor a SD As etapas s o d
134. ecurso 2000 na pequena Cidade de Jana ba MG minha cidade natal Nessa poca eu ainda n o tinha conhecimento te rico mas gostava dos primeiros passos que dava na profiss o Dois anos depois comecei a fazer o curso de Letras Portugu s na Unimontes Universidade Estadual de Montes Claros Por alguns meses fiquei fora da sala de aula pois tive que mudar para a cidade de Una MG para realizar o curso de gradua o No segundo per odo do curso consegui voltar para a sala de aula substituindo professores da Rede Estadual No in cio do 5 per odo por motivos pessoais tive que mudar de cidade novamente dessa vez para Montes Claros MG Nesta poca para n o trancar o curso uma vez que o curso de Letras Portugu s no qual 18 eu estava matriculada n o tinha mais vagas transferi minha matr cula para o curso de Letras Espanhol Eu j gostava muito de dar aula e mesmo considerando a l ngua portuguesa como l ngua complexa sentia me estimulada a estudar muito para planejar as aulas Por m ao transferir meu curso como j mencionei comecei a fazer Letras Espanhol no 4 per odo e para acompanhar os colegas que j participavam do curso desde o in cio tive que aprender essa l ngua estrangeira com urg ncia J no 5 per odo eu conseguia acompanhar as aulas e segundo meus colegas n o era percept vel que eu havia entrado depois sem conhecimento pr vio sobre a l ngua Neste mesmo per odo surgiu uma oportunidade de tr
135. eens o paci ncia e incentivo Tamb m sou grata a sua m e Dora e suas irm s agrade o o carinho e as ora es minha querida e dial gica orientadora Prof Dr Maria da Gl ria Magalh es dos Reis que me mostrou o caminho do dialogismo e instigou em mim o desejo de conhecer e aprofundar nas teorias de Bakhtin Agrade o a paci ncia e o respeito que me dedicou a cada conversa ang stia e inseguran a Obrigada por me amparar e me guiar com tanta sabedoria e compet ncia Tem o meu respeito e a minha admira o hoje e sempre A todos os autores pesquisadores por terem me emprestado suas vozes para que eu pudesse construir meu pr prio discurso Aos professores do Programa de P s gradua o em Lingu stica Aplicada PPGLA Universidade de Bras lia Dr Maria da Gl ria Magalh es Dr Mariana Rosa Mastrella de Andrade Dr Kleber Aparecido da Silva Dr Yuki Mukai Dr Maria Luiza Ortiz grata pela oportunidade de reflex o e trans forma o a mim concedida s professoras Dr Cla dia Hilsdorf Rocha Dr Mariana Rosa Mastrella de Andrade e Dr Maria Luiza Ortiz pela participa o em minha banca de defesa Sou grata a voc s pela gentileza em aceitar nosso convite e dispensar horas para a leitura pontual dessa disserta o com sugest es para o refinamento da mesma Voc s s o admir veis pesquisadoras aplicadas engajadas e preocupadas com uma educa o humanit ria critica reflexiva Meu reconhe
136. eguida perguntei aos alunos quem poderia 113 acessar esse v deo para que tipo de p blico teria sido feito e se o v deo atendia s necessidades de quem dele precisasse Essa parte tanto foi entendida pelos alunos da turma A quanto da turma B Eles consideraram que o v deo era objetivo e que o fato de apresentar a imagem ajudava bastante No t pico 4 2 apresentarei an lise sobre o uso dos multiletramentos aplicados nesta etapa da pesquisa Continuando a introdu o do g nero partimos para a leitura do texto do manual Sendo assim os alunos leram o texto e depois tiraram as d vidas sobre vocabul rio Nas duas turmas nem todos tinham feito a interpreta o em casa Percebendo isso solicitei que o fizessem junto comigo e que as d vidas que tivessem ao responder fossem mencionadas durante nossa conversa E essa parte n o se deu como uma corre o apresentando certo e errado mas como uma conversa com os alunos pois assim como Bakhtin 2013 concordo que nossas aulas precisam ser mais dial gicas No quadro 25 apresentado abaixo trago as perguntas que compunham a interpreta o QUADRO 25 Interpreta o do Manual de Celular Fonte dados da pesquisa Ao elaborar o exerc cio de interpreta o tentei nortear os alunos para observarem as caracter sticas estruturais e lingu sticas do g nero A quest o 04 levou lhes a pensar nas palavras que estavam sublinhadas Essas palavras eram verbos que estavam no modo imperativo
137. egunda SD aplicada Manual de Celular possibilitou que os alunos mostrassem sua criatividade embora tenham tido durante a produ o muita dificuldade em criar frases instrucionais e tamb m de pronunciar as frases criadas em l ngua 165 espanhola o resultado da produg o por m demonstrou que eles realizaram a atividade com capricho e dedicag o Para a realizac o da an lise escolhi tr s manuais O primeiro abordou os aspectos instrucionais como forma de auxiliar o usu rio a modificar hora e data constante no visor do aparelho O segundo apresentou algumas precau es de seguran a e o terceiro abordou op es de como recicl lo O manual que instruiu a colocar hora e data foi feito pelos participantes Kelly Kel Nick LF Rocha e Shiper da turma 3 A Nele constam frases curtas e simples que comp em os oito passos para orientar o usu rio Esse procedimento correspondeu ao que lhes fora orientado durante a apresenta o da situa o da aplica o dessa SD conforme apresento a seguir FIGURA 03 _ Manual produzido por alunos do 3 A Fonte dados da pesquisa A cria o de frases curtas tamb m foi incentivada por mim pois os alunos apresentavam algumas dificuldades no uso na l ngua espanhola porque seria melhor que fossem constru das frases curtas mas se mantivesse o foco no objetivo do trabalho Dessa forma no primeiro manual apresentado a produ o escrita teve os seguintes verbos instrucionais pu
138. ente de sala mas antes devem ser repensadas como oportunidade de reorganiza o e apropria o do novo idioma pelos sujeitos aprendizes No caso da l ngua espanhola a fonte desorganizadora pode advir do processo de inscri o nas discursividades da l ngua alvo Esse processo pode levar o aprendiz a enfrentar a dicotomia entre semelhan a e falsa semelhan a que ocorre entre a l ngua espanhola e a l ngua portuguesa Dessa forma o aprendiz pode ver se em constante desafio e isso pode contribuir negativamente para a apropria o da l ngua O professor pode orientar seu aluno quanto aos aspectos identit rios que emergem a todo tempo 74 durante a apropria o de uma LE buscando assim que o momento de desestabilidade torne se uma oportunidade de ele se identificar com a nova l ngua a qual est aprendendo Para efeito desta pesquisa importante conhecer e refletir sobre identidades luz das teorias aqui apresentadas para que n s professores pensemos em mudar nossas pr ticas pedag gicas para o ensino de LE com vistas a promover melhor forma o dos alunos dando a eles possibilidades para que entendam melhor como acorre seu processo de apropria o da nova l ngua contribuindo para que eles se sintam capazes de agir e oportunizando a eles uma forma o multilletrada Diante do exposto acredito ter sido importante fazer men o s manifesta es identit rias no corpus desta pesquisa Ap s dialogar com as teorias que
139. erc cios interpretamos a m sica Os alunos conseguiram entender a tem tica mesmo n o compreendendo todas as palavras Terminada a interpreta o 119 esclareci as d vidas referentes ao vocabul rio Em seguida perguntei aos alunos se eles j haviam feito coment rios de m sicas e v deos no You Tuve Alguns responderam que sim ent o expliquei que far amos isso com essa m sica mas que antes de construir o coment rio ler amos o que outros ouvintes internautas haviam escrito Na folha que eles receberam com a m sica coloquei tamb m alguns relatos retirados do You Tube Selecionei os relatos que apresentavam trechos da m sica pois os alunos precisariam fazer isso Na mesma folha onde estava escrita a letra da m sica deixei um espa o para que eles fizessem seus pr prios relatos Lemos os relatos e eu perguntei a eles como havia sido realizada a composi o daqueles trechos Fiz perguntas direcionadoras para que eles pensassem que ao fazer coment rios de uma m sica poderiam relatar a parte da qual mais gostaram ou n o e que essa seria uma maneira de justificar o gosto por aquela m sica Levei os tamb m a observar a quest o relacionada ao discurso indireto isto como se apresentavam os verbos quando a composi o est em terceira pessoa Em seguida ajudei os alunos a observarem que as frases da m sica as quais foram citadas no relato sofriam algumas modifica es e indaguei os para saber por que isso acontecia Pe
140. es QUADRO 28 Trechos do DIPP da 2 SD no 3 A eB 116 Fonte dados da pesquisa Tamb m na aplica o desta SD os participantes consideraram importante a introdu o do g nero para que fosse poss vel iniciar a produ o inicial Isso foi mencionado por uma participante no DIP abaixo relatado QUADRO 29 Trecho do DIP da 2 SD 3 B A folha que foi passada do celular Samsung e o v deo passado em sala contribuiu muito para a minha compreens o consegui fazer meu manual e estou gostando muito das aulas sobre manual Fonte dados da pesquisa M dulos Os alunos me entregaram a primeira vers o conforme ficou combinado previamente Aproveitei este momento porque precisava corrigir as frases inclusive levei um exerc cio para que as turmas pudessem praticar o imperativo Nesses exerc cios constavam tamb m quest es de vestibular Considero essa pr tica tamb m importante pois ajuda os alunos a aprenderem como utilizar as regras de conjuga o verbal Na aula seguinte entreguei a primeira produ o corrigida e novamente expliquei a todos os problemas que tivemos As d vidas mais frequentes nas duas turmas eram concernentes conjuga o dos verbos irregulares quanto ao vocabul rio pois muitas palavras estavam em portugu s Outro problema que percebi refere se ao fato de os alunos algumas vezes n o terem se atentado para as cr ticas que tinham feito na interpreta o do manual A respeito da composi
141. es a viv ncia em a es de linguagem que geram discursos vivos na l ngua alvo ora a l ngua passa a interagir a vida atrav s de enunciados concretos que a realizam igualmente atrav s de enunciados concretos que a vida entra na l ngua O enunciado um n cleo problem tico de import ncia excepcional BAKHTIN 2006 p 265 No segundo relato do participante Neg o 3 B foi utilizada a palavra dialogar para caracterizar a atividade de produ o de frases para os cart es essa men o nos remete defini o de di logo apresentada por dois autores da corrente discursiva O di logo no sentido estrito do termo n o constitui claro sen o uma das formas verdade que das mais importantes da intera o verbal Mas pode se compreender a palavra di logo num sentido amplo isto n o apenas como a comunica o em voz alta de pessoas colocadas face a face mas toda comunica o verbal de qualquer tipo que seja BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 123 O sentindo amplo da defini o de di logo apresentada justifica a intera o pr tica na aplica o da primeira SD pois ao elaborar cada frase de votos os alunos pensaram em seu receptor mesmo ainda n o o tendo definido claramente e pensaram tamb m na mensagem que possivelmente seria enviada dessa forma houve intera o entre os participantes e os poss veis receptores das mensagens Mesmo sem conhecer ao certo essa defini o de di logo os participant
142. es conseguiram perceber que essa atividade possibilitou o di logo na l ngua espanhola 130 A defini o de Bakhtin e Voloshinov nos explica tamb m o fato de a participante Kelly Kel da turma 3 A ter percebido e expressado a import ncia de pensar e praticar a l ngua estudada Sob essa observag o fica evidenciada a import ncia de a aula de LE oportunizar a intera o fazendo com que os alunos sejam atuantes na l ngua estudada afinal por sua precis o e simplicidade o di logo a forma cl ssica de comunica o discursiva BAKHTIN 2006 p 275 Atuar na l ngua alvo pode animar os alunos a estudarem esse novo idioma como foi mencionado no terceiro relato do participante Neg o da turma 3 B que deixou explicito seu entusiasmo ao agir na l ngua Os autores Bakhtin Voloshinov 2006 apresentam ainda outras orienta es importantes para compreender a atividade realizada pelos participantes a partir dos dados analisados pela atividade realizada nessa primeira sess o vejamos as seguintes orienta es Essa orienta o da palavra em fun o do interlocutor tem uma import ncia muito grande Na realidade toda palavra comporta duas faces Ela determinada tanto pelo fato de que procede de algu m como pelo fato de que dirige para algu m Ela constitui justamente o produto da intera o do locutor e do ouvinte Toda palavra serve de express o a um em rela o ao outro isto em ltima an lise em rela o
143. escritas no item 8 devem mostrar o passo a passo a ser seguindo para a aplica o da SD O item 9 contexto de produ o e uso deve apresentar as situa es em que o g nero usado levando em considera o quem o produz e para quem ele produzido observando tamb m os aspectos sociais que perpassam tal g nero Os elementos lingu sticos discursivos item 10 devem apresentar os recursos da l ngua que ser o necess rios para que se construa o g nero A reflex o pedag gica item 11 deve apresentar as observa es de tudo que foi feito durante a aplica o da SD inclusive os resultados alcan ados e o que ainda precisa ser feito para que se alcance o que se pretende Por fim as atividades complementares item 12 devem tratar das atividades e recursos que servir o de suporte para sanar d vidas dos alunos durante a realiza o dos m dulos Tais atividades tamb m podem ocorrer depois da reflex o pedag gica caso se considere necess rio para que haja a assimila o pelos alunos Observando as etapas da SD do GEDLE poss vel averiguar que uma SD preparada antes da aplica o mas isso n o quer dizer que ela esteja pronta pois ela dever ser adaptada medida que a aplica o avance Sem esgotar as teorias a respeito da SD caminho para a conclus o dessa discuss o apresentando o que Cristov o 2009 sugere como check list para an lise de SD Proposta desse trabalho QUADRO 3 Planilha para an
144. esenta o dos m dulos partimos ent o para as considera es sobre a produ o final Essa etapa d ao aluno a possibilidade de perceber se suas d vidas foram ou n o sanadas e tamb m a possibilidade de observar seu progresso Al m disso a produ o final o momento se assim se desejar para uma avalia o do tipo somativa DOLZ et al 2011 p 90 pois todas as etapas da SD foram acompanhadas pelo professor e a produ o final se caracteriza como o lugar de integra o dos saberes constru dos e de instrumentos apropriados CRISTOV O op cit p 311 Dessa forma poss vel realizar uma melhor an lise do progresso do aluno mesmo que 86 ele tenha tido melhor desempenho no processo de construg o do g nero do que no resultado final dele importante ressaltar que esses passos da SD propostos por Dolz et al 2011 foram fundamentais para a elabora o e aplica o das SDs Destaco agora como as discuss es e SDs produzidas no GEDLE tamb m contribu ram para esta pesquisa Cada encontro do GEDLE no qual discutimos as SDs e adaptamos a estrutura do modelo adotado pelo grupo serviu para fortalecer minhas reflex es antes e durante todo o processo de aplica o da proposta da pesquisa Aspectos como selecionar o g nero a ser trabalhado o cuidado em deixar evidente o contexto de produ o e uso e a constante avalia o do processo e dos alunos foram os que mais sobressa ram em minhas reflex es Esses asp
145. ess es dos alunos e da professora pesquisadora eles n o eram produzidos no momento da aplica o mas ap s esse momento Devido a isso foi preciso gravar algumas aulas em udio e v deo para que n o se perdessem informa es que pudessem ser importantes para este trabalho para saber mais sobre a semestralidade no DF Roteiro para discuss o de semestralidade 2013 Dispon vel em lt http www cre se df gov br ascom documentos curric_mov semestral 4ciclo pdf gt 101 Por falhas t cnicas e por falta de equipamentos nem todas as aulas foram gravadas Do total de nove aulas ministradas na turma A apenas tr s foram gravadas e das oito aulas ministradas na turma B apenas tr s foram gravadas No entanto esse fato n o gerou preju zo para a pesquisa pois conforme FLICK 2009 p 266 para chegar se o mais pr ximo poss vel da naturalidade da situa o recomenda se que o uso da tecnologia de grava o restrinja se coleta de dados necess ria quest o de pesquisa Embora tenha feito as grava es em algumas aulas n o as utilizei nas an lises porque o que estava relatado no DIPP foi suficiente para fazer as observa es e o conte do dos v deos repetia o que estava descrito nas anota es 3 7 5 Produ es dos alunos Neste trabalho foram aplicadas tr s SDs as quais geraram ao final da aplica o de cada uma a produ o de textos escritos e produ es orais v deos pelos alunos sendo que cada
146. esse espa o de aceita o m tua de confian a na aceita o da pr pria legitimidade no mbito relacional que n o se pede desculpas por quem se que passamos a respeitar a n s mesmos e assim respeitando o outro na d ade relacional MATURAMA e BLOCK 1996 p 69 71 viii RESUMO Devido necessidade de se pensar em pr ticas que possam gerar melhoria na qualidade de ensino de LE este trabalho tem como objetivo analisar o uso dos g neros discursivos nas aulas de Espanhol como LE no Ensino Regular de forma que essas aulas sejam cada vez mais dial gicas e discursivas capacitando os alunos a atuarem em a es de linguagem Este estudo foi realizado em sala de aula de espanhol e contou com a participa o de alunos de duas turmas do terceiro ano do Ensino M dio de uma escola p blica do Distrito Federal Adotando uma abordagem qualitativa FLICK 2009 de coleta e an lise de dados esta Pesquisa a o BARBIER 1985 2007 foi conduzida por interm dio da aplica o dos seguintes instrumentos de pesquisa di rio de itiner ncia dos participantes di rio de itiner ncia do professor pesquisador question rio inicial e produ o oral e escrita dos participantes Os dados gerados no 2 semestre de 2013 foram analisados luz das teorias sobre l ngua linguagem BAKHTIN 2006 2013 BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 BENVENISTE 2005 do ensino por meio de g neros discursivos BAKHTIN 2006 2013 BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 BAZ
147. est inserida Dessa forma uma pessoa que come a a estudar uma LE atuar em novos 72 discursos e por meio de seus discursos as identidades poder o ser ressignificadas Sobre esse aspecto para Mastrella de Andrade 2011 na l ngua que as identidades s o produzidas criadas Portanto se afirmarmos que fazer uso da l ngua significa agir ent o podemos pensar que as identidades s o produ es e constru es da l ngua situadas em um contexto s cio hist rico e cultural Assim o papel ntimo e crucial que a l ngua exerce na constru o das identidades que faz com que seja tamb m ntima a rela o entre identidades e LE Mastrella de Andrade 2011 p 236 Nas palavras da autora poss vel depreender uma rela o de identidades e o ensino de l nguas com as teorias do C rculo de Bakhtin pois reconhecer e respeitar a rela o entre identidade e o ensino de LE dar espa o ao dialogismo percebendo cada pessoa por meio dos aspectos pelos quais ela constitu da levando em considera o suas diferen as dificuldades e habilidades Outro aspecto relevante da rela o entre o ensino de LE e identidades que as escolhas de nossas m ltiplas identidades n o dependem de nossa vontade pois s o determinadas pelas pr ticas discursivas impregnadas pelo poder nas quais agimos embora possamos resistir a estas pr ticas MOITA LOPES 2002 Isso mostra que a constru o de uma identidade vai al m de nossas es
148. estiga o transdisciplinar de novas formas de pesquisa e de novos olhares sobre o que ci ncia MENEZES et al 2009 p 01 O car ter atual da LA apresentado pelos autores supracitados parece suscitar teorias que geram reflex es cada vez mais intensas principalmente dentro da acep o de como a l ngua gem tem influenciado a pesquisa e a pr tica de professores de l nguas dentro e fora da sala de aula Essa concep o de l ngua gem tamb m parece orientar e justificar a pr tica do professor de l nguas Junto a essa quest o deparamo nos com a necessidade de que os estudos dentro da LA possam responder s novas demandas sociais principalmente no que diz respeito ao uso da l ngua no processo de intera o Para discutir sobre esse posicionamento este estudo ap ia se fundamentalmente nos pressupostos te ricos dos fil sofos Bakhtin Voloshinov 1997 Bakhtin 2006 2013 com a teoria da discursividade a qual valoriza o uso pr tico e social da l ngua nos estudos de autores que escrevem sobre LA os quais interpretam as teorias de Bakhtin dentre eles Brait 2012 Faraco 2009 Cristov o 2009 e nos estudos do discurso realizados por Benveniste 2005 cuja pesquisa enfoca uma compara o da linguagem animal com a linguagem humana Ainda sobre as reflex es suscitadas pela LA ressalta se o car ter l quido da sociedade atual BAUMAN 1998 e por muitas vezes excludente Esses fatores t m inquietado o ensino de L ngu
149. etir que o falante n o parte das estruturas da l ngua quando vai interagir em a es discursivas na verdade o que mais interessa ao falante fazer uso da l ngua para suprir suas necessidades enunciativas trata se para ele de utilizar formas normativas num dado contexto concreto BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 92 Ainda apresentando caracter sticas do estruturalismo tamb m considerado como sincr nico essa teoria separa a l ngua da fala como apresentado no trecho a seguir Destaquemos esta tese fundamental de Saussure a l ngua se op e fala como o social ao individual A fala assim absolutamente individual BAKHTIN VOLOSHINOV 31 1997 p 87 A conclus o de Saussure pode ser o ponto crucial no que tange a diferen a entre o estruturalismo e as demais teorias pois ao fazer essa separa o n o se considera a l ngua em sua utilidade em seu uso pr tico uma vez que toda palavra est sempre carregada de um sentido ideol gico BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 por isso A l ngua no seu uso pr tico insepar vel de seu conte do ideol gico ou relativo vida BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 95 Os autores reiteram ainda que A significa o normativa da forma lingu stica s se deixa perceber nos momentos de conflito momentos rar ssimos e n o caracter sticos do uso da l ngua para o homem contempor neo eles est o quase exclusivamente associados express o escrita BAKHTIN VOLOCHINOV 1
150. exerc cios para conjugac o de verbos regulares e irregulares no imperativo afirmativo e negativo 202 AP NDICE G ATIVIDADE DE INTRODU O DO G NERO MANUAL DE CELULAR T p Universidade de Bras lia UnB w Instituto de Letras IL Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET Manual de usuario SAMSUNG GT I8160 Gu a de inicio r pido Uses lo software aprobado por Samsung El software pirata o ilegal puede causar da os o unfuncionamientoincorrecto que no est ncubiertos por lagarant adel fabricante Carga de labater a antes de utilizar el dispositivo por primera vez Puedecargarel dispositivo conelcargadorsuministrado o si loconecta al PC conuncable USB S lousecargadores y cablesaprobados por Samsung Los cargadores y loscables no autorizados pueden provocar laexplosi n de labater a y puedenda arel dispositivo Cargarconuncargador 1 Conecteel extremo peque odelcargador a la toma multifunci n La conexi nincorrectadelcargadorpuede causar s rios da os al dispositivo La garant a no cubreda os causados por el uso inadecuado 2 Conecte el extremo grande delcargadoren una toma de corriente e Puede utilizar el dispositivo mientras se est cargando pero puede demorar m s encargarse por completo Cuandolabater aest totalmente cargada desconecte elcargadordel dispositivo y luego de la toma de corriente No quitelabater a antes de desconectar elcargador Si lohace puededa
151. formas pessoais dos verbos sint ticos diversos padr es e modifica es de ora es Entretanto eles s atingem direcionamento real no todo de um enunciado concreto BAKHTIN VOLOSHINOV 2006 p 306 Analisando as caracter sticas das duas orienta es Bakhtin Voloshinov concluem que nem o subjetivismo idealista nem o objetivismo abstrato apresentam teorias suficientes para lidar com os aspectos m ltiplos da linguagem Para complementar e fortalecer essa teoria antes de abordar os fundamentos que justificam essa conclus o dos autores destaco a explica o das diferen as na linguagem humana e animal de Benveniste 2005 para que se torne ainda mais fundamentada a nossa op o ao definir l ngua gem Utilizando o exemplo das abelhas Benveniste 2005 explicou como funciona a linguagem humana e porque ela t o espec fica e importante De acordo com o lingu stica as abelhas mostram se capazes de produzir e de compreender uma verdadeira mensagem BENVENISTE 2005 p 65 de forma que as mensagens de umas abelhas geram uma certa conduta das demais abelhas e n o uma resposta O autor afirma tamb m que as abelhas n o conhecem o di logo que este uma condi o da linguagem humana Falamos com outros que falam essa a realidade humana BENVENISTE 2005 op cit Dessa forma entre os animais existe uma comunica o e entre os seres humanos existe uma linguagem pois os seres humanos reagem a est mulos influenci
152. gua na intera o Ao apresentar as respostas remetidas as perguntas orientadoras desta pesquisa considero gratificante n o apenas apresentar aqui que os objetivos propostos foram alcan ados mas tamb m que os pr prios alunos participantes desta pesquisa perceberam como se deu todo o seu processo de aprendizagem e mais ainda perceberam que eram capazes de atuar agentivamente em uma nova l ngua 5 2 Implica es dos resultados da pesquisa Observo como contribui es te ricas trazidas pelo aprofundamento no que concerne aos construtos sobre g neros discursivos multiletramentos e novas tecnologias o que possibilitou estudos e reflex es que ultrapassam o tempo destinado a realiza o dessa pesquisa Como contribui es pr ticas a descri o das atividades propostas e o resultado do que fora produzido pelos alunos poder o encorajar outras pr ticas em ambientes de LE n o apenas nas escolas p blicas mas em outros contextos Considero positivos os resultados aqui observados pois existem questionamentos sobre possibilidade de aprender uma LE na escola al m disso o pouco espa o para a carga hor ria de LE pode fazer com que n s professores n o nos permitamos arriscar nossa pr tica em metodologias e abordagens como as que foram aplicadas uma vez que para trabalh las preciso que se dedique tempo para leitura e produ o de material Considero ainda que as SDs trabalhadas podem realizar mais di logo com o letramento cr
153. i um dos motivos pelos quais os alunos a escolheram al m de a considerarem divertida 21 Os v deos selecionados para an lise neste t pico podem ser consultados no anexo 05 mantendo o sigilo da identidade dos participantes tendo seus rostos desfocados 177 QUADRO 68 Trecho do DIP da 3 SD 3 A Fonte dados da pesquisa O v deo referente m sica Color Esperanza foi gravado pelos participantes Nathy Dete Paty Jeanzito Soraya Neguinho Jhonin Pedrito Kelly Kel O grupo contou com o acompanhamento do viol o e foi liderado pela participante Nathy O envolvimento dos alunos nessa atividade foi significativo embora apenas duas equipes dessa turma tenham feito o que fora proposto Na turma B as participantes Make e Florzinha escolheram a m sica Por amor l muri por ti de Aline Barros Elas contaram com a colabora o de dois amigos que n o eram da escola A m sica Color esperanza de Diego Torres tamb m foi escolhida pelas participantes Lindinha Pretinha e Gracinha A m sica Gl ria de Mart n Valverde foi escolhida por Gord o e Yay e a m sica Bendita tu luz interpretada pelo grupo Man foi escolhida por Neg o Luluzinha Pa oca Layd e Todynho Os participantes ficaram um pouco t midos durante a grava o mas todos cantaram cada um do seu jeito Cada v deo dessa turma teve dura o de dois a quatro minutos Os alunos consideraram a pr tica positiva como poss vel perc
154. ia de um descompasso entre 0 dizer e o fazer Dispon vel em lt http espanholdobrasil wordpress com 2009 08 27 aleil 1 161asorientacoescurricul ares e as politicas publicas de formacao de professores a historia de um descompasso entre o dizer e o fazer gt Acesso em 20 Ago 2014 GOULART C Letramentos e novas tecnologias quest o para a pr tica pedag gica In COSCARELLI Carla RIBEIRO Ana Letramento digital aspectos sociais e possibilidades pedag gicas 2 Edic o Belo horizonte Ceale Autentica 2007 p 41 58 IRALA Valesca Brasil Construc o de identidade e discurso implicac es no ensino aprendizagem de l ngua espanhola Cole o Explorando o ensino Espanhol v 6p 175 190 Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica 2010 190 KLEIMAN A B Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a pr tica social da escrita Campinas SP Mercado de Letras 1995 LAGO Neuda Alves Me Myself and you autoestima e aprendizagem de l nguas In MASTRELLA DE ANDRADE org Afetividade e Emo es no Ensino A prendizagem de L nguas m ltiplos olhares Campinas Pontes 2011 p 49 88 LEFFA V J O ensino do ingl s no futuro da dicotomia para a converg ncia In STEVENS Cristina Maria Teixeira CUNHA Maria Jandyra Cavalcanti Caminhos e colheita ensino e pesquisa na rea de ingl s no Brasil Bras lia Editora UnB 2003 p 225 250 LEFFA V J Identidade e ap
155. ia sido seu processo de aprendizagem Essa folha foi recolhida na ltima aula da aplica o Produc o inicial A primeira frase do relato seria baseada na letra da m sica que ouvimos e interpretamos Essa produg o iniciou se na sala de aula mas foi conclu da pelos alunos em casa Levando em considera o que as aulas eram ministradas semanalmente sugeri que a postagem dos relatos fosse feita no Facebook antes da aula seguinte quando ent o seria realizada a corre o dos relatos Dessa vez a maioria dos erros tinham sido de transforma o dos discursos direto em indireto Considero os relatos que os alunos postaram na comunidade do Facebook como primeira produ o pois as que foram produzidas na sala de aula n o foram reescritas Elas foram utilizadas apenas como primeiro exerc cio para que os alunos tivessem mais contato com esse g nero QUADRO 32 Trecho do DIP da 3 SD 3 A Fonte dados de pesquisa M dulos O m dulo nesta aplica o aconteceu efetivamente pela internet na comunidade do Facebook A corre o individual dos relatos e das m sicas era realizada medida que os alunos iam postando Para auxili los eu realizei coment rios e corre es utilizando me da l ngua espanhola e postei na p gina do Facebook Assim tamb m medida que alguns postavam outros tamb m se arriscavam a comentar em portugu s alguns misturavam portugu s com espanhol outros s curtiam 121 Observando como
156. ial de cada g nero e por conseguinte as ideologias sociais pelas quais perpassava Tiveram ainda que analisar como cada g nero era estruturado para s ent o recri lo As novas tecnologias por sua vez al m de possibilitarem a inclus o dos alunos no uso consciente e cr tico das ferramentas virtuais aproximaram a aula de espanhol como LE da vida pr tica dos alunos Como resultado desse elo os multiletramentos foram explorados tanto no uso dos g neros quanto das novas tecnologias pois os diversos letramentos que permeavam as aplica es de SD possibilitaram diferentes an lises e discuss es da vida social garantindo a produ o do pensamento cr tico entre os alunos 3 Em que medida as a es de linguagem s o norteadoras do ensino aprendizagem de LE de forma que ocorra a apropria o da nova l ngua Atuar em a es reais de linguagem orientadas e estruturadas por meio dos g neros discursivos utilizados nesta pesquisa possibilitou aos participantes um contato com a vida social na qual usaram a l ngua espanhola Dessa forma por meio delas os aprendizes interagiram escreveram falaram e se apropriam dos elementos discursivos dos g neros das caracter sticas sociais e dos diversos aspectos que permeiam os 183 discursos na l ngua alvo Sendo assim as a es de linguagem possibilitaram nesta pesquisa a aprendizagem da l ngua n o apenas explicando os termos e estruturas que a comp em mas tamb m agindo e usando a l n
157. idades dos sujeitos envolvidos nesta pesquisa Para que a compreens o das marcas identit rias durante a aplica o desta pesquisa seja aqui percebida apresent las ei detalhadamente como se deu em cada sess o SD aplicada Na SD dos Cart es Comemorativos foi poss vel perceber as primeiras rea es dos participantes quanto ao desenvolvimento das aulas Eles sentiram se engajados na atividade por terem visto a produ o pr xima da pr tica o que significa que o fato de que em algum momento necessitaremos enviar mensagens com votos para amigos familiares ou colegas e mesmo que essa pr tica atualmente seja feita n o por meio de cart es escritos mas por meios virtuais trabalhar com esse g nero foi til para praticar a l ngua espanhola No quadro a seguir poss vel observar como os alunos relataram suas percep es QUADRO 36 Trechos do DIP da 1 SD Neg o 3 B De participar de poder falar e entender na pr tica a l ngua Neg o 3 B Para mim acredito que a pr tica sempre til falar dialogar em espanhol foi muito importante 129 Kelly Kel 3 A n s pensamos e praticamos Fonte dados da pesquisa A percep o dos alunos principalmente no primeiro relato de Neg o 3 B leva me a refletir que eles reconheceram a import ncia de aprender na pr tica e sendo essa pr tica t o importante o fato de considerar a l ngua apenas pela concep o estruturalista pode n o oportunizar aos aprendiz
158. ifica as media es entre o sujeito e o objeto de conhecimento BARBIER 1985 79 p 54 J o retorno simult neo acontece quando avaliamos cada a o aplicada na pesquisa No cap tulo das an lises dos dados ser poss vel observar que o retorno neste estudo aconteceu a cada aplica o pois as minhas reflex es enquanto professora pesquisadora e as reflex es dos alunos ao avaliarem cada aplica o contribu ram para reformula es das atividades aplicadas na sequ ncia das aulas Buscou se por esta pesquisa seguir o modelo qualitativo interpretativista de natureza hol stica baseando se tanto nos autores mencionados quanto nas minhas interpreta es e percep es enquanto pesquisadora participante Antes de tratar do modelo seguido por esta pesquisa importante apresentar a compara o entre a pesquisa objetivista e a interpretativista feita por Moita Lopes como poss vel observar abaixo Na vis o positivista as vari veis do mundo social s o pass veis de padroniza o podendo portanto ser tratadas estatisticamente para gerar generaliza es J na vis o interpretativista os m ltiplos significados que constituem as realidades s s o passiveis de interpreta o o fator qualitativo e particular que interessa MOITA LOPES 1994 P 332 Nessa compara o o autor demonstrou que a pesquisa interpretativista considera aspectos que s o significativos e coerentes para uma pesquisa em LA Outro aspecto
159. inha palavra porque uma vez que eu opero com ela em uma situa o determinada com uma inten o discursiva determinada ela j est compenetrada da minha express o BAKHTIN 2006 p 294 Ao analisar a explica o de Bakhtin 2006 percebo que sua afirma o de n o haver um nico aspecto para a palavra fortalece a teoria de que n o parece ser coerente explorar o ensino de uma l ngua apenas por suas estruturas pois a concep o de l ngua considerada exclusivamente como estrutura separando a da linguagem e desconsiderando as influ ncias hist ricas e sociais n o atendem grande demanda da intera o verbal portanto tamb m isoladamente n o atender s necessidades do novo falante de um idioma que precisar atuar em diversos discursos Dessa forma a palavra exerce papel importante nesse jogo da enuncia o uma vez que ela pode sofrer in meras altera es de sentido mesmo sendo estruturalmente a mesma Ainda conceituando a palavra para que n o se tenha d vidas quanto ao seu papel na enuncia o Bakhtin 2006 na cita o abaixo relata o que pode e n o pode acontecer com a palavra do falante A palavra em geral qualquer signo interindividual Tudo o que dito o que expresso se encontra fora da alma do falante n o pertence apenas a ele A palavra n o pode ser entregue apenas ao falante O autor falante tem os seus direitos inalien veis sobre a palavra mas o ouvinte tamb m tem seus direitos
160. ito entender a mensagem da m sica pode t los feito perceber que poss vel compreender uma can o cantada em LE em diferentes ritmos Entretanto mesmo utilizando m sica na aula nem sempre conseguimos agradar a todos Outro fator importante a ser considerado deve se ao fato de que durante a aplica o desta SD referente ao Relato de M sica alguns alunos n o gostaram da m sica e reclamaram do ritmo conforme pode ser observado pelo quadro 48 148 QUADRO 48 Trechos do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa Pelo fato de a banda Amaral ser uma banda de rock da Espanha para alguns alunos o ritmo da m sica apresentada era considerado r pido Isso gerou dificuldade de compreens o mesmo que a letra da m sica tenha sido disponibilizada Esse tipo de dificuldade fez com que os alunos n o se identificassem e n o sentissem agrado pela m sica o que gerou ansiedade e inseguran a no processo de aprendizagem REVUZ 1998 Essas rea es podem ter comprometido as demais atividades propostas para essa SD Ap s essa primeira atividade de escuta e interpreta o da m sica os alunos come aram a construir seus relatos sobre ela em sala de aula Em seguida como tarefa de casa os alunos tiveram que escolher um v deo musical que deveria ser retirado do You Tube e por meio dele elaborar seu relato Nesse relato os alunos precisariam justificar porque escolheram a m sica e tamb m destacar uma frase que fundamentasse essa justific
161. itos de que os termos l ngua gem n o se excluem antes se complementam e de que dessa forma ensinar uma l ngua por meio exclusivo dos aspectos estruturais n o forma aprendizes atuantes no idioma estudado e ainda que os g neros discursivos s o nossos aliados para que o ensino de LE seja mais efetivo e se consiga oportunizar a atua o na l ngua Destacarei no pr ximo t pico as teorias que explicam como os g neros discursivos podem trazer essa contribui o para o ensino aprendizagem de l nguas 2 2 G neros discursivos no ensino de LE V rios estudos investigam maneiras de se ensinar uma LE nas escolas p blicas de forma que esse processo se d de forma efetiva Concomitante a essas investiga es muito se tem ouvido que em escola p blica n o se aprende LE por isso antes de fazermos qualquer investiga o a respeito de abordagens e metodologias primordial que repensemos qual o papel do ensino de LE nas escolas de Ensino B sico 3 y 24 Nessa obra Bakhtin descreve uma de suas aulas de l ngua russa no Ensino M dio 42 Documentos oficias como as OCEMs Orienta es Curriculares do Ensino M dio esclarecem que o papel do ensino de LE na escola de Ensino B sico vai muito al m de meramente capacitar o aprendiz a usar uma determinada l ngua estrangeira para fins comunicativos OCEMS 2006 p 92 Dessa forma o ensino de LE n o pode ser compreendido apenas como um suporte para a comunica o preci
162. itua o n o desemboca necessariamente em uma produ o inicial completa Somente a produ o final constitui bem frequentemente a situa o real em toda sua riqueza e complexidade A esse respeito vale ressaltar que neste estudo o processo considerado mais significativo do que o produto Acrescento aos construtos dos autores acima citados a relev ncia de o professor ter claramente definido o objetivo de trabalhar o g nero selecionado pois isso tamb m pode contribuir para motivar aos alunos que no primeiro momento podem n o considerar o g nero como algo necess rio para a aula Por m se o professor tiver seus objetivos delimitados poder explorar desde o in cio da aplica o os aspectos sociais do g nero os quais poder o representar um recurso importante para esses alunos e a partir disso suscitar nesses alunos a motiva o Neste sentido explicita se a import ncia de se explorar detalhadamente a primeira etapa da SD para que todos os passos sejam compreendidos pelos alunos para que eles tenham suporte para se apoiarem e vejam sentido nas demais atividades Levo a discuss o agora para as observa es a respeito da segunda etapa da SD a produ o inicial A esse respeito Dolz et al 2011 consideram que a produ o inicial pode motivar a sequ ncia de atividades e os alunos pois os encaminhamentos da SD n o p em os alunos em situa o de insucesso os autores relatam ainda que cada aluno consegue pelo menos
163. ity and Educational Change Harlow England Pearson Education 2000 apud MASTRELLA M R Falar fazer sentir vir a ser Ansiedade e identidade no processo de aprendizagem de LE In MASTRELLA M R Org Afetividade e emo o no ensino aprendizagem de l nguas m ltiplos olhares Campinas SP Pontes 2011 p 17 48 PEREIRA J T Educa o e Sociedade da informa o in COSCARELLI Carla RIBEIRO Ana Letramentodigital aspectos sociais e possibilidades pedag gicas 2 Edica o Belo horizonte Ceale Autentica 2007 P 13 24 PERRENOUD P Dez novas compet ncias para ensinar Trad Patr cia Chittoni Ramos Porto Alegre Artes M dicas Sul 2000 PINTO Abu ndia Padilha G neros discursivos e ensino de L ngua Inglesa In DION SIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Orgs G neros textuais e ensino Par bola S o Paulo p 51 62 2010 RAJAGOPALAN K Por uma lingu stica cr tica linguagem identidade e a quest o tica 3 ed S o Paulo Par bola Editorial 2003 REVUZ C A l ngua estrangeira entre o desejo de um lugar e o risco do ex lio In SIGNORINI I Org L ngua gem e Identidade elementos para uma discuss o no campo aplicado Campinas SP Mercado de Letras 1998 RIBEIRO O J Educa o e novas tecnologuas um olhar para al m da t cnica In COSCARELLI Carla RIBEIRO Ana Letramento digital aspectos sociais e 192 possibilidades pedag gicas 2 Edicac o Belo horizonte Ceale Autentica
164. l mejor destino y tu felicidad mi mayor deseo En el d a de las Madres quiero felicitarte especialmente Que tu vida sea instrumento til Ef las porque eres una de las mam s V meme me 207 ANEXO 02 DI RIOSDE ITINER NCIA DOS PARTICPANTES Universidade de Brasilia UnB Instituto de Letras IL Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET 208 ANEXO 03 PRODU ES DOS ALUNOS CART ES DE VOTOS TRADU O o Er Universidade de Brasilia UnB W P A Instituto de Letras IL o Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET 3 A Kathleen Boa viagem Que voc tenha uma boa viagem para Argentina Se poss vel traga um presente para mim Derson Feliz anivers rio Desfruta deste dia para aproveitar as coisas boas que te fazem feliz Dete Quero desejar a ti um timo dia que possas passar muitos dele conosco Shiper Feliz Ano Novo Neste novo ano seja feliz em seus sonhos e busque a felicidade 3 B Ava Que tua vida seja cheia de coisas boas e que tu tenhas muitas felicidades Que deus te aben oe Mary Hoje teu dia especial Muito melhor que ontem e amanh para uma aprendizagem Hoje tens a oportunidade de fazer as coisas de maneira diferente e desfrutar das melhores coisas que a vida te d Que tenhas um dia maravilhoso Jasmin Que seu dia seja cheio de b n os Dhih Feliz dia dos namorados
165. la n o vai tomar o lugar do professor nem vai fazer m gica na educa o Veja bem o computador uma m quina muito bacana mas n o faz nada sozinho preciso que o professor conhe a os recursos que ele oferece e crie formas interessantes de us las COSCARELLI 2007 p 25 Ainda abordando o processo de inclus o nas TICs vale ressaltar que Para alguns estudiosos a inclus o um processo em que uma pessoa ou grupo de pessoas passa a participar dos usos e costumes de outro grupo passando a ter os mesmos direitos e os mesmos deveres dos j participantes daquele grupo em que est se incluindo PEREIRA 2007 p 15 A inclus o ocorre n o apenas ao usar as TICs mas ao abord las com base no letramento cr tico oportunizando ao aluno o saber atuar nas linguagens ao utilizar as novas tecnologias como orientado na cita o abaixo O projeto de letramento pode coadunar se com a proposta de inclus o digital e social e atender a um prop sito educacional pois possibilita o desenvolvimento do senso de cidadania O projeto prev trabalhar a linguagem em l ngua materna e em l nguas estrangeiras desenvolvendo os modos culturais dever descrever explicar OCEM 2006 p 98 Dessa forma considero que o processo de inclus o social tamb m deve abarcar a inser o de alunos da Educa o B sica nas pr ticas discursivas possibilitadas pela tecnologia digital importante que a escola professores e alunos reconhe am
166. las fontes de linguagem bem como ser capaz de produzir mensagens incorporando m ltiplas fontes de linguagem DION SIO 2011 p 137 138 Com base no que fora apresentado pelos autores supramencionados observa se que o conceito de letramento vai al m de leitura e escrita pois se aprofunda nas 57 quest es de compreens o e utiliza o de uma comunica o que deve abranger diversos recursos e c digos lingu sticos e que se relaciona com o meio social enquanto que o alfabetismo se preocupa com a aquisi o do c digo da l ngua Relativo ao termo letramento as OCEMs ainda nos dizem que No uso da linguagem em comunidades de pr tica muito comum que esse uso seja composto por conjuntos complexos de habilidades antes isoladas e chamadas de leitura escrita fala e compreens o oral Levando isso em conta passa se a preferir o uso do termo letramento para se referir aos usos heterog neos da linguagem nas quais formas de leitura interagem com formas de escrita em pr ticas socioculturais contextualizadas OCEMs 2006 p 106 Corroborando o que explicado pelas OCEMs o termo letramento tem rela o com as teorias bakhtinianas uma vez que considera que o aprendizado ocorre dentro das rela es sociais ou seja no mbito de uso da l ngua nos meandros de todos os aspectos que a pr tica requer Acerca desses aspectos os quais surgem na pr tica da linguagem as OCEMSs lembram que
167. lidade por esses discursos Sobre esse aspecto os 29 autores apontam explica es relevantes vejamos a primeira A personalidade individual t o socialmente estruturada como a atividade mental de tipo coletivista a explicita o ideol gica de uma situa o econ mica complexa e est vel projeta se na alma individual BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 117 poss vel perceber nessa cita o que embora cada falante tenha sua linguagem pr pria sua enuncia o ela n o individual mas mesclada de fen menos que emergem do contato social Por isso essa teoria n o contempla todos os aspectos da l ngua pois para que ela tenha vida preciso que seja utilizada e para que se utilize a l ngua se faz o contato com os outros falantes no meio social voltarei a mencionar esse aspecto mais adiante A segunda orienta o te rica apresentada na obra foi o objetivismo abstrato Sobre essa teoria os autores apontam as seguintes caracter sticas 1 A l ngua um sistema est vel imut vel de formas lingu sticas submetidas a uma norma fornecida tal qual consci ncia individual e perempt ria para esta 2 As leis da l ngua s o essencialmente leis lingu sticas espec ficas que estabelecem liga es entre os signos lingu sticos no interior de um sistema fechado Estas leis s o objetivas relativamente a toda consci ncia subjetiva BGAHKTIN VOLOSHINOV 1997 p 82 As frases citadas acima demonstram que apenas o
168. lingu stica determinados pelos par metros da situa o de enuncia o __ sem a pretens o de esgotar a descrig o dos aspectos lingu sticos ou textuais mas apenas ressaltando as marcas lingu sticas que decorreriam de produziam significa es e temas relevantes no discurso ROJO 2012 p 186 Como apresentado nas observac es de Rojo 2012 essas nomenclaturas correspondem a diferentes teorias que geram abordagens distintas na pr tica em sala de aula Ao optar por g neros textuais o pesquisador acredita e defende a teoria de que o g nero deve ser trabalhado em sala de aula contemplando todos os seus aspectos composicionais para que os alunos aprendam a ler interpretar e escrever utilizando se de v rios g neros Ao passo que ao optar por g neros discursivos o pesquisador defende a ideia bakhtiniana de que os g neros discursivos medeiam nossos discursos Dessa forma os g neros devem ser trabalhados em sala de aula de maneira a levar os alunos a se apropriarem de cada g nero para que possam atuar cotidianamente de maneira cr tico reflexiva levando em conta a linguagem e contexto social de atua o abordada em cada g nero Isso tamb m foi considerado por Motta Roth 2011 como explicitado abaixo Al m do texto isto fun es formas conte dos caracter sticos dos enunciados espec ficos o analista de g neros precisa do contexto da situa o recorrente na qual um g nero est constitu do numa dada cultura
169. lise de material did tico Perguntas para avalia o e ou produ o de SD H inserc o de atividades que instrumentalizem o aluno para agir com a l ngua em determinada situa o H atividades que se voltam para formar o aluno como respons vel por este agir H preocupa o em esgotar o g nero H preocupa o em abordar o que necess rio para que o objetivo estabelecido seja alcan ado A progress o das atividades faz uso das informa es e conhecimentos das diferentes capacidades de linguagem incluindo nelas o sistema da l ngua As atividades s o propostas de maneira fragmentada A an lise do contexto de produ o proposta como constitutiva da produ o de sentido tanto no processo de compreens o e interpreta o quanto no de produ o As especificidades do contexto de aprendizagem s o consideradas para a quest o da instrumentaliza o ling stica As especificidades do contexto de aprendizagem s o consideradas para a participa o ativa da LE no processo de forma o dos alunos A sele o dos textos vai ao encontro dos objetivos Os textos t m relev ncia para o contexto de uso do material H uso de linguagem verbal e n o verbal tanto nos textos selecionados quanto nas atividades e enunciados adequadas e significativas para o aluno H reprodu o de alguns estere tipos por meio dos textos selecionados H inser o de atividades reflexivas As atividades com g neros diferentes
170. lmente 4 satisfatoriamente 5 sim CRISTOV O 2009 p 338 339 A an lise sugerida por Cristov o permitiu que ap s a aplica o desta pesquisa eu pudesse avaliar as SDs aplicadas pois a reflex o deve acompanhar a nossa pr tica em todos os momentos desde a prepara o do material e planejamento das aulas conclus o das atividades Os aspectos contemplados nessa an lise permitem que sejam avaliados se os objetivos da SD forma atingidos se a SD cumpriu seu papel de mediadora e se a abordagem foi realizada com base em g neros As SDs produzidas para a realiza o desta pesquisa cf ap ndices D F e H contemplaram o que prev o aporte te rico aqui apresentado No final deste cap tulo apresento a descri o da aplica o de cada uma delas 3 4 Cen rio da pesquisa A P A aqui mencionada foi realizada em uma escola CED Centro Educacional da Rede P blica de Ensino do Distrito Federal em duas turmas de 3 Ano do Ensino M dio durante algumas aulas no 2 semestre de 2013 cf quadro IV Optei por essas turmas porque era o ltimo ano que os alunos estariam nesta escola e como estudaram a l ngua espanhola desde o 1 ano do Ensino M dio poderiam avaliar melhor as mudan as adotadas nas aulas de espanhol Na turma 3 A havia 29 alunos e na turma 3 B havia 33 alunos Todos participaram das atividades da pesquisa mas para an lise selecionei os dados que considerei pertinentes para que fosse poss vel
171. lo fato de eles n o terem conseguido entender a quest o relacionada flex o verbal apresentei v rios exemplos na l ngua portuguesa para depois explicar como isso funcionava na l ngua espanhola Como a regra do discurso indireto do espanhol densa me detive apenas s mudan as mais corriqueiras como por exemplo mencionei os tempos verbais que mais apareciam nas m sicas Os alunos receberam tamb m uma folha com explica es e exemplos das regras do discurso indireto para que eles pudessem consultar Depois de trabalharmos a estrutura e os aspectos lingu sticos dos relatos da m sica os alunos come aram a realizar a produ o inicial ou seja a primeira vers o do relato Avisei lhes que durante alguns dias teriam que escolher uma m sica na l ngua espanhola retirada do You Tube e que depois teriam que fazer um relato em espanhol com sua opini o sobre a m sica justificando com um trecho A princ pio pensei que o prazo para a realiza o dessa atividade deveria ser de uma semana mas depois tive que prorrogar o tempo para que todos pudessem participar Os alunos receberam uma folha que seria o di rio do participante junto com o material mencionado O material referente produ o requerida pela aula foi divido por t picos ou seja para cada atividade desenvolvida nessa aplica o havia um campo espec fico a ser preenchido com observa es dos alunos Assim eles poderiam avaliar 120 ao final de cada atividade como ter
172. lse tire toque desmarque e clique Cada um desses verbos configuram orienta es ou seja est o no imperativo o que faz com que observemos a tentativa de apropria o dos alunos por esse recurso lingu stico ao criar as frases 166 Comparando o texto escrito do manual com a produ o do v deo dessa equipe percebi que os alunos que montaram o v deo na mesma ordem em que foi produzida a escrita que utilizaram as mesmas frases Isso nos leva a pensar que produzir as frases anteriormente e submet las a correc es serviu com aux lio aos alunos para que realizassem a produ o oral dando lhes mais seguran a O grupo mencionado optou pela exposi o apenas das vozes de seus componentes Nesse v deo cuja edi o se apresentou bastante criativa um aparelho de celular foi apresentado em l ngua espanhola O v deo foi constru do da seguinte forma a abertura se deu com o toque de uma m sica Durante o toque da m sica mostrou se o celular ao fundo e as frases constru das apareciam na tela em sequ ncia dos passos a serem seguidos medida que as instru es eram dadas oralmente O segundo manual escolhido para esta an lise foi criado pelos participantes Pa oca Goiabinha Luluzinha e Neg o da turma 3 B e tratou de algumas precau es de seguran a a serem tomadas ao se utilizar o celular O aparelho escolhido foi o Samsung GT S3350 Da mesma forma que o grupo mencionado anteriormente esse grupo optou por montar manual e
173. m muitas dificuldades para produzir seus relatos isso foi apresentado por eles nos DIPs conforme destaco a seguir QUADRO 67 Trecho do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa O participante Neg o reconhece que teve dificuldades e medo de errar mas conclui que foi bem porque tentou praticou a l ngua mesmo apresentando erros A esse respeito Brown 1994 apud Figueiredo 2011 considera que a capacidade de correr riscos uma caracter stica importante para um aprendiz bem sucedido Mesmo n o cumprindo com todas as orienta es propostas para essa atividade e apresentando problemas considero que o resultado da produ o das frases dos relatos foi positivo pois os alunos produziram tentaram e fizeram Para concluir as an lises das produ es realizadas pelos alunos apresentarei o produto final do v deo clipe ap s postagem dos relatos na comunidade do Facebook Relembro que de cinco equipes de cada turma na turma A apenas duas realizaram a produ o e postagem do v deo enquanto que na turma B quatro equipes o realizaram Na turma A as m sicas escolhidas foram La bamba interpretada por Ritchie Valens e Color Esperanza de Diego Torres A equipe era composta pelos participantes Alfa Beta Gama Zeta Jacob Yokoma e Iran que utilizou um viol o e cantou junto toda a m sica Para a grava o do v deo o grupo apresentou tamb m uma coreografia De acordo com grupo a m sica La Bamba f cil e esse fo
174. m oito passos instru es que continham informa es sobre precau o a acidentes Para cada instru o havia uma imagem correspondente que fora usada como suporte da orienta o Isso nos remete ao que fora discutido pelos alunos durante a apresenta o da situa o pela qual os manuais deveriam conter mais ilustra es E poss vel observar as frases constru das por essa equipe no quadro abaixo QUADRO 60 Texto do manual produzido na 2 SD Fonte dados da pesquisa 19 4 x Pad e P Pe Os v deos escolhidos para serem analisados neste t pico est o dispon veis no anexo 5 preservando a identidade dos participantes tendo seus rostos desfocados 167 FIGURA 4 Manual produzido por alunos do 3 B Fonte dados da pesquisa 168 Ao produzir o v deo instrucional a partir da produ o escrita essa equipe foi muito criativa pois cada instrug o teve uma cena espec fica Ao instruir o usu rio a n o usar O aparelho com as m os molhadas uma imagem mostrava um aluno enxugando as m os outra cena mostrava uma aluna falando ao celular sob a chuva outra mostrava um aluno na cozinha de sua casa usando o microondas e colocando o aparelho sobre ele causando assim uma explos o Essa ltima cena foi incrementada com efeitos sonoros Por ltimo o v deo apresentava uma aluna tirando o celular da bolsa que estava cheia de metais Neste momento do v deo os alunos satirizaram a situac o mostrando que
175. m que se vive pois os signos n o apenas apresentam sentidos individualmente para cada falante mas os sentidos dos signos s o constru dos a partir de cada rela o social que se estabelecem como sistemas ideol gicos constitu dos a partir da moral social da ci ncia da arte e da religi o e cristalizam se a partir da ideologia do cotidiano exercendo por sua vez sobre esta em retorno uma forte influ ncia e d o assim normalmente o tom a essa ideologia BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 119 Portanto a ideologia que expressa nos discursos pode aparecer imbu da de transpar ncia ou camuflada em palavras que precisam ser interpretadas de forma mais aprofundada como por exemplo as propagandas que s o fortemente veiculadas nos meios sociais Pode se considerar dessa forma a ideologia como cambiante porque a palavra como fen meno ideol gico por excel ncia est em evolu o constante reflete fielmente todas as mudan as e altera es sociais O destino da palavra o da sociedade que fala BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 194 Dessa vez estabelecendo rela o entre palavra e ideologia apresento as concep es de Stella 2012 que trata essa rela o com clareza ao mencionar no trecho abaixo o processo o qual o falante percorre ao dar vida palavra 38 O falante ao dar vida palavra com sua entona o dialoga diretamente com os valores da sociedade expressando seu ponto de vista em rela o a esses valore
176. ma ana es un nuevo d a Ava Marcela Gandara Esta es mi canci n es perfecta ella habla del amor Pensaba em ti que Jes s tiene para nosotros se aprecia el amor que tiene por nosotros ella dice Quiero esta canci n para ti mi amor es de las m s bellas y tambi n gracias por la misericordia l tiene para nosotros Me encanta esta canci n as que eleg Thor Si t eres joven a n Me decid a publicar una canci n humor stica y M sica da S rie saben muy bien que recuerda mucho a mi infancia Chaves Que dice que cada persona debe ser feliz no importa la edad Vivir con alegr a como un ni o Fonte dados da pesquisa 174 Cada participante ao escolher a m sica preocupou se em escolher a que o identificasse ou que tivesse relag o com sua vida Percebi que os participantes n o escolheram m sicas das quais n o gostavam poderiam ter feito isso para relatar alguma cr tica mas n o o fizeram Os que postaram m sicas rom nticas n o justificaram claramente sua escolha mas deixaram transparecer o gosto por esse g nero como pode ser observado nos relatos das participantes Mary e Goiabinha Outro g nero musical apresentado foi o religioso escolhido pela participante Luluzinha Note se que esses dois relatos foram maiores do que os outros isso nos chama a atenc o porque mesmo que a escrita seja uma atividade na qual os participantes apresentaram muita dificuldade v se que eles investiram para expressar
177. memorativo mesmo depois da leitura interpreta o oral e produ o das frases no quadro Percebi tamb m que a turma B ficou prejudicada por n o criar as frases junto comigo Essa situa o me inquietou e fiquei atenta quanto ao ocorrido para que n o acontecesse novamente durante a segunda aplica o Mesmo que os alunos tenham apresentado dificuldade nesta produ o pude perceber que esta era uma oportunidade de muita aprendizagem pois eles estavam participando de uma a o de linguagem escrita real Ainda que a finalidade de produzir os cart es n o fosse o envio a atividade propiciou aos alunos pensarem na proposta simulando uma situa o que uma pessoa real vivencia Por m ressalto que ap s essa sess o considero que essa ideia deve ser repensada pois como ser apresentado na an lise de dados os alunos tiveram dificuldades para iniciar a produ o das frases e isso pode ter sido agravado pelo fato de n o terem um receptor definido Ainda que hoje em dia n o enviemos mais cart es de papel a proposta se aplica a outros contextos de uso como por exemplo o cart o que acompanha um presente ou um buqu de rosas Al m disso essa atividade deu aos alunos a oportunidade de aumentar o vocabul rio e praticar os recursos lingu sticos como a conjuga o verbal principalmente no presente do subjuntivo uso da exclama o e tratamento formal ou informal 108 Alguns alunos tamb m perceberam os benef cios dessa atividade
178. mos a l ngua N o pouca aula pouco tempo fazendo com que tenhamos pouca intera o com a l ngua pouco conhecimento Sim se o professor for bom aprendemos Sim porque at hoje tive excelentes professores capacitados e depende do interesse do aluno Fonte dados da pesquisa H nessas respostas uma caracter stica muito importante e de certa forma preocupante Trata se da afirma o pela qual os participantes dizem n o acreditar que seja poss vel aprender LE na escola p blica Tal afirma o nos leva a questionar porque h esse descr dito Imaginamos n o ser por acaso a men o ao fato questionado uma vez que os alunos apresentaram justificativas que argumentam em favor do que fora mencionado Tais justificativas devem ser analisadas para que esse problema seja resolvido Ao preparar cada SD aplicada nesta pesquisa levei em considera o as representa es e opini es apresentadas pelos alunos tentando fazer com que eles come assem a acreditar ser poss vel aprender LE na escola p blica Levei em considera o a possibilidade de realizar altera es em minha pr tica pedag gica observando tamb m a postura dos aprendizes tanto as negativas quanto as positivas Na se o a seguir apresento os instrumentos utilizados para a coleta de dados 98 3 7 Instrumentos de coleta de dados Para que uma pesquisa atinja o objetivo desejado importante que se tenha cuidado ao escolher os instrumentos de pesquisa os q
179. mostram 125 uma an lise subjetiva e portanto com essa subjetividade de professora pesquisadora implicada na P A que as an lises foram realizadas Sendo assim antes de iniciar a an lise dos dados retomo os objetivos que foram tra ados para a investiga o e as perguntas de pesquisa como fora mencionado no primeiro cap tulo O prop sito desta pesquisa analisar o uso dos g neros discursivos nas aulas de Espanhol como LE em uma escola p blica de Ensino Regular do Distrito Federal A finalidade da utiliza o dos g neros discursivos a realiza o de aulas cada vez mais dial gicas e discursivas que capacitem os alunos para atuarem em a es de linguagem Dessa forma ao analisar o uso do g nero pretende se tamb m promover o uso dos multiletramentos contribuindo para uma forma o agentiva dos participantes tanto no que tange ao seu aprendizado quanto ao que concerne a sua atua o como cidad o com vistas a promover aos estudantes ag ncia na realiza o de a es de linguagem buscando facilitar o processo de apropria o da LE Relembro que as perguntas que nortearam a realiza o desta pesquisa s o estas 1 De que maneira a aula de espanhol por meio do uso dos g neros discursivos embasados em SD Sequ ncia Did tica pode contribuir para a constru o de identidade dos aprendizes de forma que eles se percebam como falantes da LE 2 Como os g neros discursivos atrelados s novas tecnologias e aos mul
180. multiletramentos e por isso resolvi que seria importante oportunizar diferentes letramentos para que os alunos pudessem ter uma forma o diversificada e efetiva A partir disso optei por trabalhar na introdu o da aplica o com duas partes sendo uma com v deo e outra com texto escrito O v deo era instrucional mostrava um celular diferente dos padr es atuais o celular fora desenvolvido com a finalidade de ser utilizado por pessoas idosas que tivessem dificuldades para teclar e enxergar as letras Dessa forma tratava se de um aparelho r stico com teclas e letras grandes sem muitos recursos tecnol gicos como os que apresentam os celulares mais modernos que cont m androides por exemplo O texto escrito apresentava apenas dois t picos do manual do aparelho SAMSUNG GT I 8160 Nesses t picos constavam um guia de in cio r pido e instru es de como carregar a bateria do aparelho Junto ao texto os alunos receberam uma atividade de interpreta o na qual eles teriam que ler e responder as perguntas Detalharei a seguir como se deu o processo de apropria o em cada uma dessas modalidades textuais Com o objetivo de explorar melhor o g nero manual de usu rio de celular o v deo apresentado para os alunos tinha dura o de apenas seis minutos e dezenove segundos mas s trabalhei quatro minutos Esse v deo fora desenvolvido de forma simples a apresenta o era basicamente a voz do locutor e a imagem do celular que ele ia mostrando
181. nal sem ltimas corre es 162 Observo que os diferentes temas apresentados pelos alunos da turma 3 A concretizam a possibilidade de trabalho com diferentes datas de felicitac o datas que extrapolam as tradicionalmente conhecidas Esses momentos caracterizam situa es de uso pr tico da l ngua pois toda enuncia o mesmo na forma imobilizada da escrita uma resposta a alguma coisa e constru da como tal BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 p 98 Mas as diferentes datas podem ter aparecido porque na apresenta o da situa o os slides com cart es que apresentei davam diferentes op es de mensagens inclusive para pessoas que tinham pavor de ir ao dentista isso pode ter estimulado os alunos a pensarem em diferentes situa es nas quais o desejo se manifesta A dificuldade de come ar a escrever a mensagem pode ter sido consequ ncia das dificuldades dos alunos com o vocabul rio da l ngua espanhola pois ap s receberem os suportes materiais como dicion rio livro did tico para consultar verbos no presente do subjuntivo e al m disso minha orienta o e tamb m a permiss o para acesso internet para fazer pesquisas a produ o foi iniciada Mesmo assim ainda apareceram problemas com rela o compet ncia lingu stica dos alunos no que concerne a concord ncia como poss vel observar na mensagem de Shiper que primeiro apresenta um sujeito receptor sendo mais de uma pessoa ao apresentar o verbo na 3 pessoa d
182. nalidade eles s o enviados ou entregues Aproveitar esse momento para levar os alunos a observarem a inten o de desejar e mostrar nos documentos onde esses desejos est o mais marcados em que palavras seria bom destac las no quadro Que elementos n o podem faltar em um cart o Deixar com que os alunos expressem o que j sabem e o professor apenas acrescenta aproveitando para indag los de forma a lev los a pensar na constru o do g nero d Depois desses questionamentos instruir os alunos a analisarem as palavras que foram colocadas no quadro para que eles possam refletir e chegar conclus o de que este tipo de g nero pede a presen a de verbos no presente do subjuntivo e Elaborar com os alunos poss veis frases de cart es para que eles possam observar melhor o presente do subjuntivo f Propor a confec o de cart es com frases em espanhol Orientar os alunos para que eles pensem em frases que demonstrem desejos para serem colocadas no cart o Contexto de produ o e uso expressar se em a es de linguagem escrita ao querer desejar votos em datas comemorativas 10 Elementos lingu sticos discursivos presente do subjuntivo uso da pontua o exclama es uso da acentua o pronomes exclamativos adjetivos 11 Reflex o pedag gica Os alunos conseguem pensar nas frases com desejos mas apresentam dificuldades ao usar os verbos no subjuntivo nessas frases 12 Atividades complementares A
183. no meio digital e para aplicar o conhecimento constru do a outros contextos socioculturais Indiv duos j letrados digitalmente sabem colaborar on line e usar regras de negocia o visando a solu es consensuais DIAS 2012 p 05 Dada a grande participa o de nossos alunos nos meios virtuais importante que se valorize tamb m o ensino de LE por meio do letramento digital muito importante que os professores de LE repensem suas pr ticas para que em suas abordagens seja oportunizado o letramento digital de forma cr tica de maneira que cada aluno n o seja mero consumidor desse mundo Ademais que cada aluno seja letrado de forma a compreender a particularidade de cada cultura respeitando o que diferente sendo assim Essa triangula o que a escola pode fazer enquanto ag ncia de letramento patrimonial entre as culturas locais globais e valorizadas particularmente importante em especial no Brasil quando reconhecemos a relev ncia de formar um aluno tico e democr tico cr tico e isento de preconceitos e dispostos a ser multicultural em sua cultura e lidar com as diferen as socioculturais ROJO 2009 p 120 Os v rios letramentos geram ent o a ado o da nomenclatura multiletramentos que caracteriza a diversidade de caracter sticas b sicas necess rias para que se compreendam os diferentes discursos verbais espalhados nos meios sociais Acerca das caracter sticas do processo de ensino aprendiz
184. nsiedade em falar em praticar o novo idioma Talvez isso explique os resultados que surgiram nesta pesquisa os quais apresentarei no cap tulo An lise de dados A pergunta apresentada no quadro 11 conforme consta a seguir investigou como os alunos veem a import ncia de estudar a l ngua espanhola para seus projetos profissionais QUADRO 11 Dados do question rio inicial Extra curricular viagens turismo Na forma de me locomover em pa s estrangeiro Quanto mais idiomas tenho no curr culo mais chances tenho de ocupar um bom cargo em uma boa empresa Pode contribuir para o meu curr culo Talvez at trabalhar em outro pa s cujo a l ngua seja espanhola Para o mercado de trabalho que exige uma l ngua estrangeira Como eu trabalho em loja podem chegar pessoas que falam s em espanhol Fonte dados da pesquisa Observa se pelas respostas dos alunos que ainda pequena a no o de import ncia referente a influ ncia da aprendizagem da l ngua espanhola para a vida profissional deles pois um n mero reduzido de possibilidades foi apresentado pelos alunos Eles ainda acreditam que s ir o utilizar a l ngua em uma viagem ou com um estrangeiro que venha ao Brasil desconsiderando assim o grande contato com as l nguas dentro das atividades desenvolvidas no dia a dia por meio dos meios de comunica o mais fortemente na internet A pr xima e ltima pergunta que apresento para que se conhe a melh
185. nsultado na ntegra no ap ndice C 93 pseud nimos em cada resposta mas para fins de esclarecimento informo que cada frase corresponde resposta de um aluno QUADRO 7 Dados do question rio inicial Pergunta 06 do question rio Cite todas as coisas que voc gosta na aula de espanhol Gosto da professora da facilidade de compreens o do livro do modo interativo e din mico das aulas A aula diferente descontra da Explica o interesse da professora em ajudar teste do Enem O conte do aplicado e a forma que aplicado Divers o conhecimento maneira divertida que a professora ensina espontaneidade o dinamismo que a aula Da professora que explica muito bem e da mat ria Fonte dados da pesquisa Por meio das respostas remetidas a pergunta 06 constante do question rio aplicado aos alunos ressalto que esse question rio pode ser considerado como diagn stico por ter sido aplicado antes do in cio desta pesquisa poss vel notar que os alunos j gostavam das aulas de espanhol e que apontaram pontos positivos e relevantes das aulas e da rela o que tinham com a professora Minha inten o ao aplic lo tamb m foi saber o que n o agradava os alunos conforme apresentado no pr ximo quadro QUADRO 8 Dados do question rio inicial Pergunta 7 do question rio Cite todas as coisas que voc n o gosta na aula de espanhol N o gosto muito dos trabalhos em forma de
186. ntas horas por semana 4 Voc estuda espanhol em outra escola sim Onde H quanto tempo n o 5 O que voc sente em rela o a estar aprendendo espanhol alegria irrita o tristeza indiferen a outro Por que 6 Cite todas as coisas que voc gosta nas aulas de espanhol 7 Cite todas as coisas que voc n o gosta nas aulas de espanhol 8 Quando falamos em l ngua espanhola o que lhe vem mente Uma personalidade Um personagem Uma imagem Um substantivo Um adjetivo Um pa s Um objeto 8 Voc tem o h bito de ouvir m sicas em l ngua espanhola o Frequentemente o Muitas vezes o Raramente o Nunca 12 13 197 Em caso afirmativo por que meio O Voc tem o h bito de ver filmes em l ngua espanhola o Frequentemente o Muitas vezes o Raramente o Nunca Em caso afirmativo por que meio Cinema televis o internet DVD outros 10 Complete as frases Para aprender uma l ngua estrangeira preciso Para aprender uma l ngua estrangeira nunca se deve Para aprender uma l ngua estrangeira preciso aprender primeiro O mais importante para aprender uma l ngua estrangeira A melhor forma de praticar uma l ngua estrangeira 11 De que maneira a l ngua espanhola vai contribuir em seus projetos profissionais E pessoais Numere por ordem de import ncia quais
187. nte Portanto considero nesta pesquisa que a linguagem constitui identidades como foi tratado no referencial te rico luz de Mastrella de Andrade 2011 Dessa forma fator importante nesta an lise a rela o que existe entre linguagem e identidade pois As l nguas s o a pr pria express o das identidades de quem delas se apropria Logo quem transita entre diversos idiomas est redefinindo sua pr pria identidade Dito de outra forma quem aprende uma l ngua nova est se redefinindo como uma pessoa nova RAJAGOPALAN 2003 p 69 Os discursos produzidos ao se estudar uma nova l ngua possibilita manifesta es diferentes das que o falante j tenha apresentado logo novas identidades se manifestam e por isso RAJAGOPALAN 2013 considera esse processo como sendo de redefini o de uma nova pessoa Mastrella de Andrade 2010 tamb m corrobora esse pensamento como poss vel constatar na cita o seguinte Dessa maneira o processo de ensino aprendizagem de LEs marcado como espa o de produ o identit ria ou seja lugar onde as pessoas s o constantemente identificadas segundo os discursos circulantes que ditam verdades como bons maus aprendizes que possuem ou n o uma boa pron ncia etc sendo lhes garantido ou negado acesso a diferentes possibilidades MASTRELA DE ANDRADE 2010 p 114 Na cita o da autora preciso destacar o fato de garantir ou negar acesso a diferentes possibilidades esse fator pode
188. ntes desta pesquisa QUADRO 5 Resumo do perfil dos participantes do 3 A Participante G nero Idade Participante G nero Idade Feminino Feminino ade freio im O mata saio 8 ra Mim cio 16 ni Co Kathleen Feminino sm fumo ju Jeanzito Masculino Mito ano 15 sair Fonte dados da pesquisa 92 QUADRO 6 Resumo do perfil dos participantes do 3 B fs ai K9 18 Z 7 7 7 7 y 7 7 Masculino God of war Masculino 17 Jasmin Feminino 1 Morena Feminino 1 8 7 Fonte dados da pesquisa Para conhecer melhor os participantes desta pesquisa acredito ser importante apresentar al m do perfil deles suas representa es e perspectivas pois assim ser poss vel compreender cada relato apresentado nos DIPs que ser o expostos na an lise dos dados coletados Para expor essas representa es tomei como base algumas das respostas que os alunos deram ao question rio que apliquei antes de iniciar as aplica es das SDs A primeira pergunta que apresento referente ao question rio diz respeito ao gosto dos alunos nas aulas de espanhol apresento no quadro abaixo a pergunta com algumas respostas que selecionei Quando os alunos responderam a esse question rio eles ainda n o tinham escolhido seus pseud nimos por isso n o irei apresentar os 10 As respostas dos alunos foram transcritas da maneira como eles as escreveram sem passar por corre es 11 Las 2 A O question rio pode ser co
189. ntexto 2012 p 61 78 BRAIT B Estilo IN BRAIT Beth Org Bakhtin conceitos chave 5 ed S o Paulo Contexto 2012 p 79 102 188 BRASIL Minist rio da Educa o B sica Orienta es curriculares nacionais para o ensino m dio Linguagens C digos e suas Tecnologias Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica 2006 BRASIL Secretaria de Educa o Par metros curriculares Nacionais Ensino M dio Linguagens c digos e suas Tecnologias Bras lia MEC SE 2000 portal mec gov br seb arquivos pdf 14 24 pdf Acesso em 10 de julho de 2014 BRUNO F A T C Os g neros orais em aula de ELE uma proposta de abordagem Cole o explorando o ensino Espanhol v 16 p 221 232 Bras lia Minist rio da educa o Secretaria de Educa o B sica 2010 COMAS D C La expresi n escrita In LOBATOJ S GARGILLO I S Orgs Vadem cum para la formaci n de profesores ense ar espa ol como segunda lengua L2 lengua extranjera LE Madri SGEL 2005 p 261 286 COSCARELLI C RIBEIRO A Letramento digital aspectos sociais e possibilidades pedag gicas 2 Edicac o Belo horizonte Ceale Autentica 2007 CRISTOV O V L L Sequ ncias Did ticas para o ensino de l nguas In DIAS R CRISTOVAO V L L Org O Livro Did tico de L ngua Estrangeira m ltiplas perspectivas 1 ed Campinas Mercado de Letras 2009 p 305 344 CRISTOV O V L L NASCIMENTO E R G neros textuais e ensin
190. nto a respeito do conceito de ideologia apontado por Faraco 2009 importante para que n o se confunda com outras defini es de ideologia e destaco que esta pesquisa corrobora essa teoria considerando a ideologia como um processo cambiante que segue as mudan as e caracter sticas da sociedade Parto agora para a reflex o do termo comumente usado nas obras de Bakhtin e do C rculo e pelos autores que adotam suas teorias o dialogismo Mas antes de abordar este termo considero importante compreendermos primeiramente o que foi caracterizado como discursividade por Bakhtin Contrapondo ao que foi tratado por teorias lingu sticas a respeito da comunica o discursiva como a de Saussure de que existe o ouvinte e o entendedor parceiros do falante o falante e o ouvinte Bakhtin 2006 considera que essa teoria aplicada no objetivo real da comunica o se torna apenas uma fic o cient fica ele justifica sua coloca o apresentando como funciona 39 esse processo de comunicag o entre os participantes do discurso como poss vel observar no trecho a seguir O ouvinte ao perceber e compreender o significado ling stico do discurso ocupa simultaneamente em rela o a ele uma ativa posi o responsiva concorda ou discorda dele total ou parcialmente completa o aplica o prepara se para us lo etc essa posi o responsiva do ouvinte se forma ao longo de todo processo de audi o e compreens o desde o seu in cio s ve
191. o muito boa ela fala sobre o amor de Deus O sol da meia que o sol de maia noite Que nos d sentido vida nos noite d a esperan a para ser feliz e que a pesar de todas nossas feridas amanh um novo dia Ava Marcela Esta minha can o perfeita ela fala do amor que Gandara Jesus tem para n s se aprecia o amor que tem por n s Pensava em ti ela disse Quero esta can o para ti meu amor das mais belas e tamb m agradece pela miseric rdia que ele tem para conosco Encanta me esta can o por isso a escolhi Thor Se voc jovem Decidi publicar uma can o humor stica e sabem muito ainda bem que lembra a minha inf ncia A m sica disse que M sica do cada pessoa deve ser feliz n o importa a idade Viver Seriado Chaves com alegria como uma crian a Participante M sica Relato Zeta Dulce Mar a Esta m sica muito interessante porque nos passa uma N o pares mensagem bonita da vida quando disse que nossa liberdade o que h de mais importante e que n o devemos nos render nunca diante de tantas adversidades da vida quando disse que n o devemos para de sonhar e n o ter medo de voar dos riscos Alfa Man A m sica me encantou porque vem de algu m que estava s minha desanimada que n o via significado na vida e uma religi o pessoa apareceu e a ajudou Tem que confiar e crer que sempre algu m aparecer e mostrar a luz algu m que em tempos dif ceis surgir e m
192. o como se costuma rotular mas sim para a vida Depois de refletir sobre os aspectos gerais apresentados partimos para cada etapa a ser trabalhada na SD Para especificar com clareza os passos apresento abaixo um esquema que serviu de modelo para a elabora o das SDs aplicadas nesta pesquisa QUADRO 01 Esquema de sequ ncia did tica e A gt Apresenta o N dl A da situa o PRODU O INICIAL PRODU O FINAL 1 l J A E 1 A SA eso ai A d E f E r gt A f M dulo M dulo j 2 M dulo n F IN N DOLZ J et al 2011 p 83 Dolz et al 2011 explicam como funciona cada etapa de uma SD A figura acima apresenta como cada etapa foi contemplada nesta pesquisa Destacarei aqui de forma sucinta cada uma mesclando as teorias apresentadas pelos autores j mencionado relacionando as com as considera es de Cristov o op cit 2009 A seguir farei a apresenta o da situa o isto como fora realizada a coleta de dados via SD A primeira etapa desta parte da pesquisa consiste em promover atividades que possibilitem a apropria o do g nero aproveitando os conhecimentos pr vios sobre esse assunto em l ngua materna Esse momento muito importante pois traz suporte para que os alunos saibam como se orientar para atuar no g nero proposto entretanto 84 Dolz et al 2011 p 308 209 apontam que a apresenta o da s
193. o contribui es do interacionismo sociodiscursivo In KARWOSKI A M GAYDECZKA B BRITO K S Org G neros textuais reflex es e ensino S o Paulo Par bola Editorial p 33 52 2011 DIAS R G neros digitais e multimodalidade oportunidades on line para a escrita e a produ o oral em ingl s no contexto da educa o b sica In DIAS R DELL ISOLA R L P Org G neros textuais teoria e pr tica de ensino em LE Campinas Mercado das Letras 2012 p 295 315 DIAS R WebQuests tecnologias multietramentos e a formac o do professor de ingl s para a era do ciberespaco Revista Brasileira de Lingu stica Aplicada v 12 p 861 81 2012 Dispon vel em http www scielo br pdf rbla 2012nahead aop1212 pdf Acessado em 20 07 2014 DION SIO A P G neros textuais e multimodalidade In KARWOSKI A M GAYDECZKA B BRITO K S Org G neros textuais reflex es e ensino 4 ed S o Paulo Par bola 2011 p 137 152 DISCINI N Carnavaliza o In BRAIT Beth Org Bakhtin outros conceitos chave 2 ed S o Paulo Contexto 2012 p 53 93 DOLZ J et al G neros orais e escritos na escola S o Paulo Mercado de Letras 2011 3 edi o 189 EL ANDALOUSSI K Pesquisa a es ci ncias desenvolvimento democracia S o Carlos SP Ed UFSCar 2004 FARACO C A TEZZA Cristov o CASTRO Gilberto orgs Di logos com Bakhtin 4 Ed Curitiba Editora UFPR 2007 FARACO C A Ling
194. o a seguir a aluna p de acompanhar seu progresso por meio das atividades desenvolvidas e o uso das novas tecnologias contribuiu para que a 153 aprendizagem pudesse ser efetiva Percebe se ent o que n o apenas eu professora pesquisadora percebi isso mas os pr prios alunos participantes desta pesquisa tiveram a oportunidade de perceber seu progresso QUADRO 52 Trecho do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa O emprego das novas tecnologias possibilitou maior contato dos alunos com a l ngua espanhola e mais momentos de afetividade deles com a professora Al m de abrir as portas da sala de aula para as novas tecnologias como sugerem as OCEMs a aplica o desta pesquisa possibilitou a inclus o de alunos de uma escola p blica de forma a orient los a utilizar as redes sociais de maneira cr tica e como suporte para seus estudos 4 3 3 O despertar do poder de ag ncia Muito se discute o sobre o que realmente funcionar para que se tenha sucesso no de ensino aprendizagem de l nguas de forma que se possa atuar nos diferentes discursos e com isso utilizar se das a es de linguagem para a intera o Dentro dessa discuss o h um consenso de que o aprendiz precisa estender os estudos al m do ambiente de sala de aula De acordo com o contexto apresentado por esta pesquisa necess rio tamb m que o aluno de escola p blica tenha vontade e interesse em ter contato com a l ngua al m desse tempo na escola Nas palavras
195. o com os participantes da pesquisa a atividade de postar relatos e v deos no Facebook foi considerada positiva Apresento abaixo a opini o de alguns participantes a esse respeito QUADRO 56 Trechos dos DIPs da 3 SD Florzinha 3 B Tamb m estou gostando dessa ideia da p gina do face pois um meio de nos comunicarmos um meio mais f cil de demonstrar os trabalhos sem tanta correria tendo em vista podendo entregar at 24 00 e com isso facilita a nossa vida e acho que a dos professores tamb m Fonte dados de pesquisa 158 Nas frases retiradas dos di rios de itiner ncia de Mary Florzinha e Pedrito as express es produtividade facilidade instantaneidade Considero que cada um desses aspectos contribuiu para que os participantes atuassem como agentes discursos anal ticos na l ngua espanhola pois ao considerar a atividade produtiva pode se entender que os participantes ficaram estimulados a desenvolver o exerc cio proposto demonstrando desta forma entusiasmo no momento da realizac o Ademais ao citar a rapidez com que foram corrigidos os relatos ou seja quase que instantaneamente houve a demonstra o de isso os motivava a realizar a postarem de suas frases Os relatos aqui apresentados demonstraram que as frases que os alunos produziram contribuem para a promog o do poder agentivo deles pois de acordo com Bazerman 2011 p 11 a escrita imbu da de ag ncia a escrita n o existiria sem que n s
196. o de m sica do You Tube Suporte M sica Marta Sebas Guille y los dem s Amaral http www vagalume com br amaral marta sebas guille y los demas html Sugest o de documento Letra de m sica e relatos do You Tube A es de linguagem Compreens o leitura compreens o oral interpreta o e produ o de frases Objetivos a Apropriar se do g nero relato de m sicas b Reconhecer as frases como um tipo de discurso c Perceber a import ncia de agir nesse g nero d Familiarizar se com os recursos lingu sticos necess rios para produg o dos relatos Tempo estimado Duas aulas de 50 minutos Etapas da sequ ncia a Audi o da m sica Poder ser feita uma leitura da letra antes da audi o para que os alunos possam ter uma melhor compreens o oral b Interpreta o da m sica explorando a opini o dos alunos sobre o tema c Conversar com os alunos sobre as m sicas e v deos do You Tube saber deles se j postaram coment rios d Ler coment rios do You Tube sobre a m sica de Amaral e Explorar as opini es que s o expressas nos relatos e as estruturas das frases f Apresentar a estrutura do relato para os alunos valorizando o destaque para trechos da pr pria m sica em discurso indireto em espanhol g Produ o dos primeiros relatos dos alunos sobre a m sica trabalhada material de suporte deve ser entregue para que os alunos possam se orientar h Escolha de m sica do You Tube e produ o dos relatos para
197. o do g nero e de sua finalidade os alunos n o apresentaram d vida Todos foram criativos na escolha dos t picos do manual e por isso n o houve repeti o Os t picos escolhidos foram reciclagem do aparelho informa es importantes registrar um chip colocar hora e data e carregar bateria 117 Depois de realizada a correg o das frases os alunos deveriam reescrev las no material que preparariam para compor a produ o final do manual A parte gr fica da produ o foi realizada por eles em casa Ap s a finaliza o da reescrita foi lhes dado um prazo para que transformassem o texto em v deo e o postassem na p gina do Facebook O prazo para postagem foi prorrogado porque os alunos alegaram ter d vidas sobre a pron ncia de algumas palavras Para resolver a situa o disponibilizei me a tirar a d vidas via comunidade e ainda fiz a postagem de v deos para orient los Ainda que esse procedimento n o tenha sido suficiente para sanar o problema acredito que tenha ajudado um pouco ao menos na realiza o da atividade Apresentarei mais aspectos sobre essa pr tica no t pico 4 3 Produ o Final A produ o final constou dos manuais escritos e do v deo produzido e postado na comunidade Essa produ o surtiu efeitos positivos na aprendizagem e no entrosamento das turmas Tratarei com mais detalhes sobre essas quest es nos t pico 4 2 4 3 4 4 Abaixo destaco a opini o dos alunos sobre a aplica o desta SD
198. o entre sala de aula e realidade sempre foi valorizado e n o seria diferente com o uso das novas tecnologias Ao pensarmos na forma o consciente e nos projetos que envolvam as TICs percebemos a possibilidade de diminuir a aliena o cidad medida que se incluem novos cidad os nos meios digitais e incluir n o significa apenas usar as ferramentas da internet mas fazer com que se saiba us las de modo a exercer poder cr tico para analisar operacionalizar concordar ou discordar de tudo que est acess vel no meio virtual Esse aspecto foi ressaltado por Pereira 2007 que nos diz que Quando pessoas em situa o de exclus o social passam a ter acesso ao computador e a seus recursos pode se falar em populariza o ou mesmo em democratiza o da inform tica mas n o necessariamente em inclus o digital PEREIRA 2007 p 15 Ver texto de Ana Elisa Ribeiro Ler na tela letramentos e novos suportes de leitura e escrita 63 Ao se fazer uso das TICs em sala de aula de LE se possibilita a inclus o porque exclus o digital uma exclus o de segunda ordem que se soma a exclus o econ mica e social PEREIRA 2007 p 18 Se n s professores de LE n o quisermos contribuir para que nossos alunos sejam exclu dos dos discursos cr ticos oportunizados nos meios virtuais precisamos nos inteirar dessas novas ferramentas para adot las em nossa pr tica e devemos faz lo sem medo de sermos substitu dos pois e
199. o isso aconteceu mais adiante Depois de um ano fui aprovada na Sele o do Mestrado e fui nomeada no concurso que havia realizado em 2010 Esse foi um momento de muita alegria para mim pois realizava dois grandes sonhos Quando ingressei no mestrado eu j havia formulado um projeto de pesquisa sobre cren as de professores de LE Minha inten o era comparar as cren as de professores de espanhol do norte de Minas com as cren as de professores de espanhol de Bras lia observando a influ ncia dessas cren as na pr tica dos docentes Todavia eu sabia que esse projeto poderia ser modificado mas o que n o queria que mudasse era o meu desejo de fazer com que a minha pr tica docente gerasse a es que facilitassem a atua o dos alunos no uso da linguagem mesmo sabendo que esses alunos tinham pouco contato com a l ngua espanhola Queria tamb m que a minha pr tica os levasse a entender o quanto um idioma poderia mudar suas vidas n o apenas no aspecto profissional mas pessoal resgatando e estimulando a se reconhecerem capazes Esse era meu desejo Ao estudar a disciplina Abordagens no ensino de l nguas tive meu primeiro contato com as teorias sobre g neros discursivos Nesse momento eu j estava lecionando espanhol em uma escola p blica do DF Percebi que aquilo que eu tinha como objetivo estava expresso nas teorias sobre g neros discursivos e que ao fazer emprego delas eu poderia contribuir para que meus alunos pudessem se comuni
200. o n mero de pesquisas dentro da LA relacionadas s identidades sociais preciso observar primeiramente seu conceito Leffa 2013 nos diz que identidade a resposta que se d para a pergunta quem sou eu Essa pergunta pode ser respondida nas intera es sociais pois por meio das intera es sociais que nossas identidades se manifestam e s o as pessoas acontecimentos ou situa es que nos definem de in meras maneiras Diante da esposa sou marido diante do aluno sou professor diante do carioca sou ga cho diante do argentino sou brasileiro e assim por diante LEFFA 2013 p 52 Tratando a pergunta de Leffa 2013 dentro do ensino aprendizagem de LE podemos questionar quem somos buscamos respostas que marcam o que nos identifica o que gostamos e o que n o gostamos Por m importante questionar se essas perguntas podem ser respondidas pois nossas ang stias tudo aquilo que nos leva a questionar sempre v o existir Observando um exemplo pr tico se nos lembrarmos do processo pelo qual passa um aprendiz ao iniciar o processo de ensino aprendizagem de uma nova l ngua verificaremos v rias situa es de inseguran a e desacertos pois se trata de algo que novo e por isso nos desestabiliza 67 Ao falar a l ngua que considerada propriedade do outro entra em quest o o que se deve fazer e como agir em situa es de uso da nova l ngua Nesse momento muitas vezes esses questionamentos ao inv s de serem resp
201. o na triangula o de dados possibilidades de compreender os fen menos que apareceram na coleta Neste cap tulo apresento a an lise dos dados triangulados que ser abordada por meio dos eixos tem ticos Intera o e oralidade como a es de linguagem construindo identidade Multiletramentos o novo na sala de aula de LE e Produ es dos alunos Ressalto ainda que na tessitura do texto deste cap tulo por v rias vezes os relatos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador mesclam se s minhas palavras enquanto analista dos dados E para n o perder de vista as teorias dos pesquisadores que me serviram de fonte para esta pesquisa os dados que ser o apresentados foram intercalados s teorias apresentadas no cap tulo II 4 1 An lises de dados por eixos tem ticos Neste cap tulo apresentarei a an lise dos dados coletados e os procedimentos de coleta Destaco maior import ncia para os DIPs e o DIPP As grava es em udio e v deo n o foram utilizadas nas an lises uma vez que n o se fez necess rio pois os demais instrumentos geraram informa es suficientes para o que fora proposto por esta pesquisa Ressalto tamb m que os eixos tem ticos mencionados e as observa es apresentadas n o s o de modo algum universais e que grupos diferentes poderiam ter caracter sticas diferentes do mesmo modo que cada agente tem sua particularidade Os relatos e instrumentos escolhidos e as teorias que fundamentam esta pesquisa
202. o plural sean sejam Logo depois ele apresenta o verbo na 3 pessoa do singular busque busque Durante a produ o das frases os participantes demonstraram tamb m dificuldade em expressar os votos felicita es usando os verbos Em muitas frases o verbo n o estava corretamente conjugado isto n o estavam conjugadas no modo subjuntivo e ao corrigi las embora elas apresentassem desejos sugeri que os alunos tentassem colocar as a es que marcavam o que eles estavam desejando porque essa atividade al m de possibilitar a apropria o do g nero cart o comemorativo possibilitaria tamb m a apropria o do recurso lingu stico verbal conte do este que gera muitas dificuldades entre os estudantes de l ngua espanhola e que precisava ser esclarecido aos participantes Relendo as frases produzidas por Derson e Dete observa se que h um equ voco sobre o uso dos pronomes T e Usted Tal equ voco bastante comum quando os alunos est o come ando a aprender a l ngua espanhola Note que Derson apresenta o verbo disfruta que tem o mesmo significado em portugu s e depois apresenta o pronome te Ao utilizar esse pronome o participante demonstra que seu receptor algu m que est 163 pr ximo a ele ou que algu m com quem ele convive o que n o condiz com o uso do verbo por ele utilizado pois o verbo na forma como fora apresentado disfruta n o corresponde a conjuga o da 2 pessoa do singular no presente do subj
203. ocial 3 2 A apaixonante Pesquisa a o V rias s o as reflex es que n s professores fazemos sobre nossa pr tica Isso se torna mais agu ado quando estamos produzindo pesquisa Ao repensarmos nossa pr tica surgem os desejos de transforma o Com base nessa reflex o e em meus questionamentos sobre a maneira como se d o ensino aprendizagem do espanhol como LE no Distrito Federal cuja carga hor ria semanal ainda reduzida apenas uma aula semanal e ainda devido urg ncia de mudan as que a educa o hoje requer n o poder amos optar por outra metodologia sen o pela apaixonante pesquisa a o doravante P A Essa metodologia orienta o modo de como devemos agir diante dos problemas que enfrentamos pois a P A diagnostica uma situa o inicia uma a o acompanha observa confere sentido avalia e incita a desencadear novas a es EL ANDALOUSSI 2004 p 86 Al m disso a P A nos instiga a ser professor pesquisador Embora os problemas que enfrentamos em sala de aula sejam muitos eles n o podem ser abafados ou escondidos pois como sugere Ren Barbier 77 Todo professor l cido e mais ainda o soci logo se pergunta o QU e COMO ensinar A maioria logo reprime essas perguntas Outros procuram afog las no conservadorismo reprodutor da ordem social ou inversamente no revolucionarismo de um futuro promissor O pesquisador dial tico vai encar las como um sistema de contradi es em movimento BARBIER
204. odo nico por isso adoto nesta pesquisa a triangula o dos dados coletados por meio dos DIPs do DIPP do question rio inicial da grava o em udio e v deo e das produ es dos alunos os quais geraram dados que ser o apresentados no cap tulo referente an lise o qual foi divido em eixos tem ticos com a finalidade de que o leitor tenha melhor percep o dos processos de an lise 123 Durante a realizac o desta pesquisa foi poss vel refletir sobre as pr ticas trabalhadas em cada SD por meio dos DIPs Tal reflex o levou me a realizar o di logo de cada SD com as perguntas de pesquisa e com as expectativas dos alunos participantes Dessa forma apresentei neste cap tulo os caminhos metodol gicos seguidos nesta pesquisa Esclare o que expressei por muitas vezes marcas da minha subjetividade a qual foi atrelada s teorias as quais sustentam as propostas da P A metodologia que escolhi para realizar este projeto No pr ximo cap tulo apresentarei a an lise dos dados por eixos tem ticos 124 4 AN LISE DOS DADOS Na verdade o que pretendem os opressores transformar a mentalidade dos oprimidos e n o a situac o que os oprime e isto para que melhor adaptando os a esta situa o melhor os domine FREIRE 1981 p 89 cc O cap tulo de an lise de dados demanda grande aten o e cuidado pois a interpreta o de dados a ess ncia da pesquisa FLICK 2009 p 276 Dessa forma busc
205. odu o Final Quando iniciei essa aplica o tive d vidas quanto ao envolvimento dos alunos nas atividades Meu intuito era fazer com que eles se sentissem sujeitos de cada etapa desenvolvida Percebi por meio do empenho demonstrado por cada aluno que mesmo tendo muitas d vidas eles deram o melhor de si e produziram cart es com muito 110 capricho Percebi tamb m que eles se apropriaram do g nero cart o comemorativo agindo como sujeitos na LE A produ o final constou da confec o dos cart es e da escrita da segunda vers o das frases Cada aluno confeccionou dois cart es sendo que um seria entregue a mim e outro a uma pessoa escolhida por eles aleatoriamente A an lise dessa produ o ser mostrada no t pico 4 4 SD2 Manual de Usu rio de Celular A escolha do g nero manual de celular se justifica pelo forte contato que os alunos t m com esta tecnologia Muito embora algumas pessoas n o deem import ncia a esse g nero ele serve como aux lio e preven o de muitos problemas Utiliz lo possibilita ent o uma reflex o cr tica quanto a sua finalidade oportunizando um letramento consciente De acordo com que explicita Bakhtin 2006 o g nero Manual de Usu rio de Celular considerado secund rio pois apresenta aspectos como os que podemos observar na seguinte cita o Os g neros discursivos secund rios complexos romances dramas pesquisas cient ficas de toda esp cie os grandes g nero
206. ois eles n o estavam acostumados a opinar na l ngua espanhola Dessa forma essa n o foi uma atividade f cil para eles mas o agenciamento por ela promovido deixou os mais envolvidos e presentes quanto a realizarem o trabalho Esse aspecto tamb m mencionado por Bazerman 2011 como poss vel observar abaixo Uma vis o social da escrita contudo pode nos ajudar a desenvolver uma pedagogia que ensine aos alunos que g neros s o n o somente formas textuais mas tamb m formas de vida e ac o Eles encontrar o sua ag ncia n o na concorr ncia com os textos autorit rios da escola mas na contribuig o para o di logo da sala de aula na promoc o de projetos locais no engajamento da vida de suas comunidades Perceber o que a busca de mais informa es ou a reflex o mais profunda sobre o pensamento de um escritor os levar o a ideias mais interessantes no di logo na sala de aula Eles ver o a escrita como meio de ag ncia em um mundo que est perto o bastante para observar mas grande o bastante para ampliar sua vis o BAZERMAN 2011 p 19 O fato de encontrar ag ncia pela escrita causa nos alunos uma mudan a de postura Note que no relato do participante Jhonin citado anteriormente mencionado o fato de o grupo tirar d vidas por meio de colabora o isto uns com os outros Essa postura n o era observada antes da aplica o desta SD o que mostra uma preocupa o por parte dos alunos em desenvolver a ativi
207. om enfatizar aponta para dois tipos espec ficos e importantes de multiplicidade presentes em nossas sociedades principalmente urbanas na contemporaneidade a multiplicidade cultural das popula es e a multiplicidade semi tica de constitui o dos textos por meio dos quais ela se informa e se comunica ROJO 2012 p 13 Ao valorizar a multiplicidade dos aspectos que envolvem a comunica o o letramento oportuniza isto d voz diversidade cultural e identit ria da sociedade Levando em considera o essa premissa pode se dizer que a teoria dos letramentos est associada aos diferentes g neros discursivos pois o leitor cada vez mais letrado deve ganhar a versatilidade de lidar com todos os g neros de maneira que n o tenha a sensa o de completo estranhamento quando estiver contato com novas possibilidades de texto ou de suporte RIBEIRO 2007 p 135 Dessa forma considerar o contato social relevante para que os aprendizes se capacitem enquanto leitores cr ticos perante os diversos aspectos que permeiam os discursos sociais Pois na pr tica social que se encontram as ideologias as entrelinhas e as ironias OCEMs 2006 p 96 E ap s esse di logo entre as teorias de alfabetiza o letramento e multiletramento considero que embora Bakhtin nada tenha dito sobre as modernas m dias digitais as formula es do autor a respeito dos g neros discursivos convergem 60 com as formula es de o
208. om mais dialogismo com conhecimento reconhecimento e respeito s diferentes identidades que s o manifestadas nos diferentes momentos de intera o nos quais atuo 1 2 Contexto da pesquisa A Lingu stica Aplicada doravante LA passou a ser considerada campo de estudo no mbito das Ci ncias da Linguagem ap s a II Guerra Mundial ALMEIDA FILHO 2008 Desde ent o ela tem contribu do para que o ensino de l nguas assim como a forma o e aperfei oamento de professores de l nguas estejam cada vez mais ligados a vida social Com o passar dos anos a sociedade mudou e com isso se destacaram tamb m mudan as no caminho das pesquisas dentro da LA Nesse sentido v rios autores ressaltam esse novo caminhar dentro da LA entre esses autores Fabr cio 2001 ressalta que as pesquisas realizadas em LA atualmente t m uma tend ncia a 21 focaliza o da l ngua como pr tica social observando a em uso e n o apenas por meio de sua estrutura Outros pesquisadores como Siqueira 2010 salientam que com a consolida o do car ter transdisciplinar da LA come aram a surgir espa os para outros campos de estudos n o menos importantes Sobre essa quest o Menezes et al 2009 consideram que a ling stica aplicada nasceu como uma disciplina voltada para os estudos sobre ensino de l nguas estrangeiras e hoje se configura como uma rea imensamente produtiva respons vel pela emerg ncia de uma s rie de novos campos de inv
209. onclus o do curso de gradua o voltei para Jana ba MG onde consegui emprego para lecionar portugu s e espanhol para alunos de cursos preparat rios para o vestibular e Enem e reda o para os alunos do Ensino M dio em escolas particulares Eu gostava muito das aulas que eu ministrava mas queria algo mais Por isso no ano de 2010 me inscrevi no concurso para trabalhar como professora de l ngua espanhola na Secretaria de Educa o do Distrito Federal SEDF Obtive 19 sucesso na seleg o apesar de n o ter sido chamada para tomar posse logo no primeiro ano Decidi ent o por motivos pessoais fazer resid ncia em Bras lia DF em 2012 Chegando a Bras lia depois de alguns meses comecei a trabalhar com espanhol e gram tica da l ngua portuguesa em uma escola particular ao mesmo tempo comecei a fazer disciplinas como aluna especial no Programa de P s gradua o em Lingu stica Aplicada PPGLA da UNB Universidade de Bras lia Cursei primeiramente a disciplina Identidades no ensino aprendizagem de LE com a Professora Doutora Mariana Rosa Mastrella de Andrade Considero essa disciplina um marco deste momento acad mico porque curs la gerou uma transi o trazendo me amadurecimento te rico Depois cursei Abordagens no ensino de l nguas com a Professora Doutora Maria da Gl ria Magalh es dos Reis Esta ltima disciplina mostrou me a necessidade de realizar altera es no projeto inicial de minha pesquisa mencionarei com
210. ondidos s o ainda mais potencializados e causam problemas ao aprendiz no que concerne se identificar com a nova l ngua Nesse momento entra em quest o a import ncia do estudo das identidades para o ensino aprendizagem de LE pois preciso compreender como se d o processo de manifesta o de identidades para que os professores consigam auxiliar seus alunos a superar os desafios que encontram ao estudar uma nova l ngua Com as mudancas advindas dos novos tempos pensar em identidade n o faz la deter se como nos esclarece Bauman 1998 mas sim refletir sobre como as identidades se constroem a cada interag o Isso nos mostra que em uma sociedade l quida e fluida tudo muda e que por isso tamb m as identidades s o facilmente cambi veis Essas mudan as ou ressignifi es identit rias podem acontecer de acordo com o que buscamos ou de acordo com o ambiente social que frequentamos Sobre essas mudan as poss vel observar outros aspectos como os apresentados a seguir Entende se que as identidades variam em dois eixos fundamentais um horizontal evolvendo basicamente um processo de expans o que vai do indiv duo para coletividade chegando eventualmente globalidade planet ria outro vertical este basicamente um processo de evolu o hist rica come ando com a identidade s lida passando para a identidade l quida e da evoluindo para o que definimos como identidade vaporosa Essas mudan as de est
211. or softwares CD ROM aplicativos de internet HTML lt URML QTVR JAVA e WebTV Por m em todas as m dias o importante o elemento interatividade sem ele n o h alfabetiza o uma das causas da exclus o digital RIBEIRO 2007 p 89 62 Muitas vezes quando se fala em TICs n o se menciona a import ncia da interag o nos processos que utilizam essa abordagem Ribeiro 2007 ao traz las em seu texto contribui para uma reflex o a esse respeito De acordo com a pesquisadora n o se pode querer adot las apenas porque a sociedade as exige ou porque os documentos oficiais nos orientam a assim realiz lo mas preciso se pensar de que maneira poss vel fazer uso das novas tecnologias e como elas podem contribuir para que nossos alunos sejam cidad os engajados que queiram e saibam interagir nos diversos meios Ribeiro 2007 tamb m nos fala sobre a exclus o digital Para a autora n o se pode utilizar as ferramentas das TICs de qualquer maneira Seu uso deve ser consciente pois Um projeto de educa o tecnol gica precisa ter intencionalidade e respaldo te rico Ideologicamente esse projeto deve preocupar se com a forma o do cidad o pensando o enquanto ser cr tico reflexivo consciente e competente sem deixar de pensar a escola enquanto c lula da sociedade a qual deve manter v nculos estreitos entre a realidade e a sociedade com todos os seus anseios e necessidades RIBEIRO 2007 p 91 O v ncul
212. or exemplo que a aula havia sido muito boa que n o havia o que reclamar da aula Dessa forma para que a produ o fosse pass vel de an lise resolvi que eles deveriam produzir o segundo di rio de itiner ncia em sala de aula e que este deveria ter um m nimo de linhas Alguns alunos da turma A n o conseguiram terminar em sala por isso levaram para casa e me entregaram o trabalho em sala de aula no dia seguinte Na turma B foi diferente pois n o houve o mesmo n mero de aulas devido a projetos que estavam sendo aplicados na escola Por isso os alunos foram orientados a realizar a tarefa em casa O di rio de itiner ncia dos participantes foi de grande valia para selecionar as atividades das sequ ncias did ticas Ao opinarem sobre cada atividade desenvolvida entre uma aplica o e outra pude perceber o que seria mais adequado levando em considera o as expectativas dos alunos Outro aspecto que considero importante desse instrumento refere se ao fato de ele ter me proporcionado ler cada di rio referente SD aplicada antes de aplicar a SD seguinte Isso contribuiu para que eu pudesse selecionar os g neros e atividades que fossem mais prazerosas aos alunos como ser apresentado com mais detalhes na an lise dos dados 3 7 2 Di rio de Itiner ncia do Professor Pesquisador O fato de a P A diferenciar se da pesquisa positivista est no fato de ela permitir o envolvimento do pesquisador ajudando o a expor suas ang stias e
213. or os participantes desta pesquisa diz respeito as representa es que podem estimular ou desestimular um aluno a participar de uma aula de LE de forma que acreditar ou n o no ensino no qual ele atua como aprendiz poder gerar uma mudan a no caminho de sua aprendizagem 97 QUADRO 12 Dados do question rio inicial Perguntal4 do question rio Na sua opini o se aprende L ngua Estrangeira na escola p blica s vezes porque na escola se aprende o b sico para entender melhor voc tem que fazer um curso livre Quando escutar uma m sica ou um filme por exemplo conseguirei entender algumas palavras e conseguirei entender o tempo que se trata N o Pois o tempo de aula pouco E aprender uma l ngua requer tempo dedica o e esfor o N o porque n o tem muito tempo bem r pido as aulas N o Infelizmente o que passado para n s alunos n o nem o suficiente para compreender o idioma Na escola s se ensina o b sico N o porque o governo n o libera verbas suficientes Sim pois os professores ensinam Sim mas somente o b sico mas mesmo assim j de grande ajuda Sim pois depende de cada aluno se esfor ar porque professores que explicam tem na Rede p blica Sim Mas falta o interesse dos alunos em aprender n o se aprende somente na escola N o muito porque s o poucas aulas N o muito pouco a quantidade de aula por semana N o pois temos pouco tempo para aprender
214. ordando com Rocha 2012 acredito que os g neros podem ser tamb m os principais organizadores do plurilinguismo educacional o qual deve revelar se tamb m pluriestil stico por oportunizar diferentes g neros propiciando ao aluno lidar com a multiplicidade de l nguas linguagens e vozes que o constituem Por isso considero importante mesclar g neros multiletramentos e novas tecnologias na sala de aula de LE Antes de dialogarmos com as teorias sobre multiletramentos cabe explicitar os conceitos de alfabetismo e letramento para que se possa compreender como de fato os Os dez autores deste texto s o educadores que se reuniram por uma semana em setembro de 1994 em New London New Hampshire nos Estados Unidos para discutir o estado da pedagogia de letramento Os membros do grupo ou j trabalharam juntos ou j foram atra dos pelo trabalho um do outro por alguns anos As principais reas de interesse comuns ou complement rias inclu am a tens o pedag gica entre imers o e modelos expl citos de ensino o desafio da diversidade lingu stica e cultural os rec m modelos proeminentes e as tecnologias de comunica o o uso de textos nos locais de trabalho reestruturados 56 multiletramentos podem ser considerados suporte para auxiliar os alunos a interagirem na sociedade p s moderna Primeiramente torna se importante definir o conceito de alfabetiza o para que este n o seja confundido com o conceito de letramento Para Soares 2
215. ores Bakhtin e Voloshinov No cap tulo IV da an lise de dados apresento os relatos do di rio de itiner ncia dos participantes optei por n o corrigir as frases dos alunos dessa forma elas s o apresentadas da mesma maneira que foram escritas e entregues para que assim n o se descaracterize a veracidade e legitimidade dos dados coletados Tamb m as 26 produ es dos alunos ap s a ltima etapa de cada sequ ncia did tica aplicada produ o final n o passaram por corre es por isso alguns dos materiais apresentados ainda apresentam irregularidades ortogr ficas e ou gramaticais Ao fazer as an lises das produ es ainda nesse cap tulo n o esgotei as observa es referentes aos problemas que os alunos apresentaram na pron ncia e escrita apenas apresentei algumas observa es e corre es isso devido extens o na qual este trabalho j se encontrava Ap s esclarecer alguns pontos desta disserta o encerro este cap tulo preliminar e adentro a partir de agora a primeira parte do estudo que trata do embasamento te rico 27 2 O REFERENCIAL TE RICO DA PESQUISA G neros n o s o apenas formas G neros s o formas de vida modos de ser S o frames para a a o social S o ambientes para a aprendizagem S o os lugares onde o sentido constru do Os g neros moldam os pensamentos que formamos e as comunica es atrav s das quais interagimos G neros s o os lugares familiares para onde nos dirigimo
216. orque s o inesgot veis as possibilidades da multiforme atividade humana e porque em cada campo dessa atividade integral o repert rio de g neros do discurso que cresce e se diferencia medida que se desenvolve e se complexifica um determinado campo BAKHTIN 2006 p 262 Ao apresentar essa diversidade os g neros discursivos possibilitam in meros letramentos e podem ser organizadores do plurilinguismo como considera Rocha 2012 Por isso t o importante explorarmos os g neros discursivos na escola de Ensino B sico pois eles nos ajudam a fazer das aulas principalmente de LE uma experi ncia viva da vida em sociedade Como sabemos na escola dif cil abordar com nossos alunos todos os letramentos por isso importante que os apresentemos diferentes g neros discursivos e exploremos os letramentos que cada g nero aborda pois assim os auxiliaremos a compreenderem os multiletramentos nos quais est o inseridos ao atuarem neste mundo globalizado l quido e cambiante Desta forma ao reconhecer e usar g neros estamos mobilizando conjuntos multidimensionais de nossa compreens o da situa o de nossas metas e de nossas atividades BAZERMAN 2001 p 61 Ao trabalhar as SDs do Manual de Celular e do Relato de m sica pude perceber que os diferentes letramentos al m de colaborarem para a formac o multiletrada impulsionam nossos alunos a se sentirem mais entusiasmados e capazes de atuarem nos 143 discursos da L
217. ort ncia dessa primeira etapa de reconhecimento e explora o das caracter sticas do g nero para a atividade de produ o inicial Isso pode ser observado nos relatos dos alunos apresentados abaixo QUADRO 27 Trechos dos DIPs Alfa 3 A Produzir um manual n o algo t o simples mas com as aulas de espanhol direcionadas a essa produ o tivemos uma grande ajuda 115 Fonte dados da pesquisa Produc o inicial Antes de iniciarmos a primeira produ o expliquei aos alunos as etapas das atividades que desenvolver amos Produzir amos uma parte de um manual de celular em equipe De forma que cada equipe poderia escolher qual parte gostaria de produzir Ap s a produ o escrita eles fariam a parte visual do manual Pedi a eles que ficassem atentos ao que tinham criticado ao realizarem a interpreta o do texto do manual para que fizessem as devidas adapta es Depois expliquei que o texto escrito para o manual se transformaria em um v deo instrucional o qual seria postado na comunidade criada no Facebook Os alunos ainda n o estavam acostumados com a utiliza o de redes sociais como aux lio a aulas de l ngua estrangeira mas n o reclamaram muito A produ o inicial partiu da escolha da equipe pela parte que gostaria de produzir Para ajud los na escolha pedi a eles que trouxessem um manual que tivessem em casa para que pudessem consultar em sala de aula Ap s a escolha os alunos come aram a produzir as fras
218. os tanto mais plena e nitidamente descobrimos neles a nossa individualidade onde isso poss vel e necess rio refletimos de modo mais flex vel e sutil a situa o singular da comunica o em suma realizamos de modo mais acabado o nosso livre projeto de discurso BAKHTIN 2006 p 285 44 Analisando a explica o de Bakhtin 2006 poss vel identificar que os g neros discursivos podem levar os aprendizes a atuarem nos discursos da LE fazendo com que se cumpra os objetivos que os documentos oficiais apresentam e o que a comunica o nos tempos contempor neos exige dos falantes de uma LE Em suas teorias Bakhtin 2006 apresenta proposi es que contribuem para a compreens o da import ncia de utilizar os g neros discursivos como suporte nas aulas de LE Pode se dizer que a gram tica e a estil stica convergem e divergem em qualquer fen meno concreto de linguagem se o examinarmos apenas no sistema da l ngua estamos diante de um fen meno gramatical mas se o examinarmos no conjunto de um enunciado individual ou do g nero discursivo j se trata de um fen meno estil stico Porque a pr pria escolha de uma determinada forma gramatical pelo falante um ato estil stico BAKHTIN 2006 p 269 Observando a cita o acima poss vel apontar que os g neros discursivos n o excluem os conhecimentos lingu sticos mas exploram os aspectos estil sticos e gramaticais de acordo com a necessidade da situa o em que cad
219. os letramentos fazem cair por terra algumas ideias do senso comum como poss vel analisar pelo trecho abaixo Essa inter rela o de texto verbal visual e sonoro problematiza os conceitos tradicionais de que uma imagem serve apenas de par frase ou complemento a um texto escrito sendo portanto essencialmente desnecess ria para a compreens o do texto escrito Em p ginas da web na pr pria inter rela o entre imagem e texto escrito que se baseia a comunica o OCEM 2006 p 105 Os conceitos sobre letramentos podem ser comparados ao princ pio de que a educa o como pr tica da liberdade um ato de conhecimento uma aproxima o cr tica da realidade FREIRE 2005 p 29 Essa compara o se deve ao fato de que ao trabalhar com os letramentos abordando as diversas leituras a escola prepara seus alunos para serem livres de pensamentos opressores que monopolizam ideias causando preconceito exclus o e aliena o Formar cidad os por meio dos letramentos formar agentes pensantes que n o precisam repetir apenas o que escutam na m dia mas que refletem e criticam o que veem e escutam para formar sua pr pria opini o 58 Dentre os v rios letramentos que permeiam a intera o verbal na sociedade moderna est o letramento digital que definido por Dias O letramento digital refere se pois em linhas gerais capacidade do indiv duo para compreender e produzir textos orais e escritos
220. ostrar o verdadeiro significado da palavra amor 211 ANEXO 06 PRODU ES DOS ALUNOS V DEOS INSTRU O DE USO DO CELULAR E V DEO CLIPE E Universidade de Bras lia UnB W A Instituto de Letras IL o Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET DVD COM OS V DEOS
221. para esta pesquisa apresento as considera es acerca dos m dulos Nessa etapa a atividade de produzir um texto escrito ou oral decomposta e consiste em corre es e orienta es de acordo com os problemas que os alunos tiveram ao produzirem a primeira vers o do g nero A respeito da aplica o de SDs de acordo com Dolz et al 2011 nos m dulos se trabalharia com os problemas que aparecessem nas primeiras produ es e daria aos alunos instrumentos necess rios para super los Esses autores consideram ainda a import ncia de propor atividades diversificadas com a finalidade que os alunos obtenham sucesso na realiza o de atividades concernentes a cada m dulo Concordando com essas orienta es Cristov o 2009 acrescenta que a escolha desses m dulos deve se adequar s capacidades dos alunos ao n vel escolar ao curr culo e ao g nero trabalhado Acrescento s orienta es da autora a import ncia de se considerar ao selecionar os m dulos a adequa o do tempo destinado a realiza o das atividades propostas para que se obtenha a conclus o da aplica o da SD Minha ressalta se baseia no fato de que nem sempre se pode propor o n mero de m dulos que seria coerente Por isso relevante lembrar que essa etapa permite adapta es caso se fa am necess rias para que a produ o final seja poss vel levando em considera o os tipos de contribui es importantes para sanar as dificuldades dos alunos Ap s a apr
222. parcialmente seguir o que foi proposto Nessa segunda fase os alunos tentam elaborar a primeira vers o oral ou escrita revelando as primeiras percep es sobre o g nero na l ngua estrangeira Essa primeira vers o possibilita ao professor uma primeira reflex o das etapas da SD no meio do percurso pois constituem momentos privilegiados de observa o que permitem refinar a sequ ncia modul la e adapt la de maneira mais precisa s capacidades reais dos alunos de uma dada turma Dolz et al 2011 p 87 Concordando com os autores e acrescentando construtos que valorizam a produ o inicial Cristov o 2009 considera que essa etapa um instrumento de diagn stico que por ser o primeiro momento de aprendizagem tamb m o momento de motiva o dos alunos Sobre a motiva o dos alunos durante a aplica o de SD Cristov o ibidem ainda aponta que no ensino de g neros se os aprendizes n o sentirem necessidade de 85 um determinado g nero para seu agir verbal haver muito maior dificuldade para sua apropria o CRISTOV O 2009 p 306 Observando o que foi exposto sobre a primeira produ o de acordo com Dolz et al 2001 importante lembrar que ap s esse percurso o professor precisa refletir sobre as etapas da SD antes de continuar a aplica o pois as demais atividades ainda poder o ser adaptadas para que os objetivos propostos sejam alcan ados Seguindo a sequ ncia do esquema adotado
223. participantes da 3 SD 3 A e B 154 QUADRO 53 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 155 QUADRO 54 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 157 QUADRO 55 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 157 QUADRO 56 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 161 QUADRO 57 Mensagens dos cart es da 1 SD 3 A ii receranea 163 QUADRO 58 Mensagens dos cart es da 1 SD 3 B ea 163 QUADRO 59 Texto do Manual da 2 SD 3 A er rereeeeeeneeereerereenena 164 QUADRO 60 Texto do Manual da 2 SD 3 B ir iereeeeererrereeraaa 166 QUADRO 61 Texto do Manual da 2 SD 3 A e rereeererrereeereereraanerana 169 xiii QUADRO 62 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 A e B 170 QUADRO 63 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 A e B 171 QUADRO 64 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 A e B 172 QUADRO 65 Relatos da Comunidade do Facebook da 3 SD 3 B 173 QUADRO 66 Relatos da Comunidade do Facebook da 3 SD 3 B 175 QUADRO 67 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 B 176 QUADRO 68 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A
224. pe a de teatro e das poucas quantidades de aulas semanais Apesar de ser bom para pr tica a nossa fala n o gosto de ler em p blico pois sou muito t mido Falar em espanhol N o gosto de apresentar em espanhol porque n o sei falar em espanhol aula de gram tica um pouco cansativa Da aula de gram tica tediante Da conversa dos alunos que n o deixa a professora explicar a mat ria Fonte dados da pesquisa 94 As respostas que foram remetidas a pergunta 7 dos question rio pelos alunos s o importantes para esta pesquisa pois ao que parece os aspectos considerados negativos pelos alunos perpassam os problemas atinentes as pol ticas p blicas para o ensino de LE nas escolas de Ensino B sico Perpassam ainda a cultura de valorizar nas aulas de espanhol o aspecto estrutural o que as torna extremamente cansativas e al m disso o pouco tempo dedicado a pr tica da capacidade lingu stica oral o que leva os alunos a n o gostarem dessa a o de linguagem por n o se sentirem seguros para nela atuar Os alunos tamb m se referiram aos aspectos relativos disciplina em sala de aula citando por exemplo per odos de interrup o da aula devido a ru dos de comunica o gerados por conversas paralelas A maioria das escolas tem superlota o das salas e na escola em que foi aplicada a pesquisa n o era diferente A men o feita a esse aspecto mostra que tal situa o traz inc modo aos alunos e que agrava
225. preparar para lidar com poss veis conflitos e deve tamb m aproveitar esses momentos para partilhar colocando em pr tica a ideia de que as identidades s o fluidas cambiantes e fragmentadas e n o dadas previamente Isso ajudaria a formar os alunos de maneira cr tica em relag o aos temas que circundam as rela es humanas A necessidade de realizar pesquisas sobre a constru o de identidades visa contribuir a promo o do efetivo processo de ensino aprendizagem de LE visto que tal processo pode ser considerado uma fonte desestabilizadora pelo fato de o aluno poder n o se sentir sujeito nessa nova l ngua Esse estranhamento poder acarretar em momentos que alguns por o em funcionamento a estrat gia da peneira eles aprendem mas n o ret m quase nada ou muito pouco Outros adotar o a estrat gia do papagaio sabem de mem ria frases tipo conseguem mais ou menos exprimir se em reas bem delimitadas vocabul rio t cnico por exemplo mas n o se permitem nenhuma autonomia na compreens o ou na express o Para outros ser a estrat gia do caos a l ngua estrangeira ficar eternamente um ac mulo de termos n o organizado por regra alguma Outros finalmente evitam toda dist ncia em rela o ao eu da l ngua materna rejeitando todo contato direto com a l ngua estrangeira REVUZ 1998 p 225 As consequ ncias acerca do estranhamento gerado pelo aprendizado de uma nova l ngua n o devem ser ignoradas no ambi
226. preta o do texto do manual de celular apresentado Tamb m os diferentes c digos geraram nos alunos um entusiasmo ao estudar a l ngua o que foi poss vel perceber nos relatos de Jacob e Son Ademais essa escolha contribui para que os alunos compreendessem a estil stica do g nero trabalhado possibilitando a an lise de sua fun o uso e inten o de produ o No trecho citado a seguir poss vel observar como se d a est tica na linguagem dentro dos diferentes c digos Ao usar a linguagem fazemos uma experi ncia est tica constru mos nossos textos a partir de nosso repert rio mas tamb m levando em conta o interlocutor e a forma de intera o que estabelecemos com ele importante levar os aprendizes a perceberem como as obras s o compostas suas caracter sticas estilos temas e a implica o que todos esses elementos t m n o somente para uma aprecia o estil stica como para a produ o e percep o de sentidos o que somente refor a a qualidade dial gica da linguagem GARCIA C et al 2012 p 134 A escolha por diferentes c digos dentro de uma abordagem dos g neros discursivos n o anula a import ncia de os alunos conhecerem os recursos lingu sticos que estruturam o uso da l ngua No caso da SD do Manual de Celular dentro da interpreta o do texto do manual apresentado aos alunos uma das perguntas que eles 145 precisavam interpretar era a import ncia das palavras destacadas utilizadas para
227. que abranja a quest o dos multiletramentos a qual seja capaz de formar cidad os isto sujeitos respons veis por seus discursos conforme nos mostra Bakhtin 2013 necess rio tirar os alunos do beco sem sa da da linguagem livresca para coloc los no caminho daquela utilizada na vida uma linguagem tanto gramatical e culturalmente correta quanto audaciosa criativa e viva A linguagem livresca impessoal e abstrata que ainda por cima se gaba ingenuamente da sua erudi o pura sinal de uma educa o pela metade Uma pessoa completamente adulta no sentido cultural n o utiliza essa linguagem BAKHTIN 2013 p 42 Devido a essa necessidade importante que n s professores assumamos teorias relevantes em nossas aulas para que possamos abrir maiores possibilidades de mudan a na educa o do Brasil principalmente no Ensino M dio que o foco desta pesquisa E acatando a ideia de Bakhtin 2013 segundo a qual O destino posterior das capacidades criativas de um jovem depende em muito da linguagem com a qual ele se forma no Ensino M dio O professor tem essa responsabilidade BAKHTIN 2013 50 p 43 Concordo que podemos fazer diferen a no Ensino M dio a partir de nossas escolhas de abordagens e das reflex es sobre nossas pr ticas Trabalhar sob a perspectiva dos g neros discursivos possibilita al m do que j fora apresentado o contato com diversos letramentos Esses s o necess rios para O exer
228. que nos separar Yo estoy sola en el hotel estoy viendo amanecer Santiago de chile se despierta entre monta as Aguirre toca la guitarra en la 304 Un gato rebelde que anda medio enamorao de la se orita rokanroll aunque no lo h confesado eso lo s yo Son mis amigos en la calle pas bamos las horas Son mis amigos por encima de todas las cosas Carlos me cont que a su hermana Isabel la echaron del trabajo sin saber porqu No le dieron ni las gracias porque estaba sin contrato aquella misma tarde fuimos a celebrarlo Ya no tendr s que soportar al imb cil de tu jefe ni un minuto m s Son mis amigos en la calle pas bamos las horas Son mis amigos por encima de todas las cosas Son mis amigos Alicia fue a vivir a Barcelona y hoy ha venido a mi memoria Claudia tuvo un hijo y de Guille y los dem s ya no se nada Son mis amigos en la calle pas bamos las horas Son mis amigos por encima de todas las cosas Link http www vagalume com br amaral marta sebas guille y los demas html Hixzz2kcGQykx4 1 Se nota que el video esta dedicado a los fans Amo esta cancion porque creo que a todos nos identifica Ademas de que menciona mi ciudad natal Santiago de Chile Kasumi Shiunsai 2 Siempre me recordara a los amigos k tuve en la infancia y lo bien k lo pasabamos Carla Jonet 3 Esta canci n nos hace acordar de nuestros amigos principalmente cuando mencion
229. que o mundo virtual n o abarca apenas entretenimento mas pode educar para tica para a est tica e para o poder agentivo 64 O letramento digital precisa ser pensado na ac o pedag gica de forma a ir al m do uso claro e transparente N o se deve perder o foco de todo o processo de ensino aprendizagem centrado nos sujeitos e na aprendizagem preciso um olhar al m da t cnica verificando se o sujeito com seus anseios sua exist ncia suas potencialidades e seus problemas e diante disso reconhecer a tecnologia enquanto saber importante e que est a servigo do homem para o atendimento de suas necessidades RIBEIRO 2007 p 94 As OCEMs tamb m apontam considera es sobre as formas como a pr tica pedag gica precisa olhar para as TICs para que os alunos sejam inclu dos na participac o social que possibilita o uso cr tico das novas tecnologias pois um projeto de inclus o poder aumentar o sentimento de exclus o se considerar o usu rio apenas como um consumidor dessa linguagem em vez de lhe abrir oportunidade de compreens o do seu papel tamb m de produtor dessa linguagem OCEMs 2006 p 95 Dessa forma as TICs devem ser abordadas na escola de forma a desenvolver o poder de ag ncia nos alunos para que eles se engajem em a es de linguagem dentro da sociedade pois n o se pode desconsiderar o ensino de l nguas separado do contato social do uso da l ngua da linguagem na intera o como apresentado por
230. r conforme apresento a seguir QUADRO 13 Trechos do DIPP da 1 SD 3 A Fonte dados da pesquisa Quando optei por investigar como seria poss vel aplicar g neros discursivos nas aulas de LE nas escolas p blicas pensei justamente nas quest es que foram apresentadas no di rio de itiner ncia pois como foi visto eles expressam fatores que atrapalham o rendimento dos alunos como por exemplo o tempo ex guo destinado as aulas nas escolas O in cio da aplica o na turma 3 B n o foi diferente pois tamb m tive que enfrentar algumas quest es adversas como relatado no trecho abaixo QUADRO 14 Trechos do DIPP da 1 SD 3 B Fonte dados da pesquisa 104 Ap s estes primeiros minutos de dificuldade foram apresentados aos alunos v rios cart es tarjetas escritos em l ngua espanhola O conte do desses cart es era composto por diferentes comemora es anivers rio natal ano novo desejos de felicita es dentre outros A cada cart o apresentado a leitura era feita pelos alunos e na sequ ncia eram realizados coment rios sobre o h bito de entregar cart es para pessoas em datas comemorativas A maioria dos alunos da turma mencionou que nunca recebeu ou deu um cart o mas que gostaria de receber Os alunos comentaram tamb m que na atualidade essa pr tica feita por meio das redes sociais Com as an lises feitas pelos alunos orientadas pela professora foi poss vel realizar reflex es sobre v rios
231. r melhor o que defende a teoria bakhtiniana que ser tratada a seguir A principal caracter stica do enfoque discursivo de Bakhtin considerar todos os aspectos nos quais atua o sujeito ao interagir em a es de linguagem Assim como Cristov o 2009 entendo a es de linguagem n o como habilidade que determinada por fatores biol gicos o que iria de encontro perspectiva te rica adotada nesta pesquisa mas sim como uma unidade psicol gica a ser analisada e aprendida A es de linguagem s o situadas social e historicamente e influenciadas pelo contexto CRISTOV O 2009 Dessa forma a es de linguagem organizam discursos considerando os elementos que os comp em Tal caracter stica dialoga com o princ pio da l ngua gem defendido pela perspectiva bakhtiniana pois considera o que ajuda a formar os discursos Para entender o que defende Bakhtin acerca da lingua gem importante refletir sobre os construtos por ele apresentados Come arei minhas reflex es pela teoria da enuncia o A l ngua n o existe fora de um contexto social BAKHTIN 1997 dessa forma considerar a enuncia o ao se falar de l ngua crucial para entendermos o processo da 35 linguagem pois o emprego da l ngua efetua se em forma de enuncia o BAKHTIN 2006 p 261 Mencionando essa quest o Yaguelo nos diz que Bakhtin valoriza justamente a fala a enuncia o e afirma sua natureza social n o individual a fala
232. ra es Nesta se o trago algumas justificativas para termos e aspectos utilizados nesta disserta o os quais objetivam fazer com que a leitura e compreens o pelo leitor tornem se mais claras Durante a tessitura do texto mesclei o uso dos pronomes em primeira pessoa do singular eu e em primeira do plural n s Optei por utilizar eu quando as reflex es eram minhas produzidas por meio das diversas leituras durante a realiza o desta pesquisa no entanto utilizei n s quando as reflex es e op es eram advindas das conversas com minha orientadora Maria da Gl ria Utilizei o pronome n s ainda para demonstrar que me referia n o s a mim mas aos professores de l nguas No primeiro t pico do cap tulo te rico optamos eu e minha orientadora pela nomenclatura l ngua gem por acreditarmos que os conceitos l ngua e linguagem n o se excluem nem se separam Tal escolha corrobora as teorias nas quais nos embasamos Al m disso este trabalho opta pela nomenclatura g neros discursivos em detrimento a g neros textuais por acreditar que dessa forma se atingem todos os aspectos que est o envolvidos na produ o de um g nero como ser minuciosamente explicado no segundo t pico do cap tulo II Ainda no cap tulo te rico apresento teorias de Bakhtin e para apresentar a refer ncia do livro Marxismo e filosofia da linguagem embora utilize a edi o de 1997 que denomina apenas Bakhtin como autor optamos por declarar como aut
233. ra o Para que a comunica o que se espera aconte a preciso oportunizar a a o de linguagens como explicitado no trecho abaixo apenas atrav s da enuncia o que a l ngua toma contato com a comunica o imbui se do seu poder vital e torna se uma realidade As condi es de comunica o verbal suas formas e seus m todos de diferencia o s o determinados pelas condi es sociais e econ micas da poca BAKHTIN 1997 p 154 Proporcionar a intera o verbal por meio dos g neros discursivos na sala de aula de LE pode fazer com que nossos alunos entendam porque estudam uma l ngua e para que servem os recursos lingu sticos e estruturais que a formam Al m disso o uso dos g neros pode contribuir para que a forma o que eles t m na escola lhes d suporte para atuar em diferentes discursos nos quais est o constantemente engajados na vida social Contrariamente teoria de que a l ngua deve ser estudada a partir de suas estruturas o pressuposto b sico da elabora o de Bakhtin ressalta que preciso abordar a l ngua considerando todos os aspectos hist ricos identit rios estruturais e sociais Utilizando essa abordagem oportunizamos aos nossos alunos possibilidades de atuarem nas diversas esferas da sociedade Hoje a sociedade exige que o cidad o consiga atuar em diversos discursos e ao faz lo ele se caracteriza como agente nas intera es e n o apenas um passivo interlocutor Pensando nisso os
234. ra o oral como a o de linguagem importante e que embora fosse desejada pelos alunos era um item que ocasionava algumas dificuldades para eles e eu considerava que seria dif cil desenvolv la no pouco tempo que t nhamos de aula Mesmo assim resolvi arriscar Foi significativo ter trabalhado com a intera o oral pois foi nesse momento que os alunos inclusive os que mais apresentavam dificuldade ou rejei o puderam perceber seu pr prio engajamento e observar novas identidades surgindo Intercalarei a seguir dados dos DIPs da 2 e 3 SD TRECHO 38 Trechos do DIPs da 2 e 3 SD Fonte dados da pesquisa 135 Os relatos demonstram que alunos reconhecem o pouco espa o para a pr tica da intera o oral da LE na escola reconhecem tamb m a import ncia que isso tem para a aprendizagem de uma LE Por isso apesar das dificuldades consideram positiva a iniciativa de falar a l ngua alvo Embora os documentos oficiais apresentem a import ncia da comunica o oral eles n o orientam como faz la em t o pouco tempo de aula o que demonstra ser uma incoer ncia n o se pode preocupar apenas em ter documentos que descrevam a necessidade de forma o de a es de linguagem que s o exigidas pela nossa vida moderna preciso tamb m encontrar caminhos que possibilitem atender a essas exig ncias na realidade da escola b sica Por isso julgar professores por n o conhecerem ou n o cumprirem as orienta es dos documen
235. rar esse fator nesta pesquisa pois estados e fatores emocionais como raiva ansiedade desmotiva o e falta de autoestima podem limitar ou at mesmo impossibilitar o que precisa ser compreendido e aprendido LAGO 2011 p 50 Assim para aproveitar o entusiasmo dos participantes levando em considera o os pedidos dos alunos nos DIPs que solicitaram que mais m sicas fossem trabalhadas como mencionei anteriormente ao detalhar a 3 SD percebi ao trabalhar com m sica na terceira SD aplicada a alegria e satisfa o dos alunos como foi relatado nos trechos dos DIPs citados a seguir 137 QUADRO 40 Trechos do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa A m sica proporcionou lhes um momento muito importante de pr tica oral na sala de aula de LE Na terceira e ltima SD aplicada os alunos tiveram que ouvir v rias m sicas para decidir qual delas iriam postar na comunidade do Facebook Depois tiveram que escolher uma m sica para fazer um v deo clipe O ato de cantar em espanhol para fazer o v deo gerou tamanha alegria n o s pelo fato de jovens gostarem de m sica mas por se sentirem capazes e satisfeitos em cantar uma can o outra l ngua que n o a materna Revozeando Mastrella de Andrade 2011 sabido que as identidades s o constru das dentro da sala de aula de LE O fato de os participantes perceberem sua supera o ao vencer os obst culos na nova l ngua foi observado em v rios momentos pois havia o estere
236. realiz la minuciosamente Sendo assim foram aplicadas tr s sess es sendo a primeira sess o composta por duas aulas ministradas em ambas as turmas a segunda sess o composta por cinco aulas na turma A e quatro aulas na turma B e a terceira sess o composta por duas aulas ministradas tamb m nas duas turmas 90 Os elementos lingu sticos trabalhados em cada sess o contemplaram o que estava previsto pelos conte dos program ticos para que os alunos estudassem nessa s rie assegurando assim a quest o tica de n o trazer preju zos aos participantes ao aplicar a pesquisa nessas turmas Abaixo exponho o quadro que resume o cen rio desta pesquisa QUADRO 4 Resumo do cen rio de pesquisa entre 17 e 18 anos 3 sess es 9 aulas entre 17 e 18 anos 3 sess es 8 aulas Fonte dados da pesquisa 3 5 Aspectos ticos Levando em considera o os aspectos ticos da pesquisa qualitativa segundo o que nos mostra Celani 2005 p 02 ao afirmar que a preocupa o do pesquisador deve ser sempre a de evitar danos e preju zos a todos os participantes a todo custo salvaguardando direitos interesses e suscetibilidades antes de iniciar a pesquisa conversei com a coordena o da escola apresentei e expliquei como se daria a realiza o da pesquisa que eu estava propondo e pedi autoriza o da coordena o para realiz la Quanto aos participantes meus alunos conversei com eles em sala de aula expliquei como funcion
237. rechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 2 SD 3 B 107 QUADRO 22 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 A 108 QUADRO 23 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 A 112 QUADRO 24 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 2 SD 3 B 112 QUADRO 25 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 2 SD 3 A 113 QUADRO 26 Interpreta o do texto do manual de celular da 2 SD 114 QUADRO 27 Trechos do di rio de itiner ncia do professor pesquisador da 2 SD 3 B 114 QUADRO 28 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes 3 A e B 115 xii QUADRO 29 Trechos dos di rios de itiner ncia do professor pesquisador da 2 SD 116 QUADRO 30 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 B 117 QUADRO 31 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 B 118 QUADRO 32 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A 120 QUADRO 33 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 121 QUADRO 34 Resumo das propostas das SDs aplicadas ooconnnocccnoncconoccconancnnnnnonnnnnos 122 QUADRO 35 Instrumentos utilizados na an lise oooonnococcnonocononononononononononononononononn 126 QUADRO 36 Trechos dos di rios de itiner ncia dos pa
238. rela o ao aumento de carga hor ria destinada ao ensino de LEs e o enfoque apenas na leitura e interpreta o de textos considero que percept vel nele a preocupa o com a mudan a no ensino aprendizagem de LE Acrescento a isso minha preocupa o no papel de pesquisadora em mudar o rumo de nossas pr ticas pedag gicas na sala de aula de l nguas Ademais valorizo a preocupa o em romper o monop lio do ensino de LE apenas na l ngua inglesa considerando assim a necessidade 54 da comunidade escolar o que pode demandar o ensino de l nguas espanhola e ou outras l nguas estrangeiras Enquanto isso as OCEMs apontam outros olhares para essas mudan as no ensino de LE considerando que Da mesma maneira que diante dessa nova concep o da heterogeneidade da linguagem e da cultura passa a ser dif cil sustentar um ensino em termos de quatro habilidades tamb m passa a ser dif cil sustentar o ensino isolado da gram tica A raz o dessa dificuldade que o conceito e a valoriza o da gram tica est o ligados concep o da linguagem como algo homog neo fixo e abstrato capaz de ser descrito ensinado e aprendido na forma de um sistema abstrato composto por regras abstratas tudo isso distante de qualquer contexto sociocultural espec fico de qualquer comunidade de pr tica e de qualquer conjunto espec fico de usu rios OCEM 2006 p 107 Esse ponto apresentado pelas OCEMs vai al m do que prop em os PC
239. relato p de aprender ao observar o que foi postado pelos colegas e comentado por mim como foi citado pela participante Kelly Kel da turma 3 A Outro aspecto citado pelos participantes foi a corre o frequente como lembrou o aluno Jeanzito da turma 3 A Essa foi na minha opini o uma das mais importantes contribui es dessa atividade pois alguns relatos eram frequentemente corrigidos quase que imediatamente ap s a postagem Mas isso s foi poss vel devido ao fato que t nhamos acesso as novas tecnologias nesse caso a internet importante ressaltar que devido reduzida carga hor ria que tivemos o retorno com as corre es chegaria aos alunos ap s uma semana da entrega dos trabalhos Esse trabalho foi facilitado pela internet pois como j fora mencionado as corre es ocorrem quase que imediatamente ap s as postagens Isso foi considerado como ponto positivo para as pr ticas de aplica o dessa SD importante destacar ainda o relato da participante Pirate da turma 3 A o qual disse n o gostar muito dessa rede social mas que aceitou fazer as atividades no Facebook e ao final disse ter gostado da experi ncia Diante desse fato o que concluo que acessam as redes sociais mas n o t m costume de us las para estudar para aprimorar seus conhecimentos sobre o novo idioma por isso nem sempre acreditam que pode funcionar bem com essa ou outra abordagem se surpreendem muito ao fazer parte dela No relato que apresent
240. rendizagem de l nguas In SILVA K A Daniel F G KANEKO MARQUES S M SALOMAO A C B Org A forma o de professores de l nguas Novos olhares Volume II Campinas Pontes Editores 2013 LOPES LA Cenas de letramento sociais Tese de doutorado Programa de Pos gradua o em Letras Recife UFPE mimeo 2004 apud MARCUSCHI L G neros textuais configura o dinamicidade e circulag o In KARWOSKI A M GAYDECZKA B BRITO K S Org G neros textuais reflex es e ensino S o Paulo Par bola Editorial p 17 31 2011 MACHADO I G neros Discursivos In BRAIT Beth Org Bakhtin conceitos chave 5 ed S o Paulo Contexto 2012 p 151 166 MARCHEZAN R C Di logo In BRAIT Beth Org Bahktin outros conceitos chave 2 Ed S o Paulo Contexto 2012 p 115 131 MARCUSCHI L A produ o textual an lise de g neros e compreens o S o Paulo Par bola Editorial 2008 MARCUSCHI L G neros textuais defini o e funcionaldiade In DION SIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Orgs G neros textuais e ensino Par bola S o Paulo p 19 38 2010 MARCUSCHI L G neros textuais configura o dinamicidade e circula o In KARWOSKI A M GAYDECZKA B BRITO K S Org G neros textuais reflex es e ensino S o Paulo Par bola Editorial p 17 31 2011 MASTRELLA DE ANDRADE M R Falar fazer sentir vir a ser Ansiedade e identidade no processo de aprendizagem de LE In MASTRELLA M R Org
241. res TILIO 2012 p 218 A fala apresentada no v deo foi considerada r pida e complicada pelos alunos por m como a fala era acompanhada da imagem das m os manuseando o aparelho de celular mesmo n o compreendendo muito a maioria dos alunos conseguiu entender a mensagem que era passada Nos DIPs apresentados a seguir poss vel notar como isso ocorreu QUADRO 44 Trechos do DIP da 2 SD 160 v deo est dispon vel em http www youtube com watch v 9fryHjpUGAS 144 Jacob 3 A Nessas aulas sobre o manual foi muito boa pois me ajudou bastante em certos pontos e tamb m porque eu consegui ser bastante participativo e gostei das aulas pois proporciona para n s alunos novas experi ncias Son 3 A As aulas que vamos tendo esta sendo de grande aprendizagem algo novo que est sendo de grande ajuda para gente o manual ajuda nos a desperta a curiosidade nos manuais fazer um manual ajuda tamb m a melhorar na nossa escrita Fonte dados da pesquisa Escolher apresentar o v deo e depois um trecho de texto do manual foi oportunizar diferentes letramentos pois nem todos os alunos compreenderam bem os textos escritos que leram como observei nos relatos dos participantes Nathy e LF Rocha Al m disso a escolha por diferentes c digos tenta atingir as diferentes a es de linguagem pois os alunos que n o assimilaram bem a fun o do v deo instrucional tiveram a oportunidade de faz lo durante a leitura e inter
242. rio delimitar nossas reflex es Mesmo assim acredito que o di logo aqui proposto possibilita fundamentar a nossa escolha por esta teoria para a realiza o desta pesquisa O enfoque discursivo de Bakhtin utilizado no ensino de espanhol como LE nas escolas p blicas de Ensino B sico parece me atender as necessidades do ensino de l ngua estrangeira pois oportuniza uma aprendizagem de forma a englobar a intera o discursiva em a es reais de linguagem levando os alunos a tomarem consci ncia e constru rem sentidos naquilo que estudam Considero n o ser f cil essa tarefa de aplicar as teorias aqui apresentadas no ensino aprendizagem de uma LE mas importante deixar claro que a teoria sobre l ngua gem adotada neste trabalho prop e uma mudan a no que se tornou usual no ensino de l nguas ela n o prop e a exclus o dos conhecimentos estruturais da l ngua embora a gram tica e o l xico se distingam substancialmente da estil stica assim como declarou Bakhtin 2006 Todavia um estudo de gram tica n o pode dispensar observa es estil sticas Al m disso esses dois pontos de vista sobre o mesmo fen meno concreto da l ngua n o devem ser mutuamente impenetr veis nem simplesmente substituir mecanicamente um ao outro devendo por m combinar se organicamente BAKHTIN 2006 p 269 O importante encontrarmos maneiras de integrar esses dois pontos de vista e esta pesquisa considera assim como a teoria aqui di
243. rme fora mencionado neste estudo aprender uma l ngua n o tarefa f cil isto o Objeto de conhecimento intelectual a l ngua tamb m objeto de uma pr tica Essa pr tica ela pr pria complexa REVUZ 1998 p 216 Essa complexidade 139 causa estranheza e recusa por parte de muitos aprendizes porque come ar a estudar uma LE se colocar em uma situa o de n o saber tudo retornar a poca de beb quando ainda n o se sabe falar REVUZ 1998 Nesse sentido nem todos os aprendizes est o preparados para passar por essa experi ncia pois Ela representa para alguns aprendizes um perigo que eles evitam REVUZ 1998 p 225 Esse perigo fica mais evidente quando se tem que usar falar a l ngua que est sendo estudada Por isso apesar de a pr tica oral contribuir positivamente para a constru o das identidades dos novos falantes de uma LE observa se que alguns alunos n o se identificaram com as atividades orais e n o acreditaram que seria uma forma importante de se aprender como o relato abaixo apresenta QUADRO 43 Trecho do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa 2 E necess rio fazer um pequeno par ntese sobre o perfil da aluna supramencionada para s depois analisar o excerto apresentado no que se refere identifica o do participante com a atividade proposta A aluna Pirate da turma 3 A em uma conversa particular pediu me que o v deo fosse feito mas que n o fosse postado
244. ros Curriculares Nacionais apresentam que o objetivo da LEM na escola levar o aluno a comunicar se de maneira adequada em diferentes situa es da vida cotidiana PCNEMs 1998 p 26 As OCEMs Orienta es Curriculares para o Ensino M dio tamb m explicitam a necessidade de o ensino de LE ser contextualizado abordando as diferentes formas de leitura o que chamado de multiletramento As OCEMs 2006 apresentam ainda que no que se refere s habilidades a serem desenvolvidas no ensino de L nguas Estrangeiras no ensino m dio este documento focaliza a leitura a pr tica escrita e a comunica o oral contextualizadas OCEM 2006 p 87 Ao estabelecer seus Essa teoria ser tratada no pr ximo t pico deste cap tulo 43 objetivos esses documentos nos remetem teoria de Bakhtin e seu C rculo discutida no t pico anterior a qual considera que a l ngua n o pode ser separada do seu uso no contexto social no qual est o englobados todos os aspectos que permeiam a sociedade Dessa forma a teoria bakhtiniana destaca os g neros discursivos como orientadores da pr tica da l ngua ora eles s o tipos relativamente est veis de enunciados que se elaboram no interior de cada esfera da atividade humana FARACO 2009 p 127 Retomando o conceito de l ngua gem da teoria bakhtiniana e os objetivos dos documentos que norteiam ou que pelo menos deveriam nortear o ensino de LE nas escolas poss vel observar q
245. rticipantes da 1 SD 3 A e B 128 QUADRO 37 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 1 SD 3 A e B 131 QUADRO 38 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 3 SD 3 A e B 134 QUADRO 39 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 A e B 135 QUADRO 40 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 137 QUADRO 41 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 138 QUADRO 42 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 138 QUADRO 43 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 139 QUADRO 44 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 A e B 143 QUADRO 45 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 A e B 145 QUADRO 46 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 2 SD 3 A e B 146 QUADRO 47 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 147 QUADRO 48 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 148 QUADRO 49 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 149 QUADRO 50 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 151 QUADRO 51 Trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes da 3 SD 3 A e B 153 QUADRO 52 Trechos dos di rios de itiner ncia dos
246. s Dessa forma seria incoerente dizer que algu m pertence a um grupo de 69 caracter sticas apenas porque vive em um determinado lugar pela cor da pele classe social ou padr es estipulados pela pr pria sociedade uma vez que o processo de produ o da identidade oscila entre dois movimentos de um lado est o aqueles processos que tendem a fixar e a estabilizar a identidade de outro os processos que tendem a subvert la e a desestabiliz la Tal como a linguagem a tend ncia da identidade para a fixa o Entretanto tal como ocorre com a linguagem a identidade est sempre escapando A fixa o uma tend ncia e ao mesmo tempo uma impossibilidade SILVA 2000 p 84 Ao apresentar a quest o de clivagem ou oscila o das identidades Silva 2000 aponta uma importante rela o entre identidade e linguagem De acordo o autor elas identidade e linguagem muitas vezes escapam dos padr es tornando se cada vez mais cambi veis variando de acordo com cada situa o vivenciada Um outro aspecto que se relacionada a identidade a subjetividade A esse respeito Woodward 2000 estabelece que a rela o entre os termos identidade e subjetividade se relacionam de forma que um se sobrep e ao outro Para a autora subjetividade sugere a compreens o que temos sobre o nosso eu mas que devido ao fato de vivermos nossa subjetividade em sociedade o que temos perante ela uma identidade Ao se envolver em uma pr ti
247. s S o esses valores que devem ser entendidos aprendidos e confirmados ou n o pelo interlocutor A palavra dita expressa enunciada constitui se como produto ideol gico resultado de um processo de intera o na realidade viva STELLA p 178 Fica evidenciada pela cita o da autora embasada em Bakhtin que uma palavra carrega com ela mais do que apenas seus aspectos estruturais ela representa o que vivenciado pelo falante e a sociedade na qual ele atua Ap s essa reflex o poss vel apresentar que ideologia para o C rculo de Bakhtin o nome que o C rculo costuma dar ent o para o universo que engloba a arte a ci ncia a filosofia o direito a religi o a tica a pol tica ou seja todas as manifesta es superestruturais para usar certa terminologia da tradi o marxista FARACO 2009 p 46 Cabe ressaltar ainda que esses termos ideologia ideologias ideol gico n o t m portanto nos textos do C rculo de Bakhtin nenhum sentido restrito e negativo Ser portanto inadequado l los nestes textos com o sentido de mascaramento do real comum em algumas vertentes marxistas FARACO 2009 p 47 O autor aponta ainda que nas obras do C rculo a palavra ideologia usada em geral para designar o universo dos produtos do esp rito humano aquilo que algumas vezes chamado por outros autores de cultura imaterial Ou produ o espiritual FARACO 2009 p 46 Esse esclarecime
248. s de antem o mas s o constru das na e por meio da linguagem Quando vemos a l ngua apenas como instrumento de express o da ess ncia de uma pessoa as categorias fixas pelas quais ela descrita como por exemplo mulher aprendiz professora m e etc suprimem a realidade de constru o social e hist rica que operam e d o apar ncia de totalidade encerrada e jamais aberta a contesta es MASTRELLA DE ANDRADE NORTON 2011 p 99 100 A rela o apresentada pelas autoras fortalece a teoria de que as identidades n o s o determinadas e que necess rio que acompanhemos as mudan as sociais que acontecem com o passar do tempo para que possamos tamb m observ las no processo de constru o das identidades Dialogando a rela o apresentada por Mastrella de Andrade 2011 Irala 2010 p 177 aponta que tratando se de identidade imposs vel conceb la fora da rela o com o outro pois na diferen a com esse outro que conseguimos afirmar categoricamente quem supomos ser ainda que essa afirma o seja sempre incompleta ilus ria provis ria contingente A partir da rela o feita pelas autoras poss vel perceber que investigar identidades na sala de LE importante n o apenas para que se possa entender o que identidade mas tamb m para conseguirmos identific la quando ela emergir e tamb m para saber como abord la pois a maneira como a tratamos pode levar nossos alunos a pensarem nos estere tipos
249. s de informa o e comunica o TICs Continuando a apresentar o caminho do alicerce te rico no qual me embasei para realizar esta pesquisa passo a dialogar agora com os aspectos das TICs que atrelados aos g neros discursivos e aos multiletramentos apresentam importantes benef cios para o ensino de LE no Ensino B sico In cio este di logo apresentando as novas tecnologias e considerando que o uso das TICs na aprendizagem de LE n o representa apenas um modismo mas uma forma o humanit ria e digna para nossos alunos como aponta Perrenoud 2000 Formar para as novas tecnologias formar o julgamento o senso cr tico o pensamento hipot tico e dedutivo as faculdades de observa o e de pesquisa a imagina o a capacidade de memorizar e classificar a leitura e a an lise de 7 O termo cambiante ser tratado com nfase no ltimo t pico deste cap tulo 61 textos e de imagens a apresenta o de redes de procedimentos e de estrat gias de comunica o PERRENOUD 2000 p 128 O mesmo autor ressalta ainda a import ncia das TICs no processo pedag gico no nosso tempo As novas tecnologias podem refor ar a contribui o dos trabalhos pedag gicos e did ticos contempor neos pois permitem que sejam criadas situa es de aprendizagem ricas complexas diversificadas por meio de uma divis o de trabalho que n o faz mais com que todo o investimento repouse sobre o professor uma vez que tanto a informa o qu
250. s direitos autorais de publica o Nenhuma parte desta disserta o de mestrado pode ser reproduzida sem a autoriza o por escrito do autor Cita es s o estimuladas desde que citada a fonte FICHA CATALOGR FICA SANT ANA Rosilene dos Anjos G neros discursivos no ensino LE na escola p blica a es de linguagem a partir de sequ ncia did tica Bras lia Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o Universidade de Bras lia 2014 211 f Disserta o de mestrado Orientadora Dr Maria das Gl ria Magalh es dos Reis 1 Espanhol como LE 2 G neros discursivos 3 Sequ ncia did tica 4 Pesquisa a o 5 Multiletramentos 6 Novas tecnologias UNIVERSIDADE DE BRAS LIA INSTITUTO DE LETRAS IL DEPARTAMENTO DE LINGUAS ESTRANGEIRAS E TRADU O LET PROGRAMA DE POS GRADUA O EM LINGUISTICA APLICADA PPGLA G NEROS DISCURSIVOS NO ENSINO DE LENA ESCOLA P BLICA A ES DE LINGUAGEM A PARTIR DE SEQU NCIAS DID TICAS ROSILENE DOS ANJOS SANT ANA DISSERTA O DE MESTRADO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE P S GRADUA O EM LINGU STICA APLICADA COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESS RIOS OBTEN O DO GRAU DE MESTRE EM LINGU STICA APLICADA APROVADA POR Profa Dra Maria da Gl ria Magalh es dos Reis UnB ORIENTADORA Profa Dra Cl udia Hilsdorf Rocha Unicamp EXAMINADORA EXTERNA Profa Dra Mariana Rosa Mastrella de Andrade UnB EXAMINADORA INTERNA Profa Dr
251. s para criar a es comunicativas intelig veis uns com os outros e s o os modelos que utilizamos para explorar o n o familiar BAZERMAN 2011 p 23 Muito se questiona dentro das pesquisas realizadas em LA sobre o papel do professor de LE Concernente a essas pesquisas um aspecto considerado desej vel refere se reflex o que o professor deve fazer acerca de sua pr pria pr tica Para que tal reflex o ocorra necess rio que o professor analise sua pr tica e suas op es metodol gicas e para justificar se no que diz respeito a essas escolhas necessita conhecer em profundidade um aporte te rico capaz de realizar o di logo entre o que ele deseja e o que ele acredita ser o seu papel no processo de ensino aprendizagem Neste cap tulo apresento o arcabou o te rico que escolhi para fundamentar a minha pr tica pedag gica e por conseguinte a pesquisa que realizei Nele ser o apresentados os conceitos de l ngua gem pois tais conceitos devem estar relacionados s pr ticas pedag gicas de professores de l nguas Tamb m ser o apresentadas neste cap tulo as teorias relacionadas aos g neros discursivos sequenciadas pelas teorias acerca de multiletramentos e de novas tecnologias pois tais construtos deram suporte para que as pr ticas elaboradas para a realiza o desta pesquisa fossem recebidas com entusiasmo pelos participantes e dessa forma colaboraram para que as aulas fossem mais din micas e instigantes Por fim e
252. s public sticos etc surgem nas condi es de um conv vio cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado predominantemente o escrito art stico cientifico sociopol tico etc No processo da sua forma o eles incorporam e reelaboram diversos g neros prim rios simples que se formaram nas condi es da comunica o discursiva imediata Esses g neros prim rios que integram os complexos a se transforma e adquirem um car ter especial perdem o v nculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheios por exemplo a r plica do di logo cotidiano ou a carta no romance BAKHTIN 2006 p 263 A aplica o dessa SD representou um grande desafio pois os g neros secund rios exigem mais do falante uma vez que envolvem textos simples e complexos 111 Apresentac o da Situac o Antes de come ar a aplica o da segunda SD observei o que teria dado certo na primeira e o que deveria ser melhorado Uma das modifica es feitas refere se apresenta o da situa o Como os alunos tiveram muitas d vidas para come ar a escrever pequenas frases imaginei que com o manual poderia ser mais dif cil se eu n o explorasse mais esta primeira etapa da aplica o Resolvi que esta parte seria feita n o apenas oralmente mas que os alunos escreveriam suas observa es para que a apropria o do g nero fosse eficaz Durante essas reflex es comecei a pensar no uso de g neros com os
253. s t m uma certa estrutura definida por sua fun o DOLZ et al 2011 p 23 Ao apresentar essas observa es sobre os g neros os autores expressam os motivos pelos quais os g neros possibilitam a intera o Assim ao se pensar no g nero est se pensando em uma situa o de a o de linguagem pela qual o g nero se organiza isto sobre a sua organiza o baseada uma determinada situa o Reconhecendo a necessidade de se repensar o papel do ensino de LE na escola de Ensino B sico esta pesquisa adotou o uso dos g neros discursivos e atrelados a eles est o os suportes te ricos sobre multiletramentos e novas tecnologias Conduzo agora a reflex o para os caminhos desses ltimos aportes te ricos 2 3 Os multiletramentos e as novas tecnologias necess rio que se reconhe a a import ncia das descobertas tecnol gicas para que n o se fique parado no tempo GRINSPUN 1999 p 18 apud RIBEIRO 2007 p 94 Relembro neste t pico que muito se tem pensado atualmente nos problemas no ensino de LE principalmente no mbito da educa o b sica Essa preocupa o n o banal pois a disciplina de LE deixou de ser considerada pouco relevante para ser 52 considerada t o importante como qualquer outra do curr culo PCNEMs 2000 p 25 Al m disso dando enfoque ao espanhol como LE e ao seu papel na educag o verifica se que Estamos diante de um gesto pol tico claro e sobretudo de um gesto de pol
254. s teaching this study aims to examine the use of discursive genres in Spanish classes as a Foreign Language in Regular Education It is expected that these Spanish classes will have moredialog and discursiveness as well empower students to be able to speak interact and understand Spanish This study was developed with two third year high school classes in Distrito Federal It adopted a qualitative approach FLICK 2009 to collect and analyze data as a methodology itused an Action Research BARBIER 1985 2007 which was conducted through the application of the following research tools participants and teachers daily initial questionnaire oral and written participants production The data were collected in the second semester of 2013 and analyzed based on language theories BAKHTIN 2006 2013 BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 BENVENISTE 2005 teaching through genres BAKHTIN 2006 2013 BAKHTIN VOLOSHINOV 1997 BAZERMAN 2011 ROCHA 2012 ROJO 2009 supported by pedagogical sequences DOLZ et al 2011 CRISTOV O 2009 Other constructs also were helpful for this study such as identity theory in teaching Foreign Language MASTRELLA DE ANDRADE 2011 LEFFA 2013 REVUZ 2008 MOITA LOPES 2002 HALL 2003 the multiliteracies Kope amp KALANTZIS 1996 ROCHA 2012 ROJO 2009 2012 DIONISIO 2011 DIAS 2012 RAJAGOPALAN 2003 linked to theories about new technologies PERRENOUD 2000 RIBEIRO 2007
255. sa adotada ressaltando a import ncia da pesquisa qualitativa bem como a relev ncia da metodologia pesquisa a o PA No mesmo cap tulo fundamento a escolha do m todo sequ ncia did tica SD por meio das teorias a ela correlacionadas descrevo o cen rio da pesquisa os aspectos ticos respeitados os participantes e suas representa es observadas por meio do question rio inicial al m de apresentar tamb m os instrumentos de coleta de dados explicitando como se deu cada aplica o de SD e os resultados esperados No cap tulo IV apresento a an lise de dados e a discuss o dos resultados obtidos Tais resultados s o fruto do processo de triangula o de dados coletados por meio dos instrumentos di rio de itiner ncia do participante conforme os estudos de Ren Barbier 1985 2007 di rio de itiner ncia do professor pesquisador e produ o dos alunos A discuss o articula quatro eixos s o eles intera o e oralidade como a es de linguagem construindo identidades multiletramentos o novo na sala de aula de LE e produ o dos alunos 25 No quinto e ltimo cap tulo retomo os objetivos da pesquisa e respondo as perguntas que nortearam este estudo al m de tecer reflex es sobre as implica es e limita es da pesquisa No mesmo cap tulo apresento sugest es para a realiza o de pesquisas futuras que se far o importantes para o processo de ensino aprendizagem de LE no ensino regular 1 5 Algumas conside
256. sando a explora o de multiletramentos e concomitante a isso abrir espa o s novas tecnologias n o apenas para se cumprir a exig ncia de t las na escola como direcionam os documentos oficiais que apresentam a compreens o dos novos e complexos usos da linguagem multiletramentos OCEMs 2006 e o foco da aprendizagem na fun o comunicativa visando prioritariamente leitura e a compreens o de textos verbais e escritos PCNEMs 2000 mas com a consci ncia de que preciso formar nosso aluno para ser um cidad o multiletrado capaz de ler e interpretar criticamente as diversas modalidades de textos que temos na sociedade Considero importante explicitar neste trabalho como os documentos supracitados apresentam direcionamentos para novas abordagens no ensino de LE na escola de Ensino B sico Os PCNEMSs 2000 ao explicitarem novos caminhos para o ensino de LE consideram que deixa de ter sentido o ensino de l nguas que objetiva apenas o conhecimento metalingu stico e o dom nio consciente de regras gramaticais que permitem quando muito alcan ar resultados puramente medianos em exames escritos PCNEMs 2000 p 26 Entende se nessas palavras que h uma preocupa o que a l ngua deixe de ser apresentada aos alunos apenas pelo seu car ter estrutural e que os alunos aprendam usar a l ngua e n o apenas explicar suas formas Embora eu considere que o documento mencionado apresente lacunas como por exemplo a indiferen a com
257. scutida de Bakhtin que o que pode assegurar uma poss vel solu o para essa complexa quest o aprofundar na natureza do enunciado e nas peculiaridades dos g neros discursivos como afirma Bakhtin O estudo da natureza dos enunciados e dos g neros discursivos segundo nos parece de import ncia fundamental para superar as concep es 41 simplificadas da vida do discurso Al m do mais O estudo do enunciado como unidade real da comunica o discursiva permitir compreender de modo mais correto tamb m a natureza das unidades da l ngua enquanto sistema BAKHTIN 2006 p 269 O fato de estudar o enunciado como unidade real tamb m foi lembrando por Bakhtin na obra Quest es de estil stica no ensino de l nguas Quando isolada dos aspectos sem nticos e estil sticos da l ngua a gram tica inevitavelmente degenera em escolast cismo Entretanto no que diz respeito ao seu emprego concreto na pr tica educacional a quest o est longe do ideal Na pr tica muito raramente o professor d e sabe dar explica es estil sticas para as formas gramaticais estudadas s vezes ele at aborda a estil stica nas aulas de literatura ali s muito pouco e de modo superficial mas o conte do das aulas de l ngua materna a gram tica pura BAKHTIN 2013 p 23 As reflex es de Bakhtin expressas na cita o acima s o tamb m questionadas na atualidade Embasada em questionamentos e em prop s
258. sentimentos por 100 meio do di rio de itiner ncia do professor pesquisador DIPP Esse instrumento foi escolhido para que eu enquanto pesquisadora e professora da turma pudesse diariamente relatar minhas aulas a cada aplica o e tamb m todo o desenvolvimento da pesquisa enfim todas as minhas percep es Considero esse instrumento muito importante porque ele comporta bem esse car ter de intimidade com a afetividade e as rea es em rela o ao mundo circundante BARBIER 2007 p 134 3 7 3 Question rio inicial O question rio inicial foi aplicado para diagnosticar as representa es que os alunos tinham referentes ao processo de ensino aprendizagem do espanhol como LE Por meio desse question rio foi poss vel tamb m conhecer melhor o perfil dos participantes pois mesmo sendo professora da turma eu estava com eles h apenas um semestre 2 2013 Isso ocorreu pelo fato de que o governo do Distrito Federal est implantando nas escolas de Ensino M dio a semestralidade Nesse sistema os componentes curriculares s o organizados em dois semestres anuais com a carga hor ria dobrada de modo que metade das disciplinas estudada no primeiro semestre e as demais no segundo 3 7 4 Grava o em udio e v deo Como a pesquisa qualitativa tem como caracter stica apresentar a subjetividade dos envolvidos torna se importante observar tudo que acontece Embora os di rios tenham sido utilizados para relatar as impr
259. serem postados na Comunidade do Facebook em casa 1 Suporte e corre o das principais d vidas apresentadas nos relatos postados na Comunidade 3 Produ o do v deo clipe musical para ser postado na Comunidade Contexto de produ o e uso Usar o discurso escrito ao opinar sobre v deos e m sicas do You Tube 10 Elementos lingu sticos discursivos transforma o de tempos verbais e pronomes nos discursos indiretos adjetivos verbo gustar 11 Reflex o pedag gica Trabalhar com m sica nas aulas de LE motiva os alunos a participarem e se sentirem agentes na l ngua alvo e quando isso atrelado a algo que eles j fazem como o caso do acesso a m sicas e v deos do You Tube as atividades propostas se toram ainda mais estimulantes e atrativas 12 Atividades complementares Atividade posterior exerc cios para conjuga o do verbo gustar e de transforma o de frases no discurso direto para indireto 204 AP NDICE I ATIVIDADE DE APRESENT A O DO G NERO RELATO DE MUSCIA DO YOU TUBE Instituto de Letras IL a7 Universidade de Bras lia UnB Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET Na S Marta Sebas Guille Y Los Dem s Amaral Marta me llam a las seis hora espa ola S lo para hablar solo se sent a sola porque Sebas se march de vuelta a Buenos Aires El dinero se acab ya no hay sitio para nadie D nde empieza y donde acabar el destino que nos une y
260. so que os momentos de aprendizagem de uma LE proporcionem uma forma o cr tica reflexiva ao aluno para que ele possa ao usar a l ngua aprendida ser capaz de perceber e questionar o mundo no qual atua Talvez a falta de defini o ou confus o quanto defini o dos objetivos desse ensino fa a gerar coment rios como o citado anteriormente como o de que n o se aprende LE na escola Devemos considerar tamb m que esses coment rios surgem da insatisfa o do aprendiz ao n o saciar sua vontade de atuar na l ngua alvo Continuando a nossa reflex o quanto ao papel do ensino de LE importante pensar como est o sendo ministradas as aulas de LE nas escolas p blicas e quais abordagens podem ser adotadas para que possamos mudar a situa o de descren a quanto ao ensino aprendizagem de LE na escola de Ensino B sico H hoje um consenso de que o ensino de l nguas deve se dar a partir de textos luz da teoria bakhtiniana que considera que o texto n o uma coisa sem voz considero neste trabalho assim como Cristov o 2009 o conceito de texto que seria qualquer exemplar concreto e sempre nico dessa unidade produzido segundo o modelo de um g nero adequado a uma situa o espec fica CRISTOV O 2009 p 322 Essa necessidade de contextualiza o do ensino de LE fortalecida pelos documentos que direcionam o ensino de L ngua Estrangeira Moderna doravante LEM nas escolas de Ensino B sico Os PCNEMs Par met
261. ste cap tulo abordar as teorias referentes s identidades no ensino de LE uma vez que elas foram ressignificadas em todos os momentos de aplica o desta pesquisa 2 1 L ngua gem O ensino de l nguas toma rumos que muitas vezes s o definidos pelo conceito de l ngua gem que se adotada O termo l ngua pode ser tratado por v rias vertentes 28 te ricas como por exemplo a estruturalista a cognitivista a discursiva entre outras Apresentarei com mais detalhes a que abordada nesta pesquisa a saber a perspectiva discursiva Cabe ressaltar que n o inten o desmerecer nenhuma outra teoria mas justificar nossa escolha Embora tenhamos adotado uma linha te rica para definir l ngua gem consideramos importante apresentar outras teorias que definem esse construto pois ao empreg lo de uma forma ou de outra o professor de l ngua reflete a pr tica de ensino por ele adotada Essa informa o est embasada no fato de que grande parte das aulas de l nguas tanto maternas quanto estrangeiras s o ministradas via abordagem gramatical isto dando pouca aten o ao uso da l ngua Essa caracter stica estruturalista faz com que o aluno considere muito dif cil estudar uma l ngua estrangeira pois estuda as estruturas muitas vezes complexas e n o v a import ncia desse conhecimento na pr tica luz da teoria de Bakhtin Voloshinov 1997 que apresentada principalmente em sua obra Marxismo e filosofia
262. studos sobre esse termo associando o ao aprendizado de uma LE Outro aspecto frequentemente observado nas pesquisas em LA a pr tica pedag gica de professores isto as maneiras como s o trabalhadas as aulas de LE Sobre esse aspecto destaco e retomo o construto de Cristov o 2009 sobre a es de linguagem Pensar a pr tica em sala de aula levando em conta esse construto considerar que tanto as intera es orais quanto escritas envolvem a es de linguagem que deve ser situada social e historicamente e al m disso influenciada pelo contexto CRISTOV O 2009 Esse aspecto nos remete a perspectiva bakhtiniana de que a l ngua ganha vida nos discursos Durante esta pesquisa v rios foram os momentos em que as identidades foram manifestadas apresentando a constru o de novos pap is identit rios nos participantes Dentre as identidades que foram manifestadas emergiram o poder agentivo o reconhecimento como falante da l ngua e o se reconhecer capaz de aprender Essas manifesta es tornaram crucial a ado o da constru o de identidades relacionada ao engajamento dos participantes nas atividades propostas afetividade entre os participantes e o professor pesquisador e pr tica da oralidade em LE Todos esses fen menos est o envolvidos na produ o da linguagem assim a sala de aula de LE 127 lugar prop cio para manifesta o e ressignifica o de identidades pois nela a linguagem se torna elemento consta
263. sua escrita fala e a o tendo consci ncia do seu papel na intera o verbal Considero luz da teoria dos g neros 17 d s c pa RR A E iS Do original Expresi n Escrita In Vadem cum para la formaci n de profesores ense ar espa ol como segunda lengua L2 lengua extranjera LE Madri SGEL 2004 161 discursivos de Bakhtin que para suprir essa necessidade preciso usar e explorar nas aulas de LE os g neros discursivos pois por meio deles podemos viabilizar a comunica o humana importante lembrar que antes dos alunos come arem a escrever foi feita uma prepara o com leitura de cart es e an lises da escrita de frases com questionamentos do uso desse g nero o que chamado de apresenta o da situa o DOLZ et al 2011 V rias foram as felicita es apresentadas nos cart es feitos pelos participantes Cada cart o trazia consigo imagens desenhos e cores que demonstraram o capricho e 1 entusiasmo dos alunos Apresentarei a seguir algumas mensagens dos cart es QUADRO 57 Mensagens de alguns cart es do 3 A Fonte dados da pesquisa FIGURA 01 __ Cart es produzidos por alunos do 3 A Fonte dados da pesquisa 18 Z 3 Embora as mensagens tenham passado por corre es nos m dulos a produ o final apresentou ainda problemas na escrita Aqui as mensagens foram apresentadas da mesma maneira como foram entregues pelos participantes na produ o fi
264. termo de uma adequa o da palavra coisa Pela intermedia o da l ngua estrangeira se esbo a o deslocamento do real e da l ngua O arbitr rio do signo ling stico torna se uma realidade tang vel vivida pelos aprendizes na exaust o ou no des nimo REVUZ 1998 p 223 Entendo que as observa es dos alunos refletem a forma pela qual eles est o acostumados a participar do processo de ensino aprendizagem de LE e que muitas vezes esse costume pode ser uma ilus o que causa entrave em seu desenvolvimento Uma quest o diagn stica tamb m explorada no question rio respondido pelos alunos refere se como utilizar a nova l ngua que eles aprendem As respostas est o no quadro a seguir QUADRO 10 Dados do question rio inicial Interagir com falantes da l ngua Ouvindo m sicas vendo filmes Treinando e falando frequentemente No di logo Se comunicando Falar diariamente Lendo Falando praticando com outras pessoas Falando sempre Fonte dados da pesquisa As respostas dos participantes foram un nimes ao considerar que preciso usar a l ngua estudada e que esse uso relaciona se pela maioria dos alunos que participaram da pesquisa do aspecto oral da l ngua ou seja da atua o em discursos orais Observa se que os pr prios alunos reconheceram a import ncia de falar em l ngua estrangeira e n o apenas saber ou estudar sua estrutura Percebo nessas 96 respostas uma a
265. tica lingu stica que exige uma reflex o acerca do lugar que essa l ngua pode e deve ocupar no processo educativo reflex o sobre a maneira poss vel de trabalh la como m ximo de qualidade e o menor ndice de reducionismo um reducionismo a que ao longo da historia se viu afetada e afetou a nossa rela o com a L ngua Espanhola e com os povos que a falam Estere tipos de todo tipo sobre a l ngua e sua suposta facilidade para os brasileiros sobre os hispanofalantes mais de uma vez indiferenciados em imagens constitu das de fragmentos de diferentes setores do mundo hisp nico como se esse fosse uma s coisa imagens permeadas de preconceitos que marcaram por muito tempo nossa relag o com essa l ngua e essas culturas OCEM 2006 p 128 Essa observa o das OCEMs desmistifica o discurso de que estudar espanhol f cil porque igual ao portugu s Levando essa premissa em considera o o ensino da l ngua espanhola deve ser valorizado pela rela o pol tica entre o Brasil e os pa ses vizinhos pela significativa rela o dessa l ngua com o mundo e por sua presen a nos meios de comunica o principalmente na internet Dessa forma podemos pensar que n o s o ensino da l ngua espanhola mas o ensino de LE contribui para a forma o de um cidad o que seja capaz de atuar e ser sujeito de seu viver na sociedade Embora seja reconhecida nos documentos a necessidade de se formar alunos comprometidos com a realidade na qual
266. tiletramentos podem contribuir para mudar o cen rio de ensino aprendizagem de LE de maneira a estimular os alunos a serem agentes de seu aprendizado 3 Em que medida as a es de linguagem s o norteadoras do ensino aprendizagem de LE de forma que ocorra a apropria o da nova l ngua Com base nessas perguntas parto para a an lise efetiva dos dados Os pr ximos t picos deste cap tulo est o organizados de acordo com os eixos tem ticos selecionados para esta an lise e pretendem a partir da triangula o dos dados gerados pelos instrumentos de pesquisa cumprir com os objetivos propostos e ainda tentar compreender melhor como funciona o complexo e din mico fen meno da linguagem Abaixo retomo os instrumentos utilizados na an lise 126 QUADRO 35 Instrumentos utilizados na an lise Fonte dados da pesquisa 4 2 Interac o e oralidade como ac es de linguagem construindo identidades Estudar uma LE n o uma tarefa simples Como fora tratado no cap tulo te rico esse processo envolve motivac o autoestima ansiedade entre outros fatores que influenciam a aprendizagem Nos ltimos anos esses fatores passaram a ter maior ateng o nas pesquisas em LA Sendo assim um dos campos que mais tem contribu do com novos e importantes resultados dizem respeito a pesquisas sobre Identidades Autores como Mastrella de Andrade 2010 2011 2013 Leffa 2003 Revuz 1998 Rajagopalan 2002 Moita Lopes 2002 realizaram e
267. tipo que marcava negativamente os estudantes de escola p blica fazendo com que eles pr prios n o acreditassem em si mesmo e que duvidassem que algum dia poderiam ter sucesso no investimento educacional p blico Isso adv m da ideia de discurso negativamente legitimado que busca gerar identidades fixas o qual centra se nos problemas das escolas p blicas tais como a infraestrutura prec ria e salas de aula com mais de 35 alunos Nesse contexto os relatos a seguir mostram que os alunos a princ pio n o acreditavam mas ao atuarem nas a es de linguagem perceberam que eram capazes de aprender uma LE 138 QUADRO 41 Trechos do DIP da 3 SD Fonte dados da pesquisa Outro estere tipo que os pr prios alunos trazem consigo referente escola o fato de que estudar chato Em seus discursos observamos que eles acham dif cil ser feliz estudando pois estudar uma LE parece muito complicado Essa ideia pr concebida pode influenciar de forma negativa as identidades dos alunos impedindo muitas vezes que eles vejam o lado bom e prazeroso de estudar Por meio da an lise dos DIPs foi poss vel perceber que os alunos ao atuarem em a es de linguagem por meio dos g neros discursivos perceberam que estudar uma LE pode ser prazeroso e que pode trazer muita alegria mesmo que ela seja estudada em uma escola p blica como foi relatado nos trechos a seguir QUADRO 42 Trechos do DIP da 3 SD Fonte dados pesquisa Confo
268. tividade posterior exerc cios para conjuga o de verbos regulares e irregulares no presente do subjuntivo 199 AP NDICA E 1 DI RIO DE ITINER NCIA DO PARTICIANTE Universidade de Brasilia UnB Ni Instituto de Letras IL o Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET 1 DI RIO DE ITINER NCIA DO PARTICIANTE Com base nas duas ltimas aulas expresse sua opini o 1 2 O que mais gostei foi Uma atividade completamente nova para mim foi Uma atividade que gostaria de repetir Atividade que eu n o gostei nada foi Na minha opini o a atividade mais til foi Na minha opini o as atividades desenvolvidas nas ltimas aulas contribu ram para a aprendizagem de espanhol porque Na minha opini o n o observei nenhuma diferen a nessas aulas porque Para melhorar a aprendizagem de espanhol eu proponho Coment rios livres Pseud nimo 200 AP NCIDE F 2 SEQU NCIA DID TICA Universidade de Bras lia UnB Wo 7 Instituto de Letras IL Departamento de L nguas Estrangeiras e Tradu o LET NE Sequ ncia Did tica 02 1 Agentes discursivos Alunos do 3 Ano do Ensino M dio 2 G nero Manual de celular 3 Suporte V deo http www youtube com watch v 9fryHjpUGAS Manual http www samsung com es support model GT I81600KAXEC downloads 4 Sugest o de documento V deo instrucional de como utilizar um celular que pr prio para pesso
269. tos n o parece ser uma quest o justa embora seja importante que os professores conhe am os documentos que regem seu trabalho Outro aspecto identit rio importante relacionado oralidade nesta fase de aprendizagem foi manifestado nos DIPs a sensa o de ser capaz de ser poss vel falar na l ngua espanhola mesmo com tantas dificuldades V rios foram os relatos dos DIPs que comprovam essa observa o Vejamos um desses relatos QUADRO 39 Trecho do DIP da 2 SD Fonte dados da pesquisa No relato acima o aluno Neg o da turma 3 B mostra todo o seu entusiasmo ao participar das aulas de l ngua espanhola Mostra se inclusive ansioso e cita uma atividade que faz parte da terceira aplica o de SD a produ o do v deo com m sica da l ngua espanhola Ao incluir os parab ns em sua escrita o aluno demonstra aprova o quanto ado o da atividade proposta que nesse caso foi a produ o de frases para o manual de celular e a partir das frases a produ o de um v deo instrucional O entusiasmo desse participante nos remete a teoria de Bakhtin ao apresentar a verdadeira necessidade do falante 136 Na realidade o locutor serve se da l ngua para suas necessidades enunciativas concretas para o locutor a constru o da l ngua est orientada no sentido da enunciac o da fala Para ele o centro da gravidade da l ngua n o reside na conformidade norma da forma utilizada mas na nova significa o qu
270. tra o pois achei que os alunos ficariam empolgados como eu estava mas isso n o aconteceu mas nas aulas posteriores pude mudar um pouco meu pensamento a respeito desse dia Produ o Inicial Os alunos tiveram um pouco de dificuldade quando lhes foi solicitado que produzissem a escrita dos cart es A dificuldade maior se deu no in cio da realiza o da atividade como poss vel observar no excerto 106 QUADRO 18 Trechos do DIPP da 1 SD 3 A Fonte dados da pesquisa A primeira produ o n o se deu da mesma maneira nas duas turmas como j foi mencionado anteriormente Na produ o do 3 A a qual contou com a orienta o da professora em sala de aula foi poss vel acompanhar e perceber melhor as dificuldades que os alunos tiveram no processo de escrita Entretanto na produ o da turma B s pude perceber os problemas dos alunos nas corre es das frases depois de escritas QUADRO 19 Trechos do DIPP da 1 SD 3 B Fonte dados da pesquisa Apesar dessa diferen a na aplica o pude perceber que os problemas apresentados nas frases pelas duas turmas foram praticamente os mesmos como destaco no trecho a seguir QUADRO 20 Trecho do DIPP da 1 SD 3 A 107 Fonte dados da pesquisa QUADRO 21 Trechos do DIPP da 1 SD 3 B Fonte dados da pesquisa poss vel perceber que a aluna que apresentou texto copiado da internet n o conseguiu se apropriar do g nero cart o co
271. tros aspectos de aceita o dos alunos que tamb m contribu ram positivamente para esse momento de aprendizagem Dessa vez os aspectos observados foram a empatia e intera o com o professor pesquisador Esses fatores se mostraram importantes para que o ambiente de sala de aula se tornasse prop cio aprendizagem De acordo com Bakhtin 2003 o ambiente torna se prop cio ao aprendizado quando o professor exp e aos alunos uma metodologia que integra gram tica e estil stica dando voz a eles e analisando com eles cada situa o estudada Nos excertos abaixo s o expl citos os aspectos supracitados QUADRO 37 Trechos do DIP da 1 SD Ultima quest o coment rio livre Pirate 3 A A professora tima A melhor professora de espanhol que j tive Layd 3 B Adoro a senhorita seus cabelos muito fashion haha adoro suas aulas Quest o 01 O que mais gostei foi Mary 3 B Do dinamismo da aula da alegria que passada pra gente Morena 3 B Primeiramente quero falar que a professora de Espanhol uma excelente profissional explica muito bem as mat rias Achei muito interessante as aulas e o modo de como ela planeja as aulas Drih 3 B Bom professora no in cio eu n o gostava muito das suas aulas pois n o entendia nada o que a senhora falava RS Mais depois foi usando m todos que me cativaram nas suas aulas Aulas engra adas e que ao mesmo tempo ensina Make up 3 B N o tenho o que reclamar das aulas de espanhol
272. tualidade DOLZ et al 2011 p 44 Os autores na cita o acima reconhecem que mesmo n o sendo muito explorados os g neros s o abordados nas aulas de l nguas o que significa que trabalhar com eles n o uma novidade no mbito escolar Todavia v rias a es precisam ser renovadas preciso repensar como se est trabalhando com os g neros preciso verificar se h uma an lise do contexto de produ o e de uso se s o explorados os 51 aspectos cr tico refletivos que os g neros permeiam e se o trabalhado com os g neros feito de maneira a formar os alunos como cidad os multiletrados Dolz et al 2011 defendem ainda por meio de uma met fora que o g nero um instrumento que funda a possibilidade de comunicac o e de aprendizagem e para justificar essa met fora os autores apresentam tr s pontos importantes os quais expresso abaixo 1 H a escolha de um g nero em uma situa o definida por um certo n mero de par metros finalidade destinat rios conte do para diz lo na nossa terminologia Dito de outra maneira h a elabora o de uma base orienta o para uma a o discursiva 2 Essa base chega a escolha de um g nero num conjunto de poss veis no interior de uma esfera de trocas dada num lugar social que define um conjunto poss vel de g neros 3 Mesmo sendo mut veis flex veis os g neros t m uma certa estabilidade eles definem o que divis vel Dito de outro modo ele
273. uagem amp di logo as ideias lingu sticas do c rculo de Bakhtin S o Paulo Par bola 2009 FARACO C A Autor e autoria IN BRAIT Beth Org Bakhtin conceitos chave 5 ed S o Paulo Contexto 2012 p 37 60 FABRICIO B F Lingu stica Aplicada como espa o de desaprendizagemrestri es em curso In MOITA LOPES L P Org Por uma Lingu sitca Aplicada indisciplinar S o Paulo Parabola Editorial p 45 66 2012 BROWN H D Principles of language learning and teaching New Jersey Prentice Hall 1994b apud FIGUEIREDO F J Q Fatores afetivos e aprendizagem de l nguas foco na escrita e na corre o de erros In MASTRELLA DE ANDRADE M Afetividade e Emo es no Ensino Aprendizagem de l nguas m ltiplos olhares Campinas SP Pontes Editores 2011 v 18 p 115 162 FLICK U Introdu o pesquisa qualitativa Tradu o de Joice Elias Costa 3 ed Porto Alegre Artmed 2009 FREIRE P A import ncia do ato de ler tr s artigos que se completam 23 Ed S o Paulo Autores Associados Cortez 1989 23 edi o FREIRE P Conscientiza o teoria e pr tica da liberta o uma introdu o ao pensamento de Paulo Freire 3 ed S o Paulo Centauro 2005 GARCIA C et al Projet o arte In ROJO R MOURA E Org Multiletramentos na escola S o Paulo Par bola 2012 p 123 146 GONZ LES N M A lei 11 161 as Orienta es Curriculares e as pol ticas p blicas de forma o de professores a hist r
274. uais variam de acordo com a metodologia adotada De acordo com El Andaloussi 2004 p 131 em uma P A com base em rela es transparentes e democr ticas em momento algum nem o dispositivo nem os instrumentos devem tornar se instrumentos de autoridade cient fica ou outra sob risco de arruinar a parceria constru da com os participantes Seguindo esses princ pios sendo mais dial gico do que autorit rio os instrumentos mais apropriados para a execu o desta pesquisa foram o di rio de itiner ncia dos alunos di rio de itiner ncia da professora pesquisadora o question rio inicial grava es em udio de seis aulas e a produ o textual oral e escrita dos alunos 3 7 1 Di rio de Itiner ncia dos Participantes Para cumprir a caracter stica da P A era preciso selecionar um instrumento pelo qual os participantes pudessem ter voz participassem do processo e dialogassem com a professora pesquisadora por isso o espa o no qual os alunos puderam expor suas opini es sugest es e desabafos foram denominados de di rio de itiner ncia dos participantes DIP Barbier 2007 Esse instrumento importante para uma pesquisa interpretativista pois no di rio de itiner ncia registram se pensamentos sentimentos desejos e sonhos muito secretos BARBIER 2007 p 134 De acordo com Barbier 2007 di rio de itiner ncia pode ser igualmente comparado ao di rio de bordo Embora Ren Barbier 2007 considere que o di rio
275. ue os g neros discursivos atendem demanda do ensino de LEM nas escolas de Ensino B sico pois para que os alunos possam se comunicar em diferentes situa es eles precisam vivenci las conhec las e os g neros proporcionam essa possibilidade porque eles organizam o nosso discurso quase da mesma forma que organizam as formas gramaticais sint ticas N s aprendemos a moldar o nosso discurso em formas de g nero e quando ouvimos o discurso alheio j adivinhamos o seu g nero pelas primeiras palavras BAKHTIN 2006 p 283 Abordando o aspecto comunicativo no ensino de LE as OCEMs valorizam o ensino descentralizado das formas estruturais da l ngua e ao frisar a forma contextualizada espera que esse ensino possa fazer com que os alunos sintam se emergidos nos contextos de produ o e uso real da l ngua estudada Sobre o aspecto de imers o do aluno nos discursos da LE poss vel fazer uma analogia dessa necessidade ao que Bakhtin apresenta sobre os g neros discursivos isto a necessidade de o aprendiz de LE saber atuar na l ngua que estuda exigindo que ele compreenda como atuar como proferir os discursos na comunica o Assim conhecer os g neros discursivos proporciona ao aprendiz o in cio do contato com discursos que ser o utilizados na l ngua alvo A import ncia de conhecer e saber usar os g neros ressaltada na seguinte cita o Quanto melhor dominamos os g neros tanto mais livremente os empregam
276. uma dessas produ es foi utilizada como dado para a an lise A produ o de textos e v deos foi importante pois possibilitou a analisa da progress o dos alunos na l ngua estrangeira e tamb m a verifica o de como se deu a apropria o dos g neros estudados e ainda como eles desenvolveram os elementos l ngu sticos As produ es dos alunos compunham as atividades avaliativas da disciplina L ngua Espanhola 3 8 Per odo de coleta de dados A coleta de dados foi realizada entre setembro e novembro de 2013 durante as aulas de espanhol das turmas 3 A e 3 B Foram coletadas produ es de duas aulas semanais devido divis o do ciclo em semestres n o foram coletos dados durante os recessos e feriados 102 3 9 Sequ ncia das SDs aplicadas Neste cap tulo apresentarei as SDs aplicadas indicando cada etapa das atividades que as comp em Apresento tamb m alguns trechos dos di rios de itiner ncia dos participantes e do professor pesquisador para que o leitor possa observar como se deu todo o processo n o somente pela minha vis o enquanto professora pesquisadora mas tamb m pela vis o dos participantes Para realizar esta pesquisa foram aplicadas tr s SDs escolhi diversificar as sequ ncias para que eu pudesse usar v rios g neros discursivos assim se cumpriria n o apenas os meus objetivos enquanto professora pesquisadora mas tamb m os objetivos dos alunos do Ensino M dio pois trabalhar com diferentes g neros
277. unidade do Facebook tiveram que estender o tempo de aula levando para casa a continua o da realiza o da atividade Foi necess rio ent o realizar pesquisas buscar significados e trabalhar com exerc cios de compreens o oral e escrita Isso foi relatado nos trechos a seguir QUADRO 53 Trechos dos DIPs da 3 SD Jenny 3 A N ajudou pois no tempo livre em casa n s estudamos Fonte dados da pesquisa Estender a aprendizagem da l ngua espanhola para al m das aulas na escola estimulou os alunos a agenciarem seu aprendizado e a buscarem por alternativas para 155 sanar suas d vidas fora da sala de aula Como se pode observar pelo excerto extra do do di rio de itiner ncia da participante Jenny ao mencionar que estudava no tempo livre Isso nos mostra que o poder de ag ncia aqui observado est atrelado ao letramento cr tico pois a participante tamb m mencionou que para realizar o relatar precisava entender melhor a m sica O excerto retirado do di rio de itiner ncia do participante Todinho descreve que os alunos n o apenas escutaram a m sica e tentaram traduzi la como costumam fazer mas que tamb m tiveram que pensar e analisar sobre o tema tratado na m sica escolhida para que fosse poss vel construir o relato e justificar suas escolhas Tamb m observei na aplica o dessa SD que a a o colaborativa esteve presente entre os participantes como eles mesmos declararam nos relatos vejamos a seguir QU
278. untivo t que no caso seria desfrutes O mesmo ocorre na frase produzida por Dete pois ela apresenta seu receptor como t ao mencionar Quiero desearte quero desejar a ti e conjuga o verbo em 3 pessoa usted pueda possa Embora tenham apresentado alguns problemas os alunos da turma 3 A conseguiram desenvolver as atividades atuando como agentes da pr tica de felicitar a algu m Agora apresentarei algumas frases dos cart es do 3 turma B QUADRO 58 Mensagens de alguns cart es do 3 B Ava Qu tu vida sea llena de cosas buenas y que t tengas muchas felicidades Qu Dios te bendiga Mary Hoy es t d a especial Mucho mejor que ayer y ma ana para un aprendizaje Hoy tienes la oportunidad de hacer las cosas de manera diferente y disfrutar de las mejores cosas que la vida te da Que tengas un d a maravilloso Jasmin Que su d a sea lleno de bendiciones Dhih Feliz D a de San Valent n Que t mi quieras mucho mi amor por toda mi vida hoy y siempre Pretinha Felicitaciones maestra por ser la mejor maestra de espa ol del mundo Que t seas feliz Un beso y muchas abrazos Fonte dados da pesquisa FIGURA 02 Cart es produzidos por alunos do 3 B Fonte dados da pesquisa 164 Durante o processo de escrita das frases os instru a pensarem no receptor e depois na situac o que poderiam estar vivenciando para que assim pudessem pensar na forma como felicitar a algu m A maioria
279. utros autores sobre o uso das novas tecnologias Acredito que tal elo entre as teorias cumpre a necessidade de formar cidad os letrados e pluril ngues Essa necessidade est atrelada a diversos fatores uma vez que Estamos vivendo a era da informa o hoje somos o que sabemos E a linguagem est no epicentro deste verdadeiro abalo s smico que est em curso na maneira de lidar com as nossas vidas e as nossas identidades Se a identidade lingu stica est em crise isso se deve de um lado ao excesso de informa o que nos circunda e por outro lado s instabilidades e contradi es que caracterizam tanto a linguagem na era da informa o como as pr prias rela es entre os povos e as pessoas RAJAGOPALAN 2003 p 59 O autor explicita que o que caracteriza a linguagem neste tempo cambiante s o as mudan as trazidas pela era da informa o que muitas vezes podem ser consideradas causas de uma crise pois conforme fora mencionado no trecho citado tais mudan as influenciam os discursos que permeiam a sociedade Por isso mesmo tais mudan as n o podem ser esquecidas A exemplo do que fora mostrado ao se estudar um idioma principalmente se o estudo desse idioma tem como cerne os discursos pluril ngues ou seja se ele realizado por meio dos g neros discursivos explorando as diversas maneiras nas quais as vozes s o manifestadas torna se incoerente n o considerar dentro do ensino de LE os recursos trazidos pelas tecnologia
280. vercidades de la vida cuando dice que no devemos parar de so ar y no tener miedo de volar de los riesgos Man La m sica me encant porque viene de alguien que se Eres mi desanime no v a un mayor significado en la vida y una religi n persona apareci quien lo ayud Hay que confiar y creer que siempre alguien aparecer y le mostrar la luz alguien que en tiempos dif ciles surgir y le mostrar el verdadero significado de la palabra amor Fonte dados da pesquisa Optei por apresentar apenas dois relatos da turma A pois eles caracterizam os relatos dos demais participantes Os alunos postaram seus relatos contando parte da m sica o que caracteriza o discurso indireto mas n o utilizaram as regras de adapta o Esses dois relatos apresentam tem ticas parecidas as m sicas contam hist rias que passam uma li o de vida conforme relataram as participantes Zeta e Alfa Pode ser que a escolha dessas m sicas n o tenha sido feita por g nero mas pelo tema que elas apresentam Sendo assim acredito que n o s o g nero auxiliou na ades o dos alunos s m sicas mas tamb m a tem tica que cada uma apresentava Tamb m nessas produ es observei alguns problemas quanto escrita eles foram corrigidos na comunidade 176 Alguns desses problemas referem se falta de concord ncia nominal mensaje bonita quando deveria ser mensaje bonito e conjuga o do verbo deber dever Os participantes encontrara
281. vivem esse n o um desafio f cil para os professores Entretanto cada vez mais eles se preocupam com a realidade em que atuam os falantes de LE dando lugar a uma postura que se assemelha ao comportamento do soci logo O homem de hoje procura conhecer sua poca e necessita para isso de instrumentos e m todos de an lise apropriados O soci logo por excel ncia um pesquisador enraizado no seu tempo j que a sociologia um produto da sociedade industrial por isso os estudos dessa rea n o podem deixar de interessar aos educadores aos trabalhadores sociais e a outros agentes da mudan a social BARBIER 1985 p 35 Esse papel reflexivo dos professores pode estar relacionado com o que est constitu do na vida cotidiana com os diversos conceitos e ideias que formulamos no 53 decorrer de nossas vidas com os conhecimentos e valores que s o fortemente arraigados em cada um de n s e est o ligados s nossas origens familiares aos nossos grupos sociais s nossas experi ncias que s o enfim povoados por muitas vozes Logo se cada ser humano se constitui de toda essa polifonia importante que se considere essa diversidade em sala de aula para que se possa atrelar o conhecimento social que o aluno j possui aos novos conhecimentos por ele apropriados na escola Tendo em vista que a teoria dos g neros discursivos que aqui defendo v a l ngua em seus diversos usos pluril ngues torna se importante adot la vi
282. zes literalmente a partir da primeira palavra do falante BAKHTIN 2006 p 271 Da forma como foi caracterizada por Bakhtin 2006 a intera o nos discursos exige mais de cada participante portanto diferente do que foi apontado pela teoria Saussuriana o ouvinte n o um mero espectador do discurso alheio mas ele aquele que participa ativamente da a o podendo primeiramente escutar e depois posicionar se a favor ou contra o discurso proferido Pode se entender ent o por meio das teorias de Bakhtin 2006 que o sujeito que expressa seu enunciado em um discurso espera uma a o responsiva do ouvinte mas essa rela o entre falante e ouvinte s poss vel entre enuncia es de diferentes sujeitos BAKHTIN 2006 p 276 Nessa afirma o poss vel notar a import ncia da intera o verbal para que se possa realizar uma rela o discursiva na comunica o al m disso o autor aponta que essas rela es entre enuncia es plenas n o se prestam gramaticaliza o uma vez que reiteremos n o s o poss veis entre unidades da l ngua BAKHTIN 2006 p 276 Logo se isolarmos a l ngua n o teremos condi es de observar essa rela o de discursividade Concluo dessa forma que a discursividade a rela o de enuncia o que ocorre entre os sujeitos ao interagir nos discursos entendo pois que dentro dessa rela o a troca de turno na qual tanto falante quanto ouvinte trocam suas posi es

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