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universidade federal do rio grande do norte centro de ciências

1. Algumas recomenda es foram feitas relacionadas ao campo editorial 1 que o MEC crie um grupo permanente para desenvolver estudos sobre o setor editorial brasileiro e sobre pol ticas de outros pa ses para o livro escolar assim como para monitorar os impactos do PNLD sobre o setor editorial brasileiro fornecendo desse modo subs dios para a orienta o das pol ticas do MEC para o livro did tico e para uma defini o mais clara do papel do Estado no setor editorial brasileiro ii que baseado no trabalho desse grupo o MEC elabore um plano detalhado das altera es progressivas a serem promovidas no PNLD ao longo dos pr ximos anos e desenvolva a es para divulga lo junto ao campo editorial 111 que o PNLD desenvolva a es para sinalizar de modo mais claro ao campo editorial suas expectativas em rela o aos padr es de qualidade para o livro did tico enfatizando como fez at agora n o particularmente os crit rios de exclus o de livros did ticos e os problemas detectados na avalia o mas o conjunto de caracter sticas que deve preencher um livro de qualidade BATISTA 2001 p 41 160 Para tornar o PNLD mais operacional recomendou se a descentraliza o do processo de avalia o de obras did ticas estabelecendo conv nios com universidades p blicas fomentando assim por um lado a pesquisa acad mica e por outro aperfei oando a efici ncia do processo de an lise de livros estudos que vise
2. Os estudos de literatura incidiram significativamente sobre a defini o de g neros textuais Diferente dos folcloristas que priorizavam a perman ncia da forma cr ticos e te ricos liter rios que primavam pela instabilidade cultivaram o transgredir a norma para alcan ar a originalidade da obra A esse respeito Hemais e Biasi Rodrigues 2005 p 111 dizem O fato de um texto se desviar de conven es ou transgredir as formas significa que existem regulamentos que est o sofrendo a transgress o Al m disso o que mant m as normas vis veis a pr pria a o de transgress o Essas considera es no aporte te rico de 87 Swales 1990 colaboraram expressivamente para a evolu o dos g neros as varia es nos exemplares de g neros e o papel do autor e da sociedade que estabelece as mudan as Do terceiro campo de estudos o da lingu stica Swales 1990 percebe a relut ncia de v rios linguistas quanto ao uso do termo g nero por relacionarem no aos estudos liter rios Como consequ ncia disso tradicionalmente os estudos lingu sticos repousavam sobre o n vel da frase e n o do texto Desse campo ele aproveitou conhecimentos de base etnogr fica e da linha sist mico funcional Os trabalhos de base etnogr fica entendem que o g nero textual um tipo de evento comunicativo SAVILLE TROIKE 1982 apud HEMAIS e BIASI RODRIGUES 2005 p 112 forma de comportamento verbal salientes
3. Sobre leitura j afirmamos que um professor que n o um leitor apaixonado dificilmente conseguir criar condi es para que seus alunos tamb m se apaixonem pelos livros Mas que conhecimentos sobre os usos e as t cnicas da escrita deve o professor possuir para desempenhar com compet ncia seu papel A resposta a esta pergunta est neste contexto vinculada a uma outra indaga o que conhecimentos ter que elaborar o aluno sobre a 184 representa o escrita da linguagem Ele dever aprender a diferenciar as v rias situa es e os contextos em que a escrita socialmente produzida Dever ser capaz de produzir textos de diferentes g neros discursivos para o Z que necess rio dispor de um conhecimento sobre as diversas fun es socioculturais da atividade de escrever Tal conhecimento fundamental para que o aluno saiba decidir quando se faz necess rio e significativo escrever Esse conhecimento necess rio tamb m para que ele aprenda que ao escrever dever se adaptar s formas e conven es sociais que regulamentam o uso da escrita em contextos espec ficos Por esse motivo adotamos nesta obra uma perspectiva discursiva a partir da qual discutimos os aspectos relacionados escrita e leitura que consideramos relevantes para o trabalho de produ o de textos em sala de aula ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 36 Logo outro prop sito do MP3 apresentar aspectos discursivos r
4. um fato social encontrado na seguinte situa o t pica do dom nio docente quando o professor tem acesso ao Livro Did tico concomitantemente recebe o MP que lhe apresenta por sua vez uma organiza o textual tipificada Basicamente essa organiza o est constitu da de explica o da estrutura do LD de LP dos objetivos pretendidos no estudo da LP da orienta o te rico metodol gica que baseou a produ o do LD de sugest es de atividades complementares de avalia o e autoavalia o do professor e dos alunos al m de considera es sobre g neros textuais j que esse assunto considerado pelos autores das colet neas importante no estudo da l ngua O professor leitor espec fico desse g nero tem a oportunidade de recorrer ao MP durante todo o processo de ensino aprendizagem em que o LD utilizado Apesar de ser escrito para explicar a seu leitor potencial como est estruturado e fundamentado o Livro Did tico n o podemos considerar o Manual do Professor um g nero de segunda categoria ou de subvalor em rela o qualquer outro g nero inclusive porque verificamos que poder ser produzido antes do LD MARUXO J NIOR 2013 servindo como uma esp cie de guia ou projeto do LD Consideramos mais representativo entendermos o MP como g nero inserido no sistema de g neros BAZERMAN 2011 2011a no qual vamos encontrar n o somente o LD mas tamb m dentre outros plano de aula calend rio escolar
5. 2 que outros tipos de texto eles escrevem 3 como s o chamados esses 119 textos 4 com que esses textos se parecem e 5 quem usa esses textos quando onde e por qu As atividades propostas por Reiff s o para serem realizadas em local de interesse dos alunos quer por desejarem conhecer determinada comunidade quer por pretenderem futuramente ingressar nela Ap s a escolha da comunidade de pr ticas sociais de linguagem poder o selecionar um g nero textual encontrado nela a fim de examinar o que revelam sobre aquela comunidade os aspectos desse g nero conte do linguagem estilo formato organiza o tom visual Poder o inclusive transcrever trechos de material escrito ou da intera o oralizada para melhor representar o uso da l ngua naquela comunidade Como parte de sua an lise cr tica os estudantes s o convidados a explicar as poss veis causas e efeitos das pr ticas incomuns da l ngua dentro do grupo e entre o grupo e outros que n o s o parte dele considerando como a l ngua afeta relacionamentos entre as pessoas dentro do grupo e como a l ngua atua como um limite entre pessoas dentro e fora JOHNS et al 2006 p 243 Ao examinarem determinado g nero da comunidade segundo a proposta de Reiff os alunos conseguem relacionar a es comunicativas a seus contextos e perceber como os padr es de comportamento lingu stico e ret rico est o vinculados aos padr es de com
6. Faculdade de Educa o Universidade de S o Paulo S o Paulo 2003 TORRALVO I F MINCHILLO C C Anota es para o professor In TORRALVO I F MINCHILLO C C Linguagem em movimento Cole o linguagem em movimento v 1 S o Paulo FTD 2010 VENTOLA E Problems of modeling and applied issues within the framework of genre Word v 40 n 1 2 p 129 161 1989 WODAK R Do que se trata a ACD um resumo de sua hist ria conceitos importantes e seus desenvolvimentos Revista Linguagem em Dis curso v 4 n especial 2004 ZYNGIER S VIANA V MENEZES D A interface entre lingu stica aplicada e literatura abordagens emp ricas no contexto escolar Caderno de Letras n 23 jan dez p 163 182 2007 257 AP NDICE A GRUPO FOCAL MODERADOR Iniciamos neste dia 10 de setembro de 2013 s 9h30 nosso grupo focal que tratar sobre nossa tese de doutorado cujo objeto de estudo o Manual do Professor que parte da cole o did tica com a qual trabalhamos a disciplina de L ngua Portuguesa em nosso caso no 1 ano do Ensino M dio Desde j agradecemos a presen a dos senhores a disponibilidade e a disposi o em tratar conosco sobre esse assunto Informamos que a participa o nesse grupo focal implica autoriza o para que todo o conte do aqui gerado possa ser publicado integralmente ou atrav s de recortes em nossa tese de doutorado Durante este momento em que estaremos por assim dizer conve
7. Nosso estudo que atende demanda de nossa tese de doutorado em curso tem como prop sito examinar como os Manuais do Professor est o organizados a partir da abordagem sociorret rica Isso requer n o somente analisarmos o Manual mas tamb m verificarmos a situa o de uso e por extens o o ambiente sociorret rico em que utilizado seus produtores e seus leitores os usu rios do g nero Esperamos inclusive que como se trata de um g nero com poucos estudos pelo menos na esfera acad mica nossa pesquisa possa resultar em contribui es significativas a todos que de algum modo est o envolvidos com a produ o de colet neas did ticas Sobre o participante da pesquisa entrevistado nome e breves informa es sobre v nculos de trabalho e forma o Jos Hamilton Maruxo J nior Prof Dr Letras pela USP Professor de Portugu s da rede p blica estadual SP Professor de Franc s da Faculdade Santa Marcelina SP Pesquisador do CENPEC Centro de Estudos e Pesquisas em Educa o Cultura e A o Comunit ria cojautor da colet nea did tica L ngua Portuguesa linguagens e intera o 2010 Sobre as perguntas deste question rio Este question rio est organizado em 10 dez perguntas abertas relacionadas a aspectos da produ o do Manual do Professor e expectativa em rela o aos potenciais leitores 266 1 Algumas cole es did ticas s o produzidas por uma equipe in
8. PNLEM HI SEDUC e Secretarias ou rg os municipais de Educa o acompanhamento da distribui o do cat logo e da escolha dos t tulos pelos professores acompanhamento da devolu o dos formul rios e monitoramento da distribui o dos livros did ticos A primeira vers o do PNLEM previu ainda a dura o de no m nimo tr s anos de uso para os LD per odo visto tamb m como necess rio a um novo processo de avalia o e escolha de LD No PNLEM 2006 efetuou se a compra dos livros de biologia Ainda nesse ano ocorreu a distribui o do dicion rio enciclop dico ilustrado tril ngue libras l ngua portuguesa e l ngua inglesa aos alunos com surdez Em 2007 surge o Programa Nacional do Livro Did tico para a Alfabetiza o de Jovens e Adultos PNLA regulamentado pela Resolu o CD FNDE n 18 de 24 04 2007 Esse programa visou alfabetiza o e escolariza o de pessoas com idade a partir de 15 anos e distribuiu obras did ticas s entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado PBA Progressivamente o FNDE foi repondo e complementando livros anteriormente distribu dos Foram mais de 110 milh es de livros comprados em 2007 Em 2008 foram adquiridos os livros de hist ria qu mica f sica e geografia sendo os dois ltimos para uso em 2009 para o ensino m dio consolidando a meta de universaliza o do material did tico Em 2009 mais 114 8 milh es de LD adquiridos para serem utilizado
9. compet ncia enciclop dica conhecimentos gerais que cada usu rio lingu stico traz consigo como resultado de suas leituras e de experi ncias acumuladas de diferentes ordens isto conhecimento sobre o mundo essencial na produ o e na interpreta o do discurso Desse conhecimento depende a inser o de cada usu rio na rede de textos de uma sociedade Em An lise de textos de comunica o Maingueneau 2001 p 61 apresenta os discursos discurso pedag gico discurso pol tico discurso religioso etc como tipologias comunicacionais Entendendo os discursos como resultado do emprego dos enunciados e os g neros de discurso como tipologias de situa es comunicativas Para ele os g neros n o s o exclusivos de modo geral a um nico discurso Podem ser encontrados em diversos tipos de 72 rd discurso Um talk show se insere no discurso televisivo que por sua vez pertence ao discurso midi tico em que se encontram tamb m o discurso radiof nico e o da imprensa escrita O autor tamb m aponta outros crit rios para se definir tipologias de discurso o lugar institucional escola igreja empresa etc o estatuto dos parceiros professores alunos homens mulheres crian as adultos o posicionamento ideol gico do qual se derivam os discursos socialista fundamentalista terrorista etc FURLANETTO 2005 p 267 Maingueneau 2005 p 13 tamb m procura inserir na AD multissemioses No sex
10. desenvolvidos nas d cadas de 80 e 90 sobre g neros na perspectiva ret rica apresentaram significativas contribui es para trabalhos posteriores 100 dessa abordagem Para Miller 1984 2009 aprender um g nero n o corresponde a aprender um conjunto de padr es formais para atingir objetivos mas sobretudo a aprender os prop sitos identificados em uma sociedade Desse modo para essa autora g neros s o vistos como formas de inser o sociocultural Miller 2009 ao discorrer sobre situa o ret rica cita Burke e Bitzer que tamb m utilizaram essa express o fazendo refer ncia respectivamente a motivo e exig ncia Refor ando a defini o de g nero como a o social Miller 2009 defende a necessidade de reconceituar exig ncia uma vez que Bitzer a considera uma causa externa do discurso que n o est em rela o de depend ncia consci ncia humana Logo sendo a situa o ret rica n o material a exig ncia part cipe desse construto social que se instala atrav s da interpreta o rec proca dos participantes desse mundo social sobre objetos eventos interesses e prop sitos Essa situa o apresenta o modo como realizar uma a o por meio da linguagem constituindo se assim como o pr prio motivo social produto da socializa o Ela alerta ainda sobre a instabilidade temporal frente motiva o social e manifesta a aus ncia de orienta o efetiva para a
11. es para uma Pol tica P blica de Livros Did ticos serviu de par metro bastante observado nas edi es seguintes do PNLD medida que os examinadores identificavam algum problema nos LD geravam novas observa es ao PNLD Peluso 2006 p 130 lembra alguns desses problemas j pontuados no PNLD 2002 inscri o de livros duplicados de mesmo autor ou de autores diferentes dificuldade de avaliar uma colet nea em seu conjunto livros analisados por avaliadores diferentes descontinuidade do processo docente j que a categoriza o era feita por livros e n o por colet neas e tamb m da inscri o de parte dos volumes da colet nea normalmente o primeiro ou os dois primeiros volumes abrindo preced ncia para superposi es e ainda uma quebra sistem tica no conte do program tico e na metodologia do ensino 161 Diante dessa lista de observa es passou a ser aceita apenas a inscri o de colet neas completas com exce o de livros que atendiam s realidades locais e estaduais Na avalia o sendo um volume considerado comprometido e fora das exig ncias do PNLD toda colet nea seria exclu da E ainda as editores e os autores deveriam apresentar comprovante de originalidade das cole es de forma a evitar a duplica o de obras Eles tamb m deveriam comprovar as altera es verificadas nos livros exclu dos para as cole es reinscritas MANTOVANI 2009 p 62 Em novembro de 2002 uma nova oport
12. leitura Nossa pesquisa mostrou que o uso do MP n o uma unanimidade no mbito docente nem se d de maneira regular ou seja n o sempre que o professor utiliza o MP Planejar a utiliza o do LD em sala de aula n o corresponde a consultar o MP dessa CD sobretudo se o usu rio for um professor experiente e com substancial forma o profissional No entanto os participantes do grupo focal reconhecem que a um professor com pouca experi ncia na doc ncia o MP recomend vel porque tem muito a contribuir com a forma o continuada do professor Eles reconhecem tamb m que as considera es te rico metodol gicas dos MP s o bastante oportunas e atualizadas e imprimem um valor significativo ao MP Sob a tica de um dos coautores de Manual apesar de que o MP assume em grande parte de seu conte do 240 um car ter propositivo o MP deveria ser lido por todo professor principalmente se este assumir em seu planejamento a mesma sequ ncia did tica do LD Podemos assim dizer que quanto mais experiente o professor menos ele sente necessidade ou motiva o para recorrer ao MP A consolidada viv ncia docente resultado do tempo no exerc cio da fun o somado a leituras sobre assuntos especificamente da rea de linguagem j que estamos tratando sobre profissionais da disciplina L ngua Portuguesa far da leitura do Manual uma complementa o nem sempre adotada pelos professores mas que n o deixa de ser uma
13. o ret rica S o Paulo Martins Fontes 1998 ROMANELLI O de O A organiza o do ensino e o contexto s cio pol tico ap s 1930 Hist ria da Educa o no Brasil 1930 1973 23 ed Petr polis Vozes 1999 organiza o do ensino e o contexto s cio pol tico ap s 1930 In Hist ria da Educa o no Brasil 1930 1973 23 ed Petr polis Vozes 1999 p 127 191 ROULET E et al L articulation du discours em francais contemporain Berne Peter lang 1985 SANTOS I B de A Projetos de letramento na educa o de jovens e adultos o ensino da escrita numa perspectiva emancipat ria 2012 310 f Tese Doutorado em Estudos da Linguagem Centro de Ci ncias Humanas Letras e Artes Departamento de letras Programa de P s Gradua o em Estudos da linguagem Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2012 S SILVA J R ALMEIDA C D de GUINDANL J F Pesquisa documental pistas te ricas e metodol gicas Revista Brasileira de Hist ria amp Ci ncias Sociais ano 1 n 1 jul 2009 Dispon vel em lt http www rbhcs com index_arquivos Artigo Pesquisa 20documental pdf gt Acesso em 20 out 2013 SCHNEUWLY B DOLZ J G neros orais e escritos na escolar Trad Roxane Rojo e Gla s Sales Cordeiro S o Paulo Mercado de Letras 2004 SEARLE J Speech acts an essay in the philosiphy of language Cambridge Cambridge University Press 1969 255 SIGNORINI I Org G neros catalisadores
14. o do texto e orientar o resgate de informa es est o associados ao trabalho com a literatura no Ensino M dio Por essa raz o preciso pensar estrat gias que contemplem a forma o de um leitor de textos liter rios que escolhe autonomamente os livros a serem lidos relidos ou eventualmente abandonados j que essa tamb m uma prerrogativa dos leitores Nesta obra procuramos oferecer estrat gias e recursos que colaborem para a forma o desse leitor ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 05 grifo nosso Logo discutir sobre estrat gias e recursos que colaborem para a forma o do leitor constitui se em um dos prop sitos do manual em an lise Outro prop sito do MP3 est dito na subse o que trata sobre gram tica intitulada A linguagem as palavras e o mundo Todo o estudo da gram tica do portugu s desenvolvido nesta obra se fundamenta na an lise de textos associados a um contexto Esperamos assim resgatar o car ter discursivo da linguagem que prev a intera o entre interlocutores diferentes e reconhece inten es espec ficas a partir das escolhas lingu sticas realizadas por tais interlocutores ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 22 grifo nosso Na terceira subse o em que as autoras tratam sobre a produ o de texto refletindo inicialmente a tem tica O sentido da leitura e da escrita encontra se a premissa para um bom trabalho docente em rela o a esse eixo de ensino
15. organizador e n o autor absoluto da CD Isso indica que diversas colet neas resultam da produ o de m ltiplos escreventes nem sempre identificados como autores Dos Manuais que constituem o corpus desta pesquisa pelo menos o MP1 podemos assegurar segundo depoimento de um dos coautores Prof Dr Jos Hamilton Maruxo Jr 2013 resultado da produ o t o somente daqueles que assinam a CD Na cole o Linguagem e Intera o ensino m dio o Manual do Professor foi escrito pelos pr prios autores que foram ali s respons veis por todo o conte do do conjunto da cole o Ao entrevistarmos esse coautorar como j falamos ao definirmos o MP como g nero textual na se o 5 1 observamos que a produ o do Manual poder preceder a do LD E sendo assim o MP assume o papel de guia de escrita As palavras de Maruxo Jr 2013 revelam um prop sito que n o est dito no Manual evidentemente porque diz respeito ao que o Manual se prop e para os autores e n o a seus leitores para quem se destina o Manual quando toda CD publicada Para os professores esse coautor afirma que o Manual d conta de dois prop sitos Em primeiro lugar garantir que o professor que utilizar a cole o consiga ler o manual sem teoriza o lingu stica excessiva nem tampouco insuficiente e consiga principalmente compreender como os volumes da cole o foram concebidos e no que se baseiam
16. 206 Os assuntos de que tratam os livros as revistas e os sites indicados na subse o Montando a sua estante s o os mais diversos Todos relacionados ou a conte dos do ensino de l ngua portuguesa ou mesmo forma o do professor dessa disciplina curricular S o eles ensino de literatura discursos tradicionalmente estabelecidos sobre literatura compreens o do poder de diferentes linguagens leitura e interpreta o de textos liter rios mundo da leitura e da cria o liter ria rela es entre literatura e sociedade tipos textuais g neros textuais ensino de gram tica pr ticas pedag gicas voltadas para a leitura a escrita e a reflex o aspectos lingu sticos respons veis pela constru o do sentido em diferentes g neros textuais an lise do funcionamento da l ngua rela es entre oralidade e escrita elabora o de uma boa argumenta o lingu stica textual perspectiva discursiva para o trabalho com produ o de textos an lise do discurso mecanismos de coer ncia e de coes o textual etc Tanto as indica es de bibliografias especializadas em educa o lingu stica quanto as sugest es de atividades complementares correspondem busca constante dos MP em estabelecer o di logo entre a proposta did tica do LD e os documentos norteadores e organizadores do ensino m dio 6 2 2 5 Avalia o e autoavalia o do professor e dos alunos O quinto assunto que encontramos nos manuais analisados est relaci
17. A imagem de professor nos manuais analisados a de algu m que sabe pouco e que tem uma pr tica que precisa ser alterada ou seja refor a se o professor como um profissional do d ficit aquele a quem est sempre faltando algo que precisar ser dado por um outro neste caso pelo Manual Se por um lado trata se de um equ voco dizer que a efic cia do trabalho docente est diretamente relacionada s orienta es de um Manual por outro necess rio reconhecermos que a forma o acad mica n o suficiente para nutrir o professor de componentes formativos essenciais sua pr tica Por esse e outros motivos a forma o continuada se apresenta como condi o sine qua non do trabalho docente Esse processo formativo pode ser percorrido tamb m a partir de leituras pela iniciativa pr pria de cada professor pesquisas mostram e os Referenciais para a forma o de professores reconhecem que a forma o docente em n vel m dio ou superior n o tem se mostrado adequada para o desenvolvimento de compet ncias b sicas para a atua o profissional No que diz respeito por exemplo a uma dessas compet ncias a leitura para desenvolvimento da atualiza o e forma o profissional estudo desenvolvido pela Funda o Carlos Chagas com base em amostra de professores dos estados de Minas Gerais Maranh o e S o Paulo evidencia que essa modalidade de leitura pouco frequente e que pequena a familiarida
18. Como refor a Johns et al 2006 o uso deste ou daquele g nero um ato de identidade em que as rela es s o estabelecidas e nelas cada escritor se posiciona e envolve seus leitores em determinado contexto Portanto o g nero n o engessa o escritor n o lhe tira as marcas ret ricas que lhe s o pr prias com as quais ele firma sua pr tica de linguagem Pelo contr rio imprime a natureza e as peculiaridades do escritor Em conformidade com o modelo de Hyland Johns et al 2006 p 238 dizem que o escritor assume uma postura que revela a identidade dele nas diversas comunidades em que participa Postura a forma na qual os escritores interv m no texto para carimbar sua autoridade pessoal em cima de seus argumentos ou alternativamente voltarem de seu discurso Essa voz ou personalidade disciplinar do escritor inclui as maneiras que eles apresentam para transmitir seus conceitos opini es e compromisso com o que dizem Algumas express es afirmam os especialistas demarcam a postura de um escritor Termos como prov vel talvez sem d vida certamente eu n s e interessante claro s o respectivamente marcas de percep es nfases autocita es e de atitudes bem presentes na interlocu o dele atrav s das quais apresenta o seu posicionamento a seus leitores Para envolver o leitor o escritor se utiliza de perguntas express es e pronomes AI ee atrativos como
19. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CI NCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM ESTUDOS DA LINGUAGEM REA DE CONCENTRA O LINGU STICA APLICADA AYRES CHARLES DE OLIVEIRA NOGUEIRA MANUAL DO PROFESSOR MUITO PRAZER EM RE JCONHEC LO Uma an lise sociorret rica do g nero textual NATAL 2014 AYRES CHARLES DE OLIVEIRA NOGUEIRA MANUAL DO PROFESSOR MUITO PRAZER EM RE JCONHEC LO Uma an lise sociorret rica do g nero textual Tese apresentada ao Programa de P s gradua o em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como exig ncia parcial para a obten o do t tulo de Doutor em Estudos da Linguagem rea de concentra o Lingu stica Aplicada Orientadora Profa Dra Maria do Socorro Oliveira NATAL 2014 Cataloga o da publica o na fonte Biblioteca D bora Machado Campus Natal Cidade Alta N778m Nogueira Ayres Charles de Oliveira Manual do professor muito prazer em re conhec lo uma an lise sociorret rica do g nero textual Ayres Charles de Oliveira Nogueira Natal 2014 271f il Orientador a Dra Maria do Socorro Oliveira Tese Doutorado em Estudos da Linguagem Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ci ncias Humanas Letras e Arte Departamento de Letras Programa de P s gradua o em Estudos da Linguagem 1 G nero textual Tese 2 Manual do profess
20. o e de seus resultados e maior publicidade dos crit rios de avalia o nos meios acad mico escolar e na sociedade otimizar a utiliza o dos meios de comunica o inclusive os do pr prio minist rio para a divulga o da avalia o e demais a es do PNLD ampliar a discuss o sobre o processo de avalia o dos livros did ticos com os diversos setores envolvidos nele incluir nos question rios do SAEB itens espec ficos sobre o livro did tico aumentar o n mero de avaliadores no processo promover renova o peri dica dos avaliadores e ampliar a participa o de representantes de diversas inst ncias envolvidas com o livro did tico instalar comiss es estaduais e municipais envolvendo diferentes inst ncias universidades secretarias entidades de professores etc para acompanhamento das etapas de escolha e uso do livros did tico distribui o e monitoramento rever o modelo atual do Guia desmembrando as informa es em dois m dulos distintos um de orienta o escolha e outro de orienta o para o uso do 162 livro did tico encartar no Manual do Professor grifo nosso dicas e coment rios dos avaliadores veicular no pr prio livro did tico as resenhas com os coment rios dos avaliadores promover progressivamente a descentraliza o do Programa para atender as peculiaridades dos estados reavaliar o alcance do Guia analisar a necessidade de se produzir material de apoio aos professores complementar as
21. 2007 afirma que 5 cinco marcos hist ricos da disciplina L ngua Portuguesa no contexto brasileiro promoveram essa mudan a da natureza do material textual do LD dentre os quais a cria o do Programa Nacional de Avalia o do Livro Did tico em 1995 Esse programa apresentava crit rios avaliativos bastante consistentes que resultaram na melhoria qualitativa do livro Podemos dizer que os programas de governo voltados para o CD nos ltimos 10 anos e aqui citamos os PNLD al m de proporcionarem essa cont nua melhoria nos livros a que os alunos t m acesso provocaram uma melhoria substancial dos MP E comprovamos esse fato n o somente nos manuais que analisamos como tamb m na percep o dos professores que desta pesquisa participaram Neste cap tulo analisamos os dados gerados luz da abordagem sociorret rica de g neros textuais No cap tulo seguinte apresentaremos nossas considera es finais na qual retomaremos dentre outras quest es as caracter sticas do MP como g nero textual 235 7 CONSIDERA ES FINAIS Em nossas considera es iniciais indicamos que esta pesquisa aborda o Manual do Professor numa perspectiva de corroborar aspectos ret ricos inerentes a esse g nero e percebidos por seus usu rios autores e professores Assim justificamos inclusive o t tulo que demos a este trabalho N o tivemos a pretens o de apontar problemas de qualquer ordem nos MP nem de avaliar os exemplare
22. 2010 Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o Minist rio da Educa o Dispon vel em lt http www fnde gov br gt Acesso em 18 jun 2012b __ Guia de livros did ticos 1 a 4 s ries PNLD 1997 Bras lia FAE 1996 __ Guia de livros did ticos 1 a 4 s ries PNLD 1998 Bras lia FAE 1997 Guia de livros did ticos PNLD Bras lia MEC 2007 Guia de livros did ticos PNLD 2011 Bras lia MEC 2010b Guia de livros did ticos PNLD 2012 Bras lia MEC 2011b Hist rico do IFRN Dispon vel em lt http portal ifrn edu br institucional gt Acesso em 10 jul 2013 246 Orienta es curriculares para o ensino m dio Bras lia Secretaria de Educa o B sica MEC 2008 Par metros Curriculares Nacional L ngua Portuguesa Bras lia Secretaria de Educa o Fundamental 1997a Secret ria de Educa o Fundamental Par metros Curriculares Nacionais L ngua Portuguesa v 2 Bras lia 1997 Programa ensino m dio inovador Bras lia MEC 2009 Dispon vel em lt http portal mec gov br dmdocuments documento orientador pdf gt Acesso em 13 jul 2012 Resolu o CD FNDE n 38 de 15 10 2003 Bras lia MEC 2003 Dispon vel em lt http legisweb com br legislacao legislacao 99933 gt Acesso em 04 jul 2012 BRONCKART J Le fonctionnement des discours um modele psychologique et une method d analyse Paris D lachaux et Nies
23. A explicar a cole o MP1 se refere aos tr s volumes de LD correspondentes aos tr s anos escolares do EM Cada um desses volumes em termos gerais apresenta uma tem tica que ser evidenciada nas unidades que o constituem Por exemplo a unidade 2 do volume 1 tem como t tulo As can es de ontem hoje e sempre nessa unidade que s o estudadas can es populares contempor neas e cantigas trovadorescas Em cada cap tulo portanto h tr s unidades organizadas a partir do estudo de textos variando entre 4 e 19 textos por unidade Vejamos agora essa explica o em MP2 A estrutura da obra As unidades Cada volume da cole o est organizado em quatro unidades O crit rio de organiza o dado pela literatura de modo que em cada unidade estudado um movimento liter rio ou parte dele Assim temos por exemplo no volume 1 unidade 1 A literatura na Baixa Idade M dia unidade 2 Hist ria social do Classicismo unidade 3 Barroco a arte da indisciplina unidade 4 Hist ria social do Arcadismo O n mero de cap tulos de cada unidade varia de acordo com os assuntos tratados CEREJA MAGALHAES 2010 p 23 Aberturas de unidade 193 As aberturas de unidade cont m uma imagem ou um painel de imagens e pelo menos um pequeno texto verbal todos relacionados com o assunto da unidade CEREJA MAGALHAES 2010 p 23 Em dia com o Enem Essa se o foi totalmente remodelada Nas ltimas edi e
24. Acreditamos que reconhecer a literatura como um discurso significa devolver a ela essa dimens o Vamos explicar por qu ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 06 Ao apresentarem o construto te rico metodol gico todos os manuais no que concerne literatura compreendem a necessidade de se estabelecer um di logo entre literatura e outras manifesta es art sticas como a m sica a pintura a escultura e o cinema estabelecendo os 200 pontos de contato entre essas artes e realizando tamb m a transposi o desse estudo para o contexto atual No que tange aos estudos lingu sticos tamb m se instaura a perspectiva interativa e din mica da linguagem como vemos a seguir Todo o estudo da gram tica do portugu s desenvolvido nesta obra se fundamenta na an lise de textos associados a um contexto Esperamos assim resgatar o car ter discursivo da linguagem que prev a intera o entre interlocutores diferentes e reconhece inten es espec ficas a partir das escolhas lingu sticas realizadas por tais interlocutores Outro conceito estruturador da vis o de l ngua portuguesa que embasa esta obra o de varia o lingu stica Julgamos indispens vel que o aluno compreenda que n o existe s uma variedade de portugu s e que a norma culta ou variedade padr o apenas um dos diferentes sistemas em que a l ngua se organiza ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 22 importante ressaltarmos que n
25. BAZERMAN Charles et al G neros textuais Trad Benedito Gomes Bezerra Fabiele Stockmans de Nardi Dar o G mez S nchez Maria Auxiadora Bezerra Joice Armani Galli Recife s n 2011 E book S rie Acad mica v 1 Bate papo Acad mico G neros textuais tipifica o e intera o DION SIO Angela Paiva HOFFNAGEL Judith Chambliss Org 4 ed S o Paulo Cortez 2006 2009 2011a BAWARSHI A S R J Genre an introduction to history theory research and pedagogy West Lafayette Indiana Parlor Press The WAC Clearinghouse 2010 BEACCO J C MOIRAND S Autour des discours de transmission de connaissances Langages Paris n 117 p 32 53 mars 1995 BEZERRA B G BIASI RODRIGUES B CAVALCANTE M M Org G neros e sequ ncias textuais Recife Edupe 2009 BEZERRA B G G neros acad micos em uso por estudantes de um curso de especializa o conjunto ou col nia de g neros Dispon vel em lt http www cchla ufrn br visiget pgs pt anais Artigos Benedito 20Gomes 20Bezerra 20 28UPE 29 pdf gt Acesso em 23 out 2012 244 G neros introdut rios em livros acad micos 2006 243 f Tese Doutorado em Letras Centro de Artes e Comunica o Programa de P s gradua o em Letras Universidade Federal de Pernambuco Recife 2006 Dispon vel em lt http pt scribd com doc 59809773 14 Proposito comunicativo o que e gt Acesso em 03 dez 2012 BEZERRA H G LUCA T R de Em busca da qualidade
26. Ed Universit ria da UFPE 2009 p 21 44 Comunidade ret rica a base cultural de g nero In DION SIO A P HOFFNAGEL J C Org Estudos sobre g nero textual ag ncia e tecnologia Tradu o e adapta o de Judith Chambliss Hoffnagel et al Recife Ed Universit ria da UFPE 2009 Entrevista In BAZERMAN Charles et al G neros textuais Trad Benedito Gomes Bezerra Fabiele Stockmans de Nardi Dar o G mez S nchez Maria Auxiadora Bezerra Joice Armani Galli Recife s n 2011 E book S rie Acad mica v 1 Bate papo Acad mico MIRANDA S R LUCA T R de O livro did tico de hist ria hoje um panorama a partir do PNLD Revista Brasileira de Hist ria v 24 n 48 S o Paulo 2004 Dispon vel em lt http dx doi org 10 1590 80102 01882004000200006 gt Acesso em 06 jul 2012 MOITA LOPES L P Ling stica aplicada e vida contempor nea problematiza o dos construtos que t m orientado a pesquisa In LOPES L P M Org Por uma ling stica aplicada INdisciplinar S o Paulo Par bola Editorial 2006 MORATO E M O interacionismo no campo lingu stico In MUSSALIM F BENTES A C Orgs Introdu o lingu stica fundamentos epistemol gicos 5 ed S o Paulo Cortez 2004 V 3 p 311 351 MOTTA ROTH D Rethorical feactures and disciplinary cultures a genre based study of academic book reviews in linguistics chemistry and economics 1995 356 f Tese Doutorado Universidade Fe
27. Fraser University definiu g nero textual como uma estrutura culturalmente t pica que incorpora uma estrat gia socialmente conveniente para responder a variadas situa es 121 Diante da pergunta sobre os g neros que deveriam ser ensinados Coe sugeriu princ pios que iluminam essa escolha considerando dentre outros fatores a diversidade de situa es de aprendizagem e os contextos sociais em que se inserem os alunos Nesse sentido g nero e situa o de uso estabelecem rela o de reciprocidade Isso refor a o que grande parte das mais recentes concep es indica entendemos g nero se entendemos a sua rela o funcional entre forma e situa o Os g neros a serem ensinados aos alunos ent o ser o aqueles relacionados s situa es acad micas em que eles estar o inseridos e os que certamente atender o aos prop sitos deles nessas situa es Outro princ pio apontado por Coe diz respeito ao ensino de g neros que sejam do interesse dos alunos Normalmente essa motiva o poder surgir a partir da necessidade de uso imediato como a produ o de resumo acad mico relat rio t cnico ou resenha ou porque eles sabem que precisar o futuramente como um artigo cient fico N o basta apenas apresentar considera es sobre o g nero tamb m importante envolver os alunos em exerc cios que os possibilitem perceber por exemplo o que os professores desejam quando solicitam a produ o de certo g nero
28. PNLD Hist ria 1996 2004 In SPOSITO Maria Encarna o Beltr o Livros did ticos de hist ria e geografia avalia o e pesquisa S o Paulo Cultura Acad mica 2006a BEZERRA M A B Descri o do g nero defesa de trabalhos de grau tipifica o e singularidade Linguagem em discurso v 10 n 3 2010 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci_arttext amp pid S1518 76322010000300010 amp lng pt amp nrm iso amp tlng pt gt Acesso em 07 jun 2013 BHATIA V K Analyzing genre language use in professional settings London Longman 1993 Quest es metodol gicas em an lise de g neros Semin rio sobre g nero e an lise de g nero na Escola de Neg cios de Aarhus Journal of Linguistics n 16 Hermes 1996 Dispon vel em lt http download2 hermes asb dk archive download H16_03 pdf gt Acesso em 07 jun 2013 Genre analysis today rervue belge de philology de d historie Bruxelles n 75 p 629 642 1997 Worlds of written discourse a genre based view London Continuum 2004 A an lise de g neros hoje In BEZERRA Benedito Gomes BIASI RODRIGUES Bernadete CAVALCANTE M nica Magalh es Org G neros e sequ ncias textuais Recife Edupe 2009 BIASIRODRIGUES B ARA JO J C SOUSA S C T de Org G neros textuais e comunidades discursivas um di logo com John Swales Belo Horizonte Aut ntica Editora 2009 BIASIRODRIGUES B HEMAIS B ARA JO J C An li
29. Para esse autor n o poder receber status nem valor social como g nero o texto que n o socialmente reconhecido em um tipo com determinada for a expressiva E esse reconhecimento adv m das distin es realizadas por seus usu rios Logo os textos trazem em si caracter sticas sinalizadoras e distintivas que os identificam Contudo de acordo com Bazerman 2011a n o suficiente a identifica o dos g neros somente a partir de suas caracter sticas textuais Primeiro porque restringe a compreens o exclusivamente para textos j conhecidos Segundo ignora o papel dos participantes da intera o no uso e na constru o de sentidos al m de ignorar as diferen as de percep o de cada usu rio Terceiro as caracter sticas textuais n o podem ser vistas como fins em si mesmas em detrimento da fun o textual E quarto conceber g nero em suas caracter sticas apenas esconde a real natureza dos elementos caracter sticos a saber s o male veis podem se transformar se modificar e evoluir Por isso ele refor a Podemos chegar a uma compreens o mais profunda de g neros se os compreendemos como fen menos de reconhecimento psicossocial que s o parte de processos de atividades socialmente organizadas G neros s o t o somente os tipos que as pessoas reconhecem como sendo usados por elas pr prias e pelos outros G neros s o o que n s acreditamos que eles sejam Isto s o fatos sociais sobre os tipos de atos d
30. T o importante quanto saber como est organizado retoricamente o MP compreender como esse g nero percebido por dois participantes que interagem na situa o em que ele aparece quem o produz e quem efetivamente faz uso deles seu potencial leitor MILLER 2011 BAZERMAN 201la Depreender como os autores e os leitores de MP respectivamente autores de cole es e professores de L ngua Portuguesa percebem esse g nero parte tamb m substantiva da an lise segundo Johns et al 2006 Nesse sentido as pr ximas subse es deste cap tulo procuram responder a seguinte quest o o que dizem os usu rios do MP 6 3 3 1 Autoria de MP Os autores do MP antes de produzirem esse g nero s o autores de LD A maioria das cole es com que tivemos contato em nossa atua o profissional at o momento e todas as analisadas nesta pesquisa s o resultados de trabalho de v rios escreventes ou seja raro encontrar uma CD produzida por apenas um autor profissionais com gradua o em Letras 222 sendo a maioria deles mestres e doutores em estudos da linguagem A CD de MP1 tem 3 tr s autores enquanto que MP2 2 dois e MP3 3 tr s Essa a quantidade de escreventes que assinalam a autoria doa Manuais analisados Quando realizamos um estudo piloto sobre MP reconhecendo superficialmente as colet neas avaliadas e aprovadas no PNLD 2012 verificamos colet neas cuja assinatura autoral estava expressa como
31. Tradu o de Alexandre Feitosa Rosas S o Paulo WMF Martins Fontes 2009 Com a estrutura t pica dos manuais americanos este livro trata de importantes aspectos relacionados ela bora o de uma boa argumenta o O autor aborda os diversos aspectos da composi o de argumentos curtos da argumenta o por analogia por exemplo do uso de argumentos de autoridade apresenta os diferentes tipos de fal cia e em tr s se es orienta os leitores em rela o aos principais pontos envolvidos na elabora o de um ensaio argumentativo Trata se de uma obra muito til para quem deseja compreender melhor os diversos fato res que participam da constru o de textos de g neros argumentativos Pensamento cr tico o poder da l gica e da argumen ta o de Walter A Carniellie Richard L Epstein S o Paulo Rideel 2009 Como construir um bom argumento Essa uma das quest es mais importantes a serem enfrentadas por professores e alunos durante o trabalho com g neros de natureza argumentativa Nesta obra vers o nacional baseada no best seller americano Critical Thinking Walter Carnielli e Richard Epstein recorrem a textos de diferentes g neros cartuns tiras em quadrinho imagens tabelas not cias etc para apresentar de modo claro o que s o bons e maus argumentos analisar que tipo de afirma o de natureza moral trazem implicitamente e explicar as consequ ncias dos enunciados vagos ou amb guos para a argumen
32. alunos do ensino m dio em grande parte adolescentes entre 15 e 17 anos em per odo de transi o entre a inf ncia e a idade adulta No mbito da educa o b sica o ensino m dio se insere como etapa final que precede a universidade e ou o mercado de trabalho Da surge a import ncia de livros que consolidem e aprimorem saberes para o exerc cio da cidadania do trabalho e da autonomia intelectual conforme rege o Artigo 35 da LDB Art 35 O ensino m dio etapa final da educa o b sica com dura o m nima de tr s anos ter como finalidades I a consolida o e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental possibilitando o prosseguimento de estudos II a prepara o b sica para o trabalho e a cidadania do educando para continuar aprendendo de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condi es de ocupa o ou aperfei oamento posteriores NI o aprimoramento do educando como pessoa humana incluindo a forma o tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento cr tico IV a compreens o dos fundamentos cient fico tecnol gicos dos processos produtivos relacionado a teoria com a pr tica no ensino de cada disciplina 144 O PNLD 2012 retomou as metas estabelecidas pelo Programa Ensino M dio Inovador PEMD particularmente sobre as mudan as f sicas e ps quicas al m das expectativas frente aos desafios inerentes fase da a
33. amp NASCIMENTO E L Org G neros textuais teoria e pr tica Londrina Mori 2004 G neros textuais teoria e pr tica II Palmas e Uni o da Vit ria Kaygangue 2005 DAVIES A Applied linguistics and language use In _ An introduction to applied linguistics from practive to theory Edinburgh Edinburgh University Press 1999 p 92 114 248 DENZIN N K LINCOLN Y S Org O planejamento da pesquisa qualitativa teorias e abordagens Trad Sandra Regina Netz Porto Alegre Artmed 2006 DEVITT A Intertextuality in faz accounting generic referential and functional In BAZERMAN Charles PARADIS James Edit Textual dynamics of the professions historical and contemporary studies of writing in professional communities Madison The University of Wisconsin 1991 DICION RIO ON LINE DE PORTUGU S Dispon vel em lt http www dicio com br apolo gt Acesso em 11 abr 2013 DUARTE T A possibilidade da investiga o a 3 reflex es sobre triangula o metodol gica Lisboa CIES 2009 EGGINS S An Introduction to Systemic Functional Linguistics London Printer 1994 FAIRCLOUGH N Language and Power London Longman 1989 FARACO C Bakhtin e os estudos enunciativos no Brasil algumas perspectivas In BRAIT B Org Estudos enunciativos no Brasil hist rias e perspectivas Campinas Pontes Fapesp 2001 FARACO C E MOURA F M de MARUXO J NIOR J H Manual do Professor In L
34. apresentar contribui es que venham a sensibilizar rg os e editoras respons veis pelas Colet neas Did ticas CD no sentido de torn las mais atraentes aos professores dando lhes 20 uma possibilidade de suporte para o exerc cio do processo de ensino aprendizagem Al m disso como diz Bazerman 2011 p 22 compreender atos e fatos criados pelos textos pode ajud lo tamb m a compreender quando textos aparentemente bem produzidos n o funcionam quando n o fazem aquilo que precisam fazer Tal compreens o pode ajudar a diagnosticar e redefinir sistemas de atividades comunicativas para determinar se um grupo particular de documentos utilizado em certos momentos redundante ou enganoso se novos documentos precisam ser adicionados ou se detalhes de um g nero devem ser modificados Pode tamb m ajudar a decidir quando necess rio escrever de forma inovadora para realizar alguma coisa nova ou diferente Tais considera es de Bazerman 2011 corroboram a afirma o de que o estudo dos g neros particularmente daqueles ainda pouco contemplados pela comunidade acad mico cient fica pode apresentar contribui es substantivas de natureza sociorret rica n o no sentido de apontar situa es irregulares e negativas nas amostras selecionadas mas sobretudo de trazer aspectos favor veis boa realiza o das atividades inerentes ao ambiente de intera o em que o g nero est situado Partindo da
35. atrav s de uma perspectiva multidimensional nessa abordagem que vamos confrontar aspectos formais ret ricos processuais e tem ticos sempre pontuando a rela o de intera o e de complementa o m tua entre essas faces E sobre esse plano que discorrem in meros estudos sociorret ricos e que assumimos a an lise do MP 218 Transitar pelas diferentes dimens es de an lise do g nero pelo nosso aporte te rico o percurso necess rio para conhecer com mais propriedade o MP Nesse sentido estamos percorrendo orienta es de Reiff apud JOHNS et al 2006 que recomenda o deslocamento ao local da esfera social onde o g nero encontrado lugar em que aparece em situa o de uso J que discorreremos na se o 1 4 deste trabalho sobre o ambiente institucional pretendemos nesta se o descrever os ambientes de intera o dos participantes de nossa pesquisa JOHNS et al 2006 Afinal os g neros est o na percep o dos participantes da intera o n o s o presos a f rmulas textuais ou ao artefato em si como afirmam Miller 1984 2009 2011 e Bazerman 1994 2007 2011 20114 O g nero MP evidentemente n o privil gio das cole es did ticas de LP Ele tamb m encontrado em LD das demais disciplinas do EM Contudo como estamos fazendo este recorte isto como estamos focados em colet neas de LP vamos tamb m nos limitar nesta se o a tratar sobre os ambientes de intera o dos p
36. aumentativos etc ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 23 E sobre a parte de Produ o de texto MP3 assim explica A estrutura da parte de Produ o de texto A parte da Produ o de texto est organizada em 4 unidades compostas por um total de 9 cap tulos A s tima unidade O discurso conta com tr s cap tulos Discurso e texto A interlocu o e o contexto Os g neros dos discurso que apresentam conceitos fundamentais para que se possa lidar com a leitura e a produ o de textos a partir de uma perspectiva discursiva ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 38 Ao explicar a estrutura da CD os manuais apresentam os objetivos pretendidos Temos a um segundo assunto de que trata um MP apresentar o objetivo do estudo de cada unidade cap tulo atividade proposta no LD 6 2 2 2 Objetivo s pretendido s Como assegura Maruxo Jr 2013 coautor de MP1 o manual pode ter muitos princ pios e valores mas o mais importante que ele ajude o professor a compreender o livro que ele tem em m os Se o manual falhar nesse objetivo ter naufragado naquilo que a sua principal raz o de ser Logo a apresenta o dos objetivos de cada unidade did tica das se es nelas encontradas e das atividades propostas parte constitutiva de um MP 196 Ao explicar a se o An lise presente nos cap tulos da parte de Produ o de texto MP3 revela o objetivo geral da atividade An lise Conjunto
37. de O estatuto disciplinar da lingu stica aplicada um tra ado de um percurso um rumo para o debate In SIGNORIN IL CAVALCANTI M do C Eds Lingu stica aplicada e transdisciplinaridade quest es e perspectivas Campinas Mercado de Letras 1998 p 51 77 KOCH I V CUNHA LIMA M L Do cognitivismo ao sociocognitivismo In MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Org Introdu o lingu stica fundamentos epistemol gicos 5 ed v 3 S o Paulo Cortez 2004 p 251 300 KOCH I V A coer ncia textual 16 ed S o Paulo Contexto 2006 Desvendando os segredos do texto 6 ed S o Paulo Cortez 2009 KOCH I V ELIAS V M Ler e compreender os sentidos do texto 2 ed S o Paulo Contexto 2008 KONDER L O que dial tica 17 ed S o Paulo Brasiliense 1987 KRAFZIK M L de A Acordo MEC USAID a comiss o do livro t cnico e do livro did tico COLTED 2006 151f Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 Dispon vel em lt http www dominiopublico gov br download texto cp050752 pdf gt Acesso em 22 jun 2012 LAJOLO M Livro did tico um quase manual de usu rio Em aberto Bras lia 1996 Dispon vel em lt http Avww emaberto inep gov br index php emaberto article view 1033 035 gt Acesso em 06 jul 2012 LAPLANTINE F A descri o etnogr fica S o Paulo Terceira Ma
38. informalmente como os Fevereiro a mar o de informais professores de L ngua Portuguesa 2013 percebiam o Manual do Professor Question rio Reconhecer os princ pios e valores Agosto a setembro de utilizados por autores de Manuais na 2013 produ o desse g nero como eles concebem retoricamente o MP e o perfil que fazem de seus leitores potenciais Grupo focal Discutir com professores usu rios de MP Setembro de 2013 sobre como eles percebem os Manuais e as circunst ncias de uso Fonte Acervo da pesquisa Como est listado no quadro acima al m de conversarmos informalmente com professores de L ngua Portuguesa sobre o MP realizamos grupo focal com a participa o de 4 professores de campi distintos e uma entrevista atrav s de question rio via e mail a um dos autores de Colet neas Did ticas Sobre os procedimentos realizados com a utiliza o desses dois ltimos instrumentos de pesquisa trataremos nas subse es adiante A natureza diversificada dos dados gerados resulta da an lise documental e etnogr fica do corpus de nossa pesquisa permitindo nos a triangula o dos dados Isso imp e 44 maior credibilidade nossa pesquisa j que conseguimos depreender as percep es de duas categorias de usu rios do MP al m de examinarmos como esse g nero est organizado sociorretoricamente 2 7 1 Question rio O MP n o chega aos professores sem que algu m o escreva Conhecer o Manual sob a tica
39. nero ap s amplo estudo de diferentes grupos de pesquisadores e concep es de g nero Sab amos que n o era tarefa simples assim defini lo sobretudo porque a no o de g nero repousa numa atmosfera complexa permeada por um conjunto de quest es de cunho terminol gico e ou conceitual Em Bazerman 2011 2011a encontramos a express o comunidade de falantes equivalente a ambientes de intera o referida por Johns et al 2006 isto espa o onde os 236 usu rios de tal g nero estabelecem a interlocu o Isso ilustra o campo metalingu stico encontrado nos estudos de g neros Entendemos que seria necess rio afiliarmo nos a uma abordagem sobretudo que perceb ssemos que possibilitaria o m ximo de informa es acerca do objeto de estudo Nesse sentido com base na abordagem sociorret rica definimos e analisamos o Manual do Professor e adotamos o m todo etnogr fico de an lise de g nero recomendado por Reiff apud JOHNS et al 2006 Assumir a concep o de g nero estabelecida por uma consci ncia sociorret rica sobre a qual tratam Johns et al 2006 Bazerman 2011 Miller 2011 ajudou nos a abordar MP como g nero textual e a perceber como as pessoas agem no ambiente de intera o onde esse g nero est situado Nesse sentido do ponto de vista sociorret rico o g nero Manual do Professor em nosso caso da Colet nea Did tica de L ngua Portuguesa do 1 ano do Ensino M dio
40. o conjunta Assentando se inicialmente nas explica es de Sharom D Downey sobre g neros baseada em regras Miller 2009 percorre dois modelos hier rquicos de comunica o que apontam para o princ pio das rela es hier rquicas entre subst ncia forma a o desenvolvidos por Thomas S Frentz e Thomas B Farrel e por W Barnett Pearce e Forrest Conklin que apresentam esclarecimentos sobre a natureza e a estrutura de a es retoricamente tipificadas embora isso nos estudos desses pesquisadores n o estivesse diretamente relacionado aos g neros Desse modo Miller sugere um modelo de hierarquia similar no qual inclui os g neros 101 Quadro 10 Modelos hier rquicos de comunica o HIERARQUIA PROPOSTA POR HIERARQUIA DE FRENTZ E FARREL HIRARQUIA DE MILLER PEARCE E CONKLIN EEE Es Sm 1 S Forma de Vida Forma de Vida FE G nero Encontro SE RS a E E O a Fonte Miller 2009 p 39 O n mero exato de n veis hier rquicos de significado est vinculado nfase de diferentes tipos de comunica o em rela o a diferentes n veis Especificamente em rela o a g nero o n vel hier rquico em que ele ocorrer segundo Miller 2009 p 40 ser determinado por nosso senso de recorr ncia das situa es ret ricas Isso variar de cultura a cultura segundo tipifica es dispon veis Com isso Miller 2009 p 41 sinaliza tr s princ pios que iluminam a compreens o de g neros 1
41. o se constituiu objetivo de nossa pesquisa confrontar os pressupostos te rico metodol gicos com as atividades do LD para observar a aplica o das concep es assumidas pelos autores de CD ou seja n o nos propusemos a perceber se houve uma tentativa de apenas atender a uma exig ncia do PLND 2012 em rela o a fazer das informa es te rico metodol gicas constantes no MP um reflexo da feitura do LD ou se de fato corresponde ao que est posto no LD Partimos do princ pio de que as cole es de nossa pesquisa apresentam no MP em termos do assunto em pauta nesta se o o que regeu a produ o do LD j que todas as CD passaram por um processo de avalia o estabelecido pelo pr prio programa de governo 6 2 2 4 Sugest o de atividades complementares Nos manuais encontramos tamb m sugest o de atividades complementares sendo portanto um quarto assunto presente em MP Ora essas sugest es s o dirigidas ao professor e aos alunos ora somente ao professor Ora constam no LD havendo coment rios no MP ora est o postas exclusivamente no MP 201 No MP1 por exemplo encontramos coment rios sobre a se o do LD Para ir mais longe em que se incentivam a amplia o do repert rio de leituras estabelecendo compara o entre as novas e as leituras j realizadas no decorrer do estudo proposto nas unidades did ticas al m disso essa se o prop e trabalhos com outras m dias e recursos diversos conforme a di
42. partes l ricas Os objetos s o classificados numa escala de valor em superiores inferiores ou semelhantes m dia humana Referem se pois s a es humanas particularmente em rela o ao comportamento dos homens em termos morais Os modos pelos quais se instauram a imita o podem ser mais diversificados do que os meios e os objetos j que o poeta pode fazer uso de distintos modos de mimese para os mesmos objetos como tamb m empregar meios id nticos Isso pode ser verificado nos g neros narrativos e dram tico No g nero dram tico os imitadores s o representados pelo poeta como operantes e atuantes Plat o e a Arist teles recordam Paviani et al 2008 suscitaram conhecimentos sobre os g neros art sticos e liter rios e proporcionaram as categoriza es j relacionadas neste trabalho que se encontram por exemplo nas locadoras de filme como romance aventura drama fic o cient fica etc Vale ressaltar no entanto que essa classifica o n o se realiza de modo pleno com exclusividade pois textos e filmes podem ser simultaneamente de aventura e romance tr gico e c mico etc A produ o atual de arte n o se insere mais nas qualifica es tradicionais Isso sinaliza que o conceito aristot lico de g nero passou por transforma o a 56 ponto de j n o nos reportarmos aos g neros como ele estabeleceu ao discorrer sobre poesia e pintura por exemplo Investiga es sobre a linguagem se tornaram
43. poss vel portanto o tratamento em separado desses dois aspectos sob pela de n o compreendermos como os sujeitos sociais realizam atividades juntos Em alguns lugares o uso da l ngua tem sido estudado como se fosse um processo inteiramente individual como se residisse inteiramente dentro das ci ncias cognitivas Em outros lugares ela tem sido estudada como se fosse um processo inteiramente social como se residisse inteiramente dentro das ci ncias sociais Eu sugiro que ela perten a s duas reas N s n o podemos ter esperan a de entender a l ngua a n o ser tomando a como um conjunto de a es conjuntas constru das a partir de a es individuais CLARK apud KOCH LIMA CUNHA 2004 p 255 Em suma a l ngua se constitui em um tipo de a o conjunta N o nenhuma novidade tamb m salientarmos que os g neros s o profundamente reconhecidos nessa seara Como diz Marcuschi 2007 p 19 j se tornou trivial a ideia de que os g neros textuais s o fen menos hist ricos profundamente vinculados vida cultural e 74 social As a es sociais logo mediadas pela linguagem textualmente materializadas na forma de g neros resultam de um composto entre cogni o linguagem e pr ticas interacionais A atividade lingu stica requer intera o e compartilhamento de conhecimentos e de aten o isto eventos lingu sticos que por sua vez n o decorrem de atos individuais e independentes s
44. programa da disciplina artigos informativos artigos cient ficos atividades escritas projetos de atividade de campo e anota es esquem ticas projetadas em slides 237 No decorrer de nossa pesquisa coletamos amostras de MP do 1 ano do Ensino M dio de Cole es Did ticas de L ngua Portuguesa de 3 tr s editoras tica Saraiva e Moderna Isso nos permitiu detectar os padr es ret ricos do interior do g nero sem deixarmos de considerar as especificidades de cada produ o Os dois primeiros Manuais analisados apresentam retoricamente a mesma organiza o em rela o explica o da estrutura do LD embora esse aspecto seja o assunto inaugural apenas para MP1 Enquanto esses manuais discorrem sobre as unidades e as se es encontradas nelas MP3 inicia a explica o da estrutura do Manual a partir dos eixos cognitivos literatura gram tica e produ o de textos depois que estabelece a fundamenta o te rico metodol gica de cada um desses eixos As orienta es te rico metodol gicas dos LD s o encontradas nos MP tamb m de modo diferente Em MP2 e MP3 essas quest es s o tratadas pelos pr prios autores da CD estabelecendo di logo com diversos te ricos J em MP1 os autores optam por refor ar esse t pico por meio de fragmentos textuais oferecidos por te ricos da rea como uma informa o suplementar que fundamenta o LD Sobre as sugest es de atividades complementares percebemos que ora e
45. quest es e ideias este g nero se endere a Quando as pessoas usam este g nero Sobre que tratam outros g neros com os quais um determinado g nero interage Participantes quem usa o g nero Escritores quem escreve os textos nesse g nero S o poss veis m ltiplos escreventes Que pap is eles desempenham Que caracter sticas devem os escritores desse g nero possuir Sob que circunst ncias os escritores desse g nero escrevem em time no computador na pressa Leitores quem l os textos nesse g nero Existe mais de um tipo de leitor para esse g nero Que pap is eles desempenham Que caracter sticas devem os leitores desse g nero possuir Sob que circunst ncias os leitores leem esse g nero por prazer numa sala de espera apressadamente Prop sito por que os escritores escrevem esse g nero e por que os leitores o leem Que motivos levam as pessoas a usarem esse g nero 3 Identificar e descrever padr es nos aspectos do g nero Que aspectos recorrentes a amostra compartilha Por exemplo Que conte do tipicamente inclu do O que exclu do Como o conte do tratado Que tipo de exemplos s o usados O que conta como evid ncia testemunha pessoal fatos etc Que apelos ret ricos s o usados Que apelos para o logos pathos e ethos aparecem Como os textos s o estruturados em g neros Quais s o as suas partes e como s o organizadas Em que formatos os textos s o apresentado
46. sica do cidad o mediante Reda o dada pela Lei n 11 274 de 2006 I o desenvolvimento da capacidade de aprender tendo como meios b sicos o pleno dom nio da leitura da escrita e do c lculo II a compreens o do ambiente natural e social do sistema pol tico da tecnologia das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade NI o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem tendo em vista a aquisi o de conhecimentos e habilidades e a forma o de atitudes e valores IV o fortalecimento dos v nculos de fam lia dos la os de solidariedade humana e de toler ncia rec proca em que se assenta a vida social E tamb m o Decreto n 7 084 de 27 de janeiro de 2010 que apresenta os objetivos dos programas de distribui o de livros do MEC Art 2 S o objetivos dos programas de material did tico I melhoria do processo de ensino e aprendizagem nas escolas p blicas com a consequente melhoria da qualidade de educa o II garantia de padr o de qualidade de material de apoio pr tica educativa utilizado nas escolas p blicas IMI democratiza o do acesso s fontes de informa o e cultura IV fomento leitura e o est mulo atitude investigativa dos alunos e V apoio atualiza o e ao desenvolvimento profissional do professor O Art 32 da LDB e o Art 2 do Decreto n 7 084 s o sinalizados para se destacar a import ncia de se formar o cidad o ca
47. utilizo com mais frequ ncia Prof 2 Sim uso quando me sinto convencida de que tais sugest es possibilitam uma pr tica de ensino mais significativa para a aprendizagem dos alunos Prof 1 Algumas sugest es acato sim Outras n o N o vejo problemas de modo geral nelas Pelo contr rio as sugest es at ajudam a dinamizar o estudo O manual da cole o que utilizo sugere por exemplo que o jornal em sala de aula pode ser utilizado para debate sobre assuntos diversos estudo das especificidades de v rios g neros da esfera jornal stica para verifica o de v rios elementos como a natureza multimodal da primeira p gina etc Ent o n o que eu ou o professor de modo geral utilize tudo Mas n o vejo sugest es digamos assim que sejam incoerentes com o ano escolar ou com a minha postura minha concep o de ensino de educa o Sabe acho que o MP apresenta muito mais coisas aproveit veis do que descart veis Ali s arrisco at a dizer que s o 100 aproveit veis embora por quest o de tempo ou de objetivo da aula nem tudo poss vel realizar E nem esse o prop sito do MP impor a realiza o do que est ali Prof 4 Pelo que observamos os professores reconhecem que os MP apresentam boas sugest es Livros e filmes sugeridos no LD ou no MP por exemplo normalmente est o 231 relacionados aos objetivos da unidade did tica assim como os procedimentos did ticos propostos
48. 2004 p 13 67 Apresenta o In BAZERMAN C G neros textuais tipifica o e intera o DION SIO Angela Paiva amp HOFFNAGEL Judith Chambliss Org 4 ed S o Paulo Cortez 2011 MARCUZZO P Um estudo de relatos de pesquisa em an lise de g neros 2006 102 f Disserta o Mestrado em Letras Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria 2006 MARTIN J Process and text two aspects of human semiosis In BENSON J D GREAVES W S Org Systemic perspectives on disciurse v 1 Norwood Ablex 1985 p 248 274 MARTIN J ROSE D Working with discourse London Continuum 2003 252 MAZZOTTI A J A GEWANDSZNAJDER F O m todo nas ci ncias naturais e sociais S o Paulo Pioneira 1998 MEURER J L BONINI A MOTTA ROTH D G neros teorias m todos e debates S o Paulo Par bola 2005 MEURER J L G neros textuais na an lise de Fairclough In MEURER J L BONINI A MOTTA ROTH D G neros teorias m todos e debates S o Paulo Par bola 2005 p 81 106 MILLER C R Genre as social action Quarterly Journal of Speech n 70 p 151 167 1984 Rethorical community the cultural basis of genre Re Thinking Genre Seminar Universidade de Carleton Ottowa 1992 G nero como a o social In DION SIO A P HOFFNAGEL J C Org Estudos sobre g nero textual ag ncia e tecnologia Tradu o e adapta o de Judith Chambliss Hoffnagel et al Recife
49. Aplicada AILA em Madison Wisconsin Paltrifge e Reiff advogaram por uma an lise de g neros textuais de base etnogr fica Hyland ressaltou a observ ncia da voz disciplinar reconhecida pelos leitores experientes de tipos espec ficos de g neros e do conceito de postura Tardy trouxe para o centro da discuss o a natureza multidimensional dos g neros textuais a saber aspectos formais ret ricos processuais e tem ticos que est o em rela o de intera o e de complementa o m tua Bawarshi apresentou g nero textual a partir da perspectiva de inven o revelando a estrutura do g nero como uma esp cie de guia heur stico ao teor exigido pela situa o de uso do g nero e Coe defendeu o entendimento de g neros textuais como estrat gias funcionais com as quais se chega a prop sitos em situa es espec ficas sendo necess rio nesse sentido entender a rela o funcional entre forma e situa o de uso dos g neros Dentre os estudos aqui apontados destacamos o trabalho de Johns et al 2006 que nos servir de base na an lise dos MP Para tratarmos sobre os crit rios estabelecidos pelo PNLD 2012 para o Manual do Professor sentimos a necessidade de descrever quest es relacionadas ao aparecimento do Livro Did tico e sua rela o com o ensino de L ngua Portuguesa no Brasil passando pelo registro hist rico de diversos manuais escolares e por marcos da valoriza o da l ngua materna Discutir sobre pol ticas p bli
50. COISAS INTERESSANTES POR L MODERADOR Certo Cada um tem seu olhar n Prof 2 Sim sim e outro aspecto importante a ressaltar que trabalhamos em uma institui o n o sei se pode ser dito o nome da institui o MODERADOR Pode sim Prof 2 ent o no IFRN n o somos obrigados a bater o livro did tico de ponta a ponta ou seja temos livro did tico sim fazemos uso dele sim por isso consultamos o manual vez ou outra mas n o temos a obriga o de fazer tudo o que reza esse material did tico inclusive porque temos a liberdade de elaborarmos material did tico MODERADOR Ent o os senhores podem tanto fazer uso do livro did tico quanto produzir seu pr prio material did tico Prof 1 Exatamente Prof 2 Assim no campus onde trabalho eu e meus colegas produzimos grande parte do material que disponibilizamos a nossos alunos Os alunos t m o livro did tico atrav s do qual realizam tamb m atividades mas normalmente eu e meus colegas orientamos partes do livro did tico que servem como um refor o de estudo como complemento ao estudo realizado em sala de aula como um outro recurso para que eles estudem em casa o conte do visto em sala de aula Por isso nem sempre utilizo o manual do professor Agora NO MOMENTO DA ELABORA O DE MATERIAL DID TICO SIM CONSULTO O MANUAL porque tem muitas sugest es interessantes e adapt veis at Prof 4 Isso tamb m essa a realidade a minh
51. Em 2001 chegou a vez dos alunos com defici ncia visual Estando em salas de ensino p blico regular passaram a receber livros em braile Posteriormente foram atendidos tamb m com livros em libras na vers o MecSaisy A meta de distribui o de dicion rios foi alcan ada j em 2003 ano em que tamb m os alunos dos anos finais do ensino fundamental receberam Atlas Geogr fico Outro marco em programas de governo para LD se deu tamb m em 2003 com a Resolu o CD FNDE n 38 de 15 10 2003 aperfei oada pela Resolu o CD FNDE n 1 de 15 01 2007 com a qual o Programa Nacional do Livro Did tico para o Ensino M dio PNLEM foi institu do Como objetivo fornecer LD de l ngua portuguesa e de matem tica para uso dos alunos de escolas do ensino m dio das redes estadual do Distrito Federal e municipal O Projeto piloto do PNLEM em seu Art 2 a partir da Resolu o CD FNDE n 39 de 24 08 2004 apresentou os seguintes crit rios de execu o I o atendimento ser realizado de forma progressiva aos alunos de 1 2 e 3 s ries matriculados em escolas p blicas onde ser implantada a escola b sica ideal al m dessas naquelas localizadas nas regi es norte e nordeste prioritariamente Il as escolas que integram os sistemas de educa o estadual e municipal mencionadas no inciso I dever o estar cadastradas no Censo Escolar realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educa
52. Programa Naconal Biblioteca da Escola PNBE para desenvolvimento de uma ampla pol tica do livro e da leitura na escola brasileira permitindo de um lado o uso pedag gico de textos e impressos diversificados e a n o apenas de materiais propositadamente destinados escola e de outro lado a cria o de condi es apropriadas para a operacionaliza o das sugest es relativas amplia o da concep o de livro did tico subjacente ao PNLD atual Ou seja a firmaram se a proposi o de um trabalho articulado entre PNLD e PNBE de modo que os livros distribu dos pelo PNBE deveriam estar em estreita liga o com os segmentos de ensino atendidos pelo PNLD As Recomenda es tamb m visaram ao fortalecimento do trabalho e da forma o docentes Para isso ao MEC sugeriu se a incumb ncia de motivar as Universidades a promoverem pesquisas nas licenciaturas que abordassem o livro did tico como objeto de estudo de criar grupo de estudos sobre os processos de escolha de LD pelos professores de promover programas para capacitar professores e t cnicos dos sistemas educacionais tendo como foco a escolha e o uso do LD de descrever com detalhes as obras apresentadas no Guia de Livros Did ticos apresentando uma linguagem mais adequada ao docente e de manter pelo menos momentaneamente a categoria de obras recomendadas com ressalvas a fim de disponibilizar proposta de escolha que possa atender mais s expectativas dos professores
53. The theoretical framework adopted in this study refer to the social rhetorical conception of gender studies Textual according especially with Johns et al 2006 Bazerman 2011 and Miller 2011 In a second moment under the social rhetorical bias approach we seek to define this Teacher s Guide as a genre and rhetorical aspects present in the samples we analyzed considering the constituent organization the context of use of this genre and the perceptions of its members authors and teachers The generation of data was initially based on the selection of three copies of didactic collections manuals adopted at IFRN then to recognize the perceptions of users of this genre we conducted focus groups with teachers and interviewed co author of one of collections For data analysis we chose the method of ethnographic genre analysis postulated by Reiff cited JOHNS et al 2006 which allowed us to analyze the object of study in authentic contexts of use of the genre Our results show that this Teacher s Guide is inserted into a system and genres in the field of teacher professional activities and this is not limited only to explain how the textbook of the student is organized Seven other purposes were observed among which are enabling teachers to reflect on their teaching practice and suggest ways to improve the teaching learning process We believe that this research will stimulate teachers regarding the importance not compulsory of periodic consult
54. a seguir a Fa a um levantamento dos prov rbios conti dos nas falas da m e de In s Pereira Com pare a linguagem da m e de In s Pereira e verifique que diferen a h entre elas b Um dos tipos sociais observados com mais realismo por Gil Vicente a mo a da vila isto a mo a que vive na vila fora da corte num aglomerado urbano ela pretende subir de con di o social e para isso almeja casar se com um escudeiro Na farsa em estudo In s Perei ra representa a mo a da vila Caracterize a c Por meio das personagens Lat o e Vidal indi que o papel desempenhado pelos judeus nessa sociedade d Por meio da personagem Lianor Vaz indique o papel desempenhado pela alcoviteira nes sa sociedade e Br s da Mata O escudeiro representa a nobreza decadente na Baixa Idade M dia Retire do texto elementos que comprovem essa afirma o Indique os costumes da poca vicentina obser vados na Farsa de In s Pereira em rela o sedu o ao pagamento de servi os e educa o dom stica 3 Na Farsa de In s Pereira o escudeiro morre no momento em que Pero Marques herda a for tuna do pai A simultaneidade desses aconteci mentos mostra que o nobre substitu do pelo tolo que possui dinheiro O que isso significa no contexto das transforma es hist ricas no in cio do s culo XVI 4 A Farsa de In s Pereira uma pe a picante que diverte moralizando Qual sua moralidade Os lus
55. ainda de modo expressivo inclusive no sentido de reconhec lo como g nero textual pesquisas sobre o Manual do Professor doravante MP Seria isso pelo fato de o MP se constituir em uma esp cie de g nero de segundo plano do ponto de vista da autonomia status do g nero j que depende do LD para existir Sinalizamos esse questionamento n o com o intuito de discutir o n vel de import ncia de cada g nero diante dos ndices de interesse de pesquisa nem de desvelar os prop sitos que levam a esse contexto mas de creditar como ressalva Marcuschi 2011 p 13 em apresenta o ao livro G neros textuais tipifica o e intera o de Charles Bazerman que n o temos nem mesmo problema para identificar e entender aqueles g neros que aparecem pela primeira vez nossa frente pois eles s o extens es de outros preexistentes Isso nos faz assegurar que em outras palavras primeiro o MP um g nero textual n o se trata de um 169 g nero de segunda categoria segundo h sempre um g nero detonador propulsor basilar fundante a partir do qual outros aparecer o como consequ ncia da necessidade comunicativa de misturas de linguagens e de mudan as lingu sticas que se cristalizam no uso da l ngua entre outros fatores Por assim dizer o LD promoveu a exist ncia do MP a princ pio Contudo apesar de o LD ser a raz o da exist ncia do MP nossa pesquisa constatou que este poder nascer antes
56. aprender algo com o manual se assim o quiser e desejar 5 Quais princ pios e valores s o fundamentais a um Manual do Professor dif cil para n o dizer vazio falar de valores e princ pios no caso de material did tico que n o estejam intrinsecamente ligados natureza e aos objetivos do pr prio material Sendo assim o manual pode ter muitos princ pios e valores mas o mais importante que ele ajude o professor a compreender o livro que ele tem em m os Se o manual falhar nesse objetivo ter naufragado naquilo que a sua principal raz o de ser 6 Como deve ser organizado o Manual do Professor em termos ret ricos considerando inclusive outros elementos de natureza multimodal fonte imagem cor E na sua opini o de que maneira os recursos utilizados na 270 editora o podem tornar o Manual do Professor mais atrativo a seu potencial leitor Em termos ret ricos o manual deve procurar explicar tudo o que necess rio ao professor da maneira mais concisa poss vel O professor considerando a realidade brasileira no mais das vezes um profissional assoberbado de tarefas e trabalho e se o manual representar para ele algo de penosa leitura e compreens o ent o ele j ter falhado em seu princ pio b sico que dialogar com seu principal usu rio Quanto aos outros recursos isso depende muito pouco do desejo dos autores e muito das imposi es do PNLD e dos limites editori
57. apresentam layout convidativo leitura letras min sculas e sem espa amentos favor veis a uma satisfat ria visualiza o do todo Prof 3 Poderia ser mais atrativo VERDADE QUE TAMB M NESSE ASPECTO OS MANUAIS J MELHORARAM MUITO Os manuais mais antigos traziam informa es somente relacionadas a respostas das atividades do livro e al m disso algumas pequenas considera es metodol gicas No entanto todas essas informa es estavam numa letrinha muito mi da Veja s um professor normalmente algu m que l bastante normalmente algu m que usa culos logo n o vai se interessar por esse tipo de leitura que vai for ar mais a vista dele e trazer poucas contribui es 264 Essa era a vis o antigamente Enquanto que a letra do livro do aluno estava em uma fonte satisfat ria a do manual era mesmo pra que o professor n o se sentisse motivado a l lo Prof 4 De fato era assim mesmo De fato o manual do professor melhorou bastante sobretudo em rela o fonte da letra Mas penso que ainda pode melhorar em rela o ao layout ao formato como est organizado a quest o de colocar uma organiza o gr fica mais atrativa que desperte o interesse do professor como tem no livro do aluno Prof 3 Isso mesmo N o que o professor seja movido a essa atratividade que o manual pode apresentar que ele est envolvido por outros fatores que muitas vezes sufocam a leitura do manua
58. as unidades cap tulos e a abordagem did tica de cada objeto de ensino S assim o professor poder de fato compreender a cole o e tornar se um aut ntico usu rio dela Os volumes foram concebidos como manuais isso significa que o professor ao adotar a cole o precisa compreender essa estrutura de manual pois ela imp e assumir uma rigorosa progress o de conte dos e objetos de ensino Se o professor n o compreende essa estrutura n o conseguir fazer uso adequado do material que lhe apresentado e aos alunos Se o professor compreende a estrutura da cole o ele poder us la com autonomia Em segundo lugar apresentar ao professor os objetivos de cada se o do livro e dar a ele uma vis o geral do que a cole o poder lhe oferecer em termos de transposi o did tica caso ele decida adot la e utiliz la MARUXO J NIOR 2013 223 Em termos gerais os autores de CD escrevem o MP para explicarem a seus leitores potenciais os professores em princ pio o livro did tico da estrutura fundamenta o com sugest o de leituras para professor e alunos e de projetos que poder o normalmente ser adaptados ao contexto de cada turma H tamb m uma expectativa por parte dos autores confirmada no debate que realizamos entre professores atrav s de grupo focal de que o MP contribua de alguma forma para a forma o continuada do professor Ou seja o Manual pode ser tamb m um g nero atrav
59. como dois manuais citam o s objetivo s desses boxes Boxes Os boxes cont m textos paralelos que objetivam dialogar com o texto base acrescentando novas informa es Ora servem para ampliar um aspecto tratado no texto base ora estabelecem rela es entre o assunto em estudo e aspectos da cultura de hoje presentes no cinema na m sica na moda em comportamentos na internet ora apresentam uma curiosidade sobre um autor ou uma poca ora fazem sugest es de leitura para o aluno que deseja se aprofundar no assunto CEREJA MAGALH ES 2010 p 25 MP2 197 Boxes Objetivos Presente na abertura de todos os cap tulos esse boxe identifica os objetivos essenciais a serem alcan ados pelos alunos ap s o desenvolvimento do conte do apresentado Julgamos importante destacar tais objetivos porque eles auxiliam os alunos a buscarem no texto as informa es e an lises que se ligam aos conceitos fundamentais estudados s caracter sticas definidora de um determinado g nero e aos aspectos que devem ser controlados no momento da produ o de textos desse mesmo g nero Boxe biogr fico Acompanha a cita o de um autor nacional ou estrangeiro Traz algumas informa es sobre a vida daquele autor sua forma o e influ ncias culturais e destaca aspectos importantes de sua produ o art stica Boxe de informa o Apresentado ao longo do cap tulo chama a aten o dos alunos para manifesta es contempor ne
60. de controle pol tico ideol gico em detrimento da fun o did tica Em 1945 atrav s do Decreto Lei n 8 460 o Estado ao ser questionado sobre a legitimidade da CNLD consolida a as condi es de produ o importa o e utiliza o do LD e delega ao professor Art 5 a escolha do livro a ser utilizado pelos alunos Constitui se um marco pol tico para esse percurso de valoriza o do livro did tico a XXII Confer ncia Internacional de Instru o P blica realizado em Genebra Em 1959 quando se realizou em Genebra a XXII Confer ncia Internacional de Instru o P blica com o prop sito de estabelecer recomenda es concernentes elabora o escolha e utiliza o de livro texto os representantes dos 57 pa ses presentes foram un nimes em reconhecer a import ncia do livro e de outros materiais de ensino para professores e alunos nas atividades escolares KRAFZIK 2006 p 57 Dessa confer ncia afirma a autora nasce o embri o que motivou no governo do Marechal Humberto Alencar Castelo Branco o acordo entre MEC Sindicato Nacional de Editores de Livros SNEL e a Ag ncia Norte Americana para o Desenvolvimento Internacional USAID consolidado em 04 de outubro de 1966 com o Decreto n 59 355 quando o Estado instituiu a Comiss o do Livro T cnico e Livro Did tico COLTED Essa 135 comiss o recebeu a atribui o de coordenar as a es necess rias produ o edi o e distribu
61. declara o vistos como enunciado significativo sem que para isso seja necess rio estar relacionado a um texto E esclarece a n s falantes de l ngua portuguesa Percebo que em portugu s necess rio distinguir g neros textuais textual genre de g nero gender Por m em ingl s o uso do termo g nero de texto se op e a g neros orais ou g neros em outros meios Certamente os g neros textuais possuem caracter sticas que os distinguem dos g neros da pintura por exemplo mas todos s o formas de g nero O que realmente est em discuss o portanto s o as possibilidades affordances espec ficas da textualidade versus artes gr ficas por exemplo BAZERMAN 2011 p 22 Nessa mesma entrevista a um grupo de estudiosos ele assim ilustra suas considera es sobre g nero 106 o g nero e isso realmente n o se limita linguagem em si encerra a no o de uma afirma o ou sentido criado por algu m Os g neros s o cole es percebidas de enunciados Os enunciados s o delimitados t m come o meio e fim ocupam lugar definido no tempo e no espa o e s o percebidos como portadores de algum sentido Portanto dois elementos que eu enfatizo nos g neros que eles s o categorias de reconhecimento psicossocial e categorias de enunciados BAZERMAN 2011 p 17 Bazerman 1994 adota a no o de g nero como a o social sobretudo ao observar as regularidades das situa es recorrentes
62. distin o entre Lingu stica e LA considerando esta como a rea que se ocupa da pr tica enquanto aquela como a interessada na teoria Do ponto de vista da LA teoriza es sem considerar as vozes dos que vivem a pr tica social onde est situado o objeto de estudo nada dizem sobre ela Nesta pesquisa investigamos o Manual do Professor na perspectiva de conhecermos como se encontra organizado retoricamente de que maneira usado pelos que participam do ambiente em que ele aparece e como percebido por seus usu rios a saber autores e potenciais leitores os professores Os participantes da intera o apresentam implica es a partir dos aspectos ret ricos desse g nero que poder o repercutir nas pr ticas de intera o no contexto escolar Por isso delimitamos como campo de investiga o desta pesquisa a LA j que essa rea tem nos possibilitado conhecer os participantes da intera o em ambientes e situa es espec ficos Ao nos filiarmos LA que nos prop e rever a rela o entre teoria e pr tica a partir das considera es advindas da participa o dos que interagem em ambientes de pr ticas sociais LOPES 2006 a estamos assumindo na perspectiva de uma rea indisciplinar e transgressiva que nos direciona a pensar a produ o do conhecimento politizando o e problematizando o PENNYCOOK 1998 2006 LOPES 2006 Como diz Santos 2012 p 105 32 uma abordagem de pesquisa dessa natureza nos propo
63. dos autores do MP1 est presente em todas as partes do manual como podemos constatar nos trechos listados e nos termos sublinhados a seguir Estrutura da cole o das unidades e dos cap tulos Para bem compreender a descri o que aqui feita da cole o das unidades e dos cap tulos sugerimos que o a professor a acompanhe sua leitura com a observa o concomitante de pelo menos um volume Assim entender melhor os princ pios estruturadores de cada livro e da obra em seu todo FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 05 grifo nosso Vis o geral da cole o De modo geral sugerimos que o a professor a leia integralmente todas as atividades de uma unidade ou de um cap tulo antes de coloc las em pr tica Isso por algumas raz es FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 05 grifo nosso Al m disso caso alguma atividade demande algo imposs vel de se conseguir por exemplo se a atividade solicita que se assista a um v deo mas a escola n o disp e de aparelhagem eletr nica adequada a leitura pr via dos cap tulos e unidades feita pelo a professor a permitir adaptar a atividade em quest o ou substitu la por outra mais compat vel com a sua realidade FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 06 grifo nosso Propostas das unidades Constituem por m sugest es de trabalho cabe ao professor a selecionar os projetos que sejam adequados aos alunos adapta
64. e oferece a 17 259 alunos matriculados 173 cursos sem contar com os cursos de Forma o Inicial e Continuada FIC distribu dos em 10 modalidades de ensino como consta o quadro a seguir 38 Quadro 2 Modalidades de cursos ofertados no IFRN EE E T cnico de n vel m dio T cnico subsequente T cnico de n vel m dio T cnico subsequente 04 profuncion rio ES pos Qualifica o profissional Mulheres mil Fonte Brasil 2013 Os cursos oferecidos nos n veis Lato sensu Tecnologia e Licenciatura foram criados para responder demanda da regi o onde os campi que oferecem esses cursos foram instalados Os cursos T cnico integrado e T cnico integrado EJA Educa o de Jovens e Adultos correspondem forma o simult nea dos estudos de Ensino M dio e Educa o Profissional doravante EP Os cursos da modalidade T cnico subsequente atendem a pessoas que buscam apenas a EP e j conclu ram o EM As modalidades Pronatec e Mulheres mil constituem programas de governo portanto com prazos e metas estabelecidos Os cursos FIC s o cursos r pidos com baixa carga hor ria ofertados comunidade interna e externa a partir das necessidades da comunidade e da disponibilidade de profissional de cada campus na viabiliza o das a es que cada curso requer Conforme a delibera o 08 2012 do seu Col gio de Dirigentes administrativamente o IFRN tem a seguinte estrutura 39 Figura 2 Organograma da R
65. e pelos bibli grafos em suas pesquisas dentre os quais destacamos a fun o que exerce na democratiza o de saberes de diferentes campos de conhecimento a discuss o sobre esse g nero como estruturador da pr tica docente o debate em torno de sua produ o e comercializa o al m de an lises sobre os investimentos de governos em programas de avalia o Como assegura Bittencourt 2004 as pesquisas sobre LD avan aram no que diz respeito ao entendimento de que esse artefato cultural est situado numa complexidade de leg timos fatores que v o de exames de conte dos dos textos veiculados nos LD no sentido de analisar valores e ideologias agenciados por eles s pol ticas p blicas e ao modo de produ o do LD Na d cada de 80 pesquisas indicaram que os LD passaram por processos de mudan a e estabilidade de conte dos constituindo se em suporte preferencial de comunica o de saberes nas escolas BITTENCOURT 2004 p 472 oportuno frisar que tais mudan as se deram como resposta a uma contundente oposi o ao livro did tico em raz o de problemas relacionados difus o de preconceitos e a tend ncias ideol gicas no que se refere a aspectos metodol gicos e de incorre o conceitual Esse contexto de incoer ncias provocou tamb m o baixo interesse acad mico em desenvolver pesquisas sobre LD N o sem frequ ncia compreendido apenas por meio de uma de suas diferentes dimens es o livro did tico tendeu a ser
66. e PNBE se complementam portanto na busca de disponibilizar instrumentos de trabalho aos professores para que estes proporcionem aos alunos a leitura proficiente e a reflex o cr tica a partir de informa es atuais e contextualizadas marcadas nas experi ncias est ticas ticas culturais e conceituais de que tratam os materiais de leitura Essas experi ncias devem propiciar aprendizagens significativas que repercuss es para a vida em sociedade Sobre o PNLD 2012 considerando que o corpus de nossa pesquisa s o quatro livros avaliados nesse programa trataremos na pr xima se o Na oportunidade descreveremos os principais pressupostos te rico documentais que fundamentaram todo o processo de avalia o e dados significativos do Guia O PNLD 2013 cujo edital foi publicado em novembro de 2010 teve o prop sito de avaliar livros para os anos iniciais do ensino fundamental nas reas de Alfabetiza o Letramento L ngua Portuguesa Matem tica Ci ncias Hist ria e Geografia para volumes por s rie e Hist ria Regional e Geografia Regional como volume nico para cada uma das reas Obrigatoriamente cada volume deveria apresentar o Manual do Professor Como crit rios eliminat rios comuns a todas as reas o PNLD 2013 BRASIL 2010 p 28 apresentou 142 1 respeito legisla o s diretrizes e s normas oficiais relativas ao ensino fundamental 2 observ ncia de princ pios ticos necess rios const
67. e a recorr ncia resultante da reprodu o Essas observa es serviram de base para Miller 2009a p 52 propor que o g nero fosse compreendido como estrutura social portanto constituinte espec fico e importante da sociedade um aspecto principal de sua estrutura comunicativa uma das estruturas de poder que as institui es exercem Outro conceito importante nos estudos de Miller o de coletividade sobretudo no que diz respeito comunidade ret rica Em Harr Miller 2009a visitou dois tipos de coletividade a saber a taxon mica e a relacional Escolheu a comunidade virtual como utilizou Giddens j que se aproximava da no o de comunidades ret ricas que existem nas mem rias humanas e nas suas instancia es espec ficas em palavras n o s o inventadas do zero mas persistem como aspectos estruturadores de todas as formas de a o sociorret rica MILLER 2009a p 55 Como certifica Carvalho 2005 Miller qualificou as comunidades ret ricas de modo diferente das comunidades geogr ficas ou demogr ficas j que estas possuem semelhan as determinadas de fora para dentro e aquelas por serem resultado das intera es entre seus participantes reais aceitam diferen as e semelhan as Essas caracter sticas das comunidades ret ricas est o interligadas por certa maneira de ver o mundo e se formam medida que reproduzem a pr pria comunidade correspondendo s demandas sociorret ricas Em s n
68. em vez daquela que constar em nosso trabalho somente no cap tulo em que tratamos sobre as demais abordagens Neste trabalho doutoral entendemos os g neros como a es ret ricas tipificadas baseadas em situa es recorrentes luz de Miller 2011 e de Bazerman 2001 2011a Em outras palavras como registram Johns et al 2006 g neros s o formas de intera o socialmente aceitas com as quais os interlocutores realizam suas a es atrav s do uso da l ngua em contextos espec ficos Os conte dos e reflex es apresentados nesta tese fazem parte de uma pesquisa que teve como objeto de estudo com base na concep o sociorret rica o g nero textual Manual do Professor MP do 1 Ano escolar do Ensino M dio que um tipo espec fico de Manual encontrado na esfera docente parte da Colet nea Did tica CD a que o professor tem acesso A justificativa do interesse em estudarmos o MP que tamb m aponta para a relev ncia de nosso trabalho deve se inicialmente ao fato de nos estudos realizados em nosso pa s haver pouca preocupa o efetiva por g neros textuais que podem apresentar contribui es pr tica do professor e at mesmo sua forma o continuada De fato diversos aspectos da vida profissional e formativa docente s o mat ria de investiga o no Brasil e no exterior No entanto o estudo da organiza o ret rica do MP sobretudo de L ngua Portuguesa de aspecto
69. es v m entre as unidades do livro eu as utilizo com mais frequ ncia Prof 1 quanto ao uso de sugest es do manual sim uso quando me sinto convencida de que tais sugest es possibilitam uma pr tica de ensino mais significativa para a aprendizagem dos alunos Prof 4 Algumas sugest es acato sim Outras n o N o vejo problemas de modo geral nelas Pelo contr rio as sugest es at ajudam a dinamizar o estudo O manual da cole o que utilizo sugere por exemplo que o jornal em sala de aula pode ser utilizado para debate sobre assuntos diversos estudo das especificidades de v rios g neros da esfera jornal stica para verifica o de v rios elementos como a natureza multimodal da primeira p gina etc Ent o n o que eu ou o professor de modo geral utilize tudo Mas n o vejo sugest es digamos assim que sejam incoerentes com o ano escolar ou com a minha postura minha concep o de ensino de educa o Sabe acho que o MP apresenta muito mais coisas aproveit veis do que descart veis Ali s arrisco at a dizer que s o 100 aproveit veis embora por quest o de tempo ou de objetivo da aula nem tudo poss vel realizar E nem esse o prop sito do MP impor a realiza o do que est ali Prof 1 Assim fato em meu entendimento que as sugest es sobretudo aquelas relacionadas a obras liter rias s o uma contribui o bastante significativa dos manuais Digo mais principalm
70. escritas ou n o s o quase sempre a base do trabalho de investiga o Dependendo do objeto de estudo e dos objetivos da pesquisa pode se caracterizar como principal caminho de concretiza o da investiga o ou se constituir como instrumento metodol gico complementar Para Godoy 1995 e Oliveira 2007 a pesquisa documental constitu da a partir de materiais que n o tenham recebido tratamento anal tico ou que requeiram um reexame para uma interpreta o nova ou complementar A esse respeito Corsetti 2006 assegura que a 34 pesquisa documental aquela que tem como objeto de estudo documentos sejam eles contempor neos ou retrospectivos cientificamente aut nticos Al m do recurso pesquisa documental fizemos uso tamb m de instrumentos etnogr ficos entrevista e grupo focal j que este estudo se prop e a investigar o MP de modo situado e procura provocar mudan as na atitude de seus usu rios Pesquisas sobre MP s o escassas n o somente no Brasil por isso concebemos esse objeto numa perspectiva de fonte prim ria Se os pesquisadores de Livros Did ticos julgam ser este objeto pouco pesquisado atualmente Manual o ainda menos Por isso a an lise do MP sob a tica de uma abordagem descritiva e interpretativa profundamente necess ria Decidimos tamb m recorrer a diferentes fontes de gera o de dados sobre as quais falaremos adiante no sentido de depreendermos o fen meno de
71. espec fica foram utilizadas pela filosofia da tradi o no sentido de falar ou alcan ar a ess ncia das coisas A ret rica foi se desenvolvendo em Atenas sob uma democracia consolidada que concedia aos cidad os o direito a participar diretamente de assembleias populares com fun es legislativas executivas e judici rias Conforme Souza 2008 p 29 todos os assuntos eram submetidos ao voto popular a organiza o do estado a fixa o de impostos a declara o de guerra e at mesmo a morte de um cidad o Ao cidad o competia em diversas situa es apresentar sua opini o frente a uma plateia circunst ncia em que a habilidade em raciocinar falar e argumentar corretamente eram sempre necess rias Para isso professores especialistas na arte do bem falar chamados de sofistas protagonizavam uma educa o voltada ret rica a esse respeito diz Plat o 1989 p 62 que se trata da arte da persuas o exercida nos tribunais e nas outras assembleias a prop sito daquelas coisas que s o justas e injustas necess rio ressaltar que o termo sofista recebeu cr ticas contundentes de Plat o que acusou os professores detentores desse t tulo de empregarem a ret rica para ocultar a verdade oferecer armas desleais e pr ticas oposi o inferior no plano l gico segundo Barilli 1985 p 15 Para Plat o os sofistas apesar de elaborarem muitos tratados sobre ret rica ignoravam o univer
72. est o atendem a demanda Isso certamente s saberemos se reconhecermos os aspectos sociorret ricos deste g nero textual Nessa saud vel proeza ir ao encontro de seus usu rios autores e professores sem d vida alguma o atalho mais seguro atrav s do qual complementaremos todas as observa es sobre o MP que testemunharmos na condi o de investigador 25 O trabalho de investiga o Manual do Professor muito prazer em re conhec lo tem como motiva o os assuntos listados e se prop e a abordar o objeto de estudo numa perspectiva mais positiva isto sem pretens es condenat rias N o queremos fazer do MP um r u N o nosso interesse aqui por exemplo discutirmos sobre o desempenho agressivo de diversas editoras que avan am no mercado valendo se de sofisticada estrutura de distribui o e vendas de CD tentando influir nos processos de escolha de LD nas escolas de educa o b sica de todo o pa s e fazendo do MP apenas um bem simb lico como resposta s exig ncias do PNLD Nem tampouco afirmarmos que o MP um g nero de leitura obrigat ria para todos os professores que utilizam LD N o temos pretens es de natureza avaliativa no sentido de julgarmos o des valor dos Manuais e estabelecermos uma cr tica a quem quer que seja Nossa inten o re visitarmos o MP considerando que como outros g neros produzidos de maneira sistem tica merecedores de nossa aten o MARCUSCHI 2007 p 38
73. g nero Desse modo l cito constatar que as caracter sticas presentes em um texto s o as que predominam em exemplares de determinado g nero 3 2 3 Perspectiva interacionista semiodiscursiva Alguns estudiosos inserem as reflex es te ricas de Charaudeau 2004 2006 e de Maingueneau 2001 2004 no grupo da perspectiva sociodiscursiva Embora haja aspectos afins aos considerados na se o anterior quando discutimos sobre as propostas de Bronckart importante situarmos esses autores numa abordagem parte denominada pelo primeiro de semiodiscursiva uma an lise dos g neros deve se apoiar em uma teoria do fato linguageiro dito de outra maneira em uma teoria do discurso na qual possamos conhecer os princ pios gerais sobre os quais ela se funda e os mecanismos que os colocam em funcionamento Toda teoria do discurso implica assim que sejam determinados diferentes n veis de organiza o do fato lingu stico J expus aqui e ali os aspectos de uma teoria psico c cio comunicativa que chamo de Semiodiscursiva na qual me inscrevo CHARAUDEAU 2004 p 21 A perspectiva semiodiscursiva est vinculada An lise do Discurso AD que de acordo com Furnaletto 2005 p 261 tem como objetivo apreender o funcionamento dos discursos e as modalidades de exerc cio da palavra num universo determinado considerando que o discurso aparece para Maingueneau 1991 como um objeto de investiga o associado
74. g neros sob pena de se perder a categoriza o gen rica e n o ter o reconhecimento da comunidade que manipula o g nero alterado Bhatia 1997 faz tamb m considera es sobre a natureza h brida no estudo dos g neros A hibridiza o para ele resultado da composi o de dois g neros inteiramente distintos em um evento comunicativo com um nico prop sito por exemplo uma entrevista e um email que se constituem hibridamente para a realiza o de uma nica a o de linguagem Em suma para uma an lise de g neros Segundo Bhatia 1993 a metodologia se constitui de sete fases agrupadas em tr s etapas fundamentais a explorat ria que compreende escolha e delimita o do g nero e re ne as quatro primeiras fases o desenvolvimento da pesquisa fases 5 e 6 e a apresenta o dos resultados a ltima fase conforme quadro a seguir Quadro 9 Fases na an lise de g neros propostas por Bhatia Verifica o das informa es conclus es com informante especialista da comunidade discursiva Fonte Bhatia 1993 99 As fases de 1 a 3 se referem classifica o do objeto de estudo investigado em um contexto importante portanto nesses passos investigar o contexto em que o g nero se insere al m da literatura que precedeu essa an lise As fases 4 a 6 se reportam sele o do corpus e sele o dos n veis de an lise lingu stica Sobre a sele o do corpus fundamental selecionar um co
75. g neros n o de hoje Partimos da evolu o hist rica do conceito de g nero em diversas reas de estudo desde a cl ssica no o estabelecida pelos estudos de Plat o e Arist teles que passou pela literatura transi o da ret rica antiga Lingu stica Em seguida mapeamos algumas das principais correntes te rico metodol gicas que investigam os g neros na atualidade No quarto cap tulo focalizamos de modo particular os fundamentos te ricos que ancoram esta pesquisa discutindo as contribui es advindas da concep o sociorret rica de g neros textuais Iniciamos pelas considera es te ricas desenvolvidas por John Swales e 27 Vijay Bhatia representantes da Escola Brit nica de estudos gen ricos notadamente mais voltados aplica o de modelos de an lise ou a quest es de natureza did tico pedag gica com vista aos estudos de segunda l ngua e an lise de g neros Posteriormente passamos a refletir sobre as contribui es dos principais pesquisadores da abordagem sociorret rica da escola norte americana Carolyn Miller e Charles Bazerman de tradi es ret ricas e sociol gicas que se desenvolveu sob a influ ncia da Nova Ret rica e da oposi o aos padr es de ensino baseados na Ret rica Cl ssica Por fim discutimos os estudos de Ann Johns et al sobre as considera es de especialistas em g neros textuais que participaram da Confer ncia de 2005 da Associa o Internacional de L ngu stica
76. identificado apenas a uma tecnologia de ensino pouco adequada a processos efetivos de aprendizado apenas ao resultado de interessas econ micos envolvidos em sua produ o e comercializa o apenas aos efeitos de controle que exerce sobre a a o docente e sobre o curr culo BATISTA 2001 p 28 A ascens o de pesquisas muitas delas derivadas de grupos de estudo e investiga o sobre os processos de ensino e aprendizagem e de pol ticas p blicas sobre LD nas ltimas d cadas vem alterando esse quadro no Brasil O Livro Did tico impresso mesmo em tempo de ascens o das publica es digitais continua sendo um recurso pedag gico importante no cotidiano escolar de cada disciplina Delineado pelos pilares do conte do e da forma o LD atualmente resulta em um projeto gr fico de natureza multissemi tica que busca chamar a aten o dos alunos para a leitura 133 Conforme o PNLD 2012 BRASIL 2011b p 18 no sentido de atender aos objetivos did tico pedag gicos cada livro seleciona certos conte dos em detrimento de outros e os organiza de acordo com um determinado plano e numa certa sequ ncia Nesse percurso elege a mat ria a ser estudada instaurando determinada abordagem numa perspectiva did tica particular e sugerindo um curso a ser seguido Para um n mero significativo de alunos o LD se constitui no nico livro em que ter contato j que muitas escolas brasileiras sobretudo as que est o em
77. interesse de in meras reas da ci ncia da tecnologia e da vida social favorecendo uma nova concep o de g nero como tamb m de outras concep es Desse modo foram inauguradas novas tend ncias de estudos dos g neros parte delas numa perspectiva multidisciplinar e sociorret rica Com a amplia o dos estudos dos g neros sobretudo no mbito das ci ncias humanas tem sido poss vel examinar as a es humanas a organiza o social as rela es institucionais e os processos de aprendizagem PAVIANI et al 2008 A an lise do texto e do discurso e uma descri o da l ngua e vis o da sociedade constituem se na tr ade sob a qual se debru am pesquisadores dos g neros permitindo inclusive adentrar na seara de aspectos socioculturais do uso da l ngua nas mais variadas formas MARCUSCHI 2008 Sobre a complexidade e diversidade desses estudos trataremos na pr ximas se es 3 2 PERSPECTIVAS CONTEMPOR NEAS DE ESTUDO DOS G NEROS Como vimos na se o anterior o estudo dos g neros n o de hoje data de bastante tempo partiu de Plat o e Arist teles que discutiram g nero numa perspectiva de respectivamente tradi o po tica e tradi o ret rica E que ultrapassou esses limites avan ando em dire o a diversas frentes de investiga o dentre as quais se encontra a Lingu stica Aplicada Z E nesse campo cient fico que avan amos em nossa pesquisa no sentido de nesta se o mapearmos algumas das
78. j mencionamos neste cap tulo constituem se em leitores c potenciais do MP Como diz Lajolo 1996 p 05 o docente uma esp cie de leitor privilegiado da obra did tica j que a partir dele que o livro did tico chega s m os dos alunos O MP escrito para ser lido por eles Por isso observar a percep o deles sobre o manual nos ajuda a compreendermos melhor esse g nero JOHNS et al 2006 Outro aspecto peculiar do MP que queremos retomar agora o fato de ele ter o LD como raz o para existir embora consideremos este distinto daquele 227 Em vista disso em nossa intera o com os professores o LD tamb m esteve presente mesmo que em intensidade naturalmente menor que a de nosso objeto central Certificar nos tamb m do contato desses professores com livro e manual parte de nossa discuss o inicial nesta se o Embora os professores que participaram de nosso grupo focal trabalhem numa institui o que adota livros did ticos eles n o s o obrigados a seguir a sequ ncia did tica estabelecida pelos autores da cole o e trabalham em sala de aula o conte do previsto no programa da disciplina n o somente com esse livro mas tamb m eles mesmos organizam material did tico Por isso nem sempre recorrem ao MP Assim no campus onde trabalho eu e meus colegas produzimos grande parte do material que disponibilizamos a nossos alunos Os alunos t m o livro did tico atrav s do qu
79. mais cedo ou mais tarde os textos tornam se a base do trabalho interpretativo e das infer ncias feitas a partir do material emp rico como um todo 43 Ao assumirmos nesse primeiro momento como abordagem te rico anal tica os estudos de g neros textuais na perspectiva sociorret rica JOHNS et al 2006 BAZERMAN 2007 2009 2011 2011 MILLER 2009 2011 percebemos que nossa an lise n o poderia se limitar interpreta o do que est posto no Manual do Professor muito menos ao reconhecimento dos elementos que o constitui em termos estruturais Passamos a empregar t cnicas como observa o livre e conversas informais MAZZOTTI GEWANDSZNAJDER 1998 sobre o MP nas reuni es de que participamos no IFRN campus Natal Zona Norte Entendemos que observar as considera es dos professores usu rios dos Manuais seria imprescind vel assim como pleitearmos uma conex o com os autores desses mesmos MP Decidimos para isso adotar diferentes instrumentos de gera o de dados j que compreendemos naquela oportunidade que a complexidade e a escassez de estudos sobre Manuais requereriam maiores esclarecimentos sobre esse g nero Por esses motivos resolvemos empregar diferentes tipos de instrumentos de pesquisa no sentido de atendermos aos anseios evidenciados no estudo piloto conforme o quadro a seguir Quadro 5 Instrumentos de pesquisa Instrumento de pesquisa Objetivo Observa o livre e conversas Examinar
80. mais familiarizados podem ser submetidos a an lises adicionais de modo que possamos agir de forma mais eficaz e precisa com uma no o mais articulada do que est acontecendo BAZERMAN 2011a Para sair da vis o naturalizada dos usu rios de sistema do g neros e atividades na busca de conhecimento mais significativo n o existe sa da facilitadora Bazerman sugere o 112 exame de diversos textos de um modo mais regulado al m de entrevistas a autores e leitores e da documenta o etnogr fica do uso dos textos nas organiza es Ao ser inquirido em entrevista sobre a utiliza o da teoria de g neros no ensino de l ngua materna Bazerman 2011 diz que a pedagogia dele sempre esteve moldada por uma consci ncia dos g neros Os g neros sempre geraram implica es em seu pensamento sobre o ensino Ele prop s a discuss o sobre as consequ ncias de uma consci ncia de g nero para o ensino Uma das consequ ncias de minha abordagem espec fica de g neros que obviamente toda atividade de escrita que se prop e aos estudantes se d em algum g nero Por m se o g nero for concebido como a o social e a o social motivada ent o ser necess rio situar o pr prio ensino de escrita como a o social motivada de modo que o aluno deseje moldar o sentido e se empenhe para cri lo BAZERMAN 2011 p 38 Assim para ele o aluno reconhecer o valor do g nero solicitado para produ o e o professor
81. marcos que a sustenta Por outro lado a AD de origem francesa n o entende essa inten o como determinante Para essa ltima os sujeitos s o condicionados por uma determinada ideologia que preestabelece o que pode ou n o dizer em certas conjunturas hist rico sociais Essa uma das diferen as Como acrescenta Possenti 1996 p 199 n o porque os eventos de discurso do tipo linguagem ordin ria foram objeto de descri es 73 conversacionais ou intencionais que eles n o s o discursos que eles n o possam ser tomados em conta numa AD 3 2 4 Perspectiva sociocognitivista Estudos sobre a rela o entre fen menos lingu sticos e a es sociais e por extens o conhecimento e linguagem n o s o recentes como vimos nas primeiras se es deste cap tulo nem mesmo privil gio da lingu stica Como registram Koch e Cunha Lima 2004 p 251 Desde a Antiguidade essa preocupa o tem sido central na filosofia Ela tem recebido as mais variadas abordagens e respostas e preocupado autores das mais variadas origens te ricas e campos de atua o fil sofos antrop logos soci logos psic logos neurocientistas em geral cientistas da informa o ou da computa o e linguistas obviamente Para o caminho que passamos a percorrer agora perspectiva sociocognitivista tanto os recursos sociais quanto os de natureza cognitiva s o essenciais para entendermos a linguagem n o
82. ncia de ser motivada a experi ncia extraescolar como a es pedag gicas Essas novas orienta es seja da LDB seja das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental ou dos Par metros Curriculares nacionais indicam revis es importantes que v m se dando na legisla o e nas pr ticas escolares e que precisam portanto estar refletidas na configura o dos livros did ticos GRIFO NOSSO Para que sua utiliza o se concretize nas escolas refor ando o v nculo dos conte dos com as pr ticas sociais e atendendo s novas demandas das escolas necess rio que o livro did tico seja um instrumento que favore a a aprendizagem do aluno no sentido do dom nio do conhecimento e no sentido da reflex o na dire o do uso dos conhecimentos escolares para ampliar sua compreens o da realidade e instig lo a pensar em perspectiva formulando hip teses de solu o para os problemas atuais Isso significa colocar o livro did tico como subs dio da escola para a consecu o do objetivo de promover o exerc cio da cidadania vale dizer a servi o da sua proposta pedag gica que em ltima inst ncia o projeto coletivo necess rio constitui o da identidade da unidade escolar BATISTA 2001 p 26 Nesse sentido das edi es seguintes de PNLD vislumbrava se como sinalizadoras do desenvolvimento de novas concep es de livro did tico medida que discorressem sobre a rela o entre o manual escolar e a
83. ngua portuguesa linguagem e intera o 1 S o Paulo tica 2010 FERREIRA M de A Para g neros discursivos lingu stica sist mico funcional Revista Linguagens e Di logos v l nl p 69 81 2010 Dispon vel em lt http linguagensedialogos com br 2010 1 textos 04art Marcia pdf gt Acesso em 08 mar 2013 FLICK U Introdu o pesquisa qualitativa Trad Joice Elias Costa 3 ed Porto Alegre Artmed 2009 FOUCAULT M A arqueologia do saber Rio de Janeiro Forense 1997 2004 FREITAG B et al O livro did tico em quest o 3 ed S o Paulo Cortez 1997 FREITAS N K O livro did tico ao longo do tempo a forma do conte do UDESC Florian polis 2007 Dispon vel em lt http www ceart udesc br revista dapesquisa volume3 numero1 plasticas melissa neli pdf gt Acesso em 21 jun 2012 FRANCO M L P B O que an lise de conte do S o Paulo PUC 1986 FURAST P A Normas para o trabalho cient fico explica o das normas da ABNT Porto Alegre D ctilo Plus 2011 FURLANETTO M M G nero do discurso como componente do arquivo em Dominique Mangueneau In MEURER J L BONINI A MOTTA ROTH D G neros teorias m todos e debates S o Paulo Par bola 2005 FURLANETTO M M Produzindo textos g neros ou tipos Revista Perspectiva Florian polis v 20 n 01 p 83 108 jan jun 2002 FUZER C Configura o textual e estrutura potencial de g nero em an ncios publicit rios Revista Vi
84. no g nero Que atitude relativa ao mundo embutida no g nero Reiff JOHNS et al 2006 criou tarefas interligadas entre si que transitam pelas diferentes dimens es de an lise do g nero Na primeira atividade os estudantes se deslocam para um local de determinada esfera social Nesse espa o observam e descrevem o ambiente todos os acontecimentos os que est o envolvidos neles e os tipos de intera o que s o estabelecidos pelos participantes al m de examinarem as pr ticas de linguagem e os g neros que aparecem nesse ambiente de intera o Para o processo de identifica o dos g neros presentes na cena os estudantes s o orientados a reconhecerem os padr es ou h bitos lingu sticos daquela comunidade de pr ticas Para essa tarefa Reiff apud JOHNS et al 2006 p 242 prop e que eles respondam duas perguntas 1 que padr es de fala voc percebe nessas situa es e quais documentos escritos tipicamente s o usados e aparecem repetidamente nessas situa es Reiff apud JOHNS et al 2006 p 242 prop e tamb m que entrevistem os participantes da cena a fim de depreenderem mais informa es sobre os tipos de g neros que circulam entre eles o nome que cada tipo recebe e o contexto de uso e sugere que os discentes tentem coletar amostras desses g neros As perguntas que devem embasar a entrevista s o 1 que tipos de texto os participantes normalmente escrevem naquela situa o
85. norma padr o culta agora os professores se sentiam despreparados para enfrentar tal situa o CLARE 2002 s p Os professores muitos dos quais com forma o em reas como Direito Engenharia Medicina at ent o gestores da sala de aula em disciplinas como L ngua Portuguesa Matem tica Biologia perceberam que n o conseguiam mais realizar as mesmas atividades de antes e nem valia mais pena isso tendo em vista a nova pol tica salarial Era mais profissionalmente proveitoso e lucrativo se dedicarem aos seus escrit rios de atendimento jur dico de engenharia cl nico Essa conjuntura sinalizou a exig ncia da produ o do Livro Did tico e por extens o para a extrema necessidade de um Caderno de Respostas ou Livro do Professor e sobretudo de um Manual do Professor para cada LD Principalmente nas zonas rurais faltavam professores qualificados Portanto assumiam a fun o de professores aqueles que conclu am certo grau de estudo Numa linguagem mais atualizada o concludente do ensino m dio se tornava professor do ensino m dio o concludente do ensino fundamental e essa era a realidade de n vel de escolaridade da maioria das escolas das zonas rurais era o novo professor dos anos escolares iniciais Antes uma profiss o que conferia status s mo as de classe m dia e alta agora a ascens o social para os que pertencem classe mais pobre da 131 sociedade CLARE 2002 s p Nasce uma nova esc
86. o s distin es referentes arte sobretudo arte po tica e formulou um conceito de g nero liter rio em conformidade com a filosofia luz da literatura 55 grega Em Arte po tica escrita entre 335 e 323 a C caracteriza detalhadamente os g neros narrativo e dram tico Para ele o primeiro caracterizado pela atua o do pr prio narrador identificado pelo discurso em primeira pessoa e o segundo pela atua o efetiva dos personagens H de se considerar nesse pre mbulo o foco dos g neros eminentemente voltados para a arte po tica sobre a qual Arist teles se debru a concebendo a poesia como imita o da realidade SOUZA 2008 p 32 De acordo com Silva 1993 a mimese aristot lica configura se como imita o da vida interior dos homens suas paix es seu car ter seu comportamento e mesmo sendo a imita o o elemento comum aos textos po ticos ela tamb m o que distingue cada um j que se realiza de diferentes meios objetos e modos empregados Os meios segundo Souza 2008 constituem se na poesia ditir mbica e no nomos respectivamente poesia l rica na forma de canto exagerado ao deus grego Dion sio e poema grego que se cantava em honra de Apolo Dicion rio Online de Portugu s 2013 em que o poeta emprega os seguintes modos ritmo canto e verso Na com dia e na trag dia ocorre apenas o emprego parcial desses elementos o canto para ilustrar empregado somente nas
87. o ao contr rio uma atividade que se faz com os outros conjuntamente KOCH CUNHA LIMA 2004 p 283 O sociocognistivismo assim relaciona os g neros textuais a compet ncias sociais e cognitivas de comunica o compreendidas e regularizadas por sujeitos sociais nas diversas pr ticas de uso lingu stico A materializa o de textos em g neros est completamente relacionada compet ncia sociocomunicativa desses sujeitos Essa compet ncia legitima o que apropriado ou n o a cada situa o social al m de proporcionar aos sujeitos as particularidades dos variados padr es gen ricos Ela segundo Koch 2006 estabelece rela es com o conhecimento sobre como a linguagem planeja elabora e desempenha estrat gias de constru o e interpreta o de textos E mais A compet ncia textual de um falante permite lhe ainda averiguar se em um texto predominam sequ ncias de car ter narrativo descritivo expositico e ou argumentativo O contato com os textos da vida cotidiana como an ncios avisos de toda ordem artigos de jornais cat logos receitas m dicas prospectos guias tur sticos literatura de apoio manipula o de m quinas etc exercita a nossa capacidade metatextual para a constru o e intelec o de textos KOCH 2006 p 53 A abordagem sociocognitivista tem como foco de investiga o a cogni o de forma situada ou seja as rela es de conflu ncia entre o cognitivo e o social Sob esse esco
88. o a mais adequada Ou o faz porque a utilizada em documentos oficiais como PNLD Poderia nos falar sobre a adequa o da nomenclatura O manual algo para se ter sempre m o para ser consultado lido usado diariamente Nesse sentido o termo manual bem adequado 10 No Manual do Professor de sua colet nea tem algum fator que o senhor gostaria de destacar ou porque o faz se distinguir de outros manuais ou por outro motivo Caso afirmativo poderia nos falar sobre isso N o acredito que haja algo especial mas a concis o e a tentativa de subjetivar o leitor dando identidade vocal ao professor tratando o como um interlocutor como um igual parece me que pode ser apontado como algo a destacar
89. o ao programa H que se destacar ainda a clara tend ncia em dire o monopoliza o do setor por algumas poucas empresas como atestam as crescentes fus es ocorridas desde o advento do programa o que possui indiscut veis rela es com as mudan as ao longo dos processos avaliativos e com o movimento quantitativo de exclus es O ano de 2011 se constituiu em geral como per odo de reposi o e complementa o de material did tico de componentes curriculares distribu dos anteriormente aos diversos n veis de ensino refletindo o panorama de consolida o da produ o e distribui o cont nua e massiva de LD De acordo com coordenadora geral dos programas do livro do FNDE S nia Schwartz em mat ria sobre o PNLD 2011 destinado aos anos finais de ensino fundamental publicada no Portal do MEC em 28 de janeiro de 2009 as obras de l ngua estrangeira seriam acompanhadas pela primeira vez de CDs de udio a fim de aperfei oar a pron ncia dos alunos 140 O Guia do PNLD 2011 traz em sua apresenta o ampla reflex o em torno da import ncia da leitura e o entendimento do LD como aquele que ajuda o leitor a exercitar a sua capacidade de reflex o e cr tica BRASIL 2010b p 07 Para fortalecer essa ideia retoma o Art 32 da LDB Art 32 O ensino fundamental obrigat rio com dura o de 9 nove anos gratuito na escola p blica iniciando se aos 6 seis anos de idade ter por objetivo a forma o b
90. o did tico pedag gica al m de atenderem aos mais espec ficos crit rios de avalia o Das obras examinadas portanto 86 n o atingiram a categoriza o de livros recomendados Isso revela a nosso ver que tamb m os respectivos Manuais do Professor n o apresentavam orienta es esperadas pelos avaliadores Esse resultado fomentou debates e cr ticas em torno dos trabalhos de avalia o dos LD que chegaram as esferas midi tica e jur dica conforme Mantovani 2009 p 45 Para os livros exclu dos e n o recomendados as editoras receberam um laudo t cnico e um parecer da comiss o avaliadora a respeito das obras Essa avalia o pr via de 1996 que selecionou as obras que poderiam ser escolhidas pelos professores acabou gerando diversos conflitos entre o MEC e editores e autores tanto no meio jornal stico quanto no meio jur dico O contexto desses conflitos refere se forte depend ncia do setor editorial em rela o s compras p blicas e aos crit rios relativos exclus o e a n o recomenda o de t tulos Toda essa discuss o em torno de livros exclu dos ou n o recomendados se constitu a em concretas amea as de manuten o das editoras j que comprometia toda a produ o Tendo uma de suas obras n o publicadas no Guia pelo MEC as editoras somavam resultados financeiros indesej veis N o vendendo os livros acabavam desaparecendo ou se incorporando a outros grupos editorias para sob
91. orienta es dispon veis nos livros e nos Manuais do Professor grifo nosso O mapeamento do processo de avalia o de LD tem revelado que cada cole o passa por uma avalia o individual prevista atrav s de crit rios estabelecidos em edital p blico Esse sistema consolidado pelos resultados que apresenta a saber instrumentos que comportam interpreta es de car ter comparativo reunindo todas as cole es did ticas inscritas para avalia o Evidentemente o processo de avalia o de LD seja qual for problem tico question vel complexo e pode atender a determinados interesses assim como percorrer caminhos que nem sempre se pautam em preocupa es legalmente acad micas verdade tamb m que no processo a partir das press es de especialistas por um lado e de autores e editoras por outro os crit rios de avalia o t m se aperfei oado continuamente gerando tamb m mudan as significativas de natureza multissemi tica nos LD 5 5 ESTUDOS E PNLD CONSIDERA ES GERAIS SOBRE O MANUAL DO PROFESSOR Se as pesquisas sobre Livro Did tico s o consideradas por especialistas ainda pouco representativas em termos quantitativos o que dizer de pesquisas sobre o Manual do Professor Realizamos incont veis investiga es no sentido de identificarmos pesquisas no Brasil e no exterior sobre o MP Encontramos apenas quatro trabalhos um artigo sobre MP de LD de L ngua Inglesa resultado de uma pesquisa tam
92. pela comunidade do ponto de vista sociolingu stico Os trabalhos da lingu stica sist mico funcional representada por Halliday apoiam se no conceito de registro entendido como varia o no uso da linguagem e definido por tr s vari veis campo rela o e modo BIASIRODRIGUES HEMAIS ARA JO 2009 p 20 Por fim do campo da ret rica Swales 1990 fez uso da classifica o de diversos tipos de discurso nas categorias expressivo persuasivo liter rio e referencial assumindo uma perspectiva anal tica que estuda fatores ret ricos a partir de amostras de g neros Segundo Silva 2005 ao pesquisar contribui es sobre g nero em diferentes enfoques Swales compreendeu que havia pontos em comum no modo como cada campo entendia o conceito sobretudo no que diz respeito a 1 desconfian a em rela o classifica o dos g neros e a uma postura prescritiva na sua defini o ao reconhecer os g neros como entidades din micas que podem sofrer altera es conforme as condi es sociais e hist ricas em que s o produzidos poss vel tamb m entender que eles n o atendem a classifica es f ceis ou a estudos meramente prescritivos ii percep o de que os g neros s o importantes para integrar o passado e o presente sendo constru es hist ricas eles mant m determinada estabilidade e seguem evoluindo ao mesmo tempo para corresponder s necessidades de uma sociedade em permanente mudan as iii reco
93. por exemplo a sequ ncia textual predominante e quest es de natureza estrutural n veis de an lise formal Esperamos que nossa pesquisa possa estimular professores em rela o import ncia e n o obrigatoriedade de consultas peri dicas aos MP autores no que se refere a estabelecer uma interlocu o mais pessoalizada com seus leitores em potencial e no sentido de esclarecer ainda mais as facetas do LD e editoras sobretudo no que tange a recursos de editora o para que o MP se torne mais atraente aos olhos de seus leitores em potencial os professores 242 REFER NCIAS ABAURRE M M ABAURRE M B M PONTARA M Guia de recursos In ABAURRE M L M ABAURRE M B M PONTARA M Portugu s contexto interlocu o e sentido S o Paulo Moderna 2008 ADAM J HEIDMANN U O texto liter rio por uma abordagem interdisciplinar Org da tradu o Jo o Gomes da Silva Neto Coord Da tradu o Maria das Gra as Soares S o Paulo Cortez 2011 l ments de linguistique textuelle Li ge Mardaga 1990 ANGROSINO M FLICK U Coord Etnografia e observa o participante Porto Alegre Artmed 2009 APPOLIN RIO F Dicion rio de metodologia cient fica um guia para a produ o do conhecimento cient fico S o Paulo Atlas 2009 ARA JO A D G neros textuais acad micos reflex es sobre metodologias de investiga o Revista de Letras Fortaleza v 1 2 n 26 p 21 27 jan dez 200
94. pr tica docente e encaminhasse uma renova o dos padr es editoriais que atendessem ao conceito de LD estabelecido na tradi o brasileira Esperava se diante disso que se promovessem tamb m a oferta de materiais tanto em termos quantitativos quanto qualitativos Algumas sugest es foram dadas pelo documento Recomenda es para uma Pol tica P blica de Livros Did ticos Dentre as quais que o PNLD assumisse uma concep o de LD que correspondesse ideia de que o manual escolar produzido para ser utilizado no processo de ensino e aprendizagem podendo ser elaborado para atender a uma rea ou a um conjunto de reas de saber de uma s rie ou ciclo ou n vel de ensino O livro did tico apesar do entendimento de que se constitu a em um material a ser utilizado em sala de aula n o foi visto como nico recurso pedag gico Para apoi lo entendiam se a necessidade de o MEC elaborar programas auxiliares possibilitando mais fontes de informa o colet neas de textos ou documentos e comp ndios materializados de modo diverso suportes eletr nicos fich rios lbuns blocos de atividades fitas de udio e de v deo etc cada um deles sendo de uso do aluno acompanhado do respectivo Manual do Professor Tamb m programas de apoio ao professor como projetos pedag gicos 159 Para favorecer o fluxo de saberes mediante essas novas recomenda es Batista 2001 p 32 refor a que o PNLD se articule ao
95. prescreve o o C digo Criminal e a B blia serviam como manuais de leitura nas escolas Na segunda metade do s culo XIX foram aparecendo os primeiros livros brasileiros para leitura voltados aos anos escolares iniciais Lamentavelmente n o atividade f cil encontrar acervo desse per odo sobretudo porque os LD sempre foram considerados como produtos de dura o tempor ria Na contemporaneidade os LD recebem atualiza es normalmente a cada 3 tr s anos H sempre altera es decorrentes de pesquisas lingu sticas e publica o de textos interessantes recentes principalmente para atender demanda regulada pelos documentos do MEC relativos a compet ncias a serem desenvolvidas no ensino m dio Estudos de Batista et al 2004 que investigou obras publicadas entre 1866 e 1956 constataram que nas cinco primeiras d cadas do s culo XX a Francisco Alves se constituiu na principal editora brasileira de obras escolares seguida das editoras Melhoramentos 128 Companhia Editora Nacional Agir Brasiliense Editora do Brasil Editora do Brasil em Minas Gerais entre outras 444 exemplares assinados por 512 autores dos quais est o presentes em mais de dez exemplares Monteiro Lombato 24 Olavo Bilac 20 Jo o L cio 17 Magdala Lisboa Bacha 17 M B Louren o Filho 15 Theobaldo Miranda Santos 14 Zilah Frota 14 e Coelho Neto 11 Essa rela o revela uma amostra dos autores lidos no referido per odo sel
96. principais correntes te rico metodol gicas que investigam os g neros a saber sociossemi tica interacionista sociodiscursiva semiodiscursiva sociocognitivista dial gica e sociorret rica sendo esta ltima a que constitui a base de nossa pesquisa e que por esse motivo encontra se desenvolvida em cap tulo parte Como se pode constatar as perspectivas atuais de pesquisas sobre g neros compreendem uma fartura de terminologias Cada uma delas estabelece di logos com teorias e enfoques distintos demarcando a natureza interdisciplinar das abordagens atuais 57 As tend ncias da concep o de g nero textual que passamos a discorrer nesta se o s o oriundas da teoria sociointeracionista bakhtiniana resultantes dos estudos de pesquisadores de diversas nacionalidades com interesses e ideias afins que originaram o que reconhecemos como a Escola de Sidney M Halliday Rugayia Hasan Jim Martin Joan Rothery e Frances Christie com foco na an lise de elementos sist micos pela Escola de Genebra Jean Paul Bronckart Joaquim Dolz e Bernard Schneuwly voltada ao ensino de l ngua materna e com a forma o docente pela Escola Norte americana Carolyn Miller Aviva Freedman Anne Freedman Charles Bazerman Jonh Swales e Vijay Bhatia que se preocupa em compreender a organiza o social as rela es de poder que os g neros estabelecem e como funcionam pela Escola Swalesiana que numa via parte da Escola Norte ameri
97. realizar uma reclama o e o aluno poder receb la ironicamente e torn la sem efeito algum o professor inclusive conforme a intera o local poder validar a fala do aluno dizendo que queria de fato alcan ar o sentido da fala dele Em s ntese todas as influ ncias realizadas na intera o s o igualmente importantes sob a tica da rela o socialmente situada 76 A apresenta o de objetivo s na intera o verbal mais um elemento que corrobora a contextualiza o necess ria ao interlocutor Todas essas considera es a o pr tica social pap is sociais processo de negocia o de sentidos compet ncias sociocognitivas e processamento lingu stico incidem no conhecimento sobre g neros textuais Em Ler e compreender os sentidos do texto Koch e Elias 2008 advogam pela mobiliza o de redes de conhecimento que facilitam a intera o dos sujeitos sociais no uso de diversos g neros textuais a saber lingu stico conhecimento da gram tica da l ngua e do conjunto de palavras e express es que a comp e enciclop dico conhecimento geral sobre o mundo e conhecimentos alusivos a viv ncias pessoais e eventos e interacional conhecimento sobre o processo de comunica o particularmente no que se refere fazer se entender pelo ouvinte leitor considerando a situa o de enuncia o e imagem que se tem do co enunciador o registro de n vel de formalidade da intera o e o grau de informativi
98. reflex o em torno da problem tica que inaugura cada eixo de ensino e aprendizagem no caso em rela o primeira se o e est o demarcados em cada subse o A subse o Literatura introduzida a partir do tema A literatura como paix o e texto de Marcel Proust Nela as autoras do MP3 discorrem sobre o prazer da leitura e logo apresentam algumas problem ticas sobre esse assunto Quando escolhemos essa cita o de Proust para iniciar nossa conversa sobre a paix o pela leitura pensamos em uma pergunta que costuma angustiar professores de literatura desde sempre como fazer nossos alunos se apaixonarem pelos livros De certa forma a resposta simples e aponta para um problema de base paix o n o algo que se ensina algo que se desperta A ideia de que poss vel ensinar um aluno a gostar de ler estranha porque ela parte da possibilidade de o aluno sujeito que deve viver essa paix o tornar se objeto da a o do outro seu professor Mas sabemos que n o poss vel amar pelos outros Talvez fosse melhor formularmos uma pergunta diferente como n s nos apaixonamos pelos livros Como a leitura se transformou em uma atividade t o essencial para n s ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 04 grifo nosso Como resposta elas fazem mem ria de suas lembran as de leituras e apresentam o prazer e a felicidade de ouvir uma hist ria a descoberta de que o universo ficc
99. s condi es de produ o dos enunciados e estas condi es est o vinculadas a um dispositivo local uma institui o que regula uma atividade suscet vel de mobilizar for as atrav s de sua enuncia o p 187 Os textos por sua vez aparecem como enunciados obedecendo a certas condi es de organiza o uma vez que s o formulados em contexto institucional que estabelece balizas para a sua enuncia o s o 69 vinculados pois a g neros do discurso eles refletem de algum modo as caracter sticas hist ricas da sociedade onde circulam valores convic es cren as conflitos Em G nese dos Discursos Maingueneau 2005 p 16 define discursos como integralmente lingu sticos e integralmente hist ricos objetos resultantes de duas restri es a saber a do diz vel na l ngua e a do diz vel num dado tempo espa o hist rico No entanto segundo ele n o objeto da AD a enumera o emp rica de tipos de discurso nem a elabora o de tipologias e nem o estudo dos g neros de discurso se constitui em um fim para a AD Como recorda Furlanetto 2005 p 261 Assim por exemplo n o interessaria em si mesmo um serm o ou um panfleto mas a possibilidade que eles abrem de definir em certo espa o uma identidade enunciativa que pode ser historicamente circunscrita Este espa o definido em seguida como arquivo pode associar diversos g neros Desse modo o conceito de arquivo torna se essenc
100. s do qual se disponibiliza o avan o no estado de conhecimento de estudos lingu sticos contempor neos inclusive com melhores possibilidades de intera o uma vez que seus usu rios autores de CD e professores mant m de certo modo uma rela o de saber razoavelmente sim trica j que s o oriundos da mesma rea de forma o acad mica Apesar de n o ser inten o imprescind vel do Manual tornar o professor mais competente em sua rea de saber n o podemos negar que o MP apresenta aspectos ret ricos de natureza informativa relacionados a publica es de divulga o cient fica Imaginemos um professor pouco familiarizado com a teoria lingu stica que sustenta a transposi o did tica presente na cole o e que justifica a progress o assumida ao longo dos volumes Ao ler o manual e tomar contato com conceitos como o de modos de organiza o do discurso tal como os concebe o linguista Patrick Charaudeau ou ent o ao perceber como o livro trata a oralidade e os g neros orais como objetos de ensino ou ainda ao deparar com um conceito como o de discurso direto livre esse professor ter oportunidade de consultar a bibliografia existente no manual e seguir as sugest es de leitura apresentadas e quem sabe ampliar seus conhecimentos a respeito desses temas Imaginemos de outro modo um professor antenado com os estudos de linguagem e as teorias apresentados no manual ainda assim ele poder conhecer uma abordag
101. se encontra em per odo de an lise de v rias CD para aprecia o e escolha e que os autores estabelecem uma interlocu o de certo modo propositiva E o que observamos na conclus o dessa carta Os manuais MP2 e MP3 diferentemente de MP1 n o trazem texto de apresenta o MP3 tamb m n o disp e de uma se o de introdu o geral do manual sobre essa se o encontrada em MP1 e MP2 que discorreremos agora Nela previamente repousou nossa expectativa de encontrar de modo expl cito o prop sito comunicativo principal ou os prop sitos e movimentos ret ricos demarcadores da organiza o textual das partes seguintes do manual Na introdu o os autores da MP1 dizem que esse manual deve servir como guia de consulta medida que o professor opte por desenvolver atividades conforme a proposta metodol gica elaborada por eles Deste modo eles definem o prop sito do MP Assim o a professor a poder n o apenas conhecer os princ pios que sustentam a cole o como tamb m ter acesso a uma metodologia de trabalho em sala de aula No primeiro caso este manual vai orient lo a quanto s escolhas te ricas dos autores da cole o baseadas principalmente em estudos recentes da did tica do ensino de l ngua materna e das ci ncias da linguagem bem como nas instru es dos rg os p blicos oficiais que regulamentam o ensino da l ngua portuguesa em nosso pa s no segundo este manual fornece i
102. semanalmente e em outros quinzenalmente como vimos na cita o acima nessa oportunidade que os professores de LP interagem sobre produ o de atividades compartilham ideias a elabora o de projetos para turmas de mesmo ano escolar e analisam a empregabilidade do LD nas aulas conforme a proposta da CD e em algumas ocasi es do MP Semanalmente cada campus do IFRN realiza reuni o pedag gica que se consolida como outro ambiente de intera o Nessa ocasi o s o produzidas atas propostas de projetos planejamento de eventos acad micos al m de avalia es relativas a cada turma e de exposi es orais dialogadas da diretoria acad mica 221 Sempre que necess rio ou pelo menos mensalmente ocorre tamb m reuni o administrativa ambiente de intera o onde s o apresentadas quest es institucionais Aqui aparecem g neros administrativos tais como portarias regulamentos leis e outros relacionados a documentos oficiais emitidos por autoridades do governo federal e por autoridades do pr prio instituto Outros ambientes de intera o nascem no decorrer do ano letivo em consequ ncia de planejamento e execu o de eventos acad micos como jornadas cient ficas semin rios congressos etc Conhecer os ambientes de intera o dos professores nos permite encontrar a verdadeira dimens o de sistema de g neros e de sistema de atividades em que esses profissionais est o inseridos 6 3 3 Usu rios de MP
103. seu fazer pedag gico de uma s rie de subs dios pedag gicos dentre os quais se encontram o LD e o MP O que se constata normalmente em MP a defini o de respostas aceitas aos exerc cios do LD desconsiderando outras possibilidades Nessa polariza o certo errado ignora totalmente que a proposta do estudante deve ser sempre considerada e analisada pois indicadora do caminho por ele percorrido do que ele contemplou e deixou de contemplar na apresenta o de sua hip tese e um sinal que n o pode ser ignorado da aprendizagem constru da MARCUSCHI 2001 p 142 Por esse motivo Marcuschi 2001 afirma que o MP deve apresentar concep es de avalia o bem explicadas para que os procedimentos avaliativos n o se restrinjam medi o Bueno 2004 analisou 3 tr s MP de diferentes n veis de ensino um dos anos iniciais do Ensino Fundamental outro dos anos finais do Ensino Fundamental e o terceiro do Ensino M dio a fim de examinar tamb m se as imagens constru das dos professores nos MP seriam diferentes ou de acordo com o n vel de atua o pedag gica Um dos MP analisados apresentou uma considera o que sintetizou a conclus o da referida pesquisa extremamente importante que voc professor acompanhe sempre sua pr tica em sala de aula com a leitura das orienta es presentes no Manual para que o trabalho possa ser mais eficaz CARVALHO et al 2003 Segundo Bueno 2004 p 87 164
104. significativa de seu trabalho Bazerman 201la p 33 cita como exemplo um engenheiro civil cujo trabalho requer a escrita de propostas ordens de servi o relat rios de andamento de obras relat rios de teste de qualidade e outros documentos Ao percebermos os g neros a que esse engenheiro faz uso teremos identificado inclusive as capacidades e habilidades necess rias produ o desses g neros com compet ncia bem como catalogado as atividades laborais t picas desse profissional Os diversos conjuntos de g neros utilizados por pessoas no exerc cio de atividades organizadamente interligadas e todas as rela es padronizadas referentes produ o circula o e uso dos textos constituem um sistema de g neros BRAZERMAN 2007 p 173 2011a p 34 No sistema um g nero acompanha outro g nero numa sequ ncia regular pr pria do fluxo comunicativo t pico de um grupo de pessoas Portanto os conjuntos de g neros nesse sistema est o ligados e circulam em sequ ncias e padr es temporais e previs veis Para exemplificar Bazerman 2011a cita o sistema de g neros identificado em sala de aula com professor e alunos O professor escreve programa de disciplina exerc cios escritos anota es pessoais sobre leituras planos de aula quest es de provas comunicados em grupo espec fico da turma em redes sociais respostas individuais coment rios e notas de atividades de alunos dentre outras produ es pr prias do faze
105. simb lico que serve apenas para atender a uma exig ncia do PNLD Acredito que ele possa ser as duas coisas isso ir depender da postura do professor O ideal que ele fosse um bem material que contribua positivamente com a pr tica docente Prof 3 Acredito tamb m que o manual do professor tanto um bem material como um bem simb lico Atende se a uma exig ncia do PNLD e alguns podem apresentar contribui es significativas para a pr tica e atualiza o dos professores Prof 1 Sinceramente considero um bem material O fato de n o ter o h bito de consult lo com frequ ncia n o significa que o despreze verdade que existem manuais sofr veis mas os livros did ticos de editoras mais conceituadas prezam por apresentar manuais de boa qualidade gr fica e com um conte do til para o professor Prof 2 Eu tamb m considero o manual do professor um bem material pois tem muito a contribuir com a forma o do professor e principalmente com o melhor aproveitamento poss vel do processo de ensino aprendizagem envolvendo ou n o a utiliza o do livro did tico O fato de termos dito agora a pouco que o manual n o oferece muitas atratividades n o significa que estamos desqualificando sua materialidade Os manuais de anos tr s sim eu diria se encaixam bem nessa perspectiva de bem simb lico mas os atuais s o bastante consistentes e trazem grandes contribui es ao professor Acredito
106. simplesmente para saber o que n o deve comprar a fim de n o alimentar o consumismo a compra de itens desnecess rios Esse exemplo revela que um mesmo g nero poder ter prop sitos diferentes Isso n o anula a an lise do prop sito comunicativo apenas revela que n o se constitui no recurso soberano para a identifica o do g nero apesar de contribuir em algumas situa es como em textos inicialmente percebidos pelo formato como lista de compras mas que pode ser um poema Em s ntese o analista n o deve assumir o prop sito comunicativo como um recurso b sico para a categoriza o dos g neros de modo pr tico e r pido Askehave e Swales 2001 sugerem dois procedimentos para a identifica o dos g neros textuais a saber um textual lingu stico e um contextual No procedimento textual o prop sito comunicativo passa por duas etapas de an lise juntamente com a estrutura do g nero o estilo e o conte do Posteriormente o prop sito se apresenta como fator na revis o ou ainda redefini o do g nero repurposing the genre No procedimento contextual o prop sito comunicativo continua como recurso importante na revis o do g nero e as outras etapas desse processo equivalem a identificar a comunidade seus valores suas expectativas seu repert rio de g neros e as especificidades dos g neros que participam do repert rio da comunidade A esse respeito Hemais e Biasi Rodrigues 2005 p 119 registram a s
107. tica das l nguas em tr s linhas 1 adapta o e moderniza o dos programas de ensino das l nguas vivas 2 elabora o de m todos segundo o programa do ISD sequ ncias did ticas para dom nio de um g nero e a partir do modelo da arquitetura textual e 3 verifica o da medida a partir da qual este projeto era colocado em pr tica originando pesquisas sobre o trabalho do professor MACHADO 2007 LOUSADA 2006 BUENO 2007 Dentre os interesses do ISD no terceiro n vel desenvolvimento est o s condi es de constru o das pessoas com o objetivo de defender a tese vygotskiana do papel da interioriza o dos signos na constitui o do pensamento consciente No que diz respeito aos g neros a perspectiva interacionista sociodiscursiva conforme Schneuwly e Dolz 2004 e Bronckart 1997 1999 procura tra ar as caracter sticas enunciativo discursivas de seu funcionamento selecionando planejando e projetando conte dos de ensino e aprendizagem relacionados s capacidades de linguagem que possam ser aplicadas em pr ticas did ticas Essa perspectiva pretende integrar par metros psicossociais isto a es individuais situadas empiricamente e lingu stico discursivos com o prop sito de examinar as rela es que as a es de linguagem mant m com os par metros do contexto social em que se inscrevem CRISTOV O NASCIMENTO 2005 p 37 Objetiva tamb m entender 1 a rela o entre a es semioti
108. tico em uso ou se faria a substitui o deste por uma nova colet nea Os professores portanto realizavam nesses eventos o exame dos conte dos e da organiza o das unidades did ticas de cada livro procurando concomitantemente observar se atendiam aos objetivos propostos na grade curricular da escola Em nenhum momento havia aten o s considera es do Manual do Professor Em conversas com colegas de trabalho naquela oportunidade perceb amos que as letras mi das dos textos em todas as partes do MP foram apontadas como o principal motivo de desinteresse pela leitura desse g nero diferentemente do LD cujo trabalho editorial se revestia de natureza multissemi tica que prendia a aten o de alunos e professores Foram essas as explica es que escutamos e que nos fizeram tamb m observar que as cole es precisavam encantar seduzir despertar o interesse n o somente alunos mas tamb m professores Esse desprest gio se tornava mais evidente ao percebermos que os colegas docentes utilizavam o MP apenas para conferirem respostas de atividades quando estas n o se apresentavam diretamente nas atividades do livro que tinham em m os Dez anos se passaram e as CD e por extens o os MP atualmente j n o possuem a mesma configura o daquela poca Os PNLD estabeleceram padr es m nimos de organiza o ret rica e com isso as cole es evolu ram para um padr o melhor Mas ser se na forma como
109. uma classifica o J n o se encontra mais vinculado necessariamente e apenas literatura Outras reas como etnografia sociologia e lingu stica tamb m t m se interessado pela no o de g nero Oliveira 2010 p 328 no mbito da Lingu stica Aplicada menciona que No que diz respeito aos g neros textuais a compreens o deflagrada a de que estes s o unidades textuais dadas est ticas descontextualizadas com caracter sticas facilmente identific veis prontas para serem ensinadas O g nero por m n o se constitui num fen meno simples e puro Conforme estudos de diversos autores JOHNS 2006 ele afetado por uma rede de vari veis que operam juntas tornando o complexo e multifacetado Por isso mesmo como veremos adiante a varia o terminol gica presente nas diversas abordagens deve ser observada com cautela e aten o de modo a percebermos o enfoque que cada perspectiva apresenta como singular e necess ria ao estudo dos g neros 51 3 1 ENTRE A RET RICA E A LITERATURA PANORAMA CL SSICO DA NO O DE G NERO TEXTUAL 2 Na contemporaneidade o conceito de g nero abordado sob a tica de variadas perspectivas de estudos da linguagem No entanto esse conceito emergiu h mais de vinte e cinco s culos se assumirmos Plat o como observador sistem tico desse objeto MARCUSCHI 2008 p 147 e adquiriu substancial significa o na Hist ria da Arte e da Literatura sobretudo considerando
110. usei J aconteceu de n o concordar com a resposta que o manual traz Prof 4 Olha eu vejo como meus colegas o manual do professor um recurso profundamente importante para an lise e escolha da colet nea did tica que iremos trabalhar no ano escolar Vejo sim algumas novidades nos manuais Acho importante ressaltar que n s n o temos a obriga o de seguir as sequ ncias did ticas estabelecidas nos livros did ticos Mas como nossos alunos recebem esses livros muito necess rio o exame deles e concomitantemente dos manuais no momento de sele o de material Seja nesse momento seja quando somos remanejados eu por exemplo fui remanejado de um campus para outro e logo que recebi a colet nea did tica adotada em meu novo local de trabalho procurei examinar livro e manual Tamb m quando encontro alguma formula o te rica alguma abordagem importante para o estudo do assunto que nos oportuniza um contato com o livro did tico e repente entendo que h ali algum comprometimento algo que n o est muito claro para mim ent o consulto o manual para ver se consigo elucidar essa situa o Quando vou iniciar o estudo de algum assunto contemplado em alguma unidade did tica do livro dou uma olhada tamb m no manual porque sempre encontro sugest es como trabalhar aquele conte do ou aquela atividade embora nem sempre fa o do jeito que est l s vezes aproveito s vezes n o Mas ENCONTRO MUITAS
111. uso aos colaboradores aos procedimentos gera o de dados e s categorias de an lise desta pesquisa Como aponta Bunzen 2009 p 17 quem conta uma pesquisa est inserido em um narrativa em que m ltiplos aspectos se confrontam procurando construir redes de conhecimentos Esse contexto produzido por pesquisadores que assumem posicionamentos a partir de suas aprecia es sobre o mundo notadamente em espa o e tempos espec ficos Logo necess rio fazer escolhas desde a abordagem para an lise aos instrumentos de gera o de dados Como nosso objeto de estudo trata se do Manual do Professor MP entendemos inicialmente como assegura Bhatia 1996 an lise de g nero n o liter rio como estudo do comportamento lingu stico situado em ambientes profissionais institucionalizados e para isso como veremos adiante preciso reconhecermos os aspectos ret ricos desse g nero desde a identifica o da cena e da situa o de uso verifica o dos padr es revelados pelas amostras do g nero e pelos aspectos observados no ambiente de intera o em que ele encontrado e tamb m pelos participantes dessa intera o JOHNS et al 2006 Antes de avan armos na contextualiza o de nossa pesquisa queremos esclarecer a no o que empregamos para os termos MP e Manual nesta tese de doutorado Estamos compreendendo MP e Manual como a parte do livro do professor que traz considera es te rico met
112. usu rios aqui consideramos quem escreve e que l dentre outros fatores relacionados a esses que acabamos de listar Nesse caminho percebemos a complexidade desse estudo Analisarmos somente o Manual em termos documentais j seria considerar in meros aspectos das propostas de Johns et al 2006 No entanto entendemos que chegar at os usu rios do MP corresponde a adentrar de fato na mult plice realidade de cada g nero Como diz Miller 2009 os g neros em termos estruturais constituem meios convencionados e voltados para o agir do individual ao social pragmaticamente apresentam contribui es comunidade ret rica Logo sendo g nero uma a o ret rica tipificada baseada numa situa o ret rica recorrente MILLER 2011 p 16 as pessoas que participam da a o social em que esse 211 g nero est situado realizam e ou respondem a essa a o em que se encontra o MP e aqui encontramos prop sitos e facetas que sinalizam aspectos tamb m importantes de nosso objeto de estudo Trazendo a fala desses usu rios de MP de modo mais consistente e frequente nesta se o estamos recordando igualmente as considera es de Tardy tamb m registradas por Johns et al 2006 no que diz respeito ao entendimento de que o g nero remete ao resultado do produto entre as dimens es textuais sociais e pol ticas da escrita 6 3 1 MP e seus prop sitos em sistemas de g neros e de atividades humanas
113. visita tamb m dentre outras as considera es de Bitzer 1968 que discorre sobre g neros como respostas t picas a situa es ret ricas recorrentes e Miller 1984 que relacionou a no o de repeti o de situa es ret ricas a tipicidade das respostas e entendeu g nero como uma forma de a o ret rica demarcada pelo contexto social em que a situa o surgiu at chegar a defini o de Swales 1990 p 58 que compreende g nero como uma classe de eventos comunicativos cujos participantes compartilham de um mesmo conjunto de prop sitos comunicativos A a o ret rica compar vel reconhecida pelos especialistas da comunidade discursiva estabelece a estrutura esquem tica do discurso bem como a escolha de conte do e estilo justificando a raz o de ser espec fica de cada g nero Diante de diferentes empreendimentos de an lise de g neros Bhatia 2009 p 160 cita que constituem a base comum entre as abordagens a nfase no conhecimento convencionado a versatilidade da descri o dos g neros e a tend ncia para a inova o No tocante ao conhecimento convencionado ele apresenta tr s aspectos inter relacionados fundamentais ao estudo dos g neros a saber a recorr ncia de situa es ret ricas os prop sitos comunicativos compartilhados e as regularidades de organiza o estrutural Do contexto s cio cultural observam se as situa es ret ricas t picas sendo provavelmente essencial conhecer como se cons
114. voc nosso e inclusive n s e termos injuntivos considere Esses recursos t m prop sito dial gico naquilo que se referem antecipam ou caso contr rio tomam as vozes antecipadas e posi es de potenciais leitores Esses elementos permitem ao escritor ativamente arrastar leitores com o argumento para focar sua aten o reconhecer suas incertezas inclu los como participantes do discurso e gui los a interpreta es JOHNS et al 2006 p 238 Essa postura do escritor certamente muito comum em g neros endere ados a profissionais de diferentes reas sobretudo no que diz respeito a procedimentos a serem realizados por eles no exerc cio de seu labor Para se referir ao produtor do texto Bazerman 2011 faz uso de diferentes designa es produtor escritor escrevente e Johns et al 2006 utiliza o termo escritor Diante disso neste trabalho optamos pelo uso apenas de dois termos produtor e autor 116 4 3 2 G neros textuais numa perspectiva multidimensional Outra participante do simp sio presidido por Johns foi Cristine Tardy da Universidade De Paul que ressaltou a complexidade do estudo dos g neros N o se pode limitar a aspectos estritamente textuais nem mesmo a a es sociais em que se encontra como recurso de intera o nem t o somente analisar as comunidades de pr ticas sob pena de tratar apenas de uma dimens o ocultando todos os fatores que rev
115. 19 foram recomendados com distin o 0 por serem consideradas pr ximas do ideal representado pelos princ pios e crit rios definidos pelo governo 47 receberam a classifica o de livros recomendados 7 1 e 101 com ressalvas 211 n o foram recomendados 76 foram exclu dos Para a prepara o do PNLD 1999 foi realizado em junho de 1997 na cidade de Bras lia o semin rio Crit rios de Avalia o de Livros Did ticos 5 a 8 s ries para o qual foram convidados representantes de editoras e do governo al m dos profissionais de 156 diferentes reas coordenadores de avalia o e especialistas Desse evento resultou segundo Mantovani 2009 p 48 as seguintes defini es a elimina o da classifica o de livros n o recomendados que n o apareciam no Guia e assim n o poderiam ser comprados em er rio e a inclus o do crit rio coer ncia metodol gica da obra na an lise dos manuais E as obras seriam classificadas a partir dos seguintes crit rios do processo de avalia o contribui o para a constru o da cidadania corre o dos conceitos e das informa es b sicas e corre o e pertin ncia pedag gicas Outro significativo evento nesse processo aconteceu a partir da necessidade de se realizar a avalia o da avalia o que veio a acontecer em 2000 Coordenadores de cada rea docentes de diferentes institui es universit rias brasileiras t cn
116. 1991 apresenta condi es para o uso de g neros discursivos circunstanciais e estatut rias A primeira condi o compreende as seguintes quest es texto oral ou escrito Que suporte jornal etc Circuitos de difus o A ltima se refere a que estatuto dever assumir o enunciador do g nero E seu coenunciador Que modalidades enunciativas Que forma sint tica fon tica etc Dentre as hip teses que ele atesta como fundamentais sobre o funcionamento do discurso encontra se o termo compet ncia discursiva que se distingue das descri es elaboradas por Chomsky em rela o a esse conceito Maingueneau 2005 p 51 entende que a no o de compet ncia para um analista do discurso parece incompat vel numa perspectiva discursiva historicamente constru da Ele entende que esse conceito integra o hist rico no o de compet ncia ao mesmo tempo em que aponta a possibilidade de ampliar o corpus indo daquilo que foi efetivamente dito para aquilo que pode ser dito que tem como ponto interior de partida a sem ntica de uma forma o discursiva E pluraliza ao usu rio nas pr ticas linguajeiras s o necess rias compet ncias MAINGUENEAU 2001 A compet ncia comunicativa implica o dom nio dos g neros em tese N o necessariamente de todos os g neros no que diz respeito ao comportamento diante das possibilidades gen ricas em diversas esferas sociais A compet ncia gen rica estreitamente imbricada
117. 4 Dispon vel em lt http www revistadeletras ufc br r126 Art04 pdf gt Acesso em 25 set 2012 ARIST TELES Ret rica Introdu o tradu o e notas de Quint n Racionero Madri Gredos 1994 ASKEHAVE I SWALES J M Identifica o de g nero e prop sito comunicativo um problema e uma poss vel solu o In BEZERRA B G BIASI RODRIGUES B CAVALCANTE M M Org G neros e sequ ncias textuais Recife Edupe 2009 ASKEHAVE Il SWALES J M Genre identification and communicative purpose a problem and a possible solution Applied Linguisties v 22 n 2 p 195 212 2001 BAGNO M A l ngua de Eul lia novela sociolingu stica S o Paulo Contexto 1997 A norma culta l ngua amp poder na sociedade brasileira S o Paulo Par bola Editoral 2003 Preconceito lingu stico o que como se faz S o Paulo Loyola 2006 Portugu s ou brasileiro um convite pesquisa S o Paulo Par bola Editoral 2006 Nada na l ngua por acaso por uma pedagogia da varia o lingu stica S o Paulo Par bola Editoral 2007 BAGNO M STUBBS M GAGN G L ngua materna letramento varia o e ensino S o Paulo Par bola Editoral 2002 BAKHTIN M Quest es de literatura e de est tica a teoria do romance S o Paulo Hucitec 1990 243 Est tica da cria o verbal Tradu o por Pereira M E G S o Paulo Martins 1997 2003 BARDIN L An lise de conte do Lisboa E
118. 94 p 75 o consentimento informado e a prote o dos sujeitos contra qualquer esp cie de danos Ao convidarmos esses professores a colaborarem com a nossa pesquisa via e mail apresentamos o objeto de nosso estudo e nossos objetivos e os informamos que o retorno positivo implicaria autoriza o para publica o de todos os dados gerados a partir das quest es propostas para discuss o sobre o MP Esse mesmo procedimento foi realizado em rela o aos autores de CD 2 6 O CORPUS Para examinarmos os diversos aspectos do g nero Manual do Professor sobretudo no que diz respeito s dimens es constitutivas e ret ricas considerando o m todo etnogr fico de an lise de g nero recomendado por Reiff JOHNS et al 2006 mediante diferentes ferramentas etnogr ficas optamos por definir o corpus de nossa pesquisa ap s reconhecermos a lista de Cole es Did ticas avaliadas no PNLD 2012 Ao coletarmos amostras do g nero MP consideramos conforme Johns et al 2006 p 241 exemplares de diferentes editoras e autores possibilitando conhecer com mais 42 propriedade padr es do interior desse g nero Para isso selecionamos como indica o quadro a seguir 3 tr s manuais escolares de tr s editoras presentes no seguimento de publica o de Colet neas Did ticas todas j consolidadas no mercado h bastante tempo Quadro 4 Caracteriza o geral dos MP N mero do MP do LD Autor es Editora Ano
119. Bazerman 2007 p 47 a esse respeito diz ao compreender o que fazemos como escritores podemos achar til olhar para n s mesmos do lado de fora para considerar a din mica e os sistemas de comunica o de que participamos atrav s do nosso ato de escrita Podemos disso depreender que a produ o de um Manual do Professor requer tamb m colocar se no papel do professor que utilizar o Livro Did tico ao qual encontra se vinculado o MP Isso no dizer de Coe requer entender g neros n o como formas mas como functional strategies for achieving one s purposes in particular types of situations apud JOHNS et al 2006 p 246 estrat gias funcionais para atingir os prop sitos de algu m em tipos de situa es espec ficas Ele tamb m refor a que os alunos movidos por um esp rito investigativo devem aprender pelo menos um g nero por disciplina Coe apud JOHNS et al 2006 p 246 afirmou tamb m que o ensino da escrita atrav s dos g neros deve ser centrado no leitor Na Simon Fraser University n s temos usado uma abordagem baseada em g nero para o ensino da escrita por aproximadamente duas d cadas Nossa primeira disciplina chamada de Escrita Universit ria e ela ensina g neros 122 acad micos e estruturas gen ricas com forte foco nos tipos de escrita que os alunos da gradua o precisam utilizar Essencialmente essa disciplina utiliza uma abordagem centrada no leitor reconhecendo
120. COL01 PORTUGU S 25142C0102 EDITORA CONTEXTO INTERLOCU O E MODEREN SENTIDO 25142COL01 PORTUGU S 25142C0103 EDITORA CONTEXTO INTERLOCU O E MODERN SENTIDO 25143COL01 PORTUGU S 25143C0101 EDITORA LITERATURA GRAM TICA MORENIA OO demo O DE TEXTO 25143COL01 PORTUGU S 25143C0102 EDITORA LITERATURA GRAM TICA MODERNA PRODU O DE TEXTO 25143C0L01 PORTUGU S 25143C0103 EDITORA LITERATURA GRAM TICA MODERNA PRODU O DE TEXTO PORTUGU S 25146C0101 EDITORA SARAIVA LINGUAGENS PORTUGU S 25146C0101 EDITORA SARAIVA LINGUAGENS PORTUGU S 25146C0101 EDITORA SARAIVA LINGUAGENS 25187COL01 PORTUGUES LINGUAE 25187C0101 BASE EDITORIAL pre S e pe pa e 25187COL01 PORTUGUES LINGUAE 25187C0102 BASE EDITORIAL E p a 25187COL01 PORTUGUES LINGUAE 25187C0103 BASE EDITORIAL PORTUGUESA LTDA 25152COL01 PROJETO ECO LINGUA 25152C0102 EDITORA POSITIVO PORTUGUESA LTDA 25152COL01 PROJETO ECO LINGUA 25152C0103 EDITORA POSITIVO PORTUGUESA LTDA 25173COL01 SER PROTAGONISTA 25173C0101 EDI ES SM LTDA LINGUA PORTUGUESA 25173COL01 SER PROTAGONISTA 25173C0102 EDI ES SM LTDA LINGUA PORTUGUESA 25173C0L01 SER PROTAGONISTA 25173C0103 EDI ES SM LTDA LINGUA PORTUGUESA 25180COLO01 TANTAS LINGUAGENS 25180C0101 EDITORA SCIPIONE L NGUA PORTUGUESA SIA LITERATURA PRODU O DE TEXTOS E GRAM TICA EM USO 25180COL01 TANTAS LINGUAGENS 25180C0102 EDITORA SCIPIONE L NGUA PORTUGUESA
121. Ci ncia e Tecnologia do Rio Grande do Norte IFRN com a Lei n 11 892 de 29 de dezembro de 2008 Ainda em processo de expans o o IFRN possui 19 campi Campus Apodi Campus Caic Campus Canguaretama Campus Cear Mirim Campus Currais Novos Campus Ipangua u Campus Jo o C mara Campus Macau Campus Mossor Campus Natal Central Campus Natal Cidade Alta Campus Natal Zona Norte Campus Nova Cruz Campus Parnamirim Campus Paus dos Ferros Campus Santa Cruz Campus S o Gon alo do 37 Amarante Campus S o Paulo Potengi e Campus EaD A reitoria anteriormente na rea do campus Natal Central h 3 anos ganhou espa o pr prio Figura 1 Reitoria do IFRN Fonte acervo da pesquisa Como fun o social o IFRN se prop e a ofertar Educa o Profissional e Tecnol gica de qualidade referenciada socialmente e de arquitetura pol tico pedag gica capaz de articular ci ncia cultura trabalho e tecnologia comprometida com a forma o integral com o exerc cio da cidadania e com a produ o e a socializa o do conhecimento visando sobretudo a transforma o da realidade na perspectiva da igualdade e da justi a social BRASIL 2013 Atualmente segundo a Assessoria de Informa es e Dados Institucionais da Reitoria o IFRN conta com 1 930 profissionais servidores sendo 1 041 professores dos quais 71 s o professores de L ngua Portuguesa e 889 pessoas em fun es de t cnico administrativo
122. E Z E conveniente que j no in cio do bimestre sejam organizadas algumas atividades distribuir as atividades sugeridas no cap tulo intervalo comentando o que se espera de cada proposta e marcando as datas de apresenta o se achar conveniente propor a leitura extraclasse de um livro de sua escolha de acordo com o conte do a ser trabalhado no bimestre ou deixar que os alunos escolham outros entre os sugeridos em Fique ligado Pesquise ou ainda sugerir outros t tulos a seu crit rio CEREJA MAGALH ES 2010 p 28 O t tulo do boxe acima que se encontra no manual j demonstra o car ter diretivo n o propositivo embora o texto logo em seguida n o siga esse mesmo estilo imperativo As considera es de possibilidade de adapta o das atividades propostas s necessidades do fazer did tico pedag gico ressaltadas pelos autores do MP1 nos permitem perceber primeiro a natureza multidimensional do g nero como descreve Tardy apud JOHNS et al 2006 p 239 j que um g nero um tipo de elo entre as dimens es textuais sociais e pol ticas da escrita O g nero n o um composto de aspectos apenas de natureza textual nem se restringe a fatores relacionados a a es sociais Nesse contexto de intera o a an lise de um g nero n o pode se limitar a observa o do que as comunidades de pr ticas realizam com ele No que diz respeito ao g nero como a o ret rica tipificada baseada numa si
123. Filosofia Cl ssica com Arist teles mediante a busca da arte da ret rica o conceito de g nero esteve diretamente relacionado aos textos liter rios e posteriormente foi revisado pelos estudos bakhtinianos momento em que a linguagem passou a ser compreendida como atividade interativa e social Diante da concep o de enunciado e da compreens o social da linguagem a no o de g nero foi redimensionada e provocou o surgimento de diversas abordagens de estudos gen ricos Como assinalam Meurer Bonini e Motta Roth 2005 p 09 toda essa malha de teorias se presta a diversas distin es que poder o servir a muitos prop sitos mas n o encontra uma distin o nica perfeitamente aplic vel Consequentemente ao discorrermos sobre algumas dessas abordagens vamos nos deparar com terminologias bastante flutuantes At mesmo em rela o ao termo g nero n o se chegou a um consenso Grande parte dos pesquisadores opta pelo termo g nero Para Bakhtin 2003 o enunciado a unidade da comunica o verbal que permite tratar a linguagem como movimento de interlocu o real requer uma situa o hist rica definida atores sociais plenamente identificados o compartilhamento de uma mesma cultura e o estabelecimento de um di logo 21 discursivo ou do discurso enquanto que outros designam g neros textuais Considerando a perspectiva de no o de g nero que assumimos optamos por esta terminologia
124. Introduction to Functional Grammar London Edward Arnold 1994 HALLIDAY M A K HASAN R Language context and text aspects of language in a social semiotic perspective Oxford Oxford University Press 1989 HAMMERSLEY M ATKINSON P Etnografia m todos de investigaci n Barcelona Paid s 1994 HASAN R The conception of contexto in text In FRIES P GREGORY M Org Discourse in society systemic functional perspectives Norwood Ablex 1995 p 183 296 HANSEN J A civiliza o pela palavra In LOPES Eliane et al Org 500 anos de Educa o no Brasil 3 ed Belo Horizonte Aut ntica 2003 Leituras coloniais In ABREU M rcia Org Leitura hist ria e hist ria da leitura Campinas Mercado de Letras ALB 1999 HEBERLE V M An lise cr tica do discurso e estudos de g nero subs dios para a leitura e interpreta o de textos In FORTKAMP M TOMITCH L Org Aspectos da lingu stica aplicada estudos em homenagem ao prof Hil rio In cio Bohn Florian polis Insular 2000 p 289 316 250 HEMAIS B BIASI RODRIGUES B A proposta s cio ret rica de John M Swales para o estudo de g neros textuais In MEURER J L BONINI A MOTTA ROTH D Org G neros teorias m todos debates S o Paulo Par bola Editorial 2005 JOHNS et al Crossing the boundaries of genre studies commentaries by experts Journal of second language writing Elsevier n 15 2006 KLEIMAN A del C B R
125. L ngua Portuguesa matem tica Ci ncias Hist ria Geografia L ngua Estrangeira Moderna Ingl s e Espanhol destinadas aos alunos dos anos finais do ensino fundamental 5 3 PNLD 2012 EM PAUTA O PNLD 2012 absorveu o PNLEM em atendimento ao Art 6 do Decreto n 7 084 que reuniu em um nico programa a avalia o e distribui o de materiais did ticos 2 O processo de avalia o escolha e aquisi o das obras dar se de forma peri dica de modo a garantir ciclos regulares trienais alternados intercalando o atendimento aos seguintes n veis de ensino 143 I 1 ao 5 ano do ensino fundamental II 6 ao 9 ano do ensino fundamental II ensino m dio Por ser o PNLD do qual selecionamos os LD que tiveram seus Manuais do Professor como corpus de nossa pesquisa passaremos a discorrer sobre os detalhes apresentados em seu Guia Para a edi o de 2012 foi a vez dos livros do ensino m dio Foram distribu dos livros did ticos para as seguintes reas L ngua Portuguesa L ngua Estrangeira Moderna Ingl s e Espanhol Matem tica Hist ria Geografia Sociologia Filosofia Biologia F sica e Qu mica Para o PNLD 2012 o livro impresso continua se estabelecendo como o recurso escolar que melhor corresponde s necessidades docentes e discentes das escolas p blicas brasileiras No processo de avalia o dos LD o PNLD 2012 considerou as peculiaridades do p blico a que ele se destinou
126. LITERATURA PRODU O DE TEXTOS E GRAM TICA EM USO 25180COL01 TANTAS LINGUAGENS 25180C0103 EDITORA SCIPIONE LINGUA PORTUGUESA S A LITERATURA S A 150 151 PRODU O DE TEXTOS E GRAM TICA EM USO 25187COL01 PORTUGUES LINGUA E 25187C0101 BASE EDITORIAL e p a 25187COL01 PORTUGUES LINGUAE 25187C0102 BASE EDITORIAL poe pana pee pa mer CULTURA LTDA O material did tico apresentado pelo PNLD 2012 o resultado da inscri o de 17 editoras para os 11 componentes curriculares do programa conforme o quadro a seguir Quadro 13 N mero de cole es ou volume nico de livros por editora Editora FIL FIS GEO L L L MAT QUI SOC mismo from Base el AAA Ed Ed tica EE O Ed FTD FTD Ed Nova Gera o Ed PD PD 152 RR E Macmillan Sepe M dulo eo e E E O quadro acima evidencia que apontam como grandes participantes do processo de avalia o do PNLD 2012 as seguintes editoras Editora Saraiva 14 cole es 2 volumes nicos em 9 componentes curriculares Editora tica S A 13 cole es 1 volume nico em 9 componentes curriculares Editora Moderna 11 cole es 1 volume nico em 8 componentes curriculares Editora FTD S A 10 cole es em 6 componentes curriculares e Editora Scipione S A 9 cole es em 6 componentes curriculares 5 4 AVALIA O DE LD NO PNLD PNLEM O processo de avalia o pedag gica dos LD para a
127. LLO R Org G neros reflex es em an lise do discurso Belo Horizonte NAD FALE UFMG 2004 G nese dos discursos Trad De S rio Possenti Curitiba Criar Edi es 2005 An lise do discurso uma entrevista com Dominique Mainguenuau Revista Virtual de Estudos d Linguagem ReVEL v 4 n 6 mar 2006 Trad Gabriel de Avila Othero Dispon vel em lt http www revel inf br gt Acesso em 15 set 2012 MANTOVANI K P O Programa Nacional do Livro Did tico PNLD impactos na qualidade do ensino p blico 2009 126 f Disserta o Mestrado em Geografia Humana Departamento de Geografia Programa de P s Gradua o em Geografia Humana Faculdade de Filosofia Letras e Ci ncias Humanas Universidade de S o Paulo S o Paulo 2009 MARCUSCHI E Os destinos da avalia o no manual do professor In DION SIO A P BEZERRA M A Org O livro did tico de portugu s m ltiplos olhares Rio de Janeiro Lucerna 2001 MARCUSCHI L A Produ o textual an lise de g neros e compreens o S o Paulo Par bola Editorial 2008 Apresenta o G neros textuais defini o e funcionalidade In DION SIO A P MACHADO A R BEZERRA M A Org G neros textuais e ensino 5 ed Rio de Janeiro Lucerna 2007 p 19 36 G neros textuais e emergentes no contexto da tecnologia digital In MARCUSCHI L A XAVIER A C Org Hipertexto e g neros digitais novas formas de sentido Rio de Janeiro Lucena
128. MAGALH ES T C Manual do Professor In CEREJA W R MAGALHAES T C Portugu s linguagens 1 literatura produ o de texto e gram tica 7 ed reform S o Paulo Saraiva 2010 CHARAUDEAU P MAINGUENEAU D Dicion rio de an lise de discurso Coord De Trad Fabiana Komesu S o Paulo Contexto 2004 CHARAUDEAU P Visadas discursivas g neros situacionais e constru o textual In MACHADO I L MELLO R Org G neros reflex es em an lise do discurso Belo Horizonte NAD FALE UFMG 2004 Discurso das m dias S o Paulo Contexto 2006 CHIZZOTTI A A pesquisa qualitativa em ci ncias humanas e sociais Petr polis Vozes 2006 CHOPPIN A Hist ria dos livros e das edi es sobre o estado da arte In Educa o e pesquisa set dez 2004 v 30 n 3 S o Paulo p 549 566 2004 CLARE N de A V 50 anos de ensino de L ngua Portuguesa 1950 2000 Anais do VI Congresso Nacional de Lingu stica e Filologia Cadernos do CNLF S rie VI Leitura e Ensino de L nguas 2002 s p Dispon vel em lt http www filologia org br vicnlf anais caderno06 05 html gt Acesso em 05 set 2012 CORSETTI B An lise documental no contexto da metodologia qualitativa UNIrevista v 1 n l p 32 46 jan 2006 Dispon vel em lt http www unirevista unisinos br _pdf ART 2005 20BCorsetti pdf gt Acesso em 28 jan 2014 COSTA VAL M G Reda o e textualidade S o Paulo Martins Fontes 1999 CRISTOV O V L L
129. MP frente aos doentes pedag gica ou forma o continuada do professor ou um bem simb lico isto serve t o somente para atender a uma exig ncia do PNLD Como est assinalado no quadro acima as perguntas para debate s o bastante objetivas e est o diretamente relacionadas aos objetivos espec ficos a que nos propomos com a realiza o desse grupo focal todos eles direcionados percep o daqueles que fazem uso do MP 2 7 3 Procedimentos de an lise Na an lise do corpus realizamos diversas leituras aderentes FRANCO 1996 com intuito de nos familiarizar com os dados gerados e de percorrer este momento sob a perspectiva sociorret rica dos g neros textuais Para isso levamos em considera o como categorias de an lise a verifica o das especificidades ret ricas tem ticas e formais do 49 g nero MP e a rela o entre esse g nero textual e os sistemas de atividades BAZERMAN 2011 2011a em que seus usu rios estejam envolvidos Inicialmente a partir dos dados depreendidos nos pr prios Manuais Desse modo identificamos aspectos que aparecem com certa regularidade nos Manuais que intitulam as se es do cap tulo de an lise desta tese e especificam as categorias de an lise eleitas para este estudo LUDKE ANDR 1986 e assumimos uma abordagem de cunho etnogr fico a fim de analisarmos nosso objeto de estudo em contextos aut nticos de uso da linguagem JOHNS et al 2006 consideran
130. Nossos estudos j evidenciaram que g nero e situa o de uso estabelecem rela o de reciprocidade conforme assegurou Coe um dos participantes da AILA como relatado por Johns et al 2006 Desse modo s poss vel entendermos o MP se entendermos a sua rela o funcional entre forma e situa o e determinadas estrat gias socialmente convenientes como resposta a variadas situa es Diante do exposto examinamos entre os potenciais leitores do MP inicialmente as circunst ncias em que fazem uso desse manual Vejamos as considera es iniciais dos colaboradores de nossa pesquisa Consulto o manual mais detalhadamente quando tenho acesso ao livro did tico pela primeira vez Depois volto a consult lo quando julgo irrelevante ou preconceituosa ou tecnicista alguma abordagem alguma atividade constante no livro did tico Nesse caso busco alguma justificativa no manual para aquela abordagem antes de descart la Prof 1 Consulto o em poucas situa es Durante o planejamento anual ou bimestral dou uma olhada nos quadros que apresentam a vis o geral das unidades para verificar os conte dos e adequ los ao planejamento incompreens vel s vezes em busca de sugest es de atividades e muito raramente para compreender melhor como posso explorar algum texto ou mesmo a unidade completa Prof 2 Eu leio o manual todo quando tomo posse de um livro did tico geralmente eles n o trazem novidades Quando us
131. Quadro 3 Perfil dos professores participantes da pesquisa Forma o Atua o Cole o profissional Did tica adotada Gradua o em Letras Professor no Ensino Faraco Moura e M dio e no Ensino Maruxo Jr Superior 2010 Mestrado em Linguagem e Ensino Gradua o em Letras Professor no Ensino Cereja e M dio e no Ensino Magalh es Superior 2010 Mestrado em Literatura Brasileira do S culo XX Gradua o em Letras Mestrado em Estudos Professor no Ensino M dio e no Ensino 41 Abaurre Abaurre e Superior Pontara 2008 da Linguagem Gradua o em Letras Professor no Ensino Cereja e M dio e no Ensino Magalh es Superior 2010 Mestrado em Estudos da Linguagem Todos os professores colaboradores de nossa pesquisa s o formados em Letras e possuem p s gradua o em linhas da rea 75 deles com mestrado conclu do e doutorado em andamento e tamb m 75 s o do sexo feminino Por trabalharem numa institui o com multimodalidades de ensino todos os professores exercem doc ncia tanto no Ensino M dio quanto no Ensino Superior Em m dia eles t m de 39 anos de idade e aproximadamente 4 anos como professores no IFRN No cap tulo 5 no qual analisamos o MP os colaboradores todos usu rios dos MP analisados em nossa pesquisa ser o identificados como Prof 1 Prof 2 Prof 3 e Prof 4 Com a garantia dos anonimatos estamos assegurando como alertam Bodgan e Biklen 19
132. R NEAS DO ESTUDO DE G NERO TEXTUAL Perspectiva sociossemi tica Perspectiva interacionista sociodiscursiva Perspectiva interacionista semiodiscursiva Perspectiva sociocognitivista Perspectiva dial gica ESTUDOS DOS G NEROS NA CONCEP O SOCIORRET RICA ESCOLA BRIT NICA John Swales Vijay Bhatia ESCOLA NORTE AMERICANA Carolyn Miller Charles Bazerman CONFER NCIA DA AILA 19 29 30 32 34 36 39 41 42 44 46 48 50 51 56 58 62 68 13 78 85 85 85 93 99 99 105 113 4 3 1 4 3 2 4 3 3 4 3 4 5 1 32 4 3 4 4 4 5 6 1 6 2 6 2 1 6 2 2 6 2 2 1 6 2 2 2 6 2 2 3 6 2 2 4 6 2 2 5 6 2 2 6 6 3 6 3 1 6 3 2 6 3 3 6 3 3 1 6 3 3 2 G neros textuais postura e identidade G neros textuais numa perspectiva multidimensional Da coleta s especificidades ret ricas tem ticas e formais dos g neros textuais Ensino de g neros centrado no leitor DO LIVRO DID TICO AOS CRIT RIOS DE PRODU O DE UM MANUAL DO PROFESSOR DO PNLD 2012 LD E ENSINO DE L NGUA PORTUGUESA NO BRASIL POL TICAS P BLICAS PARA LD NO BRASIL PNLD 2012 EM PAUTA AVALIA O DO LD NO PNLD PNLEM ESTUDOS E PNLD CONSIDERA ES GERAIS SOBRE O MANUAL DO PROFESSOR AN LISE SOCIORRET RICA DO G NERO MANUAL DO PROFESSOR ABORDANDO MP COMO G NERO TEXTUAL CONHECENDO O MP ASPECTOS CONSTITUTIVOS Constitui o textual e organiza o ret rica do MP T picos de que tratam os Manuais Explica o da estrutura d
133. a cabo nos tr s volumes a outra espec fica de cada volume fornece propostas de atividades complementares e encaminhamentos did ticos para a condu o de atividades propostas no respectivo volume podendo servir para o a professor a de guia de consulta Ao longo das unidades e dos cap tulos de cada volume sempre que necess rio faz se remiss o a essa segunda parte para que o a professor a possa consult la caso queira desenvolver as atividades de acordo com a maneira como foram metodologicamente concebidas pelos autores FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 04 Isso implica situar o professor leitor sobre as demais partes do manual inclusive para que ele n o tenha o entendimento equivocado de que o MP o mesmo para todos os volumes do EM j que h uma parte que ser encontrada nos tr s volumes N o custa relembrar que estamos analisando apenas o volume utilizado por professor e alunos no 1 ano escolar do EM Por meio das an lises realizadas at aqui como considera es parciais evidenciamos que os aspectos inerentes constitui o textual do g nero MP tem notadamente correspondido s especificidades previstas no PNLD 2012 Essa constitui o se corporifica atrav s dos movimentos ret ricos a partir dos quais depreendemos dentre outros aspectos os prop sitos comunicativos e os assuntos objeto de nossa pr xima se o que compreendem 190 informa es sobre estrutura propostas de atividade
134. a o Segundo Sousa 2003 p 10 o problema que se colocava ent o era o de uniformizar a organiza o curricular os objetivos os m todos de estudo e de trabalho Ainda em seu texto esse autor recorda que os jesu tas avan aram por diversos pa ses em um quadro cultural marcado por um per odo de cr ticas inexor veis contra a Igreja Cat lica Lutero afixa porta da catedral de Wittenberg em 1517 as suas 95 proposi es contra o com rcio das indulg ncias pondo em causa a validade dos pr prios dogmas Excomungado pelo Papa Le o X em 1520 n o se intimida queimando mesmo em p blico a bula da excomunh o Na Alemanha alguns estados se tornam protestantes enquanto outros se mant m cat licos acabando Carlos V por reconhecer a divis o religiosa do pa s Henrique VIII da Inglaterra proclama a Igreja Anglicana enquanto Calvino cria um credo diferente SOUSA 2003 p 02 Tem se pois al m de um per odo acirrado para a Igreja Cat lica uma poca de novas necessidades de informa o e de cultura que apontam a ideia de o latim ser o instrumento cultural nico como aporte que j n o tem mais tanta validade uma vez que se quer atender crescente demanda de massas populares e burguesas interessadas pela atividade econ mica p s idade m dia Iniciou se na Europa conforme Sousa 2003 forte movimento de substitui o do latim pela l ngua materna Em Portugal essa corrente se apresentava bastante eviden
135. a o do 48 grupo FLICK 2009 p 188 como tamb m motivamos a discuss o aberta sobre as experi ncias ou lacunas que eles recordassem a respeito do MP Para nortear nosso grupo focal elaboramos 7 perguntas abertas a partir dos seguintes t picos relacionados aos Manuais circunst ncias de uso g neros utilizados no planejamento de aulas prop sito do g nero obrigatoriedade de uso sugest es de atividades organiza o multimodal e editorial e a natureza material e simb lica Quadro 6 Perguntas e objetivos previamente elaborados para o Grupo Focal GF Objetivo espec ficos do GF na Em que ERR o professor faz uso do Identificar as situa es de uso do MP MP Quando o professor encontra se planejando sua Observar os g neros que possivelmente aula que g neros ele l e ou escreve e que interagem com o MP recursos ele faz uso Em sua percep o qual o papel do MP Reconhecer o prop sito do MP sob a tica docente E imprescind vel ao professor consultar o MP Observar a natureza propositiva ou antes de utilizar o LD em sala de aula impositiva do MP na concep o do professor EN senhores utilizam as sugest es de atividades proponia no MP mikao pagea o o O Analisar a organiza o multimodal atrativa ao professor editorial do MP O MP um bem material capaz de trazer Identificar a representa o material e ou contribui es significativas pr tica simb lica do
136. a o te rico metodol gica Literatura A literatura como paix o Um olhar para a literatura metodologia A estrutura da parte de Literatura Sugest es de leitura Gram tica Produ o de texto O sentido da leitura e da escrita Leitura e escrita uma perspectiva discursiva metodologia A estrutura da parte de Produ o de texto O trabalho com g neros da oralidade Como avaliar produ es escritas de modo objetivo Estrat gias narrativas expositivas e argumentativas Sugest es de leitura O trabalho com compet ncias e habilidades Matriz de refer ncia e objetos de conhecimento da rea de Linguagens C digos e suas Tecnologias Enem 2009 Dos documentos oficiais sala de aula Propostas pedag gicas e reflex es sobre a pratica docente Pr ticas interdisciplinares A avalia o no processo de ensino aprendizagem Reflex es sobre a pr tica docente Respostas das atividades e refer ncias Literatura Gloss rio Respostas aos exerc cios Bibliografia Gram tica Gloss rio Respostas aos exerc cios Bibliografia Produ o de texto Gloss rio Respostas aos exerc cios Bibliografia N o h uma introdu o geral ao manual nem se o inicial mas cada subse o apresenta uma introdu o na qual buscamos encontrar o prop sito comunicativo Assim 182 percebemos como mostraremos a seguir que os prop sitos do MP3 s o apresentados no decorrer do manual Eles s o precedidos de
137. a MP3 SUGEST ES DE LEITURA Para come ar a refletir O b lgaro Tzvetan Todorov tornou se conhecido entre n s como um dos divulgadores da an lise estruturalista de textos liter rios Leitor apaixonado que tinha na literatura um dos pou cos espa os para o exerc cio da liberdade em uma Bulg ria dominada pela ideologia comunista surpreendeu se j vivendo na Fran a ao acompanhar o modo como a literatura era apresentada a seus filhos na escola Por acreditar que o conhecimento da literatura n o um fim em si mesmo mas uma das vias r gias que conduzem realiza o pessoal de cada um Todorov escreveu um livro intitulado A literatura em perigo do qual selecionamos o texto apresentado a seguir Nele o cr tico b lgaro defende uma retomada da vis o mais humanista do trabalho com textos liter rios para que os alunos possam n o s tomar contato com grandes obras mas principalmente ter a oportunidade de ser por elas transformados O que pode a literatura Em sua Autobiografia publicada logo ap s a sua morte em 1873 John Stuart Mill narra a inten sa depress o da qual foi v tima aos 20 anos Ele se torna insens vel a toda a alegria assim como a toda sensa o agrad vel num desses mal estares em que tudo o que em outras ocasi es proporciona prazer se torna ins pido e indiferente Todos os rem dios que experimenta se mostram ineficazes e sua melancolia se instala de forma cont nua Ele conti
138. a aquilo sobre o que se fala ou pergunta e aquele a quem se fala ou pergunta PAVIANT et al 2008 p 176 Inaugura se assim um per odo extenso e com n vel substancial de complexidade de investiga es sobre discurso ato de fala escrita ainda hoje em pauta com perspectiva bem diferente da aristot lica Conforme Marcuschi 2008 p 148 Arist teles estabeleceu a distin o entre a epopeia a trag dia a com dia a aul tica o ditirambo e a citar stica sendo a an lise das tr s ltimas n o conservadas O estudo dos g neros no contexto da produ o liter ria sobre o qual trata o livro III da Rep blica de Plat o refere se ao g nero como uma divis o tripartite da literatura Em poesia e em prosa h uma esp cie que toda de imita o como tu dizes que a trag dia outra de narra o pelo pr prio poeta nos ditirambos que pode encontrar se de prefer ncia e outra ainda constitu da por ambas que se usa na composi o da epopeia e de muitos outros g neros PLAT O apud SOUZA 2008 p 32 Face ao exposto Plat o fundamenta e classifica os g neros estabelecendo a divis o cl ssica da literatura pica l rica e dram tica Observamos nessas proposi es a genealogia da teoria dos g neros liter rios Apesar disso como j fizemos refer ncia no in cio dessa se o v rios estudiosos advogam que o m rito de ser o introdutor dessa teoria pertence a Arist teles que dedicou aten
139. a voz do autor substitu da por uma inst ncia geral de enuncia o designada por Bronckart 2003 como textualizador a saber uma voz neutra entendida como narrador no discurso mobilizado da ordem do narrar e como expositor sendo este da ordem do expor Em face do exposto conv m ressaltarmos que todos os objetos inseridos nas an lises de textos feitas dentro dos estudos do ISD possibilitam a amplia o do conhecimento te rico cient fico sobre os g neros textuais que circulam em nossa sociedade Analisar textos portanto corrobora um modelo did tico que intenciona guiar as pr ticas de ensino do g nero Como n o interesse principal de nossa pesquisa o estudo dos g neros textuais na perspectiva interacionista sociodiscursiva n o aprofundamos as considera es dessa abordagem a respeito das vozes secund rias e de modaliza es constantes nas investiga es de Bronckart Para um estudo mais detalhado desses objetos sugerimos ao leitor os textos de Bronckart 2003 Barros e Nascimento 2013 e Havermas 1987 68 O modelo did tico de ensino de g neros segundo Schneuwly e Dolz 2004 n o necessita ser teoricamente puro j que seu objetivo n o de esgotar e fechar as poss veis an lises gen ricas mas de sinalizar dimens es ensin veis de g neros Al m disso vale lembrar que somente uma an lise de v rios textos do mesmo g nero pode resultar em modelo did tico de um
140. a linguagem O sistema de atividades revelar como os g neros auxiliam nesse fazer conforme a perspectiva banzermaniana A partir desses conceitos Bazerman 201 1a volta se para o desenvolvimento de tipos simples de textos utilizados no dia a dia Assim analisou formul rios de declara o de imposto de renda norte americano Ele observou a rela o entre g neros e intertextualidade encontrados na vida das pessoas evidenciando diversos processos de cria o de significados pelos g neros e examinando a possibilidade de cria o da individualidade em um campo discursivo cujo sistema de atividades se constitui de g neros profundamente tipificados Reconhecendo o alto n vel de complexidade indetermina o e multiplicidade da constru o e da identifica o de sentido em textos escritos Bazerman 201 1a constata que os g neros e o processo de tipifica o ajudam as pessoas a resolverem essas dificuldades embora n o seja um caminho f cil de se percorrer A compreens o dos textos resultado de fatores complexos Sendo assim os g neros n o podem ser vistos em termos triviais ou resolvido S o necess rias pesquisas constantes sobre g neros Os estudos dos g neros s o necess rios exatamente porque n s n o compreendemos os g neros e as atividades de reas n o familiarizadas que s o importantes para n s e para os alunos At mesmo aqueles sistemas de g neros e de atividades com os quais estamos at certo ponto
141. a origem est entre essas 19 escolas sendo aqui em Natal instalada em janeiro de 1910 no antigo Hospital da Caridade onde hoje se encontra funcionando a Casa do Estudante de Natal Naquela oportunidade ofereceu curso prim rio de desenho e oficinas de trabalhos manuais Em 1914 passou a funcionar na Avenida Rio Branco n 743 atualmente Campus Natal Cidade Alta permanecendo 53 anos por l quando se transferiu para a Avenida Senador Salgado Filho onde se encontra hoje o Campus Natal Central No decorrer desses 104 anos essa institui o recebeu 7 denomina es diferentes Pela Lei n 378 de 13 de janeiro de 1937 do Minist rio da Educa o e Sa de a que estava subordinado desde 1930 passou a ser denominado de Liceu Industrial de Natal Em seguida em 1942 Escola Industrial de Natal e passando a oferecer 20 anos mais tarde cursos t cnicos de n vel m dio Em 1965 Escola Industrial Federal Em 1968 Escola T cnica Federal do Rio Grande do Norte ETFRN Como ETFRN extinguiu os cursos industriais b sicos ofertando exclusivamente o ensino profissionalizante de 2 grau Em 1999 passou a ser denominado de Centro Federal de Educa o Tecnol gica CEFET RN com a oferta de Ensino M dio e de Educa o Profissional em 3 n veis b sico t cnico e tecnol gico Passando a oferecer tamb m forma o de professores prestes a se tornar centen ria recebeu sua s tima denomina o Instituto Federal de Educa o
142. a particular de discurso de qualquer tipo seja falado ou escrito seja com ou sem fins liter rios Mesmo tendo rompido as fronteiras da literatura essa concep o gen rica n o dava conta do que realmente representava e para piorar referia se simplesmente constru o de determinados textos Essa vis o limitada de g nero apenas como mecanismo n o valorizava o fato de que a l ngua afinal uma quest o de escolha SWALES 1990 p 33 Para desenvolver a no o de g nero textual e ensino principalmente no sentido de entender o g nero em seu contexto de uso Swales 1990 recorre a contribui es de diferentes campos de estudo a saber folclore literatura lingu stica e ret rica Os estudiosos de folclore indicaram a import ncia de se estabelecer uma classifica o de g neros possibilitando uma ferramenta de pesquisa capaz de arquivar textos relacionados a g neros distintos Swales 1990 verificou que eles ao estabelecerem uma classifica o assumiam como refer ncia textos ideais e n o textos reais A abordagem dos g neros de folclore leva em conta as formas que s o permanentes mas permitem mudan as no seu uso na sociedade ressaltando o valor sociocultural dos g neros na medida em que atende a necessidades sociais e espirituais dos grupos sociais Para Swales isso requer do analista de g neros o reconhecimento de como a comunidade compreende e com que prop sito os g neros que usa
143. a que nos reportamos n o representa necessariamente a sequ ncia pontuada na organiza o ret rica dos MP 191 6 2 2 1 Explica o da estrutura do LD Dentre os assuntos relevantes e por assim dizer obrigat rios j que previsto em PNLD 2012 observamos a explica o da estrutura do LD que assim se encontra em MP1 Estrutura da cole o das unidades e dos cap tulos Para bem compreender a descri o que aqui feita da cole o das unidades e dos cap tulos sugerimos que o a professor a acompanhe sua leitura com a observa o concomitante de pelo menos um volume Assim entender melhor os princ pios estruturadores de cada livro e da obra em seu todo FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 05 Vis o geral da cole o Cada um dos tr s volumes se organiza em torno de doze cap tulos distribu dos em quatro unidades H antes um cap tulo que abre o volume Esse cap tulo inicial de cada livro n o faz parte de nenhuma unidade Nele apresentam se no es e conceitos fundamentais que s o retomados ao longo de todo o livro FARACO MOURA MARUXO JUNIOR 2010 p 05 Estrutura das unidades A estrutura das unidades em linhas gerais a seguinte O cap tulo que sempre remete ao tema e ou ao trabalho coletivo projeto que a unidade prop e Uma ep grafe logo abaixo do t tulo que o a professor a poder discutir com seus alunos e que lhes servir como breve aquecim
144. a realidade produzo alguns materiais e para isso aproveito algumas vezes as sugest es do manual Elas s o sempre interessantes embora nem sempre vi veis devido a nossos objetivos nem sempre serem afins aos que est o posto no encaminhamento do manual do professor Em s ntese n o que eu n o fa a uso do MP Eu dou uma olhada nele sim com uma frequ ncia que considero razo vel para esse tipo de recurso N o sempre n o muitas vezes mas numa medida razo vel 259 MODERADOR De todo jeito o manual consultado ou poder ser consultado n o isso Mesmo na situa es de produ o do pr prio material did tico Prof 1 Bom grande parte das atividades propostas no livro did tico eu acolho em meus planejamentos Logo sobretudo quando vou entrar em uma unidade did tica vejo sim o que diz o manual Prof 1 Prof 3 isso assim que funciona conosco no IFRN Sabemos que essa n o a realidade de outras escolas p blicas muito menos dos colegas professores que trabalham em institui es privadas incompreens vel Prof 1 Na escola privada e todos n s aqui j fomos um dia funcion rio nestas escolas ainda tem a press o dos pais que pagam caro pelo livro did tico e entendem que esse livro deve ser utilizado completamente Evidentemente que existe uma l gica nesse discurso dos pais Afinal livro do aluno n o est nada barato Prof 3 Uma outra vantagem nossa qu
145. adas de Lu s de Cam es epis dios de In s de Castro e do velho do Restelo A epopeia no epis dio de In s de Castro 1 O que uma epopeia Quais s o as epopeias cl ssicas nas quais Cam es se mirou 2 Qual a estrutura as partes convencional de uma epopeia Em qual das partes se situa O epis dio de In s de Castro Que diferen as existem entre uma epopeia da tradi o greco latina e Os lus adas Como se d na obra a presen a do maravilho so pag o e do maravilhoso crist o Que rela o existe entre o epis dio de In s e a hist ria de Portugal Confrontar a vers o de Cam es desse epis dio e a de Fern o Lopes Confrontar em seguida a vers o de Cam es com a vis o dos historiadores atuais Que dife ren as existem Que raz es teriam levado ao assassinato de In s O epis dio do velho do Restelo Canto IV 1 Qual a estrutura da obra quanto ao tipo de verso e s estrofes empregadas 2 Quem o her i nessa obra Esse her i coin cide com aqueles que tradicionalmente eram her is nas epopeias Confrontar o tom com que Cam es se refere s navega es na proposi o no epis dio do velho e no ep logo O que muda Buscar causas hist ricas para explicar essa mudan a de tom O que ocorria em Portugal Como vivia a sociedade portuguesa as fam lias as esposas etc durante O per odo das navega es e do com rcio Que rumo toma ram as navega es e o com rcio portugu
146. ais 7 O senhor considera o Manual do Professor um espa o tamb m para publica o de estudos lingu sticos no caso de uma colet nea did tica de L ngua Portuguesa recentes Que crit rios s o considerados para a divulga o de estudos cient ficos no Manual do Professor A publica o de estudos lingu sticos recentes faz sentido se estiver de alguma modo relacionada com a concep o da obra did tica e se ajudar o professor a compreender seu funcionamento seus princ pios e a metodologia apresentada na cole o did tica 8 O senhor considera o Manual do Professor indispens vel para o trabalho com o livro did tico de sua colet nea O professor deve consultar o Manual do Professor sempre que for utilizar o livro did tico em sala de aula Por qu Se a cole o did tica concebida como manual isto um livro para ser seguido p gina a p gina a utiliza o pelo professor do manual do professor t o necess ria quanto o para os alunos a utiliza o do livro do aluno Al m disso pelas raz es j apresentadas anteriormente se o professor n o compreende os princ pios que orientam a concep o da obra did tica como poder tirar melhor proveito dela 271 9 Algumas colet neas apresentam outros nomes para essa parte que traz informa es sobre o livro did tico Guia Recurso Suporte Por que o senhor assume a nomenclatura Manual do Professor O senhor considera essa express
147. ais analfabetos ou semianalfabetos tamb m come ava a se modificar o perfil socioecon mico e cultural das professoras e professores O acesso escola de tantas crian as de classes sociais desprestigiadas fez com que a profiss o docente perdesse 130 prest gio no mbito das classes m dias e m dias altas O aumento da popula o escolar provocou a deteriora o das condi es de trabalho com classes superlotadas pr dios mal constru dos e mal conservados com equipamento velho e material insuficiente tudo isso acompanhado do achatamento progressivo e ininterrupto dos sal rios o que tornou a profiss o docente pouco atrativa para as camadas privilegiadas da popula o urbana BAGNO 2007 p 31 Enfim n o aconteceu a anunciada democratiza o da escola Apenas se ampliou o n mero de unidades escolares O governo garantiu a boa parte da popula o pobre o acesso a uma escola que simultaneamente desqualificou se por situa es impostas pelo pr prio governo As escolas n o receberam o devido suporte de recurso para manuten o das instala es e das atividades pedag gicas Escola sem condi es de trabalho salas com n mero excessivo de alunos e sal rios reduzidos se constitu ram no contexto que provocou a evas o dos docentes Al m disso o professor passa a ter uma nova preocupa o a heterogeneidade dialetal de seus alunos Acostumado at ent o a uma camada de alunos distintos a quem ministravam a
148. ais e obrigat rios de uma Estrutura Potencial de G nero EPG Hasan assegura que o texto se instaura atrav s de pistas contextuais enquanto que o contexto resulta do conjunto de textos produzidos numa situa o espec fica de um contexto de cultura Ser o as especificidades de um contexto que promover o os elementos textuais tidos como obrigat rios e opcionais da EPG e vice versa Ao mesmo tempo registra a teoria apud MOTTA ROTH HEBERLE 2005 p 18 a estrutura do g nero estar pass vel de varia es conforme os limites delineados na pr pria EPG que se evidenciam nas quest es a saber 1 Que elementos DEVEM ocorrer em cada exemplar de um determinado g nero Elementos obrigat rios 2 Que elementos PODEM ocorrer embora n o precisem estar presentes em cada exemplar de um determinado g nero Elementos opcionais 3 Que elementos PODEM ocorrer MAIS DE UMA VEZ ao longo do texto Elementos iterativos 4 Que elementos TEM UMA ORDEM FIXA de ocorr ncia se comparados a outros elementos 5 Que elementos T M UMA ORDEM VARI VEL de ocorr ncia se comparados a outros elementos Os tra os espec ficos de um contexto no dizer de Motta Roth e Herbele 2005 possibilitar nos o perceber a sequ ncia e a recorr ncia dos elementos obrigat rios e dos opcionais da EPG Como n o h um plano r gido com rela o estrutura gen rica a EPG poder receber varia es em rela o por exemplo a que elementos s o obriga
149. al O ir d s o o a livros did ticos J nio Machado Beth nico e Letramento em marketing sele o a Isabel Cristina Alves da e categoriza o das ocorr ncias no Silva Frade livro did tico de L ngua Portuguesa de 1 a 4 s rie Leonor Werneck dos Santos G neros textuais nos livros did ticos problemas do ensino e da forma o docente Lezinete Regina Lemes O livro did tico de L ngua ICEC ICE UFMT Portuguesa e a autoria Lovani Volmer e Fl via O livro did tico de Portugu s FEEVALE Brocchetto Ramos LDP a varia o de g neros UNISC UCS textuais e a forma o de leitores Suzana Ferreira Paulino A abordagem dos g neros textuais UFPE nos livros did ticos de L ngua Inglesa Priscila Angelina Silva da As pr ticas de letramento escolar UFPE Costa Santos e Andr a como o livro did tico de jovens e Tereza Brito Ferreira adultos escolariza os g neros textuais presentes no cotidiano desses sujeitos Paula Cristina de Almeida A forma o do leitor liter rio em FaE UFMG Rodrigues duas cole es did ticas de L ngua Portuguesa S lvio Ribeiro da Silva O processo de ensino aprendizagem UFG campus Jata do g nero antipropaganda o impacto da proposta do livro 23 Tha se da silva Discursos sobre g nero como eles UFRGS PPGEdu aparecem no guia dos livros did ticos de alfabetiza o Ludmila da Silva Ranieri Os g neros textuais em livros did ticos de matem ti
150. al tica o contexto da situa o se constitui em uma for a din mica na cria o e na interpreta o do texto Essas autoras 2005 afirmam que o contexto da cultura corresponde a um conjunto compartilhado de contextos de situa o Trata se portanto de um sistema de experi ncias com significados compartilhados Cada pessoa o resultado de suas intera es e das conven es semi ticas das comunidades em que est inserido Elas asseguram tamb m que contexto de cultura o produto da padroniza o do discurso em termos de atos ret ricos ou atos de fala j que esses s o realizados via linguagem de caracter sticas ret ricas recorrentes e de circunst ncias espec ficas Por isso contexto e texto est o profundamente relacionados no processo de significa o de organiza o e constru o da experi ncia humana conforme Heberle 2000 p 297 60 Motta Roth e Heberle 2005 p 15 asseveram retomando Hasan que o contexto de situa o equivale a tudo que na intera o considerado relevante e est definido por tr s vari veis campo natureza da pr tica social rela o natureza da conex o entre os participantes da situa o e modo natureza do meio de transmiss o da mensagem Tais vari veis s o realizadas a partir de metafun es da linguagem Assumindo essas vari veis da configura o contextual e considerando que elas estabelecem rela o rec proca com os elementos textuais opcion
151. al uso que o aluno faz da l ngua no que diz respeito aos aspectos gramaticais coer ncia coes o e marcas de autoria Cereja e Magalh es 2010 p 18 sobre o trabalho com g neros textuais apresentam no MP2 as seguintes considera es Um trabalho de produ o de texto organizado sob a perspectiva de g neros textuais e da textualidade deve levar em conta crit rios diferentes de avalia o Se antes a avalia o dos textos produzidos era feita com base em crit rios gramaticais e liter rios por exemplo linguagem de acordo com a variedade padr o vocabul rio culto e emprego de recursos liter rios quando se trabalha sob a perspectiva de g neros a avalia o deve levar em conta crit rios diferentes espec ficos do g nero Por exemplo ao ler uma not cia de jornal escrito produzida pelo aluno o professor deve se perguntar Esta not cia apresenta um tema uma estrutura lead corpo ou desenvolvimento e uma linguagem variedade 209 padr o menos ou mais formal e impessoal adequados ao g nero ao ve culo jornal escolar jornal de bairro e ao tipo de leitor Em caso de reescrita qual desses fatores precisaria ser modificado para que o texto atendesse plenamente aos objetivos do exerc cio A avalia o portanto tem muito a ver com o assunto previsto no objetivo do processo de ensino aprendizagem tamb m E a partir das considera es da cita o acima citada que destacamos outro assunto b
152. al do professor melhorou bastante sobretudo em rela o fonte da letra Mas penso que ainda pode melhorar em rela o ao layout ao formato como est organizado a quest o de colocar uma organiza o gr fica mais atrativa que desperte o interesse do professor como tem no livro do aluno Prof 4 Isso mesmo N o que o professor seja movido a essa atratividade que o manual pode apresentar que ele est envolvido por outros fatores que muitas vezes sufocam a leitura do manual s vezes o tempo mesmo que ele n o disp e suficientemente E como tempo tamb m uma quest o muito relativa acredito que se o manual trouxesse uma organiza o mais din mica que n o sei profundamente descrever mas sei que h profissionais que trabalham pra isso o professor daria um jeito e iria ler mais o manual Prof 3 Vejo naturalmente que como profissionais temos interesse de encontrar contribui es para a melhoria constante de nossa pr tica docente Mas PRECISO HAVER UMA ESP CIE DE CONVITE PARA A LEITURA DO MANUAL s vezes compramos e lemos um livro de algum conte do espec fico de linguagem quando esse livro foi indicado ou citado ou comentado em algum congresso por exemplo A o que eu digo aconteceu um convite Claro as editoras fazem a divulga o brilhantemente mas os divulgadores n o d o conta de tudo das cole es naturalmente Ent o o manual ou o exemplar da colet
153. al o perfil esperado de um leitor de Manual do Professor Que motivo s levar algu m a ler o MP na concep o do senhor O manual deve ser lido pelo professor que desejar conhecer a cole o para adot la e pelo o professor que tendo j decidido pela ado o queira compreender os princ pios que orientam os volumes e atividades propostas S assim ele se tornar um bom utilizador dos volumes O leitor suposto um professor de ensino m dio que tem forma o em letras e um dom nio elementar de teorias lingu sticas e de estudos de linguagem Mencionamos e nos referimos por exemplo a bibliografias elementares normalmente utilizadas em cursos de letras Evitamos deliberadamente tudo o que n o seja absolutamente necess rio boa utiliza o do livro 4 Que a es o Manual do Professor ajuda a tornar poss vel no exerc cio da doc ncia com a sua colet nea did tica Que papel o Manual do Professor deve exercer na vida profissional de um professor O manual explicita os pressupostos te ricos e metodol gicos e procura dialogar com o professor na medida do poss vel para ajud lo na sala de aula Nesse sentido intenta antecipar poss veis problemas que o professor enfrentar ao realizar esta ou aquela atividade apresenta em alguns casos alternativas de trabalho ao que proposto procura servir para o professor como um planejamento do trabalho docente Dizemos na medida do poss vel anterior
154. al realizam tamb m atividades mas normalmente eu e meus colegas orientamos partes do livro did tico que servem como um refor o de estudo como complemento ao estudo realizado em sala de aula como um outro recurso para que eles estudem em casa o conte do visto em sala de aula Por isso nem sempre utilizo o manual do professor Agora NO MOMENTO DA ELABORA O DE MATERIAL DID TICO SIM CONSULTO O MANUAL porque tem muitas sugest es interessantes e adapt veis at Prof 2 Isso tamb m essa a realidade a minha realidade produzo alguns materiais e para isso aproveito algumas vezes as sugest es do manual Elas s o sempre interessantes embora nem sempre vi veis devido a nossos objetivos nem sempre serem afins aos que est o posto no encaminhamento do manual do professor Em s ntese n o que eu n o fa a uso do MP Eu dou uma olhada nele sim com uma frequ ncia que considero razo vel para esse tipo de recurso N o sempre n o muitas vezes mas numa medida razo vel Prof 4 Bom grande parte das atividades propostas no livro did tico eu acolho em meus planejamentos Logo sobretudo quando vou entrar em uma unidade did tica vejo sim o que diz o manual Prof 1 Depreendemos a partir dessas considera es que os participantes de nossa pesquisa de fato s o usu rios do MP E que o manual por n o ser o nico recurso did tico desse grupo de professores que trabalham na mesma in
155. alhar aquele conte do ou aquela atividade embora nem sempre fa o do jeito que est l s vezes aproveito s vezes n o Mas ENCONTRO MUITAS COISAS INTERESSANTES POR L Prof 4 As primeiras contribui es acima citadas mostram que o MP objeto de leitura e de an lise nas seguintes situa es quando a colet nea did tica apresentada ao professor quer seja para sele o do material did tico quando este participa da escolha do material did tico quer seja no primeiro contato com o livro did tico em que esse professor trabalhar ao longo do per odo letivo quando o professor diante de seus estudos e convic es gerais aqui inclu mos as concep es de educa o de ensino aprendizagem de valores humanos etc e de sua escolha teoria se depara com algum problema relacionado abordagem te rica do s autor es do LD na organiza o de conceitos e atividades Entre os usu rios do g nero que estamos estudando percebemos que h o entendimento de que o MP traz sugest es significativas ao estudo de conte dos encontrados nas unidades did ticas do livro utilizado em sala de aula No entanto h uma aprecia o dessas sugest es sendo algumas delas utilizadas e outras n o Uma particularidade que assiste os participantes de nosso grupo focal o fato de n o estarem em uma institui o que exige deles que batam o livro did tico da primeira ltima unidade ou seja os professores n o s o obrigado
156. alizado em cap tulos pr prios ganhando com isso autonomia metodol gica maior espa o e import ncia Tais cap tulos apresentam as seguintes se es Construindo o conceito 194 O cap tulo sempre introduzido por um tempo verbal n o verbal ou transverbal que o elemento motivador para o in cio do trabalho CEREJA MAGALHAES 2010 p 26 MP1 e MP2 de certo modo apresentam retoricamente semelhante encaminhamento para explicar a obra As cole es se assemelham em termos estruturais diferentemente da cole o de MP3 que por suas peculiaridades n o apresenta a explica o de toda estrutura de modo sequencial Como j mostramos na se o anterior o MP3 em sua primeira parte est organizado em blocos tem ticos distintos correspondentes aos eixos literatura gram tica e produ o de texto No LD esses eixos organizam blocos de unidades e cap tulos sem estabelecer di logo entre si Por isso o MP3 explica cada parte do LD tamb m separadamente como se fossem tr s volumes arquivados em um nico encadernamento A pr pria explica o de cada parte da obra em MP3 outra coisa n o quer sen o confirmar a postura conforme indica Hyland JOHNS et al 2006 das autoras frente ao entendimento de que os conhecimentos liter rios constituem um componente curricular com especificidades suficientemente definidas e em certo est gio independentes de qualquer eixo lingu stico cujo estudo requer a
157. aprendizagem dentro de determinado ano escolar o educador deve refletir sobre quais g neros poder o envolver a zona de desenvolvimento proximal dos alunos 105 realizando a tarefa que est um pouco al m deles num determinado est gio aqui e agora o que os levar ao est gio seguinte MILLER 2011 p 43 4 2 2 Charles Bazerman O professor e pesquisador da Universidade da Calif rnia Charles Bazerman constitui se em outro representante expressivo dos estudos sobre g neros textuais na abordagem sociorret tica Em seus estudos Bazerman 2011 p 57 recebeu influ ncias de Vygotsky em rela o natureza dos seres humanos como criaturas ativas comunicativas e simb licas e de outros psic logos russos de pragmatistas americanos como a psiquiatra Harry Stack Sullivan e da tradi o fenomenol gica de Alfred Schutz Ele tamb m se interessou substancialmente por obras sobre letramento e oralidade Como Miller compreende que os g neros localizam se na percep o dos participantes da intera o de quem produz e de quem recebe e n o s o encontrados no texto ou no artefato em si Al m disso emergem historicamente e s o socialmente praticados e distribu dos ao longo do tempo Portanto esses aspectos para Bazerman 2011 s o suficientes para os g neros receberem reconhecimento psicol gico e social Ele tamb m defende que o termo g nero pode ser aplicado a todo tipo de artefato e de
158. apud JOHNS et al 2006 a postura assumida pelo autor a fim de envolver os leitores como participantes do discurso e ressaltar a natureza dial gica do MP como objeto da interlocu o N o deixamos de destacar que sob o prisma da abordagem sociorret rica do estudo dos g neros conhecer como o determinado g nero textual est organizado retoricamente t o importante quanto reconhecer o contexto em que ele usado Como disse Tardy apud JOHNS et al 2006 o g nero se realiza de fato como resultado do produto entre as dimens es textuais sociais e pol ticas da escrita Logo interessamo nos por conhecer o ambiente onde o MP aparece quando usado e com que g neros interagem Para isso a colabora o dos participantes da intera o onde o Manual est situado foi basilar 11 zj 3 EARE X A an lise dessas categorias nos permitiu ainda mais observar o Manual do Professor como g nero textual resultando em uma das contribui es mais significativas de nossa pesquisa 239 Em rela o situa o de uso observamos que o MP tem 2 dois potenciais usu rios a saber os autores com forma o na rea do conhecimento contratados por editoras que promovem a produ o divulga o venda e distribui o das Colet neas Did ticas e os professores que escolhem e utilizam o LD em determinado ano escolar Observamos tamb m que o MP de LP utilizado pelo professor para fazer a escolha da cole o que usar no ano le
159. ar concep es o manual poderia tamb m publicar pequenos artigos cient ficos al m de indicar leituras cient ficas como normalmente faz Aqueles artigos que encontramos 216 em revistas especializadas em jornais especializados ou em sites poderiam tamb m vir em manual de professor Prof 4 Sim sim embora n o seja o local por excel ncia o manual do professor pode servir tamb m como espa o para o professor se aperfei oar se atualizar conhecer novas refer ncias sobre estudos lingu sticos Prof 1 Tamb m penso que o manual como disse a colega mesmo n o tendo como principal objetivo poder contribuir com a forma o continuada do professor E deve inclusive porque em nosso pa s H MUITOS PROFESSORES QUE N O T M ACESSO ESPECIALIZA O nem mesmo a livros especializados em linguagem at por quest es de natureza geogr fica ou mesmo financeira Ent o o manual que chega com o livro did tico em imagino eu todas as localidades do pa s j que faz parte de um programa de governo pode levar a professores em situa o de dificuldade de forma o continuada conhecimentos importantes atualizados que certamente ampliar o pelo menos minimamente suas possibilidades de ensino Prof 2 Pelo menos 8 oito prop sitos refletem a vis o dos professores sobre os prop sitos do MP Alguns deles relacionados ao livro did tico outros para o processo de ensino aprendizagem e outros ain
160. arles Alessandro M rcius Vin cius Andr Alves Lidiane Miranda Lara Andrade Alan Sampaio Priscilla Ara jo Gleiber Souza Bruna Michelle Ana Gauw Daniel Siqueira Neuma Ara jo Gleyderr Jurdann Carlos C sar Germana Souza Iracyara Assun o Val rio Gutemberg Andrezza Tavares M rcio Adriano de Azevedo Maria T nia Geraldo Felipe que torceram por mim nesta trajet ria S todo em cada coisa P e quanto s no m nimo que fazes Fernando Pessoa RESUMO Esta pesquisa de natureza documental se insere no campo da Lingu stica Aplicada tendo por objeto de estudo o Manual do Professor que acompanha o livro did tico de L ngua Portuguesa do 1 ano do Ensino M dio e por objetivo geral reconhecer os aspectos sociorret ricos do g nero Manual do Professor O interesse deste estudo est concentrado no uso situado desse g nero a partir do qual se observam seus aspectos sociorret ricos a saber o que est posto no produto o ambiente de intera o onde encontrado e a maneira como visto por seus usu rios em potencial Em um primeiro momento produzimos um quadro epistemol gico que nos permitiu dentre outros reparos 1 compreender g nero textual como a o ret rica tipificada baseada numa situa o ret rica recorrente e ii obter um panorama dos programas de governo voltados para a avalia o de colet neas did ticas nos quais encontramos aspectos indispens veis a um Manual do Professor Os aportes te
161. as que se relacionam a um aspecto estudado ou amplia alguma informa o apresentada na teoria ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 42 MP3 H pelo menos 6 seis objetivos bem definidos nos trechos acima citados no que diz respeito aos boxes presentes nas unidades dos LD Est o relacionados ao assunto de estudo ou ao texto base da unidade e ou informa es sobre o autor do texto poca e leituras complementares 6 2 2 3 Orienta o te rico metodol gica O terceiro assunto presente em manuais diz respeito s orienta es te rico metodol gicas que fundamentam toda a constru o do LD Trata se tamb m de uma exig ncia prevista em PNLD Os autores de MP1 ao revelarem a fundamenta o te rica que rege a produ o de sua colet nea optam por oferecer 6 seis textos numa se o intitulada Para leitura e reflex o Cada texto est precedido de uma apresenta o realizada pelos autores do manual como na ilustra o a seguir 198 O texto a seguir um extrato do artigo O oral como texto como construir um objetivo de ensino de autoria de Joaquim Dolz e Bernard Schneuwly publicado originalmente em franc s na obra Pour um enseignement de Voral iniciation aux genres formels l cole Por essa raz o ao longo do texto os autores se referem ao ensino do franc s como l ngua materna Por m acreditamos que o que descrito no texto a prop sito do franc s vale como refer ncia para a situa o
162. as tamb m apresentam naturalmente tend ncia inova o e mudan a resultado da habilidade dos membros da comunidade de usu rios especialistas que proporcionam novas formas a fim de corresponderem a novos contextos ret ricos quer sejam familiares ou n o s formas em curso Se por um lado temos a integridade gen rica como uma for a conservadora do outro encontramos a tend ncia inova o que sinaliza criatividade mudan a As for as que impulsionam mudan as s o imputadas s necessidades da multim dia tecnologia informacional ao mundo do trabalho ao ambiente profissional crescente em termos competitivos tanto do ponto de vista acad mico como empresarial e sobretudo necessidade de criatividade e inova o na comunica o profissional BHATIA 2009 98 Os g neros situam se tipicamente em contextos s cio ret ricos espec ficos e dessa forma modelam futuras respostas ret ricas a situa es eles sempre foram vistos como lugar de contenda entre a estabilidade e a mudan a Berkenkotter e Huckin 1995 p 6 Pode acontecer que algu m seja chamado a responder a uma necessidade s cio cognitiva de mudan a o que exigiria dele negociar sua resposta luz das conven es reconhecidas e estabelecidas uma vez que os g neros de fato transmutam atrav s dos tempos em resposta a necessidades s cio cognitivas BHATIA 2009 p 168 A inova o portanto est vinculada aos limites amplos dos
163. astante presente nos MP de LP 6 2 2 6 G neros textuais Os 3 tr s manuais que analisamos dentre os assuntos dos estudos de linguagem oferecem ampla discuss o sobre g neros textuais discursivos Dos 6 seis textos propostos no MP1 ao professor na se o Textos para leitura e reflex o 4 quatro deles tratam sobre g neros O extrato do artigo de Dolz e Schneuwly A respeito do ensino do oral promove uma reflex o sobre que g neros ensinar e a escolariza o dos g neros E os 3 tr s textos de Charaudeau e Maingueneau discutem sobre a tr ade g nero tipologia e an lise do discurso MP2 tomando se por base as considera es de Dolz e Schneuwly acrescentadas a outras feitas por Bakhtin Bronckart e Auguste Pasquier discorre sobre concep o de g neros entendidos como ferramenta para amplia o da compet ncia lingu stica agrupamento de g neros e progress o curricular e g nero como recurso de democratiza o do texto Independente das op es did ticas da escola os g neros fazem parte de nossa realidade lingu stica cultural e social Retir los de sua realidade concreta transp los para o universo escolar e transform los em objetos de estudo exige observar o desenvolvimento global dos alunos em rela o s suas capacidades de linguagem E al m disso exige proceder a uma sele o dos g neros que mais interessam aos objetivos da escola e pensar numa progress o curricular e em sequ ncias did ti
164. ations with manuals authors with regard to establishing a more personal dialogue with its potential readers and to clarify further the facets of textbooks and publishers especially regarding the publishing of resources so that this Teacher s Guide becomes more attractive Keywords Textual Genre Teacher s Manual Didactic field Applied Linguistics RESUMEN Esta investigaci n de naturaleza documental se inserta en el campo de la Ling stica Aplicada teniendo como objeto de estudio el Manual del Profesor que acompa a el libro did ctico de Lengua Portuguesa 1 afio de la escuela secundaria y por objetivo general re conocer los aspectos socio ret ricos del g nero Manual del Profesor El inter s de esta tesis est en el uso situado de ese g nero desde el cual se observan sus aspectos socio ret ricos los cuales son que es lo est en el producto el ambiente de interacci n donde se encuentra y c mo es visto por los usuarios potenciales En un primer momento hemos producido un cuadro epistemol gico que nos ha permitido entre otros arreglos 1 comprender el g nero textual como acci n ret rica tipificada basada en una situaci n ret rica recurrente y 11 obtener un panorama de los programas de gobierno relacionados a la evaluaci n de las colecciones de libros did cticos en los cuales encontramos aspectos indispensables a un Manual del Profesor Los aportes te ricos adoptados en este estudio se refieren a la concepci
165. b m de doutorado em andamento apresentado no VI SIGET Natal RN em 2011 um ensaio de Cemin 2003 que analisou como a no o de g nero do discurso sinalizada nos Par metros Curriculares Nacionais luz da teoria bakhtinana vem se consolidando nas atividades propostas para a pr tica de produ o textual escrita no MP no livro did tico de LP um artigo de Beth Marcuschi 2001 que buscou identificar a concep o de avalia o defendida no MP analisado por ela tendo em 7 PR As pesquisas sobre LD trazem normalmente apenas breves coment rios sobre o MP 163 vista as compet ncias pretendidas na aula de Portugu s e um artigo de Bueno 2004 que realizou uma an lise explorat ria sobre a imagem do professor nos MP de LD Trataremos brevemente sobre esse dois ltimos artigos Marcuschi 2001 p 139 afirmou que nem sempre os MP t m cumprido o objetivo de aprofundar com o professor as bases te rico metodol gicas que alicer am o livro do aluno Todo MP deveria proporcionar ao professor condi es para o desenvolvimento de habilidades e conte dos e de atividades propostas pelo LD para determinado ano escolar E inserido nesse contexto a pesquisadora observou que um dos aspectos mais presentes no processo de ensino e aprendizagem que n o tem recebido a devida aten o dos MP a avalia o T pico importante porque o professor como leitor privilegiado da obra did tica LAJOLO 1996 p 05 utiliza se em
166. bastante utilizado por professores o Ambiente Virtual Moodle Trata se de uma plataforma vinculada ao campus EaD na qual os professores se encontram para exercerem um dos seguintes papeis formador monitor e participante de curso Nesse ambiente os professores participam de chats f runs postam documentos entre outras atividades de intera o e g neros Atualmente no IFRN h 88 oitenta e oito grupos de pesquisa certificados na base de dados do Diret rio de Grupos de Pesquisa do CNPq conforme as reas de conhecimento a seguir 220 Quadro 177 Grupos de pesquisa do IFRN RR RR Fonte Brasil 2013 Como observamos no quadro acima os professores de LP t m a oportunidade no IFRN de estar inseridos em pelo menos um dos grupos de pesquisa cadastrados na rea de Letras Lingu stica e Artes Nessa oportunidade eles elaboram projetos de pesquisa Muitos desses projetos se constituem em produ o coletiva e inclusive t m a participa o de professores de outras reas e ou alunos No campus onde trabalho normalmente temos reuni o de grupo de estudos c digos e linguagens nas quartas feiras quinzenalmente e o grupo de estudos dos professores de L ngua Portuguesa tamb m nas quartas feiras quinzenalmente ou seja numa quarta n s nos reunimos com professores de outras disciplinas e na outra fazemos nossa reuni o de L ngua Portuguesa Prof 1 A reuni o do grupo de LP acontece em alguns campus
167. bibliogr ficas e pelas considera es tamb m no processo de qualifica o desta tese Ao Prof Dr Cl cio Bunzen pela gentil disponibilidade e presteza ao discutir comigo sobre esta tese e sugerir caminhos Profa Dra Gl cia Marili Azevedo de Medeiros Tinoco e Prof Dra Maria Hozanete Alves de Lima por terem aceitado o convite para participar da banca examinadora desta tese Aos colegas do grupo de pesquisa Letramento e Etnografia Elisete Louize Eliane Cristina Alana Teresa Paula T nia pelas contribui es e pelos incentivos Aos professores colegas de trabalho que participaram do Grupo Focal pela disposi o em contribu rem na gera o dos dados deste trabalho Ao coautor de colet nea did tica Jos Hamilton Maruxo J nior e editora tica que prontamente se colocou disposi o para apresentar um olhar de quem produz Manual do Professor Aos colegas de trabalho Valdemberg Pessoa e Agamenon Tavares pelo apoio e pela amizade Aos amigos Alisson Denes Carlos Henrique de Carvalho Elizama Souto Rosineide Rozi Maria Wanessa Barbosa Simone Alves Leonardo Alves Pedro Paulo Linhares Najara Teodoro Fabiano Vitorino Juliana Vitorino Linda Veloso Ot vio Sena Marllos Santos J ssyka Damasceno Hidal cio Lima K rita Moura L via Bertuleza Mikarla Pelonha Eurico Ferreira Kati cia Barbosa Mar lia Morais Mariana Fran a Mirni Kely Jussara Lino Adriano Nogueira Pereira T
168. ca Dos 12 estudos listados no quadro acima apenas um apresenta de certo modo rela o com a nossa pesquisa a 1 pesquisa que teve como objetivo identificar as caracter sticas de um exemplar do g nero Manual do Professor de uma colet nea de L ngua Inglesa e sua rela o com o que as autoras denominaram de g nero de atividade do professor de L ngua Inglesa Como foco tamb m desse trabalho estava a verifica o da fun o do professor e a rela o entre g nero de texto e g nero de atividade g nero profissional considerando o MP como objeto desse estudo sob a tica da abordagem do Interacionismo Sociodiscursivo ISD BRONCKART 2003 Essa pesquisa tinha como expectativa entender melhor alguns aspectos da profiss o do usu rio do MP a partir da an lise das caracter sticas desse g nero Naquela oportunidade essas pesquisadoras conclu ram dentre outras quest es que o MP de L ngua Inglesa concebia o professor como mero reprodutor algu m que perifericamente incide na execu o da pr tica de ensino Em uma primeira leitura pelas pistas lexicais que o t tulo oferecia inferimos que o 11 estudo tamb m estabelecesse algum di logo de nosso interesse j que traz como objeto de pesquisa os g neros nos guias de LD e esse termo tamb m utilizado para denominar o MP mas essa pesquisa diz respeito apenas s orienta es do PNLD que tratam sobre os g neros textuais Outra justificativa
169. ca dos g neros em diversas pr ticas sociais considerando pelo menos duas frentes os g neros como reguladores dessas pr ticas e os aspectos lingu stico textual investigando a organiza o textual al m dos par metros de textualiza o que certificam os g neros 3 2 1 Perspectiva sociossemi tica Para iniciar a discuss o sobre estudos de g neros na contemporaneidade come ando pela perspectiva sociossemi tica apresentamos nesta se o quest es relacionadas ao texto e ao contexto segundo estudos de Motta Roth e Heberle 2005 a partir da proposi o de Hasan que trata sobre elementos essenciais an lise da Configura o Contextual CC de um g nero textual Veremos adiante que a rela o entre texto e contexto gera a possibilidade de obter elementos obrigat rios e outros opcionais na estrutura do g nero Motta Roth e Heberle 2005 tomando por base a an lise da linguagem como sistema sociossemi tico preconizada por Hasan passam pela recontextualiza o da teoria sociolingu stica de Bernstein vinculada ao estudo da varia o sociossem ntica da linguagem enfatizando o exame dos fatores referentes aos contextos em que a vida humana 59 se realiza Para Bernstein 1990 apud MOTTA ROTH HEBERLE 2005 13 o texto a forma vis vel palp vel e material da rela o social Deveria ser poss vel recuperar a pr tica interacional espec fica original a partir da an lise do s texto s no con
170. cana destinada ao ensino de g neros acad micos Souza 2008 sintetiza as tend ncias atuais nas quatro escolas conforme o quadro a seguir Quadro 8 S ntese das tend ncias atuais do estudo de g neros ESCOLAS ESCOLA DE ESCOLA ESCOLA NORTE ESCOLA TRADICIO NAIS PRINCIPAIS TE RICOS CONCEP O TE RICA SIDNEY Abordagem sist mico funcional M Halliday Rugayia Hasan Jim Martin Joan Rothery Frances Christie G nero atividade linguisticamente realizada com um objetivo definido pr pria de uma determinada cultura uma GENEBRA Abordagem sociodiscursiva Jean Paul Bronckart Joaquim Dolz Bernard Schneuwly G nero instrumento semi tico constitu do de signos organizados de maneira regular um AMERICANA Abordagem sociorret rica Carolyn Aviva Anne Charles Johns G nero textual uma forma de a o social que o torna dependente da estrutura e complexidade espec fica de cada sociedade Miller Freedman Freedman Bazerman SWLESIANA Abordagem sociorret rica Jonh Swales Vijay Bhatia Um g nero compreende uma classe de eventos comunicativos cujos membros partilham um dado conjunto de prop sitos comunicativo Diferentemente dos estudos tradicionais dos g neros desenvolvidos na rea da literatura as novas perspectivas se instalaram substancialmente na investiga o de textos n o liter rios Askehave e Swales 2001 2009 Baz
171. cas de LD nos permitiu alicer ar nosso conhecimento sobre a organiza o ret rica do MP na contemporaneidade Dedicamo nos an lise dos dados gerados referente ao g nero Manual do Professor no sexto cap tulo Nesta oportunidade nosso primeiro trabalho foi defini lo como g nero textual Em seguida passamos a descrever os aspectos ret ricos dos MP desde sua organiza o constitutiva cena e situa o de uso considerando as percep es dos usu rios em potencial autores e professores N o nos detivemos na an lise detalhada de aspectos lingu sticos nosso olhar contemplou sobretudo a arquitetura do Manual Nesse cap tulo 28 algumas facetas como o prop sito comunicativo do MP podem ser vistas sob tr s olhares o de co autor o de professores e o que consta no Manual Por fim encerramos nosso trabalho apresentando nossas Considera es Finais Retomamos quest es representativas dos principais aspectos examinados em nossa tese luz dos objetivos a que nos propusemos Ao reafirmarmos a escassez de pesquisas que abordem nosso objeto de estudo conclu mos este cap tulo apresentando perspectivas para poss veis investiga es futuras 29 2 CONTEXTUALIZA O DA PESQUISA Este cap tulo se prop e a situar nossa pesquisa no campo da Lingu stica Aplicada discorrendo sobre a perspectiva metodol gica por n s assumida quanto abordagem ao tipo de pesquisa aos aspectos do objeto de estudo ao contexto de
172. cas que viabilizem aos alunos o contato o estudo e a apropria o dos g neros CEREJA MAGALH ES 2010 p 12 210 O MP3 assim como o MP2 tamb m faz refer ncia no o de g nero de Bakhtin citando o como primeiro autor a utilizar o conceito de g nero nas realiza es orais e escritas Como explica Bakhtin os g neros definem se como tipos relativamente est veis portanto reconhec veis pelo usu rio da l ngua Socialmente constitu dos os g neros pressup em a intera o por meio da linguagem o que explicita a sua dimens o discursiva ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 37 Percebemos enfim que apesar de assuntos como leitura e escrita serem tamb m tratados nos MP h o predom nio no MP do assunto g neros textuais discursivos no que se refere ao conte do program tico de LP presente no LD de LP Para confirmar isso notamos que 40 das sugest es bibliogr ficas do MP2 tratam sobre g neros textuais discursivos 6 3 CONTEXTO DE USO DO MP Segundo a proposta de an lise de g neros apresentada por Reiff na confer ncia da AILA relatada nos estudos de Johns et al 2006 constitui parte significativa a identifica o e descri o do contexto em que o g nero usado Isso implica examinarmos al m do assunto t pico tratado que j pontuamos na se o anterior o ambiente onde o MP aparece os outros g neros com os quais ele interage as circunst ncias em que usado os seus
173. cesso de ensino aprendizagem Acreditamos que esta pesquisa poder estimular professores no que diz respeito import ncia e n o obrigatoriedade de consultas peri dicas aos Manuais a autores no que se refere a estabelecer uma interlocu o mais pessoalizada com seus leitores em potencial e no sentido de esclarecer ainda mais as facetas do livro did tico e a editoras sobretudo no que tange a recursos de editora o para que o Manual do Professor se torne mais atrativo Palavras chave G nero Textual Manual do Professor Dom nio Did tico Lingu stica Aplicada ABSTRACT This documentary research falls within the field of Applied Linguistics with the object of study the teacher s guide that accompanies the textbook of Portuguese Language 1st year of high school and general purpose know or recognize the social rhetorical aspects of the gender Teacher s Guide The interest of this thesis is focused on situated use of this gender from which are observed the social rhetorical aspects namely what is put into the product the ambient which the interaction is found and how it is analyzed by its potential users Firstly we produce an epistemological framework that allowed us among other remedies understanding genre as typified rhetorical actions based in recurrent rhetorical situation and 11 to obtain an overview of government programs for the evaluation of teaching compilations in which we find essential to a Teacher Manual aspects
174. cionais INEP Nessa Resolu o reafirmou se o LD como recurso b sico ao aluno no processo ensino aprendizagem e como fundamental a participa o do professor no processo de escolha do LD considerando que ser o os sujeitos utilizadores desse recurso em sala de aula Para esse programa alocaram se recursos de dota es consignadas na Lei Or ament ria da Uni o e de contratos de empr stimos internacionais Como respons veis pela execu o do programa definiram se o FNDE e da Secretaria de Educa o M dia e Tecnol gica SEMTEC 138 acrescentando se tamb m na condi o de participantes as Secretarias Estaduais de Educa o SEDUC e as Secretarias ou rg os Municipais de Educa o O Art 5 estabeleceu as atribui es de cada entidade I FNDE firmatura de conv nios visando estabelecer v nculos de coopera o t cnico financeira inscri o e triagem dos livros did ticos contrata o da produ o gr fica e distribui o do cat logo de escolha dos livros e formul rios de escolha processamento dos dados contidos nos formul rios aquisi o dos livros did ticos e coordena o das atividades de distribui o I SEMTEC MEC pr an lise e avalia o pedag gica dos livros did ticos elabora o do cat logo de escolha dos livros selecionados na avalia o monitoramento do processo de escolha dos livros avalia o do uso do livro e do Programa Nacional do Livro para o Ensino M dio
175. clusive de natureza multiprofissional Existem cole es no mercado que j n o publicam livros com nome do autor ou autores assumindo exclusivamente a autoria mas como organizador Quem produz o Manual do Professor de sua colet nea O senhor mesmo e os demais coautores ou m ltiplos produtores uma equipe al m dos 267 senhores Por qu E sendo m ltiplos produtores que papeis exerce cada um deles Como afirmado na quest o h muitos modos de se escrever e organizar manuais did ticos Na cole o Linguagem e Intera o ensino m dio o manual do professor foi escrito pelos pr prios autores que foram ali s respons veis por todo o conte do do conjunto da cole o O manual do professor foi escrito antes de a cole o come ar a ser produzida Escrev lo dessa forma ajuda os autores a t lo como planejamento e guia para a escrita dos tr s volumes da cole o Os princ pios te ricos e metodol gicos apresentados no manual bem como o planejamento e a distribui o de todo o conte do da cole o s o decididos e planejados antes de os volumes serem escritos Isso garante para os pr prios autores que a coer ncia interna da cole o ser preservada e al m disso ajuda os tamb m como guia de escrita 2 Quais prop sitos sustentam o Manual do Professor da sua colet nea did tica Os princ pios te ricos e metodol gicos que orientam a cole o est o explicados no pr prio manual A
176. com instrumentos que 230 permitam aos professores um melhor desempenho do seu papel profissional no processo de ensino aprendizagem Logo parece nos razo vel dizer que quanto mais experiente o professor menos ele ter necessidade de recorrer ao MP Se o professor j traz consigo certa viv ncia docente e aqui est o imbricados tempo no exerc cio da fun o e leituras sobre assuntos especificamente da rea de linguagem j que estamos tratando sobre profissionais da disciplina L ngua Portuguesa a leitura do manual ou ser uma complementa o uma possibilidade de enriquecer o processo de ensino aprendizagem ou servir para esclarecer algum aspecto que n o est evidente no LD ou ainda para se constituir em uma voz a parte que possivelmente apontar reflex es interessantes para o momento de planejar a aula Nosso pr ximo passo foi observar se as sugest es metodol gicas encontradas no MP s o acatadas pelos nossos entrevistados professores s vezes uso modelos de exerc cios pr ticos indica es de livros e filmes atividades em grupo Prof 3 s vezes tamb m Quando trabalhava com o ensino fundamental fazia isso com mais frequ ncia Hoje lecionando no ensino m dio nem sempre utilizo o livro h sempre algum material adicional Portanto as sugest es metodol gicas do livro acabam sendo ignoradas Pode parecer estranho mas quando as sugest es v m entre as unidades do livro eu as
177. composi o do PNLD foi iniciado concretamente em 1996 com a publica o do primeiro Guia de Livros Did ticos de 1 4 s ries Livros com erros conceituais indu o a erros desatualiza o e preconceito origem ra a sexo cor idade ou discrimina o de qualquer tipo foram e ainda s o exclu dos do Guia do Livro Did tico Algumas exig ncias de natureza gr fico editorial se constituem em Crit rios de an lise do PNLD BRASIL 1997 estrutura editorial livro claramente identificado capa folha de rosto sum rio texto principal impresso em preto gloss rio refer ncias bibliogr ficas e indica o de leituras complementares formato encaderna o papel conforme padr es t cnicos convencionais aspectos visuais unidade visual layout motivador e integrado ao conte do palavras e espa amento que garantam a legibilidade de acordo com o n vel de 153 escolaridade a que se destina o livro textos longos com recursos de descanso visual diferentes linguagens visuais ilustra es mapas gr ficos tabelas O Manual do Professor tamb m lembrado nessa lista de crit rios Chamado de LIVRO DO PROFESSOR OU ORIENTA O DO PROFESSOR o MP considerado essencial e deve apresentar pressupostos te ricos harmonicamente relacionados aos conte dos e s atividades propostas no LD Como observamos a seguir o MP estendido pelo PNLD 1997 como recurso de letramento do professor O livro
178. conceituosa ou tecnicista alguma abordagem alguma atividade constante no livro did tico Nesse caso busco alguma justificativa no manual para aquela abordagem antes de descart la MODERADOR Recebendo a cole o j observa ent o o Manual Prof 1 Sim exatamente no sentido de conhecer um ou outro detalhe que poder estar ali MODERADOR Joia Prof 2 Como fui a segunda a confirmar o in cio risos vamos a minha vez de falar sobre o manual do professor Consulto o em poucas situa es Durante o planejamento anual ou bimestral dou uma olhada nos quadros que apresentam a vis o geral das unidades para verificar os conte dos e adegqu los ao planejamento incompreens vel s vezes em busca de sugest es de atividades e muito raramente para compreender melhor como posso explorar algum texto ou mesmo a unidade completa MODERADOR Ent o assim o planejamento seja anual bimestral trimestral como for sempre uma oportunidade de dar uma olhada no manual consulta lo n Prof 2 Exato 258 MODERADOR E os senhores nessas consultas observam novidades alguma coisa que acrescenta a seu planejamento Prof 3 Eu leio o manual todo quando tomo posse de um livro did tico geralmente eles n o trazem novidades Quando uso o livro did tico esporadicamente n o consulto mais o manual A n o ser no caso de precisar tirar alguma d vida quanto resposta de alguma quest o de exerc cio que
179. constitui se em um g nero textual disposi o do professor Como professores conhec lo nos oferecer subs dios para fazer bom uso dele e do LD a que ele se refere Ao pensarmos nas raz es que justificam nosso estudo chegamos s seguintes quest es de pesquisa a que aspectos ret ricos s o observados em exemplares de MP de cole es de L ngua Portuguesa do 1 ano do Ensino M dio b qual a percep o de autores e professores de L ngua Portuguesa a respeito do MP No sentido de respondermos a essas quest es o objetivo geral desta pesquisa reconhecer os aspectos sociorret ricos do Manual do Professor de LP do 1 ano do Ensino M dio entendido neste estudo como g nero textual Para discutir esses aspectos definimos como objetivos espec ficos 1 analisar os aspectos ret ricos do g nero textual MP de LP do 1 ano do Ensino M dio 2 compreender como os usu rios do MP percebem esse g nero A realiza o desses objetivos requereu a produ o de um quadro epistemol gico que nos possibilitasse i obter uma vis o mais abrangente de no o de g nero textual ii estudar g nero textual como a o ret rica tipificada baseada numa situa o ret rica recorrente e iii 26 compreender algumas facetas da cria o do MP e dos programas de governo voltados para a avalia o de Colet neas Did ticas Em termos te ricos nossa pesquisa est ancorada na concep o sociorret rica d
180. corre para essa tem tica 261 prof 3 A reuni o administrativa tamb m Porque existe a reuni o somente pedag gica outra somente administrativa e s vezes as duas no mesmo ambiente no mesmo hor rio Prof 1 Nessa conversa toda podemos perceber a import ncia desses ambientes Vejamos o IFRN cresceu tanto se espalhou pelo estado de tal forma que a v deo confer ncia resolve ou colabora com a resolu o de uma s rie de quest es J o AVA com todos os g neros que disp em chat f rum espa os para retirada de d vidas tamb m facilitam bastante nossas atividades Prof 4 No campus onde trabalho normalmente temos reuni o de grupo de estudos c digos e linguagens nas quartas feiras quinzenalmente e o grupo de estudos dos professores de L ngua Portuguesa tamb m nas quartas feiras quinzenalmente ou seja numa quarta n s nos reunimos com professores de outras disciplinas e na outra fazemos nossa reuni o de L ngua Portuguesa Prof 1 Prof 2 Tem tamb m podemos ent o considerar outros grupos que nascem no decorrer do ano letivo das atividades e eventos como jornadas cient ficas MODERADOR Isso Agora e nesse contexto todo em algum momento os professores se re nem para escolherem a cole o did tica que ser adotada n Como sabemos a cole o did tica est composta por um livro did tico e um manual do professor Voltando novamente o foco para o objeto de nossa pesquisa qual
181. da voltados para a forma o do professor Vejamos o quadro a seguir Quadro 16 Prop sitos do MP Sobre o LD Sobre o processo de ensino Sobre a forma o do professor aprendizagem orientar guiar o professor sugerir atividades extras publicar artigos sobre estudos quanto ao uso do LD promover a reflex o do lingu sticos explicar a estrutura do LD docente sobre sua pr tica de contribuir com a forma o esclarecer as perspectivas ensino continuada do professor te rico metodol gicas apontar poss veis caminhos assumidas na feitura do LD que possam contribuir para a melhoria do processo de ensino aprendizagem Em seus locais de trabalho esses professores se re nem pelo menos semanalmente ou quinzenalmente para planejarem suas atividades em conjunto Eles disseram que nessas oportunidades procuram elaborar atividades algumas delas seguindo sugest es do MP Um deles disse que o MP adotado no campus onde ele trabalha apresenta pequenos artigos que j 217 foram lidos por ele e por seus colegas de trabalho Ressaltamos que os participantes dessa pesquisa s o professores de uma mesma institui o IFRN mas de campus diferentes O g nero MP visto pelos professores participantes de nossa pesquisa sob o vi s da a o social na qual s o observadas as regularidades nas propriedades das situa es recorrentes que d o origem a recorr ncias na forma e n
182. da componente curricular em cada estado ser o adquiridos em quantidade suficiente para estabelecimento de uma reserva capaz de suprir escolas cujos livros n o tenham chegado completa ou parcialmente Por fim sobre o Registro da Reuni o de Escolha de Livros Did ticos A escola ao consolidar o processo de escolha do livro did tico de cada disciplina dever documentar o resumo do processo as obras escolhidas e a assinatura dos participantes Esse documento ser registrado pela internet Recomendam se ainda dois aspectos importantes que os professores de cada escola se organizem em grupo a fim de lerem e discutirem sobre o Guia 2012 e que a escolha de um livro para uma disciplina implica em adot lo para toda a escola A padroniza o do livro did tico facilita o planejamento em equipe e possibilita a articula o entre equipes de diferentes turnos e anos escolares Al m disso um aluno ou um professor que tenha a necessidade de mudar de turma poder facilmente se situar acerca da progress o do conte do e das atividades realizadas em sala vinculadas ao livro did tico O pr prio Guia BRASIL 2011b p 14 sinaliza algumas perguntas importantes que devem ser feitas pela equipe no momento em que o estiver lendo 147 Como toda e qualquer leitura proveitosa a consulta ao Guia de livros Did ticos pressup e prop sitos bem definidos Quem n o sabe o que procura dificilmente acha Portanto antes de ler fa am ao Gu
183. dade dos participantes do evento lingu stico O papel do contexto pontuado como fator de efetiva import ncia para a intera o e um dos pontos fulcrais da lingu stica Textual As primeiras pesquisas sobre texto contemplavam o contexto estritamente como o entorno verbal do texto denominado co texto A partir da teoria dos Atos de Fala de Searle 1969 que desconsiderou a import ncia do interlocutor no estabelecimento de interpreta es e na valida o de sentido e da teoria da Atividade Verbal de Leontiev 1978 que levou em considera o o homem como ser corporal fisiol gico e natural que atua atrav s de atividade tornando se executor das rela es sociais objetivas do processo s cio hist rico o contexto sociocognitivo foi observado como necess rio interlocu o entre os sujeitos sociais Isso permitiu o entendimento de que o contexto re ne n o somente o co texto mas tamb m a situa o de intera o imediata e o contexto cognitivo dos interlocutores Essas autoras asseguram que os sujeitos sociais desenvolvem uma compet ncia metagen rica ao entrarem em contato com um n mero significativo de g neros textuais A compet ncia gen rica orienta a compreens o sobre os g neros textuais materializados em diversos suportes revistas jornais livros internet etc e eventos conversas informais mesa redonda palestras etc de textos E isso lhes possibilita interagir adequadamente com diversos
184. das caracter sticas coexistentes em cada g nero como assunto estrutura estilo etc E como afirma Santos 2012 p 47 Considerar os g neros como tipos relativamente est veis ao mesmo tempo destacar o car ter hist rico desses elementos e reconhecer que os tipos n o podem ser definidos para sempre pois sabemos que a l ngua tem suas caracter sticas de mobilidade e mutabilidade Diante da dificuldade da natureza heterog nea dos g neros do discurso Bakhtin 2003 estabeleceu uma classifica o bastante ampla considerando a distin o entre os g neros do discurso prim rios simples representados pelos g neros da vida cotidiana relacionados s situa es nas quais s o produzidos e os g neros do discurso secund rios complexos representados por aqueles sobretudo da escrita desenvolvidos na esfera art stica cient fica e s cio pol tica Para ele a natureza complexa e sutil do enunciado elucidada a partir dessa an lise Bakhtin 2003 ressaltou tamb m a import ncia do estilo como elemento constitutivo da genericidade N o h g nero sem estilo e vice versa A funcionalidade do g nero revela que para cada esfera de atividade encontramos um estilo particular Nesse sentido o autor assevera que cada esfera conhece seus g neros apropriados sua especificidade aos quais correspondem determinados estilos Uma dada fun o cient fica t cnica ideol gica of
185. de intera o e usu rios 124 5 DO LIVRO DID TICO AOS CRIT RIOS DE PRODU O DE UM MANUAL DO PROFESSOR DO PNLD 2012 Neste quinto cap tulo considerando que o Manual do Professor estabelece um v nculo com o Livro Did tico LD discorreremos sobre a cria o os programas de governo e as pesquisas em torno deste para tratarmos posteriormente da orienta o do PNLD 2012 sobre a organiza o ret rica dos Manuais analisados em nosso estudo Se por um lado o MP existe antes da publica o do primeiro PNLD para Ensino M dio e certamente esse programa de governo importou a organiza o ret rica dos Manuais j existentes por outro sabemos que as Colet neas Did ticas de 2012 foram submetidas avalia o prevista nesse programa Por isso discorremos sobre os crit rios que o PNLD 2012 apontam para a an lise dos MP Assumimos neste primeiro momento como concep o de LD conforme Alain Choppin 1992 p 16 apud BATISTA et al 2004 p 33 os utilit rios da sala de aula eles s o concebidos na inten o mais ou menos expl cita ou manifesta segundo as pocas de servir de suporte escrito ao ensino de uma disciplina no seio de uma institui o escolar Se at os meados do s culo XIX esse papel n o est sempre claramente formulado principalmente no ensino prim rio ele se torna em seguida mais pass vel de ser determinado com a cria o progressiva de estruturas educativas est veis uniforme
186. de N mero MP CD esco publi de e ca o p ginas L ngua Portuguesa Carlos Em lio Faraco tica 2010 56 linguagem e Francisco Marto de intera o Moura e Jos Hamilton Maruxo J nior Portugu s Willian Roberto Saraiva 2010 linguagens 1 Cereja amp Thereza Atual literatura produ o Cochar Magalh es de texto e gram tica Portugu s contexto Maria Luiza M IS Moderna 2008 interlocu o e Abaurre Maria sentido Bernadete M Abaurre amp Marcela Pontara Os manuais listados constituem o corpus de nossa pesquisa os quais ser o analisados posteriormente no cap tulo 5 apresentando considera es sociorret ricas dos g neros textuais Para melhor abordagem dos dados gerados passamos a tratar cada MP conforme a numera o recebida acima formada por um c digo alfanum rico constitu do pelas letras MP seguidas de um n mero que corresponde sequ ncia apresentada no quadro acima MP1 MP2 e MP3 2 7 INSTRUMENTOS DE GERA O DE DADOS E PROCEDIMENTOS DE AN LISE O processo de gera o dos dados teve in cio em janeiro de 2013 quando diante da lista de Colet neas Did ticas CD de L ngua Portuguesa avaliadas no PNLD 2012 verificamos quais foram adotadas pelos diversos campus do IFRN e passamos a realizar a leitura anal tica preliminar dessas cole es no sentido de observar como elas estavam retoricamente organizadas Como defende Flick 2009 p 332 na pesquisa qualitativa
187. de confirma o Mas digamos assim muitas vezes o professor planeja s ele mesmo elabora seu plano de aula Ent o o manual seria uma outra voz a discutir com ele naquele momento Nem que seja pra tamb m ele descordar do manual mas acho que n o custa nada d uma olhada nele Afinal muito do que traz o manual no n vel de sugest es propostas n ent o cabe ao professor avaliar se acata ou n o essas sugest es E ele s ter condi es de fazer isso se e somente se ler o manual Prof 4 229 Mas convenhamos que N O UMA PR TICA COMUM A LEITURA DO MANUAL Se perguntarmos a um universo de mil professores de diversas escolas certamente 99 deles v o nos dizer que n o consultam o manual por v rios motivos ou porque n o t m tempo ou porque n o veem mesmo a necessidade ou por outros Prof 2 J hav amos constatado nos Manuais que muito do que h neles de natureza propositiva assim como nos relembrou o Prof 4 que defendeu a leitura do MP como a voz de um participante contribuinte do planejamento Percebemos tamb m nessa parte do debate que houve diverg ncia entre os participantes de nossa pesquisa quanto necess ria leitura do manual antes da utiliza o do LD em sala de aula Na perspectiva de um autor de Manuais pelo menos na de Maruxo J nior 2013 a leitura do MP para o professor profundamente necess ria sobretudo quando seu planejamento corresponde a mesma pro
188. de dos docentes com fontes de informa o educacionais BATISTA 2001 p 34 In meras quest es devem ser observadas diante da constata o de que o professor l pouco sobre a sua rea embora sejam muitos os cursos de p s gradua o n o somente oferecidos por institui es p blicas como tamb m pela rede privada de institui es de ensino superior Um dos aspectos a ser evidenciado diz respeito ao fato de os programas de distribui o de livros do governo federal serem um tanto quanto recentes e boa parte dos professores de hoje n o terem usufru do desse recurso quando foram alunos da educa o b sica Portanto tiveram pouco acesso a acervo significativo para a sua forma o leitora Al m de que segundo Manolo Florentino do Departamento de Hist ria da UFRJ citado no artigo O apag o da leitura de Adriana Natali 2012 p 41 n o somos educados para a leitura para cultivar o vocabul rio e compreens o N o temos o h bito de frequentar bibliotecas e o livro mercadoria caro Outro aspecto que devemos considerar esse na contemporaneidade o exaustivo trabalho a que submetido o professor uma carga excessiva em sala de aula pela pr pria 165 necessidade de sobreviv ncia As escolas sobretudo as da rede privada pagam pelo tempo em que o docente est em sala de aula e n o investem na qualifica o de seus servidores Consequentemente se o professor n o disp e em seu hor ri
189. de e detalhamento se desejamos realmente distingui los como g neros ou subg neros BHATIA 2009 p 166 Logo categorizar g neros requer o exame das semelhan as e diferen as encontradas entre eles dentro da col nia de g neros em que se inserem Se o analista se empenha em conhecer as sutilezas do g nero o foco dele ser a defini o dos prop sitos comunicativos em um n vel propriamente mais baixo de especificidade Mas se pretende estabelecer a distin o da variedade de realiza es espec ficas de g neros similarmente relacionados dever especificar os prop sitos comunicativos em um n vel mais alto de generalidade Retomando o car ter din mico gen rico vale salientar que a an lise de g neros exige tamb m reconhecer que mesmo estando tipicamente associados a contextos ret ricos recorrentes e delimitados em prop sitos comunicativos espec ficos os g neros podem estar em perene constru o Conforme Berkenkotter e Huckin 1995 apud BHATIA 2009 p 167 G neros s o estruturas ret ricas inerentemente din micas que podem ser manipulados de acordo com as condi es de uso e que o conhecimento de g neros por conseguinte mais bem conceituado como forma de cogni o situada e imbricada em culturas disciplinares Para esses autores os g neros se situam em local de disputa entre a estabilidade e o processo de mudan a Ou seja os g neros textuais se realizam como evento textual retoricamente situado m
190. de quem o escreve certamente traz contribui es significativas compreens o desse g nero Nesse sentido sentimos a necessidade de obter informa es sobre o processo de produ o dos Manuais e depreender a percep o do autor em rela o a seu leitor potencial dentre outros aspectos referentes feitura do MP Para atendermos a essa demanda considerando a localiza o geogr fica e a facilidade de obten o de dados optamos por elaborar um question rio com perguntas abertas e envi lo a nosso entrevistado mediante e mail De acordo com Gil 1999 e Silva e Menezes 2005 o question rio que deve ser objetivo e limitado em extens o uma t cnica de investiga o com quest es escritas que s o apresentadas aos entrevistados com a finalidade de conhecer suas opini es cren as interesses e expectativas Para atendermos a essa demanda decidimos enviar no in cio do m s de agosto 2013 e mail s editoras tica Saraiva Atual e Moderna solicitando a viabiliza o de contato com os autores dos Manuais que se constituem como corpus de nossa pesquisa A editora Saraiva Atual nos informou que o autor de sua CD respons vel por responder a entrevistas sobre material did tico estava viajando e que encaminharia a nossa solicita o assim que chegasse Por m at o momento de finaliza o deste trabalho acad mico n o recebemos novo contato As outras duas editoras disponibilizaram e mail de um dos autores de suas colet
191. de quest es que t m por objetivo direcionar o olhar do aluno para os aspectos mais relevantes do s texto s selecionado s O encaminhamento da an lise feito de modo a permitir que por meio da identifica o de dados o aluno comece a construir os conceitos referentes ao trabalho com textos a partir de uma perspectiva discursiva importante destacar que na formula o de quest es tomamos o cuidado de criar oportunidades para que os alunos desenvolvam diferentes habilidades Assim eles ser o solicitados a reconhecer informa es a elaborar hip teses a inferir a relacionar os diferentes aspectos observados de tal maneira que aprendam a desenvolver uma reflex o mais abrangente e se tornem capazes de dar conta do texto estudado de modo mais completo investigando diferentes possibilidades de interpreta o e avaliando de que modo determinadas caracter sticas estruturais participam da constru o do sentido ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 39 Como poss vel perceber no trecho anterior h um objetivo geral voltado para a constru o por parte do aluno de conceitos relativos a atividades textuais numa abordagem discursiva e outros tantos objetivos de natureza secund ria por assim dizer apresentados no segundo par grafo ao lan ar m os dos seguintes verbos reconhecer elaborar inferir relacionar etc Todas as colet neas apresentam nas composi es das unidades informa es em boxes Vejamos
192. de vista que essas tipifica es realmente sinalizam padr es socialmente percept veis e socialmente determinados e isso vem de fora da subjetividade individual MILLER 2011 p 32 Como vemos a no o de recorr ncia a es ret ricas tipificadas resultantes de situa es recorrentes um aspecto importante nessa perspectiva embora Miller n o credite apenas a ela a consist ncia e a condi o de estabelecimento do g nero O aspecto central de situa es ret ricas quanto aos g neros repousa exatamente em elas serem recorrentes j que a exist ncia do recorrente fornece insight condi o humana afirma Miller 2009 p 30 104 2 Esse fen meno resultado de nossa compreens o sobre situa es que de algum modo podem ser comparadas a outras situa es Naturalmente isso se d atrav s de um processo de interpreta o decorrente de nossos conhecimentos enciclop dicos que nos permitem relacionar a determinada situa o a outras que se tornam familiares exatamente por reconhecermos as similaridades entre elas Ser no instante em que as tipifica es j formadas n o atendem a uma nova situa o que um novo tipo emergir E a comunica o acontecer satisfatoriamente medida que todos os participantes compartilharem as tipifica es utilizadas Ao discutir sobre tipifica o e forma a autora afirma que s o conceitos distintos a forma a dimens o em que mais facilmente d
193. deral de Santa Catarina Florian polis 1995 MOTTA ROTH D HENDGES A G R Uma an lise transdisciplinar do g nero abstract Revista Interc mbio v 7 p 117 125 1998 Dispon vel em lt http coral ufsm br labler publi anlise htm gt Acesso em 05 jun 2013 MOTTA ROTH D HEBERLE V M O conceito de estrutura potencial do g nero de Rugayia Hasan In MOTTA ROTH D et al G neros teorias m todos debates S o Paulo Par bola Editorial 2005 p 12 28 253 MUSSALIM F An lise do discurso In MUSSALIM F BENTES A C Org Introdu o lingu stica fundamentos epistemol gicos 5 ed S o Paulo Cortez 2006 V 2 p 102 142 NASCIMENTO J NIOR A F Fragmento do pensamento dial tico na hist ria da constru o das ci ncias da natureza Ci ncia e educa o v 6 n 2 p 119 139 2000 NATALI A O apag o da leitura Revista L ngua Portuguesa S o Paulo v 8 n 83 p 40 45 set 2012 OLIVEIRA A C de BARBOSA E A Professor de l ngua portuguesa um pouco de sua hist ria e desafios In SOUZA E M de F CRUZ G F da Org Linguagem e ensino elementos para reflex o nas aulas de l ngua inglesa e l ngua portuguesa Vit ria da Conquista Edi es UESB 2009 OLIVEIRA M M Como fazer pesquisa qualitativa Petr polis Vozes 2007 OLIVEIRA M do S G neros textuais e letramento Revista Brasileira de Lingu stica Aplicada Belo Horizonte v 10 n 2 p 325 345 2010 Map
194. di es 70 1977 BARILLI R Ret rica Lisboa Editorial Presen a 1985 BARONAS R L Org An lise do discurso apontamentos para uma hist ria da no o conceito de forma o discursiva S o Carlos Pedro e Jo o Editores 2007 BARRETO R G Manual do professor In BARRETO Ricardo Gon alves Org Portugu s ensino m dio Cole o ser protagonista S o Paulo Edi es SM 2010 BARROS E M D de NASCIMENTO E L Um desafio para o formador de professores de l nguas a distribui o das vozes e a marca o das modaliza es nos g neros textuais Universidade Estadual de Londrina Dispon vel em lt www cce ufsc br clafpl 15 Eliana Elvira pdf gt Acesso em 10 fev 2013 BATISTA A A G Livros did ticos de leitura uma morfologia Revista Brasileira de Educa o Rio de Janiero n 20 p 27 47 m m 2004 Dispon vel em lt http www scielo br pdf rbedu n20 n20a03 pdf gt Acesso em 04 set 2012 Recomenda es para uma pol tica p blica de livros did ticos Bras lia MEC SEF 2001 Dispon vel em lt http www cipedya com web FileDetails aspx IDFile 154704 gt Acesso em 08 jul 2012 BAZERMAN C Systems of genres and the enactmente of social intentions In FREEDMAN A MEDWAY P Eds Genre and the new rhetoric London Taylor amp Francis 1994 p 79 101 Escrita g nero e intera o social In DION SIO Angela Paiva HOFFNAGEL Judith Chambliss Org S o Paulo Cortez 2007 In
195. dney Austr lia assim definiu os g neros textuais G neros s o formas nas quais as pessoas fazem as coisas por meio do seu uso da l ngua em contextos espec ficos Uma reda o acad mica um exemplo de g nero uma maneira socialmente aprovada na qual os estudantes mostram o que sabem o que podem fazer e o que aprenderam em 114 seu curr culo acad mico Quando rascunham suas reda es os escritores usam a l ngua em suas formas espec ficas de acordo com o objetivo e prop sito do g nero e a rela o entre o escritor e a audi ncia A forma que os escritores usam a l ngua em um g nero tamb m depende da expectativa do contexto em que est sendo produzido Escritores tamb m se valem de suas experi ncias pr vias com o g nero para produzir um novo texto Para o segundo apresentador Ken Hyland apud JOHNS et al 2006 p 235 da Universidade de Londres g nero refere se simplesmente a meios socialmente aceitos de utilizar a l ngua Isso um termo que todos usamos para agrupar os textos e representar como os escritores tipicamente usam a l ngua para responder e construir textos para situa es recorrentes Mais especificamente o g nero baseado na ideia de que os membros de uma comunidade usualmente tem pouca dificuldade em reconhecer similaridades nos textos que usam frequentemente e s o capazes de usarem em suas experi ncias repetidas de contextos espec ficos para lerem entenderem e talvez escreve
196. do ensino do portugu s nas escolas brasileiras A tradu o em portugu s da qual extra mos as partes reproduzidas a seguir est no livro G neros orais e escritos na escola a refer ncia completa est indicada na bibliografia no fim do volume FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 37 Al m do texto de Dolz e Schneuwly em MP1 encontramos o texto Considera es em torno do projeto de lei n 1676 99 de Jos Luiz Fiorin que se refere ao projeto de lei presente no pr prio t tulo desse artigo apresentado pelo deputado federal Aldo Rebelo que defende protege promove o uso do idioma restringindo o uso de estrangeirismo um extrato do livro da professora V ronique Dahlet professora associada do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia Letras e Ci ncias Humanas da Universidade de S o Paulo intitulado As man obras da pontua o usos e significa es em que se estuda o uso da pontua o em portugu s valendo se da an lise de textos jornal sticos brasileiros e de textos liter rios recentes al m de discutir o modo de as gram ticas de l ngua portuguesa tratarem a pontua o em grande parte insuficiente ou redutora e tr s textos dos linguistas P Charaudeau e D Maingueneau que discutem sobre as no es de g nero tipologia e modo de organiza o do discurso dirimindo d vidas conceituais Maruxo J nior 2013 coautor deste Manual diz que A publica o de estudos lingu sticos recentes faz
197. do professor n o deve ser uma c pia do livro do aluno com os exerc cios resolvidos necess rio que ofere a orienta o te rica informa es adicionais ao livro do aluno bibliografia e sugest es de leituras que contribuam para a forma o e a atualiza o do professor Os Crit rios recomendam ainda que o MP oriente o professor em rela o articula o dos conte dos entre si estabelecendo rela es com outras reas e sugira uma reflex o sobre a avalia o da aprendizagem Ademais propostas de atividades e de leituras para os alunos Com as novas edi es do PNLD todo o processo de avalia o de LD foi sendo aperfei oado Al m dos crit rios eliminat rios estabeleceram se tamb m crit rios classificat rios para cada uma das reas do conhecimento que foram inclu dos no Guia de Livros Did ticos e por extens o publicados nos editais de convoca o para inscri o de LD no processo de avalia o e sele o No PNLD1997 sob a dire o geral da Secretaria do Ensino Fundamental SEF do MEC nomeou se um coordenador para cada rea do conhecimento l ngua portuguesa matem tica hist ria geografia e ci ncia a fim de organizar a respectiva comiss o Para cada comiss o em m dia 25 professores especialistas com conhecimento sobre o ensino fundamental e experi ncia acad mica foram selecionados como avaliadores BEZERRA LUCA 2006 p 32 e trabalharam durante todo o ano de 1996 tornando se respon
198. do que aquele Um dos coautores do MP1 nos assegura isso quando diz que O manual do professor foi escrito antes de a cole o come ar a ser produzida Escrev lo dessa forma ajuda os autores a t lo como planejamento e guia para a escrita dos tr s volumes da cole o Os princ pios te ricos e metodol gicos apresentados no manual bem como o planejamento e a distribui o de todo o conte do da cole o s o decididos e planejados antes de os volumes serem escritos Isso garante para os pr prios autores que a coer ncia interna da cole o ser preservada e al m disso ajud los tamb m como guia de escrita MARUXO J NIOR 2013 Tomando como base o dito acima a produ o do MP poder preceder a do LD Isso refor a a defesa do nosso ponto de vista de que o MP de fato um g nero distinto e n o uma esp cie de subg nero Outro aspecto distintivo trata se de nos lembrarmos de a quem se destina cada um desses g neros Sabemos que como cita Lajolo 1996 p 03 o LD se destina a dois leitores a saber o aluno e o professor J o MP tem o professor como seu leitor potencial No caso de nossa pesquisa o professor de L ngua Portuguesa O leitor suposto um professor de ensino m dio que tem forma o em letras e um dom nio elementar de teorias lingu sticas e de estudos de linguagem Mencionamos e nos referimos por exemplo a bibliografias elementares normalmente utilizadas em cursos de letras Evitamos de
199. do quest es norteadoras sobre g neros a saber o que onde por que como e quem OLIVEIRA no prelo Esses aspectos favorecem o reconhecimento do MP como um g nero textual aut ntico e independente no que diz respeito a prop sitos situa o de uso ambientes de intera o e usu rios do g nero Posteriormente passamos s evid ncias especificadas acima mediante recortes de textos dos Manuais e da fala de seus usu rios num processo din mico e indutivo BARDIN 1977 orientado pelos objetivos de nossa pesquisa e pela abordagem te rica que adotamos em nosso estudo Esse processo permite nos examinar a cena e situa o de uso dos Manuais mediante a verifica o das circunst ncias de uso e intera o com outros g neros textuais Dada a versatilidade da abordagem de an lise e das categorias que selecionamos neste estudo estabelecemos a triangula o dos dados MAZZOTTI GEWANDSZNAJDER 1998 no sentido de apresentarmos como resultado de nossa pesquisa o m ximo de esclarecimentos sobre o MP e contribui es para a expans o futura de pesquisas sobre esse g nero e possivelmente aos que exercem o papel de produtores e s editoras que produzem e promovem a circula o de Colet neas Did ticas no Brasil Neste cap tulo situamos nosso objeto de estudo no mbito da Lingu stica Aplicada e discutimos a natureza qualitativa de nosso trabalho dentre outros aspectos da contextualiza o desta pesquisa No cap tulo
200. do s autor es da Colet nea Did tica CD a respeito do prop sito nem explica es relativas organiza o ret rica do MP Nossa posi o a de que esses dois ltimos constituintes tamb m fossem parte substantiva e essencial macroestrutura para o MP prevista no PNLD j que naturalmente n o h como fazer refer ncia ao MP no exemplar de uso do aluno Ao N o nosso interesse na an lise do MP seguir fielmente os movimentos ret ricos postulados por Swales 1990 no seu modelo de an lise de g neros denominado CARS 173 apresentarem o LD no manual do aluno o s autor es da CD se limita m essencialmente explica o da organiza o do LD e a import ncia de cada uma das partes que o constitui essa apresenta o portanto voltada mais para o aluno do que para o professor como podemos constatar na colet nea em que se encontra o MP2 174 Figura 4 Apresenta o de LD a estudante Prezado estudante No mundo em que vivemos a linguagem perpassa cada uma de nossas atividades individuais e coletivas Verbais n o verbais ou transverbais as linguagens se cruzam se completam e se modificam incessantemente acompanhando o movimento de transforma o do ser humano e suas formas de organiza o social A inven o e a populariza o do cinema do r dio e da tev nos conduziram era da informa o que em virtude dos avan os da inform tica tem como marca principal a aproxima o entr
201. do tem tico e as inst ncias respons veis pelas avalia es A an lise sob a tica dos mecanismos enunciativos requer portanto dois aspectos a distribui o das vozes e a marca o das modaliza es que apesar de distintos convergem para os mesmos resultados a responsabiliza o do que se enuncia A aprendizagem dos mecanismos de textualiza o e dos mecanismos enunciativos de suma import ncia tanto na leitura quanto na produ o textual j que de acordo com Bronckart 2006 p 156 uma oportunidade de se tomar conhecimento das diversas formas de posicionamento e de engajamento enunciativos constru dos em grupo de se situar em rela o a essas formas reformulando as o que faz com que esse processo contribua sem d vida alguma para o desenvolvimento da identidade das pessoas Ainda que o autor emp rico seja respons vel por tudo que dito e para isso pelas escolhas do g nero dos tipos de discurso das sequ ncias deve se considerar que a atividade de linguagem devido sua natureza semi tica baseia se necessariamente na cria o de mundos virtuais BRONCKART 2003 p 151 o mundo discursivo nesse mundo em que as opera es de responsabiliza o enunciativa s o processadas apesar de as representa es mobilizadas pelo autor ao empreender uma a o de linguagem acontecerem no mundo ordin rio isto o mundo real representado pelos agentes humanos Por isso
202. dolesc ncia in cio de juventude O MEC a partir desse programa esperava possibilitar a supera o das desigualdades de oportunidades educacionais a universaliza o do acesso e perman ncia dos adolescentes no ensino m dio a consolida o da identidade nesse per odo de forma o escolar com o devido respeito diversidade de sujeitos a oferta de aprendizagem significativa para jovens e adultos e o reconhecimento e a prioriza o da interlocu o com as culturas juvenis BRASIL 2011b p 08 O processo de forma o humana coletiva consolidado pela rela o entre trabalho ci ncia e cultura deve alimentar o projeto pol tico pedag gico de cada institui o escolar que segundo o PEMI 2009 p 09 tem a responsabilidade de Contemplar atividades integradoras de inicia o cient fica e no campo art stico cultural Incorporar como princ pio educativo a metodologia da problematiza o como instrumento de incentivo pesquisa curiosidade pelo inusitado e ao desenvolvimento do esp rito inventivo nas pr ticas did ticas Promover a aprendizagem criativa por um processo de sistematiza o dos conhecimentos elaborados como caminho pedag gico de supera o mera memoriza o Promover a valoriza o da leitura em todos os campos do saber desenvolvendo a capacidade de letramento dos alunos Fomentar o comportamento tico como ponto de partida para o reconhecimento dos deveres e direitos da cidadania
203. duz a ess ncia do sujeito no entanto exprime o que pertence a uma coisa espec fica e se predica no lugar dessa coisa Ap s essas considera es Arist teles apud PAVIANI et al 2008 p 175 defende que 52 o g nero o que se predica por ess ncia de m ltiplos sujeitos que diferem em esp cie e cumpre haver como predicados essenciais todos os termos de uma forma tal que se adequem com propriedade quest o que o sujeito que est na nossa frente Por exemplo no caso do homem se perguntamos quem a resposta com propriedade que um animal A pergunta est algo no mesmo g nero pois uma pergunta como essa situa se no mesmo mbito de pesquisa do g nero Uma vez demonstrado na controv rsia que animal o g nero de homem e tamb m de boi teremos demonstrado que ambos pertencem ao mesmo g nero mas se mostramos que animal o g nero de um e n o de outro teremos demonstrado que eles n o s o do mesmo g nero O g nero sob a tica aristot lica constitui se em um grupo de seres ou objetos que possuem propriedades comuns conforme significados mais espec ficos Esses grupos podem ser divididos em grupos menores esp cies Desse modo a universalidade do g nero enquanto conceito ou unidade l gica determinada como esp cie ao se acrescentar um novo atributo chamado diferen a espec fica PAVIANI et al 2008 p 175 Essas categorias g nero esp cie e diferen a
204. e Ampliou se a oferta aos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental de escolas p blicas e comunit rias os Estados passaram a n o ter a responsabilidade de participa o financeira nesse processo que passou ao controle decis rio para a FAE BRASIL 2012b O PNLD adquiriu continuidade quando tornou se responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o FNDE em 1997 na oportunidade de extin o da FAE Enquanto isso n o se efetivava esse programa sofreu comprometimento em diversas situa es Em 1992 para ilustrar com as limita es or ament rias reduziu se a abrang ncia de distribui o que implicou no atendimento at a ent o 4 s rie do ensino fundamental Em julho do ano seguinte com a Resolu o CD FNDE n 6 liberaram se recursos para a aquisi o de LD possibilitando a regulariza o na distribui o de livros aos alunos das redes p blicas de ensino Ainda nesse ano e em 1994 definiram se crit rios para avalia o dos 137 LD a partir da publica o de Defini o para Avalia o dos Livros Did ticos MEC FAE UNESCO Dicion rios de l ngua portuguesa foram distribu dos pela primeira vez atrav s do PNLD no ano de 2000 para alunos de 1 a 4 s rie Estabeleceu se no programa a meta de at 2004 todos os alunos do Ensino Fundamental receberem dicion rio Tamb m de modo in dito ainda nesse ano foram entregues os LD a serem utilizados no ano seguinte
205. e g neros textuais sobretudo nos estudos de Johns et al 2006 Bazerman 2011 201la e Miller 2011 Em termos metodol gicos uma pesquisa de natureza documental qualitativa e interpretativista realizada no mbito da Lingu stica Aplicada A gera o de dados foi realizada no decorrer dos anos 2012 e 2013 a partir da sele o de tr s MP avaliados pelo PNLD 2012 Nesse processo considerando a complexidade do estudo e a concep o te rica basilar de g neros que assumimos aqui fizemos tamb m uso de diferentes instrumentos entrevista com autor de CD atrav s de question rio via email e grupo focal com professores usu rios dos MP que se constituem como corpus dessa nossa investiga o Em termos composicionais nossa tese est organizada em sete partes Nas Considera es Iniciais tratamos de quest es relacionadas ao tema de nossa tese relev ncia deste trabalho ao objeto de estudo s quest es norteadoras e aos objetivos desta pesquisa No segundo cap tulo apresentamos a contextualiza o da pesquisa situando a no campo da Lingu stica Aplicada e refletindo sobre aspectos metodol gicos adotados neste trabalho a saber a abordagem da investiga o o tipo de pesquisa o objeto de estudo o contexto de uso os colaboradores a gera o de dados e as categorias e os procedimentos de an lise No terceiro cap tulo procuramos discorrer sobre as teorias de g neros textuais indicando que o estudo dos
206. e LD apontarem os fundamentos te rico metodol gicos que sustentam a sua cole o Consideramos importante assumir o MP como objeto de investiga o nesta pesquisa porque al m de praticamente inexistirem pesquisas cient ficas sobre esse objeto na perspectiva de g neros textuais os seus aspectos ret ricos t m muito a contribuir para o melhor aproveitamento do LD al m de possibilitar aos professores sobretudo aos que t m pouco acesso forma o continuada refer ncias de estudos lingu sticos atualizados e sugest es metodol gicas Ademais conhecer o MP o ambiente em que est situado e seus usu rios possivelmente abrir espa o para uma discuss o que ainda n o se estabeleceu no contexto de produ o e circula o desse g nero e que poder trazer contribui es substantivas a novas edi es de CD MP Isso tudo justifica a relev ncia da pesquisa do ponto de vista acad mico social e da forma o docente realizada e aqui apresentada 36 2 4 AMBIENTE INSTITUCIONAL Como os Manuais que constituem o corpus de nossa pesquisa circulam no mbito docente do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Rio Grande do Norte doravante IFRN IF passamos a discorrer sobre esse ambiente de pr ticas interativas O IFRN de acordo com Brasil 2013 nasceu em 23 de setembro de 1909 com o decreto que criou 19 Escolas de Aprendizes Art fices assinado pelo ent o Presidente Nilo Pe anha Portanto su
207. e atitudes que podem implicar o sistema de atividades humanas BAZERMAN 2011a medida que seus autores se utilizam de formas consolidadas parte delas orientadas pelos PNLD pelo uso em contextos espec ficos em termos pedag gicos profundamente ordenados nas realidades sociais dos professores que constituem a comunidade de falantes envolvidos no contexto tamb m contribuem com a organiza o dessas realidades Estamos entendendo MP como g nero n o somente considerando uma f rmula textual que lhe peculiar inclusive por ser sinalizada em edital de PNLD Reconhecer este 664 99 ou aquele texto como g nero x apenas calcado em elementos de natureza textual apresentar uma vis o reducionista do conceito de g nero Assumimos aqui uma concep o de g nero demarcada por uma compreens o ret rica sobre a qual tratam Johns et al 2006 Bazerman 2011 Swales 1990 Bhatia 2009 e outros te ricos afiliados abordagem sociorret rica que observam como a linguagem funciona socialmente e o modo como as pessoas agem em determinadas esferas sociais A an lise adiante pautada nos te ricos acima evidenciam marcas e especificidades que imprimem ao MP o status de g nero textual j que o Manual apresenta constitui o textual organiza o ret rica t picos e contexto de uso bastante espec ficos 171 6 2 CONHECENDO O MP ASPECTOS CONSTITUTIVOS Reconhecendo MP como g nero textual nossa pr xi
208. e atividades que aparecem no manual mas tamb m n o sempre E pelo que sempre observei desde o in cio de minha vida profissional bem antes de me tornar professora no IFRN n o uma pr tica dos professores no geral consultar o manual Prof 2 Tamb m comigo acontece isso nem sempre utilizo o manual do professor N O E MESMO UMA PR TICA COMUM Mas tamb m n o exclu do sempre de meus planejamentos Vez ou outra eu o utilizo e 214 juntamente com ele tamb m consulto outros materiais did ticos e principalmente artigos de revistas com estudos atualizados a partir disso que organizo meu plano de aula produzo slides elaboro atividade para os alunos e tamb m projetos a serem realizados no decorrer do per odo letivo alguns deles relacionados a pesquisas coleta de dados entrevistas semin rios e debates sobre temas espec ficos Prof 3 Nas situa es em que o MP utilizado particularmente em planejamento de aula acontece uma reuni o de g neros que assessoram o trabalho do professor As respostas acima indicaram que no exerc cio de suas atividades o professor faz uso de diversos g neros sendo alguns como leitor artigos informativos de revistas especializadas artigos cient ficos publicados em sites especializados em determinados assuntos livros de literatura especializada planos de aulas produzidos anteriormente Manual do Professor e outros como autor plano de aula slides atividade
209. e car ter propositivo e adapt vel realidade do professor Vale lembrar finalmente que todas as sugest es de atividades e encaminhamentos metodol gicos expostos o longo das unidades e dos cap tulos tanto no livro do aluno quanto como sugest o apenas para o a professor a constituem sugest es de atividades o a professor a enriquecer enormemente seu trabalho se puder valer se dessas sugest es bem como e talvez principalmente se as adaptar ao seu fazer did tico pedag gico aproximando as da realidade em que atua Vale dizer que todas as propostas do livro s o adapt veis s necessidades do a professor a que pode seguir a ordem proposta pelos autores em cada volume ou alter la de acordo com a sua realidade Assim poss vel seguir o livro p gina a p gina ou fazer escolhas decorrentes do planejamento elaborado pelo a professor a FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 04 188 Esse mesmo entendimento encontramos em MP3 Embora todos os documentos oficiais estabele am as grandes metas a serem alcan adas com a Educa o B sica cabe escola e particularmente ao professor decidir quais estrat gias favorecer o o desenvolvimento de habilidades e compet ncias em sala de aula ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 74 No MP2 apesar de trazer se es intituladas Sugest es de estrat gias e Sugest es gerais poss vel encontrar interlocu es nem sempre propositivas PROFESSOR PROGRAME S
210. e fala que as pessoas podem realizar e sobre os modos como elas os realizam G neros emergem nos processos sociais bem para coordenar atividades e compartilhar significados com vistas a seus prop sitos BAZERMAN 201la p 32 No centro de sua pesquisa Bazerman 201 1a defende que atrav s do texto al m de organizarmos nossas a es di rias criamos significa es e fatos sociais em um processo interativo tipificado em um sistema de atividades que encadeia significativamente as a es discursivas Como registram Bonini Biasi Rodrigues e Carvalho 2006 p 196 Bazerman 107 indica que o g nero deve ser compreendido como elo em um sistema de atividades Desse modo a sociedade percebida como um conjunto de rotinas realizadas por um conjunto de atividades e de g neros sobre os quais falaremos mais frente Em seu ensaio Atos de fala g neros textuais e sistemas de atividades Bazerman 2009 defende que a an lise dos textos de forma mais ampla passa pela observa o do que eles realizam na sociedade verificando os pap is que desempenham no desenvolvimento de atividades Tudo isso requer portanto a utiliza o de instrumentos conceituais e anal ticos em grande parte oriundos de estudos da lingu stica e da pragm tica sobretudo de contribui es sociol gicas e filos ficas de pesquisadores como Bourdieu 1991 Giddens 1984 Thomas 1923 e Searle 1969 Baseado nessas reflex es Bazerman traz para os estudos d
211. e g neros os conceitos de fatos sociais e atos de fala no sentido de compreender como os textos organizam atividades e pessoas Ele define g nero textual como fato social Fatos sociais s o as coisas que as pessoas acreditam que sejam verdadeiras e assim afetam o modo como elas definem uma situa o BAZERMAN 201la p 23 Isto tudo o que as pessoas consideram real deve ser considerado um fato social Desse modo elas agem baseadas nessa verdade de tal maneira que naturalmente isso afeta a linguagem O fato social influencia no dito e na consequ ncia do dito das pessoas Assim os enunciadores retomam formas repetidas de agir em situa es espec ficas firmando dessa maneira a realiza o de determinados atos Consequentemente ocasi es semelhantes consolidam formas tipificadas e por extens o reconhec veis facilitando o entendimento do que se pretende realizar Este processo de mover se em dire o a formas de enunciados padronizados que reconhecidamente realizam certas a es em determinadas circunst ncias e de uma compreens o padronizada de determinadas situa es chamado de tipifica o BAZERMAN 201la p 30 O processo de padronizar formas de comunica o e de situa es em que os interlocutores interagem recebe portanto o nome de tipifica o As tipifica es ou seja essas formas reconhec veis e autorrefor adoras BAZERMAN 2011a geram os g neros Entretanto tais fo
212. e letramento do professor Nessa rela o consideramos o MP no conjunto dos g neros catalisadores aqueles que favorecem o desencadeamento e a potencializa o de a es e atitudes consideradas mais produtivas para o processo de forma o tanto do professor quanto de seus aprendizes SIGNORINI 2006 p 08 Esse mesmo edital BRASIL 2009a ressaltou que seriam aprovados somente os MP que atendessem aos seguintes aspectos 1 explicitar os objetivos da proposta did tico pedag gica efetivada pela obra e os pressupostos te rico metodol gicos por ela assumidos 2 descrever a organiza o geral da obra tanto no conjunto dos volumes quanto na estrutura o interna de cada um deles 3 apresentar o uso adequado dos livros inclusive no que se refere s estrat gias e aos recursos de ensino a serem empregados 4 indicar as possibilidades de trabalho interdisciplinar na escola a partir do componente curricular abordado no livro 5 discutir diferentes formas possibilidades recursos e instrumentos de avalia o que o professor poder utilizar ao longo do processo de ensino aprendizagem 6 propiciar a reflex o sobre a pr tica docente favorecendo sua an lise por parte do professor e sua intera o com os demais profissionais da escola 7 apresentar textos de aprofundamentos e propostas de atividades complementares s do livro do aluno Tratando especificamente sobre o MP do LD de L ngua Portuguesa o refer
213. e nos d a liberdade de elaborar nosso material did tico e nem sempre utilizar o livro do aluno o fato de n s mesmos atualizarmos nosso projetos pedag gicos conforme a realidade de nossos alunos Afinal no que diz respeito ao n vel de ensino m dio estamos tamb m formando profissionais em reas espec ficas MODERADOR Ok Os senhores nessa intera o falaram sobre o uso do manual em planejamentos Otimo Ent o gostar amos de saber um pouco sobre este momento o do planejamento quando os senhores est o planejando aulas quais g neros leem quais g neros escrevem quais recursos utilizam Prof 4 Como disse quando vou utilizar alguma unidade did tica ent o o manual do professor participa do grupo de recursos que aciono Bom est o presentes em meu planejamento o livro did tico um ou outro livro especializado no assunto principal da aula artigo informativo ou cient fico pouco extenso porque acho importante trazer aos alunos informa es tamb m atualizadas embora com as devidas adequa es no momento de exp las anota es que fiz em aulas anteriores sobre esse tal assunto dicion rio Leio tamb m textos da revista Lingua Portuguesa da editora Segmento normalmente essa revista traz artigos bem interessantes e atuais sobre assuntos do Ensino M dio Ent o eu os aproveito bastante E em rela o ao que escrevo normalmente fa o um roteiro do que pretendo fazer naquela aula um pla
214. e para a ascens o em sua estrutura hier rquica de participa o 89 Essa concep o de comunidade recebeu diversas cr ticas pela dificuldade de reconhecer uma comunidade e ainda pelos crit rios utilizados em sua identifica o dif cil saber se ela ser identificada por exemplo pelo objetivo das pesquisas da comunidade pela metodologia de pesquisa pela frequ ncia de comunica o ou ainda pelas conven es discursivas compartilhadas HEMAIS BIASI RODRIGUES 2005 p 115 O pr prio Swales 2009 p 21 listou alguns problemas no conceito de comunidade discursiva Para ilustrar em rela o abrang ncia do conceito a que se deve aplicar a no o de comunidade discursiva universidade faculdade departamento ou grupo espec fico de um departamento E ainda em rela o circularidade o discurso definido pela comunidade ou a comunidade definida pelo discurso Para Swales 2009 p 198 nem todas as comunidades devem ser consideradas comunidades discursivas e nem todos os discursos se prestam a uma determinada comunidade At uma comunidade supostamente unida a partir de um nico t pico de interesse como uma sociedade internacional de estudos bakhtinianos pode n o ser identificada como uma comunidade discursiva se tiver prop sitos e perspectivas diferente de seus participantes SILVA 2005 Assim como defendida em 1990 Swales afirma que a concep o de comunidade discursiva tamb
215. e v rios povos e na es propiciada pela rede internacional de computadores a Internet Nesse mundo em movimento e em transforma o os estudos de linguagem ou de linguagens tornam se cada vez mais importantes por meio das linguagens que interagimos com outras pessoas pr ximas ou distantes informando ou informando nos esclarecendo ou defendendo nossos pontos de vista alterando a opini o de nossos interlocutores ou sendo modificados pela opini o deles pela linguagem que expressa toda forma de opini o de informa o e de ideologia Tamb m por meio da linguagem ou das linguagens que o homem tem se expressado no transcorrer da Hist ria registrando o resultado de suas ideias emo es e inquieta es em livros cient ficos ou filos ficos nas artes pl sticas na m sica na literatura enfim nas obras que constituem o rico acervo cient fico cultural que temos hoje disposi o Esta obra pretende ajud lo na desafiante tarefa de resgatar a cultura em l ngua portuguesa nos seus aspectos art sticos hist ricos e sociais e ao mesmo tempo cruz la com outras culturas e artes Assim coloca se o desafio de estabelecer rela es e contrastes com o mundo contempor neo por meio das diferentes linguagens em circula o o cinema a pintura a m sica o teatro a tev o quadrinho o cartum a inform tica etc e analisar os di logos que a literatura brasileira estabeleceu com outras literaturas b
216. eando os estudos sobre g nero textual trilhas de pesquisa e ensino no prelo ORLANDI E An lise do discurso princ pios e procedimentos Campinas Ed Pontes 2003a ORLANDI E A linguagem e seu funcionamento as formas do discurso 4 ed Campinas Ed Pontes 2003b PALMA C M de L Os g neros textuais na atividade empresarial da era digital 2004 162 f Disserta o Mestrado em Letras Universidade Federal de Pernambuco Recife 2004 PARODI G et al G neros del discurso en el Corpus PUCV 2006 crit rios definiciones y ejemplos In PARODI G Editor G neros acad micos y g neros profisionales accesos discursivos para saber y haver Ediciones Universitarias de Valpara so Calle 2008 PARODI G La organizaci n ret rica del g nero Manual Uma col nia encadenada In PARODI Giovanni Editor G neros acad micos y g neros profisionales accesos discursivos para saber y haver Ediciones Universitarias de Valpara so Calle 2008 PAVIANI J et al G neros textuais esferas profissionais e educa o Conex o comunica o e cultura UCS Caxias do Sul v 7 n 13 jan jun 2008 Dispon vel em lt http www ucs br etc revistas index php conexao article viewFile 159 150 gt Acesso em 02 jan 2013 P CHEUX M Sem ntica e discurso uma cr tica afirma o do bvio Campinas Editora da Unicamp 1995 1988 PELUSO M L O processo de avalia o do livro did tico uma aposta no futu
217. ecializados em linguagem at por quest es de natureza geogr fica ou mesmo financeira Ent o o manual que chega com o livro did tico em imagino eu todas as localidades do pa s j que faz parte de um programa de governo pode levar a professores em situa o de dificuldade de forma o continuada conhecimentos importantes atualizados que certamente ampliar o pelo menos minimamente suas possibilidades de ensino Prof 4 Eu tamb m vejo assim o manual como esse espa o para forma o continuada Inclusive j trabalhei com v rios manuais onde encontrei artigos que eu e muitos colegas j hav amos lido e vamos dizer assim nos alimentado formativamente deles desses artigos MODERADOR Ent o os senhores est o destacando que o manual pode colaborar com a forma o continuada do professor de acesso a pesquisas recentes a publica o dessas pesquisas n isso Prof 1 Isso MODERADOR Bom agora partindo de uma situa o em que o livro did tico ser o nico recurso did tico a ser utilizado em determinada aula Os senhores nessa situa o consideram a consulta ao manual do professor imprescind vel Prof 2 N o necessariamente Na maioria das vezes utilizo o livro sem recorrer ao manual porque costumo ignor lo mesmo N o tenho esse h bito de ler o manual todas as vezes que fa o uso do livro em sala de aula P4 Prof 1 Penso que indispens vel recorrer ao manual do profes
218. ecionado como dizem os pesquisadores n o pode ser tomada como representativa do conjunto da produ o did tica nacional no per odo da pesquisa situado entre 1866 e 1956 Pode entretanto ser tomada como um fragmento de um caso prov vel de uma biblioteca escolar que ao ser estudado permite apreender um retrato ainda que parcial da produ o editorial que circulava nas escolas em parte desse per odo sobretudo no republicano BATISTA et al 2004 p 33 As publica es listadas acima foram categorizadas por esses pesquisadores em dois tipos de livros escolares o das s ries graduadas e os livros isolados Estes pertencentes biblioteca da sala de aula ou da escola mais utilizados como paraescolares isto destinados a leituras recreativas Aqueles diretamente relacionados com a organiza o do sistema de ensino sobretudo as quatro s ries de ensino elementar e a alfabetiza o Na tentativa de marcarmos o nascimento do LD de L ngua Portuguesa nos moldes pelo menos semelhantes ao de hoje apresentamos alguns resultados de uma pesquisa que teve como corpus materiais escolares de em per odo semelhante ao apresentado por Batista et al 2004 a tese de Razzini 2000 que compreende o per odo de 1838 a 1971 da antologia nacional considerando Regulamentos Planos e Programas de Ensino do Col gio Pedro II Ela aponta o nascimento de fato do LD de l ngua portuguesa no Brasil para o in cio da d cada de 70 s cu
219. ectada do evento que lhe deu origem Ventola 1989 diz que a EPG imp e r gidos padr es sequenciais para est gios do texto que n o corresponde ao que acontece na linguagem natural al m disso a maior recursividade na din mica dos elementos lingu sticos presentes na realidade que vai al m do que a EPG estabelece Hasan 1995 rebate s cr ticas de Ventola considerando que qualquer teoria deve se realizar num contexto de generaliza o a fim de que se possa aplic la a todas as inst ncias de mesmo tipo de ocorr ncia Hasan 1995 tamb m responde cr tica de Martin Tomando como argumento Pierre Bourdieu mesmo autor utilizado por Martin para criticar a EPG assegurando que ela n o revela a individualidade e a din mica de cada evento particular que refutou a naturaliza o do conceito de subjetividade Motta Roth e Heberle 2005 p 27 registram que para Bourdieu qualquer a o humana inclusive o uso da linguagem de modo geral uma conjuntura um encontro de fatores causais independentes de um lado as disposi es socialmente modeladas que implicam uma certa propens o a falar e a dizer determinadas coisas o habitus lingu stico definido ao mesmo tempo como compet ncia lingu stica e capacidade social de usar essa compet ncia numa dada situa o e de outro lado as estruturas do mercado lingu stico que se constituem como um sistema de san es e censuras espec ficas a cada contex
220. efetivaram o Programa do Livro Did tico para o Ensino Fundamental PLIDEF finalizando desse modo o conv nio entre MEC e USAID Com o Decreto n 77 107 de 04 de fevereiro de 1976 o governo brasileiro se encarregou de comparar significativa parte dos livros para distribui los s escolas e s Unidades Federadas Com a extin o do INL nesse mesmo ano a Funda o Nacional do Material Escolar FENAME recebeu a responsabilidade de executar o programa do livro did tico com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da educa o FNDE e dos valores estabelecidos em contrapartida para as Unidades da Federa o Devido insufici ncia de recursos para atender a todos os alunos do Ensino Fundamental a grande maioria das escolas municipais exclu da do programa BRASIL 2012b Sete anos mais tarde uma nova mudan a institucional O governo criou em 1983 a Funda o de Assist ncia ao Estudante FAE que ocupou o lugar da FENAME Dessa substitui o resultou uma nova sequ ncia de cr ticas sobretudo pela centraliza o da pol tica assistencialista do governo FREITAG et al 1989 Na pauta das discuss es estavam o descumprimento do prazo de distribui o dos LD a press o pol tica das editoras e o 136 autoritarismo na escolha dos livros Em alguns Estados os professores naquela poca j faziam a escolha do livro A compra e a distribui o de LD no per odo militar sobretudo as pol ticas inst
221. eguinte ilustra o Esses dois procedimentos valorizam o dinamismo dos g neros Por exemplo as brochuras de firmas em tempos passados apresentavam produtos e servi os mas hoje destacam a possibilidade que a firma tem de manter contatos com outras firmas ou por outro lado seu papel como protetora do maio ambiente Caracteriza se assim a redefini o do prop sito 92 Em muitas situa es segundo Askehave e Swales 2001 o analista investigar o texto em seu contexto em vez de se limitar apenas an lise textual baseando se em metodologia de modalidades m ltiplas Outro aspecto importante discutido por Swales foi a necessidade de aplica es pedag gicas da defini o de g nero Ele entende naquele momento que esquemas formais devem ser ativados e desenvolvidos Isso n o significa que venham a ser como categorias r gidas em que os textos obrigatoriamente devem se enquadrar Partindo dessas considera es Swales descreve a introdu o de 48 artigos cient ficos em seguida expandido a 110 de 3 reas distintas sugerindo como ferramenta de an lise o que denominou de CARS creating a research space cujas categorias fundamentais s o chamadas de moves movimentos e re nem subcategorias de car ter optativo entre si os steps passos As regularidades moves na composi o dos textos se constituem a base desse modelo Os movimentos moves e os passos steps constituem portanto a estrutura ret
222. eitoria do IFRN IFRN ORGANOGRAMA DA REITORIA 36 fun es coa Soa EE REITORIA COMISS O DE PR REITORIA DE ENSINO PR REITORIA DE EXTENS O PR REITORIA DE PESQUISA E INOVA O PR REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Fonte www ifrn edu br Dos rg os que constituem a administra o do IFRN tr s deles possuem maior infer ncia na expans o regulamenta o e operacionaliza o das atividades desenvolvidas pelo instituto Conselho Superior Consup inst ncia m xima consultiva e deliberativa Conselho de Ensino Pesquisa e Extens o Consepex com fun es normativas consultivas e deliberativas sobre mat ria acad mica did tico pedag gica cient fica art stico cultural e desportiva e Col gio de Dirigentes com fun es normativas consultivas e deliberativas sobre mat ria administrativa Comp e tamb m a esfera administrativa do IFRN assessorando a Reitoria 5 cinco Pr Reitorias de Ensino de Extens o de Pesquisa e Inova o de Planejamento e Desenvolvimento e de Administra o 2 5 OS COLABORADORES DA PESQUISA Os sujeitos colaboradores desta pesquisa s o professores de L ngua Portuguesa do IFRN e um autor de colet nea did tica desta mesma rea de ensino isto pessoas que se 40 constituem como participantes da intera o em que o Manual do Professor est situado Nossa op o por escolher esses dois grupos de colaboradores se deu pela bu
223. elacionados escrita e leitura Considerando que o MP uma produ o que trata prioritariamente sobre o LD do aluno faz se necess rio consultar tamb m a macroestrutura desse LD Isso foi essencial compreens o da proposta da colet nea do MP3 Vejamos como est organizado o LD dessa colet nea Quadro 15 Organiza o did tica do LD de MP3 Cap tulos Literatura 1 Introdu o literatura 1 Arte literatura e seus agentes 2 Literatura uma linguagem 3 Literatura g nero I o pico e o l rico 4 Literatura g nero II o dram tico 5 Literatura express o de uma poca Literatura 2 Origens europeias 6 Literatura na idade m dia 7 Humanismo 8 Classicismo Literatura 3 A literatura no per odo colonial 9 Primeiras vis es do Brasil 10 Barroco 11 Arcadismo Gram tica 4 Linguagem 12 Linguagem e varia o lingu stica 13 Oralidade e escrita 14 A dimens o discursiva da linguagem Gram tica Gram tica Produ o textual Produ o textual Produ o textual Produ o textual 5 Linguagem e sentido 6 Introdu o aos estudos gramaticais 7 O discurso 8 Narra o e descri o 9 Exposi o e injun o 10 Argumenta o 185 15 A constru o do sentido 16 Efeitos de sentido 17 Recursos estil sticos figuras de linguagem 18 A gram tica e suas partes 19 A estrutura das palavras 20 Forma o de palavra I 21 Forma o de palavra II 22 Di
224. elam o que de fato o g nero textual representa j que a genre is a king of nexuses among the textual social and political dimensions of writing apud JOHNS et al 2006 p 239 um g nero um tipo de elo entre as dimens es textuais sociais e pol ticas da escrita No dizer de Tardy portanto o saber sobre g neros se d numa perspectiva multidimensional na qual se encontram os aspectos formais ret ricos processuais e tem ticos numa rela o de intera o e de complementa o m tua nesse sentido que se instala o olhar sobre a complexidade do estudo dos g neros embora como ressalta a especialista alguns aprendizes necessitem de um olhar particular sobre uma das dimens es for example for some learners and genres a focus on moves might be na appropriate starting point in other contexts na analysis of the rhetorical setting may provide a more useful foundation JOHNS et al 2006 p 240 por exemplo para alguns aprendizes e g neros um foco nas mudan as pode ser um ponto de partida apropriado em outros contextos uma an lise do ambiente ret rico pode fornecer uma informa o mais til No decorrer do tempo pessoas menos experientes v o apreendendo esses dom nios e participando da comunidade de pr ticas com destreza no uso dos g neros textuais 4 3 3 Da coleta s especificidades ret ricas tem ticas e formais dos g neros textuais Mary Jo Reiff da University of Tennessee ao participar do
225. em certamente nova para ele a respeito da pontua o ao ler um dos textos sugeridos como leitura complementar Em todos os casos ele poder aprender algo com o manual se assim o quiser e desejar MARUXO J NIOR 2013 Esses autores geralmente s o contratados por editoras de express o nacional para escreverem CD atendendo s diretrizes e orienta es estabelecidas por rg os governamentais O principal papel deles diz respeito produ o dessas CD cabendo editora investir em edi o e promover a divulga o e a comercializa o do produto Eles estabelecem v nculos com as editoras constituindo em certo sentido o time de nomes que muitas vezes tornam se o cart o postal de visitas a e de vendas de tais empresas Isto toda CD de cada autor publicada por uma mesma editora A primeira p gina da CD de MP2 logo 224 ap s a capa comprova que essa colet nea n o a nica desses autores publicadas na Editora Saraiva Figura 10 Contra capa da Cd de MP2 Wiliam Roberto Es licena e ado em Portugu s pela Univer na Liter ria pela Ur sidade de S o Paul ica Aplicada e An lise e do Discurso pela PUC J ede particular de ensino em S o Paulo capital Thereza Cochar Magalh es licenciada em Portugu s e Franc s pela FFCL de Arar 4 Liter rios pela Unesp de Are araquara SP de p blica de ensino err Araraquara SP Autores tamb m de Obras para o ensino fundamental Port
226. em como o di logo que as literaturas africanas de l ngua portuguesa t m estabelecido com a literatura brasileira Por meio de atividades sistematizadas e de roteiros de leitura pretende tamb m dar lhe suporte para a leitura e interpreta o de textos n o verbais como o cinema e a pintura prepar lo a para os desafios do Enem e dos vestibulares e oferecer lhe condi es para que produza com adequa o e seguran a textos verbais orais e escritos de diferentes g neros como um semin rio um debate um relat rio cient fico uma carta argumentativa de reclama o um poema um an ncio publicit rio um editorial um texto dissertativo argumentativo para o vestibular etc Al m disso tem em vista ajud lo a compreender o funcionamento e a fazer o melhor uso poss vel da l ngua portuguesa em suas m ltiplas variedades regionais e sociais e nas diferentes situa es sociais de intera o verbal Enfim este livro foi feito para voc jovem sintonizado com a realidade do s culo XXI que din mico e interessado deseja por meio das linguagens descobrir criar relacionar pesquisar transformar viver intensa e plenamente Um abra o Os Autores Embora n o seja objeto de an lise de nossa pesquisa percebemos que h nesse sentido uma lacuna nas exig ncias do PNLD a apresenta o do MP ao professor 175 Antes de conhecermos os aspectos do MP apontados no PNLD valendo nos dos movimentos ret ricos pr
227. ender a proposta pedag gica de abordagem dos conte dos e entendermos que postura te rico metodol gica precisamos assumir para desenvolver as reflex es propostas no livro NO ENTANTO ESSA N O UMA NECESSIDADE VAMOS DIZER PARA TODO MOMENTO TODOS OS DIAS Uma boa leitura do manual uma vez e outra j d a possibilidade de uso do livro por um certo tempo vamos dizer assim Afinal a experi ncia as leituras do professor sua forma o tudo isso d respaldo pr tica docente d a possibilidade de o professor avaliar a pertin ncia desta ou daquela atividade proposta no livro Prof 1 Acredito que a leitura do manual seja importante principalmente para o professor que n o tem muita experi ncia docente Prof 3 Tamb m vejo que o manual tem a dizer sobre o livro Afinal de contas ele n o existiria se n o fosse assim Acredito sim que bom ler o manual saber o que ele diz sobre aquela unidade did tica verificar se ele fala algo espec fico sobre os exerc cios propostos no livro do aluno e que vamos utilizar em alguma aula De repente aparece alguma coisa l no manual que n s professores n o temos conhecimento Ent o recorrer ao manual sempre que for utilizar o livro n o deve ser uma obriga o mas uma op o que o professor pode fazer uso e recomend vel que fa a nem que seja para confirmar o que ele j traz consigo como objetivo e abordagem N o que se tenha essa necessidade
228. ente para os professores novatos pouco experientes com pouca leitura uma leitura ainda limitada pelo fato do pouco tempo de exerc cio na vida docente Tem tamb m o fato de os manuais trazerem ndices de institui es que avaliam o ensino no Brasil no mundo Isso importante tamb m que chegue ao conhecimento dos professores E os manuais s vezes cumprem esse papel Inclusive alguns manuais n o somente veem ndices oficiais mas tamb m artigos que analisam esses ndices e publicam isso tudo MODERADOR Ok Bom os senhores j comentaram penso que nos primeiros momentos de nosso grupo focal sobre a quest o da falta de atratividade do manual da necessidade de uma organiza o visual de recursos que despertem a aten o do professor para a leitura Foi isso Gostar amos que os senhores apresentassem como veem a organiza o editorial multimodal multissemi tica do MP Se do jeito como est atualmente nos manuais j melhorou em rela o a per odos anteriores por exemplo 10 anos atr s ou se continua deixando a desejar nesse sentido Ent o esta a quest o a organiza o editorial do MP atrativa provoca no professor desejo de l lo Prof 2 N o atrativo o manual N o h por exemplo gravuras Muito texto poucos quadros Nesse aspecto SOU BEM PRAGMATICA Nosso escasso tempo exige que o manual seja funcional e n o uma antologia de textos te ricos Prof 1 A maioria dos manuais n o
229. ento para dialogar com o tema da unidade FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 06 Propostas das unidades Ao longo das unidades sugere se que os alunos se envolvam em trabalhos coletivos de produ o de texto algumas vezes designados neste manual e no livro do aluno como projetos de leitura e escrita FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 07 1 Considerando o quantitativo de p ginas de cada MP que torna invi vel anexar cada um deles na parte p s textual desta tese optamos por transcrever alguns trechos para melhor ilustrar nossa an lise 192 Trabalhos coletivos sugeridos nas unidades Cada proposta de trabalho coletivo iniciada com atividades de introdu o na se o de abertura da unidade Para come o de conversa e se fecha com as atividades da se o E a conversa chega ao fim FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 08 Estrutura dos cap tulos As seguintes se es estruturam os cap tulos dos volumes Essa estrutura favorece determinada metodologia de trabalho com a l ngua e com os textos como o a professor a poder perceber FARACO MOURA MARUXO JUNIOR 2010 p 22 Descri o e objetivos das se es dos cap tulos T tulo do cap tulo O t tulo remete ao g nero ou tipo de texto cujo estudo predomina ao longo do cap tulo e d pistas a respeito do trabalho final a produ o escrita FARACO MOURA MARUXO JUNIOR 2010 p 05
230. erman 2007 2011 Bhatia 1993 2004 2009 Johns et al 2006 Marcuschi 2008 2011 Meurer Bonini e Motta Roth 2005 Parodi 2008 Schneuwly e Dolz 2004 Signorini 2006 dentre outros protagonizaram as 58 novas tend ncias de estudos ainda em ascens o no Brasil e no exterior no sentido de buscar compreender a constitui o e o funcionamento dos g neros na sociedade orientando e dando significado as situa es de intera o Tanto no Brasil principalmente ap s a publica o dos PCN BRASIL 1998 quanto no estrangeiro BHATIA 1997 HYLAND 2002 not vel o n mero de campos cient ficos e profissionais interessados nesse tema Pode se dizer hoje que est o inclinados a discutir quest es relacionadas aos g neros entre outros cr ticos liter rios ret ricos soci logos jornalistas cientistas cognitivistas O g nero passou a ser uma no o central na defini o da pr pria linguagem um fen meno que se localiza entre a l ngua o discurso e as estruturas sociais possibilitado di logos entre te ricos e pesquisadores de diferentes campos e ao mesmo tempo trazendo elementos conceituais vibializadores de uma ampla revis o de todo o aparato te rico da lingu stica MEURER BONINI MOTTA ROTH 2005 p 08 Nas pesquisas em Lingu stica Aplicada sobretudo no campo da an lise descritiva e interpretativa estudiosos t m se dedicado a examinar a fun o social interativa discursiva e ideol gi
231. esentes no corpus de nossa pesquisa sobre os quais trataremos na se o seguinte julgamos importante examinar se os autores apresentaram o MP fazendo men o ao prop sito e organiza o textual dessa parte do LvP e se estabeleceram uma intera o propositiva ou impositiva e de aproxima o com professor isto se trataram o professor de fato como interlocutor importante na cena em que o MP se realiza capaz de se posicionar de fazer sua pr pria an lise e de selecionar a CD mais adequada sua pr tica pedag gica Essas observa es nos permitir o perceber os apelos ret ricos usados no g nero MP como nos indicaram os estudos de Reiff apud JOHNS et al 2006 O MP antes de iniciar a introdu o apresenta carta dos autores da CD endere ada ao professor como se o prevista em seu sum rio intitulada Palavra ao professor a Nessa se o percebemos que os autores estabelecem certa aproxima o com seu interlocutor ou seja procuram se valer de recursos lingu sticos que revelam o Manual como ambiente de intera o j que reconhece a voz do professor como interlocutor como veremos adiante Essas marcas de intera o evidenciam a percep o autoral do professor como leitor ativo como que colegas de rea dos autores do MP uma vez que s o indicativas de proximidade como se pode constatar atrav s da utiliza o de sauda o inicial e vocativo presentes na carta Nes
232. eses ao longo do s culo XVI poss vel afirmar que o velho do Restelo representa o pr prio poeta Por qu J em MP1 percebemos 18 refer ncias bibliogr ficas voltadas somente ao professor MP3 dedica grande espa o do manual para sugerir leituras tamb m ao professor Em cada um dos eixos que constitui como j vimos praticamente cada qual um manual a parte 203 encontramos a se o Sugest es de leitura organizada em 2 duas subse es Para come ar a refletir e Montando a sua estante Na primeira as autoras do MP3 publicam textos alguns na ntegra relacionados concep o dos estudos de cada campo tem tico geral que comp e o LD literatura gram tica e produ o de texto respectivamente textos de Tzvetan Todorov M rio Perini e Schneuwly e Dolz Na segunda subse o uma lista de refer ncias bibliogr ficas cada uma acompanhada de uma breve explana o sobre o objeto central propulsor uma sinopse S o portanto para compor a estante do professor sugeridas a leitura de 30 trinta livros relacionados literatura 26 vinte e seis a estudos lingu sticos e 20 vinte produ o de texto Completam essa lista indica es de 2 duas revistas e 3 tr s sites que trazem artigos sobre a l ngua portuguesa e seu ensino Para observarmos a organiza o visual dada ao assunto em curso segue se a primeira p gina de cada uma das subse es Figura 7 Sugest es de leitur
233. estudo dos g neros Fases na an lise de g neros propostas por Bhatia Modelos hier rquicos de comunica o N mero de cole es e de livros do PNLD 2012 C digo das cole es e dos livros de L ngua Portuguesa N mero de cole es ou volume nico de livros por editora Categorias de classifica o dos LD no PNLD 1998 Organiza o did tica do LD de MP3 Prop sitos do MP Grupos de pesquisa do IFRN 22 38 40 42 43 48 53 57 98 101 148 149 151 155 184 216 220 Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 LISTA DE FIGURAS Reitoria do IFRN Organograma da Reitoria do IFRN Manuais analisados nesta pesquisa Apresenta o de LD a estudante Sum rio de MP3 Sugest o de atividade MP2 Sugest es de leitura MP3 Sugest es de livros MP3 Matriz para avalia o de produ o textual MP3 Contra capa da CD de MP2 37 39 171 174 181 202 204 205 207 224 LISTA DE ABREVIA ES E SIGLAS ACD An lise Cr tica do Discurso AD An lise do Discurso ADD An lise Dial gica do Discurso AP Artigo de Pesquisa CD Colet nea Did tica CENPEC Centro de Estudos e Pesquisas em Educa o Cultura e A o Comunit ria EaD Educa o a Dist ncia EF Ensino Fundamental EJA Educa o de Jovens e Adultos EM Ensino M dio EP Educa o Profissional FD Forma o Discurs
234. etectamos a tipifica o a forma se aplica de um fen meno ou evento para outro e epercebemos similaridades de forma muito f cil mas o que o conceito de tipifica o nos induz a ver al m das similaridades de forma s o as similaridades de conte do ou subst ncia e as similaridades de a o MILLER 2011 p 34 Para ela as similaridades de subst ncia e as similaridades de forma possibilitam similaridades de a o e o conceito de tipifica o corresponde a esses tr s n veis Sobre a possibilidade de utiliza o da teoria dos g neros no ensino de l ngua materna Miller 2011 p 40 diz podem fazer do g nero o fundamento para o ensino de l ngua materna quer na escrita na fala ou em outros modos e esses conceitos s o engajamento e motiva o Os g neros devem proporcionar meios para que os estudantes se engajem em tarefas comunicativas e ao mesmo tempo e pelo mesmo motivo deveriam prover meios para a motiva o dos alunos como falantes escritores pintores ou blogueiros enfim sejam quais foram os g neros que estejam sendo ensinados a eles Para ela o professor a partir de uma abordagem sobre g neros ter uma maneira particular de planejar o curr culo que certamente considerar os g neros j conhecidos pelos alunos a fim de que passem a ter consci ncia das tipifica es sociais pr prias do mundo como esses alunos conhecem Em seguida considerando as tarefas curriculares ou os objetivos de
235. extual e discute as no es de textualidade coer ncia e coes o bem como os fatores pragm ticos associados textualidade Esse quadro conceitual apli cado an lise de reda es elaboradas por candidatos ao curso de Letras da UFMG no vestibular de 1983 o que d obra um car ter pr tico que pode auxiliar o trabalho dos professores envolvidos com a pr tica de produ o de textos e sua avalia o A comunica o nos textos de Norma Discini S o Paulo Contexto 2005 Com base em v rios textos de ampla circula o artigos de jornal cartuns tiras humor sticas an ncios etc a autora prop e uma s rie de exerc cios destinados a orientar a produ o escrita O car ter pr tico dessa obra faz com que seja um instrumento til para a pr tica pedag gica An lise de textos de comunica o de Dominique Maingueneau 4 ed Tradu o de Cec lia P de Souza e Silva e D cio Rocha S o Paulo Cortez 2005 Um dos principais te ricos da an lise do discurso Do minique Maingueneau faz nesse livro a an lise de v rios PRODU O DE TEXTO Fundamenta o te rico metodol gica 67 Ao apresentar sugest es para composi o da estante do professor as autoras do MP3 ressaltam dois aspectos relevantes amplia o de sua forma o e aux lio na defini o de estrat gias de abordagem e discuss o dos v rios aspectos envolvidos no processo de ensino aprendizagem da l ngua portuguesa na escola
236. fessor diz que O manual do professor deve visar antes de mais nada a orientar os docentes para um uso adequado da obra did tica constituindo se ainda num instrumento de complementa o did tico pedag gica e atualiza o para o docente Nesse sentido o manual deve organizar se de modo a propiciar ao docente uma efetiva reflex o sobre sua pr tica Deve ainda colaborar para que o processo de ensino aprendizagem acompanhe avan os recentes tanto no campo de conhecimento do componente curricular da obra quanto no da pedagogia e da did tica em geral BRASIL 2009a p 21 Estamos entendendo pol ticas p blicas como conjunto de a es coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais configurando um compromisso p blico que visa dar conta de determinada demanda em diversas reas Expressa a transforma o daquilo que do mbito privado em a es coletivas no espa o p blico GUARESCHI et al 2004 p 180 166 O texto acima revela que o MP deve apresentar recomenda es ao professor acerca do uso do LD e lhe possibilitar caminhos para a sua forma o continuada medida que contribui para a organiza o do ensino favorece o estudo do professor para o aperfei oamento dos conhecimentos espec ficos sua rea e de sua pr tica pedag gica sem comprometer a sua autonomia como profissional Por isso mais adiante discutimos sobre o MP como tecnologia de forma o docente inserida no processo d
237. focal pretendemos saber dos professores se o MP poderia contribuir com a sua forma o continuada elaboramos uma quest o para observarmos o que diz o autor sobre a publica o de estudos lingu sticos em Manuais A pergunta seguinte investiga se no entendimento do autor o Manual deve ser consultado pelo professor sempre que planejar a utiliza o do LD em sala de aula Depois focalizamos a denomina o deste g nero Quando realizamos um estudo piloto sobre os MP de julho de 2012 a fevereiro de 2013 antes de selecionarmos aqueles que tomamos como corpus de nossa pesquisa percebemos que algumas editoras denominam de Manual do Professor toda CD endere ada ao professor ou seja o conjunto formado pelo LD acrescido do comp ndio que traz esclarecimentos sobre o LD que estamos chamando nesta pesquisa de MP E esse comp ndio recebe dentre outras uma das seguintes denomina es Guia do Professor Guia de Recursos Suporte do Professor Ent o verificamos do autor sua percep o sobre a nomenclatura mais adequada e a raz o de sua escolha por Manual do Professor se se trata de simplesmente seguir a nomenclatura especificada no PNLD 2012 Finalizando o question rio pedimos que o autor indicasse um diferencial do MP de sua colet nea e que discorresse sobre esse aspecto 2 7 2 Grupo focal Conforme j falamos nossa op o por gerar dados atrav s de grupo focal n o foi a nossa primeira op o Pretend am
238. gress o did tica do LD Se a cole o did tica concebida como manual isto um livro para ser seguido p gina a p gina a utiliza o pelo professor do manual do professor t o necess ria quanto o para os alunos a utiliza o do livro do aluno Al m disso pelas raz es j apresentadas anteriormente se o professor n o compreende os princ pios que orientam a concep o da obra did tica como poder tirar melhor proveito dela Este mesmo coautor quando responde a nossa pergunta sobre a adequa o do termo Manual do Professor a esse g nero refor a sua vis o O manual algo para se ter sempre m o para ser consultado lido usado diariamente Nesse sentido o termo manual bem adequado MARUXO J NIOR 2013 O Prof 3 citou um aspecto que merece destaque a leitura do manual importante para o professor pouco experiente De fato o profissional rec m formado que n o teve durante sua forma o muito contato com a pr tica profissional poder necessitar de algumas pistas que est o propostas no MP naturalmente muito mais do que um professore experiente Ademais o manual sugere leituras exclusivas para o professor e isso tamb m uma possibilidade de forma o continuada para esse professor menos experiente desde que ele seja autodidata Para G rard e Roegiers 1998 apud MARCUSCHI 2001 p 140 o MP tem dentre outras fun es de forma o o objetivo o de contribuirem
239. hegou sala de aula particularmente na disciplina de L ngua Portuguesa podemos dizer que certo apesar de escolarizado e muitas vezes estar limitado caracteriza o identifica o de elementos que os constituem Sem falarmos que poss vel encontrar tamb m realidades em que os g neros textuais s o apenas pretextos para o estudo de alguma categoria de gram tica geral Tal situa o aferra se tamb m a nosso ver no fato de que pesquisas sobre genericidade ADAM HEIDMANN 2011 uma preocupa o relativamente recente nos mbitos lingu sticos No bojo da diversidade dos g neros textuais percebemos que alguns ainda s o pouco pesquisados dentre eles destacamos o Manual do Professor doravante MP o qual elegemos como objeto de estudo desta tese H ainda pouca informa o sistematizada sobre esse g nero do dom nio did tico apesar de ser segundo Parodi 2008 p 170 um dos g neros que maior impacto apresenta em certas reas da educa o profissional assim como em cursos pr universit rios A natureza prim ria do estudo desse g nero j evidencia a relev ncia de nossa pesquisa em termos cient ficos e por extens o sociais Conhecer o MP seu funcionamento dentro da situa o para a qual se reporta as potencialidades gen ricas que o atravessam ADAM HEIDMANN 2011 p 21 o que precisamos para refor ar o seu efetivo prop sito Esse conhecimento nos permite tamb m
240. i o do LD assegurando ao MEC recursos para distribui o gratuita de 51 milh es de livros em 3 anos nos 3 n veis de ensino a saber o prim rio o secund rio e o superior Foram contempladas nessa distribui o de livros escolas normal comercial agr cola industrial e as das institui es militares Al m disso a COLTED realizou cursos de treinamento e bolsas de estudo em territ rio nacional e no exterior para professores e t cnicos de diversas reas profissionais Se por um lado a COLTED recebeu in meras cr ticas de educadores brasileiros j que ao MEC e ao SNEL coube apenas a responsabilidade de execu o e USAID todo o controle do programa da comiss o FREITAS 2007 por outro proporcionou o crescimento expressivo do mercado editorial brasileiro As cr ticas se fundamentavam sobretudo no fato de a USAID organizar todo o processo t cnico de fabrica o dos livros elabora o ilustra o editora o e distribui o e orientar as editoras brasileiras no processo de aquisi o de direitos autorais de editores estrangeiros demarcando no dizer de Romanelli 1999 a defesa dos neg cios americanos no Brasil Para alterar esse quadro o Minist rio da Educa o atrav s da Portaria n 35 de 11 de mar o de 1970 criou o sistema de coedi o de livros com as editoras nacionais sob a administra o do INL rg o que assumiu as atribui es da COLTED e passou a gerenciar os recursos financeiros que
241. ia as perguntas que voc s querem ver respondidas em rela o ao que cada livro pode oferecer Por que escolher um livro O que pretendemos de um LD Por que o livro X Para qu Para quem Com que consequ ncias pr ticas poss veis Em seguida o Guia BRASIL 2011b p 14 apresenta uma lista de perguntas que podem ser feitas ao livro did tico que ser substitu do para cotejar o n vel de in satisfa o com ele A sele o de conte dos adequada A sequ ncia com que s o apresentados obedece progress o da aprendizagem planejada por sua escola O conjunto dos conte dos assim como o tratamento did tico dado a eles adequado para o seu aluno e est de acordo com o curr culo A linguagem clara e precisa O texto das explica es acess vel para os alunos As atividades se preocupam em ajudar o aluno a entender o texto das li es O livro do professor contribuiu o suficiente para um melhor uso do material Para complementar discorre sobre os pressupostos de Fran ois Marie G rard e Xavier Roegiers 1988 no sentido de motivar a equipe que escolher o livro a estabelecer um di logo com pesquisadores de LD Esses pedagogos belgas afirmam que independente da rea o LD deve atender a expectativas tanto do aluno quanto do professor Para o aluno esses especialistas defendem que o livro deve a realizar a transmiss o de conhecimentos sem se apegar a abordagem tradicional de ensino aprendizagem q
242. ial no estudo da abordagem semiodiscursiva dos g neros do discurso conforme a AD que procura relacionar discursiviza o ideologia e subjetividade na dimens o das intera es e perceber como discursos estabelecem conflu ncia e se entrecruzam nos diversos espa os de intera o socioideol gicos mediados por g neros Para Maingueneau 2005 central na AD o entendimento de que o interdiscurso precede e constitui o discurso Ao considerar o primado do interdiscurso ele afirma que um discurso nasce nas brechas da rede interdiscursiva isto um discurso introduz outro como um simulacro tradu o depreciativa de um valor de um discurso oponente reproduzindo enunciados dos outros discursos em suas pr prias categorias gerando a rela o pol mica Apesar de dedicar estudos s rela es pol micas o autor n o reduz o interdiscurso a elas como esclarece o conceito de campo discursivo um conjunto de forma es discursivas que se encontram em concorr ncia delimitam se reciprocamente em uma regi o determinada do A no o de arquivo oriunda da L Arch ologie du savoir A arqueologia do saber de Foucault 2004 e aplicada AD Para um estudo mais espec fico sobre essa no o indicamos a leitura dessa obra de Foucault 2004 e tamb m os textos de P cheux 1995 Charaudeau Maingueneau 2004 e Maingueneau 2006 2008 70 universo discursivo Concorr ncia deve ser entendida da mane
243. icas e situacionais que se fundem como resposta ret rica a demandas situacionais Mencionando o posicionamento de Bitzer sobre g neros Miller 2009 p 23 diz dia a dia ano a ano situa es compar veis ocorrem levando a respostas compar veis Essas respostas compar veis tamb m chamadas de formas recorrentes s o cristalizadas e tende m a funcionar como uma restri o sobre qualquer nova resposta na forma Miller 2011 p 2011 distingue as no es de texto e g nero entendendo g nero como uma quest o de acordo social enquanto que o texto se trata do material determinado um modo de materializa o de um enunciado ou de um trecho de discurso verbal Logo texto e g nero s o dom nios diferentes Ao analisar a teoria de Miller Marcuschi 2004 p 18 destaca que os discursos enquanto g neros consolidados v o se firmando em conven es sociais recorrentes sempre reproduzidas e at ritualizadas que obt m os mesmos efeitos em situa es similares Atrav s do processo de tipifica o s o elaboradas as condi es de recorr ncia analogias e similaridades na teoria de Miller Nesse sentido ela afirma que o sujeito cognitivo socialmente moldado Al m disso o sentido n o um fen meno subjetivo mas sim um fen meno social tudo bem que o sentido esteja na mente mas boa parte do que est na mente chegou at l vindo de algum lugar fora dela e s acho que n o devemos perder
244. icial cotidiana e dadas condi es espec ficas para cada uma das esferas da comunica o verbal geram um dado g nero ou seja um dado tipo de enunciado relativamente est vel do ponto de vista tem tico composicional e estil stico O estilo indissociavelmente vinculado a unidades tem ticas determinadas e o que particularmente importante a unidades composicionais tipo de estrutura o e de conclus o de um todo tipo de rela o entre o locutor e os outros parceiros da comunica o verbal rela o com o ouvinte ou com o leitor com o interlocutor com o discurso do outro etc O estilo entra como elemento na unidade de g nero BAKHTIN 1997 p 284 A rela o entre g nero e estilo est profundamente vinculada sobretudo ao conceito de enunciado concreto Bakhtin 2003 para isso distingue frase ora o de enunciado Considera a ora o bem como a palavra como uma unidade da l ngua e por isso um 81 recurso lingu stico virtual Desse modo n o tem autor e deve ser reconhecida como elemento neutro desprovido de aspectos expressivos ou emotivo valorativos J o enunciado ele considera uma unidade real de comunica o que remete a uma situa o concreta isto uma express o individualizada da inst ncia locutora no enunciado que o locutor em rela o ao objeto de seu discurso e ao seu interlocutor revela sua subjetividade a express o emotivo valorativa O autor entende que
245. icos do FNDE da SEF do Centro de Estudos e Pesquisas em Educa o Cultura e A o Comunit ria CENPEC e do Centro de Alfabetiza o Leitura e Escrita CEALE da Faculdade de Educa o da UFMG refletiram sobre crit rios de avalia o contexto educacional brasileiro concep o de livro did tico descompasso constatado entre as expectativas do PNLD e as dos professores da rede de ensino rela es de depend ncia do setor editorial para com o PNLD Ibidem p 49 BATISTA 2001 p 09 Al m desses aspectos tamb m debateram sobre operacionaliza o e otimiza o do processo de avalia o e de escolha do LD pelos professores conforme Bezerra amp Luca 2006 p 32 O resultado dessas discuss es foi publicado pelo MEC em 2001 Recomenda es para uma Pol tica P blica de Livros Did ticos Dentre as observa es expressivas de que trata inicialmente esse documento assinala Batista 2001 p 19 No campo da produ o editorial constata se que o PNLD demarcou padr es de melhor qualidade para os livros did ticos brasileiros A simples inscri o de livros no PNLD deixou de significar que estes seriam automaticamente oferecidos s escolas para escolha O percentual de livros recomendados tem aumentado as editoras que est o participando do processo de avalia o desde 1997 v m ampliando progressivamente o n mero de livros recomendados e reduzindo os exclu dos Al m da renova o da produ o did tica brasilei
246. id tico Portanto N O PODE DESDIZER O QUE EST ESCRITO NO LIVRO O manual deve apresentar ao professor as bases te ricas seguidas pelo autor da colet nea did tica e como e porque o livro did tico foi organizado da forma em que est Deve tamb m apresentar sugest es de atividades de modo geral ou particularizando as por unidade did tica ou objetivo did tico Penso tamb m que no apresentar concep es o manual poderia tamb m publicar pequenos artigos cient ficos al m de indicar leituras cient ficas como normalmente faz Aqueles artigos que encontramos em revistas especializadas em jornais especializados ou em sites poderiam tamb m vir em manual de professor Prof 1 Sim sim embora n o seja o local por excel ncia o manual do professor pode servir tamb m como espa o para o professor se aperfei oar se atualizar conhecer novas refer ncias sobre estudos lingu sticos Prof 3 De fato quest es e pesquisas recentes poderiam aparecer mais nos manuais Isso manteria o professor atualizado Pelo menos parte de determinado artigo cient fico uma sinopse uma resenha enfim o manual pode melhorar nesse sentido 262 Prof 2 Tamb m penso que o manual como disse a colega mesmo n o tendo como principal objetivo poder contribuir com a forma o continuada do professor E deve inclusive porque em nosso pa s H MUITOS PROFESSORES QUE N O T M ACESSO ESPECIALIZA O nem mesmo a livros esp
247. ido edital BRASIL 2009a p 24 disse que no processo de avalia o e sele o observaria se o manual 1 explicita a organiza o da obra os objetivos pretendidos a orienta o te rico metodol gica assumida para os estudos da linguagem e em particular para o ensino de L ngua portuguesa 2 sugere atividades complementares em fun o dos objetivos pretendidos 167 3 apresenta indica es de consulta a uma bibliografia especializada que contribua para a reflex o do professor face a seu trabalho a favor da educa o lingu stica 4 relaciona a proposta did tica da obra aos documentos norteadores e organizadores do ensino m dio 5 apresenta propostas que auxiliam o trabalho de avalia o e de autoavalia o do professor e do aluno Portanto o MP do LD de L ngua Portuguesa n o somente realiza uma explana o do LD no sentido de destacar as concep es pedag gicas e as relativas aos estudos de linguagem assumidas no projeto autoral do LD desenvolvendo para isso o necess rio aporte te rico como tamb m agencia novas atividades e recursos que concorram para o letramento do professor e do aluno As orienta es do MP quando adequadas realidade pedag gica certamente possibilitam o melhor aproveitamento dos estudos encaminhados aos alunos no LD Este cap tulo discutiu dentre outros aspectos pol ticas p blicas de LD e marcos da valoriza o da L ngua Portuguesa Isso nos permitiu reconhece
248. idos na d cada de 20 per odo em que ainda estavam vivos Voloshinov e Medvedev tamb m participantes do C rculo Muitos estudiosos consideram Bakhtin como precursor de expressivas constru es te ricas embora v rias abordagens por exemplo sobre g neros tenham chegado a resultados antes j encontrados por ele sem consultar suas ideais bvio que ele Bakhtin disse antes muitas das coisas que se veio a dizer depois Ocorre por m que os p steros quando come am a dizer desconheciam aquele j dito de forma que n o partiram diretamente dele a rela o que se estabelece com Bakhtin nesse processo de reordena o de uma concep o te rica de discurso antes de interlocu o produtiva de que de percursoridade FARACO 2001 p 28 Bakhtin 2003 apesar de n o se constituir no ponto de partida dos estudos ocidentais e mesmo sendo anterior a muitos deles influenciou significativamente os estudos lingu sticos de modo geral sobretudo ao apresentar uma concep o hist rico discursiva do sujeito e da compreens o da linguagem sob o vi s dial gico Como diz Morato 2004 p 330 uma boa express o de uma teoria social forte aplicada ao entendimento da no o de intera o com influ ncia decisiva em v rios dom nios e tend ncias te ricas da Lingu stica sem d vida representada por Bakhtin e seu C rculo Bakhtin entende que as intera es verbais est o profundamente vinculadas s
249. imento novo que por conseguinte contribui para o desenvolvimento destes outros dom nios ZYNGIER VIANA MENEZES 2007 p 165 A natureza multidisciplinar da LA requer que a vejamos de modo ampliada ao n vel de quest es de uso da linguagem na escola ou em um contexto social mais amplo 31 CAVALCANTI 1986 p 09 Logo seu objeto de estudo a linguagem como pr tica social nesse sentido que Lopes 2006 p 96 diz que se quisermos saber sobre linguagem e vida social nos dias de hoje preciso sair do campo da linguagem propriamente dito ler sociologia geografia hist ria antropologia psicologia cultural e social etc Esse mesmo autor afirma que a LA contempor nea deve ser compreendida n o como disciplina mas como rea de estudos na verdade como reas tais como estudos feministas estudos queer estudos sobre negros estudos afro asi ticos etc LOPES 2006 97 ressaltando a natureza h brida da LA Nessa discuss o cabe ressaltar tamb m que Em uma LA que quer falar vida contempor nea essencial n o a teoriza o elegantemente abstrata que ignora a pr tica mas uma teoriza o em que teoria e pr tica sejam conjuntamente consideradas em uma formula o do conhecimento na qual a teoriza o pode ser muito mais um trabalho de bricolage tendo em vista a multiplicidade dos contextos sociais e daqueles que os vivem LOPES 2006 p 101 Em fun o disso j n o se entende mais a
250. intera es sociais e nesse composto relacional se inserem as situa es enunciativas os processos dial gicos os g neros discursivos e a dimens o estil stica dos g neros A intera o verbal para ele a realidade fundamental da l ngua enquanto que o discurso se constitui no modo pelo qual os sujeitos produzem essa intera o isto um modo de produ o social da l ngua Ibid Assim como assegura Bakhtin 2003 p 127 a l ngua constitui um 79 processo de evolu o ininterrupto que se realiza atrav s da intera o verbal social dos locutores A linguagem resultado de um processo que se instaura coletivamente a partir da intera o verbal entre sujeitos de determinado grupo social encarregados de criarem e recriarem um sistema de significados relacionados a vis es de mundo Nesse sentido a l ngua assume novos valores e ideias conforme os grupos sociais que a usam deixando de ser vista como algo imposto que vem de fora ou uma atividade destitu da de sentido SANTOS 2012 p 38 A intera o verbal impreterivelmente essencial realiza o da linguagem A esse respeito Brait 2002 p 134 diz O conceito de intera o n o apenas se instala de maneira definitiva na concep o de linguagem que vai originar o que estamos denominando an lise dial gica do discurso mas vai anunciar tamb m a possibilidade e mesmo a necessidade de se pensar formas discursi
251. interdepend ncia entre eles isto um v nculo estreito entre a subjetividade do sujeito e o mundo objetivo Nesse sentido o sujeito torna se mais que observador ele integra o pr prio conhecimento mediante o processo de interpreta o frente aos fen menos Al m disso o objeto apresenta significados e estabelece rela es a partir de suas a es Logo n o considerado neutro Conforme asseguram Mazzoti e Gewandszanadjer 1998 p 151 a maior parte das pesquisas qualitativas se prop e a preencher lacunas no conhecimento sendo poucas as que se originam no plano te rico da serem essas pesquisas frequentemente definidas como descritivas ou explorat rias Essas lacunas geralmente se referem compreens o de processos que ocorrem em uma dada institui o grupo ou comunidade 33 Como indicam os autores citados apesar de se ter a inten o de compreender uma realidade espec fica isso n o impede esse tipo de pesquisa de apresentar contribui es para a produ o de conhecimento e que sobre o foco do pesquisador fundamental que ele tenha consci ncia do estado da literatura produzida sobre o tema para que seja poss vel sugerir quest es significativas e n o abordadas exaustivamente Atendendo ao paradigma que adotamos em nossa pesquisa sobretudo para compreendermos o g nero Manual do Professor por completo e isso implica considerar tamb m as circunst ncias de produ o e circula o optamo
252. ional pode al m de servir de ref gio ensinar a lidar com as adversidades da vida e evocar muitas emo es sobretudo ao nos tornarmos leitores de poesia De certo modo as autoras se projetam assim e tamb m veem os professores nesse n vel isto o envolvimento docente no ensino de literatura entranhado por essa mem ria apaixonante de leituras Contudo elas apontam que essa n o a realidade dos alunos J os alunos quando perguntados sobre suas mem rias de leitura quase sempre falam primeiro dos livros de que n o gostam da dificuldade de chegar ao fim da cobran a da prova Para eles cada vez mais a leitura uma atividade escolar E por assim dizer aparece associada a uma s rie de pr ticas pouco ou nada prazerosas como provas de verifica o relat rios fichas de leitura ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 05 183 Ent o as autoras do MP3 prop em o reconhecimento dos objetivos associados s aulas de literatura no EM e depois de refletirem um pouco sobre eles apresentam um dos prop sitos de sua CD Quando como leitores nos voltamos para a frui o dos textos estamos usando o livro como um alimento para a nossa imagina o Quando buscamos um texto para resgatar informa es sobre o contexto est tico cultural social e pol tico em que foi escrito estamos nos valendo do seu poder de expandir a nossa mem ria ele nos abre as portas para o passado Esses dois objetivos estimular a frui
253. ira mais ampla inclui tanto o confronto aberto quanto a alian a a neutralidade aparente etc MAINGUENEAU 2005 p 36 Nesse sentido outros dois conceitos s o igualmente importantes para especificar a no o de interdiscurso o de universo discursivo e o de espa o discursivo O primeiro compreende o conjunto das forma es discursivas de todos os tipos de discurso que estabelecem rela o de intera o em dada conjuntura bastante amplo e por isso n o poder ser concebido na sua globalidade s devendo ser aproveitado para definir campos discursivos O ltimo diz respeito delimita o de subconjuntos do campo discursivo determinando rela es fundamentais entre pelo menos duas forma es discursivas MAINGUENEAU 1989 Para a AD s o relevantes os discursos autorizados relacionados a uma fonte de legitima o que Maingueneau 1993 p 56 designa de comunidade discursiva grupo ou organiza o de grupos em que s o produzidos textos Essa legitima o se dar porque um conjunto de posicionamento enunciativos o arquivo retrata a rela o entre funcionamento textual e identidade de um grupo Em outras palavras como indica Furlanetto 2002 p 85 toda pr tica discursiva se d numa rela o de arquivo a comunidade discursiva uma inst ncia legitimando a outra A comunidade discursiva o grupo que gera os textos do arquivo O arquivo portanto parte integrante d
254. is comum entre os exemplares de um mesmo g nero institucionalizando essas caracter sticas ao inv s de dar a an lise do g nero um procedimento criativo inovador e explor vel Sobre a versatilidade dos g neros Bhatia 2009 afirma que acontece em diferentes n veis como modelo ret rico que especifica a rela o entre texto e contexto em sentido estrito entre o uso da linguagem e o que possibilidade isso e entre l ngua e cultura em sentido amplo Se tomarmos como ponto de partida para a an lise de g neros o prop sito comunicativo relacionado a uma situa o ret rica espec fica observamos que o construto dos g neros se estabelece em duas frentes 1 numa vis o mais geral dos usos da l ngua e 2 numa vis o mais espec fica de sua realiza o Isso se aplica inclusive a partir da no o de prop sito comunicativo tanto pode se realizar em termos gerais quanto pode ser limitado a determinado n vel e situa o tanto pode haver um nico prop sito comunicativo como um bem detalhado conjunto de prop sitos comunicativos Dependendo do n vel de generaliza o e do detalhamento em que o prop sito comunicativo especificado pode se chegar condi o de identificar o status de um g nero em particular bem como o uso que ele faz das conven es do g nero BHATIA 2009 p 164 Em s ntese os prop sitos comunicativos formados em distintos n veis de generaliza o na concep o acima poder ide
255. itas porque s o 84 inesgot veis as possibilidades da multiforme atividade humana sobretudo em rela o s suas esferas sociais espa os de regulariza o e significa o social dos g neros do discurso nos quais os g neros se constituem e funcionam Neste cap tulo detivemo nos em apresentar diversas perspectivas do estudo de g neros textuais da abordagem cl ssica atual com exce o da abordagem sociorret rica sobre a qual falaremos no cap tulo seguinte conforme j anunciamos 85 4 ESTUDO DOS G NEROS NA CONCEP O SOCIORRET RICA O objetivo deste cap tulo apresentar os estudos sociorret ricos dos g neros textuais principal abordagem te rica que fundamenta esta pesquisa Inicialmente apresentamos os estudos de Swales e Bhatia da Escola Brit nica e Miller e Bazerman da Escola Norte Americana de tradi es ret rica e sociol gica Para finalizar as considera es sobre g neros de especialistas que participaram da Confer ncia de 2005 da Associa o Internacional de Lingu stica Aplicada doravante AILA que aconteceu em Madison Wisconsin dentre os quais destacamos Reiff por apresentar um m todo para an lise de g neros que assumimos mais adiante na an lise de nosso objeto de estudo A perspectiva sociorret rica em termos gerais tem como escopo analisar g neros textuais assumindo os como a es sociais que materializam uma classe de eventos compartilham prop sitos co
256. itivos de Vygotsky e estudos sobre as complexas rela es entre g nero e poder de Fairclough SILVA 2005 Askehave e Swales 2001 a partir de an lises sobre a maleabilidade dos g neros a multiplicidade de poss veis objetivos as varia es transculturias de nomenclatura e considerando que nem sempre os prop sitos s o claros perceberam algumas fragilidades no conceito inicial Entre membros de uma mesma comunidade discursiva poss vel encontrar discrep ncias a respeito da identifica o de prop sitos H g neros com o mesmo prop sito mas diferentes em rela o a aspectos formais organiza o textual al m de que h textos id nticos ou bastante semelhantes com prop sitos comunicativos bastante distintos Ainda que reconhe amos as conven es de certos g neros segundo esses autores poderemos rever o que se apresenta como tradicional e fazer uso deles com finalidades diversas como acontece 91 em texto de humor e em par dia Como recorda Silva 2005 isso nos conduz ao conceito de re accentuation de Bakhtin em Os g neros do discurso 1953 1997 segundo o qual novas vers es de nosso repert rio podem ser oferecidas para efeitos de humor ironia e jogos verbais Para ilustrar Askehave e Swales 2001 citam o g nero lista de supermercado em que se evidencia lembrar o que necess rio comprar como prop sito aparentemente bastante evidente Esses autores indicam que h quem fa a a lista
257. itu das nos anos 1966 1971 e 1976 foram marcadas por quest es nefr lgicas relacionadas censura a aus ncia de liberdade democr tica e a perspectivas pol ticas que foram obrigatoriamente impostas nos LD Nos termos de Miranda e Luca 2004 Neste contexto particular destaca se o peso da interfer ncia de press es e interesses econ micos sobre a hist ria ensinada na medida em que os governos militares estimularam por meio de incentivos fiscais investimentos no setor editorial e no parque gr fico nacional que exerceram papel importante no processo de massifica o do uso do livro did tico no Brasil Cabe destacar que a associa o entre os agentes culturais e o Estado autorit rio transcendeu a organiza o da produ o did tica e envolveu rela es de car ter pol tico ideol gico cujas repercuss es sobre o conte do dos livros did ticos foram marcantes sobretudo pela perspectiva de civismo presente na grande maioria das obras bem como pelo est mulo a uma determinada forma de conduta do indiv duo na esfera coletiva Pelo Decreto n 91 542 de 19 de agosto de 1985 o PLIDEF foi substitu do pelo Programa Nacional do Livro Did tico PNLD que apresentou significativas mudan as a saber os professores passaram a indicar o LD iniciou se uma pol tica de reutiliza o e de banco de LD eliminando o livro descart vel e especificando condi es de produ o a fim de que o material did tico tivesse maior durabilidad
258. iva IFRN Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Rio Grande do Norte ISD Interacionista Sociodiscursiva LA Lingu stica Aplicada LD Livro Did tico LP L ngua Portuguesa LvP Livro do Professor MEC Minist rio da Educa o MP Manual do Professor MP1 Manual do Professor 1 corresponde ao primeiro manual analisado MP2 Manual do Professor 2 corresponde ao segundo manual analisado MP3 Manual do Professor 3 corresponde ao terceiro manual analisado Prof 1 professor colaborador da pesquisa n mero 1 Prof 2 professor colaborador da pesquisa n mero 2 Prof 3 professor colaborador da pesquisa n mero 3 Prof 4 professor colaborador da pesquisa n mero 4 RN Rio Grande do Norte 2 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 7 1 2 7 2 2 7 3 3 1 3 2 3 2 1 3 2 2 3 2 3 3 2 4 3 25 4 1 4 1 1 4 1 2 4 2 4 2 1 4 2 2 4 3 SUM RIO CONSIDERA ES INICIAIS CONTEXTUALIZA O DA PESQUISA MP NO CAMPO DA LINGU STICA APLICADA A ABORDAGEM QUALITATIVA DE PESQUISA MP COMO OBJETO DE ESTUDO AMBIENTE INSTITUCIONAL OS COLABORADORES DA PESQUISA O CORPUS INSTRUMENTOS DE GERA O DE DADOS E PROCEDIMENTOS DE AN LISE O question rio O grupo focal Procedimentos de an lise CONCEP ES DE G NERO TEXTUAL DOS ESTUDOS CL SSICOS S PERSPECTIVAS ATUAIS ENTRE A RET RICA E A LITERATURA PANORAMA CL SSICO DA NO O DE G NERO PERSPECTIVAS CONTEMPO
259. l s vezes o tempo mesmo que ele n o disp e suficientemente E como tempo tamb m uma quest o muito relativa acredito que se o manual trouxesse uma organiza o mais din mica que n o sei profundamente descrever mas sei que h profissionais que trabalham pra isso o professor daria um jeito e iria ler mais o manual Prof 4 Vejo naturalmente que como profissionais temos interesse de encontrar contribui es para a melhoria constante de nossa pr tica docente Mas PRECISO HAVER UMA ESP CIE DE CONVITE PARA A LEITURA DO MANUAL s vezes compramos e lemos um livro de algum conte do espec fico de linguagem quando esse livro foi indicado ou citado ou comentado em algum congresso por exemplo A o que eu digo aconteceu um convite Claro as editoras fazem a divulga o brilhantemente mas os divulgadores n o d o conta de tudo das cole es naturalmente Ent o o manual ou o exemplar da colet nea que entregue ao professor deve apresentar elementos convidativos leitura do manual MODERADOR Isso ent o os senhores est o demonstrando que o manual do ponto de vista da organiza o gr fica editorial ainda n o est num padr o convidativo e atrativo leitura embora se comparado com manuais de por exemplo uma d cada atr s j obteve avan o significativo nesse aspecto Prof 1 Sim isso MODERADOR Muito bem Passamos agora para a quest o final de noss
260. l Central e outras atrav s de v deo confer ncia tecnologia que possibilita o contato visual e interacional em termos lingu sticos entre os professores que se encontram em campus diferentes em diversas regi es do Estado do RN em algumas reuni es tamb m participam gestores e alunos Considerando que o IFRN desde 2006 encontra se em processo de expans o e j chegou aos extremos de cada parte do Estado nem sempre poss vel reunir professores no mesmo lugar Nessa oportunidade s o realizadas exposi es sobre programa da disciplina em Projeto Pedag gico de Cursos e outros documentos institucionais processo de corre o de provas de produ o textual da sele o de alunos e n cleo estruturante G neros como debate e abertura de per odo letivo al m de exposi o oral sobre diversas raz es s o muito comuns no ambiente de v deo confer ncia O n cleo estruturante composto por representa es do grupo de professores de LP de cada campus e tem como objetivo mediar as discuss es em torno dos programas da disciplina LP nas diversas modalidades integrado integrado EJA subsequente e superior e nos diversos cursos ofertados no IFRN Nesse ambiente de intera o al m do programa da disciplina LP encontramos Projetos Pedag gicos e outros g neros relacionados a documentos oficiais que tratam sobre diretrizes curriculares para o Ensino M dio e orienta es referentes ao Ensino Superior Outro ambiente de intera o
261. la interrompa sua solid o Alguns meses mais tarde no vag o de animais que a conduz a Auschwitz Dongo desaparece mas Charlotte ouve uma outra voz a do Alceste o misantropo que lhe explica em que consiste o inferno para o qual ela se dirige e lhe mostra o exemplo da solidariedade No campo outros her is sedentos do absoluto lhe fazem uma visita Electra Don Juan Ant gona Uma eterni dade mais tarde de volta Fran a Delbo sofre para voltar vida a luz cegante de Auschwitz varreu toda ilus o proibiu a imagina o declarou falsos os rostos e os livros at o dia em que Alceste retorna e a arrebata com sua palavra Em face do extremo Charlotte Delbo descobre que as personagens dos livros podem se tornar companheiras confi veis As criaturas do poeta ela escreve s o mais verdadeiras que as criaturas de carne e osso porque s o inesgot veis por essa raz o que elas s o minhas amigas minhas companheiras aquelas gra as s quais estamos ligados a outros seres humanos na cadeia dos seres e na cadeia da hist ria N o vivi nada t o dram tico quanto Charlotte Delbo tampouco conheci as agruras da depress o descritas por John Stuart Mill no entanto n o posso dispensar as palavras dos poetas as narrativas do ro mancistas Elas me permitem dar forma aos sentimentos que experimento ordenar o fluxo de pequenos eventos que constituem minha vida Elas me fazem sonhar tremer de inquietude ou me dese
262. la mejora del proceso de ensefianza aprendizaje Creemos que esta investigaci n podr estimular profesores en lo tocante a la importancia y no obligatoriedad de consultas peri dicas a los Manuales autores en lo que se refiere a establecer una interlocuci n m s personalizada con sus lectores potenciales y en el sentido de aclarar a n m s las facetas del libro did ctico y editoriales sobre todo en lo que se relaciona a la editoraci n para que el Manual del Profesor sea m s atractivo Palabras clave G nero textual Manual del profesor Dominio did ctico Lingu stica Aplicada CONVEN ES DE TRANSCRI O ADOTADAS pausa breve pausa longa MAI SCULAS altera o de voz com efeito de nfase supress o de trecho da transcri o original incompreens vel fala incompreens vel coment rio do analista ou complementa o feita por ele Quadro 1 Quadro 2 Quadro 3 Quadro 4 Quadro 5 Quadro 6 Quadro 7 Quadro 8 Quadro 9 Quadro 10 Quadro 11 Quadro 12 Quadro 13 Quadro 14 Quadro 15 Quadro 16 Quadro 177 LISTA DE QUADROS Pesquisas publicadas nos ANAIS do V SIGET Modalidades de cursos ofertados no IFRN Perfil dos professores participantes da pesquisa Caracteriza o geral dos MP Instrumentos de pesquisa Perguntas e objetivos previamente elaborados para o Grupo Focal Classifica o dos g neros conforme Arist teles S ntese das tend ncias atuais do
263. legitima o e para o crescimento da produ o nacional BRASIL 2012b Mas somente em 30 de dezembro de 1938 no governo de Get lio Vargas atrav s do Decreto Lei n 1 006 constitui se a CNLD que estabeleceu de fato a primeira pol tica de legisla o e de controle de produ o e circula o do livro did tico Essa comiss o era composta por sete membros sendo dois deles especializados em 134 metodologia das l nguas tr s em metodologia das ci ncias e outros dois em metodologia das t cnicas Nenhum deles poderia ter v nculo comercial com editoras do pa s ou do exterior BRASIL 2012a O artigo 10 desse Decreto Lei estabelece as atribui es da CNLD Art 10 Compete Comiss o Nacional do Livro Did tico a examinar os livros did ticos que lhe forem apresentados e proferir Julgamento favor vel ou contr rio autoriza o de seu uso b estimular a produ o e orientar a importa o de livros did ticos c indicar os livros did ticos estrangeiros de not vel valor que mere am ser traduzidos e editados pelos poderes p blicos bem como sugerir lhes a abertura de concurso para a produ o de determinadas esp cies de livros did ticos de sens vel necessidade e ainda n o existentes no pa s d promover periodicamente a organiza o de exposi es nacionais dos livros did ticos cujo uso tenha sido autorizado na forma desta lei Para Freitag et al 1987 essa Comiss o exercia mais a fun o
264. letramento e forma o do professor S o Paulo Par bola Editorial 2006 SILVA E L da MENEZES E M Metodologia da pesquisa e elabora o de disserta o 4 ed rev atual Florian polis UFSC 2005 SILVA J M SILVEIRA E S Apresenta o de trabalhos acad micos normas e t cnicas Petr polis Vozes 2011 SILVA M C da A no o de g neros em Swales revisitando conceitos Recorte Revista de Linguagem Cultura e Discurso ano 2 n 3 jul dez 2005 SILVA V M de A Teoria da literatura Coimbra Almedina 1993 SOARES E Curso normal caminhando no percurso da forma o dos educadores In MARCUSCHI Elizabeth Forma o do educador avalia o amp curr culo Recife Universit ria 1999 p 13 50 SOARES M Concep es de linguagem e o ensino de l ngua portuguesa In BASTOS Neusa Barbosa Org L ngua portuguesa hist ria perspectiva e ensino S o Paulo EDUC 1998 SOUSA J M Os jesu tas e a Ratio Studiorum as ra zes da forma o de professores na Madeira Madeira Islenha 2003 Dispon vel em lt http www3 uma pt jesussousa Publicacoes 31 OsJesuitaseaRatioStudiorum PDF gt Acesso em 20 out 2011 SOUZA E G de G neros textuais na perspectiva da educa o profissional 2008 Tese Universidade Federal de Pernambuco Recife 2008 SOUZA E C A de O g nero requerimento na perspectiva sociorret rica an lise da produ o de graduandos no ambiente acad mico administra
265. liberadamente tudo o que n o seja absolutamente necess rio boa utiliza o do livro MARUXO J NIOR 2013 Portanto o MP um g nero endere ado ao professor de uma rea espec fica que no primeiro momento interessa se em conhecer como determinada CD est organizada a fim de adot la e depois ao adot la procura compreender os princ pios que orientam a abordagem dos assuntos e das atividades encontrados no LD 170 Certos manuais escolares inclusive s o chamados de Livro do Professor LvP O LvP n o se limita apresenta o de respostas tamb m o espa o em que o autor explica as concep es te ricas que fundamentaram a feitura de seu LD estabelecendo di logo com o leitor privilegiado o professor Em outras palavras coloca as cartas sobre a mesa E essa apresenta o dos bastidores do LD se d exatamente no MP que normalmente comp e a ltima parte do LvP isto uma esp cie de ap ndice do material que constitui o livro do aluno Nesse sentido podemos dizer que o MP como assegura Hyland apud JOHNS et al 2006 p 235 ao definir g nero textual n o somente se incorpora realidade social pedag gica mas tamb m as constr i instaurando pouco a pouco certa familiaridade entre o autor e os leitores que formam a audi ncia Ou seja observamos que o MP se constitui em um recurso ret rico em que ocorrem pr ticas sociais de linguagem nas quais seus produtores assumem posi es
266. lo XX pelo menos no prot tipo que conhecemos recebendo delineamentos das mudan as educacionais decorrentes do governo da ditadura militar e da publica o da LDB e da Lei 5 692 71 que estabeleceu diretrizes para o ensino de 1 E 2 Graus revogada pela Lei 9 394 96 importa destacar no entanto que nas d cadas de 50 e 60 os conte dos gramaticais e os textos liter rios j apareciam em um nico manual Na primeira metade do manual a gram tica na segunda metade uma antologia como na cole o did tica de Raul Moreira Lellis que dominou o 129 ensino nos anos 50 em seguida gram tica e textos integrados o texto usado como base para o estudo da gram tica como nos manuais publicados nos anos 60 SOARES 1998 p 55 Desse modo o ent o manual para aulas de Portugu s j n o mais um livro de textos e assume um comp ndio de gram tica voltado ao saber necess rio a cada ano escolar Como consequ ncia dessa nova organiza o resultam a sele o de conte dos gramaticais ao processo de ensino e aprendizagem para cada ano escolar sendo norteados pelos textos Z program ticos E necess rio sublimar dois aspectos caracterizadores do contexto escolar at ent o primeiro somente a elite tinha acesso escola segundo escola cabia o ensino gramatical normativo Como n o se atingiu a meta de alfabetiza o em massa estabelecida mais veementemente a partir da Constitui o de 1946
267. m dio como posto na cita o a seguir que apresenta os Conhecimentos de literatura como disciplina aut noma marcada por especificidades n o consideradas pelos PCN do EM que incorporaram a literatura no estudo de linguagem sob a alega o de que a linguagem como espa o dial gico traz uma perspectiva maior e que envolve inclusive a literatura Embora concordemos com o fato de que a literatura seja um modo discursivo entre v rios o jornal stico o cient fico o coloquial etc o discurso liter rio decorre diferentemente dos outros de um modo de constru o que vai al m das elabora es lingu sticas usuais porque de todos os modos discursivos o menos pragm tico o que menos visa a aplica es pr ticas Uma de suas marcas a condi o lim trofe que outros denominam transgress o que garante ao participante do jogo da leitura liter ria o exerc cio da liberdade e que pode levar a limites extremos as possibilidades da l ngua Na defesa pois da especificidade da literatura torna se necess rio agora ratificar a import ncia de sua presen a no curr culo do ensino m dio import ncia que parece ter sido colocada em quest o assim como atualizar 187 as discuss es que t m sido travadas desde os ltimos PCN BRASIL 2012 p 49 Ao constatarmos essa diferen a ret rico organizacional do MP3 em rela o ao MP1 e ao MP2 no que concerne organiza o do LD segundo os eixos que
268. m elemento instrucional que d o passo a passo ao professor Ele deve promover a reflex o do docente sobre sua pr tica apontando poss veis caminhos que possam contribuir para a melhoria do processo ensino aprendizagem Prof 3 Em s ntese o manual deve orientar o professor na utiliza o do livro did tico de modo a otimizar os recursos de que o livro j disp e Para isso deve apresentar quadros com os conte dos com esclarecimentos sobre os g neros sugest es de atividades e de avalia o Mas deve ter cor provocar entusiasmo despertar a curiosidade e o desejo de l lo tanto quanto se procura fazer com o pr prio livro em rela o ao aluno Prof 2 Acredito que deva possibilitar acesso a uma s rie de esclarecimentos sobre a perspectiva te rico metodol gica assumida pela LD e de orienta es coerentes a esse perspectiva que ampliem as possibilidades de leituras reflex es por parte dos professores sobre o seu fazer docente prof 1 O manual deve ser antes de qualquer coisa coerente com o livro did tico Portanto N O PODE DESDIZER O QUE EST ESCRITO NO LIVRO O manual deve apresentar ao professor as bases te ricas seguidas pelo autor da colet nea did tica e como e porque o livro did tico foi organizado da forma em que est Deve tamb m apresentar sugest es de atividades de modo geral ou particularizando as por unidade did tica ou objetivo did tico Penso tamb m que no apresent
269. m ao aprimoramento de todos os eventos do processo inscri o triagem avalia o escolha aquisi o e distribui o de livros did ticos do PNLD Dentre as observa es acerca dos procedimentos de inscri o e triagem est o n o aceitar livros j classificados em duas edi es do programa como n o recomendados e ou exclu dos os que receberam uma dessas categorias ao se inscreverem novamente deveriam apresentar as modifica es efetuadas pelo respons vel editorial atrav s de documento anexado obra e a elimina o de material did tico de editoras que ludibriaram as escolas com a entrega de edi es diferentes daquelas que foram inscritas e avaliadas em PNLD anterior Chegou se conclus o de que os livros did ticos deveriam assumir uma metodologia de ensino dentre outros olhares voltada para o desenvolvimento das capacidades cognitivas Naturalmente considerando as limita es decorrentes do pr prio desenvolvimento ou de graus de complexidade al m da especificidade do conte do objeto do processo de ensino e aprendizagem que permita a obten o de exerc cio com n veis mais amplos de abstra o e de generaliza o da percep o das rela es entre saberes adquiridos ou prestes a serem adquiridos com as pr ticas sociais E que d condi es ao aluno de revelar o saber acumulado para que isso sirva ao professor frente ao conte do a ser ensinado BATISTA 2001 p 45 O documento Recomenda
270. m implica es para o processo de ensino e aprendizagem escolar N o que a referida escolha se constitua em uma senten a irrevog vel de uso e n o permiss o de posterior reavalia o e substitui o O livro escolhido portanto deveria ser utilizado criticamente e conforme as particularidades dos objetivos pedag gicos 146 No processo de escolha do livro did tico fundamental o conhecimento das quatro regras b sicas que organizaram todo o programa a saber A primeira com base no PNLD 2012 diz respeito ao prazo legalmente estabelecido para o uso do livro did tico que de tr s anos correspondente ao interst cio de PNLD voltado para o ensino m dio Optar por um livro nesse sentido deve ser resultado de uma discuss o em equipe visto que determinado ano escolar poder nesse per odo receber a reg ncia de mais de um professor A segunda regra se refere segunda op o de livro did tico que deve ser assinalada pelo professor O professor deve n o somente escolher um livro mas tamb m selecionar com o mesmo rigor que usou para o primeiro um segundo livro O PNLD prev que diante de algum impasse na negocia o do FNDE com a editora e o s autor es a ponto de n o ser efetuada a compra do material did tico escolhido inicialmente pelo professor tenha se uma segunda op o altura e de editora diferente A terceira a da reserva t cnica O PNLD informa que os dois livros mais escolhidos de ca
271. m n o contempla a de comunidade virtual oriunda dos g neros emergentes relacionados s novas tecnologias digitais Como pontua Marcuschi 2004 em alguns g neros virtuais como chats os indiv duos s o comumente an nimos ef meros e superficiais nas intera es Swales ent o retomou os seis crit rios enumerados para definir comunidade discursiva reformulando cinco deles Ele reconheceu que o conceito apresentado em 1990 serviu para legitimar grupos j existentes no entanto n o se prestava para analisar o processo de forma o de grupos Recomendou que esses crit rios fossem claros a ponto de serem aceitos ou rejeitados por pesquisadores e reviu essa quest o iniciando pela discuss o sobre o conceito de comunidade discursiva se corresponderia a um construto social forte ou como ele mesmo diz se seria uma conveniente e abrangente met fora ou pior uma vis o ilus ria que nos oferece a duvidosa facilidade de tentar generaliza es a respeito do mundo e de suas palavras SWALES 2009 p 204 Ele visita a teoria da estrutura o GIDDENS 1979 e a de comunidade como construto te rico MILLER 1992 dentre outras que lhe possibilitaram 90 entender uma comunidade ret rica n o por associa o nem coletividade mas por instancia o e envolvimento Assim desenvolve o que chamou de teoria de comunidade discursiva fundamentado na proposi o de que repensar a comunidade discursiva pode
272. ma atividade examin lo luz do contexto em que usado dos padr es que o identificam como g nero conte do apelo ret rico extens o textual formato complexidade e recorr ncia das senten as e do que podemos inferir a partir desses padr es relativos a saberes e cren as dos usu rios do g nero al m das a es efetivas que esse g nero possibilita a todos que dele se utilizam Nesse percurso naturalmente tamb m se inserem os princ pios e crit rios de avalia o do PNLD 2012 j que o corpus de nossa pesquisa foi selecionado a partir do resultado desse programa Figura 3 Manuais analisados nesta pesquisa L ngua Portuguesa linguagem ntera o Faraco e Moura Maruxo a PORTUGU S ENSINO M DIO 4 Material de VA divulga o da p ea PORTUGU S PT Ta CONTEXTO INTERLOCU O E SENTIDO 28 411COLO ND i to ornatos POA IION Elil Moderna 172 6 2 1 Constitui o textual e organiza o ret rica do MP Do ponto de vista documental nossa an lise se deu inicialmente pela observa o da macroestrutura do texto e das informa es que o MP apresenta ou seja da constitui o textual e da organiza o ret rica Em rela o macroestrutura do texto recorremos ao PNLD 2012 p 24 e observamos que alguns aspectos s o recomendados nesse documento a saber explica o da obra aqui se refere ao LD dos objetivos pretendidos e da orienta o te rico metodol gica q
273. mensur vel do conhecimento As raz es que fomentam essa dinamicidade s o diversas necessidade de sobreviv ncia em grupo de contribuir com a comunidade cient fica e por extens o com a sociedade de encontrar se no cen rio humano Diante desses aspectos o pesquisador n o tem como t o somente trabalhar com a certeza sens vel e verificada j que todo fato traz em si contradi o e conflito que podem ser elucidados ou amenizados a partir do envolvimento com determinado objeto para a explica o da realidade KONDER 1987 NASCIMENTO J NIOR 2000 Nesse sentido a realidade aqui apresentada diz respeito esfera escolar mais precisamente a um produto de uso exclusivo do professor Cada Colet nea Did tica CD disponibilizada aos professores de L ngua Portuguesa da rede p blica de ensino atendendo a procedimento estabelecido em PNLD composta por Livro Did tico LD acompanhado de Manual do Professor estando este a servi o daquele No entanto como afirmamos em diversas partes desta tese estamos assumindo o MP como um g nero textual inclusive os resultados de nossa investiga o certificaram isso e o elegemos como objeto de estudo de nossa pesquisa especificamente o Manual do volume 1 de cada cole o Utilizado por professores normalmente quando recebem diversas CD para selecionarem a que ser distribu da aos alunos para o processo de ensino aprendizagem o Manual uma oportunidade de os autores d
274. mente porque h muito mais que o manual poderia fazer pelo professor e n o faz 269 devido aos limites impostos pelo formato obrigat rio determinado pelo Programa Nacional do Livro Did tico e por outras contraintes de natureza editorial Quanto ao papel do manual na vida profissional do professor dif cil avan ar qualquer previs o Mas podemos fazer algumas especula es a respeito e gostar amos como autores que elas se concretizassem de fato Imaginemos um professor pouco familiarizado com a teoria lingu stica que sustenta a transposi o did tica presente na cole o e que justifica a progress o assumida ao longo dos volumes Ao ler o manual e tomar contato com conceitos como o de modos de organiza o do discurso tal como os concebe o linguista Patrick Charaudeau ou ent o ao perceber como o livro trata a oralidade e os g neros orais como objetos de ensino ou ainda ao deparar com um conceito como o de discurso direto livre esse professor ter oportunidade de consultar a bibliografia existente no manual e seguir as sugest es de leitura apresentadas e quem sabe ampliar seus conhecimentos a respeito desses temas Imaginemos de outro modo um professor antenado com os estudos de linguagem e as teorias apresentados no manual ainda assim ele poder conhecer uma abordagem certamente nova para ele a respeito da pontua o ao ler um dos textos sugeridos como leitura complementar Em todos os casos ele poder
275. mento espec fico de ensino formal cujas unidades program ticas atendam demanda de determinado ano escolar livro a partir do qual o aluno estudar os conte dos que ser o ensinados pelo professor Evidentemente mesmo assumindo como corpus de nossa pesquisa Manual do Professor MP de colet neas de L ngua Portuguesa n o nos propomos tratar aqui com profundidade quest es do ensino de l ngua ou mesmo de hist ria do LD Reconhecemos entretanto que o nosso objeto de pesquisa passa pelo escopo do registro de marcos hist rico pol ticos um sum rio raio X A partir desse intento por pol ticas p blicas sobretudo as dos programas de livros que foram adquirindo um car ter cada vez mais r gido e delineador dos LD MP que temos na contemporaneidade 5 1 LD E ENSINO DE L NGUA PORTUGUESA NO BRASIL Qualquer tentativa de analisar um MP passa em nosso entendimento necessariamente pela aprecia o de estudos sobre o Livro Did tico LD em face da ntima rela o entre esses dois materiais presentes no planejamento e nas atividades de ensino docentes e tamb m pelo registro do contexto hist rico de diversos manuais escolares e da valoriza o da l ngua materna Embora no decorrer deste cap tulo pretendamos discutir no sentido amplo sobre as pol ticas p blicas do LD demandadas no Brasil at chegarmos concep o de MP traremos sempre ao centro do debate o LD de L ngua Portuguesa e seu contexto hist ric
276. minada esfera de atividade O momento seguinte se refere necessidade de expressividade do locutor diante do objeto de seu enunciado Conforme as esferas da comunica o verbal essa fase expressiva ser mais ou menos importante e intensa O fato que est presente em todo tipo de manifesta o discursiva segundo Bakhtin 1997 p 308 fundamental ressaltarmos que como indica a perspectiva bakhtiniana o g nero n o se engessa em uma forma fixa n o est cristalizado em um modelo inflex vel Al m disso n o homog neo Sendo um conjunto de tra os marcados pela regularidade repetividade o g nero do discurso relativamente est vel Essa instabilidade continuamente amea ada por for as de natureza social cultural e individual estil stica capazes de atuar sobre as restri es gen ricas e determinar altera es num g nero ou sua extin o ou ainda seu reaparecimento Isso implica reconhecermos a heterogeneidade gen rica j que ele se realiza numa dimens o dialogal que est estabelecida entre os g neros presentes na intera o Diante das considera es da perspectiva dialogal abordadas at o presente momento percebemos que os g neros t m sua constitui o e seu funcionamento compreendidos a partir da rela o que estabelecem com a situa o social de intera o e a esfera social de atividade Vimos tamb m que para Bakhtin 2003 os g neros s o enunciados relativamente estabilizad
277. modo mais abrangente consolidando nossa investiga o atrav s da triangula o dos dados MAZZOTTI GEWANDSZNAJDER 1998 Discorrendo sobre a diversidade de fontes de dados Denzin e Lincoln 2006 p 17 dizem que A pesquisa qualitativa envolve o estudo do uso e a coleta de uma variedade de mat rias emp ricas estudo de caso experi ncia pessoal introspec o hist ria de vida entrevista artefatos e visuais Entende se contudo que cada pr tica garante uma visibilidade diferente ao mundo Logo geralmente existe um compromisso no sentido do emprego de mais de uma pr tica interpretativa em qualquer estudo Dessa forma os dados obtidos n o somente assumem a perspectiva da valida o cumulativa para a pesquisa mas sobretudo a triangula o se realiza como modo de integrar diferentes percep es frente ao fen meno estudado Manual do Professor ao permitir o aparecimento das vozes de todos os participantes da intera o em que o objeto est situado corroborando em termos de complementariedade as conclus es a que chegamos DUARTE 2009 2 3 MP COMO OBJETO DE ESTUDO O ser humano dotado de significativa capacidade de observar refletir criar e recriar continuamente na busca por um novo saber Ao se aproximar da solu o a suas quest es no entanto encontra se com outras perguntas e inquieta es que se constituem em molas 35 propulsoras de novos estudos fazendo o lan ar se no campo inco
278. mostra representativa Um grupo como esse discutindo coletivamente sua esfera de vida e aprofundando se nela assim t o logo se deparar com diverg ncias entre si far mais para erguer as m scaras que cobrem a esfera da vida do que qualquer outro dispositivo que eu conhe a Como moderador do grupo focal levantamos alguns aspectos da organiza o ret rica constitutiva e aplicativa dos Manuais para depreender na entrevista aberta as opini es observa es prefer ncias necessidades e experi ncias dos colaboradores de nossa pesquisa em rela o a esse objeto Nossas interven es aconteceram apenas para facilitar as din micas e o funcionamento do grupo j que o papel do moderador consiste em n o atrapalhar a iniciativa pr pria dos participantes mas sim em criar um espa o aberto no qual a discuss o aconte a primariamente por meio da troca de argumentos FLICK 2009 p 185 O grupo focal aconteceu no dia 10 de setembro de 2013 na sala 27 do pr dio principal do IFRN campus Natal Central A sess o teve in cio s 9h30 e dura o de 43 minutos No in cio realizamos uma explica o sobre o objeto de estudo o objetivo do grupo focal e a expectativa de procedimento dos participantes durante aquela sess o salientando que eles n o precisariam esperar a nossa indica o de quem falaria ou autoriza o para se envolverem com a tem tica em quest o j que caracter stico desse m todo o uso expl cito da inter
279. municativos apresentam tra os espec ficos prototipicamente possuem l gica inata e estabelecem usos lingu sticos espec ficos de acordo com a comunidade discursiva 4 1 ESCOLA BRIT NICA Nesta se o apresentaremos as considera es te ricas desenvolvidas por John Swales e Vijay Bhatia notadamente aquelas mais voltadas aplica o de modelos de an lise ou a quest es de natureza did tico pedag gica com vistas aos estudos de segunda l ngua e an lise de g neros 4 1 1 John Swales Considerado um dos mais fecundos desta abordagem Swales apresenta contribui es te rico metodol gicas ao estudo dos g neros textuais em contextos acad micos e profissionais sobretudo no que diz respeito ao ensino de ingl s para fins espec ficos com o 86 objetivo de proporcionar aos aprendizes o desenvolvimento da capacidade de produzir textos mais eficientes No desenvolvimento de seus trabalhos procurou definir conceitos que considerou essenciais ao estudo do g nero como o pr prio conceito de g nero desvinculado da ideia de mero uso de f rmulas de comunidade discursiva e de prop sito comunicativo os quais passaram por mudan as ap s a aplica o do modelo de an lise de g nero desenvolvido por ele denominado de Create a research space modelo CARS Ele partiu da an lise do pr prio termo g nero inicialmente vinculado ao contexto da literatura que passou a estar relacionado tamb m a uma categori
280. n vel da a o da linguagem que origina o texto Para a an lise do contexto de produ o do texto deve se analisar inicialmente o contexto imediato em que o texto foi produzido BRONCKART 2006 p 146 Nessa an lise algumas quest es devem ser observadas quem escreveu o texto para quem escreveu em que institui o com que objetivo Cabe ressaltar tamb m aqui a aten o que se deve ter tamb m ao contexto f sico que deu origem ao texto e ao contexto sociossubjetivo Nesse sentido busca se compreender em que local o texto foi produzido e que efeito o enunciador intencionava produzir no destinat rio A an lise do folhado textual deve come ar pelo primeiro n vel o da infraestrutura geral do texto constitu da pelo plano global dos conte dos tem ticos ou seja os conte dos que aparecem no texto uma esp cie de resumo do texto e pelos tipos de discurso mundos discursivos constru dos na produ o textual pertencentes a dois eixos principais narrar e expor BRONCKART 1999 p 119 A infraestrutura geral do texto consiste no n vel mais profundo do texto ela que estabelece o funcionamento da representa o de mundos discursivos podendo ser conjuntos ou disjuntos implicados ou aut nomos em rela o a o da linguagem No mundo conjunto as coordenadas espa o temporais se apoiam nas coordenadas gerais do mundo da a o da linguagem em curso o mundo ordin rio caracterizando a ordem do exp
281. n socio ret rica de los estudios de g nero textual a la luz sobre todo de Johns et al 2006 Bazerman 2001 y Miller 2011 En un segundo momento bajo las l neas del abordaje socio ret rico buscamos definir el Manual del Profesor como g nero textual y presentamos los aspectos ret ricos encontrados en las muestras que analizamos considerando la organizaci n constitutiva el contexto de uso de ese g nero y las percepciones de sus usuarios autores y profesores Inicialmente la generaci n de datos se dio desde la selecci n de tres ejemplares de Manuales de colecciones did cticas adoptadas en el IFRN a continuaci n en el sentido de reconocer las percepciones de los usuarios de ese g nero realizamos un grupo focal con profesores y entrevistamos el coautor de una de las colecciones Para el an lisis de los datos elegimos el m todo etnogr fico de an lisis de g neros postulado por Reiff apud JOHNS et al 2006 que nos permiti analizar el objeto de estudio en contextos aut nticos de uso del g nero Nuestros resultados muestran que el Manual del Profesor se inserta en un sistema de g neros y en el sistema de actividades profesionales de dominio del profesor y no se limita tan solo a la explicaci n de c mo est organizando el libro did ctico del alumno Otros siete prop sitos fueron observados los cuales se encuentran posibilitar al docente una reflexi n sobre su pr ctica de ensefianza y hacer sugerencia de caminos para
282. naquele manual pareceu assumi los de forma distinta e tamb m do pr prio manual percebemos que n o existe uma f rmula can nica de constitui o textual do g nero MP Isso mais um aspecto favor vel an lise do professor que ter a oportunidade de fazer a sua escolha conforme sua forma o sua postura te rico metodol gica e demais especificidades A an lise da organiza o ret rica do MP3 conforme orientada por Johns et al 2006 permite nos perceber em certo n vel a voz do autor e sobre esse aspecto trataremos efetivamente mais adiante Isso revela o quanto o MP um recurso necess rio no momento em que se faz a verifica o de propostas para escolha de LD e tamb m naqueles em que o LD for parte do planejamento pedag gico necess rio que o professor examine se no decorrer dos apelos ret ricos se instaura um discurso propositivo ou impositivo Os manuais MP1 e MP3 apresentam em termos gerais os pressupostos te rico metodol gicos em que os autores se aparam quanto produ o do LD e propostas de estrat gias de ensino e de atividades Estas s o portanto de natureza propositiva como veremos a seguir Segundo os autores do MP1 o manual apresenta portanto ao professor os princ pios que sustentam o LD e uma metodologia de trabalho em sala de aula com a cole o Na introdu o eles afirmam que as atividades presentes no LD e no MP referentes s unidades did ticas do LD s o d
283. ndica es para o desenvolvimento de algumas atividades propostas baseadas n o s na teoria exposta na primeira parte como tamb m na experi nciados autores em sala de aula FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 04 Os autores do MP2 tamb m na introdu o assim definem o prop sito do manual esta edi o procura incorporar as discuss es sobre leitura e desenvolvimento de compet ncias e habilidades motivadas em parte pelas avalia es do PISA do SAEB e do ENEM e em parte pelas discuss es 179 realizadas na esfera acad mica sobre ensino de l ngua de produ o de textos e de leitura CEREJA MAGALHAES 2010 p 04 O MP2 anuncia no prop sito comunicativo j no primeiro par grafo da introdu o que corresponder s exig ncias do PNLD quanto orienta o te rico metodol gica que fundamenta os estudos de linguagem e a rela o entre a proposta did tica e os documentos norteadores e organizadores do ensino m dio Como j foi discutido em cap tulos anteriores a an lise de g neros textuais transcende as fronteiras do prop sito comunicativo Vimos que em seus primeiros estudos Swales 1990 considerava o prop sito comunicativo como elemento fulcral da a o ret rica do g nero Mas j em Askehave e Swales 2001 e Swales 2004 reconhece que o prop sito comunicativo n o define de imediato o g nero uma vez que nem sempre se encontra vis vel No entanto a verifica o do reprop sit
284. nea que entregue ao professor deve apresentar elementos convidativos leitura do manual Prof 4 Os professores ao discutirem sobre a organiza o gr fica do MP disseram que as editoras e n o especificamente os autores de colet nea devem refletir sobre como constar no manual ou em toda colet nea aqui considerando o livro do aluno que o professor recebe normalmente o MP est anexado a esse livro resultando no que chamamos aqui nesta pesquisa de livro do professor recursos gr ficos que despertem interesse para a leitura do manual Eles tamb m reafirmaram que o manual n o lido pela maioria dos professores e que isso consequ ncia de um largo per odo em que os MP eram organizados apenas com textos escritos em fonte muito reduzida oferecendo dificuldade de leitura at mesmo aos professores que n o tinham problemas de vis o A organiza o visual do material n o compromete a qualidade do conte do reconhecidamente significativo segundo os professores No entanto poderiam ser mais convidativos e isso aproximaria mais o professor do MP 233 Finalizando nossa conversa com os professores procuramos conhecer a percep o deles em rela o natureza operacional do MP Perguntamos diante de todos os aspectos abordados no grupo focal se eles achavam o MP um bem material capaz de trazer contribui es significativas pr tica pedag gica e ou forma o continuada do professor ou um bem
285. neas com a devida autoriza o destes Entramos em contato atrav s de e mail com a autora da CD da editora Moderna apresentando o objeto e os objetivos de nossa pesquisa e solicitando a sua participa o respondendo a um question rio mas tamb m n o recebemos retorno at o presente momento Antes de enviarmos a solicita o ao autor disponibilizado pela editora tica recebemos um e mail deste autor informando nos de que havia tomado conhecimento de nossa solicita o e estava se colocando a disposi o para contribuir com a pesquisa sobre o MP 45 O question rio enviado a este autor no caso coautor da CD L ngua Portuguesa linguagens e intera o j que essa colet nea foi escrita por 3 autores est composto por 3 partes cada uma delas com breve explica o Como alertam Silva e Menezes 2005 preciso apresentar no question rio alguns esclarecimentos a respeito do que se pretende com esse instrumento de pesquisa j que o participante da pesquisa n o ter a companhia do entrevistador para elucidar poss veis d vidas Na primeira se o Sobre a pesquisa justificamos a necessidade e a import ncia da entrevista para a nossa pesquisa ao apresentar nosso objeto de estudo e nosso objetivo central Nessa oportunidade explicamos que a verifica o da situa o de uso dos Manuais de seu ambiente sociorret rico e das percep es de seus usu rios JOHNS et al 2006 parte constitutiva da an lise de
286. nero e os padr es de linguagem dentro os quais vamos observar tamb m as escolhas lexicais 180 A esse respeito queremos destacar que em nenhum momento nem ao apresentar o prop sito do manual nem nos demais movimentos ret ricos da introdu o MP2 cita o termo professor apesar de o manual ser de certo modo uma produ o do autor endere ada ao docente sobre o LD Enquanto isso o termo aluno s est presente em pelo menos 4 quatro ocorr ncias sem falar nas palavras correlatas Evidentemente o MP nasce da necessidade de se falar sobre o LD que sobretudo um recurso para o aluno utilizar em seus estudos Entretanto nossa expectativa era de que tamb m encontr ssemos uma postura dos autores do MP2 mais relacional pessoalizada por assim dizer isto menos objetiva e mais inclusiva que envolvesse o professor leitor potencial e espec fico do manual em princ pio como nos certificamos ao analisar MP1 Os autores do MP2 portanto optaram por um estilo mais objetivo Como j dissemos MP3 que denomina o MP de Guia de recursos n o apresenta uma se o exclusiva como introdu o Conforme podemos constatar j no sum rio do MP3 apresentado a seguir esse manual traz como primeira se o Fundamenta o te rico metodol gica destacando subse es para os eixos literatura gram tica e produ o de textos 181 Figura 5 Sum rio de MP3 SUM RIO Fundament
287. nhecimento de que os g neros se situam no mbito de comunidades discursivas nas quais s o importantes as pr ticas e cren as de seus membros os g neros s o importantes em cada comunidade segundo os objetivos particulares de cada uma delas iv nfase no prop sito comunicativo e na a o social o g nero situado num contexto s cio hist rico mais abrangente constituem se como meio para realiza o e identifica o de prop sitos comunicativos 88 Diante dessas considera es e sobretudo baseando se nos subs dios te ricos da Etnografia da Fala e da An lise do Discurso anglo sax Swales define g neros numa perspectiva integrada que envolve os participantes da comunidade discursiva os eventos comunicativos e as conven es s cio culturais Um g nero compreende uma classe de eventos comunicativos cujos exemplares compartilham os mesmos prop sitos comunicativos Tais prop sitos s o reconhecidos pelos membros especialistas da comunidade discursiva de origem e portanto constituem o conjunto de raz es rationale para o g nero Essas raz es moldam a estrutura esquem tica do discurso e influenciam e imp em limites escolha de conte do e de estilo Os g neros t m nomes herdados e produzidos pelas comunidades discursivas e importados por outras comunidades SWALES 1990 p 58 Desse modo Swales sinaliza o principal aspecto que define o g nero o prop sito comunicativo compartilhado pelos memb
288. njunto de textos adequado ao objetivo do estudo Sobre a an lise Bhatia 1993 ressalta a necessidade de se estudar o contexto institucional inserindo o sistema em que o g nero usado e as regras e as conven es de natureza lingu stica social cultural acad mica e profissional que regem o uso da linguagem no espec fico contexto Ainda sobre a fase 6 ele aponta os tr s n veis em que a an lise pode se realizar a saber a elementos l xico gramaticais cuja an lise se d quantitativamente b padr es textuais ou de textualiza o em termos lexicais sint ticos ou discursivos e c g nero em termos de movimentos ret ricos Essa metodologia contribuiu para a ressignifica o do conceito de g nero postulado por Swales Como destaca Palma 2004 p 34 Bhatia enfatizou o g nero textual como resultado de pr ticas discursivas convencionalizadas e institucionalizadas em comunidades discursivas 4 2 ESCOLA NORTE AMERICANA Passaremos agora a discorrer sobre os principais pesquisadores da abordagem sociorret rica da escola norte americana Carolyn Miller e Charles Bazerman de tradi es ret ricas e sociol gicas que se desenvolveu sob a influ ncia da Nova Ret rica e da oposi o aos padr es de ensino baseados na ret rica cl ssica Nessa escola os g neros s o vistos como formas de a o social artefatos culturais que podem receber mudan a 4 2 1 Carolyn Miller Os estudos de Carolyn Miller
289. no MP Eles tamb m comentaram sobre os encaminhamentos de estudos liter rios que de certo modo orientam a leitura de algumas obras da literatura brasileira e mais uma vez refor aram que propostas assim ajudam a todos os professores mas sobretudo aos que est o come ando a vida profissional e ainda possuem limita es em rela o leitura de obras liter rias Outro aspecto significativo pontuado pelos professores diz respeito s sugest es de avalia o de atividades Eles observam que os manuais acompanharam os estudos sobre avalia o de atividades lingu sticas inclusive recorrendo a publica es parciais ou na ntegra de artigos relacionados a esse aspecto No MP2 CEREJA MAGALH ES 2010 p 18 por exemplo os autores publicam par metros para a avalia o de produ o textual propostos por Irand Antunes a partir de 3 tr s categorias de an lise elementos lingu sticos que contempla o crit rio das normas gramaticais da variedade padr o e da escolha do l xico elementos de textualiza o dentre os quais coes o coer ncia informatividade intertextualidade sequencia o e elementos da situa o que dizem respeito ao prop sito comunicativo a conhecimentos sobre g nero textual dom nio discursivo suporte e ancoragem de textos etc Os professores foram un nimes ao dizerem que um problema ainda n o solucionado nos MP est relacionado a aspectos da edi o Quando perguntamos sobre as
290. no de aula enfim Quando penso necess rio para facilitar o percurso desse roteiro organizo uma proje o em slides isso Prof 1 Normalmente trago a minha mesa outros livros did ticos pelo menos outros dois Acesso tamb m o material que utilizei em outras oportunidades em que trabalhei com meus alunos sobre o mesmo assunto do planejamento E principalmente texto que tratam sobre esse assunto textos de pesquisadores da rea espec fica que discutem esse assunto publicados em revistas da rea ou em sites alguns deles de universidades Prof 4 Bom lembrar tamb m que n s em nossos campi nos reunimos quinzenalmente como grupo de rea de L ngua Portuguesa e em alguns campus uma oportunidade de planejar aulas juntos analisar os exerc cios do livro did tico e tamb m aqueles que s o sugeridos pelo manual do professor como consulta a sites livros revistas etc s vezes essas reuni es s o semanais quando n o tem reuni o de grupo de pesquisa Acho interessante tamb m destacar que insiro em meu planejamento artigos que uso para a minha pr pria forma o como professor levo isso tamb m para os alunos Prof 2 Eu utilizo em meu planejamento planos de aula que utilizei em outras oportunidades em outro per odo ou ano letivo Recorro bastante ao Portal do Professor disponibilizado pelo MEC e ao Portal Dia a Dia Nesses espa os virtuais normalmente encontro textos e fa o recortes da abordagem do a
291. nos ajudar a repensar os g neros SWALES 2009 p 213 Para esse autor preciso distinguir entre comunidade de fala e comunidade discursiva Esta corresponde a um grupo sociorret rico e heterog neo formado a partir do compartilhamento de objetivos e interesses comunicativos e aquela a um grupo de pessoas que compartilham a posi o geogr fica existindo entre elas um backgroud Outro conceito tamb m reformulado por Swales foi o de prop sito comunicativo Com Askehave em 2001 ele rev a centralidade do prop sito comunicativo que desde a d cada de 80 era considerado um dos principais crit rios de conceitua o e categoriza o dos g neros textuais Recentemente tamb m Martin e Rose 2003 p 07 refirmaram essa perspectiva definindo g nero como um processo social orientado por objetivos a serem alcan ados usamos os g neros para conseguir coisas O prop sito comunicativo n o deixou de ser um elemento importante no reconhecimento do g nero Basta analisarmos as principais abordagens da contemporaneidade sobre g neros textuais para nos certificarmos de que ainda se encontra presente nos principais trabalhos cient ficos No entanto tamb m sofreu profunda reflex o e sua concep o se tornou mais complexa assim como aconteceu com as teorias de g nero em termos gerais E muitos estudos contribu ram para isso a saber a no o de intertextualidade de Bakhtin os estudos sobre aprendizagem e processos cogn
292. nossa pesquisa e que responder a esse question rio implica autoriza o para divulgar os dados gerados nessa entrevista em nossa tese doutoral 3 Na segunda Sobre o participante da pesquisa solicitamos a identifica o do entrevistado forma o v nculo empregat cio e denomina o da Colet nea Did tica em que se constitui co autor Em seguida Sobre as perguntas deste question rio Nessa se o especificamos que o question rio est organizado em 10 dez perguntas relacionadas produ o do MP e a quest es relacionadas ao seu potencial leitor Intencionalmente n o seguimos ao elaborar as quest es certa linearidade tem tica ora nos dirigimos ao Manual ora a fatores relacionados ao professor leitor ora retornamos aos aspectos do Manual Isso nos permite estabelecer um paralelo entre aspectos pontuados sob enfoques distintos mas inter relacionados e reveladores das percep es do autor do Manual Nossa primeira quest o est voltada aos autores do MP no sentido de observarmos se esse g nero escrito pelos que assinam a autoria da CD ou se eles contam com uma equipe de m ltiplos produtores especializados em certos aspectos do Manual j que algumas colet neas encontradas no mercado apresentam autores apenas como organizadores da cole o Foi tamb m a oportunidade de identificarmos o momento em que o Manual era escrito antes durante ou depois da produ o do Livro Did tico Em seguida pr
293. novas a es Desse modo todo enunciado se configura em um ato de fala e requer a adequa o das palavras condi o espec fica em que elas devem ser ditas pela pessoa certa na situa o certa com o conjunto certo de compreens es O estudo de Bazerman 20lla p 27 sobre atos de fala est baseado nas considera es de Austin e Searle que apontaram esse objeto para tr s n veis distintos o ato locucion rio que corresponde ao que literalmente dito o ato proposicional que diz respeito ao conte do de asser o e o ato ilocucion rio aquilo que se pretende que o ouvinte reconhe a Para Bazerman n o somente os atos de fala mas tamb m o texto escrito pode ser analisado a partir do que dito do que se pretende realizar com o dizer e do que se entende que se quer fazer a partir do dito Como as pessoas reconhecem os atos e reagem a eles para intera es posteriores denomina se efeito perlocucion rio Retomando Austin e Searle o entendimento do ato pode n o corresponder ao que se quis transmitir O exemplo a seguir ilustra como os tr s n veis distintos de atos de fala podem servir para a an lise de textos escritos Voc pode escrever uma carta a uma amiga contando os ltimos acontecimentos em sua vida mas sua inten o ilocucion ria pode ser a de manter uma simples amizade ou provocar uma resposta escrita que revele se 109 um determinado problema foi resolvido E a recep o perlocucion ria da leito
294. ntificar os g neros Bhatia 2009 para ilustrar cita o caso dos g neros profissionais sobre os quais se encontram diversos n veis de 96 generaliza o e dos g neros promocionais em que poderemos nos deparar com um n vel mais alto de generaliza o No discurso promocional descobrimos sob a linha de um mesmo prop sito comunicativo uma constela o de g neros estreitamente relacionados a saber an ncios cartas promocionais inscri es para empregos sinopses de livros panfletos comerciais panfletos tur sticos entre outros Todos esses g neros buscam promover um produto ou um servi o para um cliente potencial apesar de poderem tamb m apresentar pequenas diferen as em sua realiza o Bhatia 2009 p 165 ressalta que cada g nero acima citado poder ser observado em um n vel mais baixo de generaliza o permitindo distin es entre realiza es mais espec ficas Cita como exemplo os an ncios Exemplos bvios incluir o an ncios impressos comerciais de TV an ncios radiof nicos e outros As diferen as entre esses g neros s o pouco discern veis em termos de prop sitos comunicativos e mais em termos do meio de discurso portanto pertencem como g neros mesma categoria geral popularmente conhecida como an ncios Indo um passo adiante considerando agora somente os an ncios impressos ainda poss vel consider los em termos de categorias como an ncios diretos an ncios com as
295. nto a partir de te ricos que adotam diferentes abordagens Embora n o haja a mesma sequ ncia dos aspectos organizacionais nos Manuais percebemos que eles compartilham grande parte dos aspectos ret ricos que podemos dizer correspondem constitui o de um MP Logo n o existe uma sequ ncia eleita como padr o na organiza o dos Manuais nem mesmo expressa em PNLD Podemos afirmar que as regularidades das situa es recorrentes encontradas nos Manuais s o suficientes para distinguirmos por exemplo um Manual do Professor de um Caderno de Respostas de LD ou de qualquer outro g nero afim Um aspecto lingu stico distintivo do MP1 provocou nossa aten o percebemos que os autores se preocupam em fazer com que os professores percebam o Manual como um ambiente de intera o entre autor da obra e professor leitor e usu rio da CD Esse Manual apresentou em certos momentos uma linguagem mais interativa utilizando express es que pressup em o reconhecimento da voz do professor como interlocutor Na se o Palavra ao professor a os autores se valem de marcas lingu sticas que revelam o reconhecimento do professor e da professora ou seja tamb m no mbito do g nero humano como leitor a ativo a e como disse Maruxo J nior 2013 coautor dessa cole o colegas de rea Tudo isso favorece a rela o escritor audi ncia como defende Paltridge apud JOHNS et al 2006 p 235 e evidencia como aponta Hyland
296. nua a cumprir mecanicamente os gestos habituais mas sem nada sentir Esse estado doloroso se prolonga por dois anos Depois pouco a pouco se dissipa Um livro que Mill l por acaso naquele momento tem papel particular em sua cura trata se de uma colet nea de poemas de Wordsworth Mill encontra no livro a express o de seus pr prios sentimentos sublimados pela beleza dos versos Eles me pareceram ser a fonte na qual eu podia buscar a alegria interior os prazeres da simpatia e da imagina o que todos os seres humanos podem com partilhar Eu precisava que me fizessem sentir que h na contempla o tranquila das belezas da natureza uma felicidade verdadeira e permanente Wordsworth me ensinou tudo isso n o somente sem me desviar da considera o dos sentimentos cotidianos e do destino comum da humanidade mas tamb m duplicando o interesse que eu trazia por eles Aproximadamente 120 anos mais tarde uma mulher ainda jovem se encontra numa pris o de Pa ris presa por ter conspirado contra o invasor alem o Charlotte Delbo est sozinha em sua cela submetida ao regime de Noites e nevoeiro ela n o tem acesso leitura Mas a detenta da cela de baixo pode retirar livros da biblioteca Ent o Delbo tece uma corda com fios retirados do seu cobertor e faz subir um livro pela i janela A partir desse momento Fabrice del Dongo passa a ser seu companheiro de cela Apesar de n o falar muito ele permite que e
297. nus indiciale Defender Injusto dedutivo Deliberativo Assembleia Futuro Aconselhar Exemplo genus O Desaconselhar indutivo deliberativum Epid ctico Espectador Presente Louvar Nobre Amplifica o EEE demonstrativum Fonte Souza 2008 Enquanto o g nero deliberativo tem como ouvinte do discurso a assembleia que olha o futuro o ouvinte no g nero judici rio opera como juiz julgando sobre fatos passados e o g nero demonstrativo cuja fun o louvar ou censurar tem como ouvinte o espectador e se realiza sob a tica do presente REBOUL 1998 Os argumentos se realizam sob os modos de indu o ou uso de exemplos de dedu o tamb m chamados de entinema e amplifica o ou desenvolvimento de um tema Esclarece Souza 2008 p 30 54 x O entinema ou silogismo ret rico aquele tipo de silogismo em que as premissas n o se referem quilo que certo mas quilo que prov vel e tem import ncia fundamental para a ret rica j que na maioria dos casos em que est o em jogo assuntos humanos nem sempre se pode basear argumenta o apenas naquilo que verdadeiro mas apenas no que veross mil Conforme Paviani et al 2008 p 176 Arist teles ao classificar esses tr s g neros de discursos ret ricos j apontava uma estrutura formal para os proferimentos lingu sticos ou ainda como Martin Heidegger se refere em Ser e tempo ao ato de perguntar supondo quem fala ou pergunt
298. o j que seu Manual se constituiu em objeto de nossa pesquisa O uso de LD na escola n o uma pr tica long nqua visto que sobretudo aos moldes como se constitui atualmente outros recursos did ticos o antecederam N o faz muito tempo que o ensino de l ngua materna se dava a partir de cartilhas livros de leitura antologias gram ticas manuais de ret rica e po tica BATISTA et al 2004 As colet neas traziam 126 autores liter rios portugueses e brasileiros At a metade do s culo passado eram esses os recursos apresentados aos alunos Voltando s ra zes da educa o no Brasil importante destacarmos tamb m que No in cio do s culo XVI a educa o encontrava se calcada na tradi o oral e ligada s necessidades de cada grupo aprendia se da observa o e do trabalho coletivo Ap s o descobrimento este contexto de educa o n o formal come a a se modificar pois algumas crian as ind genas e os filhos homens da elite come am a conviver com um processo inicial de educa o formal BUNZEN 2009 p 37 A educa o formal portanto no Brasil assim como em Portugal It lia Alemanha Fran a ndia Jap o Eti pia e outros pa ses estabeleceu se a partir da pedagogia jesu tica 1554 1759 profundamente marcada pelo papel de mensageira da f sobretudo aos n o crist os Os jesu tas com ampla rede de escolas pelo mundo assumiram encargo extremamente decisivo no mbito da educ
299. o repurposing entendido como retomada e confirma o do prop sito se constitui em procedimento de an lise necess rio ao processo e que certifica o status de um g nero Sobre isso Biasi Rodrigues 2007 p 729 diz De fato o que se tem verificado em v rios experimentos de an lise dos g neros textuais que muitas vezes se reconhece primeira vista um prop sito do g nero de car ter mais geral que permite reunir um conjunto de pr ticas desse g nero numa mesma classe Depois num olhar mais atento alguns prop sitos espec ficos v o levando o pesquisador a fazer reagrupamentos e a identificar modalidades variantes do mesmo g nero ou at mesmo subvers es do prop sito e do g nero Nesse sentido em nosso estudo temos compreendido um conceito de prop sito comunicativo como parte de uma concep o funcional de g neros e n o de uma vis o meramente formal Para n s o prop sito comunicativo est diretamente vinculado ao que os g neros textuais realizam nas comunidades de pr ticas desse modo que o encontramos em MP2 Mas seguindo o caminho que abriu nossa reflex o neste cap tulo sobre prop sito comunicativo ratificamos que ele n o determinadamente nico e preestabelecido para a defini o do g nero textual Outros fatores tamb m s o igualmente importantes JOHNS et al 2006 a saber conte dos t picos de determinado g nero os mais recorrentes e como s o tratados a estrutura do g
300. o 3 revisitar a literatura pesquisas pr vias Para o movimento 2 passo 1A contra 93 argumentar ou passo 1B indicar lacuna s no conhecimento ou passo 1C provocar questionamento ou passo 1D continuar a tradi o Para o movimento 3 passo 1A delinear os objetivos ou passo 1B apresentar a pesquisa passo 2 apresentar os principais resultados passo 3 indicar a estrutura do artigo Um movimento corresponde nesse sentido a um bloco de texto que pode se desenvolver em mais de uma senten a realizando uma fun o comunicativa espec fica p ex em artigos cient ficos estabelecer o territ rio epistemol gico da rea conforme Motta Roth amp Hendges 1998 Unindo se a outros movimentos constituir a totalidade da estrutura organizacional que possibilitar o reconhecimento de determinado g nero Segundo Hemais e Biasi Rodrigues 2005 p 129 talvez a maior contribui o de Swales aos estudos dos g neros e indiretamente an lise do discurso e lingu stica aplicada seja o seu modelo de an lise de g neros textuais Diversos estudos acad micos fizeram e fazem uso do modelo CARS para a an lise de g neros textuais Apesar de ter como objetivo refletir os movimentos ret ricos presentes na introdu o de AP esse modelo se mostrou bastante satisfat rio e aplic vel a estudos subsequentes de outros g neros acad micos inclusive de pesquisadores brasileiros dentre os quais para ilustrar citamos o est
301. o LD Objetivo s pretendido s Orienta o te rico metodol gica Sugest o de atividades complementares Avalia o e autoavalia o do professor e dos alunos G neros textuais CONTEXTO DE USO DO MP MP e seus prop sitos em sistemas de g neros e de atividades humanas Ambientes de intera o dos professores de LP Usu rios de MP Autoria de MP Leitores de MP CONSIDERA ES FINAIS REFER NCIAS 113 116 116 120 124 125 133 142 152 162 168 168 171 171 190 191 195 197 200 206 209 210 211 217 221 221 226 235 242 AP NDICE A Grupo focal 257 AP NDICE B Entrevista a coautor de CD 266 19 1 CONSIDERA ES INICIAIS Os g neros textuais t m se consolidado como um objeto de estudo de grande prest gio entre pesquisadores de diversas reas de conhecimento em todas as partes do mundo No Brasil sobretudo a partir da d cada de 90 no s culo XX j poss vel percebermos esse fen meno ao consultarmos a programa o de confer ncias mesas redondas pain is minicursos comunica es individuais e p steres de diversos eventos cient ficos especialmente nas reas de Lingu stica e Lingu stica Aplicada No mbito internacional a discuss o sobre esse objeto resultou no surgimento de in meras abordagens te rico metodol gicas dentre as quais queremos desde j ressaltar a sociorret rica que norteia a an lise desta pesquisa Que o estudo de g neros textuais j c
302. o conte do do ato de comunica o CARVALHO 2005 p 135 S o essas regularidades que possibilitar o por exemplo ao professor distinguir MP de Caderno de Resposta de atividades de LD A exist ncia de determinado g nero est vinculada naturalmente ao reconhecimento dele pelos seus usu rios que saber o tamb m estabelecer diferen a dentro do conjunto de g neros em que de algum modo se encontra relacionado Assim podemos tamb m considerar que a especificidade do g nero n o anula a complexidade em que ele se insere sobretudo no que se refere s complexas rela es encontradas na produ o circula o e recep o de g neros como diz Bhatia 2004 no mundo real e ainda mais em se tratando do g nero MP cujo uso n o nem uma unanimidade e conforme pontuaram os participantes de nossa pesquisa nem uma regularidade MP LD e outros g neros a que o professor faz uso inclusive se instauram em redes complexas e por isso mesmo s o pass veis de ajustes altera es complementa es novas edi es ou revis o da que se encontra em curso Nesse processo um g nero poder colaborar com o outro indicando que os g neros n o se realizam como recursos comunicativos isolados e talvez separ veis SWALES 2004 p 12 6 3 2 Ambientes de intera o dos professores de LP Como j advogamos at o presente momento em conson ncia com a fundamenta o de nossa pesquisa a an lise de g neros se d
303. o de trabalho de tempo para outras atividades n o ter tamb m como encontrar um espa o extra para realizar leituras que possibilitem a sua forma o continuada j que o per odo em que se encontra fora da escola dividido entre as atividades que lhe s o pr prias em sua fam lia e de corre o de trabalhos dos alunos e planejamento de aula Essa a realidade de parte substancial da categoria docente E preciso dizer tamb m que os Manuais durante muito tempo limitavam se a apresentar uma s mula pouco atrativa do material did tico come ando pelo projeto gr fico uma fonte de letra mi da e nada convidativa leitura Ressaltamos que esse quadro tem sido alterado a cada PNLD As pol ticas p blicas para LD alcan aram por extens o os MP estabelecendo aspectos essenciais para a produ o deste g nero que extrapolam o produto daquele N o se trata apenas de explicar a estrutura do LD mas de discorrer sobre a base te rico metodol gica e sobre outros aspectos ausentes linguisticamente neste g nero Como refer ncia para essa observa o tomamos o edital proposto s editoras para capta o dos livros cujos MP se constituem em nosso corpus de pesquisa A se o 2 1 5 do Anexo III do Edital de Convoca o para Inscri o no Processo de Avalia o do Livro Did tico PNLD 2012 publicado em 04 de dezembro de 2009 que trata sobre a observ ncia das caracter sticas e finalidades espec ficas do manual do pro
304. o enunciado tem pelo menos as caracter sticas a seguir D a altern ncia dos sujeitos falantes que formam o contexto do enunciado tornando o uma massa compacta circunscrita em rela o aos outros II apresenta um acabamento espec fico com o qual o locutor diz tudo que quer para um determinado momento e em condi es precisas Esse acabamento nos possibilita tamb m perceber que o enunciado se mostra conclu do Nesse aspecto vale ressaltar a possibilidade de responder mais exatamente de adotar uma atitude responsiva para com ele enunciado que podemos encontrar em uma resposta a qualquer pergunta ou em um posicionamento diante de uma exposi o cient fica para ilustrar nesse sentido que Bakhtin 1997 p 299 afirma necess rio o acabamento para tornar poss vel uma rea o ao enunciado a totalidade acabada do enunciado que proporciona a possibilidade de responder de compreender de modo responsivo IN o querer dizer do locutor se constitui em um dos fatores fundamentais ao acabamento do enunciado A esse respeito Bakhtin 1997 p 300 considera que Em qualquer enunciado desde a r plica cotidiana monolexem tica at as grandes obras complexas cient ficas ou liter rias captamos compreendemos sentimos o intuito discursivo ou o querer dizer do locutor que determina o todo do enunciado sua amplitude suas fronteiras e em compara o a esse intuito discursivo a esse que
305. o escrever o manual os autores assumem uma abordagem enunciativa para a l ngua portuguesa entendida como objeto de ensino Assumir uma tal abordagem facilita o trabalho de transposi o did tica e assegura a coer ncia interna da cole o Em rela o ao pr prio manual os prop sitos que o sustentam s o dois 1 Em primeiro lugar garantir que o professor que utilizar a cole o consiga ler o manual sem teoriza o lingu stica excessiva nem tampouco insuficiente e consiga principalmente compreender como os volumes da cole o foram concebidos e no que se baseiam as unidades cap tulos e a abordagem did tica de cada objeto de ensino S assim o professor poder de fato compreender a cole o e tornar se um aut ntico usu rio dela Os volumes foram concebidos como manuais isso significa que o professor ao adotar a cole o precisa compreender essa estrutura de manual pois ela imp e assumir uma rigorosa progress o de conte dos e objetos de ensino Se o professor n o compreende essa estrutura n o conseguir fazer uso adequado do 268 material que lhe apresentado e aos alunos Se o professor compreende a estrutura da cole o ele poder us la com autonomia 2 Em segundo lugar apresentar ao professor os objetivos de cada se o do livro e dar a ele uma vis o geral do que a cole o poder lhe oferecer em termos de transposi o did tica caso ele decida adot la e utiliz la 3 Qu
306. o ferramentas de a o de linguagem e a a o de linguagem serve para regular os g neros textuais PEREIRA RODRIGUES 2009 p 07 A ISD distingue atividades e a es sob um panorama s cio hist rico assegurando que as atividades sociais determinam o funcionamento ps quico das a es e recebem o apoio das atividades de linguagem 65 O termo atividade utilizado para designar uma leitura do agir que implica as dimens es motivacionais e intencionais mobilizadas por um coletivo organizado Machado Bronckart no prelo Cada atividade constitu da de a es condutas que podem ser atribu das a um agente particular motivadas e orientadas por objetivos que implicam a representa o e a antecipa o de seus efeitos na atividade social MACHADO 2007 p 249 O processo de an lise de textos de diferentes g neros proposto por Bronckart 1999 p 119 corresponde observ ncia da arquitetura interna dos textos a partir do folhado textual modelo constitu do pela estrutura global do texto dividida em plano geral global do texto tipos de discurso e sequ ncias pelos mecanismos de textualiza o divididos em conex o coes o nominal e coes o verbal e pelos mecanismos de responsabiliza o enunciativa constitu dos das modaliza es e das vozes encontradas no texto Para isso segundo ele deve se buscar compreender o contexto de produ o do texto tanto no n vel mais amplo s cio hist rico quanto no
307. o g nero constitui se de uma categoria convencional do discurso baseada na tipifica o em grande escala da a o ret rica estando marcado significativamente pelo contexto social em que surgiu essa situa o 2 como a o significante o g nero interpret vel a partir de regras que ocorrem em n vel relativamente alto de uma hierarquia de regras para intera es simb licas 3 o g nero distinto de formas enquanto forma o termo mais geral utilizado em todos os n veis de hierarquia g nero uma forma em um n vel particular resultado da fus o de formas de n veis mais baixos e a subst ncia caracter stica Miller se serve tamb m dos estudos do soci logo Anthony Giddens sobre a teoria da estrutura o para discutir sobre as no es de g nero e de comunidade discursiva Giddens 1984 pesquisou sobre como ocorre a produ o e a reprodu o dos sistemas sociais nas intera es sociais em seu tempo e espa o assumindo como conceitos chaves sistema e estruturas Este ltimo se constitui na base da explica o sobre como se desenvolve a intera o entre participantes envolvidos na comunica o 102 O di logo com a no o de reciprocidade entre estrutura o e intera o na regulariza o das a es comunicativas individuais e no sistema social permitiu a Miller 2009a destacar dois aspectos da teoria de Giddens a estrutura o nexo explicativo entre os indiv duos e a coletividade
308. o grupo focal Diante de tudo que conversamos at este momento que de certo modo reflete a percep o dos senhores a respeito do manual do professor da funcionalidade do conte do etc gostar amos de saber se os senhores consideram este manual um bem material ou se ele mesmo e apenas um bem simb lico Ou seja vamos mesmo a pergunta O manual do professor capaz de trazer contribui es significativas pr tica pedag gica ou forma o continuada do professor isto ele um bem material ou como bem simb lico apenas serve t o somente para atender a uma exig ncia do PNLD Prof 3 Acredito que ele possa ser as duas coisas isso ir depender da postura do professor O ideal que ele fosse um bem material que contribua positivamente com a pr tica docente incompreens vel Prof 1 Acredito tamb m que o manual do professor tanto um bem material como um bem simb lico Atende se a uma exig ncia do PNLD e alguns podem apresentar contribui es significativas para a pr tica e atualiza o dos professores Prof 2 Sinceramente considero um bem material O fato de n o ter o h bito de consult lo com frequ ncia n o significa que o despreze verdade que existem manuais sofr veis mas os livros did ticos de editoras mais conceituadas prezam por apresentar manuais de boa qualidade gr fica e com um conte do til para o professor Prof 4 Eu tamb m considero o manual do profe
309. o mundo social e n o corresponde a um nico g nero Poder associar diversos g neros considerados por Maingueneau 1991 p 20 como suportes de formula o textual panfletos e manifestos por exemplo Atrav s desses suportes poss vel assumir uma posi o seu papel dentro da comunidade discursiva A esse respeito ele indica que h discursos mais ou menos ritualizados e que ritualiza o implica repeti o isto acompanhar o tra o invis vel da palavra do Outro Portanto todo dizer representa uma filia o conserva o e uma memoriza o reemprego Isso define em parte o arquivo somando se a legitima o do exerc cio da palavra para um grupo dado FURLANETTO 2005 p 265 A produ o da linguagem em g neros revela um sujeito gen rico identificado em fun o de determinado n mero de lugares enunciativos que caracterizam os g neros do discurso O reconhecimento do g nero possibilita ao sujeito gen rico orientar se para comportamentos sociais Esse sujeito que poder ser um professor um aluno um sindicalista 71 etc vincula se a um coenunciador e ambos devem ocupar lugares enunciativos autorizados para que se concretize o interc mbio discursivo Desse modo toda pr tica discursiva se d numa rela o entre arquivo e comunidade discursiva uma inst ncia legitimando a outra FURLANETTO 2005 p 265 sendo os textos do arquivo uma produ o da comunidade discursiva Maingueneau
310. o o livro did tico esporadicamente n o consulto mais o manual A n o ser no caso de precisar tirar alguma d vida quanto resposta de alguma quest o de exerc cio que usei J aconteceu de n o concordar com a resposta que o manual traz Prof 3 212 Olha eu vejo como meus colegas o manual do professor um recurso profundamente importante para an lise e escolha da colet nea did tica que iremos trabalhar no ano escolar Acho importante ressaltar que n s n o temos a obriga o de seguir as sequ ncias did ticas estabelecidas nos livros did ticos Mas como nossos alunos recebem esses livros muito necess rio o exame deles e concomitantemente dos manuais no momento de sele o de material Seja nesse momento seja quando somos remanejados eu por exemplo fui remanejado de um campus para outro e logo que recebi a colet nea did tica adotada em meu novo local de trabalho procurei examinar livro e manual Tamb m quando encontro alguma formula o te rica alguma abordagem importante para o estudo do assunto que nos oportuniza um contato com o livro did tico e repente entendo que h ali algum comprometimento algo que n o est muito claro para mim ent o consulto o manual para ver se consigo elucidar essa situa o Quando vou iniciar o estudo de algum assunto contemplado em alguma unidade did tica do livro dou uma olhada tamb m no manual porque sempre encontro sugest es como trab
311. o papel desse manual O que ele deve cumprir Para que ele serve Prof 3 Penso que o manual deva funcionar como um guia e n o como um elemento instrucional que d o passo a passo ao professor Ele deve promover a reflex o do docente sobre sua pr tica apontando poss veis caminhos que possam contribuir para a melhoria do processo ensino aprendizagem Prof 2 Em s ntese o manual deve orientar o professor na utiliza o do livro did tico de modo a otimizar os recursos de que o livro j disp e Para isso deve apresentar quadros com os conte dos com esclarecimentos sobre os g neros sugest es de atividades e de avalia o Mas deve ter cor provocar entusiasmo despertar a curiosidade e o desejo de l lo tanto quanto se procura fazer com o pr prio livro em rela o ao aluno Prof 3 Sinto falta tamb m desses aspectos Sinto falta de cor de uma organiza o mais atrativa MODERADOR Joia esse aspecto muito importante por isso vamos tratar tamb m sobre esse aspecto adiante Para fechar nosso t pico tem algum outro prop sito o manual Prof 1 Acredito que deva possibilitar acesso a uma s rie de esclarecimentos sobre a perspectiva te rico metodol gica assumida pela LD e de orienta es coerentes a esse perspectiva que ampliem as possibilidades de leituras reflex es por parte dos professores sobre o seu fazer docente Prof 4 O manual deve ser antes de qualquer coisa coerente com o livro d
312. o produtor do texto poder criar A diferen a substancial entre g neros textuais e tipos de discurso compreende um das contribui es mais significativas do ISD Bronckart 2006 p 148 assegura que os g neros textuais s o definidos como unidade comunicativa s cio historicamente elaborada com os recursos de uma determinada l ngua natural intimamente vinculada a diversas exig ncias interativas das situa es de atividade geral Os tipos de discurso correspondem s unidades lingu sticas em n mero restrito suscet veis de entrar na composi o de qualquer g nero Essas unidades revelam o que Genette 1986 apud LOUSADA 2010 p 05 denominou de atitudes de locu o e que o ISD assume como mundos discursivos Como defende Machado 2007 p 238 a abordagem ISD n o toma os g neros de textos como sua unidade de an lise privilegiada nem considera que sua an lise seja seu objetivo maior De fato as unidades de estudo privilegiadas s o as a es verbais e n o verbais sendo os objetivos dessa an lise dirigidos por concep es epistemol gicas espec ficas Refor am essa escolha motiva es de diferentes ordens que v o desde o fato de os g neros serem em n mero ilimitado e estarem em processo permanente de mudan a at a diverg ncia encontradas em rela o aos crit rios de classifica o de alguns g neros dentre outros fatores MACHADO 2007 p 251 Sob o escopo dessa concep o os g neros s
313. o professor e n o faz devido aos limites impostos pelo formato obrigat rio determinado pelo Programa Nacional do Livro Did tico e por outras contraintes de natureza editorial grifo nosso E quando perguntado sobre os aspectos ret ricos e editorias que poderiam tornar o MP mais atrativo ao professor Maruxo J nior 2013 afirma Em termos ret ricos o manual deve procurar explicar tudo o que necess rio ao professor da maneira mais concisa poss vel O professor considerando a realidade brasileira no mais das vezes um profissional assoberbado de tarefas e trabalho e se o manual representar para ele algo de penosa leitura e compreens o ent o ele j ter falhado em seu princ pio b sico que dialogar com seu principal usu rio Quanto aos outros recursos isso depende muito pouco do desejo dos autores e muito das imposi es do PNLD e dos limites editoriais grifo nosso H portanto interfer ncia no resultado final da produ o do MP as editoras estabelecem limites produ o autoral sobretudo no que diz respeito a quest es de natureza multimodal que poderiam despertar o professor para consultas mais constantes aos Manuais gerando uma leitura muito mais prazerosa e ou envolvente Enquanto os LD procuram envolver o aluno ao apresentarem uma organiza o ret rica constru da atrav s de imagens fotografias boxes cores e demais atrativos de editora o al m do conte do lingui
314. o professor faz de conjuntos de g neros de certa forma distintos mas que estabelecem rela o de intercruzamento e contribuem com as rela es e os objetivos esperados no ambiente docente 215 encontramos o sistema de g neros que se instaura por sua vez no contexto do sistema de atividades t picas de a es docentes O professor de L ngua Portuguesa em suas atividades pedag gicas quer seja no exerc cio da doc ncia em sala de aula quer seja se preparando para esse momento ou ainda em eventos como reuni o de professores reuni o com pais etc depara se com in meros g neros textuais ora em atividades de leitura ora em produ o de textos Ao considerarmos a inter rela o entre g neros a que esse professor faz uso percebemos que esta se d n o somente no plano escrito ou no da oralidade mas tamb m do escrito para o oral e do oral para o escrito Conforme estudos de Bazerman 201la p 35 j considerados no cap tulo 4 de nossa pesquisa podemos dizer que o sistema de g neros do professor revela um arcabou o que organiza o trabalho a aten o e o fazer docente no exerc cio de sua profiss o Valendo nos da fala dos professores ao percebermos a situa o em que o MP utilizado com que outros g neros ele interage chegamos tamb m ao prop sito do manual sob a tica docentes Os professores apresentaram como veem o MP para que serve Penso que o manual deva funcionar como um guia e n o como u
315. o tem tica os segundos relacionados diretamente organiza o geral do g nero geram os jogos de vozes e os julgamentos dos quais emana o conte do tem tico de um texto Qualquer que seja a diversidade e a heterogeneidade dos componentes da infraestrutura de um texto emp rico ele constitui um todo coerente uma unidade comunicativa articulada a uma situa o de a o e destinada a ser compreendida e interpretada como tal por seus destinat rios Essa coer ncia geral procede dos mecanismos de textualiza o e dos mecanismos enunciativos BRONCKART 1999 p 259 A coer ncia sendo explicitada pelos organizadores textuais compreende as rela es entre os n veis de organiza o de um texto e diz respeito conex o entre as macroideias do texto J a coes o est mais relacionada articula o interna do texto sendo dividida em coes o nominal an foras e cat foras decorrentes de retomadas nominais e pronominais e verbal tempos e modos verbais Ela introduz os argumentos organizando a devida retomada tem tica na sequ ncia do texto que resulta em um efeito de estabilidade e de continuidade Finalizando a an lise do folhato textual Bronckart 1999 2003 diz que os mecanismos enunciativos colaboram com o estabelecimento da coer ncia pragm tica do 67 texto trazendo tona simultaneamente avalia es julgamentos sentimentos que podem ser formulados em rela o a alguns aspectos do conte
316. observada desde que passamos a exercer a doc ncia est relacionada a nossa observa o de que o MP um g nero que apresenta in meras contribui es ao fazer docente e mesmo assim n o circula nas discuss es de ambientes docentes com certa regularidade Ao assumirmos a pr tica profissional como professor de L ngua Portuguesa em 2003 numa escola de grande porte do munic pio de Natal RN sentimos que o Manual do Professor n o se apresentava nem mesmo no bojo das discuss es perif ricas Est vamos numa ag ncia de educa o que tinha como primazia a forma o continuada dos professores preocupa o observada em suas reuni es pedag gicas peri dicas Desde os documentos governamentais a 24 cap tulos de livros de publica o recente que discorriam sobre avalia o metodologia de ensino atividades interdisciplinares dentre outras quest es os encontros entre gest o coordena o e equipe docente se consolidavam com o debate sobre teorias e relatos de experi ncias para aperfei oar e legitimar a vis o pedag gica da escola a saber ensinar a pensar No in cio do segundo semestre de cada ano letivo representantes de editoras e algumas vezes at mesmo autores de CD visitavam essas reuni es a fim de divulgarem seus materiais did ticos Logo se estabeleciam momentos para reuni es por reas de estudo com a finalidade de os professores analisarem se a escola permaneceria no ano seguinte com o Livro Did
317. ocuramos nos certificar a respeito dos prop sitos balizadores do Manual Apesar de encontrarmos isso bastante claro no MP3 buscamos observar se na concep o do autor outros aspectos motivam a produ o de um Manual Posteriormente examinamos o perfil de leitor esperado pelo autor do MP ocasi o em que tamb m percebemos a expectativa do autor em rela o aos conhecimentos que esse professor leitor deve apresentar sobre rea de atua o profissional 46 Na sequ ncia procuramos identificar as situa es de infer ncia do Manual na vida profissional de um professor isto as facilidades e promo es advindas do uso do MP Interessou nos saber nesse ensejo as reais possibilidades apontadas pelo Manual diante de situa es embara osas em que o professor venha a se encontrar Retomando aspectos da produ o do MP pedimos que o autor discorresse sobre os princ pios e os valores essenciais produ o de um Manual N o pretendemos nessa quest o especificar o Manual mas depreender da vis o de um autor o que pode se constituir em alicerce para a produ o de qualquer Manual A quest o seguinte tamb m visou aos aspectos norteadores da produ o de um Manual segundo a perspectiva de um autor Ela trata sobre aspectos ret ricos e a natureza multimodal da linguagem que fazem de um MP um produto atrativo ao professor que desperta o interesse do docente sobretudo em situa es de uso do LD Considerando que no grupo
318. odol gicas e outras especificidades em grande parcela determinadas pelo PNLD 2012 do Livro Did tico LD E optamos por essa nomenclatura por ser tamb m a adotada pelos programas de governo e em consequ ncia disso certamente pela maioria das editoras E quando citarmos nesta pesquisa o termo Manual estamos nos referindo estritamente ao MP embora na literatura corrente encontramos esse termo generalizando outros recursos did ticos do processo de ensino aprendizagem por exemplo o manual em refer ncia a manuais escolares livros antologias dicion rios etc E valido lembrarmos tamb m que sendo o MP uma produ o em princ pio focada no LD em nossa an lise nos reportaremos ao LD sobretudo ao examinarmos alguns aspectos do MP N o h como tratarmos sobre MP sem tangenciarmos pelo menos o LD apesar de que o 30 Manual constitui de fato nosso objeto de estudo enquanto que o LD apenas nos fornece aspectos para isso Ademais como definimos na pr pria an lise estamos considerando o MP como um g nero textual por ser claramente reconhecido por seus usu rios al m de outros fatores que ser o apresentados adiante 2 1 MP NO CAMPO DA LINGU STICA APLICADA A Lingu stica Aplicada LA equivocadamente foi vista durante bastante tempo como uma tentativa de aplica o da Lingu stica Te rica pr tica de ensino de l nguas CAVALCANTI 1986 p 07 Nas d cadas de 60 e 70 no Brasil p
319. ola p blica estigmatizada pela sociedade como a escola onde n o se aprende quase nada No debate sobre o ensino de L ngua essas circunst ncias inauguraram tamb m embora muito tempo depois por volta do final da d cada de 70 uma discuss o acerca da varia o lingu stica o reconhecimento de que o Brasil possui in meras variedades dialetais Os Par metros Curriculares Nacionais publicados pelo MEC em 1997 consideraram a realidade multilingu stica no falar dos brasileiros e a necessidade de a escola desfazer mitos que geram preconceitos lingu sticos Identificam se geogr fica e socialmente as pessoas pela forma como falam Mas h preconceitos decorrentes do valor social relativo que atribu do aos Z diferentes modos de falar muito comum as variedades lingu sticas de menor prest gio como inferiores ou erradas O problema do preconceito disseminado na sociedade em rela o s falas dialetais deve ser enfrentado na escola como parte do objetivo educacional mais amplo de educa o para o respeito diferen a Para isso e tamb m para poder ensinar L ngua portuguesa a escola precisa livrar se de alguns mitos o de que existe uma nica forma certa de falar a que se parece com a escrita e o de que a escrita o espelho da fala e sendo assim seria preciso conservar a fala do aluno para evitar que ele escreva errado BRASIL 1997a p 26 Apesar de o LD historicamente priorizar a nature
320. olida o contexto sociorret rico de determinado evento comunicativo Como consequ ncia desse processo certificam se o s prop sito s comunicativo s Uma boa e adequada compreens o da situa o ret rica t pica leva identifica o do s prop sito s comunicativo s mutuamente compartilhado s por participantes tipicamente associados a uma comunidade discursiva em particular Os prop sitos comunicativos compartilhados est o dessa forma imbricados dentro do contexto ret rico relevante BHATIA 2009 161 95 Ele entende tamb m que os prop sitos comunicativos compartilhados se constituem no mais significativo aspecto pois re ne os dois primeiros j que se inserem em contextos ret ricos espec ficos e determinam escolhas estruturais e formas l xico gramaticais espec ficas BHATIA 1996 p 48 Considerando como se apresentam as constru es lingu sticas dessas situa es ret ricas reconhecem se as regularidades t picas que caracterizam o construto gen rico em suas formas estruturais e organizacionais Embora tenha citado os aspectos acima como essenciais a uma an lise gen rica Bhatia 1996 esclarece que os g neros n o s o est ticos Mais adiante destacaremos a natureza din mica do g nero No entanto preciso desde j destacarmos segundo o autor que h uma forte tend ncia convencionalista das propriedades de constru o e interpreta o de g neros a partir do que se percebe como denominador ma
321. onado avalia o e autoavalia o do professor e dos alunos Em termos gerais nos MP o professor orientado a avaliar constantemente cada aluno individualmente e a classe como um todo para poder estabelecer os ajustes necess rios ao processo de ensino aprendizagem S o propostos encaminhamentos para produ o oral como podemos constatar no MP3 que defende que os crit rios de avalia o de atividades sejam discutidos e combinados com os alunos e n o somente uma atividade a ser definida e realizada pelo professor Portanto a autoavalia o deve tamb m ser parte do processo avaliativo Os alunos devem se posicionar sobre o trabalho e o desempenho apresentados no ato da exposi o Esse Manual sugere dentre os aspectos a serem vistos no ato da avalia o de exposi es orais a seguinte matriz de avalia o 207 Figura 9 Matriz para avalia o de produ o textual o pouco interessante PPS o desinteresante pr Dispon vel em lt http www dpesronedprbecrefilesguio para annie A N f h Acesso em 30 set 2009 Adap Como observamos acima oito comandos propositivos para que o aluno possa realizar a sua autoavalia o O MP refor a a import ncia da autoavalia o Ao longo dos tr s volumes s o sugeridas atividades de retomada releitura e refa o dos textos orais analisados ou produzidos pelos 208 alunos O objetivo dessas atividades em geral avaliativo por meio delas o
322. or No disjunto as coordenadas espa o temporais se assentam em uma origem espa o temporal espec fica estabelecendo a ordem do narrar No 39 66 mundo implicado o texto mobiliza ou implica os par metros da a o da linguagem 66 com refer ncias d iticas a esses mesmos par metros que s o desse modo integrados ao pr prio conte do tem tico BRONCKART 1999 p 119 E sendo assim como j foi dito a interpreta o do texto s poss vel a partir de informa es sobre suas condi es de produ o Baseando se em Adam 1990 Bronckart 1999 p 134 sugere outra forma de planifica o que chamou de sequ ncias a saber narrativa descritiva argumentativa explicativa injuntiva e dialogal Raramente se encontra em um texto apenas uma sequ ncia Como Lousada 2010 p 05 diz na perspectiva bronckartiana a sequ ncia narrativa recebe grau zero quando n o h intriga tens o que seria o script e as sequ ncias argumentativa e explicativa tamb m recebem grau zero se n o for necess rio explicar algo de dif cil compreens o ou argumentar em favor ou contra algo que pode ser contest vel Outra contribui o do ISD consiste na identifica o e denomina o de dois tipos de mecanismos que cooperam com os textos atribuindo lhes uma coer ncia global os mecanismos de textualiza o e mecanismos enunciativos Os primeiros com os recursos lingu sticos asseguram a progress
323. or Tese 3 Lingu stica aplicada Tese Oliveira Maria do Socorro Il T tulo IFRN Campus Natal Cidade Alta CDU 81 42 134 3 AYRES CHARLES DE OLIVEIRA NOGUEIRA MANUAL DO PROFESSOR MUITO PRAZER EM RE JCONHEC LO Uma an lise sociorret rica do g nero textual Tese apresentada ao Programa de P s gradua o em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como exig ncia parcial para a obten o do t tulo de Doutor em Estudos da Linguagem rea de concentra o Lingu stica Aplicada Orientadora Profa Dra Maria do Socorro Oliveira Aprovada em 14 03 14 Banca Examinadora Profa Dra Maria do Socorro Oliveira UFRN Orientadora Profa Dr Cl cio dos Santos Bunzen J nior UNIFESP Examinador externo Prof Dra Ivoneide Bezerra de Ara jo Santos IFRN Examinadora externa Prof Dra Maria Hozanete Alves de Lima UFRN Examinadora interna Profa Dra Gl cia Marili Azevedo de Medeiros Tinoco UFRN Examinadora interna Prof Dr M rcio Adriano de Azevedo IFRN Suplente externo Prof Dra Ana Maria de Oliveira Paz UFRN Suplente interna A minha fam lia minha orientadora Profa Dra Maria do Socorro Oliveira e aos meus alunos AGRADECIMENTOS Ao Esp rito Santo a quem tenho a ousadia de chamar de meu Amigo que iluminando me com a luz de Jesus do alto do trono de Deus conduziu me ao encontro de pessoas t o importan
324. or exemplo pesquisadores se dedicaram a investigar a aplica o de teorias lingu sticas ao ensino de ingl s como l ngua estrangeira com forte influ ncia do estruturalismo que fundamentou a elabora o de diversos materiais did ticos e do gerativismo cujas regras te ricas se tornaram regras de ensino ZYNGIER VIANA MENEZES 2007 Conforme Kleiman 1998 discutir LA sem considerar a sua rela o com a Lingu stica naquele per odo parecia inconceb vel A sala de aula era desse modo o cen rio de experimenta o da Lingu stica J nas d cadas de 80 e 90 pelo menos 3 tr s marcos impulsionaram a amplia o do escopo de interesse e atua o da LA a cria o de programas de P s Gradua o em diversas universidades na UFRN e na UNICAMP por exemplo a publica o e divulga o de revistas cient ficas como a DELTA e a realiza o de in meros eventos cient ficos como o Congresso Brasileiro de Lingu stica Aplicada CBLA que se encontra na 10 edi o Esses marcos proporcionaram LA o encontro de respaldo te rico em outras reas ultrapassando assim as fronteiras da Lingu stica pura CAVALCANTI 2004 e a tornando multidisciplinar Esta caracter stica inter ou multidisciplinar talvez seja o grande fator distintivo entre a LA e os outros campos de investiga o pois ao procurar solu es em diferentes dom nios do saber para resolver problemas reais de uso da linguagem produz tamb m conhec
325. os de 125 milh es de reais para 373 milh es Al m de um n mero maior de disciplinas e s ries atendidos pelo programa Como consequ ncia a melhoria da qualidade do ensino a reformula o do manual escolar brasileiro e a cria o de condi es adequadas para a renova o das pr ticas pedag gicas Ap s discorrer sobre os impactos positivos do PNLD at aquele momento reconheceu se a necessidade de reformular o programa considerando as novas perspectivas de atua o demarcadas pelas mudan as ocorridas no contexto educacional a fim de avan ar no processo de melhoria da educa o brasileira Na pauta como refer ncias para essa reformula o exig ncias sociais retratadas pela nova Lei de Diretrizes e Bases da educa o Nacional LDB pelas novas Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental recomendadas pelo Conselho Nacional de Educa o NCE e pelos Par metros Curriculares Nacionais PCN sugeridos pelo MEC No bojo das discuss es as Recomenda es para uma Pol tica P blica de Livros Did ticos passam a incluir pressupostos discutidos em cada um dos documentos acima sinalizando aspectos contempor neos que serviriam mais frente como considera es para produ o de LD A nova LDB por exemplo destacou a supera o do car ter tecnicista 158 presente na LDB n 5 692 71 que deu espa o ao estabelecimento de v nculos entre educa o escolar e pr ticas sociais consolidando desse modo a import
326. os tipificados ideologicamente e dialogicamente em variadas situa es sociais de intera o 83 A perspectiva dial gica comunga com as orienta es epistemol gicas da An lise Dial gica do Discurso ADD que por sua vez procura entender a indissol vel rela o entre l ngua linguagens e sujeitos historicamente situados segundo Brait 2006 Ainda de acordo com essa autora 2006 p 13 a ADD tem por objetivo esmiu ar campos sem nticos descrever e analisar micro e macro organiza es sint ticas reconhecer recuperar e interpretar marcas e articula es enunciativas que caracterizam o s discurso s e indicam sua heterogeneidade constitutiva assim como a dos sujeitos a instalados E mais ainda ultrapassando o g nero a que pertencem os textos e os g neros que nele se articulam descobrir a tradi o das atividades em que esses discursos se inserem e a partir desse di logo com o objeto de an lise chegar ao inusitado de sua forma de ser discursivamente sua maneira de participar ativamente de esferas de produ o circula o e recep o encontrando sua identidade nas rela es dial gicas estabelecidas com os outros sujeitos N o h categorias a priori aplic veis de forma mec nica a textos e discursos com a finalidade de compreender formas de produ o de sentido num dado discurso numa dada obra um dado texto As diferentes formas de conceber enfrentamento dial gico da linguagem con
327. os entrevistar individualmente um n mero razo vel e 47 representativo de professores usu rios dos MP analisados nesta pesquisa mas n o tivemos a disponibilidade desses professores Apenas quatro deles se apresentaram como dispon veis a discutir conosco sobre nosso objeto de estudo Nesse sentido resolvemos efetivar a nossa segunda alternativa a realiza o de grupo focal que de acordo com Gomes e Barbosa 1999 p 01 trata se de um grupo informal e de tamanho reduzido com o prop sito de obter informa es de car ter informativo em profundidade Como objetivo principal nosso grupo se prop s a revelar as percep es dos professores colaboradores da pesquisa sobre o MP Diversos aspectos asseguram o xito de nossa entrevista nesse instrumento de pesquisa Os participantes compartilham v rias caracter sticas demogr ficas Todos possuem gradua o em Letras e p s gradua o em linhas de pesquisa da rea de linguagem s o professores da disciplina L ngua Portuguesa exercem a doc ncia no IFRN embora em campi distintos Ademais tamb m por conta de similaridades dessa natureza o grupo focal permite um debate com mais possibilidades de esclarecimento com argumentos de autoridade Alguns pesquisadores defendem calorosamente esse m todo de gera o de dados Blumer 1969 apud FLICK 2009 p 181 diz Um pequeno n mero de indiv duos reunidos como um grupo de discuss o ou de ajuda vale muito mais do que qualquer a
328. os historicamente exclu dos do Ensino M dio Garantir a inclus o da tem ticas que valorizem os direitos humanos e contribuam para o enfrentamento do preconceito da discrimina o e da viol ncia no interior das escolas Desenvolver a compreens o da realidade brasileira de sua organiza o social e produtiva na rela o de complementaridade entre espa os urbanos e rurais Valorizar o estudo e as atividades socioambientais e projetos de extens o Desenvolver conhecimentos e habilidades associados a aspectos comportamentais relacionamento comunica o iniciativa coopera o compromisso relativos s atividades de gest o e de iniciativas empreendedoras Valorizar pr ticas desportivas e de express o corporal referidas sa de sociabilidade e coopera o e Estimular a participa o social dos jovens como agentes de transforma o de suas escolas e de suas comunidades Considerando a atualiza o do projeto pol tico pedag gico PPP e as especificidades de cada escola e de cada regi o o PNLD 2012 orientou os professores a escolherem livros did ticos examinando as resenhas das obras e identificando aquelas que mais dialogam com a lista de 22 indicativos do Programa Ensino M dio Inovador Ressaltou tamb m a responsabilidade atribu da ao professor no exerc cio de adotar um livro did tico mediante as proposi es acima citadas visto que se estabelece um comprometimento com esse recurso did tico co
329. os no Jornal Zero Hora 2007 104 f Disserta o Mestrado em Ci ncias da Linguagem Universidade do Sul de Santa Catarina Tubar o 2007 BORTONIRICARDO S M O professor pesquisador introdu o pesquisa qualitativa S o Paulo Par bola Editorial 2008 BOURDIEU P Language and symbolic power Cambridge Polity Press 1991 BRAIT B Intera o g nero e estilo In PRETI D Org Intera o na fala e na escrita Projetos Paralelos S o Paulo NURC SP 2002 p 125 157 An lise e teoria do discurso In BRAIT Beth Org Bakhtin outros conceitos chave S o Paulo Contexto 2006 BRASIL Decreto Lei n 1 006 Publica o original Dispon vel em lt http www2 camara gov br legin fed declei 1930 1939 decreto lei 1006 30 dezembro 1938 350741 publicacaooriginal 1 pe html gt Acesso em 18 jun 2012a Decreto Lei n 7 084 Bras lia MEC 2010 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 Ato2007 2010 2010 Decreto D7084 htm gt Acesso em 03 jul 2012 Edital de convoca o para inscri o no processo de avalia o e sele o de obras did ticas para o Programa Nacional do Livro Did tico PNLD 2012 Bras lia MEC 2009a Edital de convoca o para o processo de inscri o e avalia o de cole es did ticas para o PNLD 2014 Bras lia MEC 2011 Edital de convoca o para o processo de inscri o e avalia o de obras did ticas para o PNLD 2013 Bras lia MEC
330. os para abordar desde esquemas l gicos relativamente complexos do qual a an lise sint tica um bom exemplo observa o de elementos naturais culturais e hist rico sociais para subsidiar a an lise de diferentes objetos eventos e fen menos uma pr tica comum por exemplo no estudo das escolas liter rias e no reconhecimento das 186 propriedades e fun es dos variados g neros discursivos ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 79 grifo nosso Certamente por isso as autoras desse manual optaram por organizar retoricamente o Guia de recursos como elas denominaram o MP3 tamb m de maneira distinta n o estabelecendo muitos v nculos entre os eixos de ensino de LP Contudo apesar de ser organizado o LD e seu MP3 conforme relatamos at aqui elas concebem o ensino aprendizagem de forma interdisciplinar ou seja na pr tica pedag gica cabe ao professor estabelecer a interdisciplinaridade Inclusive com outras disciplinas como podemos observar Dessa forma conceber o ensino aprendizagem de gram tica literatura e produ o de texto como um esfor o naturalmente interdisciplinar n o significa reconhecer que o professor de portugu s possa se dar ao luxo de desenvolver interdisciplinaridade sem um di logo construtivo com profissionais de outras reas ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 80 Em parte percebemos que a CD do MP3 segue as especifica es das Orienta es curriculares para o ensino
331. os sejam lidos ou escritos pelos senhores e digamos com recursos ou meios auxiliares pr prios de um planejamento seja pontual ou pr vio como plano de aula programa de disciplina calend rio escolar relat rio Projeto Pol tico Pedag gico Institucional Projeto Pedag gico de Curso n mesmo Prof 1 Isso calend rio escolar porque h um cronograma a ser obedecido o bimestre enfim o pr prio projeto da disciplina que prev conte do para determinado ano escolar o tempo que nossa disciplina disp e naquela turma na semana as atividades corrigidas Tamb m n o podemos nos esquecer de exposi o oral em eventos cient ficos aulas assembleias v deo confer ncias todos esses g neros tamb m podem receber uma intera o n com o manual Por que n o Bom isso Prof 3 Tem tamb m uma ou outra observa o de algum pai de aluno feita numa reuni o com pais ou mesmo quando somos procurados por eles MODERADOR Certo Todos esses fatores aparecem podemos dizer assim no planejamento de uma aula O Prof l falou de assembleias por exemplo Ent o percebermos os nossos ambientes de intera o nos ajuda tamb m a percebermos a voltamos ao assunto as circunst ncias de uso do manual do professor Ent o que ambientes de reuni o de encontro entre professores comum na institui o onde os senhores trabalham Prof 4 Vamos l s o v rios podemos dizer assim v deo confer ncia n cleo estr
332. os usos do livro did tico e projetos did ticos autorais 2009 225 f Tese Doutorado em Lingu stica Aplicada Instituto de Estudos da Linguagem Universidade Estadual de Campinas Campinas 2009 CARVALHO C S et al Manual do Professor In CARVALHO C S et al Construindo a escrita l ngua portuguesa textos gram tica e ortografia S o Paulo tica 2003 CARVALHO G de G nero como a o social em Miller e Bazerman o conceito uma sugest o metodol gica e um exemplo de aplica o In MEURE J L BONINI Adair MOTTA ROTH D sir e Org G neros teorias m todos debates S o Paulo Par bola Editorial 2005 247 CASSIANO C C F Mercado de livro did tico no Brasil on line I Semin rio Brasileiro sobre Livro e Hist ria Editorial Universidade Federal Fluminense Rio de Janeiro 2004 Dispon vel em lt http www livroehistoriaeditorial pro br pdf celiacristinacassiano pdf gt Acesso em 03 jul 2012 CAVALCANTI M C A prop sito da Lingu stica Aplicada In Trabalhos em Lingu stica Aplicada n 1 1986 Dispon vel em lt http www iel unicamp br revista index php tla article view 2575 1986 gt Acesso em 23 set 2013 Applied linguistics brazilian perspectives In AILA Review 17 p 23 30 2004 CEMIN J G nero do discurso no manual do professor no livro did tico de l ngua portuguesa Anais do 5 Encontro do CELSUL 2003 Curitiba Curitiba UFPR 2003 p 683 691 CEREJA W R
333. para a comunica o verbal importante tamb m considerar como afirma Marcuschi 2008 p 163 que apesar de contarmos com uma metalinguagem riqu ssima para designarmos os g neros que produzimos n o t o simples denominarmos certos g neros sobretudo porque n o h uma rela o biunivoca entre eles e as formas textuais e isso fica comprovado no caso de um g nero que tem a fun o de outro situa es em que um g nero se mistura com outro Esse fen meno de hibridiza o o autor designa de intergenericidade Contudo de modo geral e considerando que a denomina o dos g neros foi constitu da hist rica e socialmente n o h tanta dificuldade na identifica o deles Como vimos a abordagem sociocognitiva se vale de meios advindos de perspectivas s cio hist rica e congnitivas Nesse sentido as pr ticas sociais s o essenciais para revelar a rela o entre linguagem e cogni o 78 3 2 5 Perspectiva dial gica A teoria dial gica de Bakhtin 1895 1975 resultado de estudos de pesquisadores russos que formaram o C rculo de Bakhtin 1919 1974 foi divulgada basicamente a partir da d cada de 60 j que a ex Uni o Sovi tica cultivava pol ticas de controle em grande parte do per odo em que o referido C rculo se reunia N o h um consenso na comunidade cient fica em torno da autoria de todos os textos que s o divulgados por alguns pesquisadores como sendo de Bakhtin sobretudo os produz
334. paz de ler o mundo interpret lo e revelar que os diversos programas de distribui o de livros t m o prop sito de promover o acesso informa o como forma de re conhecimento do mundo e conduzir os alunos reelabora o 141 da realidade com base em suas pr prias experi ncias contribuindo para a percep o de si mesmo e do mundo BRASIL 2010b p 09 O Guia 2011 advoga por uma escola que disponibilize aos discentes instrumentos e mecanismos para que possam compreender o mundo A escola nesse sentido o espa o de realiza o do livro da leitura da intera o com recursos did ticos que disseminam saberes para a pr tica social Para dar ainda mais destaque leitura reproduz trecho sobre literatura publicado no Edital de Convoca o para Inscri o de Obras de Literatura no Processo de Avalia o e Sele o para o Programa Nacional Biblioteca da Escola PNBE 2011 A literatura revela se como um dos caminhos privilegiados para que os alunos sejam crian as adolescentes jovens e adultos se realizem como leitores aut nomos apreciadores das v rias possibilidades de leitura que um texto liter rio pode oferecer Para al m da frui o est tica o acesso a obras liter rias de qualidade contribui para que os alunos possam apropriar se de pr ticas de leitura e escrita que contribuir o para que esse leitor interaja com a cultura letrada levando o ao pleno exerc cio da cidadania Os programas PNLD
335. pectos multimodais do g nero MP organiza o gr fica ilustra es cor fonte todos eles apontaram a necessidade de os manuais melhorarem nesse quesito para se tornarem mais atrativos O debate foi intenso vejamos N o atrativo o manual N o h por exemplo gravuras Muito texto poucos quadros Nesse aspecto SOU BEM PRAGM TICA Nosso escasso tempo exige que o manual seja funcional e n o uma antologia de textos te ricos Prof 2 A maioria dos manuais n o apresentam layout convidativo leitura letras min sculas e sem espa amentos favor veis a uma satisfat ria visualiza o do todo Prof 1 Poderia ser mais atrativo VERDADE QUE TAMB M NESSE ASPECTO OS MANUAIS J MELHORARAM MUITO Os manuais mais antigos traziam informa es somente relacionadas a respostas das atividades do livro e al m disso algumas pequenas considera es 232 metodol gicas No entanto todas essas informa es estavam numa letrinha muito mi da Veja s um professor normalmente algu m que l bastante normalmente algu m que usa culos logo n o vai se interessar por esse tipo de leitura que vai for ar mais a vista dele e trazer poucas contribui es Essa era a vis o antigamente Enquanto que a letra do livro do aluno estava em uma fonte satisfat ria a do manual era mesmo pra que o professor n o se sentisse motivado a l lo Prof 3 De fato era assim mesmo De fato o manu
336. pela mesma tradi o ou aproximando linguagens diferentes com a literatura e o cinema ou a literatura e a m sica popular brasileira CEREJA MAGALH ES 2010 p 06 MP3 tamb m inicia a se o de metodologia no campo da literatura intitulada por suas autoras Um olhar para a literatura dialogando com te ricos da rea citando falas de Harold Bloom e Antonio Candido E ap s discutir sobre enfoques diferentes do estudo de literatura apresenta a abordagem que orienta o projeto liter rio da CD Uma breve an lise das op es metodol gicas que t m norteado o trabalho com a literatura no Ensino M dio nas ltimas d cadas aponta diferentes nfases para o trabalho com o texto liter rio A literatura j foi apresentada principalmente como uma hist ria como uma arte como uma linguagem O problema que cada uma dessas abordagens ao privilegiar determinado aspecto do texto liter rio deixa outros tantos na sombra ou n o os articula entre si de modo suficiente O desafio que enfrentamos nesta obra foi o de identificar uma abordagem que ampliasse esse espectro revelando como as diferentes dimens es do texto liter rio se articulam para dar forma a um projeto liter rio espec fico Por esse motivo optamos por tratar a literatura como um discurso Quando Harold Bloom afirma que devemos ler como seres humanos ele resgata um aspecto essencial dos textos liter rios eles foram escritos por seres humanos para seres humanos
337. pesquisas durante 20 anos baseadas em Adam 1990 Genette 1972 Roulet et al 1985 as quais resultaram na obra Le fonctionnement des discours BRONCKART et al 1985 Em s ntese nesse n vel o ISD assume a meta de analisar as condi es de funcionamento efetivo dos textos considerando que os g neros textuais se constituem em produtos de uma atividade linguageira coletiva organizada pelas forma es sociais com vistas a adaptar os formatos textuais s exig ncias das atividades gerais Para aprofundar o estudo da configura o contextual e textual dos g neros na perspectiva sociossemi tica importante conhecer a an lise das metafun es ideacional interpessoal e textual EGGINS 1994 HALLIDAY HASAN 1989 HALLIDAY 1978 1994 THOMPSON 1996 e a rela o dessas metafun es com a interpreta o a descri o e a explica o da constru o discursiva ideol gica do g nero sob a tica da An lise Cr tica do Discurso FAIRCLOUGH 1989 WODAK 2004 Esses aspectos n o foram tratados nesta tese porque n o ser o utilizados na an lise dos dados gerados em nossa pesquisa 63 No segundo n vel o ISD observa que as media es formativas se encontram em diversos locais com aprendizes de estatutos tamb m diversos BRONCKART 2008 Nesse mbito o foco est em media es realizadas nos sistemas educativos j que se tratam de locais de forma o na contemporaneidade e por isso desenvolveu trabalhos em did
338. po analisar g neros significa compreender como os objetivos das a es comunicativas s o din micas e variavelmente flex veis a depender do tipo de intera o conforme Koch e Cunha Lima 2004 p 284 Para essas autoras em alguns eventos lingu sticos predominam intera es altamente ritual sticas e previs veis uma cerim nia de casamento ou uma posse em cargo p blico por exemplo enquanto em outros os participantes se encontram mais livres e podem estabelecer novos objetivos na intera o ou at mesmo deixar de pertenc la Elas tamb m afirmam que o tipo de a o comunicativa caracterizado pelos participantes da intera o enquanto que em 75 um evento determinadas pessoas est o inseridas outras exclu das E o que ocorre numa conversa entre amigos em um nibus ao se deslocarem para o trabalho Al m disso poder haver uma rela o sim trica entre os participantes da intera o no qual todos t m in meras possibilidades de iniciativas e atitudes o que ocorre em conversas espont neas e assim trica nos casos em que cada participante desempenha um papel espec fico como professor e aluno para ilustrar Em todos esses casos e mais fortemente em a es menos ritualizadas existe a negocia o por parte dos agentes que precisam estabelecer conjuntamente qual a a o que est em curso Usam para isso uma s rie de pistas de contextualiza o uma pista de contextuali
339. poder apresentar o que se deseja com tal g nero e como os interlocutores poder o receb lo Enfim o professor nesse sentido torna se respons vel pelo ambiente comunicativo de sala de aula em que esses g neros emergem procurando tamb m gerenciar o sistema de atividades da sala de aula a fim de criar situa es motivadoras a partir de g neros significativos a serem trabalhados pelos alunos Essa concep o coaduna se com a de Miller 2011 que remete ao engajamento e motiva o de atividades aos estudantes Segundo essa pesquisadora os g neros devem favorecer meios para que os alunos se envolvam em tarefas comunicativas e concomitantemente isso deve servir como motiva o dos alunos como falantes escritores pintores blogueiros independe dos g neros que estejam sendo ensinados a eles Por fim Bazerman 2011 p 40 refor a que ensinar l ngua equivale a contribuir para que o aluno seja um tipo de usu rio mais habilidoso flex vel e vers til da l ngua escrita e falada O destaque est no desenvolvimento lingu stico do aluno partindo da intera o em contextos situados 113 4 3 CONFER NCIA DA AILA Ann Johns et al em artigo intitulado Crossing the boundaries of genre studies commentaries by experts Atravessando os limites do estudo de g neros coment rios por especialistas publicado pelo Journal of Second Language Writing sintetizaram as considera es de diversos especialistas em g neros tex
340. portamento social Partindo das entrevistas os estudantes chegam terceira tarefa a produ o de uma mini ethnography minietnografia Um projeto composto de 2500 a 3000 palavras que compreenda segundo Reiff apud JOHNS et al 2006 p 243 1 observa es e notas sobre o ambiente e participantes 2 entrevistas com informants incluindo anedotas cita es relatos e hist rias orais 3 artefatos escritos e materiais textos g neros e objetos que t m import ncia cultural 4 artefatos visuais tais como fotos do lugar participantes 5 material de fonte de fundo no m nimo duas fonts uma que pode ser impressa e a outra n o impressa A atividade tamb m pode ser desenvolvida tendo como objeto um g nero encontrado na comunidade estudada desde que envolva uma an lise etnogr fica Isso implica numa 120 abordagem situada que permita aos alunos a compreens o de a es comunicativas e a an lise de como determinada comunidade faz uso da l ngua 4 3 4 Ensino de g neros centrado no leitor Anis Bawarshi tamb m participante da Confer ncia da AILA discorreu sobre o termo inven o na perspectiva ret rica estabelecendo rela o com o ensino de g neros em segunda l ngua Ele prop e que o g nero seja o ponto de partida para o ensino da inven o a fim de se perceber que a inven o n o se d em um processo cognitivo no interior dos indiv duos mas em um processo cognitivo situado dent
341. possibilidade de enriquecer o processo de ensino aprendizagem e de conhecer ainda mais sobre algum aspecto que n o est evidente no LD Re conhecermos os aspectos sociorret ricos do g nero textual MP facilitou nos a percep o de como os Manuais est o organizados e de como s o vistos por seus usu rios Nesse sentido n o verdade que o MP seja apenas um bem simb lico produzido por uma determina o de um PNLD Os PNLD t m balizado melhorias significativas ao MP nos ltimos dez anos sobretudo E os usu rios de MP confirmam o valor material que esse g nero representa ao fazer docente O professor em nosso caso o de L ngua Portuguesa do Ensino M dio o interlocutor privilegiado do MP Apesar de encontrarmos algumas marcas de imposi o em alguns Manuais e de encontrarmos nos LD uma organiza o de conte dos determinada pela vis o pedag gica dos autores da CD observamos que os MP oferecem ao docente certo n vel de liberdade Muito do que est publicado nos MP pass vel de ser adaptado caso venha a ser adotado pelo professor em sua pr tica de ensino Isso dito nos Manuais Diante do fato da escassez de pesquisas no Brasil e no exterior sobre MP nosso estudo representa um ponto de impuls o para pesquisas que venham a tratar de Colet neas Did ticas em qualquer rea do conhecimento principalmente naquelas inerentes ao Ensino M dio Os resultados desta pesquisa sinalizam al m do reconhecimen
342. praticando um humanismo contempor neo pelo reconhecimento respeito e acolhimento da identidade do outro e pela incorpora o da solidariedade Articular teoria e pr tica vinculando o trabalho intelectual com atividades pr ticas experimentais Utilizar novas m dias e tecnologias educacionais como processos de dinamiza o dos ambientes de aprendizagem Estimular a capacidade de aprender do aluno desenvolvendo o autodidatismo e autonomia dos estudantes Promover atividades sociais que estimulem o conv vio humano e interativo do mundo dos jovens Promover a integra o com o mundo do trabalho por meio de est gios direcionados para estudantes do ensino m dio Organizar os tempos e os espa os com a es efetivas de interdisciplinaridade e contextualiza o dos conhecimentos 145 Garantir o acompanhamento da vida escolar dos estudantes desde o diagn stico preliminar com acompanhamento do desempenho e integra o com a fam lia Ofertar atividades complementares e de refor o da aprendizagem como meio para eleva o das bases para que o aluno tenha sucesso em seus estudos Ofertar atividades de estudo com a utiliza o de novas tecnologias de comunica o Avalia o da aprendizagem como processos formativo e permanente de reconhecimento de saberes compet ncias habilidades e atitudes Reconhecer as diferentes facetas da exclus o na sociedade brasileira para assegurar a amplia o do acesso aos sujeit
343. que as estrat gias eficazes para a escrita a determinados leitores devem estar relacionadas s estruturas gen ricas que aqueles leitores esperam O foco da aprendizagem podemos assim dizer para o aluno est nos g neros que ele escrever quer porque receber atividades nas mais diversas disciplinas que cursar quer porque deseje por iniciativa pr pria pleitear participa o em projetos extraclasse aqueles em que se deparar em atividades paralelas ao estudo acad mico Desse modo o aluno analisar a expectativa do professor que far a leitura da atividade acad mica no mbito do processo de ensino aprendizagem E fora da ag ncia acad mica manter tamb m aten o em quem se constituir como leitor de sua produ o para ilustrar dever atender ao exigido por determinado edital de concurso sob pena de n o alcan ar xito no prop sito que o levou a escrever Para qualquer cidad o portanto caber aprender os g neros com os quais necessitar transitar em sua comunidade de pr tica social de linguagem quer seja na esfera profissional quer em qualquer outra esfera religiosa pol tica familiar Conforme Johns et al 2006 as contribui es dos especialistas citados nesta se o revelam a natureza complexa do estudo dos g neros Foram apresentadas diferentes concep es sobre g neros ressaltando se pressupostos bem espec ficos em termos te ricos e pedag gicos Apesar disso tamb m foram observadas con
344. que o PNLD a avalia o que esse programa faz ano a ano e os estudos cient ficos tornaram a materialidade dos manuais no n vel em que est o mais fundamentados atualizados e com possibilidades not veis de acrescentar nunca impor mas de sugerir acr scimos qualitativos ao fazer docente Prof 4 Portanto o MP mais que um bem simb lico no dizer dos professores que participaram de nossa pesquisa E simb lico por corresponder s exig ncias do PNLD no entanto um bem material porque traz uma riqueza de informa es capaz de contribuir com a pr tica pedag gica de professores de L ngua Portuguesa Certamente houve uma grande evolu o nas cole es de L ngua Portuguesa nos ltimos 30 anos Tratando sobre o LD Bunzen 2007 p 44 ressalta que em rela o s antologias densamente marcadas pelo modelo de l ngua padr o a partir de textos liter rios em prosa e verso e dos livros did ticos das d cadas de 70 e 80 do s culo passado ainda 234 muito povoado por textos muito mais da literatura os livros atualmente refletem uma mudan a significativa na natureza do material textual especialmente em rela o diversidade de g neros n o mais limitados esfera liter ria embora tenha acontecido um processo de escolariza o desses g neros Nesse mesmo artigo intitulado O tratamento da diversidade textual nos livros did ticos de portugu s como fica a quest o dos g neros Bunzem
345. r as diretrizes do PNLD 2012 que estabelecem a macroestrutura de um MP Com base nessa observa o e nas contribui es oferecidas pela abordagem sociorret rica analisaremos os dados gerados no cap tulo seguinte 168 6 AN LISE SOCIORRET RICA DO G NERO MANUAL DO PROFESSOR Neste cap tulo passaremos a analisar qualitativamente os dados gerados na pesquisa relatando as especificidades do g nero Manual do Professor em rela o a seus aspectos ret ricos ao ambiente de pr ticas de intera o em que est situado e aos seus usu rios Conforme j ressaltamos em cap tulos anteriores nossa an lise baseia se na perspectiva sociorret rica dos g neros textuais priorizando as considera es de Johns et al 2006 Bazerman 2011 e Miller 2011 e os seguintes aspectos constitui o textual organiza o ret rica assuntos e contexto de uso do MP Evidentemente sendo o Manual do Professor uma produ o com foco em princ pio no Livro Did tico em nossa an lise nos reportaremos algumas vezes ao LD Inclusive ao examinar alguns aspectos do MP necessitamos consultar o LD No entanto realizamos consultas breves sem pretens es anal ticas mais aprofundadas Afinal nosso objeto de estudo o Manual do Professor 6 1 ABORDANDO MP COMO G NERO TEXTUAL At o momento temos observado que os estudos sobre o Livro Did tico LD ocupam um significativo espa o na preocupa o de pesquisadores enquanto que n o h
346. r as propostas sua realidade transformar os produtos sugeridos etc FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 07 grifo nosso 177 De certo modo os autores valendo se dessas express es procuram guiar os interlocutores a a es docentes que possibilitem o m ximo de contribui o do LD ao processo de ensino aprendizagem Isso demonstra que a l ngua afeta relacionamentos entre pessoas REIFF apud JOHNS et al 2006 p 243 e que os padr es de comportamento lingu stico e ret rico est o vinculados aos padr es de comportamento social A primeira cita o destacada do MP1 trata se de uma carta em que os autores apresentam sinteticamente estabelecendo como sublinhamos termos de uma linguagem da oralidade do cotidiano sua concep o de ensino de LP no Ensino M dio EM a partir de considera es sobre o processo de aprendizagem dos alunos da alfabetiza o aos anos finais do Ensino Fundamental EF levando em conta as in meras situa es de comunica o em que esses estudantes tiveram de se utilizar por alguma raz o e de conhecimentos lingu sticos e discursivos introduzidos em estudos de linguagem Para os autores apesar de os alunos terem acumulado um conjunto de no es lingu sticas faz se necess ria a retomada e o aprofundamento de tais no es no EM j que muitas delas podem ainda n o estar bem compreendidas Ap s afirmarem que isso sobretudo a retomada de diversos estudos ge
347. r docente Os alunos por sua vez tamb m nessa mesma disciplina na realiza o de seu papel discente est o inseridos em um conjunto de g neros a saber anota es do que o professor disse ao explicar determinado conte do program tico anota es sobre leituras necess rias ao estudo esclarecimento em fichas de trabalhos coleta de dados orientada pelo professor resumo de textos solicita o de revis o de nota de trabalhos etc Nesse processo de ensino e aprendizagem em que professor e alunos fazem uso de conjuntos de g neros por vezes distintos mas que se intercruzam e favorecem as rela es e os objetivos vislumbrados no ambiente de sala de aula encontramos o sistema de g neros que por sua vez constitui o sistema de atividades t picas da sala de aula Ou seja ao 111 identificarmos o sistema de g neros em que se inserem professor e alunos de determinada turma escolar estaremos definindo um arcabou o que organiza o trabalho a aten o e o fazer de todos os participantes no exerc cio de suas atividades o frame BAZERMAN 201la p 35 O sistema de atividades compreende as a es realizadas no fluxo comunicativo com estrat gias adequadas a determinado grupo para atingir objetivos estabelecidos Trata se ent o de uma entidade heterog nea formada por diversos participantes envolvidos na realiza o de determinados g neros A realiza o de determinadas tarefas passa por atividades que envolvem
348. ra com a inscri o de livros de novas editoras a cada PNLD o documento registra tamb m a participa o de novos autores de LD proporcionando a apropria o dos livros aos crit rios do processo de avalia o No PNLD 157 1998 percebeu se cerca de 17 a mais de novas editoras em rela o ao PNLD 1997 e 19 a mais na compara o entre PNLD 2001 e PNLD 1998 Depreendeu se ao longo do processo tamb m implica es positivas nas escolhas de livros feitas por professores No campo escolar observam se tamb m impactos positivos Os dados mostram que inicialmente as escolhas dos professores reca ram predominantemente sobre livros menos qualificados pela avalia o Progressivamente contudo os mais qualificados passaram a ser mais solicitados pelos docentes No que diz respeito aos livros de 1 a 4 s ries no PNLD 97 as obras classificadas como n o recomendadas constitu ram cerca de 72 do total de livros escolhidos Esse total reduziu se expressivamente no PNLD 98 constituindo aproximadamente 41 desse total os recomendados com distin o simplesmente recomendados ou com ressalvas passaram consequentemente a representar 59 desse total no PNLD 97 representam apenas 28 BATISTA 2001 p 20 Constatou se tamb m no processo de compra e distribui o de LD realizado pelo FNDE a amplia o no atendimento De 57 milh es em 1995 para 109 milh es de livros adquiridos em 1999 Em termos financeir
349. ra um dilema ao professor do EM que concomitantemente espera que os alunos tenham aprendido algumas no es e conceitos e se v na necessidade de retom las do ponto inicial os autores dizem que tamb m esse dilema encontrado em diversos LD que tratam desses saberes como se os alunos nunca os tivessem estudado Al m de refletirem sobre essa quest o Faraco Moura Maruxo J nior 2010 autores do MPI criticam colet neas did ticas que apresentam o estudo desarticulado entre os estudos de linguagem de produ o de textos e das literaturas revelando que tanto esse problema quanto o dilema citado anteriormente serviram de reflex o para a elabora o da proposta do LD deles Ao final dessa carta os autores do MP1 indicam que o MP se prop e a explicar a proposta pedag gica do LD a fim de que professor tamb m aqui tratado como algu m de contato pr ximo como apontamos em grifo ou seja fechando o ciclo de envolvimento de seu potencial leitor e alunos se utilizem desse recurso de ensino e aprendizagem da melhor maneira poss vel Assim convidamos voc professor a a analisar a proposta detalhada ao longo dos volumes e explicada nas p ginas a seguir para 178 compreend la de modo que tanto voc quanto os alunos possam tirar o melhor proveito dela Um abra o Os autores FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 03 grifo nosso Percebemos que o texto inicial do MP1 endere ado ao professor que
350. ra pode ser a de acreditar que voc sente muita saudade dela e que est tentando reacender um intenso romance Ent o para n o encoraj lo ela pode decidir nunca responder a sua carta BAZERMAN 2011a p 28 A ilustra o acima revela a complexidade encontrada no processo de comunica o sobretudo na escrita j que acontece em uma situa o de afastamento no que se refere a espa o e a tempo Agir de forma tipificada facilitar portanto a comunica o j que o g nero sob a tica bazermaniana considerado elo discursivo das organiza es humanas Bazerman 2011a afirma que certas caracter sticas textuais indicam o tipo de mensagem que est por ser encontrada Cita o exemplo de um envelope com carimbos e taxas de postagem especiais que sinalizam lixo postal relacionado a propagandas e solicita es e de um memorando assinado por uma autoridade de uma institui o que indicar um comunicado ou uma diretriz a ser seguida Evidentemente tais caracter sticas n o d o conta de todo significado que um documento certamente ter Se ficarmos apenas nelas teremos uma vis o bastante limitada 1S A 2 R a incompleta e enganadora do g nero como diz Bazerman porque estaremos considerando os g neros como atemporais e iguais a todos os indiv duos O conhecimento comum muda com o tempo assim como mudam os g neros e as situa es o conhecimento comum varia at de pessoa a pessoa ou at numa me
351. rciona maior flexibilidade naquilo que concerne ao estabelecimento do di logo entre perspectivas te ricas diversas bem como a possibilidade de imprimir ao nosso trabalho um vi s cr tico favorecendo a assun o de uma postura de combate ao mito da neutralidade da pesquisa medida que nos assumimos politicamente engajados nessa atividade Diante disso adotamos a perspectiva de que a fun o central da LA fazer perguntas apropriadas ao contexto em que o problema de linguagem est inserido DAVIES 1999 e em seguida procurar conceber generaliza es para contextos diversos em que o mesmo problema seja encontrado 2 2 A ABORDAGEM QUALITATIVA DE PESQUISA Nesta pesquisa optamos por uma abordagem qualitativa mediante a compreens o e a interpreta o dos dados obtidos a partir do nosso contato direto com a situa o do objeto de estudo A falta de estudos sobre o Manual do Professor na literatura dispon vel sobretudo no que tange perspectiva sociorret rica e por esse mesmo motivo a necessidade de se estabelecer o car ter descritivo da pesquisa na tentativa de compreender esse objeto por completo constituem as raz es pelas quais elegemos a abordagem qualitativa A pesquisa qualitativa requer uma compreens o ativa do mundo j que busca entender e interpretar os fen menos sociais em contexto espec fico No dizer de Chizzotti 2006 essa abordagem est fundamentada na dinamicidade entre sujeito e objeto gerando uma
352. rem o texto que ocorre de maneira relativamente f cil por meio desse uso recorrente de formas convencionalizadas e pr ticas comunicativas que indiv duos desenvolvem relacionamentos estabelecem comunidades e fazem as coisas G neros logo n o somente se incorporam em realidades sociais mas tamb m as constroem Isso coloca rela es no cora o do uso da linguagem j que todo texto bem sucedido ir mostrar a no o do autor de seu contexto e os leitores que formam uma audi ncia naquele contexto HYLAND 2003 Escritores inexperientes porque est o fora de uma comunidade de uso de g neros t m falta dessa familiaridade e logo frequentemente esfor am se para crias textos apropriados Os conceitos acima citados apontam o g nero como recurso ret rico com o qual as pessoas realizam as pr ticas sociais de linguagem assumindo posi es A pr pria escolha do g nero implica posi es e atitudes que incidem no sistema de atividades humanas Para isso elas se utilizam de formas textuais consolidadas pelo uso em contextos espec ficos que s o parte das realidades sociais de uma comunidade de falantes ao mesmo tempo em que contribuem com a organiza o dessas realidades Cada pessoa nesse sentido desenvolver e formar identidade a partir de sua participa o na comunidade de falantes denominada por Bazerman 2006 como espa o onde se encontram os sistemas de atividades ordenados que originam os sistemas de g neros 115
353. rer dizer que mediremos o acabamento do enunciado O intuito o elemento subjetivo do enunciado entra em combina o com o objeto do sentido objetivo para formar uma unidade indissol vel que ele o intuito discursivo limita vincula situa o concreta nica da situa o verbal marcadas pelas circunst ncias individuais pelos parceiros individualizados e suas interven es anteriores 82 IV a concretiza o desse querer dizer requer do locutor a escolha de uma forma de comunica o adequada esfera de atividade em que ele est ou seja a escolha de um g nero do discurso O querer dizer do locutor se realiza acima de tudo na escolha de um g nero do discurso Essa escolha determinada em fun o da especificidade de uma dada esfera da comunica o verbal das necessidades de uma tem tica do objeto do sentido do conjunto constitu do dos parceiros etc Depois disso o intuito discursivo do locutor sem que este renuncie sua individualidade e sua subjetividade adapta se e ajusta se ao g nero escolhido comp e se e desenvolve se na forma do g nero determinado BAKHTIN 1997 p 301 V a rela o do enunciado com o pr prio locutor e com os outros parceiros da comunica o verbal O enunciado portanto corresponde ao conte do preciso do objeto do sentido Inicialmente a realiza o desse objeto de sentido conduzir o locutor a fazer a escolha do g nero do discurso apropriado deter
354. reviverem Por outro lado a 155 institucionaliza o de pol ticas de avalia o provocou o aparecimento de mecanismos de reajustes e de adapta o no mercado editorial Nesse contexto o livro did tico assume claramente sua dimens o de mercadoria sujeita a m ltiplas interfer ncias em seu processo de produ o e vendagem A esse respeito h que se reconhecer que os pareceres t cnicos de exclus o acabaram desempenhando por vezes papel primordial no processo de reformula o de cole es patente no fato de um dos conjuntos exclu dos em determinado PNLD vir a ser recomendado com distin o na edi o seguinte do programa o que indica o quanto o processo de avalia o foi tomado a s rio por certos autores e editoras MIRANDA LUCA 2004 J sob a incumb ncia do FNDE o PNLD 1998 que teve in cio em 1997 manteve as estrat gias e os crit rios de avalia o e de divulga o de resultados permitindo inclusive a reinscri o de obras anteriormente exclu das ou n o recomendadas Uma das primeiras altera es se deu nas categorias de classifica o dos LD como consta na tabela abaixo Criaram se tamb m abrevia es e cones que passaram a identificar a classifica o recebida pela obra inscrita Quadro 14 Categorias de classifica o dos LD no PNLD 1998 Categoria Abrevia o Icone Livro recomendado com ressalvas m O Livro recomendado com distin o Foram inscritos 454 LD dos quais
355. rgem 2004 LEONTIEV A N Actividad consciencia y personalidade Buenos Aires Ed Ci ncias del Hombre 1978 LOUSADA E G Entre o trabalho prescrito e o realizado um espa o para a emerg ncia do trabalho real do professor 2006 346 f Tese Doutorado em Lingu stica Aplicada e Estudos da Linguagem Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo 2006 LOUSADA E G A abordagem do interacionismo sociodiscursivo para a an lise de textos 2010 Dispon vel em lt http www sistemas ufrn br o2Fshared 2FverArquivo gt Acesso em 06 jul 2012 LUDKE M ANDR M E D A Pesquisa em educa o abordagens qualitativas S o Paulo EPU 1986 MACHADO A R Por uma concep o ampliada do trabalho do professor In GUIMARAES A M M MACHADO A R COUTINHO A Org O interacionismo 251 sociodiscursivo quest es epistemol gicas e metodol gicas Campinas Mercado de Letras 2007 p 77 97 MACHADO A R GUIMAR ES A M M O interacionismo sociodiscursivo no Brasil In ABREU TARDELLI L S CRISTOV O V L L Org O ensino e a aprendizagem dos g neros Campinas Mercado de Letras 2009 MAINGUENEAU D Novas tend ncias em an lise do discurso Campinas Pontes 1989 1993 L analyse du discours Introduction aux lectures de l aschive Paris Hachette 1991 An lise de textos da comunica o S o Paulo Cortez 2001 Diversidade dos g neros do discurso In MACHADO I L ME
356. rica do modelo CARS Cada uma dessas unidades esquem ticas considerada ret rica uma vez que realiza ou adiciona uma parte da informa o dentro da totalidade do texto MOTTA ROTH 1995 p 47 A primeira vers o do modelo CARS se constituiu em quatro movimentos que demarcam a estrutura de introdu es de Artigo de Pesquisa doravante AP em que se estabelece a apresenta o ao leitor da rea na qual a pesquisa do autor se insere move 1 faz se refer ncia a pesquisas anteriores apresentando subs dios de continuidade ou de contesta o move 2 descreve se de modo conciso a pesquisa apontando objetivos hip teses m todos move 3 e indica se a relev ncia da pesquisa para a rea de estudo move 4 Considerando que alguns pesquisadores apresentaram dificuldades em separar o movimento 1 do movimento 2 dentre outras quest es Swales 1990 p 140 apresentou a segunda vers o do modelo CARS reduzindo de quatro para tr s movimentos e inserindo v rios passos steps em cada movimento Para denominar os movimentos Swales 1990 se utlilizou de uma analogia ecol gica 1 estabelecer o territ rio 2 estabelecer o nicho e 3 ocupar o nicho Cada movimento foi estruturado em passos opcionais e obrigat rios reveladores de informa es encontradas em introdu o de AP Para o movimento 1 passo 1 estabelecer a import ncia da pesquisa e ou passo 2 fazer generaliza o des quanto ao t pico e ou pass
357. ricos adotados neste estudo referem se concep o sociorret rica dos estudos de g nero textual luz sobretudo de Johns et al 2006 Bazerman 2011 e Miller 2011 Em um segundo momento sob o vi s da abordagem sociorret rica procuramos definir o Manual do Professor como g nero textual e apresentamos os aspectos ret ricos encontrados nas amostras que analisamos considerando a organiza o constitutiva o contexto de uso desse g nero e as percep es de seus usu rios autores e professores A gera o de dados deu se inicialmente a partir da sele o de tr s exemplares de Manuais de Colet neas Did ticas adotadas no IFRN Em seguida no sentido de reconhecer as percep es dos usu rios desse g nero realizamos um Grupo Focal com professores e entrevistamos o coautor de uma das colet neas Para an lise dos dados elegemos o m todo etnogr fico de an lise de g neros postulado por Reiff apud JOHNS et al 2006 que nos permitiu analisar o objeto de estudo em contextos aut nticos de uso do g nero Nossos resultados mostram que o Manual do Professor est inserido num sistema de g neros e no sistema de atividades profissionais de dom nio do professor n o tendo como prop sito apenas explicar como est organizado o livro did tico do aluno Outros sete prop sitos foram observados Dentre estes encontram se possibilitar ao docente uma reflex o sobre a sua pr tica de ensino e sugerir caminhos para a melhoria do pro
358. rmas essencialmente autorrefor adoras n o impedem o surgimento de caracter stica singular que especifica e particulariza determinado ato de fala e promove 108 mudan a na forma tipificada at ent o conhecida Ao entender desse modo Bazerman faz alus o defini o de g neros do discurso proposta por Bakhtin 2003 tipos relativamente est veis de enunciados vinculados a cada esfera de atividade humana Isso implica dizer que os g neros mesmo sendo reconhecidos em formas padronizadas est o profundamente vinculados a grupos e atividades sociais Os g neros nos permitem portanto interpretar e construir uma a o social discursiva j que ao fazermos uso de um g nero estamos transitando por formas padronizadas que facilitam nossa intera o diante da situa o apresentada ao mesmo tempo em que nos inserimos no papel que essa situa o desempenha no grupo social do significado que ela representa para as pessoas sem tornar o g nero est tico e cristalizado para n o esvaziar seu sentido BEZERRA 2010 Esse ponto de vista defendido por Bazerman e Miller vai al m dos limites formais e lingu sticos do texto uma vez que se trata de uma a o social tipificada Como defende Bazerman 201 la p 26 os fatos sociais procedem de atos de fala compartilhados entre os interlocutores Um fato social em suma se efetiva atrav s da linguagem no que as pessoas dizem por palavras que repercutem na proje o de
359. ro In SPOSITO M E B Livros did ticos de hist ria e geografia avalia o e pesquisa S o Paulo Cultura Acad mica 2006 254 PENNYCOOK A A Ling stica Aplicada dos anos 90 em defesa de uma abordagem cr tica In SIGNORINI I CAVALCANTI M C Org Ling stica aplicada e transdisciplinaridade quest es e perspectivas Campinas Mercado de Letras 1998 Uma ling stica aplicada transgressiva In LOPES L P M Org Por uma lingii stica aplicada INdisciplinar S o Paulo Par bola Editorial 2006 PEREIRA Rodrigo Acosta RODRIGUES Ros ngela Hammes Perspectivas atuais sobre g neros do discurso no campo da lingu stica Letra Magna Revista Eletr nica de Divulga o Cient fica em L ngua Portuguesa Lingu stica e Literatura ano 05 n 11 jul dez 2009 Dispon vel em lt http www letramagna com generoslinguistica pdf gt Acesso em 04 jan 2013 PLAT O G rgias 3 ed Rio de Janeiro Ed Bertrand Brasil 1989 POSSENTIL S O dado e o dado dado O dado em an lise do discurso In CASTRO M F P de Org O m todo e o dado no estudo da linguagem Campinas Editora UNICAMP 1996 PRAXEDES C L P 2006 O ensino da l ngua portuguesa instrumental leitura RAZZINI M de P G O espelho da na o a antologia nacional e o ensino de portugu s e de literatura 1838 1971 2000 247 f Tese Doutorado em Letras Instituto de Estudos da Linguagem Unicamp Campinas 2000 REBOUL O Introdu
360. ro dos g neros Como os escritores descobrem o que querem dizer que conte do eles decidem incluir por que eles devem inclu lo e como eles devem estrutur lo e quais efeitos o que eles incluem v o provavelmente ter dentro de situa es ret ricas particulares todos esses aspectos dependem do conhecimento do autor sobre o g nero que ele est escrevendo BAWARSHI apud JOHNS et al 2006 p 244 Todo processo de descoberta de inven o de pr escrita isto a concep o do que se vai escrever e de como se pretende avan ar na escrita n o se limita ao que j pr prio do escritor existe tamb m a iniciativa dele em observar o que est ao seu redor que pode lhe ajudar em seus prop sitos de escrita bem como no modo como escrever Portanto a busca por ideias e significados precede escrita Esse panorama sobre inven o consolida o que Hyland apud JOHNS et al 2006 p 244 chamou de ideologia do indiv duo Nesse prisma os g neros s o vistos como mundos simb licos habitados por todas as pessoas textualmente Por isso devemos como parte do processo de inven o observar como esses mundos s o formados em termos lexicais sint ticos estruturais ret ricos e tem ticos e tamb m em rela o situa o ret rica t pica onde e por que utilizado quem o usa em quais condi es e quando JOHNS et al 2006 Finalizando o simp sio Richard M Coe apud JOHNS et al 2006 p 245 da Simon
361. rofessores de LP sem descartar tamb m ocorr ncias interacionais desta comunidade de pr ticas lingu sticas com outras Estamos em certo sentido procurando entender tamb m nesta se o a situa o de uso do g nero MP j que parte desse caminho conhecer as pessoas que fazem uso do g nero e o espa o onde elas se localizam JOHNS et al 2006 Como registramos anteriormente muitos s o os g neros que circulam nos ambientes de intera o dos professores de LP a saber plano de aula programa de disciplina calend rio escolar relat rio Projeto Pol tico Pedag gico Institucional Projeto Pedag gico de Curso etc Uma quantidade significativa de g neros da escrita faz parte do ambiente docente Mas n o somente nesse campo tamb m diversos g neros da oralidade constituem em pr ticas de intera o dos professores tais como exposi o oral em eventos cient ficos aulas assembleias v deo confer ncias etc Os professores de LP do IFRN t m a oportunidade de participar de v rios espa os de intera o v deo confer ncia n cleo estruturante Ambiente Virtual Moodle grupo de pesquisa reuni o do grupo de LP reuni o pedag gica e reuni o administrativa Por interm dio de considera es sobre cada um desses eventos de pr ticas de linguagem estamos percorrendo os ambientes de intera o desses professores IFRN 219 No decorrer do ano letivo algumas reuni es de professores s o realizadas no campus Nata
362. ros da comunidade em que o g nero praticado Apesar de que outros aspectos como conven es estilo canal vocabul rio etc s o tamb m importantes ser o prop sito comunicativo que definir a natureza e a constru o do g nero isto os g neros se realizam para a consecu o de determinados fins Para Swales 1990 p 46 ao evento comunicativo em que eles se realizam corresponde n o somente o discurso e seus participantes mas tamb m o papel desse discurso e o ambiente de sua produ o e recep o incluindo suas associa es hist ricas e culturais Isso implica dizer que uma mudan a substancial no prop sito comunicativo resultar possivelmente tamb m na mudan a de g nero Ainda na defini o de Swales sobre g nero podemos destacar outro conceito chave no construto swaleseano comunidade discursiva que compreende os que trabalham usualmente ou profissionalmente com um determinado g nero e que por isso s o intimamente conhecedores de suas conven es SWALES 1990 p 54 Os participantes dessas comunidades sociorret ricas dominam razoavelmente os g neros que por eles utilizados e as conven es comunicativas e pragm ticas de suas comunidades A esse respeito Bonini 2001 recorda que o conhecimento do padr o lingu stico de determinado grupo de indiv duos que agem comunicativamente a partir de prop sitos compartilhados conditio sine qua non para a ades o comunidade discursiva
363. rsando sobre o Manual do Professor o nosso objetivo obter informa es que se constituir o tamb m como dados de nossa pesquisa porque ser o outro lado da moeda a voz dos usu rios que leem o Manual e fazem uso do que ele traz Ent o queremos deixar todos bem vontade inclusive porque como eu disse o grupo focal antes de qualquer coisa uma conversa e numa conversa n o necess rio esperar que algu m lhe passe a palavra Fiquem portanto bem vontade podem estabelecer debates enfim falem quando quiser N o precisam esperar que n s indiquemos para quem se dirige uma ou outra pergunta Algu m quer fazer alguma considera o ou poderemos come ar agora Prof 1 Tudo bem Por mim ok Prof 2 Por mim tamb m podemos come ar Prof 3 Manda brasa Prof 4 Vamos l MODERADOR Ent o vamos l Enquanto pesquisadores estamos partindo do pressuposto de que s ser poss vel entendermos bem ou de modo mais amplo o Manual do Professor se entendermos a rela o funcional desse Manual entre forma e contexto de uso Da gostar amos de saber inicialmente em que circunst ncias os senhores fazem uso do Manual do Professor Prof 1 Bom vou come ar Como eu respondi primeiro que poder amos come ar risos Prof 2 Tranquilo Prof 1 Consulto o manual mais detalhadamente quando tenho acesso ao livro did tico pela primeira vez Depois volto a consult lo quando julgo irrelevante ou pre
364. rtual de Letras v 2 n 2 p 145 161 2010 249 GATTI J NIOR D A escrita escolar da hist ria livro did tico e ensino no Brasil Bauru Edusc 2004 GENETTE G Figures III Paris Seuil 1972 G RARD F ROEGIERS X Conceber e avaliar manuais escolares Porto Porto Editora 1998 GIDDENS A Central problems in social theory action structure and contradiction in social analysis London Macmillan 1979 The constitution of society London Macmillan 1984 GIL A C M todos e t cnicas de pesquisa social S o Paulo Atlas 1999 GODOY A S Pesquisa qualitativa tipos fundamentais Revista de Administra o de Empresas v 35 n 3 p 20 29 maio jun 1995 GOMES M E S BARBOSA E F A t cnica de grupo focal para obten o de dados qualitativos S o Paulo Educativa 1999 GRANGEIRO C R P A prop sito do conceito de forma o discursive em Michel Foucault e Michel P cheux Anais do II SEAD Porto alegre 2005 Dispon vel em lt http www ufrgs br analisedodiscurso anaisdosead 2SEAD SIMPO SIOS ClaudiaRejanePin heiroGrangeiro pdf gt Acesso em 12 fev 2013 GUARESCHI N et al Problematizando as pr ticas psicol gicas no modo de entender a viol ncia In STREY M N et al Org Viol ncia g nero e pol ticas p blicas Porto Alegre Editora PUC RS 2004 HALLIDAY M A K Language as a Social semiotic The Social Interpretation of Language and Meaning London OUSB 1978 An
365. ru o da cidadania e ao conv vio social republicano 3 coer ncia e adequa o da abordagem te rico metodol gica assumida pela obra no que diz respeito proposta did tico pedag gica explicitada e aos objetivos visados 4 corre o e atualiza o de conceitos informa es e procedimentos 5 observ ncia das caracter sticas e finalidades espec ficas do manual do professor e adequa o do livro do aluno proposta pedag gica nele apresentada 6 Adequa o da estrutura editorial e do projeto gr fico aos objetivos did tico pedag gicos da obra Atualmente algumas colet neas se encontram em est gio de avalia o conforme o edital 06 2011 publicado em novembro de 2011 que convocou as editoras para o processo de inscri o e avalia o de cole es did ticas para o PNLD 2014 e apresentou duas possibilidades de inscri o de material did tico Cole o tipo 1 conjunto de livros impressos e Cole o tipo 2 conjunto de livros impressos acompanhados de conte dos multimidia isto temas curriculares tratados por meio de um conjunto de objetos educacionais digitais destinados ao processo de ensino e aprendizagem BRASIL 2011 p 02 As inscri es de Cole o tipo 2 compreenderam as categorias audiovisual jogo eletr nico educativo simulador e infogr fico animado podendo reunir duas ou mais categorias no estilo hiperm dia As editoras inscreveram cole es did ticas de
366. s ela se limitava a reunir quest es dos principais vestibulares do pa s Nesta edi o ela n o apenas inclui quest es do Enem e dos vestibulares mas tamb m desenvolve temas espec ficos que preparam os alunos para esses exames CEREJA MAGALH ES 2010 p 24 Os cap tulos Literatura Os cap tulos de literatura se iniciam com um lead isto com um texto que sintetiza as ideias gerais do cap tulo H tr s tipos de cap tulo de literatura que apresentamos a seguir A linguagem do movimento liter rio Como primeiro cap tulo de cada uma das unidades de cada volume da cole o esse cap tulo tem a finalidade de caracterizar a linguagem do movimento liter rio a ser estudado CEREJA MAGALHAES 2010 p 24 Interpreta o de textos As raz es de esta edi o da cole o apresentar quatro cap tulos espec ficos de interpreta o de textos por volume j foram expostas na introdu o deste manual Esses cap tulos est o organizados em duas partes J CEREJA MAGALH ES 2010 p 26 Produ o de texto Os cap tulos de produ o de texto organizam se em torno de duas u tr s se es essenciais S o elas Trabalhando o g nero Assim como nos estudos de literatura e de l ngua tamb m em produ o de textos o trabalho iniciado pela leitura de um texto representativo do g nero a ser enfocado CEREJA MAGALH ES 2010 p 26 L ngua uso e reflex o O estudo da l ngua re
367. s veis pela elabora o de crit rios de an lise pela avalia o e pela classifica o dos LD Os crit rios de an lise dos LD e as condi es para a compra dos volumes valores prazos e entrega foram postos em carta convite para venda de livros ao governo enviadas pelo MEC a algumas editoras TOLENTINO NETO 2003 Desse convite resultou a inscri o de 466 LD de 1 4 s rie Ap s exame os exemplares selecionados foram 154 apresentados aos professores para a devida escolha e disponibilizado aos alunos para uso em 1997 Os LD no PNLD 1997 para auxiliar os professores no processo de escolha foram listados em quatro categorias a saber exclu do n o recomendado recomendado com ressalvas e recomendado Dos inscritos 80 receberam a categoriza o de livros exclu dos j que n o atendiam s exig ncias m nimas apresentavam problemas considerados eliminat rios 281 t tulos foram considerados livros n o recomendados isto apresentaram condi es insuficientes para o exerc cio da boa educa o com impropriedades que comprometiam sua efic cia 42 obras foram agrupadas como livros recomendados com ressalvas apresentavam caracter sticas que satisfaziam os crit rios m nimos de qualidade mas que requeriam aten o e complementa o do professor Apenas 63 livros foram legitimados livros recomendados segundo os examinadores eles cumpriam satisfatoriamente a fun
368. s a explorarem o LD por completo diferente de outras escolas que at por cobran a dos pais dos alunos que compram e pagam caro pelo LD determinam que o professor conduzam os alunos em todas as unidades a fim de que eles realizem todas as atividades que s o oferecidas no LD ao longo do per odo letivo O IFRN tem um programa 213 de estudos lingu sticos para cada curso que oferece e para cada ano escolar do Ensino M dio que nem sempre corresponde a todos os conte dos encontrados nas CD O MP portanto consultado em alguns planejamentos Particularmente naqueles em que os alunos ser o orientados a realizar alguma atividade do LD Quando perguntamos sobre os g neros e os recursos que os professores escrevem e ou leem ao planejar alguma aula em que utilizar o o LD disseram Como disse quando vou utilizar alguma unidade did tica ent o o manual do professor participa do grupo de recursos que aciono Bom est o presentes em meu planejamento o livro did tico um ou outro livro especializado no assunto principal da aula artigo informativo ou cient fico pouco extenso porque acho importante trazer aos alunos informa es tamb m atualizadas embora com as devidas adequa es no momento de exp las anota es que fiz em aulas anteriores sobre esse tal assunto dicion rio Leio tamb m textos da revista Lingua Portuguesa da editora Segmento normalmente essa revista traz artigos bem interessantes e atuais
369. s alunos podem refletir sobre os textos orais gerados e o a professor a pode problematizar com a classe os resultados alcan ados Acredita se que muitos problemas podem ser percebidos e solucionados quando os alunos autores produtores dos textos orais refletem sobre as pr prias produ es e as analisam sobre a media o do a professor a FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 29 Sobre a produ o escrita Abaurre Abaurre e Pontara 2008 prop em uma reflex o sobre crit rio de corre o considerando que a avalia o n o pode ser baseada na impress o geral que o texto causa no professor Os crit rios de corre o de produ o escrita tamb m devem ser resultado do que ficou estabelecido com os alunos Essa outra caracter stica muito importante e ben fica da ado o de crit rios de corre o os alunos sabem como seus textos ser o corrigidos Assim professores e alunos disp em de um conjunto de par metros comuns referentes estrutura do texto com o qual trabalhar o durante as aulas ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 47 Elas sem a pretens o de credenci los como nicos propuseram 7 sete crit rios de corre o desenvolvimento do tema proposto uso dos elementos da colet nea de textos colocada disposi o dos alunos como op o de coleta de informa es para o cumprimento da tarefa proposta que acompanha o tema da produ o de texto estrutura caracter stica do g nero textu
370. s do PNLD 2012 Disciplina N mero de N mero de livros Observa o cole es did ticos Volume nico wmo o y C a EE EE EEE E o e E EE o o CSS O vma 7 a Mimas 2 E O mia 6 E E Sociologia Volume nico 149 As disciplinas de Hist ria Geografia e L ngua Portuguesa como constatado acima foram os componentes curriculares que receberam respectivamente uma diversidade maior de cole es para a aprecia o dos professores Para cada cole o um nico c digo cada livro de uma mesma cole o possui seu pr prio c digo como observamos a seguir em rela o s cole es e aos livros de L ngua Portuguesa Quadro 12 C digo das cole es e dos livros de L ngua Portuguesa 25111COLO1 L NGUA PORTUGUESA 25111C0101 EDITORA ATICA LINGUAGEM E s S A INTERA O 25111COL01 L NGUA PORTUGUESA 25111C0102 EDITORA ATICA LINGUAGEM E S A INTERA O 25111COLO1 L NGUA PORTUGUESA 25111C0103 EDITORA ATICA LINGUAGEM E S A INTERA O LINGUAGEM EM 25112C0101 EDITORA FTD S A MOVIMENTO LINGUAGEM EM 25112C0102 EDITORA FTD S A MOVIMENTO LINGUAGEM EM 25112C0103 EDITORA FTD S A MOVIMENTO 25131COL01 NOVAS PALAVRAS 25131C0101 EDITORA FTD S A NOVA EDI O 25131COLO1 NOVAS PALAVRAS 25131C0102 EDITORA FTD S A EDI O 25131COLO1 NOVAS PALAVRAS 25131C0103 EDITORA FTD S A NOVA EDI O 25142COL01 PORTUGU S 25142C0101 EDITORA CONTEXTO INTERLOCU O E MODERNA SENTIDO 25142
371. s e cada vez mais diversificadas o manual e as publica es que gravitam em torno dele livros ou guias para o professor antologias de documentos cadernos ou fich rios de exerc cios l xicos antologias de atividades se destinam sempre a uma disciplina a um n vel a uma s rie ou a um grau e se referem a um programa preciso O manual apresenta ent o ao aluno o conte do desse programa segundo uma progress o claramente definida e sob a forma de li es ou unidades Essas obras s o sempre concebidas para um uso tanto coletivo em sala de aula sob a dire o do professor e individual em casa E ainda como define Lajolo 1996 p 04 Did tico ent o o livro que vai ser utilizado em aulas e cursos que provavelmente foi escrito editado vendido e comprado tendo em vista essa utiliza o escolar e sistem tica Sua import ncia aumenta ainda mais em pa ses como o Brasil onde uma precar ssima situa o educacional faz com Nesta pesquisa n o se constituiu em nosso interesse discutir o processo de importa o da organiza o ret rica dos MP feitos no PNLD para o Ensino M dio 125 que ele acabe determinando conte dos e condicionando estrat gias de ensino marcando pois de forma decisiva o que se ensina e como se ensina o que se ensina Portanto consideraremos LD aquele adotado pelo professor ou pela equipe pedag gica ou pelo grupo de professores de determinada disciplina curricular como instru
372. s e fundamentos te ricos demarcadores da feitura do LD 6 2 2 T picos de que tratam os Manuais J firmamos at este instante que o fato de o MP ser uma produ o que nasce em consequ ncia da produ o de um LD n o implica dizer que se trata de um g nero secund rio Estamos certos tamb m at aqui de que tendo um leitor potencial bastante espec fico o professor e especializado em princ pio para quem o autor se dirige no MP o manual se constitui em um recurso bastante significativo embora n o seja nico nem mesmo impositivo a ser consultado em vista s atividades pedag gicas sobretudo naquelas em que o LD for til ao processo de ensino aprendizagem Para que possamos aprofundar nosso entendimento sobre o g nero MP como atestam Johns et al 2006 torna se importante identificarmos a situa o em que ele usado reconhecendo os assuntos encaminhados nesse g nero inclusive verificando se eles aparecem em pelo menos mais de um dos exemplares que constituem nosso corpus Isso inclusive nos permitir mais adiante reconhecer outros g neros que interagem com o MP engajados em atividades sociais estruturadas compondo um conjunto de g neros que por sua vez se situam em sistemas de g neros encontrados em sistemas de atividades humanas como afirma Bazerman 201 1a Nas subse es seguintes apresentamos 6 seis assuntos encontrados nos manuais que analisamos A sequ ncia
373. s em 2010 conforme o PNLD e o PNLEM Para o PNLA 2 8 milh es de obras 139 Outras duas significativas resolu es foram publicadas em 2009 A Resolu o CD FNDE n 51 de 16 09 2009 e a Resolu o CD FNDE n 60 de 20 11 2009 A primeira regulamentou o Programa Nacional do Livro Did tico para a Educa o de Jovens e Adultos PNLD EJA englobando o PNLA A segunda instituiu novas regras para a participa o no PNLD determinando a partir do ano seguinte a ades o das redes p blicas de ensino e as escolas federais ao programa para efetivo recebimento de LD Essa ltima resolu o incluiu no PNLD e no PNELEM os livros de l ngua estrangeira ingl s e espanhol filosofia e sociologia sendo os dois ltimos somente para o ensino m dio em volume nico e consum vel O FNDE investiu R 893 milh es em 2010 para aquisi o e distribui o de LD Ainda em 2010 foi publicado o Decreto n 7 084 de 27 01 2010 tratando sobre o PNLD e sobre o Programa Nacional Biblioteca da Escola PNBE que teve como objetivo segundo o Art 8 prover as escolas p blicas de acervos formados por obras de refer ncia de literatura e de pesquisa bem como de outros materiais de apoio pr tica educativa Nas palavras de Miranda e Luca 2004 Considerando se o volume de recursos governamentais utilizados na aquisi o e distribui o de livros did ticos o setor editorial brasileiro estabeleceu fortes depend ncias em rela
374. s escritas e projetos de atividades de campo para os alunos Logo o MP interage com esses outros g neros JOHNS et al 2006 Temos ent o um conjunto de g neros formado por aqueles que o professor l que se encontra interligado ao conjunto dos que ele escreve e resulta no sistema de g neros docente BAZERMAN 2007 Esse sistema de certo modo revela as atividades laborais do professor Outros conjuntos de g neros tamb m est o inseridos de alguma forma nesse sistema de g neros docentes a saber o conjunto dos g neros que correspondem aos documentos relacionados ao planejamento do professor e o conjunto dos g neros que constituem devolutivas de alunos No primeiro grupo est o o programa da disciplina de LP no qual o professor encontra o conte do a ser trabalhado em sala de aula calend rio escolar que informa os dias letivos e as atividades de interesse geral da institui o de ensino Hor rio das disciplinas em que s o localizados os hor rios de aula conforme a turma J no segundo corre o de atividades escritas como produ o textual relat rio de atividade em que o professor apresenta coment rios sobre a atividade do aluno normalmente em se tratando de EM no pr prio trabalho apresentado pelo aluno relat rio de notas oportunidade em que de forma organizada e apresentando os crit rios de base o professor exp e resultado de atividades Nesse processo de planejamento em que percebemos o uso que
375. s inerentes ao ambiente em que ele aparece e a seus usu rios ainda n o despertou um not rio interesse por parte dos linguistas brasileiros e estrangeiros Para termos um mapeamento basilar das pesquisas sobre MP que precederam o in cio de nosso estudo em 2010 constatando a escassez de investiga es similares a que nos propomos realizamos um levantamento sobre pesquisas apresentadas na quinta edi o do Simp sio Internacional de Estudos dos G neros Textuais V SIGET Sediado no Brasil e um dos eventos mais importantes sobre g neros textuais o SIGET re ne pesquisadores professores e profissionais de diversas reas da Lingu stica Te rica e Aplicada da Pedagogia da Psicologia da Sociologia da Comunica o etc Como o MP em nosso caso est diretamente relacionado ao Livro Did tico LD citamos tamb m as pesquisas relacionadas a esse objeto 22 Os Anais do V SIGET realizado pela Universidade de Caxias do Sul UCS em Caxias do Sul RS de 11 a 14 de agosto de 2009 publicaram 253 resumos de trabalhos apresentados durante esse evento Em 12 desses trabalhos CDs constitu ram se em objetos de estudo embora esse ponto n o fosse o foco da discuss o conforme conferimos a seguir Quadro 1 Pesquisas publicadas nos Anais do V SIGET Cristina Mott Fernandez e Manual do Professor de cole es PPGEL UEL Vera L cia Lopes Cristov o did ticas de L ngua Inglesa uma quest o de g nero textual e profission
376. s nesse g nero Que layout ou apar ncia comum Qu o longos s o esses textos Que tipos de frases os textos no g nero normalmente usam Quanto tempo elas est o aqui Eles s o simples ou complexos est o na voz passiva ou ativa Utilizam senten as variadas Eles compartilham de um certo estilo Que tipos de palavras s o mais comum Utiliza se de certos tipos de jarg o G rias s o usadas Como voc poderia descrever a voz do escritor 118 4 Analisar o que esses padr es revelam sobre a situa o ou cena O que esses padr es ret ricos revelam sobre o g nero sua situa o e a cena na qual usada Por que esses padr es s o significativos O que se pode aprender sobre as a es que s o desempenhadas atrav s do g nero ao observar seus padr es de linguagem A considera o dessas quest es deve ter como foco Que saberes e cren as os participantes devem ter para entender ou apreciar o g nero Quem tem acesso ao g nero e quem exclu do Que pap is exercidos pelos escritores ou leitores encorajam ou desencorajam o g nero Que valores cren as objetivos e pressuposi es s o revelados atrav s dos padr es do g nero Como o tema tratado Que conte do considerado mais importante Que conte dos t picos detalhes s o ignorados Que a es o g nero ajuda a tornar poss vel Que a es o g nero torna dif cil Que attitude relativa aos leitores embutida
377. s pela interpreta o dos dados gerados BORTONI RICARDO 2008 Por conseguinte partimos da an lise dos Manuais no intuito de reconhecermos como est o organizados retoricamente numa perspectiva interpretativista e em seguida ultrapassamos o produto quando buscamos saber sobre ele na perspectiva de seus usu rios autores e leitores autores de cole o did tica e professores de L ngua Portuguesa respectivamente A interpreta o dos MP mediante a an lise do produto j resultaria em contribui es que ocupariam os espa os das lacunas de conhecimento sobre esse objeto j que releva os aspectos ret ricos sob o vi s hist rico cultural e interativo MARCUSCHI 2011 permitindo nos inclusive reconhecer os Manuais como formas textuais padronizadas t picas e intelig veis ou seja um g nero textual BAZERMAN 201 1a No entanto ao inserirmos a percep o dos participantes da intera o compreendemos que os Manuais n o apenas respondem s demandas estabelecidas pelo PNLD mas resultam de valores e pr ticas s cio hist ricas de seus usu rios Desse modo a compreens o integral dos MP requer a considera o dos que utilizam esse g nero no sentido de entendermos os procedimentos essenciais sua pr tica de produ o e recep o Segundo S Silva Almeida e Guindani 2009 p 13 A pesquisa documental um procedimento metodol gico decisivo em ci ncias humanas e sociais porque a maior parte das fontes
378. s que constam nesta pesquisa sobretudo porque eles j passaram pelo crivo avaliativo do PNLD 2012 Apesar disso n o nos abstivemos de questionar situa es como a natureza propositiva ou impositiva e a natureza simb lica ou material dos Manuais Inclusive o PNLD 2012 n o objeto central deste estudo Quando sinalizamos que a pesquisa tinha como objetivo re conhecer os aspectos sociorret ricos do g nero Manual do Professor nosso plano de fundo apresentava desse modo uma provoca o ao di logo necess rio acerca do g nero em si considerando sua organiza o constitutiva e ret rica e a situa o em que usado a qual se reporta a um ambiente de intera o que nos permite tamb m encontrar esse g nero em sistema de g neros e em sistema de atividades humanas BAZERMAN 2011 Por isso procedemos an lise lingu stica parcialmente e da estrutura ret rica arquitet nica dos Manuais sobretudo percebendo diferen as na forma de intera o adotada por cada MP um com uma linguagem mais informal outro mais formal depreendemos os assuntos tratados nesse g nero observando que est o intimamente relacionados s exig ncias do PNLD para Manuais e identificamos as peculiaridades do ambiente de intera o em que esse g nero aparece momento em que estabelecemos valioso contato com autor e professores respectivamente autor e potenciais leitores de MP Em nosso processo consideramos fundamental abordarmos MP como g
379. salismo e o absolutismo da verdade e isso comprometia a tica 53 da ret rica que como t cnica instrumental tanto poderia ser utilizada para bons quanto para maus prop sitos Diante desse cen rio Arist teles dedicou se a fundamentar e a sistematizar a ret rica Como postulado em sua obra Arte Ret rica conceituou a e dividiu a em tr s g neros judici rio deliberativo e epid ctico tendo como base os audit rios para os quais o orador se dirige O g nero judici rio se realizava prioritariamente no tribunal enquanto o g nero deliberativo ou pol tico era realizado em pra a p blica e o g nero epid ctico ou demonstrativo era pr prio a reuni es para elogios ou censuras a uma pessoa Ou seja cada g nero est relacionado a uma express o diferente O discurso escrito e a oralidade s o modalidades diferentes a ret rica pol tica e a jur dica tamb m Os g neros deliberativo e judici rio se distinguem por seu maior ou menor car ter declarat rio enquanto no deliberativo aconselha se ou desaconselha se no judici rio acusa se ou defende se o g nero demonstrativo caracter stico da escrita estava mais apropriado leitura e ao rigor dos que escrevem t o r pido quanto falam MARCUSCHI 2008 A constru o te rica de Arist teles associa tempo ato e valores aos g neros ret ricos como observamos no quadro a seguir Quadro 77 Classifica o dos g neros conforme Arist teles tipo ge
380. sca de conhecermos nosso objeto de estudo n o somente como produto mas tamb m como g nero do dom nio did tico que se revela num contexto mais amplo no qual vamos encontrar quem o produz e aqueles que se constituem em seus leitores potenciais JOHNS et al 2006 No primeiro momento optamos por convidar 28 professores de campus distintos IFRN para uma entrevista sobre o MP j que nosso corpus est constitu do por Cole es Did ticas CD a que eles fazem uso No entanto apenas 4 professores tamb m de campi distintos se disponibilizaram a participar de nossa pesquisa Com isso decidimos mudar o instrumento de gera o de dados de entrevista para grupo focal sobre o qual falaremos adiante Estabelecemos contato tamb m com as editoras das CD cujos MP foram analisados a fim de termos acesso aos autores das cole es Todas as editoras nos disponibilizaram e mail dos autores conforme autoriza o destes mas apenas um autor o qual entrou em contato direto conosco prontamente respondeu ao question rio de nossa pesquisa o Prof Dr Jos Hamilton Maruxo J nior um dos autores da CD L ngua Portuguesa linguagem e intera o da Editor tica professor de institui es de ensino superior e da rede p blica de ensino estadual de S o Paulo e pesquisador do Centro de Estudos e Pesquisas em Educa o Cultura e A o Comunit ria CENPEC Sobre os professores o quadro a seguir nos ajuda a tra ar o perfil deles
381. scurso e texto 23 A interlocu o e o contexto 24 os g neros do discurso 25 Relato carta pessoal e mail e di rio 26 Not cia 27 Reportagem 28 Textos instrucionais 29 Textos publicit rios 30 Resenha Das colet neas que se constituem corpus de nossa pesquisa a do MP3 a nica que apresenta a organiza o acima em que cada eixo de ensino se encontra separado um do outro em unidades did ticas diferentes Esse tipo de colet nea parece atender demanda de escolas que organizam o ensino de LP como sendo 3 tr s disciplinas curriculares distintas inclusive situa o em que cada um tem seu hor rio e seu professor N o somente observando o sum rio do LD do MP3 mas tamb m ao analisar a introdu o da se o Propostas pedag gicas e reflex es sobre a pr tica docente desse manual percebemos que as autoras elegeram a organiza o did tica abordando os eixos de ensino de LP distintamente por considerarem campos disciplinares distintos O trabalho com a l ngua portuguesa no ambiente escolar pode ser considerado um espa o natural para experimenta o e desenvolvimento de propostas interdisciplinares Como respons vel pela execu o de um programa constru do sobre tr s campos disciplinares Gram tica Literatura e Produ o de textos bem delimitados e j h muito consagrados como componentes indispens veis de qualquer grade curricular o professor de portugu s precisa desenvolver recurs
382. se de g neros na abordagem de Swales princ pios te ricos e metodol gicos In BIASI RODRIGUES Bernadete ARA JO J lio C sar SOUSA Socorro Cl udia Tavares de Org G neros textuais e comunidades discursivas um di logo com John Swales Belo Horizonte Aut ntica Editora 2009 BIASI RODRIGUES B O papel do prop sito comunicativo na an lise de g neros diferentes vers es In SIMP SITO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DE G NEROS TEXTUAIS 4 2007 Tubar o Anais Tubar o UNISUL 2007 p 729 742 Dispon vel em lt http www3 unisul br paginas ensino pos linguagem cd Port 28 pdf gt Acesso em 25 set 2012 BITTENCOURT C M F apresenta o da se o Em foco Hist ria produ o e mem ria do livro did tico In Educa o e pesquisa v 30 n 3 S o Paulo 2004 p 471 473 set dez 2004 BITZER L The rhetorical situation Phulosophy and Rhetoric v 1 1968 p 1 14 BODGAN R BIKLEN S Investiga o qualitativa em educa o Porto Porto 1994 245 BONINI A BIASI RODRIGUES B CARVALHO G de A an lise de g neros textuais de acordo com a abordagem sociorret rica In LEFFA V Pesquisa em lingu stica aplicada temas e m todos Pelotas Educat 2006 BONINI A Ensino de g neros textuais a quest o das escolhas te ricas e metodol gicas In TRABALHOS EM LINGU STICA APLICADA 37 p 7 23 2001 BORBA M S A entrevista jornal stica uma an lise do g nero a partir de exemplares publicad
383. seguinte mapearemos os estudos que tratam de g nero textual indo da abordagem cl ssica s atuais Apesar de elegermos a abordagem sociorret rica da qual trataremos no Cap tulo 3 como nossa base te rico metodol gica para a an lise dos dados gerados o estudo que apresentaremos no pr ximo cap tulo constituiu uma parte de nossa pesquisa que nos possibilitou uma vis o mais ampla das concep es de desse construto te rico 50 3 CONCEP ES DE G NERO TEXTUAL DOS ESTUDOS CL SSICOS S PERSPECTIVAS ATUAIS Neste cap tulo discorreremos sobre o conceito de g nero textual amplamente desenvolvido ao longo da hist ria de Plat o a estudiosos de diferentes reas na atualidade Estudos indicam que das produ es art sticas do Ocidente a desenvolvida na Gr cia entre os s culos V a C e V d C constituiu se na de maior valor significativo j que produziu grande parte dos padr es balizadores das cria es de todos os tempos dentre os quais os intitulados g neros liter rios As manifesta es liter rias se estabeleciam a partir de um conjunto de caracter sticas tem ticas e formais que recebiam portanto a denomina o de determinado g nero Comumente o termo g nero textual de origem latina genus que significa nascimento descend ncia origem o resultado da identifica o de um conjunto distinto de seres ou de objetos que apresentam propriedades comuns gerando desse modo
384. sentido se estiver de alguma modo relacionada com a concep o da obra did tica e se ajudar o professor a compreender seu funcionamento seus princ pios e a metodologia apresentada na cole o did tica Passando para outro Manual Ao introduzir a se o Metodologia j no primeiro par grafo MP2 exp e a concep o de ensino de portugu s que norteia os encaminhamentos te rico metodol gicos do LD A concep o geral deste trabalho parte do princ pio de que o ensino de portugu s no ensino m dio deve estar voltado para a forma o de um cidad o aut nomo capaz de interagir com a realidade em que vivemos CEREJA MAGALH ES 2010 p 05 Nesse sentido defende a constru o de valores necess rios vida cidad a 199 saber tica solidariedade autonomia aceita o do diferente afetividade respeito e participa o social Sobre literatura MP2 diz Tomando como fundamenta o te rica as ideias de Antonio Candido quanto s rela es entre literatura e sociedade as de Mikhail Bakhtin quanto ao dialogismo e as de Hans Robert Jauss quanto s rela es entre diacronia e sincronia esta proposta de ensino de literatura opta por uma abordagem que sem eliminar a hist ria da literatura fio condutor do trabalho por m n o camisa de for a cria diferentes cruzamentos aproximando por exemplo autores de diferentes l nguas e culturas ou autores brasileiros de diferentes pocas mas ligados
385. sidade de confirma o Mas digamos assim muitas vezes o professor planeja s ele mesmo elabora seu plano de aula Ent o o manual seria uma outra voz a discutir com ele naquele momento Nem que seja pra tamb m ele descordar do manual mas acho que n o custa nada d uma olhada nele Afinal muito do que traz o manual no n vel de sugest es propostas n ent o cabe ao professor avaliar se acata ou n o essas sugest es E ele s ter condi es de fazer isso se e somente se ler o manual Prof 2 Mas convenhamos que N O UMA PR TICA COMUM A LEITURA DO MANUAL Se perguntarmos a um universo de mil professores de diversas escolas certamente 99 deles v o nos dizer que n o consultam o manual por v rios motivos ou porque n o t m tempo ou porque n o veem mesmo a necessidade ou por outros 263 MODERADOR Bom mas em rela o s sugest es de atividades que os manuais trazem s propostas metodol gicas etc os senhores as utilizam Fazem alguma adapta o Prof 3 s vezes uso modelos de exerc cios pr ticos indica es de livros e filmes atividades em grupo Prof 2 s vezes tamb m Quando trabalhava com o ensino fundamental fazia isso com mais frequ ncia Hoje lecionando no ensino m dio nem sempre utilizo o livro h sempre algum material adicional Portanto as sugest es metodol gicas do livro acabam sendo ignoradas Pode parecer estranho mas quando as sugest
386. sidera es semelhantes no tocante a textos contextos autores e seus prop sitos al m de todos os aspectos extratextuais que incidem em autores e seus leitores Analisar g neros entre outras objetos requer considera es textuais e pragm ticas assim como o estudo das comunidades discursivas e das estruturas de poder no entanto como notificou Chris Tardy apud JOHNS et al 2006 p 248 individual researchers nearly Always need to limit themselves to only some of these pesquisadores individuais quase sempre precisam limitar se a um desses Johns et al 2006 conclu ram o seu artigo assegurando que na esfera pedag gica os alunos devem se deparar com uma variedade de g neros escritos declinando se com uma variedade de p blicos e contextos a fim de ampliarem sua compet ncia em situa es ret ricas seja na pr pria escola ou em qualquer outra campo social como leitores e autores proficientes 123 Neste cap tulo apresentamos categorias e conceitos centrais da abordagem sociorret rica dos g neros textuais Apesar de assumirmos essa abordagem como base te rico metodol gica de nossa pesquisa n o faremos uso neste trabalho de todas as categorias que ela nos oferece Na an lise dos dados gerados luz de Bazerman 2011 e de Reiff apud JOHNS et al 2006 priorizamos as seguintes categorias constitui o textual organiza o ret rica sistema de g neros e de atividades humanas prop sito ambiente
387. simp sio dirigido por Johns et al 2006 destacou o livro did tico que produziu em co autoria com Amy Devitt e Anis Bawarshi intitulado Scenes of writing strategies for composition with genres 2004 Cen rios da escrita estrat gias para composi o com g neros no qual prop e o estudo dos g neros a come ar pelo conhecimento processual de coleta de exemplares de determinado 117 g nero Nesse momento os alunos se deparam com g neros que far o parte de suas leituras ou de suas pr ticas de escrita O pr ximo passo ap s a coleta de amostras de certo g nero a verifica o dos conhecimentos ret rico tem tico e formal Johns et al 2006 p 241 a partir das considera es de Reiff apresentaram as diretrizes que representam os passos para essa proposta de an lise de g neros 1 Coletar amostras de g nero Coletar amostras de g nero Tentar coletar amostras de g nero de mais de um lugar de forma a obter um quadro acurado da complexidade desse construto Quanto mais amostras do g nero mais ser capaz de detectar padr es do interior do g nero 2 Identificar a cena e descrever a situa o na qual o g nero usado Para identificar uma cena mais ampla na qual o g nero usado busque respostas sobre a situa o do g nero nas quest es seguintes Ambiente onde o g nero aparece Como e quando transmitido e usado Com que outros g neros este g nero interage Assunto a que t picos
388. sma pessoa em situa es e humores diferentes A defini o de g neros como apenas um conjunto de tra os textuais ignora o papel dos indiv duos no uso e na constru o dos sentidos Ignora as diferen as de percep o e compreens o o uso criativo da comunica o para satisfazer novas necessidades percebidas em novas circunst ncias e a mudan a no modo de compreender o g nero com o decorrer do tempo BAZERMAN 201la p 32 Nesse sentido que Bazerman 2011a prop e a compreens o mais aprofundada dos g neros como fen menos de reconhecimento psicossocial como j falamos e nesse campo repousam fatos sociais e atos de fala j tamb m tratados aqui e apresenta tr s no es te ricas para caracterizar como os g neros se configuram e se enquadram em organiza es pap is e atividades estruturando rela es sociais e institucionais a saber conjunto de g neros sistema de g neros e sistema de atividades Esses conceitos s o balizadores na 110 concep o bazermaniana de g neros pois prop em o desmembramento de investiga es similares e apresentam suporte para as pr ticas escolares Conjunto de g neros termo antes utilizado por Devitt 1991 corresponde aos v rios textos que uma pessoa tende a produzir no exerc cio de um determinado papel social No exerc cio de qualquer papel profissional cada pessoa faz uso de diversos g neros quer seja da escrita quer da oralidade e isso reflete parte
389. sobre assuntos do Ensino M dio Ent o eu os aproveito bastante E em rela o ao que escrevo normalmente fa o um roteiro do que pretendo fazer naquela aula um plano de aula enfim Quando penso necess rio para facilitar o percurso desse roteiro organizo uma proje o em slides Prof 4 Normalmente trago a minha mesa outros livros did ticos pelo menos outros dois Acesso tamb m o material que utilizei em outras oportunidades em que trabalhei com meus alunos sobre o mesmo assunto do planejamento E principalmente texto que tratam sobre esse assunto textos de pesquisadores da rea espec fica que discutem esse assunto publicados em revistas da rea ou em sites alguns deles de universidades Prof 1 Eu utilizo em meu planejamento planos de aula que utilizei em outras oportunidades em outro per odo ou ano letivo Recorro bastante ao Portal do Professor disponibilizado pelo MEC e ao Portal Dia a Dia Nesses espa os virtuais normalmente encontro textos e fa o recortes da abordagem do assunto nesses textos e tamb m de imagens Ent o leio esses artigos e procuro tirar deles aquilo que adequado ao ano escolar Da organizo slides s vezes fa o adapta es ou complemento as atividades do livro did tico Sinceramente NEM SEMPRE UTILIZO O MANUAL DO PROFESSOR EM MEU PLANEJAMENTO Como j disse isso s mais frequente quando vou examinar alguma unidade did tica a dou uma olhada nas propostas d
390. socia o de figuras e legendas an ncios baseados na imagem testemunhos falsos g neros etc Seja qual for a subcategoria todos esses an ncios servem ao mesmo conjunto de prop sitos comunicativos embora a maioria deles utilize estrat gias diferentes para promover o produto ou servi o A distin o estar portanto nas estrat gias de persuas o e nas relacionadas ao recurso lingu stico verbal ou est mulos visuais ou no que se refere ao uso dos recursos lingu sticos quer seja para avalia o do produto para indicar o tipo de produto a ser anunciado ou ainda em termos do tipo de cliente potencial a que se reporta o produto S o nesse sentido diferen as no que diz respeito descri o avalia o ou especifica o do produto as quais implicam em usos espec ficos de recursos lingu sticos Segundo Bhatia 2009 essas altera es acarretam novos g neros a partir do instante em que indicam uma diferen a significativa nos prop sitos comunicativos O interessante na teoria de g neros que caso se utilize a situa o ret rica ou o prop sito comunicativo como crit rio privilegiado isso implica que enquanto o prop sito comunicativo permanece o mesmo os textos em quest o s o identificados como g neros intimamente relacionados medida que nos movemos do n vel mais alto para os n veis mais baixos de 97 generaliza o precisamos definir o prop sito comunicativo em uma crescente ordem de especificida
391. sor para entender a proposta pedag gica de abordagem dos conte dos e entendermos que postura te rico metodol gica precisamos assumir para desenvolver as reflex es propostas no livro NO ENTANTO ESSA N O UMA NECESSIDADE VAMOS DIZER PARA TODO MOMENTO TODOS OS DIAS Uma boa leitura do manual uma vez e outra j d a possibilidade de uso do livro por um certo tempo vamos dizer assim Afinal a experi ncia as leituras do professor sua forma o tudo isso d respaldo pr tica docente d a possibilidade de o professor avaliar a pertin ncia desta ou daquela atividade proposta no livro Prof 3 Acredito que a leitura do manual seja importante principalmente para o professor que n o tem muita experi ncia docente Prof 4 Tamb m vejo que o manual tem a dizer sobre o livro Afinal de contas ele n o existiria se n o fosse assim Acredito sim que bom ler o manual saber o que ele diz sobre aquela unidade did tica verificar se ele fala algo espec fico sobre os exerc cios propostos no livro do aluno e que vamos utilizar em alguma aula De repente aparece alguma coisa l no manual que n s professores n o temos conhecimento Ent o recorrer ao manual sempre que for utilizar o livro n o deve ser uma obriga o mas uma op o que o professor pode fazer uso e recomend vel que fa a nem que seja para confirmar o que ele j traz consigo como objetivo e abordagem N o que se tenha essa neces
392. sperar Quando estou mergulhado em desgosto a nica coisa que consigo ler a prosa incandescente de Marina Tsvetaeva todo o restante me parece ins pido Outro dia descubro uma dimens o da vida somente pressentida antes e por m a reconhe o imediatamente como verdadeira vejo Nastassia Philipovna atrav s dos olhos do pr ncipe M chkin o idiota de Dostoievski ando com ele nas ruas desertas de S o Petersburgo impulsionado pela LITERATURA Fundamenta o te rico metodol gica 15 204 Pelo exemplar acima percebemos que antes de publicar o texto para reflex o as autoras de MP3 explicam em linhas gerais ou fazendo men o ao objeto de discuss o do texto e ou mencionando considera es sobre seu autor o motivo pelo qual elas escolheram esse texto para abrir a se o Sugest es de leitura 205 Figura 8 Sugest es de livros MP3 Montando sua estante Dos muitos livros consultados durante a elabora o desta obra selecionamos alguns cuja leitura pode se mostrar valiosa para a reflex o sobre os diferentes g neros do discurso ou que nos ajudaram a desenvolver a perspectiva metodol gica adotada A leitura desses t tulos contribuir n o s para ampliar a forma o do professor mas tamb m para auxili lo a definir novas estrat gias de abordagem e discuss o dos g neros do discurso gt A constru o do argumento de Anthony Weston que escrevem Problemas mais comuns da estrutura o
393. sponibilidade do professor e dos alunos No MP2 encontramos sugest es de leituras extraclasse com proposi o de atividades para cada uma das leituras como podemos constatar Figura 6 Sugest o de atividade MP2 adequa o da obra s rie e faixa et ria mas tamb m os conte dos estudados no bimestre ou trimestre e as tend ncias do exame de literatura nos vestibulares mais procurados pelos alunos Em grande parte dos Estados brasileiros as principais universidades divulgam listas de obras que devem ser lidas pelos estudantes durante o ensino m dio Como essas listas variam sugeri mos a seguir roteiros de leitura extraclasse de duas obras essenciais da literatura em lingua por tuguesa O objetivo desses roteiros n o apenas verificar a leitura dos alunos mas aprofundar cer tos aspectos interpretativos da obra em exame ou levar os alunos a estabelecer rela es entre a obra e outras obras ou entre a obra e outras reas do conhecimento O professor poder aproveitar es ses roteiros no todo ou em parte conforme julgar adequado ao seu programa Farsa de In s Pereira de Gil Vicente 1 O teatro vicentino uma s tira sociedade por tuguesa Para fazer essa s tira O autor se serve de tipos sociais bem definidos caracterizados n o s pela vis o de mundo peculiar de cada um mas tamb m pelas particularidades de sua linguagem Comprove os dados contidos nessa afirma o realizando as propostas
394. ssas sugest es est o endere adas ao professor e aos alunos ora somente ao professor Despertou nos bastante aten o a quantidade de leitura sugerida ao professor no sentido de possibilitar lhe estrat gias pedag gicas e de ampliar seus conhecimentos te ricos sobre estudos da linguagem Tal aspecto revela o interesse dos MP em contribu rem com a forma o continuada do professor Com rela o avalia o de alunos os Manuais sugerem em termos gerais que sejam definidos coletivamente a partir de um di logo entre professor e alunos sobre os conte dos estudados os crit rios para avalia o por exemplo de textos orais e escritos Como destaca MP1 preciso tamb m oportunizar aos alunos o exerc cio da autoavalia o Outro aspecto interessante que observamos em MP3 foi uma proposta para avalia o no processo de ensino aprendizagem na qual o professor tamb m convidado a refletir sobre as compet ncias necess rias ao exerc cio da profiss o as habilidades desenvolvidas e sua rela o com o avan o cient fico tecnol gico e as diversas formas de manifesta o cultural ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 88 At ent o observamos que os assuntos tratados nos MP de LP correspondem ao padr o estabelecido no PNLD 2012 Conforme j mencionamos um assunto tamb m 238 sinalizado no PNLD mas tratado de forma central em todos os MP g neros textuais Todos os Manuais oferecem uma discuss o sobre esse assu
395. ssor um bem material pois tem muito a contribuir com a forma o do professor e principalmente com o melhor aproveitamento poss vel do processo de ensino aprendizagem envolvendo ou n o a utiliza o do livro did tico O fato de termos dito agora a pouco que o manual n o oferece muitas atratividades n o significa que estamos desqualificando sua materialidade Os manuais de anos tr s sim eu diria se encaixam bem nessa perspectiva de bem 265 simb lico mas os atuais s o bastante consistentes e trazem grandes contribui es ao professor Acredito que o PNLD a avalia o que esse programa faz ano a ano e os estudos cient ficos tornaram a materialidade dos manuais no n vel em que est o mais fundamentados atualizados e com possibilidades not veis de acrescentar nunca impor mas de sugerir acr scimos qualitativos ao fazer docente MODERADOR isso ent o finalizamos nosso grupo focal Agradecemos a todos os senhores pela participa o em nosso grupo focal Muito obrigado mesmo E finalizamos nossos trabalhos ap s vejamos aqui minutos do in cio AP NDICE B ENTREVISTA A COAUTOR DE CD QUESTION RIO Sobre a pesquisa Prezado autor de colet neas did ticas agradecemos desde j a participa o do senhor em nossa pesquisa Informamos que responder a esse question rio enviado por email implica tamb m autoriza o para divulgar as respostas aqui apresentadas em nossa tese de doutorado
396. ssunto nesses textos e tamb m de imagens Ent o leio esses artigos e procuro tirar deles aquilo que adequado ao ano escolar Da organizo slides s vezes fa o adapta es ou complemento as atividades do livro did tico Sinceramente NEM SEMPRE UTILIZO O MANUAL DO PROFESSOR EM MEU PLANEJAMENTO Como j disse isso s mais frequente quando vou examinar alguma 260 unidade did tica a dou uma olhada nas propostas de atividades que aparecem no manual mas tamb m n o sempre E pelo que sempre observei desde o in cio de minha vida profissional bem antes de me tornar professora no IFRN n o uma pr tica dos professores no geral consultar o manual Prof 3 Tamb m comigo acontece isso nem sempre utilizo o manual do professor N O MESMO UMA PR TICA COMUM Mas tamb m n o exclu do sempre de meus planejamentos Vez ou outra eu o utilizo e juntamente com ele tamb m consulto outros materiais did ticos e principalmente artigos de revistas com estudos atualizados a partir disso que organizo meu plano de aula produzo slides elaboro atividade para os alunos e tamb m projetos a serem realizados no decorrer do per odo letivo alguns deles relacionados a pesquisas coleta de dados entrevistas semin rios e debates sobre temas espec ficos MODERADOR Certo entendi assim Uns usam o manual no planejamento outros n o ou nem sempre usam Ent o podemos perceber que o manual interage com outros g ner
397. sticamente exposto geralmente os Manuais se limitam a uma organiza o comparativamente muito mais lingu stica sem qualquer atrativo de cor ou de qualquer outro tipo para seduzir o professor como leitor e contribuir com mais efici ncia em rela o ao uso da CD no processo de ensino aprendizagem Observamos que alguns autores de CD procuram estabelecer uma intera o entre todos que fazem uso de sua cole o No MP falam diretamente ao professor como j 226 mostramos neste cap tulo sobre proposi es pedag gicas envolvendo alunos No LD contribuem com a intera o aluno LD disciplina professor como podemos ver a seguir na apresenta o da CD de MP1 Caro a estudante Esta cole o foi feita especialmente para voc Com ela voc perceber que estudar a l ngua portuguesa uma atividade envolvente din mica e prazerosa Para ajudar voc e seus colegas a vencer cada etapa desse percurso voc s poder o contar com a preciosa orienta o do a professor a Pouco a pouco voc s notar o que as aulas de L ngua Portuguesa v o se transformar em um espa o de conv vio e intera o Os autores papel do professor de fato como refor a Soares 1999 p 35 provocar apoiar e avaliar o processo de aprendizagem dos alunos Al m de que por se tratar de algu m mais experiente supostamente est preparado para orientar os alunos 6 3 3 2 Leitores de MP Os professores como
398. stituem por sua vez movimentos te ricos e metodol gicos que se desenvolvem em diferentes dire es Ao observar que at ent o o estudo do di logo estava centrado estritamente em sua forma composicional Bakhtin 1990 p 88 diz que A orienta o dial gica naturalmente um fen meno pr prio de todo discurso Trata se da orienta o natural de qualquer discurso vivo Em todos os seus caminhos at o objeto em todas as dire es o discurso se encontra com o discurso de outrem e n o pode deixar de participar com ele de uma intera o viva e tensa Apenas Ad o m tico que chegou com a primeira palavra num mundo virgem ainda n o desacreditado somente este Ad o podia realmente evitar por completo esta m tua orienta o do discurso alheio para o objeto Para o discurso humano concreto e hist rico isso n o poss vel s em certa medida e convencionalmente que pode dela se afastar Em s ntese a abordagem sociodial gica converge para os mesmos caminhos tamb m realizados pelas perspectivas sociossemi tica interacionista sociodiscursiva semiodiscursiva sociocognitiva e sociorret rica j que em lingu stica aplicada esta apresenta contribui es para a rela o dialogizante entre sociedade e linguagem al m de dar conta do papel dos g neros do discurso nessa inter rela o Nesse estudo para finalizar como afirma Bakhtin 2003 p 262 a riqueza e diversidade dos g neros do discurso s o infin
399. stitui o embora em diferentes campi e ainda produzem eles mesmos materiais para as aulas n o um g nero necessariamente para uso cotidiano E que consultado n o somente com o prop sito de observar o que diz em rela o ao LD mas tamb m serve de base para as produ es de autoria do professor isto alguns professores ao prepararem materiais que ser o oferecidos aos alunos consultam o manual 228 onde encontram ideias que julgam interessantes e assim delas depreendem contribui es para seu trabalho docente Como assegura Marcuschi 2001 p 140 o professor n o pode atuar de forma solit ria Por isso mesmo recorre a um conjunto de subs dios onde emergem com destaque o livro did tico e o MP Em seguida tratamos sobre a situa o espec fica em que o LD utilizado em sala de aula sem nenhum outro recurso did tico Partindo do pressuposto de que em uma aula de LP ou numa sequ ncia de aulas o LD seria utilizado procuramos saber na percep o dos o participantes de nossa pesquisa se imprescind vel consultar o MP a respeito daqueles conte dos e exerc cios propostos no livro N o necessariamente Na maioria das vezes utilizo o livro sem recorrer ao manual porque costumo ignor lo mesmo N o tenho esse h bito de ler o manual todas as vezes que fa o uso do livro em sala de aula Prof 2 Penso que indispens vel recorrer ao manual do professor para ent
400. surge a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional 4 024 61 determinando em seu Art 2 que a educa o direito de todos e ser dada no lar e na escola Contudo essa mesma Lei reconhece em par grafo nico a escassez de vagas nas escolas e a possiblidade de as matr culas serem encerradas com a falta de vagas Apesar disso um tempo novo que se instaura na hist ria sociopol tica do Brasil que traz implica es ao formato do LD de L ngua portuguesa A d cada de 60 portanto marcada por um per odo de transforma o a partir do processo de democratiza o da escola em consequ ncia de um novo modelo econ mico novas condi es sociopol ticas passa se a buscar o desenvolvimento do capitalismo CLARE 2002 s p promovido com a ditadura militar que visou expans o industrial A escola come ou a chegar massa porque para a referida expans o industrial precisava se pelo menos alfabetizar a popula o sobretudo para que fossem aptas a lerem as orienta es de manuais de maquin rios e das pr prias ind strias Esse per odo provocou altera es substanciais no perfil de discentes e docentes A escola p blica antes limitada apenas a poucos notadamente advindos das camadas sociais afortunadas das zonas urbanas abre se s classes menos privilegiadas Ao mesmo tempo em que a escola passava a acolher crian as vindas de fam lias pobres ou miser veis de m es e p
401. t rios em determinado g nero Os elementos opcionais dizem respeito por o associada a determinado g nero que n o necessita estar presente em qualquer exemplar textual A terceira quest o se refere aos elementos interativos que aparecem mais de uma vez num evento comunicativo sem seguir uma ordem r gida As quest es seguintes como vimos se referem aos elementos de ordem fixa e outros de ordem vari vel tendo como base diversos exemplares de um g nero Desse modo a CC representa a situa o espec fica em que o g nero se constitui e a EPG se estabelece como a linguagem que medeia a atividade social nessa situa o Esta instrui aquela e vice versa 61 Para essas mesmas autoras o principal objetivo portanto da EPG Dar conta do leque de op es de estruturas esquem ticas espec ficas potencialmente dispon veis aos textos de um mesmo g nero de tal forma que as propriedades cruciais de um g nero possam ser abstra das e qualquer exemplar desse g nero possa ser representado MOTTA ROTH HEBERLE 2005 p 19 Segundo essas autoras a EPG recebeu cr ticas de pesquisadores adeptos gram tica sist mico funcional Motta Roth e Heberle 2005 p 27 citam Eija Ventola 1989 para quem a EPG uma abstra o sem correspond ncia fiel aos dados da linguagem real e Jim Martin que argumenta que at certo ponto a EPG imp e uma vis o linear e objetiva de g neros o que a coloca como uma categoria descon
402. ta o Preocupados em criar uma obra aces s vel a alunos do Ensino M dio os autores apresentam as informa es de modo simples sem perder de vista o rigor conceitual necess rio aos fundamentos do pensa mento cr tico poss vel facilitar a leitura um guia para escrever claro de Yara Liberato e L cia Fulg ncio S o Paulo Contexto 2007 As autoras procuram com base em exemplos extra dos de textos do cotidiano orientar seus leitores sobre a possibilidade de garantir maior legibilidade para os textos textual s o analisados e algumas solu es s o apontadas Al m de tratar de quest es especificas da escrita a obra tamb m traz orienta es teis sobre procedimentos de leitura destinados a favorecer a compreens o de textos Ler e compreender os sentidos do texto de Ingedore Villa a Koch S o Paulo Contexto 2006 Livro que trata das rela es entre O texto a leitura e o en sino de l ngua Dirigida principalmente para professores essa obra procura mostrar como os sentidos de um texto s o constru dos pelo di logo constante entre um leitor e um autor S o apresentadas e discutidas as estrat gias de que disp em para construir essa intera o e o modo como tais estrat gias determinam a compreens o do que se pretende comunicar Reda o e textualidade de Maria da Gra a Costa Val 3 ed S o Paulo Martins Fontes 2006 Nessa obra a autora apresenta os fundamentos da lingu stica t
403. tas condi es os autores apresentam suas considera es preliminares Toda essa intera o demonstra que conforme acentua Paltridge apud JOHNS et al 2006 p 235 um dos aspectos que incidem no uso da l ngua a rela o entre o autor e a audi ncia Vejamos como se d essa rela o em MP1 Ol professor a Antes de voc se dedicar a conhecer e analisar esta cole o gostar amos de fazer alguns coment rios acerca do ensino da l ngua portuguesa e da proposta que elaboramos aqui FARACO MOURA MARUXO J NIOR 2010 p 03 grifo nosso Express es como Ol e voc demarcam a forma como produtores do MP procuram envolver professores seus potenciais leitores como praticantes da intera o que t m o Manual como foco Conforme sinaliza Hyland JOHNS et al 2006 algumas express es revelam a postura assumida pelo autor a fim de arrastar os leitores com 176 argumentos fazendo os se reconhecerem como participantes do discurso isto revelando o car ter dial gico daquilo que se constitui objeto da interlocu o O pr prio coautor desse manual Maruxo J nior 2013 ao responder a nossa pergunta sobre o que distingue seu Manual de outro diz N o acredito que haja algo especial mas a concis o e a tentativa de subjetivar o leitor dando identidade vocal ao professor tratando o como um interlocutor como um igual parece me que pode ser apontado como algo a destacar Essa postura
404. te nos Poemas Lusitanos de Ant nio Ferreira e nos Lus adas de Lu s de Cam es e 127 ganharam refor o com a publica o das primeiras gram ticas portuguesas a saber Gram tica de Linguagem Portuguesa de Fern o de Oliveira 1535 e Gram tica de L ngua Portuguesa de Jo o de Barros 1540 e tamb m Cartilha 1539 para aprender a ler e o Di logo em louvor a nossa linguagem 1540 de Jo o de Barros Desse modo se instala o ensino de l ngua no Brasil da educa o jesu tica flexionando a divulga o da l ngua portuguesa e da mensagem da f crist Para Villalta 1999 apud BUNZEN 2009 p 37 As informa es referentes s bibliotecas nos s culos XVI e XVII sugerem que os livros ent o em circula o eram principalmente liter rios ou de cunho religioso e que os maiores acervos bibliogr ficos atendiam rotina das atividades dos col gios jesu ticos Os livros portanto constitu am fontes de conhecimento e de acesso ao sagrado Conforme observamos na fala de Batista et al 2004 p 28 essa cultura bibliogr fica se estendeu para tempos pr ximos ao nosso At meados do s culo XIX os livros de leitura praticamente inexistiam nas escolas V rias fontes como relatos de viajantes autobiografias e romances indicam que textos manuscritos como documentos de cart rio e cartas serviam de base ao ensino e pr tica da leitura Em alguns casos a Constitui o do Imp rio e a lei de 1827
405. ten o exclusiva A literatura inclusive constitui a primeira parte da colet nea Vejamos trechos dessa explica o A estrutura da parte de Literatura A parte da literatura est organizada em 3 unidades compostas por um total de 11 cap tulos a A primeira unidade Introdu o literatura desenvolve os fundamentos necess rios para a leitura de textos liter rios como os conceitos de arte representa o realidade e g nero al m de discutir as fun es dos textos liter rios e explicar por que a literatura pode ser vista como a express o de uma poca ABAURRE ABAURRE PONTARA 2008 p 08 Ap s explicarem toda estrutura da parte Literatura as autoras de MP3 apresentam uma se o sobre Sugest es de leitura percorrendo um construto te rico antes de chegar 195 subse o Montando a sua estante espa o em que elas oferecem sinopses de 30 livros Somente depois desse caminho elas adentram a segunda parte Gram tica A estrutura da parte de Gram tica A parte de Gram tica est organizada em tr s unidades no interior das quais se distribuem os 10 cap tulos com o conte do a ser desenvolvido ao longo do primeiro ano do Ensino M dio H ainda um conjunto de 12 anexos que apresentam informa es adicionais sobre alguns dos aspectos desenvolvidos nos cap tulos quadros com radicais e prefixos gregos e latinos rela o de alguns sufixos do portugu s e sua significa o sufixos
406. tes para o resultado deste trabalho A Virgem Maria para quem pedi tantas vezes que intercedesse por este trabalho como o fez nas bodas de Can quando faltou o vinho minha fam lia em especial minha m e Guiomar minha irm Anne e minha segunda m e Maria Am lia que souberam tolerar os labirintos de livros e anota es e que festejam cada conquista que recebo da Vida Esta vit ria n o somente minha Eu a compartilho com voc s A todos que me assistem na Renova o Carism tica Cat lica com suas ora es e seus incentivos especialmente aos amigos da Miss o Adorai Como sou grato por voc s orarem por mim A Kalliny Ros rio pelo testemunho pelo carinho pelas palavras divinas pelo sorriso pelo olhar minha orientadora Profa Dra Maria do Socorro Oliveira que deu credibilidade ao meu projeto e condi es para eu chegar conclus o da tese Agrade o bastante pela confian a depositada em mim e por me ensinar inclusive com seu jeito humano de ser UFRN e ao IFRN minhas catedrais de estudo e de trabalho respectivamente Aos funcion rios do PPgEL pelo atendimento atencioso e oportuno Profa Dra Ana Maria de Oliveira Paz por gentilmente me permitir participar ativamente de sua aula sobre pesquisa documental e pelas significativas observa es no processo de qualifica o desta tese Profa Dra Ivoneide Bezerra de Ara jo Santos pela amizade pelas ricas conversas e indica es
407. tese Miller 2009a diz que os g neros na dimens o estrutural se comportam como meios convencionados e intricados para o agir do individual ao social Em termos pragm ticos eles contribuem com os participantes da intera o na realiza o dos trabalhos e prop sitos deles al m de colaborarem na institui o das comunidades virtuais com a reprodu o de si mesma para se perpetuarem Em recente entrevista Miller 2011 p 16 reafirma seu conceito de g nero textual da seguinte forma Bom eu mantenho a minha defini o j conhecida Eu o defino amplamente ou seja o g nero uma a o ret rica tipificada baseada numa situa o ret rica recorrente A autora explica que sua defini o est mais concentrada na produ o e por extens o na pessoa que desenvolve a a o No entanto isso n o exime tamb m de direcion 103 la para pensar a respeito de como algu m realiza a a o e corresponde a ela uma vez que produ o e recep o s o aspectos importantes para se entender g nero como a o Ao se reportar a abordagem de g nero de Campbell e Jamieson 1978 apud MILLER 2009 p 23 a pesquisadora assegura que um g nero n o consiste meramente em uma s rie de atos em que certas formas ret ricas recorrem Antes um g nero composto de uma constela o de formas reconhec veis ligadas umas s outras por uma din mica interna S o essas formas caracter sticas substantivas estil st
408. texto dessa pr tica De acordo com Motta Roth e Heberle 2005 Hasan entende que a constru o de significa es a partir da linguagem e a constru o do contexto conforme tais significa es s o atividades intimamente relacionadas entre si A lingu stica sist mico funcional discute as rela es entre texto e contexto sobretudo examinando como o contexto adentra o texto Nessa abordagem tem se o contexto de cultura como tudo que constitui a hist ria cultural dos participantes das intera es verbais via linguagem objeto de investiga o enquanto que o contexto de situa o remete n o somente situa o mas tamb m ao ambiente verbal em que o texto se insere FERREIRA 2010 p 72 Sobre contexto de situa o Motta Roth e Heberle 2005 p 14 dizem A teoria s cio semi tica da linguagem hallidayana define a ocasi o de uso da linguagem em termos de contexto de situa o e contexto de cultura Cada contexto de situa o um sistema de relev ncias motivadoras para o uso da linguagem de forma que uma determinada atividade humana em andamento e a intera o entre os participantes s o mediadas pela linguagem Por conseguinte a percep o do que relevante em termos de uso da linguagem em dada situa o ao mesmo tempo um processo individual pelo pensamento e compartilhado pela intera o que tamb m define o que conta como contexto Assim numa rela o di
409. tipos de texto que circulam nas mais variadas esferas de pr ticas sociais uma vez que por exemplo o leitor ao identificar o g nero saber o que encontrar no texto que l A compet ncia gen rica sucintamente corresponde a saber escolher o g nero textual pelo menos a partir dos crit rios da intencionalidade do contexto social e dos agentes envolvidos na intera o 77 Partindo da perspectiva bakhtiniana Koch e Elias 2008 certificam a relativa estabilidade dos g neros textuais Os g neros s o marcados s cio historicamente logo relacionam se s situa es sociocomunicativas e sofrem modifica es por sua natureza din mica Afirmar que os g neros s o produzidos de determinada forma n o implica dizer que n o sofrem varia es ou que elegemos a forma como o aspecto definidor do g nero textual em detrimento de sua fun o Apenas chamamos a aten o para o fato de que todo g nero em sua composi o possui uma forma al m de conte do e estilo KOCH ELIAS 2008 p 106 Para Koch 2009 p 54 as transforma es sociais incidem na configura o do g nero trazendo lhe novos procedimentos de organiza o e acabamento da arquitetura verbal e modifica es de lugar atribu do ao ouvinte Ser portanto a compet ncia gen rica que dar aos sujeitos sociais condi es de usar e de reconhecer os g neros textuais j que nessa abordagem os g neros se apresentam como elementos recorrentes
410. tivo da UFRN 2013 205 f Disserta o Mestrado em Estudos da Linguagem Programa de P s Gradua o em Estudos da Linguagem Departamento de Letras Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal 2013 SPINUZZI C Describing assemblages genre sets systems repertoires and ecologies Austin University of Texas at Austin 2004 Dispon vel em lt http www dwrl utexas edu content describing assemblages gt Acesso em 30 out 2012 SWALES J M Repensando g neros uma nova abordagem ao conceito de comunidade discursiva BEZERRA B G BIASIRODRIGUES B CAVALCANTE M M Org G neros e sequ ncias textuais Recife Edupe 2009 Sobre modelos de an lise do discurso In BIASI RODRIGUES B ARA JO J C SOUSA S C T de Orgs G neros textuais e comunidades discursivas um di logo com John Swales Belo Horizonte Aut ntica Editora 2009 Research genres exploration and applications Cambridge Cambridge University Press 2004 Genre analysis english in academic and researching settings Cambridge Cambridge University Press 1990 256 THOMAS J Doing critical ethnography London Sage Publications 1993 THOMAS W I The unadjusted girl Boston Little Brown 1923 THOMPSON G Introducing Functional Grammar London Edward Arnold 1996 TOLENTINO NETO L C B de O processo de escolha do livro did tico de ci ncias por professores de 1 a 4 s ries 2003 103 f Disserta o de Mestrado
411. tivo e para consultas peri dicas com pelo menos 8 oito prop sitos 3 tr s dos quais relacionados ao LD orientar guiar o professor quanto ao uso do LD explicar a estrutura do LD e esclarecer as perspectivas te rico metodol gicas assumidas na feitura do LD outros 3 tr s voltados ao processo de ensino aprendizagem sugerir atividades extras LD promover a reflex o docente sobre sua pr tica de ensino e apontar poss veis caminhos para a melhoria do processo de ensino aprendizagem e 2 dois corroboram a forma o do professor publicar artigos sobre estudos lingu sticos e contribuir com a forma o continuada do professor Consoante Maruxo J nior 2013 o MP poderia se prestar a muitos outros objetivos no entanto o PNLD e certas contraintes de natureza editorial limitam essa possibilidade A prop sito faltam nos Manuais segundo os professores participantes de nossa pesquisa atrativos leitura como quest es de natureza multimodal na editora o que provoquem consultas mais constantes e prazerosas Os LD prendem de certo modo a aten o de alunos e professores pela presen a de gr ficos fotografias e demais recursos de editora o al m do material linguisticamente presente Isso n o ocorre no MP Essa situa o evidentemente n o compromete a qualidade do conte do que o Manual traz mas certamente um estudo das editoras sobre como atender a essa demanda tornaria o MP mais convidativo
412. tl 1985 Atividade de linguagem textos e discursos por um interacionismo s cio discursivo Trad Ana Raquel Machado S o Paulo EDUC 1997 1999 2003 Pourquoi et comment analyser agir verbal et non verbal em situation travail In BRONCKART Jean Paul Groupe L A F Org Agir et discours em situtations de travail Genebra Cahiers de la section des Sciences de Education n 103 p 9 144 2004 Atividade de linguagem discurso e desenvolvimento humano Trad Ana Raquel Machado Maria L cia Meirelles Mat ncio Campinas Mercado de Letras 2006 O agir nos discursos das concep es te ricas s concep es dos trabalhadores Trad Ana Raquel Machado Maria L cia Meirelles Mat ncio Campinas Mercado de Letras 2008 BUENO L A imagem do professor nos Manuais para o Professor de livros did ticos Calidosc pio UNISINOS UNISINOS S o Leopoldo v 02 n 02 p 85 87 2004 A constru o de representa es sobre o trabalho docente o papel do est gio 2007 220 f Tese Doutorado em Lingu stica Aplicada e Estudos da Linguagem Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo 2007 BUNZEN C O tratamento da diversidade textual nos livros did ticos de portugu s como fica a quest o dos g neros SANTOS C F MENDON A M CAVALCANTI M C B Org Diversidade textual os g neros na sala de aula Belo Horizonte Aut ntica 2007 Din micas discursivas nas aulas de portugu s
413. to 62 na A 2 Para Hasan 1995 p 28 a linguagem se realiza no exerc cio da vida e o g nero se constitui na linguagem inserida em contextos e fun es recorrentes na viv ncia humana Assim o contexto incide no modo como o conte do as rela es interpessoais e a estrutura da informa o se realizam textualmente Em suma o estudo dos g neros textuais segundo a perspectiva sociossemi tica visa entender a rela o bidirecional entre discurso e estrutura o sociais considerando a linguagem como pr tica social de significa o que 1 estrutura experi ncias di rias 2 re constr i rela es interpessoais e se revela na forma de textos sociossituados 3 2 2 Perspectiva interacionista sociodiscursiva O interacionismo sociodiscursivo ISD procede do interacionismo social que por sua vez como evidencia Bronckart 2006 apresenta se como uma orienta o epistemol gica geral e n o um movimento formalmente constitu do estruturada a partir das obras de Spinoza de Marx e de Vygotsky Os trabalhos te ricos e emp ricos nessa perspectiva se desenvolvem em tr s n veis do programa de refer ncia do interacionismo social a saber os pr constru dos as media es formativas e o desenvolvimento Segundo Bronckart 2004 p 71 no n vel dos pr constru dos o ISD se prop e a elaborar um modelo coerente de organiza o interna dos textos Para isso os pesquisadores de Genebra desenvolveram
414. to cap tulo do livro G nese dos discursos vendo o discurso como pr tica ele prop e a an lise para al m do que as palavras podem revelar a saber a produ o discursiva n o verbal das artes pl sticas do vestu rio da dan a da m sica dos objetos etc O foco portanto integrar as diversas semioses na AD O autor diz que um dos maiores obst culos a essa integra o a compartimentaliza o das disciplinas que provoca no dizer dele um efeito esterilizante Da tem se a perspectiva semiodiscursiva Nesta se o discorremos sobre algumas especificidades da AD mas preciso refor armos que n o h apenas uma An lise do Discurso Classicamente considera se que se uma delas mant m uma rela o privilegiada com a Hist ria com os textos de arquivo que emanam de inst ncias institucionais enquanto uma outra privilegia a rela o com a Sociologia interessando se por enunciados com estruturas mais flex veis como uma conversa informal por exemplo t m se duas An lises do Discurso diferentes a An lise do Discurso de origem francesa que privilegia o contato com a Hist ria e a An lise do Discurso anglo sax rea bastante produtiva no Brasil que privilegia o contato com a Sociologia MUSSALIM 2006 p 113 Contudo como assegura Possenti 1996 a diferen a entre essas vertentes n o t o r gida assim Na AD anglo sax assume a inten o dos sujeitos numa intera o verbal como um dos
415. to do MP como g nero textual contribui es para a expans o de debates em torno do Manual do Professor A identifica o dos aspectos ret ricos de um MP dos ambientes de intera o em que encontrado e de como seus usu rios o percebem e o utilizam constituem o marco de nossa pesquisa e evidenciam novos rumos a serem percorridos no sentido de que esse g nero apresente melhorias cont nuas em seu padr o ret rico e atenda aos prop sitos que justificam sua exist ncia como g nero presente na esfera docente dentre os quais explicar a estrutura do LD e esclarecer a abordagem te rico metodol gica de sua produ o 241 N o assumimos neste trabalho uma vis o rom ntica nem ing nua a respeito da CD particularmente no que se refere a certas posturas e convic es de autores de CD no estabelecimento por exemplo de rela es de poder que estejam disseminadas ao longo do MP Isso certamente daria um novo trabalho doutoral Evidentemente nossa pesquisa embora tenha procurado dar conta de uma por o significativa de informa es sobre o MP n o tratou o objeto de estudo de maneira exaustiva e plena Entendemos que nosso trabalho apresenta perspectivas de pesquisas futuras decorrentes de aspectos que foram aqui apenas parcialmente abordados como as quest es de letramento docente e uma an lise mais refinada no que tange rela o entre o dito no MP e o observado no LD e outros aspectos que n o chegamos a tratar como
416. tua o ret rica recorrente conforme conceitua Miller 2011 p 16 concentrar essa concep o mais na produ o n o implica descartar a resposta que algu m d a ela Ou seja os autores do MP1 consideram que o professor poder dar diversas respostas quanto utiliza o 189 das atividades sugeridas Eles se colocam no lugar do professor e veem nesse momento a CD como analistas assumem o papel de analistas de sua pr pria CD Em raz o disso necess rio dizer que vamos entender o MP sociorretoricamente se entendermos a sua rela o funcional entre forma e situa o de uso Aos autores de MP torna se imprescind vel colocar se no papel do professor que utilizar o LD e se constituir em leitor potencial do MP Escrever portanto pensar e colocar se no lugar de leitor Particularmente em rela o ao g nero MP que se destina a uma audi ncia espec fica formada por especialistas na rea mat ria curricular preciso apresentar prop sitos claros e que atendam a demanda desses profissionais Por fim retornando introdu o dos manuais que trazem essa parte MP1 e MP2 verificamos que apenas em MP1 se encontram movimentos ret ricos que revelam como o manual est organizado Vejamos Esse Manual do Professor est dividido em duas partes uma geral comum aos tr s volumes cont m os princ pios estruturadores globais da cole o os quais d o sustenta o te rico metodol gica proposta levad
417. tuais no tocante a concep es e a an lise de g neros que foram discutidas na Confer ncia de 2005 da Associa o Internacional de Lingu stica Aplicada doravante AILA que aconteceu em Madison Wisconsin Nesse evento Paltrifge e Reiff advogaram por uma an lise de g neros textuais de base etnogr fica Hyland ressaltou a observ ncia da voz disciplinar reconhecida pelos leitores experientes de tipos espec ficos de g neros e do conceito de postura Tardy trouxe para o centro da discuss o a natureza multidimensional dos g neros textuais a saber aspectos formais ret ricos processuais e tem ticos que est o em rela o de intera o e de complementa o m tua Bawarshi apresentou g nero textual a partir da perspectiva de inven o revelando a estrutura do g nero como uma esp cie de guia heur stico ao teor exigido pela situa o de uso do g nero Coe defendeu o entendimento de g neros textuais como estrat gias funcionais com as quais se chega a prop sitos em situa es espec ficas sendo necess rio nesse sentido entender a rela o funcional entre forma e situa o de uso dos g neros Passaremos neste momento a relatar as contribui es de cada um desses especialistas 4 3 1 G neros textuais postura e identidade O primeiro participante da Confer ncia da AILA 2005 a discutir sobre concep es e an lise de g neros textuais Brian Paltridge apud JOHNS et al 2006 p 235 da Universidade de Sy
418. udo com resenhas acad micas MOTTA ROTH 1995 De modo geral os estudos de Swales nos permitem adquirir a consci ncia e a consist ncia dos movimentos que podem ser encontrados em textos sinalizando assim a especifica o dos g neros textuais O valor do modelo CARS em termos te ricos anal ticos e pedag gicos sobretudo repousa na percep o desses movimentos ret ricos Evidentemente conforme as conven es pr prias de cada cultura de cada comunidade produtora de g neros teremos uma adapta o do modelo acima 4 1 2 Vijay Bhatia Oriundo da Escola Brit nica juntamente com Swales de quem recebeu influ ncia substancial Vijay Bhatia apresenta contribui es significativas ao estudo dos g neros na abordagem sociorret rica parte delas referente a inser es na teoria swalesiana Partindo de 94 contextos profissionais ele seleciona g neros que circulam nas esferas sociais de neg cio e jur dicas e para analis los baseia se no modelo CARS ap s reformular esse modelo Bhatia 1996 como suporte para a discuss o sobre g nero menciona Martin 1985 que diz genres are how things get done when language is used to accomplish them g neros s o como as coisas s o feitas quando a linguagem usada para realiz las No Semin rio sobre G nero e An lise de G nero na Escola de Neg cios de Aarhus em 08 de setembro de 1995 na Dinamarca falando sobre o conceito de g nero Bhatia 1996
419. ue demarca limita es e desfavorece o desenvolvimento intelectual do alunado b desenvolver capacidades e compet ncias c consolidar conhecimentos pr ticos e te ricos adquiridos e avali los e d servir de refer ncia para os estudos individuais Para o professor o livro deve trazer informa o cient fica e geral atualizada forma o pedag gica sobre o componente curricular colaborando desse modo com a forma o continuada docente ajudar no desenvolvimento das aulas sem a pretens o de apresentar a nica forma de bem fazer a a o 148 pedag gica nem pressupor a anula o da autonomia do professor e contribuir com o processo de avalia o da aprendizagem Ap s discutir sobre cada uma das especificidades que permitem uma sele o mais criteriosa do livro did tico o Guia 2012 BRASIL 2011b p 19 sugere aos professores que compartilhem discutam e avaliem o uso do livro assumindo a fun o de planejar coletivamente a explora o did tica do livro ao longo do ano reunir se periodicamente para trocar experi ncias de acordo com uma agenda combinada de antem o sempre combinada com o calend rio escolar re avaliar tanto o livro quanto os seus diferentes usos do ponto de vista da efic cia em sala de aula e portnto da pr tica docente Foram 239 livros did ticos apresentados no Guia 2012 para a escolha dos professores conforme o quadro a seguir Quadro 11 N mero de cole es e de livro
420. ue rege os estudos da linguagem sugest o de atividades complementares relacionadas aos objetivos propostos indica o de refer ncias especializadas em educa o lingu stica rela o entre proposta did tica da obra e documentos norteadores e organizadores do ensino m dio e proposi o para a es avaliativas e autoavaliativas do professor e dos alunos Esses aspectos estruturais constituem a base da organiza o ret rica do MP Evidentemente os produtores de MP est o atentos a essas recomenda es uma vez que delas em parte decorre o que eles devem dizer principalmente em rela o ao conte do a ser inclu do e estruturado assim como quais efeitos possivelmente se ter como consequ ncia do que for inclu do dentro de situa es ret ricas particulares BAWARSHI apud JOHNS et al 2006 p 244 Valendo se disso depreendemos que a produ o do MP sua constitui o textual e organiza o ret rica n o resultado do que pr prio do autor mas resultado tamb m do que ele observa ao seu redor que pode lhe ajudar em seus prop sitos de escrita bem como no modo como escrever certificando como disse Bawarshi apud JOHNS et al 2006 que a busca por ideias e significados precede escrita E esse conjunto de procedimentos corresponde ao que Hyland apud JOHNS et al 2006 denominou de ideologia do indiv duo No entanto n o se constituiu em avalia o pelo menos por parte do PNLD cita o
421. ugu s linguagens 1 ao 9 ano Gram tica Texto reflex o e uso 6 ao 9 an Gram tica reflexiva 6 ao 9 ano 10 Todos os textos 6 ao 9 ano Obras para o ensino m dio Literatura brasileira Literatura portuguesa Gram tica reflexiva Texto sem ntica e intera o Texto e intera o Interpreta o de textos PORTUGU S LINGUAGENS Literatura roduc o de texto Gr tatica Volume 1 Ensino m dio 7 edi o reformulada S o Paulo 2010 MANUAL DO PROFESSOR CA Saraiva Ou seja Cereja e Magalh es escreveram pelo menos outras 9 nove obras que foram publicadas pela editora Saraiva Esse v nculo a uma editora n o somente favorece a publica o e circula o da CD como um todo como tamb m traz implica es produ o do MP Maruxo J nior 2013 ao 225 discorrer sobre as a es apontadas pelo MP que poder o facilitar o exerc cio da doc ncia diz que O manual explicita os pressupostos te ricos e metodol gicos e procura dialogar com o professor na medida do poss vel para ajud lo na sala de aula Nesse sentido intenta antecipar poss veis problemas que o professor enfrentar ao realizar esta ou aquela atividade apresenta em alguns casos alternativas de trabalho ao que proposto procura servir para o professor como um planejamento do trabalho docente Dizemos na medida do poss vel anteriormente porque h muito mais que o manual poderia fazer pel
422. um per odo em que o g nero se restringia ao campo das manifesta es art sticas Como certificam Souza 2008 e Paviani et al 2008 in meros estudiosos liter rios consideram que a teoria dos g neros tem origem em Plat o Entretanto conferem aos trabalhos de Arist teles a introdu o dessa engenharia te rica j que ele estabeleceu distin es referentes arte sobretudo arte po tica e elaborou um conceito de g nero liter rio harmonicamente relacionado filosofia a partir da observa o que constituiu o seu car ter emp rico racionalista Plat o o primeiro que falou em g nero mas foi Arist teles quem teorizou sobre ele Arist teles nos T picos portanto no mbito da l gica da ret rica e da gram tica isto sob o ponto de vista da linguagem indaga o que se pode dizer que a defini o o espec fico de qualquer coisa o g nero e o acidente T picos I 5 102a e sobre a express o e os g neros de discursos Ret rica II PAVIANI et al 2008 p 174 Arist teles sistematizou uma teoria sobre os g neros e sobre a natureza do discurso analisando e definindo os quatro predicados considerados elementos constitutivos das proposi es a defini o o pr prio de qualquer coisa o g nero e o acidente Para ele a defini o tratava do discurso ou do enunciado que aponta para o significado do sujeito apresentando lhe outras caracter sticas O pr prio de qualquer coisa n o tra
423. unidade para discutir o PNLD foi instaurada pela Secretaria de Educa o Fundamental MEC atrav s de semin rio que reuniu todos os envolvidos no programa para atualizar relatos e recomenda es acerca do processo de avalia o dessa pol tica p blica de LD Dentre os subs dios resultantes desse evento destaca Mantovani 2009 p 53 Investir maci amente na forma o docente intensificando as atividades de orienta o aos professores para a escolha e uso do livro did tico incentivar a autonomia de professores e escola na escolha de livros did ticos ampliar o prazo destinado aos professores para procederem a escolha do livro did tico induzir a produ o de outros materiais did ticos contemplando propostas como projetos obras cicladas fich rios etc promover refinamento dos crit rios pr requisitos para inscri o das obras e para garantir o aprimoramento constante da metodologia e dos conte dos das reas defender a melhoria da qualidade dos livros de destina o regional visando uma melhor abordagem dos conte dos das reas de Geografia e Hist ria incentivar para que a quantidade de volumes inscritos corresponda a uma diversidade de propostas e abordagens te rico metodol gicas melhorar a rela o interinstitucional evitando entraves burocr ticos que prejudiquem o processo de avalia o como assinatura de conv nios libera o de recursos e acesso a base de dados promover uma maior divulga o da avalia
424. uturante o AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem atrav s do ambiente Moodle MODERADOR Fale um pouco sobre esses ambientes Prof 4 Normalmente no in cio do ano letivo h sempre v deo confer ncia organizada pela reitoria Mas tamb m j houve somente com professores de L ngua Portuguesa por exemplo para discutir os crit rios de avalia o de reda es de sele o de alunos O n cleo estruturante um grupo de professores de cada rea cada um em sua rea justamente para examinarem e reestruturarem o projeto pedag gico a parte da grade curricular dos conte dos da disciplina em certo ano escolar E falei do AVA porque n s tamb m somos chamados para orientar alunos ou mesmo ministrar disciplinas na Educa o a Dist ncia E esse o ambiente de intera o MODERADOR Joia Mais algum outro espa o de intera o Prof 3 O grupo de pesquisa que se encontra quinzenalmente Normalmente assim numa semana fazemos reuni o de grupo na outra de rea no nosso caso dos professores de L ngua Portuguesa Ent o podemos dizer a reuni o de grupo um ambiente de intera o e a reuni o somente de professores de L ngua Portuguesa outro ambiente porque os grupos de pesquisa nos campi do interior s o formados por equipe de reas diferentes Prof 2 Tem tamb m a reuni o pedag gica outro espa o de discuss es em torno de todas as quest es do processo de ensino aprendizagem e de tudo que con
425. vas e estilo a partir desse componente fundamental da linguagem Essa trajet ria segundo a autora requer olhar para a materialidade verbal e extraverbal ambas constitutivas de enuncia o 2 Sob o escopo bakhtiniano o enunciado entendido como unidade real da comunica o presente na situa o dial gica Usar a l ngua implica na produ o de enunciados orais ou escritos Para Bakhtin 1997 p 282 a l ngua penetra na vida atrav s dos enunciados concretos que a realizam e tamb m atrav s dos enunciados que a vida penetra na l ngua Ele considera o enunciado como um evento nico que n o se repete unidade real da comunica o discursiva atrav s da qual as unidades da l ngua por exemplo a palavra e a ora o s o melhor compreendidas Entretanto esse construto pertence ao campo das rela es dial gicas e n o necessariamente ao sistema da l ngua Enfim o enunciado o resultado da intera o social A compet ncia dos sujeitos participantes dessa intera o n o se limita produ o da frase ou da ora o Ela se realiza no que Bakhtin 2003 p 279 chama de tipos relativamente est veis de enunciados ou seja g neros do discurso dos quais os falantes fazem uso desde os primeiros contatos com a linguagem Mesmo ignorando o composto te rico dos g neros os falantes n o apresentam dificuldades ao us los Pelo contr rio eles o fazem com 80 seguran a e destreza apesar
426. za o pode ser o pr prio recinto onde se d a intera o certas coisas s o mais prov veis numa sala de aula que numa igreja por exemplo outras pistas podem ser os v rios sinais corporais como olhares posturas express es faciais al m claro das verbaliza es KOCH CUNHA LIMA 2004 p 284 Apesar de reconhecer a import ncia da a o conjunta dos agentes da intera o essas autoras apontam que a linguagem requer uma abordagem mais ampla necess rio entend la como a o social A produ o de determinados sentidos pelos sujeitos sociais est diretamente vinculada s rela es sociais complexas cultural e historicamente situadas Para ilustrar elas citam os contextos de intera o em sala de aula e tamb m contexto de intera o m dico paciente Tanto o professor quanto o m dico se encarregam de reinterpretar a fala de seu interlocutor de autoriz lo ou n o a utilizar certa express o diante de fen menos ou objetos espec ficos e de determinar interpreta es finais aos textos dele ainda que contra a vontade do interlocutor Isso n o significa no entanto que a inten o e por conseguinte a produ o do interlocutor n o tenha valor algum ela pode n o se constituir na parte mais importante da constru o dos textos produzidos na intera o Al m disso nem sempre nos casos de rela es assim tricas como as citadas acima acontece dessa forma O professor por exemplo poder
427. za normativa da l ngua alguns linguistas brasileiros t m se dedicado a pesquisas sobre a varia o lingu stica no sentido de revelar sociedade o aspecto heterog nico da l ngua numa perspectiva sociolingu stica Dentre os principais estudiosos dessa corrente destacamos o professor Marcos Bagno que disp e de ampla literatura publicada sobre esse objeto de estudo A l ngua de Eul lia novela sociolingu stica 1997 A norma culta l ngua amp poder na sociedade brasileira 2003 Preconceito lingu stico o que como se faz 2006 Portugu s ou brasileiro um convite pesquisa 2006 Nada na l ngua por acaso por uma pedagogia da varia o lingu stica 2007 e em parceria com Stubbs e Gagn L ngua materna letramento varia o e ensino 2002 Nos ltimos vinte anos o livro did tico vem se tornando objeto de estudo de interesse de pesquisadores em todo o mundo como assegura Choppin 2004 p 549 a hist ria dos livros e das edi es did ticas passou a constituir um dom nio de pesquisa em pleno desenvolvimento em um n mero cada vez maior de pa ses Por se tratar de uma mat ria de 132 investiga o ainda considerada de certa forma recente a produ o cient fica sobre LD est limitada a artigos normalmente publicados em revistas e sites ou como cap tulos de livros A literatura sobre LD revela que muitos fatores s o considerados pelos historiadores
428. zadas e a es sociais mediadas pelo discurso 2 a desconstru o da estrutura do texto e interpreta o descri o dos recursos lingu sticos e 3 as opera es psicol gicas tanto na produ o do texto quanto na apropria o do g nero do discurso Como aponta Bronckart 1999 o agir linguageiro que se encontra nas pr ticas de linguagem situadas realiza se a partir de textos Desse modo o texto entendido como unidade comunicativa ou interativa global tamb m definido como uma unidade de agir linguageiro veiculadora de uma mensagem organizada com a tend ncia de produzir um efeito de coer ncia sobre o destinat rio em espa o e tempo espec ficos BRONCKART 2006 p 143 Considerando a exist ncia de diversas formas de agir linguageiro ele sugere o termo g neros de textos em vez de g neros do discurso entendendo as como equivalentes Al m disso considera que todo texto apresenta propriedades gen ricas decorrentes da escolha 64 do g nero textual dada a situa o de intera o em que a produ o se realiza as caracter sticas da atividade em curso e as condi es s cio hist ricas de sua produ o Bronckart 1999 p 45 prop e o termo g neros textuais defendendo que s o os textos que se organizam em g neros sempre em processo de modifica o ficando a terminologia tipos de discurso para uma outra categoria que engloba distintos mundos discursivos que
429. zona rural ainda n o disp em de recursos audiovisuais softwares did ticos CD Rom e internet No bojo das discuss es em L ngua Portuguesa o uso de LD em aulas o entendimento do objetivo do ensino de l ngua a partir de colet neas did ticas e a vis o do professor para o MP de livros did ticos constituem se em algumas das muitas frentes de investiga o em que se encontram as pesquisas sobre LD 5 2 POL TICAS P BLICAS PARA O LD NO BRASIL Ao observarmos as a es do governo brasileiro em rela o ao LD notaremos que apesar de a consolida o de um programa de avalia o estruturante dos processos de compra ter menos de duas d cadas a ordena o de uma pol tica p blica para o LD remete ao per odo do Estado Novo com a instaura o de uma Comiss o Nacional de Livros Did ticos CNLD nesse contexto pol tico que a educa o recebe o encargo de formar a nacionalidade sendo para isso considerada como ve culo de incorpora o de novos valores e modelagem de condutas principalmente as relacionadas aos mecanismos prescritivos no campo do curr culo e do material de natureza instrucional O LD foi entendido como recurso ideol gico fundamental de dissemina o dos valores do regime No Brasil em 1929 com a cria o do Instituto Nacional do Livro INL o governo federal assume o prop sito de discutir e preceituar sobre livros did ticos Coube ao INL legislar sobre pol ticas do LD contribuindo para a maior

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