Home

do arquivo em PDF

Contents

1. N o me entendam mal N o quero pregar o amor Penso que sua prega o v ningu m teria inclusive o direito de preg lo porque a defici ncia de amor repito uma defici ncia de todas as pessoas sem exce o nos termos em que existem hoje ADORNO 2000 p 134 Como quebrar o c rculo da frieza ent o A primeira inf ncia fundamental como j discutido Como mobilizar os pais que tamb m s o produtos desta sociedade Exigir calor humano dos professores artificial e se o professor agir assim de forma imposta acaba ele pr prio negando ess ncia desse calor humano Deve se ent o em primeiro lugar expor as raz es pela qual a frieza foi criada o neobarbarismo da civiliza o o amor n o pode ser exigido em rela es profissionalmente intermediadas como entre professor e aluno m dico e paciente advogado e cliente Ele algo direto e contradit rio com rela es que em sua ess ncia s o intermediadas O incentivo ao amor provavelmente na forma mais imperativa de um dever constitui ele pr prio parte de uma ideologia que perpetua a frieza Ele combina com o que impositivo opressor que atua contrariamente capacidade de amar Por isto o primeiro passo seria ajudar a frieza a adquirir consci ncia de si pr pria das raz es pelas quais foi gerada ADORNO 2000 p 135 104 Sobre a frieza e a aus ncia de amor sobre as raz es pelas quais foram geradas a Lei de Diretr
2. Nesse sentido ent o a raz o perde sua autonomia se torna um instrumento No aspecto formalista da raz o subjetiva sublinhado pelo positivismo enfatiza se a sua n o refer ncia a um conte do objetivo em seu aspecto instrumental sublinhado pelo pragmatismo enfatiza se a sua submiss o a conte dos heter nomos HORKHEIMER 2000 p 29 Z Isto significa que a raz o serve a qualquer fim seja bom ou mau E o instrumento de todas as a es sejam individuais ou sociais Abriu se assim a possibilidade para reca da na barb rie 30 A formaliza o da raz o teve implica es te ricas e pr ticas de longo alcance Se a concep o subjetivista verdadeira o pensamento em nada pode contribuir para determinar se qualquer objetivo em si mesmo ou n o desej vel A plausilibilidade dos ideais os crit rios que norteiam nossas a es e cren as os princ pios orientadores da tica e da pol tica todas as nossas decis es supremas tudo isso deve depender de fatores outros que n o a raz o Presume se que essas decis es sejam assunto de escolha e predile o tornando se sem sentido falar de verdade quando se fazem decis es pr ticas morais ou est ticas HORKHEIMER 2000 p 17 Os valores civilizat rios perdem sua sustenta o abrindo possibilidades para quaisquer outros valores Quais s o as consegii ncias da formaliza o da raz o Justi a igualdade felicidade toler ncia todos os conceitos
3. 8 Ouse saber 84 foram acrescentados na LBDEN 96 e n o existem originalmente na Carta Constitucional sendo todos os outros iguais Apesar de parecer acr scimos insignificantes eles possibilitam nas leis educacionais subordinadas a LDBEN 96 e na sua execu o nos sistemas de ensino uma educa o voltada para o trabalho ou ainda voltada para a adapta o e n o a emancipa o ou autonomia como queriam os iluministas nessa contradi o e na nfase efetiva que se d adapta o um dos pontos em que se encontra o perigo do neobarbarismo Como visto na refer ncia te rica possibilita o neobarbarismo a adapta o ou submiss o realidade tal como ao capitalismo tardio aos ditames da ind stria cultural domina o s conting ncias que restringem o espa o do indiv duo etc N o se ignora a import ncia da qualifica o para o trabalho mas na nfase dada a adapta o a realidade que se encontra o aspecto ideol gico da LDBEN 96 A import ncia da educa o em rela o realidade muda historicamente Mas se ocorre o que eu assinalei h pouco que a realidade se tornou t o poderosa que se imp e desde o in cio aos homens de forma que este processo de adapta o seria realizado hoje de um modo antes autom tico A educa o por meio da fam lia na medida em que consciente por meio da escola da universidade teria neste momento de conformismo onipresente muito mais a tarefa de
4. o da natureza interna e externa tornava se o fim absoluto da vida Quando afinal a autoconserva o se automatiza a 2 raz o abandonada por aqueles que assumiram sua heran a a t tulo de organizadores da produ o e agora a temem nos deserdados 3 A ess ncia do esclarecimento a alternativa que torna inevit vel a domina o Os homens sempre tiveram de escolher entre submeter se natureza ou submeter a natureza ao eu Com a difus o da 4 economia mercantil burguesa o horizonte sombrio do mito aclarado pelo sol da 5 raz o calculadora sob cujos raios gelados amadurece a sementeira da nova barb rie Negritos e n meros meus ADORNO 1985 p 43 Nos trechos 1 e 3 dos itens grifados referencia se o conceito de domina o que se torna objetivo e fim norteador das a es e teorias humanas no esclarecimento Nos trechos 2 e 5 chama se a raz o instrumental analisada no item anterior de raz o calculadora ou a raz o abandonada as quais possibilitam a nova barb rie E no trecho 4 refere se ao capitalismo e ao capitalismo tardio que se analisa a seguir 1 3 Cen rios do neobarbarismo Concentra se a seguir a an lise em alguns aspectos hist ricos e sociais que possibilitaram e continuam a possibilitar a reca da na barb rie Esses aspectos sem excluir deles claro a domina o e a raz o instrumental j analisadas s o raz es objetivas para o neobarbarismo Adorno refere se a elas c
5. um precursor das ci ncias humanas antes mesmo da consolida o das ci ncias naturais Foi posteriormente elogiado por Marx Sua obra mais conhecida Princ pios de uma Ci ncia Nova Acerca da Natureza Comum das Na es MUNFORD 1958 24 Adorno caracteriza a nova barb rie como despropor o entre o desenvolvimento tecnol gico e o desenvolvimento do indiv duo humano Ainda afirma que os indiv duos encontram se tomados por um dio primitivo ou impulso destrui o Novamente a id ia de uma reca da viol ncia est presente Suspeito que a barb rie existe em toda parte em que h uma regress o viol ncia f sica primitiva ADORNO 2000 p 159 Pela primeira vez rompe se com o preconceito com rela o barb rie em que se identificava sempre o b rbaro no outro Pela primeira vez prop e se a possibilidade de que os civilizados sejam os b rbaros Ap s os horrores da Segunda Grande Guerra a civiliza o ocidental n o pode mais negar essa afirma o A quest o pode ser reformulada assim por que os indiv duos mesmo no mais alto desenvolvimento tecnol gico permanecem tomados por uma agressividade primitiva um dio primitivo ou na terminologia culta um impulso de destrui o Adorno busca parte da resposta a esta quest o em Freud Freud fundamentou de um modo essencialmente psicol gico a tend ncia barb rie e nesta medida sem d vida acertou na explica o de uma s rie de
6. o Tempo livre o tempo n o condicionado pelo trabalho o tempo que as pessoas teriam para formar a verdadeira consci ncia o pensamento referido realidade a reserva de vida que as pessoas teriam para a auto reflex o a reflex o sobre as condi es da sociedade que faz a media o entre os indiv duos PEDROSA 2004 p 208 Enfim sem liberdade para determinar o uso do seu tempo mesmo do tempo livre declina se a individualidade 1 3 4 Decl nio do indiv duo O indiv duo se v completamente anulado em face dos poderes econ micos ADORNO 5 Antes de abordar o tema sobre decl nio do indiv duo importante esclarecer o conceito de indiv duo Precisa se da Psicologia Hist ria Filosofia e Economia para melhor 43 compreender o conceito de indiv duo Para a consci ncia ing nua pr sociol gica o conceito do indiv duo a ant tese da socializa o A Filosofia que buscou uma reflex o cr tica propunha que que o individuo fosse absolutizado como categoria extra social ADORNO HORKHEIMER 1973 p 45 Para Descartes autonomia do Eu na primazia do eu sou e do eu penso como o sum do cogitans Kant como percep o transcendente e autonomia moral Fichte como eu absoluto e Husserl como consci ncia pura O conceito de indiv duo quis sempre designar algo concreto fechado e auto suficiente ADORNO HORKHEIMER 1973 p 45 Etimologicamente indiv d
7. um car ter manipulador um dos sintomas do neobarbarismo se as pessoas n o fossem profundamente indiferentes em rela o ao que acontece com todas as outras executando o punhado com que mant m v nculos estreitos e possivelmente por interm dio de alguns interesses concretos ent o Auschwitz n o teria sido poss vel as pessoas n o o teriam aceito ADORNO 2000 p 134 A poca da democracia grega quando o cidad o ateniense segundo o conceito pol tico aristot lico sentia que podia interferir nos destinos da p lis visando ao bem comum parece hoje irrealiz vel em face da press o social sobre o indiv duo Assim como Alexandre o grande transformou a pra a democr tica gora em est bulo para seus cavalos consequentemente o cidad o em s dito o capitalismo tardio transformou o cidad o contempor neo em mero consumidor sendo o lugar p blico de refer ncia n o um est bulo mas o shopping onde poss vel se comprar tudo menos a dignidade humana como j previa Kant No reino dos fins tudo tem um pre o ou uma dignidade Quando uma coisa tem um pre o pode p r se em vez dela qualquer outra coisa como equivalente mas quando uma coisa est acima de todo o pre o e portanto n o permite equivalente ent o ela tem dignidade KANT 1985 p 77 O neobarbarismo s poder ser evitado se mudarem os pressupostos pol ticos e sociais que possibilitam sua ocorr ncia Assim como Epicuro na fase
8. 87 e a tarefa de animar no pa s o 66 desenvolvimento das letras artes e ci ncias art 35 Cabe ainda lembrar que nessa Carta e na anterior 1824 n o h men o palavra Educa o WIKIPEDIA O Minist rio da Educa o foi criado somente em 1931 antes disso os assuntos educacionais eram tratados pelo Minist rio da Justi a J a Constitui o de 1934 possui um cap tulo dedicado Educa o Define no art 5 a responsabilidade da Uni o de tra ar as diretrizes da educa o nacional e no art 150 de coordenar e fiscalizar a sua execu o em todo o territ rio do pa s BRASIL 1986 Esse avan o deu se em parte gra as a id ias de educadores dentre os quais An sio Sp nola Teixeira Caetit BA 1900 Rio de Janeiro RJ 1971 advogado intelectual educador e escritor brasileiro Nas d cadas de 1920 e 1930 ele difundiu os pressupostos do movimento denominado de Escola Nova que tinha como princ pio a nfase no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento em detrimento da memoriza o An sio reformou o sistema educacional da Bahia e do Rio de Janeiro exercendo v rios cargos executivos Ele foi um dos mais destacados signat rios do Manifesto da Escola Nova em defesa do ensino p blico gratuito laico e obrigat rio divulgado em 1932 WIKIPEDIA Um ponto importante de disputa da primeira LDBEN foi a quest o do ensino religioso Enquanto a proclama o da Re
9. As descri es da legisla o foram retiradas principalmente de Cury 1996 Carneiro 1999 Demo 1997 Fernandes E Silva 1998 Gentili 1996 Frigotto 2003 e Saviani 1997 e 1998 Primeiramente se descreve o contexto internacional especialmente a crise do capitalismo a globaliza o e o neoliberalismo Posteriormente se descreve o contexto econ mico o pol tico e o social do Brasil de 1980 at na poca que da promulga o da LDBEN 96 A seguir elaborado um hist rico da educa o no Brasil para o entendimento da 54 formula o das pol ticas p blicas educacionais e finalmente uma descri o da LDBEN de 1996 e dos Par metros Curriculares Nacionais PCNs 2 1 Contexto internacional crise do capitalismo neoliberalismo e educa o Para melhor explicar as influ ncias na elabora o das pol ticas educacionais do Brasil nas d cadas de 80 e 90 do s culo XX importante entender o que se passava no contexto internacional A crise do capitalismo a globaliza o e o neoliberalismo por meio das a es de organismos internacionais como Fundo Monet rio Internacional FMI e Banco Mundial BM exerciam influ ncias indireta ou diretamente nas pol ticas educacionais em todo o mundo TOMMASI WARD HADDAD 1990 Analisa se inicialmente a crise do capitalismo A fase de ouro do capitalismo conforme express o de Hobsbawm 1995 provocada pelo fordismo keynesianismo vigorou mais intensamente ap s a Se
10. As emendas populares cal aram a id ia da educa o como direito de todos direito social e portanto deveria ser universal gratuita democr tica comunit ria e de elevado padr o de qualidade CARNEIRO 1998 p 19 20 O artigo 206 especifica os princ pios da educa o 69 Art 206 O ensino ser ministrado com base nos seguintes princ pios I igualdade de condi es para o acesso e perman ncia na escola II liberdade de aprender ensinar pesquisar e divulgar o pensamento a arte e o saber III pluralismo de id ias e de concep es pedag gicas e coexist ncia de institui es p blicas e privadas de ensino IV gratuidade do ensino p blico em estabelecimentos oficiais V valoriza o dos profissionais do ensino garantidos na forma da lei planos de carreira para o magist rio p blico com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso p blico de provas e t tulos VI gest o democr tica do ensino p blico na forma da lei VII garantia de padr o de qualidade A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDBEN 96 tamb m conhecida pelos seus comentadores como Lei Darcy Ribeiro por causa do seu relator foi sancionada em dezembro de 1996 e sua discuss o come ou nesse clima de democracia e esperan a p s ditadura diferentemente das leis anteriores criadas para a educa o no pa s Era em seu in cio um projeto de car ter progressista num sentido de
11. O trecho da ep grafe deste t pico foi retirado de um artigo de Adorno cujo t tulo Capitalismo tardio ou sociedade industrial de 1968 um ano antes de sua morte elaborado para uma confer ncia inaugural do 16 congresso dos soci logos alem es Nele Adorno aborda qual dos dois termos seria mais adequado para categorizar a sociedade contempor nea Ele se refere ao conceito chave capitalismo a domina o sem o qual segundo ele seria imposs vel interpretar a realidade e acrescenta o objeto disso da domina o j n o s o apenas as massas mas tamb m os mandantes e seus ap ndices eles se tornaram de modo acentuado fun es de seu pr prio aparelho de produ o Se no come o entendia se que os burgueses eram os opressores agora todos os homens s o igualmente oprimidos pelo sistema igualmente a antiga opress o social agora tornada an nima a depend ncia a um instrumental que escapa a consci ncia daqueles que dele se utilizam estende se universalmente sobre os homens ADORNO 1994 p 67 O mundo hoje configurado pelo capitalismo O capitalismo por m n o o mesmo do s culo XIX teorizado por Marx Na ess ncia o mesmo mas com algumas diferen as da a adjetiva o para caracteriz lo melhor capitalismo tardio Tardio porque ele j deveria estar 35 superado em raz o de suas contradi es e de sua irracionalidade Adorno caracteriza algumas
12. adapta o ou resist ncia Um dos pontos importantes para a an lise verificar se a lei visa adapta o ou emancipa o dos educandos A hip tese da pesquisa que a lei tem um discurso emancipat rio mas adaptativa Pretende se neste t pico aprofundar a quest o abordada no in cio do cap tulo que a lei parece ser emancipat ria mas s aparentemente da seu aspecto contradit rio e ideol gico possibilitando o neobarbarismo Como adapta o entende se a forma o para o mundo tal como no caso o mundo do capitalismo tardio em crise da ind stria cultural e da domina o em que o neobarbarismo j est instalado N o se contra a adapta o uma vez que a esta se faz necess ria para a sobreviv ncia no mundo A educa o seria impotente e ideol gica se ignorasse o objetivo de adapta o e n o preparasse os homens para se orientarem no mundo ADORNO 2000 p 143 Este n o deve ser por m seu objetivo nico Ela seria igualmente question vel se ficasse nisto produzindo nada al m de well adjusted people pessoas bem ajustadas em conseqgii ncia do que a situa o existente se imp e precisamente no que tem de pior ADORNO 2000 p 143 A press o que exerce o capitalismo tardio principalmente pela ind stria cultural em todas as outras dimens es humanas e sociais supera todos os esfor os realizados pela educa o formal na verdade a educa o escolar mais um meio em que esta
13. diferen as do capitalismo tardio em rela o ao capitalismo p s Revolu o Industrial Em termos de padr o de vida e consci ncia nos principais pa ses ocidentais tornaram se muito menos percept veis as diferen as de classe do que nos dec nios durante e logo ap s a revolu o industrial Certos progn sticos da teoria das classes como a da pauperiza o e a do colapso n o ocorreram de modo t o dr stico quanto se deve entend los se n o for para priv los do seu conte do s de modo c mico se pode falar de pauperiza o relativa Mesmo que se tivesse verificado de modo imanente ao sistema a lei n o inequ voca em Marx da taxa decrescente de lucro teria de ser concedido que o capitalismo descobriu em si mesmo recursos que permitem empurrar para as calendas gregas a bancarrota total recursos entre os quais inquestionavelmente est o em primeiro lugar a imensa eleva o do potencial t cnico e com isso tamb m a quantidade de bens de consumo que beneficiaram todos os membros dos pa ses altamente industrializados Ao mesmo tempo em vista de tal desenvolvimento t cnico as rela es de produ o se revelaram mais el sticas do que Marx imaginara ADORNO 1994 p 63 N o houve na poca do Adorno a pauperiza o prevista na teoria de Marx gra as ao fordismo keynesianismo e houve uma aproxima o entre as classes oper ria e burguesa ambas tornaram se consumistas e submetidas ind stria c
14. est o substancialmente ligadas e s o igualmente importantes para o entendimento do neobarbarismo 1 2 1 A raz o instrumental ou a morte da raz o a den ncia daquilo que atualmente se chama de raz o o maior servi o que a raz o pode prestar HORKHEIMER A barb rie ant nimo de civiliza o parece ser tamb m o ant nimo da raz o o b rbaro que n o falava a l ngua grega n o era civilizado e por sua vez irracional O conceito grego de l gos era usado tanto para palavra quanto para raz o N o havia para eles uma distin o t o n tida quanto hoje S seria capaz de falar discorrer ou discursar aquele que 28 fosse capaz de razoabilidade A barb rie seria ent o ligada irracionalidade Seria poss vel uma barb rie aliada raz o Ou de outra forma seria poss vel uma raz o que permitisse a barb rie que fosse conivente com ela pr pria Um exemplo desta coniv ncia foi a m quina de matar chamada de campo de concentra o elaborada durante a 2 Guerra Mundial por homens cultos quando se fazia necess ria toda uma log stica de transporte armazenamento etc Era uma f brica com produ o di ria provavelmente com padr es de qualidade e ndices de efici ncia O planejamento e a execu o da ind stria da morte contaram com a colabora o de engenheiros e demais especialistas exigidos para o sucesso do empreendimento Como a raz o pode permitir conviver e mesmo colaborar c
15. gio em que n o h propriamente regras heteronomia em que a moral de autoridade imposta de fora e autonomia em que a norma a pr pria consci ncia individual A partir de sua tese de doutorado de 1958 at no final do s culo passado Laurence Kolberg vai desenvolver a teoria piagetiana por meio de entrevistas emp ricas realizadas em v rios locais do mundo com v rias culturas diferentes ampliando o n mero de est gios morais a seis divididos em tr s n veis a saber o pr convencional que se divide no est gio de orienta o para a puni o e a obedi ncia e no de hedonismo instrumental relativista o convencional que se divide em moralidade do bom garoto de aprova o social e rela o social e rela es interpessoais e o est gio de orienta o para a lei e a ordem finalmente o n vel p s convencional que se divide em orienta o para o contrato social e para os princ pios universais de consci ncia que seria o ltimo est gio moral a moralidade da desobedi ncia civil dos m rtires e revolucion rios pacificistas e de todos aqueles que permanecem fi is a seus princ pios em vez de se conformarem com o poder estabelecido e com a autoridade Jesus Cristo Gandhi Martin Luther King s o exemplos dados por Kohlberg de pensamento neste est gio BIAGGIO 2002 p 27 Tamb m n o se aprofunda na an lise das caracter sticas de cada fase por ir al m do mbito que se prop e esta pesquisa sugere se
16. regulamentou a exist ncia dos Conselhos Estaduais de Educa o e do Conselho Federal de Educa o art s 8 e 9 garantiu o empenho de 12 do or amento da Uni o e 20 dos munic pios com a educa o art 92 determinou que o dinheiro p blico fosse aplicado n o exclusivamente s institui es de ensino p blicas art s 93 e 95 definiu a obrigatoriedade de matr cula nos quatro anos do ensino prim rio art 30 sobre a forma o do professor para o ensino prim rio exigiu o ensino normal de grau ginasial ou colegial art s 52 e 53 e o ensino m dio nos cursos de n vel superior art 59 o ano letivo foi definido de 180 dias art 72 deixou o ensino religioso como facultativo art 97 e permitiu o ensino experimental art 104 BRASIL 1961 A LDBEN posterior foi publicada em 11 de agosto de 1971 durante o regime militar pelo presidente Em lio Garrastazu M dici Ela possui 88 artigos Ela j previa um n cleo comum para o curr culo de 1 e 2 graus e uma parte diversificada em fun o das Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Anisio teixeira gt 68 peculiaridades locais art 4 e a inclus o da Educa o Moral e C vica da Educa o F sica Educa o Art stica e programas de sa de como mat rias obrigat rias do curr culo al m do ensino religioso facultativo art 7 permanecia o ano letivo de 180 dias art 11 definia o ensino de 1 grau obrigat rio dos sete aos quatorz
17. retirou seis e acrescentou 83 artigos A partir desta manobra regimental que teve sua origem no requerimento do Senador Beni Veras PSDB com a articula o do Senador Roberto Requi o PMDB PR apresenta se o Substitutivo Darcy Ribeiro x LDB fazendo com que o Substitutivo Cid Sab ia retorne Comiss o de 13 Constitui o Justi a e Cidadania CCJC e Comiss o de Educa o do Senado ZANETTI 1997 s p Educadores e institui es do Brasil protestaram e come aram a mobilizar se contra aquilo que consideraram um desrespeito a todo o processo democr tico de elabora o de uma lei que visa a tra ar as diretrizes educacionais do pa s Insistiram na import ncia de prolongar se o tempo de discuss o considerando que se estava pretendendo ignorar todo o esfor o de elabora o de muitos anos para favorecer o substitutivo Darcy Ribeiro rec m elaborado Solicitou se um retorno das discuss es sobre o substitutivo Cid Sab ia argumentando se que se o este continha imperfei es estas deveriam ser sanadas no corpo do pr prio Projeto e n o substituindo o por outro completamente diferente Mas apesar dos protestos por meio de atos p blicos caravanas visitas aos gabinetes de parlamentares dentre outras a es o presidente da Comiss o de Educa o do Senado senador Roberto Requi o PMDB PR manteve se irredut vel e encaminhou o Projeto Darcy Ribeiro Em 5 de abril de 1995 a presid ncia da Comiss o de Edu
18. tico e o artigo 43 referente ao ensino superior que grafa pensamento reflexivo ambos j analisados no t pico anterior que trata do ensino cr tico Seu car ter ideol gico por m como discutido no primeiro item deste capitulo pode ser verificado pois apesar de que em v rios momentos encontram se os objetivos de pleno desenvolvimento do educando seu preparo para o exerc cio da cidadania art 2 ou de desenvolver o educando assegurar lhe a forma o comum indispens vel para o exerc cio da cidadania 94 art 22 educa o b sica e ter por objetivo a forma o b sica do cidad o art 32 ensino fundamental sem no entanto priorizar e estabelecer como estes objetivos ser o cumpridos ou seja sem explicitar e priorizar a educa o cr tica para individua o e para autonomia pois sem emancipa o n o existe democracia e cidadania Numa democracia quem defende ideais contr rios emancipa o e portanto contr rios decis o consciente independente de cada pessoa em particular um antidemocrata at mesmo se as id ias que correspondem a seus des gnios s o difundidas no plano formal da democracia As tend ncias de apresenta o de ideais exteriores que n o se originam a partir da pr pria consci ncia emancipada ou melhor que se legitimam frente a essa consci ncia permanecem sendo coletivistas reacion rias Elas apontam para uma esfera a que de ver am
19. 2004 p 144 J do ponto de vista da sociologia do lazer o tempo livre j ocupa maior parte na vida das pessoas se comparado ao tempo dedicado ao trabalho familiar ou profissional baseados em dados emp ricos apresentados por Dumazedier Enquanto no s culo XIX a jornada anual de trabalho nos pa ses europeus era de cerca de 3 600 a 4 000 horas sem descanso noturno fim de semana f rias ou aposentadoria remunerada na d cada de 1990 esses n meros caem para uma jornada anual que varia entre 1 500 e 1 900 horas sendo 1 900 no Jap o 1 600 na Fran a e 1 500 na Su cia apud PEDROSA 2003 p 146 J em rela o tese da revaloriza o do trabalho Pedrosa 2004 afirma que a flexibiliza o a inform tica a globaliza o e suas consequ ncias alteraram significativamente o trabalho e como tal o perfil dos trabalhadores A revaloriza o do trabalho foi apresentada mediante a ideologia da compet ncia ou dos estudos sobre a qualifica o profissional A terceira fase do desenvolvimento do trabalho corresponderia era da automa o e da flexibiliza o na qual exig ncias de mobilidade e fluidez seriam colocadas e essa versatilidade levaria a uma requalifica o das situa es de trabalho O trabalho intelectual superaria o trabalho manual e as m quinas inteligentes e espertas articuladas com formas de gest o cada vez mais participativas mobilizariam n o mais o corpo do trabalhador mas
20. B sica Art 22 ao 28 7 Se o I Das Disposi es Gerais Se o II Da Educa o Infantil Art 29 ao 31 3 Se o III Do Ensino Fundamental Art 32 ao 34 3 Se o IV Do Ensino M dio Art 35 e 36 2 Se o V Da Educa o de Jovens e Adultos Art 37 e 38 2 CAP TULO III Da Educa o Profissional Art 39 ao 42 CAP TULO IV Da Educa o Superior Art 43 ao 57 15 CAP TULO V Da Educa o Especial Art 58 ao 60 3 VI Dos Profissionais da Educa o Art 61 ao 67 7 VII Dos Recursos para a Educa o Art 68 ao 77 10 VII Das Disposi es Gerais Art 78 ao 86 9 IX Das Disposi es Transit rias Art 87 ao 92 Quadro segundo FERNANDES 1998 ANEXO B ASPECTOS DA LDBEN 9 EM REPRESENTA ES ESQUEM TICAS 119 N veis da administra o Temas UNI O ESTADOS E DF MUNIC PIOS E DF Plano Nacional de Elaborar em Elaborar e executar Integrar seu sistema s Educa o colabora o com os pol ticas e planos pol ticas educacionais Estados Distrito educacionais em da Uni o e dos Federal e Munic pios conson ncia com as Estados diretrizes e planos nacionais integrando e coordenando as suas a es e as dos seus munic pios Organiza o Do sistema federal de Dos seus sistemas de Dos oa a i manuten o e ensino e o dos ensino PAS Roderdo optar desenvolvimento Territ rios portes Seat dos rg os e institui es oficiais sistema est
21. SUM RIO INTRODUC OS 0 eira ad EO o a EA q A a De 12 I Caracteriza o do problema sa ssiasesspramrantivadsoreaaiam fa deis sa pualatass da tuag asas can deaden aceda 12 M Objet yos ehIpOleseS aa a a pen a A RA ASTE 15 aJ ODJjetyo geral ose iio dans Egaeataig fes ie igaa eseese ee als dias gua o ae a eea aE sE OS 15 D Objetivos especifico Sce ien E E A E EE a o 16 C HIPOteS Einni e aa E DRE ER ETEA E AEA A ASE S 16 MI Material e procedimentos de pesquisa ssssssessesseseseseesseessrtesseesseesserssseessseessees 17 a Mate dl a sarados ie prasstratA as CUEI QUE a OE MAIS Er da ED UE JE O obra E a Ud 17 b Procedimentos de Pesquisa cup IS 17 IV Referencial te ricos aeiia srs eas ii essa a SESE EREE Algas a dass Eita caga 18 V Estrutura daidissertac O nietre e a RS E E aa 18 1 CONCEITOS PARA ENTENDER O NEOBARBARISMO esesessesesessersrrssresessee 20 1 1 Neobarbarbarismo ou reca da na barb rie eres 21 1 2 Causas do neobarbarismo eseeseseseesessessresresserssesresstesseserssteseestsstesesetsstesseseressetee 27 1 2 1 A raz o instrumental ou a morte da raz o ssseessessseeeseeessseesseesseesseeeseeesseee 24 1 2 2 Domnach niee disse aa SRU RAE A O ia a haet 31 ES Cen rios do neobarbarismd nisse eiras aaie iira s a a aa aus 33 1 3 1 O capitalismo tardiQ sinonnunesinnsin igne ie ra sad aa E E 34 32 ind stria cult ral snes Rd MDS 37 1 3 3 Tempo livre e trabalho hipostasiad
22. a an lise da LDBEN 96 conforme os conceitos e pressupostos apresentados Inicialmente demonstra se que no discurso legal se apropria dos objetivos iluministas e democr ticos principalmente no que tange aos princ pios e s finalidades da educa o Depois se questionam a dubiedade s contradi es e s omiss es da lei deixando muitas brechas e possibilidades para o neobarbarismo Analisam se as falhas da so lei e suas omiss es com rela o educa o infantil ao ensino cr tico individua o o 27 emancipa o adapta o ou resist ncia forma o de uma consci ncia tecnologia e frieza aus ncia de amor e finalmente forma o moral Para terminar analisam se as DCNs da educa o infantil dos ensinos b sico e m dio 110 A hip tese era que a LDBEN 96 reafirmava os ideais iluministas de liberdade cidadania autonomia e emancipa o do indiv duo mas contradizia se e revelava seu sentido pol tico e ideol gico na prioridade que atribu a agenda da adapta o do indiv duo l gica do mercado competitividade ao consumo e ao trabalho favorecendo o neobarbarismo Ela seria contradit ria suas omiss es e dubiedades aprofundavam o neobarbarismo contempor neo porque a exig ncia cada vez maior da educa o para a adapta o bloqueava a educa o para a emancipa o Demonstrou se que a LDBEN 96 no m nimo contradit ria Parece defender ideais democr ticos e ilum
23. a cidadania do educando para continuar aprendendo de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condi es de ocupa o ou aperfei oamento posteriores negritos meus A quest o da cidadania do educando j foi discutida e a necessidade da adapta o com flexibilidade as novas condi es de ocupa o parece o discurso neoliberal que acaba com o emprego formal e cria conceitos de labor e de ocupa o conforme j analisado J o artigo 36 que trata do curr culo encontra se no item I destacar a educa o tecnol gica b sica no item II adotar metodologias de ensino e de avalia o que estimulem a iniciativa dos estudantes entenda se empreendedorismo ou pior virar se num mundo de poucas vagas para o trabalho e de muita necessidade de consumidores para manter o sistema capitalista ou seja necessidade de outras formas alternativas de gera o de renda para que os que n o t m um emprego formal continuem a ter poder de compra Isto sem analisar a quest o profissional especificamente que tratada no segundo e quarto par grafos que definem as profiss es t cnicas regulamentado no Decreto n 5 154 de 23 de julho de 2004 e a prepara o geral para o trabalho em coopera o com institui es especializadas em educa o profissional N o se alonga a an lise do aspecto adaptativo da educa o profissional art s 39 a 42 pois ele adaptativo por su
24. a civiliza o O neobarbarismo n o mais o ant nimo de civiliza o pois est intrinsecamente ligada a ela O novo conceito traz em si a agressividade e viol ncia da velha barb rie agora por m justificada por uma racionalidade espec fica e por uma esp cie de rela o do homem com a natureza e com o pr prio homem A neobarb rie seria antes o ant nimo da paz e da raz o Da paz como uma rela o pensada pelo menos em quatro categorias distintas Da paz de consci ncia ou consigo mesmo referente rela o com o superego valores e ideais Da paz social ou com os pr ximos referente rela o com os familiares vizinhos colegas e todos 27 aqueles com que se estabele a qualquer forma de rela o Da paz cultural ou internacional referente rela o dos pa ses e povos de culturas economias e religi es diversas E finalmente da paz ecol gica ou ambiental referente rela o do homem com a natureza 1 2 Causas do neobarbarismo Uma vez caracterizado o conceito de neobarbarismo pergunta se o que o possibilitaria Ou ainda como e por quais meios ele se infiltraria na civiliza o Para refletir sobre essas quest es optou se em dividi la em duas causas que se interagem dinamicamente Talvez uma n o fosse poss vel sem a outra dif cil determinar qual surgiu primeira e ainda qual mais relevante no entendimento da reca da barb rie A seguir apresenta se uma e logo ap s a outra ambas por m
25. a posi o dessa legisla o com rela o ao neobarbarismo A hip tese de pesquisa que a LDBEN 96 reafirma os ideais iluministas de liberdade cidadania autonomia e emancipa o do indiv duo mas contradiz se e revela seu sentido pol tico e ideol gico na prioridade que atribui agenda da adapta o do indiv duo l gica do mercado competitividade ao consumo e ao trabalho favorecendo o neobarbarismo Apresenta se no primeiro cap tulo a fundamenta o te rica conceituando neobarbarismo suas causas e os seus cen rios tais como o capitalismo tardio a ind stria cultural tempo livre e trabalho hipostasiado decl nio do indiv duo conceito de progresso e de semiforma o Descreve se no segundo cap tulo o contexto e o texto da legisla o educacional brasileira analisam se a crise do capitalismo o neoliberalismo a globaliza o e a democratiza o do Brasil No terceiro cap tulo s o analisados os textos da LDBEN 96 e das DCNs Analisam se as contradi es da lei suas omiss es com rela o educa o infantil ao ensino cr tico individua o emancipa o forma o de uma consci ncia entre outras segundo vis o cr tica Palavras chaves Legisla o educacional brasileira LDBEN 96 neobarbarismo capitalismo tardio ind stria cultural semiforma o ensino cr tico ABSTRACT This dissertation does an analysis about the Directrixes and Bases of the National Education Law DBNEL 96
26. an lise criteriosa leva ao neobarbarismo como discutido no primeiro cap tulo A exist ncia de indiv duos emancipados n o s necess ria para a exist ncia da democracia mas sobretudo para evitar o neobarbarismo O nico poder efetivo contra o princ pio de Auschwitz seria autonomia para usar a express o kantiana o poder para a reflex o a autodetermina o a n o participa o ADORNO 2000 p 125 Segundo Adorno todas as pessoas que desejam uma educa o para emancipa o devem orientar todas as energias para possibilitar uma educa o para a contradi o e para a resist ncia por mais dif cil que isto lhe pare a Mesmo correndo o risco de ser taxado de fil sofo o que afinal sou diria que a figura em que a emancipa o se concretiza hoje em dia e que n o pode ser pressuposta sem mais nem menos uma vez que ainda precisa ser elaborada em todos mas realmente em todos os planos de nossa vida e que portanto a nica concretiza o efetiva da emancipa o consiste em que aquelas poucas pessoas interessadas nesta dire o orientem toda a sua energia para que a educa o seja uma educa o para a contradi o e para a resist ncia ADORNO 2000 p 183 99 3 3 5 LDBEN 96 e consci ncia Como se objetiva estudar as rela es entre a educa o e o neobarbarismo importante a elabora o de alguns conceitos chaves tais como indiferen a consci ncia e consci ncia coisificada O conceito d
27. and about the National Curricular Directrixes NCDs under a critical perspective that wants to contribute for de understanding of the educational legislation in Brazil Specifically it aims to verify the position of this legislation in relation to neobarbarism The hypothesis of research is that the DBNEL 96 reafirms the illuminist ideals of freedom citizenship autonomy and individual emancipation but contradicts itself and reveals its political and ideological meaning it priorizes and adapts the individual to the logic of the market to competitiveness consumption and to work favoring the neobarbarism itself It is introduced in the first chapter the theoretical fundamentation conceiving neobarbarism its causes and scenary like late capitalism cultural industry free time and hypostatized work the persons declive concept of progress and half formation Describes in the second chapter the context and democratization in Brazil The texts of the DBNEL 96 and NDCs are analyzed the law contradictions its omission in relation to children s education critical education individualization emancipation conscience formation among others are analyzed according to a critical view Keywords Brazilian national legislation DBNEL 96 neobarbarism late capitalism cultural industry half formation critical education ANDE ANPED BM CEB CEDES CNE CONTAG DCNs EUA FHC FMI GOT IBGE LDBEN 96 MEC MERCOSUL MST OAB OMC ONU PCN
28. aos munic pios e omitindo se em definir pol ticas para ela Segundo a refer ncia te rica apresentada no primeiro cap tulo todo o esfor o educacional para evitar o neobarbarismo deve ser dirigido primeira inf ncia Adorno afirma que a dissolu o de qualquer tipo de autoridade principalmente na primeira inf ncia constitui um dos pressupostos mais importantes para uma desbarbariza o ADORNO 2000 p 166 Contudo na medida em que conforme os ensinamentos da psicologia profunda todo car ter inclusive daqueles que mais tarde praticam crimes forma se na primeira inf ncia a educa o que tem por objetivo evitar a repeti o precisa se concentrar na primeira inf ncia ADORNO 2000 p 121 89 Em outro momento afirma que a cr tica deste realismo supervalorizado parece me ser uma das tarefas educacionais mais decisivas a ser implementada entretanto j na primeira inf ncia ADORNO 2000 p 145 Esta cr tica s poderia ser feita por professores capacitados para isto N o apenas disciplinas pedag gicas capacitariam os professores a realiz la mas principalmente disciplinas cr ticas como a Filosofia e Sociologia Estas disciplinas e outras com nfase na cr tica em geral s s o devidamente cursadas em cursos superiores Como esta cr tica poderia ser feita e mais precisamente didaticamente refletida na primeira inf ncia por professores e professoras sem curso superior Sem mencionar o fato ai
29. com o coletivo Adorno utiliza este termo para identificar estes indiv duos porque eles parecem tornar se coisas e depois tornam os outros coisas tamb m S o indiv duos manipuladores porque tratam os outros como massa amorfa e n o como seres humanos manipulam nos como se manipulam m quinas e objetos Pessoas que se enquadram cegamente em coletivos convertem a si pr prios em algo como um material dissolvendo se como seres autodeterminados Isto combina com a disposi o de tratar outros como sendo uma massa amorfa Para os que se comportam dessa maneira utilizei o termo car ter manipulador Se fosse obrigado a resumir em uma f rmula esse tipo de car ter manipulador o que talvez 100 seja equivocado embora til compreens o eu o denominaria de o tipo da consci ncia coisificada No come o as pessoas desse tipo se tornam por assim dizer iguais a coisas Em seguida na medida em que o conseguem tornam os outros iguais a coisas ADORNO 2000 p 129 Uma das principais caracter sticas da consci ncia coisificada a indiferen a Indiferen a que se tornou quase hegem nica na contemporaneidade Enquanto os ndices de viol ncia crescem cada vez mais as pessoas alienadas acham tudo normal at que aconte a com elas um ato de viol ncia A indiferen a das pessoas diante da fome e da mis ria da viol ncia do abandono e do sofrimento alheio advinda de uma consci ncia coisificada e de
30. conhecimento da realidade social e pol tica e n o a cr tica dela ou no m nimo conhecimento cr tico da realidade social e pol tica No detalhe do texto soma se mais uma evid ncia a demonstrar LDBEN 96 tende a estabelecer uma educa o mais adaptativa do que emancipat ria refor ando seu aspecto ideol gico e contradit rio No segundo par grafo torna obrigat rio o ensino da Arte no terceiro a Educa o F sica no quarto acrescenta que a Hist ria do Brasil levar em conta as contribui es das diferentes culturas e etnias para a forma o do povo brasileiro especialmente das matrizes ind gena africana e europ ia no quinto que a partir da quinta s rie uma l ngua estrangeira e n o acrescenta mais nada Nada a respeito do conhecimento cr tico A Lei n 10 639 de 9 de janeiro de 2003 acrescenta o artigo 26 que torna obrigat rio o ensino sobre Hist ria e Cultura Afro Brasileira E nada diz sobre o conhecimento cr tico O artigo 27 que trata das diretrizes expressa na ntegra Os conte dos curriculares da educa o b sica observar o ainda as seguintes diretrizes I a difus o de valores fundamentais ao interesse social aos direitos e deveres dos cidad os de respeito ao bem comum e ordem democr tica II considera o das condi es de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento IM orienta o para o trabalho IV promo o do desporto educacional e apoio s pr ticas desp
31. das mudan as no mundo do trabalho e no perfil dos trabalhadores Schaff j prev algumas das repercuss es do mundo visto como uma aldeia global Entre algumas caracter sticas desse processo que se denominou globaliza o ou segundo outros mundializa o apresenta se o seguinte a vida social e cultural das popula es dos pa ses cada vez mais afetada pelas injun es pol ticas e econ micas mundiais h uma press o pol tica constante do mercado para abdica o dos pa ses de medidas protecionistas o interc mbio econ mico e cultural facilitado pela Tecnologia de Informa o TT a a o e integra o das empresas transnacionais s o cada vez maiores num contexto de livre com rcio na explora o das vantagens pr prias de cada pa s em que elas se estabelecem a cria o de um mercado financeiro mundial a partir dos mercados dos pa ses a quebra de fronteira entre eles e a diminui o da presen a do Estado na participa o e regulamenta o do mercado De maneira geral a globaliza o tamb m n o estancou a crise do capitalismo pelo contr rio aprofundou a A reparti o da riqueza mundial piorou e os ndices de pobreza mantiveram se sem mudan as entre 1980 e 2000 STIGLITZ 2002 Pelas caracter sticas apresentadas tais como a diminui o da presen a do Estado da desregulamenta o do livre com rcio etc percebe se que a globaliza o faz parte do conjunto de ideologias neolib
32. de gradua o e p s gradua o Baixar normas gerais Permitida a sua oferta somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua rea de compet ncia e com recursos acima dos percentuais m nimos vinculados pela Constitui o Federal manuten o e desenvolvimento do ensino Quadro segundo FERNANDES 1998 121 N veis da administra o a n UNIAO ESTADOS E DF MUNICIPIOS E DF Temas Cursos das Autorizar reconhecer Autorizar Autorizar credenciar institui es de credenciar supervisionar reconhecer e supervisionar educa o e avaliar cursos e supervisionar e estabelecimentos superior e estabelecimentos Tais avaliar cursos e estabelecimentos atribui es poder o ser estabelecimentos de seu sistema de ensino delegadas aos Estados e ao DF que mantenham institui es de educa o superior Estabelecimento Estabelecer em Baixar normas Baixar normas de compet ncias e colabora o com as outras complementares complementares para diretrizes esferas compet ncias e para o seu sistema o seu sistema de diretrizes para a educa o de ensino ensino infantil o ensino fundamental e o ensino m dio que nortear o os curr culos e seus conte dos m nimos de modo a assegurar a forma o b sica comum Informa es Coletar analisar e X X sobre a educa o disseminar Avalia o Assegurar processo Avaliar os c
33. de Lei n 4 155 de 1998 Aprova o Plano Nacional de Educa o Dispon vel em lt http www camara gov br gt Acesso em 3 fev 2000 31 MEC Plano decenal de educa o para todos Bras lia MEC 1993 32 CNE 1998a Parecer CEB 04 98 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental Bras lia C mara de Educa o B sica do Conselho Nacional de Educa o 29 jan 1998 33 CNE 1998b Parecer 15 98 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino M dio Bras lia C mara de Educa o B sica do Conselho Nacional de Educa o 1 jun 1998 67 p 34 Minist rio da Educa o e do Desporto Conselho Nacional de Educa o C mara de Educa o B sica Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional de N vel T cnico Bras lia 1999 35 CARNEIRO Moacir Alves LDB f cil leitura cr tico compreensiva artigo a artigo 2 ed Petr polis Vozes 1998 197 p 36 CURY Carlos Roberto Jamil Os Par metros Curriculares Nacionais e o ensino fundamental Revista Brasileira de Educa o Maio jun jul ago 1996 n 2 Dispon vel em lt http www anped org br rbe rbedigital RBDE02 RBDE0O2 03 CARLOS ROBERTO JAMIL CURY pdf gt Acesso em 17 set 2007 37 Carlos Roberto Jamil A Educa o B sica no Brasil Educa o e Sociedade set 2002 v 23 n 80 p 168 200 ISSN 0101 7330 38 DEMO Pedro A nova LDB ran os e avan os 3 ed Campinas Papirus 1997 110 p
34. de decad ncia da Gr cia 101 cl ssica p s Alexandre isolou se em seu jardim e aconselhou a seus disc pulos que se afastassem da pol tica se quisessem ser felizes contrariando Arist teles que afirmava o contr rio o homem contempor neo isola se no seu jardim privado com suas posses considerando o p blico apenas como mais um meio de auferir lucros v se incapaz de realizar qualquer mudan a na realidade que o oprime Como hoje em dia extremamente limitada a possibilidade de mudar os pressupostos objetivos isto sociais e pol ticos que geram tais acontecimentos as tentativas de se contrapor repeti o de Auschwitz s o impelidas necessariamente para o lado subjetivo Torna se necess rio o que a esse respeito uma vez denominei de inflex o em dire o ao sujeito preciso reconhecer os mecanismos 2 que tornam as pessoas capazes de cometer tais atos preciso revelar tais mecanismos a eles pr prios procurando impedir que se tornem novamente capazes de tais atos na medida em que se desperta uma consci ncia geral acerca desses mecanismos necess rio contrapor se a uma tal aus ncia de consci ncia preciso evitar que as pessoas golpeiem para os lados sem refletir a respeito de si pr prias A educa o tem sentido unicamente como educa o dirigida a uma auto reflex o cr tica ADORNO 2000 p 121 Uma educa o contra o neobarbarismo uma educa o que transforma s ditos em c
35. em meio de tolher a sua consci ncia a ind stria cultural que as transforma nas massas que ela depois despreza e impede de atingir a emancipa o ADORNO 1985 p 99 Adorno e Horkheimer entendem a massa como um produto social n o uma constante natural um am lgama obtido com o aproveitamento racional dos fatores psicol gicos irracionais e n o uma comunidade originalmente pr xima do indiv duo proporciona aos indiv duos uma ilus o de proximidade e de uni o Ora essa ilus o pressup e justamente a atomiza o a aliena o e a impot ncia do individual HORKHEIMER ADORNO 1973 p 55 Os indiv duos podem ser ent o manipulados segundo os interesses econ micos Os valores e a est tica s o inculcados no indiv duo pela ind stria cultural As in meras ag ncias da produ o em massa e da cultura por ela criada servem para inculcar no indiv duo os comportamentos normalizados como os nicos naturais decentes racionais ADORNO 1985 p 40 39 1 3 3 Tempo livre e trabalho hipostasiado a produ o tornou se uma finalidade em si e bloqueou o objetivo que seria a realiza o plena da liberdade ADORNO No capitalismo tardio e em decorr ncia ind stria cultural o tempo livre e o que as pessoas fazem com ele se tornaram quest es relevantes Este estudo proporciona mais um argumento que demonstra a submiss o da raz o e do indiv duo ao controle da totalit ria dimen
36. espelha a press o de um sistema econ mico que n o admite tr guas nem fugas HORKHEIMER 2000 p 154 155 A individualidade sobrevive como uma resist ncia ao sistema hegem nico A press o social e o terror pol tico abrandaram a resist ncia humana irracionalidade uma resist ncia que persiste sempre como o n cleo da verdadeira individualidade HORKHEIMER 2000 p 162 1 3 5 Cr tica ao progresso progresso do que para que em rela o a que ADORNO o progresso acontece ali onde ele termina ADORNO O progresso segundo a no o comum geralmente ligado ao desenvolvimento econ mico Este progresso pode levar mais ao neobarbarismo do que ao verdadeiro progresso o cego desenvolvimento da tecnologia refor a a opress o e a explora o social amea a a cada passo em transformar o progresso em seu oposto o barbarismo completo HORKHEIMER 2000 p 136 Exatamente em nome do progresso desde muito a humanidade tem cometido os atos mais b rbaros contra a natureza e contra os povos que segundo as concep es encontravam se atrasados Enquanto que os conceitos de realiza o completa e a satisfa o 12 1995b p 37 B Idem ibidem p 47 47 ilimitada alimentavam as esperan as que desprendiam as for as do progresso a idolatria do progresso conduz ao seu oposto HORKHEIMER 2000 p 154 O conceito de um progresso nico e u
37. interven o do Estado na economia como as id ias de Keynes que foram aplicadas no plano do New Deal dos Estados Unidos e pelo governo nacional socialista da Alemanha de Hitler destacaram se Em 1944 os pa ses ricos criaram os acordos de Bretton Woods e estabeleceram regras intervencionistas para a economia mundial Entre outras medidas surgiu o Fundo Monet rio Internacional FMI Com a ado o das metas dos acordos de Bretton Woods e a ado o de pol ticas keynesianas os trinta anos seguintes foram de r pido crescimento nos pa ses europeus e no Jap o que viveram sua era de ouro A Europa renascia gra as ao financiamento conseguido por meio do Plano Marshall e o Jap o teve o per odo de maior progresso de sua hist ria O per odo de p s guerra at o in cio da d cada de 1960 foram os anos dourados das economias capitalistas Com a crise do capitalismo o liberalismo ressurgiu com nova roupagem A partir da d cada de 1970 o neoliberalismo passou a significar a doutrina econ mica que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restri o interven o estatal sobre a economia s devendo esta ocorrer em setores imprescind veis e ainda assim num grau m nimo nesse segundo sentido que o termo mais usado hoje em dia Pode se segundo Pablo Gentili definir neoliberalismo como uma alternativa de poder extremamente vigorosa constitu da por uma s rie de estrat gias pol ticas econ micas e jur
38. jesu tas pregaram o Cristianismo para os ndios pag os das novas col nias do chamado Novo Mundo Mudaram se as t cnicas que se sofisticaram por meio de uma m dia hollywoodiana amparada por uma teoria behaviorista do ser humano O indiv duo visto com um objeto que por meio de est mulos adequados responde de forma previs vel e controlada A comunica o de massa aperfei oada pela crescente tecnologia transmite a ideologia do mercado promovendo o hiper individualismo e o neoliberalismo estadunidenses Quando a m dia por m por meio a propaganda em massa e o dinheiro n o s o suficientes para impor os valores da democracia e do mercado livre a outros povos eles s o da em diante considerados terroristas e b rbaros Os Estados Unidos da Am rica EUA detentor do maior poderio b lico do planeta acham se no direito de desrespeitando a Organiza o das Na es Unidas ONU impor seus valores a outros pa ses por meio da for a Assim dividiram o mundo em eixo do mal constitu do dos pa ses que lhe fazem oposi o e os outros que por dedu o seria o eixo do bem O capitalismo no entanto tem contradi es que reaparecem cada vez mais ampliadas e seus efeitos tornam se vis veis no final do s culo passado e in cio deste Uma dessas contradi es a necessidade de crescimento econ mico cont nuo num ambiente limitado O incentivo ao consumismo que mant m o mercado estadunidense como o maior do
39. mundo um dos fatores para a crise ecol gica atual Efeito estufa polui o das guas ar e terra ac mulo de lixo entre outros s o diretamente consegii ncias da necessidade do capitalismo de vender cada vez mais 14 Outra contradi o a diminui o dos postos do trabalho agravada pelo desenvolvimento das tecnologias de produ o As taxas de desemprego s o altas em todo o mundo capitalista o trabalho informal e o subemprego crescem como nicas possibilidades de sobreviv ncia A pobreza nos pa ses em desenvolvimento continua alta Na ltima estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE no Brasil s o catorze milh es de pessoas que passam fome Imigrantes da Am rica Latina buscam melhores oportunidades nos EUA mesmo que ilegalmente e africanos na Europa A revolta dos filhos de imigrantes nos sub rbios das cidades francesas mostrou ao mundo essa situa o motivo de indigna o saber que pela primeira vez se tem a tecnologia para produzir alimentos a fim de saciar a fome de todos mas que s s o acess veis para quem pode pagar A civiliza o ocidental ao mesmo tempo em que alcan a extraordin rio desenvolvimento tecnol gico parece recair na barb rie O terrorismo a viol ncia a fome a corrup o o aumento de uso de drogas l citas e il citas e revoltas sociais parecem indicar o decl nio da civiliza o burguesa Neste contexto conturbado a educa o tem uma grande import
40. por volta da metade do s culo XIX ap ndices da maquinaria e n o mais apenas literalmente os trabalhadores que t m de se conformar s caracter sticas das m quinas a que servem mas al m deles muitos mais metaforicamente obrigados at m mesmo em suas mais ntimas emo es a se submeterem ao mecanismo social como portadores de pap is tendo de se modelar sem reservas de acordo com ele Hoje como antes produz se visando ao lucro Negritos meus ADORNO 1994 p 68 A t o exaltada revolu o tecnol gica um meio e n o fim encontra se subordinada aos princ pios de domina o e obten o de lucros os interesses do lucro e da domina o t m canalizado e norteado o desenvolvimento t cnico Ainda conforme Adorno as contradi es no capitalismo continuam pois j se produz o suficiente para ningu m passar fome ADORNO 1994 p 69 e apesar dos bra os da humanidade alcan arem os planetas vizinhos eles ainda n o foram capazes de fundar uma paz duradoura ADORNO 1994 p 70 No capitalismo tardio aumentou se a concentra o da riqueza Os bens de produ o mesmo os constituintes da cesta b sica s s o dispon veis para a demanda solvente ou seja para quem tem capacidade de compra Ele continua ainda mais gerando a competitividade entre os homens na busca do lucro e finalmente chegou ao limite das possibilidades planet rias de produ o em que se percebe o chamado problema ambiental O valor do
41. press o se manifesta a organiza o do mundo converteu se a si mesma imediatamente em sua pr pria ideologia Ela exerce uma press o t o imensa sobre as pessoas que supera toda a educa o Seria efetivamente idealista no sentido ideol gico se quis ssemos combater o conceito de emancipa o sem levar em conta o peso imensur vel do obscurecimento da consci ncia pelo existente ADORNO 2000 p 143 96 J por emancipa o entende se como autodetermina o autonomia excel ncia da individua o De um certo modo emancipa o significa o mesmo que conscientiza o racionalidade ADORNO 2000 p 143 Educar para emancipa o objetivo dif cil sen o imposs vel na atual configura o do mundo mas n o se pode olvidar este objetivo Nestes termos desde o in cio existe no conceito de educa o para a consci ncia e para a racionalidade uma ambigiiidade Talvez n o seja poss vel super la no existente mas certamente n o podemos nos desviar dela ADORNO 2000 p 143 A LDBEN 96 parece ignorar esta rela o e n o determina explicitamente a favor da emancipa o ao contr rio cita em v rios pontos a adapta o Inicia se a an lise no primeiro artigo na pr pria defini o de educa o que no segundo par grafo estabelece 2 A educa o escolar dever vincular se ao mundo do trabalho e pr tica social Mundo do capitalismo tardio seria uma express o mais adequada do
42. que define promo o do desporto educacional e apoio s pr ticas desportivas n o formais poderiam ser utilizados para este fim Tamb m se omitem deste objetivo permitindo a ambigiiidade nas pr ticas esportivas 105 O esporte amb guo por um lado ele pode ter um efeito contr rio barb rie e ao sadismo por interm dio do fairplay do cavalheirismo e do respeito pelo mais fraco Por outro em algumas de suas modalidades e procedimentos ele pode promover a agress o a brutalidade e o sadismo principalmente no caso de espectadores ADORNO 2000 p 127 Ainda pensando numa educa o tica de resist ncia apresenta se a quest o da competi o incentivada principalmente no discurso neoliberal A LDBEN 96 tamb m omissa quanto a este aspecto sendo que nos artigos 35 e 36 que tratam do ensino m dio falam de se adaptar com flexibilidade a novas condi es de ocupa o e metodologias de ensino e de avalia o que estimulem a iniciativa dos estudantes que os incentivam prepara o para a competi o e n o para a colabora o Numa proposta educacional contra o neobarbarismo a nfase deve ser na resist ncia no caso n o somente na cr tica da competi o como tamb m nas possibilidades alternativas Partilho inteiramente do ponto de vista segundo o qual a competi o um princ pio no fundo contr rio a uma educa o humana De resto acredito tamb m que um ensino que se realiza
43. que foram elaboradas pelo CNE e s o obrigat rias e os Par metros Curriculares Nacionais PCNSs que s o mais amplos mas n o s o obrigat rios e foram elaborados pelo MEC 82 3 NEOBARBARISMO CONTRADI ES E OMISS ES NA LDBEN 96 Apresentam se duas proposi es neste cap tulo Na primeira constata se que o discurso legal se reveste dos ideais iluministas inspirados na trilogia da Revolu o Francesa de igualdade liberdade e fraternidade e nos id ias democr ticos de uma educa o popular com uma linguagem emancipat ria percebe se por m numa an lise mais criteriosa que esse discurso contradit rio A Educa o Popular al m de ser uma teoria do conhecimento posta em pr tica integra os projetos pol ticos dos oprimidos em luta pela cidadania republicana A LDB assumiu a concep o de conhecimento da Educa o Popular mas n o a concep o de ser humano aceitando o discurso transformador mas n o a pr tica transformadora PAULY 2005 p 1 2 A segunda proposi o que a possibilidade do neobarbarismo se encontra na contradi o flexibilidade e nas omiss es da lei Analisam se ent o algumas dessas contradi es e omiss es Discutem se ainda no final alguns aspectos Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs 3 1 Apropria o dos ideais iluministas e democr ticos na LDBEN 96 Ap s a leitura da LDBEN 96 a come ar no seu segundo artigo que trata dos princ pios e fins da educa
44. que isso se cumpra Na pr tica ele n o define nenhum crit rio para que isto aconte a a n o ser a boa vontade dos respons veis pelos sistemas de ensino No artigo 87 8 5 estabelece Ser o conjugados todos os esfor os objetivando a progress o das redes escolares p blicas urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo integral Todos os esfor os de quem Em qual per odo de tempo Com quais meios Permanece a tamb m apesar da nfase no discurso a depend ncia do compromisso dos gestores da educa o Demo 1997 afirma que a lei deve ser precisa nada pode subentender ou mesmo interpretar quanto mais minuciosa a lei tanto mais pro be ou permite de forma clara tanto mais lei O artigo 4 item I estabelece que o Estado deve garantir o ensino fundamental obrigat rio e gratuito inclusive para os que a ele n o tiveram acesso na idade pr pria e no item II a progressiva extens o da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino m dio novamente sem estabelecer exig ncias para que isto ocorra mas no 5 desse mesmo artigo diz que o Poder P blico criar formas alternativas de acesso aos diferentes n veis de ensino 86 independentemente da escolariza o anterior Isto exagerado ou no m nimo redundante Se a lei quer garantir o acesso de todos irrestritamente como formulado no inciso I deste artigo qual a necessidade de permitir ao Poder Publico criar fo
45. realizou ent o quarenta audi ncias p blicas para a discuss o do projeto Em agosto de 1989 surgiu o 1 substitutivo do deputado Jorge Hage que incorporou treze projetos parlamentares e as discuss es realizadas nas audi ncias OTRANTO 1996 O projeto ent o denominado Substitutivo Jorge Hage buscou conceituar a educa o de forma ampla respaldando aspectos de suma import ncia para a educa o como a inclus o da regulamenta o da pr escola e tamb m as exig ncias quanto s despesas com a manuten o do ensino OTRANTO 1996 O Substitutivo Jorge Hage durante sua tramita o pela C mara dos Deputados tornou se muito extenso mas bastante expl cito pois incorporou 978 emendas e mais de duas mil sugest es da sociedade civil Em fevereiro de 1990 agora chamado de 2 Substitutivo Jorge Hage tinha a princ pio 172 artigos com vinte cap tulos foi ao Plen rio da C mara em 1991 em que recebeu 1 263 emendas e retornou s Comiss es de Educa o Justi a e Finan as Sua min cia era um tanto criticada al m disso foi perdendo sua ess ncia enquanto passava pelas comiss es OTRANTO 1996 Em 1992 come ou a ser comandado por parlamentares ligados ao governo do ent o presidente Fernando Collor de Mello um processo de obstru o ao Projeto de LDBEN que tramitava conforme regimento na C mara dos Deputados Os senadores Darcy Ribeiro e Marco Maciel com a aprova o do MEC apresentaram em 20 de
46. trabalho favorecendo o neobarbarismo Ela contradit ria suas omiss es e dubiedades aprofundam o neobarbarismo contempor neo porque a exig ncia cada vez maior da educa o para a adapta o bloqueia a educa o para a emancipa o 17 HI Material e procedimentos de pesquisa a Material O material pesquisado principalmente a Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 denominada LDBEN 96 complementada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais DCNSs Para melhor entender essas leis recorreu se a textos que estudam o contexto social pol tico e econ mico das ltimas d cadas do s culo passado em mbito mundial a partir de Schaff 1990 Kurz 1992 Tommasi Ward E Haddad 1990 e brasileiro a partir de Sallum Jr 2003 e Otranto 1996 Coment rios e cr ticas da legisla o foram retirados principalmente de Carneiro 1999 Demo 1997 Fernandes e Silva 1998 Gentili 1996 e Saviani 1997 e 1998 b Procedimentos de pesquisa A metodologia adotada na pesquisa privilegiou a pesquisa bibliogr fica Inicialmente se realizaram leituras explorat rias nas refer ncias te ricas escolhidas Posteriormente se fizeram leituras para estabelecer refer ncias classificat rias enumeradas no primeiro cap tulo da disserta o Passou se ao estudo do material da pesquisa coletando se o material significativo e de textos que esclarecessem o contexto social econ mico e pol tico em que o material de pesquisa foi prom
47. tratamento educa o infantil a LDBEN 96 m nima Como j citado enquanto a educa o superior tratada em quinze artigos art s 43 ao 57 a educa o infantil 88 tratada em apenas tr s art s 29 ao 31 E a responsabilidade de seu oferecimento delegada aos munic pios art 11 item V cuja administra o a mais deficiente em recursos financeiros materiais e humanos se comparada com o Estado e a Uni o Quanto forma o do docente para a educa o infantil definida no artigo 62 a falta de clareza e de uma defini o clara faz se presente novamente no discurso da LDBEN 96 que apesar de exigir n vel superior em curso de licenciatura de gradua o plena em universidades e institutos superiores de educa o admite como forma o m nima para o exerc cio do magist rio na educa o infantil e nas quatro primeiras s ries do ensino fundamental a oferecida em n vel m dio na modalidade Normal Negritos meus Ou seja n o necess rio para a LDBEN 96 que o professor da educa o infantil e nas quatro primeiras s ries do ensino fundamental seja formado em curso superior A seguir se argumenta que exatamente na educa o infantil a maior exig ncia de um educador capacitado e competente de forma o s lida para evitar que o neobarbarismo se instale A LDBEN 96 repete o erro hist rico de desprestigiar a educa o infantil exigindo menos qualifica o dos professores delegando a
48. 87 29 Horkheimer afirma que essa raz o oposta ao conceito tradicional de raz o a qual ele chama de raz o objetiva Esta concep o afirmava a exist ncia da raz o n o s como uma for a da mente individual mas tamb m do mundo objetivo nas rela es entre os seres humanos e entre as classes sociais nas institui es sociais e na natureza e suas manifesta es HORKHEIMER 2000 p 14 Todos os sistemas filos ficos tais como os de Plat o Arist teles a Escol stica o Idealismo alem o foram fundados num conceito de raz o objetiva HORKHEIMER 2000 p 14 Este conceito de raz o n o exclu a o conceito de raz o subjetiva considera a por m como uma express o parcial e limitada de uma racionalidade universal que seria o referencial para os crit rios de medida de todos os seres e coisas Diferentemente a raz o subjetiva identifica a capacidade de relacionar os melhores meios para conseguir o fim pretendido Segundo esse conceito uma organiza o racional seria aquela em que os homens aplicassem sua capacidade t cnica e de c lculo para que ela de forma mais eficiente poss vel cumprisse seus objetivos Nesses termos o empreendimento nazista era muito racional pois alcan ou eficientemente o fim pretendido N o existe neste sentido de raz o um prop sito racional como tal e discutir a superioridade de um objetivo sobre outro em termos de raz o torna se algo sem sentido HORKHEIMER 2000 p 15
49. Cole o Magist rio Forma o e Trabalho Pedag gico 39 FERNANDES ngela Viana Machado SILVA Carmem Silvia Bissolli Org s Nova LDB trajet ria para a cidadania S o Paulo Arte amp Ci ncia 1998 p 189 40 FRIEDMAN M Liberdade de escolher O novo liberalismo econ mico Rio de Janeiro Record 1980 41 FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria Educa o b sica no Brasil na d cada de 1990 subordina o ativa e consentida l gica do mercado Educa o e Sociedade abr 2003 v 24 n 82 p 93 130 ISSN 0101 7330 42 FREUD Sigmund O mal estar da civiliza o Rio de Janeiro Imago 1984 p 81 175 Obras Completas de Sigmund Freud v XXI 43 GENTILI Pablo Org Neoliberalismo e educa o manual do usu rio In GENTILI Pablo Escola S A Bras lia CNTE 1996 p 9 49 44 GRIFFITHS P A Introduction to algebraic curves Boston AMS 1989 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 116 HOBBES Thomas Leviat ou mat ria forma e poder de um estado eclesi stico e civil S o Paulo Abril Cultural 1984 419 p Os Pensadores HOBSBAWM E A era dos extremos S o Paulo C ia das Letras 1995 HORKHEIMER Max Eclipse da raz o 2000 S o Paulo Centauro 2000 187 p HORKHEIMER Max ADORNO Theodor W Temas b sicos da sociologia Tradu o de Alvaro Cabral S o Paulo Cultrix 1973 205 p KANT Immanuel Fundamen
50. Educa o B sica do Conselho Nacional de Educa o 7 abr 1998 23 Minist rio da Educa o e do Desporto Conselho Nacional de Educa o C mara de Educa o B sica 1998 Par metros Curriculares Nacionais para o Ensino M dio Bras lia 24 1999 Decreto n 3 276 de 6 de dezembro de 1999 Disp e sobre a forma o em n vel superior de professores para atuar na educa o b sica e d outras provid ncias Dispon vel em lt http www brasil gov br gt Acesso em 13 dez 1999 25 1999a Par metros Curriculares Nacionais 1 a 4 S ries Dispon vel em lt http www mec gov br gt Acesso em 14 out 1999 26 1999b Par metros Curriculares Nacionais 5 a 8 S rie Dispon vel em lt http www mec gov br gt Acesso em 14 out 1999 27 1999c Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Infantil CNE Resolu o CEB 1 99 Di rio Oficial da Uni o Bras lia 13 abr 1999 Se o 1 p 18 28 2000 Plano Nacional de Educa o Bras lia INEP 1998 Dispon vel em lt http www camara gov br gt Acesso em 3 fev 2000 29 2000a Parecer sobre o Substitutivo ao Projeto de Lei n 4 173 de 1998 apenso o Projeto de Lei n 4 155 1998 que aprova o Plano Nacional de Educa o Reda o final na Comiss o de Educa o Cultura e Desporto aprovado em 15 de dezembro de 1999 Dispon vel em lt http www camara gov br gt Acesso em 3 fev 2000 115 30 2000b Projeto
51. Educa o do Senado em que apresentou um substitutivo pelo qual procurou manter as diretrizes do PLC 101 93 origin rio da C mara Este foi inclu do na ordem do dia do Senado em 30 de janeiro de 1995 mas n o houve quorum para a sua aprecia o no plen rio A reviravolta aconteceu em 17 de mar o de 1995 O Substitutivo Cid Sab ia que deveria ir ao plen rio retornou s Comiss es de Educa o e de Justi a e Cidadania e foi considerado inconstitucional por meio do parecer do senador Darcy Ribeiro relator nas duas Comiss es interessante notar que essa inconstitucionalidade nunca havia sido levantada nas diversas inst ncias percorridas O senador Darcy Ribeiro ent o retirou de discuss o o substitutivo Cid Sab ia e apresentou uma nova proposta de LDBEN para o pa s de sua autoria sem qualquer consulta anterior a nenhuma inst ncia representativa dos educadores Para isto ele se utilizou do Projeto de Lei n 045 91 de iniciativa do deputado Florestan Fernandes que tratava da concess o de bolsas de estudo para os programas de mestrado e doutorado j em tr mite no Senado Federal e a ele apensou o seu Projeto de LDBEN numa question vel manobra regimental OTRANTO 1996 anexando o a um projeto de lei provindo da C mara de autoria do ex deputado Florestan Fernandes de n mero 045 95 e que tratava de bolsas de estudo para a p s gradua o Neste projeto que continha apenas oito artigos o Sen Darcy Ribeiro
52. Filosofia cujo objeto a moral tica a ci ncia do ethos LIMA VAZ 2000 A base emp rica da tica o fato moral ou seja que todos os povos e todas as pessoas t m suas morais Mesmo podendo ser diferentes e contradit rias entre si A condi o humana est relacionada sua condi o de ser cultural O fundamento racionalista da tica que a priori acredita se existir uma melhor solu o para os dilemas da vida seja da vida privada ou p blica Trata se de um fundamento transcendental ou de intui o intelectual como os primeiros princ pios da l gica Parece suficientemente claro n o sendo necess rio demonstrar para a racionalidade o princ pio da identidade nada pode ser e n o ser ao mesmo tempo como tamb m a intui o tica de que existe sempre um melhor caminho a seguir A quest o da tica exatamente esta se o homem tem a intui o de que existe um melhor caminho para ele pr prio para os povos e para a humanidade qual esse caminho Desde o in cio da hist ria do pensamento quase todos sen o todos pensaram a respeito do tema S crates Plat o Arist teles Epicuro Kant Bentham Espinoza Habermas Apel entre outros s o alguns dos mais citados Adorno e os frankfurtianos de primeira gera o refer ncia te rica desta disserta o n o desenolveram propriamente uma escola tica determinada A profunda cr tica que fizeram raz o instrumental j analisada demonstrava a impossibil
53. Jomar Teodoro Gontijo EDUCA O E NEOBARBARISMO _ CONTRADI ES DUBIEDADES E OMISS ES NO DISCURSO DA LDBEN 96 Divin polis 2007 Jomar Teodoro Gontijo EDUCA O E NEOBARBARISMO _ CONTRADI ES DUBIEDADES E OMISS ES NO DISCURSO DA LDBEN 96 Disserta o apresentada ao curso Mestrado em Educa o Cultura e Organiza es Sociais da FUNEDI UEMG como requisito parcial para obten o do t tulo de Mestre rea de concentra o Estudos Contempor neos Linha de pesquisa Espa o e Sociedade Orientador Prof Dr Jos Geraldo Pedrosa Divin polis Funda o Educacional de Divin polis Universidade Estadual de Minas Gerais 2007 G641e Gontijo Jomar Teodoro Educa o e neobarbarismo contradi es dubiedades e omiss es manuscrito Jomar Teodoro Gontijo 2007 121 f enc Orientador Jos Geraldo Pedrosa Disserta o mestrado Universidade do Estado de Minas Gerais Funda o Educacional de Divin polis Bibliografia f 113 117 1 Legisla o Educacional Brasileira 2 LDBEN 96 3 Neobarbarismo 4 Capitalismo Tardio 4 Ind stria Cultural 5 Semiforma o 6 Ensino Cr tico 8 Pedrosa Jos Geraldo 2004 Tese I Pedrosa Jos Geraldo II Universidade do Estado de Minas Gerais Funda o Educacional de Divin polis III T tulo CDD 371 2 330 122 AUTORIZA O Autorizo exclusivamente para fins acad micos e cient ficos a reprodu o total ou
54. Mello que era mais sintonizado com o neoliberalismo iniciou se o per odo da liberaliza o econ mica Durante seu governo as barreiras n o tarif rias importa o foram suspensas e as tarif rias alfandeg rias foram redefinidas programou se a desregulamenta o atividades econ micas e a privatiza o de estatais para diminuir o papel do Estado e recuperar as finan as Instituiu se o Mercado Comum do Cone Sul Mercosul em 1991 para ampliar o mercado brasileiro Mesmo assim o governo Collor n o conseguiu vencer a crise econ mica iniciada na d cada de oitenta Para estabilizar a moeda o Plano Collor congelou os pre os confiscou dinheiro da poupan a popular da classe m dia e dos empres rios amea ando assim a seguran a jur dica da propriedade privada Nesse contexto foi acusado investigado e processado como chefe oculto de um esquema de corrup o pelo Congresso e tentou renunciar em outubro de 1992 para evitar o impeachment que de fato aconteceu Com o sucesso do Plano Real implantado no governo Itamar Franco vice presidente de Fernando Collor de Melo possibilitou a seu idealizador Fernando Henrique Cardoso ent o ministro da Fazenda a dar continuidade ao projeto neoliberal no Brasil O extraordin rio sucesso do Plano Real a elei o de Fernando Henrique Cardoso para a Presid ncia da Rep blica j no primeiro turno a escolha de um Congresso 64 Nacional onde o chefe de Estado pode construir uma alian a
55. RNO 2000 p 133 A configura o da sociedade n o se sustenta na simpatia como pensava Arist teles mas nos pr prios interesses diante dos interesses alheios Assim a 103 massa solit ria constitu da de pessoas frias que n o suportam a pr pria frieza e que nada fazem para mudar Hoje em dia qualquer pessoa sem exce o se sente mal amada porque cada um deficiente na capacidade de amar A incapacidade para a identifica o foi sem d vida a condi o psicol gica mais importante para tornar poss vel algo como Auschwitz em meio a pessoas mais ou menos civilizadas e inofensivas O que se chama de participa o oportunista era antes de mais nada interesse pr tico perceber antes de tudo a sua pr pria vantagem e n o dar com a l ngua nos dentes para n o se prejudicar Esta uma lei geral do existente O sil ncio sob o terror era apenas a consegii ncia disto A frieza da m nada social do concorrente isolado constitu a enquanto indiferen a frente ao destino do outro o pressuposto para que apenas alguns raros se mobilizassem Os algozes sabem disto e repetidamente precisam se assegurar disto ADORNO 2000 p 134 Adorno n o moralista nem religioso e n o quer pregar o amor Afirma que o cristianismo hist rico n o o dogm tico queria apagar a frieza que tudo penetra falhou possivelmente porque n o mexeu com a ordem social que produz e reproduz a frieza ADORNO 2000 p 135
56. a es da ind stria em sua situa o social dominante 38 da produ o material o mecanismo da oferta e da procura continua atuante na superestrutura como mecanismo de controle em favor dos dominantes Os consumidores s o os trabalhadores e os empregados os lavradores e os pequenos burgueses A produ o capitalista os mant m t o bem presos em corpo e alma que eles sucumbem sem resist ncia ao que Ihes oferecido Assim como os dominados sempre levaram mais a s rio do que os dominadores a moral que deles recebiam hoje em dia as massas logradas sucumbem mais facilmente ao mito do sucesso do que os bem sucedidos Elas t m os desejos deles Obstinadamente insistem na ideologia que as escraviza ADORNO 1985 p 125 Mesmo a divers o e o entretenimento se transformam num produto da ind stria cultural O logro pois n o est em que a ind stria cultural proponha divers es mas no fato de que ela estraga o prazer com o envolvimento de seu tino comercial nos clich s ideol gicos ADORNO 1985 p 133 A transforma o do ser humano em mero consumidor talvez seja uma das raz es mais vis veis que permitem ou favorecem a reca da na barb rie Adorno afirma que o sistema da ind stria cultural reorienta as massas n o permite quase a evas o e imp e sem cessar os esquemas de seu comportamento ADORNO 1994 p 98 Afirma tamb m que a domina o t cnica progressiva se transforma no engodo das massas isto
57. a C da lei citada compete a este rg o deliberar sobre as diretrizes curriculares propostas pelo Minist rio da Educa o e do Desporto A cria o do Conselho Nacional de Educa o CNE pela Lei n 9 131 95 procurou caracteriz lo como um rg o representativo da sociedade brasileira Assim para o CNE caberia um papel consultivo e tamb m deliberativo O CNE deveria ser um contraponto ao MEC no sentido de ajud lo a ver sob diferentes ngulos suas propostas para educa o possibilitando lhe assim uma aproxima o maior da realidade nacional Como analisa Saviani por m citado por Frigotto 2003 a formula o citada no texto aprovado da LDBEN 96 permitiu manter o CNE tutelado e sob o controle do Executivo Prevalecendo o car ter consultivo do CNE e sob a gide do MEC ao longo dos oito anos de mandato do Governo Cardoso o ministro Paulo Renato Souza nomeou os conselheiros em n mero mais que suficiente para que nada que fosse fundamental ao projeto educativo preconcebido escapasse do seu controle Na primeira composi o foram inclu dos alguns nomes sugeridos pelas entidades do magist rio mas sem for a suficiente para al m de retardar ou dificultar algumas medidas No segundo mandato do ministro 1998 2002 o CNE reeditando o passado foi espa o de legitima o do projeto mercantilista e privatista do Governo Cardoso FRIGOTTO 2003 p 111 Pela legisla o os curr culos e conte dos m nimos propostos
58. a pr pria natureza e objetivo como no artigo 39 que diz que a educa o profissional conduz ao permanente desenvolvimento de aptid es para a vida produtiva art 39 J o ensino superior tratada em quinze extensos artigos com itens subitens e v rios par grafos que mais sofreram interven es no processo de tramita o da lei bem mais 98 cuidadoso quanto aos aspectos adaptativos O discurso aprimorado no artigo 43 explicita suas finalidades encontra se no item II formar diplomados nas diferentes reas de conhecimento aptos para a inser o em setores profissionais e para a participa o no desenvolvimento da sociedade brasileira e colaborar na sua forma o cont nua A inser o explicitada na lei segundo a esta para participa o no desenvolvimento e para colabora o na forma o e n o simplesmente adapta o como sugerido no ensino b sico Infelizmente conforme dados apresentados poucos educandos no Brasil chegam ao t rmino do curso superior em que se vislumbra pelo menos no discurso da lei possibilidades maiores de eles emanciparem se Apesar de seu discurso aparentemente emancipat rio a nfase da LBDEN 96 na adapta o A educa o para a emancipa o o mesmo que educa o para a resist ncia diametralmente oposta educa o para a adapta o Pois aquele que foi emancipado n o se permite adaptar mesmo que sob press o social e econ mica ao mundo que numa
59. a raz o afirmou se que a incapacidade de determinar a barb rie barb rie tamb m A legisla o brasileira parece tamb m ser incapaz de perceber o neobarbarismo na sociedade contempor nea A quest o do trabalho no mundo contempor neo problem tica e candente H muita pol mica e posi es ideol gicas O neoliberalismo os efeitos anti sociais da economia moderna a competitividade e o desemprego estrutural s o alguns temas relacionados ao trabalho e analisados no segundo cap tulo desta disserta o A educa o ocupa uma posi o chave nesta discuss o A LDBEN 96 parece ignorar toda esta quest o e a aborda timidamente Nesse sentido consideramos um pecado mortal da lei n o participar dessa discuss o A omiss o puro atraso N o escondendo a cabe a na areia que se enfrenta o mundo moderno Assim a falta de percep o do desafio reconstrutivo do conhecimento com qualidade formal e pol tica continua uma chaga aberta na hist ria do pa s DEMO 1997 p 93 H na omiss o uma intencionalidade Quando a lei se omite a estabelecer de forma clara e sem d vidas os meios para alcan ar se a pretendida emancipa o permite a adapta o e com ela a reprodu o da sociedade do capitalismo tardio e com ele o neobarbarismo Analisam se nos itens a seguir algumas omiss es e falhas da LDBEN 96 segundo o referencial apresentado no primeiro cap tulo 3 3 1 LDBEN 96 e a educa o infantil Quanto ao
60. ade transformada na m e de todos os v cios principalmente pela religi o Mais tarde os burgueses tamb m negaram o cio com seus neg cios e hoje tamb m s o dominados por eles Hoje a humanidade j est em condi es de mesmo sem escravos gra as principalmente s m quinas inform tica e s telecomunica es alcan ar as condi es 42 similares s dos gregos cl ssicos e dedicar se s quest es mais propriamente humanas e usufruir mais da liberdade N o seria necess rio trabalhar tanto ou ainda dedicar mais tempo s atividades que apraz ao indiv duo O capitalismo tardio por m obriga ainda a se trabalhar cada vez mais quase a totalidade das horas em que se passa acordado mesmo que isto n o seja necess rio pois existem muitos desempregados sobram pessoas para trabalhar Marx reconhece no trabalho hipostasiado uma poss vel causa da reca da a barb rie a absolutiza o da din mica na teoria do trabalho como nica fonte de riqueza social ele Marx reconheceu a possibilidade de uma reca da na barb rie ADORNO 1995 p 61 A educa o contra o neobarbarismo que se pretende abordar depende fundamentalmente do tempo livre A possibilidade de uma educa o que conduza emancipa o depende diretamente do tempo livre o tempo em que as pessoas poderiam escolher com autonomia as atividades a serem realizadas e por isso realizarem as experi ncias que resultem em sua emancipa
61. adual de ensino ou compor com ele um sistema nico de educa o b sica Assist ncia t cnica e financeira Prest la aos demais n veis para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento priorit rio escolaridade obrigat ria exercendo sua fun o redistributiva e supletiva Definir com os Munic pios formas de colabora o na oferta do ensino fundamental assegurando a distribui o proporcional das responsabilidades de acordo com a popula o a ser atendida e os recursos financeiros dispon veis em cada uma dessas esferas Exercer a o redistributiva em rela o s suas escolas Quadro segundo FERNANDES 1998 120 N veis da aaminiui o UNI O ESTADOS E DF MUNIC PIOS E DF Temas Educa o X X Oferecer em creches e Infantil pr escolas Ensino Prioridade quando da Definir com os Oferecer com Fundamental assist ncia t cnica e Munic pios prioridade financeira aos Estados ao formas de DF e aos Munic pios colabora o quanto sua oferta assegurando a distribui o proporcional das responsabilidades Ensino M dio Oferecer com prioridade Permitida a sua oferta somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua rea de compet ncia e com recursos acima dos percentuais m nimos vinculados pela Constitui o Federal manuten o e desenvolvimento do ensino Cursos
62. afirmava que Deus n o jogava dados A Matem tica considerada como ci ncia perfeita pelos racionalistas modernos tamb m foi questionada por exemplo os princ pios axiom ticos da geometria euclidiana tidos como verdades absolutas foram criticados por Riemann GRIFFITHS 1989 As outras ci ncias menos exatas como as biol gicas e humanas foram muito mais criticadas N o h nelas mais nenhuma certeza Se Arquimedes inventor da alavanca que afirmara dei me um ponto fixo e erguerei a Terra SOBRAL 1997 requisitasse hoje um ponto fixo n o seria poss vel atend lo Pois como afirmam os relativistas todos os pontos s o relativos Superado o moralismo religioso reinante na Idade M dia a dimens o econ mica vagarosamente tomou seu lugar como valor norteador da vida humana via revolu o Deus n o joga dados Frase respondida por Niels Bohr Pr mio Nobel dinamarqu s de F sica 1922 Quem voc Albert Einstein para dizer a Deus o que ele deve fazer O pensamento vivo de Einstein S o Paulo Martin Claret 1990 13 industrial e capitalismo nascentes Aprimorando se nos meios de domina o o capitalismo tornou se no s culo XX hegem nico e os poucos focos de resist ncias que ainda existem t m de alguma forma que se submeter s suas teias globaliza o O estilo de vida estadunidense propagado para o mundo globalizado como o melhor de forma semelhante que anteriormente os
63. ando ainda em seu parecer pela prejudicialidade do Substitutivo Cid Sab ia bem como do PLC 45 91 em que havia anteriormente vinculado o seu projeto Em 28 de junho de 1995 na Comiss o de Constitui o e Justi a foi aprovada a juridicialidade do substitutivo e este recebeu aprova o na Comiss o de Educa o do Senado em 31 de agosto do mesmo ano Ressalta se que o senador Darcy Ribeiro foi nomeado relator das duas Comiss es Assistiu se a um confronto inusitado entre um projeto que foi fruto de seis anos de amplos debates democr tico com outro de autor nico que se submeteu a poucos debates Segundo Otranto 1996 o substitutivo Cid Sab ia e o PL 101 93 guardavam caracter sticas semelhantes pois um fora origin rio do outro e possu am as mesmas diretrizes tais como formulavam uma organiza o mais abrangente da educa o com participa o da sociedade mais liberdade de express o e pluralidade das id ias articulada com o trabalho e as pr ticas sociais traziam uma divis o dos ciclos da educa o de forma a garantir um m nimo de oito anos de escolaridade para todos com universaliza o da educa o b sica em todos os n veis e modalidades e com clara defini o do dever do Estado em rela o educa o infantil apresentavam uma defini o de ensino m dio n o terminativo sintonizado com a perspectiva da continuidade dos estudos integravam as diferentes formas de educa o profissional associando f
64. ar se grada o da mesma ADORNO 1995 p 61 A desumaniza o implantada pelo processo capitalista de produ o negou aos trabalhadores todos os pressupostos para a forma o e acima de tudo o cio ADORNO Agora se analisa a nega o aos pressupostos para a forma o Adorno afirma que 14 1996 p 393 48 A forma o cultural agora se converte em uma semiforma o socializada na onipresen a do esp rito alienado que segundo sua g nese e seu sentido n o antecede forma o cultural mas a sucede Deste modo tudo fica aprisionado nas malhas da socializa o S mbolo de uma consci ncia que renunciou autodetermina o prende se de maneira obstinada a elementos culturais aprovados Sob seu malef cio gravitam como algo decomposto que se orienta barb rie Isso tudo n o encontra explica o a partir do que tem acontecido ultimamente nem certamente como express o t pica da sociedade de massas que ali s nada consegue explicar mesmo apenas assinala um ponto cego ao qual deveria se aplicar o trabalho do conhecimento Apesar de toda ilustra o e de toda informa o que se difunde e at mesmo com sua ajuda a semiforma o passou a ser a forma dominante da consci ncia atual o que exige uma teoria que seja abrangente Negritos meus ADORNO 1996 p 389 A cultura ocidental proveniente do capitalismo tardio e da ind stria cultural foi entendida por Adorno como uma fal
65. asa dial gcaspresUntaad 89 3 3 3 LDBEN 96 e a individua o fundamento da democracia 93 3 3 4 LDBEN 96 e emancipa o adapta o ou resist ncia i 95 3 3 3 LDBEN 96 e CONSCIENCIA essi asa aaa aa Eai aa ER 99 3 3 6 LDBEN 96 e a tecnologia frieza e aus ncia de amor ti 101 3 3 7 LDBEN 96 e a forma o moral sandes sonia rias res ao a Ia GpANras RO na ga aaa 104 3 4 As Diretrizes Curriculares Nacionais DCNS a 105 CONCLUS O kaeaea o o pa a 108 REFERENCIAS meali aa nf ea A a aa 113 ANEXO A Distribui o dos artigos da LDBEN 96 118 ANEXO B Aspectos da LDBEN 96 em representa es esquem ticas 119 INTRODU O I Caracteriza o do problema O s culo XX foi fecundo em transforma es Com a n o efetiva o dos ideais do Iluminismo evidenciada pelos horrores das duas Grandes Guerras Mundiais surgiu a necessidade de uma reflex o sobre as raz es pelas quais as propostas iluministas falharam As teses p s modernistas criticaram o modelo iluminista sem no entanto construir outro para colocar no seu lugar O relativismo cresceu e alastrou se nas reas do conhecimento Mesmo a f sica a mais exata das ci ncias foi abalada pelo relativismo nos estudos dos fen menos qu nticos O princ pio da incerteza parece reinar mesmo depois da c lebre frase de Einstein que
66. ca o do Senado recebeu uma nova forma do Projeto Darcy Ribeiro que como incorporava muitas propostas do Governo passou a ser conhecido pelos educadores segundo Otranto 1996 como Substitutivo Darcy MEC IP As cr ticas partindo principalmente das institui es de ensino p blico de todos os n veis e as press es dos educadores foram gerando algumas modifica es no Substitutivo Darcy MEC II dando origem s vers es III IV e V O Senado pressionado abriu emendas LDBEN em tr mite naquela Casa Havia ent o uma enorme confus o pois ningu m sabia a qual dos projetos deveria propor emendas seria ao Projeto de Lei n 101 93 origin rio da C mara dos Deputados ou ao Substitutivo Cid Sab ia que j havia sido aprovado na Comiss o de Educa o do Senado ou ainda ao substitutivo Darcy Ribeiro OTRANTO 1996 74 Houve 57 emendas dos senadores referindo se indistintamente a um ou outro projeto Finalmente com as emendas j propostas o presidente do Senado senador Jos Sarney esclareceu que elas foram apresentadas ao PLC 101 93 Mas o senador Darcy Ribeiro ao apreci las tomou como refer ncia o seu pr prio substitutivo desrespeitando as quest es de ordem levantadas pelos senadores J der Barbalho PMDB PA e Em lia Fernandes PTB RS Apesar de todas as irregularidades o senador Darcy Ribeiro como relator da Comiss o de Educa o conseguiu aprovar o PLC 101 93 mas na forma do seu substitutivo Vot
67. ca algo que n o apenas a rigor a entidade biol gica O indiv duo surge de certo modo quando estabelece o seu eu e eleva o seu ser para si a sua unicidade categoria de verdadeira determina o S indiv duo aquele que se diferencia a si mesmo dos interesses e pontos de vistas dos outros faz se subst ncia de si mesmo estabelece como norma a autopreserva o e o desenvolvimento pr prio ADORNO HORKHEIMER 1973 p 52 Plat o afirma que somente a rep blica justa permite a cada homem realizar sua pr pria id ia ADORNO HORKHEIMER 1973 Spinoza e Hegel afirmaram que s como cidad o de um bom Estado o indiv duo consegue seu direito O indiv duo subordinado pela tica protestante e pelo conceito burgu s capitalista de dever 45 Com a entroniza o do princ pio da concorr ncia a elimina o do limites das ordens correlativas e o in cio da revolu o t cnica na Ind stria a sociedade burguesa desenvolveu um dinamismo social que obriga o indiv duo econ mico a lutar implacavelmente por seus interesses de lucro O meio ideal da individua o a Arte a Religi o a Ci ncia retrai se e depaupera se como posse privada de alguns indiv duos A sociedade que estimulou o desenvolvimento do indiv duo desenvolve se agora ela pr pria afastando de si o indiv duo a que destronou ADORNO HORKHEIMER 1973 p 55 Em Eclipse da Raz o Horkheimer discute o tema afirmando que a crise da
68. capital e consequentemente do poder de consumo sobrep e se a todos os outros valores O cidad o com todas as outras dimens es humanas reduzido sua dimens o de cliente ou consumidor O trabalho que em fun o da tecnologia de produ o j poderia ter sido superado ou pelo menos muito reduzido continua sendo necess rio como recurso de gera o de renda para consumo E o capitalismo tardio tem ainda um enorme agravante Para al m de tudo o que poca de Marx era previs vel as necessidades que j o era potencialmente acabaram se transformando completamente em fun es do aparelho de reprodu o e n o vice versa S o totalmente dirigidas ADORNO 1994 p 68 Analisa se esta quest o no item a seguir 37 1 3 2 A ind stria cultural O consumidor n o o rei como a ind stria cultural gostaria de fazer crer ele n o o sujeito desta ind stria mas seu objeto ADORNOS Adorno considerou que o cinema o r dio e as revistas constituem um sistema em que cada setor coerente em si mesmo e todos o s o em conjunto ADORNO 1985 p 113 Pode se acrescentar neste sistema a televis o que ainda n o estava difundida na poca da publica o do texto Sob o poder do monop lio econ mico toda cultura de massas id ntica e seu esqueleto a ossatura conceitual fabricada por aquele come a a se delinear O cinema e o r dio n o precisam mais se apresentar como art
69. cas elaboradas com a assessoria de um organismo internacional criado para manter e reproduzir o sistema possibilitaria a supera o dele pr prio ou ela fortaleceria a adapta o a ele Sobre esta d vida que a presente disserta o se prop e a aprofundar se Em que sentido o discurso da nova legisla o educacional brasileira sinaliza para um cen rio de efetiva o dos ideais iluministas ou aprofunda o cen rio atual de neobarbarismo II Objetivos e hip tese O trabalho ser desenvolvido com um objetivo geral objetivos espec ficos e uma hip tese a Objetivo geral O objetivo geral deste estudo contribuir para o entendimento da legisla o educacional contempor nea no Brasil especialmente da LDBEN 96 16 b Objetivos espec ficos Os objetivos espec ficos do trabalho s o Identificar os sentidos pol tico axiol gico e ideol gico impl citos na LDBEN 96 Verificar as influ ncias que sofreu a LDBEN 96 e o contexto social pol tico e econ mico em que ela foi promulgada Verificar as omiss es e contradi es no texto da LDBEN 96 segundo a teoria cr tica c Hip tese A hip tese de pesquisa que a LDBEN 96 reafirma os ideais iluministas de liberdade cidadania autonomia e emancipa o do indiv duo mas contradiz se e revela seu sentido pol tico e ideol gico na prioridade que atribui agenda da adapta o do indiv duo l gica do mercado competitividade ao consumo e ao
70. categoriza essa barb rie recorrente como pior que a primeira pois o b rbaro n o mais selvagem ou seja age refletidamente por isto essa nova barb rie leva indigna o ela desprez vel suspeita e trai oeira Os elementos originais da barb rie por m continuam como recair na viol ncia e na sensa o sendo que para ele evolu o ou progresso seria sair da viol ncia eq idade e da sensa o o imaginativo ou reflexivo Theodor Adorno 1906 1969 fil sofo social frankfurtiano desenvolve outro conceito de nova barb rie ou de reca da na barb rie Entendo por barb rie algo muito simples ou seja que estando na civiliza o do mais alto desenvolvimento tecnol gico as pessoas se encontrem atrasadas de um modo peculiarmente disforme em rela o a sua pr pria civiliza o e n o apenas por n o terem em sua arrasadora maioria experimentado a forma o nos termos correspondentes ao conceito de civiliza o mas tamb m por se encontrarem tomadas por uma agressividade primitiva um dio primitivo ou na terminologia culta um impulso de destrui o que contribui para aumentar ainda mais o perigo de que toda esta civiliza o venha a explodir ali s uma tend ncia imanente que a caracteriza ADORNO 2000 p 155 Vico um cr tico de Descartes ele afirma que produtos humanos fundamentais como a ret rica a poesia a hist ria e a tica prud ncia n o se baseiam em verdades tipo matem tico
71. cendo o desarmando o e estabelecendo no seu interior um agente para cuidar dele como uma guarni o numa cidade conquistada FREUD 1984 p 147 a consci ncia surge atrav s da repress o de um impulso agressivo sendo subseq entemente refor ada por novas repress es do mesmo tipo FREUD 1984 p 153 E finalmente causando o mal estar o sentimento de culpa como o mais importante problema no desenvolvimento da civiliza o e de demonstrar que o pre o que pagamos por nosso avan o em termos de civiliza o uma perda de felicidade pela intensifica o do sentimento de culpa FREUD 1984 p 158 Por conseguinte bastante conceb vel que tampouco o sentimento de culpa produzido pela civiliza o seja percebido como tal e em grande parte permane a inconsciente ou apare a como uma esp cie de mal estar uma insatisfa o para a qual as pessoas buscam outras motiva es FREUD 1984 p 160 A partir de Freud entende se porque ser b rbaro na g ria um valor bacana legal e n o contra valor no senso comum Trata se na hip tese apresentada de um reconhecimento mesmo que inconsciente do mal estar na civiliza o que n o cumpriu suas promessas e n o nos tornou mais felizes uma g ria que valoriza a n o civilidade que j era reconhecida em Vico quando afirmou que nela a barb rie primitiva n o deixava de haver certa nobreza selvagem uma express o de descontentamento com
72. cia no discurso da LDBEN 96 Cabe perguntar se esses fundamentos norteadores n o s o ideol gicos como os princ pios e finalidades da educa o da LDBEN 96 se eles est o l apenas figurativamente ou de outra forma a lei de forma geral permite que os fundamentos A as s A 2 norteadores possam ser aplicados ou se s o uma lei para ingl s ver Um dos impositivos da lei que impediriam a execu o destes fundamentos norteadores a transfer ncia das responsabilidades da educa o infantil para os munic pios os mais carentes de recursos financeiros humanos e consegiientemente t cnico pedag gicos se comparado com o Estado e a Uni o Outro impositivo disposi o da LDBEN 96 sobre a menor exig ncia quanto forma o dos professores conforme j discutido neste cap tulo As DCNs do ensino fundamental definidas pela Resolu o CEB n 2 de 7 de abril de 1998 seguem o mesmo racioc nio exposto anteriormente I As escolas dever o estabelecer como norteadores de suas a es pedag gicas a os princ pios ticos da autonomia da responsabilidade da solidariedade e do respeito ao bem comum b os princ pios dos Direitos e Deveres da Cidadania do exerc cio da criticidade e do respeito ordem democr tica c os princ pios est ticos da sensibilidade da criatividade e da diversidade de manifesta es art sticas e culturais CNE 1998 s p J as DCNs do ensino m dio definidas pela Resolu
73. civiliza o selvagem rude inculto 3 Cruel desumano 4 V bacana FERREIRA 1999 1985 p 11 22 O conceito original de barb rie esteve sempre ligado civiliza o como seu ant nimo A barb rie seria o estado de natureza de Hobbes sem ordem sem lei HOBBES 1984 Estava associada crueldade rudeza bestialidade ao desumano Exce o feita acep o n 4 bacana g ria com significado que contraria os outros e que ser analisada mais frente Ao longo da hist ria por m barb rie foi um preconceito um estigma com o qual era caracterizado o diferente o b rbaro sempre fora localizado no outro Nele sistematizava se o pejorativo com rela o a outras etnias A outra sociedade diferente da qual se pertencia era tipificada como b rbara Inicialmente usados pelos gregos para determinar aqueles que n o falavam a l ngua grega barbar s foi posteriormente transposto para o latim como barbaria e era ent o utilizado pelos romanos para determinar os povos que n o pertencessem a sua pr pria tradi o civilizat ria caracterizando principalmente aqueles que invadiram seu imp rio na Idade M dia J na modernidade ap s as grandes navega es e a descoberta do Novo Mundo no contexto do eurocentrismo a Europa era o mundo civilizado e os outros povos eram considerados b rbaros Hoje num contexto de relativismo quando o conceito de civiliza o nica e do progresso p
74. de tenha abandonado sua forma anal e prim ria constitui a base de toda rela o de afeto e amor entre pessoas FREUD 1984 p 135 Ele apresenta este instinto como o principal impedimento civiliza o o natural instinto agressivo do homem a hostilidade de cada um contra todos e a de todos contra cada um se op e a esse programa da civiliza o Esse instinto agressivo o derivado e o principal representante do instinto de morte que descobrimos lado a lado de Eros e que com este divide o dom nio do mundo FREUD 1984 p 145 adoto portanto o ponto de vista de que a inclina o para a agress o constitui no homem uma disposi o instintiva original e auto subsistente e retorno minha opini o ver de que ela o maior impedimento civiliza o FREUD 1984 p 144 Adorno por m afirma que por interm dio da cultura as pessoas continuamente experimentam fracassos desenvolvendo sentimentos de culpa subjacentes que acabam se traduzindo em agress o ADORNO 2000 p 163 ou que a press o da civiliza o sobre o indiv duo s incentiva essa tend ncia a agressividade Talvez agora se possa apresentar uma hip tese baseada em Freud para entender o significado da g ria no Dicion rio Aur lio citado anteriormente b rbaro como bacana que destoante dos demais O indiv duo reprimido pela civiliza o parece desejar o retorno ao estado de natureza As pessoas afirmam que nossa civ
75. desenvolvimento e na avalia o de suas propostas pedag gicas BRASIL 1998 p 1 J o MEC divulga os PCNs jutificando os em leis maiores como a LDBEN e a constitui o sem referenciar as DCNs elaboradas pelo CNE As evid ncias mais fortes da omiss o do MEC em rela o elabora o curricular do CNE podem ser encontradas na se o Bibliografia da Introdu o aos PCNSs p 159 172 Na bibliografia com mais de 260 t tulos uma nota de p de p gina esclarece que Em todos os documentos que comp em os Par metros Curriculares Nacionais a bibliografia apresentada inclui apenas os t tulos de obras que foram consultadas no seu processo de elabora o p 159 Nenhum documento elaborado pelo CNE no entanto figura entre as obras consultadas BONAMINO MART NEZ 2002 p 302 Conforme Bonamino e Martinez 2002 desde sua publica o os PCNs t m sido criticados por intelectuais e institui es representativas da educa o seja por n o ser um curr culo m nimo como diz a legisla o seja pela falta de representatividade na sua concep o seja pela contradi o impl cita de um curr culo uniforme para todo o Brasil e a 81 autonomia prevista em lei de cada institui o de ensino elaborar seu pr prio curr culo de acordo com sua situa o geogr fica hist rica e social Logo t m se dois documentos que estabelecem o curr culo m nimo as Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs
76. dicas orientadas para encontrar uma 58 sa da para a crise capitalista que se inicia ao final dos anos 60 GENTILI 1996 p 10 ou ainda um ambicioso projeto de reforma ideol gica de nossas sociedades GENTILI 1996 p 10 Friedrich A Hayek e Milton Friedman s o dois te ricos do neoliberalismo GENTILI 1996 Hayek em seu livro O Caminho da Servid o publicado inicialmente em 1944 mas que alcan a o grande p blico somente 1976 defende que toda forma de interven o estatal constitui um s rio risco para a liberdade individual HAYEK apud GENTILI 1996 p 12 J Friedman que ganhou notoriedade quando publicou Liberdade de Escolher em 1980 que vendeu quatrocentos mil exemplares da edi o luxo e v rias centenas de milhares da edi o popular explica no pref cio de outro livro Capitalismo e Liberdade de 1982 que as id ias expostas em seu livro se tornaram respeitadas pela comunidade intelectual e parece que se tornaram comuns entre o grande p blico FRIEDMAN apud GENTILI 1996 p 13 O neoliberalismo transformava se em uma verdadeira alternativa de poder no interior das pot ncias capitalistas Margareth Thatcher na Inglaterra Ronald Reagan nos EUA e Helmut Khol na Alemanha Na Am rica Latina tamb m Na ditadura do general Pinochet o Chile desde 1973 fora um laborat rio de experimenta o do neoliberalismo Durante os anos oitenta nas democracias p s ditaduriais por meio do voto pop
77. dirigidos autoconserva o da esp cie humana s o fetichizados porque os fins uma vida humana digna encontram se encobertos e desconectados da consci ncia das pessoas ADORNO 2000 p 132 Assim os id latras da tecnologia esquecidos de sua pr pria humanidade com a consci ncia coisificada movidos pela raz o instrumental brios do instinto de domina o tornam se incapazes de perceber a neobarb rie da qual se tornam meios quem projeta um sistema ferrovi rio para conduzir as vitimas a Auschwitz com maior rapidez e flu ncia a esquecer o que acontece com estas v timas em Auschwitz trata se simplesmente de pessoas incapazes de amar ADORNO 2000 p 132 Engana se quem acha que o dio seja o contr rio do amor A indiferen a e a frieza que o s o Adorno n o se refere ao amor rom ntico ou sexual Isto n o deve ser entendido num sentido sentimental ou moralizante mas denotando a carente rela o libidinal com outras pessoas Elas s o inteiramente frias e precisam negar tamb m em seu ntimo a possibilidade do amor recusando de antem o nas outras pessoas o seu amor antes que o mesmo se instale ADORNO 2000 p 132 Quando esses indiv duos alienados se tornam incapazes de direcionar seu amor para outros seres humanos passam a direcion lo para as m quinas Esta a tend ncia da civiliza o ocidental combat lo significa o mesmo que ir contra o esp rito do mundo ADO
78. do Ant nio de Almeida Rio de Janeiro Jorge Zahar 1985 p 19 52 A ind stria cultural O esclarecimento como mistifica o das massas Tn HORKHEIMER Max ADORNO Theodor W Dial tica do esclarecimento fragmentos filos ficos Tradu o de Guido Ant nio de Almeida Rio de Janeiro Jorge Zahar 1985b p 113 156 Theodor W Adorno S o Paulo tica 1994 p 62 99 Palavras e sinais modelos cr ticos 2 Tradu o de Maria Helena Ruschel Petr polis Vozes 1995 p 37 82 Teoria da semicultura Educa o e Sociedade Campinas n 56 ano XVII p 388 411 dez 1996 Tradu o de Newton Ramos de Oliveira Bruno Pucci e Cl udia B M de Abreu ARIST TELES tica a Nic maco S o Paulo Nova Cultural 1987 Os Pensadores I BIAGGIO ngela Maria Brasil Laurence Kohlberg tica e educa o moral S o Paulo Moderna 2002 143 p BARB RIA In FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda O novo Aur lio O dicion rio da l ngua portuguesa s culo XXI 1 CD ROM Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 B RBARO In FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda O novo Aur lio O dicion rio da l ngua portuguesa s culo XXI 1 CD ROM Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 BENTHAM Jeremy The principles of morals and legislation New York Prometheus Book 1988 Great Books in Philosophy BONAMINO Alicia MART NEZ S lvia Al cia Diretrizes e Par metros Curriculares Nacionais pa
79. do as dificuldades pelas quais a educa o passava e que precisavam ser sanadas Assim se criou nos educadores uma expectativa boa em rela o ao projeto mas a proposta de lei por ele apresentada n o condizia com o seu prel dio segundo an lise de Saviani SAVIANI 1999 No Projeto Darcy Ribeiro que teria como relator o ent o senador Fernando Henrique Cardoso PSDB SP havia quest es omissas de relev ncia do ponto de vista do outro projeto que percorria a C mara Com o impeachment do presidente Collor Itamar Franco assumiu a presid ncia e o novo ministro da Educa o Mur lio Hingel manifestou se favor vel ao projeto em tramita o da C mara substitutivo Jorge Hage e o projeto do senador Darcy Ribeiro saiu de cena O Substitutivo Jorge Hage agora tendo como relatora a deputada ngela Amin PPB SC da comiss o de Educa o Cultura e Desporto foi aprovado na C mara em 13 de maio de 1993 O projeto passou segundo Otranto 1996 de seu car ter social democrata para uma 12 concep o conservadora uma vez que essa comiss o defendia os interesses da iniciativa privada Ao dar entrada no Senado Federal o projeto oriundo da C mara PLC recebeu o n mero 101 93 e seu relator senador Cid Sab ia iniciou o debate com a realiza o de audi ncias p blicas e recebimento de emendas Ap s amplos estudos e discuss es o senador Cid Sab ia teve seu parecer n 250 aprovado em novembro de 1994 na Comiss o de
80. e A verdade de que n o passam de um neg cio eles a utilizam como uma ideologia destinada a legitimar o lixo que propositalmente produzem Eles se definem a si mesmos como ind strias e as cifras publicadas dos rendimentos de seus diretores gerais suprimem toda d vida quanto necessidade social de seus produtos ADORNO 1985 p 114 Baseados originalmente nas necessidades dos consumidores os padr es da ind stria cultural s o aceitos sem resist ncia pelas massas Mas O que n o se diz que o terreno no qual a t cnica conquista seu poder sobre a sociedade o poder que os economicamente mais fortes exercem sobre a sociedade A racionalidade t cnica hoje a racionalidade da pr pria domina o Ela o car ter compulsivo da sociedade alienada de si mesma ADORNO 1985 p 114 Marcuse 1998 p 77 concorda com Adorno afirmando que a racionalidade t cnica estabelece padr es de julgamento e fomenta atitudes que predisp em os homens a aceitar e introjetar os ditames deste aparato A submiss o quase completa Quem n o se conforma punido com uma impot ncia econ mica que se prolonga na impot ncia espiritual do individualista Exclu do da atividade industrial ele ter sua insufici ncia facilmente comprovada Atualmente em fase de desagrega o na esfera 8 1994 p 93 Em nota de rodap Marcuse 1988 p 77 esclarece que aparato designa as institui es dispositivos e organiz
81. e Justi a foi remetido ao plen rio do Senado L por ser o ltimo a receber um parecer sobre a mat ria teve a prefer ncia de vota o sobre os demais Recebeu em cinco sess es ordin rias 312 emendas das quais 140 foram acatadas parcial ou integralmente por seu relator OTRANTO 1996 Em 14 de fevereiro de 1996 finalmente a Comiss o Diretora tornou p blica a reda o final do substitutivo do Senado ao Projeto de Lei da C mara n 101 93 que estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Ele recebeu a denomina o de Parecer n 30 96 OTRANTO 1996 76 Dando sequ ncia tramita o o Substitutivo Darcy Ribeiro agora com o n mero de Parecer 72 96 foi remetido C mara dos Deputados No ltimo instante este Parecer incorporou as leis 9131 95 e 9192 95 A primeira tratou da cria o do Conselho Nacional de Educa o e sua composi o al m de instituir a avalia o de final de curso que se vulgarizou com a denomina o de prov o A segunda regulamenta o processo de escolha dos dirigentes universit rios O Projeto de LDBEN do Senado Parecer n 72 96 aguardou em regime de urg ncia urgent ssima direto ao Plen rio entrou na pauta de vota o na C mara dos Deputados e foi aprovado em 20 de dezembro de 1996 com 92 artigos A san o presidencial n o efetuou nenhum veto ao texto ZANETTI 1997 A LDBEN 96 aprovada prev a gest o democr tica do ensino p blico e progressiva au
82. e anos art 20 e educa o a dist ncia como poss vel modalidade do ensino supletivo art 25 quanto forma o professor definia que a para o ensino de 1 grau da 1 4 s ries devia ser preferencialmente em habilita o espec fica no 2 grau art s 30 e 77 j para o ensino de 1 e 2 graus deveria ser preferencialmente em curso de n vel superior ao n vel de gradua o art s 30 e 77 e dos especialistas da educa o preferencialmente em curso superior de gradua o ou p s gradua o art 33 Continuava permitindo que o dinheiro p blico n o seria destinado exclusivamente s institui es de ensino p blicas art s 43 e 79 quanto ao financiamento educacional definia que os munic pios deviam gastar 20 de seu or amento com educa o mas n o previa dota o or ament ria para a Uni o ou os estados art 59 previa ainda a progressiva substitui o do ensino de 2 grau gratuito por sistema de bolsas com restitui o art 63 e continuava permitindo o ensino experimental art 64 BRASIL 1971 2 3 2 Lei de Diretrizes e Bases da Educa o 1996 As reformas na educa o come am a ser pensadas ap s a ditadura e efetivamente se iniciam com a Constitui o de 1988 chamada de Constitui o cidad A Constitui o de 1988 significou a reconquista de cidadania sem medo Nela a Educa o ganhou lugar de alt ssima relev ncia O Pa s inteiro despertou para esta causa comum
83. e art sticos nacionais e regionais Al m desse artigo h na Constitui o outros dispositivos curriculares como no art 242 1 das Disposi es Constitucionais 78 Gerais que assinala O ensino da Hist ria do Brasil levar em conta as contribui es das diferentes culturas e etnias para a forma o do povo brasileiro Esse dispositivo v se refor ado ainda pelo art 215 1 no qual as manifesta es culturais populares ind genas e afro brasileiras e as de outros grupos participantes do processo civilizat rio nacional devem ser objeto de prote o especial da parte do Estado Esses dispositivos tamb m se coadunam com aquele expresso no art 210 2 do cap tulo de Educa o da Constitui o Federal O ensino fundamental regular ser ministrado em L ngua Portuguesa Asseguradas s comunidades ind genas tamb m a utiliza o de suas l nguas maternas e processos pr prios de aprendizagem Por sua vez o art 225 diz no inciso VI que o direito a um meio ecologicamente equilibrado ser assegurado pelo Poder P blico o qual entre outras incumb ncias dever promover a educa o ambiental em todos os n veis de ensino O artigo 9 item IV da LDBEN 96 afirma que a Uni o deve estabelecer em colabora o com os Estados o Distrito Federal e os Munic pios compet ncias e diretrizes para a educa o infantil o ensino fundamental e o ensino m dio que nortear o os curr culos e seu
84. e neobarbarismo j foi discutido no primeiro cap tulo Inicia se apresentando a seguir a concep o de Adorno sobre educa o gostaria de apresentar a minha concep o inicial de educa o Evidentemente n o a assim chamada modelagem de pessoas porque n o temos o direito de modelar pessoas a partir do seu exterior mas tamb m n o a mera transmiss o de conhecimentos cuja caracter stica de coisa morta j foi mais do que destacada mas a produ o de uma consci ncia verdadeira Isto seria inclusive da maior import ncia pol tica sua id ia se permitido dizer assim uma exig ncia pol tica Isto uma democracia com o dever de n o apenas funcionar mas operar conforme seu conceito demanda pessoas emancipadas Urna democracia efetiva s pode sei imaginada enquanto uma sociedade de quem emancipado ADORNO 2000 p 141 A import ncia pol tica da educa o inclusive a educa o emancipat ria como fundamento da democracia j foi discutida A educa o n o modelagem de pessoas ou seja adapta o e apesar de envolver transmiss o de conhecimento ela n o se restringe a isto seu principal objetivo a produ o de uma consci ncia verdadeira Este conceito constru do a partir de seu ant nimo a consci ncia coisificada Esta falsa consci ncia vem da falta da emancipa o A consci ncia coisificada a consci ncia das pessoas plenamente adaptadas sem autodetermina o que se identificam
85. e trata da educa o de jovens e adultos e na que trata da educa o profissional nada h sobre o ensino cr tico J nos diversos artigos que tratam do ensino superior em que apenas pequena parcela privilegiada da sociedade brasileira tem acesso apenas 352 305 concluintes no ano de 2000 enquanto que na pr escola foram 4 818 803 35 298 089 na fundamental 8 398 008 no m dio e 3 777 989 na educa o de jovens e adultos encontra se no artigo 43 cujo primeiro item dentre sete trata de suas finalidades I estimular a cria o cultural e o desenvolvimento do esp rito cient fico e do pensamento reflexivo Fazendo se um pequeno esfor o pode se entender pensamento reflexivo como pensamento cr tico Mesmo abrindo esta concess o que pode ser questionada os quinze artigos que tratam do ensino superior nada mais explicitam da educa o cr tica O ensino superior deveria ser o ensino cr tico por excel ncia j que a ele cabe a forma o dos indiv duos que seriam capazes de pensar e transformar a realidade social A an lise da LDBEN 96 em rela o ao ensino cr tico permite pensar que esta no m nimo secundariza sua import ncia na educa o sendo ausente na educa o b sica e no ensino infantil Como apresentado sem ensino cr tico n o h emancipa o a lei privilegia a adapta o contradiz se e possibilita a neobarb rie Fonte MEC INEP Dispon vel em http Awww inep gov br estatisticas nume
86. efetivou se a democratiza o Em 1985 institu ram se entre outras a elei o direta para presidente em dois turnos elei es diretas nas capitais dos estados o direito de voto dos analfabetos e a liberdade de organiza o partid ria Cancelou se o controle do Minist rio do Trabalho sobre as elei es sindicais eliminou se a proibi o de associa es intersindicais o que legalizou as atividades das centrais sindicais que at ent o eram apenas toleradas As mudan as culminaram na promulga o da Constitui o de 1988 que ampliou o poder de a o do Legislativo do Judici rio e do Minist rio P blico nos processos de decis es governamentais Em rela o aos direitos de cidadania a nova Constitui o estabeleceu uma regra pol tica democr tica e ampliou a prote o social para todos trabalhadores ou n o garantindo os direitos b sicos como por exemplo o da educa o trabalho e moradia Art 6 S o direitos sociais a educa o a sa de o trabalho a moradia o lazer a seguran a a previd ncia social a prote o maternidade e inf ncia a assist ncia aos desamparados na forma desta Constitui o Sobre a educa o especificamente afirma no Art 205 A educa o direito de todos e dever do Estado e da fam lia ser promovida e incentivada com a colabora o da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o t
87. ela se tornou apenas uma capacidade de adequar os melhores meios para alcan ar as finalidades pretendidas Justi a igualdade felicidade toler ncia todos os conceitos que como se disse foram nos s culos precedentes julgados inerentes ou sancionados pela raz o perderam as suas ra zes intelectuais HORKHEIMER 2000 p 32 A teoria cr tica apesar de n o ser um sistema tico por si s incentiva uma tica voltada para a autonomia e a resist ncia A rela o dos conceitos da autonomia e resist ncia com a educa o e com o desenvolvimento infantil foi estudado empiricamente por Kohlberg e 15 EE 8 s 3 do Mia e O princ pio da utilidade aquele princ pio que aprova ou desaprova qualquer a o de acordo com a tend ncia dela de aumentar ou diminuir a felicidade da maioria dos interessados tradu o livre 52 Piaget Ambos segundo Biaggio 2002 sofreram por m influ ncias de Kant conceito de autonomia e de Durkheim import ncia do social coletivo Piaget prop e em sua teoria que a crian a passa por est gios universais pelos quais evolui o pensamento numa seq ncia invariante o sens rio motor pr operat rio opera es concretas e opera es formais N o se aprofunda na an lise das caracter sticas de cada fase por ir al m do mbito que se prop e esta pesquisa Em 1932 Piaget publicou O Ju zo Moral da Crian a propondo tr s est gios morais por que passam as crian as anomia est
88. em formas humanas de maneira alguma ultima o fortalecimento do instinto de competi o ADORNO 2000 p 161 3 4 As Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs Analisam se as Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs do ensino b sico divididas em educa o infantil ensino fundamental e m dio elaborados pelo C mara de Ensino B sico CEB do CNE que s o obrigat rios No entanto n o se analisa os DCNs do ensino t cnico e do ensino superior por serem espec ficos para cada rea de forma o As DCNSs mais significativas s o as da educa o infantil definidas na Resolu o CEB n 1 de 7 de abril de 1999 visto que a LDBEN 96 omissa como j demonstrado Na explana o dos fundamentos norteadores da educa o infantil no artigo 3 o discurso da lei parece ser voltado para uma educa o contra o neobarbarismo 106 I As Propostas Pedag gicas das Institui es de Educa o Infantil devem respeitar os seguintes Fundamentos Norteadores a Princ pios ticos da Autonomia da Responsabilidade da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum b Princ pios Pol ticos dos Direitos e Deveres de Cidadania do Exerc cio da Criticidade e do Respeito Ordem Democr tica c Princ pios Est ticos da Sensibilidade da Criatividade da Ludicidade e da Diversidade de Manifesta es Art sticas e Culturais Negritos meus CNE 1999c p 18 Os itens grifados foram exatamente aqueles dos quais se criticou a aus n
89. entendimento da neobarb rie o capitalismo 109 tardio a ind stria cultural tempo livre e trabalho hipostasiado decl nio do indiv duo conceito de progresso e de semiforma o Para terminar analisou se a forma o moral No segundo cap tulo foram apresentados o contexto e o texto da legisla o educacional brasileira No contexto internacional analisou se a crise do capitalismo que se iniciou com o esgotamento do fordismo keynesianismo e do neoliberalismo que se fortaleceu na crise como tentativa de supera o dela tornando se quase hegem nico no Brasil na d cada de 90 do s culo passado O neoliberalismo foi analisado com nfase em sua rela o com a Educa o No contexto nacional analisou se principalmente a transi o do regime de ditadura para um regime democr tico que culminou na Constitui o de 1988 e a influ ncia do neoliberalismo nos governos do Fernando Collor e Fernando Cardoso Descreveu se mais detalhadamente o tr mite longo e pol mico da LDBEN 96 no Congresso sendo ela promulgada no final de 1996 em plena ditadura neoliberal do primeiro governo de FHC Descreve se ainda de maneira sucinta a hist ria da legisla o educacional brasileira e as LDBEN anteriores a de 1996 para possibilitar uma an lise comparativa Apresentam se no final os Par metros Curriculares Nacionais e as Diretrizes Curriculares Nacionais analisando alguns de seus aspectos legais e constitutivos No terceiro cap tulo fez se
90. erais j discutidas a anteriormente 61 2 2 Contexto nacional democracia e neoliberalismo Para Sallum Jr dois principais processos alteraram o Estado brasileiro e as suas rela es com a ordem social e econ mica a democratiza o pol tica e o liberalismo econ mico A transi o pol tica brasileira come ou com a crise de Estado de 1983 1984 e terminou com o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso momento em que o Estado ganhou estabilidade segundo um novo padr o hegem nico de domina o moderadamente liberal em assuntos econ micos e completamente identificado com a democracia representativa Nessa transi o a democratiza o pol tica foi mais importante na d cada de 1980 ao passo que a liberaliza o econ mica destacou se nos anos de 1990 Essa transforma o pol tica s pode ser completamente entendida se a considerarmos no contexto da transnacionaliza o do capitalismo desencadeada pela globaliza o financeira e da democratiza o da sociedade brasileira SALLUM JR 2003 p 35 A crise do estado desevolvimentista foi iniciada do ponto de vista econ mico pela incapacidade do Brasil de arcar com a d vida externa em meados da d cada de 80 do s culo passado A morat ria brasileira do final de 1982 e a assinatura de acordo com o FMI em janeiro de 1983 evidenciam isso SALLUM JR 2003 J a redemocratiza o inicia se nas elei es de 1982 quando o partido do regime militar perde a maior
91. es de bois de ovelhas e de porcos Ao anoitecer depois de ver de seu pal cio a terra iluminada por mil fogueiras pode entregar se sossegado ao sono ele sabe que seus bravos servidores vigiam para afastar os animais selvagens e expulsar os ladr es dos coutos que est o encarregados de guardar HOMERO apud ADORNO 1985 p 28 2 A ast cia de Ulisses nada mais sen o que o prim rdio da raz o instrumental e da domina o E na modernidade por m com a classe burguesa e a raz o instrumental que o conceito de domina o se radicaliza 32 Apesar de seu alheamento matem tica Bacon capturou bem a mentalidade da ci ncia que se fez depois dele O saber que poder n o conhece nenhuma barreira O que os homens querem aprender da natureza como empreg la para dominar completamente a ela e aos homens Nada mais importa Sem a menor considera o consigo mesmo o esclarecimento eliminou com seu caut rio o ltimo resto de sua pr pria autoconsci ncia ADORNO 1985 p 20 O princ pio da domina o realiza um reducionismo tanto no homem quanto na natureza Como resultado final deste processo temos de um lado o eu o ego abstrato esvaziado de toda a subst ncia exceto da sua tentativa de transformar tudo no c u e na terra em meios de sua preserva o e do outro lado uma natureza esvaziada e degradada a ser um simples material simples subst ncia a ser dominada sem qualquer outro prop sito do que es
92. esmo conduz posteriormente ao ressentimento em rela o a todo trabalho 2000 p 154 O capitalismo tardio com o enorme desenvolvimento t cnico especialmente da automa o e informatiza o n o precisa de tantos trabalhadores como no in cio da primeira Revolu o Industrial A diminui o de postos de trabalho substitui o de trabalho vivo por trabalho morto tem provocado o aumento das taxas de desemprego em todo o mundo O capitalismo por m mais dependente hoje de consumidores quanto outrora consumidores que tenham renda suficiente para pagar pelas mercadorias Forma se um impasse como produzir consumidores com renda sem ter trabalhadores assalariados O trabalho da palavra tripalium do latim era um antigo instrumento de tortura conhecido vulgarmente no Brasil como pau de arara tr s paus que era utilizado para castigar escravos e for ar prisioneiros a confessarem se Na Idade Antiga tanto na Gr cia cl ssica como posteriormente em Roma o trabalho era visto como algo negativo O trabalho era of cio dos escravos liberando os homens livres para o cio que era visto como altamente positivo pois com ele tinham o tempo livre para as realiza es da liberdade e do pensamento propriamente humano Na Idade M dia com o fim da escravid o na Europa com a necessidade de convencerem se os camponeses a trabalhar o trabalho foi elevado condi o de virtude com fundamento soterol gico e a ociosid
93. fer ncia do Estado o neoliberalismo questiona a pr pria no o de direito e de igualdade que fundamento do Estado de direito A palavra eqiiidade vem ganhando espa o nos discursos tecnocratas neoliberais como nos documentos dos organismos internacionais entre eles o Banco Mundial e o FMI Friedman defende que justo o sistema social em que as diferen as naturais e produtivas entre os indiv duos sejam respeitadas contra toda pretens o arbitr ria e artificial de garantir uma suposta igualdade FRIEDMAN 1980 O modelo do homem neoliberal o cidad o privatizado trabalhador e consumidor Os sistemas educacionais devem seguir os modelos de sucesso das fast foods estadunidenses A grande opera o estrat gica do neoliberalismo consiste em transferir a educa o da esfera da pol tica para a esfera do mercado questionando assim seu car ter de direito e reduzindo a a sua condi o de propriedade GENTILI 1996 p 20 Outra estrat gia do capitalismo para sair da crise o que se denominou de globaliza o Com a evolu o da tecnologia da informa o integrando as telecomunica es e a inform tica cujo produto mais conhecido a rede mundial de computadores denominada de internet criou possibilidades de uma inter rela o cultural social e econ mica nunca antes 60 experimentada pela humanidade Estas mudan as s o analisadas por Adam Schaff em seu livro A Sociedade Inform tica SCHAFF 1990 Al m
94. fortalecer a resist ncia do que de fortalecer a adapta o ADORNO 2000 p 144 Nas declara es dos princ pios e fins da educa o a LDBEN 96 for ada a reproduzir as orienta es constitucionais lei maior mas como se demonstra neste cap tulo ela contradit ria amb gua e omissa tornando esses artigos in cuos e ideol gicos uma vez que a lei como um todo n o estabelece esses princ pios como priorit rios n o define as formas pelas quais os mesmos ser o cumpridos e mesmo determina medidas que podem contradizer esses princ pios 85 3 2 Dura lex sed lex cr tica a flexibilidade da LDBEN 96 Uma das caracter sticas mais marcantes da LDBEN 96 sua dubiedade e flexibilidade A flexibilidade tem sido defendida como uma das formas de permitir se a liberdade e autonomia aos educadores e as institui es escolares Disfar a se por m neste princ pio a falta de defini es que garantiriam avan os reais na educa o brasileira Veja se o exemplo sobre o que diz sobre a escola de tempo integral No artigo 34 estabelece que A jornada escolar no ensino fundamental incluir pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula sendo progressivamente ampliado o per odo de perman ncia na escola Negritos meus e acrescenta no par grafo dois O ensino fundamental ser ministrado progressivamente em tempo integral a crit rio dos sistemas de ensino O texto da lei n o define prazos para
95. gunda Grande Guerra A partir da d cada de 1960 por m e mais efetivamente na d cada de 1980 ele entra em crise indicada por v rios fatores Essa crise vai provocar uma mudan a no modus operandi do capital Desde o in cio dos anos 80 o fordismo est se esgotando em todos os aspectos crises ecol gicas desemprego industrial em massa terceriza o sociedade de servi os novas formas de depaupera o e colapsos de sistemas em grande parte do mundo provocaram cr ticas numerosas do modo de viver fordista KURZ 1992 p 237 Pedrosa 2004 sintetiza quatro fatores respons veis pela crise do capital em sua forma fordizada 1 A pr pria efic cia produtiva do fordismo que teria levado a uma maior produ o superando capacidade de consumo instalada Na economia de mercado capitalista a crise de produ o manifesta se na crise de superprodu o 55 KURZ 1992 p 122 Isto altera as regras de concorr ncia entre as empresas exigindo uma maior capacidade de adapta o e competitividade A rigidez da produ o fordista em larga escala com trabalhador monovalente torna se incompat vel com essas exig ncias 2 A resist ncia dos trabalhadores ao regime de trabalho fordista que inclui segmenta o padroniza o e parcelariza o das tarefas intensifica o do ritmo controle sobre o trabalho e em constantes deprecia es nos sal rios Houve resist ncias tanto do sindicalismo resist ncia colet
96. hip tese os objetivos o material e a metodologia da pesquisa proposta O primeiro cap tulo tem como objetivo a apresenta o do repert rio conceitual que orienta a pesquisa com destaque para o conceito de reca da na barb rie ou neobarbarismo os cen rios que a possibilitam e suas causas conforme a Escola de Frankfurt principalmente em Adorno e Horkheimer 19 O segundo cap tulo apresenta uma descri o do material coletado selecionado nas leituras e releituras da legisla o educacional brasileira e do contexto social pol tico e econ mico em que ela foi promulgada sem no entanto antecipar a an lise que ser feita no terceiro cap tulo Apresenta o contexto social pol tico e econ mico das ltimas d cadas do s culo passado no mbito mundial e brasileiro e o tr mite da LBDEN 96 no Congresso Estabelecidas s refer ncias conceituais e feita a caracteriza o do material a ser considerado o terceiro cap tulo desenvolve a an lise testando a hip tese que foi apresentada Por fim na conclus o apresentam se os resultados da pesquisa 20 1 CONCEITOS PARA ENTENDER O NEOBARBARISMO Neste cap tulo s o abordados alguns conceitos que ser o retomados posteriormente na an lise de exemplares da legisla o educacional brasileira Nele est a fundamenta o conceitual da pesquisa proposta A refer ncia bibliogr fica concentra se na Escola de Frankfurt principalmente em Adorno e Horkheimer Inicia se buscand
97. ia absoluta na C mara dos Deputados e os de oposi o elegem dez governadores um do PDT e nove do PMDB Com a oposi o no Congresso e com esfor os desta oposi o para mobilizar as classes m dias e populares contra a continuidade do regime militar ocorreu entre Janeiro e Mar o de 1984 uma das mais importantes manifesta es p blicas em favor da democratiza o pol tica a campanha das diretas j Todavia o regime militar derrotou a proposta de elei es diretas no Congresso adiando o processo de democratiza o A vit ria do candidato da Alian a democr tica por m demonstrava o que queriam as for as pol ticas no Brasil 1 A Alian a Democr tica foi constitu da pelo Partido do Movimento Democr tico Brasileiro PMDB e pela Frente Liberal dissid ncia do Partido Democr tico Social PDS que depois se converteu no Partido da Frente 62 A esmagadora vit ria de Tancredo Neves no Col gio Eleitoral mostrou bem quais eram as aspira es pol ticas dominantes na elite pol tica brasileira e implicitamente qual o projeto pol tico que prevaleceria no per odo presidencial seguinte construir uma Nova Rep blica uma democracia plena que n o impusesse restri es aos movimentos e s organiza es populares que tivesse como orienta o econ mica um nacional desenvolvimentismo renovado e que combinasse crescimento econ mico e redistribui o de renda SALLUM JR 2003 p 38 No governo Sarney
98. iam Jorge HASSAD S rgio Org s O Banco Mundial e as pol ticas educacionais S o Paulo Cortez 1996 p 125 185 68 OTRANTO C lia Regina A nova LDB da educa o nacional seu tr mite no Congresso e as principais propostas de mudan a Revista Universidade Rural S rie Ci ncias Humanas v 18 n 1 2 dez 1996 69 VAIDERGORN JOS Uma perspectiva da globaliza o na universidade brasileira Cad CEDES Campinas v 21 n 55 2001 Dispon vel em lt http w ww scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0101 32622001000300006 amp Ing pt amp nrm iso gt Acesso em 26 abr 2007 70 VICO Giambattista Princ pios de uma ci ncia nova 3 ed S o Paulo Abril Cultural 1984 184 p Os pensadores 71 ZANETTI Maria Aparecida Pol tica educacional e LDB algumas reflex es 1997 Dispon vel em lt http www milenio com br ifil Biblioteca zanetti htm gt Acesso em 17 set 2007 ANEXO A DISTRIBUI O DOS ARTIGOS DA LDBEN 96 118 REF ASSUNTO ARTIGOS N de Artigos I Da Educa o Art 1 1 IH Dos Princ pios e dos Fins da Educa o Nacional Art 2 e 3 HI Do Direito Educa o e do Dever de Educar Art 4 ao 7 4 IV Da Organiza o da Educa o Nacional Art 8 ao 20 13 V Dos N veis e das Modalidades de Educa o e Ensino CAP TULO I Composi o dos N veis Escolares Art 21 1 CAP TULO II Da Educa o
99. idad os consumidores em seres humanos autoconscientes de sua dignidade e de sua responsabilidade ou seja homens emancipados Seria redundante falar da omiss o da LDBEN 96 quanto a essa quest o j analisada nos itens anteriores que tratam da individua o da emancipa o e do aspecto adaptativo da lei 3 3 6 LDBEN 96 e a tecnologia frieza e aus ncia de amor Aprofundando a reflex o sobre a consci ncia coisificada preciso examinar sua rela o com a t cnica A LDBEN 96 prioriza muito a forma o t cnica instrumental principalmente no ensino m dio educa o profissional obviamente e no ensino superior Realmente hoje em dia o conhecimento t cnico essencial tanto no cotidiano quanto no trabalho j que se vive na 102 sociedade inform tica ou tecnol gica SCHAFF 1990 A quest o que prioriza o que se v no mundo na hegemonia neoliberal do capitalismo tardio faz com que o que meramente um meio se torne um fim em si mesmo S o os t cnicos que se esquecem de que a t cnica est a servi o do ser humano e n o o contr rio Um mundo em que a t cnica ocupa uma posi o t o decisiva como acontece atualmente gera pessoas tecnol gicas afinadas com a t cnica Os homens inclinam se a considerar a t cnica como sendo algo em si mesma um fim em si mesmo uma for a pr pria esquecendo que ela a extens o do bra o dos homens x Os meios e a t cnica um conceito de meios
100. idade de ela fundamentar uma teoria tica 51 A tica do capitalismo tardio a tica do pragmatismo estadunidense que se apropria da tica utilitarista de Jeramy Benthan a qual prop s o seguinte princ pio chamado princ pio da utilidade the principle of utility is meant the principle which approves or disapproves of every action whatsoever according to the tendency wich it appears to have to augment or diminish the happiness of the party whose interest is in question 5 BENTHAN 1988 p 2 A adultera o do princ pio da utilidade de Bentham realizada pelo capitalismo tardio pode ser denominada princ pio da maximiza o do lucro pode ser obtido pela troca da palavra happiness por lucratively O sentido teleol gico do princ pio continua apenas a finalidade da felicidade humana reduzida lucratividade que o n cleo orientador que norteia o sistema capitalista Com a submiss o da raz o a essa l gica utilitarista pragm tica e instrumental tornou se imposs vel a concep o de uma tica O idealismo alem o evidenciado em Kant em sua tica das virtudes assim como em todas as outras escolas foram abandonadas e rotuladas como concep es m ticas metaf sicas ou ideol gicas O que reina hoje o relativismo tico O relativismo tico foi abordado no t pico que trata da raz o instrumental ou da morte da raz o A raz o tornou se incapaz de determinar os melhores fins e os melhores princ pios
101. iliza o em grande parte respons vel por nossa desgra a e que ser amos muito mais felizes se a abandon ssemos e retorn ssemos s condi es primitivas FREUD 1984 p 105 Freud explicita raz es para essa afirma o Durante as ltimas gera es a humanidade efetuou um progresso extraordin rio nas ci ncias naturais e em sua aplica o t cnica estabelecendo seu controle sobre a natureza de uma maneira jamais imaginada As etapas isoladas desse progresso s o do conhecimento comum sendo desnecess rio enumer las Os homens se orgulham de suas realiza es e t m todo direito de se orgulharem Contudo parecem ter observado que o poder recentemente adquirido sobre o espa o e o tempo a subjuga o das for as da natureza consecu o de um anseio que remonta a milhares de anos n o aumentou a quantidade de satisfa o prazerosa que poderiam esperar da vida e n o os tornou mais felizes FREUD 1984 p 107 Para Freud na civiliza o n o resolvido o problema da agressividade mas nela a agressividade introjetada internalizada ela na realidade enviada de volta para o lugar de 26 2 onde proveio isto dirigida no sentido de seu pr prio ego FREUD 1984 p 146 Causando um sentimento de culpa remorso vindo do superego ou da consci ncia que a autoridade externa internalizada A civiliza o portanto consegue dominar o perigoso desejo de agress o do indiv duo enfraque
102. inistas em suas declara es de princ pios e finalidades posicionando se a favor da forma o plena do cidad o mas n o efetiva essa inten o no decorrer de seus artigos A nfase que se constatou de forma geral na lei foi a da adapta o e n o a da emancipa o do indiv duo A LDBEN 96 caracteriza se como ideol gica por parecer querer algo que realmente n o quer pois n o d condi es em seus artigos posteriores para que essa inten o se efetive Assim a declara o de princ pios e fins da educa o torna se meramente figurativa para o encantamento de quem l e n o a analisa criticamente como um todo Sua nfase na adapta o foi um dos pontos que mais se verificou na pesquisa nos artigos da lei que se contrap e aus ncia do ensino cr tico e para emancipa o t o necess ria na constru o do cidad o que a lei parece querer formar Ali s as aus ncias considerando o objetivo de contrapor se ao neobarbarismo o forte da LDBEN 96 ela evita tratar dos temas pol micos nos quais deveria explicitamente se posicionar contra ou a favor J as DCNs elaboradas pelo CNE parecem dentro do poss vel pautar se pelas declara es de princ pios e fins da educa o mas eles s o cerceados pelas condi es impostas pela LDBEN 96 lei maior da educa o no Brasil Esta pesquisa limitou se especificamente ao estudo da LDBEN 96 e mais superficialmente aos DCNs espera se por m como exposto no objetivo geral te
103. iva como tamb m uma resist ncia individual e cotidiana no ch o das f bricas por meio do absente smo da quebra de ritmos do aumento de pe as defeituosas e do crescimento do desperd cio 3 Perman ncia de tempos mortos e improdutivos no processo da produ o nem o controle individual sugerido por Taylor nem o controle autom tico da linha de montagem de Henry Ford foram totalmente eficazes na elimina o dos tempos improdutivos 4 Esgotamento das bases sociais do fordismo revelado pelo distanciamento entre a rigidez no ch o das f bricas e os movimentos de democratiza o da sociedade mais abrangente PEDROSA 2004 p 137 Como consegii ncia desta crise do capitalismo destaca se uma crescente diminui o de postos de trabalho consequentemente um aumento dos ndices de desemprego Pedrosa 2004 apresenta duas teses elaboradas a partir da crise do capitalismo o fim da centralidade do trabalho e a sua revaloriza o O fim da centralidade do trabalho como categoria sociol gica apresentada por Offe apud PEDROSA 2004 pela crescente insignific ncia do valor social de ser trabalhador e do decl nio do trabalho como obriga o moral O decl nio do valor moral e subjetivo do 56 trabalho os processos de racionaliza o t cnica e organizacional isso que foi inaugurado pelo taylorismo A consequ ncia dessa instrumentaliza o do trabalho seria sua pr pria desprofissionaliza o PEDROSA
104. izes e Bases da Educa o Nacional brasileira omissa Do ponto de vista adorniano uma aus ncia que possibilita o neobarbarismo 3 3 7 LDBEN 96 e a forma o moral V rios itens abordados neste cap tulo t m rela o com a tem tica de uma tica voltada para a autonomia e a resist ncia contraposta LDBEN 96 principalmente no mais alto n vel moral o p s convencional conforme analisado no primeiro cap tulo como moralidade da desobedi ncia civil BIAGGIO 2002 p 27 Considere se como exemplo para an lise apenas visando rela o da educa o com neobarbarismo o princ pio da defesa da vida e da diminui o da viol ncia princ pio este em que h o maior consenso em todas as culturas do planeta A LDBEN 96 parece desconhecer este princ pio ou ser que entende que este n o tem nada a ver com a educa o Com a educa o contra a barb rie no fundo n o pretendo nada al m de que o ltimo adolescente do campo se envergonhe quando por exemplo agride um colega com rudeza ou se comporta de um modo brutal com uma mo a quero que por meio do sistema educacional as pessoas comecem a ser inteiramente tomadas pela avers o viol ncia f sica ADORNO 2000 p 165 Nos poucos artigos em que se poderiam inserir determina es sobre essa quest o a LDBEN 96 n o o faz Por exemplo no artigo 25 par grafo terceiro que trata da obrigatoriedade da Educa o F sica no ensino m dio e no art 27 item IV
105. la a possibilidade do retorno a barb rie 31 1 2 2 Domina o A hist ria dos esfor os humanos para subjugar a natureza tamb m a hist ria da subjuga o do homem pelo homem HORKHEIMER O outro conceito que possibilita entender a reca da na barb rie o de domina o A domina o est presente desde o in cio da civiliza o Freud reconhece que a pr pria civiliza o j se inicia com os esfor os empreendidos pelos homens de controlar para utilizar em proveito pr prio as for as da natureza Reconhecemos como culturais todas as atividades e recursos teis aos homens por lhes tornarem a terra proveitosa por protegerem nos contra a viol ncia das for as da natureza e assim por diante Em rela o a esse aspecto de civiliza o dificilmente pode haver qualquer d vida Se remontarmos suficientemente s origens descobriremos que os primeiros atos de civiliza o foram a utiliza o de instrumentos a obten o do controle sobre o fogo e a constru o de habita es FREUD 1984 p 110 Adorno e Horkheimer identificam a Odiss ia de Homero como um texto precursor da civiliza o ocidental e Ulisses como o prot tipo do indiv duo burgu s Ele apresenta no texto de Homero o momento em que a domina o da natureza se estende domina o dos homens Um propriet rio como Ulisses dirige a dist ncia um pessoal numeroso meticulosamente organizado composto de servidores e pastor
106. maio de 1992 um novo projeto de LDBEN no Senado Federal desconsiderando o tr mite do projeto original na C mara dos Deputados OTRANTO 1996 No Brasil um projeto de lei pode iniciar sua tramita o em qualquer uma das casas do Congresso Nacional C mara ou Senado Quando por m inicia o processo pela C mara seguir ao Senado para sua revis o e em seguida retorna para a casa onde iniciou o processo 71 para sua aprova o final e envio ao presidente da Rep blica Em caso da entrada pelo Senado o processo id ntico e a C mara que passa a ser a casa revisora O projeto do governo MEC viria a causar um mal estar no Senado considerando se que seu autor o senador Darcy Ribeiro PDT RJ era considerado de ideais progressistas e naquele momento tentava forjar a aprova o de uma lei que serviria aos interesses dominantes Tal iniciativa causou perplexidade em v rios sentidos pela forma a odada e intempestiva com que foi apresentado pela quebra do bom senso na rela o entre as duas casas do Congresso pela contradi o entre a exposi o de motivos e os dispositivos adotados e por ter um projeto com essas caracter sticas se originado de um intelectual respeit vel com um passado pol tico identificado com as for as progressistas SAVIANI 1999 p 196 A exposi o de motivos mencionada por Saviani refere se a um texto do senador Darcy Ribeiro que antecedeu entrada do projeto no Senado expon
107. mente em supersti es at mesmo quando as criticam da mesma maneira como aquele mestre toneleiro que em seu desejo por algo mais elevado se dedicou cr tica da raz o pura e acabou na astrologia evidentemente porque apenas nela seria poss vel unificar a lei moral que existe em n s com o c u estrelado que est sobre n s ADORNO 2000 p 402 403 Ent o Adorno conclui a nica possibilidade de sobreviv ncia que resta cultura a auto reflex o cr tica sobre a semiforma o em que necessariamente se converteu ADORNO 1996 p 410 Nesta ltima frase de Adorno encontra se a justificativa baseada na qual se busca refletir criticamente sobre as pol ticas educacionais contempor neas do Brasil 1 3 7 Forma o moral e tica Busca se a seguir elaborar os conceitos de moral tica e forma o mora para entender sua import ncia numa educa o contra o neobarbarismo 50 Originalmente o voc bulo ethos era usado pelos grandes poetas gregos para denominar casa moradia Posteriormente os fil sofos utilizaram na para descrever os h bitos e costumes a moradia cultural do homem Traduzida para o latim tornou se ad moris que finalmente deu origem ao voc bulo moral H hoje dois voc bulos a moral que num sentido geral se relaciona ao comportamento e aos h bitos no mbito do indiv duo e aos costumes e tradi es no mbito dos povos e a tica que uma disciplina da
108. momentos mostrando por exemplo que por interm dio da cultura as pessoas continuamente experimentam fracassos desenvolvendo sentimentos de culpa subjacentes que acabam se traduzindo em agress o Negritos meus ADORNO 2000 p 163 Adorno quando cita impulso destrui o est se referindo ao texto O Mal Estar na Civiliza o de Freud escrito no final de sua vida que defende uma tend ncia agressividade no homem os homens n o s o criaturas gentis que desejam ser amadas e que no m ximo podem defender se quando atacadas pelo contr rio s o criaturas entre cujos dotes instintivos deve se levar em conta uma poderosa quota de agressividade Em resultado disso o seu pr ximo para eles n o apenas um ajudante potencial ou um objeto sexual mas tamb m algu m que os tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade a explorar sua capacidade de trabalho sem compensa o utiliz lo sexualmente sem o seu consentimento apoderar se de suas posses humilh lo causar lhe sofrimento tortur lo e mat lo Homo homini lupus FREUD 1984 p 133 Freud afirma ainda contrariando Marx que n o foi a institui o da propriedade privada que criou este instinto de agressividade 25 A agressividade n o foi criada pela propriedade Reinou quase sem limites nos tempos primitivos quando a propriedade ainda era muito escassa e j se apresenta no quarto das crian as quase antes que a proprieda
109. mpeti o A forma o para a competi o favorece o neobarbarismo Partilho inteiramente do ponto de vista segundo o qual a competi o um princ pio no fundo contr rio a uma educa o humana De resto acredito tamb m que um ensino que se realiza em formas humanas de maneira alguma ultima o fortalecimento do instinto de competi o ADORNO 2000 p 161 49 A identifica o e a adapta o s estruturas pr colocadas pela ind stria cultural e pelo capitalismo tardio impedem a forma o que deveria objetivar a autonomia e a liberdade KANT 1989 A forma o tem como condi es a autonomia e a liberdade No entanto remete sempre a estruturas pr colocadas a cada indiv duo em sentido heteron mico e em rela o s quais deve submeter se para formar se Da que no momento mesmo em que ocorre a forma o ela j deixa de existir Em sua origem est j teleologicamente seu decair ADORNO 1996 p 397 Adorno afirma que semiforma o n o constitui um primeiro passo para a forma o mas impede ou dificulta aquela ou seja bases fracas semiforma o n o podem suportar a constru o de edif cios s lidos forma o O entendido e experimentado medianamente semi entendido e semi experimentado n o constitui o grau elementar da forma o e sim seu inimigo mortal Elementos que penetram na consci ncia sem fundir se em sua continuidade se transformam em subst ncias t xicas e tendencial
110. mudan a democr tico e de concep o socialista SAVIANI 1999 que foi gerado por meio de discuss es e amplos debates As entidades autoridades e associa es da rea do pa s inteiro como a Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o ANPED Associa o Nacional de Educa o ANDE Centro de Estudos Educa o amp Sociedade CEDES Ordem dos Advogados do Brasil OAB Uni o Nacional dos Dirigentes Municipais de Educa o UNDIME entre outras apresentaram suas propostas OTRANTO 1996 Na XI Reuni o Anual da ANPED j havia uma proposta de autoria de Dermeval Saviani que iria servir de refer ncia para o projeto e no mesmo ano seria publicada na Revista da ANDE de n 13 Em dezembro de 1988 o deputado Oct vio El sio PSDB MG apresentou tal projeto na C mara dos Deputados Segundo Otranto 1996 esse projeto 1258 88 refletia as discuss es que j estavam ocorrendo no Brasil em diferentes congressos encontros simp sios e semin rios Logo surgiriam as emendas e as comiss es para os 2 Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 publicada no Di rio Oficial da Uni o em 23 de dezembro de 1996 Se o I 2 Professor em rito da Universidade de Campinas UNICAMP e coordenador geral do Grupo de Estudos e Pesquisas Hist ria Sociedade e Educa o no Brasil Mais dados lt http lattes cnpq br 2205251281123354 gt 70 pareceres na C mara A Comiss o de Educa o da C mara
111. nado acordo com o FMI em novembro de 1998 e ter obtido grande empr stimo dos Estados Unidos para se defender com mais seguran a da fuga de capitais externos SALLUM JR 2003 p 46 ainda importante lembrar que por iniciativa do governo mas principalmente por press o social do Movimento dos Trabalhadores sem Terra MST da Confedera o Nacional dos Trabalhadores Agr colas CONTAG da Igreja Cat lica e outros durante os dois mandatos de FHC desenvolveu se um grande programa de reforma agr ria Desapropriaram se propriedades improdutivas elevou se a taxa o sobre terras improdutivas assentaram se centenas de milhares de fam lias retomou se a posse sobre imensas reas ilegalmente apropriadas por grileiros Apesar de ser reeleito em 1998 e de manter quase toda sua base no Congresso o governo de FHC perdeu sua for a pol tica anterior pois foi for ado a desvalorizar a moeda em fevereiro de 1999 mesmo depois de recorrer ao FMI Em 2001 e 2002 apesar de mantida a estabilidade a crise econ mica aprofundou se com a crise da Argentina e com o risco pol tico das elei es o Produto Interno Bruto PIB nacional cresceu apenas 2 2 3 Hist rico da legisla o educacional no Brasil A primeira Constitui o republicana do Brasil de 1891 pouco trata da Educa o ficava subentendido que esta quest o ficava ao cargo dos estados cabia Federa o o ensino superior da capital art 34 a instru o militar art
112. ncia Ela pode ser determinante uma vez que por meio dela que ser o formados os indiv duos que poder o mudar ou manter o mundo subordinando se ao sistema predominante ou de alguma forma opondo se a ele A educa o formal processa se na escola e a escolariza o determinada uma vez que as escolas p blica e privada s o controladas pelo Estado e seguem suas pol ticas espec ficas O Banco Mundial BM age no setor educativo h mais de quarenta anos ampliando cada vez mais seu raio de a o abrangendo atividades de pesquisa assist ncia t cnica assessoria aos governos em mat ria de pol ticas educacionais etc ocupando o espa o que era tradicionalmente da Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura Pesquisa sobre seguran a alimentar 2006 que usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lios PNAD de 2004 15 UNESCO De 1963 at 1990 o BM j havia concedido cr ditos de cerca de dez bilh es de d lares havendo participado em 375 projetos educativos em cem pa ses TOMMASI WARD HADDAD 1990 p 128 No final do s culo XX v rios pa ses fizeram reformas educacionais a maioria delas orquestradas pelo Banco Mundial No Brasil a reforma foi regulamentada no governo de Fernando Henrique Cardoso com a assinatura da Lei n 9 394 96 conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDBEN 96 Ser que uma educa o que se orienta por pol ti
113. ncia na escola II liberdade de aprender ensinar pesquisar e divulgar a cultura o pensamento a arte e o saber pluralismo de id ias e de concep es pedag gicas IV respeito liberdade e apre o toler ncia V coexist ncia de institui es p blicas e privadas de ensino VI gratuidade do ensino p blico em estabelecimentos oficiais VII valoriza o do profissional da educa o escolar VIII gest o democr tica do ensino p blico na forma desta Lei e da legisla o dos sistemas de ensino IX garantia de padr o de qualidade X valoriza o da experi ncia extra escolar XI vincula o entre a educa o escolar o trabalho e as pr ticas sociais Negritos e it licos meus Em v rias outras partes da lei encontra se a palavra cidadania que aparece cinco vezes e autonomia que aparece nove vezes denotando que a LDBEN 96 em seu discurso se apropria da linguagem e dos ideais iluministas para a educa o Esse discurso adv m da Constitui o cidad de 1988 lei maior que fundamenta a LDBEN 96 e que foi promulgada antes do per odo da hegemonia neoliberal no Brasil conforme descri o realizada no cap tulo dois Existe por m uma mudan a sutil comparando se o artigo 206 da Constitui o que define os princ pios do ensino apresentado no cap tulo dois com o artigo terceiro da LDBEN 96 citado pois no texto constitucional verifica se que os itens IV X e XI grifados
114. nda mais preocupante que a palavra cr tica n o mencionada no texto da LBDEN 96 uma nica vez e a palavra cr tico apenas uma vez no artigo 35 que trata do ensino m dio Com aus ncia da educa o cr tica impossibilita se a emancipa o e fortalece se a adapta o evidenciando a contradi o com os princ pios iluministas anunciados nos primeiros artigos que tratam dos princ pios e fins da educa o 3 3 2 LBDEN 96 e ensino cr tico Como demonstrado no primeiro cap tulo sobre as causas e os cen rios do neobarbarismo a cr tica da realidade seja ao capitalismo tardio ind stria cultural ao conceito equivocado de progresso ao trabalho hipostasiado domina o raz o instrumental etc deveriam ser um dos maiores objetivos da educa o ensino deveria desenvolver as aptid es cr ticas ele deveria conduzir as pessoas por exemplo capacidade de desmascarar ideologias deveria proteg las ante identifica es falsas e problem tica ADORNO 2000 p 79 A LDBEN 96 contradiz se quando parece defender uma educa o para emancipa o no segundo e terceiro artigo e quase ignora este objetivo no restante deles Na educa o b sica 90 o artigo 26 que trata do curr culo exige no primeiro par grafo obrigatoriamente o estudo da l ngua portuguesa e da matem tica o conhecimento do mundo f sico e natural e da realidade social e pol tica especialmente do Brasil O
115. nde cada vez menos si mesmo e cada vez mais dos colossos do poder A moderna cultura de massas mesmo que sofisticada a ponto de atender a nichos mercadol gicos espec ficos e mesmo aos gostos individuais glorifica o mundo como ele O pensamento que n o serve aos interesses de qualquer grupo estabelecido ou n o adequado aos neg cios de qualquer ind stria n o tem lugar considerado in til ou sup rfluo O decl nio da individualidade afeta tanto os grupos sociais mais baixos quanto os mais altos 46 N o a tecnologia nem a autopreserva o que devem ser responsabilizadas em si mesmas pelo decl nio do indiv duo n o a produ o per se mas as formas que assume isto as inter rela es dos seres humanos dentro do quadro espec fico do industrialismo O decl nio do indiv duo deve ser atribu do n o s realiza es t cnicas do homem e nem ao pr prio homem as pessoas s o geralmente melhores do que pensam dizem ou fazem mas sim a atual estrutura e conte do da mente objetiva o esp rito que penetra a vida social em todos os seus setores Os modelos de pensamento e a o que as pessoas aceitam j preparado e fornecidos pelas ag ncias de cultura de massa agem por sua vez no sentido de influenciar essa cultura como se fossem as id ias do pr prio povo A mente objetiva da nossa poca cultua a ind stria a tecnologia e a nacionalidade sem nenhum princ pio que d um sentido a essas categorias
116. nergias para o trabalho diminuiu ainda mais com 40 o tempo livre do indiv duo esta divis o da vida em duas metades enaltece a coisifica o que entrementes subjugou quase completamente o tempo livre ADORNO 1995 p 73 Adorno exemplifica como o tempo livre submete se a l gica do capital Exemplar o comportamento daqueles que se deixam queimar ao sol s por amor ao bronzeado e embora o estado de letargia ao sol n o seja prazeroso de maneira nenhuma e talvez desagrad vel fisicamente o certo que torna as pessoas espiritualmente inativas O car ter fetichista da mercadoria se apodera atrav s do bronzeado da pele que de resto pode ficar muito bem das pessoas em si elas se transformam em fetiches para si mesmas A id ia de que uma garota gra as sua pele bronzeada tenha um atrativo er tico especial provavelmente apenas uma racionaliza o O bronzeado tornou se um fim em si mais importante que o flerte para o qual talvez devesse servir em princ pio Quando um funcion rio retorna das f rias sem ter obtido a cor obrigat ria pode estar certo de eu os colegas perguntar o mordazes Mas n o estavas de f rias ADORNO 1995 p 74 O tempo livre torna se tempo n o livre ou seja tamb m determinado de fora o estado de heteronomia kantiana ou heterodetermina o segundo Adorno ADORNO 1995 O tempo livre controlado pela ind stria cultural e pelo trabalho ela ind
117. niversal assenta se num conceito de hist ria universal Mas o conceito de hist ria universal irrecuper vel ADORNO 1995 p 40 Tem se ent o que buscar um outro sentido para progresso Progresso significa sair do encantamento tamb m o do progresso ele mesmo natureza medida em que a humanidade toma consci ncia de sua pr pria naturalidade e por fim domina o que exerce sobre a natureza e atrav s da qual a da natureza se prolonga Neste sentido poder se ia dizer o progresso acontece ali onde ele termina ADORNO 1995b p 47 O verdadeiro progresso seria revitalizar o indiv duo porque a sociedade em seu processo hist rico imediatamente humana e tem sua lei naquilo que os pr prios homens s o ADORNO 1995 p 54 1 3 6 Semiforma o A fetichiza o do progresso fortalece o particularismo deste sua limita o s t cnicas Se o progresso realmente se adonasse da totalidade cujo conceito leva a marca de sua viol ncia j n o seria totalit rio O progresso n o uma categoria conclusiva Ele quer atrapalhar o triunfo do mal radical n o triunfar sem si mesmo Pode se imaginar um estado no qual a categoria perca seu sentido e que no entanto n o seja este estado de regress o universal que hoje se associa como o progresso Ent o o progresso transforma se na resist ncia contra o perdur vel perigo de reca da Progresso esta resist ncia em todos os graus n o o de entreg
118. nstrada no item IV a compreens o dos fundamentos cient fico tecnol gicos dos processos produtivos relacionando a teoria com a pr tica no ensino de cada disciplina e no artigo 36 segundo par grafo que determina que O ensino m dio atendida a forma o geral do educando poder prepar lo para o exerc cio de profiss es t cnicas Par grafo este regulamentado no Decreto n 5 154 de 23 de julho de 2004 Num contexto de neoliberalismo crise do capitalismo tardio em que faltam postos de trabalho ao mesmo tempo em que o sistema precisa de cada vez mais consumidores expl cita a intencionalidade da LDBEN 96 em seu artigo 35 item III que determina que a educa o b sica deve preparar o educando para o trabalho e para continuar aprendendo para ser capaz de adaptar se com flexibilidade a novas condi es de ocupa o Percebe se que a lei n o fala de profiss o mas sim de novas condi es de ocupa o Quais seriam elas As condi es impostas pelo capitalismo tardio e pela ind stria cultural Ela determina que a educa o b sica deve capacitar o educando adapta o e flexibilidade a essas condi es A 92 lei n o deveria fortalecer a autonomia e a emancipa o numa sociedade em que a adapta o feita de forma quase autom tica Evidencia se neste artigo a contradi o com o texto de ideais emancipat rios descritos nos artigos que tratam dos princ pios e fins da educa o Na se o qu
119. ntes e jovens da classe m dia no Brasil Desde a morte do ndio incendiado por engano em Bras lia por seus jovens algozes que pensavam que ele era um mendigo a empregada que foi espancada num ponto de nibus no Rio de Janeiro confundida com uma prostituta Mendigo e prostituta n o s o seres humanos Finalmente o crime neo b rbaro em que jovens ditos civilizados arrastaram uma crian a Jo o H lio no asfalto do Rio de Janeiro por puro sadismo at mat lo Este crime que comoveu o pa s e que gerou manifesta es para a mudan a da legisla o penal e de seguran a p blica Pergunta se que tipo de educa o p blica ou privada esses jovens receberam As legisla es penais e de seguran a p blica podem coibir os efeitos mas e as causas Se a 112 legisla o educacional n o tem poder para interferir na educa o familiar tem por outro lado o dever de estabelecer efetivamente os princ pios e fins da educa o p blica e privada de forma que esse neobarbarismo n o se repita Este um dos pap is do Estado e que os cidad os que ainda resistem t m o dever de exigir que o governo o cumpra 10 1 a 12 13 113 REFER NCIAS ADORNO Theodor W Educa o e emancipa o 2 ed Tradu o de Wolfgang Leo Maar Rio de Janeiro Paz e Terra 2000 189 p O conceito de esclarecimento In HORKHEIMER Max ADORNO Theodor W Dial tica do esclarecimento fragmentos filos ficos Tradu o de Gui
120. o seseseeeesseesseesseessesesseeesseesseesseesseresseee 39 1 3 4 Decl nio doindividuo zana q q e E a pad 40 1 3 5 Critica O PrOSTESSO usas cisaperatenoasaa espa no iahanaas asa fada sda AE EA E E Saad saga 42 LIO SEMONMA O pasa a RE A a a a a a A 47 1 3 7 Forma o moral E Ete amissi ee iaie e e s Ee e a TO 49 2 TEXTO E CONTEXTO DA NOVA LEGISLA O BRASILEIRA DE EDUCA O aroe a Aa Rd e a 53 2 1 Contexto internacional crise do capitalismo neoliberalismo e educa o 54 2 2 Contexto nacional democracia e neoliberalismo 61 2 3 Hist rico da legisla o educacional no Brasil 65 2 3 1 Leis de Diretrizes e Bases da Educa o anteriores 67 2 3 2 Lei de Diretrizes e Bases da Educa o 1996 68 2 3 3 Par metros e Diretrizes Curriculares Nacionais ii T11 3 NEOBARBARBARISMO CONTRADI ES E OMISS ES NA LDBEN 96 82 3 1 Apropria o dos ideais iluministas e democr ticos na LDBEN 96 82 3 2 Dura lex sed lex cr tica a flexibilidade da LDBEN 96 sssssssssssssseso 85 3 3 O neobarbarismo na LDBEN 06 casas scagieiiaa pussasiaas fonts a gata sea fo regata psicaganqassiusisaigadd 87 2 53 L EDBEN 90 ca Cduca o ant signs raa os pres Dao LS DA dede Ee qps ia tadaa 87 3 3 2 LBDEN 96 enS MOCC O docas sussio A radar ligas sam sl Esa cega pese sl r
121. o n mero de artigos Por exemplo enquanto que a educa o infantil que atinge a todos s o tratadas com apenas tr s artigos a educa o superior cuja participa o de uma reduzida parcela da popula o tratada em quinze artigos demonstrando a pouca nfase que a lei d ao ensino infantil Para melhor entender alguns aspectos da nova LDBEN 96 apresenta se no anexo B as compet ncias da Uni o dos estados e dos munic pios em rela o a v rios temas em representa es esquem ticas segundo Fernandes 1998 Essas tabelas facilitam a compreens o da organiza o e funcionamento da educa o brasileira segundo as determina es da LDBEN 96 Na primeira tabela observam se as responsabilidades das diferentes esferas de governo quanto organiza o dos sistemas de ensino conforme artigo 8 ao 11 Na segunda tabela observam se os n veis e modalidades de educa o e ensino que compreende 37 artigos do artigo 21 ao 58 Na terceira tabela percebe se que enquanto os munic pios e estados assumem uma fun o executiva a Uni o assume uma fun o maior de planejamento normativa avaliativa e de defini o de diretrizes e compet ncias em rela o aos estados e munic pios 2 3 3 Par metros e Diretrizes Curriculares Nacionais O artigo 210 da Constitui o de 1988 disp e que ser o fixados conte dos m nimos para o ensino fundamental de maneira a assegurar forma o b sica comum e respeito aos valores culturais
122. o CEB n 3 de 26 de junho de 1998 tamb m seguem as orienta es da LDBEN 96 diz no seu primeiro artigo que eles objetivam vincular a educa o com o mundo do trabalho e a pr tica social consolidando a prepara o para o exerc cio da cidadania e propiciando prepara o b sica para o trabalho 25 o 2 P Esta express o muito adequada pois vem da poca colonial quando o Brasil fazia leis para agradar a Inglaterra como a proibi o do tr fego negreiro por m estas leis n o eram efetivamente cumpridas 107 Elas parecem por m avan ar no sentido de uma educa o contra o neobarbarismo pois realmente parecem priorizar os valores apresentados conforme o segundo artigo A organiza o curricular de cada escola ser orientada pelos valores apresentados na Lei 9 394 a saber I os fundamentais ao interesse social aos direitos e deveres dos cidad os de respeito ao bem comum e ordem democr tica II os que fortale am os v nculos de fam lia os la os de solidariedade humana e de toler ncia rec proca CNE 1998 s p Enquanto que na LDBEN 96 parecem ser ignorados s o enfatizados em quase todo o discurso dos DCNs do ensino m dio Cita se como exemplo o segundo par grafo da letra i do item III do nono artigo 2 As propostas pedag gicas das escolas dever o assegurar tratamento interdisciplinar e contextualizado para a Educa o F sica e Arte como componente
123. o entender a rela o entre o conceito tradicional de barb rie e o conceito da reca da na barb rie Neste primeiro momento recorre se ao estudo de Vico primeiro a discutir a possibilidade de uma reca da na barb rie e de Freud que parece ter descoberto suas causas psicol gicas Posteriormente estabelecem se as duas causas da reca da na barb rie a morte da raz o e o conceito de domina o Na morte da raz o analisado como a raz o instrumental destronou a raz o e se tornou totalit ria No conceito de domina o mostra se como este acompanhou a civiliza o ocidental desde o seu in cio A busca do homem para dominar a natureza estende se na domina o do homem pelo pr prio homem e nesse processo acaba por ser ele mesmo subjugado pela natureza e pelo sistema de domina o por ele engendrado Depois passa se para o cen rio da reca da na barb rie em uma an lise da sociedade contempor nea em que s o discutidas as seguintes quest es capitalismo tardio ind stria cultural tempo livre e trabalho hipostasiado decl nio do indiv duo progresso e semiforma o No capitalismo tardio destacada a perversidade que subordina todas as outras dimens es humanas dimens o econ mica Esta subordina o efetivada tamb m e principalmente por meio da ind stria cultural em que a cultura transformada em mercadoria e o sistema mantido pela aliena o do indiv duo No item tempo livre e trabalho 21 hiposta
124. o nacional percebe se sua inspira o nos ideais iluministas de uma educa o para a emancipa o inspirada nos ideais da Revolu o Francesa de igualdade liberdade e fraternidade Nesse artigo l se A educa o dever da fam lia e do Estado inspirada nos princ pios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o trabalho 83 O Iluminismo ou Esclarecimento em alem o Aufkl rung em ingl s Enlightenment foi um movimento intelectual surgido na segunda metade do s culo XVIII o chamado s culo das luzes Immanuel Kant 1989 ele pr prio um expoente da filosofia dessa poca definiu o Iluminismo como a sa da do ser humano do estado de n o emancipa o em que ele pr prio se colocou N o emancipa o a incapacidade de fazer uso de sua raz o sem recorrer a outros Tem se culpa pr pria da n o emancipa o quando ela n o adv m de falta da raz o mas da falta de decis o e de coragem de usar a raz o sem as instru es de outrem Sapere 23 aude O ideal de educa o iluminista era de uma educa o emancipadora Os ideais da trilogia da Revolu o Francesa no terceiro artigo que trata dos princ pios da Educa o ficam mais expl citos Artigo 3 O ensino ser ministrado com base nos seguintes princ pios I igualdade de condi es para o acesso e perman
125. o seu esp rito PEDROSA 2004 p 155 Sendo a forma o para a compet ncia e a qualifica o dimens es ligadas educa o a rela o entre trabalho e esta ganharia tamb m um novo sentido a educa o com o objetivo da qualifica o para o trabalho Surge assim a id ia da reestrutura o dos sistemas educacionais para cumprir este fim Analisa se mais detalhadamente esta reestrutura o no cap tulo tr s Uma das estrat gias do capitalismo para sair da crise provocada pelo fordismo keynesianismo o neoliberalismo O liberalismo do latim l ber livre no sentido original refere se a uma filosofia pol tica que tenta limitar o poder pol tico defendendo e apoiando os direitos individuais Surgiu com os iluministas do s culo XVIII como John 57 Locke e Montesquieu RUSS 1994 Junto veio a id ia de que a liberdade comercial iria ser ben fica a todos e foi associada com a defesa do capitalismo O liberalismo econ mico defendia o fim da interven o do Estado na produ o e na distribui o das riquezas das medidas protecionistas e dos monop lios Defendia a livre concorr ncia entre as empresas Adam Smith Malthus e David Ricardo foram alguns pensadores que defenderam essas posi es RUSS 1994 O decl nio do liberalismo cl ssico remonta ao final do s culo XIX e a quebra da Bolsa Nova York em 1929 seguida da Grande Depress o foi o golpe de miseric rdia A partir da novas teorias que propunham a
126. om tamanha barb rie O importante para o entendimento deste dilema que a raz o n o nica Arist teles 1987 j havia percebido isto e j a dividia em teor tica e pr tica Kant 1985 por sua vez em raz o pr tica e pura Max Horkheimer 2000 explicita a raz o objetiva e subjetiva Ele chama de raz o subjetiva a faculdade de classifica o infer ncia e dedu o n o importando o conte do espec fico dessas a es ou seja o funcionamento abstrato do mecanismo de pensamento HORKHEIMER 2000 p 13 Segundo ele essa raz o relaciona se essencialmente com meios e fins com a adequa o de procedimentos a prop sitos HORKHEIMER 2000 p 13 A raz o n o se preocupa com a an lise dos prop sitos Seria como se a raz o fosse o instrumento para discernir a melhor forma de percorrer um trajeto sem no entanto ser capaz de refletir sobre o melhor destino Para essa raz o o fim racional no sentido subjetivo serve se aos interesses do indiv duo e sua autopreserva o A id ia de que um objetivo possa ser racional por si mesmo fundamentada nas qualidades que se podem discernir dentro dele sem refer ncia a qualquer esp cie de lucro ou vantagem para o sujeito inteiramente alheia raz o subjetiva mesmo quando esta se ergue acima das considera es de valores utilit rios imediatos e se dedica a reflex es sobre a ordem social como um todo HORKHEIMER 2000 p 14 2000 p 1
127. omo fal ncia da cultura existe uma raz o objetiva da barb rie que designarei bem simplesmente como a da fal ncia da cultura A cultura que conforme sua pr pria natureza promete tantas coisas n o cumpriu a sua promessa Ela dividiu os homens A divis o mais importante aquela entre trabalho f sico e intelectual Deste modo ela subtraiu aos homens a confian a em si e na pr pria cultura E como costuma acontecer nas coisas humanas a consegii ncia disto foi que a raiva dos homens n o se dirigiu contra o n o cumprimento da situa o pac fica que se encontra propriamente no conceito de cultura Em vez disto a raiva se voltou contra a pr pria ADORNO 2000 p 165 34 1 3 1 O capitalismo tardio A domina o do seres humanos continua a ser exercida atrav s do processo econ mico ADORNO Lima Vaz define assim as dimens es do indiv duo O indiv duo trabalha e consome apreende e cria reinvidica e consente participa e recebe ethos econ mico ethos cultural ethos pol tico e ethos social LIMA VAZ 2000 p 22 e acrescenta O advento de uma sociedade na qual o econ mico alcan ou uma dimens o e um peso enormes tornou aguda e atual a quest o da natureza e influxo exercido pela esfera da produ o sobre as outras esferas e subconjuntos da sociedade LIMA VAZ 2000 p 23 Adorno um daqueles que se prop s a mostrar como a l gica do lucro condiciona as outras esferas da sociedade
128. orma o tecnol gica com o ensino universal mantendo a 75 responsabilidade do Estado perante as escolas t cnicas federais e asseguravam claramente o direito gratuidade e a responsabilidade do Estado na educa o de jovens e adultos trabalhadores contemplavam sem subterf gios medidas objetivas e a clara fun o do Estado no ensino de car ter especial J o Substitutivo Darcy Ribeiro segundo Otranto 1996 apresentava uma proposta diametralmente oposta s demais descomprometia o Estado com a educa o Infantil pr escolar estabelecia uma concep o fragmentada do Sistema Nacional de Educa o criava cursos seq enciais por campo de saber de diferentes n veis de abrang ncia no mbito da educa o superior sem especificar exig ncia de conclus o do ensino m dio criava os Institutos Superiores de Educa o curso normal superior desvinculado das universidades e das pesquisas para formar em menor espa o de tempo os professores para o ensino fundamental e m dio comprometia a forma o de professores medida que qualquer profissional mediante treinamento poderia tornar se professor por omiss o permitia a cobran a de taxas escolares no ensino m dio p blico n o assegurava a gratuidade do ensino superior nas institui es mantidas pelo poder p blico acabava com a indissociabilidade entre ensino pesquisa e extens o O Substitutivo Darcy Ribeiro aprovado nas duas Comiss es Educa o Constitui o
129. ortivas n o formais E nada de conhecimento cr tico da realidade e a adapta o esta sim por meio do item II orienta o para o trabalho Os artigos 29 30 e 31 somente estes tratam da educa o infantil nada falam do assunto Conforme analisado no t pico anterior Adorno considerava que a cr tica do realismo supervalorizado deveria ser implementada na primeira inf ncia ADORNO 2000 91 No ensino fundamental no artigo 32 apenas o car ter adaptativo da lei refor ado uma vez que a cr tica ao ambiente social ao sistema pol tico da tecnologia e valores sociais omitida referindo se o texto apenas palavra compreens o Somente no ensino m dio artigo 35 item III aparece por nica vez o incentivo ao ensino cr tico III o aprimoramento do educando como pessoa humana incluindo a forma o tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento cr tico Mesmo aqui por m este discurso parece ideol gico uma vez que a nfase do ensino m dio a adapta o E a adapta o com flexibilidade j que no mundo do capital j n o h trabalho para todos como descrito no item II deste artigo II a prepara o b sica para o trabalho e a cidadania do educando para continuar aprendendo de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condi es de ocupa o ou aperfei oamento posteriores Negritos meus A nfase na adapta o tamb m demo
130. os direitos de explora o dos servi os de telecomunica o telefonia fixa e celular explora o de sat lites etc a companhias privadas anteriormente as empresas p blicas tinham o monop lio dos servi os SALLUM JR 2003 p 45 O governo conseguiu a aprova o de uma lei de prote o aos direitos de propriedade industrial e intelectual tal como recomendado pela Organiza o Mundial de Com rcio OMC executou um programa de privatiza es e venda de concess es ampliando o programa de abertura comercial j implementado Foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal que fixou limites m ximos para todos os pagamentos de pessoal as d vidas dos estados e munic pios foram renegociadas e foram proibidos por muito tempo novos empr stimos e renegocia es com o governo federal Embora a pol tica macroecon mica do primeiro mandato do FHC a sobrevaloriza o do c mbio e as altas taxas de juros tenham produzido estabilidade monet ria tamb m conduziram a economia brasileira a um desequil brio externo bastante s rio Demonstrado principalmente na crise do M xico em dezembro de 1994 65 A fragilidade financeira do pa s em rela o ao Exterior acabou cobrando um pre o alto demais A pol tica cambial brasileira teve de ser alterada no in cio do segundo mandato de FHC para evitar o esgotamento das reservas em moeda estrangeira que ancoravam o real Sublinhe se ainda que a mudan a ocorreu apesar de o governo ter assi
131. os nos opor n o s exteriormente pela pol tica mas tamb m em outros planos muito mais profundas ADORNO 2000 p 142 A aus ncia de individua o na educa o reacion ria e leva ao neobarbarismo como j havia percebido Adorno o antiindividualismo que dominou a pedagogia alem durante tanto tempo e que ainda se faz sentir era reacion rio fascist ide preciso se opor ao antiindividualismo autorit rio ADORNO 2000 p 152 N o f cil estabelecer uma educa o para a individua o no mundo do capitalismo tardio e da ind stria cultural A educa o por m deveria posicionar se claramente a favor da emancipa o num mundo em que a adapta o quase que autom tica Em outras palavras uma educa o para a resist ncia A situa o paradoxal Uma educa o sem indiv duos opressiva repressiva Mas quando procuramos cultivar Indiv duos da mesma maneira que cultivamos plantas que regamos com gua ent o isto tem algo de quim rico e de ideol gico A nica possibilidade que existe tornar tudo isso consciente na educa o por exemplo para voltar mais uma vez adapta o colocar no lugar da mera adapta o uma concess o transparente a si mesma onde isto inevit vel e em qualquer hip tese confrontar a consci ncia desleixada Eu diria que hoje o indiv duo s sobrevive enquanto n cleo impulsionador da resist ncia ADORNO 2000 p 154 95 3 3 4 LDBEN 96 e emancipa o
132. ositivista nico e universal encontram se esvaziados o conceito de barb rie consequentemente tamb m se relativiza Quem o b rbaro Apontar o b rbaro parece extremamente b rbaro Que cultura tem poder para julgar que outra cultura seja b rbara Mesmo que a outra cultura por exemplo pratique atos cru is como o apedrejamento de mulheres ad lteras ou a les o genital feminina como algumas tradi es africanas podem se avali las a partir dos referenciais de cultura brasileira 23 Um novo conceito de barb rie por m vai se elaborando O primeiro a perceber a possibilidade de uma barb rie p s civiliza o parece ter sido Giambattista Vico 1668 1744 O esp rito depois de completar seu ciclo de progresso depois de ascender sucessivamente do sensorial ao imaginativo e ao universal racional e da viol ncia equidade compelido de acordo com sua natureza eterna a recair na viol ncia e na sensa o A civiliza o chega ao seu termo na barb rie da reflex o a qual pior que a barb rie primitiva da sensa o pois ao passo que nesta n o deixava de haver certa nobreza selvagem aquela desprez vel suspeita e trai oeira VICO apud MUNFORD 1958 p 412 Com a express o barb rie da reflex o ou barb rie recorrente Vico parece indicar um novo conceito para a barb rie N o mais a barb rie como est gio anterior civiliza o mas a barb rie do civilizado Ele ainda
133. p blica teve como pano de fundo a separa o entre Estado e Igreja a segunda Carta marcou essa reaproxima o No que diz respeito educa o instaurou o ensino religioso de car ter facultativo e de acordo com os princ pios de cada fam lia nas escolas p blicas Apenas tr s anos depois por m a Constitui o de 1937 promulgada no Estado Novo sustentava princ pios opostos s id ias liberais e descentralistas da Carta anterior Rejeitava um plano nacional de educa o atribuindo ao poder central fun o de estabelecer as bases da educa o nacional Com o fim do Estado Novo a Constitui o de 1946 retomou em linhas 8 Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Ldb gt I Para mais informa es veja lt http pt wikipedia org wiki Escola nova gt 67 gerais o cap tulo sobre educa o e cultura da Carta de 1934 iniciando se assim o processo de discuss o do que viria a ser a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educa o 2 3 1 Leis de Diretrizes e Bases da Educa o anteriores A primeira LDBEN foi promulgada em 20 de dezembro de 1961 a Lei n 4 024 no governo de Jo o Goulart Ap s ser prevista no texto constitucional de 1934 o primeiro projeto de lei foi encaminhado em 1948 sendo necess rios treze anos de debate at o texto final Possui 120 artigos Ela aumentou a autonomia aos rg os estaduais diminuindo a centraliza o do poder no Minist rio da Educa o e Cultura MEC art 10
134. parcial desta disserta o por processos de fotocopiadoras e eletr nicos Igualmente autorizo sua exposi o integral nas bibliotecas e no banco virtual de disserta es da FUNEDI UEMG Divin polis 7 de dezembro de 2007 Jomar Teodoro Gontijo Disserta o defendida e APROVADA pela Banca Examinadora constitu da pelos Professores Prof Dr Jos Geraldo Pedrosa Orientador CEFET MG Prof Dr Maria de F tima Almeida Martins UFMG Prof Dr Mateus Henrique de Faria Pereira FUNEDI UEMG Mestrado em Educa o Cultura e Organiza es Sociais Funda o Educacional de Divin polis Universidade do Estado de Minas Gerais Divin polis 7 de Dezembro de 2007 Dedico esta pesquisa aos milhares de professores as desconhecidos as da educa o infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental Com baixos sal rios com poucos recursos did ticos e materiais realizam a mais importante tarefa na desbarbariza o da educa o brasileira Quem n o se lembra da primeira professora e de suas li es Considero que este trabalho forne a subs dios para que esses profissionais sejam cada vez mais valorizados demonstrando o quanto sua atividade importante para a educa o Espero que ele possa motiv los as a continuar a luta por melhores condi es de trabalho que significa uma melhor educa o para o Brasil e uma sociedade melhor AGRADECIMENTOS Agrade o principalmente a minha esposa Ales
135. partid ria amplamente majorit ria a vit ria de pol ticos aliados do presidente em quase todos os estados tudo isso j permitia antever que no dia 1 de janeiro de 1995 os representantes de um novo sistema hegem nico de poder assumiriam o comando de um Estado ancorado numa moeda provavelmente est vel Nada parecia faltar para que eles pudessem completar bem a tarefa de moldar a sociedade ao ide rio econ mico liberal SALLUM JR 2003 p 44 As prioridades do governo Fernando Henrique Cardoso FHC podem ser resumidas segundo Sallum 2003 em transfer ncia das fun es empresariais do Estado para a iniciativa privada expans o de suas fun es reguladoras conforme a teoria do Estado m nimo finan as p blicas equilibradas e articula o com a economia mundial prioritariamente ao Mercosul Para alcan ar esses objetivos realizou inclusive reformas constitucionais os projetos de reforma constitucional e infra constitucional submetidos ao Congresso foram quase todos aprovados entre os quais se destacaram a o fim da discrimina o constitucional ao capital estrangeiro b a explora o o refino e o transporte de petr leo e g s monopolizados pela companhia estatal de petr leo Petrobras foram transferidos para a Uni o e convertidos em concess o do Estado s empresas principalmente a estatal que manteve grandes vantagens em rela o a outras concession rias privadas e c o Estado foi autorizado a conceder
136. pdf gt Acesso em 1 out 2007 PEDROSA Jos Geraldo Trabalho e educa o no capitalismo tardio cr tica do trabalho hipostasiado 2004 222 f Tese Doutorado em Educa o Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo RUSS Jaqueline Dicion rio de filosofia Scipione S o Paulo 1994 SALLUM JR Bras lio Metamorfoses do estado brasileiro no final do s culo XX Revista Brasileira Ci ncias Sociais jun 2003 v 18 n 52 p 35 55 117 60 SAVIANI Dermeval A nova lei da educa o trajet ria limites e perspectivas Campinas Autores Associados 1997 61 Dermeval Da nova LDB ao novo Plano Nacional de Educa o por uma outra pol tica educacional 2 ed Campinas Autores Associados 1999 62 SCHAFF Adam A sociedade inform tica S o Paulo Brasiliense 1990 157 p 63 SILVA Tomaz T O projeto educacional da nova direita e a ret rica da qualidade total In GENTILI Pablo Org Escola S A Bras lia CNTE 1996 p 167 188 64 SOBRAL Fernanda MACIEL Maria L cia TRIGUEIRO Michelangelo Org A alavanca de Arquimedes Ci ncia e tecnologia na virada do s culo Bras lia Paralelo 15 1997 65 STIGLITZ J E A globaliza o e seus malef cios A promessa n o cumprida de benef cios globais S o Paulo Futura 2002 66 TEIXEIRA An sio Educa o n o privil gio 5 ed Rio de Janeiro Rio de Janeiro Editora UFRJ 1994 250 p 67 TOMMASI L via de WARDE Mir
137. pelo MEC teriam como foro de delibera o a C mara de Educa o B sica CEB do CNE No entanto a divulga o da primeira vers o dos Par metros Curriculares Nacionais PCN pelo MEC deu se antes mesmo de os conselheiros do CNE iniciarem seu novo mandato em fevereiro de 1996 80 Os conselheiros depararam se com o problema da defini o de compet ncias As diretrizes tinham chegado aos conselheiros ap s terem passado por um processo longo de elabora o e de detalhamento denominados PCNS Existe uma dist ncia entre os PCNs e o que poderia ser um conjunto de conte dos m nimos e obrigat rios para o ensino fundamental ou uma proposta de diretrizes curriculares Os PCNs uma complexa proposta curricular que cont m diretrizes axiol gicas orienta es metodol gicas crit rios de avalia o conte dos espec ficos de todas as reas de ensino e conte dos a serem trabalhados de modo transversal na escola Os conselheiros encontraram uma solu o declaram que os PCNs n o t m um car ter obrigat rio O CNE ent o come ou a elaborar as Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs A Resolu o n 2 de abril de 1998 da C mara de Educa o B sica apresenta as DCNs de car ter obrigat rio como O conjunto de defini es doutrin rias sobre princ pios fundamentos e procedimentos na Educa o B sica que orientar o as escolas brasileiras dos sistemas de ensino na organiza o na articula o no
138. por m a leitura do livro Laurence Kohlberg tica e Educa o Moral de ngela M B Biaggio 2002 que consta nas refer ncias bibliogr ficas desta pesquisa 53 2 TEXTO E CONTEXTO DA NOVA LEGISLA O BRASILEIRA DE EDUCA O Para se compreender o real significado da legisla o n o basta ater se letra da lei preciso captar o seu esp rito N o suficiente analisar o texto preciso analisar o contexto N o basta ler nas linhas preciso ler nas entrelinhas DERMEVAL SAVIAND Este cap tulo objetiva explanar sobre o contexto pol tico social e econ mico internacional e nacional em que a atual legisla o brasileira de educa o foi promulgada Objetiva tamb m fazer uma descri o dessas leis de uma forma gen rica sem no entanto analis las segundo a fundamenta o te rica apresentada no primeiro cap tulo Ele foi elaborado para esclarecer o pano de fundo da reforma educacional brasileira e as influ ncias que a esta recebeu Este cap tulo tamb m pretende apresentar os cen rios do neobarbarismo na sociedade contempor nea e a legisla o educacional brasileira com nfase na Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDBEN para que no terceiro cap tulo seja constru da a rela o com o neobarbarismo O contexto internacional estudado principalmente a partir de Schaff 1990 Kurz 1992 Tommasi Ward e Haddad 1990 o contexto nacional a partir de Sallum Jr 2003
139. que mundo do trabalho ou talvez outras como mundo da falta de trabalho ou ainda mundo do trabalho hipostasiado como discutido anteriormente Esta vincula o como qualifica o para lembrada em todo o texto da LBDEN 96 No segundo par grafo que trata dos princ pios l se sua qualifica o para o trabalho No terceiro a vincula o lembrada no item XI Nas finalidades da educa o b sica definida no artigo 22 l se fornecer lhe meios para progredir no trabalho e no artigo 27 item III que trata do curr culo b sico encontra se orienta o para o trabalho E no artigo 28 que trata da educa o b sica no meio rural explicita adapta o e adequa o Na oferta de educa o b sica para a popula o rural os sistemas de ensino promover o as adapta es necess rias sua adequa o s peculiaridades da vida rural e de cada regi o Especialmente no item III orienta adequa o natureza do trabalho na zona rural Evidencia assim o car ter mais adaptativo do que emancipat rio da lei 97 No ensino m dio a determina o para adapta o intensifica se no artigo 35 encontra se no item IV a compreens o dos fundamentos cient fico tecnol gicos dos processos produtivos relacionando a teoria com a pr tica no ensino de cada disciplina e no item H explicita mais aspectos ideol gicos a prepara o b sica para o trabalho e
140. que como se disse foram nos s culos precedentes Julgados inerentes ou sancionados pela raz o perderam as suas ra zes intelectuais Quem pode afirmar que qualquer destes ideais mais estritamente relacionado com a verdade do que o seu oposto A afirma o de que a justi a e a liberdade s o em si mesmas melhores do que a injusti a e a opress o cientificamente inverific vel e in til Quanto mais esmaculado se torna o conceito de raz o mais facilmente se presta manipula o ideol gica e propaga o das mais clamorosas mentiras HORKHEIMER 2000 p 32 Assim as afirma es como as do nazi facismo que tornaram poss vel a barb rie da Segunda Guerra Mundial como as falsas justificativas que levaram Bush ignorando o Conselho de Seguran a da ONU a invadir o Iraque e outros exemplos expl citos de barb rie tornam se aceit veis por meio de uma an lise dos fins pretendidos Se a raz o n o mais capaz de definir qual o melhor fim quem o far ent o A religi o A arte Cada indiv duo de acordo com sua predile o A cultura O modo de vida individualista e consumista propagado pelo capitalismo tardio A moral a tica e o dever encontram se sem a possibilidade de fundamenta o razo vel Se apontar quem b rbaro nos parece b rbaro n o ser capaz de apontar o b rbaro nos parece mais b rbaro ainda De onde surgir o as refer ncias axiol gicas para o mundo Estabeleceu se a crise e com e
141. r 111 contribu do para o entendimento legisla o educacional contempor nea no Brasil Buscou se identificar os sentidos pol tico axiol gico e ideol gico impl citos na LDBEN 96 verificar as influ ncias que sofreu a LDBEN 96 e o contexto social pol tico e econ mico em que ela foi promulgada e tamb m verificar as omiss es e contradi es no texto da LDBEN 96 segundo a teoria cr tica conforme objetivos espec ficos apresentados Sugerem se por m outras pesquisas para ampliar as conclus es desta Pesquisas te ricas nos PCNs e nos livros did ticos buscando a rela o adapta o emancipa o nesses textos e as influ ncias da LDBEN 96 e dos DCNs neles perguntando se principalmente em que rela o se op em ao neobarbarismo ou o aprofundam Pesquisas emp ricas sobre os educandos que t m se formado sob esta nova legisla o Sobre a grande procura de cursos t cnicos e superiores das reas tecnol gicas em detrimento dos cursos das reas de ci ncias humanas Pesquisas que verifiquem se estes educandos est o mais adaptados ou aut nomos consumistas ou cidad os individualistas ou t m uma consci ncia de comunidade Finalmente pesquisas sobre as pr ticas cotidianas dos professores Como eles se apropriam da legisla o Se elas s o um l cus de resist ncia ou de adapta o Um dado assustador que se tem observado a banaliza o da viol ncia na sociedade V se na m dia o aumento da viol ncia nos adolesce
142. ra o ensino fundamental a participa o das inst ncias pol ticas do Estado Educa o e Sociedade set 2002 v 23 n 80 p 368 385 BRASIL Constitui o 1824 Carta de Lei de 25 de mar o de 1824 Bras lia DF Funda o Projeto Rondon Minter 1986 114 14 Constitui o 1891 Constitui o da Rep blica dos Estados Unidos do Brasil 24 de fevereiro de 1891 Bras lia DF Funda o Projeto Rondon Minter 1986 15 Constitui o 1934 Constitui o dos Estados Unidos do Brasil 16 de julho de 1934 Bras lia DF Funda o Projeto Rondon Minter 1986 16 Minist rio da Educa o e do Desporto Par metros Curriculares Nacionais Documento Introdut rio Vers o preliminar Bras lia MEC SEF nov 1995 17 Lei n 4 024 de 20 de dezembro de 1961 18 Lei n 5 692 de 11 de agosto de 1971 Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1 e 2 graus e d outras provid ncias 19 1996 Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Di rio Oficial da Uni o Bras lia n 248 23 dez 1996 20 1997b MEC prop e mudan a profunda na pedagogia brasileira In Jornal do MEC Bras lia MEC julho de 1997 p 3 21 1998 Par metros Curriculares Nacionais 5 a 8 s ries Bras lia MEC SEF 22 1998b Resolu o CEB 02 98 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental Bras lia C mara de
143. rabalho A crise financeira e o descontrole fiscal por m n o foram solucionados sobretudo n o se conseguia o controle da infla o ap s v rios pacotes econ micos com tentativas Liberal PFL e atualmente apenas Democratas A candidatura de Paulo Maluf foi lan ada pelo PDS e apoiada pelo governo militar 17 O presidente eleito Tancredo Neves n o tomou posse em 15 de mar o de 1985 porque ficou repentinamente doente e morreu poucas semanas depois Em seu lugar foi empossado o vice presidente eleito Jos Sarney que governou at 15 de mar o de 1990 63 fracassadas de controlar os pre os e estabilizar a moeda As id ias econ micas liberais passaram a tornar se relevantes para a elite brasileira Os planos foram interpretados como amea as propriedade privada pois restringiam a liberdade de mercado e amea avam os contratos Da em diante a elite empresarial mobilizou se para moldar as estruturas e controlar as a es do Estado orientando se pelo menos parcialmente pelas concep es neoliberais exigindo desregulamenta o liberdade ao capital estrangeiro privatiza o das empresas estatais etc Assim embora o liberalismo econ mico no Brasil s tenha se tornado politicamente hegem nico nos anos de 1990 essa hegemonia come ou a ser socialmente constru da ainda na segunda metade da d cada de 1980 SALLUM Jr 2003 p 41 Com a elei o presid ncia da Rep blica de Fernando Collor de
144. raz o se manifesta na crise do indiv duo HORKHEIMER 2000 p 131 Quanto mais intensa a preocupa o do indiv duo com o poder sobre as coisas mais as coisas o dominar o mais lhe faltar o os tra os individuais genu nos e mais a sua mente se transformar num aut mato da raz o formalizada HORKHEIMER 2000 p 132 Marcuse 1998 p 77 afirma que a racionalidade individualista se viu transformada em racionalidade tecnol gica O hiper individualismo que se vive na modernidade um condicionante ao neobarbarismo A individualidade prejudicada quando cada homem decide de si mesmo medida que o homem comum se retira da participa o nos assuntos pol ticos a sociedade tende a regredir lei da selva barb rie que esmaga todos os vest gios da individualidade O indiv duo absolutamente isolado sempre foi uma ilus o As qualidades pessoais mais estimadas tais como a independ ncia o desejo de liberdade a simpatia e o senso de justi a s o virtudes t o sociais quanto individuais O indiv duo totalmente desenvolvido a consuma o de uma sociedade totalmente desenvolvida A emancipa o do indiv duo n o uma emancipa o da sociedade mas o resultado da libera o da sociedade da atomiza o Uma atomiza o que pode atingir o cume nos per odos de coletiviza o e de cultura de massas HORKHEIMER 2000 p 137 138 Em fun o das grandes for as sociais e econ micas o indiv duo depe
145. rmas alternativas de acesso Pergunta se que formas alternativas seriam estas Que tipo de brecha a lei abriria neste ponto A palavra colabora o usada diversas vezes especialmente em regime de colabora o entre a Uni o os estados e os munic pios Estas afirma es podem ser mal interpretadas resultando num jogo de um empurrar para o outro as responsabilidades evidenciando uma conseqii ncia dessa falta de clareza da LDBEN 96 Para mais refer ncias pode se recorrer ao estudo que Demo 1997 p 67 75 faz da confus o terminol gica e conceitual em que se v a LDBEN 96 confundindo do come o ao fim em seu texto os conceitos de ensino e educa o N o se discorre este tema por fugir dos objetivos espec ficos desta disserta o Na dubiedade e nas brechas que existem no texto da LDBEN 96 que o neobarbarismo pode infiltrar se Como visto na fundamenta o te rica no t pico Capitalismo Tardio a submiss o de todas as dimens es humanas l gica do lucro um dos cen rios do neobarbarismo Viu se tamb m que o neoliberalismo defende a cria o de um mercado educacional e que a LDBEN 96 foi promulgada num governo neoliberal nas brechas e dubiedades que os grupos que tem interesses econ micos na educa o podem utiliz la de acordo que seus interesses mantendo e aumentando o neobarbarismo 87 3 3 O neobarbarismo na LDBEN 96 No primeiro cap tulo no estudo do decl nio d
146. ros 2001 Acesso em 24 jun 2007 93 3 3 3 LDBEN 96 e a individua o fundamento da democracia Outra quest o fundamental na sociedade contempor nea a do indiv duo e da individua o No primeiro cap tulo no t pico intitulado Decl nio do Indiv duo estudou se como ele se v completamente anulado em face dos poderes econ micos ADORNO 1985 p 14 Para Adorno e Horkheimer s indiv duo aquele que se diferencia a si mesmo dos interesses e pontos de vistas dos outros faz se subst ncia de si mesmo estabelece como norma a autopreserva o e o desenvolvimento pr prio ADORNO HORKHEIMER 1973 p 52 aquele que elevou se a si mesmo categoria de autodetermina o A din mica social do capitalismo tardio desfavorece a individua o Ela obriga o indiv duo econ mico a lutar implacavelmente por seus interesses de lucro O meio ideal da individua o a Arte a Religi o a Ci ncia retrai se e depaupera se como posse privada de alguns indiv duos ADORNO HORKHEIMER 1973 p 55 Resta ent o a educa o a promo o da individua o uma educa o para a autonomia uma educa o que fortale a o senso cr tico do educando O que a LDBEN 96 explicita sobre a individua o Nada Fazendo concess es pode se entender como uma proposta de individua o o artigo 35 item IV referente ao ensino m dio que grafa desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento cr
147. s PDS PDT LISTA DE REDU ES Associa o Nacional de Educa o Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Banco Mundial C mara de Educa o B sica Centro de Estudos Educa o amp Sociedade Conselho Nacional de Educa o Confedera o Nacional dos Trabalhadores Agr colas Diretrizes Curriculares Nacionais Estados Unidos da Am rica Fernando Henrique Cardoso Fundo Monet rio Internacional Ger ncia de Qualidade Total Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Minist rio da Educa o e Cultura Mercado Comum do Cone Sul Movimento dos Trabalhadores sem Terra Ordem dos Advogados do Brasil Organiza o Mundial de Com rcio Organiza o das Na es Unidas Par metros Curriculares Nacionais Partido Democr tico Social Partido Democr tico Trabalhista PETROBRAS PFL PIB PLC PMDB PNAD PSDB TI UNDIME UNICAMP Petr leo Brasileiro S A Partido da Frente Liberal Produto Interno Bruto Projeto de Lei da C mara Partido do Movimento Democr tico Brasileiro Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lios Partido da Social Democracia Brasileira Tecnologia de Informa o Uni o Nacional dos Dirigentes Municipais de Educa o Universidade de Campinas
148. s o econ mica Adorno define o tempo n o livre como aquele que preenchido pelo trabalho e poder amos acrescentar na verdade determinado desde fora ADORNO 1995 p 70 Logo o tempo livre igual ao oposto do tempo n o livre o tempo determinado por dentro ou seja autonomamente Por m aquilo que deveria ser feito no tempo livre muitas vezes chamado de hobby tamb m determinado de fora Os neg cios do tempo livre incluem o turismo nas suas especificidades tais como o esportivo ecol gico hist rico o camping o show business os hot is fazendas e mesmo as atividades esportivas s o acionados e organizados em fun o do lucro ADORNO 1995 p 73 As atividades s o t o coisificadas t o determinadas de fora quanto o trabalho Quando se aceita como verdadeira a teoria de Marx de que na sociedade burguesa a for a de trabalho tornou se mercadoria e por isso o trabalho foi coisificado ent o a palavra hobby conduz ao paradoxo de que aquele estado que se entende contr rio a coisifica o como reserva de vida imediata em um sistema total completamente mediado por sua vez coisificado da mesma maneira que a r gida delimita o entre trabalho e tempo livre Neste prolongam se as formas de vida social organizada segundo o regime do lucro ADORNO 1995 p 72 73 Essa divis o do tempo em tempo de trabalho e tempo de lazer exclu do o descanso obrigatoriamente necess rio para repor as e
149. s conte dos m nimos de modo a assegurar forma o b sica comum O Conselho Nacional de Educa o CNE substitui o Conselho Federal de Educa o CFE criado pela LDBEN 61 Lei n 4 024 de 20 de dezembro de 1961 que foi desativado no governo do presidente Itamar Franco 1992 1995 em 19 de outubro de 1994 Na ocasi o o CFE foi colocado sob suspeitas de irregularidades MARTINS 2000 Frigotto 2003 informa que o CFE durante os anos de ditadura e transi o foi um espa o envolvido em negociatas com grupos do privatismo ele se constitu a de uma c mera de troca de favores com o MEC subordinado ao Poder Executivo Este teria uma composi o com a indica o de um ter o pelo MEC um ter o pela C mara Federal e um ter o pelas entidades representativas do minist rio 79 O projeto de LDBEN apresentado pelo deputado Ot vio El sio em 1988 propunha um CNE com caracteres deliberativo e legislativo e aut nomo econ mica financeira e administrativamente O Substitutivo Jorge Hage aprovado pela C mara tinha o semelhante esp rito J no Substitutivo Darcy Ribeiro n o se fazia nenhuma men o ao conselho e na tramita o fez se uma refer ncia no primeiro par grafo do artigo 9 item IX Na estrutura educacional haver um Conselho Nacional de Educa o com fun es normativas e de supervis o e atividade permanente criado por lei Quanto quest o curricular de acordo com a o art 9 1 al ne
150. s curriculares obrigat rios b Conhecimentos de Filosofia e Sociologia necess rios ao exerc cio da cidadania CNE 1998 s p Todavia a nfase do ensino m dio o mundo do trabalho como afirma o parecer C mara de Educa o B sica CEB n 15 98 que trata das DCNs do ensino m dio O trabalho o contexto mais importante da experi ncia curricular no ensino m dio de acordo com as diretrizes tra adas pela LDB em seus artigos 35 e 36 O significado desse destaque deve ser devidamente considerado na medida que o ensino m dio parte integrante da educa o b sica e que o trabalho o princ pio organizador do curr culo muda inteiramente a no o tradicional de educa o geral ou acad mica ou melhor dito academicista O trabalho j n o mais limitado ao ensino profissionalizante Muito ao contr rio a lei reconhece que nas sociedades contempor neas todos independente de sua origem ou destino socioprofissional devem ser educados na perspectiva do trabalho Negritos meus CNE 1998 p 41 108 CONCLUS O Na caracteriza o do problema perguntou se Em que sentido o discurso da nova legisla o educacional brasileira sinaliza para um cen rio de efetiva o dos ideais iluministas ou aprofunda o cen rio atual de neobarbarismo Para responder a essa quest o buscou se no primeiro cap tulo construir os conceitos que fundamentassem a an lise da LDBEN 96 sob uma vis o cr tica O primeiro e f
151. sa cultura ou semicultura Ela impede a verdadeira forma o a cultura foi entendida como conformar se vida real ela destacou unilateralmente o momento da adapta o e impediu assim que os homens se educassem uns aos outros ADORNO 1996 p 390 e esta situa o perpetuada pela ind stria cultural a ind stria cultural em sua dimens o mais ampla tudo o que o jarg o espec fico classifica como m dia perpetua essa situa o explorando a e se assumindo como cultura em conson ncia com a integra o o que se for mesmo uma n o ser a outra Seu esp rito a semicultura a identifica o ADORNO 1996 p 396 Assim a principal tarefa da educa o seria a cr tica deste processo que a realidade se tornou t o poderosa que se imp e desde o in cio aos homens de forma que este processo de adapta o seria realizado hoje de um modo antes autom tico A educa o por meio da fam lia na medida em que consciente por meio da escola da universidade teria neste momento de conformismo onipresente muito mais a tarefa de fortalecer a resist ncia do que de fortalecer a adapta o A critica deste realismo supervalorizado parece me ser uma das tarefas educacionais mais decisivas a ser implementada entretanto j na primeira inf ncia Negritos meus ADORNO 2000 p 144 145 Dentre os aspectos aos quais se deve adaptar num cen rio de capitalismo tardio se encontra a co
152. sandra e a minhas filhas Luana e Estela por suportarem a aus ncia que esta pesquisa exigiu e pelo carinho que constantemente ofereceram sendo sempre o maior motivo de meus esfor os Agrade o tamb m aos professores e colegas da FUNEDI UEMG que me ajudaram a formar as refer ncias te ricas que fundamentaram este trabalho em especial ao dr Jos Raimundo Batista Bechelaine e dr Mateus Henrique de Faria Pereira que participaram da banca de qualifica o ao dr Alexandre Sim es Ribeiro ao prof Jos Heleno d ra Marilene Val rio Diniz prof a Gislaine Brasil Gontijo dr Leandro Pena Cat o prof a Lenir Rosa Andr Prada prof a M rcia Helena e a todos demais professores do Centro de Refer ncia Docente Agradecimento especial ao meu orientador prof dr Jos Geraldo Pedrosa respons vel por inserir me no universo da teoria cr tica e no pensamento frankfurtiano que soube conduzir me at o fim desta jornada Com a difus o da economia mercantil burguesa o horizonte sombrio do mito aclarado pelo sol da raz o calculadora sob cujos raios gelados amadurece a sementeira da nova barb rie ADORNO RESUMO Esta disserta o faz uma an lise da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDBEN 96 e das Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs sob uma perspectiva cr tica objetivando contribuir para o entendimento da legisla o educacional contempor nea no Brasil Especificamente se objetiva verificar
153. se de sua pr pria domina o HORKHEIMER 2000 p 102 A quest o que se prop e por m poss vel ao homem dominar a natureza Ser que a natureza de fato dominada ou apenas reprimida Por exemplo o impulso a destrui o natural descoberto por Freud realmente dominado ou apenas reprimido pela civiliza o Horkheimer pensa que a natureza apenas reprimida e com conseqii ncias A resist ncia e revolta que emergem dessa repress o da natureza tem acossado a civiliza o desde os seus come os tanto na forma de rebeli es sociais como nas insurrei es espont neas de camponeses no s culo XVI ou nos habitualmente organizados conflitos raciais dos nossos dias como na forma de crime organizado e transtorno mental HORKHEIMER 2000 p 99 E ainda afirma que al m de fato n o se libertar acaba se por sujeitar se a novos obst culos artificiais Quanto mais artif cios inventamos para dominar a natureza mais devemos nos submeter a eles se queremos sobreviver HORKHEIMER 2000 p 101 A natureza em si tratada como mat ria prima a natureza hoje mais do que nunca concebida como um simples instrumento do homem objeto de uma total explora o HORKHEIMER 2000 p 112 Para entender melhor as causas da barb rie analisa se abaixo um recorte do texto Conceito de Esclarecimento de autoria conjunta de Adorno e Horkheimer 2000 p 109 33 1 e a domina
154. siado mostra se como o tempo livre aquele em que n o se est trabalhando se tornou determinado de fora e que o trabalho o qual j haveria possibilidades objetivas de sua diminui o continua a ocupar a quase totalidade do tempo de vida No item sobre o progresso demonstra se que ele reduzido ao desenvolvimento tecnol gico ao qual a ind stria cultural cria uma idolatria transformando o no seu oposto Conseqiuentemente a individualidade uma raridade no capitalismo tardio Finalmente no item sobre a semiforma o apresenta se a teoria de que a adapta o realidade tal como ela ou seja a determina o do indiv duo de fora favorece o neobarbarismo assim a meta da educa o deveria ser a resist ncia e a emancipa o do indiv duo 1 1 Neobarbarismo ou reca da na barb rie a humanidade em vez de entrar em um estado verdadeiramente humano est se afundando em uma nova esp cie de barb rie ADORNO HORKHEIMER Antes expor a id ia de uma nova barb rie ou de reca da na barb rie faz se necess rio esclarecer o conceito comum de barb rie No Dicion rio Aur lio S culo XXI nos voc bulos barb rie e barb ria encontra se 1 Para a Gr cia e a Roma antigas pa s estrangeiro 2 Qualquer das regi es habitadas por povos que n o fizessem parte da comunidade ling stica e cultural herdeira da civiliza o romana E para b rbaro encontra se 2 Sem
155. stria cultural domina controla de fato e totalmente a consci ncia e a inconsci ncia daqueles aos quais se dirige e de cujo gosto ela precede desde a era liberal Al m disso h motivos para admitir que a produ o regula o consumo tanto na vida material quanto na espiritual sobretudo ali onde se aproximou tanto do material como na ind stria cultural ADORNO 1995 p 80 Essa heterodetermina o leva ao t dio o t dio existe em fun o da vida sob coa o do trabalho e sob a rigorosa divis o do trabalho N o teria que existir Sempre que a conduta no tempo livre verdadeiramente aut noma determinada pelas pr prias pessoas enquanto seres livres dif cil que se instale o t dio tampouco ali onde elas perseguem seu anseio de felicidade ou onde sua atividade no tempo livre racional em si mesma como algo pleno de sentido ADORNO 1995 p 76 Adorno afirma que ocorre algo semelhante com a apatia pol tica quando o indiv duo e as massas se sentem incapazes de determinar qualquer mudan a que seja em ntima rela o com o t dio est o sentimento justificado ou neur tico de impot ncia t dio o desespero objetivo 1995 p 76 10 1994 p 72 41 Horkheimer afirma que problema n o o trabalho em si mas o trabalho sem significado determinado de fora O trabalho rduo com um fim significativo pode ser fru do e at amado Uma filosofia que faz do trabalho um fim em si m
156. ta o da metaf sica dos mostumes Tradu o de Paulo Quintela Lisboa Edi es 70 1985 T tulo original Grundlegung zur Methaphysik der Sitten Resposta pergunta que o Iluminismo 1784 In KANT I A paz perp tua e outros op sculos Lisboa Edi es 70 1989 KURZ Robert O colapso da moderniza o da derrocada do socialismo de caserna crise da economia mundial S o Paulo Paz e Terra 1992 243 p LIMA VAZ Henrique C de Escritos de filosofia II tica e cultura 3 ed S o Paulo Loyola 2000 294 p MARTINS Maria do Carmo Da doutrina regra repensando o Conselho Federal de Educa o e a defini o do discurso sobre a educa o Revista online Prof Joel Martins Campinas SP v 2 n 1 out 2000 Dispon vel em lt http www bibli fae unicamp br revbfe v2nlout2000 artigo2 pdf gt Acesso em 20 ago 2007 MARCUSE Herbert Tecnologia guerra e facismo Editora UNESP 1998 p 73 104 MUNFORD Lewis A condi o de homem 2 ed Porto Alegre Globo 1958 p 387 441 NEOLIBERALISMO 2007 Wikip dia a enciclop dia livre Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki neoliberalismo gt Acesso em 17 jun 2007 PAULY E L Reflex es inspiradas pela educa o popular sobre a LDB ECA moral ontologia e forma o para a cidadania ANPED GT de Educa o Popular n 6 2005 Dispon vel em lt http www anped org br reunioes 29ra trabalhos trabalho gt06 2622 int
157. ter social A sua vida s adquire sentido nessa correla o em condi es sociais espec ficas e s em rela o ao contexto que a m scara social do personagem tamb m um indiv duo ADORNO HORKHEIMER 1973 p 48 A rela o entre o indiv duo e a sociedade insepar vel da rela o com a natureza Para Comte a influ ncia exercida por certas condi es naturais geof sicas e em particular clim ticas sobre as condi es sociais seria o objeto da sociologia positiva ADORNO HORKHEIMER 1973 p 49 Arist teles define homem como zoon politikon a natureza social do homem Kant considera o homem um ser destinado vida em sociedade Desta forma o indiv duo s poderia ser entendido no social ADORNO HORKHEIMER 1973 Hegel combate a individualidade pura Schelegel sustenta que a individualidade seria o substrato Finalmente Nietzsche apresenta na Genealogia da Moral o indiv duo soberano e em A Vontade e o Poder afirma o indiv duo um ser totalmente novo e criador de novidade um ser absoluto cujas a es s o total e exclusivamente suas Em ltima an lise o indiv duo extrai das suas a es os seus pr prios valores e as palavras transmitidas pela tradi o s lhe s o dadas atrav s da interpreta o individual Nietzche apud ADORNO HORKHEIMER 1973 p 50 Adorno e Horkheimer t m o seguinte conceito de individuo strictu sensu indiv duo signifi
158. tonomia pedag gica e administrativa das unidades escolares art s 3 e 15 e o ensino fundamental obrigat rio e gratuito art 4 Aumenta a carga hor ria m nima para oitocentas horas distribu das em duzentos dias na educa o b sica art 24 Ela prev um n cleo comum para o curr culo do ensino fundamental e m dio e uma parte diversificada em fun o das peculiaridades locais da mesma forma que a LDBEN de 1971 art 26 Quanto forma o de docentes para atuar na educa o b sica exige curso de n vel superior sendo aceito por m para a educa o infantil e as quatro primeiras s ries do fundamental forma o em curso normal do ensino m dio art 62 Na forma o dos especialistas da educa o a LDBEN 96 exige forma o em curso superior de pedagogia ou p s gradua o art 64 Quanto ao financiamento diminui a obriga o da Uni o que deve gastar no m nimo 18 da receita resultante de impostos mas define que os estados e munic pios devem usar no m nimo 25 de seus respectivos or amentos na manuten o e desenvolvimento do ensino p blico art 69 O dinheiro p blico continua podendo financiar escolas comunit rias confessionais ou filantr picas art 77 Ela prev a cria o do Plano Nacional de Educa o art 87 T11 Os 92 artigos est o distribu dos nos nove t tulos conforme o quadro apresentado no anexo A Esse quadro permite que se avalie como s o tratados os temas na lei com rela o a
159. ular o neoliberalismo chegaria ao poder na maioria das na es GENTILI 1996 Numa perspectiva neoliberal a crise que os sistemas de educa o enfrentam uma crise de efici ncia efic cia e de produtividade Trata se segundo o neoliberalismo de uma crise de qualidade decorrente da improdutividade da gest o pedag gica e administrativa das escolas N o uma crise de democratiza o mas uma crise gerencial que pode ser medida pela evas o repet ncia e pelo analfabetismo funcional Assim segundo a perspectiva neoliberal o sistema educacional deve passar por uma profunda reforma administrativa que introduza 59 mecanismos que regulem a efici ncia a produtividade e a efic cia dos servi os educacionais A Ger ncia de Qualidade Total GQT deve ser implementada nas escolas SILVA 1996 segundo o neoliberalismo Para o neoliberalismo a crise explica se na inefici ncia do Estado para gerenciar Ent o a educa o n o funciona porque estatal e a aus ncia de um mercado educacional permite compreender a crise de qualidade nas institui es escolares Segundo o neoliberalismo o grande desafio da pol tica educacional seria construir tal mercado educacional S esse mercado cujo dinamismo e flexibilidade expressam o avesso de um sistema escolar r gido e incapaz poder promover os mecanismos fundamentais que garantem a efic cia e a efici ncia dos servi os oferecidos GENTILI 1996 p 19 Ao criticar a inter
160. ulgado O resultado deste estudo e coleta foi apresentado no segundo cap tulo da disserta o Finalmente se fez a an lise do material classificado luz das hip teses apresentadas no terceiro cap tulo 18 IV Referencial te rico O referencial te rico desta pesquisa constitu do com base em determinados textos elaborados por autores da Escola de Frankfurt especificamente Theodor W Adorno e Max Horkheimer Em alguns momentos recorre se tamb m aos pensadores a que eles se referem como Freud Como o tema se constitui de uma reflex o sobre a contemporaneidade recorre se Escola de Frankfurt que uma refer ncia sobre os estudos filos ficos e sociol gicos das quest es contempor neas No pref cio do livro Dial tica do Esclarecimento Horkheimer e Adorno definem seus prop sitos O que nos propus ramos era de fato nada menos do que descobrir por que a humanidade em vez de entrar em um estado verdadeiramente humano est se afundando em uma nova esp cie de barb rie HORKHEIMER ADORNO 1985 p 11 Busca se neles responder quest o sobre o porqu de os ideais iluministas n o se estabeleceram como se esperava o que Adorno chamava de reca da na barb rie e quais as causas e cen rios que levam a essa reca da V Estrutura da disserta o A estrutura da disserta o foi elaborada de forma did tica conforme a metodologia de pesquisa j apresentada Na introdu o s o apresentados o problema a
161. ultural Da mesma forma a previs o do decl nio hist rico da taxa de lucro e de que o capitalismo teria em si O mecanismo de seu colapso a superprodu o foi controlada por mecanismos end genos Ap s a crise de 1929 o capitalismo ao contr rio de implodir descobriu em si o mecanismo de sua continuidade baseado no intervencionismo end geno Ao contr rio do que se pensa a antiga doutrina liberal o intervencionismo econ mico n o enxertado de um modo estranho ao sistema mas de modo imanente a ele como a quintess ncia da autodefesa do sistema capitalista com base no intervencionismo e no planejamento em grande escala o capitalismo tardio estaria livre da produ o de mercadoria ADORNO 1994 p 72 73 Al m disso a mais valia cerne da teoria marxista que deveria explicar o crescimento do antagonismo entre as classes fica afetada pelo avan o das tecnologias pelo volume do progresso t cnico e de fato pela industrializa o decresce a participa o do trabalho vivo do qual de acordo com o seu conceito prov m toda a mais valia tendencialmente at um valor limite ent o o cerne da quest o a teoria da mais valia acaba sendo afetado por isso ADORNO 1194 p 66 7 1994 p 67 36 O capitalismo tardio por m continua capitalismo Por outro lado a sociedade capitalismo em suas rela es de produ o Os homens seguem sendo o que segundo a an lise de Marx eles eram
162. undamental conceito foi o de neobarbarismo ou reca da barb rie Enquanto o conceito tradicional da barb rie apresentado como o oposto da civiliza o o neobarbarismo encontra se dentro dela pr pria Ainda associada crueldade rudeza bestialidade e ao desumano o neobarbarismo n o indicado na cultura alheia mas na pr pria cultura ocidental crist Para Adorno esta civiliza o alcan ou o mais alto desenvolvimento tecnol gico da hist ria as pessoas por m encontram se atrasadas de um modo peculiarmente disforme em rela o sua pr pria civiliza o O fundamento para o impulso de destrui o que permanece nos indiv duos buscado em Freud que entende que a press o da civiliza o sobre eles gera um impulso contr rio a ela pr pria Passou se ao estudo da cultura contempor nea em que se apresentaram inicialmente como causas do neobarbarismo a domina o e o decl nio da raz o Na constru o do conceito de domina o analisou se que o princ pio da domina o norteou o homem ocidental desde seu in cio da domina o da natureza estendendo se para o do pr prio homem terminando por ele mesmo ser vitimado No decl nio da raz o analisou se a hegemonia da raz o instrumental ou seja a incapacidade da raz o de definir princ pios e fins tornando se apenas um instrumento de melhorar os meios No t pico denominado Cen rios do Neobarbarismo analisaram se alguns conceitos que facilitariam o
163. uo a tradu o latina de atomon da teoria materialista de Dem crito Individuum aplic vel de muitas maneiras d se o nome de indiv duo quele que n o pode ser subdividido de modo nenhum como a Unidade ou o Esp rito chama se indiv duo ao que por sua solidez n o pode ser dividido como o a o e designa se como indiv duo aquele cuja predica o pr pria n o se identifica com outras semelhantes como S crates BOECIO apud ADORNO HORKHEIMER 1973 p 46 Adorno e Horkheimer 1973 citam Leibniz que definiu indiv duo mediante o seu simples ser sua teoria das m nades seria um modelo conceitual para a vis o individualista do homem concreto na sociedade burguesa Mencionam tamb m C cero que sublimou o uso da palavra persona que era o termo romano para a m scara do teatro cl ssico para designar a m scara do personagem com que algu m se apresenta diante dos outros passou ent o a designar o cidad o nascido livre como pessoa jur dica em contraste com o escravo O conceito enf tico e propriamente personalista tem origens nos dogmas crist os e principalmente na reforma protestante ADORNO HORKHEIMER 1973 O indiv duo por m n o pode ser entendido separadamente sem sua rela o com o meio social 1 1985 p 14 44 a pessoa como entidade biogr fica uma categoria social Ela s se define em sua correla o vital com outras pessoas o que constitui precisamente o seu car
164. ursos X educacional nacional de avalia o do das institui es de rendimento escolar no ensino fundamental m dio e superior em colabora o com os sistemas de ensino objetivando a defini o de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino Assegurar processo nacional de avalia o das institui es de educa o superior com a coopera o dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este n vel de ensino educa o superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino Quadro segundo FERNANDES 1998

Download Pdf Manuals

Related Search

Related Contents

CLC Sequence Viewer    Manuel d`utilisation compressiomètre Mityvac MV5532  Indesit BAAN 10  『ARM Cortex-M マイコン・ワークショップ2012』出展資料  SU-I CPE Quick Installation Guide  Q-27FL/ Q-30FL (N-27/N-30)  TC Installations TCANT116 network antenna  

Copyright © All rights reserved. Failed to retrieve file