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N°USP 4946378

1. 0 PREAMBLE The purpose of this License is to make a manual textbook or other functional and useful document free in the sense of freedom to assure everyone the effective freedom to copy and redistribute it with or without modifying it either commercially or non commercially Secondarily this License preserves for the author and publisher a way to get credit for their work while not being considered responsible for modifications made by others This License is a kind of copyleft which means 0 PRE MBULO O prop sito desta Licen a possibilitar que um manual livro texto ou outro documento til e funcional torne se livre no sentido de que liberdades de reproduzi lo e redistribu lo alterando o ou n o permane am asseguradas as com ou sem fins comerciais Secundariamente esta Licen a preserva ao autor e ao editor um modo de conseguir cr ditos por suas obras sem serem considerados respons veis pela altera es realizadas por terceiros Esta Licen a uma forma de copyleft that derivative works of the document must themselves be free in the same sense It complements the GNU General Public License which is a copyleft license designed for free software We have designed this License in order to use it for manuals for free software because free software needs free documentation a free program should come with manuals providing the same freedoms that th
2. 345 Piracy was in part a response to a system of official power that was based on systematic cruelty and gross inequality Pirates formed codes of conduct in which their captains were given no special privileges important decisions were made by pirate councils involving all and booty was distributed according to a set of fair rules that recognized the contribution of all Despised as vermin by authorities they created for themselves a society that gave them the social and economic dignity that had been denied to them as merchant seamen Tradu o livre A pirataria foi em parte uma resposta a um sistema de poder oficial que era baseado em uma crueldade sistem tica e enorme desigualdade Os piratas 151 Os hackers assim como os piratas da atualidade tamb m surgiram como uma contesta o ao sistema atual de monop lio comercial que desta vez n o feito por meio de rotas marinhas mas de exclus o do conhecimento A contesta o desta vez bifronte enquanto os piratas nas ruas tentam invocam um direito de realizar com rcio ainda que para isto seja necess rio burlar o sistema oficial de monop lio comercial da informa o os hackers pleiteiam por seu direito de acess la independentemerte de quaisquer finalidades mercantis Por m n o apenas em sua tica de contesta o ao status quo que estes subgrupos se assemelham Ambos eventualmente tornaram se em certa medida uma ferramenta til ao sistema A utilidade dos
3. GNU Free Documentation License Vers o 1 2 ou later version published by the Free Software Foundation with no Invariant Sections no Front Cover Texts and no Back Cover Texts A copy of the license is included in the section entitled GNU Free Documentation License If you have Invariant Sections Front Cover Texts and Back Cover Texts replace the with Texts line with this with the Invariant Sections being LIST THEIR TITLES with the Front Cover Texts being LIST and with the Back Cover Texts being LIST If you have Invariant Sections without Cover Texts or some other combination of the three merge those two alternatives to suit the situation If your document contains nontrivial examples of program code we recommend releasing these examples in parallel under your choice of free software license such as the GNU General Public License to permit their use in free software 248 outra posteriormente publicada pela Free Software Foundation sem Se es Inalter veis sem Textos de Capa ou Contracapa Uma c pia desta licen a pode ser encontrada na se o intitulada GNU Free Documentation License Se houver Se es Inalter veis Textos de Capa ou Contracapa substitua a ora o sem Contracapa por sendo Se es Invari veis LISTE SEUS T TULOS sendo os Textos de Capa LISTE e sendo os Textos de Contracapa LISTE Se houver Se es Inalter veis mas n o houver Texto
4. s necessidades particulares de cada usu rio iii a liberdade de redistribuir c pias dos softwares iv a liberdade de aprimorar um software e redistribui lo ao p blico em geral sob quaisquer condi es 183 Disto excluam se as marcas o nome de com rcio as indica es geogr ficas e a repress o concorr ncia desleal j que estes tamb m se justificam sob a perspectiva de prote o ao consumidor e da organiza o social 184 Ao longo do cap tulo 4 encontram se os argumentos que levam a esta conclus o 185 In StaLLMaN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 84 e ss 186 Estas liberdades aqui encontram se adaptadas realidade do software mas a proposta do copyleft n o visa somente este ramo da produ o de conhecimento R STALLMAN prop e que o copyleft deve moldar se s peculiaridades de cada ramo da produ o cultural Realiza ent o uma divis o de tr s classes de bens abrangidos pelos direitos autorais e que mereceriam tratamento diferenciado i obras funcionais necess rias enquanto meio realiza o de tarefas software ii obras que expressem as id ias de indiv duos e iii obras de valor est tico In StaLLMan Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 141 e ss 187 Freedom O The freedom to run programs for any purpose Freedom 1 The freedom to study how the program works and adapt it to your needs Access to the source code is a preco
5. o da prote o outorgada ser de pelo menos dez anos desenho industrial Article 33 21 inexistente em seu irm o direito de propriedade Neste momento interessa nos apenas chamar aten o para a disparidade entre ambos os institutos a fim de ressaltar a incoer ncia e conveni ncia de se chamar de propriedade o antigo privil gio monopolista A segunda das caracter sticas que acima enunciamos do direito de propriedade sua exclusividade Aqui tamb m h uma disparidade entre a propriedade tradicional e a propriedade industrial todavia sua elucida o pode ser um pouco mais delicada pois a propriedade industrial tamb m possui uma esp cie de exclusividade a qual contudo difere daquela do direito de propriedade ordin rio Com efeito inerente ao direito de propriedade tradicional uma exclusividade absoluta do propriet rio ao uso da coisa ao passo que propriedade industrial inerente aquilo que chamaremos de exclusividade de uso comercial A exclusividade do propriet rio de bem tang vel uma necessidade l gica do conceito pr prio de propriedade Se n o existisse esta exclusividade e o propriet rio fosse obrigado a suportar que terceiros usassem coisa sua a pr pria propriedade desapareceria difundida em direitos da coletividade Como exemplo imagine se a situa o o sujeito de direitos A propriet rio de um determinado CD C Contudo segundo o ordenamento jur dico de seu pa s Alfabeto
6. Inven o no qual discorre sobre quais os tipos de inven es privilegi veis e disp e sobre os requisitos da concess o do privil gio 49 N o se pense que a teoria do privil gio morta e aqui intenta se ressuscit la Apesar de em nossas terras haver um certo tipo de idealismo a respeito dos direitos de propriedade intelectual no sistema da common law n o impera a mesma resist ncia ao reconhecimento da natureza de privil gio inerente a tais direitos o que se pode notar pelo seguinte excerto do relat rio elaborado no ano de 2002 pela Comiss o de Propriedade Intelectual para o governo brit nico Regardless of the term used for them we prefer to regard IPRs as instruments of public policy which confer economic privileges on individuals or institutions solely for the purposes of contributing to the greater public good The privilege is therefore a means to an end not an end in itself grifos do autor Tradu o livre Independentemente do termo usado para eles n s preferimos considerar os direitos de propriedade intelectual como instrumentos de pol ticas p blicas que conferem privil gios econ micos a indiv duos ou institui es unicamente com o prop sito de contribuir a um maior benef cio p blico O privil gio portanto um meio para um fim e n o um fim em si mesmo In Barron John coord Integrating Intellectual Property Rights and Development Policy estudo realizado pela Commission on Intellectual Property pa
7. Ora se a comunidade privada de sua liberdade de alterar um software em prol de um nico sujeito de direitos parece claro que a posi o de monopolista que este det m encarecer o pre o da segunda alternativa muito al m do seu custo real quando n o impossibilit la j que n o h qualquer obriga o de que este servi o seja ofertado e nem poss vel presumir que ele ser economicamente interessante para a empresa Assim sendo parece claro que na esmagadora maioria dos casos os empres rios poder o decidir na realidade apenas entre a primeira e a terceira alternativas sendo a segunda invi vel Observe se que na primeira o custo de efici ncia ser sempre ignorado e tornar se parte da produ o Na terceira por sua vez o empres rio poder decidir entre duas novas escolhas 1 adquirir um software j existente no mercado 11 contratar uma empresa especializada no desenvolvimento de softwares para desenvolver um que lhe atenda a todas as necessidades Note se que desenvolver um software individual implica a mobiliza o de elevado capital por parte do usu rio comparando se com um software coletivamente ofertado onde os custos de desenvolvimento s o coletivamente suportados bem como requer um longo per odo de estudos e testes at mesmo para saber quais s o especificamente as necessidades daquela empresa Em contraponto o software gen rico tem um custo menor em termos de tempo de desenvolvimento q
8. es capaz quando incorporado em meio leg vel por uma m quina de fazer uma m quina que tenha capacidade de processar informa es indicar realizar ou alcan ar uma determinada fun o tarefa ou resultado ii Descri o de programa significa uma apresenta o procedimental completa em forma verbal esquem tica ou outra suficientemente detalhada para determinar um conjunto de instru es que constituem e correspondem a um programa de computador iii Material de suporte significa qualquer material al m do programa de computador e da sua descri o criado para facilitar o entendimento do funcionamento de um programa de computador como por exemplo descri o de problemas ou manual do usu rio 98 Note se que os manuais e materiais relativos ao software sendo destinados compreens o humana do seu funcionamento receberiam mais adequadamente a tutela das obras liter rias e art sticas visto serem de natureza id ntica a estas e muito distinta daquela dos softwares 99 In Inform tica Direito de Autor e Propriedade Tecnodigital in Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra Stvdia Ivridica 55 Coimbra Coimbra 2001 p 469 42 computador um conjunto de instru es destinado a permitir que um dispositivo de tratamento da informa o um computador execute as suas fun es No Brasil a primeira lei a cuidar da prote o jur dica do software foi a Lei 7646 de 18 de dezembro de 1987 Nela j no
9. es eclodiram por toda a parte durante um longo lapso temporal e fil sofos surgiram para tentar explicar o fundamento do poder sua utilidade bem como a forma ideal de estrutura o de suas rela es Por m n o faltaram aqueles que como Karl Marx atacaram no ferrenhamente tentando derrubar todas as bases sobre as quais a sociedade se sustinha 24 Libert Egalit et Fraternit Liberdade Igualdade e Fraternidade 25 Para que n o se menospreze a for a do abrigo dentro do qual se escondeu o antigo privil gio de inventor na nova sociedade que os franceses principiavam por construir cabe aqui a transcri o do artigo segundo da D claration des Droits de l Homme et du Citoyen du 26 ao t 1789 Declara o dos Direitos do Homem e do Cidad o de 26 de agosto de 1789 o qual segue Le but de toute association politique est la conservation des droits naturels et imprescriptibles de l Homme Ces droits sont la libert la propri t la s ret et la r sistance l oppression Tradu o livre A finalidade de toda associa o pol tica a conserva o dos direitos naturais e imprescrit veis do homem Esses direitos s o a liberdade a propriedade a seguran a e a resist ncia opress o Analisando o texto da Declara o torna se evidente o peso do direito de propriedade dentro da nova sociedade Sua for a tamanha que este direito colocado ao lado da liberdade e antecede at mesmo os direitos seguran a e
10. es ordin rias que constituem o cerne dos direitos intelectuais mas vai al m atingindo a propriedade ordin ria A quest o delicada e pode suscitar diversas cr ticas A mais bvia delas a de que o software n o pass vel do regime jur dico da propriedade ordin ria da mesma forma em que o livro o isto porque o software n o existe concretamente do mesmo modo em que o livro Por isto que os livros s o adquiridos atrav s do contrato ordin rio de compra e venda de coisas m veis e o software 3 224 transacionado atrav s do licenciamento A cr tica n o merece prosperar Aqueles que levantassem tal argumento estariam implicitamente admitindo que a realidade jur dica de tratamento do software ontol gica n o dispositiva ou seja que o regime jur dico do software foi constitu do desta forma por um imperativo inerente sua pr pria natureza e n o de acordo com o discemimento de adequa o do legislador Nada mais impr prio O software e o livro sob o vi s da concretude t m natureza perfeitamente id ntica Quando se imagina o software como um conjunto de instru es e procedimentos que determinam o funcionamento de uma m quina o qual vem inserido em um CD mas pode expressar se de diversas outras formas inclusive atrav s da transcri o de seu c digo fonte sem requerer necessariamente um tipo determinado de suporte material e paralelamente percebe se o livro como um objeto concreto
11. es para o citado fim textos A amplitude com que o citado autor elevou o conceito de software tal que manuais codifica es acaba por incluir at mesmo manuais e textos escritos como sendo parte ou o pr prio software em si sem atentar para qualquer necessidade de operabilidade do software ou de sua inteligibilidade por um computador Desse modo instru es escritas em linguagem humana transcritas em suportes f sicos impr prios ao processamento de informa es pela m quina por exemplo o papel destinadas ao entendimento e internaliza o de dados a n s percept veis sensorialmente tamb m poderiam ser consideradas esp cies de software n o apenas os manuais que acompanham os softwares mas E E 5 i g 86 as quaisquer escritos vez que n s temos a capacidade de processar os dados neles inseridos N o 85 In M WacHmowicz O Programa de Computador e Sua Prote o no Brasil 2001 acess vel pelo site http jus2 uol com br doutrina texto asp id 2530 86 Este entendimento n o precisamente o mesmo que aquele da lei p tria que como veremos entende ser parte do software o material de apoio ao usu rio e a descri o do programa em qualquer forma de linguagem A diferen a b sica que a lei torna o computador o sujeito do processamento o destinat rio enquanto na defini o ora estudada n o qualquer necessidade de que o computador fa a parte da comunica o 38 somente O autor ainda se co
12. es que n o necessariamente visa a um fim e portanto qui necessita funcionar para que seja um software Peca tamb m ao desvincular as instru es ou comandos do seu receptor de modo que em sendo verdade quaisquer sequ ncias de defini es de dados que transmitissem instru es poderiam gozar do status de software tais como o sinal de tr nsito que limita a velocidade dos ve culos em 80km h Posteriormente o autor ainda limita o seu conceito 91 Lembre se que o software tamb m conhecido como programa de computador de modo que o autor utiliza se do termo quer quer definir na pr pria defini o 92 In Gomes Orlando et al op cit nota 87 p 20 93 In Gomes Orlando et al op cit nota 87 p 104 40 2 2 24 Eee E dizendo que necess rio ao software estar expresso em c digo bin rio o que de modo algum procede como mais adiante ser elucidado M J P cos Santos diz que na sua concep o mais simples programa de computador designa conjunto de instru es destinadas realiza o de uma tarefa pelo computador Instru es s o portanto comandos em forma de c digo que estabelecem uma seqii ncia de opera es e que s o interpretados e executados pela m quina Para que isto ocorra necess rio que o programa esteja em linguagem de m quina ou seja escrito no c digo que pode ser compreendido pelo computador constitu do por elementos bin rios Por m a programa o
13. es que recebe em linguagem de m quina e nelas se baseia para tomar uma decis o A rela o meramente de causa e efeito a passagem de corrente el trica gera uma rea o bem como a aus ncia gera outra 107 Em portugu s este termo pode ser traduzido por assembl ia embora n o seja usual a tradu o desse termo entre os especialistas lus fonos 46 O primeiro grupo na verdade unit rio e faz contraposi o a todos os outros tipos de linguagens de programa o A linguagem de baixo n vel tamb m conhecida como assembly assim chamada por ser uma mera tradu o do c digo bin rio que representa a linguagem de m quina em termos mais acess veis e compreens veis aos olhos humanos usando se para tanto o alfabeto Assim para cada instru o em linguagem de m quina existe uma tradu o correspondente em linguagem assembly Por este motivo e outros mais esta uma linguagem muito trabalhosa e que exige do programador conhecimertos profundos a respeito do funcionamento e da l gica do computador para que suas instru es sejam capazes de orientar o computador a produzir o fim desejado O segundo grupo muito maior composto por todas as demais linguagens que n o a assembly Tais linguagens diferentemente desta baseiam se em duas id ias b sicas 1 reduzir muitas instru es em linguagem de m quina a um nico comando e ii deixar que a m quina se preocupe com os detalhes inerentes ao seu modus operandi
14. l cita a apropria o dos caminhos Assim como os indiv duos amadurecem atrav s da supera o dos conflitos pelos quais passam em suas vidas tamb m as sociedades desenvolvem se a partir das solu es que encontram para seus entraves Influi diretamente na capacidade social de criar tais solu es a sua forma de organiza o 183 econ mico pol tica Tamb m a efici ncia com que se produzem as respostas necess rias s dificuldades enfrentadas pela sociedade diretamente afetada por sua forma de organiza o As sociedades tribais organizadas em fam lias ou cl s agregados por um patriarca ou ancestral comum por encontrarem se extremamente limitadas em seu capital humano implicam que cada um de seus elementos individuais ou no m ximo cada uma de suas fam lias dever ser capaz de prover todas as suas necessidades b sicas A divis o de tarefas prec ria pautada em crit rios de idade e sexo homens ca am e lutam mulheres cuidam da prole e das tarefas de habilidade manual anci os resolvem os conflitos internos e tomam decis es de car ter geral N o h qualquer possibilidade de que os indiv duos explorem suas pr prias aptid es Preocupa es com a alimenta o e com a seguran a s o comuns e constantes todos os participantes Estas preocupa es di rias e prim rias com a sobreviv ncia imediata impedem a reflex o em n vel individual e social de forma a implicarem que tamb m ser o imediatistas
15. o ao seu uso individual Ou seja tal direito um privil gio na medida em que todos det m a coisa mas apenas um tem o poder de determinar como se dar seu uso e individual ssimo pois direito individual sobre bem ontologicamente coletivo 252 Ver cap tulo 4 1 3 4 253 Ver cap tulo 4 1 3 2 106 o 254 Zi figura do autor ao passo que a segunda aborda o tema diretamente com o foco no benef cio social da concretiza o de um desejo individual Ambas as respostas por m partem de uma mesma premissa qual seja a de que apenas restringindo certas liberdades da comunidade que poss vel ao desenvolvedor obter sua recompensa material pelo trabalho intelectual e sociedade incentivar o desenvolvimento de software A justeza desta premissa ser discutida no cap tulo 4 1 3 1 quando se pretende analisar detidamente todos argumentos favor veis e contr rios a cada um dos modelos de desenvolvimento de software Importante notar contudo que a partir de um ponto de vista tico para que estas regras de restri o ao compartilhamento n o sejam s dicas imprescind vel que esta premissa seja verdadeira j que do contr rio estar se ia a causar um malef cio ao bem estar comum dentro da sociedade sem que haja qualquer necessidade pr tica ou l gica sociedade de sacrificar esta sua liberdade Resta discutir ainda a quest o sob uma perspectiva econ mica A pergunta central que aqui deve se ter em me
16. o das liberdades sociais de acesso ao conhecimento e desenvolvimento de software n o obstante exista uma plataforma padr o qualquer agente interessado now wanted to use copyright to exclude others from competing under the standard Tradu o livre Uma tendo o DOS se tornado o padr o na ind stria dos computadores pessoais os direitos autorais permitiram a Bill Gates mant lo como um padr o propriet rio Ele foi ent o capaz de desenvolver uma estrat gia de pre os baseada no uso sem jamais compartilhar a sua propriedade A alega o da IBM de que os direitos autorais aplicavam se tamb m aos softwares foi desenvolvida com o fim de impedir com que os competidores fossem capazes de obter informa es a respeito de suas interfaces o que os tornaria capazes de desenvolver programas compat veis com os da IBM Tendo estabelecido o padr o de mercado atrav s de seu dom nio a IBM agora queria usar os direitos autorais para excluir os demais da competi o dentro deste padr o In Dranos Peter e BRAIrHWAITE John op cit nota 4 p 59 e 171 215 Praticamente 97 do mercado de software mundial hoje dominado pela Microsoft um fato sem precedentes na hist ria das tecnologias de inform tica Guesser Adalto H op cit nota XX p 38 276 De fato n o necessariamente o melhor produto que se estabelece ao inv s disso o produto teoria ou tecnologia que se estabelece que se torna o melhor n o apenas por
17. o econ mica do direito autoral a qual procura minimizar os custos sociais dos monop lios n o pode haver nenhuma justifica o extens o do prazo de prote o das obras j existentes Em uma concep o financeira do direito autoral as informa es bens jamais dever o cair em dom nio p blico onde elas podem ser objeto de competi o de mercado In Dramos Peter e BrarTHWATTE John op cit nota 4 p 177 306 Artigo 41 da Lei de Direitos Autorais 307 Especificamente quanto ao software curioso imaginar que os programadores ou as empresas somente sintam se devidamente recompensados ou incentivados a produzir novos softwares se o prazo de prote o a eles outorgado for da ordem de d cadas cinqiienta anos segundo o artigo 2 par grafo 2 da nossa Lei de Software se considerarmos que a substitui o tecnol gica em mat ria de software d se em quest o de dois ou tr s anos Um software com d cadas de exist ncia n o desperta interesse outro que n o o arqueol gico Os softwares de trinta ou mesmo vinte anos atr s j n o s o sequer compat veis com a arquitetura de hardware dos equipamentos hoje dispon veis no mercado Suas funcionalidades j n o atendem os anseios mais b sicos dos usu rios atuais 133 endinheirado sem qualquer esfor o o editor que detiver o direito de exclusividade de explora o das obras Percebe se na realidade que tais direitos conduzem a uma situa o de desincentivo dive
18. o em que tais direitos buscam 30 se impor 309 It was important to define TRIPS as a matter of simple justice because the fact is it is a matter of complex injustice It pulled off a huge structural shift in the world economy to move monopoly profits from the information poor to the information rich Tradu o livre Era importante definir o TRIPS como uma quest o de simples justi a porque na realidade ele era uma quest o complexa de injusti a Ele imp s uma enorme transforma o estrutural na economia Dentre estes muitos discursos destaca se a figura m tica do pirata N o existe qualquer defini o 310 A doutrina e a jusrisprud ncia largamente ignoram e evitam este t cnica do conceito de pirataria 2 311 x x PEN x 24 voc bulo assim como a legisla o nacional n o faz qualquer men o figura do pitara ou pr tica da pirataria nem mesmo existe um consenso no mbito internacional e entretanto ao divulgar fatos Ena do E 24 313 relacionados aos direitos de propriedade intelectual a m dia n o hesita em fazer uso desta alegoria A import ncia desta figura clara Apesar de todo o esfor o empreendido em mascarar as z mazelas sociais causadas pela propriedade intelectual imposs vel esconder da sociedade que um grupo muito restrito de pessoas t m conseguido lucros exorbitantes s expensas da exclus o do acesso ao conhecimento e cultur
19. percep o distorcida de sua natureza O software informa o por esta raz o que sua tutela a mesma dos livros e m sicas Contudo em sua comercializa o as empresas de software propriet rio tentam aproximar lhe dos bens materiais enxergando somente sua instrumentalidade e ignorando a sua natureza Encerram o seu c digo fonte e superestimam seu car ter de ferramenta de aux lio s tarefas quotidianas negando que primariamente o software conhecimento informa o e cultura Alguns dos principais efeitos desta concep o distorcida foram elencados no decorrer deste estudo e parecem denotar graves preju zos sociedade No entanto doutrina e lei parecem cegos a estas quest es de import ncia fulcral na nova sociedade que se desenha neste in cio de s culo XXI 219 6 CONCLUS O POSSIBILIDADES Como elucidado na introdu o ao presente estudo o direito n o se desenvolve nem evolui a partir da suplanta o de id ias defasadas ou incompletas por outras mais adequadas e precisas Os institutos jur dicos vigentes n o s o o resultado de uma atividade intelectual racional neutra do ser humano em contato com o mundo mas de uma confronta o com o mesmo de um conflito de uma luta com ele e contra seus pares O direito nada mais do que parte dos saberes e instrumentos necess rios melhor economia do exerc cio do poder em agrupamentos humanos Sendo assim n o existe qualquer garantia de justi a ou de cor
20. Com o IBM360 a inform tica penetrou pela primeira vez nas pequenas e m dias empresas In BERTRAND Andr op cit nota 124 p 22 127 The most crucial event was IBM s decision in late 1968 to unbundle its software from its hardware Tradu o livre O evento crucial foi a decis o da IBM no fim do anos de 1968 de separar e comercializar a parte seu software e seu hardware In Mann Ronald J Do Patents Facilitate Financing in the Software Industry in Texas Law Review vol 83 n 4 mar o de 2005 dispon vel em PDF gratuitamente no site http ssrn com abstract 510103 p 968 128 impreciso empregar ambos os termos como se sin nimos fossem pois em verdade n o s o Microcomputador o termo usado para designar os computadores que possuem um microprocessador apesar de tamb m serem muito menores do que os computadores mainframe que os precederam Por outro lado os computadores pessoais personal computers ou PC s constituem um tipo de microcomputador cujo pre o tamanho e capacidades s o voltados para o uso dom stico ou individual Para saber mais http en wikipedia org wiki Personal computer e http en wikipedia org wiki Microcomputer 129 It was an open secret that you could build a computer from one of those chips but no one had previously dared to do it The Big Boys from computerdom particularly IBM considered the whole concept absurd What kind ofnut would want a little computer Even Intel which mad
21. Entretanto ap s os florescimento cultural do Iluminismo a produ o cultural europ ia alcan ou patamares muito al m do que antes poder se ia imaginar o que levou os editores a adquirirem privil gios sobre obras de autores ainda vivos fato que por sua vez tratou de exp r a injusti a da concess o de tais privil gios Iniciou se ent o uma crescente press o tanto na Inglaterra como na Fran a para que os autores tamb m recebessem alguma forma de compensa o j que eram eles a fonte de onde surgia o material comercializado Por esta raz o foi que ent o surgiram a lei de 1710 na Inglaterra e o decreto de 30 de agosto de 1777 na Fran a ambos trazendo os autores das obras intelectuais para o foco da prote o de tais ativos Neste contudo diferentemente do que ocorreu naquele ainda ao lado dos editores Assim ao eclodir a Revolu o todos os fatores para que os autores conseguissem tomar para si aqueles privil gios que dantes pertenciam apenas aos editores j se encontravam emparelhados Por outro lado era certo que os editores n o deixariam sair de suas m os o controle econ mico desse mercado t o lucrativo e al m disso em plena ascens o Entretanto n o foi necess rio grande empenho para evit lo Uma vez que os meios de produ o permaneciam sob controle dos mesmos de outrora pouco importava a quem pertencesse originalmente a titularidade de reprodu o e divulga o das obras desde que esta ti
22. O software antes fruto do desenvolvimento t cnico tecnol gico e intelectual da Humanidade de modo que o seu conceito n o pode estar impregnado dessas mesmas tr s caracter sticas Uma poss vel resposta para esta dificuldade enfrentada pelos juristas encontra se na falta de familiaridade com esta rea t o distante do conhecimento a qual poucos se prop em desbravar A situa o se agrava muito pelo fato de que aqueles que s o cultos nessa rea raramente se interessarem em defini es profundas e precisas daquilo em que s o peritos Preocupam se em geral t o somente em resolver os problemas da pr tica em explicar como funciona mas raramente pode se encontrar quem tenha interesse em elucidar a natureza daquilo que desenvolvem com tanto empenho Desta forma a um leigo em tecnologia informacional neste caso o jurista a busca por uma compreens o exata do assunto torna se severamente comprometida desde o princ pio Por outro lado atualmente a maior parte das pessoas com certo grau de instru o j est familiarizada com o termo software e certamente j utilizou algum fato que gera uma falsa sensa o de conhecimento do assunto e leva muitos a acreditarem que poss vel prescindir de uma defini o t cnica Quanto a este ponto v lido citar A D Pereira o qual nos lembra que a import ncia de definir o que um programa de computador n o significa que seja de esperar que o legislador consagre um comp ndio de
23. The fundamental difference between the two movements is in their values their ways of looking at the world For the Open Source movement the issue of whether software should be open source is a pratical question not an ethical one As one person put it Open source is a development methodology free software is a social movement Tradu o livre A diferen a fundamental entre os dois movimentos encontra se em seus valores seus meios de compreender o mundo Para o movimento Open Source a quest o a respeito do c digo fonte do software um problema pr tico n o tico Como dito Open Source um m todo de desenvolvimento o software livre um movimento social In StaLLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 55 371 For the Open Source movement non free software is a suboptimal solution For the Free Software Movement non free software is a social problem and free software is the solution Tradu o livre Para o movimento open source softwares n o livres s o uma solu o n o tima Para o Movimento do Software Livre os softwares n o livres s o um problema social e o software livre a solu o In SraLtman Richard M Gay Joshua e Lessig Lawrence op cit nota 169 p 55 167 entendem que inserir trechos de c digo propriet rio em seus softwares degradar lhes Historicamente o Movimento pelo Software Livre surgiu primeiro com sua proposta de desconstru o dos paradi
24. a igualdade e a fraternidade a perman ncia de tais privil gios tornou se algo desadequada Todavia a inadequa o deste sistema monopol stico encontrava se muito mais evidente no plano discursivo do que no plano econ mico social Travestindo se o nome dos ent o privil gios e criando se uma justifica o aceit vel para a sua perman ncia seu enquadramento dentro do sistema capitalista de ent o ainda que contr rio aos princ pios do liberalismo econ mico da poca n o era de todo incompat vel vez que ia de encontro com os interesses da j estabelecida burguesia em manter seu poder n o sendo tamb m incompat vel com a organiza o centralizada hier rquica estratificada da sociedade de ent o Em ambas estas sociedades houvesse ou n o direitos de propriedade intelectual o povo permaneceria podado de quaisquer meios de participa o social direta A maior parte das pessoas encontrava se exclu da dos grandes avan os sociais tecnol gicos cient ficos e culturais permanecia completamente alheia aos acontecimentos que hoje estudamos como hist ria Os privil gios econ micos concedidos pelo Estado aos burgueses serviam apenas como meio de regula o e controle interno do poder individual da pr pria burguesia o povo n o era por eles afetado diretamente apesar de permanecer exclu do em grande parte pela distor o na competi o criada por estes direitos que elevava os pre os das mercadorias Mais ainda pre
25. accessible at the stated location until at least one year after the last time you distribute an Opaque copy directly or through your agents or retailers of that edition to the public It is requested but not required that you contact the authors of the Document well before redistributing any large number of copies to give them a chance to provide you with an updated version of the Document 4 MODIFICATIONS You may copy and distribute a Modified Version of the Document under the conditions of sections 2 and 3 above provided that you release the Modified Version under precisely this License with the Modified Version filling the role of the thus modification of the Modified Version to whoever Document licensing distribution and possesses a copy of it In addition you must do these things in the Modified Version A Use in the Title Page and on the covers if any a title distinct from that of the Document and from those of previous versions which should if there were any be listed in the History section of the Document You may use the same 240 leg vel por m quina juntamente com a c pia Opaca ou subsidiariamente dispor na ou com cada c pia Opaca uma localiza o em rede de computadores qual o p blico geral usu rio de redes de computadores possa acessar ou obter uma c pia Transparente completa livre de quaisquer materiais adicionais usando padr es p blicos de protocolos de rede Se o L
26. ele ignora bastante e domina alguns conhecimentos Mas como nossas zonas de inexperi ncia n o se justap em ele representa uma fonte poss vel de enriquecimento dos meus pr prios saberes Ele pode aumentar meu potencial de ser e tanto mais quanto mais diferir de mim Poderei associar minhas compet ncias s suas de tal modo que atuemos melhor juntos do que separados In L vy Pierre op cit nota 233 p 27 400 In L vy Pierre op cit nota 233 p 28 401 por isso que o coletivo inteligente trabalha tanto quanto poss vel suas velocidades de aprendizado aumenta suas capacidades de reorganiza o reduz seus prazos de inova o multiplica seu potencial inventivo Um grupo mais inteligente tamb m um grupo mais r pido Mas ele s atingir essa velocidade cognitiva mobilizando e portanto respeitando as subjetividades aut nomas que o comp em em vez de alinh las em um tempo exterior O tempo real da intelig ncia coletiva s pode ser uma emerg ncia ele sincroniza as intensidades de pensamento de aprendizado e de vida In L vy Pierre op cit nota 233 p 75 limita es anteriores e alcan ando um novo patamar de possibilidades A internet n o passa entretanto de uma chance A hist ria segue rumos incertos e este trabalho n o tem qualquer pretens o messi nica Existe uma possibilidade de que haja uma nova cataliza o da produ o de conhecimento dentro da sociedade mas ela apenas uma dent
27. es humanas Supostamente todos os possuidores de t tulos acad micos obtiveram nos t o somente em aten o a sua habilidade e conhecimentos espec ficos em uma rea do saber Preparado para um mundo ideal o sistema veste em si mesmo um cabresto para ignorar a realidade dos favores pessoais das compras de t tulos indica es nepotismo e outras pr ticas 192 secund rias de acesso estes t tulos Em segundo lugar vem a massifica o dos m ritos Independentemente das qualidades individuais de cada trabalho todos s o enquadrados em faixas ou escal es p s gradua o mestrado doutorado p s doutorado livre doc ncia etc Sup e se que o n vel ou a contribui o espec fica de cada um dos trabalhos enquadrado em um destes escal es semelhante a qualquer um dos outros e sempre inferior ao daqueles do escal o acima As distor es s o ignoradas Outra falha est encrustada na premissa de que o grupo de examinadores competente para apreciar quaisquer trabalhos vindouros O t tulo recebido no passado lhes atesta a capacidade de compreender e julgar as novas id ias que surgem na sociedade Fecham se os olhos para a possibilidade de que o titulado tenha deixado seu conhecimento tornar se defasado ou para a chance de que o novo trabalho volte se para um ramo t o singular do saber que seus conhecimentos anteriores n o sejam teis o suficiente para prepar lo para a avalia o Trata o conhecimento como estanque e fech
28. fice criado para facilitar nossa compreens o e c lculo das rea es da m quina Como dito o computador pode realizar imita es de modelos de trabalho com n meros e aritm tica e pode faz lo de acordo com as quatro opera es b sicas da matem tica soma subtra o multiplica o e divis o Por m o computador mais do que uma grande calculadora e consegue realizar muitas outras fun es al m de meras opera es aritm ticas Isso em grande parte devido ao software que opera como um tutor do computador dando as instru es corretas de que processos ele deve realizar Assim qualquer comando simples de um software traduzido em uma s rie de processos aritm ticos altamente intrincados para o computador Os programadores contudo n o fazem uso da linguagem da m quina para trabalhar e elaborar os softwares visto que isto seria um trabalho praticamente imposs vel exigindo um esfor o descomunal O que eles usam o se conhece por linguagem de programa o Por m n o existe t o somente uma linguagem de programa o mas v rias as quais podem ser classificadas em dois grupos o das i linguagens de baixo n vel ou linguagens assembly e o das ii linguagens de alto n vel 105 Poderiam ser quais quer outros s mbolos desde que um deles representasse o nada o zero e o outro uma unidade O que importa a id ia e n o o s mbolo 106 O computador n o tem vida e portanto ele n o l as instru
29. gio monopolista com as finalidades perseguidas segundo o saber criado em torno destes estranhos direitos de propriedade Dentre as muitas incoer ncias entre os discursos e os mecanismos atuantes destaca se aquele relativo inova o Esta premissa j foi abordada no cap tulo 4 1 3 2 contudo o foco era t o somente deslegitimar o discurso a respeito do incentivo estatal inova o No presente cap tulo o objetivo demonstrar que n o apenas inexiste incentivo inova o como em ltima an lise h um bloqueio CSEE S 360 sist mico ela 360 Raising the costs of borrowing through the imposition of very high standards of intellectual property will 161 Ocorre que o sistema de privil gios monopolistas sobre o conhecimento autof gico justamente por ser contr rio ao pr prio modo como a informa o produzida Como visto no cap tulo 4 1 3 3 a produ o de conhecimento uma atividade essencialmente coletiva n o individual As produ es intelectuais em geral e a cultura jamais ser o frutos de um nico indiv duo mas fazem parte de um longo processo de di logo do qual em diferentes propor es participam todos os seres humaros Note se que aqui n o se quer falar apenas das pessoas que t m um papel determinado na produ o do conhecimento autores e criadores de obras intelectuais certas e determinadas A produ o cultural aqui abordada em um sentido ampl ssimo no qual nenhuma id
30. ia ou pensamento pode ser descartado n o obstante sua forma Assim sendo n o h qualquer necessidade de fixa o de uma id ia em dado meio f sico nem precisa estar esta id ia inserida em uma obra basta que ela surja e seja comunicada A autofagia do sistema de propriedade intelectual consiste em criar barreiras artificiais burocr ticas circula o e difus o de id ias impedir o di logo cultural que o catalizador de todas as cria es da mente humana Mais do que isso este sistema de direitos sobre o conhecimento tem o cond o de tornar infratores os indiv duos produtores de conhecimento Limita se o potencial criativo dos indiv duos na sociedade ao inv s de incentiv los No campo do software este bloqueio particularmente pernicioso Como dito grande parte do trabalho de um programador consiste em reaproveitar c digos j escritos recombin los utilizar subrotinas prontas de forma a agilizar o trabalho de cria o de outras funcionalidades aos softwares j existentes Todavia com a outorga de direitos autorais sobre software torna se il cito reaproveitar trechos de c digos j desenvolvidos e existindo uma autoriza o legal t cita para manter o c digo fonte dos softwares secretos sendo eles transmitidos apenas atrav s de arquivos execut veis dificulta se muito at mesmo que estes c digos sejam estudados para a partir dos mesmos criar outros semelhantes que cumpram as mesmas fun es Ne
31. iniciada em linguagem simb lica com uma sintaxe muito pr xima da linguagem convencional Por esta raz o chamada de linguagem de alto n vel enquanto aquela linguagem de baixo n vel Dentre todas as defini es at aqui expostas esta certamente a mais adequada Apesar de simples imbu da de um alto grau de precis o diferentemente do que ocorre com as demais Entretanto ao se propor a explicar a forma como ocorre o trabalho de programa o e o di logo do software com a m quina o autor n o deixa suficientemente clara a distin o entre a linguagem de alto n vel e a de baixo bem como confunde a linguagem de baixo n vel com a linguagem da m quina o que um equ voco O International Bureau of the World Intellectual Property Organization publicou o Model Provisions on the Protection of Computer Software no qual estipulou o entendimento de que o software subdivide se em tr s categoriais 1 Computer program means a set of instructions capable when incorporated in a machine readable medium of causing a machine having information processing capabilities to indicate perform or achieve a particular function task or result i Program description means a complete procedural presentation in verbal schematic or other form in sufficient detail to determine a set of instructions constituting a corresponding computer program iii Supporting material means any material other than a computer program or a program
32. leg vel todos os Textos de Capa Textos de Capa na capa e Textos de Contracapa na contracapa Ambas as capas dever o ainda de forma tamb m clara e leg vel identificar o Licenciado como o Editor de tais c pias A Capa dever apresentar o t tulo completo com todas as palavras do t tulo igualmente chamativas e vis veis O Licenciado poder adicionar outros materiais s capas As c pias cujas altera es limitem se s capas desde que preservem o t tulo do Documento e satisfa am estas condi es podem ser consideradas c pias exatas sob outros aspectos Se os textos necess rios para qualquer das capas for muito extenso para ser enquadrado de forma leg vel o Licenciado dever dispor as primeiras listadas tantas quantas enquadrarem se de maneira leg vel na capa continuando com as demais nas p ginas subsegiientes Se o Licenciado publicar ou distribuir c pias Opacas do Documento em n mero superior a 100 dever incluir tamb m uma c pia Transparente copy along with each Opaque copy or state in or with each Opaque copy a computer network location from which the general network using public has access to download using public standard network protocols a complete Transparent copy of the Document free of added material If you use the latter option you must take reasonably prudent steps when you begin distribution of Opaque copies in quantity to ensure that this Transparent copy will remain thus
33. lio do conhecimento os seus produtores desenvolvedores fornecedores e comerciantes devem ao ofert o no mercado estar atentos aos direitos do consumidor constitucionalmente resguardados e dispostos em lei Sendo assim os consumidores de software t m entre outros os direitos liberdade de escolha e igualdade nas contrata es e informa o adequada e clara sobre os diferentes produtos e servi os prote o contra m todos comerciais coercitivos ou desleais bem como contra pr ticas e a E E 423 cl usulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos ou servi os dentre as quais destaca se a 419 Diz o artigo 2 caput do C digo de Defesa do Consumidor consumidor toda pessoa f sica e jur dica que adquire ou utiliza produto ou servi o como destinat rio final 420 Ver cap tulo 4 1 3 1 421 C digo de Defesa do Consumidor artigo 6 inciso II 422 C digo de Defesa do Consumidor artigo 6 inciso III 423 C digo de Defesa do Consumidor artigo 6 inciso IV 209 a 424 eleva o abusiva do pre o dos produtos ou servi os O modelo empresarial de desenvolvimento de software entretanto alicer ado no monop lio da informa o e do mercado Sendo assim n o h que se falar em liberdade de escolha nas contrata es ainda mais considerando se a necessidade de padroniza o do mercado de softwares que implica um for oso dom nio de uma plataforma pertencente exclusiva
34. lo onde quer que existam seres humanos interagindo haver o rela es intercruzadas de poder A mudan a proposta pelo 220 movimento livre e que aqui foi defendida relativa a uma mudan a de paradigmas mudan a de estruturas de distribui o das compet ncias e do exerc cio do poder da inven o e desenvolvimento do saber O sistema presentemente vigente de prote o aos interesses econ micos de alguns grupos mercadores de software em n vel global sustenta se sobre o poder que estes indiv duos exercer na sociedade ao mesmo tempo em que d sustenta o e legitimidade ao exerc cio deste pr prio poder O poder e o saber encontram se inexoravelmente identificados Todo saber tem por correlato um poder que se origina e d origem ao mesmo saber Na sociedade da informa o estas ntima liga o entre conhecimento e poder aumenta ainda mais sua import ncia do mesmo modo em que se torna tamb m indisfar vel o seu pr prio v nculo As condi es politicas e econ micas os interesses a mesquinhez dos participantes n o s o um v u que impede a devida compreens o do assunto s o antes o fator que cria e molda o tema bem como a i 445 os sujeitos que dedicam se ao seu estudo Os direitos de propriedade intelectual um dia foram brutalmente impostos sociedade como forma de fortalecer organizar e tornar mais econ mico o exerc cio do poder por parte de determinados 446 atores dentro da sociedade D
35. mais til aos benefici rios do sistema propagar a confus o e certificar se de que existam mais v rus perniciosos do que os ideol gicos Nenhuma empresa contudo poderia abertamente empenhar parte de seu capital humano ao desenvolvimento de v rus de forma que resta nos crackers um conveniente aux lio Se houver indiv duos que por conta pr pria espalhem v rus pelas redes de informa o causando infort nios aos usu rios individuais tr s vantagens imediatas aos privilegiados podem ser vislumbradas 1 aumenta se o temor social da figura do hackers o que feito atrav s da divulga o err nea das informa es facilitada aqueles com grande capital que 11 consequentemente legitima socialmente o poder das empresas de excluir a sociedade do conhecimento os indiv duos passam a 347 O primeiro v rus de que se tem not cia foi um software chamado Elk Cloner criado no ano de 1982 e tinha o prop sito de realizar uma brincadeira com os usu rios que instalassem um dado jogo em seu computador O v rus copiava se para o hardware do usu rio a partir do disquete de instala o e limitava o n mero de jogos poss veis em quarenta e nove Ao jogar a quinquag sima partida o usu rio veria em seu monitor uma tela branca com o poema It will get on all your disks It will infiltrate your chips Yes it s Cloner It will stick to you like glue It will modify RAM too Send in the Cloner Tradu o livre Vai pegar em todos
36. mico que pautavam a interven o estatal na economia A propriedade intelectual contudo n o 380 Owners of large numbers of people do not need to innovate to create wealth The negative effects of information feudalism have involved intellectual property rights being deployed to lock up knowledge from competitors who might use it Tradu o livre Donos de grandes n meros de pessoas n o precisam inovar para criar riquezas Os efeitos negativos do feudalismo da informa o envolvem direitos de propriedade intelectual sendo alocados de modo a trancar o conhecimento dos competidores que poderiam us lo In DraHos Peter e BrarrHwarrE John op cit nota 4 p 187 381 The Commission wants Microsoft to provide rivals with enough information to develop software that could run as smoothly as its own on Microsoft s Windows operating system This is a case about abuse of dominant position about refusing to provide information to vendors Tradu o livre A Comiss o quer que a Microsoft proporcione aos seus concorrentes as informa es suficientes ao desenvolvimento de softwares que possam ser executados no Windows de maneira t o eficaz quanto os pr prios softwares dela Microsoft Este um caso de abuso de posi o dominante sobre a recusa em prover o mercado com as informa es necess rias exist ncia de concorr ncia In http news bbc co uk 2 hi business 4945230 stm 171 apenas permaneceu
37. patentes por outro lado t m como objetivo proteger meramente o passo inventivo implementado por meio de um software n o a totalidade do seu c digo fonte como ocorre nos direitos autorais Isso acontece porque virtualmente imposs vel que um software inteiro seja programado utilizando se somente de passos inventivos sem a presen a de nenhum comando de conhecimento geral dos peritos na rea Assim enganoso falar se em software patenteado o que existe em verdade s o patentes de comandos espec ficos ou subrotinas contidos no c digo fonte de um determinado 5 software A quest o do patenteamento de softwares torna se ainda mais controversa a medida em que os seus comerciantes conseguem restringir os direitos de acesso ao c digo fonte em um grau ainda mais elevado do que permitido pela lei autoral e mesmo pela lei de patentes O direito das patentes exige daquele que pretende ser reconhecido como titular de uma patente que em troca deste direito revele de forma minuciosa os passos inventivos de sua inven o que devem ser intelig veis e n o podem ser bvios algu m com per cia na rea do conhecimento em que foi concebida a inven o As patentes de software contudo na maior parte dos casos s o concedidas sem que haja semelhante revela o As 3 E 161 p blica e minuciosa dos passos inventivos realizados por meio do seu c digo fonte Ainda mais grave do que a situa o descrita o fat
38. prios interagindo com objetos mas toda uma pluralidade de sujeitos cada um com seus pr prios desejos e instintos o que inevitavelmente leva a um conflito quando de sua intera o Assim cada sujeito aprende que para conviver em sociedade necess rio observar determinadas regras sejam elas morais religiosas legais disciplinares as quais em grande parte das vezes entrar o em conflito com os desejos primitivos de satisfa o individual N o obstante os seres humanos s o capazes de internalizar tais regras redirecionando os impulsos primitivos a elas tidos como contr rios para outras atividades ou outros fins Esta uma das principais diferen as entre a sociedade e um outro agrupamento qualquer Convivendo em sociedade os indiv duos aprendem uma moral social e passam a n o mais buscar somente a realiza o individual mas tamb m a atentar para o bem comum e a respeitar o pr ximo como forma de evitar a dor individual causada pelo conflito existente na aus ncia de tais regras A todo agrupamento social portanto inerente um conjunto de regras Mas n o apenas o indiv duo que ao longo de sua vida desenvolve a moral social e o sentimento de respeito pelo bem comum tamb m esta moral social desenvolve se acompanhando o desenvolvimento da sociedade em um processo muito mais lento Pode se inclusive avaliar o grau de desenvolvimento de uma sociedade analisando se as suas regras de conv vio de modo que mais desen
39. ria promete um aumento sem precedente na produtividade do trabalho humano uma acelera o das muta es econ micas e continuamos a subordinar a identidade social e a sobreviv ncia psicol gica dos indiv duos s formas de trabalho e especialmente o assalariado que se estabilizaram no s culo XIX no apogeu das t cnicas molares O qu A abertura do ciberespa o permite conceber as formas de organiza o econ mica e social centradas na intelig ncia coletiva e na valoriza o do humano em sua variedade e continuamos a perguntar gravemente quem dominar o mercado multim dia In L vy Pierre op cit nota 233 pp 54 e 55 191 barreiras ao tr nsito do conhecimento Apesar de poss vel mas custoso os indiv duos n o precisam mais mover se em busca das informa es elas j se encontram em circula o a um custo nfimo Por outro lado se o homem n made dependia da lideran a e sabedoria ancestrais do patriarca o sedent rio das fam lias e cl s e o consumidor da compet ncia dos mercadores o homem situado no mundo da informa o prescinde de lideran a est tica Deixam de existir barreiras entre o conhecimento e os sujeitos do conhecimento n o h mais qualquer intermedi rio que molde a informa o Isto de modo algum quer implicar igualitarismo ou emancipa o ao n vel individual Esta nova fronteira vem romper com a arbitrariedade nas distin es entre os habilitados a transformar o conhecimento e tomar
40. s empresas e ao Estado Mesmo no tocante s empresas contudo o computador n o era largamente difundido vez que as suas vantagens n o eram inicialmente atrativas a todos os ramos do com rcio ou quando atrativas nem sempre eram facilmente compreendidas pelos empres rios Sendo assim n o havia preocupa o por parte dos juristas com a quest o do software deles ainda t o distante 3 3 1 O COPYRIGHT 124 In Bertrand Andr La protection des logicels trad port de Dresch Vanisede A Prote o Jur dica dos Programas de Computador Porto Alegre Livraria do Advogado 1996 pp 22 e ss 125 Critic vel contudo que ainda hoje permane a o desd m dos juristas brasileiros pela quest o do software t o intensamente debatida em outras terras Durante a fase de pesquisa para este estudo foi surpreendente constatar o qu o escasso e superficial o material nacional sobre o assunto o que praticamente obrigou que se fizesse esta pesquisa somente com base em estudos alien genas sobre a mat ria e n o comparativamente como de praxe A import ncia e urg ncia do assunto para o Brasil e para o mundo est presente ao longo de toda esta tese mas ser em especial discuta no cap tulo 4 3 tn Ww Em um segundo momento por volta do in cio dos anos setenta do s culo passado a postura dos mercadores de software e hardware mudou Com a queda no pre o da produ o dos computadores e conseq ente aumento no consumo empres
41. t a 404 405 wenta prever o que a doutrina e a lei chamam de direitos morais dos autores Al m do estranhamento causado pela prote o constitucional ter deixado de lado morais ou pessoais dos autores privilegiando o aspecto patrimonial destes direitos a reda o do artigo 5 torna clara a natureza dos direitos garantidos aos autores s o direitos de exclusividade de utiliza o publica o ou reprodu o Quando um nico indiv duo tem exclusividade de atua o em um mercado ocorre o que economicamente conhecido como monop lio Ao outorgar a somente um individuo a capacidade de utilizar publicar ou reproduzir uma informa o a Constitui o nada mais est fazendo do que outorgando lhe o monop lio de explora o destas atividades A lei por sua vez ao tornar estes direitos alien veis faz com que estes monop lios concentrem se nas m os de empres rios com capital suficiente para exercer este poder monopol stico da forma mais eficiente Ocorre que ao tratar da ordem econ mica a Constitui o Federal disp e em seu artigo 173 4 que a lei reprimir o abuso do poder econ mico que vise domina o dos mercados elimina o da concorr ncia e ao aumento arbitr rio dos lucros Tamb m no artigo 170 incisos IV e V disp e ser a livre concorr ncia e a defesa do consumidor dois dos princ pios da ordem econ mica nacional al m de dispor que a mesma fundada na livre iniciativa Rez
42. vel por uma m quina Transparente apresentada em um formato cujas especifica es encontram se dispon veis ao p blico em geral a straightforwardly with generic text editors or for images composed of pixels generic paint programs or for drawings some widely available drawing editor and that is suitable for input to text formatters or for automatic translation to a variety of formats suitable for input to text formatters A copy made in an otherwise Transparent file format whose markup or absence of markup has been arranged to thwart or discourage subsequent modification by readers is not Transparent An image format is not Transparent if used for any substantial amount of text A copy that is not Transparent is called Opaque Examples of suitable formats for Transparent copies include plain ASCII without markup Texinfo input format LaTeX input format SGML or XML using a publicly available DTD and standard conforming simple HTML PostScript or PDF designed for human modification Examples of transparent image formats include PNG XCF and JPG Opaque formats include proprietary formats that can be read and edited only by proprietary word processors SGML or XML for which the DTD and or processing tools are not generally available and the machine generated HTML PostScript or PDF produced by some word processors for output purposes only The Title Page means for a printed book the title page its
43. 90 29 Claramente que este direito em nossa sociedade j n o representa o mesmo absoluto que nos tempos da Roma Antiga podendo ser limitado em raz o do interesse p blico ou da coexist ncia com o direito de propriedade de outros titulares In Dwz Maria Helena op cit nota 28 pp 87 Nossa lei p tria limitou o direito de propriedade j em n vel constitucional quando em seu artigo 5 disp s que XXIII a propriedade atender a sua fun o social XXIV a lei estabelecer o procedimento para desapropria o por necessidade ou utilidade p blica ou por interesse social mediante justa e pr via indeniza o em dinheiro ressalvados os casos previstos nesta Constitui o XXV no caso de iminente perigo p blico a autoridade competente poder usar de propriedade particular assegurada ao propriet rio indeniza o ulterior se houver dano 30 Artigo 1228 do C digo Civil 19 Este direito tamb m exclusivo e com isso quer se implicar que a mesma coisa n o pode pertencer de forma exclusiva a mais de um indiv duo Sua exclusividade um desdobramento da faculdade que tem o propriet rio de exercer seu dom nio de forma n o concorrente com direitos de 31 terceiros Por fim este direito tamb m perp tuo o que implica o fato de que a propriedade subsiste independentemente do seu exerc cio por parte do titular e pode ser transmitida indefinidamente aos seus o 2 2 o E sucessores e aos sucessores des
44. ANEXO GNU Frer DOCUMENTATION LICENSE This is an unofficial translation of the GNU Free Documentation License into Portuguese It was not published by the Free Software Foundation and does not legally state the distribution terms for document that uses the GNU FDL only the original English text of the GNU FDL does that However we hope that this translation will help portuguese speakers understand the GNU FDL better Esta uma tradu o n o oficial da GNU Free Documentation License para o Portugu s Ela n o foi publicada pela Free Software Foundation e n o tem efic cia legal para os documentos distribu dos sob os termos da GNU FDL somente o texto original em Ingl s da GNU FDL possui esta efic cia Entretanto espera se que esta tradu o servir de aux lio para um melhor entendimento de seus termos pelos falantes do idioma Portugu s GNU Free Documentation License Version 1 2 November 2002 Copyright C 2000 2001 2002 Free Software Foundation Inc 51 Franklin St Fifth Floor Boston MA 02110 1301 USA Everyone is permitted to copy and distribute verbatim copies ofthis license document but changing it is not allowed GNU Free Documentation License Vers o 1 2 novembro de 2002 Copyright C 2000 2001 2002 Free Software Foundation Inc 51 Franklin St Fifth Floor Boston MA 02110 1301 USA Permite se a reprodu o exata e distribui o desta licen a sendo vedadas quaisquer altera es
45. Documento e da mesma forma os localiza o na rede disposta no Documento para vers es anteriores nas quais ele se baseou Estas podem ser inseridas na se o Hist rico O Licenciado poder omitir a localiza o na rede de para uma obra que tenha sido publicada h pelo menos 4 quatro anos antes do Documento ou quando o editor da referida vers o der lhe permiss o expl cita para tanto K Agradecimento ou Dedicat ria preservar o Para qualquer se o intitulada T tulo da se o bem como ao longo da se o toda subst ncia e tom de cada agradecimento aos colaboradores e ou dedicat nias nela dispostas L Preservar todas as Se es Inalter veis do Documento inalteradas em seus t tulo e corpo N meros das se es ou seus equivalentes n o s o considerados parte do t tulo da se o M Apagar qualquer Se o Intitulada Apoio Tal se o n o pode ser inclu da na Vers o Alterada N N o alterar o t tulo de uma se o existente intitulada Apoio ou de forma a entrar em conflito com alguma Se o Inalter vel O Preservar quaisquer Cl usulas de Isen o de Responsabilidade Se a Vers o Alterada incluir novas se es iniciais ou ap ndices que se enquadrem no conceito de Sections and contain no material copied from the Document you may at your option designate some or allof these sections as invariant To do this add their titles to the list of Invariant Sect
46. ECIS European Committee for Interoperable Systems argument was that the inability to reverse analyse ECIS preferred this term to reverse engineering since it better described the process of trying to understand how a program worked would virtually eliminate competition in the software industry Tradu o livre O n cleo argumentativo do ECIS Comit Europeu para Sistemas Interoperacionais CESI era que a inaptid o para realizar a an lise reversa ECIS prefere esta express o engenharia reversa vez que descrever melhor o processo de tentar entender como um programa funciona iria virtualmente eliminar a competi o dentro do mercado de software In Dramos Peter e BrarrHwarre John op cit nota 4 p 172 169 An even worse law the Digital Millennium Copyright Act DMCA was designed to bring back copy protection which computer users detest by making it a crime to break copy protection or even publish information about how to break it This law ought to be called Domination by Media Corporations Act because it effectively offers publishers the chance to write their own copyright law It says they can impose any restrictions whatsoever on the use of a work and these restrictions take the force of law provided the work contains some sort of encryption of license manager to enforce them Tradu o livre Uma lei ainda pior a Digital Millenium Copyright Act DMCA foi elaborada para apoiar a prote o contra c pias a
47. Esses dom nios s o inconfund veis tra ando se o car ter art stico ou industrial da cria o Somente este crit rio pode ser adotado para discriminar o campo de aplica o das leis que regulam a propriedade liter ria art stica e cientifica e das que regem a propriedade industrial porque posta de lado esta distin o todas as produ es do esp rito reduzir se iam a uma s categoria das produ es intelectuais In Cerquerra Jo o da Gama op cit nota 7 p 56 Esta distin o contudo t nue como fica claro a partir da pr pria prote o do software dentro do direito autoral n o da propriedade industrial como seria de se supor Existe como ressalta o autor citado na continua o do trecho uma zona de grigia onde estes ramos se fundem 15 Cabem aqui duas observa es i aquilo a que os pa ses de tradi o civilista chamam de direito de autor n o em exatid o o mesmo que os pa ses da common law chamam de copyright fato melhor analisado no cap tulo 2 3 ii existe uma tend ncia nos Estados Unidos em buscar uma prote o pelo regime de patentes ao software mas esta n o absolutamente a regra no mbito internacional fato tamb m discutido no cap tulo 3 3 2 15 industrial no direito da Roma Antiga Tais direitos de propriedade industrial foram inventados apenas durante a Baixa Idade M dia sob a forma de privil gios concedidos como liberalidade soberano em favor de algum de seus s ditos O mais
48. Il ny a plus pour aucune partie de la Nation ni pour aucun individu aucun privil ge ni exception au droit commun de tous les Fran ais Tradu o livre N o existe mais para qualquer parte da Na o nem para qualquer indiv duo privil gio algum nem exce o ao direito comum de todos os franceses 20 a vontade da consci ncia jur dica exig ncia econ mica e social para restabelecer o privil gio como direito do inventor n o o faria sob a forma antiga com a mesma figura e o nome abomin vel O privil gio foi reconhecido como direito natural do inventor sobre o resultado de sua atividade inventiva e n o poderia ser tutelado de forma outra que n o o direito absoluto de gozo direito de propriedade grifos nossos In Domincues Douglas Gabriel op cit nota 11 pp 14 e 15 21 A n o ser que se considerem direitos do soberano As with copyright the source of patents lay in the right of the monarchs to grant exclusive trade privileges to chosen subjects Tradu o livre Assim como nos direitos autorais a origem das patentes encontra se no direito dos monarcas de outorgarem privil gios comerciais exclusivos sobre campos escolhidos In DraHos Peter e BrarrHwarTE John op cit nota 4 p 34 22 Nesse sentido J G Cerquerra relata que n o havia por m igualdade nem justi a na concess o desses privil gios que resultavam em merc s ou em favores pessoais e n o no reconhecimento de qualquer direito e
49. Sendo assim ainda que cada usu rio tenha meios de adquirir o software de forma gratuita por meio de ofertas de outros usu rios nem todos ser o capazes de utiliz lo sem o aux lio de terceiros Ocorre ainda que a empresa que desenvolveu o software original a possuidora da totalidade dos conhecimentos existentes a respeito do seu funcionamento e operabilidade de forma que a ela ser muito simples ofertar servi os de suporte ao usu rio sem que isto implique qualquer custo adicional exce o feita ao chamado custo de oportunidade Mais ainda todo software apresenta sempre incompatibilidades com suportes f sicos ou com outros softwares existentes na m quina e resolver os problemas advindos aos usu rios a partir destas incompatibilidades tarefa que exige um conhecimento profundo do software espec fico e de programa o em geral o que novamente a empresa que desenvolveu o software tem disposi o sem qualquer custo adicional Em se tratando do ambiente empresarial dois outros servi os s o muito comuns quais sejam o de treinamento e capacita o de pessoal e o de adapta o do software original s necessidades concretas de uma empresa espec fica Neste sentido qualquer empresa que necessite de um dado software provavelmente carecer de algu m com per cia no funcionamento do software para treinar seus funcion rios em seu modo de opera o bem como muito prov vel que sinta a necessidade de pequenos ajuste
50. a fabrica o dele explicada pelo conceito econ mico de bem rival Para os economistas um bem ser considerado rival quando a sua utiliza o por um indiv duo necessariamente excluir os demais indiv duos deste gozo O conhecimento entretanto um bem n o rival vez que poder ser utilizado simultaneamente por tantos quantos forem os indiv duos sem que haja qualquer interfer ncia ou d ficit no uso deste bem Note se aqui que ao utilizarem o mesmo conhecimento A e Sony eventualmente competir o em um mesmo mercado e a cada um deles a presen a do competidor ser um obst culo otimiza o dos lucros Contudo tal fato dissemelhante competi o de uso que caracteriza os bens rivais Na presente situa o ambos os competidores estar o utilizando o conhecimento que det m em seu potencial m ximo do modo que melhor forem capacitados a faz lo A competi o n o se d pelo uso daquele conhecimento mas pelo mercado dos produtos fruto de sua utiliza o 23 podem faz lo com o conhecimento tecnol gico necess rio produ o daquele CD sem qualquer dist rbio m tuo Assim sendo contrariamente ao que ocorre com a propriedade tradicional a exclusividade n o a priori l gico exist ncia da propriedade industrial Ao contr rio a exclusividade da propriedade industrial artificialmente criada pela lei mas de forma muito menos ampla do que a tradicional Essa nova exclusividade consiste basicamente em u
51. a id ia de desenvolvimento cooperativo de software Assim torna se f cil convencer a comunidade de que os direitos que os comerciantes de software pleiteiam nada mais s o do que os direitos que eles naturalmente det m enquanto fruto de seu empenho em desenvolver determinado software 218 Muitos s o os exemplos de softwares propriet rios distribu dos gratuitamente sendo alguns deles muito populares pode se citar Adobe Acrobat Reader MSN Messenger Skype ICQ Todos estes softwares s o conhecidos e utilizados pela maior parte dos digitalmente inclu dos e entretanto podem ser legalmente obtidos gratuitamente nos sites das pr prias empresas que os desenvolvem sem que isso os torne softwares livres 219 Cabe aqui um esclarecimento Como adiante ver se a proposta do software livre uma amea a a algumas empresas que s o aquelas que det m o dom nio do mercado a partir de um software b sico largamente difundido Contudo isto n o deve ser confundido com uma amea a ao exerc cio da atividade empresarial Ocorre que o software livre quebra o monop lio que a empresa que desenvolveu o software tem sobre aquele produto de forma a possibilitar a exist ncia de concorr ncia em maior ou menos grau acabando com o dom nio de algumas gigantes Para uma an lise aprofundada sobre os meios de exercer atividade empresarial lucrativa com software livre ver cap tulo 4 1 3 1 220 Exemplos disso s o os termos pirataria e furto
52. a prote o do consumidor Em primeiro lugar o consumidor enquanto cidad o brasileiro por encontrar se em posi o desvantajosa e hipossuficiente na rela o de consumo merece os cuidados do Estado que lhes garantam n o uma vantagem mas uma equipara o z 417 em sua rela o com produtores e fornecedores de mercadorias para o consumo J em segundo momento a preocupa o do legislador constitucional em assegurar que a ordem econ mica nacional respeitar os princ pios gerais da atividade econ mica capitalista Neste sentido a prote o ao consumidor feita n o em aten o fragilidade do mesmo em um dos p los da rela o de consumo mas com vistas a assegurar a normalidade das condi es do mercado evitando distor es e abusos por parte de agente econ micos isolados Note se que a hipo sufici ncia do consumidor tem rela o com a sua situa o econ mica prejudicada em rela o quela das empresas mas sua rela o principal com a desigualdade de e o E ido 418 A informa o a respeito das mercadorias e condi es de mercado Neste sentido que mesmo empresas 416 C digo de Defesa do Consumidor Lei 8078 1990 artigo 4 inciso I disp e sobre o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo 417 Se antes fornecedor e consumidor encontravam se em uma situa o de relativo equil brio de poder de barganha at porque se conheciam agora o for
53. a uma pluralidade de prov veis imperfei es plenamente evit veis Por fim isto resultaria em um acr scimo do j absoluto poder monopol stico detido pelo desenvolvedor original perdoado o aparente paradoxo Unem se aqui os dois problemas acima destacados Com efeito o desenvolvedor original estaria protegido mesmo de uma eventual concorr ncia j que a todos os demais vedada a oferta p blica de software Por outro lado tal desenvolvedor teria ainda seus custos em desenvolvimento inova o e produ o reduzidos praticamente zero j que a comunidade realizaria por ele esta tarefa reservando se contudo somente a ele os lucros 259 Aqui pensa se na situa o em que o desenvolvedor tivesse que decidir entre dois diferentes algor timos que implementassem a mesma tarefa j que a princ pio somente estes implicariam uma escolha excludente em rela o aos demais 260 Ver tamb m os cap tulos 4 1 3 7 e 4 2 113 Saliente se que o monop lio sobre o uso do conhecimento em si j de categoria privilegiada em rela o a outras formas de monop lio de mercado decorr ncia do fato de que o conhecimento um bem n o rival Sendo assim ainda que o conhecimento n o seja produzido de forma cooperativa com a comunidade a n o rivalidade do conhecimento produzido faz com que o seu criador possa continuar lucrando por tempo indeterminado sem qualquer nus adicional tal como ocorreria com outros bens de con
54. above for modified versions provided that you include in the combination all of the Invariant Sections of all of the original documents unmodified and list them all as Invariant Sections of your combined work in its license notice and that you preserve all their Warranty Disclaimers The combined work need only contain one copy of this License and multiple identical Invariant Sections may be replaced with a single copy If there are multiple Invariant Sections with the same name but different contents make the title of each such section unique by adding at the end of it in parentheses the name of the original author or publisher of that section if known or else a unique number Make the same adjustment to the section titles in the list of Invariant Sections in the license notice of the combined work In the combination you must combine any sections Entitled History in the various original Entitled History likewise combine any sections Entitled documents forming one section Acknowledgements and any sections Entitled Dedications You must delete all sections Entitled Endorsements 6 COLLECTIONS OF DOCUMENTS You may make a collection consisting of the Document and other documents released under this License and replace the individual copies of this License in the various documents with a single copy that is included in the collection provided that you follow the rules of this License 244 O Licenci
55. acessem e trabalhem o conhecimento compartilhado socialmente Utilizando se este potencial ao m ximo inexistindo as antigas fronteiras naturais ou f sicas ao conhecimento humano pode se imaginar um novo salto qualitativo em termos de capacidade social criativa Se a escrita possibilitou o desenvolvimento de racioc nios complexos e as tecnologias de telecomunica o digital possibilitaram ampliar o n mero de receptores simult neos a internet rompe com a distin o entre receptor transmissor Cada receptor potencialmente um retransmissor e todos os transmissores est o sempre abertos a receberem os ecos de suas transmiss es Se a era do mercado foi caracterizada por romper com as fronteiras dos produtos e pessoas a era da informa o desmantela as 393 Property rights confer authority over resources When authority is granted to the few over resources on which many depend the few gain power over the goals of the many This has consequences for both political and economic freedom within a society Tradu o livre Direitos de propriedade conferem autoridade sobre os recursos Quando autoridade dada a poucos sobre os recursos dos quais muitos dependem os poucos ganham poder sobre os objetivos dos muitos Isto tem consegii ncias diretas na liberdade tanto econ mica quanto pol tica na sociedade In Dramos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 12 394 O avan o das tecnologias moleculares no tratamento da mat
56. and Hugo among others At the end of this period came Charles Darwin who reinvented biology after the voyage of the Beagle 1831 1836 We saw the Jfoudation of modern discipline of chemestry at the hands of Lavoisier and Dalton the foudations laid for industrial revolution through inventions such as James Watt s steam engine George Stephenson s locomotive Michael Faraday s first electric motor and indeed one of the foundations of the postindustrial information economy through the invention of photography by Louis Daguerre This was one of the greatest eras of phylosophy Kant Hegel Bentham Hume and ironically Adam Smith 125 The 20 century the first in which phylosophers have universally enjoyed the benefits of copyright in their works has been one of the weakest centuries for phylosophy The greatest phylosophers of 20 century Wittgenstein Russel and perhaps Habermas are simply not as important as those of 19 18 and 17 century or arguably of the last centuries before Christ What was most important to nurturing the great phylosophers of Ancient Greece and the Enlightenment were the cultures and institutions f scholarship that flourished in those times and places O Estado ali s geralmente obteve resultados muito mais eficazes no incentivo produ o intelectual quando sua atividade esteve voltada s universidades do que quando preocupou se em facilitar os ganhos poss veis a algumas poucas mega empresas
57. antigo privil gio de que se tem not cia foi concedido no ano de 1236 d C pelo Munic pio de Bordeaux a Bonafusus de Sancta Columbia e Companhia para tecer calandrar e tingir tecidos de l e costumes ao modo flamengo franc s e ingl s pelo prazo de 15 quinze anos com exclusividade A este seguiram outros como aquele concedido em 1331 pelo Rei Edward III da Inglaterra a John Kempe tecel o flamengo para que este introduzisse na Inglaterra a ind stria tecel bem como aqueloutro em 1336 concedido ao mesmo John Kempe para a fabrica o de brabante naquele territ rio O primeiro detalhe que prende a aten o o fato de que aquilo que hoje denominamos propriedade industrial talvez por entendermos que seu conceito vizinho daquele do direito real de propriedade sobre coisa tang vel outrora fora inventado sob a alcunha de privil gio Mais ainda longe de qualquer conex o com o conceito de propriedade este privil gio era entendido como um monop lio sobre determinada atividade comercial concedido a t tulo de honraria para eminentes cidad os Apenas mais tarde quando finda a Idade Moderna mais precisamente em 1791 na Fran a que tais privil gios que j haviam sido restringidos apenas queles de inven o e n o mais eram concedidos a todo e qualquer monop lio que o arb trio do soberano e a gan ncia do s dito pudessem imaginar identificaram se com o direito real de propriedade Com efeito a primeira lei f
58. ao redor do software livre com o agravante de que como o desenvolvimento realizado por uma comunidade n o organizada de sujeitos an nimos e sem o investimento de um montante elevado de capital n o poss vel confiar que aquele software cumpra as tarefas a que se prop e e que caso n o cumpra o usu rio restar completamente isolado na tarefa de perseguir um meio de superar estas falhas O curioso que ocorre na realidade justamente o contr rio como vimos discorrendo S o os softwares propriet rios que na realidade trazem a inseguran a sobre quais s o as suas fun es j que a ningu m l cito estud lo e A 340 conhec lo para descobrir de forma clara o seu modo de opera o 336 Software piracy harms consumers software developers and resellers The consumers run the risk of viruses and would not be able to enjoy the full benefits of the software package and could not have technical support and product upgrades Tradu o livre A pirataria prejudica os consumidores os desenvolvedores de software e os seus revendedores Os consumidores correm o risco decorrente dos v rus e n o seriam capazes de desfrutar os benef cios completos de um pacote de software original e n o poderia ter suporte t cnico e aprimoramento de seus produtos In ALSHAMLAN Abdulrahman S op cit nota 319 pp 3 337 Interessante notar que outra caracter stica apontada como muito importante e que demonstra uma quali
59. ao ser transplantada para o software esta prote o sofreu altera es profundas O software n o sendo considerado uma inven o n o est submetido ao requisito da publica o Sendo contudo objeto da tutela autoral a incid ncia da lei deveria dar se sobre a literalidade do software ou seja o seu c digo fonte de modo que qualquer um pudesse estud lo e fazer uso das id ias nele contidas Todavia a lei n o exige que o c digo fonte seja aberto permitindo tacitamente a transmiss o do software somente em seu c digo objeto ou seja a tutela autoral incide sobre um documento secreto c digo fonte fechado N o necess ria qualquer publica o nem mesmo um registro do c digo que 439 Cs lhe d alguma publicidad Note se que tamb m para as obras liter rias e art sticas n o s o necess rios o registro ou a publica o A sua simples exist ncia expressa em meio intelig vel j faz nascer a tutela jur dica Todavia existe uma sens vel diferen a entre as obras liter rias e art sticas e o software qual seja a possibilidade que o autor tem de fazer uso deste sem permitir que a sociedade acesse o conhecimento nele contido Um livro n o tem qualquer utilidade espec fica se o conhecimento nele contido for inacess vel criptografado codificado ou ileg vel Por m um software ainda que n o se possa acessar o conhecimento que ele carrega pode ser utilizado pelos computadores A tutela jur di
60. are protected as literary works within the meaning of Article 2 of Berne Convention Such protection applies to computer programs whatever may be the mode or form of their expression Tradu o livre programas de computador s o protegidos como obras liter rias segundo o significado do artigo 2 da Conven o de Berna Essa prote o se aplica aos programas de computador independentemente do seu modo ou forma de express o 58 consumidores o mesmo n o pode ser dito com rela o concorr ncia Isso porque tais direitos vedam a reprodu o da obra mas n o constituem qualquer bice cria o pela concorr ncia de programas 144 semelhantes queles protegidos por direitos de autor A prote o se restringe reprodu o literal de LAS x x t Jsa 145 todo o c digo ou de partes relevantes do mesmo mas n o veda a reprodu o da id ia Apesar de parecer ser este um ponto forte dos direitos autorais n o restringirem as possibilidades inovativas da concorr ncia para os comerciantes de software este o seu ponto fraco vez que existem formas relativamente f ceis de descompilar ou desmontar um programa e reescrev lo de modo diverso preservando as suas fun es O que constitui uma inibi o t cnica ao interesse desses i s A 146 as comerciantes em alijar a concorr ncia N o demorou pois para que eles buscassem modos mais 144 One of the limitations of copyright law particularly in t
61. as decis es que ir o transmut lo Desde que foram ultrapassadas as fronteiras do territ rio j n o mais poss vel que uma pessoa tenha entendimento profundo sobre todas as reas do conhecimento A especializa o que j era a regra tornou se portanto necess ria Quais os crit rios entretanto para avaliar os conhecimentos desenvolvidos por estes especialistas Quem eram os aptos a tomar a decis o por um ou outro caminho quando dois t cnicos divergiam em recomenda es Que ramos do conhecimento s o priorit rios A sociedade certamente j n o tinha mais compet ncia para avaliar assuntos espec ficos As sociedades contempor neas t m at aqui utilizado o mecanismo da hierarquia como forma de solu o Assim a produ o cient fica acad mica avaliada de acordo com os crit rios objetivos e subjetivos de um grupo restrito de indiv duos titulados a arbitrar sobre os m ritos de um dado trabalho Em tese o grupo de rbitros com t tulos acad micos tem a capacidade de julgar em lugar da sociedade o valor de um trabalho pois seus t tulos foram concedidos com base em sua pr pria per cia pessoal no ramo espec fico do saber em que o novo trabalho se insere A despeito de este crit rio ser claramente superior ao do la o sang neo ele n o t o preciso quanto se pretende A primeira e tamb m mais bvia cr tica que este m todo se prop e com uma objetividade simplesmente inexistente em rela
62. as solu es buscadas para cada um dos problemas ca a pesca luta nomadismo As dificuldades de sobreviv ncia impostas pelo meio j s o conhecidas socialmente chuvas secas mudan as das esta es migra o dos animais assaltos de outros agrupamentos tribais vizinhos doen as etc como tamb m s o conhecidas as solu es que anteriormente foram eficazes na supera o de cada uma destas crises Estes conhecimentos s o valiosos continuidade da sociedade e por isto s o transmitidos de gera o a gera o atrav s dos mitos lendas e contos de curta dura o e f cil memoriza o As solu es entretanto s o extremamente simplistas a ponto de todos os participantes da sociedade conhecerem nas todas ao longo de suas breves exist ncias A inova o e amplia o dos conhecimentos dentro da sociedade d se de forma vagarosa e epis dica Eventualmente entretanto acontece de uma destas tribos privilegiada por condi es de sobreviv ncia espec ficas aumentar consideravelmente o seu porte e capital humano pr prios o que feito tamb m atrav s de alian as ou guerras com tribos vizinhas Com este aumento de porte contudo as solu es herdadas dos ancestrais passam a n o mais resolver as dificuldades de forma satisfat ria A sociedade torna se grande demais para estar migrando a todo o tempo n o mais t o simples viajar em 388 Quanto melhor os grupos humanos conseguem se constituir em coletivos
63. cap tulo 4 1 2 2 203 justamente esta a proposta do movimento pelo conhecimento livre o fim das barreiras arbitr rias ao desenvolvimento individual em qualquer que seja o ramo do saber O modelo empresarial por sua vez restringe as capacidades de ensino pesquisa e cria o at mesmo das universidades uma vez que os cursos ligados computa o de dados podem somente dedicar se a ensinar e pesquisar os princ pios da computa o e as linguagens Por m este estudo encontra se limitado informa o disponibilizada pelas empresas que desenvolveram as linguagens estabelecidas no mercado Qualquer pesquisa que extrapole o limite das informa es tornadas p blicas pelas empresas infringe os direitos destas sobre a informa o O mesmo vale para os softwares em geral Nenhum software comercial pode ser usado como modelo de estudo pesquisa ou cria o sem esbarrar nos interesses econ micos destas empresas A Constitui o tamb m determina que o Estado garantir a todos o exerc cio dos direitos culturais e o acesso s fontes da cultura nacional artigo 215 caput fazendo parte deste patrim nio cultural de forma expressa artigo 216 inciso III as cria es tecnol gicas dentre as quais o software No entanto ao permitir que as empresas de software dominem todo o conhecimento sobre os seus algor timos e distribuam ao p blico apenas em seu c digo fonte toda a coletividade se v despida do acesso cultura e consequ
64. coisas entre si os homens entre si se odeiam lutam procuram dominar uns aos outros querem exercer uns sobre os outros rela es de poder que compreenderemos em que consiste o conhecimento In FoucauLr Michel op cit nota 1 p 23 3 In Foucaurr Michel op cit nota 1 pp 15 e 16 4 The legal representatives of owners of large intellectual property holdings in the 20 century worked very hard to remove the stigma of monopoly from intellectual property They knew that once the veil of private property was drawn over what was essentially a state granted monopoly privilege it would be much harder for public authorities to question the nature of business arrangements that individual competitors reached with each other using those priviledges Tradu o 10 N o foi tamb m a evolu o espiritual ou intelectual humana que fez com que a civiliza o ocidental tenha em dado momento hist rico reconhecido a necessidade de proteger os autores de obras intelectuais A propriedade intelectual teve um come o vil mesquinho e sujo O saber desenvolvido em torno dela est todo calcado nesta inven o baixa ocorrida por raz es impuras Para compreender o estudo que se segue deve se abandonar qualquer concep o de eventualidade neutralidade e acaso Deve se tamb m abandonar a id ia de que o saber que se desenvolveu em torno da propriedade intelectual foi o a IE TE resultado da aprecia o
65. como um de seus fundamentos promover um incentivo produ o cultural Esta produ o entretanto somente se justifica na medida em que a sociedade dela se beneficie Isto o que justifica a Por esta exclus o expl cita das id ias conceitos matem ticos m todos e sistemas da tutela autora mesma raz o que as patentes industriais concedidas aos inventores t m como um de seus requisitos a descri o ou publica o detalhada dos conceitos envolvidos na cria o 433 Lei de Direitos Autorais artigo 8 inciso I 434 Lei de Propriedade Industrial artigos 19 inciso II 24 e 25 Claro que este requisito tamb m sustenta se em uma necessidade pr tica de averigua o dos requisitos de novidade atividade inventiva e aplica o industrial artigos 8 e 11 mas esta necessidade meramente incidental Se existisse outra maneira pr tica de certifica o do preenchimento destes 216 Todas as cria es intelectuais tomam por base um fundo cultural previamente dado e por isto que n o devem existir barreiras circula o e utiliza o das id ias dentro da sociedade Isto o que justifica a literalidade da prote o autoral conferida pela Lei de Direitos Autorais Reprime se a reprodu o integral ou parcial a c pia n o autorizada o pl gio mas admite se a explora o livre das id ias contidas na obra com vistas cria o de novas obras ou desenvolvimento de id ias derivadas Entretanto
66. computador mas n o tem a liberdade de entender como funciona e nem estudar linguagens de programa o ou aprender nada com ele Assim o c digo fonte do software torna se al m de protegido trabalho realiza a aproxima o da quest o sobre o conflito dos diferentes modelos Sobre a dicotomia consolidada A H Guesser diz que o software livre encontra se hoje no cen ro tecnocient fico como oposi o ao software propriet rio ou seja programas de computador com o c digo fonte fechado patenteado por uma nica empresa que cobra o direito de propriedade intelectual o copyright In op cit nota 89 p 23 201 Para relembrar os conceitos de compila o e montagem de software ver cap tulo 3 202 Lei de Direitos Autorais Art 29 Depende de autoriza o pr via e expressa do autor a utiliza o da obra por quaisquer modalidades tais como a reprodu o parcial ou integral II a edi o HI a adapta o o arranjo musical e quaisquer outras transforma es 203 Pode at mesmo parafrase la ou parodi la segundo o artigo 47 da Lei de Direitos Autorais 78 pela lei secreto de forma a alijar os programadores do conhecimento t cnico de sua rea Seria como se Fernando Pessoa distribu sse seus poemas dentro de uma caixa preta selada que ningu m tem como abrir e as faculdades de letras tivessem que estudar sua poesia sem que jamais a pudessem ler Deve se ter claro em mente que qu
67. comunica o fossem feita tantas vezes quantas fossem necess rias a liberdade de ofertar talvez fosse dispens vel j que o conhecimento circularia de forma perfeita n o obstante a forma de propaga o Todavia na pr tica as coisas ocorrem de modo muito distinto A informa o que n o pode ser anunciada de forma p blica e original tende a dissipar se e tem seu alcance limitado a grupos restritos quer seja geograficamente culturalmente linguisticamente ou por interesses Pior Tais agrupamentos grande parte das vezes t m pouco contato entre si ainda que dediquem se a problemas semelhantes o que novamente leva a um desperd cio de conhecimento e trabalho Nesta situa o come am a proliferar diferentes vers es de um mesmo software original cada uma aprimorada em uma certa maneira diferente mas todas carecendo de algum aperfei oamento j obtido pelos similares ou seja diversas vers es aprimoradas mas sem que exista sequer o potencial de que alguma delas detenha todos os aprimoramentos Nesta hip tese mantendo se a restri o oferta p blica uma solu o parece ser poss vel todos os programadores devem recorrer ao desenvolvedor original para que este re na todas as altera es de que tiver conhecimento e fa a uso de sua liberdade de distribuir publicamente a vers o unificada Esta solu o contudo encontra diversos entraves 112 O primeiro defeito desta solu o tem a ver com uma de suas premissas
68. correntemente utilizados nos jornais e na m dia como forma de criar nos cidad o a mentalidade de que uma pessoa que faz uma c pia de um software um pirata ou ladr o e est roubando patrim nio alheio 86 Software livre portanto tem a ver com liberdade e n o com patrim nio Por m qual esta liberdade que o software livre proclama Quais os crit rios para enquadrar um software no conceito de software livre O assunto j foi perfunctoriamente abordado no cap tulo tr s quando foi introduzido o conceito de copyleft Entretanto agora o momento de realizar se uma an lise mais detida e aprofundada desta liberdade que se quer garantir aos usu rios Quatro s o as liberdades que um software deve resguardar comunidade para que possa ser considerado software livre sendo elas de forma resumida e did tica a liberdade de usar a de alterar a de compartilhar e a de ofertar 4 1 2 1 A LIBERDADE DE USAR A liberdade de usar aquela de executar um programa para quaisquer prop sitos a mais b sica de todas as liberdades que um usu rio deve deter de tal forma fundamental que ela foi inicialmente chamada de liberdade zero e mantida at mesmo pela quase totalidade dos softwares propriet rios Sobre esta liberdade portanto pouco h a ser dito de relevante e indispens vel ao tema deste estudo j que n o h grande controv rsia entre os adeptos de um desenvolvimento cooperativo e os de um desenvolvim
69. da Bastilha l estavam por conta de infra es relacionadas ao com rcio de livros In DraHos Peter e BrarrHwarTE John op cit nota 4 p 31 221 presentes estruturas A sociedade deve estar consciente do car ter interessado dos saberes e dos direitos existentes em seu seio deve se abandonar qualquer pretens o de neutralidade que levem a uma postura morna de resigna o e aceita o Conhecimento conflito luta Alguns atores j reconhecem expressamente este seu car ter h muito tempo e foi o que lhes permitiu organizarem se em torno de seus objetivos e interesses pessoais que facilitaram a imposi o de suas perspectivas Cabe agora ao restante da sociedade deixar de lado a vis o ut pica de progresso evolu o do direito e do saber para que possa defender propriamente seus interesses Neste contexto o tema aqui exposto torna se ainda mais relevante para os pa ses em desenvolvimento ainda que de uma maneira geral interesse toda a humanidade j que s o os desenvolvidos os grandes benefici rios do sistema que nos ltimos s culos foi inventado e nos ltimos anos aperfei oado O modo como os juristas e advogados por aqui estudam compreendem e trabalham o direito tem efeitos diretos em suas a es opini es e capacidade de rea o quando 14 448 confrontados com as id ias provenientes de outras terras O software livre tem o cond o de mudar as bases de exerc cio do poder o que interessa sob
70. de altera o gt Toda altera o implica um custo m nimo nem que seja de tempo ent o a escolha entre permanecer com o software nos par metros em que ele inicialmente apresentado ou alter lo sempre depender da compara o entre o custo da altera o e seu correspondente benef cio Todavia em uma sociedade onde os usu rios t m a liberdade de realizar altera es fazendo uso de suas pr prias capacidades o custo global tende a diminuir j que se o desenvolvedor original recusar se a ofertar este servi o ou ofert lo a um pre o muito elevado existir uma infinidade de concorrentes potenciais para A al TA 236 faz lo em seu lugar incluindo o pr prio usu rio que necessita da altera o Uma segunda conseqii ncia menos imediata por m mais grave tem a ver com tica e n o com economia O problema em privar se a comunidade da liberdade de alterar e modificar softwares assim como qualquer outra coisa tem a ver com o discurso n o dito que se consolida na mentalidade dos indiv duos que comp em a sociedade Em palavras tal discurso comporia algo como nem eu nem 234 Esta possibilidade de alterar o software e utiliz lo para os fins que forem mais convenientes tamb m proporciona aos empres rios que trabalham com desenvolvimento uma vantagem a mais diante da concorr ncia pois podem oferecer aos seus clientes um diferencial com seus produtos personalizando o software conforme as necessidad
71. de seu dom nio econ mico Em ltima an lise isto ofende tamb m determina o constitucional de que a lei apoiar e estimular as empresas que invistam em pesquisa cria o de tecnologia adequada ao pa s forma o e aperfei oamento de seus recursos humanos Ora o sistema de monop lio sobre o conhecimento dificulta muito as possibilidades de pesquisa e cria o de tecnologias internamente ao pa s Isto porque sendo poss vel importar tecnologias j prontas dos pa ses pioneiros no desenvolvimento de softwares h poucas chances de que as pequenas empresas nacionais tenham condi es de desenvolver softwares competitivos ainda mais considerando se a necessidade de padroniza o a n vel internacional Por outro lado o sistema de desenvolvimento cooperativo de software compartilhando o conhecimento torna sempre poss vel a entrada de novos competidores e desenvolvedores de acordo com suas habilidades e capacidades sem aten o ao seu poderio econ mico Assim sendo ainda que exista um software padr o todos encontram se habilitados a estudarem no e especializarem se em seu desenvolvimento de modo que ao inv s de uma nica empresa dominante a n vel global ter se uma extensa pluralidade de agentes sempre renov veis e intercambi veis trabalhando com os mesmos softwares e disputando o mercado de acordo somente com o crit rio de suas compet ncias O resultado deste sistema a quebra das condi es p
72. de software incentiva esta aproxima o Todavia a realidade que os programadores s o os maiores usu rios de softwares os maiores interessados em seu desenvolvimento e todo usu rio um programador em potencial O que o sistema de desenvolvimento cooperativo faz diluir ainda mais estes conceitos A situa o ideal sob a tica exclusiva do desenvolvimento de software seria aquela em que os conceitos de programador e usu rio identificam se plenamente de forma que todos os usu rios sejam de fato n o apenas potencialmente programadores Isto evidentemente n o poss vel e nem desej vel segundo a tica mais ampla da sociedade Assim n o h que se falar tamb m em um conflito entre programadores e usu rios em que os primeiros s o criadores e os ltimos meros copistas e usurpadores do trabalho alheio Isto porque os programadores s o os maiores copistas e usurpadores de c digos alheios pois somente atrav s da c pia que tais indiv duos conseguem exercer sua atividade de desenvolvimento de softwares A c pia que segundo os privil gios exclusivos garantidos em lei s o formas de viola o de direitos cujo desrespeito pode at mesmo configurar il cito penal em verdade a forma b sica de aprendizado e m 271 evolu o do ser humano 270 Com a estranha diferen a de que entende se que os consumidores s o o p lo hipossuficiente na rela o de consumo sendo lhes necess rio o amparo do Estado atrav
73. defini es de inform tica mas ao menos que recorte pela positiva ou pela negativa o tipo de situa es s quais pretende aplicar o regime que institui sob pena de este regime n o ter objecto Portanto por mais que n o se possa exigir do legislador ou do jurista uma defini o de software com o mesmo rigor com que deveria ser exigido de um programador ou de um engenheiro de software qualquer preocupa o com a forma de transmiss o dos softwares ver cap tulo 5 2 101 Pereira Alexandre Dias op cit nota 99 p 468 44 tamb m n o poss vel deixar de definir dentro do direito o que se entende pelo termo com o m ximo rigor poss vel para que n o ocorram impropriedades tais como proteger se aquilo que n o ontologicamente software ou deixar de proteger aquilo que de fato ou ainda proteger se o software com um regime que a ele n o o mais adequado Escorado nestas premissas que se entende que este trabalho deve deter se por mais alguns instantes na busca de um conceito preciso do objeto central desta tese Buscando o voc bulo no dicion rio Houaiss da L ngua Portuguesa encontra se a seguinte defini o conjunto de componentes l gicos de um computador ou sistema de processamento de dados programa rotina ou conjunto de instru es que controlam o funcionamento de um computador suporte 2 102 l gico Em um dicion rio especializado de computa o encontra se que o software s o pr
74. dependiam exclusivamente do arb trio do impetrante In op cit nota 7 pp 81 23 Anteriormente j houvera autoridades individualmente questionadas quanto a legitima o de seu poder esta contudo foi a primeira vez na hist ria da humanidade em que a pr pria estrutura do poder foi questionada necessitando 17 Com isso surgiu a necessidade de buscar justifica o para as institui es da sociedade de que n o se viu livre o privil gio de inven o Uma vez que os voc bulos privil gio e monop lio carregam uma alta carga sem ntica de desigualdade e sendo a igualdade um dos tr s lemas da Revolu o Francesa conveio buscar uma reestrutura o completa deste instituto se se intentava a sua sobreviv ncia revolu o Por m n o se poderia reestruturar o instituto em si sen o ele perderia a sua utilidade de modo que convinha apenas uma mudan a em sua roupagem para torn lo socialmente aceit vel Todavia n o se deveria menosprezar o potencial destrutivo de futuras cr ticas que poderiam recair sobre este privil gio remanescente dos tempos em que o arb trio era soberano Logo sua nova roupagem deveria n o apenas mascar lo como tamb m fortific lo contra futuros ataques Pensando assim n o de se surpreender que o abrigo deste instituto veio a ser justamente o maior e mais importante fundamento da sociedade burguesa o direito de propriedade justificar a sua necessidade e conveni ncia Revolu
75. desenvolv lo pois deste trabalho n o obter qualquer recompensa j que todos os demais poder o dele se aproveitar livremente Assim o bloqueio comunica o um mal social necess rio o novo Leviat Novamente o projeto GNU mostra se como uma forte contesta o a esta premissa O software livre desenvolvido e programadores empenham se neste projeto sem que haja qualquer necessidade deste renascido Leviat da Era da Informa o Se a sociedade prejudicada por este bloqueio comunica o do conhecimento e se este preju zo d se sem que haja qualquer necessidade por que ent o permanece o entrave ao compartilhamento A algu m este entrave tem de beneficiar nenhuma regra existe dentro da sociedade sem que exista algum interessado em sua manuten o 4 1 2 4 A LIBERDADE DE OFERTAR A ltima das liberdades a de ofertar de certa forma apenas uma decorr ncia natural da conjuga o das liberdades um e dois alterar e compartilhar mas uma decorr ncia com efeitos pr ticos importantes e que por isto deve permanecer expl cita Com efeito se esta liberdade n o estivesse explicitamente preservada poder se ia imaginar que fossem preservadas as liberdades da comunidade de alterar softwares e compartilh los mas apenas em um n vel inter individual ou seja o di logo sobre o software jamais poderia visar uma coletividade de interlocutores indeterminados ou indetermin veis Desta forma seria vedado a
76. dos e a sua inten o viciar lhes o pensamento manipular suas opini es moldar suas personalidades Para que estes indiv duos disponham se a gastar mais para receber o mesmo este mesmo deve parecer lhes diferente Neste ponto o marketing tem um papel determinado de apresentar o produto original como superior ao pirata seja atrav s de uma embalagem mais atraente aos olhos seja por meio de uma apresenta o mais refinada dos locais onde comercializado Contudo n o este papel do marketing que aqui quer se chamar a aten o pois ele entendido como secund rio dentro da l gica do sistema A diferen a de que aqui se trata uma diferen a subjetiva relacionada a um conjunto de id ias que criam e envolvem a dicotomia original pirata na consci ncia dos consumidores inclu dos Estas id ias s o tanto mais importantes quanto mais naturais e l gicas parecem aos indiv duos foco do discurso gt Assim se explica o bombardeio constante feito pela m dia sobre o grave problema da pirataria 335 The public anti piracy campaigns are a part of a long term game in which consumers are being reeducated about the seriousness of intellectual property piracy The video you hire for a night s entertainment is doing its job because it provides you with a ready made category of thought about the problem But the education campaign is only part of a much more complex strategy that corporate intellectual property owners have
77. e implicar o na extin o de seus direitos sob esta Licen a Todavia terceiros que tiverem obtido c pias ou direitos do Licenciado sob os termos e condi es desta Licen a n o ter o seus direitos igualmente extintos desde que tais terceiros remain in full compliance 10 FUTURE REVISIONS OF THIS LICENSE The Free Software Foundation may publish new revised versions of the GNU Free Documentation License from time to time Such new versions will be similar in spirit to the present version but may differ in detail to address new problems or concerns See http www gnu org copyleft Each version of the License is given a distinguishing version number If the Document specifies that a particular numbered version of this License or any later version applies to it you have the option of following the terms and conditions either of that specified version or of any later version that has been published not as a draft by the Free Software Foundation If the Document does not specify a version number of this License you may choose any version ever published not as a draft by the Free Software Foundation ADDENDUM How to use this License for your documents To use this License in a document you have written include a copy of the License in the document and put the following copyright and license notices just after the title page Copyright c YEAR YOUR NAME Permission is granted to copy distribute and
78. entre um software e um livro Se uma quantidade grande de autores se empenhar em escrever conjuntamente um nico livro provavelmente haver problemas s rios de coer ncia ao longo do texto causados pela pluralidade de escritores vez que cada autor escrever sua parte de acordo com o seu pr prio entendimento pessoal dos fatos Por outro lado o software baseia se na l gica nica da m quina e todos os programadores necessariamente devem respeit la se desejam dela obter qualquer resultado com o programa que escrevem o que elimina a possibilidade de incoer ncia ao longo do c digo aquilo que for incoerente simplesmente n o produzir o efeito desejado Deste modo uma pluralidade de programadores conseguiria dividindo o trabalho apreender mais a fundo tal l gica e elaborar instru es muito mais precisas visto que a cada um dos programadores caberia uma parte menor do trabalho qual ele poderia dedicar se com maior intensidade o que diminui a probabilidade de erros e aumenta a efici ncia na execu o das tarefas explorando se ao m ximo o potencial da m quina Esta a id ia b sica sobre a qual se sustenta o software de c digo fonte aberto aqui aproximando se os conceitos de software livre e open source 111 Norton Peter op cit nota 104 p 195 112 Nesse sentido o trabalho do programador se assemelha mais ao trabalho do cientista do que ao trabalho do escritor visto que existe muito pouco do elemento s
79. es que aniquilem os potenciais dos competidores Ele tamb m quer tornar mais amplo o conceito de livre iniciativa permitindo a todos a atua o em quaisquer ramos do saber de acordo 414 Ver cap tulo 4 1 4 415 Ver cap tulo 4 1 5 206 somente com suas capacidades individuais sem quaisquer barreiras ou impedimentos artificiais sua entrada O movimento n o tem qualquer rep dio ao lucro este aceito e incentivado a repress o recai somente contra as distor es de mercado quer permitem a um agente control lo manipular os pre os e bloquear a entrada de novos competidores Enfim a liberdade objetivo prim rio do software livre e primeiro dentre os preceitos do artigo 3 da Constitui o Semelhante ao que ocorre com o conceito de justi a dif cil precisar o que a liberdade Existe at mesmo quem defenda que a liberdade n o passa de ilus o humana sendo o homem sempre cativo das condi es impostas por seu meio natural econ mico e social A parte estas considera es filos ficas que n o t m lugar neste estudo parece ser poss vel de qualquer maneira atribuir a qualidade livre de forma comparativa ainda que jamais seja poss vel faz lo em termos absolutos Neste sentido mantidas iguais todas as demais condi es n o h d vida de que ser mais livre a sociedade que permita aos seus cidad os amplo acesso ao conhecimento relacionado aos softwares utilizados por seus computadores do que uma outra na
80. est muito longe de significar ser multimilion rio A figura do multimilion rio em si um c ncer social Em um mundo onde bilh es vivem em completa mis ria a exist ncia de algumas poucas figuras exc ntricas nada mais do que uma distor o grav ssima Jamais se pode imaginar que um fim social propiciar a alguns a possibilidade de adquirirem fortunas semelhantes ao PIB de algumas na es inteiras ao custo da mis ria e explora o de tantos outros Tudo isto nada mais do que lugar comum Entretanto quando se faz a recompensa de desenvolvedores de software por meio de monop lios dada aos mercadores de software sob o alto custo das liberdades sociais sob o custo de amplo acesso ao conhecimento a chance nica de manipular as condi es econ micas at mesmo em n vel global Destarte a defesa da manuten o dos monop lios como forma de recompensar o esfor o dos desenvolvedores deve ser analisada com muita cautela Duas perguntas devem estar sempre presentes ao realizar esta an lise 1 ser este o nico ou o melhor meio de recompensar os desenvolvedores de software e 11 este meio cria de fato uma recompensa proporcional 4 1 3 5 A PIRATARIA Cercando a discuss o sobre os direitos de propriedade intelectual prolifera como se tem aqui discutido uma pluralidade de racioc nios reducionistas discursos simplistas que apenas podem ser compreendidos como uma tentativa de ocultar a complexidade da situa
81. except for a high rate of pay People have forgotten what they knew fifteen years ago Tradu o livre H quinze anos atr s haviam artigos em revistas falando sobre v cio em computadores os usu rios estavam conectando se e tinha h bitos que lhes custavam cem d lares por semana Era senso comum que as pessoas normalmente amassem programar a ponto de divorciarem se por causa disso Hoje em dia tornou se senso comum que ningu m programaria a n o ser por um sal rio muito alto As pessoas esqueceram se do que sabiam h quinze anos In STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 127 289 The perfect algorithm You d have hacked right into the sweet spot and anyone with halfa brain would see that the straight line between two points had been drawn and there was no sense trying to top it The Right Thing Gosper would later explain very specifically meant the unique correct elegant solution the thing that satisfied all the constraints at the 19 same time which everyone seemed to believe existed for most problems Tradu o livre O algor timo perfeito Voc teria hackeado at o alvo certeiro e qualquer um com metade de um c rebro perceberia que a linha reta entre dois pontos havia sido tra ada e n o haveria qualquer sentido em continuar tentando super la A Coisa Certa Gosper posteriormente explicaria significa a nica correta solu o elegante aquilo que satisfaz todas as premissa
82. fil sofos O historiador n o deve temer as mesquinharias pois foi de mesquinharia em mesquinharia de pequena em pequena coisa que finalmente as grandes coisas se formaram solenidade da origem necess rio opor em bom m todo hist rico a pequenez meticulosa e inconfess vel dessas fabrica es dessas inven es N o h tamb m unidade no conhecimento nem ele se desenvolve de forma ordenada evolutiva justamente por conta desta sua caracter stica de luta conflito guerra Prevalecem n o as id ias mais correta ou precisas mas aquelas mais eficazes e adequadas sustenta o e exerc cio do poder dos que encontram se em posi o favorecida no conflito com os demais N o mero acaso ou erro conceitual que aquilo que hoje denomina se propriedade intelectual tenha inicialmente sido apelidada de privil gio de monop lio comercial N o foi uma melhor compreens o da natureza destes institutos jur dicos que lhes rendeu novo nome e disciplina jur dica 2 Ora se quisermos saber o que o conhecimento n o preciso nos aproximarmos da forma de vida de exist ncia de ascetismo pr pria do fil sofo Se quisermos realmente conhecer o conhecimento saber o que ele apreend lo em sua raiz em sua fabrica o devemos nos aproximar n o dos fil sofos mas dos pol ticos devemos compreender quais s o as rela es de luta e de poder E somente nessas rela es de luta e de poder na maneira como as
83. fonte para que os usu rios fizessem quaisquer altera es ou mesmo redistribu ssem e debatessem a seu respeito ou o mercado estaria desde logo comprometido pois os usu rios dom sticos jamais comprariam softwares que pudessem adquirir de amigos ou conhecidos E pior logo que uma empresa distribu sse o c digo fonte de seu software as concorrentes teriam acesso a este c digo e poderiam incorporar partes ou subrotinas do mesmo em seus pr prios softwares Assim coube inicialmente ao direito achar as respostas aos anseios dos mercadores de software que at ent o careciam da prote o legal necess ria para que pudessem obter lucros timos com o all He would use this new microprocessor technology to offer a computer to the world and it would be so cheap that no one could afford not to buy Tradu o livre fabricar um computador para as massas Algo que iria acabar com a Ordem dos Computadores de uma vez por todas Ele usaria esta nova tecnologia de microprocessadores para oferecer computadores para o mundo e eles seriam t o baratos que todos poderiam compr lo In Levy Steven op cit nota 119 pp 188 131 Note se que grandes empresas da poca como a IBM por exemplo j possu am desde o final da d cada de 1960 capacidade para desenvolver uma tecnologia de computadores menores independentes dos grandes processadores mas o microcomputador n o correspondia enquanto projeto imagem que a companhia tinha d
84. for strengthening their hold over the ownership of ideas and information Tradu o livre A campanha p blica antipirataria s o parte de um longo jogo no qual os consumidores est o sendo reeducados a respeito da seriedade da pirataria de propriedade intelectual O v deo que voc aluga para uma noite de entretenimento est fazendo o seu trabalho porque ele te apresenta uma categoria pr definida de pensamento sobre o problema Por m esta campanha educacional apenas uma parte de uma estrat gia muito mais complexa que os empres rios da propriedade intelectual executam para fortalecer sua posse sobre as id ias e a informa o In Dranos Peter e BRAIrHWAITE John op cit nota 4 p 26 146 Disseminam se na sociedade entendimentos de que comprar software pirateado conduta criminosa que causa grande les o social portanto se algu m tem a possibilidade de escolha sob o ponto de vista desta tica o correto que compre o software original Outros discursos muito comuns s o aqueles que visam alertar a popula o sobre os poss veis problemas decorrentes do uso de software pirateado diminui o da vida til do computador defeitos no sistema inseguran a dos dados pessoais Todo este conjunto de pequenas verdades tem a finalidade bem definida de tornar sociais problemas que descritos de outro modo poderiam despertar nada al m do descaso dos consumidores Estes mesmos discursos tamb m s o cautelosamente constru dos
85. form Otherwise they must appear on printed covers that bracket the whole aggregate 245 cada um dos documentos em todos os demais aspectos O Licenciado poder retirar um documento de tal distribu lo individualmente sob esta Licen a desde que insira isolado cole o e uma c pia desta Licen a no documento retirado da cole o e cumpra os termos e condi es desta Licen a em todos os demais aspectos concernentes reprodu o exata daquele documento 7 AGREGA O COM OBRAS INDEPENDENTES Uma compila o do Documento ou de seus derivados com outro que lhe seja separado e independente em um ou junto a um volume de armazenamento ou meio de distribui o chamado de agregado se o direito de autor resultante da compila o n o for utilizado para da compila o al m daquilo que permitem as obras limitar os direitos legais dos usu rios individualmente consideradas Quando o Documento for inclu do em um agregado esta licen a n o se aplica s suas demais obras que n o elas obras derivadas do forem pr prias Documento Se a exig ncia do Texto de Capa da se o 3 for aplic vel a estas c pias do Documento ent o se o Documento for inferior metade do agregado o Texto de Capa do Documento poder ser disposto nas capas que encadernam o Documento dentro do agregado ou seu equivalente eletr nico quando este for seu formato De outro modo eles dever o constar nas cap
86. gastos que as empresas de 352 Outra fonte de economia advinda do uso de sistemas livres a desobriga o de atualiza es freq entes impostas pelos fabricantes de softwares propriet rios Esse fato representa uma sens vel redu o nos custos de manuten o estendendo se principalmente com a obrigatoriedade da compra de novos equipamentos mais potentes e de alto valor agregado In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 145 353 Um outro argumento bastante repetido pelos porta vozes no sentido de apresentar o software livre como o mais econ mico foi aquele de recorrer s suas caracter sticas t cnicas para demonstrar que o sistema aberto permite uma redu o de investimentos em equipamentos sem no entanto perder qualidade e desempenho Isto se explica porque em geral os sistemas abertos possuem uma estrutura de sistema muito mais leve ou seja que exige menos mem ria nos equipamentos para o processamento de informa es possibilitando o reaproveitamento de equipamentos considerados obsoletos para rodarem as vers es atualizadas da maioria dos softwares propriet rios In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 124 Note se que esta condi o n o eventual Os softwares livres costumam ser mais leves do que as alternativas propriet rias pela simples raz o de que um maior n mero de pessoas trabalhando um c digo faz com que ele seja sempre o mais refinado poss vel o mais pr ximo da The Right Thing do
87. iniciar qualquer discuss o a respeito do copyleft deve se deixar claro que diferentemente do que ocorre com as demais propostas at aqui sucintamente expostas o copyleft n o um instituto jur dico legal em lugar algum do mundo N o existe algo que se possa chamar de o regime jur dico legal do copyleft Muito pelo contr rio o que se convencionou chamar de copyleft na verdade um tipo de licen a de uso de software que depende do regime legal dos direitos autorais ou do copyright para que tenha efetividade A hist ria e o conceito de copyleft est o intimamente ligados com a hist ria do Movimento pelo 174 E a S Pra Software Livre o qual n o foi um movimento doutrin rio jurisprudencial ou legal mas teve suas ra zes na pr pria consci ncia tica dos programadores de software dos hackers e dos usu rios de computadores em geral tendo surgido na contram o da escalada por monop lios intelectuais obtidos 171 Em nossa lei esta previs o encontra se no artigo 6 inciso I da Lei 9609 96 Art 6 N o constituem ofensa aos direitos do titular de programa de computador I a reprodu o em um s exemplar de c pia legitimamente adquirida desde que se destine c pia de salvaguarda ou armazenamento eletr nico hip tese em que o exemplar original servir de salvaguarda 172 In Liron Jacqueline D op cit nota 144 pp ll e ss 173 To copyleft a program we first state that it is copyrighted th
88. inteligentes em sujeitos cognitivos abertos capazes de iniciativa de imagina o e de rea o r pidas melhor asseguram seu sucesso no ambiente altamente competitivo que o nosso In L vy Pierre op cit nota 233 p 19 184 conjunto as viagens tornam o agrupamento vulner vel a ataques de saqueadores animais doen as e os velhos e as crian as retardam o grupo A ca a e a pesca por m j n o suprem a demanda de alimentos da sociedade al m de existir um baixo n mero de animais para serem consumidos estas atividades extrativistas est o sujeitas a desvios de produtividade que n o s o facilmente contorn veis em uma sociedade de maior porte este mesmo porte que tamb m ir sinalizar s demais tribos para as chances de existirem mais riquezas concentradas em suas terras o que resultar em constantes tentativas de invas o de saqueadores Da conflu ncia destes fatores que a sociedade atenta para a necessidade de se antecipar aos seus problemas e criar solu es que a preparem de antem o a combat los Desta antecipa o na busca por solu es e da necessidade de enfrentar os problemas uma vez que o nomadismo j n o mais uma alternativa vi vel que surge a agricultura e a pecu ria para darem conta das demandas por alimentos e destas atividades que surge a possibilidade de uma nova divis o de tarefas Com efeito diferentemente do que ocorre com a pesca e a ca a onde cada um dos indiv duo
89. internet surgirem amea ando os investimentos existentes ou criando novas formas de explora o poss veis ent o o financiador digno de novos direitos que lhe permitir o gerenciar as conting ncias desta nova tecnologia O direito autoral torna se um servo do financiados ao inv s de s lo aos autores ou ao bem estar p blico In op cit nota 4 p 176 403 Interessante notar que dentre os tr s a nica que n o encontra restri es liberdade a internet Uma das premissas b sicas da rede que at o momento vem sendo mantida a abertura de seu c digo fonte Qualquer navegador capaz de disponibilizar o c digo de qualquer site dispon vel na rede para quaisquer fins que desejar o usu rio Todos s o livres para estudar e desenvolver a rede sem quaisquer limites Os caminhos pelos quais a rede se desenvolve s o determinados de acordo com a receptividade da comunidade s mudan as criadas Talvez este seja uma das raz es porque ela tem se desenvolvido em um ritmo t o alucinante 196 5 A PROTE O LEGAL DA EMPRESA DE SOFTWARE E O ORDENAMENTO JUR DICO Ap s tudo o que acima foi dito n o cabe mais como foi feito no cap tulo 3 deste estudo falar em prote o jur dica do software A tutela jur dica outorgada a alguns sujeitos de direito determinados nada tem em comum com uma car ncia do software de prote o Inexistindo as leis de propriedade intelectual que disponham sobre o software este de forma alguma encontr
90. no exerc cio do direito de propriedade que tem sobre a seu CD A dever suportar o seu uso tamb m por parte de B D e E bem como de todos os demais cidad os de Alfabeto que note se n o s o co propriet rios do CD C quando lhes convier us la Assim se chegar em sua casa e quiser ouvir o CD antes de dormir e descobrir que D esta ouvindo A n o poder reclamar seu CD de volta visto que D tem direito de ouvi lo tamb m Desta forma A ter que dormir sem ouvir seu CD e somente poder utiliz lo novamente quando D n o mais o detiver consigo e isto se se presumir que ningu m mais o far antes que A o reavenha Ora salta aos olhos que o direito de propriedade de A vale o mesmo que nada j que poderia alienar sua propriedade e continuaria tendo sobre o CD os mesmos direitos que antes detinha vez que tamb m um dos cidad os de Alfabeto Por isso que a exclusividade uma conditio sine qua non do conceito de propriedade j que se ela n o existir o propriet rio poder ver se privado de uso e gozo de The term of protection available shall not end before the expiration of a period of twenty years counted from the filing date patent Tradu o livre A vig ncia da patente n o ser inferior a um prazo de 20 anos contados a partir da data do dep sito patente Ver tamb m TRIPS artigo 38 1 Conven o de Berna artigo 7 1 22 sua propriedade e n o ter meios para reav la de quem a det m destruindo
91. notar a avers o com que descrita esta teoria por J G CErquEIRA segundo o autor Dentre estas a mais elementar certamente a que procura resolver a quest o declarando constituir o direito de autor simples privil gio concedido pelas leis ao criador da obra intelectual t tulo de recompensa anima o ou compensa o E ainda Na base desta teoria encontra se a nega o do direito do autor e do inventor pois o que se lhes atribui resulta do privil gio que constitui a origem do direito em vez de ser consegii ncia dele Em lugar de reconhecer pela concess o do privil gio o direito preexistente a lei cria esse direito em benef cio do autor In op cit nota 7 pp 79 e 81 Especialmente curioso o fato de que o autor apesar do desprezo apresentado pela teoria do privil gio dedicar todo um t tulo aos Privil gios de 26 E i 49 E de ya de o veio sendo desenvolvida em parte visto que como dito os privil gios atualmente j n o s o mais t o E 50 bem aceitos como outrora 2 3 O DIREMO AUTORAL A primeira lei de direito autoral que se tem not cia no mundo o Statute of Anne tamb m conhecido como Copyright Act da Rainha Anne Stuart do Reino Unido o qual entrou em vigor neste reinado em 10 de abril de 1710 Esta lei era intitulada An Act for the Encouragement of Learning by vesting the Copies of Printed Books in the Authors or purchasers of such Copies during the Times
92. o aprimoramento de softwares fica nas m os da empresa que desenvolveu o software original e o seu lucro obtido a partir da comercializa o de novas vers es de seus pr prios softwares sendo ela a nica autorizada a faz lo O copyright e a manuten o do c digo fonte fechado s o portanto as duas grandes bases em que se sustenta o modelo empresarial que requer o monop lio sobre o seu c digo fonte alegando que de outra forma teria que concorrer com terceiros que aprimorassem seu software o que resultaria na falta de incentivo para que o pr prio software original fosse desenvolvido Entretanto o desenvolvimento empresarial de software n o o nico meio poss vel sociedade de conseguir softwares complexos de qualidade e de forma eficiente existe a possibilidade de 79 desenvolver se software cooperativamente ou comunitariamente Portanto preciso confrontar ambos os modelos para decidir se qual dentre eles vai de encontro com os fins da sociedade devendo pois ser privilegiado pela lei o que se far a seguir 4 1 O Movimento PELO SOFTWARE LIVRE Apesar de o Movimento pelo Software Livre ser j muito popular pelo mundo todo no Brasil poucos eram os que o conheciam h cinco anos e mesmo hoje ainda muito pouco se fala no assunto Assim necess ria se faz uma abordagem ampla do tema remontando s suas origens hist ricas sua filosofia e conquistas para que n o se atribua a este trabalho o r tulo de u
93. o as regras de postagem e liga o de materiais Indiv duos por toda a parte crescentemente descobrem que toda vez que usam uma informa o de alguma forma eles acionam uma obriga o de pagar taxas a um possuidores de direitos de propriedade intelectual In Dranos Peter e BrarrHWarTE John op cit nota 4 p 4 362 Napster was as far as the recording industry was concerned a piratical business model But it was a business model It showed what could be done in the distribution of music using the Internet as a tool Tradu o livre O Napster era at onde diz respeito ind stria fonogr fica um modelo de com rcio pirata Por m era um modelo de com rcio Ele demonstrou como seria poss vel a distribui o de m sicas usando a internet como ferramenta In DraHos Peter e BrarrHwarrE John op cit nota 4 p 186 363 Innovations such as the twin cassette deck saw the recording industry argue that the mere placing of such a technology on the market was an invitation to unauthorized copying Tradu o livre Inova es tecnol gicas como o video cassete de duas cabe as foram foco da argumenta o da ind stria fonogr fica de que a simples coloca o destas tecnologias no mercado era um convite c pia n o autorizada In DraHos Peter e BraITHWAITE John op cit nota 4 p 183 163 pensamento e cria o o que a longo prazo levar ao seu pr prio colapso uma vez que a totalidade do saber humano encon
94. o do desenvolvimento cooperativo de software uma an lise pr via do modelo de desenvolvimento empresarial ou propriet rio Entretanto vez que o modelo de empresarial aquele atualmente consolidado em nossa sociedade v lida uma explana o a respeito desta estrutura de desenvolvimento para posterior confronto com a proposta do desenvolvimento comparativo visando uma escolha consciente das conseq ncias de ambos os modelos O primeiro ponto fundamental que deve permanecer claro ao estudar se o modelo empresarial de desenvolvimento de software que ele n o foi de forma alguma o nico existente nem mesmo foi o 197 aiu Disto decorre a quebra de um primeiro misticismo a modelo original de desenvolvimento de software respeito deste modelo de desenvolvimento para haver desenvolvimento de software n o necess ria a DER deb ga 198 outorga de monop lio econ mico aos seus desenvolvedores Desta forma a cria o ou manuten o de um regime monopolista de prote o aos interesses dos comerciantes de software somente se justifica na medida em que acres a qualidade quantidade ou reduza os custos do software produzido Esta pois a maior contesta o que o modelo empresarial sofre ao coexistir com o modelo cooperativo reintroduzido na sociedade por meio do software livre protegido por licen as GNU GPL O modelo mais conhecido como propriet rio chamado aqui de empresarial por entender se que esta nome
95. obrigar que os mesmos sejam transmitidos sociedade que sejam abertos outorga um conjunto de direitos aos autores sem deles receber qualquer acr scimo de conhecimento H portanto um desequil brio na rela o Neste sentido o software torna se um ativo intelectual a parte de todos os demais O nico dentre inven es modelos de utilidade obras liter rias ou art sticas que lacra todo o conhecimento que carrega A ningu m l cito estud lo apreender suas id ias e passos inventivos como meio ao futuro desenvolvimento tecnol gico Observe se ainda que esta inacessibilidade n o transit ria Uma vez que nada obriga o comerciante de software a tonar o c digo fonte de seus softwares aberto mesmo ap s decorrido o imenso prazo de prote o legal aos seus interesses o seu c digo permanecer secreto jamais se tornar parte do dom nio p blico O entrave ao acesso ao conhecimento no software portanto m ximo Isto ocorre por uma 441 A nica relev ncia que se pode imaginar no caso de terceiro que tenha contato com a obra divulgue a ou dela fa a uso sem a autoriza o do autor Todavia neste caso a obra j n o estaria em segredo vez que teria ocorrido um m nimo de publicidade a partir do contato do terceiro 442 Segundo esta doutrina nenhum direito pr prio compete ao autor ou inventor e a lei concede o privil gio de reprodu o de suas obras como recompensa do servi o prestado socie
96. or modify this document under the terms of the GNU Free Documentation License Version 1 2 or any 247 respeitem integralmente os termos desta Licen a 10 FUTURAS REVIS ES DESTA LICEN A A Free Software Foundation poder publicar da GNU Free Documentation License de tempos em tempos novas e revisadas vers es Tais novas vers es ser o semelhantes em esp rito presente vers o mas podem diferir em detalhes relativos a abordagem de novos problemas ou quest es Veja http www gnu org copyleft Cada vers o da Licen a recebe um n mero distinto Se o Documento especifica uma vers o determinada da Licen a ou qualquer vers o posterior aplica se a ele o Licenciado pode obter por cumprir os termos e condi es daquela determinada vers o ou qualquer outra a ela posteriormente publicada exclu dos os rascunhos pela Free Software Foundation Se o Documento n o especifica uma vers o da Licen a o Licenciado poder escolher qualquer vers o j publicada exclu dos os rascunhos pela Free Software Foundation ADENDO Como utilizar esta Licen a para os seus documentos Para usar esta Licen a em um documento de sua autoria inclua uma c pia da Licen a no documento e fa a constar o seguintes avisos de direitos autorais e licen a de uso logo ap s a p gina do t tulo Copyright c ANO SEU NOME Garante se a permiss o para copiar distribuir e ou modificar este documento sob os termos da
97. ordem social A base da ordem social n o a lei mas a imita o este ltimo conceito abarcando tamb m a sugestionalidade a sugest o e o cont gio mental Podemos constatar diariamente como se usa e abusa do mecanismo da imita o com o intuito de chegar se a uma diferencia o pessoal macaqueia se alguma personalidade eminente aluma caracter stica ou atividade marcantes obtendo se assim uma diferencia o externa relativamente ao ambiente circundante In Juno Carl Gustav Zwei Schriften ber Analytsche Psychologie Die Beziehungen zwischen den Ich und dem Unbewussten trad port de D F da Silva O Eu e o Inconsciente 19 Ed Petr polis Vozes 2006 p 29 273 In Davies William and WrrHers Kay op cit nota 27 p 16 121 social Desta forma sendo o desenvolvimento de software da mais alta relev ncia social cabe ao Estado garantir meios para que o seu desenvolvimento se d da forma mais ampla poss vel A partir destas assertivas conclui se precipitadamente que a nica forma que o Estado possui para incentivar economicamente o desenvolvimento de software a restri o das liberdades sociais de compartilhamento de informa es atrav s da outorga de monop lios intelectuais com dura o limitada no tempo os chamados direitos de propriedade intelectual Este racioc nio que parece extremamente l gico e imediato entretanto cont m alguns v cios O primeiro deles que implicitamente admite se como
98. os seus discos Vai se infiltrar em todos os seus chips Sim o Clonador Vai grudar em voc como cola Vai mudar a sua RAM tamb m Enviado no clonador Fonte http en wikipedia org wiki Computer virus 154 confiar s empresas a sua seguran a virtual e portanto iii cria se um mercado de consumidores vidos por softwares que prometam prote o contra estes perigos da vida online Uma ltima e ainda mais delicada utilidade do cracker encontra se na faculdade por eles criada aos economicamente poderosos de desviarem se de algumas inconveni ncias do sistema de sigilo do conhecimento no qual eles mesmos se sustentam Tal como um dia nos mares imperava o monop lio das rotas mar timas que impedia o com rcio de crescer atualmente encontra se vivo um sistema que impede a cria o de conhecimento ou ao menos reduz em muito o seu potencial Ambos os sistemas em ltima 21 x AP 348 an lise levam estagna o do modelo de com rcio sobre o qual se sustentam Se todos apenas realizassem o com rcio mar timo segundo as estruturas j estabelecida de monop lio das rotas comerciais nas m os de alguns poucos afortunados a tend ncia como em todo monop lio que o tr nsito de mercadorias acontecesse de forma pouqu ssimo eficiente sem qualquer desenvolvimento tecnol gico ou investimento de capital por parte dos monopolistas para melhorar a oferta visto que encontra se garantida uma margem de ganhos muito luc
99. ou seja ou o tempo de execu o ser diferente ou o volume de mem ria utilizado ou ambos 59 eficazes de impedir a exist ncia de concorr ncia direta aos seus softwares A resposta foi inicialmente encontrada nas patentes e depois no segredo de com rcio aliado a t cnicas aprimoradas de criptografia 3 3 2 As PATENTES DE SOFTWARE Foi ainda no in cio dos anos setenta daquele s culo mais precisamente no ano de 1972 que se intentou pela primeira vez patentear um software nos Estados Unidos Entretanto a Suprema Corte estadunidense em decis o gen rica rejeitou a possibilidade de conceder se cartas patentes aos softwares vez que estes enquadram se no conceito de algoritmos matem ticos g nero expressamente exclu do do direito das patentes Desta forma apesar de ter se intentado a prote o dos interesses dos mercadores de software por meio da concess o de patentes de inven o quase que simultaneamente ao surgimento do sistema autoral aquela forma de prote o encontrou se obstada durante um longo per odo ao passo que os sistemas autorais proliferavam largamente por todo o mundo O primeiro grande golpe em favor do regime das patentes foi dado ainda no in cio dos anos oitenta do s culo XX Um novo caso envolvendo a concess o de carta patente a um software foi apresentado Suprema Corte estadunidense que dessa feita mudou parcialmente seu entendimento anterior estabelecido no caso Gottschalk v Benson
100. par grafo nico do artigo primeiro encontramos a defini o do software enquanto a express o de um conjunto organizado de instru es em linguagem natural ou codificada contida em suporte f sico de qualquer natureza de emprego necess rio em m quinas autom ticas de tratamento da informa o dispositivos instrumentos ou equipamentos perif ricos baseados em t cnica digital ou an loga para faz los funcionar de modo e para fins determinados Esta lei foi revogada pela Lei 9609 de 19 de fevereiro de 1998 que contudo apenas repetiu em seu artigo inicial o conceito j estabelecido pela lei anterior de modo que permanece esta a atual defini o legal de software vigente em nosso pa s Comparativamente ao que aqui se estudou a defini o da nossa atual Lei do Software pode ser considerada t cnica Todavia um termo chama aten o e parece inadequado necess rio Com rela o ao primeiro n o parece claro a quem o seu emprego necess rio se m quina ou se ao pr prio software para que funcione A primeira hip tese j foi refutada acima a m quina necessita de um software para funcionar mas n o necessita de todos e nem s o eles equivalentes e substitu veis existindo diferentes esp cies de software Caso se pense na segunda hip tese a pr pria defini o pareceria incoerente vez que definiu que o software pode estar incorporado em suporte f sico de qualquer natureza e aqui estaria dizendo que ele
101. passiva de um instituto de natureza ontol gica O conhecimento em propriedade intelectual assim como em ocorre em qualquer outra rea tem uma serventia muito bem definida foi constru do n o descoberto foi inventado n o teve origem a Por raz es metodol gicas decidiu se delimitar este estudo apenas propriedade intelectual aplicada ao software ainda que segundo os mesmos preceitos possa ser realizada uma cr tica mais ampla a todo o sistema de direitos sobre o conhecimento Mas o inverso tamb m verdadeiro Assim como a propriedade intelectual teve um come o mesquinho tamb m a id ia de aplic la ao software nada mais do que uma inven o interessada com raz es esp rias e inconfess veis A inten o deste estudo motivar um sentimento de estranheza em rela o a estes direitos que livre Os representantes legais das grandes holdings de propriedade intelectual no s culo XX trabalharam duro para remover o estigma de monop lio dos direitos de propriedade intelectual Eles sabiam que uma vez que o v u de propriedade privada cobrisse aquilo que era essencialmente um privil gio monopolista concedido pelo Estado seria muito mais dif cil para as autoridades p blicas questionar a natureza dos acordos comerciais que competidores individuais realizavam usando tais privil gios In Dranos Peter e Brarrnwarre John Information Feudalism Who Owns the Knowledge Economy New York New Press 2007 p 51 5 C
102. pois apesar de inicialmente parecer que ambos os sistemas de produ o de conhecimento cooperativo e empresarial podem conviver em regime de competi o resistindo aquele mais apto a satisfazer os consumidores a verdade que a pr pria exist ncia dos privil gios monopolistas sobre o conhecimento uma constante amea a ao modelo cooperativo Isto porque apesar de todas as informa es produzidas atrav s do sistema cooperativo poderem ser aproveitadas no processo de produ o empresarial o contr rio n o verdadeiro Desta forma a pesquisa livre e cooperativa deve em decorr ncia da perman ncia de tais direitos sobre o conhecimento desviar seus caminhos de direitos pr existentes sobre conhecimentos j desenvolvidos e jamais poder aproveitar os frutos do trabalho daqueles que desenvolvem conhecimento a partir de seu patrim nio cultural comum Por fim al m dos custos adicionais produ o do conhecimento existentes por conta de seu encarceramento o sistema de propriedade intelectual encarece tamb m o di logo cultural atrav s dos meios necess rios ao desenvolvimento adequado de conhecimento bem como de sua divulga o Dentro deste sistema de restri o ao acesso cultura somente a via empresarial poss vel pois os custos em pesquisa e aux lio na distribui o bem como a contrata o de especialistas neste ramo espec fico de direitos para evitar processos por infra o de propriedade de terceiros torn
103. por ele criados Sendo assim o custo que se imagina existir no desenvolvimento de softwares de forma alguma arcado isoladamente por um agente um desenvolvedor original Em n o sendo este custo arcado de 267 Artigo 1 inciso IV artigo 170 caput inciso IV e par grafo nico 268 Como analisados nos cap tulos 4 1 2 3 e 4 1 3 3 269 Deve ser entendido no sentido de forma estrutura ou apar ncia modificada em rela o anterior n o como aquilo que apareceu pela primeira vez que n o tinha sido pensado ou concretizado In Houaiss op cit nota 6 p 2032 119 forma individual e n o sendo o software fruto do labor intelectual de um nico programador n o h coer ncia em que a um nico indiv duo sejam atribu dos privil gios monopolistas de explora o econ mica em detrimento de um preju zo grande da comunidade a grande respons vel em tornar poss vel a cria o daquele software espec fico Em ltima an lise o que se quer aqui desmistificar as figuras do programador e do usu rio como contrapostas Usualmente entende se que os programadores e os usu rios encontram se dispostos de forma semelhante aos produtores e consumidores em uma rela o de oposi o Programadores desenvolvem softwares e usu rios os utilizam do mesmo modo que produtores produzem produtos para que os consumidores os consumam todos exercendo pap is determinados e estanques O modelo empresarial de desenvolvimento
104. por sua vez t m contato direto com aquilo que est sendo produzido no mundo da m sica e podem a seu crit rio n o segundo o das gravadoras escolher aquilo que querem ouvir em seus tocadores de bolso Some da rela o m sico p blico o intermedi rio que muitas vezes cerceia a criatividade musical das bandas em prol daquilo que ele entende ser o mais vend vel Os m sicos por sua vez podem vender suas composi es ou receber doa es de seus f s mais fi is podem tamb m apresentar se sem o interm dio necess rio de uma 382 Pois precisamente quando o coletivo n o conhece a si mesmo n o controla sua pr pria din mica e n o consegue produzir enunciados complexos que um poder necess rio Para se manter esse poder procura incessantemente impedir o surgimento de uma intelig ncia coletiva que levaria a comunidade a prescindir dele In L vy Pierre op cit nota 233 p 78 383 J Laner diz que In the digital era it costs nothing to ship your music over the Internet to a fan So the biggest reason for labels just went away Na era digital n o h qualquer custo em enviar m sicas pela internet para um f Portanto a maior raz o para os selos deixou de existir In Piracy is Your Friend in New York Times New York 9 de maio de 1999 acess vel pelo site http www maui net zen gtr zgzinepg4 html 179 gravadora que lhes ir consumir a maior parte da renda propiciada por suas composi es O mesmo v
105. pr prias e ticas Ressalte se para encerrar se o cap tulo que apesar de o maior interesse deste trabalho concentrar se na defesa dos interesses dos povos n o desenvolvidos e das massas de exclu dos o seu fim ltimo consiste no desenvolvimento da sociedade em termos globais e n o meramente locais ou regionais Entende se que a humanidade uma s e j ficou para tr s o tempo em que as barreiras dimensionais e preconceitos culturais atravancavam a plena conscientiza o da nossa pr pria unidade de modo que a defesa dos interesses dos n o desenvolvidos apenas um primeiro passo para a constru o de uma sociedade verdadeiramente universal oS N 3 A PROTE O JUR DICA DO SOFTWARE Pressuposto fundamental an lise cr tica de que qualquer objeto de estudo conhec lo tal qual correntemente apresentado em meio comunidade para apenas posteriormente discutir a validade de tal ou qual descri o Destarte o presente cap tulo o fundamento sobre o qual se apoiar todo o restante da tese sendo aqui estudados os pormenores do software e sua corrente prote o jur dica 3 1 CONCEITO DE SOFTWARE Existe na doutrina e na legisla o uma pluralidade de defini es jur dicas do conceito de software algumas das quais aqui transcritas sumamente M WacHowicz elaborou uma defini o ampla de software como sendo todo o escrito destinado ao processamento de dados compreendendo todo o conjunto de instru
106. previs o do inciso primeiro do mesmo artigo que determina n o serem patente veis os m todos matem ticos Contudo poderia haver discuss o a respeito do enquadramento do software dentro do conceito de m todo matem tico de modo que para que n o restasse d vida a lei determinou expressamente a exclus o do software do campo de objetos das patentes 75 Para que n o se perca de vista a import ncia destas normas t cnicas s o elas que permitem que as gigantes mundiais de software e entretenimento cobrem pre os muito acima de seus custos aumentando a remessa de recursos nacionais ao exterior bem como marginalizando e excluindo os economicamente fragilizados do conhecimento cultural e tecnol gico Que n o se confunda portanto a realidade brasileira e de outros pa ses subdesenvolvidos com aquela dos pa ses de centro Enquanto l os altos pre os estipulados por estas ind strias podem ser arcados pela maior parte dos cidad os aqui estes mesmos pre os funcionam como barreiras ao acesso cultura e informa o Agrava se assim a mis ria social da maior parte da popula o que al m de exclu da economicamente torna se tamb m exclu da cultural e digitalmente Por isso urge que o Brasil repense os moldes de sua legisla o e os tipos de normas que permite adentrar em seu territ rio sob pena de agravar as condi es socias do pa s criando uma popula o de exclu dos digitais H vinte anos atr s a maior par
107. qual prevalece o segredo as restri es pesquisa estudo e informa o Existe uma analogia poss vel entre a ideologia livre e as id ias marxistas que consiste n o acr scimo de poder de mudan a nas m os do povo o que faz ressuscitarem os mesmos receios anteriormente existentes contra estas Aquela todavia est muito mais intimamente ligada ao capitalismo do que ao comunismo A liberdade de oportunidade e de iniciativa s o princ pios basilares do capitalismo ao passo que era na Uni o Sovi tica o lugar onde prevalecia a restri o e o controle da distribui o das compet ncias O software livre portanto vai de encontro n o apenas com as propostas e preocupa es sociais mas tamb m est intimamente ligado l gica capitalista 5 1 5 DEFESA DO CONSUMIDOR A prote o ao consumidor encontra sua prote o constitucional assegurada em dois diferentes momentos Primeiramente ao tratar dos direitos e garantias fundamentais o artigo 5 inciso XXXIL 207 estipula ser dever do Estado promover na forma da lei a defesa do consumidor Ap s ao tratar a carta a respeito da ordem econ mica nacional o artigo 170 inciso V elenca a defesa do consumidor dentre os princ pios fundamentais que devem ser observados pelo Estado em sua tarefa de assegurar a todos uma exist ncia digna Esta prote o constitucional ao consumidor bipartida em distintos momentos tem rela o ntima com a d plice fundamenta o para
108. que quer implicar com o termo programa A Wap por sua vez descreve o software como o conjunto de programas e procedimentos que permitem o processamento de dados no computador e comandam seu funcionamento segundo os 2 A primeira vista mais aprimorada esta defini o padece de v cios ainda mais objetivos do usu rio graves do que os daquela de O Gomes Desta vez traduz se o software enquanto um conjunto de programas sem preocupar se em definir programa bem como por restringir o software a apenas uma parcela deles qual seja aquela dos softwares que comandam o funcionamento do computador os j ditos softwares b sicos Outro erro atribuir ao software a faculdade de permitir ao computador o processamento de dados O software orienta o modo em que se d o processamento pelo computador mas o computador quem capaz de process los e disto capaz sozinho C A S Lopo diz que o software uma seqii ncia de defini es de dados e de instru es relatando ainda que esses dados e instru es somente poder o ser reconhecidos e executados pelo computador se lhes forem transmitidos em linguagem de m quina a qual utiliza apenas dois algarismos ou d gitos O e 1 significando os Is a passagem do circuito el trico e os Os o seu bloqueio Apesar de melhor elaborada em rela o s antecedentes esta defini o ainda problem tica vez que torna o software um conjunto de informa
109. s a sua pr pria morte ou que tal disposi o ser substancialmente influenciada se a lei for alterada para prorrogar este prazo por outros 307 vinte anos Contudo imaginar que Machado de Assis ter sua disposi o criativa aumentada pelo advento de uma nova lei de direitos autorais que reconhe a os privil gios econ micos de explora o da sua obra s o direitos reais sem limita o no tempo e pass veis de sucess o no m nimo absurdo O Memorial de Aires j foi escrito e obra acabada A dila o no prazo de explora o econ mica exclusiva desta obra n o ter qualquer efeito sobre a sua qualidade O nico efeito poss vel manter Copying within Korean culture was a compliment to the author Tradu o livre A c pia era entendida como uma forma sincera de bajula o algo que deveria deixar os autores orgulhosos ao inv s de irados A c pia na cultura coreana era um tributo ao autor In DraHos Peter e BrarTHWAITE John op cit nota 4 p 20 e 103 304 Fato que j foi criticado acima no cap tulo 4 1 3 2 305 Under an economic conception of copyright which seeks to minimize the social costs of monopolies there can be no justification for extending the term of copyright protection of works already in existence Under financier s copyright private informational assets must never enter the public domain where they can be subject of market competition Tradu o livre Em uma concep
110. s de leis como o C digo de Defesa do Consumidor Lei 8078 1990 para defender lhes dos abusos dos produtores ao passo que os programadores s o entendidos como o p lo hipossuficiente na rela o com os usu rios de software sendo lhes necess ria a interven o Estatal atrav s da Lei de Software e da Lei de Direitos Autorais para proteger lhes dos abusos dos usu rios 271 Copying and imitation are central to our process of learning and the acquisition of skills As children we copy the 120 Desde a inf ncia um dos grandes meios de rela o do ser humano com o mundo a imita o A crian a aprende a falar a andar a sorrir e a gesticular atrav s da m mica do comportamento de seus pais Este processo acompanha o ser humano ao longo de toda a vida desde a escrita passando pela matem tica e at o m todo discursivo tudo o que aprendemos feito a partir da nossa tentativa de copiar aqueles com quem nos relacionamos Entretanto curiosamente quando se trata das obras intelectuais a atividade de c pia severamente inibida e mal vista A diferen a no tratamento muito possivelmente reside no fato de que ningu m descobriu ainda um modo de lucrar com o franzir sobrancelhas o dar com os ombros ou levantar o polegar 4 1 3 2 A QuEsT O DO INCENTIVO Um dos principais argumentos recorrentemente utilizados para sustentar quaisquer regimes de propriedade intelectual dentre os quais o regime do software aqui em esp cie analisa
111. sedentas por lucros exorbitantes Ironicamente a prova viva desta verdade encontra se no atual maior exportador de direitos de propriedade intelectual e portanto maior interessado na sua expans o a n vel global os Estados Unidos Apesar de comumente haver a propaga o de um discurso de que a respons vel pela intensa produ o cultural e cient fica estadunidense ser sua grande preocupa o com a prote o dos interesses monopol sticos dos empres rios do conhecimento uma investiga o mais cuidadosa demonstra que os grandes respons veis pela intensa produ o de cultura e inova o tecnol gica nos Estados Unidos foram os investimentos maci os nas universidades bem como a precoce abertura deste pa s ao multiculturalismo e ao di logo cultural intenso e globalizado 284 Tradu o livre As ltimas d cadas do s culo XVIII e as primeiras do s culo XIX constituem o meio s culo mais extraordin rio na hist ria da m sica o qual nos rendeu Mozart Haydn Beethoven Mandelssohn Schubert Schumann Berlioz e Chopin Foi tamb m a poca em que estes compositores em especial Beethoven pressionaram pelo aprimoramento de um invento italiano o piano criando assim a maior inova o instrumental na hist ria da m sica N o havia direitos autorais na Europa central durante o despertar destes grandes g nios tamb m n o existia na It lia quando Rossini Donizetti Bellini Verdi e Pucini conduziram o per odo mais import
112. ser simples e sucinto para que possa ser memorizado Do mesmo modo os cl s no espa o do territ rio bloqueiam artificialmente o n mero de indiv duos aptos a dedicar se a determinados problemas bem como a escrita limita o n mero de pessoas capazes de tomar contato com os conhecimentos sociais o 389 In L vy Pierre op cit nota 233 390 razo vel pensar que a multiplica o das m quinas informacionais afeta e afetar a circula o dos conhecimentos do mesmo modo que o desenvolvimento dos meios de circula o dos homens transportes dos sons e em seguida das imagens media o fez In Lyorarp Jean Fran ois La Condition Postmoderne trad port de R C Barbosa A Condi o p s Moderna 9 Ed Rio de Janeiro Jos Olympio 2006 p 4 391 A inform tica uma t cnica molecular pois n o se contenta em reproduzir e difundir as mensagens o que ali s faz melhor que a m dia cl ssica ela permite sobretudo engendr las modific las vontade conferir lhes capacidade de rea o de grande sutileza gra as a um controle total de sua microestrutura In L vy Pierre op cit nota 233 p 53 392 Isso s vale para a explora o efetiva das possibilidades da inform tica Um compact disk de m sica da ordem da m dia e n o das tecnologias moleculares embora seja digitalmente codificado O bem denominado multim dia tamb m continua sendo m dia Editado em CD rom um hiperdocumento mesmo qu
113. sido disponibilizado R Stallman ainda logrou descobrir a exist ncia de um outro usu rio que havia obtido acesso ao c digo fonte mas somete para ao procur lo ser por ele informado de que n o poderia compartilhar o c digo pois para obter aquele c digo havia assinado um contrato com a empresa Xerox em que se comprometia a n o compartilh lo com mais ningu m Por conta da frustra o que sentiu quando desta experi ncia R Stallman relata que n o se sentiu capaz aceitar uma proposta de emprego de programador em que fosse obrigado a se comprometer a n o compartilhar o c digo fonte do software que ele mesmo desenvolvia Assim restava lhe uma op o deixar de ser programador Todavia esta op o tamb m n o lhe parecia agrad vel vez que era apaixonado por aquela atividade Foi ent o que percebeu que havia uma terceira alternativa se houvesse um sistema operacional livremente compartilhado ele poderia continuar a programar sem ter que negar a terceiros o acesso aos c digos que ele desenvolvesse E ningu m melhor do que ele um programador especializado em sistemas operacionais para desenvolver um sistema operacional livre Important ssimo atentar que para o fato de que o foco central do movimento portanto garantir a liberdade dos Zas 208 209 usu rios acima de qualquer coisa Agora como j dito n o seria poss vel e nem vi vel que ele desenvolvesse o sistema inteiro sozinho era necess ri
114. source of invention in the 20 century is not its 126 Desta forma for oso concluir que a cria o dos monop lios uma escolha n o uma necessidade Sendo pois uma escolha o mais razo vel que esta escolha seja feita de modo democr tico com vistas ao melhor resultado comum n o com vistas a enriquecer ainda mais alguns poucos Por fim uma ltima premissa constante deste racioc nio consiste no julgamento de que o fator econ mico o nico ou ao menos o decisivo a ser considerado na decis o de qual atividade um indiv duo deseja exercer Considerando que toda a quest o do incentivo econ mico baseia se em um racioc nio inicialmente constru do pelos interessados na cria o e manuten o dos privil gios monopolistas n o de causar estranheza que o crit rio do lucro tenha tamanha relev ncia a ponto de que nem se cogite a possibilidade de que existam indiv duos interessados em desenvolver softwares independentemente de qualquer expectativa de tornarem se multimilion rios Todavia exce o feita aos empres rios o lucro grande parte das vezes n o o principal objetivo na realiza o de uma atividade Isto particularmente verdade em se tratando de atividades intelectualmente estimulantes As pessoas em geral sentem uma propens o para criar pois este o ato que lhes permite expressar da forma mais pura suas personalidades suas percep es seus P4 287 relacionamentos e entendimentos do mu
115. tem qualquer rela o com dinheiro ou comerciabilidade mas t o somente com a n o usurpa o das liberdades dos usu rios Livre e gr tis s o portanto conceitos que devem permanecer completamente distintos para entender se o fen meno do software livre Deste modo pode se elaborar uma classifica o dos softwares dividida em quatro categorias 1 livre e comercial 11 livre e gratuito iii propriet rio e comercial ou iv propriet rio e gratuito Portanto livre e gr tis n o e identificam nem se implicam Note se que esta distin o entre livre e gr tis torna se ainda mais relevante para o movimento pelo software livre na medida em que a confus o dos conceitos leva as empresas a perceberem o E 221 software livre como uma amea a quando na realidade ele n o Isto n o leva a quaisquer implica es te ricas contudo a sua relev ncia pr tica tremenda vez que n o se pode ignorar o poder que as empresas ainda mais em um setor como o de tecnologia exercem na sociedade atrav s da constru o de discursos que criam verdades socialmente aceitas e afetam diretamente a produ o e 2 PENSE 220 exerc cio dos direitos Mais ainda a confus o do conceito de software livre acaba por minar o entendimento da pr pria sociedade que n o toma conhecimento da verdadeira natureza do debate e desta forma pode ser facilmente influenciada por discursos falaciosos que buscam ridicularizar ou taxar de ut pica
116. to related matters and contains nothing that could fall directly within that overall subject Thus if the Document is in part a textbook of mathematics a Secondary Section The relationship could be a matter of historical may not explain any mathematics connection with the subject or with related matters or of legal commercial philosophical ethical or political position regarding them The Invariant Sections are certain Secondary Sections whose titles are designated as being those of Invariant Sections in the notice that says that the Document is released under this License If a section does not fit the above definition of Secondary then it is not allowed to be designated as Invariant The Document may contain zero Invariant Sections If the Document does not identify any Invariant Sections then there are none The Cover Texts are certain short passages of text that are listed as Front Cover Texts or Back Cover Texts in the notice that says that the Document is released under this License A Front Cover Text may be at most 5 words and a Back Cover Text may be at most 25 words A Transparent copy of the Document means a machine readable copy represented in a format whose specification is available to the general public that is suitable for revising the document 236 uma obra que contenha o Documento ou parte dele tanto exata como com altera es e ou traduzida em outro idioma Uma Se o S
117. tomada em aten o a uma prefer ncia por estrangeirismos mas por aqui se entender que o voc bulo software j se encontra incorporado l ngua portuguesa sendo o seu uso entre os falantes do portugu s mais recorrente do que o da express o prejudicada Mais ainda buscando maior tecnicismo no uso dos termos ao longo do presente trabalho al m de o termo software ser aquele usado pelos seus desenvolvedores a express o programa de computador pode levar enganosa sugest o de que aqui ser o analisados apenas os programas usados em microcomputadores vez que h hoje na linguagem popular uma confus o entre os termos computador e microcomputador Por fim fique constado que o voc bulo software j foi incorporado l ngua portuguesa In Houaiss Ant nio Houaiss da L ngua Portuguesa Rio de Janeiro Objetiva 2001 pp 2599 F J G Cerqueira menciona al m desta as express es direito de autor direito autoral propriedade imaterial 13 escolha da express o propriedade intelectual deve ser justificada pelo entendimento de que a 2020 8 4 E ss princ pio esta a que melhor descreve a natureza dos bens atinentes a este ramo do direito que s o os produtos do engenho intelectual humano bem como por ser esta a express o que ficou consagrada no mbito internaciona A propriedade intelectual o ramo do direito privado no qual tradicionalmente se enquadram os direitos do autor e a propriedade ind
118. uma sociedade tem um papel essencial na constru o das bases para seu presente e futuro Sendo assim ainda que se possa dissertar a respeito de um papel de estabiliza o dos valores sociais e organiza o da sociedade n o s o estas as facetas mais importantes do direito mas sim sua grande influ ncia na determina o na modelagem da sociedade vindoura Este o vi s principal que se tem em mente no preserte cap tulo Com efeito os direitos de propriedade intelectual como visto no in cio deste estudo t m suas ra zes na sociedade ocidental moderna essencialmente ligada aos primeiros desenvolvimentos industriais tais como a ind stria tipogr fica Sendo no in cio abertamente conhecidos como privil gios industriais ou editoriais tais direitos tiveram dois importantes papeis i censura estatal a respeito do que era publicado e divulgado dentro de seu territ rio e 11 controle e manuten o das boas rela es com esta nova classe social em ascens o qual seja a burguesia Assim dentro da organiza o social vigente poca por nefastas que fossem algumas de suas conseqii ncias dentro da l gica absolutista este sistema de concess o de privil gios monopolistas encontrava se plenamente adequado aos sistema de governo de ent o Isto contudo deixou de ser verdade j quando da Revolu o Francesa bem como das demais revolu es burguesas Sob a tica de uma sociedade que clamava como seus objetivos a liberdade
119. uma utopia o software livre na verdade o nico caminho poss vel sociedade para evitar o colapso da produ o de inova es tecnol gicas que a longo prazo ocorre quando se permite a apropria o privada de objetos essencialmente coletivos O modelo atual de desenvolvimento de software caminha para a exaust o completa e para uma crescente escalada de medidas socialmente nocivas que privilegiem o status monopolista j detido por algumas empresas atuantes no merca Qualquer que seja o modelo escolhido para o desenvolvimento de novos softwares certo que algum n vel de inova o ainda h de existir por um longo prazo Todavia apenas um dos modelos tem a capacidade de tornar m xima a produ o de softwares elevando concomitantemente sua qualidade t cnica e a participa o dos cidad os de todo o mundo na constru o social atrav s de escolhas estritamente democr ticas sem quaisquer bices burocr ticos ou hier rquicos Neste sentido pode se afirmar que o software livre de fato uma necessidade social n o apenas uma das pos veis escolhas 172 4 2 Nova SocigDADE VELHAS LEIS O direito um retrato da sociedade e neste sentido sempre uma imagem do que a sociedade era de quais eram os seus valores de como ela se encontrava organizada Mas este passado da sociedade que vai determinar seu presente e futuro nesse sentido que se pode falar que o direito ainda que seja uma representa o do passado de
120. utiliza o de recursos informa es tecnol gicas segredos industriais e de neg cios materiais instala es ou equipamentos do empregador da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha contrato de presta o de servi os ou assemelhados do 72 alterar um software livre o autor das modifica es poderia ent o distribu lo restringindo as liberdades dos usu rios Ressalve se que estes dois problemas n o afetariam diretamente a exist ncia do software livre entretanto propiciariam meios para que terceiros apoderassem se do conhecimento livremente compartilhado pela comunidade que desenvolve o software livre e dele fizessem uso com finalidades ego sticas sem devolver qualquer contribui o comunidade que proporcionou aquele conhecimento livremente em uma rela o com a comunidade que n o poderia deixar de ser chamada de parasit ria Assim uma vez que o copyleft fruto de uma ideologia de conserva o das liberdades da comunidade e dos cidad os a GNU GPL o nico meio de coagir aqueles que produzem software utilizando se da base comum de conhecimentos da sociedade a fazerem no de forma a aumentar o conhecimento da sociedade como um todo e n o apenas em benef cio pr prio individual A cis o entre o copyleft e as formas de prote o dos interesses dos comerciantes de software evidente Enquanto os defensores destes advogam continuamente o aumento dos direitos dos criadores de obras intelectuais e
121. vel e se a alternativa a este modelo produz softwares com qualidade t cnica superior preservando as liberdades da sociedade qual ent o a justificativa para manuten o destas restri es 4 1 2 3 A LIBERDADE DE COMPARTILHAR Se a liberdade de alterar o software pode ser resumida no r tulo liberdade de ajudar se a si mesmo a liberdade de compartilhamento de software nada mais do que o transplante desta mesma liberdade do mbito individual para o social ou comunit rio Ou seja a liberdade de compartilhar softwares nada mais do que a liberdade que tem a sociedade de ajudar se a si mesma Isso feito atrav s da comunica o e troca de conhecimentos por parte dos indiv duos que comp e a sociedade Observe se desde logo que n o se fala aqui em uma obriga o de compartilhar os softwares gratuitamente nem mesmo em uma obriga o de faz lo sob quaisquer condi es Disserta se apenas a respeito de uma permiss o para faz lo por isso mesmo uma liberdade Novamente existem ao menos duas raz es imediatas para que esta liberdade seja preservada uma de conte do tico e outra de conte do econ mico Respeitando a primazia dada por R STALLMAN s motiva es ticas do Movimento pelo Software Livre inicia se desta feita pela an lise da premissa tica O ser humano dentre outras coisas essencialmente ego sta Desde a mais tenra inf ncia todas 243 Por conta desta superioridade t cnica do s
122. venda do primeiro exemplar poderia ser adquirido pelos consumidores gratuitamente Neste sentido n o haveria nem o desenvolvedor original e nem a concorr ncia resultando na completa estagna o do setor Sobre estas e outras cr ticas que se debru ar o cap tulo seguinte em que ser o destrinchados e sopesados os argumentos a favor de um ou de outro modelo 4 1 3 SOFTWARE LIVRE VERSUS SOFTWARE PROPRIET RIO ARGUMENTOS A despeito do t tulo dado a este subcap tulo n o se pretende concentrar aqui todos os argumentos que sustentam a ado o de cada um dos modelos confrontados Antes todo este trabalho dedicado a esta tarefa e os argumentos permeiam cada uma de suas p ginas sem jamais pretenderem se exaustivos a respeito do assunto Neste sentido as p ginas que se seguem t m por objetivo somente concentrar os principais argumentos geralmente levantados a respeito do assunto ainda n o tratados neste estudo abordando os de forma detida e explicitando suas eventuais falhas 4 1 3 1 SOFTWARE LIVRE VERSUS LUCRO J foi acima elucidado que o voc bulo livre que vem qualificar o software fruto do desenvolvimento cooperativo relaciona se diretamente com o conceito de liberdade e nada tem em 264 comum com o que se chama de gratuidade Contudo como visto ao final do cap tulo 4 1 2 parece haver um entrave l gico realiza o de atividade empresarial lucrativa a partir do desenvolvimento cooperativo de softwar
123. 1 7 SUPREMACIA DO INTERESSE P BLICO sesseeseeeeeesesseesetestsreestesesrresteseseresteseeseresresse 214 5 2 A TUTELA JUR DICA E O C DIGO FONTE sssseeeeeeesseeeseessisrseersoeersosoroessseesserrsoorssoressssssesssesrsoo 215 6 CONCLUS O POSSIBILIDADES cc eis peiiioieeeiss tseo s oraes a osea erinto ieaie osaa sa ossodes sacacdcassi usacodonscesadnasrasnasi O BIBLIOGRA MA ssseserssesiesiosoore sissoo etsek essoereietet kiseo oons oaeee castos seoir ieioea otoia ee ierasto cii eiio i A Na T DO EEIE IRATE A EEA SEESE E EIE S AEE EE A l l 1 INTRODU O Quando tiverdes conseguido formar assim a cadeia de id ias na cabe a de vossos cidad os podereis ent o vos gabar de conduzi los e de ser seus senhores Um d spota imbecil pode coagir escravos com correntes de ferro mas um verdadeiro pol tico os amarra bem mais fortemente com a corrente de suas pr prias id ias no plano fixo da raz o que ele ata a primeira ponta la o tanto mais forte quanto ignoramos a sua tessitura e pensamos que obra nossa o desespero e o tempo roem os la os de ferro e de a o mas s o impotentes contra a uni o habitual das id ias apenas conseguem estreit la ainda mais e sobre as fibras moles do c rebro funda se a base inabal vel dos mais s lidos imp rios SERVAN O presente estudo tem por objetivo realizar uma an lise cr tica da tutela jur dica outorgada aos desenvolvedores de software O foco entretanto n o somente u
124. 2007 http fsfeurope org documents wiwo en html acessado em 03 08 2007 http www ippr org publicationsandreports publication asp id 495 acessado em 03 08 2007 http badvista fsf org acessado em 07 08 2007 http en wikipedia org wiki Content Scramble System acessado em 07 08 2007 http en wikipedia org wiki Content Protection for Prerecorded Media acessado em 07 08 2007 http www gentoobr org acessado em 07 08 2007 http www softwarelivre gov br Licencas LicencaCcGpIBr view acessado em 07 08 2007 http www mozilla org br acessado em 07 08 2007 http news bbc co uk 2 h technology 5144698 stm acessado em 08 08 2007 232 http news bbc co uk 2 m business 4945230 stm acessado em 08 08 2007 http news bbc co uk 2 h technology 6078016 stm acessado em 08 08 2007 http w3 bsa org brazil press newsreleases Estado perde US 401 milhoes com pirataria cfm acessado em 13 08 2007 http subsol c3 hu subsol 2 contributors0 nimustext html acessado em 13 08 2007 FILMOGRAFIA ARCAND Denis Les Invasions Barbaries Canad Astral Films 2003 Howrrr Peter Antitrust Estados Unidos Metro Goldwyn Meyer 2001 Loncraine Richard Firewall Estados Unidos Warner Bros Pictures 2006 SENA Dominic Swordfish Estados Unidos Jonathan Krane Group 2001 SorrLEY Iain Hackers Estados Unidos Suftley 1995 WinkLER Irwin The Net Estados Unidos Columbia Home Video 1995 233 234
125. 24 gt WacHowicz Marcos O Programa de Computador e sua Prote o no Brasil 2001 acess vel pelo site lt http jus uol com br doutrina texto asp id 2530 gt Zamupio Teodora Protecci n Jur dica de las Innovaciones Patentes DOV s Genoma Humano Biodiversidad Buenos Aires Ad Hoc 2001 SITES http en wikipedia org wiki Intellectual property acessado em 10 01 2007 http en wikipedia org wiki Free software acessado em 22 9 2007 http en wikipedia org wiki SHARE 28camputing 29 acessado em 22 02 2007 http en wikipedia org wiki DECUS acessado em 22 2 2007 230 http en wikipedia org wiki Hacker culture acessado em 22 02 2007 http en wikipedia org wiki Hacker definition controversy acessado em 22 02 2007 http en wikipedia org wiki Computer acessado em 07 03 2007 http en wikipedia org wiki Personal computer acessado em 08 03 2007 http en wikipedia org wiki Microcomputer acessado em 08 03 2007 http en wikipedia org wiki Stallman acessado em 04 04 2007 http en wikipedia org wiki Free Software Foundation acessado em 4 04 2007 http www fsf org acessado em 04 04 2007 http en wikipedia org wiki Linus Torvalds acessado em 04 04 2007 http www novell com linux acessado em 04 04 2007 http www openoffice org acessado em 04 04 2007 231 http en wikipedia org wiki Computer virus acessado em 10 07 2007 http www opensource org acessado em 11 07
126. 469 l imprimeur Jean de Spire mais d autres auteurs affirment que la premi re concessionn r sulterait d une gr ce du S nat de Venise em 1495 au b n fice du c l bre imprimeur Alde Manuce l inventeur des caracter res italiques pour l diton de l Arioste Tradu o livre Na Fran a o primeiro privil gio parece ter sido aquele concedido em 1507 por Luis XII a Antoine V rard sobre as ep stolas de Paulo De acordo com alguns autores o Col gio 29 Antiguidade como livros da B blia ou dos fil sofos da Gr cia Antiga Outra importante constata o a de que apesar de a consci ncia dos direitos morais dos autores ter surgido em um per odo da hist ria da humanidade j distante muito anterior a qualquer men o aos direitos de explora o econ mica estes os direitos patrimoniais ou de exclusividade foram os que primeiro receberam guarida jur dica Tal fato mostra se uma decorr ncia clara da avidez com que os editores buscaram a prote o dos seus interesses meramente econ micos e monopolistas neste novo 64 a y o po mercado que teve a sua g nese com o aprimoramento dos tipos m veis realizado pelo alem o de Veneza foi o precursor com o privil gio concedido em 1469 ao impressor Jean Spire mas h outros autores que afirmam que a primeira concess o foi outorgada como uma gra a do Senado de Veneza em 1495 em benef cio do c lebre impressor Alde Manuce o inventor dos caracteres it licos sobre a
127. 5 4 1 3 1 SOFTWARE LIVRE VERSUS LUCRO seseessemnsssseesesenrssssescereessssssseererrse 115 4 1 3 2 A QUEST O DO INGEN VO nenn nana n a REN REN a 120 4 1 3 3 SOBRE O CONCEITO DE AUTOR ssssesssssssssseesessessssseerersssssscererrsesssseseerre 128 41 35 A PIRATARIA ao eas e te sina a eere ea ea al e eE a asis 134 A SO OS HACKERS ca a IO ME aaa 148 A Ee AAA DAS PRIORIDADES pus AE SAAE 155 413 65 PARADOXO steinin pisinisi eisie tesine abas a dra dia banda pabedis 160 4 1 4 SOFTWARE LIVRE E SOFTWARE COM C DIGO FONTE BERTO eccceeceeeeeererecereenes 165 41 5 UTOPA OU NECESSIDADE alas e pgs ba E E ES AEE 168 4 2 NOVA SOCIEDADE VELHAS LEIS eneon aa a sds E a A a E 172 4 3 INTELIG NCIA COLETIVA poronienie e a tais de ida a 180 5 1 PRINC PIOS CONSTITUCIONAIS VIOLADOS qranis sacia case sedarida ssqtadiadofsda za ae adia unida da sadias ado dadas pa 196 5 1 1 PROPRIEDADE OU MONOP LIO ia 2a paia anana dans a pa dA aa dp aaa 196 5 1 2 DISTRBUI O DE RENDA E REDU O DAS DESIGUALDADES SOCIAIS eeeseresererereres 199 5 1 3 Acesso INFORMA O AO CONHECIMENTO E CULTURA sssssssssesesesressseereseseseresese 200 5 1 4 EST MULO COOPERA O s esseseesessesssesteresessssescerenmestcrtrossssescereresssseseerteesssseseere 204 5 1 3 DEFESA DO CONSUMIDOR Ci AE AAE AEA E AEA ae RA Eaa aS 206 5 1 6 TRATAMENTO FAVORECIDO S EMPRESAS DE PEQUENO PORTE uceccceeeeeceereeeeenes 212 5
128. As DIFERENTES PROPOSTAS pao F sa Desde o surgimento dos computadores e da inform tica j se tentou proteger os mercadores de software sob os mais diversos regimes No per odo inicial do desenvolvimento da inform tica n o se pensava no software enquanto algo distinto e aut nomo em rela o ao hardware mas sim como algo a 122 Estes movimentos s o abordados em detalhe no transcurso do cap tulo 4 123 Usualmente diz se que a inform tica teve seus prim rdios durante os anos sessenta do s culo passado Entretanto h muita controv rsia quando estipula o de uma data inicial pois para tanto seria necess rio elencar taxativamente qual teria sido a primeira m quina capaz de enquadrar se na qualidade de computador e portanto quem foi o criador da moderna computa o A quest o se torna controversa a medida em que o termo computador refere se a um ser capaz de computar dados o que uma defini o muito ampla e muitas m quinas j tinham essa capacidade mesmo sem guardar semelhan a pr xima com os computadores contempor neos Uma das poss veis respostas seria dizer que a inform tica tal qual a conhecemos hoje deu seu primeiro passo quando da cria o das Z Machines de Konrad Zuse no ano de 1941 mas que somente ganhou relev ncia pr tica a partir dos anos sessenta com a cria o das m quinas baseadas em trans stores substituindo as m quinas v cuo o que barateou o custo dos computadores al
129. CSS funciona de modo que um DVD estadunidense n o ser executado por um tocador de DVD comprado na Europa Os consumidores europeus est o obrigados a comprar DVDs europeus a um tempo e pre o estabelecido pelos cart is exportadores a ind stria cinematogr fica A comunidade de programadores de software demonstrou em uma manobra digna de um Houdini que poss vel escapar de qualquer trava eletr nica Assim por exemplo CSS pode ser decodificada por um programa chamado DeCSS o qual encontra se dispon vel na internet Ao aperceber se da probabilidade de sucesso destas escapadas eletr nicas os conglomerados de m dia e conhecimento durante os anos noventa pressionaram para que estas a es fossem coibidas legalmente Tais leis essencialmente tornam ilegal a manufatura ou distribui o de dispositivos de decodifica o como o DeCSS In Dranos Peter e BrarrHwarrE John op cit nota 4 p 184 357 Para saber mais http badvista fsf org 358 Ver http news bbc co uk 2 hi technology 5144698 stm 359 Companies have invested ore money in securing their software and implementing new methods against cracking and other piracy methods Tradu o livre As empresas investiram capital na seguran a de seus softwares implementando novos m todos contra a investiga o e outros m todos piratas In ALsHAMLAN Abdulrahman S op cit nota 319 pp 3 160 problemas dever o tomar a dianteira das solu es perseguidas pela c
130. Crucial para esta mudan a de entendimento da Corte estadunidense foi que o autor da a o n o pleiteou todos os direitos de uso futuro sobre a equa o em que o software se baseava mas t o somente para uma aplica o industrial espec fica em que ele a havia utilizado 147 Gottschalk vs Benson 409 U S 63 1972 148 Mathematical algorithms not just formulae were declared non patentable subject matter in an early Supreme Court Case Gottschalk v Benson Throughout the 1970s courts generally rejected software patent applications on the grounds that software was just a concatenation of unpatentable algorithms Tradu o livre Algoritmos matem ticos n o apenas f rmulas foram declarados n o suscept veis concess o de patentes em um antigo caso da Suprema Corte Gottschalk v Benson Durante os anos 1970 as cortes genericamente rejeitaram pedidos de concess o de patente a softwares fundamentando esta decis o no entendimento de que eles eram nada mais do que a concatena o de algoritmos n o pass veis de patente In Comen Julie e Lemiey Mark Patent Scope and Innovation in the Software Industry in California Law Review vol 89 2001 p 8 acess vel pelo site http papers ssrn com sol3 papers cfm abstract id 2827 90 149 however the Court changed its view In Diamond v Diehr it held that a process for continuously monitoring the temperature inside a synthetic rubber mold using a computer and the well kn
131. DVD entrar em contato com um n mero indeterminado e indetermin vel de outros indiv duos tornando portanto cada um deles atores neste novo cen rio de comunica o social poss vel Neste mesmo quadro o software livre aumentou sua popularidade atraindo um n mero crescente de usu rios desenvolvedores interessados na participa o catalizada por estas duas tecnologias abertas Foi ent o que os interesses sociais come aram a chocar se frontalmente com as leis que concediam monop lio sobre o conhecimento Os indiv duos ao desbravarem este novo mundo de possibilidades fregiientemente depararam se com normas de propriedade intelectual que artificialmente lhes vedavam a participa o neste p lo ativo do di logo cultural Estando acostumados a comprar revender emprestar e tomar emprestados livros descobriram que era il cito faz lo pela internet Querendo eles buscar fotos para trabalhar e criar descobriram ser il cito delas fazer uso em composi es pr prias Desejando elaborar v deos em suas casas a partir da jun o de elementos da cultura comum descobriram que estavam violando interesses de terceiros referidos direta ou indiretamente Foram avisados tamb m que quando tomavam um LP emprestado para tocar em uma festa de anivers rio sua atividade era leg tima assim como quando tocavam uma 178 conhecida m sica para animar esta mesma festa entretanto quando tomavam emprestadas estas m sicas atrav s da internet
132. Desta forma muitos detalhes s o eliminados e o programador tem seu trabalho simplificado apesar de haver perdas no potencial e na efici ncia da m quina Qualquer que seja a linguagem escolhida pelo programador todo aquele conjunto de instru es em linguagem de programa o dever ser traduzido para a linguagem da m quina ou seja o c digo fonte do programa que pode ser originalmente assembly ou de alto n vel ser traduzido em c digo objeto em linguagem de m quina o que feito por em software tradutor Mas n o o tradutor quem se comunica diretamente com o computador e sim aquilo a que chamam ROM BIOS Basic Input Output Software Este software quem d instru es precisas ao computador em linguagem de m quina e ge 110 coordena as tarefas de todos os perif ricos Com tudo o que foi dito pode se perceber o trabalho rduo que em tese teria um programador se apenas dele dependesse a elabora o de softwares que conduzissem o computador na realiza o das mais diversas atividades Por isso um dos elementos chave para a programa o pr tica assim como 108 Na realidade a linguagem assembly tem rela o direta com a arquitetura do hardware de modo que cada hardware tem um tipo diferente de linguagem assembly n o transport vel para outras arquiteturas o que faz com que existam no m nimo tantas linguagens assembly quantas forem as diferentes arquiteturas de hardware Todavia todas s o linguagen
133. ESE EE SAAANA e Cata AREE A epa iaaii 37 3 2 BREVE HIST RICO vcsir sessist iinabasaiia longas dama adaadl amis eua das a EA TE Lana dei eSEE aaa asia de apatia 48 3 3 No Munno as DIFERENTES PROPOSTAS ar is iso pda aca ai cas nda SA da 51 3 31 O COPYRIGHT lol ses do qu des De o ia dO ao cipa a a dd nam bo A aa 52 3 3 2 As PATENTES DE SOFTWARE ssseessessssseessessssstessesssssmssesesessessesssssstasessessstsseesessne 59 373 3 O SEGREDO DE COM RCIO seriis ensina o a T E E SS 63 3 3 4 O COPYLEFT sain ae ER RR RR Saa E e A REAR Re NAE RR 67 SA N BRAS rsnnnno ninshe naer dado O USA AS AEAEE a a S a ES 73 4 O DESENVOLVIMENTO COOPERATIVO DE SOFTWARE sesssssssssssssssoosoocosososossssossssssoossosososoeoesesessssssssssssssosoeses LO 4 1 O MOVIMENTO PELO SOFTWARE LIVRE co to aiongac guita dera iga dna qem sita da Ea RCA aa E aiga as Se 79 Al HISTORIA n eoan a aana a RR RP EISS 79 41 2 CONCEITO AS LIBERDADES ci E aA RA E AA RAE AE 83 4 1 2 1 A LIBERDADE DE USAR ssssessssssssseessessessessesessseessesnsssreasesssssstssessaseneeo 86 4 1 2 2 A LIBERDADE DE ALTERAR ssesesssessseeseeessressstessressrrsseesseeesseeessresseesse 91 4 1 2 3 A LIBERDADE DE COMPARTILHAR ssssssesesssesssttsssertessetsstessresseeeseeesssees 99 4 1 2 4 A LIBERDADE DE OFERTAR ssessseesseesseessossresserssereseessseessressresseesseet 110 4 1 3 SOFTWARE LIVRE VERSUS SOFTWARE PROPRIET RIO ARGUMENTOS eeeeereeeeos 11
134. Faculdade de Direito da Universidade de S o Paulo Departamento de Direito Internacional ANDR NUNES BATISTA N USP 4946378 COPYRIGHT E COPYLEFT O SOFTWARE E O CONHECIMENTO Vers o 0 1 Tese de L urea apresentada como exig ncia conclus o do curso de gradua o Orientadora Professora Maristela Basso S o Paulo 2007 N Copyright Andr Nunes Batista 2007 contato andrenbatista O gmail com Refer ncia Bibliogr fica Indicada Bar sta Andr N Copyright e Copyleft o Software e o Conhecimento Tese de L urea Apresentada ao Departamento de Direito Internacional da FDUSP em 9 11 2007 vers o 0 1 S o Paulo 2007 Permission is granted to copy distribute and or modify this document under the terms of the GNU Free Documentation License Version 1 2 or any later version published by the Free Software Foundation with the Invariant Sections being this copyright and licensing notice and the Anexo no Front Cover Texts and no Back Cover Texts A copy of the license is included in the section entitled Anexo Garante se a permiss o para copiar distribuir e ou modificar este documento sob os termos da GNU Free Documentation License Vers o 1 2 ou outra posteriormente publicada pela Free Software Foundation sendo Se es Inalter veis este aviso de direitos autorais e licen a e o Anexo sem Textos de Capa ou Contracapa Uma c pia desta licen a pode ser encontrada na se o i
135. Fonte http en wikipedia org wiki Linus Torvalds acessado em 04 04 2007 213 In StaLLMan Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 173 84 Em ingl s a voc bulo livre free tem o inconveniente de ser o comum tanto para adjetiva um substantivo que possua liberdade como para um outro que possua gratuidade ou seja n o existem como no portugu s dois termos diferenciados que expressem livre e gr tis Para evitar a confus o a respeito de qual o sentido do termo quando utilizado para descrever o software livre free software foi 4 A 214 elaborado o r tulo Free as in free speach not as in free beer Esta distin o pode parecer dispens vel a princ pio pois logo se pensa que se os usu rios det m a liberdade de compartilhar o software com seus conhecidos liberdade dois acima ou at mesmo increment lo e distribu lo em massa liberdade tr s um software livre necessariamente ser tamb m gr tis j que ningu m h de pagar por um software que pode copiar de algum conhecido ou obter gratuitamente pela internet Este racioc nio contudo falacioso Como acima foi dito R Stallman cobrava nos anos oitenta U 150 00 por cada c pia do sistema livre GNU prova de que o software livre n o sin nimo de n o comercial E que tamb m n o se alegue que ele teria se tornado n o comercial com o advento da internet e dos programas de compartilhamento de dados pois uma das maiores fontes d
136. J G CERQUEIRA o qual entendia que o direito de autor um direito privado puramente patrimonial que tem por objeto a pr pria obra criada e consiste essencialmente na faculdade de reproduzi la e de auferir vantagens econ micas que dela possam resultar Ao lado desse direito que propriamente o direito de autor e independentemente dele subsiste o seu direito moral que designa o conjunto dos direitos especiais da personalidade que acompanham as manifesta es da personalidade humana de car ter patrimonial e que n o se confundem com os direito patrimoniais propriamente ditos In CERQUEIRA Op cit nota 7 pp 102 e 103 46 In CERQUEIRA op cit nota 7 pp 78 e 79 Ver tamb m Basso Maristela op cit nota 12 pp 34 37 47 indiscut vel que o direito do autor sobre a sua cria o distingue se por uma rela o de perten a ou senhorio na qual o autor assume a mesma posi o que o propriet rio em rela o coisa objeto do dom nio sujeitando ao seu poder a cria o intelectual resultante do seu trabalho a qual de fato lhe pertence Se o oper rio tem direito ao sal rio que representa o fruto do seu trabalho do mesmo modo deve competir ao artista e ao inventor o direito sobre a sua obra tanto mais que o trabalho intelectual intrinsecamente superior ao trabalho manual e que a ele se reconhece maior dignidade grifo nosso In CERQUEIRA Op cit nota 7 pp 136 e 137 48 Interessante
137. MENTO E CULTURA As liberdades de acesso informa o ao conhecimento e cultura encontram apoio em diversos dispositivos constitucionais O primeiro deles o artigo 5 XIV que reza assegurado a todos o acesso informa o resguardado o sigilo da fonte quando necess rio ao exerc cio profissional Em continuidade o artigo 206 inciso II disp e sobre a liberdade de aprender ensinar pesquisar e divulgar o pensamento a arte e o saber J o artigo 208 inciso V estipula a garantia do acesso aos n veis mais 201 elevados do ensino da pesquisa e da cria o art stica segundo a capacidade de cada um O artigo 215 caput diz que o Estado garantir a todos o pleno exerc cio dos direitos culturais e acesso s fontes da cultura nacional e apoiar e incentivar a valoriza o e a difus o das manifesta es culturais Sendo que o artigo 216 inciso III expressamente prev como parte do patrim nio cultural brasileiro as cria es cient ficas art sticas e tecnol gicas O par grafo 3 do mesmo artigo ainda determina que a lei estabelecer incentivos para a produ o e o conhecimento de bens e valores culturais e que os danos e amea as ao patrim nio cultural ser o punidos na forma da lei 4 O Estado ainda promover e incentivar o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gicas artigo 218 caput Important ssimo destacar dentre o
138. Os pensadores por m apesar de n o possu rem armas imediatas contra os editores eram tamb m formadores de opini o e logo come aram a pleitear por direitos individuais sobre as suas cria es e a ganhar respaldo da sociedade que percebia as injusti as a que estavam submetidos tanto os autores 70 como os seus herdeiros Outro aspecto importante que os autores diferentemente dos inventores usualmente n o tinham participa o e nem criavam suas obras com o intuito de lucro Quando um inventor na Idade Moderna pensava em criar um novo dispositivo usualmente ele tinha em mente produzir aquele aparato em larga escala para posteriormente vend lo mesmo que para isso necessite do aux lio de capital alheio O escritor e o artista por sua vez aquela poca n o tinham em mente que pudessem escrever e vender seus escritos deles retirando sua subsist ncia Antes tinham eles uma voca o ideol gica ou 68 P E Gecier relata que in the mid seventeenth century when a copy of his Pr cieuses Ridicules fell into the hands of publishers Moli re protested It s a strange thing that one publishes people agains their will Nonetheless I could not prevent it and have sufered the misfortune of having a copy filched from my room fall into the hands of booksellers who by 9 surprise have obtained the privilege of publishing it Tradu o livre Em meados do s culo XVII quando uma c pia de sua obra Pr cieus
139. a es que divulgava fosse atrav s da forma escrita oral ou visual e a sociedade lhe outorgava este privil gio pois n o parecia haver uma grande diferen a em conceder ou n o Se este alegava que somente desta forma que seria poss vel realizar sua atividade e trazer as t o preciosas informa es para o p blico vido por 177 conhecimento nada mais l gico do que dar lhe estes meios A internet contudo mudou os paradigmas do di logo cultural Atrav s dela qualquer um dos participantes dos navegadores tornou se um agente de difus o de conhecimentos O di logo cultural passou a ser feito de forma direta Os primeiros exemplos como dito foram as salas de bate papo os mensageiros mas estes propiciavam somente o di logo cultural ao n vel interindividual Os cidad os mundo afora poderiam se comunicar diretamente com um n mero determinado e reduzido de interlocutores Assim permanecia central o papel dos meios empresariais de comunica o e massa no di logo difuso de conhecimentos Por m isto logo mudou quando do advento dos programas e sites de comunica o de massa interindividuais Programas como o Napster e sites como o MySpace o PureVolume o Youtube a Wikipedia o Flickr os blogs os flogs e os f runs de discuss o em geral tornaram poss vel a cada um dos indiv duos a partir de tecnologias cada vez mais economicamente acess veis como c meras digitais m quinas fotogr ficas microfones e leitores de CD
140. a portanto que dever o ser combatidos os 404 Os direitos morais s o v nculos perenes que unem o criador sua obra para a realiza o da defesa de sua personalidade esses direitos constituem a sagra o dos mais ntimos componentes da estrutura ps quica do seu criador In Brrrar Carlos Alberto Direito de Autor 3 Ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2000 pp O 188 405 Lei 9609 1998 artigo 2 8 1 e Lei 9610 1998 artigo 24 25 e 27 406 Lei 9610 1998 artigo 49 e seguintes 199 monop lios visto que estes nada mais s o do que a aniquila o da concorr ncia mesmo em seu car ter potencial com vistas a um aumento arbitr rio dos lucros o que certamente n o pode ser conseguido sem o sacrif cio dos interesses dos consumidores N o cabe proposta deste trabalho uma an lise profunda dos princ pios econ micos que determinaram a preval ncia da livre iniciativa livre concorr ncia e defesa dos consumidores dentre os princ pios e fundamentos constitucionais da ordem econ mica nacional Todavia estes se encontram entre os fundamentos econ micos de um Estado que se pretende democr tico Destarte a exist ncia de privil gios monopolistas constitucionalmente assegurados necessariamente precisa fundamentar se em outros princ pios constitucionais que em confronto prevalecem A Constitui o entretanto ao prever os direitos exclusivos de utiliza o dos trabalhos dos autores n o esti
141. a Cadillac just because it belonged to someone wealthy Software is no different silence Tradu o livre s vezes dizem nos que Bill Gates j lucrou o suficiente e que baixar um pouco de software n o ir prejudic lo Qual o problema desta afirmativa pausa sil ncio Bem continua sendo roubo Voc n o pensaria em roubar um Cadillac apenas porque ele pertence a algu m rico Com o software n o diferente sil ncio In op cit nota 4 p 26 318 Note se que al m da mera ret rica que iguala condutas diversas sobre o rol comum das ofensas ao patrim nio s o tamb m usadas artimanhas para de fato unir todas estas diferentes condutas e figuras como se fossem todas parte de uma mesma conduta marginal Neste sentido a second an more recent strategy by corporate owners of intellectual property is the attempt to link intellectual property piracy with organized crime with crimes that the public is really scared of It is easier to justify spending public money on the war against the illegal downloading of software or illegal taping of Michael Jackson s latest album if those people doing the illegal copying are also members of neo Nazi organizations or terrorist groups Tradu o livre uma segunda e mais recente estrat gia dos empres rios da propriedade intelectual tentar ligar a pirataria de propriedade intelectual com o crime organizado com crimes que o p blico teme verdadeiramente mais f cil justificar os gastos de
142. a Democr tico de Direito de fato o produto da vontade do povo Prospera em terras brasileiras uma vis o rom ntica e anacr nica do mundo Ainda acreditamos que o conhecimento um desdobramento um cont nuo do objeto de conhecimento Segundo este pensamento o conhecimento o resultado da aprecia o sens vel e intelectiva do homem dos objetos com que se relaciona Nada mais desajustado Entre o conhecimento e o mundo a conhecer n o h qualquer ponto de intersec o H na verdade uma constante viola o subjuga o invas o distor o Nas palavras de M Foucautr E assim como entre instinto e conhecimento encontramos n o uma continuidade mas uma rela o de luta de domina o de subservi ncia de compensa o etc da mesma forma entre o conhecimento e as coisas que o conhecimento tem a conhecer n o pode haver nenhuma rela o de continuidade natural S pode haver uma rela o de viol ncia de domina o de poder e de for a de viola o O conhecimento s pode ser uma viola o das coisas a conhecer e n o percep o reconhecimento identifica o delas ou com elas O conhecimento interessado dista muito de qualquer concep o que se tenha de neutralidade O entendimento de que somente se pode conhecer e compreender o mundo de forma adequada quando se se distancia das paix es dos v cios dos preconceitos e dos interesses simpl rio e somente serve como ferramenta de conten o
143. a claro nos discursos das PME s brasileiras que o mercado imp e uma relativa exig ncia de manter a utiliza o de alguns softwares propriet rios em seus sistemas In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 118 141 compatibilidade do seu software com aqueles de seus clientes ou do maior n mero deles e ii a capacidade de seus funcion rios de oper lo sem dificuldades Ora n o existe modo melhor de atender a estes dois requisitos simultaneamente do que elegendo como software aquele que for o padr o de mercado j utilizado pelos funcion rios h longo prazo ainda que pirateado Note se ainda que a empresa diferente do que ocorre com os usu rios particulares est sujeita a uma maior visibilidade pelos rg os de fiscaliza o estatais Desta forma apesar de n o ser cab vel nem desej vel que a pol cia invada a todo tempo a casa dos cidad os para descobrir se existem softwares piratas em seus computadores do que n o resultaria qualquer ganho empresa pois aumentaria a animosidade dos usu rios contra a empresa de software e diminuiria sua base de usu rios sem que houvesse um grande retorno financeiro j que os usu rios de softwares piratas n o teriam meios econ micos de ressarcirem na pelos danos causados a situa o outra no contexto empresarial As empresas t m capital suficiente para pagar as multas e danos decorrentes de uma infra o ao monop lio de conhecimento mas n o sentem qualqu
144. a de outrora ao fluxo de informa es vez que softwares muito teis de tradu o instant nea encontram se dispon veis online 157 desenvolvimento Quando da cria o ou da modifica o de um software o programador det m uma alta discricionariedade quanto prioridade dos problemas que dever o ser solucionados ou das funcionalidades que ser o criadas Independentemente de qual o sistema que se analisa existe um limitado n mero de programadores trabalhando ou mesmo usando um determinado software Logo n o poss vel enfrentar se todos os problemas ao mesmo tempo nem vi vel realizar todas as modifica es imaginadas ou imagin veis de uma s vez devendo ser estabelecidas prioridades ao desenvolvimento do software ainda que no sistema cooperativo o n mero de problemas que podem ser enfrentados a um s tempo seja maior Contudo em cada um dos sistemas a escolha das prioridades d se de uma forma diferenciada No sistema empresarial a escolha feita atrav s de uma escala hier rquica de compet ncias Desta forma al m deste sistema garantir que os programadores habilitados a estudar e desenvolver o software jamais ser o os mais competentes para o trabalho ele tamb m garante que apenas uma ou poucas pessoas tenham a aptid o para decidir quais ser o as prioridades em seu desenvolvimento escolha que assim certamente ser feita de acordo com crit rios subjetivos particulares e parciais Novamente o c
145. a de uma maioria avassaladora Esta maioria de exclu dos certamente n o cultiva grande empatia por aquela minoria mas n o h d vidas de que ir admirar e respeitar qualquer 314 um que lha ofere a acesso quilo que f la negado Dadas estas condi es um bom comerciante mundial para garantir o afluxo dos lucros monopolistas dos pobres em informa o aos ricos dela In DraHos Peter e BrarrHwarrE John op cit nota 4 p 196 310 As Rubin in his masterful study of piracy shows there are at least six different meanings that can be attributed to it including non legal vernacular meaning international law meanings and meanings based on national law Tradu o livre Como Rubin em sua obra prima sobre a pirataria nos mostra existem pelo menos seis diferentes significados atribu dos ao voc bulo incluindo aqueles alheios aos vern culo legal os dos tratados internacionais e os baseados nas leis internas In Dranos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 23 O dicion rio Houaiss da l ngua portuguesa tr s entre outras como defini o do termo aventureiro dos mares que pilha navios mercantes e povoa es costeiras indiv duo que se apossa ilegalmente e pela for a dos bens de outrem bandido ladr o diz se do que realizado com apropria o da forma anterior ou com pl gio ou com c pia de uma obra anterior com infra o deliberada legisla o que protege a propriedade art stica ou intel
146. a edi o de cartas de C cero e Pl nio Note se que poca os privil gios n o necessariamente eram relacionados a obras novas ou in ditas Em verdade a maior parte dos privil gios era concedida para que se fizesse publicar obras provenientes da qui est s r em revanche c st que le plagiat tait Ath nes et Rome condamn pas l opinion publique et ressenti par les auteurs comme un furtum laudis Tradu o livre Isto foi o que permitiu a alguns autores afirmar que o direito moral j era conhecido na Antiguidade Cl ssica protegido pela actio injuriarum Por m tal afirma o n o un nime e deve ser apreendida com muita cautela O que certo por outro lado que o pl gio era em Roma e Atenas condenada pela opini o p blica e percebida pelos autores como um furtum laudis In Lucas ScHoLOETTER A Op cit nota 56 p 32 58 Sobre os direitos autorais ainda na Idade M dia interessante notar o que diz o autor A Lucas e H J Lucas La v rit est que l auteur au Moyen Age n est jamais per u comme cr ateur puisqu il n y a de cr ation que divine Tradu o livre A verdade que o autor na Idade M dia jamais fora percebido como um criador visto que a cria o n o poderia ser sen o divina In Trait de la Propri t Litt raire et Artistique Litec Paris 1994 p 4 J C Costa NeTTo por outro lado da opini o de que a preocupa o com a dissemina o de temas religiosos principalmen
147. a forma de criar incentivos econ micos aos agentes no mercado Perceba se que as mais relevantes contribui es culturais do mundo ocidental dificilmente podem ser associadas exist ncia de privil gios monopolistas como parte da motiva o do Estado aos inventores e autores As grandes obras da ci ncia da filosofia e das artes desde o Mundo Antigo surgiram n o em decorr ncia da recompensa financeira que os autores e inventores esperavam receber por estas cria es mas como parte de um contexto muito mais complexo e relacionado s realidades culturais e sociais destes indiv duos Nas palavras de P DraHos e J BRAITHWAITE The last few decades of the 18 century and the first few of the 19 was the greatest half century in the history of music giving us Mozart Haydn Beethoven Mandelssohn Schubert Schumman Berliotz and Chopin It was also the era when these composers especially Beethoven pushed for the refinement of an italian invention the piano to create the greatest instrumental innovation in the history of music There was no copyright in central Europe during this half century of the greatest flourishing of musical genius nor in the next in Italy when Rossini Donizetti Belini Verdi and Puccini were responsible for the most important period in the history of opera The period from Mozart to Beethoven was also a great era of creativity in literature that gave us Austen Goethe Wordsworth Coleridge Byron
148. a impressora a laser que para funcionar fazia uso de um software muito simples para o laborat rio em que R Stallman trabalhava Tal impressora entretanto nada mais era do que uma fotocopiadora adaptada e constantemente ocorriam problemas decorrentes do atolamento de papel e os usu rios somente descobriam o problema de atolamento depois de muito tempo quando iam buscar seus pap is na impressora o que causava um grande desperd cio de tempo R Stallman e seus colegas do laborat rio sendo todos programadores muito habilidosos tiveram a id ia de adaptar o software da impressora para que quando ocorressem atolamentos a m quina enviasse um aviso a todos os usu rios possibilitando assim que o problema fosse resolvido imediatamente Para isso contudo eles precisavam do c digo fonte do software e ent o contataram a empresa Xerox e pediram uma c pia dele a qual foi lhes negada Pediram ent o que a empresa alterasse o software para fazer constar aquela nova fun o ao que contudo foram informados de que a empresa tinha outros projetos mais urgentes e que somente poderia atender quele pedido em um futuro distante e incerto 207 In StaLLMaN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 15 81 Desta forma toda uma comunidade de programadores muito habilidosos tornou se ref m de um problema que poderia ser facilmente eliminado se apenas o c digo fonte do software que haviam adquirido lhes tivesse
149. a inform tica do futuro O controle da informa o e a centraliza o dominavam os ideais empreendedores da poca Outras empresas menores tamb m n o quiseram apostar neste tipo de tecnologia In Guesser Adalto H op cit nota XX p 29 Perceba se portanto que a quase totalidade das m quinas que hoje conhecemos pela alcunha de computadores teve sua origem em uma tica da inclus o e liberdade de inquisi o hacker n o na pretensa inventividade somente poss vel atrav s da outorga de monop lios intelectuais aos inventores 132 The number of developments makes any list arbitrary but for my purposes the first salient landmark in the fragmentation of the industry was the introduction of the personal computer in the mid 1970s By the 1980s the United States had a large and well developed corporate software products industry with more than 1 800 firms Tradu o livre O n mero de desenvolvimentos torna qualquer lista arbitr ria mas para os meus prop sitos o primeiro grande marco na fragmenta o da ind stria foi a introdu o do computador pessoal em meados dos anos 1970 Nos anos 1980 os Estados Unidos tinham uma grande e bem desenvolvida ind stria de softwares corporativos com mais de 1800 empresas no ramo In Mann Ronald J op cit nota 127 p 968 tn tn desenvolvimento de software A primeira resposta encontrada pelos juristas foi o direito autoral ou o copyright vez que o c digo fo
150. a negros mulheres estrangeiros e crian as n o eram ouvidos e se hoje pobres desempregados menores e n o graduados tamb m n o s o pode se imaginar o dia onde todos ser o convidados a debater e somente o m rito de seus argumentos que pautar o peso de suas opini es Mais do que isto esta nova sociedade do conhecimento da informa o j despida das rela es 395 o esquecimento da origem viva e presente dos mundos virtuais sua reifica o sua separa o das in meras fontes humanas de que procedem introduziria inelutavelmente o lancinante problema do poder em um espa o onde n o h o que fazer A partir da poder amos propor esta quest o absurda Quem controla os mundos virtuais O que o mesmo que perguntar quem fala em nome do coletivo nos mundos virtuais quando esses mundos s o precisamente dispositivos de auto organiza o auto defini o e constru o aut noma de si no Espa o do Saber pelas pr prias comunidades In L vy Pierre op cit nota 233 p 93 396 A tecnoci ncia constitutivamente social no sentido de que o destino de seus produtos a fun o da manipula o que sofrem pelos participantes do processo Quanto mais t cnico e especializado um trabalho cient fico mais social ele se torna pois aumenta o n mero de conex es necess rias para lev lo a cabo e torn lo de fato cient fico Esta manipula o leva ou ao fortalecimento do produto no sentido de ma
151. a policial e investimento em autarquias especializadas como Instituto Nacional da Propriedade Industrial A figura m tica do pirata ainda traz outra facilidade impl cita ao mesmo tempo em que simplifica o racioc nio e inverte os p los de malfeitores e injusti ados criando se a imagem de que os 319 monopolistas s o v timas destas condutas b rbaras tamb m concretiza o problema dando lhe Z dimens es assustadoras o que feito atrav s dos n meros E muito mais f cil aos privilegiados of Jolly Roger Tradu o livre A hist ria de col gio e Hollywood acordaram em nos contar como os piratas aparentavam e o que faziam Eles eram feio a menos que interpretados por Errol Flynn de aspecto agressivo impiedosos os quais saqueavam e matavam sem d sob a bandeira da caveira In DraHos Peter e Brarrnware John op cit nota 4 p 22 317 Re nem se todas estas condutas como se fossem id nticas conduta daquele que compra software pirata para bloquear questionamentos sobre o porque tantos devem padecer para afortunar t o poucos Nesse sentido P Dranos relata que em uma confer ncia da Business Software Alliance BSA em Camberra para encerrar seu discurso sobre pirataria na internet disse que we re sometimes told that Bill Gates has made enough profit and that downloading a bit of software isn t going to hurt What s wrong with that pause silence Well it s still theft You wouldn t think of stealing
152. a prote o jur dica outorgada ao software ou programa de computador imperativo que se desenvolva primeiramente uma an lise ainda que breve da prote o jur dica dos bens intelectuais como um todo Esta an lise contudo seria imperfeita se elaborada apenas com vistas ao seu atual modelo de prote o sem qualquer aten o ao desenvolvimento hist rico do instituto que ora analisado Um estudo cr tico deve antes entender as raz es pelas quais o instituto jur dico examinado chegou ao presente desenvolvimento vez que do contr rio tal estudo seria infecundo por n o compreender a motiva o pr pria do objeto ao qual se prop s pesquisar ou ent o pecaria ao confundir as raz es que hoje se levantam para a sua continuidade como sendo aquelas mesmas que um dia lhe deram causa Assim este cap tulo tem por objetivo elaborar um panorama hist rico geral da chamada propriedade intelectual o qual servir de introdu o ao cap tulo seguinte referente prote o jur dica do software em especial 2 1 A PROPRIEDADE INTELECTUAL Antes do in cio da digress o hist rica da propriedade intelectual deve permanecer claro que existe uma pluralidade terminol gica na doutrina para dar nome mesma mat ria de modo que a 6 Ao longo deste trabalho ser privilegiado o uso do termo de origem inglesa software em preju zo da express o nacional programa de computador Esta decis o de maneira alguma foi
153. ada mais do que um jogo de palavras com o termo copyright Na cultura jur dica da common law costume utilizar se um C dentro de um c rculo como s mbolo do copyright seguido da frase Copyright All Rights Reserved Copyright Todos os Direitos Reservados Assim como forma de s ntese de sua ideologia os programadores elaboraram o joguete Copyleft All Rights Reversed Copyleft Todos os Direitos Revertidos simbolizando o com uma letra C ao reverso ou seja com as extremidades voltadas para o lado esquerdo left em ingl s tamb m dentro de um c rculo 177 Esta necessidade contudo apenas existe no estado atual da legisla o a respeito do assunto n o uma necessidade l gica inerente ao copyleft Assim n o existe impedimento l gico a uma reforma legal instituindo um regime de copyleft que prescinda dos direitos autorais 178 Note se que a nossa Constitui o Federal de 1988 elevou os direitos autorais qualidade de direitos e garantias fundamentais ao estipul los em seu artigo 5 inciso XXVII que diz aos autores pertence o direito exclusivo de utiliza o publica o ou reprodu o das suas obras transmiss vel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar 69 mentalidade de que estes institutos jur dicos servem todos premissa comum de que a prote o dos Pe p 17 interesses econ micos das empresas comerciantes de software um fim em si mesmo a O copyleft por outro lad
154. ado como se quaisquer novos desenvolvimentos necessariamente fossem enquadr veis sob uma nica disciplina A falha mais grave provavelmente supor que o saber cient fico pode ser desprovido de concep es ideol gicas ou de v cios pessoais tanto dos pesquisadores como dos avaliadores Ignora se assim o poder discricion rio que a banca de titulados t m de sub ou sobreavaliar um trabalho n o por conta da import ncia de suas contribui es ou de sua inventividade mas por conta das implica es e resultados inerentes a cada estudo O assunto torna se ainda mais pol mico quando se atenta para o papel do capital no desenvolvimento do saber Com efeito n o apenas nas universidades que o conhecimento trabalhado mas tamb m nas empresas As empresas do conhecimento que trabalham com pesquisas de ponta t m alta discricionariedade sobre o saber Para elas entretanto n o existe qualquer pretens o de neutralidade O nico crit rio balizador das pesquisas desenvolvidas pelas empresas e dos rumos de seus investimentos o ganho de capital Estas empresas contudo n o realizam pesquisas somente internamente mas tamb m direcionam as pesquisas acad micas atrav s de pr mios oferecidos em concursos p blicos para que pesquisadores independentes elaborem teses que favore am os seus interesses O capital portanto direciona a neutralidade do conhecimento 193 A internet o conhecimento livre em rede capaz d
155. ado poder combinar o Documento com qualquer outro documento distribu do sob esta Licen a sob os termos estipulados na se o 4 acima para vers es alteradas desde que inclua na combina o todas as Se es Inalter veis de todos os documentos originais inalteradas e listadas como Se es Inalter veis no aviso de licen a da obra combinada bem como preservadas todas as Cl usulas de Isen o de Responsabilidade A obra combinada deve conter somente uma c pia desta Licen a e m ltiplas Se es Inalter veis devem ser substitu das por uma nica c pia Se houver m ltiplas Se es Inalter veis com o mesmo nome mas conte dos diferentes dever tornar nico o t tulo de cada se o inserindo ao seu final entre par nteses o nome do autor original ou editor daquela se o quando conhecido ou subsidiariamente um n mero nico Dever tamb m realizar as mesmas altera es aos t tulos das se es na lista de Se es Inalter veis constante do aviso de licen a da obra combinada Na combina o o Licenciado deve combinar quaisquer se es intituladas Hist rico dos diversos documentos originais unificando as da mesma maneira dever combinar quaisquer se es intituladas Agradecimento bem como Dedicat ria O Licenciado dever apagar quaisquer se es intituladas Apoio 6 COLE ES DE DOCUMENTOS O Licenciado poder fazer uma cole o a partir do Documen
156. ado que oculta suas leis dos cidad os O usu rio do software com c digo fonte fechado tem alguma no o do que o software est fazendo em seu computador pela observa o dos seus efeitos sensorialmente percept veis e pelo conjunto de guias adquirido da empresa monopolista Da mesma forma o cidad o no caso s dito observando as a es de seus governantes e a situa o em seus arredores entende vagamente quais condutas s o l citas e quais s o il citas Todavia ambos est o despidos do meio essencial compreens o das a es de seu software Estado o c digo fonte aberto a lei escrita e p blica Neste sentido tanto os s ditos podem ser surpreendidos por a es inesperadas e arbitr rias de seus governantes como tamb m os consumidores de software propriet rio est o despidos de qualquer certeza a respeito do produto que consomem e portanto encontram se submetidos ao arb trio dos comerciantes Esta situa o gera uma ainda maior desigualdade nas condi es de contrata o por parte dos consumidores Se o consumidor ordin rio n o compreende o funcionamento de um carro para certificar se da adequa o das informa es divulgadas pelo seu construtor no manual de instru es ele ao menos conta com a possibilidade de ser beneficiado pela a o do Estado ou de associa es de defesa dos seus interesses a es coletivas Desta forma se algum indiv duo der conta da incompatibilidade das informa es prestadas pelo cons
157. alam que ela teria sido promulgada no ano de 1709 e n o em 1710 como aqui exposto Esta controv rsia apesar da diminuta import ncia explica se pela ado o do calend rio crist o que corrigiu certas impropriedades na contagem dos anos que ocorria na Inglaterra poca 27 53 i iaoa therein mentione do que somos for ados a inferir que a finalidade de tal lei n o fora reconhecer um direito preexistente dos autores de obras liter rias mas o de incentivar o aprendizado disseminar o conhecimento Por meio da referida lei e com o fim mencionado os autores de obras liter rias tornaram se titulares de principalmente dois direitos 1 o direito exclusivo de impress o por 14 quatorze anos contados da data da publica o da obra o qual ainda poderia ser prorrogado por igual per odo se o autor ainda fosse vivo e ii o direito de exigir a entrega das obras contrafeitas por infratores cumulado com o direito de receber uma indeniza o equivalente a 1 um penny por p gina dos quais metade seria destinada Coroa Brit nica Todavia pode se tra ar a origem dos direitos autorais em um momento um pouco anterior dita lei Novamente existem autores que buscam a inven o do direito autoral no Imp rio Romano onde existia a actio injuriarium para reprimir os atentados contra os chamados direitos morais Esta posi o contudo muito confrontada e a maior parte dos autores que versam sobre o assun
158. ale para as demais produ es culturais quer sejam visuais audiovisuais est ticas ou din micas ou mesmo as escritas Nem fot grafos nem escritores nem desenhistas nem pintores nenhum deles precisa mais de um intermedi rio em sua rela o com o p blico E o p blico n o mais encontra se plenamente diferenciado dos produtores de conhecimento Cada indiv duo singularmente considerado incentivado a aventurar se pelos campos do conhecimento com que sentir maiores afinidades Pode aproximar se daqueles que t m interesses e id ias comuns bem como pode conhecer suas diferen as N o existe mais uma pris o espacial ao di logo cultural nem uma restri o qualitativa de acesso ao conhecimento A partir de agora todos podem a qualquer momento se aventurar pelo mundo da informa o A humanidade encontra se muito mais ligada e pr xima de si mesma do que nunca Entretanto permanecem os privil gios intelectuais como grandes bices ao di logo multicultural e pluri individual A sociedade mudou radicalmente mas o direito ainda baseado em no es e pensamentos anacr nicos mais do que nunca inadequados sociedade que pretendem regular Aquilo que anteriormente era somente uma forma de regula o das riquezas e da competi o entre os intermedi rios empres rios do conhecimento agora uma grande muralha que isola de muitos aquilo que ao longo da hist ria foi deles retirado Como se disse acima entretanto n o ap
159. alquer programador consegue sozinho elaborar do come o ao fim um programa para executar tarefas simples como um jogo de perguntas e respostas Todavia para elaborar um sistema operacional ou outros softwares que realizem tarefas mais complexas um programador isolado demoraria no m nimo alguns anos para consegui lo e torn lo est vel De modo que quando isto ocorresse o mais prov vel que o software j tivesse se tornado obsoleto por isso que o modo mais eficiente de realizar esta tarefa atrav s do agrupamento de um n mero relativamente grande de programadores trabalhando todos no mesmo projeto dividindo as tarefas Se al m disso o c digo fonte do software for mantido em segredo fechado o modelo empresarial torna se a nica alternativa vi vel ao desenvolvimento de softwares complexos com qualidade e efici ncia por isto a denomina o empresarial mais adequada Contudo o c digo fonte n o necessariamente precisa ser secreto apenas interessante para alguns que ele seja O modelo empresarial de desenvolvimento de software funciona portanto calcado na manuten o do c digo fonte de seus softwares secreto de forma a impedir que n o apenas seus concorrentes mas tamb m estudantes e programadores em geral o estudem e aprimorem ou ainda que construam outros softwares a partir de id ias ou passos obtidos do estudo daquele c digo fonte Assim n o apenas o desenvolvimento mas tamb m a elimina o de falhas ou
160. am privil gios de propriedade intelectual sobre software Por outro lado a plena informa o dos consumidores fic o dos economistas em qualquer que seja o mercado analisado quando se trata do mercado de software pressuposto que n o se sustenta Mesmo nos dias atuais grande parte dos usu rios de computador n o tem qualquer entendimento t cnico sobre o modo de opera o de um computador nem se preocupa em saber quais s o as diferen as entre um e outro software A escolha pelos softwares mais recentes baseada simplesmente em uma nsia em possuir sempre o mais atual como se isto fosse sin nimo de avan ado bem como pelo fato de que muitos dos softwares mais recentes n o s o compat veis com aqueles previamente existentes o que um modo f cil de pressionar o p blico consumidor a estar em uma cont nua e impensada atualiza o de softwares sem qualquer aten o para as suas necessidades individuais de mudan as Neste quadro as empresas de monop lio do conhecimento podem voltar suas aten es a problemas n o diretamente relacionados demanda dos usu rios Dado que o mercado monopolizado pelo desenvolvedor do software padr o este ainda ter a faculdade de dedicar se a atacar a concorr ncia eventual e o seu pr prio p blico consumidor atrav s de ferramentas predat rias e sem liga o com qualidade ou efici ncia de seus produtos gt Somente assim que podem ser compreendidos os esfor os e
161. am se cada vez 366 Note se que a GNU GPL reprime o fechamento dos c digos originalmente abertos mas n o impede que os adeptos do regime monopolista usem as id ias contidas em c digos livres para desenvolver outros c digos a eles semelhantes 165 mais elevados Mais ainda uma vez que imposs vel a qualquer um certificar se completamente da pr exist ncia de privil gios de monop lio eventualmente infringidos por uma inova o poss vel que mesmo ap s a contrata o dos especialistas necess rios muitas inven es resultem em disputas judiciais caras n o somente aos produtores de conhecimento mas a todo o Estado que deve mover seu aparato para apreciar conflitos que n o deveriam sequer existir 4 1 4 SOFTWARE LIVRE E SOFTWARE COM C DIGO FONTE ABERTO Ao longo deste trabalho o termo software livre free software foi privilegiado apesar de em alguns momentos ter sido real ada a import ncia da distribui o de software em seu c digo fonte ou na consagrada express o software com c digo fonte aberto open source software Tamb m foram abordadas ao comparar se o modelo de desenvolvimento de software cooperativo e o empresarial diversas vantagens econ micas do primeiro em rela o ao segundo Todavia estes dois conceitos que intitulam o presente cap tulo n o se confundem e o privil gio dado ao primeiro termo n o foi incidental Software livre como j explicado o resultado de uma ideologia
162. amente realiz veis Deve se portanto manter se em mente que esta 92 assertiva inerente a todas as considera es que se seguem A melhor tradu o do significado desta segunda liberdade perfaz se no r tulo ajudar se a si mesmo ou seja a liberdade que o usu rio tem de adaptar seus softwares s suas necessidades individuais Note se que atualmente existem no mercado softwares que tornam poss vel executar as mais diversas e complexas tarefas Contudo grande parte destes softwares s o desenvolvidos visando atrair o maior n mero poss vel de usu rios o que somente poss vel por meio de uma padroniza o do software fato que implica em sua sempre imperfeita adequa o s necessidades dos usu rios individualmente considerados Grande parte das vezes a disparidade entre as necessidades do coletivo e do indiv duo n o t o grande o que torna poss vel que o pr prio usu rio realize as adapta es que entende importantes para o seu uso pessoal sendo certo que lhe seria imposs vel desenvolver sozinho o mesmo software Contudo quando esta liberdade retirada da comunidade e reservada apenas ao detentor de direitos intelectuais sobre o software o usu rio torna se dele dependente Desta forma precisando o usu rio de qualquer adapta o ou particulariza o em seu software ele obrigatoriamente dever submeter se vontade do detentor de direitos e pedir lhe que realize as altera es Isto pode pa
163. ams including Ot under its original license before the QPL Tradu o livre Entretanto o significado bvio da express o software de c digo fonte aberto que voc pode olhar o c digo fonte Este um crit rio muito mais fraco do que o do software livre ele inclui software livre mas tamb m programas semi livres como o Xv e at mesmo alguns programas propriet rios como o Qt sob sua licen a original antes da QPL In SraLtman Richard 166 O software com c digo fonte aberto por outro lado uma proposta com um vi s estritamente 2 Os fautores deste tipo de software n o ligado efici ncia econ mica do desenvolvimento de software est o interessados em qualquer ideologia ou movimento social mais amplo a busca apenas pelo amplo acesso ao c digo fonte dos softwares como meio socialmente mais eficiente de alcan ar os melhores resultados t cnicos na produ o de novos softwares Seu argumento tem fulcro unicamente nesta a Leoni 370 premissa e quaisquer outros argumentos s o dispens veis As duas propostas parecem chegar a conclus es muito semelhantes contudo a diferen a nas premissas em que se baseiam pode levar a importantes diverg ncias A mais importante delas encontra se na rela o que os softwares produzidos por cada uma destas propostas t m com os contrapostos softwares propriet rios Para os fautores do software livre o software propriet rio uma mis ria social que d
164. ante na hist ria da pera O per odo que vai de Mozart a Beethoven foi tamb m um per odo de grande fecundidade na literatura o qual nos proporcionou Austen Gothe Wordsworth Coleridge Byron e Hugo dentre outros mais Ao final deste per odo apareceu Charles Darwin o qual reinventou a biologia ap s a viagem de Beagle 1813 1836 Vimos ainda a funda o da disciplina moderna da qu mica por meio de Lavoisier e Dalton as funda es que prepararam a Revolu o Industrial atrav s de inventos como motor vapor de James Watt a locomotiva de George Stephenson o motor el trico de Michael Faraday e o come o da economia p s industrial da informa o com a inven o da fotografia por Louis Daguerre Esta foi uma das grandes eras da filosofia Kant Hegel Bentham Hume e Adam Smith O s culo XX o primeiro em que os fil sofos gozaram universalmente dos benef cios dos direitos autorais sobre suas obras foi um dos mais fracos na hist ria da filosofia Os maiores fil sofos do s culo XX Wittgenstein Russel e talvez Habermas s o simplesmente menos importantes do que aqueles dos s culos XIX XVIII ou XVII ou mesmo daqueles que precederam Cristo O que foi mais importante para fomentar os grandes fil sofos da Gr cia Antiga e do Iluminismo foram as culturas e institui es educacionais que surgiram nestas pocas e lugares In op cit nota 4 p 210 11 285 The most fundamental reason for the preeminence of the US as the
165. anyway It s worth making a little sacrifice in some mere technical convinience to have freedom Tradu o livre Nos anos 1980 muitos de n s ach vamos que o software livre talvez n o fosse ser t o bom quanto os softwares n o livres vez que n s n o ter amos tanto dinheiro para pagar as pessoas claro que pessoas como eu as quais valorizam a liberdade e a comunidade disseram ent o Bem n s usaremos software livre mesmo assim Valem a pena alguns sacrif cios meramente de conveni nica t cnica em prol da liberdade In StaLLMan Richard M Gay Joshua e Lessig Lawrence op cit nota 169 p 166 242 A primeira caracter stica frequentemente apontada foi uma robustez do sistema operacional Ou seja a qualidade estrutural do sistema base da plataforma de interface entre o hardware e o software aplicativos Neste sentido o software livre parece demonstrar uma qualidade t cnica muito superior em rela o ao software propriet rio hegem nico da Microsoft encontrado no mercado o Windows In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 127 99 Gr apra DAR z propriet rios O estudo foi publicado e o seu resultado anunciado a todos os desenvolvedores Anos mais tarde o mesmo teste de confiabilidade foi repetido com as novas vers es daqueles mesmos softwares tendo o GNU novamente suplantado os concorrentes propriet rios Destarte se o modelo empresarial de desenvolvimento de software n o o nico poss
166. ao inv s de proporcionar lhes rentabilidade Mais ainda o prov vel que o software desenvolvido com toda esta intensidade emocional seja de qualidade muito superior daquele que desenvolvido t o somente com vistas ao lucro Isto porque o aumento dos lucros n o diretamente proporcional qualidade do software mas habilidade do comerciante de suplantar seus concorrentes no mercado o que claramente pode ser mais facilmente alcan ado por monop lios do que por qualidade t cnica superior Por outro lado quem programa pelo fasc nio que sente no exerc cio desta atividade necessariamente busca sempre o que os hackers chamam 289 de A Coisa Certa The Right Thing o algoritmo perfeito O modelo empresarial entretanto restringe o acesso que estas pessoas poderiam ter ao conhecimento necess rio para que trabalhassem da forma mais til e adequada no desenvolvimento de softwares e o faz sob a alega o de que desta forma estar incentivando a inventividade e criatividade dos desenvolvedores patrimoniais do autor de 50 para 70 anos ap s a morte do pr prio autor In Dranos Peter e BrarrHwarre John op cit nota 4 p 211 288 Fifteen years ago there were articles on computer addiction users were onlining and had hundred dollar a week habits It was generally understood that people frequently loved programming enough to break up their marriages Today it is generally understood that no one would program
167. aos pr prios interessados Frise se que estas afirma es aqui feitas s o de dif cil prova Todavia essencial ci ncia um questionamento livre vez que outros ao lerem algumas meras hip teses podem dedicar se com maior cuidado sua an lise o que eventualmente s comprovar ou derrubar sendo ambas as hip teses ben ficas ao desenvolvimento cient fico N o parece ser entretanto um m todo pouco confi vel a analise dos fatos feita de modo a neles buscar perceber quem s o os reais benefici rios por detr s de sua exist ncia As invas es cibern ticas e os v rus entre n s se encontram assim como outrora encontravam se os saqueadores dos mares Hoje em dia dizemos sem qualquer receio que os cors rios trabalhavam em prol do Estado visto que era ele o maior benefici rio talvez chegue o tempo em que tamb m percebamos para quem trabalham os crackers e n o se tenha mais receio em fazer afirma es como as que acima se fez 4 1 3 7 Das PRIORIDADES O desenvolvimento cooperativo e o empresarial tamb m podem ser confrontados a partir do ao x E n 34 mando com rela o s prioridades no desenvolvimento Esta quest o j foi abordada perfunctoriamente quando se tratou das liberdades defendidas pelo Movimento pelo Software Livre todavia dada a import ncia desta quest o repete se aqui o tema desta vez com maior profundidade na an lise Como elucidado uma vez que no sistema de desenvolvimento empresar
168. ar se ia amea ado quer entendido em um sentido abstrato quer num sentido concreto O nico grande risco que se vislumbra ao monop lio comercial detido por algumas empresas do ramo Sendo assim optou se chamar neste cap tulo a tutela jur dica em tela de prote o legal da empresa de software em detrimento consciente de outras terminologias viciadas que apresentam o software como o sujeito da prote o 2 O objetivo do presente cap tulo suscitar com base no estudo at o momento elaborado reflex es sobre as poss veis incongru ncias do sistema de privil gios de monop lio sobre o desenvolvimento do software e o ordenamento jur dico 5 1 PRINC PIOS CONSTITUCIONAIS VIOLADOS Encontrando se topograficamente situada na posi o mais alta de todo o ordenamento jur dico nacional dando portanto a legitima o necess ria a todas as demais leis aplic veis no territ rio brasileiro a Constitui o Federal que serve de primeira base para as reflex es propostas neste cap tulo 5 1 1 PROPRIEDADE ou Monor Lio O direito de propriedade encontra se constitucionalmente resguardado dentre os direitos e 197 garantias fundamentais assegurados pessoa humana mais especificamente no artigo 5 caput bem como em seu inciso XXII Esta propriedade assegurada como direito fundamental em nossa Constitui o a propriedade ordin ria sobre objetos corp reos que n o se confunde com o que se chama de propriedade intelec
169. ara prover incentivos suficientes aos criadores e inventores para que estes continuem aumentando o estoque social de obras culturais e conhecimento cient fico Em Davies William e WirHers Kay op cit nota 27 p 16 57 139 ss dao Avis 5 Es desenvolvedor de software 7 11 a outorga de um monop lio econ mico realmente imprescind vel ao fomento da inova o A doutrina grosso modo parte do princ pio de que a resposta sim a ambas as quest es infer ncia nitidamente l gica e necess ria a ponto de quase n o se encontrar discuss o a respeito destas quest es tidas como superadas nos prim rdios do direito autoral Todavia deve se estar sempre atento s mudan as dentro da sociedade e o questionamento das premissas sobre as quais ela se sustenta deve ser uma pr tica constante daquele que estuda o direito Assim o foco deste trabalho chamar a aten o para a possibilidade de uma resposta diferente desta que tem predominado E o que se far nos cap tulos seguintes por ora deve se voltar ao exame dos meios de prote o dos interesses econ micos dos comerciantes de software Durante os anos setenta oitenta e at o in cio dos anos noventa daquele s culo os direitos 141 24 e se tornaram a pr tica comum autorais predominaram nas legisla es ao redor do mundo internacional Seguindo esta tend ncia o acordo TRIPS veio positivar os direitos autorais como padr o de prote o dos interesses dos c
170. ara que se estabele am monop lios somada 431 As we shall see the threat was not so much to entire industries as to individual players who did not want to loose their position of dominance These players turned to copyright law in the hope of finding immunity from competition and the uncertainties of technological change Tradu o livre Como veremos a amea a n o era tanto a todas as ind strias mas a jogadores individuais que n o queriam perder sua posi o dominante Estes jogadores socorreram se das leis de direitos autoriais na esperan a de encontrar imunidade contra a competi o e as incertezas das mudan as tecnol gicas In DraHos Peter e BrAarTHWAITE John op cit nota 4 p 169 432 Constitui o Federal artigo 218 par grafo 4 214 a possibilidade sempre renovada de que novas empresas de pequeno porte re nam se para explorar esta atividade econ mica chance que ainda ser impulsionada pela qualifica o dos programadores nacionais para competirem a um n vel global vez que n o existir o bices ao aperfei oamento das capacidades das mentes nacionais a partir do estudo das tecnologias de ponta mundialmente consideradas 5 1 7 SUPREMACIA DO INTERESSE P BLICO Como visto no decorrer deste cap tulo a exce o constitucional previs o do artigo 173 par grafo 4 repress o aos monop lios consagrada atrav s da inser o dos incisos XXVII XIX dentre os direitos e garantias fundamentais
171. as como a IBM tiveram um aumento gigantesco na demanda por seus produtos a ponto de at mesmo n o conseguirem produzir o suficiente para abastecer o 126 2 uso s Um marco important ssimo na hist ria do software foi a decis o da IBM de separar o seu mercado software de seu hardware e vend los individualmente o que logo foi imitado por outros fabricantes de hardware e propiciou a exist ncia de softwares concorrentes para as diferentes arquiteturas de 127 hardware A partir de ent o o mercado de softwares passou a crescer rapidamente principalmente dentro Estados Unidos mas a maior inova o ainda estava por vir o computador pessoal ou microcomputador ou computador dom stico Interessante notar que o primeiro computador individual foi fabricado nos Estados Unidos por um hacker chamado Edward Roberts a partir de um chip da Intel em uma poca em que todas as grandes empresas do ramo consideravam a id ia de desenvolver e ofertar 129 computadores aos consumidores individuais absurda E Roberts entretanto motivado pelo ideal de pai Pe Rei 130 kyi expans o da tica hacker de acesso informa o decidiu desenvolver um meio para que todos 126 enquanto nos anos 1965 1966 a IBM s fabricou 3800 modelos de 360 as encomendas se elevaram a 9013 unidades Consegiientemente cada encomenda s era firmada com prazo de entrega de 18 a 24 meses quando n o tinha ainda que passar por um sorteio
172. as impressas que encademam o agregado inteiro 8 TRANSLATION Translation is considered a kind of modification of the Document under the terms of section 4 Replacing so you may distribute translations Invariant Sections with translations requires special permission from their copyright holders but you may include translations of some or all Invariant Sections in addition to the original versions of these Invariant Sections You may include a translation of this License and all the license notices in the Document and any Warranty Disclaimers provided that you also include the original English version of this License and the original versions of those notices and disclaimers In case of a disagreement between the translation and the original version of this License or a notice or disclaimer the original version will prevail If a Acknowledgements Entitled or section in the Document is Dedications History the requirement section 4 to Preserve its Title section 1 will typically require changing the actual title 9 TERMINATION You may not copy modify sublicense or distribute the Document except as expressly provided for under this License Any other attempt to copy modify sublicense or distribute the Document is void and will automatically this However parties who have received copies or terminate your rights under License rights from you under this License will not have their l
173. as mera presun o imaginar que os programadores com acesso ao c digo fonte do software e legitimados a trabalharem em seu aprimoramento s o efetivamente os mais habilidosos visto que n o h quaisquer garantias de que o processo de sele o de programadores dentro de uma empresa seja perfeito ao perquirir as habilidades dos seus futuros empregados Ainda que fosse contudo suas habilidades n o s o a cada dia testadas em compara o s do restante da comunidade de modo que jamais poder haver qualquer certeza de que os programadores em contato com o programa s o presentemente os melhores no assunto Por outro lado existindo a possibilidade de qualquer um trabalhar com o software as modifica es nele introduzidas ser o selecionadas pela comunidade de usu rios de software na medida de sua efici ncia o que garante que nenhuma regra arbitr ria ir interferir no desenvolvimento timo poss vel a partir do capital humano dispon vel em toda a coletividade Note se que a populariza o da internet permite com que qualquer programador de qualquer parte do globo trabalhe com qualquer x ER x A 350 software disponibilizado na rede sem quaisquer bloqueios naturais ao seu conhecimento do software O problema maior contudo n o tem rela o apenas com a efici ncia econ mica do desenvolvimento social de software mas com as trilhas pelas quais o software caminha em seu 350 Mesmo o idioma j n o mais a mesma barreir
174. as tarefas imediatas do quotidiano podem dedicar se a tornar mais eficientes os conhecimentos j existentes na sociedade Nesta nova fase ainda poss vel que um indiv duo domine todos os conhecimentos existentes em sua sociedade mas nenhum efetivamente domina pois n o h interesse imediato em conhec los todos mas h um interesse bvio em especializarse e inovar dentro de um campo mais limitado Ainda que claramente superior organiza o anterior esta nova forma ainda encontra se muito ligada quela por isto que as divis es de tarefas internas sociedade s o realizadas de acordo com crit rios ineficientes herdados de tempos mais remotos como o sexo a idade e o la o sangii neo Assim que fam lias cl s e castas tornam se detentoras de certas atividades Um poder central divide as compet ncias para a realiza o de cada uma destas atividades de forma relativamente estanque O crescimento das sociedades d se de forma est vel e linear por isto consolida se nas m os de alguns 186 poucos grupos grandes poderes sobre terras e pessoas As fam lias que dominam as terras onde s o produzidos os alimentos tamb m tem o capital necess rio para comprar pequenas mil cias que lhes assegurar o pela for a a perman ncia deste poder N o existe concorr ncia e portanto n o h est mulo a inova o visto que esta n o traria qualquer benef cio real aos que j se encontram no poder Em um momento ulterior qua
175. ation tem a sua maior fonte de recursos da venda de softwares livres e n o das doa es como seria de se esperar Todavia o empirismo n o a nica forma de contestar este argumento Este parece ser o ponto nevr lgico de toda a cr tica feita ao software livre Contudo como em muitas outras oportunidades o racioc nio tem seus alicerces em dogmas inseguros e nos conduz a conclus es precipitadas A primeira fal cia em que se sustenta tal argumento diz respeito ao modo de obten o do lucro no ramo do software Parte se da premissa de que a nica forma poss vel de sustentar uma atividade empresarial lucrativa com o desenvolvimento de software atrav s de sua venda ou licenciamento Isto contudo est muito distante da realidade Outros exemplos de atividade lucrativa nesta rea s o a assist ncia t cnica ao usu rio a oferta de servi os de adapta o e modifica o do software servi os de pesquisa e consultoria de plataformas bem como treinamento e capacita o de pessoal Ainda que se admita que a concorr ncia com os pr prios consumidores indique que n o ser poss vel licenciar o software a um pre o que recupere os custos do seu desenvolvimento o licenciamento oneroso n o de forma alguma a nica fonte de renda de uma empresa desenvolvedora de software 265 Efficiency in the case of intellectual property rights is generally thought to involve a balance between rules of appropriation and rules of diff
176. burocracia A burocracia quer empresarial governamental ou universit ria um sistema prec rio perigoso no sentido de que ele n o permite o mpeto de livre explora o dos verdadeiros hackers Os burocratas escondem se por detr s de regras arbitr rias eles invocam tais regras para consolidar seu poder e entendem o impulso de explora o dos hackers como uma amea a In Levy Steven op cit nota 119 p 41 342 So this was a classic case of Mancur Olson s thesis that diffuse public interests tend to be unrepresented because the costs to individuals of organizing large groups are not matched by the small gains for each individual Producer interests were decisively more organized than consumer interests even in states that were predominantly consumer states Tradu o livre Este portanto um caso cl ssico da tese de Mancur Olson de que os interesses difusos tendem a permanecer sem representa o pois os custos individuais de organizar grandes grupos n o convergem com os pequenos ganhos de cada indiv duo Os interesses dos produtores eram definitivamente mais organizados do que os interesses dos consumidores mesmo naqueles Estados predominantemente consumidores In Dranos Peter e BrarrHWarTE John op cit nota 4 p 193 sobre o TRIPS 343 as crian as que frequentam o CDI esperam utilizar os softwares amplamente conhecidos da Microsoft e que quando s o apresentadas ao Linux rejeitam essa possibilidade e
177. ca ao contrato firmado pelo autor com terceiros para uso ou explora o da obra Art 41 Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados a partir de 1o de janeiro do ano subsegiiente ao de seu falecimento obedecida a ordem sucess ria da lei civil Art 102 O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida divulgada ou de qualquer forma utilizada poder requerer a apreens o dos exemplares reproduzidos ou a suspens o da divulga o sem preju zo da indeniza o cab vel 66 Most importantly it delegated police powers to the Stationers Company of London in a charter focused in supressing prohibited books Only presses otherwise authorized by the Crown fell outside the Statiners purview notably the university presses at Oxford and Cambridge and presses with royally grated patents to print specific books The Stationers were charged with preventing the printing and distribution of writings that had not been licenced by official censors or at times by Company s agents Tradu o livre Acima de tudo isto delegou poderes de pol cia aos Stationers em um alvar visando a supress o dos livros proibidos Apenas as editoras autorizadas pela Coroa escaparam censura dos Stationers em especial as editoras das universidades de Oxford e Cambridge bem como aquelas com patentes sobre a editora o de livros espec ficos Os Stationers foram encarregados de prevenir a impress o de escritos que n o tivessem sido auto
178. ca autoral incide sobre as obras intelectuais desde o momento de sua cria o mas tem pouca ou nenhuma relev ncia enquanto tais obras forem mantidas em segredo por seus autores vez requisitos ainda seria necess rio o relat rio descritivo visto que esta a presta o do inventor sociedade que em troca lhe outorga o monop lio tempor rio de uso da inven o 435 Lei de Direitos Autorais artigo 7 par grafo 3 436 Lei de Propriedade Industrial artigo 10 inciso V 437 Diz o artigo 1 da Lei de Software que o software a express o de um conjunto organizado de instru es em linguagem natural ou codificada Grifo nosso 438 Lei de Software artigo 2 par grafo 2 439 Lei de Software artigo 2 par grafo 3 440 Lei de Direitos Autorais artigos 18 e 41 217 Po x N 441 que somente o pr prio autor teria acesso obra Desta forma entende se que os direitos autorais x E pe ie 442 englobando aqui tanto a faceta moral quanto a patrimonial s o uma esp cie de incentivo para que os autores comuniquem suas obras tornando as acess veis ao p blico em geral Destarte quando a tutela autoral incide sobre as obras art sticas e liter rias h uma troca entre autor e sociedade na qual esta confere um conjunto de direitos quele e em contrapartida recebe dele o conhecimento contido na obra Por m a lei ao fazer incidir os direitos autorais sobre os c digos fonte dos softwares sem
179. cados pela IPA ultrapassaram os 4 6 bilh es de d lares estadunidenses In Dramos Peter e BrarrHwarTE John op cit nota 4 p 93 321 In economy software piracy is affecting tax revenues and GDP of many countries and increases the unemployment rate in the IT sector Tradu o livre Em economia a pirataria de software tem afetado a arrecada o tribut ria e o PIB de diversos pa ses e aumenta a taxa de desemprego no setor de tecnologia da informa o In ArsHamLAN Abdulrahman S op cit nota 319 pp 3 322 Naturally no large company wanted to be seen to have a small estimate It implied that its products were not worth pirating Tt also meant that the company s problems would be put down the queue of 301 priorities by the USTR Company employees working in developing country markets could also blame large scale piracy for slow progress on sales The incentives to be generous in one s estimate of the piracy problem were strong There was no real downside to overestimating the size of the problem Tradu o livre Naturalmente nenhuma grande empresa queria ter estimativas baixas Isto implicava que seus produtos n o eram bons o suficiente para serem pirateados Tamb m implicava que os problemas da empresa seriam colocados no final da fila das prioridades do 301 pela USTR Os empregados dessas empresas trabalhando nos pa ses em desenvolvimento tamb m poderiam acusar a pirataria como respons vel pelo baixo progresso nas ven
180. caso este pr prio argumento ao rebater a id ia da impossibilidade de retorno financeiro pela venda de software coaduna com uma impropriedade mais profunda a qual diz respeito simultaneamente no o de desenvolvedor original ou prim rio e dimens o do seu custo prim rio de desenvolvimento O desenvolvimento de software seja ele cooperativo ou empresarial propriet rio ocorre segundo um processo semelhante a um di logo lento e evolutivo n o atrav s de abruptos saltos 268 E Desta forma a id ia de um desenvolvedor tecnol gicos desvinculados do chamado estado da arte original n o passa de uma fic o Ainda que exista algo como a primeira vers o de um novo software a realidade que aquele software n o integralmente novo mas apenas um rearranjo de muitas informa es e id ias provenientes de outros softwares de modo que em sua quase totalidade este a 2 PARE 26 software n o poder ser chamado de novo no sentido pr prio do termo Se n o existe um software que seja inteiramente novo tamb m n o existe um programador que seja integralmente o criador ou o desenvolvedor original daquele software Assim ainda que R STALLMAN seja conhecido como o criador do sistema operacional GNU Linux a realidade que ainda que ele tivesse escrito o seu c digo fonte sozinho o que falso ele n o seria de fato o nico genitor do sistema vez que grande parte dos algor timos usados n o foram primordialmente
181. ceber alguma recompensa econ mica por sua atua o e pelo conhecimento que adquiriram atrav s dos testes efetuados no software da empresa Os crackers por n o possu rem v nculos com as empresas de software podem realizar tamb m servi os menos nobres mas igualmente teis Em um trabalho cient fico algumas afirma es s o comumente deixadas de lado pela dificuldade que se t m em realizar a prova Contudo com as devidas ressalvas entende se aqui n o ser indevido suscitar que em um plano te rico a mera possibilidade de que os crackers realizem atividades de competi o il cita e velada tal como fizeram os cors rios em tempos mais remotos Ind cios deste tipo de atua o s o os v rus de computador termo aqui utilizado em sentido amplo para abranger todas as formas de programas maliciosos tais como os spyware malware adware worms etc Apesar de historicamente os v rus n o estarem necessariamente ligados um prop sito socialmente pernicioso como acima foi dito eles foram teis aos empres rios do conhecimento como uma forma de refor ar o car ter pejorativo da imagem socialmente estabelecida dos hackers Assim da mesma forma como n o interessante realizar qualquer distin o entre os invasores de sistemas de informa o vidos por liberdade de acesso ao conhecimento e invasores sedentos por uma forma f cil de enriquecer n o h qualquer benef cio em esclarecer a tem tica dos v rus Na verdade
182. cess o de privil gios monopolistas a quest o parece estar mais intimamente relacionada com interesses DAR 298 comerciais puros 4 1 3 4 A DEFESA DOS INTERESSES DOS AUTORES E A QUEST O DA RECOMPENSA Ainda que se admita contudo que os autores e criadores de obras intelectuais mesmo assim merecem alguma recompensa econ mica pela obra que criaram n o obstante seus direitos encontrem se subordinados aos interesses sociais visto que sociais s o as cria es n o parece ser correta a 29 abordagem comumente feita sob a bandeira da defesa dos interesses autorais Parece muito justo que a sociedade busque uma forma de incentivar e recompensar aqueles que se dedicam a aumentar o patrim nio de conhecimento social todavia isto de forma alguma parece implicar a exist ncia e muito menos a amplia o e extens o dos privil gios monopolistas sobre as cria es intelectuais Os chamados direitos morais dos autores s o exemplos de incentivo cria o 298 Software programs are made up of lots of file routines borrowed from previous programs written by a previous generation of programmers Bill Gates did not write DOS Here we come to a fundamental problem in intellectual property law Because intellectual property relates to information and knowledge is built up over time by many people it is hard to work out just what any given individual is truly responsible for Ideas are triggered by related ones All ideas have fuzz
183. chegou a ser dita 1 um direito obrigacional com teorias que alicer adas na exist ncia fict cia de um contrato t cito entre inventores e lo Ensejam igualmente licen a compuls ria I a n o explora o do objeto da patente no territ rio brasileiro por falta de fabrica o ou fabrica o incompleta do produto ou ainda a falta de uso integral do processo patenteado ressalvados os casos de inviabilidade econ mica quando ser admitida a importa o ou II a comercializa o que n o satisfizer as necessidades do mercado TRIPS Article 31 k Members are not obliged to apply the conditions set forth in sub paragraphs b and f where such use is permitted to remedy a practice determined after judicial or administrative process to be anti competitive The need to correct anti competitive practices may be taken into account in determining the amount of remuneration in such cases Competent authorities shall have the authority to refuse termination of authorization if and when the conditions which led to such authorization are likely to recur Tradu o livre Os Membros n o est o obrigados a aplicar as condi es estabelecidas nos subpar grafos b e f quando esse uso for permitido para remediar um procedimento determinado como sendo anti competitivo ou desleal ap s um processo administrativo ou judicial A necessidade de corrigir pr ticas anti competitivas ou desleais pode ser levada em conta na determi
184. chussetts conhecido como caso Davoll et al contra Brown no qual o Juiz Charles L Woodbury sentenciando escreveu que only in this way can we protect intellectual property the labours of the mind productions and interests as much a man s own as the wheat he cultivates or the flocks he rears Tradu o livre somente assim n s podemos proteger a propriedade intelectual os labores da mente as produ es e os interesses o quanto a um homem devido assim como o trigo que ele cultiva ou os carneiros que ele cria grifo nosso In Woodury amp Minot CCD Mass 7 F Cas 197 1845 Por m o primeiro doutrinador a utilizar a express o com a inten o de implicar o g nero ao qual pertencem os direitos autorais e a propriedade industrial foi o autor franc s A Nion em sua obra Droits Civils des Auteurs Artistes et Inventeurs Fonte http en wikipedia org wiki Intellectual property bem verdade contudo que esta uni o das mat rias n o pacifica no Brasil em decorr ncia da pr pria neglig ncia a que foi relegado o estudo destas reas do direito 14 Malgrado a natureza id ntica de seu objeto a propriedade liter ria art stica e cientifica e a propriedade industrial possuem dom nios pr prios perfeitamente delimitados pela natureza especial das obras e produ es que se incluem num e noutro desses ramos da propriedade imaterial motivo por que podem ser estudadas separadamente e com certo crit rio de autonomia
185. cia a conduta dos comerciantes de softwares piratas s figuras do ladr o bandido e malfeitor ao mesmo tempo criando uma boa imagem do software original e de seu desenvolvedor na verdade um mecanismo importante de sustenta o do sistema de monopoliza o empresarial do software e do conhecimento um discurso que apesar de pseudo racional tem o alcance exato para cumprir todos os seus m ltiplos fins De forma que n o passam de hipocrisia as cruzadas antipirataria guerras feitas apenas para olhos ingleses 4 1 3 6 Os HACKERS O pirata n o foi o nico a ter sua imagem distorcida e mitificada em prol da manuten o da apropria o do conhecimento e da informa o o grupo dos hackers sofreu em especial com esta manipula o indevida da informa o Mas n o apenas atrav s desta distor o que se aproximam estas figuras a exist ncia de ambos t m uma origem ideol gica semelhante 149 Como elucidado no cap tulo 3 2 acima a palavra hacker em sua origem n o tinha conota o pejorativa nem a atividade hacker era considerada danosa ou il cita Entretanto com a privatiza o do conhecimento a ideologia representada por este grupo de aficionados por sistemas l gicos tornou se uma amea a potencial hegemonia exercida pelos detentores do monop lio de sobre o conhecimento Desta forma as condutas que antes tais indiv duos praticavam com autoriza o e conhecimento das empresas de inform tica passaram a se
186. cipal goal of GNU was to be free software Even if GNU had no technical advantage over Unix it would have a social advantage allowing users to cooperate and a ethical advantage respecting user s freedom Tradu o livre O principal objetivo do GNU era ser software livre Mesmo que o GNU n o tivesse nenhuma vantagem em rela o ao Unix ele ainda teria a vantagem social de permitir aos usu rios a coopera o e a vantagem tica de respeitar a liberdade do usu rio In STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 22 168 Discutir temas como a liberdade e os direitos sociais difusos pode nem sempre agradar a todos e causar algum receio quanto a mudan as muito radicais na estrutura j estabelecida socialmente Entretanto justamente este mal estar que se busca com o software livre Procura se incomodar os indiv duos incomodar a sociedade com vistas a incit los reflex o de seus problemas e pensarem se a si mesmos Nenhuma id ia nenhum pensamento deve estar imune a cr ticas e somente incentivando as que a sociedade poder confrontar e solucionar seus reais conflitos e problemas O software livre destarte vai muito al m do mero acesso ao c digo fonte de um aparato tecnol gico ele uma ideologia 24 376 que se pretende til e necess ria a todos os ramos da vida social 4 1 5 Utopia ou NECESSIDADE Uma vez que o software livre uma proposta eminentemente alicer ada
187. ciso ter bem claro que uma sociedade n o se muda inteira da noite para o dia Aqueles que haviam conquistado elevado poder econ mico dentro de sua sociedade n o facilmente deixariam que este poder fosse lhes tomado As chamadas Rep blicas Democr ticas nada mais eram do que reflexo das conquistas burguesas sendo evidente que estas conquistas jamais afetariam os interesses pr prios desta classe Aquilo que nos acostumamos a chamar de democracia sempre foi em verdade uma plutocracia ainda que a sua forma fosse a republicana Todavia este quadro come ou a se alterar a partir do final da Segunda Guerra Mundial Com o avan o e barateamento tecnol gico e a consequente profus o dos meios de telecomunica o e de comunica o em massa a participa o e inclus o social come aram a transformar se A cultura e a informa o tornaram se mercadorias e deixaram de estar local ou regionalmente restritas para tornarem se globais Tamb m sua inser o social ampliou se para atingir as classes mais baixas conectando pessoas com realidades econ micas sociais e culturais muito distintas Esta inclus o entretanto gerou uma mudan a essencialmente quantitativa n o qualitativa Isto porque apesar de haver uma nova pluralidade de participantes sua participa o permaneceu restrita qualidade de ouvintes leitores espectadores Ainda que se possa vislumbrar que estas mudan as trouxeram s camadas mais baixas em n vel global novas possibil
188. cobrir o que foi elaborado a n o ser atrav s da engenharia reversa do software In Conen Julie e LemLey Mark op cit nota 148 p 25 63 obtido em um software todo o restante dele conjuntamente patenteado havendo portanto um patenteamento de id ias e passos j considerados pertencentes ao dom nio p blico Isto acrescido do fato de que n o h uma preocupa o real em descrever minuciosamente os passos inventivos constantes no c digo faz com que informa es que deveriam ser p blicas tornem se reservadas aos titulares de patentes usurpando se de parte do que seria dom nio p blico 2 Acima de tudo como n o se exige do comerciante de software que torne p blico o c digo fonte de seu software a concess o da patente recai sobre algo que nem sequer conhecido recai sobre resultados funcionalidades a pretexto de lidar com processos inventivos Do que acima foi dito pode se concluir que o regime de patentes isolado quando corretamente aplicado seria ineficaz para proteger os interesses dos comerciantes de software j que apenas pequenas partes de seus softwares encontrar se iam protegidas por suas patentes ou quando eficaz estaria lhes criando direitos demasiadamente amplos sendo todo o restante aberto c pia e reprodu o de seus concorrentes Este regime por ora tem sido o dos direitos autorais mas h quem sustente que atualmente o melhor seria mudar se para o regime do segredo industrial inicialment
189. com dadas caracter sticas f sicas inexor veis capa contracapa p ginas lombada e conte do sem ntico transcrito est se a comparar duas coisas de natureza diversa Todavia n o o 223 Assim nada impede que algu m use uma garrafa individual de Coca Cola para estocar gua nem que a submeta ao fogo para alterar lhe o formato e fazer um trabalho escolar n o h ofensa aos direitos decorrentes do regime de desenho industrial nem h qualquer impedimento de que picote o seu r tulo n o h ofensa aos direitos de marca ou acrescente subst ncias ao refrigerante n o h ofensa ao segredo industrial ou a patente conforme o caso Isso porque aquela por o concreta de Coca Cola adquirida bem como seu r tulo e garrafa s o todas bens de propriedade do adquirente sendo lhe portanto conferidos todos os direitos ordin rios de propriedade Os direitos de propriedade intelectual como o pr prio nome j sugere n o v m atingir bens concretos mas aqueles intelectuais os quais n o s o pass veis da propriedade ordin ria mas de um regime jur dico pr prio 224 Lei do Software artigo 9 caput 88 livro enguanto objeto f sico quem recebe a prote o autoral e sim o seu conte do intelectual o qual tamb m pode ser expresso de diversas formas n o implicando necessariamente um dado modelo de suporte material exemplo disso s os os j conhecidos e books que prescindem do papel e inclusive s o processados por com
190. conhecido equiparado para descrever o cavaleiro sentado im vel em seu cavalo Todo o restante de sua obra foi criada a partir de um idioma que ele adquiriu do meio em que viveu bem como suas hist rias tiveram rela o ntima com o contexto interiorano que o fascinou 296 Citando B Latour e M Callon A H Guesser dz que a constru o da t cnica e da ci ncia sempre o resultado de uma s rie de embates estabelecidos por um conjunto de atores humanos e n o humanos levando sempre cria o de controv rsias Isto porque a produ o de controv rsias em grande medida constru da a partir de diverg ncias entre os atores rede que se relacionam por meio de fatos e palavras In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 23 297 Lembrando que o c digo fonte nada mais do que linguagem Um artista pode ao apoderar se do modo de express o herdado das gera es precedentes faz lo evoluir Essa ali s uma das principais fun es sociais da arte participar da inven o cont nua das l nguas e signos da comunidade Mas o criador da linguagem sempre um coletivo In L vy Pierre op cit nota 233 p 108 130 o que ocorre somente um rearranjo dos trechos de c digo previamente conhecidos pelo desenvolvedor Desta forma nenhum desenvolvedor o criador nico e solit rio do software de modo que o crit rio de Justi a para com o programador n o parece perfeitamente adequado para sustentar a con
191. continua exist ncia destes direitos dentro do Estado Democr tico de Direito quaisquer outros s o fal cias como aqui espera se demonstrar Sob esta perspectiva o que ocorre quando da outorga de direitos de propriedade intelectual a uma determinada classe de indiv duos uma restri o s liberdades e aos direitos da sociedade em favor dos primeiros Restri o feita todavia em prol da pr pria sociedade a partir da expectativa de que desta forma haver um est mulo produ o cultural A quest o que logo se segue esta restri o s liberdades dos cidad os proporcional ao benef cio final obtido pela sociedade Para os fautores do copyleft a resposta a esta pergunta n o Segundo estes os benef cios legais concedidos e continuamente majorados aos autores e criadores de obras intelectuais s o h muito desproporcionais ao benef cio p blico obtido ao final fazendo se pois necess ria uma redu o da amplitude de destes direitos para voltar se a privilegiar os interesses da coletividade atualmente gravemente suprimidos por conta da superprote o conferida a interesses de indiv duos ou classes deles Seguindo este racioc nio criou se ent o o copyleft instrumentalizado pela GNU GPL para que restassem protegidas quatro liberdades b sicas de todos os cidad os i a liberdade de executar softwares para quaisquer prop sitos 11 a liberdade de estudar como um software funciona e adapt lo
192. cues nega a pretensa autonomia do Direito Industrial dizendo que esta divis o subsiste apenas para satisfazer crit rios did ticos In Direito Industrial Patentes Rio de Janeiro Forense 1980 p 70 12 In Basso Maristela O Direito Internacional da Propriedade Intelectual Livraria do Advogado Porto Alegre 2000 pp 47 55 13 Ao que tudo indica a express o propriedade intelectual foi usada pela primeira vez por uma corte estadunidense 14 partilharem o fim de proteger a produ o intelectual mas durante muito tempo ainda permaneceram distintos dentro deste ramo Desta forma inicialmente seu estudo deve ser realizado de forma apartada para apenas em um momento futuro serem combinados dentro daquilo que se chama propriedade intelectual Uma vez que a prote o jur dica do software no Brasil e no mundo feita pelo regime dos direitos de autor ou copyrights o mais l gico que a an lise da propriedade industrial seja feita em primeiro lugar para que flua o racioc nio livremente ap s iniciarmos o tratamento dos direitos de autor 2 2 A PROPRIEDADE INDUSTRIAL Embora dentre os romanos j existisse a no o do conceito de bem incorp reo quae tangi non possunt o seu direito apenas protegia a coisa tang vel resultado da inven o intang vel de modo que o possuidor do objeto poderia repeti lo e reproduzi lo Portanto n o h que se falar na propriedade em um caso de Outubro de 1845 no Estado de Massa
193. da a uma forte depend ncia de um terceiro que ampare os indiv duos em suas infinitas fraquezas Fraquezas estas que os indiv duos n o entendem como eventuais ou de oportunidade mas como estruturais pois a ajuda sempre no sentido de conced lo o produto final como uma esp cie de favor jamais os meios para que 237 Anybody of reasonable intelligence can learn a little programming There are hard jobs and there are easy jobs and most people are not going to learn enough to to hard jobs But lots of people can learn enough to do easy jobs just the way 50 years ago lots and lots of American men learned to repair cars which is what enabled the US to have a motorized army in World War II and win It is very important to have lots of people tinkering Tradu o livre Qualquer um de intelig ncia m dia pode aprender um pouco de programa o Existe tarefas dif ceis e f ceis sendo que a maior parte das pessoas n o aprender o suficiente para lidar com as dif ceis Entretanto muitas pessoas podem aprender o necess rio para realizar tarefas simples da mesma forma que h 50 anos muitos e muitos homens estadunidenses aprenderam a consertar carros o que permitiu que os Estados Unidos tivessem um ex rcito motorizado na Segunda Guerra Mundial e a vencesse muito importante ter v rias pessoas tentando aperfei oar In StaLLMaN Richard M Gay Joshua e Lessia Lawrence op cit nota 169 p 164 238 Na esfera do humano as t
194. da humanidade e todas as outras coisas Alguns se apropriam da virtude coletiva como de um m rito pessoal outros encaram o v cio coletivo como uma culpa que lhes cabe As duas posi es s o t o ilus rias quanto a mania de grandeza e o sentimento de inferioridade In Juxs op cit nota 272 pp 22 e 24 387 Pelo fato da psiqu coletiva compreender as parties inf rieures das fun es ps quicas constituindo a base da personalidade poder esmagar e desvalorizar a personalidade tal ocorr ncia manifesta se na infla o que sufoca a autoconfian a ou intensifica a import ncia do ego levando o eventualmente a uma patol gica vontade de poder In Jun op cit nota 272 p 22 182 A proposta de Pierre destoa da deste trabalho na medida em que implica uma concep o muit ssimo restrita do fen meno intelig ncia A id ia que permeia este cap tulo e trabalho focada na concep o da intelig ncia como uma escala n o um acontecimento espor dico Assim em todas as pocas e lugares onde existiu existe ou existir uma coletividade de seres vivos ainda que n o humanos h intelig ncia mas esta intelig ncia varia em grau conforme as condi es de di logo existentes Neste sentido n o h que se falar na intermit ncia da intelig ncia coletiva como se falaria da chuva que ora chove ora n o A imagem ideal antes a dos ventos que podem ser tornados ou brisas mas que jamais est o perfeitamente est ticos desde
195. da pessoa humana dispostos no artigo 5 da Constitui o Federal ao contr rio do esperado n o se sustenta no sopesamento de princ pios constitucionais conflitantes Em verdade ocorre que esta exce o fere direta ou indiretamente outros princ pios e fins do Estado brasileiro A conclus o bvia a que se pode chegar que a inser o desta exce o em estatura constitucional tem por fim a consagra o de algum objetivo ou fim do pr prio Estado o qual somente pode ser conseguido atrav s da flexibiliza o de alguns princ pios Todavia como visto ao longo deste trabalho a concess o de monop lios sobre o conhecimento de software ainda que se sustente em diversos discursos sobre justi a recompensa e personalidade de fato somente pode ser compreendida como ferramenta de manuten o e otimiza o do poder econ mico exercido por empres rios muito distante de qualquer instrumentalidade macroecon mica ou respeito pessoa humana Desconstruindo os saberes estabelecidos socialmente a respeito da propriedade intelectual pela observa o do comportamento de seus benefici rios de porte que se percebe a sua real natureza opressora e estabilizadora de estruturas de poder presentes na sociedade h alguns s culos Destarte poss vel concluir se que a previs o constitucional destes direitos longe de qualquer preocupa o social 215 ou de coer ncia interna do ordenamento jur dico n o sen o reflexo dest
196. dade como anima o s artes e s inven es ou no caso do inventores como compensa o pela divulga o de suas descobertas In Cerqueira Jo o da Gama op cit nota 7 p 80 443 Its strategy IBM s was based on hiding the copyright work the source code and then extending copyright to block access to the source code via object code In this way so undermining copyright s purpose of encouraging the publication of works so that others might have immediate access to the ideas in those works copyright does not protect ideas Tradu o livre A estrat gia da IBM era baseada em esconder o trabalho protegido o c digo fonte e ent o aumentar a prote o conferida pelos direitos autorais para impedir o acesso ao c digo fonte atrav s do c digo objeto Fazendo o pervertia o prop sito do direitos autoral de encorajar a publica o das obras de forma que a sociedade tivesse acesso imediato s id ias neles contidas o direito autoral n o protege as id ias In Dranos Peter e BrarrHWATTE John op cit nota 4 p 171 444 Lei de Software artigo 2 par grafo 2 A nossa lei protege os interesses das empresas de software por cingiienta anos o que um evidente exagero O avan o das tecnologias em software se d de forma extremamente acelerada o que lhes confere uma vida til de no m ximo alguns poucos anos de forma que um software com cinq enta anos tem no m ximo um interesse arqueol gico jamais comercial 218
197. das Os incentivos para ser generoso nas estimativas a respeito do problema da pirataria eram fortes N o havia qualquer problema em sobrestimar a dimens o do problema In DraHos Peter e BRArTHWAITE John op cit nota 4 p 97 323 Because piracy is associated in the popular mind with a history of desperate outlawry and savagery it has proved to be a particularly effective rhetorical tool This popular folk image of pirates remains free of legal niceties concerning difficult questions such as the nature of property rights the reach of national law the content of international law and so on Tradu o livre Porque a pirataria no imagin rio popular encontra se ligada a uma hist ria de selvageria de ilegalidade desenfreada ela se mostra uma ferramenta ret rica particularmente eficaz Esta imagem popular dos piratas permanece livre das controv rsias legais a respeito da natureza dos direitos de propriedade a extens o da lei nacional o conte do das lei internacionais e etc In Dranos Peter e BrarrHwarre John op cit nota 4 p 23 139 de que esta estrat gia n o foi feita para cumprir completamente os fins que anuncia Nesta sutileza que se encontra sua grande for a A proposta pode causar estranheza mas em verdade exatamente o que se disse o combate pirataria n o visa elimin la apenas control la A verdade que apesar de haver um discurso a respeito dos preju zos bilion rios causados pela piratar
198. de em conceder ao desenvolvedor de software um privil gio de monop lio econ mico sobre o seu software reside na esperan a de que fazendo o fomente o interesse de um n mero maior de indiv duos pelo exerc cio desta atividade Cria se deste modo um incentivo econ mico inova o Duas quest es s o ent o colocadas conforme o vi s que se adote 1 o labor intelectual e o seu resultado s o de fato t o semelhantes para o escritor pintor ou fot grafo como o para o 137 But the development of copyright in France developed to uphold the rights of the author and relied heavily on a philosophy of moral rights It is for these historical reasons that French copyright treats a protected work as an extension of the personality of the author Tradu o livre Mas o desenvolvimento dos direitos autorais na Fran a foi realizado para garantir os seus direitos e baseou se em uma vis o filos fica dos direitos morais por estas raz es hist ricas que os direitos autorais franceses tratam as obras protegidas como um extens o da personalidade do seu autor In Davies William e Wrrmers Kay op cit nota 27 p 16 138 the interruption to the competitive market is deemed necessary to provide sufficient incentive for creators and innovators to continue adding to society s stock of cultural works and scientific knowledge Tradu o livre a interrup o da competi o no mercado entendida necess ria p
199. de forma que por mais que se realize uma ca a aos comerciantes sempre haver quem esteja disposto a se arriscar em um mercado de lucro certo como este Note se que agrava o problema o fato de que a exclus o do conhecimento apenas uma face de uma exclus o muito maior qual seja a exclus o social Desta forma s o muitos n o poucos os que n o t m quaisquer meios de sobreviver de forma digna o que faz com que o n mero de aventureiros seja inesgot vel Destarte al m dos eventuais ataques aos pequenos comerciantes necess rio um ataque outra extremidade n o que seja realmente poss vel falar se em extremidades em um conjunto t o uniforme os consumidores A t tica muito simples Os consumidores devem julgar existir apenas uma fonte leg tima de acesso ao conhecimento e abster se de acess lo por outras fontes pois estas seriam formas vis e ileg timas de acess lo Aqui entra em cena a figura do pirata A forma mais simples de fazer com que a sociedade repudie uma conduta que n o a lesa mas somente queles que de fato a prejudicam 4 z ta 316 associando esta conduta a outras que j possuam uma concta o negativa est o sendo ligados a temas mais relevantes alargamento das desigualdades de renda como aquela existente entre os desenvolvidos e os em desenvolvimento lucros excessivos o poder e a influ ncia do grande capital sobre o governo a perda da soberania In DraHos Peter e Brar
200. de seguran a menos satisfat ria especialmente para aqueles preocupados com sua privacidade mas nem t o bem divulgada o n mero serial nico que o Windows 98 implanta em todos os documentos eletr nicos de forma a permitir que o autor de um documento seja 147 O grande problema que como o desenvolvimento cooperativo tem seu fulcro em um interesse difuso a tend ncia que a sua defesa seja feita de forma descentralizada e mal organizada de forma que sua ideologia facilmente abafada quando confrontada com os interesses econ micos particulares de um poder altamente organizado e concentrado em sua pr pria manuten o A parte que contudo mais vital dentro deste sistema tem a ver com uma mistura de discursos 343 Estes discursos que moldam os interesses dos indiv duos a partir de uma base primitiva de desejos t m rela o direta com os fins sociais comumente incentivados em todos os cidad os os sonhos os alvos e os objetivos O software original assim como todas as formas de conhecimento passa por conta destes discursos a gozar de uma elevada estima dentro da sociedade Cria se uma boa imagem daqueles que compram os produtos originais pois est o sendo mais justos mas principalmente porque dentro rastreado In Dranos Peter e BrarrHwarre John op cit nota 4 p 25 Perceba se a sutileza deste mecanismo de vigil ncia inserido nos softwares de milh es de usu rios sem que estes sejam a
201. decr scimo do bem estar comum Evidentemente algum grau de ego smo e individualismo dentro da sociedade sempre existiu e sempre existir N o passa de utopia imaginar se que uma sociedade composta por indiv duos primordialmente ego stas possa desenvolver se a ponto de tornar todos os seus membros perfeitamente 247 Apenas para ilustrar uma sociedade que permite aos seus membros a vingan a em caso de adult rio por exemplo menos desenvolvida do que outra em que a vingan a e a auto composi o s o reprimidas e privilegiam se a h tero composi o e as solu es que n o sejam feitas por meio de atos anti sociais ou violentos 102 altru stas visto que isto implicaria em completa aniquila o dos impulsos e desejos primitivos da psiqu o que imposs vel Atente se contudo que o ego smo n o necessariamente contr rio ao bem estar social Como acima dito sujeitos cuja motiva o essencialmente ego stica podem muito bem cometer atos que colaboram com a realiza o do bem estar social Exemplo claro desta situa o foi a press o da Inglaterra durante o s culo XIX para que o Brasil abolisse a escravatura ou ainda a press o dos Estados ao norte dos Estados Unidos sobre os sulistas com respeito ao mesmo problema Nem os Estados nortistas nem a Inglaterra defendiam o fim da m o de obra escrava por uma preocupa o humanit ria e altru sta para com os negros Defendiam somente os seus interesses econ mic
202. dentemente de possuir sua express o f sica Assim todos s o capazes de fazer uso do software enquanto bem imaterial pois todos det m o software entretanto apenas aquele que possui o software faz uso l cito do mesmo Cria se desta forma a possibilidade de apropria o de conceitos abstratos ainda que seja imposs vel que sujeitos concretos tenham qualquer rela o f sica de dom nio sobre algo abstrato Para que fique claro quando algu m possui uma bolinha de gude cerrada em sua m o este algu m a domina por meio de uma rela o f sica sujeito objeto de modo que concentra em si as qualidades de propriet rio possuidor e detentor automaticamente excluindo todos os demais destas qualidades em rela o aquele determinado objeto e determinando o modo em que se d seu uso Por outro lado quando algu m possui a beleza no seu sentido abstrato o sujeito concreto n o tem meios de dominar aquele objeto abstrato de forma privar os demais das mesmas qualidades que det m em rela o quele objeto nem pode determinar como se dar seu uso Isto porque a beleza como os demais conceitos abstratos inexoravelmente um objeto fruto das faculdades intelectuais humanas detidas portanto em comum por 105 quaisquer seres humanos A bolinha de gude assim como qualquer objeto f sico e concreto tem uma exist ncia que prescinde do ser humano ao passo em que a beleza como os demais conceitos abstratos somente existem e t m valor n
203. description 94 O autor ainda chega a confundir circuito el trico com corrente el trica dizendo que o c digo bin rio traduz o bloqueio ou fluxo do circuito e n o da corrente Esclare a se que um circuito est tico ele n o flui e nem passa o circuito meramente o caminho que a corrente el trica percorre Esta de fato flui Para ficar claro o circuito el trico est para a corrente el trica tal qual o aut dromo est para os carros de corrida O aut dromo n o passa e nem fica bloqueado mas sim os carros que nele est o 95 Santos Manoel Joaquim Pereira dos Objeto e Limites da Prote o Autoral de Programas de Computador Tese de Doutorado Apresentada ao Departamento de Direito Civil da FDUSP em 27 08 2003 S o Paulo 2003 pp 21 e 22 96 WIPO Publication no 814 41 created for aiding the understanding of application of a computer program for example problem EA ma 97 description and user instructions Este entendimento da WIPO apesar de jamais ter sido consolidado por meio de tratado internacional influenciou grandemente a doutrina e as legisla es por todo o mundo sendo mais refinada do que as defini es acima expostas as quais prosperam na doutrina p tria Contudo ressalvado o m rito de haver estipulado uma defini o mais t cnica considerando a descri o do 66 9 1 programa de computador no item 7 critic vel o fato de ter distinguido o software do programa de comp
204. desenvolvimento de outros acess rios e produtos jogos aplicativos equipamentos perif ricos o que por sua vez refor a tal status de padr o que a plataforma j det m Adquire se tal status dentro do mercado a partir do n mero de pessoas utilizando dado software Aquele que tiver o maior n mero de usu rios ser o padr o de mercado Note se que aqui n o importa a origem do software Pirata ou original o que importa que o software seja utilizado pelo maior n mero de pessoas poss vel Portanto a pirataria adquire o importante papel de disseminar da maneira mais ampla poss vel as bases de uso de um determinado software Esta import ncia entretanto n o se encontra restrita somente compatibilidade com outros softwares e hardwares Aos usu rios tamb m importante a familiaridade com o programa maior parte dos usu rios penoso ter que aprender a lidar com os diferentes tipos de softwares existentes de modo que muito mais pr tico ater se a uma nica plataforma a qual j se conhe a com alguma profundidade Isto tem grandes implica es para as escolhas de softwares feitas pelas empresas de outros 325 ramos Quando um empres rio precisa escolher um software para ser utilizado por seus funcion rios em seu estabelecimento comercial duas quest es t m grande influ ncia em sua decis o 1 a 324 Ver cap tulo 4 1 3 2 325 Mas nem sempre poss vel optar pela tecnologia que se deseja fic
205. distintas Assim sendo quando compartilham softwares os indiv duos que o desenvolvem podem aproveitar os algor timos j desenvolvidos por outros em seu pr prio trabalho e desta forma concentrar seus esfor os em desenvolver algo que ainda n o existe ao passo em que quando h restri o ao compartilhamento os mesmos passos e algor timos j existentes t m sempre de ser re desenvolvidos Al m disso quando existe o compartilhamento qualquer indiv duo pode dedicar se tamb m ao aperfei oamento de uma subrotina j existente aumentando a efici ncia dos in meros softwares que a utilizam ao passo que quando o compartilhamento n o existe dificilmente aquele que desenvolveu uma subrotina ir buscar continuar trabalhando com ela continuamente vez que isto n o resultar em nenhuma inova o pr tica mas apenas em um aperfei oamento pequeno do que j existe o que torna mais atrativo trabalhar na cria o de novos algor timos que possibilitem a execu o de novas tarefas Mais ainda mesmo que a aperfei oasse tal aprimoramento somente ser til a um nico software diferentemente do que ocorre quando h o compartilhamento em que cada novo aprimoramento beneficia igualmente todos os softwares que utilizam aquele algor timo gt Esta id ia muito simples O desenvolvimento de softwares assemelha se ao trabalho cient fico Quando A Einstein desenvolveu a Teoria da Relatividade Geral no in cio do s culo passado e
206. do aquele atinente ao incentivo econ mico ao exerc cio de uma atividade Segundo este argumento haver mais pessoas dedicando se a uma mesma atividade se grandes forem os retornos financeiros possibilitados pelo seu exerc cio Parece tamb m inconteste que o Estado deve preocuparse em incentivar economicamente aquelas atividades que entende serem de import ncia fulcral ao aumento do bem estar artwork of others and imitate our sporting heroes Copying and learning never leave us and without it a lot of socially valuable information would never be transmitted or learned The creator of information is also always the borrower of ideas and information from others Tradu o livre A c pia e a imita o s o centrais em nosso processo de aprendizado e aquisi o de habilidades Enquanto crian as n s copiamos as obras de arte de outros e imitamos os nossos dolos no esporte Copiar e aprender jamais nos deixam e sem elas muita informa o socialmente valiosa jamais teria sido transmitida ou aprendida O criador de informa o tamb m sempre o mutu rio de id ias e informa es de outros In Drahos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 2 272 O homem possui uma faculdade muito valiosa para os prop sitos coletivos mas extremamente nociva para a individua o a imita o A psicologia social n o pode prescindir da imita o pois sem ela seriam simplesmente imposs veis as organiza es de massa o Estado e a
207. do descrito do qual a pirataria um dos mecanismos Resolvem se estas duas aparentes incongru ncias por meio da an lise do objetivo da guerra m tica antipirataria Como acima apontado o combate pirataria n o tem a finalidade de elimin la mas somente control la limitar seu alcance social Com isto quer se dizer que os produtos pirateados t m sua fun o dentro do sistema mas para cumpri la sem afet lo tais produtos devem ser destinados aos exclu dos e somente a estes Como entretanto evitar que se fundam os mercados de produtos que s o essencialmente id nticos Pela an lise desta quest o que se desvenda qual o verdadeiro p blico alvo do discurso antipirataria 145 N o obstante este discurso exer a o importante papel acima descrito quando dirigido aos pirateadores e aos consumidores de produtos piratas sua maior e mais sutil relev ncia encontra se em seu efeito sobre outro conjunto de pessoas os inclu dos Existindo no mercado dois produtos id nticos diferenciados somente por sua origem e pre o como fazer com que aqueles que t m a capacidade econ mica de compr los os economicamente inclu dos n o se decidam pelos de menor pre o Conclui se assim o cen rio que d vida ao pirata O discurso antipirataria com toda a sua arg cia faz parte de um rol mais amplo de saberes sociais desenvolvidos com inten o e foco bem determinados O foco como dito s o os inclu dos ainda mais do que os exclu
208. do lesado em um verdadeiro direito subjetivo In Cerqueira Jo o da Gama op cit nota 7 p 85 44 De acordo com essa teoria o direito do autor tendo fundamento no direito de personalidade s eventualmente pode assumir car ter patrimonial como elemento acess rio In Cerqueira Jo o da Gama op cit nota 7 p 89 45 a obra intelectual quando vem a ser publicada cria uma situa o jur dica mista formada de duplo elemento de um lado o elemento imaterial e pessoal que se liga personalidade e liberdade do autor de outro o elemento patrimonial e econ mico que constitui valor suscet vel de cess o e aliena o In Cerquerra Jo o da Gama op cit nota 7 p 92 Tamb m F C Pontes DE Mrana fala em um feixe de direitos Os direitos autorais s o um feixe de direitos Se se p em a aten o e o interesse de pesquisa num deles e se discute com outras pessoas que atentam noutro e se interessam por outro a natureza do direito autoral nunca se chega a qualquer resultado aproveit vel e foi isso o que se fez quase sempre durante mais de um s culo H o direito autoral e personalidade e o direito autoral de explora o ficando entre eles o direito autoral de nomina o que os sistemas jur dicos ora empurram para o lado daquele ora para o lado desse In Tratado de Direito Privado Parte Especial Tomo XVI 3 Ed Rio de Janeiro Borsoi 1971 p 10 Cabe tamb m ressaltar a opini o do pr prio
209. dos benef cios que o TRIPS traria aos seus pa ses tornando se suas economias verdadeiramente modernas Toda esta informa o criou um v u de ignor ncia em muitos pa ses em desenvolvimento In Dranos Peter e BrarrHWAITE John op cit nota 4 p 191 222 BIBLIOGRAFIA ALsHAMLAN Abdulrahman Sultan Does Internet Affect Software Copyright Social Science Research Network SSRN agosto de 2003 acess vel pelo site http papers ssm com sol3 papers cfm absract 1d 894574 acessado em 11 07 2007 BarraL Welber e Prmenter Luiz Ot vio coord Propriedade Intelectual e Desenvolvimento Florian polis Funda o Boiteux 2006 Basso Maristela O Direito Internacional da Propriedade Intelectual Porto Alegre Livraria do Advogado 2000 Maristela Propriedade Intelectual na Era p s OMC Especial Refer ncia aos Pa ses Latino Americanos Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 Barron John coord Integrating Intellectual Property Rights and Development Policy estudo realizado pela Commission on Intellectual Property para o governo do Reino Unido 2002 acess vel pelo site lt http www iprcommission org graphic documents final report htm gt vers o em portugu s lt http www iprcommission org graphic Portuguese Intro htm gt BerrrAND Andr La protection des logicels trad port de V Dresch A Prote o Jur dica dos Programas de Computador Porto Alegre Livraria do Advogado 1996 223 Br
210. dutivas estes cl s logo perceberam que deveriam restringir suas preocupa es produ o deixando a cargo de outro a prote o de suas terras Este outro respons vel pela prote o de todos os cl s pertencentes a um mesmo territ rio somente poderia ser o Estado A supera o da produ o dos concorrentes inicialmente foi intentada atrav s da otimiza o das capacidades individuais dos produtores Todavia logo percebeu se que estas capacidades eram bastante limitadas e novas sa das deveriam ser procuradas Surgiram ent o as alian as entre os diferentes cl s outrora inimigos em prol de benef cios m tuos A primeira tentativa mais l gica seriam ampliar a 187 capacidade individual de cada trabalhador Isto foi conseguido com o aprimoramento das ferramentas de aux lio ao esfor o humano dando origem a uma profus o de pequenas inven es As fam lias ou cl s todavia eram muito restritos para conseguirem dedicar se de forma eficiente busca de novas solu es e foram gradualmente perdendo espa o para grupos menores organizados em torno de habilidades e caracter sticas individuais n o de heran as cegas personalidade dos herdeiros Estes agrupamentos s o o que chamamos de empresas e s o caracterizadas por uma nova divis o de compet ncias para as tarefas sociais n o mais pautada em sexo idade ou sangue mas na efici ncia em realizar determinada tarefa A palavra de ordem neste novo espa o a li
211. e tica de contesta o de reconstru o das bases sociais com fulcro em princ pios claros e definidos Em decorr ncia de sua primazia pela liberdade de acesso ao conhecimento e coopera o social um de seus mais importantes alicerces encontra se na necessidade de comunica o do software em seu c digo fonte aos interessados em com ele trabalhar Isto implica que a maior parte dos softwares de c digo fonte aberto ser o POE 368 provavelmente tamb m softwares livres todavia n o apenas nisto que este se resume 367 Note se que a maior parte dos direitos de propriedade intelectual outorgado com base em crit rios incertos bem como incerto o crit rio do juiz sobre qual a amplitude dos direitos de que desfruta determinado criador Os direitos de propriedade intelectual neste sentido s o tamb m muito distintos da propriedade ordin ria sobre coisa f sica e certa As id ias e o conhecimento n o s o estanques e nem precisos s o entrela ados fundidos de modo permanente o que faz com que qualquer corte seja arbitr rio vez que arb trio varia conforme a mente o que torna sempre incertos os ju zos sobre a extens o dos direitos de um criador 368 However the obvious meaning for the expression open source software is you can look at the source code This is a much weaker criterion than free software it includes free software but also includes semi free programs such as Xv and even proprietary progr
212. e reina irrestritamente no id pelo princ pio de realidade Para o ego a percep o desempenha o papel que no id cabe ao instinto O ego representa o que pode ser chamado de raz o e senso comum em contraste com o id que cont m as paix es In Frevo Sigmund op cit nota 246 p 25 332 Obtemos assim nosso conceito de inconsciente a partir da teoria da repress o O reprimido para n s o prot tipo do inconsciente Percebemos contudo que temos dois tipos de inconsciente um que latente mas capaz de tornar se consciente e outro que reprimido e n o em si pr prio e sem mais trabalho capaz de tornar se consciente In Frevp Sigmund op cit nota 217 p 13 333 a diferen a real entre uma id ia pensamento do Ics ou do Pcs Consiste nisto que a primeira efetuada em algum material que permanece desconhecido enquanto a ltima a do Pcs al m disto colocada em vincula o com representa es verbais In Freup Sigmund op cit nota 246 p 19 334 In Frevp Sigmund Die Traumdeutung trad port de W I de Oliveira A Interpreta o dos Sonhos S o Paulo C rculo do Livro 1987 144 aquilo que est pronto Os usu rios s o antes incentivados a estarem sempre em busca das falhas dos defeitos das imperfei es Nenhum software livre jamais um produto acabado ele sempre um processo Apesar de existirem as vers es prontas para o uso o foco do software livre o desenv
213. e sobre quest es ticas sobre responsabilidades bem como a respeito sobre aquilo que conv m pedir as pessoas a pensar as coisas que de outro modo elas ignorariam Isto pode ocasionar desconforto e algumas pessoas provavelmente rejeitaram a id ia por isto Por m isto n o implica que a sociedade seria melhor se n s par ssemos de discutir estes temas In StaLLMAN Richard M Gay Joshua e Lessig Lawrence op cit nota 169 p 57 376 Sua inten o promover o desenvolvimento e a difus o de tecnologias livres impondo se como um poderoso movimento de contesta o e de articula o pol tica In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 23 169 que este traga uma proposta superior quela Neste contexto qualquer proposta de reforma do sistema com a finalidades libert rias e emancipat rias rapidamente associada s id ias marxistas e relegada ao plano das utopias Todavia a proposta do software livre nada tem de ut pica A maior prova disso que j existem softwares livres sendo desenvolvidos ao redor do mundo inteiro os quais gradualmente v m roubando 2 PA A APEN F Y i parcelas de mercado anteriormente monopolizadas em car ter absoluto por softwares propriet rios Esta competitividade do software livre dentro de um sistema de produ o capitalista explica se pelo fato de que apesar de n o ser desenvolvido segundo os moldes empresariais o software livre mais adequado ao capitalismo do
214. e vez que n o seria poss vel a um empres rio recuperar seus custos com o desenvolvimento de software se ap s a divulga o dos primeiros exemplares todos os consumidores e usu rios tornassem se automaticamente concorrentes potenciais do desenvolvedor prim rio os quais n o arcaram com os mesmos custos no desenvolvimento do software A situa o parece ser ainda mais delicada no cen rio atual em que as tecnologias de compartilhamento de informa es atrav s da internet alcan aram um patamar estonteante e possibilitam a ampla oferta de um software na rede a custos muito reduzidos Desta forma como seria poss vel ao desenvolvedor prim rio do software sobreviver em um mercado onde os seus concorrentes s o seus pr prios consumidores e onde estes consumidores n o necessitam de nada al m dos seus pr prios computadores pessoais e uma conex o com a internet para 264 Ver cap tulo 4 1 2 16 atuarem no mercado Tudo indica que este desenvolvedor prim rio jamais conseguiria recuperar o investimento inicial no desenvolvimento do software de modo que se sentiria inibido de entrar neste i 265 mercado o que causaria a estagna o do setor A realidade contudo mostra o contr rio Como apontado no cap tulo 4 1 2 atualmente existem muitas empresas comercializando softwares desenvolvidos cooperativamente e disponibilizando o seu c digo fonte toda a comunidade de usu rios Mais do que isto a Free Software Found
215. e adaptados a ele Ainda mais grave a incerteza quanto a subrotinas inseridas de forma oculta no c digo do software que tenham o nico objetivo de tornar ineficientes os softwares de empresas concorrentes em opera o conjunta na mesma m quina Estas pr ticas acabam coagindo o consumidor a comprar softwares provenientes da mesma fam lia ou da mesma empresa para obterem o melhor rendimento de seus equipamentos pessoais Mas estas n o s o as nicas pr ticas que t m as portas abertas no sistema empresarial de monop lio do conhecimento de software Tamb m o controle abusivo dos pre os destes produtos conseguido por conta deste monop lio de explora o e uso do conhecimento desenvolvido a respeito do software Outra pr tica extremamente comum a chamada venda casada que repudiada economicamente e tida como abusiva dentro do direito do consumidor mas que no mercado de software correntemente aceita quando os fornecedores de hardware vendem os equipamentos j com softwares embutidos ou caso mais grave equipamentos para os quais nem poss vel que terceiros desenvolvam softwares o que E P4 2 427 ocorre quando a arquitetura do hardware tamb m secreta 426 C digo de Defesa do Consumidor artigo 39 inciso I 427 Cujo exemplo cl ssico s o os hardwares da empresa Apple 212 Tais pr ticas s o aqui elencadas apenas em car ter exemplificativo e de forma alguma se pretendem exaustivas sobre o assunto Quand
216. e conserve algumas das caracter sticas interativas pr prias do digital oferece menos plasticidade dinamismo sensibilidade evolu o do contexto que um hiperdocumento enriquecido e estruturado em tempo real por uma comunidade de autores e leitores em rede In L vy Pierre op cit nota 233 p 54 190 papel escasso e apenas um indiv duo por vez pode l lo No mundo das mercadorias a informa o transmitida a uma pluralidade indetermin vel de indiv duos mas quem transmite as informa es t m sobre elas o dom nio e o capital quem determina quem s o os aptos a lidar com o conhecimento e quais ser o os conhecimentos privilegiados Evidentemente cada uma destas sociedades sobrep s a anterior aprimorando as capacidades e efici ncia sociais pr vias Dentre outros fatores elenc veis suas condi es de organiza o e forma de comunica o dos conhecimentos tiveram grande influ ncia no acr scimo produtivo A prolifera o dos computadores e a internet propiciaram as condi es para uma nova mudan a na forma de comunica o das informa es dentro da sociedade bem como em sua organiza o Os computadores tornaram poss vel a digitaliza o das informa es consegiientemente reduzindo a zero o custo com a sua multiplica o e a internet abriu as portas para a supera o da estrutura hier rquica Da conjun o destas duas tecnologias torna se poss vel que um n mero indetermin vel de pessoas
217. e dos usu rios estas liberdades A resposta n o Se o software fosse distribu do nos moldes atuais sem uma licen a como a GNU GPL isso implicaria dois problemas para a comunidade 1 empresas empregadoras de programadores que desenvolvessem software livre poderiam eventualmente adquirir direitos sobre os softwares por eles E o E 190 E produzidos ou aprimorados e reclamariam ent o as liberdades da comunidade ii ao aprimorar ou Liberdade de aprimorar o programa e ofertar os seu aprimoramentos ao p blico geral de modo que a comunidade toda possa dele beneficiar se acesso ao c digo fonte uma precondi o ao exerc cio desta liberdade In StaLtman Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 41 188 Isso acontece porque as empresas detentoras dos direitos incidentes sobre o programa podem sem alter lo restringir o que eles ser o capazes de executar simplesmente alterando formatos de arquivos ou codificando os para que o programa somente consiga execut los se obtiver uma nova licen a Exemplo um arquivo de v deo poe ser gravado em um formato criptografado de modo que o programa respons vel por sua execu o apenas poder realizar tal tarefa se obtiver as licen as e senhas necess rias N o somente mas estas senhas podem inclusive restringir a quantidade de vezes que o programa poder realizar a leitura daqueles arquivos ou at mesmo identificar qual hardware est autorizado a
218. e editados de propriet rios SGML ou XML para os quais DTD somente por editores texto tamb m e ou ferramentas de processo n o se encontram dispon veis em car ter gen rico e o HTML criado por m quinas PostScript ou PDF elaborados somente com finalidade de sa da por alguns editores de texto apenas P gina do T tulo significa para um livro impresso a pr pria p gina do t tulo acrescida das p ginas seguintes necess rias para conter de maneira leg vel o material que esta Licen a requer que apare a na P gina o T tulo Para obras em formatos que n o possuam p gina do t tulo title preceding the beginning of the body of the text prominent appearance of the work s A section Entitled XYZ means a named subunit of the Document whose title either is precisely XYZ or contains XYZ in parentheses following text that translates XYZ in another language Here XYZ stands for a specific section name mentioned below such as Acknowledgements Dedications Endorsements or History To Preserve the Title of such a section when you modify the Document means that it remains a Entitled XYZ this definition section according to The Document may include Warranty Disclaimers next to the notice which states that this License the Document applies to Disclaimers are considered to be included by These Warranty reference in this License but only as regards disclaiming warranties any ot
219. e engenharia reversa produzir softwares com funcionalidades semelhantes ou id nticas quelas do software protegido por DRM e este ato tamb m n o juridicamente pun vel segundo as regras de segredo industrial j que o acesso ao software foi 244 166 obtido por meios l citos O problema entretanto agravou se quando a WIPO promulgou o WIPO Copyright Treaty WCT que em seu artigo 11 deu guarida legal s medidas DRM determinando que os Estados 165 Esta diferen a na nomenclatura evidentemente decorre de uma disputa ideol gica existente entre aqueles que s o defensores de uma cada vez mais ampla prote o dos direitos intelectuais e aqueles que defendem a sua relativiza o 166 it is easy for competitors who observe a new product to design and deploy products that include the functionality of that new product Tradu o livre f cil para os competidores que observam um novo produto desenhar e desenvolver produtos que incluam a funcionalidade daquele novo produto In Mann Ronald J op cit nota 127 p 1020 167 Contracting Parties shall provide adequate legal protection and effective legal remedies against the circumvention of effective technological measures that are used by authors in connection with the exercise of their rights under this Treaty 65 membros da organiza o elaborassem leis que punissem aqueles que desrespeitassem estas medidas 7 2 1168 Desta forma o co
220. e intelig ncia coletiva Segundo o autor a intelig ncia coletiva uma intelig ncia distribu da por toda parte incessantemente valorizada coordenada em tempo real que resulta em uma mobiliza o efetiva das A 00 compet ncias Este trabalho diverge da concep o do referido autor Aqui a intelig ncia coletiva entendida como uma caracter stica permanente de todas as sociedades de seres vivos a qual varia em grau de acordo com as condi es e possibilidades dos elementos bem como do meio em que se inserem A proposta do citado autor contudo importante a este trabalho enquanto demonstra o de uma nova chance que surge sociedade humana em n vel mundial de superar se a si mesma rompendo com as 398 da mais alta necessidade trilhar outros caminhos quando a produ o da comunidade por perten a tnica nacional ou religiosa conduz aos sangrentos impasses que conhecemos Basear o la o social na rela o com o saber consiste em encorajar a extens o de uma civilidade desterritorializada que coincide com a fonte contempor nea da for a ao mesmo tempo em que passa pelo mais ntimo das subjetividades In L vy Pierre op cit nota 233 p 27 399 As identidades tornam se identidades de saber As consegii ncias ticas dessa nova institui o da subjetividade s o imensas quem o outro algu m que sabe E que sabe o que eu n o sei O outro n o mais um assustador um amea ador como eu
221. e invi vel mas hoje possibilitado pelo aprimoramento das t cnicas de criptografia 3 3 3 O SEGREDO DE COM RCIO O segredo de com rcio opera de modo muito distinto das patentes e do direito de autor Este instituto visa proteger as informa es o conhecimento de um agente econ mico enquanto ele as mantiver reservadas a si Ou seja terceiros somente estar o impedidos de acessarem nas na medida em que o detentor as guardar consigo sem a ningu m dar acesso A prote o feita contra aqueles que tentam obter o segredo fazendo uso de meios il citos E por isso que inicialmente o segredo de com rcio 162 In Conen Julie e LemLey Mark op cit nota 148 p 25 163 In Lrron Jacqueline D op cit nota 144 pp 40 e ss 164 O segredo industrial corresponde a todo conhecimento reservado sobre id ias produtos ou procedimentos industriais que o empres rio deseja manter oculto por seu valor competitivo para a empresa In Fexere Elizabeth Edith G Kasnar Perfil do Segredo de Ind stria e Com rcio no Direito Brasileiro Identifica o e An lise Cr tica Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de Direito Comercial da FDUSP em 06 1999 S o Paulo 1999 p 39 64 n o pareceu ser um modelo adequado prote o legal do software por conter uma limita o t cnica ao licenciar se um software o comerciante necessariamente estaria compartilhando o com o adquirente o qual poderia analis lo e desvendar o s
222. e jogo de poder que extrapola o mbito do direito e permeia diversas camadas do saber e da cultura na sociedade Neste sentido um outro princ pio constitucional v se lesado qual seja o da supremacia do interesse p blico sobre o privado Se a exist ncia destes direitos apenas vem beneficiar patrimonialmente alguns poucos e individuais interessados gerando ainda reflexos negativos ao restante da sociedade ela apenas pode ser entendida como uma preval ncia dos interesses patrimoniais privados sobre os demais interesses presentes na sociedade que com os primeiros conflitam Manter a discuss o no mbito da conjuga o dos diferentes princ pios constitucionalmente estabelecidos entretanto n o deixa de ser uma aproxima o reducionista do problema O cerne da discuss o encontra se de fato na an lise cr tica da organiza o social dentro da qual o direito um dos componentes ainda que de grande peso dentro desta organiza o A proposta do software livre encontra se pautada em muitos princ pios e fins sociais constitucionalmente positivados entretanto ela n o est limitada a questionamentos jur dicos ou doutrin rios mas extrapola este mbito e vem atingir diversos momentos da vida social neles pois que encontra suas ra zes e com os quais continuamente dialoga 5 2 A TUTELA Jur dica E O C pico FonNTE A tutela jur dica outorgada ao software bem como s demais obras intelectuais e inven es em geral tem
223. e no seu artigo 5 inciso XXII dentre os 18 Criou se assim algo at ent o in dito a propriedade sobre coisa imaterial Talvez aos olhos de um indiv duo pertencente contemporaneidade isto j se tenha tornado t o natural que j n o lhe cause qualquer espanto da mesma forma que em outros tempos achou se ser natural que pessoas pudessem ser objeto do direito de propriedade filhos ou escravos Entretanto essa estranheza deve estar presente aos olhos daquele que estuda o direito e conhece a natureza jur dica do direito de propriedade O direito de propriedade o mais amplo dos direitos reais caracterizado pelo trip absoluto exclusivo e perp tuo Assim sendo o propriet rio tem sobre a coisa possu da um direito que absoluto como todos os direitos reais n o apenas por ser como estes opon vel contra todos erga omnes mas tamb m por ser o mais amplo direito que um indiv duo pode ter sobre um objeto Atrav s deste direito o propriet rio tem a faculdade de usar gozar e dispor livremente de seu bem sem sofrer quaisquer constri es por parte de terceiros tal como pode reav lo de quem quer que injustamente o detenha direitos e garantias fundamentais da pessoa humana 26 Conv m citar essas id ias por exemplo a de que a propriedade constitui um direito subjetivo s o comunicadas pela linguagem natural trazem a carga de uma ilus o ling stica a de que todas as palavras designam c
224. e propriedade intelectual que poderia em tese ser prolongado perpetuamente a propriedade sobre as marcas Contudo note se que esta perpetuidade diferente daquela do direito de propriedade tradicional vez que ela depende da a o cont nua do seu titular para renovar o direito perecendo o direito se n o o fizer E que n o se pense que esta limita o temporal aos direitos de propriedade intelectual uma particularidade do direito positivo brasileiro Os acordos internacionais a respeito da mat ria tamb m prev em tal limita o temporal Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights TRIPS Article 12 Whenever the term of protection of a work other than a photographic work or a work of applied art is calculated on a basis other than the life of a natural person such term shall be no less than 50 years from the end of the calendar year of authorized publication or failing such authorized publication within 50 years from the making of the work 50 years from the end of the calendar year of making Tradu o livre Quando a dura o da prote o de uma obra n o fotogr fica ou de arte aplicada for calculada em base diferente da vida de uma pessoa f sica esta dura o n o ser inferior a 50 anos contados a partir do fim do ano civil da publica o autorizada da obra ou na aus ncia dessa publica o autorizada nos 50 anos subsegiientes realiza o da obra a 50 anos contados a partir do fim do ano civi
225. e que alguns cr ticos da propriedade intelectual querem mudar o nome da organiza o e para isto est o colhendo assinaturas por todo o mundo para que ela passe a chamar se WIWO World Intellectual Wealth Organization Fonte http fsfeurope org documents wiwo en html 10 J G Cerqueira divide a mat ria entre propriedade liter ria art stica e cientifica contraposta propriedade industrial e entende que a express o direito de autor designa a mesma mat ria a qual chamamos de propriedade intelectual In op cit nota 7 p 52 11 J G Cerqueira considera a propriedade intelectual como uma mat ria aut noma dentro do ramo do direito chamado de Direito Industrial o qual faz parte do direito privado ao lado do Direito Civil e do Direito Comercial O autor menciona que em alguns pa ses este ramo n o logrou alcan ar a autonomia did tica o que faz com que a propriedade industrial seja estudada em conjunto com o Direito Comercial ao passo que a propriedade liter ria art stica e cient fica estudada como especialidade do Direito Civil Para o autor inclui se no quadro do Direito Industrial a propriedade intelectual compreendendo a propriedade liter ria art stica e cient fica e a propriedade industrial a regulamenta o geral do trabalho e a sua organiza o particular bem como tudo o que se relaciona com a ind stria em sentido restrito exclu da a mat ria estritamente comercial In op cit nota 7 pp 53 e 162 D G Domn
226. e renda da Free Software Foundation permanece sendo at hoje aquela proveniente da venda de software N o somente mas muitas grandes empresas tamb m t m comercializado softwares sem restringir estas 216 faculdades dos usu rios como por exemplo a Sun Microsystems Open Office e a Novel Suse 27 Adiante quando for tratado o problema do lucro no desenvolvimento cooperativo ser Linux explicado como poss vel exercer atividade comercial relacionada a um software mesmo em concorr ncia com usu rios que tenham a liberdade de distribu lo Por m n o somente por isto que importante tornar clara a distin o entre livre e gr tis Com efeito a maior parte dos usu rios de computadores j se deparou em algum momento com softwares gr tis tamb m chamados de freeware Todavia o fato de estes softwares serem distribu dos gratuitamente n o implica que eles sejam livres Softwares propriet rios s o muitas vezes distribu dos aos usu rios gratuitamente pelas empresas que os desenvolveram mas nem por isso deixam de ser 214 In StaLLMan Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 41 215 In StaLLMan Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 128 216 Fonte http www openoffice org 217 Fonte http www novell com linux 85 propriet rios Aqui o r tulo acima mostra a sua import ncia a dicotomia software livre versus software propriet rio n o
227. e romper com todos estes desvios sist micos Assim que se pode entender a ruptura com a hierarquia que acima foi elencada N o se trata de igualitarismo trata se de mudan a dos crit rios T tulos diplomas posto hier rquico situa o social rela es pessoais capacidade econ mica cedem todos ao reconhecimento repercuss o comunit rios O poder de avalia o que originalmente encontrava se nas m os do patriarca foi transferido aos cl s depois aos mestres agora encontra se difuso Isso n o implica que toda a sociedade ir avali lo somente os pessoalmente interessados que ir o A comunidade quem avalia mas n o h avalia o formal Ela come a no momento em que um trabalho tornado p blico aos usu rios conectados rede mas n o tem prazo certo para terminar A import ncia do trabalho medida pela repercuss o em novos estudos e discuss es sobre um assunto Se um trabalho n o despertar interesse suficiente para ser discutido repensado ou criticado ind cio de que faltou lhe qualidade ou utilidade Por outro lado se ap s sua divulga o muitos outros trabalhos forem desenvolvidos com base nas id ias daquele primeiro isto prova de sua cont nua import ncia que 2 x 396 permanecer enquanto a comunidade ainda entender que o assunto n o se esvaiu die pos rR amp a 397 Note se que somem as barreiras artificiais e burocr ticas produ o do conhecimento Se um di
228. e software does But this License is not limited to software manuals it can be used for any textual work regardless of subject matter or whether it is published as a printed book We recommend this License principally for works whose purpose is instruction or reference 1 APPLICABILITY AND DEFINITIONS This License applies to any manual or other work in any medium that contains a notice placed by the copyright holder saying it can be distributed under the terms of this License Such a notice grants a world wide royalty free license unlimited in duration to use that work under the conditions stated herein The Document below refers to any such manual or work Any member of the public is a licensee and is addressed as you You accept the license if you copy modify or distribute the work in a way requiring permission under copyright law A Modified Version of the Document means 235 permiss o de c pia com o que se quer significar que obras derivadas da obra objeto desta Licen a devem elas pr prias ser livres em igual significado Ela complementa complementa a GNU General Public License a qual uma licen a de permiss o de c pia elaborada para softwares livres Esta Licen a foi elaborada com a finalidade de ser usada para manuais de software livre vez que ao software livre necess ria uma documenta o livre um programa livre deveria vir com manuais que provessem as mesmas liberdades
229. e the chips thought they were better suited for duty as pieces of traffic light controllers than as minicomputers Tradu o livre Era um segrego p blico que seria poss vel montar um computador a partir de um daqueles chips mas ningu m houvera ousado faz lo Os grandes no mercado de computadores principalmente a IBM consideravam a id ia absurda Que tipo de louco quereria um pequeno computador At mesmo a Intel que fabricava os chips achava que eles eram mais adequados quando aplicados a sem foros do que quando em minicomputadores In Levy Steven op cit nota 119 p 189 130 building a computer for the masses Something that would eliminate the Computer Priesthood for once and for 54 tivessem acesso a ao menos uma parcela das grandes mudan as que estavam acontecendo em locais o s h 131 muito distantes da vida do cidad o comum O surgimento do computador pessoal em meados dos anos setenta impulsionou sobremaneira o setor e logo apareceram v rias empresas de diferentes portes que interessadas no s bito aumento do n mero de consumidores desse mercado passaram a investir no desenvolvimento de softwares para x 132 poder competir por uma fatia desse mercado em constante ascens o Essas empresas entretanto logo perceberam que para aumentar o poder que exerciam dentro daquele mercado um paradigma b sico deveria ser alterado o software n o poderia mais ser distribu do livremente em seu c digo
230. ecnologias fossem a seu tempo inovadoras houve quem alegasse que a sua cria o seria em si uma infra o aos direitos intelectuais de terceiros j que essencialmente a finalidade destas tecnologias era nada mais do que aprimorar e divulgar os meios existentes de produ o de c pias de informa o e cultura os quais para os empres rios do conhecimento s o bens particulares jamais patrim nio da humanidade O paradoxo do sistema de monop lio sobre o conhecimerto portanto encontra se no fato de que ao inv s de motivar os inventores como se prop e tal sistema lhes retira a liberdade de questionamento 361 Computer programmers wishing to modify a program come across copyright or patent restrictions that block their way Different Internet communities stumble into a worldwide web of intellectual property restrictions about what may be downloaded what the rules are on redistribution and the rules on posting and linking of materials Individuals everywhere increasingly find that every time they use information in some way they trigger an obligation to pay a fee to an intellectual property owner Tradu o livre Os programadores desejando modificar um programa deparam se com restri es autorais ou de patentes bloqueando o seu caminho Diferentes comunidades na internet defrontam se com uma rede de restri es de propriedade intelectual sobre aquilo que pode ser baixado quais s o as regras de redistribui o e quais s
231. ecnologias moleculares prop em aos grupos e s pessoas instrumentos que lhes permitam valorizar a si pr prias qualidade por qualidade Promovem o reconhecimento m tuo e a sinergiza o das qualidades antr picas In L vy Pierre op cit nota 233 p 57 97 perceba seus pr prios potenciais Imposs vel portanto em tal contexto que os indiv duos pensem em algo como autonomia ainda que enquanto um horizonte para o qual caminham N o Em uma sociedade onde vigem tais estruturas de poder e submiss o os indiv duos somente podem ser adultos incompletos infantilizados e imaturos N o se quer com isso fazer apologia de uma sociedade ut pica onde todos s o completamente aut nomos e capazes de suprir todas as suas necessidades individuais pois em ltima inst ncia nem se estaria a falar a respeito de sociedade mas de uma pluralidade de indiv duos independentes Contudo uma sociedade onde se incentiva os indiv duos a se sentirem hierarquicamente dependentes s pode contar com cidad os irrespons veis e sem qualquer sentimento de comunh o pelo coletivo Ora se algu m cuida dos meus problemas para mim ent o n o tenho que com eles preocupar me ao passo em que se eu quem sou em ultima inst ncia o respons vel pelo meu pr prio bem estar n o permitirei que ningu m imponha a mim qualquer conduta sobre a qual n o ponderei A consci ncia das pr prias limita es torna o indiv duo consciente da sua depend
232. ectual In op cit nota 6 p 2223 311 No STJ apenas dois ac rd os acusam o termo pirata em seu conte do e outros tr s apresentam o termo pirataria Recursos Especiais n 441639 274384 Conflitos de Compet ncia n 2474 18346 e Recurso Ordin rio em Habeas Corpus n 3690 ao passo que no Tribunal de Justi a do Estado de S o Paulo apenas consta um ac rd o com estas ocorr ncias Ac rd o n 119 153 0 0 00 Contudo note se que em todos os casos os voc bulos v m sempre entre aspas indicando a atecnia do termo 312 Most jurisdictions in the world do not use the term piracy in connection with intellectual property as a term of legal art There is no legal definition of it that is universally accepted Tradu o livre A maior parte das jurisdi es ao redor do mundo n o utiliza o termo pirata em conex o com a propriedade intelectual enquanto parte do vern culo Jur dico N o existe defini o legal que seja universalmente aceita In Dranos Peter e BraiTHWAITE John op cit nota 4 p 28 313 Ver http w3 bsa org brazil press newsreleases Estado perde US 401 milhoes com pirataria cfm 314 Attempts by corporate owners to give legitimacy to their intellectual property empires through appeals to romantic notions of individual auhorship and inventorship look less and less morally persuasive in a world where intellectual property rights and TRIPS especially are being linked to bigger themes and
233. ecund ria um ap ndice com nome ou uma se o inicial do Documento que trate exclusivamente da rela o dos editores ou autores do Documento com o tema ou quest es correlacionadas e que seja despida de qualquer assunto com ele diretamente relacionado Desta forma se o Documento em parte um livro texto de matem tica uma Se o Secund ria n o deve tratar de matem tica A rela o pode ser uma quest o de conex o hist rica com o tema ou assuntos relacionados ou de posi es legais filos ficas ticas comerciais ou po ticas a respeito deles As Se es Inalter veis s o certas Se es Secund rias cujos t tulos est o expresamente previstos como sendo tais no aviso que disp e que o Documento distribu do sob os termos desta Licen a Se uma se o n o se enquadra na defini o acima de Secund ria ent o n o ser permitida a sua designa o de Inalter vel O Documento pode n o conter quaisquer Se es Inalter veis Se o Documento n o identific quaisquer Se es Inalter veis ent o n o h quaisquer que sejam Os Textos de Capa s o certas passagens de texto curtas que encontram se listadas como Textos de Capa e Textos de Contracapa no aviso que disp e que o Documento distribu do sob esta Licen a Um Texto de Capa pode conter no m ximo 5 palavras e um Texto de Contracapa pode conter no m ximo de 25 palavras Documento Uma c pia do significa uma c pia leg
234. edi o de Arioste In op cit nota 58 p 4 N o somente mas O Sanriaco tamb m defende a tese de que o primeiro privil gio editorial foi concedido em favor de Aldo Mannuci inventor dos caracteres tipogr ficos it licos para que somente este pudesse fazer uso desses caracteres In Aguarela do Direito Autoral Gr fico Mangione Rio de Janeiro 1946 p 12 61 In Costa Nerro Jos Carlos op cit nota 51 p 32 62 All the bestsellers of the day including the Bible were tied up in company hands The result was high prices for books and high unemployment in the printing trade The circulation of books was much lower of what it otherwise might have been Only the well off could afjort the Stationers prices Tradu o livre Todos os mais vendidos da poca incluindo a B blia estavam nas m os da companhia O resultado foram pre os altos para os livros e desemprego no com rcio editorial A circula o dos livros foi muito aqu m do que de outro modo poderia ter sido Apenas os ricos podiam arcar com os pre os dos Stationers In DraHos Peter e BrarrHwarrE John op cit nota 4 p 30 63 O autor P E GeLLer tem uma interessante opini o a respeito do motivo por qu o monop lio econ mico sobre as obras escritas somente foi pensado t o tardiamente na hist ria diz ele que Legal doctrine became increasingly sophisticated in the Roman Empire so that no great theoretical obstacles would have stopped the Romans from institutin
235. egredo sem que houvesse qualquer san o legal para esta conduta j que o acesso ao software foi obtido por meios l citos Contudo com o desenvolvimento e aprimoramento de t cnicas de criptografia em software tornou se poss vel a transfer ncia do software livremente do desenvolvedor at o consumidor de forma que este ltimo tivesse apenas um acesso limitado ao seu uso e informa o nele contida ou ao c digo textual do software A criptografia tornou isto poss vel codificando as informa es contidas no software de forma que elas sejam intelig veis e teis apenas queles que tiverem em sua posse a chave ou a senha Assim al m de possu rem os direitos autorais do software desenvolvido e tentarem obter patentes com base em passos inventivos contidos em seu c digo fonte os comerciantes de software passaram a tamb m restringir o acesso que o licenciado obt m atrav s da licen a de uso de software Estas restri es adotadas pela ind stria do software receberam o nome de Digital Rights Management Gerenciamento de Direitos Digitais popularizados sob a sigla DRM e tamb m conhecidos como Digital Restrictions Management Gerenciamento de Restri es Digitais Apesar de muito criticadas pelos fautores da informa o livre desde o seu in cio estas medidas no come o eram apenas um empecilho t cnico mas n o um bloqueio liberdade de conhecimento e informa o Isto porque poss vel por meio de softwares d
236. eiro Identifica o e An lise Cr tica Tese de Doutorado Apresentada ao Departamento de Direito Comercial da FDUSP em 06 1999 S o Paulo 1999 Ferraz Jr T rcio Sampaio Introdu o ao Estudo do Direito T cnica Decis o Domina o 4a Ed S o Paulo Atlas 2003 Foucaurr Michel La V rit et les Formes Juridiques trad port de R C M Machado e E J Morais A Verdade e as Formas Jur dicas 3 ed Rio de Janeiro Nau 2005 L arch ologie du Savoir trad Port de L F B Neves A Arqueologia do Saber 7 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2007 Frevo Sigmund Das Ich und das Es trad port de J O A Abreu O Ego e o Id Rio de Janeiro Imago 1997 Die Traumdeutung trad port de W I de Oliveira A Interpreta o dos Sonhos S o Paulo C rculo do Livro 1987 GELLER Paul Edward Copyright History and the Future What s Culture Got to Do with It in Journal of the Copyright Society of the USA vol 47 2000 acess vel pelo site 225 lt http papers ssm com sol3 papers cfm abstract 1d 243115 amp high 20history 200f 20cop yright gt Gomes Orlando et al A Prote o Jur dica do Software Rio de Janeiro Forense 1985 Gowers Andrew Gowers Review on Intellectual Property Norwich Stationery Office 2006 acess vel pelo site lt http w ww hm treasury gov uk independent reviews gowers review intellectual property gowersreview inde x cfm gt Grino
237. eito a partir de m quinas individuais dentro das pr prias casas dos hackers Passou ent o a ser comum que as empresas n o mais disponibilizassem os c digos fonte dos softwares mas o arquivo compilado pronto para ser executado ou seja em seus c digos objeto 120 http en wikipedia org wiki Hacker_culture acessado em 22 02 2007 Para um conhecimento profundo e detalhado sobre estes acontecimentos ver Levy Steven op cit nota 119 121 certo contudo que existem hackers que invadem sistemas tanto para desviar dinheiro ou informa es como tamb m aqueles que o fazem apenas para provar suas habilidades aos demais hackers Todavia propagou se nisto uma confus o de termos Os indiv duos que adotam esse tipo de postura e se divertem derrubando sistemas tidos como seguros s o mais corretamente conhecidos como crackers e n o partilham dos mesmos interesses que os hackers Curiosamente contudo apesar de a palavra hacker ser do conhecimento de grande parte da popula o que certamente j leu ou ouviu falar de tais indiv duos nos notici rios o termo cracker largamente desconhecido at mesmo quando se utiliza como espa o amostral t o somente as pessoas online aqui significando os digitalmente inclu dos com acesso internet N o h d vidas de que a confus o dos termos tenha pelejado contra os hackers e em favor daqueles que desejavam denegrir o termo Para saber mais a respeito do assunto http en wikipedia org w
238. ela ecoe por muitos e muitos anos de acordo com sua import ncia N o por acaso a sociedade tem se desenvolvido muito mais rapidamente nos ltimos anos quando comparado aos mil nios que se passaram Para que o conhecimento se desenvolva imperativo que ele seja comunicado e quanto maior for o n mero de receptores deste conhecimento maior ser o n mero de c rebros trabalhando o e desenvolvendo o Neste sentido o grande diferencial da sociedade contempor nea em rela o quelas de outras pocas que atualmente proliferaram grandemente as formas de fixa o e comunica o da informa o ao mesmo tempo em que os custos foram praticamente anulados Desta forma a transmiss o do conhecimento m xima ao contr rio do que ocorria em outros 109 tempos O advento da Internet trouxe nos uma oportunidade de ouro de fazer circular o conhecimento de forma mundial Tornou se acess vel a custos cada vez menores qualquer informa o em qualquer regi o do globo o nico impediente residindo na exist ncia de uma pluralidade de idiomas Somado ao fato de que hoje tamb m as ci ncias sobre o corpo do homem desenvolveram se grandemente de forma a ampliar n o somente o n mero de seres humanos sobre a Terra mas tamb m a qualidade e a quantidade de vida de cada indiv duo e consequentemente as possibilidades de desenvolvimento de atividades intelectuais n o mais o homem tem de dedicar se somente as pr ticas que visem a sati
239. ela plataforma restringindo outros isto faz com que os seus clientes sejam obrigados a optar por aqueles softwares que lhes forem mais convenientes Na maioria dos casos os sistemas operacionais propriet rios permitem a utiliza o de softwares aplicativos apenas quando forem de sua pr pria produ o excluindo se automaticamente toda a concorr ncia In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 117 123 com baixas somas de capital pode adentrar o mercado e baseando se em sua compet ncia como desenvolvedor ter ou n o o retorno financeiro esperado Isto porque a todos l cito estudar o software padr o e desenvolv lo segundo quaisquer crit rios de forma que aquele que for mais apto a desenvolver o software de maneira eficiente e que v de encontro com as expectativas dos usu rios ter 280 os melhores retornos Outra premissa inver dica que n o se menciona mas est impl cita neste racioc nio que ele sup e que somente importa que existam desenvolvedores de software atuando no mercado e os softwares por eles produzidos sejam teis Todavia como vem sendo discutido desde o in cio deste cap tulo 4 existem muitas outras quest es importantes impl citas na escolha por um modelo de desenvolvimento de software Mais ainda n o existe apenas um meio de conseguir que sejam desenvolvidos softwares teis Sendo assim o mais l gico que estas quest es sejam o foco das aten es quando discute se o proble
240. elf plus such following pages as are needed to hold legibly the material this License requires to appear in the title page For works in formats which do not have any title page as such Title Page means the text near the most 237 qual possibilite a revis o imediata do Documento atrav s de editores de texto gen ricos ou para imagens compostas de pixels programas de edi o de imagem gen ricos ou para desenhos algum editor de desenhos largamente dispon vel e a qual possibilite a inser o em formatadores de textos ou a tradu o autom tica em formatos que possibilitem a inser o em uma variedade de formatadores de texto Uma c pia realizada em outro formato de arquivo Transparente cuja marca o ou sua aus ncia tenha sido elaborada para impedir ou desencorajar altera es subsegiientes por leitores n o Transparente Um X formato de imagem n o Transparente se utilizado para uma quantidade substancial de texto Uma c pia n o transparente chamada de Opaca Exemplos de formatos que tornam uma c pia Transparente incluem ASCII puro sem marca o formato de entrada Textoinfo formato de entrada LaTeX SGML ou XML quando utilizado um DTD publicamente dispon vel e HTML padr o simples PostScrip ou PDF elaborados para modifica o humana Exemplos de formatos transparentes de imagem incluem PNG XCF e JPG Formatos Opacos incluem os formatos propriet rios que podem ser lidos
241. em 1994 o tribunal decidiu cinco casos Este fato revela a import ncia que recebeu a mat ria a partir dos anos 1990 In Santos Manoel Joaquim Pereira dos op cit nota 95 p 60 155 149 F 3d 1368 Fed Cir 1998 156 Convention on the Grant of European Patents European Patent Convention October 1973 Article 52 Patentable Inventions 2 The following in particular shall not be regarded as inventions within the meaning of paragraph 1 c Schemes rules and methods for performing mental acts playing games or doing business and programs for computers Tradu o livre Conven o a Respeito da Concess o de Patentes Europ ias Conven o Europ ia de Patentes Outubro de 197 Artigo 52 Inven es Patente veis 2 As seguintes inven es em particular n o dever o ser consideradas inven es segundo o significado do par grafo primeiro c Esquemas regras e m todos para a realiza o de atos mentais jogos ou neg cios e os programas de computador 157 In Santos Manoel Joaquim Pereira dos op cit nota 95 p 62 158 Sobre as estrat gias estadunidenses de coa o no mbito internacional ver Basso Maristela Propriedade 62 Observe se entretanto que a prote o por meio de patentes n o t o abrangente quanto a prote o pelo direito autoral Este protege todo tipo de software em sua integralidade independentemente da exist ncia de um passo inventivo ou inovador contido em seu c digo As
242. em premissas ticas e ideol gicas a grande amea a aos seus ideais n o se encontra no plano da argumenta o vez que raros seriam aqueles que ousariam atacar um modelo cujo objetivo maior defender a sociedade dos abusos praticados por uma minoria sedenta por domina o encontra se antes no descr dito que suas propostas podem gozar socialmente por serem tidas como idealistas e ut picas Isto particularmente verdade por haver uma associa o entre suas propostas e a tradi o esquerdista iniciada com Karl Marx visto que ambas propugnam pela superioridade de um modelo onde o poder de a o exercido conjuntamente pelo povo Atualmente poucos s o aqueles que ainda acreditam na possibilidade de que o sistema capitalista seja suplantado pelo comunismo ou at mesmo 375 The main argument for the term open source software is that free software makes some people uneasy That s true talking about freedom about ethical issues about responsabilities as well as convenience is asking people to think about things they might rather ignore This can trigger discomfort and some people may reject the idea for that It does not follow that society would be better off if we stop talking about these things Tradu o livre O principal argumento para a express o software de c digo fonte aberto que a express o software livre faz com que algumas pessoas sintam se desconfort veis Isto verdade falar a respeito de liberdad
243. em premissas incompat veis com todos os demais ainda que no atual panorama legal ele dependa do regime dos direitos autorais para que possa 177 efetivar se As patentes os direitos autorais e o segredo industrial visam todos proteger os interesses dos comerciantes de software e partem das seguintes premissas 1 os programadores assim como os autores e criadores de obras intelectuais t m um direito subjetivo natural inquestion vel aos frutos do seu labor intelectual o qual a lei positiva apenas reconhece ii os programadores s o os maiores benefici rios deste sistema e sem ele n o teriam meios de subsistir e produzir novos softwares iii quanto ao software apenas importam sua utilidade o que ele permite o usu rio realizar e que ele seja produzido independentemente dos moldes em que seja produzido e iv somente poss vel criar se software de qualidade atrav s do sistema empresarial e para que as empresas produzam software preciso que lhas incentivemos economicamente e este incentivo necessariamente ser um monop lio Em suma ao conjugar tais premissas ganha for a ainda que de forma muitas vezes velada a 175 A GPL foi a alternativa jur dica mais adequada encontrada por seus idealizadores para garantir a liberdade de compartilhar e alterar softwares de codigo fonte aberto e permitir sua distribui o duplica o e uso In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 41 176 Note se que copyleft n
244. en we add distribution terms which are a legal instrument that gives everyone the rights to use modify and redistribute the program s code or any program derived from it but only if the distributions terms are unchanged Thus the code and the freedoms become inseparable Tradu o livre para licenciar um programa em copyleft primeiro necess rio obter se os direitos autorais sobre ele ent o nos adicionamos termos de distribui o os quais s o instrumentos legais que d o a todos os direitos de usar modificar e redistribuir o c digo do programa ou de qualquer programa dele derivado mas apenas se os termos de distribui o forem os mesmos Assim o c digo e as liberdades tornam se insepar veis In SraLLMman Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 89 174 Analisado em profundidade no cap tulo 4 1 68 pelos mercadores de software e outros ativos intelectuais por isto que o copyleft n o um conceito jur dico legal mas apenas a express o de um movimento de liberta o e visa sintetizar o conjunto de liberdades mantidas pela GNU General Public License GNU GPL revertendo os chamados direitos autorais aos usu rios os quais em sua concep o s o os reais titulares dos direitos e liberdades 176 eventualmente cedidos aos programadores Desta forma torna se logo evidente que ao contr rio dos sistemas jur dicos previamente expostos que podem coexistir de modo pac fico o copyleft t
245. enas este car ter negativo dos direitos de propriedade intelectual sobre a sociedade que aqui se busca afirmar O seu principal car ter aquele positivo de constru o de um determinado tipo de sociedade n o apenas de manuten o dos privil gios a ela pr existentes A internet o software livre a Wikipedia e os demais sites colaborativos s o todos frutos do trabalho conjunto aberto ao acesso de qualquer um que por ele se interesse o qual ainda nega a possibilidade de controle por qualquer indiv duo isoladamente O princ pio que rege todos estes 384 The exchange circulation and communication of information among people is fundamental to the way democracy works The more power over the price of information a society places in the hands of intellectual property owners the more it checks its citizenry from informing itself Tradu o livre A troca a circula o e a comunica o das informa es entre as pessoas fundamental ao modo de funcionamento da democracia Quanto mais poder sobre o pre o da informa o uma sociedade deposita nas m os dos donos de direitos de propriedade intelectual mais ele priva seus cidad os de informarem se In DraHos Peter e BrarrHwArTE John op cit nota 4 p 4 180 diferentes meios de intera o social o mesmo liberdade de participa o Todos s o convidados a estudar desenvolver e criar aquilo que pertence em comum toda a humanidade o conhecimento De acordo co
246. ende n o existir nada semelhante a um direito w En r 81 P individualista inato do autor sobre a sua obra ao mesmo tempo em que se pode consider lo como um 17 Para que n o se menospreze a primazia do direito de exclusividade econ mica na consci ncia de uma sociedade capitalista podemos citar a preocupa o excessiva com que a lei tenta proteger os interesses econ micos dos propriet rios do conhecimento a ponto de at mesmo utilizar se da repress o penal s viola es a estes interesses C digo Penal artigos 184 e 186 Lei de Propriedade Industrial artigos 183 a 195 Lei de Direitos Autorais artigo 101 Lei do Software artigos 12 a 14 N o se poderia deixar de citar os absurdos a que chegou esta preocupa o Na R ssia para acrescentar uma curiosidade houve uma lei de 7 de maio de 1857 que estipulava para os infratores do direito autoral apenas os seguintes castigos 1 perda dos direitos de cidad o ii a oite com knut e iii deporta o para a Sib ria In Santiago Oswaldo op cit nota 60 p 18 78 Note se que o direito autoral em franc s chamado de propri t litt raire et artistique 79 Como demonstra o pr prio subt tulo do Copyright Act 80 Note se que apesar de quando da cria o dos direitos autorais a sua justifica o ter reca do sobre o direito natural do criados propriedade de sua obra o privil gio concedido aos autores na Fran a do Absolutismo recebeu uma justifica o
247. ente o que o marketing faz associar simbolicamente os produtos que se quer vender ao desejos primitivos inconscientes do p blico consumidor A persuas o portanto d se em um n vel no qual a capacidade de discernimento e cr tica do consumidor s o reduzidas Sua defesa contra o argumento utilizado pelo marketing quase nula j que o inconsciente essencialmente irracional e o consciente s com muita dificuldade consegue at mesmo reconhecer os impulsos instintivos provenientes do id estes impulsos s o distorcidos pela linguagem simb lica do inconsciente para que possam se realizar n o obstante a vigil ncia exercida pelo superego quanto mais os controlar Facilmente se percebe portanto que a l gica do marketing claramente contr ria tica libert ria e libertadora do software livre que prima pelo respeito ao indiv duo e pelo incentivo cr tica O foco do tica cooperativa encontra se no pensamento cr tico Destarte n o h qualquer sentido em tecer elogios s qualidades de um software livre n o h coer ncia em se criar o desejo nos usu rios por 331 f cil ver que o ego aquela parte do id que foi modificada pela influ ncia direta do mundo externo por interm dio do Pcpt Cs em certo sentido uma extens o da diferencia o de superf cie Al m disso o ego procura aplicar a influ ncia do mundo externo ao id e s tend ncias deste e esfor a se por substituir o princ pio de prazer qu
248. ente do que acontece com o propriet rio tradicional o propriet rio industrial n o deve apenas usar e gozar de sua propriedade sem desrespeitar direitos de terceiros ele deve antes usufruir de sua propriedade segundo uma orienta o espec fica que suprir o mercado com aquela tecnologia at o limite das necessidades deste Ou seja o propriet rio industrial n o pode deixar de empregar seu conhecimento ou nem ao menos pode determinar em qual escala o utilizar Dever utiliz lo estritamente para satisfazer as exig ncias do mercado mesmo considerando se que o mercado at ent o sobreviveu t o bem sem ele e portanto n o se pode propriamente dizer que estaria de alguma forma sendo prejudicado pela aus ncia do emprego deste novo conhecimento Vemos assim que ao ser ocultado o privil gio dentro da propriedade foi criado um problema que logo os juristas teriam de encarar como fundamentar e conceituar juridicamente este direito Esta uma das poss veis raz es para que a partir do s culo XIX come assem a surgir diversos estudiosos que buscassem a legitima o ltima deste novo direito de propriedade o qual t o diverso da propriedade tradicional Surgiram assim as mais diversas teorias foram propostas como tentativas de explicar o assunto al m daquelas que se mantiveram firmes na conceitua o da propriedade industrial como um novo direito real A diversidade entre as teorias tal que a propriedade industrial
249. entemente do exerc cio dos seus direitos culturais O Estado ainda promover e incentivar o desenvolvimento cient fico a pesquisa e a capacita o tecnol gicas artigo 218 caput o que ser feito inclusive por meio de lei artigo 216 par grafo 3 Contudo n o pode haver qualquer desenvolvimento cient fico pesquisa ou capacita o tecnol gica ao n vel nacional se os pesquisadores n o s o autorizados a estudar seu objeto de conhecimento por conta justamente de medidas legais que garantem a alguns poucos monopolistas a faculdade de controlar toda a informa o dispon vel sobre os softwares Como dito acima ao distribu rem os softwares somente em seu c digo objeto criptografados e ainda utilizando se das medidas DRM os empres rios do conhecimento garantem de forma artificial que todo o conhecimento por eles desenvolvido seja desperdi ado socialmente correndo risco de a longo prazo perderem se por completo em meio s constantes atualiza es tecnol gicas ou no caso de a empresa deixar de entender aquela informa o como til o que deveria ser punido segundo o artigo 216 par grafo 4 Nenhum 411 Ver cap tulo 4 3 412 Ver cap tulo 4 1 2 1 204 pesquisador no futuro ter meios de acessar valiosas informa es culturais do presente ainda que j h muito tenha sido superada a prote o legal ao possuidor daquele conhecimento apenas por conta destas pr ticas nefastas legalmente incenti
250. ento empresarial sendo ambas as formas de desenvolvimento compat veis com esta liberdade Todavia s o interessantes algumas considera es A liberdade de usar um software t o b sica que poss vel cogitar que caso haja a priva o deste direito dos usu rios uma terceira categoria de software al m do livre e do propriet rio passa a existir j que isto perverteria at mesmo a no o da propriedade intelectual ou dos direitos autorais sobre o software Isto porque a no o de direitos intelectuais vem justamente de uma limita o ao uso do conte do intelectual inerente a certos bens n o da limita o do uso do bem concreto Ou seja ao adquirir um livro um sujeito tem a liberdade de usar gozar e dispor daquele bem como lhe aprouver sendo lhe restrito contudo o uso do conte do intelectual da obra o qual n o suscept vel do regime 221 In StaLLMaN Richard M Gay Joshua e Less c Lawrence op cit nota 169 p 41 222 C digo Civil artigo 1228 caput 87 jur dico ordin rio da propriedade do C digo Civil mas do regime jur dico especial disposto na Lei de Direitos Autorais O racioc nio o mesmo para quaisquer dentre os direitos de propriedade intelectual entre eles os direitos de propriedade intelectual sobre o software Deste modo a restri o liberdade de uso do software constitui uma limita o qualitativamente diferente das demais j que n o atinge meramente as limita
251. ento por um computador Processamento pode incluir o uso de um montador compilador int rprete ou um tradutor para preparar o programa para a execu o bem como para execut lo 104 Toda a explica o que segue a respeito do funcionamento do computador um s ntese de conhecimentos obtidos na obra de Norton Peter Inside the IBM PC Access to advanced features and programming 1986 trad port de D Vieira Desvendando o IBM PC Acesso a Caracter sticas Avan adas e Programa o 2a Ed Rio de Janeiro Campus 1988 45 classificar a corrente el trica segundo 10 dez diferentes estados mas apenas 2 dois quais sejam a passagem de corrente e sua aus ncia Por sorte n o existe qualquer diferen a entre a aritm tica de 2 dois s mbolos e a de 10 dez assim como n o existe para quaisquer outros valores acima de pasmem 2 2 dois O sistema de 2 dois s mbolos usualmente conhecido como sistema bin rio que n s Z 105 representamos atrav s dos algarismos O zero e 1 um O computador entretanto como j dito n o conhece os algarismos nem os n meros tais como n s os pensamos e portanto apenas a t tulo de ilustra o que se pode dizer que a linguagem do computador composta por Os zeros e 1s uns A chamada linguagem de m quina nada mais do que a presen a ou aus ncia de corrente el trica que causa uma altera o do estado f sico do computador sendo o c digo bin rio um art
252. entos e um novo contato cultural que apenas este meio de comunica o possibilitou humanidade A profus o imensa de 364 The second and greater danger of intellectual property lies in the threat to liberty When a group of scientists stop working on a protein molecule because there are too many intellectual property rights that surround the use of the molecule a basic freedom the freedom to research has been interfered with Tradu o livre O segundo e maior perigo da propriedade intelectual a amea a liberdade Quando um grupo de cientistas p ra de trabalhar em uma mol cula por conta dos in meros direitos de propriedade intelectual circundando aquele assunto uma liberdade b sica a de pesquisar foi obstada In DraHos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 3 365 Information feudalism is a regime of property rights that is not economically efficient and does not get the balance right between rewarding innovation and diffusing it Like feudalism it rewards guilds instead of inventive individual citizens It makes democratic citizens trespassers on knowledge that should be heritage of humankind their educational birthright Ironically information feudalism by dismantling the publicness of knowledge will eventually rob the knowledge economy of much of its productivity Tradu o livre O Feudalismo da Informa o um regime de direitos de propriedade que n o economicamente eficiente e n o atinge o ba
253. er rancor social pela exclus o nem t m ampla liberdade na escolha do software que ir o adotar s o pressionadas pelas duas influ ncias acima expostas e ainda suas imagens podem sofrer danos caso sejam flagradas desrespeitando os direitos de terceiros Neste sentido as empresas s o o foco ideal para a persecu o policial e judicial Isto implica que elas t m uma possibilidade muito restrita na escolha de seus softwares e uma press o muito grande para que os comprem originais Atente se para a gravidade do fato empresas multinacionais ganham uma poderos ssima arma para viciar as empresas regionais e locais mesmo as micro e pequenas na 327 compra de suas mercadorias 326 Um dos principais respons veis apontados pelos empres rios por este tipo de condicionamento e por assegurar a hegemonia de alguns softwares propriet rios no Brasil o governo Dentre as PME s entrevistadas praticamente todos inclu ram o governo como um dos principais agentes com os quais eles s o for ados a manter uma rela o de troca de informa es regulares em formatos propriet rios In Guesser Adalto H op cit nota 4 p 119 Exemplo gritante deste condicionamento por parte de rg os estatais este pr prio estudo aqui desenvolvido Sendo uma tese de l urea a ser apresentada a uma universidade p blica extremamente controversa a determina o r gida por norma interna da faculdade artigo 11 Delibera o FD 43 2003 em conjun
254. erdade desenhado para impedir que seu computador funcione como um computador multifuncional Cada opera o poder requerer permiss o expl cita A id ia t cnica por tr s da treacherous computing que o computador contenha um c digo criptografado que requer senha e esta mantida em segredo Softwares propriet rios usar o este dispositivo para controlar quais programas voc poder executar quais documentos ou informa es poder acessar e para quais programas voc poder repass los In STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 115 232 Excetuando se hip teses eventuais de dano f sico aos discos em que os dados encontram se gravados causado por inc ndio ou outro acidente 91 concentrar nas m os de alguns indiv duos o poder de impedir aos demais o acesso ao conhecimento N o se trata meramente do problema da censura que em nossa sociedade contempor nea j n o mais tem sua antiga for a Trata se de um controle muito pior o controle econ mico Estas novas tecnologias t m permitido que alguns poucos gigantes do desenvolvimento empresarial de software exer am o poder de restringir o acesso informa o daqueles que n o lhes satisfizerem os interesses entenda se n o lhes pagarem o que entendem justo N o preciso um grande exerc cio de racionalidade abstrata para perceber que o nico resultado poss vel desta situa o o agravamento da marginaliza o j t o ag
255. erespa o 4a Ed S o Paulo Loyola 2003 p 79 93 oportunidade nos indica que a probabilidade maior de que este servi o n o seja oferecido em grande parte das situa es Em ambas as hip teses o usu rio seria simplesmente alijado de uma de suas faculdades em prol de um benefici rio que n o pretende exerc la ou que na melhor das hip teses a exercer a altos custos A relev ncia disto pode parecer pequena mas n o Uma primeira e mais imediata consegii ncia desta priva o imposta comunidade diz respeito economia Ora dentre os fatores que podem levar algu m a querer alterar um software bem como qualquer outra coisa encontra se a facilidade subjetiva ou objetiva que ele imagina resultar desta altera o Ou seja um indiv duo somente se dar ao trabalho de modificar determinado objeto se da modifica o imaginada supostamente resultar lhe algum benef cio Isto verdade para quaisquer atividades s quais a mente humana se dedica dentre elas a produ o e o com rcio de bens e servi os No mundo contempor neo j quase imposs vel pensar se em um ramo da atividade empresarial que prescinda do uso de softwares para otimizar sua efici ncia e sobreviver concorr ncia A maior parte dos softwares que utilizam entretanto foram concebidos para atender s necessidades de uma coletividade e n o quelas de cada empresa individual com aten o s suas particularidades Disto resulta
256. erso do livro conte do Este por sua vez intelectual na mesma medida em que o software e se poss vel vend lo anexo ao seu suporte f sico n o existe qualquer impedimento natural ontol gico l gico ou transcendental para que se fa a o mesmo com o software Destarte o fato de o software ser transmitido aos usu rios atrav s de licen a de uso ao passo em que o livro o pela compra e venda n o implica 225 F cil perceber Um software pode ser transmitido de in meras formas e adapta se aos mais diversos suportes f sicos como por exemplo CDs DVDs disquetes fitas magn ticas folhas de c digo transcrito N o somente mas tamb m estes suportes f sicos n o foram criados e nem servem unicamente de suportes f sicos ao software Cada um deles pode servir de suporte aos mais variados conjuntos de informa es os CDs costumeiramente suportam m sicas e os DVDs filmes 226 Entendendo se que os manuscritos antigos j eram formas rudimentares de livros 89 nada al m de uma escolha t cnica do legislador entre dois regimes poss veis Poder se ia ent o alegar que restri o n o feita ao uso do continente mas apenas ao de seu conte do Neste ponto o argumento torna se intrincado Em uma an lise perfunct ria a restri o do uso atinge t o somente o conte do e n o o continente j que n o se visa objetar o uso do suporte f sico mas sim do software Todavia uma an lise mais detida deve dis
257. ersons or entities responsible for authorship of in the Modified Version together with at least five of the principal authors the modifications of the Document all of its principal authors 1f it has fewer than five unless they release you from this requirement C State on the Title page the name of the publisher of the Modified Version publisher as the D Preserve all the copyright notices of the Document E Add an appropriate copyright notice for your modifications adjacent to the other copyright notices F Include immediately after the copyright notices a license notice giving the public permission to use the Modified Version under the terms of this License in the form shown in the Addendum below G Preserve in that license notice the full lists of Invariant Sections and required Cover Texts given in the Document s license notice H Include an unaltered copy of this License the section Entitled Preserve its Title and add to it an item stating at I Preserve History least the title year new authors and publisher of the Modified Version as given on the Title Page If there is no section Entitled History in the Document create one stating the title year authors and publisher of the Document as given 241 fazer uso do t tulo de uma vers o anterior quando autorizado pelo editor original da vers o B Fazer constar na P gina do T tulo como autores uma ou mais pessoas ou en
258. ertization since it is non rivalrous in supply The same knowledge can be endlessly recycled to many generations of consumers each generation having to pay for its use Tradu o livre O conhecimento um exemplo da caracter stica da n o rivalidade no consumo O meu uso do m todo de respira o boca boca n o consome o conhecimento ele permanece dispon vel para outros dele fazerem uso Do ponto de vista do lucro individual o conhecimento o objeto ideal para a apropria o vez que uma fonte n o rival O mesmo conhecimento pode ser eternamente reciclado para muitas gera es de consumidores cada uma delas devendo pagar pelo seu uso In DraHos Peter e BrarrHwarre John nota 4 pp 215 e 216 38 Note se que a express o original Literal Patent tinha justamente o significado de uma carta aberta ao conhecimento de todos 39 Considerando aqui que o uso privado individual do conhecimento por sua pequena dimens o n o interessa ao direito 40 Exemplo de restri es ao seu uso absoluto podem ser encontrados no cap tulo V do T tulo II do Livro III do C digo Civil referente aos direitos de vizinhan a 41 C digo de Propriedade Industrial Art 68 O titular ficar sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva ou por meio dela praticar abuso de poder econ mico comprovado nos termos da lei por decis o administrativa ou judicial 24 Assim diversam
259. es espec ficas de cada empresa In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 115 235 Com os sistemas livres o usu rio pode escolher o que precisa e o que deseja instalar nos seus equipamentos personalizando um sistema mais pesado caso disponha de mem ria suficiente para garantir um bom desempenho ou de um sistema mais leve caso tenha pouca mem ria em seus equipamentos In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 130 236 Complete system sources will be available to everyone As a result a user who needs changes in the system will always be free to make them himself or hire any available programmer or company to make them for him Users will no longer be at the mercy of one programmer or company which owns the sources and is in sole position to make changes Tradu o livre Os c digos fontes completos de sistemas estar o dispon veis para todos Como consegi ncia um usu rio que precisar impor mudan as em seu sistema pessoal estar sempre livre para faz lo ele mesmo ou ent o contratar qualquer programador ou companhia dispostos a faz lo O usu rios n o mais estar o merc de um nico programador ou companhia que det m o c digo fonte e encontrasse isolada em sua capacidade de realizar modifica es no software In STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 34 96 meus pares temos a capacidade de resolver nossos problemas com software para isto dependemos da ajuda da empre
260. es Ridicules caiu nas m os dos editores Moli re protestou uma coisa estranha que algu m publique outro contrariamente sua vontade Ainda assim n o pude evit lo e sofri a desventura de ter uma c pia surrupiada do meu quarto a qual caiu nas m os dos vendedores de livros os quais surpreendentemente obtiveram o privil gio de public la In op cit nota 63 p 218 69 John Locke tornou se especialmente conhecido por sua a o direta influenciando a opini o p blica no sentido de proteger os interesses dos escritores In Davies William e WrrHers Kay op cit nota 27 p 13 70 A t tulo de exemplo cite se o autor O Sanriaco que diz N o se repetiriam mais para o futuro pelo menos por falta de prote o te rica da lei os espet culos desoladores da filha de Strauss morrendo de fome na mesma ocasi o em que uma opereta paterna rendia milh es aos empres rios nem dos filhos de Milliet assistindo esfarrapados a disputa em leil o das obras do pai vendidas por esta negociantes de arte In op cit nota 60 p 15 32 ent o uma motiva o de realiza o pessoal art stica fato que impediu que tomassem consci ncia das mudan as que se iniciavam com o surgimento da prensa m vel na Europa Desta forma os autores n o estiveram desde o in cio ligados aos privil gios que se concediam sobre as suas obras mesmo porque muitos deles j estavam mortos quando estes privil gios foram concedidos
261. esenvolvimento de software o empresarial legal e o cooperativo O primeiro modelo como j discutido privilegia a forma o de empresas monopolistas que dominam o mercado de software vez que h a necessidade de um padr o mercadol gico que torne vi vel a comunica o entre as mais diversas plataformas e m quinas bem como permita a circula o das informa es produzidas em um determinado ambiente Talvez seja exagero dizer que este modelo cria a pobreza mas certamente ele a alimenta e sustenta tamb m uma marginaliza o social exclus o digital que tamb m j foi analisada no cap tulo anterior O segundo modelo por sua vez propicia que um n mero ilimitado de pessoas atuem no mercado de software seja em seu desenvolvimento venda aloca o de servi os treinamento de pessoal assist ncia t cnica e etc N o soluciona os problemas de pobreza e marginaliza o sociais mas certamente n o os incentiva e nem restringe artificialmente os exclu dos de acessarem as informa es ou atuarem economicamente dentro da sociedade A forma o destes monop lios portanto encontra se diametralmente oposta a um dos objetivos fundamentais do nosso Estado qual seja o da redu o das desigualdades sociais estipulado no inciso II do artigo 3 da Constitui o Federal Em verdade a perman ncia destes direitos que tem o cond o de justamente inibir a concretiza o destes objetivos 5 1 3 Acesso INFORMA O AO CONHECI
262. espacial mas os produtos que consomem a posi o econ mica em que se encontram dentro da sociedade compreendida de uma forma global Este novo momento entretanto herda dos dois primeiros uma estrutura de organiza o a 188 hierarquia Diferentemente do mundo tribal onde os chefes eram dispostos de acordo com a rela o mais pr xima com o ancestral comum em contraposi o a todos os demais a ele submissos bem como do mundo sedent rio onde diferentes escalas hier rquicas foram desenvolvidas mas os postos eram transmitidos de acordo com crit rios sangi neos o mundo das mercadorias encontra se dividido segundo as compet ncias individuais Todavia estas compet ncias s o centralmente estabelecidas por um chefe ou um grupo de l deres e de acordo com suas capacidades para organizar suas empresas que tornam se mais ou menos eficientes em suas atividades A habilidade o crit rio de sele o apenas no topo da escala hier rquica o que assegurado pela concorr ncia mas os demais postos hier rquicos s o distribu dos de acordo com crit rios subjetivos daqueles que ocupam o topo A explora o competitiva das habilidades de produ o cataliza exponencialmente as capacidades produtivas da sociedade ao mesmo tempo que torna poss veis e desej veis as atividades de cria o e inova o N o apenas os indiv duos disp em agora do tempo necess rio para repensar as solu es j estabelecidas coletivamente como a pr pr
263. esse nascido no Egito Antigo teria assim mesmo um dia observado o estado das coisas ao seu redor e pensado a sua teoria Isso acontece porque a f sica assim como o software conhecimento e todo conhecimento humano cresce exponencialmente quando tem por correlato um processo de comunica o verbal Esta a diferen a b sica entre o conhecimento humano e o conhecimento animal a comunica o Se cada ser humano precisasse ao longo de sua vida desenvolver sozinho todos os seus conhecimentos ou dependesse t o somente de um processo de comunica o de conhecimentos n o verbal os humanos seriam semelhantes aos animais Isso porque nenhum indiv duo capaz de sozinho ao longo de sua vida desenvolver todas as id ias necess rias a qualquer grande desenvolvimento poss vel que algu m sozinho pense o conceito de uma roda e a construa mas n o poss vel que algu m sozinho pense todas as id ias necess rias ao conceito de um software e desenvolva o sozinho para isso precisaria descobrir at mesmo a energia el trica Isto somente seria poss vel se um indiv duo vivesse mil nios aos inv s de d cadas Por sorte o ser humano capaz de comunicar se verbalmente com seus pares e de fixar suas id ias em objetos exteriores que a ele sobreviver o Tamb m por sorte os indiv duos continuam sempre nascendo o que torna a sociedade mais longeva do que o indiv duo e faz com que aquele seu conhecimento comunicado sociedade n
264. estavam prejudicando a sociedade e se compunham vers es pr prias das composi es de terceiros estes terceiros ao inv s de sentirem a devida lisonja de ter suas obras popularizadas e reinterpretadas sentiam se agredidos em seus direitos sobre a composi o Se seus computadores quebrassem e eles desmontando os conseguissem solucionar o problema n o haveria qualquer mal situa o muito diferente se tentassem solucionar por si mesmos algum bug do software utilizado em seus computadores Por mais que se tente reprimi las contudo estas condutas n o deixam de ser cada vez mais praticadas por um n mero sempre crescente de usu rios Isto acontece pois a sociedade a cada dia vem se conscientizando da chance nica que atualmente tem de conhecer se e inventar se sem a presen a de intermedi rios de auxiliadores N o existe mais sentido em uma divis o estrita entre produtores de conhecimento e consumidores dele Cada um dos receptores do conhecimento ao mesmo tempo uma nova fonte a um n mero sempre indeterminado de novos receptores que tamb m a ele ser o produtores e difusores Os m sicos n o necessitam das gravadoras para divulgarem seu trabalho basta acessarem o MySpace para conseguirem divulgar seu trabalho a um sem n mero de ouvintes podem ainda distribuir suas m sicas atrav s de softwares livres como o Emule ou o BitTorrent que exploram ao m ximo o potencial f sico de transmiss o de dados pela rede Os ouvintes
265. etamente desnecess rio desde que o processo ou a id ia fosse til A partir desta decis o n o houve mais como negar a coexist ncia das patentes ao lado dos direitos autorais enquanto regimes de prote o legal aos interesses dos mercadores de software Na Europa a hist ria da prote o legal dos interesses dos comerciantes de software por meio do regime das patentes seguiu um curso muito semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos O artigo 52 2 c da Conven o de Munique expressamente dizia que o programa de computador n o pode ser considerado inven o ao que se implica que ele n o patente vel Essa regra entretanto foi suavizada por tribunais que entendiam que inven es das quais faziam parte programas de computador poderiam e 157 ser patenteadas n o obstante a presen a de tais programas Com essa mudan a de posicionamento de suas cortes os Estados Unidos passaram tamb m a defender no mbito internacional que os pa ses retirassem de seus ordenamentos jur dicos internos as Eae x 158 restri es concess o de patentes de inven o aos softwares 153 In Conen Julie e LemLey Mark op cit nota 148 p 10 154 Durante o per odo de 12 anos entre a data da constitui o da Federal Circuit Court of Appeals que substituiu a CCPA em outubro de 1982 e abril de 1994 o tribunal decidiu apenas tr s casos relativos concess o de patentes para em 1994 Contudo apenas
266. eu artigo 7 inciso XII que os programas de computador s o objeto da prote o autoral desta lei 194 N o se aplicam ao programa de computador as disposi es relativas aos direitos morais ressalvado a qualquer tempo o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor se a altera es n o autorizadas quando estas impliquem deforma o mutila o ou outra modifica o do programa de 74 Importante ressaltar que o nosso ordenamento p trio expressamente veda a concess o de patentes em mat ria de software o que o faz segundo o disposto no inciso V do artigo 10 do C digo da Propriedade Industrial O mesmo n o pode ser dito quanto ao segredo de com rcio Apesar de a lei ter disposto positivamente quanto a prote o autoral do software o fato de ter se mantido silente quanto possibilidade de prote o por meio do segredo industrial aliado s medidas DRM e ao Treacherous Computing torna poss vel que a prote o dentro do territ rio nacional se d atrav s delas Isto se torna mais preocupante na medida em que estas medidas s o usualmente utilizadas apenas pelas grandes ind strias de software e entretenimento mundiais portanto empresas estrangeiras e adentram nosso pa s tornando se normas h tero impostas aos cidad os brasileiros muitas vezes aceitas aqui apenas por serem pr ticas usuais fora E que n o haja engano quanto natureza destas normas pois ape
267. eve ser combatida e eliminada a todo o custo Jamais ser poss vel uma comunidade completamente livre enquanto persistirem softwares provenientes deste modelo de desenvolvimento Os defensores do software com c digo fonte aberto por sua vez entendem que o software propriet rio apenas um meio ineficaz de alcan ar os objetivos comuns a todos Sendo assim tolera se o software de c digo fonte fechado do mesmo modo que se toleraria um fusca trafegando na rua O software propriet rio imperfeito mas n o uma amea a Os desenvolvedores de software com c digo fonte aberto n o v em qualquer problema em trabalhar conjuntamente com os monopolistas nem M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 56 369 Segundo a descri o encontrada no pr prio site da Open Source Initiative Open source is a development method for software that harnesses the power of distributed peer review and transparency of process The promise of open source is better quality higher reliability more flexibility lower cost and an end to predatory vendor lock in Tradu o livre Open Souce um m todo de desenvolvimento de software que controla o poder de revis o distribu do entre os pares e a transpar ncia do processo A promessa do open source uma qualidade superior maior confiabilidade mais flexibilidade menor custo e o fim das pr ticas predat rias de enclausuramento dos distribuidores In http www opensource org 370
268. faz lo Isto o que se chama de Trusted Computing apelidada por R Starman de Treacherous Computing In Starman Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 115 e ss 189 Observe se que no Brasil os direitos de autoria sobre um determinado software surgem independentemente da vontade da vontade de seu desenvolvedor j que a Lei do Software em seu artigo 2 par grafo 3 determinou que a prote o autoral prevista na lei independe de registro e sua vig ncia ter como marco inicial a data de sua publica o ou na aus ncia desta da cria o par grafo 2 190 Lei do Software Art 4 Salvo estipula o em contr rio pertencer o exclusivamente ao empregador contratante de servi os ou rg o p blico os direitos relativos ao programa de computador desenvolvido e elaborado durante a vig ncia de contrato ou de v nculo estatut rio expressamente destinado pesquisa e desenvolvimento ou em que a atividade do empregado contratado de servi o ou servidor seja prevista ou ainda que decorra da pr pria natureza dos encargos concernentes a esses v nculos verdade que a lei ainda prev uma ressalva no par grafo 2 do mesmo artigo onde disp e que pertencer o com exclusividade ao empregado contratado de servi o ou servidor os direitos concernentes a programa de computador gerado sem rela o com o contrato de trabalho presta o de servi os ou v nculo estatut rio e sem a
269. faz com que acalmem se os seus sentimentos de agressividade e rebeldia social sentido se o individuo parcamente realizado dentro do papel social que encontrou um papel que pode at mesmo ser admirado no ambiente em que vive Mais ainda deve se notar que estes consumidores de produtos piratas n o consumiriam os produtos originais ao pre o que s o vendidos caso fossem os nicos dispon veis no mercado o que tamb m n o segredo nenhum a qualquer empres rio Sendo assim n o h de fato qualquer perda em vendas os monopolistas do conhecimento lucram justamente a partir do abastecimento insuficiente do 140 mercado e sabem que aquelas pessoas n o comprariam os produtos originais elas nem sequer s o o p blico alvo destas mercadorias mas em contrapartida existe um importante meio de controle e manuten o do sistema Outra facilidade proporcionada aos empres rios pela pirataria especialmente evidente no quando o conhecimento de que se trata o software consiste na difus o de seu produto no mercado em larga escala Como j se falou acima muito importante a um software a sua compatibilidade com outros softwares e arquiteturas de hardware de forma que a tend ncia que sempre exista um ou dois softwares padr o no mercado global o que um requisito b sico ao tr nsito de informa es A plataforma que adquirir o status de padr o de mercado ser aquela privilegiada em quest o de compatibilidade quando do
270. g copyright like entitlements to protect the return on investiments that publishers made in introducing wordks into the book trade The practical reason they did not it is submitted was that any pirate would have had to pay as much as other publishers to buy and mantain skilled slaves to recopy texts marketed in this trade A doutrina legal tornou se crescentemente sofisticada no Imp rio Romano de forma que n o haviam grandes obst culos te ricos a que os romanos institu ssem t tulos semelhantes aos direitos autorais para proteger retorno dos investimentos realizados pelos editores para inserir novos livros no mercado A raz o pr tica por que eles n o o fizeram encontra se impl cita consistia no fato de que qualquer pirata haveria de pagar tanto quanto o editor para comprar e manter escravos habilidosos para copiarem os textos comercializados neste mercado In Copyright History and Future What s culture got to do with it in Journal Copyright society of the USA 2000 pp 213 e 214 Assim para o autor a pirataria quem justifica a concess o de exclusividade econ mica de modo que apenas quanto aquela se apresenta lucrativa que a exclusividade tem raz o de existir Este argumento torna se interessant ssimo se encararmos os editores atuais como detentores indiretos dos direitos autorais uma vez que eles possuir o o monop lio econ mico sobre determinada obra sem que exista em contrapartida uma pirataria lucrativa vez que um edit
271. g vel por 3 tr s per odos sucessivos de 5 cinco anos cada Art 133 O registro da marca vigorar pelo prazo de 10 dez anos contados da data da concess o do registro prorrog vel por per odos iguais e sucessivos 20 mais poder fazer parte do rol de direitos de qualquer sujeito e esta morte vem prevista na pr pria lei Mais ainda excetuando se a propriedade sobre marcas nem o titular do direito de propriedade industrial nem seus sucessores podem realizar quaisquer atos para a manuten o de seus direitos em completa oposi o ao que ocorre com a propriedade tradicional que se perpetua indiferente aos atos do seu titular Como j dito enquanto existir a coisa existir o direito de propriedade sobre ela No cap tulo 4 1 3 2 discute se o motivo por que existe esta limita o temporal aos direitos de propriedade intelectual Lei de Direitos Autorais Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998 Art 41 Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de lo de janeiro do ano subsegiiente ao de seu falecimento obedecida a ordem sucess ria da lei civil Lei do Software Lei 9609 de 19 de fevereiro de 1998 Art 20 par grafo 20 Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de cingiienta anos contados a partir de 10 de janeiro do ano subsegiiente ao da sua publica o ou na aus ncia desta da sua cria o Como se percebe o nico dos direitos d
272. ght alcan ado seu auge no final do s culo XX com a prolifera o dos meios de telecomunica o os quais fizeram com que cultura informa o e conhecimento fossem transformados em novos bens de consumo ir nico constatar que o pr prio avan o tecnol gico destes mesmos meios de comunica o com destaque para a internet quem lan a d vida a respeito da perman ncia da necessidade dele copyright enquanto um incentivo produ o de ativos intelectuais no seio da sociedade Neste ponto estar focado o presente estudo a partir deste momento na an lise cr tica do modelo que herdamos de nossos ancestrais para a constru o do modelo timo s necessidades e peculiaridades atuais da civiliza o global do novo mil nio especificamente em sua aplica o prote o jur dica do software O direito cumpre um papel de regula o da sociedade e portanto deve estar sempre atento s mudan as estruturais que nela ocorrem para a elas adaptar se mas n o somente isto O direito tamb m cumpre um papel criador dentro da sociedade raz o pela qual deve se estar sempre atento ao que se partir de conhecimentos que j existiam em sua comunidade e que o indiv duo adquire do meio em que vive Portanto n o passa de fal cia a tentativa de se imaginar uma cria o individual qual uma nica pessoa tem direitos j que aquela pessoa jamais teria criado se anteriormente n o tivesse obtido acesso e feito uso dos conheciment
273. gmas de desenvolvimento de software com engessamento das tecnologias criadas O Open Source Movement foi uma dissid ncia daquele primeiro movimento rompendo com a tica da liberdade e abra ando a causa econ mica o que lhes permitiu um contato direto com as empresas Os dois movimentos contudo produzem um modelo muito semelhante de software por isso nada impede que ambos trabalhem conjuntamente o software livre at mesmo deve muito de sua recente popularidade ao software de c digo fonte aberto que atraiu in meras empresas a este novo mercado Contudo n o se pode esquecer que a ideologia a base maior do movimento livre Ainda que o modelo fosse economicamente ineficiente a defesa do software persistiria com base em premissas ticas de respeito s liberdades sociais Neste sentido a escolha pelo termo software livre feita de modo consciente e para que se chame aten o para o foco correto do movimento A liberdade o objetivo e o c digo fonte aberto um dos meios de alcan lo n o se pode mistur los como se fossem intercambi veis 372 They figured that by keeping quiet about ethics and freedom and talking only about the immediate practical benefits of certain free software they might be able to sell the software more effectively to certain users especially business Tradu o livre Eles perceberam que permanecendo silentes a respeito da tica e da liberdade falando somente a respeito dos ganh
274. he software code context is that it only protects against activities related to unauthorized reproductions of a protected work It does not prevent independent reinvention of a work nor does it prohibit the creation of a product that functions similarly to the original but uses a different literal expression Tradu o livre Uma das limita es do direito autoral particularmente no contexto do c digo de software que ele apenas co be atividades relacionadas reprodu o n o autorizada de uma obra protegida Ele n o impede a reinven o independente de uma obra nem pro be a cria o de um produto que tenha fun es semelhantes mas utilize uma express o literal diferenciada In Lipron Jacqueline D IP s Problem Child Shifting the Paradigms for Software Protection in Hastings Law Journal Fall 2006 p 10 acess vel gratuitamente pelo site http papers ssrn com sol3 papers cfm abstract_id 901604 145 Lei de Direitos Autorais Artigo 8 N o s o objetos de prote o como direitos autorais de que trata esta lei Inciso I As id ias os procedimentos normativos sistemas m todos projetos ou conceitos matem ticos como tais WIPO Copyright Treaty Article 2 Scope of Copyrght Protection Copyright protection extends to expressions and not to ideas procedures methods of operation or mathematical concepts as such Tradu o livre Artigo 2 Escopo de Prote o Autoral A prote o por direitos autorai
275. her implication that these Warranty Disclaimers may have is void and has no effect on the meaning of this License 2 VERBATIM COPYING You may copy and distribute the Document in any medium either commercially or noncommercially provided that this License the copyright notices and the license notice saying this reproduced in all copies and that you add no License applies to the Document are other conditions whatsoever to those of this License You may not use technical measures to obstruct or control the reading or further copying of the copies you make or distribute However you may accept compensation in exchange for copies If you distribute a large enough number of 238 como tal a P gina do T tulo significa o texto com aspecto mais pr ximo ao t tulo da obra anterior ao come o do texto de corpo Uma se o Intitulada XYZ significa uma subunidade do Documento cujo t tulo ou exatamente XYZ ou cont m XYZ entre par nteses em seguida do texto que traduz XYZ em outro idioma Aqui XYZ representa do nome de uma se o espec fica citada abaixo tais como Agradecimentos Dedicat ria Apoio ou Hist rico Para Preservar o T tulo de tais se es quando o Licenciado alterar o Documento significa que ele permanecer uma se o Intitulada XYZ de acordo com esta defini o O Documento pode conter Cl usulas de Isen o de Responsabilidade em seguida ao aviso q
276. hor lhe aprouver desde que n o utilize o computador para executar as instru es do suporte f sico e nem o este para instruir uma m quina capaz de computar dados A incoer ncia gritante O propriet rio perde a faculdade de usar seus bens para sua finalidade mais essencial para que serve um computador sen o para processar dados ou um suporte f sico de software sen o para de instruir uma m quina de computar dados para que serve um livro que n o se pode ler ou o dinheiro que nada compra 228 Um livro que n o se pode ler ainda poderia servir de peso de papel de combust vel para fogueira ou de XX mas in meros outros objetos serviriam para as mesmas fun es o que tornaria o livro t o fung vel quanto uma pedra O mesmo vale para o suporte f sico que cont m um software Se n o se puder execut lo em um computador ele tem tanta serventia quanto um caco de vidro 229 Ainda poss vel imaginar se um cr tica no sentido de que esta limita o aos direitos de propriedade ordin ria nada tem de extraordin rio haja visto que a propriedade em nosso ordenamento jur dico n o mais uma propriedade absoluta mas deve obedecer a sua fun o social Constitui o Federal de 1988 artigo 5 inciso XXII Esta cr tica entretanto parece ser insustent vel vez que justamente a fun o social da propriedade que se est a desrespeitar j que concede se a propriedade mas ela in til como conceder se um latif ndio a um fa
277. ia sem ela todo o sistema correria um grande risco de erodir o que n o segredo queles que dele se beneficiam A pirataria mais beneficia os empres rios do conhecimento do que lhes prejudica e este benef cio ainda m ltiplo Em primeiro lugar a pirataria proporciona aos exclu dos do conhecimento um acesso prec rio ao mesmo que lhes reduz a indisposi o contra aqueles que os excluem Assim apesar de n o poderem ir ao cinema ou comprar um DVD original os exclu dos podem comprar alguns poucos DVD s pirateados e desta forma sentir um prazer duplo 1 o intelectual de di logo cultural do qual usualmente encontram se despidos e 11 o da vingan a contra os seus opressores a qual se perfaz pela id ia m gica de que est o se rebelando contra a opress o e causando preju zos aos seus opressores o que lhes confirmado diariamente no notici rio Enfraquece se ent o o seu sentimento de revolta social que poderia ser politicamente utilizado em a es eficazes de rebeli o ou ao menos resultar em questionamentos mais s rios ao sistema os quais poderiam colocar em xeque o poder econ mico exercido por aquela minoria 2 Pq Este mesmo racioc nio v lido para os pirateadores Os seus lucros s o ninharia quando confrontados com aqueles dos monopolistas j que existe concorr ncia entre piratas mas a exist ncia desta chance de lucro a qual ainda demonstra o de certa revolta contra sua situa o de mis ria
278. ia sociedade passa a encarar esta atividade como primordial ao seu crescimento sendo pois premiada socialmente atrav s de melhores rendimentos bem como por meio do reconhecimento pessoal individual As grandes fortunas j n o mais se encontram diretamente relacionadas propriedade imobili ria ou extens o territorial dos pa ses mas sua efici ncia inovativa A pluralidade de especialidades dentro de um mesmo grupo social iniciada no territ rio atinge no mundo das mercadorias um novo patamar Se a sociedade tribal caracterizada por um conhecimento coletivo sim trico em todos os seus elementos e a territorial por uma diferencia o de especialidades todavia unific vel por qualquer interessado na mercadol gica a pulveriza o de conhecimentos t o agigantada que imposs vel que um nico indiv duo ao longo de sua exist ncia adquira todos os conhecimentos existentes na sociedade em que vive mesmo porque a agilidade com que o conhecimento se transforma o tornaria altamente defasado dentro de um curto lapso temporal Assim as pessoas passam a ter conhecimentos altamente especializados em um nico ramo do saber em contraposi o a uma vaga id ia gen rica de todos os demais saberes existentes Toda esta evolu o das sociedades que aqui vem sendo apresentada n o se pretende hist rica 189 visto que seria ingenuidade acreditar poder se resumir em t o curtas palavras todo um desenvolvimento que custou mil n
279. ial de software todas as informa es a seu respeito s o detidas em car ter monopol stico por um nico desenvolvedor que tamb m o nico legitimado a aprimorar o software inicial todas as modifica es realizadas no 349 Nesse dom nio de fato as escolhas aparentemente mais t cnicas t m e ter o s lidas incid ncias pol ticas econ micas e culturais In L vy Pierre op cit nota 233 p 110 156 software inicial devem necessariamente ser por ele introduzidas Disso decorrem alguns efeitos O primeiro deles que al m da limita o temporal e econ mica existe portanto neste sistema uma limita o no n mero de pessoas habilitadas a trabalhar com o software e nele inserir novos c digos com vistas a aperfei o lo Sendo assim quando comparado ao desenvolvimento cooperativo o sistema empresarial encontra de plano uma dr stica limita o j que aquele outorga a um sem n mero de indiv duos a faculdade de aprimorar e modificar o software Imediatamente percebe se que ainda que os habilitados sejam muito competentes seus c rebros e tempo s o muito limitados quando comparados a um n mero indeterminado de programadores espalhados pelo globo de forma que limitadas ser o as suas possibilidades de trabalhar com o software Toda modifica o necessariamente levar um tempo maior de testes e c lculos para cada um dos novos passos imaginados como poss veis solu es Note se contudo que apen
280. iberdades coletivas de acesso ao conhecimento e cultura mas estas liberdades est o fundadas na tica do est mulo s pr ticas solid rias dentro da sociedade do compartilhamento da coopera o em busca de benef cios m tuos e tamb m no respeito dignidade intelectual de cada um na permiss o coletiva ao melhor desenvolvimento individual poss vel Estes princ pios encontram se na base do movimento pois o desenvolvimento de software n o pode ser conseguido quando se trabalha isoladamente somente em conjunto Portanto quanto mais pessoas puderem acessar o conhecimento que desenvolvido quanto mais dentre elas o fizerem movidas por uma curiosidade intelectual incessante melhores ser o os retornos globais sigo E GE a i 415 a Todas estas id ias sugerem um idealismo ut pico por detr s de todo o movimento ainda mais a mentes viciadas ao racioc nio dos lucros crescentes a qualquer custo t pico de um capitalismo predat rio Entretanto a ideologia livre n o contradiz as premissas capitalistas ela se prop e justamente a otimiz las o que feito sem romper com as preocupa es ticas O movimento livre n o visa o fim da competi o busca justamente torn la mais eficaz eliminando as barreiras monopolistas constru das para a manuten o artificial do poder quer criar as condi es necess rias para que esta competi o seja realizada atrav s da supera o individual n o de boicotes e press
281. icas do mundo a partir da explora o deste novo mundo de comunica es Demorou entretanto para que a sociedade se desse conta da principal mudan a possibilitada pela internet pela primeira vez na hist ria Come ou com as salas de bate papo seguidas pelos mensageiros instant neos ICQ MSN ao que se somaram os primeiros programas de compartilhamento de dados Napster Morpheus Mesmo com estas mudan as contudo poucos eram os que percebiam as suas reais implica es Grande parte das pessoas ainda guardava um certo preconceito ou receio contra estas novas tecnologias Os usu rios eram tidos como nerds ou geeks em um sentido pejorativo destes termos Havia at mesmo aqueles que propagavam discursos a respeito dos males sociais que estas tecnologias continham dizendo serem elas formas de isolamento barreiras ao conv vio social alienantes em sua ess ncia e acima de tudo viciantes N o era incomum pais incomodados com o tempo excessivo que seus filhos passavam brincando com aquelas m quinas Para aqueles que tinham crescido e amadurecido no mundo antigo era muito dif cil desprenderse dos seus patamares seguros para aventurar se neste novo mundo Aos poucos a sociedade foi se conscientizando A internet ao contr rio do que muitos temiam e diziam aproximava as pessoas n o afastava O di logo cultural que durante toda a hist ria da humanidade fora espacialmente restrito e recentemente havia sido globalizado ape
282. icenciado optar pela ltima dever tomar os cuidados razoavelmente prudentes quando do in cio da distribui o de c pias Opacas em larga escala a assegurar que esta c pia Transparente permane a acess vel na localiza o disposta por pelo menos um ano ap s a distribui o da ltima dentre as c pias Opacas feita de forma direta ou indireta por agentes ou distribuidores daquela edi o ao p blico solicitado mas n o exigido que o Licenciado contate os autores do Documento antes de redistribu rem c pias em larga escala de forma a dar lhes chance de fornecer ao Licenciado uma c pia atualizada do Documento 4 ALTERA ES O Licenciado pode reproduzir e distribuir uma Vers o Alterada do Documento sob os termos e condi es das se es 2 e 3 acima desde que distribua sob esta exata Licen a com a Vers o Alterada em lugar do Documento de forma a licenciar a distribui o e altera o da Vers o Alterada a qualquer um que possua uma c pia dela Dever ainda na Vers o Alterada cumprir as seguintes condi es A Fazer uso na P gina do T tulo e nas capas quando houver um t tulo distinto daquele do Documento e daqueles de vers es anteriores os quais dever o se houver ser listados na se o de Hist rico do Documento O Licenciado poder title as a previous version if the original publisher of that version gives permission B List on the Title Page as authors one or more p
283. icenses terminated so long as such parties 246 8 TRADU O A tradu o considerada uma esp cie de altera o de modo que l cito ao Licenciado distribuir c pias do Documento sob os termos da se o 4 Para substituir as Se es Inalter veis por PA suas tradu es necess ria a obten o de autoriza o especial dos detentores de direitos autorais por m facultada a inclus o de tradu es das Se es Inalter veis quando associadas s vers es originais destas se es O Licenciado poder incluir uma tradu o desta Licen a e de todos os avisos de licen a no Documento bem Cl usulas de Responsabilidade desde que tamb m inclua a como quaisquer Isen o de ver o original no idioma Ingl s juntamente com as vers es originais dos avisos de licen a e isen o de responsabilidade Havendo quaisquer conflitos entre a tradu o e sua vers o original ou de de original dever um aviso ou cl usula isen o responsabilidade a vers o prevalecer sobre a tradu o Se uma se o do Documento for intitulada Agradecimento Dedicat ria ou Hist rico a exig ncia se o 4 de Preservar seu T tulo se o 1 exigir uma mudan a em seu t tulo real 9 EXTINS O O Licenciado n o poder reproduzir alterar sublicenciar ou distribuir o Documento exceto segundos os termos e condi es desta Licen a Quaisquer outras formas s o consideradas il citas
284. idades pensamentos e viv ncias inseriu lhes uma cultura comum propiciando um desenvolvimento individual do qual anteriormente encontravam se despidos todos estes novos inclu dos exerciam apenas o papel passivo na rela o de 174 comunica o social e cultural Com este aumento de participa o elevou se tamb m a incoer ncia da presen a de privil gios intelectuais dentro de uma sociedade onde cada vez mais a informa o mostrava sua faceta de mecanismo de poder Aqueles que detinham os meios de divulgar e fazer uso das informa es exerciam um crescente poder de manipula o e controle social Neste sentido era incompat vel com os ideais democr ticos a perman ncia destas restri es ao uso do conhecimento Contudo as leis de propriedade intelectual ainda permaneciam como uma ferramenta de regula o interna daqueles que tinham os meios econ micos de participar do p lo ativo do processo de comunica o social tendo somente efeitos indiretos pela eleva o artificial do custo de acesso ao conhecimento sobre o n mero de participantes do p lo passivo desta rela o No final do s culo passado contudo esta mudan a iniciada no p s guerra realizou um salto qualitativo As tecnologias de tratamento digital da informa o disseminaram se em car ter quase que pand mico por todo o mundo e em um curto lapso temporal um n mero muito elevado de pessoas entrou em contato ntimo com ferramentas tecnol gicas important ssi
285. igantada em nossa sociedade Por ora conclui se este subcap tulo apenas com a observa o que adiante ser retomada de que se a restri o s demais liberdades atravanca e impede o conhecimento em uma de suas reas espec ficas o software a restri o a esta primeira liberdade dotada do potencial de criar um bloqueio econ mico ao acesso a todas as formas de conhecimento vez que as tecnologias de tratamento digital da informa o t m se tornado cada vez mais a regra e n o fazer uso indevido de dons messi nicos imaginar que em breve chegar o tempo em que esta forma de tratamento ser a nica existente em nossa sociedade Note se que esta quest o duplamente importante para um pa s como Brasil vez que agrava a situa o de marginaliza o econ mica de camadas da popula o ao ampliar se a sua j existente exclus o do conhecimento bem como torna toda a na o exclu da em rela o aos pa ses desenvolvidos que t m maior e mais avan ada produ o cultural e uma popula o com meios econ micos de acess la ainda quando monopolizada 4 1 2 2 A LIBERDADE DE ALTERAR Antes de qualquer considera o a respeito desta e das demais liberdades de que tratar este estudo nas pr ximas p ginas imperativo que fique clara a imprescindibilidade de que o software seja distribu do com seu c digo fonte aberto n o apenas por meio de arquivos execut veis para que as tr s liberdades a seguir sejam empiric
286. iki Hacker culture e http en wikipedia org wiki Hacker definition controversy Ver ainda o cap tulo do presente estudo 4 1 3 6 51 Dificultou se portanto tremendamente o trabalho daquele que realmente se interessasse em conhecer o funcionamento da m quina que possu a em sua casa para n o se mencionar o esfor o exigido se este procurasse realizar adapta es no software que viessem de encontro com as suas necessidades particulares O que no fim das contas ainda poderia resultar em il cito tanto civil como penal vez que a lei amparava a pretens o das empresas de software de terem os seus programas protegidos contra qualquer altera o feita por terceiros Os hackers todavia por motivos tanto ideol gicos como pr ticos n o cederam nova cultura Mais ainda passaram a lhe fazer frente e criaram uma subcultura volunt ria com o objetivo de rever os paradigmas desta que se assentou em nossa sociedade contempor nea V rias propostas surgiram tais como a Free Software Foundation maior expoente do movimento pelo Software Livre o GNU Project n 122 o movimento Open Source e recentemente o Creative Commons Para defender os interesses das empresas de desenvolvimento de software diversas propostas surgiram na doutrina tendo de certa forma prevalecido a do copyright no Brasil os direitos autorais mas outras propostas j foram feitas e o que ser estudado em detalhe no subcap tulo a seguir 3 3 No Munno
287. ileiro qual seja o de possibilitar a todos os cidad os o amplo acesso cultura N o resta portanto qualquer d vida sobre a import ncia com que a Constitui o Federal 407 Constitui o Federal artigo 150 inciso VI al nea d 202 percebe tais direitos de livre acesso ao saber Como analisado no cap tulo 4 a proposta do software livre justamente uma rea o restri o das liberdades sociais de conhecer e estudar os softwares que se encontram protegidos por privil gios monopolistas e s o distribu dos apenas em seu c digo objeto na forma de programas execut veis incompreens veis aos olhos humanos N o sendo este modo de distribui o fisicamente necess rio o arquivo execut vel apenas uma das muitas formas de se compartilhar um software e n o sendo tamb m o monop lio o nico meio poss vel de remunerar o trabalho desempenhado pelos desenvolvedores de software como j dito este sistema torna se altamente contest vel sob o ponto de vista do acesso ao conhecimento e consequentemente do est mulo ao desenvolvimento de tecnologia nacional Ora o software propriet rio por ser distribu do somente em seu c digo objeto impede o acesso dos programadores informa o nele contida Sem esta informa o n o h como averiguar com precis o quais s o as tarefas que o software direciona o computador a operar O computador pessoal torna se um judici rio kafkiano cujos processos s o inexcrut
288. ilesa s mudan as dentro do sistema capitalista como foram implementadas mudan as que a fortaleceram ainda que fosse diametralmente contr ria aos princ pios entendidos como fundamentais ao bom funcionamento da economia de mercado Ou seja n o apenas o Estado permaneceu silente quanto as mazelas produzidas pelo sistema de monop lio do conhecimento como trabalhou no sentido de fortalecer tais direitos o que um verdadeiro contra senso O paradigma fundamental do software livre tem a ver com uma reforma tica e social do modelo de produ o capitalista e da organiza o social como um todo O foco passa a ser a coopera o n o a competi o Permanece a concorr ncia a livre iniciativa mas os competidores a iniciativa privada n o mais devem ser pensados como guerreiros em um campo de batalha onde sobrevivem apenas os mais aptos quaisquer que sejam suas armas A competi o uma ferramenta ao bem maior da constru o social cujos princ pios basilares s o a colabora o e coopera o social O bem comum que deve receber a primazia as situa es jamais devem ser analisadas somente atrav s de uma tica individual A competi o sem regras e focada no individualismo leva a distor es sist micas cujo grande exemplo a outorga estatal de monop lios privados A proposta do software livre destarte n o tem qualquer rela o com uma sociedade ideal muito distante do modelo que atualmente conhecemos Longe de ser
289. impedimento criado a longo prazo pela ado o destas medidas consiste em tornar imposs vel o acesso a determinadas informa es e softwares sem a posse das chaves ou senhas Assim gera es futuras que desejarem acessar documentos hoje produzidos com o intuito de investigar nossa cultura e hist ria ser o impedidas de faz lo pela prov vel impossibilidade de encontrar se algu m que ainda detenha as chaves necess rias ao acesso aquela informa o e ainda que fosse encontrada o acesso seria restrito aos moldes determinados pelo comerciante original Assim muitas formas de linguagem e c digo ficariam inacess veis e perdidas para sempre n o por efeitos naturais da passagem do tempo mas em consegii ncia da avareza de alguns Algumas destas t cnicas criam ainda restri es ao direito de c pia e revenda dos usu rios Sob o regime dos direitos autorais os usu rios licenciados de software t m o direito de realizar uma c pia do 67 mesmo para manter como reserva ou mesmo instal lo em um segundo computador de uso pessoal T m tamb m o direito de revender o software adquirido desde que n o mantenham consigo uma c pia deste software da mesma forma que algu m poderia revender um livro que previamente comprou em uma livraria Estes direitos do licenciado s o chamados pela doutrina estrangeira de Fair Use ou Fair Dealing doctrines e seu gozo impossibilitado pelo uso degas t cnicas 3 3 4 O COPYLEFT Antes de
290. informa o do conhecimento e da 182 cultura Assim a justificativa da exist ncia dos direitos de propriedade intelectual dentro de nossa sociedade se faz nica e exclusivamente enquanto meio persecu o do interesse social na produ o 179 Estas e outras premissas ser o oportunamente abordadas e confrontadas no cap tulo 4 1 3 180 Ver cap tulo 2 181 Na realidade esta apenas uma concess o argumentativa pois ao realizar uma an lise detida sobre este est mulo monopolista descobre se que na verdade o seu efeito diametralmente oposto ao que se diz Sobre este paradoxo ver cap tulo 4 1 3 8 182 Note se que a amplia o da base de dados da sociedade n o opcional ou meramente acidental ela o fim Assim benef cio algum haveria para a sociedade se o conhecimento fosse produzido intensamente no seio social sem que fosse tamb m disseminado e compartilhado Isso porque n o haveria otimiza o do processo de cria o uma determinada t cnica visando fins j previamente alcan ados por outra deveria ser criada tantas vezes quantos fossem os que dele precisassem e nem ac mulo de conhecimento muito conhecimento seria descartado ou perdido quando seus detentores deixassem de existir gerando a longo prazo a estagna o da produ o cultural j que as bases de conhecimento comum jamais seriam modificadas 70 183 2 2 gt eu E cultural Este o nico e verdadeiro fim poss vel
291. informa o difundida no seio social de forma que os desperd cios seriam grandemente reduzidos em compara o a uma 261 Fato que tamb m n o passa de uma fic o como discutido nos cap tulos 4 1 2 3 4 1 3 1 e 4 1 3 3 262 From the point of view of individual profit making knowledge is the ideal object of propertization since it is non rivalrous in supply The same knowledge can be endlessly recycled to many generations of consumers each new generation having to pay for its use Tradu o livre Do ponto de vista do lucro individual o conhecimento objeto ideal apropria o vez que ele n o rival em suprimento O mesmo conhecimento pode ser eternamente reciclado a muitas gera es de consumidores cada uma delas devendo pagar pelo seu uso In DraHos Peter e BrarrHwarre John op cit nota 4 p 216 263 Sendo esta uma dentre as poss veis raz es para que um programador sinta se desincentivado compartilhar suas inova es 114 realidade onde esta oferta fosse restrita a um nico sujeito Isto aconteceria pois o acesso informa o tornar se ia o mais pr ximo poss vel do ideal e qualquer usu rio teria potencialmente acesso a todas as implementa es existentes em um determinado software sem que fosse necess ria qualquer depend ncia ou favor a um nico indiv duo Note se que nesta realidade seria dispens vel que uma vers o de software unificasse todas as implementa es vez que a part
292. ions in the Modified Version s license notice These titles must be distinct from any other section titles You may add a section Entitled Endorsements provided it contains nothing but endorsements of your Modified Version by various parties for example statements of peer review or that the text has been approved by an organization as the authoritative definition of a standard You may add a passage of up to five words as a Front Cover Text and a passage of up to 25 words as a Back Cover Text to the end of the list of Cover Texts in the Modified Version Only one passage of Front Cover Text and one of Back Cover Text may be added by or through arrangements made by any one entity If the Document already includes a cover text for the same cover previously added by you or by arrangement made by the same entity you are acting on behalf of you may not add another but you may replace the old one on explicit permission from the previous publisher that added the old one The author s and publisher s of the Document do not by this License give permission to use their names for publicity for or to assert or imply endorsement of any Modified Version 5 COMBINING DOCUMENTS 243 Se o Secund ria e n o contenham materiais copiados do Documento o Licenciante poder a seu crit rio tornar estas se es inalter veis Para faz lo dever acrescentar seus t tulos lista de Se es Inalter veis no aviso de lice
293. ior legitimidade e menor contesta o ou a seu enfraquecimento em sentido oposto In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 70 397 Esta atomiza o do social em flex veis redes de jogos de linguagem pode parecer bem afastada de uma realidade moderna que se representa antes bloqueada pela artrose burocr tica Invocar se pelo menos o peso das institui es que imp em limites aos jogos de linguagem e assim restringem a inventividade dos parceiros em mat ria de lances In LyorarD Jean Fran ois op cit nota 390 p 31 194 de identifica o grupal por la os sangi neos perten a territorial supera tamb m as rela es baseadas na capacidade de consumo O novo imperativo torna se o conhecimento de modo que os grupos se organizam em torno de interesses e pontos de vista em comum Todavia nunca dois indiv duos v o coincidir completamente em suas habilidades e interesses o que faz com que n o haja qualquer divis o estanque de grupos Todos os indiv duos fazem parte simultaneamente de diversos grupos e ao longo da vida movem se para novos agrupamentos mudam seus interesses logo n o h rivalidade na rela o de alteridade mas complementariedade Os grupos dos quais um indiv duos presentemente n o faz parte s o justamente aqueles que podem vir a lhe despertar a curiosidade havendo a possibilidade de 399 comunica o 2 E a esta forma de produ o do saber dentro da sociedade que P L vy chamou d
294. ios nem se poderia acreditar que as raz es apresentadas s o exaustivas sobre o assunto Esta an lise nem sequer proposta em car ter de originalidade neste trabalho ela foi primeiramente exposta por P L vy e encontra aqui apenas um reduzido eco cujo nico fim esclarecer o que se imagina por intelig ncia coletiva O desenvolvimento do saber na sociedade organizada em torno do com rcio de mercadorias deu origem a duas importantes tecnologias capazes de transformarem novamente o mundo quais sejam as tecnologias de tratamento digital da informa o e as de compartilhamento de dados o computador e a internet Como dito as tr s formas de organiza o social anteriores terra territ rio e mercadorias t m em comum a hierarquia Cada uma destas formas t m uma hierarquia espec fica a qual condiciona a transmiss o dos conhecimentos dentro da sociedade Tamb m cada uma delas pode ser caracterizada segundo um modo espec fico de comunica o do saber social a oralidade sociedade n made verbo fisicamente fixado ou escrita sociedades sedentarizadas nos limites de um territ rio e telecomunica o sociedade de mercado Tanto a forma estrutural da hierarquia como o modo de transmiss o das informa es implicam diferentes potenciais de desenvolvimento da intelig ncia coletiva O cacique ou patriarca afunila todas as possibilidades de desenvolvimento do saber nas sociedades tribais e a oralidade o condiciona a
295. ir de qualquer uma delas mais adequada aos seus interesses particulares um usu rio poderia buscar nas demais vers es outras altera es modifica es e algor timos que lhe fossem convenientes Ningu m teria o software perfeito que tamb m n o existe mas a cada um seria poss vel construir o software mais adequado s suas particularidades Por fim deve permanecer claro que as liberdades de que aqui tratou se n o t m rela o com dinheiro Destarte a liberdade de ofertar software n o implica quaisquer condi es econ micas as quais ficam a cargo do ofertante ou seja a oferta pode ser a qualquer custo at mesmo o custo zero A partir desta assertiva levantam se diversas cr ticas ao desenvolvimento cooperativo de software vez que ele parece sugerir a conclus o imediata de que o desenvolvedor original ficar em posi o desfavor vel face aos seus concorrentes que poder o ofertar um software que n o tiveram custo algum em produzir Assim a concorr ncia tenderia a tornar se predat ria j que poderia at mesmo ofertar o software a pre os abaixo daquele lim trofe ao desenvolvedor original o qual precisa recuperar ao menos o capital investido no desenvolvimento do software Pode se at mesmo sugerir que isto em ltima an lise inviabilizaria qualquer atividade comercial no ramo de software j que nenhum empres rio sentir se ia incentivado a investir no desenvolvimento de um produto que posteriormente ap s a
296. issues widening income inequalities such as those between developed and developing countries excessive profits the power and influence of big business on governtment the loss of sovereignity Tradu o livre Tentativas dos propriet rios de grupos empresariais de dar legitimidade aos seus imp rios de propriedade intelectual por meio de apelos a no es rom nticas de autoria e inven o individual parecem cada vez menos moralmente persuasivas em um mundo onde os direitos de propriedade intelectual e o TRIPS especialmente 136 perceber que encontra se latente dentre os exclu dos um mercado com grande potencial bastando que E 315 existam meios de ofertar os mesmos produtos a pre os muito inferiores N o segredo a ningu m que as tecnologias de duplica o digital hoje alcan aram um patamar onde muito simples e barato reproduzir quaisquer materiais digitais DVD s CD s aparelhos tocadores de MP3 pen drives e outros equipamentos est o dispon veis no mercado a custos muit ssimo reduzidos o que faz com que os softwares e tamb m m sicas filmes seriados jogos etc possam ser reproduzidos e compartilhados a um custo dez vezes menor do que aquele praticado pelas empresas de monop lio do conhecimerto ou at mesmo a custo zero Desta forma todos os requisitos necess rios ao com rcio encontram se disposi o de quem quiser entrar no mercado A exclus o da maioria contudo permanente
297. istas grossas a mais este privil gio 65 esses primeiros intermedi rios entre o autor da obra intelectual e o p blico interessados visceralmente no resultado econ mico que viesse a lhes favorecer a edi o daquela certamente impulsionaram sobremaneira o fortalecimento dos direitos patrimoniais decorrentes da obra Contudo naturalmente tais intermedi rios reivindicavam para si a titularidade desses direitos Por isso os privil gios obtidos naquela ocasi o devem ser considerados mais propriamente editoriais do que autorais E suas caracter sticas essenciais provam essa assertiva a garantiam a exclusividade de direitos de reprodu o e distribui o b fixavam um per odo de dura o do privil gio e c previam san es aos infratores do privil gio como apreens o de c pias contrafactadas e pagamento de indeniza o In Costa Nerro Jos Carlos op cit nota 51 p 32 e 33 Interessant ssimo notar que o autor cita as caracter sticas do direito editorial como prova de que era um direito distinto do que hoje conhecemos como direito autoral ainda que as mesmas tr s caracter sticas ainda se encontrem hoje presentes no que constitui o direito de autor Lei de Direitos Autorais Art 29 Depende de autoriza o pr via e expressa do autor a utiliza o da obra por quaisquer modalidades tais como a reprodu o parcial ou integral C VI a distribui o quando n o intr nse
298. itamente os compara a uma divindade O Criador O termo utilizado pelos editores para elevar a envergadura moral dos autores acima daquela dos cidad os comuns justificando assim o poder que os editores podem exercer em nome deles autores In STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 188 Ver nota 58 supra 293 Como j visto no cap tulo 4 1 2 3 294 Sa dos do caldo de suas vidas e interesses longe de suas zonas de compet ncia separados uns dos outros os indiv duos n o t m nada a dizer In L vy Pierre op cit nota 233 p 108 129 defrontar se ao longo de sua vida com as quais realiza um di logo Por mais que existam muitos elementos na cria o que expressam a individualidade do autor a esmagadora maioria deles expressa E E 12 A 296 muito mais o contexto em que este autor se insere e as id ias que ele p de apreender deste contexto Mesmo porque n o se pode falar em um individualidade desligada do contexto social N o existe algo como uma individualidade perfeita e pura O indiv duo molda a sua personalidade a partir das experi ncias e confrontos com o mundo com o qual se relaciona Ainda que a sua personalidade n o seja determinada exclusivamente pelos eventos com os quais fortuitamente teve contato ao longo de sua vida n o se pode menosprezar a relev ncia destes na constru o da personalidade individual Assim as id ias individuais nada mais s o do q
299. ito de explora o Morillot efetivamente o primeiro a identificar o direito moral como um feixe de prerrogativas distinto do monop lio de explora o Por m ele n o o funda sen o sobre as regras da responsabilidade civil e nasce a colocar a quest o de sua inalienabilidade In op cit nota 58 pp 15 e 16 Ver nota 45 supra 76 A teoria do feixe de direitos que permitiu a melhor compreens o da distin o entre os direitos patrimoniais de explora o e aqueles chamados impropriamente de direitos morais do autor Ver nota 45 supra 5 EEN RE E 77 concebidos receberam novamente aten o agora que os direitos econ micos j se haviam assentado A distin o n o p ra por aqui Como j foi pontuado antes o direito autoral da escola francesa recebeu sua primeira e maior justificativa na teoria da propriedade fruto do labor intelectual de seu criador o que acima j foi sucintamente criticado Por outro lado a tradi o jur dica da common law buscou uma sa da muito diferente O copyright ou em uma tradu o literal o direito de c pia fundamenta se n o em um direito inato do criador propriedade de sua obra ou mesmo divulga o 7 x 79 dela mas no interesse da sociedade em remunerar os autores a t tulo de incentivo produ o cultural Neste sentido pode se considerar o copyright como uma abordagem mais honesta e ER 80 w P old desenvolvida do direito autoral vez que ent
300. ivamente as chamadas sociedades totalit rias E eis por que essas sociedades acabaram esterilizando toda vida econ mica art stica e intelectual eis por que se entregaram de modo descontrolado a massacres de massa e genoc dios In L vy Pierre op cit nota 233 p 80 379 Curioso notar que em outros tempos foram os pr prios empres rios que reclamaram da restri o liberdade de com rcio imposta por estes privil gios monopolistas The discontented murmuring of traders merchants and manufacturers concerning the use of patents became the loud voice of criticism of monopolies by Parliament The use of the royal prerrogative to interfere in matters of trade came to represent a deep intrusion on fundamental common law liberties Tradu o livre Os murm rios descontentes dos comerciantes mercadores e manufaturadores a respeito do uso das patentes tornou se uma forte voz de cr tica dos monop lios outorgados pelo Parlamento O uso da prerrogativa real de interferir em mat ria de com rcio passou a representar uma profunda intromiss o em liberdades fundamentais da common law In Dranos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 35 170 sociedade A concorr ncia entendida somente por sua faceta negativa pela possibilidade de competi o de disputa donde surgem vitoriosos e perdedores Este esp rito de guerra faz com que os indiv duos atuantes no mercado preocupem se apenas com os resultados econ micos individuai
301. l de sua realiza o Article 14 Item 5 The term of the protection available under this Agreement to performers and producers of phonograms shall last at least until the end of a period of 50 years computed from the end of the calendar year in which the fixation was made or the performance took place The term of protection granted pursuant to paragraph 3 shall last for at least 20 years from the end of the calendar year in which the broadcast took place Tradu o livre A dura o da prote o concedida por este Acordo aos artistas int rpretes e produtores de fonogramas se estender pelo menos at o final de um prazo de 50 anos contados a partir do final do ano civil no qual a fixa o tenha sido feita ou a apresenta o tenha sido realizada A dura o da prote o concedida de acordo com o par grafo 3 ser de pelo menos 20 anos contados a partir do fim do ano civil em que a transmiss o tenha ocorrido Article 18 Initial registration and each renewal of registration of a trademark shall be for a term of no less than seven years The registration of a trademark shall be renewable indefinitely Tradu o livre O registro inicial de uma marca e cada uma das renova es do registro ter dura o n o inferior a sete anos O registro de uma marca ser renov vel indefinidamente Article 26 Item 3 The duration of protection available shall amount to at least 10 years Industrial designs Tradu o livre A dura
302. laboraram c digos de conduta nos quais os seus capit es n o detinham quaisquer privil gios especiais as decis es importantes eram tomadas por conselhos de piratas envolvendo todos e os pr mios eram distribu dos de acordo com um conjunto de regras justas que reconheciam as contribui es de todos Desprezados como vermes pelas autoridades eles criaram para si uma sociedade que lhes dava a dignidade econ mica e social que lhes fora negada como mercadores dos mares In DraHos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 24 346 Capit o de navio autorizado a realizar a es b licas que afastem destruam ou apreendam navios mercantes inimigos In Houaiss op cit nota 6 p 848 Destas forma realizava se uma guerra n o declarada atrav s de disputas militares nos mares A a o destes cors rios foi essencial ascens o de potencias econ micas e militares navais como a Inglaterra e a Holanda N o foi atrav s do investimento de dinheiro p blico que estes pa ses constru ram seus imp rios nos mares mas por meio da licen a para que seus particulares realizassem ataques aos navios estrangeiros e se apropriassem de suas mercadorias e ouro Assim apesar de haver um discurso oficial de rep dio aos ataques mar timos esta pr tica ex tica de concorr ncia era a regra n o a exce o durante a Idade Moderna e n o havia Estado que n o aderisse ao menos de maneira t cita a estas pr ticas ainda que sua posi o oficial f
303. lan o correto entre recompensar a inova o e difundi la Como o feudalismo ele recompensa corpora es ao inv s de indiv duos criativos Ela torna cidad os democr ticos em infratores do conhecimento que deveria ser a heran a da humanidade seu direito inato educa o Ironicamente o feudalismo da informa o ao retirar a publicidade da informa o ir roubar economia do conhecimento muito de sua produtividade In Draros Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 219 164 cria es intelectuais e culturais em grande parte decorr ncia desta aproxima o de todos os indiv duos e de todas as culturas O potencial da humanidade como um todo jamais foi t o elevado Contraditoriamente entretanto ao inv s de explorarmos ao m ximo esse imenso leque de oportunidades hoje existente insistimos em manter ou mesmo em ampliar privil gios anacr nicos que corroem as conquistas que com tanta dificuldade alcan amos ap s mil nios de incessantes batalhas contra as barreiras f sicas e naturais que limitavam nosso desenvolvimento coletivo Hoje quando finalmente nos poss vel super las quase que por completo criamos outras outrora inexistentes como se nos fosse imposs vel acreditar que chegamos a um patamar sem fronteiras Este um ponto delicado um dos que clama por este e outros trabalhos na rea de direitos intelectuais que atentem para os efeitos corrosivos deste conjunto de direitos sobre o conhecimento
304. le n o precisou se preocupar em desenvolver uma teoria que explicasse que a Terra n o era o centro do Universo e que a Lei da In rcia diz que os corpos tendem a permanecer em uma mesma situa o a n o ser que sobre eles aja uma for a pois N Cop rnico e I Newton antes dele j tinham trabalhado sobre 256 estes assuntos e compartilharam com o mundo as suas teorias Assim para desenvolver sua teoria A Einstein n o precisou preocupar se com uma infinidade de rela es f sicas e l gicas com as quais outros antes dele j haviam se preocupado conhecimentos os quais ele simplesmente absorveu Isso em ltima an lise o que permitiu com que ele conclu sse suas 255 It means that much wasteful duplication of system programming effort will be avoided This effort can go instead into advancing the state of art Tradu o livre Isto significa que muita duplica o desnecess ria de programa o ser evitada Os esfor os poder o ser voltados em dire o ao aprimoramento do estado da arte In StaLLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 34 256 Estas id ias tamb m s o analisadas no cap tulo 4 1 3 3 108 teorias Portanto n o foi A Einstein quem desenvolveu sozinho a Teoria da Relatividade Geral foi A Einstein ajudado por todos os demais f sicos matem ticos e qu micos que antes dele estudaram e desenvolveram a f sica ou algu m h de crer que se o mesmo A Einstein tiv
305. lertados desta funcionalidade do sistema O Grande Irm o de George Orwell invejasse o imenso poder concentrado nas m os desta empresa feito de uma forma deveras mais sutil do que por meio de um aparelho de televis o que n o pode ser desligado 341 A descentraliza o um dos pilares da tica Hacker na qual originalmente se baseou o software livre A centraliza o vista como uma forma de impedir o acesso direto informa o uma forma de dificultar e excluir o conhecimento que portanto deve ser combatida Nesse sentido the best way to promote this free exchange of information is to have an open system something which presents no boundaries between a hacker and a piece of information or an item of equipment that he needs in his quest for knowledge improvement and time on line The last thing you need is bureaucracy Bureaucracies whether corporate government or university are flawed systems dangerous in that they cannot accommodate the exploratory impulse of true hackers Bureaucrats hide behind arbitrary rules they invoke those rules to consolidate power and perceive the constructive impulse of hackers as a threat Tradu o livre O melhor meio de promover esta livre troca de informa o ter um sistema aberto algo que n o apresente fronteiras entre um hacker e uma informa o ou um equipamento que ele necessite em sua busca pelo conhecimento aprimoramento e tempo online A ltima coisa de que algu m precisa
306. m rcio de software e alijar todo o restante da humanidade deste conhecimento Progresso tecnol gico existir em ambos os modelos apesar de como elucidado o modelo empresarial conter um paradoxo que torna lhe gradualmente menos eficiente indicando um incerto colapso mas a coopera o a n vel global somente vi vel segundo os padr es livres do modelo cooperativo Em ultima an lise o desvio deste princ pio da coopera o entre os povos que ocorre atrav s das 413 Ver cap tulo 4 1 3 8 205 pr ticas comerciais das empresas de software com respaldo na lei tamb m uma ofensa a outro dispositivo constitucional de estatura mais elevada qual seja o artigo 3 inciso I que reza ser um objetivo fundamental do Estado brasileiro construir uma sociedade livre justa e solid ria Deixada de lado a justi a objetivo geral do pr prio direito cujo pr prio conceito plur voco e portanto torna altamente subjetiva uma an lise segundo os seus crit rios apenas o modelo de desenvolvimento cooperativo de software privilegia a constru o de uma sociedade livre e solid ria A solidariedade o respeito ao pr ximo e o aux lio m tuo fazem parte justamente da bandeira do software livre que como dito n o se trata somente de um meio mais eficiente de desenvolvimento de tecnologia com qualidade mas de uma ideologia de transforma o social principalmente tica A ideologia prim ria de respeito s l
307. m de aumentar muito a sua capacidade de processamento de dados Obtido em http en wikipedia org wiki Computer 52 este inerente de modo que somente se cogitava proteger os comerciantes de software na medida em que este fosse uma parte integrante do hardware n o existindo um regime aut nomo de prote o quele Assim durante esta fase o software n o era entendido como um ativo intelectual n o recaindo sobre ele quaisquer direitos de propriedade intelectual Como explicado no subitem anterior durante este per odo havia de fato uma grande troca de informa es entre os usu rios de software e a regra era que os softwares fossem adaptados sempre s necessidades deles usu rios A atividade de desenvolvimento de software era feita de modo colaborativo pela empresa respons vel pelo hardware e seus escassos consumidores Logo n o havia preocupa o por parte dos mercadores de software em buscar um regime de prote o exclusivo a este o que contribuiu para o sil ncio do direito a respeito da mat ria Acres a se ainda que poca a inform tica era rea de interesse de pouqu ssimas pessoas e praticamente desconhecida da avassaladora maioria mesmo considerando se apenas o espa o amostral das elites econ micas dos pa ses desenvolvidos Esta situa o decorria do fato de que os computadores eram m quinas extremamente caras e grandes e portanto sem qualquer interesse para indiv duos sendo seu uso restrito
308. m detrimento das liberdades da sociedade os fautores do copyleft protestam n o somente por uma parada na escalada por mais direitos nas m os dos criadores na verdade das empresas mas por uma brusca redu o de tais direitos em prol de um retorno dos cidad os ao gozo de algumas de suas liberdades b sicas Estabeleceu se assim um importante conflito no mbito dos direitos intelectuais sobre o software conflito que at o momento t m sido vencido pelas empresas de TOA E A 192 software mas em uma vit ria que gradativamente tem perdido sua impon ncia a contratante de servi os ou rg o p blico Contudo f cil perceber que na realidade dos fatos muito problem tico para o programador provar que desenvolveu aprimoramentos ao software livre sem fazer uso de recursos informa es tecnol gicas segredos industriais e de neg cios materiais instala es ou equipamentos do empregador o que necessariamente seria discutido no judici rio causando desde logo um grave problema aos desenvolvedores de software livre que n o estariam em igualdade de meios para discutir estas quest es com as grandes empresas de software no Judici rio 191 Lei do Software Art 5 Os direitos sobre as deriva es autorizadas pelo titular dos direitos de programa de computador inclusive sua explora o econ mica pertencer o pessoa autorizada que as fizer salvo estipula o contratual em contr rio Assim mesmo que n
309. m monop lio do uso comercial do conhecimento Assim qualquer um poder ter acesso carta patente e deter em sua mente ou mesmo em forma escrita aquele conhecimento sem que o propriet rio tenha a faculdade de reaver daquele que o det m mas apenas aquele quem poder utilizar principalmente comercialmente tal conhecimento pelo que podemos chamar esta exclusividade de comercial Por ltimo tem se o absoluto enquanto caracter stica b sica do direito de propriedade J foi dito acima que esta caracter stica em nossos dias encontra se atenuada em raz o do entendimento de que a propriedade uma garantia concedida individualmente com vistas a suprir uma finalidade social de modo que o propriet rio n o pode us la ou deixar de a seu bel prazer sem atentar para os direitos e interesses de terceiros Contudo este absoluto v se ainda mais restrito na propriedade industrial uma vez que o propriet rio deve fazer uso comercial de sua inven o se quiser evitar que outros o fa am Do 2 gt 2 4 contr rio qualquer um poder requerer do Estado uma licen a compuls ria 37 Knowledge provides an example of the characteristic of being non rivalrous in consumption My use of the knowledge of method of mouth to mouth resuscitation to save a life does not consume the knowledge it remains available for others to use From the point of view of individual profit making knowledge is the ideal object of prop
310. m o interesse e habilidade individuais cada um encontra um diferente grau de reconhecimento por seus pares e uma distinta import ncia dentro da comunidade N o se pretende qualquer igualitarismo As diferen as permanecem contudo elas s o determinadas de acordo com a capacidade e interesse individuais presentes por cada uma das diferentes reas poss veis de desenvolvimento n o segundo crit rios burocr ticos hier rquicos ou centralizantes dedistribui o de compet ncias Esta sociedade somente poss vel na medida em que existe abertura liberdade Todavia a crescente escalada de direitos intelectuais e de medidas tecnol gicas de segrega o do conhecimento t m nos dirigido para um outro modelo de sociedade centralmente controlada muito distante dos princ pios democr ticos e muito pr xima dos ideais de um l der totalit rio O que a ideologia livre pretende apenas tornar poss veis sempre um n mero indeterminado de caminhos ainda que a sociedade somente possa trilhar um deles Por m em um mundo onde vige a norma do segredo e do monop lio o nico caminho poss vel aquele centralmente escolhido por um indiv duo ou um pequeno conjunto deles sem qualquer corrobora o da sociedade 4 3 A INTELIG NCIA COLETIVA Como bem suscitou Denys Arcand atrav s de sua personagem Pierre na obra cinematogr fica Les Invasions Barbaries em um jantar em que o seu grupo de amigos est reunido por conta da enfermidade que aco
311. m solu o ou com solu es imperfeitas lista qual podem acrescentar outras eventuais defici ncias que percebam Deste modo cada um dos programadores ou cada grupo deles at mesmo organizado em torno de uma empresa pode escolher quais os objetivos mais imediatos no desenvolvimento de dado software Sendo estes programadores os pr prios usu rios prim rios do software ningu m melhor do que eles para conhecer as frustra es decorrentes de seu uso e portanto os mais capazes de escolher quais 356 Para saber mais http en wikipedia org wiki Content Scramble System http en wikipedia org wiki Content Protection for Prerecorded Media Nesse mesmo sentido CSS encryption works so that a DVD from the US will not play on a DVD player bought in Europe European consumers are locked in to purchasing European DVDs at a time and price set by an export cartel the motion picture industry The community of computer programmers has shown in a Houdini like way that it is possible to escape from any electronic lock So for example CSS can be decrypted using a program called DeCSS which is available on the Internet Realizing the likelyhood of such successful electronic escape artistry media knowledge conglomerates during the 1990s pushed for anti circumvention measures to be enacted into law Such measures in essence make it illegal to manujacture or distribute circumvention devices such as DeCSS Tradu o livre A criptografia
312. ma do modelo de desenvolvimento prefer vel socialmente Tamb m admite se que apenas atrav s do modelo empresarial que poss vel o desenvolvimento de softwares Se a nica solu o que se pode imaginar como vi vel para o incentivo de desenvolvimento de software a concess o de privil gios monopolistas de atua o no mercado n o se pode estar a imaginar qualquer outro sistema de desenvolvimento que n o o empresarial Contudo o modelo empresarial n o o nico e nem foi o primeiro Sendo assim a escolha pela cria o de tais privil gios nada mais do que a op o por um dado modelo Todavia em que se baseia tal escolha 280 Como analisado no cap tulo 4 1 3 1 o desenvolvimento cooperativo de software n o implica a impossibilidade de exerc cio de atividade lucrativa 281 Como dito no cap tulo 3 3 4 282 When the advocates of toll booths propose them as merely a way of raising funds they distort the choice that is available Toll booths do raise funds but they do something else as well in effect they degrade the road The toll road is not as good as the free road giving us more or technically superior roads may not be an improvement if this means substituting toll roads for free roads To apply the same argument to software development I will now show that having toll booths for useful software programs costs society dearly it makes the programs more expensive to construct more expensive to dist
313. ma reflex o a respeito das peculiaridades da legisla o interna ou internacional vigente em mat ria de software mas uma abordagem panor mica do sistema Destarte seu m todo difere de modo contundente da usual compara o entre os sistemas legais vigentes no Brasil e no exterior ou da contraposi o das diferentes correntes doutrin rias ou jurisprudenciais sobre o assunto N o h qualquer preocupa o em realizar um estudo sistem tico da lei em vigor feito artigo por artigo ou outro modelo semelhante de reconhecimento do campo de estudo aqui trabalhado A preocupa o central do trabalho desvendar algumas das rela es de poder ocultas detr s do discurso usual de prote o jur dica aos autores de obras intelectuais em especial do software Para tanto deve se romper com alguns conceitos geralmente aceitos n o somente neste campo espec fico do saber mas que permeiam a ci ncia jur dica brasileira O primeiro deles aquele segundo o qual o direito uma ci ncia neutra cujo objetivo perseguir o justo Deriva deste o entendimento comum de que h um processo de evolu o legislativa jur dica ou conceitual dos institutos jur dicos Seguindo este racioc nio implicitamente reconhece se aos direitos um car ter ontol gico s o simplesmente dados pela lei cabendo queles que estudam o direito a tarefa nica de compreender sua natureza Por ltimo parte se da pressuposi o de que a lei em um Estado que se cham
314. mas dentre as quais destaca se o computador Aquilo que muitos cidad os comuns entendiam como sendo apenas uma m quina de escrever aprimorada ou uma nova bugiganga tecnol gica e que os empres rios do ramo acreditavam ser apenas do interesse das institui es organizadas provou ser uma inven o revolucion ria a partir do momento em que foi inventado um modo interligar estes equipamentos de forma a propiciar sua comunica o direta a internet H apenas quinze anos pouqu ssimas pessoas tinham conhecimento de sua exist ncia ou sequer tinham um email ainda que se considere somente a elite econ mica dos pa ses desenvolvidos Hoje praticamente n o existe quem j n o tenha se aventurado ao menos uma vez por seus mares excetuando se somente os mais miser veis nos pa ses subdesenvolvidos completamente privados de qualquer contato social Em seus primeiros anos de ampla difus o os anos noventa do s culo passado poucos eram os que percebiam as mudan as fundamentais que esta nova ferramenta possibilitaria sociedade em n vel global Muitos pensaram que seria apenas uma outra forma de correio nem t o confi vel nem muito 175 elegante Outros mais ousados entenderam que esta seria a forma de com rcio do futuro e rapidamente migraram para este novo patamar da atividade empresarial o e business Com baixas somas de investimento inicial empresas iniciadas no fundo de um quintal rapidamente tornaram se algumas das mais r
315. me of its use when I need it In contrast if someone else uses times tables my use of them is in no way compromised It would be morally wrong to give someone an intellectual property right in the times tables because that would artificially deprive those who could not afford to pay of something basic to their right to education Tradu o livre existe uma diferen a entre garantir a uma pessoa o seu direito de excluir os demais e usarem o seu Cadillac e excluir os demais de usarem a tabuada Se a um terceiro permitido usar meu Cadillac isto reduz o valor da minha propriedade na verdade provavelmente ir me despir completamente do seu uso quando eu dele precisar Por outro lado se um terceiro faz uso da tabuada meu uso n o estar de qualquer forma comprometido Seria moralmente injusto conceder um monop lio a algu m sobre a tabuada pois isto artificialmente retiraria daqueles que n o t m condi es econ micas para pagar o seu direito educa o In Draros Peter e BRarrHwArTE John op cit nota 4 p 200 35 Knowledge that is useful can be used over and over again without any individual consumer depriving another of the use of that knowledge Tradu o livre O conhecimento que til pode ser usado indefinidamente sem qualquer perda individual causada pelo consumo alheio do conhecimento In DraHos Peter e BrarrHwarre John op cit nota 4 p 42 36 Esta diferen a entre o CD f sico e o conhecimento necess rio
316. mental dos participantes dessas rela es de poder e saber Em oposi o id ia geralmente aceita de que o conhecimento desenvolvido por pensadores estudiosos e fil sofos asc ticos a realidade que os verdadeiros atores do conhecimento s o pol ticos 1 In La V rit et les Formes Juridiques trad port de R C M Machado e E J Morais A Verdade e as Formas Jur dicas 3 Ed Rio de Janeiro Nau 2005 p 18 9 2 2 A e a pais empres rios l deres guerreiros em sentido amplo E atrav s de rela es de poder domina o conflito e guerra que o saber se desenvolve n o de uma pretensa atividade de contempla o sensorial intelectual Enquanto n o se apreende esta natureza do conhecimento do direito n o se pode fazer nada al m de cr ticas superficiais de mudan as formais transforma es est ticas Assim sendo o conhecimento n o tem uma origem do mesmo modo em que uma planta tem ele inventado Novamente segundo as palavras de M FoucauLr A inven o Erfindung para Nietzsche por um lado uma ruptura por outro algo que possui um pequeno come o baixo mesquinho inconfess vel Este o ponto crucial da Erfindung Foi por obscuras rela es de poder que a poesia foi inventada Foi igualmente por obscuras rela es de poder que a religi o foi inventada Vilania portanto de todos estes come os quando s o opostos solenidade da origem tal como vista pelos
317. mente a um agente individual Apenas um software pode ser o padr o de mercado em um dado momento sendo assim a empresa que det m o monop lio sobre o seu uso obt m assim uma importante restri o inicial liberdade de contrata o dos consumidores deste produto Por m a mais importante restri o encontra se em um segundo momento no qual ela plena Ap s adquirir a licen a de uso de um software o consumidor torna se dependente da empresa licenciante Quaisquer servi os conexos ao software licenciado apenas poder o ser obtidos de uma nica fonte o licenciante Diferente do que ocorre com um autom vel que pode ser consertado adaptado modificado alterado e melhorado pelo pr prio consumidor ou por um mec nico ou outro especialista de sua escolha e prefer ncia o software somente pode ser trabalhado pela empresa que monopoliza as informa es sobre ele A liberdade de contrata o que em um primeiro instante era limitada torna se ent o inexistente O consumidor est completamente vinculado ao licenciante para quaisquer necessidades futuras relacionadas ao software em que foi licenciado O mais flagrante desrespeito aos consumidores infligido pelo fornecedor de software aos consumidores o ineg vel rep dio ao direito que estes t m informa o adequada e clara a respeito dos diferentes produtos existentes no mercado Isto acontece quando os comerciantes de software propriet rio distribuem no somente em seu c digo
318. mete o protagonista R my oportunidade em que as personagens est o a reanalisar suas pr prias defici ncias de personalidade em vida l intelligence n est pas une qualit individuel est un ph nom ne collectif national et intermittent A mesma concep o da intelig ncia pode ser em parte inferida da teoria junguiana a respeito do inconsciente coletivo Para C G Juno todas as id ias poss veis psiqu humana j se encontram 385 Tradu o livre a intelig ncia n o uma qualidade individual um fen meno coletivo nacional e intermitente In Canad Astral Films 2003 181 expressas de maneira simb lica no que ele denominou inconsciente coletivo Desta forma nenhuma id ia h que seja particular de um nico ser humano todas s o elabora es codificadas em linguagem verbal a partir de um fundo comum coletivo de imagens simb licas Esta a raz o pela qual poss vel haver a compreens o por outros seres humanos das id ias que a princ pio parecem ser individuais vez que expostas por um dado agente em car ter de primariedade Ambas estas assertivas s o importantes para esclarecer qual a id ia que se intenta propor no presente subcap tulo ainda que nenhuma delas contenha completamente o que aqui se quer expressar Tais id ias mesmo que reforcem a tese de um car ter coletivo da intelig ncia t m maior serventia ao argumento aqui desenvolvido por suas incongru ncias com a p
319. mo um todo Portanto ele n o pode simplesmente criar novos direitos a um subgrupo apenas porque este assim o desejava H de faz lo respaldado em um interesse maior da sociedade Qual seria ent o este interesse social As respostas variam conforme a vis o que se tem dos direitos de propriedade intelectual Nos pa ses de tradi o continental civilista cuja vis o do direito tem um vi s claramente filos fico onde existe o direito autoral propriamente dito caso do Brasil a justificativa b sica a necessidade de se reconhecer o direito subjetivo do autor sua obra vez que esta fruto do seu mais ntimo ser aliado busca da igualdade de tratamento a situa es semelhantes Ou seja se o autor de uma obra intelectual tem o direito subjetivo de propriedade intelectual sobre a sua cria o por que n o haveria de existir um direito semelhante do desenvolvedor de software cujo labor intelectual e resultado do trabalho s o t o semelhantes ao do autor J os pa ses da common law cuja vis o do direito mais utilit ria e econ mica e onde existe o regime do copyright a justificativa dada prote o dos interesses do desenvolvedor de software a de que este privil gio econ mico lhe concedido com visas a resguardar o interesse maior da sociedade de E E 2 Ze 138 incentivar o aprimoramento t cnico e cient fico e a produ o de conhecimento dentro de seu seio Ou seja o interesse da socieda
320. n a da Vers o Modificada Seus t tulos dever o ser distintos de quaisquer outros O Licenciado poder inserir uma se o intitulada Apoio desde que ela contenha somente men o aos apoiadores de sua Vers o Alterada por v rios sujeitos por exemplo notas do revisor ou de que o texto foi aprovado por dada organiza o de respons vel pela defini o de padr es qualidade O Licenciado poder inserir uma trecho de no m ximo 5 cinco palavras como Texto de Capa e outra de no m ximo 25 vinte e cinco como Texto de Contracapa ao fim da lista de Textos de Capa da Vers o Alterada Somente um trecho do Texto de Capa e um do Texto de Contracapa poder o ser inseridos por ou por meio de acordos feitos por qualquer entidade Se o Documento j incluir um texto de capa para a mesma capa inserido anteriormente pelo Licenciado ou segundo os termos de acordo celebrado entre o Licenciado e a mesma entidade em nome da qual ele atua ser vedado inserir outra ser contudo l cito permutar a anterior quando expressamente autorizado pelo editor da anterior O s autor es e editor es do Documento n o outorgam permiss o atrav s desta Licen a para que sejam usados seus nomes em publicidade para ou de forma a implicar apoio a qualquer Vers o Alterada 5 COMBINA O DE DOCUMENTOS You may combine the Document with other documents released under this License under the terms defined in section 4
321. n o era pass vel de san o jur dica Os relatos dos autores da poca nos indicam somente a oposi o como resposta aos atos que atualmente qualificamos como contr rios ao direito moral mas n o se percebe qualquer tra o de uma san o jur dica regulando tais condutas em especial sob o fundamento da actio injuriarum Ao final deste breve estudo do direito romano uma conclus o se imp e se poss vel perceber na actio injuriarum o ancestral dos direitos da personalidade nada nos permite concluir que ele tamb m serviu de base legal prote o dos interesses pessoais dos autores e que ele por conseq ncia possa ser considerado o ancestral do direito moral de autor In Lucas SCHOLOETTER A Droit Moral et Droits de la Personnalit tude de Droit Compar Fran ais et Allemand Tome I Aix en Provence Cedex 1 Universitaires d Aix Marseille 2002 pp 33 e 34 Ver tamb m Costa Nerro Jos Carlos op cit nota 51 57 C est ce qui a permis certains auteurs d affirmer que le droit moral tait d j connu dans l Antiquit et prot g par l actio injuriarum Mais une telle affirmation ne fait pas l unanimit et doit tre re ue avec beaucoup de prudence Ce 28 Apenas no limiar da Idade Moderna que principiaram por florescer as primeiras formas de direitos autorais que poca eram conhecidos como privil gios editoriais O primeiro deles foi concedido no ano de 1469 a um certo Giovanni Spira para
322. na o da remunera o em tais casos As autoridades competentes ter o o poder de recusar a termina o da autoriza o se e quando as condi es que a propiciaram forem tendentes a ocorrer novamente Ver ainda TRIPS artigos 30 e 31 completos 25 sociedade ou mesmo uma obriga o ex delicto ii um novo direito personalidade exaurindo assim a tradicional divis o dos direitos entre reais obrigacionais e pessoais que s eventualmente poderia derivar algum direito patrimonial iii um direito sui generis sobre os bens intelectuais destacando se como defensores desta teoria os autores europeus PICARD e Koner iv ou mesmo um direito 47 ca m z o r E E 48 s trabalhista Todas estas teorias vieram tentar substituir a teoria do privil gio monopolista que acima 42 O direito de reprodu o ou de explora o exclusiva concedida ao autor ou inventor deixa de ser um odioso monop lio conferido pelo soberano ou simples recompensa outorgada pela lei para se tornar no monop lio ou privil gio leg timo resultante do t cito contrato entre a sociedade e o autor In CerquEIRA Jo o da Gama op cit nota 7 pp 82 e 83 43 a lei n o reconhece nenhum direito preexistente mas apenas estabelece a proibi o de reproduzir a obra punindo o transgressor dessa norma e obrigando o ao ressarcimento do dano pela viola o do direito objetivo e do interesse do autor n o por m porque este tenha si
323. na esta linguagem In Gomes Orlando et al A Prote o Jur dica do Software Rio de Janeiro Forense 1985 pp 53 e 54 Adiante far se uma elucida o do seu modo de funcionamento no momento apenas interessante entender se que o computador n o l nada escrito ele apenas reage ao fluxo de energia e permanece inanimado em sua aus ncia de modo que seria impr prio dizer que o software um escrito 88 In Gomes Orlando et al op cit nota 87 p 4 89 Os softwares podem ser divididos basicamente em duas categorias fundamentais os softwares de base que compreendem os programas essenciais ao funcionamento da m quina comportando o software de apoio e o sistema operacional e os softwares aplicativos compostos por programas que se destinam a realizar fun es espec ficas para a execu o de tarefas ou como meio de configura o para o funcionamento de perif ricos In Guesser Adalto H Software Livre amp Controv rsias Tecnocient ficas Uma An lise Sociot cnica no Brasil e em Portugal Curitiba Juru 2006 pp 34 O conceito de software b sico aqui exposto distinto daquilo que em conceito mais amplo chama se de softwares de base O software b sico t o somente o programa mais essencial atrelado m quina e dependente da sua arquitetura espec fica de hardware que faz com que o computador efetivamente funcione vez que somente este software que pode ser dito indispens vel ao funcionamento da m
324. nas de forma passiva agora passava a ser plenamente global a um n vel individual e pleno Durante toda a hist ria os indiv duos conviviam e dialogavam somente com aqueles espacialmente ligados a eles Nos prim rdios algu m que nascesse no oriente m dio provavelmente jamais teria qualquer conhecimento a respeito dos povos que viviam ao seu redor na frica na sia ou na Europa Os tempos do nomadismo j haviam passado os povos encontravam se territorialmente assentados e o mundo conhecido por cada um deles era muito restrito Grande exemplo disso s o os picos das Gr cia Antiga Os bravos guerreiros de Aquiles assim como os fi is companheiros de Ulisses realizaram feitos poca tidos como her icos sem desbravar 176 mais do que alguns poucos quil metros do Mar Mediterr neo Ainda assim levou vinte anos para que Ulisses conseguisse retornar para o seu nem t o distante reino de Itaca Mois s conseguiu ficar perdido por outros quarenta anos no seu caminho do baixo Nilo at o povoado pr ximo de Cana distante apenas algumas dezenas de quil metros de sua localiza o original Com o decorrer dos s culos as tecnologias ligadas ao transporte de pessoas e mercadorias evolu ram o bastante para aproximar ao menos comercialmente povos que anteriormente tinham muito pouco contato As grandes navega es que marcaram o in cio da Idade Moderna tiveram o efeito indireto de realizar uma aproxima o cultural dos po
325. ncia com rela o a seus pares assim como da reflexa depend ncia que estes t m dele Uma depend ncia que caminha em todos os sentidos e faz com que os indiv duos reconhe am seu valor intr nseco bem como aqueles dos demais uma interdepend ncia sem qualquer hierarquia ou depend nciade m o nica A liberdade de estudar e alterar softwares tem portanto em ltimo grau rela o direta com o ide rio de uma sociedade que busca cidad os aut nomos Claro sendo que somente uma sociedade com estas caracter sticas favor vel ao pensamento cr tico t o caro individualidade de cada um e ao mesmo tempo t o necess ria ao grupo que se pretende alforriado e emancipado Do contr rio procriam se apenas indiv duos resmung es e complacentes com sua situa o de mis ria j que esperam de P PORS 239 terceiros pais professores governadores l deres religiosos mitos ou empresas a mudan a Por fim este discurso n o dito que se propaga na mentalidade da comunidade tem um efeito 239 Al m disso na era do conhecimento deixar de reconhecer o outro em sua intelig ncia recusar lhe sua verdadeira identidade social alimentar seu ressentimento e sua hostilidade sua humilha o a frustra o de onde surge a viol ncia Em contrapartida quando valorizamos o outro de acordo com o leque variado de seus saberes permitimos que se identifique de um modo novo e positivo contribu mos para mobiliz lo para desen
326. ncia dentro do ramo dos softwares que sejam estabelecidos padr es de extens es formatos arquivos opera es e sistemas de modo a facilitar a transmiss o de dados de um computador a outro Ou seja ao contr rio de outras reas do mercado onde poss vel a coexist ncia de diversos produtos ou servi os que sejam substitutos um do outro no ramo dos softwares a tend ncia que exista um nico padr o dominante de forma a facilitar a intercomunicabilidade das m quinas e softwares Destarte a empresa que detiver o monop lio sobre o conhecimento do software que alcan ar o 428 Constitui o Federal artigo 170 inciso IX 429 Constitui o Federal artigo 170 caput e par grafo nico 430 Ver cap tulo 4 1 3 2 213 status de padr o exercer uma elevada discricionariedade sobre as condi es o mercado bem como quanto s decis es a respeito dos rumos que seguir a tecnologia a ser desenvolvida Note se que em um mundo globalizado a tend ncia que este dom nio n o ocorra em car ter local ou regional mas universal De forma que este sistema de prote o s empresas de software acaba por se tornar uma prote o legal a empresa de software Assim sendo n o h apenas mero desvio do princ pio do tratamento favorecido s empresas de pequeno porte mas uma invers o onde o favorecimento vai justamente s mega empresas que recebem em 2 AM 431 da lei o arcabou o de condi es para a expans o
327. nclatura mais pr xima da realidade fenom nica al m de evitar a atecnia de chamar de propriedade aquilo que na verdade um privil gio monopolista Mant m se todavia men o ao termo propriet rio para que n o haja confus o a respeito de qual tipo de software de que aqui se trata bem como por que este o nome popular deste modelo de desenvolvimento e distribui o de software 197 Como j explicado no cap tulo 3 198 Tamb m n o necess rio o monop lio para que se possibilite o desenvolvimento de software torne se uma atividade empresarial lucrativa Para uma an lise detida sobre este tema ver cap tulo 4 1 3 1 199 Lembre se que inicialmente os softwares eram todos livres ainda que ningu m assim os denominasse pela simples aus ncia de direitos intelectuais sobre eles 200 A dicotomia que neste trabalho usualmente abordada atrav s das express es desenvolvimento cooperativo e desenvolvimento empresarial n o se distingue daquela em que comumente se contrap em o software livre e o software propriet rio A escolha por uma nomenclatura diferenciada tem a inten o de adequar os termos abordagem com que este 71 Pois bem O molde atual da legisla o n o apenas nacional mas internacional a respeito da mat ria privilegia o desenvolvimento e a comercializa o do software em arquivos compilados execut veis ou seja apenas em c digo objeto linguagem de m quina Usa se aqui o termo pri
328. nd Back Cover Texts on the back cover Both covers must also clearly and legibly identify you as the publisher of these copies The front cover must present the full title with all words of the title equally prominent and visible You may add other material on the covers in addition Copying with changes limited to the covers as long as they preserve the title of the Document and satisfy these conditions can be treated as verbatim copying in other respects If the required texts for either cover are too voluminous to fit legibly you should put the first ones listed as many as fit reasonably on the actual cover and continue the rest onto adjacent pages If you publish or distribute Opaque copies of the Document numbering more than 100 you must either include a machine readable Transparent 239 recebimento de contrapresta o em troca das c pias Se o Licenciado distribuir um n mero suficientemente elevado de c pias ele dever tamb m cumprir o disposto na se o 3 Ao Licenciado permitido o empr stimo de c pias sob as mesmas condi es acima bem como permitida a exibi o p blica das c pias 3 REPRODU O EM LARGA ESCALA Se o Licenciado publicar c pias impressas ou c pias em um meio que comumente possui capas impressas do Documento em n mero superior a 100 c pias e o aviso de Licen a exigir Textos de Capa o Licenciado dever encademar as c pias em capaz que reproduzam de forma clara e
329. ndition for this Freedom 2 The freedom to redistribute copies so you can help your neighbour Freedom 3 The freedom to improve the program and release your improvements to the public so that the whole community benefits Access to the source code is a precondition for this Tradu o livre Liberdade 0 A liberdade de executar os programas para quaisquer prop sitos Liberdade 1 a liberdade de estudar como o programa funciona e adapt lo s suas necessidades acesso ao c digo fonte uma precondi o ao exerc cio desta liberdade Liberdade 2 a liberdade de redistribuir c pias de modo a ajudar os seus vizinhos Liberdade 3 71 Observe se que a primeira destas liberdades chamada por R StaLLMAN de liberdade zero pois os direitos autorais ou mesmo as patentes tamb m n o a suprimem dos usu rios Contudo tr gico notar que as medidas DRM vieram restringir at mesmo esta liberdade mais b sica do cidad o impondo senhas e licen as adicionais para o uso adequado do software artificialmente tornando o obsoleto e 241 A aa 188 in til aqueles que n o renovarem tais licen as Deve se novamente salientar que o copyleft n o um instituto jur dico legal mas t o somente a express o da ideologia contida na GNU GPL Disto resulta imediatamente a quest o qual a necessidade de uma licen a garantindo ao p blico estas liberdades n o bastaria que o criador distribu sse o software 2 189 2 mm e n o reclamass
330. ndo Isso verdade tanto para as artes como para o software intellectual property laws As we have seen in this book the US was actually one of the latest starters of the capitalist democracies in expanding the scope of intellectual property A more important fount in 20 century US innovation was the preeminence of its universities A second connected reason for the American century was therefore its early openness to multiculturalism Tradu o livre A raz o fundamental porque os Estados Unidos predominaram no s culo XX como fonte de inven es n o foi sua legisla o de propriedade intelectual Como visto neste livro os Estados Unidos foram na verdade um dos ltimos pa ses democr ticos e capitalistas a expandir o escopo da propriedade intelectual Um fonte mais importante no s culo XX para a inova o nos Estados Unidos foi a qualidade de suas universidades Uma segunda raz o ligada a primeira para o s culo estadunidense foi sua precoce abertura ao multiculturalismo In DraHos Peter e BrarrHwarrE John op cit nota 4 p 212 286 There are few if any domains of human creativity where intellectual property rights are the main reason for inventiveness Tradu o livre Existem poucos se quaisquer dom nios da criatividade humana onde a propriedade intelectual s o a raz o principal da inventividade In Dramos Peter e BrarrHwarrE John op cit nota 4 p 210 287 Our short historical discussi
331. ndo estas sociedades j se encontram bem estabelecidas em determinado territ rio com seus grupos bem organizados internamento para suprir as necessidades sociais imediatas e de um futuro pr ximo uma nova atividade torna se poss vel a expans o extra territorial Esta expans o aqui n o entendida apenas no sentido militar apesar de ela tamb m encontrar se presente que j existia no momento anterior mas principalmente no sentido comercial Encontrando se saturado o mercado interno de determinados produtos e carecendo de outros alguns grupos de indiv duos passam a explorar o com rcio com outros povos como forma de obter lucros diferenciados com produtos escassos em seu territ rio original Desenvolvem se ent o os meios de transporte que agilizam as trocas entre as diferentes na es tornando inst vel o poder anteriormente exercido por algumas fam lias dentro de uma sociedade A competi o com fam lias de outros territ rios d primeiro in cio a muitas guerras e depois torna se um importante fator na reorganiza o da produ o surgindo ent o um importante est mulo inova o As constantes guerras enfraqueciam tanto perdedores como vencedores tornando ambos presas f ceis a terceiros invasores do mercado Por isto a guerra foi percebida como meio secund rio de solucionar o problema vi vel apenas em car ter imediato mas mal fica a longo prazo Para que pudessem especializar se ainda mais em suas atividades pro
332. nea d Ora tamanha a import ncia p blica de que o conhecimento seja disseminado dentro da sociedade que o Estado abriu m o de uma das faculdades mais essenciais ao seu funcionamento qual seja o poder de tributar Estranhamente contudo o Estado abre m o da totalidade dos tributos relacionados difus o de conhecimento ainda que em tese a eventual cria o destes tributos tivesse o nico intuito de reinvestir as verbas na pr pria atividade criativa mas resguarda aos empres rios a possibilidade de manter em segredo tudo aquilo que desenvolvem a partir dos conhecimentos adquiridos livremente da sociedade A incoer ncia tanta que chega se a criminalizar a conduta daqueles que compartilham conhecimento ver artigo 184 do C digo Penal e artigo 12 da Lei do Software Desta forma ao Estado vedado criar qualquer tipo de tributo sobre a dissemina o de conhecimento mas aos cidad o criminosa a conduta de dissemin lo O resultado disso n o outro al m de uma situa o parasit ria dos empres rios atuantes no ramo do conhecimento visto que n o pagam impostos e n o devolvem sociedade os resultados de sua atividade sobre o conhecimento social 110 superado os entraves naturais ao nosso pr prio desenvolvimento A resposta comumente dada a esta pergunta que se n o houver este bloqueio profus o de conhecimento dentro da sociedade apesar de todos terem acesso ao conhecimento ningu m sentir se motivado a
333. necedor fabricante produtor construtor importador ou comerciante que inegavelmente assume posi o de for a na rela o de consumo e que por isso mesmo dita as regras E o direito n o pode ficar alheio a tal fen meno O mercado por sua vez n o apresenta em si mesmo mecanismos eficientes para superar tal vulnerabilidade do consumidor Nem mesmo para mitig la Logo imprescind vel a interven o do Estado nas suas tr s esferas o Legislativo o Executivo e o Judici rio Toda e qualquer prote o ao consumidor tem portanto a mesma ratio vale dizer reequilibrar a rela o de consumo seja refor ando seja proibindo ou limitando certas pr ticas de mercado In Grinover Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado pelos Autores do Anteprojeto 8 Ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2005 pp 6 e 7 418 Embora em princ pio repita se n o se conceba a pessoa jur dica como consumidora a realidade que o pr prio texto legal sob an lise assim disp e F lo todavia de maneira limitada n o apenas em decorr ncia do princ pio da vulnerabilidade da pessoa jur dica consumidora tal como a pessoa f sica como tamb m pela utiliza o n o profissional dos produtos e servi os grifos dos autores In Grinover Ada Pellegrini et al op cit nota 417 pp 35 e 36 208 de grande porte podem ser consideradas consumidoras em determinadas rela es c
334. necessariamente tem de estar empregado em uma m quina autom tica de tratamento da informa o Assim qualquer que seja a sua significa o o termo necess rio foi incorretamente colocado na defini o legal Por ltimo critic vel que se conceitue o software como uma express o O software assim como os demais bens intelectuais um objeto abstrato intang vel n o podendo ser confundido com sua express o concreta A linguagem natural ou codificada parece sugerir a tem tica do c digo fonte contraposto ao c digo objeto ambos abaixo explicados mas o que a lei protege n o a express o do software em uma ou ambas as linguagens Ela protege o software em si qualquer que seja a linguagem 00 2 tas 2 em que se expresse A diferen a s til por m relevante 100 Sobre a problem tica da tutela legal incidir indiferentemente sobre o c digo fonte e o c digo objeto sem 43 Definir conceitualmente dado objeto de estudo certamente n o tarefa f cil Alguns conceitos que a um leigo podem parecer simples como a vida ou a liberdade causam as mais intrincadas discuss es cient ficas sem que jamais se chegue a um conceito un voco quando se chega a algum Assim n o seria de se estranhar a dificuldade encontrada pelos juristas em definir o que software Contudo o software n o como a liberdade que um conceito prim rio de significa o precipuamente individual e ao mesmo tempo plur voca e ampla
335. nfunde ao utilizar o termo escrito em sua defini o o que abre portas ao entendimento err neo de que o software deve sempre estar expresso em forma escrita Incorreto pois o que o computador entende essencialmente n o a escrita mas o fluxo de corrente el trica o qual evidentemente pode ser descrito ou codificado em termos intelig veis a um humano possibilitando se assim a comunica o homem m quina por m jamais confund vel a sua codifica o utilizada para possibilitar a compreens o do software por um humano Para O Gomes software o programa para o processamento de dados indispens vel ao funcionamento do computador Provavelmente o autor buscou com essa defini o facilitar o entendimento do que vem a ser o software retirando do conceito tudo aquilo que parecia n o ter relev ncia jur dica Sua defini o contudo simplista e reducionista e acaba por desvirtuar o conceito de software al m do aceit vel Tal defini o leva confus o do software com uma de suas esp cies o software b sico ou software da ROM Para ilustrar o absurdo induzido por esta defini o basta a men o de que segundo este crit rio o sistema operacional presente na quase totalidade dos microcomputadores atualmente o Windows n o 87 J O Ascens o chama a isto de linguagem de baixo n vel sintetizando a no chamado c digo bin rio composto de zeros 0 e uns 1 sem deixar claro como funcio
336. no o de propriedade intelectual geistiges Eigentum na Alemanha tem suas ra zes no direito natural Encontra se ligado com efeito doutrina dos direitos inatos para a qual estes direitos s o reconhecidos ao autor sobre a obra criada por suas faculdades humanas Encontra se alicer ado tamb m ao individualismo que impregnou todo o pensamento pol tico e jur dico do s culo XVIII In Lucas SCHOLOETTER A Op cit nota 56 p 35 Esta vis o individualista entretanto n o se sust m O conhecimento e a cria o n o s o individuais mas coletivos Apenas o nada criado a partir do nada de modo que tudo o que o ser humano cria necessariamente foi criado a 95 0 direito incompleto por vislumbrar t o somente o lado econ mico do direito autoral e n o atentar para aquilo que os franceses chamaram de direitos morais do autor Parece pouco contest vel o papel do copyright de incentivo produ o de bens intelectuais n o apenas no tocante s artes como tamb m no que diz respeito ao software Ao propiciar aos artistas e criadores um meio de auferir lucro a partir dos produtos de seu intelecto o copyright cria um est mulo econ mico produ o cultural sem o qual parece que tal produ o n o existiria ou seria infinitamente escassa Mais do que isto parece n o existir qualquer outro meio de proporcionar este lucro t o indispens vel atividade criativa al m do j consagrado copyright Tendo o copyri
337. nte a partir de um vi s econ mico melhor tornar livre ou restringir a comunica o de softwares Aqui toma se por base a sociedade como o padr o para a an lise do melhor resultado Evidente que pela tica de uma gigante individual do com rcio de software a restri o ao compartilhamento a melhor situa o j que s ela lhe garante a sua t o cara posi o de monop lio em rela o ao mercado de software possibilitando o sobre lucro monopolista A partir da perspectiva da sociedade impedir o compartilhamento de software implica um desperd cio de conhecimento e de trabalho Note se que aqui se fala em compartilhar o software enquanto c digo fonte e n o apenas o arquivo execut vel O trabalho de desenvolvimento de software como j mencionado uma trabalho complexo e que na maior parte das vezes exige o esfor o conjunto de diversos indiv duos Isso porque para um nico software existem diversas sub tarefas e subrotinas que devem ser executadas e para cada uma delas o programador precisa criar uma por o extensa e complexa de comandos impec veis para que o software funcione Cada um desses conjuntos de comandos s o chamados de algor timos e eles n o 254 Sobre a desmistifica o da figura do autor ver cap tulo 4 1 3 3 107 servem apenas para aquele software mas podem ser reutilizados para uma infinidade de softwares que necessitem das mesmas subrotinas mesmo que para executar tarefas muito
338. nte do de um software protegido por DRM tornou se completamente inacess vel 169 com respaldo na lei Para os que advogam por direitos mais robustos aos comerciantes de software as medidas DRM e o segredo industrial conjugados s o extremamente importantes para que os detentores destes direitos possam deles usufruir de fato no contexto da internet e da propaga o de novas tecnologias de compartimento de dados digitais Isto pois essas novas tecnologias permitem que sejam feitas e distribu das c pias id nticas e sem perda de qualidade do software Mais ainda como estas c pias s o feitas em ambientes privados geralmente dentro das moradas dos usu rios e distribu das atrav s de programas de compartilhamento de dados conectados mutuamente por meio da internet torna se extremamente dif cil a aplica o da lei j que n o h como ser realizada a fiscaliza o em cada um or the Berne Convention and that restrict acts in respect of their works which are not authorized by the authors concerned or permitted by law Tradu o livre O Estados membros dever o prover a prote o legal adequada bem como rem dios legais efetivos contra o desrespeitos s medidas tecnol gicas usadas pelos autores ligadas ao exerc cio de seus direitos assegurados por este Tratado ou pela Conven o de Berna e restringir aqueles atos concernentes s suas obras que n o forem autorizados pelos autores ou pela Lei 168 The core of
339. nte poderia ser transcrito e de certo modo guardava alguma semelhan a e E 134 com as obras escritas do direito autoral Esse modelo de prote o foi o que ganhou maior aceita o ao redor de todo o globo a despeito de uma consider vel resist ncia por parte de alguns autores que entendiam que o software carece de suficiente originalidade para ser considerado semelhante a uma obra o esp rito bem como pelo fato de que se considerar o software mais pr ximo s id ias do que s suas express es o que impediria um prote o legal atrav s do direito autoral e o aproximaria do direito de patentes N o obstante a resist ncia inicial prote o legal dos comerciantes de software por um regime an logo ao dos direitos autorais este ramo do direito a princ pio parecia muito conveniente sua prote o internacional pois por sua flexibilidade pelas a es que autoriza para lutar contra a contrafa o por sua aproxima o com conven es internacionais existentes parece o meio melhor adaptado capaz de dar s atividades de concep o de programa e comercializa o dos mesmos as seguran as indispens veis e uma harmoniza o internacional favor vel ao seu r pido desenvolvimento Aqui toca se em uma delicada quest o os mercadores de software logo perceberam que poderiam lucrar muito se conseguissem por algum modo apropriar se do software que desenvolvem e comercializ lo parte do hardware necess ri
340. nte suas modifica es avan os e desenvolvimentos em cima do c digo fonte original disponibilizado juntamente com o hardware Assim formaram se grupos ou comunidades de usu rios que compartilhavam informa es e c digos ligados ao tipo de hardware utilizado dentre os quais comunidades tais como a SHARE especializada em computadores IBM ou a DECUS formada por especialistas na arquitetura dos computadores da Hewlett Packard HP ou ainda os hackers do MTT especializados nos TX 0 bem como nos PDP n todos da DEC Os membros dessas comunidades geralmente eram tamb m estudantes de ci ncias da computa o de importantes centros de pesquisa tais como o Massachusetts Institute of Technology MIT ou trabalhavam desenvolvendo tecnologias ligadas computa o de dados Autodenominaram se hackers como s mbolo de per cia no assunto e tinham como elo o forte interesse em compreender e inovar o desenvolvimento de softwares Essas comunidades de hackers logo adotaram um conjunto de ideais que visam propiciar da melhor forma poss vel os meios para que os seus membros alcancem esses fins dentre os quais pode se citar 1 livre questionamento 11 hostilidade a qualquer forma de segredo iii compartilhamento de informa o como princ pio e pr tica e iv defesa do direito de estudar e 116 During the 1980 s IBM came to rely on copyright to protect its library of software This was a dramatic change of policy IBM had buil
341. ntitulada Anexo A todos os que tiveram seus nomes esquecidos AGRADECIMENTOS Agrade o Professora Maristela Basso primeiro por ter me aceitado como orientando e em seguida por sua contribui o ao longo deste ano sem a qual este trabalho n o teria sido poss vel Agrade o a todos os demais professores cujos nomes n o cabe aqui citar que ao longo de minha vida fomentaram em mim a curiosidade impulso sempre renovado no qual me ap io a cada novo come o Agrade o aos meus poucos por m leais amigos que me d o a motiva o necess ria para caminhar e t m sido o desafio constante que me impede de parar Agrade o aos meus pais e familiares por tudo Agrade o por fim quela que sempre esteve comigo SUM RIO 1 INTRODU O ssscacesecotaiteae s coa ao iioraddescu aaestsici cab sacas Locacao asUsdns sedia Co cassa ca dad r Eoee eneee asete oi noo osese r s 2 A Prote o Jur DiCA DOS BENS INTELECTUAIS ccccecccsessessssssssessceseresececescescesssss esses es ccsscocercsocesessessss esses L2 2 1 A PROPRIEDADE INTELECTUAL ceeeeeeeeerer e neerrrr aeee ONE era EAA rr aaa era a ane rr anna ada 12 2 2 A PROPRIEDADE NDUSTRIAL esseseseecesessessseeceresssmssssesseceresssssseececesssssseeceoesrsseseeceocsssssseeceeee 14 23 AVDIREITO AUTORAL ss deita dia da dO Sida O TR did do VER dd doa ENTE Ef a de USE nda a DE 26 3 1 CONCEITO DE SOFRPWARE sb cps0 noso vade Gan ada nanana dl E
342. nto gradualmente este esquema foi se alterando As ind strias de computadores passaram a impor restri es aos usu rios de software atrav s de licen as de uso que inibiam a liberdade que outrora estes usufru am Essa mudan a ocorreu principalmente por que tais empresas passaram a vislumbrar a possibilidade de melhores lucros atrav s do licenciamento de softwares bem como por existir um interesse em manter em segredo a arquitetura de seus hardwares como forma de evitar se o risco de que terceiros desenvolvessem softwares compat veis com suas m quinas e se tornassem concorrentes dentro de sua pr pria arquitetura Deste modo no in cio dos anos oitenta daquele s culo a mentalidade e forma de desenvolvimento de software j havia sido completamente alterada e o segredo passou a ser a norma e as empresas arrogaram a tarefa do desenvolvimento e comercializa o de softwares sendo os hackers taxados de ladr es e marginalizados socialmente atrav s do bombardeamento da popula o feito com E agudas A 121 um discurso midi tico que rotulou os hackers como os malfeitores do mundo cibern tico N o foi apenas a lei que criou um obst culo ao estudo do software por seus usu rios dando guarida aos interesses privatistas das empresas desenvolvedoras de software Tamb m foram criados obst culos t cnicos aeste estudo uma vez que a lei a partir cria o dos microcomputadores certamente n o teria meios de sozinha coibir tal estudo f
343. nvolvidos para executar as mesmas atividades ou rotinas e E E 2 242 descobriu se que o sistema GNU era o software mais confi vel vencendo todos os concorrentes 240 Curioso notar entretanto que as maiores inven es do s culo XX n o foram obtidas a partir deste est mulo econ mico inventividade propiciado pelos privil gios monopolistas sem entrar nos m rito de todas as conquistas da Humanidade provenientes de tempos em que nem mesmo existia a no o destes privil gios Nesse sentido in this book we have seen that two of the three most consequential technological breakthroughs of the last century the Internet and the new molecular biology spawned by unlocking DNA were the fruits of public investment mainly in universities not of commercial pursuit of patents or copyright The third most consequential scientific breakthrough of 20 century was not so positive in its effects nuclear energy Yet it too was the product of US public investment in attracting the best minds not only from its own universities but also from those of Germany the UK Australia and Canada to the Manhattan project In Dranos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota XX p 212 241 In 1980 s a lot of us thought that maybe free software wouldn t be as good as the non free software because we wouldn t have as much money to pay people And of course people like me who value freedom and community said Well we ll use free software
344. o social Por mais genial que seja um indiv duo suas id ias e suas contribui es jamais s o isoladas de 294 i um contexto social Todas as id ias e cria es tem como pano de fundo um contexto hist rico e social bem como t m rela o ntima com as id ias com as quais o indiv duo criador teve a oportunidade de 290 Ver nota 81 supra 291 A inven o resulta do labor intelectual de seu autor e a atividade inventiva o exerc cio da capacidade de cria o da qual a inven o resulta Portanto trata se de algo ntimo pessoal imaterial e personal ssimo do autor que antecede o invento o produto acabado da inven o Por resultar tamb m do esfor o e capacidade inventiva do autor comum confundir se descoberta com inven o e como se trata de mat ria relevante distinguir uma e outra no estudo do Direito Industrial eis que o Estado protege apenas as inven es com a concess o de privil gios seguem abaixo as distin es b sicas entre descoberta e inven o grifo nosso In Domincues Douglas Gabriel op cit nota 11 p 29 292 The term creator as applied to authors implicitly compares them to a deity the creator The term is used by publishers to elevate the authors moral stature above that of ordinary people to justify increased copyright power that publishers can exercise in the name of the authors Tradu o livre O termo criador quando usado para significar autores implic
345. o sua pronta execu o Assim buscaram inicialmente no direito uma salvaguarda aos seus interesses econ micos O direito nas sociedades democr ticas contudo n o ou n o pode ser explicitamente uma ferramenta cuja fun o satisfazer interesses de subgrupos dentro de uma dada sociedade mas uma ferramenta necess ria plena realiza o dos fins da 133 Este racioc nio criticado no cap tulo 4 1 3 1 134 a prote o dos programas antes de 1968 n o era prevista independentemente da prote o do hardware portanto sob o ngulo da propriedade industrial ou seja do direito das patentes Apesar disso um estudante americano John Banzaff II previu pela primeira vez em um artigo publicado nos Estados Unidos em 1964 a prote o dos programas pelo direito autoral In BERTRAND Andr op cit nota 124 p 22 135 No in cio dos anos 1970 os europeus come aram a trabalhar a possibilidade de um regime de direitos intelectuais sobre o software sendo que os direitos autorais logo ganharam destaque na doutrina alem e francesa apesar de permanecer controversa a aplicabilidade dos direitos autorais desde o seu princ pio vez que faltava um m nimo de originalidade no desenvolvimento de software e por seu desenvolvimento ter mais rela o com as id ias do que com a express o destas In BerTRAND Andr op cit nota 124 p 24 136 BERTRAND Andr op cit nota 124 p 29 56 sociedade co
346. o dos direitos de propriedade intelectual encontram se em posse n o dos seus criadores iniciais mas das corpora es que adquirem portfolios atrav s de um processo de venda e compra fus o e aquisi o In Dranos Peter e Brarrawarre John op cit nota 4 p 15 75 Sobre este assunto fala A Lucas que C est surtout au XIXe si cle que s affirme la dimension jusnaturaliste et personnaliste du droit d auteur La grande affaire sera celle du droit moral Avant 1800 les esprits y sont pr par s mais il n est pas reconnu em tant que concept juridique Ce sera l oeuvre de la jurisprudence D s 1814 un jugement impose un diteur le respect du droit la paternit et du droit l int grit de l oeuvre dont il a acquis le droit d exploitation Morillot est effectivement le premier identifier le droit moral comme un faisceau de pr rogatives distinct du monopole d exploitation Mais il ne le fonde que sur ls r gles de la responsabilit civile et il se borne poser la question de son inali nabilit Tradu o livre sobretudo no s culo XIX que se afirma a dimens o jusnaturalista e personalista do direito de autor A grande empreitada ser aquela do direito moral At 1800 os esp ritos est o preparados mas n o s o reconhecidos como conceitos jur dicos Ser o trabalho da jurisprud ncia Em 1814 um julgado imp e a um editor o respeito do direito paternidade e integridade da obra da qual ele adquirira o dire
347. o nasceu da contesta o de todas estas premissas e n o enxerga a prote o do interesse das empresas como um fim em si mesmo mas apenas enquanto meio de buscar um fim maior qual seja o de estimular a cria o e a inova o dentro da sociedade Importante salientar que conforme o exposto no cap tulo dois do presente trabalho os direitos de propriedade intelectual nem sempre sustiveram se sobre estas mesmas premissas Em verdade no in cio estes direitos n o se sustentavam sobre qualquer filosofia mas t o somente na faculdade do monarca de outorgar privil gios de monop lio econ mico queles que desejasse agraciar Apenas com o advento do Estado Democr tico de Direito que sentiu se a necessidade de justificar os direitos de propriedade intelectual o que foi s 5 o 2 180 feito atrav s das mais variadas correntes de pensamento conforme tamb m acima exposto Mais do que isto o copyleft ainda que reconhe a a prote o do interesse das empresas como um dos meios de estimular a produ o cria o e inova o dentro da sociedade mas n o como o nico meio poss vel Aqui que reside a maior diferen a Em n o sendo o nico meio de propiciar e estimular a atividade criativa no mbito social os direitos de propriedade intelectual perdem a sua impon ncia tornando se simultaneamente poss vel enxergar qual valor maior deveriam de fato resguardar o interesse social na produ o e principalmente dissemina o da
348. o ao software e informa o digital Ao distribuir se o software criptografado os direitos do distribuidor s o ampliados em detrimento de direitos anteriormente possu dos pelos usu rios pertencentes ao dom nio p blico A primeira e mais violenta restri o diz respeito ao banco de dados e conhecimento cultural de toda a humanidade Como j dito acima os direitos de propriedade intelectual por serem privil gios monopolistas concedidos aos criadores e inventores pela sociedade t m sempre um prazo de vig ncia limitado no tempo decorrido o qual as inven es e cria es passam a integrar este patrim nio cultural comum humanidade As medidas DRM entretanto n o cessam de existir ap s o decurso do per odo de vig ncia dos direitos autorais sobre o software vez que s o t cnicas embutidas no pr prio c digo do software Assim mesmo ap s se extinguirem os direitos intelectuais que incidem sobre o software as medidas DRM continuar o existindo mantendo os c digos daqueles softwares inacess veis Em princ pio este impedimento n o tem consequ ncias pr ticas relevantes j que os prazos previstos para a prote o dos direitos dos comerciantes de software s o muito mais extensos do que a vida til dos mesmos Contudo tais medidas tornam se extremamente prejudiciais no contexto do software livre ou do copyleft que aqui ser defendido j que criam um verdadeiro bloqueio eterno circula o de informa es Outro
349. o de que ao se patentear um passo inventivo Intelectual na Era p s OMC Especial Refer ncia aos Pa ses Latino Americanos Porto Alegre Livraria do Advogado 2005 159 In short it is wrong to speak of a commercial program as being patented in the same sense that we might say it is copyrighted More properly the software vendor has patents that cover certain inventions contained in the program Many parts of the program however are unpatented Tradu o livre Resumindo errado falar se em um programa comercial patenteado no mesmo sentido em que dizemos que ele est protegido por direitos autorais Tecnicamente o vendedor de software possui patentes que cobrem algumas inven es contidas no programa Muitas das partes do programa entretanto n o est o patenteadas In Comen Julie e LemLEy Mark op cit nota 148 p 26 160 Em nossa lei estas condi es encontram se previstas nos artigos 8 e 24 da LPI Lei 9279 96 O acordo TRIPS previu as mesmas regras em seus artigos 27 1 e 29 1 161 The result is that software patentees generally do not disclose much if any detail about their programs and therefore there is no easy way to figure out what a software patent owner has built except to reverse engineer the program Tradu o livre o resultado que os titulares de patentes de software n o revelam muitos quando algum detalhes a respeito de seus programas e portanto n o existe um meio f cil de des
350. o houvesse a possibilidade de que um empregador reclamasse direitos sobre um software distribu do livremente nada impediria que algu m obtivesse acesso ao c digo fonte do software e nele fizesse algumas modifica es para posteriormente distribu lo restringindo as liberdades dos usu rios 192 Fato que pode ser percebido pela crescente populariza o do movimento pelo software livre que j chegou s portas do terceiro mundo http www softwarelivre gov br Licencas LicencaCcGplBr view http www mozilla org br http www gentoobr org bem como pela crescente propaga o de softwares desenvolvidos cooperativamente como o 73 A proposta deste trabalho trazer luz a este tema largamente ignorado pela doutrina p tria e levantar argumentos ticos econ micos e filos ficos para a escolha consciente de um posicionamento consistente livre de discursos reducionistas e falaciosos Busca se assim chamar a aten o para a relev ncia do tema no contexto internacional atual no qual este posicionamento eventualmente ser decisivo para o Brasil mas tamb m para a humanidade como um todo A decis o contudo n o simples Ser necess rio portanto analisar pormenorizadamente cada um dos fatores que podem influir na escolha por uma ou outra postura e quais as suas implica es o que se far nos cap tulos seguintes Como o software livre e o copyleft s o a proposta marginal que intenta substituir a atual a eles ser dada maio
351. o interior da psiqu humana sendo assim inerentes pr pria exist ncia do ser humano impossibilitando que um nico indiv duo seja capaz de deter tais conceitos de forma a excluir os demais O software tamb m uma abstra o fruto da atividade de intelectual da psiqu humana confrontada com a alteridade do universo e seus objetos de modo que a partir de sua cria o e comunica o qualquer software passa a ser detido em comum pelos sujeitos humanos que dele tiveram conhecimento Ou seja a nica forma de privar um sujeito de deter um software impedindo que aquele PA partir da comunica o p blica todo software torna se conhecimento deste tenha conhecimento detido comunitariamente de modo que ao outorgar a um sujeito a faculdade de restringir aos demais o 5 DRE RE E PAR 251 uso daquilo que com outros det m em comum uma regra estar a criar um privil gio individual ssimo e ego sta o qual necessariamente deve ter alguma forte justificativa calcada no bem estar comum Qual seria ent o esta justificativa Aqui adentra se no segundo problema Duas s o as respostas usualmente levantadas para esta pergunta i porque justo que o desenvolvedor de software autor compositor e afins receba uma compensa o material por seu labor intelectual e contribui o com a comunidade n cleo do direito do autor ii porque este o nico meio de a sociedade incentivar o desenvolvimento de software em se
352. o mesmo modo a cultura livre para se impor dever utilizar se de a es organizadas de resist ncia n o somente no mbito ret rico mas tamb m atrav s de a es concretas visando alternativas vi veis como o GNU Linux e a licen a GPL ao modelo estabelecido O saber realiza um importante papel neste contexto como forma de reunir indiv duos em torno de ideais comuns que possibilitem uma resist ncia sistem tica e organizada capaz de concretizar amea as concretas ao sistema estabelecido Neste sentido este trabalho serve como um alerta sociedade quanto opress o que hoje tornou se latente nos discursos manifestos de manuten o das 445 O que pretendo mostrar nestas confer ncias como de fato as condi es pol ticas econ micas de exist ncia n o s o um v u ou um obst culo para o sujeito de conhecimento mas aquilo atrav s do que se formam os sujeitos de conhecimento e por conseguinte as rela es de verdade In Foucaurr Michel op cit nota 1 p 27 446 Large numbers of people connected with book trade went to jail The statistics seem incredible to the modern eye but during the 1750 s 40 percent of those in Bastille were the because of offenses related to the book trade Tradu o livre Grandes n meros de pessoas ligadas ao com rcio de livros foram presas As estat sticas parecem inacredit veis aos olhos modernos mas durante os anos cinquenta do s culo XVIII quarenta por cento dos internos
353. o o estudo a pesquisa e a ci ncia est o com suas m os atadas pela lei n o h limites criatividade do monopolista para exercer seu poder absoluto sobre o software e seus consumidores Uma distor o de perspetiva sobre a natureza de um objeto inevitavelmente resulta em distor es em seu enquadramento sistem tico Mais do que mercadoria o software informa o Com isto quer se implicar que ainda que se intente comercializ lo a forma em que se d a sua explora o econ mica atentar para as suas peculiaridades sob pena de corromp lo resultando em preju zos globalmente sofridos por todos que com ele interagem e dele dependem 5 1 6 TRATAMENTO FAVORECIDO S EMPRESAS DE PEQUENO PORTE Outro princ pio constitucional que visa assegurar a ordem econ mica nacional o do tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitu das sob as leis brasileiras e que eri 733428 tenham a sua sede e administra o no pa s Este princ pio mais ainda quando interpretado sob a luz O E aee De Dino S Bo Ta 42 P da livre iniciativa fundamento da ordem econ mica e direito assegurado a todos frontalmente violado pela perman ncia de um sistema de monop lio sobre os softwares Como apontado anteriormente requisito b sico a qualquer software bem como a qualquer tecnologia ligada comunica o a sua compatibilidade e interoperabilidade com outros softwares e hardwares Neste sentido a tend
354. o que recebesse algum tipo de colabora o Por sorte R Stallman n o era o nico programador interessado em desenvolver softwares livres e naquela poca j existia uma quantidade muito grande deles bem como de bancos de dados compartilhados por usu rios Assim ele passou a divulgar seu trabalho e procurar por programadores interessados em ajudar com o projeto bem como por softwares que pudessem ser acoplados ou incorporados de forma a criar atalhos a esta gigantesca tarefa N o demorou para que ele come asse a receber contribui es de programadores de todos os cantos dando vida ao projeto Com a populariza o de seu software muitos usu rios passaram a enviar 208 Sobre as liberdades ver os cap tulos 3 3 4 e 4 1 2 209 Ver a dissid ncia do movimento Open Source no cap tulo 4 1 4 82 lhe cartas perguntando como poderiam obter acesso ao software que estavam desenvolvendo O software diz ele estava dispon vel em uma rede predecessora da nossa internet contudo poucos eram os que tinham acesso a ela Assim R Stallman percebeu uma oportunidade de levantar renda para si e para o projeto decidiu anunciar aos interessados que enviassem pelo correio uma fita e U 150 00 cento e cingiienta d lares estadunidenses que ele lhes devolveria a fita com o c digo gravado Note se que poca U 150 00 perfaziam uma quantia razoavelmente alta e que segundo ele os pedidos chegavam em sua casa na ordem de dez por m s de forma
355. objeto impedindo que os consumidores tenham qualquer oportunidade de conhecer aquilo que consomem N o merece aten o a cr tica de que os comerciantes s o obrigados a prover os consumidores com guias e manuais sobre o funcionamento do software Tais materiais para a consulta do usu rio quando muito podem ser enquadrados como material publicit rio A informa o neles contida somente aquela que os fornecedores do software entendem adequada aos consumidores O consumidor 424 C digo de Defesa do Consumidor artigo 39 inciso X 210 encontra se submetido manipula o das informa es por parte do monopolista e n o possui qualquer meio de certificar se da exatid o e veracidade das mesmas Observe se que esta situa o de submiss o puramente artificial O software nada mais do que um conjunto de informa es que podem ser processadas por uma m quina quando apresentado em sua linguagem mas que tamb m podem ser compreendidas pelo ser humano quando representado em linguagem a este intelig vel o c digo fonte Em respeito ao direito do consumidor de plena informa o sobre os produtos que consome a disponibiliza o do c digo fonte dos softwares deveria ser obrigat ria A analogia que melhor ilustra a condi o dos softwares a da lei Software e lei s o ambos instru es direcionadas a balizar um comportamento Neste sentido a distribui o do software somente em seu c digo objeto semelhante a um Est
356. ocument for public access to a Transparent copy of the Document and likewise the network locations given in the Document for previous versions it was based on These may be placed in the History section You may omit a network location for a work that was published at least four years before the Document itself or if the original publisher of the version it refers to gives permission K For any section Entitled Acknowledgements or Dedications Preserve the Title of the section and preserve in the section all the substance and tone of each of the contributor acknowledgements and or dedications given therein L Preserve all the Invariant Sections of the Document unaltered in their text and in their titles Section numbers or the equivalent are not considered part of the section titles M Delete any section Entitled Endorsements Such a section may not be included in the Modified Version N Do not retitle any existing section to be Entitled Endorsements or to conflict in title with any Invariant Section O Preserve any Warranty Disclaimers If the Modified Version includes new front matter sections or appendices that qualify as Secondary 242 Documento da forma disposta em sua P gina do T tulo e ent o inserir um item descrevendo a Vers o Alterada conforme disposto acima J Preservar a localiza o na rede quando houver disposta no Documento para acesso pelo p blico a uma c pia Transparente do
357. oftware livre grandes empresas est o optando em migrar seus sistemas para o software livre No mundo podem se citar alguns nomes expressivos como Lufthansa DowJones Amazon com WallMart e a pr pria ag ncia americana NASA e o sistema do Pent gono no Brasil empresas como as lojas Colombo Casas Bahia Banco do Brasil Petrobr s Rede de Supermercados Angeloni Drogarias Catarinense e uma infinidade de pequenas empresas j fazem uso exclusivo de software livre In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 43 244 In StaLLMaN Richard M Gay Joshua e Less Lawrence op cit nota 169 p 166 245 Richard Stallman fala em uma liberdade de ajudar ao seu vizinho distribuindo c pias do programa Contudo aqui sem alterar o conceito preferiu se mudar o vi s que em seu discurso parte da tica individual e aqui j desde o in cio tem uma conota o social In StTaLLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 164 100 as suas a es t m como fim a realiza o de um prazer individual a preserva o da vida independentemernte da possibilidade de que com isto cause preju zo a outros seres Todos os impulsos e instintos que existem na psiqu humana visam apenas a satisfa o pr pria do indiv duo Todavia vivendo em sociedade cada indiv duo lentamente aprende que nem sempre poss vel a realiza o dos seus impulsos primitivos vez que n o existe um nico sujeito com impulsos e desejos pr
358. ograms procedures rules and any associated documentation pertaining to the operation of a system onde programa quer dizer a sequence of instructions suitable for processing by a computer Processing may include the use of an assembler a compiler an interpreter or a translator to prepare the program for x 993103 execution as well as to execute it Para entenderse o que se quer dizer com a palavra software primordial saber o que e como funciona um computador O computador uma m quina que imita eletronicamente um modelo de trabalho com n meros e aritm tica Ou seja o que para n s s o n meros e abstra es para o computador s o el trons percorrendo seus circuitos Notadamente o sistema com que n s trabalhamos os n meros decimal o que significa dizer que utilizamos 10 dez diferentes s mbolos composto pelos algarismos de O a 9 para compor todos os n meros que pudermos imaginar bem como para realizar todas as opera es matem ticas O computador por outro lado n o possui a capacidade de pensar de forma abstrata e nem tem como 102 In op cit nota 6 p 2599 103 In Dictionary of Computing Information Processing Personal Computing Telecommunications Office Systems IBM specific Terms IBM 1987 p 338 e 397 Tradu o livre Programas procedimentos regras ou qualquer documenta o relacionada a opera o de um sistema e uma sequ ncia de instru es adequadas ao processam
359. oisas objetos empiricamente identific veis como subst ncias Basta por m um m nimo de reflex o para ver se que essa ilus o n o pode servir de base para a conceitua o rigorosa de direito subjetivo In Ferraz Jr T rcio Sampaio Introdu o ao Estudo do Direito T cnica Decis o Domina o 4a Ed S o Paulo Atlas 2003 p 149 O discurso facilita a domina o de modo que criando a id ia de que existe um direito subjetivo do indiv duo propriedade industrial ou intelectual sobre aqui que cria inibe o pensamento cr tico por parte da comunidade 27 The reason for this is that IP is not technically property at all but a limited term monopoly right to the piece of information concerned Tradu o livre A raz o disto que a propriedade intelectual tecnicamente conceituada n o de modo algum propriedade mas um direito de monop lio de uma informa o por um prazo limitado In Davies William e Wirmers Kay Public Innovation Intelectual Property in a Digital Age relat rio do Institute for Public Policy Research IPPR do Reino Unido 2006 acess vel pelo site http www ippr org publicationsandreports publication asp id 495 p 12 28 In Dwz Maria Helena Curso de Direito Civil Brasileiro Direito das Coisas 40 vol 4a Ed Saraiva S o Paulo 1987 pp 87 e 88 Tamb m in Montero Washington de Barros Curso de Direito Civil Direito das Coisas 30 Vol 19a Ed Saraiva S o Paulo 1979 pp 89 e
360. olvimento e o aprimoramento Sendo assim o vi s jamais de exacerba o das conquistas passadas mas de incentivo s batalhas futuras O desejo que se pretende criar com o software livre n o o desejo do presente mas o desejo do futuro e de um futuro que jamais chega mas sempre um caminho a ser desbravado Assim sendo a pirataria um forte aliado dos empres rios do conhecimento no combate difus o do software livre e da divulga o das perigosas id ias que a ele s o inerentes Duas informa es acima ditas requerem uma an lise mais detida Foi dito que o software pirata apenas episodicamente concorre com as suas vers es originais mas concorre diretamente com o software livre Afirmou se tamb m que a extravag ncia do lucro monopolista em parte decorrente de um abastecimento insuficiente do mercado que permite a manipula o do pre o at o limite onde h o ponto timo de lucro Ambas as assertivas est o interligadas pela presun o de que o software pirata destinado a um mercado diferente daquele do software original j que do contr rio o monopolista estaria despido deste controle sobre o abastecimento de seu mercado pela exist ncia de uma concorr ncia direta com os softwares piratas este inclusive o racioc nio que conduz aos n meros acima elencados Esta presun o entretanto n o se sustenta em si mesma e tem uma raz o de ser dentro do complexo sistema de controle que aqui vem sen
361. omerciais Quando um agente adquire para si produtos ou servi os sobre os quais a parte com quem contrata det m a totalidade do conhecimento sobre as suas qualidades em contraste com a sua quase completa ignor ncia tal rela o comercial pode ser enquadrada na categoria das rela es de consumo e este agente considerado hipossuficiente n o obstante sua condi o econ mica privilegiada Tratar a rela o entre usu rios e desenvolvedores de software como uma rela o de consumo n o deixa de ser algo incoerente argumenta o sustentada ao longo deste trabalho que tem como um dos PE x 2 420 fulcros a ruptura com a m tica oposi o entre programadores e usu rios de software O software para o movimento livre informa o conhecimento n o mercadoria Neste sentido falar em rela o de consumo seria impr prio Todavia esta an lise da dicotomia livre propriet rio sob a perspetiva dos direitos do consumidor justifica se na medida em que demonstra a incoer ncia interna da aproxima o feita pelo segundo da quest o do software Esta cr tica portanto n o tem por objetivo demonstrar a adequa o do software livre aos direitos dos consumidores pois o software livre n o se pretende produto mas o desrespeito a um fundamento constitucional representado por uma concep o propriet ria do software enquanto mercadoria Considerando o software como um produto como querem os defensores de um sistema de monop
362. omerciantes de software fazendo o em seu artigo d cimo N o somente tamb m a WIPO consolidou este entendimento quando estabeleceu no artigo quarto do Copyright Treaty adotado em 20 de dezembro de 1996 o regime do copyright como padr o E o 143 internacional de prote o aos interesses dos comerciantes de software Todavia apesar de os direitos autorais serem uma resposta muito satisfat ria para os anseios de prote o legal dos mercadores de software contra a contrafa o ou seja contra os seus pr prios 139 Ou ainda o software uma express o de algo pertencente individualidade e ao ntimo ser o desenvolvedor de software 140 Ambas estas quest es s o discutidas no cap tulo 4 141 Essa situa o mudou a partir da d cada de 1980 poca em que a ado o da prote o autoral iniciou seu avan o ao mesmo tempo em que a prote o patent ria era rejeitada na maioria dos pa ses In Santos Manoel Joaquim Pereira dos op cit nota 95 p 56 142 Article 10 Computer Programs and Compilations of Data 1 Computer programs whether in source or object code shall be protected as literary works under the Berne Convention 1971 Tradu o Livre Artigo 10 Programas de Computador e Compila es de Dados 1 Programas de computador em c digo fonte ou objeto ser o protegidos como obras liter rias pela Conven o de Berna 1971 143 Article 4 Computer Programs Computer programs
363. omunidade Mas n o somente Muitas vezes ocorre de um programador ao se defrontar com um problema n o dispor de uma solu o imediata mas perceber que capaz de implementar uma solu o a alguma outra falha do sistema n o priorit ria ou talvez nem conhecida o que n o estar impedido nem necessitar de qualquer autoriza o especial para fazer As inova es deste modo seguem um fluxo natural e est o sempre em sincronia com a demanda dos usu rios Quando um programador ou um grupo deles decide atacar um problema espec fico ou implementar uma nova funcionalidade geralmente ocorre que aquela tarefa n o t o simples ao trabalho solit rio Portanto o programador anuncia atrav s da internet que precisa de aux lio de outros programadores ou usu rios para trabalhar no projeto ou financi lo Obviamente neste quadro o n mero de participantes e apoiadores do projeto ser diretamente proporcional ao n mero de interessados naquela inova o bem como a intensidade com que a desejam Ao contr rio do que ocorre no sistema empresarial onde tudo se pauta no entendimento de um nico indiv duo que encontra se em uma posi o hier rquica mais elevada 4 1 3 8 O PARADOXO Ao longo de todo este trabalho mas principalmente no decorrer deste cap tulo foram abordadas diversas inconsist ncias discursivas no atinente propriedade intelectual especialmente no tocante ao software Alega se a incoer ncia do sistema de privil
364. on also suggests that we should be suspicious of incentive views of creativity Seeing creativity as a supply side problem that can be best met by meeting individual demand curves for intellectual property rights is an impoverished account to say the least of what motivates people to create Tt is unlikely for example that those drive to write for a living will become more motivated by the extension of the copyright term from 50 years to 70 years after the death of the author Tradu o livre Nossa curta discuss o hist rica tamb m sugere que n s dever amos ser cautelosos quanto a vis es a respeito do incentivo criatividade Perceber a criatividade como um problema de oferta paralela que pode ser melhor alcan ado atrav s da satisfa o das demandas individuais por direitos de propriedade intelectual uma vis o limitada no m nimo daquilo que motiva as pessoas a criar improv vel por exemplo que aqueles que sobrevivem do que escrevem tornar se o mais motivados a escrever se houver uma dila o do prazo de prote o dos direitos 127 Ainda que para grande parte das pessoas a programa o de software tenha um aspecto de uma atividade entediante e exaustiva existem indiv duos que s o por ela fascinados e que a ela dedicam se de forma quase que incans vel tudo sem qualquer aten o para a possibilidade de lucro com esta atividade Estes indiv duos programariam ainda que esta atividade lhes exigisse custos econ micos
365. onto do globo possa acessar qualquer informa o proveniente de qualquer outro ponto instantaneamente e a custos muit ssimo reduzidos Contudo atrav s de mecanismos como estes aqui analisados cria se a possibilidade de 230 Technologies of encryption and scrambling which are used by media knowledge conglomerates are not a replacement for copyright norms but rather a complement Tradu o livre Tecnologias de criptografia e codifica o de dados as quais s o usadas pelas corpora es de m dia conhecimento n o s o um substituto para as normas de direitos autorais mas um complemento In DraHos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 184 231 Treacherous computing is a more appropriate name because the plan is designed to make sure your computer will systematically disobey you In fact it is designed to stop your computer from functioning as a general purpose computer Every operation may require explicit permission The technical idea underlying treacherous computing is that the computer includes a digital encryption and signature device and the keys are kept secret from you Proprietary programs will use this device to control which other programs can you run which documents or data you can access and what programs you can pass them to Tradu o livre Treacherous Computing um nome mais apropriado pois o plano feito de modo a garantir que seu computador ir sistematicamente desobedec lo Na v
366. or pirata necessitaria investir o mesmo montante de capital para editar e comercializar aquela mesma obra 64 Copyright begins life in England in the form of printing priviledges granted by Queen Mary in 1557 to a craft guild known as the Stationers Like all craft guild the Stationers had a serious interest in monopoly profits and a comensurate fear of competition O direito autoral nasceu na Inglaterra em forma de privil gios editoriais concedidos pela Rainha Mary em 1557 para uma corpora o de of cio conhecida como Stationers Como todas as corpora es de of cio os Stationers tinham um grande interesse nos lucros monopolistas e um incomensur vel pavor da competi o In DraHos Peter e BrarrHwarrE John op cit nota 4 p 30 30 Johannes Gutenberg no in cio do s culo XV Por m a verdade que n o apenas os comerciantes se interessavam na obten o de tais privil gios havia tamb m um interesse do monarca em contrapartida qual seja o controle sobre as id ias disseminadas em seu reino Ou seja ao conceder privil gios editoriais sobre determinadas obras o rei mantinha um v nculo de depend ncia com os editores e desta forma tinha conhecimento e podia at mesmo determinar o que seria ou n o publicado e lido dentro dos limites de seu reinado Esta rela o de depend ncia rec proca entre monarcas e comerciantes manteve se forte durante s culos Contudo a Revolu o Francesa tamb m n o poderia fazer v
367. os e comerciais ego stas Em todo o caso o resultado foi o aumento do bem estar comum com o fim de uma situa o de opress o 22i s E E 248 que persistia por s culos do mesmo modo que teria ocorrido caso a motiva o tivesse sido altru sta O mesmo n o verdade quanto ao sadismo este essencialmente anti social e jamais resultar em um aumento do bem estar comum pois a satisfa o do sujeito encontra se justamente em agir de modo a prejudicar outros membros da coletividade Por sorte ainda que todos os prazeres e todos os desejos sejam primitivamente ego sticos nem todos s o s dicos Infere se portanto que as regras dentro da sociedade visam todas realiza o do bem estar comum o que inevitavelmente implica a necessidade de possibilitar a satisfa o de parte dos desejos primitivos ego sticos dos indiv duos membros do ente social mas jamais a finalidade de satisfa o dos desejos s dicos Destarte o compartilhamento a regra que deve ser socialmente privilegiada e individualmente imposta pois gera aumento do bem estar comum dentro da sociedade Por m eventualmente dada a natureza ego sta do ser humano devem existir regras que possibilitem aos indiv duos algum grau de nega o ao amplo compartilhamento de todos os bens que possuem Essa possibilidade contudo deve ter vista a realiza o de um fim socialmente leg timo jamais a satisfa o de um prazer s dico A partir do expo
368. os imediatos de alguns softwares livres eles seriam capazes de vender softwares de modo mais eficaz a alguns usu rios principalmente comerciais In STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 57 373 In 1998 some of the people in the free software community began using the term open source software instead of free software to describe what they do The term open source quickly became associated with a different approach a different philosophy different values and even a different criterion for which licenses are acceptable The Free Software movement and the Open Source movement are today separate movements with different views and goals although we can do work together on some practical projects Tradu o livre Em 1998 algumas pessoas na comunidade do software livre come aram a usar a express o software de c digo fonte aberto ao inv s de software livre para denominar aquilo que eles desenvolviam A express o open source logo ficou associada a uma perspectiva diferente uma filosofia diferente valores diferentes e at mesmo crit rios diferentes a respeito de quais licen as seriam aceit veis O movimento pelo software livre e o open source s o atualmente dois movimentos distintos com diferentes vis es e objetivos embora n s possamos trabalhar conjuntamente em alguns projetos pr ticos In SrtaLLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 55 374 The prin
369. os que lhe proporciona a comunidade Seguindo este racioc nio n o poss vel imaginar se que a sociedade esteja obrigada a remunerar o criador por sua contribui o vez que ele se utilizou dos meios da sociedade e se n o tivesse criado outro o teria feito em seu lugar A cria o assim um processo de comunica o um di logo no qual o indiv duo depende da sociedade em maior medida do que a sociedade depende do indiv duo Este assunto discutido de forma detida nos cap tulos 4 1 3 3 e 4 3 82 Pode se at mesmo levantar como prova desta assertiva o fato de que em nenhuma outra poca da hist ria da humanidade houve fervor cultural t o grande quanto na contemporaneidade em uma civiliza o que aprendeu a proteger economicamente os autores e editores 83 Sobre as fal cias destas assertivas ver cap tulo 4 1 3 2 84 Especificamente sobre a internet ver cap tulos 4 2 e 4 3 36 quer privilegiar com as normas que se imp em ela sociedade Todo o trabalho que aqui vem se desenvolvendo tem por pressuposto que do interesse comum da sociedade a cria o de fundamentos sobre os quais ela possa apoiar se para crescer amadurecer e desenvolver se n o apenas a sua economia ou tecnologia mas no sentido mais vasto do termo bem como que estejam acess veis aos indiv duos os meios necess rios ao desenvolvimento pleno de suas capacidades e principalmente ao desenvolvimento intelectual m nimo necess rio a tomada de decis es
370. osse de persegui o a tais indiv duos Note se a grande diferen a conceitual enquanto os piratas eram contestadores do sistema oficial hier rquico e opressor institu do no com rcio mar timo os cors rios eram seus benefici rios e mantenedores indiretos vez que agiam em prol do aumento de poder dos Estados de onde se originavam Do mesmo modo entre os crackers e os hackers impera grande distin o Ambos s o aficionados por programa o de computadores e sistemas de informa o assim como tanto piratas como cors rios eram apaixonados pelos mares Todavia da mesma maneira em que os cors rios um dia foram ferramentas teis amplia o do poder econ mico estatal os crackers hoje s o ferramentas importantes manuten o do poder empresarial Aqui n o se deve confundir os crackers com os programadores contratados por empresas de software assim como n o se confundiam os cors rios com a marinha estatal Os programadores contratados pelas empresas de monop lio do conhecimento s o aqueles que trabalham desenvolvendo novos c digos e softwares e resolvendo os problemas existentes com os atuais Por outro lado os crackers n o t m necessariamente um v nculo pr vio jur dico ou mesmo de fato com a empresa Sua a o epis dica e difusa Os crackers s o usu rios de software incentivados a testarem os novos programas em buscas de aberturas falhas e defeitos Descobrindo os tais usu rios podem eventualmente re
371. own Arrhenius equation for mesuring cure time as a function of temperature and other variables was patentable subject matier Central to Court s decision was that the 60 A mudan a de posicionamento a princ pio foi escorada no fato de que n o se estava a proteger os interesses de um mercador de software pelo regime das patentes mas sim reconhecendo que o fato de um software encontrar se presente em uma inven o n o poderia constituir impedimento concess o de 150 dee i a Essa decis o foi muito controvertida pois deu origem ao h bito dos carta patente sobre ela comerciantes de software de buscar a concess o de patentes aos seus programas de forma mascarada ou seja sempre alegando que o que se intentava era que fosse concedida uma patente a uma inven o completamente diversa do software Chegou se a chamar essa situa o de doutrina das palavras m gicas segundo a qual o software era objeto de patente t o somente quando pronunciadas algumas palavras chave Assim durante os anos que se seguiram os comerciantes de software buscaram patente los com respaldo nas mais diversas e esdr xulas justificativas o que s mudou no ano de 1994 no qual um novo caso a respeito do patenteamento de softwares foi decido pela Federal Circuit Court of Appeals estadunidense dando in cio a um novo per odo na hist ria da prote o legal dos interesses mercadores de software Nesta decis o a corte entendeu que para satisfa
372. perdem o interesse pelas aulas sob a justificativa de que o curso n o ter utilidade para as suas vidas principalmente no que tange ao campo da prepara o para o trabalho O fato se explica porque existe uma cultura do Windows que se imp e como hegem nica In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 56 148 de um cultura do consumo existe uma estratifica o da sociedade a partir daquilo que os seus membros s o capazes de comprar Criam se meios artificiais para a satisfa o eg ica individual realizada atrav s do consumo Os indiv duos passam a distinguir se uns dos outros segundo aquilo que podem consumir de forma que goza de um status mais elevado aquele que tem meios de comprar um software original quando comparado a outro que precisa socorrer se de alternativas menos onerosas como os softwares piratas ou softwares livres Assim apesar de n o existir qualquer diferen a qualitativa entre softwares propriet rios originais e suas vers es piratas e at mesmo haver imensas diferen as entre as alternativas livres para a maior parte dos consumidores a quest o acaba resumindo se em demorstra es imaturas de poder Note se portanto que este discurso da pirataria apenas outro componente de uma estrutura de saberes sociais pouco considerados pelas ci ncias mas de grande impacto na vida di ria das empresas e dos consumidores Conclui se assim que o discurso antipirataria com o terrorismo midi tico que asso
373. piratas para o sistema atual j foi descrita no subcap tulo anterior falta discorrer sobre a utilidade dos hackers e dos piratas dos mares Parte desta quest o j foi abordada neste cap tulo no tocante ao papel de desviar a aten o da disputa ideol gica para um terreno mais favor vel vit ria dos benefici rios do sistema Resta discorrer sobre a utilidade pr tica destes indiv duos quando pervertida a sua ideologia Em ordem a evitar a confus o entre os conceitos e pap is que adiante ser o analisados a terminologia deve ser aqui alterada Isto porque essencial aos conceitos hacker e pirata s o as ideologias em que estes grupos se sustentam de forma que a sua remo o mudan a grave demais para subsistir dentro do mesmo conceito Neste sentido aqui ser o chamados de crackers os viciados em programa o de software que n o se pautam necessariamente pela tica hacker em suas a es bem 2 2 2 346 E Eizo E como se aproveitar o historicamente consagrado voc bulo cors rio para diferenci lo dos piratas Os cors rios foram ferramentas teis aos Estados Europeus e mesmo aos Estados Unidos na competi o comercial realizada nos mares na poca das navega es modernas Muitas vezes chamados de piratas por suas v timas os cors rios eram marinheiros que com apoio expl cito ou t cito do governo de seus pa ses de origem atacavam as embarca es provenientes de Estados concorrentes aos seus e
374. pressupostas a qual jamais ser verdadeira Pressup e se que todos os programadores que implementarem algum tipo de inova o ao software original ter o o interesse em comunic la ao desenvolvedor original Imposs vel acreditar que t o premissa concretize se Existe uma infinidade de raz es pelas quais um programador pode negar se a compartilhar sua inova o e n o passa de fic o imaginar que nenhuma delas ir ocorrer a nenhum dos programadores Outro problema tem a ver com as limita es pr ticas do desenvolvedor original Com efeito o desenvolvedor trabalha com limita o de tempo capital e pessoal de modo que dependendo da popularidade de determinado software tornar se ia invi vel que o desenvolvedor desse conta de analisar todas as inova es que lhe fossem comunicadas o que inevitavelmente geraria desperd cio al m de o impedir de dedicar se s suas pr prias inova es Ainda o desenvolvedor passaria a deter um poder de discricionariedade a respeito de quais inova es implementaria ao software comunicado publicamente Mesmo que fosse verdadeira a suposi o de que o desenvolvedor jamais utilizaria tal poder de forma abusiva ou contr ria aos interesses da coletividade ou seja que em sua discricionariedade utilizaria como crit rio t o somente crit rios objetivos da raz o conveni ncia utilidade praticidade etc ainda assim seu julgamento nem sempre seria correto o que tornaria a comunidade sujeita
375. pula em quais princ pios constitucionais encontram se alicer ados estes direitos Sobra doutrina fundamentar o dispositivo constitucional atrav s de uma interpreta o sistem tica Como visto ao longo deste estudo os fundamentos s o os mais variados na doutrina e fora dela Excetuadas as hip teses levantadas no cap tulo 2 deste estudo que j foram devidamente analisadas naocasi o n o h entretanto resqu cio de qualquer preocupa o doutrin ria em fundamentar este monop lio em quaisquer princ pios constitucionais A seguir outros princ pios constitucionais relacionados direta ou indiretamente com o assunto ser o analisados todavia nenhum deles parece sustentar esta exce o mas confirmar cada vez mais a regra desvalorizando pois a previs o constitucional do artigo 5 N o se pode certo falar em inconstitucionalidade de norma constitucional origin ria Entretanto uma an lise sistem tica da Constitui o e do ordenamento abaixo dela parece sugerir alguma incoer ncia deste disposto com o restante do ordenamento jur dico nacional 5 1 2 DISTRIBUI O DE RENDA E REDU O DAS DESIGUALDADES SOCIAIS Reza o artigo 3 da Constitui o Federal que constituem objetivo fundamental da Rep blica 200 Federativa do Brasil II erradicar a pobreza e a marginaliza o e reduzir as desigualdades sociais e regionais Como analisado ao longo do cap tulo 4 existem atualmente dois modelos de d
376. putadores Por que ent o existe esta confus o a respeito das qualidades do livro ao passo que percebe se claramente que o software n o id ntico ao seu suporte f sico e nem com ele se confunde A resposta parece estar ligada diferen a de pocas em que cada um surgiu Quando do surgimento do livro o texto nele transcrito somente poderia ser reproduzido com um suporte material determinado o qual foi criado especialmente para a transmiss o do texto Portanto ambos tinham sua justifica o existencial no remanescente o suporte f sico apenas serviria para transmitir o texto e este apenas poderia ser transmitido por aquele suporte f sico Por outro lado o software para ser transmitido jamais foi exclusivamente dependente de um suporte f sico e os suportes capazes de transmitir software n o tinham sua justificativa unicamente em fun o daquele de modo que f cil perceber que o conte do e o continente s o completamente 225 2 o E Al m disso o software surgiu em um momento em que a no o de bens imateriais ou diversos intelectuais j est amplamente disseminada culturalmente ao passo que o livro a precedeu em mil nios Assim sendo apesar de denominarmos livro tanto conte do como continente isto n o implica que ambos sejam ontologicamente uma coisa s Do mesmo modo que percebemos o software como algo distinto do seu suporte f sico devemos pois perceber o livro continente como div
377. qual o interesse t o grande que um autor ou criador de obra intelectual teria em restringir a divulga o de sua obra Os privil gios monopolistas tamb m chamados de direitos patrimoniais do autor nada mais s o do que um entrave mais ampla circula o da obra visto que para ter acesso a ela um indiv duo necessariamente dever arcar com o custo geralmente alto da licen a N o parece plaus vel a id ia de que o autor de uma obra intelectual tenha grande interesse em que ela seja conhecida e estudada apenas por um pequeno n mero pessoas A c pia de uma obra que a ideologia da propriedade intelectual quer taxar como ofensa grave a ponto de at mesmo criminaliz la parece assemelhar se muito mais com um reconhecimento da import ncia e da qualidade da obra do que com uma ofensa a ela Somando se a isto o fato de que o grosso do lucro da explora o econ mica da 300 Como elucidado no cap tulo 2 301 Interessante notar que a nossa Lei do Software expressamente nega aos programadores e desenvolvedores de software os direitos morais art 2 par grafo 1 da lei 302 The right of integrity might give an author rights in the film editing process Control over commercial exploitation is no longer total Thus when it came to moral rights in TRIPS the MPA successfully opposed their recognition Tradu o livre O direito integridade da obra pode dar ao autor direitos sobre o processo de edi o de um filme O cont
378. qual os usu rios de computador detestam tornando crime a quebra de uma prote o contra c pias ou sequer a publica o de informa es a respeito de como quebr la Esta lei deve ser chamada de Lei de Domina o pelas Companhias de M dia porque ela oferece aos empres rios a chance de escrever suas pr prias leis de direitos autorais Ela diz que eles podem impor quaisquer restri es ao uso de uma obra e que estas restri es ter o for a de lei sempre que a obra contiver algum tipo de licen a criptografada para refor las In SrtaLLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence Free Software Free Society Selected Essays of Richard M Stallman Boston GNU 2002 p 82 170 Estes programas de compartilhamento de dados tornam poss vel o tr fego de informa o sem que haja necessidade de um provedor de informa es a uma comunidade de receptores O que acontece que todos s o ao mesmo tempo receptores e fornecedores de todas as informa es que comunitariamente compartilham Isto torna quase que imposs vel a coer o dos direitos dos comerciantes de software e outros ativos intelectuais j que seria necess rio perseguir toda a comunidade virtual a qual n o v fronteiras e os usu rios podem estar se comunicando dos lugares mais distantes do globo 66 destes ambientes Todavia a ado o destas medidas n o deve ser entendida como um mero acr scimo t cnico e operacional ao regime do direito autoral quando aplicad
379. qualquer usu rio anunciar e ofertar publicamente suas altera es em determinado software apenas poderia faz lo entre seus conhecidos Teoricamente a restri o pode parecer meramente formal ou modal mas as implica es pr ticas desta forma restrita de exerc cio das liberdades acima s o tremendas De imediato duas conseq ncias parecem ter maior destaque A primeira delas que em sendo 111 vedada a oferta p blica das altera es realizadas em softwares inviabiliza se e exist ncia de atividade comercial ligada venda de softwares desenvolvidos coletivamente Ou seja ap s distribuir no mercado um software o desenvolvedor original manter se ia em sua posi o de mercador monopolista em rela o venda n o somente daquele software mas de quaisquer futuras vers es do mesmo ainda que n o tenham sido desenvolvidas por ele A outra consiste no bice pr tico livre circula o do conhecimento de que tratou se no subcap tulo anterior vez que os conhecimentos desenvolvidos a partir da base comum teriam seu alcance restrito s rela es particulares daquele que implementou o software original Em um mundo ideal onde todas as pessoas tivessem interesse em programa o de softwares e tamb m fossem completamente caridosas a ponto de anunciar imediatamente totalidade de seus contatos pessoais todas as inova es que realizassem ou tivessem conhecimento no qual ainda haveria tempo h bil para que toda esta
380. que o vencedor mas porque ele ir se beneficiar de investimentos crescentes de todas as partes envolvidas In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 68 217 Sobre o modo de escolha das empresas ver cap tulo 4 1 3 7 278 Note se que n o apenas no ramo do desenvolvimento de software que este efeito nefasto do sistema de direitos de propriedade intelectual ocorre In short intellectual property rights deliver rewards to a comparatively small number of star artists whose works are pumped through the distribution networks commanded by the likes of News Corporation Sony Viacom or AOL Time Warner For the rest the majority they remain largely an empty promise They deliver little to artists involved in the system of national cultural production Tradu o livre Em suma os direitos de propriedade intelectual d o recompensas a um n mero comparativamente pequeno de estrelas cujos trabalhos s o bombardeados atrav s redes de distribui o comandadas por News Corporation Sony Viacom AOL Time Warner ou semelhantes A todo o resto a maioria tais direitos permanecem apenas uma grande promessa vazia Eles recompensam muito poucos aqueles artistas envolvidos no sistema de produ o cultural nacional In Dranos Peter e BrarrHwaTTE John op cit nota 4 p 180 279 Ao protegerem seus c digos fonte os propriet rios de um determinado sistema operacional puderam escolher e determinar quais softwares seriam utilizados sobre aqu
381. que aquele sobre o qual recaem privil gios monopolistas bem verdade que um dos pilares do capitalismo a propriedade privada todavia tamb m s o pilares do capitalismo da livre iniciativa livre concorr ncia e a plenitude de acesso s informa es sobre o mercado de modo que a outorga de monop lios sobre o conhecimento e privil gios na explora o de mercados apenas chamada de propriedade sobre bens intelectuais nada mais do que uma afronta aos princ pios b sicos da produ o capitalista Assim sendo nada mais l gico que o software livre torne se de fato aquele de qualidade t cnica superior e portanto o mais competitivo Por m o software livre n o como visto uma simples continuidade dos preceitos capitalistas j consagrados A proposta livre pretende se um salto dentro do modo de produ o capitalista Com efeito o capitalismo cl ssico ao privilegiar somente os princ pios acima estabelecidos enquanto um pragmatismo econ mico fomenta o individualismo e a forma o de segmentos rivais dentro da 377 In http news bbc co uk 2 hi technology 6078016 stm 378 Que a pol tica a arte a ci ncia a l ngua a produ o e a troca que quase tudo o que vincula s esteja estruturado polarizado de cima a baixo de hierarquias e pir mides por toda a parte reproduzidas com obstina o fractal ao longo de redes indefinidamente ramificadas pela busca e conserva o do poder eis o que caracteriza efet
382. que haja o seu elemento essencial o g s no nosso caso dois ou mais seres vivos A proposta junguiana por sua vez n o contradiz a tese aqui apresentada mas pode dar argumento a uma tese contr ria Partindo do pressuposto de que todas as id ias fazem parte de um fundo humanit rio comum mas que apenas algumas pessoas desenvolvem a compet ncia para lidar com os conte dos deste fundo traduzindo os em linguagem verbal acess vel e intelig vel racionalmente aos demais a id ia de uma centralidade da figura do autor inventor criador a quem a coletividade deve estar agradecida pode ser refor ada em uma m interpreta o A teoria junguiana entretanto tem como fundamento o princ pio de que as pessoas somente podem realizar se verdadeiramente atrav s do processo de individua o o qual requer o contato da consci ncia com os conte dos provenientes do inconsciente coletivo Desta forma aqueles que puderam lidar com estes conte dos j se encontram em situa o extremamente privilegiada em compara o com a mis ria dos demais que ainda encontram se presos a uma imaturidade ps quica elevada n o havendo pois que se falar na justeza de uma d vida destes miser veis para com os privilegiados N o somente Tamb m h que se lembrar que os indiv duos mais amadurecidos lograram este amadurecimento caminhando por conte dos humanit rios comuns ou seja p blicos de modo que pode se louvar lhes a caminhada mas jamais lhes ser
383. que lhe geravam uma renda alta o suficiente para que se sustentasse com conforto Entretanto o volume de pedidos lhe ocupava muito tempo e acabava comprometendo o desenvolvimento do sistema de modo que em outubro de 1985 ele decidiu fundar a Free Software Foundation para organizar as tarefas de desenvolvimento e distribui o Quando come ou a desenvolver o sistema operacional livre R Stallman precisou desde logo pensar em sua estrutura b sica e em um nome Devido a sua experi ncia pr via no MIT R STALLMAN logo percebeu que seria important ssimo conceber um sistema operacional que fosse transport vel ou seja que n o fosse limitado a apenas uma nica plataforma de hardware sob pena de todo o trabalho perder se quando a plataforma se tornasse obsoleta Ainda como o projeto dependia em grande parte do n mero de usu rios e programadores que por ele se interessassem seria importante que este novo sistema fosse compat vel com arquivos e programas de algum sistema preexistente e de fato j existia um sistema que preenchesse o primeiro requisito o Unix Assim ele decidiu que o sistema seria compat vel com o Unix e faltava apenas dar lhe um nome Conta ent o que poca existia um costume entre os hackers de apelidar seus programas atrav s de acr nimos recursivos recursive acronyms para Alguma coisa N o outra Coisa Something is Not Something else de modo a dizer que o seu programa n o era um outro prog
384. que o software prov Todavia esta Licen a n o se restringe a manuais de software ela pode ser usada para qualquer obra liter ria independentemente do seu conte do ou forma de publica o Recomenda se o uso desta Licen a principalmente para obras cujo objetivo seja a instru o ou a refer ncia 1 APLICABILIDADE E DEFINI ES Esta Licen a aplica se a qualquer manual ou outra obra inserida em qualquer meio a qual contenha um aviso pelo detentor de direitos autorais sobre ela dispondo que a mesma pode ser distribu da sob os termos desta Licen a Tal aviso garante uma licen a desonerada do pagamento de royalties com validade mundial e prazo ilimitado para usar a obra objeto da Licen a sob os termos e condi es aqui previstos O Documento abaixo refere se ao manual ou obra objeto desta Licen a Qualquer membro do p blico um licenciado o Licenciado O Licenciado aceita a Licen a se reproduzir alterar ou distribuir o Documento de forma n o autorizada segundo a Lei de Direitos Autorais Uma Vers o Alterada do Documento significa any work containing the Document or a portion of it either copied verbatim or with modifications and or translated into another language A Secondary Section is a named appendix or a front matter section of the Document that deals exclusively with the relationship of the publishers or authors of the Document to the Document s overall subject or
385. quina 90 A ROM read only memory ou mem ria somente de leitura assim chamada por ser uma mem ria que est permanentemente gravada nos circuitos do computador de modo que as informa es l gravadas n o s o apagadas nem mesmo quando o computador formatado Todo computador carece de software para trabalhar e esse o papel fundamental do chamado software da ROM Esse software tem o papel fundamental de iniciar os trabalhos do computador buscar pelo sistema operacional que est gravado no Disco R gido HD hard disc dar suporte os trabalhos cont nuos do computador e coordenar o trabalho dos perif ricos Conceitualmente o software da ROM se localiza entre a m quina e todos os demais softwares inclusive o sistema operacional Windows ou afins In Norton Peter e WiLton Richard The New Peter Norton Programmer s Guide to the IBM PC and PS 2 1985 trad port de D Vieira Novo Guia Peter Norton para programadores do IBM PC e PS 2 Rio de Janeiro Campus 1991 p 40 39 seria considerado um software visto que qualquer computador funciona sem este programa ou mesmo sem um similar sistema operacional sendo portanto dispens vel Esta defini o peca por limitar a amplitude de funcionalidades de um software e torn lo apenas uma ferramenta do hardware apesar de o autor ressaltar que ambos s o independentes Seu pior defeito por m ser tautol gica vez que reza B A 91 ser o software um programa sem especificar o
386. r aten o j que s o eles que dever o justificar se face ao sistema atualmente vigente 3 4 No BRASIL Antes de dar seguimento ao estudo das duas propostas provenientes de ideologias conflitantes importante estabelecer se brevemente qual o estado atual da legisla o p tria a respeito desta mat ria j que nossa legisla o e doutrina que se destina em princ pio este trabalho Com efeito no Brasil diferentemente do que acontece nos Estados Unidos e em outros pa ses desenvolvidos vigora somente um sistema an logo ao dos direitos autorais para a prote o dos interesses econ micos dos comerciantes de software n o a conjun o de tr s sistemas distintos E o que 20193 determinou a Lei 9609 de 19 de fevereiro de 1998 em seu artigo O qual em seu par grafo primeiro suprimiu aos programadores os direitos morais conferidos aos autores exce o do direito de reivindicar a paternidade do programa e o de obstar altera es que impliquem preju zos sua honra ou 194 reputa o sistema operacional GNU Linux e o navegador Mozilla Firefox anteriormente conhecidos apenas pela comunidade hacker 193 O regime de prote o propriedade intelectual de programa de computador o conferido s obras liter rias pela legisla o de direitos autorais e conexos vigentes no Pa s observado o disposto nesta Lei N o somente mas tamb m a Lei 9610 1998 Lei dos Direitos Autorais tamb m previu em s
387. r outro estamento que rogasse a si quaisquer privil gios Assim sendo todos os privil gios deveriam ser extirpados da sociedade francesa bem como o seriam em toda a civiliza o ocidental a partir de ent o Por m essa revolu o deve se ressaltar foi uma revolu o burguesa de modo que n o poderia pelejar contra os interesses pr prios desta classe mercantil muito interessada em manter seu poderio econ mico Desta forma que foi extinto o privil gio de inven o juntamente com todos os demais privil gios mas n o sem nascer em seu lugar a P e 90 propriedade sobre os bens imateriais Logo se percebe que quando de sua inven o os direitos de propriedade industrial n o tiveram uma fundamenta o ou legitima o filos fica simplesmente porque n o eram direitos mas privil gios os quais n o se justificam apenas s o concedidos de acordo com o arb trio daquele que tem poder para tanto Contudo o desenvolvimento tecnol gico e cultural da sociedade ocidental durante e ap s o s culo das luzes iniciou um processo de crescente conscientiza o do indiv duo e da sociedade que acarretou a necessidade de uma reformula o do discurso do poder que pela primeira vez via a sua legitimidade questionada 19 Tal era a import ncia da extin o de todo e qualquer privil gio dentro da sociedade francesa que a Constitui o Francesa do ano de 1791 trazia j em seu pre mbulo a determina o de que
388. r taxadas de il citas quando n o criminosas e acima de tudo isto foi necess rio perverter a imagem destas pessoas para que fosse socialmente aceita a sua persegui o bem como para que a sua ideologia n o se espalhasse pela comunidade Assim nasceu a figura do hacker o grande vil o do mundo virtual um covarde que faz uso da tecnologia para al ar ganhos il citos sem qualquer risco sua integridade f sica pois o faz de dentro de sua pr pria casa N o apenas nos notici rios tornou se comum ouvir a palavra hacker aliada invas o de sistemas importantes de bancos ou de empresas de grande porte mas at mesmo filmes foram feitos 344 x Tentou se ligar esta figura uma amea a abordando o tema do perigoso criminoso do s culo XXI contra toda a sociedade indiv duos que agem desvinculados de qualquer ideologia que n o o acumulo f cil de capital Duas diferen as b sicas entre hackers e piratas que os primeiros n o podem ser identificados nas ruas da cidade j que n o passam de cidad os comuns e sua principal amea a aos empres rios do conhecimento n o tem liga o com a possibilidade de concorr ncia mas com sua ideologia Sendo assim o combate aos hackers eminentemente ideol gico mas n o deve contudo ser travado neste mbito pois haveria grande risco de derrota Para impedir que a disputa ocorresse em um terreno desfavor vel os privilegiados ent o buscaram deslocar o problema para uma
389. ra o governo do Reino Unido 2002 acess vel no site http www ipreommission org graphic documents final report htm vers o em portugu s http www iprcommission org graphic Portuguese Intro htm p 7 50 Note se que a legisla o p tria a respeito do tema originalmente dispunha que os direitos de propriedade intelectual eram privil gios apesar de dar lhes o nome de propriedade o que se l no par grafo 4 do artigo 1 da Lei Imperial 3129 de 14 de outubro de 1882 o qual dizia O privil gio exclusivo da inven o principal s vigorar por 15 anos Por sua vez a Lei 5772 de 21 de dezembro de 1971 promulgada ainda quando da ditadura militar em seu artigo 2 dizia que A prote o dos direitos relativos propriedade industrial se efetua mediante a concess o de privil gios de inven o de modelo de utilidade de modelo industrial e de desenho industrial Somente com a Lei 9279 1996 portanto ap s a ditadura e j na vig ncia da Constitui o Federal de 1988 que a lei calou o voc bulo privil gio em seu texto Todavia n o a mera mudan a de um voc bulo que ter o cond o de alterar a natureza jur dica de um instituto 51 In Costa Nerro Jos Carlos Direito Autoral no Brasil in Bicuco H lio coord Cole o Juristas da Atualidade FTD S o Paulo 1998 p 34 52 H uma certa confus o na doutrina a respeito do ano exato em que foi promulgada esta lei Alguns autores f
390. rama preexistente Desta forma seguindo o costume R Stallman decidiu denomin lo pela negativa feita ao sistema Unix ou seja Something is Not Unix e passou a procurar qual das letras do alfabeto formaria um bom nome com a termina o NU Not Unix encontrando na letra G a mais engra ada delas pois deste modo o sistema teria ao mesmo tempo o nome de um animal ex tico o gnu Foi assim que decidiu chamar o 210 Para saber mais http www fsf org ou tamb m http en wikipedia org wiki Free Software Foundation 211 Acr nimos s o siglas ou abreviaturas geralmente pronunci veis S o considerados recursivos os acr nimos que remetem se eternamente a mesma sigla tornando imposs vel descobrir se o seu significado 83 sistema operacionalde GNU acr nimo recursivo para Gnu is Not Unix No in cio dos anos 1990 o sistema operacional GNU estava praticamente pronto restando por desenvolver apenas o chamado kernel n cleo Os programadores que estavam trabalhando no projeto ent o ouviram falar de um kernel compat vel com o sistema Unix desenvolvido por um hacker finland s chamado Linus Torvalds que apelidara o de Linux Os usu rios do sistema GNU acoplaram ent o o kernel ao sistema da mesma forma que j haviam feito com diversos outros componentes que se encontravam dispon veis livremente tornando o GNU pela primeira vez um sistema operacional completo Com o ulterior advento do movimento Open So
391. rancesa de propriedade industrial de 19 de janeiro de 1791 em seu artigo primeiro rezava que toda descoberta ou inven o nova de todos os g neros de ind stria propriedade de seu autor grifo nosso As luzes agora se deslocam da palavra privil gio que dantes evocara aten o e movem se n o dire o ao j consagrado termo propriedade mas ao ano 1791 N o sendo esta uma tese dentro da disciplina de Hist ria n o deve ousar adentrar em 16 In Domcues Douglas Gabriel op cit nota 11 pp 2 e 3 17 For oso transcrever Foi na Inglaterra que a concess o de privil gios adquiriu forma estruturada com a real concess o de patentes As Literal Patents eram cartas abertas a todos os s ditos do reino e forma usual de conceder honrarias dignidades e direitos exclusivos de compra venda fabrica o de algum produto ou ainda direitos de monop lio s guildas ou eminentes cidad os Em 1582 por exemplo concedeu o rei o monop lio do sal a William Harebrown para al vio da decad ncia de sua fortuna atribu da a perdas no mar In Domincues Douglas Gabriel op cit nota 11 p 9 18 In Domncues Douglas Gabriel op cit nota 11 pp 14 16 profundidade neste ramo do conhecimento Entretanto tal ano em tal pa s certamente roga aten o revolu o que marcou o fim da Idade Moderna e o in cio da Idade Contempor nea com guilhotinas trabalhando sem cessar decapitando nobreza realeza clero ou qualque
392. rativa do modo como o sistema de encontra Da mesma forma se a informa o fosse secreta e os direitos de propriedade intelectual fossem respeitados por todos os cidad os e empresas a probabilidade de que aqueles que j tem o seu poder econ mico consolidado produzissem conhecimentos novos a um n vel muito abaixo do timo visto que teriam sempre de preocupar se sozinhos com todos os m nimos detalhes de cada conhecimento novo criado em suas empresas Nesse sentido tanto ontem como hoje interessante s empresas de conhecimento que exista alguma forma de acessar as informa es que se encontram escondidas para que se possibilite o di logo cultural interessante que haja um desvio padr o s regras do pr prio sistema Entretanto nenhuma empresa ir de bom grado ceder informa es sobre os conhecimentos desenvolvidos por seus funcion rios nem poss vel que os programadores de uma empresa dediquem se a descobrir os segredos das concorrentes Contudo aos crackers esta atividade poss vel sem grandes inconvenientes As informa es por 348 Este assunto abordado em detalhes no cap tulo 4 1 3 8 155 eles descobertas tamb m podem ter um valor comercial alto aos comerciantes dos softwares concorrentes quele que dedicaram se a vasculhar Assim sendo tais programadores tornam se uma importante ferramenta ao refinamento do sistema de reclus o da informa o na posse de alguns poucos sem graves danos
393. rawarre John op cit nota 4 p 16 315 US software corporations helped to create the piracy of their software products In the early days they priced the software at such high levels that many individuals simply could not afford it Tradu o livre As grandes ind strias estadunidenses de software ajudaram a criar a pirataria de seus pr prios produtos No come o eles taxaram seus softwares a pre os t o altos que muitos indiv duos simplesmente n o podiam compr los In Dranos Peter e BrarrHwarre John op cit nota 4 p 22 316 Schoolboy history and Hollywood have combined to tell us what pirates looked like and what they did They were ugly unless played by Errol Flynn fierce looking cut throat types who plundered and murdered without pity under the flag 137 Assim n o se fala em infra o ao privil gio individual e monopolista sobre o conhecimento Fala se antes em pirataria roubo furto e outros crimes contra o patrim nio Exploram se as imagens populares do ladr o do pirata e do bandido para causar avers o a esta conduta como sendo delituosa criminosa e pecaminosa como forma de exerc cio de um controle sobre o alcance da reprodu o n o 318 autorizada de conhecimento monopolizado O uso destas alegorias tem em um primeiro momento uma dupla fun o i reprimir a conduta dos exclu dos e ii justificar os gastos p blicos e o uso de aparato Estatal para cuidar destes assuntos uso de for
394. rd The New Peter Norton Programmer s Guide to the IBM PC and PS 2 1985 trad port de D Vieira Novo Guia Peter Norton para programadores do IBM PC e PS 2 Rio de Janeiro Campus 1991 228 Paris Thomas Le Droit D auteur L id ologie et le systeme Paris Presses Universitaires de France 2002 Pereira Alexandre Dias Inform tica Direito de Autor e Propriedade Tecnodigital in Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra Stvdia Ivridica 55 Coimbra Coimbra 2001 Pontes DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Tratado de Direito Privado Parte Especial Tomo XVI 3 ed Rio de Janeiro Borsoi 1971 Santiago Oswaldo Aquarela do Direito Autoral Rio de Janeiro Gr fico Mangione 1946 Santos Manoel Joaquim Pereira dos Objeto e Limites da Prote o Autoral de Programas de Computador Tese de Doutorado Apresentada ao Departamento de Direito Civil da FDUSP em 27 08 2003 S o Paulo 2003 S va Jos Afonso da Curso de Direito Constitucional Positivo 22 ed S o Paulo Malheiros 2003 STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessrc Lawrence Free Software Free Society Selected Essays of Richard M Stallman Boston GNU 2002 VAIDHYANATHAN Siva Between Pragmatism and Anarchism The American Copyright Revolt Since 1998 in M Halbert Free Culture and the Digital Library Symposium Proceedings Atlanta 2005 229 acess vel pelo site lt http papers ssm com sol3 papers cfm abgract 1d 8278
395. re muitas Para que ela ocorra entretanto o acesso rede deve permanecer livre tal qual o acesso ao conhecimento Nesse quadro ganha relev ncia o software enquanto meio necess rio ao acesso a ambos Se o pr prio funcionamento do software utilizado como ferramenta ao trabalho do conhecimento encontra se oculto como podem ser ditos livre a internet e o conhecimento 402 Esta chance entretanto n o do interesse de alguns membros distintos da sociedade sua ideologia lhes perniciosa por isto tentam artificialmente limitar seus potenciais Nesse sentido P Dranos e diz Financier s copyright is a third distinct view of copyright It rests on the view that copyright must serve the financier of copyright works by guaranteeing rights of exploitation in whichever markets the financier chooses to operate If new technologies like the Internet come along to threaten existing investments or make new forms of exploitation possible then the financier is entitled to new rights that allow him or her to manage the contingencies of the technology Copyright becomes the servant of the financier rather than the author or the public welfare Tradu o livre O direito autoral financeiro uma terceira e distinta vis o dos direitos autorais Ela consiste na vis o de que o direito autoral deve servir ao financiador das obras apropri veis garantindo lhe direitos de explora o em quaisquer mercados que escolha atuar Se novas tecnologias como a
396. rea onde a vit ria fosse certa Mascarou se a ideologia de acesso amplo ao conhecimento e informa o em uma amea a intimidade e ao sigilo de informa es pessoais focada somente no desvio de propriedade Transmitiu se popula o a id ia de que as empresas do conhecimento e o Estado encontravam se em uma dura batalha contra um n mero 344 Winkzer Irwin The Net Estados Unidos Columbia Home Video 1995 Sena Dominic Swordfish Estados Unidos Jonathan Krane Group 2001 Sorrrey lain Hackers Estados Unidos Suftley 1995 Loncrame Richard Firewall Estados Unidos Warner Bros Pictures 2006 Um filme interessante que faz uma contraposi o desta premissa Howrrr Peter Antitrust Estados Unidos Metro Goldwyn Meyer 2001 150 indetermin vel de desordeiros cibern ticos N o bastariam contudo apenas os discursos e reportagens eram necess rios exemplos concretos de amea a a n vel individual Felizmente logo surgiram os v rus de computador softwares malignos que poderiam ter as mais diversas finalidades e foram rapidamente taxados como armas dos hackers em suas investidas para invadir computadores pessoais Novamente n o houve qualquer preocupa o em esclarecer as nuances do problema a confus o era mais interessante defesa do sistema de enclausuramento das informa es N o obstante exista uma substancial diferen a entre os prop sitos daquele que invade um sistema e deixa uma mensagem ao adminis
397. recer trivial Todavia necess rio observar que aquele que det m os direitos sobre o software no atinente ao mercado deste produto est em posi o de mercador monopolista o que faz com que ele possa cobrar por tal servi o um pre o muito al m de seus custos com vistas obten o do chamado sobre lucro monopolista Pior Quanto maior o p blico consumidor de um determinado software menores s o as chances de que a empresa que o desenvolve tenha at mesmo o interesse em ofertar aos consumidores este tipo de servi o pelo simples fato de que para realiz lo dever mobilizar vultosa soma de capital humano o que necessariamente ser feito em detrimento de pesquisas em desenvolvimento de novos softwares de maior alcance e lucratividade dentro do mercado os quais ainda servir o para a manuten o futura daquela fatia do mercado Assim o custo de 233 Sabemos que a vontade de impor o melhor dos mundos pode ser o pretexto das piores ditaduras Mas no caso o horror n o decorre da busca do melhor da preocupa o com a otimiza o mas do car ter for ado definitivo exterior da solu o molar maci a v lida para todos e portanto fatalmente inadequada para cada um Restringindo as liberdades o totalitarismo destr i igualmente as pot ncias do ser In L vy Pierre L intelligence collective Pour une Anthropologie du Cyberspace 1994 trad port de L P Rouanet A Intelig ncia Coletiva Por uma Antropologia do Cib
398. rei o o objetivo do direito n o este a despeito do seu discurso Desta forma v o acreditar em uma an lise comparativa de discursos como a fonte capaz de mudan a em um sistema Neste sentido o pr prio trabalho aqui desenvolvido perderia o seu sentido vez que a despeito de qualquer julgamento sobre o seu m rito a constru o do saber d se em outros terrenos Contudo a cr tica aqui exposta n o tem base em uma contesta o meramente ret rica do sistema a qual se despida do poder exercido pelos interlocutores resultaria vazia Ela tem simultaneamente alicerces em uma ideologia a o belicosa de indiv duos que buscam romper com a presente forma de domina o da informa o e da sociedade Esta ruptura contudo apenas pode resultar em um novo sistema de dom nio O conhecimento como j dito n o evolui nem uno A presente proposta n o um desenvolvimento da anterior n o guarda com quaisquer semelhan as que n o a instrumentalidade ao exerc cio do poder por um grupo de indiv duos Desta forma n o se deve criar a ilus o de que se caminha de fato para um pice mas compreender se que assim como a ideologia dos direitos de propriedade intelectual s o a faceta de saber do poder exercido pelos empres rios do conhecimento tamb m a ideologia livre um saber ao qual corresponde uma nova estrutura de rela es de poder N o se ir exterminar as rela es de poder do seio social imposs vel faz
399. remaneira os exclu dos do sistema tanto em aspecto geral os n o desenvolvidos como em escala microecon mica Mas n o se pode esperar que este modelo conquiste seu espa o somente por conta de sua melhor adequa o tica devem haver indiv duos trabalhando e resistindo ao paradigma atual de desenvolvimento de software n o apenas no plano filos fico mas no plano pr tico Somente desta forma a subcultura do movimento livre tem alguma chance de prevalecer em confronto com os interesses privados de atores espec ficos organizados em torno da manuten o de seu pr prio poder 447 The puzzle deepens when it is realized that in immediate trade terms the globalization of intellectual property really only benefited the US and to a lesser extent the European Community O quebra cabe a aprofunda se quando se se apercebe que em termos imediatos a globaliza o da propriedade intelectual somente beneficiou os Estados unidos e em menor medida a Comunidade Europ ia In Dramos Peter e BrarrHwarre John op cit nota 4 p 11 448 Lawyers in developing countries for example who had multinationdls for clients could be counted on to argue that TRIPS would make their developing country economy a truly modern one All this information created a veil of ignorance in gt many developing countries Tradu o livre Advogados nos pa ses em desenvolvimento por exemplo que tem multinacionais como clientes serviam como fautores
400. resist ncia opress o N o h como negar que dentre os institutos jur dicos dentro dos quais poderia receber guarda o velho privil gio de inven o o direito de propriedade certamente era o mais adequado tendo em vista seu vigor dentro da mentalidade desta nova sociedade burguesa que surgia E para que n o reste d vida quanto sua magnitude dentro desta sociedade transcreve se aqui o artigo d cimo s timo e ltimo desta mesma declara o La propri t tant un droit inviolable et sacr nul ne peut en tre priv si ce n est lorsque la n cessit publique l galement constat e l exige videmment et sous la condition d une juste et pr alable indemnit Tradu o livre Sendo a propriedade um direito inviol vel e sagrado dela ningu m pode ser privado salvo quando a necessidade p blica legalmente verificada o exigir evidentemente e com a condi o de uma justa e pr via indeniza o Conv m ressaltar aqui que apesar das muitas mudan as ocorridas desde ent o a civiliza o ocidental qui mundial hodierna permanece sendo fundamentalmente burguesa com princ pios e fins burgueses de modo que a propriedade permanece hoje um forte abrigo ao antigo privil gio Pode se mesmo alegar que agora encontra se fortalecido vez que a sociedade burguesa encontra se consolidada diferentemente do que ocorria naqueles tempos de transi o Note se que a nossa Constitui o Federal de 1988 garantiu o direito de propriedad
401. riadores O que os dados hist ricos nos mostram entretanto que desde o come o um moralidade comercial inescrupulosa que dirigiu o desenvolvimento e aprimoramento do uso das patentes In DraHos Peter e BRrarruwarre John op cit nota 4 p 35 intelectual que n o ferem sob qualquer forma o bem estar social Por que ent o s o estes direitos largamente ignorados nas discuss es a respeito dos direitos de propriedade intelectual em mbito global ao passo que os privil gios monopolistas de exclusividade de explora o s o a todo momento aumentados e rediscutidos A resposta parece ser bvia e tem rela o com o car ter empresarial e monopol stico destes direitos Os direitos de propriedade intelectual que usualmente s o defendidos com base em uma pretensa necessidade de assegurar retornos financeiros aos criadores de obras intelectuais na realidade s o apenas um modo de manter os privil gios econ micos que em tempos distantes eram abertamente chamados de privil gios comerciais N o s o os autores de obras intelectuais os verdadeiros benefici rios deste modo de prote o que mas sim as empresas que agregam um grande n mero destes direitos adquiridos dos criadores originais a um baixo custo Por sua vez os direitos morais do autor n o interessam aos empres rios Em verdade tais direitos t m no m ximo o cond o de limitar as possibilidades de uso pleno de seus privil gios de exclusividade Mais ainda
402. ribute and less satisfying and efficient to use grifos do autor Tradu o livre Quando os defensores do ped gio os prop em como um simples meio de levantar fundos eles distorcem as escolhas poss veis O ped gio de fato arrecada fundos por m tem tamb m inerente outra conseqii ncia eles prejudicam as estradas A estrada com ped gios n o t o boa quanto a estrada livre dar nos mais ou melhores estradas pode n o ser uma melhoria se isto implicar a substitui o de estradas com ped gio por estradas livres Usado o mesmo racioc nio para o software eu irei em seguida demonstrar que ter ped gios em softwares teis um grande custo social faz com que o desenvolvimento dos programas torne se mais oneroso assim como a sua distribui o ao mesmo tempo em que menos satisfat rios e eficientes In STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 121 283 Como j dito no in cio dos cap tulos 3 e 4 124 Uma conclus o estranha a de que o Estado somente pode interferir nesta atividade com vistas a incentiv la economicamente atrav s da cria o de tais monop lios Com efeito o meio mais comum de atua o interventiva do Estado no dom nio econ mico sempre foi o tributo N o parece existir qualquer grande impediente para que ele atue da mesma forma neste ramo sendo assim ainda que o modelo escolhido fosse o empresarial a cria o dos monop lios n o seria de forma alguma a nic
403. riginal ou leg timo Pelo contr rio todos s o incentivados a distribu rem c pias dos softwares que possu rem seno o conceito de pirataria completamente alheio a esta realidade 330 O ideal do ego portanto o herdeiro do complexo de dipo e assim constitui tamb m a express o dos mais poderosos impulsos e das mais importantes vicissitudes libidinais do id Erigindo esse ideal do ego o ego dominou o complexo de dipo e ao mesmo tempo colocou se em sujei o ao id Enquanto o ego essencialmente o representante do mundo externo da realidade o superego coloca se em contraste com ele como representante do mundo interno do id In Frevp Sigmund op cit nota 246 p 38 143 predominante dentro da psiqu Estes desejos e impulsos primitivos do id portanto continuam por toda a vida reprimidos no inconsciente que por defini o inacess vel consci ncia mas que nem por isso deixa de estar a todo momento a influenciar as escolhas conscientes da psiqu tendo efeitos grandes e diretos no comportamento das pessoas Ainda segundo S Freup o inconsciente tem uma maneira muito peculiar de pensamento diferente do pensamento consciente que o simbolismo Atrav s dos s mbolos que o id comunica ao ego os seus desejos bem como atrav s daqueles que realiza estes vez que a realiza o completa e direta do desejo muitas vezes imposs vel ou encontra se proibida pelo superego Essencialm
404. rit rio de decis o de uma empresa primordialmente o lucro Assim a classifica o das prioridades de desenvolvimentos jamais ser a necessidade social daquele desenvolvimento ou o alcance comunit rio da mudan a imaginada mas somente qual dentre as mudan as capaz de garantir os melhores retornos financeiros Um racioc nio precipitado poderia induzir nos conclus o de que o desenvolvimento capaz de garantir a mais alta lucratividade ser sempre o mais desejado socialmente vez que o lucro prov m do consumo e portanto se o lucro aumenta porque aumentou o n mero de consumidores interessados nas mudan as implementadas no software mo 2 351 ds ag Esta constru o entretanto falaciosa Para que fosse verdadeira duas condi es deveriam estar presentes 1 livre concorr ncia 11 consumidores plenamente informados Todavia ambas estas 351 With Microsoft s marketing clout they don t have to make it better to have their version supplant ours They just have to make it different and incompatible Tradu o livre Com a base de mercado da Microsoft eles n o precisam fazer melhor para que os seus programas vendam mais que o nosso Eles precisam apenas faz los diferentes e incompat veis In STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 170 158 condi es encontram se ausentes A livre concorr ncia como visto ao longo deste trabalho n o existe quando se outorg
405. riticism of the organization by outsiders was simply not tolerated The power to reward was an effective tool in this regard Those who took positions disliked by WIPO knew that they would not be invited to join WIPO s expert committees and participate in the police formulation process A door leading to the status and recognition of working for a UN organization would be quietly clicked shut Those experts who found themselves sharing WIPO s views found themselves in demand They would be invited to play a role in the international treaty revision process In this way WIPO over time carefully forged and managed a group of like minded technical experts who understood WIPO s agendas perfectly Tradu o livre Cr ticas organiza o feitas por terceiros simplesmente n o eram toleradas O poder de recompensar era uma ferramente til nesse sentido Aqueles que tomavam posi es contr rias quelas da OMPI sabiam que n o seriam convidados a aderir aos comit s de peritos e participar no processo de formula o de pol ticas Uma porta para o status e reconhecimento de trabalhar em uma organiza o parte das Na es Unidas seria silenciosamente trancada Aqueles peritos que aderiam s mesmas posi es da organiza o eram procurados Eles eram convidados a participar do processo de revis o dos tratados internacionais Desta forma a OMPI ao longo do tempo cautelosamente forjou e manipulou um grupo de peritos t cnicos com vis es id nticas os quai
406. rizados pelos censores oficiais ou em algumas pocas por agentes da Companhia In GeLter Paul E op cit nota 63 p 216 67 Intellectual property rights began life as tools of censorship and monopoly privileges doled out by the king to fund wars and other pursuits Tradu o livre os direitos de propriedade intelectual nasceram como ferramentas de censura e privil gios monopolistas distribu dos pelo rei para financiar guerras e outros fins In Dranos Peter e BrarrHwarTE John op cit nota 4 p 29 31 A transforma o dos privil gios editoriais em direitos autorais a princ pio n o parece clara j que houve uma transfer ncia da titularidade dos direitos os quais no momento seguinte passaram a fazer parte da esfera jur dica dos direitos dos autores de obras intelectuais o que poderia sugerir que novos direitos haviam sido criados Justamente por esta transfer ncia de titularidade que parte da doutrina nega se a admitir que os privil gios editoriais tenham sido o embri o dos direitos de autor Cabe agui nova digress o para clarear o assunto Primeiro deve se atentar que os escritores durante a Idade Moderna vinham suportando constantes abusos por parte dos editores que adquiriam privil gios sobre as obras ainda que contra a vontade daqueles Tendo os editores obtido tais privil gios os autores nada podiam fazer para evitar que suas obras fossem publicadas e nem poderiam opinar quanto ao modo de publica o
407. role sobre a explora o comercial deixa de ser total Assim naquilo que concerne os direitos morais dos autores no TRIPS a MPA op s se com sucesso ao seu reconhecimento In Dranos Peter e BrarrHWATTE John op cit nota 4 p 176 303 Copying was regarded as a sincere form of flattery something that should gladden authors rather than anger them 132 obra fica com o empres rio e n o com o criador n o parece haver qualquer l gica em supor que do mais alto interesse do autor que sejam ampliados tais direitos de exclusividade A incoer ncia do discurso com os objetivos torna se evidente quando se percebe que os privil gios econ micos n o somente s o os nicos perseguidos com afinco em nome dos autores mas tamb m s o perseguidos de forma indistinta para as obras j concebidas e as ainda inexistentes A faceta monopolista dos direitos de propriedade intelectual justificada como um meio de incentivar a criatividade dos autores Todavia escapa completamente l gica a afirma o de que a extens o dos privil gios monopolistas sobre obras existentes serve como incentivo criatividade dos seus autores a o A a 305 n o ser que se acredite em um tempo n o linear ou em autores capazes de viajar no tempo J dif cil conceber que um indiv duo sinta sua disposi o criativa influenciada pela no o de p ea uia i o A 2 2 306 que ter privil gio de explora o econ mica durante setenta anos ap
408. roposta abaixo Quando Pierre emitiu sua opini o a respeito da intelig ncia tomava a em um sentido restrito como oposta normalidade ou falta de intelig ncia por isto intermitente Segundo seu racioc nio em dados locais e momentos hist ricos houve as condi es necess rias para que uma coletividade fosse agraciada com este fen meno da intelig ncia ao passo que em todo os espa os e tempos restantes estivemos obscurecidos em completa mediocridade Por outro lado a teoria junguiana apesar de tratar o inconsciente coletivo como pertencente humanidade como um todo afirma que n o s o todos os indiv duos que se encontram preparados para o contato com este inconsciente Todos s o estrutural e potencialmente capazes de conhecer do inconsciente coletivo mas muito poucos s o os que ao longo da vida amadurecem suas psiqu s o suficiente para perceberem os conte dos provenientes deste subn vel ps quico e menor ainda o n mero daqueles que s o capazes de lidar com estes conte dos sem que haja um inundamento dos conte dos DA s ana 387 coletivos em suas consci ncias destruindo a personalidade e aprisionando o self 386 Do mesmo modo que um indiv duo n o apenas um ser singular e separado mas tamb m um ser social a psiqu humana tamb m n o algo isolado e totalmente individual mas tamb m um fen meno coletivo Na psiqu coletiva abrigam se todas as virtudes espec ficas e todos os v cios
409. rrar Carlos Alberto Direito de Autor 3 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2000 Cerqueira Jo o da Gama Tratado da Propriedade Industrial Vol I 2 ed S o Paulo Revista dos Tribunais 1982 Caves Ant nio Direitos Autorais na Computa o de Dados Software Circuitos Integrados Videojogos Embalagem Criativa Dura o dos Direitos Conexos S o Paulo LTr 1996 Conen Julie e LemLey Mark Patent Scope and Innovation in the Software Industry in California Law Review vol 89 p 8 2001 acess vel pelo site lt http papers ssm com sol3 papers cfm abstract_id 282790 gt Costa Nerro Jos Carlos Direito Autoral no Brasil in Bicupo H lio coord Cole o Juristas da Atualidade S o Paulo FTD 1998 Davies William e Wrrmers Kay Public Innovation Intelectual Property in a Digital Age relat rio do Institute for Public Policy Research IPPR do Reino Unido 2006 acess vel pelo site lt http w ww ippr org publicationsandreports publication asp id 495 gt Diniz Maria Helena Curso de Direito Civil Brasileiro Direito das Coisas 4 vol 4a ed S o Paulo Saraiva 1987 Domincues Douglas Gabriel Direito Industrial Patentes Rio de Janeiro Forense 1980 224 Drahos Peter e BRAITHWAITE John Information Feudalism Who Owns the Knowledge Economy New York New Press 2007 Fexere Eizabeth Edith G Kasnar Perfil do Segredo de Ind stria e Com rcio no Direito Brasil
410. rsidade criativa dentro do mercado ao inv s de cataliz la Considerando que existe um dado n mero de agentes atuando no mercado todos possuidores de um rol de monop lios sobre obras cl ssicas que lhes garantem uma sempre renovada renda o mais prov vel que estes agentes busquem atrav s de seus monop lios o ponto timo de lucratividade no qual o mercado necessariamente estar insuficientemente abastecido com tais obras mas o retorno financeiro das vendas ser m ximo pois o pre o tamb m ser m ximo Mais ainda toda obra nova nada mais representa do que um custo de oportunidade de alto risco vez que n o h como ter certeza que uma obra ser suficientemente procurada para que o monop lio possa ser exercido em sua plenitude A situa o semelhante em se tratando do desenvolvimento de softwares Existindo privil gios de explora o econ mica dos softwares desenvolvidos e sendo a programa o uma atividade essencialmente colaborativa a tend ncia que o lucro concentre se nas m os de empres rios e n o dos desenvolvedores prim rios de software S o os empres rios editoras gravadoras etc os grandes benefici rios da concess o de monop lios sobre a produ o cultural e intelectual n o os 3 308 desenvolvedores autores criadores inventores etc Ainda um ltimo problema deve ser encarado ao se tratar da quest o da recompensa dos desenvolvedores de software Quando se pensa que os programadore
411. s capaz t o somente de alimentar a si mesmo e sua fam lia a agricultura e a pecu ria tornam poss vel que uma parcela reduzida de indiv duos alimentem todo o restante da sociedade Desta forma o grupo de remanescentes pode dedicar se a outras atividades guerra com rcio educa o constru o civil etc desde que lhes seja garantido o alimento Ocorre portanto uma nova divis o das tarefas que ainda cont m resqu cios da antiga divis o baseada em crit rios de sexo e idade mas agora com potencial maior de especializa o de cada um dos indiv duos Como agora nenhum dos indiv duos prov todas as suas necessidades b sicas passa a ocorrer a troca de bens e a circula o de mercadorias dentro da pr pria sociedade o com rcio Inicialmente ela realizada atrav s do simples escambo mas com o tempo os indiv duos percebem a necessidade da cria o de um valor de troca que facilite as transa es a moeda Para realizar estas culturas agr cola e pecu ria torna se vital um novo elemento o territ rio Anteriormente os homens n o tinham uma no o bem definida de territ rio migravam pela Terra assim como os demais animais em busca dos locais onde melhor pudessem satisfazer suas necessidades prim rias Territ rio nada mais era do que o local presentemente ocupado fisicamente por uma 185 comunidade Os seus arredores bem como os locais anteriormente ocupados n o lhes diziam respeito assim como o atual no fu
412. s os quais se realizados de forma incalculada podem levar ao colapso de todo o software os chamados bugs O mais l gico que a empresa que primariamente desenvolveu o software seja aquela mais adequada e confi vel para ofertar este tipo de servi o Destarte pode se at mesmo dizer que a empresa que originalmente desenvolveu o software poder estipular algum pre o pela venda ou licenciamento de seus softwares garantindo aqueles que com ela contratarem um rol m nimo de servi os gratuitos ou com pre os privilegiados e ofertar onerosamente todos estes servi os de forma ampla e irrestrita a todos que deles necessitarem e que muitos consumidores preferir o arcar com estes custos adquirirem uma c pia gratuita sem quaisquer aux lios 118 A grande diferen a neste sistema que esta empresa estar impossibilitada de exercer pre os extravagantes pela cont nua possibilidade de entrada de concorrentes que ofertem os mesmos servi os Ou seja diferentemente do que ocorre no sistema empresarial uma empresa que em um mpeto de avareza cobre pre os desproporcionais pela presta o de dados servi os possivelmente atrair para o mercado concorrentes que os realizem a custos reduzidos o j conhecido e elogiado efeito da livre 267 iniciativa e concorr ncia as quais n o por acaso encontram se resguardadas constitucionalmente Impede se portanto o lucro monopolista mas n o o lucro em si Em todo
413. s sem 380 qualquer aten o ao bem estar comum Isto em ltima an lise resulta em t ticas de atua o no mercado cujo objetivo simplesmente manter ou ampliar parcelas de controle quaisquer que sejam os meios necess rios para conquist lo em decorr ncia desta mentalidade estreita que os agentes econ micos ao inv s de procurar o aperfei oamento de seus produtos ou servi os buscam antes sabotar ou alijar os concorrentes o que pode ser atingido de maneira mais segura e menos onerosa Estas inefici ncias do sistema capitalista s o conhecidas e normalmente busca se reprimi las atrav s das leis de prote o ao consumo e concorr ncia Dentro desta l gica curioso perceber que as leis de propriedade intelectual encontram se justamente na contram o da atua o estatal na regula o do que antes seria um capitalismo predat rio O liberalismo econ mico puro propugnado por Adam Smith pregava a absten o do Estado de interferir na economia Imaginou se que seria poss vel que a competi o sozinha tivesse o cond o de regular a atua o dos agentes de mercado e elevar a produ o a n veis timos atrav s do que ficou conhecida como a m o invis vel da economia Percebeu se contudo no in cio do s culo XX que era necess ria a interven o estatal para reduzir certos v cios do liberalismo capitalista Foram ent o criadas as normas de direito anti trust bem como os princ pios de direito econ
414. s tais como os criadores de outras obras intelectuais merecem algum tipo de recompensa pelo emprego de suas energias em dada atividade socialmente ben fica ainda que se entenda que a sociedade deve recompens los economicamente al m da recompensa de cunho moral n o patrimonial a recompensa patrimonial n o deve ser entendida como sin nimo de fortuna Para recompensar e incentivar economicamente os programadores a fazer aquilo que gostam o 308 Beneath the dissembling rhetoric about the need to protect authors and provide incentives lay a harsh economic reality ofa cartelized publishing industry price fixing and world market sharing agreements Tradu o livre Por detr s da ret rica falaciosa a respeito da necessidade de proteger os autores e prov los de inventivos encontra se uma dura realidade econ mica de cart is editoriais os quais tabelam pre os e realizam acordos de compartilhamento de mercados internacionais In DraHos Peter e BRAITHWAITE John op cit noat 4 p 76 134 mais adequado seria imaginar algo semelhante a um sal rio n o uma loteria multimilion ria Como acima dito os indiv duos dedicam se a atividades como a programa o pela satisfa o intelectual que experienciam no exerc cio desta atividade mas ainda assim todos precisam de meio para subsistir Desta forma parece razo vel que a sociedade lhes proporcione meios de sobreviverem com os frutos de sua dedica o Todavia sobreviver
415. s ao mesmo tempo e que todos pareciam acreditar existir para a maior parte dos problemas In Levy Steven op cit nota 119 p 78 128 4 1 3 3 SOBRE O CONCEITO DE AUTOR A quest o torna se ainda mais complexa quando o conceito de autoria posto prova O conceito de rom ntico de autoria que permeia a sociedade ocidental e tem rela o direta com os direitos E EE agn a i PRE t 4 290 autorais de tradi o civilista tem ra zes profundas em uma concep o individualista da sociedade Com efeito a id ia do autor que nos parece t o imediata implica a imagem de um indiv duo que isoladamente cria algo a partir do uso de suas pr prias id ias intelig ncia labor intelectual e Ls 24 291 2 caracter sticas personal sticas Sendo assim a cria o sempre um fruto exclusivo da alma do intelecto do autor pertencendo portanto somente a ele O ato de criar a princ pio nos parece individual e personal ssimo visto que o instrumento da cria o sempre um indiv duo e n o cr vel que dois indiv duos criem a mesma coisa ao mesmo tempo de forma isolada Assim parece l gico concluir pela rela o ntima da criatura com o indiv duo bem como por sua alteridade com rela o a todo o resto Todavia esta perspectiva do ato de cria o n o passa de uma vis o reducionista e enviesada do 293 fato A cria o jamais pode ser compreendida sem que se entenda o seu aspecto de comunica
416. s atecnias do legislador Por m como foi analisado no cap tulo 2 estes direitos assegurados constitucionalmente n o s o redut veis propriedade ordin ria sem que com isto seja corrompido o seu sentido t cnico Portanto esteve bem orientado o legislado constituinte quando evitou o voc bulo propriedade como nome jur dico destes direitos ora tratados Sendo assim tais direitos n o encontram sua guarida constitucional no direito de propriedade n o obstante a semelhan a morfol gica do nome dado pela doutrina A express o propriedade intelectual n o encontra eco constitucional ainda que j fosse antiga em 1988 ano da Constitui o 198 Como explicado no in cio deste trabalho esta express o falaciosa e por esta raz o sido evitada tanto quanto poss vel ao longo deste trabalho Seja qual for o nome entretanto a prote o dos interesses empresariais sobre o software encontra se disposta como dito no artigo 5 XXVII o que a princ pio parece tornar lhes plenamente v lidos no interior do ordenamento Esta validade por m merece algumas cr ticas Se n o propriedade alguma coisa tem de ser ainda que uma nova forma sui generis de direitos Como colocado acima e tamb m segundo a reda o constitucional do artigo 5 estes direitos parecem ser semelhantes a monop lios comerciais Note se que a constitui o em seu artigo 5 al m de n o utilizar a express o direito autoral tamb m deixa de
417. s de Capa ou qualquer outra combina o dos tr s misture as alternativas acima consoante a situa o Se o documento contiver exemplos de c digo de software n o triviais recomendado distribuir estes exemplos em paralelo de acordo com o seu crit rio atrav s de uma licen a de software livre tal como a GNU General Public License de modo a permitir que sejam usados em softwares livres
418. s dispositivos constitucionais que tratam da mat ria o artigo 23 inciso V que disp e ser de compet ncia comum da Uni o dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios proporcionar os meios de acesso cultura educa o e ci ncia Tamanha a relev ncia dada ao acesso ao saber aqui entendido como grande g nero em que se agrupam cultura educa o e ci ncia que o legislador constituinte resolveu por bem equiparar a sua prote o a de outros bens de relev ncia prim ria como o meio ambiente a guarda dela mesma Constitui o das leis e das institui es democr ticas a sa de e assist ncia p blicas os documentos as obras e outros bens de valor hist rico Tamb m por sua alta import ncia que a compet ncia para cuidar destes assuntos comum Uni o Estados Distrito Federal e Munic pios n o privativa Perceba que n o se trata apenas de compet ncia legislativa mas de atua o estatal em sentido amplo atrav s de qualquer uma de suas fun es ou poderes Indiretamente ainda poss vel mencionar a preocupa o do constituinte quando da delimita o da compet ncia legislativa estatal em mat ria tribut ria em incluir os livros jornais e peri dicos bem como o papel destinado a sua impress o dentre as veda es constitucionais capacidade estatal de instituir e arrecadar impostos Tal preocupa o apenas pode ser justificada como mais um meio efetiva o de um fim maior do Estado bras
419. s entendiam perfeitamente a natureza das reuni es da organiza o In Dranos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 113 11 atualmente s o tidos como bvios necess rios e justos Busca se romper com an lises reducionistas que tomam o sistema como dado e justificam no atrav s de sua l gica interna de funcionamento Nenhuma id ia deve ser tida como bvia natural A reflex o n o deve pautar se nos discursos nos saberes nos conhecimentos aceitos como verdadeiros sobre o assunto N o se deve buscar nesta ou naquela corrente de pensamento uma posi o Deve se antes tentar compreender os efeitos deste sistema quem s o os seus benefici rios buscar compreender quais pequenas coincid ncias encontram se escondidas detr s dos nobres discursos Tradicionalmente os direitos de propriedade intelectual encontram seseparados entre aqueles de natureza patrimonial e aqueles de natureza pessoal chamados tamb m de direitos morais sobre a faceta patrimonial destes direitos que se debru a este estudo atentando principalmente para a estranha caracter stica de serem estes direitos transmiss veis a terceiros o que n o ocorre com os direitos morais A justificativa dada o seu car ter patrimonial Este discurso entretanto deve ser o primeiro a ser desconstru do em prol de uma compreens o honesta do tema 2 A PROTE O JUR DICA DOS BENS INTELECTUAIS Se o objetivo deste trabalho realizar uma an lise cr tica d
420. s hackers o que exige um n mero menor de dados a serem processados para realizar a mesma tarefa 354 Exemplo desse tipo de concorr ncia desleal a restri o proposital compatibilidade dos softwares de outras empresas com a plataforma estabelecida 355 Interessante notar que os desempenhos da internet tamb m s o apontados como um diferencial entre os sistemas de software O tempo de troca de informa es pela rede internet reduz se bastante quando se utiliza o software livre In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 128 159 monop lio do conhecimento empenham em criar formatos e linguagens que formem barreiras ao compartilhamento livre do conhecimento tais como as medidas DRM a Threacherous Computing o DVD bem como seus sucessores o Windows Vista algor timos de prote o contra a c pia Jamais seria poss vel alegar que estas tecnologias foram criadas em prol dos interesses dos usu rios e consumidores O nico interesse por elas visado a manuten o ou amplia o do poder j exercido pelas empresas que as desenvolvem No desenvolvimento cooperativo a escolha a respeito de quais ser o as quest es enfrentadas prioritariamente ocorre de acordo com uma vontade difusa da pr pria comunidade Em geral acontece que os programadores envolvidos no desenvolvimento e aperfei oamento do programa obt m acesso n o somente ao c digo fonte do software mas tamb m aos problemas j conhecidos e ainda se
421. s livres pela acessibilidade econ mica dos memos Aqui ent o a pirataria mostra mais uma vez a sua import ncia aos empres rios do 9297 due 2 2 pirata apesar de s eventual e esporadicamente disputar conhecimento O software propriet rio mercado com as suas vers es originais disputa o diretamente com o software livre com uma vis vel vantagem sobre este o marketing O marketing a t tica utilizada pelas empresas do conhecimento para criar nos consumidores o desejo pela marca a satisfa o pelo consumo Ele n o feito atrav s da persuas o racional dos indiv duos a analisarem os produtos de acordo com crit rios l gicos e decidirem pela compra por entenderem existir uma preponder ncia de motivos racionais que indiquem este ato como o mais razo vel Antes ele um despertar de impulsos e desejos A psiqu humana como nos ensinou S Freup originalmente composta de desejos e de impulsos primitivos ou infantis o id Ao longo da vida em uma regi o da psiqu desenvolvem se o ego e o superego a partir desta mat ria prima fundamental que o id o qual por todo o tempo permanece 328 Ver cap tulos 4 1 2 e 4 1 3 1 329 Usa se aqui as aspas para acentuar a redund ncia no uso do termo propriet rio precedendo o voc bulo pirata Com efeito todo software pirata necessariamente ser propriet rio visto que n o poss vel piratear software livre j que n o existe algo como distribuidor o
422. s refere se s express es e n o s id ias procedimentos m todos de opera o ou conceitos matem ticos enquanto tais TRIPS Article 9 2 Copyright protection shall extend to expressions and not to ideas procedures methods of operation or mathematical concepts as such Tradu o livre A prote o do direito do autor abranger express es e n o id ias procedimentos m todos de opera o ou conceitos matem ticos como tais Note se desde logo que os direitos autorais tamb m n o servem para proteger procedimentos ou m todos de opera o o que particularmente interessante quando se trata da prote o do software que acima j foi conceituado como sendo um conjunto de programas ou procedimentos al m de alguns autores o consideraram a express o de um m todo matem tico 146 it is very easy for a competitor to develop a program with even identical functional behaviour to the original but completely different underlying literal code Tradu o livre muito simples para um competidor desenvolver um programa com fun es at mesmo id nticas mas com um c digo completamente diferente In Lirron Jacqueline D op cit nota 144 p 11 Esta afirma o apenas parcialmente verdadeira pois embora seja poss vel recorrer a estes m todos de recria o de software c digos d spares podem resultar em softwares com fun es semelhantes entretanto a funcionalidade do software certamente ser comprometida
423. s semelhantes e seguem os mesmos princ pios l gicos ao contr rio do que ocorre com as linguagens de alto n vel que s o port veis e seguem uma l gica pr pria sem rela o com aquelas de suas irm s 109 As linguagens de alto n vel s o criadas se qualquer aten o as especifidades de um ou outro tipo de hardware de modo que s o compat veis com v rios deles mas ao mesmo tempo possuem pequenas incompatibilidades com todos 110 Norton Peter e WiLton Richard op cit nota 104 p 42 47 para praticamente tudo o velho princ pio do dividir e conquistar qualquer tarefa mais f cil de se lidar quando dividida em partes distintas A programa o funciona tamb m dessa forma e o processo de desenvolvimento de um programa foi estabelecido de um modo que seja pr tico dividir um programa em partes funcionais e depois juntar todo o programa atrav s de suas partes Assim pode se descrever o trabalho do programador como um esfor o cont nuo de entender a l gica do computador para ent o poder expressar as melhores instru es m quina a fim de obter dela determinado resultado Sabendo se que o computador processa as instru es atrav s de imita es de n meros e aritm tica o trabalho do programador descobrir quais conjuntos num ricos algoritmos ser o eficientes para gerar determinados efeitos e a melhor forma de faz lo como disse P Norton dividindo o trabalho Esta uma importante distin o
424. sa que desenvolveu o software que al m do mais por t lo feito tem o direito de reservar a si o conhecimento de como funciona aquele software Por t lo desenvolvido para n s devemos agradec la e se al m disso ela resolver os problemas que encontramos em nos adaptar ao seu software devemo la agradecer em dobro Sob esta tica a sociedade encontra se sempre submissa e em d bito para com as empresas o que justifica a facilidade com que estas conseguem prop r restri es cada vez mais amplas quela evidente que programar softwares com compet ncia n o tarefa das mais simples mas nem por isso necess rio ter uma especializa o em Ci ncias da Computa o para conseguir entender conceitos b sicos de programa o e realizar modifica es simples Al m disto nem toda a altera o precisa necessariamente ser uma inova o no sentido de salto tecnol gico A maior parte das altera es consiste apenas em unir conceitos j previamente conhecidos de forma pouco criativa mas muito conveniente sob a perspectiva individual Ao restringir a liberdade da comunidade de modificar os softwares de forma a adapt los s suas necessidades contudo est se a impedir o indiv duo de explorar e desenvolver estas suas pequenas capacidades ou mesmo de descobri las e reconhec las O efeito social disto alarmante Reproduz se no seio social a sensa o de impot ncia incapacidade ou incompet ncia individual alia
425. sar de n o se tratarem de normas jur dicas s o normas t cnicas que se imp em e s o plenamente eficazes contra os cidad os usu rios restringindo lhes a liberdade mais b sica de usar o software que adquiriram como bem lhes aprouver N o somente Mas pode se muito bem imaginar um cen rio em que um desenvolvedor de software nacional ao desenvolver um programa capaz de executar aqueles arquivos sem a necessidade de obter se licen as ou senhas seja judicialmente processado e julgado com base na nossa omissa Lei do Software atual conjugada com o artigo 11 do WCT acima transcrito N o seria abusar muito dizer que em um cen rio como este o desenvolvedor de software nacional receberia senten a desfavor vel por conta de uma interpreta o err nea da Lei do Software entendendo pois como infra o aquilo que na realidade do ordenamento jur dico p trio n o entendimento este decorrente da falta de preparo dos magistrados para lidar com assuntos deste ramo t cnico computador que prejudiquem a sua honra ou a sua reputa o Note se que a lei n o deixa claro mas parece entender sempre necess ria introdu o de modifica es no software a autoriza o do titular dos direitos sobre o software o que se entende pela reda o do artigo 5 desta lei 195 Art 10 N o se considera inven o nem modelo de utilidade C V programas de computador em si A previs o legal poderia ser considerada impl cita na
426. se assim a pr pria propriedade Em contrapartida a propriedade industrial n o sofre do mesmo problema O CD foi desenvolvido pela multinacional de origem japonesa Sony no in cio da d cada de oitenta do s culo XX Tratou ent o de patentear sua inven o adquirindo assim a propriedade industrial sobre o CD Contudo se A resolver criar uma empresa com seu amigo B empresa A B Ltda com o objetivo social de desenvolver industrializar e comercializar CDs a Sony n o ficar obrigada a fechar suas portas e aguardar que A B pare de usar o seu knowhow para que possa voltar a utiliz lo Ambas as empresas podem usar aquele conhecimento simultaneamente sem que o uso de uma impe a dificulte ou atrapalhe 35 o uso pela outra Da mesma forma se A obtivesse acesso ao conhecimento necess rio para o desenvolvimento do CD e utilizasse tal conhecimento para realizar um aprimoramento desta tecnologia a Sony tamb m n o z TE E z 36 E ficaria impedida de desenvolver aprimoramentos outros ao CD Basicamente quer se dizer que dois ou mais indiv duos n o podem simultaneamente usar e gozar plenamente de um mesmo CD f sico mas 34 Nesse sentido there is a difference between guaranteeing persons their right to exclude others from using their Cadillac and excluding others from using the times tables If someone else is allowed to use my Cadillac that reduces the value of my property indeed may totally deprive
427. semelhante quela do copyright Le pr ambule qui reproduit les termes d une lettre de Louis XVI du 6 septembre 1776 commence em effet par prendre parti sur le fondement du privil ge em ces termes Sa Majest a reconnu que le privil ge em librairie est une gr ce fond e em justice et qui a pour objet si elle est accord e l auteur de r compenser son travail si elle est accord e au libraire de lui assurer le remboursement de ses avances et l indemnit de ses frais Tradu o livre O pre mbulo o qual reproduz os termos de uma carta de Luis XVI de 6 de setembro de 1776 come a discorrendo sobre o fundamento do privil gio nos termos que seguem Sua majestade reconhece que o privil gio sobre os livros uma gra a fundada em justi a a qual tem por objeto quando concedida ao autor de recompensar seu trabalho quando concedida s editoras de assegurar lhes o retorno de seus investimentos e indeniz la por seus custos In Lucas Andr e Lucas H J op cit nota 58 p 8 81 La reconnaissance de la notion de propri t intellectuelle geistiges Eigentum em Allemagne puise donc ses racines dans le droit naturel Elle se rattache em effet la doctrine des droits inn s auxquels appartient ce droit reconnu l auteur sur l oeuvre cr e par ses facult s humaines Elle est aussi relier a l individualisme qui impr gne toute la pens e politique et juridique du XVIIIe si cle Tradu o livre O reconhecimento da
428. sentido que existam regras que obriguem os indiv duos a compartilhar seus bens com a comunidade tornando os assim n o mais bens mas objetos de uso comum pois isso inviabilizaria a satisfa o de quaisquer desejos primitivos individuais perdendo desta forma a sociedade o seu sentido para os indiv duos dela participantes tamb m n o h sentido poss vel em regras sociais que determinem peremptoriamente a obriga o de seus membros de n o compartilhar aquilo que possuem em quaisquer circunst ncias j que estas regras n o apenas desincentivam o sentimento individual pelo bem estar comum mas impossibilitam a pr tica de atos cuja finalidade a melhora da situa o de bem estar comum dentro da sociedade Desde cedo aprendemos todos o qu o nobre aquele que compartilha com seus pares aquilo que tem O discurso contudo muda radicalmente quanto tratamos de software ou outros bens intelectuais Aquele que compartilha software taxado de criminoso de pirata e sua conduta muitas vezes descrita como semelhante daquele que furta ou rouba Induz se o racioc nio de que o compartilhamento de bens intelectuais uma pr tica anti social e destrutiva ao contr rio de seu irm o nobre o compartilhamento de bens materiais Estranha a justificativa dada a exist ncia de tal proibi o Justifica se a obriga o dos usu rios 249 Ver cap tulo 4 1 3 5 104 de software e o mesmo vale para os consumidores de o
429. sfa o de necessidades imediatas a humanidade pode hoje pensar se e cada vez mais c rebros podem dedicar se aos mesmos problemas o que leva a solu es cada vez mais imediatas para cada um dos problemas que coletivamente enfrentamos Destarte quando se cria um entrave ao compartilhamento de conhecimento necessariamente est se a construir artificialmente um bloqueio ao desenvolvimento timo da sociedade j que a maior parte do conhecimento mantido em segredo e consegiientemente socialmente perdido Esta id ia n o entretanto inovadora N o de surpreender ningu m dizer que quando um desenvolvedor de software mant m fechado o c digo fonte de um software ele est bloqueando a sociedade de desenvolver seus conhecimentos e aprimorar a ci ncia sobre os softwares e est fazendo com que outros tenham o trabalho de desenvolver algo que j se encontra pronto Qual ent o a justificativa para criar se artificialmente este desperd cio uma vez que temos 257 Sobre a evolu o das sociedades humanas interessante citar o livro de P L vy op cit nota 233 Ver ainda cap tulo 4 1 4 do presente estudo 258 Um exemplo muito claro do lugar comum que a import ncia de se privilegiar o compartilhamento de conhecimento a disposi o em n vel constitucional de imunidade tribut ria dos livros jornais peri dicos at mesmo do papel destinado sua impress o Constitui o Federal artigo 150 inciso VI al
430. solver esta primeira impress o O software funciona a partir da leitura pela m quina das instru es inseridas em um suporte f sico Portanto restringir o uso do software em ltima inst ncia restringir o uso deste suporte Ora se algu m possui um computador e um suporte f sico qualquer que contenha um software impedir sua liberdade de executar o software para quaisquer finalidades implica necessariamente uma restri o ao uso combinado de seus dois bens f sicos sujeitos ao regime jur dico da propriedade ordin ria o computador n o pode ser usado para ler o CD nem o CD pode ser lido pelo computador Restringir a faculdade de uso do software portanto semelhante a uma restri o que se fa a leitura de um livro torna o objeto f sico dispens vel e sem valor vez que restringe seu propriet rio de utiliz lo para a sua fun o primordial Inevit vel portanto concluir pela diferen a qualitativa desta primeira liberdade do usu rio pois dentre todas esta a nica que ultrapassa os limites do direito de propriedade intelectual e vai atingir at mesmo as liberdades resguardadas ao usu rio enquanto propriet rio ordin rio Como j dito tanto o software livre como o propriet rio respeitam esta liberdade fundamental de forma que um modelo de 221 Ou seja o sujeito propriet rio de ambos suporte f sico e computador e portanto tem direitos de usar gozar e dispor de ambos da forma que mel
431. ste sentido a proibi o do uso de engenharia reversa sobre o software o pice da incoer ncia de um sistema que se pretende catalizador da inova o progressively choke innovation not increase it Most businesses we argue will be losers not winners Tradu o livre Elevar os custos de empr stimo atrav s da imposi o de padr es muito altos de propriedade intelectual ir progressivamente esterilizar a inova o n o aument la A maior parte dos empres rios nos argumentamos ser o perdedores n o vencedores In DraHos Peter e BrarrTHWAITE John op cit nota 4 p 2 162 Perceba se que os direitos patrimoniais dos autores que outrora serviram muito bem como ferramenta de restri o concorr ncia entre editores hodiernamente volta se contra os pr prios i n PE 5 361 i E ES cms criadores de obra intelectuais contra a pr pria sociedade visto que a sua liberdade de cria o e de desenvolvimento tecnol gico encontra se cercada pelos direitos de empres rios sobre obras pr existentes O mais tr gico que n o somente o reaproveitamento de c digos j prontos inibido como tamb m a produ o de determinadas funcionalidades tida como il cita As pr prias id ias e a pr pria capacidade das m quinas limitada em prol do interesse dos monopolistas Exemplos claros deste tipo de restri o foram os casos do Napster do gravador de CD DVD e dos videocassetes Mesmo que estas t
432. sto criam se dois problemas para os fautores da restri o ao compartilhamento 248 Pode se at mesmo cogitar que a escravid o somente chegou de fato ao fim porque tornou se contr ria aos interesses ego stas de quem exercia grande parte do poder econ mico e militar no mundo ao passo que se tivesse dependido de um amadurecimento altru sta e moral da sociedade talvez ainda hoje os negros fossem escravizados j que luta se com muito mais empenho por causas pr prias do que pelas de terceiros 103 de software O primeiro deles que as regras que restringem o compartilhamento de software n o outorgam aos detentores somente a faculdade de se negarem a compartilhar o software que possuem criam uma obriga o de n o compartilh lo O segundo muito ligado ao desenvolvimento cooperativo de software tem rela o com a finalidade da cria o de tais regras Como dito a possibilidade de nega o individual pr tica de um ato com finalidade social como o compartilhamento apenas se justifica enquanto nico meio a um fim socialmente leg timo jamais como um fim em si mesmo vez que nenhuma regra social deve ter a finalidade de proteger motiva es anti sociais realiza es de prazeres individuais s dicos Sendo assim qual finalidade social somente pode ser concretizada a partir da possibilidade ou obriga o de n o compartilhamento de software Quanto ao primeiro dos problemas parece claro que da mesma forma que n o faz
433. sumo como um sapato que para ser vendido deve ser constantemente produzido Neste sentido que o conhecimento o produto ideal pela tica individual do empres rio na mesma medida em que causa um grande malef cio sociedade a restri o ao seu acesso 2 Resolve se assim o aparente paradoxo acima O monop lio um poder absoluto sobre a defini o do pre o de um produto obtido a partir de uma posi o privilegiada de exclusividade em sua produ o e comercializa o O acr scimo a este poder d se na medida em que ele passa a ser exercido n o obstante a produ o seja feita por terceiros comunitariamente A exclusividade de produ o no monop lio pode ser encarada como um nus inerente ao privil gio de comercializa o vez que o monopolista apenas poder lucrar com a venda daquilo que efetivamente produzir Nesse sentido na situa o apresentada o monopolista veria removida a faceta do nus da produ o e manter se ia como nico titular do privil gio de comercializa o por isso veria um aumento qualitativo do seu j absoluto 263 poder sobre o mercado A liberdade de ofertar softwares resolveria todos estes problemas Verdade que n o de forma ideal j que a comunica o ainda n o seria perfeita todavia o ideal sempre inalcan vel e o melhor que se pode fazer buscar as alternativas pr ticas menos imperfeitas A liberdade de oferta p blica de conhecimento cataliza a propaga o da
434. t pico 204 4 1 1 HIST RIA N o h como falar no Movimento pelo Software Livre sem mencionar o nome de seu fundador Richard Stallman Nascido em Nova York no ano de 1953 Richard Stallman um programador de software que se especializou no desenvolvimento de sistemas operacionais e foi chamado para trabalhar no Laborat rio de Intelig ncia Artificial do Massachusetts Institute of Technology MIT Artificial Intelligence Lab no ano de 1971 tornando se ent o parte de uma comunidade de programadores 204 Todos os eventos aqui narrados foram descritos em profundidade pelo pr prio Richard Stallman Em STALLMAN Richard M Gay Joshua e Lessic Lawrence op cit nota 169 p 156 e ss 205 N o somente para o Movimento pelo Software Livre que Richard Stallman se tornou um nome vital sua import ncia transborda estas fronteiras e reconhecida por estudiosos da propriedade intelectual Sobre ele foi dito que Richard Stallman the founder of the Free Software Foundation has been a vital force in showing how a society can meet its needs for software without incurring the predatory costs of a Microsoft which relies in copyrights and patents to lock up software development Tradu o livre Richard Stallman o fundador da Free Software Foundation tem sido uma for a capital em demosntrar como a sociedade pode alcan ar suas necessidades em mat ria de software sem incorrer nos custos predat rios de uma Microsoft a q
435. t up its almost total dominance ofthe international computing industry by giving away its software Why did it change its strategy Not only was IBM giving away its software it was also actively campaigning against proprietary control over software In 1966 the vice president of IBM sitting on President s Commission on the Patent System proposed that patents should not be granted to software Tradu o livre Durante os anos 1980 a IBM passou a contar com os direitos autorais para proteger sua biblioteca de software Esta foi uma mudan a dr stica em sua pol tica A IBM constru ra seu quase absoluto dom nio sobre a ind stria internacional de computadores distribuindo gratuitamente seu software Por que mudou sua estrat gia N o apenas a IBM distribu a seu software gratuitamente como tamb m realizava campanhas contra o controle propriet rio sobre software Em 1966 o vice presidente da IBM encontrando se na Comiss o Presidencial sobre O Sistema de Patentes prop s que as patentes n o deveriam ser outorgadas em mat ria de software In DraHos Peter e Brarrmwarre John op cit nota 4 p 170 Ver tamb m http en wikipedia org wiki Free software 117 http en wikipedia org wiki SHARE 28computing 29 118 http en wikipedia org wiki DECUS 119 In Levy Steven Hackers Heroes of the Computer Revolution New York Penguin Books 2001 50 120 alterar softwares A come ar nos anos setenta do s culo XX entreta
436. ta visto que um certo tipo de software padr o necess rio e somente um agente estar autorizado a desenvolv lo 274 Once DOS became the standard in the PC industry copyright allowed Gates to maintain it as a proprietary standard He was able to develop a pricing strategy based on use without ever parting with its ownership IBM s claim that copyright applied to computer software was designed to prevent competitors being able to obtain interface information that would allow them to develop IBM compatible programs Having set the industry standard through its dominance IBM 122 Cria se a id ia de que qualquer um com compet ncia conseguir desenvolver softwares de qualidade e lucrar com a sua empresa Todavia a empresa cujo software primeiro alcan ar o status de padr o de mercado dificilmente perder parcelas de mercado para estes pequenos investidores vez que ela quem determina quais ser o os caminhos que seguir o desenvolvimento de software independentemente de qualquer comprovada superioridade de suas escolhas Seus pequenos competidores na realidade dever o contentar se em desenvolver softwares que sejam compat veis com a plataforma padr o institu da Em suma cria se a oportunidade para um agente com lucros estonteantes o qual exerce seu poder dentro do mercado para manter seu monop lio ao contr rio da imaginada avalancha de 279 agentes Por sua vez quando n o h a restri
437. tativa vantagem do software livre em rela o ao software propriet rio diz respeito quest o da seguran a a ataque de v rus Os sistemas livres s o muito menos suscet veis de receberem ataques de v rus do que os sistemas propriet rios In GUESSER Adalto H op cit nota 89 p 129 338 Moreover these corporations often simply dumped their products on customers One Singaporean informant told us that you tended to get much better after sales service from some software pirates They understood the bugs in the programs spoke the same language and were generally more helpful than a distant voice on a help line somewhere in the US Tradu o livre Mais ainda essas empresas geralmente apenas empurravam seus produtos aos clientes Um informante de Singapura nos contou que mais f cil conseguir aux lio p s venda de alguns pirateadores de software Eles entendem os defeitos dos programas falam a mesma l ngua e geralmente eram muito mais prestativos do que uma voz distante do outro lado da linha nos Estados Unidos In Dranos Peter e Brarrnware John op cit nota 4 p 22 339 Ver cap tulos 4 1 2 e 4 1 3 1 340 Perhaps a less pleasing security measure especially for those concerned about privacy and not nearly so well advertised is the unique serial number that Microsoft s Windows 98 program plants in every electronic document thereby allowing the author of the document to be traced Tradu o livre Talvez uma medida
438. te das pessoas pertencentes elite econ mica nacional e mesmo no exterior conhecia os computadores apesar de ouvir falar mas n o era capaz de operar um deles e nem tinha ouvido falar da internet Hoje todavia este quadro mudou e os microcomputadores passaram a fazer parte do quotidiano das pessoas e a internet estabeleceu se n o apenas como mais um meio de telecomunica o em massa ao lado do r dio e da televis o mas como o meio de comunica o que tem revolucionado diariamente as formas e os moldes da sociedade contempor nea e esta revolu o ainda n o est nem pr xima do seu fim Ainda tempo de o Brasil preocupar se com esta nova era que come ou na ltima d cada do s culo XX mas quanto mais nos demorarmos a atentar para a import ncia do assunto mais dif cil ser depois alcan ar os desenvolvidos nesta nova forma de domina o muito mais sutil e portanto perigosa do que as precedentes o dom nio do conhecimento Por esta raz o que este trabalho n o somente permanecer focado nas premissas ticas e filos ficas sobre as quais se sustenta o regime dos direitos intelectuais mas ousar ao final analisar as implica es econ micas pr ticas de um continuado descuido do direito nacional a respeito do assunto 196 Sobre esta nova forma de domina o ver Dranos Peter e BrarrHWATTE John op cit nota 4 76 4 O DESENVOLVIMENTO COOPERATIVO DE SOFTWARE N o necess rio ao estudo e compreens
439. te no que concerne aos manuscritos duplicados em monast rios implicaram a dificuldade de identifica o da autoria direito moral e a prov vel aus ncia de interesse econ mico Tamb m cabe destacar a exist ncia de escritos de natureza semipol tica e o interesse de seus criadores estar direcionado mais acentuadamente na divulga o de id ias do que na comercializa o das obras que as contivessem In op cit nota 51 p 31 59 Por serem privil gios concedidos n o aos autores das obras mas aos seus editores parte da doutrina se nega a reconhecer no privil gio editorial a g nese da inven o do direito autoral negando lhe qualquer conex o com os atuais direitos autorais Vale citar Ces privil ges sont ils les anc tres du droit d auteur On incline r pondre par la n gativeen faisant valoir qu il s agit plut t d une institution de sauvegarde industrielle destin e indemniser les diteurs des frais g n raux de publication et des risques commerciaux de l entreprise et stimuler ainsi l activit conomique On ne manquera pas galement de tirer argument des consid rations de police qui se m lant aux pr c dentes renforcent le caract re arbitraire et pr caire du monopole conf r Le moins qu n puisse dire est que l auteur n est pas au centre du dispositif Tradu o livre Seriam estes privil gios os ancestrais do direito de autor Inclinamo nos a responder pela negativa sustentando que era antes uma insti
440. tes sem jamais desaparecer ao menos enquanto o propriet rio quiser e existir a coisa objeto de seu direito de propriedade Destarte n o preciso estar muito atento para perceber que aquilo que hoje denominamos propriedade industrial de forma alguma se enquadra no trilema definidor do instituto jur dico da propriedade Come ando pela ltima de suas caracter sticas a perpetuidade n o a encontramos em qualquer dos direitos de propriedade industrial ou mesmo nos direitos autorais Todos eles sofrem limita es no 33 a p tempo nascem predestinados morte E aqui ocorre a extin o do direito propriamente dito o qual n o 31 Como elucida M H Dinxz a co propriedade ou o condom nio n o s o exce es a esta caracter stica apenas ocorre que os cond minos s o conjuntamente titulares deste direito o que implica apenas em uma divis o abstrata d bem em quotas ideais In op cit nota 28 pp 87 32 Note se que quando o propriet rio transmite sua propriedade sobre determinado bem o que ocorre n o a extin o do direito de propriedade mas a mera transmiss o desta mesma propriedade a um terceiro Poderia objetar se que na lei existe uma limita o temporal a esta perpetuidade qual seja a usucapi o artigo 1238 do C digo Civil Observe se contudo que mesmo nesta hip tese a propriedade n o foi extinta Apenas ocorre a perda do direito de propriedade daquele que originalmente o detinha o q
441. tes de adentrar as propostas de modelos de prote o jur dica do software interessante saber um pouco a respeito de sua hist ria com o que necessariamente estudar se a hist ria do desenvolvimento da inform tica qual o software est intimamente relacionado A inform tica e os computadores em sua inf ncia contada a partir dos anos cingienta e at meados dos anos setenta do s culo XX era voltada exclusivamente para a produ o de grandes computadores aqui em oposi o aos nossos atuais microcomputadores poca n o existia uma diferencia o muito clara entre hardware e software e o desenvolvimento do hardware era tido como mais importante e lucrativo de modo que as empresas do ramo dedicavam se quase que exclusivamente 114 Ver cap tulo 4 115 Nos primeiros anos de exist ncia os computadores eram grandes m quinas localizadas em salas climatizadas e isoladas dos usu rios individuais In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 29 49 ao aprimoramento das m quinas deixando os softwares para serem aperfei oados pelos pr prios usu rios Assim empresas como a gigante estadunidense IBM a Big Blue disponibilizavam o c digo fonte dos seus softwares livremente aos usu rios que normalmente realizavam altera es que x A 116 adequassem o software s suas prefer ncias locais Nesse per odo a comunidade restrita de usu rios e desenvolvedores de software compartilhava abertame
442. tidades respons veis pela autoria das altera es realizadas na Vers o Alterada juntamente com no m nimo 5 cinco dentre os principais autores todos eles caso houver menos de cinco exceto quando por estes desincumbido deste requisito C Dispor na P gina do T tulo o nome do Editor da Vers o Alterada como editor D Preservar todos os avisos de direitos autorais do Documento E Inserir um aviso adequado de direitos autorais para as altera es do Licenciado pr xima aos demais avisos desta natureza F Incluir imediatamente ap s os avisos de direitos autorais um aviso de licen a dando permiss o p blica ao uso da Vers o Alterada sob os termos desta Licen a do modo disposto no Adendo abaixo G Preservar neste aviso de licen a a lista completa de Se es Inalter veis e Texto de Capa exigidos no aviso de Licen a do Documento H Incluir uma c pia inalteradadesta Licen a I Preservar a se o intitulada Hist rico preservar seu T tulo e acrescer a ela um item constando no m nimo o t tulo ano novos autores e editor da Vers o Alterada do modo disposto na P gina do T tulo Se n o houver uma se o intitulada Hist rico no Documento criar uma fazendo constar o t tulo ano autores e editor do on its Title Page then add an item describing the Modified Version as stated in the previous sentence J Preserve the network location if any given in the D
443. tir do controle que detinha sobre o conte do das publica es dentro dos limites de seu reino agora este controle n o mais existia ao menos n o atrav s desta pr censura editorial Tendo sido reconhecidos os direitos autorais na pr pria pessoa do autor a partir da mera cria o da obra sendo portanto independentes de um edito real a censura ideol gica perdeu um grande instrumento e a partir de ent o poderiam proliferar com maior intensidade todos os tipos de pensamento At aqui o desenvolvimento do copyright e do direito autoral ressalvadas as especifidades locais de cada pa s tiveram um desenvolvimento muito semelhante nos pa ses da common law e naqueles de tradi o civilista Por m durante o s culo XIX na Fran a o direitos autorais sofrem uma nova muta o sem correspondente no copyright Tal mudan a decorreu do reconhecimento gradual de que a transfer ncia dos direitos sobre a publica o e edi o de uma determinada obra n o deveriam permitir ao editor que inserisse nela adapta es bem como n o lhe desincumbia do dever de citar corretamente o 76 CE de Z nome do autor Ou seja os direitos morais dos autores que desde a Antiguidade Cl ssica j eram 74 The bulk of intellectual property rights are owned not by their initial creators but by corporations that acquire intellectual property portfolios through a process of buying and selling merger and acquisition Tradu o livre O gross
444. to com item 9 do Edital CTB FD 1 2006 e artigo 2 da Portaria GDI 9 2004 alterado pelo item 3 dos Avisos aos Alunos do 5 Ano de 2007 de que os alunos encaminhem as teses em formatos digitais propriet rio unicamente sem abrir qualquer possibilidade para as alternativas livres 327 Outro aspecto importante com rela o liberdade a quest o de poder escolher as melhores op es dispon veis no mercado sem ter o constrangimento de estar vinculado a um padr o espec fico de um nico fornecedor O crescimento acelerado de algumas empresas de software propriet rio ocorreu justamente devido a este fator In Guesser Adalto H op cit nota 4 p 117 142 A pirataria uma arma que contudo n o serve aos grandes empres rios do conhecimento apenas no controle dos pequenos empres rios locais e regionais Ela tem a sutil efici ncia de combater a dissemina o do software livre O software livre como vem sendo discutido n o tem necessariamente que ser gr tis Todavia inevitavelmente ele ter um pre o reduzido quando comparado ao software propriet rio visto que a livre concorr ncia tem o efeito de impedir a pr tica de pre os abusivos ou exorbitantes por quaisquer dos seus distribuidores Assim sendo havendo no mercado t o somente softwares propriet rios originais e softwares livres a tend ncia que todos aqueles economicamente exclu dos de adquirir os softwares propriet rios fossem em busca dos software
445. to e outros documentos distribu dos sob esta Licen a e substituir a Licen a dos diversos documentos por uma nica c pia inclu da na cole o desde que cumprindo os termos e condi es desta Licen a para c pias exatas de for verbatim copying of each of the documents in all other respects You may extract a single document from such a collection and distribute it individually under this License provided you insert a copy of this License into the extracted document and follow this License in all other respects regarding verbatim copying of that document 7 AGGREGATION WITH INDEPENDENT WORKS A compilation of the Document or its derivatives with other separate and independent documents or works in or on a volume of a storage or distribution medium is called an aggregate if the copyright resulting from the compilation is not used to limit the legal rights of the compilation s users beyond what the individual works permit When the Document is included in an aggregate this License does not apply to the other works in the aggregate which are not themselves derivative works of the Document If the Cover Text requirement of section 3 is applicable to these copies of the Document then if the Document is less than one half of the entire aggregate the Document s Cover Texts may be placed on covers that bracket the Document within the aggregate or the electronic equivalent of covers 1f the Document is in electronic
446. to n o aceita esta suposta g nese dos direitos autorais no direito romano apesar de j se vislumbrar naquela sociedade Er R o e R 57 uma consci ncia dos direitos morais dos autores sobre as suas obras 53 Tradu o livre Uma lei para o incentivo do aprendizado atrav s da outorga de prote o legal das c pias de livros impressos aos autores ou compradores destas copias durante o tempo neste documento mencionado 54 In Costa Nerro Jos Carlos op cit nota 51 p 34 55 In Costa Nerro Jos Carlos op cit nota 51 p 32 56 Quant ceux des auteurs ils n taient pas reconnus en tant que tels et leur violation n tait pas sanctionn e juridiquement Les t moignages des auteurs de l poque nous indiquent seulement l opprobe jet sur des actes que nous qualiferions aujourd hui d atteites au droit moral mais on ne trouve trace d une quelconque sanction juridique de tels agissements en particulier sur le fondement de l actio injuriarum Au terme de cette br ve tude du droit romain la conclusion s impose si l on peut voir dans l actio injuriarum l anc tre des droits de la personnalit rien ne permet em revanche d affirmer qu elle ait aussi servi de base l gale la protection des int r ts personnels des auteurs et qu elle puisse par cons quent tre consid r e comme l anc tre du droit moral Tradu o livre Quanto queles dos autores eles n o eram reconhecidos como tais e sua viola o
447. to quando compartilha algo que possui o resultado ser sempre o aumento do bem estar comum Por outro lado quando um sujeito nega se a compartilhar algo que possui com os demais membros de seu grupo a sua motiva o sempre ego stica N o h sentido em que este sujeito alegue que n o compartilha com seus pares aquilo que possui porque preocupa se com obem estar deles Por m o desejo ego sta de manter algo somente para si pode ser ou n o s dico S dico ser quando a motiva o que leva o sujeito a reservar a si mesmo o gozo de um determinado bem apenas prazerosa porquanto priva os demais daquilo que desejam ou seja se todos os demais pudessem ter acesso a bens equivalentes ou n o desejassem aquele bem o sujeito possuidor n o teria nele qualquer interesse De outro modo esse desejo ego stico pode ser o meio que o sujeito encontra para a persecu o de um fim socialmente leg timo ou seja o sujeito reserva se o gozo daquele bem determinado porque este o nico modo que imagina ser poss vel obter uma situa o individual melhor ainda que para isto sacrifique o bem estar comum Desta forma se o sujeito tivesse conhecimento de outro modo de alcan ar aquele fim sem a necessidade de sacrif cio do bem estar comum ele abriria m o de reservar a si o gozo daquele bem Em todo caso quando um sujeito se nega a compartilhar algo que possui al m de sua motiva o ntima ser sempre ego stica o resultado ser sempre um
448. trador alertando o sobre suas falhas e erros e os daquele que invade o com o prop sito de desviar somas de capital era interessante tratar ambos sob o mesmo r tulo J que s empresas ambos eram igualmente amea as N o muito dizer que os primeiros s o ainda mais perigosos do que os ltimos j que o seguro pode ressarcir os danos de uma a o concreta mas nada pode fazer contra a dissemina o de uma tica em prol da liberdade de informa o Neste ponto a hist ria dos hackers se aproxima dos piratas tomados estes em um sentido amplo de seu conceito Ambos est o diretamente relacionados a um quadro de opress o social que alguns indiv duos decidiram resistir A busca da redu o das desigualdades e a descentraliza o do poder s o tamb m comuns a ambos Os piratas em seu sentido hist rico original eram marinheiros que encontraram uma forma de rebelar se contra o poder centralizador e desigual exercido por uma elite de comerciantes abastados donos de frotas inteiras de naus Reuniram se estes marinheiros por meio de uma organiza o m nima necess ria em torno de um capit o que entretanto n o detinha grandes privil gios todas as decis es importantes eram tomadas por meio de conc lios e os resultados de suas opera es eram compartilhados por todos os participantes na medida de seu m rito Assim tentavam a partir desta estrutura realizar FOE 345 com rcio nas rotas monopolizadas por alguns poucos
449. trar se em regime de direitos privados tornando se imposs vel que algu m desenvolva qualquer novo passo sem infringir direitos de terceiros O problema maior destarte n o a inefici ncia do sistema de apropria o de id ias em incentivar sua cria o mas em seu papel de r dea dos pr prios criadores Neste contexto os desvios sist micos como o papel desempenhado pelos crackers em prol das empresas de apropria o do conhecimento bem como o dos piratas e o dos hackers retardam os efeitos nefastos que a cria o de tais empecilhos comunica o das id ias trazem inova o dentro da sociedade Entretanto os direitos de propriedade intelectual permanecem sendo grandes amea as produ o cultural as quais s o ainda mais graves no atual cen rio mundial de descentraliza o e quebra das estruturas hier rquicas onde gradativamente os cidad os de todo o mundo t m reivindicado seu direito a uma maior participa o no processo de constru o da sociedade Novamente a internet a prova viva do poder imenso que a coletividade tem quando provida dos meios m nimos de express o de suas id ias Sites da chamada Web 2 0 como a Wikipedia o Youtube o Flickr os f runs e os blogs em geral tornam se cada vez mais populares superando de longe em n mero de acessos aqueles de origem centralizada empresarial Os usu rios digitalmente inclu dos percorrem as guas ainda incertas da internet em busca de novos conhecim
450. trutor do autom vel atrav s no manual do usu rio com a realidade concreta sua den ncia beneficiar a todos os interessados Por outro lado o consumidor de software encontra se alijado de qualquer prote o Uma vez 425 C digo de Defesa do Consumidor artigos 81 82 91 e 103 211 aceita a distribui o do software apenas em seu c digo objeto n o apenas os consumidores tornam se dependentes do monopolista mas absolutamente todos at mesmo o Estado N o h qualquer meio de averiguar as informa es prestadas pelo comerciante pois somente ele encontra se apto e legalmente legitimado a estudar o software Neste sentido n o existem terceiros na rela o h apenas aquele que monopoliza o conhecimento contraposto a todo o resto Por isto que se disse que as informa es prestadas nos guias a respeito do software t m car ter publicit rio Seu conte do composto unicamente pelo conjunto das informa es cujo arb trio do comerciante entendeu interessantes aos consumidores Todo este sistema mostra se receptivo a m todos comerciais desleais e mesmo coercitivos bem como a pr ticas abusivas por parte das empresas do conhecimento Isto porque estando o c digo fonte de um software fechado n o h como entender seu funcionamento de forma precisa de modo que somente a empresa que det m o monop lio sobre o conhecimento a respeito dele que poder desenvolver os outros softwares que sejam plenamente compat veis
451. tual e nem mesmo deve ser entendida como g nero do qual esta seria uma especialidade Prova disto que a Constitui o trata dos direitos que a doutrina convencionou chamar de propriedade intelectual no mesmo artigo incisos XXVII XXIX usando entretanto nomenclatura adversa No referido inciso XXVII do artigo 5 a Constitui o ao prever o que a doutrina denomina de direito autoral disp e ser ele um direito exclusivo de utiliza o publica o ou reprodu o de suas obras transmiss vel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar Ao tratar da chamada propriedade industrial reza a Constitui o que a lei assegurar aos autores de inventos industriais privil gio tempor rio para a sua utiliza o bem como prote o s cria es industriais propriedade das marcas aos nomes das empresas e a outros signos distintivos tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnol gico e econ mico do Pa s Interessa neste estudo especificamente a previs o do inciso XXVII vez que a Lei 9609 1998 que trata da tutela jur dica outorgada aos desenvolvedores de software em seu artigo 2 disp e ser o regime dos direitos autorais aquele aplic vel ao software Contudo n o o nome jur dico exposto constitucionalmente que outorga ou retira a natureza de propriedade destes direitos exclusivos de uso Com efeito a doutrina n o pode em sua atividade de hermen utica legislativa conformar se com as poss vei
452. tui o salvaguarda industrial destinada a indenizar os editores pelos custos de publica o e riscos comerciais da empresa bem como estimular assim o exerc cio desta atividade econ mica Serve de argumento tamb m a quest o pol tica que misturando se com as precedentes refor a o car ter arbitr rio e prec rio do monop lio concedido O menos que pode ser alegado que o autor n o est no centro do dispositivo In Lucas Andr e Lucas H J op cit nota 58 p 5 Entretanto parece ser claro que ainda que tais privil gios n o se encontrassem sob a titularidade dos autores das obras protegidas a estrutura de exclusividade monopol stica inerentes a tais privil gios manteve se praticamente inalterada at os nossos dias j sob o nome de direitos autorais N o somente mas em nossos dias os editores ainda continuam sendo os maiores privilegiados na concess o de tal exclusividade de explora o econ mica aos autores vez que estes ainda dependem da figura do editores para explorarem economicamente a sua obra Ver tamb m nota 65 infra 60 Existe uma controv rsia sobre qual teria sido realmente o primeiro privil gio concedido dentro da mat ria autoral editorial o que expressa A Lucas En France le premier privil ge semble avoir t celui accord em 1507 par Louis XII Antoine V rard pour les p tres de Saint Paul Selon certains auteurs le Coll ge de Venise aurait montr la voie avec le privil ge conc d em 1
453. tularidade permanecesse exclusiva e fosse alien vel vez que para que tivessem suas obras publicadas os autores necessariamente deveriam socorrer se sempre dos editores os quais certamente teriam a moeda forte de barganha neste neg cio e facilmente retornariam ao posto que 71 In Lucas Andr e Lucas H J op cit nota 58 p 8 72 Certamente que n o mais seriam reconhecidos como privil gios pelas mesmas raz es expostas quando tratou se da propriedade industrial 73 Aqui encontra se a grande raz o do frenesi atual de editoras gravadoras emissoras e ind strias de software que t m bombardeado a sociedade com o terrorismo anti pirataria aliado ao discurso que iguala a contrafa o ao furto ou as vezes at mesmo ao roubo O grande medo prov m do fato de que agora essas empresas n o mais possuem exclusividade dos meios de produ o e circula o das obras intelectuais em raz o da cria o da rede global chamada internet e da sofistica o crescente dos microcomputadores os quais tornam qualquer cidad o comum um concorrente em potencial daquelas empresas Sobre este assunto ver cap tulos 4 2 e 4 3 95 W ara lapis TA ocupavam no princ pio Com tudo o que se disse acima n o se deve por m menosprezar os efeitos da transforma o do privil gio editorial em direito autoral Esta transi o gerou um enorme ganho para a sociedade Se antes o rei poderia realizar um controle ideol gico sobre a popula o a par
454. turo n o mais lhes diria tamb m N o h o conceito de fronteiras ou propriedades qualquer local pode ser temporariamente ocupado por qualquer um Agora n o mais Com a sedentariza o das sociedades e com a necessidade de ocupa o cont nua de espa os mais amplos para a atividade agropecu ria surge ent o o territ rio e a fronteira bem como a necessidade de proteg los de invasores O ser humano precisa proteger os seus rebanhos e os seus plantios tanto dos saqueadores de outros povos como dos animais A identifica o comunit ria que anteriormente era concentrada na figura do patriarca comum agora focada em uma regi o limitada do espa o A rela o de identidade alteridade n o mais encontra se calcada em uma linhagem comum que com o crescimento da sociedade impossibilitada j n o poss vel saber qual a rela o de parentesco entre quaisquer dois indiv duos de uma mesma comunidade mas em uma liga o espacial perten a territorial O idioma e a cultura n o a etnia determinam a rela o entre dois indiv duos A prolifera o de part cipes aliada divis o de tarefas proporciona a oportunidade para uma explora o consciente e especializada do ambiente em que o ser humano habita e a sobreprodu o dos alimentos conseguida por meio da agropecu ria implica um cio social que torna a sociedade melhor organizada em responder com efic cia os problemas futuros Aqueles que n o precisam preocupar se com
455. u seio Observe se desde logo que a primeira resposta tem um vi s fortemente individualista e ego sta e tamb m idealista quanto a 250 Observe se portanto que o software criado por m n o comunicado ou seja o software que foi desenvolvido mas cujo desenvolvedor permanece como o nico a ter dele conhecimento distinto do software publicado j que o primeiro mesmo enquanto objeto imaterial e abstrato detido individualmente a contr rio do que ocorre com o segundo Em todo caso muito prov vel que a maior parte dos passos pensados por um desenvolvedor de software tamb m sejam alcan ados por outro de forma independente j que o desenvolvimento de software nada mais do que fruto de uma atividade de investiga o intelectual sobre um objeto 251 Usa se aqui a express o privil gio individual ssimo para distinguir esta faculdade daquela outorgada por um direito absoluto sobre bem concreto Com efeito um direito individual absoluto sobre um bem que somente pode ser detido individualmente muito distinto de um direito individual absoluto sobre um bem que necessariamente detido coletivamente Isso porque no primeiro caso est se a restringir a liberdade de uso da coletividade sobre aquilo que ela n o det m ao passo que no segundo est se a restringir o uso de algo que det m Mais ainda um indiv duo possui sozinho o poder de impedir que os demais exer am uma faculdade que n o implicaria qualquer restri
456. ual conta com os direitos autorais e as patentes para trancar o desenvolvimento de softwares In Dramos Peter e BrarrHWATTE John op cit nota 4 p 16 Para saber mais http en wikipedia org wiki Stallman 206 Para um conhecimento aprofundado sobre o grupo hacker do MIT ver Levy Steven op cit nota 119 pp 15 152 80 que poca compartilhavam e desenvolviam softwares para a plataforma Digital PDP 10 mais especificamente desenvolviam o sistema operacional chamado ITS Incompatible Timesharing System No in cio dos anos 1980 entretanto esta comunidade da qual fazia parte entrou em colapso quando a maior parte dos hackers que l trabalhavam foram contratados por empresas de tecnologia as quais desenvolviam software propriet rio e a plataforma para a qual desenvolviam softwares tornou se obsoleta dando lugar a outras com ela incompat veis Desta forma todo o trabalho que vinham desenvolvendo foi desperdi ado e os poucos remanescentes tiveram dificuldades de sustentar aquela comunidade que assim entrou em colapso R Stallman tinha portanto que decidir entre dois caminhos ou aceitava alguma proposta de emprego de alguma destas empresas desenvolvedoras de software propriet rio ou iria buscar renda em alguma outra atividade que n o a programa o Alguns anos antes todavia R Stallman havia tido um contado desagrad vel com uma empresa de software propriet rio Aconteceu que a empresa Xerox vendeu um
457. uanet A Intelig ncia Coletiva Por uma Antropologia do Ciberespa o 4a ed S o Paulo Loyola 2003 Levy Steven Hackers Heroes of the Computer Revolution New York Penguin Books 2001 Lipron Jacqueline D IP s Problem Child Shifting the Paradigms for Software Protection in Hastings Law Journal Fall 2006 acess vel pelo site lt http papers ssm com sol3 papers cfm abstract 1d 901604 gt Lucas Andr e Lucas H J Trait de la Propri t Litteraire et Artistique Paris Litec 1994 Lucas ScHoLoETTER A Droit Moral e Droits de la Personnalit tude de Droit Compar Fran ais et Allemand Tome I Aix en Provence Cedex 1 Universitaires d Aix Marseille 2002 LyorarD Jean Fran ois La Condition Postmoderne trad port de R C Barbosa A Condi o p s Moderna 9 ed Rio de Janeiro Jos Olympio 2006 Mann Ronald J Do Patents Facilitate Financing in the Software Industry in Texas Law Review vol 83 n 4 de mar o de 2005 dispon vel em PDF gratuitamente no site lt http ssrn com abstract 510103 gt Movnrtero Washington de Barros Curso de Direito Civil Direito das Coisas 3 vol 19 ed S o Paulo Saraiva 1979 Norron Peter Inside the IBM PC Access to advanced features and programming 1986 trad port de D Vieira Desvendando o IBM PC Acesso a Caracter sticas Avan adas e Programa o 2a ed Rio de Janeiro Campus 1988 Norron Peter e WiLron Richa
458. ubjetivo e pessoal na elabora o do software e muito do trabalho de investiga o emp rica da tentativa e erro caracter stico do desenvolvimento das ci ncias 113 Sobre a distin o entre ambos ver cap tulo 4 1 4 48 EEE 114 id ia que ser devidamente abordada adiante Ap s esta longa mas indispens vel digress o cabe fechar o presente subcap tulo adotando uma defini o de software que se entenda a mais adequada ap s conhecer se a natureza do software Por falta de preparo e maturidade no tema a honestidade obriga adotar se aqui uma defini o de terceiros para evitar as mazelas de uma empreitada digna de um caro Destarte tomando se por pressuposta a elucida o aqui realizada do tema a defini o entendida como mais adequada ao conhecimento jur dico do assunto aquela dada pela WIPO apenas com a restri o de que neste trabalho programa de computador e software s o entendidos como sin nimos de modo que a defini o do que software se reduz apenas a a set of instructions capable when incorporated in a machine readable medium of causing a machine having information processing capabilities to indicate perform or achieve a particular function task or result A descri o do programa e o material de suporte deveriam ser protegidos pela Lei de Direitos Autorais e n o pela Lei de Software j que eles s o obra escrita e n o o programa propriamente dito 3 2 Breve Hist rico An
459. ue disp e que esta Licen a aplica se a ele Estas Cl usulas de Isen o de Responsabilidade s o tidas como inclusas por refer ncia nesta Licen a de responsabilidade quaisquer outras implica es mas somente com fins limita o da que estas cl usulas venham a ter s o il citas e sem efeitos perante esta Licen a 2 C PIAS EXATAS Ao Licenciado permitido reproduzir e distribuir o Documento em qualquer meio tanto comercialmente como n o comercialmente desde que esta Licen a o aviso de direitos autorais e o aviso de licen a dispondo que esta Licen a aplica se ao Documento sejam reproduzidos em todas as c pias e que n o sejam adicionadas quaisquer outras condi es quelas desta Licen a Ao Licenciado n o permitido o uso de medidas t cnicas para obstruir o controle sobre a leitura ou reprodu o subseqiiente das c pias que ele realizar ou distribuir Todavia ao Licenciado faculta se o copies you must also follow the conditions in section 3 You may also lend copies under the same conditions stated above and you may publicly display copies 3 COPYING IN QUANTITY If you publish printed copies or copies in media that commonly have printed covers of the Document numbering more than 100 and the Document s license notice requires Cover Texts you must enclose the copies in covers that carry clearly and legibly all these Cover Texts Front Cover Texts on the front cover a
460. ue envolvesse um programa de computador Com base nesse posicionamento o Escrit rio de Patentes norte americano emitiu novos guidelines em 1981 que refletiam uma pol tica administrativa mais favor vel concess o de patentes para todos os tipos de software In Santos Manoel Joaquim Pereira dos op cit nota 95 pp 59 e 60 151 The Diehr decision and its appellate progeny created what might be termed the doctrine of the magic words Under this approach software was patentable subject matter but only if the applicant recited the magic words and pretended that she was patenting something else entirely Tradu o livre O caso Diehr e sua prole de apela es criou o que pode se chamar de a doutrina das palavras m gicas Segundo esta vis o o software era objeto da concess o de patentes mas apenas se o peticion rio recitasse as palavras m gicas e fingisse que queria patentear coisa completamente diversa In Conen Julie e LemLey Mark op cit nota 148 p 9 152 In re Alappat 33 F 3d 1526 Fed Cir 1994 61 153 a fizesse funcionar de um modo particular A partir de ent o o patenteamento de software passou a E 154 ser feito em escala muito maior do que acontecera nos anos precedentes O golpe de miseric rdia foi dado pela decis o desta mesma corte no caso State Street Bank amp Trust v Signature Financial Group caso em que a corte decidiu que at mesmo o equipamento f sico seria compl
461. ue express o do contexto social em que vive o autor com o acr scimo de algumas de suas particularidades Do que n o se pode deixar de concluir que se houvesse algo como direito natural sociedade n o ao indiv duo que pertenceriam com maior justeza as chamadas cria es intelectuais No tocante ao software em especial esta cr tica faz se mais contundente Mais do que em qualquer outra obra intelectual no c digo fonte do software evidente a disparidade enorme de contribui es individuais e sociais Como a m quina requer uma l gica perfeita e uniforme um programador ao estudar a m quina e program la certamente chegar a a conclus o que o nico meio vi vel de conseguir elaborar softwares de maior complexidade fazendo uso de c digo j desenvolvidos por outros programadores para realizar as tarefas que ser o necess rias sua cria o ainda que esta seja in dita Um software jamais escrito inteiramente fazendo uso somente de novos c digos na realidade 295 A forma o jeito mais f cil de perceber esta preponder ncia do social sobre o individual Quando um autor decide criar uma nova obra ele invariavelmente o faz segundo os padr es formais socialmente estabelecidos dentre os quais o idioma o maior exemplo Guimar es Rosa que considerado um g nio da literatura e ficou conhecido por seus neologismos criou ou conferiu significado diverso n o mais do que algumas palavras novas como o seu
462. ue no caso zero vez que ele j se encontra no mercado e capital investido mas apresenta o mesmo problema de inadequa o inerente do outro software inadequa o menor mas jamais inexistente N o ousar demais imaginar que uma empresa somente contratar outra para lhe desenvolver um software particularizado nos casos em que os softwares dispon veis no mercado forem quase que completamente in teis sua atividade empresarial Ou seja na maior parte dos casos uma empresa dever escolher entre o menos inadequado pois inadequados todos ser o dentre os software existentes no mercado E isto t o somente porque a comunidade encontra se alijada de sua liberdade de alterar os 95 softwares o que se d em prol dos interesses de um nico sueito o qual na maior parte das vezes n o se dispor a realizar altera es ou as realizar a custos elevad ssimos e o custo de desenvolver um software isoladamente muito alto Desta forma retirar da comunidade sua liberdade de alterar softwares gue Re PU do ps 5 234 significa uma perda de efici ncia econ mica para a atividade empresarial como um todo Atente se para o fato de que n o se est aqui a pregar que a manuten o desta liberdade acabaria com a inefici ncia Certo grau de inefici ncia sempre existiu e parece que sempre existir A mudan a que esta liberdade permitiria seria quanto ao grau de inefici ncia toler vel consequ ncia da diminui o dos custos
463. ue ocorre sem o seu consentimento mas a propriedade de forma alguma se dissolve tanto que o caput do artigo citado menciona que o adquirente pode requerer ao juiz que declare a aquisi o da propriedade em senten a a qual servir de t tulo para o registro no Cart rio de Registro de Im veis Prova de que a usucapi o n o forma de extin o do direito de propriedade ter sido ela disciplinada dentro do cap tulo que trata da aquisi o da propriedade ao lado da aquisi o por registro de t tulo de traslado servindo pois para adquirir a propriedade e n o extingui la A propriedade daquele que foi usucapido n o se extingue transmite se a outrem Outra obje o que poderia ser levantada contra esta perpetuidade seria a derrelic o ou o abandono da coisa Entretanto o propriet rio que abandona bem seu tem para com este objeto a mesma inten o que tem aquele que a destr i de modo que pode se entender que aquilo que foi abandonado encontra se na mesma situa o jur dica daquilo que foi destru do pois o direito n o tem por aquele qualquer interesse ambos inexistem para o direito 33 Lei de Propriedade Industrial Lei 9279 de 14 de maio de 1996 Art 40 A patente de inven o vigorar pelo prazo de 20 vinte anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 15 quinze anos contados da data de dep sito Art 108 O registro de desenho industrial vigorar pelo prazo de 10 dez anos contados da data do dep sito prorro
464. uirido os originais caso n o houvesse a oferta de piratas n o obstante a substancial diferen a de pre os Acusa se portanto o pirata de causar tantos danos sociedade mas n o se d qualquer aten o aos motivos que asa LA 323 possibilitaram a exist ncia de tal comerciante Surge ent o a cr tica se realmente existe tal refinada estrat gia de combate pirataria por que ent o o problema ainda persiste com tamanhas dimens es A resposta a esta quest o encontra se no fato 320 Putting numbers in the piracy was useful in other ways It created a fact for public consumption Then there was the simple psychological truth that people liked numbers Of course they had to be simple big numbers ones that educated people could easily remember and trot out in a conversation to make a point and show their command of the facts Trade losses in 1992 in these countries 28 pirate countries identified by IPA exceeded US 4 6 billion Tradu o livre Colocar n meros na pirataria foi til em um outro sentido Criou um fato a ser consumido Ent o estava l a simples verdade psicol gica de que as pessoas gostam de n meros claro que eles deveriam ser simples grandes n meros tais que pessoas escolarizadas poderiam lembrar facilmente e soltar em conversas para dar sustenta o a um argumento e mostrar seu dom nio dos fatos As perdas comerciais em 1992 nestes pa ses os 28 pa ses piratas identifi
465. um coeficiente de inadequa o do software aos anseios da empresa De acordo com o grau de inadequa o do software bem como da disponibilidade de capital vol til a ser reinvestido a empresa decidir por uma dentre tr s atitudes poss veis com rela o quele software i adquiri lo e com ele trabalhar buscando o m ximo de efici ncia poss vel dentro de suas limita es 11 modificar o programa para de forma que ele se torne adequado s particularidades da empresa iii buscar algum substituto que sirva melhor aos seus anseios Observe se que as tr s alternativas apresentam custos que a empresa dever calcular Imagina se que um empresario decidir pela primeira alternativa apenas se as incompatibilidades do software com as particularidades da empresa forem pequenas o suficiente para seu custo de operabilidade ao longo do tempo seja menor do que o custo das duas alternativas restantes Ou seja o software n o timo s necessidades da empresa gerando um d ficit de efici ncia o qual contudo o empres rio calcula ser menor do que o custo de buscar e adquirir um substituto 94 Por outro lado o custo de efici ncia pode ser grande obrigando o empres rio a escolher uma dentre as duas alternativas restantes Nesta hip tese a escolha ser feita atentando se para a compara o entre os custos de modificar o programa de forma a particulariz lo s expectativas da empresa e aqueles de obter um programa alternativo
466. urce j no ano de 1998 muitas empresas passaram a desenvolver e distribuir vers es do sistema GNU chamando o contudo t o somente de Linux Como ser explicado no cap tulo 4 1 4 o movimento Open Source uma dissid ncia do Movimento pelo Software Livre que decidiu lutar pela promo o do software de c digo fonte aberto por sua superioridade t cnica e rentabilidade econ mica deixando de lado a ideologia original da liberdade crucial para o Movimento pelo Software Livre Al m disso Linus Torvalds um programador que decidiu n o se posicionar politicamente e j at mesmo trabalhou em projetos de softwares propriet rios para torn los compat veis com o Linux Por estes motivos R STALLMAN pede em seu livro que o seu sistema seja chamado de GNU Linux para que aten o seja dada ideologia que proporcionou a exist ncia do sistema operacional em primeiro lugar evitando se assim a confus o dos dois 213 2 gt movimentos Portanto em respeito ao movimento que neste trabalho o sistema ser sempre chamado de GNU Linux 4 1 2 Concerro As LIBERDADES 212 Originalmente o kernel foi apelidado de Freax uma combina o das palavras free livre freak louco estranho com a termina o em X como men o ao fato de que era um kernel compat vel com o sistema Unix Contudo o nome foi posteriormente alterado para tornar se uma jun o de seu pr prio nome Linus com o X do sistema Unix portanto Linux
467. usion Overly strong intellectual property protection leads to the problem of excessive monopoly costs of intellectual property rights whereas weak protection leads to the problem of excessive free riding and therefore under investment in innovation Tradu o livre A efici ncia no caso dos direitos de propriedade intelectual geralmente entendida como um balan o entre as regras de apropria o e as de difus o Regras por demais r gidas de apropria o elevam sobremaneira os custos monopol sticos da propriedade intelectual ao passo que regras muito permissivas levam ao descontrole e portanto ao sub investimento em inova o In Dranos Peter e BRAIrHWAITE John op cit nota 4 p 13 266 Alguns estudos ressaltam o papel sempre crescente do software livre nas empresas desenvolvedoras de software nos ltimos anos Tais an lises demonstram que um ex rcito de programadores passou a ser auxiliado por empresas privadas que enxergam no software livre um neg cio lucrativo vez que poss vel cobrar pelo suporte e pelo treinamento Os programadores podem tamb m vender a m o de obra para quem quiser criar solu es espec ficas In Guesser Adalto H op cit nota 89 p 42 117 Ocorre que os softwares n o s o bens de consumo simples de usar e de aproveitar seu potencial Na realidade a maior parte das pessoas tem grandes dificuldades em lidar com a l gica destes softwares e incapaz de utiliz los de forma satisfat ria
468. ustrial Este ramo do direito tem liga es fort ssimas com diversos outros ramos do direito tais como o direito civil o direito comercial e o direito internacional Todavia n o h consenso na doutrina a respeito de sua subordina o a algum destes ramos ou at mesmo em uma poss vel autonomia do ramo da propriedade intelectual Apesar de atualmente alguns autores considerarem ultrapassada esta divis o da propriedade intelectual em direitos autorais e propriedade industrial para facilitar a compreens o deste trabalho nele ser mantida a divis o A propriedade industrial e o direito autoral por m n o s o subdivis es realizadas de forma meramente did tica dentro do ramo da propriedade intelectual Antes ambos foram ramos do direito que tiveram in cio em pocas distintas e desenvolveram se autonomamente ao longo da hist ria os quais posteriormente foram agrupados dentro do g nero da propriedade intelectual por direitos intelectuais direitos imateriais ou ainda direitos sobre bens imateriais todas como express es equivalentes In Tratado da Propriedade Industrial Vol I 2a Ed S o Paulo Revista dos Tribunais 1982 pp 50 51 8 Ao longo deste estudo ser feita uma cr tica aos discursos ocultos por esta denomina o 9 O que se comprova pelo pr prio nome que recebeu a WIPO World Intellectual Property Organization em portugu s OMPI Organiza o Mundial da Propriedade Intelectual Ressalte s
469. utador tornando o software um conceito muito mais amplo abrangendo at mesmo os manuais de 2 PEN ihi 8 suporte o usu rio fato que acima j criticamos z Segundo A D Pereira a consagra o de defini es legais de software recorrente nos diversos ordenamentos jur dicos ao redor do globo O autor cita a t tulo de exemplo entre outras a legisla o estadunidense que reza a set of statements or instructions to be used directly or indirectly in a computer in order to bring about a certain result 17 US CODE p 101 Act of December 12 1980 cita tamb m a legisla o japonesa que define uma express o de instru es combinadas dadas ao computador de maneira a faz lo trabalhar e obter um certo resultado art 2 Lei 62 de 14 de junho de 1985 e a lei portuguesa que define o software como um conjunto de instru es capazes quando inseridas num suporte explor vel em m quina de permitir maquina que tem por fun es o tratamento de informa es indicar executar ou produzir determinada fun o tarefa ou resultado Lei da Criminalidade Inform tica art 2 c O autor tamb m entende ser problem tico o fato de o legislador da comunidade europ ia ter sido omisso em uma defini o ao contr rio da tend ncia mundial e mesmo da WIPO que no que ficou conhecido como Livro Verde 1988 p 164 dizia ser o programa de 97 Tradu o livre 1 Programa de computador significa um conjunto de instru
470. utras formas de conhecimento como os leitores os expectadores os ouvintes e etc de n o compartilhar aquilo que possuem alegando que na verdade eles n o possuem o software somente uma c pia dele Mas nem esta c pia podem compartilhar vez que a c pia id ntica ao software Ou seja n o h qualquer distin o entre ambos de forma que se compartilhassem suas c pias estariam ferindo a faculdade ego stica daquele que de fato possui o software de negar se a compartilhar seu software ou compartilh lo segundo suas regras Todavia se a c pia que algu m possui id ntica ao software que outro algu m possui por que um possui de fato e o outro n o Resposta porque o software um bem imaterial intelectual e abstrato e n o se confunde com suaexpress o no mundo real e f sico das concreudes Ou seja aquele que possui uma c pia do software possui somente a express o f sica e concreta de um bem que na verdade imaterial e abstrato Mas ent o quando algu m possui uma express o pode dela fazer uso livre N o porque o uso livre da express o na maior parte dos casos confunde se com o uso do imaterial intelectual e abstrato Como entretanto poss vel que algu m fa a uso de algo sem o possuir Artificialmente cria se ent o uma distin o entre possuir e deter Todos aqueles que possuem uma c pia da express o concreta do software det m no enquanto ativo imaterial mas apenas um indiv duo possui o software indepen
471. vadas hodiernamente 5 1 4 EST MULO COOPERA O A Rep blica Federativa do Brasil segundo o artigo 4 inciso IX da Constitui o Federal rege se dentre outros princ pios nas suas rela es internacionais pelo princ pio da coopera o entre os povos para o progresso da humanidade Dentre os dois modelos analisados comparativamente no cap tulo 4 deste estudo aquele do desenvolvimento cooperativo sem d vida o nico a ir de encontro com este princ pio constitucionalmente estabelecido O modelo empresarial pautado justamente pelo oposto A concess o de monop lios sobre o conhecimento incentiva a competi o e o segredo entre as diferentes na es e mesmo em seu ambiente interno A competi o em si n o problema o v cio encontra se nos moldes Uma competi o feita com base na segrega o dos povos do saber desenvolvido coletivamente a partir de um patrim nio cultural comum certamente distinta da competi o cooperativa onde todos compartilham o conhecimento mas os retornos patrimoniais ou extra patrimoniais do exerc cio da atividade econ mica s o proporcionais habilidade individual ou grupal no desenvolvimento do saber social H portanto duas alternativas trabalhar em conjunto com toda a humanidade para o desenvolvimento do saber a respeito de software deixando livre o conhecimento para que qualquer um possa desenvolv lo ou trancar o conhecimento dentro de gigantes bilion rias do co
472. veis imprevis veis e aparentemente il gicos N o h como assegurar o usu rio de sua intimidade privacidade ou mesmo o sigilo de dados Quem controla as opera es realizadas pelo computador pessoal do usu rio em car ter perp tuo a empresa comerciante do software adquirido n o o usu rio N o se quer aqui dizer que os software propriet rios necessariamente realizar o tarefas obscuras ao usu rio mas o nico meio de averigua o dispon vel o c digo fonte que informa o til e importante e portanto n o deveria ser exce o liberdade coletiva e geral informa o de que fala o artigo 5 da Constitui o Federal Al m disto o software propriet rio retira dos programadores e usu rios se que esta distin o leg tima a liberdade de aprender ensinar pesquisar e divulgar qualquer saber relacionado aos softwares objeto desta prote o legal s empresas do conhecimento artigo 206 inciso ID O movimento pelo software livre por sua vez vem justamente prop r a manuten o destas liberdades sociais 3 x S 410 provando ser poss vel o desenvolvimento de software de qualidade superior quando elas s o mantidas O artigo 208 inciso V diz ser responsabilidade do Estado garantir a todos o acesso aos n veis mais elevados de ensino pesquisa e cria o art stica segundo a capacidade de cada um Ora 408 Ver cap tulo 4 1 3 1 409 Ver cap tulo 4 1 2 410 Ver
473. ver Ada Pellegrini et al C digo Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado pelos Autores do Anteprojeto 8 ed Rio de Janeiro Forense Universit ria 2005 Guesser Adalto Herculano Software Livre amp Controv rsias Tecnocient ficas Uma An lise Sociot cnica no Brasil e em Portugal Curitiba Juru 2006 Hammes Bruno Jorge O Direito de Propriedade Intelectual 3 ed S o Leopoldo Unisinos 2002 Houaiss Ant nio Houaiss da L ngua Portuguesa Rio de Janeiro Objetiva 2001 Juno Carl Gustav Zwei Schriften ber Analytsche Psychologie Die Beziehungen zwischen den Ich und dem Unbewussten trad port de D F da Silva O Eu e o Inconsciente 19 ed Petr polis Vozes 2006 LanDes William M e Posner Richard A The Economic Structure of Intellectual Property Law Harvard University Cambridge 2003 Laner Jaron Piracy is Your Friend in New York Times New York 9 de maio de 1999 acess vel pelo site lt http www maui net zen etr zgzmepg4 html gt Lemos Ronaldo Direito Tecnologia e Cultura Rio de Janeiro FGV 2005 Lessic Lawrence Code and Other Laws of Ciberspace New York Basic Books 1999 Free Culture The Nature and Future of Creativity New York Penguin 2004 The Future of Ideas The Fate of the Commons in a Connected World New York Vintage Books 2002 L vy Pierre L intelligence collective Pour une Anthropologie du Cyberspace 1994 trad port de L P Ro
474. verbas p blicas na guerra contra o download il cito de softwares ou a c pia ilegal do mais recente lbum de Michael Jackson se aqueles que estiverem produzindo estas c pias il citas tamb m forem membros de organiza es neo nazistas ou de grupos terroristas In DraHos Peter e BrarrHwarrE John op cit nota 4 p 27 319 software developers would lose revenues from the sale of their products which hinder develpment of new software and stifle the growth of the software company Tradu o livre os desenvolvedores de software perderiam divisas da venda de seus produtos o que desestimula o desenvolvimento de novos softwares e atrapalha o desenvolvimento da companhia de software In ALsHamLAN Abdulrahman S Does Internet Affect Software Copyright Social Science Research Network SSRN agosto de 2003 pp 3 138 acostumar a sociedade a pensar por meio de porcentagens e cifras Neste sentido a t tulo de exemplo o fato de que 60 dos softwares vendidos em dado local s o piratas gera uma perda anual de 1 2 bilh es F K ma i z 321 de d lares por ano s empresas e cerca de 630 milh es de reais em impostos n o arrecadados Foge se quest o do porqu um n mero t o elevado de softwares adquirido por meios il citos nem h preocupa o em justificar os c lculos que deram vida a estas cifras N o existe qualquer impedimento em calcular que todas as pessoas que compraram softwares piratas teriam adq
475. verdade que restringir o acesso ao conhecimento e ao compartilhamento de informa es entre os usu rios tem o cond o de fazer com que mais pessoas atuem nas reas de cria o Isto porque erroneamente assume se que todas as pessoas ter o amplo acesso atua o neste ramo bem como ter o as prometidas recompensas econ micas do sistema de modo que basta aumentar a perspectiva de retorno financeiro no ramo para que aumente o n mero de agentes no desenvolvimento de software Esquece se contudo que o software n o uma mercadoria qualquer que seu desenvolvedor tem plena liberdade de moldar e cuja efici ncia depende somente da compet ncia deste O software essencialmente destinado comunica o tanto inter usu rios como inter m quinas Portanto vital sua utilidade que ele seja compat vel em larga escala com as mais variadas arquiteturas de hardware bem como que possua interoperabilidade com outros softwares Nenhum usu rio ter interesse por um software que n o possa ser instalado em qualquer tipo de m quina e nem consiga comunicar se com grande parte dos softwares existentes no mercado Assim sendo necess rio que exista um padr o o desenvolvimento deve seguir um rumo uniforme na maior escala poss vel Desta forma quando s o outorgados privil gios monopolistas de acesso ao conhecimento sobre software ao seu desenvolvedor o mais prov vel que um ou dois desenvolvedores dominem o mercado de forma absolu
476. vilegia pois a lei de fato n o determina e nem disp e nada a respeito da forma como se h de compartilhar o software Assim nada impede que os comerciantes de software o distribuam tamb m softwares n o compilados ou em seu c digo fonte Todavia a lei expressamente veda os usu rios de introduzirem modifica es em software de autoria de terceiros bem como de fazer uso de trechos de seu c digo fonte em software pr prio de forma que n o h raz o para que se espere que os comerciantes de software sintam se encorajados a compartilhar o c digo fonte de um software com a sua comunidade de usu rios j que isto para eles apenas facilitaria aos usu rios desrespeitar seus direitos Critic vel o sil ncio da lei Quando a lei autoral aplicada a livros a prote o legal incide sobre a disposi o formal do texto ou seja sobre a ordem das palavras e n o sobre as id ias neles contidas Assim nada impede que um indiv duo leia o texto e estude o exaust o aprenda com o autor constru es gramaticais diferentes informe se da norma culta aprimore suas capacidades de escrita e compreens o do idioma ou at mesmo que dele retire id ias ou inspira o para escrever nova obra nele 203 baseada ou inspirada Ao aplicar se esta prote o ao software sem determinar a publica o do seu c digo fonte contudo retirada esta liberdade daquele que adquire o software ou seja ele pode executar o programa em seu
477. volver nele sentimentos de reconhecimento que facilitar o consegiientemente a implica o subjetiva de outras pessoas em projetos coletivos In L vy Pierre op cit nota XX p 30 98 viciante ao mesmo tempo em que escravizante os indiv duos passam a acreditar na fal cia de que o nico meio de conseguirem softwares atrav s da outorga de suas liberdades a um terceiro o qual somente assim ter incentivos e meios suficientes ao seu desenvolvimento Este o ataque mais impetuoso do desenvolvimento cooperativo ao modelo de desenvolvimento empresarial vigente outro meio de desenvolver software poss vel o qual ainda preserva as liberdades da sociedade Sendo assim em que se justifica a pretens o das empresas de privar a sociedade destas liberdades A resposta comumente dada qualidade Ou seja a comunidade deve abster se do gozo de algumas de suas liberdades pois somente assim ser poss vel o desenvolvimento softwares com qualidade t cnica refinamento e alto grau de inventividade Inicialmente a proposta do software livre idealizada por R Stallman tinha exclusivamente o objetivo de preservar as liberdades dos indiv duos por conta de um imperativo tico Efici ncia e qualidade t cnica nunca foram parte das premissas do software livre Contudo no in cio dos anos noventa do s culo passado foi realizado um estudo nos Estados Unidos com o objetivo de aferir a confiabilidade de diferentes softwares dese
478. volvida ser aquela em que as regras atentarem de forma mais direta realiza o do bem estar comum do que satisfa o dos impulsos e 246 temos de distinguir duas classes de instintos uma das quais os instintos sexuais ou o Eros de longe a mais consp cua e acess vel ao estudo Ela abrange n o apenas o instinto sexual desinibido propriamente dito e os impulsos instintuais de natureza inibida quanto ao objetivo ou sublimada que dele derivam mas tamb m o instinto auto preservativo apresentamos a hip tese de um instinto de morte cuja tarefa conduzir a vida org nica de volta ao estado inanimado ambos os instintos seriam conservadores no sentido mais estrito da palavra visto que ambos estariam se esfor ando para restabelecer um estado de coisas que foi perturbado pelo surgimento da vida In Frevo Sigmund Das Ich und das Es trad port de J O A Abreu O Ego e o Id Rio de Janeiro Imago 1997 p 42 e 43 101 desejos individuais Compartilhar nada mais do que preocupar se em colaborar com o bem estar m tuo dentro da sociedade Obviamente a quest o pode ser analisada a partir de uma perspectiva individualista em que um sujeito apenas compartilha algo que possui porque desta forma espera incentivar que os demais membros da coletividade fa am o mesmo resultando na possibilidade de obter aquilo que presentemente n o possui Entretanto qualquer que seja a motiva o interna de um sujei
479. vos uma miscigena o tnica e um maior contato dos indiv duos com pessoas de lugares distantes do seu ambiente original Esta aproxima o foi ainda maior quando da inven o do avi o que aumentou a velocidade das rela es culturais entre os diferentes povos bem como permitiu que um nico individuo e muito mais deles ao longo de sua vida tivesse contato com uma gama muito distinta de religi es etnias e culturas Todavia em todo este tempo houve uma grande barreira s cio econ mica a este di logo cultural Grande parte das pessoas em um pa s conheciam apenas em um n vel muito superficial os diferentes povos de outras regi es do globo Sabia se da exist ncia de diferentes culturas mas todas lhes pareciam estranhas diferente alheias alien genas Os brasileiros por exemplo tinham conhecimento da exist ncia de um povo denominado ingl s mas grande parte dos brasileiros jamais viria a ver ou ouvir um ingl s assim como os ingleses tamb m desconheciam o que era esse tal pa s chamado Brasil As informa es que ambos tinham da cultura alheia era somente aquela que podiam obter atrav s das mensagens divulgadas em massa por uma reduzida parcela de atores sociais O conhecimento era sempre indireto e interpretado Havia sempre um intermedi rio que selecionava os conte dos que atingiriam a popula o a informa o podia e era inevitavelmente manipulada Este intermedi rio exigia para si um monop lio sobre as inform
480. vre iniciativa Todos s o livres para dedicar se a quaisquer atividades mas apenas conseguir o exerc las aqueles que foram eficazes em sua execu o N o h qualquer garantia de que o poder que um agrupamento hoje det m seja mantido no futuro vez que existe uma concorr ncia latente interior e exterior Portanto para manter seu dom nio um agrupamento dever ser capaz de planejar se e estruturar se a longo prazo A especializa o da produ o e amplia o das capacidades humanas conseguidas atrav s de instrumentos mec nicos elaborados d origem a um gio produtivo que propicia toda uma nova organiza o social com foco nas inven es nos produtos de segunda necessidade no com rcio ligado as m quinas Este gio na produ o n o pode ser vendido dentro do mercado interno apenas pois geraria defla o dos pre os e preju zos aos produtores de forma que o com rcio internacional passa a ser a praxe Este interc mbio de mercadorias entre as diferentes na es rompe com a barreira anterior do territ rio das fronteiras Mercadorias e pessoas voltam a circular pela Terra agora com a agilidade proporcionada pelo desenvolvimento dos meios de transporte Isto faz com que atenuem se as rela es de identidade espacial apesar de n o desaparecerem por completo dando lugar a uma nova rela o interindividual baseada na capacidade de consumo O que assemelha os indiv duos mas tamb m os diferencia n o mais a sua origem
481. y boundaries Working out where the fences of intellectual property ownership should go is very difficult In the world of commerce it is legal muscle more than moral entitlement that determines de fence line Tradu o livre Os softwares s o constitu dos de uma grande quantidade de rotinas emprestadas de outros programas escritos pela gera o anterior de programadores Bill Gates n o escreveu o DOS Aqui entramos em um problema fundamental da propriedade intelectual Porque a propriedade intelectual tem por objeto a informa o e o conhecimento constru dos ao longo do tempo por muitas pessoas muito dif cil de descobrir exatamente pelo que um determinado indiv duo verdadeiramente respons vel Id ias s o desencadeadas por outras similares Todas elas t m fronteiras nebulosas Descobrir onde as cercas da propriedade intelectual deveriam ser colocadas muito problem tico No mundo do com rcio a for a mais do que justeza moral que determina o tra ado da cerca In DraHos Peter e BRAITHWAITE John op cit nota 4 p 26 299 Patent law like copyright is sometimes justified by an appeal to the natural rights of the creators What the historical record shows though is that right from the beginning a ruthless trade morality drove the development and use of patents Tradu o livre As lei de patentes do mesmo modo que as de direito autoral s o muitas vezes justificadas atrav s de um apelo aos direitos naturais dos c
482. zendeiro que contudo jamais poder utilizar aquelas terras para a atividade agropecu ria 90 software que a desrespeite deve constituir uma terceira categoria apartada de ambas De acordo com o que se descobriu at aqui com este estudo parece ser esta terceira categoria a mais adequada para o enquadramento dos softwares que cont m medidas DRM bem como e principalmente aqueles que fazem uso da tecnologia chamada Trusted Computing Treacherous Computing O que acontece com os softwares que fazem uso dessas tecnologias justamente uma restri o ao uso do software atrav s da sempre renovada requisi o de licen as para que o programa 230 possa ser executado pelo computador Desta forma torna se poss vel ao distribuidor de software controlar quantas vezes um programa ser utilizado pelos usu rios bem como e aqui vem o maior perigo quais dados e arquivos ele poder acessar n o por incapacidade t cnica do programa mas por E A E des 231 escolha de seu distribuidor original A quest o representa enorme perigo Atualmente a maior parte dos acervos de informa o e conhecimento da humanidade tem sido transformada em arquivos digitais pela vantagem de que estes arquivos s o praticamente imperec veis N o h pela primeira vez na hist ria da humanidade perda de informa o com a passagem do tempo associada ao fato de que a internet e a inform tica t m possibilitado que cada indiv duo sito em qualquer p
483. zer o requisito de aplica o de um equipamento f sico seria suficiente que o programa fosse utiliz vel em uma m quina gen rica desde que inventor did not claim all rights to the future uses of the Arrhenius equation but only to the particular application that he had invented in the context of an otherwise statutory industrial process Tradu o livre entretanto a Corte mudou seu entendimento No caso Diamond v Diehr 450 U S 175 1981 ela sustentou que um processo para monitoramento cont nuo da temperatura interna de um molde de borracha usando um computador e a conhecida equa o de Arrhenius para medir precisamente o tempo em fun o da temperatura e outras vari veis era objeto da concess o de carta patente Central para a decis o da Corte foi que o inventor n o reclamou todos os direitos de uso futuro da equa o mas apenas os referentes sua aplica o particular do modo que ele havia concebido enquanto aplica o industrial In Comen Julie e LemLey Mark op cit nota 148 p 9 150 O primeiro julgado da Suprema Corte que reconheceu a possibilidade de programas de computador serem protegidos por patentes foi proferida no famoso caso Diamond v Diehr Esta decis o foi uma evolu o no entendimento que estava sendo esposado pela Court of Customs and Patent Appeals Sem derrogar o princ pio adotado pelos casos Benson e Floock a Suprema Corte aceitou que uma reivindica o poderia ser patente vel mesmo q

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