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TeseAndreaTamanine - UFPR - Universidade Federal do Paraná

1. GRUPOS DE FATORES Aplic Ocor P R tonicidade ox tonas 173 177 98 99 Monos tonic tono 270 277 97 97 parox tonas 687 1 465 47 23 Tempo verbal Aplic Ocor Jo P R Ger ndio 11 12 92 94 Pret imp subj 5 7 71 82 Pret imp indic 430 801 54 15 Fut do pret rito 5 11 45 58 Presente do indic 517 927 56 40 Pret rito perf indic 112 259 43 18 infinitivo 45 57 79 05 Pret mais q perf 2 3 67 00 Tipo de verbo per frases Aplic Ocor Jo P R ir NDO 14 17 82 90 outras per frases 76 54 71 78 ter que R 58 85 68 66 poder R 21 39 54 63 estar DO 5 6 83 51 ter DO 5 I 71 33 ir R 27 91 30 26 estar NDO 19 70 27 16 Tipo de verbo plenos Aplic Ocor Jo P R saber 28 29 97 96 outros verbos 480 157 63 65 ver 55 64 86 58 sair 39 51 76 56 ficar 29 61 48 49 ir 94 169 56 44 fazer 44 80 55 43 morar 10 35 29 28 ter 98 296 33 28 ser 23 76 30 23 estar 27 13 37 17 Conforme a Tabela 4 o grupo tonicidade foi estatisticamente o mais relevante na rodada selecionado em 1 lugar Os resultados dos fatores apontam uma divis o polarizada entre o uso de n s e de a gente este altamente favorecido com monoss labos t nicos e tonos amalgamados com peso relativo de 97 e ox tonos com peso de 99 ou seja com verbos de menor sali ncia f nica Nas parox tonas o resultado de 23 desfavorece a gente portanto favorece
2. 96 situa o durante a ditadura Entretanto a minha interpreta o permanece como eu emissor como significado referencial de a gente nesse trecho de fala Assim mesmo valorizando os trabalhos de Zilles 2002 e Borba 2004 e a abordagem cuidadosa de Silva 2004 n o se percebeu nesses trabalhos uma metodologia de an lise que pudesse ser utilizada para interpreta o dos referentes para n s e a gente nos dados de Curitiba e que assegurasse resultados confi veis de acordo com os objetivos aqui propostos Algumas das dificuldades sentidas durante as tentativas de identifica o de correferencialidade e co significa o entre n s e a gente est o exemplificadas com o trecho de entrevista transcrito abaixo exemplo 1 3 j utilizado para identificar a divis o em t picos no item 3 3 Apesar de estar anteriormente expresso nesta mesma se o o exemplo integralmente reproduzido a fim de facilitar a leitura das considera es feitas sobre a refer ncia dessas ocorr ncias pronominais 1 3b 1 Entrevistador S duas falando rindo Voc s com com quem que voc s brincavam Informante Ah pois Naquela poca da depois que foi tendo morador a Veio morar ali a Dona Nina essa que faleceu veio a m e da Euleca que a gente tamb m assim praticamente criou se junto A Euleca a Ivanete aqui da veio morar aqui a Dona Catarina essa velhinha com velhinho que moram aqui tamb m s o moradores antigos
3. O Paralelismo Formal reconsiderado In Paulino Vandresen Org Varia o Mudan a e Contato Ling stico no Portugu s da Regi o Sul Pelotas EDUCAT Editora da Universidade Cat lica de Pelotas 2006 v 1 p 15 27 AMARAL A O dialeto caipira gram tica e vocabul rio S o Paulo O livro 227 p 1920 ANDRADE C et al Os pronomes pessoais e a indetermina o do sujeito na norma culta de Salvador In Estudos ling sticos e liter rios n 11 Salvador UFBA 1991 p 53 74 AZEREDO J C de Gram tica Houaiss da L ngua Portuguesa 2 ed S o Paulo Publifolha 2008 BASTOS L K X Coes o e coer ncia em narrativas escolares escritas Campinas Editora da Unicamp 1985 BECHARA E Moderna gram tica portuguesa 37 Ed revis e ampl Rio de Janeiro Lucerna 2001 BENVENISTE E Problemas de lingii stica geral tradu o portuguesa S o Paulo Nacional 1976 Problemas de ling stica geral I 2 ed Campinas S o Paulo Pontes 1988 197 BERLINK R de A Transcri o do inqu rito n 3 gravado em 11 01 1987 In TRAVAGLIA L C Um estudo textual discursivo do verbo no portugu s do Brasil Tese de doutorado UNICAMP Campinas 1991 BORBA F da S et al Dicion rio gramatical de verbos do portugu s contempor neo do Brasil S o Paulo Editora da Universidade Estadual Paulista 1990 BORBA L R Alguns aspectos sobre o uso de n s e a gente em Curitiba Fragmenta Curitiba
4. ANEXO 7 Tabela 14 Rodadas com casos de n s e de a gente exclusivamente em contextos de determina o e exclusivamente de indetermina o nos dados de Curitiba 221 14 INTRODU O O nosso contato direto com o tema varia o n s a gente no portugu s brasileiro teve in cio enquanto aluna do Programa de Mestrado em Letras da Universidade Federal do Paran UFPR em 2000 quando utilizava para trabalho de disciplina o banco de dados de entrevistas do VARSUL Varia o Ling stica Urbana da Regi o Sul do Brasil para levantamento do uso dos pronomes n s e a gente em dados da cidade de Londrina PR DI RIO JR TAMANINE DA SILVA 2000 Depois o VARSUL foi usado para a disserta o com recorte que envolveu as cidades catarinenses de Blumenau Lages e Chapec TAMANINE 2002 Nos dois casos atuamos sob orienta o da Prof Dr Odete Menon Em 2005 ent o aluna ingressante do Programa de Doutorado da UFPR novamente sob a orienta o da Prof Dr Odete Menon o tema da varia o n s a gente foi retomado assim como o Banco de Dados do VARSUL para an lise das entrevistas de Curitiba capital do Paran Os dois pronomes j haviam sido tratados por Borba 1993 e Setti 1997 com dados da capital curitibana por m em abordagens diferenciadas daquela aqui apresentada Neste caso foi abordada a varia o entre n s e a gente e a gramaticaliza o de a gente al m do fato de que o
5. Como a determina o um dos campos f rteis na discuss o da concorr ncia entre n s e a gente e da gramaticaliza o de a gente ver se o 1 4 e se considerou pertinente verificar nos dados de Curitiba o tipo de texto e do verbo conforme ser explicado na vari vel tipo de verbo que prevaleceria nessas ocorr ncias a fim de saber se haveria prefer ncia pelo uso de um ou de outro pronome quando em contexto de argumenta o e se a caracter stica da indetermina o teria presen a significativa Por extens o tamb m se verificou contextos relativos a n s e a gente em outros tipos de texto na mesma linha da tipologia textual discursiva de Travaglia 1991 descri o narra o disserta o e injun o conforme caracter sticas sintetizadas em Travaglia 2002 p 30 a na descri o o falante se coloca na perspectiva do espa o em seu conhecer o que o leva a querer caracterizar dizer como escolhendo elementos informa es para este fim localiza o caracter sticas e elementos constitutivos do objeto da descri o b na narra o o produtor se coloca na perspectiva do fazer ou acontecer inserido no tempo O que quer contar o que aconteceu dizer os fatos os acontecimentos constituindo epis dios ordenados no tempo do mundo real c na disserta o o produtor se p e na perspectiva do conhecer abstraindo do tempo e do espa o Neste caso busca o refletir o explicar o avaliar o conceituar
6. No exemplo 1 3 no supert pico Descri o do bairro e da escola assunto integrado ao t pico descri o da inf ncia h abertura do subt pico amizades de inf ncia por meio de ruptura causada pelo entrevistador quando faz pergunta relacionada a com quem a informante brincava na inf ncia o assunto precedente era a escola e o n mero de casas no bairro iniciando t pico subordinado 1 Este sofre movimento de t pico para na sequ ncia ocorrer descontinuidade pois o assunto muda para os estudos da catequese e a realiza o da primeira comunh o 2 e em 3 o entrevistador formaliza movimento do subt pico catequese para a igreja no bairro e em 4 fala do entrevistador que n o sofre an lise no caso de ocorr ncias de n s a gente mas marca a transi o para o subt pico local de trabalho da informante assunto sobre o qual segue a conversa ocorrendo nova descontinuidade 4 Exemplo 1 do cap tulo 3 88 importante destacar que os delimitadores discursivos nem sempre se apresentam como delimitadores padr o como perguntas assalto ao turno marcadores discursivos enunciados conclusivos entre outros mas foram assim considerados porque de alguma forma marcam o in cio e o fim dos subt picos o mesmo podendo acontecer em outros n veis da hierarquia t pica Neste exemplo encontra se um paralelismo bin rio de a gente duas ocorr ncias de a gente em um mesmo segmento em 1 e em 2
7. Sobre a apresenta o dos resultados das rodadas com paralelismos torna se importante frisar novamente que na apresenta o geral do corpus os pronomes em 183 paralelismo representaram 67 1 307 2084 das ocorr ncias dos pronomes n s a gente ou seja na distribui o quase chegam ao dobro das ocorr ncias isoladas portanto possuem import ncia como contexto diferenciado na an lise dos pronomes em estudo O que se pode ver nos dados que o paralelismo se configura em contexto importante para o estudo da varia o por uma s rie de raz es rela es que v o al m da presen a duplicada ou triplicada do mesmo pronome no mesmo segmento t pico pois h uma cadeia estrutural e t pica assunto atuando no paralelismo Conforme postulado verificou se que h valor explicativo no paralelismo al m do aspecto da mera repeti o de pronomes para o estudo da varia o entre n s e a gente e se destaca que a vari vel deve merecer refinamento em sua constitui o a fim de melhor captar o sentido de segii ncia cf AMARAL 2003 e otimizar dessa forma an lises futuras Finaliza se a apresenta o dos dados de n s e de a gente em paralelismos para tratar de outra vari vel considerada nesta investiga o a redu o fon tica de a gente um processo de gramaticaliza o em andamento conforme discutido por Menon 1995 1996 Zilles 2002 e Borges 2004 cujos resultados ser o apresentados no subt tulo
8. feita a apresenta o de resultados da pesquisa uma situa o incomum na apresenta o das vari veis por m considerada necess ria neste caso a fim de se justificar a sele o de per frases que compuseram a vari vel TABELA 1 Sele o de Per frases de uso comum entre n s e a gente no corpus Composi o V1 V2 A gente N s Total grupos de per frases Estar DO 5 casos 1 caso 6 Estar NDO 19 casos 51 casos 70 Totais gerais ocorr ncias percentual ocorr ncias percentual ocorr ncias percentual 24 32 52 68 76 100 Vir NDO 0 1 1 Vir R 1 3 4 1 20 4 80 5 100 Ir NDO 14 3 17 Ir R 27 64 91 41 38 67 62 108 100 Ter DO 5 2 7 Ter NDO 0 2 2 Ter de R Ter que R 58 27 85 63 68 31 32 94 100 Poder R 21 18 39 Outros 54 22 76 Total 75 65 40 35 115 100 Total geral 206 51 194 49 400 100 Na Tabela 1 na soma de cada conjunto de per frases com o mesmo verbo auxiliar o percentual se refere ao total de ocorr ncias destas per frases junto a n s e a gente na ltima amp Ver explica o dada na nota de rodap 57 130 coluna o percentual do total se refere ao n mero geral de per frases encontradas com cada pronome O que se pode destacar dessa distribui o a freqii ncia de per frases com os verbos ter e ir junto aos dois pronomes no entanto com significativo n mero de ocorr ncias no caso da per frase ter que de R com pronome a ge
9. o dos dados por fun o Omena 1996 relata que para a gente no mbito geral a entrada de a gente maior na fun o de adjunto adverbial 84 depois na de sujeito 73 e de complemento 72 que se equivalem Est come ando por m a atingir o uso do possessivo na fun o adnominal 14 onde ainda predomina o uso de nosso idem p 191 Menon 1994 Seara 2000 Zilles 2002 e Borges 2004 verificaram maior n mero de ocorr ncia de a gente na fun o de sujeito A fim de verificar as ocorr ncias das fun es sint ticas de n s e a gente nas entrevistas de Curitiba consideraram se os fatores conforme dispostos no Quadro 5 142 QUADRO 5 Codifica o geral das ocorr ncias de n s e de a gente no corpus CODIFICA O FUN ES NOS A GENTE 1 Quando se fervia a gua mas a gua pra beber a gente ia buscar l na Sanepar CTBA 02 2 Ontem inclusive n s t nhamos ensaio no Bom Pastor reuni o de lideran a e reuni o do apostolado CTBA 20 Objeto direto 1 Tinha lancha que atravessava a gente CTBA 14 2 E ficou muito tempo ainda criou n s todos os filhos a n CTBA 08 Objeto 1 Ent o ela programa pra n s CTBA 01 preposicionado 2 Hoje dizem assim pra gente Ah CTBA 23 1 Chegou a se aposentar com a gente l CTBA 10 2 E a minha sobrinha mora com n s n CTBA 12 I Eles tiram o dinheiro da gente que nem aquele selo ped gio l CTBA 10 2 Dizi
10. o sint tica a gente vamos que demonstra maior integra o da nova forma ao sistema pronominal ao concordar com a primeira pessoa do plural Pode se verificar portanto que dois princ pios hopperianos se destacam na an lise da gramaticaliza o de a gente a estratifica o pois a coexist ncia entre a gente e n s implica a persist ncia da forma original n s e a diverg ncia pois a varia o entre n s e a gente implica na especializa o a gente especializou se na indetermina o N o se percebeu no entanto que as grada es sem nticas como aquelas que envolvem a pessoaliza o de a gente ver BORGES 2004 sejam explicadas pelos princ pios estabelecidos por Hopper 1991 Portanto para se discutir a gramaticaliza o de a gente sob o vi s sem ntico se precisaria buscar outras abordagens que melhor explicassem processos de mudan a sem ntica o que n o foi aqui realizado por n o ser um dos objetivos propostos Diante do exposto nesta se o fica claro que os processos envolvidos no continuum da gramaticaliza o trazem caminhos importantes para a discuss o das transforma es sofridas pelo pronome a gente no PB A forma gradual como a gramaticaliza o ocorre ou seja a mudan a feita em etapas permite observar essa caminhada desde a mudan a de gente nome gt a gente pronome e sua disputa com n s na indetermina o e atual varia o como co ocorrente de n s na determina o inclusive
11. segundo Lopes 2004 imensi a a E EAEE E dada cepa 29 QUADRO 4 Variantes fon ticas da realiza o de a gente segundo Zilles 2002 aiee ontio a E E aa A AEEA AEEA A RO DID RE SEER EAE AEA a 30 QUADRO 5 Codifica o geral das ocorr ncias de n s e de a gente no corpus 142 QUADRO 6 Resultado das rodadas para testagem da interfer ncia dos grupos de fatores tonicidade e tempo verbal na rodada geral dos dados de Curitiba i 161 QUADRO 7 Resultado da rodada probabil stica com dados de n s e de a gente em Curitiba aplica o indetermina o s ueseccisareraveinaderaasisanta cosiad rasa cada Ada URSS nada AT da Ueda rata 167 QUADRO 8 Resultado das rodadas para testagem da interfer ncia do fator descri o na rodada geral dos dados de Curitiba asas a aaa GUN A Sa O ERG a UT ca 169 QUADRO 9 Resultado comparativo entre as rodadas com casos de n s e de a gente exclusivamente em contextos de determina o e exclusivamente de indetermina o nos dadosde Cuba sda nina ID det Ra Saga nd E Salad 171 QUADRO 10 Resultado da rodada geral sem paralelismos X resultado da 1 rodada geral com paralelismos nos dados de Curitiba eeseseseseesesseessesresstseresressersrerresserstesressersesreesreseee 179 QUADRO 11 Variantes consideradas na rodada com dados de redu o fon tica de a gente nos dados de Curitiba eisimirce ninani sa isa aaa EE eira A Ea 184 GR FICO 1 Distribui o ge
12. tonicidade e tempo verbal O que se pode verificar nos resultados desse grupo quanto ao favorecimento de a gente que o verbo saber o mais relevante para a aplica o de a gente 90 apresenta uso quase categ rico com o pronome inovador o que justificaria o alto peso relativo O resultado para o fator outros 65 necess rio para a codifica o em raz o do limite para o n mero de 163 fatores dentro do grupo envolveu uma gama diversa de verbos e n o permite observa es mais objetivas O que se destaca nos resultados que morar ter ser e estar verbos estativos n o favoreceram a gente mas sim o uso de n s conforme observa o inicial lan ada em Tamanine 2002 por m sem informa es que pudessem revelar tend ncia de uso junto aos dois pronomes Ao observar os pesos relativos entre os verbos que mais desfavoreceram a gente o verbo ter revela contexto interessante pois aparece com 28 ou seja favor vel ao uso de n s em 72 indicando uma poss vel divis o entre o uso dos pronomes n s e a gente o verbo pleno ter favorecido para o uso com n s e o uso de a gente favorecido no uso das per frases com ter modais A an lise desse grupo de fatores ser retomada na discuss o da vari vel tipo de texto conforme hip teses levantadas a partir dos resultados da Tabela 5 Par finalizar as considera es sobre as vari veis ligadas morfofonologia salienta se que a concord ncia verbal n o foi grupo sel
13. verificada a maneira como n s e a gente s o mencionados avaliados em alguns dicion rios e gram ticas A revis o de diferentes estudos sobre os fen menos em tela apresentada no segundo cap tulo para dar sustenta o aos caminhos percorridos nesta investiga o A revis o teve como objetivo mostrar o cen rio atual de pesquisas no PB sobre o tema abordado permitir cotejos entre os resultados dispon veis e os dados de Curitiba e oportunizar a avalia o de avan os quando da an lise dos resultados A orienta o te rica acrescida no terceiro cap tulo por alguns dos conceitos que norteiam as discuss es sobre a gramaticaliza o e a socioling stica variacionista No cap tulo quatro descrita a metodologia de realiza o do estudo S o destaques o banco de dados constru do pelo projeto VARSUL e a forma de composi o das entrevistas os programas estat sticos que deram suporte obten o dos dados quantitativos e os m todos de an lise Neste cap tulo s o apresentadas as vari veis independentes e dependentes consideradas na pesquisa Os resultados obtidos e sua discuss o s o o foco do cap tulo cinco seguido das considera es finais sobre os principais resultados encontrados a partir das hip teses e objetivos inicialmente levantados 21 1 OS FEN MENOS EM ESTUDO Neste cap tulo a fim de apresentar os objetos em estudo a varia o entre os usos de n s doravante tamb m tratado por forma
14. SILVA C R HORA D Funcionalismo e gramaticaliza o teoria an lise ensino orgs Jo o Pessoa Id ia 2004 Os pronomes In CASTILHO A de coord ILARI R MOURA NEVES M H DE Gram tica do portugu s culto falado no Brasil Campinas SP UNICAMP 2008 V IH 202 OMENA N P de A refer ncia primeira pessoa do discurso no plural In SILVA G M de O e SCHERRE M M P org Padr es Sociolingii sticos an lise de fen menos vari veis do portugu s falado na cidade do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Tempo Brasileiro Departamento de Ling stica e Filologia UFRJ 1996 p 185 215 BRAGA M L A gente est se gramaticalizando In MACEDO A T RONCARATI C MOLICA M C org Varia o e discurso Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1996a As influ ncias sociais a varia o entre n s e a gente na fun o de sujeito In SILVA G M de O e SCHERRE M M P org Padr es Sociolingii sticos an lise de fen menos vari veis do portugu s falado na cidade do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Tempo Brasileiro Departamento de Ling stica e Filologia UFRJ 1996 p 310 323 ORLANDI E P A linguagem e seu funcionamento as formas do discurso Campinas SP Pontes 1987 PEREIRA Eduardo C Gram tica expositiva curso superior 61 ed S o Paulo Editora Nacional 1943 Grammatica hist rica 8 ed S o Paulo Editora Nacional 1935 PHILIPS Susan Urmston Algu
15. para dentro da cidade A rodovia que hoje cor ta e divide a cidade vai unir ao ser transforma da numa avenida urbana o Eixo Metropolitano de Integra o As quest es do dia a dia est o sendo resolvi das as quest es do dia a dia do futuro est o sendo i previstas As cidades do passado eram cercadas por muros O homem conseguiu derrubar os muros mas permaneceram muros internos entre uma pessoa e outra Muros entre a familia e os ser vi os p blicos muros entre a pessoa e uma vida justa A nossa miss o derrubar estes muros internos Fazer com que a cidade seja o lugar onde vive gente com gente sem muros no meio do caminho assim que os curitibanos fazem Curitiba para que Curitiba sirva aos curitibanos Dero icma raererro ve Custa ANEXO 2 206 TABELA 3 Distribui o geral de ocorr ncias nos grupos de fatores testados em Curitiba GRUPOS DE FATORES N N total Vari vel dependente pronomes plenos a gente n s 1 085 60 733 40 1 818 Vari vel dependente pronomes nulos a gente n s 45 17 221 83 266 A gente n s total de ocorr ncias 1 130 54 954 46 2 084 Realiza es de a gente a gente 860 860 Gente 48 48 a gen 8 8 Ge 2 2 a hente 5 5 a ente 107 107 ente 47 47 te 8
16. produtos de desenvolvimento hist rico entre eles a gramaticaliza o Tr s s o as conseq ncias procedentes desse processo destacadas por Lichtenberk a Emerg ncia de uma nova categoria gramatical quando elementos ling sticos adquirem novas propriedades come am a se tornar membros de uma nova categoria b Perda de uma categoria existente h uma gradual perda de suas caracter sticas e ocorre a coexist ncia de formas novas e antigas no sistema A forma nova come a a ser usada mais fregiientemente at suprimir a forma antiga c Mudan a no conjunto de membros que pertencem a uma categoria gramatical Lehmann 1991 p 493 aponta tr s importantes efeitos da gramaticaliza o a passagem de um elemento menos gramatical para um elemento mais gramatical b perda de caracter stica fonol gica e sem ntica c diminui o de liberdade da manipula o do elemento quando este se integra em um paradigma e torna se cada vez mais obrigat rio em certas constru es e ocupa uma posi o cada vez mais fixa Concentra se em Hopper 1991 e nos 05 princ pios essenciais da gramaticaliza o por ele propostos a reflex o sobre a gramaticaliza o de a gente Hopper alerta para o fato de que os princ pios que prop e n o devem ser considerados os termos definidores do que constitui a gram tica de uma l ngua mas sim princ pios heur sticos e que gramaticaliza o ser sempre uma quest o de grau e n o de valores absoluto
17. situa es em que o falante apresenta situa es que pelo afastamento no tempo ou impossibilidade espacial nem ele e nem o entrevistador poderiam ter participado como explica Menon idem p 144 Assim a indetermina o a nica forma de interpreta o pois n o h como acontecer seu envolvimento pessoal conforme se pode interpretar em 21 3 Neste exemplo o informante fala sobre sua experi ncia na escola e expressa contexto determinado pelo uso de verbos no pret rito perfeito fui entrei sabia fiquei depois muda para o imperfeito e marca a indetermina o tirava ia pois se refere a um tempo em que ele n o estava inserido no sistema ent o esse a gente n o poderia ter o informante como referente 21 3 E dali eu fui pro grupo Dezenove de Dezembro porque terminou n Entrei com cinco anos j sabia ler e ali eu fiquei dois anos depois fui pro grupo Dezenove de Dezembro L eu fiquei o quarto ano De l eu fui pro Instituto de Educa o onde tinha a escola complementar Aquele tempo era escola complementar L eu fiquei dois anos Da eu fui para o gin sio Mudou o sistema gue a gente tirava a complementar e ia paraa Escola Normal GEN RICO Ma0s a mudou o sistema de ensino fui pro gin sio Fiz um gin sio com cinco anos CBA 24 sexo feminino faixa et ria mais velha escolaridade secund ria A partir ent o da identifica o pautada nos testes de Menon 1994 e 2006 a vari vel
18. stica selecionada na rodada das realiza es fon ticas de a gente foi per frase verbal O destaque para o n o favorecimento da redu o no grupo de fatores est na per frase de modaliza o ter que R com 88 de probabilidade de ocorr ncia junto a formas com presen a de fricativa plenas As demais per frases favoreceram a redu o especialmente poder R ir NDO e estar DO Na rodada geral dos dados do corpus se percebeu que as per frases de modaliza o despontaram como contextos de uso especializado de a gente ter que R e poder R e a 189 per frase ir NDO aparece com o maior peso relativo favorecedor de ocorr ncia com a gente 90 ver Tabela 4 Portanto as per frases em Curitiba despontaram como contexto de especializa o do uso de a gente portanto merecem ser mais bem averiguadas quanto aos efeitos na varia o n s a gente Com os resultados apresentados na Tabela 9 tamb m parecem ser importantes no processo de varia o representado pela redu o fon tica de a gente Assim como dito anteriormente o olhar sobre a pros dia precisar de estudos diferenciados ainda a serem feitos Ainda com rela o s redu es fon ticas verificou se que Vitral e Ramos 1991 averiguaram se haveria alguma rela o condicionante entre o fator refer ncia e redu o de voc Segundo os autores na defesa da hip tese de um processo de clitiza o o pronome voc partiria do uso com um sentido mais esp
19. 62 mas como j salientado h entrevistas entre os universit rios com padr o diferenciado das demais entrevistas do corpus em raz o dos assuntos tratados entre informante e entrevistador portanto este desvio deve merecer aten o quando da an lise de resultados deste n vel de escolariza o Entre escolaridade e tipo de texto no prim rio se destaca a narra o com a gente 64 todas as escolaridades exceto a superior 48 usam a gente na disserta o com maior frequ ncia acima de 67 e na descri o o uso de n s que sobressai em todas as escolaridades exceto na superior em que n o ocorrem casos de descri o conforme j relatado Em Seara 2000 os resultados do grupo de fatores escolaridade indicaram resultado muito pr ximo ao obtido em Curitiba com a maior probabilidade de aplica o de a gente 56 para o colegial tratado aqui como secund rio contraposto pela autora ao prim rio com 46 Nos resultados apresentados por Zilles 2002 na vari vel escolaridade h tend ncia de aumento de a gente quando posta em contraste a escolaridade prim ria contra as demais escolaridades nos dados de Porto Alegre 31 para a gente no prim rio e resultados muito pr ximos entre os demais n veis 55 para o gin sio 54 para o 2 grau e 53 para universit rios 7l Ver discuss o de Menon 1996a sobre problem tica de desvio de padr o ou falta de padr o no controle da coleta de dados orais qu
20. 8 Total 1 130 Determina o Indeterminado 368 62 228 38 596 determinado 762 51 726 49 1 488 Tipo de verbo plenos outros verbos 480 63 271 37 157 Saber 28 97 1 3 29 Ver 55 86 9 14 64 Sair 39 76 12 24 51 ficar 29 48 32 52 61 ir 94 56 75 44 169 fazer 44 55 36 45 80 morar 10 29 25 71 35 ter 98 33 198 67 296 ser 23 30 53 70 76 estar 27 37 46 63 73 Tipo de verbo per frases outras per frases 54 71 22 29 76 ir NDO 14 82 3 18 17 ter que R 58 68 27 32 85 poder R 21 54 18 46 39 estar DO 5 83 1 17 6 ter DO 5 71 2 29 7 ir R 27 30 64 70 91 estar NDO 19 27 51 73 70 Ter NDO 0 0 2 100 2 Tempo verbal ger ndio 11 92 1 8 12 infinitivo 45 79 12 21 57 pret imp subj 5 71 2 29 7 pret imp indic 430 54 371 46 801 fut do pret rito 5 45 6 55 11 presente do indic 517 56 410 44 927 presente do subjuntivo 2 100 0 0 2 pret rito perf indic 112 43 147 57 259 pret mais q perf 2 67 1 33 3 futuro do presente do indic 0 0 2 100 2 Presente do subjuntivo 1 100 0 0 1 Futuro do presente 0 0 2 100 2 207 tonicidade monos tonic tonas 270 97 7 3 271 ox tonas 173 98 4 2 177 parox tonas 687 47 778 53 1 465 proparox tonas 0 0 165 100 165 discurso reportado discurso n o reportado 1 127 55 906 45 2 033 discurso report inf 1 7 13
21. BORGES 2004 TAMANINE 2010 75 O ltimo princ pio tratado pelo autor da decategoriza o de categorialization Este se refere trajet ria pela qual passam as formas pertencentes a uma determinada categoria original protot pica durante o processo de gramaticaliza o Esta categoria n o determinada com anteced ncia para uma forma mas secund ria ao desenvolvimento da forma no discurso n o apresenta margens claramente definidas mas graus de categoriza o seja na interse o entre duas categorias ou na configura o de uma nova categoria Assim para a forma a perda da autonomia do discurso seria uma contrapartida funcional quando uma forma se gramaticaliza pode perder ou tornar desnecess rias marcas morfol gicas e caracter sticas sint ticas de categorias essenciais nomes verbos vindo a assumir tra os de categorias secund rias pronomes preposi es adv rbios cl ticos afixos e at mesmo desaparecer Consiste no caso de gente gt a gente na neutraliza o das marcas morfol gicas e propriedades sint ticas da categoria origem nome e ado o dos atributos da categoria destino forma pronominal A forma a gente diferentemente da forma original gente passou a se correlacionar a adjetivos no masculino ou feminino em estruturas predicativas a depender do g nero do referente a gente est cansada refer ncia exclusiva a mulheres a gente est cansado refer ncia mista gen ri
22. D org Anais do II ELFE UFAL Macei 1995 Um quadro similar apresentado em artigo de Menon em 1996 A gente um processo de gramaticaliza o publicado em Anais do GEL em 1996 por m preferiu se pelo maior n mero de detalhes referenciar o quadro apresentado no artigo publicado pela pesquisadora em 1995 25 possibilidade de a gramaticaliza o ocorrer em n veis superiores ao dos itens lexicais o n vel item lexical usado por eles como marco inicial da descri o do processo No entanto na perspectiva diacr nica com a qual Menon desenvolve sua proposta fez se necess rio o estudo do fen meno no n vel acima dos voc bulos na estrutura dos constituintes o da locu o ou sintagma nominal MENON 1996 p 624 A pesquisadora explica a op o em raz o de a gente ser abordado por muitos autores de maneira equivocada ao ser tratado no mesmo n vel do substantivo gente ainda usado no PB ou seja a especializa o de a gente como pronome ainda n o foi bem compreendida ou percebida p 624 As fases de gramaticaliza o de a gente s o descritas por Menon 1995 e 1996 da seguinte maneira 1 Fase LNP conforme registrado por Menon 1996 em latim gens gentis apresentava significados como ra a estirpe linhagem fam lia ra a de povo povo em ordem decrescente gente na o cidade o povo de uma cidade pa s regi o lugar pl gentes b rbaros g nero a ra a humana
23. Masc 395 818 48 42 Escolaridade Secund rio 364 578 63 57 Superior 224 489 46 49 Gin sio 294 538 55 49 Prim rio 248 479 52 43 Em rela o faixa et ria poss vel observar que a probabilidade de aplica o do pronome a gente favoreceu a faixa et ria mais jovem um poss vel ind cio da mudan a em tempo aparente Uma das hip teses levantadas nesta pesquisa foi de que entre os fatores sociais previstos seria a faixa et ria o que mais condicionaria a altern ncia de formas Essa hip tese foi corroborada ao observar a atua o da faixa et ria como grupo de fatores mais importante para o condicionamento da altern ncia selecionado em 3 lugar e no peso relativo apresentado 70 maior do que duas vezes o resultado para os mais velhos 33 Em Seara 2000 com dados de Florian polis o resultado foi de 51 para o uso de a gente entre os mais jovens e 40 para mais velhos Em Porto Alegre na pesquisa de Zilles 2002 o resultado foi de 65 para a gente entre os mais jovens e 40 para os mais velhos Esses resultados na vari vel faixa et ria apontam para o favorecimento da mudan a para a gente nas capitais citadas Tal configura o de dados tamb m foi encontrada em Curitiba com os mais jovens frente da mudan a O 7 grupo selecionado foi sexo com as mulheres favorecendo o uso de a gente em apenas 5 pontos acima do ponto neutro 55 Por m quando comparados os pesos entre os sexos a diferen a
24. Para an lise dos resultados a pesquisadora utilizou o pacote de programas estat sticos VARBRUL Al m de comprovar sua hip tese central 10 formas de indetermina o foram levantadas pela pesquisadora al m das previstas na GT Menon mostrou que muitas dessas formas est o na l ngua h muito tempo na fala e na literatura antiga Sobre a gente Menon afirma que estaria se tornando um pronome inicialmente de car ter gen rico passando a indeterminado e mais tarde usado no lugar de eu e especialmente no lugar de n s Segundo ela o espa o deixado pela forma a gente poder ser ocupado por a pessoa O trabalho de Monteiro 1994 envolveu as cidades do Rio de Janeiro Salvador Recife S o Paulo e Porto Alegre com dados do NURC Para cada cidade doze informantes compuseram o agrupamento de 60 entrevistas divididas entre DID 45 e EF 15 vinte informantes para cada uma das tr s faixas et rias 30 do g nero masculino e 30 do feminino para an lise dos pronomes pessoais no PB em especial para verificar a pertin ncia de se considerar o PB uma l ngua de sujeito nulo Entre os n meros absolutos encontrados em 6 986 dados distribu dos entre os pronomes sujeito eu ele eles se voc voc s n s e a gente os dois ltimos respectivamente ocorreram 765 11 e 461 7 vezes Entre n s e a gente os percentuais distribu dos entre todas as vari veis sociais apresentaram a maior ocorr ncia de n s no c mputo geral 62 para n s
25. a em cada uma das prefeituras porque o Brasil come a na rua onde moramos Nos primeiros tr s meses do ano come a mos implantar em Curitiba um projeto para rapina e toe matinal ara condi es i tir a mais gente o acesso a melhores de vida o jeito mais curitibano de ir e H Sabemos que H vir o nibus por isso algumas medidas que j E sa ram do papel mostram a disposi o de Curitiba em preservar qualidade do sistema e tempo operar com uma tarifa justa nal de prefeitos para abrir o caminho que per i co PO omo amos tamb m a corrigir um paradoxo As empresas da Cidade Industrial de Curitiba recolhem 25 do ICMS industrial do Paran Ao mesmo tempo naquela regi o onde est o os maiores problemas sociais de Curitiba A cria o da Administra o Regional da CIC vai abrir perspectivas para os 160 mil moradores 205 SA sval o pois deu aim E peituda td qa perto dos problemas e os moradores mais pr ximos da solu o Curitiba tem bons servi os de sa de mas a atual demanda exige provid ncias A cidade est ganhando novas unidades de sa de e a pre feitura ji iniciou o concurso para contratar j est sendo discutido para que Curitiba e e ra ger gr E tas nas reas da educa o do transporte do meio ambiente e da p blica seguran a Um dia fo constru da uma rodovia federal que evidentemente passava longe do meio ria Curitiba cresceu e trouxe a rodovia
26. amp FARACO C A Considera es sobre o discurso reportado em corpus de l ngua oral In VANDRESEN P org Varia o e mudan a no portugu s falado na regi o sul Pelotas EDUCAT 2002 ANEXO 1 A casa da gente publicado na Gazeta do Povo em abril de 2005 por Beto Richa A casa da gente O homem inventou a cidade quando des cobriu que a melhor maneira de viver era em sociedade E logo percebeu que a cida de a grande casa do homem precisa ser protegida porque ela n o apenas um ponto geogr fico um mapa uma estatis tica A cidade inventada pelo homem o cen rio da exist ncia humana i w assim que devemos pensar uma cidade o E lugar onde vive gente com gente e n o um E tugar frio de pr dios e ve culos O homem faz a cidade para que a cidade sirva ao homem E Pr dios e ve culos devem ser teis ao homem e E n o um obst culo A cidade que serve ao E homem a cidade que o homem cuida muito mais do que isto a cidade para a qual se declara amor Curitiba chegou aos 312 anos como um lugar bom para se viver mas ela precisa de e agp ag pa o surgem cotidiana mente O cidad o est mais pr ximo da porta da prefeitura do que do governo do estado au da cidade o prefeito passa a ter mais uma agenda Portanto resolver quest es municipais resolver quest es do pais N s faremos um Brasil melhor sempre que fizermos nossas cidades melhores O Brasil come
27. centra o e organicidade s o as duas propriedades que particularizam o t pico discursivo e com base nelas que o t pico caracterizado como categoria abstrata e anal tica que permite a abordagem da organiza o t pica do texto neste caso do texto falado A propriedade da centra o abrange tr s tra os 1 concern ncia 2 relev ncia e 3 pontualiza o A organicidade compreende rela es de interdepend ncia nos planos hier rquico e sequencial englobando as depend ncias de super ordena o e sub ordena o entre t picos que se implicam pelo grau de abrang ncia do assunto e pelas articula es intert picas relativas a adjac ncias ou interposi es na linha discursiva JUBRAN 2006 p 92 Koch et alii 1992 ao analisarem textos falados definem t pico como aguilo sobre que se fala e previnem que a no o de t pico discursivo unidade de an lise complexa e abstrata porque n o representa uma fun o simples discreta mas um dom nio funcional complexo uma no o escalar que abrangendo v rios aspectos manifesta se num continuum Postulam que um texto conversacional constitu do de fragmentos recobertos por um mesmo t pico e cada conjunto de fragmentos constitui uma unidade de n vel mais alto sucessivamente sendo que cada uma dessas unidades em seu pr prio n vel representa um t pico N veis hier rquicos s o distinguidos com a finalidade de classificar o t pico dentro da seguinte form
28. comprova o desse fato estatisticamente Levando se em conta as reflex es acima e crendo na condi o de liberdade de escolha do pesquisador mediante a confian a nos resultados da an lise reitera se a afirma o de que n o se entendeu vi vel neste momento efetivar a identifica o de refer ncias sem nticas para n s e para a gente sem uma an lise exaustiva sob a tica da ling stica textual e do estudo da referencia o Defende se a cria o de par metros de classifica o combinados para uma vari vel que trate de refer ncias sem ntico discursivas de n s e de a gente observando o trato de cadeias referenciais cf COSTA 2000 trabalho que receber aten o futura nos dados de Curitiba Por ora encerramos essa reflex o com as palavras de Monteiro 1994 p 57 H como se v muitas sutilezas na formaliza o e reconhecimento de uma situa o anaf rica Nem sempre f cil decidir quando e de que modo dois termos s o correferenciais Por isso vale aqui a advert ncia de Stenning 101 1978 p 175 de que o fen meno ling stico tem que ser explicado por uma teoria da rela o entre texto e contexto sempre em fun o dos dados referenciais que s o introduzidos no discurso Se fato que cabe an fora a fun o de repetir a identifica o do objeto j reconhecido atrav s de outra express o n o menos verdade que s vezes se produz uma liga o entre termos que a rigor n o remetem a
29. conferiria a condi o de impessoalidade interpreta o do enunciado Menon destaca que entre os adv rbios h aqueles que caracterizam a indetermina o do sujeito em especial os terminados em mente que remetem a situa es costumeiras geralmente normalmente ou que sinalizam situa es que ocorrem com fregii ncia fregiientemente repetidamente Hoje em dia agora amanh entre outros que marcam oposi es no tempo de maneira contrastiva agora antigamente ou que indicam a repeti o de um acontecimento todo fim de ano sempre s vezes s o outras circunst ncias que marcam a indetermina o do referente como mostra o exemplo 18 3 com a gente precedido de preposi o pode ser substitu do por se 18 3 F E voc n o tem muito tempo pra ficar olhando pro rel gio ficar pensando nisso e naquilo A quando voc v j est quase na hora de vir embora E melhor sabe muito melhor para a gente trabalhar com um movimento assim do que um dia muito parado CBA 19 sexo feminino faixa et ria mais jovem escolaridade ginasial 7 Completivas subordinadas substantivas reduzidas Os casos de sujeito constitu do de uma ora o reduzida de infinitivo posposta ao predicado e ora es que constituem o complemento foram identificados por Menon como contextos produtivos para a indetermina o do sujeito quando este n o identificado conforme poss vel inferir no exemplo 19 3 19 3 Com toda a s
30. consideradas para a interpreta o de a gente e n s fizemos como correferentes e co significativos Outro a gente ocorre em segmento t pico de esclarecimento por m na posi o de objeto quando a informante diz Ali as freiras do Col gio Cajuru que preparavam a gente sabe O assunto catequese continua a ser desenvolvido e outras ocorr ncias de a gente aparecem A gente ia aos s bados e aos domingos pra catequese da no Cristo Rei a gente fez a Primeira Comunh o As refer ncias para a gente nas duas ocorr ncias permanecem duas somente a pr pria informante ou a informante amigos eu ou eu n o pessoa Na continuidade da conversa abre se novo segmento t pico desenvolvido em 3 a partir de questionamento do entrevistado sobre outra igreja que existia no bairro no per odo da entrevista e em 4 inicia se pelo entrevistador a conversa sobre t pico local de trabalho que segmento explicitado somente em seu in cio para mostrar o desenvolvimento do t pico O exemplo permite serem percebidas diferentes possibilidades de progress o referencial pelos pronomes seja por formas recategorizadas nomes por pronomes ou reiteradas eu a gente n s mos mas n o ser afirmado em muitos casos conforme 98 interpreta o aqui explicitada a t tulo de exemplo qual sua refer ncia sem ntica e se h preserva o referencial entre as formas ou entre cada forma e um dado referente mas talvez suas po
31. domingo n Nossa Enche de gente NOME diferente gente NOME que a gente PRONOME nunca viu na vida aparece a CBA Os sexo feminino faixa et ria mais jovem escolaridade prim ria 37 Exemplo 1 no cap tulo 2 Esse tipo de identifica o ser utilizado em outros cap tulos da tese 74 O terceiro princ pio apresentado por Hopper 1991 a especializa o este se associa limita o das op es que ocorre quando h um estreitamento da variedade de escolhas fazendo com que uma das formas se torne em alguns contextos praticamente o obrigat ria O autor ressalta que este princ pio corresponde bastante de perto obrigatoriedade estabelecida por Lehmann 1982 a perda da escolha quando uma forma completamente gramaticalizada entre as op es de variantes para uso de uma mesma fun o uma delas torna se mais usada mais especializada portanto gramaticalizada e sobrep e se s demais No PB um exemplo de especializa o o de vossa merc gt voc no qual voc passou gradativamente a ocorrer em contextos ling sticos espec ficos e diferentes dos contextos favorecedores da express o original que neste caso acabou em desuso O princ pio da persist ncia persistence trata da coexist ncia principalmente nos est gios iniciais de gramaticaliza o de um item lexical entre novos usos ao lado dos antigos e a perman ncia de propriedades lexicais nas formas gramaticalizadas O caso da gramatica
32. o Entre elas encontra se a seguinte identifica o de a gente como pronome Como pronome deve se escrever a gente com os elementos separados A gente n o faz isso por gosto Com os elementos ligados o sentido torna se outro operante comiss rio emiss rio agente qu mico agente policial agente diplom tico p 174 Na gram tica de Faraco e Moura 2000 p 284 os autores identificam as tr s pessoas gramaticais 1 pessoa eu n s quem fala ou escreve de quem parte o discurso 2 pessoa tu v s pessoa a quem se dirige a primeira pessoa 3 pessoa ele ela eles elas pessoa ou coisa que n o eu ou tu a pessoa de que ou de quem se fala ou seja o assunto Neste mesmo cap tulo sobre pronomes pessoais ap s os subt tulos Pronomes de tratamento e O pronome voc h uma nova subdivis o do cap tulo intitulada A express o a gente essa divis o chamou a aten o nesta an lise portanto esta obra tratada de forma mais extensa do que as demais gram ticas consultadas com exce o da Gram tica do ISA Grifo meu 14 Gram tica pedag gica j abordada em Tamanine 2002 37 portugu s culto falado no Brasil Tamb m se repetem nesta obra os esclarecimentos sobre a classifica o coloquial Ap s t tulo A express o a gente a apresenta o de a gente assim se inicia Na linguagem coloquial o pronome n s freq entemente substitu
33. o sobre qual a melhor forma de se tratar com a referencia o N o se ignora portanto que at certo ponto a subjetividade do pesquisador inerente em an lises desse g nero por isso se defende que na constru o desse tipo de vari vel precisa se trabalhar com m ximo detalhamento no que se refere estrutura de t pico discursivo como categoria anal tica e realizar descri o detalhada dos componentes interacionais inscritos na superf cie textual Enfim pelos dados pragm tico textuais envolvidos no exemplo de Silva poss vel afirmar a correferencialidade entre eu e a gente e em certo n vel a preserva o referencial mas n o a co significa o portanto nesse caso aqui defendido que sob o ponto de vista sem ntico pragm tico eu e a gente podem n o remeter ao mesmo referente Em nota de rodap Silva 2004 p 95 mostra ter tido essa compreens o e explicita outra possibilidade de interpreta o Talvez esse a gente se acostuma sic poderia ser interpretado como gen rico pois o referente seria todas as pessoas que passaram por essa Segundo Van Dijk 1983 p 33 a principal fun o da correferencialidade relacionar participantes de fatos conectados principalmente pela rela o de identidade Isso significa que o texto cont m o que se poderia chamar intuitivamente uma certa continuidade de foco continuamos falando da mesma coisa ou pessoa da qual predicamos propriedades e rela es distintas
34. pessoa eu n s e a gente a pessoa que fala o emissor em um di logo n s a gente combina o variada entre emissor receptor e outros 1 combina o emissor receptor 2 combina o emissor receptor outros 3 combina o emissor outros 2 pessoa voc tu voc s v s o senhor a senhora os senhores as senhoras a pessoa com quem se fala o receptor em um di logo 3 pessoa ele ela eles elas a pessoa de quem se fala a que est fora do di logo o outro a outra A proposta da autora se mostra importante pois al m de eliminar a segmenta o da GT entre pronomes pessoais e de tratamento apresenta eu n s e a gente co ocorrendo como pronomes de 1 pessoa em diferentes combina es conforme o eu ampliado definido por Benveniste 1976 exceto por excluir a n o pessoa O mesmo acontece na defini o da 3 pessoa a n o pessoa que n o marcada pela rela o de pessoalidade conforme as possibilidades determinadas por Freitas a pessoa de quem se fala a que est fora do di logo o outro a outra n o contemplarem objeto ou assunto Depois da composi o de um cen rio sobre a forma como a gente apresentada em dicion rios e diferentes tipos de gram ticas refer ncias padronizadoras como dito por Faraco 2002 o foco se volta para a constru o de um panorama diferente sobre o uso de n s e de a gente no PB originado de resultados de pesquisas cient ficas realizada
35. pois foram constru dos com base em pressupostos de outras linhas te ricas abordadas a fim de dar suporte ao trabalho realizado N o se encontrou forma de tratar dessas outras abordagens na se o de estudos antecedentes ou nos fundamentos te ricos sem causar desconex o e sem perder de vista que a an lise desenvolvida nesta pesquisa essencialmente dirigida pela teoria variacionista laboviana conforme apresentado no cap tulo 2 Vari veis como tipo de verbo plenos e per frases tiveram sua constru o baseada em levantamentos pr vios sobre informa es do corpus de maneira mais espec fica do que outras portanto na descri o desses grupos de fatores se apresentam resultados de distribui o de dados antes do cap tulo de an lise de resultados Ao final do cap tulo o banco de dados utilizado e o recorte de 32 entrevistas de Curitiba s o tratados em detalhe assim como os procedimentos metodol gicos adotados para c lculo de percentuais e pesos relativos com base no pacote de programas estat sticos VARBRUL 83 3 1 A unidade de an lise o t pico discursivo Adotando se uma proposta te rica que toma o texto como objeto de estudo e partindo se da premissa de que fatores interacionais se inscrevem na superf cie textual JUBRAN 2006 p 89 utilizou se o t pico como unidade de an lise textual discursiva O t pico discursivo se configura pela converg ncia para determinado assunto controlada pelas propriedades
36. possivelmente originado na fregi ncia de uso de a gente como pronome pessoal pois isso lhe causaria novas modifica es novos processos de gramaticaliza o incluindo a redu o de massa fon tica A redu o fon tica apontada por Menon 1995 1996 e 2006 representa um novo fen meno em varia o verificado em trabalhos como de Zilles 2002 e Borges 2004 feitos com base em dados de fala do Rio Grande do Sul e apresentados na se o 1 4 4 Fase PRONOME INDETERMINADO gt PRONOME PESSOAL no trabalho de Menon 1996 esta fase da gramaticaliza o de a gente corresponde ao momento em que o falante pode se incluir naquele gen rico indeterminador a gente e a inclus o de eu no coletivo gen rico possibilita a interpreta o n s eu x n s passando a ser poss vel a interpreta o de a gente como n s cf MENON 1995 Recategorizado como pronome pessoal a concord ncia varia como variam as fun es assumidas pela forma Como g nero neutro n o marcado a concord ncia no masculino pode ter sido usada para expressar o gen rico equivalendo ao uso de se indeterminador Ao assumir o significado de 1 pessoa a concord ncia do predicativo feita em conformidade com o sexo do referente extralingi stico pois o pronome pessoal a gente como outros pronomes pessoais d iticos n o possui g nero inerente Outro estudo interessante sobre a trajet ria hist rica desenvolvida pela forma a gente no portugu s este no PB e
37. relativos conforme anteriormente destacado na Tabela 5 Para melhor avaliar o resultado realizou se cruzamento entre frequ ncias de tipos de texto e determina o Nas fregii ncias verificou se que na descri o tanto na determina o quanto na indetermina o do sujeito a distribui o foi maior para n s 73 na determina o e 83 na indetermina o Nesse caso os resultados fregiienciais permitiram uma compara o 7a Grifo nosso 167 interessante entre uso de a gente na narra o e n s na descri o na narra o h uso frequente de a gente determinado e na descri o uso de n s indeterminado Os resultados sobre o uso de n s na descri o v o ao encontro do que se postulou para os dados de Curitiba os verbos estativos estariam mais relacionados ao uso de n s com base em TAMANINE 2002 e que seria no contexto da descri o que o uso n s estaria favorecido pois de acordo com Travaglia 2002 o tipo de texto em que o uso de verbos estativos muito recorrente O verbo ter conforme questionamento levantado no cap tulo 3 parece sim em olhar sobre frequ ncia de uso ter papel importante no uso de n s e na descri o pois aparece com 87 de ocorr ncias com n s nesse tipo de texto em um total de 91 casos Todas essas informa es sobre distribui o poderiam indicar uma disposi o no corpus que indiciaria um movimento para assegurar a perman ncia das duas formas no sistema a gente
38. stico e ou extralingi stico ou ainda pelo contexto vide exemplo 7 3 Nortearam o trabalho de identifica o de refer ncias in determinadas al m da constitui o do t pico discursivo e da identifica o de seus limites conforme j explicitado no item 3 3 os testes criados por Menon 1994 e reapresentados em Menon 2006 p 134 146 conforme reproduzido na sequ ncia Ao realizar a an lise de dados do NURC S o Paulo em trabalho de tese sobre formas de indetermina o no PB Menon 1989 1994 ver maiores detalhes na se o 1 4 desenvolveu por meio da observa o dos dados que analisou uma s rie de testes para conduzir a classifica o das variantes em estudo quanto indetermina o do sujeito e atestou que existem muito mais formas de indeterminar o sujeito no portugu s brasileiro que aquelas apontadas pela gram tica tradicional MENON 2006 p 126 Para ela indetermina o do sujeito concerne os casos em que n o se pode ou n o se quer nomear o sujeito na acep o de referente extralingii stico No entanto o referente conhecido pelo locutor e se ele quisesse ou se isso lhe fosse conveniente ou interessante ele poderia nome lo ou descrev lo MENON 2006 p 129 Os testes desenvolvidos foram 1 intercambialidade das formas Neste caso em um mesmo turno diferentes formas de indetermina o s o usadas pelo falante Essas formas substitutivas quando permutada
39. transcritas e codificadas de acordo com as vari veis testadas nesta investiga o portanto n o se completando de forma equ nime a composi o de c lulas das vari veis sociais e por conseguinte impedindo a an lise estat stica dessa faixa et ria nesta investiga o Isso ocorreu em raz o de imprevisto na disponibilidade de grava es em condi es para transcri o fato somado ao tempo reduzido dispon vel para o t rmino da pesquisa quando dessa constata o Acredita se que em breve o problema ser solucionado e os dados ser o incorporados na an lise por m em trabalho complementar tese Assim sendo o corpus total analisado e discutido nesta investiga o foi composto por 32 entrevistas de falantes curitibanos em que est o contempladas duas faixas et rias A 25 a 49 anos e B 50 anos ou mais sexo masculino e feminino e quatro escolaridades prim rio gin sio secund rio e ensino superior universit rio em conformidade com a organiza o do VARSUL Voltando a falar de Borba 1993 e Setti 1997 autoras dos trabalhos anteriores que tiveram os dados de Curitiba como material de an lise para estudo de varia o sobre os pronomes n s e a gente ambos originaram se de pesquisa acad mica desenvolvida na UFPR com uso do VARSUL sob orienta o das professoras doutoras Iara Benquerer Costa o trabalho de Borba e Odete Menon o trabalho de Setti Borba 1993 em trabalho de inicia o cient fica tratou do c
40. um paralelismo ene rio misto a gente mais de tr s ocorr ncias dos pronomes n s e a gente no mesmo segmento t pico sendo que al ea ltima ocorr ncia s o de a gente Em 3 e 4 n o h ocorr ncias dos pronomes em estudo portanto n o h nenhuma an lise Mesmo n o havendo ocorr ncias dos pronomes de interesse para a pesquisa o desenvolvimento do assunto precisou ser acompanhado para fins de conhecimento da continuidade da conversa at a pr xima ocorr ncia de n s ou de a gente no mesmo t pico ou em t pico seguinte Nos demais exemplos caso um segmento t pico ou um subt pico seja suficiente para ilustrar o que se pretende mostrar o t pico n o ser integralmente transcrito Nos casos em que o exemplo 1 3 seja pertinente este ser retomado A escolha do t pico discursivo como unidade de an lise permitiu a observa o do desenrolar do discurso e a marca o da manuten o ou n o dos assuntos tratados na entrevista A forma de identificar elementos para realizar essa marca o discursiva se concretizou por meio da observa o dos componentes da superf cie textual Assim sendo nessa perspectiva a verifica o dos fatores estruturais serviu a uma interpreta o discursiva e a interpreta o discursiva se valeu dos fatores estruturais da superf cie textual para nortear a busca do que n o est expl cito Dessa forma a partir do momento em que se parte para a realiza o de infer ncias por fatores n o
41. 22 Cuidar 23 Dan ar 23 Dan ar 24 dar 24 Dar 25 discutir 25 Discutir 26 dividir 26 Dividir 27 Dizer 27 Dizer 28 Dormir 28 dormir 29 encontrar 29 Encontrar 30 escrever 30 Escrever 31 Escutar 31 Escutar 32 Esperar 32 Esperar 33 esquecer 33 Esquecer 34 Estar 34 Estar 35 Estudar 35 estudar 211 36 3T 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 ql 72 73 74 75 76 77 78 evoluir Falar fazer Fechar Ficar formar gastar Gostar Guardar ir Jogar Juntar Lembrar Ler Levar Mandar Morar Mudar Olhar Ouvir Pagar participar passar Pedir Pegar Pensar Perceber Perder Plantar Poder P r Precisar Querer reunir Saber Sair Sentir separar ser Subir Ter Tirar tomar 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 TT 78 Evoluir falar Fazer Fechar Ficar Formar gastar Gostar Guardar ir Jogar Juntar Lembrar Ler Levar Mandar Morar Mudar Olhar Ouvir Pagar Participar Passar pedir Pegar Pensar Perceber Perder Plantar Poder P r Precisar Querer Reunir Saber Sair Sentir Separar ser Subir Ter Tirar Tomar 212 79 80 81 82 83 84 85 Trabalhar
42. 25 80 66 Ir 10 15 67 46 Ir 84 159 55 46 Ter 40 107 37 29 Ter 58 189 31 30 Ficar 3 19 16 17 Ficar 26 42 62 66 Estar 7 22 32 15 Estar 20 51 39 21 Ser 4 13 31 10 Ser 19 63 30 29 Fazer 4 9 44 05 Fazer 40 71 56 51 Sair 35 47 74 54 morar 9 34 26 29 saber 12 13 92 90 3 Per frase 5 Per frase Outros 22 23 96 96 Outros 32 53 60 71 Poder R 11 24 46 60 Poder R 10 15 67 71 Estar NDO 9 20 45 42 Estar NDO 10 49 20 13 Ter que R 24 32 75 28 Terque R 34 53 54 78 Ir R 6 24 25 09 K R 21 67 31 33 Ir NDO 6 9 67 78 Ter DO 3 5 60 38 4 Tempo verbal 2 Tempo verbal Pret imp indic 102 140 73 85 Pret imp indic D 328 666 50 73 Presente do indic 221 393 58 41 Presente do indic B 289 532 54 42 Pret rito perf Indic 11 28 39 34 Pret rito perf Indic C 99 228 43 14 Pret rito imperf subj 1 2 50 11 Pret imperf subj H 4 5 80 96 Infinitivo 20 24 83 09 Infinitivo 25 33 76 04 Pret mais q perf 1 2 50 00 Pret mais q perf E Ger ndio 8 9 89 92 Futuro do pret rito 3 9 33 03 5 Faixa et ria 3 Faixa et ria Mais jovens 184 254 72 73 Mais jovens 487 692 170 70 Mais velhos 184 342 54 33 Mais velhos 277 791 35 33 6 Sexo 9 Sexo Feminino 192 267 72 63 Feminino 540 454 54 53 222 Masculino 176 329 53 39 Mascul
43. 56 anos em diante usaram mais a forma n s O maior uso de a gente pelos jovens confirmou nos dados investigados por Alb n e Freitas 1991 a possibilidade de mudan a em curso Sobre as outras duas vari veis testadas momento da elocu o mostrou maiores resultados em informantes mais velhos F3 usu rios de n s no primeiro ter o das grava es para fins de an lise dessa vari vel as grava es de lh e 20 min foram divididas em tr s momentos pressupondo se que o in cio da grava o seria o momento de maior formalidade Em F1 n o houve escala definida para distribui o de n s a gente entre os ter os de grava o mas o uso de a gente foi mais recorrente A vari vel atitude do locutor n o foi significativa sobre a sele o de n s ou a gente Alb n e Freitas 1991 salientaram ao final do artigo o uso expressivo pelos informantes mais jovens da forma a gente e a inser o crescente dessa forma no discurso dos informantes mais velhos o que demonstra a vitalidade do uso em di logos informais de a gente como forma pronominal no PB ainda n o devidamente incorporada em dicion rios e gram ticas ALB N E FREITAS 1991b p 86 Lopes 1993 realizou pesquisa sobre n s a gente como pronomes sujeito com dados do NURC das capitais Porto Alegre POA Recife RE Rio de Janeiro RJ S o Paulo SP e Salvador SSA Do corpus do NURC Lopes utilizou um recorte de 18 entrevistas seis por cidade do tipo DID di log
44. Da ela 2 inclusive o catecismo a doutrina n catequese que diz a gente fez junto Fizemos a Primeira Comunh o ali na Igreja do Cristo Rei Alias freiras do Col gio Cajuru que preparavam a gente sabe A gente ia aos s bados e aos domingos pra catequese da no Cristo Rei a gente fez a Primeira Comunh o Na Igreja do Cristo Rei 3 Entrevistador Aqui a F tima n o tinha ainda Informante N o naquela poca n o existia a Nossa Senhora de F tima S a Cristo Rei E era a outra igreja velha Que a igreja j reformaram a igreja nova n naquela poca 4 Entrevistador E a F tima quando que foi constru da que o col gio que a senhora deu aula Em desenvolvimento do t pico descri o da inf ncia e do supert pico relatos sobre o bairro e escola em 1 o entrevistador faz pergunta relacionada vida da informante na inf ncia sobre com quem brincava iniciando t pico subordinado A informante responde indiretamente citando fam lias de moradores antigos se relacionava com as crian as dessas fam lias cita alguns nomes pr prios e na resposta utiliza duas vezes o pronome a gente cujas refer ncias podem alternar se entre a informante eu e a informante 97 mais as outras crian as do bairro eu n o pessoa Um uso para refer ncia gen rica pode ser interpretado no momento da instru o pret rito imperfeito Na primeira ocorr ncia se poderia in
45. Menon Dr Edair Maria G rski Dr Loremi Loreglan Penkal Dr Iara Bemguerer Costa res Epi Sven da Veiga Mercer stela Bauer Tamanine Para Sandra AGRADECIMENTOS A Deus pela presen a sentida em todas as etapas do caminho trilhado Sandra onde estiver sei que sabe o quanto respons vel por essa conquista ao meu marido Lauro e meu filho Lauro Henrique meus maiores amores pela paci ncia e ren ncias em raz o de meus objetivos ao Lauro aprendiz de ling ista que me auxiliou em tarefas de digita o que jamais compreendeu sem reclamar aos meus pais Alfeu e Eluir pelo apoio incondicional aos meus irm os em especial Lenara e Jefferson companheiros incans veis e indispens veis em minha vida Simone e Giuc lia amigas acima de tudo Prof Maria da Gra a respons vel pela oportunidade que tive de ingressar na carreira acad mica e ainda apoiadora constante aos colegas de trabalho pelas palavras e a es de incentivo assim como ao apoio financeiro dado pela Univille UFPR por meio do Programa de P s Gradua o em Letras pela excel ncia de seu trabalho e em especial ao competente e atencioso Odair aos avaliadores deste trabalho em suas etapas pr defesa e defesa pelas considera es preciosas em especial Prof Dr Edair G rski e ao Prof Dr Jos L da V Mercer Agrade o de maneira especial ssima Prof Dr Odete P da S Menon verdadeira mestra que s
46. Oxford Blackwell 2003 p 575 601 HOPPER P J General properties of foregrounding In GIV N T ed Syntax and semantics V 12 Discourse and syntax New York Academic Press 1979 Emergent grammar Berkeley Linguistics Society 13 1987 p 139 157 On some principles of gramaticalization In TRAUGOTT E HEINE B eds Approaches to Grammaticalization Amsterdam J Benjamins v 1 p 17 35 1991 TRAUGOTT E Grammaticalization Cambridge Cambridge University Press 1993 HOUAISS A VILLAR M S Dicion rio da l ngua portuguesa Rio de Janeiro Editora Objetiva 2001 ILARI R BASSO R M O verbo In CASTILHO A de coord ILARI R MOURA NEVES M H DE Gram tica do portugu s culto falado no Brasil Campinas SP UNICAMP 2008 v II JUBRAN C A S KOCH I G V orgs Gram tica do portugu s culto falado no Brasil Campinas SP Editora da UNICAMP 2006 v 1 Organiza o t pica da conversa o In ILARI R org Gram tica do portugu s falado Campinas Editora da UNICAMP 1992 v 2 KNIES C B COSTA I B org e reda o final Manual do usu rio Banco de Dados Ling sticos VARSUL UFPR UFSC UFRGS PUC RGs 1996 KOCH I V MARCUSHI L A Processos de referencia o na produ o discursiva D E L T A v 14 n especial 1998 KOCH I V et al Referencia o e discurso S o Paulo Contexto 2005 LABOV W Sociolinguistic Patterns Philadelphia University of Pe
47. a gente indeterminado 72 A sele o do fator escolaridade se deu em 10 lugar o ltimo grupo de vari veis significativo na rodada que envolveu os dados do arquivo geral de Curitiba Os pesos entre os fatores apresentaram diferen a pouco significativa n o ultrapassando 8 pontos mas a escolaridade secund ria o colegial que apresenta peso acima de 50 57 a favor do pronome inovador e o prim rio como escolaridade que mais favorece o uso de n s 43 Esse resultado contraria uma expectativa l gica de que medida que a escolaridade do falante aumentasse aumentaria tamb m o uso de n s forma refor ada pelo ensino formal dos pronomes pessoais e n o aumentaria o uso de a gente que como visto na se o 1 3 n o consta da lista dos pronomes da maioria das gram ticas e dicion rios verificados No entanto os pesos relativos alcan ados n o evidenciaram diferen as de forma mais significativa que pudessem atestar que a maior escolaridade implicaria em menor uso de a gente O que se pode ver o oposto os falantes de menor escolaridade usam menos a gente do que os falantes mais escolarizados da amostra Novamente com o aux lio do CROSSTAB realizou se cruzamento entre fatores sociais para dar mais informa es sobre a distribui o em freqii ncia das vari veis sociais no corpus Cruzando as vari veis sexo e escolaridade destacou se o uso de a gente 73 no secund rio pelas mulheres com queda acent
48. acompanhariam as formas n s e a gente no corpus para ent o definir a melhor forma de compor a vari vel e definir quais seriam os poss veis cruzamentos com outros grupos de fatores Assim foram levantadas todas as formas verbais realizadas com os pronomes n s e a gente por entrevista e registrada sua frequ ncia no corpus A primeira divis o nessa listagem foi devida identifica o de verbos plenos e de verbos auxiliares na composi o de per frases Para classificar verbos plenos e verbos auxiliares adotou se o posicionamento de Ilari e Basso 2006 Os autores na distin o entre verbos plenos e verbos auxiliares lan am m o das diferen as entre l xico e gram tica enquanto aquele aberto contribui es dia a dia representa uma s rie relativamente aberta e constantemente modificada esta relativamente mais est vel mais fechada e por vezes necessita at de s culos para que uma mudan a seja consolidada De forma semelhante os verbos plenos corresponderiam ao l xico itens lexicais e fariam parte de uma s rie mais aberta enquanto que os auxiliares seriam op es limitadas na l ngua e corresponderiam gram tica palavras gramaticais conforme os exemplos fornecidos pelos autores idem p 177 a Jo o tem casas b Jo o tem viajado 125 Sobre o verbo tem Ilari e Basso 2006 afirmam que em 1 a correla o entre Jo o e casas fica clara na medida em que aponta conceito bem estabelecido em noss
49. avan ando na determina o e n s na indetermina o Seriam os tipos de texto condicionadores importantes para essa movimenta o Para verificar as probabilidades de usos dos tipos de texto sob a tica da indetermina o realizou se rodada com o arquivo geral de dados cuja regra de aplica o foi a indetermina o Nessa rodada foram selecionadas 77 vari veis apresentadas por ordem de sele o no Quadro 7 QUADRO 7 Resultado da rodada probabil stica com dados de n s e de a gente em Curitiba aplica o indetermina o Rodada indetermina o aplica o indetermina o 1 Tipo de texto 2 Escolaridade 3 Sexo 4 Tempo verbal 5 Faixa et ria 6 Verbos plenos 7 Concord ncia verbal Entre os resultados obtidos na rodada apresentada no quadro 7 foram destacados na Tabela 6 apenas os resultados para tipo de texto a mais significativa entre as vari veis selecionadas de acordo com o programa estat stico Entendeu se que os resultados da vari vel tipo de texto neste caso seriam de interesse para levar adiante a discuss o e o questionamento feitos nos par grafos anteriores 168 TABELA 6 Resultado da rodada probabil stica com dados de n s e de a gente em Curitiba aplica o indetermina o vari vel tipo de texto input 22 GRUPOS DE FATORES Aplic Ocor P R Tipo de texto Aplic Ocor Jo P R disserta o 340 689 49 12 descri o 6
50. considerando que norma popular e norma culta s o usualmente empregadas de forma dessim trica A primeira express o abrange todos os estilos oral escrito coloquial formal ao passo que a segunda express o usada para designar 48 apenas as variedades escritas formais Isso cria um problema evidente que norma utilizam professores e estudantes universit rios quando conversam na cantina Entendo que seria melhor empregar norma culta para designar todo A 66 o leque de estilos usados pelas camadas escolarizadas do eu o vi at eu vi ele Um segundo ponto acho que o Faraco tem raz o ao isolar l ngua padr o de norma culta Embora pr xima da variedade escrita formal da norma culta a l ngua padr o uma entidade virtual modelada por um ideal de l ngua cultivado por uma elite que det m certo poder cultural N o propriamente uma norma MERCER 2010 informa o verbal anota o Para finalizar o trato com gram ticas do portugu s a abordagem sobre pronomes vem de outra proposta de trabalho a Gram tica do portugu s culto falado no Brasil A obra uma publica o de 2008 de abordagem funcionalista originada do Projeto Gram tica do Portugu s Falado desenvolvido durante as d cadas de 80 e 90 cuja base de an lise foi o corpus do Projeto NURC Projeto de Estudo da Norma Urbana Ling stica Culta do Portugu s Brasileiro Nele as discuss es ocorrem sobre um corpus oral constitu
51. considerou sujeito objeto e objeto preposicionado tipo de refer ncia gen rica espec fica 1 pessoa e espec fica grupo tipo de discurso n o reportado reportado direto reportado indireto tipo de fala r pida lenta ou natural posi o do sujeito em rela o ao verbo adjacente n o adjacente com cl tico e n o adjacente com outras palavras A an lise das 1 289 ocorr ncias de a gente encontradas por Zilles apresentou os seguintes resultados 85 das ocorr ncias apresentaram realiza o da fricativa a gente 1090 1289 registrando se apenas um caso de a hente fricativa aspirada As realiza es de a gente com apagamento da fricativa a ente representaram 15 dos dados com 198 ocorr ncias Destas 190 foram na posi o de sujeito 54 duas de objeto preposicionado 13 e nenhuma na posi o de objeto Os contextos de refer ncia analisados apresentaram 74 para uso da forma a ente refer ncia espec fica associada 1 pessoa 2 O Projeto VARSUL e outros bancos de dados mencionados neste trabalho est o descritos no item 1 4 10 A vari vel classe social foi constru da por Zilles a partir da ocupa o dos informantes descrita na ficha social armazenada no VARSUL No entanto Menon 2009 em informa o verbal citou que este banco de dados n o utiliza essa vari vel oficialmente em sua composi o por ser um tipo de informa o complexa de ser definida pois o contexto econ mico das fam
52. d o tratamento para a gente e a rela o entre a gente e n s nessas fontes de consulta 1 3 N s e a gente defini es e usos apresentados em dicion rios e gram ticas Em busca da defini o tratamento de a gente e da identifica o de rela es entre o uso de a gente e n s como pronomes pessoais e tamb m como possessivos abordaram se alguns dicion rios e gram ticas do portugu s Al m de obras com datas de publica o diferenciadas de 1958 a 2008 no caso das gram ticas a escolha foi tamb m conduzida pelo objetivo das obras se de car ter hist rico descritivo normativo ou tradicional GT ou pedag gico Na apresenta o das obras consultadas a ordem observada foi do ano de publica o do mais antigo para o mais recente Quando verificada a mesma obra com edi es diferentes manteve se a segii ncia crescente do n mero da edi o No dicion rio de Caldas Aulette 1958 no verbete gente registra se a gente indicando a possibilidade do significado n s e explica se na refer ncia express o a gente que o povo quem usa este nome singular fazendo a concord ncia no plural ex a gente 32 fomos ali O dicionarista considera a concord ncia feita neste exemplo a gente com mos como contra o bom senso gramatical Em edi o da mesma obra publicada seis anos ap s em 1964 a mudan a j traz a rela o de a gente com n s na complementa o no verbete gente ao mencionar o uso
53. de 66 a favor de a gente e per frases de futuro ao uso de n s como ir R que apresentou peso relativo de 74 a favor de n s Quanto ao estudo da gramaticaliza o de a gente e do fen meno de varia o representado pelo processo de redu o fon tica de a gente contatou se que a realiza o plena de a gente foi mais fregiiente do que as realiza es reduzidas e que entre as formas reduzidas de a gente o uso do pronome com refer ncia determinada foi o mais fregiiente o que poderia se constituir de uma pista para o in cio de uma nova fase da mudan a em curso O uso de a gente em formas foneticamente reduzidas foi favorecido junto s per frases nico contexto ling stico controlado que foi matematicamente significativo para a an lise por exemplo poder R com probabilidade de 71 e ir NDO com 79 para aplica o junto s formas reduzidas de a gente Esse contexto merecer avalia o mais detalhada futuramente sob outros enfoques que possam complementar a an lise Cita se como exemplo a an lise do contexto fonol gico haja vista a quest o da tonicidade a pros dia da l ngua que se apresentou como muito relevante nos resultados alcan ados Na an lise entre as ocorr ncias de n s e de a gente em diferentes fun es sint ticas no corpus os resultados foram ao encontro da perspectiva de que haveria maior ocorr ncia de n s e de a gente na fun o sint tica de sujeito sendo que nesta fun o a gente f
54. de a gente como o mesmo que n s nesse sentido o povo emprega este nome no singular fazendo o concordar com o verbo no plural a gente fomos a gente mandamos novamente salientando que tal uso n o concerne norma padr o No verbete n s o uso de a gente n o mencionado Em Ferreira 1986 um acr scimo de 22 anos sobre a publica o do dicion rio de Caldas Aulette 1964 no verbete gente est o registro da forma a gente significando a s pessoa s que fala m eu n s portanto interpret vel como um pronome mesmo sem a denomina o pelo dicionarista Em vers o de Ferreira 2008 mais 22 anos adiante muda se o conte do pela inser o no verbete gente ao tratar de a gente da recomenda o de que a concord ncia do verbo deve ser feita na 3 pessoa Nas duas edi es de Ferreira consultadas no verbete n s n o h men o de a gente como sin nimo poss vel Informa o diferente foi encontrada no dicion rio de Houaiss e Villar 2001 pois al m de no verbete gente haver refer ncia para a gente no verbete n s houve men o de a gente como significado poss vel p 2 028 portanto uma men o expl cita da condi o de n s e de a gente como variantes de uma vari vel No possessivo nosso a rela o sem ntica com a forma da gente n o possibilidade citada Em dicion rio publicado pela Academia Brasileira de Letras 2008 a defini o de a gente citada na entrad
55. determinado 72 ou indeterminado 64 e no CROSSTAB no cruzamento de dados entre tipo de texto e verbos plenos se verificou que nos textos dissertativos as ocorr ncias com a gente s o mais freq entes do que com n s em 9 dos 11 verbos controlados o que pode estar relacionado ao favorecimento de a gente na disserta o No cruzamento entre tipo de texto e tempos verbais o presente e o pret rito imperfeito se destacaram na disserta o assim como ger ndio e infinitivo tempos verbais j apontados nos pesos relativos como favorecedores de a gente exceto o presente 40 outro aspecto a se considerar na interpreta o dos resultados de a gente na disserta o Voltando aos pesos relativos da Tabela 5 o desfavorecimento de a gente ocorreu no texto injuntivo 40 e em maior intensidade no descritivo 25 O alto favorecimento do uso de n s no texto descritivo se 25 para a gente ent o 75 para n s pode estar relacionado ao uso de verbos estativos frequentes nesse tipo de texto e j identificados na rodada como contextos de favorecimento do uso de n s No caso da injun o esta parece ter maior rela o com as entrevistas dos universit rios e ser mais bem analisada adiante O ponto neutro como resultado para a narra o indicou nesse tipo de texto um ambiente de plena varia o entre os dois pronomes na fala dos curitibanos A narra o foi o nico tipo de texto que n o apresentou maior especializa o de uso ent
56. do por entrevistas realizadas com informantes de n vel universit rio denominados cultos com entrevistas divididas entre n veis mais e menos formais de interlocu o Portanto todas as considera es feitas sobre dados de fala no material pertencem segundo a classifica o do banco de dados norma culta da l ngua O cap tulo sobre pronomes outro trabalho de Neves 2008 Ap s introdu o sobre o estatuto categorial dos pronomes a autora orienta que em raz o das formas dos pronomes pessoais apresentarem significativa varia o se torna produtivo para an lise consider los a partir de uma divis o em tr s grupos um que incluiria todas as possibilidades de refer ncia a 1 e 2 pessoa e o reflexivo se casos em que as formas latinas de origem j eram pronomes outro que reuni ria todos os demais pronomes pessoais de 3 pessoa formas de antigos demonstrativos e um terceiro grupo formado por duas cria es vern culas voc s e a gente p 512 A autora apresenta como pronomes pessoais usados pelos falantes cultos do NURC para a 1 pessoa eu n s a gente para a 2 pessoa tu voc o senhor a senhora para a 3 pessoa ele eles ela elas p 519 Tanto n s quanto a gente assim como eles s ela s voc s s o formas t nicas que podem ser tanto pronomes sujeito quanto pronomes preposicionados 24 asia A Er Como j dito falantes cultos no NURC correspondem aos possuidores d
57. dos resultados pois foi naquele momento que trouxeram maior qualidade s discuss es realizadas 54 Divide se a apresenta o das pesquisas sobre n s a gente em tr s momentos No primeiro apresentam se an lises realizadas sobre dados do projeto CENSO a pesquisa de Omena 1996 1978 por ser a pioneira no estudo da varia o n s a gente do projeto VARSUL Paran os trabalhos de Borba 1993 Setti 1997 e Godoy 1999 os dois primeiros com dados de Curitiba Borba sobre n s e a gente e Setti sobre indetermina o do sujeito Godoy tratou da indetermina o do sujeito na fala das cidades paranaenses de Irati Londrina e Pato Branco do VARSUL Santa Catarina o trabalho de Seara 2000 em Florian polis e de Tamanine 2002 nas cidades catarinenses de Blumenau Chapec e Lages No segundo momento apresentam se an lises que envolveram n s e a gente em dados pertencentes ao projeto NURC Salvador por Alb n e Freitas 1991 e Freitas 1991 ao NURC Porto Alegre Rio de Janeiro e Salvador por Lopes 1993 NURC S o Paulo por Menon 1994 NURC das cinco cidades capitais por Monteiro 1994 e do NURC Rio de Janeiro por Lopes 1999 Os tr s ltimos trabalhos apresentados se utilizaram de dois bancos de dados do VARSUL de Porto Alegre o trabalho de Zilles 2002 do BDS Pampa e VarX a pesquisa de Borges 2004 e Menon 2006 que faz contrastes entre dados do NURC SP abordados em sua tese de 1994 com resultados de Sett
58. e marca a relev ncia pragm tica de uma situa o para o presente b vir ger ndio com verbo vir no presente do indicativo marca a relev ncia pragm tica de uma situa o para o presente e com vir em formas do passado marca esse mesmo tipo de relev ncia para um ponto de refer ncia especificado no texto c ir ger ndio indica a relev ncia pragm tica de uma situa o para um ponto de refer ncia Se apresenta o verbo ir em formas do passado a relev ncia para um ponto de refer ncia anterior ao momento da fala passado e com o verbo ir no presente do indicativo ou formas do futuro para um ponto de refer ncia futuro TRAVAGLIA 2006 p 195 Casos desse tipo de per frase foram encontrados no corpus de Curitiba destaque em negrito na Tabela 1 assim como outras composi es com os mesmos verbos confi veis Para fatores que ficam entre esses extremos o pesquisador pode decidir se o caso de mant los na an lise ou se deve tentar combin los com outros fatores para criar fatores mais gerais com mais dados 129 Na Tabela 1 se apresenta a sele o das per frases encontradas tanto com n s quanto com a gente cujo verbo auxiliar apresentou o n mero m nimo de 10 ocorr ncias junto a pelo menos um dos pronomes exceto as per frases com o verbo vir destacadas em raz o das considera es de Travaglia 2006 expostas acima Como considerado na introdu o deste cap tulo na Tabela 1
59. entre o uso de n s e de a gente Segundo Fuchs 1987 apud Travaglia 1991 p 94 verbos como ir vir chegar levar trazer seriam verbos que lexicalizam uma indica o d itica ou seja faz com que sua utiliza o e interpreta o se ligue diretamente situa o por exemplo dando informa es sobre a posi o relativa dos interlocutores no espa o caracter sticas que levam rela o especial com contextos narrativos A partir do levantamento de verbos apresentado na constru o da vari vel tipo de verbo a hip tese tratada foi a de que os verbos ir e sair apresentariam maior uso com o pronome a gente e que estariam mais relacionados narrativa Isso se confirma no cruzamento da distribui o desses verbos com tipo de texto em rela o ao pronome a gente pois os dois s o mais freq entes junto forma inovadora ir 79 138 579 sair 26 38 68 Na determina o as frequ ncias apontam contribui es diferentes an lise dos resultados de tipo de texto pois a gente aparece na narra o com 72 dos casos na indetermina o o percentual mais alto para a gente indeterminador entre os tipos de textos analisados e na determina o superado por n s 53 Diferentemente do que se havia pensado na frequ ncia n o na disserta o que a gente aparece na indetermina o com maior frequ ncia mas sim na narra o Injun o e descri o foram favorecedoras de n s na rodada nos resultados em pesos
60. estruturais parte se para escolhas que dependem da complexa rela o entre linguagem mundo e pensamento havendo a necessidade de complementaridade entre o que est expl cito na superf cie textual e o que extratextual Compreende se que ocorre na constru o do texto um processo de referencia o em que os objetos s o constru dos no discurso por isso denominados objetos do discurso isto a remiss o textual por meio de formas nominais referenciais consiste na constru o e reconstru o de objetos do discurso no pr prio processo de intera o KOCH et alii 2005 p 33 por m a complexidade subjacente do texto pode solicitar na medida do poss vel testes de aceitabilidade a fim de se manter a validade cient fica do m todo empregado como alertam Koch amp Marcuschi 1998 89 Segundo o entendimento aqui assumido deve se imprimir aos fatores estruturais o status de forte ponto de apoio por m n o exclusivo para a tomada de decis o na avalia o dos pronomes n s e a gente e a sua segiiencialidade ou progress o referencial introdu o preserva o continuidade identifica o retomada etc de referentes textuais tidas como estrat gias de designa o de referentes pois a an lise via t pico discursivo na identifica o dos segmentos que apresentam os pronomes n s e a gente oferece condi es para que se perceba essa segiiencialidade mas n o garante a explica o de se
61. estruturalismo e do gerativismo e em especial a elabora o de uma teoria geral da mudan a ling stica No pr ximo cap tulo ser o abordados os procedimentos observados durante a coleta e an lise dos dados sobre n s e a gente na fala dos curitibanos procedimentos estes subsidiados pela teoria socioling stica apresentada em alguns de seus aspectos nesta se o do trabalho 82 3 METODOLOGIA Neste cap tulo destinou se espa o consider vel para a descri o da unidade de an lise o t pico discursivo entendendo como importante a explica o e exemplifica o dos limites considerados para a an lise das formas n s e a gente e por sentir a falta desse tipo de informa o em outros trabalhos analisados Sem pretens o de fazer uma an lise exaustiva sobre o assunto e sem motiva o por ora para isso abordado o tema referencia o a fim de iniciar uma discuss o sobre a problem tica da classifica o sem ntica de referentes conforme visto em trabalhos antecedentes sobre pessoaliza o de a gente e manuten o da refer ncia em seq ncia pronominais As hip teses j mencionadas na introdu o do trabalho s o retomadas a fim de justificar os grupos de fatores ling sticos e extralingii sticos criados para an lise do processo de varia o entre n s e a gente e da gramaticaliza o de a gente nos dados de 32 entrevistas de Curitiba Alguns desses grupos de fatores ter o uma explica o mais extensa
62. expor detalhes que permitam inferir se se trata de algu m com quem mant m grau alto de conviv ncia se h diferen as significativas de faixa et ria escolaridade ou poder aquisitivo que possam causar assimetria enfim vari veis que poderiam interferir no julgamento pr ximo e n o pr ximo Isso sem contar que as rela es familiares nem sempre promovem conviv ncia ou rela es sim tricas Enfim no corpus em estudo n o se percebeu confi vel fazer tal classifica o Assim a composi o dos fatores centrou se na quest o de saber se haveria diferen as no uso de n s e de a gente relacionadas aos contextos de aus ncia de discurso relatado direto discurso geral do pr prio informante discurso n o relatado e nos contextos considerados mais marcados discurso relatado do pr prio informante discurso relatado direto do pr prio informante e discurso relatado de terceiros discurso relatado direto de terceiros A forma de classifica o pode ser vista nos exemplos abaixo 1 Discurso n o relatado 22 3 E E como que era a conviv ncia familiar assim F Bem n tinha amizade com todo mundo sempre Meu pai era meio n o esquisito que ele tamb m trabalhava muito n e tudo da ent o ele n o a gente n o tinha rela o de estar toda a semana Juntos Dava se bem com todo mundo mas n o era de estar fazendo muitas visitas CBA 22 sexo feminino faixa et ria mais velha escolaridade ginasial 2 Discur
63. fatores somando se ent o as ocorr ncias ene rias s tern rias e trabalhando se com a codifica o at o limite de tr s ocorr ncias no paralelismo pronominal e no formal Naquela investiga o n o se atendeu ao escopo do t pico discursivo mas a turnos de fala ou seja a troca de turnos entre entrevistador e entrevistado marcava o limite de uma sequ ncia A an lise dos resultados obtidos em Tamanine 2002 n o ultrapassou a observa o da recorr ncia dos tipos de paralelismo entre as formas ou seja de quais pronomes quantos vezes e em que ordem ocorreram em um turno portanto havia uma rela o com o plano discursivo mas n o com for a suficiente para a explica o discursiva Ent o na pesquisa realizada por Tamanine 2002 em dados do VARSUL de Santa Catarina nas rodadas que envolveram somente os dados de pronomes em segii ncia como foram chamados os paralelismos foi poss vel verificar que se o falante usa a forma inovadora a gente tende a manter essa mesma forma e continua usando a gente se usa o pronome n s apresenta forte tend ncia a continuar usando n s As informa es trazidas pela vari vel foram importantes para se verificar no corpus a for a da repeti o talvez uma varia o inerente da l ngua em que marcas levam a marcas e zeros levam a zeros como J testado por Scherre e Naro 1997 No entanto se percebeu que deve haver uma preocupa o que transcenda a explica o de me
64. formas encontrada por Borba 1993 foi de 227 ocorr ncias de a gente 64 e 125 de n s 36 expressos e n o expressos Nos resultados em pesos relativos a gente apresentou 37 para n o preenchimento enquanto n s para o mesmo fator apresentou 63 Borba analisa este resultado pela marca verbal pois a flex o mos marca o uso de n s portanto favorece a aus ncia enquanto a 3 pessoa do singular pode se referir a outros pronomes al m de a gente por isso o preenchimento necess rio para esclarecer a refer ncia No fator tempo verbal Borba aponta o pret rito perfeito como o tempo em que em percentuais houve maior favorecimento da varia o mas no c lculo de probabilidade a maior tend ncia de uso de pronome foi de n s 70 Quanto an lise da distribui o da concord ncia verbal no uso de n s 91 dos casos apresentaram a concord ncia esperada mos BORBA 1993 Na verifica o da 58 concord ncia a gente com flex o na 3 pessoa representou 100 das ocorr ncias e sobre este resultado a pesquisadora lan a questionamento sobre o que se considera concord ncia prevista ou n o prevista destacando a possibilidade de observa o do fen meno de maneira mais ampla conforme Amaral 1920 e Costa 1990 ao se considerar o processo relacionado a uma mudan a que envolve todo o sistema de marca o verbal da l ngua falada Nos fatores sociais analisados o destaque ficou para os resultados da fa
65. gicas e dos aspectos lexicais e sint ticos na classifica o do tipo textual nos segmentos t picos de interesse Os exemplos abaixo ilustram a identifica o dessa tipologia nos dados Os destaques s o da mesma entrevista para mostrar a condi o de ocorr ncia variada da tipologia em discurso de um mesmo informante No exemplo 24 3 o entrevistado descreve o bairro situa o comum a muitas das entrevistas analisadas enumerando as pra as e oferecendo pontos de refer ncia de localiza o ao entrevistador caracterizando o tipo descri o 24 3 F Eu acredito que est bom viu porque n s temos aqui eu acredito que umas oito pra as esportivas nessa regi o aqui N s temos Pra a ali de Santa Rita n s temos a pra a em frente ao campo do Caxias n s temos no terminal do Vila Hauer n s temos l na passarela n s temos um pr ximo do Correio na Empresa de Correio n s temos ali em cima no Carmo tamb m Ent o eu acho que dentro aqui inclusive aqui em baixo perto do rio tamb m tem mais uma Eu acho que em termos de pra a esportiva est muito bom o bairro CBA 05 sexo masculino faixa et ria mais velha escolaridade secund ria Em 24 3 os fatos s o apresentados na perspectiva do que o informante faz os fatos s o ordenados no tempo em 25 3 a informante narra o que acontece em segii ncia l gica temporal ambos os exemplos portanto apresentam caracter sticas presentes na narra
66. gramaticaliza o de a gente em portugu s de tempo real de longa e curta dura o reten o e mudan a na especifica o dos tra os intr nsecos In F rum Ling stico Florian polis v 4 n 1 47 80 jul 2004 MARCUSCHI L A Ling stica de texto o que e como se faz Recife UFPE 1983 amp KOCH Referencia o In JUBRAN C C A S KOCH I G V orgs Gram tica do portugu s culto falado no Brasil Campinas SP Editora da UNICAMP 2006 v I MEILLET A L evolution d s formes grammaticales 1912 Scientia 12 26 Milan Reprinted Linguistique historique et linguistique g n rale Paris C Klincksieck p 130 148 1965 1912 MENON O P S Analyse sociolinguistique de nd termination du sujet dans le portugais parl au Br sil partir des donn es du NURC SP Tese de Doutorado Universidade Paris 7 1994 In dito 201 o A gente eu e n s sintomas de uma mudan a em curso no portugu s do Brasil In MOURA M D org Anais do II ENCONTRO NACIONAL SOBRE L NGUA FALADA E ESCRITA ELFE UFAL Macei p 397 403 1995 gente um processo de gramaticaliza o Estudos ling sticos Taubat Anais do Semin rio do GEL XXV 622 628 1996 quest o das afirma es generalizantes sobre o portugu s do Brasil e os dados do projeto NURC In Diversidade ling stica e ensino Anais do Sem Nacional da diversidade ling stica e o ensino de l ngua materna Salvador EDUFB
67. iguais X paralelismos de formas diferentes e faixa et ria Os resultados foram na faixa et ria mais jovem de 74 para a gente em paralelismos iguais uso de a gente e de 67 para a gente nos paralelismos de formas diferentes Na faixa et ria mais velha nas duas formas de paralelismo o percentual maior para n s 57 para paralelismo de formas iguais uso de n s e 56 para paralelismo de formas diferentes 181 No cruzamento dos paralelismos com sexo foram as mulheres que usam mais a gente nos paralelismo de formas iguais 68 e os homens usaram mais a gente no paralelismo de formas diferentes Diante desses resultados o que se pode atestar de forma mais segura que os resultados no ambiente dos paralelismos bin rios se alinham aos resultados de tend ncia j apresentados que apontaram o uso de a gente pelos mais jovens e pelas mulheres nos dados de Curitiba A 3 rodada feita com dados de paralelismo teve como vari vel dependente o paralelismo tern rio e ene rio amalgamados de formas iguais X paralelismo tern rio e ene rio amalgamados de formas diferentes e a aplica o foi o paralelismo tern rio e ene rio de formas iguais Novamente o resultado foi inesperado pois no step up n vel da an lise que calcula a probabilidade de cada grupo de fatores separadamente adicionando os um a um at que o grupo mais significativo para a escolha das variantes seja selecionado o grupo selecionado foi tipo de texto com 84
68. indetermina o 40 promoveu discuss o importante sobre uma situa o que pode apontar para uma nova fase da mudan a envolvendo o contexto da varia o entre os dois pronomes pois a gente avan a na 194 determina o e enquanto isso n s parece dar sinais de que pode se especializar no uso com sentido indeterminado e assim permanecer no sistema Essa situa o pode estar relacionada ao tipo de texto e este ao tipo de verbo pleno e per frase envolvidos mas para respostas mais conclusivas acredita se que os dados dever o ser retomados Em rodadas de paralelismos os resultados chamaram a aten o para o conjunto de fatores que atuam nos paralelismos e nos dados analisados confirmaram a tend ncia favorecedora do uso de a gente nesse ambiente Isso aconteceu somado a outros motivos em grande parte porque no paralelismo bin rio o mais representativo da amostra em n mero de ocorr ncias se constatou peso relativo de 67 de favorecimento para a gente pelos informantes mais jovens Destacou se na rodada especial com paralelismos a import ncia do refinamento dessa vari vel a fim de buscar mais informa es sobre os fatores que interferem no uso paralelo de formas iguais ou de pronomes n s e a gente em altern ncia As per frases representaram contexto ling stico significativo na varia o As per frases de modaliza o apareceram como favor veis ao uso de a gente ter que R por exemplo apresentou peso relativo
69. mesmas formas pronominais nos paralelismos tern rio e ene rio que se apresenta como mais frequente assim se o falante come a o segmento discursivo usando a gente mais recorrente a situa o em que mantida a mesma forma pronominal 182 Percebeu se pelo contato com as entrevistas de Curitiba e por meio da an lise dos dados que a maior frequ ncia da manuten o da mesma forma pronominal nos paralelismos investigados se d pela atua o de v rios elementos a o assunto b os referentes c o estilo d o tipo de texto e em especial e a harmonia pros dica Entre fatores que se destacaram nos paralelismos a disserta o o tipo de texto que mais apresenta paralelismos de formas iguais entre os condicionantes testados com destaque desse paralelismo em todos os tempos verbais selecionados exceto no pret rito imperfeito nico tempo verbal em que se destaca o paralelismo de formas diferentes pela maior fregii ncia O pret rito imperfeito est relacionado no corpus com o uso de n s assim como o fen meno de redu o das proparox tonas que poderia ser um facilitador da altern ncia entre n s e a gente na fala do informante por n o causar perda da harmonia pros dica sem desconsiderar todos os outros fatores que podem operar nos paralelismos para a manuten o de pronomes A descri o foi outro fator de destaque nos paralelismos tern rios e ene rios Em raz o de ter sido verificada a rela
70. mos mos 0 0 22 100 22 mos mos 6 86 1 14 7 redu o proparox Y mos 0 0 1 100 1 proparox 0 0 2 100 2 mos 6 86 1 14 7 mos mos 0 0 6 100 6 208 mos 0 0 7 100 7 mos mos 0 0 3 100 3 mos 4 100 0 0 4 Escolaridade Prim rio 248 52 231 48 479 Gin sio 294 55 244 45 538 Secund rio 364 63 214 37 578 superior 224 46 265 54 489 sexo feminino 735 58 531 42 1 266 masculino 395 48 423 52 818 Faixa et ria 25 49 666 70 280 30 946 Mais de 50 anos 464 41 674 59 1 138 Informantes pmaa 27 34 53 66 80 cmbb 19 38 31 62 50 gmac 36 63 21 37 57 gfbd 37 46 43 54 80 cmae 32 49 33 51 65 cfbf 6 8 68 92 74 pmag 38 86 6 14 44 pfah 40 95 2 5 42 gmai 8 50 8 50 16 pfajj 70 69 31 31 101 cmak 32 54 271 146 59 cfal 122 96 5 4 127 pmbm 5 22 18 78 23 pfbn 17 24 53 76 70 gmbo 19 79 5 21 24 gfbp 70 56 56 44 126 cmbq 14 39 22 61 36 cfar 86 90 10 10 96 gfas 57 71 23 29 80 pfbt 15 34 29 66 44 gmbu 12 28 31 72 43 gfbv 55 52 51 48 106 pmbx 38 46 45 54 83 cfbz 53 74 19 26 72 umaw 33 57 25 43 58 umay 40 83 8 17 48 ufasS 32 56 25 44 57 ufaT 13 81 3 19 16 umbU 37 44 48 56 85 umbV 7 14 42 86 49 ufbX 41 95 2 5 43 ufbZ 19 15 111 85 130 p prim rio g gin sio c secund rio u superior a 25 a 49 anos b de 50 anos f sexo fe
71. ncia com n s fruto de uma s rie de mudan as inter relacionadas um continuum provocado pela sua gramaticaliza o como pronome Neste estudo a concep o do processo de gramaticaliza o est baseada especialmente em estudos de Meillet 1965 1912 Traugott amp Heine 1991 Hopper 1991 e Hopper amp Traugott 1993 e Giv n e em linhas gerais compreende a passagem de itens lexicais a gramaticais e destes quando gramaticalizados a passagem de n veis menos gramaticais para mais gramaticais No estudo da varia o e mudan a a Sociolingi stica Laboviana que sustenta a discuss o conforme Weinreich Labov amp Herzog 1968 Outros modelos te ricos foram utilizados para realiza o da an lise a partir das hip teses formuladas como o Funcionalismo e a Ling stica Textual compondo o que Lopes 2003 defendeu como proposta te rico metodol gica ecl tica afirmando que flexibilizar a aplica o de diferentes correntes ling sticas Funcionalismo Gerativismo e Teoria da Varia o pode contribuir no que tange inser o de novas formas no sistema pronominal para uma descri o mais eficaz da gram tica do portugu s idem p 4 Adotou se a defini o de linguagem como atividade de intera o social e a consegiiente elei o do produto dessa intera o o texto como objeto de estudo portanto o olhar sobre n s e a gente implicou no envolvimento de componentes ling s
72. ncia verbal e concord ncia nominal nos enunciados em discurso reportado Sobre os resultados alcan ados na vari vel discurso reportado quanto ao uso de a gente Borges 2004 afirma que o uso de a gente com referente espec fico ao ser favorecido em contextos de discurso reportado pode estar revelando a for a da mudan a uma vez que sua utiliza o est presente tamb m em contextos mais marcados BORGES 2004 p 161 Em Amaral 2003 e Borges 2004 os fatores da vari vel discurso reportado tiveram na fala de terceiros distin o quanto ao car ter proximidade ou n o do falante Nesta pesquisa o fator fala de terceiros n o teve divis o da mesma forma porque em an lise preliminar dos dados de Curitiba at foram observados casos em que a distin o entre pr ximos e n o pr ximos era poss vel em raz o do informante falar do irm o do pai no caso de pr ximos de um estranho com quem conversou em uma viagem de trem ou a fala reportada era de falante imagin rio no caso de n o pr ximos No entanto como considerar a 54 Menon amp Loregian Penkal 2002 usam discurso relatado outros pesquisadores usam discurso reportado Dependendo do trabalho tratado ser utilizada terminologia adotada pelo autor em foco Na vari vel utilizada nesta pesquisa foi utilizada a denomina o discurso relatado 115 rela o de simetria ou proximidade se o falante se refere a um vizinho ou colega de trabalho sem
73. no cotexto diferente das formas pronominais subsegiientes em que a nominaliza o est expressa no contexto discursivo as pessoas da fam lia eu e meus irm os Ao que a autora arremata apontando a premissa do funcionamento discursivo a intera o pois no mbito das rela es interativas institu das em um evento comunicativo que se processa o jogo de a es rec procas entre os interlocutores projetado na materialidade ling stica do texto JUBRAN 2003 p 93 O mais impressionante como os interlocutores identificam os referentes ou pelo menos agem como se soubessem a identidade referencial estabelecida no discurso sem interromper o ato comunicativo Provavelmente importantes mecanismos sejam utilizados como pistas contextuais o tempo e o aspecto verbal express es indiciais d iticos a pr pria nomea o referencial o conhecimento compartilhado permitindo a identifica o do referente Silva 2004 p 115 bastante cautelosa no sentido de salientar que h possibilidade de outras interpreta es al m da que expressa e assumir controv rsias interpretativas e ressalta ao final da an lise dos resultados da vari vel multiplicidade referencial e que por extens o da abordagem afeta a vari vel manuten o ou n o do referente informa o que causa preocupa o quanto replica o da an lise Na identifica o da primeira refer ncia para o pronome a gente Borges 20
74. o 24 3 F a gente ia pro Centro n s amos muito pro Centro eu e minha sobrinha quando eles n o tinham as crian as ent o a gente via uma bolsa um sapato alguma coisa gostava e comprava levava o dinheiro pra ter um dinheirinho junto com a gente adj e dava o dinheiro pra voc comprar isso CBA 22 sexo feminino faixa et ria mais velha escolaridade ginasial 25 3 120 F Mas melhorou muito porque antigamente n s trabalh vamos em torno de uma mesa n Ent o eram telefones diretos e ramais e tocavam Voc pedia pra atender e f eles a gente trabalha com pasta coord marcava as consultas por pasta Ent o cada m dico tinha uma pasta e como n s ramos em sete tinha que entrar na fila e o paciente perdia muito tempo no outro lado esperando sabe E a quando eles fizeram o pr dio novo eles adaptaram os computadores n Agora automaticamente a gente trabalha com fone de ouvido n e aquela maquininha distribui as liga es sabe Ent o quer dizer n o tem jeito da pessoa matar o servi o como antigamente a pessoa fazia de conta que o telefone n o estava tocando e ficar conversando sabe Tocou foi no ouvido dela ali tem que atender obrigatoriamente CBA 19 sexo feminino faixa et ria mais jovem escolaridade ginasial O entrevistado em 26 3 explica ao entrevistador por que n o se mudaria para um centro maior argumentando que a rela o pr xima com a fam lia seria um impe
75. o de pronome a gente uma express o com valor indeterminado Talvez isso se deva ao fato de ainda se relacionar a gente com o substantivo gente aspecto refor ado pelos dicionaristas ou seja a maioria n o manifesta conhecimento ou entendimento de sua gramaticaliza o como pronome desde o s culo passado Outra quest o a ser discutida pela apresenta o feita sobre o conte do de dicion rios e gram ticas a rela o de concord ncia de a gente pronome de 1 pessoa ser inclu da na 46 explica o dos pronomes de tratamento como 3 pessoa certamente pela identifica o das formas de tratamento como substitutas da 3 pessoa gramatical Esse problema poderia ser tratado pela explica o do fen meno de neutraliza o pois este afeta o esquema de conjuga o das formas verbais simplificando o e dando aos pronomes pessoais cada vez menos redund ncia pois quase s a eles cabe a indica o da categoria de pessoa MONTEIRO 2004 p 36 Tamb m chamou a aten o o fato de que em nenhuma das obras verificadas o uso de a gente considerado adequado para a variedade padr o da l ngua oral ou escrita O trato de a gente nos manuais feito em espa os distintos dos pronomes can nicos aparentemente para deixar claro seu status de exce o o que poderia ser interpretado como de uso restrito de ocorr ncia rara ou mencionado apenas para ser registrado o alerta de que deve ser evitado por quem quer f
76. o expor id ias para dar a conhecer para fazer saber associando se an lise e a s ntese de representa es Assim sendo o que importa como informa es s o as entidades as proposi es sobre elas e as rela es entre essas proposi es sobretudo as de condicionalidade causa consegii ncia de oposi o ou contrajun o as de adi o ou conjun o de disjun o de especifica o amplia o exemplifica o comprova o d na injun o o produtor fica na perspectiva do fazer posterior ao tempo ou momento da enuncia o o objetivo incitar realiza o de uma situa o a o fato fen meno estado evento etc requerendo a ou desejando a ensinando ou n o como realiz la Neste caso a informa o sempre algo a ser feito e ou como ser feito Salienta se ent o que a forma de reconhecimento dessa tipologia de textos nos dados de Curitiba seguiu as mesmas indica es feitas por Travaglia 1991 quanto s caracter sticas dos tipos domin ncia dessas caracter sticas e passagem entre tipos de textos pelo funcionamento mas com a particularidade de 119 tratar a entrevista como texto emp rico j considerado como narrativo em estrutura identificar nas entrevistas na constitui o do t pico discursivo caracter sticas dos tipos de texto nos segmentos t picos em que havia presen a dos pronomes n s e a gente em forma plena ou nula 3 observar a domin ncia das rela es l
77. o g nero humano GAFFIOT 1934 p 708 apud MENON 1996 p 624 J em portugu s as acep es para o substantivo gente originado de gentem s o as mesmas do latim Estando na categoria de nome gente admite flex o de n mero e constitui o de locu o nominal quando acompanhado de artigos ou outros determinantes assim como poderia receber determina o atrav s de ora es relativas Menon 1995 p 397 descreve esta fase como a etapa de autonomia do substantivo gente o que significa que poderia compor qualquer locu o nominal LN ser precedido de artigos demonstrativos numerais possessivos ou seguido de adjetivos locu o nominal expandida direita e esquerda Al m disso segundo ela gente poderia ser seguido de constru o relativa ou receber a concord ncia de predicativo no g nero feminino idem p 397 tal como a gente as gentes nossa gente essa gente gente destacada gente honrada 2 Fase LNE nesta fase a pesquisadora destaca que o tra o sem ntico de coletividade de conjunto de seres humanos com caracter sticas comuns entre si permaneceu nas camadas surgidas no dom nio do substantivo gente mas o momento em que entre as v rias possibilidades de uso a locu o formada por artigo a substantivo gente se especializou para refer ncia a um conjunto gen rico de pessoas ainda n o foi estudado em profundidade ou extens o MENON 1996 p 625 Menon 1995 p 397 des
78. o haja paralelismo bin rio e controlar a separa o entre os demais paralelismos codificados O paralelismo pronominal tern rio considerou n s n s n s n s n s a gente n s a gente a gente agente n s C agente a gente a gente A agente n s a gente B n s a gente n s n o se aplica O fator n o se aplica foi introduzido para casos em que n o haja paralelismo tern rio e controlar a separa o entre os demais paralelismos codificados No caso do paralelismo pronominal ene rio foram encontradas segii ncias de at 9 formas expressas em um segmento t pico foram consideradas E formas iguais manuten o do pronome n s G formas iguais manuten o do pronome a gente F formas mistas altern ncia n s a gente n s a gente J formas mistas altern ncia a gente n s a gente n s H formas mistas altern ncia n s a gente I formas mistas altern ncia a gente n s n o se aplica 140 O fator n o se aplica foi introduzido para casos em que n o haja paralelismo ene rio e controlar a separa o entre os demais paralelismos codificados No paralelismo formal bin rio foram consideradas as segii ncias de marcas verbais com n s e a gente sob a seguinte codifica o Do redu o proparox tona 1x Ss mos mos mos redu o proparox tona 1x mos og redu o proparox tona 2x mos q i m
79. os tipos de verbo e o uso de n s e de a gente Essa rela o residiria na quest o da determina o al m da quest o pros dica Nas vari veis sociais chamaram a aten o para o uso de a gente os resultados das vari veis sexo mais importante na indetermina o mulheres frente do uso da forma inovadora e da escolaridade mais significativa na determina o com o uso de n s pelo prim rio 62 de favorecimento de n s e o uso de a gente pelo secund rio 64 para uso de a gente Nos dados de determina o o peso relativo para o uso de a gente no texto dissertativo foi maior 65 do que o uso de n s ou seja mesmo na determina o o uso de a gente favorecido no texto dissertativo que a princ pio se considerou contexto favorecedor do uso de pronomes indeterminadores Na rodada com dados de indetermina o o favorecimento para a gente mais leve 53 indicando probabilidade significativa da presen a de n s na indetermina o neste tipo de texto Na indetermina o entre n s e a gente o peso maior para uso de a gente na narra o com peso relativo de 64 e n s avan a no texto descritivo com favorecimento de 86 172 Nesse comparativo tamb m se pode verificar que os verbos sair saber e morar n o tiveram ocorr ncias na indetermina o ou seja caracterizaram se no corpus como verbos utilizados apenas em contextos determinados o mesmo ocorrendo com as per frases ir NDO e ter NDO Ter qu
80. para textos injuntivos 66 para disserta o 59 para descri o e 39 para narra o e no step down faz o processo contr rio do step up retirando um a um os grupos da an lise tipo de texto foi o grupo exclu do e apenas tempo verbal permaneceu como significativo com 65 para o presente 50 para o infinitivo 43 para o pret rito imperfeito do indicativo e 33 para o pret rito perfeito do indicativo Esse tipo de problema em uma rodada segundo Guy e Zilles 2007 deve ser tratado pelo pesquisador como indica o da signific ncia marginal dos grupos em quest o idem p 167 sugerindo a realiza o de cruzamentos entre os grupos que se destacaram e ou investigar resolu es da sobreposi o pela combina o em um nico fator dos dois grupos Seguindo essa orienta o foi realizado o cruzamento entre tipos de texto e tempos verbais e se verificou que no tempo presente se destacou o paralelismo de formas iguais com 86 na disserta o e com 60 na descri o no infinitivo tamb m s o maiores os percentuais para formas iguais com 78 na descri o e 57 na disserta o no pret rito imperfeito o maior percentual ocorre na disserta o para formas diferentes 57 para formas iguais o maior percentual no pret rito imperfeito ocorre na descri o 78 e por fim no pret rito perfeito o destaque foi para formas iguais na disserta o 67 Em geral nas fregi ncias observadas a manuten o das
81. paralelismo de formas iguais o peso relativo de 62 favoreceu a aplica o de a gente na faixa et ria mais jovem o que atesta a tend ncia j apontada na rodada geral para o uso da forma inovadora No ambiente do paralelismo esta tend ncia evidenciada em contexto de uso ainda mais intenso j que o pronome a gente repetido duas vezes no mesmo segmento t pico refor ando a hip tese de poss vel mudan a em curso a favor de a gente O peso relativo de 37 para formas iguais entre os mais velhos equivale ao peso relativo de 63 a favor da aplica o em paralelismos de formas diferentes ou seja os informantes da faixa et ria mais velha s o os que mais alternam n s e a gente quando em paralelismo bin rio resultado que pode ser relacionado ao que j se verificou na rodada geral no que se refere s vari veis sociais Naquele resultado foram os homens da faixa et ria mais velha e com escolaridade prim ria que apresentaram maior tend ncia para o uso de n s e poderiam ser motivadores desse resultado de tend ncia favor vel altern ncia entre n s e a gente na quest o da presen a de n s cabe lembrar que na rodada geral os paralelismos n o foram inclu dos mas os dados que comp em os paralelismos permaneceram na an lise A fim de verificar se as fregii ncias seguiriam na mesma dire o do resultado sobre a faixa et ria na 2 rodada foi realizado cruzamento entre as frequ ncias de paralelismo bin rio de formas
82. participantes do di logo apenas o eu locutor e o n o eu ouvinte sendo que a n o pessoa corresponde chamada terceira pessoa do discurso visando verificar a trajet ria de mudan a de a gente no percurso Ver explica o na se o 3 3 2 90 indetermina o gt determina o por meio de seu status de pessoaliza o de acordo com denomina o de vari vel feita por BORGES 2004 Especialmente se tratando do pronome inovador a gente compreendeu se que a an lise fiel da negocia o de sentidos entre falante e ouvinte negocia o esta segundo G rski Rost e Dal Mago 2004 p 50 extremamente relevante nos fen menos de gramaticaliza o traria sem d vida contribui es important ssimas para a discuss o do continuum de gramaticaliza o deste pronome No entanto ao percorrer as defini es te ricas e estrat gias usadas para as an lises nos trabalhos antecedentes j citados e aplicando as em car ter de teste nos dados de Curitiba percebeu se uma s rie de quest es problem ticas na interpreta o e defini o da referencialidade envolvendo os pronomes em estudo a partir unicamente do uso dos postulados de Benveniste 1976 conforme exemplo 2 3 explicitado adiante Lopes 2003 por exemplo na an lise da variante a gente como pronome j que registrou ocorr ncias de a gente que n o eram necessariamente uma forma pronominal desenvolveu grupo de fatores que denominou interpreta o se
83. pesos relativos para o fator escolaridade foram os seguintes para aplica o de a gente 31 para o prim rio 55 para o gin sio 54 para o 2 grau e 53 para universit rios portanto o resultado menos favor vel ao uso de a gente foi dos informantes do prim rio 69 para uso de n s Os demais pesos est o muito pr ximos entre si al m de 68 pr ximos em rela o ao ponto neutro revelando plena varia o entre as formas Em Porto Alegre segundo an lise de Zilles 2002 as mulheres lideram a mudan a com 56 de probabilidade de uso de a gente contra 41 para os homens Outro trabalho sobre o uso de n s e de a gente utilizando dados de fala culta e popular na fala do Rio Grande do Sul foi realizado por Borges 2004 Os dados utilizados pelo pesquisador fazem parte do BDS Pampa Banco de Dados Sociolingii sticos da Fronteira e Campanha Sul Rio Grandense cidade de Jaguar o e VarX Banco de Dados por Classe Social da cidade de Pelotas As 60 entrevistas analisadas por Borges 2004 24 entrevistas de Jaguar o e 36 de Pelotas tiveram controlados os fatores sociais g nero faixa et ria e classe social Na vari vel classe social de acordo com metodologia do projeto VarX os n veis m dio alto m dio baixo e baixo foram determinados atrav s da conjuga o dos seguintes aspectos n vel educacional fundamental m dio ou superior profiss o manual pedreiro por ex t cnica auxiliar de enfermagem por ex e int
84. pois um novo aspecto introduzido no contexto Na din mica da conversa o essa transi o percebida pelo entrevistador que imediatamente toma o turno com outra pergunta mantendo o assunto mas ao mesmo tempo modifica o enfoque anterior outro ind cio da transi o Essa diferen a na significa o enunciativa pois a gente usado na passagem de uma situa o informacional para outra poderia sustentar a interpreta o de a gente com outro referente H outro momento em que a ado o do t pico discursivo fica obscurecida em Silva 2004 Quando da an lise da vari vel manuten o ou n o da refer ncia ap s apresenta o nos fundamentos te ricos da necessidade de infer ncia de atividades retrospectivas e prospectivas para a interpreta o de pronomes de car ter anaf rico sem base antecedente expl cita Silva 2004 p 102 opta pelo turno de conversa Ela informa que por primeira refer ncia considerou a primeira vez que o falante enunciou o pronome em dada segii ncia discursiva mas estabelece como limite o turno conforme explica a cada interrup o grifo nosso da jornalista ou do entrevistador de televis o a introdu o da forma a gente ou n s foi considerada como sendo a primeira men o Por seqii ncia do discurso est se entendendo toda a sequ ncia discursiva que o falante produz at o momento de ser interrompido pelo apresentador ou pela jornalista ao retomar o discurso o informante come a n
85. por meio da apresenta o e an lise dos resultados obtidos a partir das vari veis organizadas e das hip teses levantadas sobre a varia o n s a gente e a gramaticaliza o de a gente na fala dos curitibanos 149 4 APRESENTA O E DISCUSS O DOS RESULTADOS Neste cap tulo ser o apresentados e discutidos os resultados referentes varia o n s a gente e varia o entre as formas de realiza o fon tica de a gente em dados de 32 entrevistas da cidade de Curitiba PR A Tabela 3 no Anexo 2 apresenta a distribui o freq encial encontrada em todas as vari veis testadas Primeiramente ser o tratados os resultados em n meros absolutos e frequenciais relativos varia o pronominal n s a gente para visualiza o da distribui o geral das vari veis na amostra Ap s ser o apresentados e analisados os resultados probabil sticos obtidos atrav s do uso do programa estat stico IVARB Dados frequenciais ser o levantados durante as explica es dos pesos relativos quando forem necess rios para auxiliar na interpreta o dos resultados Ser o observadas al m das hip teses levantadas especialmente as contribui es das pesquisas de Setti 1997 Seara 2000 Zilles 2002 pois permitir o cotejo capaz de oferecer visualiza o do cen rio da varia o nas capitais do tr s estados do sul do pa s Os dados de Tamanine 2002 tamb m ser o abordados de forma mais frequente haja vista terem sido obtidos via
86. portugu s europeu PE foi realizado por Lopes 1999 2003 2004 Sobre o processo de mudan a gente gt a gente a pesquisadora considera que BACK E MATTOS G Gram tica construtural da l ngua portuguesa S o Paulo FTD 1972 citado por MENON 2006 p 104 7 Ver nota inserida por MENON 2006 p 104 sobre a observa o pessoal de gama razo vel de pron ncias de a gente em diferentes dialetos e observa o dessa variedade no VARSUL das cidades paranaenses de Curitiba Londrina Irati e Pato Branco Porto Alegre e Florian polis e an ncio de trabalho sobre essas realiza es de a gente e voc por Bizol amp Menon 28 A pronominaliza o de a gente n o foi um processo isolado mas uma consegii ncia de uma mudan a encaixada ling stica e socialmente H uma emerg ncia gradativa de formas nominais de tratamento que passam a substituir o tratamento cort s universal v s num primeiro momento pela ascens o da nobreza e mais tarde pela burguesia que exigia um tratamento diferenciado Esta propaga o que come a de cima para baixo se dissemina pela comunidade como um todo e as formas perdem sua concep o sem ntica inicial gramaticalizando se algumas de forma mais acelerada que outras como o caso de Vossa Merc gt vosmec gt voc LOPES 2003 p 148 Lopes analisa dados do s culo XIII ao XX e aponta um processo gradual envolvendo perdas e ganhos formais e sem nticos analisados pelos
87. possui 1870 entrevistas divididas entre elocu es formais EF di logos entre informante e documentador DID e di logo entre dois informantes D2 Os entrevistados apresentam n vel de escolaridade superior curso universit rio completo e est o divididos em tr s faixas et rias 25 a 35 anos 36 a 55 anos e 56 anos ou mais Outro banco de dados citado o do Projeto CENSO Censo da Varia o ling stica no Estado do Rio de Janeiro O projeto se desenvolveu a partir do final de 1980 compondo amostra oral de 48 entrevistas de adultos A composi o do corpus levou em conta no munic pio do Rio de Janeiro tr s zonas urbanas zona norte zona sul e zona suburbana sexo masculino e feminino tr s faixas et rias 15 a 25 26 a 49 50 anos ou mais e tr s n veis de escolaridade prim rio gin sio e 2 Grau Em 1981 o corpus foi ampliado em mais 16 entrevistas com informantes entre 7 e 14 anos crian as Nesse mesmo ambiente em 1982 foi criado o projeto Subs dios Ling sticos do Projeto Censo Educa o posteriormente chamado de Programa de Estudos sobre o Uso da L ngua o PEUL Tamb m s o apresentados trabalhos realizados com dados do Projeto VARSUL Varia o Ling stica Urbana da Regi o Sul capitaneado pelas universidades federais do Paran Santa Catarina e Rio Grande do Sul A Pontif cia Universidade Cat lica do Rio Grande do Sul integrou se ao projeto em 1993 O VARSUL disp e de en
88. que pode ser o motivo da escolha pelo falante do uso de a gente pois este pronome possui o tra o da indetermina o A express o das modalidades favorece a presen a a gente tamb m com a per frase poder R o que torna importante lembrar que a per frase dever R s teve ocorr ncias com a gente ou seja n o s ter que R mas outras per frases de modaliza o se constituem contextos favorecedores de a gente no corpus O uso de n s favorecido com ir R e estar NDO e nesses dois casos buscou se maiores detalhes com o uso do CROSSTASB que oferece o cruzamento de dados fregiienciais para identificar contextos que poderiam dar base a esse resultado Com o cruzamento verificou se que na per frase ir R e estar NDO em ordem 81 e 87 das formas verbais s o parox tonos o que pode estar condicionando a presen a de n s Al m disso as ocorr ncias de estar NDO concentram se no presente 33 46 72 tempo verbal que n o favoreceu a gente conforme apresentado na mesma rodada A vari vel verbos plenos selecionada como 6 grupo mais relevante entre os dez testados na rodada geral pelas considera es j feitas at aqui interage linguisticamente com tempo verbal e tonicidade mas poss vel tamb m verificar que no Quadro 6 a retirada de tonicidade e tempo verbal n o aumentaram a significatividade estat stica da vari vel verbos plenos indicando uma certa independ ncia do grupo de fatores em rela o
89. refor ou se a tend ncia geral vista em outros trabalhos aqui tratados pois o fator sexo foi o quinto resultado selecionado pelo programa estat stico e indicou que as mulheres est o frente da mudan a apresentando 52 de probabilidade de uso de a gente contra 42 pelos homens Na mesma rodada entre dados de ocorr ncia isolada na vari vel tipo de verbo o fator verbo dicendi apresentou maior peso relativo para o uso de a gente 57 Favorecendo a ocorr ncia de n s destacou se o fator verbo de estado com 61 No fator determina o do referente a tend ncia de a gente ser usado como indeterminador do sujeito foi de 64 indicando um favorecimento discreto No uso para determina o do referente o peso relativo de 49 mostrou invariabilidade para ocorr ncia de a gente indicando ambiente em plena varia o A apresenta o dos resultados obtidos na segunda rodada soma das segii ncias bin rias e tern rias mostrou que praticamente os mesmos fatores da rodada com ocorr ncias isoladas foram selecionados como relevantes pelo programa estat stico excetuando se a sele o da vari vel sexo ocorrida na rodada das isoladas Como os pesos relativos tamb m foram praticamente os mesmos da primeira rodada apresentada exp e se apenas os resultados do 5 fator selecionado no ambiente das formas em segii ncia a escolaridade Nesta vari vel os resultados do prim rio e gin sio ficaram muito pr ximos ao ponto neutro 48 e 52 res
90. s o de Menon 1995 e 1996 dois artigos que tra am discuss o de maneira complementar entre fases e efeitos da gramaticaliza o depois as contribui es de Lopes 1999 s o apresentadas e por ltimo as de Zilles 2002 Menon 1995 e 1996 prop e as fases pelas quais o substantivo gente passa at constituir uma locu o nominal LN composta com o artigo a e depois como teria se transformado at chegar concorr ncia com n s como pronome pessoal no PB A pesquisadora parte da no o de gramaticaliza o proposta por Meillet 1912 Reighard 1978 e Hopper amp Traugott 1993 Nessa perspectiva apresenta uma cadeia de transforma o descrevendo o processo que a gente pode ter sofrido at ser gramaticalizado 1995 p 398 QUADRO 1 Representa o da cadeia de transforma o sofrida no processo de gramaticaliza o de a gente de acordo com Menon 1995 LNPlena gt LNEspecial gt LNInvari vel gt pron indet gt pron pessoal 1 P gt S gente gt agente gt agente gt a gente a gente n s eu LNP LNE LNI pr indet pr pes pl sing Fonte Menon 1995 p 398 Ao iniciar a descri o da gramaticaliza o de a gente Menon 1996 esclarece que apesar de Hopper amp Traugott 1993 e Reighard 1978 apud MENON 1996 mencionarem a Utilizou se o quadro apresentado por Menon no artigo A gente eu n s sintomas de uma mudan a em curso no portugu s do Brasil publicado em MOURA M
91. socioling stica leva em conta al m de fatores ling sticos Uma comunidade de fala n o pode ser concebida como um grupo de falantes que utiliza as mesmas formas ela mais bem definida como um grupo que compartilha das mesmas normas em rela o l ngua Nossa tradu o 79 fatores externos linguagem que poderiam estar regulando a varia o e a mudan a ling stica ou seja as inter rela es na comunidade ling stica como sexo escolaridade idade etnia A socioling stica contraria a no o de falante ideal e de sistema ling stico homog neo da teoria chomskyana CHOMSKY 1965 propondo o princ pio da variabilidade inerente da l ngua que se constitui em objeto suscet vel s press es sociais O modelo laboviano dirigido a um falante ouvinte real em oposi o a ideal que em situa es de uso da l ngua em determinada comunidade de fala apresenta varia o uso distinto da l ngua que depende da situa o relacionada a fatores ling sticos e sociais A Teoria da Varia o postula que tanto a homogeneidade quanto a heterogeneidade ling sticas n o s o aleat rias mas sim reguladas por vari veis ling sticas e extraling sticas que descritas indicam que a no o de heterogeneidade n o incompat vel com a no o de sistema WEINRICH LABOV amp HERZOG 1968 A proposta da Socioling stica Variacionista para tratar com a mudan a ling stica teve no trabalho de We
92. textual nesta investiga o mas acredita se que algumas das constata es do pesquisador podem ser levadas em conta como contribui o interessante na an lise da varia o n s a gente e da gramaticaliza o de a gente nos dados de Curitiba justificando a adapta o feita para construir a vari vel tipo textual Van Dijk 1983 Marcuschi 1983 F vero amp Koch 1983 1985 Orlandi 1987 Adam 1987 e Guimar es 1987 1989 e s o algumas das refer ncias de estudos do texto e do discurso citadas por Travaglia 1991 na organiza o de tr s tipologias de abordagem textual discursiva do verbo 1 narra o descri o disserta o injun o 2 discurso da transforma o e 3 discurso da cumplicidade preditivo e n o preditivo A primeira tipologia considerada por Travaglia como fundamental e as duas outras como teis explica o de certos recursos ling sticos usados nos textos Travaglia 1991 cita Bastos 1985 e Weinrich 1979 como fontes que relacionam 1 e 2 pessoas e os tempos do coment rio e a 3 pessoa com tempos da narrativa por m nos dados por ele analisados a terceira pessoa verbal apresentou se como dominante em todos os tipos de textos Como feita apenas men o ao trabalho utilizado por Travaglia 1991 registra se aqui a refer ncia pertinente a BERLINK Rosane de Andrade Transcri o do inqu rito n 3 gravado em 11 01 1987 Idem observa o nota 50 para Travagli
93. uso de a gente como pronome pessoal A frequ ncia de uso causaria a esse pronome novas modifica es novos processos de gramaticaliza o conforme Hopper e Traugott 1993 incluindo a redu o de massa fon tica ver se o 1 2 Zilles 2002 com a proposi o de duas variantes fon ticas mais recorrentes para a realiza o de a gente e Borges 2004 com levantamento desse tipo de ocorr ncia reduzida em Pelotas s o trabalhos apresentados em maiores detalhes nas se es 1 2 ZILLES 2002 e 1 4 ZILLES 2002 e BORGES 2004 Em Zilles 2002 do total de 1 289 dados de a gente 15 198 1289 foram de a ente e 85 de a gente 1090 1289 Borges 2004 registrou 4 de formas reduzidas soma de 45 ocorr ncias de a ente e 3 de ente em 1 217 ocorr ncias de a gente o que considerou um sinal de mudan a ainda incipiente De acordo com os resultados desses tr s pesquisadores sobre a redu o fon tica de a gente postula se que a realiza o plena de a gente ser mais frequente do que suas realiza es reduzidas e considerando a ente como um avan o nas etapas da gramaticaliza o de a gente Discute se a lideran a das mulheres no uso de formas 4 2 inovadoras com base em Labov 1990 que aponta as mulheres como l deres nos processos Labov 1990 ressalta que ao se tratar de efetiva mudan a ling stica a afirma o categ rica de que homens ou mulheres deram in cio a essa mudan a n o poss ve
94. 004 Todas estas pesquisas mostraram que a altern ncia entre n s e a gente se d 48 STENNING K Anaphora as un Approach to Pragmatics In HALLE J Bresnan amp MILLER G A Linguistic Theory and Psychological Reality Cambridge The MIT Press p 162 200 1978 102 em contexto de refer ncia primeira pessoa do discurso de maneira determinada ou indeterminada Os resultados indicam mudan a em curso no sentido de substitui o de n s por a gente e do avan o cada vez maior de a gente no campo da determina o antes relacionado apenas ao uso de n s O exemplo 7 3 apresenta esse tipo de altern ncia 7 3 Ele sempre dava a volta trazia a gente at o port o N s entramos e como n o sei porque que deu na mam e ela deu a volta e olhou aqui nessa janela CBA 2 sexo masculino faixa et ria mais velha escolaridade secund ria A primeira ocorr ncia de a gente cuja refer ncia determinada poss vel identificar que a gente se refere falante e m e eu 3 pessoa porque poss vel inferir que o pai ele pai informa o infer vel pela entrevista havia deixado no port o e possivelmente ido estacionar o carro Quando n s usado ainda possui refer ncia determinada mas o texto n o deixa claro se n s eu 3 pessoa retoma apenas a falante e a m e ou o pai tamb m inclu do No entanto poss vel perceber que no discurso os dois pronomes referem se a um s
95. 04 obedece aos limites da ora o o que uma escolha metodol gica poss vel mas que certamente pode se tornar complicada como discutido at aqui sobre referencia o quando esse limite n o se revela confi vel para identifica o de referentes 95 Cabe lembrar que como as express es de sujeito n s e a gente codificam referentes diferentes ao longo de um evento comunicativo associadas a diversas predica es essas formas podem veicular v rias interpreta es referenciais Assim cada analista pesquisador poder interpretar o referente conforme as impress es que o texto falado poder provocar Jubran 2006 p 29 observa que o objeto de estudo texto carrega em si um m todo de abordagem que se sustenta na materialidade ling stica constru da no processo de intera o verbal por meio das marcas concretas que a situa o enunciativa imprime nos enunciados mas a observa o de Brown amp Yule 1983 p 200 estabelece conforme defendido neste trabalho um contraponto sobre retomadas referenciais que pode ser acrescido conversa sobre o texto no caso de an lise das refer ncias para a gente quando dizem que parece mais prov vel que o processador estabelece um referente em sua representa o mental do discurso e relaciona as refer ncias subsequentes a essa representa o mental e n o express o verbal original empregada no texto As palavras de Brown amp Yule 1983 p 200 criam uma interroga
96. 04 sobre n s e a gente como estrat gias de designa o referencial e Borges 2004 que analisou a varia o entre n s e a gente e a gramaticaliza o de a gente em dados escritos oriundos de pe as de teatro ga chas produzidas entre os anos de 1896 e 1995 e em dados de fala pertencentes ao BDS Pampa Banco de Dados Sociolingii sticos da Fronteira e Campanha Sul Rio Grandense cidade de Jaguar o e VarX Banco de Dados por Classe Social da cidade de Pelotas A investiga o subsidiou se na contribui o dos estudos j mencionados para tratar da varia o entre n s e a gente como pronomes sujeito assim como para focalizar aspectos da gramaticaliza o de a gente presentes nos dados de fala dos curitibanos Adota se como verdade que em contextos determinados de interlocu o n s e a gente podem assumir a mesma fun o com o mesmo sentido referencial portanto concorrem quando em um 17 enunciado o uso de uma forma se sobrep e ao uso da outra para a mesma fun o e com a mesma refer ncia assim ambos concorrem como pronomes de 1 pessoa indeterminadores e concorrem tamb m como pronomes de 1 pessoa determinadores Ao mesmo tempo tamb m co ocorrem j que as duas formas podem ser usadas para a mesma fun o por m com sentido referencial distinto indeterminador ou determinador Tamb m parte se do princ pio de que a entrada de a gente no paradigma dos pronomes pessoais do PB e sua conviv ncia e concorr
97. 085 dados de a gente expressos analisados em Curitiba 85 923 1 085 foram formas da variante 1 conforme definido por Zilles 2002 a gente gente a gen gen a hente Entre as realiza es da variante 1 as ocorr ncias da realiza o plena a gente constitu ram expressiva maioria representando 80 863 1 085 dos dados Quanto s formas reduzidas da variante 2 nenhum caso de en foi encontrado e apenas 3 casos de a hente ocorreram A distribui o geral em n mero de ocorr ncias encontradas em cada tipo de realiza o analisada pode ser vista na Tabela 3 no Anexo 2 Na Tabela 8 as realiza es de a gente s o apresentadas na distribui o entre as vari veis sociais TABELA 8 Resultados absolutos e freqienciais das realiza es de a gente no corpus de Curitiba entre as vari veis sociais total 1 085 REALIZA ES DE 4 GENTE agente gente a gen ge a hente a ente ente te TOTAL GRUPOS DE FATORES Faixa et ria N N N N N N N N N mais jovens 496 78 30 5 5 0 1 0 3 0 75 12 27 4 41 641 mais velhos 367 83 18 4 2 0 1 0 0 0 32 7 20 5 41 444 Sexo Fem 587 83 31 4 5 0 2 0 0 0 58 8 22 3 6 1 711 masc 276 74 17 5 2 1 0 0 3 1 49 13 25 7 2 1 374 Escolaridade prim rio 181 77 19 8 2 1 2 1 0 0 14 6 15 6 2 1 235 Gin sio 241 85 10 4 2 0 0 0 0 0 22 8 8 3 3 1 286 Secund rio 253 74 14 4 3 1 0 0 0 0 48 14 19 6 3 1 340 Super
98. 1 1695 53 a gente e Pelotas 494 1886 26 n s e 1392 1886 14 a gente Nas demais fun es registradas para o uso de a gente em Jaguar o os destaques foram objeto preposicionado 40 73 55 e adjunto adverbial 9 16 56 Em Pelotas destacaram se as fun es de adjunto adverbial 17 29 e objeto preposicionado 29 49 que apresentaram o mesmo percentual 59 Outras fun es encontradas para n s e a gente foram objeto direto e adjunto adnominal A redu o de a gente para a ente foi investigada por Borges unicamente em Pelotas A forma reduzida ocorreu entre informantes com menos de 50 anos 64 mas foi favorecida especialmente na faixa et ria mais jovem 16 a 25 anos Outro fator que se mostrou relevante para a redu o fon tica de a gente foi a classe social sendo que a m dia baixa favoreceu mais o fen meno No fator sexo os homens apresentarem leve lideran a no contexto de redu o fon tica com 54 de peso relativo De acordo com Borges os 4 de ocorr ncia da forma reduzida n o foram significativos mas o importante foi a constata o de que o processo de mudan a distinto da varia o n s a gente ou seja confirma se a exist ncia de duas regras vari veis diferentes Maiores detalhes desta parte do trabalho de Borges ser o tratados na se o 4 2 A tentativa de reunir os mais importantes trabalhos sobre a vari vel n s a gente almejada neste cap tulo talvez n o tenha sido completamente exit
99. 121 Jogar 122 Juntar 123 Lavar 81 lutar 82 Mandar 83 Marcar 84 Modificar 85 Morar 86 Mudar 87 Olhar 88 Organizar 89 Ouvir 90 Pagar 91 Participar 92 Passar 93 pedir 94 Pegar 95 Pensar 96 Pentear 97 Perceber 98 Perder 99 Permanecer 100 Pescar 101 Pisar 102 Plantar 103 Poder 104 P r 105 Precisar 106 Propor 107 Querer 108 Residir 109 Resolver 110 Retornar 111 reunir 112 Rodar 113 Saber 114 Sair 115 Sensibilizar 116 Sentir 117 Separar 118 ser 119 Soltar 120 Sonhar 121 Subir 122 suspender 123 Tacar 216 124 Lembrar 125 Ler 126 Levar 127 Lidar 128 Ligar 129 Mandar 130 Mentir 131 Mexer 132 molhar 133 montar 134 Morar 135 Morrer 136 Mudar 137 Nota 138 ocupar 139 Olhar 140 Ouvir 141 Pagar 142 participar 143 passar 144 Pedir 145 Pegar 146 Pensar 147 Perceber 148 Perder 149 perguntar 150 Pintar 151 Plantar 152 Poder 153 P r 154 Precisar 155 Pregar 156 preocupar 157 procurar 158 Programar 159 Publicar 160 Puxar 161 quebrar 162 Querer 163 Reclamar 164 reproduzir 165 reunir 166 reunir 124 Ter 125 terminar 126 Tirar 127 Tomar 128 Trabalhar 129 Trazer 130 Unir 131 Usar 132 Ver 133 Vir 134 Virar 135 Viver 136 Voltar 217 167 Riscar 168 Romper 169 Saber 170 Sair 171 Seguir 172 Sentar 173 Sentir 174 separar 175 ser 176 Servir 1
100. 4 184 35 65 injun o 37 105 35 57 narra o 155 1 106 14 33 Os resultados da Tabela 6 apontam a disserta o como tipo de texto com maior tend ncia indetermina o do sujeito 72 enquanto a menor probabilidade de indetermina o ocorre na narra o 33 o que confirma a hip tese de que a disserta o seria o tipo de texto em que a indetermina o teria maior favorecimento e segue dire o do que se discutiu sobre a gente determinador na narra o e a presen a de n s indeterminador na descri o conforme anteriormente explicitado pois a descri o tamb m favorecida pela indetermina o 65 No caso da injun o 57 o peso relativo ficou pouco distante do ponto neutro apontando este tipo de texto na amostra como um contexto de livre varia o entre os pronomes tanto com sentido determinador quanto indeterminador Portanto confirma se entre os tipos de texto a tend ncia favor vel indetermina o nos textos descritivos maior tend ncia ao uso de n s Tabela 5 25 desfavorecedor para a gente portanto 75 para n s e determina o no contexto dos textos narrativos Tabela 6 33 para a indetermina o portanto 67 para a determina o Esses resultados precisam ser levados em conta na an lise sobre a varia o entre os pronomes n s e a gente como uma especializa o que poderia representar um dos meios de cada pronome assegurar a sua perman ncia no sistema A fim
101. 4 4 4 4 Resultados da distribui o entre as variantes da realiza o fon tica de a gente no corpus de Curitiba Conforme estudo proposto nos dados de Curitiba sobre a gramaticaliza o de a gente em espec fico no que tange varia o entre realiza es fon ticas do pronome inovador nesta se o ser o tratados os resultados da realiza o de a gente na forma plena e nas formas reduzidas encontrados na amostra Todos os casos analisados estavam na fun o sint tica de sujeito de acordo com Zilles 2002 a posi o sint tica preferencial neste est gio da mudan a As realiza es reduzidas encontradas nos dados de a gente foram sete gente a gen gen a hente a ente ente te Para o levantamento conforme j tratado na se o 1 2 levou se em conta a divis o feita por Zilles 2002 p 305 para duas variantes conforme exposto no Quadro 11 184 QUADRO 11 Variantes consideradas na rodada com dados de redu o fon tica de a gente nos dados de Curitiba Variante 1 a gente com fricativa ou aspirada em todas as realiza es agente gente agen gen a hente Variante 2 a ente sem a fricativa em todas as realiza es G a ente ente en te Do total de 1 289 dados analisados por Zilles 2002 sobre realiza o fon tica de a gente na posi o de sujeito 15 198 1 289 foram formas reduzidas e 85 da forma plena 1 090 1 289 Houve apenas um caso de a hente Nos 1
102. 4 entrevistas analisadas por Omena entre os 3 301 dados de n s e de a gente encontrados cerca de 600 n o ocorreram na posi o de sujeito No mbito geral dos dados computados as ocorr ncias de a gente representaram 69 comparadas s ocorr ncias de n s As ocorr ncias de a gente foram mais fregiientes na fun o gramatical de adjunto adverbial 84 seguida da fun o de sujeito 73 de complemento 72 e por ltimo de adjunto adnominal 14 Com o total de dados todas as fun es dividido entre adultos e crian as o percentual de uso de a gente foi maior entre as crian as 80 contra 65 pelos adultos Em rela o aos adultos o uso de a gente foi maior tanto na fun o de sujeito como de complementos Os dados relativos s crian as revelaram que a predomin ncia de a gente se deu na fun o de complemento 90 enquanto que a gente na fun o de sujeito representou 82 O fato das crian as n o apresentarem varia o no uso houve 100 de realiza es de a gente nas fun es de objeto indireto complemento nominal adjunto adverbial e predicativo do sujeito fez com que a pesquisadora retirasse esses dados das rodadas probabil sticas Na fun o de sujeito os resultados de Omena 1996 na an lise das variantes n s e a gente foi feito a partir das vari veis ling sticas 1 disposi o das formas na segii ncia do discurso 2 sali ncia f nica e 3 Indetermina o Para vari vel 1 o resultado probabil s
103. 5 3 60 2 100 1 33 74 69 34 72 6 75 indeterminado 296 34 12 25 2 40 0 0 2 67 33 31 13 28 2 25 Total 865 100 48 100 5 100 2 100 3 100 107 100 47 100 8 100 190 Por fregii ncia de dados a Tabela 10 mostra que em se tratando das formas reduzidas a ente ente e te a maioria dos casos ocorreu em contextos de determina o do sujeito No caso de a ente dos 107 casos encontrados 69 s o de refer ncia determinada na realiza o ente das 47 ocorr ncias registradas 34 72 tamb m foram determinadas e quanto realiza o fon tica te 75 dos casos foram para refer ncia usada em contexto de determina o Dessa forma poss vel verificar que as formas reduzidas do pronome a gente envolvidas apesar da baixa frequ ncia se comparadas forma plena tiveram a caracter stica sem ntica de refer ncia determinada como tra o predominante na apresenta o do corpus cf OMENA 1996 aparentemente um contexto de especializa o da redu o O ltimo aspecto a ser tratado sobre a an lise dos dados de Curitiba na se o 4 6 se refere s fun es sint ticas de n s e de a gente encontradas no corpus 4 6 Resultados da distribui o de n s e de a gente em diferentes fun es sint ticas em Curitiba A distribui o entre os 2 432 dados encontrados de n s e de a gente em diferentes fun es sint ticas no corpus estudado por ordem decrescente de frequ ncia foram na p
104. 7 casos 9 8 e n s como a 9 com 142 2 1 Entre as 667 ocorr ncias de a gente o maior n mero de ocorr ncias se deu em Irati 269 40 localidade que tamb m apresentou o maior n mero de ocorr ncias de n s 70 49 Os informantes com prim rio apresentaram maior n mero de ocorr ncias de a gente 667 260 e tamb m a maior tend ncia de uso da forma com peso relativo de 434 Com o uso de n s a situa o foi a mesma mais ocorr ncias 667 62 e maior resultado de tend ncia 419 na escolaridade ginasial Na vari vel faixa et ria destacou se n s como o segundo recurso de indetermina o com maior probabilidade de uso entre os informantes acima dos 50 anos 86 65 No caso de a gente os mais velhos lideraram O Uso pois foi o quinto recurso com maior tend ncia de uso na faixa et ria de mais de 50 anos 332 54 e entre os informantes de 25 a 50 anos a gente foi o sexto recurso com peso relativo de 46 335 46 Os homens apresentaram peso relativo maior para uso de n s 74 e as mulheres para uso de a gente 58 Em Santa Catarina Seara 2000 realizou pesquisa com dados de 12 entrevistas do VARSUL de Florian polis Na distribui o geral entre n s e a gente o uso de a gente 33 Em rodadas no TVARB programa que faz parte do pacote de an lise estat stica VARBRUL realiza se an lise de tr s variantes na vari vel dependente portanto apresentam se resultados em tr s algarismos Maiores detalhes sobre o P
105. 77 Subir 178 Suportar 179 Telefonar 180 Ter 181 Tirar 182 tocar 183 Tomar 184 torcer 185 Trabalhar 186 Trazer 187 Trocar 188 Usar 189 Vender 190 ver 191 Viajar 192 Vir 193 Visitar 194 Vivenciar 195 Viver 196 Voltar ANEXO 6 218 TABELA 13 Levantamento de formas verbais e per frases n o comuns a n s e a gente nos dados de Curitiba VERBOS PLENOS PER FRASES VERBOS PLENOS PER FRASES A GENTE N S Acender Ficar NDO Abrir Come ar a R Aconselhar Ouvir R Acompanhar Costumar R Acreditar Preferir R Agregar Deixar de R afogar Sair R Alugar Estar DO Agasalhar Amarrar Pora R Agientar aprontar amarrar Associar aprovar Atravessar aproveitar Bailar arrastar Botar arrepender Buscar Avisar Carcar Bagun ar Colar baixar Combinar bater Conhecer Beber conscientizar beijar Cortar Bordar Defender Brigar Dever Brincar Discutir Cair Dividir Caminha Dizer chorar dormir comportar Encontrar Confirmar Enfrentar conseguir Enrodar considerar Enrolar Construir Ensaiar Contar Enviar contentar Existir convidar explodir copiar Festejar crescer Ganhar Criar Lanchar 219 Cursar dedicar Deixar Depender Derrubar descarregar Descer Descuidar Desfiar desligar Desmanchar Determinar direcionar discutir distanciar divertir dividir Dizer Dominar Dormir Embarcar encontrar enfronhar enganar Engraxar Ensinar Entender Entregar Errar Escapar escla
106. 8 67 296 ir 94 56 75 44 169 ser 23 30 53 70 76 fazer 43 54 37 46 80 estar 27 37 46 63 73 ver 55 86 9 14 64 ficar 29 48 32 52 61 sair 39 76 12 24 51 morar 10 29 25 71 35 saber 28 97 1 3 29 Total 926 55 765 45 1 691 Entre os verbos plenos o verbo ter apresentou o maior n mero de ocorr ncias no mbito dos verbos utilizados junto ao pronome n s percentualmente sendo o verbo mais frequente da amostra 31 O verbo ter de acordo com Borba 1990 pode indicar estado rela o rela o possuidor possu do processo a o com sujeito agente e verbalizador ou 132 seja sua versatilidade na l ngua de certa forma justificaria um grande n mero de ocorr ncias no corpus No entanto por que essa distribui o concentra na compara o entre o n mero de ocorr ncias junto a n s e a gente quase que o dobro de casos com o pronome can nico Como n o se procedeu aqui a uma an lise sem ntica de cada ocorr ncia do verbo ter a fim de identificar as circunst ncias sem nticas conforme indicadas por Borba a princ pio buscou se na leitura das entrevistas algum tipo de rela o entre ter e n s Percebeu se ent o em an lise preliminar que o verbo ter est presente em segmentos descritivos usado com fregii ncia com o pronome n s este como indeterminador Neste caso se de fato essa seria uma tend ncia confirmada nos dados de Curitiba seria a descri o um contexto de despessoaliza o de n s em contrapon
107. 9 p 179 194 2000 SETTI A C R A indetermina o do sujeito nas tr s capitais do sul do Brasil Disserta o de Mestrado UFPR Curitiba 1997 SILVA I da De quem n s a gente est mos falando afinal uma investiga o sincr nica da varia o entre n s e a gente como estrat gias de designa o referencial Disserta o de Mestrado UFSC Florian polis 2004 TAMANINE A M B 4 altern ncia n s a gente no interior de Santa Catarina Disserta o de mestrado UFPR Curitiba 2002 TARALLO F A pesquisa sociolingu stica S o Paulo tica 1986 TRAUGOTT E e HEINE B Approaches to Grammaticalization s l Jonh Benjamins Publishing Company vol I A 1991 TRAVAGLIA L C Um estudo textual discursivo do verbo no portugu s do Brasil Tese de doutorado UNICAMP Campinas 1991 O relevo no processamento da informa o In JUBRAN C C A S KOCH I G V orgs Gram tica do portugu s culto falado no Brasil Campinas SP Editora da UNICAMP 2006 v I Composi o tipol gica de textos como atividade de formula o textual In Revista do GELNE v 4 n 1 2 2002 Continuidades de tipos de verbos e situa es e de formas e categorias verbais e tipos de texto In Cadernos de Estudos Ling sticos n 44 jan jun 2003 p 183 197 TRUDGILL P Sociolinguistics a introduction to language society London Penguin Books 1983 VAN DIK T A La ci ncia del texto um enfoque interdisciplinari
108. 93 14 discurso report terceiros 215 35 95 37 Tipo de texto disserta o 471 68 218 32 689 narra o 563 51 543 49 1 106 descri o 43 23 141 77 184 injun o 53 50 52 50 105 Segii ncias bin rias n s n s 0 0 92 100 92 n s a gente 0 0 23 100 23 a gente n s 24 100 0 0 24 a gente a gente 141 100 0 0 141 Segii ncias tern rias n s n s n s 0 0 33 100 33 n s n s a gente 0 0 6 100 6 n s a gente a gente 0 0 7 100 7 a gente a gente a gente 51 100 0 0 51 a gente n s a gente 5 100 0 0 9 n s a gente n s 0 0 3 100 3 a gente a gente n s 9 100 0 0 9 a gente n s n s 6 100 0 0 6 Sequ ncias ene rias manuten o n s 0 0 30 100 30 altern ncia n s a gente n s a gente 3 23 10 77 13 manuten o a gente 12 100 0 0 12 mista n s n s n s a gente Mista a gente a gente a gente n s 71 10 3 30 10 Concord ncia verbal A gente 3 pessoa singular 1 130 100 0 0 1 130 A gente mos 0 0 0 0 0 N s mos 0 0 758 100 758 N s 3 pessoa do singular 0 0 4 100 4 Redu o das proparox tonas n s 0 0 192 100 192 Paralelismo formal bin rio 141 100 0 0 141 redu o proparox tonas 7 29 17 71 24 mos mos 0 0 69 100 69 mos proparox 0 0 7 100 7 mos 17 100 0 0 17 proparox 2x 0 0 6 100 6 mos 0 0 13 100 13 mos proparox 0 0 3 100 3 Paralelismo formal tern rio DID 3 50 100 0 0 50 redu o proparox 0 0 3 100 3 proparox 5 63 3 38 8 mos
109. A p 207 214 2006b A indetermina o do sujeito no portugu s do Brasil NURC SP e VARSUL IMn Paulino Vandresen Org Varia o Mudan a e Contato Lingii stico no Portugu s da Regi o Sul Pelotas EDUCAT Editora da Universidade Cat lica de Pelotas v 1 p 125 167 2006 CC hist ria de voc In GUEDES M BERLINK R de A MURAKAWA C de A A Org Teoria e an lise lingii sticas novas trilhas Araraquara Laborat rio Editorial FCL UNESP S o Paulo Cultura Acad mica Editora 2006a amp LOREGIAN PENKAL L Varia o no indiv duo e na comunidade tu voc no sul do Brasil In VANDRESEN Paulino org Varia o e mudan a no portugu s falado da regi o sul Pelotas EDUCAT 2002 MONDADA L amp DUBOIS D Constru o dos objetos de discurso e categoriza o uma abordagem dos processos de referencia o In CAVALCANTE M M RODRIGUES B B CIULLA A Referencia o S o Paulo Contexto 2003 MONTEIRO J L Pronomes pessoais subs dios para uma gram tica do portugu s do Brasil Fortaleza Edi es UFC 1994 NARO A GORSKI E FERNANDES Uma mudan a ling stica em curso a concord ncia com sujeito n s a gente I Semin rio Ling stico da UERJ UERJ Rio de Janeiro 1983 25 p mimeo NEVES M H M Gram tica de usos do portugu s S o Paulo Editora UNESP 2000 Uma introdu o ao funcionalismo proposi es escolas temas e rumos In CRHISTIANO E A
110. ANDR A MARISTELA BAUER TAMANINE CURITIBA DA GENTE UM ESTUDO SOBRE A VARIA O PRONOMINAL N S A GENTE E A GRAMATICALIZA O DE A GENTE NA CIDADE DE CURITIBA PR CURITIBA 2010 ANDR A M BAUER TAMANINE CURITIBA DA GENTE UM ESTUDO SOBRE A VARIA O PRONOMINAL N S A GENTE E A GRAMATICALIZA O DE A GENTE NA CIDADE DE CURITIBA PR Tese apresentada como requisito parcial obten o do t tulo de Doutora em Letras ao Programa de P s Gradua o em Letras da Universidade Federal do Paran rea de Concentra o Estudos Ling sticos Orientadora Prof Dr Odete P da S Menon CURITIBA 2010 Tamanine Andr a Maristela Bauer Curitiba da gente um estudo sobre a varia o pronominal N S A GENTE e a gramaticaliza o de A GENTE na cidade de Curitiba PR Andr a Maristela Bauer Tamanine orient Dr Odete P da S Menon Curitiba UFPR 2010 222 il 30cm Orientador Odete P da S Menon Tese Doutorado em Letras na rea de Concentra o Estudos Ling sticos Universidade Federal do Paran 1 L ngua portuguesa Gram tica 2 L ngua portuguesa Pronomes I Menon Odete P da S II T tulo CDD 469 5 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN SETOR DE CI NCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES COORDENA O DO CURSO DE P S GRADUA O EM LETRAS PARECER Defesa de tese da doutoranda ANDR A MARISTELA BAUER TAMANINE para obten o do t tulo de Doutora em Letras Os abaixo assin
111. BRUL ser o tratados no cap tulo da metodologia No c mputo das 13 variantes nas tr s cidades estudadas a gente apresenta o maior peso relativo entre as mulheres mais velhas 63 Entre os homens voc a maior tend ncia de uso para indetermina o do sujeito 67 entre homens mais jovens 60 o ensino da norma com base na modalidade escrita e as modalidades orais relegadas a segundo plano como conte dos com dosagens a serem repensadas na escola justamente em raz o do distanciamento entre o que program tico no ensino da l ngua e o que realidade no uso efetivo da l ngua Setti 1997 chama a aten o para um contexto diferenciado no uso de recursos de indetermina o em Curitiba quando comparado s outras duas capitais o que refor a quando apresenta os resultados entre as cidades para uso de n s e a gente o peso relativo maior em Curitiba do pronome n s 818 e apesar dos baixos ndices em Florian polis e Porto Alegre os pesos relativos maiores s o para a variante a gente 228 e 168 respectivamente A aproxima o nos costumes ling sticos entre Florian polis e Porto Alegre em oposi o a Curitiba novamente se esbo ou idem p 92 Entre os 6 826 dados analisados por Godoy 1999 no interior do Paran a distribui o por n mero de ocorr ncias entre as 11 variantes de indetermina o do sujeito apresentou o pronome a gente como a 4 forma mais usada com 66
112. DAMENTOS TE RICOS DA GRAMATICALIZA O VARIA O E MUDAN A Neste cap tulo s o apresentados alguns dos pressupostos te ricos para tratar da gramaticaliza o de a gente em especial aqueles que se mostraram mais relevantes para compreens o do fen meno de inova o ling stica como os princ pios de Hopper 1991 Tamb m tratado do modelo da Socioling stica Laboviana em especial da Teoria da Varia o e Mudan a Ling stica cf WEINREICH LABOV amp HERZOG 1968 Estes fundamentos balizam as discuss es sobre os fen menos aqui estudados pois o poder explicativo da teoria da gramaticaliza o conjugado ao da teoria variacionista pode potencializar a capacidade de an lise dos dados de Curitiba e identificar com maior precis o quais os fatores funcionais estruturais discursivos e sociais que influenciam na gramaticaliza o de a gente e na varia o entre n s e a gente conforme as hip teses levantadas neste trabalho 2 1 A gramaticaliza o Em geral os postulados da gramaticaliza o LEHMANN 1982 1985 CROF 1990 HEINE et alii 1991 TRAUGOTT amp HEINE 1991 HOPPER amp TRAUGOTT 1993 HEINE 2003 e CASTILHO 1997 sustentam que a mudan a ling stica teria como for a motriz a regulariza o do uso da l ngua pois sendo a l ngua atividade discursiva em tempo real sofre press es n o lingii sticas pelas quais o falante torna se livre para criar modos de dizer que atendam aos seus pro
113. EM NTICO PL FORMAL fem SEM NTICO pFEM FORMAL SEM NTICO G NERO PESSOA Fonte LOPES 2004 Na divis o dos seus resultados por s culo Lopes verificou que entre os s culos XVII in cio do per odo de transi o e XVIII o processo de pronominaliza o do substantivo gente desencadeado mas a frequ ncia dos dados baixa Nesse per odo cresce o n mero de casos amb guos sobre inclus o ou n o do falante na interpreta o de a gente e decresce a utiliza o de a gente com sentido de pessoa Somente a partir do s culo XVIII que o emprego de a gente atestado como pronome 2 Em textos do s culo XIX considerado como crucial na gramaticaliza o de a gente n o h possibilidade de leituras amb guas na interpreta o da forma No s culo XIX 14 das formas s o pronomes e no s culo XX quando a mudan a efetivamente ocorre o percentual salta para 59 84 A pesquisadora destaca que a fase hist rica na qual a gramaticaliza o de a gente se efetiva a mesma para o Brasil e para Portugal por m com comportamentos distintos os textos portugueses se apresentaram mais conservadores em rela o implementa o da mudan a e os brasileiros mais inovadores LOPES 2003 p 148 Na investiga o realizada por Zilles 2002 outra contribui o interessante sobre a gramaticaliza o de a gente dois aspectos foram tratados primeiramente a recategoriza o de a gente como pr
114. IES amp COSTA 1996 p 10 Assim al m da capital Curitiba as escolhas incidiram sobre Londrina cidade de maior destaque na regi o norte do estado Pato Branco uma das cidades mais importantes da 147 regi o sudoeste e Irati munic pio localizado na regi o de coloniza o eslava rea urbana pluril ngiie mais representativa do estado do Paran As entrevistas do tipo informal entre informante e documentador foram realizadas por estudantes universit rios e contam com uma c pia em udio e transcri o de cada entrevista A transcri o foi realizada em ortografia corrente indica o de pausas hesita es velocidade e nfase indica o de caracter sticas fon ticas relevantes e classifica o morfol gica de cada item lexical O corpus analisado foi formado por um conjunto de 32 trinta e duas entrevistas da cidade de Curitiba divididas entre informantes de quatro escolaridades prim rio gin sio secund rio equivalentes em ordem nomeclatura atual de Ensino Fundamental n vel I e n vel II e Ensino M dio e ensino superior universit rios duas faixas et rias 25 a 49 anos e mais de 50 anos e sexo masculino e feminino 3 8 O pacote estat stico VARBRUL A fim de analisar os contextos favorecedores da altern ncia das formas pronominais n s a gente e processos de gramaticaliza o correlacionados empregamos o pacote de programas estat sticos VARBRUL PINTZUK 1988 um modelo matem tic
115. Omena atribui o uso elevado de n s pelos adultos com escolaridade prim ria tamb m pela raz o de que no 4 ano inicia se o estudo sistem tico das conjuga es verbais Quanto ao 2 grau o uso elevado de a gente foi atribu do ao uso da g ria e de mais formas de tratamento informais Os resultados de probabilidade obtidos na an lise das vari veis ling sticas na fala dos adultos o uso quase que categ rico de a gente pelas crian as condicionou a retirada dos dados das rodadas apontaram nos dados de Omena o fator segii ncia do discurso como o mais significativo no uso das formas 77 para a gente no contexto antecedente O sentido de indetermina o do sujeito o tra o sem ntico mais significativo no uso de a gente no corpus de acordo com Omena apresenta resultado diferenciado determinado no contexto das fun es n o sujeito LABERGE S tude de la variation des pronomes sujets d finis et ind finis dans le fran ais parl Montr al Montr al Facult d s tudes Sup rieures 1977 Th se de Doctorat in dito 57 mais do que na fun o de sujeito ela a forma a gente est perdendo o tra o sem ntico da indetermina o Mesmo assim quando a forma amb gua quanto ao fato do referente ser eu 1 p sing ou n s 1 p pl a tend ncia para se utilizar a gente 69 H a uma tend ncia para se usar n s quando o referente inclui o falante e um n mero reduzido de pess
116. SALLES H Chega a fazer concord ncia plural com a gente Vou montar uma casa pra voc e A GENTE vai ficar sempre juntos Estrela Solit ria CASTRO R b para refer ncia gen rica incluindo todas as pessoas do discurso Dizem que A GENTE se habitua a tudo que s quest o de vontade ou melhor de for a de vontade N o se pode falar desse assunto com Carlinho A GENTE quer fazer um bem vira pecado mortal AF Observe se neste ltimo exemplo que as duas constru es n o SE pode falar desse assunto com Carlinhos e A GENTE quer fazer um bem vira pecado mortal t m praticamente as mesmas caracter sticas quanto indetermina o do sujeito embora a forma A GENTE sempre deixe indicado o envolvimento da primeira pessoa no conjunto Os exemplos apresentam o uso de a gente apenas em sentido pluralizado eu n o eu a possibilidade do uso de a gente como 1 pessoa do singular eu n o considerada pela autora nesses casos Quanto indetermina o a autora equivale se e a gente como recursos de indetermina o do sujeito e acrescenta no caso de a gente a inclus o do pr prio enunciador no contexto indeterminado Neves n o considera a possibilidade de que o uso de a gente nem sempre ser feito pelo falante com o desejo de se incluir ou seja mesmo contr rio por defini o o processo ocorre porque mesmo que o falante use um recurso relacionado 1 pessoa n o se auto referencia apen
117. Trazer Usar ver Vir Viver Voltar 79 80 81 82 83 84 85 Trabalhar Trazer usar Ver Vir Viver Voltar ANEXO 5 213 TABELA 12 Levantamento geral de verbos junto a n s e a gente nos dados de Curitiba A GENTE N S 1 Acender 1 Abrir 2 Achar 2 Achar 3 Aconselhar 3 Acompanhar 4 Acostumar 4 acostumar 5 Acreditar 5 Agregar 6 afogar 6 Ajudar 7 Agasalhar 7 Alugar 8 Agientar 8 Amarrar 9 Ajudar 9 Andar 10 amarrar 10 Aprender 11 Andar 11 aprontar 12 Aprender 12 Assistir 13 aprovar 13 Associar 14 aproveitar 14 Atender 15 arrastar 15 Atravessar 16 arrepender 16 Bailar 17 assistir 17 Botar 18 Atender 18 brincar 19 Avisar 19 Buscar 20 Bagun ar 20 cansar 21 baixar 21 Carcar 22 bater 22 casar 23 Beber 23 Chamar 24 beijar 24 Chegar 25 Bordar 25 Colar 26 Brigar 26 Colocar 27 Brincar 27 Combinar 28 Cair 28 Come ar 29 Caminhar 29 Comer 30 cansar 30 Comprar 31 Casar 31 Conhecer 32 Chamar 32 conscientizar 33 Chegar 33 Conseguir 34 chorar 34 Continuar 35 colocar 35 Conversar 36 Come ar 36 Correr 37 Comer 37 Cortar 214 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 Ti 78 79 80 comportar Comprar Confirmar Conhecer conseguir considerar Construir Contar con
118. a 1 Segmento t pico fragmento de n vel mais baixo 2 Subt pico conjunto de segmentos t picos 3 Quadro t pico conjunto de subt picos 4 Supert pico um t pico superior Sobre a linearidade na organiza o t pica Jubran 2006 apresenta dois fen menos que caracterizam as rela es que se estabelecem entre t picos a continuidade uma rela o de adjac ncia entre segmentos t picos que acontece no contexto do esgotamento do t pico 85 anterior e mudan a para um t pico novo e a descontinuidade que decorre de uma perturba o da segiiencialidade linear idem p 99 As descontinuidades no segiienciamento t pico segundo Koch et alii 1992 apresentam se em dois tipos de processos processos de inser o e processos de reconstru o As inser es s o definidas como segmentos discursivos de extens o vari vel que provocam uma esp cie de suspens o tempor ria do t pico em curso As fun es interativas desempenhadas pelas inser es podem introduzir avalia es ou atitudes do locutor explicar ilustrar atenuar fazer ressalvas entre outras possibilidades Podem ser realizadas por vontade do pr prio locutor ou podem acontecer quando o interlocutor assalta o turno e faz uma pergunta e ou pede um esclarecimento Nessa circunst ncia o locutor obrigado a interromper sua fala e responder ao interlocutor A digress o tamb m considerada como um tipo de inser o por alguns autores c
119. a 1991 listam se aqui as refer ncias ADAM J M Les Textes types et prototypes Nathan Paris 1992 FAVERO L L e KOCH I V Lingu stica Textual uma introdu o S o Paulo Cortez 1983 GUIMAR ES E R J Polifonia e tipologia textual In F VERO L L e PASCHOAL M S Z orgs Lingu stica textual texto e leitura S o Paulo EDUC Editora da PUC SP 1986 MARCUSCHI L A Ling stica de texto o que e como se faz Recife UFPE 1983 ORLANDI E P A linguagem e seu funcionamento as formas do discurso Campinas SP Pontes 1987 VAN DIJK T A La ci ncia Del texto um enfoque interdisciplinario Buenos Aires Barcelona Paid s 1983 7 Mesma motiva o das notas 50 e 51 BASTOS L K X Coes o e coer ncia em narrativas escolares escritas Campinas Editora da Unicamp 1985 WEINRICH E Typologie der texte Entwurf eines linguistisches Modells zur Grundlegung einer Textgrammatik Heidelberg apud KOCH e F VERO 1987 e NEIS 1984 cf Travaglia 1991 118 o que o leva a concluir que a categoria de pessoa n o distingue tipos de textos uns dos outros No entanto Travaglia ressalta que em textos dissertativos tipo textual caracterizado pelo desejo de manifesta o da m xima objetividade em que o falante busca um afastamento de sua imagem h uma tend ncia de uso al m da 3 pessoa da 1 pessoa do plural Neste caso o enunciador pode se incluir naquilo que fala ou se utilizar do plural de mod stia
120. a cultura de que Jo o propriet rio das casas al m disso o verbo tem intercambi vel com s rie ilimitada de outros verbos Jo o pintou casas comprou casas visitou casas etc o que o caracterizaria como verbo pleno No exemplo 2 segundo os autores o verbo tem exprime vaga id ia de repeti o e pode ser comutado com s rie limitada de palavras relacionadas em sua maioria ao pr prio verbo ter Jo o tinha ter talvez tenha viajado Jo o viajado somando se o fato de n o evocar por si s uma realidade ling stica muito bem definida caracter sticas que levariam interpreta o de tem neste caso como palavra gramatical ou verbo auxiliar Dadas as defini es de Ilari e Basso 2006 p 168 consideraram se per frases verbais constru es em que al m do lexema do verbo e de uma primeira desin ncia interv m um outro verbo com seu pr prio radical e sua pr pria desin ncia que assume fun es tipicamente gramaticais Nestas situa es segundo os autores se pode encontrar tanto verbos auxiliares ser ter haver e outros quanto auxiliantes verbos que t m a fun o de marcar op es de tempo modo aspecto etc A abordagem vai al m das per frases consideradas na GT formadas por ter haver partic pio passado e ser partic pio passado tratando como tal outras constru es Alguns exemplos desse tipo de constru o encontrados no corpus s o citados abaixo na forma de a
121. a entre a forma pronominalizada a gente n s e eu quando formas novas e formas antigas permanecem em uso em um dom nio funcional amplo Na concorr ncia entre n s e a gente conforme Omena e Braga 1996 a especializa o pode ser percebida na forma como os dois pronomes se distribuem em diferentes fun es sint ticas pois a se revelam os contextos de maior resist ncia e de maior aceita o da nova forma No caso de a gente afirmam que a forma se especializa pois avan a at mesmo em contextos que n o lhe s o favor veis Sobre essa distribui o por fun o a gente segundo revis o da literatura feita na se o 1 4 ainda se destaca pela frequ ncia na fun o sint tica de pronome sujeito na competi o entre n s e a gente 11 De acordo com Omena e Braga 1996 o fato do item lexical gente que deu origem ao pronome a gente n o ter sofrido nenhuma mudan a fonol gica e ter permanecido como substantivo e a forma gramaticalizada ter sofrido altera es e restri o quanto ao dom nio funcional evid ncia al m da estratifica o de atua o do princ pio da diverg ncia As duas formas coexistem por m em dom nios funcionais diferentes O princ pio da persist ncia relacionado por Omena e Braga ao tra o sem ntico da indetermina o presente em a gente caracter stica herdada da forma original gente que trazia o sentido de coletividade O princ pio da decategoriza o percebido pela varia
122. a et ria 106 Cumpre esclarecer que no caso das redu es fon ticas de a gente a proponente deste trabalho efetivou escuta das grava es para registro das ocorr ncias e estas foram julgadas por mais duas pessoas um profissional atuante na rea de Letras com estudos em fonologia e um profissional experiente da rea da m sica Nenhum recurso tecnol gico espec fico para a tarefa foi utilizado portanto se registra a necessidade de an lise futura desses resultados com equipamentos que permitam uma observa o mais refinada como o espectr grafo por exemplo 3 3 2 Vari veis independentes para an lise dos pronomes sujeito Foram consideradas vari veis independentes de car ter estil tico discursivo morfofonol gico e sint tico No mbito do estilo discurso foram organizadas as vari veis determina o do referente discurso reportado e segiiencias textuais As vari veis associadas morfofonologia est o interligadas pela abordagem do verbo s o elas a forma verbal esta subdivida em verbos plenos e per frases tempo verbal concord ncia verbal e tonicidade No grupo ligado sintaxe as vari veis foram estruturadas sob o eixo do paralelismo estrutural sendo este subdividido em paralelismo pronominal bin rio tern rio e ene rio e paralelismo da concord ncia verbal A apresenta o das vari veis come ar pelo grupo ligado ao discurso 3 3 2 1 Determina o do referente Tratando ent o da vari vel determ
123. a gente tem reda o praticamente id ntica quela encontrada em Ferreira 1986 e 2008 sendo que a gente interpret vel como pronome pessoal por m n o aparece como intercambi vel no verbete n s e nem recebe a denomina o de pronome As informa es obtidas nas obras permitem concluir a partir da inten o definida ao verificar estes materiais que neles da segunda metade do s culo XX at obras atuais que o registro de a gente no verbete gente ainda o mais comum e n o a men o de a gente no verbete n s e que a identifica o do uso de a gente como refer ncia a 1 pessoa do plural expl cita mesmo que indireta Por m poss vel depreender que o significado de a gente permanece correlacionado categoria e ao significado do substantivo gente mesmo que a gente seja exemplificado como refer ncia 1 pessoa do plural e com o mesmo sentido de n s portanto um pronome A denomina o de pronome n o utilizada nos materiais mas denomina es como a express o ou a forma a gente E poss vel deduzir que isso ocorra porque mesmo 33 havendo v rios estudos que comprovam o uso de a gente como pronome n o seja conhecido reconhecido ou compreendido como tal conforme alertava Menon 1995 ou porque as edi es n o s o verdadeiramente atualizadas ou porque n o s o integralmente revisadas A indica o de que o uso de a gente pertinente fala popular conforme terminologia usada n
124. ada e gera os dados corrigidos O READTOK efetua leves transforma es nos dados corrigidos pelo CHECKTOK e gera novos dados com ligeiras modifica es agrupando opcionalmente em um s arquivo diversos arquivos corrigidos O MAKECELL recebe os dados gerados pelo READTOK e os prepara para serem executados no nosso caso pelo IVARB Durante essa prepara o podem surgir knockouts doravante nocautes Se houver nocaute isso significa que h fator es categ rico s em alguma s das vari veis ou seja n o ocorreu varia o nos dados no que se refere ao fator apontado todos est o relacionados ao 0 ou ao 1 da vari vel dependente b IVARB consiste no programa de regra vari vel que realiza a an lise probabil stica na forma bin ria Seus resultados s o apresentados atrav s de c lculos estat sticos que atribuem pesos relativos aos fatores das vari veis independentes correlacionados s duas variantes do fen meno ling stico estudado c CROSSTAB atrav s do programa CROSSTAB poss vel ao pesquisador fazer cruzamento das porcentagens atribu das a dois grupos de fatores Sua principal fun o mostrar com mais clareza poss veis interfer ncias entre dois ou mais grupos de fatores sendo que a cada etapa de execu o os cruzamentos podem ser realizados entre apenas dois grupos Ap s a apresenta o dos procedimentos metodol gicos adotados ser dada sequ ncia exposi o da pesquisa no cap tulo 4
125. ado das rodadas estat sticas que teimam em selecionar o Paralelismo Formal como a vari vel mais significativa da an lise fundamental que se verifique se o efeito causado pelo paralelismo real De fato AMARAL 2006 p 26 Nesta investiga o se defende que h import ncia no paralelismo al m do aspecto da mera repeti o de pronomes para a explica o da varia o entre n s e a gente e que tomados os cuidados necess rios an lise conforme levantou Amaral 2006 e considerados aspectos discursivos e estil sticos por exemplo a vari vel deveria ser testada nos dados de Curitiba Construiu se dessa forma grupos de fatores semelhantes aqueles utilizados em Tamanine 2002 por m agora a an lise se baseia nos limites do t pico discursivo e prev o cruzamento com a vari vel tipo de texto e tipo de verbo a fim de aumentar o poder de explica o No ambiente dos paralelismos a vari vel independente paralelismo pronominal bin rio teve os seguintes fatores e codifica o 9 Para fazer o tipo de compara es controladas antes descritas os grupos de fatores devem ser ortogonais ou quase ortogonais Isto eles devem co ocorrer livremente e n o ser sub ou supercategorias uns dos outros GUY amp ZILLES 2007 p 52 139 x n s n s n s a gente a gente n s am a gente a gente n o se aplica O fator n o se aplica foi introduzido para casos em que n
126. ados ODETE PEREIRA DA SILVA MENON EDAIR MARIA G RSKI LOREMI LOREGIAN PENKAL IARA BEMQUERER COSTA e Jos Luiz DA VEIGA MERCER arguiram nesta data a candidata a qual apresentou a tese CURITIBA DA GENTE UM ESTUDO SOBRE A VARIA O PRONOMINAL N S A GENTE E A GRAMATICALIZA O DE A GENTE NA CIDADE DE CURITIBA PR Procedida a argui o segundo o protocolo que foi aprovado pelo Colegiado do Curso a Banca de parecer que a candidata est apta ao t tulo de Doutora em Letras tendo merecido os conceitos abaixo Assinatura APROVADA N o APROVADA ODETE PEREIRA DA S MENON P vade EDAIR MARIA G RSKI LOREMI LOREGIAN PENKAL IARA BEMQUERER COSTA Jos Luiz DA VEIGA MERCER i Curitiba 31 de mar o de 2010 Siam Prof Dr dd ya Foltran Coord nadora Prof Dr Maria sa Foitrai Coordenado Matricula SIAPE 0344084 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN D i ppR SETOR DE CI NCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES U FP COORDENA O DO CURSO DE P S GRADUA O EM LETRAS Ata quadringent sima sexag sima nona referente sess o p blica de defesa de tese para a obten o de t tulo de doutor a que se submeteu a doutoranda ANDR A MARISTELA BAUER TAMANINE No dia trinta e um de mar o de dois mil e dez s quatorze horas na sala 1005 B 10 andar no Edificio Dom Pedro I do Setor de Ci ncias Humanas Letras e Artes da Universidade Federal do Paran foram instalados os trabalh
127. alar escrever corretamente Considerando a natureza normativa da maior parte das gram ticas abordadas n o foi nenhuma surpresa n o encontrar a gente como pronome pessoal considerado no quadro pronominal can nico No entanto nas gram ticas descritivas e hist ricas consultadas j se indicava o uso da forma com sentido pronominal oferecendo aos futuros gram ticos um material de consulta v lido Infelizmente parece que as modernas gram ticas s o apenas c pias ligeiramente modificadas desprovidas de reflex es atualizadas sobre a l ngua e ou envolvidas por uma cultura elitista da l ngua em que a diferen a ling stica vista como erro ou desvio Faraco 2002 faz discuss o interessante sobre a defini o de norma lingii stica Segundo o autor grupos sociais se distinguem pelas formas de l ngua que lhes s o de uso comum Esse uso comum caracteriza o que se chama de a norma lingii stica de determinado grupo idem p 38 Neste sentido Faraco explica que haveria tantas normas quanto grupos sociais comunidades de rea rural de periferias urbanas a classe m dia urbana cada um teria sua norma caracter stica Ele enfatiza que a norma n o trata apenas de um conjunto de formas ling sticas ela tamb m e principalmente um agregado de valores socioculturais articulados com aquelas formas idem p 39 Sob essa perspectiva salienta o inevit vel o interc mbio social entre normas e as m ltipla
128. am na poca que tinha uma a Irma Maria Jos que era uma diretora nossa da ela gostava que a gente fosse ao s bado assim sabe CTBA 18 Comple mento D d I quando ela morreu a minha cunhada foi um baque muito nominal grande pra n s CTBA22 2 Ent o a gente v que ele sabe ele presta aten o e depois tudo que ele escutou ela vai fazer ali perto da gente CTBA 19 A hip tese considerada neste caso de que tanto n s quanto a gente ter o maior ocorr ncia no corpus na fun o de sujeito conforme Omena 1996 Zilles 2002 e Borges 2004 3 5 Vari veis sociais As vari veis sociais tratadas na an lise est o diretamente relacionadas quelas previstas no projeto VARSUL conforme ser apresentado nesta se o no item 3 6 faixa et ria escolaridade e sexo dos informantes A varia o entre o uso dos pronomes n s e a gente na fala dos curitibanos ser portanto analisada sob estes contextos extralingii sticos Tratando se do fator faixa et ria Andrade et alii 1991 atrav s de investiga o feita em amostra do corpus do Projeto NURC Salvador sobre a indetermina o do sujeito examinaram a vari vel e em rela o frequ ncia de uso de a gente afirmaram que a forma ocorre predominantemente entre os informantes da faixa 1 25 a 35 anos com ndice de 81 13 enquanto que na faixa 3 56 anos em diante o ndice de ocorr ncias de a gente cai para 18 87 Em rela o
129. ao uso de n s a forma aparece equilibradamente entre as duas 143 faixas et rias 51 47 na faixa 1 e 48 53 na faixa 3 Ferreira et al 1989 concluem que a gente aparece 6 vezes mais no discurso de informantes de faixa et ria 1 25 a 35 anos do que na faixa et ria 3 maiores de 55 anos nos seis inqu ritos do NURC Salvador avaliados Alb n e Freitas 1991 na verifica o de seus dados conclu ram que o uso de a gente foi maior na faixa et ria mais jovem Em probabilidades e com dados do VARSUL no trabalho de Seara 2000 o uso de a gente por informantes mais jovens 15 a 24 anos em Florian polis teve peso relativo de 69 e em Porto Alegre os resultados de Zilles tamb m foram favor veis ao uso de a gente pela faixa et ria mais jovem 25 a 50 anos com 66 de probabilidade de uso Consideraram se nos dados de Curitiba as variantes a 25a 45 anos no texto faixa et ria mais jovem ou os mais jovens b mais de 50 anos no texto faixa et ria mais velha ou os mais velhos No estudo da altern ncia das formas n s a gente a partir da vari vel sexo nos resultados de Omena 1996 a influ ncia do sexo do falante n o foi significativa Por outro lado os resultados da pesquisa de Setti 1997 realizada sobre a indetermina o do sujeito com dados do VARSUL abordando Florian polis Curitiba e Porto Alegre revelaram que as mulheres apresentam mais probabilidade de uso do pronome a gente 63 enquanto que os homens
130. ar o mecanismo usado para que os referentes de a gente fossem interpretados a fim de serem ent o enquadrados nas categorias de pessoaliza o Sentiu se a falta de m todos consistentes para analisar a interfer ncia de fatores discursivos m ltiplos na defini o de refer ncias conforme atestado por abordagens textuais discursivas como tratado por Silva 2004 Obviamente que as bases te ricas usadas pelos investigadores diga se de passagem em linhas te ricas tamb m aqui adotadas lhes devem ter sido adequadas para os prop sitos desejados ent o se salienta que a percep o da problem tica ocorreu pela forma como a an lise foi aqui conduzida A leitura do trabalho de Silva 2004 foi importante para verifica o de resultados da aplica o de vari vel que tratasse das refer ncias sem nticas dos pronomes n s e a gente A pesquisa foi subsidiada na discuss o da refer ncia na enuncia o a partir de Benveniste e ampliada pelas contribui es de autores como Koch amp Marcuschi 1998 e Mondada amp Dubois 2003 O conhecimento advindo da pesquisa de Silva 2004 serviu para clarificar que este direcionamento n o seria concernente com os objetivos at ent o tra ados nesta investiga o sem dedica o intensa a uma s rie de leituras que at ent o n o haviam sido realizadas Silva 2004 p 95 levanta as possibilidades de multiplicidade referencial de a gente e exemplifica caso em que classificou semanticamente as oc
131. arox tonas foi controlada a vari vel tonicidade De acordo com Borges 2004 em rodada com fator de aplica o a gente as formas monoss labas e ox tonas amalgamadas em fator nico apresentaram os pesos relativos de 89 em Jaguar o e 79 em Pelotas enquanto formas parox tonas relacionadas pelo autor aos casos de redu o das proparox tonas apresentaram para a gente os pesos de 22 para Jaguar o e 24 para Pelotas ou seja favoreceram o uso de n s A hip tese defendida neste trabalho segue os resultados de Borges 2004 para considerar que a gente ter especializa o de uso favorecida junto a formas verbais monoss labas e ox tonas estando n s apenas com parox tonas e proparox tonas Os fatores considerados e sua codifica o foram os seguintes 137 m monoss labos t nicos e tonos o ox tono p parox tono r proparox tono 3 3 2 8 Paralelismos Em Tamanine 2002 considerou se segii ncia o paralelismo dos pronomes n s e a gente paralelismo pronominal quando em uma sucess o mista ou igual de duas formas pronominais segii ncia bin ria tr s formas segii ncia tern ria ou mais de tr s pronomes sequ ncia ene ria da mesma forma sendo considerado paralelismo das flex es verbais dos verbos que ocorreram junto aos pronomes em paralelismo o que se convencionou chamar de paralelismo formal Ap s as primeiras rodadas no programa estat stico verificou se a necessidade de amalgama o de
132. as 12 variantes da vari vel ling stica dependente A nova an lise vem das rodadas no VARB2000 em que Menon trabalha as variantes uma contra todas as outras e confirma os resultados anteriormente encontrados 36 As novas rodadas foram motivadas pela impossibilidade de o pacote VARBRUL rodar simultaneamente as 12 variantes tendo a vari vel social cumprido o papel de possibilitar a visualiza o dos dados em conjunto Com o Varb2000 possibilitou se realizar as rodadas das doze variantes uma contra todas as outras 66 Na abordagem do artigo de Menon 2006 ser o focalizados apenas os resultados relativos a n s e a gente A amostra utilizada envolveu informantes universit rios crit rio de classifica o do corpus como representativo da fala culta e nica escolaridade que comp e o NURC e considerou quatro entrevistados para cada faixa et ria Fl 25 35 F2 36 55 e F3 56 anos quatro para cada tipo de entrevista EFs elocu es formais DIDs di logos entre informante e documentador e D2 di logo entre dois informantes que constitu ram a vari vel estilo e quatro de cada sexo masculino e feminino Entre os resultados que Menon 2006 1994 apresenta sobre a gente e n s em tr s diferentes rodadas com as vari veis sociais s o destacados os pesos relativos obtidos a partir da vari vel sexo no IVARB para a gente favorecimento de uso pelas mulheres com 64 de probabilidade o uso de n s praticamente n
133. as generaliza O uso de voc pode deixar a quest o mais clara quando o falante usa voc com sentido indeterminado n o quer necessariamente incluir o seu interlocutor como referente A mesma possibilidade existe no uso de a gente Em exemplo retirado de Silva 2004 p 65 poss vel perceber a situa o Caso o falante tenha uma 41 alimenta o saud vel e utilize a gente em Aqui no Brasil a gente come mal poderia dizer que usa da forma para generalizar que os brasileiros ou residentes no Brasil comem mal sem na verdade incluir se Basso e Ilari 2006 ao refletirem sobre a capacidade do pronome voc em passar do sentido de identificador do interlocutor para desloc lo para situa es irreais afirmam que essa capacidade vale para qualquer pronome Criar uma situa o irreal passar por uma situa o n o vivida tirando as consequ ncias dessa experi ncia vale em princ pio para qualquer indiv duo independentemente de como se situa na interlocu o Idem p 237 238 Ainda tratando da cita o de Neves idem p 469 470 a identifica o do uso de a gente como pr prio da linguagem coloquial retomado por ela como popular chama a aten o no exemplo N o sei que esp cie de neg cio o senhor vai poder fazer com A GENTE Al m dos marimbus SALLES H pois interpret vel que o senhor uma forma de tratamento formal usada pela personagem permita a leitura de um contexto de distanciame
134. as obras aparece nas obras consultadas mais antigas publicadas em 1958 e 1964 Nas obras mais atuais 2001 e 2008 h recomenda o de que o verbo que acompanha a gente seja flexionado na 3 pessoa Neste caso seria poss vel depreender que o uso de a gente est disseminado e reconhecido em diferentes n veis de linguagem al m do popular tanto na oralidade quanto na escrita e portanto a necessidade da advert ncia normativa para que se mantenha a concord ncia na terceira pessoa J o uso de a gente com verbo flexionado na 1 pessoa do plural mos claramente estigmatizado Leve se em conta que quando h exemplos do uso de a gente sabe se sua origem como recortes de tipos de texto romances pe as de teatro etc por m n o h identifica o nem discuss o de quem classe social idade grau de escolaridade e em que contexto formal ou informal de fala os di logos reproduzidos ocorrem ficando a interpreta o ou n o por conta do leitor Uma melhor caracteriza o dos exemplos entre outras informa es poderia implicar em maior compreens o do uso da forma inovadora e influenciar sua men o como pronome pessoal no PB em outros materiais que tenham cunho de refer ncias padronizadoras da l ngua Apenas uma das obras consultadas Houaiss e Villar 2001 al m de explicitar a origem de a gente do substantivo gente apresenta o pronome inovador no verbete n s indicando sua rela o como pronomes
135. as para oferecer resultados mais efetivos preciso observar a situa o com aten o direcionada para a an lise ling stica esta centrada nos contextos pros dicos que envolvem os dados pois pode estar no ritmo da fala o condicionante para a realiza o de um ou de outro pronome assim como no caso de formas reduzidas de a gente um fator condicionante ou n o para a redu o fon tica Retomando os resultados da Tabela 4 o tempo verbal foi o 2 grupo selecionado na rodada e os maiores pesos relativos s o de tempos verbais o ger ndio 94 e o pret rito imperfeito do subjuntivo 82 com n mero de ocorr ncias escasso e praticamente categ rico com a gente o que explica a alta probabilidade de aplica o do pronome inovador com esses tempos verbais Entre os resultados do grupo tempo verbal o pret rito imperfeito do indicativo destacou se com 75 a favor de a gente diferentemente da hip tese levantada para Curitiba na qual se projetou que o uso de a gente seria mais favorecido no presente tendo por base resultados alcan ados por pesquisas como de Lopes 1999 Fernandes amp Gorski 1986 Menon 1994 e Omena 1996 cujos tempos de signific ncia para a gente inclu ram o presente Uma das raz es para se tomar o presente como um tempo em que a gente seria 2 favorecido a possibilidade de o falante desambig izar a refer ncia temporal 159 presente pret rito perfeito quando do uso de n s n s falamos a gent
136. as vari veis foi posteriormente adotado como o princ pio do variacionismo laboviano que compreende a varia o como inerente ao sistema da l ngua Na defini o de GUY 1988 p 01 A an lise da Regra Vari vel foi desenvolvida na ling stica como um meio de justificar a varia o estruturada no uso da l ngua isto a varia o ling stica que regularmente apresenta maior ou menor grau de ocorr ncia em ambientes particulares ou que frequentemente est presente entre grupos sociais particulares ou em estilos de fala particulares As regras vari veis t m sido usadas em trabalhos sociolingii sticos para descrever a extens o da varia o sistematizada de um fen meno de varia o Os dados investigados s o submetidos an lise de um programa estat stico especialmente criado para este fim o VARBRUL desenvolvido por Sankof 1978 e retomado por Pintzuk 1988 Os resultados ent o obtidos expressam numericamente a probabilidade de uma forma ling stica ocorrer em contextos ling sticos determinados Os programas estat sticos que comp em o VARBRUL e que foram utilizados neste estudo para o trato das vari veis consideradas ser o explicitados no cap tulo 3 Diante das informa es apresentadas sobre a socioling stica com destaque para as contribui es de Weinreich Labov e Herzog 1968 procurou se dar import ncia ruptura epistemol gica dessa teoria frente s concep es te ricas e metodol gicas do
137. asos em 280 33 A mesma recorr ncia de formas iguais em paralelismo aconteceu nos paralelismos tern rios e ene rios nos tern rios foram 51 ocorr ncias em 119 casos para a gente 43 e 33 em 119 para n s 28 nos ene rios foi encontrado o total de 84 ocorr ncias destas 30 foram de paralelismo de pronomes iguais com n s 36 e 12 ocorreram com a gente 14 Para a rodada estat stica o paralelismo ene rio foi amalgamado ao paralelismo tern rio em raz o da pulveriza o de codifica es ocasionada pela diversidade de n mero de pronomes em paralelismo quando al m de tr s de quatro at nove pronomes em paralelismo em um segmento discursivo Tamb m contribuiu para o problema o controle do tipo de segii ncia mista se come a com a gente muda para n s permanece com n s muda para a gente ou vice versa pois essa pulveriza o de possibilidades na codifica o resultou em muitos nocautes e dificultou o controle do grupo conforme o padr o escolhido para paralelismos bin rios e tern rios Mesmo com a jun o dos dados em paralelismo ene rio aos casos de paralelismo tern rio foi poss vel identificar os ene rios quatro ou mais pronomes em sequ ncia porque foi estipulada uma codifica o diferenciada que permitiu distingui los exceto pela concord ncia formal outro fator controlado em paralelismos conforme apresentado na metodologia Como j explicado em rela o vari vel dependente n s a gente os parale
138. at stico VARBRUL suas oressa esasiisugensainarasada alan a ie age gaba sl puadams paca pulando 1477 4 APRESENTA O E DISCUSS O DOS RESULTADOS 1499 4 1 Resultados percentuais relativos varia o pronominal n s a gente 1499 4 2 Resultados relativos varia o pronominal n s a gente em rodada geral no VARBRUL 13 ORE RS E RR UE IE NS ROUGE A IR O N RA E RE 1544 4 3 Resultados da rodada com os pronomes n s e a gente em paralelismo 1777 4 4 Resultados da distribui o entre as variantes da realiza o fon tica de a gente no corpus de Cuntib sresouinoniiinesi nnie nia a AE aE a NADA A aa da 1833 4 5 Resultados probabil sticos entre as variantes da realiza o fon tica de a gente no corpus de Curta cesan en a e E R a ea 1866 4 6 Resultados da distribui o de n s e de a gente em diferentes fun es sint ticas em A Dia dp RARE JN RREO na a ai a a a aa e AR DR RD RR O 19090 5 CONSIDERA ES FINAIS oca acao cas nu O a O CR O 19292 REFERENCIAS cuea nitendo qro rata NA a ad 196 ANEXO 1 Artigo A casa da gente publicado na Gazeta do Povo em abril de 2005 por Beto Rich isisisi Lata a A EEA AASA E iiia a 2055 ANEXO 5 Tabela 12 Levantamento geral de verbos junto a n s e a gente nos dados de CDA Tee EE RE a TE 2133 ANEXO 6 Tabela 13 Levantamento de formas verbais e per frases n o comuns a n s e a gente n s dados de Curitiba ses sera mun ieta raspas aus isiishie aio a EER R 2188
139. atarina UFSC e Rio Grande do Sul UFRGS e a partir de 1992 tamb m pela Pontif cia Universidade Cat lica do Rio Grande do Sul PUCRGS O objetivo do Projeto VARSUL foi organizar um banco de dados orais que possibilitasse o estudo das varia es ling sticas da regi o sul do Brasil e constitui se de dados informatizado de entrevistas realizadas em quatro cidades de cada estado do sul do pa s a capital e tr s cidades do interior escolhidas para representa o de algumas das diferentes etnias que povoaram a regi o sul Inicialmente foram coletadas 24 entrevistas em cada cidade em momento posterior as tr s capitais do sul tiveram o acr scimo de mais 16 entrevistas Esta coleta teve por objetivo acrescentar ao banco entrevistas de informantes com escolaridade universit ria e de informantes na faixa et ria de 16 a 24 anos No Paran a escolha das cidades que compuseram o VARSUL foi originada essencialmente dos seguintes indicativos a a variedade predominante no Norte que por suas caracter sticas se aproxima basicamente de falas mineiras e paulistas trazidas pela popula o que povoou a regi o durante a expans o da agricultura cafeeira b a variedade predominante no Sudoeste e Oeste trazida pelos colonos ga chos e catarinenses descendentes de ga chos respons veis pela ocupa o agr cola daquela parte do Estado c a variedade falada no Centro Sul que mais individualiza o Estado do ponto de vista ling stico KN
140. ato alguma coisa gostava e comprava levava o dinheiro pra ter um dinheirinho junto com a gente e dava o dinheiro pra voc comprar isso CBA 22 sexo feminino faixa et ria mais velha escolaridade ginasial Neste caso se pode observar o uso de n s e de a gente como possuidores do mesmo valor funcional indicando EU N O PESSOA cf BENVENISTE 1976 A diverg ncia divergence considerada por Hopper como uma poss vel deriva o do princ pio da estratifica o ou um caso especial desta Neste caso o item lexical que sofre o processo de gramaticaliza o pode manter se aut nomo e n o perder suas propriedades originais portanto estando sujeito s mudan as relacionadas sua classe e a sofrer novos processos de gramaticaliza o Dessa forma podem coexistir diferentes graus de gramaticaliza o para um mesmo item lexical sendo at poss vel considerar o fen meno como polissemia ou homon mia num cont nuo movimento ao longo de contextos diferentes focalizando os extremos dessa trajet ria Em s ntese no caso da diverg ncia mesmo que sejam funcionalmente divergentes h perman ncia do item lexical original convivendo de forma aut noma ao lado da forma gramaticalizada como poss vel verificar no exemplo 2 2 com a co ocorr ncia de gente nome e a gente pronome usados pela informante sem problemas de suscitar interpreta o duvidosa 2 2 Tem divertimento Aqui vem bastante gente NOME Nossa No
141. ca 78 3 METODOLOGIA ao a aa er a ca e N 82 3 1 A unidade de an lise o t pico discursivo sessssesssesssssseesseressetesstesseessresseresseeesseesseesse 833 3 2 Sobre a classifica o sem ntica de referentes c e eeeeeeeecereanas 89 3 3 Q envelope de varia o siinon siga iodo nelta nai dada E ads aaa Eca boiada ias ad 101 3 3 1 Vari veis ling sticas em an lise n s a gente eereereeraaereneerrannas 101 SS AS vanav dependentes uns cisnes iate da pa LE na ga 102 3 3 2 Vari veis independentes para an lise dos pronomes sujeito ii 106 39 21 Determina o do referentes renens E E E EEIE 1066 3 3 2 2 DISCUISO relata d sir neoe e E E RE E A A E E E A 114 33 R IpO de tex Orna a REDE a a a a 116 So ZA Verbo pardo vari veis peine na En SEI A SU Ra aaa 121 3 3 2 9 Tempo verbali riin insevisa ensina natas tatageo CoNinaNadaNsA GEO KEE RE EE EEE EIKE EIEEE dons 133 3 3 2 6 Concordancia verbal sos aspas sueca e E A BG ESA AER A E EAE apena 1355 3 3 2 1 Tom idade nho a a a DS E 13636 3 3 2 8 ParaleliSMOSsnsnnnnnn nnan a a a siit 137 3 4 Vari veis ling sticas envolvendo n s a gente em fun es sint ticas n o sujeito 1411 3 gt Vana vels SOCIAIS nne CS CC E 1422 3 6 Dados desconsiderados na an lise seeseeeeeeseeeesseesseerersetseseesstesetserssressesereseesseseeesreses 145 3 T OVAR SUL c a amostra utilizada ssa as ona tela ta 1466 3 8 O pacote est
142. ca ou a homens Em 2 4 a concord ncia feita em rela o pr pria informante do sexo feminino a gente boa 2 4 Mas da n o sei se Deus ou o pr prio esp rito o pr prio D tanto conforto pra gente n N o sei se porque a gente foi boa ou se a gente n n o faz mal pra ningu m Sei l e a gente aceitou CBA 04 sexo feminino faixa et ria mais velha escolaridade ginasial Em 2 5 a mesma informante em segmento t pico seguinte ao contido no exemplo 2 4 faz concord ncia que pode ser interpretada como de refer ncia mista pois aparentemente se trata da fam lia que estava no vel rio a gente aliviado 2 5 Eu n o sei se com o passar do tempo voc v depois a gente foi pra capela ficamos l velando depois eles foi sepultado n Quando a gente voltou a gente voltou assim t o aliviado N o tinha mais aquela ang stia que a gente saiu daqui com o corpo sabe CBA 04 sexo feminino faixa et ria mais velha escolaridade ginasial 38 Tradu o encontrada na maioria das obras em portugu s observadas foi decategoriza o e n o descategoriza o portanto a fim de uniformiza o do tratamento optou se pela primeira forma 76 Os outros pronomes pessoais tamb m se comportam assim Embora n o tenham tra o de g nero formal os pronomes pessoais primitivos eu tu n s v s estabelecem uma concord ncia sem ntica em estruturas predicativas eu sou casada n s estamos per
143. caixamento na 80 estrutura ling stica e o encaixamento na estrutura social este um dos grandes avan os do modelo socioling stico mas tamb m seu maior desafio descobrir como e em que medida esses mbitos se relacionam d O problema da avalia o se refere ao envolvimento do indiv duo na mudan a e na l ngua O indiv duo tem sim papel fundamental em rela o mudan a ling stica suas rea es subjetivas podem interferir no curso de uma mudan a acelerando ou retroagindo o processo Segundo Labov 1982 p 80 n Os est gios iniciais da mudan a dif cil tomar consci ncia dela nos est gios posteriores da mudan a desvios estil sticos come am a aparecer bem como a estratifica o social Nos est gios finais da mudan a h um reconhecimento social aberto e os estere tipos podem aparecer Com extraordin ria consist ncia essas rea es s o negativas A corre o sempre na dire o da forma mais conservadora e os estere tipos s o associados com atributos sociais negativos Parece que sempre que as pessoas tomam consci ncia de qualquer mudan a sistem tica na l ngua elas a rejeitam Nesse ponto vale destacar que a socioling stica se ap ia na contextualiza o da l ngua por meio de sua funcionalidade na comunidade de fala e na intera o ling stica entre locutor e interlocutor e se vale de que a heterogeneidade parte da estrutura e funcionamento de uma l n
144. casos dos pronomes quando com refer ncia indeterminada A ordem de sele o dos grupos de fatores est destacada no quadro 9 e os resultados dos grupos de fatores das duas rodadas encontram se na Tabela 14 no anexo 7 171 QUADRO 9 Resultado comparativo entre as rodadas com casos de n s e de a gente exclusivamente em contextos de determina o e exclusivamente de indetermina o nos dados de Curitiba Rodada com dados de indetermina o aplica o a gente grupos selecionados e ordena o tonicidade tipo de verbo per frases tempo verbal faixa et ria sexo tipo de texto discurso relatado escolaridade Rodada com dados de determina o aplica o a gente grupos selecionados e ordena o tonicidade tempo verbal faixa et ria tipo de texto per frases escolaridade discurso relatado tipo de verbo sexo Quando comparados os resultados das duas rodadas a ordem de sele o dos grupos de fatores pelo VARBRUL mostrou como resultado comum apenas a vari vel tonicidade em primeiro lugar Nas demais vari veis selecionadas os pesos relativos apresentaram valores interessantes formando uma esp cie de invers o entre os resultados dessas rodadas Tipo de verbo aparece como grupo de fatores problem tico com signific ncia em ordem quase que oposta 2 selecionado na indetermina o e 8 na determina o poss vel se ter neste resultado uma nova pista para a rela o entre
145. cias no corpus de Curitiba a maior frequ ncia foi de a gente 54 em rela o ao pronome n s 46 frequ ncias que representam uma distribui o equilibrada entre os pronomes com leve vantagem num rica de a gente na fala dos curitibanos 1 130 de a gente contra 954 de n s diferen a de 176 casos Os resultados da amostra s o diferentes porque o uso de a gente apresenta percentual menor daqueles encontrados por Zilles 2004 em Porto Alegre 69 de a gente e 31 de n s em 39 entrevistas do VARSUL com os mesmos fatores sociais aqui estudados e 72 de a gente e 28 de n s levantados por Seara 2000 em doze entrevistas do VARSUL de Florian polis com tr s faixas et rias e duas escolaridades prim rio e secund rio ou colegial No Gr fico 2 poss vel verificar a distribui o dos pronomes n s e a gente entre preenchimento e n o preenchimento das formas No geral entre formas expressas e nulas os dados apontam para maior ocorr ncia de formas expressas mostrando a prefer ncia dos informantes pelo preenchimento das formas em rela o ao dois pronomes No rol dos 32 informantes dois casos chamam a aten o em entrevista com informante de escolaridade secund ria entre 127 ocorr ncias dos pronomes n s e a gente 122 s o de a gente com informante de escolaridade superior de 130 ocorr ncias dos pronomes n s e a gente 111 s o de n s Esse alto n mero de ocorr ncias entre os dois pronomes cada q
146. creve como a gente forma uma locu o nominal especial pois perde a possibilidade de varia o de n mero tamb m perdendo a condi o de concordar com adjetivos no feminino no caso de predicativo 26 do sujeito Assim surgem significados diferentes para o uso do substantivo gente e para a locu o nominal a gente 3 Fase LNI A partir do momento em que a LNE perde a capacidade de flex o de n mero mas mant m o sentido gen rico ou seja o tra o da forma original gente permanece na nova fun o e esta passa a integrar o rol de possibilidades na l ngua para expressar sujeito indeterminado Menon 1996 p 625 626 levanta a hip tese de que seria essa condi o que possibilitou ao falante incluir se na indetermina o e dar locu o nominal invari vel a gente atributo de 1 pessoa do plural vindo a ser usada no lugar de n s 1 pessoa indeterminada e posteriormente de 1 pessoa do singular podendo ser usada no lugar de eu e portanto constituindo se como pronome 1 pessoa determinada Menon 1996 p 626 e 2006a p 103 chama a aten o para a mudan a sofrida por a gente em aspectos fonol gicos e afirma que ao se fixar em LNI a locu o teve comportamento id ntico ao dos itens lexicais quando considerados os padr es acentuais do portugu s pois de forma isolada n o recebe mais intensidade 2 caracter stica de locu o passa a ter intensidade 1 de voc bulo e descreve o proce
147. d vida os crit rios observados s o pertinentes classifica o no entanto outras considera es podem servir a interpreta o da refer ncia como por exemplo o que Silva idem p 98 discute ao apresentar a vari vel manuten o ou n o do referente apontando pesquisas que evidenciaram entre elas Omena 1996 1978 e Borges 2004 que a manuten o da mesma forma pronominal propicia a preserva o referencial poss vel pensar ent o como racioc nio inverso que a mudan a de forma ap s uma sequ ncia de formas iguais apontaria para uma mudan a na refer ncia Portanto ao se observar a sequencia o dos pronomes apresentados no exemplo dado por Silva idem p 95 eu eu eu a gente a troca de eu por a gente pode sinalizar uma mudan a na constru o dos referentes seja para uma refer ncia gen rica ou para um eu modalizado Nesse exemplo de Silva 2004 o uso da express o com o tempo express o que projeta o acontecimento para um tempo em suspens o portanto n o determinado no tempo o destaque do locutor que pode marcar a diferen a da refer ncia frase anterior conforme MENON 1994 e 2006 o fato da conjun o e na verdade ter o sentido de mas ou seja indicar oposi o entre as id ias postas e o uso do tempo presente atemporal acostuma s o outros ind cios de indetermina o Al m dessas possibilidades a informante poderia com o uso de a gente fazer remiss o categoria es
148. da pelo programa estat stico A rodada que n o incluiu os paralelismos mas incluiu os dados dessas vari veis considerou como vari vel dependente a contraposi o entre as duas variantes propostas por Zilles 2002 A aplica o foi das formas n o reduzidas ou seja da Variante 1 187 TABELA 9 Realiza es fon ticas de a gente em Curitiba aplica o Variante 1 input 90 GRUPOS DE FATORES Aplic Ocor P R Sexo feminino 623 710 88 Si masculino 298 375 80 38 Escolaridade superior 196 225 88 59 gin sio 251 285 88 54 prim rio 204 235 87 54 secund rio 270 340 79 37 Tipo de verbo per frases ter que R 52 53 98 88 ir R 21 23 87 47 estar NDO 15 19 19 35 ter DO 4 5 80 33 outras per frases 41 52 17 31 poder R 16 21 76 29 ir NDO 10 14 71 21 estar DO 3 5 60 15 Nos resultados apresentados na Tabela 9 entre as 10 vari veis que fizeram parte da rodada apenas tr s foram selecionadas como significativas para a realiza o n o reduzida de a gente sexo escolaridade e per frases verbais Na vari vel sexo s o os homens que apresentaram maior tend ncia de uso de formas reduzidas pois o peso relativo foi de apenas 38 para a realiza o do pronome com a presen a de fricativa J o resultado para as mulheres n o favoreceu a redu o 100 para formas plenas no superior com 57 para a variante 1 apesar da diferen a
149. dade tempo verbal faixa et ria tipo de texto per frases tipo de verbo sexo determina o discurso relatado escolaridade Rodada geral com paralelismos grupos selecionados e ordena o input 48 aplica o a gente tonicidade tempo verbal tipo de verbo faixa et ria per frases tipo de texto sexo escolaridade determina o Entre as duas rodadas como os resultados de sele o e ordem de fatores foram praticamente iguais o destaque ser feito apenas para os resultados que se apresentaram diferentes da rodada com os paralelismos Com a inclus o dos paralelismos tipo de verbo subiu de 6 para 3 terceiro lugar na sele o matem tica marcando a import ncia dessa vari vel ling stica sobre a vari vel social faixa et ria sem paralelismos a vari vel selecionada em 3 lugar na rodada foi faixa et ria Entre os verbos controlados favoreceram a gente o rol de verbos codificado como outros com 68 e o verbo sair com 62 Outros um fator que recebeu diferentes tipos de verbo todos al m dos outros 10 controlados e considerando que passam de 100 verbos diferentes conforme Tabela 12 no Anexo 5 o fator n o oferece condi es de interpreta o clara desse resultado de tend ncia Ser preciso an lise mais detalhada dos verbos que comp em o fator para oferecer maiores explica es Nas per frases novamente o rol de casos fator codificado como outros que aparece com mai
150. de centra o que implica interdepend ncia sem ntica entre os enunciados constituintes do segmento t pico marcada linguisticamente por lexemas pertinentes a um mesmo campo conceitual que se relacionam por algum tipo de associa o JUBRAN 2006 p 127 e por organicidade manifestada por rela es de interdepend ncia t pica que se estabelecem simultaneamente nos planos hier rquico e linear idem p 94 O t pico pode ser apresentado como uma estrutura organizada que pode operar dentro ou fora dos limites das senten as Apesar do uso da express o unidade de an lise entende se que por defini o o t pico n o a priori uma unidade mas resultado de marca o de fronteiras Koch et alii 1992 p 361 alertam para fatores que podem representar obst culos fixa o de crit rios para a depreens o de unidades discursivas tais como fluidez no desenvolvimento da conversa e suas marcas formais o que acarreta em delimita o pouco n tida das unidades a interfer ncia de pressuposi es e conhecimentos partilhados pelos falantes cuja infer ncia depende em grande parte da sensibilidade dos analistas e a atua o de elementos n o verbais como gestos olhares express es fision micas aos quais o analista nem sempre tem acesso Por isso h necessidade de se definir a categoria t pico discursivo com seguran a e objetividade Desse modo Koch et alii tomam a categoria t pico no sentido de ac
151. de a gente ser muito mais expressivo na determina o no texto narrativo Assim em dados frequenciais o destaque de uso de a gente indeterminado se deu na narra o e n o na disserta o Esse resultado n o entra em desacordo com o uso do pret rito imperfeito do indicativo pois este um tempo verbal caracter stico assim como o pret rito perfeito e presente das entrevistas analisadas pois apresentam muitos relatos de fatos ou experi ncias pessoais ocorridos no passado A informa o dada pelos resultados de distribui o portanto permite relacionar mesmo que sem efeito conclusivo porque n o em tend ncia de aplica o de regra ao resultado em peso relativo que favoreceu o uso de a gente com verbos no pret rito imperfeito o uso indeterminado de a gente em textos narrativos Salienta se que os dados em pesos relativos s o mais importantes para a an lise por m os dados de fregii ncia s o interessantes para visualiza o dos dados em quest o no corpus e estabelecimento do rela es entre os fatores Na Tabela 4 nos resultados dos pesos relativos ainda na vari vel tempo verbal destaca se o resultado em probabilidade para o pret rito perfeito como tempo verbal desfavorecedor do uso de a gente com 18 ou seja favorecedor do uso de n s em 82 Tend ncia na mesma dire o foi encontrada por Seara 2000 em Florian polis com 23 para a gente no pret rito perfeito ent o 77 a favor de n s Voltando a falar s
152. de apenas 7 pontos para o ponto neutro Esses resultados s o semelhantes aos alcan ados por Zilles 2002 nos quais os homens lideraram o uso de a ente no estudo de Borges 2004 o foco se deu sobre a redu o a ente ente processo de redu o no qual os homens mais jovens se mostraram frente da mudan a O resultado encontrado na vari vel sexo nos dados de Curitiba vai ao encontro da hip tese levantada baseada em Zilles 2002 que seriam os homens que apresentariam a maior probabilidade de uso do pronome a gente reduzido foneticamente Para Zilles 2002 um motivo poss vel de a redu o apresentar maior tend ncia entre os homens a necessidade deles em marcar neste caso lingiiisticamente a diferencia o entre sexos mas admite n o identificar raz es mais conclusivas e ressalta a necessidade de outros estudos para esclarecimento da quest o Entende se nesta investiga o que o fato das formas reduzidas 188 serem mais marcadas pode sim promover seu uso entre os homens para distin o do uso pelas mulheres promovendo o que Labov 1972 denominou de prest gio encoberto ou seja a forma estigmatizada mas serve para garantir ao falante ser aceito em dado grupo social ou ter sua atitude ou valores reconhecidos Em segundo lugar foi selecionada a escolaridade cujo destaque para n o redu o o superior com 59 a favor das realiza es da variante 1 A maior tend ncia para uso de formas reduzida
153. de diferen a a mais para a gente em 777 dados O paralelismo bin rio se apresentou com o maior percentual de ocorr ncias de a gente entre as divis es apresentadas ou seja nos segmentos t picos em que h apenas dois pronomes a gente o pronome mais fregiiente Nos paralelismos de formas iguais Os casos com a gente foram mais recorrentes 141 233 61 do que os casos de paralelismos de formas iguais com n s 92 233 39 Em situa es de paralelismo bin rio com altern ncia dos pronomes n s e a gente os n meros foram praticamente iguais n s a gente com 23 ocorr ncias contra 24 de a gente n s As ocorr ncias encontradas em paralelismo tern rio tiveram diferen a menor em n mero absoluto de dados na divis o entre sequ ncia de a gente e de n s do que as isoladas apesar dos percentuais serem iguais Nos casos de paralelismo tern rio foram encontradas 207 ocorr ncias de a gente e 150 de n s apenas 57 casos a mais para a gente As ocorr ncias de paralelismo tern rio de formas iguais com a gente foram 51 contra 33 de n s Nas formas mistas quando o primeiro pronome foi a gente a altern ncia para n s ocorreu 20 vezes e quando o primeiro pronome foi n s a mudan a para a gente aconteceu em 16 casos apresentando distribui o equilibrada O que se pode perceber uma aproxima o num rica nos paralelismos de formas mistas entre o paralelismo bin rio e tern rio pois a diferen a de casos na altern ncia de formas f
154. de mesmo sentido Especialmente o trabalho de Houaiss segundo Faraco 2002 p 44 procurou em grande parte flexibilizar as refer ncias padronizadoras incorporando mudan as que j se generalizaram sendo portanto n o s entre as consultas feitas neste trabalho mas entre demais materiais do g nero uma exce o Ap s a verifica o nos dicion rios diferentes gram ticas do PB foram consultadas para saber se a gente seria mencionado e caso fosse se seria como pronome pessoal Tamb m se observou nos casos em que houvesse a men o ou uso de a gente como pronome de 1 pessoa se a express o pronominal de valor possessivo da gente formada pela locu o nominal de pronome tamb m apareceria Para apresentar os resultados se manteve a ordem cronol gica das publica es abordadas 34 Na Gram tica Hist rica de Eduardo Carlos Pereira 1935 logo ap s exposi o sobre certo n mero de pronomes ou express es de tratamento o autor em subt tulo outros pronomes p 452 apresenta a explica o sobre a utiliza o de substantivos como pronomes e entre eles relaciona homem cujo decl nio como indeterminador de sentido gen rico pode ter ocasionado a expans o do uso de gente empregou sempre a l ngua certos substantivos com o car ter de pronome indefinido tais s o fu o fulano beltrano sicrano homem coisa arch ren um outro gente uma pessoa Os quatro pr
155. de verificar a interfer ncia da descri o nos resultados da vari vel tipo de texto foram feitas tr s diferentes rodadas uma com todos os fatores do grupo tipo de texto outra somente com narra o e disserta o e a terceira com narra o argumenta o e descri o e observada a sele o e a ordem dessa sele o dos grupos de fatores O resultado foi o seguinte conforme Quadro 8 169 QUADRO 8 Resultado das rodadas para testagem da interfer ncia do fator descri o na rodada geral dos dados de Curitiba 1 Rodada com descri o narra o argumenta o e injun o grupos selecionados e ordena o tonicidade tempo verbal faixa et ria tipo de texto per frases tipo de verbo sexo determina o discurso relatado escolaridade 2 Rodada com narra o e argumenta o grupos selecionados e ordena o tonicidade tempo verbal faixa et ria per frases tipo de verbo determina o sexo escolaridade discurso relatado 3 Rodada com narra o descri o e argumenta o grupos selecionados e ordena o tonicidade tempo verbal faixa et ria tipo de texto per frases tipo de verbo escolaridade sexo determina o discurso relatado O que se pode perceber entre as rodadas do Quadro 8 que em todas as rodadas as vari veis tonicidade tempo verbal e faixa et ria permanecem como os tr s grupos mais importantes Na 1 rodada quando todos os tipos de texto s
156. dependendo de diversas coisas Em geral n o poss vel obter resultados confi veis para fatores que t m menos de cinco dados ao passo que os resultados para fatores que t m mais de 30 dados normalmente s o razoavelmente 128 significativa de constru es perifr sticas sendo o restante combinado em fator nico A tabela com todas as per frases comuns encontradas junto aos pronomes no corpus pode ser verificada no Anexo 3 Travaglia 2006 ao tratar sobre relevo no processamento da informa o a saber o grau de sali ncia de determinados elementos em um texto no desenvolvimento de t picos discursivos desse texto idem p 167 destaca que na an lise feita em Travaglia 1991 as per frases verbais se destacaram nos textos escritos como indicadores de relev ncia pragm tica de uma situa o de algo no texto acontecimento estado coment rio para a situa o presente o aqui e o agora ou para um ponto de refer ncia idem 2006 p 169 No entanto observa que seria pertinente o registro desses casos em textos orais j que na amostra investigada n o encontrou ocorr ncias de per frases analisou seis inqu ritos do corpus b sico da Gram tica do Portugu s Falado mas percebeu casos em conversa es n o pertencentes ao corpus Essa marca o de relevo ocorreria nos caso de a ter presente do indicativo partic pio representa a express o do tempo passado at o presente
157. dice de indetermina o do sujeito 2 utiliza o do verbo flexionado na 3 pessoa do plural sem referente anterior expresso Mesmo que os autores tenham declarado que o uso de a gente ocorre na linguagem n o padr o oral pressume se eles n o identificam ou n o permitem ao leitor identificar nos 15 P rapa ab Pelos exemplos dados durante os cap tulos e explica es oferecidas pelos autores sobre como procederam na abordagem do material dados encontrados na introdu o e durante a obra compreende se que o termo coloquial utilizado pelos autores pode ser entendido de duas formas em momentos distintos como col quio oralidade di logo e como registro oral n o padr o Exemplo b de minha autoria 17 Sobre indetermina o do sujeito no PB ver discuss o aprofundada em Menon 1994 e 2006 38 exemplos que utilizam quaisquer caracter sticas sociais tais como escolaridade sexo e idade dos enunciadores das frases a e e exemplos retirados da Folha de S o Paulo Essas caracter sticas poderiam ser relacionadas s escolhas ling sticas feitas nas frases a fim de se identificar quem o falante ser que quem usa nos xingou queria nos agredir o faz em um contexto em se utiliza de linguagem n o padr o N o um falante culto Ver adiante AS considera es de FARACO 2002 e MERCER 2010 H exce o no exemplo d em que o locutor identificado como um pugilista homem interpretado
158. didos O nome gente s admite a concord ncia no feminino mesmo que o referente seja do g nero masculino como pode ser visto em 2 6 gente exilada 2 6 Tudo esse lance n de lutar pela democracia n e muita gente foi exilada e era uma pe a que queriam encenar sabe CBA 8 sexo feminino faixa et ria mais jovem escolaridade prim ria De acordo com Lopes 1999 2003 2004 no processo de gramaticaliza o gente gt gente por um lado o nome gente poderia ser determinado de diferentes formas por anteposi o aquela gente permaneceu posposi o gente inquieta permaneceu ou anteposi o posposi o simult nea de determinantes no SN esta gente inquieta permaneceu por outro a gente assumiu um dos atributos caracter sticos dos pronomes pessoais que o de n o poder ser determinado no sintagma nominal ocorrendo preferencialmente isolado a gente permaneceu Segundo ela o principal fator que oporia o nome gente ao pronome a gente a sua referenciabilidade ou seja a condi o de determina o do nome ao lado da condi o de indetermina o do pronome pessoal Para refor ar a rela o entre os princ pios de gramaticaliza o propostos por Hopper 1991 e a gramaticaliza o de a gente s o apresentadas as considera es de Omena e Braga 1996 sobre a gramaticaliza o de a gente e os princ pios hopperianos Para ilustrar o princ pio de estratifica o Omena e Braga 1996 ressaltam a conviv nci
159. dimento o que configura o segmento como disserta o 26 3 F Mas em fun o do h bito que voc j est criado aqui dentro ent o fam lia n aquele um esquema muito unido sempre junto com com os irm os com os pais isso a influencia muito n A gente habituado criado de um esquema fechado voc n o tem muita vontade de se distanciar CBA 05 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria O entrevistado em 27 3 conclama o entrevistador a concordar que Curitiba uma boa cidade para se morar na seqii ncia orienta como fazer alertando sobre o cuidado com a seguran a Estas caracter sticas identificam este exemplo como injun o 27 3 F Mas na realidade a gente tem que se gloriar n at certo ponto porque uma cidade gostosa de se viver n Ainda tem algumas defici ncias porque seria imposs vel uma cidade como est hoje grande at certo ponto n em termos de seguran a a gente tem que se precaver de muita coisa Neste caso a hip tese considerada de que a gente indeterminador ser favorecido em textos argumentativos ao inv s de n s No caso de n s a hip tese se baseia nos resultados de Tamanine 2002 quando apontaram para a rela o entre verbos de estado e o uso do pronome can nico Os verbos est ticos s o relacionados por Travaglia 2002 como muito 121 recorrentes em textos descritivos ent o postula se qu
160. distin o entre forma de prest gio e forma relativamente neutra b distin o entre um fen meno socialmente estigmatizado e fen meno social imune estigmatiza o c fen menos que s o e n o s o objeto de ensino escolar d fen menos situados no n vel do discurso e que se inseriram no interior da gram tica e distin o entre fala e escrita Ainda Votre 2004 salienta que mesmo na fala coletada nos bancos de dados que utilizam grava o o grau de formalismo um efeito secund rio e indireto da escolaridade assim como o fato de o entrevistador representar uma pessoa culta a tens o causada pela presen a do gravador ou o pr prio tema da conversa se constitu rem como fatores intervenientes no resultado final O autor destaca que O n vel de escolaridade entretanto continua a desempenhar um papel cr tico na configura o geral do dom nio da l ngua padr o pelos informantes idem p 56 portanto merece atenta observa o Dessa forma a escolaridade considerada como um dos fatores problem ticos na an lise do uso dos pronomes n s e a gente e para discutir se ocorre influ ncia da escola ou n o se tomou como hip tese os resultados alcan ados por Zilles 2002 No trabalho de Zilles 2002 com dados de Porto Alegre foi apresentada uma tend ncia de aumento de a gente quando posta em contraste a escolaridade prim ria com as demais escolaridades com peso relativo de 31 para o prim rio e resultados muito p
161. do por a gente A designa o pronome para a gente n o dada literalmente mesmo sendo poss vel sua interpreta o como tal a partir da defini o de pronomes que abre o cap tulo e dos exemplos dados p 287 6 a Um seguran a nos xingou e queria nos agredir para que a gente sa sse da esta o Folha de S o Paulo Neste exemplo ao se substituir a gente por n s verifica se que a refer ncia 1 pessoa do plural permanece b Um seguran a nos xingou e queria nos agredir para que n s sa ssemos da esta o portando a fun o das duas formas a mesma considera se aqui a possibilidade de interpreta o determina o indetermina o confirmando a adequa o da defini o de pronome para a gente Outros exemplos s o dados para o uso de a gente como forma referente primeira pessoa do singular d Se a gente ganhar a luta tudo na minha vida ser diferente disse o pugilista idem p 287 e com valor impessoal indeterminado e Eu sabia os riscos que estava correndo A gente sempre pensa comigo n o vai acontecer A aconteceu diz Folha de S o Paulo idem p 287 Em e exemplo dado para o valor impessoal e indeterminado da express o a gente os autores fazem equivaler a gente pensa com pensa se ou seja fazem a adequa o de a gente aos crit rios da GT para indetermina o a saber 1 emprego da forma verbal na 3 pessoa do singular pronome se denominado neste caso de n
162. durante o s culo XVII a minera o e a agricultura de subsist ncia eram as principais atividades econ micas Novo marco econ mico se estabeleceu entre os s culos XVIII e XIX com a atividade tropeira derivada da pecu ria Em raz o do trajeto entre Viam o no Rio Grande do Sul e a Feira de Sorocaba em S o Paulo os tropeiros condutores de gado tinham passagem pelos campos de Curitiba Com os invernos rigorosos e as dificuldades do tempo as fazendas nesses campos se tornavam locais para invernada ou seja paradas estrat gicas para espera da melhora do 22 tempo e segii ncia da viagem Essa necessidade de perman ncia e de abertura de novos caminhos de passagem acabou por contribuir na forma o de povoados Outro ciclo econ mico se inicia ao final do s culo XIX com e extra o da erva mate e da madeira Nessa poca ocorre a chegada em massa de imigrantes europeus e a constru o da Estrada de Ferro Paranagu Curitiba ligando o Litoral ao Primeiro Planalto paranaense Entre as etnias que povoaram a cidade destacam se os rabes que chegaram a constituir cerca de 10 da popula o logo ap s a Segunda Guerra Mundial os italianos que contribu ram na ind stria e na forma o de associa es trabalhistas e culturais os poloneses que fundaram v rias col nias que hoje s o os bairros Santa C ndida e Abranches os alem es e japoneses Por todo o s culo XX os imigrantes europeus e de outros continente
163. e como ela de fato ocorre KOCH amp MARCUSCHI 1998 p 170 Assim procurou se mostrar a busca de complementaridade da an lise entre discurso e itens lexicais por exemplo pelas vari veis sint ticas que testam o paralelismo estrutural em contextos de uso de n s e de a gente pois estes paralelismos foram identificados nos limites de sua inser o em t picos subt picos segmentos discursivos e seus resultados poder o ser cruzados com outras vari veis de cunho discursivo como discurso reportado e tipos de texto 3 2 Sobre a classifica o sem ntica de referentes Antes de se apresentar o conjunto de vari veis testado ser o tra adas algumas reflex es sobre a referencia o abordagem encontrada em estudos antecedentes sobre a gramaticaliza o de a gente conforme explicitado na se o 1 4 e por op o n o adotada nesta tese sob o car ter de grada o sem ntica de a gente conforme trabalhos de Zilles 2003 Borges 2004 e Silva 2004 Como essa op o interferiu na escolha de vari veis e de fatores que poderiam se utilizar de informa es sobre a identidade sem ntica de referentes considerou se relevante dar espa o ao tema e explicitar motivos para essa decis o Ao observar a composi o de vari veis que trataram da multiplicidade de referentes poss veis no uso do pronome a gente nestes autores verificou se que todas tiveram por base as proposi es de Benveniste 1976 para quem pessoa s o os
164. e R aparece na determina o com 78 de favorecimento para uso de a gente confirmando a especializa o do pronome inovador com essa per frase na amostra analisada O que se pode hipotetizar que a partir do contraste dessas rodadas o comportamento entre as duas vari veis tem nuances ainda mais interessantes a partir da verifica o distinta da concorr ncia dentro dos contextos de determina o e de indetermina o Refor a se ent o que a afirma o de que n s se movimentou com maior intensidade para o campo da indetermina o em raz o da concorr ncia provocada pela entrada de a gente no sistema pronominal dependeria de um estudo diacr nico sobre o uso do pronome n s para verificar atrav s do tempo suas caracter sticas determinadoras ou indeterminadoras o que forneceria subs dios para avaliar a real dimens o desse deslocamento Retorna se agora aos resultados da Tabela 5 Na vari vel discurso relatado 9 grupo selecionado o discurso n o relatado apresentou peso relativo de 51 ou seja no ponto neutro o que significa que o uso est em livre varia o com rela o aos pronomes n s e a gente No caso do discurso relatado do pr prio informante 16 e de terceiros 07 os resultados favoreceram de maneira acentuada o uso de n s mostrando a import ncia dessa vari vel neste estudo pois em contextos mais marcados quando o falante curitibano monitora a fala o uso de n s que prevalece Assim o discurso r
165. e Travaglia 1991 2002 e 2003 Travaglia 1991 focaliza seu estudo em aspectos textuais discursivos do verbo no PB e defende a id ia de que a perspectiva textual e discursiva fator fundamental para a percep o e ou explica o de uma s rie de fatos relativos ao uso de formas e categorias verbais Este uso contribui para a materializa o da textualidade definida por ele como a pr pria condi o discursiva da sequ ncia ling stica fruto do uso significativo da l ngua e sintetiza essa percep o estabelecendo o discurso como condi o sine qua non transforma o da segii ncia ling stica em texto concluindo que n o h texto s sem discurso e n o h discurso sem texto s TRAVAGLIA 1991 p 33 O pesquisador utilizou na composi o da amostra analisada sobretudo textos escritos e nessa composi o selecionou textos que fossem representativos da tipologia em estudo com as subdivis es em textos descritivos din micos est ticos passados presentes dissertativos injuntivos narrativos passados presentes como receitas manuais de instru o reportagens contos Entre os textos selecionados no tipo narrativo passado encontra se a transcri o de 117 entrevista feita por Berlink 1989 representando o mesmo tipo de texto que comp e o corpus desta tese Sabe se que n o h modo de compara o direta entre os resultados da pesquisa exaustiva de Travaglia sobre verbo com dados sobre verbo pronome e tipo
166. e 38 para a gente Esse resultado interpretado por Monteiro como o fato de que a substitui o de n s por a gente ainda n o atingiu na norma culta o mesmo n vel de aceita o que se verifica na fala popular idem p 150 Na pesquisa de Monteiro 1994 Porto Alegre foi a cidade que apresentou maior uso de n s 66 e o Rio de Janeiro o maior uso de a gente 46 As mulheres 40 e os informantes da segunda faixa et ria 42 lideraram o uso de a gente No que se refere ao estilo o contraste entre n s e a gente foi mais saliente visto que o uso de n s representou 35 e 21 A 2 Os testes desenvolvidos por Menon foram por mim utilizados na an lise das ocorr ncias de n s e de a gente na fala dos curitibanos Na descri o da metodologia utilizada na tese trato com maiores detalhes de cada um desses testes 65 82 em elocu es formais mas a gente teve representa o de 54 nas DIDs di logos entre informante e documentador Sobre a ocorr ncia dos possessivos nosso da gente Monteiro 1994 p 210 aponta quatro combina es poss veis n s nosso n s da gente a gente nosso e a gente da gente salientando que tais esquemas s o espor dicos j que o sujeito talvez com mais fregqii ncia aparece em outras pessoas gramaticais Segundo ele ao contr rio de nosso que concorda com seu referente em g nero e n mero da gente invari vel tendo a id ia de plural expressada pe
167. e Curitiba Na sequ ncia o trabalho tratar de dados em paralelismos exclu dos da rodada geral mas com os quais se realizaram rodadas espec ficas conforme ser tratado na se o 4 3 4 3 Resultados da rodada com os pronomes n s e a gente em paralelismo Com o objetivo de testar as ocorr ncias de n s e de a gente exclusivamente em contexto de paralelismos como apresentado no Gr fico 1 o maior contexto de ocorr ncia dos pronomes no corpus 67 quando comparado s ocorr ncias isoladas 33 foram efetuadas rodadas diferenciadas conforme ser explicado nesta se o Os dados registrados em ambiente de paralelismos bin rio tern rio e ene rio somaram 1 306 ocorr ncias divididas em 680 ocorr ncias de a gente e 626 de n s Cabe lembrar que a codifica o feita para os paralelismos deve ser lida da seguinte maneira em ocorr ncias bin rias 1 caso corresponde a dois pronomes dois dados na soma geral de n s e de a gente em tern rias 1 caso corresponde a tr s pronomes Nos paralelismos ene rios um caso pode contemplar 4 ou mais pronomes 178 Entre as formas n s e a gente ocorridas em paralelismo conforme apresentado no Gr fico 1 os casos de paralelismo pronominal bin rio foram os mais recorrentes e dentre os fatores controlados neste paralelismo foi o paralelismo de formas iguais que apresentou o maior n mero de ocorr ncias com a gente foram 141 ocorr ncias em 280 casos 50 e com n s foram 92 c
168. e a gente e principalmente n s que implicam a primeira pessoa A exclus o necess ria de uma das tr s pessoas gramaticais que tamb m uma forma de determina o um exemplo o do pronome eles ou mesmo do uso da 3 pessoa do plural sem sujeito expresso grifo nosso NEVES 2008 p 538 Como exemplo desses movimentos contr rios e complementares citada como situa o de alto grau de indetermina o de refer ncia o uso indeterminador de pronomes de 1 e 2 pessoa do singular por excel ncia determinadores das pessoas a que se referem Outro caso de ocorr ncias na 3 pessoa do singular sem sujeito expresso no caso de alguns verbos com o acoplamento do pronome se que apresentam grau m ximo de indetermina o por n o implicar nem incluir necessariamente nenhuma das tr s pessoas do discurso idem p 538 Na breve inser o de dados sobre a forma possessiva da gente Neves afirma que no corpus estudado como refer ncia possessiva 1 pessoa do singular o uso categ rico foi de meu e suas flex es no plural o uso mais frequente foi de nosso 8 5 do total das formas possessivas mas a forma da gente tamb m foi registrada 1 exceto nos dados de Recife A pesquisadora chama a aten o a partir do exemplo 4 gente recebia o seu castiguinho DID 50 POA 45 idem p 576 para a perman ncia do valor de gente como substantivo em a gente inclu do o falante pois a inter
169. e acaba por prejudicar a an lise de regras vari veis 177 No panorama da indetermina o do sujeito nas tr s capitais do sul feito por Setti 1997 sob a tica da vari vel escolariza o a autora obteve em rodada com o programa TVARB porque Setti tem como vari vel dependente as tr s capitais do Sul envolvendo as variantes de indetermina o por ela estudadas no caso de a gente os pesos relativos 434 no prim rio 269 no gin sio e 297 no secund rio No entanto n s apareceu com os pesos relativos mais altos no gin sio 419 e no secund rio 379 ou seja as tend ncias apontadas sobre o uso dos dois pronomes apresentaram se bastante dessemelhantes aos demais resultados sobre escolaridade nos estudos feitos com dados das capitais como de Seara 2000 e de Zilles 2002 Diante dos resultados obtidos em Curitiba da aparente pouca interfer ncia da escolaridade entre o uso de n s e de a gente e por outro lado do entendimento j comentado de que a exposi o l ngua culta n o se faz somente na escola se poderia concluir que a gente j pertence fala culta e por essa identifica o mostrada nas EF do NURC por Menon 1994 por exemplo n o sofre estigma social mesmo que n o conste dos livros did ticos das gram ticas e at dos dicion rios conforme verificado na se o 1 3 A discuss o da Tabela 77 se encerra aqui assim como a apresenta o e discuss o de dados relativos rodada geral dos dados d
170. e curso universit rio 49 A pesquisadora destaca como origem de a gente uma express o lexical de 3 pessoa origem esta ainda percept vel em caracter sticas como o fato de a gente ser forma t nica e quando na fun o de sujeito levar o verbo para a 3 pessoa p 515 Quanto pluralidade a gente representa em geral um plural que soma eu n o eu 1 2 e ou 3 da mesma forma que n s a express o a gente tamb m pode se referir ao indiv duo que fala a gente eu p 529 A propriedade de a gente ser usado na indetermina o do sujeito colocada em contraste com o uso de n s em exemplos do inqu rito D2 SP 360 do NURC escolhido por Neves em raz o de apresentar o dobro entre as formas 30 casos de a gente e 14 de n s Nessas ocorr ncias n s usado para refer ncia mais determinada enquanto a gente usado para indeterminar mesmo com a inclus o da 1 pessoa Segundo ela a gente pode chegar a um grau de indetermina o que resvala para a pr pria dispensa da refer ncia primeira pessoa a gente as pessoas p 531 Neves 2008 p 538 levanta a hip tese de que existiriam zonas de maior ou menor indetermina o do sujeito organizadas de maneira fluida e relacionadas a dois processos contr rios e complementares um de inclus o e outro de exclus o A inclus o necess ria de uma das tr s pessoas gramaticais que uma forma de determina o um exemplo o emprego d
171. e ele comandante Eu nem sabia CBA 02 sexo masculino faixa et ria mais velha escolaridade secund ria O exemplo 5 3 deixa clara a refer ncia sem ntica de a gente como eu n o pessoa ele em raz o do informante identificar como forma antecedente um rapaz com quem foi criado 5 3 F Muitos sa ram do bairro Inclusive nesse pr dio aqui do nosso lado morava um rapaz que praticamente a gente se criou junto n Ent o ele se mudou por causa de briga de fam lia CBA 05 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria H outros casos de identifica o menos complexa das possibilidades sem nticas de refer ncia como em 6 3 a identifica o das irm s esclarece os referentes de a gente a gente informante duas irm s informante irm mais nova Na classifica o de Benveniste 1976 essa diferen a sem ntica n o ficaria distinta pois uma nica classifica o seria feita neste caso como eu n o pessoa refor ando a id ia de que um tratamento diferenciado da quest o da pessoaliza o seria necess rio para destacar essas nuances que envolvem o status de determina o especifica o de a gente no PB 6 3 F Tenho duas irm s E Mais velhas mais novas F Tenho uma mais velha e uma mais nova 100 E E o que que elas fazem F Bom trabalham e estudam n A mais velha est pra ganhar a um sobrinho daqui uns dias Ela trabalha com um des
172. e falou Essa raz o n o se confirmou porque o presente do indicativo desfavoreceu a gente com 40 O resultado desfavorecedor para a gente no presente nos dados de Curitiba pode refor ar que n o somente a desambigiiidade entre os tempos presente pret rito perfeito que influencia a escolha do falante entre a formas e acaba por favorecer o uso de n s mas que outras circunst ncias s o mais relevantes como por exemplo a pros dia No que se refere hip tese sobre o pret rito imperfeito do indicativo favorecer o uso de a gente o resultado de 75 foi ao encontro do previsto O pret rito imperfeito o tempo de menor sali ncia f nica entre o uso dos pronomes e ao favorecer a gente poderia se tomar como raz o o fato de esse tempo verbal n o representar para o falante contexto de extremo controle para evitar o erro no que se refere concord ncia com mos mas como Menon in dito alertou a pros dia pode atuar antes da concord ncia nesse tipo de caso e outros fatores que n o a concord ncia estariam em jogo A hip tese levantada nesta pesquisa relacionou o uso de a gente com verbos no pret rito imperfeito ao tra o de indetermina o do sujeito j que se projetou que o pret rito imperfeito seria o tempo do texto dissertativo e nesse tipo de texto a gente seria prefer ncia por sua caracter stica de indetermina o Para a verifica o se o favorecimento de a gente no pret rito imperfeito 75 teria
173. e preliminar os verbos foram classificados conforme a defini o tradicional para verbos de a o dicendi epist micos e de estado Na an lise preliminar observou se peso relativo acima de 50 somente para o uso de a gente com verbos de a o 57 A menor probabilidade junto de a gente foi para verbos de estado 32 seguida dos verbos dicendi 36 e dos verbos epist micos 43 resultados semelhantes aos encontrados em Tamanine 2002 Por m os contextos que relacionam favorecem e desfavorecem os pronomes junto aos tipos de verbos n o ficaram esclarecidos exigindo forma de verifica o mais detalhada dos contextos de ocorr ncia Em busca desse aprofundamento outras classifica es foram verificadas como possibilidades de investiga o como a abordagem sint tico sem ntica proposta por Borba 1990 em que A natureza das rela es estabelecidas entre predicado e argumento s respons vel pelo estatuto sint tico sem ntico dos verbos Todo verbo tem de um a tr s argumentos Desses se o Al superficialmente na fun o de sujeito for ativo Ag o verbo ser de a o se for um afetado ser de processo se for ativo ou causativo implicando um A2 afetado efetuado ser de a o processo se for um inativo isto n o for nem ativo nem afetado nem causativo o verbo ser de estado BORBA 1990 p XII Ao se pensar nessa perspectiva te rica como interessante para an lise dos resultados que apontaram os v
174. e ser no contexto da descri o que o uso de n s ser favorecido Os fatores ficaram assim organizados texto narrativo texto descritivo texto dissertativo amp texto injuntivo 3 3 2 4 Verbo par de vari veis Ser o apresentadas nesta se o as vari veis relacionadas ao verbo no estudo da varia o n s a gente e da gramaticaliza o de a gente aqui proposto Dessa forma as vari veis tipo de verbo tempo verbal concord ncia verbal e tonicidade est o apresentadas em segii ncia 8 No caso da vari vel tonicidade esta foi codificada a fim de visualizar o caso de transforma o das proparox tonas em parox tonas Em Tamanine 2002 os resultados da vari vel tipo de verbo mostraram se relevantes estatisticamente quando submetidos ao programa IVARB que selecionou a vari vel em terceiro lugar por ordem de import ncia Sem hip teses norteadoras baseadas em estudos antecedentes em Tamanine 2002 se classificou os verbos ocorrentes com n s e a gente sob a tica da tradicional defini o de verbos de a o como verbos que caracterizam uma atividade expressa pelo verbo e realizada por um sujeito agente jogar mexer escrever verbos de estado como aqueles que representam a express o de uma propriedade de uma condi o ou de uma situa o localizadas no sujeito situa es n o din micas ser estar permanecer verbos epist micos como os verbos de saber saber imaginar lembrar conhecer achar pensar
175. ealmente no o de pessoa no morfema verbal n mero pessoal ou essa no o vem da informa o metalingii stica aprendida na escola 2 o pronome sujeito cont m fortemente o significado de pessoas do discurso ou o falante n o se daria conta de que o est empregando porque ele se esvaziou de sentido idem p 163 Esse esvaziamento segundo Menon 2000 seria fruto da repeti o mec nica de pronome conjuga o da ladainha em que o sentido do que se est dizendo n o o mais importante Menon 2000 p 174 conclui que a morfologia verbal nos dados analisados e nas compara es feitas com outros estudos n o se constitui garantia nem justificativa para que se considere em especial na oralidade o PB como l ngua de sujeitos nulos cf tamb m alertou MONTEIRO 1994 citado por MENON 2000 mas segundo a autora o oposto tamb m n o verdadeiro ou seja que o PB j tenha perdido o par metro do sujeito nulo Duas novas perguntas s o lan adas por Menon 2000 p 174 estaria havendo um deriva rom nica na utiliza o dos pronomes sujeito O portugu s estaria com o processo em curso de mudan a de l ngua de sujeitos nulos para l ngua de sujeitos plenos As quest es levantadas por Menon s o importantes e dever o ser pensadas para aplica o em trabalho futuro com os dados de Curitiba a fim de ser testado o peso da morfologia verbal na realiza o n o realiza o dos sujeitos n s e a gen
176. ec fico para um sentido mais indeterminado usado pelos mais jovens o que indicaria mudan a em curso representado pela forma reduzida c Dessa forma essa especializa o no uso de c sustentaria a afirma o de que o processo de gramaticaliza o do pronome voc estaria em um novo est gio No caso de a gente seria poss vel tamb m levantar a hip tese conforme Zilles 2002 e Borges 2004 de que poderia ocorrer processo semelhante ao descrito por Vitral e Ramos em rela o a mudan a voc gt c no que se refere a especializa o da forma reduzida na posi o de sujeito com refer ncia indeterminada por m no processo morfossint tico de redu o a gente gt te a especializa o ocorreria no sentido da refer ncia espec fica para espec fica Ent o para verifica o foram controlados os fatores determinado indeterminado em rela o s realiza es fon ticas de a gente e apesar de n o ter sido grupo de fatores selecionado na rodada estat stica pode oferecer informa es interessantes a partir da distribui o dos dados Os dados fregiienciais dessa vari vel ser o apresentados na Tabela 10 TABELA 10 Distribui o das realiza es fon ticas de a gente nos fatores determina o indetermina o total 1 085 ocorr ncias GRUPO DE FATORES a gente gente a gen ge a hente a ente ente te determina o n n n n n n n n determinado 569 66 36 7
177. ecionado na rodada estat stica mas a hip tese levantada para essa vari vel baseada em trabalhos como de Omena 1996 Borba 1993 Seara 2000 e Lopes 2003 foi confirmada no corpus haja vista a concord ncia com a gente ter sido categ rica como n o marcada a gente vai n o ocorrendo casos de a gente com mos a gente vamos entre os curitibanos No caso de n s a concord ncia esperada com mos foi categ rica Ressalta se a ocorr ncia de um 1 caso de n s imos uma forma pouco usada at estigmatizada mas com a presen a da marca de plural portanto com concord ncia As ocorr ncia de n s com formas reduzidas de proparox tonas para parox tonas foi fen meno n o considerado como falta de concord ncia quando nos tempos do imperfeito do subjuntivo e do indicativo mas como um mecanismo da pr pria l ngua para adaptar as exce es s regras entendendo se que a regra seria o padr o m trico das parox tonas Neste caso o fen meno n o considerado como falta de concord ncia mas um mecanismo da pr pria l ngua para adaptar as exce es s regras entendendo se que a regra seria o padr o m trico das parox tonas que s o maioria no PB MASSINICAGLIARI 1999 Neste 69 E Eve E Um caso de a gente com mos e um de n s 3 pessoa foram encontrados mas como havia interrup es como pausa longa gaguejos ou risada entre a realiza o do pronome e a forma verbal os dados n o foram considerados c
178. eguran a que tem no pr prio jardim ali no caso j aconteceu de assaltarem resid ncia a Mas dif cila gente saber assim de confus o assim assalto N o tem acontecido assim Dif cil acontecer CBA 13 sexo masculino faixa et ria mais velha escolaridade prim ria 8 Destaque do locutor Em contexto de fala gen rica voltada a situa es de car ter mais geral marcada pela indetermina o o falante pode resolver inserir coment rio que mostre sua posi o pessoal seja para fazer parte de um grupo ou para distanciar se dele Nesses casos o falante cria um contraste que pode ser representado pelas express es pelo menos ao menos pela mudan a de tempo verbal ou por verbos de dizer sentir e pensar Nos exemplos 20 3 o uso do destaque feito pela informante para mostrar seu posicionamento sobre a seguran a com uso de eu frente a um contexto antes indeterminado com o uso de a gente 113 20 3 F Seguran a a gente n o tem em lugar nenhum Ent o eu acho que se a pessoa for preocupar em seguran a medo disso medo daquilo a pessoa n o vive A pessoa vegeta fica com medo se tranca dentro de casa Se trancar numa c pula de vidro e ficar porque pode aparecer um ladr o e dar um tiro EU posso sair de carro e me esborrachar E eu acho que isso n o est certo CBA 11 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria 9 Distanciamento no tempo constru es hipot ticas h
179. elatado contexto de especializa o do uso de n s no corpus O resultado da vari vel discurso relatado aponta direcionamento oposto por exemplo ao encontrado por Borges 2004 em que a gente com referente espec fico foi o pronome favorecido nos momentos de discurso reportado base de nossa hip tese que nos dados de Curitiba foi refutada A Tabela 7 apresenta os resultados da rodada geral na ordem de import ncia das vari veis sociais selecionadas Na an lise dos resultados expostos na Tabela 7 se considerou interessante fazer men o dos resultados de Setti 1997 Seara 2000 e Zilles 2002 em raz o de serem trabalhos que envolveram dados do VARSUL das tr s capitais Curitiba Florian polis e Porto Alegre No entanto salienta se que as an lises desses trabalhos ou diferem em n mero de entrevistas ou no caso de Setti 1997 no foco da abordagem de n s 173 e de a gente ou nos fatores inclu dos na faixa et ria ou nas escolaridades envolvidas quando se trata da compara o s vari veis sociais consideradas nesta investiga o portanto n o h condi o para cotejos integrais TABELA 7 Resultados probabil sticos de n s e de a gente na posi o de sujeito aplica o a gente vari veis sociais input 64 GRUPOS DE FATORES Aplic Ocor Jo P R Faixa et ria Mais jovens 666 946 70 10 Mais velhos 464 1138 41 33 Sexo Aplic Ocor Jo P R Fem 735 1266 58 oo
180. electual professor por ex renda at dois sal rios m nimos de dois a cinco sal rios m nimos acima de dez sal rios m nimos local da moradia arrabalde periferia e centro calculados atrav s de um escala num rica especialmente desenvolvida Na distribui o geral de dados em Jaguar o foram registradas 1 869 ocorr ncias dos pronomes 26 n s expresso e 21 n o expresso 51 a gente expresso e 1 n o expresso Em Pelotas a distribui o de 2 057 ocorr ncias ficou assim dividida 21 n s expresso e 7 n o expresso 64 a gente expresso e 9 n o expresso Esses resultados indicaram em Jaguar o de acordo com o autor um contexto mais conservador em rela o ao uso de n s Borges ao investigar esse contexto identificou a manuten o de n s n o expresso pelos falantes acima de 50 anos e pelos falantes com escolaridade m dia e superior nestes o uso foi independente da faixa et ria p 122 Na amostra analisada por Borges s o os homens de Pelotas relacionados principalmente classe m dia alta que lideraram o uso de a gente revelando o que o autor chamou de prest gio aberto resultado diferenciado de Jaguar o onde a classe m dia alta foi mais conservadora apresentando percentual menor de a gente comparativamente ao resultado de Pelotas Quanto s vari veis ling sticas no paralelismo formal o uso de a gente foi favorecido nas duas localidades pelo uso de a gente na ora o anterior independ
181. em escolaridade prim ria F Levou quarenta anos para se tornar uma estrada boa essa que sai para Paranagu Com uma hora uma hora e dez por a voc chega l Como n s dizemos d pra comprar o peixe tomar o banho comprar o peixe e voltar pra c CBA 06 sexo feminino faixa et ria mais velha escolaridade secund ria 5 Mudan a de tempo verbal esta estrat gia de indetermina o identificada por Menon ocorre em casos de narrativa geral ou exposi o de fatos A indetermina o ocorre justamente na mudan a do presente atemporal para o passado ou do passado ao imperfeito ou ao presente ou vice versa A ocorr ncia verificada em 17 3 mostra o uso do presente atemporal e a passagem do pret rito perfeito para marcar indetermina o 17 3 Ent o quer dizer o bairro evoluiu muito mas n o aquela evolu o total porque voc v hoje n s temos rua aqui sem sa da Temos quer dizer pouco pouca inint vamos supor assim pra voc sair prum bairro ou pro outro A popula o aumentou pouco tamb m Isso quer dizer Ent o voc tem que ficar Ent o a gente se acostuma j se habituou naquele parado n 6 Adv rbios localizadores esp cio temporais preposi es este tipo de marcadores de indetermina o s o definidos por Menon como pontos de refer ncia para situa es de impossibilidade de realiza o pelo falante ou para localiza o distanciada desse falante o que 112
182. embargador no Tribunal de Justi a e faz n o Ci ncias Sociais Servi o Social na Faculdade Esp rita E a outra trabalha no departamento de pessoal de uma firma aqui na Guilhermina e faz Parapsicologia tamb m na Faculdade Esp rita E E como que o relacionamento entre voc s F Ah a gente se v inf irm s pouco s vezes briga inf irm s com a mais nova a gente quase sempre briga inf irm 1 porque ela sagit rio e eu sou peixes Da ela esquentadinha n s vezes eu me esquento s vezes deixo pra l mas um relacionamento bom E com a mais velha a Ariodete j mais f cil que ela tamb m de peixes sabe e me entende mais e a gente conversa inf irm 2 mais CBA 09 sexo masculino faixa et ria mais velha escolaridade ginasial H outros casos em que o t pico apresenta temas como namoro e ou casamento circunst ncias nas quais o informante diretamente envolvido e portanto n s e a gente tem como referente identific vel eu n o pessoa mas muitas das ocorr ncias apresentam contextos em que h ambigiiidade pois se consegue interpretar mais de um referente e a busca anterior ou posterior no t pico n o apresenta introdu o de referentes de forma clara Enfim a inten o foi mostrar que mesmo que com pouca exemplifica o destacada a quest o da multirreferencialidade de a gente e de n s est representada no corpus de Curitiba O que n o se oferece por ora
183. emplo 3 3 o entrevistador questiona a informante sobre o que significa footing j que ela j havia dito que depois da matin n s faz amos o footing Quando a informante responde j esclarece a refer ncia informando que fazia o footing com as amigas express o retomada por n s eu n o pessoa 3 3 E footing F E com as amigas N s pass vamos at um trecho da Rua Quinze CBA 06 sexo feminino faixa et ria mais velha escolaridade secund ria F informante e E entrevistador nos exemplos que seguem 99 O exemplo 4 3 interessante pois se pode perceber a estrat gia do informante em contrastar graduar o uso gen rico de a gente voc com o uso de eu como destaque para seu posicionamento o que marca a diferen a sem ntica entre eu e a gente que se alinha com voc portanto a interpreta o tem toda a caracter stica de ser gen rica As perguntas do entrevistador e a resposta anterior do informante s o importantes para se confirmar a interpreta o 4 3 E o pessoal e o pessoal vai vestido car ter assim ou vai vontade F N o vai vontade Vai assim esporte car ter n o d n Ainda mais com esse calor a E E nem por exemplo os que s o coronel tal n o v o com uniforme F N o n o V o assim esporte A gente nem sabe quem coronel quem Comandante da regi o vai assim esporte Tem Comandante da Regi o aqui voc nem sabe qu
184. ente do referente Em cruzamento entre as vari veis refer ncia espec fica e tempo verbal Borges verificou que com pret rito perfeito 06 Pelotas e 94 Jaguar o o uso de a gente para 69 refer ncia espec fica mais favorecido Segundo ele o pret rito perfeito um dos contextos que favorece a presen a de a gente determinado No pret rito perfeito justamente o tempo verbal que o uso de a gente espec fico apresenta os maiores percentuais nos momentos de maior especifica o e focaliza o da narrativa segundo Borges 2004 O uso de a gente com refer ncia espec fica principalmente em contextos verbais mais pontuais em termos sem nticos como nos casos mais avan ados da escala de sali ncia f nica principalmente graus 6 e 7 refor a a hip tese aqui defendida de que h um movimento quanto ao uso de a gente em dire o aos contextos antes preferencialmente utilizados pela forma n s o que demonstra sua especializa o e o fluxo cont nuo da mudan a BORGES 2004 p 162 163 Borges tamb m defende conforme Omena 1996 e Tamanine 2002 que h um avan o de a gente sobre o dom nio sem ntico anteriormente ocupado por n s uma das caracter sticas das formas em processo de gramaticaliza o Ao analisar a presen a de n s e de a gente em diferentes fun es sint ticas na frase Borges verificou maior n mero de ocorr ncias na fun o de sujeito em Jaguar o 7794 1695 47 n s e 90
185. ente em diversos textos direcionados interpreta o pelos alunos mas nas atividades que envolveram utiliza o de pronomes ou mesmo na apresenta o da classe dos pronomes o uso de a gente n o foi mencionado Em apenas uma das obras foi encontrado exerc cio de substitui o de a gente por n s por m direcionado pelo mesmo molde da apresenta o normativa em que a gente foi mencionado salientar que o uso n s pertinente norma padr o e de a gente n o padr o este portanto devendo ser evitado No aspecto do ensino de l ngua materna e uso dos pronomes pessoais no PB entre outros trabalhos destaca se a abordagem de Freitas 1991 que atrav s do projeto Da pesquisa cient fica gram tica pedag gica uma incurs o no campo dos pronomes pessoais sujeito e paradigmas verbais com base no corpus do projeto NURC levou os resultados das pesquisas ling sticas sobre as atuais mudan as no paradigma pronominal do PB at o ensino de 1 e 2 graus partindo da reflex o ling stica junto aos professores 51 Com a elabora o de manuais o projeto visa orientar o professor sobre aspectos da l ngua materna a serem ensinados o que sempre precedido de uma orienta o te rica e seguido de uma orienta o pedag gica de maneira adequada ao n vel de ensino praticado O manual do 1 grau elaborado pela pesquisadora apresenta assim os pronomes pessoais sujeito na norma culta falada e escrita do PB 1
186. entre homens e mulheres de 13 pontos a favor do uso de a gente pelas mulheres resultado importante para atestar a lideran a das mulheres no uso da forma inovadora 174 A probabilidade mais alta de uso da forma inovadora pelas mulheres vem ao encontro da hip tese formulada sobre o fator sexo seriam as mulheres curitibanas que apresentariam a maior probabilidade de uso de a gente Se for adotada como verdadeira a afirma o de que as mulheres t m uma tend ncia mais conservadora em rela o ao uso de formas ling sticas estigmatizadas LABOV 1990 os resultados apontam para a gente como forma n o marcada socialmente na fala dos curitibanos atestando no corpus que as mulheres aceitam mais a inova o do que os homens e que se as mulheres est o frente da mudan a a forma prestigiada socialmente MONTEIRO 1994 p 50 Os resultados de Seara 2000 com 66 de probabilidade do uso de a gente em Florian polis pelas mulheres Zilles 2002 em Porto Alegre onde as mulheres lideram a mudan a com 56 e Setti 1997 em dados das tr s capitais do sul do pa s com 63 para uso de a gente pelas mulheres possibilitam concluir grosso modo que as mulheres apresentam se frente da mudan a nas tr s capitais do sul do pa s Ao serem cruzadas as fregii ncias sexo e faixa et ria se verificou que as mulheres mais jovens apresentam o maior uso de a gente 81 entre sexo e determina o as mulheres s o as que mais usam
187. equeno ou intermedi rio e indeterminado e pequeno ou intermedi rio e determinado os resultados indicam uma neutraliza o 55 e 50 que de acordo com Omena pode significar que a gente estaria perdendo a marca de indetermina o como aconteceu com on em franc s que na altern ncia com nous caracterizado por Laberge 1977 como definido idem p 204 No estudo da varia o n s a gente na fun o de sujeito sob perspectiva dos fatores sociais destaco os resultados das vari veis faixa et ria e escolaridade Na sua pesquisa Omena verificou que o uso de a gente apresentou maior probabilidade na faixa et ria mais jovem um forte indicativo segundo a Teoria Socioling stica de um processo de mudan a ling stica em curso 7 a 14 anos 74 e 15 a 25 67 para a gente 26 a 49 anos 64 e 50 a 71 anos 78 para o uso de n s No fator escolariza o o ndice de 78 de uso de n s pelos adultos e 52 pelas crian as com n vel de escolaridade ginasial crian as com prim rio apresentam probabilidade de 0 9 para uso de n s explicado por Omena como poss vel reflexo desse n vel de escolaridade em que se estudam as conjuga es verbais O uso do pronome n s quando testado entre falantes com escolaridade prim ria e secund ria apresentou respectivamente os pesos relativos de 66 e 61 Essa diferen a entre os n veis prim rio e secund rio de apenas 5 pontos foi considerada n o relevante pela pesquisadora
188. er frases representam uma s rie relativamente mais est vel mais fechada na l ngua J o resultado do registro total dos verbos plenos foi de 1 691 ocorr ncias divididas entre 927 com a gente e 764 com n s Do total foram identificados 136 diferentes itens junto ao uso de n s e 196 com a gente 85 verbos usados em comum entre os dois pronomes ou seja uma s rie mais aberta do que as per frases m ximo de 19 casos conforme citado no par grafo anterior e j mencionado na explica o dessas defini es Os 85 verbos plenos comuns ao uso de n s e a gente no corpus est o listados no Anexo 4 Na tabela 1 apresentada a sele o das per frases encontradas tanto com n s quanto com a gente que foram codificadas para leitura no VARBRUL j que aquelas que n o ocorreram junto dos dois pronomes representaram nocaute na rodada estat stica e foram retiradas Por raz es pr ticas se definiu um ponto de corte e se estabeleceu um n mero m nimo de 10 ocorr ncias da per frase junto a pelo menos um dos pronomes para que o verbo tivesse identifica o espec fica na composi o da vari vel Dessa forma se decidiu por um 5 Ea a 62 r n mero intermedi rio para testagem da vari vel que abrangesse uma quantidade 9 Ver se o 3 2 sobre funcionamento do Varbrul programa estat stico utilizado para an lise dos dados Cf Guy e Zilles 2007 p 153 nota 7 O que conta como um n mero pequeno de dados varia
189. erbos epist micos e de estado como os maiores condicionadores da presen a de n s percebeu se a import ncia de se considerar uma classifica o sint tico 24 entrevistas trabalho de qualifica o Total de entrevistas analisadas na tese 32 123 sem ntica dos verbos Obviamente a distin o de enfoque entre a gram tica tradicional e a sem ntica apresenta diferen as substanciais impeditivas de uma an lise correlacionada diante da composi o da vari vel aplicada na an lise preliminar sobre os dados de Curitiba Entre essas diferen as salienta se o fato de que na abordagem sem ntica como apresentada por Borba 1990 a gama de verbos de estado inclui n o s os tradicionais verbos de liga o mas tamb m muitos dos verbos tradicionalmente classificados pela sintaxe como verbos de a o portanto atendendo somente a uma pequena parte dos verbos de estado na abordagem tradicional por outro lado a classifica o dos verbos de a o tamb m diferenciada pois estes podem fazer parte do grupo sem ntico dos verbos de estado quando n o apresentam uma a o mas sim um estado permanente Enfim a constru o da vari vel tipos de verbo conforme defini o tradicional certamente abriu caminhos mas implicou em limita es na observa o dos resultados diante dos pronomes em estudo Em busca de outra forma de organiza o da vari vel verificou se a abordagem de Neves 2000 p 25 tamb m sob o aspecto sem nt
190. erca de aboutness afirmando que ele se manifesta mediante enunciados formulados pelos interlocutores a respeito de um conjunto de referentes expl citos ou infer veis concernentes entre si e em relev ncia num determinado ponto da mensagem Assim as propriedades definidoras da categoria t pico s o as de centra o e organicidade A discuss o de Koch et alii 1992 retomada por Jubran 2006 e esta salienta que na conversa o um tipo de intera o em que a elabora o e a manifesta o verbal s o quase simult neas h processamento e organiza o do texto falado pois a conversa o implica uma constru o colaborativa pela qual um turno n o simples sucessor temporal do outro mas produzido de alguma forma por refer ncia ao anterior H portanto uma proje o de possibilidades em que um elemento no turno antecedente desencadeia no turno seguinte JUBRAN 2006 p 90 Diante disso o segmento discursivo se caracteriza como elemento 84 mais amplo do que o turno uma unidade transfr stica cujos limites podem ser reconhecidos com alguma seguran a e objetividade na composi o da mesma forma operacionaliz vel do t pico discursivo A motiva o central da constitui o de um t pico discursivo a converg ncia da conversa dominantemente para um mesmo assunto amoldando se a uma mesma estrutura de relev ncia t pica DASCAL amp KATRIEL apud JUBRAN 2006 p 91 Conforme j introduzido
191. essoa do plural A gente compreende como estas cousas acontecem em nossas vidas cf CBr 12 A forma possessiva da gente n o citada Azeredo 2008 insere a seguinte observa o ao tratar de pronomes pessoais idem p 176 Obs 3 Os brasileiros empregam em geral a forma a gente especialmente na l ngua falada semiformal e informal como equivalente a n s seja com um valor gen rico indeterminado como o do pronome se n o se sabe a gente n o sabe seja para refer ncia d itica situacionalmente identificada Neste caso j se pode observar a identifica o do uso de a gente em estilo oral e escrito pois entende se que especialmente n o quer dizer exclusivamente com maior formalidade uso n o considerado por nenhum dos autores de gram tica aqui investigados al m da refer ncia s possibilidades de determina o ou indetermina o conforme ocorre com o uso de n s Na apresenta o dos pronomes possessivos n o houve refer ncia ao uso de da gente Em Bechara 2009 p 166 o coment rio e o exemplo sobre a gente na lista de observa es s o os mesmos da gram tica de 2001 O mesmo ocorre para as considera es sobre uso do possessivo p 184 conforme exposto acima No subt tulo O possessivo em refer ncia a um possuidor de sentido indefinido o autor explica que se o possessivo fizer refer ncia a pessoa de sentido indefinido seja expresso ou seja sugerido pelo sentido da ora
192. gramaticaliza o e da Teoria Variacionista WEINREICH LABOV amp HERZOG 1968 Os procedimentos t cnicos quantitativos utilizados na an lise dos dados relativos aos contextos favorecedores da altern ncia das formas pronominais n s a gente e da gramaticaliza o de a gente investigados tiveram por base o pacote de programas estat sticos VARBRUL PINTZUK 1988 Entre os resultados obtidos na amostra destaca se que o pronome a gente em varia o com n s apresentou maior tend ncia de uso entre as curitibanas mais jovens e que o texto descritivo e os verbos estativos s o contextos de reten o do uso de n s entre os informantes A expressiva ocorr ncia de a gente na fun o de sujeito indica sua especializa o est gio avan ado da gramaticaliza o segundo Hopper 1991 e o seu uso nesta fun o apontou significativa presen a como determinador sentido preferencialmente representado pelo uso de n s at ent o fatos importantes para constata o do fluxo cont nuo no processo de mudan a de a gente No caso da redu o fon tica a gente gt a ente os dados reduzidos representaram apenas 15 entre as ocorr ncias de a gente o que se considera um n mero pequeno para afirma es seguras mas fato que precisa ser tratado como mostra de que o fen meno ocorre e que deve merecer observa o mais aprofundada Palavras chave socioling stica variacionista varia o pronominal n s a gente gramaticaliza o de a ge
193. gua para resolver o impasse criado pelo problema da avalia o ou seja o como as representa es subjetivas mudam o funcionamento do sistema sem comprometer o sistema enquanto tal e O problema da implementa o se pauta na discuss o de causas e efeitos da mudan a ling stica ou seja por que a mudan a ocorre de uma forma e n o de outra Essa discuss o envolve fatores sociais e ling sticos e o pr prio objeto de estudo da teoria suscitando a necessidade de integra o entre o processo de estrutura o da l ngua e a realidade s cio hist rica Tais problemas levantam questionamentos que ser o considerados nesta investiga o a fim de na medida em que for poss vel serem dadas respostas diante dos fen menos estudados Portanto no modelo variacionista contextos estruturais ling sticos correlacionados a fatores sociais seriam condicionantes simult neos de unidades e regras vari veis que constituem a estrutura da l ngua A teoria prega que poss vel prever a varia o em determinados contextos atrav s dessas regras vari veis um princ pio desenvolvido inicialmente por Labov 1978 que contestou as regras categ ricas da gram tica gerativa 81 Assim regras vari veis se configurariam a partir da exist ncia de duas ou mais formas em concorr ncia em um mesmo contexto de uso e cuja escolha depende de fatores internos ling sticos ou estruturais e externos sociais O conceito das regr
194. i 1997 e Godoy 1999 originados de dados do VARSUL do Paran O trabalho pioneiro sobre a altern ncia entre o uso de n s ou de a gente de Omena realizado em 1978 publicado em 1996 Segundo ela o uso de a gente no lugar de n s caracteriza no PB um processo de mudan a ling stica numa esp cie de continuum que come a em contextos onde n o h varia o e vai at a substitui o completa de uma forma pela outra Omena analisou amostra de fala popular pertencente ao banco de dados do Projeto Censo Ling stico do Rio de Janeiro CENSO envolvendo 64 entrevistas de informantes cariocas O corpus est dividido em tr s faixas et rias 15 25 anos 26 49 anos e 50 anos ou mais tr s n veis de instru o 1 a 4 s rie do prim rio 5 a 8 s rie do gin sio e 2 grau sexo masculino e feminino A pesquisa de Omena 1996 1978 centrada na altern ncia do uso de n s e a gente considerando comuns entre as formas os tra os de 1 pessoa gramatical e pluralidade observada tamb m a possibilidade de n s e a gente serem consideradas formas amb guas de refer ncia primeira pessoa do plural e primeira pessoa do singular em contextos determinados Segundo ela a origem de a gente pode ser relacionada 55 necessidade de na primeira pessoa do discurso no plural contrapor uma refer ncia precisa a uma imprecisa idem p 190 o que se considera como motiva o altamente relevante Das 6
195. ia de formas n o preenchidas tamb m ocorre de maneira significativa Por m no uso de n s a baixa frequ ncia encontrada de formas n o preenchidas em contraposi o s ocorr ncias preenchidas de n s 221 954 23 tamb m aponta uma presen a significativa do preenchimento do pronome o que vai em dire o contr ria id ia de que a presen a da marca de concord ncia seria suficiente para impedir a realiza o do pronome pois mesmo com a marca da flex o verbal de 1 pessoa do plural o pronome realizado Os resultados do Gr fico 2 v o ao encontro do que como j dito afirmou Duarte 2003 sobre o fato de o portugu s considerado uma l ngua de sujeito nulo estar em uma fase de mudan a na qual em especial na refer ncia primeira e segunda pessoas ocorre uma evolu o para uma marca o pro drop negativa ou seja para uma l ngua de sujeitos plenos ou preenchidos 154 Por m outras considera es podem ser feitas sobre os resultados do Gr fico 2 pois se trabalhou com dados da oralidade e nesse tipo de dado h situa es diferenciadas da escrita que merecem aten o Para isso retoma se a discuss o de Menon 2000 sobre o preenchimento do pronome de 1 pessoa no PB com foco especial na oralidade na qual a autora aponta duas quest es problem ticas sobre a manuten o da id ia da redund ncia do sujeito pleno junto morfologia verbal entendida como representativa da no o de pessoa 1 h r
196. ico enquanto uma das escolaridades mais altas o secund rio favorece a gente a mais alta escolaridade da amostra corresponde aos universit rios 193 Em princ pio na an lise da escolaridade se poderia esperar o contr rio o falante mais escolarizado usaria mais n s justamente pela alta exposi o ao tratamento formal da l ngua praticado pela escola o que acaba por n o ser validado nos dados de Curitiba Pela discuss o feita sobre o tratamento de a gente nas gram ticas e dicion rios n o seria por via do ensino formal ou de fontes padronizadoras de informa o sobre a l ngua que o uso de a gente se apresentaria dessa forma no corpus Ent o outros fatores ou outras formas de manuten o do uso de a gente no discurso do informante s o as que realmente importam quando se trata de l ngua falada H uma rede complexa de circunst ncias que atuam como for as de controle no emprego de n s e de a gente na fala dos informantes mas entre elas o ensino formal parece ser uma das que tiveram menor import ncia nos dados investigados A an lise dos tipos de texto vari vel inovadora se em contraste com trabalhos antecedentes sobre n s a gente trouxe resultados significativos investiga o pois permitiu relacionar entre outros fatores os pronomes aos verbos e per frases aos tempos verbais e s caracter sticas sem nticas da in determina o sob a condi o de identifica o do tipo de intera o entre os inter
197. ico que divide os verbos em tr s grandes grupos din micos de processo e n o din micos ou de estado Segundo ela os verbos din micos exprimem uma a o ou atividade e incidem sua a o sobre objetos j os verbos de processo exprimem uma a o ou atividade que incide sobre os sujeitos e por fim os verbos de estado indicam a exist ncia n o implicando uma a o sobre o sujeito ou sobre o objeto A classifica o de Neves quanto aos verbos din micos pareceu interessante an lise aqui desenvolvida isso a partir de sua classifica o conforme express o de a o sobre objetos ou sujeitos pois os verbos de a o din micos conforme identificados na an lise preliminar foram os que apresentaram maior probabilidade de ocorr ncia com a gente entre os demais tipos considerados Neves 2000 classifica os verbos din micos de acordo com a transitividade verbal em a verbos com modifica o no objeto exemplo construir fazer quebrar b verbos factitivos de atitude sentimental como por exemplo lamentar admirar se ter a percep o de e epist micos como saber descobrir observar c verbos de elocu o como dizer cochichar afirmar d verbos causativos fazer com que provocar causar e verbos modais poder dever Com a leitura de Travaglia 1991 identificou se uma abordagem ainda mais interessante e foi nela que os caminhos aqui percorridos na composi o da vari vel tipo de verbo se embasaram clar
198. idade discutida por Benveniste 1976 para quem se constitui pessoa o eu e o n o eu tratados por ele como participantes do di logo Diferentemente da tradi o gramatical Benveniste considera que a liga o entre locutor e interlocutor durante o processo de comunica o o discurso e que este comporta apenas duas pessoas a primeira pessoa o eu locutor e a segunda pessoa o n o eu interlocutor Por m h circunst ncias do discurso que remetem a n o pessoa que n o locutor nem interlocutor e que compreende tanto seres vivos quanto objetos a chamada terceira pessoa do discurso ele Assim eu e n o eu s o marcados quanto pessoa representada pelo locutor e pelo interlocutor na enuncia o enquanto que a n o pessoa n o marcada pela rela o de pessoalidade o que possibilita a sua pluraliza o J o eu e o n o eu n o sofrem pluraliza o multiplica o mas amplia o isto aumentam seu conte do e sua abrang ncia n o se pode pluralizar eu eu nem tu tu sem mudar de pessoa N s representa o caso do eu ampliado o eu abrange o n o eu e ou a n o pessoa A perspectiva de Benveniste sobre pessoa autoriza os casos de indetermina o com pronome pessoal expresso fato que as gram ticas normativas omitem pois ignoram que o pronome pessoal n s possa ser indeterminador No caso de a gente reconhecido seu tra o indeterminador mas desconsideradas sua possibilidade de determina o e a sua fun
199. ido do artigo a e em refer ncia a um grupo de pessoas em que se inclui a que fala ou a esta sozinha passa pronome e se emprega fora da linguagem cerimoniosa Em ambos os casos o verbo fica na terceira pessoa do singular verdade que a gente s vezes tem c as suas birras AH 4 II 158 BECHARA 2001 p 166 grifo nosso 2 Conforme explica o dada em Bechara 2001 p 112 unidades categorem ticas os pronomes que s o formas sem subst ncia isto porque apresentam apenas ou em primeiro lugar um significado categorial sem representar nenhuma mat ria extralingi stica RQ 1 108 Raquel de Queiroz O brasileiro perplexo Rio de Janeiro Editora do Autor 1963 2 AH Alexandre Herculano Lendas e narrativas 2 vols Lisboa 1876 44 Nos pronomes possessivos no subitem O possessivo em refer ncia a um possuidor de sentido indefinido Bechara retoma o mesmo exemplo de Alexandre Herculano usado na cita o que destacamos acima p 166 para ilustrar a seguinte prescri o Se o possessivo faz refer ncia pessoa de sentido indefinido expresso ou sugerido pelo significado da ora o emprega se o pronome de 3 pessoa verdade que a gente s vezes tem c as suas birras disse ele com certo ar que seria ser fino e sa a parvo AH 4 II 158 p 185 E acresce p 185 Se o falante se inclui no termo ou express o indefinida usar se o possessivo de 1 p
200. ii stico sociais Se a varia o faz parte dos processos de mudan a e a mudan a fator presente na gramaticaliza o ser necess rio tratar desses conceitos a fim de melhor compreender a rela o entre eles 2 2 A sociolingii stica variacionista a varia o e a mudan a lingii stica Segundo a Teoria Socioling stica as l nguas apresentam diversidade em todos os n veis de sua estrutura o Essa diversidade consiste numa heterogeneidade estruturada o dom nio por parte do falante de estruturas heterog neas serve s necessidades discursivas desse falante e parte de uma compet ncia monol ngiie e constitui o cerne do modelo como LABOV 1972 1990 1994 2001 WEINREICH LABOV amp HERZOG 1968 A teoria pressup e que poss vel estabelecer regularidades nas varia es apresentadas na l ngua em decorr ncia de seu uso seja por um nico falante ou por uma determinada comunidade de fala entendida aqui conforme definiu Labov 1972 p 158 a speech community cannot be conceived as a group of speakers who all use the same forms it is best defined as a group who share the same norms in regard to language 3 Para a teoria a homogeneidade que se constitui em um problema para o sistema da l ngua j que esta compreendida como em permanente processo de mudan a portanto nunca homog nea Baseando se ent o na possibilidade de sistematizar a heterogeneidade das l nguas pela an lise em tempo aparente a
201. imeiros s o empregados exclusivamente como pronomes e os outros o s o acidentalmente Pereira trata o substantivo gente como pronome acidental em constru es retiradas da literatura e em todas elas o substantivo gente j est acompanhado pelo artigo a O que lhe p de fazer a gente R da S Od 57 A gente que lhe importa que a roubassem ou n o que a gente estava no quintal A C O doente 4 5 PEREIRA 1935 p 463 O mesmo autor na Gram tica Expositiva 1943 na apresenta o da se o de pronomes pessoais subt tulo O reflexivo se lista os mesmos substantivos da cita o exposta em Pereira 1935 p 452 reproduzida acima no entanto registra a gente a substantivo e n o mais gente e explicita a rela o com a 3 pessoa todos esses pronomes s o gramaticalmente da 3 pessoa embora os de rever ncia se refiram logicamente pessoa com quem se fala 2 PEREIRA 143 p 329 Pereira registra dois exemplos de uso p 329 n o de fonte liter ria 1 A gente x ll n o sabe que fazer 2 Venha com a gente conosco No primeiro exemplo poss vel interpretar dois sentidos a gente a substantivo gente coletivo e a gente n s Dessa forma no exemplo 1 a refer ncia pode ser gen rica em ambos os casos j que no aspecto formal a flex o verbal permanece na 3 pessoa No entanto haveria possibilidade de no discurso interpretar se a gente como
202. in rias apresentaram duas ocorr ncias codificadas em rela o s vari veis controladas mas apenas uma continha a codifica o como bin ria O mesmo se deu nas segii ncias tern rias levando se em conta uma segii ncia com tr s ocorr ncias das formas pronominais Dessa forma outra leitura da divis o de ocorr ncias pode ser feita da seguinte maneira 1 333 dados de ocorr ncia isolada 55 de uso de a gente 1 001 multiplicado por 2 dados em segii ncia bin ria 57 de uso de a gente e 347 multiplicado por 3 dados em segii ncia tern ria 54 de uso de n s perfazendo o total de 5 235 dados de an lise Nos resultados probabil sticos obtidos atrav s do VARBRUL em Tamanine 2002 consideraram se rodadas distintas em que as tr s categorias de dados definidas foram testadas Duas rodadas ser o aqui comentadas a primeira referente s ocorr ncias isoladas e a segunda somando os dados das segii ncias bin rias e tern rias No caso da rodada com dados de ocorr ncia isolada n mero de ocorr ncias mais significativo entre as tr s categorias em que foi dividido o corpus o fator faixa et ria foi o primeiro selecionado com 59 de probabilidade para o uso de a gente pelos mais jovens Entre as localidades pesquisadas em Tamanine 2002 Blumenau apresentou maior peso para aplica o de a gente 55 e Chapec o maior peso relativo para o uso de n s 58 nesse tipo de ocorr ncia 62 Nos dados de ocorr ncia isolada
203. ina o do referente tomou se por refer ncia para sua aplica o os trabalhos de Menon 1994 1995 1996 Setti 1997 e Godoy 1999 e Tamanine 2002 que mostraram resultados relevantes para a gente com uso mais geral indeterminador gt Poderia se pensar em uma possibilidade diferenciada de abordagem a ser adaptada para este tipo de an lise como a apresentada por Lopes 2003 p 94 96 baseada no aparato te rico constitu do tanto da teoria gerativa como da funcionalista e aplicada em corpus de dados escritos Com base na adapta o de escala da proposta da hierarquia da indefinitude GIV N 1979 e CROFT 1993 apud LOPES 2003 a pesquisadora aplica para gente 107 Por outro lado de acordo com Omena 1996 p 204 a gente estaria perdendo a marca de indetermina o como aconteceu com on em franc s que na altern ncia com nous caracterizado por Laberge 1977 como definido Resultados de Tamanine 2002 mostraram o uso de a gente na determina o em pesos pr ximos de 50 49 nas ocorr ncias isoladas e 50 nas ocorr ncias em paralelismo o que indicou no corpus estudado a presen a significativa de a gente tamb m no campo da determina o um ind cio de avan o em seu status de gramaticaliza o Esses resultados sustentaram para os dados de Curitiba a hip tese de que neste grupo de fatores entre n s e a gente o uso de a gente apresentar avan o significativo na determina o enquanto que o u
204. independente determina o compreender a identifica o de d pronome determinado i pronome indeterminado p ambigiiidade situa es em que a classifica o entre determina o e indetermina o do referente n o pode ser realizada por inexist ncia de elementos caracterizadores na unidade de an lise 114 3 3 2 2 Discurso relatado Pesquisas como as de Menon amp Loregian Penkal 2002 sobre a varia o de tu e voc de Amaral 2003 sobre a concord ncia verbal de segunda pessoa e Borges 2004 j apresentada na se o 1 4 abordaram a vari vel discursiva discurso relatado reportado com o objetivo de verificar se o comportamento das vari veis em estudo quando presentes no discurso relatado direto em narrativas seria diferenciado em outros contextos discursivos pois na composi o do dizer dos informantes pode estar explicitamente presente a voz de outros e que isso pode motivar o uso diferenciado de variantes ZILLES amp FARACO 2002 p 15 De acordo com Zilles amp Faraco 2002 p 41 o discurso reportado representaria na enuncia o uma mudan a de foco que pode ser refletida na linguagem Se o falante vem empregando um certo registro em sua fala e muda para outro registro no caso de discurso reportado essa dire o deveria aparecer na an lise de v rios fen menos simult neos Por exemplo al m de empregar mais n s do que a gente o falante tamb m empregaria mais concord
205. ino 219 489 45 44 7 Tipo de texto 4 Tipo de texto Narra o 101 138 73 64 Narra o 397 853 147 55 Injun o 26 37 70 55 Injun o 27 68 40 35 Disserta o 219 340 64 53 Disserta o 252 349 72 65 Descri o 11 64 17 14 Descri o 32 120 27 30 8 Discurso relatado 7 Discurso relatado Discurso geral do inf 367 587 63 52 Discurso geral do inf 757 1441 51 Disc re terceiros 1 9 11 01 Disc rel terceiros 1 28 4 12 Disc Pr prio inf 1 14 T NEI 9 Escolaridade 6 Escolaridade Gin sio 98 128 77 67 Gin sio 196 415 48 45 Prim rio 71 106 67 57 Prim rio 177 373 47 38 Superior 115 195 59 45 Superior 106 289 37 51 Secund rio 84 167 50 38 Secund rio 280 411 68 64
206. inreich Labov e Herzog 1968 a sistematiza o de cinco problemas considerados cl ssicos problema das restri es constraints problem problema da transi o transition problem problema do encaixamento embedding problem problema da avalia o evaluation problem e problema da implementa o actuation problem a O problema das restri es trata da defini o das condi es que favorecem ou n o as mudan as e qual seria o conjunto das mudan as ling sticas poss veis As respostas remetem a uma tipologia das mudan as e um conjunto de regras gerais nos processos de mudan a o que criticado pelo pr prio Labov 1982 em raz o de que uma restri o universal implica em busca por uma faculdade da linguagem isolada o que contradiria o desenvolvimento da teoria at ent o Labov sugere ent o que o problema das restri es seja fundido com o problema do encaixamento b O problema da transi o remete teoria da mudan a a defini o e an lise do percurso pelo qual cada mudan a se efetiva Nesse caso a quest o surgida se refere forma como a mudan a ocorre se por etapas discretas ou em um continuum o que marca fortemente a diferen a entre a concep o socioling stica e saussureana c O problema do encaixamento focaliza o modo de concep o da mudan a dentro da estrutura ling stica e o problema se volta a saber a natureza e extens o do encaixamento Esse encaixamento de dividiu em dois mbitos en
207. ior 188 84 5 2 0 0 0 0 3 1 23 10 5 2 0 0 224 Total reduzidas 48 7 2 3 107 47 8 1 085 Total geral 863 80 222 20 Total por variante Variante 1 923 85 Variante 2 162 15 185 Destacou se frequencialmente no agrupamento das formas reduzidas a realiza o a ente com 10 do total das 1 085 ocorr ncias 107 1 085 10 Dos 107 casos de a ente se agrupadas as escolaridades prim rio e gin sio como uma categoria e secund rio e superior como outra verifica se que a frequ ncia de ocorr ncias dobra conforme aumenta a escolaridade 36 casos para prim rio e gin sio e 71 casos para secund rio e superior ou seja o uso de a ente aumenta conforme aumenta o n vel de escolaridade Entre mulheres e homens a distribui o aproximada 58 casos entre mulheres e 49 entre os homens J na faixa et ria s o os mais jovens que apresentam o maior n mero de realiza es de a ente 75 casos Ao se pensar sob a perspectiva de que a redu o um avan o na gramaticaliza o de a gente ou seja uma inova o nesse processo os resultados para a ente como nova forma inovadora s o importantes pois a realiza o reduzida com fregii ncia mais expressiva na Variante 2 frente do uso de a ente est o as mulheres os mais jovens e aqueles com maior escolaridade Essa distribui o segue a mesma linha da forma plena a gente no corpus e pode ser discutida na seguinte dire o se as mulheres consideradas c
208. is adiante a gente volta a ser mencionado e denominado pronome As refer ncias exemplificadas segundo os autores s o para eu n s plural e para eu singular A gente funciona sobretudo na l ngua falada como pronome e exige a terceira pessoa do singular designando normalmente um grupo em que o falante tamb m se inclui A gente tem que olhar pelo nosso futuro ningu m o vai fazer por n s podendo contudo referir se a uma nica pessoa Voc n o acredita como a gente tratada l na aula sou tratada de c o para baixo VILELA E KOCH 2001 p 216 Na observa o do exemplo para refer ncia 1 pessoa do singular a retomada de a gente por eu question vel haja vista o uso de a gente poder ser interpretado como a turma toda ou todas as meninas infer vel pela concord ncia no feminino em tratad a e a pausa marcada pelo sinal de dois pontos marca a mudan a de refer ncia dando destaque ao enunciador No trato dos pronomes possessivos foi considerada a possibilidade de encontrar refer ncia l forma da gente por m nenhuma observa o nesse sentido feita 1 Observa o feita pelo Prof Jos Luiz da Veiga Mercer em an lise deste trabalho na vers o para qualifica o 43 Bechara 2001 na 37 edi o revista e ampliada da sua gram tica em se o dedicada categoria dos pronomes a define como classe de palavras categorem ticas que re ne unidades em n mero
209. is velha escolaridade ginasial Portanto as per frases analisadas tiveram como fator de c mputo de n mero de ocorr ncias a composi o de verbos V1 V2 na forma do infinitivo para V1 ter ir estar etc flex o verbal de V2 R infinitivo NDO ger ndio DO partic pio passado a fim de ser permitida a identifica o de formas recorrentes diante da diversidade de constru es 127 encontradas O tempo de refer ncia da per frase foi considerado pelo momento do evento relacionado ao tempo verbal do auxiliar V1 e a partir deste a a o descrita no verbo pleno V2 como um momento de evento posterior ou posterior e pr ximo Os verbos plenos tiveram sua apresenta o feita a partir das formas do infinitivo e sua organiza o por fregii ncia de ocorr ncia Foram identificadas tamb m flex es de tempo com que os verbos se apresentaram nas entrevistas analisadas na composi o da vari vel tempo verbal descrita adiante Feito o levantamento geral dos verbos nos moldes acima apresentados entre as per frases encontradas 203 casos ocorreram com a gente e 190 com n s totalizando 393 ocorr ncias Quando comparado apenas ao n mero de verbos plenos comuns a n s e a gente registrados 85 o n mero de verbos auxiliares auxiliantes utilizados tanto com n s quanto com a gente na composi o das diferentes per frases foi praticamente o mesmo 19 com a gente e 17 com n s resultado que resgata a informa o de que as p
210. ito expl cito n o havendo varia o entre as formas pronominais 3 ocorr ncias de pronome n s nulo ou preenchido com verbos plenos ou per frases com fun o de marcadores conversacionais tais como digamos vejamos e vamos dizer vamos supor entendidos como formas cristalizadas 4 ocorr ncias repetidas e cont guas de n s e de a gente acompanhadas de forma verbal cujas marca es referentes s normas de transcri o do projeto VARSUL indicavam tratar se de gaguejo ou repeti o decorrente da hesita o pelo falante na emiss o do enunciado 5 situa es de ambigiiidade ou d vida na classifica o de contextos determinados e indeterminados no uso de n s e de a gente e de realiza es fon ticas de a gente Estas situa es foram consideradas na an lise ling stica mas n o na estat stica 146 3 7 O VARSUL e a amostra utilizada O Banco de Dados utilizado para a pesquisa foi o VARSUL Varia o Ling stica Urbana da Regi o Sul do Brasil em espec fico os dados referentes cidade de Curitiba capital do estado do Paran localidade ainda n o investigada no tema espec fico desta tese exceto pelo estudo inicial de Borba 1993 com 04 entrevistas e pela abordagem de Setti 1997 conforme exposto no item 1 4 1 O projeto VARSUL teve sua elabora o efetivada em raz o do trabalho conjunto de pesquisadores professores e alunos das universidades federais do Paran UFPR Santa C
211. ito perfeito 173 146 84 estando a maioria das parox tonas com a gente no pret rito imperfeito 589 379 64 Nos monoss labos e ox tonos todas as fregii ncias s o mais altas para o uso de a gente acima de 90 e o tempo verbal mais frequente o presente Foram cruzados tamb m os dados de tipo de verbo e tonicidade e nas parox tonas os tipos de verbos controlados apareceram em maior fregii ncia com n s exceto sair 16 casos no presente sai 27 casos no pret rito imperfeito sa a e 4 casos no pret rito perfeito saiu registrados com a gente e saber 21 casos no presente sabe e 6 casos no pret rito imperfeito sabia No caso dos verbos ter e ir os mais recorrentes do corpus o verbo ter apresenta a maioria dos casos com n s 155 208 75 assim como o verbo ir 59 111 53 por m este com diferen a percentual mais baixa do que ter em rela o ao pronome a gente Pelos cruzamentos os resultados de distribui o permitem visualizar no corpus que a gente est relacionado s formas verbais monoss labos e ox tonos em especial no presente ir ver saber e fazer e n s com formas parox tonas em especial o verbo ter no presente e no pret rito imperfeito com formas reduzidas de proparox tona 68 E At PA Os resultados em termo de n mero de ocorr ncias a fregii ncia e ou percentuais apresentados servem para a verifica o da distribui o dos fatores no corpus e n o s o considerados ja
212. ixa et ria Em percentuais na faixa et ria mais jovem houve 89 de ocorr ncias de a gente e entre os mais velhos 22 Em pesos relativos a tend ncia dos falantes mais jovens usarem a gente foi de 80 enquanto que o uso de n s pelos mais velhos apresentou peso ainda mais alto 92 A pesquisa de Setti 1997 versou sobre formas de indetermina o do sujeito em dados de fala popular das tr s capitais dos estados do sul do Brasil Curitiba Florian polis e Porto Alegre Setti analisou 72 entrevistas do VARSUL divididas igualmente entre as cidades de Curitiba Florian polis e Porto Alegre Na pesquisa foram envolvidas 13 variantes poss veis para indetermina o do sujeito SETTI 1997 teve como par metro para sele o das variantes o trabalho de MENON 1994 produzido com dados do Banco Norma Lingii stica Urbana Culta NURC SP SETTI acresceu ao grupo de variantes definidas por MENON a variante tu n o encontrada no NURC SP mas presente no VARSUL Entre as variantes abordadas no trabalho de Setti ser o tratados os resultados relativos aos pronomes n s e a gente e cidade de Curitiba quando da possibilidade de compara o e an lise com os resultados ora apresentados Em c mputo geral sobre as 8 812 formas de indetermina o do sujeito estudadas de acordo com os resultados probabil sticos de Setti 1997 apesar da pouca diferen a em rela o ao ponto neutro foram as mulheres de Curitiba que apresentaram o maior peso relati
213. jeito Entre as demais fun es destacaram se em n mero de ocorr ncias os adjuntos adnominais sendo que no caso os possessivos as ocorr ncias de nosso e suas flex es s o muito mais frequentes quase 8 vezes mais ocorr ncias do que a forma da gente Apesar do pequeno n mero de dados a presen a da forma da gente atesta a entrada de a gente em um dos fortes redutos do uso de n s no corpus o possessivo O cap tulo da apresenta o e discuss o dos resultados encerrado a fim de se tecer as considera es finais sobre a investiga o realizada envolvendo a varia o n s a gente e a gramaticaliza o de a gente no corpus de Curitiba 192 5 CONSIDERA ES FINAIS Diante do levantamento dos dados sobre a varia o n s a gente e a gramaticaliza o de a gente expostos no cap tulo 4 assim como da an lise efetuada sobre os resultados estat sticos fornecidos pelo VARBRUL ser o destacados os aspectos considerados mais relevantes para este estudo Sobre os dois objetivos centrais definidos os caminhos da investiga o sob a tica do t pico discursivo permitiram afirmar que foram atingidos em amplitude satisfat ria pois 1 se analisou diferentes contextos da varia o n s a gente na posi o de sujeito e 2 foi investigado o processo de redu o fon tica de a gente Em se tratando das tr s capitais presentes no VARSUL com base nos trabalhos realizados sobre a varia o pronominal n s a gente conforme Sea
214. jeto NURC Salvador In Congresso Internacional da Faculdade de Letras da UFRJ Discurso e Ideologia 1 1987 Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro UFRJ Faculdade de Letras 1989 p 359 360 FONSECA M S V amp NEVES M F orgs Socioling stica Rio de Janeiro Eldorado 1974 p 49 85 FREITAS J N s ou a gente In Estudos lingii sticos e liter rios N 11 Salvador UFBA 1991 p 75 89 GODOY M A M de A indetermina o do sujeito no interior paranaense uma abordagem socioling stica Disserta o de Mestrado em Ling stica UFPR 1999 GORSKI E ROST C A DAL MAGO D Aspectos pragm ticos da mudan a via gramaticaliza o In CRHISTIANO E A SILVA C R HORA D Funcionalismo e gramaticaliza o teoria an lise ensino orgs Jo o Pessoa Id ia 2004 GUY Gregory R VARBRUL an lise avan ada Traduzido por Ana Maria Stahl Zilles North York Canad York University 1988 p 27 49 amp ZILLES A Sociolingii stica quantitativa instrumental de an lise S o Paulo Par bola Editorial 2007 199 GUIMAR ES E R J Polifonia e tipologia textual In F VERO L L e PASCHOAL M S Z orgs Lingu stica textual texto e leitura S o Paulo EDUC Editora da PUC SP 1986 HEINE B et alii Grammaticalization a conceptual framework Chicago University of Chicago Press 1991 Grammaticalization In Joseph B amp Janda R D eds The Handbook of Historical Linguistics
215. jun o 53 105 50 40 descri o 43 184 23 25 Determina o Indeterminado 368 596 62 60 determinado 762 1 488 51 46 Discurso reportado Aplic Ocor o P R Discurso n o reportado 1 127 2 033 55 51 Discurso report inf 1 14 7 16 Discurso report terceiros 2 37 5 07 Na tabela 5 o grupo de fatores tipo de texto foi o 4 selecionado na rodada estat stica geral e o 1 entre as vari veis relacionadas ao estilo discurso No grupo o destaque para o favorecimento de a gente foi para o texto dissertativo com peso relativo de 58 Confirmou se a hip tese de que seria o ambiente da argumenta o nos momentos em que o falante exp e suas id ias sua avalia o sobre coisas pessoas e fatos o contexto em que a gente seria favorecido Acredita se que isso se deva ao tra o sem ntico de indetermina o presente em a gente o que permitiria ao falante um certo afastamento de sua imagem pessoal ao emitir opini o ampliando a for a da id ia e influenciando a busca de maior convencimento do 165 interlocutor Parece que a disserta o um tipo de texto que favorece a gente como um pronome menos pessoalizado do que o uso de a gente em outros tipos de texto estudados na amostra Na busca de maiores informa es sobre os resultados para a gente no texto dissertativo foram observados alguns dados frequenciais No caso da presen a de a gente no texto dissertativo este pronome mais frequente do que n s seja
216. l mas considera que em casos de varia o est vel h 105 de mudan a ling stica e resultados de Omena 1986 Monteiro 1991 e Lopes 2003 que apontaram as mulheres frente no uso de a gente como pronome inovador de 1 pessoa Zilles 2002 e Borges 2004 que acrescentaram a essa lideran a o uso das formas reduzidas de a gente Postula se com base nos resultados de Zilles 2002 que ser o os homens curitibanos que favorecer o a ocorr ncia de formas foneticamente reduzidas de a gente Nos dados de Curitiba foram encontradas oito diferentes realiza es de a gente conforme segue l a gente gente ge a gen a hente a ente ente O n Au ASR te A partir de levantamento preliminar desses 8 tipos de ocorr ncias nas entrevistas de Curitiba pela frequ ncia apresentada decidiu se manter como foco na an lise as seguintes variantes 1 Com presen a de fricativa ou aspirada em todas as realiza es agente gente agen gen a hente 2 Sem presen a de fricativa em todas as realiza es a ente ente en te uma diferen a quantitativa quanto ao comportamento ling stico entre os sexos uma vez que ambos utilizam as formas n o padr o em escalas diferentes ou seja uns mais que os outros Outro aspecto a ser considerado na vis o multivariacionista de Labov s o as outras vari veis sociais associadas ao sexo que podem interferir nesse comportamento como por exemplo a faix
217. lante desambigiiizar a refer ncia temporal pelo uso das formas caminha presente caminhou pret rito perfeito com base na observa o de Travaglia 1991 1987 p 225 de que o pret rito imperfeito pode ser usado para apresentar a situa o como irreal ou seja na descri o passada com pret rito imperfeito do indicativo o produtor do texto apresenta caracter sticas sem se comprometer com sua validade no momento da enuncia o ou seja com sua realidade neste momento entre n s e a gente ser o pronome a gente por sua caracter stica indeterminadora que apresentar a maior probabilidade de uso junto a verbos no pret rito imperfeito 64 Os tempos verbais registrados foram A Presente do subjuntivo B Presente do indicativo C Pret rito perfeito do indicativo D Pret rito imperfeito do indicativo E Pret rito mais que perfeito do indicativo 4 P r s o 6t Nas per frases foi considerado o tempo verbal da forma auxiliar 135 F Futuro do presente do indicativo G Presente do subjuntivo H Pret rito imperfeito do subjuntivo I Futuro do subjuntivo J Infinitivo L Ger ndio M Futuro do pret rito 3 3 2 6 Concord ncia verbal Conforme resultados de trabalhos como de Omena 1996 Borba 1993 Seara 2000 e Lopes 2003 em rela o concord ncia verbal na concord ncia com a gente postula se haver uma tend ncia ao uso categ rico de a gente com a gente vai entendido como conc
218. lias brasileiras inst vel ou facilmente modific vel 31 Nos resultados das vari veis sociais os homens independentemente da classe social aparecem na vanguarda da mudan a considerando a ente como um avan o nas etapas da gramaticaliza o de a gente ao apresentarem probabilidade favor vel forma reduzida a ente 66 e 42 para as mulheres Zilles faz um destaque para a novidade desse resultado j que em pesquisas como de Omena 1986 1996 e Seara 2000 a lideran a foi das mulheres A diferen a entre homens e mulheres a partir da divis o das regras vari veis feita por Zilles a gente X n s e a gente X a ente ofereceu um avan o importante na pesquisa do fen meno a partir do momento em que analisou dois processos de mudan a simult neos com interfer ncias distintas Al m de serem os homens o destaque para maior uso de a ente foi a escolaridade universit ria no grupo masculino que favoreceu o uso da variante 1 0 64 79 321 Apresentados os processos que podem explicar a presen a de a gente no paradigma dos pronomes pessoais do PB e por extens o que podem auxiliar o entendimento das consegii ncias dessa presen a tais como o surgimento de outras fun es gramaticais ou de transforma es fon ticas e sem nticas desse pronome parte se para a discuss o do conte do de alguns dicion rios e gram ticas refer ncias padronizadoras do PB O objetivo da abordagem verificar se h e como se
219. limitado e que se refere a um significado l xico pela situa o ou por outras palavras do contexto De modo geral esta refer ncia feita a um objeto substantivo considerando o apenas como pessoa localizada do discurso p 162 Bechara em nota de rodap ao tratar das pessoas do discurso alerta para o uso da 2 pessoa pois o uso de tu ou voc pode na verdade estar se referindo ao pr prio falante mesmo na situa o em que haja um ouvinte H o seguinte exemplo Daniel a situa o comigo est dif cil Chega um momento que voc eu a gente impessoalizador n o sabe o que fazer Voc j vinha conhecendo que o tempo passava danadamente r pido por causa de uns ind cios sutis Por exemplo quando um desconhecido fala a seu respeito e n o diz mais aquela mo a e sim aquela senhora Sem falar nos que morreram porque morrem muitos medida que a gente fica mais velha RQ 1 108 BECHARA 2001 p 162 grifo nosso poss vel perceber claramente a refer ncia ao uso de a gente como pronome de 1 pessoa nas ocorr ncias no exemplo dado assim como a sua fun o de indeterminador e determinador Ao apresentar os pronomes pessoais o autor reproduz a lista eu tu ele n s v s eles p 164 Duas p ginas frente quando se refere a formas de tratamento inclui a gente em lista de observa es considerando o de emprego informal O substantivo gente preced
220. lismos apresentaram muitos nocautes o que impossibilitou a rodada sem amalgamar fatores ent o se considerou nas rodadas a distin o entre pronomes paralelos iguais e pronomes paralelos diferentes A amalgama o foi feita dessa forma para se avaliar qual a probabilidade de o informante manter ou alternar formas a partir da primeira escolha em um segmento t pico saber qual seria o pronome com maior tend ncia de realiza o nesse contexto e quais outras vari veis apareceriam como relevantes para o uso de n s e de a gente nos paralelismos Entre as rodadas feitas ser o destacados os resultados de tr s delas consideradas como as mais interessantes em rela o s hip teses levantadas a 1 teve como vari vel dependente n s e a gente a 2 rodada teve como vari vel dependente os paralelismos bin rios e na 3 rodada foram tratados como vari vel dependente os paralelismos tern rios e ene rios amalgamados 179 Na 1 rodada em que s os dados dos paralelismos foram envolvidos a ordem de sele o dos fatores foi um pouco diferente da rodada geral Tabelas 4 5 e 7 na qual os paralelismos n o foram inclu dos conforme poss vel verificar no Quadro 10 QUADRO 10 Resultado da rodada geral sem paralelismos X resultado da 1 rodada geral com paralelismos nos dados de Curitiba Rodada geral sem paralelismos Tabelas 4 5 e 7 grupos selecionados e ordena o input 64 aplica o a gente tonici
221. liza o de gente nome gt a gente pronome exemplifica esse princ pio pois nem todas as propriedades formais do nome gente foram apagadas assim como n o foram introduzidas todas as propriedades relativas ao funcionamento dos pronomes pessoais A forma gramaticalizada ret m do nome gente o tra o formal de 3 pessoa mas aciona uma interpreta o sem ntico discursiva de 1 pessoa EU Mesmo que o verbo em concord ncia com a gente permane a na 3 pessoa do singular pode ser presumida a exist ncia do enunciador mais outra s pessoa s como ilustra o exemplo 2 3 em que o informante relata o comportamento de grupo na fase de sua adolesc ncia e se pode presumir que fala de si e dos amigos EU N O PESSOA 2 3 JE a gente bagun ava bebia fazia bagun a mexia com as professoras com as meninas fazia tudo para provocar as meninas fazia sacanagem com as meninas direto CBA 1 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria Assim a gente enquanto forma gramaticalizada herdou ainda a refer ncia indeterminadora gen rica e a no o coletiva do substantivo gente no o que tamb m pode ser expressa pelo pronome n s configurando o cerne da varia o de uso entre os pronomes Essa caracter stica sem ntica com o avan o da gramaticaliza o de a gente apresenta se em processo de mudan a tendo n s e a gente concorrendo tamb m na determina o OMENA 1996 TAMANINE 2002
222. lo tra o de coletividade mantido de sua origem como nome coletivo gen rico gente Lopes 1999 faz uma an lise comparativa entre duas amostras coletadas em tempos distintos entre si 10 entrevistas coletadas em 1970 com recontato em 1990 e uma nova amostra obtida entre 1992 e 1996 08 entrevistas Desse material em resultados de rodadas distintas a substitui o de n s por a gente se evidencia de maneira progressiva pelos percentuais e pesos relativos encontrados para o uso de a gente 42 15 1970 54 61 1990 recontato e 75 83 nos dados coletados nas 08 entrevistas mais recentes O fato de os informantes mais jovens liderarem os ndices de uso da forma inovadora em todos os resultados subsidiou a afirma o da pesquisadora de que se constatou em seus dados a perspectiva de mudan a em progresso a favor de a gente Para apresentar resultados sobre n s a gente obtidos por Menon no corpus do NURC S o Paulo ser utilizada publica o feita por ela em 2006 incluindo a descri o do trabalho nesta se o pois Menon coteja seus resultados do NURC SP com resultados de Setti 1997 e Godoy 1999 oriundos do VARSUL A an lise contrastiva realizada na medida do poss vel em raz o das diferen as entre os trabalhos e al m disso Menon retrabalha resultados apresentados na tese em 1994 obtidos a partir de rodadas com a vari vel sexo vari vel social no programa TVARB parte do pacote estat stico VARBRUL envolvendo
223. locutores se para narra o argumenta o injun o ou descri o constituindo talvez a liga o adequada para o que se deva caracterizar como segii ncia quando da an lise de paralelismos como um tipo de organiza o textual discursiva que promova continuidade porque est aliada segmenta o t pica e a um estudo cuidadoso da referencia o Este um dos focos de trabalho que merecer aten o em novos estudos que se pretende fazer com os dados de Curitiba incluindo na amostra a faixa et ria mais jovem tratada no VARSUL a saber entre 16 e 25 anos A an lise poss vel sobre verbos plenos e per frases certamente ser revisitada pois ainda h muito para ser explorado no levantamento realizado O resultado favorecedor do uso de n s com o verbo ter 72 e os resultados favor veis ao uso de n s com outros verbos estativos permitiu encontrar uma resposta mais consistente e positiva para o questionamento feito em Tamanine 2002 sobre existir rela o entre o uso de verbos estativos e a reten o do uso de n s Ampliando a perspectiva sobre esses resultados os dados apontaram os textos descritivos como ambiente favor vel para a rela o entre n s e verbos estativos na qual o verbo ter e o verbo ir apresentaram se como destaques Quest es surgidas dessa linha de observa o certamente poder o ser abertas para novas abordagens A presen a de a gente na determina o 50 e de n s na
224. m ntica Nesse grupo estabeleceu tr s possibilidades para interpreta o sem ntica de a gente a como sin nimo de pessoas b como variante de n s espec fico e c como sujeito indeterminado ou n s gen rico A autora estabelece dois crit rios b sicos para a an lise 1 se o item em quest o pode ser substitu do por n s eu considera se variante de n s espec fico 2 se o item n o pode ser substitu do pelas formas pronominais n s eu mas por se indeterminador ou voc gen rico considera se sujeito indeterminado ou n s gen rico idem p 60 Lopes diversificou os grupos de controle que pudessem auxiliar a controlar o grau de determina o do referente e desfazer ambigiiidades no entanto a autora enfatiza a dificuldade em se distinguir a gente como variante de n s ou como sujeito indeterminado ou gen rico e declara a problem tica da classifica o informando que o crit rio no entanto n o se mostrou sempre eficaz porque a interpreta o s vezes amb gua e o pr prio pronome n s pode ser empregado como sujeito gen rico O fato de o sujeito impessoal e o sujeito pronominal gen rico n o serem estritamente referenciais e serem apenas 91 minimamente diferentes torna a codifica o imprecisa CARDINALETTI amp STARKE 1993 No caso do trabalho de Zilles 2002 e de Borges 2004 n o se conseguiu compreender claramente e por extens o aplic
225. m modalidades junto aos pronomes em varia o assim acredita se que nos dois casos ser a gente o pronome favorecido revelando tais contextos como condicionadores da presen a do pronome inovador Os fatores codificados foram 1 estar DO 2 estar NDO 3 ir NDO 4 ir R 5 ter DO 6 ter NDO 7 terque R 8 poder R 131 9 outros n o se aplica O fator n o se aplica foi previsto para casos em que n o haja per frase ou seja para separar as per frases do verbos plenos Quanto aos resultados do levantamento de verbos plenos foram encontrados 196 diferentes verbos plenos com a gente e 136 com n s em um universo de 1 691 ocorr ncias Desse total de verbos relativos a cada pronome apenas 85 foram comuns ao uso de n s e de a gente Anexo 4 A fim de visualizar esses resultados de maneira mais objetiva na Tabela 2 encontram se os resultados por n mero de ocorr ncia e percentual dos 10 verbos que foram comuns aos dois pronomes e que tiveram junto a pelo menos um deles o n mero m nimo de 20 ocorr ncias ponto de corte decidido com base no mesmo procedimento que j foi explicado com rela o sele o das per frases A lista dos 85 verbos comuns pode ser vista no Anexo 3 TABELA 2 Os 10 verbos mais recorrentes de uso comum entre n s e a gente no corpus Verbos plenos A gente N s Total N N N outros 480 63 27137 757 ter 98 33 19
226. mais antiga can nica ou conservadora e de a gente por vezes aqui denominada de forma mais recente nova ou inovadora e a gramaticaliza o de a gente na fala de informantes da cidade de Curitiba inicialmente ser contextualizada a localidade envolvida por meio de informa es referentes s caracter sticas de sua forma o hist rica a composi o tnica de sua popula o e dados econ micos atuais Entendeu se que essas informa es da cidade poder o ajudar na melhor caracteriza o dos informantes e por consequ ncia permitir vis o mais abrangente sobre os dados de fala Depois apresenta se a descri o do caminho pelo qual a gente pode ter seguido para se tornar concorrente de n s como pronome pessoal MENON 1995 e 1996 e LOPES 1999 e em um segundo momento de sua gramaticaliza o e processo de redu o fon tica MENON 1995 e 1996 e ZILLES 2002 Apresentada a entrada de a gente no paradigma dos pronomes pessoais do PB s o tratados os resultados de consulta realizada a alguns dicion rios e gram ticas para verificar se haveria a men o de a gente como sujeito e ou express o pronominal de valor possessivo da gente formada pela locu o nominal de pronome e caso houvesse de que maneira foi feita A inten o foi descobrir nesses materiais at que ponto a gente reconhecido como pronome pessoal ou como pronome possessivo 1 1 A cidade de Curitiba Curitiba foi fundada em 29 de mar o de 1693 e
227. mais como aplica o da regra esta indicada por pesos relativos A distribui o ser informa o utilizada durante a explica o da aplica o da regra como coadjuvante da an lise 158 Apesar da necessidade de outros testes para afirma es mais precisas poss vel que o resultado dos pesos relativos na vari vel tonicidade expostos na Tabela 4 aponte para o fato de que a pros dia da l ngua lembrando que os dados analisados s o oriundos da oralidade fator relevante na sele o dos dois pronomes ou seja o ritmo da l ngua pode ser condicionante no uso entre os pronomes em raz o da escolha dos verbos pelo falante atuando antes da concord ncia Sobre esta quest o Menon in dito p 3 afirma que a tonicidade deve ser tratada sob a tica de que a regra fonol gica bloqueia a aplica o da regra sint tica e assim o falante n o pode variar uma vez que est na base da produ o uma regra categ rica ou seja n o se trata de um fen meno em varia o entre os falantes mas um fen meno estrutural da l ngua Essa id ia levanta a preocupa o com uma explica o ling stica com averigua o mais cuidadosa sob o ponto de vista do ritmo da fala e do material f nico desses verbos junto aos pronomes Se a an lise estat stica apontou a relev ncia da tonicidade como a primeira selecionada na rodada geral dos dados de Curitiba a prov vel raz o est na boa distribui o dos fatores na varia o m
228. mas fontes de variabilidade cultural na ordena o da fala In PINTZUK S VARBRUL Program Philadelphia University of Pennsylvania Mimeo 1988 PRDAGENTE Hist ria de Curitiba Dispon vel em http www prdagente pr gov br Acesso em 10 de abr 2009 RIBEIRO Branca Telles R GARCEZ Pedro M org Socioling stica Interacional Antropologia Lingii stica e Sociologia em An lise do Discurso Porto Alegre AGE 1998 ROCHA LIMA C H da Gram tica normativa da L ngua Portuguesa 40 ed Rio de Janeiro Jos Olympio 2001 ROORYCK J On two types of underspecification towards a feature theory shared by sintax and phonology Probus 6 1994 p 207 233 SAID ALI M Gram tica hist rica da l ngua portuguesa 7 ed Rio de Janeiro Melhoramentos 1971 SANKOFF D et alii eds Language Variation and change Cambridge Cambridge University Press 1990 2 2 p 135 56 Principles of linguistic change social factors Oxford Blackwell 2001 SCHERRE M M P Introdu o ao pacote VARBRUL para microcomputadores Rio de Janeiro RJ Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Letras Departamento de 203 Ling stica e Filologia Programa de Estudos sobre o uso da l ngua PEUL Bras lia DF Universidade de Bras lia Instituto de Letras Departamento de Lingu stica Letras Cl ssicas e Vern culas 1992 1993 SEARA I C A varia o do sujeito n s e a gente na fala florianopolitana Organon v 14 n 28 2
229. mina o os resultados de Curitiba est o pr ximos de 50 46 indicando uma situa o de neutralidade para o uso do pronome a gente no campo da determina o Na amostra de Curitiba a entrada de a gente na determina o 46 acontece ao mesmo tempo em que a probabilidade do uso de n s na indetermina o tamb m se aproxima do ponto neutro 40 Resultados com a tend ncia do uso de a gente na determina o permitiram que em Tamanine 2002 fosse hipotetizado que ao ganhar espa o como refer ncia 1 pessoa do plural a gente poderia assumir mais caracter sticas de determina o e com isso perder terreno na indica o de um agente indeterminado para outra forma neste caso n s Em contrapartida se o pronome n s apresentasse favorecimento de ocorr ncia em contextos indeterminadores isso poderia sinalizar um deslocamento a fim de assegurar a sua sobreviv ncia no sistema Essa situa o poderia ser relacionada ao conceito de transi o conforme Weinreich Labov e Herzog 1968 e Labov 1994 que estabelece que a generaliza o de uma mudan a ling stica n o uniforme e instant nea mas implica a covaria o de mudan as associadas num largo per odo de tempo A fim de verificar de maneira diferenciada o comportamento estat stico de n s e de a gente no fator determina o foram realizadas duas novas rodadas uma contou apenas com arquivo de dados de n s e de a gente com uso na determina o e a outra com
230. minino m sexo ANEXO 3 209 TABELA 15 Per frases verbais comuns a n s e a gente nos dados de Curitiba PERIFRASES A GENTE N S per frase per frase 1 Acabar NDO 1 Acabar NDO 2 Conseguir R 2 Come ara R 3 Dever R 3 Conseguir R 4 Estar DO 4 Costumar R 5 Estar NDO 5 Deixar de R 6 Ficar NDO 6 Dever R 7 Ir NDO 7 Estar DO 8 Ir R 8 Estar NDO 9 Ouvir R 9 Ir NDO 10 Passara R 10 Ir R 11 Poder R 11 Passara R 12 Precisar R 12 Poder R 13 Preferir R 13 Pora R 14 Pretender R 14 Precisar R 15 Procurar R 15 Pretender R 16 Querer R 16 Procurar R 17 Resolver R 17 Ser DO 18 Sair R 18 Ser R 19 Ser DO 19 Ter DO 20 Ter DO 20 Ter NDO 21 Ter que R 21 Ter que R3 22 Vir R 22 Vir NDO 23 Vir R ANEXO 4 210 TABELA 16 Verbos comuns a n s e a gente nos dados de Curitiba VERBOS PLENOS A GENTE N S verbo verbo 1 Achar 1 Achar 2 Acostumar 2 Acompanhar 3 Ajudar 3 Ajudar 4 amarrar 4 Amarrar 5 Andar 5 Andar 6 Aprender 6 Aprender 7 assistir 7 Assistir 8 Atender 8 Atender 9 cansar 9 cansar 10 Casar 10 casar 11 Chamar 11 Chamar 12 Chegar 12 Chegar 13 colocar 13 Colocar 14 Come ar 14 Come ar 15 Comer 15 Comer 16 Comprar 16 Comprar 17 Conhecer 17 Conhecer 18 conseguir 18 Conseguir 19 continuar 19 Continuar 20 Conversar 20 Conversar 21 Correr 21 Correr 22 Cuidar
231. muitas vezes no senso comum como algu m de baixa escolaridade n o usu rio da l ngua considerada culta Faraco e Moura idem p 287 quando finalizam o texto reiteram a identifica o de a gente como n o padr o A norma culta da l ngua tende a rejeitar essas constru es comuns na fala coloquial Sobre n veis de fala ao iniciarem sua gram tica os autores explicam o que gram tica idem p 18 Nesse momento dividem gram tica normativa que estabelece as regras a serem obedecidas por todos aqueles que querem falar e escrever corretamente idem p 19 e descritiva que tem por objetivo descrever e analisar a l ngua utilizada por um determinado grupo de pessoas em um dado momento hist rico Para a normativa acrescentam que s o n vel culto da l ngua aquele empregado geralmente pela imprensa escrita pelos escritores pela elite social e econ mica valorizado pressume se padr o Falares regionais s o considerados errados e tamb m desprezado o n vel coloquial aquele que empregamos informalmente no dia a dia com g rias e express es populares idem p 19 Quando os autores exemplificam formas n o padr o utilizam como exemplo a gente vamos mas informam logo abaixo que do ponto de vista descritivo o exemplo entre outros adequado em determinadas variedades ling sticas nenhum dos exemplos est contextualizado como parte de jornais ou revistas pa
232. n 10 Editora da UFPR 1993 p 65 76 BORGES P R S A gramaticaliza o de a gente no portugu s brasileiro an lise hist rico social lingii stica da fala das comunidades ga chas de Jaguar o e Pelotas Tese de doutorado em l ngua portuguesa Porto Alegre Rio Grande do Sul UFRGS 2004 208 fl BROWN G amp YULE G Discourse analysis Cambridge Cambridge University Press 1983 CALDAS A Dicion rio da L ngua Portuguesa 4 ed RJ Delta 1958 Dicion rio Contempor neo da L ngua Portuguesa Rio de Janeiro Delta 1964 CAMACHO R G Motiva es discursivas da indetermina o do sujeito In I Simp sio Nacional de Estudos Ling sticos 1997 Jo o Pessoa PB Anais do I Simp sio Nacional de Estudos Ling sticos Jo o Pessoa Id ia Editora 1997 v I p 188 209 CAMARA J M Jr Estrutura da L ngua Portuguesa 30 ed Rio de Janeiro Vozes 1999 CASTILHO A T de A gramaticaliza o Estudos Ling sticos e Liter rios Salvador n 19 p 25 63 mar 1997 CEGALLA D P Nov ssima gram tica da l ngua portuguesa 41 ed Editora Nacional S o Paulo 1998 CHOMSKY N Lectures on Government and Binding Dordrech Foris Publications 1981 COSTA I B Cadeias referenciais no portugu s falado Organon UFRGS Porto Alegre RS v 28 29 p 33 54 2000 O verbo na fala de camponeses um estudo de varia o Tese de Doutorado Campinas SP UNICAMP 224 p 1990 CHOMSKY N Aspects of the Theo
233. na o Neste caso a atualiza o da identidade individual n o essencial para a mensagem dos tra os definido referencial espec fico como grau m ximo de indefinitude da hierarquia abstrato e gen rico No uso pronominal o a gente estaria num grau m ximo de indetermina o quando n o h elementos no contexto para explicitar a refer ncia englobando o eu todo mundo ou qualquer um O pronome nesses casos pode ser substitu do por verbo SE o que refor aria o esvaziamento da refer ncia idem p 96 conforme o crit rio da intercambialidade de formas j expresso em Menon 1994 Sob o vi s da an lise textual discursiva al m do enfoque de Costa 2000 se poderia trabalhar com o quadro de rela es anaf ricas da progress o referencial conforme postulado por Koch amp Marcuschi 1999 l LABERGE S tude de la variation des pronomes sujets d finis et ind finis dans le fran ais parl Montr al Montr al Facult d s tudes Sup rieures 1977 Th se de Doctorat in dito 108 ser conhecida ou inferida pelo locutor e ou pelo interlocutor Assim a indetermina o envolve tanto aspectos relativos refer ncia quanto relacionados ao contexto em que o uso dos pronomes se insere e essa soma de informa es caracteriza a generaliza o do referente extralingii stico A determina o por outro lado caracterizada pela recupera o clara do referente ling
234. nal bin rio tern rio ou ene rio assim como em tipos textuais a saber narra o descri o disserta o e injun o 2 no mbito da gramaticaliza o de a gente investigar o processo de redu o fon tica representado pela varia o a gente gt a ente gt ente gt te e outras realiza es reduzidas que porventura forem encontradas A an lise dos pronomes contemplar condicionamentos ling sticos tais como preenchimento e n o preenchimento das formas determina o e indetermina o do referente tipo de verbo tipos de per frases tempo e concord ncia verbal tipo de discurso e tipos de texto Nos condicionamentos sociais sexo faixa et ria e escolaridade dos informantes ser o as vari veis controladas As hip teses ser o detalhadas no cap tulo 3 durante a descri o da metodologia mas a t tulo de indica o dos nortes considerados na an lise do corpus s o apresentadas as principais postula es feitas no mbito dos condicionamentos ling sticos da varia o entre n s e a gente na fala dos curitibanos 1 a altern ncia entre n s e a gente se dar em maior n mero no sentido de substitui o de n s por a gente 2 entre n s e a gente o uso de a gente apresentar avan o significativo na determina o enquanto que o uso de n s ser representativo na indetermina o 3 em rela o concord ncia verbal a maior fregii ncia ser constatada para a concord ncia esperada a gen
235. ndo o uso de n s em 77 Os pesos relativos contemplam a hip tese defendida de que os verbos de menor material f nico condicionariam a presen a de a gente Ressalta se que o fator proparox tono n o fez parte da rodada estat stica porque o uso de proparox tonas foi categ rico com n s 165 955 17 o que exigiu a retirada do fator da 157 vari vel tonicidade Os casos de proparox tonas reduzidas para parox tonas representaram 20 das ocorr ncias de formas verbais com o pronome n s 193 956 20 amp Os resultados obtidos em Curitiba que indicam o favorecimento de a gente com verbos monoss labos e ox tonos e de n s favorecido com parox tonos se aproximam daqueles obtidos por Borges 2004 Borges 2004 p 140 controlou a vari vel sali ncia f nica e cruzou os resultados com a vari vel tonicidade identificando que quanto menor for a diferen a de tonicidade entre as formas verbais usadas com n s e a gente maior ser o uso de a gente Como n o foi controlada a vari vel sali ncia f nica neste trabalho utilizou se o CROSSTAB para fazer o cruzamento entre os grupos tempo verbal e tonicidade a fim de buscar maiores explica es sobre as flex es das formas verbais relacionadas a n s e a gente e o resultado de probabilidade apresentado na rodada para o grupo tonicidade Nesse cruzamento verificou se em dados fregiienciais que as formas parox tonas s o mais freq entes junto a n s no presente 606 361 60 e no pret r
236. nnsylvania 1972 Contraction deletion and inherent variability of the English copula Studies in the black English vernacular In Language in the inner city Philadelphia University of Pennsylvania Press 1972a 200 Building on Empirical Foundations In LEHMANN W P e MALKIEL Y eds Perspectives on Historical Linguistics Amsterdam Philadelphia John Benjamins Publishing Company P 17 92 1982 Principles of linguistic change internal factors Oxford Blackwell 1994 The intersection of sex and social class in the course of linguist change In LAVANDERA B Where does the sociolinguistic variable stop In Language in Society 1 Great Britain 1978 p 171 182 LEHMANN C Grammaticalization Synchronic Variation and Diachronic Change Lingua e Stile XX 3 p 303 318 1985 LICHTENBERK F On the Gradualness of Grammaticalization In TRAUGOTT E e HEINE B Approaches to Grammaticalization s l Jonh Benjamins Publishing Company vol I A 1991 LOPES C R dos S N s e a gente no portugu s falado culto do Brasil Disserta o de mestrado em l ngua portuguesa Rio de Janeiro Faculdade de Letras UFRJ 1993 A inser o de a gente no quadro pronominal do portugu s percurso hist rico Rio de Janeiro Tese Doutorado em Letras Faculdade de Letras UFRJ 1999 A inser o de a gente no quadro pronominal do portugu s Frankfurt am Main Madrid Vervuert Iberoamericana v 18 2003 A
237. nte 10 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Sele o de Per frases de uso comum entre n s e a gente no corpus 129 TABELA 2 Os 10 verbos mais recorrentes de uso comum entre n s e a gente no COTA iei rias ita Rd RO A A da a dA pa 131 TABELA 3 Distribui o geral de ocorr ncias nos grupos de fatores testados em Gi niw no 7 PRoR acer RE NRR SR RR RD REPOR RO SERES ERES PRN E CAD EEN RR RPE RE RR 206 TABELA 4 Resultados probabil sticos de n s e de a gente na posi o de sujeito aplica o a gente morfofonologia input 64 ausaseatinass ieilon si tin sara pereira cansada ideas Dae dd d eia cai ana tada 156 TABELA 5 Resultados probabil sticos de n s e de a gente na posi o de sujeito aplica o a gente estilo discurso input 64 ses aaa nada 164 TABELA 6 Resultados probabil sticos de n s e de a gente na posi o de sujeito aplica o a gente vari veis sociais input 64 sesssesesssssesssssereessereesssseessssrrssssrresssereesssseessssresssset 168 TABELA 7 Realiza es fon ticas de a gente em Curitiba aplica o Variante 1 input TABELA 8 Distribui o das realiza es fon ticas de a gente nos fatores determina o indetermina o total 1 085 ocorr ncias ir 184 TABELA 9 Distribui o de ocorr ncias de n s e de a gente quanto fun o sint tica na TABELA 10 Distribui o das realiza es fon ticas de a gente nos fatores dete
238. nte Neste caso se tem express o da modalidade da obriga o que segundo Travaglia 1991 neutra no que se refere postura anterior do enunciador apenas h a determina o de quem enuncia de que a situa o seja realizada ou n o por algu m que pode ser o pr prio enunciador assim n o h marcas da atitude do enunciador Seria ent o contexto da varia o em que a gente teria favorecimento Foi com a gente que ocorreram os nicos casos de dever R per frase que expressa a modalidade da possibilidade encontrada em Travaglia 1991 especialmente nos textos injuntivos por ess ncia caracterizados fortemente pelas modalidades cujos contextos de ocorr ncia exemplificados apresentaram verbos auxiliares no presente do indicativo com sujeito indeterminado se voc com a observa o do pesquisador de que o auxiliar modal dever no presente do indicativo pareceu estar subentendido dando a modalidade da prescri o idem p 229 Neste caso tal per frase tamb m seria contexto de reten o de a gente indeterminado Como explicar o fato de as per frases mais comuns como ter de que poder Re dever R terem sua distribui o majoritariamente com a gente Portanto ao observar os dados de per frases no corpus de Curitiba a hip tese a ser investigada corresponde aos resultados da verifica o da probabilidade de ocorr ncia da fun o de relevo conforme Travaglia 2006 e das per frases que expressa
239. nterpreta o se ligue diretamente situa o dando inclusive dados por exemplo sobre a posi o relativa dos interlocutores no espa o Como na classifica o dos dados preliminares de Curitiba se verificou a tend ncia favor vel do uso de a gente junto a verbos de a o tais como ir vir chegar levar trazer resultado j visto em Tamanine 2002 a hip tese levantada que os verbos ir e sair apresentar o maior tend ncia de uso para o pronome a gente 133 Para os demais verbos n o foram levantadas hip teses espec ficas mas como hip tese geral acredita se que os verbos estativos segundo a literatura tradicional mais ligados descri o apresentar o maior probabilidade de ocorr ncia com o pronome n s e que para a gente a maior probabilidade de ocorr ncia ser junto a verbos din micos como tamb m dito pela literatura tradicional mais ligados narrativa Os fatores considerados e sua codifica o s o os seguintes x ter Lir O sair ser estar amp fazer morar ficar saber ver O outros n o se aplica O fator n o se aplica foi introduzido para casos em que n o haja verbo pleno ou seja para separar verbos plenos das per frases 3 3 2 5 Tempo verbal Os tempos verbais podem indicar muitas circunst ncias importantes an lise textual discursiva conforme aqui planejada No caso da investiga o da varia o n s a gente trabalhos como de Fernandes amp Go
240. ntes na fala de mulheres 6 dos 8 casos produzidos Entre as escolaridades destaca se que n o foi registrado nenhum caso de te entre universit rios Quanto ao c mputo geral de ocorr ncias os resultados entre os informantes de Curitiba foi semelhante aos resultados de Zilles 2002 com informantes de Porto Alegre pois os dados encontrados para formas da variante 2 em ambos trabalhos apresentaram percentual pouco expressivo se comparados s formas da Variante 1 registradas No entanto a varia o constatada e essa presen a n o pode ser ignorada como parte do processo de gramaticaliza o de a gente j reconhec vel nos dados de Curitiba 4 5 Resultados probabil sticos entre as variantes da realiza o fon tica de a gente no corpus de Curitiba Conforme j explicitado nos resultados da an lise de 32 entrevistas de Curitiba foram codificadas 1 085 realiza es fon ticas de a gente cuja distribui o em freqii ncias apontou os contextos de maior presen a ou de aus ncia dos fatores controlados No entanto para o alcance de resultados quantitativos mais relevantes realizou se rodada estat stica com a utiliza o do Varb2000 programa estat stico do VARBRUL Os resultados de probabilidade de ocorr ncia alcan ados nos grupos de fatores selecionados na rodada com as realiza es de a gente est o dispostos na Tabela 9 A ordem de apresenta o dos grupos de vari veis reproduz a ordena o por import ncia da
241. nto entre o falante e seu interlocutor Nesse caso o n vel de linguagem utilizado foi popular ou familiar Dif cil responder com certeza A rela o de equival ncia entre n s a gente exemplificada na mesma frase outra situa o que sem identifica o dos personagens impossibilita ao leitor da gram tica interpretar a rela o de refer ncia existente no contexto pois com a gente substitu vel tamb m por comigo eu e n o somente por conosco n s Neves faz rela o a outros sintagmas nominais que s o usados com refer ncia gen rica destacando novamente que ocorrem na linguagem coloquial p 470 como o cara o cidad o o pessoal Estes segundo ela t m estatuto diferenciado de a gente n o podendo ser categorizados como pronomes pessoais j que seus n cleos s o substantivos de aplica o muito generalizada ela distingue o uso gen rico de um pronome pessoal voc e o uso de um sintagma nominal gen rico a pessoa Quanto aos pronomes possessivos foi verificado se haveria alguma indica o sobre o uso de da gente e o que Neves 2000 p 473 explica que h possibilidade da rela o possessiva n o ser necessariamente expressa pelo elemento formalmente considerado possessivo mas por express es como de substantivo de pronome pessoal s de 3 pessoa e de pronome de tratamento com a observa o de que a inclu da a forma de voc A possibilidade de expres
242. nvestiga o do processo de gramaticaliza o de a gente salienta se que a an lise do paralelismo com pronomes possessivos a gente da gente n s nosso ser retomado em trabalho complementar tese assim que poss vel 87 Descontinuidade continuidade transi o movimento perturba o da segiiencialidade rela o de adjac ncia entre passagem gradual de deslizamento de um para linear segmentos t picos um t pico a outro outro aspecto de um mesmo t pico 1 3 1 Entrevistador S duas falando rindo Voc s com com quem que voc s brincavam Informante Ah pois Naquela poca da depois que foi tendo morador a Veio morar ali a Dona Nina essa que faleceu veio a m e da Euleca que a gente tamb m assim praticamente criou se junto A Euleca a Ivanete aqui da veio morar aqui a Dona Catarina essa velhinha com velhinho que moram aqui tamb m s o moradores antigos Da ela fez junto Fizemos a Primeira Comunh o ali na Igreja do Cristo Rei Alias freiras do Col gio Cajuru que preparavam a gente sabe A gente ia aos s bados e aos domingos pra catequese da no Cristo Rei a gente fez a Primeira Comunh o Na Igreja do Cristo Rei 3 Entrevistador Aqui a F tima n o tinha ainda Informante N o naquela poca n o existia a Nossa Senhora de F tima S a Cristo Rei E era a outra igreja velha Que a igreja j reformaram a igreja nova n naquela poca
243. o 1 tonicidade 2 faixa et ria 3 tipo de texto 4 per frases 5 discurso relatado 6 verbos plenos 7 sexo 8 determina o 9 escolaridade 2 Rodada com tempo verbal e sem tonicidade grupos selecionados e ordena o 1 faixa et ria 2 tipo de texto 3 discurso relatado 4 per frases 5 verbos plenos 6 tempo verbal 7 sexo 8 determina o 9 escolaridade O que se pode perceber pelo exposto no Quadro 6 que na rodada com tonicidade e sem tempo verbal tonicidade novamente selecionada como vari vel quantitativamente mais relevante e discurso reportado sobre de 9 para 5 grupo de fatores selecionado os demais grupos de fatores ocupam as mesmas posi es da rodada geral tratada na Tabela 4 No entanto quando a rodada feita sem a vari vel tonicidade e apenas tempo verbal permanece este grupo n o mais selecionado em segundo lugar conforme rodada geral mas sim passa a 5 selecionado pelo programa Nesse movimento uma vari vel social a faixa et ria ocupa o espa o como grupo estatisticamente mais relevante seguida de uma vari vel ligada ao estilo discurso o tipo de texto Apesar de permanecer na rodada o tempo verbal cai para a 6 vari vel selecionada pelo programa Essa mudan a de ordena o quando da retirada do grupo tonicidade apontou uma certa sobreposi o entre tonicidade e tempo verbal uma intera o compreens vel e ref
244. o o pronome a ser empregado de 3 pessoa mas se o falante Se inclui e repete explica o em que nossas a forma possessiva de 1 pessoa considerada p 185 O que se p de verificar que na maior parte das gram ticas observadas a maioria normativa as contradi es se iniciam pela pr pria defini o do que pronome quando considerado substituto do nome pois o car ter substitutivo e a substitui o apenas de substantivos s o no es equivocadas conforme destaca Monteiro 2004 p 29 quando CBr 1 Camilo Castelo Branco A queda de um anjo Ed De P A Pinto Rio de Janeiro Org Sim es 1953 45 considera que Em primeiro lugar nem todos os pronomes funcionam como substitutos Em segundo os que exercem essa fun o nem sempre substituem nomes E por fim h express es substitutivas que n o se classificam necessariamente como pronomes Outra contradi o se d na no o de pessoa Conforme Faraco e Moura 2000 p 284 pessoa refere se aos diferentes pap is que pessoas e coisas desempenham numa situa o de comunica o verbal constituindo pois um conceito gramatical que envolve tr s pessoas do discurso primeira pessoa quem fala segunda pessoa com quem se fala e terceira pessoa de quem se fala Percebe se que n o se considera que o ato comunicativo envolve apenas duas pessoas aquela que fala quem fala e aquela que ouve com quem se fala A pessoal
245. o Buenos Aires Barcelona Paid s 1983 VILELA M KOCH I V Gram tica da l ngua portuguesa gram tica da palavra gram tica da frase gram tica do texto discurso Coimbra Almedina 2001 VITRAL L RAMOS J A forma c a no o de gramaticaliza o In Gramaticaliza o uma abordagem formal Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 2006 204 VOTRE S J Relev ncia da vari vel escolaridade In MOLLICA M C BRAGA M L Introdu o Socioling stica o tratamento da varia o 2 ed S o Paulo Contexto 2004 WEINER J amp LABOV W Constrains on the agentless passive Journal of Linguistics 1983 Apresentado originalmente no encontro de ver o da Linguistic Society of America em 1977 WEINREICH U LABOV W HERZOG M Empirical foundations for a theory of language change in W Lehmann amp Y Malkiel eds Directions for historical linguistics Austin University of Texas Press 1968 ZILLES A M S Grammaticalization of a gente in Brazilian Portuguese In JOHNSON D E SANCHES T eds University of Pennsylvania Working Papers in Linguistics papers from NWAV 30 v 8 n 3 p 297 310 2002 The linguistic and social embedding of a gente in Brazilian Portuguese NYU Linguistics Colloquium sept 20 2002a Real apparent or both Three types of evidence for a grammaticalization change in progress in Brazilian Portuguese Philadelphia VWAV 32 University of Pennsylvania oct 2003
246. o o que corrobora em parte a hip tese aqui levantada de que a forma preferida pelos falantes para uma refer ncia mais geral indeterminadora seria a gente j que a entrada de a gente na determina o tamb m foi considerada O interesse na verifica o da indetermina o refor ado por conclus o alcan ada por Setti 1997 pois ao analisar formas de indetermina o do sujeito nas tr s capitais do sul verificou que Curitiba inovaria menos entre as 13 formas 170 estudadas entre elas n s e a gente No entanto Setti afirma que as mulheres curitibanas apresentaram desempenho ling stico menos conservador do que as mulheres de Porto Alegre e Florian polis referindo se ao uso indeterminador de formas nominais e de a gente Esse uso confirmado nos dados ora apresentados j que as mulheres lideram o uso de a gente indeterminado conforme dados obtidos pelo cruzamento dos dados de n s e a gente em Curitiba na indetermina o com sexo faixa et ria e escolaridade Neste cruzamento os resultados nas frequ ncias indicaram como maiores os ndices de a gente estes concentrados nas mulheres 72 na faixa et ria mais jovem 72 e na escolaridade ginasial 75 portanto confirmam parte do resultado de Setti relativo ao fato de as mulheres curitibanas usarem com mais frequ ncia a gente uma forma inovadora se comparada ao uso de n s como recurso de indetermina o Nos resultados sobre o uso de a gente na deter
247. o aplicado socioling stica quantitativa que fornece o peso relativo dos fatores de cada vari vel independente ou de cada grupo de fatores condicionadores em rela o vari vel dependente indicando a influ ncia de cada um desses fatores sobre o uso de cada uma das variantes SCHERRE 1993 p 1 Al m disso o programa bin rio efetua a sele o estat stica dos grupos de fatores por ordem e relev ncia e estabelece em termos de probabilidades os n veis de interatividade dos grupos de fatores Essas probabilidades s o calculadas em n veis 1 n vel calculada a probabilidade de cada grupo de fatores separadamente e o grupo mais significativo para a escolha das variantes selecionado step up 2 n vel o grupo significativo selecionado no primeiro n vel cruzado com os demais grupos para testar lhes a signific ncia Cada um deles selecionado por ordem de relev ncia at que nenhum outro grupo seja selecionado step down Assim o programa seleciona em seqii ncia estabelecida pela maior import ncia entre os fatores significativos quais os grupos de fatores que mais favorecem a aplica o da regra em teste 148 Utilizamos para chegar an lise da regra vari vel os seguintes programas a CHECKTOK READTOK e MAKECELL esses programas t m a fun o b sica preparar os dados a fim de que pudesses ser submetidos ao programa IVARB Segundo Scherre 1992 p 05 o CHECKTOK corrige os dados de entr
248. o da teoria gerativa e trata da exig ncia da presen a do pronome haja vista a perda da capacidade da morfologia verbal marcar semanticamente o sujeito do verbo O portugu s considerado uma l ngua de sujeito nulo caracter stica essa que segundo Duarte 1996 est em fase de mudan a pois em especial na refer ncia primeira e segunda pessoas o portugu s estaria em evolu o para uma marca o pro drop negativa ou seja para uma l ngua de sujeitos plenos ou preenchidos Ent o a fim de verificar a ocorr ncia do pronome n s e a gente junto ao verbo e testar o par metro pro drop considerou se na identifica o dos dados tanto ocorr ncias fonologicamente plenas quanto nulas dos pronomes Para formas plenas de n s e a gente poss vel visualizar as ocorr ncias consideradas conforme aparecem no exemplo 8 3 No caso das formas nulas em 8 3 se pode perceber a ocorr ncia de a gente nulo porque a gente pleno junto ao verbo ajudava permite a interpreta o de a gente com o verbo trabalhava e em 9 3 a desin ncia verbal mos em precisamos possibilita a interpreta o de n s nulo 8 3 Bom eu trabalhei em tica era auxiliar de sextavagem nem sei o que isso mas a gente ajudava trabalhava com as lentes n CBA 19 sexo feminino faixa et ria mais jovem escolaridade ginasial 9 3 N o precisamos nem falar em crian a quer dizer senhor de idade a Todo mundo leva comida por qu Ele n o p
249. o de a gente em gram ticas do PB foi adicionada a esta se o a Gram tica de usos do portugu s de Neves 2000 pela proposta de apresentar estruturas da l ngua em uso mostra como est sendo usada a l ngua portuguesa atualmente no Brasil p 13 Neves salienta que embora apresente uma gram tica em princ pio n o normativa pela utilidade ao leitor comum que a norma de uso invocada comparativamente de modo a informar sobre as restri es que tradicionalmente se fazem a determinados usos atestados e vivos p 14 A fonte dos dados apresentados pela autora est armazenada no Centro de Estudos Lexicogr ficos da Universidade Estadual de S o Paulo UNESP campus de Araraquara Segundo ela s o 70 milh es de ocorr ncias em um corpus que compreende textos escritos de literaturas romanescas t cnica orat ria jornal stica e dram tica o que garante diversidade de g neros e permite a abrang ncia de diferentes situa es de enuncia o incluindo a intera o sendo not vel a representatividade da l ngua falada encontrada na simula o que dela fazem as pe as teatrais Infelizmente como se sabe n o h dispon vel no Brasil nenhum banco de dados representativo da l ngua falada contempor nea grifo nosso NEVES 2000 p 14 A expectativa que se cria pela declara o de Neves sobre o banco de Estudos Lexicogr ficos de que este servir mesmo sendo fonte de dados escritos de cer
250. o desse tipo de texto com o uso de n s retoma se o questionamento sobre a raz o da forte presen a de n s nos paralelismos ene rios feito na apresenta o do Gr fico 1 Como motivador dessa rela o sugere se existir uma soma de resultados de distribui o no corpus para compor uma poss vel resposta Defende se que os paralelismos ene rios apresentaram maior fregii ncia do uso de n s 63 em grande parte por causa da ocorr ncia de textos descritivos Essa resposta pode chance de ser verdadeira porque a o texto descritivo teve percentuais mais altos para formas paralelas iguais no presente nos resultados que s envolveram os dados de paralelismos tern rios ene rios b o presente favoreceu o uso de n s no corpus ver Tabela 4 e o texto descritivo apresentou o maior n mero de ocorr ncias no presente 99 c em textos descritivos o verbo de maior fregii ncia foi ter usado no corpus majoritariamente com n s 87 e com percentual de 71 no presente e finalmente d dentre o verbos controlados nos paralelismos ene rios o verbo ter foi o mais frequente 73 casos Assim a apresenta o dos dados no corpus permite concluir que o alto n mero de ocorr ncias de n s esteja nos paralelismos ene rios concentrado em textos descritivos que apresentam entre outros verbos estativos ocorr ncias mais freq entes do verbo ter A rela o existe ser preciso investigar melhor se causam efeito em resultados de aplica o da regra
251. o entre informante e documentador o que poderia ser considerado um n mero n o representativo para conclus es mais efetivas Os dados de n s a gente encontrados pela pesquisadora coletados nos anos 70 revelaram uma distribui o percentual geral para um maior uso de n s nas cidades de Porto Alegre Rio de Janeiro e Salvador Em se tratando de cada capital os resultados de Porto Alegre apresentaram maior uso de n s 72 e do Rio de Janeiro maior ndice para a gente 59 Salvador apresentou posi o intermedi ria mas ainda com percentual mais alto para uso de n s 63 Outros resultados que dizem respeito s ocorr ncias de a gente os falantes mais jovens 71 e as mulheres 54 usaram mais a forma inovadora a refer ncia indeterminada o tempo presente e os tempos verbais n o marcados tamb m foram favor veis ao uso de a gente Menon em pesquisa de tese realizada em 1994 utilizou 68 entrevistas do NURC S o Paulo em extensa e minuciosa pesquisa sobre 12 formas de indetermina o do sujeito 8 150 dados entre elas n s e a gente Sua principal hip tese foi a exist ncia de diferentes formas de 64 referenciar o sujeito de maneira indeterminada al m das duas consideradas pela GT Para sele o das variantes Menon desenvolveu diferentes testes a intercambialidade das formas os pares m nimos os tempos verbais os adv rbios e as preposi es as completivas o distanciamento ou destaque do locutor
252. o inclu dos na rodada a vari vel tipo de texto selecionada na rodada Quando retiradas descri o e injun o na 2 rodada o tipo de texto vari vel exclu da pelo programa Na 3 rodada inclu da a descri o junto narra o e descri o novamente tipo de texto vari vel selecionada Essa verifica o permitiu que se atestasse a import ncia da descri o entre os dados analisados Ainda na 3 rodada chamou a aten o o fato de que quando o texto injuntivo o nico tipo de texto exclu do a escolaridade sobe posi es ou seja aumenta sua signific ncia estat stica Na verifica o da rela o entre escolaridade e texto injuntivo o CROSSTAB permitiu visualizar a maior fregii ncia de casos de texto injuntivo na escolaridade secund ria 35 105 33 e prim ria 32 105 30 mas o n mero de casos baixo quando comparado aos demais tipos de texto A distribui o de ocorr ncias de texto injuntivo entre os n veis de escolaridade n o apresenta grandes polariza es a n o ser a baixa fregii ncia entre os universit rios 17 105 17 No resultado entre o cruzamento de escolaridade com texto descritivo os destaques s o para o uso de descri o no secund rio 66 184 37 e no superior n vel em que descri es n o foram registradas Nos resultados obtidos no grupo de fatores determina o verificou se que no fator indetermina o a gente aparece com 60 de probabilidade de ser indeterminad
253. o mesmo referente E a surge o problema de se saber at que ponto continua v lido interpretar a an fora pela correferencialidade As considera es se voltam na sequ ncia s vari veis testadas no corpus de Curitiba e s hip teses que conduziram an lise dos dados 3 3 O envelope de varia o O conjunto de vari veis dependentes e independentes foi organizado com o prop sito de possibilitar conhecer e inter relacionar os dados a fim de permitir entre outras formas de leitura efetuar a discuss o das hip teses inicialmente levantadas sobre o corpus Dessa forma s o apresentadas e descritas as vari veis escolhidas de modo a esclarecer a motiva o para sua constru o ou para a n o abordagem de certos tipos de vari veis na literatura antecedente sobre o tema assim como apresentada a codifica o que representa suas variantes no programa estat stico A cada vari vel tratada retomou se a hip tese pertinente conforme previsto na apresenta o do trabalho O cap tulo finalizado com a men o dos casos exclu dos ou que receberam tratamento diferenciado durante a an lise 3 3 1 Vari veis lingii sticas em an lise n s a gente O estudo da altern ncia entre n s e a gente fen meno de varia o que constitui um dos objetos desta investiga o foi verificado em trabalhos como de Borba 1993 Omena 1996 1978 Menon 1995 Lopes 1999 Seara 2000 Zilles 2002 Tamanine 2002 e Borges 2
254. o ponto neutro apresentou 51 pelos homens No TVARB os resultados da vari vel faixa et ria foram significativos para a gente com peso relativo de 403 para uso dos mais jovens F1 apenas 4 pontos acima dos mais velhos F3 com 399 O uso de n s apresentou favorecimento pelos mais velhos F3 com 510 e maior desfavorecimento de uso pelos mais jovens F1 com 215 de probabilidade No estilo para o uso de a gente destacou se o contexto das D2 com peso de 475 quase o dobro outros fatores da vari vel O contexto com maior peso relativo para o uso de n s foi das EFs com 617 de probabilidade de ocorr ncia Na compara o refinada por crit rios que a permitissem de seus resultados com os de Setti 1997 e Godoy 1999 Menon 2006 conclui que a quest o geogr fica n o foi crit rio que oportunizasse maiores discuss es mas chama a aten o para a grande proximidade entre os resultados da vari vel sexo Na faixa et ria Menon aproxima minimamente p 151 os bancos de dados por meio da faixa et ria 1 e 2 do NURC e a faixa mais jovem do VARSUL contexto em que encontrou diferen as e problemas No NURC a divis o das faixas et rias apresenta resultados que impedem a proje o de exist ncia ou n o do processo de mudan a em curso pois entre resultados que favorecem o uso de formas pelos mais jovens e desfavorecem dos mais velhos ou vice versa a faixa et ria intermedi ria apresenta resultados que cortam essas
255. o que n o se tem a pretens o de alcan ar detalhamento sobre o tema como o fez competentemente Travaglia haja vista entre outras coisas a completa distin o de foco entre as duas propostas no entanto como afirmou o pesquisador os tipos de 124 verbos e situa es e as formas e categorias verbais em sua continuidade ou n o continuidade exercem diferentes fun es marca o de relev ncia indica o de realidade e irrealidade ordena o de elementos dentro dos textos e ordena o referencial de situa es organiza o de situa es estabelecimento de concord ncias diversas estabelecimento de progress o do texto al m de outras Tudo isso revela a import ncia do verbo bem como de suas formas e categorias na constitui o e funcionamento dos textos e dos tipos de verbos idem p 197 Dessa forma adotou se a percep o de que o verbo aparece como motivador de uma s rie de circunst ncias que podem ser inibidoras ou favorecedores do uso das formas pronominais em estudo al m do tempo e da concord ncia verbal como j observado na an lise preliminar dos dados de Curitiba Diante de abordagens verificadas e da complexidade de an lise antevista caso se adotasse aqui uma classifica o sint tico sem ntica para rotular cada verbo o que mereceria trabalho espec fico que por ora n o seria vi vel decidiu se sob influ ncia da leitura de Travaglia 1991 2002 2006 primeiramente identificar quais os verbos que
256. oas Ainda relativamente s fun es n o sujeito o destaque para o uso de a gente entre os fatores extralingii sticos analisados foi a vari vel faixa et ria pois na distribui o dos dados os informantes mais jovens usaram mais do que os adultos e estes mais do que os mais velhos Na an lise de probabilidade as maiores tend ncias de uso de a gente tamb m se apresentaram entre os informantes das duas faixas et rias mais jovens a saber 81 na faixa dos 7 aos 14 anos e 66 entre os 15 e 25 anos contra 48 na faixa dos 26 aos 49 e 12 para os 50 em diante p 211 Tais resultados fortaleceram o que Omena havia verificado na vari vel faixa et ria quando da an lise de a gente na fun o de sujeito a maior tend ncia de uso da forma inovadora apresentada pela faixa et ria mais jovem sinal de processo de mudan a ling stica em curso Borba 1993 foi a primeira a analisar a varia o entre n s e a gente em entrevistas do VARSUL Paran da cidade de Curitiba A fim de verificar ocorr ncias na fun o de sujeito Borba analisou quatro entrevistas duas de informantes do sexo masculino e duas do feminino divididos igualmente entre as faixas et rias A 25 a 49 anos e B 50 anos ou mais todos com escolaridade secund ria A proposta de Borba ao fazer o recorte seria construir um projeto piloto para futuro trabalho no qual poderemos aumentar o corpus e a profundidade da an lise idem p 66 A distribui o geral entre as
257. obre o resultado desfavorecedor obtido para o uso de a gente no presente 40 o resultado obtido em Curitiba onde o presente favorece o uso de n s em 60 pode se dever ao fato de o presente ser um tempo em que a flex o verbal de 1 pessoa do plural levaria o falante manuten o da flex o e junto a forma verbal parox tona o uso de n s temos fomos por quest es pros dicas conforme visto na discuss o dos resultados sobre tonicidade no corpus Ap s a an lise dos pesos relativos de tonicidade e tempo verbal suspeitou se de uma certa sobreposi o entre resultados dessas vari veis 1 e 2 grupo de fatores selecionados nos resultados expostos na Tabela 4 Para verifica o foram feitas duas diferentes rodadas para testar como os resultados seriam analisados pelo programa uma sem a vari vel tonicidade e com a vari vel tempo verbal e outra com tempo verbal e sem tonicidade A ordem de sele o das duas rodadas foi constitu da conforme apresentado no Quadro 6 161 QUADRO 6 Resultado das rodadas para testagem da interfer ncia dos grupos de fatores tonicidade e tempo verbal na rodada geral dos dados de Curitiba Resultados da Rodada Geral 1 tonicidade 2 tempo verbal 3 faixa et ria 4 tipo de texto 5 per frases 6 verbos plenos 7 sexo 8 determina o 9 discurso reportado e 10 escolaridade 1 Rodada com tonicidade e sem tempo verbal grupos selecionados e ordena
258. oi m nima estando os n meros bem distribu dos entre as duas formas ou seja a troca entre as duas formas quando em seq ncia de dois ou tr s pronomes n o apresentou n mero significativo que destacasse alguma das formas Nos paralelismos ene rios entre os paralelismos o ambiente de maior frequ ncia do pronome can nico o n mero m nimo de pronomes n s e a gente paralelos foi 4 o agrupamento mais frequente e o m ximo chegou a 9 pronomes expressos em um nico segmento t pico e neste caso de maior n mero de pronomes a fregii ncia foi maior para o uso de n s Um motivo identificado para o alto percentual de n s nesse contexto 63 se comparado com os demais resultados foi a entrevista de uma das informantes do n vel de escolaridade superior que apresentou 111 ocorr ncias de n s 71 delas em paralelismos 152 ene rios quando os demais informantes n o apresentaram nem mesmo a metade desse valor com esse pronome no mesmo paralelismo Neste caso a entrevista foge do padr o das demais analisadas pois al m da informante ser a nica entrevistada com t tulo de mestre no corpus e existir um tom mais formal de tratamento entre si por parte de entrevistadora e entrevistada grande parte da entrevista trata do relato da implanta o de um novo m todo de ensino no ambiente de trabalho de uma universidade h m nimas inser es de relatos da vida pessoal da entrevistada Na contagem geral de ocorr n
259. oi o pronome mais recorrente vale lembrar que os resultados s o s em freqii ncias nesta quest o 195 Com rela o s outras fun es sint ticas encontradas n o se confirmou a hip tese de que n s e a gente seriam mais frequentes na fun o de adjunto adverbial conforme Omena 1996 sendo esta justamente a fun o menos frequente no corpus Foram os adjuntos adnominais que se apresentaram como contexto de varia o mais significativo em n mero de ocorr ncias depois da fun o de sujeito As combina es dos possessivos nosso da gente apontadas por Monteiro 1994 p 210 n s nosso n s da gente a gente nosso e a gente da gente foram inicialmente levantadas e analisadas em 24 das 32 entrevistas mas constatou se que tal vari vel precisa ser reorganizada quanto aos fatores discursivos pois a identifica o de referentes se torna fator fundamental para que a an lise promova resultados significativos Retoma se o t tulo desta tese como tema da ltima parte das considera es finais No Anexo 1 sob o t tulo A casa da gente encontra se texto de um ex prefeito da cidade de Curitiba que teve em sua gest o o seguinte slogan Curitiba a cidade da gente O slogan foi usado at outubro de 2008 quando foi adotada a frase Prefeitura da Cidade Bem como mote do t tulo deste trabalho de pesquisa o slogan Curitiba a cidade da gente ganhou aqui conota o de pergunta Curitiba de n s ou de a gente Mostrou
260. omo mais conscientes em rela o ao crivo social sobre as formas ling sticas usam mais a ente se o uso de a ente como forma inovadora ocorre entre os mais jovens e esse fato uso pelos mais jovens elemento fortemente caracterizador de mudan a em progresso e finalmente se o fato de falantes com escolaridade mais alta neste caso secund rio e superior usarem a forma inovadora significar n o resist ncia a esse uso estes podem ser sinais de que a ente apresenta condi es de avan o no corpus de Curitiba apesar do baixo n mero de ocorr ncias se comparado do ao uso da forma plena Os dados de formas reduzidas realmente s o poucos para sustentar uma generaliza o das afirmativas feitas mas o fen meno se revela merecedor de maior aten o em novos estudos em especial um estudo em tempo real para explorar melhor tais proje es No caso de ente o n mero de ocorr ncias bastante baixo al m disso h uma concentra o de 12 ocorr ncias entre as 47 na fala de um mesmo informante do sexo masculino com prim rio e da faixa et ria mais velha o que limita ainda mais a an lise sobre a presen a dessa redu o na amostra entre os diferentes grupos de vari veis testadas Quanto realiza o te o n mero de ocorr ncias quase insignificante 0 7 do total de ocorr ncias de a gente na amostra Os casos de te apresentaram divis o igual entre 186 faixas et rias mas est o mais prese
261. onfi veis para a classifica o 164 aspecto o corpus de Curitiba apresentou entre as 954 ocorr ncias de n s como sujeito 758 casos com a concord ncia esperada e 192 de redu o de proparox tona Nos casos de redu o de proparox tona com verbos usados com n s o que se observou nas ocorr ncias constatadas no ambiente dos paralelismos bin rios que quando o falante reduziu a proparox tona na primeira ocorr ncia do pronome a freqii ncia de casos em que manteve no segmento t pico na segunda ocorr ncia o pronome n s e a redu o foi menor 6 casos do que quando alterou o pronome para a gente e manteve realiza o igual da forma verbal na 3 pessoa 24 casos Se teria a mais uma pista para a import ncia do ritmo da l ngua na escolha entre os pronomes e da influ ncia da forma verbal nesse contexto Esta quest o merecer abordagem mais detalhada no futuro junto ao estudo detalhado dos verbos envolvidos na varia o n s a gente na cidade de Curitiba Ser o tratados na Tabela 5 os resultados da rodada geral relativos aos grupos que controlaram fatores ligados ao car ter estilo discurso TABELA 5 Resultados probabil sticos de n s e de a gente na posi o de sujeito aplica o a gente agrupamento estilo discurso input 64 GRUPOS DE FATORES Aplic Ocor Jo P R Tipo de texto Aplic Ocor o P R disserta o 471 689 68 58 narra o 563 1 106 51 50 in
262. onforme destacam Koch et alii 1992 e pode ser introduzida por marcadores de digress o ex antes que eu me esque a abrindo um par ntese a prop sito por falar nisso desculpe interromper entre outros O uso desses marcadores revela que o falante tem consci ncia de que est provocando uma ruptura no desenvolvimento do t pico As digress es al m de poderem ser introduzidas por marcadores que alertam o interlocutor quanto suspens o tempor ria do t pico podem tamb m ser encerradas por meio de marcadores ex voltando ao assunto mas onde que est vamos mesmo estabelecendo a inten o do enunciador em fazer um par ntese no fluxo do discurso J a reconstru o definida como a reelabora o da segii ncia discursiva s o as corre es ou reparos as repeti es os parafraseamentos e adjun es que provocam tamb m uma diminui o de ritmo no fluxo informacional com a volta de conte dos j enunciados A continuidade e a descontinuidade s o fen menos que se combinam na organiza o t pica e no estabelecimento de hierarquias no desenvolvimento de t pico Sua observa o permite identificar que a mudan a de t pico se d quando o t pico sob discuss o termina quando o assunto da segii ncia seguinte n o est relacionado seqii ncia t pica que imediatamente o precedeu Outros tr s fen menos de passagem de um t pico a outro s o destacados por Jubran 2006 p 106 a transi o a superposi o e o mo
263. onome pessoal e ap s a gramaticaliza o de a gente considerando redu es fon ticas Em raz o de Zilles se utilizar de dados dos estudos de Menon 1996 e de Lopes 1999 para ilustrar e discutir o primeiro aspecto e como estes dados j foram apresentados neste cap tulo a partir dos textos originais a descri o do trabalho de Zilles 2002 foi focalizada no que se refere ao segundo aspecto tratado pela pesquisadora A redu o fon tica de a gente j havia sido tratada em trabalho de Menon 1995 conforme apresentado no Quadro 2 se o 1 2 30 Zilles d nfase ao processo de redu o e para isso analisa dados de 32 informantes do VARSUL Porto Alegre divididos por g nero masculino e feminino duas faixas et rias menos de 50 e mais de 50 anos classe social trabalhadora baixa trabalhadora alta m dia baixa e m dia alta e escolaridade prim rio gin sio 2 grau e forma o universit ria A defini o das variantes por Zilles 2002 p 305 est apresentada no Quadro 4 QUADRO 4 Variantes fon ticas da realiza o de a gente segundo Zilles 2002 Variante 1 a gente com fricativa ou aspirada em todas as realiza es agente gente agen gen a hente Variante 2 a ente sem a fricativa em todas as realiza es e a ente ente en te Fonte Zilles 2002 As vari veis ling sticas consideradas por Zilles na an lise foram fun o sint tica
264. or a a id ia de que a pros dia mais importante do que a concord ncia verbal para a sele o do pronome a gente nos dados analisados Voltando aos resultados da Tabela 4 relativos rodada geral de vari veis o 5 grupo selecionado foi das per frases A maior probabilidade de aplica o de a gente entre as per frases foi de 90 para IR NDO Uma explica o para o alto peso relativo pode estar na distribui o de dados pois no caso de ir NDO o fato de 13 das 16 ocorr ncias do verbo ir apresentarem o tempo verbal em forma monossil bica ir e apenas 2 casos de parox tonas 162 ocorrerem com n s pode explicar a alta probabilidade para a gente 90 Por outro lado a explica o pode vir da fun o de relevo tratada por Travaglia 1991 no caso de a gente atuar com a per frase para indicar a relev ncia pragm tica de uma situa o para um ponto de refer ncia caso a ser mais bem analisado Com os resultados das per frases controladas respondido ao questionamento feito se seria a per frase ter que R um contexto de favorecimento de a gente sendo a resposta positiva diante do resultado de 66 de aplica o A per frase ter que R de acordo com Travaglia 1991 neutra no que se refere postura anterior do enunciador apenas h a determina o de quem enuncia de que a situa o seja realizada ou n o por algu m que pode ser o pr prio enunciador assim n o h marcas da atitude do enunciador o
265. or probabilidade de aplica o com a gente 80 refor ando ent o a necessidade de melhor averigua o dos casos de per frases que constitu ram o fator para esclarecimento das motiva es relacionadas Com a menor probabilidade de aplica o se apresentou a per frase de futuro ir R com 23 Quanto escolaridade esta passou frente da determina o na ordem de sele o mas os resultados dos pesos relativos s o apenas levemente superiores aos valores apresentados na rodada sem paralelismos alterando a ordem para secund rio 60 gin sio 51 superior 47 e prim rio 40 ou seja superior e gin sio trocam de posi o 180 Portanto nos verbos e per frases que a diferen a entre as rodadas com e sem paralelismos se destaca pois na rodada com paralelismos essas vari veis s o consideradas mais relevantes pelo programa estat stico indicando talvez o que Scherre 1992 Amaral 2003 e Borges 2004 observam sobre esse tipo de contexto h mais do que repeti o mec nica de formas h uma continuidade apoiada no discurso uma busca de coes o e de harmonia discursiva e aparentemente uma busca de harmonia pros dica que aproxima este ou aquele pronome deste ou daquele verbo de maneira n o aleat ria Na 2 rodada que considerou como vari vel dependente o paralelismo bin rio o resultado foi interessante entre 11 vari veis apenas a faixa et ria foi selecionada pelo programa como significativa No
266. oram tratados a fim de ampliar a contribui o de todos os pesquisadores envolvidos Sobre a investiga o do fen meno de varia o n s a gente em diferentes contextos do cen rio nacional destacam se como refer ncias as investiga es realizadas por Omena em investiga o realizada em 1978 e publicada em 1996 com dados do Projeto Censo Ling stico do Rio de Janeiro Menon 1994 e 2006 com dados do NURC S o Paulo Menon 1995 1996 e 2006 Zilles 2002 com dados de Porto Alegre e Lopes 2003 com base em corpora de escrita s culo XIII ao XX e de fala s culo XX e corpus constitu do por entrevistas do Projeto NURC RJ feitas na d cada de 70 e na d cada de 90 Entre outros trabalhos relacionados aos fen menos de gramaticaliza o de a gente no paradigma dos pronomes no PB s o utilizados na discuss o os resultados de Alb n e Freitas 1991 1991a 1991b que trabalharam com dados do NURC de Salvador Lopes 1993 com dados do NURC das cidades do Rio de Janeiro Porto Alegre e Salvador e em 1999 com dados do Rio de Janeiro em estudo de tend ncia Monteiro 1994 que analisou dados das cinco regi es que comp em o NURC Seara 2000 com an lise realizada sobre dados do VARSUL de Florian polis Zilles 2002 que tratou da gramaticaliza o de a gente em Porto Alegre com dados do VARSUL Tamanine 2002 que estudou a varia o n s a gente em dados oriundos do VARSUL das cidades de Lages Blumenau e Chapec Silva 20
267. ord ncia neutra n o marcada isto combinat ria com o singular e com o plural n o ocorrendo casos de a gente com mos a gente vamos entre os informantes curitibanos analisados Para o uso de n s a hip tese de que ocorra majoritariamente a concord ncia n s com mos n s estamos Nesta vari vel foi inclu da a possibilidade de ocorr ncia de n s com formas reduzidas de proparox tonas parox tonas consideradas como tal apenas quando o verbo est flexionado em tempos verbais no imperfeito do subjuntivo e do indicativo tempos em que ocorrem as proparox tonas com mos Neste caso o fen meno n o considerado como falta de concord ncia mas um mecanismo da pr pria l ngua para adaptar as exce es s regras entendendo se que a regra seria o padr o m trico das parox tonas que s o maioria no PB MASSINICAGLIARI 1999 Assim ocorr ncias como n s vai ser o consideradas falta de concord ncia e casos como n s ia ser o tratados como redu o de proparox tona De acordo com Menon 2010 comunica o verbal os resultados da vari vel concord ncia verbal obtidos em estudos da varia o n s a gente no PB apontam como recorrente o fen meno de redu o das formas proparox tonas entre os seus resultados No entanto Menon texto in dito p 2 ressalta que a partir da constata o de que todos os casos da chamada n o concord ncia verbal com o pronome n s se encaixam nessa si
268. orpus com dados coletados em 04 entrevistas entre as 24 que posteriormente foram disponibilizadas a t tulo de projeto piloto para realiza o de an lise futura O trabalho foi centrado sobre o uso de n s e a gente como pronomes sujeito em contextos sociais e ling sticos A disserta o de Setti 1997 tratou da indetermina o do sujeito nas tr s capitais do sul do Brasil Setti analisou 72 entrevistas do VARSUL divididas igualmente entre as cidades de Florian polis Porto Alegre e Curitiba sendo que nesta localidade utilizou as 24 entrevistas da primeira coleta do VARSUL nas capitais No trabalho os pronomes n s e a gente foram considerados como possibilidades entre outros fatores listados de indetermina o do sujeito SETTI 1997 teve como par metro para sele o das variantes o trabalho de MENON 1994 feito com dados do Banco Norma Ling stica Urbana Culta NURC SP SETTI acresceu ao grupo de variantes definidas por MENON a variante tu n o encontrada no NURC SP mas presente no VARSUL 16 Tanto o trabalho de Setti 1997 quanto o de Borba 1993 foram contribui es importantes ao desenvolvimento deste estudo e ser o tratados em maiores detalhes na revis o da literatura Conforme destaque anterior as abordagens dos trabalhos j realizados com dados de fala dos curitibanos tiveram caracter sticas diferenciadas do estudo aqui desenvolvido mas na medida do poss vel resultados que puderam sofrer compara o f
269. orr ncias de eu e de a gente como de igual refer ncia ou seja considerou haver preserva o referencial J verdade Ohhh voltando a falar do neg cio do DOPs quer dizer foi dif cil de entrar apesar de tudo isso bateu o que bateu aquela sensa o de p nico vamos dizer assim Secret ria o meu cora o disparou ahh as m os ficaram geladas ahh todos tudo que conhecido como a s ndrome do p nico E eu pensei que eu tenho que me controlar eu n o posso demonstrar com tanta for a o que que t acontecendo dentro de mim e com o tempo a gente administra n Refer ncia citada por Lopes 2003 CARDINALETTI A amp STARKE M 1993 The typology of Structural Deficiency on the three Grammatical Classes Universit di Venezia Universit de Gen ve mimeo Sugest o feita pela Prof Edair Gorski quando do exame de qualifica o 92 J voc chegou a ser torturada n o foi Secret ria n o eu cheguei a apanhar uma coisa um pouco diferente Secret ria da Cultura de SP 55 anos amostra Programa do J SILVA 2004 p 95 De acordo com Silva as tr s repeti es da informante do pronome eu autorizam a interpreta o de a gente que vem na sequ ncia como eu locutor Tamb m s o elementos considerados pela pesquisadora para essa interpreta o o conte do da fala relacionado experi ncia pessoal da entrevistada e o contexto de intera o dos interlocutores Sem
270. orreta para verificar os resultados desse tipo de vari vel Portanto no arquivo de condi es desta rodada fez se a exclus o dos paralelismos o que n o permitiu a an lise do grupo de fatores mas n o excluiu os dados do c lculo feito pelo programa Por outro lado a exclus o dos paralelismos nesta rodada manter os dados compar veis com estudos que n o trataram dessa vari vel ou a analisaram de forma especial No caso dos resultados por informante nesta rodada especificamente o procedimento de exclus o da vari vel informantes tamb m ocorreu por m sem altera o no n mero de dados na rodada Essa retirada impediu resultados probabil sticos desse grupo j que a exclus o foi necess ria pelo alto n mero de fatores se apresentar como impeditivo da rodada mas distribui o entre n s e a gente por informante pode ser vista na Tabela 3 Anexo 2 Nas tabelas 4 5 e 6 relacionadas aos conjuntos de vari veis os fatores est o organizados em cada grupo pela ordem do maior peso relativo para aplica o de a gente A ordem geral de sele o dos grupos foi 1 tonicidade 2 tempo verbal 3 faixa et ria 4 tipo de texto 5 per frases 6 verbos plenos 7 sexo 8 determina o 9 discurso reportado e 10 escolaridade 156 TABELA 4 Resultados probabil sticos de n s e de a gente na posi o de sujeito aplica o a gente morfofonologia input 64
271. os redu o proparox tona 1x n o se aplica O fator n o se aplica foi introduzido para casos em que n o haja paralelismo formal bin rio e controlar a separa o entre os demais paralelismos codificados O paralelismo formal tern rio considerou DIDI 3 redu o proparox redu o proparox y mos mos mos mos mos redu o proparox mos redu o proparox mos mos mos mos mos mos 141 mos n o se aplica O fator n o se aplica foi introduzido para casos em que n o haja paralelismo formal tern rio e controlar a separa o entre os demais paralelismos codificados O paralelismo formal ene rio levou em conta os seguintes fatores e formas iguais manuten o de mos g formas iguais manuten o de f formas mistas altern ncia mos j formas mistas altern ncia mos h formas mistas altern ncia mos i formas mistas altern ncia mos n o se aplica O fator n o se aplica foi introduzido para casos em que n o haja paralelismo formal ene rio e controlar a separa o entre os demais paralelismos codificados 3 4 Vari veis ling sticas envolvendo n s a gente em fun es sint ticas n o sujeito Conforme resultados de Omena 1996 n s e a gente ocorrem em diferentes fun es al m da de sujeito Na an lise da distribui
272. os da Banca Examinadora constitu da pelos seguintes Professores Doutores ODETE PEREIRA DA SILVA MENON PRESIDENTE EDAIR MARIA G RSKI LOREMI LOREGIAN PENKAL IARA BEMQUERER COSTA E JOS LUIZ DA VEIGA MERCER designados pelo Colegiado do Curso de P s Gradua o em Letras para a sess o p blica de defesa de tese intitulada CURITIBA DA GENTE UM ESTUDO SOBRE A VARIA O PRONOMINAL N S GENTE E A GRAMATICALIZA O DE 4 GENTE NA CIDADE DE CURITIBA PR apresentada por ANDR A MARISTELA BAUER TAMANINE sess o teve in cio com a apresenta o oral da doutoranda sobre o estudo desenvolvido Logo ap s a senhora presidente dos trabalhos concedeu a palavra a cada um dos Examinadores para as suas argui es Em seguida a candidata apresentou sua defesa Na sequ ncia a Professora ODETE PEREIRA DA SILVA MENON retomou a palavra para as considera es finais Na continua o a Banca Examinadora reunida sigilosamente decidiu pela aprova o da candidata Em seguida a senhora Presidente declarou APROVADA a candidata que recebeu o t tulo de Doutora em Letras rea de concentra o Estudos Lingu sticos devendo encaminhar Coordena o em at 60 dias a vers o final da tese Encerrada a sess o lavrou se a presente ata que vai assinada pela Banca Examinadora e pela candidata Feita em Curitiba no dia trinta e um de mar o de dois mil e dez XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Gaba gehad Dr Odete Per ira da Silva
273. os de interesse de aprender acho que est meio fraco Eu acho que pelo que a gente v n o a coisa vai cada vez enfraquecendo mais n O desinteresse vai ser cada vez maior CBA 19 sexo feminino faixa et ria mais jovem escolaridade ginasial Como o infinitivo foi a segunda forma verbal mais freq ente na indetermina o na pesquisa de Menon tamb m se exemplificou ocorr ncia desse tipo na fala dos curitibanos A substitui o de a gente poder acompanhar por se poder acompanhar sem altera o de sentido refor a a interpreta o da indetermina o em 14 3 14 3 F Antigamente as missas eram em latim n Hoje j est Hoje em portugu s n Inclusive hoje est bem melhor j praa gente poder acompanhar a missa n 111 4 Ditados verdades gerais ou eternas perguntas ret ricas Menon retoma a considera o sobre o uso do presente atemporal nesse caso pois a id ia de um ditado por exemplo justamente generalizar a aplica o A manifesta o do conhecimento compartilhado tamb m se apresenta como prop cia indetermina o e ocorre geralmente precedido de como e conforme Foram encontrados alguns destes exemplos na amostra estudada como se pode ver em 15 3 16 3 15 3 16 3 F D pra viver d pra viver Uma semana mal outra semana bem mas d pra viver E assim a gente vai tocando o barco CBA 07 sexo masculino faixa et ria mais jov
274. osa pois certamente n o se 70 teve alcance sobre todas as investiga es realizadas por m as informa es trazidas permitem uma avalia o abrangente da forte presen a de a gente nos falares de norte a sul do Brasil Os bancos de dados de fala envolvidos importantes sem d vida infelizmente deixam uma situa o um tanto quanto inc moda para uma an lise geral para a constru o de um quadro sin ptico por exemplo de todos os resultados tratados neste cap tulo porque apresentam ou uma significativa falta de uniformidade entre as vari veis sociais contempladas ou diferen a entre os per odos de coleta dos dados ou ainda no caso das investiga es realizadas por meio desses bancos grande diversidade de grupos de fatores controlados Essas circunst ncias trazem dois efeitos contr rios mas at certo ponto complementares entre si de um lado uma variedade de abordagens que permite avan os na an lise do fen meno de outro a impossibilidade quase geral de cotejos diretos Dessa forma os trabalhos antecedentes tratados que puderam ser objeto de contraste e ou base para a discuss o dos resultados de Curitiba aqui apresentados ser o retomados no cap tulo 3 durante a apresenta o das hip teses e dos grupos de fatores controlados assim como no cap tulo da an lise dos resultados Na segii ncia ser o tratados alguns dos conceitos te ricos fundamentais da gramaticaliza o e da varia o e mudan a 71 2 FUN
275. osi o de sujeito 2 084 ocorr ncias que corresponderam ao maior percentual da amostra com 86 como adjuntos adnominais foram 258 ocorr ncias que representaram 10 5 do total de dados na fun o de objeto preposicionado foram 35 1 4 como complemento 24 casos 0 9 do corpus e como objeto direto registraram se 20 dados perfazendo 0 8 e 11 casos de adjuntos adverbiais 0 4 Na Tabela 11 s o descritos os resultados de distribui o das vari veis consideradas TABELA 11 Distribui o de ocorr ncias de n s e de a gente quanto fun o sint tica na frase total 2 432 dados GRUPOS DE FATORES Aplic ocor Aplic ocor Aplie ocor Fun o sint tica A gente n s Geral Sujeito 1 130 2 084 54 954 2 084 46 2 084 2 407 86 Adjunto adnominal 29 258 39 229 258 61 258 2 407 10 5 Objeto preposicionado 18 35 51 17 35 49 35 2 407 1 4 Complemento 17 24 71 7 24 29 24 2 407 0 9 Objeto direto 13 20 65 7 20 35 20 2 407 0 8 Adjunto adverbial 7 11 63 4 11 37 11 2 407 0 4 Totais 1 214 50 1 218 50 2 432 191 Entre os dados de distribui o de n s e de a gente em diferentes fun es a posi o de sujeito se mostra destacadamente como mais produtiva no corpus conforme resultados de Omena 1996 Tamanine 2002 Zilles 2002 e Borges 2004 A hip tese considerada neste caso foi confirmada pois tanto n s quanto a gente apresentaram maior ocorr ncia no corpus na fun o de su
276. osse mercado de trabalho o uso de n s n o deveria ser o mais favorecido por marcar um perfil mais educado polido Ou seria a caracter stica mais colaborativa de sentimento de grupo que se apregoa existir entre as mulheres que as levariam a usar um pronome menos individualizador como a gente S o perguntas que para serem respondidas adequadamente mereceriam estudos em reas como a etnografia da fala e a sociologia aqui n o contemplados 176 Em cruzamento entre as fregii ncias apresentadas em escolaridade e tipo de verbo entre ter e ir os mais frequentes da amostra o verbo ter foi o que mais ocorreu com n s em todas as escolaridades acima de 58 mas destaca se o alto n mero de fregii ncia de ocorr ncias entre os universit rios 83 O verbo ir s mais fregiiente com n s no prim rio 62 Destacam se ainda o verbo ver com maior n mero de casos de a gente em todas as escolaridades acima de 79 e da mesma forma o verbo saber acima de 88 Com as per frases as escolaridades prim ria 74 e superior 15 se destacam no uso de n s nas per frases de futuro ir R um dos redutos do uso de n s na escolaridade mais baixa da amostra Na per frase de modaliza o ter que R as escolaridades prim rio gin sio e secund rio se destacaram no uso com a gente acima de 64 refor ando a perspectiva da especializa o de a gente na modaliza o A escolaridade superior usa mais a per frase com n s
277. oube dividir seu conhecimento para multiplicar a minha capacidade de aprendizado n o h como mensurar na palavra obrigada tudo o que significou t la como mentora Espero que a gente possa realizar outros trabalhos juntas e que com eles n s tragamos tona outras contribui es para o estudo do Portugu s Brasileiro ABSTRACT The main objective of this work was investigating the variational process n s a gente in the position of the subject and the grammaticalization of a gente from the linguistic and social variables analysis in an oral set of data of informants of Curitiba capital of Parana The data were provided by the VARSUL project Urban Linguistic Variation of the South Region of Brazil The analysis included 32 interviews equally divided among schooling levels age and sex of the informants The theoretical and methodological basis of the investigation was especially centered in the presuppositions of the grammaticalization and the Variationist Theory WEINREICH LABOV amp HERZOG 1968 The quantitative technical procedures used in the data analysis related to the favoring contexts of the alternation of the pronominal forms n s a gente and of the grammaticalization of a gente investigated had as basis the package of programs that the pronoun a gente in variation with n s presented higher tendency of use among the younger Curitiban women and that the descriptive text as well as the stative verbs are contexts of
278. ova segii ncia SILVA 2004 p 102 A perspectiva de an lise sai do t pico cujo alinhamento dado pelo assunto e possui delimitadores espec ficos que nem sempre se configuram pela troca de turno pois interrup es podem ser apenas segiienciadoras ou interacionais sem representar redirecionamentos no tema da conversa o ou seja no turno se perde de vista o fato de que os referentes dos pronomes podem estar pr ou p s projetados al m de o informante poder alternar referentes entre turnos diferentes pelos mesmos pronomes o que pode descaracterizar 94 a 1 men o de a gente no tumo como nica fonte das retomadas dentro desse mesmo 4 si PE 24 A turno Silva idem p 81 j havia mostrado a consci ncia da problem tica da an lise de referentes e dos limites para isso em outro momento ap s an lise de segmento t pico que serviu de exemplo ao explicar que O segmento discursivo acima mostra que a repeti o do mesmo segmento ling stico do mesmo pronome n o est atrelado preserva o da identidade referencial Parece tratar se na verdade de uma estrat gia de repeti o pronominal que conduz progress o do t pico discursivo sem no entanto manter a identidade dos mesmos referentes iniciais Outra curiosidade que nas primeiras vezes em que o pronome a gente mencionado linhas 4 e 5 no enunciado n o est clara a identidade do referente Nesse caso o referente n o est expl cito
279. p sitos comunicativos Para Heine et alii 1991 o processo de gramaticaliza o ocorre devido s necessidades de comunica o n o satisfeitas pelas formas existentes no sistema ling stico e exist ncia de conte dos cognitivos para os quais n o existem designa es ling sticas adequadas Assim a necessidade comunicativa aciona a criatividade expressa por formas ling sticas novas ou rearranjadas que a partir do momento em que saem do casual e passam a ter uso fregiiente sofrem restri es gramaticais e fixam se ou seja gramaticalizam se A gramaticaliza o fen meno enquadrado nos processos de mudan a ling stica cuja defini o original de Meillet 1912 1965 de transforma o por que passa um item 12 lexical aut nomo para um item gramatical preso ou funcional De acordo com Heine et alii 1991 a gramaticaliza o era vista como um meio de analisar a evolu o ling stica de reconstituir a hist ria de uma l ngua ou relacionar as estruturas ling sticas do momento com os padr es anteriores do uso ling stico Hopper amp Traugott 1993 p 2 apontam duas perspectivas de estudo da gramaticaliza o a hist rica pela qual a origem das formas gramaticais e as mudan as t picas que as afetam s o estudadas a sincr nica que estuda a gramaticaliza o sob o ponto de vista de padr es em uso ling stico Lichtenberk 1991 p 38 afirma que as gram ticas das l nguas naturais s o
280. pec fica daqueles que sofrem da s ndrome do p nico na qual ela se inclui quando diz com o tempo a gente administra n j que menciona a s ndrome e seus sintomas como o que seria administrado A an lise de aspectos como entona o de voz sobreposi o de vozes gestos e express es fision micas colhidos no momento da produ o discursiva o Programa do J exibido na televis o poderia compor resultados ainda mais conclusivos pois pode ser considerada a possibilidade de a gente ter sido marcado com significativa mudan a de entona o e express o facial pela entrevistada o que se acontecesse poderia projetar uma mudan a na perspectiva usada sobre o referente sujeito anterior e a gente se constitu sse como 93 estrat gia para tornar a refer ncia mais indeterminada do que os usos de eu anteriormente enunciados Tamb m importante observar que se Silva 2004 toma o t pico discursivo como unidade de an lise ent o seria correto considerar que a gente aparece em segmento que favorece a descontinuidade pois marca uma esp cie de an ncio de transi o de t pico um esvaziamento da intensidade das informa es em que eu foi utilizado e com o tempo a gente administra n seguido de um marcador discursivo n que tanto pode indicar o fechamento do t pico quanto sinalizar um valor interacional para com o entrevistador A express o e mas com o tempo tamb m indicia esse esvaziamento
281. pectivamente e o secund rio apresentou peso relativo exato de 50 ou seja a tend ncia de uso aleat rio entre n s e a gente foi geral nas segii ncias especialmente entre os informantes com o n vel de instru o mais alto da amostra Alb n e Freitas 1991 testaram as vari veis faixa et ria momento de elocu o e atitude do locutor como poss veis condicionantes do uso de n s ou de a gente em dados de fala culta provenientes do NURC Salvador O recorte utilizado no artigo compreendeu inqu ritos de n mero 156 informantes 197 F3 e 198 F1 208 informantes 273 F3 e 274 F1 e 234 informantes 305 F3 e 306 F1 ALB N E FREITAS 1991 p 87 Dos tr s inqu ritos investigados dois n mero 208 e 234 tinham por informantes pessoas que n o se conheciam antes da entrevista e um n mero 156 envolveu dois professores de uma Lembrando descri o dos crit rios de organiza o do NURC em faixa et ria F1 25 35 F2 36 55 e F3 56 anos tipo de entrevista EFs elocu es formais DIDs di logos entre informante e documentador e D2 di logo entre dois informantes que constitu ram a vari vel estilo e sexo masculino e feminino 63 mesma unidade universit ria Em aspectos gerais os resultados obtidos revelaram que a faixa et ria foi a vari vel social mais significativa sendo que os mais jovens F1 25 a 35 anos demonstraram prefer ncia por a gente enquanto que os informantes F3
282. podendo afetar outras fun es como o caso da varia o entre os possessivos nosso da gente Dessa forma a gramaticaliza o implica na exist ncia da varia o ling stica como uma das etapas do processo de mudan a assim como a mudan a implica em varia o como parte de seu processo c clico Castilho 1997 p 55 observa que aparentemente n o h contradi o em afirmar que a varia o ao mesmo tempo o ponto de partida e o ponto de chegada da mudan a ling stica chamando a aten o para a rela o entre os dois conceitos A partir do entendimento dos postulados te ricos da gramaticaliza o sob enfoque da l ngua em uso as situa es reais de intera o mostraram se contextos ideais de abordagem do 78 estudo da l ngua Assim sendo a natureza heterog nea da l ngua implicar na varia o e na mudan a ling stica que como j dito anteriormente s o o term metro da an lise dos processos de gramaticaliza o Segundo Borges 2004 p 29 a variabilidade de concord ncia de n mero e g nero encontrada por Lopes 1999 em rela o ao uso de a gente poderia estar indicando a exist ncia de um processo inserido em um continuum ling stico que nesse caso espec fico resultaria na pr pria gramaticaliza o envolvendo a forma a gente ou seja a varia o configuraria o in cio do processo de mudan a que levou a gente categoria de pronome e esta varia o teria condicionamentos ling
283. presenta o V1 V2 Ter que considerado V1 R considerado V2 28 3 Ent o quem conseguiu comprar uma coisinha conseguiu n E a gente tem ainda que dar gra as ainda que conseguiu n CBA 03 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade ginasial Outras express es al m do verbo tamb m podem informar tempo modo aspecto etc quando ocorre intera o com o verbo em contexto sint tico pr ximo ILARI E BASSO 2006 p 168 126 29 3 Eu acho que a gente tem que viver o quanto est vivendo Viver o mais intensamente poss vel Tem que gostar de viver n CBA 11 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria Estar NDO 30 3 eles hoje n s n o estamos mais liberando nenhum alvar n Ent o existem muitas empresas aqui na realidade de transportes isso sim j estabelecidas n CBA 5 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria Estar DO 31 3 Dizem que agora tem na Tamoios e tem aqui nessa outra rua aqui que passa o Vila Izabel Santa Helena Santa Am lia Fazendinha Ent o pra n s estamos muito bem servidos de nibus n Condu o n s estamos muito bem servidos n CBA 1 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria Passara R 32 3 Da a gente j passou a estudar no aqui no Bacacheri Tinha um grupo Escolar Bacacheri CBA 16 sexo feminino faixa et ria ma
284. preta o do possessivo seu remete uma 3 pessoa que est representada no substantivo gente Observa se aqui que sobre o exemplo de Neves n o o caso do substantivo gente remeter 3 pessoa mas o caso de uso de se indeterminador com sentido de a gente fazia arte e se recebia o castiguinho Apesar dos exemplos dados a possibilidade do uso de a gente determinador e n s indeterminador n o fica clara Diante das reflex es feitas fundamental se discutir o conte do das refer ncias padronizadoras em especial as comumente usadas nas escolas com a consci ncia de que atitudes puristas e normativistas n o se constituem ensino de portugu s mas manuten o de ideologias dominantes e como alerta Faraco discrimina o e exclus o sociocultural 2002 p 43 A incorpora o do uso de a gente um dos exemplos de necessidade de atualiza o e flexibiliza o dos materiais uniformizadores pois se trata de uma mudan a generalizada conforme atestam os estudos sobre o tema assim como os resultados apresentados neste trabalho Ao verificar a concep o equivocada de pronome e em espec fico da abordagem confusa de a gente em gram ticas como a de Faraco e Moura 2000 que pode ser definida como pedag gica ou seja voltada ao ensino da l ngua por extens o se poderia deduzir que a problem tica se estenderia para os livros did ticos Em Tamanine 2002 verificou se a presen a da varia o n s a g
285. proje es e n o possibilitam explica es precisas se a diferen a ocorre em raz o da faixa et ria corresponder fase de perman ncia no mercado de trabalho e que isso influenciaria o uso mais cuidado da l ngua Menon estende a reflex o para a escolaridade no VARSUL vari vel composta de tr s variantes com comportamento semelhante no que tange escolaridade intermedi ria gin sio cujos resultados em muitas pesquisas provocam desvios sem possibilidade de 67 estabelecimento de causas seguras A solu o para esses problemas est sendo discutida entre os pesquisadores da rea e segundo ela a busca de confian a nos resultados tem feito os pesquisadores testarem diferentes possibilidades como n o considerar esses fatores intermedi rios mas orienta que test los e comparar seus resultados com rodadas em que sejam exclu dos deve ser a t nica enquanto essas solu es n o chegam Sobre a proximidade entre os resultados na vari vel sexo Menon se refere aos dados em geral n o s a n s e a gente No entanto os resultados de a gente s o convergentes segundo a pesquisadora estando acima do ponto neutro NURC SP 64 VARSUL capitais Setti 1997 63 VARSUL interior 58 O destaque do uso de a gente fica por conta das mulheres peso superior ao uso das outras formas nominais FNs analisadas com uso liderado pelos homens e Menon considera o fato como ind cio de que a gente forma n o ma
286. r ximos entre os demais n veis 55 para o gin sio 54 para o 2 grau e 53 para universit rios Com base nesses dados em Curitiba a suposi o feita portanto de que o prim rio apresentar tend ncia de uso favor vel ao uso de n s enquanto as demais escolaridades favorecer o a gente Escolaridade p prim rio g gin sio c secund rio u superior 145 Apresentadas as vari veis ling sticas e sociais estruturadas para utiliza o do pacote VARBRUL s o expostos a seguir os casos desconsiderados na an lise 3 6 Dados desconsiderados na an lise estat stica Entre os dados desconsiderados na an lise estat stica ressalta se que a observa o das interven es do entrevistador foi importante para compreens o e avalia o do t pico discursivo no entanto essas falas n o foram levadas em conta como dados de n s e de a gente no corpus Tamb m n o foram tratados na amostra para an lise da varia o n s a gente os seguintes tipos de dados 1 pronome n s ou a gente n o acompanhado de forma verbal 2 pronomes n s ou a gente n o expressos em ora es coordenadas Segundo Lira 1998 as ora es coordenadas s o contextos inibidores da presen a de sujeitos pronominais No corpus analisado por Lira o apagamento do pronome em segii ncia de ora es coordenadas foi quase categ rico a partir da segunda coordenada Dessa forma as ora es coordenadas nesse ambiente n o teriam ocorr ncia de suje
287. ra 2000 e Zilles 2002 e guardadas as diferen as entre os corpus analisados Curitiba segue a dire o das tend ncias apresentadas nas duas outras capitais do sul no que se refere probabilidade favorecedora do uso de a gente pelos mais jovens Ainda no mbito do fator social faixa et ria esta se apresentou como fator mais relevante na varia o quando da rodada geral dos dados de Curitiba com fator de aplica o a gente apresentando novamente a maior probabilidade de uso de a gente entre os informantes mais jovens 70 poss vel ind cio da mudan a favor vel ao pronome inovador Entre os jovens foram as mulheres que se apresentaram na vanguarda da mudan a para a gente mas isso na forma plena 55 pois nas formas reduzidas de a gente a lideran a no uso ficou entre os homens 62 contrariando a hip tese levantada de que seriam as mulheres que estariam frente dessa nova mudan a A escolaridade n o se mostrou significativa entre os informantes de Curitiba no que se refere uma tend ncia favor vel significativamente para a sele o entre os pronomes n s e a gente j que as probabilidades pouco se afastaram do ponto neutro e pouco se afastaram entre si A probabilidade mais alta para o uso de a gente foi apresentada na escolaridade secund ria o colegial com 57 e a mais baixa para o prim rio com 43 Em geral o que pode verificar que a escolaridade mais baixa da amostra mais favorece uso o pronome can n
288. ra pois de fato se poderia ter tamb m uso de a gente determinado pois a mudan a percebida quando j ocorreu Portanto n o era uma novidade O autor revela que o uso de a gente era percebido de forma mais acentuada no mbito familiar ent o se pode inferir que o uso se dava na modalidade informal popular da l ngua Na 2 edi o da gram tica de Cunha amp Cintra 1985 p 269 segundo eles uma tentativa de descri o do portugu s atual na sua forma culta p XIV os autores explicam que os pronomes pessoais caracterizam se por denotarem as tr s pessoas gramaticais isto por terem a capacidade de indicar no col quio a quem fala 1 pessoa eu sing n s plural b com quem se fala 2 pessoa tu sing v s plural c de quem se fala 3 pessoa ele ela sing eles elas plural O substantivo gente mencionado acompanhado de artigo definido no cap tulo das Figuras de Sintaxe p 602 na exemplifica o de silepse p 614 J toda a gente estava indignada Queriam ouvir M Torga significando um sujeito coletivo N o houve nenhuma refer ncia de a gente como pronome Cegalla 1998 p 170 em sua 41 edi o vers o publicada 13 anos ap s a 2 edi o da gram tica de Cunha e Cintra em 1985 Cegalla publicou sua 26 edi o N o houve altera es para a edi o 41 no que se refere a n o men o de a gente define pronomes pessoais como palavras que
289. ra repeti o para o fen meno do paralelismo conforme levantado por 138 Amaral 2006 Em raz o disso na busca de uma forma de resolver o que constituiria uma sequ ncia de pronomes ou seja como se estabeleceriam limites para definir uma segii ncia foi identificada a metodologia de trabalho com o t pico discursivo como unidade de an lise como j apresentado no item 3 1 A utiliza o dos princ pios de identifica o e segmenta o do t pico discursivo possibilitou uma forma sistematizada de relacionar os pronomes n s e a gente no discurso dando aos paralelismos um car ter n o s sint tico mas tamb m discursivo afinal existe um plano de fala articulado na intera o que promove o uso sequencial dos pronomes n s a gente conforme a segmenta o aplicada A preocupa o com vari veis paralelismo tamb m originada da leitura de Amaral 2006 que discute os resultados do paralelismo em trabalhos variacionistas em especial pela inerente falta de ortogonalidade cf GUY amp ZILLES 2007 dos fatores Segundo ele o primeiro conceito que precisa ser mais bem definido para constru o da vari vel o que se entende por segii ncia depois a intera o entre os fatores precisa ser mais bem observada pois apresentam forte sobreposi o que acaba por fazer com que a vari vel seja selecionada de maneira sistem tica pelos programas estat sticos Amaral enfatiza que antes de se acreditar no result
290. ral dos dados de n s e a gente em Curitiba na posi o de sujeito entre ocorr ncias isoladas sequ ncias bin rias e segii ncias tern rias 150 GR FICO 2 Distribui o geral dos dados de n s e de a gente na posi o de sujeito presnchido E nAo preenchido si deere nina GROSSEIRA aa SAR Ea Aa 153 GR FICO 3 Percentuais da distribui o de n s e de a gente na posi o de sujeito entre sexo ARIRAN ANAIE EEE RE UR e UR ENO CDE RE N SRD DEE ARE ES URSS DR E 175 12 SUM RIO ABSTRACT inaia ieta e a E a a A a a E T AEE T 8 RESUMO arise gg OS nEn 9 LIS PA DRETABELAS uia d ia Ri RU E t 10 LISTADE ILUSTRA ES au EE E EE EEA E EE OERE 10 INTRODU O anniansnoe n e a a a eai 14 1 OS FEN MENOS EM ESTUDO ssisicaiia pranto arde ab non ra a 21 LTA cidad de Curitibasta kanan a a A A 21 FA LCuntiba da gentenaniorree i E E NE R ARE AA AE A AE 22 12 A gramaticalizac dea sentes as iganta igtes sua yir e e a aeda aaas qn anis 23 1 3 N s e a gente defini es e usos apresentados em dicion rios e gram ticas 31 1 4 Antecedentes no estudo da altern ncia n s a gente nssosssssesssssssssssssesesssereessesresssseressse 52 2 FUNDAMENTOS TE RICOS DA GRAMATICALIZA O VARIA O E MUDAN A rnont santas ta nad pda SARA oa dia ca ada AS RASA Sad Sa Sd 71 2 lAgramaticalzac o cogu siga a e a A Ce a a a a 71 2 2 A socioling stica variacionista a varia o e a mudan a lingii sti
291. rcada em rela o s outras FNs Entre os homens os resultados encontrados apontam que apresentam o uso de eu no NURC SP com resultado semelhante 77 ao das ocorr ncias de n s nos dados de Godoy 1999 74 No trabalho de Setti 1999 entre as capitais do sul o uso de n s teve probabilidade de ocorr ncia de 62 levemente superior ao uso de eu com 59 Sobre esses resultados relativos ao uso de eu e de n s a reflex o deixada por Menon para ser discutida em outra oportunidade de que uma quest o interessante mas pertinente an lise do discurso poderia ser suscitada para explicar porque os homens alternam para primeira pessoa a forma singular e plural Zilles 2002 analisou dados de 33 informantes do VARSUL Porto Alegre computando 1 483 ocorr ncias de n s a gente na fun o de sujeito O corpus envolveu quatro graus de escolaridade prim rio gin sio 2 grau e informantes com n vel universit rio A pesquisadora constatou n mero frequencial expressivo de 70 para o uso de a gente 1041 1483 Entre os resultados probabil sticos foram os informantes mais jovens 25 a 50 anos que apresentaram peso relativo mais alto para o uso de a gente 65 para os mais velhos mais de 50 anos o peso foi de 40 O resultado refor a outros j apresentados em que os mais jovens lideraram o uso da forma considerada inovadora neste caso a gente fato considerado como indicador de mudan a em progresso Em Zilles 2002 os
292. re as formas reduzidas Al m das ocorr ncias de n s e de a gente na posi o de sujeito outras fun es sint ticas em que as formas ocorram como adjunto adverbial adjunto adnominal e complemento ser o levantadas Neste caso a expectativa de que 1 haver maior ocorr ncia de n s e de a gente na fun o sint tica de sujeito sendo que nesta fun o a gente ser mais recorrente Em outras fun es sint ticas n s e a gente ser o mais frequentes na fun o de adjunto adverbial OMENA 1996 Com vistas a facilitar a leitura e compreens o do trabalho esta introdu o apresentou justificativas para a escolha do tema assim como aspectos que d o relev ncia ao estudo da fala dos curitibanos O corpus utilizado decis es metodol gicas e os objetivos centrais da pesquisa foram expostos em linhas gerais a fim de oferecer juntamente com men o das hip teses uma vis o geral do que se pretende nesta investiga o As demais etapas da investiga o est o assim organizadas no cap tulo primeiro para apresentar os objetos de estudo a varia o n s a gente e a gramaticaliza o de a gente s o informados inicialmente dados gerais sobre a cidade de Curitiba a fim de proporcionar 20 melhor caracteriza o da origem dos dados Depois trata se da gramaticaliza o de a gente contextualizando sua entrada como concorrente do pronome n s no PB Para auxiliar na constru o do cen rio sobre os dois pronomes no PB
293. re os pronomes sendo ambos de igual relev ncia importante lembrar que na classifica o dos tipos de texto se trabalhou com a domin ncia e se buscou aplicar sempre os mesmos princ pios de identifica o citados agora resumidamente o falante narra situa o fazer ou o acontecer no tempo e no espa o descreve d caracter sticas do espa o caracteriza o objeto de descri o disserta opina reflete faz saber abstraindo do tempo e do espa o injun o estabelece perspectiva de algo a ser feito ou como dever ser feito No entanto sabe se da complexidade da tipologia e de suas subdivis es descri o narradora e descri o comentadora por exemplo e de que o material analisado a entrevista constitui se estruturalmente em texto narrativo tipo de texto mais frequente encontrado nos t picos discursivos analisados 1 106 casos 166 No cruzamento de dados frequenciais obtido via CROSSTAB resultados pr ximos de 50 aparecem no cruzamento entre tipo de texto e os tempos verbais de maior fregii ncia no corpus os tempos da narrativa presente pret rito imperfeito e pret rito perfeito Entre verbos plenos e narra o os percentuais dos 11 verbos controlados um dos fatores outros ou seja contemplou uma variedade de itens verbais al m dos 10 mais frequentes codificados conforme explicado na apresenta o da vari vel apresentam distribui o equilibrada n o menos do que 40 e n o mais do que 60
294. recem exemplos criados pelos gram ticos Depois disso declaram como objetivo apresentar n o s regras b sicas de gram tica normativa mas tamb m exemplos em que o uso efetivo da l ngua em jornais revistas e obras liter rias n o segue essas normas No entanto a adequa o aos indicativos acima n o parece ser seguida causando d vidas confus es frequentes sobre as afirma es dos autores Ao verificar os demais exemplos no cap tulo sobre pronomes todos considerados na obra como norma padr o h diversos casos de enunciados retirados da Folha de S o Paulo sem considera es quanto ao que pudesse ser entendido como formal ou coloquial a partir do que os autores definiram ou at que ponto os autores estariam sendo descritivos ou 39 normativos ao utilizar esses exemplos em suas explica es Nesses moldes vagando sem clareza entre descri o e normatiza o entre modalidades formal e informal entre representa es da oralidade que n o s o contextualizadas adequadamente o efeito sobre o leitor deve ser de desorienta o A forma como o uso de a gente definido mais um ponto obscuro para quem busca nesta gram tica alguma orienta o pois a classifica o de express o obviamente n o se encaixa nas 10 categorias gramaticais tratadas na obra evidenciando a incerteza da classifica o por parte dos gram ticos e estendendo essa incerteza para o leitor Voltando a tratar da verifica
295. recer Escolher escorrer Esfregar esquematizar Estremecer exercitar Fabricar Facilitar Freq entar Friccionar Fugir Gravar Levantar lutar Marcar Modificar Organizar Pentear Permanecer Pescar Pisar Propor Residir resolver Retornar Rodar Sensibilizar Soltar Sonhar suspender Tacar Unir Virar 220 habituar incomodar Inventar Lavar Lidar Ligar Mentir Mexer molhar montar Morrer Notar Imaginar ocupar perguntar Pintar Pregar preocupar procurar Programar Publicar Puxar quebrar Reclamar reproduzir Riscar Romper Seguir Sentar Servir Suportar Telefonar tocar torcer Trocar Vender Viajar Visitar Vivenciar ANEXO 7 221 Tabela 14 Rodadas com casos de n s e de a gente exclusivamente em contextos de determina o e exclusivamente de indetermina o nos dados de Curitiba aplica o a gente INDETERMINA O DETERMINA O Grupo fatores Aplic Ocor PR Grupo fatores Aplic Ocor PR 1 Tonicidade 1 Tonicidade ox tono 44 47 94 98 ox tono 128 129 99 1 0 monoss labo 103 107 96 97 monoss labo 167 170 98 98 parox tono 221 419 53 22 parox tono 464 1047 45 21 2 Verbo pleno 8 Verbo pleno Outros 162 217 75 73 Outros 316 537 59 62 Ver 35 39 90 51_ Ver 20
296. recisa trabalhar CBA 13 sexo masculino faixa et ria mais velha escolaridade prim ria No levantamento feito por Borba 1993 com dados de Curitiba no fator n o preenchimento do pronome a gente apresentou peso relativo de 37 enquanto n s para o mesmo fator apresentou peso de 63 Borba justifica este resultado pela a o da marca verbal no uso de n s marcado pela flex o mos o que favoreceria a aus ncia do pronome enquanto a 3 pessoa do singular pode referir se a outros pronomes al m de a gente por isso o preenchimento seria necess rio para esclarecer a refer ncia Nossa hip tese para esta 104 vari vel ent o de que quando se observar formas nulas n s ser mais fregiiente e quando se observar formas preenchidas a gente apresentar a maior frequ ncia no corpus No caso da varia o entre as formas plenas postula se que a altern ncia entre n s e a gente se dar em maior n mero no sentido de substitui o de n s por a gente conforme resultados j apontados por Borba 1993 Seara 2000 Tamanine 2002 entre outros Foram considerados nesta vari vel os seguintes fatores g a gente pleno G a gente nulo n n s pleno N n s nulo b Para constru o da vari vel realiza o fon tica de a gente tomaram se como base os resultados de Menon 1995 1996 e 2006 que descreveu o processo de redu o fon tica de a gente indicando lhe como causa prov vel a frequ ncia de
297. refer ncia determinada 1 pessoa No exemplo 2 a rela o de equival ncia feita pelo autor entre com a gente e conosco remete diretamente interpreta o de a gente como n s refer ncia determinada de 1 pessoa 11 Pe Nossa numera ao 35 Em outra gram tica hist rica da L ngua Portuguesa de Said Ali 9702 a gente tratado por pronome foco de an lise juntamente com homem O autor vincula para a gente e homem a mesma origem como substantivos nomes que assumem car ter pronominal quando usados n o j na acep o pr pria mas para indicar agente vago e indeterminado idem p 116 j identificando mudan a de fun o e de sentido para a gente Destaca ainda que a gente tem seu uso mais fregiiente na linguagem familiar da atualidade a ltima revis o realizada na obra comentada na apresenta o da edi o de 1971 n o deixa claro se a express o atualidade foi acrescentada ou n o pelo revisor Maximiano de Carvalho e Silva em 1964 Haja vista a men o das adequa es feitas tratarem de quest es de ortografia e pontua o poss vel deduzir que a express o atualidade tenha sido utilizada pelo pr prio Said Ali em 1931 Se assim fosse a maneira como Said Ali se refere ao uso de a gente pode mostrar que nos anos 30 a gente j co ocorria com n s j era uma nova forma de indetermina o do sujeito em uso dedu o feita pela apresenta o vago indeterminado feita na ob
298. rela o com a indetermina o e se esta rela o estaria presente nos tipos de texto em especial no texto dissertativo recorreu se ao uso do CROSSTAB e aos dados de distribui o para busca de respostas Feito o CROSSTAB que trabalha com n meros absolutos e fregiienciais entre os grupos determina o e tempos verbais no pret rito imperfeito a distribui o entre n s e a gente em contextos de determina o foi percentualmente igual 655 326 50 para a gente e 655 329 50 para n s na indetermina o o percentual sobe para a gente 140 102 73 ou seja h sim um destaque nas fregii ncias para o uso de a gente com verbos no pret rito imperfeito e desse uso com a indetermina o do sujeito No entanto fazendo novo cruzamento agora entre a vari vel determina o e tipo de texto para dar conta de visualizar a rela o entre a gente pret rito imperfeito texto dissertativo verificou se em dados freqienciais que no texto dissertativo o uso de a gente ocorreu no corpus de maneira mais intensa na determina o com 72 de freqii ncia 252 349 12 apesar de que na indetermina o o resultado superior a 50 para a gente 219 340 64 comparado ao uso de n s 160 A maior freq ncia de a gente indeterminado se deu nos textos narrativos tipo de texto em que a gente usado na indetermina o apresentou 72 de frequ ncia 112 155 72 contra 47 na determina o 451 951 47 apesar de o n mero de ocorr ncias
299. rmina o indetermina o total 1 085 ocorr ncias 189 TABELA 11 Distribui o de ocorr ncias de n s e de a gente quanto fun o sint tica na frase total 2 432 dads nisinsin innn r Cen nea aa TA aa isa Lis REAd a ia geada 190 TABELA 12 Levantamento geral de verbos junto a n s e a gente nos dados de Curba aimsin kirita i u Ei Ee E Cabo tad al ja fia o SEE E pulo clan asd pers ie qu dada aids ni ue dan as lara 189 TABELA 13 Levantamento de formas verbais e per frases n o comuns a n s e a gente nos dados de C m bA caso e a aeaee a AE Eai EAS nan Na a E ae 213 TABELA 14 Rodadas com casos de n s e de a gente exclusivamente em contextos de determina o e exclusivamente em contextos de indetermina o nos dados de Curitiba 221 TABELA 15 Per frases verbais comuns a n s e a gente nos dados de Curitiba 209 TABELA 16 Verbos comuns a n s e a gente nos dados de Curitiba cctts 210 11 LISTA DE ILUSTRA ES QUADRO 1 Representa o da cadeia de transforma o sofrida no processo de gramaticaliza o de a gente de acordo com Menon 1995 24 QUADRO 2 Representa o da cadeia de transforma o fon tica sofrida no processo de gramaticaliza o de a gente segundo Menon e eessseeseeseserssesreeseesstserssresseserssresseesresressreeeesees 26 QUADRO 3 Tra os morfo sem nticos de g nero n mero e pessoa de gente e a gente
300. rograma VARBRUL ser o tratados no cap tulo da metodologia 61 representou 72 das ocorr ncias Em seus resultados destacaram se como fatores significativos para aplica o de a gente o tempo verbal pret rito imperfeito 82 e 0 68 associado a menor sali ncia f nica sexo 80 e 0 66 entre as mulheres tra o sem ntico do sujeito express o de sujeitos indeterminados 78 e 0 68 e faixa et ria primeira faixa et ria 15 a 24 anos 76 e 0 69 Em vari vel denominada graus de conex o do discurso o resultado obtido por Seara 2000 apontou para a maior ocorr ncia de a gente quando h inser o de sujeito diferente entre os dados 86 e 0 69 Segundo a pesquisadora a conex o discursiva mais afetada pois entra em cena outro sujeito representando um interferente potencial levando a uma ruptura na segii ncia discursiva idem p 187 ou seja uma ruptura causada pela entrada de outro sujeito levaria o falante a retomar o referente inicial neste caso a gente Com dados do VARSUL Santa Catarina s o destacados os principais resultados da an lise sobre o uso de n s e de a gente realizada em Tamanine 2002 nas cidades de Blumenau Lages e Chapec A soma geral das ocorr ncias de n s e de a gente gerou 6 930 realiza es expressas ou n o expressas que sofreram an lise sob a perspectiva de tr s categorias ocorr ncia isolada segii ncia bin ria e segii ncia tern ria Nessa perspectiva as segii ncias b
301. rski 1986 Menon 1994 Omena 1996 destacaram a signific ncia dos tempos presente e pret rito imperfeito com o pronome a gente Lopes 1999 p 175 8 tamb m registrou que os tempos verbais com fregii ncias mais altas junto de a gente foram o presente e o pret rito imperfeito Em Seara 2001 p 183 a gente foi acompanhado em maior frequ ncia de verbos no pret rito imperfeito Borges ao perceber rela o entre a vari vel tempo verbal e tipologia sem ntica do sujeito realizou cruzamento 134 entre os resultados de a gente nos fatores refer ncia espec fica do sujeito e tempo verbal e constatou que o pret rito perfeito e imperfeito apresentaram os percentuais mais altos para a gente espec fico As ocorr ncias desses tempos verbais foram identificadas por Borges em contextos verbais pr prios da narrativa no que considerou como momentos de focaliza o mais intensa em que os contextos verbais s o mais pontuais em termos sem nticos e sint ticos BORGES 2006 p 162 Sobre o uso de n s e a gente e tempos verbais se hipotetiza que 1 entendendo que o uso de verbos no presente e no pret rito perfeito na 1 pessoa do plural apresentam formas iguais o que cria ambigiiidade na interpreta o temporal n s caminhamos presente e n s caminhamos pret rito perfeito o uso de a gente ser mais produtivo do que n s junto a verbos no presente do indicativo porque este uso proporciona ao fa
302. ry of Syntax Cambridge Mass M L T Press 1965 CROFT W Typology and universals Cambridge Cambridge University Press p 230 244 1990 CUNHA C amp CINTRA L Nova gram tica do portugu s contempor neo Rio de Janeiro Nova Fronteira 1985 198 CURITIBA PARANA Hist ria de Curitiba Dispon vel em http www curitiba parana net Acesso em 29 de mar 2009 DI RIO JR E TAMANINE A M B SILVA M F da 4 altern ncia da forma pronominal n s a gente na fala da cidade de Londrina In XLVIII Semin rio do GEL 2000 Assis SP Programa o e resumos do XLVIII Semin rio do GEL 2000 p 217 218 DUARTE M E L Do pronome nulo ao pronome pleno a trajet ria do sujeito no portugu s do Brasil In ROBERTS I KATO M A org Portugu s brasileiro uma viagem diacr nica homenagem a Fernando Tarallo 2 ed Campinas SP Editora da Unicamp 1996 FARACO Carlos Alberto Norma padr o brasileira desembara ando alguns n s In BAGNO Marcos org Lingu stica da Norma S o Paulo Ed Loyola 2002 FARACO amp MOURA Gram tica 12 ed S o Paulo tica 2000 FAVERO L L e KOCH I V Lingu stica Textual uma introdu o S o Paulo Cortez 1983 FERREIRA A B de H Novo Dicion rio da L ngua Portuguesa 2 ed Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986 Novo Dicion rio da L ngua Portuguesa Rio de Janeiro Nova Fronteira 2008 FERREIRA et al A pessoa e a n o pessoa em discursos de informantes do Pro
303. s verificada junto aos informantes com n vel secund rio escolaridade com maior probabilidade de uso de a gente da amostra ver Tabela 6 Outro fator que poderia ser relacionado como importante para o avan o da gramaticaliza o de a gente a frequ ncia de uso conforme defendido por Borges 2004 A hip tese de Borges 2004 para a redu o de a gente trata da quest o da fregii ncia de uso aliada velocidade da fala a gente uma palavra fonol gica originada de duas palavras morfol gicas voc bulos formais artigo a substantivo gente que tende a especializar se em dire o identidade entre uma palavra morfol gica e uma palavra fonol gica Essa identidade ocorreria principalmente em fun o de dois fatores principais a da sua elevada taxa de aplica o no PB principalmente na posi o de sujeito e b da velocidade da fala justamente nos casos em que sua pron ncia dita com maior velocidade Estaria ocorrendo de certa forma uma rela o inversa que poderia ser entendida da seguinte maneira quanto maior sua freq ncia de uso menor o tamanho do voc bulo p 174 N o se trabalhou aqui com a vari vel velocidade da fala mas se considera a hip tese de Borges 2004 relevante e portanto entende se pertinente a verifica o futura desta condi o a rela o freq ncia de uso e velocidade da fala no contexto das realiza es fon ticas de a gente em Curitiba A nica vari vel ling
304. s es formadas por de substantivo ou pronome pessoal s o consideradas interessantes apenas para serem desfeitas poss veis ambigiiidades seu dele 42 sua dela O possessivo de a gente n o mencionado por m sua condi o de uso sinalizada Ao consultar a gram tica de usos de Neves 2000 havia a expectativa de encontrar refer ncia ao uso de a gente al m do escopo das variedades n o padr o da l ngua mas o uso foi referenciado apenas como pertinente linguagem popular sem maiores explica es do ponto de vista da ling stica Vilela e Koch 2001 apresentam sua gram tica com o subt tulo gram tica da palavra gram tica da frase gram tica do texto discurso No cap tulo Gram tica da palavra em subt tulo dedicado aos pronomes os definem como pertencentes categoria dos sinsem nticos n o nomeiam mas estabelecem a deixis a mostra o a orienta o p 212 Na segii ncia especificam nos pronomes tr s subclasses uma em que apenas funcionam como substantivos fulano sicrano etc a segunda em que diferenciam seres vivos e seres n o vivos quem algu m etc e a terceira pronomes que s funcionam como substitutos dos nomes p 212 citando ent o algu m ningu m quem nada voc e a gente Na lista dos pronomes pessoais da p gina seguinte indicando formas e fun es dos pronomes apenas as formas can nicas est o registradas No entanto ma
305. s por se tratada por Menon como forma protot pica da indetermina o mant m o car ter indeterminado do sujeito portanto al m de se foram consideradas a gente n s eu voc s eles formas nominais com tra o gen rico passiva sint tica VPASSINT aus ncia do agente da passiva VPSA verbo na terceira pessoa do plural sem sujeito com sujeito Aquilo que a GT define como n o querer poder identificar o sujeito como pode ser visto por exemplo em Cunha amp Cintra 1985 p 125 109 preenchido V3PP verbo na terceira pessoa do singular sem sujeito preenchido V3PS Nos exemplos 10 3 o informante fala sobre o espa o que as crian as t m para brincar no bairro e alterna a gente voc indeterminados e eu na determina o em 11 3 a informante em conversa sobre troca de emprego generaliza ao dar as opini es alternando voc e a gente 10 3 Mas eu acho que n o porque se voc for voc n o pode largar uma crian a sozinha j n o d Voc n o tem confian a de largar aqui na frente e andar de bicicleta tamb m Eu tenho uma bicicleta e minha sobrinha gosta n de andar de bicicleta mas n o d porque aqui carro passa a todo instante sabe como que crian a n Se a gente Id um descuido e acabou Pra ir no parquinho voc tamb m n o vai largar sozinha tem que atender CBA 12 sexo feminino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria 11 3 Ma
306. s sendo que os crit rios que regulam esta gradua o n o est o restritos gramaticaliza o mas s o simplesmente crit rios gerais de mudan a Os princ pios hopperianos s o layering divergence specialization persistence e de categorialization traduzidos por estratifica o camadas diverg ncia especializa o persist ncia e descategoriza o Hopper inicia a apresenta o dos princ pios pela estratifica o layering que corresponderia ao fato de que dentro de um amplo dom nio funcional de um item lexical novas camadas ou n veis emergem continuamente e enquanto isso acontece n veis anteriores n o s o necessariamente descartados Assim diferentes camadas coexistem 13 integram se existindo fun es parecidas ou at id nticas em um mesmo dom nio ou seja pode haver diferentes formas para uma mesma fun o Assim o princ pio postula a coexist ncia entre o novo e o velho em um dom nio funcional amplo N o h o descarte imediato da forma mais antiga em detrimento da forma emergente mas um per odo de transi o de conviv ncia das diversas camadas que configurariam uma fase de conviv ncia entre as duas estrat gias A varia o entre n s e a gente exemplo dessa coexist ncia conforme pode ser visto no exemplo 1 2 1 2 F a gente ia pro Centro n s amos muito pro Centro eu e minha sobrinha quando eles n o tinham as crian as ent o a gente via uma bolsa um sap
307. s com fundamento na socioling stica na teoria da varia o e nos pressupostos te ricos da gramaticaliza o 2 usada neste momento a terminologia adotada por Freitas 1991 emissor receptor 2 Segundo Benveniste 1988 a correla o de subjetividade se d quando na intera o eu e tu trocam de lugar e se atualizam como novos eu e tu ou seja a correla o de subjetividade uma liga o entre eles que permite esse tipo de altern ncia Correla o de pessoalidade diz respeito condi o de pessoa ou n o pessoa 52 1 4 Antecedentes no estudo da altern ncia n s a gente O objetivo central desta se o apresentar resultados de trabalhos j realizados sobre o processo de varia o n s a gente que possam servir de base para a discuss o nesta pesquisa sobre o fen meno na fala dos curitibanos Dessa forma foram abordados trabalhos antecedentes que trataram da concorr ncia entre n s e a gente e ou da gramaticaliza o de a gente em diferentes localidades do Brasil e que se utilizaram de material disponibilizado pelos principais bancos de dados ling sticos do PB Entre os bancos de dados mencionados est o Projeto NURC Projeto de Estudo da Norma Ling stica Urbana Culta no Brasil O NURC iniciou suas atividades em 1969 e envolveu coleta de dados de fala em cinco cidades capitais brasileiras S o Paulo SP Salvador SSA Recife RE Rio de Janeiro RJ e Porto Alegre POA O corpus do NURC
308. s estudos anteriores sobre Curitiba n o tiveram acesso integralidade dos dados ora analisados conforme explicado a seguir A primeira fase de composi o do VARSUL realizou a grava o de 24 entrevistas como corpus para cada cidade selecionada nos tr s estados do Sul Dez anos ap s nova coleta foi feita para as capitais somando 20 novas entrevistas divididas para composi o de duas novas vari veis sociais informantes universit rios 8 entrevistas e informantes de faixa et ria entre 16 e 25 anos 12 entrevistas O total de entrevistas nas tr s capitais portanto chegou a 44 No caso de Curitiba essas 20 novas entrevistas ainda n o haviam sido inclu das em pesquisas anteriores por n o estarem completamente selecionadas entre o rol de grava es A defini o portugu s brasileiro doravante PB se deve distin o deste com o portugu s europeu PE 2 A constitui o do Banco de Dados VARSUL iniciou se com tr s escolaridades prim rio gin sio e secund rio e duas faixas et rias 25 a 49 anos e 50 anos ou mais e ser apresentada em detalhes no cap tulo 3 que trata da metodologia utilizada acrescida a escolaridade universit ria 15 realizadas e esta sele o totalmente transcrita Neste trabalho de tese somaram se esfor os para a transcri o de entrevistas a fim de oportunizar a an lise das novas grava es No entanto das 12 entrevistas da faixa et ria mais jovem apenas oito foram
309. s eu sou muito acomodada eu vou ficando vou ficando Mesma coisa l s vezes a gente acha que n o est bom mas n o tem condi es de procurar uma outra coisa A gente n o vai poder faltar no servi o prair procurar um outro emprego na crise que est hoje n Ent o voc vai ficando at um dia que achar que n o me querem mais tamb m da eu vou procurar outro emprego sou muito acomodada tamb m CBA 12 sexo feminino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria 2 Pares m nimos Por analogia ao emprego em fonologia Menon denomina de par m nimo s ocorr ncias das variantes em contextos exatamente iguais O exemplo 12 3 ilustra essa situa o nos dados de Curitiba com as ocorr ncias de a gente voc e eu 12 3 F N o n o V o assim esporte A gente nem sabe quem coronel quem Comandante da regi o vai assim esporte Tem Comandante da Regi o aqui voc nem sabe que ele comandante Eu nem sabia CBA 02 sexo masculino faixa et ria mais velha escolaridade secund ria O pronome de 2 pessoa tu segundo levantamento sobre formas de indetermina o realizado por Menon 1994 em dados do NURC e por Setti 1997 nos dados do VARSUL n o aparece nos dados de Curitiba Verificou se nas entrevistas dos universit rios pois estas n o estavam dispon veis na poca do trabalho de Setti e apenas uma ocorr ncia de tu foi encontrada por m na fala do entrevistador CBA 32 110 3 Tempo
310. s interinflu ncias que ocasionam normas hibridizadas e por vezes mudan as ling sticas Entre as normas existentes em uma sociedade existe aquela especificamente utilizada pela parcela da popula o mais exposta cultura escrita Essa norma relativa a esse grupo que historicamente det m maior controle e poder chamada de norma culta diferenciada pelo autor do conceito de norma padr o ou l ngua padr o 47 norma culta deve ser entendida como designando a norma ling stica praticada em determinadas situa es aquelas que envolvem certo grau de formalidade por aqueles grupos sociais mais diretamente relacionados com a cultura escrita em especial por aquela legitimada historicamente pelos grupos que controlam o poder social FARACO 2002 p 41 Para o autor o qualitativo culto est relacionado diretamente dimens o da cultura escrita desses grupos e o poder que lhes dado pela posi o econ mica e social Isso acaba por faz los entender a si pr prios como superiores dominantes em rela o aos demais grupos e a levar a mesma perspectiva para a norma por eles utilizada estabelecida como a melhor Uma das consegii ncias dessa situa o uma hist rica for a unificadora voltada manuten o de uma relativa estabiliza o ling stica buscando neutralizar a varia o e controlar a mudan a p 40 Faraco estabelece ent o para a norma estabilizada que se origina de
311. s marcaram sua presen a em Curitiba por meio da l ngua religi o culin ria e costumes criando um cen rio cultural variado No mesmo s culo a ind stria se desenvolveu com for a agregando mais poder econ mico aos tradicionais setores do com rcio e presta o de servi os A d cada de 70 foi marcada por urbaniza o acelerada Este processo foi provocado em grande parte pelas migra es do campo j que a tecnologia aplicada produ o agr cola gerou a busca de emprego na cidade A busca de oportunidade tamb m trouxe catarinenses ga chos paulistas e mineiros Curitiba que cresceu e se desenvolveu cada vez mais texto adaptado de CURITIBA PARANA web 2009 Atualmente Curitiba considerada uma metr pole segundo estimativa do IBGE em 2004 a popula o de Curitiba se aproximava dos 2 milh es de pessoas 1 727 010 Al m de ter destaque natural pela posi o de capital do estado do Paran Curitiba refer ncia cultural cient fica e econ mica no Sul do Brasil No estado do Paran certamente a cidade de Curitiba tem todas as caracter sticas necess rias para se constituir como p lo irradiador de mudan as ling sticas e influenciador do comportamento de outras comunidades Pelos motivos j citados se poderia supor que a fala dos curitibanos seria refer ncia de prest gio social para as demais localidades mas somente uma coleta de dados sobre a quest o certificaria essa hip tese levantamento n o reali
312. s verbais Menon destaca que o uso do presente do indicativo pelo seu valor aspectual neutro em muitos casos pode indicar a indetermina o do sujeito Isso ocorre porque esse tempo verbal usado para refer ncia a fatos habituais e denota uma a o sem fazer refer ncia sua dura o pode significar contexto atemporal permansivo durativo repetitivo idem p 138 Ditados prov rbios verdades eternas usam desse tempo verbal justamente porque devem servir a qualquer um qualquer tempo e qualquer local Os verbos no presente do indicativo representaram a maior freq ncia em contextos de indetermina o 4 822 59 1 na pesquisa de Menon 1994 resultado que refor ou para a pesquisadora a import ncia da observa o do presente do indicativo como uma das maneiras de se identificar contextos de indetermina o Quanto aos demais verbos relacionados indetermina o nos dados de Menon a distribui o se deu da seguinte maneira verbos no infinitivo 11 8 imperfeito 8 7 do perfeito 8 2 e do futuro do indicativo do condicional 2 2 do presente 2 7 do futuro e do imperfeito 1 1 do subjuntivo compuseram o restante da amostra MENON 2006 p 139 Exemplifica se em 13 3 o caso do presente do indicativo como identificador de contexto de indetermina o em passagem relativa ao coment rio sobre a qualidade do ensino nas escolas p blicas e o interesse das crian as em estudar 13 3 Agora em term
313. se que pelos dados encontrados Curitiba de a gente Enfim acredita se que as contribui es pretendidas tenham sido grande parte alcan adas No entanto ressalta se que sempre se imaginou como principal inten o de um estudo n o o esgotamento das possibilidades de an lise ou o oferecimento de todas as respostas mas a promo o de reflex o sobre novas respostas novos caminhos de investiga o que neste caso agora est o submetidos aprecia o e contribui o dos leitores 196 REFER NCIAS ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS Vocabul rio Ortogr fico da L ngua Portuguesa 5 ed Academia Brasileira de Letras Rio de Janeiro Bloch 2009 ADAM J M Les Textes types et prototypes Nathan Paris 1992 ALB N M del R e FREITAS J Eu voc et alia em tr s di logos Estudos Ling sticos e Liter rios N 11 Salvador UFBA Instituto de Letras 1991 p 25 38 N s ou a gente In Estudos ling sticos e liter rios N 11 Salvador UFBA 199la p 75 89 N s e a gente em elocu es formais In Estudos ling sticos e liter rios N 11 Salvador UFBA IL ago 1991b p 91 102 ALMEIDA N M de Gram tica met dica da L ngua Portuguesa 44 ed S o Paulo Saraiva 1999 AMARAL L I C A concord ncia verbal de segunda pessoa do singular em Pelotas e suas implica es ling sticas e sociais Porto Alegre Rio Grande do Sul UFRGS 2003 Tese Doutorado em Letras Porto Alegre 2003
314. sentados resultados em tr s algarismos Neste caso foram registrados os resultados da vari vel escolaridade sobre o uso de n s e de a gente a saber 279 no prim rio e 380 no gin sio para o uso de a gente No fator escolaridade de 2 grau n s apresenta o peso relativo maior 481 O peso mais baixo e o peso mais alto coincidem com n vel mais baixo e mais alto de escolaridade da amostra indicando a possibilidade de interfer ncia do tempo de exposi o ao ensino formal no uso dos pronomes apesar das discuss es j feitas sobre a problem tica do fator escolaridade em trabalhos variacionistas aqui abordados Essa quest o da interfer ncia da escolaridade nos usos do falante conforme levantada por Setti e outros autores merece discuss o mais aprofundada No caso de Setti 2007 ao se verificar que n o havia nenhum caso de uso de tu em Curitiba mas categoricamente de voc para refer ncia a 2 pessoa do singular caso houvesse a m nima possibilidade de haver interfer ncia do ensino dos pronomes pela escola poderia se pensar que se voc n o faz parte do elenco formal dos pronomes ent o a influ ncia da escola deveria em tese subsidiar o uso de tu entre os informantes com maior escolaridade Por m ocorre exatamente o contr rio N o se considera ingenuamente que a escola seja fator fundamental ou isolado que interfere neste tipo de caso mas se considera relevante relacionar Maiores detalhes sobre o Programa VAR
315. so de n s ser representativo na indetermina o Identifica se um sujeito como de refer ncia indeterminadora quando no contexto n o poss vel recuperar a refer ncia extralingii stica do sujeito inclusive quando ela possa X a gente uma grada o entre o grau m ximo e m nimo definitude referencialidade considerando os atributos definido pode indicar agente vago e indeterminado referencial pode ganhar ou perder gradativamente a sua referenciabilidade tornando se gen rico ou n o referencial no momento em que a entidade f sica deixa de ser individualmente especificada referindo se genericamente a toda uma classe e espec fico quando espec fico h um objeto espec fico em mente embora o ouvinte n o possa identific lo quando n o espec fico o conjunto est na mente do falante n o h objeto identific vel nem pelo ouvinte nem pelo falante j que se trata de qualquer elemento do conjunto A soma dos tra os definido referencial espec fico ocorre quando o falante tem uma pessoa espec fica em mente contextualmente explicitada dos tra os definido referencial espec fico ocorre quando o falante tem um indiv duo ou um grupo em mente que n o conhecido pelo ouvinte a soma dos tra os definido referencial espec fico corresponde a um grau de determina o intermedi rio entre o referencial n o definido e o n o referencial ou grau m ximo de indetermi
316. so relatado direto do pr prio informante 23 3 F Ent o um ber o grande e da eu pensei n o n o vamos comprar dois ber os que n s n o temos condi es e pra que comprar dois ber os se os nen s n o v o dar mais do que esse tamanhinho assim Ent o p e um pros p s outro pro p Sobra o espa o pra p r mais um no meio ainda Ent o fizemos isso CBA 3 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade ginasial 3 Discurso direto relatado de terceiros 24 3 F Ent o era r dio que tinha os programas de audit rio O que voc v na televis o aqueles programas era de r dio Ai eu n o perdia Meu pai ent o ele gostava de ir Ent o pra n o dizer que ele queria ir ele dizia Tilde voc quer ir ah vamos l E n s mor vamos 116 l no Bigorrilho n o tinha luz na rua vinha naqueles escurid o CBA 20 sexo feminino faixa et ria mais velha escolaridade prim ria A codifica o da vari vel foi a seguinte R Discurso n o relatado S Discurso relatado do pr prio informante T Discurso relatado de terceiros Baseada nos resultados de Borges 2004 sobre a gente a hip tese aqui defendida sobre o discurso relatado nos dados de Curitiba de que haver influ ncia da vari vel na escolha entre as variantes no sentido de favorecimento do pronome inovador 3 3 2 3 Tipo de texto A vari vel tipo de texto teve sua escolha e organiza o a partir do trabalho d
317. ss veis refer ncias sem nticas No paralelismo pronominal conforme abordado entre outros aspectos se verifica no exemplo 1 3b que as formas pronominais a gente e n s est o inter relacionadas em cadeia t pica portanto servem da mesma forma progress o referencial ambas em contexto de determina o mas a gente se destaca como forma pronominal sujeito mais frequente no texto do tipo narrativo ou seja a escolha mais recorrente da informante para um relato na perspectiva do tempo retrospectiva especificamente quando salienta pontos importantes da hist ria para o interlocutor Pela abordagem dos dados nas 32 entrevistas analisadas certamente os dados de Curitiba apresentam casos em que a multiplicidade referencial de n s e de a gente e sua significa o sem ntica em diferentes graus ficam evidenciadas assim como a preserva o de 1 ilustram referentes na intercambialidade entre os dois pronomes Os exemplos a segui alguns casos Em 2 3 poss vel interpretar pelo di logo que n s refere se ao entrevistador mais o informante eu n o eu porque ocorre quando o informante responde ao questionamento do entrevistador ao final da entrevista sobre algo mais que pudessem conversar entre si 2 3 F Dentro daquilo que n s falamos eu acho que est esclarecido porque nada mais em termos de bairro n E um bairro comum CBA 5 sexo masculino faixa et ria mais jovem escolaridade secund ria No ex
318. sse processo o conceito de norma padr o ou l ngua padr o As implica es da norma padr o entre as demais normas lingii sticas s o v rias mas destaca se a sustenta o institucional criada para a dissemina o da cultura letrada contexto em que atua a Escola um dos aparelhos ideol gicos do Estado de maior efic cia na inculca o da ideologia dominante Destacam se nesse trabalho de manuten o da hegemonia gram ticas dicion rios e formul rios ortogr ficos instrumentos cuja codifica o de acordo com o autor teve como refer ncia o modelo lusitano de escrita A quest o exposta por Faraco salienta ainda a inevit vel tend ncia hist rica de se criar um fosso entre a norma culta e a l ngua padr o at que se chegue ao momento em que o padr o se torne cada vez mais artificial e anacr nico se n o houver mecanismos socioculturais para realizar os necess rios ajustes p 42 Registram se aqui considera es feitas pelo Prof Luiz da Veiga Mercer quando do exame de qualifica o desta investiga o e da defesa da tese sobre os conceitos l ngua padr o ou norma padr o Mercer instiga uma vis o mais cuidadosa sobre os termos alertando que norma padr o n o uma norma como o a norma culta ou norma popular Melhor mesmo chamar de uso recomendado referencial MERCER 2009 anota o Mercer ainda faz outra contribui o sobre o cuidado com a classifica o de norma popular e culta
319. sso conforme exposto no Quadro 2 QUADRO 2 Representa o da cadeia de transforma o fon tica sofrida no processo de gramaticaliza o de a gente segundo Menon gt b P ronome gt ae til gt e tH Fonte Menon 2006 A autora explica que sob o aspecto pros dico no primeiro momento a gente faz parte de uma locu o de intensidade 2 portanto o acento de locu o recai sobre a ltima palavra acentuada a gente de p essa intensidade se mant m quando a locu o constitu da de artigo mais substantivo a gente e desaparece quando se transforma em pronome a gente quando passa a ter intensidade de grau 1 caracter stica Nota inserida por Menon 2006 p 104 Como se denominava a infantaria os guerreiros que iam para as batalhas nos textos antigos 21 do voc bulo ou palavra Nessa escala de Back e Mattos 1972 o per odo a ora o da GT tem intensidade de grau 3 e o per odo jussivo o imperativo da GT tem intensidade 4 Na sequ ncia de altera es fon ticas vemos uma redu o progressiva da massa vocabular com a s ncope da consoante palatal sonora 3 e diferentes realiza es da nasalidade da primeira s laba No entanto podem coexistir diferentes pron ncias numa mesma variedade da l ngua MENON 2006 p 103 104 O processo de composi o fon tica apresentado
320. substituem os nomes e representam as pessoas do 2 1931 a data da 1 vers o e 1964 da ltima revis o segundo pref cio da 7 edi o de 1971 36 discurso e igualmente a Cunha e Cintra define tr s 1 pessoa a que fala eu n s 2 pessoa a com quem se fala tu v s 3 pessoa a de quem se fala ele ela eles elas O pronome a gente n o mencionado neste rol A gente aparece no cap tulo sobre estil stica na figura da silepse de g nero onde est o seguinte exemplo Quando a gente novo gosta de fazer bonito Guimar es Rosa idem p 551 Se analisado o exemplo tomando como par metro a defini o de pronome pessoal dada pelo pr prio gram tico uma das poss veis afirma es sobre a fun o de a gente na frase representar determinando ou indeterminando a 1 pessoa do discurso sendo portanto um pronome A abordagem feita por Almeida 1999 na 44 edi o da Gram tica met dica da L ngua Portuguesa define pronome como a palavra que ou substitui ou pode substituir um substantivo p 170 e em subt tulo Pronomes de tratamento define chamam se pronomes de tratamento as palavras e express es que substituem a 3 pessoa gramatical fulano beltrano sicrano a gente voc vossa merc vossa excel ncia p 172 Logo ap s seguindo tabela de formas de tratamento suas abreviaturas e indica es de uso segue extensa lista de notas de recomenda
321. ta forma como representa o da oralidade por meio dos textos de pe as teatrais e portanto 18 Baon a ali f Com rela o afirma o de Neves generalizada por como se sabe de que n o h bancos de dados orais representativos do PB n o parece pertinente a partir dos diferentes projetos existentes nesse sentido como o NURC Apesar da discord ncia n o entrarei no m rito da quest o neste trabalho 40 comentados com essa rela o escrito oral Nas pe as h personagens cuja identifica o de caracter sticas como idade sexo classe social fora a identifica o de contextos discursivos pode ser realizada dados relevantes quando se analisa linguagem em uso No entanto essa abordagem n o foi encontrada na obra de Neves Neves 2000 p 469 470 trata do uso de a gente em cap tulo sobre pronomes pessoais classificando o como pertinente linguagem coloquial e oferecendo exemplos de sua equival ncia de sentido com n s e de suas caracter sticas de pluralidade e indetermina o de referentes Na linguagem coloquial o sintagma nominal A GENTE empregado como um pronome pessoal a para refer ncia primeira pessoa do plural N S Vamos mais adiante A GENTE toma um t xi e manda rumar para o Marrocos Angela ou as areias do mundo FARIA O Depois A GENTE conversa Agosto FONSECA R N o sei que esp cie de neg cio o senhor vai poder fazer com A GENTE Al m dos marimbus
322. tada pois j se pode consider la contextualizada entre os curitibanos Ap s ter sido apresentada a localidade da investiga o e informada a raz o da escolha da express o Curitiba da gente para o t tulo da tese a fim de melhor conduzir a discuss o sobre o uso das formas n s e a gente ser tratada a descri o diacr nica da entrada de a gente como pronome pessoal do PB e sua atual condi o de varia o com o uso de n s Para tal os resultados dos estudos de Menon 1995 e 1996 Lopes 1999 e Zilles 2002 s o as contribui es utilizadas 1 2 A gramaticaliza o de a gente Os estudos tratados nesta se o tratam do percurso hist rico do substantivo gente at sua pronominaliza o como a gente e atual concorr ncia co ocorr ncia com os pronomes de 1 pessoa can nicos eu e n s subsidiam se nos postulados te ricos da gramaticaliza o A gramaticaliza o aqui entendida como um processo sofrido por itens lexicais que em 3 Grifo nosso 24 determinados contextos passam a assumir fun es gramaticais e ap s gramaticalizados podem continuar a sofrer transforma es HOPPER amp TRAUGOTT 1993 A apresenta o em maior detalhamento de alguns dos fundamentos te ricos da gramaticaliza o encontra se no cap tulo 2 inclusive os princ pios de Hopper 1991 portanto recomenda se a leitura pr via daqueles conte dos caso n o seja tema de conhecimento do leitor Os primeiros estudos
323. te 4 2 Resultados relativos varia o pronominal n s a gente em rodada geral no VARBRUL Os resultados da rodada estat stica geral das vari veis organizadas no corpus ap s elimina o dos dados categ ricos apontados pelo VARBRUL ser o apresentados em tr s blocos diferentes a fim de facilitar a apresenta o e discuss o dos resultados Primeiramente s o tratados resultados das vari veis associadas morfofonologia a tonicidade o tempo verbal as per frases e os verbos plenos Depois os resultados das vari veis relacionadas ao 155 estilo discurso determina o do referente discurso reportado e segiiencias textuais e por fim as vari veis sociais faixa et ria escolaridade e sexo selecionadas como significativas pelo programa estat stico Assim a ordem de apresenta o dos resultados a ordem que agrupa as vari veis associadas conforme definido no capitulo de apresenta o da metodologia n o a ordem de sele o registrada pelo programa apesar de essa ordem ser especificada durante a discuss o importante destacar que na rodada estat stica geral as vari veis relacionadas aos paralelismos tiveram uma s rie de nocautes resultado de uma distribui o polarizada entre as vari veis dependentes em grande n mero de fatores Como a distribui o dos fatores dos paralelismos concentrou se na variedade de situa es de altern ncia entre n s e a gente amalgamar os fatores n o seria a solu o c
324. te com Casos de concord ncia a gente com mos ocorrer o com fregii ncia pouco significativa se comparada ao n mero de casos da primeira concord ncia mencionada Quanto ao uso de n s a concord ncia n s com mos ser a mais frequente no corpus 4 os verbos estativos reter o o uso de n s 19 5 as per frases representar o contexto ling stico significativo favor vel ao uso de 6 o tipo de texto narrativo ser o mais frequente na amostra e condicionar a presen a de a gente Em rela o aos fatores sociais acredita se que a varia o entre o uso dos pronomes n s e a gente na fala dos curitibanos apresentar os seguintes contextos 1 ser a faixa et ria mais jovem que mais condicionar a altern ncia para o uso de a gente 2 ser o as mulheres curitibanas que estar o na lideran a geral do uso de a gente 3 os informantes mais escolarizados da amostra usar o a gente com mais fregii ncia do que usar o n s Quanto ao estudo da gramaticaliza o de a gente e ao fen meno de varia o representado pelo processo de redu o fon tica de a gente a hip tese considerada de que l a realiza o plena de a gente ser mais frequente do que suas realiza es reduzidas 2 ser o as mulheres da faixa et ria mais jovem que mais reduzir o foneticamente a realiza o de a gente 3 entre as formas reduzidas de a gente o uso do pronome com refer ncia determinada ser favorecido ent
325. te da amostra 37 Em seguida aparece o paralelismo bin rio com 558 dados representando o percentual de 28 O paralelismo ene rio teve 392 dados e percentual de 19 e o paralelismo tern rio teve o menor n mero de ocorr ncias com 357 dados e percentual de 17 Ao serem agrupadas as ocorr ncias em paralelismo representam 67 do corpus 1 307 ocorr ncias ou seja na distribui o quase chegam ao dobro do n mero de ocorr ncias isoladas Quando da an lise geral dos resultados esse n mero merece aten o j que os agrupamentos al m de se apresentarem significativos na distribui o poder o ter significa o diferenciada na leitura das probabilidades para uso de n s e a gente no corpus Nos casos de paralelismo pronominal entende se que entre outras formas poss veis 66 de identifica o do sujeito os pronomes n s e a gente tiveram prefer ncia e foram repetidos pelo falante ou seja h um contexto de uso dos pronomes em que estes est o 9 Prefer ncia ser o termo usado no sentido de escolha n o consciente de um dos pronomes entre uma s rie de outras formas de representa o do sujeito 151 relacionados pelo discurso e que observ vel de maneira diferenciada das situa es de ocorr ncia isolada Nas ocorr ncias isoladas a presen a de a gente foi superior ao uso de n s em 16 pontos percentuais 58 de a gente e 42 de n s n mero pouco significativo se observados os 121 casos
326. tendem a usar mais n s 62 Ou seja as tend ncias apresentaram prefer ncias opostas Os dados analisados em Menon 1994 Zilles 2002 e em Tamanine 2002 apontaram de forma geral a vanguarda das mulheres no uso da forma inovadora expectativa que ser mantida para os dados de Curitiba A vari vel ficou assim determinada f feminino m masculino Omena 1996 que trabalhou com dados de informantes cariocas do final dos anos setenta atestou ser a escolaridade ginasial que apresentou a maior tend ncia para o uso de n s com 78 de probabilidade de uso Omena sugere que o alto ndice de n s nesse n vel de escolaridade possa ser atribu do ao fato de que nesta fase que se d o ensino das conjuga es o que n o considerado como hip tese aqui haja vista n o ser unicamente neste momento em que se usam os pronomes can nicos e n o ser a escola a nica forma de exposi o do falante norma culta 144 Al m disso h a diversidade de situa es de vida dos informantes que interferem no uso da linguagem pois a intensidade do contato com a l ngua padr o e por consegii ncia o uso ou n o dessa norma depende tamb m da profiss o e ou dos h bitos sociais Votre 2004 chama a aten o para implica es relativas discuss o da vari vel escolaridade quando se trata de varia o continuidade e mudan a ling stica Segundo ele a din mica social que interage na escola idem p 51 implica em a
327. tentar continuar Conversar convidar copiar Correr crescer Criar Cuidar Cursar Dan ar dar dedicar Deixar Depender Derrubar descarregar Descer Descuidar Desfiar desligar Desmanchar Determinar direcionar discutir distanciar divertir dividir Dizer Dominar Dormir Embarcar encontrar enfronhar enganar 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 TI 78 79 80 Cuidar Dan ar Dar Defender Dever Discutir Dividir Dizer dormir Encontrar Enfrentar Enrodar Enrolar Ensaiar Entrar Enviar Escrever Escutar Esperar Esquecer Estar estudar Evoluir Existir explodir falar Fazer Fechar Festejar Ficar Formar Ganhar gastar Gostar Guardar ir Jogar Juntar Lanchar Lembrar Ler Levantar Levar 215 81 Engraxar 82 Ensinar 83 Entender 84 Entrar 85 Entregar 86 Errar 87 Escapar 88 esclarecer 89 Escolher 90 escorrer 91 escrever 92 Escutar 93 Esfregar 94 Esperar 95 esquecer 96 esquematizar 97 Estar 98 Estremecer 99 Estudar 100 evoluir 101 exercitar 102 Fabricar 103 Facilitar 104 Falar 105 fazer 106 Fechar 107 Ficar 108 formar 109 Freqiientar 110 Friccionar 111 Fugir 112 gastar 113 Gostar 114 Gravar 115 Guardar 116 habituar 117 Imaginar 118 incomodar 119 Inventar 120 ir
328. terpretar que a gente se refere informante Euleca o que corresponderia refer ncia sem ntica segundo Benveniste 1976 eu n o pessoa mas n o poss vel afirmar categoricamente observe se forma verbal e o uso de elas na segunda men o A gente passava a estudar com elas se a gente usado para referir se informante Euleca Ivanete ou informante Euleca eu n o pessoa ou apenas pr pria informante eu Observou se que esta informante apresenta uso frequente de a gente em toda a entrevista se comparado com a frequ ncia de a gente nas demais 31 entrevistas analisadas e em especial no relato de experi ncias de cunho pessoal refor ando a tend ncia de questionar mais fortemente as possibilidades de interpreta o sem ntica de a gente entre eu e eu n o pessoa Essa d vida permanece no t pico 2 em que outro n vel hier rquico do subt pico com quem brincava na inf ncia iniciado pela informante e configura novo segmento t pico pois a aulas de catequese e realiza o da 1 comunh o s o os enfoques A gente retomado em catequese que diz a gente fez junto em que junto todos juntos todas juntas indicia a refer ncia plural definida eu n o pessoa que retomada por n s infer vel pela flex o verbal em fizemos com manuten o da refer ncia plural indicada pela repeti o do verbo fazer fez na forma fizemos sem mudan a de tempo verbal pistas textuais
329. the use of n s retention among the informants The expressive occurrence of a gente in the function of subject indicates its specialization advanced degree of grammaticalization according to Hopper 1991 and its use in this function pointed out significant presence in determined contexts before mainly occupied by n s important facts for the certification of the continuous flow in the process of change of a gente In the case of the phonetic reduction a gente gt a ente the reduced data represented only 15 among the occurrences of a gente what can even be considered a small number of affirmations but the fact need to be treated like a display that the phenomena occurs that must deserve deeper observation Keywords Variationist sociolinguistics pronominal variation n s a gente grammaticalization of a gente RESUMO O objetivo central deste trabalho foi investigar a varia o entre n s a gente na posi o de sujeito e a gramaticaliza o de a gente a partir da an lise das vari veis ling sticas e sociais em um conjunto de dados orais de informantes de Curitiba capital do Paran Os dados foram disponibilizados pelo Projeto VARSUL Varia o Ling stica Urbana da Regi o Sul do Brasil sendo que a an lise contemplou 32 entrevistas divididas igualmente entre n veis de escolaridade faixa et ria e sexo dos informantes A base te rica e metodol gica da investiga o centrou se especialmente nos pressupostos da
330. tico apontou para maior tend ncia do uso de a gente quando o antecedente formal tamb m era a gente e a refer ncia era igual anterior 81 adultos e 78 crian as O mesmo se aplicou ao uso de n s se era o antecedente usado e se era mantida a refer ncia a probabilidade de manuten o da forma foi alta 86 adultos e 75 crian as Mudando se a refer ncia houve redu o da tend ncia de manuten o da forma antecedente entre os adultos 42 para a gente e as crian as n o apresentaram queda mas os dados n o ocorreram em freq ncia significativa para uma an lise confi vel segundo Omena 1996 p 196 Na vari vel 2 os verbos de maior sali ncia f nica apresentaram maior probabilidade de uso de n s enquanto os de menor sali ncia o uso de a gente nos casos de ger ndio o uso de a gente foi categ rico e com verbos no infinito o uso ficou distribu do entre a gente e n o realiza o Omena deixa uma quest o aberta sobre o fato de que os resultados evidenciam um efeito a indicar que a desin ncia do verbo seleciona a forma do sujeito Ou ser que o falante aprende a constru o como um todo idem p 201 Sobre a vari vel 3 a autora faz uma rela o entre indetermina o e n mero maior ou menor de referentes e analisa o resultado obtido com o que 56 considerou grupo grande e indeterminado 72 para o uso de a gente e grupo grande e determinado 72 para o uso de n s Entre os grupos considerados p
331. ticos e pragm ticos Nesse olhar o componente pragm tico foi visto por meio das marcas do processamento formulativo interacional materializadas linguisticamente no texto JUBRAN 2006 p 29 A partir desse posicionamento definiu se como unidade anal tica o t pico discursivo O t pico vai al m do n vel oracional e de turnos de conversa o e orientado pelo processo colaborativo entre os participantes do ato interacional na constru o da conversa o assentada em um complexo de fatores contextuais conforme defini o de Jubran 2006 p 90 Para efeitos desta an lise o t pico discursivo foi observado a partir de segmentos t picos recortes feitos pelo analista em termos do reconhecimento de tra os que comp em o 18 princ pio de centra o e eventual e complementarmente serem delimitados por marcas lingii stico discursivas de abertura e fecho t picos idem p 90 possibilitando de maneira objetiva a demarca o interna de segmentos t picos em um texto falado A unidade anal tica explicada em maiores detalhes no cap tulo da metodologia cap tulo 3 Ent o visando oportunizar complementaridade e avan os nas discuss es em andamento na literatura sobre o uso de n s e a gente no PB dois objetivos centrais foram definidos quanto ao processo de varia o n s a gente na fun o de sujeito 1 investigar os usos desses pronomes em contextos de ocorr ncia isolada e ocorr ncias em paralelismo pronomi
332. to pessoaliza o de a gente O verbo ter teria papel essencial nessa situa o As respostas positivas a estes questionamentos s o as hip teses testadas a partir dessa vari vel considerando se a necessidade de cruzamento com a vari vel tipo de texto Travaglia 1991 ao apresentar conclus es sobre a rela o entre tipos de verbos situa es formas e categorias verbais e superestruturas textuais explica n o ter encontrado rela o entre formas e categorias da descri o cf NEIS 1986 p 50 apud TRAVAGLIA 1991 p 232 mas entre as categorias da superestruturas e os tipos de verbos e situa es e lista um rol de verbos que servem a introdu o do objeto ou tema t tulo ou a introdu o de subtemas elementos ou partes idem p 232 233 tais como verbos exist ncias ter haver existir ou de posse ter possuir pelo verbo ser e por verbos localizadores em que novamente o verbo ter pode ser utilizado assim como verbos como conhecer e lembrar A informa o de Travaglia vai ao encontro de nossa hip tese que prev ser o pronome n s favorecido no texto descritivo com o verbo ter O verbo ir foi mais recorrente junto ao pronome a gente 94 52 com apenas uma leve diferen a para o n mero de casos de ir com n s 86 48 Segundo Fuchs 1987 apud Travaglia 1991 p 94 ir vir chegar levar trazer s o tipos de verbos que lexicalizam uma indica o d itica ou seja faz com que sua utiliza o e i
333. tra os de g nero n mero e pessoa do substantivo gente at o pronome a gente A partir das defini es de Rooryck 1994 apud LOPES 1999 p 37 tra os vari veis a admitem valor positivo ou negativo para cada atributo e os n o vari veis encobrem um atributo com nenhum valor Lopes desenvolve uma matriz pela qual identifica e analisa os tra os que configuram a evolu o gente gt a gente a fim de caracterizar quando o substantivo gente cristalizado na forma a gente passou a fazer parte do sistema pronominal do portugu s como indicador de 1 pessoa em varia o com o pronome n s p 01 Segundo Lopes a passagem do substantivo gente para o pronome a gente ocorreu em raz o da perda da especifica o do tra o formal de g nero fem presente no substantivo gente e perda do tra o pfem no pronome No processo de mudan a o g nero sem ntico de a gente se torna subespecificado aFEM porque formas pronominais como eu tu voc ele ela tendem a combinar se com adjetivos no masculino e ou feminino dependendo do sexo do referente LOPES 1999 p 84 5 Lopes 2004 apresenta um quadro com a s ntese do sistema de tra os que sofreram modifica es na passagem de gente para a gente aqui reproduzido no Quadro 3 29 QUADRO 3 Tra os morfo sem nticos de g nero n mero e pessoa de gente e a gente segundo Lopes 2004 TRA OS A GENTE N MERO FORMAL apl S
334. trevistas distribu das igualmente entre quatro cidades de cada estado capital mais tr s cidades do interior e considerou em sua distribui o os fatores escolaridade prim rio gin sio 2 grau e em fase 53 posterior nas capitais ensino superior faixa et ria A 25 a 50 e B mais de 50 com acr scimo posterior de informantes de menos de 25 anos nas capitais sexo masculino e feminino e variedades lingi sticas capitais e localidades com grupos tnicos ou sociolingiu sticos culturalmente representativos de cada um dos estados Mais detalhes sobre o VARSUL Paran ser o apresentados no cap tulo da Metodologia haja vista o projeto constituir a fonte dos dados utilizados nesta pesquisa O projeto BDS Pampa Banco de Dados Sociolingii sticos da Fronteira e Campanha Sul Rio Grandense tamb m representado nesta se o originou se do trabalho integrado entre a Universidade Federal de Pelotas e a Universidade Cat lica de Pelotas O projeto foi iniciado em 1998 e previu 600 grava es realizadas em munic pios que fazem parte da faixa de fronteira e campanha ga cha O banco de dados cont m 24 entrevistas coletadas por cidade sendo que em Pelotas h 48 grava es O corpus apresenta divis o entre as faixas et rias de 16 a 25 anos 26 a 49 anos e de 50 ou mais tr s classes sociais baixa m dia baixa e m dia alta sexo masculino e feminino e dois n veis de escolaridade indiv duos analfabetos ou que tenham est
335. tua o redu o de proparox tonas podemos postular que na produ o ou seja no 136 processamento da fala pelo usu rio nativo da l ngua este emita a forma verbal sem o morfema caracter stico de primeira pessoa do plural porque a regra de redu o das proparox tonas estaria agindo em primeiro lugar Bom e se a regra fonol gica se aplica antes da sint tica a da concord ncia verbal como que podemos falar em n o aplica o da regra de concord ncia Acredito que dever amos abordar essa quest o do ponto de vista de que a regra fonol gica bloqueia a aplica o da regra sint tica e assim o falante n o pode variar uma vez que est na base da produ o uma regra categ rica Assim um caso que tratado como sendo de varia o entre os falantes n o o seria pois independe da a o dos indiv duos sobre a l ngua trata se de um fen meno estrutural previsto no sistema ou na norma no sentido que lhes atribui Coseriu 1952 n o pass vel de varia o pelos indiv duos Sob essas considera es os fatores controlados na vari vel concord ncia verbal na amostra de Curitiba foram 1 a gente 3 pessoa sing 2 a gente mos 4 n s mos 5 n s 3 pessoa do singular 3 n s redu o de parox tona 3 3 2 7 Tonicidade A fim de verificar conforme Borges 2004 se o uso de a gente favorecido com formas monoss labas e ox tonas e desfavorecido com formas verbais p
336. uada entre esta escolaridade e a superior no 175 mesmo sexo com 44 Entre os homens a distribui o de a gente regular entre todas as escolaridades conforme mostra o Gr fico 3 GR FICO 3 Percentuais da distribui o de n s e de a gente na posi o de sujeito entre sexo e escolaridade 73 56 S4 F4 f Py a e e E Y qe 9 m 7 p g c u O resultado de 44 para a gente na escolaridade superior pode se dever entrevista de informante do sexo feminino que apresenta alto n mero de ocorr ncias de n s quando em contraste com os demais informantes da mesma escolaridade Se este fato n o ocorresse o percentual de uso de a gente no superior n o decresceria tanto pois ao diminuir as ocorr ncias de n s dessa informante de 110 para 50 uma m dia entre as ocorr ncias de n s na escolaridade superior os percentuais de distribui o seriam diferentes 51 a gente e 49 n s o que interferiria no cruzamento com o fator sexo aumentando o percentual de 44 Mesmo assim a maior fregii ncia para a gente no secund rio permaneceria O que poderia ser fator interveniente neste caso que como j dito n o apresenta rela o direta com o ensino escolar A g ria conforme sup s Omena 1996 Acredita se que n o haja vista os entrevistados n o estarem mais na adolesc ncia poca em que frequentaram o colegial secund rio Seria ent o o ingresso no mercado de trabalho Se f
337. ual em uma entrevista diferente chamara a aten o durante a an lise Os dados ocorreram entre duas informantes do sexo feminino a primeira da faixa et ria mais jovem e a segunda da faixa mais velha e nas rodadas estat sticas os n meros acabaram aparentemente por anular o impacto entre si pois em rodadas com e sem as informantes a sele o das vari veis pelo programa n o foi alterada 153 GR FICO 2 Distribui o geral dos dados de n s e de a gente na posi o de sujeito preenchido e n o preenchido 4 a gente pleno a gente nulo n s pleno n s nulo Na an lise dos dados de Curitiba quando dos casos classificados como formas nulas n o preenchidas de a gente considerou se como forma nula casos em que ora es n o coordenadas apresentavam a gente como sujeito expl cito na ora o antecendente e que se mantinham no mesmo segmento t pico ou seja havia uma amarra o discursiva que permitia a omiss o al m das motiva es similares quelas j relacionadas por Lira 1988 para ora es coordenadas O baixo percentual de a gente n o preenchido em rela o a formas expressas pode estar relacionado ao fato de que sujeitos com verbos flexionados na 3 pessoa podem exigir a realiza o desse sujeito para estabelecer clareza sem ntica porque ocorre a perda da capacidade da morfologia verbal marcar semanticamente o sujeito do verbo No caso de n s a baixa frequ nc
338. udado no m ximo at a 5 s rie e indiv duos que estejam cursando a partir do 1 ano do ensino m dio Ainda relacionado fala dos rio grandenses apresenta se trabalho que utilizou dados do VarX Banco de dados por Classe Social O corpus representado por 90 entrevistas realizadas em Pelotas no Rio Grande do Sul A distribui o da amostra est dividida por tr s zonas residenciais central perif rica e de arrebalde S o fatores controlados a faixa et ria 16 a 20 anos 21 a 25 anos 26 a 37 anos 38 a 49 anos 50 a 64 anos mais de 65 anos o sexo masculino e feminino a classe social baixa m dia baixa e m dia alta e a escolaridade indiv duos analfabetos ou que tenham estudado no m ximo at a 5 s rie e indiv duos que estejam cursando a partir do 1 ano do Ensino M dio Ressalta se que em alguns trabalhos motivada pela abrang ncia ou import ncia relacionada an lise dos dados de Curitiba a apresenta o dos resultados mais detalhada como por exemplo o trabalho de Omena 1996 1978 Pesquisas n o menos importantes por m em escopo menos abrangente ou menos pertinente no que se refere possibilidade de cotejo discuss o com os resultados aqui apresentados tiveram descri es mais suscintas quando comparadas a outras tratadas nesta se o Outrossim haver informa es trazidas pelas pesquisas citadas que ser o tratadas em maior detalhe nas an lises feitas no cap tulo de discuss o
339. ujeito pluralizado e determinado com isso possibilitando a afirma o geral de mesmo valor de verdade condi o essencial de variantes em um fen meno de varia o ling stica Nos procedimentos de an lise foram encontradas ocorr ncias no corpus em que as formas n s e a gente foram usadas de maneira alternada pelos falantes n o s na fun o de sujeito mas tamb m como objeto direto e indireto adjunto adverbial e adnominal e complemento nominal Essas situa es ser o exemplificadas no item 3 4 assim como a vari vel controlada no mbito das fun es sint ticas de n s e a gente Na sequ ncia ser o apresentadas as vari veis controladas quando das ocorr ncias dos dois pronomes na fun o de sujeito 3 3 1 1 As vari veis dependentes Foram consideradas duas vari veis dependentes representantes de dois processos variacionais distintos na posi o de sujeito as ocorr ncias de n s e de a gente a as realiza es fon ticas de a gente conforme j apontado por Menon 1996 e Zilles 2002 a No caso da varia o entre n s e a gente levou se em conta a quest o de que o portugu s uma l ngua que pode apresentar formas pronominais sujeito plenas expressas ou 103 pro denominado tamb m de sujeito nulo ou an fora amp Do ponto de vista da gram tica gerativa CHOMSKY 1981 o PB considerado l ngua marcada de forma positiva pelo par metro pro drop ou do sujeito nulo O termo pro drop advind
340. vari veis bastante semelhantes quelas utilizadas neste trabalho assim como Zilles 2002 e Borges 2004 ser o trabalhos que auxiliar o na discuss o das realiza es fon ticas de a gente foco no estudo da gramaticaliza o de a gente aqui proposto Finaliza se a apresenta o de resultados com a discuss o sobre dados fregiienciais de n s e de a gente nas ocorr ncias em diferentes fun es sint ticas encontradas para as formas no corpus 4 1 Resultados percentuais relativos varia o pronominal n s a gente No registro geral de ocorr ncias de n s e de a gente no c mputo dos 2 084 dados encontrados na fun o de sujeito em Curitiba em 32 entrevistas analisadas 54 dos pronomes entre formas expressas e n o expressas foram de a gente 1 130 2 084 54 e 46 foram de n s 954 2 084 46 O Gr fico 1 apresenta a distribui o entre os dados sob a tica da divis o entre ocorr ncias isoladas e paralelismos bin rio tern rio e ene rio 150 GR FICO 1 Distribui o geral dos dados de n s e a gente em Curitiba na posi o de sujeito entre ocorr ncia isolada paralelismo bin rio paralelismo tern rio e paralelismo ene rio ocor isoladas gt bin rio p tern rio p ene rio A distribui o dos 2 084 dados apresenta diferen as percentuais algumas mais significativas do que outras entre os tipos de agrupamento de dados As ocorr ncias isoladas com 777 casos representam a maior par
341. verbos dicendi como os verbos de dizer falar dizer responder perguntar discursar Os resultados obtidos entre os tipos de verbos apontaram os verbos de estado como de menor probabilidade para uso de a gente quando comparado aos resultados dos demais tipos de verbos 39 retendo o uso de n s SA vari vel sali ncia f nica n o foi abordada neste trabalho Esta vari vel e suas implica es ter o discuss o aprofundada no trabalho de tese em fase de constru o da colega do programa de Doutorado em Letras da UFPR Lucelene Franceschini orientada pela Prof Dr Odete Menon 122 Ao fazer o levantamento sobre quais e quantos seriam os verbos de estado junto do pronome n s em Tamanine 2002 se identificou que o maior n mero de ocorr ncias verbais em geral tanto com n s como com a gente foram dos verbos ser estar e ficar Entre as explica es poss veis para o uso de n s com os verbos ser estar e ficar se sugeriu que poderiam inibir o uso de a gente por estarem mais associados forma antiga e n o forma inovadora No entanto a discuss o n o foi al m disso deixando uma proposta de an lise futura Assim para efetivar essa proposta de aprofundamento e para obter melhores condi es de verifica o dos verbos no contexto de uso de n s e de a gente a vari vel tipo de verbo foi testada nos dados de Curitiba Em primeira abordagem do corpus composto por 24 entrevistas doravante denominada an lis
342. vimento de t picos A transi o marca contexto de passagem gradual de um t pico a outro e ocorre se h necessidade de media o entre dois t picos quando do esvaziamento paulatino do precedente e o desenvolvimento gradual do subseq ente A superposi o pode acontecer quando dois t picos diferentes convivem temporariamente num determinado ponto da conversa e o 86 movimento de t picos quando h na conversa o um deslizamento de um para outro aspecto de um mesmo t pico idem p 108 A an lise das entrevistas de Curitiba com uso de t picos discursivos permitiu a delimita o de subt picos e segmentos t picos em que n s e a gente ocorressem na fun o de sujeito ou outras fun es encontradas no corpus O segmento discursivo foi considerado como unidade de processamento que promove o desenvolvimento de um plano tem tico e na qual a refer ncia a um t pico preservada Nesse caso o segmento pode inclusive se restringir a uma frase Considerados esses limites realizou se entre outras vari veis consideradas a identifica o de tr s formas de paralelismos em contextos de uso de n s e de a gente 1 pronominal com formas expressas e n o expressas 2 formal referente concord ncia verbal e 3 estrutural os pronomes n s e a gente expressos em estruturas paralelas entre pronomes pessoais Quando n o houve paralelismo o dado foi denominado ocorr ncia isolada O t pico discursivo est e
343. vo para o uso de formas de indetermina o 55 A distribui o geral dos dados de n s e de a gente em Setti foi a seguinte 1 395 dados de a gente e 355 de n s Curitiba foi a AMARAL Amadeu O dialeto caipira gram tica e vocabul rio S o Paulo O livro 227 p 1920 2 COSTA Iara Bemquerer O verbo na fala de camponeses um estudo de varia o Tese de Doutorado Campinas SP UNICAMP 224 p 1990 in dito 30 Em Florian polis 53 e Porto Alegre 54 foram os homens que mais usaram formas de indetermina o do sujeito 59 localidade que menos usou a gente 385 1 395 e que mais apresentou ocorr ncias de n s 183 355 Setti 1997 p 90 utilizou a vari vel sexo para realizar as rodadas e obter resultados probabil sticos bin rios pois a vari vel dependente com 13 variantes n o pode ser utilizada pelo VARBRUL Na an lise contrastiva de pesos relativos entre n s e a gente nas tr s capitais do sul para obter resultados bin rios Setti destacou que no fator sexo h um contexto de oposi o as mulheres apresentam tend ncia de uso de a gente 63 e no uso de n s a lideran a dos homens 62 Foram os informantes mais velhos de Curitiba que apresentaram maior tend ncia de uso de n s 67 nos dados de Setti 1997 Em rodadas no TVARB programa que faz parte do pacote de an lise estat stica VARBRUL Setti efetivou an lise de tr s variantes na vari vel dependente portanto s o apre
344. xemplificado abaixo na reprodu o de subt picos da entrevista CBA 18 na qual a informante com escolaridade secund ria e da faixa et ria mais jovem narra sobre a vida na inf ncia A representa o dos recortes feitos no exemplo 1 3 com base no princ pio da centra o foi realizada da seguinte maneira os par nteses externos marcam os tr s subt picos os n meros sinalizam a ocorr ncia dos t picos na linha discursiva as chaves delimitam o in cio e t rmino dos t picos os colchetes indicam a ocorr ncia de marca s lingi stico discursiva s que marcam expans o t pica e o sublinhamento indica continuidade descontinuidade ou transi o entre os t picos conforme a identifica o sublinhada 4 Na vers o desta pesquisa apresentada para o exame de qualifica o com an lise de 24 entrevistas de Curitiba realizou se tamb m o levantamento do paralelismo estrutural com pronomes possessivos a gente da gente n s nosso levantamento ao qual n o se deu seqii ncia para a vers o final da tese Destacaram se freqiuencialmente entre os dados do paralelismo com pronomes possessivos com pronomes pessoais expressos levantados em 24 entrevistas o uso de n s nosso 25 casos contra a gente da gente com 7 casos Por m em pesos relativos o par n s nosso apresentou 56 de probabilidade de uso na faixa et ria mais jovem contra 74 favorecendo o uso a gente da gente Como considerou se o resultado interessante i
345. zado neste estudo 1 1 1 Curitiba da gente 23 Utilizou se o slogan de uma campanha pol tica para compor o t tulo desta se o e parte do t tulo da tese Curitiba da gente Essa escolha se deu em raz o de entre os anos de 2005 e 2008 per odo em que foram cumpridas as disciplinas do doutoramento em Curitiba terem chamado nossa aten o placas e outdoors do governo municipal com a frase Curitiba a cidade da gente Investigando sobre o assunto em 2009 obtiveram se algumas informa es da assessoria de rela es p blicas da prefeitura de Curitiba sobre a origem da frase O slogan Curitiba a cidade da gente foi criado para a campanha da candidatura de Beto Richa prefeitura de Curitiba em 2004 e foi retirado do CD Curitiba da gente contendo a m sica Cidade da gente de Paulo Vitola e Marinho Galera cujo direito de uso foi autorizado para a campanha pol tica Ap s a campanha com a elei o de Richa o slogan permaneceu durante aquela gest o Vide Anexo 01 O slogan foi usado at outubro de 2008 quando foi adotada a frase Prefeitura da Cidade Al m disso encontrou se outro uso do possessivo da gente em t tulos de projetos p blicos no Paran No site PRDAGENTE 2009 informado que em 1993 em gest o do governador Roberto Requi o instituiu se o projeto Paran da Gente desenvolvido pela Secretaria de Estado de Cultura Considerou se portanto a escolha do t tulo da tese como acer

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