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Estudo das Relações entre a Atitude de Perdoar Ofensas

1. Esse autor ainda chama a aten o para a distin o entre o perd o e o pseudoperd o Pseudoforgiveness que segundo ele uma estrat gia usada para manter ou garantir poder ou controle sobre o comportamento do transgressor na medida em que apesar de ter comunicado o perd o ao ofensor a pessoa ofendida continua lembrando o continuamente de seu erro exercendo dessa maneira uma superioridade ou controle incompat veis com perd o De acordo com Worthington 2005 o crucial para Enright em sua defini o sua vis o de perd o como um processo que integra as esferas do comportamento da cogni o e do afeto A partir desse ponto de vista Enright prop e um modelo heur stico de como as pessoas perdoam ver Quadro 1 constitu do de vinte etapas pelas quais as pessoas podem passar Importante explicar que nem todas as pessoas passam por todas as etapas ou o fazem na ordem em que est o apresentadas ou despendem o mesmo tempo nessa tarefa Em outras palavras o processo singular para cada indiv duo 47 Quadro 1 O modelo de perd o interpessoal proposto por Enright Fase de Descoberta 1 Oi aren Ser ho Exame das defesas psicol gicas Kiel 1986 Confronta o da raiva a quest o liberar a raiva e n o nutri la Trainer 1981 Admitir vergonha quando apropriado Patton 1985 Consci ncia da catexia de estar tendo suas energias drenadas pela m goa Droll 1984 Consci ncia do ensaio psicol gic
2. 131 rela o a ofensas espec ficas e menor a disposi o do indiv duo em perdoar ao longo de situa es chamada por alguns autores de perdoabilidade Assim sabendo da exist ncia de correla es positivas entre medidas de Neuroticismo e os EIDs e de correla es negativas entre medidas de Neuroticismo e medidas de Perd o j havia a expectativa de que os dados das correla es entre os EIDs e os n veis de perd o da amostra do presente estudo se mostrassem negativos Dito isso a seguir ser o apresentados e discutidos os resultados das correla es de modo mais espec fico Observando os dados digno de nota que as correla es com os dom nios e esquemas envolvendo o Item do Perd o foram mais fortes que aquelas encontradas para as demais vari veis da EFI Al m disso as correla es do Item do Perd o com os Dom nios de Esquemas foram mais fortes que as correla es com os esquemas individuais o que de certo modo faz sentido uma vez que os dom nios s o o agrupamento dos esquemas Ademais conforme j mostrado anteriormente os dados sugerem que a medida do escore total EFI e a medida do Item do Perd o aferem o mesmo construto Por estas raz es e tamb m por uma quest o de melhor organiza o da discuss o optou se por apresentar principalmente as correla es entre a escala Item do Perd o e os Dom nios dos Esquemas 7 4 1 Discuss o das correla es envolvendo o question rio de esquemas e a medida d
3. es positivas como alegria e contentamento por exemplo relaxamento relacionamentos ntimos e de sua sa de Os esquemas presentes neste dom nio s o Negatividade Vulnerabilidade ao Erro focaliza o generalizada e permanente em aspectos negativos da vida como sofrimento morte perda decep o conflito trai o culpa ressentimento problemas n o resolvidos erros potenciais trai es algo que pode dar errado enquanto se minimizam ou negligenciam os aspectos positivos ou otimistas Inclui a expectativa exagerada de que algo acabar por dar muito errado numa faixa ampla de situa es profissionais financeiras ou interpessoais Uma vez que os poss veis resultados negativos s o exagerados pessoas com esse esquema s o em geral caracterizadas por preocupa o vigil ncia queixas ou indecis o cr nica Inibi o Emocional relaciona se inibi o excessiva da a o dos sentimentos ou das comunica es espont neas normalmente para evitar a desaprova o dos outros os sentimentos de vergonha ou a perda de controle sobre os impulsos Pessoas com este esquema comumente inibem impulsos como raiva e agress o os impulsos positivos como alegria afeto e excita o sexual p e a express o de vulnerabilidades e da comunica o sobre os 79 pr prios sentimentos e necessidades Ao mesmo tempo enfatizam excessivamente a racionalidade enquanto desconsideram as emo es Padr es Inflex veis
4. As secret rias do PGPSI Marineide e Alice pela prontid o em auxiliar n s alunos com alegria e boa vontade louv veis Aos pesquisadores do campo do perd o os professores J lio Rique Neto Michael E McCullough Everett L Worthington e Kathleen Lawler Row que gentilmente me auxiliaram com artigos livros e outros materiais facilitando consideravelmente a tarefa de revis o bibliogr fica Aos participantes desta pesquisa que prontamente responderam aos question rios e escalas Aos professores Ederaldo Jos Lopes e Alexandre Vianna Montagnero pelos preciosos apontamentos feitos ao meu trabalho durante a banca de qualifica o professora e orientadora Renata Ferrarez Fernandes Lopes n o apenas pelas orienta es de natureza acad mica mas tamb m por todas as trocas e reflex es que tiveram espa o nas supervis es e que me ajudaram a compreender melhor algumas situa es e continuar seguindo em frente Aos colegas de mestrado em especial s minhas irm s intelectuais e doravante amigas Marseilly e Jesselyn Agrade o pela presen a sempre agrad vel e pelo companheirismo nos momentos de alegria e de aperto Que o grupo continue existindo para o bem estar psicol gico de todos n s A querida Tati Coutinho amiga de tempos antigos e para al m da vida com quem felizmente partilho um caminho desde a gradua o meu muito obrigado Por sua amizade pelas gentilezas pelas conversas acolhedoras ensin
5. Publicar em Psicologia um enfoque para a Revista Cient fica S o Paulo Associa o Brasileira de Editores Cient ficos de Psicologia Instituto de Psicologia da Universidade de S o Paulo Salkovskis P M Ed 2005 Fronteiras da Terapia Cognitiva S o Paulo SP Casa do Psic logo Livraria e Editora Sarinopoulos I 1996 Forgiveness in adolescence and middle adulthood Comparing the enright forgiveness inventory with the Wade Forgiveness Scale Unpublished Master s thesis University of Wisconsin Madison Schmidt N B Joiner Jr T E Young J E amp Telch M J 1995 The Schema Questionnaire Investigation of Psychometric Properties and the Hierarchical Structure of a Measure of Maladaptive Schemas Cognitive Therapy and Research 19 3 295 321 164 Seligman M E P 2004 Felicidade Aut ntica usando a nova psicologia positiva para a realiza o permanente Rio de Janeiro Objetiva Seligman M amp Csikszentmihalyi M 2000 Positive psychology An introduction American Psychologist 55 5 14 Serra A M 2006 Introdu o terapia cognitiva In Estudo da Terapia Cognitiva um novo conceito em psicoterapia 19 26 Recuperado em 05 de novembro de 2006 http www itcbr com hotsite capa htm Skinner B F 2003 Ci ncia e Comportamento Humano J C Todorov amp R Azzi Trads S o Paulo Martins Fontes Trabalho original publicado em 1953 Smedes L B 1984 Forgive and F
6. Reinventing your life the breakthrough program to end negative behavior and feel great again Penguin Group USA Young J E Klosko J S amp Weishaar M E 2008 Terapia do Esquema guia de t cnicas cognitivo comportamentais inovadoras Porto Alegre Artmed ANEXOS ANEXO A Documento de Aprova o do Comit de tica em Pesquisas UFU 5 Universidade Federal de Uberl ndia Pr Reitoria de Pesquisa e P s Gradua o COMITE DE ETICA EM PESQUISA CEP Avenida Jo o Naves de vila n 2160 Bloco A Sala 224 Campus Santa M nica Uberl ndia MG CEP 38400 089 FONE FAX 34 3239 4131 e mail cep propp ufu br www comissoes propp ufu br AN LISE FINAL N 1099 10 DO COMIT DE TICA EM PESQUISA PARA O PROTOCOLO REGISTRO CEP UFU 448 10 Projeto Pesquisa Estudo Correlacional entre Disposi o para Perdoar Ofensas Interpessoais e Esquemas Iniciais Desadaptativos Eids Pesquisador Respons vel Renata Ferrarez Fernandes Lopes De acordo com as atribui es definidas na Resolu o CNS 196 96 o CEP manifesta se pela aprova o do protocolo de pesquisa proposto O protocolo n o apresenta problemas de tica nas condutas de pesquisa com seres humanos nos limites da reda o e da metodologia apresentadas O CEP UFU lembra que a segundo a Resolu o 196 96 o pesquisador dever arquivar por 5 anos o relat rio da pesquisa e os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido assinados pelo sujeito de
7. coeso e persistente capaz de guiar a percep o e a avalia o subsequente p 15 Para outros autores os esquemas s o estruturas respons veis pela constru o do significado que processam filtram codificam e avaliam informa es associadas a est mulos permitindo que o indiv duo possa categorizar e interpretar experi ncias de maneira pessoal singular e significativa ou de modo que fa a sentido em sua adapta o e funcionamento Serra 2006 Callegaro amp Landeira Fernandez 2008 De acordo com Callegaro e Landeira Fernandez 2008 grande parte dos esquemas de natureza impl cita e pode influenciar a origem de padr es complexos de pensamentos 65 expl citos uma vez que atuam ajustando as informa es que chegam consci ncia por meio de padr es preconcebidos de interpreta o p 862 Desse modo os esquemas podem ser disfuncionais quando geram falhas no processamento de informa es produzindo distor es cognitivas e provocando erros sistem ticos de racioc nio comumente presentes em momentos de sofrimento psicol gico como quando algu m est lidando com situa es de ofensa e m goa por exemplo importante mencionar essa ideia pois h de fato situa es em que a ofensa real assim como suas consequ ncias danosas Entretanto deve se considerar a possibilidade de que em fun o de algumas distor es cognitivas o indiv duo ofendido perceba a intensidade e a extens o dos danos
8. dano Perdoam porque como prop e Luskin 2007 perdoar pode significar a libera o de sentimentos que acreditam influenciar negativamente suas vidas Al m disso perdoar pode 18 ser visto como uma atitude de flexibilidade que garantiria maior capacidade para lidar com os estressores cotidianos Ou ainda perd o pode ser visto como algo que mant m ou promove sa de j que parece ser comum encontrar pessoas que associam o guardar m goa ou ressentir se com o surgimento de doen as card acas e c ncer por exemplo Consoante a estas ltimas quest es relevante mencionar que de acordo com Enright e Rique 2001 o perd o tem implica es positivas para o desenvolvimento emocional havendo inclusive pesquisas que apoiam de um lado a exist ncia de forte correla o negativa entre o perd o e a ansiedade a express o da raiva e a depress o e de outro lado forte correla o positiva entre o perd o e os n veis de bem estar Al m disso h pesquisas que sugerem que o perd o implique numa configura o de emo es positivas empatia simpatia compaix o ou amor contra emo es negativas relacionadas ofensa sofrida funcionando pois como uma estrat gia de enfrentamento focada na emo o para reduzir rea es de estresse a uma transgress o e promover resili ncia Worthington amp Scherer 2004 Tais apontamentos sobre efeitos positivos do perd o juntamente com a import ncia atribu da aos relacio
9. em resposta a ofensas menores podem estabelecer o est gio para express es mais profundas de perd o em resposta a traumas de vida maiores que a pessoa possa porventura ter vivido ou ainda vivenciar Explicadas as poss veis diverg ncias vamos as defini es mais conhecidas come ando pelas ideias de Enright et al 1998 que prop em uma defini o na qual perd o interpessoal 45 Uma atitude moral na qual uma pessoa considera abdicar do direito ao ressentimento julgamentos negativos e comportamentos negativos para com a outra pessoa que a ofendeu injustamente e ao mesmo tempo nutrir sentimentos imerecidos de compaix o miseric rdia e possivelmente amor para com o ofensor p 46 47 Nesta defini o importante enfatizar alguns aspectos a ofensa considerada injusta e infligida por outra pessoa o perd o uma escolha ou disposi o por parte da v tima e n o uma obriga o uma vez que a pessoa ofendida tem direito ao ressentimento e a nova postura da pessoa ofendida inclui tr s dimens es afeto supera o do ressentimento por meio da compaix o cogni o supera o da condena o por meio do respeito e ou generosidade e comportamento supera o da indiferen a ou tend ncia a vingan a por meio de um senso de boa vontade Al m disso Enright et al 1998 afirmam que o perd o ocorre somente entre pessoas portanto um processo interpessoal e n o entre pessoas e for as da natureza
10. j que para eles o perd o um caso especial de mercy piedade direcionada a algu m que magoou outra pessoa E os autores v o al m afirmando que o perd o mais do que cessar a raiva pelo ofensor pois perdoar a partir da concep o dos mesmos envolve necessariamente a substitui o de emo es negativas por outras positivas De acordo com Enright 2008 perdoar mais do que aceitar o que aconteceu ou deixar de sentir raiva ser neutro em rela o ao outro e mesmo faz lo apenas por se sentir bem Pode se dar seguimento a vida mesmo com frieza e indiferen a em rela o ao ofensor Segundo ele lidar com a raiva uma das tarefas envolvidas no processo de perdoar entretanto ter como principal objetivo a elimina o da raiva e do ressentimento pode distorcer o processo de perd o j que poss vel cessar a raiva ou ressentimento por meio da vingan a por exemplo Dada sua caracter stica interpessoal o perd o tem como objetivo final a disposi o em ver o ofensor com certa compaix o e a partir da conseguir oferecer a ele o 46 perdao Consiste essencialmente que aquele que perdoa tenha sentimentos e pensamentos positivos em rela o ao ofensor Nesse sentido as pessoas podem iniciar o processo de perd o por quererem sentir se melhor mas quando decidem ofertar o perd o ao ofensor a pessoa que perdoa deixa de estar concentrada em si e passa a concentrar se no outro dando in cio ao processo de cura
11. o deste comportamento em contextos religiosos Por outro lado observa se no discurso religioso uma associa o da transcend ncia com o perd o perdoando a pessoa experimenta o transcendente experi ncia fortemente auto refor adora Em suma o comportamento de perdoar pode ser compreendido a partir dos tr s n veis de sele o do comportamento de forma complementar Isso possivelmente explique por que este elemento do repert rio social t o relevante para o ser humano 57 3 4 Aspectos motivacionais e perspectivas das v timas e ofensores quanto ao comportamento de perdoar Tendo sido apresentadas as defini es que os principais autores sobre o tema prop em e lembrando que muito do que as pessoas sofrem como injusti a faz parte dos relacionamentos cotidianos estabelecidos com familiares amigos e colegas de trabalho conforme nos diz Rique et al 2007 talvez seja interessante nos voltarmos para as quest es que deram in cio a este projeto de pesquisa Por que uma pessoa perdoa outra que lhe causou sofrimento ou ainda Por que algu m age de maneira a cancelar os d bitos interpessoais criados pela ofensa enquanto outros escolhem manter dist ncia ignorar ou mesmo vingar se do ofensor Conforme citado anteriormente alguns estudiosos conceitualizam o processo de perdoar como um processo interpessoal e nesse sentido o que mais interessa a estes autores compreender como as pessoas se comportam em
12. o do perd o McCullough amp Witvliet 2002 Ao estudar este construto poss vel consider lo em v rios n veis o das rela es entre grupos e culturas a partir das rela es interpessoais que se d o entre familiares e amigos e tamb m o que considera os processos ps quicos que sustentam a a o pessoal de adotar ou 16 evitar o perd o Enright amp Rique 2001 Pensando se em defini es conceituais a pesquisa na literatura dispon vel mostra que a maior parte dos autores pesquisados descreve o conceito com base na proposta por Enright Freedman e Rique 1998 p 46 47 na qual o perd o Uma atitude moral na qual uma pessoa considera abdicar do direito ao ressentimento Julgamentos negativos e comportamentos negativos para com a outra pessoa que a ofendeu injustamente e ao mesmo tempo nutrir a compaix o a miseric rdia e possivelmente o amor para com o outro que a ofendeu Luskin 2007 prop e que o perd o seja a interrup o dos sentimentos de raiva e de comportamentos hostis em rela o ao transgressor sem que isso signifique necessariamente reconcilia o com o mesmo ou esquecimento da afronta sofrida Tais defini es s o corroboradas por McCullough e Witvliet 2002 para quem o construto pode se apresentar como uma resposta caracterizada por altera es nos pensamentos e ou comportamentos da v tima em rela o ao transgressor De acordo com estes autores o perd o pode ainda ser caracterizado
13. perdoado razo vel supor que indiv duos com tra os narc sicos pouco se beneficiar o deste exerc cio Dada caracter stica de arrogo e orgulho e imaginando situa es em que eles s o ofensores pode se supor que dificilmente pedir o perd o pessoa que ofenderam Primeiramente por n o perceberem muitas vezes que cometeram alguma injusti a j que se acham no direito de sobrepujar as necessidades alheias E segundo pelo fato de que pedir perd o pode ser compreendido por eles como admitir se errado ou culpado o que n o estaria de acordo com sua condi o de ser algu m especial a quem n o se aplicam regras convencionais Por fim devemos considerar a quest o da dificuldade experimentada por pessoas com esquemas deste dom nio em autocontrolar se para cumprir objetivos de longo prazo e para regular a express o adequada de seus impulsos e emo es Sugerimos isso especialmente porque o esquema de autocontrole insuficiente ao qual tais caracter sticas se referem apresentou uma correla o negativa com a medida de perd o Deste modo podemos supor que o perd o torna se menos prov vel diante de tal esquema pois como perdoar um processo que se concretiza no tempo ele pode ser 148 encarado como uma meta de longo prazo que exige controle de impulsos como os relacionados vingan a ou retalia o por exemplo Al m do mais para um indiv duo com problemas em tolerar o desconforto como o caso d
14. poss vel que os danos da m goa sejam vistos como mais intensos do que s o na realidade E ainda caso o indiv duo conceitue o perd o como algo que envolve necessariamente reconcilia o prov vel que por medo da repeti o da ofensa acabe optando por n o perdoar evitando desta maneira o restabelecimento do contato com algu m que foi ou ainda potencialmente cr tico B Autonomia e desempenho prejudicados De modo geral este dom nio refere se incapacidade do indiv duo em separar se das demais pessoas e funcionar independentemente e com um bom desempenho Mais especificamente indiv duos com esquemas deste dom nio possuem expectativas sobre si mesmos e sobre o ambiente que interferem no desenvolvimento de autonomia e compet ncia Young 2003 Em rela o a si mesmos acreditam serem incapazes e inaptos no que se refere a realiza es relacionadas s esferas profissional e pessoal que a maioria das pessoas alcan a Em se tratando do ambiente que inclui as demais pessoas apreendem no como potencialmente hostil e desafiador diante do qual se veem vulner veis e com cujas demandas se sentem incapazes de lidar satisfatoriamente como o fazem as demais pessoas Young 2003 Young et al 2008 Observando este dom nio em rela o ao perd o os dados das correla es indicam que quanto mais intensificadas essas expectativas de incompet ncia dirigidas ao self que podem indicar uma inabilidade para lidar com s
15. que podem permitir pessoa ofendida ampliar sua avalia o ou sua maneira de pensar sobre a situa o de injusti a de modo que se torne flex vel o suficiente para considerar o perd o como possibilidade 64 4 ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS A abordagem que embasar este estudo ser a perspectiva cognitiva que atribui grande import ncia ao processamento da informa o cogni es para entender a maneira como as pessoas se comportam Mostram se importantes tamb m para os fins deste estudo princ pios advindos da Terapia Cognitivo Comportamental cuja premissa fundamental versa que as respostas emocionais e comportamentais bem como a motiva o das pessoas s o influenciadas pela interpreta o ou representa o das situa es que vivenciam ou pelo modo como atribuem significados a elas Em fun o disso para a Terapia Cognitivo Comportamental o conceito de esquemas de especial import ncia Para Beck 1967 considerado o pai da psicoterapia cognitiva um esquema uma estrutura cognitiva que filtra codifica e avalia os est mulos aos quais o indiv duo submetido E com base num conjunto de esquemas que o indiv duo consegue orientar se em rela o ao tempo e ao espa o e categorizar e interpretar experi ncias de maneira significativa Segundo Segal 1988 citado por Young 2003 esquemas s o elementos organizados de rea es e experi ncias passadas que formam um corpo de conhecimento relativamente
16. 6 houve diferen as entre todas as subescalas Julgamento gt Comportamento gt Afeto indicando que a mediana da subescala de Afeto Md 92 0 era significativamente inferior s medianas das subescalas de Comportamento Md 95 0 e Julgamento Md 102 0 e que a mediana da subescala de Comportamento era significativamente menor que aquela observada para a subescala de Julgamento Al m disso a partir dessas informa es pode se dizer que as pessoas desta amostra discriminaram o conte do das subescalas de maneira significativa ao responderem a EFI Tabela 6 Notas Z e signific ncia das subescalas da EFI submetidas ao Teste de Wilcoxon Wilcoxon Afeto Afeto Comportamento Comportamento Julgamento Julgamento Z 3 076 4 895 4 506 Sig 0 002 0 000 0 000 a Baseado em ranks negativos Ainda em rela o aos afetos julgamentos e comportamentos direcionados ao ofensor esta amostra apresentou diferen as semelhantes quelas encontradas por Rique e Camino 106 2010 em um estudo que abordou a rela o entre a EFI e vari veis demogr ficas numa amostra mista de brasileiros e americanos Assim como no referido estudo o que se verificou na presente pesquisa foi que em m dia o grau de perd o afetivo permaneceu significativamente menor que o grau de perd o comportamental e cognitivo Como explicam Rique e Camino 2010 dados assim corroboram a ideia de que mais dif cil para as pessoas perdoar afetivamente do q
17. Aquino sobre o tema A partir disso poss vel notar que o verbo perdonare n o citado na obra deste autor possivelmente por se tratar de uma forma tardia de se remeter ao conceito mesmo em latim A palavra correspondente por ele empregada per cere No entanto em S o Tom s que se observam as bases filos ficas que justificam a etimologia das formas modernas das palavras perdoar perd o perdonar pardon pardonner etc O prefixo per agrega os sentidos de por atrav s de e de plenitude Desta forma o perd o pode ser concebido como um superlativo da no o de doa o O mesmo ocorre se considerarmos as formas inglesa for give e alem vor geben do verbo Em se tratando de defini es conceituais propostas pelos estudiosos do tema importante mencionar que n o existe ainda uma defini o consensual sobre o que perd o Worthington 1998 2004 Enright amp North 1998 McCullough et al 2001 e alguns interpretam a falta de consenso na defini o como um dos problemas mais importantes do campo Elder 1998 Enright amp Coyle 1998 Enright et al 1998 Enright et al 1992 41 Interessantemente parece haver mais consenso sobre o que n o perd o de modo que alguns autores fazem distin es entre o perd o e outras denomina es comumente utilizadas como sin nimas como por exemplo esquecimento e reconcilia o Em rela o a isso a maioria dos te ricos e pesquisadores concorda c
18. Forgiveness Scale an independent measure to evaluate how much the individual has forgiven the offender in a complete mode The results also showed that the EFI total score and the 1 Item Forgiveness Scale correlated positively while the social desirability scale didn t show significant correlations with any of the two measures Concerning the intensity of the offense there was a negative correlation of this variable with measures of forgiveness indicating that the degree of forgiveness was less the greater the perceived intensity of injury With respect to the intensity of forgiveness the average degree of forgiveness of the participants was 266 points a score that ranges from 60 low degree of forgiveness to 360 high degree of forgiveness and over half of the sample 61 n 25 reported levels of forgiveness higher than average In terms of degrees of forgiveness measured by subscales of the EFI the results showed that sample expressed more intensely the cognitive forgiveness M 96 8 The degree of affective forgiveness M 81 3 remained significantly lower than the degree of behavioral forgiveness M 88 2 and cognitive forgiveness indicating that it was harder to participants offer the emotional forgiveness Finally considering the main objective of this research the results showed negative correlations between the measure of forgiveness used as a criterion variable 1 Item Forgiveness Scale and four of the five domains
19. Para compreendermos este aspecto de maneira mais ampla conv m citarmos o conceito de conspecific congruence que Newberg et al 2001 explicam tratar se de uma esp cie de balan a pressuposta pelos neuroevolucionistas pela qual parte se do pressuposto de que numa esp cie social como a humana todos somos iguais dado que todos somos seres humanos Este conceito implica uma congru ncia horizontal entre os organismos de uma mesma esp cie Em outras palavras trata se de uma balan a de favores e ofensas das 54 esp cies neste caso a esp cie humana A ideia de que se algo bom receber refor adores ou ruim sofrer puni es feito a algu m essa pessoa deve retribuir a fim de restabelecer a congru ncia con especifica Uma vez que a congru ncia alterada negativamente aversivos em curso os comportamentos de revanche ou de perd o passam a ser op es do organismo Sendo assim toda forma de inj ria percebida pelo self bem como todo favor recebido deveriam gerar uma tend ncia retribui o a fim de reequilibrar a balan a social No que tange forma negativa de desequil brio desta balan a sofrer uma ofensa por exemplo o revide sempre coloca tanto quem revida quanto quem sofre a puni o em perigo f sico ou social Desta forma se n o houvesse um mecanismo biol gico social que atuasse sobre esta tend ncia de retribui o em contextos aversivos certamente a esp cie humana estaria em risco no
20. YSQ foram calculados e os resultados est o organizados na Tabela 177 Tabela 17 Escores m dios medianas desvios padr o e vari ncia para o YSQ D Desconex o e Rejei o D Autonomia e Desempenhos Prejudicados D Orienta o para o outro D Supervigil ncia e Inibi o D Limites Prejudicados Priva o emocional Abandono Desconfian a e abuso Isolamento Defectividade Fracasso Depend ncia Incompet ncia Vulnerabilidade Emaranhamento Subjuga o Auto Sacrif cio Inibi o emocional Padr es inflex veis Merecimento e Grandiosidade Autocontrole insuficiente D Dom nio de Esquemas N 41 M 44 3 31 0 23 9 26 2 24 8 8 8 10 8 9 5 8 9 6 2 7 4 6 6 9 0 7 9 8 0 15 8 9 5 16 6 13 1 11 6 Md 43 0 29 0 25 0 27 0 24 0 7 0 10 0 9 0 8 0 5 0 6 0 6 0 8 0 7 0 7 0 16 0 8 0 17 0 13 0 11 0 DP 13 09 8 26 6 97 7 48 6 19 4 97 4 19 3 86 4 44 2 10 3 21 1 88 4 06 3 19 2 95 5 58 4 72 5 16 3 50 4 62 Var 171 48 68 30 48 61 56 01 38 33 24 76 17 60 14 90 19 72 4 44 10 35 3 54 16 55 10 22 8 72 31 18 22 35 26 64 12 31 21 38 122 Considerando o dom nio de Desconex o e Rejei o o esquema de abandono obteve o maior escore m dio M 10 8 seguido do esquema de desconfian a e abuso M 9 5 Os esquemas de isolamento e priva o emocional v m em seguida com m dias de 8 9 e 8 8 respectivamente J o esquema de defectividade ap
21. a perdoar enquanto outras n o o fazem Que cren as embasam a decis o de perdoar o transgressor As pessoas perdoam porque pensam que se n o o fizerem ser o pessoas m s Dentre estas quest es a que se destaca para este trabalho aquela referente a cren as que embasam o ato de perdoar Um estudo sistematizado a respeito de cren as sobre perd o inexistente na literatura embora alguns autores como Jeffrey E Young apontem o comportamento de perdoar como um aspecto fundamental no tratamento de esquemas iniciais desadaptativos Young amp Klosko 1994 Uma poss vel raz o para a escassez de estudos sobre perd o no campo da Psicologia que parece ser comum associar quase que automaticamente o tema ao campo religioso esquecendo se de considerar cren as que n o pertencem a esse dom nio A m xima atribu da a Alexander Pope Errar humano perdoar divino exprime de maneira simples essa ideia As tr s grandes tradi es monoteistas presentes no mundo partilham a ideia de que as pessoas por serem perdoadas por Deus deveriam como resultado perdoar seus transgressores McCullough amp Witvliet 2002 p 447 A partir disso outros questionamentos surgem Partindo se do pressuposto de que todas as pessoas que praticam tais tradi es partilham tamb m a cren a do perd o como algo divino o que dizer sobre as demais pessoas Que outras cren as elas t m a respeito de perdoar ou n o perdoar quem lhes causou algum
22. alves M P 2009 Disposi o para perdoar desejabilidade social e religi o um estudo Correlacional Revista Bio tica 17 2 297 308 Gordon K C Baucom D H amp Snyder D K 2001 The use of forgiveness in marital therapy In M E McCullough K I Pargament amp C E Thoresen eds Forgiveness Theory research and Practice pp 203 227 New York Guilford Press Horai J Lindskold S Gahagan J P amp Tedeschi J T 1969 The effects of conflict intensity and promisor credibility on a target s behavior Psychonomic Science 14 73 74 Kohlberg L 1976 Moral stages and moralization the cognitive developmental approach In T Lickona Ed Moral development and behavior theory research and social issues pp 31 53 New York Holt Rinehart amp Winston Lawler Row K A amp Piferi R L 2006 The forgiving personality Describing a life well lived Personality and Individual Differences 4 1009 1020 Lopes R F F amp Santana R G 2010 Perd o Uma Vis o da Psicologia Evolucionista e da Abordagem Comportamental Sobre Comportamento e Cogni o Santo Andr ESETec Luria A R 1980 Higher cortical function in man New York Basic Books 162 Luskin F 2007 O Poder do Perd o Sao Paulo Francis McCullough M E 2009 Beyond revenge The evolution of the forgiveness instinct San Francisco Jossey Bass McCullough M E 2000 Forgiveness as hum
23. com poss veis riscos envolvidos no processo de perd o sendo um deles o medo de parecer fraco perante os demais Baumeister et al 1998 Exline amp Baumeister 2001 Tal situa o pode estabelecer condi es para que condutas de evita o afastamento ou mesmo retalia o em rela o ao ofensor todas relativas ao n o perd o sejam mais prov veis ao se manejar situa es envolvendo transgress es interpessoais Assim poss vel hipotetizar que o indiv duo com esquema de fracasso hiperativado opte por n o perdoar por medo de parecer fraco por receio de ter seu status j percebido como reduzido ainda mais diminu do perante seus iguais especialmente se estes considerarem o perd o como uma caracter stica de pessoas moralmente fracas como o caso naqueles contextos em que se valoriza a defesa da honra Em outras palavras supondo que o indiv duo utilize estrat gias de evita o para lidar com seus esquemas ele pode optar por respostas diferentes do perd o pois o perdoar aqui apenas refor aria a vis o negativa que o sujeito intimamente possui de si mesmo Em rela o a esse ltimo apontamento interessante lembrar Enright et al 1989 que explicam em seu modelo de desenvolvimento s cio cognitivo de perd o baseado no modelo de desenvolvimento moral de Kohlberg que o perd o um processo que consiste numa 142 resposta moral que influenciada pelo desenvolvimento s cio cognitivo e m
24. das sociedades como o caso da Sociologia da Religi o A gt A palavra Unforgiveness refere se a n o oferecer perd o ainda que os fatos pudessem ser perdoados 29 pelo mesmo autor tamb m tentou descrever uma estrutura afetiva para a capacidade de perd o interpessoal De acordo com McCullough et al 2001 Conselheiros e pessoas com conhecimento em sa de mental e com interesses religiosos tentaram articular o perd o como algo que pudesse ajudar as pessoas a adquirirem sa de mental por exemplo Beaven 1951 Bonell 1950 Johnson 1947 Rusk 1950 Andras Angyal 1952 foi um dos que defenderam a ideia de que auxiliar os clientes em psicoterapia a experimentar o perd o vindo de Deus seria um ant doto para a culpa patol gica que ele acreditava acompanhar diversas psicopatologias p 4 Outros estudiosos no campo pastoral tamb m se voltaram para os poss veis benef cios do perd o como o caso de Emerson 1964 que em seu livro te rico The Dynamics of Forgiveness relatou os resultados de um estudo usando um m todo Q Sort delineado para examinar a associa o entre perd o e bem estar psicol gico A despeito da falta de sofistica o e falha em usar estat sticas inferenciais modernas este estudo foi provavelmente a primeira investiga o cient fica da associa o entre perd o sa de mental e bem estar McCullough et al 2001 O tema perd o tamb m foi um t pico que rece
25. de construto da EFI e se o grau de perd o reportado pela amostra variou em fun o da intensidade da m goa A Tabela 9 resume as correla es encontradas Tabela 9 Correla es de Spearman entre os fatores da Escala de Atitudes para o Perd o EFI e a Escala de Desejabilidade Social E E E V S E 8 g E z E 3 ES 2 E 5 Sa 6 lt Z E n o E E ea x E a a 9 Afeto 0 069 Comportamento 0 076 0 794 Julgamento 0080 0 331 0 809 0 789 EFI Total 0090 0 343 0 943 O 877 0 034 Item do Perd o 0202 0 429 05738 0 473 0 653 0 607 Pseudoperd o 0 493 p lt 0 01 p lt 0 05 Foram observadas correla es positivas e significativas entre todas as subescalas da EFI entre si Afeto e Comportamento p 0 79 p lt 0 01 Afeto e Julgamento p 0 80 p lt 0 01 e entre Comportamento e Julgamento p 0 78 p lt 0 01 Al m destas foram 111 observadas tamb m correla es positivas e significativas entre o escore total da EFI com as tr s subescalas Afeto p 0 94 p lt 0 01 Comportamento p 0 87 p lt 0 01 e Julgamento p 0 93 p lt 0 01 Tal resultado de certo modo esperado e apoiado por outros autores como Subkoviak et al 1995 e Rique et al 2009 Os ltimos inclusive desenvolveram um estudo pormenorizado das qualidades psicom tricas da EFI testando tr s modelos poss veis do processo psicol gico que sustenta a atitude de perd
26. de miseric rdia em rela o ao ofensor e a ideia de que h duas formas complementares de perd o decisional e emocional proposta por Worthington 2005 que explica que antes que uma algu m experimente um perd o emocional com altera es importantes nos sentimentos em rela o ao ofensor preciso que haja um perd o decisional no qual se decide efetivamente iniciar o processo de perdoar e que pode ser encarado como uma mudan a cognitiva ou como uma mudan a na maneira de ser perceber o ofensor e a ofensa Assim os autores do campo parecem atribuir relev ncia mudan a cognitiva como um passo importante para que as mudan as nas demais esferas possam ocorrer Dito de outro 150 modo a modifica o no modo como o indiv duo processa as informa es cognitivas sobre ofensor e ofensa um trabalho fundamental quando se busca promover o perd o e ao que tudo indica uma tarefa mais f cil de realizar do que a altera o de aspectos emocionais Em rela o a essa dificuldade em mudar aspectos emocionais talvez possamos compreend la melhor nos atentando para alguns aspectos biol gicos relacionados ao processamento de informa o emocional ou mais especificamente aos sistemas cerebrais envolvidos no condicionamento de situa es aversivas Young et al 2008 quando explicam sobre a biologia dos esquemas desadaptativos nos d o informa es muito interessantes Os autores explicam que Os mecanismos cerebra
27. dos tra os de personalidade no perd o e na vingan a importante por raz es tanto te ricas quanto pr ticas No n vel te rico essencial por exemplo entender como a personalidade influencia atitudes e decis es em momentos cruciais ao longo da vida quando em face de oposi es argumenta es conflitos de interesse e na rea o s adversidades e ofensas Geralmente s o em momentos particulares como estes que importantes decis es s o tomadas muitas vezes com consequ ncias irrevers veis e que podem impactar a vida inteira de uma pessoa Portanto essencial investigar o papel dos fatores de personalidade no intuito de identificar aqueles que s o mais importantes nessas situa es cr ticas Mullet et al 2005 No n vel pr tico para psic logos e outros profissionais em face ao trabalho com terapias que visam cura e o perd o essencial saber como e em que extens o preciso levar em considera o a personalidade dos seus pacientes Enright amp Fitzgibbons 2000 citados por Mullet et al 2005 uma vez que conhecer a personalidade do ofendido pode informar ao profissional algo acerca da natureza do ressentimento intensidade e dura o da disposi o para perdoar ou da tend ncia para buscar vingan a e os fatores que influenciam esses aspectos O m todo usado pelo profissional precisa ser adaptado personalidade do paciente o que faz sentido especialmente para a Terapia Cognitivo Comportamental
28. e ativa o processo de perd o pode ser negativamente impactado j que a flexibiliza o ou amplia o do filtro de interpreta o do indiv duo a respeito da situa o e do ofensor est impossibilitada Diante do que foi dito a import ncia que reside em conhecer os tipos de esquemas atuantes na organiza o de personalidade de algu m que est lidando com uma ofensa e envolvido no processo de perd o fica um pouco mais evidente A seguir apresentamos de maneira mais espec fica a discuss o das correla es negativas observadas entre os dom nios de esquemas e a escala independente Item do Perd o A Desconex o e rejei o Como j explicado na revis o te rica sobre esquemas pessoas que quando crian as n o tiveram suas necessidades de conex o e aceita o atendidas de maneira satisfat ria podem se sentir rejeitadas e desenvolverem expectativas de que suas necessidades de seguran a carinho e pertencimento ou afilia o n o ser o adequadamente supridas em seus relacionamentos correntes adotando muitas vezes uma postura de desconfian a quanto as reais inten es das pessoas com as quais se relacionam Young 2003 Considerando a rela o deste dom nio com a resposta de perdoar os dados das correla es apontam para o fato de que quanto mais arraigadas estas expectativas ou temores para uma pessoa menor o grau de perd o oferecido ao agente da ofensa As raz es para esse relacionamento inverso ent
29. e Sommer 1998 descrevem o falso perd o Hollow Forgiveness um perd o dado verbalmente mas n o experimentado psicologicamente e o perd o silencioso Silent Forgiveness o perd o experimentado internamente mas nunca comunicado Nesse sentido pode haver uma desconex o entre a experi ncia subjetiva e a express o do perd o Ainda assim mesmo se a experi ncia subjetiva e a express o do perd o s o coincidentes para a pessoa ofendida isso n o garante a harmonia do relacionamento Al m do mais membros de uma d ade podem perceber eventos diferentemente fazer atribui es de causalidade 22 desejar diferentes a es e geralmente perseguir diferentes objetivos Os parceiros interagem e sua comunica o assim como seu relacionamento pr transgress o s o particularidades que podem afetar a ocorr ncia do perd o ou da reconcilia o Desse modo perd o e ressentimento podem ser relacionados a uma melhor ou pior sa de do relacionamento embora haja outras vari veis do relacionamento que devam ser consideradas Worthington 2005 Worthington 2005 ainda prop e que o perd o possa estar associado com uma melhor sa de espiritual Segundo ele oferecer experimentar e expressar perd o pode produzir mais paz pontos de vista harmoniosos mesmo para aqueles que n o s o religiosos podendo haver a partir da um incremento na espiritualidade dos indiv duos Consoante a estas ltimas coloca es relevant
30. indiv duo Necessidades como v nculos seguros estabilidade autonomia sentimentos de identidade espontaneidade limites autocontrole dentre outras Young 2003 Young Klosko amp Weishaar 2008 Em sua grande maioria os EIDs originam se pela viv ncia de experi ncias nocivas ou delet rias com seus cuidadores que se repetem com alguma regularidade no decorrer da vida e que impossibilitam o preenchimento das necessidades emocionais mencionadas E apesar de nem todos os esquemas possu rem traumas em sua origem esses padr es de funcionamento s o destrutivos e causadores de sofrimento Young et al 2008 Schmidt Joiner Jr Young amp Telch 1995 Segundo Young 2003 as crian as t m cinco tarefas prim rias conex o e aceita o autonomia e desempenho limites realistas auto orienta o e auto express o espontaneidade e prazer p 25 Quando os cuidadores e o ambiente social oferecem condi es adequadas as crian as se desenvolvem de maneira sadia em todas essas reas Entretanto quando o ambiente parental ou social prec rio a crian a pode desenvolver EIDs em um ou mais de v rios dom nios que ser o apresentados adiante Deste modo os EIDs s o estruturas est veis e duradouras que se desenvolvem e se cristalizam precocemente na personalidade do sujeito ao longo de sua vida e tornam se princ pios organizadores do funcionamento cognitivo emocional interpessoal e comportamento do indiv duo Operam de m
31. mem rias A partir dessas ideias acreditamos ser poss vel afirmar que a terapia baseada na avalia o e modifica o de EIDs proposta por Young Young amp Klosko 1994 Young 2003 e Young et al 2008 possui grande potencial para interven es que visem promo o do perd o especialmente porque esta modalidade de psicoterapia atribui grande import ncia ao 153 trabalho com t cnicas vivencias e emocionais que juntamente com a reestrutura o cognitiva e comportamental podem propiciar ao sujeito uma consci ncia maior sobre suas mem rias emo es e sensa es corporais associadas a seus esquemas aumentando assim seu controle consciente sobre os mesmos interrompendo desta maneira a perpetua o do esquema e potencializando sua mudan a para algo mais adaptado e funcional Especificamente acreditamos que a terapia do esquema possa contribuir de modo relevante para a regula o do componente emocional da atitude de perdoar Como se v diante dessas coloca es parece nos que a modifica o dos esquemas por meio da Terapia do Esquema est mais para algo que pode auxiliar no processo de perd o do que para uma interven o que beneficiada pela promo o do perd o conforme Young e Klosko 1994 nos fazem crer em seu livro Reiventing Your Life Al m disso os resultados relativos s correla es entre a medida de perd o e os EIDs apontam para a quest o da disposi o ou grau de perd o do indiv duo ser me
32. no momento da m goa Esta etapa considerada por Worthington 2005 como a parte cognitiva do modelo 107 de Enright e est agrupada na Fase de Trabalho do modelo de perd o sendo que as demais etapas que a sucedem dentro desta fase s o consideradas como a parte afetiva do modelo Embora Enright e North 1998 expliquem que mesmo o modelo sendo composto por vinte etapas agrupadas em quatro fases de descoberta de decis o de trabalho e de resultados as pessoas n o tenham que necessariamente passar por todas elas ou mesmo fazer isso de maneira linear quando perdoam relevante enfatizar a import ncia atribu da ao processamento cognitivo de novas informa es sobre o ofensor e a ofensa como requisito importante para que as mudan as afetivas possam ocorrer Al m disso interessante notar que as etapas que envolvem cogni o e afeto est o agrupadas num fase descrita como fase de trabalho indicando que deve haver algum esfor o intencional e dirigido coordenado no sentido de levar o processo de perd o adiante e que pode come ar efetivamente pela via cognitiva Corroborando estas ideias podemos recorrer Worthington 2005 que em sua conceitualiza o do perd o destaca a conex o entre o componente emocional e motivacional ao propor dois tipos de perd o distintos mas complementares o Perd o Decisional e o Perd o Emocional De acordo com o autor antes que uma pessoa experimente um perd
33. o emocional com altera es importantes nos sentimentos em rela o ao ofensor preciso que haja um perd o decisional em que pessoa decide efetivamente iniciar o processo de perdoar que pode ser encarado como uma mudan a cognitiva ou como uma mudan a na maneira de se perceber o ofensor e a ofensa H ainda outros autores que falam sobre o perd o como o reenquadramento da percep o um processo cognitivo da transgress o de modo que as respostas da pessoa ofendida passem de negativas a neutras e ou positivas Thompson et al 2005 Diante disso parece razo vel supor que a mudan a cognitiva ou mudan a de Julgamento ou pensamento em rela o ao ofensor e a ofensa uma via importante e ao que 108 parece mais frequentemente utilizada para que mudangas na esfera dos sentimentos e dos comportamentos ocorram O qu como se vera adiante pode ser embasado pelas ideias da Terapia Cognitivo Comportamental cuja premissa fundamental a de que a maneira como interpretamos as situa es que vivenciamos p e uma m goa determina em grande parte nossas rea es comportamentais e emocionais a estes mesmos eventos Prosseguindo na an lise da parte objetiva da EFI em se tratando da escala independente Item do Perd o que avalia o quanto o indiv duo j perdoou o ofensor de forma completa e na qual o escore um indica n o perdoei e o escore cinco indica perdoei completamente o escore m dio dos parti
34. pesquisa b poder por escolha aleat ria visitar o pesquisador para confer ncia do relat rio e documenta o pertinente ao projeto c a aprova o do protocolo de pesquisa pelo CEP UFU d se em decorr ncia do atendimento a Resolu o 196 96 CNS n o implicando na qualidade cient fica do mesmo Data de entrega do relat rio abril de 2011 SITUA O PROTOCOLO DE PESQUISA APROVADO OBS O CEP UFU LEMBRA QUE QUALQUER MUDAN A NO PROTOCOLO DEVE SER INFORMADA IMEDIATAMENTE AO CEP PARA FINS DE ANALISE E APROVA O DA MESMA Uberl ndia 28 de Dezembro de 2010 r f ofp Foo fo ple a mr do Profa Dra Sandra Terezinha de Farias Furtado Coordenadora do CEP UFU 167 168 ANEXO B Escala de Atitudes para o Perd o EFI Algumas vezes somos magoados por aqueles que nos s o pr ximos na fam lia nas amizades na escola no trabalho ou em outras situa es Agora pedimos a voc para pensar na experi ncia mais recente na qual algu m lhe magoou profunda e injustamente Visualize na sua mente os eventos daquela situa o Tente ver a pessoa e tente experienciar o que aconteceu O quanto voc se sentiu magoado quando o incidente ocorreu Marque um X na sua resposta Nenhuma Um pouco Alguma Muito Tremendamente m goa magoado a m goa magoado a magoado Quem lhe magoou Marque um X na sua resposta Filho a C njuge Parente Amigo do mesmo sexo Amigo do sexo opost
35. pode manter atitudes de rumina o em rela o ofensa e seus aspectos realimentando a m goa a percep o de qu o intensa ela foi e de poss veis fantasias relativas retalia o E em rela o a isso McCullough et al 1998 McCullough 2000 e McCullough Bono e Root 2007 nos explicam que a tend ncia rumina o um componente que exerce um efeito inibit rio sobre o sistema motivacional que sustenta as condutas envolvidas na atitude de perdoar D Limites prejudicados Chegamos enfim ao ltimo dom nio que evidenciou uma correla o negativa com a medida de perd o Pessoas com esquemas neste dom nio demonstram problemas em respeitar os direitos alheios cooperarem e dificuldade em autocontrolar se seja para cumprir objetivos de longo prazo ou mesmo para regular a express o adequada de seus impulsos e emo es Young 2003 Young et al 2008 Os dados das correla es sugeriram que quanto mais acentuadas tais caracter sticas menor o grau de perd o reportado pelo sujeito Em algumas situa es pessoas com esquemas neste dom nio mostram se excessivamente competitivas ou dominadoras em rela o aos outros na tentativa de afirmar o pr prio poder obrigando os demais a acatarem o seu ponto de vista ou controlar lhes o comportamento de acordo com os seus desejos sem empatia ou preocupa o com as necessidades ou sentimentos alheios de modo que tais indiv duos s o considerados narcisistas Young 20
36. quest o final At que ponto voc perdoou a pessoa que voc avaliou na Escala de 87 Atitude Esta uma escala independente chamada Item do Perd o J Jtem Forgiveness Scale Nela a pessoa utiliza uma escala likert de 5 pontos em que indica que a pessoa nao perdoou e 5 indica que perdoou completamente Este item pode ser colocado como uma quest o do EFI ou pode ser usado separadamente do invent rio pois uma medida independente para validade de construto Enright amp Rique 2001 Algumas pesquisas Enright e Fitzgibbons 2000 demonstram que o EFI possui um n vel elevado de consist ncia interna Alfa de Cronbach de 0 98 para amostras no Brasil e nos Estados Unidos Tamb m se encontraram correla es positivas de 0 74 em amostras brasileiras e 0 68 em amostras americanas com uma escala independente Item do Perd o Rique 1999 Subkoviak et al 1995 e 0 84 Sarinopoulos 1996 com uma escala equivalente sobre o perd o interpessoal a Escala de Wade 1989 O EFI tamb m demonstra correla es negativas com medidas de ansiedade e depress o em amostras brasileiras e americanas Enright e Fitzgibbons 2000 Rique 1999 6 2 2 Escala de Desejabilidade Social de Crowne Marlowe Ribas Moura amp Hutz 2004 Anexo C A desejabilidade social reflete uma propens o por parte das pessoas a dar respostas consideradas como socialmente mais aceit veis e a negar associa o pessoal com opini es ou com
37. question rios aplicados foram utilizados na an lise de dados uma vez que todos os participantes obtiveram escores menores que 20 pontos nos itens que avaliam pseudoperd o Min 5 Max 15 Os escores m dios as medianas os desvios padr o e a vari ncia dos dados da escala foram calculados e os resultados podem ser observados na Tabela 5 Tabela 5 Escores m dios medianas desvios padr o e vari ncia dos escores obtidos na EFI Afeto Comp Julgam EFI Total o Pseudop 20 120 20 120 20 120 60 360 1 5 5 30 M dia 81 3 88 2 96 8 266 4 3 5 7 7 Mediana 92 0 95 0 102 0 293 0 4 0 7 0 Desvio Padr o 26 0 20 76 19 36 60 65 1 28 2 89 Vari ncia 676 3 431 4 374 9 3679 3 1 7 8 4 N 41 Os resultados indicaram que a m dia do grau de perd o dos participantes foi de 266 43 pontos DP 60 65 sendo que 61 dos participantes n 25 reportaram graus de perd o superiores m dia amostral 104 Considerando os graus de express o do perd o em termos de afetos comportamentos e julgamentos em rela o ao ofensor foi poss vel observar que a subescala de Julgamento obteve as maiores m dia e mediana M 96 87 Md 102 0 DP 19 36 seguida da subescala de Comportamento M 88 24 Md 95 0 DP 88 24 e pela subescala de Afeto M 81 31 Md 92 0 DP 60 65 Em rela o a estes dados interessante mencionar que outros autores Subkoviak et al 1995 Sarinopoulos 1996 1999 que conduziram estudos com
38. rela o a outras depois de incidentes e transgress es e quais as fontes e consequ ncias de suas escolhas Perdoar parece ser uma resposta com uma val ncia positiva no sentido de que n o pode ser classificada como uma resposta de retalia o que emitida em situa es em que est o presentes aspectos aversivos Dada uma situa o de injusti a e m goa parece razo vel esperar que a resposta daquele que sofre uma afronta seja a vingan a ou o revide No entanto poss vel observar exemplos nos quais mesmo em condi es muito perturbadoras como aquelas que envolvem trai o por parte de um c njuge morte de um filho por bandidos etc alguns respondam perdoando Desta forma revidar ou perdoar podem ser alternativas para responder a uma situa o conflituosa que levam a diferentes consequ ncias Vejamos brevemente algumas possibilidades que quando presentes alteram a probabilidade de que a resposta de perd o ocorra Algumas apontam para consequ ncias 58 ben ficas da express o do perd o no entanto outras sinalizam que perdoar pode ter consequ ncias negativas que acabam por representar barreiras express o do perd o Express es sinceras de perd o podem ter efeitos positivos nos relacionamentos uma vez que perdoar pode interromper a espiral negativa iniciada com a ofensa evitando a intensifica o do conflito substituindo a por um ciclo de inten o e a o positivas que envolvem tanto v
39. s pessoas com as quais tenho intimidade por ter medo de que elas me deixem 7 Eu me preocupo com a possibilidade de as pessoas de quem eu gosto me deixarem ou me abandonarem 8 Quando sinto que algu m com quem eu me importa est se afastando fico desesperado a 9 s vezes tenho tanto medo de que as pessoas me deixem que acabo fazendo com que se afastem 10 Preciso tanto das pessoas que tenho medo de perd las Desconfian a Abuso 11 Sinto que as pessoas querem tirar vantagem de mim 12 Sinto que posso baixar a guarda na presen a dos outros pois eles me prejudicariam intencionalmente 13 s uma quest o de tempo antes que as pessoas me traiam 14 Desconfio muito dos motivos dos outros 15 Eu geralmente fico procurando os motivos escondidos das pessoas Isolamento social 16 Eu n o me encaixo 17 Sou fundamentalmente diferente das outras pessoas 172 18 Eu n o perten o a ningu m sou um solit rio a 19 Sinto me alienado a das outras pessoas 20 Sempre me sinto exclu do a dos grupos Defectividade Vergonha 21 Nenhum a homem mulher que eu desejar vai me amar depois de saber dos meus defeitos 22 Ningu m que eu desejar vai querer ficar perto de mim depois que conhecer meu verdadeiro eu 23 N o sou digno a do amor da aten o e do respeito dos outros 24 Sinto que n o mere o ser amado a 25 Sou in
40. te ricos que definem perd o como algo extraordin rio pouco comum t m focado nas v timas que experimentaram viola es muito intensas Contudo para esse autor as ofensas variam em magnitude de modo que os desapontamentos e transgress es que t m lugar entre pessoas conhecidas e pr ximas durante a conviv ncia cotidiana s o certamente mais freqiientes e podem eliciar formas de perd o mais corriqueiras e menos profundas Esse perd o ordin rio se assim pode se nome lo o tipo que pode ser abarcado por estudos desenvolvimentais e sociopsicol gicos de pessoas que transgridem desculpam se confessam erros arrependem se e perdoam e s o perdoadas num curso de uma experi ncia di ria O autor ainda diz mais sobre essa quest o e aponta que estas duas modalidades nas quais o perd o pode se apresentar extraordin rio ou comum podem ser fen menos qualitativamente diferentes com estruturas e fun es diversas Pode se ainda considerar que um mais genu no que o outro Por outro lado continua o autor os dois tipos podem estar relacionados um ao outro ou ainda conduzir um ao outro ciclicamente Conforme diz Pargament 1997 citado por McCullough et al 2001 o indiv duo que experiencia uma forma extraordin ria de perd o pode ter mais probabilidade de responder com perd o a insultos e inj rias mais comuns presentes em seu cotidiano Por outro lado a experi ncia e a pr tica com formas ordin rias de perd o
41. ver adiante alguns definem perd o como um processo que basicamente envolve uma diminui o na frequ ncia de pensamentos e a es negativas em rela o ao ofensor Gordon Baucom amp Snyder 2001 Temoshok amp Chandra 2001 Thorensen Harris amp Luskin 2001 Segundo McCullough et al 2001 tais estudiosos fazem uma clara distin o entre livrar se ou liberar se da amargura e raiva e reconcilia o com o indiv duo que cometeu a ofensa admitindo que algu m pode perdoar sem reconciliar se Em rela o a isso importante compreender que para esses estudiosos perdoar n o requer necessariamente substituir elementos negativos por outros positivos Em outras palavras ao perd o bastaria a libera o de a es sentimentos e comportamentos negativos ou orientados para vingan a e retalia o Outros autores e pesquisadores entretanto defendem que perdoar envolve mais do que livrar se do negativo e acreditam que express es positivas de sentimentos pensamentos e comportamentos em rela o ao ofensor s o essenciais para a concretude do perd o De acordo com esse racioc nio a linha que separa perd o de reconcilia o pode tornar se mais t nue Autores que partilham desta perspectiva e que ser o apresentados adiante s o Enright et al 1998 Worthington 2005 McCullough et al 2001 dentre outros 44 Quanto ao terceiro ponto de discuss o McCullough et al 2001 dizem que importante notar que os
42. viola es s suas expectativas e suposi es sobre como elas outras pessoas e o mundo deveriam ser ou funcionar interessante notar que tais suposi es ou expectativas que s o infringidas podem ser compreendidas como as mesmas suposi es r gidas sobre si mesmo e o mundo de que falam Landeira Fernandez e Callegaro 2007 quando definem esquemas Por essa raz o podemos supor que o que violado numa ofensa uma ideia ou pressuposto que algu m tem rela o ao modo como deveria ou espera ser tratado pelas demais ao longo de situa es expectativas estas que s o ditadas pelo conte do de seus esquemas Indo mais al m podemos entender ent o que as expectativas quebradas na situa o de m goa representam ent o novas falhas no atendimento das mesmas necessidades emocionais b sicas n o supridas que levaram a forma o dos esquemas Em outras palavras situa es interpretadas como afronta podem ser aquelas que representam quebras de expectativas relacionadas ao atendimento de necessidades emocionais relacionadas aos esquemas que o indiv duo possui Conforme explicam Young et al 2008 p 48 frequentemente nossos esquemas s o ativados por situa es de vida s quais somos supersens veis nossos bot es emocionais Como cada pessoa tem um hist rico de vida e aprendizagens singulares a mesma situa o 134 vivenciada por pessoas diferentes pode ser interpretada como mais ou menos pertur
43. 03 Young et al 2008 Em rela o a isso Emmons 2001 nos conta sobre achados emp ricos que sugerem que os tra os narcisistas inibem o perd o Isso observado especialmente em pesquisas que 146 estudam a presen a de fantasias sobre vingan a pensamentos e imagens que as pessoas t m quando tentam lidar com circunst ncias estressantes O autor explica que Indiv duos narcisistas parecem carecer de muitas capacidades requeridas para perdoar Em fun o de suas experi ncias infantis precoces as habilidades internas necess rias para regular impulsos e afetos para desenvolver estrat gias para resolu o efetiva de conflitos e um senso de compet ncia bem sucedido ao defrontar se com problemas interpessoais est o indispon veis p 166 Tais coloca es s o sustentadas tamb m por Exline Baumeister Bushman Campbell e Finkel 2004 que explicam que o narcisismo uma barreira ao perd o e apresenta se como um preditor distinto e robusto para o n o perd o que envolve a manuten o do ressentimento atitudes de evita o e mesmo a es mais expl citas de retalia o Apoiando tamb m estas coloca es Young et al 2008 explicam que pessoas narcisistas comportam se como merecedores de privil gios especiais geralmente para hipercompensar sentimentos subjacentes de defectividade e priva o emocional esquemas do dom nio de desconex o e rejei o e devido a isso podem sentir se facilmente injust
44. 20 Perd o Interpessoal sas spegsteses grassa ipaaiss ed adiando desagua Maps a ei i aeia 27 3 1 O Perd o na Psicologia Aspectos Hist ricos rea 27 3 2 O Perd o Interpessoal Aspectos Conceituais sssseseseseeeesseesseessersseersseeessees 39 3 3 Bases evolutivas do comportamento de Perdoat eeecceeeeseeeseeeeceeeeeeesteeeenaees 53 3 4 Aspectos Motivacionais e Perspectivas das V timas e Ofensores quanto ao comportamento de perdoar SG ese oes anes 57 Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDS c cccccccceesseceesceceseeeceseeecsseeeesaes 64 ODJ OS ur nisi AD DRE fees oh aS i a 82 3 1 Objetivo Geralekua R ca Nasa some ae 82 52 Objetivos Espec fico Sss r ogeatadg pega tada i eget ute laeecansghen Tiga asia as ee cena 82 M todo assassinar aa ga tao aes IRS 83 Gls PattucipanteS sis ett aneis Su adro ech adel hae eee aio aa 83 0 2 STS tT MLS AREA se den oe cause Sah cha act 8 xs sents een E EE DRC os aces eo a Nae aaa 84 0 3 PROCEMIMENTOS saia kee BAe ied gees a DL i 90 6 4 An lise dos Dados sste trata ieissa raed pelos ima Aga said gia assassinas 91 Resultados e Discuss o re reeereernceneeeraeererceneranana 92 Tl Estatistica descritiva BET AL secuen STS a ES 92 7 2 Desempenho dos participantes na Escala de Atitudes para o Perd o EFD 103 7 2 1 An lise da parte objetiva da EFT ceeececssccecsscessscceesscceenseceessceeeneees 103 7 2 2 An lise dos dad
45. 5 em sua teoria de personalidade apresentada no livro Terapia Cognitiva dos Transtornos de Personalidade Em sua teoria Young 2003 prop s dezoito EIDs agrupando os em cinco dom nios de esquemas apresentados a seguir 70 Quadro 2 Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDs e seus respectivos dominios DOMINIOS DE ESQUEMAS EIDs Abandono e Instabilidade Desconex o e Rejei o Desconfian a e Abuso Necessidades de vincula o segura com outros indiv duos Priva o Emocional seguran a estabilidade cuidado e aceita o Defectividade e Vergonha Isolamento Social e Aliena o Depend ncia e Incompet ncia Autonomia e Desempenho Prejudicados Vulnerabilidade ao dano ou a doen a Necessidade de autonomia compet ncia e sentido de Emaranhamento e Self Subdesenvolvido identidade Fracasso Limites Prejudicados Arrogo e Grandiosidade Merecimento Necessidade de limites realistas e autocontrole Autocontrole e Autodisciplina insuficientes Orienta o Para o Outro Subjuga o Necessidade de liberdade de express o de desejos Auto Sacrif cio sentimento e emo es de maneira v lida Busca de Aprova o e Reconhecimento Negativismo e Pessimismo Supervigil ncia e Inibi o Inibi o Emocional Necessidade de espontaneidade e lazer Padr es Inflex veis e Postura Cr tica Exagerada Postura Punitiva I Desconex o e Rejei o Neste dom nio o tipo de necessidade emocional n o atendid
46. 9 38 4 69 Emaranhamento 9 47 3 85 7 04 2 41 Subjuga o 8 27 3 88 7 88 2 34 Auto Sacrificio 17 47 5 51 14 92 5 51 Inibi o emocional 10 40 5 67 9 12 4 14 Padr es inflex veis 14 33 4 22 17 92 5 27 Merecimento e Grandiosidade 13 87 4 24 12 69 3 02 Autocontrole insuficiente 10 00 3 66 12 62 4 91 Esquemas que apresentam diferen as significativas em fun o do sexo Assim os homens desta amostra apresentaram esquemas de Isolamento social e Emaranhamento mais ativados do que os mesmos esquemas observados nas mulheres Em outras palavras os homens evidenciaram sentimentos mais intensos de n o pertencimento afilia o ou sensa es de ser diferente das demais pessoas Al m disso o esquema de emaranhamento denota que os homens da amostra em compara o as mulheres parecem mais excessivamente envolvidos com pessoas significativas a ponto de terem sua capacidade de funcionamento individual prejudicada Young 2003 Young et al 2008 Algo interessante a ser mencionado em rela o a estes resultados que estes dois esquemas s o de certo modo opostos uma vez que um esquema denota isolamento e dificuldade em se conectar aos outros enquanto o outro evidencia uma dificuldade em se 127 desconectar de pessoas significativas e funcionar de maneira individual considerando suas pr prias inclina es As mulheres por sua vez apresentaram esquemas de Padr es inflex veis e de Autocontrole insuficiente mais disfunc
47. A Quando foram apresentadas as justificativas para a execu o desta pesquisa um dos pontos levantados relacionava se ao fato de que tentativas de aproxima es mais sistem ticas entre estudos sobre perd o e a Terapia Cognitivo Comportamental parecem ser relativamente raras na abordagem em especial no Brasil Al m disso pontuamos que Jeffrey Young o principal proponente da Terapia do Esquema uma das modalidades de TCC atualmente aponta o perd o direcionado especialmente aos pais ou cuidadores do sujeito quando este ainda era crian a como um passo importante e que contribui para a cura dos esquemas desadaptativos De modo geral nessa perspectiva terap utica o perd o contribuiria para a modifica o dos esquemas Na se o anterior quando apresentamos algumas considera es a respeito da dificuldade observada nos participantes desta pesquisa em perdoar afetivamente supomos que tal dificuldade esteja relacionada ao fato de o processamento de mem rias emocionais ser realizado por estruturas cerebrais diferentes daquelas que lidam com mem rias cognitivas ou o pensamento consciente Al m disso sugerimos com base em Young et al 2008 que uma vez que tais estruturas em especial a am gdala parecem gravar tais mem rias afetivas de maneira indel vel o m ximo que se pode fazer em rela o a elas aumentar o controle consciente a n vel cortical de modo que se possa regular melhor a express o de tais
48. Allemand et al 2008 a perdoabilidade Forgivingness refere se a diferen as individuais na tend ncia a perdoar os outros ao longo do tempo dos relacionamentos e situa es Esta considerada como uma disposi o que se manifesta na maioria das circunst ncias da vida contrariamente ao perd o Forgiveness que s se aplicaria segundo o autor a circunst ncias espec ficas Paralelamente Psic logos Sociais examinaram como o perd o apresenta se ou n o em situa es di rias de intera o social Worthington 2005 Nesse sentindo nas d cadas de 1980 e 1990 alguns trabalhos exploraram poss veis princ pios sociopsicol gicos subjacentes ao perd o De acordo com McCullough et al 2001 p 7 Os trabalhos mais not veis dentre estes foram artigos de Boon e Sulsky 1997 Darby e Schlenker 1982 e Weiner Grahan Peter e Zmuidinas 1991 Estes estudos encontraram que a disposi o das pessoas para perdoar um ofensor pode ser explicada por vari veis de natureza s cio cognitiva tais como a responsabilidade percebida do ofensor intencionalidade e a motiva o do ofensor Darby amp Schlenker 1982 e a severidade da ofensa Boon amp Sulsky 1997 Teorias e pesquisas novas formuladas 38 para integrar m ltiplas perspectivas te ricas sobre perd o tamb m come aram a aparecer nos jornais de Psicologia da Personalidade e Psicologia Social durante os ltimos anos p e McCullough amp Worthington 1999 McC
49. Cr tica Exagerada a sensa o de que se deve despender um grande esfor o para atingir elevados padr es internalizados de comportamento e desempenho com vistas a evitar cr ticas desaprova o ou vergonha Costuma resultar em sentimentos de press o ou em cr tica exageradas em rela o a si e aos outros Tais padr es inflex veis geralmente apresentam se como perfeccionismo e regras r gidas e deveres em muitas reas incluindo preceitos morais ticos culturais e religiosos muito elevados Car ter Punitivo esquema definido pela cren a de que as pessoas devem ser severamente punidas por cometerem erros Envolve ainda a tend ncia a uma atitude zangada intolerante punitiva e impaciente com pessoas inclusive si mesmas que n o est o altura das expectativas ou dos padr es pessoais Pode incluir dificuldade em perdoar erros pr prios ou alheios por uma relut ncia em considerar circunstancias atenuantes admitir a imperfei o humana ou experimentar empatia Tendo apresentado quais s o os dom nios e os esquemas propostos por Young em sua abordagem importante fazer um ltimo adendo Como foi dito essa teoria foi desenvolvida para interven o junto pacientes com transtornos de personalidade ou com transtornos de eixo I mas que apresentam quest es caracterol gicas influenciando tais transtornos Em virtude disso quando temos contato com essa teoria podemos pensar que apenas pessoas vivenciando sofriment
50. Merecimento e Grandiosidade 13 1 3 50 1 248 Autocontrole insuficiente 11 6 4 62 1 461 D Dominio de Esquemas N 41 98 Figura 3 Histogramas com curva normal para os Dominios de Esquemas do YSQ 99 Mean 8 80 Mean 10 83 Std Dev 4 976 Std a N 41 Mean ps Std Dev 2 107 N 41 Figura 4 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dominio de Desconex o e Rejei o 100 15 00 20 00 vulnerabilidade Mean Mean 7 93 Std Der 24 068 Std Dev 3 197 N 41 N 41 Figura 5 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dominio de Autonomia e Desempenho Prejudicados 101 Figura 6 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dom nio de Orienta o para o Outro Mean 9 59 Std Dev 4 727 N 41 Figura 7 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dom nio de Supervigil ncia e Inibi o 102 Mean Mean 11 66 Std Dev oe Std Dev 4 624 Na N 41 Figura 8 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dominio de Limites Prejudicados 103 7 2 Desempenho dos Participantes na Escala de Atitudes para o Perd o EFI 7 2 1 An lise da parte objetiva da EFI A corre o e a an lise dos dados da EFI foram realizadas de acordo com as informa es fornecidas pelos autores da escala tanto no manual do usu rio Enright amp Rique 2001 quanto em artigos em que a escala foi utilizada Rique et al 2007 Rique Neto Camino Santos amp Gouveia 2009 Todos os
51. Parece que n o consigo me disciplinar e levar at o fim tarefas rotineiras ou chatas 72 Quando n o consigo atingir algum objetivo fico facilmente frustrado a e desisto 73 Para mim muito dif cil sacrificar uma gratifica o imediata para atingir um objetivo em longo prazo 74 N o consigo me obrigar a fazer coisas de que n o gosto mesmo sabendo que para meu pr prio bem 75 Raramente consigo cumprir minhas resolu es 174 ANEXO E Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Voc est sendo convidado para participar da pesquisa intitulada ESTUDO CORRELACIONAL ENTRE DISPOSI O PARA PERDOAR OFENSAS INTERPESSOAIS E ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS EIDS sob a responsabilidade dos pesquisadores Rodrigo Gomes Santana mestrando e Prof Dr Renata F F Lopes Nesta pesquisa estamos buscando entender a rela o entre certos tra os de personalidade e a disposi o para perdoar das pessoas Na sua participa o voc responder a tr s question rios e a uma breve entrevista A entrevista n o ser gravada O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ser obtido pelo pesquisador Rodrigo Gomes Santana no Laborat rio de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia onde ser o aplicados os question rios e a entrevista Em nenhum momento voc ser identificado Os resultados da pesquisa ser o publicados e mesmo assim a sua identidade ser preservada Voc n o ter nenhu
52. SERVICO PUBLICO FEDERAL MINISTERIO DA EDUCACAO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA INSTITUTO DE PSICOLOGIA PROGRAMA DE P S GRADUA O EM PSICOLOGIA 5 Rodrigo Gomes Santana Estudo das Rela es entre a Atitude de Perdoar Ofensas Interpessoais e os Esquemas Iniciais Desadaptativos Uberl ndia 2011 SERVICO PUBLICO FEDERAL MINISTERIO DA EDUCACAO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA INSTITUTO DE PSICOLOGIA PROGRAMA DE POS GRADUACAO EM PSICOLOGIA Rodrigo Gomes Santana Estudo das Rela es entre a Atitude de Perdoar Ofensas Interpessoais e os Esquemas Iniciais Desadaptativos Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Psicologia Mestrado do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberl ndia como requisito parcial para a obten o do T tulo de Mestre em Psicologia Aplicada rea de Concentra o Psicologia Aplicada Orientadora Prof Dr Renata Ferrarez Fernandes Lopes Uberl ndia 2011 Dados Internacionais de Cataloga o na Publica o CIP Sistema de Bibliotecas da UFU MG Brasil S232e 2011 Santana Rodrigo Gomes 1984 Estudo das rela es entre a atitude de perdoar ofensas inter pessoais e os esquemas iniciais desadaptativos Rodrigo Gomes Santana 2011 174 f Orientadora Renata Ferrarez Fernandes Lopes Disserta o mestrado Universidade Federal de Uberl ndia Programa de P s Gradua o em Psicologia Inclui bibliogra
53. a es de Spearman A Tabela 23 resume as correla es significativas encontradas sendo que todas foram negativas Tabela 23 Correla es de Spearman entre os fatores da Escala de Atitudes para o Perd o EFT e os fatores do Question rio de Esquemas Young YSQ o E F e fm S S o s D A o gt s m x m 5 E ii 3 DE Q Desconex o e Rejei o 0 534 0 354 S Autonomia e Des Prejudicados 0 440 z Orienta o para o outro 0 371 A Limites Prejudicados o 0 472 0 350 0 313 0 375 Abandono 0 437 0 324 0 350 0 421 Isolamento 0 392 Defectividade a 0 396 Fracasso 0 338 Subjuga o 0 406 Merecimento 0 350 Autocontrole Insuficiente 0 438 0 343 0 337 p lt 0 01 p lt 0 05 130 Antes de discutir os resultados em maiores detalhes relevante fazer uma observa o sobre o fato de todas as correla es significativas encontradas entre os esquemas e os escores relacionados ao perd o terem sido negativas Cazassa 2007 realizou um trabalho de valida o concorrente do YSQ usando a Escala Fatorial de Neuroticismo EFN instrumento que avalia uma dimens o de personalidade chamada Fator N ou Neuroticismo que se refere ao n vel de desajustamento e instabilidade emocional apresentado pelo indiv duo e est relacionado a desconfortos psicol gicos e a est
54. a o de certos tipos de esquemas em determinadas situa es Como j foi dito os EIDs influenciam a forma como os indiv duos pensam sentem agem e relacionam se com outras pessoas Na presen a de um meio que lembre a atmosfera familiar da inf ncia tais esquemas s o ativados levando o individuo a experimentar fortes sentimentos negativos Conforme explicam Young et al 2008 os esquemas s o dimensionais sou seja t m diferentes n veis de gravidade e penetra o na personalidade de modo que quanto mais grave o esquema maior o n mero de situa es que podem ativ lo Ademais os EIDs e as formas desadaptativas com que os indiv duos aprendem a enfrent los por vezes est o por tr s de sintomas cr nicos oriundos de diversas psicopatologias Segundo Young et al 2008 as pessoas lidam com os seus esquemas de maneiras diferentes em momentos diferentes Em rela o a isso Young explica que h tr s estilos ou respostas de enfrentamento desadaptativos a resigna o ou manuten o do esquema a evita o do esquema e a hipercompensa o do esquema Tais respostas s o encontradas em formas brandas em popula es n o cl nicas mas em formas r gidas e extremas em popula es cl nicas Segundo Young et al 2008 a resposta de manuten o est mais vinculada a processos de refor amento dos esquemas tais como distor es cognitivas e padr es de comportamentos auto derrotistas Ao adotarem este estilo de enfrent
55. a minha idade parecem conseguir 42 Meu pai minha m e ou ambos e eu tendemos a nos envolver excessivamente com a vida e com os problemas uns dos outros 43 muito dif cil para meu pai minha m e ou ambos e eu escondermos detalhes ntimos uns dos outros sem nos sentirmos tra dos ou culpados 44 Muitas vezes sinto que n o tenho uma identidade separada da de meus pais ou parceiro a 45 Muitas vezes parece que meus pais est o vivendo por interm dio de mim eu n o tenho uma vida pr pria Subjuga o 46 Acho que se eu fizer o que quero s vou arranhar problemas 47 Sinto que n o tenho escolha al m de ceder ao desejo das pessoas ou elas v o me rejeitar ou me retaliar de alguma maneira 48 Nos meus relacionamentos deixo a outra pessoa ter o controle 49 Sempre deixei os outros escolherem por mim de modo que n o sei realmente o que quero 173 50 Tenho grande dificuldade em exigir que meus direitos sejam respeitados e que meus sentimentos sejam levados em conta Auto Sacrif cio 51 Sou aquele a que geralmente acaba cuidando das pessoas de quem sou pr ximo a 52 Sou uma boa pessoa pois penso nos outros mais do que em mim mesmo a 53 Fico t o ocupado a fazendo coisas para as pessoas de quem gosto que tenho muito pouco tempo para mim 54 Sempre fui aquele a que escuta os problemas de todo mundo 55 As pessoas me v em fazendo demais
56. a de meus pais ou parceiro a LIMITES PREJUDICADOS Merecimento Sou especial e n o deveria ter que aceitar muitas das restri es impostas as outras pessoas Autocontrole e Autodisciplina Insuficientes N o consigo me obrigar a fazer coisas de que n o gosto mesmo sabendo que para meu pr prio bem ORIENTA O PARA O OUTRO Subjuga o Sinto que n o tenho escolha al m de ceder ao desejo das pessoas ou elas v o me rejeitar ou me retaliar de alguma maneira 90 Auto Sacrificio Sou aquele a que geralmente acaba cuidando das pessoas de quem sou pr ximo a SUPERVIGIL NCIA E INIBI O Inibi o Emocional Tenho muita vergonha de demonstrar sentimentos positivos em rela o aos outros por exemplo afei o sinais de cuidado Padr es Inflex veis N o consigo me soltar ou me desculpar por meus erros com facilidade Al m disso segundo Cazassa 2007 que realizou um trabalho de valida o do question rio de esquemas para uma amostra brasileira este instrumento apresenta um satisfat rio grau de confiabilidade Alfa de Cronbach de 0 95 para os 75 itens 6 3 Procedimentos Inicialmente os participantes foram convidados pelo pesquisador a participar da pesquisa Para aqueles que concordaram um hor rio foi agendado para que comparecessem s depend ncias do Laborat rio de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da UFU onde foi reali
57. a e comportamental Lembrando que de acordo com Enright e Rique 2001 o perd o interpessoal consiste na diminui o de elementos negativos e no incremento de elementos positivos relativos aos dom nios afetivo cognitivo e comportamental Este resultado est de acordo com as suposi es te ricas de Enright Enright amp The Human Development Study Group 1991 e dos resultados encontrados por Subkoviak et al 1995 e Rique e Camino 2010 que indicam que o grau do perd o interpessoal uma fun o da percep o da m goa que por sua vez determina a intensidade da ofensa Foram verificadas ainda outras correla es negativas e significantes entre a Intensidade da Ofensa e outras medidas a saber com a subescala de Julgamento p 0 33 p 113 lt 0 05 com a escala independente Item do perd o p 0 43 p lt 0 01 e com os itens que avaliavam o Pseudoperd o p 0 49 p lt 0 01 A correla o negativa com a subescala de Julgamento parece indicar que quanto maior foi a intensidade percebida da ofensa menos se verificaram a presen a de julgamentos positivos e a diminui o de pensamentos negativos em rela o ao ofensor neste dom nio especifico Dito de outro modo quanto maior a intensidade da m goa reportada pela amostra menor a probabilidade de se perdoar cognitivamente Em se tratando da correla o negativa com o Item do Perd o podemos interpretar esse dado como indicativo de que o perd o oferecido pelo
58. a relaciona se aos sentimentos de conex o e aceita o Segundo Young 2003 conex o o sentimento de estar conectado a outras pessoas de maneira est vel duradoura e confiante e envolve o estabelecimento de rela es intimas e de la os emocionais importantes que permitam ao sujeito sentir se integrado a um grupo como a fam lia por exemplo A aceita o por sua vez envolve o sentimento de ser digno de ser amado por outras pessoas e portanto merecedor de aten o cuidado e respeito Indiv duos que quando crian as n o tiveram essas necessidades atendidas de maneira satisfat ria podem sentir se rejeitados e desenvolverem expectativas de que suas necessidades de seguran a carinho pertencimento ou afilia o dentre outras n o ser o adequadamente 71 atendidas em seus relacionamentos correntes e assim podem estruturar os seguintes tipos de esquemas desadaptativos Priva o Emocional pessoas com este esquema t m expectativas de que seu desejo de conex o emocional ou apoio emocional empatia por parte dos cuidadores n o ser o satisfeitos adequadamente pelos outros significativos Abandono que envolve a percep o de instabilidade no v nculo com indiv duos importantes em fun o das pessoas com quem poderia se relacionar serem inst veis e pouco exitosas em construir uma rela o de confian a Desconfian a Abuso pessoas com este esquema possuem a convic o e expectativa de que tendo oport
59. a um observaram se diferen as entre todos os pares de esquemas Com o objetivo de se verificar se houve diferen as significativas entre os escores dos esquemas com rela o ao sexo dos participantes foi realizado um Teste Mann Whitney De acordo com as Tabelas 20 e 21 os seguintes esquemas apresentaram diferen as significativas entre os sexos Isolamento social em que os homens obtiveram os maiores escores M 10 20 Md 10 0 DP 4 21 Emaranhamento no qual os homens tamb m apresentaram escores superiores M 9 47 Md 9 0 DP 3 85 Padr es Inflex veis em que as mulheres tiveram pontua o mais elevada M 17 92 Md 18 5 DP 5 27 e finalmente o esquema de Autocontrole insuficiente no qual as mulheres tamb m obtiveram maior pontua o M 12 62 Md 12 5 DP 4 91 Tabela 20 Valores do Teste Mann Whitney no YSQ em fun o da vari vel sexo Mann Kolaments aaihameno Padr es Autocontrole Whitney Inflex veis Insuficiente Z 1 939 2 319 2 023 1 770 Sig 0 052 0 020 0 043 0 077 Vari vel de agrupamento Sexo 126 Tabela 21 M dias e desvios padr o dos esquemas em fun o do sexo Homens Mulheres M DP M DP Priva o emocional 9 20 5 51 8 58 4 74 Abandono 9 80 3 76 11 42 4 38 Desconfianga e abuso 9 87 4 44 9 35 3 57 Isolamento 10 20 4 21 8 19 4 48 Defectividade 6 13 2 10 6 31 2 15 Fracasso 7 93 3 88 7 19 2 81 Depend ncia Incompet ncia 7 20 2 37 6 27 1 48 Vulnerabilidade 8 33 2 69
60. aceit vel demais de todas as maneiras poss veis para me revelar aos outros Fracasso 26 Quase nada do que eu fa o no trabalho ou na escola t o bom quanto o que os outros fazem 27 Sou incompetente no que se refere a realiza es 28 A maioria das pessoas mais capaz do que eu no trabalho e em suas realiza es 29 N o tenho talento quanto a maioria das pessoas tem em sua profiss o 30 N o sou t o inteligente quanto a maioria das pessoas no que se refere a trabalho ou estudo Depend ncia Incompet ncia 31 N o me sinto capaz de me arranjar sozinho a no dia a dia 32 Penso em mim como uma pessoa dependente no que se refere ao funcionamento cotidiano 33 Falta me bom senso 34 N o se pode confiar em meu julgamento nas situa es do dia a dia 35 N o confio em minha capacidade de resolver os problemas que surgem no cotidiano Vulnerabilidade ao dano 36 N o consigo deixar de sentir que algo ruim vai acontecer 37 Sinto que algum desastre natural criminal financeiro ou m dico vai acontecer a qualquer momento 38 Tenho medo de ser atacado a 39 Tenho medo de perder todo o meu dinheiro e ficar pobre 40 Tenho medo de pegar uma doen a s ria mesmo que nada de s rio tenha sido diagnosticado pelos m dicos Emaranhamento 41 N o consegui me separar de meu pai minha m e ou de ambos assim como outras pessoas d
61. adultos e universit rios utilizando a EFI tamb m verificaram que os escores das subescalas divergiram no mesmo sentido que o encontrado no presente estudo com a subescala de julgamento apresentando escore m dio mais elevado que a m dia da subescala de comportamento e esta evidenciando escore m dio superior m dia da subescala de afeto Figura 9 Total EFI Julgamento Comportamento 0 50 100 150 200 250 300 Afeto Comportamento Julgamento Total EFI Amostra deste estudo 81 3 88 2 96 8 266 4 E Sarinopoulos 1999 75 49 85 78 91 92 253 19 E Sarinopoulos 1996 77 68 88 84 94 99 261 51 m Subkoviak et al 1995 76 34 87 02 93 2 256 55 Figura 9 Compara o entre m dias da EFI e suas subescalas em estudos diferentes 105 poss vel notar ainda que as m dias da presente pesquisa foram ligeiramente superiores as m dias dos demais estudos com exce o da subescala de comportamento Entretanto esta diferen a pode dever se ao fato de as amostras dos outros estudos serem muito grandes N 204 N 157 e N 129 respectivamente em compara o a amostra do presente trabalho o que garantiria uma maior variabilidade de respostas Ainda considerando as diferen as encontradas entre as subescalas da EFI os escores das subescalas foram submetidos ao Teste de Wilcoxon com a finalidade de se verificar se tais diferen as foram significativas Conforme pode ser observado na Tabela
62. am 33 Eu nunca falei de prop sito alguma coisa que tenha magoado algu m 171 ANEXO D Question rio de Esquemas Young Vers o Breve INSTRU ES S o listadas abaixo afirma es que uma pessoa poderia usar para se descrever Por favor leia cada afirma o e decida qu o bem ela descreve voc Quando n o tiver certeza baseie sua resposta no que voc sente emocionalmente n o no que pensa ser verdade Ent o escolha a avalia o de 1 a 6 que melhor descreve voc O mais importante neste question rio que voc seja sincero a N o h respostas certas ou erradas ESCALA DE AVALIA O 1 Inteiramente falsa 2 Em grande parte falsa 3 Levemente mais verdadeira do que falsa 4 Moderadamente verdadeira 5 Em grande parte verdadeira 6 Descreve perfeitamente Priva o Emocional 1 A maior parte do tempo n o tenho ningu m para me dar carinho compartilhar comigo e se importar profundamente com o que me acontece 2 Em geral n o havia pessoas para me dar carinho seguran a e afei o Eu n o senti que era especial para algu m em grande parte da minha vida 4 Em geral n o tenho ningu m que realmente me escute me compreenda ou esteja sintonizado com minhas verdadeiras necessidades e sentimentos 5 Eu raramente tenho alguma pessoa forte para me dar bons conselhos ou orienta o quando n o tenho certeza do que fazer o Abandono 6 Percebo que me agarro
63. amento os indiv duos 69 acatam o esquema n o tentam evit lo e nem lutam contra ele aceitando o como verdadeiro Sentem diretamente o sofrimento emocional do esquema e agem de maneira a confirm lo J a resposta de evita o uma tentativa realizada pela pessoa de n o entrar em contato com o sofrimento decorrente do acionamento do EID e pode ocorrer nos n veis cognitivo afetivo ou comportamental Ao evitar o esquema o individuo tenta organizar sua vida de maneira a desviar se de situa es potencialmente ativadoras de seus esquemas Por fim a resposta de compensa o do esquema ou hipercompensa o caracterizada pelo engajamento em padr es de comportamento opostos queles padr es verificados nos esquemas normalmente ativos Quando hipercompensam os indiv duos lutam contra o esquema pensando sentindo comportando se e relacionando se como se o oposto do esquema fosse verdadeiro Dedicam se a ser o mais diferente poss vel das crian as que foram quando o esquema foi formado Na superf cie s o autoconfiantes e seguros mas intimamente sentem a press o do esquema amea ando vir tona Young et al 2008 Finalmente importante dizer que por meio da no o de Esquemas Iniciais Desadaptativos poss vel tamb m pensar na organiza o da personalidade de indiv duos entretanto sem classificar necessariamente tais organiza es dentro das divis es propostas pelo DSM como prop e Beck Freeman e Davis 200
64. amentos conselhos e trocas enfim pela confian a e fonte de for a Gosto de acreditar que certos encontros n o ocorrem por acaso Aos amigos que acompanharam o desenrolar de todo esse processo e que me motivavam a continuar a cada vez que me apresentavam a pergunta E o mestrado cuja resposta s poderia se dar por meio da a o Agrade o em especial Janaina e Regina Ribeiro Renata Cipriano N gila e Alana Batista Anderson Campos Roberta Buiatti Felipe Cunha Let cia Terra Bia Ferreira Marcela Prince M nica Cristina Jana na Aparecida Elisa Silvestre Cinthia Pereira Keila Marine Carol Moreira Ang lica Luiza e Professor Armando Obrigado pela presen a de cada um pessoal ou virtualmente pelo suporte acad mico emocional e psicol gico fundamentais e tamb m pelos momentos de descontra o E por ltimo mas n o menos importante minha fam lia Em especial minha av An ria pelo carinho de sempre e por compreender minhas aus ncias Ao meu irm o Netinho pelo apoio e for a constantes pelo exemplo de perseveran a e persist ncia e pelo olhar de esperan a diante das adversidades minha cunhada e amiga S nia pelo carinho amizade e cumplicidade dona Maria pela amizade que sempre se faz presente E finalmente agrade o aos meus pais H lio e Olga que iniciaram essa saga quando me deram a vida por serem meus primeiros mestres sempre pacientes e apoiadores nas minhas escolhas Quero
65. an as de atitudes Entretanto uma das grandes quest es que caracterizam essa nova ci ncia do perd o est relacionada justamente defini o precisa desse construto Worthington 2005 De acordo com o Dicion rio Aur lio B sico da L ngua Portuguesa 2009 a palavra perd o pode ser definida como 1 Remiss o de pena desculpa indulto 2 t Ren ncia de pessoa ou institui o ades o s consequ ncias punitivas que seriam justific veis em face de uma a o que em n veis diversos transgride preceitos jur dicos religiosos morais ou afetivos vigentes 40 O verbo Perdoar de acordo com o mesmo dicion rio pode ser definido como 1 Desculpar absolver remitir pena culpa d vida etc 2 Poupar evitar 3 Conformar se com aceitar 4 Conceder perd o a desculpar 5 Desculpar absolver remitir 6 Conceder perd o desculpa remitir as faltas 7 Conceder perd o ou desculpa e 8 Poupar se Etimologicamente o verbo perdoar tem origem no verbo perdonare do latim vulgar Em uma leitura do Glossarium Mediae et Infimae Latinitatis Du Cange 1850 poss vel notar que inicialmente os significados do verbo perdonare mas n o os nicos seriam os de dar conceder A fim de abarcar esta defini o e ir al m busca das ra zes etimol gicas desta palavra Lopes e Santana 2010 prop em que se considerem os escritos de um dos principais autores da concep o crist medieval de homem Tom s de
66. an strength Theory measurement and links to well being Journal of Social and Clinical Psychology 19 1 43 55 McCullough M E Bono G amp M Root L M 2007 Rumination Emotion and Forgiveness Three Longitudinal Studies Journal of Personality and Social Psychology 92 3 490 505 McCullough M E Pargament K I amp Thoresen C E Eds 2001 Forgiveness Theory research and Practice New York Guilford Press McCullough M E Pargament K I amp Thoresen C E 2001 The psychology of forgiveness history conceptual issues and overview In M E McCullough K I Pargament amp C E Thoresen eds Forgiveness Theory research and Practice pp 1 14 New York Guilford Press McCullough M E Rachal K C Sandage S J Worthington E L Jr Brown S W amp Hight T L 1998 Interpersonal forgiving in close relationships II Theoretical Elaboration and Measurement Journal of Personality and Social Psychology 75 1586 1603 McCullough M E amp Witvliet C V 2002 Psychology of Forgiveness In C R Snyder amp S J Lopez Eds Handbook of positive psychology pp 446 458 London Oxford University Press McCullough M E amp Worthington E L Jr 1994 Models of interpersonal forgiveness and their applications to counseling Review and Critique Counseling and Values 39 2 14 McCullough M E amp Worthington E L Jr 1999 Religion and the forgi
67. ando mesmo sabendo que elas estavam certas AA Eu sou sempre um bom ouvinte n o importa com quem eu esteja conversando Eu lembro de ter fingido estar doente para escapar de alguma coisa Houve ocasi es em que me aproveitei de algu m Eu estou sempre disposto a admitir quando eu cometo um erro Eu tento sempre agir da mesma maneira como digo aos outros para fazer Eu n o acho t o dif cil lidar com pessoas desbocadas e desagrad veis s vezes em lugar de perdoar e esquecer eu procuro me vingar Quando eu n o sei alguma coisa eu n o me importo nem um pouco em admitir Eu sou sempre educado mesmo com pessoas desagrad veis s vezes eu realmente insisto para fazer as coisas do meu jeito Em algumas ocasi es senti vontade de quebrar as coisas Eu nunca deixaria que outra pessoa fosse castigada por meus erros Eu nunca fico chateado quando me pedem para retribuir um favor Eu nunca fico irritado quando pessoas expressam id ias muito diferentes das minhas Eu nunca saio de casa para um passeio longo sem verificar se o g s est desligado Em certas ocasi es eu senti bastante inveja da boa sorte dos outros Eu quase nunca tenho vontade de dar uma resposta malcriada a algu m s vezes eu fico irritado com pessoas que pedem favores a mim Eu nunca achei que fui castigado sem uma raz o s vezes eu penso que quando acontece uma coisa ruim com as pessoas porque elas merecer
68. ann Item do Whitney Afeto Comportamento Julgamento EFI Total Perd o Z 1 232 2 045 0 664 1 097 0 868 Sig 0 218 0 041 0 507 0 273 0 385 Vari vel de agrupamento SEXO Conforme mostra a Tabela 8 houve uma diferen a de desempenho apenas na subescala Comportamento homens apresentaram valores superiores para a m dia e mediana M 95 73 Md 97 0 DP 18 61 em compara o s mulheres M 83 92 Md 90 0 DP 21 05 Tal diferen a indica que os homens desta amostra parecem expressar mais comportamentos relacionados ao perd o do que as mulheres ou dito de outra maneira tendem a agir de modo onde comportamentos positivos sejam expressos enquanto suprimem se comportamentos negativos direcionados ao ofensor Entretanto embora a m dia do grau de perd o global dos homens M 277 80 DP 66 72 destra amostra tenha sido superior a m dia das mulheres M 259 88 DP 57 19 tal diferen a n o se mostrou estatisticamente significativa Tabela 8 Resultados que est o de 110 acordo com aqueles encontrados por Subkoviak et al 1995 numa amostra de americanos e Rique e Caminho 2010 que estudaram uma amostra de brasileiros e americanos Al m dos procedimentos estat sticos j apresentados os escores m dios da EFI e suas subescalas da escala independente Item do Perd o e da Escala de Desejabilidade Social foram submetidos a uma an lise de correla o de Spearman a fim de se verificar principalmente a validade
69. ar nos benef cios de se conhecer mais sobre o perd o Rique n d Conforme ser exposto adiante o perd o uma alternativa quelas respostas que envolvem retalia o vingan a ou revanche Essas a es acarretam muitas vezes mais consequ ncias negativas irrepar veis especialmente se pensarmos que a esp cie humana marcadamente greg ria e interdependente E que portanto tem no relacionamento estabelecido entre os seus e mantido apesar de adversidades uma fonte importante de suporte Vide por exemplo a import ncia atribu da institui o familiar Pensando ent o na relev ncia de estudos sobre o perd o podemos mencionar algumas coloca es de Worthington 2004 sobre os benef cios que a resposta ou comportamento de perdoar pode produzir Segundo este estudioso o perd o pode afetar a sa de f sica das pessoas sen o de forma direta de forma indireta uma vez que o n o perd o Unforgiveness entendido como a manuten o de ressentimento em rela o ao transgressor gera um estresse consideravelmente elevado e frequente que pode levar a pessoa ressentida a experimentar desordens nos sistemas imunol gico e cardiovascular por exemplo Em rela o a isso importante mencionar que embora estudos sobre a rela o direta entre a sa de e o perd o ainda estejam em andamento j se conhece melhor sobre o impacto 21 da ansiedade e da raiva sobre a sa de aspectos esses esperados em cas
70. ases evolutivas do comportamento de perdoar O ato de perdoar envolve mecanismos neurocognitivos e afetivos bastante complexos e parece ser um aspecto importante para a psicoterapia e para a mudan a de comportamento envolvendo intera o entre pares Uma no o melhor do ato de perdoar envolve a compreens o de mecanismos neuropsicol gicos subjacentes ao senso de eu o papel da capacidade de reconhecimento de dano ao self e a fun o e o impacto do comportamento de revanche para a esp cie humana Newberg d Aquili Newberg amp deMarici 2001 A parte evolutiva do c rebro respons vel pela capacidade de abstra o e reifica o capacidade de gerar classes de objetos e estabelecer rela es entre as coisas a parte inferior do lobo parietal ela que nos d o senso de self Geschwind 1965 Luria 1980 Essa estrutura permite ao homem experimentar uma consci ncia de eu eu sou diferente dos outros e das coisas Uma ofensa sempre um ataque ao self Indo al m e buscando bases sociais para o perd o a psicologia evolutiva e a neuropsicologia ajudam esclarecer o papel funcional do comportamento de perdoar sugerindo que a adapta o da esp cie s exig ncias de mecanismos de socializa o coopera o coes o grupal selecionou estruturas cerebrais que permitem inibir o comportamento de revanche que se levado a cabo por meio de comportamentos agressivos colocaria a sobreviv ncia da esp cie em cheque
71. aumeister R F Exline J J amp Sommer K L 1998 The victim role grudge theory and two dimensions of forgiveness In E L Worthington Jr Ed Dimensions of forgiveness Psychological research amp theological perspectives pp 79 104 Radnor PA Templeton Foundation Press Beck A T 1967 Depression causes and treatment Philadelphia University of Pensivalnia Press Beck A T Freeman A amp Davis D D 2005 Terapia Cognitiva dos Transtornos de Personalidade 2 Ed Porto Alegre Artmed Bigras M amp Dessen M A 2002 O M todo Q na avalia o psicol gica utilizando a familia como ilustra o Avalia o Psicol gica 1 2 119 131 Boon S D amp Sulsky L M 1997 Attributions on blame and forgiveness in romantic relationships A policy capturing study Journal oh Social Behavior and Personality 12 19 44 Callegaro M M amp Landeira Fernandez J 2008 Pesquisas em Neuroci ncia e suas implica es na pr tica psicoter pica Em A V Cordioli ed 2008 Psicoterapias Abordagens Atuais pp 851 872 Porto Alegre Artmed Casarjian R 1992 O livro do perd o o caminho para o cora o tranquilo S o Paulo Rocco Catania C 1999 Aprendizagem comportamento linguagem e cogni o D G de Souza trad Porto Alegre Artmed Trabalho original publicado em 1998 Cazassa M J 2007 Mapeamento de Esquemas Cognitivos Valida o da Vers o Brasileira do Youn
72. badora ou mesmo como uma situa o in cua dependendo do tipo de esquemas que ela possui e que est o mais atuantes ou sens veis em sua personalidade Exemplificando dada um evento negativo este pode ser considerado como uma transgress o por uma pessoa porque sua expectativa de conex o e cuidado n o foi cumprida enquanto que para outra a mesma situa o pode representar a quebra de uma expectativa relacionada autonomia Ao passo que para outro indiv duo tal evento pode representar uma viola o em sua expectativa de expressar seus desejos e ser considerado pelo outro E assim por diante Resumindo o que foi dito at agora se o grau de perd o uma fun o da intensidade da ofensa e a intensidade da ofensa depende do modo como o sujeito percebe a situa o podemos entender que os esquemas enquanto filtros do processamento de informa es exercem influ ncia nessa percep o Os esquemas s o ativados pela situa o de m goa ao mesmo tempo em que ativados dirigem as percep es e interpreta es subsequentes e podem dependendo de sua disfuncionalidade e centralidade na configura o de personalidade do sujeito realimentar a percep o de dano ocasionado pela transgress o e contribuir para a manuten o do ressentimento dificultando o processo de perd o Como discutido at aqui diferentes configura es de esquemas conduzem a diferentes percep es de ofensa e suas consequ ncias e deste mo
73. beu alguma aten o te rica e emp rica indiretamente por meio do trabalho de Tedeschi e outros estudiosos e g Gahagan amp Tedeschi 1968 Horai Lindskold Gahagan amp Tedeschi 1969 que conceitualizam perd o como uma resposta cooperativa seguida a uma resposta competitiva no Jogo do Dilema do De acordo com Bigras e Dessen 2002 este m todo constitu do por um grupo de afirma es sobre um t pico a partir das quais os participantes s o instru dos a classificarem os itens em categorias subjetivas que variam por exemplo de gosto mais 5 para gosto menos 5 A classifica o resultante ent o denominada Q Sort e as correla es estabelecidas s o entre pessoas sujeitos e n o entre testes ou medidas Isto aquelas pessoas que classificam itens de modo similar s o correlacionadas com as outras Com base nas correla es individuais s o extra dos agrupamentos de correla es denominados fatores que por sua vez mostram os pontos de vista compartilhados pelas pessoas Portanto usando este m todo poss vel identificar pessoas que s o similares e diferentes a outras em um determinado fator 30 Prisioneiro De acordo com Axelrod 1980a 1980b no contexto desse jogo quando um parceiro coopera em resposta ao oponente depois que este voltou a cooperar ap s um movimento competitivo tem se uma resposta que tem sido chamada de resposta de perd o ou estrat gia tit for tat com
74. bre perd o tornam se mais estruturadas com a idade O modelo desenvolvimental do perd o proposto por Enright foi estruturado com base no modelo te rico de Kohlberg 1976 de modo que para cada est gio no modelo de Kohlberg h um e apenas um correspondente no modelo de Enright ver Tabela 1 34 Tabela 1 Est gios de Desenvolvimento Moral de Kohlberg e Est gios Desenvolvimentais do Perd o de Enright Est gios de Kohlberg Est gios do Perd o de Enright Moralidade Heter noma Eu acredito que a Justi a deveria ser definida pelas autoridades I Revengeful Forgiveness Eu posso perdoar algu m que me magoa somente se eu puder puni lo num grau similar a minha dor Individualismo Eu tenho um senso de reciprocidade que define a justi a para mim Se voc me ajuda eu devo ajudar voc II Conditional or Restitutional Forgiveness Se eu posso pegar de volta o que foi retirado de mim ent o eu posso perdoar Expectativas Interpessoais M tuas Aqui eu penso que o consenso grupal deva decidir o que certo e o que errado HI Expectational Forgiveness Eu posso perdoar se outros me pressionarem a faz lo Eu perdoo por que outras pessoas esperam isso de mim Sistema Social e Consci ncia As leis da sociedade s o minhas guias para a justi a Eu cumpro as leis para manter a sociedade ordenada IV Lawful Expectational Forgiveness Eu perdoo porque minha filosofia de vida ou minha re
75. cesso de refraiming ou reenquadramento como passo necess rio para o perd o De acordo com Enright e North 1998 durante este processo o ofendido estimulado a ver o ofensor num contexto mais amplo que aquele em que se deu a ofensa na tentativa de construir uma imagem completa dele e de suas a es e motiva es considerando as press es sob as quais se encontrava no momento da a o e compreendendo a personalidade do transgressor como resultado de sua historia particular de desenvolvimento E n o como algo inato como se o sujeito fosse naturalmente maldoso Deste modo atrav s do processo de refraiming o sujeito expande suas formas de significa o quanto transgress o de modo que possa avaliar novas alternativas de interpret la e ent o responder a ela Tendo em vista que perdoar envolve substituir atitudes negativas por outras mais conciliadoras muitas vezes necess rio atentar para novas informa es sobre a afronta sobre o ofensor e inclusive sobre si mesmo que podem permitir pessoa ofendida ampliar sua avalia o sobre a injusti a sofrida ponderando sobre atenuantes para o comportamento do ofensor ou mesmo considerando que ela pr pria pode 136 ter estado no papel de algoz e necessitado ou desejado o perd o de algu m de modo que se torne flex vel o suficiente para considerar o perd o como possibilidade Contudo caso os esquemas do indiv duo estejam operando numa base mais cont nua
76. cia relativamente nova o interesse pelo estudo do perd o nesse campo do saber tamb m recente j que at pouco tempo a Psicologia cient fica n o havia dedicado quase nenhuma aten o sistem tica ao tema McCullough Pargament amp Thorensen 2001 Conforme colocam estes autores de impressionar que te ricos importantes e not veis como Sigmund Freud William James apesar das aproxima es feitas por ele entre psicologia e religi o Stanley Hall Edward L Thorndike Gordon Allport Carl Gustav Jung Alfred Adler Viktor Frankl dentre outros n o tenham escrito nada a respeito do tema poss vel que estes acad micos tivessem outros projetos Por outro lado h outras prov veis raz es para a relativa neglig ncia em rela o ao perd o dentro da ci ncia psicol gica Segundo Enright e North 1998 uma das raz es pode relacionar se ao fato de que o tema parece ter sido deixado parte n o somente pelas ci ncias sociais mas pela academia como um todo Para McCullough et al 2001 um fator desencorajador foi a liga o existente entre perd o e cren as religiosas e o desinteresse das ci ncias sociais por esse tipo de 28 rela o Soma se a isso a dificuldade que havia em reunir dados sobre perd o que fossem v lidos e confi veis especialmente durante o per odo em que a Psicologia cient fica apontava apenas o comportamento observ vel como algo pass vel de an lise Al m disso estes autores pont
77. cipantes foi de 3 56 DP 1 28 Conforme poss vel observar na Tabela 7 a amostra reportou graus mais elevados de perd o visto que os escores 4 e 5 foram os mais frequentemente apontados 61 Em contrapartida os escores mais baixos 1 e 2 que indicam graus mais baixos de perd o foram apontados por 22 da amostra Tabela 7 Frequ ncias m dias e desvios padr o na EFI em fun o da escala Item do Perd o EFI Item do Perd o n Jo M Md 1 N o perdoei 04 9 8 217 75 183 50 2 05 12 2 177 60 172 00 3 Ainda estou avaliando 07 17 1 237 71 233 00 4 14 34 18 297 21 305 00 5 Perdoei completamente 11 26 8 303 63 293 00 N 41 109 Al m disso conforme j mencionado a escala Item do perd o pode ser usada como uma medida independente para validade de construto da EFI Em fun o disso foi realizado um Teste Kruskal Wallis da referida escala para verificar se houve diferen as significativas nas medianas da EFI O teste apontou diferen as significativas X 18 1 p 0 001 nos graus de perd o dos participantes medidos pela EFI em rela o escala Item do Perd o Informa o que sustenta que a EFI realmente mediu o construto de Perd o Al m disso com a finalidade de observar diferen as de desempenho na EFI em fun o do sexo os escores de homens e mulheres foram submetidos ao Teste Mann Whitney Tabela 8 Valores do Teste Mann Whitney em fun o da diferen a entre sexos na EFI M
78. cisa de um ambiente familiar que o encoraje a expressar adequadamente seus desejos sem restri es inapropriadas puni es ou suspens o do cuidado Entretanto esse ambiente positivo pode n o ser assegurado especialmente quando a fam lia de origem constantemente oferece aten o e amor de maneira condicional de modo que o sujeito deva suprimir caracter sticas do pr prio self para conseguir amor aten o e aprova o Neste contexto os desejos e necessidades dos pais ou o status social s o quase 76 sempre mais valorizados do que os sentimentos e necessidades de seus membros Young 2003 Exposto a essa conjun o de fatores o indiv duo aprende a dedicar se de forma excessiva ao atendimento de desejos necessidades e vontades de outras pessoas em detrimento de suas pr prias Faz isto principalmente para conseguir aprova o evitar retalia es e obter amor sendo muito comum a supress o das emo es em especial da raiva de suas tend ncias naturais ou vontades A pessoa pode tornar se boa demais em se conformar s expectativas alheias Young 2003 Embora isso n o signifique que ela intimamente n o tenha aspira es Deste modo na intera o com os outros se concentra nas solicita es destes conferindo lhes demasiadamente o controle ao longo das situa es O esquema o leva a interpretar seus desejos e necessidades como inv lidos ou menos importantes Tal subjuga o conduz a comportamentos desadaptati
79. cura Trabalho educa o afeto supera o e crescimento presentes em possibilidades cotidianas comuns e que por isso podem passar despercebidos por investiga es cient ficas tamb m deveriam ser considerados uma vez que o estudo do que comum e positivo segundo o autor pode propiciar o entendimento de aspectos que adoeceram ou n o est o bem Nesta perspectiva positiva a investiga o assenta se tamb m sobre estudos a respeito de caracter sticas individuais relacionadas a for as e virtudes como sabedoria 24 espiritualidade afeto e perd o que poderiam promover condi es para o desenvolvimento pleno saud vel e positivo dos aspectos biol gicos e sociais dos seres humanos Paludo amp Koller 2007 Quanto ao que se refere preven o Seligman 2003 citado por Paludo amp Koller 2007 aponta que Conhecer os danos e as fraquezas pessoais n o se mostra suficiente para promover a preven o necess rio fortalecer as pesquisas e o trabalho cl nico sobre as habilidades e as capacidades dos seres humanos Para alcan ar sucesso em preven o necess rio e emergente o investimento no conhecimento cient fico sobre as virtudes e for as pessoais p 13 O prop sito de se mencionar aspectos da Psicologia Positiva evidenciar a import ncia contida na busca por enriquecer e ampliar o conhecimento cient fico na esfera psicol gica a respeito de virtudes tidas como protetoras ou promotoras de
80. dade nos esquemas para que o processo de perd o possa ser considerado e levado adiante Ao mesmo tempo ser capaz de perdoar em especial os cuidadores e os pais uma atitude importante para um enfrentamento mais adequado e satisfat rio dos esquemas pois representa algo como a liberta o do indiv duo em rela o ao seu passado marcado por experi ncias delet rias que constantemente se fazem presentes na forma de seus esquemas desadaptativos que Young e Klosko 1994 acertadamente denominaram de armadilhas da vida Ee 7 Lifetraps 155 10 CONSIDERACOES FINAIS De maneira geral os resultados produzidos por esta pesquisa ampliam o conhecimento atual que se tem em rela o ao processo de perd o em si bem como a respeito de sua interface com as estruturas cognitivas denominadas esquemas que t m um importante papel na organiza o da personalidade do ponto de vista da abordagem conhecida como Terapia do Esquema Em se tratando dos resultados referentes Escala de Atitudes para o Perd o EFI assim como em outros estudos que utilizam a mesma escala foram verificadas correla es positivas das subescalas de comportamento julgamento e afeto entre si e com o escore total da EFI assim como com a escala independente Item do Perd o Essa correla o entre as subescalas e o escore total pode ser explicada pelo fato de que a escala baseada na proposi o te rica em que o perd o compreendido como uma at
81. de da afirma o para o indiv duo Para tanto o participante utiliza uma escala tipo Likert de seis pontos em que 1 significa N o me descreve de modo algum e 6 significa Me descreve perfeitamente O resultado de tal question rio possibilita identificar a presen a e intensidade dos 15 EIDs que podem ser agrupados em cinco grandes dom nios A seguir alguns exemplos de afirmativas apresentadas no instrumento para avaliar cada esquema em seus respectivos dom nios DESCONEX O E REJEI O Priva o Emocional A maior parte do tempo n o tenho ningu m para me dar carinho compartilhar comigo e se importar profundamente com o que me acontece 89 Abandono Quando sinto que algu m com quem eu me importo esta se afastando fico desesperado a Desconfian a Abuso Sinto que n o posso baixar a guarda na presen a dos outros pois eles me prejudicariam intencionalmente Isolamento Social Sempre me sinto exclu do a dos grupos Defectividade Vergonha Sinto que n o mere o ser amado a AUTONOMIA E DESEMPENHO PREJUDICADOS Fracasso Sou incompetente no que se refere a realiza es Depend ncia Incompet ncia Penso em mim como uma pessoa dependente no que se refere ao funcionamento cotidiano Vulnerabilidade ao Dano N o consigo deixar de sentir que algo ruim vai acontecer Emaranhamento Muitas vezes sinto que n o tenho uma identidade separada d
82. de modo pouco condizente com a realidade assim como experimente dificuldades em entender por exemplo que n o houve inten o do ofensor o que pode dificultar a tarefa de perdoar Embora o conceito de esquema e suas origens na Psicologia n o sejam algo novo em psicoterapia ele passou a receber mais aten o a partir da d cada de 1990 quando Jeffrey E Young desenvolveu a Terapia Focada em Esquemas com o intuito de ampliar as possibilidades de a o da Terapia Cognitiva especialmente no tratamento de pacientes com problemas caracterol gicos subjacentes as s ndromes sintom ticas e transtornos de personalidade O modelo desenvolvido por Young enfatiza a mudan a de padr es relativamente r gidos de mem ria impl cita por meio de estrat gias que acionam esquemas emocionais como a recorda o de experi ncias afetivas e o investimento num bom relacionamento terap utico A terapia focada em esquemas mais longa do que a terapia cognitiva dedicando muito mais tempo identifica o e supera o dos esquemas impl citos disfuncionais que Young denomina de Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDs Callegaro amp Landeira Fernandez 2008 66 Os EIDs s o constitu dos por mem rias emo es cogni es e sensa es corporais organizados em torno de temas amplos e est veis relacionados a necessidades emocionais fundamentais ao pleno desenvolvimento humano que n o foram adequadamente atendidas ao longo da vida de um
83. didos pelas subescalas os resultados mostraram que a amostra expressou o perd o mais intensamente pela via cognitiva O grau de perd o afetivo permaneceu significativamente menor que o grau de perd o comportamental e cognitivo Estes resultados tamb m se mostraram de acordo com outras pesquisas p e Subkoviak et al 1995 Sarinopoulos 1996 1999 e Rique amp Camino 2010 que indicavam que mais dif cil para as pessoas perdoar afetivamente Considerando o objetivo principal desta pesquisa que consistiu em analisar a rela o entre a intensidade dos esquemas iniciais desadaptativos e a disposi o para o perd o em uma amostra de adultos os resultados mostraram correla es negativas entre a medida de perd o utilizada como vari vel crit rio Item do Perd o e quatro dos cinco dom nios de esquemas propostos por Young 2003 a saber desconex o e rejei o autonomia e desempenho prejudicados orienta o para o outro e por fim o dom nio de limites prejudicados Deste modo os padr es de correla es verificados neste trabalho indicaram que a probabilidade de que os participantes perdoassem de forma completa seus ofensores era menor medida que apresentassem maior intensidade nestes dom nios e seus esquemas A partir desse resultado considerou se que sendo o grau de perd o uma fun o da intensidade da ofensa conforme afirmam alguns autores estudiosos do campo do perd o e a intensidade da ofensa algo que depende d
84. do a diferentes graus de perd o Entretanto devemos considerar que n o apenas a presen a de certos esquemas que ir determinar o modo como algu m interpreta as situa es que vivencia Por exemplo n o somente porque um sujeito possui esquemas do dom nio de limites prejudicados que ele ir necessariamente perceber uma situa o como perturbadora ou ofensiva e demonstrar indisposi o para perdoar A intensidade destes esquemas ou sua disfuncionalidade deve ser considerada Conforme explicam Young et al 2008 todos temos esquemas adaptativos e 135 desadaptativos entretanto alguns s o mais valentes ou pronunciados que outros na estrutura de personalidade de modo que s o mais prontamente ativ veis ou energiz veis ao longo das situa es cotidianas Considerando que no presente trabalho utilizamos um instrumento que mede a intensidade de esquemas desadaptativos portanto disfuncionais podemos entender melhor a rela o inversa observada entre a intensidade dos esquemas e o grau de perd o Conforme j mencionado quando muito ativados os esquemas acarretam um grau de disfuncionalidade tal que o indiv duo torna se bastante resistente a mudan as em sua maneira particular de apreender o mundo que inclui as outras pessoas seus comportamentos suas inten es as condi es em que a situa o ocorreu aspectos relativos ao pr prio self dentre outros fatores Segundo prop e Enright perdoar envolve o pro
85. dr o da EFI para Contextos de ofensa Frequ ncias m dias e desvios padr o da EFI para os diferentes Ofensores Frequ ncias m dias e desvios padr o da EFI para os Tipos de Ofensa em fun o do Contexto Valores do Teste Kruskal Wallis em fun o dos tipos de ofensa na EFI Frequ ncias m dias e desvios padr o da EFI para Intensidade da Ofensa Valores do Teste Kruskal Wallis em fun o das intensidades das ofensas na EFI Frequ ncias e porcentagens referentes ao tempo decorrido das ofensas Escores m dios medianas desvios padr o e vari ncia para o YSQ Notas Z e signific ncia dos dom nios de esquemas do YSQ submetidos ao Teste de Wilcoxon Notas Z e signific ncia dos esquemas iniciais desadaptativos de cada dom nio do YSQ submetidos ao Teste de Wilcoxon Valores do Teste Mann Whitney no YSQ em fun o da vari vel sexo M dias e desvios padr o dos esquemas em fun o do sexo Valores do Teste Kruskal Wallis para a intensidade dos Dom nios de Esquemas e EIDs em fun o do Item do Perd o Correla es de Spearman entre os fatores da Escala de Atitudes para o Perd o EFI e os fatores do Question rio de Esquemas Young YSQ 108 109 110 115 115 117 118 118 119 120 121 123 124 125 126 128 129 SUMARIO Resumo Abstract Lista de Quadros Lista de Figuras Lista de Tabelas PTL EO UU CAO eta ia das il pa la doada 15 J st ificativa A O O a ek
86. duta o comportamento emp tico A empatia parece ser uma condi o para se perdoar Estudos mostram que mecanismos vicariantes parecem agir quando o comportamento de perdoar emitido pois a observa o de algu m perdoando parece gerar calma e empatia nos observadores Newberg et al 2001 Esses correlatos do perd o s o refor adores potentes e atuam como elementos ligados sele o e manuten o do comportamento de perdoar tanto no repert rio da esp cie quanto no do indiv duo em particular Como foi dito anteriormente a vis o evolutiva sele o natural de estruturas corticais e subcorticais que permitem esp cie perdoar como por exemplo a parte inferior do lobo parietal e a vis o comportamental sele o ontogen tica de um repert rio comportamental envolvendo perd o e empatia apontam para uma vantagem para o grupo social que emitiu comportamentos de perd o pois uma escalada progressiva de comportamentos de revanche poderia ter levado extin o da esp cie em seu per odo inicial As pesquisas tamb m mostram que perdoar pode n o ter tido uma vantagem evolutiva direta mas est ligada possibilidade de manuten o da coes o entre indiv duos de um grupo social e da pr pria estrutura familiar implicando portanto uma vantagem social Newberg et al 2001 Assim ao se abordar o perd o dentro de uma perspectiva evolucionista poss vel tra ar um paralelo com as proposi es de Skinner 2003 a
87. e perd o Num primeiro olhar a compreens o geral que emerge dos dados das correla es deste estudo a de que quanto maior a intensidade dos EIDs menores s o os graus de perd o interpessoal do indiv duo tanto globalmente envolvendo as dimens es de afeto 132 comportamento e cogni o medido pela EFI quanto no sentido do quanto o indiv duo julga ter perdoado o ofensor avaliado pela escala independente Item do Perd o Num esfor o para tentar compreender esse resultado retomemos algumas ideias a no o de esquemas a implica o da percep o da m goa no processo de perd o a defini o de ofensa e o processo de refraiming reenquadramento Em linhas gerais os esquemas s o sistemas de expectativas r gidas sobre si mesmo e o mundo e envolvem um padr o amplo e global composto de mem rias emo es cogni es e sensa o corporais S o desenvolvidos durante a inf ncia ou a adolesc ncia devido ao n o atendimento de necessidades emocionais b sicas e elaborados conforme a trajet ria de vida das pessoas Quando hiperativados acarretam um significativo grau de disfuncionalidade e uma resist ncia a mudan as perpetuando se Landeira Fernandez amp Callegaro 2007 Young 2003 e Young et al 2008 explicam ainda que eles podem ser vistos como estruturas de significado que dirigem os processos cognitivos respons veis pelo processamento das informa es que nos chegam de diversos meios e situa e
88. e ando a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar Fazer da interrup o um caminho novo Fazer da queda um passo de dan a do medo uma escada do sonho uma ponte da procura um encontro Fernando Sabino em O encontro marcado Dedico este trabalho minha m e que foi em sua simplicidade minha primeira professora AGRADECIMENTOS Esquece as inj rias nunca as amabilidades Conf cio Por mais lugar comum que seja comparar o alcance de um objetivo a algum tipo de viagem n o consigo pensar neste mestrado de outra forma Iniciei esse caminho com algumas expectativas Achei que seria muito tranquilo que seria f cil Pensei que os rumores que ouvia sobre ser um trajeto marcado por certos percal os eram apenas isso rumores Como bom apreciador da TCC acreditava que bastaria pensar equilibrado cuidando para que os sentidos extra dos dessa viv ncia fossem os mais adaptados e funcionais Entretanto uma vez na rotina acad mica tais expectativas mostraram se pouco acertadas Foi mesmo uma jornada Houve algumas adversidades d vidas e per odos de cansa o Mas felizmente houve mais espa o para acertos aprendizados retomadas e momentos de alegria E pensando nesses detalhes que escrevo esses agradecimentos Ao Programa de P s Gradua o em Psicologia por possibilitar a realiza o do mestrado e aos Professores que se dispuseram a transmitir seu conhecimento
89. e transgress o e de acordo com o contexto onde ocorreram de modo que cada ofensa foi categorizada apenas uma vez ou seja foi classificada em apenas uma categoria Para tanto utilizou se como base para definir as categorias um artigo intitulado Perd o Interpessoal em Contextos de Injusti a no Brasil e nos EUA Rique et al 2007 e uma tabela de codifica o de transgress es inclu da na tese de doutorado intitulada Exploring the dynamics of revenge Nathanson 2008 A partir dos dados fornecidos por estas duas refer ncias juntamente com a leitura exaustiva das descri es das ofensas feitas pelos participantes elaborou se uma tabela para classifica o destas ofensas em seis tipos Irresponsabilidade Deslealdade Comportamento Agressivo Grosseria Constrangimento e Injusti a percebida Ap s isso foi realizada a an lise descritiva das categorias Conforme mostram as Tabelas 10 e 11 os participantes reportaram com mais frequ ncia ofensas nos contextos Fam lia e Namoro No contexto familiar os agentes das ofensas mais frequentemente apontados pelos participantes foram os pais 12 2 as m es 7 3 c njuges e parentes mais distantes 4 9 cada um No contexto de namoro os agentes da ofensa foram namorados 29 3 e pessoas com quem os participantes come aram a se relacionar 4 8 Por ltimo os participantes citaram ofensas no contexto Amizade no qual os ofensores assinalados foram amigos do m
90. e limites prejudicados p 0 472 p lt 0 01 Assim a probabilidade de que os participantes perdoassem de forma completa seus ofensores foi menor medida que apresentassem maior intensidade nestes dom nios e seus esquemas Os resultados verificados nesta pesquisa ampliam o conhecimento atual que se tem em rela o ao processo de perd o em si bem como a respeito de sua interface com as estruturas cognitivas denominadas esquemas que t m um importante papel na organiza o da personalidade do ponto de vista terap utico nas abordagens cognitivas Palavras chave Perd o Interpessoal Esquemas Iniciais Desadaptativos Personalidade Terapia do Esquema Terapia Cognitivo Comportamental ABSTRACT This research was designed to examine the relationship between the willingness to forgive in specific situations and intensity of Early Maladaptive Schemas in a nonclinical sample of adults Forty one people participated in the survey with an average age of 27 8 years Were used three instruments the Enright Forgiveness Inventory EFI the Crowne Marlowe Social Desirability Scale and the Young Schema Questionnaire short version After application of the measures statistical procedures were applied In terms of results related to EFI the same way in other studies that used this scale were found positive correlations of the subscales of behavior cognition and affection among themselves and with the total score of EFI as well as with the 1 Item
91. e mencionar que de acordo com Enright e Rique 2001 e Lawler Row e Piferi 2006 o perd o tem implica es positivas para o desenvolvimento emocional havendo inclusive pesquisas que apoiam de um lado a exist ncia de forte correla o negativa entre o perd o e a ansiedade a express o da raiva e a depress o e de outro lado forte correla o positiva entre o perd o e os n veis de bem estar Al m disso evid ncias experimentais parecem mostrar que o perd o uma configura o de emo es positivas empatia simpatia compaix o ou amor contra emo es negativas relacionadas ofensa sofrida funcionando como uma estrat gia de enfrentamento focada na emo o para reduzir rea es de estresse a uma transgress o e promover resili ncia Worthington amp Scherer 2004 Finalmente importante mencionar novamente Worthington 2005 que chama a aten o para algumas quest es que surgem quando pensamos nas potenciais liga es entre perd o e sa de e que ainda permanecem sem esclarecimentos mais consistentes Dentre elas 1 5 No Dado que a Organiza o Mundial de Sa de OMS considera o ser humano como constitu do por aspectos biol gicos psicol gicos sociais e espirituais mesmo aqueles que n o se autodenominam religiosos podem se beneficiar com sentimentos dessa natureza 23 Qual o impacto direto se h algum do ressentimento e do perd o na sa de f sica Quanto ressentimento necess ri
92. e no indiv duo e que envolveria mudan as nas cogni es comportamentos emo es e ou motiva es da pessoa ofendida que podem desdobrar se mesmo se ela n o est mais engajada num relacionamento com o ofensor e mesmo se o ofensor n o est mais vivo Pesquisas a partir desta perspectiva t m se centrado mais na pessoa ofendida focando os preditores do perd o os processos atrav s dos quais as pessoas afrontadas perdoam e as consequ ncias do perd o para as mesmas McCullough et al 2001 Outros estudiosos conceitualizam perd o como um processo interpessoal Exline e Baumeister 2001 por exemplo chamam aten o para o fato de que transgress es frequentemente envolvem pessoas pr ximas familiares amigos colegas de trabalho 43 c njuges etc Para estes autores ter em mente como as pessoas se comportam em rela o s outras depois de incidentes e transgress es e quais as fontes e consequ ncias de suas escolhas cr tico para o entendimento do perd o no contexto de relacionamentos em curso Desta perspectiva segundo McCullough et al 2001 o relacionamento em vez da pr pria pessoa ofendida a unidade apropriada de an lise dos estudos de perd o Como ofensores afetam v timas como essas afetam ofensores e como cada parceiro contribui para o relacionamento s o todos objetos importantes para o estudo a partir desse ponto de vista Em rela o ao segundo ponto de diverg ncias entre os estudiosos como se
93. edade de popula es pessoas vivendo com HIV AIDS casais v timas de conflitos civis idosos adolescentes dentre outras McCullough et al 2001 39 De acordo com McCullough et al 2001 p 6 o n mero de artigos e livros tratando do tema come ou a aumentar substancialmente No final dos anos 80 nas reas de psicologia do desenvolvimento psicologia de aconselhamento e cl nica e na psicologia social artigos importantes surgiram tratando explicitamente sobre o fen meno do perd o Consoante a isso Worthington 2005 aponta que quanto mais aten o vem sendo dada ao estudo do tema perd o tanto na cultura popular quanto na ci ncia mais quest es surgem sobre o que esse comportamento como se desenvolve se sempre ben fico e como poss vel ajudar pessoas a perdoar se eles assim desejarem E medida que muitas quest es v m sendo respondidas muitas outras v m sendo formuladas Nas palavras do autor a profundidade da nossa falta de compreens o do que o perd o e de quais s o seus limites vem tornando se mais bvia Future Research section para 5 3 2 O Perd o Interpessoal Aspectos Conceituais Defini es proporcionam uma estrutura para explicar porque e como um fen meno acontece e no caso do perd o guiam interven es e embasam o desenvolvimento de protocolos para ajudar pessoas a perdoar bem como auxiliam os terapeutas no desenvolvimento de m todos curativos e de mud
94. elf seguro e genu no Deste modo o senso de autoestima fica condicionado s rea es alheias tornando o individuo hipersens vel aos m nimos ind cios de rejei o O esquema ainda envolve nfase desmedida em status boa apar ncia e realiza es como formas de se obter aprova o admira o ou aten o V Supervigil ncia e Inibi o Conforme explica Young 2003 as crian as precisam ser estimuladas a expressar sentimentos impulsos e escolhas com espontaneidade de modo que n o saud vel estarem constantemente vigiando se para n o cometer erros ou cumprir regras e expectativas r gidas Contudo h casos em que o grupo familiar de origem apresenta se como severo e punitivo em rela o ao cumprimento de regras rigidamente estabelecidas Nesse contexto familiar o desempenho o dever o perfeccionismo a obedi ncia e a evita o de erros sobrep em se ao prazer alegria e ao relaxamento Diante disso a vida perde poss veis 78 conota es de alegria e passa a caracterizar se apenas por preocupa o e pessimismo Young 2003 Como consequ ncia os indiv duos com esquemas deste dom nio desenvolvem a cren a de que se n o forem hipervigilantes coisas ruins extremamente desagregadoras poder o acontecer Al m disso desconsideram seus sentimentos e impulsos espont neos enquanto cumprem regras r gidas internalizadas ligadas ao seu desempenho custa de sua felicidade auto express o mesmo de emo
95. em fun o da import ncia da conceitualiza o de caso nesta modalidade de psicoterapia importante destacar que a maior parte dos estudos sobre perd o envolvendo fatores de personalidade baseada no modelo dos cinco fatores Big Five ou OCEAN Abertura Conscienciosidade Extrovers o Afabilidade Neuroticismo os quais t m demonstrado haver correla es positivas especialmente entre o perd o e o fator de Afabilidade e correla es 26 negativas com o fator de Neuroticismo ou tend ncia instabilidade emocional Mullet et al 2005 Sendo que isso observado tanto em estudos que avaliam o perd o como disposi o de personalidade como em outros que abordam o perd o como uma resposta situacional a uma ofensa espec fica p e Neto amp Mullet 2004 Sastre Vinsonneau Chabrol amp Mullet 2004 Mullet et al 2005 Thompson et al 2005 Worthington 2005 Allemand Job Christen amp Keller 2008 Al m disso a aproxima o entre estudos sobre o perd o e a abordagem cognitivo comportamental algo relativamente novo e tem implica es para a pr tica cl nica como tamb m para o planejamento de outras interven es terap uticas No trabalho psicoter pico embasado na Terapia do Esquema um dos passos propostos pelo principal autor da abordagem Jeffrey E Young com vistas cura dos esquemas desadaptativos o perd o direcionado especialmente em rela o aos adultos cuidadores do paciente quand
96. em caracterizar se pelo grau em que um determinado estado provocado por esquemas se tornou dissociado ou desconectado do individuo Um modo de esquema disfuncional portanto uma parte do self desconectada em algum n vel de outros aspectos do self Por outro lado um indiv duo psicologicamente saud vel tem modos reconhec veis e que s o modos funcionais mas o sentido de um self unificado permanece intacto Os modos tidos como normais s o menos dissociados menos r gidos e mais flex veis e abertos a 81 mudan a do que os modos de indiv duos com problemas caracterol gicos graves Em termos piagetianos mais propensos acomoda o em resposta realidade Young et al 2008 Essa no o de modos embora pare a complicada importante pois podemos a partir dela considerar a teoria dos esquemas n o somente para a popula o cl nica uma vez que mesmo pessoas que n o estejam passando por epis dios de sofrimento psicol gico em fun o das circunst ncias ou eventos experimentados no dia a dia podem ter esquemas disfuncionais ativos mas que s o mais flex veis e para os quais os estilos de enfrentamento empregados s o mais funcionais e eficazes 82 5 OBJETIVOS 5 1 Objetivo Geral Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a rela o entre a intensidade dos esquemas iniciais desadaptativos e a disposi o para perdoar em situa es espec ficas em uma amostra n o cl nica de indiv duos adu
97. em torno da ideia de que o perd o poderia beneficiar a sa de mental das pessoas e seu bem estar Como a mensagem pareceu razo vel aos terapeutas estes come aram a escrever sobre como promover perd o no trato de problemas como raiva desesperan a depress o e viv ncias traum ticas Al m disso os campos de terapia de casais e familiar serviram de laborat rios naturais para se observar a amea a do n o perd o Unforgiveness e os benef cios curativos do perd o Worthington 2005 Em pouco tempo cl nicos come aram a estruturar e investigar programas para a promo o do perd o Psic logos do desenvolvimento como o pioneiro Robert D Enright interessaram se por estudar como as ideias das crian as a respeito de perd o desenvolvem se Worthington 2005 Do mesmo modo Enright e The Human Development Study Group 1994 Girard e Mullet 1997 e Spidell e Liberman 1981 examinaram te rica e empiricamente como a capacidade de perdoar e a inclina o a pedir perd o seek forgiveness desenrola se ao longo do ciclo de vida Enright Santos e Al Mabuk 1989 relacionaram o desenvolvimento do racioc nio reasoning relacionado ao perd o explicitamente teoria de Kohlberg sobre o desenvolvimento moral Esses autores coletaram dados para demonstrar que a capacidade de argumentar de um modo complexo sobre perd o estava associada com argumenta es mais elaboradas sobre justi a e tamb m encontraram evid ncias de que no es so
98. ensa o que pode denotar uma postura de passividade diante da situa o Worthington 2005 Algumas v timas lidam com a injusti a mediante grande esfor o e por meio da supress o de sentimentos ou decidindo perdoar E alguns podem tamb m experimentar um perd o transformador ao atribuir algum prop sito ou sentido maior a situa o de ofensa 62 quando conseguem transcende la Deste modo as pessoas podem ter motivos diversos para perdoar ou vingar se e caracteristicas pessoais personalidade podem determinar se tais raz es ser o ou n o consideradas Worthington 2005 Da mesma maneira prov vel que o comportamento dos ofensores seja influenciado por suas personalidades Eles podem ter uma tend ncia culpa ou vergonha shame guilt prone ou apresentarem tra os narcisistas o que influencia por exemplo se um ofensor reconhecer o erro e buscar a repara o do mesmo junto v tima Worthington 2005 Finalmente conforme nos explica Mullet et al 2005 a decis o de perdoar depende de numerosos fatores preditores tais como fatores situacionais inten o de ferir repeti o da ofensa severidade das consequ ncias cancelamento ou n o das consequ ncias presen a de desculpas e ou compensa o do ofendido e g Mullet amp Girard 2000 fatores relacionais identidade do ofensor e sua proximidade com a v tima seu status hier rquico sua atitude ap s a ofensa as press es do ambiente e g Aquino T
99. ensor De acordo com elas sim algo que traz benef cios para quem est efetivamente perdoando mas isso uma consequ ncia secund ria j que a orienta o prim ria para o outro e o objetivo final a express o do perd o ao ofensor Embora a presen a de tais pontos de diverg ncias quanto a aspectos definidores de perd o possa parecer desencorajador conv m mencionar Pargament McCullough e Thoresen 2001 que acreditam que Essas diferen as nos sentidos atribu dos ao perd o n o s o necessariamente problem ticas neste est gio recente dos estudos Tal heterogeneidade pode de fato contribuir para um quadro mais dimensional do perd o Para evitar confus o contudo pesquisadores te ricos e profissionais precisar o ser bastante expl citos sobre as defini es que guiam seus trabalhos e o fen meno de interesse que est o dentro e fora dos limites do construto de perd o Entretanto um entendimento mais completo de 52 perd o requerer melhor integra o destas v rias perspectivas sob uma mesma defini o ou conceito p 304 Com esse prop sito integrativo Pargament et al 2001 prop em uma defini o no intuito de que ela seja suficientemente ampla e capaz de englobar os aspectos intra e interpessoais envolvidos no processo de perdoar Essa defini o prop e o perd o como uma mudan a intraindividual prossocial em rela o a um transgressor percebido que est situado num contex
100. entimentos de ressentimento e raiva em fun o da atitude Resumindo por meio do perd o o individuo prejudicado essencialmente se retira do papel de v tima Tal modelo sugere ent o que abrir m o das emo es negativas o n cleo do processo de perd o p 254 H tamb m a defini o de Thompson et al 2005 p 318 para quem o perd o pode ser entendido como O reenquadramento da percep o de uma transgress o de modo que as respostas ao transgressor transgress o e s sequelas da mesma passem de negativas a neutras ou positivas A fonte da transgress o e portanto o objeto do perd o pode ser a pr pria pessoa outros indiv duos ou uma situa o que seja vista como fora da possibilidade de controle como por exemplo uma doen a o destino ou um desastre natural Snyder e Lopez 2007 em fun o da amplitude de alvos para o perd o que esta defini o apresenta incluindo at mesmo cat strofes naturais consideram na uma das mais abrangentes dentre todas Nesse sentido outra autora que partilha da vis o de perd o que inclui mais que pessoas Casarjian 1992 que em seu livro prop e o perd o como uma maneira de lidar inclusive com doen as como artrite j que parte do pressuposto de que o ressentimento acaba contribuindo com o adoecimento do corpo Conv m lembrar aqui Enright et al 1998 que dizem que perd o se d apenas entre pessoas e n o entre pessoas e for as da natureza Segu
101. ervir de base para que formas de perd o mais elaboradas pudessem surgir conforme sugerem McCullough et al 2001 Por fim considerando o esquema de defectividade que se caracteriza essencialmente pelo sentimento de que se imperfeito e inferior e por isso indesejado e indigno de amor e aten o podemos entender sua correla o negativa com o grau de perd o como um reflexo da hipersensibilidade a cr ticas rejei o e a constrangimentos que os indiv duos com este esquema disfuncional experimentam ao se relacionar com outras pessoas Conforme explicado anteriormente o grau de perd o varia inversamente intensidade da m goa e a intensidade da m goa determinada pela percep o da ofensa Deste modo podemos imaginar que para uma pessoa hipersens vel a criticas haja uma propens o maior a sentir se ofendida j que isso aumenta a gama de situa es que podem ser interpretadas como ofensas mesmo aquelas aparentemente neutras uma vez que o sujeito de certo modo j espera por alguma atitude depreciativa por parte dos demais Em outras palavras o esquema dirige o processamento da informa o de modo que o sujeito percebe com mais facilidade informa es relacionadas a cr ticas presentes nas situa es ou ainda distorce informa es aparentemente neutras para que se coadunem ao seu esquema de defectividade Young 2003 139 Al m disso em fun o dessa sensibilidade aumentada a julgamentos alheios
102. es a intensidade destes dom nios e esquemas menor que a intensidade m dia apresentada pela amostra Especificamente o dom nio da desconex o e rejei o e os esquemas de priva o emocional desconfian a e abuso isolamento defectividade fracasso vulnerabilidade emaranhamento subjuga o inibi o emocional merecimento e autocontrole insuficiente apresentaram valores de assimetria bastante elevados indicando um desvio importante da normalidade estat stica A Figura 3 traz os histogramas com an lise de normalidade para os cinco dom nios de esquemas e as Figuras 4 5 6 7 e 8 os histogramas referentes aos Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDs pertencentes a cada dom nio Tabela 4 Valores de assimetria para os esquemas e dominios do YSQ M dia Desvio Padr o Assimetria D Desconex o e Rejei o 44 3 13 09 2 314 D Autonomia e Desempenhos Prejudicados 31 0 8 26 0 488 D Orienta o para o outro 23 9 6 97 0 091 D Supervigil ncia e Inibi o 26 2 7 48 0 008 D Limites Prejudicados 24 8 6 19 0 742 Priva o emocional 8 8 4 97 2 541 Abandono 10 8 4 19 0 709 Desconfian a e abuso 9 5 3 86 1 199 Isolamento 8 9 4 44 2 457 Defectividade 6 2 2 10 2 190 Fracasso 7 4 3 21 1 389 Depend ncia Incompet ncia 6 6 1 88 0 955 Vulnerabilidade 9 0 4 06 2 230 Emaranhamento 7 9 3 19 1 523 Subjuga o 8 0 2 95 1 701 Auto Sacrif cio 15 8 5 58 0 244 Inibi o emocional 9 5 4 72 1 394 Padr es inflexiveis 16 6 5 16 0 078
103. esen a de suporte e aten o dos demais al m do que estar no papel de v tima em certas circunst ncias uma forma de incutir culpa no ofensor adquirindo poder ou controle sobre o mesmo Exline amp Baumeister 2001 Essa ltima ideia a respeito do status de v tima remete ideia de pseudoperd o que segundo Enright et al 1998 consiste em utilizar a express o de perd o de maneira n o sincera com intuito de ganhar vantagens autoprote o e justificar comportamentos de ataque ao mesmo tempo em que se mant m o controle sobre o ofensor Importante mencionar isso pois como poss vel observar a topografia da resposta de perd o nem sempre est a 60 servi o da manuten o da sa de dos relacionamentos ou nem sempre uma resposta virtuosa Obviamente essas possibilidades de compreens o do perd o n o s o as nicas mesmo porque as situa es de m goa englobam muitas vari veis que diferem tanto em rela o aos tipos de eventos aversivos quanto em rela o hist ria de aprendizagem das pessoas envolvidas na situa o de ofensa Importante mencionar isso pois a pluralidade de situa es aprendidas que constituem uma hist ria de vida faz com que o perdoar tomado aqui como uma resposta possa adquirir tanto fun es de refor amento como de puni o em diferentes contextos para uma mesma pessoa A ideia que emerge do que foi exposto at aqui a de que o perd o um processo nico pa
104. esmo sexo 14 6 e amigos do sexo oposto 17 2 Tabela 10 Frequ ncias m dias e desvios padr o da EFI para Contextos de ofensa 115 EFI Contexto n M DP Md Familia 14 34 1 285 14 63 72 304 50 Amizade 13 31 7 255 30 60 59 266 00 Namoro 14 34 7 258 07 57 40 293 00 N 41 Tabela 11 Frequ ncias m dias e desvios padr o da EFI para os diferentes Ofensores Agente da Ofensa Pai M e Madrasta Irm C njuges Parente Namorado Pessoa com quem comecei a me relacionar Amigo do mesmo sexo Amigo do sexo oposto N 41 n 9 05 12 2 03 7 3 01 2 4 01 2 4 02 4 9 02 4 9 12 29 3 02 4 9 06 14 6 07 17 1 EFI M 321 40 262 33 189 00 350 00 288 50 241 00 267 58 201 00 267 16 245 14 DP 19 20 85 99 19 09 103 23 54 92 45 25 54 39 67 93 No que se refere aos graus de perd o dos participantes medido pela EFI em fun o dos tr s contextos de ofensa Tabela 10 a maior m dia observada foi no contexto Fam lia M 285 14 seguida pelo contexto Namoro M 258 07 e por ltimo pelo contexto Amizade M 255 30 De forma especulativa poder amos dizer que para os participantes da amostra perdoar seus ofensores foi mais prov vel quando a m goa teve lugar no contexto familiar o que poderia indicar conforme apontam outros estudos sobre perd o p e Mullet 116 amp Girard 2000 Aquino Tripp amp Bies 2001 R
105. evolutivos e por fim mostrar alguns aspectos motivacionais que sublinham o comportamento de v timas e ofensores quando est o lidando com situa es de m goa e de perd o No cap tulo quatro ser o descritos os aspectos concernentes terapia focada em esquemas que interessam a essa pesquisa em especial a no o de esquemas iniciais desadaptativos Em seguida nos cap tulos cinco e seis ser o apresentados os objetivos gerais e espec ficos bem como delineado o m todo que se empregou para o alcance dos objetivos desta pesquisa O cap tulo sete re ne os principais resultados e discuss o gerados por esta investiga o Nos cap tulos oito e nove s o realizadas breves discuss es relativas quest o do perd o afetivo bem como sobre algumas rela es entre o processo de perd o e a terapia do esquema E finalmente no cap tulo dez s o tecidas as considera es finais 20 2 JUSTIFICATIVA A primeira vista quando se pensa nas implica es que um estudo mais sistem tico a respeito do tema perd o possa ter para o campo da Psicologia corremos o risco de cair num reducionismo e acreditar que perd o n o passa apenas de um bom sentimento como pensavam alguns h um tempo O fato de que muito do que as pessoas sofrem como injusti a ou m goa faz parte da rotina dos relacionamentos em fam lia na escola e no trabalho e ocasionado muitas vezes por aqueles que s o mais pr ximos j um bom come o para se pens
106. fia 1 Psicologia Teses 2 Psicologia aplicada Teses 3 Terapia cognitiva Teses 4 Perd o Teses I Lopes Renata Ferrarez Fer nandes II Universidade Federal de Uberl ndia Programa de P s Gradua o em Psicologia I T tulo CDU 159 9 SERVICO PUBLICO FEDERAL MINISTERIO DA EDUCACAO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA INSTITUTO DE PSICOLOGIA PROGRAMA DE POS GRADUACAO EM PSICOLOGIA 5 Rodrigo Gomes Santana Estudo das Rela es entre a Atitude de Perdoar Ofensas Interpessoais e os Esquemas Iniciais Desadaptativos Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Psicologia Mestrado do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberl ndia como requisito parcial para a obten o do T tulo de Mestre em Psicologia Aplicada rea de Concentra o Psicologia Aplicada Orientadora Prof Dr Renata Ferrarez Fernandes Lopes Banca Examinadora Uberl ndia 30 de Agosto de 2011 Prof Dr Renata Ferrarez Fernandes Lopes Orientadora Universidade Federal de Uberl ndia Prof Dr J lio Rique Neto Examinador Universidade Federal da Para ba Prof Dr Ederaldo Jos Lopes Examinador Universidade Federal de Uberl ndia Prof Dr Jos Aparecido da Silva Examinador Suplente Faculdade de Filosofia Ci ncias e Letras de Ribeir o Preto Peanuts por Charles M Schulz KKK De tudo ficaram tr s coisas a certeza de que ele estava sempre com
107. finindo o como uma mudan a na for a de vontade Good Will empreendida pela pessoa ofendida com o objetivo de cessar comportamentos nocivos direcionados ao ofensor McCullough que junto com seu grupo de pesquisa trabalhou ao lado de Worthington e seus colaboradores especialmente no in cio dos anos 1990 partilha da nfase na conex o emo o motiva o Para McCullough et al 1997 2001 McCullough e Witvliet 2002 e McCullough 2009 o perd o interpessoal um conjunto de mudan as motivacionais em que h um decr scimo na motiva o para retalia o ou vingan a em rela o ao ofensor uma diminui o da motiva o para evit lo e um aumento de motiva es mais conciliadoras e de boa vontade em rela o ao ofensor apesar das a es dolorosas infligidas por este 49 Dito de outra forma a ess ncia do perd o residiria em mudan as pr sociais na motiva o evita o e ou concilia o de algu m em rela o ao transgressor mudan as estas que podem resultar em muitas outras modifica es cognitivas e comportamentais que Enright e colegas conceitualizam como parte do perd o interpessoal McCullough et al 2001 p 8 J outros autores como Exline e Baumeister 2001 prop em que quando uma pessoa age de maneira injusta em rela o outra esta a o efetivamente cria um d bito interpessoal Segundo eles o perd o poderia ent o ser entendido como o cancelamento ou suspens o desse d b
108. g Schema Questionnaire Short Form Disserta o de Mestrado Programa de P s Gradua o em Psicologia Pontif cia Universidade Cat lica do Rio Grande Do Sul DiBlasio F A 1998 The use of decision based forgiveness intervention within intergenerational family therapy Journal of Family Therapy 20 77 94 160 Du Cange C D F 1850 Glossarium Mediae et Infimae Latinitatis On line Disponivel http ducange enc sorbonne fr PERDONARE Recuperado em 29 de mar o de 2010 Elder J W 1998 Expanding our options the challenge of forgiveness In R D Enright amp J North Eds Exploring forgiveness pp 150 161 Madison University of Wisconsin Press Emerson J G Jr 1964 The dynamics of forgiveness Philadelphia Westminster Press Emmons R A 2001 Personality and Forgiveness In M E McCullough K I Pargament amp C E Thoresen eds Forgiveness Theory research and Practice pp 156 175 New York Guilford Press Enright R 2008 O Poder do perd o Cruz Quebrada Estrela Polar Enright R D Santos M J D amp Al Mabuk R 1989 The adolescent as forgiver Journal of Adolescence 12 99 110 Enright R D amp The Human Development Study Group 1991 The moral development of forgiveness In W Kurtines amp J Gewirtz Eds Handbook of moral behavior and development Vol 1 123 152 Hillsdale N J Erlbaum Enright R D Gassin E A amp Wu C 1992 Fo
109. huma M goa M 338 seguida pela intensidade descrita como Muito magoado cuja m dia foi 286 61 DP 46 95 A menor m dia da EFI M 225 66 foi observada na intensidade de m goa mais alta Tremendamente Magoado Estes dados corroboram os resultados j apresentados concernentes correla o negativa encontrada entre a intensidade de m goa e o grau de perd o e refor am portanto a suposi o de que quanto maior a intensidade da m goa percebida menor a intensidade do perd o oferecido Ainda considerando as intensidades das ofensas os dados foram submetidos ao Teste Kruskal Wallis para verificar se havia diferen as significativas nas medianas da EFI e das subescalas quando consideradas as diferentes magnitudes das transgress es Conforme mostra a Tabela 15 houve diferen as nas medianas da subescala Julgamento X 11 58 p 0 021 no escore total da EFI X 8 25 p 0 083 e nas medianas do Item do Perd o Oe 13 96 p 0 007 Tabela 15 Valores do Teste Kruskal Wallis em fun o das intensidades das ofensas na EFI Kruskal Wallis Afeto Comportamento Julgamento EFI Total Item Perd o Ne cu 6 677 5 699 11 585 8 253 13 964 Sig 0 154 0 223 0 021 0 083 0 007 Vari vel de agrupamento Intensidade da Ofensa Em rela o a estes dados conforme j mencionado o grau de perd o uma fun o da intensidade da ofensa Rique amp Camino 2010 de modo que estes resultados embora n o 120 i
110. i adas ou magoadas Considerando que pessoas com tra os narcisistas apresentam dificuldade em controlar a express o de impulsos e emo es como a raiva por exemplo parece mais prov vel que procurem revanchear em vez de perdoar j que o processo de perd o envolve tamb m manejar a raiva de modo a prevenir que mais danos sejam causados Al m disso conforme j mencionado o comportamento emp tico especialmente relevante no processo de perdoar Enright et al 1998 Enright 2008 McCullough 2000 2009 Newberg et al 2001 Worthington 1998 2005 Entretanto indiv duos com caracteristicas narcisistas carecem tamb m desse tipo de conduta Worthington 1998 147 inclusive enfatiza que o perd o a resposta natural empatia que por sua vez encontram se do lado oposto ao espectro narcisista Al m disso Enright e North 1998 explicam que quando as pessoas est o envolvidas no processo de perd o elas passam por certas fases que requerem alguma disposi o em empatizar com o ofensor considerando o num contexto mais amplo a fim de que informa es atenuantes possam ser consideradas Visando o mesmo objetivo em outros momentos interessante que o indiv duo engajado na tarefa de perdoar relembre se de situa es em que ele pr prio necessitou ser perdoado o que ajudaria a estimular a compaix o e boa vontade em rela o ao ofensor Contudo quanto quest o de recordar uma situa o em que se necessitou ser
111. ia particularmente elevado o que indica um desvio extremo da normalidade A Figura 1 apresenta os histogramas com curvas normais para a EFI 94 Figura 1 Histogramas com curva normal para as vari veis da EFI 95 Com rela o Escala de Desejabilidade Social foi verificado um valor negativo de assimetria conforme pode ser observado na Tabela 3 indicando tamb m uma concentra o maior de sujeitos com escores maiores que a m dia da amostra nesta escala A Figura 2 traz o histograma com a curva normal referente escala Tabela 3 Valor de assimetria para a Escala de Desejabilidade Social de Crowne Marlowe Desejabilidade Social M dia 15 0 Desvio Padr o 3 83 Assimetria 0 402 N 41 e Mean 15 10 u Std Dev 3 839 N 41 desejabilidade Figura 2 Histograma com curva normal para a Escala de Desejabilidade Social de Crowne Marlowe 96 Finalmente como possivel verificar na Tabela 4 os dados obtidos por meio do YSQ mostram que apenas o dom nio de Supervigil ncia e Inibi o apresentou um valor de assimetria negativo embora seja um valor muito pequeno 0 008 indicando que para este fator havia mais sujeitos com escores superiores m dia da amostra Os demais dom nios e todos os esquemas apresentaram se positivamente assim tricos indicando que houve uma concentra o maior de participantes com escores inferiores m dia amostral ou seja para a maior parte dos participant
112. ia identidade como algo nico singular e de valor que ultrajado ou avariado pelo ato do ofensor Assim em indiv duos com esquemas do dom nio de autonomia e desempenho prejudicados muito disfuncionais razo vel supor que o funcionamento emaranhado que se estabelece inicialmente com a fam lia e posteriormente com outros significativos por tornar os limites entre as identidades ou selves pouco claros acabe impedindo que o sujeito perceba se como uma pessoa singular e deste modo pode ser que ofensas n o sejam devidamente percebidas quando ocorrem De modo que se n o h ofensa percebida n o h ocasi o para respostas relativas ao perd o 141 Podemos tentar entender esse relacionamento inverso entre perd o e o presente dom nio considerando tamb m o esquema de fracasso que foi o nico esquema que evidenciou de maneira clara uma correla o tamb m negativa com a medida de perd o Young 2003 explica que o esquema de fracasso assenta se na cren a de que se falho como pessoa e de que inevitavelmente se fracassar em situa es vindouras assim como na cren a de ser fundamentalmente inadequado em rela o aos iguais Em muitos casos envolve a ideia de que se possuidor de menos status e sucesso do que os demais Conforme apresentado no item 3 4 quando se tratou dos aspectos motivacionais da resposta de perd o ao manejarem seus sentimentos de dor e raiva algumas pessoas podem estar relutantes em lidar
113. ial de Crowne Marlowe Abaixo s o apresentadas frases ou afirma es que uma pessoa poderia usar para descrever a si mesma Leia cada afirma o e decida se ela descreve ou n o voc Se concordar com uma afirma o ou achar que ela descreve voc marque O VERDADEIRO Se voc discordar da afirma o ou achar que ela n o descreve voc marque 1 FALSO BON ee RD dt o 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 LN LN NN NNN Antes de votar examino detalhadamente o curr culo dos candidatos Eu n o tenho d vidas de fazer qualquer coisa para ajudar algu m em dificuldades Algumas vezes dif cil eu continuar com meu trabalho se eu n o sou encorajado Eu nunca tive uma forte antipatia por ningu m Em algumas ocasi es eu tive d vida sobre minha capacidade para vencer na vida s vezes eu me ressinto quando n o consigo fazer o que eu quero Eu sou sempre cuidadoso com a minha maneira de vestir Meus modos na mesa s o t o bons em casa quanto s o na rua quando como fora em um restaurante por exemplo Se eu tivesse certeza que ningu m iria me ver eu provavelmente entraria num cinema sem pagar entrada Algumas vezes eu desisti de fazer coisas porque achei que n o era capaz De vez em quando eu gosto de fofocar Em algumas ocasi es eu senti vontade de me rebelar contra chefes ou pessoas no com
114. ianas da EFI e das subescalas considerando se os diferentes tipos de ofensas Conforme mostra a Tabela 13 houve diferen a significativa apenas na 118 subescala Comportamento Xx 10 08 p 0 073 embora n o tenha sido poss vel identificar exatamente como essa diferen a se expressou entre os diversos tipos de ofensa Tabela 13 Valores do Teste Kruskal Wallis em fun o dos tipos de ofensa na EFT Kruskal Wallis Afeto Comportamento Julgamento EFI Total Qui Quadrado X 3 592 10 087 6 798 6 416 Sig 0 610 0 073 0 236 0 268 Vari vel de agrupamento Tipo de Ofensa N Com rela o intensidade das ofensas descritas pelos participantes Tabela 14 a intensidade 4 rotulada como Muito Magoado foi a mais frequente sendo apontada por 21 pessoas 51 2 seguida pela intensidade 5 descrita como Tremendamente Magoado que foi apontada por 12 participantes 29 39 Tabela 14 Frequ ncias m dias e desvios padr o da EFI para Intensidade da Ofensa EFI Intensidade da Ofensa n Jo M DP 1 Nenhuma m goa 01 2 4 338 0 2 Um pouco magoado 02 4 9 269 0 50 91 3 Alguma m goa 05 12 2 264 20 65 84 4 Muito magoado 21 51 2 286 61 46 95 5 Tremendamente magoado 12 29 3 225 66 67 06 N 41 119 Em se tratando da intensidade do perd o reportado pelos participantes em fun o das diferentes intensidades da m goa notou se que a maior m dia foi observada para a intensidade mais baixa Nen
115. idade 5 309 0 000 Desconfianga e abuso Isolamento social 1 217 0 224 Defectividade Desconfianga e abuso 4 320 0 000 Defectividade Isolamento social 4 261 0 000 Fracasso Depend ncia e incompet ncia 1 766 0 077 Fracasso Vulnerabilidade 2 516 0 012 Fracasso Emaranhamento 0 640 0 522 Depend ncia e incompet ncia Vulnerabilidade 3 683 0 000 Depend ncia e incompet ncia Emaranhamento 2 577 0 010 Vulnerabilidade Emaranhamento 1 013 0 311 Auto Sacrif cio Subjuga o 5 286 0 000 Padr es inflex veis Inibi o emocional 4 774 0 000 Autocontrole insuficiente Merecimento 2 340 0 019 a Baseado em ranks negativos b Baseado em ranks positivos Pares de esquemas em que foram verificadas diferengas significativas entre as medianas Em se tratando dos EIDs conforme a Tabela 19 considerando o Dominio de desconex o e rejei o foram verificadas diferen as significativas entre as medianas de todos 125 os esquemas exceto para os seguintes pares Priva o emocional e Desconfian a e abuso Priva o emocional e Isolamento social e Desconfian a e abuso e Isolamento social No que se refere ao Dom nio de autonomia e desempenho prejudicados foram verificadas diferen as entre as medianas de todos os esquemas exceto entre os seguintes Fracasso e Emaranhamento e Vulnerabilidade e Emaranhamento Em rela o aos dom nios restantes que englobam apenas dois esquemas cad
116. ilos cognitivos e comportamentais particulares do sujeito Sendo que altos n veis de Neuroticismo s o identificados em pessoas mais propensas a vivenciar maiores sofrimentos emocionais fato que parece estar ligado s interpreta es negativas da realidade e constru o ativa de problemas Hutz amp Nunes 2001 citados por Cazassa 2007 Em seu trabalho Cazassa 2007 encontrou correla es positivas entre todos os fatores da EFN e do YSQ evidenciando a rela o crescente entre os n veis de sofrimento emocional dos indiv duos e a disfuncionalidade de seus esquemas Assim os dados mostraram que quanto mais disfuncionais estavam os esquemas medidos mais altos eram os escores dos participantes nas dimens es medidas pela EFN vulnerabilidade desajustamento psicossocial ansiedade e depress o Por outro lado pesquisas sobre perd o tanto o perd o em situa es espec ficas quanto o perd o como disposi o de personalidade que envolvem estudos correlacionais com fatores de personalidade especificamente com os fatores do Big Five frequentemente mostram correla es negativas entre o grau de perd o e os n veis de Neuroticismo p e Neto amp Mullet 2004 Sastre Vinsonneau Chabrol amp Mullet 2004 Mullet et al 2005 Thompson et al 2005 Worthington 2005 Allemand et al 2008 Deste modo os estudos sugerem que quanto maiores os n veis de Neuroticismo dos indiv duos menores os graus de perd o em
117. individuo foi mais intenso ou dito de outro modo foi percebido como mais completo j que as pessoas t m uma ideia subjetiva do quanto acreditam ter perdoado algu m medida que a ofensa foi percebida como menos intensa Finalmente em rela o ao pseudoperd o embora os escores nessa medida n o componham o escore final da EFI ainda sim interessante observar que se entendermos o pseudoperd o como uma tentativa do individuo de fingir que perdoou quando na verdade n o o fez de fato e mais ainda como uma tentativa de suprimir o qu o perturbadora foi a ofensa e a partir disso oferecer um perd o n o sincero poss vel observar que quanto maior a intensidade da ofensa menor a probabilidade de que o indiv duo consiga falsear suas atitudes Dito de outro modo quanto mais perturbadora a m goa menores podem ser as chances de a pessoa conseguir fingir n o ter se ofendido e oferecer um falso perd o At este momento foram apresentados os dados da parte objetiva da Escala de Atitudes para o Perd o EFI Agora ser o apresentados os demais resultados oriundos da an lise dos elementos referentes ao question rio sobre a m goa que tamb m comp e a EFI 114 7 2 2 An lise dos dados referentes ao question rio sobre a m goa Partindo das descri es fornecidas pelos participantes a respeito do epis dio de m goa pelo qual passaram foi realizada a categoriza o das ofensas de acordo com o tipo d
118. io de esquemas se comporta em rela o medida de perd o Este ltimo coment rio nos leva a apontar algumas limita es desta pesquisa que podem ser corrigidas em futuras investiga es Uma delas de fato a quantidade relativamente pequena de sujeitos que comp s a amostra de modo que se deve ter prud ncia na generaliza o dos resultados e conclus es produzidos por este estudo Al m disso a composi o da amostra se deu praticamente de universit rios e jovens adultos que por serem participantes mais dispon veis para pesquisas acabam compondo grande parte das amostras de estudos no campo do perd o e mesmo de personalidade o que 8 Absence of evidence does not mean evidence of absence Carl Sagan 158 pode acabar privando os pesquisadores de encontrar resultados que reflitam a realidade externa ao setting de pesquisa de um modo mais multidimensional Outra limita o observada nesta pesquisa refere se ao fato de n o se ter estipulado crit rios de inclus o ou exclus o de participantes no que se refere aos tipos e agentes de ofensa Em se pensando em futuras pesquisas que busquem compreender mais sobre a rela o entre EIDs e o processo de perd o pode ser interessante incluir como participantes apenas aquelas pessoas que sofreram algum tipo de ofensa cometida por seus pais ou cuidadores No mesmo sentido talvez seja interessante investigar a rela o esquemas perd o numa amostra comprovadamente c
119. ionais Dito de outro modo as mulheres desta amostra parecem ser mais voltadas para o alcance de padr es de desempenho excessivamente elevados e ou r gidos que muitas vezes entendido como uma maneira de se evitar cr ticas Al m disso o esquema de autocontrole inadequado mais ativado indica que as mulheres em compara o aos homens parecem ter mais dificuldade para tolerar frustra es uma vez que a evita o de situa es desconfort veis uma caracter stica do esquema e controlar ou regular comportamentos voltados para a consecu o de metas Young 2003 Young et al 2008 Aqui tamb m chama a aten o que os dois esquemas mais hipervalentes para as mulheres t m de certa maneira significados paradoxais Enquanto o esquema de padr es inflex veis representa perfeccionismo e um padr o rigoroso de comportamento o esquema de autocontrole insuficiente denota exatamente a dificuldade em comportar se de modo disciplinado e orientado para a realiza o de objetivos As diferen as encontradas tanto para homens quanto para mulheres que aparentemente s o contradit rias indicam a variabilidade da amostra no que tange preval ncia de esquemas iniciais desadaptativos Finalmente com o intuito de verificar se houve diferen as significativas nas intensidades dos EIDs e dos dominios de esquemas em rela o aos escores de perd o dos participantes foi realizado um teste Kruskal Wallis considerando o Item do Perd o c
120. ique et al 2007 que o grau de proximidade com o ofensor pode ser uma vari vel s cio cognitiva importante na disposi o de perdoar dos indiv duos Contudo estas diferen as n o foram estatisticamente significativas conforme apontou o resultado do Teste Kruskal Wallis realizado xX 3 262 p 0 196 Considerando os graus de perd o de homens e mulheres nos diversos contextos verificou se que no contexto Familia e Namoro a m dia dos escores dos homens foi maior Mp 301 75 DPr 57 18 My 267 5 DPy 48 79 que a m dia das mulheres M 263 0 DP 70 35 My 256 5 DPy 60 48 Ja no contexto Amizade a m dia das mulheres foi maior M 262 60 DP 48 59 que a m dia dos homens M 243 6 DP 81 26 Quanto ao tipo de ofensa conforme se pode ver na Tabela 12 a modalidade mais frequentemente reportada pela amostra foi Deslealdade 39 seguido de Irresponsabilidade e Injusti a Percebida ambas com 17 1 Constrangimento 12 2 Comportamento agressivo 9 8 e por fim Grosseria 4 9 Em se tratando dos graus de perd o dos participantes em rela o aos diferentes tipos de ofensa Tabela 12 verificou se que a ofensa do tipo Grosseria apresentou a maior m dia M 326 0 seguida de Constrangimento M 282 6 Irresponsabilidade M 280 4 Comportamento Agressivo M 277 0 Injusti a percebida M 256 14 e finalmente Deslealdade M 249 68 Interessante notar que o tipo de ofensa
121. is que registram armazenam e recuperam mem rias de import ncia emocional de algum evento diferem dos mecanismos que processam mem rias e cogni es conscientes sobre o mesmo evento A am gdala armazena a mem ria emocional enquanto o hipocampo e o neoc rtex armazenam a mem ria cognitiva As respostas emocionais podem ocorrer sem a participa o de sistemas de processamento superior do c rebro envolvidos no processamento no racioc nio e na consci ncia p 39 Assim o fato de aspectos emocionais e cognitivos das experi ncias traum ticas que vivenciamos serem processados por diferentes sistemas cerebrais pode explicar a impossibilidade ou dificuldade de se alterarem os esquemas ou seja percep es ou modos de se interpretar algo e que tamb m envolvem aspectos emocionais por meio de m todos cognitivos simples Al m disso os autores ainda explicam que as mem rias emocionais processados pelo sistema amigdaliano parecem ficar permanentemente gravadas Young et al 2008 151 Pensando em tais coloca es no contexto do processo de perd o que envolve mudan as cognitivas comportamentais e afetivas poss vel imaginar que uma redu o nos Julgamentos e comportamentos negativos possa ocorrer muitas vezes quase que de forma natural medida que o tempo passa ou ocorrer de forma mais pronunciada com a edifica o de julgamentos e comportamentos mais positivos se o sujeito decide se envolver no process
122. ito pela pessoa que foi magoada sendo que essa suspens o poderia dar se atrav s de canais m ltiplos incluindo aqueles que s o cognitivos por exemplo decidindo n o pensar sobre o acontecido ou relembrar os pr prios d bitos causados a outros afetivos interrompendo sentimentos de raiva e hostilidade em rela o ao ofensor comportamentais decidindo n o vingar se pela injusta sofrida e mesmo espiritual Em rela o defini o de perd o proposta por estes autores se pensarmos sobre o cuidado dos autores do campo em diferenciar perd o de formas sin nimas ela parece ir de encontro a este esfor o uma vez que decidir n o pensar sobre o acontecido pode ser entendido como uma forma de nega o No sentido de considerar uma m goa como um d bito ou d vida temos ainda a defini o proposta por Tangney Fee Reinsmith Boone e Lee 1999 citados por Snyder amp Lopez 2007 na qual perd o refletiria uma Transforma o cognitivo afetiva a partir de uma transgress o na qual a v tima faz uma avalia o realista do preju zo causado e reconhece a responsabilidade do autor mas escolhe livremente cancelar a d vida abrindo m o da necessidade de vingan a ou puni es merecidas e de qualquer busca de compensa o Esse cancelamento da divida tamb m envolve um cancelamento das emo es negativas diretamente relacionadas transgress o Especificamente ao perdoar a v tima supera seus 50 s
123. itua es de conflito de maneira satisfat ria e de hostilidade em rela o ao mundo que pode indicar temores quanto repeti o da ofensa caso se perdoe menor a probabilidade da resposta de perd o ou de um perd o completo 140 Para entender melhor essa rela o inversa estabelecida entre o grau de perd o e a intensidade deste dom nio de esquemas podemos pensar inicialmente na influ ncia da estrutura familiar Aqueles que desenvolvem esquemas neste dom nio v m de fam lias marcadas de um lado por superprote o e por um funcionamento emaranhado com limites muito difusos e por outro pela aus ncia de orienta o e cuidado de modo que a autoconfian a do indiv duo minada ao longo de sua vida impossibilitando um desenvolvimento pleno e satisfat rio do pr prio self como uma entidade separada das demais pessoas da fam lia e de habilidades importantes para se relacionar consigo mesmo autopercep o de recursos e habilidades de coping por exemplo e com as demais pessoas No item 3 3 quando apresentamos algumas considera es sobre as bases evolutivas do comportamento de perdoar mencionamos que Newberg et al 2001 chamam a aten o para o fato de que diante de situa es de m goa parece haver um incremento na percep o do pr prio self de modo que a ofensa percebida como um ataque direto e profundo ao self Deste modo para que uma ofensa seja percebida preciso que haja antes a percep o da pr pr
124. itude constitu da por fatores comportamentais cognitivos e afetivos positivos e negativos que se integram Foi verificado tamb m que o escore total da EFI e do Item do Perd o correlacionaram se positivamente enquanto que a escala de desejabilidade social n o apresentou correla es significantes com nenhuma das duas medidas Estes resultados indicaram que as respostas dos participantes desta pesquisa n o foram influenciadas por uma tend ncia a responder de maneira socialmente abonadora enquanto aquele ofereceu suporte para a validade de construto da EFI Considerando a medida de intensidade da ofensa foi observa uma correla o negativa desta vari vel com as medidas de perd o indicando que o grau de perd o foi tanto menor quanto maior a intensidade percebida da m goa Tais resultados v o tamb m ao encontro daqueles encontrados em outras pesquisas em que o mesmo instrumento foi empregado 156 Com respeito intensidade do perd o propriamente a m dia do grau de perd o dos participantes foi de 266 pontos numa escore que varia de 60 a 360 pontos sendo que mais da metade da amostra 61 n 25 reportou graus de perd o superiores m dia De modo geral podemos considerar que os perdoadores aqui estudados expressaram graus de perd o consideravelmente elevados Convertido numa escala de 100 pontos o escore de 266 estaria localizado na posi o 88 De maneira mais espec fica em se tratando dos graus de perd o me
125. l nica o que poderia produzir insights ainda mais interessantes para o trabalho psicoter pico tanto para aquele que tem a promo o do perd o como objetivo principal quanto para aquele que utiliza o processo de perd o como uma ferramenta para facilitar a mudan a do paciente engajado em outros objetivos Enfim tais limita es refor am a necessidade de novos estudos mas n o invalidam os resultados encontrados nesta pesquisa Embora modestos eles ajudam a expandir mesmo que minimamente o conhecimento que se tem hoje a respeito do processo de perd o e sua rela o com os esquemas iniciais desadaptativos Ao mesmo tempo contribuem com o florescimento e fortalecimento do campo de estudos sobre perd o interpessoal que em solo nacional come a a dar seus primeiros passos 159 REFERENCIAS Allemand M Job V Christen S amp Keller M 2008 Forgiveness and Action Orientation Personality and Individual Differences 45 762 766 Aquino K Tripp T M amp Bies R J 2001 How employees respond to personal offense The effect of blame attribution victim status and offender status on revenge and reconciliation in the workplace Journal of Applied Psychology 86 52 59 Axelrod R 1980a Effective choice in the Prisoner s Dilemma Journal of Conflict Resolution 24 3 25 Axelrod R 1980b More effective choice in the Prisoners Dilemma Journal of Conflict Resolution 24 379 403 B
126. ligi o demandam isso Contrato Social Estou consciente de que as pessoas possuem v rias opini es Alguns geralmente seguem os valores e regras de seu grupo Outros valores n o relacionados deveriam ser acolhidos independentemente da opini o da maioria V Forgiveness as Social Harmony Eu perdoo porque isto restaura a harmonia e as boas rela es na sociedade uma maneira de manter rela es pac ficas Princ pios ticos Universais Meu senso de justi a baseia se na manuten o dos direitos individuais de todas as pessoas Pessoas s o fins em si mesmos e deveriam ser tratadas como tal VI Forgiveness as Love Eu perdoo porque isso promove um verdadeiro senso de amor Porque eu devo verdadeiramente me preocupar com cada pessoa e um ato de ofensa da parte dessa pessoa n o altera meu senso de amor Este tipo de relacionamento mant m aberta a possibilidade de reconcilia o e fecha a porta para a vingan a Nota Adaptado de Enright Santos e Al Mabuk 1989 35 Conforme Enright e The Human Development Study Group 1994 Enright Gassin e Wu 1992 e Mullet e Girard 2001 Enright estruturou seu modelo de desenvolvimento do perd o em seis est gios De acordo com Enright nos dois primeiros est gios a pessoa est centrada mais em si mesma e confunde justi a com perd o O primeiro est gio Revengeful Forgiveness caracterizado pela exig ncia da justi a retributiva ou seja responder a
127. lito revidar perdoar Fava amp Abreu Rodrigues 2007 59 Em rela o a isso e retomando a ideia de motiva o para a vingan a mencionada anteriormente importante considerar que assim como perdoar vingar se tamb m pode ter fun o refor adora afinal conseguir vingar se tamb m uma forma de lidar com o ressentimento j que uma pessoa ofendida pode engajar se mais prontamente em comportamentos de revanche do que de perd o em se pensando por exemplo na possibilidade de que ela esteja inserida num ambiente em que s o valorizados aspectos ligados a defesa da honra Dito de outro modo ao manejarem seus sentimentos de dor e raiva algumas pessoas podem estar relutantes em assumir poss veis riscos aspectos punitivos envolvidos na comunica o do perd o sendo um deles o medo de parecer fraco perante outras pessoas significativas Tal situa o pode estabelecer condi es para que a vingan a seja considerada uma resposta eficaz para lidar com a ofensa interpessoal nessa situa o espec fica Baumeister et al 1998 Exline amp Baumeister 2001 Outros riscos possivelmente envolvidos na comunica o do perd o s o o medo de que a transgress o se repita no futuro uma vez que para algumas pessoas perdoar pode significar tornar se vulner vel abrindo precedentes para futuras ofensas e a perda dos benef cios concedidos e mantidos pelo status de v tima que em muitas ocasi es representa a pr
128. ltos com idade entre 18 e 43 anos 5 2 Objetivos Espec ficos Os objetivos espec ficos desta pesquisa foram verificar 1 2 Os graus ou intensidades do perd o interpessoal dos participantes As intensidades da express o do perd o medidas pelas subescalas de comportamento afeto e julgamento A intensidade dos Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDs individualmente e agrupados em dom nios Correla es entre a EFI e o Question rio de Esquemas Young YSQ Correla es entre a EFI e a medida de desejabilidade social Diferen as de desempenho nas escalas EFI e YSQ em fun o do sexo dos participantes 83 6 METODO Antes da execu o deste trabalho o mesmo foi submetido avalia o pelo Comit de tica em Pesquisa da Universidade Federal de Uberl ndia tendo sido aprovado conforme pode ser verificado no documento em anexo Anexo A 6 1 Participantes Participaram deste estudo 41 pessoas com idade m dia de 27 8 anos DP 4 86 sendo que o participante mais novo possu a 21 anos e o sujeito mais velho possu a 43 anos Setenta e oito por cento da amostra n 32 incluiu se numa faixa et ria entre os 21 e 30 anos A maior parte da amostra 63 foi composta por mulheres n 26 com m dia de idade de 28 anos DP 5 Os homens compuseram os demais 37 da amostra n 15 com idade m dia de 27 7 anos DP 4 7 Em se tratando do n vel de escolaridade 84 dos sujeitos possu am ensino supe
129. m nus e ganho financeiro por participar da pesquisa N o haver risco para voc pois ser mantido o car ter confidencial das informa es relacionadas com a sua privacidade Os benef cios advindos desta pesquisa dizem respeito ao avan o do corpo de conhecimentos do campo de estudos sobre o Perd o e sobre a Abordagem Cognitivo Comportamental da Personalidade Voc livre para desistir de participar a qualquer momento sem nenhum preju zo para voc Uma c pia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ficar com voc Qualquer d vida a respeito da pesquisa voc pode entrar em contato com os pesquisadores Rodrigo Gomes Santana Avenida Par 1720 Bloco 2C Telefone 3218 2235 Ramal 38 E mail santagom hotmail com e Prof Dr Renata F F Lopes Avenida Par 1720 Bloco 2C Telefone 3218 2235 Ramal 38 Poder tamb m entrar em contato com o Comit de tica na Pesquisa com Seres Humanos Universidade Federal de Uberl ndia Av Jo o Naves de Avila n 2160 Bloco A Sala 224 Campus Santa M nica Uberl ndia MG CEP 38408 100 Fone 34 3239 4131 Uberl ndia de de 2011 Prof Dr Renata F F Lopes Rodrigo Gomes Santana Mestrando Eu aceito participar do projeto citado acima voluntariamente ap s ter sido devidamente esclarecido Participante da Pesquisa
130. mais frequentemente relatado Deslealdade 39 foi tamb m aquela para o qual o perd o interpessoal obteve a menor m dia M 256 14 117 Tabela 12 Frequ ncias m dias e desvios padr o da EFI para os Tipos de Ofensa em fun o do Contexto CONTEXTO TIPO DE OFENSA ze n Jo M DP Irresponsabilidade 02 4 9 322 00 28 28 Deslealdade 04 9 8 283 75 84 18 Comportamento Agressivo 01 2 4 314 00 Familia Grosseria 01 2 4 314 00 Constrangimento 02 4 9 316 50 16 26 Injusti a percebida 04 9 8 238 00 71 23 Total 14 34 1 285 14 63 72 Irresponsabilidade 01 2 4 296 00 Deslealdade 08 19 5 235 50 46 54 Grosseria 01 2 4 338 00 Amizade Constrangimento 02 4 9 247 00 120 21 Injusti a percebida 01 2 4 307 00 Total 13 31 7 255 31 60 59 Irresponsabilidade 04 9 8 255 75 69 88 Deslealdade 04 9 8 244 00 60 21 Comportamento Agressivo 03 7 3 264 67 80 56 Namoro Constrangimento 01 2 4 286 00 Injusti a percebida 02 4 9 267 00 49 50 Total 14 34 1 258 07 57 40 Irresponsabilidade 07 17 1 280 43 59 98 Totais Deslealdade 16 39 0 249 69 59 82 considerando Comportamento Agressivo 04 9 8 277 00 70 25 os tr s Grosseria 02 4 9 326 00 16 97 contextos de Constrangimento 05 12 2 282 60 69 93 prenga Injusti a percebida 07 17 1 256 14 60 29 Total 41 100 0 266 44 60 66 Em rela o a estes dados foi realizado um teste Kruskal Wallis para verificar se havia diferen as significativas nas med
131. ment K I McCullough M E amp Thoresen C E 2001 The Frontier of Forgiveness seven directions for psychological study and practice In M E McCullough K I Pargament amp C E Thoresen eds Forgiveness Theory research and Practice pp 299 319 New York Guilford Press Ribas Jr R C Moura M L S amp Hutz C S 2004 Adapta o brasileira da Escala de Desejabilidade Social de Marlowe Crowne Avalia o psicol gica 3 2 83 92 Rique J n d O desenvolvimento moral do pensamento de perd o Recuperado em 23 de agosto de 2008 http portal mec gov br seb arquivos pdf Etica 8 rique pdf Rique J 1999 A cross cultural study on the Enright Forgiveness Inventory A measure for interpersonal forgiveness Samples from Brazil and the United States Unpublished Doctoral dissertation University of Wisconsin Madison WI Rique J amp Camino C P S 2010 O Perd o Interpessoal em Rela o a Vari veis Psicossociais e Demogr ficas Psicologia Reflex o e Cr tica 23 3 525 532 Rique Neto J Camino C P S Santos W S amp Gouveia V V 2009 An lise confirmat ria da escala de atitudes para o perd o EFI Avalia o Psicol gica 2 169 178 Rique J Camino C P S Enright R D amp Queiroz P 2007 Perd o Interpessoal em Contextos de Injusti a no Brasil e nos EUA PSICO 38 2 182 189 Sabadini A Z P Sampaio M I C amp Koller S H Org 2009
132. mente com a discuss o dos mesmos na seguinte ordem 7 1 Estat stica descritiva geral 7 2 Desempenho dos participantes na Escala de Atitudes para o Perd o EFI 7 3 Desempenho dos participantes no Question rio de Esquemas Young YSQ 7 4 Correla es entre a medida de perd o e o question rio de esquemas 7 1 Estat stica descritiva geral Os dados coletados por meio da Escala de Atitudes para o Perd o EFI da Escala de Desejabilidade Social de Crowne Marlowe e do Question rio de Esquemas Young YSQ foram submetidos a estat sticas descritivas a fim de se verificar a normalidade da amostra Os resultados indicaram um padr o n o normal para alguns dos n veis das vari veis testadas conforme se pode verificar nas Tabelas 2 3 e 4 Deste modo todos os procedimentos estat sticos realizados a partir dos dados foram n o param tricos 93 Tabela 2 Valores de Assimetria para a EFI Afeto Comportamento Julgamento EFI Total SR M dia 81 3 88 2 96 8 266 4 3 5 Desvio Padr o 26 00 20 76 19 36 60 65 1 28 Assimetria 0 591 0 613 1 618 0 596 0 662 N 41 Considerando a EFI os valores de assimetria observados para os escores das subescalas para o escore total e para a escala independente Item do Perd o indicaram uma concentra o maior de sujeitos com escores acima da m dia da amostra uma vez que os dados s o negativamente assim tricos Inclusive no caso da subescala Julgamento o valor da assimetr
133. mento de afetos positivos em rela o ao ofensor consci ncia de maior liberdade emocional e interior Smedes 1984 Nota Quadro originalmente publicado em Enright e North 1998 48 Worthington 2005 por sua vez enfatiza a import ncia da conex o entre o componente emocional e motivacional e descreve perd o como sendo de dois tipos Para este autor h um Perd o Decisional que envolve uma mudan a nas inten es objetivos a serem atingidos por determinado comportamento de se comportar do indiv duo que sofreu a afronta em rela o ao transgressor da uma mudan a na motiva o H tamb m o Perd o Emocional que a substitui o de emo es negativas por outras emo es positivamente orientadas De acordo com essa defini o as emo es positivas neutralizariam algumas emo es negativas num primeiro momento resultando num decr scimo das mesmas Ao longo do tempo havendo uma diminui o substancial das emo es negativas emo es positivas poderiam ser ent o edificadas Pode se dizer que assim como Enright Worthington tamb m aborda perd o como um processo que se inicia com uma decis o e evolui at uma mudan a emocional significativa por parte daquele que sofreu a ofensa Vale ressaltar conforme nos conta Worthington 2005 que sua vis o de perd o decisional foi influenciada por DiBlasio 1998 estudioso que prop s a ideia de perd o baseado em decis o Forgiveness Decision Based de
134. n B J Campbell W K amp Finkel E J 2004 Too Proud to Let Go Narcissistic Entitlement as a Barrier to Forgiveness Journal of Personality and Social Psychology 87 6 894 912 Fava V M D amp Abreu Rodrigues J 2007 Ponto Final Uma quest o de escolha e de sorte Em A K C Rangel de Farias amp M R Ribeiro Orgs Skinner vai ao Cinema Santo Andr ESETEC Ferreira A B H 2009 Novo Dicion rio Aur lio da Lingua Portuguesa Editora Positivo Fitzgibbons R P 1986 The cognitive and motive uses of forgiveness in the treatment of anger Psychotherapy 23 629 633 Flanigan B 1998 Forgiveness and the unforgivable In Enright R D amp North J Editors Exploring Forgiveness pp 95 105 Madison University of Wisconsin Press Freedman S amp Enright R D 1996 Forgiveness as intervention goal with incest survivors Journal of Consulting and Clinical Psychology 64 983 992 Gahagan J P amp Tedeschi J T 1968 Strategy and the credibility of promises in the Prisoner s Dilemma game Journal of Conflict Resolution 12 224 234 Geschwind N 1965 Disconnexion syndromes in animal and man Brain 88 585 644 Girard M amp Mullet E 1997 Propensity to forgive in adolescents young adults older adults and elderly people Journal of Adult Development 4 209 220 Gouveia V V Costa J M Aratjo L B U Gouveia R S V Medeiros E D amp Gon
135. na qual uma pessoa o tenha magoado injustamente ent o solicitado ao participante que visualize o momento da m goa e focalize a aten o na pessoa que o magoou e que de alguma maneira volte experi ncia e ao momento da transgress o Nesse primeiro momento a escala composta por perguntas que visam coletar as seguintes informa es e Grau da ofensa Uma escala Likert de cinco pontos 1 nenhuma m goa 5 tremendamente magoado sobre a intensidade da m goa e Agente da ofensa Onde se pergunta Quem foi a pessoa que lhe magoou e as possibilidades oferecidas s o filho a c njuge parente amigo do mesmo sexo amigo do sexo oposto patr o outros pedindo ao participante que especifique quem o outro 85 e Condi o do agente da ofensa que consiste na seguinte pergunta Essa pessoa esta viva Sim ou N o e H quanto tempo a ofensa ocorreu dias semanas meses ou anos e Descri o da ofensa esta a quest o final da primeira parte na qual se pede ao participante que descreva brevemente a ofensa A segunda parte comp e se de 60 itens objetivos divididos em tr s subescalas Afeto Comportamento e Julgamento Cogni es ou Pensamentos sobre perd o Cada subescala composta de 10 itens ou descritores positivos e 10 negativos que foram randomicamente colocados na sequ ncia de apresenta o A sequ ncia de subescalas Afeto Comportamento e Julgamento tamb m foi ordenada randomicame
136. namento negativo estabelecido entre o grau de perd o e a intensidade deste dom nio Assim como no dom nio anterior talvez aqui tamb m caiba considerarmos a possibilidade de que um self pouco desenvolvido ou aut ntico e a tend ncia a delegar aos outros o controle do pr prio comportamento sejam fatores que possam explicar em parte um baixo grau de perd o Nesse dom nio os cuidadores condicionam suas atitudes de amor e cuidado de modo que o indiv duo acaba tendo que inibir caracter sticas do pr prio self para conseguir amor aten o e aprova o 144 Inicialmente podemos supor que essa inibi o da pr pria identidade possa dificultar a percep o de ofensas quando estas surgem em alguma situa o Embora isso possa soar estranho primeira vista se pensarmos que o esquema refere se a entendimentos fundamentais que as pessoas t m a respeito de si mesmas e que ele direciona a maneira como elas interpretam as situa es que vivenciam podemos entender que para algu m com uma forte orienta o para o outro h uma cren a nuclear generalizada de que se uma pessoa sem valor e cujas vontades e o pr prio bem estar s o irrelevantes para os outros Diante disso considerando que h um conte do relacionado auto sacrif cio neste dom nio de esquemas mesmo quando a ofensa percebida como tal dependendo da disfuncionalidade dos esquemas do dom nio poss vel que o indiv duo acabe minimizando as consequ ncia
137. namentos que as pessoas estabelecem e mant m com pares significativos ao longo da vida e a escassez de estudos apontam para a relev ncia de estudos que abordem o tema Obviamente n o a pretens o deste trabalho responder a todas as quest es anteriormente apresentadas O intuito de mencion las aqui apenas o de ilustrar o tipo de inquieta es que o pesquisador tinha em mente no momento em que iniciou a revis o de literatura a fim de conhecer um pouco mais sobre o tema perd o e as possibilidades de se estud lo dentro do campo da Psicologia Dito isso partiremos de um referencial te rico pautado na Terapia Focada em Esquemas uma das muitas possibilidades psicoter picas oferecidas pela Terapia Cognitivo Comportamental na atualidade cuja principal contribui o a no o de Esquemas Iniciais 19 Desadaptativos para se compreender a estrutura de personalidade das pessoas Esta pesquisa tem como principal objetivo investigar as rela es entre a intensidade dos esquemas iniciais desadaptativos apresentados pelo indiv duo e sua disposi o para perdoar ofensas interpessoais A seguir no cap tulo dois ser apresentada a justificativa para a execu o desta pesquisa de maneira mais detalhada No capitulo tr s ser apresentada a revis o de literatura sobre o campo do perd o interpessoal buscando situ lo historicamente na ci ncia psicol gica apresentar aspectos conceituais sobre o perd o e seus correlatos
138. ndiquem a magnitude da diferen a corroboram as correla es negativas e significantes encontradas entre a intensidade da ofensa e os escores da EFI e da escala Item do Perd o para esta amostra Em se tratando do tempo decorrido da ofensa o per odo definido por meses foi o mais frequentemente reportado pelos participantes 36 6 seguido de anos 31 1 dias e semanas ambos com 14 6 Tabela 16 Embora o tempo decorrido da m goa geralmente seja apontado como um fator tamb m importante e que influencia a disposi o ou grau de perd o do indiv duo Worthington 2005 McCullough et al 2001 n o foram observadas diferen as significativas nos graus de perd o quando considerado o tempo decorrido da ofensa conforme apontou o teste Kruskal Wallis realizado Tabela 16 Frequ ncias e porcentagens referentes ao tempo decorrido das ofensas EFI Tempo n Jo M DP Dias 06 14 6 273 83 54 42 Semanas 06 14 6 254 0 75 74 Meses 15 36 6 268 86 62 25 Anos 14 4 1 266 0 60 80 N 41 E por fim com rela o condi o do agente da ofensa se ainda est vivo todos os ofensores apontados pelos participantes ainda estavam vivos o que inviabilizou uma an lise considerando este tipo de vari vel 7 3 Desempenho dos Participantes no Question rio de Esquemas Young YSQ 121 Os escores m dios as medianas os desvios padr o e a vari ncia dos escores obtidos no Question rio de Esquemas Young
139. ndo estes autores algu m n o pode perdoar uma tempestade destrutiva na qual amigos pereceram porque uma pessoa n o nutre sentimentos de compaix o generosidade ou amor em rela o a uma tempestade p 47 sentimentos que s o necess rios ao lidar com as emo es negativas de acordo com sua proposta de defini o 51 Ponto de vista com o qual Snyder e Lopez 2007 dizem discordar Segundo eles a vis o que t m sobre perd o esta de acordo com o modelo de Thompson no qual o alvo pode ser outra pessoa a pr pria pessoa ou uma situa o p 256 Al m dessas defini es h ainda outras mais orientadas cognitivamente no sentido de que o perd o assenta se principalmente na mudan a no modo como a pessoa percebe a situa o de m goa como o caso de Luskin 2007 Flanigan 1998 e Gordon Baucom e Snyder 2001 Tais autores conceituam perd o como a interrup o dos sentimentos de raiva e de comportamentos hostis em rela o ao transgressor sem que isso signifique necessariamente reconcilia o com o mesmo ou esquecimento da afronta sofrida interessante notar que nestas defini es cognitivas especialmente naquela proposta por Luskin 2007 quase nunca se atribui import ncia empatia no processo de perdoar J as demais defini es apresentadas acabam considerando mais aspectos interpessoais quando abordam o perd o enfatizando o comportamento emp tico da v tima em rela o ao of
140. ndo semiconduzido por Axelrod tit for tat pareceu estar no seu pr prio caminho para a imortalidade gen tica p 98 Segunda Fase 1980 aos dias atuais A segunda fase de estudos sobre perd o compreende o per odo de 1980 at os dias atuais e reflete considera es mais sistem ticas e s rias do conceito Segundo Worthington 2000 na d cada de 1970 o perd o n o havia despertado interesse suficiente da comunidade cientifica Nessa poca ainda era visto apenas como algo pertencente ao dom nio religioso considerado assim fora dos limites da ci ncia Conforme mencionando anteriormente poucos cientistas conduziram estudos isolados relacionados ao tema Naquela poca quando as pessoas pensavam sobre o perd o logo o associava religi o uma vez que a cultura comum importou o termo perd o do uso religioso medida que a sociedade tornou se mais p s moderna e multicultural o assunto livrou se do confinamento das comunidades e da conota o religiosas penetrando largamente na cultura popular Worthington 2000 Os estudos cient ficos sobre o perd o intensificaram se somente em meados de 1980 e v m crescendo desde ent o Iniciou se na comunidade terap utica depois da publica o do livro Forgive and Forget healing the hurts we don t deserve de Lewis Smedes em 1984 Notadamente Smedes n o era cl nico nem cientista Era na verdade te logo e iniciou um 33 movimento dentro da terapia e ci ncia que girava
141. nor diante de intensidades mais altas dos esquemas Assim dirfamos que preciso que os esquemas sejam modificados tornados mais funcionais para que ent o as pessoas vejam se capazes de perdoar Entretanto essa ideia parece demandar um pouco mais de an lise Devemos considerar o seguinte Young e Klosko 1994 falam de perd o aos pais e cuidadores em sua proposta interventiva mas na pesquisa aqui realizada os participantes reportaram lidar com ofensores que n o se limitaram a pais ou cuidadores Dos 41 participantes apenas nove lidaram com ofensas perpetradas por agentes dessa categoria Deste modo os resultados aqui encontrados n o podem ser considerados suficientes para debater a proposi o interventiva dos autores Fica portanto como indica o para futuras pesquisas que se procure avaliar a quest o do perd o em amostras de pessoas que vivenciaram ofensas provocadas apenas por pais ou cuidadores 154 Mas ainda assim acreditamos que os resultados desta pesquisa apontam para um relacionamento mais din mico mutuamente influente entre o processo de perd o e a cura de esquemas que estabelece algo como um c rculo virtuoso em que esquemas mais funcionais conduzem ao perd o que por sua vez contribui para um funcionamento mais positivo e saud vel do indiv duo que deste modo tem um potencial maior para desenvolver esquemas mais adaptados Deste modo parece ser necess rio que haja certo grau de funcionali
142. npublished doctoral dissertation Fuller Graduate School of Psychology Passadena CA WHOQOL Group 1995 The World Health Organization Quality of Life Assessment WHOQOL Position paper from World Health Organization Social Science and Medicine 41 1403 1409 Worthington E L Jr Ed 1998 Dimensions of Forgiveness psychological research and theological perspectives Radnor PA Templeton Foundation Press Worthington E L Jr 1998 The pyramidal model of forgiveness some interdisciplinary speculations about unforgiveness and the promotion of forgiveness In E L Worthington 165 Jr Ed Dimensions of Forgiveness psychological research and theological perspectives pp 107 138 Radnor PA Templeton Foundation Press Worthington E L Jr Ed 2005 The handbook of forgiveness New York NY Brunner Routledge Worthington E L Jr 2005 Initial questions about the art and science of forgiving In E L Worthington Jr Ed The handbook of forgiveness Cap I no pages New York NY Brunner Routledge Worthington E L Jr amp Scherer M 2004 Forgiveness is an emotion focused coping strategy that can reduce health risks and promote health resilience theory review and hypotheses Psychology amp Health 19 3 385 405 Young J E 2003 Terapia Cognitiva para transtornos de personalidade uma abordagem focada em esquemas Porto Alegre Artmed Young J E amp Klosko J S 1994
143. ns negativos devem ser entendidos como aus ncia de julgamentos comportamentos e sentimentos negativos para com o ofensor Abaixo alguns exemplos de itens para as tr s subescalas e Afeto Eu sinto em rela o pessoa que me magoou Afetos Positivos Bondade Cuidado Carinho etc Afetos Negativos Repulsa Hostilidade Ressentimento etc e Comportamento Com rela o pessoa que me magoou os meus comportamentos s o ou poderiam ser Comportamentos Positivos Mostrar amizade Ajudar Ter considera o etc Comportamentos Negativos Evitar Ignorar Negligenciar etc e Julgamentos Cogni es Eu penso que ele a K Julgamentos Positivos Afetuoso Uma boa pessoa Merecedor de respeito etc Julgamentos Negativos Depravado Fraco Uma pessoa dif cil etc Ap s as tr s subescalas s o apresentados cinco itens adicionais para medir pseudoperd o que uma medida que embora n o seja inclu da no escore total da EFI revela uma poss vel nega o de que houve uma m goa sofrida Pensando bem eu agora vejo que n o houve nenhum problema ou que o perd o usado como um instrumento da Justi a O que a pessoa fez foi justo Um escore de 20 ou mais nesses cinco itens sugere que o participante est engajado em algo mais do que exatamente perd o e portanto seus dados devem ser exclu dos das an lises Al m disso ap s ter completado o EFI o participante convidado a responder uma
144. nte durante a constru o do instrumento Para cada subescala o participante encontra instru es no sentido de concentrar sua aten o na ofensa e nas emo es atuais em rela o ao ofensor no comportamento atual em rela o ao ofensor e nos julgamentos atuais para com o ofensor Uma orienta o mais espec fica fornecida atrav s de uma pergunta com resposta incompleta para cada escala Para cada item o participante deve marcar sua resposta em uma escala likert em que 1 indica forte discord ncia e 6 indica forte concord ncia O escore final de cada subescala vai de 20 baixo a 120 alto pontos J o escore final da EFI obtido pelo somat rio dos escores nas subescalas vai de 60 baixo grau de perd o a 360 alto grau de perd o Em rela o corre o da escala Enright e Rique 2001 chamam aten o para que antes de se ser efetuada a soma dos escores das subescalas seja feita a invers o dos escores atribu dos pelos participantes a todos os descritores negativos das subescalas de afeto comportamento e julgamento Deste modo se o participante pontuou determinado item negativo com um escore 6 o valor nesse item deve ser invertido para 1 se o escore atribu do for 5 o valor do item deve ser invertido para 2 e assim por diante 86 Al m disso segundo Rique et al 2007 os itens positivos devem ser entendidos como presen a de julgamentos comportamentos e sentimentos positivos para com o ofensor Os ite
145. o Patr o Outro especifique Esta pessoa est viva JSim N o H quanto tempo atr s ocorreu esta ofensa Dias Semanas Meses Anos Por favor descreva brevemente a ofensa 169 Agora responda a uma s rie de quest es sobre suas atitudes atuais com respeito a essa pessoa N s n o queremos a sua avalia o das atitudes passadas mas sim a avalia o de suas atitudes neste momento Todas as suas respostas ser o confidenciais Por favor vire a p gina e responda honestamente Obrigado ek e Exemplos de itens da subescala de afeto Eu sinto em rela o a ele a Discordo Discordo Discordo Concordo Concordo Concordo Fortemente Ligeiramente Ligeiramente Fortemente 1 Afeto 1 2 3 4 5 6 2 Rejei o 1 2 3 4 5 6 3 Bondade 1 2 3 4 5 6 Exemplos de itens da subescala de comportamento Com rela o a essa pessoa os meus comportamentos s o ou poderiam ser Discordo Discordo Discordo Concordo Concordo Concordo Fortemente Ligeiramente Ligeiramente Fortemente 21 Mostar amizade 1 2 3 4 5 6 22 Evitar 1 2 3 4 5 6 23 Ignorar 1 2 3 4 5 6 Exemplos de itens da subescala de julgamento Eu penso que ele a Discordo Discordo Discordo Concordo Concordo Concordo Fortemente Ligeiramente Ligeiramente Fortemente 41 Inf me 1 2 3 4 5 6 42 Maligno 1 2 3 4 5 6 43 Horrivel 1 2 3 4 5 6 170 ANEXO C Vers o Brasileira da Escala de Desejabilidade Soc
146. o de perd o Entretanto considerando os aspectos emocionais em fun o da maneira como estes s o processados e consolidados na mem ria pela am gdala poss vel supor que dificilmente eles ser o alterados ou reduzidos sem um esfor o mais intenso do sujeito ou mesmo sem uma interven o profissional mais espec fica e planejada Concluindo ao longo da discuss o apresentada numa se o anterior sugerimos que as situa es de ofensa podem representar quebras de expectativas relacionadas ao atendimento de necessidades emocionais vinculadas aos esquemas de modo que uma m goa pode ativar os esquemas mais proeminentes na estrutura de personalidade do sujeito E conforme nos explicam Young et al 2008 os esquemas s o ligados a altos n veis de afeto de maneira que quando s o ativados s o acompanhados por uma excita o emocional intensa Ent o ao responder ao question rio sobre a m goa em que o sujeito orientado a focalizar sua aten o na m goa e no ofensor e responder sobre o que pensa sente e como se comporta em rela o ao transgressor atualmente poss vel que tal exerc cio ative mem rias emo es e sensa es associadas situa o de m goa ativando certos esquemas Com a ativa o de esquemas neste momento n veis de afeto negativo podem ser eliciados e serem reportados de modo mais intenso nas respostas do participante 152 9 CONSIDERACOES SOBRE O PROCESSO DE PERDAO E A TERAPIA DO ESQUEM
147. o avaliada pela EFI Os resultados mostraram que o modelo mais adequado foi aquele que considerou o perd o constitu do por seis fatores de primeira ordem independentes mas fortemente correlacionados entre si afetos positivos e negativos comportamentos positivos e negativos e julgamentos positivos e negativos Considerando ainda o escore total da EFI foram observadas correla es positivas e significativas deste com a Escala Independente Item do Perd o p 0 60 p lt 0 01 Resultados semelhantes foram reportados por outros estudos p e Subkoviak et al 1995 Sarinopoulos 1996 Waltman et al 1999 Rique et al 2009 e Rique amp Camino 2010 em que foram verificados os respectivos coeficientes de correla o de Pearson r 0 68 r 0 53 r 0 74 e r 0 75 Em se tratando da medida de desejabilidade social da amostra do presente estudo assim como mostraram outros trabalhos p e Subkoviak et al 1995 Sarinopoulos 1996 Waltman et al 1999 Rique et al 2007 Rique et al 2009 Rique amp Camino 2010 n o foram observadas correla es desta com a EFI p 0 90 p 0 575 nem com a escala independente Item do Perd o p 0 20 p 0 205 Resultados que indicam que as respostas Entretanto uma exce o deve ser mencionada No estudo apresentado por Rique e Camino 2010 diferentemente do que foi observado na presente pesquisa foi encontrada para a amostra brasileira uma correla o positiva e
148. o da ofensa Rumina o da ofensa Droll 1984 Insight de que a v tima pode estar comparando sua situa o a situa o do ofensor Kiel 1986 Conscientiza o de que a ofensa pode causar mudan as adversas e permanentes em si mesmo Close 1970 Insight da possibilidade de alterar a vis o de mundo naquele momento em rela o situa o de m goa Flanigan 1987 Fase de Decis o 9 10 11 Novos insights sobre o fato de que as estrat gias para lidar com a ofensa e dor relacionada n o est o sendo eficazes North 1987 Disposi o para considerar o perd o como uma op o Comprometimento de se perdoar o ofensor Neblett 1974 Fase de Trabalho 12 13 14 15 Refraiming Reenquadramento em que o ofensor visto contextualizado Smith 1981 Empatia em rela o ao ofensor Cunningham 1985 Consci ncia de compaix o em rela o ao ofensor Droll 1984 Aceita o e absor o da dor Bergin 1988 Fase de Resultados Benef cios Aprofundamento 16 17 18 19 20 Encontrando sentindo para si e para os outros no processo de perd o e mesmo no sofrimento Frankl 1959 Percep o de que o pr prio self j necessitou do perd o de outros no passado Cunningham 1985 Percep o de que n o se est sozinho Percep o de que o self pode ter um novo prop sito de vida em fun o da ofensa Conscientiza o do decr scimo de afetos negativos e talvez au
149. o este ainda era crian a Young amp Klosko 1994 Entretanto nenhum trabalho foi realizado at o momento no sentido de verificar se h diferen as individuais relacionadas a esquemas cognitivos que devam ser considerados quando o trabalho terap utico envolve a inten o de promover perd o junto a determinado paciente E finalmente conforme aponta Mullet et al 2005 seria interessante investigar tamb m em que extens o as conceitua es sobre perd o est o relacionadas personalidade Em outras palavras o que esses autores sugerem investigar se o impacto da personalidade no perd o direto ou mais ou menos filtrado mediado por cada conceitua o pessoal de perd o Uma das hip teses destes autores que o efeito da personalidade na disposi o para perdoar largamente influenciado pelas conceitualiza es que temos sobre o tema 27 3 O PERDAO INTERPESSOAL 3 1 O Perd o na Psicologia Aspectos Hist ricos A ideia de que as pessoas por serem perdoadas por Deus deveriam perdoar seus pr prios transgressores comum maioria das religi es que v m articulando o conceito de perd o por mil nios Entretanto apesar da import ncia do perd o dentro destas tradi es religiosas te ricos e cientistas sociais parecem ter ignorado o tema j que n o h sequer uma nota em tr s s culos de pensamento p s iluminista McCullough amp Witvliet 2002 Do mesmo modo como a Psicologia uma ci n
150. o modo como o sujeito percebe a situa o podemos entender que os esquemas enquanto filtros do processamento de informa es 157 exercem influ ncia nessa percep o Os esquemas s o ativados pela situa o de m goa ao mesmo tempo em que ativados dirigem as percep es e interpreta es subsequentes e podem dependendo de sua disfuncionalidade e centralidade na configura o de personalidade do sujeito realimentar a percep o de dano ocasionado pela transgress o e contribuir para a manuten o do ressentimento dificultando o processo de perd o Por fim esperava se encontrar correla es negativas entre todos os dom nios e a medida de perd o o que n o foi verificado para o dom nio de supervigil ncia e inibi o em rela o ao qual n o foi observado nenhum tipo de correla o significativa Entretanto aus ncia de evid ncia n o significa evid ncia de aus ncia 8 de modo que a aus ncia de correla es deste dom nio com a medida de perd o n o precisa ser encarada como indica o de que tal dom nio n o se relaciona com vari veis ligadas ao perd o Isso pode ser dito pois o dom nio de supervigil ncia e inibi o correlacionou se com outros dom nios desconex o autonomia prejudicada e orienta o para o outro que mostraram correla es negativas com a medida de perd o Ademais poss vel que se a amostra fosse maior se pudesse ter observado de modo mais claro como este dom n
151. o para criar um impacto mensur vel Quanto dos n veis de sa de mental e bem estar devem se realmente ao perd o Podem os mesmos benef cios ocorrer caso as pessoas consigam vingar se ou observem o cumprimento da justi a Os benef cios s o transit rios ou duradouros Quais mecanismos ligam o perd o aos resultados em sa de mental e melhora na percep o de bem estar H efeitos negativos relacionados a perdoar Em rela o a tais quest es embora sejam comuns e relevantes em estudos que se prestam a verificar a rela o ou o impacto de uma vari vel em outras vari veis ou como no caso aqui apresentado entre a atitude de perdoar sobre a sa de importante esclarecer que elas n o s o o alvo deste projeto de pesquisa mas podem servir de guias para pesquisas vindouras As considera es feitas at aqui sobre os efeitos salutares do perd o na sa de f sica e mental no bem estar nos relacionamentos e mesmo na espiritualidade apontam para a relev ncia de estudos que abordem o tema relevante mencionar nesse momento algumas proposi es da Psicologia Positiva uma perspectiva no campo da Psicologia atual iniciado por Seligman e Csikszentmihalyi 2000 e que procura resgatar aspectos virtuosos e for as pessoais do homem como esperan a criatividade coragem sabedoria espiritualidade felicidade que at ent o eram considerados secund rios Para Seligman 2004 a Psicologia vai al m da preocupa o com a doen a e a
152. o psicol gico possuem esquemas disfuncionais ativos 80 Recentemente em seu livro Terapia do Esquema de 2008 Young prop s novas ideias no intuito de ampliar e refinar sua pr pria teoria Para tanto ele introduziu o conceito de Modos de Opera o de Esquemas Um modo de esquema pode ser entendido como os esquemas e respostas de enfrentamento adaptativas ou desadaptativas que est o ativos no indiv duo num dado momento Young et al 2008 Como vimos h pelo menos dezoito esquemas e tr s estilos de enfrentamento Tais esquemas e formas de enfrentamento podem estar combinados em diferentes Modos de Esquema ativados em determinadas situa es em rela o s quais certas as pessoas podem ser mais sens veis Em outras palavras uma pessoa pode passar de um modo de esquema a outro e quando esta altern ncia ocorre diferentes esquemas ou respostas de enfrentamento antes latentes s o ativados Segundo Young et al 2008 um modo de esquema disfuncional ativado quando esquemas desadaptativos ou respostas de enfrentamento espec ficas irrompem em forma de emo es desagrad veis respostas de evita o ou comportamentos auto derrotistas que assumem o controle do funcionamento do individuo Visto de outra maneira um modo de esquema disfuncional uma faceta do self com esquemas ou opera es de esquemas espec ficos que n o foi totalmente integrada a outras facetas Segundo essa perspectiva os modos de esquema pod
153. o se ver adiante e que tem mostrado levar a resultados ben ficos em contextos semelhantes ao do jogo mencionado De acordo com McCullough 2009 em seu livro Beyond Revenge the evolution of the forgiveness instinct O Jogo do Dilema do Prisioneiro consiste num jogo que envolve uma simula o em que dois suspeitos foram presos por suspeita de terem cometido um crime grave Nesse cen rio a pol cia n o disp e de evid ncias suficientes para justificar uma condena o e por isso interroga os dois criminosos separadamente na esperan a de obter testemunhos para que possam acusar um deles pelo crime principal Se nenhum dos suspeitos trai o c mplice ambos s o condenados por um crime menor cumprindo senten as de um ano Se um dos suspeitos acusa o outro ele n o tem que responder por nada e o outro suspeito responde sozinho pelo crime principal cumprindo uma senten a de tr s anos Se entretanto ambos os suspeitos implicam um ao outro ambos pegam senten as de dois anos Qual o curso de a o mais inteligente numa situa o como essa Este o dilema do prisioneiro p 93 Ent o os participantes t m duas poss veis respostas responder competitivamente ou cooperativamente sendo a resposta cooperativa aquela que acarreta o menor benef cio imediato condena o de um ano ao passo que a resposta competitiva unilateral gera o maior ganho representado pela absolvi o De posse dessa informa o poder se ia es
154. odem surgir quando as crian as observam os pais preocupando se incessantemente e sem necessidade Assim como quando n o dada a elas a oportunidade de realizar tarefas por si mesmas sem a supervis o constante do cuidador de tal modo que muitos pais interv m quando os filhos demonstram o m nimo de dificuldade diante de alguma tarefa O oposto tamb m pode acarretar problemas pois quando as crian as raramente s o ajudadas a fazer alguma coisa e recebem pouca orienta o ou dire o podem n o desenvolver um senso de autonomia e independ ncia Young 2003 III Limites Prejudicados Limites realistas ou adequados referem se capacidade de disciplinar se de controlar os pr prios impulsos e de levar em considera o as necessidades dos outros tudo isso num grau apropriado Os indiv duos com estes esquemas n o desenvolveram limites internos adequados e podem ter dificuldade em respeitar os direitos dos outros cooperarem manter compromissos ou cumprir metas de longo prazo Al m disso t m dificuldade em manter autocontrole tolerar a frustra o e em regular a express o de seus impulsos e emo es Em raz o disso geralmente apresentam se como pessoas ego stas mimadas irrespons veis ou dito de outro modo narcisistas Young 2003 A fam lia de origem pode ser caracterizada como permissiva e indulgente e pouco provedora de supervis o e orienta o adequadas especialmente no que se refere ideia de que os relaci
155. odo sutil fora da consci ncia e produzem disfun es importantes podendo gerar transtornos mentais ou sofrimento psicol gico significativo Callegaro amp Landeira Fernandez 2008 Young 2003 Young et al 2008 67 Por serem constitu dos por cren as e sentimentos incondicionais sobre si mesmo s o percebidos como irrefut veis e aceitos como parte natural do self do mesmo modo como as cren as centrais na proposta de Beck 1967 Outro aspecto que s o adotados como modelo para experi ncias futuras e se tornam complexos ao longo da vida transformando se em padr es intensamente arraigados de pensamentos e comportamentos disfuncionais configurando desse modo processos de funcionamento da personalidade que mediam a intera o do indiv duo com a realidade Young 2003 Young et al 2008 Outra caracter stica dos EIDs que eles s o auto perpetuadores e desta maneira resistentes mudan a A imin ncia da transforma o do esquema perturba a organiza o cognitiva e o indiv duo lan a m o de uma s rie de estrat gias cognitivas emocionais e comportamentais para preserv lo Young 2003 Como se desenvolvem precocemente os esquemas s o familiares e confort veis e est o no centro do autoconceito do indiv duo e de sua maneira particular de compreender o mundo Em outras palavras os esquemas s o egossint nicos e deste modo mesmo que desencadeiem sensa es desagrad veis tais sensa es por reedi
156. of schemes proposed by Young to wit disconnection and rejection p 0 534 p lt 0 05 impaired autonomy and performance p 0 440 p lt 0 05 other directedness p 0 371 p lt 0 05 and finally the impaired limits domain p 0 472 p lt 0 01 Thus the probability of the participants forgive their offenders has decreased as a function of the magnitude of the participant s domains and their schemes The results observed in this study expands the current knowledge about the process of forgiveness as well as about its interface with the cognitive structures called schemas which have an important role in the organization of the personality from the therapeutic point of view in cognitive approaches Keywords Interpersonal Forgiveness Early Maladaptive Schemas Personality Schema Therapy Cognitive Behavioral Therapy LISTA DE QUADROS Quadro 1 O modelo de perd o interpessoal proposto por Enright 47 Quadro 2 Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDs e seus respectivos dom nios 70 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Histogramas com curva normal para as vari veis da EFI 94 Figura 2 Histograma com curva normal para a Escala de Desejabilidade Social de Crowne 95 Marlowe Figura 3 Histogramas com curva normal para os Dominios de Esquemas do YSQ 98 Figura 4 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dom nio de Desconex o e Rejei o Figura 5 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dom nio de Autonomia e 100 Desem
157. om Enright e Coyle 1998 que o perd o deve ser diferenciado de termos como e Pardoning absolvi o conceito relacionado justi a e que implica em perdoar legalmente algu m da pena consequente transgress o cometida No entanto o perd o pode ocorrer independentemente de o sistema jur dico j ter realizado seu julgamento e ou aplicado puni es e Condoning fazer vista grossa significa aprovar um comportamento que a maioria das pessoas pensa ser errado que implicaria em justificativa para a ofensa liberando o ofensor de qualquer responsabilidade Diferentemente dessa ideia perdoar n o o mesmo que desistir do pleito por justi a ou toler ncia injusti a e Excusing desculpas termo que sugere que o ofensor teve um motivo que justifique ter cometido a afronta Mesmo que haja motivos razo veis que expliquem a ofensa e esses sejam considerados perdoar n o somente entender que n o houve intencionalidade e Forgetting esquecimento que implica que a mem ria da ofensa seja suprimida da consci ncia Entretanto ao perdoar n o deixaremos de nos lembrar da afronta mas torna se poss vel relembrar a situa o de um modo diferente e menos perturbador e Denying nega o que se refere a uma indisposi o ou incapacidade para perceber que uma afronta tenha ocorrido Contudo fingir que nada aconteceu ou que n o ficamos magoados n o perdoar embora antes que o perd o seja posto em pr tica as pessoa
158. om oito anos de idade foi sequestrado por tr s homens quando brincava na sala de sua casa Na tarde do mesmo dia estava morto Foi assassinado com dois tiros no rosto porque reconheceu um de seus sequestradores como um dos policiais militares que trabalhavam como seguran as nas lojas de seu pai o comerciante Massataka Ota Atualmente Ota nascido na prov ncia japonesa de Okinawa dirige uma funda o que se dedica a ajudar al m de crian as carentes criminosos condenados Pelo menos duas vezes por m s ele visita o pres dio levando sementes e implementos agr colas Dois dos assassinos de Ives est o presos l Ota j pensou em mat los mas hoje diz t los perdoado Ota 2000 para 1 Em psicologia o interesse pelo tema perd o enquanto t pico de pesquisa surgiu h quase tr s d cadas quando cientistas sociais come aram a estud lo Desde ent o houve um progresso consider vel na defini o t cnica do comportamento de perdoar e de suas formas de mensura o sendo poss vel encontrar atualmente variados tipos de escalas que avaliam esse construto Essas escalas exploram os aspectos desenvolvimental social de personalidade e de qualidade de vida em suas rela es com o comportamento de perdoar Wade 1989 WHOQOL group 1995 Al m disso estudiosos t m progredido na avalia o de seu valor para o bem estar individual e social e tamb m no desenvolvimento de interven es para promo
159. omo vari vel de agrupamento Considerando os dom nios de esquemas os resultados mostraram que para todos eles foi observada diferen a significativa na intensidade de perd o reportada pelos participantes com exce o apenas para o Dom nio da Supervigil ncia e Inibi o J em 128 rela o aos EIDs especificamente observaram se diferen as expressivas apenas para quatro esquemas Abandono Depend ncia Incompet ncia Subjuga o e Autocontrole insuficiente Tabela 22 Tabela 22 Valores do Teste Kruskal Wallis para a intensidade dos Dom nios de Esquemas e EIDs em fun o do Item do Perd o Kruskal Wallis Qui Quadrado X Sig D Desconex o 11 483 0 022 D Autonomia 9 768 0 045 D Orienta o para o Outro 8 696 0 069 D Supervigil ncia 3 492 0 479 D Limites Prejudicados 11 892 0 018 Abandono 10 682 0 030 Depend ncia Incompet ncia 9 557 0 049 Subjuga o 14 583 0 006 Autocontrole Insuficiente 13 232 0 010 Vari vel de agrupamento Item do Perd o D Dom nio de Esquemas Cabe mencionar que os dados do YSQ foram submetidos a uma an lise de correla o de Spearman entretanto por n o serem relevantes para os objetivos do presente estudo estes resultados n o foram apresentados 129 7 4 Correla es entre as vari veis da EFI e o do YSQ Os escores da EFI incluindo a escala independente Item do Perd o e do Question rio de Esquemas Young YSQ foram submetidos an lise de correl
160. omo alternativa apenas depois de ter havido alguma repara o ou compensa o o que corresponde com o que Enright denomina de 36 est gio pr perd o Preforgiveness Stage Adolescentes entre 15 e 16 anos estavam mais dispostos a considerar o perd o como uma consequ ncia de atitudes favor veis expressas por pessoas pr ximas mesmo que o transgressor n o tenha tido nenhuma atitude de repara o para com a pessoa ofendida o que corresponde ao est gio tr s Por seu turno adultos jovens e de meia idade mostraram se mais dispostos a considerar o perd o como consequ ncia de atitudes filos ficas ou religiosas sem qualquer interven o de familiares ou amigos mesmo se nenhuma restitui o tivesse ocorrido est gio cinco Por fim os autores explicam que poucas pessoas puderam ser classificadas no est gio final que corresponde ao perd o como atitude incondicional de amor Interessa mencionar ainda que at onde se sabe a primeira men o sobre perd o na literatura de psicologia do desenvolvimento pode ser encontra na obra de Piaget Le Jugement moral chez l enfant de 1932 Nesse livro Piaget discutiu essencialmente o conceito de perd o para contrast lo com o conceito de justi a que era o assunto do livro De acordo com Mullet e Girard 2001 nessa obra Piaget diz que perd o pressup e mais do que um senso de reciprocidade matem tica nas palavras de Piaget reciprocit de fait Perd o pressup e um sen
161. onamentos envolvem compartilhamento e reciprocidade Young 2003 Est o agrupados neste dom nio os esquemas descritos a seguir 75 Merecimento Grandiosidade envolve a cren a de ser superior s demais pessoas de merecer direitos e privil gios especiais ou de n o ter de obedecer s regras e conven es de reciprocidade que orientam as intera es sociais As vezes inclui excessiva competitividade ou domina o em rela o aos outros na tentativa de afirmar o pr prio poder obrigar os demais a terem o mesmo ponto de vista ou controlar lhes o comportamento de acordo com os pr prios desejos sem empatia ou preocupa o com as necessidades ou sentimentos alheios Autocontrole Autodisciplina Insuficientes pessoas com este esquema experimentam dificuldade ou recusa em exercitar suficiente autocontrole e toler ncia frustra o ao buscar realizar objetivos pessoais ou de restringir a express o excessiva das emo es e impulsos Em sua forma mais branda o indiv duo constantemente evita o desconforto custa da realiza o pessoal comprometimento ou integridade IV Orienta o para o Outro Segundo Young 2003 importante para o desenvolvimento pleno de um indiv duo que ele aprenda desde a tenra idade a expressar suas necessidades e emo es sem um medo indevido de repres lias por parte das demais pessoas ou culpa por estar externando o que pensa anseia e sente Para que isso aconte a o indiv duo pre
162. operando e continuar cooperando contanto que o parceiro de jogo tenha respondido cooperativamente na rodada anterior Se o parceiro responde competindo numa dada rodada ent o a estrat gia Tit for tat tamb m responder com uma a o de competi o na rodada seguinte Se posteriormente o parceiro volta atr s e coopera ent o a estrat gia Tit for tat responder novamente cooperando assim continuamente Por fim al m dessas simula es outras foram realizadas por Axelrod Uma delas teve o intuito de verificar a ecologia da estrat gia em rela o a outras sessenta e duas estrat gias numa simula o computadorizada baseada na ideia de sobreviv ncia do mais adaptado advinda da teoria da evolu o Com base nessa simula o McCullough 2009 conclui que Tal estrat gia lembra a Lei de Tali o Olho por olho dente por dente com o diferencial de que nesse ambiente de jogo poss vel garantir que as medidas ou a intensidade das respostas tanto positivas quanto negativas sejam sempre equivalentes 32 A estrat gia Tit for tat tornou se a mais prolifica na ecologia simulada por Axelrod Ao final de milhares de gera es quase 15 dos organismos usavam a estrat gia lembrando que esta constitui apenas uma das 63 estrat gias inseridas e sua participa o ainda estava crescendo Tit for tat pareceu ser uma estrat gia evolucion ria est vel que n o poderia ser ultrapassada por nenhuma outra No mu
163. oral de cada pessoa de modo que indiv duos mais amadurecidos t m melhores condi es de considerar o perd o como resposta de maneira cada vez mais aut noma e congruente com suas pr prias convic es No caso podemos entender que uma pessoa com esquema de fracasso significativamente disfuncional pode n o se beneficiar tanto do processo de perd o por ainda encontrar se em est gios desenvolvimentais mais b sicos como aquele em que o perd o visto como resultado de uma expectativa social Extrapolando essa ideia podemos supor que o indiv duo n o considera perdoar em fun o do ambiente ou a comunidade imediata n o valorizar o perd o como habilidade para lidar com situa es de conflito Outro risco que a comunica o do perd o pode envolver e que pode estar relacionado ao esquema de fracasso e ao dom nio aqui discutido o medo de que a transgress o se repita Exline amp Baumeister 2001 Devido cren a de que se incompetente e vulner vel e de que o ambiente uma fonte de desafios n o manejaveis para alguns perdoar pode significar tornar se mais vulner vel abrindo precedentes para futuras ofensas E por fim h ainda o receio de que ao perdoar o ofensor haja a suspens o dos benef cios concedidos e mantidos pelo status de v tima Exline amp Baumeister 2001 Em muitas ocasi es estar na condi o de pessoa ofendida representa a presen a de suporte e aten o dos demais Tais recursos s o muitas ve
164. orget healing the hurts we don t deserve New York Harper amp Row Snyder C R amp Lopez S J 2007 Psicologia Positiva uma abordagem cient fica e pr tica das qualidades humanas Porto Alegre Artmed Spidell S amp Liberman D 1981 Moral Development and the forgiveness of sins Journal of psychology and theology 9 159 163 Subkoviak M J Enright R D Wu C Gassin E A Freedman S Olson L M amp Sarinopoulos I 1995 Measuring interpersonal forgiveness in late adolescence and middle adulthood Journal of Adolescence 18 641 655 Temoshok L R amp Chandra P S 2001 The meaning of forgiveness in a specific situational and cultural context persons living with HIV AIDS in India In M E McCullough K I Pargament amp C E Thoresen eds Forgiveness Theory research and Practice pp 41 64 New York Guilford Press Thompson L Y Snyder C R Hoffman L Michael S T Rasmussen H N Billings L S et al 2005 Dispositional forgiveness of self others and situations The Heartland Forgiveness Scale Journal of Personality 73 313 359 Thorensen C E Harris A H S amp F Luskin 2001 Forgiveness and Health and unanswered question In M E McCullough K I Pargament amp C E Thoresen eds Forgiveness Theory research and Practice pp 255 280 New York Guilford Press Wade S H 1989 The development of a scale to measure forgiveness U
165. os esportes trabalho e a cren a na pr pria inadequa o em termos de conquistas e de realiza es nessas atividades quase sempre em compara o com outras pessoas que as realizam Em muitos casos envolve a cren a de ser burra inapta sem talento ignorante de ter menos status e sucesso do que os demais Depend ncia Incompet ncia pessoas com este esquema sentem se incapazes de dar conta das responsabilidades cotidianas de forma competente sem ajuda substancial de terceiros Deste modo o esquema apresenta se como desamparo passividade e impot ncia generalizada Vulnerabilidade ao Dano o medo exagerado de que uma cat strofe iminente possa ocorrer a qualquer momento e de que n o ser capaz de enfrent la ou impedi la Emaranhamento Self Subdesenvolvido indiv duos com esse esquema demonstram envolvimento emocional e intimidade em excesso com uma ou mais pessoas importantes muitas vezes os pais e acreditam que n o conseguiriam funcionar bem sobreviver sem o apoio constante de outras pessoas Em raz o disso experimentam dificuldade em construir um claro senso de identidade e consequentemente n o se desenvolvem satisfatoriamente em outras esferas da vida de modo que a depend ncia mantida 74 Estes esquemas frequentemente surgem quando os pais superprotegem os filhos e continuamente chamam a aten o da crian a para os riscos presentes nas situa es de maneira exagerada Problemas de autonomia p
166. os em que h presen a de ressentimento e m goa Thorensen Harris amp Luskin 2001 Ainda segundo Worthington 2005 se estendermos os achados das literaturas relacionadas ao estresse e personalidade tipo A podemos presumir que ressentir se tem um impacto negativo sobre a sa de f sica Toussaint et al 2001 citado por Worthington 2005 publicaram resultados de uma pesquisa realizada nos EUA sugerindo que o perd o em pessoas mais velhas estava associado com menos sintomas relacionados a doen as A hip tese que a sa de f sica pode ser negativamente afetada se as pessoas est o cronicamente ressentidas e positivamente afetadas se praticam o perd o O perd o e o ressentimento podem tamb m afetar a sa de mental e o bem estar Parece bvio que pessoas que guardam ressentimento experimentam mais raiva e depress o Muitos resultados de pesquisas sobre perd o e sa de mental t m sido observados em estudos de interven es os quais n o necessariamente revelam se o ressentimento ou o perd o podem estar relacionados diretamente sa de mental especialmente pensando se em situa es que ocorrem em ambientes naturais uma vez que outros fatores al m do ressentimento e do perd o podem estar presentes e exercerem algum impacto Worthington 2005 Al m disso dada sua caracter stica interpessoal o perd o parece logicamente conectado a sa de relacional embora essa ideia ainda n o esteja totalmente clara Baumeister Exline
167. os referentes ao question rio sobre a m goa 114 7 3 Desempenho dos participantes no Question rio de Esquemas Young YSQ 121 7 4 Correla es entre as vari veis da EFI e do YSQ 129 7 4 1 Discuss o das correla es envolvendo o question rio de esquemas e a TISAI AOS Perd o uses aa ALI R R dba penal Code 131 A Dom nio de Desconex o e Rejeicd0 eeeceeseeeeeseeeesteceesneeeeneeeeaes 136 B Dom nio de Autonomia e Desempenho Prejudicados 139 C Dominio de Orienta o para o Outro 143 D Dominio de Limites Prejudicados ceeeceescecesneeeceeeeeeeeeeeeeteeeenaeees 145 8 Considera es sobre o baixo grau de perd o afetivo 149 9 Considera es sobre o processo de perd o e a terapia do esquema 152 10 Considera es PUBS esa ME a A 155 REFERENCIAS ia eras A a A AS 159 ANEXOS Anexo A Documento de Aprova o do Comit de tica UFU 167 Anexo B Escala de Atitudes para o Perd o EFD 168 Anexo C Escala de Desejabilidade Social Crowne Marlowe 170 Anexo D Question rio de Esquemas Young Vers o Breve 171 Anexo E Termo de Consentimento Livre e Esclarecido eccccceeeseceseeececceceseceeeeees 174 15 1 INTRODUCAO Na manh de 29 de agosto de 1997 o menino Ives Ota ent o c
168. os sujeitos aqui descritos revanchear diante de uma afronta pode ter resultados mais imediatos na diminui o do desconforto associado m goa enquanto perdoar por demandar tempo acaba exigindo maior toler ncia aos aspectos negativos relacionados afronta 149 8 CONSIDERACOES SOBRE O BAIXO GRAU DE PERDAO AFETIVO Dentre as quest es que surgiram ao longo desta pesquisa uma que chamou aten o diz respeito ao fato de os participantes terem reportado baixos n veis de perd o afetivo Quanto a isso talvez algumas ideias propostas pela teoria que embasa a Terapia do Esquema possam ajudar a explicar essa quest o Conforme mostraram os resultados da EFI pareceu mais f cil para os participantes desta pesquisa alterar seus pensamentos seja deixando de sustentar julgamentos negativos assim como elaborando julgamentos mais positivos e comportamentos deixando de se afastar ou buscando aproximar se do ofensor em rela o ao ofensor do que modificar seus sentimentos Em rela o a este ponto j foram apresentadas anteriormente algumas hip teses que podem explicar essa aparente predomin ncia do dom nio cognitivo no processo de perdoar dentre elas a quest o do refraiming reenquadramento proposto por Enright e North 1998 em seu modelo de perd o e que diz respeito ao reenquadramento da percep o da ofensa e do ofensor e que precede os esfor os direcionados para mudan a emocional que inclui o exerc cio de empatia e
169. pelos outros e pouco por mim Inibi o Emocional 56 Tenho muita vergonha de demonstrar sentimentos positivos em rela o aos outros por exemplo afei o sinais de cuidado 57 Acho embara oso expressar meus sentimentos para os outros 58 Tenho dificuldade em ser carinhoso a e espont neo a 59 Eu me controlo tanto que as pessoas acham que eu n o sou emotivo a 60 As pessoas me v em como emocionalmente contido a Padr es Inflex veis 61 Preciso ser o a melhor em tudo o que fa o n o consigo aceitar vir em segundo lugar 62 Tento fazer o melhor n o consigo aceitar o suficientemente bom 63 Preciso cumprir todas as minhas responsabilidades 64 Sinto que existe uma press o constante sobre mim para conquistar e fazer coisas 65 N o consigo me soltar ou me desculpar por meus erros com facilidade Merecimento Grandiosidade 66 Tenho muita dificuldade em aceitar um nao como resposta quando quero alguma coisa de algu m 67 Sou especial e n o deveria ter que aceitar muitas das restri es impostas s outras pessoas 68 Detesto ser obrigado a a fazer alguma coisa ou impedido a de fazer o que quero 69 Acho que n o deveria ter que obedecer s regras e conven es normais assim como os outros 70 Sinto que aquilo que tenho a oferecer muito mais valioso do que as contribui es dos outros Autocontrole Insuficiente 71
170. penho Prejudicados Figura 6 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dom nio de Orienta o para o 10 Outro Figura 7 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dom nio de Supervigil ncia e 10 Inibi o Figura 8 Histogramas com curva normal para os EIDs do Dom nio de Limites Prejudicados 102 Figura 9 Compara o entre m dias da EFI e suas subescalas em estudos diferentes 104 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Est gios de Desenvolvimento Moral de Kohlberg e Est gios Desenvolvimentais do 34 Perd o de Enright Tabela 2 Valores de Assimetria para a EFI 93 Tabela 3 Valor de assimetria para a Escala de Desejabilidade Social de Crowne Marlowe 95 Tabela 4 Valores de assimetria para os esquemas e dom nios do YSQ 97 Tabela 5 Escores m dios medianas desvios padr o e vari ncia dos escores obtidos na EFI 103 Tabela 6 Notas Z e signific ncia das subescalas da EFI submetidas ao Teste de Wilcoxon 105 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 10 Tabela 11 Tabela 12 Tabela 13 Tabela 14 Tabela 15 Tabela 16 Tabela 17 Tabela 18 Tabela 19 Tabela 20 Tabela 21 Tabela 22 Tabela 23 Frequ ncias m dias e desvios padr o na EFI em fun o da escala Item do Perd o Valores do Teste Mann Whitney em fun o da diferen a entre sexos na EFI Correla es de Spearman entre os fatores da Escala de Atitudes para o Perd o EFD e a Escala de Desejabilidade Social Frequ ncias m dias e desvios pa
171. perar que esta fosse a resposta com a ocorr ncia mais frequente Entretanto como aponta McCullough 2009 o que se verificou ao utilizar esse jogo foi que as respostas de coopera o s o mais comuns do que os primeiros te ricos 31 imaginavam Segundo ele na vida real n o podemos isolar nossas escolhas das suas consequ ncias sobre o comportamento futuro das pessoas ao nosso redor Diferentemente de um jogo na vida real as situa es de coopera o e competi o repetem se ao longo do tempo sem possibilidade de controlar essa ocorr ncia como poss vel fazer no ambiente de jogo Axelrod 1980a um cientista pol tico que trabalhou com a matem tica envolvida no Dilema do Prisioneiro notou que quando o mesmo jogo proposto mas com a possibilidade de repeti es das jogadas as estrat gias competitivas n o funcionavam t o bem quanto se esperava Na d cada de 70 Axelrod interessado em compreender esse achado convidou colegas estudiosos da teoria dos jogos para que propusessem estrat gias para jogar o dilema do prisioneiro que garantissem o maior n mero de pontos ao longo de rodadas sucessivas A partir da foram realizadas v rias simula es por computador utilizando se estrat gias diferentes para resolu o do dilema do prisioneiro Dentre elas a estrat gia que obteve o melhor desempenho de acordo com McCullough 2009 foi a mais simples delas conhecida como Tit for tat que consiste em iniciar o jogo co
172. perspectiva da v tima ou da pessoa ofendida poss vel notar que a mesma ao experienciar o dano de uma transgress o responde com raiva medo ou ressentimento sendo que o modo como ela percebe a ofensa o qu o intenso ela foi se foi intencional quanto mal causou etc parece ser afetado pelo seu auto envolvimento e mesmo por seus esquemas mais ativos como se ver adiante O modo como a pessoa lida com a ofensa pode estar relacionado a atributos de personalidade Algumas pessoas podem ser vingativas outras podem ser mais repressivas e tenderem a desconsiderar tentativas reparadoras por parte do ofensor H ainda aquelas que se sentem amedrontadas enquanto outras s o mais expressivas Muitas ruminam sobre as feridas que experienciaram sendo que o conte do e a intrusividade pervasividade da rumina o afeta o modo como respondem as ofensas Worthington 2005 Assim tanto ofensores quanto as pessoas ofendidas e observadores podem estar motivados para diferentes a es a partir da transgress o Quanto s v timas elas podem ter fortes motivos de justi a e caso a justi a n o seja rapidamente oferecida podem responder com disposi o para n o perdoar o que se manifesta na manuten o do ressentimento ou mesmo na busca por vingan a Outras podem lidar com a injusti a por meio da aceita o ou elencando justificativas por terem sido ofendidas racionaliza es ou mesmo liberando o ofensor da responsabilidade pela of
173. pervigil ncia e Inibi o Desconex o Limites Prejudicados Autonomia e desempenho prejudicados Orienta o para o outro Autonomia e desempenho prejudicados Supervigil ncia e inibi o Autonomia e desempenho prejudicados Limites prejudicados Orienta o para o outro Supervigil ncia e inibi o Orienta o para o outro Limites prejudicados Limites prejudicados Supervigil ncia e inibi o a Baseado em ranks positivos b Baseado em ranks negativos 5 433 5 582 5 580 5 581 4 993 3 313 3 995 2 024 0 567 1 466 Sig 0 000 0 000 0 000 0 000 0 000 0 001 0 000 0 043 0 571 0 143 123 Foram observadas diferen as significativas entre as medianas de todos os dom nios exceto entre as medianas dos dom nios de Orienta o para o outro e de Limites prejudicados e entre as medianas dos dom nios de Limites prejudicados e de Supervigil ncia e inibi o Tabela 18 124 Tabela 19 Notas Z e signific ncia dos esquemas iniciais desadaptativos de cada dominio do YSQ submetidos ao Teste de Wilcoxon Wilcoxon Z Sig Priva o emocional Abandono 2 631 0 009 Priva o emocional Desconfian a e abuso 1 056 0 291 Priva o emocional Isolamento social 0 594 0 552 Priva o emocional Defectividade 3 838 0 000 Abandono Desconfianga e abuso 1 766 0 077 Abandono Isolamento social 2 622 0 009 Abandono Defectiv
174. por uma disposi o de personalidade em que visto como uma propens o das pessoas distribu da ao longo de um continuum para perdoar uma variedade de circunst ncias interpessoais e ainda como uma qualidade inerente s unidades sociais como casamentos fam lias ou comunidades onde pode ser entendido como um conceito similar aos de intimidade confian a e comprometimento Estudos mostram que muito do que as pessoas experimentam como injusti a e m goa parte da rotina dos relacionamentos em fam lia na escola e no trabalho ocasionado muitas vezes por aqueles que s o mais pr ximos Rique n d Rique Camino Enright amp Queiroz 2007 Deste modo prov vel que muitos j tenham sido alvos de ofensas em graus variados importante ressaltar que h ofensas que parecem graves demais se comparadas s que perpassam o cotidiano da maioria das pessoas mas isso n o impede necessariamente o ato de perdoar como no caso mencionado na ep grafe 17 Ent o por que raz o algu m perdoaria aquele que lhe causou sofrimento de fato genu no o ato de perdoar em situa es que envolvem consequ ncias negativas mais extremas assim como em outras menos graves Partindo se do pressuposto de que h pessoas que efetivamente perdoam o que estas apresentam em comum ou de diferente Elas apresentam uma motiva o pessoal e intr nseca ou uma atitude influenciada por agentes externos Que aspectos levam uma pessoa a dispor se
175. portamentos considerados socialmente desabonadores Essa tend ncia pode colocar em risco a validade de qualquer pesquisa envolvendo a vari vel perd o e deve portanto ser controlada Em fun o disso utilizou se a Escala de Desejabilidade Social de Crowne Marlowe MC SDS que uma das escalas mais empregadas para avaliar a desejabilidade social na atualidade tendo sido traduzida e adaptada para a popula o brasileira composta por 33 88 afirma es que devem ser julgadas como verdadeiras ou falsas Para cada afirma o p e Eu n o tenho d vidas de fazer qualquer coisa para ajudar algu m em dificuldades As vezes eu me ressinto quando n o consigo fazer o que eu quero As vezes em lugar de perdoar e esquecer eu procuro me vingar As vezes eu penso que quando acontece uma coisa ruim com as pessoas porque elas mereceram dentre outras o participante convidado a responder Verdadeiro 0 ou Falso 1 O escore total pode variar de O a 33 Segundo Ribas Moura e Hutz 2004 a consist ncia interna do instrumento adequada com Alpha de Cronbach de 0 79 para amostras brasileiras 6 2 3 Question rio de Esquemas de Young Forma Breve Cazassa 2007 Anexo D Este question rio permite avaliar a presen a e intensidade de 15 Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDs dos dezoito propostos por Young 2003 constitu do por 75 afirmativas que devem ser avaliadas de acordo com a veracida
176. que tange perpetua o de seus membros Newberg et al 2001 O perd o numa vis o da psicologia comparada o hom logo neocortical dos eventos de reconcilia o entre primatas Uma quest o importante ent o qual a fun o do comportamento de perdoar em nossa esp cie Para responder a esta quest o preciso remeter nos aos estudos sobre o perd o que apontam para um incremento na percep o do pr prio self nas situa es de ofensa ou inj ria Newberg et al 2001 Isso quer dizer que a pessoa ofendida tende a perceber se profundamente atacada Neste sentido a revanche envolver um grau de belicosidade bastante elevado Ao revidar o outro tamb m tender a perceber o revide como excessivo e buscar revidar novamente Este mecanismo operando livremente geraria um caos social pois toda a tentativa de restaurar o status pessoal por meio de um equil brio de revanches entre as partes resultaria em um novo desequil brio O comportamento de perdoar parece ter sido selecionado para evitar este caos Newberg et al 2001 55 Desta forma mecanismos sociais e religiosos mecanismos diferentes dos mecanismos evolutivos parecem ter atuado na historia da humanidade ocupando um papel importante para o desenvolvimento de regras morais ligadas ao perdoar a fim de conter ou evitar um revide desenfreado emerso das situa es de ofensa Al m disso associado ao ato de perdoar est a sele o de outra con
177. que saibam que estar acompanhado durante esse percurso conhecendo gente nova e fortalecendo la os antigos fez toda a diferen a E embora tenha apresentado aqui em forma de palavras a minha gratid o espero ter sido suficientemente claro em demonstrar mesmo nos encontros mais r pidos o meu reconhecimento por aquilo que cada um a seu modo fez e faz por mim RESUMO Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar a rela o entre a disposi o para perdoar em situa es espec ficas e a intensidade dos Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDs em uma amostra n o cl nica de indiv duos adultos Participaram da pesquisa 41 pessoas com idade m dia de 27 8 anos Foram utilizados tr s instrumentos de avalia o a Escala de Atitudes para o Perd o EFI a Escala de Desejabilidade Social de Crowne Marlowe e o Question rio de Esquemas Young vers o breve Ap s a coleta os dados foram submetidos a procedimentos estat sticos descritivos e correlacionais Em se tratando dos resultados referentes EFI assim como em outros estudos que utilizaram a mesma escala foram verificadas correla es positivas das subescalas de comportamento julgamento e afeto entre si e com o escore total da EFI assim como com a escala independente Item do Perd o uma escala independente que mede o quanto o indiv duo perdoou o ofensor de forma completa Os resultados mostraram tamb m que o escore total da EFI e do Item do Perd o correlacionaram se po
178. ra cada pessoa tanto para a pessoa ofendida ou v tima quanto para o ofensor ou qualquer outro observador que possa estar envolvido e portanto cada pessoa afetada de forma diferente e experimenta eventos intraps quicos e interpessoais singulares Worthington 2005 Se analisarmos o comportamento de perdoar sob a perspectiva do transgressor este pode experimentar culpa autocondena o ou vergonha Geralmente o transgressor deve responder a uma acusa o de modo que pode desculpar se ou oferecer restitui o Pode estar arrependido ou pode meramente expressar remorso e constri o mas continuar a transgredir Alguns transgressores podem ser verdadeiramente culpados e na medida com a qual foram acusados outros podem ser falsamente acusados ou acusados de serem mais insens veis ou amea adores do que de fato pretendiam Alguns podem ser narcisistas Outros podem ser antissociais ou manipulativos enquanto h aqueles que demonstram maior empatia Alguns podem perdoar a si mesmos e depois de aceitarem a responsabilidade pela ofensa tentarem fazer repara es H ainda os que permanecem em sua culpa incapazes de se perdoar Uma vez que a v tima tenha perdoado o transgressor pode refletir se o perd o pode ser aceito 61 acolhido e em caso afirmativo escolher tamb m perdoar se Portanto as experi ncias do transgressor s o complexas e conectadas com as experi ncias e respostas da v tima Worthington 2005 Tomando a
179. re o grau de perd o e a intensidade deste dom nio e seus esquemas podem ser verificadas ainda no per odo em que os esquemas 137 se estruturaram Lembremo nos de que para esta classe de esquemas o grupo familiar que deveria ser provedor de afeto cuidado e aten o muitas vezes mostrou se emocionalmente frio cr tico rejeitador e imprevis vel em outras palavras pouco emp tico Tais caracter sticas podem estar na base do surgimento de m goas ou ofensas bem como alimentar a dificuldade que os indiv duos com esquemas deste dom nio possam experimentar ao defrontar se com situa es que requeiram perd o uma vez que o comportamento empatico que especialmente importante neste processo conforme sugerem Enright et al 1998 Enright 2008 McCullough 2000 2009 Newberg et al 2001 Worthington 1998 2005 pode n o ter sido adequadamente aprendido no seio familiar De maneira mais espec fica em se tratando dos esquemas do dom nio que se correlacionaram com o Item do Perd o os dados sugerem que o grau de perd o menor medida que o indiv duo teme ser abandonado esquema de abandono se sente alheio ao grupo familiar ou social esquema de isolamento social e ou percebe se como inferior ou falho e por esta raz o indigno de considera o pelos demais esquema de defectividade Em se tratando do esquema de abandono prov vel que a percep o de que o v nculo com pessoas importantes e mais pr xima
180. resentou a menor m dia M 6 2 No que se refere ao dom nio de Autonomia e Desempenho Prejudicados o esquema de vulnerabilidade apresentou a maior m dia M 9 0 seguido dos esquemas de emaranhamento M 7 9 fracasso M 7 4 e depend ncia incompet ncia M 6 6 Quanto ao dom nio de Orienta o para o Outro o esquema de auto sacrif cio apresentou a maior m dia M 15 8 seguido do esquema de subjuga o M 8 0 Dos esquemas pertencentes ao dom nio de Supervigil ncia e Inibi o o esquema de padr es inflex veis apresentou a maior m dia M 16 6 seguido do esquema de inibi o emocional M 9 5 E por ltimo no dom nio de Limites Prejudicados o esquema de merecimento e grandiosidade exibiu a maior m dia M 13 1 seguido do esquema de autocontrole insuficiente M 11 6 A fim de se averiguar se houve diferen as importantes entre as medianas dos fatores do question rio de esquemas os dados foram submetidos ao Teste de Wilcoxon Na Tabela 18 est o os dados referentes ao teste realizado para verificar primeiramente diferen as entre as medianas dos Dom nios de Esquemas A Tabela 19 resume os dados relacionados s diferen as entre as medianas dos esquemas de cada dom nio Tabela 18 Notas Z e signific ncia dos dom nios de esquemas do YSQ submetidos ao Teste de Wilcoxon Wilcoxon Desconex o Autonomia e desempenho prejudicados Desconex o Orienta o para o outro Desconex o Su
181. respeito do comportamento e sua evolu o Segundo Catania 1999 Skinner prop e um modelo de sele o pelas consequ ncias como uma das formas de sele o do comportamento S o tr s os n veis de 56 varia o e sele o respons veis pela hist ria do comportamento humano a saber a pr pria sele o natural o condicionamento operante sele o ontogen tica que explica que as consequ ncias dos comportamentos retroagem sobre o comportamento alterando a probabilidade de que tais condutas se repitam no futuro e a sele o promovida pela cultura As duas primeiras formas de sele o foram tratadas anteriormente Do ponto de vista da sele o cultural do ato de perdoar preciso destacar brevemente dois mecanismos de controle social ou ag ncias controladoras a justi a e a lei e o significado espiritual do perd o A justi a e a lei s o formas sociais e culturais de mediar o comportamento de revanche visando a autopreserva o de quem foi ofendido Pela lei a puni o aplicada de forma a preservar a ordem social e na maioria das vezes a integridade f sica tanto do ofendido quanto do ofensor Dada a amea a de puni o visa se performar comportamentos de fuga esquiva de um poss vel ofensor por meio de autocontrole Da mesma forma o significado espiritual do perd o nos remete ao papel da religi o como uma ag ncia controladora do comportamento de revidar apontando o perd o como um valor o que significa refor
182. rgiveness a developmental view Journal of Moral Education 21 99 114 Enright R D amp The Human Development Study Group 1994 Piaget on the moral development of forgiveness identity or reciprocity Human Development 37 63 80 Enright R D amp Coyle C T 1998 Researching the process model of forgiveness within psychological interventions In E L Worthington Ed Dimensions of Forgiveness psychological research and theological perspectives Radnor PA Templeton Foundation Press Enright R D Freedman S amp Rique J 1998 The Psychology of Interpersonal Forgiveness In Enright R D amp North J Editors Exploring Forgiveness pp 46 62 Madison University of Wisconsin Press Enright R D amp North J Eds 1998 Exploring Forgiveness Madison University of Wisconsin Press Enright R D amp Fitzgibbons R P 2000 Helping clients forgive An empirical guide for resolving anger and restoring hope Washington DC APA Books Enright R D amp Rique J 2001 The Enright Forgiveness Inventory User s Manual MindGarden Press http www mindgarden com products efins htm Exline J J amp Baumeister R F 2001 Expressing forgiveness and repentance Benefits and barriers In M E McCullough K I Pargament amp C E Thoresen Eds Forgiveness Theory research and practice pp 133 155 New York Guilford Press 161 Exline J J Baumeister R F Bushma
183. rior completo n 34 14 possu am ensino superior incompleto n 6 havendo somente um participante com segundo grau completo que perfez apenas 2 da amostra Quanto religi o 37 dos participantes declararam se Cat licos n 15 29 declararam se Esp ritas n 12 19 declararam n o ter uma religi o espec fica n 8 10 declararam se Evang licos n 4 e 5 dos participantes disseram possuir uma espiritualidade independente de religi o n 2 84 6 2 Instrumentos Foram utilizados tr s instrumentos de avalia o para mensurar as vari veis deste estudo duas escalas e um question rio que ser o apresentados a seguir 6 2 1 Escala de Atitudes para o Perd o Enright amp Rique 2001 Anexo B O EFI Enright Forgiveness Inventory ou Escala de Atitudes para o Perd o como conhecido o instrumento aqui no Brasil um invent rio para mensurar o grau no qual uma pessoa perdoa outra ap s sofrer uma ofensa ou seja a intensidade do perd o Foi criado por Robert Enright e o Grupo de Estudos sobre Desenvolvimento Humano na Universidade de Madison Wisconsin Subkoviak et al 1995 e validada para o Brasil em 1999 pelo Professor Dr J lio Rique Neto docente da Universidade Federal da Para ba O invent rio composto de duas partes consistindo a primeira de um question rio de informa es sobre o participante e a m goa sofrida Inicialmente o participante relata brevemente uma experi ncia
184. ripp amp Bies 2001 e finalmente fatores de personalidade Abertura para a experi ncia Conscienciosidade Extrovers o Afabilidade Neuroticismo e g McCullough amp Worthington 1999 Mullet Neto amp Riviere 2005 Diante disso podemos perceber que o tema perd o de certo modo complexo e cada investigador pode abarcar apenas uma limitada pe a desse processo Deste modo como outrora mencionado a contribui o do presente projeto para ampliar a compreens o acerca do fen meno envolve a investiga o das diferen as existentes entre pessoas mais e menos dispostas a perdoar ofensas interpessoais quando s o considerados os esquemas iniciais desadaptativos apresentados pelo indiv duo Conforme se ver na pr xima se o esquemas podem ser compreendidos como estruturas que condensam uma s rie de significados e que funcionam como filtros cuja trama permite que algumas informa es sejam processadas enquanto impede que outras sejam 63 apreciadas Para os objetivos deste projeto conhecer os tipos de esquemas que podem estar atuantes na organiza o de personalidade de uma pessoa importante pelo fato de que ao perdoar especialmente se partimos da ideia de que perdoar envolve substituir atitudes negativas por outras mais conciliadoras muitas vezes necess rio considerar novas informa es novos dados sobre a afronta sobre o ofensor e inclusive sobre si mesmo no que tange sua hist ria de aprendizagens
185. s e que podem ser os agentes da ofensa em muitas situa es inst vel ou pouco confi vel leve o sujeito a experimentar maior dificuldade em perdoar por medo ou receio de que a ofensa possa se repetir Quanto ao esquema de isolamento poss vel que os sentimentos de n o pertencimento que o individuo experimenta quando desenvolve esquemas neste dom nio acabem impedindo que ele se sinta integrado ao grupo familiar ou mesmo vinculado ao grupo de amizades ou comunidade quando adulto a ponto de o aprendizado de comportamento emp tico continuar comprometido Al m disso a dificuldade em se vincular s pessoas pode implicar na aus ncia de relacionamentos significativos e nesse caso numa probabilidade diminu da de vivenciar e 138 lidar com situa es de conflito e ofensa que fazem parte da rotina dos relacionamentos seja em fam lia ou fora dela de modo que o indiv duo n o tem oportunidades para construir um repert rio relativo ao perd o para lidar com esse tipo de demanda Diante de situa es de ofensa pode ser que o sujeito consiga lan ar m o apenas de comportamentos de evita o e afastamento do ofensor comportamentos relacionados ao n o perd o uma vez que estas condutas s o mais congruentes com o conte do do esquema de isolamento Ademais o indiv duo com esquemas de isolamento pode n o ter oportunidades de exercitar respostas de perd o mesmo em suas formas mais comuns e cotidianas que poderiam s
186. s Metaforicamente falando podemos compreender os esquemas como filtros que permitem que algumas informa es sejam processadas ao mesmo tempo em que impedem que outras sejam consideradas Tal ideia relevante para se pensar a percep o de m goas a manuten o do ressentimento e mesmo a resolu o da situa o por meio do perd o Em se tratando da percep o da m goa conforme j mencionado o grau de perd o interpessoal depende da intensidade da ofensa como j apontaram as correla es negativas entre o grau de perd o e a intensidade da ofensa e esta influenciada n o apenas pela m goa objetivamente mas tamb m pela percep o que o indiv duo ofendido tem da situa o Enright amp The Human Development Study Group 1991 Subkoviak et al 1995 Rique amp Camino 2010 133 Em rela o a isso podemos presumir que ao vivenciar uma situa o de ofensa o indiv duo extrai significado desse evento por interm dio de seus esquemas mais arraigados ou remotos a partir dessa percep o mediada por essas formas particulares de enxergar o mundo e a si mesmo que a pessoa interpreta uma ofensa como mais ou menos intensa ou danosa A ofensa por seu turno como evento ambiental que pode tamb m ativar outros esquemas valentes para a pessoa A fim de explicar melhor essa ideia podemos mencionar Snyder e Lopez 2007 que dizem que uma m goa ou transgress o um evento interpretado pelas pessoas como
187. s da transgress o como forma de lidar com a situa o evitando assim sentir se ego sta o que seria desagregador para o sujeito Em outras palavras como a orienta o dirigida primariamente para os outros o indiv duo pode experimentar culpa j que para ele ao avaliar a situa o a partir de seus esquemas talvez o ato de considerar se ofendido seja percebido como uma atitude pouco altru sta j que ser alvo de uma ofensa pode torna lo foco de aten o dos demais E conforme explicam Young et al 2008 pessoas com tend ncia a se auto sacrificar se sentem desconfort veis quando recebem aten o dos demais Por outro lado considerando que o esquema de subjuga o demonstrou uma correla o negativa com a medida de perd o atender frequentemente as necessidades dos outros quando se gostaria de poder suprir tamb m as suas pr prias vontades por si s uma fonte potencial de m goa Conforme explicam Young et al 2008 muito dif cil para uma pessoa subjugar se excessivamente e nunca experimentar raiva ou ressentimento Nesse caso embora o indiv duo possa tentar conter a escalada da raiva poss vel que ela acabe sendo manifesta diretamente 145 ou por meio de comportamento passivo agressivo atitudes incompat veis com o processo de perd o por mais que experimentar raiva perante a transgress o seja um direito do indiv duo Explicado de outro modo o ressentimento que emerge da constante subjuga o
188. s possam inicialmente utilizar esse recurso como forma de evitar entrar em contato com os sentimentos dolorosos eliciados pela afronta 42 e Reconciliation Reconcilia o que sugere a restaura o do relacionamento Para que possa haver reconcilia o deve haver alguma forma de perd o entretanto para perdoarmos n o necessariamente deve ocorrer reconcilia o Em rela o a este ltimo ponto a distin o filos fica b sica entre perd o e reconcilia o que perdoar envolve a resposta de uma pessoa a uma ofensa Reconcilia o envolve duas pessoas relacionando se bem novamente Enright et al 1998 p 49 Segundo McCullough et al 2001 embora te ricos e pesquisadores geralmente concordem sobre o que n o perd o eles n o concordam sobre o que o perd o podendo ser identificados ao menos tr s pontos de discord ncia 1 se um fen meno intrapessoal ou interpessoal 2 se est mais relacionado a abrir m o de sentimentos comportamentos e pensamentos negativos ou inclui tamb m o acr scimo de elementos positivos ou a substitui o daqueles por estes 3 e em que extens o perd o um evento extraordin rio um processo que envolve transforma es fundamentais na vida ou se se trata de algo bastante comum na experi ncia cotidiana das pessoas Em rela o ao primeiro ponto h te ricos e pesquisadores que t m definido perd o como um processo intrapessoal como algo que ocorre internament
189. sa de como o caso do perd o Acredita se que este conhecimento possa auxiliar no desenvolvimento de interven es baseadas ou relacionadas ao tema assim como colaborar com o aprimoramento de interven es j existentes tanto no campo curativo quanto no preventivo Tendo sido explicitado alguns dos poss veis impactos que o perd o pode ter no mbito da sa de interessa agora explicar as raz es de se escolher estudar o tema do ponto de vista de aspectos de personalidade e mais especificamente usando a perspectiva dos Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDs De acordo com Mullet Neto e Riviere 2005 estudos pr vios mostram que a decis o de perdoar depende de numerosos fatores como fatores situacionais se houve inten o de ferir se a ofensa recorrente a severidade das consequ ncias da ofensa se houve o cancelamento ou n o destas consequ ncias presen a de desculpas e ou compensa o por parte do ofensor e g Mullet amp Girard 2000 fatores relacionais identidade do ofensor e sua proximidade com a v tima seu status hier rquico sua atitude ap s a ofensa as press es 25 do ambiente e g Aquino Tripp amp Bies 2001 e finalmente fatores de personalidade que incluem tra os como Abertura para a experi ncia Conscienciosidade Extrovers o Afabilidade Neuroticismo e g McCullough amp Worthington 1999 Mullet Neto amp Rivi re 2005 E em rela o a esses ltimos fatores examinar o impacto
190. significativa entre desejabilidade social e o escore do Item do Perd o especificamente na amostra de estudantes universit rios n 100 r 0 247 p lt 0 014 112 dos participantes desta pesquisa escala de perd o n o foram infladas pela desejabilidade social dos mesmos Estes ltimos resultados considerados conjuntamente com o resultado anteriormente apresentado de que os graus de perd o da amostra foram significativamente diferentes em fun o dos escores na escala independente Item do Perd o oferecem suporte para a validade de construto da EFI uma vez que conforme explicam Enright e Rique 2001 correla es positivas e fortes s o esperadas em compara es entre a EFI e medidas concorrentes como a escala independente Item do perd o Por outro lado n o s o esperadas correla es quando se comparam a EFI com medidas divergentes como o caso da Escala de Desejabilidade Social Partindo agora para a an lise referente intensidade da m goa reportada pelos participantes houve uma correla o negativa e significativa desta vari vel com o escore total da EFI p 0 34 p lt 0 05 indicando que quanto maior a intensidade percebida da m goa menor foi o grau de perd o interpessoal reportado pela amostra Tabela 9 Em outras palavras quanto maior foi a intensidade percebida da ofensa menor foi o grau de perd o interpessoal apresentado pelos indiv duos no sentido global envolvendo as esferas cognitiva afetiv
191. sitivamente enquanto que a escala de desejabilidade social n o apresentou correla es significantes com nenhuma das duas medidas Com rela o medida de intensidade da ofensa observou se uma correla o negativa desta vari vel com as medidas de perd o indicando que o grau de perd o foi tanto menor quanto maior a intensidade percebida da m goa Com respeito intensidade do perd o o grau m dio do perd o dos participantes foi de 266 pontos num escore que varia de 60 baixo grau de perd o a 360 alto grau de perd o sendo que mais da metade da amostra 61 n 25 reportou graus de perd o superiores m dia Em se tratando dos graus de perd o medidos pelas subescalas da EFI os resultados mostraram que a amostra expressou o perd o mais intensamente pela via cognitiva O grau de perd o afetivo M 81 3 permaneceu significativamente menor que o grau de perd o comportamental M 88 2 e cognitivo M 96 8 indicando que foi mais dif cil para os participantes perdoar afetivamente Finalmente considerando o objetivo principal desta pesquisa os resultados mostraram correla es negativas entre a medida de perd o utilizada como vari vel crit rio Item do Perd o e quatro dos cinco dom nios de esquemas propostos por Young a saber desconex o e rejei o p 0 534 p lt 0 05 autonomia e desempenho prejudicados p 0 440 p lt 0 05 orienta o para o outro p 0 371 p lt 0 05 e por fim o dom nio d
192. so de reciprocidade ideal reciprocit de droit o qual pode ser expresso como Fa a aos outros aquilo que gostaria que fizessem a voc Nas palavras de Piaget um entendimento completo sobre perd o atingido quando os comportamentos considerados como certos s o os comportamentos que demonstram reciprocidade infinita p 258 O conceito de reciprocidade infinita perdoe porque voc foi perdoado no passado a fim de ser perdoado no futuro um tanto complexo por esta raz o perd o n o pode de acordo com Piaget ser entendido antes do final da inf ncia p 111 112 37 Em rela o a estas ltimas coloca es importante deixar claro que as concep es sobre o perd o propostas por Enright e Piaget s o diferentes De acordo com Enright e cols 1994 devido a sua caracter stica de doa o o perd o n o implica em nenhum tipo de reciprocidade nem mesmo infinita como proposto por Piaget Mullet amp Girard 2001 p 114 Prosseguindo com a explana o sobre a segunda fase dos estudos sobre perd o al m dos Psic logos do Desenvolvimento os Psic logos da Personalidade por sua vez come aram a investigar fatores caracterol gicos de pessoas que perdoam e n o perdoam abordando o perd o como uma disposi o chamada de Perdoabilidade Forgivingness e n o somente como uma resposta isolada a um evento espec fico que o Perd o Forgiveness Segundo Roberts 1995 citado por
193. tarem a atmosfera familiar da inf ncia refor am o esquema facilitando sua ativa o ao longo da vida perpetuando o Al m disso os EIDs s o expressivamente disfuncionais e influenciam na habilidade de um indiv duo adulto em suprir suas necessidades fundamentais como estabilidade conex o autonomia dentre outras Salkovskis 2005 Young 2003 Young et al 2008 No livro Reiventing Your Life 1994 escrito para leigos Young explica o que s o esquemas e como poss vel lidar com eles Ele prop e como um dos passos para a cura dos esquemas o perd o aos pais ou cuidadores quando o paciente acha isso poss vel No caso o perd o surge como uma ferramenta para ajudar o paciente a lidar justamente com essas experi ncias disfuncionais que tiveram quando crian a Na impossibilidade de alterar eventos passados fica a possibilidade de tentar alterar o significado que tais eventos tiveram e 68 t m para o paciente no aqui e agora e que muitas vezes s o fontes de ressentimento raiva e revolta e acabam por tornarem se impedimentos ao desenvolvimento pleno e saud vel do indiv duo j adulto Outros fatores cumprem um papel no desenvolvimento dos EIDs como o temperamento emocional que um componente inato que interage com os estilos parentais e os aspectos culturais garantindo uma configura o de esquemas nica para cada pessoa que ajuda a entender a raz o de algumas pessoas serem mais suscet veis que outras ativ
194. tima quanto ofensor Isso por si s j uma consequ ncia bastante positiva Baumeister et al 1998 Exline amp Baumeister 2001 Al m disso poss vel que em alguns casos perdoar implique a redu o ou interrup o da estimula o negativa respostas de fuga refor ada negativamente em que os est mulos aversivos s o representados pelos sentimentos de ressentimento e raiva eliciados pelas situa es de afronta e possivelmente mantidos pela motiva o para vingan a alternativa que tamb m pode ser refor adora Baumeister et al 1998 Exline amp Baumeister 2001 Perdoar pode ainda implicar no acr scimo de refor adores sociais uma vez que a resposta de perd o pode estar associada a caracter sticas pessoais positivas que s o valorizadas no ambiente social do individuo e neste caso a frequ ncia alta dos refor os sociais e o custo baixo da resposta de perdoar em compara o aos custos que podem ser gerados pela revanche podem ser decisivos Mecanismos de auto refor o tamb m podem estar presentes quando valores como perfei o pessoal s o importantes para o indiv duo O contr rio tamb m pertinente Existe a possibilidade de que o grupo social emita cr ticas em rela o ao ato de perdoar um transgressor Este mecanismo punitivo pode levar a pessoa a optar por n o faz lo Da a necessidade de se avaliar todos os potenciais refor adores presentes numa situa o de escolha como a que envolve o conf
195. to interpessoal p 304 Finalmente conforme aponta Worthington 2005 a pesquisa b sica frequentemente investiga os aspectos singulares do perd o um de cada vez Mesmo se os estudiosos acreditam que o perd o multifacetado eles isolam aspectos e estudam nos Contudo a maior parte das interven es inclui mudan as cognitivas comportamentais afetivas e frequentemente interpessoais nas motiva es das pessoas E independentemente de qual elemento acreditam ser o mais prov vel de causar mudan as os pesquisadores e profissionais buscam maximizar as possibilidades de mudan a do indiv duo que est lidando com uma situa o de m goa pela abertura de meios ou canais diversificados Diante do exposto interessa mencionar que a partir dos objetivos do presente trabalho optou se por utilizar a defini o de perd o proposta por Enright et al 1998 j apresentada e que aborda o perd o como uma atitude moral em que a pessoa ofendida deliberadamente escolhe pensar sentir e comportar se em rela o ao ofensor de modo mais positivo que negativo Esta defini o mostra se mais interessante por entender o perd o como um processo que integra cogni o afeto e comportamento vari veis que s o importantes dentro da Teoria Cognitivo Comportamental que considera que as respostas emocionais e comportamentais bem como a motiva o s o influenciadas pelo modo como conferimos significados s situa es que vivenciamos 53 3 3 B
196. uam que por ter sido o s culo XX um dos mais sangrentos Primeira e Segunda Guerras Mundiais por exemplo e provavelmente mais imperdo veis Unforgiveness da hist ria humana talvez as pessoas tenham conclu do que perd o n o fosse pouco mais do que um bom sentimento Entretanto embora tenha levado tempo para que o tema gerasse interesse McCullough et al 2001 argumentam que h uma hist ria do perd o nas ci ncias sociais e na Psicologia que pode ser dividida em duas fases A primeira delas compreendeu o per odo entre 1932 e 1980 no qual se observam muitos artigos te ricos e trabalhos emp ricos modestos elaborados para entender minimamente alguns aspectos do perd o enquanto a segunda compreende o per odo de 1980 at os dias atuais e reflete considera es mais intensivas e sistematizadas em rela o ao tema Primeira Fase 1932 1980 Na d cada de 1930 psic logos e profissionais de sa de mental nos EUA e Europa discutiram de tempos em tempos o perd o enquanto um fen meno Dessa poca poss vel encontrar por exemplo proposi es de te ricos como Piaget 1932 e Behn 1932 que citados por McCullough et al 2001 p 4 j propunham a ideia de que a capacidade para perdoar cresce ao longo do desenvolvimento do julgamento moral Litwinsk 1945 citado Embora atualmente haja um grande interesse de cientistas sociais sobre o papel dos fen menos religiosos na constitui o do ser social e
197. ue cognitivamente e comportamentalmente Dito de outro modo parece ser mais f cil para as pessoas alterar seus Julgamentos seja deixando de sustentar julgamentos negativos assim como elaborando Julgamentos mais positivos e seus comportamentos deixando de se afastar ou buscando aproximar se do ofensor em rela o ao ofensor do que transformar seus sentimentos em rela o a ele Tendo em vista que a atitude de perd o se expressa pelo aumento de elementos positivos nos afetos comportamentos e julgamentos e pela redu o de elementos negativos nestes mesmos dom nios os autores supracitados explicam que razo vel supor que as altera es observadas nos aspectos negativos nestes dom nios possam n o ocorrer com a mesma intensidade com que incidem nos elementos positivos principalmente no que concerne o dom nio afetivo o que explicaria tamb m os dados encontrados nesta pesquisa Ainda em rela o aparente predomin ncia verificada do dom nio cognitivo na atitude de perd o interessante retomar aqui a ideia de refraiming reenquadramento proposta por Enright e North 1998 em seu modelo de perd o Segundo os autores nesta etapa aquele que perdoa faz um esfor o intencional para perceber o ofensor num contexto mais amplo do que aquele da situa o de ofensa de modo que novas informa es possam ser consideradas como por exemplo as motiva es do ofensor ou as press es ambientais sob as quais ele poderia estar submetido
198. ullough Worthington amp Rachal 1997 McCullough et al 1998 Por seu turno Psic logos da Sa de come aram a estudar se e como o perd o pode afetar a sa de f sica Worthington 2005 Uma diferen a entre os tratamentos te ricos e emp ricos do perd o que apareceram a partir de 1980 e aqueles de anos anteriores era o pesado foco especulativo sobre as potenciais liga es entre perd o e sa de mental Muitos dos artigos conceituais que discutiram o tema durante a d cada de 1980 foram escritos por cl nicos e ou publicados em jornais tipicamente lidos por cl nicos McCullough amp Worthington 1994 Artigos escritos por pessoas influentes como por exemplo Fitzgibbons 1986 Hope 1987 e Jampolsky 1980 e livros comerciais por Smedes 1984 e Linn e Linn 1978 apontavam para os efeitos potencialmente salutares do perd o na sa de mental Tamb m pesquisas por DiBlasio 1993 DiBlasio amp Proctor 1993 apontavam que muitos profissionais estavam dispostos a usar o perd o em seus trabalhos cl nicos McCullough et al 2001 p 6 Em meados da d cada de 1990 pesquisa emp rica sobre o uso de estrat gias para encorajar perd o em aconselhamento e psicoterapia come aram a aparecer em jornais cient ficos Al m disso artigos no principal jornal internacional de Psicologia Cl nica Journal of Consulting and Clinical Psychology demonstraram a relev ncia potencial do perd o para o trabalho cl nico com uma vari
199. uma ofensa com uma puni o de grau ou intensidade semelhante de modo que aqui o perd o corresponde vingan a ou retalia o J o segundo est gio Conditional Forgiveness caracteriza se pela justi a restitutiva ou seja o perd o ocorre mediante a compensa o ou repara o da pessoa ofendida correspondendo o perd o restitui o Estes est gios implicam a pessoa ofendida e o ofensor No terceiro est gio Expectational Forgiveness a a o da pessoa ofendida dependente da influ ncia de outros significativos Nesse caso o perd o pode ser visto como resultado de uma expectativa social No quarto est gio Lawful Expectational Forgiveness a pessoa decide perdoar em fun o de estar sens vel influ ncia de institui es como a religi o ou filosofia de vida correspondendo o perd o a uma expectativa legal ou ligada a estas institui es No quinto est gio Forgiveness as Social Harmony o perd o compreendido como algo que pode restaurar a harmonia social como um meio para manter as rela es pac ficas Por fim no sexto est gio Forgiveness as Love o mais elevado do modelo o perd o concebido como uma atitude incondicional de amor que pode promover considera o positiva e boa vontade A partir desse modelo Mullet e Girard 2001 explicam que numa pesquisa realizada com 119 participantes foi verificado que aqueles mais jovens entre 9 e 10 anos de idade mostraram se dispostos a considerar o perd o c
200. unidade outras pessoas ir o us las engan las mago las ou manipul las para fins ego stas Geralmente envolve a percep o ou sensa o de que o preju zo intencional ou resultado de neglig ncia injustificada Isolamento Social este esquema consiste no sentimento de ser diferente ou de n o se adequar ao mundo social mais amplo fora da fam lia de estar isolado do resto do mundo Pessoas com este esquema na maioria das vezes sentem se n o pertencentes a qualquer grupo ou comunidade Defectividade Vergonha caracteriza se pelo sentimento de que se defectivo imperfeito falho ruim mau inferior indesejado etc e que por esta raz o n o digno de receber amor de outros caso as demais pessoas percebam estes defeitos que o indiv duo acredita possuir O esquema pode envolver uma sensa o de vergonha com rela o aos pr prios defeitos 72 percebidos e hipersensibilidade cr tica rejei o e a constrangimentos de modo que o indiv duo n o se sente seguro ao estar com outras pessoas De acordo com Young 2003 circunst ncias que envolvem desconex o e rejei o podem acontecer quando os pais morrem ou saem de casa permanentemente ou quando se ausentam frequentemente durante os primeiros anos da crian a A rejei o desenvolve se quando as crian as s o repetidamente criticadas pelos pais quando sentem que n o s o desejadas ou quando s o ignoradas pelos pares J a desconex o se fa
201. ving personality Journal of Personality 67 1141 1164 McCullough M E Worthington E L Jr amp Rachal K C 1997 Interpersonal forgiving in close relationships Journal of Personality and Social Psychology 73 321 336 Mullet E amp Girard M 2001 Developmental and cognitive points of view on Forgiveness In M McCullough K Pargament amp C Thorensen Eds Forgiveness Theory research and practice pp 111 132 New York Guilford Press Mullet E Neto F amp Rivi re S 2005 Personality and Its Effects on Resentment Revenge and Forgiveness and on Self forgiveness In E L Worthington Jr Ed The handbook of forgiveness Cap 11 no pages New York NY Brunner Routledge Nathanson C 2008 Exploring the dynamics of revenge Doctoral dissertation The University of British Columbia Vancouver Newberg A B d Aquili E G Newberg S K amp deMarici V 2001 The Neuropsychological Correlates of Forgiveness In Michel E McCullough Kenneth I 163 Pargament amp Carl E Thoresen 2001 Forgiveness Theory research and Practice pp 91 110 New York Guilford Press Ota M 2000 O dio come a gente Depoimento a Thais Oyama Veja Educa o Recuperado em 25 de agosto de 2008 http veja abril com br idade educacao 050901 p_054 html Paludo S S amp Koller S H 2007 Psicologia Positiva Uma nova abordagem para antigas quest es Paid ia 17 36 9 20 Parga
202. vos como explos es de descontrole sintomas psicossom ticos e distanciamento afetivo Os esquemas que podem ser estruturados neste contexto s o os seguintes Subjuga o de modo geral este esquema envolve a excessiva submiss o ao controle dos outros por sentir se coagido normalmente para evitar a raiva retalia o ou abandono Compreende tamb m a percep o de que os pr prios desejos opini es e sentimentos n o s o importantes para os outros Comumente apresenta se como obedi ncia excessiva avidez em agradar e hipersensibilidade a sentir se encurralado Costuma levar ao aumento da raiva manifestada em sintomas disfuncionais como comportamento passivo agressivo e explos es de raiva 77 Auto Sacrif cio envolve a focaliza o excessiva no cumprimento volunt rio das necessidades alheias custa da pr pria gratifica o Isso resulta de uma sensibilidade intensa ao sofrimento de terceiros com vistas a poupar os outros de sofrimentos evitar a culpa por sentir se ego sta ou ainda manter uma rela o com algu m que considera carente co depend ncia Al m disso o esquema traz a sensa o de que as pr prias necessidades n o est o sendo atendidas que um fator gerador de ressentimento em rela o queles que est o sendo cuidados Busca de Aprova o Busca de Reconhecimento caracteriza se por um foco exagerado na obten o de aprova o reconhecimento de outras pessoas em detrimento de um senso de s
203. z presente quando a crian a abusada enganada ou exposta a mentiras por parte dos pais ou outros significativos Esses esquemas tamb m podem desenvolver se quando as crian as carecem de certas qualidades consideradas extremamente desej veis de atratividade social para o sexo oposto ou quando elas n o t m interesses tradicionalmente ligados ao seu g nero II Autonomia e Desempenho Prejudicados Nesta categoria de esquemas a necessidade emocional b sica n o atendida relaciona se a autonomia e a compet ncia Young 2003 explica que autonomia o sentimento de poder funcionar no mundo de maneira independente Pessoas com um senso de autonomia e compet ncia satisfatoriamente desenvolvido estabelecem um ju zo de identidade individual e aprendem a se separar da fam lia conservando dentro de si uma no o de integridade e controle diante das situa es Al m disso acreditam que seu ambiente relativamente seguro e por isso n o se tornam hipervigilantes a potenciais amea as Deste modo quando os pais ou cuidadores s o err ticos em proporcionar um ambiente que instile autonomia as pessoas acabam criando expectativas negativas sobre si e sobre o mundo que impactam em sua capacidade de separar se do grupo familiar e funcionar 73 independentemente Os esquemas que podem ser estruturados nessas condi es s o os seguintes Fracasso envolve a cren a de que o fracasso inevit vel em reas de atividade como estud
204. zado o procedimento de aplica o dos instrumentos Foi apresentado ao participante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Anexo E no qual eram explicados os objetivos da pesquisa assegurando de que n o haveria nenhum preju zo pessoal para o participante mencionando ainda que o participante poderia desistir de participar da pesquisa a qualquer momento se assim desejasse Depois de assinado o termo de consentimento o pesquisador apresentou os formul rios dos instrumentos Anexos B Ce D provendo as devidas instru es na sequ ncia apresentada a seguir 91 Os formul rios foram previamente transpostos de forma completa e literal para uma planilha do tipo Excel e os participantes responderam aos instrumentos no pr prio computador no laborat rio de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia Optou se por fazer isso no intuito de facilitar a tabula o dos dados das escalas e do question rio A dura o m dia do procedimento foi de 50 minutos 6 4 An lise dos Dados Ap s a aplica o dos instrumentos os dados foram organizados no programa estat stico SPSS Statistical Package for Social Science no qual receberam os tratamentos estat sticos adequados aos objetivos deste estudo que compreendeu a estat stica descritiva e correlacional 92 7 RESULTADOS E DISCUSSAO Com a finalidade de facilitar a leitura e compreens o nessa se o ser o apresentados os principais resultados da pesquisa junta
205. zes desej veis por parte de algu m que acredita ser inapto e incompetente e que n o possui repert rios adequados para funcionar independentemente 143 C Orienta o para o outro As principais caracter sticas de indiv duos que possuem esquemas deste dom nio relacionam se a uma dificuldade significativa em comunicar suas necessidades desejos vontades e emo es principalmente por medo de que as pessoas possam responder a isso de modo negativo por meio de retalia o ou mesmo retirada do afeto Por essa raz o acabam suprimindo suas necessidades ao mesmo tempo em que procuram atender frequentemente s expectativas dos outros conferindo lhes por vezes o controle sobre suas atitudes Young 2003 Do mesmo modo como ocorreu com os dom nios anteriores este grupo de esquemas tamb m se correlacionou negativamente com a medida de perd o indicando que quanto mais intensos os esquemas deste dom nio menor o grau de perd o oferecido pelo sujeito Ou seja quanto mais o indiv duo dirigido para o atendimento excessivo das necessidades de outras pessoas em detrimento de suas pr prias e quanto mais o indiv duo engaja se em comportamentos visando exclusivamente busca de aprova o por parte de outros menor a probabilidade de que ele se envolva no processo de perd o Podemos nos voltar mais uma vez para particularidades relativas base familiar que influenciaram a forma o dos esquemas para compreender esse relacio

Estudo das Relações entre a Atitude de Perdoar Ofensas

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