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stupiello_ena_dr_sjrp - Repositório Institucional UNESP

1. 10 11 12 13 27 28 41 53 65 80 81 87 92 96 103 111 120 2 2 3 A tradu o com o Transit a constitui o e a fun o da mem ria de Areferencia nee enone en ine riena aiiora 132 2 2 4 Wordfast Trados e Transit em perspectiva ccccccceesscceeeeereeeees 138 CAPITULO MI Tecnologias de tradu o implica es ticas para a pr tica CPA UCONN Ao sas pewsdcatecnsnecuncsinavinivadvaabadsuassahenhautivadsseatoentinatestaswecnscenes 144 3 1 A relatividade de proposi es ticas frente aparente invisibilidade tradut ria conteMporanea ccececeeeseeceeeeeteeeees 147 3 2 A divis o do trabalho digitalizado de tradu o 157 3 3 O compartilhamento de mem rias vis es conflitantes sobre a propriedade do banco de dados erra 160 3 4 O compartilhamento de mem rias poss veis desdobramentos QUCOS Feces ve A E eae en Datena eat eS 167 3 5 O compartilhamento de mem rias influ ncias na produ o textual da traduc ada sara spas Gaeta ASA ARTS st ge orn esas ada 171 3 6 A tradu o assistida por sistemas de mem rias reflexos na determina o da responsabilidade tradutoria ccccccceeseeeeeeees 181 Conclusad aa sea sat eass 190 Refer ncias ee ai as 202 Autoriza o p ra TEprodu o suas ensaia size nest adade dee soa UA Sib caira ante paia aaa 210 LISTA DE TABELAS E DIAGRAMAS Tabela 1 Evolu o das l nguas nas
2. Ainda durante a etapa de an lise e preparo do texto de origem poss vel utilizar recursos dos sistemas de mem ria para efetuar a pr tradu o desse material Com base no conte do dos bancos de dados da mem ria o sistema capaz de traduzir automaticamente os termos ou trechos de texto coincidentes com o conte do da mem ria deixando na l ngua de origem as ocorr ncias n o concordantes Essa opera o pode ser feita em um ou mais arquivos simultaneamente antes do in cio do trabalho de tradu o e sem a interfer ncia do tradutor durante o processo O tradutor ou a ag ncia de tradu o atuaria somente na defini o do grau de correspond ncia a ser considerada pelo sistema para substitui o dos segmentos 100 para correspond ncias exatas e de O a 99 para correspond ncias parciais Outra possibilidade apresentada pela maior parte dos sistemas para a tarefa de pr tradu o seria a integra o de programas de tradu o autom tica Na etapa de tradu o o tradutor trabalha com o texto de origem pr processado pelo sistema de mem ria o que significa que o mesmo ser traduzido conforme segmentado e sempre que pratic vel com partes pr traduzidas pelo sistema Os termos ou trechos de origem pr traduzidos s o apresentados ao tradutor juntamente com aqueles mantidos na l ngua de origem por n o constarem no banco de dados da mem ria ou quando utilizada a tradu o autom tica por n o terem sido traduzidos pelo
3. o localiza o tica STUPIELLO E N A Traduzir na contemporaneidade efeitos da ado o de sistemas de mem rias sobre a concep o da pr tica tradut ria S o Jos do Rio Preto 2009 210p Tese Doutorado em Lingu stica Aplicada Instituto de Bioci ncias Letras e Ci ncias Exatas Universidade Estadual Paulista ABSTRACT Transformations in the globalized world have generated the growth of the amount of information and the urgency of its dissemination beyond borders promoting a significant increase in the demand for translations performed fast and according to specific production standards In order to comply with these requirements and remain competitive translators are more and more embracing the technological tools currently available mainly translation memory systems The application of these tools requires the translator to follow certain rules that guarantee the promised performance mainly by manipulating terms and phraseologies used in the translation so as to ascertain their reuse in future translations The growing adoption of tools by the contemporary translator calls for an ethical consideration of the extension of the translator s responsibility for the translated material In this thesis the theoretical assumptions supporting the projects of these translation technological tools are investigated through the analysis of both the contributions they have been providing for the translator and some issues that a
4. o recuperada que pode ser editada pelo tradutor O c digo de cores para correspond ncias consideradas exatas ou totais pelo sistema o mesmo portanto ainda que o sistema indique cem por cento de correspond ncia entre dois segmentos o usu rio orientado pelos manuais a revisar especialmente as correla es entre os coloc veis editando os se for o caso Um trabalho mais extenso de revis o e edi o necess rio quando o sistema recupera correspond ncias consideradas parciais ou segmentos do texto de origem identificados como semelhantes queles armazenados na mem ria Para Bowker um bom sistema de mem ria 10 a m oe um ve culo motorizado possante com grandes e pesadas bandas de rodagem utilizado para puxar maquin rio agr cola outros ve culos etc 2 um caminh o curto com um corpo contendo somente uma cabina para o motorista e utilizado para rebocar reboques destac veis 99 de tradu o marcar as diferen as entre os segmentos para chamar a aten o do tradutor para as reas que necessitam ser editadas antes que a tradu o proposta seja integrada ao novo texto alvo p 99 Nos sistemas de mem rias analisados entretanto s o marcados somente os campos de inser o da tradu o em cores diferentes segundo o ndice de semelhan a entre o segmento atual e aquele recuperado da mem ria Substitui es apagamentos adi es e outras altera es n o s o identificadas pelo sistema cabend
5. o e revis o do material textual que circula em meio eletr nico A retomada das pesquisas e a recupera o dos investimentos em programas de tradu o autom tica representa no contexto contempor neo uma tentativa de atender demanda criada pelo mercado eletr nico de produ o de documenta o instaurado na internet que como tudo que trafega na rede tem por caracter stica principal a transitoriedade do que nela se disponibiliza Anteriormente ao advento da internet a pretens o sustentada para as pesquisas em tradu o autom tica fundamentava se na possibilidade de alcan ar sistemas completamente independentes e capazes de produzir tradu es ntegras que dispensassem revis o e que fossem conclu das em tempo muito menor do que aquele requisitado pelo tradutor humano Na d cada de sessenta constatou se que os investimentos direcionados ao desenvolvimento 54 de programas que produzissem uma tradu o totalmente autom tica de alta qualidade conhecida pela sigla em ingl s FAHQT n o produziram resultados aproveit veis como ansiavam seus proponentes Em um relat rio ao Conselho Consultivo em Processamento Autom tico de L nguas ALPAC encomendado pelo governo norte americano que ent o financiava grande parte das pesquisas concluiu se que os limitados resultados dos projetos ent o apresentados eram inexecut veis e portanto recomendou se a suspens o dos investimentos em pesquisas de programas totalmente
6. inten o de prever e controlar o trabalho do tradutor Os primeiros te ricos citados apoiaram se em regras e normas espec ficas com o intuito de reger e limitar a interfer ncia do tradutor no texto de origem Suas ordena es visavam a impelir o tradutor a se prender reprodu o do conte do de origem e se manter subserviente ao texto e ao autor A concep o de tica por eles sustentada estava diretamente relacionada no o de fidelidade origem Nas m ximas apresentadas por Pym 1997 e no juramento de Chesterman 2001 temos por caracter stica comum a generalidade na express o das proposi es dos autores Ambos os te ricos atrelam suas propostas pressuposi o de responsabilidade do tradutor por seu trabalho Nas palavras de Pym 1997 p 67 se o tradutor n o fosse respons vel se n o tivesse que aceitar a responsabilidade por nenhuma de suas escolhas n o teria nenhum problema de ordem tica A ado o de um discurso abrangente constitui um aspecto bastante comum em princ pios qualificados como ticos especialmente pelo fato de terem por objetivo 7 I will be honest about my own qualifications and limitations I will not accept work that is outside my competence Truthfulness 8 I will inform clients of unresolved problems and agree to arbitration in cases of dispute Justice 9 I will do all I can do to maintain and improve may competence including all relevant linguistic technical and other
7. lado no banco de dados Essa organiza o tem como finalidade facilitar a busca de tradu es 82 realizadas e seu reaproveitamento em novos trabalhos dispensando o tradutor de repetir a pesquisa por termos e express es j utilizados Al m disso em casos de textos com um grande n mero de repeti es a mem ria proporcionaria economia de tempo ao tradutor conferindo lhe tamb m maiores chances de produzir um texto linguisticamente mais uniforme em especial em situa es de projetos longos e executados por v rios tradutores Diferentemente dos programas de tradu o autom tica que se orientam por estrat gias pr definidas de tradu o que incluem dicion rios bil ngues algoritmos com regras gramaticais e mais recentemente corpora eletr nicos as mem rias de tradu o n o trazem conjuntos pr definidos de pares bil ngues em seus bancos de dados Toda mem ria de tradu o constru da passo a passo desde o in cio e todas as informa es terminol gicas inclusive sobre as l nguas com as quais se trabalhar com a ferramenta necessitam ser fornecidas ao sistema a partir do momento que o tradutor come a a empreg lo Em outras palavras basicamente o tradutor usu rio que fabrica a mem ria com que trabalhar em tradu es futuras H basicamente tr s maneiras de incorporar informa es aos bancos de dados das mem rias um procedimento essencial para ativar as fun es de recupera o terminol gica
8. o Conforme ser analisado no Cap tulo 3 a ado o dos sistemas de mem rias pode estar afetando a composi o do texto traduzido comprometendo seu estilo por meio de um recurso concebido como um dos fundamentos para o funcionamento dos sistemas de mem rias a segmenta o textual Por ser um recurso autom tico desses sistemas a segmenta o como ser descrita no Cap tulo 2 obedece somente a crit rios formais marcas como ponto final ou 79 ponto e v rgula interrompendo muitas vezes o fluxo da interpreta o do sentido da frase do texto de origem Como pretendo mostrar o uso de sistemas de mem rias pode afetar a qualidade da tradu o de duas maneiras A nfase na reutiliza o de segmentos de tradu es anteriores acaba por tratar as op es armazenadas de tradu o como fixas e ao mesmo tempo descartar poss veis mudan as ou atualiza es terminol gicas que venham ser necess rias ao longo do tempo Al m disso pode se abrir espa o a uma tend ncia em elaborar textos traduzidos cada vez mais r gidos buscando manter a correspond ncia estrutural com o texto de origem a fim de aumentar as chances de reaproveitamento de pares correspondentes em tradu es futuras Essas s o duas das implica es do emprego das mem rias para a pr tica de tradu o e que ser o examinadas no Cap tulo 3 desta tese Antes dessa an lise por m faz se necess ria uma introdu o aos principais recursos dispon veis em um
9. o ao desempenho de ferramentas como as mem rias sua rela o com o texto que traduz limita se ao pequeno espa o que lhe permitido intervir no texto como em situa es em que o sistema que utiliza n o recupera segmentos da mem ria ou em que essa recupera o 185 parcial exigindo a edi o pelo tradutor Essa restri o da atua o do tradutor limita tamb m a medida de sua responsabilidade j que n o seria cab vel ele responder por um trabalho com base em um texto de que s traduziu trechos e que desconhece na ntegra De fato o projeto e a aplica o dos sistemas de mem rias s o ativamente influenciados pela imagem de tradu o como uma opera o de transfer ncia ou substitui o 2 entre diferentes l nguas A descri o de Pym 2004b p 126 de como de materiais textuais o texto apresentado ao tradutor pelos sistemas de mem rias sintetiza essa ideia a tecnologia auxilia o tradutor removendo todas as formata es vis veis dividindo o texto em fragmentos ocultando muitos fragmentos e fazendo o tradutor concentrar se em fazer com que a coluna do lado direito pare a com a coluna do lado esquerdo Se o tradutor n o conseguir fazer com que os pares correspondam entre si eles n o ser o salvos para uso futuro E uma vez que esses pares s o salvos eles se tornam t o an nimos quanto o produtor do texto de origem o tradutor e de fato o usu rio final A tecnologia reduz a tradu
10. o e Tradu o Especificamente na ind stria de localiza o o processo de globaliza o envolve um conjunto de estrat gias para o desenvolvimento a tradu o a comercializa o e a distribui o de um produto em escala mundial Globalizar um produto envolve a procura por oportunidades de inseri lo em mercados estrangeiros e para tanto implica no planejamento de a es e de adapta es na concep o de sua primeira vers o realizadas em uma etapa posterior conhecida como internacionaliza o para possibilitar sua adequa o aos mercados em que ser introduzido conduzida pelo trabalho de localiza o O trabalho de internacionaliza o de um produto realiza se na medida em que se desenvolvem seu projeto e a composi o da documenta o que o acompanhar e busca desde o in cio a generaliza o na composi o das informa es que descrevem determinado Sigla criada pela Associa o de Padr es da Ind stria de Localiza o Localization Industry Standards Association LISA que tem por membros as empresas atuantes na rea de localiza o e cujo endere o eletr nico www lisa org 43 produto de forma que ele seja capaz de ser oferecido em diferentes l nguas e para conven es culturais diversas sem a necessidade de altera es significativas em sua concep o Nessa etapa dois aspectos fundamentais de produ o para viabilizar a localiza o s o a inclus o de recursos compat veis com caracter
11. parte daquele contratado de tradu o n o est sendo remunerada O interc mbio de bancos de dados entre clientes e tradutores clientes e ag ncias de tradu o e ag ncias e tradutores contratados constitui uma a o rotineira que pode gerar ramifica es legais e ticas A legalidade dessa pr tica pode vir tona na medida em que dilui os direitos tanto do contratante que fornece dados terminol gicos ao tradutor para a execu o de um servi o como do tradutor que repassa ao cliente seu trabalho para compor o banco de dados deste e servir como fonte de consulta e reaproveitamento em futuras tradu es que ele venha a contratar As poss veis implica es ticas do compartilhamento das mem rias e as influ ncias sobre a produ o textual de origem e da tradu o s o discutidas nos pr ximos itens 167 3 4 O compartilhamento das mem rias poss veis desdobramentos ticos Por se tratar de uma quest o bastante controversa e n o existir ainda uma regulamenta o sobre a propriedade legal desses dados tanto tradutores como clientes sentem se igualmente no direito de decidir sobre o emprego e de determinar quem ter acesso s unidades de tradu o da mem ria e de que modo esse uso ser disponibilizado para trabalhos de tradu o Para Heyn 1998 p 136 problemas de direitos autorais surgem quando n o est claro a quem pertence a mem ria ao fornecedor do servi o de tradu o ou ao cliente que contrata es
12. pr ximo item 1 4 Sistemas de mem rias de tradu o como instrumental na recupera o da produ o tradut ria A ideia de elabora o de um arquivo de tradu es foi inicialmente proposta por Peter Arthern em um trabalho apresentado durante uma rodada de discuss es no final da d cada de setenta sobre o uso de sistemas terminol gicos computadorizados pelos servi os de tradu o da ent o denominada Comiss o Europeia Naquela ocasi o sua principal argumenta o foi a de que a maior parte dos textos produzidos pela Comiss o seriam altamente repetitivos frequentemente citando passagens inteiras de documentos anteriormente traduzidos o que gerava grande desperd cio de tempo e recursos alocados para o departamento de servi os de tradu o A proposta de Arthern consistia no armazenamento de todos os textos de origem e suas tradu es de forma que esses textos pudessem ser recobrados e inseridos em novas tradu es Conforme detalha o pr requisito para implementar minha proposta que o sistema de processamento de texto tenha um dep sito suficientemente grande para a 66 mem ria central Se isso estiver dispon vel a proposta simplesmente que a organiza o em quest o deve armazenar na mem ria do sistema todos os textos produzidos juntamente com suas tradu es no n mero de l nguas que for solicitado Essa informa o teria que estar armazenada de modo que qualquer trecho de texto em qualquer uma d
13. 2001 p 141 que atribui ao tradutor a tarefa principal de perseguir a compreens o entre as culturas pelo entendimento de textos mensagens sinais inten es significados etc Cuidadoso em relativizar a no o de entendimento que prega Chesterman defende que entender uma tradu o significa 152 chegar a uma interpreta o compat vel com a inten o comunicativa do autor e do tradutor e em alguns casos tamb m do cliente a um grau suficiente para um determinado fim p 141 A postura tica do tradutor de Chesterman seria regida por uma proposta de um juramento hieron mico em refer ncia a S o Jer nimo Formulada com base no juramento hipocr tico a lista com os princ pios elencados por esse te rico valorizada como uma forma de fortalecer o credenciamento internacional de tradutores p 152 O comprometimento do tradutor com o pr prio juramento encabe a a lista que abrange valores como verdade clareza lealdade e confiabilidade 1 Juro preservar este Juramento com o melhor de minha capacidade e de meu julgamento Compromisso 2 Juro ser um membro fiel da profiss o dos tradutores respeitando sua hist ria Estou disposto a compartilhar meus conhecimentos com os colegas e transmiti los a tradutores em treinamento N o trabalharei por honor rios ileg timos Sempre traduzirei com o melhor de minha capacidade Lealdade profiss o 3 Usarei meus conhecimentos para maximiza
14. RIKA NOGUEIRA DE ANDRADE STUPIELLO TRADUZIR NA CONTEMPORANEIDADE EFEITOS DA ADO O DE SISTEMAS DE MEM RIAS SOBRE A CONCEP O TICA DA PR TICA TRADUT RIA Tese apresentada ao Instituto de Bioci ncias Letras e Ci ncias Exatas da Universidade Estadual Paulista C mpus de S o Jos do Rio Preto para obten o do t tulo de Doutora em Estudos Lingu sticos rea de Concentra o Lingu stica Aplicada Orientadora Profa Dra Cristina Carneiro Rodrigues S o Jos do Rio Preto 2010 Stupiello rika Nogueira de Andrade Traduzir na contemporaneidade efeitos da ado o de sistemas de mem rias sobre a concep o tica da pr tica tradut ria rika Nogueira de Andrade Stupiello S o Jos do Rio Preto s n 2010 210 f 30 cm Orientador Cristina Carneiro Rodrigues Tese doutorado Universidade Estadual Paulista Instituto de Bioci ncias Letras e Ci ncias Exatas 1 Tradu o e interpreta o 2 Tradu es 3 tica na tradu o Sistemas de mem rias de tradu o tica I Rodrigues Carneiro Cristina II Universidade Estadual Paulista Instituto de Bioci ncias Letras e Ci ncias Exatas III T tulo CDU 81 25 Ficha catalogr fica elaborada pela Biblioteca do IBILCE Campus de S o Jos do Rio Preto UNESP COMISS O JULGADORA TESE PARA OBTEN O DO T TULO DE DOUTORA Profa Dra Cristina Carneiro Rodrigues Orientadora Prof Dr Alvaro Luiz Hattnhe
15. emerg ncia dos estudos da tradu o a rela o entre a tradu o e o tradutor ganhou foco nas discuss es sobre a pr tica Entretanto a maneira como o tradutor se relaciona com as ferramentas que emprega em seu trabalho e o modo como afetado por elas parece n o ter conquistado espa o na literatura contempor nea da rea at os dias de hoje especialmente se considerarmos que a tend ncia em enxergar as ferramentas quase exclusivamente no dom nio da nova tecnologia conduz a leituras predominantemente descritivas de seu uso o que elas fazem e a uma neglig ncia subsequente das implica es mais vastas de sua presen a no mundo da tradu o o que elas representam CRONIN 2003 p 28 gt the tendency to view tools almost exclusively in the domain of new technology leads to predominantly descriptive readings of their use what they do and a subsequent neglect of the wider implications of their presence in the world of translation what they represent 19 Buscando refletir sobre o significado da ado o de novas tecnologias pelo tradutor esta tese tem por objetivo analisar as principais implica es da ado o de ferramentas tecnol gicas em particular os sistemas de mem rias de tradu o para a concep o da pr tica tradut ria como uma opera o de recupera o e transporte de significados literais Conforme se pretende discutir os sistemas de mem rias constituem recursos amplamente adotados na atual
16. es de comportamentos moralmente aceitos Segundo a distin o que Bauman 2003 estabelece entre os dois conceitos em tica P s Moderna s as normas podem ser universais Pode se legislar deveres universais ditados como normas mas responsabilidade moral s existe na 25 interpela o do indiv duo e no ser portada individualmente Os deveres tendem a fazer os humanos iguais a responsabilidade o que os fazem indiv duos A humanidade n o captada em denominadores comuns a ela se submerge e desvanece A moralidade do sujeito moral n o tem portanto o car ter de norma Pode se dizer que o moral o que resiste a codifica o formaliza o socializa o universaliza o O moral o que permanece quando se faz o trabalho da tica BAUMAN 2003 p 66 Nesta tese problematizo a extens o da responsabilidade do tradutor contempor neo que atua em projetos compartimentados enquadrando se em equipes de trabalho para as quais s o atribu das normas de atua o Nesse sentido a concep o de tica que sustenta o desenvolvimento da pesquisa desenvolvida visa orientar a reflex o que proponho sobre a atribui o de responsabilidade ao tradutor cujo trabalho encoberto pela supervaloriza o de tecnologias como os sistemas de mem rias de tradu o Como define o fil sofo Renato Janine Ribeiro 2004 p 66 a tica da responsabilidade aquela que se aplica na pol tica ou melhor dizendo aquela que val
17. es que se apresentam ao tradutor em seu trabalho com outras l nguas e culturas instigam uma reflex o sobre a rela o entre o pensamento sobre o que constitui a tica em tradu o e as principais conjunturas vividas pelo tradutor Os principais efeitos e as poss veis implica es ticas da divis o e do compartilhamento do trabalho de tradu o com aux lio dos sistemas de mem rias s o discutidos nos pr ximos itens 3 2 A divis o do trabalho digitalizado de tradu o As ferramentas que atualmente assistem o trabalho do tradutor em especial os sistemas de mem rias de tradu o respons veis por automatizar parte das atividades de pesquisa e recupera o de informa es terminol gicas constituem um dos principais meios de compartilhar trabalhos de tradu o em formato digital Os sistemas de mem rias dividem um ou mais textos de origem em segmentos que conforme s o traduzidos s o automaticamente comparados a segmentos j armazenados no banco de dados do sistema A recupera o de uma tradu o j realizada torna se poss vel segundo as configura es feitas pelo usu rio do sistema que seguindo regras espec ficas de pesquisa busca em sua mem ria op es anteriores de tradu o que possam ter utilidade no trabalho em desenvolvimento No Cap tulo 2 demonstrou se que na medida em que o tradutor realiza a tradu o de um segmento ele armazenado tamb m de modo autom tico no banco do sistema Esse recurso po
18. investigando a interface entre o desempenho do tradutor e a tradu o assistida por computador Cadernos de Tradu o Florian polis v 2 n 14 p 185 209 2004 ARROJO Rosemary Asymmetrical relations of power and the ethics of translation TextconText v 11 p 5 24 1997 The revision of the traditional gap between theory amp practice amp the empowerment of translation in postmodern times The translator v 4 n 1 p 25 48 1998 ARTHERN Peter John Machine translation and computerized terminology systems a translator s viewpoint Translating and the computer proceedings of a seminar London p 77 108 Nov 1978 AUSTERMUHL Frank Electronic tools for translators Manchester St Jerome 2001 BASSNETT Susan Translation studies London Methuen 1980 BAUMAN Zygmunt tica p s moderna Trad Jo o Rezende Costa 2 ed S o Paulo Paulus 2003 Globaliza o as consequ ncias humanas Trad Marcus Penchel Rio de Janeiro Zahar 1999 Modernidade l quida Trad Pl nio Dentzien Rio de Janeiro Zahar 2001 B DARD Claude M moire de traduction cherche traducteur de phrases Traduire n 186 p 41 49 2000 BENIS Michael Translation memory from O to R 1999 Dispon vel em lt http www transref org default asp docsrc u articles Benis3 asp gt Acesso em 5 mar 2007 BIAU GIL Jos Ram n PYM Anthony Technology and translation a pedagogical overview In PYM A A PEREK
19. ncia matching 2 1 1 Segmenta o textual A funcionalidade de um sistema de mem ria de tradu o depende em grande parte do modo como os textos de origem s o segmentados e armazenados em conjunto com suas 88 respectivas tradu es para posterior recupera o e reaproveitamento Para que possa ser processado por um sistema de mem ria todo texto dividido em segmentos cada um destes considerado a menor unidade traduzivel pela ferramenta ESSELINK 2000 Sinais de pontua o como ponto final ponto e v rgula par nteses colchetes pontos de interroga o e exclama o servem para sinalizar ao sistema o in cio e o fim de um segmento A constitui o de um segmento n o r gida e pode ser formada por t tulos itens de uma lista c lulas de uma tabela e com mais frequ ncia por frases gt Ao contr rio da no o lingu stica de frase como uma unidade de comunica o lingu stica caracterizada como tal do ponto de vista comunicativo por ter um prop sito definido C MARA JR 1977 p 122 a delimita o autom tica de uma frase pelas mem rias obedece exclusivamente aos sinais de pontua o de que cada sistema disp e em seu programa de segmenta o Observa se pela pr pria defini o de segmento como menor unidade traduz vel como a no o de segmenta o problem tica para os sistemas Isso porque o usu rio tradutor determina os sinais que o sistema dever considerar para realizar a se
20. o consequ ncia do n o reconhecimento da releitura que o trecho transferido pelo sistema exige do tradutor seu trabalho de adequa o do segmento recuperado ao novo contexto e a reconstru o que efetua do sentido geral da tradu o J nos casos em que a recupera o resultante do compartilhamento do banco de dados entre tradutores na expectativa de potenciais ganhos de produtividade eles pr prios podem estar falhando ao deixar de examinar a origem dos termos e segmentos e a adequa o dos segmentos traduzidos sendo dif cil em muitos casos assegurar a qualidade e a fidedignidade do banco de dados mem ria assim provido Em disserta o de mestrado intitulada Mem rias de tradu o aux lio ou empecilho Rieche 2004 analisa os principais fatores que ocasionam problemas de qualidade nos sistemas de mem rias e dedica se a investigar tais problemas no campo da localiza o tendo como proposta apresentar sugest es para melhorar o controle de qualidade das mem rias A pesquisadora fundamenta se na hip tese de que a qualidade das mem rias utilizadas em um determinado projeto de tradu o seria fundamental para a qualidade do texto final traduzido Com base nessa ideia destaca que se um banco de dados oferecido ao tradutor apresentar problemas de inconsist ncias ou erros a produtividade do tradutor cair uma vez que ser necess rio investir tempo para corrigir tais inadequa es Especificamente na ind stria de 7
21. o ou skip rules regras de salto As regras de finaliza o identificam 12 sinais de pontua o como ponto final pontos de interroga o ou exclama o e at marcas de tabula o como marcadores de limite de segmento J as regras de salto demarcam os caracteres que devem ser desconsiderados como limites de segmento como o ponto e v rgula que pode n o encerrar uma frase O tradutor pode adicionar outras marcas a cada uma dessas regras dependendo da formata o do texto a ser traduzido e buscando o melhor desempenho de reconhecimento e recupera o de segmentos da mem ria com o qual trabalhar com o aux lio do Trados Um exemplo est na regra de salto para pontos finais que sucedem abrevia es como Mr Sr U S A e E U A Esses pontos n o indicam o final de uma frase portanto n o conveniente ao tradutor que essas ocorr ncias sejam tratadas como segmentos Problemas de segmenta o ocorrem quando as unidades segmentadas no texto de origem n o se encontram diretamente correlacionadas quelas do texto traduzido Como j tratado no que se refere ao alinhamento poss vel que em tradu es do portugu s para o ingl s por exemplo uma frase do texto de origem seja dividida em duas na tradu o ou vice versa Tanto o Trados como o Wordfast disp em de um recurso de concord ncia que possibilita ao tradutor vasculhar a mem ria em busca de uma palavra selecionada no segmento de origem Quando uma palavra ou e
22. p 20 21 Jan Feb 2000 HUTCHINS William John SOMERS Harold L An introduction to machine translation London Academic Press Limited 1992 HUTCHINS William John Reflections on the history and present state of machine translation MT V Summit Proceedings Luxembourg p 89 96 July 10 13 1995 Translation technology and the translator Proceedings of the Eleventh Conference of the Institute of Translation and Interpreting London May 1997 Dispon vel em lt http ourworld compuserve com homepages WJHutchins gt Acesso em 10 mai 2006 The origins of the translator s workstation Machine Translation v 13 n 4 p 287 307 1998 The development and use of machine translation systems and computer based translation tools Proceedings of the International Conference on Machine Translation amp Computer Language Information Processing Beijing June 26 28 1999 p 1 16 Machine translation and human translation in competition or in complementation International Journal of Translation n 13 1 2 p 5 20 Jan Dec 2001 Current commercial machine translation systems and computer based translation tools system types and their uses International Journal of Translation v 17 n 1 2 p 5 38 Jan Dec 2005 Machine translation a concise history 2007 Dispon vel em lt http www hutchinsweb me uk CUHK 2006 pdf gt Acesso em 15 ago 2007 KAY Martin The proper place of men and machines in language tr
23. que comp e a publica o eletr nica intitulada Translation technology and its teaching A tecnologia de tradu o e seu ensino Biau Gil e Pym 2006 pesquisadores em tradu o e professores da Universitat Rovira i Virgili na Espanha e tamb m organizadores da publica o discutem algumas das mudan as vividas pelo tradutor em seu trabalho como resultado dos avan os tecnol gicos e 35 do processo de globaliza o A mais importante delas segundo os autores seria o pr prio formato dos textos a serem traduzidos em sua maioria em meio eletr nico sem delimita o de in cio ou fim e em constante processo de atualiza o Para esses te ricos a tradu o na contemporaneidade torna se mais um trabalho com banco de dados gloss rios e uma s rie de ferramentas eletr nicas no lugar de textos de origem completos e definitivos p 6 Entre as ferramentas mencionadas pelos autores estariam os dicion rios e gloss rios eletr nicos a pr pria internet como instrumento de pesquisa os programas de tradu o autom tica e os sistemas de mem rias de tradu o Essas ferramentas seriam representativas dos avan os tecnol gicos no campo da tradu o e de mudan as na maneira como clientes e tradutores se comunicam internet no modo como produ es anteriores do tradutor s o recuperadas e reaproveitadas os bancos de dados terminol gicos os programas de tradu o autom tica os sistemas de mem rias de tradu o e nos
24. rias analisados a When it comes to producing a target text TT translators must keep in mind that features of text organization may be language and culture specific For instance languages may have different strategies for achieving cohesion and the overall level of cohesion that is desired may even differ between languages As part of the translation process translators need to adjust the organizational features of the source text to create a TT that meets the expectations of the way in which texts are organized in the target language 174 segmenta o o alinhamento e a correspond ncia agem em conjunto para auxiliar o desempenho do tradutor mas por outro lado tamb m podem interferir na maneira como o tradutor conduz o seu trabalho Tecnicamente a conjun o desses recursos e mesmo de outros que lhes s o subsidi rios parece constituir um processo sempre pass vel de execu o pelo tradutor que reconhecido como o controlador da ferramenta teria a incumb ncia de conduzir seu trabalho de forma a possibilitar que este tamb m renda economia de tempo e forne a recursos para projetos futuros Descrita pelos manuais dos sistemas de mem rias analisados a automatiza o ainda que parcial trata o trabalho do tradutor de forma bastante simplista segundo a qual o cumprimento das orienta es descritas ao usu rio tradutor garantiria efic cia e bons resultados produ o tradut ria A fragmenta o do texto de o
25. transfer ncia de sentidos j determinados de uma l ngua para outra ao mesmo tempo em que ignoram que tradu o necessariamente importa que o tradutor seja sens vel s particularidades culturais das l nguas que traduz Outra pr tica que contribui para a deprecia o do papel da tradu o na ind stria de localiza o est na maneira como a ado o disseminada de sistemas de tradu o autom tica mem rias de tradu o e outras ferramentas eletr nicas espec ficas para localiza o como o programa Catalyst entre outros abordada na literatura da rea difundindo a ideia de ser poss vel simplificar o trabalho de tradu o pela instrumentaliza o de algumas tarefas Ao contr rio analisa Cronin a automa o de algumas tarefas n o significa que a tradu o se torne menos complicada como fen meno mas que h uma transfer ncia parcial do processamento cognitivo do tradutor humano para a ferramenta 2003 p 63 A complexidade do trabalho de reconstru o e adequa o de um texto de origem para uma outra l ngua e cultura n o deixa de existir ainda que o emprego de algumas ferramentas eletr nicas venha a encobrir a atua o do tradutor em trabalhos de localiza o O expressivo aumento de materiais textuais em formato digital a serem traduzidos em prazos inversamente proporcionais ao volume de tradu o foi um dos mais importantes 12 O programa para localiza o de softwares Catalyst foi desenvolvido pe
26. visualiza o s o consideradas como parte de um processo maior designado localiza o Dependendo do ngulo pelo qual abordada a localiza o pode conduzir a diferentes rela es com a tradu o todas de alguma forma refletindo as assimetrias na descri o das duas pr ticas Para Cronin 2003 p 63 diferentemente da tradu o que tem uma longa hist ria de dificuldade e aproxima o o uso do termo localiza o implica um processo totalmente novo que se compromete sem esfor o com o local constituindo uma forma de mais uma vez tornar invis vel e despolitizar a tradu o no mundo moderno De acordo com os te ricos da tradu o como Biau Gil e Pym 2006 p 14 a localiza o seria apenas um nome extravagante para o ato de adaptar um texto para um p blico leitor alvo espec fico algo que os tradutores fazem h mil nios Segundo Tymoczko 2007 p 66 o termo localiza o teria sido criado para se referir a tradu es naturalizadas ao extremo para a cultura de chegada e bastante diversas dos textos que lhe deram origem desse modo desestabilizando 48 distin es tradicionais entre original e tradu o J para os fabricantes de softwares que contratam servi os de localiza o por exemplo a tradu o constituiria somente parte do trabalho maior de adequa o de um produto ao local que ser comercializado A tend ncia em abordar a localiza o e a tradu o como opera es e
27. 138 realizada pelo Transit depende diretamente da localiza o dos arquivos a serem consultados e da correta configura o no sistema daqueles que o tradutor considera adequados a serem usados para consulta Conclu da a tradu o o Transit disponibiliza a fun o source export exportar fonte pela qual o tradutor exporta o texto traduzido para seu formato de origem com todas as marcas de formata o preservadas Nessa etapa o Transit elimina do texto traduzido todos os marcadores de segmenta o utilizados durante o trabalho e realiza a revis o ortogr fica do texto traduzido de acordo com a l ngua configurada para o processo de exporta o Como lembra o manual do usu rio do Transit esses recursos n o dispensam a revis o da tradu o pelo tradutor ainda que seja preservada a estrutura textual de origem uma vez que o texto de origem e a tradu o quase sempre possuem tamanhos diferentes 2 2 4 Wordfast Trados e Transit em perspectiva Este cap tulo examinou as principais aplica es dos sistemas Wordfast Trados e Transit na realiza o de um trabalho de tradu o Embora a interface de cada sistema estudado n o esteja diretamente relacionada s diversas fun es por ele desempenhadas ela parece constituir um dos fatores decisivos na escolha de um sistema de mem ria BOWKER 2002 AUSTERMUHL 2001 De acordo com a an lise proposta sistemas que t m sua interface de trabalho em editores de texto como o Word Wordf
28. If you are provided with a memory database you are usually expected to follow the terminology and phraseology of the segment pairs included in that database rather than write the text using your own terminological decisions and style 70 espa o para as escolhas pessoais do tradutor A prescri o de normas de utiliza o das mem rias de tradu o firma se na expectativa de que a subservi ncia do tradutor ao banco de dados em geral fornecido quando a tradu o contratada tornaria a tradu o sempre melhor elaborada e mais coesa Essa ideia seria sustentada especialmente em casos de v rios tradutores trabalhando em um mesmo projeto ou quando existe um grande n mero de documentos a serem traduzidos em prazos limitados e com constru es lingu sticas repetitivas No artigo Translation Memories Insights and Prospects Heyn 1998 apresenta tr s argumentos que associados justificariam a ado o das mem rias o argumento de quantidade em que textos extensos s o traduzidos mais rapidamente o argumento de qualidade pelo qual o controle e a padroniza o terminol gica e fraseol gica resultam em uma tradu o de melhor qualidade e o argumento de reusabilidade baseado na possibilidade que os sistemas oferecem de reutilizar trabalhos anteriores de tradu o p 124 Conforme explicita os bancos de dados terminol gicos dos sistemas de mem rias atuariam como uma esp cie de refer ncia autorizada que por ar
29. Sensitivity analysts of final prices Scenarios Diversos talones poden provocar Mutuaghe nes pre os de venida dos duos Several tectos may heed be price Muctuntion ih sales prices of alcohols Auta t o uma wrenodtty global mes a produ o de cartier baronai com periodos de safra e entrussalra da produ o da cane de ay ai demandes por veres inst veis q segtificatives varia es de estoques madanais e brevemente mundiais om das varia es as Que podem ocastonar gran varia o ros pre os finais por conta de quebras ou excedantes de sa ra sy They aa yet globe commodities but the seasonal production with sugarcama harvest and inter harvest qu xis the occastonal unstable and significant demands variations in stocks amd adido tu weether vertations may cause final prices to ciliate as a result of seasonal beeskdowne ce uspiuses Assim 0 lator pre o d Hine de senstilidede amp sua Rutuag e posto que um ireportents Intar exdgene ao estuda harefori tthe ghee facto shall consider the servwitivity analysis with regard t Figura 5 Tradu o finalizada em processo de revis o com o Wordfast A exibi o dos segmentos de origem seguidos de suas respectivas tradu es auxilia a confer ncia pelo tradutor Em trabalhos contratados por ag ncias praxe o tradutor fornecer o texto sem a limpeza final uma vez que esse mesmo procedimento usado para atualizar a mem ria de tradu o Ao fornecer o texto tr
30. a consulta autom tica de equival ncias terminol gicas nas l nguas oficiais e de trabalho dos pa ses membros Essa base foi substitu da pelo IATE Inter Active Terminology for Europe base multil ngue dispon vel para consulta on line pelo endere o eletr nico lt http iate europa eu iatediff SearchByQueryLoad do method load gt Acesso em 15 set 2008 Base de dados bilingue ingl s e franc s criada pela Universidade de Montreal no Canad em 1970 como um reposit rio terminol gico para os servi os de tradu o desse pa s HUTCHINS 2005 65 possibilidade de compartilhamento de dados permitiam somente gerenciamento simples de terminologia bil ngue e impunham restri es consider veis no tipo e no n mero de campos de dados assim como na quantidade m xima de dados que podiam ser armazenados nesses campos p 78 A adequa o dos bancos de dados para a pesquisa terminol gica para a tradu o ocorreu somente ao final dessa mesma d cada com o aprimoramento dos recursos dos processadores de textos e com base nas primeiras propostas de reuni o e organiza o de conjuntos bil ngues de trabalhos anteriores que pudessem oferecer meios de dinamizar a produ o de novas tradu es ao evitar o retrabalho com trechos de textos j traduzidos A aplica o dos recursos de pesquisa em conjuntos de textos de origem e tradu es materializada nos atualmente conhecidos sistemas de mem rias de tradu o tratada no
31. a de outras l nguas na rede especialmente l nguas asi ticas que se encaixam na categoria demais e n o pela amplia o da participa o das l nguas latinas pesquisadas A primazia da l ngua inglesa mant m se e como meio de propaga o das inova es tecnol gicas a internet seria um local A favor vel implementa o de uma geopol tica do ingl s na atualidade Essa constata o pode ser verificada principalmente pelo fato de um crescente n mero de empresas que hospedam p ginas eletr nicas na internet em sua maioria outrora monol ngues estarem buscando servi os de tradu o para tornarem se bil ngues ou multil ngues quase sempre com 30 o ingl s entre as l nguas oferecidas para acesso p gina Se no passado a rivalidade de poderes e influ ncias travava se para a conquista de territ rios no presente essa luta pelo dom nio econ mico e at cultural realiza se no din mico plano da comunica o eletr nica Conforme defende Rajagopalan 2005 n o se pode ingenuamente acreditar que o dom nio lingu stico do ingl s teria se concretizado a partir de uma escolha em escala mundial por uma l ngua para possibilitar a comunica o entre povos de diferentes na es O favorecimento ado o da l ngua inglesa realizou se na mesma propor o em que pa ses angl fonos notadamente os Estados Unidos passaram a gozar de poder hegem nico no mundo p s Segunda Grande Guerra p 147 A as
32. a qual ele desenvolve seu trabalho estar apoiada somente em partes do texto a ele designadas para tradu o Para B dard 2000 o tradutor que emprega ferramentas como os sistemas de mem ria est propenso a tornar se um tradutor de frases em oposi o a um tradutor de textos Como assevera estou certo de que daqui a alguns anos ser poss vel encontrar no mercado tradutores que al m dos exerc cios de sua forma o universit ria n o ter o jamais traduzido todas as frases de um mesmo texto B DARD 2000 p 49 A afirma o de B dard prenuncia uma das mudan as que podem afetar o trabalho do tradutor resultante da divis o do trabalho particularmente no setor de localiza o Pym 2004a tamb m analisa a segmenta o desse mercado que por sua prosperidade atrai um n mero cada vez maior de tradutores Como explica o autor de um lado tem se o trabalho de menor prest gio e consequentemente menor remunera o formado por tradutores prestadores de servi os que em geral t m acesso limitado ao uso de ferramentas eletr nicas por exemplo empregando vers es de sistemas de mem rias mais econ micas e com menos recursos De outro situam se as empresas de localiza o que disp em de sistemas de mem ria de maior porte com sofisticados recursos tecnol gicos e volumosos bancos de 183 dados terminol gicos para projetos extensos e cada vez mais repetitivos Conforme descreve Pym pessoas que tradu
33. a tradu o realizada por mais de um tradutor em que haja a necessidade de compatibilidade de elabora o entre as diversas partes de um trabalho Por outro ngulo ainda que seja um recurso desej vel por tradutores que fazem uso das mem rias em especial para padroniza o de suas tradu es nem sempre existe um 179 consenso entre tradutores usu rios de mem rias sobre a adequa o de uma tradu o para um segmento como demonstra um estudo conduzido por Merkel 1998 professor e pesquisador do Departamento de Inform tica e Ci ncias da Computa o da Universidade Link ping Su cia O referido estudo enfocou como tradutores de uma determinada especialidade textual avaliam as tradu es de frases recorrentes em diferentes contextos Para preparar o material textual Merkel aplicou algumas ferramentas para detectar e alinhar frases e express es recorrentes na rea de atua o dos tradutores pesquisados Depois aplicou um question rio a treze tradutores contratados por uma fabricante de software para tradu es de seus manuais com o aux lio de sistemas de mem rias Uma das perguntas elaboradas dizia respeito prefer ncia desses tradutores por uma determinada tradu o de um segmento de origem em dois contextos diferentes Os tradutores consultados por Merkel 1998 p 145 apontaram para a necessidade de avaliar as tradu es oferecidas pela mem ria no contexto de que passariam a fazer parte Para esses tradutores a
34. an lise o Trados realiza tamb m a tradu o autom tica do texto de origem seja com base nos dados terminol gicos armazenados no MultiTerm ou pela 123 incorpora o de um programa de tradu o autom tica da mesma forma que o Wordfast Esse recurso rotineiramente utilizado por ag ncias ou contratantes de servi os de tradu o que possuem o sistema Trados para se desobrigarem do pagamento por palavras e segmentos traduzidos anteriormente O pagamento integral da tradu o concedido somente para casos de no match ou n o correspond ncia entre o conte do do texto de origem a ser traduzido e as unidades de tradu o da mem ria O sistema tamb m pode ser ajustado para considerar ocorr ncias de fuzzy match ou correspond ncia parcial na tradu o autom tica do texto Nos casos em que s o identificadas palavras com a porcentagem de semelhan a selecionada um ndice que geralmente varia de 75 a 99 a remunera o tamb m sofre decr scimo correspondente ao grau de semelhan a entre a palavra ou segmento a serem traduzidos e aquela ou aquele recuperados da mem ria Um ndice de semelhan a sugerido pelo manual do Trados de 95 considerado adequado para recuperar segmentos que apresentem pequenas diferen as como de pontua o por exemplo Se o ndice de semelhan a muito inferior o sistema pode inserir segmentos com pouca semelhan a ao segmento de origem o que pode gerar confus o e um excessivo trabalh
35. antes do in cio da tradu o A cada novo projeto de tradu o o tradutor necessita realizar algumas configura es necess rias para operar o sistema incluindo a escolha das l nguas de trabalho a indica o dos arquivos que ser o utilizados como refer ncia para pesquisa e reutiliza o e o estabelecimento das regras de segmenta o para o trabalho a ser executado Essas configura es ser o tratadas em detalhes no item de introdu o mem ria Transit Cada sistema de mem ria trata os arquivos de origem de modo pr prio por meio de filtros espec ficos de cada sistema Os filtros atuam durante o procedimento de importa o de textos e t m a fun o de converter o formato do documento de origem em um outro que seja leg vel pelo sistema mantendo as configura es originais intactas ainda que n o vis veis ao tradutor Eles oferecem tamb m a possibilidade de armazenar arquivos com extens o tmx 110 translation memory exchange um formato de arquivos intercambi vel entre mem rias diferentes que determina o modo como os segmentos de um texto s o definidos e alinhados nas mem rias possibilitando a transfer ncia de um arquivo para sistemas que admitem esse padr o Essa extens o permite por exemplo que uma mem ria de tradu o criada pelo sistema Trados ou at pelo Transit seja importada para uso no Wordfast e vice versa Conforme esclarece Bowker 2002 o objetivo do emprego da extens o tmx facilita
36. aplicativos de alta tecnologia da empresa norte americana Microsoft De acordo com o relato de Cronin a pol tica de padroniza o lingu stica dos produtos para o mercado externo reflete a vis o do s cio fundador dessa empresa Bill Gates para o qual o trabalho de localiza o seria apenas um processo lingu stico entendido como facilmente control vel e pass vel de automa o Relegada s margens da aten o comercial a localiza o planejada e executada de forma a n o interferir no planejamento empresarial por isso a imposi o da automa o como forma de garantir alta produtividade em prazos cada vez menores CRONIN 2003 p 62 A expectativa de se alcan ar a uniformiza o da produ o textual de origem para tradu o para outras l nguas a fim principalmente de reduzir os investimentos financeiros feitos para o lan amento de um produto no exterior tornaria as ferramentas autom ticas e semi autom ticas de tradu o atraentes por serem divulgadas como solu es eficazes para o 51 problema da diversidade lingu stica e cultural Na vis o de Pym a pr tica de simplifica o da l ngua de origem especificamente para a localiza o acentuaria a assimetria entre aqueles que produzem e os que consomem esses bens gerando uma segunda divis o tecnol gica n o mais entre aqueles que possuem e os que n o possuem m quinas mas entre os usu rios ativos e passivos da l ngua Na verdade as formas mais con
37. are tending to avoid the use of such devices The effect is a more technical style and sometimes a less readable text 172 sobretudo a coer ncia no uso terminol gico justamente pelo fato de os sistemas de mem ria tratarem os termos e as frases armazenadas em seus bancos de dados como correspondentes bilfngues indexados como em um dicion rio eletr nico J no que diz respeito prefer ncia por frases curtas como defende a tradutora e pesquisadora dinamarquesa Else Mogensen 2000 seria ilus rio atrelar a facilidade de leitura e compreens o extens o das frases que comp em o texto traduzido visto que se as frases s o curtas demais inibimos o processo de leitura e ainda mais o processo de compreens o porque impedimos o fluxo de informa es assim diminuindo a flu ncia da compreens o O leitor perde o senso de contexto p 31 O leitor a que Mogensen se refere n o somente o leitor do texto traduzido mas tamb m o leitor tradutor que ao se concentrar no desmembramento do texto em frases e express es fixas acaba igualmente perdendo a no o de como o texto vai ser utilizado J o contexto a que a tradutora se refere seria compartimentado quase nos mesmos limites dos recursos de segmenta o dos sistemas de mem ria restringindo a interpreta o do leitor a estruturas frasais em vez do texto como um todo Levado s ltimas consequ ncias o uso instrumental da l ngua como um incremento produtividad
38. armazenagem de quinhentas mil unidades de tradu o com a possibilidade de um incremento de capacidade de outras duzentas milh es de unidades com a instala o do complemento Wordfast Server Na etapa de pr tradu o o sistema Wordfast requer a sele o dos arquivos de mem rias a serem consultados pelo sistema Esses arquivos cont m o banco de dados compilado em formato txt e s o geralmente nomeados segundo as dire es da l ngua de origem para a l ngua alvo a fim de orientar a consulta da mem ria pelo sistema A cada novo trabalho de tradu o o tradutor pode criar um novo arquivo para a mem ria ou selecionar uma mem ria existente e com a qual trabalhar ou seja um arquivo no qual o sistema realizar a pesquisa terminol gica e para onde ser o enviadas as unidades de tradu o produzidas a partir do trabalho desenvolvido O comando Reorganise reorganizar exibido na figura seguinte realiza a invers o da dire o das l nguas de origem e alvo do arquivo de mem ria permitindo a consulta s unidades de tradu o segundo o interesse do tradutor Na sele o do arquivo de uma mem ria de tradu o s o apresentadas informa es como a data de cria o as iniciais do respons vel pela cria o da mem ria e as l nguas de origem e alvo da mesma Essas informa es denominadas atributos s o teis no controle das modifica es da mem ria quando autorizado e na identifica o do autor da tradu o de um determ
39. arquivo de destino Os dois arquivos de extra o assim gerados s o ent o abertos pelo recurso Plus Align da ferramenta Plus Tools O acionamento do comando Align alinhar faz com que os segmentos dos arquivos de origem e de destino sejam exibidos em um nico arquivo lado a lado em uma tabela conforme demonstrado a seguir Assim dispostos os segmentos de origem e da tradu o podem ser revisados e ajustados manualmente pelo tradutor e importan ors uality such as e sua influ ncia na ana de a car Principais parametros que afetam diretamente o custo operacional agricola Figura 6 O recurso Plus Align alinha os segmentos extra dos de textos de origem e tradu o em uma tabela ou os disp em lado a lado Os segmentos pareados com o Plus Align podem ser exibidos de maneira integral ou somente em seus primeiros quarenta caracteres facilitando a visualiza o pelo tradutor Como a revis o e o ajuste do alinhamento s o feitos pelo tradutor no ambiente do Word os recursos de pesquisa e substitui o desse aplicativo podem ser utilizados para auxiliar nessas tarefas Os segmentos alinhados s o mantidos no Word e na mesma janela do Plus Align o comando Create TM criar mem ria de tradu o pode ser acionado para criar um arquivo de mem ria com base nos segmentos de textos alinhados O tradutor pode adicionar esses segmentos mem ria do pr prio Wordfast ou export los no formato TMX para serem fundidos em
40. arquivos assim como o Wordfast e o Transit a pr xima ferramenta a ser analisada Nos exemplos anteriormente discutidos para trabalho com o Trados o arquivo para tradu o foi apresentado em Word extens o doc Atualmente em especial devido diversidade dos meios de comunica o e propaga o de informa es o tradutor recebe arquivos em formatos variados que podem variar de p ginas de internet em extens es html jsp inc a arquivos de editora o eletr nica como o FrameMaker em extens o xml ou sgml Para textos com essas extens es o Trados disponibiliza a ferramenta TagEditor projetada para tradu o e edi o de textos com tags marcadores especiais que delimitam o in cio e o fim de um segmento e indicam suas Ferramenta de cria o e publica o de documenta o t cnica e interativa em v rios idiomas produzida produzida pela empresa norte americana de software Adobe 129 formata es De acordo com o manual do Trados textos com marcadores auxiliam tanto a autoria quanto a tradu o de textos pois identificam elementos importantes do texto produzido como um cabe alho ou um par grafo com o objetivo de formatar indexar e vincular as informa es ao texto A figura a seguir apresenta uma p gina eletr nica em formato html para tradu o com o TagEditor A pr xima figura exibe como s o apresentadas as informa es de formata o e o texto entre elas 0 TRADES Tags TAS Su For Es
41. as na terminologia de muitas reas cient ficas e t cnicas e com elas tornou se primordial implantar meios de padronizar a tradu o de termos especializados para outras l nguas assim como o grande volume gerado de recursos de informa o e pesquisa A concep o dos primeiros bancos de dados terminol gicos de grande escala no in cio ainda na d cada de setenta como o Eurodicautom e o Termium foi um passo significativo nas t cnicas de investiga o terminol gica em tradu o n o s fornecendo informa es sobre os termos pesquisados mas tamb m pelos dispositivos oferecidos para compila o de dicion rios e gloss rios terminol gicos para a produ o de gloss rios para tradu o auxiliada por m quina e para acesso direto on line a bancos de dados terminol gicos multil ngues e a textos j traduzidos por meio de ndices de localiza o de arquivos HUTCHINS 2005 p 291 Bancos de dados terminol gicos para uso individual foram oferecidos para acesso p blico somente na d cada de oitenta e juntamente com o surgimento dos computadores pessoais constitu ram um dos primeiros conceitos de ferramenta para aux lio tradu o que emulavam a concep o das bases de dados citadas Entretanto como explica Bowker 2002 os bancos eram bastante limitados uma vez que funcionavam em um s computador e sem gt Base de dados multil ngue da Uni o Europeia que esteve em funcionamento at 2007 e que permitia
42. as pesquisas para determina o de correspond ncias bil ngues s o realizadas com o aux lio de algoritmos de busca que comparam o novo texto com o banco de dados com a finalidade de localizar unidades de tradu o id nticas ou semelhantes ao segmento de origem sendo traduzido Segundo Somers 2003 o atributo mais importante das mem rias de tradu o seria sua capacidade de combinar uma frase a ser traduzida com o conte do armazenado no banco de dados Tomando seus estudos sobre projetos de sistemas de mem rias Somers explica que em todos os sistemas a busca por correspondentes seria baseada no grau de semelhan a da s rie de caracteres que formam uma palavra n o existindo nenhum componente de an lise sem ntica dos segmentos O conceito de compara o de s ries de caracteres a mesma f rmula aplicada em corretores ortogr ficos sendo tamb m conhecida como Dist ncia de Levenshtein em refer ncia ao matem tico russo que a desenvolveu A referida dist ncia entre caracteres representaria uma medida do n mero m nimo de inser es apagamentos e substitui es necess rias para modificar uma segu ncia de letras em outra SOMERS 2003 p 38 Uma pequena dist ncia na edi o entre duas s ries de letras seria indicativa da semelhan a entre elas Na literatura sobre mem rias de tradu o a compara o de s ries de caracteres tem sido uma medida til para avalia o da utilidade das correspond ncia
43. autom ticos O relat rio ALPAC considerado uma esp cie de linha divis ria entre um per odo de euforia em rela o aos primeiros e restritos resultados de tradu o autom tica e a interrup o das pesquisas subsidiadas pelo governo dos Estados Unidos conforme relatado na literatura da rea HUTCHINS SOMERS 1992 HUTCHINS 1995 1997 2001 2007 AUSTERMUHL 2001 MARTINS NUNES 2005 As conclus es apresentadas por esse relat rio redefiniram e redirecionaram as linhas de pesquisa em aplica o de automa o em tradu o a partir da d cada de setenta embora a maioria dos pesquisadores e patrocinadores dos projetos desenvolvidos a partir daquela poca tenham persistido no ideal de acesso ao significado em l ngua estrangeira sem media o humana As pesquisas da era p s ALPAC voltaram se para projetos de sistemas autom ticos que envolvessem assist ncia humana estritamente na p s edi o da produ o traduzida para a elabora o de modelos te ricos que pudessem contribuir ao aprimoramento dos m todos de automa o e para o desenvolvimento de ferramentas eletr nicas de tradu o Todos esses projetos partiam de uma suposta tradu o rudimentar rough translation produzida de modo autom tico e carecendo exclusivamente de lapida o estil stica pelo tradutor humano 5 Fully Automatic High Quality Translation 55 conforme esclarece Hutchins 2001 um dos te ricos mais representativos do pensamento
44. can be encouraged by the weightlessness of the words on the screen with their evanescent existence 61 t cnico como manuais n o ser constitu do apenas por termos especializados os quais s o armazenados na mem ria do programa e dela recuperados de forma imbat vel mas em uma frequ ncia muito maior por palavras de uso corrente consideradas n o t cnicas Na constru o do sentido o trabalho de revis o elaborado pelo tradutor envolve necessariamente a tradu o dessas ocorr ncias e sua adequa o aos termos traduzidos de forma autom tica Denominado p s edi o o trabalho do tradutor em mais esse segmento desvalorizado Uma situa o que evidencia o emprego de tradutores especificamente para a tarefa de revis o da tradu o autom tica de textos t cnicos constatada em empresas transnacionais como a fabricante de m quinas e equipamentos para constru o Caterpillar De acordo com um estudo de caso elaborado por Lockwood 2000 essa empresa foi a pioneira na implanta o de regras de controle de reda o de seus textos de origem manuais para aplica o de automa o na tradu o desse material para as diversas l nguas dos pa ses para os quais seus produtos s o exportados Conforme relata mais da metade da produ o de equipamentos para constru o da Caterpillar voltada a pa ses emergentes onde a empresa opera por meio de representantes e distribuidores por isso fornecer informa e
45. contratante de um trabalho sem remunera o espec fica muitos tradutores tornam se reticentes Em um levantamento de declara es de tradutores no f rum de discuss o Translator s Caf em face da quest o Voc fornece ao cliente a mem ria de tradu o com trabalhos muitos informam que s o fazem quando solicitado pelo contratante especialmente se houver possibilidade de conseguir novos trabalhos A maioria dos participantes do f rum declara que por serem deles os esfor os para constru o da mem ria deles tamb m seriam os direitos sobre esta Com rela o a essa pr tica Wallis 2006 comenta que interessante observar entretanto que embora os tradutores possam relutar em ceder suas mem rias de tradu o a seus clientes alguns est o permutando esses bancos de dados com outros tradutores Esse fato levanta a quest o se esse tipo de interc mbio apropriado devido confus o atual em rela o propriedade dos bancos de dados WALLIS 2006 p 19 grifo meu 14 Os diferentes pontos de vista dos tradutores que integram a lista de discuss o do site Translator s Caf podem ser lidos na ntegra em lt http www translatorscafe com cafe MegaBBS thread view asp threadid 488 amp start 61 gt Acesso em 23 maio 2009 S Tt is interesting to note however that while translators may be reluctant to give TMs to their clients some of them are exchanging these databases with other translators This rai
46. da rea A ideia de que a automa o poderia conduzir a tradu es estilisticamente imperfeitas mas capazes de conferir acesso a um conte do em uma l ngua estrangeira depositado no texto de origem e nele mecanicamente decifr vel mostra se prevalente na literatura e nas propostas de projetos de tradu o autom tica nas ltimas d cadas Por essa vis o textos traduzidos de maneira autom tica atenderiam a duas necessidades diferentes que como relata Hutchins 2007 determinariam o emprego ou n o do tradutor especificamente para o trabalho de revis o ou p s edi o da produ o da m quina existem basicamente dois tipos de demanda H a necessidade tradicional de tradu es de qualidade public vel particularmente a produ o de documenta o multil ngue para grandes empresas Aqui a produ o dos sistemas de tradu o autom tica pode economizar tempo ao oferecer esbo os de tradu es que s o depois editadas para publica o esse modo de uso denominado tradu o autom tica auxiliada por humanos HAMT Entretanto o que frequentemente necess rio n o uma vers o perfeitamente exata mas algo que possa ser produzido rapidamente s vezes imediatamente que transmita a ess ncia do original embora gramaticalmente imperfeito lexicalmente desajeitado e estilisticamente grosseiro Este em geral denominado tradu o autom tica para assimila o em contraste com a produ o de tradu es
47. damaged CDs Keep the loading slot free of foreign you could damage the CD player When using materials liquids and debris the CD player use only CDs in good condition Do not use scratched or damaged discs without any label load one CD at a time and keep the CD player and the loading slot free of foreign materials liquids and debris O texto de origem n o controlado faz uso dos recursos de parataxe e hipotaxe em sua composi o ao passo que o texto regulado composto somente por ora es absolutas com orienta es concisas O emprego de um menor n mero de palavras e frases mais curtas seria um meio de garantir a redu o dos custos da tradu o de duas formas primeiramente pela 46 diminui o do n mero de palavras a serem traduzidas o que reduziria a remunera o do tradutor e em segundo lugar pelo aumento das chances de reaproveitamento de segmentos anteriormente traduzidos e armazenados na mem ria que em geral n o s o remunerados quando recuperados desses bancos de dados Um exemplo estaria na estrat gica substitui o do termo CD por disco o que permitiria a reutiliza o parcial ou mesmo total desse material textual como refer ncia a DVDs O foco na delimita o do uso de recursos lexicais e sint ticos na remo o das especificidades textuais e na padroniza o do material de origem s o algumas das pr ticas adotadas durante o processo de internacionaliza o As a es planejadas para ess
48. e definidas pelos sistemas empregados como por exemplo os marcadores tags que indicam os pontos de in cio e fim de termos ou trechos dos textos de origem e de tradu o Os pares de trechos de texto de origem e de suas tradu es s o ordenados de forma a compor uma lista que constitui de acordo com Bowker 2002 p 46 um corpus paralelo ou um bi texto um conjunto bil ngue alinhado de textos de origem e suas tradu es Os bancos de dados dos sistemas de mem rias de tradu o constituem enormes gloss rios terminol gicos e fraseol gicos que podem ser reunidos em um nico arquivo ou divididos em v rios arquivos classificados segundo a rea de trabalho o cliente do trabalho e 85 outros crit rios definidos pelo tradutor usu rio A possibilidade de formar um banco de dados a partir do alinhamento de textos de origem e suas tradu es representa um segundo est gio na evolu o dos recursos de pesquisa empregados pelo tradutor segundo constata o de Cabr Castellv 2006 A organiza o dos bancos terminol gicos a partir dos textos de que fazem parte representaria um avan o em rela o aos primeiros recursos de registro de dados em que itens lexicais eram agrupados de modo descontextualizado raras vezes acompanhando um exemplo de utiliza o J os bancos de dados formados do alinhamento de textos de origem e suas tradu es comporiam um material rico em refer ncias uma vez que os bancos de textos aprese
49. encourages translators to work fast and often uncritically with the previously translated segments 162 A conclus o de uma tradu o auxiliada por sistemas de mem rias resulta na produ o e no armazenamento de novos segmentos no banco de dados comumente fornecido com o trabalho traduzido A exig ncia de fornecimento do produto da tradu o juntamente com os dados compilados com base no trabalho desenvolvido acaba banalizando e at extinguindo a propriedade intelectual tanto por parte do cliente como do tradutor O tradutor abdica do produto da pesquisa terminol gica realizada para um trabalho de tradu o assim como abre m o do seu estilo de escrita A mem ria fornecida com a tradu o realizada quase sempre reutilizada em outros trabalhos possivelmente elaborados por outros tradutores que por sua vez acabam sendo obrigados a adotar as op es de tradu o e at o estilo de escrita de tradutores anteriores a eles J o cliente que fornece ao tradutor a mem ria para um trabalho visando a agiliz lo e reduzir seus custos pode estar criando um precedente para que uma terminologia desenvolvida especificamente para um produto a ser lan ado seja facilmente acessada por empresas concorrentes Para evitar quebra de sigilo praxe clientes celebrarem acordos de confidencialidade com os tradutores contratados Entretanto devido facilidade e rapidez com que a informa o em formato digital pode ser fragmentada e compa
50. estimar para a fus o das Companhias Bulh es e E Torta de filtro res duo produzido durante a opera o de clarifica o do cal 4 produ o de torta vari vel 0 a 45 kg t de cana mo da poss vel estimar para a fus o das 2 usinas uma rea de a Atualmente na Usina Bom Jesus ambos os res duos s o dirt Atrav s da quantidade de alcool produzida na ltima safra O valor de 279 mil m3 informado pela empresa sugere a ad Mantida a dilui o do efluente a aplica o em 620 ha de so Indicadores de utiliza o da m o de obra rural 4 TABELA 10 contempla o indicador da m o de obra rural u TABELA 10 ndice de produtividade da m o de obra rural Rendimento do corte manual ndice de absente smo do corte O baixo ndice de rendimento no corte manual sugere entre PROCESSOS DE PRODU O Com base na planilha de custo padr o abril de 2007 da planilha foram incorporadas algumas pr ticas normalmen The operation named fertirrigation preferably executed durir It is possible to estimate for the merge of the companies Bulk Filter cake residue produced during juice clarification operation Filter cake production varies from O to 45 kg g of milled cane It is possible to estimate an application area of about 20 of Presently at Usina Bom Jesus both types of residue are direci Based on the amount of alcohol produced in the past season The figure of 279 thousand m3 informed by the company sug l Having maintained th
51. expans o da dissemina o da informa o pela internet imp s novas exig ncias pr tica de tradu o tanto com rela o ao crescimento de sua necessidade quanto diminui o de seu tempo de produ o Segundo a ordem mercadol gica atual o com rcio internacional preferencialmente concretizado se as informa es na l ngua de origem forem oferecidas nas l nguas traduzidas concomitantemente ao lan amento do produto A fim de atender principalmente demanda de urg ncia de seus servi os e manterem se competitivos tradutores que prestam servi os para esse segmento cada vez mais est o lan ando m o das ferramentas tecnol gicas de aux lio tradu o em especial os sistemas de mem rias de tradu o 28 Neste cap tulo apresenta se um panorama das rela es lingu sticas no mundo globalizado via internet refletindo se sobre suas influ ncias para a pr tica de tradu o na contemporaneidade Pela descri o das principais mudan as no modo como a tradu o contratada e pela apresenta o de algumas das exig ncias de produ o impostas pelo atual ritmo econ mico procura se justificar a implementa o de algumas ferramentas adotadas pelo tradutor para suprir a demanda por tradu o 1 1 Traduzindo o ingl s global algumas considera es sobre as tecnologias de informa o contempor neas e suas rela es com a tradu o Os rumos conferidos nas ltimas tr s d cadas economia mundial com o d
52. final De acordo com as informa es apresentadas na p gina eletr nica da empresa SDL International dispon vel em www trados com o Trados comercializado como uma solu o para atuar nas reas de tradu o como um sistema de mem ria de globaliza o para gerenciamento de conte dos multil ngues em documentos bancos de dados aplicativos e outras fontes e de terminologia gerenciamento e controle Segundo a pesquisa conduzida por Rieche 2004 dentre os tradutores que utilizam sistemas de mem rias o Trados o 2 ver por exemplo Benis 1999 Esselink 2000 Austermiihl 2001 Nogueira 2002 e Pym et al 2006 8 O referido artigo uma vers o atualizada do original publicado em 2003 na revista Hieronimus da Associa o Su a de Tradutores Termin logos e Int rpretes ASTTI 121 sistema mais adotado uma consagra o que se deve segundo um question rio aplicado a usu rios de mem rias pela pesquisadora recomenda o feita por muitos clientes de tradu o para que seus fornecedores de tradu o a adotem p 22 Diferentemente do Wordfast que se apresenta em uma nica vers o como uma ferramenta aberta e universal direcionada a tradutores aut nomos o Trados comercializado em dois diferentes pacotes de ferramentas que buscam atender a necessidades de tradutores aut nomos vers o Freelance e de ag ncias de tradu o vers o Professional esta com um n mero maior de recurs
53. frasais ou par grafos que lhe antecedem ou sucedem Uma poss vel exacerba o do efeito do tratamento do texto de forma fragmentada por meio de segmentos descont nuos conjuga o interc mbio de mem rias entre tradutores e os esfor os para reaproveitamento desses conte dos como forma de acelerar o trabalho Segmentos provindos de diferentes contextos pareados com as tradu es realizadas por diferentes tradutores s o reunidos e formam o que B dard 2000 p 45 qualifica como uma salada de frases Essa opera o para utiliza o da mem ria iria de encontro a uma das principais justificativas para seu uso a coer ncia textual Sempre que o tradutor se esfor a para reaproveitar ao m ximo o conte do da mem ria de que disp e ele pode estar correndo o risco de empregar equivocadamente termos trechos de segmentos e at frases inteiras no texto traduzido Ademais se a mem ria utilizada tiver sido formada a partir da produ o de outros tradutores os segmentos nela contidos n o deixar o de refletir os diferentes estilos de seus tradutores possivelmente resultando em um texto traduzido repleto de disparidades definidas por Deslile 2006 p 162 como incoer ncias estil sticas e discord ncias que afetam o trabalho traduzido Quando comparada ao original a tradu o demonstra falta de unidade lingu stica estil stica e tonal entre outras A mem ria como refer ncia mais acess vel e muitas vezes oferecida como a base
54. independ ncia de espa o No cen rio da modernidade l quida caracterizada por Bauman 2001 a tradu o experimenta crescente demanda alimentada pelas mudan as na produ o e veicula o da informa o O crescimento da contrata o de tradu es de materiais textuais em diversas especialidades para publica o quase imediata em meio eletr nico justifica se primordialmente por interesses mercadol gicos em escala global e pelo desejo de acesso ao Outro que a internet em particular parece despertar em seus usu rios No mbito da pr tica tradut ria com textos em formato eletr nico progridem a busca e o desenvolvimento de recursos que permitam ao tradutor realizar um trabalho da maneira mais eficaz poss vel nos prazos determinados pelo mercado contratante Nesse segmento de tradu o o formato digital do texto de origem possibilita a aplica o de ferramentas de aux lio tradu o J em outros campos de atua o do tradutor em que os textos de origem s o fornecidos impressos o emprego dessa tecnologia fica impossibilitado ou subordinado utiliza o de leitores pticos para digitaliza o dos textos Um exemplo de um segmento de tradu o que n o lida com textos de origem em formato digital o da tradu o juramentada cuja praxe consiste no fornecimento desses textos em formato impresso 16 Rapidez de produ o parece ser a m xima para o tradutor que deseja atuar no competitivo mercado em
55. instalado o Trados semelhantemente ao Wordfast comunica se com o Word por meio de uma m scara que quando ativada com a exibi o da barra de ferramentas da mem ria no processador de textos habilita no teclado os comandos espec ficos das fun es do sistema de mem ria de tradu o Al m da interface Trados e Wordfast assemelham se por copiarem no Word uma s rie de macros ou combina es de teclas que substituem sequ ncias longas de comandos e que s o usadas repetidamente na tradu o do texto de origem Um exemplo est na combina o entre as teclas Alt e para o Wordfast ou Alt e para o Trados que simultaneamente encerram um campo aberto de tradu o gravam a unidade de tradu o formada na mem ria e abrem um novo campo para a tradu o do pr ximo segmento Quando a tradu o realizada com o aux lio do Trados ou do Wordfast tem se a impress o de que se est trabalhando somente com o Word modificado pela presen a de dois pain is de cores diferentes que se abrem um que hachura o texto de origem e outro que marca o campo para a inser o da tradu o e dos diferentes comandos acionados para aceitar uma sugest o da mem ria ou para salvar a tradu o e passar para o outro segmento por exemplo 126 Conforme disp e o manual do Trados o trabalho integrado entre o Translator s Workbench e o MultiTerm oferece reconhecimento autom tico da terminologia durante a tradu o O gerenciador da mem ria MultiT
56. lise os manuais em l ngua inglesa uma vez que somente o Wordfast contava com a tradu o para o portugu s do Brasil A an lise tamb m baseou se em minha experi ncia como usu ria dos sistemas Wordfast e Trados e do treinamento que realizei para utiliza o do sistema Transit O estudo proposto n o visa a avaliar o funcionamento de cada um desses sistemas e nem propor alguma forma de classifica o com o intuito de eleger aquele que seria mais adequado para o trabalho de tradu o Conforme amplamente divulgado por trabalhos anteriores sobre os sistemas de mem rias entre eles Esselink 2000 Austermiihl 2001 Bowker 2002 Nogueira e Nogueira 2004 e Rieche 2004 a escolha de um sistema sempre depender do tipo de trabalho e muitas vezes de prefer ncias pessoais do tradutor O foco principal do exame proposto verificar como os recursos de segmenta o de alinhamento e de compartilhamento e de recupera o de dados s o apresentados aos usu rios de cada um dos sistemas de mem ria para que sejam reunidos subs dios para an lise das propostas e particularidades de cada ferramenta bem como as aplica es espec ficas de cada uma Com base nas etapas envolvidas em um trabalho de tradu o com o uso das mem rias ser o examinados a seguir os recursos b sicos oferecidos pelos tr s sistemas divididos em tr s itens principais segmenta o textual text segmentation alinhamento textual text alignment e correspond
57. mais confi vel ao tradutor tem efeito em sua produ o Como salientam Bowker e Barlow 2008 mesmo que uma sugest o recuperada da mem ria n o seja a mais apropriada para o 177 tradutor para a tradu o de um determinado segmento ela pode acabar influenciando suas escolhas na elabora o da tradu o pois como defendem ap s o tradutor ter visto uma sugest o do banco de dados pode ser dif cil pensar em outra forma de expressar aquele pensamento assim ele pode utilizar a tradu o sugerida mesmo se ela n o se adequar de modo coerente ao texto como um todo BOWKER BARLOW 2008 p 79 A press o dos prazos a que o tradutor se submete para realizar um trabalho pode constituir um agravante para a ado o de sugest es apresentadas pela mem ria que primeira vista pare am suficientemente apropriadas no contexto restrito pela segmenta o em que o tradutor trabalha A falta de experi ncia t cnica do tradutor com o sistema que utiliza tamb m pode interferir nas escolhas que far para elaborar o texto traduzido da mesma maneira que nos casos em que o tradutor n o conta com conhecimento suficiente da especialidade em que esteja atuando De acordo com os resultados de uma pesquisa conduzida por Bowker 2004 p 182 um tradutor novato pode n o ter a confian a para questionar a adequa o de uma proposta especialmente se o emprego do sistema de mem ria foi exigido pelo cliente ou pela empresa Com base nas a
58. meio eletr nico especialmente na ind stria da localiza o respons vel pela adequa o lingu stica e cultural de produtos e servi os para os mercados em que ser o comercializados ESSELINK 2000 O projeto de ferramentas tecnol gicas capazes de lidar com as exig ncias de produ o em larga escala na transmiss o de informa es para diferentes l nguas representa uma tentativa de munir o tradutor de meios que idealmente facilitariam seu trabalho e ao mesmo tempo lhe confeririam agilidade para o cumprimento de prazos Na vis o do te rico da tradu o Michael Cronin 2003 a busca e a incorpora o de ferramentas pr tica tradut ria na atualidade n o representaria uma ruptura com os meios empregados pelo tradutor anteriormente s mudan as tecnol gicas vividas nos ltimos anos Conforme defende as ferramentas n o s o simplesmente um adjunto conveniente atividade dos tradutores mas s o centrais s defini es do que fazem e do que sempre fizeram p 3 De forma geral pode se dizer que as necessidades vividas em cada poca ditam os tipos de recursos desenvolvidos para serem aplicados pr tica profissional A concep o de uma ferramenta fundamenta se nas expectativas sustentadas para o desenvolvimento de uma determinada tarefa em um tempo espec fico especialmente de forma a reduzir o esfor o exigido para sua consecu o Na tradu o dicion rios monol ngues e bil ngues s o conhecidos como ferr
59. mem rias de outros sistemas como o Trados que ser introduzido a seguir 120 2 2 2 A tradu o com o Trados recursos de aux lio ao tradutor e de gerenciamento terminol gico O sistema de mem ria Trados foi concebido nos anos oitenta por Mochen Hummel e Iko Knyphausen ex alunos da Universidade de Stuttgart Alemanha que vislumbravam utiliz lo para comercializar servi os de tradu o empresa norte americana IBM Tendo alcan ado uma receptividade bastante positiva em sua concep o inicial o Trados foi aprimorado e passou a ser comercializado em diferentes partes do mundo e em 2005 a empresa que o desenvolveu foi adquirida pela SDL International uma concorrente comercializadora de produtos e servi os de gerenciamento de informa es em diferentes l nguas Atualmente a lideran a da SDL no mercado de presta o de servi os de tradu o amplamente divulgada tanto pela p gina eletr nica do fabricante como pela literatura referente aplica o de mem rias em tradu o Em um artigo traduzido para o espanhol e publicado na Revista dos Tradutores P blicos da Cidade de Buenos Aires Sauron 2006 atribui o sucesso do Trados ao fato de este constituir um sistema de mem ria de tradu o que pode funcionar como uma simples ferramenta de assist ncia ao tradutor at um recurso de administra o de todo o processo de tradu o servindo de aux lio desde a recep o do documento at sua entrega ao destinat rio
60. modo a preocupa o em incrementar os segmentos nele pareados pode influenciar a pr pria composi o de uma tradu o em um processo c clico sempre visando futura reutiliza o da mem ria O reaproveitamento de tradu es passadas como ferramenta para o in cio de um novo trabalho o principal atributo dos sistemas de mem rias divulgado na literatura como uma forma de alavancagem de um novo trabalho de tradu o conforme alus o de Bowker 2002 que assim justifica a vantagem do uso das mem rias de tradu o embora a l ngua seja din mica bastante repetitiva e as pessoas frequentemente utilizam express es iguais ou semelhantes para comunicar ideias parecidas O volume de tradu o est crescendo e a maioria dos tradutores j passou pela experi ncia de ser contratado para traduzir um texto contendo passagens que eles ou seus colegas j traduziram em ocasi es anteriores BOWKER 2002 p 93 grifos meus A pressuposi o de um grau consider vel de repeti es no texto de origem bem como a recorr ncia de express es e frases em trabalhos posteriores de uma mesma rea constituiria para Bowker e conforme a literatura da rea o principal atrativo dos sistemas de mem ria Segundo esse pensamento os sistemas de mem rias de tradu o representariam um avan o na maneira como os tradutores aproveitam trabalhos anteriores que no passado eram muitas 3 Although language is dynamic it is
61. na internet desde 1998 desenvolvido pela Dire o de Terminologia e Ind strias da L ngua DTIL rg o filiado Uni o Latina e que se ocupa em promover a difus o das l nguas latinas nas infovias revela o dom nio do ingl s nas p ginas eletr nicas indexadas por diferentes motores de busca da internet Conforme demonstra uma das tabelas que re ne dados relativos aos anos em que foi conduzida a pesquisa a l ngua inglesa vem mantendo ao longo dos anos uma posi o bastante privilegiada em rela o s demais l nguas latinas contempladas pelo estudo INGLES 75 60 52 50 49 45 45 45 ESPANHOL 2 53 4 79 5 50 5 80 5 31 4 08 4 60 3 80 FRANCES 2 81 4 18 4 45 4 80 4 32 4 00 4 95 4 41 PORTUGUES 0 82 2 25 2 55 2 81 2 23 2 36 1 87 1 39 ITALIANO 1 50 2 62 3 08 3 26 2 59 2 66 3 05 2 66 ROMENO 0 15 0 21 0 18 0 17 0 11 0 11 0 17 0 28 ALEM O 3 75 2 85 6 75 7 21 6 80 7 13 6 94 5 90 CATAL O 0 14 DEMAIS 13 44 22 20 23 68 25 97 29 65 31 32 33 43 36 54 Tabela 1 Evolu o das l nguas nas p ginas da internet entre 1998 e 2007 Dispon vel em lt http ditl unilat org LI 2007 resultados fr htm gt Acesso em 2 ago 2008 Observa se que a queda apresentada no n mero de p ginas em ingl s ao longo dos anos do estudo gradativa at estacionar se a partir de 2004 Em compara o ao ano inicial da pesquisa o decl nio do ingl s compensado pelo aumento da presen
62. nesta tese investigam se os pressupostos te ricos que sustentam os projetos dessas ferramentas tecnol gicas de tradu o analisando se tanto as contribui es que elas t m proporcionado ao tradutor como algumas das quest es que procedem do modo como a profiss o concebida como resultado do uso dos recursos por elas disponibilizados Para fomentar a an lise proposta foram examinados os recursos pressupostos como dinamizadores do trabalho do tradutor principalmente pelas fun es de segmenta o do texto de origem alinhamento de tradu es e pelo processo de correspond ncia textual dispon veis em tr s sistemas de mem ria o Wordfast o Trados e o Transit O estudo dos projetos e dos recursos disponibilizados por essas ferramentas auxiliou a an lise sobre o envolvimento do tradutor com a tradu o quando esse profissional integra um processo maior de produ o e distribui o de informa es para p blicos situados nos mais diversos locais do mundo A partir dessa an lise procedeu se ao levantamento de quest es que parecem estar s margens da literatura da rea como a imagem formada sobre compet ncia tradut ria na atualidade a quest o tica que permeia as rela es entre tradutor tradu o e tradutor cliente e a concep o do que envolveria o trabalho do tradutor que aceita realizar um trabalho parcialmente automatizado Palavras chave tradu o ferramentas de aux lio tradu o sistemas de mem rias de tradu
63. nguas traduzidas em rela o quelas concebidas como originais Por um outro ngulo quando admitimos a posi o privilegiada que a l ngua inglesa ainda ocupa em rela o s demais l nguas envolvidas no processo da globaliza o necessariamente temos que considerar o papel que a tradu o desempenha nos v rios sentidos em que ela se realiza l ngua inglesa para as demais l nguas demais l nguas para l ngua inglesa e tradu o entre as diversas l nguas para promover a comunica o entre falantes de diferentes l nguas Como explica Cronin a era global n o significa somente um aumento em tradu o de uma l ngua dominante Significa tamb m um aumento significativo e constante de tradu o entre l nguas 2003 p 61 A constata o de Cronin confirma se em um outro estudo de Graddol 2003 intitulado The Decline of the Native Speaker O decl nio do falante nativo em que s o apresentados dados sobre a crescente e acentuada diminui o da popula o mundial considerada falante de ingl s como l ngua nativa e o crescimento populacional em locais em que o ingl s n o falado como primeira l ngua Essas mudan as na distribui o de falantes de ingl s n o significam como explica Graddol que essa l ngua deixar de ocupar uma posi o influente na comunica o global pois o evidente decl nio na posi o de falantes nativos de ingl s n o precursor da diminui o da import ncia da l ngua inglesa O st
64. o Se retomarmos as discuss es apresentadas podemos repensar como se constr i a rela o de lealdade profiss o defendida por Chesterman na atualidade Ser leal pode significar compartilhar mem rias para colaborar com colegas aut nomos que se sentem em desvantagem em rela o aos extensos bancos de dados terminol gicos com que muitas 27 E r A x 4 une traduction n existe pleinement que gr ce la croyance de la part du r cepteur que tel texte nomm traduction a t produit selon un processus qui s appelle le traduire et que tel autre nomm source ou original est le point de d part de ce processus mais ne provient pas lui m me du traduire Autrement dit le r cepteur croit que la traduction repres nt pleinement l original Souvent fausse id ologiquement tr s manipulable c est peut tre de cette croyance illusion voire mensonge que le traducteur est en derni re instance responsable 188 ag ncias contam pelo fato de elas exigirem dos tradutores que lhe prestam servi os que forne am a mem ria formada com a tradu o contratada Por esse prisma a lealdade profiss o pode ser contr ria virtude de confiabilidade por parte do tradutor tamb m pregada por Chesterman especialmente em se tratando do respeito ao segredo profissional do cliente Compartilhar bancos de dados formados a partir de tradu es contratadas pode constituir uma forma de tirar proveito dessas informa e
65. o de textos e informa es em formato eletr nico promovendo em consequ ncia mudan as no modo como esses materiais s o recebidos lidos e at respondidos Conforme argumenta se a press o em uma economia informacional e global para obter informa es o mais r pido poss vel ent o a fun o de informar os pontos principais torna se suprema na tradu o uma tend ncia que pode ser 2 The output from an MT system is unlikely to be very good but for technical readers who know enough about the field who know what is going on generally in this science and who can maybe even guess roughly what the article is about it may well provide sufficient material to get at least some idea of the content of the text 60 incentivada pela aus ncia de peso das palavras na tela com sua exist ncia evanescente CRONIN 2003 p Dy Cronin relaciona as caracter sticas atuais da composi o de materiais escritos em formato digital ado o da tradu o autom tica por um n mero progressivo de usu rios da internet que como afirma est o mais dispostos a aceitar tradu es autom ticas mesmo que consideradas de baixa qualidade n o somente pela gratuidade dos programas oferecidos na rede mas principalmente devido ao status ef mero do mundo eletr nico e da produ o textual que nele circula p 22 Apesar da grande oferta de programas de tradu o on line a aplica o da automa o no contexto comunicativo e d
66. o de 1978 publicada pela John Benjamins O presente cap tulo n o visa a discutir detalhadamente os trabalhos dos autores mencionados ou de seus contempor neos Uma an lise dos diversos conceitos de tradu o a partir do s culo XVI pode ser encontrada em Stupiello 2001 possibility of elaborating a general ethics which could be implemented universally covering all translation activities regardless of the languages and the ideological cultural political or historical interests and circumstances involved 149 governar as rela es de modo prescritivo significa acima de tudo determinar o que os outros t m o direito de exigir do tradutor fidelidade exatid o rapidez pre os razo veis solidariedade em rela o aos outros tradutores respeito ao segredo profissional Esses princ pios relacionais constituem um tipo de pensamento tico Eles estabelecem o que o tradutor deve ou n o fazer PYM 1997 p 68 Idealmente um tradutor capaz de se adequar e seguir as regras de conduta a ele determinadas seria na vis o de quem as prega um tradutor altamente profissional um produto puro dos c digos da profiss o PYM 1997 p 68 Seria tamb m pela imposi o de normas de conduta profissional que o contratante de uma tradu o teria a possibilidade de controlar o processo de forma atingir o produto por ele almejado Como afirma Chesterman 2001 o estabelecimento de normas seria uma forma de buscar o atendimento de e
67. o de n mero de caracteres e outras marca es entre as frases e os segmentos armazenados no banco de dados de cada sistema Uma outra quest o a ser analisada no pr ximo cap tulo diz respeito aos bancos de dados terminol gicos compilados majoritariamente a partir de tradu es anteriores e refere se 143 medida que a importa o de termos e segmentos textuais j empregados ainda que um grau de semelhan a imperfeito fuzzy threshold n o estaria promovendo a ideia de que os contextos seriam est veis e permut veis Por fim de uma perspectiva tica busca se desenvolver uma reflex o sobre os limites da responsabilidade do tradutor pelas escolhas a que conduzido a realizar ao ser influenciado sempre que recebe de antem o uma terminologia pronta em um banco de dados ou um texto parcialmente traduzido para o trabalho com o aux lio dos sistemas de mem ria Essas quest es que almejam fomentar uma discuss o mais ampla sobre as implica es das ferramentas de aux lio tradu o para a pr tica tradut ria ser o abordadas a seguir Cap tulo 3 Tecnologias de tradu o implica es ticas para a pr tica tradut ria A perspectiva p s moderna oferece mais sabedoria a situa o p s moderna torna mais dif cil agir segundo essa sabedoria mais ou menos essa raz o pela qual o tempo p s moderno experimentado como viver no meio da crise Zygmunt Bauman tica P s Moderna 2003 O discurso de ca
68. o design da p gina eletr nica Os tradutores n o devem se interessar por essas coisas eles certamente n o devem saber sobre os valores culturais e os efeitos envolvidos PYM 2004a p 163 A cren a na possibilidade de separar l ngua e cultura atribuindo tradu o o trabalho exclusivamente mec nico de transfer ncia lingu stica colabora para que os sistemas de 2 the people translating anything from menus to promotional material for small companies are operating in a world quite different from that of the top end localizers and their notions of translation are correspondingly quite different 3 layout tells us that the translator s task is to change the words and nothing else There is no clear view of what the text formatting looks like there is no easy view of what the web site design looks like Translators are not supposed to be interested in such things they are certainly not supposed to know about the cultural values and effects involved 184 mem ria de tradu o sejam projetados e utilizados da forma que s o atualmente A descri o de Pym de como o texto de origem apresentado ao tradutor no ambiente de trabalho desses sistemas chama a aten o para a influ ncia que essas ferramentas exercem na tradu o a partir do modo como permitem a visualiza o do texto Na medida em que o tradutor volta seu foco exclusivamente ao segmento a ser traduzido desconsiderando ou colocando em segundo pl
69. o dos arquivos que compreendam os textos de origem e a tradu o com termos ou express es recorrentes em um novo trabalho para o qual se realiza a pesquisa pode se tornar ainda mais dif cil Por outro lado as mem rias de tradu o analisadas nesta tese s o capazes de realizar automaticamente em seus bancos de dados a pesquisa por termos ou trechos de texto recorrentes em novos trabalhos de tradu o De modo geral os sistemas Wordfast Trados e Transit organizam os dados neles armazenados de forma a reaverem com assegurada efic cia e rapidez trechos j traduzidos que reapresentados ao tradutor permitem lhe decidir reaproveit los ou desconsider los para uma nova tradu o 2 re Locate the appropriate source file text which often entails deciphering a cryptic filename Open the source text file and use the word processor s seach feature to locate the appropriate segment Open the target file the translation e Scroll down through the target file to the approximate location of the target segment Begin reading to locate the appropriate target equivalent e Copy and paste the desired target segment into the new translation e Edit the segment accordingly 87 Os principais recursos disponibilizados em cada um dos sistemas ser o tratados por meio da an lise dos manuais de usu rio que orientam esta pesquisa o Wordfast na vers o 5 o Trados na vers o 6 5 e o Transit na vers o XV Utilizaram se para an
70. o para calcular as ocorr ncias coincidentes armazenadas e pass veis de 122 recupera o Essa compara o serve para o tradutor estimar se o banco de dados de que disp e pode lhe ser til no reaproveitamento de termos express es e segmentos j antes traduzidos A figura a seguir ilustra o recurso Analyse do Trados Observa se o campo para inser o dos documentos de origem e as colunas com os dados subdivididos em n mero de segmentos n mero de palavras e porcentagem Analyte Fites Mam nia Poroqu s nger Porsuguete Enga ihi es Age Parma ue mena ner x eyen Wase Percent Figura 7 O processamento de dois arquivos de origem pelo recurso Analyse do Trados O recurso de an lise tem capacidade de avaliar mais detalhadamente o texto em rela o s fun es de contagem de caracteres dispon veis em processadores do texto como o Word por registrar somente uma vez termos ou segmentos repetidos De acordo com o manual do Trados a informa o sobre o n mero de repeti es existentes ajudaria o tradutor a elaborar uma estimativa de custos mais condizente com o trabalho a ser realizado Por outro lado o sistema n o informa o contexto no qual essa repeti o estaria inserida Essa informa o pode influenciar o tempo que o tradutor necessitar para elaborar a tradu o especialmente se considerarmos os diferentes significados que os termos assumem dependendo do contexto do qual fazem parte Al m do recurso de
71. of the source text the translator and indeed the end user The technology reduces translation to the most primitive sense of fidelity imaginably fidelity to words at sentence level or smaller with plurality and humanity condemned to the shadows 186 tecnol gicas para produzir os resultados esperados para um determinado trabalho Seus conhecimentos lingu sticos e a especialidade em uma determinada rea do conhecimento podem ser colocados em segundo plano se entrarem em conflito com um determinada op o anterior de tradu o armazenada na mem ria espera de se fazer valer em uma nova tradu o A expectativa e a prescri o de aproveitamento m ximo do que oferecido pela mem ria de tradu o confere primazia s rela es textuais formadas por esse sistema em especial ao se considerar que nossas tecnologias agora realizam o trabalho de mem ria para n s A Z linguagem do passado assim retirada de seus contextos subjetivos armazenada torna se an nima e desumanizada Nossas rela es com o outro atrav s de culturas no tempo e no espa o s o lembradas para n s e dessa maneira n o se tornam parte de n s PYM 2004b p 126 N o sendo parte do tradutor e assim deixando de lhe oferecer a possibilidade de construir uma rela o com outra l ngua e cultura o texto que lhe cabe traduzir reduzido aos fragmentos contextuais recuperados da mem ria de tradu o Segmentos de tradu es reapro
72. para a compila o de bancos de dados de palavras e segmentos pareados a partir do texto original e da tradu o ambas com seus desdobramentos A primeira ocorre quando o cliente fornece um banco de dados com termos frases e express es de tradu es anteriores armazenados no decorrer de outros trabalhos muitas vezes realizados por diversos tradutores A segunda sucede quando tradutores compartilham entre si suas mem rias em um esfor o integrado e convencionado entre eles para incrementar seus bancos de dados e ganhar competitividade em rela o maci a quantidade de dados terminol gicos acumulados pelas ag ncias de tradu o e localiza o O emprego do banco de dados provindo de quem contrata uma tradu o pode gerar conflitos porque na maioria das vezes os segmentos reaproveitados da mem ria do cliente 74 n o s o remunerados pois se acredita que a tarefa do tradutor restringe se a localizar e transferir essas op es armazenadas e inseri las na tradu o Conforme revela Weininger 2004 o tradutor n o recebe nada para a revis o e adapta o do material encontrado apesar de ser muitas vezes bastante necess ria principalmente por dois fatores a o segmento id ntico no n vel de frase prov m de outro contexto e b h erros de todos os n veis ortogr ficos sint ticos sem nticos terminol gicos WEININGER 2004 p 255 O n o pagamento do tradutor por ocorr ncias recuperadas da mem ria de tradu
73. paying as much as four times what the actual translators are receiving per translated page 159 A divis o de tarefas nos projetos de tradu es descrita por Biau Gil e Pym exemplar da pulveriza o da responsabilidade tanto na ind stria de localiza o como em projetos de revis o ou atualiza o de textos t cnicos manuais por exemplo com grande frequ ncia de repeti es Ela tamb m ilustra a situa o vivida por tradutores que prestam servi os para firmas de tradu o no Brasil conforme documentado por Rieche 2004 Em raz o do ex guo tempo com que projetos de tradu o contam para serem finalizados e gra as facilidade tecnol gica de comunica o e divis o de tarefas tradutores e outros profissionais trabalhando em diferentes locais do mundo encarregam se de etapas distintas da produ o desses materiais Uma das consequ ncias dessa setoriza o do trabalho seria o isolamento do tradutor que por se encontrar muitas vezes distante do cliente final e do contexto geral dos textos com que trabalha acaba limitando sua pesquisa ao banco de dados da mem ria ou ao gloss rio fornecido pelo cliente e direcionando esfor os quase exclusivamente s listas de frases que lhe cabem traduzir um trabalho que pode isolar e desumanizar a atua o do tradutor BIAU GIL PYM 2006 p 7 Outro efeito dessa se o de trabalhos seria a aliena o dos direitos autorais por parte do tradutor visto que da mesma forma
74. programa utilizado Os termos ou segmentos pr traduzidos podem ser mantidos ou modificados durante a tradu o entretanto qualquer trabalho de edi o de pr tradu es requer autoriza o j que em casos de projetos em que atuam v rios tradutores a utiliza o e a padroniza o terminol gica s o controladas 105 por gerentes de terminologia e o tradutor em geral n o tem autonomia para realizar as mudan as que desejar Nessas condi es seu trabalho limita se a traduzir os segmentos novos para os quais o sistema n o encontrou correspond ncia e revisar os segmentos parcialmente traduzidos e com indica o de grau de correspond ncia inferior a cem por cento Os trabalhos da etapa de p s tradu o depender o do tipo de projeto e dos recursos disponibilizados pelo sistema de mem ria utilizado mas envolvem basicamente a revis o e a atualiza o do banco de dados da mem ria de tradu o O tradutor freelance nessa etapa realiza a revis o da tradu o e tem a oportunidade de incrementar sua mem ria de tradu o Se ele presta servi os a uma ag ncia sua produ o tamb m incrementar o banco de dados da contratante de seus servi os J em grandes projetos de tradu o todas as etapas exigem aten o especial e sintonia entre os tradutores envolvidos no processo pois como explica Austermiihl 2001 p 146 em tais cen rios essencial que o gerente de projetos confira e atualize regularmente as r
75. projeto de tradu o com o Transit O gerenciamento dos arquivos que integram a mem ria de refer ncia do Transit realizado nos pr prios arquivos ou seja o sistema n o forma um arquivo nico com segmentos de origem e suas tradu es mas realiza a pesquisa diretamente nos arquivos indicados para compor a mem ria Em uma an lise comparativa dos sistemas Trados e Transit publicada no peri dico Localisaton Focus Hallett 2006 defende que o fato de o Transit n o constituir uma mem ria fixa oferece a vantagem de manter a formata o origin ria dos arquivos utilizados na mem ria de refer ncia Conforme argumenta uma mem ria constitu da especificamente para um trabalho de tradu o permite que os erros descobertos na mem ria sejam corrigidos rapidamente no interior do editor do Transit XV sem a necessidade de aplicativos de edi o e manuten o de base de dados p 10 Assim ao detectar uma incoer ncia ou erro de digita o em uma correspond ncia parcial apresentada pelo sistema o tradutor pode pelo comando Open reference file abrir arquivo de refer ncia localizar pelo sistema o arquivo do qual a correspond ncia foi extra da e nele efetuar a corre o Al m da agilidade de pesquisa as altera es feitas nos pr prios arquivos que comp em a mem ria de refer ncia seriam segundo Hallett mais est veis e dur veis n o oferecendo o risco de se corromperem durante o uso Por outro lado a efic cia da pesquisa
76. que situados em v rios locais recebem textos ou partes de textos extensos muitas vezes parcialmente traduzidos e acompanhados por gloss rios para garantir a padroniza o dos trabalhos Para textos de origem que carecem de refer ncia autoral comum a expectativa de fidelidade por parte do contratante atrelar se ao conte do dos dados terminol gicos e fraseol gicos cedidos com o prop sito de guiarem as escolhas do tradutor No contexto contempor neo a preocupa o do contratante de uma tradu o n o se restringe 147 qualidade do produto final mas tamb m adequa o dessa produ o aos recursos oferecidos pelos sistemas de mem rias para alcan ar op es de tradu o padronizadas e reaproveit veis A consecu o desse objetivo depende da aplica o de regras pr estabelecidas de trabalho com o texto em conjunto com os sistemas de mem rias Essas regras visam a manter o controle das op es e da elabora o da tradu o pelo tradutor e em parte relembram algumas das prescri es outrora estabelecidas para regular a pr tica O pr ximo item problematiza a aplicabilidade de preceitua es relacionadas ao pensamento tradicional sobre tradu o e de proposi es ticas para a pr tica contempor nea de tradu o 3 1 A relatividade de proposi es ticas frente aparente invisibilidade tradut ria contempor nea primeira vista a situa o atual que se descreve para a pr tica de tradu o de t
77. que esse profissional ajuste suas escolhas aos segmentos textuais pr traduzidos com o uso das mem ria A responsabilidade que assume pela produ o tamb m se limita medida que lhe permitido realizar escolhas e intervir na tradu o Essa limita o da responsabilidade tradut ria n o prevista em propostas como o juramento hieron mico de Chesterman 2001 ou em c digos de tica profissionais que por mais que almejem dar conta das diversas situa es pela que passa o tradutor propondo orienta es para sua conduta sem adotar um tom prescritivista e criticado na p s modernidade n o preveem situa es em que as ferramentas que o auxiliam tamb m determinam sua atua o Diante dessa constata o reafirmo a relatividade de uma certa no o de controle do texto traduzido pelo tradutor As diferentes circunst ncias de produ o de uma tradu o que implicam diferentes graus de envolvimento do tradutor com o trabalho devem ser consideradas no estabelecimento dos limites dessa responsabilidade Em diferentes per odos da hist ria teoriza es acerca de tica e tradu o parecem enveredar para o estabelecimento de um conjunto ideal de preceitos para a pr tica profissional A pressuposi o de que a vontade livre se expressa apenas em escolhas erradas que a liberdade se n o monitorada sempre verga para a licenciosidade seria reinante no pensamento tico moderno segundo Bauman 2003 p 11 podendo servir para
78. segundo Nogueira e Nogueira 2004 s vale a pena empreender em casos de atualiza o de textos para os quais j se tem uma boa tradu o p 33 Um dos casos que os autores consideram v lidos para a realiza o do alinhamento envolve a atualiza o de manuais t cnicos Conforme explicam no lan amento de uma nova vers o de um produto os textos dos manuais em geral apresentam mais acr scimos ao seu extenso conte do do que modifica es consider veis na vers o anterior um fato que favorece o reaproveitamento da tradu o anterior com o uso do recurso de alinhamento A primeira condi o para que dois textos um de origem e sua respectiva tradu o sejam alinhados a que ambos estejam em formato digital Os trechos segmentados desses textos s o exibidos lado a lado ao tradutor A segmenta o textual um processo bastante complexo e sendo autom tico podem ocorrer erros no pareamento uma vez que o sistema sempre busca a correspond ncia biun voca entre os segmentos Caber ent o ao tradutor realizar a revis o dos segmentos alinhados adequando seu pareamento de modo manual com os recursos de que cada sistema disp e O tempo necess rio para a realiza o do alinhamento e a efic cia do processo dependem diretamente da semelhan a entre as estruturas do texto de origem e da tradu o O procedimento de alinhamento autom tico n o capaz de lidar com casos em que houve invers o das frases ou par grafos no text
79. sistema de mem rias Para isso foram escolhidos tr s entre os sistemas mais utilizados atualmente no mercado o Wordfast o Transit e o Trados O estudo comparativo desses tr s sistemas apresentado no pr ximo cap tulo e visa a analisar as propostas e particularidades de cada ferramenta abordando suas aplica es espec ficas assim como seus benef cios e limita es Cap tulo 2 A aplica o de sistemas de mem ria de tradu o como ferramentas de produtividade para o tradutor Se perguntarmos quais s o afinal os valores os motivos os fins e os comportamentos ticos responderemos dizendo que s o aqueles nos quais buscamos eliminar a viol ncia em rela o ao outro ao mesmo tempo que procuramos manter a fidelidade a n s mesmos a coer ncia de nossa vida e a inteireza de nosso car ter tico como nos ensina o poeta n o desaprender a linguagem com que os homens se comunicam e deixar o cora o crescer para sermos mais n s mesmos quanto mais formos capazes de reciprocidade e solidariedade Marilena Chau Convite Filosofia 2003 A crescente demanda por servi os de tradu o prestados conforme o ritmo das negocia es e modifica es experimentadas pelo mercado dito globalizado propulsionam tradutores e ag ncias de tradu o a adotar recursos e ferramentas que os mantenham competitivos e aptos para atender a exig ncias por rapidez na conclus o dos servi os e uniformidade terminol g
80. textos considerados por Biau Gil e Pym como arranjos tempor rios de conte dos p 6 Reconhecida como um meio para a comunica o sem fronteiras a internet suprimiu a dist ncia que separava o tradutor dos grandes centros comerciais e industriais onde a demanda por tradu o sempre se mostrou significativa e anteriormente era digital acabava sendo atendida com bastante dificuldade e demora quase exclusivamente por tradutores que atuavam nas proximidades dos grandes mercados de trabalho Para Biau Gil e Pym o tradutor contempor neo munido de conex o internet e ferramentas eletr nicas estaria apto a prestar servi os para clientes em qualquer parte do mundo podendo at fazer uso dos diferentes fusos hor rios de maneira criativa no atendimento dos prazos mediante cadastramento em diferentes ag ncias de tradu o dispon veis on line Essas ag ncias ocupam se em estabelecer conex es entre a oferta de tradutores nas mais diferentes reas e a demanda por tradu es em diversas especializa es 36 A proximidade virtual entre tradutor e cliente todavia seria limitada e muitas vezes incapaz de assegurar a rela o de confian a que governa a contrata o de um trabalho Embora vivamos em uma era em que muitos dos contatos e relacionamentos se d o via teclado e por um clique de um mouse n o seria poss vel dizer o mesmo em rela o tradu o pois como explicam Biau Gil e Pym a tradu o ainda um se
81. tradu o e que podem confundir o sistema autom tico Uma das desvantagens do WinAlign est no fato de ele possibilitar somente que na compara o entre os segmentos do texto de origem e de sua tradu o dois segmentos sejam unidos mas nunca separados o que torna dif cil o alinhamento em casos em que o tradutor optou por traduzir uma frase no texto de origem por duas na tradu o Outra desvantagem de qualquer trabalho de alinhamento est no tempo exigido que depender de como a tradu o a ser alinhada foi produzida Como explica Esselink 2000 se v rias modifica es tiverem sido feitas na elabora o do texto traduzido pelo tradutor a tarefa de alinhamento despender muito tempo porque para cada segmento de origem um segmento de chegada dever ser localizado manualmente p 365 Ao terminar a tradu o alguns sistemas exportam os arquivos traduzidos para o formato original O Trados e o Wordfast por meio do comando Clean Up removem o texto oculto texto de origem criado pelos programas durante o trabalho com a ferramenta permitindo que s a tradu o seja visualizada Nesta etapa tamb m podem ocorrer problemas como a perman ncia de alguns marcadores do sistema ou poss veis falhas de apagamento do texto oculto que podem ser sanadas com a leitura e revis o final do texto Como no Wordfast ao final de cada tradu o o Trados cria um arquivo com extens o bak com o mesmo nome do arquivo de origem Esses s
82. tradutor e ao acreditar nessa possibilidade estimulava os a nao assumir responsabilidade integral por seu trabalho supostamente invis vel Ao chamar a aten o para o papel ativo do tradutor na produ o de significados na tradu o reflex es alinhadas com o pensamento p s moderno conferiram ao tradutor um novo espa o em teoriza es sobre l ngua e cultura a partir da d cada de oitenta permitindo que esses profissionais realizassem a dif cil transi o de amadores sens veis ou talentosos artes os a escritores conscientes e cientes de seu papel fundamental no estabelecimento das condi es culturais e sociais de seu trabalho ARROJO 1998 p 44 Pode se dizer que essa mudan a de atitude entre os pr prios tradutores aumentou o comprometimento desses profissionais com o texto traduzido e seu p blico leitor A possibilidade de o tradutor assinar um trabalho seja estampando seu nome na capa de um livro por ele traduzido ou apresentando o ao final de um filme por ele legendado designou lhe um momento de aten o do p blico final de seu trabalho de certa maneira acentuando sua responsabilidade profissional O direito de ter o nome revelado ao final de um trabalho de tradu o foi uma das conquistas respons veis por lan ar luz ao reconhecimento do tradutor como respons vel por possibilitar a comunica o entre l nguas A reflex o p s moderna chamou a aten o para a inevitabilidade de o tradutor fazer se vis vel em
83. vis o reducionista acerca do trabalho de tradu o especialmente ao refor ar a ideia de que a base do trabalho do tradutor consiste na recupera o de termos em uma l ngua e em sua transfer ncia para a l ngua da tradu o As mem rias de tradu o mant m em sua base de dados pares formados por segmentos de texto em geral frases da l ngua do texto original e da tradu o Conforme o tradutor desenvolve um novo trabalho previamente dividido pelo pr prio sistema de mem ria cada segmento a ser traduzido consultado de modo autom tico na base de dados em busca de ocorr ncias equivalentes Quando o sistema encontra no novo trabalho um trecho semelhante quele armazenado no sistema a op o de tradu o para o mesmo recuperada podendo ser aceita e incorporada tradu o ou se o tradutor assim decidir modificada e at desconsiderada A vantagem aclamada pelos fabricantes dos sistemas de mem ria seria a de dispensar o tradutor da tarefa de ter que traduzir o mesmo segmento duas vezes Entretanto como ser argumentado no Cap tulo 3 a determina o precisa e universal do que constitui uma correspond ncia exata para o sistema de mem ria bastante question vel especialmente se considerarmos que a pesquisa por correspondentes de tradu o n o apresenta capacidade de analisar nenhum componente sem ntico do conte do da mem ria sendo em geral feita automaticamente por meio de marcas formais como identifica
84. 5 localiza o Rieche afirma que a qualidade acaba muitas vezes sendo colocada em segundo plano em nome de maior velocidade e consist ncia p 13 14 Ao lembrar que na ind stria de localiza o anteriormente ao advento dos sistemas de mem rias de tradu o a cada nova vers o ou atualiza o de um produto por exemplo era necess rio traduzir desde o in cio todo o material Rieche 2004 p 13 reafirma o grande atrativo dos an ncios de vendas de sistemas de mem ria de tradu o Com efeito ganhos de produtividade e promessas de aumento de competitividade em pre o proporcionado pelo poss vel reaproveitamento de tradu es anteriores fariam das mem rias ferramentas cada vez mais utilizadas por tradutores que desejam manter se preparados para as exig ncias desse mercado As principais vantagens do emprego de sistemas de mem rias de tradu o seriam conforme enumera Rieche o aumento da coer ncia na tradu o maior controle e padroniza o da terminologia empregada o aumento da velocidade de trabalho do tradutor e a consequente disponibilidade para dedica o a outros trabalhos e a cria o de um banco de dados formados com base nas tradu es realizadas Por outro lado procurando n o desmerecer os anunciados ganhos de produtividade que as mem rias proporcionam mas buscando alertar os tradutores para poss veis problemas que essas ferramentas podem ocasionar Rieche aponta como principais desvantagens do emp
85. 8 A rede mundial constitui um meio que conforme caracteriza Hutchins 1997 p 118 favorece a assimila o r pida e superficial de informa es por usu rios que pelo fato de n o possu rem nenhum ou limitado conhecimento de l nguas estrangeiras t m se contentado com a produ o de tradu es que consideram funcionais para seus objetivos Sistemas como o Babelfish e softwares como o Power Translator o Babylon eo Systran s o exemplares dos programas oferecidos gratuitamente muitas vezes com restri es de fun es dos programas ou para aquisi o na internet Na atualidade a grande maioria desses sistemas comercializada em CD ROM ou baixada da p gina de seu vendedor Embora a maior parte da produ o de programas como esse seja truncada e quase incompreens vel como atesta Hutchins 2001 p 11 12 o crescente n mero de usu rios parece indicar que a demanda est sendo atendida Em An Introduction to Machine Translation Introdu o tradu o autom tica Hutchins e Somers 1992 atribuem aos programas autom ticos de baixo custo ou gratuitos na internet o papel exclusivo de produzir tradu es rudimentares para fins de assimila o geral das informa es de um texto sendo utilizados com frequ ncia por especialistas de uma determinada rea do conhecimento que necessitam obter informa es a partir de documenta es redigidas em l ngua que desconhecem Como exemplificam os autores prog
86. Ainda que ofere am ao tradutor usu rio a ilus o de estar lidando com significados os sistemas trabalham exclusivamente com caracteres divididos em segmentos sem qualquer base sem ntica para a constru o textual Todo segmento recuperado da mem ria apresentado ao tradutor com base em algoritmos matem ticos que calculam o ndice de semelhan a entre os caracteres armazenados na mem ria e aqueles da tradu o em desenvolvimento Para esses sistemas as l nguas nele armazenadas s o tratadas como nomenclaturas sem qualquer rela o com o significado das palavras Essa estrutura o dos sistemas influencia diretamente na produ o textual da tradu o como ser tratado no pr ximo item 171 3 5 O compartilhamento de mem rias influ ncias na produ o textual da tradu o O emprego de sistemas de mem rias influencia diretamente a produ o textual tanto do texto de origem como de sua tradu o Embora esses sistemas n o requeiram a implementa o de estrat gias de controle autoral para seu funcionamento como aquelas desenvolvidas para programas de tradu o autom tica a perspectiva de uso da mem ria como uma forma de aprimorar o desempenho do tradutor e conferir lhe competitividade estimula a ado o de uma forma de escrita voltada a produzir os resultados esperados em termos de recupera o de op es traduzidas Heyn 1998 explica por exemplo que uma vez que as unidades de tradu o recuperadas geralmente
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91. a o do texto de origem alinhamento de tradu es e pelo processo de correspond ncia textual dispon veis em tr s sistemas de mem ria o Wordfast o Trados e o Transit Em um primeiro momento cada recurso explicado separadamente para em seguida todos serem demonstrados em funcionamento nos sistemas mencionados Essa organiza o da an lise visa a proporcionar um olhar sobre as particularidades de cada ferramenta bem como as situa es em que cada uma utilizada O objetivo analisar as aplica es espec ficas de cada recurso assim como seus benef cios e limita es na elabora o de uma tradu o com o aux lio dos sistemas de mem rias 2 1 Uma proposta de an lise dos principais recursos dos sistemas de mem ria de tradu o Wordfast Trados e Transit As mem rias de tradu o s o consideradas importantes recursos de pesquisa e informa o para o tradutor por constitu rem primordialmente um sistema de arquivos reunindo trabalhos anteriores de tradu o que organizados com seus textos de origem possibilitam a consulta terminol gica e fraseol gica e em muitos casos a recupera o de op es anteriores de tradu o salvas e mantidas em bancos de dados Bowker 2003 refere se s mem rias de tradu o como bancos de dados lingu sticos formados por textos de origem e suas tradu es Na maior parte dos sistemas utilizados por tradutores esses textos encontram se segmentados e dispostos em pares lado a
92. a espec fica por meio dos programas de filtros com os quais todo sistema conta Como j mencionado a mem ria pode ser constru da pelo recurso de segmenta o no momento em que o tradutor estiver utilizando a ferramenta para traduzir um arquivo Sempre que termina a tradu o de um segmento do texto de origem o tradutor automaticamente salva na mem ria a unidade de tradu o formada com o mesmo comando que aciona para passar para o pr ximo segmento Os segmentos j traduzidos ficam protegidos por marcadores tags que indicam o in cio e o fim de cada per odo e cont m informa es sobre a formata o do trecho demarcado Todos os sistemas de mem ria recomendam que esses marcadores nunca sejam modificados ou editados para que n o haja incompatibilidade entre o segmento original e aquele traduzido ou como ser abordado mais adiante durante o processo de exporta o de arquivos Em ag ncias de tradu o a delimita o dos segmentos de um texto realizada por programas especiais de preparo de documentos Nesses casos os marcadores s o inseridos para delimitar os segmentos de um texto antes do envio para os tradutores designados que s o em geral orientados para seguirem as demarca es fixadas Abaixo tem se um exemplo de demarca o pelo sistema Wordfast de um segmento do texto de origem e o segmento recuperado da mem ria que sinaliza um grau de correspond ncia de 80 conforme indica a marca o 80 entre os segm
93. a etapa n o teriam a fun o somente de controlar os custos e o tempo do processo de localiza o mas em particular de assumir uma posi o controladora do significado a ser traduzido e adaptado para os mais diversos locales Como sustenta Pym em The Moving Text localization translation and distribution 2004 os trabalhos envolvidos no est gio de internacionaliza o assumem uma fun o ideol gica que implica a no o de que um nico texto internacional ser adequado para todos os locales de alguma forma colocando nossa tecnologia nos tempos anteriores Torre de Babel p 30 Nesse cen rio as tentativas de padroniza o lingu stica fariam do ingl s l ngua de origem da maior parte dos materiais textuais produzidos para localiza o uma esp cie de l ngua auxiliar da comunica o que submetida a determinados moldes de express o possibilitaria tamb m a automa o de sua tradu o para outras l nguas acelerando a distribui o da documenta o assim elaborada Pym equipara as t ticas de padroniza o lingu stica da l ngua inglesa empregadas durante a internacionaliza o a um trabalho de tradu o controlada implantado h algum tempo na tradu o de documenta es na Uni o 10 Conforme defini o do The Localization Industry Primer dispon vel em www lisa org products lisapub htm acesso em 10 ago 2008 o termo locale diz respeito a um local com caracter sticas culturais e lin
94. a fase de pr tradu o s o essenciais para o bom desempenho do sistema Nessa etapa s o feitas as configura es iniciais da mem ria com a qual se vai trabalhar e o texto de origem preparado para a tradu o As configura es envolvem por exemplo a sele o do arquivo que cont m o banco de dados que ser utilizado para a pesquisa terminol gica ou a cria o de um novo arquivo a ser utilizado para armazenar as novas unidades de tradu o formadas Em trabalhos extensos a serem executados por diversos tradutores uma situa o bastante comum na ind stria da localiza o por exemplo h o recurso opcional de an lise do material de origem executada pelas mem rias durante a fase designada pr tradu o Ao decompor o texto de origem esse recurso faz um levantamento do n mero de palavras e de repeti es do texto que s o informa es relevantes para a elabora o de estimativas de custo e prazo para execu o do trabalho Pelo recurso de an lise tamb m poss vel calcular o 104 n mero de ocorr ncias do texto a ser traduzido que sejam total ou parcialmente coincidentes com as informa es terminol gicas e fraseol gicas armazenadas no banco de dados da mem ria e que ser o pass veis de reaproveitamento Para Austermiihl 2001 a avalia o do texto de origem com o uso do recurso de an lise torna muito mais f cil determinar que tipos de ganhos de produtividade o sistema de mem ria proporcionar p 142
95. abalho de p s edi o executado pelo tradutor e seria empregada em casos muito espec ficos que atendessem a seguinte condi o se houver um volume 68 suficiente de texto a ser traduzido e se o mesmo puder ser controlado de maneira suficiente para adequar se a uma linguagem bem compreens vel formal e controlavel p 30 O trabalho de Melby situa se em um momento bem avan ado em rela o proposta de Kay com alguns sistemas de mem rias de tradu o j em utiliza o conforme ele mesmo atesta muitos dicion rios on line est o agora dispon veis e v rios produtos oferecem suporte mem ria de tradu o uma implementa o da observa o de Kay de que o tradutor deveria ser capaz de examinar os fragmentos de textos semelhantes em outros documentos 1997 p 33 Desde as primeiras propostas de implementa o de mem rias de tradu o os diversos tipos de sistemas comercializados constituem bancos de dados terminol gicos e fraseol gicos que formados a partir de segmentos de texto original e pareados com suas respectivas tradu es s o pass veis de reutiliza o em trabalhos posteriores Os bancos de dados formados por segmentos do texto de origem e de sua respectiva tradu o obedecem a uma organiza o baseada em percentuais de correspond ncia entre eles O reaproveitamento de segmentos anteriormente traduzidos ainda que possam ser inseridos em uma pr tradu o de um novo texto de maneira autom tica d
96. adas em outros trabalhos Assim concebida a mem ria de tradu o passa a ser um banco de dados de pares de segmentos de texto de origem e de destino Conforme o Dicion rio de inform tica Microsoft Press um carriage return sem tradu o para o portugu s do Brasil um caractere de controle que faz o computador ou a impressora retornarem ao in cio da linha atual 1998 p 197 Essa marca o poderia ser interpretada pelo programa de segmenta o das mem rias como uma quebra de linha sinalizando o fim do segmento Some publishers have switched from sentence based segmentation to paragraph based segmentation Segmenting sentences will result in a higher number of full or exact matches but these must always be verified because they may need to be changed because of contextual reasons i e preceding or following sentence When using paragraph based segmentation the number of matches decreases but full paragraph matches typically require no additional review or proofreading 90 Juntamente com os segmentos de origem e de destino os sistemas de mem rias de tradu o armazenam informa es espec ficas conhecidas como atributos Os atributos podem incluir dados como a data de cria o de uma unidade de tradu o o nome do usu rio que a criou o cliente ou o projeto de tradu o para o qual a mem ria foi formada e outros detalhes cuja fun o seria auxiliar a manuten o do banco de dados e a busca de uma mem ri
97. adequar a tradu o do pronome pessoal they em ingl s por eles ou elas em portugu s do Brasil de acordo com o contexto Para Bowker todo o texto deve ser examinado pelo tradutor ao aceitar a sugest o oferecida pelo sistema principalmente porque embora um segmento possa ser id ntico os tradutores preocupam se com a tradu o de textos completos em vez de segmentos isolados ent o importante ler a tradu o proposta em seu novo contexto para ter certeza de que est estilisticamente adequada e semanticamente correta BOWKER 2002 p 97 A autora chama a aten o para o fato de o sistema n o ter condi es de garantir a conformidade de um segmento por ele identificado como exato e recuperado da mem ria com o contexto do qual passa a fazer parte no novo trabalho de tradu o Um exemplo bastante frequente estaria na tradu o de hom nimos que podem ser apontados pelo sistema como a tradu o apropriada para um segmento quando considerado isoladamente mas em seu novo contexto essa ocorr ncia pode ser indevida Na mem ria utilizada para ilustrar esta an lise com unidades de tradu o espec ficas da agroind stria de cana de a car tem se a ocorr ncia Even though a segment may be identical translators are concerned with translating complete texts rather than isolated segments so it is important to read the proposed translation in its new context to be certain that it is both stylistically appropriate and semanti
98. ado pela integra o entre o tradutor e a interface de cada sistema esta entendida segundo o Dicion rio de inform tica Microsoft Press 1998 como um programa que interage com o usu rio podendo ser uma interface de linhas de comandos uma interface baseada em menus ou uma interface gr fica com o 109 usu rio p 436 Os sistemas Wordfast e Trados utilizam o ambiente do Microsoft Windows e possuem interfaces gr ficas com comandos fixados no processador de texto no aplicativo do processador de textos Word O texto traduzido mant m a formata o original quando armazenado na mem ria preservando marca es de espa amento e de fontes por exemplo Essa configura o apresenta a vantagem de n o requerer que o tradutor importe o texto de origem para o sistema de mem ria e nem tenha de exportar a tradu o final para um processador de textos para o trabalho de revis o e edi o Todavia trabalhos salvos em arquivos com formatos n o leg veis pelo aplicativo do Word necessitam ser convertidos em geral por filtros espec ficos para esse fim e que acompanham os sistemas que trabalham com esse processador de textos O sistema de mem ria Transit por sua vez possui uma interface com editores de texto pr prios e que operam no interior do sistema operacional do Windows conforme especificado no manual do usu rio A tradu o realizada em um ambiente de trabalho pr prio do software para a qual o texto original importado
99. adu o pr prio mas como prev o manual as janelas e os menus do sistema assemelham se queles encontrados no 134 processador de textos do Word uma caracter stica que procura facilitar o aprendizado dos recursos exibidos uma vez esse processador bastante utilizado e conhecido por tradutores A cada projeto de tradu o o tradutor realiza as configura es b sicas no sistema pelas quais s o importados os arquivos a serem traduzidos e indicados os materiais de refer ncia a serem consultados para reaproveitamento de tradu es anteriores O Transit tamb m conta com um gerenciador terminol gico integrado ao sistema e que tamb m serve de fonte de pesquisa terminol gica para o tradutor O TermStar semelhantemente ao MultiTerm do Trados permite a armazenagem de terminologia multil ngue e de outras informa es como refer ncias gramaticais defini es detalhadas e ilustra es A pr xima figura apresenta o TermStar que trabalha juntamente com Transit gerenciando a terminologia nele armazenada que serve como refer ncia para tradu es Qera pris tie fot Corr Mew Project Opsons Wingow Mew e amp 1273 43 wwee B nas ANE CANA TOMBADA ACAMADA LOOGING ACAMAMENTO MACHETE MACHADO MANAGEMENT MANEJO MANUAL CUTTING CORTE MANUAL MANUAL HARVESTING COLHEITA MANUAL MANUAL HOEING CARPA MANUAL MANUAL PLANTING PLANTIO MANLIAL MATURATION MATURA O Figura 14 Os dados armazenados no TermStar
100. aduzido juntamente com seus segmentos de origem o tradutor possibilita que o contratante da tradu o tenha em m os novas unidades de tradu o para incrementar a mem ria que como mencionado anteriormente deixar o de ser remuneradas se reocorrerem em trabalhos posteriores Conforme demonstrado o Wordfast possibilita a constitui o da mem ria na medida em que a tradu o realizada Para casos em que o tradutor deseje aproveitar textos anteriormente traduzidos sem o aux lio de mem rias o Wordfast disponibiliza a ferramenta Plus Tools um programa adicional e gratuito para usu rios Wordfast que permite que sejam feitas pesquisas e substitui es de termos em v rios arquivos simultaneamente poss vel tamb m converter arquivos em formatos n o compat veis com o Word e portanto com o Wordfast Entre os recursos oferecidos por essa ferramenta est o Plus Align que permite o alinhamento de arquivos de origem e suas tradu es elaborados sem o aux lio do Wordfast para serem adicionados mem ria de tradu o desse sistema e servirem como refer ncia terminol gica para o tradutor em trabalhos futuros Para realizar o alinhamento o usu rio ap s iniciar o Wordfast seleciona pela aba Tools os arquivos dos textos de origem e da tradu o e realiza a extra o dos segmentos desses arquivos com o comando Extract Os segmentos extra dos s o identificados pelo 119 sistema como pertencentes ao arquivo de origem e ao
101. ais de diferentes reas de especialidade O principal atributo dos gloss rios para uso em sistemas de mem rias seria o de que agregam tamb m termos que seriam considerados corriqueiros como meses do ano e que raramente constariam em um gloss rio para consulta em tradu o Para os tradutores Nogueira e Nogueira 2004 a vantagem de organizar essas informa es em gloss rios estaria no fato de elas serem automaticamente inseridas pelo sistema no campo da tradu o desobrigando o tradutor do trabalho de digita o Com essa finalidade em vista express es recorrentes em textos de uma determinada rea como por exemplo a express o in accordance with generally accepted accounting principles cuja tradu o segundo os tradutores mencionados seria padronizada na rea de contabilidade no portugu s brasileiro de acordo com os princ pios geralmente aceitos de contabilidade 101 deveria constar no gloss rio a fim de poder ser inserida na tradu o com um nico toque poupando os pelo menos cinquenta que seriam necess rios para digitar sua tradu o inteira p 25 A determina o do grau de correspond ncia entre um termo ou segmento armazenado na mem ria e um novo termo ou segmento a ser traduzido expressa em porcentagem por m a maneira como esse c lculo realizado n o informada aos usu rios de nenhum dos sistemas estudados Os manuais dos sistemas de mem ria analisados revelam unicamente que
102. ais prol feras como o portugu s do Brasil e aquelas geralmente mais sint ticas como o ingl s O 8 The principal benefit of a TM is that it allows translators to reuse previous translations however in order to do this the TM must actually contain previous translations and the greater the volume of text in the TM the greater the chance that identical or similar segments will be found for reuse in new translations Post translation alignment allows translators to bulk up their TMs and thereby increase the probability of getting a match 95 alinhamento manual pode tomar mais tempo para ser realizado e dependera muito do grau de semelhan a de organiza o frasal entre o texto de origem e sua tradu o A figura seguinte apresenta como as unidades de tradu o s o armazenadas no banco de dados de um sistema de mem ria ap s o processo de alinhamento As unidades de tradu o encontram se pareadas em colunas com os segmentos de origem e outra para aqueles de destino Quando o tradutor seleciona uma unidade de tradu o ou o sistema a identifica como semelhante a um segmento de um outro trabalho a unidade distinguida em campos demarcados em azul para o segmento de origem e em verde para a tradu o correspondente Translation memory 4023 TUs TM C Users Erika uments WVORDFAST Mem rias Wfiemory PRT ENG txt Source Target Na opera o denominada de fertirriga o preferencialment poss vel
103. alinhamento de textos a qual se baseia no pareamento de textos de origem e suas tradu es sem qualquer segmenta o Esses pares 96 bil ngues de textos conhecidos como bi textos BOWKER 2002 ampliam as possibilidades de pesquisas uma vez que permitem a an lise de diferentes extens es de trechos de texto O resultado da busca dos segmentos alinhados na mem ria depende da maneira como o sistema analisa as correspond ncias entre as unidades de tradu o armazenadas e os novos segmentos que comp em um novo trabalho de tradu o Os diferentes graus de correspond ncia entre segmentos pareados ser o abordados no item a seguir 2 1 3 Correspond ncia textual A capacidade de um sistema de mem ria de tradu o em comparar um segmento a ser traduzido com todo o repert rio terminol gico armazenado em seu banco de dados depende do modo como essa ferramenta realiza a opera o de correspond ncia matching S o v rias as combina es de correspond ncias que um sistema pode fazer sendo as mais comuns conhecidas como correspond ncia exata ou total exact or full match correspond ncia parcial fuzzy match e correspond ncia terminol gica term match Os casos geralmente identificados pelos sistemas como correspond ncia exata seriam aqueles em que o segmento do texto de origem considerado id ntico tanto linguisticamente como em termos de formata o a um segmento armazenado na mem ria junto com a sua tradu o Qu
104. alization It can influence the future of our cultures in the technical discourses most localized particularly with respect to languages that are being brought into the electronic media for the first time 53 exig ncias atuais de produtividade e prazo Para o trabalho em alguns setores do mercado especialmente aquele da localiza o saber utilizar essas ferramentas de modo eficaz parece constituir um requisito t o importante quanto o conhecimento lingu stico Embora a tradu o autom tica n o seja ainda amplamente adotada nessa ind stria existem projetos para a integra o dessa ferramenta com sistemas de mem rias conforme reporta Esselink 2000 Os principais recursos de cada ferramenta e suas aplica es s o discutidos a seguir 1 3 De uma nova concep o de tradu o autom tica como uma ferramenta de produtividade sua integra o s esta es de trabalho do tradutor Uma das formas de reduzir o tempo de elabora o de uma tradu o e ilusoriamente eliminar os efeitos da interven o humana na comunica o que se sup e transparente seria pela instrumentaliza o do trabalho do tradutor com o intuito de aumentar seu desempenho pela restri o do tempo de contato com o material a ser traduzido Essa situa o particularmente reveladora do cen rio em que a tradu o praticada na era da globaliza o A instantaneidade da transmiss o eletr nica de informa es ganha primazia sobre o tempo de elabora
105. amentas exemplares da pr tica Os primeiros prot tipos encontrados em forma de tijolos de argila na antiga Sum ria em 2600 a C tinham a fun o de armazenar registros vivos da lingua daquela poca por meio de uma escrita cuneiforme DESLILE WOODSWORTH 1998 Embora estes possam hoje constituir a no o Esta e as demais tradu es das refer ncias em l ngua estrangeira nesta tese foram feitas por mim exceto quando houver edi o dispon vel em l ngua portuguesa 17 mais obsoleta de dicion rio a maneira como foram confeccionados atendeu s necessidades daquele tempo al m de exerceram uma fun o propulsora para as concep es posteriores de representa o e descri o da l ngua Por maiores que sejam as limita es que um instrumento para auxiliar a tradu o possa vir a apresentar quando examinado em uma outra poca e sob outras circunst ncias sua fun o no tempo em que foi desenvolvido e no trabalho para o qual serviu fundamental Muitos dos recursos empregados pelos tradutores ganharam forma e fun o a partir do produto de seus trabalhos pr vios Conforme explica Cronin as ferramentas de tradu o nos per odos anteriores n o s o apenas objetos materiais que permitem rastrear permanentemente as palavras mas s o produtos desses rastreamentos que por sua vez auxiliar o os tradutores em suas tarefas Isso inclui listas de palavras os l xicos os dicion rios as tradu es anteriores os recur
106. ando localizada na mem ria uma correspond ncia exata ao segmento de origem a ser traduzido o sistema normalmente insere a tradu o do segmento identificado diretamente no campo em que uma nova tradu o ser introduzida dispensando o tradutor do trabalho de digita o O tradutor alertado sobre o grau de correspond ncia entre o segmento de origem e aquele inserido por combina es de cores espec ficas e indica es de porcentagem do sistema de mem ria que estiver utilizando Se n o estiver de acordo com a sugest o a ele apresentada o tradutor pode nesse mesmo momento descart la e inserir no mesmo campo uma outra tradu o para o segmento Abaixo tem se uma ilustra o da 97 ocorr ncia de correspond ncia exata recuperada pelo sistema de mem ria Wordfast e inserido automaticamente no campo da tradu o A colora o verde do campo serve de alerta para a correspond ncia considerada como exata ou seja 100 Eles apresentam defici ncia de f sforo e pot ssio They present deficiency in phosphorus and potassium Mesmo que o sistema indique a recupera o de um segmento cem por cento correspondente altera es podem ser necess rias no novo texto traduzido que geralmente faz parte de um novo contexto que por sua vez tece novas rela es entre as palavras que dele fazem parte Nesse caso analisado h a quest o do g nero gramatical que n o identificado pelo sistema cabendo ao tradutor
107. ando uma sugest o da mem ria que n o seja adequada ao seu contexto atual A quest o da responsabilidade parece assumir diferentes dimens es no trabalho com os sistemas de mem ria Em uma das situa es j abordadas em que o banco de dados compilado pelo pr prio tradutor para trabalhos em uma rea determinada seria supostamente poss vel ter maior controle da produ o estando o tradutor mais apto a justificar suas escolhas Em outra conjuntura tamb m tratada em que o volume do banco de dados considerado produtivo por efeito dos acr scimos de trabalhos de outros tradutores ou de alinhamentos de trabalhos anteriores as reocorr ncias de segmentos no novo trabalho de tradu o embora mais frequentes n o proviriam de um nico sujeito apresentando diferentes estilos de composi o textual Sendo a produ o de tradu es compartilhada quando se faz uso de sistemas de mem rias ficaria dif cil atribuir ao tradutor a responsabilidade pela produ o final de um trabalho considerando se principalmente o papel por ele desempenhado na longa cadeia de produ o de tradu es em projetos executados para a ind stria de localiza o por exemplo O item seguinte problematiza a determina o da responsabilidade pelo produto final a tradu o em situa es em que o trabalho do tradutor encoberto com o uso das mem rias e em meio aos diversos agentes que atuam para a conclus o de um trabalho 181 3 6 A tradu o as
108. ano o texto maior de que faz parte e a mem ria lhe apresenta op es de tradu es anteriores para reaproveitamento a tend ncia a produ o de um texto que retome tradu es j realizadas por outros tradutores em outros contextos e expresse cada vez menos as escolhas do tradutor que o desenvolve A forma fragmentada de apresenta o do texto de origem age tamb m para que o tradutor apegue se s op es apresentadas pela ferramenta deixando por vezes de lado a busca por uma outra maneira de elaborar a tradu o Essa tend ncia pode ser justificada pelo fato de o tradutor nem sempre ter acesso por inteiro ao texto de origem com o qual trabalha ou situa o em que a tradu o ser utilizada pois a pr pria ferramenta que utiliza em seu trabalho n o o convida a olhar nessas dire es PYM 20044 p 163 Quando grande parte dos textos de origem encontra se em meio digital dispersa se a responsabilidade do tradutor que lida com um original em constante processo de atualiza o e em geral fragmentado para possibilitar a tradu o e o tratamento em equipe Sendo o comprometimento do tradutor com o trabalho que realiza limitado tamb m pelas ferramentas que o auxiliam desfazem se as rela es que o tradutor constr i com o texto que produz um fato que repercute diretamente na concep o tica da pr tica Como discuto nesta tese no momento em que a atua o do tradutor ocultada ou relegada a um segundo plano em rela
109. anslation Machine Translation n 12 1 2 p 3 23 1997 KOSKINEN Kaisa Beyond ambivalence postmodernity and the ethics of translation Acta Universitatis Tamperensis 774 Tampere University of Tampere 2000 206 LE BRETON Jean Marie Reflex es angl filas sobre a geopol tica do ingl s In LACOSTE Yves RAJAGOPALAN Kanavillil Org A geopol tica do ingl s S o Paulo Par bola Editorial 2005 p 12 26 LEFEVERE Andr Translating literature New York Modern Language Association of America 1992 LOCKWOOD Rose Machine translation and controlled authoring at Caterpillar In Sprung Robert C Ed Translating into Success cutting edge strategies for going multilingual in a global age v 6 ATA Scholarly Monograph Series 2000 p 187 202 MACKLOVITCH Elliott RUSSELL Graham What s been forgotten in translation memories In WHITE John S Ed Envisioning Machine Translation in the Information Future 4 Conference of the Association for Machine Translation in the Americas Cuernava M xico 2000 p 137 146 MARTINS Ronaldo Teixeira NUNES Maria das Gra as Volpe No es gerais de tradu o autom tica Relat rio t cnico S o Carlos NILC ICMC USP 2005 25 p MATEUS Maria Helena Mira XAVIER Maria Francisca Orgs Dicion rio de termos lingu sticos Lisboa Edi es Cosmos 1992 v 1 MICROSOFT PRESS Dicion rio de Inform tica Trad Gilberto Castro e Val ria Chamon 3 ed Rio de
110. anslations the notion of disparity In BOWKER Lynne Ed Lexicography terminology and translation text based studies in honour of Ingrid Meyer Ottawa University of Ottawa Press 2006 p 159 173 DELISLE Jean WOODSWORTH Judith Org Os tradutores na historia Trad S rgio Bath S o Paulo tica 1998 EAGLES Evaluation of Natural Language Processing Systems Benchmarking translation memories Dispon vel em lt http issco www unige ch projects ewg96 node157 html SECTIONO01043000000000000000 gt Acesso em 17 mar 2008 ESSELINK Bert A practical guide to localization Amsterdam John Benjamins 2000 Leningrad meets Amsterdam meets Aquarius Language International v 14 n 1 p 10 11 2001 The evolution of localization In PYM A A PEREKRESTENKO A STARINK B Translation technology and its teaching Tarragona Espanha 2006 Disponivel em lt http isg urv es publicity isg publications technology_2006 index htm gt Acesso em 22 jun 2006 FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda Novo Dicion rio Eletr nico Aur lio vers o 5 1 1a S o Paulo Editora Positivo 2004 CD ROM FOLARON Debbie A discipline coming of age in the digital age In DUNNE Keiran J Ed Perspectives on Localization American Translators Association Scholarly Monograph Series XIII Amsterdam John Benjamins 2006 p 195 219 GODARD Barbara L thique du traduire Antoine Berman et le virage ethique en traduct
111. ar em ganhos significativos ao tradutor seja de tempo ou de dados para refer ncia e reutiliza o em trabalhos posteriores afinal como argumenta Bowker o benef cio principal de uma mem ria de tradu o permitir aos tradutores reutilizar tradu es anteriores entretanto para que possam fazer isso a mem ria deve realmente conter tradu es anteriores e quanto maior o volume de textos na mem ria maiores as chances de que segmentos id nticos ou semelhantes ser o encontrados para reuso em novas tradu es O alinhamento p s tradu o permite aos tradutores avolumar suas mem rias e assim aumentar as probabilidades de conseguirem uma correspond ncia BOWKER 2002 p 111 A fim de garantir que as unidades armazenadas na mem ria oferecer o chances de reaproveitamento o trabalho de revis o do alinhamento tanto autom tico como manual indispens vel mesmo em situa es em que texto de origem e tradu o apresentem estruturas consideradas bastante semelhantes Uma vez que a maior parte dos sistemas baseia se tamb m na contagem de caracteres de cada frase ou per odo demarcado por sinais de pontua o eles pressup em quase sempre que frases longas d o origem a tradu es longas e frases curtas originam tradu es curtas SOMERS 2003 p 37 Com base em minha experi ncia como tradutora essa caracter stica dos sistemas pode gerar conflitos em situa es de tradu o em que se tem l nguas tidas como m
112. as l nguas envolvidas pudesse ser localizado imediatamente juntamente com sua tradu o ARTHERN 1979 apud HUTCHINS 1998 p 293 As ideias de Arthern ganhariam repercuss o um ano mais tarde em uma publica o de Martin Kay considerada seminal discuss o sobre o papel da automa o na tradu o denominada The proper place of men and machines in language translation O lugar adequado dos homens e das m quinas em tradu o 1980 1997 Em seu trabalho Kay pesquisador de tecnologias da empresa Xerox em Palo Alto Calif rnia v com descren a os rumos na poca tomados pelas pesquisas em automa o que se focavam no desenvolvimento de sistemas que buscassem eliminar a interven o humana ou que relegassem ao tradutor por definitivo a fun o de p s edi o da produ o autom tica No referido artigo Kay advoga o desenvolvimento de um sistema que pudesse reunir trabalho mec nico e humano pela aplica o de recursos informatizados com a finalidade exclusiva de ampliar a produtividade humana ao mesmo tempo em que condena o investimento ent o feito em pesquisas que visassem a um ideal distante Sua argumenta o seria a de que a efici ncia de um sistema de tradu o como a de qualquer outro deve ser avaliada em todos os seus componentes humanos e mec nicos KAY 1997 p 11 A principal diferen a do sistema proposto por Kay em rela o aos programas autom ticos seria a de que nele o tradutor ter
113. ast e Trados costumam ter uma aceita o maior por ser este aplicativo mais conhecido pelos tradutores Por outro lado um sistema que adota interface pr pria como o Transit embora possa requerer um tempo maior de aprendizado n o sofre as limita es de compatibilidade entre os arquivos a serem traduzidos e a plataforma que sustenta o sistema de mem ria Sistemas de mem rias de tradu o como o Wordfast o Trados e o Transit s o atualmente comercializados com atrativos de promessas de recupera o r pida de trabalhos 139 anteriores pelo reaproveitamento de trechos recorrentes de tradu es de economia de tempo e recursos financeiros pela dinamiza o da produ o tradut ria de maior padroniza o terminol gica pelo controle da terminologia e fraseologia em bancos de dados e de possibilidade de interc mbio de bancos de dados entre tradutores Essas poss veis vantagens s o com frequ ncia generalizadas e consideradas v lidas para os tipos de textos em que as mem rias s o utilizadas como ferramenta de aux lio Entretanto como lembra Austermiihl 2001 a efici ncia das mem rias de tradu o estaria diretamente ligada a tr s par metros que inter relacionados determinariam o grau de produtividade que poder ser alcan ado na tradu o tipo de texto grau de repeti es e a extens o do trabalho a ser traduzido O primeiro e o segundo condicionantes delimitam a aplica o das mem rias a textos considerados do do
114. atus futuro do ingl s ser menos determinado pelo n mero e pelo poder econ mico de seus falantes nativos do que pelas tend ncias no uso do ingl s como segunda l ngua GRADDOL 2003 p 157 The apparent decline in the position of English native speakers does not necessarily herald the decline in the importance of the English language The future status of English will be determined less by the number and economic power of its native speakers than by the trends in the use of English as a second language 40 As tend ncias a que Graddol se refere dizem respeito ao deslocamento observado em seus estudos em dire o ado o do ingl s como l ngua da comunica o tanto em pa ses europeus como n o europeus um ato sintom tico do aumento do bilinguismo e do multilinguismo e da ren ncia da ideia de que o uso do ingl s teria como consequ ncia o abandono das l nguas maternas de cada pa s O ingl s ou ingleses que figura como l ngua franca no cen rio contempor neo globalizado paga o pre o do hibridismo inevit vel RAJAGOPALAN 2005 p 155 que lhe acomete ao mesmo tempo em que se traduz para outras l nguas a um ritmo que se tornou t pico da era da comunica o virtual O atendimento s exig ncias de prazo e custo desse mercado depende na contemporaneidade de investimentos no desenvolvimento e da ado o por tradutores das ferramentas de aux lio tradu o como programas de tradu o autom tica e s
115. blico cujas prefer ncias eram naquela poca desconhecidas Os ent o novos usu rios de computadores pessoais criaram uma demanda por softwares e outros aplicativos que n o somente os capacitassem a trabalhar de modo mais eficaz mas atuassem em harmonia com os padr es e h bitos locais Assim processadores de texto por exemplo necessitavam suportar a entrada o processamento e a sa da de conjuntos de caracteres em outras l nguas recursos lingu sticos espec ficos tais como a hifeniza o e a ortografia e uma interface do usu rio na l ngua local do usu rio ESSELINK 2006 p 22 Essas modifica es foram a princ pio vistas como um grande desafio para a ind stria de desenvolvimento de programas informatizados como explica Debbie Folaron 2006 professora e pesquisadora em tradu o e localiza o na Universidade Conc rdia em Montreal Canad Para os programadores e engenheiros de software atuando majoritariamente no desenvolvimento de programas em l ngua inglesa na costa oeste dos Estados Unidos a integra o da tarefa de adapta o desses produtos a mercados internacionais significava adicionar um est gio de trabalho lingu stica e culturalmente estrangeirizador muito diferente da rotina com a qual estavam acostumados de programa o escrita e produ o t cnica para o mercado dom stico Se por um lado o trabalho lingu stico e cultural foi recebido como uma adi o n o bem vinda determinada pelo
116. c ccscccesssrcccsssssccsssssscscsssssssssssscsssssseoees 1 1Traduzindo o ingl s global algumas considera es sobre as tecnologias de informa o contempor neas e suas rela es com a TRAC CAG orar rara dra EE caia or dida 1 2 O espa o da tradu o na ind stria de localiza o 1 3 De uma nova concep o de tradu o autom tica como uma ferramenta de produtividade sua integra o s esta es de trabalho do tradulor rsss nasais sons Sacolas quado a es 1 4 Sistemas de mem rias de tradu o como instrumental na recupera o da produ o tradutOria ee eeccccessecceeesseteeeeeeseeeees CAP TULO II A aplica o de sistemas de mem rias de tradu o como ferramentas de produtividade para o tradutor 0 0 0 2 1 Uma proposta de an lise dos principais recursos dos sistemas de mem ria de tradu o Wordfast Trados e Transit 2 1 1 Segmenta o texbial sanada partes nada Td aa DD Alinhamento a a SE a a R 2 1 3 Correspond ncia texiial saias aid setas 2 2 Traduzindo com os sistemas de mem rias de tradu o Wordfast Frados e UT ANS To apso eE Aa E na ra 2 2 1 A tradu o com o Wordfast recursos de tradu o agregados ao processador de textos do tradutor 2 2 2 A tradu o com o Trados recursos de aux lio ao tradutor e de gerenciamento terMinO OgQicO cececeeesecceeeeseeeeeesteeeeeenees
117. cally correct 98 do hom nimo em ingl s truck que de acordo com o Webster s Encyclopedic Unabridged Dictionary of the English Language 1994 p 1 501 pode se referir a 1 a powerful motor driven vehicle with large heavy treads used for pulling farm machinery other vehicles etc ou a 2 a short truck with a body containing only a cab for the driver used to haul detachable trailers A tradu o para o portugu s do Brasil nesse contexto seria respectivamente 1 trator ou 2 cavalo mec nico A adequa o da op o de tradu o depender da leitura feita pelo tradutor da situa o em que o hom nimo ocorre visto que no mesmo setor da agroind stria canavieira os dois termos s o cab veis Novamente o segmento isolado conforme recuperado da mem ria pode ser insuficiente para garantir a adequa o da tradu o Os sistemas de mem rias de tradu o consideram que uma correspond ncia total quando o novo segmento de origem difere daquele armazenado na mem ria somente em termos de elementos considerados vari veis conhecidos como coloc veis Bowker 2002 p 98 Esses elementos abrangem n meros datas nomes pr prios medidas e outras ocorr ncias que requerem alguma modifica o durante a tradu o Um exemplo est na forma como a data indicada em ingl s pela ordem m s dia ano ao passo que em portugu s indica se como dia m s ano Essas varia es na maioria das vezes n o afetam a tradu
118. cens o econ mica estadunidense no cen rio do p s guerra tornou o ingl s proeminente nas inova es tecnol gicas oriundas daquele pa s assim como nas descobertas cient ficas e m dicas Em organismos internacionais como a Organiza o das Na es Unidas o ingl s tamb m desempenha papel principal entre as l nguas de trabalho Essa posi o privilegiada da l ngua inglesa tem tamb m motivos pol ticos sendo verificada at mesmo no continente europeu local em que a diversidade cultural e a pluralidade lingu stica s o assuntos constantes de debates pol ticos a favor da comunica o e integra o intercultural WODAK 2004 No caso da Uni o Europeia o problema da pluralidade lingu stica tratado como uma quest o tanto pol tica como t cnica Segundo o relato de Calvet 2007 quando a Fran a assumiu a presid ncia da Uni o Europeia em 1994 uma das primeiras propostas do ent o ministro franc s de Assuntos Europeus foi a de limitar a cinco o n mero de l nguas de trabalho da comunidade naquela poca composta por quinze pa ses membros A campanha francesa propunha a ado o do ingl s do franc s do alem o do espanhol e do italiano uma escolha que para Calvet enfatiza a comunica o no seio da Europa excluindo na mesma tacada o portugu s muito mais falado no mundo que o italiano o alem o e at mesmo o franc s p 134 A principal preocupa o da proposta n o era como 31 a Fran a desejava trans
119. ciada pelo progresso dos meios de transporte Durante um longo per odo pr internet vivenciou se um cont nuo progresso na inven o e na produ o em massa de meios de transporte como trens autom veis e avi es Vivia se a era que Bauman denomina modernidade s lida marcada pela constru o de grandes ind strias e de rodovias para escoamento de pessoas e de produ o Os esfor os concentravam se na viabiliza o de meios para deslocamento de corpos f sicos que idealmente deveriam tornar se habilitados a conquistar locais long nquos em tempos cada vez mais reduzidos As limita es da dist ncia f sica tamb m foram gradativamente vencidas com os avan os nos meios de comunica o Dos aparelhos de transmiss o de fac s mile introdu o da internet a mobilidade f sica foi tornando se cada vez mais secund ria visto n o estar 15 ela mais diretamente ligada ao transporte da informa o A internet em especial libertou a informa o do v nculo aos materiais f sicos a que se refere e foi uma das grandes mudan as respons veis por inaugurar a fase de modernidade l quida que para Bauman seria muito mais din mica do que a modernidade s lida que suplantou principalmente por ter vencido a barreira do tempo na propaga o de informa es ainda que de maneira desigual em diferentes partes do mundo A fluidez a met fora principal que Bauman emprega para caracterizar uma era em constante mudan a e
120. da ferramenta a reuni o e o armazenamento de termos ou trechos de texto durante o trabalho de tradu o a jun o de termos de bancos de dados de outros tradutores e a adi o de termos ao banco de dados pelo procedimento de alinhamento de textos O trabalho de constru o de banco de dados sempre exige que os textos de origem e as tradu es estejam em formato digitalizado para que possam ser processados pelo sistema de mem rias O primeiro modo de alimentar o banco de dados da mem ria considerado por Bowker 2002 p 108 um procedimento de tradu o interativa que se realiza medida que o tradutor elabora as tradu es utilizando o sistema de mem ria e que seu trabalho salvo em conjunto com o texto de origem Os sistemas apresentam ao tradutor na mesma tela trechos 83 do texto de origem e espa os ou campos de texto para a inclus o da tradu o Essa organiza o textual n o interfere na diagrama o do texto de origem que preservada ou reconstitu da ao t rmino do trabalho de tradu o dependendo da ferramenta utilizada Conforme o tradutor insere a tradu o nos espa os indicados pelo sistema os trechos bil ngues que se formam s o transferidos automaticamente por comandos espec ficos de cada sistema para o banco de dados e em pares passam a ser denominados unidades de tradu o cuja sigla em ingl s TUs em refer ncia a Translation Units No momento em que um termo ou trecho do texto de ori
121. da sistema conta com uma forma de organiza o das informa es nele depositadas assim como uma maneira espec fica de apresentar os dados recuperados ao tradutor durante a tradu o de um novo texto com o aux lio dessa ferramenta Os tr s sistemas analisados podem ser divididos em dois grupos formados segundo as caracter sticas compartilhadas por esses sistemas um grupo formado pelos sistemas Wordfast e Trados cujos bancos de dados salvam os segmentos de origem e sua tradu o como uma unidade de tradu o UT e outro grupo nesta tese representado pelo sistema Transit que n o salva segmentos e suas tradu es em um banco de dados mas permite que a cada trabalho de tradu o sejam reunidos e incorporados textos de origem e suas tradu es ao sistema como material de consulta e refer ncia de busca mem ria Os dois diagramas seguintes ilustram a organiza o dos sistemas de mem ria Wordfast e Trados Translator s Workbench e Transit respectivamente 107 Wordfast e Trados modelo banco de dados Sugest o de tradu o TRADU O EM BANCO DE PROGRESSO DADOS DO texto de origem e campos SISTEMA para inser o da tradu o Segmentos do texto de gem e suas respectiva tradu es Diagrama 1 No Wordfast e no Trados Translator s Workbench os segmentos do texto de origem e suas tradu es s o pareados e salvos como unidades de tradu o no banco de dados do sistema O modelo anterior represen
122. de baixa qualidade esses pesquisadores explicam que improv vel que a produ o de um sistema de tradu o autom tica seja muito boa mas para leitores t cnicos com conhecimento suficiente de uma rea que sabem o que est acontecendo na ci ncia de modo geral e que conseguem at mesmo adivinhar o assunto de um artigo ela pode muito bem fornecer material suficiente para pelo menos apresentar uma ideia do conte do de um texto HUTCHINS SOMERS 1992 p 157 grifos meus Nota se em Hutchins e Somers 1992 a reitera o do discurso de que a automa o embora com reconhecidas limita es capaz de recuperar o conte do do texto de origem bastando ao usu rio desses programas estabelecer a dire o da tradu o entre os v rios pares lingu sticos oferecidos pelos diversos sistemas Esse pensamento tamb m desconsidera o fato de que a ideia do conte do de um texto n o transmitida automaticamente mas gerada pela leitura e interpreta o do leitor tradutor do texto Especialmente em uma era em que a maior parte da comunica o realiza se em rede e em tempo real a aplica o da automa o favorecida por oferecer a promessa de resultados r pidos que conforme consta na literatura da rea requereriam unicamente edi o posterior Para Cronin 2003 o pr prio meio eletr nico em que a comunica o se estabelece acaba impondo prazos cada vez menores para o constante processo de revis o e atualiza
123. de qualidade public vel conhecidas como tradu o autom tica para dissemina o HUTCHINS 2007 p 1 Observa se pelo relato de Hutchins que em ambas as demandas por tradu o que enumera os sistemas autom ticos atuam como realizadores efetivos do trabalho de tradu o seja acelerando a convers o de significados de textos estrangeiros para as l nguas traduzidas com fins de publica o seja oferecendo uma vers o que embora com reconhecidas A abordagem detalhada da produ o de Hutchins sobre tradu o autom tica n o constitui o escopo deste trabalho mas pode ser conferida em sua p gina pessoal dispon vel em lt http www hutchinsweb me uk gt E Basically there are two types of demand There is the traditional need for translations of publishable quality particularly the production of multilingual documentation for large corporations Here the output of MT systems can save time and costs by providing draft translations which are then edited for publication this mode of use being called human aided machine translation HAMT However what is often needed is not a perfectly accurate rendition but something that can be produced quickly sometimes immediately conveying the essence of the original text however grammatically imperfect lexically awkward and stylistically crude The latter is often called machine translation for assimilation in contrast to the production of publishable quality
124. de um produto pr tica comum das ag ncias limitar o acesso dos tradutores contratados ao banco de dados A maioria permite que os tradutores conhe am somente as unidades de tradu o que utilizar o Grande parte das ag ncias tamb m adota crit rios para a divis o de trabalhos incluindo a contrata o de gerentes de projetos de tradu o e a segmenta o do material de origem entre v rios tradutores para controlar a produ o de seus prestadores de servi os e restringir o dom nio desses profissionais sobre o projeto como um todo O receio da divulga o de informa es t cnicas de um produto durante a execu o de um projeto de tradu o faz tamb m com que as ag ncias estabele am medidas para coibir a pr tica de interc mbio de bancos de dados entre tradutores Uma das a es tomadas para proteger o segredo do conte do de materiais disponibilizados para tradu o a celebra o de contratos de sigilo conhecidos pela sigla NDAs em ingl s non disclosure agreements entre o contratante de um projeto de tradu o e a ag ncia contratada Nesses casos a ag ncia torna se respons vel por garantir que seus prestadores de servi os respeitem e mantenham a confidencialidade do trabalho Conforme venho analisando nesta tese tanto contratantes de servi os de tradu o quanto as ag ncias que prestam esses servi os s o contr rios divulga o total de conte dos dos bancos de dados dos sistemas de mem rias aos trad
125. des De acordo com o soci logo polon s Zygmunt Bauman 1999 p 7 as situa es desencadeadas pela globaliza o passaram a ser vistas como parte do destino irremedi vel do mundo um processo irrevers vel como tamb m uma modifica o definitiva que afetaria a todos da mesma maneira Entretanto como reflete o soci logo os efeitos dessa nova condi o seriam desiguais sendo n tida a divis o entre aqueles que se tornaram verdadeiramente globais e que d o o tom e fazem as regras do jogo da vida e aqueles que se mant m fixos em sua localidade n o partilhando das oportunidades e da capacidade de gerar e negociar sentidos no mundo em que habitam BAUMAN 1999 p 8 A produ o e a dissemina o de informa es est o cada vez mais vinculadas ao poder sendo crescente a depend ncia por parte dos pa ses produtores de conhecimento e de informa es dos meios de propaga o de sua produ o especificamente na atualidade pela internet A demanda por acesso ao conhecimento produzido al m fronteiras por aqueles que se situam no p lo receptor tamb m tem aumentado mas diferentemente do que ocorria anteriormente era da internet a busca por conhecimento e informa es d se de uma maneira mais c moda e quase instant nea visto que na maioria das vezes o deslocamento f sico dispensado ainda que o espa o virtual promova a sensa o de constante movimento Outra mudan a importante experim
126. descendentes de localiza o dividiram o mundo entre os produtores textuais que sempre ser o produtores os consumidores textuais que s podem permanecer consumidores e os exclu dos que permanecem n o localizados PYM 2002 p 5 A idealizada neutraliza o das especificidades da cultura de origem de um produto a fim de aclimat lo s culturas que o receber o constituiria uma forma dissimulada de assegurar a deten o da tecnologia ao Outro que se posiciona no p lo de produ o tecnol gica Ao compor e distribuir a documenta o de seus produtos segundo interesses mercadol gicos aqueles que ret m o poder da produ o mant m seus usu rios na posi o permanente de receptores e consumidores dos recursos tecnol gicos assim produzidos Se tomarmos a t tulo de exemplifica o a vers o para o portugu s do Brasil do Microsoft Windows XP vemos que os comandos principais os menus e as caixas de di logos apresentam suas vers es localizadas j padronizadas e que assim s o conservados quando o sistema atualizado Por outro lado se necessitarmos de informa es mais detalhadas sobre o funcionamento do programa como os c digos fontes ou a linguagem t cnica em que o programa foi desenvolvido temos na maioria das vezes que recorrer ao original em ingl s O usu rio de programas localizados como esse por meio da pol tica da localiza o concebido como um consumidor passivo a quem concedido acesso lim
127. dispon veis p 14 Um dos recursos mais utilizados nas esta es de trabalho do tradutor aquele de compila o e gerenciamento de dados terminol gicos Os banco de dados terminol gicos como s o denominados na literatura da rea re nem entradas com informa es sobre termos e os conceitos que representam podendo informar a defini o de um termo seus contextos de uso termos considerados equivalentes em outras l nguas ou instru es gramaticais BOWKER 2003 p 50 2 Nesta tese a refer ncia esta o de trabalho entendida especificamente segundo a primeira defini o para workstation oferecida pelo Dicion rio de Inform tica Microsoft Press 1998 p 773 como uma combina o de equipamentos de entrada sa da e computa o que pode ser utilizada de forma independente por um indiv duo nesse caso o tradutor profissional que utiliza os recursos das esta es para gerenciar a produ o de tradu es 64 Desde o in cio os bancos de dados terminol gicos foram recebidos de maneira bastante positiva principalmente por tradutores atuando em reas espec ficas do conhecimento seja de maneira aut noma para diversos clientes ou contratados exclusivos de uma ind stria ou organiza o governamental que empregam estrat gias de controle da composi o original Como relata Hutchins 2005 os avan os tecnol gicos e as descobertas de novos conceitos t cnicas e produtos promoveram grandes mudan
128. do uma deforma o profissional que o leva perante um par grafo a ver n o o desenvolvimento de uma ideia mas uma simples cole o de frases BEDARD 2000 p 44 A coes o entre as frases de um texto em uma l ngua elaborada por recursos como de coordena o e subordina o elipses omiss es pronomes e outros d iticos desfaz se conforme o tradutor se empenha em produzir segmentos de origem sim tricos queles de origem para garantir o bom desempenho do sistema de mem ria Essa seria a condi o 2 Si le traducteur fait en sorte que Varticulation des phrases de sa traduction soit exactement la m me que dans le texte original c est au prix d un certain degr de m diocrit stylistique et communicationnelle ou encore d un effort indu de sa part pour respecter un carcan somme toute artificiel Qui plus est le traducteur subit ainsi une d formation professionnelle que l am ne devant un paragraphe voir non pas le d roulement d une id e mas une simple collection de phrases 176 tamb m para a utiliza o do recurso de alinhamento que conforme descrito no cap tulo anterior possibilita o incremento da mem ria pela adi o de novas unidades de tradu o formadas a partir de textos traduzidos sem o aux lio desse sistema O alinhamento mais um recurso que trata das frases de um texto de modo isolado tornando imposs vel determinar a refer ncia que uma frase possa fazer por exemplo a constru es
129. e Tradutores do Brasil Sintra conforme determinam os princ pios do referido c digo elencados a seguir CAP TULO I Princ pios Fundamentais Art 1 S o deveres fundamentais do tradutor 1 respeitar os textos ou outros materiais cuja tradu o lhe seja confiada n o utilizando seus conhecimentos para desfigur los ou alter los 2 exercer sua atividade com consci ncia e dignidade de modo a elevar o conceito de sua categoria profissional 3 utilizar todos os conhecimentos lingu sticos t cnicos cient ficos ou outros a seu alcance para o melhor desempenho de sua fun o 4 empenhar se em participar da tomada de decis es do seu rg o de classe e em v las acatadas em particular no que se refere remunera o justa s condi es de trabalho e ao respeito aos direitos do tradutor 155 5 solidarizar se com as iniciativas em favor dos interesses de sua categoria ainda que n o lhe tragam benef cio direto CAP TULO II Rela es com os Colegas Art 2 O tradutor deve tratar os colegas com lealdade respeito e solidariedade Art 3 O tradutor deve abster se de qualquer ato que signifique concorr ncia desleal a outros tradutores ou explora o do trabalho de colegas seja em sentido comercial ou outro CAPITULO III Rela es com o Contratante do Servi o Art 4 O tradutor deve servir lealmente ao interesse de quem lhe contratou O servi o Art 5 O tradutor deve empen
130. e compression is to favor first order exchanges over second order exchanges i e rapid transactions limited in time and involving limited contact over longer term multidimensional complex engagements 38 A presen a do tradutor como mediador da tradu o faz desta um trabalho inc modo por m indispens vel para possibilitar a comunica o e a compreens o entre usu rios falantes de diferentes l nguas que idealmente deveriam realizar se de maneira direta e neutra A irrealizabilidade dessa condi o faz com que o tradutor ocupe uma posi o paradoxal no mundo da globaliza o na qual parte de seu papel profissional precisamente facilitar a prolifera o de interc mbios de primeira ordem em que uma pessoa n o obrigada a passar anos aprendendo uma l ngua para realizar neg cios no exterior por causa da presen a do tradutor e do int rprete e entretanto os pr prios tradutores s o definidos por seu compromisso vital cio com interc mbios de segunda ordem CRONIN 2003 p 49 A interven o da interpreta o do tradutor insepar vel de seu trabalho de constru o da comunica o entre falantes de l nguas diferentes op e se tend ncia mundial que valoriza o acesso imediato ao conte do de um enunciado A exig ncia da tradu o permeando o esfor o para alcan ar o Outro uma constante lembran a de que embora pessoas possam aparentar estar mais pr ximas gra as s conquistas no setor da tecnologia da co
131. e das ferramentas de apoio tradu o especialmente dos sistemas de mem rias representa um rompimento com o leitor da tradu o na medida em que prioriza a estrutura e a composi o textual do texto de origem em um esfor o para alcan ar um paralelismo sint tico muitas vezes estranho l ngua da tradu o A aten o do tradutor volta se ao poss vel rendimento do sistema de mem ria com as escolhas que faz para o texto traduzido perdendo o foco no leitor de sua produ o Outro efeito do esfor o em prol da reutiliza o de segmentos de tradu es anteriores est no tratamento das op es armazenadas de tradu o como fixas em detrimento de poss veis mudan as ou atualiza es terminol gicas que venham a ser necess rias ao longo do tempo Essa pr tica tamb m influencia na elabora o de textos traduzidos cada vez mais 173 r gidos que busquem manter a correspond ncia estrutural com o original a fim de aumentar as chances de reaproveitamento de pares equivalentes em tradu es futuras Os efeitos de uma produ o tradut ria que tenha em vista n o somente a recria o textual para o p blico leitor da tradu o mas paralelamente a ado o de uma escrita que promova o aumento da efic cia da ferramenta que serve de aux lio ao tradutor aproxima os sistemas de mem ria da concep o dos programas de tradu o autom tica no que tange a regras de controle de produ o de tradu es Por ser uma exig ncia e
132. e de substitui o do tradutor concede lugar imagem de que esses sistemas s o capazes de atuar com maior efic cia como ferramentas de produtividade para o tradutor HUTCHINS 2007 Levada s ltimas consequ ncias essa aparente mudan a de postura em rela o aos sistemas tradu o autom tica revela transforma es na produ o e na recep o de textos assim traduzidos Na produ o de textos com fins de dissemina o o reconhecido fracasso de se adaptar a m quina expressividade das l nguas tem na era contempor nea promovido esfor os no sentido de adequar e controlar a l ngua de origem para possibilitar a aplica o de processamento autom tico como j foi discutido na localiza o e ser mais adiante 57 exemplificado na tradu o autom tica Em textos destinados assimila o de informa es como demarca Hutchins 1999 a recep o de materiais traduzidos automaticamente tamb m influenciada na medida em que a expectativa com rela o produ o da m quina restringe se ao fornecimento das informa es contidas no texto Usu rios de sistemas autom ticos para ter acesso ao conte do de origem contentam se em extrair o que precisam saber de uma produ o traduzida n o editada Preferem ter uma tradu o por mais prec ria que seja do que nenhuma tradu o HUTCHINS 1999 p 2 A cren a na capacidade de a m quina extrair palavras e constru es frasais do texto de origem e tra
133. e effluent dilution the application of 620 Workforce use indicators TABLE 10 presents the rural workforce indicator used in sugai TABLE 10 Rural workforce productivity index with regard to Manual cut yield Cutting operation absenteeism index The low yield index in manual cut suggests among other cau PRODUCTION PROCESSES Based on the standard cost spreadsheet April 2007 by the Some practices usually used by mills have been added to the Y Na opera o denominada de fertirriga o preferencialmente executada durante os tratos culturais de soqueiras procura se eliminar por completo a necessidade da fertiliza o pot ssica adotando dosagens em fun o dos teores de pot ssio na sua The operation named fertirrigation preferably executed during ratoon tillering operations attempts to fully eliminate the need for potassium fertilization by setting dosages pursuant to the potassium contents as oxide of the soil and the waste Figura 1 Unidades de tradu o portugu s ingl s alinhadas na mem ria de tradu o do sistema Wordfast Conforme informa a barra superior do sistema essa mem ria cont m 4 023 unidades de tradu o Como mencionado em alinhamentos de segmentos marcados por sinais de pontua o a busca em geral restringe se s demarca es que o sistema considera como in cio e fim de frase uma vez que elas s o consideradas as unidades de tradu o H tamb m uma outra abordagem para
134. e et ne pas faire generally accepted in a particular culture insofar as they appear to serve prevailing values including ehtical values such as truth and trust Behaving ethically thus means behaving as one is expected to behave in accordance with the norms not surprising the reader or the client 150 objeto sem tradu o material sem realiza o sem trabalho cumprido pelo que o tradutor ser respons vel PYM 1997 p 74 Zz A expectativa do contratante de uma tradu o a de que o texto a ser traduzido expressar todo o conte do do texto de origem e essa a responsabilidade que se imp e ao tradutor Para Pym no momento em que o tradutor aceita realizar um trabalho ele j se tornaria respons vel pelo produto final Esse o primeiro princ pio para uma tica do tradutor proposta por esse te rico a partir do questionamento Faut il traduire Deve se traduzir Sua decis o de realizar uma tradu o ou deixar de faz la estabelece como segundo princ pio a medida da responsabilidade tradut ria ou seja o tradutor respons vel na medida em que aceita e se disp e a traduzir Como defende Pym o tradutor n o diretamente respons vel pela mat ria a ser traduzida pelas normas da tradu o mas profissionalmente por sua decis o de aceitar ou n o uma tradu o p 136 Como terceiro princ pio o autor determina que os processos tradut rios n o devem ser reduzidos oposi
135. e motivo sujeita a altera es em seu desenvolvimento na medida em que o texto de origem modificado e atualizado Essa seria uma das mudan as referidas por B dard 2000 Uma outra refere se forma fragmentada pela qual textos s o apresentados tradu o Segmentos descont nuos advindos de trabalhos anteriores e armazenados em mem rias de tradu o s o reaproveitados em um esfor o para acelerar o trabalho gerando a impress o de a tradu o ser constitu da por uma salada de frases como qualifica B dard 2000 p 45 Uma terceira diz respeito contrata o do tradutor por ag ncias de tradu o que cada vez mais est o priorizando profissionais que possuam e fa am uso de um determinado sistema de mem ria Conforme declara o de Thomas Wedde proprietario de uma ag ncia de tradu es na Alemanha o conhecimento lingu stico do tradutor constituiria n o mais o Chaque profession devant l mergence de nouveaux outils informatiques craint de se voir d stabilis e red finie d natur e par ces outils Longtemps nous avons cru que la TA aurait sur nous une telle influence em nous transformant tous em post diteurs esclaves instruits d une machine sous comp tente Or il commence a appara tre clairement que nous nous tions tromp s de cible et que ce sont les GMT gestionnaires de m moire de traduction qui vont faire en sorte que la traduction professionnelle du moins un secteur em t
136. e observa Pym 2004 p 164 a vis o de Esselink representativa da ind stria de localiza o de um tipo de ador vel mundo novo governado por crit rios de efici ncia no desenvolvimento e na produ o tradut ria com apoio de sistemas de mem rias pode estar bem pr xima Um exemplo pode estar na nova ferramenta desenvolvida pela empresa norte americana Google que colocou disposi o de internautas do mundo todo sua vers o de um sistema de mem rias de tradu o conhecida como Google Translator Toolkit Essa Ferramenta gratuita dispon vel em lt http www translate google com toolkit gt Acesso em 2 set 2009 198 ferramenta permite aos usu rios realizar uma busca terminol gica em tradu es anteriores realizadas com essa ferramenta e revisar trabalhos de tradu o realizados de modo autom tico por esse sistema com um editor de textos por ele disponibilizado As tradu es realizadas com o aux lio dessa ferramenta podem ainda ser compartilhadas com outros tradutores uma pr tica que como se discutiu no Cap tulo 3 j bastante disseminada entre tradutores apesar de poss veis implica es legais e ticas referentes confidencialidade dos trabalhos e dispers o da responsabilidade pela produ o da tradu o Ao receber um trabalho parcialmente traduzido de modo autom tico e ao partir de buscas e recupera es de trechos traduzidos em outras situa es e por outros tradutores e mantido
137. e sobretudo para quem age politicamente agir politicamente isto levando em conta as rela es de poder As rela es de poder que Ribeiro descreve para a pol tica s o revistas pelo vi s da tradu o contempor nea com o aux lio de sistemas de mem rias Como pretendo discutir s o diversas as rela es de poder que se constroem na pr tica de tradu o auxiliada por essas ferramentas como por exemplo entre o cliente que delega uma tradu o ao tradutor e exige que seja fornecido o banco de dados da mem ria juntamente com a tradu o contratada Como ser analisado a recontrata o de um tradutor para trabalhos futuros depende em muitos casos da ren ncia sua produ o terminol gica pela disponibiliza o do conte do da mem ria formada a partir de um trabalho de tradu o J entre as ag ncias de tradu o tem se a contrata o de um trabalho vinculado condi o de que os tradutores mantenham as op es pr traduzidas limitem se a traduzir somente trechos de textos n o recuperados da mem ria 26 com diferentes valores de remunera o e devolvam suas tradu es sujas isto com os segmentos originais e as respectivas tradu es para que a ag ncia adicione essa produ o terminol gica e incremente seu banco de dados Entre tradutores a decis o de compartilhar ou n o o banco de dados do sistema de mem ria particular permite a esses profissionais fazerem uso do por vezes limitad
138. eche 2004 com tradutores prestadores de servi os de localiza o as ag ncias de tradu o tamb m utilizam o resultado dessas an lises para definir os gastos com os tradutores uma vez que o pre o por palavra estabelecido em uma rela o inversamente proporcional ao grau de correspond ncia Por exemplo a empresa pode optar por n o pagar pelas palavras identificadas como 100 equivalentes e pagar o pre o integral para o que for 0 De O a 100 h uma escala de descontos sobre o pre o de palavra As consequ ncias desse sistema de pagamento podem ser ruins uma vez que o tradutor n o examinar as coincid ncias de 100 que muitas vezes podem conter erros RIECHE 2004 p 19 De acordo com as respostas fornecidas a um question rio aplicado pela pesquisadora pr tica comum o desconto no valor pago por palavra em ocorr ncias consideradas repetidas ou semelhantes s op es armazenadas na mem ria em geral fornecida pelo cliente ou resultante de trabalhos anteriormente realizados e remunerados Conforme ser discutido no Cap tulo 3 os recursos dispon veis nos sistemas de mem rias estudados que permitem o exame da composi o do texto de origem para detectar a reocorr ncia de termos ou frases por exemplo afetam n o somente o c lculo dos honor rios do tradutor como tamb m interferem na maneira como ele traduzir esse texto uma vez que ao deixar de tratar as ocorr ncias n o remuneradas a qualidade do texto
139. eg Poti Ow ot tr ardor bd aom Figura 15 Interface do sistema Transit exibindo texto de origem campo superior e tradu o campo inferior As duas caixas no canto inferior t m exibi o opcional para os recursos do Termstar um dicion rio e controle do ndice de correspond ncia parcial que neste caso indica a inexist ncia dessas correspond ncias para o trabalho em progresso 136 Afesnvrm a a Fee fot Qro Vew Pregect Opus Widow rteis asno Sge 4 TEET 1 Mn Lewes Ivo ECA B D winyo Qrara rary pet pare AED Etats che aet de vou DST OLS 2 s rw j n T x Y ial for y n nan sguassa piactoos recommended tx he reg potencial de mecaniza o do corte e do plantio da cana de a car mechanization potential for sugarcane cutting and planting indica o de manejo com as principais vanedades de cana brasileiras indication of management with main Braziian cane vaneties necessidades de imga o Irigabon requirements Figura 16 Interface do sistema Transit exibindo os segmentos do texto de origem e tradu o lado a lado As barras de ferramentas do Transit exibem os cones das fun es mais utilizadas pelo tradutor podendo a disposi o dos mesmos ser alterada da mesma forma que o arranjo das janelas do texto de origem e da tradu o As janelas de exibi o do texto de origem e da tradu o s o sincronizadas portanto ao movimentar o cursor para um determinado ponto do texto de orige
140. em rias atualmente utilizados podem funcionar em rede sendo seus bancos de dados compartilhados por v rios tradutores Esse procedimento oferece a vantagem de acelerar a compila o de informa es provenientes de fontes diversas Todavia o controle de qualidade pode ficar comprometido especialmente se n o existirem regras para inser o de novas unidades de tradu o nos bancos de dados e se todos os usu rios tiverem permiss o de acessar e modificar as informa es armazenadas a qualquer momento A terceira maneira de formar o banco de dados da mem ria pelo aproveitamento de trabalhos de tradu o anteriormente realizados sem o aux lio dessas ferramentas O trabalho de digitaliza o e alinhamento de textos de origem e suas respectivas tradu es exige tempo por m dependendo do grau de semelhan a de um novo trabalho com esses textos o investimento de esfor os pode ser til n o s para reaproveitamento no trabalho atual mas tamb m para alimentar o banco de dados para posterior utiliza o em pesquisas terminol gicas e fraseol gicas Textos de origem e suas tradu es sempre digitalizados podem ser alinhados pelos recursos pr prios de cada sistema e ent o armazenados no banco de dados podendo vir a melhorar o desempenho da ferramenta ao aumentar as chances de localiza o e reutiliza o desses conte dos O processo de alinhamento que ser explicado em detalhes mais adiante baseia se em estrat gias espec ficas
141. emas de mem rias na economia global 170 Uma das quest es discutidas e caracterizadas como consequ ncia da crescente exig ncia da ado o de sistemas de mem rias e de outras tecnologias est na futura queda de pre os de remunera o de servi os de tradu o para setores como o de tradu es especializadas de manuais e o de localiza o Como foi demonstrado a elimina o da dist ncia f sica para contrata o de tradutores e a cada vez mais difundida suposi o de que o dom nio de um sistema de mem rias j qualificaria o tradutor usu rio para a realiza o de um trabalho possibilita a compara o de cota es de custos e a decis o por aquele de menor valor Em uma mesa redonda sobre mudan as em cobran as e custos de servi os tradu o seus integrantes conclu ram que os fabricantes de sistemas de mem rias s o respons veis pela deprecia o do servi o do tradutor e pela supervaloriza o dessas ferramentas especialmente por anunciarem e comercializarem seus produtos com base na promessa de que com eles a mesma frase nunca precisar ser traduzida duas vezes Essa concep o de texto que privilegia a economia de tempo gerada pela recupera o de trechos recorrentes de texto influencia a composi o da tradu o com base na cren a de que seria poss vel controlar termos frases e palavras nos diferentes contextos de que venha fazer parte bastando acionar comandos espec ficos para sua reutiliza o
142. entada na contemporaneidade diz respeito libera o da informa o de seus portadores Essa situa o quase comum nos dias de hoje permitiu que a informa o adquirisse um ritmo muito mais r pido de circula o do que as situa es sobre as quais informa uma vez 14 que o aparecimento da rede mundial de computadores p s fim no que diz respeito a informa o pr pria no o de viagem e de dist ncia a ser percorrida BAUMAN 1999 p 22 A libera o da necessidade de se percorrer dist ncias para o transporte da informa o n o s permitiu maior acessibilidade mesma em diferentes partes do mundo mas tamb m diminuiu consideravelmente seu custo Hoje com a internet paga se uma tarifa de liga o local para se obter acesso mundial Uma das consequ ncias dessa redu o de custo seria o aumento excessivo do montante e da difus o de informa es pois comunica o barata significa o r pido transbordamento sufocamento ou atropelamento da informa o obtida assim como a chegada veloz de not cias BAUMAN 1999 p 23 Mais acesso n o significa dessa forma maior dom nio das informa es produzidas mas pode gerar um efeito contr rio o de afogamento e at de impot ncia diante do imenso volume de not cias e instru es que facilmente se apresentam aos usu rios e que demandam uma resposta quase instant nea Como explica Bauman 2001 a hist ria moderna teria sempre sido influen
143. ente ao se apresentar em formato eletr nico para acesso e leitura gratuitos pela internet A reflex o que desenvolve 33 nesse trabalho baseia se em pesquisas feitas para um estudo anteriormente publicado The Future of English O futuro do ingl s que tiveram como meta produzir conhecimento para facilitar o debate informado sobre o futuro do uso e da aprendizagem da l ngua inglesa no mundo 1997 p 66 Em 1997 Graddol relacionou a supremacia da l ngua inglesa no mbito da rede mundial de computadores ao fato de at ent o 90 dos provedores estarem sediados em pa ses falantes dessa l ngua Essa configura o todavia logo come aria a ser alterada com o desenvolvimento de bases de usu rios e provedores no continente asi tico assim como pela cria o de programas de software e de novos navegadores e padr es de HTML que controlam a l ngua em que as p ginas eletr nicas s o escritas que passaram a oferecer condi es para acesso em diversas l nguas Essas mudan as teriam tido impacto direto no dom nio do ingl s na internet e como entrev Graddol a quantidade de materiais na internet em l nguas que n o sejam o ingl s deve expandir de maneira dram tica na pr xima d cada O ingl s continuar preeminente por algum tempo mas acabar se tornando uma l ngua entre muitas portanto um engano insinuar que o ingl s de alguma forma a l ngua nativa da internet Ele ser usado no ciberespa o da m
144. entos 0 gt Se por um lado a agricultura ainda mostra reflexos das dificuldades que caracterizam a atividade nos ltimos anos o setor sucroalcooleiro mostra se em plena expans o mesmo considerando o atual momento ruim de pre os do a car que influencia negativamente os pre os do alcool lt 80 gt If on the one hand agriculture still shows signs of the difficulties that have 91 characterized the activity in the past years the sugar and ethanol sector is in full expansion even considering the current moment of low sugar prices lt 0 Zz Em geral quando um texto enviado ao tradutor j segmentado e muitas vezes parcialmente traduzido a partir da mem ria do cliente ou da ag ncia que contrata os servi os de tradu o o tradutor orientado para que mantenha a estrutura demarcada do texto e trabalhe somente na edi o e revis o do segmento parcialmente traduzido Nesses casos a remunera o para segmentos parcialmente traduzidos mais baixa uma vez que se considera que n o haveria modifica es consider veis a serem feitas Embora o sistema aponte o grau de correspond ncia entre os segmentos ele n o sinaliza quais as palavras ou os trechos faltantes ou diferentes cabendo ao tradutor comparar e analisar as modifica es a serem feitas No exemplo anterior o tradutor acrescentaria a tradu o do trecho do texto de origem que influenciaria negativamente os pre os do lcool em ingl s which negatively
145. epende para sua eficaz aplica o da constante interven o do tradutor embora em muitos casos essa interfer ncia seja restringida pelo contratante dos servi os de tradu o Consideradas ferramentas eletr nicas de aux lio ao tradutor as mem rias t m sido abordadas na literatura da rea como eficientes recursos em trabalhos com textos extensos e com grande n mero de repeti es terminol gicas e fraseol gicas como na tradu o de textos em meio eletr nico manuais t cnicos atualiza es de tradu es de um mesmo material e em especial no trabalho de localiza o Segundo Esselink 2000 desde a d cada de noventa a ind stria da localiza o o segmento que mais utiliza ferramentas de aux lio tradu o em especial sistemas de 69 mem rias de tradu o Uma vez que a maior parte de projetos de localiza o exige atualiza es constantes de materiais traduzidos quase sempre em prazos escassos as mem rias constituem uma forma de reaproveitar trabalhos anteriores e possibilitar a normaliza o do trabalho especialmente quando executado em grandes equipes de tradutores uma situa o bastante comum nessa ind stria O formato dos textos produzidos e circulados em meio eletr nico n o s possibilitou a introdu o e a aplica o de sistemas de mem rias de tradu o como tamb m tem contribu do para o aumento do volume de textos a serem traduzidos Como explicam Biau Gil e Pym 2006 em alguns s
146. equeiram demasiado tempo de revis o a maior parte dos tradutores trabalha com ndices em torno de sessenta a setenta e cinco por cento de semelhan a para tradu es 100 especializadas ou mant m o default do sistema Nos casos em que o sistema encontra mais de um segmento semelhante em sua mem ria todas as op es s o apresentadas ao tradutor sempre elencadas do mais ao menos semelhante ao segmento de origem a ser traduzido e visualizadas por comandos espec ficos disponibilizados em cada sistema A correspond ncia terminol gica por sua vez identificada pelo sistema quando nas configura es iniciais s o habilitados gloss rios ou bases terminol gicas bil ngues para que o sistema utilize tamb m esses recursos de pesquisa na busca por correspond ncias Essa busca denominada por Bowker de reconhecimento ativo de terminologia e corresponde basicamente a uma consulta a um gloss rio ou dicion rio eletr nico que pode ter sido integrado ao sistema ou at compilado pelo pr prio tradutor 2002 p 103 A busca por termos individuais seria um recurso de pesquisa proveitoso nos casos em que o sistema n o identifica correspond ncias entre segmentos em sua mem ria Os gloss rios elaborados como fonte de busca e recupera o terminol gica pelas mem rias de tradu o apresentam caracter sticas particulares em rela o queles utilizados especificamente como fonte de pesquisa e que com frequ ncia re nem itens lexic
147. erm mant m se vis vel e exibe as unidades de origem e destino e permite que a elas sejam adicionadas informa es gramaticais ou contextuais relevantes J o Translator s Workbench tem a fun o de comparar o trecho do texto de origem a ser traduzido com o conte do do banco de dados do MultiTerm em busca de coincid ncias que quando se confirmam s o inseridas por esse aplicativo no campo da tradu o A pesquisa por coocorr ncias na mem ria do Trados feita com base nas regras estabelecidas para a segmenta o das unidades de tradu o que compreendem um segmento do texto de origem e um segmento de sua respectiva tradu o pareados Conforme informado no manual do usu rio do Trados o Translator s Workbench toma por base os sinais de pontua o no texto a ser traduzido para determinar o in cio e o fim de cada segmento As regras de segmenta o podem ser configuradas pela op o Setup configura o do menu File arquivo como demonstrado na figura seguinte Setup CAProgram Kien TRADOS Mem ria Portuquis Ingas tw x Greet Frets Fort Sistncos Sogrerestor hue hor ranceuoe Test acoes Epis Add Es Peso Duieta SSS ieee Lists o acesa au Figura 10 Configura o das regras para segmenta o do texto a ser traduzido Nesse caso tem se hachurada a regra full stop ponto final como marcadora de fim de segmento O Trados oferece dois tipos de regras para segmentar o texto denominadas end rules regras de finaliza
148. es espec ficos de uma l ngua como aqueles usados pelo Japon s ou pelo chin s e a separa o do material textual do c digo fonte do software Durante a fase de tradu o somente o texto a ser traduzido e editado exibido ao tradutor de forma a evitar que os c digos de funcionamento do programa sejam alterados As estrat gias da internacionaliza o s o frequentemente denominadas de reda o para tradu o ou reda o para um p blico global e s o aplicadas tamb m nos arquivos de ajuda que acompanham os programas de software e cada vez mais em p ginas de internet de empresas internacionais um trabalho conhecido como globaliza o de web site ESSELINK 2000 p 3 Ainda na fase de internacionaliza o aten o especial dedicada para que materiais textuais de programas em desenvolvimento sejam preparados de forma a garantir sua funcionalidade e aceita o nos mercados para os quais ser o direcionados e a assegurar que os mesmos sejam pass veis de serem localizados em uma etapa seguinte Conforme relaciona Esselink 2000 a internacionaliza o define o sucesso da localiza o e da apresenta o de um produto por isso a documenta o correspondente aos programas em desenvolvimento requer uma reda o concisa clara e que n o contenha jarg es ou g rias e que seus conte dos estejam livres de exemplos ou refer ncias culturalmente espec ficos p 25 Estrat gias de controle de uso da l ngua e do est
149. escolha da tradu o considerada mais apropriada demonstrou ser guiada n o somente pela correspond ncia terminol gica entre duas l nguas mas igualmente pelo posicionamento da frase no texto seja no corpo do texto em um t tulo ou como uma c lula de uma tabela por exemplo As observa es colhidas pelo question rio de Merkel tamb m sugerem que mesmo quando considerado apropriado ao tradutor reaproveitar uma op o recuperada da mem ria a fim de manter a coer ncia textual frequentemente s o necess rios ajustes para integra o ao novo texto traduzido Nesses casos o trabalho de edi o pode ser longo e exigir mais do tradutor Para Bowker e Marlow 2008 p 77 dependendo da quantidade de edi o exigida para produzir um segmento alvo pode ser na verdade mais r pido para o tradutor digitar a tradu o do in cio em vez de editar o segmento proposto Quanto mais relacionado o conte do da mem ria for com o trabalho em desenvolvimento maiores as chances de que as unidades de tradu o nele armazenadas serem 180 compat veis com os segmentos demarcados para o novo trabalho Por uma outra perspectiva trabalhar com uma mem ria volumosa com acr scimos feitos pela incorpora o de dados terminol gicos de outros tradutores ou pelo procedimento de alinhamento tamb m favorece as oportunidades reais de o sistema localizar uma correspond ncia embora exponha o tradutor a riscos de ser influenciado e at de acabar aceit
150. esenvolvimento das tecnologias de informa o que idealmente proveriam meios para a comunica o e o com rcio sem fronteiras t m influ ncia direta no aumento dos interc mbios lingu sticos entre povos de diferentes na es A instantaneidade com que mensagens textos e documentos de naturezas diversas viajam pela internet e s o difundidos eletronicamente em diversas partes do mundo exige que todo o conhecimento produzido possa ser entendido e processado em diferentes l nguas com rapidez semelhante sua produ o O imperativo de uma resposta r pida s informa es em circula o via internet parece favorecer a ado o de uma ou poucas l nguas como meios de express o global ainda que os emissores e receptores envolvidos na comunica o n o sejam falantes nativos dela Em um mundo em que convivem cerca de 2 500 a 3 000 l nguas a l ngua inglesa com frequ ncia identificada como l ngua da globaliza o seguida por outras l nguas tamb m consideradas dominantes nos planos pol tico econ mico e tecnol gico como o franc s o espanhol e na atualidade o chin s WODAK 2004 As estat sticas que demonstram o dominio do ingl s por outro lado n o fazem refer ncia maneira como se distribuem os falantes dessa l ngua e 29 nem ao modo como ela usada mas ao contr rio sugerem haver uma l ngua inglesa homog nea e consequente da hegemonia global estadunidense Um estudo que acompanha a evolu o das l nguas
151. esma forma que empregado em outros lugares em f runs internacionais para a dissemina o do conhecimento cient fico e t cnico na publicidade para a promo o de bens de consumo e para servi os p s venda GRADDOL 1997 p 61 A principal argumenta o dos dois trabalhos desenvolvidos por Graddol assenta se sobre a tese de que a ascens o do que denomina ingl s global n o representa o triunfo dos falantes nativos pois como sustenta a realidade que existem mudan as muito maiores e mais complexas agora acontecendo no sistema lingu stico mundial O ingl s n o a nica The quantity of Internet materials in languages other than English is set to expand dramatically in the next decade English will remain pre eminent for some time but it will eventually become one language amongst many It is therefore misleading to suggest English is somehow the native language of the internet It will be used in cyberspace in the same way as it is deployed elsewhere in international forums for the dissemination of scientific and technological knowledge in advertising for the promotion of consumer goods and for after sales services 34 grande l ngua no mundo e sua posi o como lingua global est agora aos cuidados de falantes multilingues 2006 p 57 Em English Next Graddol 2006 divulga resultados de pesquisas desenvolvidas por institutos especializados que indicam que a propor o de usu rios da
152. espectivas mem rias de tradu o A designa o de uma pessoa respons vel pelo controle do banco de dados seria uma forma de garantir a padroniza o terminol gica do projeto em quest o e de evitar que inconsist ncias terminol gicas se multipliquem rapidamente uma vez que todos os dados terminol gicos s o compartilhados em tempo real por todos os tradutores envolvidos em um projeto Uma situa o poss vel quando tradutores usam o mesmo banco de dados em um projeto de tradu o ocorre quando h mais de uma op o de tradu o para um mesmo termo ou trecho de texto de origem e que acabam sendo armazenadas no banco de dados sem a devida contextualiza o gerando confus es com a troca de informa es terminol gicas entre tradutores Essa ocorr ncia pode levar ao emprego inadequado de terminologia interferindo no trabalho de tradu o como um todo 106 Os recursos apresentados a seguir oferecem uma introdu o ao funcionamento e ao uso das mem rias de tradu o Wordfast Trados e Transit especificamente nas etapas de pr tradu o em que se determina o funcionamento do sistema e o ndice de recupera o de segmentos e a de p s tradu o fase em que a revis o e atualiza o do banco de dados s o realizadas Como mencionado anteriormente as mem rias de tradu o s o idealizadas de forma a possibilitar o m ximo de efici ncia no reaproveitamento dos conte dos pareados em seus bancos de dados Para tanto ca
153. estrat gias adotadas v o desde a conten o do uso de referentes culturais espec ficos da l ngua de origem dos programas implanta o de c digos fonte que sejam funcionais para diferentes locais Helbich 2006 p 4 diretor de uma empresa de produ o e tradu o de documenta o multil ngue tamb m defende a ado o de uma escrita controlada para composi o de materiais textuais a serem localizados Conforme enumera a pr tica de escrita para reutiliza o contaria com tr s elementos principais que garantiriam seu reaproveitamento em atualiza es futuras de documenta o assim como a redu o nos custos e prazos de tradu o um conjunto de regras pr ticas de autoria uma ferramenta de mem ria para consulta e recupera o do corpus de origem nela armazenada e um sistema de mem ria de tradu o utilizado de prefer ncia em sintonia com a mem ria de autoria a fim de propiciar o m ximo de reaproveitamento de tradu es j realizadas A elimina o de informa es consideradas irrelevantes no texto de origem seria uma das formas de proporcionar ganhos em tempo e prazo no trabalho de localiza o como no exemplo seguinte Texto de origem em Texto de origem ingl s sem autoria em ingl s com controlada autoria controlada If you add any label to a CD insert more Do not apply paper labels to discs than one CD into the slot at a time or The labels may get caught in the player attempt to play scratched or
154. etores o uso de ferramentas de mem rias de tradu o acelerou o processo tradut rio e diminuiu os custos e isso levou a um aumento na demanda por servi os de tradu o p 8 O argumento de que a ado o das mem rias tem promovido a expans o da procura por tradu es repercute tamb m conforme abordado no item anterior no modo como o emprego a tradu o autom tica concebida na contemporaneidade j n o mais como uma amea a substitui o do tradutor mas um adjunto importante na realiza o de tarefas repetitivas como tradu es de trechos recorrentes de textos Em outro aspecto se os sistemas de mem ria n o amea am tomar o espa o do tradutor certamente t m demonstrado o poder de transformar a maneira como este traduz Como explicam Biau Gil e Pym as mem rias de tradu o mudam a maneira como os tradutores trabalham Se um banco de dados de uma mem ria fornecido espera se que sejam seguidas a terminologia e a fraseologia dos pares segmentados inclu dos nesse banco em vez de se compor um texto com decis es terminol gicas e estilo pr prios BIAU GIL PYM 2006 p 9 A utiliza o dos recursos desses sistemas seja por escolha do tradutor por crit rios impostos pelo cliente ou por ambas as situa es s eficaz se forem respeitadas as op es terminol gicas ou fraseol gicas armazenadas na mem ria delimitando consideravelmente o 2 Translation memories change they way translators work
155. extos em meio eletr nico e para a ind stria da localiza o parece n o relembrar as posturas que contemplam acima de tudo o estabelecimento de normas para a condu o e a avalia o do trabalho do tradutor Se voltarmos ao passado ainda que brevemente vemos que muitas das teorias que invocavam o crit rio de fidelidade incondicional em tradu o fundamentavam se no estabelecimento de regras para a atitude do tradutor diante de um consagrado autor estrangeiro e da superioridade do texto de origem Um exemplo bastante conhecido nos estudos sobre tradu o s o as preceitua es de Dolet 1540 considerado por Bassnett 1980 um dos primeiros te ricos a formular uma teoria de tradu o regida pela tica do dever Em sua rela o dos cinco princ pios para uma boa tradu o Dolet simboliza o pensamento de sua poca por defender sobretudo a imprescindibilidade de um entendimento perfeito do texto de origem pelo tradutor uma vez que o sentido j estaria incrustado na fonte espera de ser restitu do em uma outra l ngua Por esse prisma a postura tica do tradutor adviria da 148 subservi ncia a regras que projetavam sobremaneira a imagem da tradu o como uma simples reprodu o de um conte do definido A ordena o de Dolet e de muitos de seus sucessores como por exemplo Tytler 1791 1978 e seus princ pios definidores de uma boa tradu o sintetizam segundo Arrojo 1997 aquilo que o senso comum e
156. exts as many contexts as there are occurrences of a given lexical unit in the texts With the help of search engines translators can directly access all occurrences of a unit in the texts which means translators can view documented uses of this unit 86 quando trabalhos de tradu o s o elaborados e salvos em arquivos eletr nicos de texto sem qualquer ferramenta pr pria para organiza o terminol gica a pesquisa de uma informa o terminol gica nesses arquivos pode demandar tempo por exigir uma s rie de a es como por exemplo e Localizar o arquivo adequado do texto de origem o que com frequ ncia requer que seja decifrado o nome do arquivo em que ele foi salvo e Abrir o arquivo do texto de origem e utilizar o recurso de busca do processador de textos para localizar o segmento apropriado Abrir o arquivo do texto alvo a tradu o Rolar para baixo o arquivo alvo para localizar o segmento alvo Come ar a ler para localizar o equivalente alvo apropriado Copiar e colar o segmento alvo desejado na nova tradu o Editar o segmento conforme o caso BOWKER 2002 p 93 94 As v rias etapas elencadas para localizar recuperar e reaproveitar trabalhos anteriores podem vir a requerer mais tempo do que a realiza o de uma nova tradu o de um texto que contenha trechos j traduzidos Se considerarmos que um tradutor lida em seu cotidiano com textos de diversas reas e dos mais diferentes assuntos a identifica
157. ficados como semelhantes A mem ria de refer ncia n o salva os textos que a comp em em um arquivo nico mas possui meios de construir rela es entre esses textos e os segmentos que formam o arquivo a ser traduzido A consulta de um segmento nos arquivos armazenados na mem ria permite ao tradutor considerar o contexto em que o texto se insere o que pode conferir lhe maior seguran a ao optar pelo reaproveitamento de alguma sugest o da mem ria Uma poss vel desvantagem de sistemas que formam a mem ria tradu o para cada tradu o estaria na necessidade de o tradutor identificar os arquivos que poder o ser teis para um determinado trabalho uma tarefa a mais que exige organiza o dos arquivos que ser o usados como refer ncia J os sistemas que compilam bancos de dados definitivos trazem de antem o todo o conjunto de unidades de tradu o formadas a partir de trabalhos anteriores bastando ao tradutor indicar ao sistema a mem ria a ser consultada a qual encontra se em formato de arquivo com extens o txt Al m disso conforme ser apresentado a consulta mem ria de refer ncia do Transit n o um procedimento simples exigindo o dom nio de uma s rie de comandos para an lise dos textos de refer ncia Outra caracter stica que diferencia o Wordfast e o Trados do sistema Transit identificada na interface de trabalho que essas ferramentas apresentam O aproveitamento dos recursos oferecidos pelas mem rias possibilit
158. final e at da mem ria resultante desse trabalho pode ser comprometida De fato ao lidar com grandes extens es de texto a tend ncia do tradutor concentrar se nos segmentos n o traduzidos e nas correspond ncias parciais deixando por ltimo e at ignorando por n o ser remunerado as correspond ncias exatas A pr an lise do texto efetuada pelas ag ncias para estimativa de custos de tradu o n o leva em conta os poss veis erros e problemas que correspond ncias tidas como exatas podem apresentar Reitero que mesmo o segmento apresentado como 100 correspondente 117 requer a leitura e adequa o tradu o em desenvolvimento Essa adequa o tamb m importante para a coes o textual Um outro recurso oferecido pelo Wordfast assim como pelas outras mem rias analisadas aquele que permite realizar a pr tradu o autom tica do texto de origem com base nas unidades de tradu o armazenadas na mem ria No Wordfast essa fun o acionada pelo comando Translate na aba Tools Segmentos que n o apresentam correspondentes na mem ria s o reproduzidos no texto de origem ou traduzidos automaticamente se houver um programa de tradu o autom tica instalado Conforme disposto no manual do usu rio o trabalho de tradu o agilizado com o uso desse recurso uma vez que o texto totalmente segmentado e as correspond ncias s o detectadas na mem ria e inseridas no texto de origem antes do in cio do traba
159. firma es de Bowker 2004 e Bowker e Barlow 2008 infere se que em busca de ganho de tempo e coer ncia terminol gica entre os segmentos traduzidos o tradutor acaba assumindo muitas vezes a posi o de mero editor de segmentos recuperados da mem ria de modo similar ao trabalho de p s edi o quando utilizados programas de tradu o autom tica A diferen a entre as duas ferramentas estaria na interfer ncia do tradutor na execu o da tradu o nas mem rias o tradutor interv m durante a realiza o da tradu o ao passo que nos programas de tradu o autom tica o tradutor s atuaria antes e ap s o processamento autom tico controlando a l ngua do texto de origem e editando o produto traduzido respectivamente after a translator has seen a suggestion from the database it may be difficult to think of another way of expressing that thought so he may use the suggested translation even if it does not fit very coherently into the text as a whole 178 Os sistemas de mem rias s o frequentemente aludidos por autores e pesquisadores na rea ESSELINK 2000 AUSTERMUHL 2001 SOMERS 2003 RIECHE 2004 como ferramentas teis na manuten o da coer ncia textual Os manuais do usu rio analisados nesta tese tamb m demonstram como a coer ncia pode ser preservada especialmente em trabalhos com textos considerados especializados Do modo como tratada a coer ncia basicamente concebida como mecanis
160. for os de tradu o onde os malententendidos impedem a coopera o p 123 Atribuir ao tradutor a responsabilidade pelo produto de seu trabalho ainda que este seja caracterizando como um ato de coopera o para a realiza o da comunica o pode parecer ser uma forma de legitimar a profiss o pela escolha feita pelo tradutor de traduzir ou n o um texto ou parte dele Pym parece instaurar um paradoxo entre o tradutor soberano que vislumbra respons vel por suas escolhas at mesmo pela op o de n o traduzir e aquele que se subordina a rela es de diversas ordens como as coisas as orienta es do cliente as normas em vigor que se aplicam tradu o suas pr prias condi es de trabalho 1997 p 97 Entretanto esses condicionantes n o s o levados em considera o em seus princ pios ticos que se at m a atrelar a responsabilidade tradut ria promo o da comunica o entre l nguas e culturas deixando de considerar os limites dessa responsabilidade em rela o diversidade de condi es impostas ao tradutor em seu trabalho Na vis o de Godard 2001 p 57 a proposta de Pym seria de cunho instrumentalista e falharia por sua abordagem generalizante na medida em que persegue uma tica para todas as modalidades de tradu o independentemente de seus conte dos A pr tica de tradu o como um ato de coopera o com o intuito de promover o entendimento fundamenta tamb m a reflex o de Chesterman
161. gem traduzido e armazenado ele passa a fazer parte da mem ria de tradu o Na ocasi o em que ocorrer no texto novamente mesmo se na pr xima frase a ser traduzida a op o de tradu o armazenada automaticamente sugerida ao tradutor dependendo do grau de semelhan a de recupera o ajustado no sistema conforme garantem os sistemas de mem rias analisados Segundo Somers 2003 a grande desvantagem do m todo interativo de constru o das mem rias estaria no fato de ser necess rio um tempo consider vel para que o tradutor consiga compilar uma quantidade significativa de unidades de tradu o e assim come ar a usufruir dos recursos de seu sistema de mem ria Afinal como explicitam os manuais dos sistemas estudados quanto maior o n mero de unidades de tradu o armazenadas no banco de dados maiores as chances de reocorr ncia de uma ou mais delas em trabalhos posteriores Por outro lado como argumenta Bowker 2002 quando o pr prio tradutor controla o armazenamento das unidades de tradu o em seu sistema de mem ria o n vel de adequa o das informa es armazenadas maior com a constru o de um banco de dados de maior qualidade com menores chances de equ vocos no pareamento das unidades de tradu o p 109 A segunda forma de construir um banco de dados para trabalho com as mem rias de tradu o realiza se pela importa o do banco de dados de outros tradutores Muitos dos 84 sistemas de m
162. gica e a produtividade do tradutor O Trados que ser abordado no pr ximo item apresenta a mesma caracter stica Desenvolvido pelo engenheiro e tradutor franc s Yves Champollion o Wordfast foi concebido para operar como um recurso de teclas espec ficas a partir de comandos em uma barra de ferramentas instalada no aplicativo do Word Segundo Rieche 2004 a op o de utilizar o Word como base deveu se ao fato de ser esse o programa utilizado pela imensa maioria dos profissionais o que facilita tremendamente o seu aprendizado e utiliza o p 25 Assim trabalhos em arquivos em HTML ou em formatos PowerPoint Excel ou Access compat veis com o formato do Word s o transferidos para este para a tradu o com o 112 Wordfast e automaticamente restitu dos aos seus formatos originais no decorrer do trabalho na maioria das vezes preservando as configura es do texto original sem que o tradutor necessite reformatar o material traduzido A figura seguinte apresenta uma demonstra o da interface do Wordfast em execu o no Word Ranno Final Ouro Sabah Uses n INGLESTA DADE Dema ngm iaaio Eta Er men Formar Fermentas Tabela prela Anda Wordin x i 1 3 7 5 gt z t jj Em Recentemente os produtores rurais vultosos preju zos principalmente causados pelas culturas da soja e do milho principais atividades agr colas dos Estados do PESA do Brazilian rural producers have recently faced considerab
163. gmenta o em uma rela o de exclus o e n o de complementa o Assim se o tradutor define que o sistema deva segmentar unidades a partir do sinal de ponto final o sistema somente considerar esse sinal para a divis o dos trechos e a para compara o com o conte do da mem ria de tradu o A partir do sinal de pontua o pr definido o sistema de mem ria consegue destacar um determinado segmento do texto de origem e se houver ocorr ncia coincidente no banco de dados disponibilizar as poss veis correspond ncias ao tradutor que pode optar por utiliz las ou n o O tradutor pode modificar as regras de segmenta o de in cio e fim de trechos seja para for ar o sistema a segmentar trechos mais longos de texto como par grafos inteiros ou para evitar que sejam segmentadas siglas e abreviaturas por conterem marcas de ponto Utilizo o termo frase como tradu o de sentence em ingl s conforme consta no Dicion rio de Termos Lingu sticos 1992 vol 1 organizado por Maria Helena Mira Mateus e Maria Francisca Xavier e produzido pelo Instituto de Lingu stica Te rica e Computacional de Lisboa Portugal Esse termo tamb m adotado em grande parte da literatura publicada em portugu s do Brasil sobre as mem rias de tradu o com exce o de Alves 2004 que emprega o termo senten a 89 final Essa a o ocorre por comandos espec ficos de cada sistema durante a realiza o da tradu o n o podendo ser co
164. grande parte das teorias correlatas sobre tradu o h anos t m defendido como princ pios ticos para o tradutor fundamentadas na cren a da possibilidade de elaborar uma tica geral que pudesse ser implementada universalmente abrangendo todas as atividades de tradu o independentemente das l nguas e dos interesses ideol gicos culturais pol ticos e hist ricos e das circunst ncias envolvidas ARROJO 1997 p 6 luz das reflex es de cunho p s estruturalista propostas de estabelecimento de uma ordena o tica totalizadora e aplic vel diversidade de situa es de trabalho do tradutor s o questionadas e desaprovadas por revelarem um c digo de tica que est indiscutivelmente associado aos interesses e valores que os produzem e os tornam poss veis ARROJO 1997 p 16 Cada norma ou prescri o ainda que suavizada como orienta es de um manual de usu rio reflete a imagem da tradu o em um determinado tempo e lugar assim como a expectativa de que a obedi ncia a esses preceitos garantiria a qualidade do trabalho final Para Pym 1997 o estabelecimento de normas de conduta do tradutor seria uma tentativa de impor responsabilidade sobre o trabalho que realiza al m de uma forma de promover a consecu o da tradu o como idealizada pela submiss o a determinadas regras Conforme explica A primeira proposta de Tytler foi publicada em 1791 A leitura para esta tese baseia se na edi
165. gu sticas espec ficas O conceito de localiza o teria sido criado a partir desse termo que combina a regi o em que um idioma falado e o conjunto de caracteres que o representa Um exemplo seria o portugu s do Brasil e o portugu s de Portugal que fazem com que esses pa ses sejam considerados diferentes locales 47 Europeia onde o ingl s est se aproximando de uma interl ngua e aqueles que trabalham com essa l ngua est o consequentemente se tornando escriv es ou revisores oficiais em vez de tradutores p 36 No presente sendo a maioria dos produtos e servi os a serem localizados conceituados em uma l ngua inglesa idealmente padronizada por determinadas regras de reda o dos textos de origem o trabalho de tradu o concebido pela literatura em localiza o como uma opera o de busca e sempre que poss vel de recupera o de equivalentes entre uma l ngua inglesa neutra e as outras l nguas Essa aparente imparcialidade da l ngua de origem seria uma forma de assegurar tamb m a neutralidade das tradu es resultantes Ademais todo o trabalho de reconstru o de um texto para outras l nguas e culturas que necessariamente abrange a pesquisa e adequa o terminol gica a edi o e a reelabora o do leiaute do texto minimizado pois adapta es e ajustes na organiza o interna de um produto nos termos de garantia e at nos formatos de hora data e altera es de s mbolos cones e cores de
166. guas de origem e de tradu o com as quais lidam Os recursos dispon veis nesses sistemas de mem rias analisam segmentam e comparam trechos do texto de origem e de suas tradu es sempre por meio de regras program veis que visam exclusivamente obten o de resultados que dinamizem a produ o do tradutor que pode escolher reaproveitar as sugest es da mem ria na reconstru o do texto em outra l ngua 103 2 2 Traduzindo com os sistemas de mem rias de tradu o Wordfast Trados e Transit A an lise dos principais recursos dos sistemas de mem ria Wordfast Trados e Transit ser realizada de acordo com as etapas nas quais o trabalho do tradutor se organiza com o uso dessas ferramentas Essa disposi o n o almeja delimitar os pontos em que uma tarefa termina e outra se inicia e nem insinuar que essas etapas s o processos estanques mas visa a compor um quadro com os principais meios utilizados pelo tradutor em um trabalho ou projeto de tradu o elaborado com o aux lio das mem rias As a es exigidas antes durante e ap s o trabalho de tradu o executado com o aux lio de sistemas de mem rias podem ser abordadas em tr s fases as configura es da mem ria e preparo do texto de origem no est gio de pr tradu o a elabora o do texto traduzido na etapa de tradu o e os trabalhos de revis o e atualiza o do banco de dados da mem ria durante a fase entendida como p s tradu o As tarefas desenvolvidas n
167. ha tese em desenvolvimento no I Semin rio de Estudos Lingu sticos da Unesp de S o Jos do Rio Preto em 2009 Aos professores membros da comiss o julgadora desta tese por terem aceito o convite para o exame e disposto de tempo para a leitura e a argui o da tese A Profa Dra Ang lica Karim Garcia Sim o pela amizade e em especial pela apresenta o do sistema de mem ria Transit A tantos amigos professores e funcion rios da UNESP de S o Jos do Rio Preto pelo aux lio prestado em diversos eventos e pela constante considera o e aten o s minhas necessidades A tica n o tem ess ncia sua ess ncia por assim dizer precisamente n o ter ess ncia deslocar ess ncias Sua identidade precisamente n o ter identidade desfazer identidades O seu ser n o ser mas ser melhor do que ser A tica precisamente tica por perturbar a complac ncia do ser ou do n o ser correlato do ser Ser ou n o ser insiste L vinas n o a quest o Richard A Cohen tradutor de L vinas Ethics and infinity 1985 SUM RIO Lista de tabelas E diaBramAS cca nazi cacccesdatacsss micado eloa de ea ETA listade OuraS sin aaa ae te SORO EO a tics che AGU E SAS ca 2d RESUMO ni aaa ati A Iii Era a e a ABSNUC spas dn Heh R ad eee hese IDE C O trigo eU onda sates lle ad a Di edesas CAP TULO I As pr ticas de tradu o redefinidas pelas rela es lingu sticas na economia INFOTMACIONAL
168. har se em lavrar previamente por escrito com o contratante do servi o as obriga es rec procas concernentes ao trabalho em causa CAP TULO IV Do Segredo Profissional Art 6 O tradutor obrigado a guardar segredo sobre fatos de que tenha conhecimento por t los visto ouvido ou deduzido no exerc cio de sua atividade profissional a menos que impliquem delito previsto em lei ou que possam gerar graves consequ ncias il citas para terceiros CAP TULO V Responsabilidade Profissional Art 7 O tradutor respons vel civil e penalmente por atos profissionais lesivos ao interesse do contratante de seus servi os cometidos por imper cia imprud ncia neglig ncia ou infra es ticas CAP TULO VI Aplica o deste C digo Art 8 Cabe ao Sindicato Nacional de Tradutores SINTRA a apura o de faltas cometidas contra este C digo de tica a aplica o das penalidades previstas nos Estatutos do SINTRA e quando cab vel o encaminhamento do caso aos rg os competentes Art 9 Com discri o e fundamento o tradutor dar conhecimento ao SINTRA dos fatos que constituam infra o s normas deste C digo SINTRA Sindicato Nacional dos Tradutores Estatutos C digo de tica do Tradutor 13 dez 2004 2 not rio como o C digo de tica do Tradutor do Sintra confere visibilidade ao tradutor como agente que responde diretamente por seu trabalho e nas rela es estabelecidas com clientes e outros t
169. ia no fato de o banco de dados ser adaptado s necessidades imediatas de pesquisa do tradutor idealmente reduzindo ou mesmo eliminando as chances de a mem ria realizar pesquisas desnecess rias ou de recuperar op es que n o sejam de interesse ou que n o compartilhem do contexto da tradu o em desenvolvimento Outra caracter stica espec fica do Transit a de que todos os materiais textuais de origem para ele transferidos para o trabalho tradu o perdem o leiaute original durante o processo de importa o e passam para o formato Transit Ao final do trabalho o arquivo traduzido recupera a formata o de origem quando exportado ou convertido para o formato inicial A principal vantagem aludida no manual do usu rio a respeito dessa particularidade estaria na preserva o da formata o do texto de origem uma vez que o formato do texto preservado para recupera o quando terminado um trabalho o que permitiria ao tradutor concentrar se no trabalho com o texto sem se preocupar com alguma modifica o acidental da configura o do texto original Ainda durante o processo de importa o o Transit segmenta o texto a ser traduzido compara o com o conte do da mem ria de refer ncia e quando encontra correspond ncias traduz automaticamente as ocorr ncias coincidentes oferecendo ao tradutor sempre que poss vel um texto parcialmente traduzido no in cio do trabalho O sistema de mem ria Transit apresenta um editor de tr
170. ia participa o ativa durante o processo de 27 The pre requisite for implementing my proposal is that the text processing system should have a large enough central memory store If this is available the proposal is simply that the organization in question should store all the texts it produces in the system s memory together with their translations into however many languages are required This information would have to be stored in such a way that any given portion of text in any of the languages involved can be located immediately together with its translation 8 O referido artigo foi primeiramente publicado em forma de um relat rio para a empresa norte americana Xerox em 1980 Relat rio de pesquisa CSL 80 11 Nesta tese utiliza se o artigo republicado no peri dico Machine Translation em 1997 conforme consta nas refer ncias bibliogr ficas 67 tradu o Sua ideia partia das ferramentas encontradas em processadores de texto como os recursos de busca e consulta a dicion rios que realizariam as fun es selecionadas pelo tradutor no texto de origem e em sua tradu o dispostos e visualizados lado a lado na interface do sistema O resultado seria uma produ o assistida por m sempre sob o controle r gido do tradutor para ajudar a aumentar sua produtividade e n o para suplant lo 1997 p 20 Quanto ao desempenho Kay afirma que um menor grau de automa o do trabalho de tradu o seria vantajoso pa
171. ialmente traduzidos Como tamb m confirma Bowker 2002 p 130 o emprego de ferramentas tecnol gicas assegura uma imagem positiva por parte do cliente pois ser capaz de utilizar novas tecnologias representa uma habilidade profissional adicional para os tradutores e essa habilidade est se tornando cada vez mais apreciada no mercado de trabalho Conclui se com base nas afirma es apresentadas e na discuss o desenvolvida nesta tese que ferramentas como os sistemas de mem rias de tradu o tendem a se tornarem os principais pr requisitos para a contrata o de um tradutor para trabalhos em formato eletr nico Essa conclus o pode ser um encaminhamento de pesquisa na rea de forma o de tradutores Sendo o dom nio de ferramentas tecnol gicas uma exig ncia de determinados segmentos do mercado de trabalho seria interessante investigar se e de que maneira os cursos de forma o de tradutores est o oferecendo introdu o a essas ferramentas e treinamento de tradu o de textos eletr nicos com o aux lio dos recursos por elas oferecidos Afinal em formato eletr nico que os recursos disponibilizados pelos sistemas de mem rias de tradu o estudados nesta tese em especial aqueles de segmenta o alinhamento e correspond ncia textuais detalhados no Cap tulo 2 podem possibilitar ao tradutor trabalhar de maneira competitiva por lhe permitirem recuperar op es anteriores de tradu o e reaproveit las no trabalho e
172. ias e transport los para outros textos contextos A segunda hip tese formulada referiu se mudan a na concep o do papel do tradutor impl cita nos projetos de mem rias de tradu o Ainda que as aplica es de mem rias de tradu o sejam definidas como diferentes daquelas da tradu o autom tica por serem controladas pelo tradutor sup e se que esse controle tamb m restrito pelo compromisso muitas vezes exigido pelo contratante da tradu o de que o tradutor reaproveite os segmentos alinhados com seus respectivos correspondentes Saliento que as hip teses levantadas e a proposta de sua investiga o n o tiveram por pretens o negar a imensa contribui o que a introdu o de ferramentas de aux lio tradu o tem oferecido aos tradutores na contemporaneidade Mesmo porque 21 recusar a efici ncia de aplica o dessas ferramentas acaba por t o somente produzir o movimento inverso de contesta o que em nada colabora para o avan o da reflex o sobre a pr tica Por outro lado as hip teses apresentadas propiciaram uma oportunidade de se refletir sobre o estado atual da pr tica em segmentos de tradu o que empregam recursos de mem rias de tradu o buscando chamar a aten o para as implica es envolvidas na associa o entre o humano e a tecnologia Os procedimentos metodol gicos que orientaram a pesquisa que resultou nesta tese compreenderam tr s etapas Na primeira realizou se um estudo da litera
173. ic o de obter uma tradu o de alta qualidade no dinamismo da produ o tradut ria pela capacidade de recupera o de significados j 2 Translation is still a service that depends on a high degree of trust between the translator and the client Little constant high paid work will come from unseen clients the fees paid in different countries still vary widely the best contacts are probably still the ones made face to face and by word of mouth gt The quality of a text translated in the country of the target language is usually higher and the price is usually significantly lower Try to request a quote for the Dutch Mandarin in the Netherlands and China and you will see what I mean The Internet has made it possible to break through these borders Via the Internet it is equally fast and cheap to send documents for translation to the most remote part of the planet and to the company next door 37 estabelecidos no texto de origem e que traduzidos para as l nguas de interesse seriam naturalmente aceitos e v lidos em contextos culturais diversos Por esse ponto de vista a figura do tradutor seria considerada mais como a de um propagador de significados de uma l ngua para outra s Ao se focar no vencimento da barreira da dist ncia e na valora o da rela o custo benef cio na contrata o de uma tradu o Esselink privilegia a obten o do produto final e a receptividade que o mesmo poder ganhar nos pa ses pa
174. ica o dessas pr ticas de trabalho em tradu o tamb m favorecida pela constitui o da comunica o textual no mundo contempor neo em que em lugar da linguagem como rede de significantes e significados signos e significa es haveria jogos de linguagem sem sujeito e a comunica o seria feita por uma nuvem de elementos narrativos por s ries de textos em intersec o com outros produzindo novos textos nas institui es e fora delas CHAUI 1992 p 347 Os textos eletr nicos que circulam pela internet s o em sua maioria disponibilizados em vers es em duas ou mais l nguas e desprovidos de qualquer refer ncia autoral A partir de um texto eletr nico poss vel acessar outros textos por meio de elos links autom ticos que conduzem o usu rio a realizar v rias leituras por m sem qualquer indica o clara de in cio ou fim Essas caracter sticas promovem a ilus o da possibilidade de produ o e circula o de textos sem qualquer v nculo com seus autores e tradutores e por extens o sem qualquer compromisso com o que veiculado No caso espec fico da tradu o essa situa o evidencia se na pr pria divis o dos vastos projetos atualmente traduzidos em prazos sempre inversamente proporcionais extens o e por vezes complexidade dos textos Para possibilitar a produ o e a r pida circula o de informa es em diferentes l nguas comum a divis o dos trabalhos em equipes de tradutores
175. ica da produ o final P rez 2001 relaciona as transforma es pelas quais passa o mercado contempor neo de tradu es a uma esp cie de revolu o industrial em que se verifica um movimento progressivo em dire o automa o das atividades do tradutor visando especialmente redu o de custos e prazos e divis o do trabalho em uma equipe de tradutores atuantes em diferentes pontos do globo e conectados eletronicamente pela internet A automa o parcial do trabalho do tradutor tem se realizado especialmente com o advento e a aplica o das mem rias de tradu o sistemas que idealmente incrementam a efici ncia tradut ria em textos longos e repetitivos ao mesmo tempo em que manteriam a coer ncia no sentido de padroniza o das escolhas terminol gicas entre as diversas tradu es produzidas em equipe Entre os v rios recursos disponibilizados est o aqueles que proporcionam a busca a compara o e o reaproveitamento ainda que parcial de tradu es anteriores um aux lio para 81 o tradutor que supostamente se torna capaz de produzir mais em menor tempo como para o contratante de servi os de tradu o que tamb m se mune desses recursos como uma forma de controlar a produ o tradut ria e restringir a remunera o desta a ocorr ncias terminol gicas e fraseol gicas in ditas Neste cap tulo examino os recursos pressupostos como dinamizadores do trabalho do tradutor pelas fun es de segment
176. idade nesse mercado de trabalho o tradutor tende a empregar e dominar cada vez mais recursos tecnol gicos que confiram agilidade sua produ o Como previsto por Esselink na pr spera ind stria da localiza o os efeitos da segmenta o do mercado ser o sentidos pelo estreitamento da atua o do tradutor que far parte de uma cadeia muito maior de profissionais que se ocupam de etapas espec ficas do trabalho de composi o textual no n mero de l nguas de interesse comercial content will be replicated automatically from a central database to locations all over the world translations will be transferred automatically back into a central repository and localization vendors will find themselves managing people and processes instead of temporary projects 182 Na vis o de Esselink 2000 p 478 todos os textos ser o criados gerenciados e publicados com base em tecnologias de bancos de dados A exig ncia de conclus o dos trabalhos em prazos decrescentes far com que toda a informa o seja extra da dos bancos de dados processada pela mem ria de tradu o de forma que somente o texto novo seja traduzido p 479 Se concebemos o tradutor como o controlador das mem rias como descrevem os manuais do usu rios dos sistemas analisados podemos inferir que seu dom nio sobre o texto tender a diminuir na divis o de trabalho vislumbrada por Esselink A base interpretativa constru da pelo tradutor e com
177. idade por tradutores que lidam com textos em formato eletr nico Grande parte dos trabalhos que tratam dos sistemas de mem rias como Austermiihl 2001 Bowker 2002 Biau Gil e Pym 2006 dedicam se descri o dos v rios recursos disponibilizados por esses sistemas e ao modo como seu emprego pode alterar em muitos aspectos a maneira como o tradutor trabalha com o texto ou material que traduz principalmente acelerando tarefas consideradas repetitivas como a tradu o de termos ou express es frequentemente recorrentes ou servindo como um banco de dados e instrumento para consulta terminol gica com o objetivo de padronizar as constru es tradut rias no texto Por outro lado parece haver uma lacuna na investiga o sobre a maneira como a tradu o concebida quando o tradutor emprega ferramentas como os sistemas de mem rias ou sobre qual seria a extens o de sua responsabilidade pelo trabalho que elabora Na pesquisa que resultou na elabora o desta tese foram analisados os pressupostos te ricos dos projetos de ferramentas eletr nicas com foco na dimens o tica do fazer tradut rio que se mune dos recursos disponibilizados pelos sistemas de mem rias de tradu o Para tanto investigou se o modo como a tecnologia define e influencia o perfil profissional do tradutor abordando as principais compet ncias que lhe s o pressupostas na atualidade A fim de orientar a pesquisa te rica desenvolveu se um estudo pr tico e co
178. igital contempor neo n o constituiria segundo Hutchins 2001 uma influ ncia negativa para a demanda e a contrata o de tradutores humanos Ao contr rio o desenvolvimento e a aplica o desses sistemas estariam criando novas oportunidades de atua o para esses profissionais pois como argumenta na medida em que a m quina os mune de recursos para traduzir e atualizar documenta es extensas e repetitivas como manuais t cnicos e informa es em bancos de dados o tempo de trabalho humano tamb m seria reduzido possibilitando a dedica o a novos trabalhos Por outro lado o crescente emprego da automa o para atender demanda de dissemina o designada por Hutchins tem delineado um novo perfil para o tradutor contempor neo que passa a ser contratado basicamente como um encarregado de revisar a produ o autom tica para publica o A revis o basicamente entendida como uma etapa de trabalho que se segue ao de tradu o passa a ter uma caracter stica peculiar em textos traduzidos de forma autom tica O tradutor encarrega se de avaliar e adequar um trabalho que tem por vantagem a rapidez de conclus o e supostamente a precis o e padroniza o terminol gica A supervaloriza o desses atributos desconsidera o fato de um texto tido por 2 If the pressure in an informational and global economy is to get information as rapidly as possible then the gisting function becomes paramount in translation a tendency which
179. ilo das formas de endere amento e da sele o de imagens e representa es gr ficas As necessidades pr ticas exigem a convers o das unidades de medida e de padr es tais como pesos e moedas Modifica es mais fundamentais s o frequentemente necess rias por exemplo em um software de finan as que pode ser ajustado segundo sistemas espec ficos de contabilidade e tributa o PERKIN 1996 apud CRONIN 2003 p 86 1 The localization process is a complex one and extends far beyond translation Cultural sensitivities must be respected in the use of colour style forms of address and the selection of images and graphical representations Practical demands require the conversion of units of measure and standards such as weights and currencies More fundamental modifications are often required for example in financial software which may be geared to particular systems of accounting and taxation 49 Ao atribuir localiza o o trabalho de inclus o e ajuste das diferen as Perkin restringe tradu o o trabalho exclusivamente lingu stico ignorando que muitas das tarefas por ele consideradas fora do escopo da tradu o como aquelas que lidam com as sensibilidades culturais do p blico alvo s o insepar veis do trabalho com a l ngua sendo necessariamente consideradas pelo tradutor ao realizar uma tradu o De fato afirma es como essa repercutem a arraigada cren a na estrita limita o do trabalho do tradutor
180. ilo de elabora o textual buscam garantir a uniformiza o da tradu o da documenta o dos programas al m de prometerem as seguintes vantagens para a produ o tradut ria informa o apresentada pode ser interpretada somente de uma forma reduzindo a ambiguidade e melhorando a legibilidade O uso consistente do estilo e da terminologia imposto e controlado 44 A traduzibilidade do texto aprimorada especialmente quando ferramentas de aux lio tradu o como por exemplo a tradu o autom tica s o usadas no processo de localiza o O prazo para comercializa o dos produtos localizados reduzido devido ao aumento da velocidade da tradu o em geral de 25 ESSELINK 2000 p 30 grifos meus Manuais de estilo e programas espec ficos para controlar a terminologia e a composi o dos textos de origem s o bastante utilizados nessa fase com o objetivo de reduzir custos e prazo durante a etapa de tradu o Al m de garantir o cumprimento dos prazos de entrega do produto final o uso simplificado da l ngua tornaria poss vel tamb m seu processamento autom tico ou semi autom tico por meio de programas de tradu o autom tica e de sistemas de mem rias de tradu o ferramentas de grande utiliza o em trabalhos de localiza o auxiliando em especial a padroniza o de projetos de tradu o desenvolvidos por v rios tradutores Como sugere Hine 2003 no artigo Writing for Transla
181. inado segmento em casos de projetos extensos em que atua uma equipe de tradutores A op o share TM through a LAN 114 nesse exemplo n o selecionada habilita uma mesma mem ria para ser compartilhada entre v rios tradutores Wordfast c idocumen softi word startup wimanual ini Translation memory Terminology Tools Setup TM TM Attributes TM Rules BTM VLTM MT Current TM Unicode Select TM D Wordfast Manual Witanual Txt M This TM is active Number of TUs O New TM File size 2 733 Kbytes Created on 27 Jan 06 at 10 47 29 by HF Reorganise Source language EN US Target language HU 01 Share TM through a LAN Figura 3 Janela da mem ria de tradu o do sistema Wordfast ativada com o cone da barra de ferramentas Cada uma das abas da janela acima permite a configura o de diferentes fun es do sistema Wordfast Pela aba TM Rules Regras da Mem ria de Tradu o por exemplo poss vel definir as regras para reaproveitamento de uma op o de tradu o armazenada na mem ria O sistema Wordfast tem como default a op o Add to TM by overwriting the existing TU Adicionar mem ria de tradu o sobrescrevendo unidade de tradu o existente Essa regra determina que toda vez que uma unidade de tradu o editada quando apresentada ao tradutor como correspondente no campo em verde ou em amarelo o sistema substitui a unidade anterior pel
182. influences ethanol prices Nota se que esse trabalho de identifica o das diferen as pode tomar um tempo consider vel do tradutor que necessita ler e comparar os segmentos antes de realizar a tradu o que falta Esse trabalho de an lise textual n o remunerado uma vez que se considera que o tradutor teria somente que completar em casos de omiss o ou substituir trechos diferentes Al m de organizar as unidades de tradu o a serem armazenados no banco de dados da mem ria o recurso da segmenta o exibe todo o texto a ser traduzido evitando os saltos que s vezes ocorrem em trabalhos de tradu o sem o aux lio dessas ferramentas Uma outra maneira de constituir uma mem ria de tradu o pelo recurso de alinhamento de textos que ser abordado a seguir O sistema Wordfast tem por default a marca o em cor magenta Utilizou se nesse exemplo a cor vermelha para melhor visualiza o 92 2 1 2 Alinhamento O alinhamento uma opera o autom tica realizada pelos sistemas de mem rias que compara um texto de origem e sua tradu o para buscar nos dois textos os segmentos considerados correspondentes e os disp e lado a lado como unidades de tradu o Esse um procedimento a que os tradutores recorrem para aproveitarem textos anteriormente traduzidos sem o aux lio dos sistemas de mem ria e seus respectivos textos de origem Todos os sistemas analisados apresentam o recurso de alinhamento uma tarefa que
183. internet que t m o ingl s como l ngua materna est diminuindo assim como o n mero de p ginas eletr nicas exclusivamente compostas nessa l ngua A sistem tica de pesquisa adotada difere dos resultados do levantamento elaborado pela DTIL que demonstram primazia no uso do ingl s em p ginas eletr nicas conforme a tabela apresentada anteriormente neste cap tulo Por outro lado o exemplo citado por Graddol corrobora a tend ncia de queda no uso dessa l ngua conforme uma pesquisa realizada pelo instituto Catalan ISP VilaWeb em 2000 que estima uma queda de 68 no n mero de p ginas em ingl s Embora proporcionalmente o ingl s ainda ocupe uma posi o privilegiada em rela o situa o de outras l nguas faladas pelos usu rios da internet como demonstrado pela pesquisa da DTIL Graddol argumenta que o acesso a sites em ingl s diminui medida que p ginas s o traduzidas e disponibilizadas na primeira l ngua desses usu rios P ginas eletr nicas da internet constituem um exemplo dos tipos de materiais com que lidam os tradutores na contemporaneidade e que de muitas maneiras t m influenciado a maneira como a tradu o praticada Algumas das mudan as vivenciadas na pr tica devem se s caracter sticas dos materiais textuais eletr nicos a serem traduzidos assim como maneira como servi os de tradu o para esse setor s o contratados e at realizados No ensaio Technology and Translation Tecnologia e tradu o
184. ion TTR Traduction Terminologie R daction Montr al Canad v 14 n 2 p 49 82 Sept 2001 GOW Francie An evaluation methodology for comparing two approaches to search and retrieval in translation memory databases In BOWKER Lynne Ed Lexicography terminology and translation text based studies in honour of Ingrid Meyer Ottawa University of Ottawa Press 2006 p 189 199 GRADDOL David The future of English London British Council 1997 The decline of the native speaker In ANDERMAN Gunilla ROGERS Margaret Ed Translation today trends and perspectives Clevedon Multilingual Matters 2003 p 152 167 English next London British Council 2006 Dispon vel em lt www britishcouncil org learning english next pdf gt Acesso em 15 maio 2008 205 HALLETT Tim Transit and Trados converging functions diverging approaches Localisation Focus the international journal of localisation Limerick Ireland v 5 p 9 11 Dec 2006 HELBICH Carl Controlled Authoring writing for re use Multilingual writing for translation p 3 6 out nov 2006 HEYN Mathias Translation memories insights and prospects In BOWER Lynne CRONIN Michael KENNY Dorothy PEARSON Jennifer Unity in diversity Current trends in translation studies Manchester St Jerome Publishing 1998 p 123 136 HINE Jonathan T Jr Writing for translation Multilingual Computing and Technology Supplement Translation n 53
185. ispon vel em lt http techlingua com translation thesis html gt Acesso em 06 de jul de 2008 WEBSTER S Encyclopedic Unabridged Dictionary of the English Language New Jersey Gramercy Books 1994 209 WEININGER Markus J TM amp MT tradu o t cnica globalizada tend ncias e consequ ncias Cadernos de Tradu o Florian polis v 2 n 14 p 243 263 2004 WODAK Ruth Pol ticas lingu sticas europeias tens es devidas globaliza o e ao nacionalismo In SILVA F L RAJAGOPALAN K Org A lingu stica que nos faz falhar investiga o cr tica S o Paulo Par bola Editorial 2004 p 145 152 WORDFAST a universal and open translation tool Dispon vel em lt http www wordfast net gt Acesso em 10 ago 2006 WORDFAST user guide Dispon vel em lt http www wordfast net index php whichpage downloadpage amp lang engb gt Acesso em 11 mar 2008 210 Autorizo a reprodu o xerogr fica para fins de pesquisa S o Jos do Rio Preto 25 de mar o de 2010 RIKA NOGUEIRA DE ANDRADE STUPIELLO
186. ista foram levantados em sua pesquisa a vis o de clientes de servi os de localiza o a das ag ncias que prestam esses servi os e a de tradutores aut nomos que realizam trabalhos para essa ind stria seja como freelancers diretamente para os clientes ou como contratados por ag ncias de localiza o Os dois principais argumentos daqueles que contratam servi os de tradu o em especial para trabalhos de localiza o contra o compartilhamento de dados dizem respeito aos direitos sobre os dados reunidos a partir da tradu o contratada e preocupa o com a 161 prote o do sigilo comercial Contratantes de servi os de tradu o defendem sua exclusividade de acesso aos dados terminol gicos reunidos a partir de um trabalho contratado Por se considerarem propriet rios desse subproduto da tradu o em geral exigem que lhes sejam repassados os dados terminol gicos juntamente com a tradu o Esses dados s o usados em trabalhos posteriores com o intuito de reduzir custos de tradu o na medida em que possibilitam o aproveitamento de correspond ncias j estabelecidas e organizadas em unidades de tradu o Pela perspectiva do contratante uma tradu o deveria ser remunerada uma nica vez ou seja a partir do momento em que um segmento for traduzido e reocorrer em outros textos n o deveria ser remunerado integralmente independentemente do contexto de que ela vier fazer parte Como explicam Biau Gil e Pym a po
187. istemas de mem rias de tradu o especialmente para trabalhos para a ind stria de localiza o de produtos A automa o de parte do trabalho de tradu o um condicionante na ind stria da localiza o que evolui ao ritmo da economia global A expans o da atua o da tradu o nesse segmento somente tem sido poss vel pelo emprego de meios que permitam ao tradutor apresentar respostas r pidas s necessidades do mercado atual que se desenvolve e que exige qualifica o para o trabalho com documenta o terminologia revis o e uma s rie de outras atividades espec ficas da localiza o e que ser o tratadas no item a seguir 1 2 O espa o da tradu o na ind stria de localiza o A informatiza o da economia vem promovendo mudan as profundas e definitivas no modo como as empresas que integram o mercado digitalmente globalizado realizam contatos e conduzem seus neg cios A atividade de localiza o originou se da necessidade de 41 empresas internacionais criarem meios de conquistar novos p blicos e consumidores de produtos cuja oferta era anteriormente limitada devido inexist ncia de meios de contato com potenciais consumidores Segundo Esselink 2006 o deslocamento do uso de programas de hardware e software do universo acad mico e empresarial para o ambiente do usu rio comum na d cada de oitenta gerou a necessidade de criar e adaptar os recursos desses programas s exig ncias e s necessidades de um p
188. it has to be retranslated every time 73 Center the steering wheel and lock in position Centralize a dire o e trave em posicao Center the steering wheel Lock in position Centralize a dire o Trave em posic ao Center the steering wheel Lock it in position Centralize a dire o Trave a em posi o Center the steering wheel Lock the steering wheel in position Centralize a dire o Trave a dire o em posi o MURPHY 2000 p 13 De maneira an loga s pr ticas limitadoras de uso da l ngua do texto de origem observam se algumas t ticas usadas tamb m para os sistemas de mem ria em particular para alimentar o banco de dados e aumentar o ndice de reaproveitamento das mem rias de tradu o Nos trechos exemplificados por Murphy nota se que a ocorr ncia de frases curtas e a substitui o do pronome it que age como objeto direto pelo substantivo steering wheel que ao ser repetido elimina a ambiguidade referencial e possibilita a retomada do termo armazenado ainda que n o em uma equival ncia total da frase Observa se a partir desse exemplo que a elabora o textual em especial a coes o pode ficar comprometida muitas vezes pelo esfor o em aumentar o desempenho das mem rias por meio da tentativa de unifica o da l ngua para posterior reciclagem de segmentos de tradu es Em trabalhos de tradu o executados com aux lio de mem rias duas pr ticas podem ser consideradas comuns
189. ita por meio de cores nos campos da tradu o com a cor verde como indicada no exemplo a seguir sinalizando uma correspond ncia 100 id ntica unidade armazenada na mem ria 125 Ten mr Zr EE n E As previs es de forte demanda do dicood cartucante pare a pr sima d cade Lanto para o mercado interno quanto so externo al m dos bona Combi E Oncos do Accor MRO D SUDO da SEN Sao aena o cooesada yan bee NNDS Dara investimento no setor saricols nede es Os forte demara do Sco wiry para af id 800 REID quarto OO edermo sAm dus CONS pre os Go a ucar tinam q redu o ap Schaar orita anargis a ttre cogersda uma r o Geter agrcia B wed Gemand i tus efiarcs forecast tor fe rest Secad Dew tor domarc a ras rua aa im edaton D gaa suga prices fee Lares Pre prodador of an Siw MEA act A OEA ble TL Ocean EE eet ae ME SALVO a et As previs es of farts demanda ss carburante para Harned tanto Empis ht bens quanto ao externo al m bons pre os Si sig a produ o de a car ol e energia ica cogera uma boa armas para investimento no setor agricola 4 pe Saye ere nda ee aed acheter Bia He tion sugar prices have turned the production of sugar ethanol Feesiirtaratad electric power In ag alternative for investment in the agr trial sector 4 Figura 9 Interface do sistema de mem ria Trados e barra de ferramentas que quando aberta fixa se barra de ferramentas do Word Quando
190. itado l ngua da tecnologia Nesse sentido conceber a tradu o exclusivamente como um trabalho automatizado e controlado que ocupa somente uma das etapas do processo de localiza o uma forma de B na second technological divide no longer between the haves and the have nots of material machines but between the active and passive users of language In effect the more condescending forms of localization would divide the world into text producers who will always be producers text consumers who can only remain consumers and the excluded who remain unlocalized 52 ocultar as adapta es inclus es exclus es e outras adequa es pelas quais todo texto inevitavelmente passa ao ser traduzido al m de perpetuar a posi o passiva de consumidores de produtos localizados e idealmente neutros Entretanto dentre as v rias etapas de cunho basicamente comercial que s o listadas como componentes do processo de localiza o especificamente pela tradu o que um determinado p blico aproxima se de um produto a ele introduzido Ainda que sua presen a seja minimizada na literatura sobre localiza o a tradu o desempenha o papel principal na recria o de um texto estrangeiro e nas novas rela es desse texto com a nova realidade cultural e lingu stica da qual far parte e que por sua vez pode aceit las ou refut las pois como afirma Pym a tradu o n o est operando somente em palavras mas nas maneiras pe
191. justificar a incessante busca por um c digo de tica a toda prova universal e fundado de modo inabal vel p 15 Em tradu o controlar a escrita do tradutor de forma a evitar que sua indesejada interven o viesse a alterar o sentido conferido pelo autor ao texto de origem constituiria uma das preocupa es centrais de qualquer proposta tradicionalmente tida por Minha concep o de moderno baseia se na perspectiva da cr tica p s moderna referindo se a todas as concep es e sistemas de pensamento baseados na possibilidade de valores e verdades universais e essenciais que podem ser conhecidos e estudados de modo racional sem interfer ncia do subjetivo e do ideol gico ARROJO 1997 p 8 200 tica Traduzir sem o amparo de normas e prescri es poderia levar o tradutor a tomar caminhos tortuosos guiados por escolhas inapropriadas A descren a em qualquer proposi o que almeje estabelecer valores absolutos para o Julgamento de uma pr tica foi um dos pontos bastante discutidos pelo pensamento associado p s modernidade Um dos questionamentos mais significativos e espinhosos de teorias de tradu o reconhecidas como p s modernas envolveu a superioridade da teoria em rela o pr tica tradut ria concebida como uma atividade poss vel de ser prevista e controlada por uma teoria objetiva Como explica Arrojo 1998 p 42 a concep o moderna de tradu o encorajava o auto apagamento do
192. knowledge and skills Striving for excellence 154 prim rio guiar e orientar a conduta de uma determinada pr tica sejam eles usados em um discurso normativo como o postulado por Dolet ou expostos em forma de axiomas ou juramento como prop em Pym e Chesterman respectivamente O tratamento da tica por Chesterman por exemplo que substitui o ato de dever pelo de prometer abrange as rela es com o contratante de uma tradu o entre tradutores e do tradutor consigo em seu empenho pelo constante aprimoramento Seu foco o tradutor inserido em sua pr tica e n o mais a aspira o pela neutralidade de sua pr tica Ainda assim vemos que apesar de almejar a generaliza o de qualidades universalmente desejadas e consideradas nobres em qualquer profissional valores expressos entre colchetes como compromisso lealdade verdade clareza honestidade e confiabilidade parecem se dispersarem pela pr pria forma como o trabalho do tradutor concebido e contratado e nas situa es em que esse profissional desempenha seu trabalho para os mercados discutidos nesta tese Essa tamb m uma quest o problem tica para o nico c digo tica que determina os princ pios para a conduta de trabalho do tradutor profissional no Brasil A responsabilidade profissional prevista no Cap tulo 5 e o respeito ao trabalho confiado o texto de origem constituem m ximas do C digo de tica do Tradutor adotado pelo Sindicato Nacional d
193. la Alchemy Company com sede na Irlanda e atualmente um dos programas mais utilizados no mercado de localiza o conforme atestam as informa es disponibilizadas no endere o eletr nico da empresa www alchemysoftware ie 50 propulsores da retomada das pesquisas e do emprego em tradu o autom tica e do desenvolvimento dos sistemas de mem rias de tradu o na contemporaneidade A ampla divulga o na literatura da rea dos atributos desses programas acaba potencializando a atua o da m quina em detrimento do tradutor humano e ao mesmo tempo corroborando a vis o de que as diferen as entre l nguas e culturas s o facilmente super veis com o emprego dessas tecnologias O discurso contempor neo que deprecia o trabalho de tradu o o mesmo que promove a no o de possibilidade de interc mbio transparente entre as l nguas afinal como ressalta Cronin a condi o p s babeliana aceita somente se puder ser constru da para produzir a ilus o pr babeliana 2003 p 62 A supervaloriza o do desempenho das ferramentas de aux lio tradu o e a quase imposi o de sua ado o pelo tradutor que atua no mercado de localiza o tende a reaver a imagem da tradu o como uma etapa que possa ser facilmente cumprida na poss vel passagem de uma l ngua para outra A cria o e a manuten o dessa ilus o pr babeliana podem ser identificadas nos imensos projetos de localiza o e distribui o de produtos e
194. las quais culturas apreendem suas rela es A ado o de uma ou outra estrat gia de tradu o pode ter um efeito nessas percep es E essa uma quest o tica de extrema pertin ncia para a localiza o Ela pode influenciar o futuro de nossas culturas nos discursos t cnicos mais localizados especialmente com rela o s l nguas que est o sendo incorporadas aos meios eletr nicos pela primeira vez PYM 2003 s p O acelerado ritmo das inova es tecnol gicas empregadas na atividade de localiza o ganha todo o destaque na literatura da rea que ao se dedicar a tratar do funcionamento das ferramentas empregadas nessa ind stria n o leva em conta uma reflex o mais aprofundada sobre a quest o de como os textos eletr nicos est o sendo compostos traduzidos e adaptados para as l nguas dos mercados de destino Os pr ximos itens apresentam uma introdu o s ferramentas que est o sendo cada vez mais empregadas pelo tradutor contempor neo Seja por escolha pessoal ou imposi o por aqueles que contratam servi os de tradu o programas de tradu o autom tica e sistemas de mem rias de tradu o est o se tornando recursos imprescind veis para o cumprimento das 14 Translation is thus operating not just on words but on the ways cultures perceive their relations The adoption of one translation strategy or another can have an effect on those perceptions And that is an ethical question of extreme pertinence to loc
195. le damages particularly caused by soy and corn crops the main agricultural activities in the Center Southern Brazilian states Pig 7 Se o 3 77245 Um75eon ine Cal Ings Ua OF Figura 2 Interface do sistema de memoria Wordfast A barra de ferramentas cujos cones acionam fun es espec ficas do sistema fixa se no processador de textos do processador de textos Word A interface do sistema Wordfast apresenta um trabalho de tradu o em execu o e composto por um campo com o texto de origem sempre em azul e um campo para a inser o da tradu o nesse caso em verde As correspond ncias consideradas id nticas pelo sistema s o marcadas em verde como nesse exemplo recuperado da mem ria e considerado pelo sistema como sendo 100 coincidente com o trecho do texto de origem a ser traduzido As correspond ncias parciais por sua vez s o exibidas em amarelo e nos casos em que o sistema n o recupera qualquer informa o da mem ria o campo exibido em cinza claro 113 Observam se tamb m na figura os marcadores em magenta e texto oculto de in cio e fim de um termo Introdu o e de trechos de texto segmentados pelo sistema Entre esses marcadores s o indicados os graus de semelhan a entre o termo ou trecho de origem e sua respectiva tradu o Os trechos assim demarcados s o armazenados na mem ria de tradu o como unidades de tradu o De acordo com o manual do usu rio o Wordfast tem capacidade de
196. lho pelo tradutor Esse mais um recurso que em geral utilizado por ag ncias de tradu o antes da contrata o de um tradutor Com ele termos e frases encontrados no texto de origem j segmentado s o comparados aos dados da mem ria e automaticamente substitu dos conforme o grau de correspond ncia estabelecido no sistema Ao tradutor restar o os segmentos novos para os quais o sistema n o encontrou correspond ncia alguma na mem ria e aqueles parcialmente traduzidos com correspond ncia inferior a 100 e que exigir o revis o e adequa o ao novo contexto Finalizada a tradu o o tradutor realiza a revis o manual do texto ou seja edita os segmentos traduzidos nos pr prios campos em que eles foram introduzidos e que nessa etapa encontram se separados por marcadores Terminada a revis o o tradutor aciona o comando Clean up e elimina todas as marca es de segmentos assim como os segmentos do texto de origem permitindo a visualiza o somente do texto traduzido A mem ria de tradu o automaticamente atualizada para incluir poss veis corre es e altera es executadas durante a revis o do trabalho traduzido A figura a seguir apresenta um texto traduzido e em processo de revis o exibindo as marca es dos segmentos de origem e da tradu o 118 Alt Fo ars a AW CLS da ja Ap ia ww psw Gai ponr foma imapa ho junta Misto octe 3 A An lisa de sensibilidade dos pre os finais Cen rios
197. m is arguably a tautology since translation since its inception has always implied a privileged relationship to chirographic and later print and electronic tools Translation without tools simply does not exist 18 As ferramentas a que Cronin se refere portanto n o se limitam aos instrumentos espec ficos empregados em cada poca pelo tradutor para a escrita mas envolvem igualmente os produtos de tradu es anteriores elevados ao status de ferramenta e como tais realimentados de uma maneira dial tica no processo em si p 25 Gloss rios e dicion rios constituem exemplos de ferramentas resultantes em grande parte de experi ncias anteriores no contato com a tradu o entre diferentes l nguas O emprego desses recursos segundo Cronin seria significativo para a constata o de que o tradutor atua em um ambiente mediado por ferramentas muito antes do advento das novas tecnologias Quando chama a aten o para a aplica o das ferramentas na pr tica da tradu o Cronin convida reflex o sobre a rela o do tradutor com as coisas que lhe servem de instrumento de trabalho mais especificamente com o que denomina tecnosfera p 27 Conforme argumenta estudos anteriores desenvolvidos sobre a tradu o produziram reflex es de cunho hist rico abrangendo a rela o da tradu o com seus os textos originais que resultaram em descri es da pr tica e prescri es para a mesma e posteriormente com a
198. m nio t cnico que por discorrerem sobre uma determinada rea de especialidade tenderiam segundo o autor a apresentar um alto ndice de repeti es tanto no texto em si denominadas repeti es internas e tamb m em vers es posteriores desses textos designadas repeti es externas Com rela o extens o Austermiihl afirma que grau de repeti o textual tenderia a ser maior em materiais extensos pois quanto mais longo o documento maior a chance de repeti o ou reutiliza o de frases semelhantes p 139 Outra quest o relacionada ao aludido desempenho das mem rias diz respeito superficialidade da pesquisa conduzida por esses sistemas Embora sejam comercializados como uma solu o r pida para a pesquisa terminol gica em especial quando o prazo inversamente proporcional extens o do material a ser traduzido eles podem tamb m ser uma influ ncia negativa ao tradutor Segundo o ensaio What s been forgotten in translation memories O que foi esquecido nas mem rias de tradu o por Macklovitch e Russell 1998 pesquisadores canadenses tradu es anteriores de textos de um mesmo dom nio do conhecimento podem apresentar mais problemas de tradu o do que qualquer outro recurso de pesquisa Conforme argumentam com base nos resultados de suas pesquisas 140 apesar da recep o entusiasmada conferida tecnologia das mem rias de tradu o por tradutores e prestadores de servi o
199. m o segmento correspondente apresentado na janela da tradu o ainda com o texto de origem Essa organiza o dos textos possibilita melhor acompanhamento do trabalho pelo cotejamento entre o texto de origem e a tradu o em desenvolvimento A inserir a tradu o no campo determinado o tradutor pode apagar o texto de origem que nele se encontra como orienta o pelo comando delete to the end of segment apagar at o final do segmento na barra de ferramentas Durante todo o trabalho de tradu o o sistema Transit realiza uma pesquisa na mem ria de refer ncia nele armazenado e oferece sugest es de correspond ncia total ou parcial sempre que dispon veis O material que comp e a mem ria como mencionado pode ser composto por textos em arquivos digitais previamente alinhados com o aux lio do recurso de alinhamento do Transit ou por arquivos relacionados ao trabalho em desenvolvimento com textos de origem e suas respectivas tradu es A figura a seguir apresenta a janela de configura es da mem ria de refer ncia 137 Priject Settings SUgentare Tarai User x ementa Temas Macas Set Detaut Field Vahet Pr messis os 1171 Prata estados 2 2 Language Acimenisirasor Foldem Files File Type Counting snags Freterence Mateng Add peupwet Acid toler Add Mes Furtnrance proecte and ums Add pruwa ana Walacind tor your projet ect and optar its AJI Iolger Figura 17 Lista de arquivos de refer ncia para um
200. m desenvolvimento que automaticamente tamb m armazenado nos bancos de dados dos sistemas para uso posterior Por outro ngulo os mesmos recursos designados a acelerar e a uniformizar a produ o tradut ria pela segmenta o do texto sendo traduzido e pela busca por correspond ncias na mem ria do sistema podem causar o efeito inverso uma vez que podem ser uma interfer ncia constru o da coer ncia textual pelo tradutor Quando tudo que o tradutor tem sua frente s o segmentos textuais e op es de tradu es passadas pode acabar tornando se dif cil construir uma rede de rela es conceituais e sem nticas no texto que traduz Essa situa o pode tamb m conduzir o tradutor a prender se 196 ainda mais s op es que lhe s o apresentadas pelo sistema de mem ria que utiliza paralelamente abrindo m o de seu estilo de trabalho Essa constata o convida a uma investiga o no campo da estil stica sobre as influ ncias do controle textual de origem na expressividade da l ngua da tradu o J no campo da lexicologia o condicionamento de textos para aplica o de ferramentas eletr nicas como as mem rias pode estimular um estudo sobre os efeitos dos esfor os de engessamento do l xico no processo de produ o da tradu o As duas pesquisas sugeridas podem ser realizadas comparando se textos traduzidos com aux lio de mem rias e sem esse recurso A tend ncia desse mercado de atua o do tradutor centra se n
201. m trabalhos de reas especializadas especialmente pela propriedade de promover a coer ncia terminol gica e fraseol gica de extensos trabalhos de tradu o a automatiza o da atividade de tradu o seja de modo parcial pela ado o de sistemas de mem rias ou integral por meio de programas de tradu o autom tica sujeita o tradutor a adotar estrat gias de uso da l ngua em conformidade com as restri es t cnicas dessas tecnologias a fim de alcan ar o desempenho por elas prometido Entretanto como lembra Bowker quando se trata de produzir um texto de chegada os tradutores devem se lembrar que os aspectos de organiza o textual podem ser espec ficos de uma l ngua e cultura Por exemplo as l nguas podem possuir estrat gias diferentes para alcan ar a coes o e o n vel global de coes o desejado pode at diferir entre as l nguas Como parte do processo de tradu o os tradutores precisam ajustar os aspectos organizacionais do texto de origem para criar um texto alvo que atenda s expectativas do modo pelo qual os textos s o organizados na lingua de chegada BOWKER 2006 p 177 A aten o voltada s op es apresentadas pelos sistemas de mem rias restringe o trabalho do tradutor com o texto traduzido podendo prejudicar a expressividade da l ngua de chegada especialmente quando o tradutor orientado para reaproveitar ao m ximo os segmentos anteriormente traduzidos Os principais recursos dos sistemas de mem
202. mas de pontua o s o distintos como a pr pria no o do que constituiria uma frase p 35 Embora a maioria dos programas de alinhamento oriente se pelas mesmas marca es definidas para o processo de segmenta o ou seja sinais de pontua o espec ficos ponto final ponto e v rgula dois pontos poss vel aplicar outras t cnicas para o alinhamento como o reconhecimento de pares de palavras cognatas n meros siglas marcas de formata o e outras formas de identifica o que permitem ao programa de alinhamento comparar os dois textos e neles buscar caracter sticas correspondentes Esses recursos podem ser teis em 7 one is the difficulty of accurately recognizing where sentences begin and end the second is the fact that depending on the language pair a single sentence in one language may not necessarily correspond to a single sentence in the other language the third factor is that translators may more or less freely change the relative order of sentences in the translation 94 situa es em que o tradutor realizou alguma invers o na tradu o de uma frase do texto de origem ou quando deixou de traduzir algum trecho do original ou a fez algum acr scimo tradu o por motivos espec ficos Para lidar com situa es particulares por m frequentes como essas Bowker 2002 e Somers 2003 recomendam o alinhamento manual especialmente se o trabalho envolvido para organizar os pares bil ngues result
203. mazenarem op es pareadas previamente revisadas e aprovadas conduziriam padroniza o das tradu es p 124 Para Heyn a qualidade da tradu o seria aprimorada no momento em que fraseologias revisadas e aprovadas fossem reutilizadas Conforme argumenta como utilizar uma tradu o de uma refer ncia autorizada e como tal conduz normaliza o das tradu es p 124 Embora autores como Heyn afirmem que as mem rias n o exigem estrat gias de l ngua controlada como os programas autom ticos de tradu o que empregam em muitos casos especialistas para elabora o de textos originais de autoria orientada para um devido fim algumas das t ticas empregadas para o controle do uso da l ngua acabam sendo incorporadas pelo tradutor durante a elabora o da tradu o com a finalidade de garantir o reaproveitamento de um trabalho em tradu es futuras Em ltima inst ncia a ado o de um 71 modo marcadamente espec fico de tradu o de uma l ngua pode intervir na qualidade do trabalho final Uma das estrat gias adotadas concerne expressividade do texto traduzido particularmente mediante controle terminol gico e fraseol gico durante o trabalho de tradu o com vistas a aumentar o tamanho dos bancos de dados das mem rias Conforme ser visto no pr ximo cap tulo o emprego eficiente da mem ria depende de um grande n mero de ocorr ncias armazenadas no banco de dados desse sistema e desse
204. mento do estilo da produ o final Em grandes projetos desenvolvidos nessa ind stria nos quais um consider vel n mero de tradutores envolvido a vantagem das mem rias estaria no compartilhamento simult neo de gloss rios por tradutores beneficiando sobretudo aqueles menos experientes possibilitando lhes compartilhar os resultados de pesquisas terminol gicas cujos resultados s o armazenados no banco de dados geralmente fornecido no in cio do trabalho Por outro lado saliento que da mesma forma que esses sistemas auxiliam na padroniza o terminol gica eles podem igualmente agir como propagadores de inadequa es uma for a contr ria produtividade tradut ria esperada Das diversas ferramentas eletr nicas de pesquisa gloss rios corpora e dicion rios on line e edi o de textos corretores ortogr ficos e gramaticais empregadas para o trabalho de tradu o na contemporaneidade especificamente os sistemas de mem rias de tradu o t m sido apresentados como instrumentos essenciais para melhorar o desempenho do tradutor em particular quando atua em reas especializadas que requerem sobretudo padroniza o terminol gica e fraseol gica e rapidez de execu o dos trabalhos Entretanto como discuto nesta tese h uma superestima o do poder desses recursos eliminarem as dificuldades envolvidas na tradu o de diferentes l nguas ao oferecerem solu es prontas e recuper veis para acelerar a produ o da tradu
205. mo que garante que um determinado termo ou segmento seja traduzido da mesma maneira em todas as suas ocorr ncias Um exemplo est na maneira como Austermiihl 2001 justifica a demanda por parte de contratantes de servi os de tradu o para reas especializadas e de localiza o pela aplica o de sistemas de mem rias como majoritariamente devido a poss veis redu es de custos e necessidade de coer ncia no estilo e na terminologia p 134 grifos meus J Rieche 2004 ressalta como benef cio das mem rias o fato de serem capazes de garantir que os documentos sejam consistentes entre si incluindo defini es express es e terminologia comum p 47 grifos meus Outro exemplo em que a garantia de coer ncia ou consist ncia terminol gica real ada est nas diversas refer ncias a essa qualidade encontradas no manual do sistema Wordfast Uma delas refere se capacidade dessa ferramenta durante uma tradu o realizar uma verifica o da coer ncia terminol gica quando o segmento validado para certificar se de que os termos adequados s o usados na tradu o p 30 grifos meus Nos ltimos casos mencionados a coer ncia diz respeito padroniza o da utiliza o de segmentos frases e termos especializados recorrentes um recurso visto como til em tradu es extensas em que nem sempre poss vel relembrar como uma constru o frasal ou um termo foi usado e retom lo em outras ocorr ncias ou quando
206. mparativo de tr s sistemas de mem ria de tradu o mais Quando utilizar a refer ncia sistemas de mem rias refiro me ferramenta de tradu o ao passo que quando fizer men o unicamente a mem rias digo respeito aos bancos de dados formados 20 utilizados por tradutores profissionais o Wordfast o Trados Translator s Workbench doravante Trados e o Transit XV doravante Transit Com base em minha experi ncia como usu ria dos sistemas Wordfast e Trados e ap s curso de treinamento para utiliza o do sistema Transit procurei descrever os principais recursos de cada ferramenta discutindo suas aplica es espec ficas assim como seus benef cios e limita es Por fim fundamentando me nos pressupostos te ricos desses sistemas e na operacionaliza o de cada um desses sistemas desenvolvi uma reflex o de cunho tico sobre os limites da responsabilidade esperada do tradutor contempor neo que faz uso desses sistemas em seu trabalho Articulei duas hip teses para orientar a investiga o proposta A primeira seria a de que os conceitos dos projetos atuais de ferramentas de aux lio tradu o estariam retomando a criticada concep o de tradu o como recupera o e transporte de significados Essa hip tese levantada a partir da aparente preval ncia da ideia de que traduzir envolve em princ pio recuperar significados convenientemente armazenados nos bancos terminol gicos dos sistemas de mem r
207. munica o elas ainda permanecem afastadas pela dist ncia cultural e pela diversidade lingu stica O desejo de uma comunica o em diferentes l nguas instantaneamente intelig veis em uma era em que a diversidade lingu stica pode constituir uma barreira denominado por Cronin de novo babelianismo p 60 A supera o desse obst culo estaria para muitos na ado o de uma nica l ngua que em sua posi o dominante seria traduzida para aquelas consideradas inferiores cabendo aos falantes destas encarregarem se dos custos da tradu o Na vis o de Cronin os esfor os para que a l ngua inglesa permane a como a l ngua da comunica o global teriam particularmente em vista o deslocamento do nus da tradu o para aqueles que n o falam a l ngua dominante e que n o s devem se traduzirem para o Part of their professional role is precisely to facilitate the proliferation of first order exchanges where someone does not have to spend years learning a language to do business in a foreign location because of the presence of the translator or the interpreter and yet translators themselves are defined by their lifelong commitment to second order exchanges 39 ingl s como traduzirem do ingl s para sua pr pria l ngua p 60 A nfase na cria o e manuten o de um contexto pr bab lico de comunica o acabaria por eliminar as vozes de l nguas consideradas inferiores e que mant m um status de l
208. nd stria de tradu o nas ltimas duas d cadas Conforme discute se no primeiro cap tulo ao contr rio da tradu o autom tica o desenvolvimento dos primeiros sistemas de mem rias de tradu o foi desde o in cio visto com entusiasmo por tradutores que at ent o opunham se subservi ncia m quina Diversos trabalhos na rea produzidos tanto por estudiosos quanto pelos pr prios tradutores usu rios desses programas entre eles Pym 2003 Pym et al 2006 P rez 2001 23 Craciunescu et al 2004 e no Brasil Nogueira e Nogueira 2004 s o bastante enf ticos ao afirmarem e ilustrarem o ganho de efici ncia que os sistemas de mem rias promovem no trabalho de tradu o A inova o que os sistemas de mem rias de tradu o trouxeram consiste em linhas gerais na capacidade de recupera o e reaproveitamento de tradu es j realizadas O tradutor contaria com um recurso de grande aux lio na manuten o da padroniza o terminol gica podendo resultar em economia de tempo em trabalhos muito extensos e desenvolvidos em equipe Aludindo s potenciais vantagens que o emprego dos sistemas de mem rias podem gerar alguns te ricos e tradutores chegam at mesmo a atestar a imprescindibilidade da ado o e do dom nio do uso desses sistemas para o tradutor profissional manter se no mercado de trabalho NOGUEIRA NOGUEIRA 2004 Por outro lado pouca aten o parece ser dada s mudan as que o uso des
209. ndo ao m ximo sua interfer ncia como tamb m pela produ o de novas tradu es que armazenadas na mem ria do sistema com seus correspondentes lingu sticos gerariam novas possibilidades de tradu o em trabalhos posteriores A no o de l ngua como um simples instrumento parece estar associada ideia da possibilidade de correspond ncia biun voca entre l nguas visualizada pelas unidades de tradu o enfileiradas nas mem rias dos sistemas Vislumbrar a possibilidade de prever e dominar o trabalho de tradu o contendo o uso da l ngua na produ o do texto de origem e empregando os recursos das mem rias para padronizar a terminologia e fraseologia adotada representa uma tentativa de controlar as diferen as entre as l nguas especialmente pela determina o do que deva ser reproduzido em correspond ncias exatas ou totais e do que deva ser unicamente editado em correspond ncias parciais Ao tradutor caberia traduzir somente as ocorr ncias em que o sistema n o tenha encontrado correspond ncia em sua mem ria As expectativas criadas para trabalhos de tradu o desenvolvidos com o aux lio de ferramentas como os sistemas de mem rias s o tamb m resultantes de promessas que promovem a comercializa o desses sistemas e que atrelam a possibilidade de recupera o de op es anteriores de tradu o armazenadas nas mem rias a ganhos de produtividade As diferen as contextuais entre o texto previamente traduzido e que ger
210. nfigurados de antem o Esselink 2000 p 363 sugere que para que a segmenta o de um texto seja feita de modo a permitir a m xima recupera o de trechos j traduzidos em novas tradu es o texto a ser processado n o deve apresentar marcas de revis o textos condicionais carriage returns nas frases marcadores de ndice no meio de palavras ou frases hifena es for adas e tabelas com tabula es A segmenta o em frases a forma mais utilizada de preparar um texto para ser processado pela maioria dos sistemas de mem ria Entretanto existem propostas de sistemas que consideram o par grafo como unidade para segmenta o Como explica Esselink alguns editores passaram da segmenta o baseada em frases para segmenta o baseada em par grafos A segmenta o de frases resultar em um maior n mero de correspond ncias totais ou exatas mas elas devem ser sempre verificadas porque podem requerer mudan as por raz es contextuais isto a frase anterior ou a seguinte Quando se utiliza a segmenta o baseada em par grafos o n mero de correspond ncias diminui mas as correspond ncias totais de par grafos geralmente n o exigem revis o ou corre o ESSELINK 2000 p 363 Esselink exp e a prioridade dos programas de segmenta o como sendo a de gerar correspond ncias bil ngues que armazenadas na mem ria teriam maiores chances de reocorrerem em outros textos e nesses casos serem retomadas e aproveit
211. nos aos olhos de quem o contrata apenas um membro de uma equipe coordenada por gerentes de projetos e que inclui tamb m engenheiros de software revisores e profissionais de editora o RIECHE 2004 Nesse espa o de produ o de tradu es grande parte das estrat gias colocadas em pr tica envolvendo a ado o de uma terminologia espec fica seu reaproveitamento com o aux lio dos sistemas de mem ria e seu controle com o uso de banco de dados n o constituem decis es do tradutor devendo ser por ele acatadas e cumpridas Esse fato favorece o descomprometimento do tradutor que por n o conhecer ou ser mantido afastado do processo de prepara o do material traduzido como um todo n o se vincula sua conclus o O tradutor torna se e faz se ainda que aparentemente invis vel aos olhos do contratante e do usu rio final da tradu o Projetos de localiza o refletem a vis o que Arrojo 1998 p 28 considera essencialista da tarefa do tradutor como encarregado de encontrar equivalentes adequados entre l nguas e culturas esfor ando se para manter se neutro na realiza o dessa tarefa Sua atua o encoberta na mesma propor o do tamanho da equipe de que faz parte e da fragmenta o do texto com que trabalha com o aux lio de ferramentas eletr nicas como os 157 sistemas de mem rias Na pr tica de tradu o contempor nea com apoio de ferramentas eletr nicas como as mem rias as diversas situa
212. nsp las para outra l ngua por mais incoerente que seja o texto assim elaborado ao usu rio tem estimulado o desenvolvimento de sistemas comerciais de tradu o para uso em computadores pessoais O acelerado ritmo atual da comunica o eletr nica favorece a automa o na medida em que exige em contrapartida resposta quase instant nea a tudo que produzido independentemente das l nguas envolvidas Desde sua cria o a internet tem sido um grande est mulo ao desenvolvimento e aplica o de sistemas autom ticos espec ficos para tradu o de p ginas e documenta o eletr nicas A ampla oferta de programas gratuitos de tradu o de p ginas eletr nicas por um lado torna poss vel que empresas e organiza es divulguem informa es e servi os a usu rios e potenciais clientes que desconhe am a l ngua original dessas p ginas Todavia por outro lado como alerta Hutchins 2005 embora o emprego da tradu o autom tica seja indicativo de que de fato barreiras lingu sticas necessitam ser superadas muitas empresas e organiza es desconhecem ou desconsideram os danos que servi os de baixa qualidade podem causar imagem da empresa ou institui o acreditando que a disponibilidade de tradu o on line os absolve de qualquer responsabilidade para com os falantes de l nguas estrangeiras usu rios de suas p ginas eletr nicas em especial de que n o necessitam investir em localiza o de websites p 21 5
213. nstru o traduzir uma frase por outra frase raramente por duas e nunca por nenhuma A limita o da correspond ncia biun voca reafirma se nos sistemas de mem rias na medida que ao segmentarem o texto a ser traduzido para compar lo s unidades de tradu o armazenadas privam o tradutor de uma vis o geral do texto sem as demarca es artificialmente encerradas por ponto final dois pontos ou ponto e v rgula configuradas no recurso de segmenta o Para B dard a automatiza o da tradu o ainda que parcial e pass vel de controle pelo tradutor baseia se em uma no o simplista do trabalho do tradutor que como defende constitui tamb m uma forma de escritura que comunica uma mensagem e na qual as palavras s o um meio e n o um fim em si p 42 A cr tica de B dard est no engessamento que os sistemas de mem ria imp em maneira do tradutor reconstruir a mensagem na l ngua da tradu o Como explica o tradutor sem o uso dessa ferramenta pode optar por reelaborar as frases do texto traduzido de modo diferente do texto de origem Entretanto com o aux lio dos sistemas de mem ria se o tradutor articula as frases de sua tradu o de modo que seja exatamente a mesma do texto original ao pre o de um certo grau de mediocridade estil stica e comunicacional ou ainda de um esfor o indevido de sua parte para respeitar uma estrutura afinal de contas artificial Al m do mais o tradutor sofre de certo mo
214. ntam os dados em contextos m ltiplos n o fragmentados e aut nticos em tantos contextos quanto forem as ocorr ncias de uma dada unidade lexical nos textos Com o aux lio de mecanismos de busca os tradutores podem acessar diretamente todas as ocorr ncias de uma unidade nos textos o que significa que conseguem visualizar usos documentados dessa unidade CABR CASTELLV 2006 p 94 A compila o de gloss rios na maioria das vezes resultante de um trabalho de tradu o sempre foi uma atividade bastante comum na rotina de trabalho de grande parte dos tradutores O diferencial dos recursos para forma o de bancos de dados encontrados nas mem rias de tradu o est na possibilidade de contextualiza o dos termos reunidos e alinhados em pares com suas tradu es Anteriormente ao desenvolvimento dos sistemas de mem rias de tradu o as consultas aos gloss rios elaborados eram dificultadas pelas limita es na sistematiza o de arquivamento das informa es terminol gicas reunidas que poderiam ser teis em trabalhos posteriores A busca em fontes de pesquisa impressas como gloss rios textos e notas manuscritas tamb m apresenta restri es especialmente por exigir do tradutor um tempo com o qual ele parece j n o poder mais contar e por isso acaba sendo uma alternativa postergada ou apenas uma complementa o pesquisa eletr nica Mesmo Text banks display data in multiple nonfragmented authentic cont
215. ntre elas 63 estaria a incorpora o de recursos eletr nicos que o auxiliem na elabora o da tradu o final Alguns desses recursos foram propostos muito antes das ferramentas atualmente conhecidas envolvendo controle da produ o de origem para a tradu o autom tica No in cio da d cada de noventa tendo em vista a insatisfa o de alguns pesquisadores com rela o s restri es experimentadas no emprego da automa o algumas ferramentas de aux lio ao tradutor come aram a ser reunidas em esta es de trabalho translator s workstation ou translator s workbench Como relata Somers 2003 o pesquisador e professor da Brigham Young University nos Estados Unidos Alan Melby prop s a integra o de v rias ferramentas em diferentes n veis para o que denominava de esta o de trabalho do tradutor um primeiro n vel com processadores de texto e ferramentas de telecomunica o e gerenciamento terminol gico um segundo incluindo pesquisa autom tica em dicion rios eletr nicos e acesso a um banco de dados com tradu es anteriores e um terceiro com ferramentas mais sofisticadas de tradu o inclusive um sistema de tradu o autom tica Pelo projeto de Melby nessas esta es implementadas e disponibilizadas ao mercado medida que fossem sendo desenvolvidas t cnicas mais sofisticadas de lingu stica computacional o tradutor assumiria fun o central no processo tradut rio e na opera o dos recursos a ele
216. o 2001 197p Disserta o Mestrado em Lingu stica Aplicada Instituto de Bioci ncias Letras e Ci ncias Exatas Universidade Estadual Paulista S o Jos do Rio Preto TYTLER Alexander Fraser Essay on the principles of translation Amsterdam John Benjamins 1978 TOPPING Suzanne Sharing translation database information considerations for developing an ethical and viable exchange of data Multilingual Computing and Technology v 5 n 11 p 59 61 2000 TRADOS Translator s Workbench user guide Dispon vel em lt http www translationzone com en downloads gt Acesso em 10 out 2007 TYMOCZKO Maria Enlarging translation empowering translators Manchester St Jerome 2007 UNI O LATINA Dire o de Terminologia e Ind strias da L ngua Langues e cultures sur la toile tude 2007 Dispon vel em lt http dtil unilat org LI 2007 fr resultados fr htm gt Acesso em 2 ago 2008 WALLIS Julian Interactive Translation vs Pre translation in the Context of Translation Memory Systems investigating the effects of translation method on productivity quality and translator satisfaction 2006 155 f Disserta o Mestrado em Estudos da Tradu o Faculdade de Tradu o e Interpreta o Universidade de Ottawa Ottawa Canad WEBB Lynn Advantages and Disadvantages of Translation Memory a cost benefit analysis Monterey 1999 Mestrado Monterey Institute of International Studies Calif rnia D
217. o poder que det m para decidir como e quando dividir sua produ o terminol gica e fraseol gica com outros tradutores Essas s o algumas das a es que integram a pr tica contempor nea de tradu o com o aux lio de sistemas de mem rias e que s o discutidas nesta tese Cap tulo 1 As pr ticas de tradu o redefinidas pelas rela es lingu sticas na economia informacional A escolha n o entre seguir as normas e transgredi las visto que n o h nenhum conjunto de normas para se lhe obedecer ou transgredilo A escolha antes entre diferentes conjuntos de normas e diferentes autoridades que as pregam Zygmunt Bauman tica P s Moderna 2003 Os avan os experimentados nas ltimas d cadas na rea de tecnologias da informa o criaram uma nova l gica industrial pela qual diferentes sociedades nas mais remotas partes do mundo e estruturadas em rede gra as internet t m a oportunidade de intercambiar produtos e servi os e de se comunicarem de modo virtual e quase instant neo Essa inovadora configura o mundial caracteriza se segundo Castells 2007 p 108 pela distribui o do processo produtivo em diferentes locais pelo fato de a dist ncia n o ser mais um empecilho para a comunica o possibilitada pela estrutura o da economia informacional em que a informa o considerada mat ria prima das novas tecnologias dissemina se em redes com crescente conectividade nos mais remotos lugares A
218. o ao sentido mais primitivo de fidelidade imagin vel a fidelidade a palavras no n vel da frase ou em n veis inferiores com a pluralidade e a humanidade condenada as sombras PYM 2004b p 126 Conforme tenho demonstrado nesta tese o trabalho humano de cria o e recria o de sentidos encoberto tanto na produ o textual de origem por regras de padroniza o de textos como na produ o tradut ria pela determina o de reutiliza o da mem ria de tradu es anteriores A concep o de tradu o como uma opera o de transposi o de segmentos un vocos entre duas l nguas retoma a concep o de linguagem como nomenclatura um conceito que repercute o pensamento combatido j nos prim rdios da lingu stica Seja integrando uma equipe de trabalho para a ind stria de localiza o ou prestando servi os como freelancer o tradutor teria seu papel limitado aplica o eficaz de ferramentas Defini o de tradu o proposta pelo linguista John C Catford em Uma teoria lingu stica da tradu o 1980 25 The technology helps the translator by removing all the visible formatting dividing the text into fragments hiding a lot of the fragments and making the translator focus on getting the right hand column to look like the left hand column If the translator does not get those pairs matched up the pairs will not be saved for future use And once those pairs are saved they become as anonymous as the producer
219. o ao tradutor identificar os trechos ou as palavras alteradas O grau de semelhan a entre dois segmentos considerados parcialmente correspondentes pode variar de um a noventa e nove por cento conforme ajustado pelo tradutor ao fazer as configura es iniciais na mem ria a cada novo trabalho de tradu o Se o tradutor desejar identificar segmentos na mem ria com reduzidas diferen as com rela o ao segmento a ser traduzido o limiar de sensibilidade para recupera o de um segmento seria ajustado ao maior ndice poss vel por exemplo um m nimo de noventa e cinco por cento de semelhan a entre os segmentos Essa configura o far com que o sistema recupere somente os segmentos que considerar possuir m nimas varia es em rela o ao novo segmento de origem A desvantagem dessa configura o segundo Bowker 2002 seria a de que o sistema pode gerar um sil ncio ou seja deixar de recuperar correspond ncias parciais que poderiam ser teis ao tradutor ap s a devida revis o e adequa o Por outro lado se o limiar de sensibilidade do sistema for configurado para recuperar correspond ncias com um ndice de semelhan a em torno de dez ou quinze por cento o sistema pode causar um ru do apresentando sugest es pouco teis ao tradutor normalmente identificadas com base em coincid ncias de emprego de artigos ou preposi es A fim de evitar que o sistema descarte op es possivelmente proveitosas ou forne a sugest es que r
220. o arquivos de backup isto c pias dos arquivos traduzidos sem passar pelo processo de limpeza A manuten o de uma c pia de seguran a til nos poss veis casos de incompatibilidade ou outros problemas que qualquer sistema de mem ria pode apresentar durante uma tradu o Feita a an lise dos principais recursos oferecidos pelos sistemas de mem rias Wordfast e Trados passamos ao exame do sistema Transit cuja principal diferen a em 132 rela o aos sistemas anteriores est na maneira como compila e organiza sua mem ria de refer ncia conforme ser detalhado no pr ximo item 2 2 3 A tradu o com o Transit a constitui o e a fun o da mem ria de refer ncia O sistema de mem ria Transit foi concebido pela Star Group uma empresa afiliada ao grupo Star AG com sede na Su a e voltada ao desenvolvimento de produtos e servi os para o trabalho com documenta o multil ngue e sua distribui o internacional O Transit comercializado em tr s vers es Transit XV Professional um sistema projetado com as fun es exigidas especialmente por ag ncias de tradu o o Transit XV Workstation utilizado por tradutores que prestam servi os e se comunicam com seus clientes em redes e o Transit XV Smart vers o para tradutores freelancers que trabalham localmente e enviam as tradu es finalizadas diretamente para os clientes ou ag ncias de tradu o Diferentemente do Trados e do Wordfast o Transit n o pos
221. o compreende uma reflex o sobre as implica es ticas para a pr tica contempor nea de tradu o com o uso dos sistemas de mem rias tomando por base o estudo realizado com tr s exemplares dessas ferramentas Ao pensar em tica em tradu o reflito sobre a extens o da responsabilidade do tradutor pelas escolhas a que conduzido a realizar ao ser influenciado por exemplo ao receber de antem o uma terminologia pronta em um banco de dados ou um texto parcialmente traduzido para o trabalho com o aux lio dos sistemas de mem ria Discuto tamb m a postura tica do tradutor ao decidir sobre a manuten o ou o compartilhamento do banco de dados por ele produzido ou a ele fornecido para um trabalho espec fico Essas quest es relacionam se responsabilidade tradut ria e vinculam se tica por implicarem em escolhas por parte do tradutor uma conduta que o leva a utilizar um meio para atingir um fim A delimita o do que se entende por tica exige tamb m uma conceitua o de moral visto que conforme afirma Costa 2009 p 20 ambos os conceitos andam juntos e um n o vive sem o outro No estudo sobre a rela o entre a tica tradut ria e as novas tecnologias proposto nesta tese esses dois conceitos diferem em especial pelo car ter individual que atribuo moral e caracter stica coletiva da tica como um esfor o geralmente exercido em um tempo e local espec ficos para formular uma s rie de regras ou recomenda
222. o de revis o para o tradutor A seguir apresenta se o recurso Translate traduzir que nesse caso processa um arquivo de origem e o traduz parcialmente conforme identifica correspond ncias entre os segmentos desse arquivo e aqueles armazenados na mem ria do sistema 124 Translate Files Memsia Pornogads ingis Portuguese Engin Add tenra Oso Titeatenn trmealete Figura 8 O recurso Translate examina os arquivos selecionados e os traduz automaticamente segundo o ndice de semelhan a demarcado para a compara o entre o texto a ser traduzido e o conte do da mem ria utilizada Ap s aplica o dos recursos e an lise e a tradu o parcial do texto de origem a sess o de tradu o iniciada pelo tradutor com a abertura dos dois principais componentes que se integram ferramenta de aux lio tradu o Trados o Translator s Workbench e o MultiTerm A figura a seguir apresenta uma tradu o em execu o com o aux lio do Trados o Translator s Workbench com o documento a ser traduzido e o MultiTerm que cont m a base de dados terminol gicos do sistema Quando o sistema identifica uma ocorr ncia por ele considerada id ntica como no exemplo a seguir ou at certo grau semelhante a uma unidade de tradu o armazenada na mem ria ela automaticamente transferida para o campo da tradu o na rea de trabalho Word para serem validados ou editados pelo tradutor A indica o do grau de semelhan a tamb m fe
223. o desenvolvimento de sistemas mais sofisticados integrados a ferramentas de autoria de texto e bancos de dados multil ngues conforme entrevistos por Esselink 2000 Esses sistemas teriam por objetivo reduzir o n mero de etapas entre a cria o do texto de origem e a tradu o afastando ainda mais o tradutor da produ o final do texto traduzido e em casos de projetos de tradu o do processo como um todo Do modo como os novos sistemas de mem rias est o sendo projetados para manter um grande volume de dados terminol gicos e fraseol gicos que idealmente seriam analisados e recombinados para automaticamente pr traduzirem novos textos o trabalho do tradutor ficaria restrito a revisar correspond ncias parciais e a adequar suas escolhas tradut rias aos trechos oferecidos pelo sistema Essa situa o tem efeitos na medida da responsabilidade assumida pelo tradutor pelo trabalho realizado Se o tradutor obrigado a adotar op es anteriores de tradu o em correspond ncias consideradas exatas ou parciais poss vel sustentar a exonera o de sua responsabilidade por essa produ o Essa constata o com base na pesquisa que desenvolvi na literatura da rea participa es em confer ncias espec ficas sobre o tema e em minha experi ncia como tradutora permite me confirmar minha segunda hip tese a respeito da mudan a na concep o do papel do tradutor impl cita nos projetos de mem rias de tradu o Como 197 pres
224. o do texto traduzido mas principalmente das circunst ncias em que ele exerce seu trabalho Essa situa o levada s ltimas consequ ncias pode por em xeque o esfor o em prol do entendimento entre culturas defendido por Chesterman 2001 189 Nesse sentido podemos concluir com Koskinen 2000 p 108 que a tica da tradu o n o pode ser totalmente coberta pelo regulamento das rela es entre os textos de origem e meta e nem entre os participantes imediatos no processo de tradu o O modo como s o contratados e desenvolvidos projetos de tradu o contempor neos assistidos por ferramentas eletr nicas como os sistemas de mem ria tem promovido mudan as definitivas no modo como o tradutor atua e na maneira como seu trabalho reconhecido e remunerado De acordo com o que foi discutido nesse cap tulo a tradu o est experimentando um retorno t o combatida concep o de transposi o de significados entre l nguas feita por um tradutor com condi es de se manter neutro A neutralidade nos casos discutidos nesta tese seria garantida pela divis o e dispers o do trabalho entre v rios tradutores As diversas redes de rela es lingu sticas e culturais outrora e ainda em outros setores de trabalho constru das pelo tradutor na tradu o j n o s o mais suas mas misturam se e difundem se entre os diversos agentes de um trabalho incessantemente segmentado e pelo qual j n o se pode mais atribuir um
225. o entre duas culturas e que a tica do tradutor deve ser rigorosamente intercultural p 136 Observa se neste preceito uma postura que idealiza a neutralidade das rela es que se constroem entre duas l nguas pela tradu o assim como a possibilidade de o tradutor realizar seu papel de mediador mantendo se imparcial em seu trabalho com diferentes l nguas e culturas Por quarto princ pio Pym defende que os gastos de recursos suscitados pela tradu o n o devem ultrapassar o valor dos benef cios da rela o intercultural correspondente p 136 sendo o esfor o investido na tradu o t o importante quanto seu resultado No quinto e ltimo princ pio o te rico assevera ser responsabilidade do tradutor contribuir para estabelecer a coopera o intercultural est vel e a longo prazo p 137 7 pour traduire pleinement c est dire pour occuper espace propre du traducteur il faut produire des traductions objets achev s finis Apr s tout sans objet sans traduction mat rielle sans ach vement sans travail accompli de quoi le traducteur serait il responsible 151 Enumerada em cinco m ximas a tica do tradutor de Pym busca favorecer a coopera o entre o tradutor e seu cliente Acima de tudo o tradutor tico por ele vislumbrado seria aquele que avalia a finalidade da tradu o para decidir o que e como traduzir de forma a maximizar a colabora o com o cliente e a concentrar os es
226. o novo segmento editado que armazenado como uma nova unidade de tradu o na mem ria Outro exemplo a aba MT tradu o autom tica que permite ao usu rio recorrer automa o que pode ser til especialmente em casos em que nenhuma correspond ncia apresentada pelo banco de dados do sistema de mem ria Como explica Esselink 2000 quando um sistema de tradu o autom tica agregado a um sistema de mem ria de tradu o o computador primeiro faz uma pesquisa na mem ria em busca de uma correspond ncia para uma frase a ser traduzida Se n o encontra nenhuma semelhan a 115 o tradutor pode solicitar que o sistema de tradu o autom tica traduza a frase editar o resultado e armazenar a tradu o na mem ria p 395 A aba Tools ferramentas disponibiliza cinco fun es importantes na opera o do Wordfast tanto durante os trabalhos de pr tradu o pelos recursos Analyze analisar Translate traduzir e Extract extrair como na edi o do material j traduzido utilizando os recursos Clean up limpeza e Quality check confer ncia de qualidade A seguir apresenta se uma ilustra o das op es oferecidas nessa aba Wordfast chuserste ordhinicializa o wordfast ini Translation memory Terminology Tools Setup 2 Select documents Relat rio Final Ouro Verde Cluster INGLES 08 04 08 ser Clean up Analyze Quality check Translate Extract Figura 4 Fun e
227. o sobre a documenta o do mesmo inicie enquanto ele est ainda nos est gios finais de desenvolvimento Isso pode envolver um grande n mero de pequenas mudan as na literatura do produto Se a maior parte delas pode ser feita de modo autom tico ou semi autom tico isso reduz ainda mais o tempo para comercializa o por um lado ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade BENIS 1999 s p One such project of my own was a CD on birdwatching in Italy There was a vast number of specialist terms to describe the different body parts and feathers of a myriad of birds their shape colouring and so on What s more the phrases used in these descriptions all followed very similar patterns Translation memory made that project much less laborious more enjoyable and profitable 3 time to market is such a crucial factor in the success of a product that it s often essential for work on the product documentation to commence while the product is still in the final stages of its development This can involve a large number of very small changes to the product literature If most of them can be performed automatically or semi automatically this reduces the time to market still further on the one hand while also increasing productivity 78 Essa constata o reafirma a situa o evidenciada por Rieche 2004 em servi os de localiza o para os quais tempo e concord ncia terminol gica seriam muitas vezes privilegiados em detri
228. o traduzido ou outras modifica es na estrutura da 93 tradu o Como explica Bowker 2002 para obter os melhores resultados os textos de origem e alvo devem ter uma estrutura semelhante se n o id ntica p 109 Embora contemple o alinhamento textual como uma alternativa para tradutores que desejam servir se de trabalhos anteriores Somers 2003 alerta para as limita es do processo que qualifica como tecnicamente complexo e assim lista tr s fatores que podem dificultar o trabalho de alinhamento um a dificuldade que o sistema pode ter de reconhecer corretamente os pontos em que as frases iniciam e terminam o segundo fato de que dependendo do par lingu stico uma nica frase em uma lingua pode n o necessariamente corresponder a uma s frase em outra l ngua o terceiro fator que os tradutores podem com mais ou menos liberdade alterar a ordem relativa das frases na tradu o SOMERS 2003 p 34 A delimita o de um segmento por sinais de pontua o como o ponto final seria muito limitante e at mesmo simplista quando se consideram constru es como t tulos e subt tulos que encerram um per odo sem contudo portar as marca es de finaliza o de segmentos pr definidas pelo sistema como o ponto final ponto e v rgula e os dois pontos Ao comparar os diferentes sistemas de escrita da l ngua inglesa e do japon s ou chin s por exemplo Somers lembra que n o somente seus siste
229. obalizado constituiria uma nova l ngua o World English que conforme afirma teria perdido seu v nculo com a cultura anglo saxa p 151 na medida em que adotada na comunica o entre pessoas das mais diversas culturas e com as mais variadas forma es ideol gicas Esse ingl s elevado condi o de l ngua franca h muito teria se libertado do dom nio e controle exercidos pela metr pole uma refer ncia aos pa ses anglo americanos que se consideram propriet rios e guardi es dessa l ngua considerando a mais uma preciosa commodity a ser valorizada e comercializada p 153 Um espa o revelador do dom nio do ingl s e de sua incorpora o a outras l nguas pode ser constatado na rede mundial de computadores Segundo Jean Marie Le Breton 32 2005 a internet constituiria o campo digital e revelador da pot ncia do dom nio da l ngua inglesa n o somente em termos de volume mas em especial de ascens o social e prest gio Como explica o autor n o se trata de ocupar totalmente esse campo mas uma esp cie de v cuo favorece o uso do ingl s quanto mais difus o melhor imagem O ingl s lan a suas redes muito al m do que a geografia ensina Numerosos pa ses industrializados cuja capacidade de inova o imensa e cuja l ngua vigorosa n o deixam de pagar um tributo not vel ao ingl s em consequ ncia das posi es conquistadas na abertura do mercado LE BRETON 2005 p 23 O tributo pres
230. omo demonstra a pesquisa de Topping muitos tradutores argumentam que a descontextualiza o das unidades de tradu o compartilhadas os isentaria do compromisso de sigilo com os clientes uma vez que como defendem n o seria poss vel exportar um texto coerente a partir de um banco de dados de um sistema de mem rias Al m disso como declararam alguns tradutores pesquisados por Topping e que permutam mem rias de tradu o o banco de dados de um sistema de mem rias seria de propriedade da pessoa que o compila j que tamb m seria dela a responsabilidade final pelo produto gerado tamb m com base nas informa es nele armazenadas 165 H por outro lado tradutores que n o v em o interc mbio de bancos de dados como uma forma de incremento sua produtividade ainda que tecnicamente poss vel e simples primeira vista especialmente ao considerarem o fato de ser necess rio adotar um estilo de escrita em tradu o muito semelhante aquela da mem ria de refer ncia para ativar a recupera o de dados De acordo com a an lise desenvolvida no Cap tulo 2 a pesquisa que promove a recupera o de segmentos anteriormente traduzidos n o se efetiva com base em nenhum componente sem ntico da mem ria mas opera de acordo com marcas formais configuradas pelo usu rio e que podem envolver quantidade de caracteres e marca es de pontua o entre os segmentos Quando questionados sobre o fornecimento de seus dados terminol gicos ao
231. omo documenta Murphy 2000 consultora t cnica da Berlitz GlobalNET empresa de consultoria para globaliza o de p ginas da internet muitas empresas hoje esperam que os fornecedores de tradu o utilizem as ferramentas de mem rias para reduzir os custos da tradu o Entretanto esses mesmos clientes sentem se com frequ ncia decepcionados quando o n vel de reutiliza o do texto correspond ncias 100 relatado pelo fornecedor de tradu es muito mais baixo que o esperado Por uma an lise geralmente constatado que a taxa de sucesso inferior est ligada maneira como o texto de origem escrito Na verdade o texto fonte reescrito toda vez portanto n o uma surpresa que tenha que ser retraduzido toda vez MURPHY 2000 p 11 Murphy chama a aten o para a import ncia de elabora o de constru es padronizadas a fim de evitar que uma ideia recorrente seja expressa de maneiras diferentes em um texto como nos seguintes exemplos por ela oferecidos 3l Many companies nowadays expect their translation providers to use translation memory tools to cut translation costs However often these same clients are disappointed when the level of text re use 100 matches reported by the translation provider is much lower than expected On analysis it is often found that the lower hit rate is down to the rate to the way the source text is written In effect the source text is rewritten every time so not surprisingly
232. or O fechamento de um campo de tradu o seja no ambiente do Word ou do TagEditor automaticamente envia para a mem ria a unidade de tradu o formada A mem ria constitu da ou incrementada durante o trabalho de tradu o ou em trabalhos realizados sem o aux lio do Trados que podem servir como materiais de refer ncia para outras tradu es h a op o de alinhamento de textos com o recurso WinAlign sob as mesmas condi es da ferramenta de alinhamento Plus Align do Wordfast de que os textos estejam em meio eletr nico e que apresentem estruturas textuais bastante semelhantes A figura seguinte apresenta o processo de alinhamento com o recurso Win Align do Trados mi racos ACE Wrage CA Prenta Fome A Pesto Fr mp Ce a Wd Er rt E fle Eo View Imag Agmen Wea He 12 UORWa r Ra TT E Er Fares 5 a D Caros Sre a E Des Srs poco e proce e Figura 13 Recurso de alinhamento WinAlign do Trados pareia texto de origem e tradu o A ferramenta WinAlign realiza o pareamento dos textos de origem e da tradu o de modo autom tico e com base em informa es de formata o como marcas de pontua o que encerram segmentos ou por quaisquer outras marcas pr configuradas pelo tradutor Terminada a opera o autom tica de pareamento o tradutor tem a op o de realizar ajustes no alinhamento especialmente para os casos de omiss o invers o da ordem de frases ou outras 131 modifica es estruturais realizadas na
233. ores do Servi o de Tradu o da Uni o Europeia que re ne mais de 1 500 profissionais Conforme divulgado em uma pesquisa feita com esses tradutores a maior parte utiliza o Systran exclusivamente como recurso terminol gico e para preservar a formata o dos documentos traduzidos BRACE 2000 p 222 Pode se inferir com base nos artigos de Lockwood 2000 e Brace 2000 que a aplica o da automa o acelera a produ o da tradu o por sua capacidade de comparar e recuperar termos t cnicos e nos casos de autoria controlada do texto de origem frases e express es recorrentes Por outro lado n o fica n tido o limite que separa o trabalho de tradu o autom tica e de p s edi o humana este considerado somente um est gio de adequa o e revis o daquele Como defendo n o s o estanques os trabalhos de tradu o e revis o textual ainda que a tradu o tenha sido automatizada Ao revisar a produ o da m quina o tradutor traduz e confere sentido a determinado texto de acordo com sua interpreta o da tradu o autom tica e com a imagem formada do p blico alvo de seu trabalho No entanto como mostra a pr tica e relata a literatura Bowker 2003 Cronin 2003 Pym et al 2006 a mudan a no papel atribu do ao tradutor de controlador do estilo e do conte do da tradu o para a de ator coadjuvante e submisso s restri es da produ o autom tica requer o desenvolvimento de novas habilidades em seu trabalho E
234. ormatos de arquivos processados pelos sistemas analisados nesse cap tulo os sistemas Wordfast Trados e Transit possibilitam que o conte do armazenado em seus bancos de dados sejam salvos em um extens o padr o tmx para simplificar a transmiss o dos dados O foco da literatura da rea no dom nio pelo tradutor dos aspectos t cnicos do compartilhamento por outro lado n o abre espa o para uma discuss o sobre as poss veis implica es ticas que permeiam o interc mbio ou a transmiss o da produ o tradut ria armazenada nesses bancos Como discuto no pr ximo item s o diversas as maneiras como essa produ o permutada colocando em conflito interesses diversos 3 3 O compartilhamento de mem rias vis es conflitantes sobre a propriedade do banco de dados Um dos poucos trabalhos a apresentar questionamentos sobre a quest o tica no compartilhamento de tradu es e dados terminol gicos de autoria da consultora norte americana em servi os de localiza o Suzanne Topping 2000 Topping realizou uma pesquisa com integrantes de grupos de discuss o via e mail sobre o interc mbio de dados armazenados nos sistemas de mem rias possibilitado pelo formato padr o extens o tmx com que os sistemas permitem salvar essas informa es Como afirma a autora 2000 p 59 os tradutores podem e est o compartilhando bancos de dados de tradu o uma pr tica que estaria se tornando bastante question vel Tr s pontos de v
235. os inclusive com capacidade de receber e gerenciar projetos de tradu es e de compartilhar mem rias de tradu o em rede uma op o indispon vel na vers o Freelance que possibilita salvar a mem ria somente em um computador pessoal Ambas as vers es contam com os tr s aplicativos b sicos e de maior utiliza o no Trados o Translator s Workbench a base do sistema e gerenciador das mem rias de tradu o o TagEditor que permite a edi o de textos em formatos n o compat veis com o Word e o WinAlign que possibilita o alinhamento de arquivos que n o foram traduzidos com o Trados e a posterior importa o dos segmentos desses arquivos para a mem ria do sistema Al m desses aplicativos o Trados conta com o MultiTerm um programa independente que organiza as bases terminol gicas termbases em que s o feitas as pesquisas para reconhecimento e recupera o termos pelo Translator s Workbench De maneira semelhante ao Wordfast o Trados tamb m instala sua barra de ferramentas no processador de textos como o Word habilitando fun es espec ficas do sistema de mem ria para o trabalho de tradu o Antes do in cio de um trabalho de tradu o tamb m poss vel utilizar o recurso Analyse analisar dispon vel no menu ferramentas do Trados para estimar o n mero de palavras contidas em um ou mais textos de origem De acordo com o manual do usu rio o conte do desses materiais comparado aos dados da mem ria de tradu
236. ou a correspond ncia bil ngue unidade de tradu o e o novo texto em que essa correspond ncia ser reaproveitada s o desconsideradas em um meio que preza a agilidade de produ o e visa redu o de custos de tradu o Essa no o de reaproveitamento de tradu es faz com que as mesmas ferramentas projetadas para auxiliar o tradutor tenham grande influ ncia na decis o de contrata o de um trabalho e no modo como ele desenvolvido Como argumenta B dard 2000 193 cada profiss o perante a emerg ncia de novas ferramentas informatizadas teme ver se desestabilizada redefinida desnaturalizada por essas ferramentas Por muito tempo acreditamos que a tradu o autom tica teria sobre n s uma influ ncia tal que nos transformaria todos em p s editores escravos instru dos de uma m quina sub competente Ora come a a aparecer claramente que n s est vamos enganados quanto ao alvo e que s o os sistemas de mem rias de tradu o que v o fazer com que a tradu o profissional pelos menos um setor em grande expans o n o corresponda mais imagem que conhecemos BEDARD 2000 p 49 Mediada por ferramentas como os sistemas de mem rias a tradu o passa a ser parte de um processo maior de produ o textual em que o trabalho do tradutor inicia se muitas vezes durante a produ o do texto de origem A tradu o n o seria mais um trabalho posterior mas paralelo composi o de origem e por ess
237. ou repercuss o nas discuss es de sua poca por ser uma das primeiras propostas de an lise dos principais atributos de cada sistema Apesar de toda a divulga o sobre as vantagens da ado o dos sistemas de mem ria Benis alerta que n o seria adequado pressupor que as mem rias necessariamente aumentariam a efici ncia do trabalho do tradutor pois como argumenta esses sistemas representam nada mais que uma ferramenta de produtividade n o apresentando nenhuma qualidade inerente da ferramenta em si 1999 s p A afirma o de Benis alinha se com minha defesa de que a efici ncia dos sistemas de mem ria depende muito mais de seu usu rio tradutor do que dos recursos de que disp e a ferramenta A especificidade dos textos com que o tradutor lida e a maneira como desenvolve suas tradu es sabendo lidar com as vantagens e as limita es dos recursos desses sistemas t m influ ncia direta na poss vel economia de tempo pela recupera o de op es j traduzidas e armazenadas na mem ria Ainda segundo Benis duas quest es principais exigem considera o antes da aquisi o de um sistema de mem rias A primeira delas diz respeito ao requisito de o trabalho desenvolvido pelo tradutor compor se por textos originais em formato eletr nico Conforme 77 afirma embora o software de reconhecimento ptico de caracteres tenham melhorado tremendamente nos ltimos anos ele ainda requer corre es substanciais resultando em pe
238. p ginas da internet Diagrama 1 Modelo banco de dados dos sistemas Wordfast e Trados Diagrama 2 Modelo refer ncia do sistema Transit ii LISTA DE FIGURAS Figura 1 Mem ria de tradu o do sistema Wordfast 95 Figura 2 Interface do sistema de mem ria Wordfast 112 Figura 3 Janela da mem ria de tradu o do sistema Wordfast 114 Figura 4 Fun es da aba Tools do sistema Wordfast 115 Figura 5 Processo de revis o com o sistema Wordfast 118 Figura 6 Recurso Plus align do sistema Wordfast cccceeseccesereeeseeeeeeees 119 Figura 7 Processamento de arquivos de origem pelo sistema Trados 122 Figura 8 Recurso Translate do sistema Trads cccccceeseseeceeesteceeeeenees 124 Figura 9 Interface do sistema Trados erre 125 Figura 10 Configura o de regras de segmenta o no sistema Trados 126 Figura 11 Recurso Concordance do sistema Trados 128 Figura 12 TagEditor do sistema Trados ia 129 Figura 13 Recurso WinAlign do sistema TradoS cceeseceesseeceseeeeeeneeees 130 Figura 14 Programa de gerenciamento terminol gico TermStar do Sist ma pi RR RD RR RR RT O 134 Figura 15 Op o de interface do sis
239. parecer de estabelecer as l nguas de trabalho com base em dados estat sticos europeus n mero de falantes dessas l nguas no continente mas de evitar que o ingl s se tornasse a nica l ngua de trabalho da Uni o Europeia p 134 De fato o dom nio da l ngua inglesa estende se muito al m do continente europeu Segundo dados apresentados por Rajagopalan 2005 um quarto da popula o mundial possui algum conhecimento dessa l ngua ou condi es de lidar com ela Quando se trata da divulga o do conhecimento cient fico a esfera de a o do ingl s atinge n veis entre 80 e 90 da produ o mundial Todavia n o poss vel afirmar que o ingl s da comunica o mundial corresponderia l ngua como conhecida nos pa ses que a t m como l ngua nativa pois como explica o pesquisador a l ngua inglesa que circula no mundo que serve como meio de comunica o entre os diferentes povos do mundo de hoje n o pode ser confundida com a l ngua que se fala nos Estados Unidos no Reino Unido na Austr lia ou onde quer que seja A l ngua inglesa tal qual vai se expandindo no mundo inteiro a que chamo de World English um fen meno lingu stico sui generis pois segundo as estimativas nada menos que dois ter os dos usu rios desse fen meno lingu stico s o aqueles que segundo os nossos crit rios antigos e ultrapassados seriam considerados n o nativos RAJAGOPALAN 2005 p 151 Para Rajagopalan o ingl s do mundo gl
240. pelos sistemas de mem rias As condi es de trabalho do tradutor contempor neo que faz uso de sistemas de mem rias de tradu o convidam a retomarmos as concep es sobre tica de te ricos como Pym 1997 e Chesterman 2001 Se pensarmos como Pym que uma tradu o s existe plenamente gra a cren a por parte do receptor que tal texto denominado tradu o foi produzido segundo um processo que se chama tradu o e que o outro denominado texto fonte ou original o ponto de partida desse processo mas n o prov m ele mesmo do traduzir Dito de outra maneira o receptor cr que a tradu o representa plenamente o original Frequentemente falsa ideologicamente muito manipul vel talvez seja por essa cren a ilus o at mesmo mentira que o tradutor em ltima inst ncia respons vel PYM 1997 p 76 Talvez possamos inferir que os valores contidos na proposta de juramento tico do tradutor como lealdade profiss o entendimento verdade clareza confiabilidade e honestidade baseiam se em cren as sobre o que constituiria o comportamento ideal em determinadas condi es de trabalho Nas situa es descritas neste cap tulo esses valores ganham uma nova dimens o pelo modo como o tradutor executa seu trabalho ao fazer uso dos recursos tecnol gicos a ele disponibilizados ou at impostos para manter se atuante diante s exig ncias de mercados como o de localiza
241. programa de gerenciamento terminol gico podem integrar o material de refer ncia de um projeto de tradu o auxiliado pelo Transit O Transit oferece tr s op es para configura o do sistema para um trabalho de tradu o a cria o de um projeto com base em configura es j existentes em que o tradutor pode utilizar os mesmos arquivos de refer ncia selecionados para trabalhos anteriores assim como as mesmas regras de pesquisa na mem ria a cria o de um novo projeto em que 135 necess rio estabelecer as configura es iniciais estabelecendo desde os pares de l nguas envolvidos sele o da mem ria de refer ncia e cria o de um projeto de alinhamento que permite a forma o de uma mem ria de tradu o a partir de arquivos anteriormente traduzidos em outros aplicativos como o Word por exemplo A interface do Transit pode exibir o texto de origem e a tradu o de cinco maneiras diferentes As pr ximas figuras demonstram dois modos de exibi o do texto de origem e da tradu o em que poss vel visualizar as marcas de formata o dos dois textos em cor verde ou elaborar a tradu o com os segmentos de origem organizados em pares respectivamente Veet OV FP it toscos tment tam o E o te iat Came Yee Propet Orme Wine Mee ITITI ARE CEN aq ai urs i a O sav ECA 8 b pude wW nor via do vd m vear HD Cp tg GU Preece pare WABI Ficus dy Wado de Vai S
242. que este recebe o banco de dados para alavancar seu trabalho donde a refer ncia s mem rias como ferramentas de alavancagem de tradu o dele tamb m se espera a provis o do banco de dados formado a partir do trabalho realizado Conforme abordado no Cap tulo 2 a transmiss o e a incorpora o de dados armazenados entre diferentes sistemas de mem rias s o possibilitadas pelo formato com que s o salvas as informa es terminol gicas reunidas por esses sistemas Apesar dos HA refer ncia a direitos autorais remete em l ngua portuguesa ideia de autoria produ o intelectual de um sujeito de acordo com sua defini o como direito exercido pelo autor ou por seus descendentes sobre suas obras no tocante publica o tradu o venda etc no Novo Dicion rio Aur lio Eletr nico 2004 grifo meu J seu termo correspondente em ingl s copyright faz refer ncia no o de controle de reprodu o parecendo conferir ao termo um sentido mais pragm tico do direito de seu detentor Conforme definido pelo Webster s Encyclopedic Unabridged Dictionary of the English Language 1994 p 323 copyright designa o direito exclusivo outorgado por lei por um n mero espec fico de anos de fazer descartar e controlar c pias de um trabalho liter rio musical ou art stico tradu o e grifo meus 2 Translation leverage tools Refer ncia feita por Esselink 2000 e Bowker 2002 160 diferentes f
243. que o processo convencional de tradu o porque a primeira vers o crucial Qualquer trabalho futuro feito no banco de dados da mem ria depender do que foi armazenado no in cio A p s edi o tamb m afetada pela qualidade da primeira vers o Um banco de dados terminol gicos tamb m pode requerer tempo adicional para ser desenvolvido WEBB 1998 p 20 Constata se tamb m pela demonstra o feita com os sistemas analisados que os sistemas de mem ria n o s o logo de in cio uma solu o economicamente eficaz justamente por constitu rem ferramentas que n o oferecem ganhos de antem o e necessitam ser desenvolvidas pelo tradutor pelo acr scimo de segmentos de tradu o pareados com o original ao banco de dados terminol gicos Todavia a ado o desse tipo de ferramenta pelo tradutor pode ser um meio de controlar e at mesmo abater a remunera o paga pelas tradu es realizadas com essa ferramenta segundo a vis o de muitos clientes que contratam trabalhos de tradu o e que conhecem os recursos de que disp em as mem rias Conforme assinala Webb clientes ou ag ncias que utilizam tradutores est o cada vez mais tirando vantagens do custo mais baixo da tradu o quando usam tradutores com acesso a mem rias Como resultado o pre o do trabalho de tradu o independentemente da mem ria ter sido utilizada ou n o pode vir a ser derrubado por clientes e ag ncias que solicitam seu emprego Em um fut
244. quite repetitive and people often use the same or similar expressions when communicating similar ideas The volume of translation is increasing and most translators have had the experience of being asked to translate a text containing passages that they or their colleagues have translated on previous occasion 72 vezes armazenados em diversos arquivos e sem crit rios definidos o que dificultava sua recupera o e reutiliza o Mesmo com os recursos de arquivos eletr nicos a busca por tradu es anteriores conjugadas com seus respectivos originais poderia ser desestimulante ao tradutor por tomar demasiado tempo fazendo com que este optasse na maioria das vezes por elaborar uma tradu o sem uma consulta aproveit vel a trabalhos anteriores A certeza de uma reocorr ncia organizada de express es iguais ou repetidas faz se como grande promessa ao consequente aumento de desempenho que os sistemas de mem rias de tradu o alegam proporcionar primeira vista a possibilidade de reaproveitamento de tradu es anteriores pode ser bastante animadora tanto para clientes como para os pr prios tradutores Por parte das empresas que necessitam de grandes volumes de tradu o a urg ncia de redu o de custos exerce grande press o para o emprego dos sistemas de mem ria uma vez que se espera que a produ o de uma tradu o almeje tamb m munir o banco de dados com mais segmentos pareados para aproveitamento posterior C
245. r Prof Dr Claudia Zavaglia Prof Dr Lenita Maria Rimoli Esteves Prof Dra M rcia do Amaral Peixoto Martins Prof Dr Helo sa Gon alves Barbosa Prof Dr Leila Cristina de Mello Darin A Bruno Pelos sorrisos que regozijam minha alma AGRADECIMENTOS Profa Dra Cristina Carneiro Rodrigues pela orienta o criteriosa e pelos encontros e discuss es que me ofereceram a oportunidade de amadurecer pessoal e intelectualmente A ela minha imensa gratid o por ter me guiado ao longo de sete anos de estudos e pesquisas para o mestrado e o doutorado Ao meu esposo Jaime pela constante aten o e pelo apoio incondicional em meus momentos mais dif ceis A toda minha fam lia pela presen a e incentivo constantes especialmente a meus pais S nia e Ant nio pelas palavras de incentivo que sempre me imprimiram coragem em meus desafios A FAPESP Funda o de Amparo Pesquisa do Estado de S o Paulo pela concess o de bolsa de doutorado Processo 06 60974 5 pelos recursos investidos na execu o deste projeto e pelo amparo financeiro minha participa o em eventos cient ficos no Brasil e no exterior Ao Prof Dr Alvaro Luiz Hattnher e Profa Dra Claudia Zavaglia pelos relevantes coment rios e pelas valiosas sugest es apresentados no exame de qualifica o desta tese Profa Dra Lenita R moli Esteves pelas valiosas discuss es e sugest es em debate de min
246. r s forte expansion ne correspondera plus limage que nous connaissons Declara o apresentada na comunica o oral intitulada Open source translation memory systems proferida na confer ncia internacional Interpreting the future challenges for translators and interpreters arising from globalization realizada na Alemanha em setembro de 2009 Conforme argumentou Wedde o formato txm pelo qual s o transferidos os dados terminol gicos de um sistema por outro pode ocasionar perdas de dados dependendo do sistema Esse fato faz com que muitas ag ncias contratem tradutores que empreguem o mesmo sistema adotado na ag ncia 194 primeiro mas o segundo crit rio para sua contrata o A prioridade atual conforme explica seria a habilidade do tradutor em trabalhar com um determinado sistema de mem ria que seja preferencialmente compat vel com aquele usado pela ag ncia Essa estrat gia visa a gerar economia para o cliente final juntamente com as orienta es para condicionamento das escolhas e escrita tradut rias seja para se adequarem aos trechos de texto que lhe s o enviados j traduzidos ou para gerarem maiores chances de reaproveitamento em futuras tradu es O relato apresentado por Wedde exemplar do posicionamento de ag ncias e de contratantes de servi os de tradu o em rela o ao tradutor que ao priorizarem as ferramentas em detrimento das qualifica es do profissional corroboram a ideia de que seu trabalho
247. r ter tico em tradu o tem se pautado em diferentes pocas e pela perspectiva da tradi o ocidental no estabelecimento de um conjunto ideal e universalmente aplic vel de regras que delimitem o espa o de atua o do tradutor no trabalho de recupera o de sentidos determinados no texto de origem Desde as remotas prescri es do humanista franc s Etienne Dolet 1540 a tradu o tem sido descrita como uma atividade que dependeria do estabelecimento de normas que idealmente dariam conta de determinar uma conduta espec fica para o trabalho do tradutor fato que tem reflexos at os dias de hoje na forma como grande parte da sociedade concebe sua profissionaliza o Dos princ pios estabelecidos por Pym 1997 para uma tica do tradutor a propostas mais recentes como o juramento de Chesterman 2001 ou mesmo c digos de tica profissionais locais como o C digo do Sintra no Brasil o que se busca um comprometimento tico pelo tradutor que seja guiado por valores generalizantes que como se pretende analisar n o compreendem as diversas situa es vividas pelo tradutor contempor neo Este cap tulo apresenta uma reflex o sobre como algumas posturas associadas ao pensamento tradicional em rela o tradu o afloram ainda que implicitamente nas expectativas de conduta para a pr tica contempor nea Conforme tem se demonstrado os sistemas de mem rias de tradu o constituem ferramentas que melhor recep
248. r a importa o e exporta o de dados entre diferentes sistemas de mem rias sem perder ou distorcer as informa es p 119 Os filtros tamb m possibilitam o interc mbio de arquivos como textos tabelas e bancos de dados entre clientes e tradutor Bowker 2002 apresenta uma rela o dos formatos de textos mais comumente utilizados pelo tradutor entre eles os formatos de arquivos de processadores como o Word textos de extens o doc ou o WordPerfect textos de extens o wpd e de documentos visualizados pela internet de extens o html Arquivos nesses formatos quando abertos por algumas mem rias de tradu o podem perder alguns atributos do texto como as marca es de negrito ou it lico ou aquelas de estilos de fontes de caracteres se n o forem usados os filtros adequados para essas extens es Terminado o trabalho de tradu o os filtros restauram o formato original do arquivo pois conforme afirma Bowker os clientes em geral desejam receber o texto traduzido no formato em que ele foi enviado na origem 2002 p 38 Benis 1999 considera o uso de filtros uma solu o eficaz especialmente do ponto de vista econ mico e de desempenho pois atuam para que o tradutor possa utilizar somente um sistema de mem ria dispensando o do investimento nos sistemas de prefer ncia de diferentes clientes e proporcionando lhe maior familiaridade com os recursos que cada mem ria oferece Conforme defende traduzir utilizando
249. r a comunica o e minimizar desentendimentos entre barreiras lingu sticas Entendimento 4 Juro que minhas tradu es n o representar o seus textos de origem de maneiras injustas Verdade 5 Respeitarei meus leitores tentando tornar minhas tradu es o mais acess veis poss vel de acordo com as condi es de cada trabalho de tradu o Clareza 6 Comprometo me em respeitar os segredos profissionais de meus clientes e n o tirar proveito dessas informa es Prometo respeitar prazos e seguir as instru es dos clientes Confiabilidade 7 Serei honesto sobre minhas pr prias qualifica es e limita es N o aceitarei trabalho que n o seja de minha compet ncia Honestidade 8 Informarei meus clientes sobre problemas n o resolvidos e estou de acordo em resolver casos de controv rsia por meio de arbitragem Justi a 9 Farei tudo o que puder para manter e aprimorar minha compet ncia inclusive todo o conhecimento e as habilidades linguisticas eniras e outros Empenho pela excel ncia CHESTERMAN 2001 p 153 8 1 I swear to keep this Oath to the best of my ability and judgement Commitment 2 I swear to be a loyal member of the translators profession respecting its own history I am willing to share my expertise with colleagues and to pass it on to trainee translators I will not work for unreasonable fees I will always translate to the best of my ability Loyalty to the profession 3 I will use m
250. ra os quais ser produzido Com o foco no produto final considerar a media o do tradutor como parte do processo parece ir contra o fluxo urgente de transmiss o de informa es e de comunica o em que s o valorizadas trocas r pidas e presumidamente diretas Conforme constata Cronin de fato a tend ncia em um mundo de compress o tempo espa o favorecer interc mbios de primeira ordem em vez daqueles de segunda ordem isto transa es r pidas limitadas em tempo e envolvendo contato limitado em vez de compromissos mais longos multidimensionais e complexos CRONIN 2003 p 49 A comunica o contempor nea de acordo com Cronin valorizaria transa es r pidas e de tempo limitado e n o mais compromissos duradouros os quais caracterizariam os interc mbios de segunda ordem mencionados Conforme argumenta a press o exagerada que a tecnologia da informa o exerce sobre o modo como nos comunicamos faz com que a aten o seja deslocada do processo para o produto e n o se consideram os desafios e o tempo que se imp em para que o tradutor construa a comunica o em uma outra l ngua Nesse meio de comunica o composto por diversidades culturais e lingu sticas que se aproximam somente no plano virtual a tradu o figura concomitantemente como uma necessidade e uma lembran a da impossibilidade de se anular a pluralidade de l nguas e culturas 4 a i n The tendency indeed in a world of space tim
251. ra um melhor controle da produ o especialmente no que diz respeito aos recorrentes erros em programas autom ticos Conforme explica tais erros seriam evitados uma vez que o tradutor seria consultado em toda op o feita pelo programa cabendo lhe aceitar ou refutar as sugest es apresentadas Para Kay munido desses recursos o tradutor capaz de tomar uma decis o na primeira ocorr ncia de uma dificuldade o que determinar como ele e a m quina a tratar o em todas as ocorr ncias subsequentes p 22 Em um artigo retomando o trabalho pioneiro de Kay Melby 1997 afirma que embora as possibilidades vislumbradas pela tradu o autom tica agucem a imagina o humana seus resultados seriam efetivamente teis somente em situa es muito particulares envolvendo dom nios espec ficos do conhecimento e requerendo demarca o do uso da l ngua dos textos originais Melby reconhece a aplica o da automa o para a produ o de tradu es a serem usadas como uma indica o do conte do do texto original e lembra que nesses casos quando uma tradu o indicativa mostra que um documento relevante esse documento em geral submetido tradu o humana e retraduzido a partir do original p 29 A tradu o indicativa autom tica seria segundo Melby uma introdu o ao trabalho do tradutor J a aplica o da tradu o autom tica para a produ o de textos denominados de alta qualidade exigiria o tr
252. rabalho para ser desenvolvido individualmente ou em grupo Conforme explica Webb problemas com padroniza o terminol gica em trabalhos extensos envolvendo um grande n mero de tradutores podem ser amenizados pela possibilidade de controle das op es empregadas nos bancos de dados compartilhados pela equipe O segundo ponto a ser levado em conta seria o tipo de formato em que o material se encontra digitalizado ou n o e a que dom nio do conhecimento ele pertence Webb apresenta a mesma constata o de Austerm hl 2001 de que textos tidos como t cnicos e de grande 5 Despite the enthusiastic welcome accorded TM technology by translators and professional translation services one can imagine that certain users are nevertheless frustrated with existing systems precisely because the relative rarity of full sentence repetition in the bulk of the texts they translate and because they are convinced furthermore that their archives actually contain much useful information on the sub sentencial level that is not being exploited by these systems 141 extens o tenderiam a ser mais apropriados ao emprego de mem rias Por outro lado chama a aten o para o fato de que os esperados ganhos de produtividade requerem tempo para se concretizarem e que dependem diretamente da qualidade da produ o da primeira vers o de um texto armazenado na mem ria uma vez que armazenar uma nova tradu o na mem ria pode tamb m levar mais tempo do
253. radutores O referido c digo em seu Cap tulo V at mesmo estabelece que o tradutor respons vel civil e penalmente por suas a es no exerc cio de sua profiss o o que imprime comprometimento com o servi o que lhe confiado pelo cliente Por outro lado se aplicarmos as disposi es espec ficas desse cap tulo atua o do tradutor Conforme informado pela Profa Dra Heloisa Gon alves Barbosa entre 2003 e 2005 esse c digo foi retirado da p gina eletr nica do Sindicato embora continue fazendo parte dos estatutos dessa associa o profissional 156 brasileiro no segmento de localiza o que como descrevo neste tese caracteriza se pela compartimenta o do trabalho entre diferentes prestadores de servi o percebe se como se torna complexo vincular o tradutor a esses princ pios e em particular atribuir lhe a responsabilidade pelo trabalho final assim produzido Conforme se analisou no Cap tulo 1 as condi es de produ o de trabalhos de tradu o em meio eletr nico especialmente para a ind stria da localiza o favorecem o deslocamento da responsabilidade tradut ria pelo trabalho final Nesse contexto problem tica a vis o de tradu o de Pym como um produto acabado considerando se a fragmenta o do texto de origem para tradu o em equipe e as diversas etapas pelas quais passa o texto at sua conclus o O tradutor aut nomo que presta servi os para essa ind stria pelo me
254. ramas como esses seriam muito empregados por cientistas anglo americanos para leitura de relat rios sobre tecnologia espacial redigidos em russo Outro contexto de aplica o desses sistemas encontrado no Jap o em que usu rios monol ngues empregam a automa o para traduzir conversas on line com usu rios na Europa e nos Estados Unidos A comunica o S Sistema desenvolvido pelo motor de busca Altavista cujo endere o eletr nico lt http www altavista com gt Acesso em 29 ago 2008 1 Sistema autom tico desenvolvido pela empresa norte americana Globalink Translation Systems Software que re ne diversos dicion rios e realiza tradu o de textos entre diversos pares de l nguas conforme informa es encontradas no endere o eletr nico da empresa em lt http www babylon com gt Acesso em 29 ago 2008 2 Software de tradu o projetado pela Universidade de Georgetown Estados Unidos na d cada de 50 e atualmente comercializado por uma empresa sediada em Paris Fran a Informa es mais detalhadas podem ser encontradas no endere o eletr nico lt http www systransoft com gt Acesso em 29 ago 2008 59 estabelecida por escrito e as mensagens digitadas seriam traduzidas quase instantaneamente poupando o tempo que seria necess rio para elaborar uma carta traduzi la envi la e novamente traduzir sua resposta Procurando justificar as limita es da produ o do que denominam tradu o autom tica
255. ramenta n o oferece um atalho aos inevit veis problemas e desafios com que o tradutor se depara e que conforme pretendo argumentar no decorrer desta tese acabam sendo subestimados dado o enfoque na aplica o dos recursos de pesquisa e recupera o de tradu es anteriores de que disp em os sistemas de mem ria de tradu o A pesquisa desenvolvida divide se em tr s cap tulos No primeiro trato das novas rela es lingu sticas estabelecidas com a expans o da comunica o pela internet e suas consequ ncias para a pr tica de tradu o na contemporaneidade Nesse cap tulo te o algumas considera es sobre a presen a e o status do ingl s referido como l ngua da globaliza o refletindo sobre a crescente ruptura da associa o entre l ngua e cultura Conforme pretendo argumentar essa l ngua h brida e sem v nculo com sua cultura de origem que na maioria das vezes serve de ponto de partida para a tradu o de materiais textuais para as mais diversas l nguas e posterior divulga o em meio eletr nico A fim de alcan ar a padroniza o e a execu o de tradu es ao ritmo comercial ferramentas tecnol gicas de tradu o como programas de tradu o autom tica e sistemas de mem rias de tradu o s o cada vez mais adotados por ag ncias prestadoras de servi os de tradu o e tradutores que atuam em mercados como o da localiza o que segundo Cronin 2003 p 13 promoveu um crescimento substancial na i
256. rdas de produtividade que podem muito bem n o ser contrabalan adas com o uso da mem ria 1999 s p Outro quesito relaciona se diretamente com o tipo de tradu es realizadas independentemente da rea de atua o do tradutor Para Benis o eficiente aproveitamento das mem rias n o seria limitado a um tipo espec fico de texto mas diretamente vinculado s constru es frasais do original e terminologia nele adotada um argumento que o autor exemplifica a partir de sua experi ncia um de meus projetos foi um CD sobre observa o de aves na It lia Havia um grande n mero de termos especializados para descrever as diferentes partes do corpo e as penas de uma mir ade de aves suas formas cores etc Al m disso todas as express es utilizadas nessas descri es seguiam padr es muito semelhantes A mem ria de tradu o tornou o projeto menos trabalhoso mais agrad vel e lucrativo BENIS 1999 sp A similaridade e a recorr ncia das constru es empregadas em um texto seriam assim duas caracter sticas importantes para o bom desempenho das mem rias durante a execu o de um projeto Os ganhos em dinamismo de produ o por sua vez ocorreriam em situa es mais espec ficas como na atualiza o de documenta es de produtos como ocorre na ind stria de softwares na qual confirma Benis o tempo para comercializa o um fator t o crucial no sucesso de um produto que em geral essencial que o trabalh
257. refas demarcadas ocupa se exclusivamente do trabalho que lhe cabe prendendo se ainda mais s instru es que recebe para empregar de modo eficaz as ferramentas que o auxiliam O desconhecimento do contexto maior do texto de origem somado ao modo como o texto a ser traduzido apresentado na interface dos sistemas de mem rias n o encorajam o tradutor a realizar uma pesquisa terminol gica mais aprofundada para um texto que ele conhece somente parcialmente E com esse cen rio em mente que se prop s pensar na tica tradut ria contempor nea articulada no o de responsabilidade do 191 tradutor pelas escolhas que realiza na produ o da tradu o mediada e muitas vezes condicionada pela opera o de sistemas de mem rias de tradu o A aplica o dessas ferramentas tamb m produz efeitos na rela o entre o tradutor e o contratante um fato que influi diretamente na concep o que este tem do que envolva o trabalho de tradu o Conforme se discutiu no Cap tulo 1 uma das formas idealizadas de acelerar a produ o tradut ria e padronizar os textos traduzidos seria pela aplica o de estrat gias de controle terminol gico e fraseol gico do texto de origem Textos elaborados com constru es gramaticais consideradas simples que dispensam recursos como an foras e elipses por exemplo seriam mais facilmente processados por ferramentas como programas de tradu o autom tica e sistemas de mem rias e permitiriam que pala
258. rego de mem rias a indu o ao erro as limita es impostas pela segmenta o a falta de vis o do texto final traduzido o investimento de tempo para aprender novas ferramentas e de recursos financeiros para adquiri las e os poss veis problemas que formata o que podem surgir durante o trabalho de tradu o De fato se somarmos o tempo que um tradutor leva para aprender e dominar a utiliza o de um programa de mem ria de tradu o ao tempo que na maioria das vezes ter que empenhar para realizar a revis o dos segmentos aproveitados veremos que nem sempre 76 poss vel contar de imediato com uma diminui o de tarefas e o consequente aproveitamento econ mico de tempo pelo tradutor Esse um dos pontos defendidos por Benis que publicou em 1999 um levantamento comparativo entre cinco dos mais utilizados sistemas de mem rias na poca no boletim do Institute of Translation and Interpreting ITI uma associa o internacional que re ne desde tradutores profissionais aut nomos a funcion rios de empresas e estabelecimentos de ensino Os cinco sistemas analisados por Benis foram o D j Vu da empresa Atril o Translation Manager da IBM o SDLX da empresa SDL International atualmente fabricante do Trados o Transit ent o produzido pelo Grupo Star e o Trados Translator s Workbench produzido pela SDL International Todos esses softwares passaram por v rias modifica es desde o trabalho de Benis que alcan
259. requerem menos mudan as se n o apresentarem refer ncias anaf ricas ou cataf ricas os tradutores tendem a evitar o uso desses recursos O efeito um estilo mais t cnico e s vezes um texto menos leg vel HEYN 1998 p 135 De certa forma ao abdicarem o emprego de recursos estil sticos e at de determinadas constru es frasais com a inten o de acentuar o desempenho da mem ria na reapresenta o de tradu es anteriormente efetuadas os tradutores que lan am m o dessas estrat gias estariam intervindo na expressividade da l ngua da tradu o com fins particulares para beneficiar seu trabalho futuro Seria como se a l ngua estivesse sendo manipulada para se adequar ferramenta relembrando as estrat gias aplicadas para produ o de textos a serem traduzidos por programas de tradu o autom tica como abordado no Cap tulo 1 Por um outro prisma poss vel discutir a afirma o de Heyn 1998 a respeito da legibilidade da tradu o por meio do contra argumento de que a op o por uma escrita tradut ria que privilegie frases curtas e a padroniza o terminol gica e evite ambiguidades venha a ser favor vel leitura e ao entendimento do texto traduzido No caso da tradu o especializada os esfor os para simplifica o do uso da l ngua da tradu o buscariam 1 since retrieved translation units normally require fewer changes if they do not contain anaphoric and cataphoric references translators
260. respons vel 190 Conclus o A reflex o sobre tica desenvolvida nesta tese centrou se na an lise do fazer tradut rio e na discuss o sobre os limites da responsabilidade do tradutor na pr tica contempor nea de tradu o com o aux lio de sistemas de mem rias de tradu o Com base no estudo dos principais recursos desses sistemas a pesquisa proposta examinou como a tradu o auxiliada por tais ferramentas concebida em especial em um dos mais pr speros mercados de trabalho na atualidade a ind stria de localiza o Como foi discutido o foco desse setor em resultados imediatos e a prioriza o da rapidez de produ o condicionam a contrata o do tradutor ao emprego e ao dom nio dos recursos oferecidos por ferramentas como os sistemas de mem rias que idealmente lhe possibilitariam aumentar sua produtividade e alcan ar a padroniza o terminol gica e fraseol gica de tradu es Por outro lado como se discutiu e segundo a cr tica de Pym 2006 s p as novas tecnologias de tradu o especialmente os sistemas de mem rias tendem a separar os comunicadores do ato de comunica o A an lise de tr s exemplares dessas ferramentas demonstrou a possibilidade de o tradutor desenvolver o trabalho mesmo sem ter contato com o texto completo que traduz um pressuposto b sico de outrora Sem conhecer o usu rio final do material a ser traduzido o tradutor em geral integrante de uma equipe cujos membros desenvolvem ta
261. restringe se a recuperar e transferir termos palavras e frases entre duas l nguas Com base nas discuss es desenvolvidas e fundamentadas na literatura da rea somadas a essa declara o de Wedde que proporcionou uma vis o atual e de ordem pr tica poss vel confirmar a primeira hip tese sustentada nesta tese Como supus apesar de os projetos atuais de ferramentas de aux lio tradu o enfatizarem o fato de o controle dessa ferramenta ser exercido pelo tradutor sua aplica o fundamenta se na concep o de tradu o como recupera o de significados em uma rela o de correspond ncia biun voca entre as l nguas alinhadas na mem ria de tradu o Contrariamente ao que pregam o tradutor n o det m pleno comando dos sistemas de mem rias mas como foi analisado nesta tese influenciado em suas escolhas e no modo como conduz seu trabalho pelo projeto e pela aplica o dos recursos desses sistemas Todavia adotar ou n o essas ferramentas j n o constitui mais uma alternativa mas uma necessidade para o tradutor contempor neo que lida com textos em formato eletr nico ou que presta servi os para a ind stria de localiza o Como foi discutido cada vez mais a efetiva o do trabalho do tradutor depende do seu dom nio dos recursos das tecnologias especialmente daqueles disponibilizados pelos sistemas de mem rias que lhe permitem 195 trabalhar com a tradu o e a edi o de textos que lhe s o enviados j parc
262. rigem a forma o de pares de frases de origem e da tradu o e a sua organiza o em um arquivo que permita a pesquisa a classifica o e a recupera o desses dados faria da tradu o um trabalho n o de reconstru o de sentidos em uma outra l ngua mas de modo impl cito de reciclagem de frases Da maneira como as unidades de tradu o s o formadas e elencadas na mem ria do sistema seus contextos limitam se s marcas de segmenta o que a separam Mesmo o sistema analisado Transit que constitui a mem ria de tradu o espec fica para um trabalho a partir de textos de origem e suas tradu es anteriores n o permite ao tradutor ter acesso ao texto integral durante a tradu o A pesquisa com o aux lio desse sistema tamb m se restringe segmenta o configurada pelo usu rio Assim organizada a mem ria oferece nada mais que um rol de segmentos descombinados extra dos de diferentes contextos e que dispostos em duas l nguas e por meio um sistema autom tico devem possibilitar o m ximo de reaproveitamento em trabalhos afins Caberia ao tradutor adequar os segmentos reapresentados a novos textos editando os de forma a tamb m gerarem novas possibilidades de reutiliza o Fecha se assim o ciclo que 175 B dard 2000 p 42 tradutor e pesquisador em ferramentas eletr nicas de aux lio tradu o denomina de reciclabilidade de frases cuja m xima estaria na simetria quantitativa e a primeira i
263. rise from the way the profession is conceived as a result of the use of the resources made available by these tools To foment the proposed analysis resources deemed to make the translator s work more dynamic have been examined mainly through the functions of source text segmentation translation alignment and textual matching available in three translation memory systems Wordfast Trados and Transit The study of the projects and resources made available by these tools encouraged the analysis of the translator s involvement with the translation when he she is part of a larger process of production and distribution of information to audiences located in the most varied places in the world From this analysis a survey was carried out of issues that seem to be on the margins of the literature in the area such as the image of the translator s competence in the present the ethical question the permeates the relationships between translator translation and translator client and the conception of what would be involved in the work of the translator willing to undertake a partially automated translation work Keywords translation translation aid tools translation memory systems localization ethics 13 Introdu o As mudan as vivenciadas em diferentes partes do mundo nas ltimas d cadas atribu das ao reiterado fen meno da globaliza o impuseram um novo ritmo produ o e circula o de informa es entre diferentes localida
264. rtilhada torna se complexo e at imposs vel impedir sua dissemina o O risco de vazamento de informa es confidenciais pelo conte do dos bancos de mem rias de tradu o constitui uma realidade na ind stria de localiza o que demanda o emprego de sistemas de mem rias por seus tradutores Em projetos de lan amentos de novos produtos tecnol gicos grandes investimentos s o feitos para o desenvolvimento e a padroniza o de terminologia multil ngue a ser utilizada como fonte de pesquisa para os projetos de tradu o correspondentes Como explica Esselink 2000 p 477 a tradu o da documenta o especializada que acompanha esses produtos tem in cio na maioria das vezes ainda na fase de desenvolvimento do produto a fim de possibilitar o lan amento e de 163 prefer ncia a expedi o simult nea referida em ingl s como simship de uma nova tecnologia ou um novo software em diferentes l nguas e para diversos destinos Diante dessa configura o de trabalho tradutores atuantes no projeto de localiza o de um produto a ser lan ado t m acesso a dados terminol gicos ainda desconhecidos pelo p blico A prote o da confidencialidade desses dados a principal argumenta o dos clientes e das ag ncias de servi os de localiza o e tradu o contra o interc mbio de mem rias entre tradutores Visando a proteger as informa es que recebem para o desenvolvimento dos trabalhos envolvidos na localiza o
265. rvi o que depende de um alto grau de confian a entre o tradutor e o cliente Poucos dos trabalhos com alta remunera o v m de clientes jamais vistos os honor rios pagos em pa ses diferentes variam bastante os melhores contatos ainda s o provavelmente aqueles feitos face a face ou por indica o BIAU GIL PYM 2006 p 7 A mobilidade extraterritorial proporcionada pela internet apresenta tamb m limita es conforme atestam Biau Gil e Pym Na atualidade frequentemente atrela se a qualidade tradut ria possibilidade de a tradu o ser realizada no pa s da l ngua alvo Um outro fator que influencia a procura por um tradutor seria a conhecida lei da oferta a qual a internet tamb m teria se encarregado de tornar abundante e por esse motivo nem sempre favor vel remunera o do tradutor Para Bert Esselink diretor de uma empresa europeia de consultoria de servi os de globaliza o a qualidade de um texto traduzido no pa s da l ngua alvo em geral mais alta e o pre o muitas vezes sensivelmente mais baixo Experimente solicitar um or amento de tradu o do holand s para o mandarim na Holanda e na China e entender o que quero dizer A internet possibilitou o rompimento dessas barreiras Via internet igualmente r pido e barato enviar documentos para tradu o tanto para o local mais remoto do planeta quanto para o escrit rio vizinho ESSELINK 2001 apud CRONIN 2006 p 46 Esselink assenta sua conv
266. s um ato contr rio quele defendido por Chesterman 2001 p 153 A busca por entendimento para maximizar a comunica o e minimizar desentendimentos 2001 p 153 sobre a qual se assenta a proposta de Chesterman pode estar sendo influenciada pelo modo como as mem rias s o projetadas e empregadas pelo tradutor Como se analisou o pr prio projeto dos sistemas de mem rias com ambientes de trabalho que limitam o olhar do tradutor a caixas com textos segmentados para tradu o ou ainda colunas com texto de origem e tradu o compartimentados e alinhados agem para que o tradutor apegue se s op es oferecidas pela mem ria e atenha se s orienta es fornecidas para reaproveitamento m ximo de trabalhos anteriores na execu o de uma nova tradu o Do modo como executado com o apoio dos sistemas de mem rias o trabalho de tradu o controlado a fim de produzir textos traduzidos idealmente padronizados e de prefer ncia que ocultem a interven o da interpreta o do tradutor L ngua e cultura perdem o v nculo nesse esfor o para padroniza o de tradu es com o uso das mem rias na medida que a expressividade particular a cada l ngua deixada de lado na persegui o por pares bil ngues sim tricos na opera o de recupera o promovida pelos sistemas de mem ria O empenho pela clareza e por respeito aos leitores j n o dependeria mais exclusivamente das escolhas do tradutor na elabora
267. s Trad Isabel de Oliveira Duarte Jonas Tenfen Marcos Bagno S o Paulo Par bola Editorial IPOL 2007 CATFORD John C Uma teoria lingu stica da tradu o um ensaio em lingu stica aplicada Trad Centro de Especializa o em Tradutores de Ingl s do Instituto de Letras da Pontif cia Universidade Cat lica de Campinas S o Paulo Cultrix 1980 C MARA Jr Joaquim Mattoso Dicion rio de lingu stica e gram tica 15 ed Petr polis Vozes 1977 CASTELLS Manuel A sociedade em rede Trad Roneide Ven ncio Majer 6 ed S o Paulo Paz e Terra 2007 CHAU Marilena de Souza O p blico o privado despotismo In NOVAES Adauto Org tica S o Paulo Companhia das Letras 1992 p 345 390 Convite filosofia 13 ed S o Paulo tica 2003 CHESTERMAN Andrew Proposal for a Hieronymic Oath In PYM Anthony Ed The Translator the return to ethics Manchester St Jerome 2001 v 7 n 2 p 139 154 COSTA Caio T lio tica jornalismo e nova m dia uma moral provis ria Rio de Janeiro Jorge Zahar Ed 2009 CRACIUNESCU Olivia GERDING SALAS Constanza STRINGER O KEEFFE Susan Machine translation and computer assisted translation a new way of translating Translation Journal v 8 n 3 jul 2004 Dispon vel em lt http www accurapid com journal gt Acesso em 15 mai 2006 CRONIN Michael Translation and globalization London Routledge 2003 204 DELISLE Jean Criticizing tr
268. s circulados eletronicamente encoberto na mesma medida em que aumenta a nfase na imprescindibilidade da ado o e do dom nio dos recursos das novas tecnologias de aux lio tradu o para atender s exig ncias de tempo e prazo do mercado global As mudan as na forma como comunica o se realiza conforme descritas por Chau implicam um aumento na invisibilidade do tradutor visto que a interven o humana na tradu o da comunica o entre diferentes l nguas parece ser incongruente em uma era considerada global O esquecimento do car ter humano envolvido na tradu o uma das consequ ncias da superioridade conferida s ferramentas tecnol gicas em especial em sua capacidade de tornar o trabalho do tradutor mais r pido e preciso A nfase est na urg ncia da comunica o multil ngue assim sendo empregar com efici ncia ferramentas eletr nicas como as mem rias de tradu o apresentadas no Cap tulo 2 torna se uma exig ncia para o tradutor que presta servi os a segmentos como o da ind stria de localiza o A obten o do desempenho esperado para essas acarreta necessariamente a observ ncia de regras pr definidas para o trabalho com o texto de forma que a conclus o de 146 uma tradu o promova o desenvolvimento de trabalhos futuros em que trechos de textos traduzidos tornem se teis para aumentar o rendimento do tradutor reduzindo desse modo custos e prazos Como tenho argumentado nesta tese a apl
269. s da aba Tools do sistema Wordfast Todos os documentos em execu o no processador Word s o exibidos na lista de documentos da aba Tools Os comandos disponibilizados nessa aba realizam fun es espec ficas e que s o aplicadas em todos os documentos selecionados Ao finalizar uma tradu o durante a etapa de p s tradu o o tradutor pode examinar um ou mais arquivos traduzidos pelo recurso Quality check da aba Tools que tem como principais fun es verificar a ortografia e a gram tica dos segmentos traduzidos e conferir e controlar a correspond ncia entre o n mero de segmentos de origem e da tradu o Esse controle dos segmentos importante pois interfere tamb m na qualidade das unidades de tradu o armazenadas na mem ria e que servir o como refer ncia para trabalhos posteriores Quando acionado na etapa de pr tradu o o comando Analyze dispon vel tamb m nos outros dois sistemas estudados apresenta estat sticas com o n mero de segmentos e palavras no texto a ser traduzido assim como um levantamento do n mero de palavras 116 repetidas Essa fun o auxilia o tradutor no exame do texto de origem munindo o com informa es adicionais que podem ser teis para a elabora o de estimativas de prazo e custos de tradu o Por outro lado frequentemente a informa o sobre o n mero de repeti es de palavras em um texto interfere contrariamente na remunera o do tradutor Segundo uma pesquisa elaborada por Ri
270. s de tradu o pode se imaginar que certos usu rios sentem se ainda assim frustrados com os sistemas existentes devido justamente relativa raridade de repeti es de frases inteiras no volume de textos que traduzem e por estarem convencidos al m disso de que seus arquivos cont m muito mais informa es teis no n vel da subfrase que n o est o sendo exploradas por esses sistemas p MACKLOVITCH RUSSELL 2000 p 139 A quest o da repeti o na denominada subfrase refer ncia ao interior de uma unidade de tradu o tamb m apontada por Heyn 1998 como sendo uma limita o das mem rias Al m disso o reconhecimento da exist ncia de semelhan a entre duas frases facilmente identificadas por um tradutor pode por exemplo ser uma tarefa dif cil de ser realizada de modo autom tico por um sistema de mem ria Heyn 1998 p 126 lembra que um texto pode conter erros de ortografia diferen as de formata o diferen as no uso de pontua o ou diferen as morfossint ticas que podem influenciar o desempenho esperado da mem ria Em tese apresentada Universidade Estadual de S o Francisco Calif rnia Lynn Webb 1998 discute a rela o custo benef cio da utiliza o de programas de mem ria de tradu o e prop e algumas considera es a serem feitas pelo tradutor para determinar o emprego economicamente eficaz desses programas A primeira delas concerne ao tipo de projeto de tradu o ou seja se o mesmo um t
271. s em bancos de dados o tradutor privado de realizar suas escolhas segundo a interpreta o que teria do texto na l ngua de origem pois parte do texto j foi interpretado para ele Nesse caso sua responsabilidade n o s dissipada mas tamb m reduzida na medida em que sua interven o no texto limitada e guiada pelo modo como os sistemas de mem rias s o empregados Nesse sentido conclui se que os sistemas de mem rias t m promovido mudan as tanto na maneira como o tradutor desenvolve seu trabalho como na concep o sobre o que envolve sua atua o Nas situa es descritas sobre a pr tica de tradu o contempor nea pensar em tica para a pr tica tradut ria com apoio dessas ferramentas n o se restringe an lise da rela o do tradutor com o texto de origem que traduz Tamb m n o implica somente a rela o entre o tradutor e o p blico final do qual o tradutor se distancia cada vez mais Pensar em tica tradut ria na contemporaneidade envolve tamb m refletir sobre as circunst ncias de produ o da tradu o e principalmente o grau de envolvimento do tradutor com o texto traduzido e seu papel no projeto de que faz parte ou na tradu o que lhe comissionada 199 A maneira como a pr tica de tradu o contratada e conduzida na contemporaneidade com o aux lio de ferramentas como sistemas de mem rias relativiza o controle do tradutor sobre sua produ o principalmente por ser praxe exigir
272. s propostas por sistemas 102 de mem rias Gow 2006 por exemplo prop e uma metodologia avaliativa para compara o de duas abordagens de busca e recupera o em dois bancos de dados de mem rias de tradu o formados por unidades de tradu o e por bi textos A pesquisadora aplica o conceito da Dist ncia de Levenshtein para avaliar a utilidade das correspond ncias sugeridas por sistemas de mem ria conforme determina o Instituto Nacional de Padr es e Tecnologia dos Estados Unidos Por outro lado questiona a validade de uma f rmula matem tica para identificar a semelhan a entre dois segmentos e defende a capacidade humana de determinar se um segmento apontado como correspondente pelo sistema adequado para uso na nova tradu o A defesa de Gow 2006 refor a a argumenta o de Bowker 2003 sobre a indispensabilidade da revis o minuciosa de um segmento recuperado e de sua avalia o no novo contexto de que far parte ainda que o sistema designe uma ocorr ncia de tradu o como correspondente exata daquela recuperada Diante dessa necessidade acredito ser justa e indispens vel a remunera o do trabalho de leitura e adequa o quando necess ria feito pelo tradutor em correspond ncias exatas Conforme ser detalhado na an lise dos principais recursos descritos nos manuais do usu rio dos sistemas de mem rias Wordfast Trados e Transit essas ferramentas s o projetadas de modo a funcionarem independentemente das l n
273. s sobre um produto nas l nguas locais uma quest o estrat gica para a Caterpillar LOCKWOOD 2000 p 188 Os esfor os de produ o no est gio de pr edi o ou reda o dos textos de origem concentram se em reduzir o tempo e os custos de tradu o durante a fase de p s edi o ap s aplica o da tradu o autom tica Na Uni o Europeia um dos mais antigos e maiores usu rios da tradu o autom tica tamb m se constata o emprego de tradutores para p s edi o de tradu es O sistema mais utilizado Systran encarrega se de uma produ o peculiar as primeiras vers es ou pr tradu es de um documento que ser traduzido para as v rias l nguas dos pa ses membros Para tornar poss vel a aplica o da automa o grande parte dos documentos produzidos foram digitalizados e v rios dicion rios bil ngues compilados Em 2000 ano em que Brace 62 publicou seu trabalho sobre a aplica o de sistemas autom ticos na Uni o Europeia o Systran contava com mais de quatro milh es de entradas distribu das em 16 pares lingu sticos p 222 Como relata o autor a maior parte dos usu rios do Systran n o s o tradutores mas funcion rios dos v rios departamentos administrativos que empregam esse programa para obter uma primeira tradu o ainda que limitada de um documento A tradu o autom tica usada tamb m para orientar a produ o de minutas de documentos posteriormente encaminhados aos tradut
274. se servi o Em muitos casos essa quest o fica sujeita a negocia o J na opini o de Bowker 2002 as vis es de ambas as partes quanto aos direitos ao conte do da mem ria seriam justific veis e sendo os sistemas de mem rias tecnologias de aplica o relativamente nova na pr tica tradut ria e n o tendo ainda sido institu da uma regulamenta o definitiva para a quest o a negocia o deve ser especificamente tratada em contratos de forma que ambas as partes estejam cientes de suas posi es p 123 Seja qual for a dimens o do projeto de tradu o desenvolvido com o aux lio de sistemas de mem rias na opini o de Topping 2000 o compartilhamento das unidades de tradu o formadas a partir de um trabalho contratado constituiria um rompimento do compromisso do tradutor e qualquer destina o do produto de uma tradu o assim encomendada deveria antes passar pela aprova o do contratante A pr pria quest o do que configuraria um trabalho confidencial parece j gerar pol mica como questiona a consultora alguns tradutores afirmam que avaliar o qual conte do confidencial e ent o compartilhar o somente as informa es n o confidenciais Mas como s o capazes de realizar esse tipo de julgamento A opini o de cada cliente sobre confidencialidade diferente e deve pertencer a ele o direito de realizar tais determina es TOPPING 2000 p 60 Some translators say that they will evaluate
275. sempre a mesma interface seria um benef cio para a produtividade pois desobrigaria o tradutor de constantemente reaprender ou relembrar 111 as fun es e as diversas teclas de atalhos dos v rios sistemas de mem rias comercializados A seguir s o apresentadas as principais fun es dos sistemas Wordfast Trados e Transit respectivamente A an lise dos recursos de cada ferramenta seguir a organiza o do trabalho de tradu o proposta nos manuais de usu rio de cada sistema para o Wordfast o Wordfast User Manual 1999 2006 para o Trados Translator s Workbench o Translator s Workbench User Guide 2006 e para o Transit o Transit XV User s Guide 2005 2 2 1 A tradu o com o Wordfast recursos de tradu o agregados ao processador de textos do tradutor O Wordfast descrito por seu manual como um programa de tradu o auxiliado por computador CAT program que agrega dois recursos tecnol gicos a segmenta o e a mem ria de tradu o Em sua concep o o Wordfast n o seria caracterizado como um arquivo execut vel propriamente dito uma vez que n o apresenta a extens o exe mas seria considerado um template ou uma m scara que de acordo com o Dicion rio de Inform tica Microsoft Press 1998 p 709 oferece um conjunto de teclas especiais e uma combina o de comandos de teclado desenvolvidos especialmente para auxiliar o trabalho de tradu o com vistas a aumentar a consist ncia terminol
276. ses sistemas promove na maneira como o tradutor lida com o texto que traduz e por extens o no modo como sua atua o concebida por quem contrata seu trabalho Para apresentar como os sistemas de mem rias atuam na pr tica no segundo cap tulo investigo os principais recursos de tr s dos mais utilizados sistemas por tradutores profissionais o Wordfast o Trados e o Transit Com base nas instru es t cnicas dos respectivos manuais do usu rio dos referidos sistemas em minha experi ncia como usu ria do Wordfast e do Trados e em treinamento para uso do sistema Transit avaliei o funcionamento dos recursos de segmenta o segmentation alinhamento alignment correspond ncia matching e de alguns outros subsidi rios Os tr s sistemas foram testados para a tradu o de textos da rea da agroind stria da cana de a car e um banco de dados terminol gicos foi compilado a partir dos textos de origem e das respectivas tradu es dessa especialidade A an lise dessas ferramentas e dos pressupostos te ricos que as fundamentam objetivou alcan ar conhecimento t cnico 24 sobre a opera o desses sistemas e de orientar a an lise cr tica da influ ncia dessas tecnologias na pr tica tradut ria com enfoque na concep o tica formada sobre a responsabilidade pela produ o da tradu o quando o tradutor emprega esses recursos tecnol gicos tema principal da tese a ser desenvolvido no cap tulo seguinte O terceiro cap tul
277. ses the question as to whether or not this type of exchange is appropriate because of the current confusion over ownership of the databases 166 Wallis trata a quest o do direito de propriedade em ingl s ownership dos bancos como um direito legal de posse de um bem tang vel e pass vel de ser comercializado Bowker 2002 p 122 caracteriza a discuss o sobre a propriedade dos bancos terminol gicos como sendo uma quest o espinhosa originada com o advento das mem rias de tradu o e afirma que devido ao fato de as mem rias de tradu o poderem ser um recurso valioso tanto tradutores como clientes est o naturalmente ansiosos para reivindicar propriedade Julgada por muitos clientes uma extens o natural do trabalho contratado de tradu o a mem ria considerada um direito adquirido em conjunto com trabalho Para Pym 2006 p 10 os debates acerca da propriedade das mem rias constituem quest es ticas que escapam aos par metros de contratos de direitos autorais tradicionais As declara es desses te ricos assinalam a crescente import ncia que os bancos de dados terminol gicos formados com o uso dos sistemas de mem rias v m assumindo na pr tica tradut ria Elas marcam tamb m o poss vel in cio de uma discuss o para a qual n o foram ainda previstas disposi es legais que definam o controle sobre o resultado derivado de uma produ o intelectual que embora seja fornecida como um trabalho
278. setor de marketing e 7 Word processors for example needed to support the input processing and output of character sets in other languages language specific features such as hyphenation and spelling and a user interface in the user s local language 42 gerenciamento por outro as novas exig ncias foram muito bem recebidas por tradutores e ag ncias de tradu o que desde ent o come aram a se munir de recursos em forma de ferramentas eletr nicas e outras tecnologias para dar conta das novas exig ncias de um ascendente mercado de tradu es FOLARON 2006 p 197 O termo localiza o na atualidade associado atividade que envolve a tradu o e a adapta o lingu stica e cultural de materiais em formato eletr nico softwares p ginas da internet jogos aplicativos eletr nicos e outros tipos de produtos de alta tecnologia para os mercados locais espec ficos onde ser o introduzidos e comercializados ESSELINK 2000 Sendo um ramo que tem se desenvolvido paralelamente implementa o das novas tecnologias de informa o e comunica o a chamada ind stria de localiza o opera com materiais em formato digital e em cont nua muta o um fato que a obriga atualiza o r pida e constante de suas atividades As atividades envolvidas no processo de localiza o s o em geral resumidas pela sigla em ingl s GILT em refer ncia s atividades de Globaliza o Internacionaliza o Localiza
279. seu trabalho 201 Assumir essa condi o implica ao tradutor assumir suas escolhas e a seu p blico ter o direito de reivindicar qualidade de trabalho Todavia como analisei nesta tese a dissemina o da aplica o de ferramentas eletr nicas como os sistemas de mem rias em setores de trabalho como a ind stria de localiza o e em tradu es de grande volumes de textos especializados em formato eletr nico est colaborando para que o tradutor oculte se entre as v rias etapas que constituem a produ o da tradu o A velocidade com que esses sistemas est o sendo adotados e a urg ncia que est sendo imposta para que os profissionais que desejem atuar nessa rea dominem os recursos desses sistemas est o impedindo que se reflita sobre as consequ ncias da instrumentaliza o da tradu o e a pr pria concep o do papel do tradutor que cada vez se limita a transpor segmentos entre l nguas No setor que emprega tecnologias de tradu o como os sistemas de mem ria parece n o haver espa o para se pensar sobre quest es como a medida da responsabilidade do tradutor na produ o de tradu es assistidas e condicionadas por ferramentas Nesta tese almejei dar os primeiros passos para essa discuss o que embora urgente tem se dissipado no tecnicismo dos trabalhos focados em descrever o uso e os benef cios dos sistemas de mem rias de tradu o 202 REFER NCIAS ALVES F bio Tradu o cogni o e tecnologia
280. sistida por sistemas de mem rias reflexos na determina o da responsabilidade tradut ria O modo como o tradutor condicionado a orientar seu trabalho de forma a garantir o uso eficiente dos sistemas de mem rias reflete a concep o contempor nea de tradu o A descri o da pr tica de tradu o de segmentos delimitados de modo sim trico e aut nomo a prescri o da ado o de op es terminol gicas pr definidas e a orienta o em ajustar segmentos j traduzidos e recuperados automaticamente a um novo contexto revelam uma vis o mecanicista da pr tica tradut ria Como j discutido no Cap tulo 1 a competitividade comercial das ind strias produtoras e exportadoras de produtos tecnol gicos depende da rapidez com que s o preparadas as tradu es da documenta o de origem de produtos a serem lan ados nos prospectivos mercados consumidores A tend ncia de evolu o desse cen rio de produ o de tradu es a ritmo industrial descrito para o setor de localiza o por Esselink 2000 que prenuncia o dia em que o conte do de origem ser replicado automaticamente a partir de um banco de dados central para locais em todo o mundo as tradu es ser o automaticamente transferidas de volta a um reposit rio central e os prestadores de servi os de localiza o ve se o gerenciando pessoas e processos em vez de projetos tempor rios ESSELINK 2000 p 481 Para que possa ter condi es de atuar com competitiv
281. sos materiais que ser o dispostos pelos tradutores para facilitar ou melhorar as tradu es que produzem CRONIN 2003 p 24 Seja recorrendo a dicion rios ou a tradu es anteriores de um original por algum motivo inacess vel o tradutor h muito trabalha em um ambiente mediado por ferramentas antes mesmo do advento da tecnologia como hoje a conhecemos Assim para Cronin embora na era da inform tica tenha se tornado comum falar em ferramentas de tradu o poss vel argumentar que o termo uma tautologia uma vez que a tradu o desde seu in cio sempre envolveu um relacionamento privilegiado com as ferramentas quirogr ficas e mais tarde impressas e eletr nicas A tradu o sem ferramentas simplesmente n o existe CRONIN 2003 p 24 gt Todos os originais das cita es por mim traduzidas que constarem fora do corpo do texto ser o apresentados em notas de rodap The tools of translation in the earlier periods are not only the material objects that allow words to be permanently traced but they are the products of those tracings which in turn will assist translators in their tasks By this we mean the word lists the lexicons the dictionaries the previous translations the material resources that will be marshaled by translators to facilitate or improve the translations they produce Although in the age of informatics it has become commonplace to speak of translation tools the ter
282. ssibilidade de reutilizar tradu es anteriores significa que os clientes solicitam que os tradutores trabalhem com sistemas de mem rias de tradu o e depois reduzem seus honor rios Quanto mais correspond ncias exatas e parciais existirem segmentos iguais ou semelhantes j traduzidos e inclu dos no banco de dados menos eles pagam Esse fato incita os tradutores a trabalhar r pido e em geral sem analisar os segmentos anteriormente traduzidos com queda correspondente na qualidade BIAU GIL PYM 2006 p 10 Pela perspectiva do contratante de servi os de tradu o o banco de dados seria fornecido exclusivamente para aumentar o rendimento de um trabalho pelo controle terminol gico para determinar a remunera o total ou fracionada do trabalho do tradutor de acordo com o ndice de reaproveitamento do conte do do banco Uma vez que a pr tica consiste em remunerar a tradu o de um segmento somente uma vez a tend ncia que o tradutor se concentre naqueles segmentos que n o tenham sido antes traduzidos e que s o integralmente recompensados Os poss veis efeitos dessa escolha no texto traduzido ser o analisados mais adiante 3 the possibility of re using previous translations means that clients ask translators to work with TM systems and then reduce the translator s fees The more exact and fuzzy matches there are equal and similar segments already translated and included in the database the less they pay This
283. ssibilita o trabalho em equipe em um mesmo texto uma vez que conforme prev em os manuais os sistemas de mem ria permitem que a produ o tradut ria especialmente a escolha terminol gica e fraseol gica dos tradutores seja controlada e padronizada O dom nio da produ o seria uma forma de aceler la assim como de manter o tradutor focado no segmento apresentado tradu o dispensando o do contato com o texto 158 por inteiro Como amplamente demonstrado na literatura da rea em especial em Bowker 2002 Pym et al 2006 os materiais textuais que requerem tradu o na contemporaneidade apresentam pouca ou quase nenhuma semelhan a com os textos impressos que dominavam o trabalho do tradutor h algumas d cadas diferindo deles por seu car ter provis rio e devido a essa caracter stica pela exig ncia de uma tradu o quase instant nea O meio eletr nico para o qual s o produzidos e colocados em circula o textos e imagens possibilita sua adequa o a diferentes contextos assim como oferece a possibilidade de neles serem realizadas altera es e atualiza es de forma r pida e a baixos custos A transitoriedade da informa o estimula a busca pelo reaproveitamento de trechos de textos em diferentes l nguas em especial por meio dos recursos dos sistemas de mem rias de tradu o abordados no cap tulo precedente Esses sistemas permitem at mesmo que o usu rio ajuste o grau de correspond ncia total exa
284. stanques n o isenta de motivos Tradicionalmente a tradu o vista como um processo dificultoso e quase sempre incompleto e imperfeito de aproxima o entre duas l nguas e culturas conforme discute por exemplo Tymoczko 2007 p 115 A ideia preceituada na literatura sobre localiza o seria a de que se trata de um processo que partindo de uma l ngua de origem pr condicionada e pretensamente neutra teria sempre sucesso na conquista do significado local como exemplificam as an lises de Cronin 2003 e Pym 2004a Para obter xito em trabalhos de localiza o a tradu o deve procurar reaproveitar o maior n mero poss vel de op es anteriores uniformizando as escolhas de forma a evitar por exemplo o redimensionamento das caixas de di logos dos programas quando localizados para outras l nguas Ao consignar o trabalho de adapta o cultural etapa de localiza o a tradu o passa a ser como caracteriza Pym 2004a p 51 reduzida a algo muito pequeno talvez o aspecto menos interessante da localiza o A declara o de Julian Perkin em um artigo sobre localiza o publicado no jornal Financial Times da Irlanda considerado um pa s expoente da ind stria da localiza o constitui a vis o exemplar do papel da tradu o nessa ind stria Segundo afirma o processo de localiza o complexo e se estende muito al m da tradu o As sensibilidades culturais devem ser respeitadas no uso da cor do est
285. sui um banco de dados terminol gicos armazenado em um arquivo e previamente estabelecido em seu sistema mas constitui o conte do de sua mem ria de refer ncia a cada novo trabalho com essa ferramenta a partir de arquivos de tradu es ou trabalhos anteriores que selecionados pelo tradutor s o incorporados pela ferramenta e passam a servir como fonte de pesquisa terminol gica para um novo projeto de tradu o De acordo com a an lise de Benis 1999 o Transit destaca se entre os demais sistemas justamente por dispensar a compila o de um maci o banco de dados para seu funcionamento utilizando em seu lugar textos de origem e suas tradu es que agregados ao sistema s o organizados e salvos em arquivos com o mesmo nome mas diferentes extens es que indicam as l nguas envolvidas Conforme prev o manual do usu rio do Transit XV vers o analisada nesta tese a organiza o da mem ria de refer ncia constituiria um 133 processo simples que dispensaria o trabalho de manuten o de banco de dados por um especialista facilitando a sele o do material especificamente a ser usado como fonte de consulta em um trabalho de tradu o Escolhidos e preparados os arquivos para constitui o da mem ria o Transit estabelece uma rede associativa de refer ncias entre os arquivos extra dos para consulta e poss vel recupera o Para Benis 1999 a vantagem principal dessa organiza o do material de refer ncia estar
286. t Vo Vias 1 eta rey ada VD e ne 3 ap Bhat a am TERA eae ae q i i See t types nisd anex y ue i OG ion Sdacumartwrital lt a esp veri n saba gt Registar Online Now lt a gt Mama 000 327 2232 0 GE RPM SENTE Uc AE SAD To Suy A COR Eaman Coan Camani Camara Figura 12 O TagEditor do Trados permite a visualiza o dos marcadores de formata o de texto Os marcadores ocorrem antes e logo ap s o texto a ser traduzido para indicar o in cio e o fim de uma instru o de formato respectivamente O marcador de abertura indica o in cio do formato de um caractere que pode estar em it lico negrito ou em outro formato ou um elemento da estrutura do texto como um cabe alho Como disp e o manual do Trados as informa es contidas em cada marcador s o essenciais para a integridade do texto portanto o sistema tem como default a prote o de seus marcadores Essa fun o de prote o impede que o tradutor acidentalmente apague ou realize alguma modifica o nos marcadores que possa comprometer a formata o do texto final Ao final de uma tradu o o TagEditor permite que o tradutor salve o arquivo traduzido em seu formato de origem pela op o Save target as 130 salvar alvo como dispon vel no menu File arquivo para antes da entrega do trabalho poder revisar e corrigir poss veis problemas de formata o e at traduzir figuras ou outros textos n o edit veis pelo TagEdit
287. ta a forma mais comum de organiza o dos sistemas de mem rias dispon veis na contemporaneidade O banco de dados da mem ria consultado a cada segmento a ser traduzido Quando s o identificadas semelhan as entre o segmento de origem e aquele armazenado no banco de dados a tradu o armazenada para aquele segmento imediatamente apresentada ao tradutor para reaproveitamento no trabalho em desenvolvimento Ao concluir a tradu o de um segmento o tradutor com o mesmo comando utilizado para fechar o campo traduzido e passar para o pr ximo envia o par bil ngue formado para ser armazenado no banco de dados habilitando o para reutiliz lo em seguida Transit modelo refer ncia Arquivos com textos de origem e suas tradu es Sugest o de correspondentes tradu o ARQUIVO PARA TRADUZIR Segmentos para a memoria MEM RIA DE REFER NCIA Diagrama 2 No Transit uma mem ria de refer ncia formada a partir do pareamento de textos de origem e de suas tradu es gerada para cada projeto de tradu o 108 Os sistemas que criam uma mem ria de tradu o de refer ncia permitem ao tradutor selecionar os arquivos que ser o consultados pelo sistema a cada projeto Essa sele o realizada na etapa de pr tradu o em que s o feitas as configura es do sistema espec ficas para o trabalho a ser iniciado com a sele o dos arquivos que servir o de base para pesquisa e recupera o de segmentos identi
288. ta ou parcial entre as unidades de tradu o armazenadas na mem ria e os trechos do texto sendo traduzido Na maioria dos casos os conte dos das mem rias prov m de bancos de dados formados a partir de tradu es elaboradas por outros tradutores em outros trabalhos sendo cada vez mais raras as situa es em que o tradutor executa integralmente a pesquisa e a adequa o terminol gicas para a tradu o que desenvolve Biau Gil e Pym 2006 oferecem um exemplo de como a comunica o eletr nica possibilita e at estimula a distribui o de um trabalho entre v rios intermedi rios o cliente pode querer comercializar seu produto em 15 l nguas europeias Contrata se uma empresa de marketing que contrata um prestador de servi os lingu sticos que contrata uma s rie de agentes comerciais para cada l ngua que passam o trabalho para uma s rie de firmas de tradu o que passam os textos para os tradutores em geral freelancers Nesse tipo de sistema o cliente pode pagar at quatro vezes o que os pr prios tradutores est o recebendo por p gina traduzida BIAU GIL PYM 2006 p 7 10 The client may want to market their product in 15 European languages They hire a marketing company which hires a language service provider which hires a series of brokers for each language who give the work to a series of translation companies who pass the texts on to translators often freelancers In this kind of system the client may be
289. tado ao ingl s e ao qual Le Breton alude envolve os setores da inova o tecnol gica de comunica o e de informa o reas em crescente expans o em que o ingl s atua como l ngua veicular Conhecer e utilizar a l ngua inglesa nesses setores pode significar promo o profissional social e econ mica Para Le Breton tudo ocorre como se pensar em ingl s se tornasse necess rio para entender o mundo p 23 A l ngua supostamente capaz de moldar a compreens o do mundo contempor neo n o seria como suposto com frequ ncia patrim nio exclusivo das na es anglo americanas Ela tamb m n o seria exclusivamente controlada pelos povos que a t m como l ngua materna Em um estudo elaborado para o Conselho Brit nico sobre a posi o do ingl s no mundo contempor neo David Graddol 2006 apresenta dados que sugerem que o ingl s n o est mais sendo aprendido como l ngua estrangeira em reconhecimento ao poder hegem nico dos falantes nativos de ingl s p 19 As pesquisas apresentadas por esse linguista exploram a complexidade das rela es entre a l ngua inglesa e as l nguas dos pa ses com participa o ativa na economia globalizada em especial a China e a ndia que conforme defende det m a chave para o futuro a longo prazo do ingl s como l ngua global p 15 A obra de Graddol 2006 intitulada English Next Ingl s a seguir reflete em sua composi o a natureza de grande parte da comunica o atual especialm
290. tema Transit 135 Figura 16 Op o de interface do sistema Transit 136 Figura 17 Lista de arquivos de refer ncia do sistema Transit 137 STUPIELLO E N A Traduzir na contemporaneidade efeitos da ado o de sistemas de mem rias sobre a concep o da pr tica tradut ria S o Jos do Rio Preto 2009 210p Tese Doutorado em Lingu stica Aplicada Instituto de Bioci ncias Letras e Ci ncias Exatas Universidade Estadual Paulista RESUMO As transforma es experimentadas no mundo considerado globalizado t m gerado o crescimento do montante de informa es e a urg ncia de dissemina o das mesmas al m fronteiras promovendo o expressivo aumento da demanda por tradu es elaboradas de maneira r pida e segundo padr es de produ o espec ficos Para atender a essas exig ncias e manterem se competitivos tradutores cada vez mais est o lan ando m o das ferramentas tecnol gicas atualmente dispon veis em especial sistemas de mem rias de tradu o A aplica o dessas ferramentas requer que o tradutor siga determinadas regras que garantam o desempenho prometido especialmente pela manipula o de termos e fraseologias utilizados na tradu o a fim de garantir seu reaproveitamento em trabalhos futuros A crescente ado o de ferramentas pelo tradutor contempor neo suscita uma reflex o de cunho tico sobre a extens o de sua responsabilidade pelo material traduzido Visando a esse fim
291. tion publicado no peri dico Multilingual Computing and Technology cujo p blico alvo abrange especialmente prestadores de servi os de localiza o a reda o do material de origem para localiza o tem por objetivo informar n o entreter por isso um bom material de n o fic o usa a mesma palavra para um dado significado sempre que ela ocorre p 21 A repeti o de palavras seria uma forma de facilitar a padroniza o terminol gica e estil stica do texto a ser localizado e seu posterior processamento autom tico ou semi autom tico mediante armazenamento para reaproveitamento de op es utilizadas Folaron 2006 tamb m relata o emprego de manuais de estilo de linguagem e terminologia controlada como uma das principais estrat gias aplicadas durante a fase de The information presented can only be interpreted in one way so ambiguity is reduced and readability improved Consistent use of style and terminology is enforced The translatability of the text is improved especially when computer assisted translation tools e g machine translation are used in the localization process The time to market for localized products can be shortened because translation speed will be increased often up to 25 45 internacionaliza o para produzir um conte do de origem que seja t o lingu stica cultural e tecnicamente neutro quanto poss vel a fim de facilitar a localiza o subsequente p 200 As
292. tiu primordialmente sobre a necessidade de uma reflex o mais aprofundada sobre como as novas tecnologias de tradu o exigem uma reestrutura o no modo de remunera o do tradutor Nesse encontro foram propostas em uma das mesas redondas sugest es de remunera o de servi os de tradu o com base em horas dedicadas de trabalho visto que como se discutiu o pagamento com base em n mero de caracteres ou palavras por exemplo n o incluiria o trabalho de pesquisa e constitui o da mem ria de tradu o pelo tradutor Embora a pr tica atual consista no recebimento pelo tradutor e na entrega ao cliente de bancos de dados sem qualquer pagamento de honor rios BIAU GIL PYM 2006 essa quest o dever ser trazida baila na medida em que se dissemina a aplica o de ferramentas de aux lio tradu o em especial de sistemas de mem rias O segundo evento de que participei e em que apresentei trabalho realizado em Berlim Alemanha em setembro de 2009 foi promovido pela Associa o Federal de Int rpretes e Tradutores da Alemanha e intitulado Interpreting the future challenges for translators and interpreters arising from globalization Interpretando o futuro desafios para tradutores e int rpretes originados da globaliza o Nesse f rum que reuniu cerca de 1 500 participantes as discuss es concentraram se nas transforma es pelas quais passa o trabalho de tradu o com apoio de novas tecnologias especialmente sist
293. tividade Segundo Lefevere 1992 p 6 7 o pensamento ocidental sobre tradu o da poca da rep blica romana at as primeiras publica es de cunho lingu stico por Nida e Fedorov na d cada de trinta seria caracterizado por uma forte inclina o normativa restringindo o trabalho de tradu o em termos de preceitos e categoriza es do tipo certo errado fiel ou livre 2 DOLET Etienne La mani re de traduire bien d une langue en autre 1540 145 encontraram em meio aos tradutores que trabalham para a ind stria de localiza o ou que prestam servi os em dom nios especializados do conhecimento como na tradu o de manuais t cnicos e outros textos que acompanham produtos comercializados em diferentes pa ses Com base na an lise dos recursos disponibilizados por essas ferramentas prop e se um exame da extens o da responsabilidade do tradutor quando este integra um processo maior de produ o e distribui o de informa es para p blicos situados nos mais diversos locais do mundo falantes de diferentes l nguas e representantes de uma vasta diversidade cultural Em uma era em que tempo e espa o foram de tal modo comprimidos pelos sat lites de telecomunica es e pelos meios eletr nicos que o tempo tornou se sin nimo de velocidade e o espa o sin nimo da passagem vertiginosa de imagens e sinais CHAU 1992 p 347 o papel mediador do tradutor na comunica o de materiais textuai
294. translations called machine translation for dissemination 56 restri es na forma apresentaria a ess ncia do original Somente em situa es que uma tradu o fosse encaminhada para publica o o tradutor atuaria como coadjuvante ao trabalho da m quina restritamente na adequa o da forma de apresenta o de um significado j recuperado de sua origem No entanto por um outro ngulo poss vel afirmar que o olhar humano est sempre presente em ambas as situa es de aplica o de automa o Na tradu o para assimila o o sentido da produ o autom tica s conferido pela interpreta o humana que constr i o significado n o obstante gramaticalmente imperfeito lexicalmente desajeitado e estilisticamente grosseiro Na produ o para dissemina o o trabalho humano nesse caso espec fico do tradutor seria muito mais abrangente do que a p s edi o da tradu o autom tica Sua atua o estende se elabora o do sentido conferido produ o autom tica para a devida concilia o entre o mec nico e a elabora o textual A concep o contempor nea da fun o da tradu o autom tica ganha pelo discurso de Hutchins uma nova roupagem propositalmente mais apraz vel aos cr ticos de outrora por m ainda comprometida com os ideais primeiramente concebidos e perseguidos para a m quina O anseio por muito tempo gerado pelos projetos em tradu o autom tica da possibilidad
295. tura contempor nea sobre as principais ferramentas de aux lio ao tradutor com foco nos sistemas de mem ria de tradu o Na segunda a partir da an lise das principais concep es sobre o desenvolvimento e a aplica o dos sistemas de mem rias de tradu o realizou se um exame comparativo de tr s sistemas o Transit dispon vel em http www star group net o Wordfast dispon vel em http www wordfast net e o Trados dispon vel em http www trados com Na terceira fase a partir dos resultados das an lises at ent o desenvolvidas elaborou se uma reflex o sobre as implica es ticas envolvidas na pr tica contempor nea de tradu o com o uso dos sistemas de mem rias Minha experi ncia como tradutora t cnica e juramentada e usu ria de sistemas de mem ria de tradu o especialmente dos sistemas Wordfast e Trados estimulou me a analisar detalhadamente as principais aplica es desses dois sistemas e do Transit e a refletir sobre as principais consequ ncias da semi automatiza o da tradu o Como ser discutido nesta tese a aplica o dos recursos oferecidos pelas diferentes ferramentas hoje utilizadas por tradutores em particular os sistemas de mem rias de tradu o pode chegar a conferir habilidades que venham a dinamizar os servi os prestados a um mercado que tem elegido o cumprimento do prazo de entrega como 22 condicionante primordial contrata o de uma tradu o Todavia o uso dessa fer
296. u o com aux lio dessas ferramentas tecnol gicas como a determina o do que constitui propriedade intelectual e como ela seria controlada e remunerada Os limites da propriedade intelectual do tradutor sobre a tradu o podem se tornar indistintos nos casos em que o cliente fornece o banco de dados para um trabalho por exemplo Em algumas das discuss es iniciais sobre esse assunto TOPPING 2000 BOWKER 2002 BIAU GIL PYM 2006 a preocupa o parece estar concentrada no estabelecimento dos limites dos direitos autorais sobre a mem ria como em casos em que a terminologia repassada pelo tradutor ao cliente e posteriormente disponibilizada pelo contratante a outro tradutor para o desenvolvimento de um trabalho At o presente quest es referentes remunera o dos direitos autorais do tradutor sobre o banco criado a partir de um 169 trabalho por ele desenvolvido s o bastante incipientes e restritas a discuss es promovidas em encontros espec ficos que congregam tradutores e pesquisadores Dois eventos espec ficos sobre as novas tecnologias de tradu o foram realizados no per odo em que se desenvolveu a pesquisa para elabora o desta tese e em ambos tive a oportunidade de apresentar comunica o oral sobre esta pesquisa O primeiro deles foi a confer ncia internacional Tradaptation Technologie Nomadisme Tradaptagao Tecnologia e Nomadismo realizada em Montreal Canad em mar o de 2007 em que se discu
297. umi embora as aplica es de mem rias de tradu o sejam definidas como diferentes daquelas da tradu o autom tica por serem controladas pelo tradutor constatei que esse controle ilus rio por restringir se s limita es dos recursos dos pr prios sistemas analisados e em especial pela preceitua o de que o tradutor reaproveite ao m ximo os segmentos oferecidos pela mem ria Essa instru o difundida como uma esp cie de f rmula pronta para aumentar a produtividade constitui a meu ver uma forma de controlar o trabalho do tradutor Al m disso ela retoma a no o do papel do tradutor como recuperador de significados encarregado de reciclar e editar segmentos pr traduzidos em novas tradu es O poder de controlar a atua o do tradutor na consecu o dos resultados almejados promove o desenvolvimento de novos projetos de ferramentas comercializadas majoritariamente sob a gide de auxiliar o trabalho de tradu o Sistemas de mem rias com capacidade ainda maior de pesquisa recupera o de dados terminol gicos como aqueles vislumbrados por Esselink 2000 e descritos no Cap tulo 3 item 3 6 incitam a imagina o de estudiosos da rea especialmente com promessas de cria o de textos com base em tecnologias de bancos de dados e com textos a serem traduzidos primeiramente processados por mem rias de tradu o de forma que somente o texto novo seja traduzido ESSELINK 2000 p 479 Conform
298. uro pr ximo os tradutores freelancers podem acabar tendo que disputar para adquirir um produto da mem ria de tradu o para que possam aumentar sua produtividade e manterem se competitivos WEBB 1998 p 21 E Entering a new translation into TM Translation Memory may also take longer than using the conventional translation process because the first draft is so critical Any future work done in the TM database will depend on what was entered initially Post editing is also affected by the quality of the first draft A terminology database may also require additional time to develop 17 Customers or agencies using translators are increasingly taking advantage of the lower cost of translation when using translators with access to TM Translation Memory As a result the price of translation work regardless of whether or not one uses translation memory may eventually be driven down by customers and agencies requesting its use In the near future freelance translators may find themselves scrambling to acquire a translation memory product so that they can increase their productivity and remain competitive 142 A pr tica de redu o de pre os de tradu o realizada com mem ria desvaloriza o aprimoramento da qualidade da produ o final conforme atestam os pr prios tradutores que empregam esses programas RIECHE 2004 De acordo com a discuss o desenvolvida no Cap tulo 3 essa pr tica tamb m reflete uma
299. utores que executam servi os 164 contratados Aos tradutores caberia usufruir de uma mem ria quando fornecida antes de in cio de um trabalho somente para a execu o da tradu o e disponibilizar as unidades de tradu o resultantes de seu trabalho quando o mesmo entregue As mem rias transmitidas pelos tradutores contratados s o acrescidas ao banco de dados das ag ncias ou do cliente que passar o a deter a propriedade de seus conte dos e a estipular a remunera o por suas reocorr ncias em trabalhos futuros De um ngulo oposto tradutores aut nomos defendem e praticam o interc mbio de dados entre colegas de profiss o O compartilhamento de unidades de tradu o seria uma maneira de incrementar o volume de segmentos armazenados nas mem rias de tradutores aut nomos e as chances de ganho de tempo nos servi os prestados pelo aproveitamento de tradu es j realizadas por outros tradutores A ado o de diferentes softwares de mem rias de tradu o n o impede essa pr tica pois os arquivos com a mem ria apresentam a mesma extens o tmx e s o facilmente importados e incorporados pelos sistemas Essa uma das estrat gias de que muitos profissionais t m se valido para adquirir competitividade em rela o s extensas mem rias mantidas e continuamente expandidas pelas ag ncias de tradu o e localiza o Quest es como a confidencialidade dos trabalhos que realizam n o parecem restringir essa pr tica pois c
300. veitados e introduzidos no novo contexto do trabalho em desenvolvimento tendem a encobrir a interven o tradut ria inclusive pelo n o reconhecimento por parte do contratante do trabalho da revis o e adequa o feitas pelo tradutor para que esses segmentos tornem se coerentes com o texto traduzido de que far o parte Ciente do papel que desempenha na produ o de textos para circula o em meio eletr nico e do pouco controle que exerce sobre a produ o final dos textos para que contratado a traduzir o tradutor tamb m encontra conveni ncia no encobrimento de sua interven o at mesmo aceitando que seu nome n o conste no trabalho realizado Frequentemente parte de uma equipe para quais os trabalhos s o distribu dos e em que h v rios tradutores em diversos locais trabalhando no mesmo projeto AUSTERMUHL 2001 Our technologies now do the work of memory for us The language of the past is thus taken away from its subjective contexts it is stored it becomes anonymous and dehumanized Our relations with the other across cultures in time and space are remembered for us and thus do not become part of us 187 p 146 o trabalho do tradutor sua interven o difunde se entre as tradu es realizadas por outros tradutores para ent o fundirem se em um s texto uma colcha de retalhos cujas emendas seriam garantidas pelo controle terminol gico promovido com o aux lio dos bancos de dados formados
301. vras express es e frases fossem traduzidas uma nica vez e da mesma maneira em todas as ocorr ncias Esse tipo de estrat gia tem sido majoritariamente empregada na composi o de textos em ingl s l ngua de origem de grande parte dos materiais textuais submetidos a projetos multil ngues que partem de um nico texto para a tradu o para as diversas l nguas em que esse conte do ser divulgado Essa maneira de trabalhar com textos refletiria a cren a na neutralidade da l ngua e na vis o comumente a ela atribu da como instrumento de comunica o e em particular no caso da tradu o um meio neutro de transmiss o de segmentos textuais entre diferentes l nguas Uma das maneiras como essa quest o aflora seria pela restri o do uso da l ngua de origem de textos a serem traduzidos como se examinou no Cap tulo 3 Outra seria pelo requisito de que a tradu o seja desenvolvida com o apoio de sistemas de mem rias a fim de controlar e garantir a correspond ncia biun voca entre os segmentos do texto de origem e aqueles de suas respectivas tradu es A l ngua instrumento contempor nea n o mais aquela pela qual se transportam significados mas com o uso de sistemas de mem rias ela se torna um meio pelo qual se transferem segmentos textuais fixos de uma l ngua para outra 192 Por esse prisma o tradutor seria respons vel pela adequa o dos segmentos est veis e anteriormente traduzidos em novos contextos limita
302. what content is confidential and then exchange only nonconfidential information But how are they able to make this type of judgment Each customer s opinion about confidentiality differs and it should be the customer s right to make these determinations 168 As declara es desses autores demonstram n o haver ainda um consenso nem entre tradutores e clientes e nem na literatura sobre a quem caberiam os direitos sobre os dados terminol gicos que tamb m s o produtos da tradu o Para garantir a prote o das informa es armazenadas em bancos de dados Topping recomenda que os contratos de confidencialidade contenham cl usulas que disponham sobre a propriedade do banco de dados a quem cabe a remunera o sobre sua cria o e quais ser o as pol ticas de reutiliza o A pr tica por sua vez demonstra ser comum a incorpora o pelo tradutor da terminologia produzida em uma tradu o A manuten o da mem ria gerada a partir de um trabalho pode promover economia de tempo para execu o de tradu es futuras para o mesmo cliente Como declaram Biau Gil e Pym 2006 p 10 a maioria dos tradutores costuma manter c pias dos bancos de dados ou integr los aos seus bancos N o temos ci ncia de alguma lei ter sido j usada contra eles As condi es de produ o de tradu es com aux lio dos recursos disponibilizados pelos sistemas de mem rias geram desdobramentos ticos particulares pr tica contempor nea de trad
303. xpectativas determinadas sendo tais normas geralmente aceitas em uma cultura espec fica na medida que parecem servir valores prevalecentes inclusive valores ticos como verdade e confian a Comportar se de maneira tica desse modo significa comportar se da maneira esperada de acordo com as normas n o surpreendendo o leitor ou o cliente CHESTERMAN 2001 p 141 De acordo com Pym 1997 e Chesterman 2001 a postura tica do tradutor adviria de sua ado o da conduta desejada por quem a prescreve Preceituar o fazer tradut rio seria uma forma de fixar uma determinada maneira de o tradutor trabalhar conforme a imagem idealizada especialmente sobre o produto desse trabalho a tradu o Essa imagem descrita por Pym ao relacionar a produ o tradut ria a um processo de fabrica o do qual se espera resultar um produto acabado um text achev pois como questiona o pr prio autor para traduzir plenamente isto para ocupar o espa o pr prio do tradutor deve se produzir tradu es objetos acabados conclu dos Afinal sem gt r gler les relations de fa on prescritive c est d abord d terminer ce que les autres ont le droit d exiger du traducteur fidelit exactitude rapidit tarifs raisonnables solidarit l gard des autres traducteurs respect du secret professional Ces principes relationnels constituent une sorte de pens e thique Ils disent ce que le traducteur doit fair
304. xpress o demarcada no campo do texto de origem o recurso Concordance concord ncia na barra de ferramentas do Trados exibe todos os segmentos da mem ria que apresentem conte do semelhante ou id ntico ao texto da busca Esse recurso til por exemplo quando o tradutor deseja confirmar qual tradu o foi dada para uma determinada express o ou termo especializado em uma tradu o por ele desenvolvida ou em casos de trabalho em equipe em grandes projetos de tradu o A figura seguinte apresenta duas das trinta unidades de tradu o identificadas na mem ria por conterem a palavra lcool selecionada para busca com o recurso Concordance do Trados 128 E corcreiare Kamina Porua ingis 30 hit ES Sear Civor Opla res Close Figura 11 O recurso Concordance exibe a palavra lcool hachurada em amarelo para facilitar a identifica o e a compara o de sua tradu o nos respectivos segmentos traduzidos Al m de organizar a pesquisa terminol gica feita ao decorrer da tradu o o recurso do Concordance considerado importante para revis o e manuten o do sistema de mem ria que segundo Rieche 2004 deve ser uma rotina constante para minimizar as possibilidades de propaga o de erros de tradu o em extensos trabalhos desenvolvidos por equipes de tradutores A mem ria de tradu o exibida pode ser corrigida e atualizada na pr pria janela do Concordance O Trados compat vel com diversos formatos de
305. y expertise to maximize communication and minimize misunderstanding across language barriers Understanding 4 I swear that my translations will not represent their source texts in unfair ways Truth 5 I will respect my readers by trying to make my translations as accessible as possible according to the conditions of each translation tasks Clarity 6 I undertake to respect the professional secrets of my clients and not to exploit clients information for personal gain I promise to respect deadlines and to follow client s instructions Trustworthiness 153 A tica defendida por Chesterman fundamenta se no compromisso assumido pelo tradutor em fazer a coisa certa ao empenhar se ou pelo menos prometer se empenhar em por em pr tica uma s rie de atitudes que v o desde a lealdade profiss o ao cont nuo esfor o pelo aprimoramento profissional e culminam na concep o de um profissional digno de confian a Subjacente aos valores listados estaria a capacidade de entendimento uma vez que o tradutor digno de confian a teria condi es de entender a mensagem do texto que traduz afinal como defende o te rico para o tradutor essa naturalmente uma tarefa prim ria entender o que o cliente quer entender o texto de origem entender o que se espera que os leitores entendam 2001 p 152 Em rela o s prescri es de Dolet 1540 e Tytler 1978 not rio em Chesterman a mudan a de abordagem no que diz respeito
306. zem desde menus a materiais promocionais para pequenas empresas est o operando em um mundo muito diferente daquele dos localizadores com acesso a alta tecnologia sendo suas no es de tradu o correspondentemente bem diferentes PYM 2004 p 161 A ideia geralmente associada localiza o a de um trabalho bem sucedido de aproxima o entre diferentes culturas implementado em diversas etapas por grandes equipes de profissionais com conhecimento lingu stico e tecnol gico que lidam com sofisticados recursos de pesquisa armazenamento e recupera o de dados terminol gicos multil ngues Comumente tratada como um trabalho exclusivamente lingu stico a tradu o cada vez mais associada ao emprego de ferramentas eletr nicas em especial sistemas de mem rias Essa maneira como o trabalho de tradu o concebido por setores como o da localiza o restringe a atua o do tradutor nos projetos dessa rea como discutido no Cap tulo 1 A incumb ncia de traduzir materiais textuais apresentados de modo segmentado na interface dos sistemas de mem rias empregados indicativa da repress o da interfer ncia do tradutor com limites impostos pelas caixas de inser o da tradu o como examinou se no Cap tulo 2 Como confirma Pym no sistema de mem rias o pr prio leiaute nos diz que a tarefa do tradutor alterar as palavras e nada mais N o h uma vis o clara da formata o do texto n o f cil visualizar

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