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universidade federal do espírito santo centro de educação

1. Ordem Especifica o Quant Estado de conserva o Em uso Bom Regular Ruim Sim N o 1 M quina de escrever 2 Mime grafos 3 Projetores de slides e de filmes 4 Retroprojetor 5 Aparelho de som 6 Televisor 7 V deo DVD 8 Antena parab lica 9 Cofre 10 Fax 11 Telefone 12 M quina de xerox 13 Computador 14 Impressora 15 Tel o 16 17 18 19 20 4 3 Utens lios Ordem Especifica o Quantidade Estado de conserva o Em uso Bom Regular Ruim Sim N o 1 Fog o 2 Filtros 3 Balan as 4 Bebedouro 5 Geladeira 6 Freezer 7 Liquidificados 8 Espremedor de laranja 9 Forno 10 11 12 13 14 15 16 17 266 5 RECURSOS HUMANOS 5 1 Pessoal Docente Nome Categ Tit Tempo Atua o Na rea de Sindicaliza do i de serv forma o do docente Ano Disc N e S N S N Tur Alu Categorias 1 Efetivo 2 Est vel 3 DT 4 Outros Especificar Titula o 1 Magist rio Completo 2 Licenciatura Curta Incompleta 3 Licenciatura Curta Completa 4 Licenciatura Plena Incompleta 5 Licenciatura Plena Completa 6 Gradua o Incompleta 7 Gradua o Completa 8 Especializa o 9 Mestrado 10 Doutorado 5 2 Pessoal
2. 15 13 Este roteiro consiste numa adapta o da sugest o apresentada pelo Guia preliminar para o levantamento de dados sobre a estrutura f sica e a organiza o s cio cultural da escola desenvolvido pela Equipe Pedag gica do Instituto Paulo Freire IPF S o Paulo IPF agosto de 1997 264 3 1 Outras depend ncias Estado de Especifica o Quantidade rea conserva o Uso com aluno Bom Regular Ruim Sim N o Biblioteca Salas da secretaria Sala da diretoria Sala dos professores Audit rio Sala ambiente Cozinha Cantina Refeit rio Banheiros dos alunos e de servidores Sala da coordena o pedag gica Laborat rio Quadra Piscina Sala de Xerox Sala de inform tica Horta Sala de v deo P tio coberto e descoberto 4 EQUIPAMENTO E MATERIAL PERMANENTE 4 1 M veis Ordem Especifica o Quantidade Estado de Em uso conserva o Bom Regular Ruim Sim N o 1 Carteiras 2 Arm rios 2 1 Sala de aula 2 2 Cozinha 2 3 Secretaria 2 4 Outros 3 Arquivos 2 1 Sala de aula 2 2 Cozinha 2 3 Secretaria 2 4 Outros 4 Estante 2 1 Sala de aula 2 2 Cozinha 2 3 Secretaria 2 4 Outros 5 Mesas 2 1 Sala de aula 2 2 Cozinha 2 3 Secretaria 2 4 Outros 265 4 2 Equipamentos
3. Para esse autor Aprender a falar significa aprender a construir enunciados porque falamos por enunciados e n o por ora es isoladas e evidentemente n o por palavras isoladas BAKHTIN 2003 p 283 Ainda se pode compreender com esse autor que A fala s existe na realidade na forma concreta dos enunciados de um indiv duo sujeito do discurso fala O discurso se molda sempre forma do enunciado que pertence a um sujeito falante e n o pode existir fora dessa forma BAKHTIN 2008 p 293 Ser nesse contexto te rico em que esse autor menciona o princ pio da intera o verbal que ele assinalar a no o de dialogismo como princ pio fundador e ou constitutivo da linguagem Para Bakhtin toda linguagem dial gica ou seja todo enunciado sempre um enunciado de algu m para algu m Por isso ele nos faz entender que a palavra uma ponte entre mim e o outro Dessa assertiva surge a no o de g nero como enunciado responsivo ativo o qual se configura sempre relativamente est vel Desse entendimento fica posta a ideia de linguagem como atividade interativa e n o como sistema de formas 177 Bakhtin Voloch nov 2006 desse modo aponta nos com muita clareza que a linguagem o material por excel ncia da constitui o humana pois segundo esse autor a linguagem desenvolvida historicamente pela humanidade a partir de suas 15 social produto do trabalho atividades No entanto a l
4. simultaneamente um processo de apropria o da natureza incorporando a atividade social humana e um processo de objetiva o do ser humano DUARTE 1993 p 102 172 orienta es para lidarmos eticamente com o processo de constitui o do homem Ao procurar considerar uma resposta referida pergunta Duarte discute a distin o entre os homens e os animais e chega a afirmar que o ponto de partida de diferencia o entre eles n o um ponto mas um processo o processo de in cio da hist ria social humana Dessa forma Duarte 1993 p 66 esclarece que qualquer pessoa que se proponha a dar uma resposta pergunta sobre o ser humano ter que indicar propriedades que por uma parte fundamente a unicidade do g nero humano e por outra explique sua diferen a em rela o a todas as demais esp cies do mundo vivo Acreditamos distinguir um dos tra os principais do pensamento de Marx o fato de que este n o considere conclu da a tarefa somente mostrando os tra os essenciais constantes que caracterizam a todo o homem e somente aos homens com independ ncia do processo hist rico atual Para a concep o de Marx a caracter stica principal do g nero humano precisamente o fato de que o homem tem hist ria sensu stricto se se faz abstra o dessa historicidade se faz abstra o do tra o mais essencial do homem DUARTE 1998 p 66 67 grifo nosso Partindo das considera es acima esse autor nos
5. Professora agora assim depois que a dupla mostrar onde fica no mapa o pa s que eu disser o nome vou perguntar como chamam as crian as que nascem nesse lugar Professora A e K onde fica o M xico A e K procuram atentamente e n o conseguem localizar d uma dica Professora esse pa s fica no continente americano A e K aqui M xico Professora pessoal e como chamam as crian as que nascem nesse lugar Classe mexicanas Professora E e L onde fica a Gr cia E e L na Europa olha aqui Professora como chamam as crian as que nascem nesse lugar Classe gregorianas Professora demonstrou surpresa com a resposta e sorriu Classe todos riram Professora s o gregas Classe mais risadas Professora como chamam as crian as que nascem nos Estados Unidos Classe AMERICANAS 197 Ap s localizarem em grande grupo todos os pa ses da lista que estava na lousa com a ajuda da professora a atividade foi encerrada No dia 14 6 2010 a professora antes de iniciar as atividades organizou as mesas das crian as em formato de semic rculo eu ajudei Colocou tamb m um mapa m ndi pendurado na lousa Em seguida iniciou a atividade n mero oito a partir da corre o do dever de casa proposto no dia 11 6 2010 Durante a corre o percebemos que de modo geral as respostas das crian as s quest es se aproximavam No entanto no tocante quest o d
6. B que legal eu tenho lbum de figurinhas D quero desenhar o mascote No final do di logo a professora em sua ltima coloca o evidencia a origem e ou o motivo que levou o tema Copa do mundo 2010 para a sala de aula e mais tarde acrescenta Turminha trabalhar com o tema Copa do mundo vai ser importante porque poss vel envolvermos praticamente todas as reas que estudamos como L ngua Portuguesa Matem tica Ci ncias Hist ria Geografia e Artes CADERNO DE CAMPO 2010 Na sequ ncia desse di logo uma c pia xerografada do desenho do mascote da copa foi entregue s crian as para colorir e em seguida a pintura foi exposta no mural que ficava na parede dos fundos da sala de aula Esse mural constru do pela professoras era denominado de Nossas produ es Fotografia 13 Ao longo de todo ano ele foi usado para expor v rias produ es das crian as tanto de textos verbais quanto de textos imag ticos Portanto esse era o lugar privilegiado para a exposi o das atividades produzidas pelas crian as nas aulas resultado dos trabalhos com o texto 191 Fotografia 13 Pintura do mascote da Copa do mundo 2010 feita pelas crian as Fonte Arquivo do pesquisador junho de 2010 Enquanto na parede dos fundos da sala havia esse espa o para exposi o do trabalho com o texto na parede em que ficava a lousa havia um espa o onde estavam expostas as letras que comp em o alfabe
7. Fonte Dispon vel em lt http Avww mhweb com br seperj admin fotos boletim boletim1 1 pdf gt Acesso em 2 nov 2010 Na figura anterior chama a aten o o modo como os professores s o orientados em sua forma o em especial os alfabetizadores Eles s o incentivados a seguir manuais para que tudo d certo havendo nfase no material que dever ser usado sem um necess rio aprofundamento das quest es espec ficas da aprendizagem e da alfabetiza o coluna 3 da figura Desse modo a mat ria conclui que Os professores s o treinados para posteriormente treinar os alunos coluna 4 da figura De fato essa uma pol tica de forma o que produz e acentua a desprofissionaliza o dos professores Levando em considera o que as forma es se desenvolvem numa concep o de treino expresso pelo pr prio discurso oficial concordamos de certa forma com as considera es expostas ao final da figura anterior quando ressaltada a ideia de que os 159 pacotes pedag gicos tecnol gicos s o usados pelas secretarias de Educa o para mais uma vez culpar os professores pelo fracasso educacional Estes projetos desqualificam e destituem os saberes docentes retirando dos professores o seu papel de organizar e construir conhecimentos metodologias e pr ticas ver coluna 4 da figura anterior Diante dessa situa o n o foi sem motivo que o Sepe passou a se colocar d
8. SIRUOLPEN SOjUO ap op Sagduajut sea Saura OJUaLa a wogyu pi g e 9PEPTRIO I onp onmpwuysop a anb ap woSendur susdesuama seu opguas o 19 SOCNILNOD VSANSALAOd VAONIT AA AV INIRRANO VISOdONA SALHOAST E VANLTNO OV VINCA AA TVAINNAN VINVISRIDAS VHTHA VIA 4A TVAIDINDA VANLIASFA opeogm is mque qos S Fonte Caderno de planejamento da professora pesquisada 2010 183 Fotografia 10 Conte dos program ticos orientadores do trabalho com a Linguagem Escrita 1 ao 5 ano do ensino fundamental 2010 TEQUA 2 FUMON vIDUEpIOSUOD LLZ 2 SIRISUNN soprumgapur a soprutjap soBnry ssoanolpy QUIS L WOI Op1092 Sp saurouold 9 dap saue W OLELOLDIP OP OSA OUIEIQIIN OUIFUQUIS BOIQUIIS OSAI Banesodum 2 eane3au CANESOLajUL BAnvUINI vAnZUIZ OXO sospsy op sodrf nes 2 oumu OUZO SENUIOS 2 Md SIULON 03X2 08 sopronds nn 313 SONIpRIBOZIO sopadsy lt og eniuaoy 3 Ogen d SEJJa ap OPB BIF 3 OIIQRITV 932 2 SVJIAON SBDISNIN sepuvdedold SOSED osn ap sag nssu semg SEPRIVA SULOLSIH SEIS SEND90Y SOJpen SeImuta SUSdELI 2 SOyuasad Sed 9 SEMABIO SE PEILISIDAIP SEINJN ISS gozo ap og npoJd op 31244 lt emosqg S SVIJ WA 01X3 O IIPIAIP EIE e op sosmoa ap oseaan a u ajuonbaly stew eges3oyo ap s k opepijiqesa semejed w ogen ap OTULIOP WOI S0 X3
9. do dever de casa qual seja Voc concorda que a festa dos jogos da Copa do Mundo uma festa mundial pelo menos tr s crian as levantaram a m o para discordar K eu n o concordo professora como uma festa mundial se s 32 pa ses que participam da festa ent o como pode ser uma festa mundial Professora l a sua resposta L L eu n o concordo porque nem todos os pa ses do mapa m ndi participam da festa Professora l a sua resposta A A eu e o L respondemos juntos Professora essa a opini o deles e devemos respeitar encerrou com esse coment rio a corre o das atividades de casa Pelo fato de a professora perceber que apenas tr s crian as haviam feito o texto solicitado na quest o e do dever de casa Fa a um pequeno texto relacionado com as respostas pesquisadas com o tema A Copa do Mundo 2010 ela solicitou que a turma ent o a fizesse em sala de aula Ap s todos terem feito o pequeno texto a professora pediu que um a um viesse frente do grupo e lesse medida que as crian as liam ela fazia interven es relativas pron ncia correta de palavras O enfoque daquela atividade de leitura foi perceber avaliar o desenvolvimento das crian as no tocante habilidade de decodifica o palavras frases texto e entona o Ap s essa atividade a professora anunciou a atividade n mero nove Disse classe que iria escrever na lousa o segundo texto informativo env
10. es a seguir estabelecidas DO OBJETO CL USULA PRIMEIRA O presente Termo de Coopera o T cnica tem por objeto a conjuga o de esfor os entre as partes para a promo o de a es e atividades que contribuam para o processo de desenvolvimento educacional do munic pio visando melhoria do Indice de Desenvolvimento da Educa o B sica IDEB Par grafo nico O MEC designa como unidades executoras do presente Termo de Coopera o T cnica o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o FNDE a Secretaria de Educa o Especial SEESP a Secretaria de Educa o a Dist ncia SEED a Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade SECAD a Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica SETEC e a Secretaria de Educa o B sica SEB O que chama a aten o nesse texto especificamente o que est expresso na cl usula primeira do objeto do documento Ou seja por meio da assinatura desse documento que o munic pio convocado a se esfor ar para promover uma perspectiva educativa com um fim central melhorar o Ideb 8 A vers o completa desse documento pode ser encontrada no site do MEC Dispon vel em lt http simec mec gov br cte relatoriopublico principal php system cooperacao amp ordem 5 amp inuid 1345 amp itrid 2 amp est Espirito Santo amp mun Vila Velha amp municod 3205200 amp estuf ES gt Acesso em 16 set 2010 Na mesma p gina poss vel pesquisar a situa
11. es de tra balho a infra estrutura e a cultu ra e a realidade de cada escola e de seus alunos Mas serve para formar uma identidade de traba lho em que os profissionais de vem ser obedientes criativos respons veis e competitivos dentro dessa perspectiva que es ses projetos de qualidade de defasagem idade s rie com base na disciplina e rigidez empresa rial est o sendo implementados para resolver o problema da re ten o e alto n mero de analfa betos funcionais O pior que tratam a escola p blica como um grande labora t rio em que esses projetos en tram como experimentais e nos sos alunos e profissionais da edu ca o como cobaias Os projetos compensat rios ALFA e BETO ACELERA e SE LIGA usados pela Secretaria Municipal de Edu ca o do Rio assim como pela Secretaria Estadual de Educa o j foram aplicados em outros lu gares do Brasil e o fracasso de seus resultados por n o trazerem uma mudan a efetiva nas pol ti cas pedag gicas j um fato h muito conhecido Nesta p gina e na seguinte voc pode conhecer um pouco mais sobre quanto es ses projetos s o nocivos para a educa o p blica de qualidade Fonte Dispon vel em lt http Avww mhweb com br seper admin fotos boletim boletim1 1 pdf gt Acesso em 2 nov 2010 Conforme expresso na primeira coluna dessa figura no caso do Estado e Munic pio do Rio e Janeiro para tentar mascarar os dados de ava
12. o s pol ticas sociais alterado a partir do diagn stico da crise S o duas as suas prescri es racionalizar recursos e esvaziar o poder das institui es j que institui es democr ticas s o perme veis s press es e demandas da popula o al m de serem consideradas como improdutivas pela l gica de mercado Assim a responsabilidade pela execu o das pol ticas sociais deve ser repassada para a sociedade para os neoliberais atrav s da privatiza o mercado e para a Terceira Via pelo p blico n o estatal sem fins lucrativos PERONI 2006 p 14 grifo nosso Essa autora lembra que o Plano de Reforma do Estado no Brasil BRASIL MARE 1995 prop e que as empresas p blicas sejam privatizadas ou transformadas em organiza es sociais organiza es parceiras do Estado n o dirigidas pelo Poder P blico mas recebendo fundos p blicos Essa autora ainda chama a nossa aten o para o fato de que o Estado continuar financiando essas organiza es apesar de o controle pol tico e ideol gico passar para as ditas organiza es p blicas n o estatais pois conforme acentua Pereira 1996 p 14 citado por essa autora O Estado Social Liberal que social porque mant m suas responsabilidades pela rea social mas liberal porque acredita no mercado e contrata a realiza o dos servi os sociais de educa o sa de cultura e pesquisa cient fica de organiza es p blicas n o estatais que fi
13. o da estrutura do texto Para exemplificar ela produziu um texto mostrando como deveriam encaminhar a feitura dos textos individuais De que modo ela procedeu A professora foi utilizando as respostas em torno das perguntas de uma das entrevistas feita por uma crian a de forma que o texto estrutura modelo ficou assim Geovane Medeiros O nome completo do colega entrevistado Geovane Medeiros Trancoso Ele tem 8 anos possui irm os N o tem mania costuma passar as f rias em Interlagos bairro que pertence ao munic pio de Vila Velha Sua brincadeira preferida o futebol Gosta da disciplina de Matem tica Hist ria e Geografia Pratica futebol na escolinha do Marola Ap s compor esse texto a professora chamou a aten o da turma para a necessidade do uso da v rgula do ponto no final das frases e da cria o de um novo par grafo Chamou a aten o tamb m para o emprego de letras mai sculas e min sculas e observou que no in cio das frases preciso usar letra mai scula chegando a sublinhar todos os casos dos usos de letra mai scula no texto estrutura modelo Antes de permitir que as crian as iniciassem a produ o a professora pediu que todas prestassem aten o ao que ela iria falar 131 Utilizamos aqui o nome fict cio da crian a 221 pessoal aten o antes de voc s come arem eu quero dizer que a professora est preocupada com alguns alunos aqui da sala sil ncio ano
14. o hist rica nos esfor amos arriscamos em focar compreender como e com que finalidade s pol tica s o discurso oficial do MEC tratou e ou tem tratado o ensino da leitura e da escrita chegando a caracteriz lo na atualidade como letramento Consideramos que as palavras temas fen menos s ganham sentido se compreendidas no contexto em que foram enunciadas Para desenvolver essa compreens o pela via hist rica buscamos em Bakhtin 2003 p 314 uma orienta o metodol gica Para esse pensador compreender cotejar com outros textos num novo contexto retomar a palavra H portanto sempre o encontro de dois textos do que est conclu do e do que est sendo elaborado em rea o ao primeiro H portanto encontro de dois sujeitos de dois autores BAKHTIN 2003 p 333 Por essa raz o esse autor afirma N o existe a primeira nem a ltima palavra e n o h limites para o contexto dial gico este se perde num passado sem limites e ao futuro sem limites N o existe nada absolutamente nada morto cada sentido ter a sua festa de renova o Quest o do grande tempo BAKHTIN 2008 p 410 Cotejar aqui implica estabelecer o di logo e portanto pressup e suscitar as palavras as vozes que povoam ram o contexto social e hist rico em que foi se configurando o ensino da leitura e da escrita no Brasil Bakhtin Voloch nov 2006 p 41 esclarece 87 as palavras s o
15. sil ncio em nosso globo terrestre existem blocos de terras que chamamos de continentes vamos ver no mapa m ndi Classe sil ncio Professora apontou para o continente americano aqui o continente americano o Brasil fica aqui nesse continente quem sabe dizer em que continente fica o pa s onde ser a copa Classe continente africano Professora ah ent o agora vamos fazer uma atividade de dois em dois voc s v o vir at o mapa m ndi e localizar em quais continentes est o os pa ses que participar o da copa Ap s essa atividade em dupla a professora colocou o mapa m ndi sobre sua mesa convidou todas as crian as para se localizarem ao redor dele e estabeleceu o seguinte di logo Professora turminha voc s est o vendo essas linhas aqui apontou para as linhas horizontais e verticais que cortam o mapa m ndi J deixa eu v B eu tamb m quero v empurra empurra e barulho todos querem ver o mapa Professora pessoal sil ncio todos v o ver Classe sil ncio Professora essas s o linhas que vemos aqui no mapa mais se olharmos para o c u n o veremos nada porque s o linhas criadas pelos cart grafos para facilitar a localiza o das coisas no globo terrestre Classe sil ncio algumas crian as olham para fora da janela para ver o c u Professora agora cada dupla vai mostrar no mapa a localiza o dos pa ses que eu disser o nome
16. Informativo do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educa o do Rio de Janeiro Fundado em 16 de julho de 1977 Boletim do Sepe Especial Unificado outubro de 2010 4 Projetos implantados pela SEE e SME s o um ataque autonomia pedagogica e gest o democr tica da escola Nos v rios projetos implan tados pela SEE e pela SME h uma rotina de aula r gida para o professor Isto vai contra uma das caracter sticas mais impor tantes de todo o planejamento que a possibilidade de adequa o para atender a uma din mi ca pr pria da a o Exigem que os professores sejam criativos mas como ser criativo se 0 pro grama j vem pronto e com as condi es das escolas que mui tas delas sequer possuem uma sala de leitura EO controle feito por pro fissionais estranhos ao quadro da escola rigidez da rotina invi abiliza o rito tira do professor a possibilidade de refletir sobre o seu pr prio trabalho e cristaliza a aula As supervisoras assistem as aulas e se preocupam princi palmente se os professores es t o cumprindo a rotina o deter minado nos livros ou se est o atrasados Mesmo se os alunos n o est o acompanhando Esta intromiss o acaba tirando a au tonomia do professor sobre o processo de aprendizagem E Os projetos acontecem como algo externo a escola e normalmente n o h envolvi mento com outros profissionais da mesma unidade escolar E O fato dos materiais serem produz
17. a esses dois produtos do MEC orientados pela perspectiva construtivista interessante acrescentar alguns coment rios que tecemos a seguir Sobre os PCNs sempre importante lembrar que sua condi o de produ o esteve balizada tamb m pelas orienta es pol ticas econ micas e ideol gicas das confer ncias e dos organismos financeiros internacionais conforme aponta Corinta Geraldi em um texto intitulado Algumas condi es de produ o dos Par metros Curriculares Nacionais Nesse texto Geraldi 2006 p 14 15 afirma que a implanta o dos PCNs previa as seguintes fases a primeira fase foi a divulga o ent o deixando claro que j foi proposto j foi elaborado pelo MEC de modo que agora seria iniciada a implanta o a segunda fase consistiria na adapta o desses Par metros nos Estados ou elabora o a partir da das diretrizes a terceira fase seria a de adequa o em que na escola o projeto do Estado vai ser adequado e concretizado ao n vel do projeto pedag gico da escola mas essa adequa o vai ser feita nesse terceiro n vel A produ o j est conclu da pelo MEC e a quarta fase a realiza o do processo ensino aprendizagem a programa o a adequa o do conte do ao grupo de alunos e isso cabe ao professor Diante disso a autora afirma Temos portanto duas palavras chave a produ o e a divulga o na primeira fase fun es ex
18. e o psic logo se empenharia com sua orientanda de mestrado Walkiria Duarte Raphael na confec o de um Dicion rio Enciclop dico Ilustrado Tril ngue Libras Portugu s e Ingl s que tem como autor do pref cio o neurologista Oliver Sacks autor de Tempo de Despertar que deu origem ao filme hom nimo de Penny Marshall 1986 um dos preferidos de Capovilla Ao comentar sobre o livro indicado ao pr mio Jabuti no ano passado Capovilla deixa a mod stia definitivamente de lado Quer amos fazer um dicion rio t o bom quanto o da norte americana Elaine Costello o Random House Webster s American Sign Language Dictionary minha paix o Quando conclu mos o nosso fui apresent lo numa palestra na Gallaudet University em Washington e ouvi que era superior a qualquer outro diz A Gallaudet uma universidade norte americana especializada no ensino de pessoas surdas ou com dificuldades auditivas Uma coisa leva a outra no mundo da linguagem e foi ao estudar crian as com dislexia que Capovilla se viu iluminado pelo m todo f nico ensinar os disl xicos com a ajuda do m todo praticamente uma unanimidade cient fica A dislexia um dist rbio de aquisi o de linguagem escrita de natureza heredit ria com um c rebro anatomicamente diferente explica o 136 psic logo casado com Alessandra tamb m psic loga sua parceira na autoria de tr s livros sobre o m todo f nico Foi uma surpre
19. entendida assumida como algo acabado transmitido atrav s das gera es Sendo assim o que interessante para essa corrente de pensamento n o seria a rela o do signo com a realidade vida por ele refletida ou com o sujeito que dela efetivamente faz uso mas a rela o do signo para o signo no interior de um sistema de signos Podemos ent o pensar que o signo considerado pelo objetivismo abstrato independente das significa es ideol gicas que o atravessam 128 Lembramos que essas quatro proposi es que comp em o objetivismo abstrato constituem a ant tese das quatro proposi es da corrente do pensamento filos fico lingu stico denominada por Bakhtin 2006 p 74 de subjetivismo idealista 208 Bakhtin 2006 p 99 questiona essa orienta o do pensamento filos fico lingu stico e diz que A l ngua no seu uso pr tico insepar vel de seu conte do ideol gico ou relativo vida Por isso esse autor defende a ideia de que Para se separar abstratamente a l ngua de seu conte do ideol gico ou vivencial preciso elaborar procedimentos particulares n o condicionados pelas motiva es da consci ncia do locutor BAKHTIN 2006 p 99 E complementa Se maneira de alguns representantes do objetivismo abstrato fizermos dessa separa o abstrata um princ pio se concedermos um estatuto separado forma lingu stica vazia de ideologia s encontraremos sinais e n o mai
20. es qualitativas de umas formas em outras pelo complicado entrecruzamento dos processos de evolu o e involu o pela rela o entre fatores internos e externos e pelo intricado processo de supera o das dificuldades e de adapta o VIGOTSKI 1987 p 151 tradu o de GONTIJO 2002 Nesse sentido complementa a autora o processo de elabora o das rela es entre o oral e o escrito n o linear e depende em consider vel extens o da pr tica pedag gica de alfabetiza o GONTIJO 2003 p 2 E como se daria a pr tica pedag gica de alfabetiza o Essa um pergunta importante a ser considerada pois desse entendimento temos orienta es para organizar um olhar sobre as pr ticas das professoras alfabetizadoras Gontijo 2005 p 64 nos ajuda na compreens o desse questionamento ao dizer que a alfabetiza o um processo hist rico cultural de inser o da crian a no mundo da linguagem escrita ou da cultura escrita Pensando em subsidiar tanto as pr ticas educativas de alfabetiza o quanto uma teoria coerente de alfabetiza o essa autora prop e um conceito aberto de alfabetiza o buscando abranger as diferentes pr ticas de produ o de textos orais e escritos e as diferentes possibilidades de leitura produzidas e reproduzidas pelos diversos grupos sociais e a dimens o ling stica da alfabetiza o GONTIJO 2005 p 66 nessa dire o que essa pesquisadora a
21. fazem parte do universo infantil como o de um livro A prioridade dada associa o entre fonemas e letras o principal ponto que divide defensores do m todo f nico e os que adotam propostas construtivistas No m todo f nico a nfase est em ensinar a crian a a associar rapidamente letras e fonemas Ou seja a crian a aprende rapidamente que o c digo que representa a letra A associado ao som A Para isso o m todo f nico lan a m o de material did tico com textos produzidos para esse fim Vov viu a uva por exemplo pode ser usado para ensinar crian a que aquele c digo da letra V associado a um som Entre os construtivistas h correntes que variam entre os que rejeitam completamente o m todo f nico e aqueles que aceitam alguns elementos da teoria O ponto comum entre a maioria dos construtivistas por m rejeitar a prioridade do processo f nico e principalmente o uso de um material nico a ser aplicado em todos os alunos Por isso que as escolas dessa linha tendem a usar textos j escritos por outros autores no processo de alfabetiza o Apesar da predomin ncia das teorias construtivistas nos atuais par metros curriculares os defensores do m todo f nico v m ganhando visibilidade ap s alguns pa ses desenvolvidos terem revisto a nfase dada no passado ao m todo global whole language em ingl s usado por muitos construtivistas Os governos da Fran a Inglaterra
22. o de todos os munic pios deste pa s que aderiram ao Termo de Coopera o T cnica importante observar que esse documento foi assinado no ltimo ano da gest o do prefeito Max de Freitas Mauro gest o 2005 2008 10 Grifos do pr prio documento 24 Nossa viv ncia em Linhares e em Vila Velha nos instigou a observar e a constatar que nessa mesma poca concretamente todo o Pa s de norte a sul passou a utilizar os par metros do Ideb como sin nimo de educa o de qualidade Sob a nossa tica isso ocorreu com a participa o efetiva do MEC pois conforme podemos ler em mat ria jornal stica o ministro da Educa o Fernando Haddad pessoalmente telefonou para os ltimos 15 prefeitos que ainda n o haviam assinado o Termo de Ades o No dia 30 de julho de 2008 foi completada a inscri o de 100 dos munic pios brasileiros Com essa a o do ministro a agenda do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educa o estava assentada pelo menos em termo de aceite oficial dos munic pios ao assinarem o Termo de Coopera o T cnica em todo o territ rio nacional Percebemos a partir de ent o que escolas e Secretarias Municipais e Estaduais de Educa o passam a proferir o discurso da qualidade pensada pelo MEC e a agir segundo suas orienta es tal como uma esp cie de ranquiamento entre esses segmentos No caso de Vila Velha assim como em Linhares aconteceu algo interessante na mudan a dos encaminhamentos
23. promulgada em 20 de dezembro de 1996 94 emprestou Nesse novo cen rio seu olhar muda de foco ou seja o mais importante para esse organismo passar a tomar conta dos pa ses inserindo os cada vez mais na l gica neoliberal Diante de tal exig ncia de que modo o Brasil reagiu Conforme assinalamos durante o governo Collor o Pa s se portou rebelde no sentido de n o desenvolver os trabalhos indicados pelas ag ncias internacionais A t tulo de exemplo quando o Brasil retornou da Confer ncia Educa o para Todos EPT ocorrida em Jomtien na Tail ndia 5 a 9 de mar o de 1990 mesmo ano em que Washington apresentou o seu relat rio para os pa ses em desenvolvimento trouxe uma agenda cheia de trabalhos para desenvolver em casa trabalho a ser projetado para cerca de dez anos O que aconteceu Ele n o se preocupou com os trabalhos Desde a prepara o para a Confer ncia que ocorreu em um per odo de transi o de governo no Pa s j haviam acontecido alguns transtornos Esse fato descrito por Moacir Gadotti no texto Educa o para todos avalia o da d cada 2000 da seguinte forma A prepara o da confer ncia se deu em um momento de transi o de governo no Brasil no final de 1989 para 1990 Aqueles que prepararam as propostas a serem levadas para a confer ncia n o puderam participar dela porque o governo mudou A delega o que foi para Jomtien com exce o das pessoas vinculadas sociedade
24. toda a sustenta o financeira passou a ser montada a partir de capta o de recursos privados Por isso esse autor chega a afirmar que Os doadores s o apresentados como patrocinadores da organiza o e encontram se divididos em tr s n veis que variam de acordo com o valor do repasse MARTINS 2009 p 5 A organiza o conta basicamente com os seguintes patrocinadores Grupo Gerdau Grupo Suzano Grupo P o de A car Funda o lta Social Funda o Bradesco Organiza es Globo Funda o Educar D Paschoal Instituto Ita Cultural Fa a Parte Instituto Brasil Volunt rio Instituto Ayrton Senna Cia Suzano Banco ABN Real Banco Santander Instituto Ethos entre outros No conjunto destacam se aqueles grupos com atua o predominante no setor financeiro Segundo aponta Martins 2009 o Grupo Gerdau ligado ao setor de metalurgia ocupa a chamada cota ouro e se destaca como principal patrocinador da entidade Conforme esse autor embora na p gina do site do TPE http todospelaeducacao org br n o estejam dispon veis os valores das doa es estima se que eles girem em torno de cifras consider veis Essa infer ncia se baseia no volume de gastos do grupo em projetos de responsabilidade social especialmente os identificados como da rea da Educa o apurados na an lise do Relat rio Anual da empresa O documento referente ao exerc cio de 2007 revela que foram gastos 72 7 milh es de r
25. 2005 2007 e 2009 O IAB tem uma proposta que pode ajudar o seu munic pio a mudar substancialmente essa realidade Prev o aprendizado e a utiliza o de pr ticas mais eficazes para promover a melhoria da qualidade da educa o Veja como funciona nosso programa Em 2010 aplica se o programa aos alunos do 4 ano o in cio se d no 2 semestre Em 2011 esses mesmos alunos j no 5 ano continuam o programa A Cole o Prova Brasil inclui materiais que ajudam a rever a mat ria e preparar os alunos para as provas de Matem tica e L ngua Portuguesa Os materiais podem ser usados no turno regular ou no contraturno Um teste diagn stico ajuda a definir por onde come ar Al m dos materiais o IAB oferece capacita o assist ncia t cnica e provas para serem aplicadas ao final de cada etapa Todos os materiais do IAB s o desenvolvidos com base nas evid ncias cient ficas mais atualizadas sobre o que mais funciona no ensino de cada disciplina educa o baseada em evid ncias e utiliza t cnicas de ensino estruturado A quem se destina Alunos que cursam o 4 ano em 2010 e que far o a Prova Brasil em 2011 O programa continua com os alunos que estar o no 5 ano em 2011 Com base na experi ncia adquirida no segundo semestre de 2010 o munic pio pode decidir adotar as propostas do IAB para as s ries regulares de forma a preparar desde j os alunos que far o a Prova Brasil em 2013 Como consta
26. 80 os programas de ajuste estrutural ou seja nova modalidade de empr stimo n o vinculada a projetos mas sujeita a condicionalidades amplas e severas de cunho macroecon mico e setorial Isso implica dizer que o BM empresta dinheiro desde que este seja conjugado com seus interesses que neoliberal Isso not rio conforme lembra Soares 1998 p 23 grifo nosso O objetivo dos programas de ajuste assegurar o pagamento da d vida e transformar a estrutura econ mica dos pa ses de forma a fazer desaparecer caracter sticas julgadas indesej veis e inconvenientes ao novo padr o de desenvolvimento neoliberal protecionismo excesso de regula o intervencionismo elevado grau de introvers o entre outras A id ia central que passou a vigorar que a maior parte das dificuldades desses pa ses se encontra neles pr prios sobretudo na rigidez de suas economias Consequentemente reformas profundas em suas institui es e pol ticas passaram a ser consideradas mais importantes do que o al vio da d vida Diante dessas coloca es podemos inferir e ou afirmar que at os anos 80 precisamente 1982 o BM fazia o empr stimo visando a receber de volta o que Dermeval Saviani em seu livro intitulado Da nova LDB ao Plano Nacional de educa o por uma outra pol tica educacional 1998 apresenta uma interessante discuss o em torno dessa Lei abordando as lutas travadas em seu processo composicional at o momento em que
27. Cadernos de Pesquisas n 114 nov 2001 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ci ncias humanas e sociais 8 ed S o Paulo Cortez 2006 C CO Dilza Pr ticas de leitura na alfabetiza o 2006 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal do Esp rito Santo Vit ria 2006 CORTEZ Margarida de Jesus A pr tica alfabetizadora em quest o compet ncias necess rias 2003 Tese Doutorado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal 2008 CRUZ Magna do Carmo Silva Alfabetizar letrando alguns desafios do 1 ciclo no ensino fundamental 2008 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal de Pernambuco Recife 2008 DUARTE Newton A individualidade para si contribui o a uma teoria hist rico cultural da forma o do indiv duo Campinas SP Autores Associados 19983 FERREIRO Em lia Com todas as letras S o Paulo Cortez 1999 FERREIRO Em lia TEBEROSKY Ana Psicog nese da l ngua escrita Porto Alegre Artes M dicas 1985 FREITAS Maria Teresa de Assun o A perspectiva s cio hist rica uma vis o humana da constru o do conhecimento FREITAS Maria Teresa de Assun o KRAMER S nia SOUZA Solange Jobim Ci ncias humanas e pesquisa leituras de Mikhail Bakhtin S o Paulo Cortez 2003 p 26 38 FRIGOTTO Ga
28. Cortez 2008 KOCH Ingedore Villa a ELIAS Vanda Maria Ler e escrever estrat gias de produ o textual 2 ed S o Paulo Contexto 2010 LIB NEO Jos Carlos Educa o escolar pol ticas estrutura e organiza o S o Paulo Cortez 2008 LUDKE Menga ANDR Marli Elisa Dalmazo Afonso de Pesquisa em educa o abordagens qualitativas S o Paulo EPU 1986 MACEDO Donaldo Alfabetiza o linguagem e ideologia Educa o amp Sociedade Campinas SP ano XXI n 71 Dez 2000 Dispon vel em lt http www scielo br pdf es v21n73 4208 pdf gt Acesso em 12 abr 2012 MARCUSCHI Luiz Ant nio Produ o textual an lise de g neros e compreens o S o Paulo Par bola Editorial 2008 MARTIN Daniela Taranta Pr ticas de alfabetiza o nas s ries iniciais do ensino fundamental uma an lise das metodologias na perspectiva hist rio cultural 2005 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Cat lica de Goi s Goi nia 2005 MARTINS Andr Silva Todos pela educa o o projeto educacional de empres rios para o Brasil s culo XXI Dispon vel em lt http www anped org br reunioes 31ra 1trabalho GT09 4799 Int pdf gt Acesso em 18 out 2009 MENEZES Ebenezer Takuno de SANTOS Thais Helena dos Plano Decenal de Educa o para Todos verbete Dicion rio Interativo da Educa o Brasileira EducaBrasil Dispon vel em lt http Avww educa
29. I3A2SH eonpqgye vuasa e opuezign g ewed oistaord oraug3 op sojxa Fonte Caderno de planejamento da professora pesquisada 2010 184 Fotografia 11 Conte dos program ticos orientadores do trabalho com a Linguagem Leitura 1 ao 5 ano do ensino fundamental 2010 semg souuLpenh w seuoIstH soongod soxar steof ap sojxa f SHGUBJUE SCHOJSTH SaOsmoxa ap souojejay SOprogisse o SEjOpSU SQUo UT sojuawtajdn SNUF I SEBO Seguen a saaug Seane a SUBBOIS SCIIUNUY SBIONON SEqULIPEN 2 SOIQIPAOIJ seara saremdog sepu SOSPIA SUISTAIY sermoy a SEAI siena SOXA SBION 9 SOLPSLDANUR IP SAQUE SBJABIBA B O SEQUIPEZNIO SRULAIpY 3 SEpUSpita 2901 3p SESHUBD SEIRABIL SO OQUIIS vanur T OBSBOIFUA 9 proua ogdojos cp eiojenso Wo3 ap yeys Opusur s2 esed soised soxau Fonte Caderno de planejamento da professora pesquisada 2010 185 Ap s o contato com o curr culo de l ngua portuguesa do munic pio dialogamos com a professora e a pedagoga da escola pesquisada a respeito dos objetivos de ensino prescritos dos tipos de textos indicados bem como de sua distribui o aos longo dos anos iniciais do ensino fundamental Tal di logo nos ajudou entender que a escolha dos textos e portanto a feitura do documento levou em considera o o livro did tico adotado pela rede e pela escola qual seja Porta Ab
30. L via de WARDE Miriam Jorge HADDAD S rgio Org O Banco Mundial e as pol ticas educacionais 2 ed S o Paulo Cortez 1998 p 15 40 TORRES Rosa Maria Melhorar a qualidade da educa o b sica as estrat gias do Banco Mundial TOMMASI L via de WARDE Miriam Jorge HADDAD S rgio Org O Banco Mundial e as pol ticas educacionais 2 ed S o Paulo Cortez 1998 TRAVAGLIA Luiz Carlos Gram tica e intera o uma proposta para o ensino de gram tica no 1 e 2 graus S o Paulo Cortez 1996 YIN Robert K Estudo de caso planejamento e m todos 2 ed Porto Alegre Bookman 2001 ZACCUR Edwirges Alfabetiza o pr ticas emancipat rias em vez de velhos m todos com novos discursos In ZACCUR Edwirges Org Alfabetiza o e letramento o que muda quando muda o nome Rio de Janeiro Rovelle 2011 255 ZUNINO Helo sa Marinho Wichern Professoras alfabetizadoras concep es e pr ticas 2003 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade do Vale do Itaja Itaja SC 2008 AP NDICES 256 257 AP NDICE A CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM CAMPO M s Atividades Fevereiro Mar o Apresenta o do projeto de pesquisa para o a diretor a e o a pedagogo a e solicita o formal para o desenvolvimento da investiga o pretendida Reuni o com todos os professores e funcion rios da escola objetivando a apresenta
31. O Plano de Desenvolvimento da Escola PDE Escola uma ferramenta gerencial que auxilia a escola a realizar melhor o seu trabalho focalizar sua energia assegurar que sua equipe trabalhe para atingir os mesmos objetivos avaliar e adequar sua dire o em resposta a um ambiente em constante mudan a considerado um processo de planejamento estrat gico desenvolvido pela escola para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem O p blico alvo do PDE Escola s o as escolas p blicas Prioridade de atendimento do MEC assist ncia t cnica e financeira Classes Ideb A Be C A escolas p blicas municipais e estaduais consideradas priorit rias com base no IDEB de 2005 Ideb at 2 7 para anos iniciais e at 2 8 para anos finais B escolas p blicas municipais e estaduais consideradas priorit rias com base no IDEB de 2007 Ideb at 3 0 para anos iniciais e at 2 8 para anos finais C escolas p blicas municipais e estaduais n o priorit rias por m com IDEB de 2007 abaixo da m dia nacional IDEB abaixo de 4 2 para anos iniciais e abaixo de 3 8 para anos finais Para a implementa o do PDE Escola foram realizados ao longo do ano de 2007 encontros com secret rios estaduais e dirigentes municipais de educa o dos estados e munic pios cujas escolas integram uma lista de 9 861 escolas municipais e estaduais identificadas como escolas de atendimento priorit rio conforme o Indice de Desenvolvimento da Educa o
32. O Unicef enfatizou a educa o integral e suas necessidades b sicas o Unicef tentou dar uma conota o mais qualitativa abordando qualidade de vida de nutri o e de sa de das crian as O Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUD real ou a id ia de que a melhoria dos ndices de educa o acabaria produzindo melhor crescimento econ mico O Banco Mundial esteve mais preocupado com o gerenciamento dos recursos batendo na tecla de que h recursos para a educa o mas s o mal aproveitados GADOTTI 2000 p 28 29 grifo nosso Dessas quatro ag ncias a partir desses eventos o BM apareceu nos ltimos anos em mbito geral como o de maior visibilidade no panorama educativo global ocupando em grande parte o espa o tradicional da Unesco E como ele conseguiu essa proeza Conforme lembra Torres 1998 p 125 126 O Banco Mundial transformou se na principal ag ncia de assist ncia t cnica em mat ria de educa o para os pa ses em desenvolvimento 96 O evento de Jomtien culminou com a elabora o de um documento oficial intitulado Declara o Mundial Sobre a Educa o para Todos ou como ficou conhecido Relat rio da Comiss o Internacional da Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura Unesco ou mais popularmente como Relat rio Jacques Delors que veio a chamar a aten o dos pa ses em desenvolvimento para o seguinte enfoque melhorar a q
33. O tio e a tia 02 14 3 N o recebe ajuda 02 14 3 Total 14 100 306 Tabela 24 Distribui o das crian as tendo em vista se j haviam estudado em outra escola antes da atual ver quest o 20 Estudado em outra F escola Sim 14 100 N o Total 14 100 Tabela 25 Distribui o das crian as tendo em vista se a escola que j haviam freq entado antes da atual pertencia rede p blica municipal ou rede privada ver quest o 20 Rede a que pertencia a F escola anterior P blica municipal 13 92 8 Privada 01 7 2 Total 14 100 Tabela 26 Distribui o das crian as conforme sua aprecia o pela escola onde estuda ver quest o 21 Aprecia a escola F Sim 12 85 7 N o 01 7 2 Mais ou menos 01 7 2 Total 14 100 Tabela 27 Distribui o das crian as conforme sua justificativa em torno de sua aprecia o positiva pela escola onde estuda ver quest o 21 Justificativa pela F aprecia o positiva aferida escola Porque uma escola alegre e divertida 04 33 3 Porque na escola tem boas atividades na sala 02 16 6 de aula Porque tem inform tica Porque podemos brincar 01 8 3 e aprender muitas 01 8 3 coisas Porque uma escola 01 8 3 espa osa pra correr Porque eu aprendo mais 01 8 3 aqui do que na outra 01 8 3 escola SEMEI 01 8 3 N o justificou Total 12 100 Observa o Esta tabela levou em considera o as respostas das 12 crian as que apreciam a escola positivamente conform
34. Quais os objetivos que norteiam esse procedimento Existe um perfil ideal de leitor a ser alcan ado 33 Quais atividades podem ser desenvolvidas fora do espa o da sala de aula que voc considera importante para a forma o de sujeitos leitores Essas atividades s o acess veis aos seus alunos 279 AP NDICE H FORMUL RIO DE REGISTRO DE DI RIO DE CAMPO O di rio de campo ser um instrumento de pesquisa destinado ao registro de aspectos importantes a partir das observa es desenvolvidas em sala de aula Escola Data Hor rio 1 Observa es 280 AP NDICE I ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM AS CRIAN AS Este roteiro ser utilizado para coletar informa es com as crian as para melhor caracteriza las 1 Nome 2 Pais 3 Irm os 4 Pessoas que moram com a crian a 5 Programas midi ticos favoritos R dio TV Outro s 6 Divers o preferida da crian a 7 Quais os lugares a que ela j foi Quem o a acompanhou Cinema Teatro Show musical Livraria Bibliotecas Banca de revistas 8 Ajuda em casa Como 9 Trabalha fora de casa Onde Quantas horas uma atividade remunerada 10 Gosta de ler O qu 11 Quando voc l 12 Quem l com ou para voc em casa 13 Quando voc escreve Por qu 14 O que voc mais gosta de fazer Ler ou escrever Por qu 281 15 Quais os presentes que costuma ganhar 16 Dentre os presentes que c
35. a professora recomendou que as crian as voltassem para suas mesas e ent o enunciou a seguinte orienta o Professora agora voc s ir o desenhar a Bandeira do Brasil quem conseguir terminar logo o desenho pode adiantar o dever de casa aqui na sala ou fazer a bandeira de um outro pa s que participar da copa Classe OBA Professora aten o pra fazer a bandeira de um outro pa s voc deve vir de dois em dois at aqui onde est o mapa mundi escolha os pa ses e as bandeiras e depois voltem pra sua mesa pra 194 fazerem o desenho aten o turminha sil ncio as bandeiras mais caprichadas coloridas bem desenhadas ser o expostas nas paredes da sala Enquanto as crian as desenvolviam essas atividades havia chegado a hora de encerrar a aula naquele dia Pelo fato de no dia seguinte 10 06 2010 n o ter tido aula para as crian as devido realiza o de atividade que a escola denomina de Plant o Pedag gico o trabalho teve continuidade no dia 11 06 2010 No dia 11 06 2010 a atividade n mero quatro consistiu na verifica o do dever de casa proposto no dia 09 06 2010 Praticamente todas as crian as fizeram as tarefas Apresentaram felizes as bandeiras que haviam desenhado e pintado A professora ap s conversar sobre as respostas das crian as em torno das quest es que haviam ficado para o dever de casa fixou todas as bandeiras nas paredes da sala de aula Nenhum coment rio foi tecido a
36. as das classes citadas n o ficavam retidas da Fase para a Fase Il Somente quando elas passassem da Fase Il para o 3 ano que se necess rio seguindo os crit rios b sicos propostos pelo projeto ficariam retidas Constatamos nas atas oficiais que localizamos na secretaria escolar que as nomenclaturas utilizadas no tocante avalia o final das crian as eram PROMOVIDO A caso a crian a fosse aprovada para o ano seguinte e REPROVADO A caso a crian a ficasse retida No tocante caracteriza o pedag gica da escola tomamos como base para a coleta de dados os seguintes elementos seu Projeto Pol tico Pedag gico PPP entrevistas com a pedagoga e observa es diretas no contexto escolar Antes de apontarmos as informa es que obtivemos a partir do PPP da escola importante dizer que a vers o desse documento que encontramos no contexto da escola foi elaborada j h alguns anos No documento n o existia uma data de sua feitura nem mesmo o ano A infer ncia ao ano foi poss vel quando tomamos como base o nome do secret rio municipal de Educa o Roberto A Beling Neto portanto esse documento possivelmente foi elaborado entre os anos 2004 2005 A pr pria escola n o lembrava a data Mesmo sendo uma vers o datada h cerca de cinco a seis anos tomamos esse documento para procedermos coleta de dados necess ria pois segundo nos apontou a pedagoga aquela seria a vers o oficial da escola reconhecendo q
37. c o Roberto Marinho que tem o objetivo dar refor o na disci plina de matem tica para os alunos do 9 ano J vem com os materiais prontos DVD e livros utilizando o m todo do Telecurso CIENTISTAS DO AMANH patrocinado pela Sangari Brasil empresa fundada em 1997 pelo fisico Ben Sangari com o prop sito de desenvol ver solu es inovadoras na educa o em ci ncias no en sino fundamental do 1 ao 92 ano empresa integra o Gru po Sangari fundado na Ingla terra em 1965 Aqui no Rio de Janeiro esse projeto che ga as escolas atrav s de um pacote com materiais de la borat rios que n o levam em conta se a escola tem um es pa o apropriado para usalos Boletim do Sepe Especial Redes Estadual Munleipal RJ uma publica o do Sindicato Estadual dos Profizslonals da Educa o do Rlo de Janelro Sape RI R Evaristo da Volga 55 7 8 andares Centro Rio de Janeiro RJ CEP 20031 040 Tal 21950450 www sopar org br Tiragem desta adi o Fonte Dispon vel em lt http Avww mhweb com br seperj admin fotos boletim boletim1 1 pdf gt Acesso em 2 nov 2010 A contrapalavra diante dessas tomadas de decis es oficiais em torno do ensino da leitura e da escrita bem como de outros segmentos da escola p blica no Rio de Janeiro tem sido uma constante conforme podemos constatar nas Figuras 6e 7 a seguir 158 Figura 6 Boletim do Sepe p 4 Edi o fechada em 25 10 2010
38. de inserir o Pa s na trama mundial ocasionando sua subordina o ao capital financeiro internacional A atrelagem financeira ao mercado globalizado reflete se nas demais dimens es da vida social como as pol ticas p blicas de mbito social e entre elas especialmente a educa o E de que modo e ou por quais raz es as prescri es do BM para o Brasil se originaram nesse per odo 1990 Saviani 2007 p 425 lembra que foi exatamente em 1990 que haviam sido publicados os resultados de uma reuni o ocorrida em novembro de 1989 promovida por Jonh Williamson no International Institute for Economy que funciona em Washington por isso o neoliberalismo remete ao termo Consenso de Washington O objetivo desse encontro foi discutir as reformas consideradas necess rias para a Am rica Latina especificamente para os pa ses tomadores de empr stimos Esse autor analisando criticamente o termo Consenso afirma t O termo reforma passou a ser utilizado pelo BM para se referir ao aprofundamento do processo de desregulamenta o e abertura econ mica iniciado nos anos 80 aliado execu o de programas sociais na popula o mais pobre SOARES 1998 p 28 29 91 Na verdade Williamson denominou Consenso de Washigton o conjunto das recomenda es sa das da reuni o porque teria constatado que se tratava de pontos que gozavam de certa unanimidade ou seja as reformas sugeridas eram reclamadas pelos v rios organismo
39. devo colocar me em seu lugar e depois de volta ao meu lar contemplar seu horizonte com tudo o que se descobre do lugar que ocupo fora dele devo emoldur lo criar lhe um ambiente em que o acabe mediante o excedente de minha vis o de meu saber de meu desejo e de meu sentimento BAKHTIN 2008 p 45 Para Freitas 2008 p 35 essa volta do pesquisador ao seu lugar indispens vel ao pesquisador pois se ela n o acontecer este se det m apenas no aspecto da identifica o Ao voltar ao seu lugar que o entrevistador tem condi es de dar forma e acabamento ao que ouviu e complet lo com o que transcendente sua consci ncia Por essa raz o que essa autora afirma Todos esses valores que completam a imagem do outro s o extra dos de sua vis o Deste lugar fora do outro portanto exot pico que o entrevistador pode ir construindo suas r plicas que quanto mais numerosas forem indicam uma compreens o mais real e profunda FREITAS 2008 p 36 Nesses termos apontados pela autora justificaria denominar a entrevista de dial gica pois ela estabelece uma rela o de sentido entre os enunciados na comunica o verbal Essa rela o dial gica marcada n o por uma ordem l gica ou ling stica mas uma rela o espec fica de sentido cujos elementos constitutivos s podem ser enunciados completos por tr s dos quais est um sujeito real FREITAS 2008 p 36 48 Nessa perspect
40. esquerda ele podia acionar a tela sens vel ao toque desdobrar categorias e escrever mensagens a partir das imagens estou com sede quero comer n o gosto desse enfermeiro tenho dor de est mago Em uma paciente de 43 anos com paralisia cerebral com perda auditiva que n o falava e n o era alfabetizada mas sem comprometimento intelectual o sistema de comunica o alternativa desenvolvido por Capovilla permitiu faz la contar hist rias de inf ncia al m de ter aprendido sozinha a ler e escrever quase perfeitamente Outro homem adulto ex engenheiro incapaz de fazer qualquer movimento p de passar a acionar o computador e a TV em um piscar de olhos Literalmente Temos sensores adaptados musculatura orbicular do olho a ltima sobre a qual os pacientes com esclerose lateral amiotr fica perdem o controle conta o mesmo tipo de doen a que atinge o f sico ingl s Stephen Hawking autor de Uma Breve Hist ria do Tempo Rocco Hoje o que conseguimos de mais avan ado o sistema de comunica o alternativa falante com fala pr armazenada que conjuga os verbos automaticamente e pode ser acionada pelo piscar de olhos com varredura linha a linha item a item Um surdo tetrapl gico brasileiro que n o l l bios e n o fala pode se comunicar com um norte americano cego que n o conhe a a l ngua de sinais Do trabalho com deficientes auditivos veio o interesse pela Libras L ngua Brasileira de Sinais
41. gica poderiam acessar Internet tamb m em sala de aula para promover aulas em rede Alguns testes j estavam sendo feitos nessa dire o no segundo semestre de 2010 No tocante aos utens lios da escola observamos que ela possui um fog o industrial uma balan a industrial duas geladeiras verticais uma na sala dos professores e outra na cozinha um freezer horizontal um liquidificador industrial um espremedor de laranja industrial um forno industrial tr s filtros um na cozinha um no p tio coberto do t rreo e um no corredor do piso superior al m de pratos de lou a em que s o servidos os alimentos merenda copos e canecas de lou a onde s o servidos os sucos gua leite achocolatados e tamb m os talheres colheres de sopa Ao visitarmos a cozinha fotografamos o espa o do refeit rio conforme consta a seguir A primeira fotografia apresenta como era a sua mob lia no primeiro semestre letivo J a segunda fotografia na sequ ncia mostra a sua mob lia nova que foi reivindicada pela escola e que chegou no segundo semestre 68 Fotografia 6 Refeit rio escolar mob lia do primeiro semestre de 2010 am asrrastos Fonte Arquivo do pesquisador mar o de 2010 Conforme poss vel observar as mesas e bancos da mob lia anterior eram altos o que dificultava a acomoda o das crian as de seis anos para tomar a merenda escolar Fotografia 7 Refeit rio escolar mob lia reivindicada
42. o de 1995 a 2003 e com a vergonha internacional com a pecha de vice recordista mundial de incompet ncia segundo teste da Unesco e da OCDE em 2008 Folha O m todo f nico j foi utilizado no Brasil e a repet ncia era alt ssima Por que voltar ao que n o deu certo Capovilla O m todo que o Brasil empregava antes dos anos 80 n o era o f nico mas o alfab tico sil bico baseado no ensino repetitivo de s labas N o tem nada a ver com o f nico que baseado no ensino din mico do c digo alfab tico ou seja das rela es entre grafemas e fonemas em meio a atividades l dicas planejadas para levar as crian as a aprender a codificar a fala em escrita e de volta a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento O f nico inteligente l dico e nada mec nico Leva as crian as a serem alfabetizadas muito bem em quatro ou seis meses quando passam a ler textos cada vez mais complexos e variados Ele t o eficaz em produzir compreens o e produ o de textos porque de modo sistem tico e l dico fortalece o racioc nio e a intelig ncia verbal O Observat rio Nacional da Leitura da Fran a e o Painel Nacional de Leitura dos EUA afirmam sua clara superioridade mas o MEC nunca deu crian a brasileira a chance de aprender com o f nico e colher seus frutos Segundo dados de Saeb OCDE e Unesco o construtivismo que reinou absoluto e fracassou aqui e no resto do mundo Ele tem produzido evas o e repet
43. o esse autor afirma que tal perspectiva de leitura tem na base a ideia e para ele isso j passa a se tornar uma realidade de desenvolvimento dos alfabetizados funcionais 207 treinados primordialmente para atender aos requisitos de nossa sociedade tecnol gica cada vez mais complexa MACEDO 2000 p 3 grifo nosso Macedo lembra e concordamos com ele que esse modo de conceber e formar os alfabetizados funcionais n o seria caracter stico apenas dos pa ses industrializados avan ados do Ocidente O autor informa que mesmo no Terceiro Mundo a alfabetiza o utilitarista tem sido defendida como ve culo para a melhoria econ mica o acesso ao trabalho e o aumento do n vel de produtividade Nessa dire o o autor exp e que esse tipo de abordagem de leitura foi formulado claramente pela Unesco ainda nos anos 90 prescrevendo que os programas de alfabetiza o deveriam a partir de ent o preferencialmente estar vinculados a prioridades econ micas E desse modo deveriam transmitir n o s leitura e escrita como tamb m conhecimento profissional e t cnico levando com isso a uma participa o mais plena dos adultos na vida econ mica MACEDO 2000 p 4 E o que essa prescri o da Unesco provocou para os pa ses ocidentais Segundo Macedo essa ideia de alfabetiza o foi incorporada entusiasticamente como meta da maior import ncia pelos defensores da abordagem utilitarista de leitu
44. o do projeto de pesquisa Reuni o com o a professor a alfabetizador a com quem faremos a pesquisa Reuni o com os pais para apresenta o do projeto de pesquisa e solicita o de assinatura de termo que visa ao consentimento da participa o de seus filhos na investiga o Visita geral em todos os ambientes da escola primeira aproxima o Coleta de dados da escola aspectos f sicos administrativos e pedag gicos Entrevista com o a pedagogo a da escola com a utiliza o do AP NDICE J Coleta de dados por meio da observa o filmagens e fotografias da sala de aula foco da pesquisa buscando destacar aspecto f sico organiza o do espa o mob lia posi o da lousa ilumina o ventila o materiais visuais presentes na sala etc Contatos iniciais com o dinamismo da sala de aula em que desenvolveremos a pesquisa Abril Coleta de dados na sala de aula por meio de observa o registro em di rio de campo filmagens e fotografias da sala de aula foco no desenvolvimento da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula Maio Entrevista com o a professor a com a utiliza o do AP NDICE G Coleta de dados na sala de aula por meio de observa o registro em di rio de campo filmagens e fotografias da sala de aula foco no desenvolvimento da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula Junho Coleta de dados na sala de aula por meio
45. o tem a autonomia de se constituir como um projeto aut nomo muito menos os profissionais da educa o que nela atuam pois todos precisam dar conta das expectativas do projeto neoliberal Diante de tudo que vimos tecendo nessa parte do trabalho sob a nossa perspectiva fica evidente a compreens o constata o da import ncia da defesa do uso termo alfabetiza o concebida como uma pr tica social e cultural que se desenvolve de diferentes formas em diferentes contextos para atender a finalidades especificas dos grupos humanos que utilizam a leitura e a escrita GONTIJO 2008 p 7 e n o do uso do termo letramento A alfabetiza o nessa linha vista a partir da perspectiva hist rico cultural GONTIJO 2002 pois tal perspectiva possui como preocupa o central considerar a crian a como sujeito concreto social e portanto hist rico caracter stica principal segundo Marx do g nero humano e se se faz abstra o dessa historicidade se faz abstra o do tra o mais essencial do homem DUARTE 1993 p 66 67 Gontijo 2002 p 53 54 colabora para que compreendamos que a alfabetiza o assim como qualquer processo de educa o deve desenvolver no homem um processo de tomada de consci ncia de si mesmo e da realidade que o circunda de modo que possibilite que ele reflita conscientemente sobre essa realidade transformando se e a transformando como sujeito e como agente s cio hist
46. pela medida em torno da cria o da Provinha Brasil que o discurso do letramento vai se engendrando e portanto ganhando sentidos no jogo da pol tica educacional vigente No primeiro par grafo do texto da figura anterior vemos explicitamente qual o sentido da alfabetiza o para o discurso oficial condi o b sica para que todas as demais Metas do Todos Pela Educa o sejam alcan adas Tal discurso tamb m exp e qual o papel da fam lia no contexto do cumprimento das Metas participar da educa o de seu filho interessante observar que essa participa o se limitaria t o somente ao acompanhamento da crian a no dia a dia no tocante aprendizagem da leitura e da escrita um dever de casa portanto uma tarefa obrigat ria e di ria Sob nossa perspectiva consideramos importante a fam lia acompanhar o desempenho de seus filhos no contexto escolar O que parece soar estranho no discurso das Metas base do discurso de 167 letramento o fato de as fam lias serem convidadas apenas para acompanhar seus filhos de modo passivo contemplativo sem atitudes questionadoras em torno das proposi es de tal discurso Isso parece que est evidenciado na composi o da imagem da figura anterior sobretudo no di logo que estabelecido no desenho da letra A mai scula que certamente representa a figura de uma pessoa de sexo feminino e a letra a min scula representando uma crian a pequena com ida
47. pio De igual modo os secret rios de Educa o que tamb m passassem a gerenciar suas a es com base no Plano de A es Articuladas PAR tamb m receberiam financiamentos do Governo Federal Outra quest o que n o se pode perder de vista e que tem tamb m implica es para a participa o em massa dos gestores o fato de que os munic pios e Estados ao assinarem o Termo de Ades o haviam se comprometido em observar e investir esfor os para dar conta de todas as cl usulas prescritas no Decreto n 6 094 2007 A principal delas seria promover a es para gerenciar as escolas visando ao alcance do IDEB 6 0 at 2022 Ou seja de certo modo participar da forma o PDE Escola seria uma oportunidade de receber orienta es que se afinassem com as expectativas e ou recomenda es oficiais E quantas e quais eram s o as principais recomenda es e ou diretrizes do Decreto n 6 094 2007 que Vila Velha bem como todos os Estados e munic pios que assinaram o Termo de Ades o deveriam 30 observar e dar conta No Cap tulo do Decreto intitulado DO PLANO DE METAS COMPROMISSO TODOS PELA EDUCA O encontramos 28 diretrizes S o elas estabelecer como foco a aprendizagem apontando resultados concretos a atingir Il alfabetizar as crian as at no m ximo os oito anos de idade aferindo os resultados por exame peri dico espec fico IIl acompanhar cada aluno da rede individualmente mediante registro da
48. pria obra nos aponte sua visibilidade visualidade e sentido num percurso tra ado de dentro para fora ou seja da obra de arte considerada como um texto visual para o contexto em que foi produzida REBOU AS 2006 p 110 Diante disso a autora acrescenta que A obra produto de um determinado tempo e espa o realizada por um sujeito o artista que pertence a determinado grupo social que podemos chamar de contexto externo Portanto ela cont m as id ias os desejos as expectativas desse sujeito e do grupo ao qual pertence Considerada como um texto a obra de arte possui um car ter hist rico ao revelar as concep es e modos de ver o mundo nesse determinado espa o tempo e sociedade REBOU AS 2006 p 110 Ainda para Rebou as 2006 p 111 grifo da autora ser esse o movimento de compreens o do texto considerando o como objeto cultural inserido numa sociedade e determinado de certa forma por forma es ideol gicas espec ficas o que o caracteriza como objeto de comunica o s cio hist rico que o envolve e que lhe atribui sentido REBOU AS 2006 p 111 Nessa dire o as atividades propostas pela professora as bandeiras desenhadas ao longo do projeto o mascote da copa colorido etc poderiam sair da condi o de mero objetos ilustrativos para serem vistos como produ es atravessadas por aspectos sociais e hist ricos Assim as crian as deveriam ser incentivadas a se posicionarem dia
49. rico Sendo assim a escola tem um papel fundamental no sentido de ajudar as crian as jovens e adultos a se perceberem como sujeitos s cio hist ricos pois ela teria uma fun o imprescind vel nesse processo ser mediadora entre as crian as e a significa o social da escrita portanto entre as crian as e o conhecimento humano elaborado GONTIJO 2002 p 54 171 Desde os anos 80 em meio aos debates em torno da perspectiva hegem nica psicogen tica de alfabetiza o e em anos recentes no debate sobre o uso do termo letramento pesquisadores no Brasil como Braggio 1992 Geraldi 1993 2006 2010 Gontijo 2002 2003 2008 Gontijo e Schwartz 2009 2011 Marcuschi 2008 Schwartz 2009 P rez 2007 Smolka 1996 Koch 2003 Cagliari 1989 1998 Trav glia 1996 Zaccur 2011 buscam estudar as quest es tanto te ricas quanto metodol gicas ligadas ao ensino da l ngua materna e alfabetiza o visando efetivamente a pensar uma teoria coerente sobre esse fen meno que multifacetado Todos os trabalhos desenvolvidos por esses pesquisadores foram fundamentados a partir das orienta es de Vigotski e seu C rculo no campo da Psicologia Hist rico Cultural e tamb m das contribui es de Bakhtin e seu C rculo no campo da linguagem Desse modo esses pesquisadores t m reconhecido as dimens es dial gica hist rica e cultural da linguagem e da alfabetiza o e suas implica es para a constit
50. sua frequ ncia e do seu desempenho em avalia es que devem ser realizadas periodicamente IV combater a repet ncia dadas as especificidades de cada rede pela ado o de pr ticas como aulas de refor o no contra turno sic estudos de recupera o e progress o parcial V combater a evas o pelo acompanhamento individual das raz es da n o frequ ncia do educando e sua supera o VI matricular o aluno na escola mais pr xima da sua resid ncia VII ampliar as possibilidades de perman ncia do educando sob responsabilidade da escola para al m da jornada regular VIII valorizar a forma o tica art stica e a educa o f sica IX garantir o acesso e perman ncia das pessoas com necessidades educacionais especiais nas classes comuns do ensino regular fortalecendo a inclus o educacional nas escolas p blicas X promover a educa o infantil XI manter programa de alfabetiza o de jovens e adultos XII instituir programa pr prio ou em regime de colabora o para forma o inicial e continuada de profissionais da educa o XIII implantar plano de carreira cargos e sal rios para os profissionais da educa o privilegiando o m rito a forma o e a avalia o do desempenho XIV valorizar o m rito do trabalhador da educa o representado pelo desempenho eficiente no trabalho dedica o assiduidade pontualidade responsabilidade realiza o de projetos e trabalhos especializados curs
51. uma mudan a de concep o Nos anos 80 o papel do Estado era o de executor da pol tica nacional de educa o e nos anos 90 passa a ser o coordenador dessa pol tica cumprindo pap is supletivo e distributivo conforme tamb m nos apontam as considera es de Peroni 2009 nessa mesma dire o Esses s o alguns dos mecanismos introduzidos na legisla o educacional estruturantes da ordem privada neoliberal Uma das estrat gias do Estado organizar a educa o disponibilizando a em seguida ao setor empresarial Vera Maria Vidal Peroni 2007 em seu importante texto Reforma do Estado e a tens o entre o p blico e o privado 2007 contribui para compreendermos como isso Essa pesquisa assume em linhas gerais o mesmo entendimento de Estado de Peroni 2007 Estado como Estado hist rico concreto de classe e nesse sentido Estado m ximo para o capital j que no processo de correla o de for as em curso o capital que det m a hegemonia 102 ocorreu Lembra que em 1995 o governo brasileiro ao desenvolver um diagn stico sobre a condi o no tocante articula o pol tica econ mica e social declara que o Estado est em crise e n o o capital Nesse sentido o Estado havia gerado distor es e inefici ncias ao tentar assumir fun es diretas de execu o e nesse contexto reformar o Estado significa transferir para o setor privado as atividades que podem ser controladas pelo mercado
52. 1 n 2 2007 Dispon vel em lt http Iwww mocambras org gt Publicado em mar o 2007 P REZ Carmem L cia Vidal ARA JO Mairce A palavramundo como conte do alfabetizador problematizando o conceito de letramento In ZACCUR Edwirges 253 Org Alfabetiza o e letramento o que muda quando muda o nome Rio de Janeiro Rovelle 2011 PERONI Vera Maria Vidal Pol ticas p blicas e gest o da educa o em tempos de redefini o do papel do Estado Texto apresentado na Anped Sul 2008 Dispon vel em lt http wwwufrgs br faced peroni gt Acesso em 24 maio 2008 Reforma do Estado e a tens o entre o p blico e o privado Dispon vel em lt http www ongcidade org site arquivos artigos veraperoni46d47ab52c390 pdf gt Acesso em 20 set 2007 Avalia o institucional em tempos de redefini o do papel do Estado Revista Brasileira de Pol tica e Administra o da Educa o PBPAE Associa o Nacional de Pol tica e Administra o da Educa o Porto Alegre Editora Maria Beatriz Luce v 25 n 2 p 285 300 maio ago 2009 REBOU AS Moema L cia Martins Uma leitura de textos visuais Cadernos de Pesquisa em Educa o Vit ria ES PPGE UFES v 12 p 101 116 2006 REIS Sabrina de Lima Oliveira dos O papel de uma professora alfabetizadora constru es e reconstru es 2006 Disserta o Mestrado em Semi tica Tecnologias de Informa o e Educa o Programa de P s Gradua o
53. 2 Esse ndice a que se refere essa mat ria corresponde ao IDEB municipal de 2007 De fato cada escola foi orientada por esses t cnicos a desenvolver esse diagn stico 33 cita o Fica expl cito tamb m que o foco e ou fim ltimo desses diagn sticos e portanto de tudo que se faria nas escolas da rede de ensino municipal principalmente nas pr ticas de sala de aula teria como objetivo nico alcan ar um Ideb municipal 8 0 nos pr ximos anos Em 2009 o prefeito chegou a divulgar gratifica es para os professores e os funcion rios da rede para aquelas escolas que apresentassem bom desempenho na Prova Brasil e no Ideb de 2009 conforme pode ser observado na mat ria exposta no site oficial desse munic pio no dia 2 de setembro do mesmo ano 2009 intitulada Professor de Vila Velha ganha 14 sal rio se tiver bom desempenho Os professores e funcion rios de escolas municipais de Vila Velha poder o receber um 14 sal rio no final do ano O benef cio ser concedido para quem alcan ar resultado acima da m dia nacional na Prova Brasil A expectativa de que a medida beneficie at tr s mil servidores de educa o da rede a partir do pr ximo ano quando dever o ser divulgadas as notas da Prova Brasil deste ano Em mat ria publicada no jornal A GAZETA de hoje o secret rio municipal de Educa o Heliosandro Mattos revela que o objetivo da premia o melhorar a qualidade do ensino Ele explic
54. AP NDICE E ROTEIRO PARA A CARACTERIZA O DA SALA DE AULA 269 AP NDICE F ROTEIRO PARA A CARACTERIZA O DAS CRIAN AS 271 AP NDICE G ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM O A PROFESSOR A 275 AP NDICE H FORMUL RIO DE REGISTRO DE DI RIO DE CAMPO 279 AP NDICE ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM AS CRIAN AS 280 AP NDICE J ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM O A PEDAGOGO A 283 ANEXOS quansisssatmanias Foncrsdeianis indies tre E EE AREE EREA EEEE E sad orais assada 288 ANEXO A CALEND RIO LETIVO 2010 DAS ESCOLAS P BLICAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNIC PIO DE VILA MELRES uiiotas catador dd a aa GR a 289 ANEXO B TABULA O DOS DADOS REFERENTES AO ROTEIRO DE CARACTERIZA O DAS CRIAN AS AP NDICE F DO PROJETO DE PESQUISA e o ia a 290 ANEXO C TABULA O DOS DADOS REFERENTES S ENTREVISTAS COM AS CRIAN AS AP NDICE DO PROJETO DE PESQUISA ao cui Acari a 299 13 1 INTRODU O Quanto melhor o homem compreender a sua determinidade sua materialidade tanto mais se aproxima da compreens o e da realiza o de sua verdadeira liberdade BAKHTIN Este texto apresenta resultados de pesquisa que tomou como objeto e ou problema de estudo inicialmente as pr ticas de alfabetiza o que se concretizaram ao longo do ano letivo de 2010 em uma classe do 2 ano do ensino fundamental de uma escola pertencente rede p blica municipal de educa o de Vil
55. Alunos com Necessidades Educacionais Especiais CRAPNEE que funciona na Praia da Costa Neste centro nossos alunos recebem tratamento cl nico e social especializado totalmente gratuito nas reas de Fisioterapia Fonoaudiologia Psicologia Psiquiatria e Assist ncia Social assinala o secret rio de Educa o Heliosandro Mattos Segundo ele Vila Velha o nico munic pio do Estado que oferece este tipo de atendimento aos alunos com necessidades especiais na Educa o Infantil e no Ensino Fundamental CRAPNEE mantido pela Secretaria de Educa o e realiza uma m dia de 2 800 atendimentos por m s Agora com o transporte que vamos oferecer o n mero de atendimentos certamente vai aumentar pois os nibus v o pegar as crian as em casa e depois do tratamento as levar o de volta em seguran a finalizou o secret rio Heliosandro Mattos Os ve culos j est o sendo equipados com ar condicionado elevadores para cadeirantes degraus antiderrapantes e outros itens adaptados para aumentar a seguran a e a comodidade das crian as A preocupa o com os n meros quantitativos explicitamente posta na reportagem abafando os problemas da log stica que o Centro enfrenta bem como o que efetivamente entende sobre o seu papel com as crian as e as escolas importante observarmos que o n mero de atendimento de mais 2 800 crian as diariamente com necessidades especiais colocado logo no in cio da reportagem
56. Apresentamos mais frente as origens da Provinha Brasil situando a no jogo das pol ticas educacionais em anos recentes a partir de 2007 no Brasil 34 Informa es oficiais sobre a origem desse sistema de avalia o bem como portarias e outros documentos que o oficializaram se encontram no site lt http www inep gov br basica saeb caracteristicas htm gt Acesso em 22 jan 2011 35 Esse documento se encontra no site lt http Avww inep gov br basica saeb legislacao htm gt Acesso em 22 jan 2011 117 Se desde os anos 90 houve a origem e dissemina o amplia o do Saeb que como vimos obedecia s prescri es dos eventos internacionais bem como das ag ncias financiadoras da educa o deste pa s houve tamb m na mesma dire o a preocupa o com a forma o de professores alfabetizadores No dia 14 de dezembro de 2000 na sede do Minist rio da Educa o em Bras lia DF durante uma reuni o que contou com a presen a de representantes das Secretarias de Educa o de todos os Estados brasileiros ocorreu o lan amento do Programa de Forma o de Professores Alfabetizadores PROFA conforme informa Becalli 2007 p 113 Na dire o do entendimento do modo como o programa PROFA foi pensado e articulado no final doa anos 90 e in cio dos anos 2000 visando a dar conta do ensino da leitura e da escrita nas classes de alfabetiza o importante pensar que houve de certo modo um movimento orientador
57. B sica Ideb de 2005 Nesses encontros foram apresentadas as estrat gias para a capacita o de t cnicos estaduais e municipais e dirigentes escolares para a elabora o do Plano de Desenvolvimento da Escola conforme o Plano de A es Financi veis As capacita es dos gestores das escolas priorit rias e dos t cnicos das secretarias de educa o foram realizadas no per odo de outubro de 2007 a setembro de 2008 e as escolas est o recebendo o apoio financeiro atrav s de repasse de recursos segundo a Resolu o 19 de 15 de maio de 2008 do FNDE e j iniciando a execu o das a es planejadas At o final de 2008 ser o capacitadas mais 19 304 escolas municipais e estaduais identificadas como escolas de atendimento priorit rio e abaixo da m dia nacional conforme o Indice de Desenvolvimento da Educa o B sica IDEB de 2007 Estas escolas receber o o apoio financeiro em 2009 Articula o PAR x PDE Escola O PDE Escola dever ser elaborado em conson ncia com o Plano de A es Articuladas PAR fazendo uma correspond ncia com as 28 diretrizes do Plano de Metas atrav s dos indicadores do diagn stico E Grifos do documento 2 Grifos nossos Grifos do documento 29 Alguns programas do MEC tamb m dever o articular se com os dois planos quais sejam Escola Acess vel e Proinfo obrigat rios Mais Educa o Escola Aberta e Conselhos Escolares No momento da elabora o do PDE Escola os t cnicos do
58. BRASIL MARE 1995 p 11 Essa nova ordem coloca o Pa s no interior das estrat gias do Projeto de Reforma do Estado sob a l gica do neoliberalismo Para a teoria neoliberal n o o capitalismo que est em crise mas o Estado A estrat gia portanto reformar o Estado ou diminuir sua atua o para superar a crise O mercado que dever superar as falhas do Estado portanto a l gica do mercado deve prevalecer inclusive no Estado para que ele possa ser mais eficiente e produtivo conforme lembra Peroni 2007 p 5 O documento desenvolvido pelo Minist rio da Administra o Federal e Reforma do Estado Mare diz A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefini o do papel do Estado que deixa de ser o respons vel direto pelo desenvolvimento econ mico e social pela via da produ o de bens e servi os para fortalecer se na fun o de promotor e regulador desse desenvolvimento BRASIL MARE 1995 p 12 Peroni 2007 observa que o plano de reformar o Estado a partir dessa perspectiva pretendeu racionalizar os recursos diminuindo o papel do Estado no que se refere as pol ticas sociais A autora lembra que isso ocorreu em um contexto em que a proposta do Governo Federal para fazer frente chamada crise do capital baseou se na atra o de capital especulativo com juros altos o que aumentou as d vidas interna e externa provocando uma crise fiscal enorme nos Estados e Munic pios Tal
59. Comit Estrat gico da Secretaria dever o se apropriar do PAR Plano de A es Articuladas do munic pio ou estado para conhecimento e orienta o s escolas na elabora o do PDE Escola Conhecendo as propostas e destina o de a es tendo a escola como benefici ria no PAR a equipe escolar e o Comit Estrat gico no momento da elabora o validar o a sua demanda no PDE Escola evitando repetir a es com recursos do PAF O PAR Plano de A es Articuladas na dimens o 1 Gest o Educacional indicador 4 Exist ncia de Proposta Pedag gica prev a universaliza o do PDE Escola poss vel que a parte que grifamos da cita o possa explicar por que mesmo as escolas que em 2005 n o tiveram Ideb abaixo da m dia prevista participaram da forma o em 2007 De certo modo as escolas j estavam se antecipando na elabora o do PDE Escola porque se caso alguma viesse a obter um Ideb em 2007 abaixo da m dia dados que seriam apresentados somente em 2008 j teria seu plano financeiro estrat gico para solicitar aux lio ao MEC De fato o discurso que se fez ao longo dos encontros em 2007 o qual motivava a participa o de todos gestores municipais e estaduais era que aquelas escolas que conseguissem se organizar com base nas instru es prescritas pelo modelo de gest o via o PDE Escola teriam maiores condi es de serem assistidas com verbas advindas do Governo Federal al m daquelas geradas pelo munic
60. Conte tamb m suas experi ncias com a leitura no mbito familiar escolar e profissional fazendo um breve hist rico ressaltando as experi ncias consideradas significativas 15 Como voc definiria o seu perfil atual como leitor a 16 Voc gosta mais de ler ou de escrever Em sua opini o o que mais f cil ou mais dif cil 17 A leitura importante para a sua atua o como pedagogo a Como desenvolv la 18 Dentre os livros que voc j leu quais os dois que voc recomendaria a um a amigo a pedagogo a ou professor a Por qu 19 Com quem voc conversa sobre seus problemas de trabalho Essa s pessoa s lhe indica m leitura s Como se d esse processo 286 20 Quais as suas condi es atuais de leitura tempo dispon vel materiais mais frequentes acesso a esses materiais Descreva 21 Em qual referencial te rico e m todos a escola se apoia para efetivar o trabalho de orienta o da linguagem escrita na sala de aula 22 Quais materiais te rico pr ticos os profissionais da escola consultam para orientar esse trabalho Livros Citar os mais consultados Revistas Quais Livros did ticos Quais os preferidos Referencial Curricular Nacional Material do PROFA Material do Pr Letramento Diretrizes Municipais Projeto da escola Outros 23 Explique como faz o acompanhamento do trabalho docente na escola 24 Sobre o plano de a o pr
61. DO ESP RITO SANTO CENTRO DE EDUCA O PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O DOUTORADO EM EDUCA O VANILDO STIEG PROPOSTAS E PR TICAS DE ALFABETIZA O EM UMA TURMA DO SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNIC PIO DE VILA VELHA ES Aprovada em 07 de maio de 2012 Tese apresentada ao Curso de Doutorado em Educa o do Centro de Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo como requisito parcial para obten o do Grau de Doutor a em Educa o COMISS O EXAMINADORA Professora add Maria Mendes Gontijo Universidade Federal do Esp rito Santo Professora Doutora Cleonara Maria Schwartz Universidade Federal do Esp rito Santo f A Professor q e Wanderley Geraldi Universidade de Campinas Professora Doutora Garmty L cia Vidal Perez Federal Fluminense A Rosemary Felipe Pedro Herrique Isabela e Tiago meus amores Como tem sido boa a interlocu o com voc s AGRADECIMENTOS Ao princ pio de tudo Deus Ao texto mais lindo que encontrei na minha vida acad mica profissional e que com ele tenho dialogado h mais de dez anos Cl udia Maria Mendes Gontijo Tenho aprendido a lidar melhor com o humano a partir do que voc tem me assinalado A voc todo o meu respeito e admira o professora alfabetizadora que corajosamente me permitiu habitar sua sala de aula Por meio de suas pr ticas questionei v rios preconcebidos que me povoavam ao longo da pesquisa vid
62. Irm 01 7 2 Total 14 100 Tabela 8 Distribui o das crian as conforme o modo como ajudam em sua casa ver quest o 8 Ajuda em casa F Y Lava lou a 10 35 7 Varre o ch o 06 21 4 Joga lixo fora 01 3 5 Arruma o quarto 02 7 1 Olha o irm o 01 3 5 Esquenta a comida 01 3 5 Passa pano na casa 03 10 7 Lava banheiro 01 3 5 Guarda roupas 01 3 5 Lava cozinha 01 3 5 Arruma toda a casa 01 3 5 Total 28 100 Gosta de ler F Sim 10 71 5 Mais ou menos 04 28 5 Total 14 100 302 Tabela 10 Distribui o das crian as em torno do que gostam de ler ver quest o 10 O que gostam de ler F Livros de hist rias infantis cl ssicos 09 50 Livros para colorir 01 5 5 Livros de hist rias 01 5 5 b blicas 01 5 5 A B blia 01 5 5 Revistas infantis 05 27 7 Gibis Total 18 100 Observa o as crian as poderiam apresentar mais de uma resposta nesta quest o Tabela 11 Distribui o das crian as em torno de quando leem ver quest o 11 Quando leem F Quando estou na escola sala de aula 14 48 2 Quando tinha biblioteca escolar funcionando 02 6 8 Em casa 13 44 8 Total 29 100 Observa o as crian as poderiam apresentar mais de uma resposta nesta quest o Tabela 12 Distribui o das respostas das crian as tendo em vista quem l para elas em casa ver quest o 12 Quem l em casa F Eu mesmo 03 21 4 Pai e m e 03 21 4 O pai 02 14 3 A m e 04 28 5 Minha prima 01 7 2 Ningu m 01 7 2 Total 14
63. MEC represented the possibility of conciliation between the constructivists ideas and the ones defended by the followers of the old literacy methods both for what is about literacy practices and to what refers to the field of political decisions as well Having such hypothesis as background two actions were developed a a field research that aimed at analyzing the alphabetization practices in time of literacy that have been concretized throughout the school year of 2010 in a second grade group of the public municipal elementary school in the city of Vila Velha State of Esp rito Santo and b a discussion about the literacy proposals that were admitted and proclaimed by the official discourse MEC in the period between 1990 2009 intending to verify how and for what political purpose s such discourse treated and or has been treating the teaching of reading and writing and nowadays it is characterized as literacy Regarding the investigation developed concerning the teacher s practices it is inferred that our research hypothesis was partially proved because only in the period of recovering learning in the end of the school year that it is possible to observe the teacher working with the children the activities that are referred to the work with words Those activities goals were to work the gaps identified by the Teacher in the literacy process that is in the domain of the alphabetic writing This moment the work developed indicate
64. N o Docente Ordem Nome Cargo Tempo de servi o Escolaridade 5 Atua na rea de forma o S N Escolaridade 1 Sem Instru o 2 Ensino Fundamental Incompleto 3 Ensino Fundamental Completo 4 Ensino M dio Incompleto 5 Ensino M dio Completo 6 Magist rio Incompleto 7 Magist rio Completo 8 Licenciatura Curta Incompleta 9 Licenciatura Curta Completa 10 Licenciatura Plena Incompleta 11 Licenciatura Plena Completa 12 Gradua o Incompleta 13 Gradua o Completa 14 Especializa o 15 Mestrado 16 Doutorado 267 6 RECEITA DA UNIDADE ESCOLAR Origem Periodicidade do Valor Destina o recebimento 7 SITUA O DA ESCOLA Curso Anos 1 Turno 2 Turno 3 Turno Turmas Alunos Turmas Alunos Turmas Alunos 1 o 7 1 Ensino 2 Fundamental 3 1 ao 4 Ano 4 Total 8 DESEMPENHO 8 1 Ensino Fundamental 1 ao 4 ano Ano Ano Ano Ano Ano An Ano Ano Ano Ano o Mat Mat inicial inicial Transf Transf exped exped 1 Transf 2 Transf receb receb Evadido Evadido Aprov Aprov Reprov Reprov Ano Ano Ano Ano Ano An Ano Ano Ano Ano o Mat Mat inicial inicial Transf Transf exped e
65. O aluno acostumado desde as primeiras ocupa es da vida a salmodiar na escola enunciados que n o percebe a repetir passivamente ju zos alheios a apreciar numa linguagem que n o entende assuntos estranhos a sua observa o pessoal educado em suma na pr tica incessante de copiar conservar combinar palavras com absoluto desprezo do seu sentido inteira ignor ncia da sua origem total indiferen a aos seus fundamentos reais o cidad o encarna em si uma segunda natureza assinalada por h bitos de impostura de cegueira de superficialidade Ao deixar a escola descarta se quase sempre e para sempre dessa bagagem Felizmente A gente t aprendendo como que fala pronomes frases a gente da passiva Essas coisas assim n o lembro o nome do n cleo sabe Tem predicado essas coisas l Tem mais um neg cio l que eu n o lembro Felizes de n s se pud ssemos sacudir s portas da escola como p dos sapatos a aravia das f rmulas gramaticais sem trazer no esp rito vest gios desse ensino malfazejo Raros s o os que tal fortuna possam lograr e bem diversa a sorte da quase totalidade daqueles que atravessam esse duro tiroc nio A terminologia gramatical esqueceu se Mas os maus h bitos contra dos ficaram O primeiro o enjoo pelo estudo o desamor das letras a repugn ncia ao trabalho mental Essa exclusiva soberania esse culto religioso da educa o mec nica floresce entr
66. PROTOCOLO DE PESQUISA 2 Parte CONSENTIMENTO E LIVRE ESCLARECIMENTO Em cumprimento ao protocolo de pesquisa Propostas e Pr ticas de alfabetiza o em uma turma do segundo ano do ensino fundamental do munic pio de Vila Velha ES realizada por Vanildo Stieg no ano de 2010 na PEIE DEE E T em uma turma do segundo ano do turno Dando continuidade ao tratamento tico aos dados solicitamos a autoriza o dos profissionais da escola envolvidos neste estudo para solicita o de imagens obtidas por meio de fotografias e filmagens na produ o de relat rio de pesquisa Essas imagens ser o utilizadas para fins estritamente cient ficos ligados a esta pesquisa Atenciosamente Vanildo Stieg Pesquisador Eu portador da CI n f residente e domiciliado na Rua Av n bairro do munic pio de profissional da UMEF autorizo a utiliza o de minhas imagens na produ o da pesquisa Pr ticas de alfabetiza o em uma turma do segundo ano do ensino fundamental do munic pio de Vila Velha ES realizada por Vanildo Stieg Assinatura do profissional Local e data 261 AP NDICE C CARTA DE APRESENTA O AOS PAIS OU RESPONS VEIS PROTOCOLO DE PESQUISA 12 Parte Em cumprimento ao protocolo de pesquisa apresentamos aos pais respons veis das crian as sujeitos da turma do segundo ano da Dn a ia SA RA de ERA Unidade da Rede Municipal de Ensino de Vila Velha ES o projeto de pesquisa Pr ticas de alfabetiza o e
67. SS 92 75 AMA D S fab 13 Suas leituras mais comuns SEMPRE S VEZES NUNCA jornais locais jornais do Pa s peri dicos da rea de educa o livros did ticos livros variados sobre educa o peri dicos diversos 14 Como se deu o seu processo de socializa o com a leitura conte suas experi ncias com a leitura no mbito familiar escolar e profissional fazendo um breve hist rico ressaltando as experi ncias consideradas significativas 15 Como voc definiria o seu perfil atual como leitora 16 Voc gosta mais de ler ou de escrever Em sua opini o o que mais f cil ou mais dif cil 17 A leitura importante para o professor Como desenvolv la 18 Dentre os livros que voc j leu quais os dois que voc recomendaria a um amigo professor Por qu 19 Com quem voc conversa sobre seus problemas de trabalho Essa s pessoa s lhe indica m leitura s Como se d esse processo 20 Quais as suas condi es atuais de leitura tempo dispon vel materiais mais frequentes acesso a esses materiais Descreva 278 21 Em qual referencial te rico e m todos voc se apoia para efetivar o trabalho com a linguagem escrita na sala de aula 2 Quais materiais te rico pr ticos voc consulta para orientar seu trabalho Livros Citar os mais consultados Revistas Quais Livros did ticos Quais os preferidos Referen
68. Termo de Ades o em um das primeiras reuni es administrativas e pedag gicas no in cio do ano letivo de 2008 com todos os gestores das escolas da rede ap s exposi o do que o munic pio havia assumido perante o MEC passou a projetar a es para que as escolas pudessem garantir melhorias na qualidade da educa o Na ocasi o uma das principais medidas consistiu na reorienta o do que seria ensinado nas escolas pois o ensino e as pr ticas deveriam ser orientados pela avalia o ou seja pelos descritores propostos nos documentos do MEC Inep Cada diretor e cada pedagogo sa ram daquele encontro com um envelope contendo a c pia de todos os descritores das disciplinas de L ngua Portuguesa e Matem tica divulgados na p gina do MEC os Mat ria exibida em 29 de mar o de 2007 contendo a manchete Haddad em 15 anos pa s quer alcan ar nota 6 0 no Ideb Dispon vel em lt http www faibi com br noticias 2007 03 29 htm 26449 gt Acesso em 16 set 2010 19 quais servem para preparo das quest es que se comp em as Provas do Saeb e Prova Brasil Em 2007 as escolas da rede de ensino p blico municipal do ensino fundamental de Linhares ES turmas de 4 e 8 s ries haviam participado de uma das avalia es oficiais no caso da Prova Brasil Na tabela a seguir apresentamos o resultado do desempenho do munic pio nos anos de 2005 2007 e 2009 pelo Ideb municipal Tabela 1 Ideb observado em 2005 2007 2009 e meta
69. a lado com as propostas oficiais o que possivelmente traria resultados interessantes para o munic pio nas avalia es realizadas pelo MEC Inep em conjunto com institui es federais de ensino superior Sob nossa perspectiva a ideia e decis o da Semec de incentivar as pr ticas de alfabetiza o a partir de descritores de uma avalia o oficial e do discurso de letramento desconsiderando toda a reflex o em andamento em torno de uma perspectiva de alfabetiza o hist rico cultural 2006 2008 contribuiu para que nos posicion ssemos criticamente diante daquela decis o Afirmamos na ocasi o ser aquela situa o um equ voco pol tico pedag gico De fato sob a nossa perspectiva aquela era uma situa o complicada para o desenvolvimento de pr ticas alfabetizadoras na rede por pelo menos duas raz es as quais v o contribuir para instigar definitivamente a necessidade desta investiga o quais sejam A primeira raz o tem a ver com a ideia de que as pr ticas humanas e portanto as pr ticas de alfabetiza o n o s o e ou n o podem ser constitu das efetivamente sem a participa o dos sujeitos professores crian as comunidade que integram o espa o educativo necess rio portanto amplo debate coletivo para a escolha e mudan a da postura administrativa e pedag gica no espa o escolar com rela o a 21 qualquer quest o O que queremos assinalar com esta assertiva que o modo como a Semec decidiu
70. a tem tica pr ticas de alfabetiza o No entanto optamos por estudar mais detalhadamente os trabalhos que de Zunino 2003 Schiochetti 2004 Moraes 2006 e Pereira 2007 O principal crit rio observado para selecionarmos esses quatro trabalhos foi o fato de que essas pesquisas evidenciavam em suas an lises refer ncias perspectiva hegem nica atual do ensino da leitura e da escrita nas s ries iniciais que havia sido assumida pelo discurso oficial do munic pio de Vila Velha l cus de nossa pesquisa qual seja o letramento A partir do estudo desses trabalhos constatamos que a O letramento embora tenha sido um termo de certo modo novo no contexto da escola brasileira ele j citado descrito nos trabalhos acad micos disserta es e teses defendidos nos Programas de P s Gradua o das 33 Dispon vel em lt http capesdw capes gov br capesdw gt Acesso em 5 fev 2009 42 Universidades P blicas e Privadas deste pa s No entanto observamos certa conformidade nas an lises desses trabalhos com rela o ao uso desse termo Mesmo aqueles trabalhos que inferem certa suspeita no tocante compreens o desse termo n o investiram em compreend lo seja sob o pr prio olhar da lingu stica seja sob o olhar pol tico pedag gico e ideol gico b metodologicamente os trabalhos tendem a assumir a perspectiva qualitativa de pesquisa em geral pelo estudo de caso tendo em vista a proximidade que esse mo
71. aceitou as determina es externas A sua disposi o em governar atendendo aos interesses dos banqueiros e dos credores pode ser constatada no processo de desmantelamento do Estado nacional desenvolvimentista no campo social e na aplica o de pol ticas regulat rias nas reas estrat gicas que favorecessem os bancos e as empresas transnacionais Essa autora ainda acrescenta que as press es dos investidores credores e acionistas dos bancos e das empresas transnacionais a fiscaliza o e arbitragem da Organiza o Mundial do Com rcio OMC bem como a interven o do FMI e do BM constitu ram os elementos para se obter do Governo Federal parte dos estaduais e elites dominantes o consentimento que se efetiva mediante subscri o ao modelo de desenvolvimento econ mico neoliberal institu do durante o Consenso de Washington SILVA 2002 p 3 grifo nosso Foi desse modo que a partir dos anos 90 no Brasil o Governo Federal Estados e as elites empresariais se dispuseram a implementar gradualmente as medidas econ micas de corte neoliberal conten o de despesas gastos Essa atitude colaborou para desmontar o Estado nacional desenvolvimentista voltado para a 7 Per odo em que o economista Paulo Renato de Souza ocupou o cargo de ministro da Educa o uma pessoa ligada a organismos internacionais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento BID e a ONU 101 constru o da infraestrutura polos indust
72. acentuado por Soares n o lhe parece apropriado tendo em vista que serve para designar a dimens o pragm tica funcional do processo de leitura e escrita Gontijo usa as palavras de Macedo 2000 p 88 para confirmar sua coloca o ou seja para ressaltar a vis o utilitarista de alfabetiza o ou de letramento a qual tem como meta principal produzir leitores que atendam aos requisitos b sicos de leitura da sociedade contempor nea A despeito de seu atrativo car ter progressista essa abordagem enfatiza o aprendizado mec nico de habilidades de leitura ao mesmo tempo que sacrifica a an lise cr tica da ordem social e pol tica que d o origem necessidade de leitura em primeiro lugar Essa posi o levou ao desenvolvimento dos alfabetizados funcionais treinados primordialmente para atender aos requisitos de nossa sociedade tecnol gica cada vez mais complexa Nessa mesma dire o Britto 2007 pesquisador das quest es que perpassam a tem tica alfabetismo e educa o escolar ajuda nos a ter certa cautela com a rela o entre expans o da escolaridade e do alfabetismo como est posto no discurso do Compromisso Todos pela Educa o e por extens o no discurso de letramento Para esse autor tal rela o 149 n o implica como se poderia pensar democracia social ou redu o das desigualdades A demanda por educa o resulta das necessidades do pr prio modelo de sociedade Do ponto de
73. adverte que a concep o hist rico social n o se limita a responder o que o g nero humano mas na resposta ao que ele procura os elementos para responder o que ele pode vir a ser e dentre as alternativas poss veis a concep o hist rico cultural elege aquelas que considera como constitutivas do que o g nero humano deve vir a ser DUARTE 1993 p 69 grifo do autor Por essa raz o Duarte 1993 p 68 afirma que a caracteriza o do que o g nero humano num determinado momento da hist ria est intimamente associada na concep o hist rico social busca de universaliza o das possibilidades de vida humana a todos os indiv duos Para esse autor isso n o deve ser confundido com a elimina o da diversidade de formas de vida e de valores mas sim transforma o dessa diversidade em algo que resulte de uma livre escolha e n o das rela es sociais alienadas DUARTE 1993 p 68 Nessa dire o ao procurar responder o que o homem a concep o hist rico social n o busca crit rios de diferencia o de todos os seres humanos das esp cies animais mas sim crit rios de defini o de quais as m ximas possibilidades concretamente existentes de vida humana Ao caracterizar essas possibilidades m ximas de vida humana num dado contexto hist rico a concep o hist rico social busca ao mesmo tempo compreender as causas da aliena o ou seja do fato de que a v
74. alfabetizar letrando nS Express o da professora da sala de aula pesquisada em entrevista 117 Termo exatamente assim utilizado e assumido pelo Programa Pr Letramento 2007 180 Alfabetizar letrando significa orientar a crian a para que aprenda a ler e a escrever levando a a conviver com pr ticas reais de leitura e de escrita substituindo as tradicionais e artificiais cartilhas por livros por revistas por jornais enfim pelo material de leitura que circula na escola e na sociedade e criando situa es que tornem necess rias e significativas pr ticas de produ o de textos Assim um trabalho que parte do alfabetizar letrando levaria em considera o a presen a do texto na sala de aula Soares na entrevista faz quest o de lembrar que n o seriam quaisquer textos que deveriam ser utilizados como textos cartilhescos por exemplo mas aqueles que circulam na sociedade e que portanto est o presentes em suportes tais como jornais revistas livros Ela menciona ainda uma variedade de g neros tabelas quadros formul rios contas de gua luz telefone cartas bilhetes telegramas of cios requerimentos dentre outros 1 Por meio de leitura de documentos advindos da Semed e de conversas com a professora foi poss vel inferirmos que a entrada do discurso de letramento na rede de ensino bem como na sala de aula ocorreu em fun o de orienta es oficiais produzidas pela Semed Al m disso veri
75. atingiu a meta calculada para 2010 4 6 No caso dos anos finais dessa fase a meta era de 3 7 mas j superou a proje o de 2011 3 9 O ndice do ensino m dio o que evolui mais lentamente enquanto a previs o de 2009 era atingir 3 5 o ndice chegou a 3 6 A meta dessa fase para 2011 de 3 7 pontos Apesar das supera es o ministro da Educa o Fernando Haddad n o arrisca adiantar a meta de 6 pontos Passar de cinco para seis o nosso maior desafio Para isso a educa o deve estar funcionando como uma m quina perfeita disse O ministro explicou ainda que a taxa de evolu o do ensino m dio menor porque os efeitos dessa avalia o s o sentidos primeiro nos anos iniciais de forma o Quando criamos metas para o pa s para regi es e escolas estimulamos professores e alunos a atingirem essa educa o de mais qualidade As s ries iniciais incorporam essas metas naturalmente e a evolu o do pa s acontece como uma onda disse Assim a tend ncia que mais perto de 2022 a evolu o do ensino m dio seja mais acentuada do que a apresentada nos anos iniciais Entre as causas citadas para a evolu o da qualidade est o o pr prio Ideb o foco na alfabetiza o com a Provinha Brasil e o Pr letramento e a amplia o de projetos pedag gicos 31 A mat ria est na integra incluindo grava o da voz do ministro da Educa o dispon vel em lt http Awww correiobraziliense com br a
76. atividades cotidianas nas rela es econ micas e pol ticas internacionais Mudan a a palavra da moda O aluno deve ser preparado para viver numa sociedade em permanente e cada vez mais r pida mudan a O professor deve aprender a conviver com as mudan as constantes em seu trabalho e a participar ativamente dessas mudan as Os pesquisadores devem estar sempre dispostos a abandonar seus paradigmas e abra ar os paradigmas da moda O trabalhador deve estar sempre disposto a mudar de um trabalho para o outro tendo o desemprego constantemente intercalando essa passagem O consumidor deve estar sempre apto a comprar um modelo mais novo de um determinado produto a experimentar outra marca a sentir necessidade de um novo tipo de produto DUARTE 2006 p 156 157 grifo nosso E ainda acrescenta Nesse sentido o discurso da mudan a perfeitamente afinado com o aprender a aprender nada tem de cr tico e sim pelo contr rio encontra se a servi o da adapta o dos indiv duos s exig ncias econ micas pol ticas e culturais do capitalismo contempor neo DUARTE 2006 p 157 grifo nosso Foi com base no discurso do aprender a aprender que o Brasil compareceu precariamente Confer ncia de Nova Delhi 1993 para apresentar o que chamou de Plano Decenal de Educa o para Todos documento elaborado em 1993 pelo MEC objetivando cumprir no per odo de uma d cada 1993 a 20083 as prescri es do BM Esse documento foi considerad
77. autoavaliarem deflagra o diagn stico voltando seu fim ltimo t o somente para os resultados ao sabor da pol tica neoliberal E a constitui o dos sujeitos de hist ria e de cultura uma pergunta que n o poderia se calar Desde o final do ano letivo de 2009 a escola teria que retomar os trabalhos que distribuiu para aqueles que estiveram presentes na reuni o por m at o final de 2010 n o observamos movimentos nessa dire o Da vers o do PPP que t nhamos em m os foi poss vel fazer algumas anota es a partir da leitura do item VIII em que est acentuada a descri o de como a escola pensa sua a o pedag gica a partir das seguintes palavras Optamos por uma a o pedag gica que possibilite ao aluno entrar em contato com suas id ias e hip teses acerca dos fen menos estudados para que estabele a rela es entre os saberes que j possu a e os novos conhecimentos que vir a construir criando assim uma rede de significados consistentes Acreditamos em um processo de trabalho que enfatiza a curiosidade e a reflex o Em todas as disciplinas procuramos Desenvolver no aluno a capacidade de adquirir os conhecimentos j elaborados pela cultura e pela ci ncia isto ter condi es de acessar selecionar e organizar esse conhecimento Desenvolver a capacidade de PRODUZIR CONHECIMENTOS a partir de aproxima es cada vez mais intensas com as informa es espec ficas das diferentes reas de ens
78. b sica por essa autora alfabetizar letrando e letrar alfabetizando SOARES 1999 p 47 visando recupera o da especificidade da alfabetiza o o que sob nossa perspectiva como j dissemos a f rmula b sica da concilia o entre os defensores dos m todos e os defensores do construtivismo significativo dizer que tal express o f rmula conciliadora j havia sido anunciada por essa autora em um de seus textos intitulado Letramento um tema em tr s g neros 1999 E por que podemos dizer que efetivamente o letramento assumido pelo MEC a partir de 2006 Pelo fato de constatarmos que n o ser apenas o conceito de letramento que ir subsidiar a pol tica p blica de alfabetiza o mas tamb m um conceito restrito de alfabetiza o concebido por Soares que vai ser tomado pelo MEC como perspectiva para orientar por exemplo a o atual Programa de Forma o de Professores Alfabetizadores Pr Letramento b as propostas de atividades dos livros did ticos aprovados e portanto adquiridos e distribu dos nas escolas p blicas c a Provinha Brasil aplicada nas turmas do 2 ano do ensino fundamental de nove anos d as novas diretrizes para as classes de seis anos do ensino fundamental 1 interessante notarmos que mesmo o letramento se configurando na atualidade como o discurso oficial para orientar o ensino da leitura e da escrita neste pa s ainda poss vel encontrarmos no pr prio
79. casa Sempre As vezes Raramente Nunca foi Ir a shows Sempre As vezes Raramente Nunca foi Ir ao teatro Sempre As vezes Raramente Nunca foi 275 AP NDICE G ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM O A PROFESSOR A Este instrumento de pesquisa ser utilizado para coletar informa es para a caracteriza o do a professor a envolvido a no estudo 1 Sexo Masculino Feminino 2 Idade Abaixo de 25 anos Entre 26 e 30 anos Entre 31 e 35 anos Entre 36 e 40 anos Mais de 40 anos 3 Voc trabalha em Uma s escola Duas escolas Tr s escolas ou mais 4 Nesta escola voc Profissional efetivo Profissional contratado Outros Especificar Desde quando voc trabalha nesta unidade de ensino Al m de trabalhar nesta s escola s voc exerce outra atividade profissional Sim N o Se sua reposta foi afirmativa qual essa atividade 14 Este documento de pesquisa foi desenvolvido tomando como base os AP NDICES E e J das disserta es de Dilza C co intitulada Pr ticas de leitura na alfabetiza o defendida no Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo UFES 2005 e de Maristela Gatti Piffer intitulada O trabalho com a linguagem escrita na educa o infantil 2005 tamb m defendida no Programa de P s Gradua o em Educa o da mesma universidade 276 Sua
80. civil n o estava a par de todas as discuss es anteriores resultado da descontinuidade que sempre acontece quando h mudan as de governo Assim a rela o com o movimento nasceu de forma complicada no Brasil Parece que o debate c clico desapareceu depois de 1991 ou 1992 e reapareceu quando o Minist rio da Educa o MEC foi chamado a participar da confer ncia de Nova Delhi GADOTTI 2000 p 27 No mesmo documento encontramos um coment rio de Gadotti sobre como o Brasil juntamente com os outros 155 pa ses se comportaram em Nova Delhi na ndia em 1993 Descreve que nesse evento os pa ses deveriam apontar algumas a es em torno do que haviam assinado assumido em Jomtien no tocante declara o amp Documento oficial desenvolvido pelo MEC INEP no ano de 2000 como o resultado do Semin rio Nacional Sobre Educa o para Todos ocorrido em junho de 1999 Essa publica o apresenta as exposi es e parte dos debates realizados no evento que tinha como objetivo tecer a partir de diferentes perspectivas um balan o da situa o educacional brasileira dez anos ap s a Confer ncia de Jomtien A iniciativa E 9 foi lan ada em Nova Delhi ndia em 1993 na ocasi o da Reuni o Sobre Educa o para Todos nos nove Pa ses mais populosos do mundo Bangladesh Brasil China Egito India Indon sia M xico Nig ria e Paquist o Os chefes de Estado e Governo desses nove pa ses assinaram a declara o
81. como a Unesco Copesul Ipiranga Marcopolo Randon John Deere GM e Aracruz Celulose No come o deste ano letivo informou a secret ria Mariza Abreu o projeto come ou a ser implantado Ter tr s m todos pedag gicos um de responsabilidade e aplica o pelo instituto Ayrton Senna outro do instituto Alfa e Beto e o terceiro do Grupo de Estudos Sobre Educa o Metodologia da Pesquisa e A o Geempa Os m todos ser o aplicados em turmas do 1 ano do Ensino Fundamental Parceiros O custo do Projeto Piloto avaliado em R 1 6 milh o neste primeiro ano A abrang ncia do projeto ser de 15 mil alunos Secret rios municipais de Educa o de mais de 100 munic pios manifestaram interesse secret ria da Educa o de ter escolas participantes O governo afirmou Yeda far sua parte com professores aulas e os recursos mas est buscando parceiros Mas segundo a governadora as parcerias s o importantes no compartilhamento das despesas do projeto na parte da avalia o do melhor m todo Temos dinheiro para educar o que n o temos dinheiro para avaliar Queremos fazer do projeto um modelo para o Brasil explicou a governadora Em 2008 a id ia universalizar o acesso alfabetiza o aos alunos a partir de seis anos Aracruz O diretor de Opera es da Aracruz Celulose Valter L dio Nunes anunciou sua concord ncia com o projeto do governo que coincide tamb m com o Projeto Formar da empresa O Pr
82. como an ncio de uma vantagem e ou avan o no munic pio Ao longo da escrita deste texto questionamos esse n mero de atendimentos Se for um quantitativo real preocupante pois poder amos dizer que existe uma epidemia em termos m dicos de crian as casos especiais na rede municipal de ensino de Vila Velha ES Uma quest o que ainda queremos ressaltar qual foi o resultado das medidas e ou tentativas da professora com o aluno que vimos citando De fato verificamos que a professora terminou o ano letivo sem ter o retorno do que efetivamente tinha essa crian a embora houvesse procurado explica es com a sua fam lia A m e se levou a crian a no Centro de Refer ncia n o comentou nem com a escola nem com a professo ra Ao longo de todo o ano em que estivemos na sala de aula vivenciamos v rios epis dios que envolveram essa crian a Ela era ass dua tinha atitudes de querer subir em sua mesa repentinamente recusava se a fazer qualquer tipo de atividade 55 Grifos nossos 84 Algumas vezes a professora vinha at a mesa onde faz amos anota es e nos perguntava o que ela poderia fazer Ao se recusar a fazer as atividades esse aluno debru ava se sobre a carteira e dormia por um bom tempo acordava para ir ao recreio e ao voltar procurava andar pela sala N o tinha xito em tumultuar a aula porque a professora dialogava muito com ela e isso parecia constrang la a ter qualquer atitude de agress o ao que ela
83. comprovando a complexidade do processo vivido pela crian a desenvolvendo se aprendendo e recriando tudo o que necessita para interagir com o outro e na contram o at da anunciada era da criatividade em que o mundo do trabalho aposta crescentemente em grupos criativos ZACCUR 2011 p 109 Essa autora assinala que al m de enfrentar corajosamente mais esse retrocesso chamado letramento nos cabe explorar outras rotas para potencializar as pr ticas das professoras alfabetizadoras ZACCUR 2011 p 109 E de que modo Ela prossegue fazendo as seguintes perguntas poss veis respostas Em vez de tecnicizar a alfabetiza o por que n o saborosas hist rias contadas cantadas teatralizadas como abre te s samo dos bens culturais da cultura escrita Em vez de pr ticas que apenas reproduzem e mecanizem por que n o provoca es que instiguem a crian a curiosa a cada vez mais a pensar descobrir e conhecer Em vez de escolariza o da leitura e da criatividade por que n o est mulos compreens o ativa imagina o e criatividade Em vez do desperd cio da experi ncia por que n o o di logo entre a cria o conhecimento e vida ZACCUR 2011 p 113 138 Qualquer coisa dita ou escrita confusamente 247 Diante do que apresenta Zaccur conclu mos questionando se passarmos a tomar a alfabetiza o no sentido de pr tica da leitura e da escrita da palavramundo p
84. da f rmula alfabetizar letrando em todas as escolas da rede E de que modo A partir do trabalho com textos Conforme destacamos a matriz curricular da Semed demonstrava que o trabalho com textos passava a ser o elemento articulador do curr culo Nesse contexto os professores do primeiro ciclo do ensino fundamental passaram a acreditar que o letramento ampliaria as pr ticas de alfabetiza o por propor o trabalho com o texto Essa posi o nos instigou a pensar como se concretizava o trabalho com o texto na sala de aula escolhida para o desenvolvimento da pesquisa Diante de uma intensa viv ncia no contexto dessa sala de aula passamos a verificar que as pr ticas eram organizadas a partir de tr s inst ncias a de projetos orientados pela Semed b de atividades propostas pelo livro did tico c de atividades que a professora organizava e desenvolvia Conforme nossas discuss es percebemos que o trabalho com o texto independentemente de sua origem era orientado pela mesma concep o de l ngua e linguagem qual seja linguagem como instrumento de comunica o ou meio objetivo de comunica o Tal concep o conforme assinalamos constitui umas das correntes discutidas por Bakhtin 2006 quando caracteriza e critica o objetivismo abstrato 244 Desse modo no tocante leitura os trabalhos atentaram basicamente para a decodifica o das palavras entona o no ato da leitura e pron ncia correta Tais pr ticas
85. da ordem social pol tica e econ mica Nesses termos inferimos que est prescrito por este discurso que todas as professoras alfabetizadoras brasileiras sejam executoras de demandas dos empres rios fa am nas classes de alfabetiza o o que eles passam a orientar Em raz o disso as professoras em tempos de letramento devem continuar levando para a sala de aula n o um texto vida como concebido por Geraldi 1993 2010 2011 mas uma enuncia o monol gica Tamb m como acenamos na quinta parte deste relat rio foi ao longo das atividades de recupera o nas duas ltimas semanas de aula que conseguimos encontrar elementos nas pr ticas da professora que chamariam a nossa aten o para pensarmos em nossa hip tese inicial de pesquisa Como vimos nesse per odo a professora trabalhou com as crian as atividades que se remeteram ao trabalho com a palavra Essas atividades tinham o objetivo de trabalhar lacunas identificadas pela professora na alfabetiza o ou seja no dom nio da escrita alfab tica O trabalho desenvolvido pela professora nesse momento demonstrou que h manuten o de atividades propostas advindas do modo como os construtivistas pensam o ensino e a aprendizagem Dessa forma n o observamos como prop em os defensores do m todo f nico o trabalho sistem tico com s labas e fonemas Sendo assim se no plano discursivo discutido na quarta parte deste relat rio verificamos a possibilidade de conci
86. de observa o registro em di rio de campo filmagens e fotografias da sala de aula foco no desenvolvimento da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula Julho Coleta de dados na sala de aula por meio de observa o registro em di rio de campo filmagens e fotografias da sala de aula foco no desenvolvimento 258 da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula Agosto Coleta de dados na sala de aula por meio de observa o registro em di rio de campo filmagens e fotografias da sala de aula foco no desenvolvimento da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula Setembro Coleta de dados na sala de aula por meio de observa o registro em di rio de campo filmagens e fotografias da sala de aula foco no desenvolvimento da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula Outubro Coleta de dados na sala de aula por meio de observa o registro em di rio de campo filmagens e fotografias da sala de aula foco no desenvolvimento da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula Entrevistas com as crian as Novembro Coleta de dados na sala de aula por meio de observa o registro em di rio de campo filmagens e fotografias da sala de aula foco no desenvolvimento da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula
87. desenvolvidos pelos formadores da linha de pesquisa Em cada momento de planejamento os formadores traziam dados das expectativas e necessidades dos formandos os quais se tornavam pontos significativos para o encaminhamento das pr ximas atividades e temas que deveriam ser abordados na forma o 53 o trabalho forma o palestras orienta es atendimentos a alunos e professores d pesquisas que s vezes se iniciam e encerram no meio de um per odo sem que d chances para os professores e a escola terem uma avalia o final de um percurso e inseguran a quanto divulga o dos dados coletados se a escola e os profissionais seriam expostos Enquanto ouv amos cada item apontado pelo grupo bem como os coment rios efervescentes tivemos a oportunidade nesse momento dial gico de exercer a alteridade Desse modo ap s conclu rem as coloca es afirmamos que em nome da linha de pesquisa Educa o e linguagem n o sab amos naquele momento o que dizer apenas chegamos a afirmar que lament vamos as atitudes dos representantes da academia que haviam passado por ali e deixado quem sabe marcas n o favor veis para o aceite de futuras pesquisas naquele l cus Afirmamos que do ponto de vista das intencionalidades te ricas e metodol gicas de nossa pesquisa se fosse aceita pelo grupo todos os protocolos ticos de pesquisa seriam feitos assinados Dissemos que a linha de pesquisa Educa o e linguagem tem como atitu
88. do pelos pedagogos e educadores no munic pio Encontramos em uma pasta que nos foi disponibilizada pela pedagoga da escola documentos que nos ajudam a inferir que a ideia de implantar um ensino fundamental de nove anos no munic pio j ocorria por parte do secret rio municipal Roberto A Beling Neto em 2003 mesmo antes das orienta es do Planos e Metas Todos pela Educa o N o podemos nos esquecer de que nessa poca havia o Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valoriza o do Magist rio Fundef financiamento apenas para o ensino fundamental A gest o financeira da educa o infantil era de responsabilidade do munic pio pois esta s passou a ser beneficiada em termos de financiamento com a legaliza o do Fundo de Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica e de Valoriza o dos Profissionais da Educa o Fundeb Portanto era necess rio mais crian as advindas da educa o infantil para o ensino fundamental o que significaria mais verba para a Semed Segundo consta nos documentos em 2003 aconteceram reuni es administrativas no munic pio para tratar de legalizar um ensino fundamental de nove anos em que Fundo de natureza cont bil implantado pela Emenda Constitucional EC n 14 96 Foi institu do automaticamente em todos os Estados DF e munic pios a partir de 1 de janeiro de 1998 com dura o at dezembro de 2006 O Fundef era formado por 15 dos rec
89. e jovers concluindo os ciclos Meta 3 Todas as crian as sabendo ler e escrever y preto Meta 4 Todos os alunos aprendendo lt jo A Meta 5 Garantia de recursos par a educa o As io E Ai z G Bahia 24 de junho de 2006 ES SO c 1 aee fes E A f Fonte Dispon vel em lt http www todospelaeducacao org br arquivos relatorio_atividade final_completo_livro_todos_pela_educacao_ 2006 2009 reduzido th pdf gt Acesso em 23 jan 2011 importante dizer que as metas contidas nesse documento sofreram modifica es e quando foram anunciadas em setembro de 2006 para a sociedade brasileira configuravam se do seguinte modo Meta 1 Toda crian a e jovem de 4 a 17 anos na escola Meta 2 Toda crian a plenamente alfabetizada at os 8 anos Meta 3 Todo aluno com aprendizado adequado sua s rie Meta 4 Todo jovem com o Informa o dispon vel em lt http Awww todospelaeducacao org br institucional quem somos gt Acesso em 23 jan 2011 128 Ensino M dio conclu do at os 19 anos Meta 5 Investimento em Educa o ampliado e bem gerido Foi a partir dessas associa es e articula es entre p blico e privado que no dia 6 de setembro de 2006 nos jornais brasileiros bem como na p gina do MEC lemos a manchete Empres rios e Governo lan am o Compromisso Todos pela Educa o A mat ria da manchete citada considerada a seguir na ntegra veicula os
90. em Semi tica Tecnologias de Informa o e Educa o Universidade Braz Cubas Mogi das Cruzes SP 2006 RIBEIRO Ana Cl udia Gon alves Media es pedag gicas nas pr ticas alfabetizadoras 2006 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal de Santa Maria SC Santa Maria SC 2006 SANTAIANA Rochele da Silva 1 fundamental pr ticas de governamento dos sujeitos infantis nos discursos do ensino fundamental de nove anos 2008 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 2008 SANTOS Doroth ia B rbara A teoria e a pr tica pedag gica no cen rio das turmas de alfabetiza o de uma escola inclusiva 2006 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Cat lica de Goi s Goi nia 2006 SARMENTO Manuel Jacinto O estudo de caso etnogr fico em educa o In ZAGO Nadir CARVALHO Mar lia Pinto de VILELA Rita Am lia Teixeira Org Itiner rios de pesquisa perspectivas qualitativas em sociologia da educa o Rio de Janeiro DP amp A 2008 p 137 179 SAVIANI Dermeval Hist ria das id ias pedag gicas no Brasil Campinas SP Autores Associados 2007 Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE an lise cr tica da pol tica do MEC Campinas SP Autores Associados 2009 254 SCA
91. entregues Tabela 3 Escolaridade do pai das crian as Escolaridade F Ensino Fundamental Completo 02 14 3 Ensino Fundamental Incompleto 05 35 7 Ensino M dio Completo 03 21 4 Ensino M dio 03 21 4 Incompleto 01 7 2 P s Gradua o Total 14 100 Escolaridade F Ensino Fundamental Incompleto 01 7 2 Ensino M dio Completo 08 57 1 Ensino M dio 04 28 5 Incompleto 01 7 2 Mestrado Total 14 291 Tabela 5 Renda mensal da fam lia Renda F 1 sal rio 03 21 4 2 sal rios 04 28 5 3 sal rios 06 42 9 6 sal rios 01 7 2 Total 14 100 Tabela 6 Distribui o das crian as por tempo de frequ ncia na escola infantil e ensino fundamental ver quest o 9 do formul rio Tempo F Y 2 anos 03 21 4 3 anos 04 28 5 4 anos 03 21 4 5 anos 03 21 4 6 anos 01 7 2 Total 14 100 Tabela 7 Distribui o das crian as com experi ncia escolar em outra escola ver quest o 10 do formul rio Experi ncia anterior F Yo Sim 13 92 8 N o 01 7 2 Total 14 100 Tabela 8 Atividades mais comuns que as crian as realizam em casa ver quest o 11 letra a Atividades em casa F Assiste a TV 07 22 5 Colabora nas atividades 09 29 0 do lar Brinca de boneca 02 6 4 Joguinhos infantis em 0 computador 02 6 4 Brinca de escolinha 02 6 4 Joga bola 01 3 2 Canta 01 3 2 Conversa 02 6 4 Conta hist rias 02 6 4 Brinca com colegas 2 6 4 Desenha 01 3 2 Total 31 100 Observa o Nesta quest o a fam lia poderia a
92. esta 2 As leis da l ngua s o essencialmente leis lingu sticas espec ficas que estabelecem liga es entre os signos lingu sticos no interior de um sistema fechado Estas leis s o objetivas relativamente a toda consci ncia objetiva 3 As liga es ling sticas espec ficas nada t m a ver com valores ideol gicos art sticos cognitivos ou outros N o se encontra na base dos fatos lingu sticos nenhum motor ideol gico Entre a palavra e seu sentido n o existe v nculo natural e compreens vel para a consci ncia nem v nculo art stico 4 Os atos individuais de fala constituem do ponto de vista da l ngua simples refra es ou varia es fortuitas ou mesmo deforma es das formas normativas Mas s o justamente estes atos individuais de fala que explicam a mudan a hist rica das formas da l ngua enquanto tal a mudan a do ponto de vista do sistema irracional e mesmo desprovida de sentido Entre o sistema da l ngua e sua hist ria n o existe nem vinculo nem afinidade de motivos Eles s o estranhos entre si BAKHTIN 2006 p 85 grifos do autor Segundo Bakhtin 2006 p 86 ao separar l ngua social e fala individual Saussure prioriza e estuda apenas os aspectos normativos da l ngua considerando ser esta um produto que o sujeito registra passivamente Desse modo para o objetivismo abstrato o aspecto normativo e est vel da l ngua teria preval ncia sobre o seu car ter mut vel Assim a l ngua
93. exposta a sua individualidade Pouco a pouco ao longo de nossa pesquisa na sala de aula verificamos que aquelas crian as eram consideradas pela professora e pela parte pedag gica como nos termos da escola as que apresentavam dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita ou seja no desempenho escolar de maneira geral Enquanto est vamos na sala de aula sent vamos perto dessas crian as e efetivamente constat vamos que elas n o acompanhavam as atividades propostas pela professora Apenas copiavam as tarefas da lousa mas n o as realizavam Eram ap ticas no contexto de sala de aula quando se tratava de cumprir as atividades Observamos que seus pais n o compareciam s reuni es propostas pela escola nem tampouco aos plant es pedag gicos atendimento individual a cada fam lia previsto no calend rio de programa es da escola Talvez seja interessante citar o caso de uma dessas crian as em especial que havia sido transferida de uma outra escola municipal de fato a diretora da escola de origem havia conversado com a fam lia e entregue a transfer ncia J est vamos observando as pr ticas da professora quando essa crian a foi inserida na sala Ela foi recebida nessa sala de modo significativamente acolhedor apresentada a toda a turma e a professora disse que estaria ali para ajud la no que ela precisasse Ao longo de um pequeno per odo a professora passou a observar as atitudes dessa crian a tal como s
94. furiosa ao saber que seu estojo sumiu b Victor e Davy s o alunos educados e ficam furiosos quando h bagun a na classe c O jogador da sele o brasileira ficou furioso ao perder o penalt d Kak ficou furioso ao saber que n o faz parte da sele o brasileira e Adriano ficou furioso ao saber que n o foi convocado pelo Dunga Ap s copiarem as crian as poderiam se dividir em duplas procurar o significado das palavras nos dicion rios discutir o significado e fazer a substitui o nas frases Depois que todos conclu ram a professora fez a corre o Retomou o trabalho com as palavras no dicion rio e escreveu na lousa os diferentes significados a ela atribu dos Esses foram os nomes escritos na lousa raivoso col rico impetuoso irritado enfurecido bravo os quais as crian as deveriam ter utilizado ao reescrever as frases N o percebemos nenhum tipo de rejei o por parte das crian as em participar dessa atividade pelo contr rio elas estavam animadas em desenvolv la Quando a professora convidou a classe para se dirigir ao laborat rio de inform tica para digitar o texto que haviam produzido naquela tarde as crian as se exaltaram de alegria Fomos com a classe ao laborat rio e observamos que todas as crian as se empenharam nessa atividade A professora e as crian as recebiam atendimento do t cnico de laborat rio para o uso do computador bem como para a organiza o dos textos em uma pasta pr pria d
95. is idealized through literacy the constitution of literate functional Keywords Alphabetization Literacy Educational Policy SUM RIO INTRODU O 2 a a Sa 13 2 ANUNCIANDO O PROBLEMA DE PESQUISA 16 3 PRESSUPOSTOS METODOL GICOS E O PROCESSO DE INSER O NO CAMPO DE PESQUISA sagas ss ea ie 43 3 1 O PERCURSO METODOL GICO asa usai nd spa a SS LE as Ag 44 3 2 O PROCESSO DE PESQUISA INSER O EM CAMPO E PROCEDIMENTOS NA COLETA DE DADOS ae e 49 SS CARACTERIZA O DA ESCOLA sas ias ae 57 3 4 CARACTERIZA O DAS FAM LIAS DAS CRIAN AS 78 4 A ALFABETIZA O NA HIST RIA 86 5 NA SALA DE AULA AS PR TICAS DA PROFESSORA ALFABELIZADORA assinei SI SE nananana 179 5 1 O TRABALHO COM TEXTOS EM SALA DE AULA A PARTIR DE PROJETOS ORIENTADOS PELA SEMED eretas 187 5 2 O TRABALHO COM TEXTOS EM SALA DE AULA A PARTIR DE PR TICAS COM O LIVRO DID TICO ss iaies ia Aa SRT Rd 211 5 3 O TRABALHO COM TEXTOS EM SALA DE AULA A PARTIR DE PR TICAS ORGANIZADAS PELA PR PRIA PROFESSORA 215 6 CONSIDERA ES FINAIS eira 238 TREFERENCIAS T E EE EEE AEE 248 APENDICES or sc re vonnes Nano a taipa Nro ad 3 aco ANGRA e aR E As 256 AP NDICE A CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM CAMPO rd a O a Da Ea AAAS T Or ia 257 AP NDICE C CARTA DE APRESENTA O AOS PAIS E OU RESPONS VEIS asteri rasas aid 261 AP NDICE D ROTEIRO PARA A CARACTERIZA O DA ESCOLA 263
96. levar em considera o 1 equil brio or ament rio sobretudo mediante a redu o de gastos p blicos 2 abertura comercial pela redu o das tarifas de importa o e elimina o das barreiras n o tarif rias 3 libera o financeira por meio da reformula o das normas que restringem o ingresso de capital estrangeiro 4 desregulamenta o dos mercados dom sticos pela elimina o dos instrumentos de interven o do estado como controle de pre os incentivos etc 5 privatiza o das empresas e dos servi os p blicos Por meio desses eixos estava circunscrito o que poder amos chamar de narrativa mestre a ser tomada e seguida pelos pa ses da Am rica Latina para a implementa o de sua pol tica interna em di logo evidentemente com a estrutura pol tica e econ mica global Em termos pr ticos tais eixos exigiram dos pa ses tomadores de empr stimos a aplica o de um programa nico secundarizando os diferentes graus de desenvolvimento os est gios industriais as caracter sticas da economia os recursos ambientais as necessidades s cio educacionais e as diferen as culturais geogr ficas tnicas e religiosas SILVA 2002 p 2 E por que raz o o Consenso de Washington elaborou esses eixos O que estava ocorrendo naquele contexto Soares 1998 p 21 lembra que os anos 80 especificamente a partir de 1982 se configuraram em endividamento dos pa ses em desenvolvimento uma sit
97. lt http Awww anped org br reunioes 31ra 1trabalho GT09 4799 Int pdf gt Acesso em 18 out 2009 Esse mesmo artigo tamb m est publicado no endere o que indicamos a seguir Dispon vel em lt http Avww revistas2 uepg br index php praxiseducativa article viewFile 467 468 gt Acesso em 19 out 2009 As diretrizes que foram tomadas para a composi o desse projeto s o encontradas na ntegra no endere o do site que indicamos a seguir Dispon vel em lt http portal mec gov br arquivos pdf diretrizes compromisso pdf gt Acesso em 18 out 2009 124 suas institui es pol ticas econ micas e cient ficas e contribui para reduzir a pobreza acrescentando o valor e a efici ncia ao trabalho dos pobres e mitigando as consequ ncias da pobreza nas regi es vinculadas popula o sa de e nutri o o ensino de primeiro grau a base e sua finalidade fundamental dupla produzir uma popula o alfabetizada e que possua conhecimentos b sicos de aritm tica capaz de resolver problemas no lar e no trabalho e servir de base para a sua posterior educa o A educa o b sica proporciona o conhecimento as habilidades e as atitudes essenciais para funcionar de maneira efetiva na sociedade sendo portanto uma prioridade em todo lugar Esses atributos incluem um n vel b sico de compet ncia em reas gerais tais como as habilidades verbais computacionais e a resolu o de problemas Essas compet ncias podem se a
98. mesmos sentidos atribu dos pelas crian as entrevistadas no tocante import ncia de aprender a ler e a escrever na escola foram tamb m mencionados em uma pesquisa realizada por Schwartz 2009 2 198 Pesquisa desenvolvida no ano de 2003 em uma escola do Sistema de Ensino Municipal de Vit ria ES durante o desenvolvimento de um projeto de forma o e pesquisa que visou rejconstru o do Projeto Pol tico Pedag gico da escola SCHWARTZ 2009 p 1 223 que teve como foco analisar os sentidos atribu dos por crian as de 3 e 4 s ries do ensino fundamental import ncia da leitura visando a compreender como as crian as que j haviam passado pelo processo de alfabetiza o estavam se relacionando na escola com a leitura e como esses sentidos se articulam com diferentes concep es de leitura que subjazem s teoriza es acad micas sobre a leitura e sobre o seu ensino SCHWARTZ 2009 p 1 As an lises da pesquisa desenvolvida por Schwartz 2009 que se pautaram em textos produzidos pelas crian as demonstraram que a totalidade das crian as concordou assim como em nossa pesquisa com a import ncia da leitura No entanto tamb m como em nossa investiga o tal concord ncia n o demonstrou que os sentidos expressos pelas crian as est o refletidos num sistema de significa o que considera a leitura como algo importante na forma o consciente dos indiv duos pois
99. necessariamente incorporam a pr tica de leitura e de escrita n o necessariamente adquirem compet ncia para usar a leitura e a escrita para envolver se com pr ticas sociais de escrita SOARES 1999 p 45 46 apud GONTIJO 2005 p 61 147 A partir dessa cita o de Soares Gontijo 2005 p 61 considera que o fato de os indiv duos n o adquirirem ap s a aprendizagem da leitura e da escrita o estado ou a condi o necess ria inser o no mundo da escrita ou em pr ticas sociais de leitura e escrita que explicaria na vis o de Soares a necessidade do termo letramento Sob a nossa perspectiva aqui estariam as origens da dicotomia alfabetiza o e letramento quando compreendemos que para Soares as pessoas al m de aprenderem a ler e a escrever segundo ela momento da alfabetiza o necessitariam depois aprender a fazer uso e compreender a fun o dos textos que circulam na sociedade de acordo com a autora seria a efetiva o do letramento Nessa dire o Gontijo lembra que Soares chega a afirmar que o letramento muito mais do que alfabetiza o um estado uma condi o o estado ou condi o de quem interage com diferentes portadores de leitura e de escrita com diferentes g neros e tipos de leitura e escrita com diferentes fun es que a leitura e a escrita desempenham em nossa vida Enfim letramento o estado ou condi o de quem se envolve nas numerosas e variadas p
100. no Estado conforme poss vel observarmos na mat ria a seguir Figura 3 que recortamos na ntegra do jornal on line Atosefatos Figura 3 Mat ria Roseana preside reuni o de ades o de prefeitos ao Alfa e Beto E R A atosetatos elo com br atosefatos E Site S o Lu s MA Ter a feira 25 de Janeiro de 2010 COMBATER O ANALFABETISMO Roseana preside reuni o de ades o fem yy de prefeitos 20 Alfa e Beto A governadora Roseana Samey ao lado do secret rio de Estado da Educa o C sar Pires e do presidente do Instituto Alfa e Beto Jo o Ba tista Oliveira presidiu na tar de de ontem 25 a reuni o de trabalho para a ades o de 56 munic pios ao programa Alfa e Beto iniciado em 2009 e cuja meta reduzir os ndices de analfabetismo no Maranh o A reuni o aconteceu no Sal o de Atos do Pal cio dos Le es e contou com a presen a de prefeitos secret rios estaduais lideran as politi cas professores diretores de institui es de ensino e do rei tor da Universidade Estadual do Maranh o Jos Augusto Oliveira O prefeito de S o Jos de Ribamar Lu s Feman do Silva tamb m participou e contou a experi ncia por que passam os estudantes daque te munic pio ap s a implanta o do programa em 2005 Segundo Jo o Batista Oli veira a caracteristica princi pal do programa Alfa e Beto o casamento entre as a es peda
101. no campo da investiga o tamb m discutimos os dados em torno da caracteriza o f sica administrativa e pedag gica da escola a que pertencia a classe de alfabetiza o pesquisada A perspectiva hist rico cultural pautada sobretudo no pensamento de Mikhail Mikhailovitch Bakhtin 1895 1975 e de seu C rculo orientou os pressupostos metodol gicos desta investiga o e evidentemente a condu o da compreens o a partir dos dados observados coletados e considerados importantes para este relat rio de pesquisa Optar pela perspectiva bakhtinina de pesquisa tem a ver sob a nossa perspectiva com a possibilidade de nos aproximarmos efetivamente do humano e sobretudo porque tal perspectiva permite que o professor humano fale lance a sua palavra A palavra do outro a base e ou o ponto de partida para o di logo com esse outro A corrente discursiva desencadeada desse modo colabora para identificarmos nos termos bakhtinianos as vozes discursos e os sentidos que povoam as a es desse outro Isso significa dizer que a abordagem bakhtiniana de pesquisa tem como bases atitudes a exotopia e a alteridade ou seja pesquisado e pesquisador participam dialogam em p de igualdade Esse movimento de certo foi um exerc cio que esta pesquisa procurou desenvolver para produzir um conhecimento em torno das pr ticas de alfabetiza o endere ando o tamb m para os sujeitos alfabetizadores e n o somente para a academia Confo
102. norte ao sul do Brasil aceites de propostas de alfabetiza o construtivistas e aquelas fundamentadas no m todo f nico por parte das esferas Federal Estadual e municipal A presen a de concilia es de perspectivas de alfabetiza o em nosso pa s colabora para pensarmos que o MEC tratou tem tratado o ensino da leitura e da escrita em tempos de letramento como um produto uma mercadoria E por que raz o Pelo fato de ter sido condizente com as intencionalidades da economia mundial sobre nossa escola pa s At 2022 o Brasil necessita provar que cumpriu mais um dos principais itens da agenda neoliberal qual seja apresentar para as inst ncias da economia mundial um Ideb 6 0 Uma meta dado quantitativo que parece que n o t m traduzido melhorias para a escola brasileira desde que foi proclamado pelo discurso oficial no in cio da d cada anterior O letramento caiu como uma luva nesta dire o pois pretende formar minimamente leitores e escritores o suficiente para que possam fazer as avalia es que poder o colocar os empres rios brasileiros em evidencia diante das discuss es da economia mundial Neste contexto est idealizado pelo letramento a constitui o de alfabetizados funcionais Palavras chave Alfabetiza o Letramento Pol tica Educacional ABSTRACT This research is configured of a study case which main hypothesis was the idea that the use of the term or perspective of literacy by the official discourse
103. novamente ao mesmo cargo p blico Parece ent o fazer sentido a poca desse evento de reinaugura o A data escolhida para este evento foi 27 de mar o de 2004 logo no in cio do ano eleitoral per odo em que ainda se podia fazer inaugura o de obras que deveriam ser conclu das em seu governo Com base no que vimos descrevendo o que tamb m nos chamou a aten o no momento em que est vamos iniciando a caracteriza o do aspecto f sico da escola e nos deparamos com a placa citada foi o fato de que os representantes das pol ticas p blicas em nossa sociedade tenderem a desejar e a apresentar na sociedade a ideia de que construir bons pr dios p blicos como escolas hospitais centros sociais etc e ou fazer qualquer obra com dinheiro p blico significa estar praticando um ato de benevol ncia de bondade para o povo Sob a nossa perspectiva esse um discurso profundamente populista quando sabemos que de fato tais representantes s est o realizando o que de sua efetiva obriga o por ter Todos nomes fict cios 42 Max Freitas Mauro Filho atuou durante dois mandatos seguidos 2000 a 2004 e 2005 a 2008 59 assumido dentro de um modo de organiza o pol tica um cargo p blico e nesse caso seu trabalho atuar como um servidor p blico Ser servidor p blico significa estar a servi o de determinada popula o realizar coisas significativas projetadas e pagas com dinheiro que p blico do povo med
104. o Mestrado em Letras Programa de P s Gradua o em Letras Universidade Federal da Para ba Jo o Pessoa 2006 BARBOSA Rui M todos e programa escolar Reforma do ensino prim rio e v rias institui es complementares da instru o p blica Rio de Janeiro Minist rio da Educa o e Sa de 1946 Obras Completas de Rui Barbosa 1883 vol X tomo ll BECALLI Fernanda Zanetti O ensino da leitura no Programa de Forma o de Professores Alfabetizadores PROFA 2007 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal do Esp rito Santo Vit ria 2007 BERNARDES Maria do Carmo Barros A pr tica pedag gica de professoras alfabetizadoras no 2 ano do 1 ciclo do ensino fundamental 2006 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal do Amazonas Manaus 2006 BERTAN Andr a Henrique Franco Teoria pr tica e o m todo utilizado o desafio da alfabetiza o 2006 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade do Oeste Paulista UNOESTE Presidente Prudente 2006 BRAGGIO Silvia Lucia Bingojal Leitura e alfabetiza o da concep o mecanicista a socioling stica Porto Alegre Artes M dicas 1992 BRASIL Congresso C mara dos Deputados Alfabetiza o infantil os novos caminhos relat rio apresentado Comiss o de Educa o e Cultu
105. o dos problemas de aprendizagem das crian as deste pa s no tocante s quest es da alfabetiza o conforme podemos observar nas declara es dessas autoras na parte introdut ria do livro Psicog nese da l ngua escrita assinaleremos em curta s ntese que nosso objetivo ser mostrar nos fatos a pertin ncia da teoria psicogen tica de Piaget e das conceitualiza es da psicoling stica contempor nea para compreender a natureza dos processos de aquisi o de conhecimento sobre a l ngua escrita situando nos acima das disputas sobre os m todos de ensino por m tendo como fim ltimo o de contribuir na solu o dos problemas de aprendizagem da lecto escrita na Am rica Latina e o de evitar que o sistema escolar continue produzindo futuros analfabetos FERREIRO TEBEROSKY 1985 p 35 Foi ent o nesse per odo segundo Mortatti 2000 que o construtivismo se tornou hegem nico em decorr ncia de sua ado o pelo discurso oficial para subsidiar por exemplo os Par metros Curriculares Nacionais de L ngua Portuguesa PCNs 1997 bem como o Programa de Forma o de Professores Alfabetizadores PROFA 2000 dentre tantas outras iniciativas Sobre isso significativo lembrarmos que segundo Becalli 2007 p 104 105 a cria o e a apresenta o dos PCNs e do PROFA para a educa o brasileira foram desenvolvidas na gest o do presidente Fernando Henrique Cardoso Com rela o P importante observ
106. o b sica e a desdobravam em outros documentos resultantes de cada confer ncia Tal concep o tem como corrente pedag gica a pedagogia do aprender a aprender que havia sido insinuada desde o Relat rio de Jomtien Essa pedagogia acentua a aposta na defesa de uma cidadania planet ria indicando ainda mais a direta vincula o ideol gica dos paradigmas educacionais dominantes na atual gest o do capital na busca da supera o da sua Declara o aprovada pela Confer ncia Mundial sobre Educa o para Todos evento que ocorreu em Jomtien Tail ndia nos dias 5 a 9 de mar o de 1990 Dispon vel em lt http app crea rj org br portalcreav2midia documentos declaracaojomtien tailandia pdf gt Acesso em 28 jul 2009 97 crise estrutural Uma aposta contraditoriamente equivocada para n o dizer enganosa pois como nos alerta Saviani 2007 p 428 429 grifo nosso os pr prios donos dos empr stimos internacionais j passaram a reconhecer e por isso a insist ncia nessa concep o de educa o b sica que desde os anos 90 a ordem econ mica denominada p s fordista e p s keynesiana pressup e ou melhor assenta se na exclus o que comparece duplamente ela pressuposta num primeiro sentido na medida em que se admite preliminarmente que na ordem atual n o h lugar para todos Portanto boa parte daqueles que atingem a idade para ingressar na Popula o Economicamente Ativa EPA nela nem sequer c
107. o da escola no turno vespertino no tocante ao n mero de crian as matriculadas e frequentes havia um total de 326 alunos das turmas regulares e da sala bil ngue Esse dado foi poss vel de ser observado a partir de informa es que coletamos pessoalmente nas listas de chamada oficial da escola na secretaria escolar Desse modo foi poss vel elaborar dois quadros apresentados a seguir que mostram um panorama de como essas crian as estavam organizadas em suas respectivas turmas Quadro 3 Situa o da escola n mero de crian as por turma regular Turmas 1 A 1 B 1 C 22A 2 B 3 A 3 B 42 A SA 5 A 5 B 5 C N mero de 24 25 23 23 25 23 24 28 29 27 28 24 crian as Fonte Atas de matr cula da Secretaria Escolar 2010 Quadro 4 Situa o da escola n mero de crian as por turma da sala bil ngue Turmas 1 A 3 A 4 A 52 A N mero de 03 03 03 04 crian as Fonte Atas de matr cula da Secretaria Escolar 2010 O quadro que trata das turmas regulares demonstra que a escola possui um total de sete turmas pertencentes ao Ciclo do Ensino Fundamental poss vel verificar que a maior parte das crian as do turno vespertino est o centradas nessas turmas constando um total de 167 aprendizes J as cinco turmas do Il ciclo que frequentam esse mesmo turno possuem um total de 146 aprendizes Sobre o quadro refere
108. o da leitura e da escrita Alfabetiza o para tal perspectiva seria o momento em que as crian as ao interagirem com objetos do mundo letrado fossem capazes de criar hip teses da escrita alfab tica e desse modo come ariam a rela o grafema e fonema leitura e fonema e grafema 88 No Brasil o analfabetismo ainda persiste sobrevivendo a campanhas movimentos e a solu es do tipo cont bil ou populista Assim podemos citar entre outros Campanha de Educa o de Adolescentes e Adultos 1947 Governo Eurico Gaspar Dutra Campanha Nacional de Erradica o do Analfabetismo 1958 Governo Juscelino Kubitschek Movimento Brasileiro de Alfabetiza o MOBRAL 1968 1978 Governos da ditadura militar Programa Nacional de Educa o de Alfabetiza o e Cidadania 1990 Governo Fernando Collor de Mello Programa de Alfabetiza o Solid ria 1997 Governo Fernando Henrique Cardoso e finalmente Brasil Alfabetizado do atual governo que por sua vez n o resolveram o problema Dispon vel em lt http Avww brasilescola com datacomemorativas dia da alfabetizacao htm gt Acesso em 25 out 2010 121 escrita Sobre essa posi o construtivista Gontijo e Schwariz 2009 p 11 acrescentam que as crian as n o aprendem sozinhas e nem de forma espont nea Para que elas se apropriem dos conhecimentos e em particular da linguagem escrita necess ria uma media o qualificada dos professores que por sua vez s p
109. optar por conduzir o ensino da leitura e da escrita no munic pio foi no m nimo desrespeitoso pois n o houve di logo nessa tomada de decis o principalmente com aqueles sujeitos praticantes professores gestores pedagogos Mudar o modo e os rumos dos debates que haviam iniciado com toda a rede significava portanto sob a nossa perspectiva desqualificar os profissionais envolvidos em defesa de um ensino ressignificado com vistas organiza o da escola p blica municipal bem como atingir a forma o e viv ncia daquela sociedade Essa situa o nos parecia muito grave pois desmerecia os sujeitos com os quais a escola p blica dialogava e aos quais deve servir Em interessante contradi o passamos a suspeitar de que por tr s do discurso da Semec de elevar a qualidade das pr ticas alfabetizadoras estava presente certa destrui o da possibilidade da efetiva constitui o dos professores e de suas a es em sala de aula A segunda raz o tinha tem a ver com a compreens o que passamos a assumir do termo alfabetiza o numa perspectiva hist rico cultural a partir dos trabalhos de Gontijo 2002 2003 2005 2008 e Gontijo e Schwartz 2009 Tal compreens o permitia permite que discord ssemos do uso do discurso termo letramento conforme era assumido pela Semec Linhares Esse seria um termo sob a nossa perspectiva inapropriado uma vez que compreendemos como Gontijo 2009 p 11 a alfabetiza o como uma pr tica
110. ou financiamentos oficiais para diversos programas isolados sob a nossa perspectiva impedem efetivamente a constru o a partir de amplo debate coletivo com os alfabetizadores e representantes dos diversos segmentos sociais de um programa de alfabetiza o dial gico articulado Diante desse quadro poss vel pensarmos que tais parcerias satisfazem a l gica do Ideb qual seja alcan ar pragmaticamente as suas metas Nesse sentido todos os esfor os precisam se concentrar nele Ideb t o somente Tal pensamento vis vel quando por exemplo compreendemos que o letramento pelo menos foi o que constatamos a partir dos descritores de 2008 passou ser a base para a configura o dos descritores do atual instrumento de avalia o das crian as em processo de alfabetiza o nas escolas do Brasil como j dissemos a Provinha Brasil Esse instrumento faz parte do sistema de avalia o em larga escala no Brasil e pretende desde o per odo da alfabetiza o preparar as crian as para a realiza o da Prova Brasil quando estiverem cursando o 5 ano do ensino fundamental O Brasil tem em vista at 2022 alcan ar a meta da m dia de 6 0 no Ideb M dia esta obtida pelos pa ses da Organiza o para a Coopera o e Desenvolvimento Econ mico OCDE que ficaram entre os 20 pa ses com maior desenvolvimento educacional no mundo Os autores do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educa o que v m financiando a elabora o e o d
111. para a comunidade escolar quando solicitados Pedimos ainda permiss o para apresentar o projeto para a comunidade escolar em momento oportuno seguindo o Calend rio Administrativo e Pedag gico da institui o A diretora e a pedagoga concordaram com a iniciativa Ainda nesses contatos iniciais reunimo nos com a professora a qual havia nos dado o aceite para o desenvolvimento da pesquisa em sua sala de aula juntamente com a pedagoga respons vel pelas turmas dos anos iniciais Tamb m discutimos todas as etapas do projeto de pesquisa bem como dialogamos sobre quando e de que modo atuar amos ao longo da pesquisa tanto na escola quanto em sua sala de aula Nessa ocasi o a professora nos perguntou qual seria a quest o central da pesquisa com rela o ao seu trabalho Explicitamos ent o nossa quest o e hip tese de pesquisa Aproveitamos para inform la de que assim que termin ssemos de coletar os dados mais gerais em torno da caracteriza o da escola e da comunidade do entorno da escola ir amos combinar antecipadamente o dia em que passar amos a frequentar definitivamente sua sala de aula Informamos que a partir da demanda observada em termos de coleta de dados j hav amos decidido permanecer na escola ao longo de todo o ano letivo Interessante foi observar que ela n o discordou em nenhum momento de nossas coloca es Da em diante come amos a observar que sua atitude foi sempre a de se colocar favor ve
112. pesquisador Emilia Ferreiro teria feito alguns progressos em rela o a Piaget mas permanecido ligada ao arcabou o te rico ignorando toda a pesquisa feita desde 1985 que resultou no advento da neuroimagem da tomografia computadorizada da resson ncia magn tica Tudo isso nos ensinou que Piaget estava francamente errado Ci ncia tem prazo de validade prega apesar de esclarecer que sua cr tica ao construtivismo diz respeito somente alfabetiza o uma briga boa quase um cisma da pedagogia Para tentar se situar em um dos lados preciso diferenciar os dois conceitos em resumo enquanto a proposta construtivista dos PCNs professa a ado o de textos inteiros desde os primeiros dias de aula familiarizando as crian as com letras e palavras em um texto real o m todo f nico apregoa que as letras devem ser apresentadas e conhecidas por meio da associa o com os sons que emitem Ou seja ao mesmo tempo que uma frase famosa de Ferreiro ler n o decifrar Capovilla sustenta que ler decodificar Quando a Unesco Organiza o das Na es Unidas para a Educa o Ci ncia e Cultura e a OCDE Organiza o para a Coopera o e Desenvolvimento Econ mico divulgaram em julho a Pisa Pesquisa Internacional de Avalia o do Estudante com o desempenho de 41 pa ses em rela o leitura colocando o Brasil em 37 lugar forneceram o argumento que faltava a Capovilla Dois anos atr s quan
113. possui seu grupo de pesquisa intitulado Alfabetiza o leitura e escrita certificado pelo Diret rio dos Grupos de Pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico CNPq coordenado pelas professoras doutoras Cl udia Maria Mendes Gontijo e Cleonara Maria Schwartz Dispon vel em lt http dgp cnpq br buscaoperacional detalhegrupo jsp grupo 0392708GA4ZEY0 gt Acesso em 7 fev 2011 14 Esp rito Santo O objetivo central dessa a o produzir um conhecimento consistente a respeito do que a escola tem praticado nas classes de alfabetiza o observando quais dimens es do processo de alfabetiza o tem sido privilegiadas pelas professoras na sala de aula Nessa dire o duas pesquisas de mestrado que t m como foco de an lise a tem tica pr ticas de alfabetiza o foram conclu das e defendidas j no segundo semestre de 2010 intituladas As pr ticas de alfabetiza o em s ries iniciais de duas escolas de ensino fundamental do munic pio de Vit ria ES de autoria de Kaira Walbiane Couto Costa e As pr ticas de alfabetiza o em s ries iniciais de duas escolas de ensino fundamental do munic pio de Aracruz de Eliane Cristina Freitas de Souza Al m dessas duas pesquisas ao longo do primeiro semestre de 2010 todos os orientandos de Mestrado e Doutorado da professora Cl udia Maria Mendes Gontijo que cursavam a disciplina Est gio em Pesquisa Il e Ill envolveram se em estudos objeti
114. pr prio car ter inerentemente alienadora Por um lado ignora a experi ncia de vida a hist ria e a pr tica ling stica dos alunos Por outro d demasiada nfase ao dom nio e compreens o da leitura cl ssica e utiliza o de material liter rio como ve culos para exerc cios de compreens o literal e interpretativa para o desenvolvimento de vocabul rio e das habilidades de identifica o de palavras MACEDO 2000 p 2 Assim a abordagem acad mica colaboraria segundo esse mesmo autor para subtrair do processo de alfabetiza o suas dimens es sociopol ticas Desse modo tal abordagem passa a funcionar na dire o de reproduzir os valores e significados dominantes Sendo assim conclu mos que as pr ticas pautadas nessa abordagem parecem n o contribuir para que os sujeitos se apropriem de sua hist ria de sua cultura e da linguagem da classe trabalhadora J a abordagem utilitarista de leitura de acordo com Macedo 2000 p 3 tem como objetivo produzir leitores que atendam aos requisitos b sicos de leitura da sociedade contempor nea Para Macedo a despeito do seu atrativo car ter progressista abre e logo fecha aspas essa abordagem enfatiza tamb m o aprendizado mec nico de habilidades de leitura ao mesmo tempo que sacrifica a an lise cr tica da ordem social e pol tica que d origem necessidade de leitura em primeiro lugar MACEDO 2000 p 3 grifo nosso Por essa raz
115. prefeito do secret rio municipal de Educa o e do secret rio de Obras e Controle Urban stico Os nomes est o escritos em material resistente a o porque n o poderiam ser apagados facilmente pela a o da natureza sol chuva e de certo 58 nem das mentes das pessoas que habitam a escola e a comunidade Nesse caso os representantes tinham a oportunidade de fixarem seus nomes no contexto daquela escola afinal tratava se de um momento de reinaugura o de uma significativa unidade escolar para um n mero expressivo de moradores que precisam se valer dessa escola para estudar De certo a evid ncia desses nomes na cena placa subtrai a possibilidade de evidenciar todos os demais nomes dos sujeitos p blicos que contribu ram historicamente desde a origem da escola Em outros termos Dona Penha faxineira Seu Jos porteiro da escola Seu Ant nio pedreiro Vov Bia aposentada Seu Cl udio serralheiro Tia Maria merendeira escolar etc n o aparecem Por exemplo ao dialogarmos com as serventes cozinheiras professoras e o porteiro que atuam na escola desde sempre e registrarmos em nosso caderno de campo os nomes dos participantes da luta por uma escola melhor constatamos que a lista desses sujeitos invisibilizados pela placa grande Lembramos que a reinaugura o da escola ocorreu no ltimo ano do mandato do prefeito Max Freitas Mauro Filho ano eleitoral e ele havia se candidatado
116. refor o voltado para essa dimens o da alfabetiza o 224 Verificamos que no dia 07 12 2010 por exemplo a professora iniciou as atividades informando ao grupo de sete crian as que criaram um Domin de animais e um Jogo da mem ria com animais Desse modo a professora reuniu as mesas das crian as em um pequeno c rculo grupo Em seguida distribuiu as folhas onde haviam sido desenhadas as pe as do domin e do joguinho da mem ria com animais ver a seguir fotografias desse material Fotografia 21 Domin dos animais Fotografia 22 Jogo da mem ria dos animais Fonte Caderno do pesquisador 2010 Fonte Caderno do pesquisador 2010 A professora orientou que cada crian a deveria interagir num primeiro momento individualmente com aquele material a partir das seguintes atividades 1 pintar os domin s e os animais do jogo 2 recortar as pe as 3 confeccionar dois envelopes para guardar o domin e o jogo de animais Depois de confeccionar esses dois jogos e os envelopes para guard los as crian as poderiam brincar interagir em duplas ou em dois grupos Em seguida a essa brincadeira intera o com esse material que continha desenhos e palavras a professora ainda apresentou mais um terceiro jogo que deveria ser confeccionado denominado de Quebra cabe a do fundo do mar ver a fotografia a seguir Fotografia 23 Quebra cabe a Fonte Caderno do pesquisador 2010 225 No dia 13 12 2010 a pro
117. se pensar o ensino da leitura e da escrita defendida nesse curso se pautava nas orienta es de abordagem Hist rico Cultural Cerca de 350 professores alfabetizadores pertencentes as escolas p blicas dos munic pios de Linhares Sooretama Rio Bananal S o Mateus e Aracruz conclu ram esse curso Havia um desejo por parte desses professores em avan ar na compreens o dos processos de alfabetiza o para al m da perspectiva dos m todos e da perspectiva psicogen tica 3 O Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educa o como explicitado na quarta parte deste texto um programa estrat gico do Plano de Desenvolvimento Educativo PDE O termo vinculado ao que o MEC denomina de Plano de A es Articuladas PAR conforme expresso no pr prio site do MEC Dispon vel em lt http simec mec gov br cte relatoriopublico principal php system apresentacao amp ordem 5 amp inuid 1 1 74 amp itrid 2 amp est ES amp mun Linhares amp municod 3203205 amp estuf ES amp muncod 3203205 gt Acesso em 16 set 2010 Esse ndice composto por dois mecanismos quais sejam Sistema Nacional de Avalia o da Educa o B sica Saeb primeiro sistema de avalia o da educa o em escala nacional aplicado pela primeira vez em 1990 e reformulado em 1995 quando passou a permitir a compara o de resultados de diferentes edi es e a Prova Brasil criada em 2005 18 Par grafo nico O Ideb ser o indicador objetivo para a verifi
118. setembro o Dia Internacional da Alfabetiza o Com esse ato a Unesco incentivou os pa ses signat rios a se comprometerem a diminuir no mundo o ndice de analfabetismo pois nos pa ses subdesenvolvidos cerca de 25 de adultos e crian as n o sabiam ler e escrever chegando a um total de novecentos milh es de pessoas b acontece em 1990 sob a coordena o da Unesco a Confer ncia Educa o para Todos EPT que vai impor aos 155 pa ses convidados participantes uma agenda de trabalhos para a d cada corrente tendo como um dos itens principais cada pa s deveria cuidar de elevar os ndices de alfabetismo c em 1990 acontece em Washington EUA a assinatura do Acordo de Washington por parte dos pa ses denominados subdesenvolvidos que trar implica es para o desenvolvimento das pol ticas sociais e sobretudo para a educa o em nosso pa s at atualidade d em 1995 o Brasil assume uma discuss o e toma decis es no tocante reforma do Estado Tais decis es ser o expressas nos documentos elaborados pelo Minist rio da Administra o Federal e Reforma do Estado MARE sobretudo um Desde 1957 por decis o da Assembleia Geral da Organiza o das Na es Unidas ONU a Unesco implementa dentre os pa ses que aderem s campanhas o chamado Ano Internacional Dispon vel em lt http www girafamania com br introducao unesco html gt Acesso em 20 out 2010 E curioso pensarmos que a comemora o dessa da
119. sociocultural em que se desenvolve a forma o da consci ncia cr tica as capacidades de produ o de textos orais e escritos a leitura os conhecimentos sobre o sistema da escrita da l ngua portuguesa incluindo a compreens o das rela es entre sons e letras e letras e sons Nesse conceito de alfabetiza o j estariam contempladas as principais dimens es necess rias para o trabalho em torno do ensino da leitura e da escrita quais sejam a o desenvolvimento da criticidade b a produ o de textos orais e escritos c a leitura d os conhecimentos sobre o ensino da escrita da l ngua portuguesa incluindo as rela es entre sons e letras e letras e sons Entendida a alfabetiza o desse modo inferimos e ou concordamos com Gontijo quando afirma que o letramento ao propor conceitos espec ficos para alfabetiza o e para letramento tende a promover um retrocesso quando considera a 22 alfabetiza o como processo de aprendizagem da codifica o e decodifica o ou em outros termos o uso do termo letramento produz a redu o da alfabetiza o mera aquisi o do c digo escrito Foram basicamente essas duas ocorr ncias do ponto de vista administrativo e pedag gico que instigaram a necessidade de compreendermos as pr ticas de alfabetiza o desenvolvidas em uma turma do 2 ano do ensino fundamental de uma escola da rede p blica municipal de Linhares no contexto do discurso de letramento Quer amos na
120. sujeitos que produzem linguagem portanto capazes de construir contrapalavras em rela o aos textos lidos A viv ncia que hav amos constitu do n o s com a professora pesquisada mais com todas as demais professoras do primeiro ciclo do ensino fundamental nos permitia perceber a dedica o e empenho daquele grupo que todas as tardes chegava em suas salas de aula e procurava desenvolver um trabalho na cren a de que o letramento poderia fazer certa diferen a em suas pr ticas e por extens o nas aprendizagens das crian as Praticamente por todos os lugares em que hav amos circulado no contexto escolar secretaria coordena o setor pedag gico laborat rio de inform tica etc percebemos que as professoras alfabetizadoras que atuavam nas classes do primeiro ciclo eram consideradas por seus pares como professoras dedicadas ao trabalho Sobre especificamente a professora participante da nossa pesquisa o que ouv amos ao longo do ano a respeito de seu trabalho fomos anotando em nosso caderno de campo Coloca es de seus pares que se configuravam por exemplo nas seguintes palavras A professora F sempre na dela quieta mais realiza um trabalho com uma qualidade Que bom que sua pesquisa na sala da professora F ela uma das melhores que conhe o A professora F te aceitou Que bom Pensei que ela n o iria te aceitar Ela uma excelente professora mais sempre contida acho que t mida Essa professora cons
121. tantos empres rios de institui es nacionais e internacionais nessa reuni o em que se vai discutir alfabetiza o Em contraposi o perguntamos onde est o os principais sujeitos que lidam diretamente com o ensino da leitura e da escrita os professores Das mat rias que lemos que tratavam de lan amento de programas em torno da leitura e da escrita pelo Brasil n o foi poss vel constatar a presen a desses sujeitos nos processos de legitima o dessa ou daquela perspectiva para alfabetiza o infantil Foi interessante observar que os debates e as decis es estiveram marcados pelo Poder P blico por empres rios e em algumas situa es por organiza es do Terceiro Setor bem como por especialistas nacionais e internacionais e restritamente por algumas institui es federais de ensino superior 163 Sob nossa perspectiva se consideramos por exemplo que as pr ticas humanas e portanto as pr ticas de alfabetiza o n o s o constitu das efetivamente sem a participa o dos sujeitos professores crian as comunidade que integram o espa o educativo sendo portanto necess rio amplo debate coletivo para a escolha e a mudan a da postura administrativa e pedag gica o modo como a perspectiva do discurso de letramento e outros programas de alfabetiza o chega intencionando decisivamente compor os trabalhos dos professores alfabetizadores no m nimo inadequado e desrespeitoso com esses sujeitos e portanto com a es
122. tecidas a partir de uma multid o de fios ideol gicos e servem de trama a todas as rela es sociais em todos os dom nios E portanto claro que a palavra ser sempre o indicador mais sens vel de todas as transforma es sociais mesmo daquelas que apenas despontam que ainda n o tomaram forma que ainda n o abriram caminho para sistemas ideol gicos estruturados e bem formados Uma vez que o letramento passou a se posicionar como perspectiva oficial buscando se colocar se afirmar como mais apropriada e portanto mais moderna para potencializar as pr ticas do ensino da leitura e da escrita procuramos evidenciar os fios dial gicos e ideol gicos BAKHTIN VOLOCH NOV 2006 p 41 em torno do processo de sua afirma o no cen rio da educa o brasileira Compreendemos que a Alfabetiza o termo que come a a ser utilizado no Brasil no final da d cada de 1910 para se referir ao ensino inicial da leitura e da escrita e que na atualidade tende a ser substitu do por letramento ou a ser utilizado juntamente com esse ltimo tem uma hist ria no contexto da educa o brasileira Dermeval Saviani ao desenvolver uma palestra em comemora o ao anivers rio dos 30 anos do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo PPGE UFES no dia 8 de abril de 2009 ajudou nos a entender que para fins de compreens o de qualquer fen meno educativo ocorrido na pol tica p blica
123. texto aqui tecido Todo o caminho desta pesquisa foi incentivado por uma necessidade querer compreender como seriam desenvolvidas as pr ticas de alfabetiza o em uma turma do 2 ano do ensino fundamental de uma escola da rede p blica municipal de Vila Velha ES no contexto do discurso de letramento Uma hip tese de pesquisa se fez presente em todo o percurso da investiga o a ideia de que a ado o do termo ou perspectiva do letramento por parte do discurso oficial representou a possibilidade de concilia o entre as ideias construtivistas e as defendidas pelos seguidores dos antigos m todos de alfabetiza o tanto no tocante s pr ticas investigadas quanto no que se refere ao campo das decis es pol ticas A pesquisa que encontrou em Mikhail Mikhailovich Bakhtin bem como em estudiosos da perspectiva bakhtiniana no Brasil orienta es te ricas para fundamentar as discuss es no campo da linguagem e tamb m orienta es metodol gicas teve suas origens conforme destacamos na segunda parte deste relat rio num per odo em que tivemos uma viv ncia intensa em diferentes espa os e n veis escolares O foco do nosso trabalho nesses contextos sempre foi cuidar para o bom atendimento das crian as em suas aprendizagens na escola p blica Desse modo entre os anos 2000 2010 quando desenvolv amos projetos com crian as consideradas fracassadas pela escola Linhares ES e atuamos no contexto da ger ncia pe
124. toda a popula o com gua encanada tratada e esgoto alcan ando a todos muito mais sa de e com pessoas efetivamente leitoras e escritoras dialogando com a vida Isso seria sob a nossa perspectiva comemorar verdadeiramente uma data importante Diante do que vimos discorrendo at aqui numa tentativa de ousar responder como e com que finalidade s o discurso oficial MEC tratou e ou tem tratado o ensino da leitura e da escrita neste pa s chegando a caracteriz lo na atualidade como letramento fica a compreens o de que o discurso oficial desde os anos 90 no tocante condu o oficial sobre o ensino da leitura e da escrita no Brasil pretendeu objetivar uma perspectiva econ mica e portanto pragmatista de alfabetiza o Vimos que a alfabetiza o no Brasil nas duas ltimas d cadas de modo acentuado esteve est na mira das pol ticas neoliberais pela cren a de associar sociedade alfabetizada ao desenvolvimento Especificamente na d cada de 90 poca do construtivismo as intencionalidades no tocante alfabetiza o giravam em torno de demonstrar bons resultados para as ag ncias financeiras internacionais em decorr ncia de a d cada de 80 ter sido uma d cada fracassada nessa dire o Novos empr stimos dependeriam desses resultados Como foi poss vel constatar neste texto os resultados n o foram bem 169 sucedidos A partir de 2003 poca em que se iniciam novas discuss es em torno do ensino da leitu
125. uma atividade interativa altamente complexa de produ o de sentidos o que requer a articula o de um vasto conjunto de saberes e sua reconstru o no interior de um evento comunicativo Por isso podemos pensar que todos os aspectos s cio hist ricos e ideol gicos que constituem o texto foram deixados margem relegados a um plano de irrelev ncia pela proposta do livro did tico Sob nossa perspectiva esse livro sustentado pelos crit rios de letramento apresenta uma postura limitada e incapaz de possibilitar a seus usu rios no caso as crian as do 2 ano do ensino fundamental posicionamentos cr ticos diante dos textos que lhes s o apresentados Desse modo poder amos at inferir que esse livro did tico que toma como base elementos da proposta do MEC relativos alfabetiza o e ao letramento inicial proporciona pr ticas de alfabetiza o que silenciam as crian as silenciam os di logos que elas estabelecem com a vida desprivilegiando portanto a pr pria crian a sujeito produtor de linguagem 5 3 O TRABALHO COM TEXTOS EM SALA DE AULA A PARTIR DE PR TICAS ORGANIZADAS PELA PROPRIA PROFESSORA Ap s considerar o trabalho com o livro did tico discutiremos as pr ticas planejadas e executadas pela pr pria professora na sala de aula Para tanto escolhemos aleatoriamente as atividades vivenciadas pelas crian as e a professora nos dias 31 05 2010 e 27 09 2010 Quando chegamos sala no dia 31 05 2010 as c
126. vista do sistema a escolariza o necess ria para que o indiv duo seja mais produtivo para que saiba seguir instru es e movimentar se no espa o urbano industrial para que possa consumir produtos e respeitar ou assumir os valores hegem nicos Por outro lado do ponto de vista do trabalhador enquanto indiv duo a escolariza o se imp e como condi o de participa o no mercado de trabalho Se a escolariza o n o garante emprego de ningu m nenhuma ou pouca escolariza o um fator de impedimento ao trabalho BRITTO 2007 p 23 Diante do exposto na cita o anterior n o sem raz o que para Britto 2007 p 23 o letramento enquanto a o social est amarrado a esta l gica alfabetizam se as pessoas para elas ficarem mais produtivas e conformes ideologia dominante Consoante com esse pensamento o autor ainda acrescenta Neste sentido o modelo de escolariza o cumpre dois pap is complementares ajusta o n vel de forma o e conhecimento do trabalhador s necessidades do sistema Usando os termos de Newton Duarte Brito complementa que desse modo a pr pria escola acaba exercendo a fun o ideol gica de difus o da cren a de que as condi es de vida da popula o est o melhorando Em outras palavras no atual est gio de organiza o do capitalismo necess rio que essa grande parcela da popula o mundial saia do absoluto analfabetismo e torne se capaz de assimilar
127. 100 Observa o as crian as poderiam apresentar mais de uma resposta nesta quest o no entanto o que percebemos foi que cada uma delas se limitou na entrevista a apontar uma nica pessoa 303 Tabela 13 Distribui o das crian as em torno de quando escrevem ver quest o 13 Quando escreve Quando est na escola sala de aula Quando precisa fazer dever de casa Quando faz li es da B blia Quando brinca de escolinha em casa Quando escreve bilhetes de carinho para a m e Quando brinca de escrever cartinhas Quando brinca de m dica e precisa preencher fichas Total F 14 10 01 01 01 01 01 29 48 2 34 4 3 4 3 4 3 4 3 4 3 4 100 Observa o as crian as poderiam apresentar mais de uma resposta nesta quest o Tabela 14 Distribui o das crian as em torno de sua prefer ncia pela leitura ou pela escrita ver quest o 14 Prefer ncia F Leitura 07 50 Escrita 05 35 7 Aprecia tanto ler quanto escrever 01 7 2 N o aprecia nem ler nem escrever 01 7 2 Total 14 100 Observa o A crian a que afirmou que aprecia tanto a leitura quanto a escrita justificou do seguinte modo gosto dus dois por causa que muito bom a gente fica inteligente J a crian a que respondeu que n o aprecia nem a leitura nem a escrita fez o seguinte coment rio s leio e escrevo por obriga o Tabela 15 Distribui o das crian as em torno de sua exp
128. 2006 p 131 132 quando esse autor discute a quest o da natureza da l ngua chegando a afirmar que 1 A l ngua como sistema est vel de formas normativamente id nticas apenas uma abstra o cient fica que s pode servir a certos fins te ricos e pr ticos particulares Essa abstra o n o d conta de maneira adequada da realidade concreta da l ngua 2 A l ngua constitui um processo de evolu o ininterrupto que se realiza atrav s da intera o verbal social dos locutores 3 As leis da evolu o lingu stica n o s o de maneira alguma as leis da psicologia individual mas tamb m n o podem ser divorciadas da atividade dos falantes As leis da evolu o lingu stica s o essencialmente leis sociol gicas 4 A criatividade da l ngua n o coincide com a criatividade art stica nem com qualquer outra criatividade ideol gica espec fica Mas ao mesmo tempo a criatividade da l ngua n o pode ser compreendida independentemente dos conte dos e valores ideol gicos que a ela se ligam A evolu o da l ngua como toda evolu o hist rica pode ser percebida como uma necessidade cega de tipo mecanicista mas tamb m pode tornar se uma necessidade de funcionamento livre uma vez que alcan ou a posi o de uma necessidade consciente e desejada 5 A estrutura da enuncia o uma estrutura puramente social A enuncia o como tal s se torna efetiva entre falantes Diante desses termos lembramos as consider
129. 2009 a escola organizava seu per odo letivo anual em quatro bimestres 38 A escola funciona nos per odos matutino atendendo classes do 6 ao 9 ano vespertino atendendo classes de 1 e 5 anos e noturno Programa PROJOVEM que teve in cio no segundo semestre de 2010 E um programa da Secretaria de Estado da Educa o do Esp rito Santo que firmou uma parceria com o munic pio de Vila Velha para ser desenvolvido 52 escola N o tivemos nenhuma manifesta o de aceite nem mesmo de nega o nesse dia pelas professoras Elas silenciaram se quanto decis o no entanto disseram que na segunda feira seguinte dariam uma resposta ap s conversarem com a pedagoga Algumas situa es que aconteceram nesse primeiro encontro merecem ser aqui relatadas pois t m sido significativas no tocante s orienta es metodol gicas bakhtinianas que assumimos De fato cabe dizer que encontrar com esse grupo expor um trabalho de pesquisa e solicitar ser aceito por ele n o foi tarefa f cil Iniciamos nosso di logo apresentando de modo geral a linha de pesquisa na qual nossa investiga o se vincula Discorremos sobre os trabalhos que a linha desenvolve bem como sobre os focos de interesse de pesquisa na atualidade Apontamos algumas contribui es da linha de pesquisa no tocante preocupa o com a forma o de professores alfabetizadores no Estado do Esp rito Santo e em seguida esclarecemos que nossa pesquisa se insere na preoc
130. 2009 p 45 afirma que a l gica subjacente proposta do Compromisso Todos pela Educa o traduzida como o que ele chama de Pedagogia de resultados pois o governo equipa se com instrumentos de avalia o dos produtos for ando com isso que o processo se ajuste s exig ncias postas pela demanda das empresas Portanto uma l gica de mercado que guia a educa o nas atuais circunst ncias pelos mecanismos das chamadas pedagogias das compet ncias e da qualidade total Tais pedagogias segundo Saviani 2009 p 45 aparentemente proclamam que visa obter a satisfa o total dos clientes e interpreta que nas escolas aqueles que ensinam s o prestadores de servi o os que aprendem s o clientes e a educa o um produto que pode ser produzido com qualidade vari vel Reiteramos que apenas um aparente discurso pois ainda de acordo com Saviani 2009 p 46 sob a gide da qualidade total efetivamente o verdadeiro cliente das escolas n o s o os alunos e sim a empresa ou a sociedade e os alunos s o produtos que os estabelecimentos de ensino fornecem a seus clientes SAVIANI 2009 p 46 Para que isso ocorra necess rio que todos se unam e lancem m o do m todo da qualidade total melhorando continuamente suas formas de organiza o seus procedimentos e seus produtos SAVIANI 2009 p 46 grifo nosso O autor ainda afirma
131. 4 Para voc qual o maior desafio na tarefa de alfabetizar 35 Voc acredita que poss vel avan ar em alguns aspectos Quais Como 36 Como voc avalia a alfabetiza o dos alunos do 2 ano em 2010 Quais a es voc considera que foram mais importantes Que fatores contribu ram e ou dificultaram as condi es de leitura e escrita proporcionadas a esse grupo ANEXOS 288 289 ANEXO A CALEND RIO LETIVO 2010 DAS ESCOLAS P BLICAS DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICIPIO DE VILA VELHA ES iq qs s A OLOT LV uanepung OUISUT EJOS me aa ad OLIPDUSJCS pe o e 290 ANEXO B TABULA O DOS DADOS REFERENTES AO ROTEIRO DE CARACTERIZA O DAS CRIAN AS APENDICE F DO PROJETO DE PESQUISA PRIMEIRA PARTE A primeira parte deste roteiro comporta dados relacionados com a caracteriza o da fam lia e da crian a Tabela 1 Distribui o das crian as segundo idade para compor esta quest o ver data de nascimento Idade F 07 anos 12 85 7 08 anos 02 14 3 Total 14 100 Observa o Na sala de aula pesquisada frequentavam 22 crian as por m somente 14 fam lias responderam e entregaram o roteiro de pesquisa Tabela 2 Distribui o das crian as segundo o sexo Sexo F Feminino 10 71 5 Masculino 04 28 5 Total 14 100 Observa o Na sala de aula pesquisada frequentavam das 22 alunos 11 meninos e 11 meninas por m os dados da tabela s o referentes aos roteiros respondidos e
132. 40 anos Mais de 40 anos 3 Voc trabalha em Uma s escola Duas escolas Tr s escolas ou mais 4 Nesta escola voc Profissional efetivo Profissional contratado Outros Especificar Desde quando voc trabalha nesta unidade de ensino Al m de trabalhar nesta s escola s voc exerce outra atividade profissional Sim N o Se sua reposta foi afirmativa qual essa atividade 142 Este documento de pesquisa foi desenvolvido tomando como base os AP NDICES F e L das disserta es de Dilza C co intitulada Pr ticas de leitura na alfabetiza o defendida no Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo UFES 2005 e de Maristela Gatti Piffer intitulada O trabalho com a linguagem escrita na educa o infantil 2005 tamb m defendida no Programa de P s Gradua o em Educa o da mesma universidade 284 Sua forma o acad mica est em n vel M dio tipo de curso Licenciatura curta tipo de curso Licenciatura plena tipo de curso P s gradua o aperfei oamento menos de 360 horas P s gradua o especializa o 360 horas ou mais Mestrado Outros specificar 5 E 6 Sua experi ncia como pedagogo a Abaixo de 2 anos Entre2e 5 anos Entre6e 7 anos Entre 8e 10 anos Acima de 10 anos 7 Sua experi ncia profissional foi adquirida Em n
133. 7 Total 14 100 Tabela 42 Distribui o das crian as conforme a justificativa apresentada por gostar da mat ria de L ngua Portuguesa ver quest o 31 Justificativa F Gostar de copiar 02 33 3 Gostar de escrever e ler 02 33 3 Porque preciso aprender ler e escrever 02 33 3 Total 06 100 Tabela 43 Distribui o das crian as conforme a justificativa apresentada por gostar da mat ria de Matem tica ver quest o 31 Justificativa F Gostar de fazer 03 37 5 continhas 03 37 5 As atividades s o boas divertidas 02 25 Porque preciso aprender Total 08 100 Tabela 44 Distribui o das crian as em torno da verifica o se elas consideram importante ler e escrever ver quest o 32 Consideram F importante ler e escrever Sim 14 100 N o Total 14 100 311 Tabela 45 Distribui o das crian as conforme a justificativa apresentada por considerarem importante ler e escrever ver quest o 32 Justificativa F Para poder se formar e 05 35 7 ser bem sucedido quando for grande no trabalho 01 7 2 Tudo depende da leitura 01 7 2 e da escrita Para fazer boas provas 01 7 2 Para escrever para 01 7 2 outras pessoas 03 21 4 Para ficar inteligente 01 7 2 Para ensinar os filhos 01 7 2 N o justificou Total 14 100 Tabela 46 Distribui o das crian as conforme desejam atuar na carreira profissional ver quest o 33 Atua o profissional F M dico a 05 35 7 Professor a de L n
134. Dezembro Coleta de dados na sala de aula por meio de observa o registro em di rio de campo filmagens e fotografias da sala de aula foco no desenvolvimento da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula Encerramento da coleta de dados na sala de aula por meio de observa o registro em di rio de campo foco no desenvolvimento da pr tica do a professor a e repercuss o no contexto da sala de aula Reuni o com o a diretor a e o a pedagogo a para apresentarmos nossos agradecimentos pela permiss o do desenvolvimento da pesquisa na escola Reuni o com todos os professores e funcion rios da escola objetivando formalizar nossos agradecimentos e fazer breves considera es sobre o percurso que vivemos na escola Reuni o com os pais que participaram da pesquisa formalizando nossos agradecimentos por terem participado bem como seus filhos da investiga o 259 AP NDICE B CARTA DE APRESENTA O UNIDADE DE ENSINO PROTOCOLO DE PESQUISA 12 Parte Vit ria ES fevereiro de 2010 UMEF A C Em cumprimento ao protocolo de pesquisa apresentamos aos profissionais sujeitos da pesquisa dade sa dada dA e aa ne unidade da Rede Municipal de Ensino de Vila Velha ES o projeto de pesquisa Propostas e Pr ticas de alfabetiza o em uma turma do segundo ano do ensino fundamental do munic pio de Vila Velha ES de autoria do doutorando Vanildo Stieg como recomenda o para
135. Epuca o sejam alcan adas Por essa raz o a Comiss o T cnica recomendou em fevereiro de 2007 que a Meta 2 deveria ser antecipada para possibilitar o alcance das demais metas At 2010 pelo menos 80 das crian as devem estar plenamente alfabetizadas at os 8 anos de idade e em 2022 esse percentual deve ser de 100 Dessa maneira o Topos PELA Enuca o deixava clara sua posi o de maneira inequivoca sem a alfabetiza o de nossas crian as na idade adequada nunca haver Educa o de qualidade no Brasil E mais do que isso as a es do movimento deveriam levar em conta tal prioridade para ajudar o Brasil a cumprir a Meta 2 at 2010 Havia ent o a expectativa de que o pais contasse com uma avalia o nacional que pudesse se traduzir num indicador que mostrasse de forma confi vel a real situa o de alfabetiza o das crian as aos 8 anos de idade no pais A Provinha Brasil lan ada ainda em 2007 e aplicada pela primeira vez em abril de 2008 prometia ter esse papel mas se limitou a ser uma avalia o de cada escola apenas para fins pedag gicos Por n o ser uma avalia o externa os resultados por escola n o podem ser apregados de forma a oferecer um quadro geral do pa s ou dos estados e munic pios Fonte Dispon vel em lt http Awww todospelaeducacao org br arquivos relatorio atividade final completo livro todos pela educacao 2006 2009 reduzido th pdf gt Acesso em 23 jan 2011 Constatamos
136. LCON Suze Gomes A teoria na pr tica e a pr tica na teoria uma experi ncia hist rico cr tica 2003 Tese Doutorado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Estadual de Campinas Campinas SP 2008 SCHWARTZ Cleonara Maria Os sentidos da leitura Dispon vel em lt http Awww anped org br reunioes 29ra trabalhos trabalho GT10 2223 Int pdf gt Acesso em 20 abr 2009 SHIOCHETTI Neuzi Schotten Processo at ler e escrever convencionalmente concep o de alfabetiza o e letramento dos professores alfabetizadores de Pomerode 2004 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o do Centro de Ci ncias Humanas e da Comunica o CEHCOM Universidade do Vale do Itaja Itaja SC 2004 SILVA M A da Interven o e consentimento a pol tica educacional do Banco Mundial Campinas SP Autores Associados 2002 SMOLKA A L B A crian a na fase inicial da escrita a alfabetiza o como processo discursivo 7 ed S o Paulo Cortez 1996 SOARES Magda Becker As muitas facetas da alfabetiza o In SOARES Magda Becker Alfabetiza o e letramento S o Paulo Contexto 2008 Letramento um tema em tr s g neros Belo Horizonte Aut ntica 1999 Letramento e alfabetiza o as muitas facetas Dispon vel em lt http www anped org br gt Acesso em 4 dez 2003 SOARES Maria Clara Couto Banco Mundial pol ticas e reformas TOMMASI
137. Leitura e subt pico Textos por toda parte apresentado na figura a seguir v m expressos alguns tipos de textos que est o presentes nos Conte dos program ticos da Semed Vila Velha ES Figura 9 G neros textuais indicados para o trabalho em classes de alfabetiza o Fonte CARPANEDA Isabella Pessoa de Melo BRAGAN A Angiolina Domanico Porta aberta letramento e alfabetiza o ling stica 1 ano S o Paulo FTD 2008 Cole o Porta Aberta Manual do Professor O objetivo apresentado no fragmento do Manual do professor ver linhas 6 e 7 do texto da fotografia anterior no tocante ao ensino da leitura tem n tida semelhan a com o ltimo objetivo previsto na proposta da Semed no que se refere leitura Dados que tamb m nos permitem efetivamente inferir o elo entre o livro did tico adotado na rede com a organiza o da proposta dos conte dos que devem ser ensinados na escola canela verde campo da nossa pesquisa De modo geral podemos dizer considerando os elementos j destacados e as observa es em sala de aula que as pr ticas de alfabetiza o eram organizadas a partir de projetos orientados pela Semed do livro did tico adotado na rede 124 CARPANEDA Isabella Pessoa de Melo BRAGAN A Angiolina Domanico Porta aberta letramento e alfabetiza o ling stica 1 ano S o Paulo FTD 2008 Cole o Porta aberta Manual do Professor 187 municipal de ensino e de atividades pensadas pela pr pria
138. OUZA 2003 apud PERONI 2007 p 5 As declara es do Estado em crise conforme assinalamos em linhas gerais at aqui bem como a sua nova configura o abriram todos os precedentes necess rios e poss veis para que as pol ticas sociais e a a educa o fossem assumidas pela l gica do quase mercado pois com o diagn stico de que o mercado mais eficiente e produtivo os princ pios da chamada administra o gerencial t m influenciado o setor p blico e a educa o as parcerias s o parte deste processo PERONI 2009 p 297 grifo nosso Essa concep o n o foi toa parar na Lei m xima que orienta regula a educa o de nosso pa s Interven es como essa na Lei se deram em consequ ncia da conversa em Washington Para Frigotto 20083 p 97 estudioso das quest es relacionadas com os debates que envolvem trabalho e educa o A dimens o talvez mais profunda e de consequ ncias mais graves situa se no fato de que o Governo Fernando H Cardoso por interm dio do Minist rio da Educa o adotou o pensamento pedag gico empresarial e as diretrizes dos organismos e das ag ncias internacionais e regionais dominantemente a servi o desse pensamento como diretriz e concep o educacional do Estado Trata se de uma perspectiva pedag gica individualista dualista e fragment ria coerente com o ide rio da desregulamenta o flexibiliza o e privatiza o e com o desmonte dos direitos sociais ordenad
139. P concebe a leitura e a escrita do modo como anunciado imp s se a necessidade de quando discutirmos as pr ticas da professora alfabetizadora atentar para perceber qual seria o sentido produzido pelas crian as sobre a import ncia de se aprender a ler e a escrever na escola 78 3 4 CARACTERIZA O DAS FAM LIAS DAS CRIAN AS A caracteriza o das fam lias e das crian as foi poss vel ser desenvolvida a partir do instrumento de pesquisa Roteiro para a caracteriza o das crian as junto s fam lias AP NDICE F Como ocorreu o processo de coleta desses dados Explicamos nos termos a seguir Para aplicarmos esse instrumento necessit vamos que as fam lias assinassem o Protocolo de Consentimento e Livre Esclarecimento Para tanto pensamos que seria muito interessante aproveitarmos a primeira reuni o anual que a pedagoga e a professora fariam com esses sujeitos Tal reuni o foi agendada em uma data com bastante anteced ncia e ocorreu no dia 12 5 2010 conforme j hav amos assinalado num momento anterior deste relat rio num hor rio das 13h s 15h Foram convidados os pais ou respons veis das 22 crian as que frequentavam essa sala de aula Estiveram presentes nesse encontro sete representantes das crian as pais m es tias e av s A pedagoga deu in cio reuni o com termos de boas vindas Lembrou tamb m a import ncia da fam lia No entender daquela escola os pais e ou respons veis deveriam
140. Paulo SP Conforme observamos na cita o anterior estiveram presentes empres rios nacionais e internacionais organiza es n o governamentais entidades educacionais e Governo Federal Dispon vel em lt http www fomezero gov br noticias empresarios e governo lancam compromisso todos pela educacao gt Acesso em 18 out 2009 129 Figura 2 Lan amento do Programa Todos pela Educa o em 6 de setembro de 2006 E 4 Papa a z PE ds ao ga 4 Na o Pa Ro A Ml a A d DA En dado nesin A TA Ka DA Tra 4 e 44 8 da qu s a 2e tm Fonte Capa do Relat rio de atividades e resultados do desenvolvimento do Programa Todos pela Educa o Dispon vel em lt http issuu com todospelaeducacao docs final completo livro todos pela educa o 2006 2009 gt Acesso em 24 mar 2011 Potencializado por todo esse movimento o Compromisso Todos pela Educa o torna se ent o o Decreto n 6 094 em 24 de abril de 2007 e passa a ser denominado de Plano de Metas Compromisso Todos pela Educa o Esse foi em linhas gerais o contexto em que se originou o Plano de Metas Como podemos observar esse se afina com as orienta es dos organismos mundiais Saviani 2009 afirma que esse plano se tornou o carro chefe de todos os projetos lan ados posteriormente os quais reunidos at mar o de 2009 somam 41 projetos que comp em o Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE lan ado oficial
141. Pedreiro 01 7 2 5143 25 Auxiliar de servi os gerais 02 14 3 9192 05 Mec nico 01 7 2 7741 05 Montador de m veis 01 7 2 2313 20 Professor de Geografia 01 7 2 7823 05 Motorista de autom veis 02 14 3 3144 10 T cnico em manuten o de 01 7 2 m quinas 02 14 3 N o responderam Total 14 100 Observa o As ocupa es dos pais foram organizadas tomando por base a Classifica o Brasileira das Ocupa es BRASIL 2002 do Minist rio do Trabalho e Emprego Dispon vel em lt http www mtecbo gov br cbosite pages downloads jsf gt Acesso em 7 mar 2011 Tabela 13 Distribui o das crian as de acordo com a ocupa o da m e ver quest o 4 Ocupa o F Y 3547 05 Representante comercial aut nomo 05 35 7 2346 24 Professor de l ngua portuguesa 01 7 2 7632 19 Costureira em geral 02 14 3 3224 15 Atendente de cl nica dent ria 01 7 2 5151 35 T cnico em enfermagem socorrista 01 7 2 2711 05 Chefe de 01 7 2 cozinha 5143 20 Servente de 01 7 2 limpeza 01 7 2 N o trabalham fora de 01 7 2 casa N o responderam Total 14 100 Observa o As ocupa es das m es foram organizadas tomando por base a Classifica o Brasileira das Ocupa es BRASIL 2002 do Minist rio do Trabalho e Emprego Dispon vel em lt http www mtecbo gov br cbosite pages downloads jsf gt Acesso em 7 mar 2011 294 Tabela 14 Distribui o das crian as de acordo com materiais dispon veis para leitura em casa ver quest o 12 Mat
142. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESP RITO SANTO CENTRO DE EDUCA O i PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O VANILDO STIEG PROPOSTAS E PR TICAS DE ALFABETIZA O EM UMA TURMA DE SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICIPIO DE VILA VELHA ES VIT RIA ES 2012 VANILDO STIEG PROPOSTAS E PR TICAS DE ALFABETIZA O EM UMA TURMA DE SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICIPIO DE VILA VELHA ES Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de P s Gradua o em Educa o do Centro de Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo UFES como requisito parcial para obten o do grau de Doutor em Educa o na linha de pesquisa Educa o e Linguagem Verbal Orientadora Prof Dr Cl udia Maria Mendes Gontijo VIT RIA ES 2012 Dados Internacionais de Cataloga o na publica o CIP Biblioteca Central da Universidade Federal do Esp rito Santo ES Brasil S855p Stieg Vanildo 1969 Propostas e pr ticas de alfabetiza o em uma turma de segundo ano do ensino fundamental no munic pio de Vila Velha ES Vanildo Stieg 2012 311 f il Orientadora Cl udia Maria Mendes Gontijo Tese Doutorado em Educa o Universidade Federal do Esp rito Santo Centro de Educa o 1 Alfabetiza o 2 Letramento 3 Pol tica p blica Gontijo Cl udia Maria Mendes 1962 Il Universidade Federal do Esp rito Santo Centro de Educa o III T tulo CDU 37 UNIVERSIDADE FEDERAL
143. a es de Geraldi 1993 quando diz que a escola brasileira tem produzido intencionalmente desde h muito tempo um ensino da l ngua materna ironicamente irracional exatamente por come ar pela 234 s ntese pelas defini es pelas generaliza es pelas regras abstratas tendo como foco o culto ao m todo mecanizando a palavra Enxergar o bvio a vida presente que pulsa sentada nas cadeiras da sala de aula imposs vel Nesse sentido esse 133 autor chega a apresentar uma significativa narrativa ao dizer que Todo menino que vem sentar se nos bancos de uma escola traz consigo sem consci ncia de tal o conhecimento pr tico dos princ pios da linguagem o uso dos g neros dos n meros das conjuga es e sem sentir distingue as v rias esp cies de palavras E a gram tica natural o sistema de regras que formam a estrutura da l ngua e que os falantes interiorizam ouvindo e falando exercendo a linguagem que o aluno se preparar para deduzir ele mesmo a teoria de suas leis N o aterr lo com o aparato de uma ci ncia que disfar a a sua esterilidade sob fantasmagoria das palavras mas simplesmente induzi lo a adquirir concep o racional do que j sabe por h bito e repete maquinalmente Aprender a respeito da l ngua tomar consci ncia dos mecanismos estruturais do sistema lingu stico deve ser etapa posterior levar o aluno consci ncia da l ngua s depois de ter ele a posse da l ngua
144. a quer sejam uma leitura e escrita para menos n o compreender instru es avisos faturas contas etc N o foi sem motivo ent o que na quarta parte deste relat rio a partir de nossas an lises percebemos de norte ao sul do Pa s a ades o dos Estados e dos munic pios a v rias perspectivas te rico metodol gicas para dar conta das pr ticas alfabetizadoras Dentre essas perspectivas est o retorno ao uso do m todo f nico 243 e a continuidade do trabalho com propostas denominadas construtivistas Esse movimento aparentemente contradit rio refor a a nossa tese inicial pois houve portanto com a ado o oficial do termo letramento a possibilidade de concilia o de perspectivas te ricas e metodol gicas distintas Faltava ent o pensar a nossa tese a partir do contexto de sala de aula Haveria nas pr ticas da professora elementos que nos permitissem afirmar tal possibilidade de concilia o pela via do letramento Dirigimo nos para o contexto da escola sala de aula Desde os primeiros passos que demos naquele local percebemos que a escola estava povoada pelo discurso de letramento E n o era para menos pois como assinalamos na quinta parte deste relat rio as cobran as para os professores das classes de alfabetiza o vinham a partir da tabula o dos resultados da Provinha Brasil Por isso para o ano de 2010 as prescri es oficiais da Semed se direcionaram para a possibilidade de concretiza o
145. a Certamente ao longo das demais 13 pr ticas as crian as necessitavam ler tamb m para realizar as atividades no entanto em apenas seis pr ticas observamos a professora afirmar que o foco era a leitura Conforme podemos verificar no quadro anterior as atividades dedicadas leitura foram as de n mero 1 4 7 8 14 17 J as pr ticas referentes escrita e produ o de texto foram as de n mero 2 3 5 6 9 10 11 12 13 15 16 18 19 As atividades que envolveram o texto imag tico foram as de n mero 1 3 4 7 16 19 interessante destacar que os textos utilizados pela professora ao mesmo tempo em que serviam para trabalhar aspectos ligados leitura e escrita tamb m privilegiavam os conte dos das diferentes disciplinas do curr culo escolar O uso do texto como articulador do trabalho nas diferentes disciplinas foi denominado pela 189 professora de interdisciplinaridade A professora explicita essa inten o ou seja de trabalhar de forma interdisciplinar quando introduz o projeto no dia 09 06 2010 Esse projeto tema iniciado a partir de um texto imag tico um desenho da Bandeira do Brasil produzido por um dos alunos da classe O desenho foi utilizado pela professora para ilustrar o in cio de conversa com a turma A professora chama a aten o das crian as e pede que olhem o desenho que est em sua m o Professora turminha vejam esse desenho Classe todos olham curiosos sil n
146. a Quantos rompimentos Obrigado professora F s crian as e suas fam lias que colaboraram quando solicitadas a participar de alguns momentos da investiga o Crian as jamais esquecerei das tantas vezes que entrei na sala de aula e recebi aplausos sorrisos e muito acolhimento Com isso voc s s conseguiram acentuar ainda mais em mim a responsabilidade de continuar investigando a alfabetiza o infantil pedagoga da escola campo de pesquisa todo o meu carinho e admira o pelo trabalho que realiza mas sobretudo pelo lindo ser humano que voc Sol Os estudantes de Pedagogia deveriam fazer um est gio com voc pelo menos seis meses Eles teriam a chance de conhecer pr ticas pedag gicas de uma Pedagoga muito Maluquinha professora Cleonara Maria Schwartz Fui profundamente afetado academicamente por voc Certamente voc povoa esta tese da primeira ltima linha Minha primeira aula no Doutorado foi com voc Discutimos significativamente durante um semestre a rela o Educa o e Linguagem professora Moema L cia Martins Rebou as Quanta boniteza em suas aulas Aprendemos a observar visualizar este mundo afetado por imagens o qual ao mesmo tempo nos afeta Suas contribui es na configura o desta tese s o indiscut veis Ao estimado professor Jo o Wanderley Geraldi Seu comprometimento e o modo como se posiciona diante das quest es do ensino da l ng
147. a apoiar a forma o dos professores como o Profa Programa de Forma o de Professores Alfabetizadores entre outros s o gratuitos pois os autores cederam os direitos autorais Quando se trata de livros did ticos as cartilhas algumas compostas de v rias brochuras s o muito lucrativas chegando a custar centenas de reais por aluno por ano As discuss es sobre m todos milagrosos costumam ter significativos interesses financeiros por tr s 140 Folha O construtivismo parece funcionar muito bem em escolas particulares mas nas p blicas n o seria melhor adotar o m todo f nico Weisz Eu diria que exatamente o contr rio Para os alunos das escolas particulares que me desculpem suas esfor adas professoras qualquer forma de ensinar funciona Eles v m de ambientes onde a escrita muito presente tanto do ponto de vista da exist ncia de material impresso como das pr ticas sociais que a envolvam S o os alunos das classes populares que estudam na escola p blica que sempre fracassaram e s o eles que precisam de um atendimento mais dial gico Hoje sabemos que nenhuma crian a chega escola sem saber nada sobre a escrita Mas os saberes das crian as que v m de fam lias usu rias da leitura e da escrita s o muito mais avan ados do que os saberes das que v m de comunidades pouco escolarizadas Elas precisam ser introduzidas no mundo da cultura escrita para entender do que o professor est falando quando informa
148. a Monet ria e Financeira das Na es Unidas em Bretton Woods New Hampshire Estados Unidos O Banco Mundial composto atualmente por um conjunto de institui es lideradas pelo Banco Internacional para Reconstru o e Desenvolvimento BIRD que abrange quatro outras ag ncias a Associa o Internacional de Desenvolvimento IDA a Corpora o Financeira Internacional IFC a Centro Internacional Para Resolu o de Disputas Sobre Investimentos ICSID e a Ag ncia de garantia de Investimentos Multilaterais MIGA Em 1992 o BM assumiu ainda a administra o do Fundo Mundial para o Meio Ambiente GEF aprovado pela Eco 92 como principal fundo para gerenciamento do meio ambiente tornando se o principal gestor de recursos para o meio ambiente no mbito global SOARES 1998 p 15 16 O BM possui 181 Pa ses membros Destes 173 recebem ordens de apenas sete Alemanha Inglaterra Estados Unidos Fran a Canad Jap o e It lia No que se refere for a pol tica os Estados Unidos possuem 17 dos votos e o poder de veto e juntamente com os sete pa ses mais ricos perfazem um total de 45 de votos J o Fundo Monet rio Internacional agrega 183 Pa ses membros dos quais 177 juntos representam pouca for a pol tica nas tomadas de decis es e agem subordinados ao grupo de pa ses mais poderosos Juntos tornaram se os guardi es dos interesses do capital e com capacidade para induzir pol ticas econ micas e o destino de cont
149. a Velha ES medida que avan amos na pesquisa de campo passamos a considerar necess rio tendo em vista a hip tese desta investiga o desenvolver uma discuss o em torno das propostas de alfabetiza o assumidas e proclamadas pelo discurso oficial do Minist rio da Educa o MEC no per odo compreendido entre 1990 2009 Antes de procedermos nesta parte apresenta o de aspectos espec ficos da pesquisa pensamos ser importante ressaltar que a tem tica considerada nesta investiga o pr ticas de alfabetiza o tem sido efetivamente parte das preocupa es da linha de pesquisa Educa o e Linguagem Verbal do Programa de P s Gradua o em Educa o PPGE Atualmente conjugada a essa tem tica a linha tamb m tem se dedicado a desenvolver trabalhos com enfoque na hist ria da alfabetiza o no Esp rito Santo e nos processos de apropria o da escrita pelas crian as tomando como refer ncia a perspectiva hist rico cultural no campo da Psicologia e a perspectiva bakhtiniana na rea da Linguagem Esta pesquisa de doutorado comp e o conjunto de investiga es inseridas num projeto mais amplo coordenado pela professora doutora Cl udia Maria Mendes Gontijo intitulado A alfabetiza o no Esp rito Santo Tal projeto al m de tomar como unidade de estudo e ou campo de pesquisa munic pios que comp em a Regi o da Grande Vit ria interessa se em alcan ar tamb m munic pios interioranos do 1 A linha
150. a e de Clau dia Costin como secret rios estadual e munlelpal s o a prova de que esta mos em melo a uma verdadeira cam panha pela subordina o da educa o l gica do mercado Economista de forma o Risolla n o tem qualquer rela o com a educa o e assumiu a socrotaria afirmando entender a edu ca o como neg cio Costin um gua dro Importante da Funda o Victor Civita e atuou como uma das princi pals artifices do projeto de privatiza c o do governo FHC Mas alas s o apenas os exemplos mals evidentes de politicas que se espalham pelos divers zos munlciplos do nosso estado e que tamb m est o presentes nas pol ticas estabelecidas para as universidades e escolas t cnicas estadual e federals Diante deste quadro consideramos Improselndivel reconstrulr colotivamens to um projeto pol tico para a educa o p blica de qualidade que atualize as nossas bandolras de luta e apresente para o conjunto da socladade a Id la de que uma outra educa o possivel Multas entidades e Intelectual produ zem reflex es e propostas que nos aju dam a pensar que este passo Impor tante na atual conjuntura Ao longo ltimos 30 anos tivemos experi ncias que precisam ser resgatadas e atuall zadas num processo que acumule for as para as lutas que se apresentam ou para aquelas que certamente vir o nos pr ximos anos Enfrant las cole tivamente o nico caminho possivel a para 550 precisamos refletir e pro
151. a escrita bem como dos conhecimentos matem ticos para as s ries iniciais da escola brasileira na atualidade Configurando se como parte integrante dos projetos que comp em o PDE e portanto procurando afinar se com os prop sitos do Plano de Metas Todos pela Educa o inicia se em 2007 em diferentes Estados e Munic pios o lan amento do Programa Pr Letramento avaliado e inclu do oficialmente no Guia 8 importante lembrar que o MEC proclama que far revis o da perspectiva te rica e metodol gica de alfabetiza o para as primeiras s ries do ensino fundamental em fevereiro de 2006 por m o lan amento do Pr Letramento de linguagem passa a ocorrer a partir de 2007 no Brasil Cabe ressaltar tamb m que desde 2006 alguns Estados da Regi o Nordeste do Brasil vinham recebendo as orienta es desse programa em especial a rea de Matem tica conforme apontam Barroso e Guimar es 2008 em um relat rio intitulado O pr letramento e os resultados do Saeb existe rela o Dispon vel em lt http limc ufrj br limc images f fa Limc nt 08 083 pdf gt Acesso em 19 out 2009 132 de Tecnologias do MEC que prescreve a forma o continuada de professores visando a melhorias na qualidade do ensino aprendizagem da leitura da escrita e da Matem tica nas s ries iniciais do ensino fundamental Tal integra o portanto informa nos que o letramento passou desde ent o a compor a ordem das expectativas educacio
152. a frente da pr xima parte do texto M l essa parte M a formiga te teta ten ta en trar no for migueiro pra naoo n o ser levada pelo gua aguaceiro Professora M precisa ler mais alto pr todo mundo ouvir ler de novo M a for formiga teta tenta entrar no for formigueiro pra n o ser levada pelo gua aguaceiro Professora precisa exercitar mais a leitura ler mais M J professora deixa eu agora deixa agora um quadrinho azul Professora vai J A joaninha tamb m procura um local pra fugir daquele temporal Professora muito bem agora um menino Ao longo da atividade de leitura observamos atentamente quais eram os coment rios que a professora fazia no tocante leitura efetuada pelas crian as Conforme est exposto no di logo anterior verificamos que medida que as crian as liam a professora prestava aten o no modo como elas decodificavam as palavras e na entona o Ao terminar a leitura a professora se voltou para a corre o dos exerc cios importante observar o que o livro considera como ESTUDO DO TEXTO Restringe se apresenta o de perguntas cujas respostas j est o expl citas no texto A chuvarada ver letras a b c e d da quest o 2 e ver letras a e b da quest o 3 Fotografia 18 O papel das crian as era t o somente localizar informa es E de que modo a professora conduziu a corre o dessas atividades Verif
153. a ganha 1 4 salariose tiver bom desempenho html gt Acesso em 4 mar 2009 34 Em 2008 Vila Velha j havia comemorado os resultados do Ideb ao tomar ci ncia da divulga o do IDEB 2007 das escolas bem como do pr prio munic pio o que constatado tamb m em uma mat ria exibida no site oficial da Prefeitura do munic pio intitulada Escolas campe s no Ideb comemoram resultados divulgada em 23 de junho de 2008 A Unidade Municipal de Ensino Fundamental Umef Ant nio de Barcelos localizada em Santa M nica teve o melhor desempenho no Ideb 2007 Na escala de pontua o a unidade ficou em primeiro lugar com 5 7 pontos superando inclusive o ndice de 2005 que foi de 5 3 O resultado mostra que estamos no caminho certo comemorou a pedagoga Telma do Carmo Freitas A dedica o dos professores o principal motivo para a boa performance dos alunos Com cerca de 300 estudantes a escola garante refor o escolar cont nuo No hor rio inverso s aulas os alunos contam com acompanhamento sistem tico de tr s professores que ficam na escola especialmente para atender queles que t m alguma dificuldade de aprendizagem Todos os professores da Ant nio de Barcelos s o concursados sendo que a maioria tem p s gradua o Outra escola do munic pio que se destacou na avalia o do MEC a Umef Edson Tavares de Souza em Ilha dos Bentos que alcan ou o segundo melhor ndice com 5 6 de pontua o Esse result
154. a linguagem escrita 2006 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade do Vale do Itaja Itaja SC 2006 GONTIJO Cl udia Maria Mendes Processo de alfabetiza o novas contribui es S o Paulo Martins Fontes 2002 Alfabetiza o a crian a e a linguagem escrita Campinas SP Autores Associados 2003 Alfabetiza o e a quest o do letramento Cadernos de Pesquisa em Educa o Vit ria ES PPGE UFES v 11 n 22 p 42 69 jan jun 2005 Alfabetiza o na pr tica educativa escolar Revista do Professor Belo Horizonte MG Secretaria do Estado da Educa o de Minas Gerais n 14 p 7 16 out 2006 escrita infantil S o Paulo Cortez 2008 GONTIJO Cl udia Maria Mendes SCHWARTZ Cleonara Maria Alfabetiza o teoria e pr tica Vit ria ES UFES NEPALES SEDU 2009 GONTIJO Cl udia Maria Mendes SCHWARTZ Cleonara Maria Des caminhos da alfabetiza o no Brasil In ZACCUR Edwirges Org Alfabetiza o e letramento o que muda quando muda o nome Rio de Janeiro Rovelle 2011 251 HEINSCH Zenaide A pr tica pedag gica de professoras alfabetizadoras e o atendimento s diferen as na sala de aula 2006 Disserta o Mestrado Em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria SC 2006 KOCH Ingedore Villa a Desvendando os segredos do texto 2 ed S o Paulo
155. a que o professor motivado e mais bem remunerado rende muito mais na sala de aula Queremos valorizar o magist rio e com isso alcan armos resultados cada vez melhores para os alunos diz A Prefeitura de Vila Velha reajustou os sal rios dos professores em 12 22 no in cio deste ano Atualmente 37 das 58 escolas do munic pio possuem m dia acima da nacional na Prova Brasil que avalia o desempenho em L ngua Portuguesa e Matem tica de estudantes do 5 ao 9 ano de escolas p blicas do pa s A m dia do munic pio segundo Mattos de 4 8 enquanto a m dia nacional de 4 2 Os resultados do exame s o utilizados para diagnosticar a situa o da educa o no pa s Os dados s o utilizados para calcular o Indice de Desenvolvimento da Educa o B sica Ideb e melhorar a qualidade do ensino b sico uma das metas do Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE A Prefeitura de Vila Velha quer melhorar as notas no Ideb e na Prova Brasil nos pr ximos anos De acordo com o secret rio o munic pio est investindo na qualifica o de professores e oferecendo gratifica es tamb m para aqueles que desenvolvem projetos para al m das salas de aula Quem tem interesse em aprimorar o rendimento dos alunos tem nosso total apoio Dependendo do projeto a gratifica o pode ser de at 100 em cima do sal rio diz Dispon vel em lt http gazetaonline globo com conteudo 2009 09 1251 11 professor de vila velh
156. a realiza o do Doutorado em Educa o do Programa de P s Gradua o em Educa o PPGE da Universidade federal do Esp rito Santo UFES Esta investiga o tem como objetivo central compreender como se constituem e s o desenvolvidas as pr ticas de alfabetiza o em uma turma do segundo ano do ensino fundamental do munic pio de Vila Velha ES na atualidade A coleta de dados ser desenvolvida basicamente a partir dos seguintes instrumentos de pesquisa observa o entrevistas e an lises de documentos incluindo grava es de udio e v deo bem como registros em di rio de campo Solicitaremos s fam lias o consentimento para sua participa o e das crian as na pesquisa com esclarecimentos sobre o tratamento tico dos dados que coletaremos O trabalho ser desenvolvido a partir de negocia es com os sujeitos e os resultados ser o disponibilizados aos interessados durante e ap s o relat rio final que ser apresentado na tese de Doutorado com possibilidade de publica o Vit ria ES de de 2010 Nome do profissional Fun o Assinatura RG Telefone Professor a Pedagogo a Diretor a 137 Para o desenvolvimento deste documento de pesquisa tomamos como base o AP NDICE A da disserta o de Dilza C co intitulada Pr ticas de leitura na alfabetiza o defendida no Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo UFES em 2005 260
157. ado vem gra as a um trabalho de equipe que envolve professores e tamb m os familiares dos nossos alunos pontua a diretora Solange Maria Ribeiro Guzzo Um dos projetos em maior evid ncia na unidade o Leitura e Escrita desenvolvido na biblioteca escolar e compartilhado em sala de aula Trabalho social Inserida numa comunidade altamente carente a Umef Cec lia Marchesi Pavesi situada em Vila Dom Jo o Batista conquistou o terceiro lugar na avalia o do MEC com 5 5 de nota O resultado gratificante Apesar de todas as dificuldades impostas pelo meio como a viol ncia e a baixa nutri o nossas crian as t m surpreendido em termos de aprendizado e criatividade avalia a diretora Daisy Patr cia Pereira Ela lembra inclusive que a pr pria escola costuma realizar campanhas para arrecada o de roupas sapatos e rem dios para atender alunos e seus familiares Um projeto que sempre chamou a aten o na Umef Cec lia Marchesi o Escola Limpa Escola com Sa de que levou a unidade a ser premiada nacionalmente Palestras oficinas e campanhas educativas ajudam a orientar os alunos e familiares sobre a import ncia da pr pria higieniza o e de ter o ambiente em que vivem sempre limpo e conservado Outro projeto que conta com o envolvimento da comunidade o S O S Manguezal que foi destaque na Feira da Terra em 2006 Durante visitas monitoradas a parques e regi o do mangue as crian as aprendem a respeitar as lei
158. ados aos pais em uma reuni o que aconteceu no dia 12 de maio pois a pedagoga e a professora n o conseguiram encontrar outra data Enquanto n o obtivemos as autoriza es dos pais n o entramos no contexto da sala de aula O per odo que antecedeu as assinaturas foi significativo pois tivemos tempo de percorrer praticamente todos os ambientes da escola e manter os primeiros di logos com outros professores e profissionais Desse modo aproveitamos para coletar dados para a caracteriza o da escola os quais apresentamos a seguir 57 3 3 CARACTERIZA O DA ESCOLA O ponto de partida central para a coleta de dados visando caracteriza o da unidade escolar em seus aspectos f sico administrativo pedag gico foi o instrumento o qual denominamos de Roteiro para caracteriza o da escola AP NDICE D Fotografamos a placa oficial da reinaugura o da escola em que est o expressos dados dos sujeitos que ocupavam o Poder P blico oficial na poca como apontamos a seguir Fotografia 1 Placa de reinaugura o da escola 27 de mar o de 2004 Fonte Arquivos do pesquisador mar o de 2010 importante ressaltar que essa placa est afixada em uma parede do pr dio escolar e pode ser visualizada assim que as pessoas entram no port o central da escola de fato uma passagem obrigat ria a todos A placa que tem uma estrutura mat rica em a o possui registrados os nomes em letras estilo bast o e em negrito do
159. agogicamente forjados para que deles emanem o que a escola dever fazer em cada poca Tal atitude se torna nociva pelo fato de que ao inv s de se investir na escuta e no di logo com a crian a se investe muito tempo em olhares para a compreens o de novos termos novos jarg es em torno do campo da alfabetiza o Parece que essa sempre foi a atitude daqueles que definem os rumos da alfabetiza o no Brasil j desde o final do s culo XIX datado com a proclama o da Rep blica Federativa dos Estados Unidos do Brasil conforme acena Mortatti 2006 p 2 Desde ent o como exp e essa autora v m se gerando tensas disputas relacionadas com antigas e novas explica es voltadas para os modelos de como a escola deve ensinar as crian as a ler e escrever Mais de cem anos se passaram e o que as classes de alfabetiza o infantil receberam Modelos e mais modelos um sempre com a pretens o de se apresentar como sendo melhor e mais elaborado do que o anterior Declaradamente qual o objetivo COMBATER os problemas da aprendizagem da leitura e da escrita COMBATER o analfabetismo e COMBATER o fracasso escolar A palavra de ordem COMBATE uma palavra uma arena Em uma sociedade como a nossa que desde o in cio da Rep blica se coloca disposi o de cumprimentos de crit rios exig ncias neoliberais a palavra COMBATE tem cunho ideol gico Para as objetiva es republicanas em diferentes mome
160. alfabetizador problematizando o conceito de letramento de Carme L cia Vidal P rez e Mairce Ara jo Supera o da dicotomia alfabetiza o e letramento na articula o pr tica teoria pr tica de Carmem Sanches Sampaio e Jaqueline de F tima dos Santos Moraes Alfabetiza o letramento e a pol tica de avalia o diagn stica no Brasil de Cleonara Maria Schwartz e Cl udia Maria Mendes Gontijo Escolhas do professor fonoletra com ci ncia ou letramento sem letra de Ludmila Thom de Andrade Tem Thalles n o tem Thalles h muito mais entre alfabetiza o e letramento do que sonha nossa v filosofia de Margareth de Ara jo Martins Criatividade na produ o textual imagina o media o e intera es de Jos Ricardo Carvalho Educa o do campo outras palavras outros textos de Erineu Foerster e Gerda Margit Sch tz Foerster Obra organizada por Edwirges Zaccur 2011 240 quando muda o nome ir o dizer uma tend ncia a certo esvaziamento da quest o pol tica e cultural que a alfabetiza o e a educa o que acontecem na escola p blica necessariamente implicam ZACCUR 2011 E assim a crian a parecia ser esquecida no contexto investigado em que se acentuam as aten es para o entendimento de um termo Sob a nossa perspectiva n o h nada mais nocivo por parte das pol ticas p blicas brasileiras no tocante s quest es do ensino da leitura e da escrita do que a ado o de termos que sugerem modelos ped
161. alunos em fase de alfabetiza o o processo de aprendizagem da leitura e da escrita Ap s a constitui o dessa equipe foram realizadas reuni es semanais com a finalidade de planejar as atividades a serem gravadas e tematizar a pr tica BRASIL PROFA 2002c p 3 Desse modo entendemos que subjacente concep o de forma o continuada de professores da SEF MEC est a cren a de que para causar impactos e mudan as nas pr ticas pedag gicas dos professores que trabalham nas classes de alfabetiza o faz se necess rio coloc los em situa es similares s que enfrenta ter de enfrentar na pr tica BRASIL PROFA 2001d p 28 Por isso a necessidade de construir um Grupo Refer ncia de professoras alfabetizadoras que desenvolveram na pr tica em sala de aula as atividades de leitura e escrita planejadas pela equipe pedag gica do PROFA e autorizaram a grava o em v deo a fim de proporcionar aos demais professores alfabetizadores brasileiros a reflex o do construtivismo de Ferreiro e Teberosky 1999 luz das experi ncias cotidianas e sobretudo servir de modelo de refer ncia para os professores BRASIL PROFA 2001d p 31 apontou BECALLI 2007 p 109 110 Sobre as descri es contidas na cita o anterior Becalli 2007 p 110 desenvolve os seguintes coment rios Ao realizarmos uma leitura dos impl citos presentes nos enunciados da SEF MEC acerca do Grupo Refer ncia p
162. amente pelo Inep a partir dos dados sobre rendimento escolar combinados com o desempenho dos alunos constantes do censo escolar e do Sistema de Avalia o da Educa o B sica Saeb composto pela Avalia o Nacional da Educa o B sica Aneb e a Avalia o Nacional do Rendimento Escolar Prova Brasil Par grafo nico O Ideb ser o indicador objetivo para a verifica o do cumprimento de metas fixadas no termo de ades o ao Compromisso Observamos que o MEC tratou a Forma o PDE Escola para os representantes dos munic pios do Estado do Esp rito Santo com um consider vel cuidado no sentido de exigir o cumprimento das diretrizes posteriormente No primeiro semestre de 2008 os mesmo grupos de trabalhos do MEC que desenvolveram as instru es nesse Estado em 2007 retornaram a fim de avaliar em seus respectivos lugares sul e norte do Estado como estavam em andamento os trabalhos em torno da organiza o das escolas Os munic pios e o Estado foram recomendados pelo MEC a enviar para essa reuni o de avalia o os mesmo sujeitos que participaram da forma o em 2007 O munic pio de Vila Velha assim como os demais munic pios do Estado envolveu se no processo de elabora o do PDE Escola bem como nas cren as proclamadas nos encontros de capacita o Isso poss vel de ser observado em uma das not cias expostas no site oficial da Prefeitura Municipal nos anos seguintes intitulada 32 Vila Velha elabora Pl
163. ampo da Educa o que j conheci voc mesmo Lopes Seu acolhimento e presteza sem palavras Em algumas situa es eu s conseguia dar conta das leituras para debate em sala de aula porque voc me vendia preciosos textos na base da camaradagem Alina Bonella pelas aprendizagens que obtive durante o processo de revis o textual da tese Quem conhece voc ganha um PRESENTE Funda o de Amparo Pesquisa do Esp rito Santo FAPES pelo apoio financeiro por meio de bolsa durante a nossa perman ncia no doutoramento A todos os sujeitos funcion rios e professores que colaboram para que as atividades do Programa de P s Gradua o em Educa o do Centro de Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo possam acontecer cotidianamente Aos demais professores do Curso de Doutorado pelos momentos de estudo e reflex o em sala de aula e fora dela O que eu preciso fazer para dizer para a CAPES que aqui no PPGE UFES tem professores pensadores de excel ncia Me digam Fotografia de uma classe multisseriada da Escola Adventista de Linhares ES em um passeio festivo de final de ano letivo dezembro de 1969 Da direita para a esquerda a professora Ivone Riggio Stieg minha m e e eu beb no colo com cinco meses de idade Fonte Acervo do pesquisador A alfabetiza o um processo hist rico cultural de inser o da crian a no mundo da linguagem escrita ou da cultura escrita
164. ano de Desenvolvimento Escolar PDE datada em 11 de maio de 2009 A Secretaria Municipal de Educa o de Vila Velha estabeleceu uma meta de trabalho ousada para os pr ximos quatro anos elevar de 4 8 para 8 0 o Indice de Desenvolvimento Escolar Ideb dos alunos da rede municipal O primeiro passo neste sentido foi montar uma equipe formada por 20 profissionais da Educa o entre pedagogos e professores para elaborar um diagn stico detalhado sobre a real situa o das unidades de ensino do munic pio Nos pr ximos 15 dias esta equipe vai percorrer todas as 90 unidades de Educa o Infantil e de Ensino Fundamental da Prefeitura de Vila Velha fazendo um levantamento completo acerca dos problemas espec ficos de cada uma O objetivo da a o segundo o secret rio de Educa o Heliosandro Mattos identificar as demandas das escolas e com base nas informa es que ser o apuradas elaborar o Plano de Desenvolvimento da Escola PDE com a es pontuais para suprir as necessidades de cada unidade Esse diagn stico vai balizar nossas pol ticas p blicas para a Educa o e garantir apoio financeiro do Minist rio da Educa o para investirmos na melhoria da qualidade de ensino O MEC tem recursos dispon veis para custear obras de reforma e amplia o de escolas para melhorar a infra estrutura f sica das unidades e para investir na qualifica o dos professores na compra de equipamentos e de materiais diversos que po
165. anunciando a sua tese central no tocante sua concep o de linguagem nesse momento que apresenta o principal princ pio de onde emergem todos os demais princ pios tratados por ele qual seja o princ pio da intera o verbal Tal princ pio se configurava a partir de uma atitude dial gica entre os trabalhos de Ferdinand de Saussure e seus colaboradores defensores do que Bakhtin vai denominar de objetivismo abstrato o formalismo russo do C rculo Lingu stico de Moscou o subjetivismo idealista de Wilhelm Von Humbold e suas vertentes o psicologismo funcionalista e a fenomenologia Como esse autor concebe a intera o verbal Bakthin Voloch nov 2006 enuncia que a comunica o um processo interativo e portanto muito mais amplo do que a mera transmiss o de informa o Para ele a linguagem constitui se na intera o social Os sujeitos ao se enunciarem escrevendo falando deixam em suas enuncia es textos marcas profundas de sua sociedade de seu n cleo familiar de suas experi ncias al m de pressuposi es sobre o que o interlocutor gostaria ou n o de ouvir ou ler nessa dire o que Bakthin Voloch nov 2006 p 127 afirma A verdadeira subst ncia da l ngua n o constitu da por um sistema abstrato de formas ling sticas nem pela enuncia o monol gica isolada nem pelo ato fisiol gico de sua produ o mas pelo fen meno social da intera o verbal realizada atrav s da enuncia o ou das e
166. ao citarmos a presen a desse Centro n o estamos aqui coadunando com a ideia de que as efetivas mudan as educacionais na aprendizagem das crian as se dariam pela via desse tipo de assistencialismo O que entendemos e assumimos por educa o n o despreza claro a ideia de que as crian as precisam ser bem atendidas quando apresentam um quadro psicofisiol gico que a boa Medicina e uma boa Psicologia poderiam colaborar no processo O que queremos acentuar que a exist ncia desse Centro tem gerado um ide rio interessante nas escolas desse munic pio a nossa escola de pesquisa n o se enquadra nesse caso levando em considera o o modo como a escola de pesquisa encaminhou o caso do aluno qual seja que o CRAPNEE possa ter a poss vel solu o de fazer todas as crian as que ali chegam aprenderem de prefer ncia a ler e a escrever processo mec nico de codifica o e decodifica o principal foco da pol tica neoliberal educacional ao lado de outro desejo que seria o desenvolvimento de habilidades para o mundo do trabalho em crian as portadoras de necessidades especiais Certamente n o foi o contr rio disso que legitimou a cria o do CRAPNEE pela pol tica p blica voltada para as quest es da inclus o Pensamos que o que estamos inferindo amparado em uma reportagem sob o t tulo Crian as com necessidades especiais ter o transporte para estudar em VV no jornal Folha Vit ria do dia 10 de agosto de 2009 conforme apresen
167. ao explicarem porque consideravam importante a leitura demonstraram que os sentidos est o relacionados a significa es de car ter ideol gico uma vez que consideraram que a leitura era facilitadora do aprendizado escolar possibilitava a garantia de inser o no mercado de trabalho a realiza o de atividades cotidianas era propiciadora do desenvolvimento da intelig ncia e proporcionava a possibilidade de ensinar as pessoas que n o sabem ler SCHWARTZ 2009 p 10 Tais constata es levaram Schwartz 2009 p 10 a dizer que esses sentidos indicam que as experi ncias com a leitura que as crian as est o vivenciando na escola est o sendo balizadas por abordagem da leitura de cunho utilitarista e sustentadas por concep es de leitura como decodifica o Ao final do ano letivo ainda est vamos no contexto da sala de aula Observamos que das 22 crian as pertencentes aquela turma sete haviam ficado com a professora a partir do dia 07 12 2010 para um momento dedicado recupera o da aprendizagem assim denominado pela professora e pela escola O foco dessa recupera o foi em torno do estudo das rela es sons e letras e letras e sons Segundo a professora essas crian as ainda tinha dificuldade em dominar o c digo escrito ou seja as rela es grafema e fonema da escrita alfab tica palavras da professora escritas em nosso caderno de campo em 13 12 2010 Como ocorreu o trabalho de recupera o
168. ar apenas a superf cie lingu stica codifica o e decodifica o Sendo assim Minha chana cheira mal tinha o objetivo de trabalhar o ch o que nos faz lembrar a c lebre frase Vov viu a uva Verificamos que tais iniciativas oficiais representam um retrocesso diante de todas as produ es acad micas desenvolvidas pelos pesquisadores que atuam nos n cleos das Universidades do Estado do Rio de Janeiro os quais ladeiam as escolas das redes estadual e municipal de ensino e teriam significativas contribui es para as quest es da educa o e da alfabetiza o Em uma mat ria ver a seguir Figura 4 no jornal do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educa o do Rio de Janeiro Sepe RJ datada de outubro de 2010 vemos a partir da voz desse meio de comunica o como se configura a quest o gi Dispon vel em lt http tramasdaleitura blogspot com 2010 04 superando o be ba da fonoletra html gt Acesso em 22 out 2010 110 Dispon vel em lt http oglobo globo com rio mat 2010 03 30 chaninha gera polemica em escolas do rio 916217620 asp gt Acesso em 22 out 2010 156 das propostas de alfabetiza o no Estado e que usos o Poder P blico tem feito dessas propostas na atualidade Figura 4 Boletim do Sepe p 3 Edi o fechada em 25 10 2010 Informativo do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educa o do Rio de Janeiro Fundado em 16 de julho de 1977 Boletim do Sepe Especlal Unificado outubro d
169. ara que o letramento Nas classes de alfabetiza o da escola canela verde assim como nas milhares de classes de alfabetiza o constitu das pelo Brasil apresentam se v rias rotas e m ltiplas possibilidades para reinventar a alfabetiza o Se perdermos de vista essas possibilidades nos arriscamos a perder a sintonia com essas crian as vidas que habitam os espa ostempos dessas classes de explorar e conhecer a novidade do mundo ZACCUR 2011 p 113 Esperamos que as quest es aqui expostas as quais s foram poss veis porque uma professora alfabetizadora nos permitiu habitar a sua sala de aula conjugadas voz de tantos outros pensadores brasileiros que historicamente defenderam defendem a alfabetiza o como um processo que n o se restrinja aquisi o de habilidades 7 GONTIJO 2002 p 138 possam contribuir para que a alfabetiza o em nossa escola se configure como um processo de inser o e ancoragem dos sujeitos na concretude da vida portanto sustentada no di logo 248 7 REFEFER NCIAS BAKHTIN Mikhail Mikhailovich Est tica da cria o verbal S o Paulo Martins Fontes 2008 BAKHTIN Mikhail Mikhailovich VOLOCH NOV Marxismo e filosofia da linguagem problemas fundamentais do m todo sociol gico da linguagem 12 ed S o Paulo Hucitec 2006 BAKKE Lianete Lira Mendes Braga O discurso e a pr tica pedag gica do professor alfabetizador 2006 Disserta
170. arede ao fundo da biblioteca demonstra quem foram os doadores a empresa Chocolates Garoto S A e o Grupo Editorial Record Tais empresas colaboraram para que a partir de maio de 2004 a escola pudesse contar com essa biblioteca No percurso em que faz amos as fotografias da caracteriza o f sica da escola tamb m conseguimos verificar a situa o dos equipamentos escolares e materiais permanentes Observamos que a escola possui duas m quinas de xerox um data show um retroprojetor uma tela para proje o de imagem dois aparelhos de som dois televisores tr s aparelhos de DVDs tr s aparelhos de telefone quatro impressoras jato de tinta uma m quina fotogr fica digital todos funcionando regularmente e em bom estado de conserva o No laborat rio de Inform tica em 67 ambiente de ar condicionado observamos a exist ncia de 45 computadores todos conectados em Internet em pleno funcionamento H ainda um sistema de rede no laborat rio que conecta todos os computadores Seu objetivo colaborar no desenvolvimento dos trabalhos dos professores At o final daquele ano 2010 havia uma proposta de conectar a rede do laborat rio a toda a escola Um sistema de acesso Internet p blica wireless tamb m estava previsto para ser instalado na escola como nos informou o t cnico do laborat rio em entrevista ao visitarmos esse local Desse modo aqueles professores que j tinham notebook a partir dessa vantagem tecnol
171. armos que o processo de elabora o dos PCNs come ou em 1995 No fim daquele ano j havia a vers o preliminar que foi apresentada a diferentes institui es e especialistas A produ o de sua vers o final destinada aos anos iniciais do ensino fundamental na poca 1 a 4 s ries foi aprovada pelo Conselho Federal de Educa o em 1997 Os PCNs foram transformados num conjunto de dez livros e seu lan amento ocorreu em 15 de outubro de 1997 Dia do Professor em Bras lia Depois professores de todo o Pa s passariam a receb los em casa Enquanto isso o MEC iniciou a elabora o dos PCNs para os anos finais do ensino fundamental na poca 5 a 8 s ries do ensino fundamental de oito anos Dispon vel em lt http parqueecopoint com br imagens educacaoambiental materialdeconsulta Par E2metros 20Cu rriculares 20 Nacionais doc gt Acesso em 30 nov 2009 Ladeavam o presidente Fernando Henrique Cardoso no mbito da coordena o e da implementa o da pol tica p blica educacional no Pa s os seguintes sujeitos Paulo Renato Souza Minist rio da Educa o e Cultura MEC lara Gl ria Areias Prado Secretaria de Educa o Fundamental Walter Kiyoshi Takemoto Departamento de Pol tica da Educa o Fundamental e Rosangela Marta Siqueira Barreto Coordena o Geral de Estudos e Pesquisas sobre Educa o Fundamental Estes sujeitos coadunavam na poca com desenvolvimento da pol tica p blica educacional neoliberal 114
172. arta e da oitava s ries a Provinha Brasil n o vai influenciar no Indice de Desenvolvimento da Educa o B sica Ideb O resultado do exame servir apenas como instrumento de auto avalia o para as escolas e as Secretarias de Educa o Outro movimento visando alfabetiza o no munic pio tamb m foi constatado Vila Velha j em 2008 havia dado in cio ao desenvolvimento de uma perspectiva de forma o de professores alfabetizadores denominada de Programa de Educa o Continuada de Professores das S ries Iniciais do Ensino Fundamental Pr Letramento conforme confirmado na mat ria intitulada Professores da rede municipal concluem curso de Pr Letramento divulgada no dia 20 julho 2009 tamb m pela imprensa oficial da Prefeitura Municipal de Vila Velha Autoridades municipais diretores de escolas pedagogos e professores da rede municipal de Vila Velha participam nesta ter a feira 21 s 18 h no anfiteatro da UVV da cerim nia de diploma o do m dulo Pr Letramento curso voltado para a melhoria do processo ensino aprendizagem da Dispon vel em lt http Awww vilavelha es gov br Not cias Geral 9608 alunos de vila velha farao a provinha brasil html gt Acesso em 2 out 2010 Dispon vel em lt http Awww vilavelha es gov br Not cias Geral 11475 professores da rede municipal concluem curso de pro letramento html gt Acesso em 2 out 2010 37 leitura e da escrita e tamb
173. as ilustradas e livro gigante para leitura coletiva grifos nossos O que podemos perceber que o Programa Alfa e Beto entra na lista de Tecnologias do MEC certamente porque ao enfatizar que a alfabetiza o um momento espec fico do ensino da leitura e da escrita n o provoca nenhum constrangimento para a perspectiva que se coloca como oficial do MEC o letramento pelo contr rio acentua o modo como tal discurso procede explica o da indissociabilidade e interdepend ncia dos dois termos alfabetiza o e letramento Assim o discurso de letramento alcan a e ou promove o que efetivamente o interesse central do MEC o preparo das crian as para fazerem a Provinha Brasil bem como outras avalia es oficiais uma vez que o que sustenta as quest es que comp em essa avalia o o discurso de letramento N o se pode esquecer que a elabora o da Provinha Brasil ficou tamb m sob os cuidados do Centro de Alfabetiza o Leitura e Escrita Ceale da Universidade Federal de Minha Gerais UFMG recebendo portanto as orienta es de Magda Soares e Francisca Maciel O Ceale de fato o respons vel por coordenar oficialmente as quest es ligadas rea da leitura e da escrita em mbito nacional a partir de 2006 No caso do Rio de Janeiro RJ a Secretaria Municipal de Educa o em 2010 implementou a t tulo explorat rio o Alfa e Beto em um conjunto de 53 escolas Do mesmo modo abriu espa o para outras entidad
174. as hist rias e as experi ncias de vida das pessoas que a empregam MACEDO 2000 p 9 Podemos inferir com base nas contribui es do autor e sob o risco das classifica es que acabam por produzir imagens distorcidas da realidade que as pr ticas de leitura realizadas ao longo do projeto Copa do Mundo estavam povoadas pelas abordagens de leitura acad mica letra a e utilitarista letra b Para Macedo a abordagem acad mica assume a leitura como processo de aquisi o de formas preestabelecidas de conhecimento e organiza se em torno do estudo do 206 latim e do grego e do dom nio das grandes obras cl ssicas Assim para essa abordagem seria irrealista esperar que a grande maioria da sociedade atendesse a padr es t o elevados portanto redefiniu se a leitura como a aquisi o de habilidades de leitura e de decodifica o desenvolvimento de vocabul rio e assim por diante MACEDO 2000 p 2 Para o autor tal fundamento racional serviu para legitimar uma dupla abordagem da leitura um n vel para a classe dirigente outro para a maioria despossu da Segundo ele essa segunda ideia ajusta se principalmente aos alunos oriundos da classe trabalhadora cujo capital cultural considerado inferior em termos de complexidade e valor ao conhecimento e aos valores da classe dominante MACEDO 2000 p 2 Por isso esse autor chega a dizer Essa dupla abordagem acad mica da leitura por seu
175. atuar t o intensamente na vida das crian as o suficiente para que elas percebessem que poderiam contar com todos os abra os apoio que necessitassem para serem felizes bem como propiciassem momentos em que tamb m anunciariam para elas informa es para poderem se proteger de tudo que pudesse prejudic las ao longo da vida Em seguida apresentou os motivos da reuni o a entrega dos livros did ticos e orienta es para sua utiliza o zelo b importante dizer que no di rio da professora constavam matriculadas nessa turma 26 crian as No entanto observamos que somente 22 frequentavam efetivamente Em di logo com a professora fomos informado de que das 26 crian as duas nunca haviam frequentado s aulas e outras duas constavam em seu di rio mas frequentavam uma das tr s turmas do primeiro ano Segundo a professora eram crian as advindas de outros Estados Desse modo a escola diretora pedagoga e professoras em conversa com os pais fizeram um termo de comum acordo que ocorreria esse manejo visando a colaborar no desempenho das crian as Segundo a professora as crian as chegaram escola com uma transfer ncia informando que fossem matriculadas no 2 ano do Ciclo no entanto ao iniciarem um processo de observa o em torno de sua desenvoltura acad mica observou se que elas n o apresentavam dom nio de crit rios m nimos exigidos pela escola para permanecerem no 2 ano minimamente codificar e decod
176. autorit rio das pr ticas dos professores alfabetizadores semelhante aquele ocorrido no contexto das pol ticas educacionais na d cada de 70 e 80 que sob a gide do tecnicismo partilhava de uma cren a a de que seria suficiente ter uma boa entre aspas proposta delineada e elaborada com o aux lio dos especialistas e em alguns casos professores as vezes at com a participa o das entidades de classe do professorado em algumas reuni es para mudar o curr culo e a fisionomia do trabalho pol tico pedag gico nas escolas brasileiras GERALDI 2006 p 16 No entanto segundo essa autora tal cren a tinha como premissa que bastava treinar ou reciclar o professor para que este compreendesse e implementasse o que fora concebido pelos especialistas e ou burocratas dos rg os do aparelho estatal GERALDI 2006 p 16 Nessa dire o o trabalho de Becalli 2007 o qual sob nossa perspectiva apresenta uma an lise significativa sobre a proposta do ensino de leitura prescrita pelo PROFA colabora para informar efetivamente que h perman ncia do autoritarismo por parte do discurso oficial semelhan a dos anos 70 e 80 no tocante s orienta es acerca do que curr culo e do como metodologia o professor alfabetizador deveria desenvolver suas pr ticas Para o contexto de nossa 38 Entendendo qualificada como boa segundo o que a ideologia do discurso oficial considera 118 discuss
177. bermos que o sentido do uso do laborat rio era para a realiza o de refor o de aprendizagens em torno do ensino da leitura e da escrita Outra pr tica elaborada e desenvolvida pela professora aconteceu no dia 27 09 2010 A professora iniciou as atividades dividindo a classe em grupos de quatro crian as agrupou as carteiras Em seguida elas foram orientadas a copiar da lousa uma atividade que tinha como foco a realiza o de uma entrevista com coleguinhas da turma Ap s copiarem cada crian a entrevistaria os outros tr s colegas do grupo Vejamos as quest es que a professora escreveu na lousa Para realizar uma entrevista Observe as perguntas a Qual o seu nome completo b Quantos anos voc tem c Voc tem irm os d Voc tem alguma mania e Onde voc costuma passar as suas f rias f Qual a sua brincadeira preferida g Quais as disciplinas que voc mais gosta de estudar 220 h Voc pratica algum esporte Ap s cerca de 40 minutos as crian as terminaram de fazer as entrevistas A professora organizou as mesas em um semic rculo e em seguida abriu o di logo para que as crian as pudessem relatar os dados que haviam produzido nas entrevistas Ao conversarem sobre os dados a professora pediu que as crian as escolhessem uma das entrevistas e produzissem um texto relat rio Antes de as crian as iniciarem a produ o desse texto a professora chamou a aten o delas para a composi
178. bora o pr pria que encontra nos outros textos apenas modelos ou aplica es A criatividade posta em funcionamento na produ o do texto exige articula es entre situa o rela o entre interlocutores tem tica estilo do g nero e estilo pr prio o querer dizer do locutor suas vincula es e suas rejei es aos sistemas entrecruzados de refer ncias com as quais compreendemos o mundo as pessoas e suas rela es De acordo com esse entendimento do autor pr ticas escolares de ler e escrever jamais poder o ser revolucion rias ao sabor do letramento E por que raz o Por est concebida a ideia de que ler e escrever n o podem se voltar para uma vis o de l ngua e linguagem como produto das intera es entre sujeitos Em tempos de letramento necess ria a manuten o de pr ticas de leitura e de escrita que para n o demonstrarem escancaradamente serem produtoras de processos alienantes 245 fingem que trazem o social para dentro da sala de aula Tal fingimento se d pelo discurso da inser o de textos que circulam na sociedade nas pr ticas de sala de aula Sob nossa perspectiva essa uma simula o armada para n o permitir que as professoras alfabetizadoras percebam que a l ngua est sendo incentivada a ser praticada por elas conforme assinala Gnerre 1991 com fun o de ser um arame farpado pelo discurso oficial criado e mantido pelos dominantes no caso os empres rios para garantir a manuten o
179. brasil com br eb dic dicionario asp id 91 gt Acesso em 30 jul 2009 MORAES Daisinalva Amorim de As pr ticas de alfabetiza o de professores da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco e a forma o de crian as alfabetizadas e letradas 2006 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal de Pernambuco Recife 2006 MORTATTI M L Os sentidos da alfabetiza o S o Paulo 1874 1994 S o Paulo Editora Unesp 2000 252 Hist ria dos m todos de alfabetiza o no Brasil Dispon vel em lt www mec br gt Acesso em 4 nov 2006 NOGUEIRA Jefferson Gomes Seguran a alimentar abrang ncia do Programa Bolsa Fam lia no munic pio de Vila Velha ES Dispon vel em lt http www fomezero gov br arquivos seguranca alimentar abrangencia do programa bolsa familia no municipio de vila velha es pdf view gt Acesso em 11 nov 2010 OLIVEIRA Romualdo Portela de SOUZA Sandra Z kia Lian de Pol ticas de avalia o e quase mercado no Brasil Educa o e Sociedade Campinas v 24 n 84 p 873 895 set 2003 N mero Especial Dispon vel em lt http www cedes unicamp br gt Acesso em 24 maio 2007 OLIVEIRA Marlene Martins de Pr ticas de leitura e escrita dos professores de uma escola do sistema municipal de ensino de Vit ria ES 2004 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal do Esp
180. brigo o E esti MA lesma si ser ligeira _ e vai se abrigar na roseira lisa E Fonte Acervo do pesquisador maio de 2010 Para introduzir essa unidade a professora informou s crian as que colocaria na lousa a rotina do trabalho daquele dia Copiamos as orienta es em nosso caderno de campo e expomos a seguir Rotina do dia 1 Abrir o livro de L ngua Portuguesa p 100 101 e ler individualmente o texto A chuvarada 2 Fazer s exerc cios das p ginas 102 e 103 individualmente 3 Fazer a leitura coletiva do texto e corrigir os exerc cios 212 Em seguida a professora informou as crian as o seguinte Professora Turminha a turma estava em sil ncio coloquem sobre a mesa o l pis a borracha o apontador e o livro de l ngua portuguesa Era o in cio do dia letivo a classe estava calma todos fizeram o que a professora havia solicitado e iniciaram a leitura do texto e em seguida procederam realiza o das atividades das p ginas 102 e 103 do livro did tico Fotografias 18 e 19 a seguir Fotografias 18 Estudo do texto Fotografias 19 Estudo do texto Coint sublinhe as palavras que rimam Lavadeira sobe morro Levando sua trouxa pas lavadinhas Fonte Acervo do pesquisador maio de 2010 Verificamos que durante a realiza o das atividades das p ginas 102 e 108 algumas crian as recorriam professora para discutir alguma d vida Houve uma aula de Educa o F sica que
181. bros da Secretaria de Educa o B sica SEB MEC do FNDE da Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade Secad MEC da Secretaria de Educa o Especial Seesp MEC e da Secretaria de Educa o a Dist ncia Seed MEC Depois de pronto o diagn stico e definidas as metas para melhorar o Ideb o FNDE apresentar o Plano de A es Articuladas comiss o t cnica respons vel por sua an lise e aprova o e s depois ser celebrado o conv nio com o munic pio ou estado interessado Uma quest o curiosa nesse discurso mas que no entanto n o influenciou a decis o dos prefeitos e governadores a aderirem o Termo de Ades o a declara o de que haveria uma lista no Anexo do Decreto n 6 094 de 24 de abril de 2007 dos Estados e munic pios que receberiam prioritariamente atendimento t cnico e financeiro do MEC Linhares e Vila Velha localizadas no Estado do Esp rito Santo por exemplo n o constavam na lista de munic pios priorit rios no entanto n o se demoraram para firmar o Termo de Ades o A seguir apresentamos a lista dos munic pios do Estado do Esp rito Santo que teriam prioridade para receber ajuda financeira do MEC Quadro 1 tal como se encontra no Anexo do Decreto citado 8 Grifos do site Dispon vel em lt http www fomezero gov br noticias municipios com ideb mais baixo terao prioridade para receber recursos gt Acesso em 26 set 2010 27 Q
182. ca o do cumprimento de metas fixadas no termo de ades o ao Compromisso No pr prio site oficial do MEC Inep encontramos explicitamente em que consiste e o que objetiva o Ideb O ndice de Desenvolvimento da Educa o B sica Ideb o indicador objetivo para a verifica o do cumprimento das metas fixadas no Termo de Ades o ao Compromisso Todos pela Educa o eixo do Plano de Desenvolvimento da Educa o que trata da educa o b sica O Ideb ser calculado e divulgado periodicamente pelo Inep a partir dos dados sobre aprova o escolar obtidos no Censo Escolar e m dias de desempenho nas avalia es do Inep o Saeb para as unidades da federa o e para o pa s e a Prova Brasil para os munic pios BRASIL INEP 2009 grifo nosso Conforme expresso no texto a partir do momento em que as escolas brasileiras atingirem Ideb 6 0 o Brasil p de passar a considerar que possui um sistema educacional de qualidade Os pa ses desenvolvidos que fazem parte da avalia o feita pela Organiza o Para Coopera o e o Desenvolvimento Econ mico OCDE do qual o Brasil participa consideram a nota seis como uma m dia importante no grupo que concentra os 20 pa ses mais bem colocados por esse tipo de avalia o que o Brasil quer entrar at 2022 segundo o ministro da Educa o Fernando Haddad A exemplo do que apontamos a Secret ria Municipal de Educa o de Linhares daquela poca em face assinatura do
183. ca escolar 07 41 1 Biblioteca no local de trabalho 01 5 8 Outras n o relacionadas 04 23 5 Nunca foi a bibliotecas 01 5 8 Total 17 100 Observa o Nesta quest o a fam lia poderia assinalar mais de um ambiente de biblioteca Tabela 25 Distribui o dos sujeitos conforme participa o em cursos al m do ensino formal ver quest o 5 Participa o em F cursos al m do ensino formal Est fazendo 02 14 3 Fez nos ltimos 12 01 7 2 meses 04 28 5 Fez h mais de um ano 07 50 0 Nunca fez Total 14 100 298 Tabela 26 Distribui o dos sujeitos conforme o recebimento de cartas via correio de amigos ou parentes ver quest o 6 O respons vel recebe F cartas via correio de amigos ou parentes Sim 05 35 7 N o 09 64 2 Total 14 100 O respons vel faz uso F do computador Em casa 09 64 2 No trabalho 01 7 2 Em locais p blicos Na escola Na faculdade a Em outros locais n o relacionados i N o faz uso 04 28 5 Total 14 100 Tabela 28 Distribui o dos sujeitos quanto frequ ncia de utiliza o do computador uso do computador ver quest o 8 O respons vel faz uso F do computador Todos os dias da 01 7 2 semana Quase todos os dias da 02 14 3 semana Um ou dois dias por 03 21 4 semana Eventualmente de vez 04 28 5 em quando 04 28 5 N o utiliza computador Total 14 100 Tabela 29 Distribui o dos sujeitos conforme atividades culturais que costuma realizar ver qu
184. cebemos nesse encontro que um di logo frutuoso havia se estabelecido Para darmos continuidade aos trabalhos de assinatura dos documentos que nos permitiriam envolver as fam lias e as crian as para os outros 15 representantes que n o compareceram a essa reuni o enviamos pela agenda das crian as um envelope lacrado endere ado aos pais e ou respons veis contendo uma carta explicando as inten es da pesquisa o Protocolo de Consentimento e Livre Esclarecimento e o Roteiro para a caracteriza o das crian as junto s fam lias AP NDICE F Para nossa surpresa tivemos resposta imediata de mais sete fam lias No entanto embora tenhamos insistido no retorno das outras oito fam lias restantes por meio de recados na agenda lembretes da professora telefonemas n o tivemos resposta positiva Desse modo das 22 crian as da turma 14 foram aprovadas pelas fam lias para participar da investiga o No entanto sob a nossa perspectiva ao longo do tratamento e compreens o dos dados que obtivemos foi poss vel verificar informa es significativas para o que desej vamos Entretanto 80 instigou nos o fato de n o recebermos o retorno das oito fam lias Isso fez com pass ssemos a desejar saber quem eram essas crian as e como elas se apresentavam em sala de aula Sob nossa perspectiva tal inten o n o fugia aos padr es ticos da pesquisa uma vez que essas crian as n o seriam filmadas fotografadas enfim n o seria
185. cial Curricular Nacional Material do PROFA Material do Pr Letramento Diretrizes Municipais Projeto da escola Outros 2 23 Quais g neros textuais s o mais utilizados por voc no trabalho com a linguagem escrita na sala de aula Por qu 24 Voc acredita que poss vel avan ar em alguns aspectos Quais Como 25 O que a escola demanda que os professores leiam 26 Em que o grupo de forma o continuada pode colaborar no desenvolvimento da leitura do professor 27 O professor que l com desenvoltura ensina melhor o aluno a ler Qual a sua opini o 28 Voc dedica tempo para planejar atividades espec ficas ao ensino da leitura com o objetivo de formar leitores Exemplifique essas situa es de ensino 29 Quais os fatores intraescolares que influenciam no desenvolvimento do trabalho com a leitura qualidade do livro did tico exist ncia de biblioteca material did tico diversificado exist ncias de projetos que valorizem a leitura 30 Voc encontra alguma dificuldade para propor pr ticas de leitura na sala de aula Quais condi es de ensino aprendizagem s o necess rias em atividades de leitura Explique 31 Que crit rios s o utilizados para selecionar os textos que comp em suas propostas de atividades de leitura Em que materiais voc busca esses textos 32 A avalia o de leitura dos alunos realizada em quais situa es Que aspectos s o observados
186. cio Professora que desenho esse Classe bandeira do Brasil Professora isso mesmo vou colar agora ela na nossa lousa uma obra de arte n o houve nenhuma discuss o acerca dessa denomina o obra de arte Professora vem aqui o A O A vai de sua mesa at a professora Professora o que motivou voc a fazer essa obra de arte A sil ncio Professora teve algum motivo especial A sil ncio Professora quer sentar e pensar A quero A partir desse di logo inferimos que a professora estava desejosa de que a crian a respondesse que o motivo da feitura do desenho era a Copa do mundo que teria in cio no m s de junho Como a crian a n o respondeu da maneira esperada ela dirigiu para toda a turma a seguinte pergunta Professora turminha o que a bandeira do Brasil nos lembra neste momento que estamos vivendo em nosso pa s nos notici rios da televis o nos jornais nas decora es das casas Crian as a bandeira lembra a copa do mundo Ao ouvir a resposta a professora j segurando um desenho do mascote da Copa do mundo de 2010 fez a sua apresenta o para a classe do seguinte modo Professora esse o mascote da copa do mundo de 2010 voc s conhecem ele Classe sil ncio A professora eu j vi ele nos lbuns de figurinhas B eu j conheci ele na televis o C toda copa tem um bichim desses D legal Professora turminha no
187. clusivas do MEC e na segunda a adequa o que cabe aos outros segmentos do sistema educacional conforme proposto pelo documento 2006 p 14 15 grifos da autora Segundo Geraldi em outros pa ses reformas semelhantes a essa institu ram o curr culo m nimo nacional Aqui o nome ficou Par metros Curriculares Nacionais PCNs Geraldi lembrou que de todas as an lises que tinham sido feitas em torno das quest es ligadas aos PCNs sobretudo aquelas que se referiam s suas condi es de produ o pelo menos duas haviam lhe chamado a aten o uma da professora Vera Candau e outra do professor Ant nio Fl vio Barbosa Moreira De acordo com Geraldi 2006 p 14 ambos enfatizam que na verdade pelo id Segundo a autora uma primeira vers o das ideias desenvolvidas nesse texto foi apresentada em um debate sobre os PCNs na Faculdade de Educa o da Universidade de Campinas PE UNICAMPI em 24 6 1996 2 Trabalho apresentado em um debate sobre os PCNs no VIII Encontro Nacional de Did tica e Pr ticas de Ensino VIII ENDIPE realizado na Universidade Federal de Santa Catarina UFSC em Florian polis SC no in cio de maio de 1996 E Trabalho apresentado no IV Congresso Estadual Paulista Pela Forma o do Educador IV CEPFE em guas de S o Pedro SP em maio 1996 115 jeito que proposto n o se trata de par metro curricular curr culo m nimo nacional e mais curr culo homogeneizante porque tem uma
188. cola brasileira Por essa raz o n o estranho quando tamb m vemos que nos lugares onde oficialmente existe uma forma o com base no Programa Alfa e Beto adquirido com dinheiro p blico local tamb m encontramos a ades o do Programa Pr Letramento ofertado gratuitamente pelo MEC Esse fato tem sido recorrente em praticamente todos os Estados deste pa s No dia 5 de julho de 2010 aconteceu uma audi ncia em Bras lia com o ministro da Educa o Fernando Haddad composta de nove prefeitos representantes de nove Estados brasileiros em sua maioria pertencentes Regi o Nordeste do Pa s O motivo da reuni o foi solicitar ao Minist rio que mantivesse e ampliasse o Programa Acelera o da Aprendizagem PAA do Instituto Alfa e Beto como um de seus programas oficiais ligados ao ensino da leitura e da escrita A mat ria a seguir exp e como o MEC se apresentou nessa ocasi o Nove munic pios de nove estados participaram ontem dia 5 de audi ncia com o ministro da educa o Fernando Haddad para apresentar os avan os obtidos e pleitear a manuten o e amplia o do Programa de Acelera o da Aprendizagem PAA do Instituto Alfa e Beto IAB que come ou a ser implementado este ano em centenas de munic pios brasileiros que solicitaram ajuda para superar seus baixos ndices de desenvolvimento da educa o b sica Ideb O ministro Haddad garantiu que o programa ser mantido independente de quem ganhe as pr
189. considera o o discurso administrativo e pedag gico da Secretaria Municipal de Educa o Seme para orientar suas a es e as pr ticas de alfabetiza o f uma escola que tivesse uma pontua o que demonstrasse ter alcan ado a meta do Ideb para o ano de 2009 nas s ries iniciais Conforme podemos observar na tabela seguinte a escola definida para a pesquisa alcan ou a meta do Ideb em 2009 tanto nas turmas de 4 s rie e 5 ano Tabela 3 Ideb observado em 2005 2007 e 2009 e metas at 2021 para escola escolhida como campo da pesquisa ano iniciais do ensino fundamental Metas Anos Iniciais Ideb Observado 2005 4 9 2007 5 0 4 9 2009 5 3 5 6 2011 5 7 2013 5 9 2015 6 2 2017 6 4 2019 6 6 2021 6 9 Fonte Dispon vel em lt http portalideb inep gov br gt Acesso em 31 jan 2011 Sob nossa perspectiva os crit rios de escolha da escola deveriam apontar liga o com os elementos da atual pol tica que se presentifica em torno do ensino da leitura e da escrita Desse modo uma escola que atendesse a tais crit rios poderia possibilitar anunciar a apreens o e discuss es em torno de nossa quest o de pesquisa anunciada na primeira e na segunda parte deste relat rio Foi a partir dessas considera es e cuidados em torno dos crit rios da escolha da poss vel escola campo de pesquisa que no dia 11 de mar o de 2010 apresentamos as nossas inten es da investiga o para uma escola localizada em um bair
190. d that there is activities proposals maintenance arising from the way the constructivists think about teaching and learning However it was not observed as proposed by the phonic method defenders the systematic work with syllables and phonemes Regarding the analysis of the MEC official speech our hypothesis is proved in its totality because it is seen during the decades of 2000 2010 from north to south of Brazil acceptances of constructivist literacy proposals and the ones based on the phonic method by the Federal State and municipal realms The presence of literacy perspective conciliations in our country helps us think that MEC treated has been treating the teaching of reading and writing in literacy times as a product as goods Why Just by the fact of being consistent with the intentionality of the world economy about our school country Until 2022 Brazil needs to prove that has complied more one of the main items of the neoliberal agenda that is to present to all instances of the world economy a Ideb 6 0 A quantitative objective data that seems not to have any improvements for the Brazilian school since it was not proclaimed by the official speech in the beginning of the previous decade Literacy fit perfectly in this direction because it intends to form minimally readers and writers enough so that they do the evaluations that may put the Brazilian businessman in evidence before the world economy discussions In this context it
191. da nesse lugar No caso do Estado do Rio Grande do Sul a sa da conciliat ria intencionada pelo Estado Republicano que j discutimos por meio das coloca es de Fernandes ir se declarar com for a Foram tr s institui es reunidas para apresentar como atuariam em todo o Estado no tocante alfabetiza o de crian as que cursam o primeiro ano do ensino fundamental S o elas Instituto Ayrton Senna Instituto Alfa e Beto e o Grupo de Estudos Sobre Educa o Metodologia da Pesquisa e A o Geempa Tal intencionalidade tem sido desenvolvida desde o ano de 2007 conforme poss vel verificarmos na mat ria intitulada Yeda apresenta a 161 empres rios projeto piloto de alfabetiza o publicada no Portal do Estado do Rio Grande do Sul em 2 de mar o de 2007 um ano ap s o discurso de letramento ser declarado perspectiva oficial pelo MEC O Projeto Piloto para Alfabetiza o de crian as com seis anos da rede p blica de ensino com avalia o apresentado nesta sexta feira 2 pela governadora Yeda Crusius e a secret ria da Educa o Mariza Abreu em reuni o almo o no Hotel Deville em Porto Alegre ganhou a ades o do empresariado presente ao evento Yeda assegurou aos empres rios que o Projeto Piloto um programa estruturante de governo como s o os programas de gest o das finan as e o de preven o da viol ncia O p blico assistente era formado por dirigentes e executivos de grupos e institui es
192. da pelos seres humanos GONTIJO SCHWARTZ 2009 p 6 Essa compreens o oportunizaria efetivamente a essa 229 professora atentar para a ideia de que sendo a escrita um objeto de natureza cultural n o seria suficiente para que as crian as aprendessem a ler e escrever apenas a partir de pr ticas que as incentivassem ao manuseio de letras livros fichas de leitura brinquedos entre outros objetos situa es A voz do construtivismo povoando o seu trabalho possivelmente contribuiu para que ela fosse impedida de olhar para aquelas crian as e efetivamente passasse a enxerg las como sujeitos de linguagem produtoras de textos No dia 09 12 2010 fomos surpreendidos por duas crian as meninos que estavam de recupera o refor o Enquanto observ vamos dois grupos interagindo com os materiais concretos domin sil bico e domin de letras e figuras essas duas crian as se sentaram perto de mim e come aram a produzir textos sem que ningu m nem eu nem a professora pedisse Ap s algum tempo elas se dirigiram a mim dizendo que n o sabiam escrever mas que haviam feito cada uma um texto Fiquei surpreso quando me disseram que os textos eram para mim A primeira crian a me entregou a Hist ria dos tr s porquinhos reproduzida na pr xima fotografia Acrescentou que gostava dessa hist ria desde que ouviu na Pr Escola Fotografia 30 A hist ria dos tr s porquinhos Fonte Caderno do pesquisador 2010 A segui
193. da pol tica educacional com a chegada do Termo de Ades o Em 2003 o munic pio havia come ado a organizar uma perspectiva de trabalho local com a sociedade da Agenda 21 Quando em 2004 apresentava sociedade um extensivo diagn stico para encaminhamentos da Agenda 21 ao falar sobre a educa o de Vila Velha Maria de Lourdes Frizzera especialista de Desenvolvimento Humano e Social salientou que a situa o era cr tica no tocante ao analfabetismo ressaltando que este ainda prevalecia h d cadas mesmo quando a m dia de escolaridade ainda era de oito anos A exemplo ver o relato da Secretaria de Educa o do Estado do Paran Dispon vel em lt http www diaadia pr gov br sued arquivos File Noticias IDEB_DOC_SUED pdf gt Acesso em 24 maio 2009 12 ver mat ria jornal stica no site oficial do MEC Dispon vel em lt http portal mec gov br index php option com content amp view article amp id 273 amp ltemid 345 gt Aceso em 26 set 2010 Para os pr ximos dez anos a partir daquela data 2004 a Prefeitura criou a Agenda 21 que um planejamento coletivo de m dio a longo prazo que objetiva diagnosticar os problemas mais urgentes que impedem o desenvolvimento urbano e a qualidade dos moradores para depois procurar solucionar esses problemas at o ano de 2015 14 Em Vila Velha de acordo com o censo de 2002 do IBGE eram 13 826 analfabetos Segundo a coordenadora do ensino fundamental da Semed daque
194. dag gica nesse munic pio passou a nos incomodar o motivo que orientava as pol ticas de forma o dos professores alfabetizadores e por extens o o desenvolvimento das pr ticas de alfabetiza o qual seja alcan ar um Ideb referenciado pelas metas do MEC 239 N o demorou muito para que ao mudarmos para o munic pio de Vila Velha ES pass ssemos a perceber um movimento e intencionalidades de certa forma semelhantes ao que ocorria em Linhares Forma o de professores ado o de cole es de livros did ticos avalia es em larga escala Provinha Brasil Prova Brasil Saeb Programa de Avalia o da Educa o B sica do Esp rito Santo PAEBS ALFA entre outras se tornavam os temas centrais dos poucos encontros entre educadores que aconteciam nesse munic pio para pensar a educa o especificamente no per odo entre 2009 e 2012 E a crian a O que esse infante cidad o que se dirige escola p blica vila velhense poder encontrar nesse espa otempo educativo O que ser dessas crian as nos pr ximos anos e ou d cadas Como partir de sua hist ria e cultura para pensar a educa o escolar Parecia que havia sido suprimida mais uma vez a possibilidade de debates em torno desses questionamentos nos encontros dos professores alfabetizadores O espa o de discuss es passou a ser preenchido pelo discurso do letramento Desse modo vimos acontecer de certa forma o que os pesquisadores que participaram da fe
195. de Nova Delhi comprometendo se a alcan ar os Objetivos de Educa o Para Todos EPT Dispon vel em lt http Ayww unesco org pt brasilia education gt Acesso em 28 jul 2009 95 Compromisso Todos pela Educa o Segundo o texto os resultados estavam muito aqu m dos esperados pois o Brasil n o havia se organizado levando em considera o o que havia acordado em Jomtien Foi em Nova Delhi que houve a decis o de uma nova estrat gia ou seja concentrar o debate n o em todo o mundo mas no m ximo em dez pa ses que tivessem mais de 10 milh es de analfabetos Entre eles estava o Brasil Foi em Nova Delhi que nasceu o Education for All 9 EFA 9 Esses eventos foram patrocinados e financiados por quatro organismos internacionais quais sejam a Organiza o das A es Unidas para a Educa o Unesco o Fundo das Na es Unidas Para a Inf ncia Unicef o Programa das Na es Unidas Para o Desenvolvimento PNUD e o Banco Mundial BM Em Jomtien cada organismo enfatizou e declarou sua posi o e proposta que haviam sido debatidas desde as reuni es preparat rias A Unesco destacou a diversidade e as minorias por exemplo o analfabetismo da mulher Uma categoria nova aparece no discurso pedag gico a equidade At 90 falava se muito na igualdade de oportunidades A partir da passa se a trabalhar com a categoria de equidade O contr rio de igualdade desigualdade e de equidade iniquidade
196. de alfabetiza o em uma classe do 2 ano do ensino fundamental tamb m toma como pano de fundo a mesma tese Enquanto faz amos o percurso de inser o em campo e a coleta de dados gerais da escola parte 3 deste relat rio verificamos que uma ideia relacionada especificamente com as pr ticas de ensino da leitura e da escrita povoava o discurso das professoras alfabetizadoras das turmas do 1 2 e 3 anos qual seja que o termo letramento se apresentava como possibilidade de amplia o do termo e das pr ticas de alfabetiza o pelo fato de que ele incentivaria um trabalho no tocante ao ensino da leitura e da escrita com e ou a partir do texto Portanto para as referidas professoras o letramento incentivaria pr ticas para al m do ensino do dom nio do c digo escrito Esse enunciado passou a ser significativo em nossa pesquisa pois proporcionou a nossa inser o na sala de aula onde far amos a pesquisa com o seguinte questionamento de que modo o discurso sobre o letramento se concretizou nas pr ticas da professora envolvida neste estudo Tal quest o se colocou como necess ria para ser discutida pelo fato de termos verificado que a escola havia sido afetada sob a nossa perspectiva pela considera o feita por Soares 1999 sobre a necessidade alfabetizar letrando Soares em uma entrevista concedida ao Jornal do Brasil intitulada Letrar mais que alfabetizar explica o que significa
197. de dar retorno s escolas onde desenvolve suas investiga es e que por essa raz o ap s tratarmos os dados coletados ir amos dialogar com a escola a partir dos dados que ela pr pria produziu tomando os como ponto de partida para o desenvolvimento de um trabalho de forma o dos professores alfabetizadores caso a escola estivesse em comum acordo Apontamos ainda que nossa perspectiva te rica e metodol gica de pesquisa se pautava no di logo portanto pretend amos fazer uma pesquisa a partir da escola e n o sobre a escola e que em outro momento poderia discutir mais especificamente essa quest o e portanto acredit vamos que os procedimentos anal ticos que ressaltavam os aspectos negativos de determinado fen meno pr ticas de alfabetiza o nos pareciam n o colaborar para dizermos efetivamente coisas importantes acerca desse objeto O que est vamos ali dizendo procurando traduzir em palavras que pudessem alcan ar o grupo que nosso procedimento seria o de compreender os dados em torno das pr ticas alfabetizadoras e n o um procedimento anal tico autorit rio a academia problematiza e tem sempre a voz sobre o que a escola realiza e esta quase nada e ou nunca tem a dizer 54 Ap s essas coloca es o grupo nada mais desejou pronunciar nem se estava favor vel ou n o ao aceite pesquisa As professoras das turmas dos segundos anos prometeram que iriam discutir o que foi exposto e encerrariam numa resposta co
198. de de 6 anos agora inclusa no ensino fundamental de 9 anos A fam lia acompanhando contemplando a alfabetiza o de seu filho estaria fazendo o suficiente para garantir um futuro melhor para ele Observamos ent o que o discurso do letramento inserido nas objetiva es das Metas do atual projeto pol tico educacional do Pa s consonante com a ideia de que tal projeto tem data limite para encerrar oficialmente Ser em 2022 ano em que se realizar um balan o do desenvolvimento das prescri es que integram o programa Compromisso Todos pela Educa o O argumento utilizado para que tal balan o seja realizado nessa data sustentado sob a nossa perspectiva por um discurso c vico rom ntico uma meta simb lica porque o Brasil comemorar o bicenten rio da Independ ncia em 2022 O que vem depois desse balan o Quais suas implica es para a pol tica de alfabetiza o no Pa s Essa uma pergunta que deveria come ar a ser feita potencializada Como ficou constatado na terceira parte deste relat rio as discuss es em torno do aspecto pol tico que envolve a alfabetiza o necessitam fazer parte efetivamente dos encontros que a academia vier a promover e ou ser convidada a participar As disserta es e teses que levamos em considera o em nossa revis o de literatura n o focaram a quest o nessa dimens o importante ficarmos atentos s intencionalidades pol ticas e econ micas de o Brasil ter
199. de leitura acabaram subtraindo a possibilidade de desenvolver leituras que incentivassem as crian as a tomar os textos assim como discutem P rez e Ara jo 2011 p 128 144 como palavramundo como efetivamente conte do alfabetizador No tocante escrita as atividades focaram por exemplo a c pia o uso de letras mai sculas e min sculas etc J com rela o ao estudo do texto o trabalho se restringiu localiza o de informa es expl citas no texto Nesse caso fica entendido que estudar um texto significa assumir uma atitude passiva diante do escrito Segundo Macedo 2000 p 3 significa sacrificar portanto a an lise cr tica da ordem social e pol tica que d origem necessidade de leitura em primeiro lugar Por essa raz o esse autor afirma que tal perspectiva de alfabetiza o tem na base a ideia de desenvolvimento dos alfabetizados funcionais treinados primordialmente para atender aos requisitos de nossa sociedade tecnol gica cada vez mais complexa MACEDO 2000 p 3 grifo nosso Sobre a produ o de texto podemos dizer que ela n o existiu efetivamente pois o trabalho de escrita priorizou os aspectos composicionais textuais Desse modo os temas tratados nas atividades de produ o de texto foram introduzidos na sala de aula com fun o de realizar a atividade pela atividade Como aponta Geraldi 2010 p 115 um texto efetivamente texto quando produto de ela
200. de letramento que se concretizaram ao longo do ano letivo de 2010 em uma classe do 2 ano do ensino fundamental de uma escola pertencente rede p blica municipal de educa o de Vila Velha ES e b uma discuss o em torno das propostas de alfabetiza o assumidas e proclamadas pelo discurso oficial MEC no per odo compreendido entre 1990 2009 buscando verificar como e com que finalidade s pol tica s tal discurso tratou e ou tem tratado o ensino da leitura e da escrita chegando a caracteriz lo na atualidade como letramento No tocante a investiga o desenvolvida em torno das pr ticas da professora inferimos que nossa hip tese de pesquisa foi comprovada em partes pois somente no per odo de recupera o da aprendizagem no final do ano letivo que vemos a professora trabalhando com as crian as atividades que se remeteram ao trabalho com a palavra Essas atividades tinham o objetivo de trabalhar lacunas identificadas pela professora na alfabetiza o ou seja no dom nio da escrita alfab tica O trabalho desenvolvido nesse momento demonstrou que h manuten o de atividades propostas advindas do modo como os construtivistas pensam o ensino e a aprendizagem No entanto n o observamos como prop em os defensores do m todo f nico o trabalho sistem tico com s labas e fonemas No tocante a an lise do discurso oficial do MEC nossa hip tese comprovada em sua totalidade pois vemos durante a d cada de 2000 2010 de
201. de modo a oferecer oportunidades de educa o b sica equivalente a quatro s ries para 3 7 milh es de analfabetos e 4 6 milh es de subescolarizados Acesso em 22 mar 2011 A partir do per odo de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso o Brasil se reaproximou ainda mais do BM permitindo uma interven o pontual das institui es financeiras internacionais nas pol ticas nacionais e em especial nas educacionais feitas com o consentimento do Governo Federal dos Estados e das elites de empres rios nacionais Assim ampliou se o processo de abertura econ mica intensificou se o processo de privatiza es e aprovou se uma s rie de mudan as constitucionais como de fato foi previsto no Consenso de Washington que assim seria a atua o do BM interferindo nas leis e resolu es que abriram caminho para o aprofundamento das reformas como nos lembra Soares 1998 No tocante pol tica da educa o nacional o BM prescrevia os seguintes objetivos a serem perseguidos pelo Brasil a tornar os investimentos em educa o o aspecto central dos esfor os de desenvolvimento das na es b promover o progresso E Informa es obtidas do manual intitulado O que o Plano Decenal de Educa o para Todos 1993 2003 Dispon vel em lt http biblioteca planejamento gov br biblioteca tematica 1 textos educacao cultura texto 167 o que e o plano decenal de educacao para todos pdf gt Acesso em 22 mar 2011 o popularment
202. delo de pesquisa possibilita ao contexto a ser investigado sala e aula pr ticas de alfabetiza o c no processo de compreens o do fen meno pr ticas de alfabetiza o as pesquisas desconsideram uma das principais dimens es para se aproximar da compreens o das a es humanas a dimens o hist rico cultural em que as pr ticas humanas se desenvolvem Desse modo as orienta es pautadas no pensamento bakhtiniano de pesquisa colaboraram para nos aproximarmos do contexto e dos sujeitos em que a pesquisa de campo foi desenvolvida Tal aproxima o esteve pautada na ideia de que o sujeito bakhtiniano um sujeito de resposta di logo e n o um objeto mudo Efetivamente a compreens o explicitada nos t picos a b e c foi fundamental para potencializar todo o desenvolvimento desta tese e elucidar quest es em torno de nosso problema e hip tese de pesquisa Desse modo as discuss es apresentadas nos cap tulos seguintes foram incentivadas tamb m pelo que constatamos na revis o de literatura A seguir iniciamos a apresenta o dos pressupostos metodol gicos e do processo de inser o no campo de pesquisa 43 3 PRESSUPOSTOS METODOL GICOS E O PROCESSO DE INSER O NO CAMPO DE PESQUISA Nesta parte do trabalho em primeiro lugar tratamos de apresentar e justificar os pressupostos metodol gicos e o desenho da pesquisa e em segundo lugar a medida em que descrevemos como ocorreu processo de inser o
203. demos que foi ao longo desse percurso que fomos nos termos bakhtinianos povoados por vozes inquieta es em torno das pr ticas do ensino da leitura e da escrita com crian as pertencentes s classes dos anos iniciais do ensino fundamental Nessa dire o assumimos como Bakhtin Voloch nov 2006 que nossos enunciados e neste caso espec fico nosso problema de pesquisa se constituem polif nica vozes sociais que o antecederam e que aqui ressoam e polissemicamente sentidos produzidos ativo e responsivamente na intera o verbal e portanto sempre perpassados na e pela linguagem contexto social viv ncia concreta Basicamente boa parte de nossa trajet ria no contexto do ensino escolar na ltima d cada per odo 2000 2010 foi desenvolvida no munic pio de Linhares ES Embora tenhamos atuado nesse munic pio em diferentes n veis de ensino da educa o 17 b sica bem como no contexto da ger ncia pedag gica da rede de ensino municipal sempre nos chamou a aten o o desenvolvimento de trabalhos ligados forma o inicial e continuada de professores alfabetizadores bem como em projetos com crian as consideradas fracassadas pela escola linharense Enquanto desenvolv amos estes trabalhos chega ao munic pio de Linhares entre o final do ano de 2007 e in cio de 2008 o Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educa o institu do pelo Decreto n 6 094 de 24 de abril de 2007 e percebemos que a agenda dos
204. dizer que das oito crian as oriundas dessas fam lias objetivamente sete foram orientadas pela professora e pela pedagoga a permanecerem na semana de recupera o da escola no final do terceiro e ltimo trimestre m s de dezembro Como veremos no cap tulo que discutimos as pr ticas da professora investigada cap tulo 5 todas essas crian as foram aprovadas a cursarem o 3 ano no ano letivo de 2011 85 guisa de esclarecimento um panorama geral dos dados produzidos em torno da caracteriza o das fam lias e das crian as encontram se no ANEXO B deste relat rio 86 4 A ALFABETIZA O NA HIST RIA Este cap tulo se colocou como necess rio neste relat rio por dois motivos a saber primeiro a necessidade de explicitarmos quest es em torno de nossa categoria central o modo como concebemos a alfabetiza o para a compreendermos as pr ticas da professora alfabetizadora e segundo a relev ncia de promovermos uma discuss o que se direcionasse nossa hip tese de pesquisa explicitada na parte 2 deste texto qual seja a perspectiva do letramento tenderia a atuar como estrat gia de concilia o entre o construtivismo e os antigos m todos de alfabetiza o Nessa dire o passamos a entender que se colocava como necess rio buscarmos elementos que permitissem uma compreens o de como essa perspectiva o letramento foi incorporada ao discurso oficial do MEC Desse modo pela via de uma investiga
205. do uma lista de 32 pa ses pesquisados pela OCDE foi publicada com os brasileiros de 15 anos na ltima posi o em n vel de leitura o ent o ministro da Educa o Paulo Renato Souza atribuiu o mau resultado ao atraso escolar H quem o atribua ao subdesenvolvimento viol ncia urbana blablabl Bobagem ironiza Capovilla A Inglaterra tinha em 1996 45 das crian as abaixo do n vel m nimo admiss vel para a leitura porque usavam o m todo que o Brasil usa hoje Em 1997 mudou para o f nico e hoje s tem 20 Nos EUA a discuss o ganhou tanto destaque que o m todo f nico se tornou o carro chefe do programa educacional do governo Bush que alardeia uma nova era em educa o O guru de Bush o educador Reid Lyon foi ignorado durante anos at o ent o candidato a presidente cujo irm o Neil disl xico lan ar a frase Phonics works o f nico funciona O m todo tinha sido utilizado nos EUA e em muitos pa ses at a d cada de 1970 quando foi substitu do pelo whole language linguagem total Agora o f nico aplicado oficialmente em pelo menos cinco Estados americanos e recomendado na maioria al m de em grande parte dos pa ses que aparecem no topo da lista do Pisa O m todo f nico une estadistas no mundo inteiro diz Capovilla At abra ar a miss o de difundir o m todo f nico o professor da USP trilhou um caminho de acordo com o pr prio cheio de prova es Teve de enfren
206. dom nio m nimo de interpreta o n o poderia entrar para os ndices oficiais como pessoa alfabetizada BRITTO 2007 Esse autor lembra que em 1958 a Unesco passou a estabelecer um padr o internacional para a estat stica em educa o e pol ticas educacionais em particular no tocante aos ndices de alfabetismo e analfabetismo Assim prop s uma defini o de pessoa alfabetizada e de pessoa analfabeta alfabetizada seria a pessoa capaz de ler e escrever com compreens o uma frase simples e curta sobre a vida cotidiana analfabeta seria a pessoa que n o conseguisse nem ler nem escrever uma frase simples e curta sobre a sua vida cotidiana aponta Britto 2007 p 20 Observamos conforme Brito que a defini o da Unesco indica o que bilhete simples quer dizer e coloca a ideia da alfabetiza o no cotidiano nas pr ticas sociais imediatas e no dom nio m nimo de leitura e de escrita Trata se de acordo com esse autor de um corte pragm tico que indica um m nimo se aproximando do conceito de analfabetismo funcional BRITTO 2007 108 A partir do contexto das comemora es do Ano Internacional da Alfabetiza o especificamente no Brasil vamos perceber um debate em torno da ideia de que a alfabetiza o deveria ser pensada levando em considera o o aspecto da mec nica do processo de ler e escrever bem como o enfoque da l ngua escrita como um meio de express o compreens o com especificidade e auton
207. duzido pela rela o e a o dos sujeitos no caso entre ela e as crian as Aquelas tr s crian as que se posicionaram diante da pergunta Voc concorda que a festa dos jogos da Copa do Mundo uma festa mundial oportunizaram a constru o do di logo na sala de aula Tais crian as no limite de sua compreens o conseguiram negar por exemplo a l gica do discurso midi tico que informava que todo o mundo estava em festa por causa da Copa do Mundo As tr s crian as como assinala Geraldi 1993 atuaram como sujeitos dialogando e produzindo discursos lan ando seu ponto de vista sobre o mundo No entanto as intencionalidades de uma pr tica orientada para o ensino da l ngua como sistema perde de vista o sujeito de linguagem o sujeito expressivo o sujeito falante pelo fato de perder de vista tamb m que a l ngua vive e evolui historicamente na comunica o verbal concreta n o no sistema lingu stico abstrato das formas da l ngua nem no psiquismo individual dos falantes BAKHTIN VOLOCH NOV 2006 p 124 Ao inv s de tomar aquele momento como lugar de intera o a professora povoada por uma concep o de linguagem cujos aspectos normativos s o mais relevantes comenta apenas que a opini o deles e devemos respeitar Desse modo os 205 fios dial gicos e ideol gicos do texto Copa do Mundo n o puderam ser discutidos nunca foram discutidos na sala de aula No que se refere s pr
208. e 2010 3 Meritogracia e avan o na privatiza o s o as marcas de Paes e Cabral Para tentar mascarar os dados de avalia es como o SAEB IDEB Prova Brasil e outros ins trumentos criados para medir o desempenho educacional que colocam o Rio de Janeiro nos l timos lugares os governos Ca bral e Paes procuram premiar a educa o com programas compensat rios para alfabetiza o para resolver o fracasso es colar O Plano de Desenvolvi mento da Educa o PDE atu al n o incentiva as Secretarias de Educa o a apoiar as esco las para que estas elaborem o seu pr prio projeto pedag gi co fazendo com que o foco cen tral da SEEDUC e da SME Rio n o sejam as escolas que pas saram a ser vistas apenas como um espa o de gerenciamento t cnico burocr tico Por causa disto os equipa mentos e recursos pedag gicos nas unidades escolares passa ram a ser garantidos por esses programas Fora desses proje tos as escolas dependem do material distribuido pelas secre tarias sempre insuficientes e dos livros que chegam do MEC sempre com atraso e para a me tade dos alunos nem sempre respeitando os livros escolhidos pelos professores A pol tica meritocr tica imple mentada no Rio de Janeiro al m de question vel na sua ess ncia n o qualifica enem motiva os pro fessores Ao contr rio tem uma l gica de acirrar a competi o en tre eles Essa pol tica n o leva em considera o as condi
209. e Esperantina munic pio de 36 mil habitantes no interior do Piau O diagn stico inicial revelou uma realidade surpreendente e assustadora mostrou que 89 dos nossos alunos do 2 ao 5 ano eram analfabetos mas j no primeiro semestre do PAA notamos uma grande melhoria na aprendizagem dos alunos contou acrescentando Vendo os resultados iniciais os professores do 6 ano acostumados a receber um alto percentual de alunos analfabetos est o dizendo que o programa ser sua salva o O segredo do sucesso do PAA na opini o dos secret rios est no ensino estruturado que articula os materiais did ticos com o planejamento detalhado das aulas e mecanismos de avalia o e recupera o Os professores no in cio resistiram a isso porque achavam que perderiam liberdade mas aos poucos foram vendo que trabalhar com direcionamento metas aulas planejadas e medindo os avan os a cada passo dava resultados muito melhores disse Wesley Quinta secret rio de educa o de Bonfin polis em Goi s T nhamos 52 de alunos analfabetos do 2 ao 4 ano e 70 deles cumpriram a meta desse semestre como perdemos muito tempo ganhando os professores e agora a ades o quase total acho que o percentual de aprova o no final do ano ser maior O entusiasmo com o ensino estruturado fez com que os secret rios manifestassem interesse em adotar tamb m o programa Alfa e Beto de alfabetiza o do IAB instituto respons vel p
210. e Estados Unidos por exemplo desaconselharam o uso exclusivo do m todo global Os EUA por exemplo n o financiam programas de alfabetiza o que descartem o m todo f nico Para os defensores do m todo f nico no Brasil essas s o evid ncias de que o pa s est remando contra a mar dos pa ses desenvolvidos Para boa parte dos construtivistas no entanto os dois m todos podem ser combinados grifo nosso Notamos nessa mat ria em especial nas partes grifadas que o ministro da Educa o procura manter se neutro n o se posicionando sobre qual perspectiva te rica e metodol gica iria prevalecer para orientar oficialmente as quest es ligadas ao ensino da leitura e da escrita nas classes de alfabetiza o deste pa s Al m disso tenta justificar as discuss es e poss veis mudan as levando em considera o os altos ndices de repet ncia na 1 s rie do ensino fundamental No entanto o que nos surpreende que no primeiro semestre do mesmo ano em que publicada essa mat ria 2006 o MEC anuncia que nem os defensores dos m todos perspectiva defendida pela C mara dos Deputados nem os defensores do construtivismo perspectiva hegem nica daquela poca ganhar o a t nica do 142 discurso oficial para orientar o ensino da leitura e da escrita neste pa s Nessa ocasi o O letramento foi declarado como perspectiva hegem nica nos documentos oficiais interessante observarmos que no mesmo ano em que a soci
211. e chamado de FHC assumiu a Presid ncia do Brasil pela primeira vez no dia 1 de janeiro de 2005 Foi reeleito presidente nas elei es de 1998 FHC havia atuado como ministro da Fazenda no per odo do Governo de Itamar Franco que se encerrou em dezembro de 1994 100 educacional por meio de mudan as na gest o pela descentraliza o e nfase na qualidade c instalar sistemas nacionais de avalia o e implementar reformas curriculares e programas de discrimina o positiva al m da concess o de maior autonomia s escolas locais CASASSUS 2001 Essa foi a f rmula da chamada mudan a educacional que come ou a ser desenvolvida no Brasil no per odo de Governo de Fernando Henrique Cardoso 1995 a 2002 Silva 2002 p 2 lembra que nessa poca o governo federal entre 1990 e 2002 tornou se sujeito mpar no processo de ajuste e implementa o de pol ticas sociais de corte privatista na medida em que alterou a Constitui o Federal de 1988 atrav s de emendas e de medidas provis rias instituindo preceitos jur dicos e normativos que d o outra configura o ordem econ mica e social do pa s Dessa forma o Pa s passou a se orientar deliberadamente pela via das prescri es neoliberais Silva 2002 p 3 grifo nosso denuncia que no Brasil a partir dos anos noventa diante das press es externas e da possibilidade de lucros imediatos que seriam aferidos pela elite dominante nacional o governo brasileiro
212. e expresso na Tabela 26 307 Tabela 28 Distribui o das crian as conforme a atividade que mais gostam de realizar na escola ver quest o 22 Atividades F Y Aulas de L ngua Portuguesa 06 42 9 Aulas de Matem tica 07 50 Quando a professora deixa um tempinho pra 01 7 2 brincar Total 14 100 Tabela 29 Distribui o das crian as conforme a atividade que n o gostam de realizar na escola ver quest o 23 Atividades F Aulas de L ngua Portuguesa 03 21 4 Aulas de Matem tica 01 7 2 Aulas de Geografia 03 21 4 Aulas de Hist ria 02 14 3 Fazer muitas atividades da lousa 02 14 3 N o tem o que n o 03 21 4 gosta Total 14 100 Tabela 30 Distribui o das crian as em torno da verifica o se j compraram algum livro ou revista ver quest o 24 Compra de livro ou F revista Sim 08 57 N o 06 42 9 Total 14 100 Tabela 31 Distribui o das crian as em torno da verifica o de quais livros ou revistas j teriam comprado ver quest o 24 Compra de livro ou F revista Gibis 04 40 Livros de hist rias infantis cl ssicos 03 30 Livros de hist rias 02 20 b blicas 01 10 Revista de cantores pop Total 10 100 308 Tabela 32 Distribui o das crian as em torno da verifica o de onde conseguem livros quando deseja ler ver quest o 25 Onde consegue livros F Na biblioteca da escola 14 63 6 Em casa 06 27 2 Com amigos 01 4 5 Compra na banca 01 4 5 Total 22 100 Observa o a
213. e n s como em parte nenhuma Lavra como peste da escola s faculdades Passa pela cartilha s apostilas acad micas E n o s em gram tica Tamb m o que se l um universo empobrecido entre outras raz es porque desambiguizado o universo para o qual aponta a literatura 133 Tal narrativa produto de um di logo interessante que Geraldi 1993 estabelece particularmente com Rui Barbosa 1883 visando demonstrar que durante d cadas s culos no Brasil vozes se levantaram tal como a de Rui Barbosa alertando para a necessidade de se pensar e produzir caminhos alternativos para o ensino de l ngua materna No entanto o que se percebe segundo Geraldi 1993 p 132 a morosidade da escuta 235 escolar Esse empobrecimento pode ser considerado o primeiro tra o que jovens leitores aprendem em manuais e antologias e que ao longo da vida escolar pode incapacit lo permanentemente para a frui o de obras que n o sigam risca o modelo proposto pela cartilha escolar N o a gram tica abstrata mas a vida em comum que nos deu uma l ngua comum Ensinar a l ngua ampliar a experi ncia do aluno com a nossa GERALDI 1993 p 119 121 E o autor prossegue Que o ensino de l ngua n o se confunde com o ensino da gram tica n o l cito contestar Porque uma coisa saber a l ngua isto dominar as habilidades do uso da l ngua em situa es concretas de intera o entendendo e produzindo
214. e para ensinar a ler e a escrever N s tamb m questionamos a falta de import ncia que os Goodman davam s quest es relacionadas compreens o da natureza alfab tica do nosso sistema de escrita e aprendizagem dos valores sonoros convencionais das letras Mas n o estamos remando contra a mar apesar do sentimento de inferioridade que faz com que gente que conhece educa o pelo lado do financiamento mas nada sabe sobre did tica diga que s somos competentes para jogar futebol e que para pensar a educa o n o temos alternativa a n o ser importar N o s id ias mas tamb m pr ticas sem considerar seus contextos de origem Folha O MEC ao abra ar teorias construtivistas nos PCNs n o beneficia autores dessa proposta com a compra de livros e prejudica os do m todo f nico Weisz Os PCNs n o s o obrigat rios S as diretrizes definidas pelo Conselho Nacional de Educa o que s o Tanto quanto me lembro elas n o assumem o construtivismo nem se referem a cartilhas ou m todos As compras do Programa Nacional do Livro Did tico s o orientadas pela avalia o de qualidade produzida por um grupo de professores de diferentes reas Se as cartilhas do m todo f nico estivessem sendo pedidas pelos professores elas seriam compradas mesmo que mal avaliadas Quanto a benef cios auferidos pelos defensores da teoria construtivista do ponto de vista financeiro s o nulos Os recursos did ticos produzidos par
215. e se estrutura em torno do eixo da alteridade Por essa raz o que as observa es n o podem se prender na mera descri o dos eventos mas procurar as suas poss veis rela es integrando o individual e o social porque A observa o numa perspectiva de abordagem s cio hist rica se constitui pois em um encontro de muitas vozes ao se observar um evento depara se com diferentes discursos verbais gestuais e expressivos S o discursos 47 que refletem e refratam a realidade da qual fazem parte construindo uma verdadeira tessitura da vida social FREITAS 2008 p 33 Sobre a entrevista no mbito da pesquisa qualitativa de cunho hist rico cultural Freitas 2008 p 34 afirma que esta tem a particularidade de ser compreendida como uma produ o de linguagem Para essa autora a entrevista que acontece entre duas ou mais pessoas precisa ser assumida como um acontecimento uma situa o de intera o verbal tem como objetivo a m tua compreens o e N o uma compreens o passiva baseada no reconhecimento de um sinal mas uma compreens o ativa FREITAS 2003 34 dos enunciados dos outros Segundo essa pesquisadora compreender ativamente o enunciado do outro significaria orientar se para o outro Tal discuss o nos remete a Bakhtin ao falar sobre o excedente de vis o que se tem em rela o ao outro Devo identificar me com o outro e ver o mundo atrav s de seu sistema de valores tal como ele
216. eais em projetos de responsabilidade social O relat rio indica tamb m que do total dos gastos 63 9 milh es de reais foram aplicados em Educa o na qual se contabiliza explicitamente o financiamento do grupo com a organiza o Todos pela Educa o ainda que n o sejam detalhados os valores 4 Martins 2009 comenta que a estrutura organizacional da entidade bem definida em termos t cnicos e pol ticos E constitu da por uma Presid ncia ocupada por um empres rio articulador da organiza o um Conselho de Governan a composto por 16 empres rios ou representantes de empresas um Comit Gestor formado por seis dirigentes sendo cinco deles empres rios uma Comiss o de Comunica o composta por seis membros todos ligados a grupos empresariais uma Comiss o de Articula o integrada por 12 membros numa composi o mais diversa empres rios representantes da Igreja Cat lica lideran as de movimentos sociais representante da Unesco representante do MEC uma Comiss o T cnica composta por 16 membros predominantemente por empres rios uma Comiss o de Rela es Institucionais ocupada por um empres rio e por fim uma Equipe Executiva constitu da por dez membros n o empres rios sob a dire o de uma Presid ncia Executiva a cargo de um educador 126 No relat rio intitulado Todos pela Educa o 2006 2009 o qual faz um balan o das atividades desenvolvidas bem como dos resultados alcan ados nesse p
217. ectiva bakhtiniana de pesquisa colaborou para que ampli ssemos a compreens o das vozes polifonia e dos sentidos polissemia que se presentificaram no trabalho da professora alfabetizadora Mais do que a pessoa professora cognoscente eram as intertextualidades das vozes e dos sentidos que se presentificaram na sala de aula que desej vamos conhecer Assim a decis o pela perspectiva bakhtiniana de pesquisa foi respaldada acentuada sobretudo no modo como Bakhtin considera e portanto nos ajuda a pensar o objeto central das ci ncias humanas o homem diante de suas produ es hist ricas e culturais Observamos que a atitude de Bakhtin diante do homem da vida dial tica e dial gica Por essa raz o Bakhtin opta em seu tempo e que vai sustentar at o fim de sua vida em se opor a pensar o homem como um objeto uma coisa tal como defendiam determinadas correntes te ricas das ci ncias humanas assumidas pela academia e pelo discurso oficial da poca em que viveu 3 1 O PERCURSO METODOL GICO O percurso metodol gico desta investiga o foi pautado nas orienta es da perspectiva da pesquisa do tipo qualitativa Para Chizzotti 2006 p 79 a perspectiva qualitativa parte do fundamento de que h uma rela o din mica entre o mundo real e o sujeito uma interdepend ncia viva entre o sujeito e o objeto um v nculo indissoci vel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito Por 45 isso esse aut
218. edade brasileira recebeu o relat rio publicado pela C mara dos Deputados a professora Magda Becker Soares apresentou o texto encomendado pelo Grupo de Trabalho GT10 Alfabetiza o Leitura e Escrita sob o t tulo Alfabetiza o e letramento as muitas facetas 2008 na 26 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Anped Nesse texto Soares anuncia as bases te ricas e metodol gicas do letramento De fato ela est dialogando e endere ando o C mara dos Deputados ao perceber o embate existente como j explicitamos Soares 2003 ent o prop e o termo letramento como possibilidade conciliadora entre alfabetiza o e letramento Tal proposta tornar poss vel a concilia o das ideias dos defensores do m todo f nico e dos construtivistas Para tanto essa autora busca desenvolver uma explica o a partir do que ela chama de inven o da palavra e do conceito de letramento e concomitantemente a desinven o da alfabetiza o resultando no que ela mesma se atreve a denominar de reinven o da alfabetiza o Nesse percurso de inven o e desinven o Soares 2003 desenvolve uma perspectiva de ensino da leitura e da escrita que acaba por permitir a possibilidade de uma integra o dos defensores dos antigos m todos e dos adeptos do construtivismo ao afirmar que Dissociar alfabetiza o e letramento um equ voco porque no quadro das atuais concep es psicol gica
219. educacional deste pa s em anos recentes necess rio remontar d cada de 1990 porque foi nesse per odo que foram constru das as bases educacionais De acordo com os textos de Maria do Ros rio Longo Mortatti intitulados Os sentidos da alfabetiza o S o Paulo 1876 1994 publicado em 2000 e A hist ria dos m todos de alfabetiza o 2006 no final de 1910 o termo alfabetiza o passa a ser utilizado para se referir ao ensino inicial da leitura e da escrita no Brasil MORTATTI 2006 p 6 Podemos descrever o contexto hist rico em que tem origem esse termo do seguinte modo em 1890 foi implementada a reforma da instru o p blica no Estado de S o Paulo pretendendo servir de modelo para os demais Estados Mortatti 2000 p 6 lembra que tal reforma se iniciou com a reorganiza o da Escola Normal de S o Paulo e a cria o da Escola Modelo Anexa e desse modo em 1896 foi criado o Jardim da Inf ncia nessa escola Assim do ponto de vista did tico se encontrava nos novos m todos de ensino em especial no ent o novo e revolucion rio m todo anal tico para o ensino da leitura a base da reforma p 6 Ainda de acordo com Mortatti 2006 p 6 A partir dessa primeira d cada republicana professores formados por essa escola normal passaram a defender programaticamente o m todo anal tico para o ensino da leitura e disseminaram no para outros Estados brasileiros por meio de miss es de
220. egue fazer seus alunos avan ar bastante ano que vem minha sobrinha vem pra essa escola e quero que ela seja aluna da professora F Nossa viv ncia em sala de aula ao longo do ano letivo de 2010 participando observando o trabalho desenvolvido pela professora nos permite dizer 233 que est vamos diante de uma professora dedicada organizada ass dua respeitosa ao se dirigir s crian as Ela aproveitava at o ltimo segundo do tempo do dia letivo Seu trabalho parecia ser bem planejado o que colaborava no aproveitamento das quatro horas e vinte minutos em que estava com as crian as A professora relatou sua insatisfa o quanto ao desempenho das sete crian as que acabaram ficando em recupera o Para ela era quase imperdo vel conceber a ideia de que no final do ano haveria crian as nessa situa o Isso demonstra o comprometimento da professora com o seu trabalho Diante da visibilidade desse comprometimento da professora pelos seus pares bem como por nossas observa es passamos a pensar como seria significativo para ela e para as crian as se desde a sua forma o inicial fosse povoada por uma perspectiva de sujeito l ngua e linguagem pautada na lingu stica da enuncia o Desse modo ao permitir que um texto entrasse em sala de aula criaria condi es para que todos ela e as crian as se assumissem como locutores interlocutores Assim seu trabalho tomaria como base as proposi es postuladas por Bakhtin
221. ela concep o do PAA A secret ria de educa o de Lagoa do Mato MA Alda res Guimar es Lopes deu seu testemunho pessoal dos avan os obtidos a partir da ado o do Programa Alfa e Beto de alfabetiza o Quando o programa teve in cio em 2005 o ndice de desenvolvimento da educa o b sica Ideb do munic pio era de 2 7 em 2009 quando as primeiras turmas que se alfabetizaram com o Alfa e Beto conclu am o 5 ano havia saltado para 4 8 N o temos d vida em atribuir os avan os ao Programa Alfa e Beto a mudan a foi r pida e da gua para o vinho afirma categ rica a secret ria do munic pio que j aderiu ao programa do IAB para a pr escola e a partir do ano que vem estar implementando progressivamente os programas do instituto em todas as s ries iniciais do ensino fundamental Os outros secret rios municipais de educa o que participaram da reuni o com o ministro foram Sandra Ribeiro de S o Sebasti o AL Jos Marcelo Farias Lima de Maracana CE Juliana Delmont de Itacar BA Keila Ferreira de M e do Rio PA e T rcio Corr a de Santana AP O Programa de Acelera o da Aprendizagem PAA do IAB atende a cerca de 40 dos quase 680 mil alunos que est o se beneficiando este ano do programa de corre o de fluxo do MEC O PAA ao lado de outros dois programas do IAB foi qualificado pelo MEC para integrar seu Guia de Tecnologias Educacionais 165 Essas parcerias p blico privado e
222. ela era gerente do plano de a o que tinha como fun o nas palavras do PDE Escola reelaborar o PPP inserida na meta Revisar a Proposta Pedag gica e a Grade Curricular da Escola a partir do in cio do m s de setembro de 2009 Verificamos que todos os professores e funcion rios da escola receberam um tipo de ger ncia para al m das fun es que j desenvolviam O processo de atribui o das ger ncias ocorreu a partir da pergunta que a gerente geral do PDE Escola professora de L ngua Portuguesa para os anos finais do ensino fundamental fazia aos atores da escola qual a tem tica atividade com que voc mais se identifica O crit rio desse modo foi por identifica o N o poderia deveria ser por transforma o do social que gritante vivenciado na e pela sociedade canela verde Mas n o s o esses ainda os aspectos mais nocivos do PDE Escola Talvez o mais gritante seja o fato de ele camuflar o ponto de partida fundamental para se constituir Na segunda parte deste relat rio j discorremos sobre o que seria o PDE Escola 75 um projeto efetivo de escola as pr ticas sociais dos sujeitos que frequentam e que dependem da escola para se constitu rem como sujeitos de direitos e de dizeres quais sejam os professores os funcion rios mas em especial as crian as aprendizes O ponto de partida do PDE Escola aparentemente a pr pria escola No entanto ao apresentar crit rios para unidades de ensino se
223. em presenteou com F Y material de leitura Pai 03 30 M e 03 30 O tio 01 10 A tia 01 10 Professora do segundo ano 01 10 Um amigo da fam lia da Igreja 01 10 Total 10 100 305 Tabela 20 Distribui o das crian as tendo em vista em que ocasi o recebeu algum material para leitura livros ver quest o 16 Ocasi o em que F recebeu de presente material de leitura Na escola 01 10 Anivers rio 06 60 Dia das crian as 02 20 Igreja 01 10 Total 10 100 Tabela 21 Distribui o das crian as conforme uso da leitura na fam lia ver quest o 17 H bito de leitura na F fam lia Sim 13 92 8 N o 01 7 2 Total 14 100 Observa o a nica crian a que respondeu que ningu m na fam lia n o faz uso da leitura fez a seguinte coloca o jornal s entra em casa pra colocar no passarinho Tabela 22 Distribui o das crian as conforme o tipo de material que a fam lia utiliza em suas leituras ver quest o 17 Tipo de material de F leitura Jornal 07 41 1 Livros em geral 02 11 7 Livros de hist rias 02 11 7 infantis 04 23 5 A B blia 01 5 8 Revista de beleza 01 5 8 Revistas em geral Total 17 100 Observa o as crian as poderiam apresentar mais de uma resposta nesta quest o Tabela 23 Distribui o das crian as conforme quem a ajuda nas tarefas da escola em sua casa ver quest o 19 Quem ajuda nas F tarefas da escola O pai 01 7 2 A m e 08 57 0 A prima 01 7 2
224. ento Escolar Ind gena Ao lado desses programas ainda existe a pol tica de financiamento escolar concretizada em a es como o Plano Dinheiro Direto na Escola PDDE Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental Fundef e mais atualmente o Fundo de Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica e de Valoriza o dos Profissionais da Educa o Fundeb Como j enunciamos tamb m temos o Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE A lista grande E de que modo e ou em que contexto tem origem o Compromisso Todos pela Educa o Ele teria alguma liga o direta com a atual perspectiva de ensino da leitura e a escrita Vamos considerar essas quest es a partir do panorama que explicitaremos a seguir 123 Podemos compreender sua origem do seguinte modo em 2005 surge um organismo denominado Todos pela Educa o TPE prescrevendo enunciados para reorientar a educa o b sica do Brasil Nesse mesmo ano um grupo de empres rios se apropria das brechas postas pelo processo de redefini o do Estado neoliberal Estado m nimo e come a a pensar sobre a realidade educacional do Pa s na atual configura o do capitalismo Conforme descreve Martins 2009 p 4 o grupo de empres rios verificou que a baixa qualidade da educa o brasileira vinha trazendo s rios problemas para a capacidade competitiva do Pa s interna e externamente O grupo concluiu que a incapacidade t cnico pol tica dos gov
225. enunciados percebendo as diferen as entre forma de express o e outra Outra coisa saber analisar uma l ngua dominando conceitos e metalinguagens a partir dos quais se fala sobre a l ngua No entanto de defini es de classifica es de preceitos dogm ticos que se entretece todo este ensino Em todo esse longo e penoso curso de trabalhos que nos consomem o melhor do tempo dos primeiros anos de estudo regular n o se sente n o h n o passa o mais leve movimento de vida S l nguas mortas s o retrat veis num corpus fechado de regras Desta fals ssima preocupa o de ensinar a l ngua viva do nosso ber o como os idiomas extintos dos quais s pelos livros se pode adquirir o cabedal procede esse monstruoso sistema que torturando a puer cia n o Ihe deixa no entendimento uma infinit sima part cula sequer de saber til GERALDI 1993 p 118 119 Entendemos que as palavras apresentadas por Geraldi h cerca de quase 30 anos configurou se de certa forma no campo de pesquisa pois o letramento falsamente se apresentando como algo inovador n o rompe com a ideia de privilegiar o racioc nio sobre a abstra o e consequentemente sobre o aspecto formal universal uno e regular da l ngua em detrimento do racioc nio sobre o concreto o historicamente definido o aspecto m ltiplo e contradit rio da l ngua enquanto discurso e enuncia o GERALDI 1993 p 118 Conforme apontamos desde as primeiras li
226. envolvimento de estrat gias PESSOAIS DE ORGANIZA O INDIVIDUAL Segundo o texto a leitura 77 e a escrita s o tomadas como PODEROSAS FERRAMENTAS nessa dire o Al m do mais a metodologia para o desenvolvimento de ESTUDOS no PPP da escola concebida como uma atividade PESSOAL E INDIVIDUAL Sob a nossa perspectiva um discurso que refor a o individualismo a concorr ncia e que ven am os melhores Concordamos que a leitura e a escrita s o fundamentais para que os sujeitos se apropriem dos conhecimentos escolares Mas seria apenas para essa finalidade Nessa dire o um questionamento que talvez a escola poderia se fazer diante das declara es em seu PPP seria a leitura e a escrita diante de uma sociedade como a nossa que de classe portanto elitista e excludente organizada para produzir o fracasso escolar e social de milh es de brasileiros PATTO 1999 deve ser ensinada na ESCOLA FORMAL para que meramente se esgote nos afazeres da vida ESTUDANTIL dos sujeitos Ou seja ler e escrever deve mesmo servir para que os sujeitos sigam bem nas tarefas escolares vencer a escola considerando que vencer a escola em tempo de Compromisso Todos pela Educa o seria sin nimo de vencer as AVALIA ES OFICIAIS Sob a nossa perspectiva esses dois questionamentos poderiam colaborar para que a escola em quest o pudesse dar um salto qualitativo no tocante s finalidades de LER e ESCREVER Considerando que a escola em seu PP
227. er odo identificamos que primeiro o documento de ades o ao Todos pela Educa o que estabelecia as cinco metas a serem alcan adas foi assinado pelos participantes brasileiros empres rios j citados representantes estaduais e federais bem como por 14 representantes de pa ses da Am rica Latina Tais assinaturas ocorreram no dia 24 de junho de 2006 em uma confer ncia da Praia do Forte BA A figura a seguir uma vers o original do documento citado ge importante dizer as metas contidas nesse documento citado sofreram modifica es e quando foram anunciadas em setembro de 2006 para a sociedade brasileira configuravam se do seguinte modo Meta 1 Toda crian a e jovem de 4 a 17 anos na escola Meta 2 Toda crian a plenamente alfabetizada at os 8 anos Meta 3 Todo aluno com aprendizado adequado sua s rie Meta 4 Todo jovem com o Ensino M dio conclu do at os 19 anos Meta 5 Investimento em Educa o ampliado e bem gerido Dispon vel em lt http Avww todospelaeducacao org br institucional qguem somos gt Acesso em 23 jan 2011 127 Figura 1 Primeiro documento de ades o ao Todos pela Educa o JE educa o Termo de Ades o partoputes do grupo brasisiro da corteremnc a sabilidade Social em Educa o Melhores FPr trcas ni smproemetem se com os cesis do movimento Compromisso pelas Educa o e as metas Todas as crian as jovens na escola Meta Z Todas as crian as
228. eriais dispon veis F Yo Jornais 06 17 6 Revistas 03 8 8 Livros 09 26 4 Gibis 06 17 6 Encartes publicit rios 06 17 6 Correspond ncias 02 5 8 pessoais Outros B blia 02 5 8 Total 34 100 Observa o Nesta quest o a fam lia poderia assinalar mais de um material Tabela 15 Distribui o das crian as de acordo com a vis o da fam lia no tocante independ ncia das crian as na leitura para realizar atividades do cotidiano ver quest o 13 As crian as nas tarefas do cotidiano quando necessitam utilizar a leitura Geralmente leem sozinhas As vezes leem sozinhas Sempre solicitam ajuda a outra pessoa N o fazem uso da leitura Total 07 50 0 04 28 0 08 21 4 14 Tabela 16 Distribui o das crian as conforme materiais de leitura utilizados pela pr pria crian a ou por outra pessoa que l para a crian a no ambiente familiar ver quest o 14 Tipos de materiais F lidos Livros de literatura 07 21 8 infantil 09 28 1 Gibis 04 12 5 Revistas 06 18 7 Jornais 05 15 6 B blia 01 3 1 Livro escolar Nenhum material Total 32 100 295 Tabela 17 Distribui o das crian as conforme motivos explicitados pelos pais para a import ncia da aprendizagem da leitura e da escrita ver quest o 15 A aprendizagem da F Yo leitura e da escrita importante Para ter acesso informa o 02 14 3 Para a aprendizagem e desenvolvimento 03 21 4 Ser bem sucedido no futuro mais n o espec f
229. ernos na realiza o de pol ticas educacionais ao longo dos anos havia criado s rios problemas para os interesses do capital Diante dessas constata es os empres rios criaram a TPE com a miss o de mudar o quadro educacional do Pa s principalmente no que se refere qualidade da educa o O projeto elaborado para impulsionar as a es do organismo foi denominado de Compromisso Todos pela Educa o que toma na verdade a base para as orienta es da Declara o Mundial de Educa o para Todos proclamada nos encontros internacionais que ocorreram nos anos 90 que j foram citados neste texto O modelo de educa o a ser considerado na elabora o do TPE deveria tamb m estar em conson ncia com as prescri es postas no documento Planejamento Pol tico Estrat gico lan ado em maio de 1995 significativo dizer que nesse documento a educa o e a alfabetiza o s o vistas como fatores de desenvolvimento econ mico das na es conforme expresso no texto A educa o pedra angular do crescimento econ mico e do desenvolvimento social e um dos principais meios para melhorar o bem estar dos indiv duos Ela aumenta a capacidade produtiva das sociedades e o artigo intitulado Todos pela educa o o projeto educacional de empres rios para o Brasil s culo XXI desenvolvido por Andr Silva Martins apresenta interessantes apontamentos sobre o processo de configura o desse projeto Dispon vel em
230. erta letramento e alfabetiza o lingu stica da Cole o Porta aberta de autoria de Isabella Carpaneda e Angiolina Bragan a Fotografia 12 Essa cole o foi aprovada pelo MEC para ser usada no tri nio 2010 2012 importante ressaltar que tal cole o j havia recebido aprova o pela Comiss o de Avalia o do Livro Did tico de Alfabetiza o Infantil coordenada pelo Ceale no tri nio anterior 2007 2009 Fotografia 12 Capa do livro did tico adotado pela Semed Vila Velha e pela escola campo de pesquisa ETRAMENTO E ALFABETIZA O LINGVISTICA BABELA CARPANEDA ANGIOLINA BRAGAN A Fonte Livro de uso pessoal da professora investigada 2010 Verificamos que as autoras do livro did tico Porta Aberta aprovado pelos especialistas do MEC para ser adotado no tri nio 2007 2009 adequou a cole o para o tri nio 2010 2012 Curiosamente verificamos que os mesmos t picos dos Conte dos program ticos da Proposta Curricular de L ngua Portuguesa 2010 da 186 Semed destinados ao primeiro ciclo do ensino fundamental de nove anos tamb m aparecem nos livros da Cole o Porta Aberta do seguinte modo linguagem oral linguagem escrita leitura sistema de escrita produ o escrita e crit rios de avalia o do rendimento escolar CARPANEDA BRAGAN A 2008 p 3 10 A exemplo do que estamos dizendo na parte de apresenta o do livro Manual do professor 1 ano dessa cole o na p gina 4 no t pico
231. es particulares atuarem experimentalmente em conjuntos menores A exemplo dez escolas na comunidade 155 da Mar trabalharam em 2010 com a metodologia de Yvone Mello tamb m de car ter f nico chamada Uer Mello No fim de 2010 a Secretaria pretendia desenvolver uma avalia o externa em todas as turmas de 1 ano para identificar o sucesso das diferentes pr ticas de alfabetiza o desenvolvidas nas escolas municipais Segundo Ludmila Thom de Andrade professora da Faculdade de Educa o da UFRJ coordenadora do Laborat rio de Estudos de Linguagem Leitura Escrita e Educa o Leduc a escolha por grupos privados em detrimento de produ es de institui es educacionais p blicas vem se tornando uma constante recurso cada vez mais utilizado por secretarias do Brasil todo como not cia frequente nos jornais 9 A implanta o imposi o do Alfa e Beto no Rio de Janeiro que foi custeada em mais da metade de um milh o de reais sofreu cr ticas tamb m por causa de inadequa o de termos propostos pelo material do curso com impacto em algumas regi es da cidade do Rio A exemplo citamos o caso de uma das propostas de texto a frase Minha chana cheira mal Esse tipo de frase no material provocou discuss es em algumas comunidades da cidade Rio de Janeiro por ser considerado termo pejorativo nesses lugares A despeito disso o que nos chama a aten o que as propostas do material tendem a trabalh
232. escrever Entretanto a organiza o desse tipo de m todo se diferencia enormemente da proposta de Jo o Wanderley Geraldi pois para os defensores desse tipo de m todo os textos ou pseudotextos criados especificamente para ensinar a ler s o apenas pretextos para o ensino e a aprendizagem das unidades menores do texto frases palavras s labas e fonemas Da mesma forma as pr ticas que descrevemos parecem demonstrar que o trabalho com os diferentes textos considerados no interior do projeto Copa do Mundo 2010 serviu basicamente como pretexto para o ensino de elementos da superf cie textual aspectos lingu sticos gramaticais etc E como se concretizou esse trabalho Para responder a essa pergunta primeiro abordaremos a rela o texto e o trabalho com a escrita e em seguida a rela o texto e o trabalho com a leitura No tocante escrita verificamos que os textos utilizados nas pr ticas serviam por exemplo para c pias para a realiza o de exerc cios de sala de aula e de tarefa de casa e para a identifica o dos textos que circulam na sociedade no caso texto informativo a lista etc Observamos ainda que o texto foi utilizado como pretexto para o ensino do uso de letras mai scula e min scula no in cio dos nomes pr prios e comuns pr tica n mero seis e para o trabalho com adjetivos pr tica n mero 18 201 Tais constata es colaboraram para inferirmos que as pr ticas que tomaram o texto como un
233. esenvolvimento de aplica o do sistema de avalia o em larga escala no Brasil ou seja os empres rios t m interesse que este pa s alcance esse ndice Por essa raz o que n o foi sem motivo que no mesmo dia em que foi baixado o Decreto referente ao Plano de Metas em 24 de abril de 2007 o MEC publicou a Portaria Normativa n 10 conforme lembra Saviani 2009 p 34 instituindo a Avalia o de Alfabetiza o Provinha Brasil pela qual procurou tornar exequ vel a meta 2 do movimento Todos pela Educa o que propunha garantir a alfabetiza o de todas as crian as at os 8 anos de idade Como veremos na figura a seguir h de fato uma reivindica o da parte da Comiss o T cnica do Compromisso Todos pela Educa o j em fevereiro de 2007 para que a meta 2 do programa tivesse prioridade para ser potencializada no Pa s no mbito das pol ticas p blicas e de sua execu o Desse modo h uma expectativa de um instrumento de avalia o para as classes de alfabetiza o 166 Figura 8 Alfabetiza o em 2007 foi proclamada como a Meta 2 do Compromisso Todos pela Educa o PARTICIPAR DA EDUCA O DO SEU FILHO ESSE E O SEU DEVER DE CASA s esa Prioriodade para ACOMPANHE E GARANTA UM FUTURO MELHOR PARA ELE a alfabetiza o A alfabetiza o fundamental para que a crian a avance nos est gios de aprendizado e portanto condi o para que as demais Metas do Tocos PELA
234. essa turma Segundo disse a professora sua ideia era salvar todas as atividades feitas e digitadas pelas crian as e no final do ano produzir uma colet nea com esses trabalhos CADERNO DE CAMPO 2010 Enquanto as crian as estavam envolvidas nessa atividades chegou uma das coordenadoras no laborat rio dizendo que todos deveriam guardar os seus materiais e sair rapidamente da escola O motivo N o passava das 16h40min e naquele momento iria chover forte na cidade e quem ficasse na escola n o poderia sair 219 nem a p nem de carro As ruas pr ximas escola seriam alagadas Assim as atividades das crian as e da professora no laborat rio foram encerradas O que dizer do trabalho com o texto nessa pr tica Vemos que tal pr tica restringiu o trabalho com o texto c pia ou seja enfatizou o treino da escrita primeiro proporcionado pelo registro dos nomes dos desenhos e depois pela digita o do texto no laborat rio de inform tica Essa constata o colaborou para lembramos do que a professora havia nos assinalado quando nos apresentou o seu planejamento para o trabalho no laborat rio logo no in cio daquela tarde Naquela situa o ela nos disse as seguintes palavras O que eu procurei planejar para ser feito no laborat rio tem liga o com os conte dos que eu j trabalhei com a sala ou que ainda vou trabalhar nada est solto CADERNO DE CAMPO 2010 Tais palavras colaboram para perce
235. est o 9 da segunda parte do question rio Atividades F1 F2 F3 F4 Total F _ F Ir ao cinema 02 14 3 09 64 2 03 21 4 14 100 Assistir a filmes em casa 03 21 4 08 570 03 21 4 14 100 Ir a shows 01 72 06 429 07 50 0 14 100 Ir ao teatro 02 14 3 03 21 4 09 64 2 14 100 F1 Sempre F2 As vezes F3 Raramente F4 Nunca foi 299 ANEXO C TABULA O DOS DADOS REFERENTES S ENTREVISTAS COM AS CRIAN AS AP NDICE DO PROJETO DE PESQUISA Tabela 1 Distribui o das crian as segundo o n mero de irm os para compor estes dados ver quest o 3 do roteiro N mero de irm os 1 irm o 2 irm os 3 irm os Filho nico Total Yo 42 9 28 0 14 3 14 3 100 Tabela 2 Distribui o das crian as conforme as pessoas que moram em sua casa ver quest o 4 Pessoas Pai m e e irm o Pai m e e irm os M e e irm os Pai m e irm os av tio e tia Av irm os tia e primo Pai m e irm os e av Pai m e irm os tio e tia M e filho nico Pai m e av tio tia e prima filho nico Pai m e irm os e prima Total 14 Yo 21 4 7 2 14 3 7 2 7 2 7 2 7 2 7 2 7 2 14 3 100 Tabela 3 Distribui o das crian as conforme seus programas midi ticos favoritos ver quest o 5 R dio M sicas Futebol N o ouvem r dio Total Yo 14 3 7 2 78 5 100 300 Tabela 4 Distribui o das crian as conforme seus programas midi ticos favori
236. eta ser realizada a copa do mundo Ap s abrir o mapa m ndi em cima de sua mesa convidou toda a classe para rode la e participar da atividade Professora vamos iniciar a atividade vou colocar um peda o de massinha sobre o pa s onde vai ser a copa que pa s esse turminha sil ncio aten o que pa s esse Classe Africa do Sul Professora agora vou falar nomes de pa ses que participar o da copa e voc s v o encontrar no mapa sil ncio Fran a as crian as ficaram procurando no mapa F aqui aqui Classe ahhhhhh Professora Espanha as crian as ficaram procurando no mapa B eu achei agora Professora Estados Unidos Classe AQUI as crian as identificaram imediatamente esse pa s J professora coloca a massinha no Brasil Professora espere J vou abrir um outro mapa crian as olhando em expectativa Professora olhem esse o mapa do Brasil agora quero saber quem vai me ajudar a encontrar o Estado do Esp rito Santo e o munic pio de Vila Velha as crian as ficaram procurando no mapa A olha aqui o Esp rito Santo n esse professora Professora esse sim A agora s falta Vila Velha crian as olhando em expectativa Professora quem vai achar crian as olhando em expectativa B ACHEI Professora muito bem vamos continuar essa atividade uma outra hora barulho das crian as Ap s esse momento
237. etizar letrando em todas as escolas da rede E de que modo Segundo percebemos a partir do trabalho com textos Tal percep o pode ser fundamentada por meio da an lise dos documentos que subsidiaram a pr tica na rede de ensino e na sala de aula pesquisada Por exemplo o documento denominado Conte dos program ticos da Proposta Curricular de L ngua Portuguesa 2010 ver as tr s fotografias a seguir que compreende os objetivos espec ficos e os conte dos a serem trabalhados nas classes de 1 2 3 4 e 5 anos do ensino fundamental demonstra que o trabalho com textos o elemento articulador do curr culo 122 Termo j citado no primeiro cap tulo desta tese Lembramos que desde 2009 conforme tamb m explicitamos na segunda parte deste texto essa rede de ensino havia iniciado a forma o de professores alfabetizadores utilizando o programa Pr Letramento 123 palavras da professora proferidas no dia 14 de junho de 2011 registradas no caderno de campo 182 Fotografia 9 Conte dos program ticos orientadores do trabalho com a Linguagem oral 1 ao 5 ano do ensino fundamental 2010 stytaoo ouypuajro a no UYpUSjro ressoudxa odna u SuaButequia somos BIP Op SOjusurauosy anb span SEYSIA Sag noaxa srexo sougiajay se er pnbe SBINON vum ap soyuupenb ua serrojst enStr BABI Te 83 3p sopom sg 7 SBQUIAIDYV 3 surag sogmdo SEMSOd a opuaqjose aN sawmdogq sepua
238. fessora tamb m enfatizou o trabalho que poderia segundo ela conduzir aquisi o da escrita alfab tica por meio de atividades l dicas como a montagem pelas crian as de uma Hist ria fatiada e de um Domin de frases ver as fotografias a seguir Fotografia 24 Hist ria fatiada Fotografia 25 Domin de frases EF Mist ria Fatiada Domin de Frases E O domin de frases poder ser usado individualmente ou em grupo E Consiste em unir a frase ao desenho correspondente SA O cavalo corre colina O macaco 7 esperto Fonte Caderno do pesquisador 2010 Fonte Caderno do pesquisador 2010 226 Depois ainda distribuiu para que as crian as interagissem com a escrita e imagem outras duas atividades uma palavra cruzada denominada Cores que enfeitam o c u e o jogo dos setes erros sob o t tulo Brincando em dia de chuva ver a fotografia a seguir Fotografia 26 Atividade com a escrita Fotografia 27 Atividade com a imagem pes H Brimeando em Bia de Chuva Procure sete diferen as entre os dois quadros bj Gores que Enfeitam o C u ss Z LT AS as DS 3 e IT E q 7 Es TAS NO Procure no painel abaixo as cores do arco iris e sora ela TES Vega RSS voematio atarara do amarela varde az an o rono SS E Y yY S Ar 3 SAS r a Ra ARKE VANA a ear STA RS raias Cravo na MARA cubo do manino l
239. ficamos a ado o pelo munic pio de Vila Velha da Provinha Brasil aplicada nas classes de 2 ano desde 2008 naquele munic pio nos meses de abril e novembro que avalia a alfabetiza o e o letramento inicial das crian as do 1 e 2 anos Acreditamos que a ado o da Provinha pelo munic pio um marco importante pois indica que Vila Velha passa a seguir e cumprir as determina es do MEC Ceale ou seja toma a Provinha como refer ncia para subsidiar o planejamento de professores e redes de ensino no tocante ao ensino da leitura e da escrita Lembramos que a aplica o da Provinha Brasil passou a ser obrigat ria nas escolas do munic pio a partir de uma medida administrativa sem que as escolas e as 118 Grifos nossos Essa mesma f rmula ser tamb m tomada como base para projetar a Provinha Brasil a partir de 2008 No pr prio Guia do aplicador da Provinha Brasil est expressa a concep o de alfabetiza o e de letramento assumida o letramento como as possibilidades de usos e fun es sociais da linguagem escrita isto o processo de inser o e participa o dos sujeitos na cultura escrita e a alfabetiza o concebida como o desenvolvimento da compreens o das regras de funcionamento do sistema de escrita alfab tica BRASIL PROVINHA BRASIL segundo semestre de 2010 p 9 120 Letrar mais que alfabetizar Entrevista ao Jornal do Brasil 26 11 2000 Dispon vel e
240. figura do globo terrestre est o desenhadas apenas as regi es onde se localizam os pa ses latino 75 Fotografia feita a partir de documento fonte prim ria selo original que conseguimos comprar em janeiro de 2011 de um colecionador e vendedor de selos Roberto A Kirsch residente na cidade de Novo Hamburgo RS 107 americanos M xico e Am rica a do Sul e a costa oeste do continente africano contextos que na poca 1990 tiveram uma avalia o preocupante sob a perspectiva da Unesco e das ag ncias financiadoras da educa o importante lembrarmos que fez parte das comemora es do Ano Internacional da Alfabetiza o rediscutir o conceito de alfabetiza o e portanto o que seria uma pessoa alfabetizada Sempre bom lembrar o que nos informa Britto 2007 em seu texto Alfabetismo e educa o escolar que o conceito de alfabetiza o n o se manteve o mesmo ao longo da hist ria No s culo XIX os resultados sobre a alfabetiza o consideravam que eram alfabetizadas as pessoas que se apresentavam capazes de escrever o pr prio nome Nos anos de 1940 uma pessoa alfabetizada seria quem demonstrasse ser capaz de ler e escrever um bilhete simples Tal defini o tinha como pressuposto a ideia de que se algu m conseguisse ler e escrever um bilhete simples demonstrava que tinha avan ado para al m do mero reconhecimento de letras do alfabeto Desse modo quem apenas reconhecesse as letras mas n o apresentasse
241. firma que a alfabetiza o deve ser vista como pr tica sociocultural em que desenvolve a forma o da consci ncia cr tica as capacidades de produ o de textos orais e escritos de leitura e a compreens o das rela es entre sons e letras GONTIJO 2005 p 15 Para fundamentar o processo de alfabetiza o que ocorre nas pr ticas de sala de aula a concep o de alfabetiza o de Gontijo e Schwartz 2009 assume as orienta es da perspectiva de linguagem postuladas por Bakhtin porque esse autor parte do princ pio de que a unidade de ensino e aprendizagem da l ngua na 175 alfabetiza o deve ser o texto Baseia se na ideia de que toda enuncia o humana mesmo a mais elementar organizada fora do indiv duo pelas condi es extra org nicas do meio social BAKHTIN VOLOCH NOV 2006 107 Para esse autor mesmo que uma enuncia o seja realizada por um organismo individual ela sempre um ato social conforme ele bem expressa A enuncia o enquanto tal um puro produto da intera o social quer se trate de um ato de fala determinado pela situa o imediata ou pelo contexto mais amplo que constitui o conjunto das condi es de vida de uma determinada comunidade ling stica BAKHTINNVOLOCHINOV 2006 p 107 Em uma de suas principais obras intitulada Marxismo e filosofia da linguagem escrita na d cada de 20 Bakhtin Voloch nov ao expressar essa compreens o est de fato
242. firmar que 8 O popularmente chamado Lula ter seu governo estendido pelo per odo de dois mandatos consecutivos 2003 a 2006 e 2007 at 31 12 2010 Ainda importante dizer que enquanto escrev amos este trabalho ocorriam em nosso pa s as campanhas eleitorais para elei o de presidente senadores governadores deputados federais e deputados estaduais No dia 31 de outubro na ocorr ncia do segundo turno para a elei o de quem ocuparia a Presid ncia do Brasil disputada entre Jos Serra e Dilma Rousseff quem ganha as elei es com cerca de 56 do total de milh es de votos por todo o Pa s Dilma Esse evento um marco interessante na Hist ria do Brasil pois temos pela primeira vez eleita uma mulher para ocupar um cargo e tomar decis es significativas da Rep blica Federativa dos Estados Unidos do Brasil A pr pria presidenta exclamou em seu primeiro discurso ainda na noite do dia 31 de outubro que estava ali assumindo a fun o mais importante em toda a sua trajet ria profissional e pol tica Sua frase inicial do discurso foi A mulher pode Discurso veiculado pela Rede Globo de Televis o s 20h no Programa Elei es Brasil 2010 122 O Banco Mundial continua a resistir a transforma es substanciais em sua estrutura e em suas pol ticas As novas pol ticas e procedimentos s o constantemente violados e o Banco Mundial continua a n o assumir qualquer responsabilidade pelos proje
243. forma o acad mica est em n vel M dio tipo de curso Licenciatura curta tipo de curso Licenciatura plena tipo de curso P s gradua o aperfei oamento menos de 360 horas P s gradua o especializa o 360 horas ou mais Mestrado Outros specificar 5 E 6 Sua experi ncia como professora Abaixo de 2 anos Entre2e 5 anos Entre 6 e 7 anos Entre 8e 10 anos Acima de 10 anos 7 Sua experi ncia profissional foi adquirida Em n vel fundamental anos iniciais Em n vel fundamental anos finais Em n vel m dio Na doc ncia e em fun es t cnicas de ensino 8 Voc participou de outros cursos que tenham contribu do para a sua forma o como professor a Sim N o Se sua resposta foi afirmativa indique quais citando tr s por ordem de relev ncia e indicando a carga hor ria correspondente 9 Voc vinculada ao sindicato dos professores Sim N o 10 Assina jornais revistas peri dicos Sim N o Se sua resposta foi afirmativa quais 11 Participa de congressos semin rios ou encontros similares Sempre As vezes Nunca 277 12 Suas atividades culturais mais frequentes s o SEMPRE S VEZES NUNCA ouvir r dio DC assistir TV assistir a v deo DVD ir ao cinema ir ao teatro r outras caso haja E Is pm mm
244. g gicas e as de nature za gerencial Existe um pro cesso que inclui materiais especiais para os alunos e a capacita o dos professores E um detalhe essencial o acompanhamento do protes sor ao longo do ano letivo Nosso objetivo ter 70 das Roseana Saney lembrou que o programa foi executado no seu primeiro mandato com xito crian as alfabetizadas ao fi nal do primeiro ano disse Jo o Batista Oliveira O prefeito Lu s Fernando Silva afirmou que no munici pio de S o Jos de Ribamar 7 545 estudantes assistem s aulas desenvolvidas por meio desse programa que prioriza o m todo f nico de ensino Ele afirmou que 83 dos alu nos saem do 1 ano do ens no fundamental com habilida des de leitura e escrita A nossa evas o escolar caiu de 11 para 4 Este programa significa uma revolu o na educa o frisou o prefeito O secret rio C sar Pires reconheceu o programa Alta e Beto como a melhor inicia tiva de inclus o social do go verno Roseana Samey Em 1982 tinhamos 47 de ana fabetos Hoje temos 38 Melhoramos um pouco mas estamos nos mobilizando para avan ar muito mais In felizmente n o podemos re cuperar o tempo perdido mas com engajamento mudare mos essa realidade Dai a import ncia da participa o ativa e efetiva dos prefeitos frisou C sar Pires AVALIA O Agovemado ra lembrou que o pontap inici al para a execu o do progra ma Alfa e Beto no Maran
245. gua Portuguesa 02 14 3 Cantor a 02 14 3 Ginasta art stica 01 7 2 Empres rio a 01 7 2 Cantor a de Rock 01 7 2 Advogado a 01 7 2 Veterin ria 01 7 2 Total 14 100
246. h o foi dado em seu primeiro manda to 1995 1998 e mencionou o resultado da avalia o do Pro va Brasil no Maranh o Ela dis se que a m dia dos estudan tes avaliados chegou a pouco mais de 160 pontos Por isso estamos dando continuidade opera o de combate ao analfabetismo por meio desse programa considerado o melhor do Bra sil por ser O nico que segue as orienta es intemacionais e as regras da Academia Bra sileira de Ci ncias disse Roseana Samey O programa uma a o conjunta promovida pelo Go vemo do Estado do Maranh o com o Instituto Alfa e Beto e Preteituras em benef cio da sociedade maranhense O programa foi implementado com xito em dezenas de munic pios de todo o pa s e integra a pol tica estadual de educa o no Maranh o A id ia expandir cada vez mais o programa Na opini o dos prefeitos a iniciativa do Governo do Estado louv vel haja vista os problemas de analfabetis mo gerados pela inefici ncia do ensino em muitas escolas maranhenses Esse progra ma de suma import ncia para o desenvolvimento do nosso estado e alia se a nos sa vontade de crescer e avan ar tamb m reformando e construindo mais escolas disse o prefeito de Peritor Agamenon Lima Milhomen O m todo f nico sensacional pois est centrado na repeti o Temos a certeza de que ele eficiente para combater problemas s rios que apare cem nas primeiras s ries do ensin
247. havia escrito ao final da d cada de 80 para expor em uma reuni o que tratava de uma Consulta T cnica Preparat ria para Havana Cuba organizada pelo escrit rio regional da Unesco em mar o de 1988 Segundo Ferreiro 1999 p 8 nesse texto ela visava a contribuir para uma discuss o sobre os objetivos da alfabetiza o inicial a necessidade de encontrar par metros de qualidade da alfabetiza o e a an lise dos mecanismos internos institui o escolar que contribuem para o fracasso dos setores sociais que mais dependem da escola para alfabetizar se Observa se que Ferreiro ao dialogar nos eventos que cita posiciona se e consegue implantar o seu discurso nos pa ses latinos principalmente no Brasil Ela ao mesmo tempo em que admite que dif cil falar em alfabetiza o e evitar mencionar posturas dominantes discurso oficial e discurso de den ncia nesse campo defende perante os pa ses da Am rica Latina a necessidade de repensar o quadro da alfabetiza o analfabetismo e nesse caso segundo ela a sua teoriza o se 78 Sob a nossa perspectiva a autora organiza um discurso endere ando o s objetiva es pol ticas e econ micas internacionais 113 apresentava como algo importante nessa dire o mesmo admitindo que os dados que tinha de suas pesquisas com Ana Teberosky ainda eram resultados provis rios Segundo Ferreiro e Teberosky a teoria da psicog nese contribuiria como solu
248. hega a entrar Num segundo sentido a exclus o pressuposta porque incorporando crescentemente a automa o no processo produtivo a ordem econ mica atual dispensa tamb m de forma crescente m o de obra Estimulando a competi o e buscando maximizar a produtividade isto o incremento do lucro a extra o da mais valia ela rege se por uma l gica que estabelece o predom nio do trabalho morto capital sobre o trabalho vivo conduzindo exclus o deliberada de trabalhadores Esse autor esclarece o que parece ser o empenho maior e mais acirrado tanto por parte das empresas como por parte dos governos conseguir reduzir a folha salarial e os gastos trabalhistas e previdenci rios Acrescenta ainda Saviani 2007 p 429 Configura se ent o nesse contexto uma verdadeira pedagogia da exclus o Trata se de preparar os indiv duos para mediante sucessivos cursos dos mais diferentes tipos se tornarem cada vez mais empreg veis visando a escapar da condi o de exclu dos E caso n o consigam a pedagogia da exclus o lhes ter ensinado a introjetar a responsabilidade por essa condi o Com efeito al m do emprego formal acena se com a possibilidade de sua transforma o em microempres rio com a informalidade o trabalho por conta pr pria isto sua convers o em empres rio de si mesmo o trabalho volunt rio terceirizado subsumido em organiza es n o governamentais etc Portanto se adiante de toda essa ga
249. i O nosso segundo grifo chama a aten o para observarmos que ser essa a mesma concep o econ mica sobre as finalidades da alfabetiza o que em nossa perspectiva reducionista que n o justa com a complexidade do processo de ler e escrever muito menos com a finalidade que defendemos neste estudo No entanto importante prestarmos aten o pois ser essa a concep o que dever ser levada em considera o pelos pa ses em desenvolvimento por exemplo no Discuss o bastante f rtil sobre essa quest o feita por PEREIRA Eva Waisros TEIXEIRA Zuleide Ara jo A educa o b sica redimensionada In BRZEZINSKI Iria Org LDB interpretada diversos olhares se entrecruzam S o Paulo Cortez 1997 p 83 105 125 caso o Brasil para pensar suas propostas oficias de alfabetiza o O sentido da alfabetiza o defendido por esse conceito pragm tico resolver problemas da vida e n o para ler a vida atuar como sujeito ou melhor nas palavras de Gontijo 2008 p 16 ser um processo de inser o no mundo da linguagem escrita o que assinala para a ideia de alfabetiza o como um processo complexo multifacetado A partir dos diagn sticos desenvolvidos pelo grupo de empres rios brasileiros e das orienta es dos organismos internacionais foi estruturado o TPE visando a transformar esse projeto em um instrumento que balizaria a educa o brasileira Segundo Martins 2009 p 5
250. iando pr ticas distintas FERNANDES 1990 p 47 Fernandes 1990 p 47 ainda nos ajuda a pensar teorias educacionais tornam se hegem nicas em determinados momentos e em determinadas forma es sociais como resultado de um embate pol tico que se d no campo da constru o de discursos Nessa dire o para ela por exemplo a constitui o da teoria psicogen tica de Jean Piaget em hegem nica se deu ao longo de uma constru o hist rica resultado de uma s rie de for as presentes na hist ria da educa o do Brasil FERNANDES 1990 p 48 Fernandes a partir das reflex es gramscianas de Estado ajuda nos a lembrar como funciona a l gica subjacente ao processo de hegemonia de determinado pensamento Segundo ela os que det m o poder o que ela chama de classe fundamental dirigem a sociedade pelo consenso que obt m gra as ao controle da sociedade civil Tal controle de acordo com Fernandes 1990 ainda refletindo conforme Gramsci caracterizado pela difus o da concep o de mundo do Estado nos grupos sociais tornando se assim senso comum pela constitui o de um bloco hist rico homog neo ao qual cabe a gest o da sociedade civil Nessa dire o Fernandes 1990 p 48 afirma Os discursos hegem nicos n o s o a express o pura do pensamento da classe dirigente em contraposi o ao pensamento da classe subjugada eles cont m elementos capturados do movimento contra hege
251. iante dos abusos pol ticos e pedag gicos Nessa dire o observemos o que est circunscrito na figura a seguir Figura 7 Boletim do Sepe p 4 Edi o fechada em 25 10 2010 Informativo do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educa o do Rio de Janeiro Fundado em 16 de julho de 1977 Sepe convida entidades para instaurar Forum em Defesa da Educa o P blica Veja abaixo o convite que o sindicato enviou a diversas entidades e intelectuais envolvidos na luta por uma educa o p blica de qualidade no Rio de Janeiro Participe voc tamb m educa o p blica val mal Esze consenso se transformou na Justi festiva para que os mals diversos go vernos Implantassem nos ltimos anos pol ticas p blicas privatistas procu rando subordinar a educa o l gica do mercado Movimentos como o To dos pola educa o dirigidos e financl ados pelo grande capital transforma ramse nos principals Interlocutoras governamentals e ditaram os par mias tros das politicas mals recentes Den tre alas o IDEB ndico de Dezenvol vimento da Educa o B sica hoje utilizado como medida da qualidade da educa o brasileira utilizado para destacar experl ncias bem sucedidas mas principalmente para criticar e punir aqueles que n o se adequam padroniza o estabelecida ou n o al can am os resultados pr definidos sem qualquer di logo ou reflax o No estado do Rio de Janelro as presen as de Wilson Risoll
252. ica que futuro 09 64 2 Total 14 100 Tabela 18 Distribui o das crian as conforme opini o da fam lia sobre a fase prop cia para a aprendizagem da leitura ver quest o 16 Per odo prop cio para F o aprendizado da leitura Educa o infantil 01 7 2 Ensino fundamental 12 85 6 Quando a crian a 01 7 2 desejar Total 14 100 Tabela 19 Distribui o das crian as conforme opini o da fam lia sobre as atividades mais adequadas aprendizagem da leitura ver quest o 17 Tipos de atividade F Y Frequentar biblioteca 02 8 6 Atividades com livro did tico de l ngua portuguesa 01 4 3 Atividades que utilizam jornais revistas gibis 05 21 7 Atividades de leitura que interessem s crian as 02 8 6 Incentivo leitura fora do ambiente escolar 07 30 4 Trabalhos escolares 03 13 0 Leitura da B blia 02 8 6 N o responderam 01 4 3 Total 23 100 296 SEGUNDA PARTE Nesta segunda parte os dados se referem ao respons vel pela crian a que respondeu ao roteiro de pesquisa Tabela 20 Distribui o dos sujeitos quanto proximidade familiar da crian a que responderam ao formul rio sobre caracteriza o das crian as Proximidade familiar F Pai 01 7 2 M e 12 85 6 Av 01 7 2 Total 14 100 Tabela 21 Distribui o dos sujeitos que responderam ao question rio sobre quem mais influenciou no seu gosto pela leitura ver quest o 1 Quem mais influenciou F o gosto pela leitura M e ou respo
253. icamos que ela fazia a pergunta e as crian as respondiam Em seguida escrevia a resposta na lousa Neste caso as crian as poderiam fazer alguns acertos se n o tivessem respondido devidamente 214 Verificamos que o texto A chuvarada estruturado em versos e tamb m composto com rimas As quest es de n mero 5 6 e 7 conduzem as crian as no o de rima Por exemplo a atividade n mero 5 apresenta um exemplo de rima tomando dois versos do texto Ao final dessa quest o explicada a forma o da rima com a seguinte informa o Voc sabe que os sons parecidos no final das palavras formam rimas Em seguida solicitado que as crian as retirem do texto palavras que rimem com PERIGO SALTO FORMIGUEIRO e SEMENTE Ap s a corre o das atividades a professora pediu que os livros fossem colocados em cima de sua mesa ela dava um visto em todas as atividades realizadas pelas crian as nos livros did ticos Desse modo encerrou o TRABALHO com a LEITURA e com o ESTUDO DE UM TEXTO naquele dia letivo Diante da descri o das atividades propostas na unidade 7 do livro did tico o que podemos dizer N o foi surpresa constatar o modo como proposto o trabalho com o texto ou seja a tend ncia de privilegiar o processo mec nico da leitura e do estudo interpreta o do texto Tal constata o nos fez compreender que o trabalho com a leitura e com o texto se sustenta assim como no caso do projeto Copa do Mu
254. icipal de Cariacica e o outro grupo atendeu regi o norte do Estado no munic pio de S o Mateus Nesse ano ocorreu uma semana intensiva de trabalhos com os grupos formadores estudo rigoroso de todo o texto e a feitura de todas as atividades encontradas no manual intitulado Plano de Desenvolvimento Educativo da Escola PDE Escola O foco central dessa forma o consistiu na tentativa de instruir representantes de todos os munic pios do Estado para serem os multiplicadores e ou coordenadores de como elaborar desenvolver e monitorar o PDE Escola nas escolas Em linhas gerais Plano de Desenvolvimento Educativo da Escola PDE Escola um dos programas do MEC destinado conforme afirma o pr prio MEC melhoria e Participamos dessa forma o ao longo de uma semana cinco dias integrais representando a Semec de Linhares ES 19 O guia de como conceber e desenvolver o Plano de Desenvolvimento Educativo da Escola PDE Escola pode ser encontrado no site oficial do MEC Dispon vel em lt http portal mec gov br seb arquivos pdf paf pde esc pdf gt Acesso em 13 out 2010 28 da gest o escolar baseado na dissemina o de uma metodologia de planejamento participativo entre as escolas p blicas das redes estadual e municipais Na parte de apresenta o do documento denominada Manual do Usu rio que foi utilizado nos encontros da forma o que citamos em 2007 temos as seguintes declara es na ntegra
255. ida da maioria das pessoas n o apenas se distancie muito dessas possibilidades justamente do processo que tem como resultado o desenvolvimento do g nero humano s custas do indiv duo DUARTE 1998 p 68 173 Diante dessas coloca es nasce a quest o pode o ensino da l ngua e ou a alfabetiza o escolar potencializar o desenvolvimento do g nero humano Esta pesquisa acredita no potencial da linguagem nesse processo E de que maneira observamos tal possibilidade Segundo Gontijo 2002 p 132 apud DUARTE 1993 para que o indiv duo venha a se objetivar como ser gen rico ser humano ele precisa tomar para si os resultados do desenvolvimento humano e fazer desses resultados rg os de sua individualidade o que significa inserir se na hist ria A partir dessa afirma o Gontijo 2002 p 132 nos ajuda a ponderar a resposta quando afirma se o processo de apropria o objetiva o se realiza no interior de pr ticas educativas de alfabetiza o que n o tornam poss vel uma rela o consciente com o significado da linguagem escrita ele se torna a base para a aliena o Isso nos informa que a alfabetiza o envolve a rela o consciente com a linguagem escrita Logo continua Gontijo 2002 p 133 a pr tica escolar de alfabetiza o tem um papel importante o de ser mediadora dessa rela o Uma vez que entendemos que a linguagem possui um papel significativo no proces
256. ida em que fomos entrando no p tio corredores e demais ambientes verificamos que praticamente todos os espa os da escola s o utilizados Logo na entrada da escola existe um pequeno jardim com canteiros conservados mesinhas e bancos pr moldados Cada mesinha tem em seu centro um jogo de xadrez fixo em azulejo As crian as pareciam apreciar ficar nesse lugar logo quando chegavam escola bem como no per odo do recreio direita do port o central tamb m poss vel observar a quadra da escola lugar usado praticamente para aulas de Educa o F sica durante o per odo letivo As festas promovidas pela escola tamb m s o desenvolvidas nesse espa o A quadra tamb m inaugurada em 2004 possui uma boa pintura na divis o de seus espa os no piso instru es das marcas para os jogos de futebol de sal o handebol v lei e basquete e toda coberta em telhado de alum nio A seguir apresentamos uma fotografia desse local Fotografia 2 Quadra da escola em destaque piso e localiza o Fonte Arquivos do pesquisador mar o de 2010 60 Com refer ncia quadra um ponto interessante que verificamos o lugar onde ela foi constru da Qualquer atividade que for nela desenvolvida em per odo em que as demais salas de aula est o funcionando n o causa preju zo em termos de barulho Todas as salas foram constru das no lado oposto da quadra Por exemplo as janelas que podemos ver na fotografia da parede azul s
257. idade como o letramento pode fazer querer pensar Entendemos que desde o final dos anos 70 e in cio dos anos 80 poca em que a ditadura militar chegava ao seu fim por meio de lutas dos movimentos sociais brasileiros o professor Jo o Wanderley Geraldi em uma atitude pioneira organizou um grupo de professores pesquisadores no Sul do Pa s e come ou efetivamente a questionar discutir o ensino de l ngua materna em nossa escola Tal discuss o parte de uma perspectiva enunciativa de l ngua e linguagem Naquela mesma poca esse grupo come ou a divulgar suas primeiras inquieta es por meio de textos que congregados dar o origem a uma obra cl ssica que se chama O texto na sala de aula Segundo Marcuschi 2008 p 51 na atualidade o ensino da l ngua por meio de textos se tornou consenso tanto entre os lingu stas te ricos como lingu stas aplicados Esse um avan o importante No entanto Marcuschi 2008 p 51 assinala que a quest o do trabalho com textos n o residiria somente nessa conquista consenso ou aceita o do texto como unidade de ensino mas no modo como esse tipo de trabalho posto em pr tica Esse autor entendendo que o 127 Consideramos significativo apontar aqui os textos que constam nessa obra e seus respectivos autores Ensinar portugu s de Milton Jos de Almeida Gram tica e literatura desencontros e esperan as de L gia Chiappini de Moraes Leite Ensino de gram tica e ensi
258. idade de ensino incentivadas pela Semed t m como base a ideia de que pela repeti o de atividades que os estudantes podem passar a dominar aspectos que constituem a l ngua escrita aspectos fon tico fonol gicos gramaticais e ligados a estrutura ou composicionais do texto Al m desses aspectos verificamos que o di logo da professora com as crian as se voltava praticamente para a discuss o de como a elas deveriam proceder para desenvolver as atividades propostas di logos basicamente instrucionais para que a classe desse conta da realiza o do que ela propunha Pr ticas pautadas em di logos interven es sem ultrapassar situa es explicativas sobre o trabalho com o texto Diante dessas quest es passou a ser significativo para a nossa pesquisa discutir que concep es de linguagem texto e sujeito sustentavam o trabalho orientado pela Semed Para tratarmos da quest o assinalada reportamo nos ao pensamento de Geraldi 2006 Gontijo e Schwartz 2010 Koch 2010 Marcuschi 2008 e Trav glia 1996 Esses autores reconhecem que o modo pelo qual concebemos o texto est associado maneira como concebemos a linguagem o sujeito escritorleitor a sociedade nunca dissociada portanto de uma intencionalidade pol tica Dessa forma passamos a pensar que o modo como concebemos a natureza fundamental da l ngua linguagem altera o como organizamos e desenvolvemos o ensino da leitura e da escrita e as aprendizage
259. idos externamente tem implica es s rias no curr culo escolar desde a homogeneiza o das fontes de informa o at a padroniza o que n o trazem referencias sequer regionais RO problema mais grave a retirada da autonomia da esco la H um excesso de burocracia que obriga os professores a pre encherem uma s rie de instru mentos sem que haja uma moti va o pedag gica clara As ava lia es j vem prontas e normal mente os conte dos n o s o de conhecimento do professor ti rando o seu controle sobre as mesmas E Os programas compreen dem uma capacita o para ensi nar o professor como seguir as orienta es do manual para que tudo d certo H uma nfase no material que dever ser usado sem um necess rio aprofunda mento das quest es espec ficas da aprendizagem e alfabetiza o Os professores s o treinados para posteriormente treinar os alunos Se acreditarmos que ca pacitar treinar para reproduzir m todos pedag gicos temos que reconhecer que estamos di ante de uma pol tica que produz e acentua a desprofissionaliza o E O fato que estes pacotes pedag gicos tecnol gicos s o usados pelas secretarias de Edu ca o para mais uma vez cul par os professores pelo fracasso educacional Estes projetos des qualificam e destituem os sabe res docentes retirando dos pro fessores o seu papel de organi zar e construir conhecimentos metodologias e pr ticas
260. ificar Palavras da pedagoga registradas em nosso caderno de campo 79 orienta es gerais da professora sobre o andamento de seu trabalho com as fam lias c apresenta o de nossa pesquisa e entrega de Protocolos de Pesquisa Quando assumimos a palavra na reuni o apresentamos as inten es de nossa pesquisa e explicamos todas as suas partes justificativa objetivos o desenvolvimento na sala de aula Dialogamos sobre algumas d vidas anseios dos pais Conseguimos anotar em nosso caderno de campo a impress o dos pais sobre a pesquisa a ser realizada nessa escola Todos os presentes na reuni o consideraram positiva a ideia e se colocaram disposi o para assinar os documentos necess rios para que as crian as pudessem participar de todo o processo Consideraram importante a presen a da Universidade Federal na escola por meio da pesquisa o que ao mesmo tempo levava expectativa de um retorno ao final do trabalho realizado Dissemos nessa ocasi o que a qualquer momento que eles desejassem saber de dados da pesquisa j coletados ou dialogar sobre alguma d vida ao longo do processo estar amos disposi o Acrescentamos que a pesquisa visava a colaborar para que a escola pudesse aprimorar o trabalho que j vinha desenvolvendo na comunidade bem como se beneficiar no desenvolvimento do conhecimento na rea da alfabetiza o A reuni o se encerrou num clima bastante animador para os pais para a escola e para n s Per
261. imo a partir do momento em que parou de funcionar havia apenas um nico dia da semana em que as crian as tinham um curto per odo antes do recreio para se dirigir at esse espa o e fazer novos empr stimo e ou devolu es Um bilhete que encontramos no mural da sala dos professores feito pela pessoa respons vel pela biblioteca no per odo matutino trazia o seguinte aviso para os professores do per odo vespertino 64 Fotografia 5 Mural da sala dos professores bilhete endere ado pela bibliotec ria Nome da professora Fonte Arquivos do pesquisador julho de 2010 Como podemos observar no dia 8 de julho data do bilhete na foto acima a professora respons vel pela biblioteca no per odo matutino n o viria antes do recreio como sempre vinha por isso o aviso do hor rio ap s o recreio Nesse dia as crian as estariam impedidas de fazer empr stimos de livros haveria apenas a devolu o E por que a biblioteca n o funcionava no per odo vespertino Pelo fato de a Semed negar o pedido da escola em estender a carga hor ria de uma das professoras do per odo matutino para atuar nesse local Qual foi a atitude da escola quando recebeu uma circular informando que no in cio do ano como falamos no m s de abril a professora que estava atuando no per odo vespertino deveria ser dispensada Acompanhamos esse momento A diretora e a pedagoga marcaram uma reuni o formal com as pessoas respons veis pelo ensino f
262. inentes e pa ses em todo o planeta lembra Silva 2002 p 3 4 N o podemos esquecer que existe tamb m no jogo neoliberal a Organiza o Mundial do Com rcio OMC criada em 1995 visando por exemplo a promover o com rcio entre os pa ses arbitrar as disputas comerciais definir e fiscalizar o cumprimento de acordos e de normas de com rcio entre os pa ses Em 2002 possu a 142 Pa ses membros com sede em Genebra na Su a onde trabalham cerca de 500 pessoas A maioria dos seus s cios incluindo o Brasil mant m delega es em Genebra E a partir de suas representa es que os pa ses reclamam os seus direitos comerciais 92 um volume de recursos para investimentos em Educa o como nunca antes principiando por regi es como a frica o Sudeste Asi tico e o Oriente M dio e posteriormente estendendo a outras reas Nessa mesma poca acompanhando uma tend ncia internacional de responsabilidade social das corpora es empresariais algumas organiza es brasileiras deram in cio a projetos de interven o na realidade social A ideia era formar parceria com o setor p blico na constru o de uma sociedade sustent vel Essa inclina o e ou tend ncia das corpora es empresariais se prolongaria at os dias atuais Soares 1998 p 23 afirma que embora alguns componentes das prescri es programas do BM tenham variado ao longo do tempo s o cinco eixos principais que os pa ses em desenvolvimento deveriam
263. informa es imediatamente aplic veis e necess rias sem a necessidade de grandes altera es no cotidiano dos indiv duos DUARTE 2004 p 6 Concordamos inteiramente com as coloca es de Gontijo e Britto pois sob a nossa perspectiva o letramento tende a continuar a perpetuar a prescri o do ensino da leitura e da escrita de forma a n o romper com a vis o pragm tica de ensino e portanto consoante com as pol ticas hegem nicas na atualidade O que na verdade aconteceu foi a cria o de um discurso de letramento que visa conforma o de propostas e pr ticas do ensino da leitura e da escrita nas classes de alfabetiza o As coloca es de Gontijo e Brito nos ajudam por exemplo a significar por que Soares afirma que o letramento teria a preocupa o de ensinar o uso e fun es dos textos que circulam na sociedade exatamente para ajustar as pessoas trabalhadores na atual configura o do mundo do trabalho em nossa sociedade importante dizer que pensamos que Soares intencionava construir uma proposta que contribu sse para a melhoria da alfabetiza o no Brasil no entanto 150 possivelmente n o conseguia ver e ou antecipar os poss veis resultados desastrosos da sua proposta Sob a nossa perspectiva os argumentos que explicam o uso do termo letramento j come aram a provocar atitudes impensadas por parte do discurso oficial chegando a afetar tanto a pol tica p blica de alfabetiza o quanto a
264. inguagem uma realidade de uma comunidade de falantes Ou seja a linguagem n o individual e sim social ela n o pertence a um indiv duo mas ao grupo social que faz uso dela Para a perspectiva hist rico cultural de alfabetiza o portanto a linguagem compreendida e concebida como um fen meno social e ideol gico constitutivo da identidade e da consci ncia humana Ao mesmo tempo tamb m se constitui nas rela es sociais por essa raz o que para Bakhtin Voloch nov 2006 p 123 a intera o verbal constitui a realidade fundamental da l ngua pois como ele expressa a verdadeira subst ncia da l ngua formada pelo fen meno da intera o verbal realizada por meio da enuncia o ou das enuncia es Consonante com a compreens o de Bakhtin em torno da linguagem e de seu papel fundamental no processo de constitui o das crian as e portanto do g nero humano Gontijo 2002 p 138 grifo da autora acentua que a alfabetiza o um processo em que as crian as se formam como seres humanos e que realiza um dos c rculos fundamentais do processo de forma o da humanidade live e universal Nesse sentido a alfabetiza o precisa ser um processo que n o se restrinja aquisi o de habilidades mec nicas e que supere a reprodu o de formas concretas de atividades pr ticas A alfabetiza o deve contribuir para que sejam operadas mudan as nas formas de atividade coletiva e i
265. ino Desenvolver a autonomia em rela o produ o e aquisi o de conhecimento a partir do exerc cio sistem tico da meta cogni o levando o a APRENDER A APRENDER Tamb m nos preocupamos em propor atividades onde o aluno possa APRENDER A LER E ESCREVER PARA APRENDER A ESTUDAR A percep o da escrita a servi o da leitura como PODEROSA FERRAMENTA para a organiza o do conhecimento nosso objetivo juntamente com o desenvolvimento de estrat gias pessoais de ORGANIZA O INDIVIDUAL PROJETO POL TICO PEDAG GICO DA ESCOLA 2005 p 11 O ANEXO D do PPP da escola apresenta a que escola recorre materiais refer ncias para fundamentar as disciplinas no tocante aos conte dos a serem 51 Letras modelo bast o conforme est no PPP da escola 76 trabalhados bem como metodologia utilizada nas salas de aula Verificamos que todas as disciplinas tomam como base o texto Par metros Curriculares Nacionais PCNs nesse documento que a escola ancora oficialmente sua perspectiva educativa seu ensino Isso fica evidente quando lemos o seguinte texto A proposta curricular como um todo ser avaliada e reestruturada a partir dos PCNs com impacto direto sobre cada disciplina e sobre o aluno fundamentando a a o do professor no dia a dia PROJETO POL TICO PEDAG GICO DA ESCOLA 2005 ANEXO D Ap s lermos cuidadosamente o PPP em todas as suas partes de fato constatamos que n o h outros auto
266. ino de certa apropria o do construtivismo MORTATTI 2006 p 10 Mortatti 2000 p 10 diz que nesse momento inicia se uma disputa entre os defensores do construtivismo e os defensores dos tradicionais m todos sobretudo o misto ou ecl tico das tradicionais cartilhas e do tradicional diagn stico do n vel de maturidade com fins de classifica o dos alfabetizandos engendrando se um novo tipo de ecletismo processual e conceitual em alfabetiza o N o se podem esquecer mesmo em linhas gerais alguns elementos do discurso de Ferreiro nessa poca para apresentar sua perspectiva de alfabetiza o para os pa ses latinos e em especial para o Brasil O discurso dessas pesquisadoras passou a soar para o discurso oficial MEC basicamente como apresenta o de duas promessas a de fazer com que as crian as pertencentes s classes de alfabetiza o evolu ssem evitando assim a evas o e a reprova o repet ncia futuras b medida que essas crian as n o ficassem retidas nestas classes estes n o seriam os filhos do analfabetismo do amanh no caso os jovens e adultos produzindo assim a ideia de que a escola brasileira estava garantindo ao BM que o objeto econ mico alfabetiza o recebia a aten o prometida Estava assegurada em tese a meta de que at o final da d cada estaria resolvido um problema que a educa o brasileira arrastava desde 1900 em sua hist ria A pr pria Ferreiro em seu tex
267. interrompeu a atividade As crian as s reiniciaram o trabalho ap s o recreio Cerca de 60 minutos depois a professora retomou os trabalhos Come ou pela leitura do texto E de que modo isso ocorreu Vimos que a professora optou por seguir a proposta do pr prio livro a rigor para a condu o da pr tica de leitura Assim observou e desenvolveu o que sugeria a quest o 1 da p gina 102 Vejamos o di logo a seguir 213 Professora aten o aten o sil ncio turminha vamos fazer a leitura do texto assim como est escrito na quest o n mero um da p gina 102 prestem aten o quando na frente das partes do texto estiver um quadradinho verde eu vou apontar o menino que vai ler quando na frente tiver um quadradinho azul eu vou apontar qual ser a menina e quando tiver um quadradinho verde e azul todos meninos e os meninas v o ler juntos entenderam Crian as SIM Professora antes vamos ver qual o t tulo do texto Crian as a chuvarada Professora o primeiro verso do texto tem as cores verde e azul quem vai ler esta parte Crian as meninos e meninas Professora vamos ler todas as crian as fizeram a leitura o som produzido no conjunto ficou confuso algumas crian as leram mais r pido e outras terminaram bem depois Professora deixa eu agora ler esse trecho de novo a professora fez a litura da primeira estrofe do texto Professora agora tem um quadradinho verde n
268. iso cautio quadro botas da abnolnda Eca Ro chia Crie um texto usando a gravura gt Fonte Caderno do pesquisador 2010 Fonte Caderno do pesquisador 2010 Nesse dia tamb m foram distribu das para as crian as caixas contendo o ent o denominado Domin divis o sil bica e Domin alfabetiza o ver as duas fotografias a seguir As crian as em duplas ou em dois pequenos grupos eram orientadas a interagir com esses materiais que continham letras e s labas 227 Fotografia 28 Domin de s labas Fotografia 29 Domin de letras Fonte Caderno do pesquisador 2010 Fonte Caderno do pesquisador 2010 Os materiais utilizados pela professora e o modo como ela conduziu as atividades descritas no per odo de recupera o refor o observado nos permitem dizer que ela dialogou com as orienta es da perspectiva psicogen tica de alfabetiza o Foi nesse momento de sua pr tica que ela nos disse que quando assume uma classe de 1 ano lembrando que essa classe estava sob a sua responsabilidade desde o ano anterior 2009 inicia o seu trabalho procurando colaborar em primeiro lugar para que as crian as alcansem a escrita alfab tica o que ela entende pelo dom nio do c digo escrito para em seguida intensificar o trabalho voltado para a leitura a escrita e a produ o de texto Portanto nesse momento do processo fase inicial da alfabetiza o ela prop e sempre atividades l dicas jogos
269. isso pretendemos que as nossas crian as concluam o primeiro ano escolar sabendo ler escrever e fazendo as opera es simples de matem tica Com essa base certamente esse aluno n o ter dificuldade em progredir na rede disse o prefeito Dispon vel em lt http jonirocha blogspot com 2010 04 em mais uma acao para melhorar html gt Acesso em 26 out 2010 154 Al m do professor alfabetizador ele enumerou outras a es da Prefeitura nos ltimos dois anos para elevar a qualidade do ensino da rede bacabeirense entre as quais os investmentos sic na forma o de todos os docentes professores e a amplia o da rede f sica escolar com a constru o de novas salas e pr dios escolares Desenvolvido para buscar solu es para os problemas que afetam a efici ncia e a qualidade do ensino fundamental no Brasil o Programa Alfa e Beto baseado nos princ pios da psicologia cognitiva Utiliza o m todo metaf nico ou seja a explora o do som de cada letra no processo de leitura e escrita As atividades do programa dividem se em duas etapas na primeira com dura o de 50 dias letivos as crian as aprendem a ouvir e a falar o som das letras a segunda e ltima fase a mais longa com 150 dias letivos nela os professores d o nfase ao desenvolvimento da leitura e da escrita As aulas s o ministradas pelos professores com aux lio de diversos instrumentos de ensino entre eles minilivros com pequenas hist ri
270. isso sem 131 d vida que o movimento dos empres rios fiadores do Compromisso Todos pela Educa o espera do PDE lan ado pelo MEC De acordo com Peroni 2009 p 297 fica not rio que os organismos internacionais e o Plano de Metas Todos pela Educa o esperam que as escolas apenas respondam ao setor produtivo um retorno teoria do capital humano pois O per odo atual do capitalismo de reestrutura o produtiva exige um outro trabalhador com capacidade de raciocinar resolver problemas trabalhar em equipe dar respostas r pidas E qual a expectativa da perspectiva neoliberal para se efetivar esse processo educativo entre aspas O documento do BM tamb m orienta sobre essa quest o O texto informa que o ensino fundamental a base desse processo e sua finalidade dupla produzir uma popula o alfabetizada e que possua conhecimentos b sicos repetimos conhecimentos b sicos de aritm tica capaz de resolver problemas no lar e no trabalho e servir de base para sua posterior educa o BANCO MUNDIAL 1995 p 2 apud TORRES 1998 p 131 Com essas palavras a perspectiva neoliberal sinteticamente resume e orienta o que os sistemas de ensino que assumiram o Compromisso Todos pela Educa o necessitam focar no ensino fundamental Diante das coloca es expostas no par grafo anterior o Brasil necessitava apresentar e desenvolver uma proposta para o ensino da leitura e d
271. isso Todos pela Educa o O discurso de letramento que j havia sido anunciado como perspectiva orientadora do ensino da leitura e da escrita pelo MEC potencializado a partir desse plano Saviani na ocasi o de sua palestra lembrou que o atual cen rio brasileiro tem suas origens nas decis es e implementa es das pol ticas p blicas no Governo do presidente Fernando Affonso Collor de Mello destacando que a partir desse contexto houve a abertura do mercado nacional s importa es abre as fronteiras e o in cio do Programa Nacional de Desestatiza o Esse autor complementa afirmando que na verdade tais decis es ocorreram em consequ ncia de este pa s optar por aceitar as reformas pol ticas neoliberais impostas pelo Banco Mundial BM enunciadas a partir do Consenso de Washington Conforme tamb m aponta Soares 1998 p 36 apesar de o pa s ser considerado rebelde s pol ticas do Consenso de Washington no contexto do 1 Documento dispon vel no site lt http www bresserpereira org br ver file 3 asp id 121 gt Acesso em 22 mar 2011 Ainda importante dizer que os principais documentos que foram produzidos em torno da reforma gerencial do Estado brasileiro podem ser encontrados nesse site indicado pe Informa o extra da do site oficial da ONU no Brasil Dispon vel em lt http unicrio org br conheca a onu agenda gt Acesso em 23 jan 2011 Foi o trig simo segundo presidente da Re
272. itura da obra denominada Alfabetiza o e letramento o que muda 134 Ver informa es no tocante s origens objetivos instrumentos diagn sticos resultados das aplica es desse programa nas escolas entre outros no site lt http www paebes caedufjf net paebes inst resultadoAvaliacaoPaebesAlfa faces gt Acesso em 5 maio de 2012 133 Consideramos este livro uma obra singular no mbito do debate atual em defesa do uso do termo alfabetiza o mas sobretudo em defesa de uma posi o ideol gica que pretende n o negar as lutas vivenciadas por pensadores e educadores em favor da forma o da consci ncia cr tica do cidad o brasileiro pois por exemplo como acena Gadotti 2011 a tradi o freiriana n o pode ser negada Desse modo fazemos quest o de citar todos os t tulos dos textos presentes nessa obra bem como seus respectivos autores Alfabetiza o e letramento como negar nossa hist ria de Moacir Gadotti Alfabetiza o e letramento perguntas de um alfabetizado que l de Jo o Wanderley Geraldi Des caminhos da alfabetiza o no Brasil de Cl udia Maria Mendes Gontijo e Cleonara Maria Schwartz Escola ensino de l ngua letramento e conhecimento de Luiz Percival Lemos de Brito Eduguemos para a leitura e as crian as aprender o a ler sozinhas de Luzia de Maria Alfabetiza o pr ticas emancipat rias em vez de velhos m todos com novos discursos de Edwirges Zaccur A palavramundo como conte do
273. iu a problem tica desta pesquisa b deveria ser uma escola por n s desconhecida Optamos por nos inserirmos num contexto onde tanto o pesquisador quanto os sujeitos da pesquisa pudessem ter a oportunidade de se conhecer de iniciar uma interlocu o Al m do que pensamos que a constitui o desse encontro nessa condi o metodologicamente falando seria significativa tamb m para captura das expectativas receios e ou sentidos que a escola tinha em rela o pesquisa pr pria academia produ o do conhecimento em torno de seu fazer cotidiano c a escola deveria atender a um consider vel n mero de crian as moradoras do bairro onde estava inserida que frequentavam as classes de alfabetiza o 6 7 e 8 anos Isso nos apontaria que tal institui o seria respons vel pelo processo de alfabetiza o e portanto de forma o de uma parcela significativa da sociedade moradora desse bairro d deveria ser uma escola que possu sse professores alfabetizadores em seu quadro de profissionais efetivos com aproximadamente cinco a dez anos de trabalho com classes de alfabetiza o 35 fi Essa escola frequentemente era procurada por um consider vel n mero de alunos das faculdades da rede privada de ensino em seu entorno para a realiza o de investiga o principalmente com as crian as e pr ticas dos professores bem como para feitura de Est gio Supervisionado 50 e uma escola que efetivamente levasse em
274. iva a entrevista se constitui conforme Freitas 2003 p 36 grifo da autora como uma rela o entre sujeitos na qual se pesquisa com os sujeitos e suas expectativas sociais e culturais compartilhadas com as outras pessoas de seu ambiente No entanto os sentidos que s o criados nessa interlocu o dependem da situa o experienciada dos horizontes espaciais ocupados pelo pesquisador e pelo entrevistado Consideramos importantes essas coloca es porque para a perspectiva bakhtiniana com rela o produ o de conhecimento cada pessoa tem um determinado horizonte social orientador de sua compreens o que lhe permite uma leitura dos acontecimentos e do grupo impregnada pelo lugar de onde fala FREITAS 2008 p 37 No que se refere coleta de dados por documentos compreendemos que em uma concep o hist rico cultural a produ o de conhecimento se torna poss vel quando consideramos o texto como um dado prim rio ponto de partida a ser compreendido no contexto das rela es dial gicas porque por toda parte h o texto real ou eventual e a sua compreens o A investiga o se torna interroga o e resposta isto di logo BAKHTIN 2003 p 319 Mediante essas coloca es entendemos que investigar um documento ou um conjunto deles tamb m procurar compreender os discursos que perpassam o objeto de estudo pesquisado Tais discursos n o s o neutros ou indifere
275. iza essa associa o e trabalha com textos que j fa am parte do universo infantil Veja trechos das entrevistas do professor do Instituto de Psicologia da USP Fernando Capovilla defensor do m todo f nico e da educadora Telma Weisz adepta do construtivismo Folha Modelo eficaz para fortalecer o racioc nio DA SUCURSAL DO RIO Folha Por que o debate entre f nicos e construtivistas t o acirrado no Brasil Fernando Capovilla Descobertas revolucion rias com novas tecnologias como a neuroimagem funcional refutaram os pressupostos construtivistas e levaram revolu o f nica que mudou a alfabetiza o mundial nos anos 90 Baseados em pesquisas de ponta documentos oficiais franceses ingleses e americanos defendem a alfabetiza o f nica e condenam as pr ticas construtivistas como nocivas aprendizagem Declaram que seus alunos sob o construtivismo amargaram mais de uma d cada de mediocridade e s prosperaram com o f nico Entre 1995 e 1997 quando o mundo civilizado condenava o construtivismo como lesa juventude o Brasil na contram o o entronizava nos PCNs em alfabetiza o O establishment construtivista dominou com m os de ferro as principais publica es distribu das ao professorado custa do er rio para impor a sua doutrina construtivista O resultado dessa aposta cega foi imediato com fracasso crescente documentado bianualmente pelo Saeb exame do MEC que avalia a qualidade da educa
276. l ao que 4 No per odo vespertino at o m s de maio atuavam duas pedagogas No tocante ao acompanhamento do trabalho pedag gico aos professores esse era dividido do seguinte modo uma pedagoga era respons vel por coordenar as turmas do 1 2 e 3 anos e a outra coordenava as turmas do 4 e 5 anos A partir de junho com a sa da da pedagoga respons vel pelas turmas de 4 e 5 ano todo o trabalho foi assumido pela pedagoga que j atuava nas turmas do ciclo 56 necessit vamos para encaminhar a pesquisa Nesse encontro tamb m providenciamos os protocolos de pesquisa que deveriam ser assinados pela professora Discutimos a possibilidade de encaminhar os protocolos de pesquisa s fam lias das crian as da sala de aula que seria o foco da pesquisa quais sejam Carta de apresenta o aos pais ou respons veis e Termo de consentimento e livre esclarecimento AP NDICE C e Roteiro para a caracteriza o das crian as AP NDICE F Os dois documentos deveriam ser respondidos pelas fam lias Chegamos em comum acordo de que seria interessante discutir e entregar esses documentos na primeira reuni o que a professora e a pedagoga fariam especificamente com os pais das crian as da turma a ser pesquisada Uma data de fato neste di logo foi agendada ainda para o m s de mar o por m devido a alguns imprevistos que aconteceram na programa o da escola a reuni o foi adiada e por essa raz o os documentos foram apresent
277. la poca Maria Luzia Lodi da Silva o plano de trabalho da Secretaria havia sido encaminhado ao MEC que repassaria para o munic pio cerca de R 153 000 00 para o mesmo ano O Plano Municipal de Educa o estabelecia que at 2005 da popula o de analfabetos de Vila Velha 30 estaria apta a ler e escrever afirmava tal gestora Dispon vel em 25 Na poca a mesma especialista afirmou tamb m que a cobertura do ensino m dio em Vila Velha ainda era e ainda pequena Nessa rea ainda acrescentou a especialista que 68 das matr culas s o realizadas pela iniciativa privada Isso implicava dizer que as escolas do ensino m dio localizadas no munic pio n o absorviam a popula o oriunda das turmas finais do ensino fundamental Boa parte dos alunos teria que procurar escolas de munic pios pr ximos para continuar seus estudos A not cia que soava como inovadora na vis o da gest o p blica daquela poca na ocasi o da divulga o do diagn stico para a composi o da Agenda 21 era que as matr culas para o ensino fundamental haviam aumentado e que a partir de 2004 incorporaria ao ensino fundamental crian as de seis anos e estenderia de oito para nove anos o tempo de dura o para a conclus o do ensino fundamental Em pleno desenvolvimento dos trabalhos em torno do cumprimento das metas da Agenda 21 trabalhos planejados para os pr ximos dez anos a contar de 2004 chega alguns anos mais tarde 2007 c
278. la Gatti Piffer intitulada O trabalho com a linguagem escrita na educa o infantil defendida no Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo UFES em 2005 270 4 Rotina di ria a Desenvolver breve relato da rotina di ria b H momentos para brincar Quando E de que as crian as brincam mais 5 Relato sobre as dimens es da alfabetiza o articuladas no transcorrer da rotina di ria 271 AP NDICE F ROTEIRO PARA A CARACTERIZA O DAS CRIAN AS Este roteiro visa a coletar informa es com as fam lias destinadas caracteriza o das crian as 1 Aluno a Nascimento 2 Endere o completo 3 Nome do pai S rie ou grau de escolaridade que possui Profiss o 4 Nome da m e S rie ou grau de escolaridade que possui Profiss o 5 Outro respons vel S rie ou grau de escolaridade que possui Profiss o 6 Renda mensal da fam lia 7 Tem irm os Quantos 8 Quais s o as pessoas da fam lia que moram com a crian a 9 H quanto tempo crian a frequenta a escola educa o infantil ensino fundamental 10 J estudou em outra escola Qual Quais 11 Atividades mais comuns que a crian a realiza a Em casa b Fora do ambiente familiar 272 12 Que tipos de materiais escritos s o usados para leitura em casa Jornais Quais Revistas Quais Livros Quais Gibis Quais Encartes publicit rios Quais C
279. lfabetiza o da rede turmas do 2 ano do ensino fundamental em 2008 vivenciaram a aplica o da primeira Edi o da Provinha Brasil em abril de 2008 conforme poss vel observar na divulga o na mat ria intitulada Alunos de Vila Velha far o a Provinha Brasil pela imprensa oficial da Prefeitura Municipal de Vila Velha em 27 de fevereiro de 2008 Cerca de 9 mil alunos do ciclo de alfabetiza o da rede municipal de ensino de Vila Velha far o no in cio de abril a Provinha Brasil um teste oferecido pelo Minist rio da Educa o e Cultura MEC aos estudantes da rede p blica e que visa a aferir o n vel de alfabetiza o e letramento de alunos das s ries iniciais do ensino fundamental A participa o dos munic pios na Provinha Brasil volunt ria e os testes ser o aplicados pelos pr prios professores em suas turmas Os alunos avaliados s o os que iniciam o segundo ano de escolariza o ou seja que tenham estudado por um ano Se a escola j tiver aderido o 2 A mat ria foi divulgada em fevereiro de 2008 e a prova foi aplicada em abril daquele mesmo ano 36 ensino fundamental de nove anos caso de Vila Velha a prova ser aplicada aos alunos do segundo ano J para as turmas enquadradas ainda no modelo de oito anos as provas ter o que ser feitas por estudantes da segunda s rie Por isso a idade dos alunos pode variar entre seis e oito anos O teste de avalia o est sendo preparado pelo Institut
280. lhe pedia No recreio observ vamos essa crian a No refeit rio ela seguia a fila para pegar sua merenda sem nenhum conflito merendava sentada junto com outros colegas corria brincava havia escolhido um coleguinha para ser seu amigo a todo custo chegando a coagi lo muitas vezes quando ele rejeitava brincar Isso fez com que a escola coordenadora observasse mais o relacionamento dessas duas crian as para proteg las de algum epis dio constrangedor O quadro apresentado por essa crian a conjuntamente ao quadro das outras sete crian as cada uma segundo a professora demonstrando diferentes atitudes diante da aprendizagem da leitura e da escrita fez com que no in cio do segundo trimestre a professora dialogasse conosco sobre o que a ressentia na turma bem como nas orienta es sobre a alfabetiza o da pol tica educacional municipal Segundo a professora todas as responsabilidades sobre o desempenho das crian as no per odo em que tem desenvolvido seu trabalho na rede municipal parecem recair sobre o professor algumas vezes balizada na ideia de que uma forma o pautada numa perspectiva pedag gica a psicogen tica perspectiva que vem sendo assumida pela Semed desde os anos 90 ou mais recentemente o letramento j seria o suficiente para dar conta dos enfrentamentos do trabalho alfabetizador Diante do que vimos comentado sobre as oito fam lias que n o nos enviaram os protocolos de pesquisa ainda interessante
281. lia es como SAEB IDEB Prova Brasil e outros instrumentos criados para medir o desempenho educacional que colocam o Rio de Janeiro nos ltimos lugares os governos Cabral e Paes procuram premiar a educa o com programas compensat rios para alfabetiza o para resolver o fracasso escolar Na Figura 5 a seguir em que trazemos a continua o de mat ria Meritocracia e avan o na privatiza o s o as marcas de Paes e Cabral da p gina 3 do jornal do Sepe poss vel verificarmos quais programas no tocante ao ensino da leitura e da 157 escrita t m sido assumidos no Estado do Rio de Janeiro Alfa e Beto Se liga Instituto Grupo Ayrton Senna Acelera Autonomia carioca acelera o e refor o Funda o Roberto Marinho Cientistas do amanh Sangari Brasil A presen a desses programas nesse lugar serve para refor ar a ideia de que a rela o p blico e privado tem uma acentua o significativa com consequ ncias tanto para as escolas da rede estadual quanto para as escolas da rede municipal de ensino Essa tem sido z a t tica do atual Governo Estadual e Municipal como constatado pelas reportagens aqui consideradas Figura 5 Boletim do Sepe p 3 Edi o fechada em 25 10 2010 Informativo do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educa o do Rio de Janeiro Fundado em 16 de julho de 1977 F RMULA DA VIT RIA ALFA E BETO Este um projeto criado pela Funda o Alfa e Beto ce
282. lia o dessas orienta es te rico metodol gicos no plano pr tico discutido na quinta parte desse relat rio observamos nfase a formas de trabalho advindas do construtivismo e tamb m a aspectos gramaticais da escrita como c pia e da leitura como decodifica o 246 Diante do que vimos tratando at aqui faremos um ltimo apontamento As discuss es desenvolvidas desde as primeiras linhas desta tese parecem evidenciar o que Gontijo 2005 destacou no final de seu texto Alfabetiza o e a quest o do letramento a saber a necessidade de investir em um conceito de alfabetiza o que leve em conta as diferentes dimens es desse processo sem esquecer a sua dimens o pol tica Compreendemos que defender o termo conceito alfabetiza o na atualidade na escola brasileira significa tamb m se indignar diante de impedimentos e retrocessos provocados pelo discurso de letramento Levando em considera o essa ltima afirma o voltamos a Zaccur 2011 p 109 que diz inaceit vel que as pol ticas de educa o popular em pleno s culo XXI estejam pisando no freio onde crian as s o submetidas a mais um modelo bab lico de uma algaravia de sons e professoras s o chamadas a fazer o que outros pensaram por elas E ainda interroga a autora Ser que a educa o vai ficar na contram o do que est presente no mundo Na contram o de pesquisas que retomam pistas deixadas por Montessori e Vigotski
283. lias livros sagrados ou religiosos Livros escolares Livros de literatura romances Livros infantis Livros de receita de cozinha em a am a em am a O Quais g neros de livros voc costuma ler B blias ou livros religiosos Romance aventura policial fic o Livros did ticos Poesia Biografia relatos hist ricos Livros t cnicos de teoria ensaios Autoajuda orienta o pessoal N o costuma ler livros em a a a a am a a 0 Marque o tipo de biblioteca em que voc j esteve ou costuma frequentar Biblioteca p blica Biblioteca escolar Biblioteca no local de trabalho Outras n o relacionadas Nunca foi a bibliotecas ps ps e A AMA A OO 9 T F 274 em realizado curso al m do ensino formal Esta fazendo Fez nos ltimos 12 meses Fez h mais de um ano Nunca fez Sim N o Costuma receber cartas via correio de amigos ou parentes az uso do computador Em casa No trabalho Em locais p blicos Na escola Na faculdade Em outros locais n o relacionados Com que frequ ncia utiliza o computador Todos os dias da semana Quase todos os dias da semana Um ou dois dias por semana Eventualmente de vez em quando N o utiliza computador Marque as atividades abaixo que costuma realizar Ir ao cinema Sempre As vezes Raramente Nunca foi Assistir a filmes em
284. lica o por sua prefer ncia pela leitura ver quest o 14 Prefer ncia pela leitura Considera mais f cil ler Considera mais divertido a leitura do que a escrita Considera que sabe mais ler do que escrever Porque aprende lendo N o apresentou motivo especial Total 03 01 01 01 01 07 Yo 42 8 14 2 14 2 14 2 14 2 100 304 Tabela 16 Distribui o das crian as em torno de sua explica o por sua prefer ncia pela escrita ver quest o 14 Prefer ncia pela F escrita Considera que a escrita possibilita comunica o 01 20 Considera que ler cansa e escrever mais interessante 01 20 Considera mais divertido a escrita do que a leitura 01 20 Considera que sabe mais escrever do que ler 02 40 Total 05 100 Tabela 17 Distribui o das crian as conforme os presentes que costuma receber ver quest o 15 Costuma receber F Brinquedos 13 81 2 Sapatos 01 6 2 Roupas 02 12 5 Total 16 100 Observa o as crian as poderiam apresentar mais de uma resposta nesta quest o Tabela 18 Distribui o das crian as tendo em vista se dentre os presentes que j recebeu consta algum material para leitura livros ver quest o 16 Material para leitura F Sim 10 71 5 N o 04 28 5 Total 14 100 Tabela 19 Distribui o das crian as tendo em vista se dentre os presentes que j recebeu consta algum material para leitura livros e quem havia presenteado ver quest o 16 Qu
285. lidade quer enquanto conjunto de forma e de seu reaparecimento quer enquanto discurso que remete a uma rela o intersubjetiva constitu da no pr prio processo de enuncia o marcada pela temporalidade e suas dimens es GERALDI 1993 p 135 O ltimo dia letivo foi 21 12 2010 Em conversa com a professora ela informou que essas sete crian as que haviam ficado de recupera o refor o seriam promovidas para o terceiro ano Ela estava certa de que a professora do ano seguinte deveria atentar para o modo como essas crian as estariam chegando nessa turma Disse que cada caso seria exposto na ltima reuni o do Conselho Escolar e que deixaria a parte pedag gica da escola ciente do n vel de desenvolvimento de cada crian a Diante das discuss es que conseguimos desenvolver em torno do trabalho da professora levando em considera o o projeto Copa do Mundo 2010 o trabalho com o livro did tico e a pr tica por ela mesma elaborada parece ficar evidente o que 232 a perspectiva de letramento chega a causar para o ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA para as CRIAN AS DAS CLASSES DE ALFABETIZA O e tamb m para o a PROFESSOR A ALFABETIZADOR A Resumidamente poder amos dizer que em tempos de letramento o ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA continua reduzido ao trabalho com aspectos mec nicos pois enfatiza a codifica o e a decodifica o Para as CRIAN AS esse tipo de ensino induz o seu silenciamento porque elas n o s o vistas como
286. listagem de conte dos objetivos dos conte dos e propostas de atividades e processos avaliativos Nesse texto a autora afirma que desde a concep o dos PCNs at a sua divulga o havia uma esp cie de endere amento de que neles estaria a possibilidade de o MEC poder instituir um controle sobre o que a escola desenvolveria com base em avalia es oficiais Segundo Geraldi 2006 p 20 grifo nosso pode se compreender que os PCNs fazem parte de uma pol tica fundamental do Governo FHC para a educa o que sua elabora o est estreitamente ligada a outras tr s estrat gias que dela dependem livros did ticos nacionais forma o de professores de mbito nacional e avalia o nacional e que uma delas a avalia o fundamental e a raz o de todas as outras Essa autora ainda citando Freitas 1995 p 258 grifo nosso sustenta a ideia de que Para os neoliberais e seus aliados a escola deve melhorar a qualidade dentro dos marcos do atual projeto pol tico da escola e para garantir esse projeto prop e se o aumento do controle pol tico do aparato escolar O efeito esperado que esse controle se d agora pela via da avalia o externa e n o mais burocraticamente Para Geraldi 2006 p 20 tais afirma es fazem sentido no contexto da organiza o da escola baseada na exclus o dos que s o rotulados de incapazes utilizando para isso v rios sin nimos mais ou menos c nicos mas
287. m lt http intervox nce ufrj br YEedpaes magda htm gt Acesso em 21 ago 2006 Ver texto completo em que est o contidas essas afirma es no site http www ceale fae ufmg br novidades acao php catld 1058 amp txtld 416 Acesso em 20 07 2011 181 professoras alfabetizadoras fossem consultadas no momento em que Vila Velha assinou o termo de ades o Todos pela Educa o Depoimentos da professora ao longo da pesquisa informavam que tal situa o era desconfortante Citou por exemplo em uma entrevista no dia 14 06 2010 que desde quando passou a trabalhar na rede municipal de ensino de Vila Velha j era seu nono ano de atua o percebia que a pol tica pedag gica educacional Semed seguia com o seguinte discurso agora alfabetizadoras voc s devem ir para a sala de aula e fazer desse jeito e o que a Semed vai cobrar em termos de resultados ser assim e acabou o di logo Como est estabelecida a cultura do professor alfabetizador n o questionar o que vem de cima pois na maioria das vezes n o teriam argumentos tamb m cada um vai para a sua sala de aula e faz o seu trabalho pois vir o cobran as As cobran as para os professores das classes de alfabetiza o viriam a partir da tabula o dos resultados da Provinha Brasil Nessa dire o n o foi sem raz o que para o ano de 2010 as prescri es oficiais da Semed se direcionaram para a possibilidade de concretiza o do alfab
288. m nico sendo a express o de um processo de luta O processo de captura fundamental na produ o do consenso uma vez que promove a identifica o destituindo de legitimidade a fala opositora FERNANDES 1990 p 48 Entendemos que essa cita o esclarece efetivamente o motivo da concilia o de teorias pelo discurso oficial e colabora para pensarmos o processo de legitima o da perspectiva de letramento para orientar as pr ticas do ensino da leitura e da escrita na atualidade Percebemos que necess rio no discurso hegem nico conter elementos do pensamento contra hegem nico para desconstruir a fala que se op e Por isso Fernandes 1990 p 47 afirma que o discurso hegem nico a demonstra o clara do exerc cio do controle social e t o mais hegem nico quanto mais possa promover consenso e legitimidade Temos que lembrar que na poca 146 em que ocorria o debate sobre a poss vel mudan a de perspectiva oficial de alfabetiza o no Pa s o ministro da Educa o se apresentou sem defini o por nenhum dos grupos que defendiam as perspectivas de alfabetiza o Entendemos que isso colaborou intencionalmente no processo de concilia o de ideias Sob a nossa perspectiva o processo de concilia o das ideias hegem nicas e contra negem nicas necess rio porque n o poss vel desconsiderar as suas bases fundamentos te ricos e metodol gicos A concilia o pelo discurso oficial ent o f
289. m a diretora e a pedagoga Na segunda feira dia 15 de mar o j teriam a defini o Terminamos nossa exposi o agradecendo pela aten o de todos e nos retiramos da biblioteca da escola lugar onde acontecia a reuni o Vivenciar esse primeiro encontro que na verdade foi um enfrentamento colaborou para pensar o quanto foi importante acreditar no di logo entendido com em Bakhtin junto queles professores Acredit vamos acreditamos que n o existe de fato outro modo de nos fazermos compreendidos efetivamente e compreendermos esse outro se n o for por meio do di logo da alteridade De certo que o di logo nos p e diante de uma zona de imprevisibilidade pois ao lan armos a nossa ponte palavra como pesquisador para esse outro no caso o grupo ser inacabado corr amos o risco de sermos rejeitados No entanto s saber amos se efetivamente seriamos aceito se assum ssemos a atitude dial gica N o poder amos atuar de outro modo considerando que nossa perspectiva ao ser ancorada em Bakhtin nega qualquer atitude autorit ria sobre o outro O lugar a ser ocupado pelo pesquisador seria o de compreens o das vozes que se presentificavam nos discursos do grupo Nessa dire o a pr tica da alteridade e exotopia naquele contexto foi fundamental Como resultado desse encontro no dia 15 de mar o a pedagoga da escola nos assinalou a not cia de que uma das professoras do segundo ano nos aceitou em sua sala de aula e que
290. m da disciplina de matem tica com vistas eleva o da m dia das escolas no IDEB Indice de Desenvolvimento da Educa o B sica O m dulo Pr Letramento faz parte do programa de forma o continuada de professores das s ries iniciais do Ensino Fundamental A iniciativa resulta de uma parceria entre o munic pio o MEC e as universidades que integram a Rede Nacional de Forma o Continuada Todos os professores que est o em exerc cio lecionando nas s ries iniciais do Ensino Fundamental nas escolas de Vila Velha podem investir em sua qualifica o profissional participando gratuitamente deste importante m dulo de forma o que tem dura o de 120 horas al m de encontros presenciais e atividades individuais com dura o de oito meses Verificamos que tanto a aplica o da Provinha Brasil quanto o Programa Pr Letramento foram efetivamente resultantes do fato de o munic pio seguir as orienta es advindas das medidas do MEC O pr prio ministro da Educa o declarou em pronunciamento p blico conforme informa o jornal Correio Brasiliense em mat ria intitulada Aprendizado supera expectativas no pa s publicada no dia 7 7 2010 que dois importantes projetos objetivavam colaborar para que a escola brasileira melhorasse o Ideb quais sejam Provinha Brasile Pr Letramento Haddad planeja os pr ximos anos funcionando como uma m quina A meta de 2009 para os anos iniciais do ensino m dio era de 4 2 mas j
291. m seu site Enfim qualquer instrumento serviria para o desenvolvimento do diagn stico A pedagoga e a diretora encerraram a reuni o afirmando que elas n o compartilhavam dos crit rios apresentados pela Semed e n o iriam se submeter a esse tipo de situa o Acreditavam que uma biblioteca funcionando se justificaria pelo fato de ser um local para potencializar a leitura para todas as crian as que estudam naquela escola O que fica evidente nessa instru o pelo menos uma quest o uma medida econ mica por parte da Semed n o estender a carga hor ria de uma professora evidencia uma concep o de biblioteca e de aprendizagem da leitura e da escrita Para a Semed a biblioteca um lugar a ser frequentado apenas por aqueles sujeitos que j sabem ler e escrever para quem j est alfabetizado Inferimos que a dimens o administrativa da Semed se apropriou do que provoca o discurso do letramento dicotomia alfabetiza o e letramento para justificar sua proposta negativa escola Ou seja se a escola provasse que a maioria das crian as do ciclo j se encontravam alfabetizadas j decodificando e codificando sabendo ler e escrever seria poss vel viabilizar o profissional para o atendimento na biblioteca 66 Uma quest o surgiu nesse percurso em que passamos a ver que a biblioteca n o funcionava no per odo da tarde Ficamos questionando por que ent o os professores n o pegam a chave da biblioteca e organizam vi
292. m uma turma do segundo ano do ensino fundamental do munic pio de Vila Velha ES de autoria do doutorando Vanildo Stieg como recomenda o para a realiza o do Doutorado em Educa o do Programa de P s Gradua o em Educa o PPGE da Universidade federal do Esp rito Santo UFES Esta investiga o tem como objetivo central compreender como se constituem e s o desenvolvidas as pr ticas de alfabetiza o em uma turma do segundo ano do ensino fundamental do munic pio de Vila Velha ES na atualidade A coleta de dados ser desenvolvida basicamente a partir dos seguintes instrumentos de pesquisa observa o entrevistas e an lises de documentos incluindo grava es de udio e v deo bem como registros em di rio de campo Para garantir o tratamento tico dos dados o nome da escola ser mantido em sigilo ser o utilizadas apenas as iniciais dos nomes das crian as e as filmagens ser o efetuadas sem comprometimento da a o educativa preservando sobretudo a integridade de todos da escola Os dados resultados da pesquisa ser o apresentados na tese de Doutorado e poder o ser utilizados para publica o Por essa raz o solicitamos sua autoriza o por meio da assinatura deste Termo de Consentimento Eu respons vel pelo a aluno a do segundo ano da UMEF SRS PR RD RD RR RR O autorizo sua participa o no projeto de pesquisa intitulado Propostas e Pr ticas de alfabetiza o em uma turma do segundo ano do en
293. ma de possibilidades ele n o atinge a desejada inclus o isso se deve apenas a ele pr prio a suas limita es incontorn veis Eis o que ensina a pedagogia da exclus o Nesse panorama explicitado por Saviani fica evidente o porqu da insist ncia do BM em defesa do conceito de sua concep o de ensino b sico Nada mais nada menos do que para refor ar a ideologia do autoeducar se para toda a vida autoterceirizar se ideia central defendida pelo paradigma da pedagogia do aprender a aprender Perspectiva esta que subtrai do sujeito a possibilidade de ingressar num processo de apropria o das caracter sticas do g nero humano homem que se insere efetivamente na hist ria DUARTE 1993 p 42 98 Por isso que Duarte insiste em dizer que a pedagogia do aprender a aprender produz uma maior adaptabilidade s altera es do capitalismo O ideal que nos pa ses todos estejam t o ocupados procurando dar conta de sua subsist ncia que n o tenham tempo para ingressar efetivamente em sua hist ria Duarte 2006 p 156 157 aborda as diversas frases prontas que comumente se presentificam nos jarg es cotidianos reflexos desse tipo de sociedade que est se configurando afirmados da seguinte forma N o casual que o aprender a aprender venha sempre acompanhado de um discurso que alerta para a exist ncia de uma acelera o vertiginosa das mudan as na tecnologia nas rela es de trabalho nos valores culturais nas
294. mente em 24 de abril de 2007 Nunca demais dizer que as empresas envolvidas no TPE s o institui es financeiras e portanto guardi s dos interesses do capital em mbito nacional e internacional embora pretendam soar nesse envolvimento como entidades filantr picas Os fundamentos do TPE est o essencialmente voltados para a prioridade do capital e das formas de reproduzi lo 130 Precisamos frisar aqui que o termo Plano de Desenvolvimento da Educa o ideologicamente deseja soar como se o Pa s estivesse diante da concretiza o pela primeira vez em sua hist ria de um Plano Nacional de Educa o tal como Saviani h muito vem defendendo No entanto um programa discurso pragm tico administrativo que tem como foco regular controlar o que as escolas brasileiras est o fazendo no tocante ao ensino e aprendizagem escolar Segundo o exposto podemos inferir que a promulga o do Decreto n 6 094 se configura como uma express o de que a educa o brasileira na atualidade continua assentada efetivamente na perspectiva neoliberal E qual a concep o de educa o a partir da perspectiva neoliberal O texto j citado elaborado pelo BM bastante esclarecedor quando afirma que a educa o sin nimo de desenvolvimento econ mico Portanto a educa o b sica dever proporcionar aos alunos o conhecimento as habilidades e as atitudes essenciais para funcionar de maneira efetiva na sociedade Saviani
295. n trado no ensino e n o na apren dizagem O programa se baseia na compensa o das defici n cias apresentadas pelos alunos nas condi es de aprendiza gem e se baseia no m todo sin t tico e fon mico negando toda a contribui o da ling is tica e da socioling istica SE LIGA Projeto do Instituto Ayrton Senna que tem por objetivo al fabetizar alunos com defasa gem s rie idade das quatro pri meiras s ries do Ensino Fun damental Pressup e o gerenci amento das a es e indicadores de sucesso Apesar da afirma c o de que a metodologia utili zada se apoia nos princ pios de Paulo Freire o preconceito e o maniqueismo se acha presente e a linguagem posta como algo dado ou simplesmente o re sultado de atividades motoras e de decodifica o O processo de aula se d num nivel grande de artificialidade ACELERA proposta organizada por m dulos onde o material or ganizado por especialistas de areas distintas Pretende con ferir caracter sticas de interdis ciplinaridade na perspectiva de trabalhar matem tica lingua portuguesa hist ria e geogra fia e ci ncias O projeto de senvolvido por um nico profes sor Suas atividades n o levam em conta o contexto s cio cul tural do aluno o que n o ga rante a capacidade de estabe lecer articula o com a reali dade das suas vidas cotidianas AUTONOMIA CARIOCA ACELERA O E REFOR O uma proposta da Funda
296. na com a nova lei que amplia para nove anos o tempo m nimo desse n vel de ensino O ministro Fernando Haddad pediu Secretaria de Educa o B sica que inicie a discuss o com educadores de v rias correntes Na oportunidade em que estamos mudando a estrutura e o padr o de financiamento da educa o com a aprova o do Fundeb entendemos que seria interessante iniciar um debate sobre alfabetiza o tendo em vista os altos ndices de repet ncia na primeira s rie do ensino fundamental O minist rio n o est tomando partido de nenhuma corrente mas se o mundo inteiro fez esse debate achamos que preciso faz lo no Brasil tamb m As Diretrizes Curriculares Nacionais s o aprovadas pelo Conselho Nacional de Educa o e definem o que se espera em cada idade que uma crian a 141 aprenda em determinada s rie A partir dessas diretrizes o MEC produz os PCNs Par metros Curriculares Nacionais instrumento que distribu do para professores de todo o Brasil com o sentido de orientar como trabalhar os conte dos em sala de aula Os PCNs em vigor atualmente foram elaborados na gest o do ministro Paulo Renato Souza Neles evidente a influ ncia das teorias construtivistas que descartam o uso de textos ou cartilhas elaborados com o objetivo de promover a decodifica o do alfabeto e que levem a associa es entre fonemas e letras Para os construtivistas melhor trabalhar com textos reais ou seja aqueles que j
297. nais dos agendamentos neoliberais E de que modo e ou em que contexto o letramento entra no circuito da agenda neoliberal Sobre essa quest o sempre bom lembrarmos que a partir dos anos 80 conforme aponta Mortatti 2006 p 12 passa a existir uma disputa entre os defensores dos m todos de alfabetiza o por parte de alguns pesquisadores que apresentavam novas propostas de alfabetiza o baseadas em antigos m todos como os de marcha sint tica e os defensores construtivistas para constituir o discurso oficial da alfabetiza o Tal disputa se intensifica principalmente a partir do lan amento do Relat rio Final do Grupo de Trabalho Alfabetiza o infantil novos caminhos publicado pela C mara dos Deputados e pela Comiss o de Educa o e Cultura no dia 15 de setembro de 2003 Esse relat rio desenvolvido por Marilyn Jaeger Adams Estados Unidos Roger Beard Inglaterra Fernando Capovilla Brasil Cl udia Cardoso Martins Brasil Jean Emile Gomberg Fran a Jos Moraes B lgica Jo o Batista Araujo e Oliveira Brasil informava que o Brasil teria dois problemas educacionais cr nicos os quais foram expressos do seguinte modo O primeiro o problema da alfabetiza o das crian as O Brasil n o vem conseguindo alfabetizar adequadamente suas crian as conforme evidenciado pelo desempenho dos alunos nas s ries posteriores A alfabetiza o inadequada compromete o sucesso escolar dos al
298. nal de Educa o para Todos cuja elabora o foi coordenada pelo MEC e que pretendeu se distinguir dos planos anteriores seja porque n o se referia educa o de uma forma geral mas apenas educa o fundamental seja porque buscou n o se reduzir a meras normas de distribui o de recursos Neste sentido buscou procurar tra ar um diagn stico da situa o do Ensino Fundamental e delinear perspectivas identificando os obst culos a enfrentar formulando as estrat gias para a universaliza o da educa o fundamental e a erradica o do analfabetismo e indicando as medidas assim como os instrumentos para a sua implementa o Embora o referido Plano Decenal de Educa o para Todos se propusesse a ser um instrumento que viabilizasse o esfor o integrado das tr s esferas de governo no enfrentamento dos problemas da educa o ele praticamente n o saiu do papel limitando se a orientar algumas a es na esfera federal Em verdade ao que parece o mencionado plano foi formulado mais em conformidade com o objetivo pragm tico de atender a condi es internacionais de obten o de financiamento para a educa o em especial aquele de algum modo ligado ao Banco Mundial SAVIANI 1999 p 129 grifo nosso A parte do texto que grifamos informa nitidamente como se configurava a situa o do MEC diante dos interesses dos financiamentos internacionais Nessa poca a situa o do nosso Pa s bem como dos demais
299. nancia a fundo perdido com or amento p blico PEREIRA 1996 p 14 74 Termo oriundo do Programa Nacional de Publiciza o o qual autoriza o Poder Executivo a por meio da qualifica o de entidades privadas como organiza es sociais transferir lhes a gest o de bens e servi os p blicos a cargos de entidades aut rquicas e fundacionais Tal programa foi anunciado desde a edi o do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado em novembro de 1995 por meio da Medida Provis ria n 1 591 de setembro de 1997 Dispon vel em lt http Awww anesp org br userfiles file estudos programa publicizacao pdf gt Acesso em 22 mar 2011 104 Peroni afirma que o Plano Diretor da Reforma do Estado quando prop e a administra o gerencial que tem a l gica do mercado e ainda quando prop e a atua o das organiza es p blicas n o estatais n o est apenas utilizando a teoria para o diagn stico mas tamb m para a pr pria implementa o da reforma Nesse redesenho Peroni 2007 p 5 alerta que o Estado se retira da execu o e permanece com parte do financiamento propriedade p blica n o estatal mas tamb m o que permanece sob a propriedade do Estado passa a ter a l gica de mercado na gest o quase mercado importante atentar que quase mercado quer dizer que a l gica de mercado a que orientar a a o estatal a partir de um discurso sob a suposi o de induzir melhorias OLIVEIRA S
300. ncia escolar anuais de mais de 20 138 No entanto para mascarar a repet ncia rebaixou se sic os crit rios de aprova o obrigando as escolas a aprovar 60 dos alunos descobertos depois pelo Saeb como absolutamente incompetentes Folha Cr ticos do m todo f nico dizem que h o interesse de seus defensores em ganhar dinheiro vendendo cartilhas para governos Capovilla Sou professor e pesquisador em tempo integral na USP onde trabalho 16 horas por dia seis a sete dias por semana N o tenho empresa ou cl nica particular Meus livros e palestras em alfabetiza o t m renda doada para custear pesquisas Meu objetivo nico produzir conhecimento cient fico relevante em educa o e sa de e convert lo em tecnologia para melhorar a qualidade de vida da popula o Se no ltimo quarto de s culo construtivistas ganharam dinheiro vendendo livros e programas ineficazes de treinamento de professores e se agora acusam alguns f nicos de querer fazer o mesmo deve ser porque t m muito medo de largar o bere governamental Folha Na maioria das escolas de elite o m todo n o o f nico Por que ele seria bom para os alunos da rede p blica Capovilla Nas escolas de elite estudam crian as de n vel socioecon mico m dio alto e alto cujos pais cultos sic disp em dos recursos para estimular os filhos desde tenra inf ncia De cada 100 crian as do ensino fundamental 91 s o da escola p blica e vivem num mund
301. ndividual e assim ampliar as possibilidades de as crian as lidarem com n veis mais amplos e superiores de objetiva es do g nero humano Nessa dire o o ensino da leitura e da escrita a alfabetiza o dever ser desenvolvido a partir das enuncia es concretas da vida pois o enunciado deve se tornar a unidade concreta e real da atividade comunicativa entre indiv duos situados em contextos sociais sempre reais A vida se torna o principal texto a ser estudado 5 A palavra realidade posta aqui de prop sito para lembrar que Saussure chama a linguagem de institui o social No entanto para Bakhtin e seu C rculo a linguagem trabalho atividade constitutiva 178 Essas foram s o em linhas gerais as principais quest es e ou orienta es que identificam o lugar onde estamos nos colocando e assumindo ao longo do desenvolvimento desta investiga o 179 5 NA SALA DE AULA AS PR TICAS DA PROFESSORA ALFABETIZADORA No cap tulo anterior discutimos a alfabetiza o na hist ria recorte de 1989 a 2009 Tal discuss o permitiu evidenciar elementos que colaboraram para comprovar a nossa tese inicial de pesquisa qual seja a ado o do termo ou perspectiva do letramento representou a possibilidade de concilia o entre as ideias construtivistas e as ideias defendidas pelos seguidores dos antigos m todos de alfabetiza o A configura o deste cap tulo em que analisamos as pr ticas
302. ndo 2010 em uma concep o de l ngua como instrumento de comunica o como meio objetivo para a comunica o Desse modo o texto foi visto e tratado como aponta Koch 2003 como um produto l gico do pensamento representa o mental do autor O texto portanto n o foi considerado como lugar da intera o Assim o que caberia ao leitor ouvinte no caso as crian as da sala de aula Segundo essa autora nada mais restaria ao leitor a n o ser captar tal representa o mental juntamente com as inten es psicol gicas do produtor Em outras palavras o leitor no caso as crian as da sala em processo de alfabetiza o visto como ser passivo Nesse caso cabe aos leitores o mero reconhecimento e identifica o do dito expl cito no texto Vemos que as atividades propostas pelo livro did tico tanto com a LEITURA como com o ESTUDO DO TEXTO se limitam por um lado a levar as crian as a localizar informa es expl citas no texto e por outro visam a trabalhar sin nimos e rimas 215 Dessa forma abordam aspectos gramaticais mas n o explicam as raz es de uso nos diversos contextos dos sin nimos N o mencionam ainda a fun o das rimas nos textos em versos pois o seu objetivo levar a crian a a adquirir consci ncia das unidades fonol gicas Ao abordar esses aspectos conforme podemos pensar a partir das contribui es de Koch 2003 o livro did tico deixa de considerar que o trabalho com o texto
303. near esta pesquisa foi o fato de que esse m todo disp e de tipos de coleta de dados que foram necess rios ao processo S o eles a observa o a entrevista e a an lise documental conforme postulam L dke e Andr 1986 Por meio desses instrumentos e assumindo efetivamente a nossa fun o de pesquisador neste processo desej vamos como aconselhou Sarmento 2003 p 155 observar escutar e sentir interrogar e recolher opini es dos que agem no contexto da pesquisa bem como examinar os documentos e artefatos produzidos pela e na a o SARMENTO 2008 p 155 de todos sujeitos pertencentes comunidade escolar local da pesquisa Cabe aqui portanto dizer como concebemos a pr tica desses tr s tipos de coleta de dados De fato assumimos as coloca es de Freitas 2002 2003 46 principalmente quando essa autora pensa a forma e o papel dos instrumentos observa o e entrevistas buscando coer ncia com a perspectiva bakhtiniana de produ o de conhecimento Para a autora a observa o n o deve ser concebida apenas como um processo participante do pesquisador com o l cus da pesquisa Freitas 2003 assinala que ao observar o pesquisador necessita focalizar pensar e assumir o car ter mais dial tico do que observa buscando uma media o entre o individual e o social FREITAS 2003 p 31 Isso diferenciaria de acordo com essa autora a observa o numa pes
304. nhas deste relat rio de pesquisa o letramento subjuga a vida de todos os brasileiros aos desejos comerciais de uma pequena parcela da sociedade Magda Soares ao inventar o conceito de letramento necessitou reinventar entre aspas o conceito de alfabetiza o Nesse movimento ela precisou segundo Geraldi 2011 p 29 reduzir a alfabetiza o aprendizagem da t cnica dom nio do c digo convencional da leitura e da escrita e das rela es fonema grafema do uso dos instrumentos com os quais se escreve para desvestir o processo de alfabetiza o de todo e qualquer cunho pol tico Como se a t cnica fosse 236 neutra e como se seu uso os sentidos que faz circular fosse independente de interesses sociais Acrescenta ainda esse autor a alfabetiza o reinventada como uma atividade t cnica na qual interpreta o a segunda parte da edi o das defini es de leitura e escrita n o passa de reconhecimento das significa es e n o constru o de um sentido e cada alfabetizado mas lembremos n o preciso ser alfabetizado para estar no estado ou condi o de letrado adequar se ao n vel de uso da leitura e da escrita segundo s exig ncias sociais que lhe s o impostas Em outras palavras dom nio de uma t cnica e adequa o na resposta ao solicitado no mundo existente GERALDI 2011 p 29 Com base nessas palavras n o sem raz o que esse autor ir acrescentar Agora se
305. no de literatura de Haquira Osakabe Sobre o ensino de portugu s na escola de S rio Possenti Concep es de linguagem e ensino de portugu s de Jo o Wanderley Geraldi Gram tica e pol tica de S rio Possenti Unidades b sicas do ensino do portugu s de Jo o Wanderley Geraldi As vezes ele mandava ler dois ou tr s livros por ano de Lilian Lopes Martin da Silva Pr tica da leitura na escola de Jo o Wanderley Geraldi O circuito do livro na escola de Maria Nilma Goes da Fonseca e Jo o Wanderley Geraldi Em terra de surdos mudos um estudo sobre as condi es de produ o de textos escolares de Luiz Percival Leme Britto Escrita uso da escrita na avalia o de Jo o Wanderley Geraldi 200 trabalho com textos em sala de aula uma pr tica que favorece os estudantes ressalta que tal trabalho pode variar bastante considerando principalmente as concep es de linguagem e de texto que norteiam as pr ticas do ensino da l ngua materna Especificamente no campo da alfabetiza o o trabalho com textos data do in cio do s culo XX Um dos pioneiros desse trabalho foi o educador franc s Celestin Freinet 1896 1966 Ele criou e divulgou um m todo denominado de M todo Natural Freinet que usava o texto no trabalho alfabetizador Na escola brasileira vemos que desde da primeira metade do s culo XX os m todos anal ticos ou globais tamb m partem do texto como unidade de ensino para ensinar as crian as a ler e a
306. nosso Caderno de campo 2010 Texto Informativo Copa do Mundo 2010 No dia 11 de junho acontecer a abertura da Copa do mundo Um dos maiores eventos esportivos do planeta Ir o participar as sele es de 32 pa ses que jogar o em busca do t tulo nos est dios da Africa No Brasil o futebol assumiu um enorme espa o na nossa cultura A cada quatro anos o nosso pa s participa com um grande sentimento patri tico onde a popula o se une torcendo em busca da vit ria Para casa Pesquise a Onde ser realizada a Copa do mundo 2010 b O que podemos observar nos grupos que ir o jogar c Desenhe no caderno de desenho A bandeira do Brasil agora em aula A bandeira de outro pa s que participar da Copa 2010 em casa d Pesquisar os pa ses que ir o participar da Copa de 2010 Verificamos que os objetivos dessa atividade foram a c pia do texto da lousa e a apreens o do que seria sob a tica da professora um texto informativo Cerca de aproximadamente 30 minutos ap s praticamente todas as crian as terem terminado 193 de copiar essa atividade a professora indicou a atividade n mero 3 Apresentou para a classe o mapa m ndi informando que seria uma aula de Geografia O in cio do di logo ocorreu do seguinte modo Professora turminha sil ncio todos devem participar dessa atividade aula de Geografia a atividades ela ajudar voc s a localizar geograficamente em que lugar do nosso plan
307. ns dos sujeitos escritores leitores bem como a condu o desses sujeitos na vida medida em que observamos por exemplo o pr prio modo como o texto entra em cena e ou tratado nas nove pr ticas descritas bem como nas demais pr ticas que pensamos ser dispens veis sua descri o vemos que a professora trabalha a ESCRITA tendo como foco a l ngua c digo e n o o escritor nem nas intera es verbais produzidas na e fora da sala de aula Koch 2010 p 33 nos ajuda a compreender que subjacente a essa vis o de escrita texto encontra se uma concep o de linguagem como sistema acabado devendo o escritor se apropriar desse sistema e de suas regras pois o princ pio explicativo de todo e qualquer fen meno e de todo e qualquer 202 comportamento individual repousaria sobre a considera o do sistema quer lingu stico quer social Trav glia 1996 e Geraldi 2006 caracterizaram essa concep o de linguagem como instrumento de comunica o ou como meio objetivo para a comunica o Compreendemos que tal concep o constitui uma das orienta es do pensamento filos fico lingu stico denominada por Bakhtin 2006 p 84 85 de objetivismo abstrato Bakhtin informa que essa corrente cujo principal representante Ferdinand de Saussure entende que 1 A l ngua um sistema est vel imut vel de formas lingu sticas submetidas a uma norma fornecida tal qual a consci ncia individual e perempt ria para
308. ns vel do sexo feminino 06 42 9 Algum professor ou professora 04 28 5 Pai ou respons vel do sexo masculino 01 7 2 Algum amigo ou amiga E E Algum outro parente 5 Padre Pastor ou algum l der religioso Algum colega ou superior de trabalho Outra pessoa Ningu m 03 21 4 Total 14 100 Tabela 22 Distribui o dos sujeitos quanto aos livros que possuem em casa ver quest o 2 Tipos de livros que os F respons veis possuem em casa Dicion rio 10 15 3 Guias listas e cat logo 05 7 6 Enciclop dias 03 4 6 B blias livros sagrados ou religiosos 12 18 4 Livros escolares 12 18 4 Livros de literatura romances 03 4 6 Livros infantis 12 18 4 Livros de receita de cozinha 08 12 3 Total 65 100 297 Tabela 23 Distribui o dos sujeitos conforme os g neros de livros que costumam ler ver quest o 3 Tipo de g nero de livros que o F Yo respons vel pela crian a costuma ler B blia ou livros religiosos 09 33 3 Romance aventura policial fic o 02 7 4 Livros did ticos 07 25 9 Poesia 02 7 4 Biografia relatos 03 11 1 hist ricos Livros t cnicos de 01 3 7 teoria ensaios Autoajuda orienta o 01 3 7 pessoal 02 7 4 N o costuma ler livros Total 27 100 Tabela 24 Distribui o dos sujeitos conforme tipo de biblioteca em que j esteve ou costuma frequentar ver quest o 4 Tipo de biblioteca em F que o respons vel j esteve ou costuma frequentar Biblioteca p blica 04 23 5 Bibliote
309. nseguem levar o F Y material Sim 14 100 N o Total 14 100 309 Tabela 37 Distribui o das crian as em torno da verifica o se elas leem para algu m ver quest o 28 L em para algu m F Sim 13 92 8 N o 01 7 2 Total 14 100 Tabela 38 Distribui o das crian as em torno da verifica o para quem elas leem ver quest o 28 Para quem elas l em F Para o pai 01 7 2 Para a m e 02 14 3 Para a m e e o irm o 03 21 4 Para meu irm o 03 21 4 Para av 02 14 3 Para os as primos as 02 14 3 Para uma crian a de um ano 01 7 2 Total 14 100 Tabela 39 Distribui o das crian as conforme o tipo de hist ria que gosta de ouvir ver quest o 29 Que tipo de hist ria F gosta de ouvir Hist rias de princesas 03 21 4 Hist rias em quadrinhos 03 21 4 Lendas 01 7 2 Hist rias de terror 01 7 2 Piadas e rimas 02 14 3 Qualquer hist ria 04 28 5 Total 14 100 Tabela 40 Distribui o das crian as conforme a aprecia o de seus livros did ticos de L ngua Portuguesa Matem tica Hist ria Geografia e Ci ncias ver quest o 30 Aprecia o F Possuem textos legais 08 57 Possuem textos grandes e cansativos 02 14 3 Possuem textos muito ruins 02 14 3 Possuem textos f ceis de entender 02 14 3 Total 14 100 310 Tabela 41 Distribui o das crian as conforme a mat ria que mais gostam de estudar ver quest o 31 Aprecia o F L ngua Portuguesa 06 42 9 Matem tica 08 5
310. nte aos dados da sala bil ngue verificamos que essa sala atendia a 13 crian as importante dizer que segundo entrevista com a pedagoga e as professoras que atuam no contexto dessa sala em termos de proposta 44 A empresa se responsabiliza por fazer a vigil ncia da escola 24 horas A vigil ncia espec fica do patrim nio escolar 45 A Contratados por empresa privada Contratados por empresa privada 71 pedag gica e curricular a sala est organizada para atender s crian as do 1 ao 5 ano do ensino fundamental S a partir do 6 ano que elas s o inseridas nas salas de aula regulares com a presen a de um int rprete Em 2010 a sala n o teve crian as matriculadas no segundo ano Ainda nas entrevistas com os sujeitos j citados tomamos conhecimento de que a exist ncia dessa sala que atualmente se circunscrevia no contexto educacional p blico municipal como Sala P lo para atender s crian as surdas teve suas origens num campo de lutas pol ticas em defesa da garantia da oportunidade para que os sujeitos surdos pudessem efetivamente frequentar uma escola que lhe ofertasse condi es de ensino e aprendizagem De acordo com a pedagoga um movimento que potencializou as origens dessa sala foi a pesquisa em n vel de Mestrado desenvolvida na escola por uma ex professora Tal pesquisa que se tornou Disserta o de Mestrado foi defendida no Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Fede
311. nte dos textos visuais buscando entender por exemplo suas origens hist ricas medida que descrevessem explicassem o que o texto diz e como ele diz o que diz REBOU AS 2006 p 109 grifos da autora 211 5 2 O TRABALHO COM TEXTOS EM SALA DE AULA A PARTIR DE PR TICAS COM O LIVRO DIDATICO Como mencionado nosso olhar se voltou para o livro did tico utilizado pela professora na sala de aula porque esse material tamb m orientava o seu trabalho Analisaremos as atividades realizadas com a unidade n mero 7 do livro did tico Porta aberta letramento e alfabetiza o lingu stica 2 ano por uma raz o espec fica por termos vivenciado o dia em que a professora desenvolveu sua pr tica tomando como base essa unidade 17 05 2010 que se iniciava com o trabalho com um texto intitulado A chuvarada nas p ginas 100 e 101 do livro Diante disso nossa quest o ao observarmos essa pr tica foi como a professora conduziria a proposta do livro did tico Fotografias 16 e 17 a seguir Fotografias 16 Texto A chuvarada Fotografias 17 Texto A chuvarada Cont chuvarada P S A m A calma desse jardim J de repente alterada Os bichinhos mi dos fogem Come a uma chuvarada BA formiga tenta entrar no formigueiro a pra n o ser levada pelo aguaceiro 4 e A joaninha tambem procura um local y pra fugir daquele temporal Ze i f m A borboleta percebe o perigo 4 numa folha busca a
312. ntes ao contexto de produ o pois expressam concep es que o fundamentam marcam posi es sobre a forma de conceb los Por essa raz o n o podemos consider los como uma coisa e portanto portadora de verdades absolutas e indubit veis uma vez que n o s o palavras o que pronunciamos ou escutamos mas verdades ou mentiras coisas boas ou m s importantes ou triviais agrad veis ou desagrad veis etc BAKHTIN 2006 p 99 49 3 2 O PROCESSO DE PESQUISA INSER O EM CAMPO E PROCEDIMENTOS NA COLETA DE DADOS O ano letivo conforme previsto no Calend rio Escolar do Ensino Fundamental 2010 ANEXO A comum a todas as escolas da rede municipal de ensino de Vila Velha ES teve in cio no dia 22 de fevereiro Foi a partir dessa data que iniciamos as visitas em algumas escolas dessa rede para solicitar permiss o para o desenvolvimento da investiga o significativo dizer que alguns crit rios colaboraram para orientar a escolha da escola que passou a ser nosso campo de pesquisa quais sejam a deveria ser uma escola pertencente rede de ensino p blico municipal que atendesse s s ries iniciais do ensino fundamental no munic pio de Vila Velha existiam escolas de ensino fundamental que ainda pertenciam rede de ensino p blico estadual O ensino privado tamb m se faz presente por m como j anunciamos no primeiro cap tulo deste projeto foi na rede de ensino p blico municipal de Vila Velha que emerg
313. ntos de sua hist ria Brasil agropecu rio Brasil industrial Brasil com fronteiras abertas para o mundo global o analfabetismo uma praga e portanto precisa ser aniquilado assim como as doen as e as pestes que afetam a popula o 241 Assim os movimentos pol ticos do Estado Republicano v o tomando a escola e principalmente as classes de alfabetiza o infantil lugar onde se desenvolvem tentativas de preparar as novas gera es para participar de uma sociedade supostamente democr tica pois saber ler e escrever se tornou instrumento privilegiado de aquisi o de saber esclarecimento e imperativo da moderniza o e desenvolvimento social MORTATTI 2006 p 2 Na revis o de literatura verificamos que os trabalhos acad micos que discutiram a tem tica pr ticas de alfabetiza o com nfase no letramento subtra ram das discuss es o car ter eminentemente pol tico e ideol gico em que as propostas e pr ticas de alfabetiza o se desenvolvem Desse modo impusemo nos a necessidade de discutir na quarta parte deste relat rio a quest o como e com que finalidade s pol tica s o discurso oficial do MEC tratou e ou tem tratado o ensino da leitura e da escrita chegando a caracteriz lo na atualidade como letramento Responder a esse questionamento foi fundamental para que pud ssemos concluir que o MEC tratou tem tratado o ensino da leitura e da escrita em tempos de letramento como um produto
314. nuncia es A intera o verbal constitui assim a realidade fundamental da l ngua Esse autor ainda acrescenta que A l ngua vive e evolui historicamente na comunica o verbal concreta n o no sistema ling stico abstrato das formas da 176 l ngua nem no psiquismo individual dos falantes BAKHTIN VOLOCH NOV 2006 p 110 Por essa raz o ele afirma que Cada enunciado um elo da cadeia muito complexa de outros enunciados BAKHTIN 2003 p 291 O que todas essas coloca es teriam a ver com os processos de alfabetiza o Entendemos que Bakhtin est dialogando com a parole fala enunciado tal como era defendida por Saussure como um ato individual Por m ela sempre um ato social concretizando se na enuncia o do contr rio n o seria compreens vel Isso s justifica e refor a a necessidade de no processo de alfabetiza o se considerar o texto como uma unidade de sentido tomado como um enunciado concreto da vida Ainda nessa dire o Bakhtin 2008 p 282 283 nos ajuda a pensar que A l ngua materna sua composi o vocabular e sua estrutura gramatical n o chega ao nosso conhecimento a partir de dicion rios e gram ticas mas de enuncia es concretas que n s mesmos ouvimos e n s mesmos reproduzimos na comunica o discursiva viva com as pessoas que nos rodeiam N s assimilamos as formas da l ngua somente nas formas das enuncia es e justamente com essas formas
315. o 16 2 ANUNCIANDO O PROBLEMA DE PESQUISA Todo o enunciado desde a breve r plica monolexem tica at o romance ou o tratado cient fico comporta um come o absoluto e um fim absoluto antes do seu in cio h os enunciados dos outros depois de seu fim h os enunciados respostas dos outros ainda que seja como uma compreens o responsiva ativa muda ou como um ato resposta baseado em determinada compreens o BAKHTIN 2008 p 294 grifos nossos Esta pesquisa tomou como objeto central de estudo inicialmente as pr ticas de alfabetiza o desenvolvidas por uma professora alfabetizadora ao longo do ano letivo de 2010 no contexto de uma sala de aula do 2 ano do ensino fundamental de uma escola da rede p blica municipal de Vila Velha ES medida que avan amos na pesquisa de campo passamos a considerar necess rio tendo em vista a hip tese desta investiga o desenvolver uma discuss o em torno das propostas de alfabetiza o assumidas e proclamadas pelo discurso oficial MEC no per odo compreendido entre 1990 2009 Para contextualiza o e ou explicita o do objeto de pesquisa importante nesta parte considerarmos em primeiro lugar parte do nosso percurso de atua o e de estudos na escola p blica o qual sob nossa perspectiva contribuiu para focarmos o olhar para as pr ticas de alfabetiza o bem como para optarmos por desenvolver a investiga o no contexto do munic pio de Vila Velha ES Enten
316. o significativo tomarmos uma parte do texto de Becalli 2007 o qual nos informa precisamente como esse programa previu desde as suas origens a forma o dos professores alfabetizadores Permitiremos a prop sito que o texto dessa autora descreva como se deu tal cen rio O Governo Federal iniciou o processo de constru o do PROFA em outubro de 1999 por meio de uma conversa institucional entre a SEF MEC e a TV Escola da qual participou Telma Weisz a quem mais tarde foi concedida o cargo de supervisora pedag gica do programa Para formar a equipe pedag gica e atuar na coordena o geral foram convidadas Rosana Dutoit e Rosaura Soligo uma vez que ambas haviam trabalhado na elabora o do m dulo Alfabetizar com Textos do projeto Par metros em A o Assim torna se necess rio pontuar que essas profissionais da educa o ocupavam naquele determinado momento hist rico uma posi o de destaque no contexto educacional brasileiro um lugar que lhes conferia autoridade na rea da alfabetiza o e por isso seus discursos foram tidos como leg timos proporcionando credibilidade ao programa Ainda havia o Grupo Refer ncia constitu do por 14 professoras alfabetizadoras de escolas p blicas do Estado de S o Paulo que foram convidadas pelas representantes oficiais do PROFA a integrarem a equipe pedag gica por conta do interesse e da disponibilidade que demonstraram em compreender melhor como se desenvolve nos
317. o letramento Nessa dire o a Provinha seria elaborada a partir da concep o de alfabetiza o e letramento em que h distin es do que t cnico e do que social importante pensar que essa avalia o elaborada e coordenada pelo mesmo grupo que desde 2003 defende o uso do termo letramento provocador de dicotomia entre alfabetiza o e letramento no tocante ao desenvolvimento da leitura e da escrita no Brasil o Centro de Alfabetiza o Leitura e Escrita Ceale um rg o da Faculdade de Educa o da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG 40 Ainda no munic pio de Vila Velha a partir de 2008 ser o aliadas aplica o da Provinha Brasil e ao Pr letramento cole es de livros did ticos escolhidas entre aspas pelos professores da rede para as s ries iniciais do ensino fundamental importante explicar que praticamente todas as cole es apresentavam conson ncia com o discurso de letramento A t tulo de exemplo podemos citar uma das cole es que passou a ser consideravelmente usada nas classes de alfabetiza o denominada de Alfabetiza o e letramento lingu stico Tal cole o havia sido aprovada pelo MEC e poderia ser utilizada nas escolas em 2010 2011 e 2012 Esse alinhamento entre Provinha Brasil Pr letramento e cole es de livros did ticos nos permitiu perceber que v rios aspectos que foram introduzidos na educa o municipal ligados diretamente s pr ticas alfabetizadoras pa
318. o MEC o Fundeb um fundo especial de natureza cont bil e de mbito estadual um fundo por estado e Distrito Federal num total de vinte e sete fundos formado por parcela financeira de recursos federais e por recursos provenientes dos impostos e transfer ncias dos estados Distrito Federal e munic pios vinculados educa o por for a do disposto no art 212 da Constitui o Federal Independentemente da origem todo o recurso gerado redistribu do para aplica o exclusiva na educa o b sica Informa es obtidas no site do MEC dispon vel em lt http Avww fnde gov br index php financ fundeb gt Acesso em 20 mar 2011 73 as turmas de seis anos das Unidades Municipais da Educa o Infantil Umei s e as de 1 s rie das Unidades Municipais de Ensino Fundamental Umef s pudessem ser organizadas em dois anos letivos constantes do ensino fundamental Essa inten o foi denominada de Projeto de Extens o do Ensino Fundamental que passou a funcionar no munic pio a partir de 2005 A escola campo de pesquisa aderiu a esse projeto As turmas frequentadas por crian as de seis anos tanto nas Umei s quanto nas Umef s eram denominadas de Projeto de Extens o Fase e as turmas frequentadas por crian as de sete anos passaram a ser classificadas como de Projeto de Extens o Fase Il As turmas pertencentes a esse projeto funcionavam no per odo vespertino na escola campo de pesquisa Segundo a pedagoga as crian
319. o Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Inep MEC e ser ofertado s escolas no in cio e no fim do ano letivo O objetivo da Provinha Brasil verificar a compreens o que a crian a tem de um enunciado e o dom nio da leitura diz Roseane Braga t cnica da Secretaria Municipal de Educa o de Vila Velha que esteve em Bras lia participando de uma reuni o organizada pelo MEC Escolas receber o kit Segundo Roseane o MEC ficou de enviar para o munic pio um kit com todas as informa es da Provinha Brasil O material consistir dos seguintes itens uma c pia da prova uma carta dirigida Secretaria de Educa o com instru es e sugest es sobre a aplica o um manual do aplicador um guia de corre o um documento explicativo sobre as matrizes e escalas e outro sobre o que fazer com os resultados dos testes A partir do recebimento do kit a Secretaria de Educa o ficar encarregada de organizar a aplica o da prova nas escolas As quest es a serem respondidas pelos alunos baseiam se em habilidades como diferenciar letras de outros sinais gr ficos diferenciar tipos de letras identificar s labas de palavras ouvidas ou lidas identificar finalidades de textos e elementos de uma narrativa e escrever palavras e textos No fim do ano o Inep dever aplicar nova prova para conferir o conhecimento adquirido dos mesmos alunos Ao contr rio da Prova Brasil que foi aplicada em 2005 e 2007 para os alunos da qu
320. o bem diferente Se sua escola n o souber ensinar n o ter o outro meio de aprender Escolas particulares construtivistas n o t m motivo de emp fia pois embora posem de imensamente melhores que as construtivistas p blicas empalidecem quando comparadas s p blicas n o construtivistas do planeta Afinal dos 5 000 brasileiros declarados incompetentes pela Unesco e OCDE parte era dessas particulares Elas n o servem de modelo para a p blica A popula o cuja nica alternativa a p blica s estar protegida de um futuro de marginalidade desemprego e subemprego se a escola for competente em ensinar Mas dos 35 milh es de crian as no ensino fundamental a cada ano o construtivismo reprova ou expulsa mais de 7 milh es Contabilzado sic 25 anos o tamanho do lesa numanidade assombra No entanto n o ter sido em v o se servir para levar o Minist rio da Educa o a escolher melhor seus conselheiros e conceder crian a o direito de estudar numa escola voltada a compet ncias e capaz de reaprender com a crian a a arte e a ci ncia de desenvolver compet ncias Na alfabetiza o essa escola a f nica Programa busca gerar leitores competentes DA SUCURSAL DO RIO Folha Por que construtivistas e defensores do m todo f nico brigam tanto Telma Weisz A polariza o que vem sendo estabelecida pelos defensores do m todo dito f nico n o entre estes e os construtivistas Muit ssimos educadores
321. o das unidades do livro did tico A quest o de garantir a aprendizagem em torno da leitura e da escrita por meio de repeti o refor o nos chamou a aten o Observamos que esse modo de estimular garantir a aprendizagem se tornava necess rio em tempo de letramento pelo fato de as crian as em processo de alfabetiza o serem consideradas t o somente como mero aprendizes de normas usos e fun es do texto e n o como os agentes do processo como os sujeitos do discurso GERALDI 2010 p 166 Nessa dire o Geraldi 2010 no artigo intitulado Medi es pedag gicas no processo de produ o de textos sublinha que quando a produ o de texto deixa de ser desenvolvida como um gesto pr prio singular do sujeito escritor produzir textos 222 passa a ser uma atividade praticada na escola como um mero exerc cio em que o sujeito em nosso caso as crian as precisa apenas treinar no aqui e no agora preparando se para executar a escrita no futuro como se o exerc cio n o fosse pra valer e que o produto do trabalho escolar dos alunos n o fosse um texto GERALDI 2010 p 166 Tal situa o nos permitiu pensar que em tempo de letramento a aprendizagem da leitura e da escrita pelas crian as se encerra nela mesma justificada quando muito pela ideia de que preciso ler e escrever para dar conta de avan ar na vida de prefer ncia na vida acad mica Sendo assim n o h novidades Diante d
322. o dos banheiros do piso t rreo e uma janela localizada no piso superior da sala da coordena o Os cobog s tijolos com buraquinhos da parede de cor creme oferecem ventila o e ilumina o rampa de acesso ao piso superior Ap s visitarmos esses lugares passamos por todas as salas de aulas da escola a fim de conhecermos esses ambientes Verificamos um total de 12 salas de ensino regular que ficam no piso superior do pr dio e uma sala de aula bil ngue que fica no piso t rreo Constatamos que as salas s o bem ventiladas As paredes das salas que ficam ao lado do corredor possuem tr s pequenas janelas mais ao alto e as paredes que d o acesso ao lado externo t m uma grande janela que cobre toda a extens o do comprimento da sala As estruturas das janelas s o de ferro complementadas com vidros de tonalidade transparente Para prote o das crian as considerando que as salas de aula ficam no piso superior todas as janelas possuem um engradado Mesmo que as janelas facilitem a ventila o cada sala tem quatro ventiladores de teto e dois ventiladores afixados em uma de suas paredes laterais As janelas tamb m cooperam com a boa ilumina o das salas de aula No entanto a ilumina o complementada com l mpadas fluorescentes As professoras utilizam as l mpadas nos dias em que o clima tempo est mais nublado Fizemos quest o de tocar todos os interruptores das salas para percebermos se todas as l mpadas acendiam Pe
323. o elemento que produz o conhecimento de natureza biol gica No caso da media o o elemento que produz o conhecimento de natureza humana pois s o as pessoas que realizam a media o O estabelecimento entre esses dois modos de pensar a rela o das crian as com o objeto poderia possibilitar professora compreender que o objeto escrita algo produzido culturalmente pelos seres humanos portanto portador de significa es Desse modo torna se complicado para as crian as efetivamente se apropriarem da escrita a partir de pr ticas em que elas s o apenas expostas a objetos pois como alertam Gontijo e Schwartz 2009 p 6 os objetos n o falam eles n o dizem como podem ser usados para que servem quem fala e quem diz somos n s os seres humanos Complementam ainda essas autoras afirmando que somente n s seres humanos e no caso da aprendizagem escolar n s os professores que podemos realizar a media o entre as crian as e os objetos culturais Somente por meio da nossa media o as crian as podem produzir e se apropriar dos conhecimentos criados ao longo da hist ria humana GONTIJO SCHWARTZ 2009 p 6 Se a professora pesquisada em sua forma o inicial ou em sua forma o continuada fosse incentivada a pensar o processo de alfabetiza o a partir da perspectiva hist rico cultural certamente ela entenderia que a linguagem escrita de natureza cultural porque foi cria
324. o fundamental comple mentou o prefeito de Anajatu ba Nilton Lima Filho Fonte Dispon vel em lt http issuu com atosefatos docs 26012010 gt Acesso em 26 out 2010 A mat ria ressalta a compreens o oficial da ent o governadora Roseana Sarney e das autoridades pol ticas de todo o Estado do que seria alfabetiza o ao se referirem ao Programa Alfa e Beto a ideia de alunos bem alfabetizados seguindo a 153 perspectiva de codifica o e decodifica o contribuiu para bons resultados na avalia o da Prova Brasil no Maranh o ver terceira coluna da mat ria No ltimo par grafo vemos uma nota de um dos prefeitos no m nimo inquietante considerando como a popula o do Nordeste sofrida historicamente mereceria ser efetivamente alfabetizada Vejamos a declara o do prefeito do munic pio de Anajatuba Nilton Lima Filho O m todo f nico sensacional pois est centrado na repeti o Temos a certeza de que ele eficiente para combater problemas s rios que aparecem nas primeiras s ries do ensino fundamental tamb m interessante observarmos como a ades o feita pela governadora Rosenana Sarney foi proclamada pelo munic pio de BacabeiraMA em uma reportagem no jornal O Estado do Maranh o Certo dizer que cada munic pio que aderiu ao programa fez os seus coment rios em jornais locais A mat ria intitulada 8 Programa Alfa e Beto lan ado em Bacabeira nos dois ltimo par graf
325. o oficial para a forma o de alfabetizadores No contexto de tais disputas por exemplo em 11 de novembro de 20083 em uma mat ria intitulada Perfil disson ncia na alfabetiza o no jornal Folha de S o Paulo o defensor principal do m todo f nico Fernando Capovilla que fez parte do Grupo de Trabalho Alfabetiza o infantil novos caminhos se posiciona contra a perspectiva construtivista Apresentamos a seguir tal mat ria guisa de esclarecimento importante dizer que optamos em apresent la praticamente na ntegra pelo fato de que esse documento permite que visualizemos de que modo se configurou um embate intenso e tenso e portanto significativo na hist ria da alfabetiza o no Brasil haja vista que se tinha em pauta a legitima o da perspectiva oficial que orientaria o ensino da leitura e da escrita O que poderia haver em comum entre o comandante Fidel Castro o xerife George W Bush e um pacato professor de psicologia da USP Parece incr vel mas une os tr s uma causa que no Brasil ainda n o chegou pol tica a defesa do m todo f nico de alfabetiza o Aprovado entre crian as com dislexia e adotado com bons resultados em v rios pa ses a partir da metade da d cada de 1990 o m todo encontrou em Fernando Capovilla 43 seu evangelista brasileiro Adepto da religi o batista Capovilla carrega mesmo um jeito de mission rio na postura t mida na entona o calma da voz embora a con
326. o que caracteriza a alfabetiza o como hist rico cultural o fato de os elementos constitutivos desse processo serem resultado de pr ticas sociais As crian as os jovens e os adultos n o inventam durante o processo de alfabetiza o o sistema de escrita o l pis o caderno etc e nem tampouco inventam os modos de sua utiliza o eles se apropriam do resultado do desenvolvimento social e ao fazerem garantem a continuidade da hist ria e portanto a constru o de novos instrumentos novas pr ticas pelo processo de diversifica o e reconstru o das j existentes Acredito que esses elementos por si s s evidenciam a inconsist ncia e a falta de sentido em querer colocar a alfabetiza o no mbito do individual e o processo de letramento no mbito do s cio hist rico GONTIJO 2005 p 64 65 RESUMO Esta pesquisa configura se em de um estudo de caso que teve como hip tese central a ideia de que a ado o do termo ou perspectiva do letramento por parte do discurso oficial MEC representou a possibilidade de concilia o entre as ideias construtivistas e as defendidas pelos seguidores dos antigos m todos de alfabetiza o tanto no tocante s pr ticas de alfabetiza o quanto no que se refere ao campo das decis es pol ticas Tendo como pano de fundo tal hip tese desenvolvemos duas a es a saber a uma pesquisa de campo que teve como objetivo analisar as pr ticas de alfabetiza o em tempo
327. o que estamos afirmando n o nos surpreenderam as respostas das crian as em torno de duas perguntas que direcionamos a elas ao final do ano letivo no dia 07 12 2010 qual seja voc acha importante aprender ler e escrever Por qu Das 14 crian as entrevistas todas concordaram que aprender a ler e a z escrever importante SIM Quando perguntamos Por que importante apresentaram prontamente as seguintes respostas Crian a A para poder se formar quando for grande quero ser cantora Crian a B porque aprende mais r pido e fica inteligente e n o fica burro Crian a C porque tipo tem uma prova e a importante para fazer prova para comunicar tipo voc t com saudades da m e Crian a D para as pessoas aprenderem Crian a E porque quando eu tiver grande como que vou saber escrever Crian a F por causa que bom a gente aprende muito Crian a G quando a gente tiver filhos e ele n o saber ler a gente ensina Crian a H pr passar de ano Crian a l pr pr consegui fazer o dever de casa sozinho Crian a J porque voc pode ter um emprego bom Crian a K pr ficar inteligente Crian a L pr passar de ano e depois arrumar um bom emprego Crian a M pr consegui estudar bastante Crian a N porque quando voc vai trabalhar as pessoas pode pedir pr voc ler e voc n o pode n o saber se n o fica sem futuro se n o souber ler interessante observar que os
328. o um conjunto de diretrizes pol ticas voltado para a recupera o da escola b sica no Pa s Em seu conjunto o Plano Decenal marca a aceita o formal marcamos em negrito de prop sito pelo Governo Federal brasileiro das teses e estrat gias formuladas nos f runs internacionais que diziam tratar da melhoria da educa o b sica Ou seja deixou de ser aluno rebelde 99 como na era Collor pois agora j vivia os tempos p s impeachment era do Governo de Itamar Franco O Plano Decenal tinha como metas incrementar em cerca de 50 os atuais n veis de aprendizagem nas mat rias do n cleo comum tomando como refer ncia os novos padr es de conte dos m nimos nacionais e de compet ncias b sicas a serem determinados para o sistema elevar a no m nimo 94 a cobertura da popula o em idade escolar assegurar a melhoria do fluxo escolar reduzindo as repet ncias sobretudo na primeira e quinta s ries de modo a que 80 das gera es escolares do final do per odo possam concluir a escola fundamental com bom aproveitamento criar oportunidade de educa o infantil para cerca de 3 2 milh es de crian as do segmento social mais pobre proporcionar aten o integral a 1 2 milh es de crian as e adolescentes atrav s do Programa Nacional de Aten o Crian a e ao Adolescente PRONAICA em reas urbanas perif ricas ampliar o atendimento de jovens e adultos priorizando a faixa de 15 a 19 anos
329. ob nossa perspectiva para uma apreens o mais significativa em torno das pr ticas da professora alfabetizadora lembrando sempre que tais pr ticas se concretizam no interior de uma organiza o de uma vida escolar E a vida escolar por n s desconhecida e vice versa n o se entregou n o se apresentou de modo f cil houve algumas resist ncias no in cio do processo de coleta de dados fato que tamb m potencializou estender o per odo de nossa perman ncia na escola Na primeira conversa ocorrida no dia 11 de mar o que tivemos com a dire o e a parte pedag gica da escola obtivemos a aprova o para a realiza o da pesquisa No entanto a diretora da escola afirmou que n o podia dar a palavra final que dependeria do resultado de nossa conversa com todos os professores da escola no dia seguinte 12 3 2010 em uma reuni o de planejamento quinzenal O grupo pertencia ao turno vespertino A aprova o do grupo composto por professoras das turmas do 1 ao 5 ano e uma segunda pedagoga definiria nossa entrada e perman ncia na escola para desenvolver a investiga o A diretora da escola solicitou que apresent ssemos logo no primeiro momento da reuni o nosso projeto de pesquisa e lan ssemos a ideia de que necessit vamos que uma professora da classe do segundo ano pudesse nos aceitar para fazermos a investiga o Havia duas professoras que atuavam nas duas classes de alfabetiza o existentes na 37 At o ano de
330. oficialmente as atividades educativas do ponto de vista administrativo e pedag gico assim como em Linhares em torno da agenda do Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educa o com implica es significativas para as pr ticas 23 de alfabetiza o De fato verificamos que no dia 16 de maio de 2008 Vila Velha ainda na gest o do prefeito Sr Max de Freitas Mauro Filho havia assim como Linhares efetivamente confirmado a sua ades o a esse plano ao assinar um documento intitulado Termo de Coopera o T cnica comprometendo se a desenvolver num prazo de quatro anos a es que constavam no documento que o MEC denominou de Plano de A es Articuladas PAR O Termo informa os dados legais bem como o objeto central a que se refere A Uni o por meio do Minist rio da Educa o MEC inscrito no CNPJ sob o n 00 394 445 0124 52 com sede na Esplanada dos Minist rios Bloco L Bras lia DF neste ato representado pelo ministro de Estado Fernando Haddad e o MUNIC PIO DE VILA VELHA ES representado pela PREF MUN DE VILA VELHA inscrita no CNPJ MF sob o n 27165554000103 neste ato representada pelo a prefeito a MAX FREITAS MAURO FILHO residente e domiciliado a em Vila Velha ES CPF n 98941917700 resolvem celebrar o presente Termo de Coopera o T cnica em conformidade com as pe as constantes no Processo n 23400 004716 2008 34 nos termos do Decreto n 6094 de 24 de abril de 2007 mediante as cl usulas e condi
331. ojeto Formar envolve 750 professores com acompanhamento e avalia o Acreditamos neste trabalho do governo do Estado afirmou Nunes Para o diretor da empresa a educa o e a cidadania devem ser preparadas A Aracruz est disposi o e vai se integrar contribuir com a iniciativa dentro da sua vis o de responsabilidade social Yeda destacou que est entusiasmad ssima com o trabalho que nos espera e tamb m acentuou que preciso planejar programar para o futuro Sen o o futuro nos engole V rios empres rios ap s a exposi o do projeto cumprimentaram a governadora a secret ria e manifestaram o seu interesse em firmar 111 Dispon vel em lt http www estado rs gov br direciona php key Y2FwYTOxJmludD1ub3RpY2lhJm5vdGIkPTU2MTE2 JnBhZz040CZIZGIOb3JpYTO4Jm1 pZGIhPSZvcmInPTE gt Acesso em 23 out 2010 162 parceria com o governo O projeto piloto est diretamente relacionado com o Compromisso Todos pela Educa o lan ado em setembro de 2006 pela iniciativa privada educadores economistas comunicadores e gestores p blicos da Educa o Avalia o O Instituto Cesgranrio do Rio de Janeiro ser respons vel pela avalia o do desempenho dos alunos participantes Os programas possuem metodologias de ensino diferenciadas a partir da capacita o dos professores utiliza o de materiais did ticos adequados e acompanhamento dos professores e estudantes ao longo do ano A secreta
332. ojeto pol tico pedag gico da escola a Como foi elaborado Quando b Quais os principais aspectos nele contemplados c Contempla objetivos estrat gias para o trabalho com a alfabetiza o d Como voc avalia o desenvolvimento desse projeto no ano letivo de 2010 25 Voc encontra alguma dificuldade para propor pr ticas de alfabetiza o diferentes das que s o habitualmente usadas na escola Quais 26 Quais as condi es de ensino aprendizagem s o necess rias para que a alfabetiza o no primeiro ano se efetive 27 Como o setor de educa o b sica tem orientado o trabalho com a linguagem escrita na escola Quais iniciativas foram tomadas nesse sentido 28 De onde se originam as pr ticas de avalia o da aprendizagem da leitura e da escrita utilizadas na escola 29 No decorrer do processo de ensino aprendizagem da leitura e da escrita como se d a avalia o da aprendizagem da crian a 30 Quais os objetivos orientam as pr ticas avaliativas do ensino da aprendizagem da leitura e da escrita 287 31 Existe alguma orienta o em n vel de sistema municipal de ensino para avalia o dos alunos quanto capacidade de leitura e da escrita Se a resposta for afirmativa explique como isso acontece 32 Que espa os tempos e materiais educativos s o destinados ao trabalho com a linguagem escrita na escola Como s o utilizados 33 Em sua avalia o como tem ocorrido o uso da biblioteca na escola 3
333. ola A outra encontrou um modo de dizer por meio de uma produ o de texto em que o verbal e a imagem pudessem se complementar Para garantir a entrega do presenteftexto ou melhor o endere amento do texto as duas abriram as duas ltimas p ginas em branco de meu caderno de campo e colaram com bastante cola os dois textos Interessante essa cena Duas crian as efetivamente exercendo por si pr prias a condi o de serem dial gicas e portanto produtoras de textos Percebemos que essas crian as se apropriaram de todos os elementos necess rios efetiva elabora o de um texto pois elas reconheceram que tinham o que dizer tinham raz es para dizer estavam certas do endere amento textual e escolheram o suporte o g nero enfim as estrat gias para que naquele ato comunicativo pudessem se constituir efetivamente como locutores GERALDI 1998 p 137 Diante disso somos remetidos s palavras de Geraldi 1993 e ficamos convencido de que a produ o de textos orais e escritos deve ser tomada por n s educadores como ponto de partida e de chegada de todo processo de ensino aprendizagem da l ngua E isto n o apenas por inspira o ideol gica de devolu o do direito palavra s classes desprivilegiadas para delas ouvirmos a hist ria contida e n o contada da grande maioria que hoje ocupa os bancos escolares Sobretudo porque no texto que a l ngua objeto de estudos se revela em sua tota
334. olvendo o tema Copa do Mundo A seguir apresentamos o texto 198 2 texto informativo O que um continente uma massa de terra coberta de diversos tipos de vegeta o e cercada por gua semelhante a uma ilha com a diferen a de ser muito maior Como a ilha mais extensa da terra a Groel ndia qualquer espa o maior que esta considerada um continente Tamb m pode se considerar que um continente seja um conjunto de pa ses como a Oceania formada apenas por arquip lagos e ilhas Os continentes s o Am rica Europa sia frica Oceania e Ant rtida Fonte Internet importante destacar uma situa o que ocorreu enquanto a professora passava o texto na lousa Uma crian a questionou do seguinte modo a professora S professora para copiar este texto Professora para copiar sim S professora continuou passando o texto na lousa Tal crian a comentou sussurrando com uma outra crian a que estava ao seu lado S F mas se a gente j sabe o que continente porque j falou na aula passada porque tem que copiar o que continente F n o sei mais pra copiar ent o vamos copiar a professora t mandando Ap s esse pequeno di logo as duas crian as passaram a fazer a c pia da lousa Verificamos que para a crian a que questionou n o fazia sentido fazer anota es sobre aquilo que j sabia dominava Al m do mais o t tulo do texto fazia uma pergunta e j dava a re
335. omia em rela o l ngua oral e ainda os determinantes sociais das fun es e fins da aprendizagem da l ngua escrita Essa discuss o concretizada por Magda Soares em seu texto As muitas facetas da alfabetiza o Conforme assume a pr pria autora nesse texto ela estaria proclamando as discuss es b sicas para o que ir denominar anos mais tarde de letramento Diante da expectativa anunciada nesse selo em 1990 de que modo efetivamente passou a se configurar em anos posteriores o quadro da alfabetiza o no Brasil Verificamos que at a metade da d cada de 1990 mesmo com os apelos da Unesco e diante dos acordos assinados nas confer ncias internacionais at ent o de cada duas crian as que ingressavam na primeira s rie da escola brasileira uma era reprovada ou seja 50 eram reprovadas Essa realidade permaneceu praticamente inalterada por muito tempo como podemos conferir na tabela a seguir Tabela 4 Taxa de reprova o ao final da 1 s rie do ensino fundamental 1956 1996 TAXA DE REPROVA O 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 56 6 51 52 49 48 48 48 49 46 46 41 Fonte IBGE INEP 1996 De acordo com Mortatti o censo brasileiro de 1980 apontava que 25 4 da popula o com idade igual ou superior a 15 anos eram considerados analfabetos ou seja cerca de 30 milh es de pessoas n o sabiam ler nem escrever Nos anos seguintes 1991 a 1996 a situa o n o muito desig
336. omo j anunciamos o discurso oficial do MEC em torno do Plano de Metas e Vila Velha passa a seguir as prescri es desse discurso No discurso oficial para explicar e ou convencer os munic pios a aderirem o Plano de Metas verificamos que a t nica b sica de convencimento se centrava na ideia de que os Estados e munic pios receberiam recursos caso tivessem Ideb com ndice baixo conforme poss vel perceber na mat ria oficial no site do Governo Federal a seguir na ntegra divulgada no dia 25 de junho de 2007 Os munic pios com os mais baixos ndices de Desenvolvimento da Educa o B sica Ideb do pa s ter o prioridade para receber do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o FNDE recursos destinados a projetos educacionais E o que determina a Resolu o n 29 do FNDE publicada pelo Di rio Oficial da Uni o na ltima quinta feira 21 de junho A resolu o estabelece os crit rios os par metros e os procedimentos para a operacionaliza o da assist ncia financeira suplementar a projetos educacionais para 2007 no mbito do Compromisso Todos pela Educa o lt http Awww vilavelha es gov br index php view article amp catid 1 3 AGeral amp id 4027 3AFutebol 2C basquete e surf no final de semana em Vila Velha amp format pdf amp option com content amp ltemid 228 gt Acesso em 2 out 2010 15 Mat ria Prefeito apresenta diagn sticos da Agenda XXI que descrevia um mapeamento de Vila Velha na elab
337. or afirma que o conhecimento n o se reduz a um rol de dados isolados conectados por uma teoria explicativa o sujeito observador parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fen menos atribuindo lhes um significado p 79 Nessa dire o o objeto n o um dado inerte e neutro est possu do de significados e rela es que sujeitos concretos criam em suas rela es p 79 aponta esse autor Levando em considera o os preceitos da perspectiva qualitativa de pesquisa assinalados por Chizzotti 2006 e assumindo o car ter hist rico e cultural do objeto de estudo pr ticas de alfabetiza o optamos pelo estudo de caso para orientar o desenho metodol gico desta investiga o Segundo Sarmento 2003 p 138 em conson ncia com Yin 2001 p 13 o estudo de caso pode ser definido como uma investiga o emp rica que investiga um fen meno contempor neo dentro do seu contexto real de vida especialmente quando as fronteiras entre o fen meno e o contexto n o s o absolutamente evidentes Consideramos interessante esse desenho metodol gico por nos permitir desenvolver conforme apontam L dke e Andr 1986 p 18 uma investiga o em uma situa o real observando dados descritivos em um plano aberto e flex vel focalizando a realidade de forma complexa e contextualizada p 18 Um outro ponto importante no processo de escolha do estudo de caso para deli
338. ora o da Agenda 21 em 14 de outubro de 2003 Dispon vel em lt http Avww vilavelha es gov br Not cias Geral 4343 Prefeito apresenta diagnosticos da Agenda XXl html gt Acesso em 2 out 2010 26 criado no ltimo dia 24 de abril pelo Decreto n 6 094 A lista dos munic pios priorit rios conta do anexo I da resolu o O Compromisso tem por objetivo a uni o de esfor os das tr s esferas de governo das fam lias e da comunidade para melhorar a educa o b sica no pa s Assim para receber os recursos os munic pios t m de assinar o Termo de Ades o ao Compromisso Todos pela Educa o dispon vel no portal do MEC e no s tio do FNDE na Internet www fnde gov br A ades o volunt ria e pressup e o compromisso de atender as 28 diretrizes exig ncias do Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE at 2011 O Termo de Ades o deve ser preenchido e apresentado ao FNDE na Diretoria de Programas e Projetos Educacionais SBS Quadra 2 Bloco F Edif cio Aurea sobreloja sala 7 Bras lia DF CEP 70 070 929 Plano de A es Articuladas PAR Ap s a entrega do documento de ades o os munic pios receber o visita de uma comiss o t cnica que ir ajudar os gestores municipais a elaborar o Plano de A es Articuladas formado pelo diagn stico do contexto educacional e pelas metas a serem atingidas para aumentar o Indice de Desenvolvimento da Educa o B sica Ideb local A equipe t cnica ser composta por mem
339. orrespond ncias pessoais De que tipos Outros tipos de materiais n o relacionados 13 Quando necessita usar a leitura nas tarefas de casa ou no dia a dia a crian a Geralmente l sozinha As vezes solicita ajuda de outra pessoa Sempre solicita ajuda de outra pessoa N o faz uso da leitura 14 Que tipo de material utilizado pela crian a ou por outra pessoa que l para ela para leitura no ambiente familiar Livros de literatura infantil Gibis Revistas Jornais Nenhum material Outros 15 Para voc importante que seu filho a aprenda a ler e escrever Por qu 16 Em sua opini o qual a fase escolar mais prop cia para o aprendizado da leitura Por qu 17 Quais atividades voc considera importantes e ou contribuem para que seu filho aprenda a ler 273 As perguntas que seguem est o relacionadas com a pr tica do adulto pai m e ou respons vel que convive com a crian a Nome do entrevistado Quem mais influenciou no seu gosto pela leitura M e ou respons vel do sexo feminino Algum professor ou professora Pai ou respons vel do sexo masculino Algum amigo ou amiga Algum outro parente Padre pastor ou algum l der religioso Algum colega ou superior no trabalho Outra pessoa Ningu m Sp pe e pm e e o a Qual quais dos livros abaixo voc possui em casa Dicion rio Guias listas e cat logo Enciclop dias B b
340. os expressa nitidamente como desenvolvido o programa e portanto como dicotomiza alfabetiza o o processo mec nico da leitura e produ o de textos conforme podemos ver a seguir Em mais uma a o para melhorar a qualidade do ensino p blico de Bacabeira o prefeito do munic pio Jos Ven ncio Correa Filho Venancinho lan ou na manh de quarta feira 7 o programa de alfabetiza o Alfa e Beto O m todo desenvolvido pelo professor mineiro Jo o Batista Oliveira chega a Bacabeira e em outros 58 munic pios maranhenses por meio de uma parceria entre Governo do Estado e o Instituto Alfa e Beto A solenidade de lan amento do Alfa e Beto em Bacabeira foi acompanhada pela coordenadora estadual do Programa Ana Carolina Salom o pela secret ria municipal de Educa o Vilany Oliveira pela coordenadora municipal do Alfa e Beto Nina M rcia Diniz secret rios municipais vereadores a equipe t cnica da Secretaria de Educa o al m de gestores e professores Venancinho destacou o desenvolvimento de uma s rie de a es pela Prefeitura para melhorar a qualidade do ensino nas escolas p blicas de Bacabeira E disse que o Alfa e Beto chega para somar e ajudar a concretizar a meta estabelecida pela Prefeitura que erradicar o analfabetismo nas s ries iniciais do ensino fundamental at o fim de 2012 Desde o ano passado n s estamos investindo na forma o do professor alfabetizador Com
341. os de atualiza o e desenvolvimento profissional XV dar consequ ncia ao per odo probat rio tornando o professor efetivo est vel ap s avalia o de prefer ncia externa ao sistema educacional local XVI envolver todos os professores na discuss o e elabora o do projeto pol tico pedag gico respeitadas as especificidades de cada escola XVII incorporar ao n cleo gestor da escola coordenadores pedag gicos que acompanhem as dificuldades enfrentadas pelo professor XVIII fixar regras claras considerados m rito e desempenho para nomea o e exonera o de diretor de escola XIX divulgar na escola e na comunidade os dados relativos rea da educa o com nfase no Indice de Desenvolvimento da Educa o B sica IDEB referido no art 30 XX acompanhar e avaliar com participa o da comunidade e do Conselho de Educa o as pol ticas p blicas na rea de educa o e garantir condi es sobretudo institucionais de continuidade das a es efetivas preservando a mem ria daquelas realizadas XXI zelar pela transpar ncia da gest o p blica na rea da educa o garantindo o funcionamento efetivo aut nomo e articulado dos conselhos de controle social XXII promover a gest o participativa na rede de ensino XXIII elaborar plano de educa o e instalar Conselho de Educa o quando inexistentes XXIV integrar os programas da rea da educa o com os de outras reas como sa de espor
342. os era divulgado pelo Inep A partir de 2007 o Inep passa a divulgar o ndice por escola e por munic pio Os resultados dessa avalia o n o s o divulgados como ocorre com o Saeb e a Prova Brasil por exemplo A orienta o do MEC Inep que as escolas mesmo apliquem as avalia es e tomem os seus resultados para projetar suas a es futuras 20 segunda edi o foram tributados de certa forma ao fato de as escolas terem no per odo orientado o ensino a partir dos descritores dessa avalia o Lembramos que a partir do in cio dos anos 90 esse munic pio havia acentuado os debates em torno da alfabetiza o o que culminou na legitima o por parte da Semec Linhares do discurso construtivista de alfabetiza o como orientador para o desenvolvimento das pr ticas de ensino da leitura e da escrita naquele munic pio O Brasil inteiro passava a discutir essa perspectiva e portanto o munic pio de Linhares n o foi uma exce o A partir de aplica o da Provinha Brasil em 2008 a equipe t cnica pedag gica respons vel pela forma o de professores alfabetizadores introduziu nas discuss es no tocante alfabetiza o o discurso de letramento afirmando que tal perspectiva colaboraria para que o munic pio melhorasse ampliasse a condu o das pr ticas de alfabetiza o Conduzir as pr ticas balizadas pela Provinha Brasil e pelo discurso do letramento segundo o pensamento da equipe colocaria Linhares caminhando lado
343. os por uma perspectiva de compromisso social coletivo N o casual que a ideologia das compet ncias e da empregabilidade esteja no centro dos par metros e das diretrizes educacionais e dos mecanismos de avalia o 105 Ao observarmos que foi desse modo que se objetivou a rela o MEC Banco Mundial concordamos com Warde e Haddad 1998 p 9 grifo nosso quando afirmam que no Brasil a concep o t cnica e financeira do BM ao setor educacional n o nova data da primeira metade dos anos 70 Novas s o a natureza e a dimens o da sua influ ncia tanto pelo volume de recursos aplicados quanto e principalmente pelo impacto das suas orienta es nas reformas educacionais Isso constitui o car ter estrat gico que vem se desenrolando no processo de reestrutura o neoliberal dos pa ses em desenvolvimento por meio de ajuste estrutural Desse modo o BM passa a exercer profunda influ ncia nos rumos do desenvolvimento para melhor ou para pior em mbito mundial Nessa dire o constatamos que ao longo dos anos 90 as orienta es hegem nicas come avam a cobrar resultados dos trabalhos que haviam sido agendados nas reuni es internacionais O Plano Decenal se apresentou como uma possibilidade de resposta de nosso Pa s a tais exig ncias importante lembrar como Saviani em seu texto Sistemas de ensino e planos de educa o o mbito dos munic pios descreve esse momento Em 1993 foi editado o Plano Dece
344. oss vel com a exist ncia de espa os para estudo para troca de experi ncias para planejamento e para organiza o intencional e sistem tica do trabalho a ser realizado com as crian as na sala de aula interessante n o esquecermos qual era a base central das intencionalidades no momento em que o Pa s optou pelo PROFA para orientar a forma o dos professores alfabetizadores O contexto que j descrevemos indica que o Brasil deveria demonstrar bom desempenho no tocante aos ndices de reprova o e repet ncia nas s ries iniciais bem como nas avalia es oficiais Na poca demonstrar bom desempenho estaria ligado possibilidade de fazer por exemplo novos empr stimos s ag ncias internacionais al m de demonstrar para a Unesco que havia se preocupado em pensar com mais seriedade a d vida hist rica de um pa s de muitos analfabetos Em 2003 diante do resultado do ndice de analfabetismo no Brasil apontado no relat rio do MEC Inep 2003 divulgado na poca do primeiro mandato do presidente Luis In cio Lula da Silva foi anunciada uma nova t tica do discurso oficial para a educa o o lan amento do Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE que estabelece o Compromisso Todos pela Educa o parte integrante do PDE Diante dessa nova t tica importante questionarmos como tem se configurado o BM principalmente em suas reformas mais recentes Sobre essa quest o Soares 1998 p 26 nos ajuda a entender ao a
345. ostuma receber j ganhou material para a leitura livros Quem deu Em que ocasi o 17 As pessoas da fam lia fazem uso da leitura em casa Que tipo 18 Quem l para voc em casa O qu Quando 19 Quem ajuda nas tarefas da escola 20 J estudou em outra escola Qual 21 Gosta desta escola Por qu 22 Qual atividade mais gosta de fazer na escola 23 Qual n o gosta Por qu 24 Voc j comprou algum livro ou revista Qual quais 282 25 Quando voc quer ler onde consegue os livros 26 Voc gosta de ir biblioteca de sua escola 27 O que voc acha dos livros da biblioteca Tem muita variedade Voc consegue levar sempre aquele que procura 28 Voc l para algu m Quem O que voc l 29 Voc gosta de ouvir hist rias De que tipo 30 Os que voc acha dos textos de seus livros did ticos de Portugu s Matem tica Hist ria Geografia e Ci ncias Por qu 31 Qual a mat ria que voc mais gosta de estudar Por qu 32 Voc acha importante aprender a ler e escrever Por qu 33 Outros dados suscitados durante a conversa 283 AP NDICE J ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM O A PEDAGOGO A Este instrumento de pesquisa ser utilizado para coletar informa es para a caracteriza o do a pedagogo a envolvido a no estudo 1 Sexo Masculino Feminino 2 Idade Abaixo de 25 anos Entre 26 e 30 anos Entre 31 e 35 anos Entre 36 e
346. ovo conhecimento passa a desnudar a raz o de ser que se encontra por detr s dos fatos desmitologizando assim as falsas interpreta es desses mesmos fatos de modo a deixar de existir qualquer separa o entre pensamento linguagem e realidade objetiva MACEDO 2000 p 9 Nesse sentido para o autor a alfabetiza o se alicer aria em uma reflex o cr tica sobre o capital cultural dos oprimidos Somente assim ela se tornaria uma possibilidade pela qual os sujeitos seriam equipados com instrumentos necess rios para se reapropriarem de sua hist ria de sua cultura Nesses termos a alfabetiza o seria um modo de tornar os sujeitos de linguagens datados localizados com capacidade de articular aquelas experi ncias hist ricas e existenciais que s o desvalorizadas na vida cotidiana pela cultura dominante a fim de que sejam n o s validadas mas tamb m compreendidas criticamente MACEDO 2000 p 9 Por isso para o autor uma perspectiva de alfabetiza o que tenha um ensino de leitura com enfoque t o somente no uso das regras de uma l ngua dominante reduziria as possibilidades de os sujeitos entrarem em contatos dial ticos com a classe dominante porque reproduz os valores da classe dirigente pela manuten o dos status quo e portanto acaba sustentando a manuten o do modelo elitista de educa o que cria intelectualistas e tecnocratas em vez de intelectuais e t cnicos MACEDO 2000
347. p 9 grifo nosso Ainda complementa o autor a alfabetiza o realizada t o somente numa perspectiva de l ngua padr o dominante se torna alienadora para os estudantes das camadas subalternas uma vez que lhes nega as ferramentas b sicas para a reflex o o pensamento cr tico e a intera o social MACEDO 2000 p 9 Sem 209 cultivar aspectos da l ngua corrente como sujeitos de linguagem e privados da oportunidade de reflex o e pensamento cr tico os estudantes s o colocados em situa es que podem torn los incapazes de recriar a pr pria cultura e a pr pria hist ria Sem a possibilidade de reapropria o de seu capital cultural para o autor ficaria portanto distante a possibilidade de atua o efetiva desses sujeitos nas sociedades em que habitam Al m dos aspectos tratados em torno do trabalho com a escrita com a produ o de texto e com a leitura pensamos ser significativo nos referimos ao modo como o texto imag tico foi tratado ao longo das atividades do Projeto Copa do Mundo 2010 Das 19 atividades desenvolvidas nesse projeto pelo menos seis tiveram a imagem desenho como foco do trabalho A primeira vez que o texto imag tico apareceu foi para servir de elemento ilustrativo na introdu o do projeto na sala de aula Curiosamente ser com esse mesmo enfoque que esse tipo de texto aparecer em todas as demais atividades Rebou as 2006 em um de seus textos intitulado Uma leitura de textos vi
348. p blica Federativa dos Estados Unidos do Brasil cargo que exerceu de 15 de mar o de 1990 a 29 de dezembro de 1992 Foi tamb m o primeiro presidente eleito por voto direto ap s o Regime Militar em 1989 90 governo Collor n o demorou a se iniciar uma s rie de reformas propostas pelo modelo neoliberal Desse modo havia se encerrado a possibilidade do cumprimento do slogan que basicamente havia marcado os anos 80 Tudo pelo social express o da Nova Rep blica que desejava sugerir que as pol ticas p blicas sociais teriam efetivamente prioridades sa de educa o seguran a moradia e saneamento b sico Sabemos que a elei o de Collor trouxe v rias modifica es em rela o ao governo anterior Para a economia por exemplo esse momento passou a representar um divisor de guas pois o Brasil foi inserido no quadro internacional que imp s novas perspectivas de competitividade tendo em vista a globaliza o Nesse contexto o termo privatiza o j come a a ser posto em pr tica como palavra de ordem Essa foi uma das primeiras medidas na chamada reforma do Estado Inicia se a minimiza o do Estado para que o Pa s se inclu sse na nova ordem de mercado Nessa dire o Lib neo 2008 p 163 afirma O pano de fundo da reforma educacional brasileira come ou a delinear se nos anos 90 com o governo de Fernando Collor de Melo que assumiu a presid ncia da rep blica e encetou a abertura do mercado brasileiro a fim
349. pa ses considerados em 106 desenvolvimento em termos de rendimento quantitativo escolar n o era das melhores Motivo que colabora como j dissemos no in cio deste texto para que a Unesco declare 1990 como Ano Internacional da Alfabetiza o objetivando evidenciar a cada ano da d cada de 1990 a necessidade de todos os pa ses em desenvolvimento cuidarem dos ndices de analfabetismo de crian as jovens e adultos Nesse mesmo ano conforme podemos observar na fotografia a seguir no Brasil lan ado pelos Correios um selo que fez alus o a essa data Fotografia 8 Selo lan ado pelos Correios do Brasil 1990 dedddde dd e L lt E La A x a COCCCCUCCCO t 4 C C C i 4 f Fonte Arquivos do pesquisador janeiro de 2011 Seguindo uma leitura da composi o visual desse selo observamos o desenho de um l pis sustentando em sua ponta o globo terrestre Ao redor dessa cena temos as letras cor vermelha que comp em o nosso alfabeto dispostas na sequ ncia em que s o ensinadas na escola brasileira de a a Z Temos assim a possibilidade de inferir que no selo est circunscrito um discurso que apresenta certa expectativa sobre a alfabetiza o naquele contexto a possibilidade de dar conta de solucionar as quest es dos pa ses subdesenvolvidos principalmente o desenvolvimento econ mico Sobre essa assertiva importante verificarmos que na
350. palavras cruzadas trilhas livrinhos de literatura infantil textos com imagens o alfabeto de modo que as crian as possam interagir em diferentes momentos com diversos materiais e desse modo desenvolvam a escrita alfab tica Constatamos ent o que tanto as atividades de recupera o refor o quanto o discurso da professora estavam marcados povoados pela ideia de que t o somente as rela es das crian as com os objetos neste caso a escrita j produziria aprendizagem e consequentemente o seu desenvolvimento Ent o a apreens o ou melhor a aquisi o da escrita alfab tica pela crian a estaria garantida pela 228 rela o sujeito crian a cognoscente e objeto escrita a ser conhecido adquirido conforme discutem Gontijo e Schwartz 2009 Passamos a perceber que essa ideia que marcava o trabalho da professora sob nossa perspectiva contribuiu para que as crian as n o fossem consideradas como efetivamente sujeitos hist ricos da aprendizagem da leitura e da escrita medida que se fixava na compreens o de que o conhecimento se daria como resultado da mera intera o entre as crian as e os materiais escritos e n o como consequ ncia de uma media o qualificada entre as crian as a professora e a escrita Como afirmam Gontijo e Schwartz 2009 p 6 Dizer que o conhecimento resultado da media o diferente de dizer que ele resultado da intera o entre sujeito e o objeto No caso da intera o
351. pel avaliador do que o de executor inclusive utilizando a avalia o como instrumentos para a indu o da qualidade Por meio das coloca es de Peroni compreendemos que a Provinha Brasil faz parte do sistema de avalia o em larga escala deste pa s Tal sistema se configura a partir dos anos 90 como com um dos principais pilares das pol ticas educacionais neoliberais Dessa forma est a servi o do jogo mercantilista das ag ncias internacionais e dos empres rios que t m liga o com economia e que atualmente tem o consentimento do Governo Federal para intervir em nossa educa o conforme discute o trabalho de Silva 2002 Essa autora lembra que O alinhamento sistem tico s pol ticas e estrat gias do Banco Mundial e do Fundo Monet rio Internacional acelerou se no Brasil em 1991 quando o governo federal juntamente com parte da equipe econ mica do Banco Central dos minist rios do Planejamento da Fazenda do Or amento e da Educa o dos empres rios e dos parlamentares submeteram se ao plano de estabiliza o aos ajustes estruturais e setoriais e s reformas institucionais formulados por essas institui es SILVA 2002 p 48 39 Segundo Silva 2002 p 48 n o se pode perder de vista que seguindo essa situa o a educa o b sica p blica como campo priorit rio passou a ter suas pol ticas definidas em conson ncia com o projeto de desenvolvimento econ mico trasladado e imposto ao
352. pela escola e recebida no segundo semestre de 2010 Fonte Arquivo do pesquisador agosto de 2010 As novas mesas e bancos facilitaram a acomoda o pois eram mais adequados estatura das crian as Essa foi uma de tantas outras modifica es que a escola 69 necessitou fazer e tantas outras que ela ainda precisa dar conta para atender s crian as de seis anos inclu das no ensino fundamental com dura o de nove anos O refeit rio possui um amplo espa o capaz de comportar cerca de 150 crian as por vez sentadas O fluxo de utiliza o do refeit rio pelas crian as no recreio para tomar a merenda corria organizadamente A escola realizava dois momentos de recreio s 15h30min as crian as que pertenciam s turmas do ciclo tinham o recreio Todas vinham ao refeit rio acompanhadas respectivamente por suas professoras que juntamente com as coordenadoras ajudavam cada crian a a receber sua merenda orientando a a sentar em um lugar mesa Ap s lancharem as crian as podiam seguir para os p tios cobertos e descobertos O outro recreio das turmas do 4 e 5 anos tinha in cio s 16 horas ap s as crian as do ciclo terem seguido s suas salas de aula As crian as do 4 e 5 anos recebiam o mesmo tratamento das crian as do ciclo no receio Sobre o recreio importante dizer que havia sempre tr s pessoas respons veis para coordenar as crian as duas coordenadoras que circulavam pelos p tios e
353. plicadas a uma grande variedade de empregos e permite s pessoas adquirir habilidades e conhecimentos espec ficos orientados para o trabalho quando estiverem no local de trabalho Em geral esse n vel b sico inclui cerca de oito anos de escolaridade De fato em muitos pa ses o primeiro ciclo da educa o secund ria est sendo combinado com a educa o de primeiro grau para conformar uma etapa de educa o obrigat ria conhecida como educa o b sica BANCO MUNDIAL 1995 p 2 apud TORRES 1998 p 131 grifo nosso importante notarmos que o audit rio para o qual esse documento est se dirigindo consiste principalmente nos pa ses latino americanos tomadores de empr stimos junto aos organismos internacionais os quais haviam em 1990 assinado o Consenso de Washington Tal assinatura implicou a abertura desses pa ses para o aceite da implanta o da agenda neoliberal que seria a orientadora das pol ticas sociais e em especial da educa o Frisamos em nosso primeiro grifo que observamos uma sutil redu o da educa o das finalidades educativas preocupa o econ mica essa a t nica explicita do BM Por essa raz o por exemplo que n o nos causa estranhamentos a pr pria concep o de educa o expressa no art 1 da LDB n 9 394 96 que deve ser tomada para direcionar a 2 educa o nacional Houve uma influ ncia direta do BM na configura o conceitual da educa o prescrita nessa Le
354. pod amos ficar vontade em tudo que necessit ssemos de sua parte Ainda acrescentou que quando sa mos da reuni o houve muitos coment rios favor veis em torno do di logo que estabelecemos que na avalia o do grupo segundo a pedagoga foi significativamente franco a ponto de todas as professoras das turmas dos primeiros e terceiros anos se colocarem disposi o caso ampli ssemos o foco da investiga o para essas turmas Esse evento est descrito em nosso caderno de campo 2010 p 10 12 Ap s a not cia do aceite os contatos iniciais ao longo do m s de mar o no contexto escolar tiveram o prop sito de cuidar da oficializa o de nossa entrada e perman ncia na institui o por meio da apresenta o e assinatura dos protocolos 55 da pesquisa AP NDICE B Nesses contatos apresentamos o Projeto de Pesquisa em todas as suas partes tema justificativa objetivos metodologia objetivos de cada instrumento de coleta da de dados bem como a discuss o em torno do desenvolvimento do cronograma de coleta de dados e sobre poss veis documentos da escola a que dever amos ter acesso para os respons veis da escola diretora e pedagoga Para essa apresenta o constru mos um documento intitulado Notas de apresenta o e registros do projeto de pesquisa na escola campo de investiga o Deixamos uma c pia do projeto com a pedagoga e dissemos que medida que os dados fossem coletados esses estariam dispon veis
355. posta desde os tempos da constitui o dos PCNs conforme j apontamos Em nossa perspectiva essa concilia o reflete o jogo intencional pr prio do discurso oficial ao permitir a jun o das teorias neste caso os m todos e o construtivismo possibilita que diferentes posicionamentos se percebam retratados o que visaria sua legitima o social Em outros termos ao assumir diferentes posi es te ricas o discurso oficial imprime sua legitimidade Esse um dos principais mecanismos entre tantos outros utilizados pelo Estado republicano para controle da sociedade Nesse jogo necess rio que os grupos a serem dominados n o somente aceitem a domina o mas principalmente que a considerem natural justa e portanto leg tima Conciliar teorias de certa forma possibilita esse processo Uma interessante discuss o que ajuda a elucidar essa situa o encontrada em um artigo intitulado A constitui o da psicog nese enquanto teoria hegem nica na d cada de 80 desenvolvido por ngela Maria Dias Fernandes em que essa autora se preocupa em investigar as novas pr ticas em psicologia escolar que surgem na d cada de 80 no Brasil FERNANDES 1990 p 47 O que exatamente instigou a autora em sua pesquisa foi pensar a forma como a teoria piagetiana havia sido legitimada como teoria hegem nica servindo de suporte para diferentes 145 interpreta es dos problemas educacionais brasileiros e anunc
356. pp noticia1 82 2010 07 02 brasil 200498 APRENDIZADO SU PERA EXPECTATIVAS NO PAIS shtml gt Acesso em 2 out 2010 32 Grifos nossos 38 Tal declara o do ministro expressa com todas as letras o foco de preocupa o com refer ncia alfabetiza o ela est no centro das aten es da pol tica educacional para o alcance da qualidade educacional na verdade para alcance do Ideb Por essa raz o h uma investida na avalia o das crian as das classes de alfabetiza o e na forma o de professores H uma cren a marcante de que a alfabetiza o o ponto chave para que o Brasil mostre para o mbito internacional que tem desenvoltura educativa Parece ter ficado claro tamb m a partir da declara o do ministro que a Provinha Brasil pretende preparar as crian as para a realiza o de outras avalia es como a Prova Brasil Nessa dire o quando compreendemos que esse preparo de fato um movimento intencional do discurso oficial importante sempre termos em vista que a l gica que est subjacente necessidade das avalia es em larga escala em nossas escolas tem origens nas prescri es neoliberais importante lembrarmos de acordo com Peroni 2009 p 287 que as avalia es das escolas p blicas em cadeia nacional consideram que seu conte do ter como par metro compet ncias e habilidades exigidas pela reestrutura o produtiva e desse modo o Estado passa a exercer mais o pa
357. professora Tomamos essas tr s formas de organiza o das pr ticas para discutirmos de que modo o trabalho com o texto se concretizou na sala de aula Ainda cabe dizer que em todas as aulas de Portugu s assim era denominado no hor rio oficial da escola as atividades eram iniciadas e desenvolvidas tendo como base o texto e textos que circulam na sociedade Portanto isso nos reafirma que o letramento entra no contexto da sala de aula pela via do trabalho com os textos 5 1 O TRABALHO COM TEXTOS EM SALA DE AULA A PARTIR DE PROJETOS ORIENTADOS PELA SEMED Escolhemos dentre os projetos orientados pela Semed e desenvolvidos pela professora o projeto Copa do mundo 2010 pelo menos por dois motivos primeiro pelo fato de ter sido o principal projeto que a Semed orientou ao longo do ano letivo e segundo porque se tratava de pr ticas que acompanhamos uma a uma em sequ ncia ou seja n o foram pr ticas isoladas escolhidas por n s de modo aleat rio Para fins da discuss o pretendida consideraremos a sequ ncia das nove primeiras atividades propostas pela professora s crian as Vivenciamos o desenvolvimento das pr ticas em torno desse projeto ao longo dos dias letivos 09 06 2010 11 06 2010 14 06 2010 17 06 2010 e 21 06 2010 Durante esses dias foram desenvolvidas 19 atividades em torno do ensino da leitura e da escrita conforme demonstra o Quadro a seguir na sequ ncia em que foram desenvolvidas 188 Quadro 5 A
358. professores paulistas Mortatti 2000 2006 denomina esse contexto hist rico como o primeiro momento da hist ria da alfabetiza o em S o Paulo SP que se inicia em 1876 Essa data foi escolhida por Mortatti 2000 como marco inicial do primeiro momento crucial da hist ria dos m todos porque nesse ano foi publicada em Portugal a Cartilha maternal ou Arte da leitura escrita elo poeta Jo o de Deus E Especificamente no Estado do Esp rito Santo a hist ria da alfabetiza o tem seus registros desde a d cada de 1870 conforme tem apontado Gontijo 2008 e seu grupo de pesquisa constitu do por mestrandos doutorandos e estudantes de Inicia o Cient fica no Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo PPGE UFES 88 que influenciar o pontualmente a educa o brasileira A alfabetiza o foi objeto de interesses pol ticos e econ micos nesse contexto Por exemplo ao longo da d cada 1990 e da corrente d cada anos 2000 constatamos eventos significativos que colaboraram para puxarmos os fios dial gicos cotejarmos e ou compormos a compreens o desejada Quais foram esses eventos Conseguimos elenc los do seguinte modo a o ano de 1990 foi institu do pela Organiza o das Na es Unidas ONU e a Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura Unesco como o ano Internacional da Alfabetiza o A partir desse ano seria comemorado no dia 8 de
359. que n o se consideram construtivistas tamb m n o ap iam a id ia de que o m todo f nico seja a solu o para a alfabetiza o no Brasil 139 Mesmo os que n o se v em como construtivistas ou que aceitam apenas parcialmente esta teoria reconhecem ao contr rio dos defensores da volta ao m todo f nico a import ncia das pesquisas e descobertas feitas na rea da psicoling stica nos anos 70 sobre o processo atrav s do qual as crian as se alfabetizam Folha Estados Unidos Inglaterra e Fran a est o priorizando o m todo f nico Por que remar contra a mar Weisz O fato de esses pa ses serem mais ricos n o significa que devamos importar acriticamente tudo o que l acontece Estes movimentos de favorecimento do m todo f nico s o rea es a movimentos locais anteriores ocorridos nesses pa ses Na Fran a onde h uma forte oposi o ao movimento chamado de leituriza o cujo mais importante pensador o professor Jean Foucambert isso acontece exatamente porque este movimento pregava que a leitura deve ser ensinada sem qualquer informa o sobre as correspond ncias entre letra e sons Nos Estados Unidos a rea o ao movimento conhecido como linguagem total whole language em ingl s criado pelos ling istas Keneth e Yeta Goodman Este movimento que se disseminou como um rastilho entre os professores americanos tamb m acreditava que a simples imers o no universo dos textos escritos seria suficient
360. que tais discursos envolveram os professores alfabetizadores num processo de sedu o que teve a pretens o de conservar a hegemonia de um determinado modelo de ensino e dessa forma fez com que o PROFA se configurasse como um dos processos de aliena o das rela es humanas e nesse sentido contr rio forma o de indiv duos livres e conscientes BECALLI 2007 p 110 Ainda complementa a pesquisadora e concordamos com ela que o PROFA se constituiu como um programa alienador na medida em que apresentou situa es did ticas de alfabetiza o sob o argumento de que eram necess rias e eficazes para se alcan ar a melhoria do desempenho dos alunos em leitura e escrita sem dar voz s reais dificuldades que os professores brasileiros encontram ao cumprir o seu dever de ensinar e por conseguinte sem considerar as especificidades existentes no interior de cada turma de alfabetiza o do Pa s BECALLI 2007 p 110 111 Os resultados em torno da abrang ncia do PROFA em termos de alcance ao professor alfabetizador foram significativos pois o programa alcan ou efetivamente todos os Estados e munic pios de todo o Pa s conforme aponta Becalli 2007 No entanto no tocante ao aspecto quantitativo reduzir os ndices de analfabetismo no Brasil que era de fato a sua grande promessa e tamb m a grande expectativa do MEC parece n o ter sido cumprido ficando apenas em tese Dizemos em tese pelo fato de seg
361. que vem aten o voc s ir o para o terceiro ano do primeiro para o segundo voc s n o reprovam mais do terceiro para o quarto ano tem reprova o Seguindo a esse coment rio ela tamb m exclamou para ler e escrever bem preciso praticar at aprender porque voc s acham que todos os dias a professora procura trabalhar atividades de escrita produ o leitura v rias atividades porque enquanto a professora n o percebe que voc s aprenderam eu n o passo pra outro precisamos fazer fazer at aprender mais voc s deveriam se empenhar mais porque ano que vem voc s estar o no terceiro ano e precisam ler e escrever para conseguir desenvolver mais A conversa foi demorada n o deu tempo para as crian as prosseguirem com a atividade pois j havia chegado a hora de encerrar aquele dia letivo A continuidade dessa atividade ficou para o dia seguinte O que dizer das quest es que acabamos de expor De fato as considera es que tecemos em torno das duas pr ticas elaboradas pela professora conjugadas com o conte do das duas cita es anteriores palavras da professora parecem refor ar a ideia de que a aprendizagem da leitura e da escrita devia ocorrer pelo trabalho mec nico repetitivo de atividades Desse modo fomos percebendo que esse tipo de pr tica refor o j vinha mesmo se efetivando desde o desenvolvimento do projeto Copa do Mundo 2010 bem como no trabalho que ia sendo proposto ao long
362. que via de regra excluem os que fogem do padr o esperado e delineado pelo capital cuja l gica pode ser buscada atrav s das categorias de classe g nero ra a op o sexual portador de defici ncia real ou fict cia De todos os coment rios e compreens o que o texto de Geraldi 2006 nos apresentou um em especial nos chamou a aten o por ter implica es diretas para as discuss es que estamos desenvolvendo neste texto o fato de suas an lises contribufrem para que compreend ssemos que a institui o dos PCNSs ao longo dos anos 90 j anunciava o que praticamente as escolas vivenciariam futuramente hoje aplica o de provas que s o desenvolvidas a partir de descritores baseados em habilidades e compet ncias que comp em o sistema de avalia o em larga escala do Pa s balizados por padr es internacionais Sobre essa quest o Geraldi 116 2006 p 15 anuncia que parece ficar evidente o objetivo dos PCNs n o s tem que ter um conte do nacional como tamb m tem que ser do jeito que o Saeb quer avaliar por isso precisa par metro nacional Nessa dire o a autora complementa que desse modo par metros configuram uma rela o selecionada e arbitr ria de conte dos escolares considerados como v lidos e necess rios bem como sua operacionaliza o na programa o escolar que ser considerada v lida embora n o obrigat ria cujo cumprimento e efetivo aprendizado dos al
363. quele momento compreender o que efetivamente acontecia nas classes de alfabetiza o de prefer ncia em turmas do 2 ano principalmente pelo fato das duas edi es anuais da Provinha Brasil serem aplicadas nessas turmas As mudan as na Semec Linhares e as provoca es te ricas de Gontijo colaboraram para elaborarmos uma hip tese de pesquisa tamb m naquele momento segundo semestre de 2008 qual seja a ado o do termo ou perspectiva do letramento por parte do discurso oficial representou a possibilidade de concilia o entre as ideias construtivistas e as defendidas pelos seguidores dos antigos m todos de alfabetiza o tanto no tocante s pr ticas investigadas quanto no que se refere ao campo das decis es pol ticas No primeiro semestre de 2009 passamos a desenvolver todas as nossas atividades profissionais na capital do Estado do Esp rito Santo Vit ria O motivo come amos a trabalhar como professor substituto das disciplinas Alfabetiza o e Il no Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Esp rito Santo UFES o que colaborou para nos aproximarmos das quest es educativas dos munic pios metropolitanos vizinhos de Vit ria principalmente de Vila Velha ES Ent o foi neste ltimo que finalmente realizamos nossa pesquisa Em nossos estudos e pesquisas sobre a educa o p blica do munic pio de Vila Velha ES encontramos uma gest o Prefeitura e Secretaria Municipal de Educa o organizando
364. quisa hist rico cultural da observa o etnogr fica de pesquisa Sobre isso Freitas 2008 p 31 grifo da autora se expressa do seguinte modo Na observa o etnogr fica interpretativista est presente a autoridade do pesquisador que representa os sujeitos enquanto na nova perspectiva o pesquisador est com os sujeitos produzindo sentidos dos eventos observados Ainda a respeito dessa quest o essa pesquisadora informa De fato o que se busca com esta observa o n o realizar uma an lise entendida em seu sentido etimol gico ana semelhan a e lise quebra fragmenta o mas uma compreens o marcada pela perspectiva da totalidade constru da no encontro de diferentes enunciados produzidos entre pesquisador e pesquisa FREITAS 2008 p 31 grifo nosso Para Freitas 2008 p 32 mais do que participante a observa o portanto caracterizada pela dimens o alterit ria em que o pesquisador ao participar do evento observado constitui se parte dele mas ao mesmo tempo mant m uma posi o exot pica que lhe possibilita o encontro com o outro Segundo essa autora esse o encontro que o pesquisador deve procurar descrever em seu texto no qual revela outros textos e contextos Nessa dire o Freitas 2008 p 32 concebe a situa o de campo como uma esfera social de circula o de discursos e os textos que dela emergem como um lugar espec fico de produ o do conhecimento qu
365. quisi o da l ngua escrita pela crian a considerada como um progresso psicogen tico que se inicia antes da escolariza o seguindo uma linha de evolu o sempre regular atrav s de diversos meios culturais de diversas situa es educativas e de diversas l nguas numa rela o direta entre a ontog nese e filog nese FERREIRO TEBEROSKY 1985 p 19 Desse modo Mortatti 2006 p 10 lembra que Mortatti 2000 2006 considera com esses termos o quarto per odo da hist ria da alfabetiza o no Estado de S o Paulo 111 Deslocando o eixo das discuss es dos m todos de ensino para o processo de aprendizagem da crian a sujeito cognoscente o construtivismo se apresenta n o como um m todo novo mas como uma revolu o conceitual demandando dentre outros aspectos abandonarem se as teorias e pr ticas tradicionais desmetodizar se o processo de alfabetiza o e se questionar a necessidade das cartilhas E como se colocam as autoridades educacionais e os pesquisadores acad micos nessa poca Essa autora responde quest o afirmando que houve um intenso esfor o por parte dos pesquisadores de convencimento dos alfabetizadores mediante divulga o massiva de artigos teses acad micas livros e v deos cartilhas sugest es metodol gicas relatos de experi ncias bem sucedidas e a es de forma o continuada visando a garantir a institucionaliza o para a rede p blica de ens
366. r Banheiros dos professores 01 X X Banheiros dos servidores 01 X X Laborat rio de inform tica 01 X X P tios cobertos 02 X X P tios descobertos 02 X X Dep sito de uso geral 01 X X Sala para guardar materiais 00 da Educa o F sica Almoxarifado 01 X X Sala de arquivo morto 01 X X Rampa de acesso ao piso 01 X X superior Corredor do t rreo 01 X X Corredor do piso superior 01 X X Estacionamento pr prio 01 X X 3 Para guardar os materiais utilizados na Educa o F sica a escola n o conta com uma sala espec fica Foi improvisado na sala bil ngue um grande arm rio afixado em boa parte de um das paredes laterais lado oposto s janelas para guardar os materiais dessa disciplina 62 Sobre os ambientes apontados no panorama desse quadro significativo ressaltar algumas considera es sobre a biblioteca da escola Esse espa o possui um significativo acervo que foi catalogado e pode ser utilizado tanto no interior da biblioteca bem como para empr stimo Ressaltamos que nas escolas p blicas da Semed de Vila Velha ainda h necessidade da presen a de bibliotec rias formadas em Biblioteconomia Ver na foto a seguir a organiza o e disposi o dos livros na biblioteca Fotografia 3 Biblioteca escolar ambiente interno disposi o do acervo Fonte Arquivos do pesquisador abril de 2010 Al m do acervo a biblioteca disp e de um canto de leitura onde as crian as podiam pega
367. r prio conceito de analfabetismo sofreu altera es ao longo deste per odo Assim enquanto o conceito usado pelo IBGE nas suas estat sticas considera alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma que conhece cada vez mais no mundo adota se o conceito de analfabeto funcional que incluiria todas as pessoas com menos de quatro s ries de estudos conclu das Usando este segundo crit rio mais adequado realidade econ mica e tecnol gica do mundo contempor neo o nosso n mero de analfabetos salta para mais de 30 milh es de brasileiros considerando a popula o de 15 anos ou mais BRASIL MEC INEP 2008 p 6 7 Gontijo e Schwartz 2009 p 10 ao discorrerem sobre as promessas do construtivismo proclamadas por Ferreiro e Teberosky ao longo da d cada de 90 fazem uma interessante coloca o Talvez no Brasil as finalidades apontadas pelas autoras para as suas teoriza es tenham sido levadas demasiadamente a s rio porque ap s quase 30 anos de divulga o e de dissemina o dessa teoria o problema do fracasso escolar permanece sem solu o Convivemos portanto com o desafio de garantir s crian as brasileiras oportunidades efetivas de aprendizagem da leitura e da escrita O desafio apontado pelas autoras pontuado por exemplo pela compreens o do sentido que a perspectiva de Ferreiro e Teberosky atribu a alfabetiza o e portanto ao processo que levava a aquisi
368. r ticas de leitura e de escrita SOARES 1999 p 144 apud GONTIJO 2005 p 62 Gontijo 2005 p 62 passa ent o a afirmar algo fundamental nesse modo de Soares conceber letramento esclarecendo que quando Soares atribui ao letramento conceito amplo estaria conferindo alfabetiza o conceito espec fico entendido como processo que possibilitaria a aprendizagem do c digo escrito enfatizando desse modo a natureza lingu stica da alfabetiza o especificamente os aspectos fon tico e fonol gico Ser nesse momento em que Gontijo se op e ao modo como Soares defende o termo letramento que podemos compreender o que poderia causar esta situa o dicotomia Gontijo 2005 p 62 63 trata essa quest o do seguinte modo Acredito que tanto no plano pr tico como no plano te rico essa distin o pode ser complicada pois poder ocasionar o revigoramento de dualidades que se baseiam no privil gio da natureza ling stica fon tica e fonologia do processo de alfabetiza o e no obscurecimento das reais condi es escolares e hist rico sociais que impediram e impedem o acesso igualit rio aos conhecimentos em sociedade que se desenvolveram desenvolvem s custas das desigualdades e da explora o Compartilhamos da mesma compreens o dessa autora principalmente quando ela complementa suas coloca es ao dizer 148 Assim o uso do conceito de letramento e os argumentos que o explicam podem servir a interesses impen
369. r transcrevemos o modo como essa crian a produziu o texto 230 Vanildo era uma veis os treis porqui nho que vivia em uma pe que na casa e os por quinhos que eraum pobresinho que viera eles tao camiemdo preocupado Sua mai foi logo atrais preuocura os filios Come sol a prelcura prelcura e n o asol os filios de la de pois ela setol ma predra e fico xoramdo de poi os filios dela ficol J a segunda crian a me entregou o desenho presente na fotografia a seguir um carro colorido com uma dedicat ria e data Fotografia 31 Carro colorido Fonte Caderno do pesquisador 2010 Imediatamente as duas crian as pediram que eu abrisse meu caderno de campo nas ltimas p ginas em branco pois queriam colar ali os textos para que eu nunca delas me esquecesse Essa situa o vivida me fez lembrar que aquelas crian as ao longo do ano se apresentavam resistentes escrita leitura e produ o de texto Interessante foi perceber que elas resistentes s propostas transgrediram por completo a proposta da professora naquele momento ou seja ao inv s de estarem interagindo com s labas letras e desenhos optaram em produzir textos escritos Desse modo envolvidas em uma necessidade de comunica o social a de dar um presente para que eu sempre delas me lembrasse no limite de sua bagagem lingu stica uma recorreu sua hist ria favorita e me presenteou com aquilo que 231 mais apreciou ter aprendido na Pr Esc
370. r o livro que desejassem ler sentar no tapete emborrachado e ou nos pufes espalhados sobre esse tapete para realizar a leitura Ainda nesse espa o h um aparelho de televis o para o trabalho pedag gico com filmes Ao lado do canto de leitura h ainda um computador e impressora para os alunos fazerem pesquisas O restante do espa o possui mesas e cadeiras confort veis a serem utilizadas pelos usu rios dispostas num ambiente amplo Todo o local bastante iluminado e ventilado duas paredes da biblioteca possuem janel es com persianas ver fotografia anterior e as duas fotografias a seguir 63 Fotografia 4 Biblioteca escolar ambiente interno canto de leitura Fonte Arquivos do pesquisador abril de 2010 No in cio de nossa pesquisa no m s de mar o visitamos esse espa o algumas vezes no hor rio de funcionamento No per odo em que permanecia funcionando verificamos a presen a de alunos que estudavam no turno matutino pesquisando pessoas da comunidade e professores do per odo vespertino desenvolvendo atividades Ou seja constitu a se em um espa o que de fato parecia ser bastante significativo e utilizado na escola Embora a biblioteca se configurasse como um espa o fisicamente agrad vel e rico para estudos todo o seu potencial n o p de ser usufru do pelas crian as e professores do per odo vespertino a partir do m s de abril m s em que se comemora o livro infantil dia 18 No caso de empr st
371. ra Desse modo foi tomada como fundamento para o desenvolvimento de programas de leitura sob a clara forma de pacotes apresentados como solu o para as dificuldades que os alunos experimentam na leitura de formul rios de solicita o de emprego ou de impostos textos de publicidade cat logos de vendas r tulos e coisas semelhantes MACEDO 2000 p 6 No Brasil essa perspectiva de alfabetiza o e abordagem de leitura materializa se no discurso de Letramento que por sinal vemos concretizar se nas atividades do projeto Copa do Mundo 2010 Por essa raz o Macedo vai se colocar em defesa de uma abordagem de leitura denominada de emancipadora Para Macedo 2000 p 9 tal abordagem n o deve estar orientada apenas para a aprendizagem mec nica de habilidade de leitura mas para o desenvolvimento de leitores capazes de construir uma compreens o 130 J desenvolvemos uma discuss o interessante sobre esse dado na quarta parte deste relat rio 208 cr tica do texto e do contexto s cio hist rico Nessa dire o para a abordagem emancipadora de leitura o ato de aprender a ler e escrever um ato criativo que implica uma compreens o cr tica da realidade e desse modo o conhecimento de um conhecimento anterior obtido pelos educandos como resultado da an lise da pr xis em seu contexto social abre para eles a possibilidade de um novo conhecimento MACEDO 2000 p 9 Assim o n
372. ra da C mara dos Deputados Bras lia DF 2008 Dispon vel em lt http od camara gov br bd handle bdcamara 1924 gt Acesso em 24 abr 2009 BRASIL Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira INEP ndice de Desenvolvimento da Educa o B sica IDEB Dispon vel em lt http provabrasil2009 inep gov br index php option com content amp view article amp id 109 0 ideb amp catid 56 temas relacionados amp ltemid 103 gt Acesso em 24 abr 2009 BRASIL Minist rio da Administra o Federal e Reforma do Estado MARE Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado Dispon vel em lt http Awww bresserpereira org br ver file 3 asp id 121 gt Acesso em 22 mar 2011 249 BRITO Antonia Edna Saberes da pr tica docente alfabetizadora os sentidos revelados e ressignificados no saber fazer 2003 Tese Doutorado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal 2003 BRITTO Luiz Percival Leme Alfabetismo e educa o escolar In SILVA Ezequiel Theodoro da Alfabetiza o no Brasil quest es e provoca es da atualidade Campinas S o Paulo Autores Associados 2007 CAGLIARI Luiz Carlos Alfabetiza o amp lingu stica S o Paulo Scipione 1989 CAGLIARI Luiz Carlos Alfabetiza o sem o b b bi b bu S o Paulo Scipione 1998 CASASSUS Juan A reforma educacional na Am rica Latina no contexto de globaliza o
373. ra e da escrita o discurso do letramento se apresenta com promessas de colaborar para dar conta do Ideb Agora os empres rios e o Estado tendem a fomentar a es que coloquem todos os sistemas educacionais estaduais e municipais bem como os educadores brasileiros a trabalhar para a potencializa o do mercado n o s nacional mais principalmente considerando as intencionalidades do mercado global Em outros termos se na poca em que acentuadamente o ensino da leitura e da escrita foi balizado pelo construtivismo a intencionalidade b sica era obter poss veis empr stimos de fomentos internacionais quando tem origem o uso do uso do termo letramento o Pa s deseja vencer o analfabetismo e produzir sujeitos que n o ampliem o quadro de repet ncia bastando para tanto que tenham o mero dom nio dos usos e fun es da escrita O Pa s deseja al m de novos empr stimos ocupar efetivamente um lugar nas discuss es econ micas globais Isso s ser poss vel se obtiver o mesmo ndice dos pa ses considerados com educa o de qualidade entre aspas m dia nacional 6 0 de Ideb Esse quadro pretende colaborar para que os sujeitos brasileiros sejam cada vez mais destitu dos de sua hist ria abstraindo os invisibilizando os e portanto gerando processos alienantes da vida Isso porque a participa o desses sujeitos no tipo de sociedade como a nossa que neoliberal sociedade de classes tem lugar marcado atuar em favor e o
374. ral do Esp rito Santo PPGE UFES no ano de 2007 Segundo a pedagoga v rios foram os di logos entre os defensores do atendimento dos surdos nas escolas do munic pio A voz desses sujeitos s foi efetivamente ouvida quando a professora pesquisadora j mencionada encontrou nos editais p blicos desse munic pio uma delibera o do Poder P blico Municipal que j havia sido decretada anos atr s a qual informava que os sujeitos surdos teriam garantias de receber aten o por parte da pol tica p blica de inclus o Em uma das reuni es os defensores do atendimento aos surdos relembraram a equipe do ensino fundamental a respeito desse documento Desse feito em diante puderam organizar a experi ncia escolar formal pioneira em atendimento aos sujeitos surdos em mbito estadual a sala bil ngue nessa escola campo de pesquisa Ainda comentando sobre o quadro que trata das turmas regulares na escola verificamos que as turmas que em 2010 frequentaram o 2 ano haviam cursado o 1 ano nessa unidade escolar no ano anterior Sobre essa observa o importante dizer que a escola j vinha organizando e desenvolvendo uma perspectiva de ensino fundamental de nove anos desde o ano de 2005 Vamos a seguir descrever como consistiu essa perspectiva e suas intencionalidades 72 Essa medida consistiu em mais um ato do Poder P blico administrativo visando verba para o financiamento da educa o municipal do que um ato constitu
375. rando subordinar a educa o l gica do mercado Movimentos como Todos Pela Educa o dirigidos e financiados pelo grande capital transformaram se nos principais interlocutores governamentais e ditaram os par metros das pol ticas mais recentes Dentre elas o IDEB Indice de Desenvolvimento da Educa o B sica hoje utilizado como medida da qualidade de educa o brasileira utilizado para destacar experi ncia bem sucedida mas principalmente para criticar e punir aqueles que n o se ad gquam padroniza o estabelecida ou n o alcan am os resultados pr definidos sem qualquer di logo ou reflex o ver coluna 1 e 2 da figura anterior Verificamos que as considera es desenvolvidas nessa argumenta o informam que no Estado do Rio de Janeiro existem sujeitos educadores que conseguem perceber que os modelos de educa o alfabetiza o oriundos do meio privatizado acabam por fracassar uma vez que afastam as crian as das classes de alfabetiza o de uma perspectiva hist rico cultural ao se fundarem em pr ticas cognitivas restritivas de car ter t cnico sem a possibilidade de inser o dessas crian as em processos educativos que as fortaleceriam para efetivamente atuarem na sociedade interessante ainda citar que a mat ria terceira coluna traduz o desejo dos educadores para construir coletivamente um projeto pol tico para a educa o p blica de qualidade Verificamos desse modo uma arena de lutas estabeleci
376. rcebemos que todas estavam em bom estado de utiliza o Al m da ventila o e da ilumina o verificamos tamb m que todas as salas est o em bom estado de conserva o paredes e tetos sem umidade e vazamento pintados n o sujos e ou rabiscados Sobre esses aspectos citados importante ressaltar que verificamos ao longo da pesquisa que a diretora da escola tem a preocupa o de sempre alertar os funcion rios que zelam pela limpeza do pr dio para inform la sobre qualquer dano 61 l mpadas pintura das paredes vazamentos etc Ao ser informada logo procura repar lo com manuten o Desse modo tem sido poss vel manter sempre em bom estado o pr dio escolar Para melhor apresentarmos um panorama dos demais ambientes da escola bem como apontar dados como quantidade estado de conserva o e espa os em utiliza o apresentamos o quadro a seguir Quadro 2 Panorama de caracteriza o de ambientes da escola Estado de Em Ambientes Quantidade conserva o utiliza o Bom Regular Ruim Sim N o Biblioteca 01 X X Sala da secretaria 01 X X Sala da diretoria 01 X X Sala dos professores 01 X X Sala da pedagoga 01 X X Sala coordena o 01 X X Sala da educa o especial 01 X X Sala bil ngue 01 X X Cozinha 01 X X Refeit rio 01 X X Banheiros dos alunos piso 01 X X t rreo Banheiros dos alunos piso 01 X X superio
377. res saberes do vivido que trazidos por re Trav glia 1996 nos ajuda a lembrar que a perspectiva de linguagem como meio de comunica o a qual correlata ao objetivismo abstrato na atualidade corresponde com os estudos lingu sticos do estruturalismo estudo da l ngua como c digo virtual que tem como representante Saussure e com os estudos do transformacionismo entende a linguagem como um fen meno interno do falante uma capacidade gen tica tendo como representante Noam Chomsky 204 ambos alunos e professores poderiam se confrontar com outros saberes historicamente sistematizados e denominados de conhecimentos que dialogariam em sala de aula GERALDI 1993 p 21 Desse modo essa constata o nos permite dizer que as pr ticas orientadas pelo discurso oficial local Semed no tocante ao trabalho com textos desprezaram o aspecto fundamental constitutivo da linguagem e portanto as intera es verbais que constituem a realidade fundamental da l ngua BAKHTIN 2006 p 123 Portanto foram pr ticas que produziram empecilhos para que as crian as pudessem efetivamente ingressar num di logo com a vida Ficamos pensando por exemplo o que poderia ter acontecido na pr tica de n mero oito se a professora desenvolvesse um trabalho orientado pela concep o de linguagem como forma ou processo de inter a o GERALDI 2006 p 41 ou seja numa perspectiva que toma a l ngua como um fen meno pro
378. res que colaboram para fundamentar a reflex o em torno das disciplinas do ensino e da aprendizagem Al m das disciplinas L ngua Portuguesa Matem tica Ci ncia Historia Geografia Artes Espanhol vimos que o Ensino Religioso tamb m aparece no curr culo escolar pensado como rea de conhecimento a partir da escola e n o das cren as por religi es e tem como objeto de estudo o fen meno religioso PROJETO POL TICO PEDAG GICO DA ESCOLA 2005 ANEXO D Em termos de declara es em torno da perspectiva pedag gica da escola as palavras anteriores foram tudo que vimos no PPP e nada mais No entanto foi suficiente para percebermos que no termo bakhtiniano a voz do discurso oficial orientada pelos PCNs afetou a Proposta Pol tico Pedag gica dessa escola Na quarta parte desta tese desenvolvemos uma discuss o apontando que os PCNs est o conjugados com as inten es da proposta educacional brasileira neoliberal e portanto vinculados Pedagogia do APRENDER A APRENDER Por essa raz o dispensaremos tecer coment rios sobre essa quest o aqui mas nos chamou a aten o o modo como a escola em seu discurso pol tico pedag gico ao assumir tal pedagogia declara como concebe a leitura e a escrita Em primeiro lugar afirma que a finalidade de LER e ESCREVER serve para ESTUDAR Na cita o ainda fica evidenciada a vis o de ESTUDO concebido como um processo de organiza o do conhecimento conjugado ao des
379. respeito das bandeiras Fotografia 15 Fotografia 15 Desenhos produzidos pelas crian as das bandeiras dos pa ses participantes da Copa do mundo 2010 Pos b I Fonte Arquivo do pesquisador junho de 2010 Ap s terminar de afixar as bandeiras com a ajuda das crian as a professora introduziu a atividade n mero cinco Disse que juntos fariam uma lista de todos os 32 pa ses que iriam participar da Copa de 2010 As crian as lembravam e ditavam oralmente os nomes dos pa ses e a professora escrevia na lousa A lista 1235 O Plant o Pedag gico consiste ia em um momento previsto no Calend rio Escolar em que as professoras se colocavam disposi o para recebimento de pais e ou respons veis para dialogar sobre a vida acad mica das crian as No caso citado o Plant o do dia 10 06 2010 previa o atendimento aos pais e ou respons veis das crian as do Ciclo 1 2 e 3 anos 195 sob o t tulo Pa ses da Copa 2010 ficou exposta na lousa em tr s colunas do seguinte modo Pa ses da Copa 2010 frica do Sul Austr lia Nova Zel ndia M xico S rvia Eslov quia Uruguai Gana Brasil Fran a Holanda Coreia do Norte Argentina Dinamarca Costa do Marfim Nig ria Jap o Portugal Coreia do Sul Camar es Espanha Gr cia It lia Su a Inglaterra Portugal Honduras Estados Unidos Chile Arg lia Eslov nia Alemanha Em seguida a professora disse que toda a classe deveria copiar a lista Assim que todos
380. ria da Educa o com a Unesco e com a Undime RS tamb m supervisionar as atividades Far o parte do projeto piloto 600 turmas 200 para cada m todo de escolas estaduais e municipais de tr s regi es do Estado Al m disso ser o avaliadas mais 200 turmas que n o far o parte da iniciativa Participaram do ato os secret rios do Planejamento e Gest o Ariosto Culau de Infra Estrutura e Log stica Daniel Andrade do Meio Ambiente Vera Callegaro da Comunica o Paulo Fona da Administra o e Recursos Humanos Maria Leonor Carpes do Gabinete de Rela es Institucionais Comunica o Celso Bernardi e o chefe da Casa Militar Dalmo dos Santos al m de diretores da secretaria da Educa o e especialistas Entre os dirigentes de empresas e institui es estiveram presentes Luiz Fernando Cirne Lima Copesul Marco Ant nio Kraemer GM Davi Randon Randon Bol var Moura Ipiranga Jim Martinez John Deere Alceu Nascimento Funda o Maur cio Sirotsky Fl vio Sabbadini Fecom rcio Alessandra Schneider Unesco e o presidente da Associa o do A o Jos Ant nio Fernandes Martins Marcopolo Al m da quest o conciliat ria que fica n tida nessa tomada de decis o da pol tica educacional do Estado do Rio Grande do Sul em que tr s institui es convivem embora cada uma tentando mostrar como lida com o processo mec nico da escrita alfab tica uma quest o inquietante se colocou a presen a significativa de
381. riais e petroqu micos ind stria de base rede de transportes e provedor dos direitos sociais com o argumento de que a interven o estatal impedia intimidava o desenvolvimento do capital talvez o argumento principal Desse modo sob a influ ncia do Consenso de Washington dos credores privados e dos acionistas de empresas transnacionais passaram a defender um Estado que se ocupasse dos interesses do capital com o livre mercado e que tivesse firmeza na conten o dos investimentos p blicos na rea social incluindo claro a educa o A disposi o do Governo Federal em estabelecer sintonia com as pol ticas pactuadas com o BM no campo da educa o encontrada nos documentos desenvolvidos pelo Minist rio da Administra o Federal e Reforma do Estado Mare principalmente aquele lan ado em 1995 Curiosamente esse documento sinaliza a progressiva transforma o do MEC num organismo eficaz de formula o coordena o e acompanhamento de pol ticas p blicas na rea educacional e a consequente redu o de seu papel executivo SILVA 2002 p 5 Essa autora lembra que o art 8 8 1 da Lei n 9 394 96 explicita com todas as letras essa configura o do MEC Caber Uni o a coordena o da pol tica nacional de educa o articulando os diferentes n veis e sistema e exercendo fun o normativa redistributiva e supletiva em rela o s demais inst ncias educacionais H portanto
382. rian as estavam na aula de Educa o F sica Assim tivemos a oportunidade de dialogar com a professora sobre o que ela havia planejado para aquela tarde Ela nos disse que havia organizado um calend rio para a utiliza o do laborat rio de inform tica e desse modo trabalharia com as crian as um texto que depois seria digitado Perguntei professora se 216 poderia copiar em meu caderno de campo seu planejamento e obtivemos sua permiss o A seguir apresentamos a sequ ncia das datas em que usaria o laborat rio de inform tica bem como o que realizaria Planejamento da aula de inform tica Todas as segundas feiras das 16h40min s 17h10min Data 24 05 Conte do Nomes de objetos de A a z Data 31 05 Conte do Digitar o significado da palavra pesquisada em sala de aula uso do dicion rio Data 07 06 Conte do Escrever texto obedecendo s pontua es acompanhado do livro de l ngua portuguesa Data 14 06 Conte do Atividade livre escrever uma mensagem para um a amigo a Data 21 06 Conte do Reda o atividade de escrita espont nea Tema A escola Data 05 07 Conte do Digitar as palavras e separ las em s labas a professor ir ditar no dia Data 12 07 Conte do Digitar o texto poema que a professora ir trazer no dia Diante desse planejamento vamos tomar a pr tica que vivenciamos no dia 31 de maio que aconteceu no laborat rio de inform tica Ap s o recreio a p
383. rincipalmente aqueles que s o topo na lista das avalia es internacionais Sobre a quest o das discuss es oposi es entre os defensores do m todo f nico e os construtivistas o debate continuou intenso nos anos seguintes Em uma mat ria editada no jornal Folha de S o Paulo em 6 de mar o de 2006 intitulada Construtivismo x M todo F nico de Telma Weisz e Fernando Capovilla isso fica comprovado Tamb m aqui fazemos quest o de expor a mat ria na ntegra para percebermos como se configurou nesse di logo a palavra e a contrapalavra de Weisz e Capovilla A decis o do Minist rio da Educa o de rever os m todos de alfabetiza o propostos nos PCNs Par metros Curriculares Nacionais reavivou um debate que op e de maneira ferrenha construtivistas e defensores do m todo f nico Os PCNs orientam o trabalho do professor Os atuais foram feitos em 1997 sob influ ncia do construtivismo 103 Tr s anos ap s Capovilla ter participado da mat ria que j citamos 104 Dispon vel em lt http www abrelivros org br abrelivros 01 index php option com content amp view article amp id 1367 con strutivismo x metodo fonico telma weisz e fernando capovilla amp catid 1 noticias amp ltemid 2 gt Acesso em 21 out 2010 137 O m todo f nico baseia se no aprendizado da associa o entre fonemas e grafemas sons e letras e usa textos produzidos especificamente para a alfabetiza o O construtivismo n o prior
384. rito Santo Vit ria 2004 OLIVEIRA T mara Fresia Mantovani de Os conhecimentos manifestos pelos professores para o ensino em alfabetiza o 2008 Tese Doutorado em Educa o Hist ria Pol tica e Sociedade Programa de P s Gradua o em Educa o Hist ria Pol tica e Sociedade Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo 2008 PEREIRA Luiz Carlos Bresser Crise econ mica e reforma do Estado no Brasil S o Paulo Editora 34 1996 PATTO Maria Helena Souza A produ o do fracasso escolar hist rias de submiss o e rebeldia S o Paulo Casa do Psic logo 1999 PEREIRA Regina Celi Mendes G neros textuais e letramento uma abordagem sociointeracionista da produ o escrita de crian as de 1 e 2 s ries 2005 Disserta o Mestrado em Letras e Lingu stica Programa de P s Gradua o em Letras e Lingu stica Universidade Federal de Pernambuco Recife 2005 PEREIRA Rosangela Intera o de sala de aula alfabetiza o e letramento no primeiro ciclo do ensino fundamental 2007 Disserta o Mestrado em Lingu stica Aplicada e Estudos da Linguagem Programa de P s Gradua o em Lingu stica Aplicada e Estudos da Linguagem Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo 2007 P REZ Carmen L cia Vidal Alfabetiza o para al m do m todo uma sintaxe freiriana Revista Mo ambr s acolhendo a alfabetiza o nos pa ses de l ngua portuguesa S o Paulo ano
385. rme podemos apreender das teoriza es de Bakhtin para se compreender as a es humanas preciso sempre lembrar que elas s o desenvolvidas por um 34 Esse autor que tem se tornado foco de estudos em universidades de diferentes pa ses tem seu nome escrito de v rios modos originalmente em russo Muxa n Mux nosuy BaxruH Mihail em espanhol Mija l Mij ilovich Bajt n s vezes transliterado ao ingl s como Bakhtin ou ao franc s Bakhtine Dados acessados na Encyclop dia Encydia Beta Dispon vel em lt http pt encydia com es Mija c3 adl Bajt wc3 adn gt Acesso em 12 jan 2011 44 sujeito concreto de horizonte pr prio marcado datado polif nica e polissemicamente pela sua hist ria e cultura Nessa dire o Bakhtin assinala que as ci ncias humanas estudam o homem em sua especificidade humana isto em processo de cont nua express o e cria o Segundo Bakhtin a especificidade do homem falar produzir textos Desse modo Onde o homem estudado fora do texto e independente deste j n o se trata de ci ncias humanas mas de anatomia de fisiologia humanas etc BAKHTIN 2008 p 334 Bakhtin 2003 nos informa que n o poss vel compreender o ser humano sua vida seu trabalho suas lutas sen o por meio de textos signos criados ou por serem criados por esses sujeitos basicamente por essa raz o que nessa perspectiva o homem n o estudado como coisa Desse modo a persp
386. rnamental sem fins econ micos criado em novembro de 2006 Sua miss o Disseminar e promover pol ticas e pr ticas de educa o baseadas em evid ncia Tem como prioridade Promover a efetiva alfabetiza o das crian as por ser este o PROBLEMA NUMERO 1 da educa o no Brasil Essa prioridade decorre da constata o de que TODOS os demais esfor os em educa o est o condenados ao fracasso at que se resolva definitivamente essa quest o b sica Consistente com sua miss o o IAB prop e pol ticas e pr ticas de alfabetiza o baseadas em evid ncias Por essa raz o o Programa Alfa e Beto de Alfabetiza o constitui o carro chefe das a es do IAB O Instituto busca ativamente parcerias com institui es do setor p blico e privado e asseguramos a privacidade de nossos parceiros clientes e financiadores Not cia extra da do pr prio site do Instituto Dispon vel em lt http wuww alfaebeto org br ProdutosServicos Alfabetizacao gt Acesso em 21 out 2010 191 O Guia Oficial do MEC encontra se dispon vel em lt http portal mec gov br dmdocuments guia tecnologias atual pdf gt Acesso em 21 out 2010 Ainda v deos contendo exposi o de alguns pontos de como funciona o programa podem ser vistos no seguinte endere o lt http Avww alfaebeto org br PublicacoesReferencias Videos gt Acesso em 21 out 2010 151 reproduzir o na pr xima rodada os resultados obtidos anteriormente em
387. ro perif rico na zona sul do munic pio de Vila Velha Nossa perman ncia no contexto dessa escola constou objetivamente de um total de 97 dias quase 50 do total dos dias letivos estendendo se at o ltimo dia de atividade letivo qual seja dia 21 de dezembro de 2010 38 Pelo fato de a escola na poca da pesquisa estar em per odo de implementa o do ensino fundamental de nove anos ainda existem turmas da organiza o anterior que levam a nomenclatura s ries e das novas turmas que levam a nomenclatura ano Desse modo as turmas que participaram da feitura das avalia es do Ideb em 2009 foram as quartas s ries e os quintos anos 51 Inicialmente a op o por permanecermos no contexto da escola compreendia um per odo de seis meses fevereiro a julho no entanto algumas situa es colaboraram para que permanec ssemos ao longo de todo o ano A principal delas foi o fato de que no in cio do processo da pesquisa tomarmos conhecimento de que a escola seguindo as orienta es da Secretaria Municipal de Educa o Seme a partir daquele ano 2010 passou a se organizar em tr s trimestres letivos Desse modo se encerr ssemos nossa coleta de dados em julho n o vivenciar amos o final das atividades do segundo trimestre o qual se encerrou no in cio de setembro conforme pode ser visto no calend rio escolar ANEXO A Assim estender o per odo da pesquisa ao longo de todo o ano colaboraria s
388. rofessora prop s s crian as a PRODU O DE UM TEXTO Observamos que a proposta foi conduzida do seguinte modo em primeiro lugar a professora distribuiu entre as crian as uma folha xerocopiada que continha o seguinte enunciado Copie o texto dando nome aos desenhos conforme vemos na fotografia a seguir 217 Fotografia 20 Atividade de produ o de texto Fonte Arquivo do pesquisador maio 2010 Todas as crian as se interessaram em fazer a atividade Ap s cerca de 30 minutos a professora corrigiu com as crian as o texto escrevendo o na lousa medida em que solicitava que elas individualmente lessem frase por frase O texto na lousa ficou assim O menino andava de patins com luvas nas m os para se proteger De repente o la o da bota desamarrou ele escorregou e derrubou uma barraca de verduras e frutas O dono ficou furioso mandou o menino tirar os patins e as luvas e arrumar as verduras e frutas Ap s essa corre o a professora entregou um dicion rio para cada crian a e disse aten o quero explicar a pr xima atividade sil ncio vamos agora estudar o significado da palavra furioso que estava no texto que acabamos de corrigir vou passar na lousa uma atividade vamos copiar no caderno A seguir a professora escreveu na lousa o seguinte 218 Atividade Encontre os significados da palavra furioso e substitua nas frases a seguir a Ana Vit ria ficou
389. s ambientais Dispon vel em lt http Avww vilavelha es gov br noticias 1 Geral 10041 escolas campeas no ideb comemoram resultados html gt Acesso em 4 mar 2009 35 A tabela a seguir apresenta a configura o do Ideb municipal at 2009 em rela o as metas projetadas pelo MEC Inep Tabela 2 Ideb observado em 2005 2007 e 2009 e metas para a rede municipal Vila Velha ES Metas Anos Iniciais Anos Finais Ideb Anos Iniciais Anos Finais Projetadas Observado 2005 2005 4 3 3 6 2007 4 4 3 7 2007 4 5 3 8 2009 4 7 3 8 2009 5 0 4 0 2011 5 1 4 1 2011 2013 5 4 4 5 2013 2015 5 7 4 9 2015 2017 5 9 5 1 2017 2019 6 2 5 4 2019 2021 6 4 5 6 2021 Fonte MEC INEP Dispon vel em lt http sistemasideb inep gov br resultado gt Acesso em 20 ago 2011 Para 2007 o Ideb municipal projetado para as turmas de 4 s ries e 5 anos era 4 4 e o munic pio ficou conforme se observa na tabela com o Ideb 4 5 Para as turmas de 8 s ries e 9 anos o Ideb projetado era de 3 7 e o Ideb observado foi 3 8 Diante desse quadro em que a pol tica municipal se voltava para o alcance do Ideb passamos a nos preocupar e tentar compreender quais seriam as a es oficiais da Secretaria Municipal de Educa o para as classes de alfabetiza o Foi interessante observar que n o demorou muito para que o munic pio de Vila Velha desenvolvesse a es diretamente ligadas alfabetiza o Constatamos que as classes de a
390. s duzir propostas e concep es que orl antem nossas lutas Por Izzo o Sepe convida a V t ou a entidade para construlr conose co esse proleto e firmar compromis zos com uma pauta de lutas unificada am torno da ld la Escola n o fk brica aluno n o mercadoria Educa o n o neg cio Nos proposta Inclul o lan amento do F rum em Defesa da Educa o P blica no Rlo de Janelre no dla 5 de novem bro s 18 00 no ISERJ Rus Mariz e Barros 273 Tijuca Fonte Dispon vel em lt http Avww mhweb com br seperj admin fotos boletim boletim1 1 pdf gt Acesso em 2 nov 2010 Conforme poss vel observar na figura anterior primeira coluna o Sindicato dos Professores da cidade do Rio de Janeiro chegou a protestar contra a ades o da pol tica p blica educacional local l gica do movimento de mercado no caso ao Termo de Ades o Todos pela Educa o Interessante observar que o Sindicato 160 parece ter conseguido sintetizar o principal argumento proclamado em mbito oficial e o que pior tem se tornado de certa forma consenso entre professores e sociedade que tem sustentado a ideia de se implantar pol tica educacional e portanto de alfabetiza o qual seja a educa o p blica vai mal Vejamos parte do texto A educa o p blica vai mal Esse consenso se transformou na justificativa para que os mais diversos governos implantassem nos ltimos anos pol ticas p blicas privativas procu
391. s ling sticas e psicoling sticas de leitura e escrita a entrada da crian a e tamb m do adulto analfabeto no mundo da escrita ocorre simultaneamente por dois processos pela aquisi o do sistema convencional de escrita a alfabetiza o e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita nas pr ticas sociais que envolvem a l ngua escrita letramento SOARES 2008 p 14 Para integrar os dois lados defensores dos m todos e os defensores do construtivismo Soares ao sugerir o uso do termo letramento prop e e provoca uma dicotomia entre o conceito de alfabetiza o e o conceito de letramento No 143 contexto dessa dicotomia o conceito de alfabetiza o n o altera o conceito de alfabetiza o dos defensores do m todo f nico nem o conceito dos defensores do construtivismo Desse modo o termo letramento convive bem com qualquer uma das duas perspectivas Mediante tais explica es na cita o anterior Soares 2003 chega a mencionar que alfabetiza o e letramento s o processos independentes mas interdependentes e indissoci veis a alfabetiza o desenvolve se no contexto de e por meio de pr ticas sociais de leitura e escrita isto por atividades de letramento e este por sua vez s pode se desenvolver no contexto da aprendizagem das rela es fonema grafema isto em depend ncia da alfabetiza o Estava portanto cunhada a f rmula
392. s Estados da Am rica Latina em especial o Brasil Conforme tamb m afirma criticamente Peroni 2009 p 287 o destaque dado s avalia es parte de uma concep o atual em que o Estado n o mais o executor das pol ticas ele passa a ser o coordenador e por vezes o financiador Segundo a pesquisadora tal concep o parte de um diagn stico de que a crise est no Estado o que acarreta dois movimentos a o Estado deveria buscar o par metro de qualidade no mercado e b as institui es p blicas n o deveriam mais ser as principais respons veis pela execu o das pol ticas p blicas PERONI 2009 p 287 tamb m significativo pensar que os resultados da Provinha Brasi n o precisam ser publicados como a Prova Brasil divulgada e sim ter como objetivo servir para que as escolas se autoavaliem observando como anda o desempenho das crian as e por extens o como andam as pr ticas dos professores alfabetizadores Fica claro que a Provinha teria como uma de suas principais finalidades pelo menos em tese a conforma o de pr ticas do ensino da leitura e da escrita A declara o do ministro da Educa o do dia 07 07 2010 j citada confirma essa inten o Tais pr ticas deveriam levar em considera o as orienta es da perspectiva de ensino da leitura e da escrita legitimada pelo MEC defendida na forma o de professores alfabetizadores Pr Letramento qual seja o discurso d
393. s crian as poderiam apresentar mais de uma resposta nesta quest o Tabela 33 Distribui o das crian as em torno da verifica o se gostam de ir biblioteca da escola ver quest o 26 Aprecia o F Sim 14 100 N o Total 100 Observa o No m s de abril a Biblioteca da escola passou a n o atender ao turno vespertino da escola Motivo A SEMED se recusou estender a carga hor ria de uma professora para atender a esse turno A seguir alguns coment rios das crian as que ao entrevistarmos fizeram men o a esse espa o que estava fechado A1 gosto de ir na biblioteca mais t fechada s podemos uma vez por semana pegar livros A2 gosto de ir na biblioteca mais n o pode ir mais A3 gosto mais n o t indo mais A4 gosto mais ela t fechada tem um tempo Tabela 34 Distribui o das crian as em torno da verifica o do que acham dos livros da biblioteca ver quest o 27 Aprecia o F S o bons 06 42 9 S o legais 06 42 9 S o bonitos 02 14 3 Total 14 100 Tabela 35 Distribui o das crian as em torno da verifica o se elas consideram que a biblioteca escolar tem muita variedade de livros ver quest o 27 Aprecia o F Sim 14 100 N o Total 14 100 Tabela 36 Distribui o das crian as em torno da verifica o se elas conseguem sempre levar o material que procuram da biblioteca escolar ver quest o 27 Co
394. s desenvolvidas na poca mostravam que a previs o era de que a marca da desigualdade no Brasil em termos de alfabetiza o pesaria duramente sobre a inf ncia e a adolesc ncia Segundo os estudos realizados por Azevedo 1995 havia uma estimativa no in cio dos anos 1990 de que no ano 2000 uma em cada quatro crian as faria parte da estat stica sombria das desigualdades Assim essas estat sticas aliadas s previs es sobre o n mero de analfabetos colaboraram para produzir mudan as pedag gicas e conceituais no campo da alfabetiza o que iriam se refletir nas pr ticas escolares de ensino da leitura e da escrita na fase inicial de escolariza o N o se pode esquecer de que nessa poca o Brasil vivia uma tens o que poder amos resumir nos seguintes itens a a exig ncia do BM para que o Pa s tivesse todas as crian as dentro da escola universaliza o do ensino e b a exig ncia de um Brasil alfabetizado tanto das crian as das classes de alfabetiza o quanto dos analfabetos que a Hist ria do Brasil registrava naquele momento 110 Esse era um quadro estat stico interessante para se tornar uma justificativa f rtil para que a perspectiva de alfabetiza o de Ferreiro e Teberosky que vinham desde a d cada de 80 disseminando suas pesquisas na Am rica Latina sobretudo no M xico e na Argentina ganhasse vez no cen rio nacional Segundo Mortatti 2000 2006 nesse per odo os m todos de alfabetiza o pas
395. s grandes eventos esportivos as lideran as lan am um desenho com caracter sticas do local onde s o realizados os jogos lembram qual era o mascote do pan americano B eu sei eu sei era era 190 C n o sabe B eu sei professora um sol era um sol Professora e era um sol porque os jogos aconteceram no Brasil na cidade do Rio de Janeiro e l boa parte do ano bastante ensolarado turminha onde ser a copa de 2010 Classe na Africa Professora se para o evento pan americano que ocorreu no Brasil o mascote foi um sol com que voc s acham que se parece o mascote da copa 2010 que vai acontecer na Africa Classe sil ncio Professora olhem bem para a figura do mascote ele parece com um animal Classe sil ncio f Professora turminha o que tem na Africa tem le o Classe SIM Professora ent o o mascote parece com um le o Classe SIM Professora e com qual outro animal o mascote parece Classe com um tigre Professora isso mesmo o mascote tem uma parte que parece com um le o e uma parte que parece com um tigre voc s sabem qual o nome desse mascote Classe ZACUME Professora turminha em uma reuni o de planejamento da rede municipal foi decidido que o tema copa do mundo durante todo o per odo da copa ser considerado em todas as nossas atividades e em todas as disciplinas faremos um trabalho interdisciplinar A YES E OBA
396. s internacionais e pelos intelectuais que atuavam nos diversos institutos de economia SAVIANI 2007 p 428 Essa reuni o deveria servir efetivamente para imprimir como seria desenvolvido o 8 de desenvolvimento econ mico a ser implementado pelos modelo neolibera governos nacionais que a ele aderissem Na verdade j no in cio da d cada de 80 reformas educacionais eram articuladas em diversas regi es do mundo sob a coordena o de organismos internacionais O objetivo das mudan as era adequar os sistemas de ensino s exig ncias do fen meno caracterizado pela globaliza o de ordens e intensiva informatiza o dos processos produtivos Esses processos de reforma educacional j iniciados na d cada de 1980 foram s o interpretados como seguindo a ideologia da moderniza o ou a ideologia neoliberal e s o associados a uma rea o do que ficou sendo chamado de Nova Direita ao processo de esvaziamento do Estado intervencionista Em fun o disso poss vel constatar uma mudan a nas pol ticas de investimentos dos organismos internacionais Por exemplo o BM a partir do in cio da d cada de 1980 direcionou Entendemos que importante lembrar onde nasceram os dois principais organismos internacionais que comp em o neoliberalismo As duas institui es financeiras internacionais o Banco Mundial BM e o Fundo Monet rio Internacional FMI foram criadas ao final da 2 Guerra Mundial 1944 na Confer nci
397. s para o ensino fundamental da rede municipal Linhares ES Metas Anos Iniciais Anos Finais Ideb Anos Iniciais Anos Finais Projetadas Observado 2005 2005 4 0 4 0 2007 4 1 4 0 2007 4 3 3 7 2009 4 4 4 1 2009 4 9 3 8 2011 4 8 4 4 2011 2013 5 1 4 8 2013 2015 5 4 5 2 2015 2017 5 6 5 4 2017 2019 5 9 5 7 2019 2021 6 2 5 9 2021 Fonte Prova Brasil e Censo Escolar Dispon vel em lt http ideb inep gov br Site gt Acesso em 24 maio 2009 Quando esse ndice foi divulgado no dia 11 de junho de 2008 como n o poderia deixar de ser a Secretaria Municipal de Educa o as escolas e os professores festejaram e o consideraram indicador da qualidade da educa o no munic pio Todos efetivamente interpretaram os resultados a partir da seguinte equa o Ideb 4 0 EDUCA O DE QUALIDADE NO MUNIC PIO DE LINHARES ES Ainda em 2008 esse munic pio vivenciou a primeira experi ncia de participar participa o obrigat ria uma vez que havia assinado o Termo de Ades o da aplica o das duas edi es da Provinha Brasil A primeira foi aplicada em abril e a segunda edi o em novembro desse mesmo ano Participaram da avalia o todas as classes de primeiro ano do ensino fundamental O resultado em linhas gerais da primeira edi o n o foi t o satisfat rio ao passo que a segunda edi o demonstrou melhor desempenho das crian as Os resultados satisfat rios da At 2005 apenas o resultado geral dos munic pi
398. s pr ticas alfabetizadoras poss vel j citar por exemplo a decis o da pol tica p blica oficial do MEC em aprovar e incluir programas e parcerias p blico e privado que tratam de orienta es te ricas e metodol gicas de pr ticas de professores alfabetizadores Sobre essa situa o podemos citar o Programa de Alfabetiza o do Instituto Alfa e Beto IAB inclu do no Guia de Tecnologias do MEC O conceito de alfabetiza o desse programa tamb m compactua com a dicotomia alfabetiza o e letramento Al m dessa quest o esse instituto declara com todas as letras em um Programa denominado de Cole o Prova Brasil o modo como concebe qual o papel da tarefa escolar na atualidade preparar as crian as escolas munic pios para fazerem as provas oficiais patrocinadas pelos empres rios alocados em nosso pa s e coordenadas pelo MEC INEP tal como pode ser constatado no texto no site oficial do IAB que apresentamos na ntegra a seguir Cole o Prova Brasil Em poucas palavras Voc quer melhorar o IDEB de seu munic pio Voc est contente com o desempenho dos alunos na Prova Brasil No final de 2011 os alunos do 5 ano far o novamente a Prova Brasil Em 2010 eles se encontram matriculados no 4 ano do Ensino Fundamental Se n o houver nenhuma mudan a significativa esses mesmos alunos 98 Conforme dados extra dos do site oficial do Instituto ele se configura como uma organiza o n o gove
399. s signos da linguagem BAKHTIN 2006 p 99 Especificamente por esse motivo que esse autor conclui que a separa o da l ngua de seu conte do ideol gico constitui um dos erros mais grosseiros do objetivismo abstrato BAKHTIN 2006 p 99 Levando em considera o as coloca es de Bakhtin Geraldi 2006 assinala que quando se assume a perspectiva de linguagem como meio de comunica o para orientar o ensino da leitura e da escrita evidenciada a preval ncia do aprendizado da metalinguagem da l ngua utiliza a pr pria l ngua para falar dela mesma quando muito o aprendizado de exerc cios estruturais de aplica o de no es e categorias GERALDI 1993 p 118 N o seria ent o exagero pensar que nesse caso o ensino da l ngua se apoia na enuncia o isolada fechada monol gica desvinculada de seu contexto lingu stico real qual se op e n o uma resposta potencial ativa mas a compreens o passiva dado ltimo e o ponto de partida da reflex o lingu stica BAKHTIN 2006 p 102 Assim podemos inferir que o trabalho orientado pela Semed que adota o texto como unidade de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita na medida em que tem como base uma concep o de linguagem como meio de comunica o deixa de colaborar para que a sala de aula se torne Lugar de intera o verbal e por isso de di logo entre sujeitos ambos portadores de diferentes sabe
400. sa por m verificar na cl nica que muitas das crian as na verdade n o eram disl xicas e n o tinham hist rico familiar Seus c rebros n o eram disl xicos mas pareciam pelo seu desempenho Mas quando n s aplic vamos o m todo f nico melhoravam rapidinho Descobri que funciona maravilhosamente bem com os disl xicos e portanto ainda melhor com o c rebro n o disl xico A tend ncia mais respeitada entre a maior parte dos especialistas no entanto fala de combinar as duas concep es f nica e linguagem total Isso o pr prio algoz dos construtivistas reconhece Realmente o m todo misto pode ser bom mas para os pa ses desenvolvidos N s pa ses em desenvolvimento n o podemos nos dar ao luxo Aqui o ideal implantar imediatamente o m todo f nico que mais eficiente a curto prazo e tem custo nulo Capovilla afirma que vai continuar sua campanha amparado tamb m na religi o Quando o cientista exclui o lado espiritual fica merc do controle material e social Vai publicar aquilo que aceito em uma rea de pesquisa que seja financi vel Se eu fosse materialista n o teria abra ado essa causa perigos ssima e valente Sei que vou ganhar grifos nossos Verificamos nessa extensa cita o mat ria que Capovilla busca justificar o aceite do m todo f nico no Brasil pelo fato segundo ele de que praticamente todos os pa ses desenvolvidos j faziam uso desse m todo com bons resultados p
401. sados por exemplo a id ia de o processo de alfabetiza o n o se constituir requisito para o alcance de um determinado n vel de letramento pode induzir a questionamentos sobre a necessidade da garantia de acesso ao ensino aprendizagem da leitura e da escrita o que seria desastroso para os indiv duos que vivem em meio social n o letrado GONTIJO 2005 p 63 grifo nosso Quando Soares 2003 aponta que distinguir alfabetiza o de letramento era necess rio justificando que desejaria defender a especificidade do processo de aprendizagem da leitura e da escrita Gontijo 2005 p 66 afirma que a quest o central sobre o conceito de alfabetiza o n o estaria relacionada com a necessidade de recuperar defender a especificidade desse processo Para essa autora a quest o central est na necessidade de constru o de um conceito aberto portanto capaz de abranger as diferentes pr ticas de produ o de textos orais e escritos e as diferentes possibilidades de leitura produzidas e reproduzidas pelos diversos grupos sociais e a dimens o ling stica da alfabetiza o GONTIJO 2005 p 66 Desse modo as coloca es de Gontijo informam que o letramento n o pretende assumir a alfabetiza o como um processo hist rico social de inser o das crian as no mundo da linguagem escrita ou da cultura escrita Por essa raz o tamb m que Gontijo 2005 p 69 ainda esclarece que o termo letramento do modo como
402. sam a ser questionados Inicia se assim um per odo de acentua o em torno da perspectiva do construtivismo e da desmetodiza o no Brasil Tal acentua o ir se configurar na pr tica a partir da divulga o patrocinada pelas institui es acad micas e pelos rg os p blicos de dire o da educa o da teoria construtivista como ficou conhecida a psicog nese da l ngua escrita desenvolvida por Em lia Ferreiro doutora pela Universidade de Genebra e orientanda e colaboradora de Jean Piaget com a participa o de Ana Teberosky A teoria construtivista diferente dos m todos de alfabetiza o os sint ticos e anal ticos que na pr tica enfatizavam um processo de repeti o a memoriza o postula que a crian a deve ser considerada como um ser ativo que pensa que constr i hip teses sobre a escrita em intera o com os objetos de conhecimento Nesse sentido o construtivismo prega a substitui o do olho que v do ouvido que ouve e da m o que escreve por um c rebro que pensa AZEVEDO 1995 p 40 e constr i hip teses sobre o conhecimento Conforme assinalam Ferreiro e Teberosky 1989 o construtivismo no campo da alfabetiza o fundamenta se em dois marcos te ricos a teoria da linguagem de N Chomsky e a teoria da intelig ncia de Jean Piaget haja vista que Piaget n o havia se preocupado com o estudo do sistema da l ngua Seguindo as orienta es desses autores a a
403. seguintes coment rios O movimento trabalha para que durante as comemora es do bicenten rio da Independ ncia do Brasil em 2022 todas as crian as e jovens estejam na escola O ministro da Educa o Fernando Haddad participa da solenidade O compromisso mobiliza o Minist rio da Educa o o Conselho Nacional dos Secret rios de Educa o CONSED e a Uni o Nacional dos Dirigentes Municipais de Educa o UNDIME Tamb m participam v rias organiza es entre elas o Instituto Ayrton Senna Instituto P o de A car Instituto Ita Cultural Funda o Bradesco Funda o Roberto Marinho Instituto Gerdau Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF e Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura UNESCO al m de secret rios estaduais e municipais de educa o O objetivo da alian a realizar uma mobiliza o no pa s para universalizar o ensino e melhorar a sua qualidade Para isso foram estabelecidas cinco metas Em primeiro lugar espera se ter nos pr ximos 16 anos 98 dos brasileiros com idade entre 4 e 17 anos na escola A segunda meta prev que em 2022 95 dos jovens com at 16 anos devem ter completado o ensino fundamental e aqueles com at 19 anos devem ter conclu do o ensino m dio A fotografia a seguir representa o cen rio escolhido para a Proclama o do Compromisso Todos pela Educa o para a sociedade brasileira as escadarias do Museu do Ipiranga em S o
404. sibilidade de encaminhar as crian as citadas especificamente para uma avalia o no Centro de Refer ncia de Atendimento de Portadores de Necessidades Educativas Especiais CRAPNEE do munic pio de Vila Velha Observamos que tal medida segundo a professora poderia possibilitar encontro com orienta es que pudessem assinalar o que poderia ser feito para ajudar essa crian a Esse era o caminho que parecia ser o melhor na ocasi o A professora nos convidou para assistirmos marca o dessa avalia o no CRAPNEE que ap s ser feita pelo telefone da escola foi comunicada m e o local dia e hor rio Segundo a professora no CRAPNEE os alunos devem receber tratamento cl nico e social especializado nas reas de Fisioterapia Fonoaudiologia Psicologia Psiquiatria e Assist ncia Social pois um rg o de atendimento p blico municipal De acordo com ela e a escola o Centro se apresenta funcionando de modo insatisfat rio no tocante s possibilidades de atendimento a todas as escolas da educa o infantil e do ensino fundamental da rede No caso do agendamento da crian a citada s foi poss vel para dois meses depois cairia basicamente no meio do segundo trimestre Existe sempre uma grande demanda de encaminhamentos para poucos especialistas que atuam no Centro Esse o nico lugar p blico que as crian as das escolas p blicas desse munic pio teriam para serem avaliadas e atendidas 82 importante afirmar que
405. sine bairro do munic pio de respons vel pelo a aluno a autorizo a utiliza o das imagens do meu filho a na produ o da pesquisa Propostas e Pr ticas de alfabetiza o em uma turma do segundo ano do ensino fundamental do munic pio de Vila Velha ES desenvolvida por Vanildo Stieg Assinatura do respons vel Local e data 263 AP NDICE D ROTEIRO PARA CARACTERIZA O DA ESCOLA 1 IDENTIFICA O DA ESCOLA Nome da Escola Endere o completo Telefone E mail Autoriza o para o funcionamento desta Unidade Escolar Seu reconhecimento Data da inaugura o Diretores da Escola desde a sua inaugura o Esta quest o poder ser respondida no verso desta folha 2 INSTITUI ES ESTABELECIMENTOS NAS MEDIA ES DA ESCOLA Escola p blica Correios Oficina cultural Escola particular Hospital Academia de gin stica Biblioteca Pronto socorro V deo locadora Museu Posto de sa de Cinema Escola de l nguas Farm cia Delegacia de Pol cia Escola de Shopping Outras inform tica Clube recreativo Associa es comunit rias Igreja Hipermercado 3 ASPECTO F SICO Salas n rea Estado de Uso N de alunos Carteiras de ordem conserva o Bom Regular Ruim Sim N o M T IN Olo NIDIA E IN 10 11 12 13 14
406. sino fundamental do munic pio de Vila Velha ES realizado por Vanildo Stieg concordando com os procedimentos aqui apresentados Assinatura RG Local e data 138 Este documento de pesquisa foi desenvolvido tomando como base os AP NDICES B e C das disserta es de Dilza C co intitulada Pr ticas de leitura na alfabetiza o defendida no Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal do Esp rito Santo UFES 2005 e de Maristela Gatti Piffer intitulada O trabalho com a linguagem escrita na educa o infantil 2005 tamb m defendida no Programa de P s Gradua o em Educa o da mesma universidade 262 PROTOCOLO DE PESQUISA 2 Parte CONSENTIMENTO E LIVRE ESCLARECIMENTO Em cumprimento ao protocolo de pesquisa Propostas e Pr ticas de alfabetiza o em uma turma do segundo ano do ensino fundamental do munic pio de Vila Velha ES desenvolvida por Vanildo Stieg no ano de 2010 na EAE RPE RREO E REDES PERDER RR ha turma de 2 ano do turno a combinar Dando continuidade ao tratamento tico dos dados solicito a autoriza o dos pais ou respons veis dos alunos envolvidos nesse estudo para a utiliza o de imagens obtidas por meio de fotografias e filmagens na produ o do relat rio de pesquisa Essas imagens ser o utilizadas para fins estritamente cient ficos ligados a esta pesquisa Atenciosamente Vanildo Stieg Pesquisador Eu Portador da CI n residente e domiciliado na rua
407. sitas sob sua supervis o nesse ambiente Ao longo dos di logos estabelecidos durante a pesquisa constatamos que no entender dos professores se eles se conformassem em contornar o problema da n o exist ncia de uma pessoa para dar os devidos atendimentos e eles se responsabilizassem pelas visitas biblioteca tal atitude poderia apontar para a Semed que a escola n o precisava mesmo de um funcion rio pois por si mesma poderia contornar essa situa o Os professores queriam mostrar para a Semed que um funcion rio respons vel pela biblioteca era importante e a obriga o dela era providenciar o que lhe caberia promover as condi es materiais e humanas para que a escola desenvolvesse seu trabalho Ao longo de todo o ano letivo de 2010 a biblioteca permaneceu fechada no per odo vespertino Para o pr ximo ano a escola pretendia se organizar novamente para dialogar sobre o funcionamento da biblioteca nos dois turnos Certamente isso ser mais uma das lutas em torno da biblioteca Podemos afirmar que ser mais uma luta porque para que a escola pudesse garantir do ponto de vista material essa biblioteca foi necess ria a apresenta o da proposta desse espa o a diferentes pessoas e empresas Quem de fato contribuiu para a composi o da biblioteca n o foi o Poder P blico Municipal O espa o existe em virtude de que a escola foi contemplada porque lutou por isso com doa es de empresas do munic pio Uma placa afixada em uma p
408. site do MEC nos textos do Programa de Forma o de Professores Alfabetizadores PROFA discurso hegem nico orientado pela perspectiva construtivista anterior ao letramento Isso poss vel de ser conferido no site que apresentamos a seguir Dispon vel em lt http portal mec gov br seb arquivos pdf Profa guia for 2 pdf gt Acesso em 1 nov 2009 144 Uma quest o que se inscreve neste contexto qual o sentido pol tico e ideol gico do letramento que foi incorporado aos documentos oficiais uma vez que esse discurso contraditoriamente dicotomiza o conceito de alfabetiza o e de letramento Na verdade o letramento ser uma sa da conciliat ria articulada pelo discurso oficial para as perspectivas da alfabetiza o em disputa m todos e construtivismo Assim acionada mais uma vez a t tica do Estado Na o liberal republicano Com efeito a vida desenvolvida em meio a uma arena de tens es de contradi es mas isso n o pode aparecer nos discursos oficiais ent o se concilia unifica O Estado liberal assume o que lhe conv m em determinadas pocas contextos No contexto das disputas entre os defensores dos m todos e os construtivistas o letramento cai como uma luva na concilia o pois o importante seria a ado o de uma perspectiva de ensino da leitura e da escrita que demonstrasse que daria conta das exig ncias neoliberais acentuar os ndices da avalia o em larga escala no Brasil quest o que j estava
409. situa o leva a crer que a proposta de descentraliza o apresentada pela Uni o consistiu e continua consistindo em um repasse para a sociedade das pol ticas sociais PERONI 2007 p 3 Portanto o que aparentemente seria uma proposta de Estado m nimo configura se como realidade de Estado m nimo para as pol ticas sociais e de Estado m ximo para o capital afirma essa autora E sob a nossa perspectiva isso vem a se confirmar na crise de 2007 2008 em que os Estados incluindo os EEUU vieram a socorrer o mundo das finan as e seus lucros fraudulentos 103 As estrat gias de reforma do Estado no Brasil no per odo de 1995 at a atualidade passam a ser a privatiza o a publiciza o e a terceiriza o Conforme expressa Pereira 1997 p 7 a terceiriza o o processo de transfer ncia para o setor privado dos servi os auxiliares ou de apoio A publiciza o consiste na transfer ncia para o setor p blico n o estatal dos servi os sociais e cient ficos que hoje o Estado presta Publiciza o no Plano da Reforma do Estado significa transformar uma organiza o estatal em uma organiza o de direito privado p blica n o estatal PEREIRA 1997 p 8 Segundo Peroni 2007 p 3 as pol ticas sociais foram consideradas servi os n o exclusivos do Estado e assim sendo de propriedade p blica n o estatal ou privada Desse modo o papel do Estado com rela
410. so de forma o do g nero humano passamos ent o a assumir e a defender o conceito de alfabetiza o que foi definitivamente orientador de nosso olhar no campo de pesquisa para investigar as pr ticas de alfabetiza o Concordamos pois com as assertivas de Gontijo Essa autora nos ajuda a compreender que de forma diferente das perspectivas associacionista e psicogen tica a Alfabetiza o um processo s cio hist rico e cultural que realiza a necessidade fundamental das crian as e dos seres humanos de inser o na genericidade para si A alfabetiza o como din mica da rela o entre a apropria o e objetiva o um processo de inser o dos indiv duos na continuidade da hist ria GONTIJO 2002 p 132 Desse modo compartilhamos com essa autora quando acentua que a alfabetiza o um processo em que as crian as se formam como seres humanos e que realiza um dos c rculos fundamentais do processo de forma o da humanidade livre e universal GONTIJO 2002 p 138 174 Ainda de acordo com Gontijo 2008 p 2 os pressupostos da perspectiva hist rico cultural na Psicologia indicam que o desenvolvimento das fun es psicol gicas superiores e portanto o desenvolvimento da linguagem escrita na crian a um processo dial tico complexo que se caracteriza por uma periodicidade m ltipla por uma despropor o no desenvolvimento das distintas fun es por metamorfoses ou transforma
411. sobre letras e sons Para estas crian as a escrita um encadeamento de sinais gr ficos aleat rios e elas precisam trabalhar e pensar bastante sobre este objeto sociocultural para chegar a compreender a rela o entre letras e sons dentro de um sistema alfab tico Fazer os alunos compreenderem o beab sempre foi f cil para as escolas da elite mas isso n o basta E preciso produzir leitores competentes E isso que as escolas particulares buscam na metodologia construtivista E isso que queremos para todos e n o apenas para a classe dominante Diante da luta travada entre os defensores do m todo f nico e os defensores do z construtivismo interessante notar de que modo o ministro da Educa o se posicionou na poca conforme uma mat ria intitulada MEC discute a volta da vov viu a uva publicada no jornal Folha de S o Paulo no Rio de Janeiro no dia 11 de fevereiro de 2006 O Minist rio da Educa o MEC vai revisar o processo de alfabetiza o para as primeiras s ries do ensino fundamental e abrir uma pol mica pedag gica O ponto mais discutido desse debate divide educadores da linha construtivista predominante na maioria das escolas p blicas e privadas do pa s e defensores do m todo f nico priorizado hoje em v rios pa ses desenvolvidos A discuss o surge no preparo das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para as s ries iniciais do ensino fundamental que ganhou um ano a mais nesta sema
412. sposta A observa o desse di logo fez com que pergunt ssemos professora qual era a sua inten o com aquela atividade Ela nos disse que ela tinha pelo menos dois objetivos a saber primeiro a partir da c pia as crian as poderiam melhorar a escrita das letras e palavras a ortografia ampliar o vocabul rio segundo a c pia promoveria o contato com a estrutura de um texto informativo Ao terminar de passar o texto na lousa a professora fez uma leitura em voz alta para toda a turma Essa foi a ltima atividade proposta pela professora naquele dia 12 Sobre a informa o da fonte a professora disse que havia esquecido de salvar o endere o do site onde havia encontrado o texto Prometeu que traria para a classe essa informa o na aula seguinte 199 Ap s descrevermos as nove atividades retomamos a quest o como o trabalho com o texto se concretizou na sala de aula pesquisada Como j dissemos o projeto Copa do Mundo 2010 e portanto o trabalho com o texto entra na sala de aula por meio de uma orienta o oficial da Semed buscando garantir que o ensino da leitura e da escrita seja integrado aos conte dos das diferentes disciplinas trabalhados uma vez que o letramento traria a promessa de amplia o de aprendizagens das crian as Levando em considera o a expectativa da escola no tocante ao letramento talvez fosse importante mencionar que a proposta de trabalho com textos na escola brasileira n o uma nov
413. ssam estimular o desenvolvimento de professores e alunos disse o secret rio As escolas da rede municipal de Vila Velha foram as que obtiveram as melhores m dias no Estado do ltimo Ideb 4 8 Ainda estamos abaixo da m dia nacional e precisamos trabalhar para reverter este quadro O ponto de partida saber o que est impedindo um melhor desempenho dos alunos em cada escola S assim poderemos intervir e buscar melhores resultados Por esta raz o a elabora o do PDE t o importante Ele vai nos mostrar exatamente o que precisamos fazer para alcan armos nossas metas avaliou Heliosandro Nessa cita o constatamos no primeiro e segundo par grafo que o munic pio de Vila Velha havia sido efetivamente afetado pelo discurso oficial do MEC orientador da pol tica educacional na atualidade Foi basicamente nesse contexto que Vila Velha passou a se preocupar com o desenvolvimento do PDE Escola e a promov lo seguindo criteriosamente a recomenda o do discurso oficial do MEC Nesse munic pio vigora ent o a ideia de que seria por meio dos diagn sticos com base na metodologia do PDE Escola que seriam balizadas as pol ticas p blicas para a Educa o municipal ver terceiro par grafo da 3 Dispon vel em lt http www vilavelha es gov br index php option com content amp view article amp catid 1 Geral amp id 1121 4 vila velha elabora plano de desenvolvimento escolar pde gt Acesso em 14 out 2010
414. ssavam a se coadunar com o discurso do letramento O contexto observado no tocante pol tica educacional que se oficializava no munic pio de Vila Velha de modo consonante e ou afetado pela pol tica oficial do MEC no que refere ao lugar que a alfabetiza o passava a ocupar segundo a perspectiva do Ideb bem como ao tipo de orienta o te rica e metodol gica que o ensino da leitura e da escrita deveria passar a assumir discurso do letramento confirmou nossa inquieta o e reafirmou a necessidade de investigar as pr ticas de alfabetiza o iniciadas a partir de nossa viv ncia na educa o do munic pio de Linhares Tal investiga o seria significativa para ser desenvolvida agora e neste lugar Diante disso nossa quest o de pesquisa anunciada anteriormente no contexto do munic pio de Linhares se imp s mais uma vez qual seja compreendermos como s o desenvolvidas as pr ticas de alfabetiza o em uma turma do 2 ano do ensino fundamental de uma escola da rede p blica municipal de Vila Velha ES no contexto do discurso de letramento importante lembrar que a hip tese de pesquisa tamb m permaneceu de igual modo neste novo campo emp rico de pesquisa a ado o do termo ou perspectiva do letramento por parte do discurso oficial representou a possibilidade de concilia o entre as ideias construtivistas e as defendidas pelos seguidores dos antigos m todos de alfabetiza o tanto no tocante s pr ticas inve
415. ssinalar mais de um material 292 Tabela 9 Atividades mais comuns que as crian as realizam fora do ambiente familiar ver quest o 11 letra b Atividades em casa F Passeio na praia 10 43 4 Passeio na sorveteria 02 8 6 Anda de bicicleta 01 4 3 Vai ao cinema 01 4 3 Brinca de jogar bola 01 4 3 Vai pizzaria 01 4 3 Frequenta aulas de gin stica art stica 01 4 3 Participa de atividades na Igreja 04 17 3 Brinca de queimada 01 4 3 Vai a festas diurnas com a m e 01 4 3 Total 23 100 Observa o Nesta quest o a fam lia poderia assinalar mais de uma atividade Tabela 10 Distribui o das crian as conforme as pessoas que moram em sua casa ver quest o 8 Pessoas F Pai m e e irm o 03 21 4 Pai m e e irm os 01 7 2 M e e irm os 02 14 3 Pai m e irm os av tio e tia 01 7 2 Av irm os tia e primo 01 7 2 Pai m e irm os e av 01 7 2 Pai m e irm os tio e 01 7 2 tia 01 7 2 M e filho nico Pai m e av tio tia e 01 7 2 prima filho nico 02 14 3 Pai m e irm os e prima Total 14 100 Tabela 11 Distribui o das crian as de acordo com n mero de irm os ver quest o 7 N mero de irm os F 1 irm o 06 42 9 2 irm os 04 28 5 3 irm os 02 14 3 Filho nico O2 14 3 Total 14 100 293 Tabela 12 Distribui o das crian as de acordo com a ocupa o do pai ver quest o 3 Ocupa o F 4141 05 Estoquista 01 7 2 7711 05 Marceneiro 02 14 3 7152 10
416. stigadas quanto no que se refere ao campo das decis es pol ticas Desse modo al m das an lises das pr ticas da professora alfabetizadora cap tulo 5 41 dedicamos um cap tulo 4 para discutirmos as origens hist ricas sociais econ micas e pol ticas que levaram ado o pelo governo central da perspectiva do letramento Tendo em vista o problema central desta pesquisa buscamos compreender como a tem tica pr ticas de alfabetiza o teria sido discutida no mbito da academia ou seja no mbito das produ es acad micas em anos recentes 2003 2008 Para tanto desenvolvemos uma revis o de literatura a partir de trabalhos encontrados no banco de disserta es e teses da Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CAPES Sob nossa perspectiva tal exerc cio possibilitaria focar e ou melhorar mais diretamente o problema de pesquisa Encontramos um n mero consider vel de trabalhos produzidos no per odo de 2003 a 2008 tais como C co 2006 Oliveira 2004 Ribeiro 2006 Piffer 2006 Bernardes 2006 Bakke 2006 Heinsch 2006 Cortez 2003 Scalcon 2003 Pereira 2005 Martin 2005 Brito 2003 Gomes 2006 Santos 2006 Bertan 2006 Reis 2006 Oliveira 2008 Santaiana 2008 e Cruz 2008 que tratam do tema pr ticas de alfabetiza o Isso nos levou a concluir que efetivamente no per odo eleito para o estudo foi desenvolvido um consider vel n mero de trabalhos sobre
417. suais contribuiu para pensarmos esse tipo de tratamento dado ao texto imag tico no contexto do projeto Copa do Mundo 2010 Nesse texto Rebou as apresenta e discute o conceito de texto e de leitura visual e sua inser o na escola Um dos importantes pontos assinalados por essa autora e que atraiu a aten o dessa pesquisa foi o modo como ela considera a possibilidade da feitura da leitura de texto visual Compreendemos a partir de Rebou as 2006 p 109 que o texto visual e no caso os desenhos produzidos pelas crian as n o foi considerado como enunciado que apresenta varia es conforme a subst ncia da express o gr fica pl stica gestual f nica ou outras utilizadas para a manifesta o do processo lingu stico As atividades com as bandeiras dos pa ses que participaram da Copa do Mundo 2010 por exemplo se distanciaram significativamente dessa perspectiva Rebou as 2006 instiga o seguinte questionamento ora mas como iniciar e realizar o percurso de leitura de um texto visual Ela responde do seguinte modo Pelas marcas deixadas no texto por seu enunciador No caso da leitura de 210 imagens ela que desencadear o interesse em conhecer detalhes esclarecedores sobre a pr pria imagem sobre a hist ria pessoal do autor e suas rela es com a cultura com a qual dialoga REBOU AS 2006 p 111 Esta autora assinala que a leitura sugerida pela semi tica prop e que a pr
418. ta no Brasil acontece desde 1930 no dia 14 de novembro data da funda o do Minist rio da Educa o e Sa de P blica Foi uma iniciativa do Governo Get lio Vargas que acabava de tomar posse A cria o do Minist rio visava a promover o ensino prim rio e combater o analfabetismo Dispon vel em lt http www brasilescola com datacomemorativas dia da alfabetizacao htm gt Acesso em 21 out 2010 do Informa es extra das do site oficial organizado pela equipe do Brasil Escola Dispon vel em lt http Avww brasilescola com datacomemorativas dia da alfabetizacao htm gt Acesso em 21 out 2010 89 documento datado em 1995 De fato a reforma do Estado trar implica es para o mbito das pol ticas sociais e em especial para a educa o No contexto da reforma especificamente para o campo da alfabetiza o vimos a chegada e o desenvolvimento do Programa de Forma o de Professores Alfabetizadores PROFA e acontece a entrada efetiva do Brasil nos debates econ micos globais f a ONU declara que 2003 a 2012 seria a d cada da alfabetiza o e nesse per odo o Brasil come a a intensificar sua preocupa o com as avalia es oficiais que desde o final da d cada de 90 j vinham ocorrendo agora pautadas pelo Ideb 9 em 2006 h no Brasil o movimento Compromisso Todos pela Educa o que se torna ent o o Decreto n 6 094 em 24 de abril de 2007 e passa a ser denominado de Plano de Metas Comprom
419. tamos o instituto incentiva uma educa o voltada para a realiza o de provas oficiais Consideramos a perspectiva desse instituto no m nimo desrespeitosa com rela o finalidade educativa que compreendermos ser a da escola p blica inserir os aprendizes no contexto de sua hist ria e de sua cultura e para tanto deve tomar os saberes que foram constru dos historicamente para constituir cidad os ativos cr ticos responsivos e portanto participativos diante da vida em sua sociedade Seguindo da inclus o do IAB no Guia de Tecnologias do MEC vemos recentemente em v rios lugares do Brasil Sistemas de Ensino Estadual Municipal e Privados fechando administrativamente pacotes para implantar nas escolas esse Programa Citamos a seguir como se deu o caso do Estado do Maranh o Regi o Nordeste Estado do Rio de Janeiro Regi o Sudeste e Estado do Rio Grande do Sul Regi o Sul A escolha desses lugares ocorreu pelo fato de desejarmos mostrar 152 que em diferentes Regi es e Estados do Brasil est posto oficialmente o processo de concilia o de diversas perspectivas metodol gicas no tocante ao ensino da leitura e da escrita em classes de alfabetiza o Nos tr s casos h envolvimento deliberativo do Estado governadores e dos munic pios prefeitos em quest o O Estado do Maranh o fez a ades o de 56 munic pios ao Programa Alfa e Beto em janeiro de 2010 com o objetivo de reduzir os ndices de analfabetismo
420. tamos a seguir na ntegra Mais de 2 800 crian as com necessidades especiais que dependem de transporte p blico para estudarem nas escolas da rede municipal de Vila Velha ser o beneficiadas com a compra de seis micro nibus pela Secretaria Municipal de Educa o a partir do m s de setembro Um s timo ve culo tamb m ser comprado para atender exclusivamente aos alunos com problemas visuais O investimento com recursos pr prios totaliza pouco mais de R 1 milh o e tamb m atende s recomenda es do Minist rio P blico que considera o servi o importante para promover a es de inclus o social e para facilitar o acesso dos alunos com necessidades especiais ao ensino p blico gratuito e aos servi os especializados de tratamento m dico na rede municipal Os novos ve culos v o garantir que crian as com surdez defici ncia visual e diversos outros tipos de limita es f sicas e problemas de locomo o possam ir e voltar da escola al m de ir e voltar das sess es de terapia sem nenhum sacrif cio adicional Os nibus v o busc las e entreg las em casa de acordo com os hor rios de aula e de terapia que ser o previamente agendados Dispon vel em lt http Awww folhavitoria com br geral noticia 2009 08 criancas com necessidades especiais terao transporte para estudar em vv html gt Acesso em 7 fev 2011 83 Esses nibus tamb m cuidar o do transporte de alunos at o Centro de Refer ncia para
421. tar a resist ncia dos pareceristas dos rg os de pesquisa quando enveredou pela seara da inform tica por volta de 1990 ao concluir o Ph D em psicologia experimental na Temple University Filad lfia EUA Seu interesse estava justamente em operar milagres tecnol gicos usar os computadores para fazer se comunicarem pessoas com dificuldades de fala No in cio n o conseguiu patroc nio oficial para implantar seus sistemas de comunica o alternativa como s o chamados 135 Mas surgiram bons samaritanos para ajud lo na tarefa pessoas com dinheiro por quest o tica n o revela nomes que tinham parentes af sicos com dificuldades neurolingu sticas se interessaram pelas pesquisas Capovilla montava o sistema gratuitamente para o familiar atingido e em troca recebia equipamentos para seu laborat rio Um deles era um industrial de 78 anos fundador de um imp rio de alimenta o que havia sofrido um AVC acidente vascular cerebral e ficado com uma afasia denominada de Broca refer ncia ao neurologista franc s Paul Broca 1824 1880 que a estudou A afasia de Broca um dist rbio oriundo de uma les o na regi o frontal do c rebro que causou nesse paciente a paralisia do bra o direito tamb m n o conseguia ler escrever ou falar A equipe de Capovilla escaneou e colocou no computador fotos de familiares e das pessoas que conviviam com o paciente assim como dos rem dios que tomava Com a m o
422. te assist ncia social cultura dentre outras com vista ao fortalecimento da identidade do educando com sua escola 31 XXV fomentar e apoiar os conselhos escolares envolvendo as fam lias dos educandos com as atribui es dentre outras de zelar pela manuten o da escola e pelo monitoramento das a es e consecu o das metas do compromisso XXVI transformar a escola num espa o comunit rio e manter ou recuperar aqueles espa os e equipamentos p blicos da cidade que possam ser utilizados pela comunidade escolar XXVII firmar parcerias externas comunidade escolar visando melhoria da infra estrutura da escola ou promo o de projetos socioculturais e a es educativas XXVIII organizar um comit local do Compromisso com representantes das associa es de empres rios trabalhadores sociedade civil Minist rio P blico Conselho Tutelar e dirigentes do sistema educacional p blico encarregado da mobiliza o da sociedade e do acompanhamento das metas de evolu o do IDEB Ainda bom lembrar que o Cap tulo Il intitulado DO NDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCA O B SICA constitu do de modo bem objetivo ou seja apenas por um artigo art 3 e um par grafo afirma como a educa o brasileira e no caso a educa o de Vila Velha tamb m passaria a ser medida Art 3 A qualidade da educa o b sica ser aferida objetivamente com base no IDEB calculado e divulgado periodic
423. te relat rio o letramento ou a perspectiva do letramento surge como solu o para dar conta dos compromissos e dos acordos entre MEC empres rios e as prescri es dos organismos internacionais No contexto de pol ticas neoliberais o letramento passa a significar o resultado da a o de ensinar ou aprender a ler e escrever o estado ou condi o que adquire um grupo social ou um indiv duo como consequ ncia de ter se apropriado da escrita SOARES 1998 p 18 Desse modo as pr ticas de letramento prev em pr ticas de leitura e de escrita em que se aprende a ler lendo e a escrever escrevendo T o somente isso Sob nossa perspectiva essa ideia n o colabora para que as pessoas se posicionem no mundo e passem a dizer a sua palavra O letramento em tempos de Compromisso Todos pela Educa o portanto conduz ideia de funcionalidade da leitura e da escrita e portanto tend ncia a preparar os sujeitos para atender a demandas e n o para criar demandas intervir no mundo pois os sujeitos n o s o incentivados convidados para participar das quest es presentes em sua sociedade Eles s o constitu dos pretensamente para servirem de m o de obra no mercado de trabalho N o sem raz o o que nesse sentido Geraldi 2011 p 30 nos acena O letramento prev de antem o o lugar social que cada um deve ocupar qualquer exce o pode ser inadequada quer sejam uma leitura e uma escrita para mais pol tica e cr tic
424. terminaram de anotar a professora escreveu algumas quest es na lousa para serem respondidas em casa sobre o tema Copa do mundo as quais apresentamos a seguir Pesquisa e responda Quantas vezes o Brasil foi campe o da Copa do mundo O que significa a palavra penta e tetracampe o Tricampe o e bicampe o Qual o significado dos termos oitavas de final quartas de final semifinal e final a b c d Voc concorda que a festa dos jogos da Copa do mundo uma festa mundial e 2010 e um pequeno texto relacionado s respostas pesquisadas com o tema A Copa do mundo Depois que as crian as terminaram de copiar a atividade de casa a professora introduziu a atividade n mero seis Disse que queria comentar uma quest o importante em torno da escrita dos nomes pr prios e dos nomes comuns Para tanto usou a lista dos 32 nomes dos pa ses que ainda estava na lousa Lembrou que o nome dos pa ses deveria ser escrito com letra inicial mai scula porque se tratava de um nome pr prio Segundo explica o da professora todo nome pr prio escrito com letra inicial mai scula j os nomes comuns devem ser escritos com letra min scula mesmo CADERNO DE CAMPO 2010 Foi desse modo que ela tratou o tema escrita de nomes pr prios e escrita de nomes comuns 196 Na sequ ncia a professora desenvolveu a atividade n mero sete Iniciou a partir do seguinte di logo Professora pessoal
425. ticas de leitura observamos que de modo geral as atividades propostas para as crian as tenderam assim como nas pr ticas de escrita a um enfoque que privilegia os aspectos mec nicos da leitura priorizando por exemplo a decodifica o a entona o as pontua es bem como a pron ncia de palavras de acordo com a norma padr o Com base nessa constata o verificamos que a mesma concep o de l ngua e linguagem subjacente ao trabalho com a escrita que acabamos de discutir estava tamb m subjacente ao trabalho com a leitura Encontramos em Macedo 2000 uma exposi o das principais abordagens de leitura adotadas oficialmente nos programas de alfabetiza o em pa ses que t m como l ngua materna a l ngua portuguesa S o elas a a abordagem acad mica b a abordagem utilitarista c a abordagem da leitura do ponto de vista do desenvolvimento cognitivo d a abordagem rom ntica e a abordagem emancipadora As discuss es desse autor em torno de cada abordagem de leitura colaboram para que ele possa afirmar que apesar de as abordagens a b c e d portanto com exce o da letra e poderem divergir quanto a seus pressupostos b sicos a respeito da alfabetiza o todas elas compartilham um tra o comum ignoram o papel da linguagem como for a da maior import ncia na constru o das subjetividades humanas Isto ignoram o modo pelo qual a linguagem pode confirmar ou rejeitar
426. tividades desenvolvidas em torno do projeto Copa do mundo 2010 Atividade foco Leitura visual da Bandeira do Brasil Escrita c pia responder a quest es Produ o de texto bandeira Leitura visual demonstra o Escrita c pia responder a quest es Escrita de nomes pr prios e comuns Leitura visual localiza o geogr fica pa ses e continentes Escrita produ o de texto a partir de quest es do dever de casa seguida de leitura 9 Escrita c pia 10 Escrita responder a quest es 11 Escrita responder a quest es 12 Linguagem oral produ o coletiva oral seguida de escrita c pia da lousa 13 Escrita c pia da lousa 14 Leitura pela professora com breves coment rios da classe 15 Linguagem oral produ o coletiva oral seguida de escrita c pia 16 Ilustra o representa o 17 Escrita produ o individual seguida de leitura decodifica o entona o 18 Escrita trabalho com adjetivos 19 Produ o de desenho e pintura das bandeiras I NIOJ E CI N Esse quadro s ntese demonstra que o trabalho com textos esteve presente ao longo do desenvolvimento do projeto Copa do mundo 2010 Vemos a presen a dos textos verbais e imag ticos No tocante leitura e escrita prevaleceu o trabalho com o texto informativo e com a lista Observamos que foram desenvolvidas intencionalmente seis atividades envolvendo a leitur
427. to Fotografia 14 Fomos informado pela professora que o alfabeto foi constru do pelas crian as sob sua orienta o Em pequenos grupos as crian as foram incentivadas a escolher uma letra e ao lado dessa letra deveriam escrever palavras cuja inicial fosse da referida letra Em seguida deveriam fazer na frente de cada palavra um desenho ilustrativo Observamos que al m desse alfabeto feito pela professora e pelas crian as havia um outro alfabeto feito de material E V A distribu do pelas paredes laterais e na parede dos fundos da sala de aula No conjunto das distribui es das letras dos dois alfabetos e da presen a de textos no mural Nossas produ es percebemos que se concretizaram atividades vinculadas a elementos do processo de alfabetiza o no caso apreens o das letras e a elementos do processo de letramento no caso produ o de texto 192 Fotografia 14 O alfabeto produzido pela professora e pelas crian as fixado em cima da lousa Fonte Arquivo do pesquisador junho de 2010 Imediatamente ap s o di logo de introdu o do projeto transcrito anteriormente a professora anunciou a atividade n mero 2 Informou s crian as que escreveria na lousa um texto que denominou de texto informativo acompanhado de algumas quest es para serem respondidas em casa As crian as deveriam copiar no caderno de Portugu s essa atividade A seguir apresentamos o texto e as quest es segundo constam em
428. to Com todas as letras 1999 ao organizar o seu discurso para propor as quest es em torno da lecto escrita para a Am rica Latina 112 desenvolve uma reflex o reconhecendo as articula es pol ticas e econ micas internacionais que se colocavam em torno dos movimentos da alfabetiza o por exemplo articula es prescri es das Confer ncias do in cio da d cada de 90 bem como do BM Inicia seu discurso lembrando que desde dezembro de 1979 em um evento na Cidade do M xico intitulado Confer ncia Regional de Ministros da Educa o e de Ministros encarregados do Planejamento Econ mico da Am rica Latina e Caribe no mbito da Unesco havia se dado origem ao que passou a ser denominado de Projeto Principal de Educa o para Am rica Latina e Caribe Segundo Ferreiro 1999 p 7 esse projeto enquadrado em um esp rito de final de s culo propunha desenvolver metas e a es para conseguir antes do ano de 1999 a escolariza o de todas as crian as dos pa ses presentes naquela confer ncia de modo a oferecer uma educa o geral m nima de 8 a 10 anos eliminar para a mesma data o analfabetismo adulto melhorar e ampliar a qualidade e efici ncia dos sistemas educativos FERREIRO 1999 p 7 Ferreiro refor ou que lembrava que a partir da reuni o de Jomtien o discurso oficial inaugurava a d cada da alfabetiza o e da educa o b sica Ferreiro se lembra tamb m de um texto que
429. tos ver quest o 5 TV F Desenho Clube das 01 3 7 Winx 07 25 9 Desenho O pica pau Desenho As tr s espi s 02 7 4 demais 02 7 4 Desenho Bem 10 01 3 7 Desenho Bob Esponja 01 3 7 Programa Todo mundo odeia o Cris 01 3 7 Programa Isa TKM Programa Silvio Santos 01 3 7 Gincana 01 3 7 Programa Quase anjos 01 3 7 Programa Jonas 03 11 1 Brothers 01 3 7 Programa Bom Dia amp 02 7 4 Cia Novela Ribeir o do 02 7 4 tempo 01 3 7 Novela Os Mutantes Novela Ana Raio e Z Trov o M sicas na Mix TV Total 27 100 Tabela 5 Distribui o das crian as conforme suas brincadeiras preferidas ver quest o 6 Brincadeiras F Y Brincar de casinha 01 7 2 Jogar queimada 03 21 4 Pique parede 01 7 2 Pique esconde 01 7 2 Pique pega pega 01 7 2 Pula corda 02 14 3 Brincar de boneca 01 7 2 Jogar futebol 03 21 4 Pula pula 01 7 2 Total 14 100 301 Tabela 6 Distribui o das crian as conforme os lugares que j foi ver quest o 7 Lugares que j foi F Cinema 10 19 6 Teatro 08 15 6 Show musical 01 1 9 Livraria 08 15 6 Biblioteca da escola 14 27 4 Banca de revistas 10 19 6 Total 51 100 Tabela 7 Distribui o das crian as conforme quem as acompanhou nos lugares em que j foram expressos na tabela 6 ver quest o 7 Pessoas F acompanhantes Pai e m e 04 28 5 Pai m e e irm os 03 21 4 Pai m e e av s 01 7 2 Pai m e e prima 01 7 2 Pai tio e tia 01 7 2 M e 01 7 2 M e e tio 01 7 2 Tio e tia 01 7 2
430. tos e programas fracassados Mais grave ainda o Banco permanece estrutural e operacionalmente uma organiza o antidemocr tica n o transparente e avessa participa o popular evitando o acesso dos cidad os informa o e a sua participa o em decis es que afetam profundamente suas vidas e sociedades SOARES 1998 p 26 Vimos a partir dessa cita o portanto que o BM uma institui o fechada resistente bem como uma institui o antidemocr tica No entanto mesmo assim passou a estar praticamente dentro do gabinete do ministro da Educa o e Cultura o que nos faz constatar que boa parte dos itens da agenda prescrita por esse banco foi aceita sempre deliberadamente em acordo com o Governo Federal Estados e as elites empresariais Atitude esta que acentuou as finalidades das pol ticas sociais incluindo as finalidades da pol tica educativa deste pa s a servi o dos interesses do mercado Talvez esse fato explique por que vir o desespero por implantar ao sabor do imediatismo durante os anos seguintes 2003 a 2008 os programas de desenvolvimento da educa o como todos aqueles que fazem parte da pol tica de educa o compensat ria que buscam compensar o mal que fez faz na o tipo um mea culpa S o tantos os programas Bolsa Escola Bolsa Fam lia Vale G s Pol tica de Cotas nas Universidades Programa de Inclus o Social das Crian as que Apresentam Necessidades Espaciais Programa para Atendim
431. trabalhos da Secretaria Municipal de Educa o Semec passa a ser organizada a partir de tal plano e sobre o discurso que o fundamenta qual seja qualidade na educa o seria sin nimo de ndice de Desenvolvimento da Educa o B sica Ideb alcan ado considerando as metas previstas pelo Minist rio da Educa o MEC e pelo Instituto Nacional de Estudos Pedag gicos An sio Teixeira Inep Nessa dire o o Termo de Ades o assinado pelo munic pio tamb m passou a balizar a educa o brasileira pela avalia o do Ideb conforme ficou concretamente previsto no Cap tulo Il do referido decreto Art 3 A qualidade da educa o b sica ser aferida objetivamente com base no Ideb calculado e divulgado periodicamente pelo INEP a partir dos dados sobre rendimento escolar combinados com o desempenho dos alunos constantes do censo escolar e do Sistema de Avalia o da Educa o B sica Saeb composto pela Avalia o Nacional da Educa o B sica Aneb e a Avalia o Nacional do Rendimento Escolar Prova Brasil A exemplo dos movimentos pol tico pedag gico dos quais particip vamos no sentido de potencializar o debate em torno das pr ticas de alfabetiza o podemos citar que no per odo compreendido entre agosto de 2007 e agosto de 2008 concebemos elaboramos e participamos do desenvolvimento de um curso de P s Gradua o denominado de Alfabetiza o e Lingu stica A perspectiva te rica e metodol gica para
432. tranquiliza a escola e a manuten o do status quo desta sociedade pois h o que ensinar nos primeiros anos de escolaridade uma t cnica com procedimentos de base positivista e um sentido o reconhecimento do j dado do previsto GERALDI 2011 p 29 A partir das considera es feitas at aqui pensamos que significativo voltarmos o nosso olhar para aquelas vozes dos professores do 1 2 e 3 anos a ideia de que o termo letramento se apresentava como possibilidade de amplia o do termo e das pr ticas de alfabetiza o pelo fato de que ele incentivaria um trabalho no tocante ao ensino da leitura e da escrita com e ou a partir do texto Dirigimo nos a essa coloca o desses professores alfabetizadores respeitosamente para dizer que com base no que descrevemos e discutimos podemos dizer que o letramento n o colabora como queria parecer em discurso para que ocorram melhorias na compreens o e na amplia o nem do termo nem das pr ticas de alfabetiza o Al m disso temos que concordar com Geraldi 2011 p 30 quando afirma que do ponto de vista do conceito e das consequ ncias pol ticas o termo letramento n o ajuda a melhorar nossa compreens o dos processos de apropria o da l ngua escrita E como expressa com precis o esse autor Linguisticamente ler e escrever aprender a codificar e a decodificar somente para aqueles que excluem da linguagem sua raz o de ser os sentidos que mobili
433. u em servi o da ordem e do progresso servindo como pe a objeto de um jogo sem estarem inteiramente integrados das nas tramas hist ricas e culturais sem a possibilidade de se perceberem envolvidos nesse processo Se pensarmos no que esse movimento em torno do Ideb traz para a forma o do professor vamos come ar a perceber que ele produz problemas no tocante possibilidade de termos no Brasil uma pol tica s ria de forma o de professores alfabetizadores articulada e que valorize o dinheiro p blico Isso acontece na medida em que o MEC come a a conferir verbas para a constru o de forma es individualizadas em cada unidade de ensino com dinheiro direto na escola como tem sido o caso daquelas escolas que ainda apresentam ndice do Ideb bem abaixo 170 da meta preestabelecida O dinheiro enviado a partir de um diagn stico desenvolvido pela escola com base nos instrumentos e crit rios do PDE Escola O que pode ocorrer nesse caso s o forma es imediatistas para alcan ar o Ideb Ent o quem define a perspectiva te rica e metodol gica a pr pria escola N o se nega que as escolas necessitam de autonomia para desenvolver suas propostas seus trabalhos Efetivamente a luta por autonomia da gest o escolar neste pa s tem uma hist ria densa No entanto o que questionamos o fato de que o dinheiro chega escola e esta precisa dar um retorno que balizado pelas avalia es oficiais Assim a escola n
434. ua o de crise e de extrema vulnerabilidade destes pa ses O BM se apropria desse contexto econ mico cr tico dos pa ses e se 93 compromete a ajud los no entanto imp e suas condi es para a concess o de novos empr stimos A principal delas foi passar a intervir diretamente na formula o da pol tica interna e a influenciar a pr pria legisla o dos pa ses A t tulo de exemplo como foi o caso da configura o da nossa Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB n 9 394 96 Em outros termos ficava firmado que o BM conjugado com outros organismos internacionais de financiamento por exemplo o Fundo Monet rio Internacional FMI seria um organismo respons vel n o s pela gest o da crise de endividamento como tamb m pela reestrutura o neoliberal dos pa ses em desenvolvimento Assim esse novo papel do Banco refor ou a sua capacidade de im por pol ticas SOARES 1998 Tudo passaria por sua avalia o Essa condi o que mudou toda a forma de o BM se relacionar com as pol ticas dos pa ses em desenvolvimento Se at a d cada de 80 o BM se aproxima dos pa ses fazedores de empr stimos esporadicamente quando fazia as avalia es de seus empr stimos nos anos 90 efetivamente ele ocupa um lugar de orientador das metas e a es em torno das pol ticas sociais desses pa ses Por isso al m dos empr stimos tradicionais destinados s pol ticas setoriais surgem a partir dos anos
435. ua materna retiram de n s aplausos intelectuais intensos Procurei aplaudi lo por meio da escrita desta tese Sou afetado pelos seus trabalhos Carmem L cia Vidal P rez Como foi significativo dialogar com seu texto da palavramundo Voc me incentivou a fazer um movimento intelectual interessante reler Freire Voc colocou portanto diante de mim a necessidade de desenvolver um projeto intelectual amiga Neusa Balbina de Sousa Foi nos enfrentamentos de uma sala de aula trabalhando com crian as consideradas fracassadas por um sistema de ensino que tiveram origens os nossos questionamentos no tocante s concep es de linguagem sujeito e aprendizagem Foi esse o l cus em que come amos a questionar a psicog nese em 2002 amiga Fernanda Zanetti Becalli Como foram bons nossos di logos durante esses quatro anos Com voc aprendi a ser mais cuidadoso ao colocar os autores para dialogarem nos textos que tenho produzido Conhecer voc foi um dos grandes presentes que recebi no do curso de Doutorado s amigas do nosso grupo de pesquisa Alfabetiza o leitura e escrita Dania Dulce Jana na Cynthia Dilza Kaira Eliane M nica Cleidiluce Fabr cia Ednalva Sh nia As origens e o desenvolvimento desse texto foram perpassados por todas voc s s amigas da 5 turma de Doutorado do PPGE UFES Aprendi muito ao lado de voc s Ao livreiro mais atualizado e articulado com os discursos da academia no c
436. uadro 1 Rela o dos munic pios priorit rios para receber aux lio t cnico e financeiro do MEC Regi o UF Munic pios Munic pios Munic pios Sudeste Esp rito Santo AGUA DOCE DO GUACUI MIMOSO DO SUL NORTE GUARAPARI MONTANHA ALTO RIO NOVO IBITIRAMA MUCURICI APIACA IRUPI MUQUI BOA ESPERANCA ITAPEMIRIM PEDRO CANARIO CONCEICAO DA IUNA PONTO BELO BARRA MARATAIZES SANTA MARIA DE CONCEICAO DO JETIBA CASTELO VIANA DORES DO RIO PRETO ECOPORANGA Fonte Dispon vel em lt hitp Avww fnde gov br index php noticias 2007 1319 municipios com idebs mais baixos terao prioridade no recebimento de recursos gt Acesso em 13 out 2010 Por que raz o tal declara o n o deixou de influenciar os munic pios a aderirem mesmo aqueles que n o constavam na lista e que ainda n o apresentavam Ideb municipal de 2005 abaixo do previsto como no caso Vila Velha De fato no caso do Esp rito Santo isso pode ser atribu do a um evento que aqui ocorreu ainda no final do mesmo ano do Decreto n 6 094 2007 entre os meses de novembro e dezembro o MEC enviou dois grupos de trabalhos constitu dos por t cnicos especializados especificamente para desenvolverem uma forma o denominada Forma o PDE Escola contemplando todos os gestores p blicos das redes Estadual e Municipais Um grupo de trabalho desenvolveu a forma o com os gestores dos munic pios da regi o sul do Estado nas depend ncias do audit rio da Secretaria Mun
437. ual ou seja o Pa s ainda fica distante do ndice aceito pela Unesco 4 de analfabetos jovens e adultos A tabela a seguir apresenta um panorama n o muito animador que se apresenta na educa o brasileira desde a d cada de 20 8 Texto escrito e publicado na d cada de 80 e rejeditado em 20083 no livro Alfabetiza o e letramento pela Editora Contexto 109 Tabela 5 Pessoas analfabetas no Brasil na popula o de 15 anos ou mais N meros absolutos e distribui o percentual 1920 1996 Ano N mero Absoluto Percentual 1920 11 401 715 64 9 1940 13 269 381 56 0 1950 15 272 632 50 5 1960 15 964 852 39 6 1970 18 146 977 33 6 1980 18 651 762 25 4 1991 19 233 239 20 1 1996 15 560 260 14 7 Fonte Dispon vel em lt http www bvseps epsjv fiocruz br lildbi docsonline 8 5 458AVALIACAO_DO_SISTEMA_EDUC pdf gt Acesso em 31 jul 2009 De fato a despeito da sens vel redu o verificada entre os anos 1991 1996 o Brasil seguia exibindo uma das taxas de analfabetismo mais elevadas da Am rica Latina Conforme est enunciado na tabela anterior o Pa s na d cada de 80 e ainda no in cio da d cada de 90 apresentava uma taxa alta de analfabetismo Para os alunos com 15 anos ou mais de idade a taxa era de 20 1 em 1991 e caiu para 14 7 em 1996 o que corresponde em n meros absolutos a cerca de 15 8 milh es de pessoas contingente superior popula o total da maioria dos pa ses da regi o An lise
438. ualidade da educa o b sica art 2 do Documento Esse relat rio foi publicado pela Unesco em 1996 como resultado dos trabalhos da comiss o que entre 1993 e 1996 se dedicou a tra ar as linhas orientadoras da educa o mundial no s culo XXI Tal relat rio foi publicado no Brasil em 1998 com pref cio do ent o ministro Paulo Renato Costa Souza em que ele real a como diz Saviani 2007 p 431 a import ncia desse documento para o cumprimento da tarefa qual o MEC estava voltado de repensar a educa o brasileira importante para as quest es do campo da alfabetiza o pensarmos que em Jomtien houve uma amplia o entre aspas da concep o da educa o b sica a qual inclui igualmente as crian as jovens e adultos iniciando se com o nascimento e se estendendo pela vida toda n o se limitando educa o escolar nem escola de primeiro grau nem tampouco a um determinado n mero de anos ou n veis de estudo mas que se define por sua capacidade de satisfazer as necessidades b sicas de aprendizagem de cada pessoa TORRES 1998 p 133 Praticamente todas as demais reuni es internacionais que ocorreram at 2004 como o F rum Mundial de Educa o em Dacar 2000 a Declara o do Mil nio 2000 a Declara o de Cochabamba 2001 a Declara o de Tirija 2003 e a Declara o de Bras lia 2004 tomavam como tem tica para potencializar os debates essa concep o de educa
439. ubir na janela da sala de aula e ficar entre a grade e a vidra a isso em momento de explica o de exerc cio em que todas as demais crian as estavam sentadas e apenas ela se comportava desse modo e se recusava definitivamente a participar de qualquer atividade proposta pela professora A partir disso ela convidou a m e para uma reuni o na presen a da pedagoga Estivemos presente nesse encontro convite Foi nesse momento que a professora ficou sabendo das origens da transfer ncia da crian a Tratava se de um caso em que a escola anterior havia se recusado a continuar com a crian a excluindo a A professora solicitou nessa ocasi o que a fam lia procurasse contribuir com 81 orienta es a essa crian a acompanh la se poss vel fazer uma consulta m dica psicol gica e psicopedag gica Ap s um trimestre com essa crian a em sala de aula observando suas atitudes dialogando com ela combinando atividades junto a uma das professoras da escola que especificamente atendia a crian as que j tinham algum laudo m dico psicol gico etc crian as consideradas na modalidade de inclus o e n o recebendo nenhum retorno por parte da fam lia a professora levou esse caso para o Conselho de Classe no in cio do m s de maio bem como os das outras sete crian as Ou seja em termos quantitativos de 22 crian as oito foram mencionadas no Conselho de Classe quase 40 Do di logo estabelecido no Conselho surgiu a pos
440. ud ncio CIAVATTA Maria Educa o b sica no Brasil na d cada de 1990 subordina o ativa e consentida l gica do mercado Educa o e Sociedade Campinas SP v 24 n 82 p 93 130 abr 2003 250 GADOTTI Moacir O Brasil na Confer ncia Educa o Para Todos BRASIL Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira INEP Educa o para Todos avalia o de uma d cada Bras lia MEC INEP 2000 GATTI Marcia de Carvalho Concep es e pr ticas docentes diante da diversidade dos alunos no processo de aquisi o da leitura e da escrita 2006 Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo 2006 GERALDI Jo o Wanderley Org O texto na sala de aula leitura e produ o 4 ed S o Paulo tica 2006 GERALDI Jo o Wanderley Portos de passagem 2 ed S o Paulo Martins Fontes 1998 GERALDI Jo o Wanderley A aula como acontecimento S o Carlos Pedro amp Jo o Editores 2010 GERALDI Jo o Wanderley Alfabetiza o e letramento perguntas de um alfabetizado que l In ZACCUR Edwirges Org Alfabetiza o e letramento o que muda quando muda o nome Rio de Janeiro Rovelle 2011 GNERRE Maurizio Linguagem escrita e poder S o Paulo Martins Fontes 1991 GOMES Milena Soares Intera o entre professor e aluno durante o desenvolvimento de estrat gias de aprendizagem d
441. udemos observar como um modelo de forma o de professores pautado no construtivismo e comprometido com o desenvolvimento de compet ncias profissionais continua nos remetendo a metodologias tradicionais de forma o em que h um modelo de professor a ser seguido juntamente com suas propostas did ticas construtivistas previamente definidas Dessa forma apesar de enunciar que os professores formadores e os cursistas foram considerados como sujeitos ativos de seu processo de constru o de conhecimentos BRASIL PROFA 2001d p 26 e que as 119 grava es das aulas do Grupo Refer ncia tiveram a fun o de suscitar reflex es coletivas sobre as pr ticas de leitura e escrita com a participa o dos sujeitos envolvidos no processo ensino aprendizagem observamos nitidamente que tais grava es de v deo estiveram alicer adas por uma perspectiva monol gica que ao legitimar um determinado regime de verdade sobre a alfabetiza o na pr tica educativa escolar dificultou uma atitude ativa responsiva por parte dos professores formadores e dos cursistas com a sua pr pria pr tica de ensino Assim sendo torna se imprescind vel destacarmos que uma perspectiva monol gica n o adv m de sua exist ncia e sim de uma imposi o unilateral por conseguinte n o problematizada e legitimada por determinados discursos cient ficos Tomando as contribui es de Rossler 2000 p 18 tamb m nos poss vel visualizar
442. ue precisa ser revista 49 O termo extens o foi utilizado porque fazia alus o ao fato de o ensino fundamental estar sendo estendido ampliado de oito para nove anos 74 De acordo com a pedagoga em 2009 a escola chegou em alguns momentos quando necessitou repor alguns planejamentos e dias que os professores estiveram em greve a rediscutir o seu PPP Lembrou que de fato esse momento tamb m consistia no cumprimento de uma das metas do Plano de A o e Metas da Escola previsto em seu Plano de Desenvolvimento Educativo PDE Escola A escola havia votado nela como pedagoga para cuidar da mobiliza o em torno de uma revis o do PPP Vemos nesse coment rio da pedagoga a presen a de uma voz do discurso oficial do MEC no tocante gest o da escola p blica trazer para o setor educacional p blico uma l gica sist mica de gest o privada controladora O objetivo do PDE Escola basicamente colocar todos no contexto escolar trabalhando para al m daquilo que j praticam para potencializar claro o lucro para os sujeitos empres rios que t m interesse nos ndices do IDEB O discurso do PDE Escola t o sutil que chega a criar uma nomenclatura interessante para os sujeitos que acabam por se responsabilizar por dar conta de determinadas tarefas Eles s o denominados de gerentes de planos de a o s que com um detalhe ningu m recebe nenhum honor rio extra por assumir tal fun o na escola No caso da pedagoga
443. ui o de processos de ensino e aprendizagem escolar formativos Esta investiga o compartilha da mesma abordagem te rica e metodol gica desenvolvida por esses autores Ao tratarem das quest es ligadas ao ensino da l ngua materna e do processo de alfabetiza o esses estudos t m profundo interesse em pensar os processos de constitui o da vida humana Entendem que colaborar efetivamente na constitui o de sujeitos s cio hist ricos seria segundo eles uma das principais finalidades educativas Por esse motivo um questionamento central faz parte dessas investiga es qual seja o que o homem A resposta a essa quest o tem liga o profunda com o modo de se conceber os processos de alfabetiza o numa perspectiva hist rico cultural Duarte 1993 procura acentuar em seus trabalhos reflex es significativas que t m ajudado os pesquisadores citados a constitu rem suas investiga es Ao discutir o 114 processo de forma o do g nero humano esse autor nos ofereceu importantes 114 Segundo Duarte 1993 p 64 ao longo da hist ria que o homem vai se auto criando se humanizando construindo as caracter sticas que o definem como humano Ao longo da hist ria o homem vai se constituindo enquanto g nero enquanto ser gen rico Entendemos que o g nero humano nasce com o aparecimento da hist ria social da humanidade Nesse contexto ocorre ao inv s de um processo de rela o adaptativa com a natureza
444. um porteiro que ficava tomando conta de um port o que dava acesso ao piso superior Esse port o s abria na hora do recreio para os professores e funcion rios que necessitavam circular entre o piso inferior e superior Ap s a coleta de dados dos aspectos anteriormente comentados passamos a nos dedicar coleta de dados sobre o pessoal docente e pessoal n o docente da escola do per odo vespertino Sobre os docentes constatamos que a escola possu a 12 professores que atuavam na reg ncia em turmas regulares Havia dois professores da Educa o Especial que atendiam a todas as salas em um rod zio para auxiliar aqueles alunos com laudo caracterizados como alunos especiais duas professoras atuavam em reg ncia permanente na sala bil ngue duas professoras de Educa o F sica duas horas aula semanais por turma uma professora de Espanhol e uma professora de Libras que atendiam a todas as turmas uma hora aula semanal por turma Sobre o pessoal n o docente do per odo verificamos que a escola possu a al m da diretora e da pedagoga duas coordenadoras uma secret ria escolar efetiva que 70 assina oficialmente os documentos da escola uma auxiliar de secretaria escolar uma secret ria da diretora uma secret ria da pedagoga dois vigilantes patrimoniais contratados por uma empresa de vigil ncia privada um porteiro tr s funcion rias da cozinha quatro funcion rias de servi os gerais Sobre a situa
445. um Ideb 6 0 at 2022 Considerando que essa meta envolve metas do projeto neoliberal n o se pode desconsiderar a hip tese de que se o Brasil demonstrar desenvoltura no Ideb ao longo dos anos compreendidos entre 2005 at 2022 ter possibilidades de novos empr stimos internacionais e at mesmo de 3 Palavras proferidas pela secret ria de Educa o B sica SEB MEC Maria do Pilar Lacerda da Silva Dispon vel em lt http portal mec gov br index php id 8502 amp interna 1 amp option com content amp task view gt Acesso em 21 nov 2010 168 algumas cadeiras garantidas para empres rios nacionais e das multinacionais instaladas em nosso pa s nas reuni es que discutem e definem a economia mundial poss vel que isso comece a apontar por que em anos recentes a alfabetiza o se tornou assunto de interesse de empres rios Os esfor os em torno do Ideb impressionam pois ser o anos de trabalho em nossas escolas para se alcan ar um patamar m nimo exigido pelas ag ncias internacionais um ndice 6 0 Seria interessante se no Brasil houvesse um convite aos brasileiros para compor um projeto que pensasse em comemorar o bicenten rio tendo em vista sermos uma pot ncia social ou seja um pa s com elevado ndice de melhoria na educa o mais uma educa o no m nimo cr tica configurada dial tica e dialogicamente com a vida com ndice de elevada distribui o de renda entre todos mais igualdade social
446. uma mercadoria E por que raz o Pelo fato de ter sido condizente com as intencionalidades da economia mundial sobre nossa escola pa s Vimos ao longo desta parte que a partir dos anos 2000 se intensificaram as cobran as internacionais sobre o desenvolvimento da escola brasileira Bons resultados pautados em avalia es em larga escala sob a tutela do Ideb poderiam al m de preparar indiv duos para o mercado interno brasileiro demonstrar para o mundo que o Brasil teria condi es de participar mais efetivamente dos debates des gnios da economia mundial Nesse sentido cresceu o olhar de empres rios nacionais e internacionais que tem suas empresas em nosso pais sobre a educa o Estes elaboraram e sob a aprova o do MEC colocaram em pr tica o Plano de Metas Compromissos Todos pela Educa o A partir de seu lan amento em 2007 passaram imediatamente a tomar conta dos des caminhos da educa o brasileira e portanto do que orientaria 242 as escola em mbito estadual e municipal O foco aten o recaiu sobre as professoras alfabetizadoras E tudo isso tinha raz o de ser pois nesse contexto a Unesco e outros organismos internacionais desde a d cada de 1990 passaram a perceber e impor aos pa ses em desenvolvimento a necessidade de a escola n o apenas ensinar o c digo escrito mas tamb m garantir o uso desse conhecimento em pr ticas sociais e profissionais Como vimos nas discuss es da quarta parte des
447. unciona e ou promove a despotencializa o do contra hegem nico Isso necess rio para que se mantenham os processos de domina o Nessa dire o o MEC diante da necessidade de apontar resultados de Ideb favor veis s exig ncias da economia balizada pela OCDE encontrou na dicotomia provocada pelo discurso de letramento uma possibilidade conciliat ria interessante entre os m todos e o construtivismo pois o ide rio do ensino da leitura e da escrita desse discurso conivente com os par metros oficiais descritores utilizados para compor as provas das avalia es em larga escala em nosso Pa s interessante ressaltar aqui o modo sutil como Soares vai cunhando as proposi es do discurso de letramento que ser o traduzidas na dicotomia j assinalada Para tanto vamos tomar um texto de Gontijo 2005 que faz uma brilhante discuss o cr tica sobre essa quest o Gontijo 2005 p 60 lembra que Soares 1999 justificaria a necessidade de uso do termo letramento ao argumentar que a cont nua supera o do analfabetismo decorrente de um n mero cada vez maior de pessoas que aprenderam a ler e a escrever aliada ao fato de a sociedade se tornar mais centrada na escrita teria evidenciado um novo fen meno Gontijo 2005 p 61 lembra que Soares se reporta a esse fato do seguinte modo n o basta apenas aprender e a escrever As pessoas se alfabetizam aprendem a ler e a escrever mas n o
448. undamental na Semed para tratar especificamente desse assunto Ap s essa reuni o a pedagoga nos informou que aquilo que tiveram como resposta foi no m nimo desrespeitoso com as crian as e com a comunidade que frequentava a biblioteca A Semed questionou qual era o n mero de crian as que j sabiam ler e escrever meramente decodifica o e codifica o para ver se justificaria estender a 65 carga hor ria de um profissional para atuar no per odo vespertino Solicitou que a escola fizesse um diagn stico com todas as crian as do primeiro ciclo e encaminhasse para o Departamento do Ensino Fundamental na Semed Os diagn sticos seriam analisados pela equipe e se houvesse muitas crian as que j demonstrassem certo dom nio de leitura e da escrita no aspecto da decodifica o e da codifica o processo mec nico a escola poderia ter uma possibilidade de a Semed responder favoravelmente a seu pedido Segundo a pedagoga a culmin ncia absurda dessa proposta foi quando a equipe orientou como a escola deveria fazer o diagn stico com as crian as Em nosso caderno de campo registramos a orienta o segundo a Semed a escola poderia utilizar qualquer instrumento pautado em qualquer perspectiva te rica e metodol gica ou seja desde atividades pautadas nos m todos tradicionais no teste da psicog nese ou at mesmo nas atividades propostas na Provinha Brasil ou ainda um instrumento que o Ceale da UFMG teria disponibilizado e
449. undo dados do Censo demogr fico do IBGE divulgados oficialmente pelo MEC Inep no Relat rio intitulado Mapa do analfabetismo no Brasil em 2003 termos o seguinte quadro de um total de 119 533 pessoas pesquisadas para verificar a situa o do analfabetismo na faixa de 15 anos ou mais de idade objetivamente um total de 16 295 era analfabeta Desse modo a taxa de analfabetismo ainda permanecia em 13 6 Al m desses ndices existem as pessoas com mais de 15 anos que n o permaneceram por quatro anos nas escolas consideradas analfabetas funcionais leem mas n o interpretam 8 Dados extra dos do Relat rio oficial do MEC Inep intitulado Mapa do analfabetismo no Brasil lan ado em 2003 Dispon vel em lt http www inep gov br estatisticas analfabetismo default htm gt Acesso em 23 out 2010 120 numa margem de 30 milh es de brasileiros Como j citamos esse era ainda um n mero visto pela Unesco como preocupante A pr pria equipe do MEC Inep que desenvolveu an lises em torno desses dados ao verificar que desde 1900 o Brasil n o consegue vencer o analfabetismo fez um coment rio afirmando que a situa o do Pa s estava mais preocupante do que se pensava ao dizer que Se por um lado o Brasil tem hoje plenas condi es do ponto de vista de seus recursos econ micos e da qualifica o dos seus docentes para enfrentar o desafio de alfabetizar seus mais de 16 milh es de analfabetos por outro lado o p
450. unos e afeta de maneira irrevers vel a trajet ria escolar dos alunos de n vel socioecon mico mais baixo que constituem a maioria da popula o que frequenta as escolas O segundo problema refere se dificuldade do pa s em usar conhecimentos cient ficos e dados de avalia o para melhorar a qualidade da educa o No caso da avalia o o pa s vem realizando trabalhos como os do SAEB h mais de dez anos mas n o vem conseguindo usar os resultados como instrumento de diagn stico para melhorar o desempenho dos alunos Em consequ ncia quase 80 dos alunos que concluem a 8 s rie se tornam candidatos a analfabetos funcionais inviabilizando a proposta de erradicar o analfabetismo adulto No caso dos conhecimentos cient ficos o pa s vem ignorando os progressos e as pr ticas mais adequadas para alfabetizar alunos atendo se 9 O Guia oficial do MEC encontra se dispon vel em lt http portal mec gov br dmdocuments guia tecnologias atual pdf gt Acesso em 21 out 2010 133 a concep es equivocadas e manifestamente ineficazes sobre o que e como se deve alfabetizar as crian as BRASIL 2009 p 10 grifo nosso O discurso contido nessa cita o vem do lado dos defensores dos antigos m todos de alfabetiza o principalmente dos defensores do m todo f nico pois a concep o de alfabetiza o a que se refere nas ltimas linhas deste texto proferida pela linha construtivista que na poca era a orienta
451. unos ser controlada pela avalia o nacional GERALDI 2006 p 15 Com efeito vemos nas considera es de Corinta Geraldi que no processo de feitura dos PCNS o discurso oficial de nosso pa s j previa a conforma o efetiva do sistema de avalia o em larga escala No in cio dos anos 90 vemos a institucionaliza o do Sistema de Avalia o da Educa o B sica Saeb No tocante a esse sistema importante pensarmos que em 2005 a Portaria Ministerial n 931 de 21 de mar o de 2005 alterou o nome do exame amostral do Saeb para Avalia o Nacional da Educa o B sica Aneb No entanto por sua tradi o o nome do Saeb foi mantido nas publica es e demais materiais de divulga o e aplica o desse exame Desse modo o Saeb passou a ser composto conforme estabelece a Portaria citada por dois processos a Avalia o Nacional da Educa o B sica Aneb e a Avalia o Nacional do Rendimento Escolar ANRESC De fato a Aneb realizada por amostragem das Redes de Ensino em cada unidade da Federa o e tem foco nas gest es dos sistemas educacionais Por manter as mesmas caracter sticas ela ent o recebe o nome de Prova do Saeb em suas divulga es J a ANRESC mais extensa e detalhada que a Aneb e desse modo tem foco em cada unidade escolar Por seu car ter universal recebe o nome de Prova Brasil em suas divulga es A Provinha Brasil acess rio do letramento tamb m uma vertente da ANRESC
452. upa o da linha de pesquisa no tocante s pr ticas de alfabetiza o Ap s essa explica o solicitamos ao grupo que pudesse explicitar suas impress es quanto ao que hav amos exposto O grupo como um todo teceu alguns coment rios com tom de desapontamento e indisposi o sobre o que tem observado sobre as expectativas da escola diante das pesquisas ali realizadas Das observa es citadas observamos que o grupo se ressentia de receber novas pesquisas As principais observa es que nos anunciaram conforme registro no caderno de campo foram a pesquisadores tendem a focar em suas an lises os aspectos que consideram negativos da escola e do trabalho que os professores realizam b a n o devolutiva dos resultados das pesquisas para a escola c a n o exist ncia de uma contrapartida do pesquisador com a escola enquanto desenvolve 39 Citamos como exemplo o desenvolvimento do projeto de forma o continuada em servi o intitulado Alfabetiza o teoria e pr tica desenvolvido num per odo que compreendeu de setembro de 2008 a agosto de 2009 O projeto foi o resultado de uma parceria da Secretaria da Educa o do Estado do Esp rito Santo com a Universidade Federal do Esp rito Santo Foi organizado e desenvolvido nos termos bakhtinianos a partir de uma perspectiva dial gica isto por meio de um di logo estabelecido entre os saberes das professoras alfabetizadoras das escolas da Rede Estadual de Ensino e os saberes estudos
453. ursos provenientes de quatro fontes de receitas Fundo de Participa o dos Estados FPE Fundo de Participa o dos Munic pios FPM Imposto sobre Circula o de Mercadorias e Servi os ICMS e Imposto sobre Produtos Industrializados para Exporta o Al m desses recursos entrou na composi o do Fundef a t tulo de complementa o uma parcela de recursos federais Esse fundo tinha como objetivo garantir a universaliza o do ensino fundamental p blico e elevar a remunera o do magist rio Pelo menos 60 da verba recebida pelo estado ou munic pio deveria ir para o sal rio dos professores O restante deveria ser gasto com compra de material e equipamento did tico e reforma e manuten o de pr dios escolares Dispon vel em lt http Avww2 camara gov br agencia noticias 70589 html gt Acesso em 20 mar 2011 Fundo de natureza cont bil criado pela Emenda Constitucional EC n 53 2006 e regulamentado pela Lei n 11 494 2007 e pelo Decreto n 6 253 2007 em substitui o ao Fundef Esse fundo tem vig ncia estabelecida para o per odo 2007 2020 Sua implanta o come ou em 1 de janeiro de 2007 sendo plenamente conclu da no seu terceiro ano de exist ncia ou seja 2009 quando o total de alunos matriculados na rede p blica considerado na distribui o dos recursos e o percentual de contribui o dos estados Distrito Federal e munic pios para a forma o do fundo atinge o patamar de 20 Segundo
454. va do letramento por parte do discurso oficial representou a possibilidade de concilia o entre as ideias construtivistas e as defendidas pelos seguidores dos antigos m todos de alfabetiza o tanto no tocante s pr ticas investigadas quanto no que se refere ao campo das decis es pol ticas A confirma o dessa hip tese de pesquisa j come a a ser evidenciada na quarta parte desta tese quando desenvolvemos um processo de compreens o em torno da alfabetiza o na hist ria tomando como base o ano de 1990 at 2010 partindo de um olhar sobre das pol ticas p blicas sobretudo da pol tica educacional brasileira e suas implica es para o campo da alfabetiza o As considera es no tocante a essa hip tese ainda t m continuidade na quinta parte deste texto quando desenvolvermos as an lises das pr ticas de alfabetiza o da professora alfabetizadora de uma turma do 2 ano de uma escola de ensino fundamental de Vila Velha ES Desde as primeiras linhas deste texto assumimos o pensamento de Mikhail Mikhailovich Bakhtin bem como o de estudiosos da perspectiva bakhtiniana no Brasil para fundamentar as discuss es no campo da linguagem e tamb m as orienta es metodol gicas da pesquisa Problematizar a tem tica pr tica de alfabetiza o em tempos de letramento essa foi a principal quest o que se colocou como necess ria para ser tratada neste trabalho Esperamos ter alcan ado tal prop sito ao longo deste text
455. vando pesquisar as pr ticas de alfabetiza o em escolas do ensino fundamental da rede p blica municipal de Vit ria ES Esta pesquisa se insere nesse conjunto de trabalhos e teve como questionamento e ou problema de pesquisa central como s o desenvolvidas as pr ticas de alfabetiza o em uma turma do 2 ano do ensino fundamental de uma escola da rede p blica municipal de Vila Velha ES no contexto do discurso de letramento Apresentamos o caminho que contextualiza este questionamento na segunda parte deste relat rio tomando como ponto de partida nossa viv ncia como pesquisador no contexto do munic pio de Vila Velha ES bem como os resultados obtidos a partir de uma revis o bibliogr fica de trabalhos que versavam sobre a tem tica pr ticas de alfabetiza o per odo compreendido entre 2003 2008 Tal revis o bibliogr fica colaborou para afirmar a necessidade de discutir a tem tica pr ticas de alfabetiza o acentuando a import ncia de uma compreens o em torno de seu aspecto pol tico 15 J a terceira parte deste texto trata dos pressupostos te ricos e metodol gicos da pesquisa do processo de tratamento e produ o de dados bem como do caminho de inser o em campo A partir dos estudos que v nhamos desenvolvendo sobre os trabalhos realizados por Gontijo 2006 2009 referentes quest o da alfabetiza o e do letramento assumimos como hip tese de pesquisa que a ado o do termo ou perspecti
456. vel fundamental anos iniciais Em n vel fundamental anos finais Em n vel m dio Na doc ncia e em fun es t cnicas de ensino 8 Voc participou de outros cursos que tenham contribu do para a sua forma o como pedagogo a Sim N o Se sua resposta foi afirmativa indique quais citando tr s por ordem de relev ncia e indicando a carga hor ria correspondente 9 Voc vinculado a ao sindicato Sim N o 10 Assina jornais revistas peri dicos Sim N o Se sua resposta foi afirmativa quais 11 Participa de congressos semin rios ou encontros similares Sempre As vezes Nunca 285 12 Suas atividades culturais mais frequentes s o SEMPRE S VEZES NUNCA ouvir r dio DC assistira TV assistir a v deo DVD ir ao cinema ir ao teatro r outras caso haja js Is pm mm SS 2 swn N AMA D S fab 13 Suas leituras mais comuns SEMPRE S VEZES NUNCA jornais locais jornais do Pa s peri dicos da rea de educa o livros did ticos livros variados sobre educa o peri dicos diversos 14 Como se deu o seu processo de alfabetiza o Procure se lembrar da escola ou do lugar onde que aprendeu a ler e escrever os materiais de leitura utilizados livros cartilhas cartazes etc e as atividades que desenvolveu na sua alfabetiza o
457. vic o ferrenha como a f religiosa fa a suas palavras sa rem algumas vezes aos borbot es tal um pastor exaltado no p lpito dominical Em sua cruzada pelo f nico elegeu at mesmo uma imagem pag a ser demolida o construtivismo e sua atual guru segundo ele a psicolinguista argentina Emilia Ferreiro 66 em cujas teorias se inspiraram os PCNs Par metros Curriculares Nacionais da primeira quarta s rie do ensino fundamental adotados no Brasil desde 1997 O mundo inteiro vem discutindo o m todo Aqui n o s existe a verdade de santa Emilia Ferreiro O Brasil inteiro fica de joelhos diante dela critica Capovilla nascido em Valinhos SP e formado em psicologia pela PUC de Campinas SP Para ele o atual m todo de alfabetiza o baseado nos construtivistas e por conseguinte adotado pelos PCNs s o obras primas de burrice pr cient fica Jean Piaget 1896 1980 criador do 100 Mesmo ano em que divulgado o Relat rio da C mara dos Deputados Dispon vel em lt http Avww1 folha uol com br folha sinapse ulti 063U644 shtml gt Acesso em 21 out 2010 2 Professor associado em Psicologia Experimental Humana do Instituto de Psicologia da Universidade de S o Paulo USP 134 construtivismo e o educador brasileiro Paulo Freire 1921 1997 seriam outros profetas ultrapassados pela nova cren a f nica Piaget e Paulo Freire foram gigantes mas de seu tempo defende Capovilla Para o
458. ximas elei es No or amento deste ano estar prevista a continuidade e se poss vel a amplia o dos programas de corre o de fluxo afirmou o ministro que dedicou mais de uma hora e meia aos secret rios fazendo perguntas a cada um deles e ouvindo os relatos entusiasmados com os resultados alcan ados em apenas seis meses de implementa o do PAA O impacto do programa foi excelente A defasagem era enorme e j no primeiro teste externo tivermos 82 de aprova o disse Yara Santana e Dispon vel em lt http www alfaebeto com br EmFoco 134 gt Acesso 2 nov 2010 164 secret ria de educa o de S o Francisco de Itabapoana Rio de Janeiro Ela contou que chegou a receber na secretaria a visita de uma m e que veio s para contar emocionada que o filho de 13 anos repetente v rias vezes que j n o acreditava que poderia aprender a ler estava lendo e escrevendo depois de s dois meses no programa Viemos porque queremos garantir que esse programa n o ser interrompido como tantos outros porque seus impactos positivos s o muito importantes e porque os alunos que acabaram o PAA tem expectativa de poder continuar no PAA Il Em carta entregue ao ministro os secret rios pediram agilidade na contrata o das institui es parcerias e defini o de prazos menores para garantir que o programa possa come ar no in cio de 2011 O entusiasmo compartilhado por Vilma Amorim secret ria de educa o d
459. xped 9 Transf 4 Transf receb receb Evadido Evadido Aprov Aprov Reprov Reprov 268 9 PROJETOS DESENVOLVIDOS NA ESCOLA Per odo Nome do Tipo Segmentos escolares Resultados projeto envolvidos obtidos Adm Pedag Financ Dir Prof Alu Pais Fin 10 PROGRAMAS DE CAPACITA O DESENVOLVIDOS NA ESCOLA Per odo Nome do Tipo Segmentos escolares Resultados programa envolvidos obtidos Adm Pedag Financ Dir Prof Alu Pais Fin 11 GEST O ESCOLAR Forma de Nomea o Concurso Elei o Misto escolha dos dirigentes 269 AP NDICE E ROTEIRO PARA A CARACTERIZA O DA SALA DE AULA 1 Aspecto f sico a Dimens o espacial b Mob lia c H ambientes espec ficos na sala de aula Quais d Materiais escritos expostos e Materiais visuais expostos 2 turma a N mero de alunos Meninas Meninos b Forma de organiza o da turma c N meros de crian as ingressantes este ano 3 Sobre a organiza o do trabalho coletivo a H regras para orientar o trabalho e a organiza o di ria c S o explicitadas Como d S o cobradas Como 14 Instrumento de pesquisa elaborado com adapta o tendo como refer ncia o AP NDICE F da disserta o de mestrado de Mariste
460. zam o homem desde suas necessidades mais comezinhas at suas necessidades de rupturas com o j estabelecido inclusive com a l ngua 237 Como podemos ver para a escola n o necess rio nem o uso do termo nem as pr ticas do letramento Diante do exposto at aqui voltamos nossa tese inicial em que afirmamos que a perspectiva do letramento contribuiu para a concilia o de perspectivas em debates defensores do construtivismo e do m todo f nico Sobre isso podemos dizer que ao discutirmos especificamente neste cap tulo as pr ticas da professora a nossa tese foi comprovada em parte nas nossas an lises porque observamos na pr tica da professora a manuten o de atividades que levam em conta um modo de ensinar advindo do construtivismo Por m como as crian as estavam cursando o segundo ano do ensino fundamental n o foi poss vel explorar aspectos ligados alfabetiza o inicial exceto no momento da recupera o quando a nfase na unidade palavra demonstra as influ ncias do construtivismo sobre o trabalho da professora Dessa forma n o observamos como prop em os defensores do m todo f nico o trabalho sistem tico com s labas e fonemas 238 6 CONSIDERA ES FINAIS Chegamos ao ponto de dar um acabamento a este relat rio de pesquisa Momento necess rio pois dessa forma que ocorre a altern ncia de vozes a mudan a de turno para que outras sujeitos vozes contraponham os seus discursos ao

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