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ANESIO DA CUNHA MARQUES - UFPR

1. 148 6 1 1 O processo de constru o das paisagens do 148 6 1 2 Passos para o estudo das 80 5 149 6 1 3 Identifica o e classifica o das Unidades de 152 6 2 AS UNIDADES DE PAISAGEM DOS ERVAIS DO PLANALTO NORTE GATARINENSE emren renee a asi 154 6 2 1 Descri o das Unidades de Paisagem dos 154 6 2 2 Aspectos gerais das Unidades de Paisagem dos 179 6 3 OS SIGNIFICADOS DO MATE ENTRE A ECONOMIA E A CULTURA 183 6 3 1 Caracteriza o geral das propriedades 65 8 85 183 6 3 2 A perda da import ncia econ mica nas comunidades e propriedades 186 6 3 3 A import ncia econ mica para as fam lias 193 6 3 4 A utiliza o dos recursos do Male sa ernatis SER adido add e Essa 195 6 3 5 Import ncia porque as fam lias lidam com o 197 6 3 6 Erva mate atividade tradicional das fam lias do 200 6 3 7 Outros aspectos relacionados atividade e
2. 271 FIGURA 6 41 AGRICULTORES DE CANOINHAS MOSTRAM ERVEIRA PODADA NO DIA DA LUA CHEIA E O ENVASOURAMENTO DAS BROTA ES CANOINHAS 86 274 FIGURA 6 42 ERVEIRAS PODADAS EM QUE FOI MANTIDO APENAS ALGUMAS FOLHAS LOGO ABAIXO DOS PONTOS DE CORTE O BAIXEIRO TR S BARRAS 860 276 FIGURA 6 43 PERCENTAGEM DE AGRICULTORES EM RELA O QUANTIDADE DE FOLHAS DEIXADAS NO PROCESSO DE COLHEITA DA 276 FIGURA 6 44 AGRICULTOR UTILIZANDO A FOICE PARA A COLHEITA DA ERVA MATE CANOINHAS SG 278 FIGURA 6 45 PODAS DE ERVEIRAS EM PAISAGEM FLORESTAL EM PRIMEIRO PLANO CIRCULOS CONTINUOS ERVEIRAS COM PODA ALTA E BOA BROTA AO EM SEGUNDO PLANO CIRCULOS CONTINUOS ERVEIRAS COM PODA BAIXA E FRACA BROTA O 280 FIGURA 6 46 ADENSAMENTO DE ERVA MATE EM REA DE CA VA ISOLADA DO ACESSO DO GADO CANOINHAS A S Oin aA A pe RAOL 283 FIGURA 6 47 FREQU NCIAS DAS PRINCIPAIS PR TICAS DE MANEJO DESENVOLVIDAS PELOS AGRICULTORES DO PLANALTO NORTE CATARINENSE NOS CIRCULOS CENTRAIS PRATICAS COM MAIS DE 50 DE FREQUENCIA AO REDOR PR TICAS MENOS FREQUENTES CONSIDERADAS POSITIVAS NAS FORMAS OVAIS OU NEGATIVAS NOS RETANGULOS 284 FIGURA 6 48 REA DE CA VA COM PRESEN A MUITO FREQUENTE DE ARAUC RIAS I
3. FIGURA 7 5 PRE OS M DIOS DA ERVA MATE PAGOS AO PRODUTOR R ARROBA FOLHA VERDE NO BARRANCO DEFLACIONADOS PELO IGP DI NA REGIAO DE UNI O DA VITORIA PR FONTE Dorneles 2013 Benites 2013 com base em entrevista do presidente Sindicato da Ind stria do Mate do Rio Grande do Sul Sindimate Alfeu Strapasson menciona que o 340 aumento do pre o deve se a uma redu o de 30 da rea plantada no na ltima d cada Ribeiro 2013 aponta o aumento da demanda de ind strias de ch s bebidas e cosm ticos que usam a erva mate em sua composi o bem como o crescimento das exporta es citando o Jap o Estados Unidos e Alemanha Por m cita um incremento de apenas 312 toneladas de um total de 15 35 mil toneladas exportadas em 2013 Todas essa fontes s o not cias vinculadas na internet que carecem de fundamenta o em dados estat sticos limitadas ainda pela fragilidade dos dados estat sticos do IBGE para a atividade ervateira Dorneles 2013 apresenta que as exporta es brasileiras de erva mate beneficiada passaram de 35 418 toneladas em 2011 para 36 189 toneladas em 2012 ou seja com uma aumento de apenas 2 1 o que n o justificaria a eleva o de pre os pagos ao produtor Nas entrevistas todos os industriais consideraram que estava faltando erva mate no mercado e que os pre os deviam continuar subindo com perspectiva muito boa para a erva mate nativa e mesmo para a erva mate plantada Os m
4. 281 6 4 12 Os principais manejos da erva mate no Planalto Norte Catarinense 283 6 5 ERVA MATE MEIO AMBIENTE E 285 6 5 1 A erva mate e o manejo nas florestas essere 285 6 5 2 Os ervais em reas com aptid o agr cola a press o para convers o 288 6 5 3 A legisla o ambiental e o manejo da 8 294 6 5 4 A floresta e os agricultores 904 6 5 5 Os ervais e a presen a de esp cies arb reas 8 85 307 6 5 6 Ervais conectando os remanescentes florestais 310 6 5 7 Diferentes ervais diferente USOS eenen eneen ennnen ennenen ennenen rennene neen 313 7 A ERVA MATE E OS COMPRADORES DO MATE ENTRE A NATIVA EA PLANTADA iiaa aaa aaa eita canina 317 7 1 PLANALTO NORTE O PREDOM NIO DO MATE NATIVO O AMARGOR DO MATE A oa dE OR AS A E o O e 317 Pit O SADO dO MAIS desarma nessa aan 317 7 1 2 Diferenciando a erva mate nativa da plantada ervais nativos ou florestais 323 7 1 3 Diferenciando a erva mate nativa da plantada avalia o na industria 324 7 1 4 Diferenciando a erva mate nativa da plantada avalia o da paisagem 326
5. O principal argumento para n o se podar nas fases elencadas a constata o de que o rebrote menos vigoroso Em muitos casos citada a emiss o de um grande n mero de brotos que se desenvolvem pouco causando o que os agricultores chamam de envasouramento da erva mate Figura 6 41 142 Os agricultores consideram envasouramento devido ao excesso de ramos curtos lembrar uma vasoura 274 N o podo na cheia um dia antes e um dia depois nesses tr s dias n o podo a brota o vem fraca n o desenvolve fica envasourada Agricultor 32 FIGURA 6 41 AGRICULTORES DE CANOINHAS MOSTRAM ERVEIRA PODADA NO DIA DA LUA CHEIA E O ENVASOURAMENTO DAS BROTA ES CANOINHAS SC Considerando que 72 dos produtores evitam realizar a colheita da erva mate em determina fase lunar frente ao grande ac mulo de experi ncia desses agricultores e da falta de pesquisa conclusivas sobre a influ ncia lunar seria importante o desenvolvimento de pesquisas que levassem em conta esse conhecimento dos agricultores visando determinar pocas que impliquem em menores danos s erveiras por ocasi o da colheita Deixando folhas para o rebrote Existe um consenso na opini o dos t cnicos de que n o se deve colher todos 05 ramos finos e folhas das erveiras mas sim deixar uma percentagem de folhas de forma a manter a estrutura da planta permitir um melhor rebrote e recupera o das planta
6. 2 Principais atividades Atividades geradoras de renda monet ria 3 Renda bruta total R total Somat rio da renda bruta das atividades geradoras de renda monet ria de acordo com quantifica es e pre os recebidos pelo agricultor considerando o pre o colocado na ind stria ou cerealista Pre os m dios considerados dos principais produtos gt fumo 6 20 R kg gt leite 0 70 R itro gt milho 22 00 R sc gt soja 55 00 R sc gt feij o 90 0 R kg gt erva mate 0 60 R kg o pre o da erva mate foi considerado o mesmo para todas as situa es 4 Renda bruta proveniente da erva mate EM R ano 5 Contribui o da renda da EM em rela o a renda total Yo 6 Forma de venda da erva mate 1 Colocada na ind stria 2 No barranco 4 Beneficiada 3 No p 7 Classifica o da produ o da erva mate 1 Nativa 2 Nativa mas sofreu alguma restri o ou questionamento 3 Plantada 9 Import ncia da erva mate para o agricultor porque ainda lida com a erva mate gt OS crit rios da coluna ao lado ao serem tabulados foram reunidos em grupos semelhantes visando facilitar a tabula o e interpreta o dos dados essa situa o doravante se denominar dados a serem reagrupados 8 Percep o em rela o 1 Bom 2 Razo vel 3 Est melhorando 4 Precisa aos pre os melhorar 5 Ruim 1 Renda segura anual pouco risco 2 Pouco invest
7. LEO catando 410 413 E O 414 ANEXO IM oran 423 ANEXO No aa da aa io fu a mo Naa nono nO 0 dieta ma doa aa beats 427 ANEXO VA E E 428 ANEXO MI grassa eei oriee E aE P AE pA P anA reaa 429 ANEXO V AA as 431 22 INTRODU O A presente tese identifica e descreve as principais paisagens de ocorr ncia dos ervais seus manejos seus significados e sua rela o com a conserva o socioambiental junto a agricultores familiares do Planalto Norte Catarinense uma das principais regi es produtoras de erva mate nativa do Brasil A introdu o apresenta inicialmente a proposta de pesquisa interdisciplinar do Curso de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paran MADE no qual se desenvolveu a presente tese contextualizando a tem tica estudada na proposta coletiva de pesquisa seguida do tema seu desenvolvimento e a estrutura da tese A PROPOSTA DE TRABALHO INTERDISCIPLINAR NO CONTEXTO DO MADE O enfoque interdisciplinar surge como alternativa e possibilidade da supera o do pensamento racionalista e da fragmenta o do conhecimento postulado pela ci ncia moderna A complexidade das rela es homem natureza no processo de desenvolvimento contempor neo exige estudos e pr ticas interdiscipli
8. FORMA DE VENDA DA ERVA MATE NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS 210 QUADRO 6 25 CUIDADOS OU A ES NECESS RIAS PARA SE CONSEGUIR UM BOM ERVAL NA OPINI O DOS AGRICULTORES 215 QUADRO 6 26 MOTIVOS QUE LEVAM OS AGRICULTORES A BUSCAR MAIOR INSOLA O OU MAIOR SOMBREAMENTO NOS 219 QUADRO 6 27 ESP CIES ARB REAS CONSIDERADAS COMO RVORES QUE BENEFICIAM A ERVA MATE PLANTAS COMPANHEIRAS DE ACORDO COM A PERCENTAGEM DE CITA ES PELOS AGRICULTORES PESQUISADOS aratearareaeaanarrananas 226 QUADRO 6 28 ESP CIES ARB REAS CONSIDERADAS COMO RVORES QUE PREJUDICAM A ERVA MATE PLANTAS ANTAGONISTAS DE ACORDO COM A PERCENTAGEM DE CITA ES PELOS AGRICULTORES PESQUISADOS 227 QUADRO 6 29 FREQU NCIA DE RO ADAS EM FUN O DE GRANDES GRUPOS DE PAISAGENS DE ACORDO COM OS AGRICULTORES 229 QUADRO 6 30 PERCENTAGEM DE AGRICULTORES QUE REALIZAM PLANTIOS OU 249 QUADRO 6 31 ORIGEM DAS MUDAS UTILIZADAS PELOS AGRICULTORES QUE REALIZAM PLANTIOS OU ADENSAMENT
9. LISTA DE QUADROS QUADRO 3 1 PRODU O BRASILEIRA E POR ESTADOS PRODUTORES DE ERVA MATE NATIVA E PLANTADA DADOS EM TONELADAS DE FOLHA VERDE ESTIMATIVAS DO ANO DE QUADRO 3 2 PRODU O TONELADAS E VALOR TOTAL R DA PRODU O EXTRATIVISTA VEGETAL DOS PRINCIPAIS PRODUTOS FLORESTAIS N O MADEIREIROS NO BRASIL ANO DE ane 80 QUADRO 4 1 CLASSES DE APTID O AGR COLA CONSIDERADAS PARA A DESCRI O DAS 112 QUADRO 5 1 UTILIZA O PERCENTUAL DAS TERRAS DOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUARIOS DE ACORDO COM O CENSO AGROPECUARIO 2006 122 QUADRO 5 2 NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL IDHM DOS MUNICIPIOS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE ra 134 QUADRO 5 3 COMPARA O DOS DADOS DA PRODU O DE ERVA MATE NATIVA E PLANTADA TONELADAS DE ERVA MATE CHANCEADA COM BASE NO CENSO AGROPECU RIO PRODU O AGRICOLA MUNICIPAL PAM E PRODU AO DA EXTRA O VEGETAL E DA SILVICULTURA PEVS DO ANO 2006 138 QUADRO 5 4 PRODU O DE ERVA MATE NATIVA E PLANTADA NO BRASIL SANTA CATARINA E PLANALTO NORTE NOS ANOS DE 1996 2006 E 2011 COM BASE EM DADOS DAS ESTIMATIVAS DA PAM E PEVS IBGE TONELADAS DE ERVA MATE CANCHEADA 139 QUADRO 5 5 PRODU O DE ERVA MATE NATIVA E PLANTADA NO BRASIL SANTA CATARINA E PLANALTO NOR
10. REGI O DO BASALTO REGI O SEDIMENTAR Costa Timb Grande Tr s Barras Mafra Ita opolis Papanduva Rio Negrinho S o Bento do Sul Campo Alegre gt Porto Uni o Bela Vista do Toldo Canoinhas Irine polis Major Vieira Monte Castelo Insola o 1 800 2 000 h ano 1 600 1 800 h ano Geadas Geadas 2s LILI LIES Neossolos Nitossolos Cambissolos 850a Rochas lgneas basalto Ri 1100 m e B R Osasuna 9 lt i Senso o dd amp Ses ego dpi ns ho E R FIGURA 5 4 CARACTERIZA O F SICA GERAL DAS REGI ES SEDIMENTAR E DO BASALTO DO PLANALTO NORTE CATARINENSE FONTE elaborada pelo autor Imagem Google Earth 121 A cobertura vegetal natural do PNC al m de pequenas manchas de campos secos e campos de v rzeas a Floresta Ombr fila Mista FOM ou Floresta com Arauc ria A FOM uma das Regi es Fitoecol gicas em que est dividida a vegeta o brasileira sendo exclusiva do Planalto Meridional Brasileiro Regi o Sul do Brasil abaixo do Tr pico de Capric rnio em altitudes entre 500 e 1200 metros com inclus es em rea elevadas de S o Paulo Minas Gerais e Rio de Janeiro Estas florestas refletem situa es espec ficas de duas floras mistas que se encontram a Tropical Afro Brasileira e a Temperada Austro Brasileira tendo a Araucaria angustifolia co
11. n o se considera o homem ou melhor tem se simplesmente a preocupa o com a degrada o que a atividade humana possa exercer sobre esses ecossistemas Nesse sentido de acordo com Diegues 2000 o termo conserva o empregado de forma restrita limitado s atividades de prote o manuten o e restaura o do mundo natural atrav s por exemplo de medidas como a implanta o de reas protegidas da a o humana Nessa concep o segundo o autor est impl cita a no o de que a natureza o mundo natural s poder ser salvo se afastado da pr pria sociedade 13 Importante destacar que faltam tamb m as condi es t cnicas 14 Esse aspecto abordado no capitulo 07 ao se tratar do aspecto ambiental do manejo da erva mate 53 Para Diegues 2001 essa concep o tem forte influ ncia da no o norte americana de conserva o da natureza baseada na no o de natureza selvagem wilderness que estabelece que a natureza somente possa ser protegida quando separada do conv vio humano Esta vis o de wilderness acabou tendo grande repercuss o e expandiu se mundialmente principalmente atrav s do conceito de reas protegidas No entanto atualmente a problem tica ambiental vista como diretamente relacionada ao modo de vida das sociedades ou seja como problem tica social que surge da forma como a sociedade se relaciona com a natureza FERNANDES e SAMPAIO 2008 Foladori 2001 afirma que as re
12. no p como se tenderia a correlacionar devido a essa forma de colheita normalmente estar associada com menores cuidados na poda mas sim pelos agricultores n o considerarem necess rio deixar folhas para o rebrote pois mesmo a maioria dos agricultores que realizam a pr pria colheita seguem essa tend ncia 277 Se deixar muita folha a brota n o vem boa se podar na poca certa assim praticamente sem folhas a erva vem bem Agricultor 02 Dessa forma essa percep o dos agricultores mais um motivo para que se desenvolvam pesquisas referente a quantidade de folhas a se deixar por ocasi o da colheita levando se em considera o as diversas paisagens dos ervais Instrumentos de poda sob o fac o e a foice Os instrumentos mais recomendados s o a tesoura o tesour o e o serrote DA CROCE FLOSS 1999 Mazuchowski 1991 destaca como ideal a poda manual ou seja a quebra dos galhos com m os cita o pod o a tesoura e mesmo o fac o salientando a necessidade de estarem bem afiados e o corte de fac o ser realizado de baixo para cima No PNC o principal instrumento de colheita da erva mate o fac o utilizado como nico instrumento por 40 das colheitas e de forma combinada com outros instrumentos em 22 5 dos casos totalizando uma utiliza o em 62 5 das colheitas nas propriedades quadro 6 38 O serrote e a tesoura instrumentos mais preconizados pela extens o e pesquisa s o utilizados de forma princi
13. o natural de erveiras nas futuras capoeiras promovendo as na paisagem Por outro lado os ervais normalmente ocorrem em reboleiras nas florestas sendo prov vel que os ro ados fossem abertos em reas onde sua ocorr ncia era pequena limitando a promo o humana da esp cie em fun o dos ro ados Tommasino 2004 relata que os Kaigang ao instalarem sua ro as abrem uma clareira dentro da mata geralmente em uma rea de taquaral derrubam os troncos maiores quebram os ramos menores queimam quando est o secos e esperam as primeiras chuvas para semear A utiliza o de reas de taquarais para as ro as pode beneficiar a regenera o da erva mate pois se verifica que os 85 principais ervais nativos atuais s o justamente oriundos de reas de antigos taquarais conforme Ferreira Filho 1957 e constatado nessa tese se o 6 4 5 De qualquer forma prov vel que os ind genas ao desenvolverem suas atividades procurassem favorecer as erveiras existentes na paisagem Esta a o ind gena sobre a paisagem pode ser muito maior do que normalmente se imagina Nesse sentido apontam os estudos de Bittencourt e Krauspenhar 2006 e Reis e Ladio 2012 que relacionam a expans o das arauc rias com atividades ind genas que a favoreceram conforme discutido no item 3 3 Nessas circunstancias tamb m seria prov vel que a erva mate tenha sido promovida na paisagem juntamente com sua companheira arauc ria Nesse sentido Noel
14. o agroecol gica A amostragem foi direcionada de forma a abranger proporcionalmente as duas grandes situa es diferenciadas do PNC regi o sedimentar e regi o do basalto conforme descri o na se o 6 11 Para a escolha dos agricultores a serem entrevistados teve se dois procedimentos Primeiramente procurou se participar de reuni es da Epagri e de institui es ligados agricultura familiar realizadas na regi o no per odo de maio a agosto de 2012 totalizando 8 reuni es e 96 fam lias participantes Nas reuni es se apresentava a proposta de pesquisa e se identificava agricultores produtores de erva mate que tivessem dispostos a participar da pesquisa Caso o agricultor se enquadrasse nos crit rios era agendada a visita No entanto poucos agricultores apresentavam produ o significativa de erva mate principalmente nas maiores classes de produ o Assim se recorreu a quatro ervateiras para que indicassem agricultores familiares de acordo com os tr s n veis de produ o sendo indicados 64 produtores de erva mate Dessa forma a amostra foi composta por agricultores Estima se que 75 do PNC esteja localizado na regi o sedimentar e 25 na regi o do basalto 105 identificados nas reuni es complementadas por agricultores sorteados da lista dos ervateiros As entrevistas com os agricultores ocorreram nos munic pios de Bela Vista do Toldo Canoinhas Irine polis Major Vieira e Tr s Barras na regi
15. o conceito de agricultura familiar entendida como aquela em que a fam lia ao mesmo tempo em que propriet ria dos meios de produ o assume o trabalho no estabelecimento produtivo E importante insistir que este car ter familiar n o um mero detalhe superficial e descritivo o fato de uma estrutura produtiva associar fam lia produ o trabalho tem consequ ncias fundamentais para a forma como ela age econ mica e socialmente Wanderley 2009 p 156 Essa especificidade do sistema de produ o camponesa a base da teoria de Chayanov 1985 Para ele diferentemente da empresa capitalista que tem por base o trabalho assalariado e como prioridade a maximiza o do lucro a produ o familiar orientada para a satisfa o das necessidades e a reprodu o da fam lia Nesse sentido as decis es n o priorizam uma l gica econ mica baseada no lucro mas sim na amplia o do bem estar da fam lia e na satisfa o de suas necessidades essenciais N o se nega o interesse da fam lia em obter lucros mas esse seria apenas um fator de apoio aos seus objetivos CHAYANOV 1985 Assim a rela o direta entre a agricultura familiar principalmente daquela que se aproxima mais do modelo campon s e a teoria econ mica tradicional n o adequada faz se necess rio levar se em considera o toda a particularidade da unidade familiar de produ o Importante destacar que o agricultor familiar conforme Wanderley 2009 orienta
16. o propriamente dito tamb m pode ter sido dificultado pela parte consumida da planta ser a folha mais dif cil de ser avaliada do que por exemplo uma raiz mais grossa e macia ou um fruto maior ou mais doce que seriam naturalmente selecionados e propagados em prefer ncia aos demais Ainda as folhas normalmente n o s o aproveitadas diretamente mas processadas atrav s do uso do fogo e mo das juntamente com as folhas de v rias outras erveiras dificultando a sele o da erveira em si que pudesse produzir uma ca i de melhor qualidade ou ser mais produtiva Neste processo de sele o o que mais poderia chamar a aten o seria a produ o de massa verde da rvore mas justamente este fator de acordo com Sturion et al 2006 apresenta herdabilidade baixa a m dia sendo fortemente influenciada pelas condi es ambientais assim seriam necess rios m todos de sele o mais elaborados para atuar sobre esta caracter stica Neste sentido Winge et al 1995 estudaram variedades descritas por agricultores que seriam caracterizadas pela forma tamanho e textura das folhas e pela colora o das hastes ou talos mas n o constataram diferencia o gen tica entre elas concluindo que as diferen as deveriam ser devido ao ambiente o que tamb m dificultaria um processo de sele o baseado em caracter sticas fenot picas que poderia ter sido desenvolvido pelos ind genas Assim podemos trabalhar com a hip tese de que os ind genas n
17. o tanto nativa quanto plantada Nesse caso foram consideradas apenas as produ es que representassem mais do que 20 da produ o total da propriedade Foram consideradas como produ o nativa as paisagens Ervais em Mata Ervais em Ca vas e Ervais Nativos Abertos Como plantadas os Ervais Plantados em Matas e Ca vas Ervais Plantados Abertos e Ervais Plantados Sombreados 192 da sombra e falta de ro adas De forma geral indicam um menor cuidado ao erval nesses casos sendo justamente nas propriedades em que os ervais tem menor produ o anual e assim recebem menos cuidados dos propriet rios QUADRO 6 12 PRINCIPAIS MOTIVOS QUE LEVARAM A DIMINUI O DA PRODU O DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Motivos com mais de uma cita o do total de agricultores Muita press o do gado 61 Erveiras velhas e sem regenera o 61 Destocas convers o de ervais em lavouras 48 Podas mal feita 29 Ataque de broca 14 Aumento da sombra 14 Falta de ro adas 14 Outras respostas 25 A declara o e foto Figura 6 20 de um agricultor da comunidade do Campo da gua Verde munic pio de Canoinhas descreve essa situa o Aqui nessa rodinha era fechado escuro de p de erva dava mais de 30 arrobas foi morrendo tudo foi o pisoteio do gado as erveiras velhas e brocadas Agricultor 29 e FIGURA 6 20 REA INDICADA PELO AGRICULTOR COM
18. 173 A AMPLANORTE Associa o do Munic pios do Planalto Norte disponibiliza o VBP da produ o dos munic pios com base nas notas fiscais emitidas pelos produtores 350 posi o totalizando R 5 8 milh es de reais no ano de 2011 O que pode ser considerado significativo para uma atividade que n o recebe nenhum tipo de apoio ou incentivo ou se utiliza insumos externos propriedade levando se ainda em conta que parte da produ o deve ser comercializadas sem nota fiscal Observa se ainda que o mate em 4 dos 6 munic pios gera mais recursos do que o feij o cultura na qual normalmente os t cnicos dedicam significativa aten o Tamb m foi questionado se a erva mate seria importante para os agricultores familiares agora de uma forma mais ampla n o restrita dimens o econ mica Nessa situa o ocorre uma invers o pois 64 consideram que ela importante para os agricultores 29 a consideram de m dia import ncia e apenas um dos entrevistados 7 a considera pouco importante Para entender melhor essa invers o foi elaborado o quadro 8 4 que apresenta os motivos que levaram os entrevistados a considerar a erva mate importante para os agricultores Destaca se a possibilidade da gera o de renda extra 50 e de se obter renda em reas de mata 29 no entanto consideram QUADRO 8 4 MOTIVOS QUE LEVAM OS AGENTES DA ATER A CONSIDERAR A ERVA MATE IMPORTANTE PARA OS AGRICULTORES Motivo 96 R
19. Agricultor 19 Como era de se esperar essas motiva es tem forte rela o com a rea florestal da propriedade pois os agricultores que acham que a legisla o ambiental n o atrapalha possuem uma rea florestal m dia de apenas 21 7 enquanto aqueles que acham que atrapalha de 44 72 e os que consideram que atrapalha 292 muito de 52 3 nesse caso variando de 30 6 at 73 9 Ainda aqueles que gostariam de abrir novas reas para lavoura t m em m dia 53 8 de cobertura florestal comum os agricultores argumentarem que a quase total restri o de manejo na floresta com arauc ria acaba induzindo os agricultores a verem as reas com remanescentes florestais como um problema se tivesse como tirar depois a gente deixava vir mais pinheiros mais mato at plantava mais pinheiro no ca va mas a lei n o deixa fazer nada aproveitar nada Agricultor 06 Aqui configura se um conflito socioambiental De acordo com Litile 2001 os conflitos socioambientais se configuram como disputas entre grupos sociais derivadas dos distintos tipos de rela o que eles mant m com seu meio natural Para Acselrad 2004 o conflito socioambiental ocorre quando se envolvem grupos sociais com modos diferenciados de apropria o uso e significa o do territ rio e quando pelo menos um dos grupos sofre amea as quanto continuidade das formas sociais de apropria o do seu meio Assim de um lado temos os agricultores q
20. Aqui na nossa regi o muito frio tem geada muito tardia melhor colher mais pro ver o Agricultor 34 Muitos destacam que os ervais mais sombreados sofrem menos danos com as geadas e assim a poca de poda fica mais male vel As podas de dezembro e janeiro t m a justificativa de que a erva mate mais pesada rende mais e que as brota es s o vigorosas Outra linha de justificativa de tr s agricultores foi utilizar a poda no ver o como forma de controle da broca da erva mate pois nesse per odo a broca estaria iniciando a infesta o do erval a partir dos ponteiros Agosto seria melhor mas devido a broca podo em dezembro assim j elimino as brocas novas Agricultor 38 269 Todos os agricultores indicam a poca mais apropriada a princ pio aquela que eles sempre procuram respeitar mas ao se perguntar sobre a poca que n o se deveria podar nem todos respondem provavelmente por n o podarem fora das pocas indicadas assim apenas 47 n 19 dos agricultores indicam as pocas em que n o se deve podar apresentada na forma dos meses mais citados quadro 6 36 O m s considerado como mais restrito para a colheita seria fevereiro com oito cita es 42 seguido de mar o abril e maio cada um com seis cita es 32 assim pode se considerar que o per odo de fevereiro a maio relacionado como o pior m s para a colheita Essas respostas est o de acordo com o exposto no quadro 6 35 pois entre os
21. Eis sombra nos VIR planta 5 podam outras ervais PA companheira AE Vhs da erva mate gostaram T e STT 86 dos 3 dos ervais com 5 querem pai a ervais sem eros o laminar de aumentar ti TA red m dia intensidade cobertura do erval aparente 2 68 dos ervais sem 100 dos ssa uso de ervais sem 5 usam inseticidas agrot xicos 65 ii e alternativos 69 dos consideram AUUDa oes ervaiscom consideram terras cidas pe ro adas M B vermel fazem control anuais ou oaparaa 1orerazem controle bianuais atrapalha o erva mate mec nico de pragas erval 3 dos ervais com uso de aduba o org nica eventual FIGURA 6 47 FREQU NCIAS DAS PRINCIPAIS PR TICAS DE MANEJO DESENVOLVIDAS PELOS AGRICULTORES DO PLANALTO NORTE CATARINENSE NOS CIRCULOS CENTRAIS PRATICAS COM MAIS DE 50 DE FREQUENCIA AO REDOR PRATICAS MENOS FREQUENTES CONSIDERADAS POSITIVAS NAS FORMAS OVAIS OU NEGATIVAS NOS RETANGULOS FONTE o autor Desenho Percy Lau in Correa Filho 1957 285 6 5 ERVA MATE MEIO AMBIENTE E PRODU O 6 5 1 A erva mate e o manejo nas florestas De acordo com dados do Censo de 2006 IBGE 2013a a cobertura florestal nativa do PNC de 26 06 Um estudo na regi o de influ ncia da Flona de Tr s Barras abrangendo quatro munic pios do PNC todos objeto dessa pesquisa a partir de imagens de sat lite identificou no ano de 2005 uma cobertura florestal nativa de 33 31 ICMBIO 2010 Nas
22. Figura 6 39 No entanto cabe uma pergunta ser que as terras brancas n o s o boas para a erva mate ou ser que elas s o pobres em erva mate devido a derrubada das matas e erveiras para serem exploradas na forma de lavoura persistindo os ervais apenas nos criadouros ca vas em que a erva mate foi promovida na paisagem sem a convers o em lavouras Frente a esse questionamento muitos agricultores falam de erveiras de boa produ o que persistem em reas de lavoura terra branca Um dos agricultores foi mais incisivo nesse aspecto Essa terra branca das lombas das lavouras era erva melhor mas se acabou devido as ro as ficou as de ca va da terra vermelha em que n o tinha ro a s o gado as madeira e a erva Agricultor 33 Essa observa o fortalece ainda mais a perspectiva dos ervais nativos estarem diretamente associados promo o humana na paisagem e n o necessariamente por uma quest o natural pois nesse caso o maior predom nio da erva mate nas terras de ca va deve se a essas a es de promo o enquanto nas terras brancas das lombas a paisagem foi convertida em paisagens agr colas Ainda talvez n o necessariamente as terras de ca vas sejam as melhores terras para a erva mate mas sim terras que o processo de uso da propriedade destinou para uso em conjunto com o gado BE Res FIGURA 6 39 A ESQUERDA TERRA AVERMELHADA TERRA DE CA VA E ERVA MATE DIREITA TER
23. LOPES 2011 MEURER 2012 MACCARI JUNIOR 2005 VALDUGA 2002 STREIT et al 2007 Por outro lado Rakocevic et al 2008 encontraram um sabor mais suave em erveiras a pleno sol do que sob floresta Dessa forma compreens vel a dificuldade de se correlacionar o sabor da erva mate apenas com alguns fatores j que est na dependencia de caracter sticas da pr pria planta de fatores ambientais ecol gicos e de pr ticas de manejo Nesse sentido o processo de IG da erva mate baseado em uma qualidade diferenciada do produto ter como um grande desafio estabelecer pr ticas de manejo desejadas toleradas e proibidas e ainda levar em considera o a diversidade gen tica e a significativa diferencia o de ambientes da regi o sedimentar e regi o do basalto Frente a valoriza o da erva mate nativa em rela o plantada e da dificuldade de sua diferencia o importante entender como se d essa 323 diferencia o pelos compradores do mate tanto no aspecto geral se o 7 1 2 quanto na possibilidade dessa diferencia o ser feita na ind stria se o 7 1 3 ou a campo se o 7 1 4 7 1 2 Diferenciando a erva mate nativa da plantada ervais nativos ou florestais Em rela o aos crit rios gerais todos os industriais consideram como erva mate nativa aquela que veio por si sem ser plantada Figura 7 4 Em seguida todos tamb m argumentam que a erva mate pode ser considerada nativa mesmo sendo plantada ness
24. OEE Ra a 99 FIGURA 4 2 INDICADORES UTILIZADOS PARA A DETERMINA O DO ICF NDICE DE CONSERVA O FEORESTAI 111 FIGURA 5 1 ZONAS AGROECOL GICAS DE SANTA 115 FIGURA 5 2 PLANALTO NORTE CATARINENSE COM LIMITES DOS MUNIC PIOS E DIVIS O EM RELA O FORMA O GEOL GICA REGI O SEDIMENTAR E DO BASALTO 118 FIGURA 5 3 MAPA DE SOLOS DO PLANALTO 119 FIGURA 5 4 CARACTERIZA O F SICA GERAL DAS REGI ES SEDIMENTAR E DO BASALTO DO PLANALTO NORTE CATARINENSE eee rarraeaaarrananas 120 FIGURA 5 5 MAPA FITOGEOGR FICO DE SANTA CATARINA COM DESTAQUE PARA O PLANALTO NORTE CATARINENSE e eraeeaaaranea aerea ataraanaanas 121 FIGURA 5 6 REA DE OCUPA O HIST RICA DOS XOKLENG COM DESTAQUE PARA A REGIAO DO PLANALTO NORTE CATARINENSE rara 125 FIGURA 5 7 AGRICULTOR IVO GREIN MOSTRA RESQU CIOS DA CERCA DO ANTIGO CRIADOURO COMUM DA COMUNIDADE DO RIO CLARO MUNICIPIO DE MAJOR VIEIRA SC FIGURA 5 8 PRINCIPAIS REGI ES PRODUTORAS DE ERVA MATE NATIVA DE SANTA CATARINA COM BASE EM ESTIMAS DO IBGE SAFRA 2011 136 FIGURA 5 9 PRODU O ANUAL DE ERVA MATE COMERCIALIZADA PELOS AGRICULTORES FAMILIARES PARTICIPANTES DE REUNI ES DA EPAGRI COOPTRASC E REDE ECOVIDA 143 FIGURA 6 1 INDICADORES
25. T m se duas op es de avalia o r pida da cobertura do dossel A primeira seria atrav s de uma avalia o qualitativa onde o pesquisador percorre a rea e avalia visualmente a cobertura esse um m todo utilizado na Avalia o Ecol gica R pida SAYRE et al 2003 Outra possibilidade seria a utiliza o do densi metro de Lemmon que tem sido recomendado em um grande n mero de estudos SUGANUMA et al 2009 SOUZA amp MARTINS 2005 Foram realizados testes de campo com os indicadores e constado que a op o de uma avalia o qualitativa com base nos atributos e descri es contidos no quadro abaixo se mostrou de f cil execu o e eficiente Os ndices tiveram correla o com as determina es efetuadas com o densi metro de Lemmon a partir de compara o utilizando o quadro abaixo e medi es com o densi metro efetuadas por Matos 2009 no munic pio de Tr s Barras O uso do densi metro seria o ideal no entanto devido a indisponibilidade do aparelho optou se pela estimativa visual 2 COBERTURA DO DOSSEL Considera se que uma floresta bem conservada apresente uma boa cobertura oferecida pelo estrato arb reo ou seja um dossel cont nuo A atua o antr pica atrav s da derrubada de rvores e ro adas tende a diminuir a cobertura abertura do dossel Pontua o Atributo Descri o Observa es caracter stica predominante em mais de 50 da rea 1 Descont nua A cobertura
26. ca vas A presen a dos animais objeto de diverg ncias por um lado representa um sistema hist rico que permitiu a conserva o de remanescentes florestais ajuda na limpeza e diversifica a gera o de renda do erval Por outro lado sofre questionamentos por prejudicar a regenera o natural por compactar o solo e danificar as erveiras Assim a presen a ou n o de animais nos ervais um crit rio importante a ser levado em considera o e Associa o com cultivos anuais considera se o erval est associado de forma cont nua com cultivos anuais A associa o ou n o com cultivos anuais ganha import ncia por ser marcante na paisagem e por implicar no caso da associa o com agricultura na maior possibilidade de uso direto ou indireto de aduba es e de agrot xicos 78 Considera se como erveira plantada aquela oriunda do ato humano de plantar mudas produzidas em viveiros ou mesmo transplantadas de ervais nativos A erveira nativa seria aquela oriunda de processos naturais de regenera o sem o ato do plantio apesar de normalmente estar associada a pr ticas de domestica o da paisagens como ro adas e raleamentos 79 No transcorrer da pesquisa n o foram identificados que pudessem ser considerados como ervais adensados de acordo com crit rios adequados 152 QUADRO 6 1 RESUMO DOS INDICADORES DETERMINANTES PARA A CLASSIFICA O E DESCRI AO DAS UNIDADES DE PAISAGEM DOS ERVAIS DO PLANALTO NORT
27. considerada importante n o necessariamente por produzir elevados volumes monet rios mas principalmente por ser uma atividade de pouco risco pouca demandadora de investimentos e de m o de obra associada em paisagens com usos diversos se constituindo em um elemento estabilizador da propriedade capaz de gerar recursos em reas florestais e ainda ser uma atividade prazerosa para os agricultores 198 Esse aspecto ser melhor estudado na se o 6 5 2 109 Os diversos usos dos ervais discutido na 6 5 7 200 Nesse sentido Carneiro e Maluf 2005 consideram que na agricultura familiar a atividade agr cola cumpre um papel na vida das fam lias que vai muito al m de seu significado econ mico pois relacionada a um modo de vida manuten o de la os sociais sustenta o de manifesta es culturais que garantem a densidade do tecido social em certas localidades rurais nessa perspectiva que a atividade ervateira parece se inserir no PNC Na pr xima se o se detalha melhor a atividade ervateira como uma atividade tradicional do PNC e do gostar da lida com a erva mate 6 3 6 Erva mate atividade tradicional das fam lias do PNC Os agricultores entrevistados se caracterizam por uma longa tradi o de trabalho com a erva mate pois 97 declaram que sempre trabalharam nessa atividade desde crian a apenas um dos agricultores passou a trabalhar com a erva mate a partir do seu casamento Esse aspecto refor ad
28. o arb rea da paisagem Das seis paisagens estudadas quatro est o na regi o do sedimento e duas na regi o do basalto no entanto verifica se que os potreiros de forma geral s o mais comuns no regi o do basalto por m devido a um uso mais intensivo ocorreu uma degrada o maior dos ervais e poucos s o os potreiros com produ o significativa de erva mate Na regi o do sedimento acabam sendo mais significativos na produ o da erva mate devido a se tratarem de ca vas que se transformaram em potreiros Na regi o do basalto ocupam reas montanhosas com solos rasos e pedregosos sem aptid o agr cola Na regi o do sedimento est o em reas mais planas solos profundos e sem pedregosidade com aptid o excelente 17 ou boa 50 Os motivos para as reas n o terem sido convertidas em lavouras deve se a n o aptid o agr cola na regi o do basalto e a erva mate e a pastagem serem importantes na regi o do sedimento IX ERVAL NATIVO ABERTO DESMATADO Paisagem n o florestal com m dia a alta densidade de erva mate em que a vegeta o arb rea foi retirada destacando se as erveiras nativas e rvores esparsas o gado tem acesso apenas eventual e as gram neas e vegeta o arbustiva s o controladas como o uso de herbicidas Durante a pesquisa de campo foi encontrada apenas um caso no entanto foi mantida como um dos tipos de paisagem por se verificar que um situa o n o rara e representa uma tend ncia g
29. o 4 5 2 e anexo IV c A origem das erveiras em produ o A origem das erveiras em produ o importante no sentido de caracterizar se o erval nativo ou plantado crit rio que a princ pio considerado pelos compradores do mate com maior expectativa de caracterizar a vegeta o em est dios inicial m dio e avan ado de regenera o p 129 190 151 valoriza o do produto nativo sendo esse um dos pilares para o processo de constru o do IG da erva mate na regi o j que o PNC caracterizado como um grande produtor de erva mate nativa LOPES 2011 SOUZA 2010 O erval considerado erval nativo quando mais de 50 das erveiras em produ o s o nativas e considerado erval plantado quando mais de 50 das erveiras em produ o s o consideradas plantadas Caso um erval tenha entre 20 e 50 de erveiras plantadas em produ o ele considerado erval adensado d presen a de animais em pastoreio considera a presen a constante principalmente de bovinos equinos ou ovinos A associa o da erva mate com a cria o de animais uma caracter stica marcante do PNC particularmente na regi o sedimentar que historicamente foi utilizada atrav s de criadouros comunit rios a exemplo dos Faxinais do Paran Os remanescentes desses criadouros ou outras reas manejadas com a associa o de florestas e cria o animal s o normalmente designados regionalmente por
30. o animal foram destacados como outros usos a retirada de lenha para consumo na propriedade n 3 e coleta de pinh o n 2 Apesar da maior abertura da floresta as arauc rias se destacam em todas as paisagens sendo esparsa frequente e muito frequente A imbuia tamb m presente em todas sendo esparsa frequente e frequente Demonstrando assim apesar da grande abertura do dossel um bom potencial para contribuir na manuten o das esp cies amea adas Como as demais ca vas tamb m s o de ocorr ncia t pica da regi o do sedimento e de reas mais planas j que est o correlacionadas com 9 Crit rios est o descritos no anexo 6 190 Erval com adensamento seria aquele que a produ o originada a partir de mudas plantadas estaria entre 20 a 50 do total produzido na paisagem Abaixo de 20 considerada nativa e acima de 50 como plantada Como essa foi uma das duas nicas situa es encontradas n o se utilizou adensamento como crit rio de classifica o das paisagens poca da entrevista o agricultor rec m tinha adquirido 10 000 mudas de erva mate para adensamento da ca va 20 6 ha 167 remanescentes de criadouros dos faxinais O relevo suave ondulado e os solos profundos e sem pedregosidade conferindo boa aptid o agr cola em todos os casos estudados Para dois agricultores suas reas n o foram transformadas em lavoura devido a import ncia do sistema de associa o da floresta com p
31. que todo conhecimento um conhecimento aproximado BACHELARD 1978 citado por MINAYO 2010 Em rela o ao roteiro de avalia o das paisagens dos ervais levando em considera o a concep o de paisagem como o resultado da integra o de din micas sociais e naturais foi procurado aliar a avalia o de aspectos f sicos ecol gicos e dos manejos realizados BACHELARD G A filosofia do n o In Bachelard Cole o Pensadores S o Paulo Abril 1978 108 4 5 1 Roteiro de entrevista com os agricultores Vale lembrar que nessa pesquisa n o se pretendeu apenas captar a fala dos entrevistados atrav s de uma entrevista est tica e passiva mas sim se configurou em entrevista ampla n o se resumindo a coleta de dados em ambiente fechado pois se percorreu toda a propriedade do agricultor visando observar e discutir a rela o do entrevistado com o ambiente em que vive Assim ao caminhar pela propriedade e dialogar com o entrevistado o pesquisador pode formar a sua pr pria vis o anotar as suas impress es e formular suas conclus es A pesquisa junto a cada agricultores durou entre tr s a seis horas incluindo a realiza o da entrevista e o percorrimento da propriedade para avalia o da paisagem dos ervais Consequentemente o tempo requerido os custos e o n vel das informa es buscadas impediram a realiza o de um grande n mero de entrevistas refor ando o car ter qualitativo da pesquisa mesmo pa
32. rg os ambientais em rela o maioria desses aspectos e sua rela o com o manejo da erva mate em paisagens florestais sendo necess ria visando atender as regi es de produ o de mate nativo a elabora o de instru es normativas espec ficas para o manejo da erva mate em ambientes florestais que deveriam ser antecedidas de um amplo debate envolvendo todos os setores ligados atividade ervateira e institui es de pesquisa extens o e ambientais Manejo dos ervais e popula es tradicionais De acordo com o apontado na se o 1 4 as popula es rurais a partir do conceito de tradicionalidade impl cita Decreto 6040 07 poderiam ser enquadradas como popula es tradicionais conforme discutido por Steenbock 2009 e nesse sentido os agricultores que manejam os ervais nativos particularmente com manejos tradicionais como nas ca vas teriam ainda maiores condi es de se enquadrar Nesse aspecto o anexo do Decreto 6040 07 que tr s a 15 Existe apenas a refer ncia artigo 29 do Decreto 6 660 2008 autorizando o pastoreio extensivo tradicional em remanescentes de campos de altitude nos est gios secund rios de regenera o BRASIL 2008 Ver CONSEMA N 003 2010 discutida mais frente que estabelece algumas restri es colheita 300 Pol tica Nacional de Desenvolvimento Sustent vel dos Povos e Comunidades Tradicionais entre os seus objetivos espec ficos descritos no cap
33. s ci ncias florestais Assim optou se por construir alguns indicadores que pudessem ser aplicados de forma gil ao se percorrer os Er PF a serem avaliados Esses indicadores apresentam um car ter quantitativo qualitativo a partir de uma avalia o visual do pesquisador logo s o permeados por certa subjetividade no entanto mesclam se com indicadores mais objetivos como a rea basal Vale ressaltar que o objetivo da constru o desses indicadores n o o de propor uma nova metodologia de avalia o de remanescentes florestais Mas apenas orientar uma observa o e descri o mais detalhada e organizada dos Er 110 PF a serem avaliados de forma a possibilitar o seu agrupamento em unidades de paisagens A constru o dos indicadores propostos teve como base um indicador bastante utilizado nas ci ncias florestais a escala de Fournier empregada na avalia o dos est gios fenol gicos das plantas FOURNIER 1974 Essa escala atribui uma nota de 1 a 4 em fun o da percentagem do evento observado ex nota 4 para uma rvore que apresenta entre 76 a 100 de florescimento assim o m todo tamb m apresenta certa subjetividade j que est em fun o da percep o do observador Nesse sentido recomenda se que todas as avalia es sejam avaliadas por uma mesma pessoa para evitar erros ou diferen as decorrentes de crit rios pessoais SUGANUMA 2008 procedimento que foi adotado nessa pesquisa A partir da in
34. solo O pinho bravo foi associado ao aumento do ataque de lagartas por um agricultor 5 15 No entanto toma como base a concentra o de lagartas em rvores de pinho bravo o que pode indicar uma prefer ncia da lagarta por essa esp cie e assim poderia justamente proteger a erva mate em ervais com boa presen a de podocarpus Em uma rea de produ o de sementes em implanta o na Floresta Nacional de Tr s Barras se observou que justamente as erveiras pr ximas a um podocarpus n o foram atacadas pelas lagartas 228 De forma geral tanto as rvores consideradas como companheiras ou como antagonistas est o relacionadas respectivamente a sua capacidade de produzir uma sombra menos ou mais densa e uma copada mais ou menos alta Nesse sentido vale lembrar a discuss o sobre as vantagens e desvantagens do aumento da luminosidade e ainda ponderar que as rvores de um erval contribuem para um ecossistema mais equilibrado mais conservacionista e que ainda aumenta as possibilidades de uso do erval como a produ o de lenha madeira pinh o frutas pastagens etc 6 4 3 As ro adas do mate ro adeiras e herbicidas Conforme visto no quadro 6 25 os agricultores consideram essenciais os cuidados com as ro adas sendo o segundo fator que consideram mais importante no manejo dos ervais no sentido que o erval n o deve ter um sub bosque que possa competir tanto em luminosidade como em nutrientes com a erva mate ou ainda dific
35. verifica se na verdade que os ervais naturais em regra ocupam extensas reas mal aproveitadas porque as plantas grupam se ora aqui ora ali deixando grandes claros entre as reboleiras Ou ainda a erva se apresenta em reboleiras ou manchas como vulgarmente se diz em toda essa extens o e onde essas reboleiras s o maiores e mais puras isto onde predomina quase exclusivamente a rvore do mate torna se um erval MIRANDA 18595 citado por GERHARDT 2013 p 48 A erva mate considerada uma esp cie cl max e esci fila Ela suporta sombra em qualquer idade tolerando luz e o frio na fase adulta aceita sombra em qualquer idade podendo ser plantada sombra de outras rvores No est gio sucessional da floresta cresce preferencialmente nas associa es mais evolu das dos pinhais Tende a ser mais frequente em forma es que combinam a presen a de arauc rias Araucaria angustifolia e imbuias Ocotea porosa Regenera se com facilidade quando o estrato arb reo superior e principalmente os estratos arbustivo e herb ceo s o raleados CARVALHO 1994 REITZ KLEIN e REIS 1978 RESENDE et al 1995 Apesar dessa associa o preferencial com a arauc ria a ocorr ncia natural da erva mate mais ampla existindo v rias teorias quanto sua distribui o natural A figura 3 1 demonstra uma das mais aceitas no meio cient fico que considera uma rea de aproximadamente 540 000 km abrangendo parte do Brasil 25
36. 1999 KELLERMANN 2011 SANQUETA 2007 Sanqueta 2007 observou que controlando se a taquara atrav s de ro adas ocorre o restabelecimento de pl ntulas da maioria das esp cies da regi o entre elas a erva mate Em rela o erva mate Sanquetta et al 2007 constataram que em uma rea de intensa presen a de taquara as esp cies com maior densidade foram a erva mate e a arauc ria com respectivamente 55 e 35 indiv duos ha O que pode indicar uma certa conviv ncia da erva mate com a taquara Ferreira Filho 1957 j relacionava a forma o dos ervais ao manejo de taquarais Para a forma o e explora o da erva mate frequentemente associada a uma cobertura de solo representada por uma comunidade vegetal formada de pinheiros imbuias cedros e outras ess ncias florestais que abrigam densos taquarais bambuais era necess rio um manejo p 16 Nessa pesquisa foi constatado que em muitos dos ervais nativos mais produtivos os agricultores fazem men o de que a rea anteriormente era um taquaral que foi manejado para se transformar em um erval Nesse sentido dos sete ervais considerados como Erval em Mata Aberta quatro eram origin rios de taquarais nesses a produtividade m dia foi de 1 357 kg ha ano nos demais foi de apenas 474 kg ha ano os trinta Ervais em Ca va apresentam uma produtividade m dia de 493 kg ha ano j nos sete ervais dessa paisagem origin rios de taquarais a produtividade atinge 1 018
37. 2011 ALTAFIN Reflex es sobre o conceito de agricultura familiar Dispon vel em http www territoriosdacidadania gov br dotlrn clubs extensouniversitaria contents photoflow view content view object id 1635678 Acesso em 20 07 2018 AMARANTE JUNIOR O P et al Glifosato propriedades toxicidade usos e legisla o Quimica Nova v 25 n 4 p 589 593 2002 ANDRADE A P C Diagn stico de variedades locais e as raz es subjacentes pr tica da conserva o Estudo de caso nos munic pios de Anit polis SC e Santa Rosa de Lima SC Disserta o Mestrado em Agroecossistemas Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2008 ANDRADE D C Valora o econ mico ecologica bases conceituais e metodol gicas S o Paulo Annablume 2019 ANDRADE F M Diagn stico da Cadeia Produtiva da Ilex paraguariensis St Hil Erva Mate Relat rio final de consultoria Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atl ntica 1998 Explora o manejo e potencial socioecon mico da erva mate In SIMOES L L LINO C F org Sustent vel Mata Atl ntica S o Paulo Ed SENAC S o Paulo 2002 Avalia o de biomassa clorofila cafe na e tanino em lIlex paraguariensis Saint Hilaire crescendo sob sombreamento e pleno sol 2004 95f 383 Disserta o Mestrado em Ci ncias Florestais Universidade Federal do Paran Curitiba 2004 ANDRADE D C ROMEIRO A R Servi os Ecossist mi
38. 236 FIGURA 6 32 REA DE TAQUARAL RO ADO COM A PRESEN A DE REGENERA O DE ERVA MATE TRES BARRAS SC errar E a e cias 237 FIGURA 6 33 ERVEIRA DEIXADA COMO PORTA SEMENTE DESTACANDO SE A ELEVADA ALTURA QUE ULTRAPASSA 10 METROS TRES BARRAS 6 239 FIGURA 6 34 REGENERA O DE ERVA MATE EM ERVAL EM MATA ABERTA COM PRESEN A DE ERVEIRAS PORTA SEMENTE E PRESEN A APENAS ESPOR DICA ANIMAIS AS SETAS VERMELHAS INDICAM AS ERVEIRAS JOVENS TIMBO GRANDE SC 242 FIGURA 6 35 IDENTIFICA O DE TIPOS DIFERENTES DE ERVA MATE PELOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS 247 FIGURA 6 36 ASPECTO DE ERVAMATE CONSIDERADA ARGENTINA PELOS AGRICULTORES PORTE BAIXO FLORESCIMENTO PRECOCE E FOLHAS BRILHANTES PORTO UNI O SO 247 FIGURA 6 37 ATAQUE DA LAGARTA DA ERVA MATE Hylesia sp IRINE POLIS SC 254 FIGURA 6 38 ATAQUE DA BROCA DA ERVA MATE LARVA DESENVOLVIDA ATACANDO PLANTA JOMEM shot E E E FS sbUEES PESE 257 FIGURA 6 39 A ESQUERDA TERRA AVERMELHADA TERRA DE CA VA E ERVA MATE DIREITA TERRA BRANCA DE PLANTA IRINE POLIS SC siso 260 FIGURA 6 40 INTERVALO ENTRE COLHEITAS DA ERVA MATE RESPEITADAS PELOS AGRICULTORES 5
39. 7 1 5 Diferenciando a erva mate nativa da plantada considera es gerais 336 7 2 A UTILIZA O DE AGROT XICOS E ADUBA ES A VIS O DOS INDUSTRIAIS sda or a 337 7 3 A ELEVA O DOS PRE OS E AS PERSPECTIVAS DO MERCADO 339 8 ASSIST NCIA T CNICA E EXTENS O RURAL A INVISIBILIDADE DA 344 8 10 MANEJO DO MATE OS AGRICULTORES SEM 345 Sidi OracossO ATE card an car dn a a ida Sd CS a EC TS 345 8 1 2 As institui es de ATER governamentais percep o e apoio atividade ervateira ae o Bo O ng ae a 347 8 2 PESQUISAS E PUBLICA ES COM A ERVA MATE O ESQUECIMENTO DA ERVAMATE NATIVA de a ad 357 8 3 A INSER O DA ERVA MATE EM DOIS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO RURALIDO PNG ieaie eai CS ac a RS do Siad NPR 362 8 3 1 Canoinhas a capital do Mate ses ice cesissasssiiaraslssienssanta deasldasanaaisaconaslgininias 363 8 3 2 Timb Grande um munic pio florestal e 364 9 CONSIDERA ES FINAIS s si rersteseserareesereraeeesereraeeaseraraeseseraraens 366 REFER NCIAS ss a 382 ANEXOS ANEXO sas
40. 96 rvores nativas e povoamentos implantados Assim constata se que ainda nos dias atuais a principal fonte de origem das sementes para produ o de mudas mesmo aquelas destinadas ao plantio em paisagens cultivadas ainda s o as rvores nativas sem um processo claro de sele o De acordo com Carpanezzi 1995 a produtividade dos ervais plantados muito vari vel as causas t cnicas espec ficas que determinam a varia o da produtividade das erveiras n o est o esclarecidas existindo muitas lacunas t cnicas importantes Assim mesmo os ervais plantados est o distantes tecnologicamente dos demais cultivos intensivos o que poderia estar em fun o da Ilex paraguariensis n o poder ser considerada como uma planta domesticada frente seus processos incipientes de domestica o Pois segundo Clement 2001 se por um lado cultivar uma planta n o significa domesticar j que plantas incipientemente domesticadas podem ser cultivadas em ambientes antropizados por outro lado quanto maior o grau de domestica o de uma popula o melhor esta popula o adaptada a um sistema de produ o intensivo t pico da agricultura moderna o que n o seria o caso da erva mate ao ser implantada em sistemas monoculturais modernizados Concluindo apesar de praticamente toda a produ o argentina e cerca da metade da produ o brasileira ser oriunda de ervais plantados em paisagens cultivadas ou seja em seu m ximo estado
41. In FONSECA C R et al Eds Floresta com Arauc ria ecologia conserva o e desenvolvimento sustent vel Ribeir o Preto Holos p 35 38 2009 BECK U Sociedade de risco rumo a uma outra modernidade S o Paulo Editora 34 2010 BECK U GIDDENS A LASH S Moderniza o reflexiva pol tica tradi o e est tica na ordem social moderna Trad M Lopes S o Paulo Editora UNESP 1997 BECKER I B O ndio kaingang no Rio Grande do Sul Pesquisas S rie Antropologia S o Leopoldo RS n 29 1976 BELINGHERI L D PRAT KRICUN Programa de mejoramiento gen tico de la yerba mate en el INTA In Congresso sul americano da erva mate reuni o t cnica do cone sul sobre a cultura da erva mate EMBRAPA CNPF Colombo PR 1997 BENITES V Pre o da erva dobrou e deve subir mais Zero Hora Porto Alegre 2013 Dispon vel em http cenariomt com br noticia asp cod 307319 amp codDep 6 Acesso em 16 11 2018 BERKAI Dorival BRAGA Cl vis A rton 500 anos de hist ria da erva mate Editora Cone Sul 2000 384 BERKES F DAVIDSON HUNT J Biodiversity traditional management systems and cultural landscapes examples from the boreal forest of Canada International Social Science Journal v 58 n 187 p 35 47 2006 BERNARD P O desenvolvimento territorial uma nova abordagem dos processos de desenvolvimento para as economias do sul Ra zes Campina Grande Vol 24 n s 01 e 02 p 10 22 jan de
42. Indireta qu mica lavoura 3 Indireta qu mica pastagem 4 Org nica eventual 5 Qu mica eventual 6 Indireta org nica lavoura 8 Utiliza o de agrot xicos dados a serem reagrupados 1 N o aplica 2 Baccilus thuringiensis eventual 3 Baccilus thuringiensis usual 4 Decis eventual 5 Decis usual 6 Karate eventual 7 Karate usual 8 Glifosato eventual 9 glifosato usual 10 N o tem problemas com pragas doen as 11 pragas tem aumentado 12 lagarta aumentado 13 Talster eventual 14 Glifosato plantio 15 Octoplus eventual 16 Controle manual 17 Problemas com broca 18 Vai usar decis 19 Tamaron usual 20 Baccilus thuringiensis uma vez 9 Colheita forma de 1 Colocada na ind stria 2 No barranco venda 3 No p 4 Beneficiada 10 Colheita instrumento 1 Serrote 2 Tesoura 3 Fac o 4 foice 5 M os 6 de poda M o fac o alternado 11 Colheita poca De acordo com a resposta dos agricultores preferida que considera a melhor 12a Colheita poca que deve ser evitada De acordo com a resposta dos agricultores 12b Intervalo entre colheitas na mesma erveira 1 Anual 2 Bianual 3 Trianual 13 Colheita lua lua 1 Minguante 2 Nova 3 Crescente 4 Cheia 5 N o melhor para a poda respeita 14 Colheita lua lua que 1 Minguante 2 Nova 3 Crescente 4 Cheia 5 N o deve ser evitada respeita gt foram acrescentados dias antes ou ap s determinada
43. Interministerial Sobre Mudan a do Clima dezembro 2008b Decreto n 6 660 de 21 de novembro de 2008 Regulamenta dispositivos da Lei no 11 428 de 22 de dezembro de 2006 que disp e sobre a utiliza o e prote o da vegeta o nativa do Bioma Mata Atl ntica Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF 24 nov 2008c Portaria N 127 de 30 de abril de 2009 Estabelece a chancela da Paisagem Cultural Brasileira aplic vel a por es do territ rio nacional Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF Se o 01 N 83 5 de mai 2009 Minist rio do Meio Ambiente Instru o normativa n 6 de 23 de setembro de 2008 Reconhece como esp cies da flora brasileira amea adas de extin o aquelas constantes do Anexo desta Instru o Normativa Dispon vel em http www mp ro gov br c document library get file uuid 6571fe65 faae 432c 80ad 509df95ec096 amp groupld 41601 Acesso em 20 07 2010 386 BRASIL Lei n 12 512 de 14 de outubro de 2011 Institui o Programa de Apoio Conserva o Ambiental e o Programa de Fomento s Atividades Produtivas Rurais Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF 17 out 2011a Decreto n 7 572 de 28 de setembro de 2011 Regulamenta dispositivos da Medida Provis ria no 535 de 2 de junho de 2011 que tratam do Programa de Apoio Conserva o Ambiental Programa Bolsa Verde Di rio Oficial da Rep
44. Os gleissolos ocorrem em plan cies ao longo dos rios sendo hidrom rficos necessitam de drenagem para o seu uso agr cola e n o oferecem condi es para desenvolvimento da erva mate Os latossolos e os gleissolos se concentram na regi o sedimentar os nitossolos e os neossolos na regi o do basalto e os cambissolos se distribuem em ambas as regi es figura 5 3 AS N 73 5 2 3 PAGE JR Egor a Co 1019 S Va ae A 2 PA ias dio Se SS OE V At ON US ses VON E SS J VN ET CAMBISSOLOS EI GLEISSOLOS EEE ijATOSSOLOS ET INEOSsSSOLOS nNiTOSSOLOS FIGURA 5 3 DE SOLOS DO PLANALTO NORTE FONTE EPAGRI 1998 Frente aos tipos de solos e declividades a regi o sedimentar de forma geral apresenta aptid o agr cola bastante superior regi o do basalto uma vez que possui relevo menos movimentado e solos mais profundos praticamente n o oferecendo restri es mecaniza o ao contr rio da regi o do basalto que al m de solos mais rasos e terrenos mais declivosos ainda comum a presen a de pedregosidade A figura 5 4 procura apresentar uma s ntese das principais caracter sticas que diferenciam as regi o sedimentar da regi o do basalto 8 A medida se vai leste a partir de Mafra Itai polis relevo fica mais movimentado e se elevam as altitudes se aproximando da topografia da Regi o do Basalto 120
45. Quanto vale aquilo que n o tem valor 2 Valor de exist ncia economia e meio ambiente Cadernos de Ci ncia e Tecnologia v 16 3 p 59 83 st dez 1999 NIEDERLE P A Compromissos para a qualidade projetos de indica o geogr fica para vinhos no Brasil e na Fran a Tese Doutorado em Ci ncias Sociais em Desenvolvimento Agricultura e Sociedade Universidade Federal Rural de Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2011 399 NUCCI J C F VERO O A BIASI M Hemerobia nas unidades de paisagem da Floresta Nacional de Ipanema Iper SP conceito e m todo In IV Congresso Brasileiro de Unidades de Conserva o Anais Vol 1 Curitiba Funda o O Botic rio de Prote o Natureza Rede Nacional Pr Unidades de Conserva o p 550 559 2004 O INFORMATIVO Mate mais amargo em seis meses pre o da erva subiu mais de 100 Dispon vel em http www informativo com br site noticia visualizar id 36311 Mate mais amargo em seis meses preco da erva subiu mais de 100 html Acesso em 16 11 2013 ODUM E P BARRETT G W Fundamentos de Ecologia 5 Edi o S o Paulo Thomson Learning 2007 OLIVEIRA R M et al Import ncia do sistema agroflorestal cabruca para a conserva o florestal da regi o cacaueira sul da Bahia Brasil Revista Geogr fica de Am rica Central v 2 47 2011 OLIVEIRA Y M M ROTTA E rea de distribui o natural de erva mate llex paraguariensis St Hil In Semin rio sobre atuali
46. Serra Geral aparece tamb m a forma o Piramb ia e Botocatu constitu das por arenitos SANTA CATARINA 1986 SANTA CATARINA 1991 Dessa forma o PNC constitu do a leste por uma forma o sedimentar regi o sedimentar que abrange a maior parte dos munic pios e a oeste a partir da Serra Geral por uma forma o bas ltica regi o do basalto que engloba os munic pios de Matos Costa e Timb Grande grande parte de Porto Uni o e pequena parte de Bela Vista do Toldo Irine polis Canoinhas Major Vieira e Monte Castelo Estima se que 75 do PNC esteja localizado na regi o sedimentar e 25 na regi o do basalto 118 PARAN m Regi o sedimentar Regi o do basalto FIGURA 5 2 PLANALTO NORTE CATARINENSE COM LIMITES DOS MUNIC PIOS E DIVIS O EM RELA O A FORMA O GEOLOGICA REGIAO SEDIMENTAR E BASALTO FONTE o autor Desenho Artur Battisti Floresta Nacional de Tr s Barras ICMBio A regi o sedimentar est assentada sobre a unidade geomorfol gica Patamar de Mafra que corresponde a uma superf cie regular quase plana de baixa energia de relevo predominando o relevo suave ondulado a ondulado formada por disseca o homog nea fluvial Ao longo dos rios principalmente do Negro Igua u e Canoinhas aparecem reas planas resultantes de acumula o fluvial sujeitas a inunda es peri dicas correspondente s plan cies e terra os de v rzea A altitude m dia do Patama
47. a significativa de erva mate nativa 11 Erval Plantado Sombreado Plantio de erva mate com presen a de outras rvores em toda a rea no entanto sem caracterizar cobertura florestal 12 Erval Plantado Aberto Plantio de erva mate em rea aberta em forma de monocultura ou pomar podendo apresentar rvores esparsas sem associa o com agricultura 13 Erval Plantado Aberto com lavouras Plantio de erva mate em rea aberta em forma de monocultura ou pomar associado com lavouras anuais ERVAL EM MATA Unidade de Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal com elevado grau de conserva o ICF entre 16 0 e 19 0 normalmente atingindo o est gio avan ado de regenera o produ o oriunda de rvores nativas e sem presen a constante de animais Tratam se de florestas que na maioria das vezes foram utilizadas como ro a de toco a mais de 20 anos n 3 75 ou mata conservada 156 nunca utilizada com agricultura ou pastagens n 1 25 nesse caso atingido o mais alto ICF encontrado nessa pesquisa 19 0 Foram identificadas quatro paisagens que representam 6 das paisagens avaliadas 3 4 da rea e contribuem com 1 1 da produ o total de erva mate FIGURA 6 2 ASPECTO GERAL DE ERVAIS EM MATA Fonte o autor N o s o realizadas ro adas ou quaisquer outras pr ticas de manejo al m da colheita da erva mate Devido a baixa luminosidade e competi o entre as rvores as
48. aplica o de agrot xicos atinge 91 6 das paisagens o que equivale a 77 da rea e 90 2 da produ o O maior uso nessas paisagens j era esperado por se tratar de paisagens n o florestais de uso mais intensivos e mais fr geis ecologicamente assim mais suscept veis ao ataque de pragas lagartas e broca e de plantas invasoras Os depoimentos simples e diretos dos agricultores abaixo ilustram bem essa situa o Muito no limpo vem muita broca e lagarta e as grama tomam conta Agricultor 34 Broca n o tem na nativa a lagarta tamb m ataca nas reas mais limpa mais no sol Agricultor 27 Essa rela o de plantios abertos e a prolifera o de pragas bastante evidenciada na literatura cient fica lede e Machado 1989 j apontavam que a destrui o das florestas nativas o aumento da rea de plantio a forma o de plantios puros e a condu o de ervais nativos como se fossem uma monocultura foram as causas do aparecimento de v rios insetos praga na erva mate Nos ambientes naturais dos ervais ocorre uma diversidade de plantas que conseguem manter uma grande e variada gama de predadores de insetos inclusive de outros insetos e artr podes que se alimentam ou parasitam insetos praga Sem essa diversidade fica favorecido o desenvolvimento de insetos fit fagos que atacam a erva mate se tornando pragas medida que causam danos econ micos erva mate IEDE 1985 Al m desse aspecto Carpanezzi 1995 a
49. apresentando 93 de sua produ o ervateira na forma nativa e contribuindo com 60 da produ o catarinense constituindo se o maior produtor catarinense de erva mate nativa IBGE 2013b portanto um local apropriado para desenvolver a quest o de pesquisa Nesse contexto o objetivo geral desta tese estudar as diferentes paisagens de ervais do Planalto Norte Catarinense e sua rela o com a conserva o socioambiental no mbito da agricultura familiar Como objetivos espec ficos procuraram se conhecer os diferentes significados que a erva mate tem para os agricultores identificar e descrever as principais pr ticas de manejo compreender a rela o da erva mate com a conserva o do meio ambiente identificar e descrever as principais unidades de paisagem dos ervais conhecer e discutir a posi o dos industriais do mate quanto 29 diferencia o entre erva mate nativa e plantada discutir as a es e vis o das institui es p blicas de ATER em rela o atividade ervateira discutir direcionamento de algumas publica es t cnicas cient ficas relativas erva mate A tese est dividida em duas partes na primeira est o as reflex es te ricas sobre a tem tica a ser estudada e os procedimentos metodol gicos na segunda a apresenta o dos resultados e as discuss es do trabalho de campo Na primeira parte o Cap tulol por estar a pesquisa direcionada para 8 agricultura familiar di
50. as na poca todas baseadas em ro a e queima atingir os ervais Em 1906 o governo do Rio Grande do Sul chegou a criar a Pol cia Florestal visando principalmente fazer cumprir os regulamentos de manejo dos ervais Por m na maioria das vezes esses regulamentos n o eram cumpridos e o ervais foram gradativamente se degradando GERHARDT 2013 Durante o processo de privatiza o das terras desencadeado pela Lei das Terras com o in cio da coloniza o europeia e mesmo frente aos crescentes arrendamentos ou concess es de explora es de ervais p blicos particulares as popula es locais principalmente caboclos que viviam da extra o da erva mate e mesmo ind genas acabaram perdendo as terras que ocupavam acarretando em graves consequ ncias sociais GERHARDT 2013 Al m dos regulamentos que apontam para uma extra o predat ria dos ervais o autor traz passagens que revelam os manejos dos ervais praticados na poca como a retirada da vegeta o densa e sem valor econ mico pr ximo da erveira para facilitar o seu crescimento bem como a t cnica do transplante de mudas de lugares com maior densidade para outros mais espa osos GERHARDT 2019 p 131 Em pocas mais recentes Ferreira Filho 1957 relata o manejo realizado nos ervais em que ao se constatar a presen a de erveiras ou manchas de ervas virgens ro ava se a vegeta o de pequeno porte e decepavam se as erveiras que ali se encontravam visando fac
51. cada de 1980 principalmente no Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina COSTA 1980 SOUZA 1998 Gradativamente os ervais plantados foram aumentando sua import ncia mas ainda hoje tem menor participa o na produ o nacional 42 8 Quadro 4 1 Gradativamente tamb m se alteram os padr es de comercializa o da erva mate A produ o que era vendida na forma cancheada produzida a partir de processos tradicionais que se davam dentro das propriedades em pequenos barbaqu s d lugar venda em folha verde j que o beneficiamento passa a ser feito por secadores autom ticos de grande capacidade nas agroind strias do mate SOUZA 1998 Apesar da import ncia econ mica e ambiental dos ervais nativos s o os ervais plantados o foco de maior apoio da pesquisa e extens o recebendo segundo Souza 1988 significativos trabalhos desses setores nos tr s estados do Sul CHAIMSOHN et al 2013 salientam que at recentemente a pesquisa estava mais focada em monocultivos ou sistemas de cultivos de erva mate associados com lavouras anuais ocorrendo grande car ncia de informa es para o manejo de sistemas tradicionais e agroflorestais Esta tend ncia deparou se com um importante entrave comercial como visto na se o 4 2 j que a erva cultivada a pleno sol apresenta um sabor mais amargo e tem menor aceita o no mercado Assim a erva mate nativa com seu sabor mais suave tem conseguido melhores pre os Os ervais plantad
52. caso as erveiras sejam podadas a brota o fraca e as erveiras tendem a desaparecer Dessa forma os ervais contribuem para a conserva o florestal mas trata se de florestas que sofrem interven o humana no sentido de promover a erva mate e ou a cria o de gado Assim esse um aspecto importante a ser considerado em pol ticas p blicas ou legisla es que visem contemplar o manejo da erva mate e a conserva o ambiental ou seja a erva mate contribuiu e contribui para a conserva o das matas mas para isso necess rio o manejo da floresta no sentido de promover o mate pois o impedimento s pr ticas de manejo faz a produ o tornar se invi vel frente ao avan o da floresta A import ncia do manejo da erva mate para a conserva o dos remanescentes florestais fica evidente ao se estudar a aptid o agr cola dos ervais florestais Normalmente relacionam se os remanescentes florestais da regi o da Floresta com Arauc ria com reas de baixa aptid o agr cola com menor press o para convers o em lavouras Constatou se que a realidade junto s propriedades pesquisadas do PNC bem diferente A maioria dos ervais florestais est em reas de excelente a boa aptid o 65 e ainda 21 est o em reas regulares para a agricultura consequentemente com alta press o para convers o em lavouras A erva mate citada como um dos motivos principais dessa n o convers o em 80 dos casos e em 55 aparece a import ncia do
53. citas restri es da utiliza o da RL para pastoreio ou presen a de animais mas pode se correlacionar a a o dos animais aos mesmos princ pios que podem limitar a realiza o de ro adas ou seja prejudicar a regenera o natural e descaracteriza o da cobertura vegetal Nesse sentido tanto a presen a de animais quanto as ro adas poderiam ser interpretadas como um crime ambiental com base na Lei n 9 605 1998 Lei de Crimes Ambientais j que em seus artigos 48 e 50 respectivamente considera crime ambiental Impedir ou dificultar a regenera o natural de florestas ou demais formas de vegeta o nativa e Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegeta o fixadora de dunas protetora de mangues objeto de especial preserva o sem autoriza o de rg o competente 1 BRASIL 1998 As reas de Preserva o Permanente APPs O C digo Florestal tamb m prev dependendo das caracter sticas da propriedade a exist ncia de reas de preserva o permanente APP onde a vegeta o natural tem que ser mantida visando a preserva o da natureza As limita es de uso s o bem maiores do que nas RL As APP s o exigidas por exemplo nas margens de cursos de gua nascentes topos de morros e terrenos com inclina o superior a 45 entre as situa es mais comuns na regi o ervateira BRASIL 2012 Apesar de seu objetivo de preserva o da natureza o C digo Florestal prev a possibi
54. das folhas Para cada hectare de erval manejado dever ser preservado no m nimo doze rvores porta semente sendo elas dez do sexo feminino e duas do masculino visando garantir a regenera o natural da esp cie Quando permitido por lei o corte de cada erveira obriga o plantio de 8 erveiras em rea de ocorr ncia natural CONSEMA 2010 SANTA CATARINA 2009 Pode se considerar que esses instrumentos trazem como novo as especifica es quanto colheita e manuten o de rvores porta semente no entanto como discutido na se o n o tem fundamenta o t cnico cient fica ou mesmo no conhecimento tradicional Tamb m se verifica o seu desconhecimento entre produtores industriais t cnicos e mesmo entre os agentes de fiscaliza o Popularmente pode ser considerada como uma das muitas leis que n o pegaram 301 Puni es e benef cios Vale lembrar que muitas vezes os aspectos legais s o interpretados pelos rg os ambientais essencialmente em seu car ter restritivo por m existem outros aspectos que poderiam ajudar os agricultores que no entanto muitas vezes ficam esquecidos e n o regulamentados O Novo C digo Florestal prev que para fins de manejo da RL na pequena propriedade dever o ser estabelecidos procedimentos simplificados de elabora o an lise e aprova o dos planos de manejo A Lei da Mata Atl ntica prev que deveriam ser adotadas normas e procedimentos especiais para assegurar ao pequ
55. desmatamentos ara es cria es de animais etc e aumenta a produ o de biomassa da erva mate nas 367 paisagens com presen a animal tamb m se verifica um aumento na produ o de pastagens figura 9 1 No entanto com a diminui o da cobertura florestal ocorre uma diminui o da biodiversidade devido ao menor n mero de esp cies vegetais e consequentemente da fauna diminui o da capacidade de conserva o do solo e da gua pela maior exposi o do solo menor capacidade de regula o t rmica aumentando os riscos de geadas estiagens e de outros estresses ambientais que debilitam as erveiras simplifica o do agroecossistema diminuindo a estabilidade e resili ncia deixando o mais suscept vel ao ataque de pragas doen as e plantas invasoras diminui o dos usos da paisagem restringindo a produ o de lenha madeira frutos mel e outros produtos importantes no autoconsumo da propriedade al m da significativa diminui o da qualidade da erva mate Dessa forma as paisagens com maior conserva o florestal de forma geral produzem uma menor quantidade de biomassa de erva mate por m produzem um produto de melhor qualidade de maior aceita o no mercado aliado a uma maior estabilidade dos ervais e gera o de uma s rie de servi os ecossist micos os quais inclusive deveriam ser remunerados pela sociedade em geral A grande quest o seria estabelecer um n vel de sombreamento ou de manejo da
56. era uma festana comunidade FIGURA 6 25 PRINCIPAIS ASPECTOS ECON MICOS SOCIAIS E CULTURAIS DA ATIVIDADE ERVATEIRA JUNTO AOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Fonte elaborado pelo autor Desenho Percy Lau in Correa Filho 1957 214 6 4 MANEJANDO OS ERVAIS DO PLANALTO NORTE 6 4 1 Cuidados necess rios para um bom erval a vis o dos agricultores Existem poucos estudos sobre o manejo da erva mate nativa j que as pesquisas e as a es da extens o rural quando existentes se concentram em ervais plantados conforme discutido no cap tulo 4 Como constatado nessa pesquisa 68 das propriedades produzem exclusivamente erva mate nativa e 13 produzem tanto erva mate nativa e plantada Figura 6 22 ou seja os agricultores trabalham essencialmente com uma forma de produ o que n o trabalhada pelos t cnicos ou pesquisadores Dessa forma s o os pr prios agricultores que desenvolvem e concentram conhecimentos tradicionais quanto ao manejo dos ervais sendo pertinente conhecer o que eles consideram importante para se obter um bom e produtivo erval De acordo com o apresentado no Quadro 6 25 a principal preocupa o dos agricultores 73 com a poda tanto no sentido da poca meses como de quem a faz S o v rios os relatos de degrada o dos ervais devido colheita fora de poca e de poda mal feita Nesse caso existe certa impot ncia pois cada vez mais frequente a venda no p ficando o agricultor a merc
57. es ruas igrejas utens lios como arados enxadas E esses objetos trazem implicitamente a marca da a o humana a es que trazem agregadas sentidos humanos definidos conforme suas necessidades Leff 2001a considera que a cultura vai configurando a apropria o do ambiente e o simboliza imprimindo significados s suas pr ticas de uso e transforma o dessa forma aparecem sentidos existenciais que conduzem a coevolu o das culturas com o seu meio atrav s das formas de apropria o do ambiente Visando a n o separa o entre natureza e sociedade surge a import ncia de se trabalhar com a concep o de paisagens culturais pois a paisagem um espa o constru do onde o ambiente transformado em um artefato social que tal como os objetos materiais reproduzem as representa es culturais de uma sociedade MAGALH ES 2011b p 71 Sauer 1998 considera que a paisagem deve ser estudada como paisagem cultural onde a cultura o agente a rea natural o meio e a paisagem cultural o resultado Ainda nessa esteira Claval 1999 p 420 considera que n o h compreens o poss vel das formas de organiza o do espa o contempor neo e das tens es que lhes afetam sem levar em considera o os dinamismos culturais Eles explicam a nova aten o dedicada preserva o das lembran as do passado e a conserva o das paisagens Dessa forma o estudo da paisagem n o pode se resumir a uma vis o do me
58. ltimas fotos apresentam erveiras consideradas argentinas pelos agricultores entrevistados nesse caso foi tamb m apresentada uma foto figura 6 36 em detalhe para maior subs dio opini o dos entrevistados Em muitas situa es as respostas n o foram simplesmente nativa ou plantada Os entrevistados ficavam algum tempo analisando e comentando a situa o ponderando situa es intermedi rias no sentido de ser considerada nativa mas com restri es ou ainda plantada mas com toler ncia Em alguns casos os entrevistados n o deram uma opini o mais conclusiva argumentando que seria necess ria uma avalia o a campo O quadro 7 2 procura apresentar essa gradua o assim a erva mate nativa aquela que n o sofre restri es de pre o mercado pode ser considerada ideal ou tolerada j a erva mate plantada aquela que sofre restri es de pre os mercado pode ser considerada aceit vel ou restrita QUADRO 7 2 CLASSIFICA O 327 DOS INDUSTRIAIS ENTREVISTADOS EM RELA O DIFERENTES SITUA ES DE ERVAIS NATIVOS E PLANTADOS Foto Paisagem Descri o Classifica o da erva mate Coment rios dos industriais Ra Nativa ou padr o Depende Plantada ou padr o o a Quando s o realizados mais de desejado de com restri es Venda um coment rio o n mero de Ideal Tolerada avalia o Aceit vel Restrita E coment rios colocado entre
59. munic pio de Major Vieira em seu depoimento ilustra essa situa o e na figura 5 7 mostra os resqu cios da cerca comunit ria que cercava o criadouro comum da sua comunidade constru da com t buas lascadas principalmente de imbuia Nas g 5 Rs FIGURA 5 7 AGRICULTOR IVO GREIN MOSTRA RESQU CIOS DA CERCA DO ANTIGO CRIADOURO COMUM DA COMUNIDADE DO RIO CLARO MUNICIPIO DE MAJOR VIEIRA SC FONTE O autor O Rio Claro era um criadouro s ia das terras do meu pai at al m do lIvanir aproximadamente 4 km foi se acabando em 1974 75 foi a chegada do calc rio as reas de ca va passaram para lavouras cada um teve que cercar seus animais 132 Vale lembrar que a exist ncia dos criadouros comuns no PNC com base nos dados dessa pesquisa se concentra na regi o sedimentar pois na regi o do basalto a oeste da Serra da Esperan a n o se constatou a sua presen a e tamb m n o se utiliza ou mesmo se conhece o termo ca va Provavelmente nessa regi o correndo se o risco de explica es meramente deterministas o relevo muito mais acidentado e sem a forma o de grandes vales ao longos dos rios n o ofereceu as condi es de se caracterizar duas reas distintas ou seja reas mais planas menos f rteis com grande concentra o de erva mate e arauc ria que justificariam a sua conserva o com o uso da cria o animal o criadouro comum e reas m
60. necess rio mobilizar 70 do ex rcito nacional para sufocar o movimento que acabou massacrando os sertanejos revoltosos Esse fato hist rico reflete se ainda hoje nas caracter sticas da popula o do Planalto Norte catarinense CARVALHO 2006 THOM 1995 1981 A Lumber instalou no munic pio de Tr s Barras aquela que seria a maior serraria da Am rica do Sul com capacidade de serrar aproximadamente trezentos metros c bicos de madeira por dia 1995 Com a instala o dessa empresa do maior acesso regi o devido ferrovia e a intensifica o do processo de imigra o se iniciou um processo de devasta o da Floresta com Arauc ria CARVALHO 2006 o que tamb m provocou a degrada o de muitos ervais nativos Nessa poca frente a esse panorama e agravado pela Lei das Terras como visto no cap tulo 04 a maioria dos ervais que se situavam em terras p blicas ou devolutas passam a ser privatizados e com isso a popula o cabocla que coletava a erva mate nessas terras passa a ter menos acesso a um dos seus recursos mais importantes De acordo com Carvalho 2006 a primeira col nia de imigrantes se instala no munic pio de Porto Uni o ainda em 1894 A partir da segunda d cada do s culo XX se intensifica a imigra o com a chegada de mais poloneses alem es e ucranianos A explora o madeireira pela Lumber durou at 1940 quando governo federal incorporou 8 empresa e parte de suas reas de terras
61. nico Colombo Embrapa Florestas 2012 Dispon vel em http ainfo cnptia embrapa br digital pitstream item 67849 1 Doc 238 paf Acesso em 21 07 2018 MAZZA M C M et al Potencial de aproveitamento de esp cies do sub bosque dos bracatingais Mimosa scabrella da Regi o de Curitiba PR Colombo Embrapa Florestas 2000 MCNEELY J A Ecoagricultura alimenta o do mundo e biodiversidade S o Paulo Editora Senac S o Paulo 2009 MEDRADO M J S Trabalhador no cultivo de plantas industriais Erva Mate Produ o 1 ed n 1 Curitiba SENAR Servi o Nacional de Aprendizagem Rural 2003 MEDRADO M J S et al Implanta o de ervais Embrapa Florestas Circular t cnica v 41 2000a Sistemas de poda de forma o e produtividade da erva mate lex paraguariensis St Hil no municipio de Aurea RS Embrapa Florestas Comunicado T cnico v 38 2000b Recupera o de ervais degradados Comunicado t cnico 86 Colombo Embrapa Florestas 2002 MEDRADO M J S MONTOYA VILCAHUAMAN L J Cultivo da erva mate Import ncia socioecon mica e ambiental Sistemas de Produ o 1 2 Ed 2010 Dispon vel em http sistemasdeproducao cnptia embrapa br FontesHTML Erva mate CultivodaErvaMate 2ed Importancia htm Acesso em 23 10 2018 MEDRADO M J S MOSELE S H O futuro da investiga o cient fica em erva mate Colombo Embrapa Florestas Documentos 92 2004 MENDES R M O Caracte
62. no interior do qual sob cobertura florestal se criam livremente todos os tipos de animais dom sticos e se explora a erva mate e outros produtos madeireiros como a lenha e n o madeireiros como o pinh o Neste sistema os agricultores n o moram junto s 56 Uma das nicas exce es a disserta o de SOUZA 1998 que destaca a import ncia do sistema faxinal para a atividade extrativa da erva mate no PNC 57 Muitos estudos que tratam do PNC trazem que no in cio da atividade ervateira at as primeiras d cadas do s culo XX os ervais se localizavam em terras publicas ou devolutas entremeadas com pequenas posses e fazendas e que nessas reas de matas era comum a cria o a solta de animais por m n o se referem ao processo de forma o dos criadouros comuns ou exist ncia do sistema faxinal constitu dos depois do processo de divis o e titula o das terras 130 planta es mas sim no criadouro comum onde tamb m moram muitas fam lias sem terras que usufruem do local CHANG 1988 Os criadouros se constituem em ambientes essencialmente florestais por m alterados com o sub bosque formado por pastagens naturais assumindo diferentes conforma es frente s diferentes intensidades de pastoreio a que eram submetidos GUBERT FILHO 1987 Os criadouros comuns estudados no Paran por Gubert Filho 1987 normalmente s o formados em vales de relevo suave ondulado e presen a de aguadas em sol
63. o do sedimentar e Porto Uni o e Timb Grande na regi o do Basalto 4 3 2 T cnicos da extens o rural e Secret rios Municipais de Agricultura Industriais do mate Foram entrevistados os chefes dos escrit rios locais de Epagri e os Secret rios Municipais da Agricultura dos sete munic pios que tiveram agricultores entrevistados Os propriet rios de ind strias processadoras de erva mate localizadas no PNC foram entrevistados de forma a abranger as duas regi es e que representassem empresas grandes m dias e pequenas 4 4 O N MERO DE ENTREVISTAS Estabelecidos os crit rios de amostragem parte se para a defini o do n mero de entrevistados nesse sentido Minayo 2010 pondera que O dimensionamento da quantidade de entrevistas grupos focais e outras t cnicas deve seguir o crit rio de satura o Por crit rio de satura o se entende o conhecimento formado pelo pesquisador no campo de que conseguiu compreender a l gica interna do grupo ou da coletividade em estudo No entanto provisoriamente o investigador pode e deve prever um montante de entrevistas e de outras t cnicas de abordagem a serem depois balizadas em campo medida que consiga o entendimento das homogeneidades da diversidade e da intensidade das informa es necess rias para seu trabalho p 197 198 Quanto a esse crit rio de satura o que segundo Minayo 2010 deve orientar qualquer pesquisa qualitativa Fraser e Gondim 200 p 147 defendem
64. o inconsistentes por apresentarem diversas falhas Entre elas al m da maioria dos dados dispon veis serem baseados em estimativas e portanto bastante question veis a utiliza o de unidades diferentes pelo IBGE para a quantifica o da produ o proveniente de ervais plantados toneladas de folha verde e da produ o nativa toneladas de erva mate cancheada leva a confus es pois muitas vezes se considera apenas uma das produ es ou simplesmente a 79 soma de unidades diferentes O quadro 3 1 que tr s a produ o brasileira de erva mate no ano de 2010 apresenta os dados da produ o nativa j transformada para a unidade folha verde sendo utilizado o conversor de 2 5 preconizado por Souza 1988 QUADRO 3 1 PRODU O BRASILEIRA E POR ESTADOS PRODUTORES DE ERVA MATE NATIVA E PLANTADA DADOS EM TONELADAS DE FOLHA VERDE ESTIMATIVAS DO ANO DE 2010 Local Produ o em rela o Produ o Nativa Produ o Plantada Total produ o Total t 96 em rela o Total t em rela o t tota E ao total ao total brasileira Brasil 994 296 100 568 655 57 2 425 641 42 8 Santa 129 287 13 0 90 685 70 0 38 602 30 0 Catarina Paran 539 837 54 3 416 705 77 2 123 132 22 8 Rio Grande 320 990 32 3 60 577 18 9 260 413 81 1 do Sul Mato Grosso 4 182 0 4 688 16 5 3 494 83 5 do Sul FONTE adaptado das estimativas PAM e PEVS do IBGE IBGE 2013b 2013c Obs
65. tomando em considera o as caracter sticas e os limites do ambiente natural em que s o estabelecidas bem como uma rela o espiritual espec fica com a natureza A prote o das paisagens culturais pode contribuir para as t cnicas modernas de utiliza o sustent vel e de desenvolvimento das terras ao mesmo tempo em que se conservam ou melhoram os valores naturais da paisagem A exist ncia continuada de formas tradicionais de utiliza o das terras apoia a diversidade biol gica em muitas regi es do mundo Da que a prote o das paisagens culturais tradicionais seja til para a manuten o da diversidade biol gica UNESCO 2005 p 106 A paisagem do Planalto Norte Catarinense tem na erva mate uma caracter stica marcante seja atrav s da intera o com a conserva o de remanescentes florestais quer pela beleza paisag stica de erveiras ao longo de potreiros e ca vas ou mesmo da intensa presen a de erveiras junto s reas de resid ncia de muitas propriedades As marcas vis veis na paisagem tamb m s o frutos de um longo processo hist rico e cultural de intera o entre as popula es locais e o ambiente dos ervais que foram determinantes na economia local e mesmo nacional em pocas passadas mas que ainda hoje tem grande signific ncia na vida e economia local Segundo Souza 1998 p 100 os ervais nativos do Planalto Norte Catarinense s o o produto das intera es entre as popula es que ocuparam e colon
66. tulo 3 prev I garantir aos povos e comunidades tradicionais seus territ rios e o acesso aos recursos naturais que tradicionalmente utilizam para sua reprodu o f sica cultural e econ mica XVII apoiar e garantir a inclus o produtiva com a promo o de tecnologias sustent veis valorizando os recursos naturais locais e pr ticas saberes e tecnologias tradicionais BRASIL 2007a O que pode servir como mais um argumento para que sejam aperfei oadas as legisla es no sentido de possibilitar um uso e manejo legal dos ervais nativos em paisagens florestais mesmo com a presen a de cria es A legisla o catarinense Al m dos instrumentos federais o estado de SC possui instrumentos legais espec ficos que contemplam o manejo da erva mate com destaque para a resolu o CONSEMA N 003 2010 que regulamenta Art 290 Inciso letra f da Lei n 14 675 2009 C digo Estadual do Meio Ambiente disciplinando o manejo sustent vel de povoamentos naturais da erva mate Essa resolu o tamb m contempla o previsto no artigo 130 da referida lei que trata do manejo da erva mate em RL A resolu o prev que a colheita da erva mate em RL e APP dever ser feita de forma a minimizar os impactos sobre as popula es naturais da esp cie e a conservar o ambiente no entanto a colheita em APP s poder ocorrer nas pequenas propriedades A poda dever ter um intervalo m nimo de 2 anos e dever o ser deixados 10
67. 1 01 07 n o 7 6 13 93 Apoio de outros programas sim 0 1 01 07 n o 7 6 19 93 Demandas dos agricultores ausente 2 1 03 21 rara 5 6 11 79 Frequente 0 0 00 00 Realiza o de reuni o N o realizadas 7 7 14 100 eventos EM ltimos 5 anos no munic pio Participa o eventos Sem participa o 6 4 10 71 outros munic pio ltimos 5 Semin rio de IG 1 3 04 19 anos 2011 T cnicos com forma o em Sem forma o 7 5 12 86 EM Forma o atual 0 0 0 00 A mais de 20 anos 0 2 2 14 Perspectivas de trabalhar Sem perspectivas 1 5 6 43 com a EM Acha interessante 5 0 5 36 mas sem proposta A partir de outras 1 2 3 21 iniciativas 353 recebe o apoio nem mesmo de forma indireta atrav s de outros programas 93 das situa es como por exemplo do PRONAF j que se constatou que nenhum financiamento desse programa foi elaborado para a erva mate pelas institui es pesquisadas sendo importante ressaltar que uma das linhas do PRONAF justamente o PRONAF Florestal que poderia apoiar a atividade ervateira O PRONAF Florestal j foi mais utilizado na regi o na poca em que era poss vel financiar plantios monoculturais de pinus eucalipto e mesmo erva mate A partir de 2008 o PRONAF Florestal passou a financiar apenas a implanta o de sistemas agroflorestais a explora o extrativista o manejo florestal a recomposi o e manuten o de APPs RLs e o erriquecimento de reas que j apresentam cobertur
68. 15 Sem prote o das rvores a erva fica mais sujeita geadas 08 No sol a erva mais grossa e pesada 05 Em rela o aos motivos de se buscar mais sol ou mais sombra verifica se que a maioria das respostas 55 apontam para um menor crescimento da erva mate em uma rea muito sombreada apontando para a necessidade de uma abertura maior do erval e assim obter maior produtividade Nesse sentido de maior 220 abertura aparece tamb m a justificativa de que a erva mate no sol mais grossa e pesada 5 refor ando a rela o maior luminosidade maior produ o em 60 das respostas O relato do agricultor abaixo ilustra essa situa o No sol a folha fica mais grossa rende mais no mato fica fina Agricultor 29 Tem que abrir tirar umas rvores sen o a erva se acaba Aqui era um erval bonito e n o foi limpado o mato fechou e a erva se terminou Agricultor 21 Nesses casos o que limita a realiza o dos desbastes o receio dos agricultores em serem autuados e multados pela derrubada das rvores FIGURA 6 27 REA SEM MANEJO DA VEGETA O ARB REA EM QUE A ERVA MATE SE TERMINOU FONTE o autor Em seguida de forma antag nica posi o anterior 45 das respostas apontam que a erva n o deve ficar exposta ao sol j que isso tamb m prejudicaria o seu crescimento ou mesmo que o erval poderia se terminar Nessa dire o as justificativas s o ainda refor adas pelas declara es
69. 3 21 Muito importante 0 0 0 00 Conhecimento do VBP Sim 1 1 2 14 municipal da EM N o 6 6 12 86 Import ncia da EM para Pouco importante 0 1 1 07 os agricultores M dia import ncia 2 2 4 29 Importante 5 4 9 64 Muito importante 0 0 0 00 Diferencia o de pre os Ocorre 3 4 7 50 da EM em fun o de ser N o ocorre 2 3 5 36 nativa N o conhece 2 0 2 14 Perspectivas da Aumentar 6 3 9 64 produ o da EM no Estabilizar 1 3 4 29 munic pio Diminuir 0 1 1 07 EM erva mate VBP valor bruto da produ o Erva mate import ncia para o munic pio e agricultores familiares a vis o dos agentes da ATER De acordo com o quadro 8 2 58 dos entrevistados consideram a atividade ervateira pouco importante para o munic pio e 21 de m dia import ncia ou seja 349 79 n o a consideram uma atividade importante Vale ressaltar novamente que essa pergunta foi direcionada dimens o econ mica j que esse tende a ser um fator relevante na prioriza o de atividades a serem apoiadas particularmente pelas prefeituras e poss vel de ser quantificado pelas estat sticas O depoimento de um dos secret rios municipais ilustra essa situa o erva mate tem bastante mas gera pouco recurso para o munic pio nem se compara com os gr os e o leite uma atividade mais extrativa temos pouca gente e temos que apoiar essas atividades mais importantes Agente ATER 01 Um dos indi
70. 30 das propriedades pesquisadas apresentam mais de R 6 000 00 de renda bruta anual proveniente da erva mate pre os de junho 2012 anteriores escalada de eleva o de pre os o que equivale a quase um sal rio m nimo mensal Representa ainda mais de 10 da renda bruta total anual em 33 das propriedades assim pode se ponderar que a erva mate possui significativa import ncia econ mica no aspecto monet rio ao menos para 33 das fam lias pesquisadas Por m mesmo que o montante de recursos monet rios gerados pela erva mate n o fosse significativo em rela o renda bruta total ela constitui uma reserva de valor importante para 72 das fam lias com as caracter sticas de uma poupan a a ser utilizada em investimentos emerg ncias pagamento de d vidas Em algumas situa es a partir da renda da erva mate que se paga financiamento de lavouras ou m quinas e equipamentos de uso agr cola Caracteriza se como uma atividade que n o necessita de desembolsos monet rios nem de muita m o de obra e ainda que independentemente das condi es clim ticas sempre produz constituindo se um elemento estabilizador das propriedades uma atividade totalmente adaptada s estrat gias gerais da agricultura familiar de reduzir os riscos e de satisfazer as necessidades de 370 reprodu o da fam lia A atividade ervateira tamb m constitui uma atividade prazerosa os agricultores sentem se bem no ambiente dos er
71. 462438 amp 0pc193 1 amp sec193 3406 amp nivtcart 9 amp opn9 gsc amp metodo 3 amp atd faixas 5 amp paleta D amp z t amp o 1 amp i P Acesso em 18 11 2013f ICMBIO Plano de Manejo da Floresta Nacional de Tr s Barras Tr s Barras SC 2010 IEDE E T MACHADO D C Pragas da erva mate Illex paraguariensis St Hil e seu controle Boletim de Pesquisa Florestal Colombo v 18 19 p 51 60 1989 IPCC Mudan a do Clima 2007 Mitiga o da Mudan a do Clima Contribui o do Grupo de Trabalho Ill ao Quarto Relat rio de Avalia o do IPCC Genebra Su a Secretariado do IPCC 2007c Dispon vel em http www ipcc ch pdf reports nonUN translations portuguese ar4 wg3 spm pdf Acesso em 12 10 2011 IPHAN Instituto de Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional Dispon vel em http portal iphan gov br portal montarPaginaSecao do id 1 O amp sigla Institucional amp retorno aginalphan Acesso em 24 ago 2018 JACQUES R A Caracteriza o qu mica da erva mate llex Paraguariensis St Hil Aplica o de diferentes processos de extra o e influ ncia das condi es de plantio sobre a composi o qu mica Tese de Doutorado Tese Doutorado em Qu mica Instituto de Qu mica Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2005 JOVCHELEVICH P Rendimento qualidade e conserva o p s colheita de Cenoura Daucus carota L sob cultivo Biodin mico em fun o dos ritmos lunares Disserta o Mes
72. 6 23 ORIGEM DA PRODU O DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS FIGURA 6 24 OPINI O DOS AGRICULTORES EM RELA O AOS PRE OS PAGOS PELA 1 211 FIGURA 6 25 PRINCIPAIS ASPECTOS ECON MICOS SOCIAIS E CULTURAIS DA ATIVIDADE ERVATEIRA JUNTO AOS AGRICULTORES 213 FIGURA 6 26 PERCEP O DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS QUANTO A NECESSIDADE DE SE TER MAIS SOL OU MAIS SOMBRA EM UM ERVAL 218 FIGURA 6 27 REA SEM MANEJO DA VEGETA O ARB REA EM QUE A ERVA MATE SE TERMINOU tada da RD ear 220 FIGURA 6 28 TEND NCIA DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS EM RELA O A COBERTURA FLORESTAL DE SEUS ERVAIS e eaeeerareraeeararaaeaa 222 FIGURA 6 29 OPINI O DOS AGRICULTORES SOBRE A INFLU NCIA DO GADO NA PRODUTIVIDADE E SUSTENTABILIDADE DOS ERVAIS a 231 FIGURA 6 30 PLANTIOS DE ERVA MATE REALIZADOS PELOS AGRICULTORES EM POCAS PASSADAS DE ACORDO COM OS AGRICULTORES 5 233 FIGURA 6 31 ERVAL FORMADO A PARTIR DE UM TAQUARAL COM ERVEIRAS APARENTANDO A MESMA IDADE TRES BARRAS SC
73. 757 18 28 198 Irine polis 0 533 0 699 31 14 233 Itai polis 0 562 0 708 25 98 207 Mafra 0 652 0 777 19 17 36 Major Vieira 0 582 0 690 18 56 253 Matos Costa 0 512 0 657 28 32 281 Monte Castelo 0 571 0 675 18 21 264 Papanduva 0 564 0 704 24 82 222 Porto Uni o 0 666 0 786 18 02 21 Rio Negrinho 0 616 0 738 19 81 132 S o Bento do Sul 0 679 0 782 15 17 25 Timb Grande 0 453 0 659 45 47 279 Tr s Barras 0 598 0 706 18 06 215 Santa Catarina 0 671 0 774 15 35 Fonte adaptado de PNUD 2013 De acordo com o censo de 1995 o Planalto Norte possui 13 838 estabelecimentos rurais onde predominam as pequenas propriedades ao todo 82 12 dos estabelecimentos possuem menos de 50 hectares No entanto existe uma elevada concentra o de terras pois estes estabelecimentos ocupam apenas 27 58 da rea total enquanto que os estabelecimentos com mais de 200 ha que perfazem apenas 3 55 do n mero total ocupam 46 95 da rea total A pequena dimens o e o fato da maior parte dos estabelecimentos rurais 82 40 utilizarem somente m o de obra familiar n o utilizando pessoas contratadas evidenciam a predomin ncia da agricultura familiar no Planalto Norte Catarinense ICMBIO 2010 A principal atividade econ mica da regi o est ligada a ind stria madeireira se constituindo em um importante polo de m veis e de madeira em tora para papel celulose e outros fins concentrando ainda uma grande rea de reflorestamento de pinus e eucalipto A agricu
74. A arauc ria esparsa n 2 ou frequente n 1 a imbuia frequente em duas situa es e xaxim esparso em outra situa o Essas paisagens demonstram a viabilidade de se conservar a floresta agregando valor floresta em p atrav s do plantio da erva mate PLANTADO CA VA ABERTA Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal conserva o florestal intermedi ria ICF entre 7 e 10 produ o oriunda de erveiras plantadas que representam mais de 50 da produ o total e com presen a constante de animais Nas duas situa es encontradas a presen a das erveiras plantadas marcante 99 comum no PNC a referencia a exist ncia de mudas produzidas com sementes argentinas que originam plantas de baixo porte de florescimento precoce com folhas amareladas e brilhosas mais amargas e de aceita o restrita no mercado Na se o 6 4 6 essa quest o melhor desenvolvida 169 ocupam a maior parte do sub bosque com as pastagens apresentando menor destaque do que nas demais ca vas FIGURA 6 8 ASPECTO GERAL DE ERVAIS PLANTADOS EM CA VAS ABERTAS Fonte o autor As duas paisagens identificadas representam 3 das paisagens avaliadas 2 1 da rea e contribuem com 10 1 da produ o A presen a de animais constante mas em baixa lota o e de forma controlada j que o principal uso da paisagem a produ o de erva mate Em uma delas s o criados apenas carneiros e em outra b
75. A erva mate de ocorr ncia natural em sub bosques evoluiu em condi es de pouca luz mas frente aos diversos manejos a que submetida tem que se adaptar a condi es diversas de luminosidade De acordo com Medrado e Mosele 2004 ainda necess rio estudar qual a estrat gia utilizada pela erva mate para otimizar o seu crescimento sob o sol ou sombra As pesquisas realizadas com mudas tendem a apresentar resultados em que o sombreamento favorece o desenvolvimento da erva mate Mazuchovisk 2004 observou maior incremento de massa mida e massa seca em mudas com sombreamentos que variavam entre 50 e 70 de luminosidade Ferreira et al 1994 observaram melhor desenvolvimento de mudas com sombreamento de 60 a 80 Andrade 2004 encontrou maior fitomassa e n mero de folhas em mudas nos sombreamentos de 50 e 25 As pesquisas com plantas adultas ou jovens em produ o tendem a apresentar um resultado bem diferente Suertegaray 2002 avaliou diversas intensidades luminosas em ervais nativos e monoculturais adultos no Rio Grande do Sul e encontrou para a produ o de biomassa um incremento proporcional ao n vel de luz com a maior produ o obtida a pleno sol Rachwal et al 1998 trabalhando com ervais jovens plantados sob remanescentes de mata nativa no Paran tamb m constatou que houve correla o positiva entre luminosidade e produ o de massa verde sendo que o tratamento com 77 5 de luminosidade chegou 8 produzir 6 vezes mais
76. ALMEIDA A W SOUZA R M Terra de Faxinais Manaus UEA 20090 SOUZA O T BAGOLIN P CORONA H M P A publiciza o do campo pol ticas agr colas e de desenvolvimento frente s m ltiplas fun es do espa o rural Estudos Sociedade e Agricultura Rio de Janeiro vol 18 n 1 p 193 219 2010 STEENBOCK W Fundamentos para o manejo de popula es naturais de espinheira santa Maytenus ilicifolia Mart ex Reiss Celastraceae Disserta o Mestrado em Recursos Gen ticos Vegetais Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2008 Etnobot nica conserva o e desenvolvimento local uma conex o necess ria em pol ticas do p blico VI Simp sio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia Anais 2006 Domestica o de bracatingais perspectivas de inclus o social e conserva o ambiental Florian polis SC 284 f Tese Doutorado em Recursos Gen ticos Vegetais Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2009 An lise geral da legisla o referente a Sistemas Agroflorestais no Sul do Brasil N o publicado Campo Largo Paran 2011 STEENBOCK W et al Agroflorestas e sistemas agroflorestais no espa o e no tempo In STEENBOCK W et al orgs Agrofloresta ecologia e sociedade Curitiba Kair s 20138 Avalia o da din mica do carbono em agroflorestas desenvolvidas por agricultores associados Cooperafloresta In STEENBOCK W et al orgs Agroflorest
77. Bras lia DF 05 mai 1994 Lei n 9 605 de 12 de fevereiro de 1998 Disp e sobre as san es penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF 13 fev 1998 Lei no 9 985 de 18 de julho de 2000 Institui o Sistema Nacional de Unidade de Conserva o SNUC Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF 19 jul 2000 Lei no 11 428 de 22 de dezembro de 2006 Disp e sobre a utiliza o e prote o da vegeta o nativa do Bioma Mata Atl ntica Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF 23 dez 2006 Decreto no 6040 de 7 de fevereiro de 2007 Institui a Pol tica Nacional de Desenvolvimento Sustent vel dos Povos e Comunidades Tradicionais Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF 08 fev 2007a Conselho Nacional de Meio Ambiente 2007 Resolu o no 388 de 23 de fevereiro de 2007 Disp e sobre a convalida o das Resolu es que definem a vegeta o prim ria e secund ria nos est gios inicial m dio e avan ado de regenera o da Mata Atl ntica Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF 26 fev 2007b Minist rio do Meio Ambiente Plano nacional de promo o das cadeias de produtos da sociobiodiversidade Bras lia MMA 2008a Governo Federal Plano Nacional Sobre Mudan a do Clima Bras lia Comit
78. Catarinense Essas categorias gerais s o comentadas a seguir mita es para a CONSERVA O SOCIOAMBIENTAL PAISAGEM Pol ticas p blicas FIGURA 4 1 ESQUEMA GERAL DA PESQUISA COM DIMENS ES E CATEGORIAS GERAIS DE AN LISE O significado da erva mate para os agricultores partiu se da considera o de que o significado da erva mate para os agricultores pode ter grande influ ncia nas possibilidades da conserva o socioambiental Pois se por um lado a erva mate pode ser importante fonte de renda e assim ter alto significado econ mico por outro pode n o gerar renda significativa mas ter forte significado cultural ou mesmo ambiental liga o com a hist ria familiar vincula o h bitos tradicionais apego lida com a erva mate paisagem agrad vel dos ervais preocupa o com a conserva o das matas etc No entanto os poucos estudos existentes se A concentram apenas em aspectos econ micos e ainda essencialmente ervais 55 Na regi o do PNC comum a utiliza o da express o lida para se referir ao trabalho com determinada atividade a lida com a erva mate a lida com o gado etc 100 plantados Nessa pesquisa os significados procuram contemplar uma abordagem econ mica cultural e ambiental Os dados foram coletados atrav s de entrevistas com agricultores Il As pr ticas de manejo dos ervais a forma e intensidade como os agricultores manejam os ervais implica diretament
79. DE ESCRIT RIOS LOCAIS DA EPAGRI DOS MUNICIPIOS EM QUE FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS EM RELA O A 348 QUADRO 8 3 VALOR BRUTO DA PRODU O DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES AGR COLAS DOS SETE MUNIC PIOS 5 349 QUADRO 8 4 MOTIVOS QUE LEVAM OS AGENTES DA ATER A CONSIDERAR A ERVA MATE IMPORTANTE PARA OS AGRICULTORES reter 350 QUADRO 8 5 PROGRAMAS APOIOS E PERSPECTIVAS DE TRABALHO DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DA AGRICULTURA E ESCRITORIOS LOCAIS DA EPAGRI DOS MUNICIPIOS EM QUE FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS EM RELA O A ERVA MATE EM 352 QUADRO 8 6 PROGRAMAS ESTRUTURADOS DE APOIO NAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE AGRICULTURA E EPAGRI NO PLANALTO NORTE DE SANTA 356 QUADRO 8 7 PESQUISAS BRASILEIRAS APRESENTADAS EM RELA O A MANEJOS DE ERVAIS NATIVOS E ERVAIS PLANTADOS NOS CONGRESSOS SUL AMERICANOS DE ERVA MARE ret DO RD 360 SUM RIO dO a cera 22 PARTE I ERVA MATE AGRICULTURA FAMILIAR PAISAGENS E CONSERVA O SOCIOAMBIENTAL 1 AGRICULTURA FAMILIAR RACIONALIDADES USO DOS RECURSOS E C
80. Dessa forma os ervais se configuram como importantes paisagens de conserva o de esp cies arb reas amea adas de extin o mesmo quando submetidas press o animal j que a presen a maior justamente em reas de ca vas A manuten o da cobertura dos ervais florestais e a amplia o da cobertura dos ervais abertos com enriquecimento de esp cies amea adas pode ser uma importante estrat gia de conserva o dessas esp cies no PNC Foi constatado que a quase totalidade dos ervais apresenta liga o direta com outros fragmentos florestais Devido ao fato de apresentarem uma permeabilidade da matriz mais favor vel do que reas de lavoura ou pastagens plantadas pode se concluir que auxiliam no aumento da conectividade e diminui o dos efeitos de borda Essa fun o poderia ser mais um dos servi os ecossist micos a ser mais bem estudado e valorizado inclusive como uma atividade a ser incentivada nas reas de amortecimento de unidades de conserva o localizadas na regi o da Floresta com Arauc ria As diferentes paisagens dos ervais implicam usos tamb m diferentes o conhecimento dos diversos usos que os agricultores d o s suas reas pode contribuir para melhorar o manejo e as estrat gias de conserva o nesses ervais Verifica se que a erva mate o principal uso na maioria dos ervais no entanto nos ervais em ca vas ocupa o segundo lugar destacando se a cria o de bovinos aspecto relevante pois as ca vas se
81. E PERCENTUAL 194 QUADRO 6 16 UTILIZA O DOS RECURSOS PROVENIENTE DA VENDA DA ERVA MATE PELAS FAMILIAS ENTREVISTADAS EM RELA O AO TOTAL E AS FAMILIAS QUE COMERCIALIZAM ATE 5 000 196 QUADRO 6 17 MOTIVOS PELOS QUAIS OS AGRICULTORES TRABALHAM COM A ERVA MATE OU ACHAM IMPORTANTE A ATIVIDADE 198 QUADRO 6 18 ASPECTOS DESTACADOS PELOS AGRICULTORES PESQUISADOS RELA O A COMO ERA O TRABALHO COM A ERVA MATE ANTIGAMENTE E RELA O FAMILIAR CARAS 200 QUADRO 6 20 MOTIVOS PELOS QUAIS OS AGRICULTORES DECLARAM GOSTAR DE TRABALHAR COM A ERVA MATE area nartaaanaa rena anaraaaaanaaraaantaa 208 QUADRO 6 21 REA M DIA TOTAL REA M DIA FLORESTAL E REA M DIA DOS ERVAIS DAS PROPRIEDADES PESQUISADAS EM FUN O DAS CLASSES DE PRODU O 205 QUADRO 6 22 MATRIZ DE CORRELA O ENTRE REA TOTAL REA FLORESTAL REA DOS ERVAIS E PRODU O DE ERVA MATE NAS 40 PROPRIEDADES PESQUISADAS 205 QUADRO 6 23 PRODU O ANUAL DE ERVA MATE E PRINCIPAIS ATIVIDADES NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS PERCENTAGEM DE AGRICULTORES 206 QUADRO 6 24
82. Erva mate Renda exter Sal rios exter Aposentadoria Bolsa fam lia outras TOTAL N vel tecnol gico Produ o agroecol gica sim n o em parte quais 411 2 ASPECTOS GERAIS 1 Mora aqui h quanto tempo Sempre agricultor Dividiu a propriedade 2 Produ o da EM Sempre trabalhou com a erva mate Houveram mudan as com a lida Com quem aprendeu Aumentou diminuiu produ o kg gt AY Comunidade Total fam lias Erva importante 3 Por que ainda lida com a erva mate A erva mate importante Por qu 1 2 3 4 o que comprou EM 2 ultimas safras Principais problemas da atividade ervateira so 7 Perspectivas dos pais e dos filhos Com a vida no campo ficar animado o jeito sair Filhos que sa ram Com a erva mate Plantaria mais De que forma Onde Cr dito usaria 412 3 ASPECTOS MAIS ESPEC FICOS 1 O que um bom erval 2 O que necess rio para um bom erval e para ser produtivo Manejos 3 bom ter mais sol ou mais sombra Porque 2 Tend ncia do agricultor sol sombra ao percorrer a propriedade 4 Que tipo de terra melhor Como identificar essa terra exposi o 5 Tem tipos diferentes de erva mate nomes caracter sticas produ o sabor 6 Antigamente plantavam De que forma Mudas de onde 7 faz erva para consumo
83. Extra o Vegetal e da Silvicultura PEVS s o realizadas anualmente a partir de consulta a fontes secund rias assim na depend ncia da rede de informantes que cada agente do IBGE consegue estabelecer ou seja as estimativas obtidas pelos agentes resultam de contatos que os mesmos mant m com t cnicos do setor agr cola com produtores e ainda do pr prio conhecimento que o agente possui sobre as atividades agr colas dos munic pios ou da regi o onde atua IBGE 2010 p 11 dessa forma os dados das estimativas s o carregadas de certa subjetividade Por outro lado se constata que os dados do Censo Agropecu rio de 2006 para a erva mate no PNC apresentam inconsist ncias Souza 1998 destaca que as tabelas dos Censos Agropecu rios at o ano de 1985 trazem expressa a unidade erva mate cancheada tanto para a produ o extrativa quanto plantada por m o Censo de 1995 96 e 2006 n o especificam a unidade utilizada o que gera d vidas j que nas estimativas da PAM e PEVS o IBGE mant m unidades diferentes para extrativa e plantada Souza em informa o pessoal relatou que o IBGE lhe enviou correspond ncia informando que a produ o extrativa no censo de 1995 96 estaria em erva mate cancheada e a plantada em folha verde Nessa tese ao se estudar o Censo Agropecu rio de 2006 deparou se com a mesma d vida Verificou se que o question rio do Censo 2006 traz as duas unidades para o recenseador Erva mate c
84. FAMILIAR FLORESTAS BIODIVERSIDADE E MANEJOS Como discutido na se o anterior a preocupa o com a conserva o ambiental cada vez mais intensa e tende a exercer forte influencia sobre as atividades produtivas do meio rural Nessa se o devido a erva mate se tratar de uma esp cie arb rea florestal e na situa o do Planalto Norte Catarinense estar na maioria das vezes associada remanescentes florestais ser abordada a rela o da agricultura familiar de forma mais especifica com o uso e conserva o dos recursos florestais e da biodiversidade Um dos aspectos mais vis veis e de grande impacto na opini o p blica bem como de graves consequ ncias ambientais a derrubada de florestas ficando normalmente a atividade agr cola e os habitantes do meio rural vinculados com os processos de desmatamento No entanto o uso das florestas n o pressup e necessariamente a sua derrubada pois ao longo da hist ria o espa o florestal tem sido um espa o em que se introduzem pr ticas produtivas STEENBOCK et al 20134 Nesse sentido pode se destacar que em 1990 a estimativa era de que entre duzentos a quinhentos milh es de pessoas viviam no interior das florestas tropicais do mundo utilizando seus recursos para o fornecimento de alimentos fibras rem dios produtos ornamentais e ritualisticos entre outros LYNCH 1990 citado por STEENBOCK 2009 assim essas florestas ao mesmo tempo em que s o conservadas e
85. Familiar Lei 11 326 2006 A carta de aptid o um documento fornecido pela EPAGRI ou Sindicatos ligados agricultura familiar que atestam que o agricultor se enquadra como agricultor familiar e assim est apto para captar recursos do PRONAF 104 Procurando se melhor representar a diversidade de sistemas de produ o de erva mate se estabeleceu tr s classes de produ o anual agricultores com produ o de at 10 toneladas ano 70 dos entrevistados Il agricultores com produ o entre 10 e 20 toneladas ano 20 dos entrevistados Il agricultores com produ o maior do que 20 toneladas ano 10 dos entrevistados A estratifica o em toneladas procurou representar uma poss vel diferencia o na significa o econ mica e consequentemente social ambiental e nas diversas formas de manejo da erva mate A propor o foi baseada em informa es obtidas em quatro ervateiras do munic pio de Canoinhas em rela o ao perfil de seus fornecedores e confirmadas junto a t cnicos da Epagri e sindicalistas da regi o no sentido de representar suas percep es em rela o ao perfil dos produtores de erva mate na regi o Teve se o cuidado de que o universo pesquisado se concentrasse nos principais sistemas de produ o dos agricultores familiares da regi o ou seja fumo leite e gr os MATTEI 2006 Ainda se buscou incluir agricultores agroecol gicos j que a regi o se destaca tamb m pela produ
86. LARAIA R B Cultura Um conceito antropol gico 14a edi o Rio de Janeiro Jorge Zahar Editora 2001 LAURANCE W F VASCOCELOS H L Consequ ncias ecol gicas da fragmenta o florestal na Amaz nia Oecologia Brasiliensis 13 3 p 494 451 Set 2009 LEFF E Epistemologia Ambiental S o Paulo Cortez 2001a Saber Ambiental Petr polis Vozes 2001b Pensar a complexidade ambiental In Leff E org A complexidade ambiental S o Paulo Cortez 2008 Ecologia capital e cultura Petr polis Vozes 2009 LIEBSCH D REGINATO M Florescimento e frutifica o de Merostachys skvortzovii Sendulsky taquara lixa no estado do Paran IHERINGIA S r Bot Porto Alegre v 64 n 1 p 53 56 jan jun 2009 LIMA M A Agropecu ria brasileira e as mudan as clim ticas globais caracteriza o do problema oportunidades e desafios Cadernos de Ci ncia amp Tecnologia Bras lia v 19 n 3 set dez p 451 472 2002 LINHARES T Hist ria econ mica do mate Livraria Jos Olympio Rio de Janeiro 1969 LONDRES F Agrot xicos no Brasil um guia para a o em defesa da vida Rio de Janeiro AS PTA 2011 LOPES N O V A indica o geogr fica como forma de valoriza o da biodiversidade no planalto norte catarinense Disserta o Mestrado em Agroecossistemas Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2011 LOUREN O R S et al Avalia o de n veis de nitrog nio sobre a pr
87. MIRANDA F N de Sobre os diferentes ervais sua extens o uberdade e cultura Arquivo Hist rico do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1859 76 Paraguai e Argentina uma esp cie caracter stica da Floresta Ombr fila Mista Floresta com Arauc ria mas penetra na Floresta Estacional Semidecidual no noroeste do Paran e no sul do Mato Grosso do Sul bem como na Floresta Estacional Decidual no oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul Na Argentina e Paraguai ocorre principalmente nos sub bosques das matas do Rio Paran e afluentes onde a Arauc ria n o encontrada OLIVEIRA ROTTA 1985 S O PAULO PARAN PARAGUAI ARGENTINA RIO GRANDE DO SUL 1 2 3 REAS COM OCORR NCIA ESPARSA DE ERVA MATE ZZZ AREA DE DISTRIBUI O NATURAL DA ARAUC RIA REAS COM OCORR NCIA ESPARSA DE A ANGUSTIFOLIA 7 AREADECAMPOS NATURAIS REA DE DISTRIBUI O NATURAL DE ERVA MATE FIGURA 3 1 OCORR NCIA NATURAL DA ERVA MATE E DA FLORESTA COM ARAUC RIA FONTE ZAMPIER 2001 Adaptado de OLIVEIRA E ROTTA 1985 A ampla rea de ocorr ncia implica em distintas condi es ambientais nas regi es de extra o e cultivo que podem influenciar as caracter sticas da mat ria prima e consequentemente sobre o produto final MACCARI JUNIOR 2005 Nessa ampla regi o a erva mate se desenvolve predominantemente no clima temperado mido Cfb seguido do subtropical mido Cfa em regi es com chuvas regulares bem
88. Norte Catarinense pontua o atributo Descri o observa o 1 Abundante As gram neas recobrem mais de No caso se consideram 71 da rea as gram neas rasteiras na forma de pastagem 2 Muito As gram neas recobrem de 51 frequente a 70 da rea 3 Frequente As gram neas recobrem de 31 a 50 da rea 4 Pouco As gram neas recobrem de 11 frequente a 30 da rea 5 Rara As gram neas recobrem menos de 11 da rea 426 4 ESTRATIFICA O A estratifica o indica a din mica florestal ou seja os processos de sucess o regenera o A estratifica o pode representar a din mica em um per odo de tempo maior e a regenera o normalmente relacionada com plantas de at 1 0 m de altura em um per odo menor A determina o da regenera o e consequentemente da estratifica o dificultada nos Er AF pois est o sujeitas s ro adas e pastoreio assim uma intensa regenera o em um momento pode ser comprometida logo em seguida devido ro adas ou mesmo intensifica o no pastoreio 4 ESTRATIFICA O Considera se que uma floresta bem conservada apresente uma boa estratifica o vertical e boa regenera o A exist ncia de estratifica o pode indicar a diversidade de esp cies e din mica florestal sucess o regenera o Trabalha se como base de uma boa estratifica o a exist ncia de 4 estratos de acordo com a figura 01 ou seja herb ceo plantas arbusti
89. S o Bento do Sul mais o munic pio de Matos Costas que pertence a Microrregi o de Joa aba 117 insola o maior variando de 1 800 a 2 000 horas anuais EPAGRI 2001 ICMBIO 2010 Em rela o geologia a maior parte do PNC de forma o sedimentar sobre a base de sedimenta o Gondu nica que compreende considerando o sentido leste oeste o Super grupo Tubar o com as seguintes unidades Forma o Mafra Rio do Sul Rio Bonito e Palermo e o Grupo Passa Dois formado pelas unidades Forma o Irati Serra Alta Teresina e Rio do Rastro Estas diferentes forma es se desenvolvem em estreitas faixas que correm no sentido norte sul sendo mais recentes medida que se vai oeste Os sedimentos formaram camadas ou estratos de siltitos folhelhos argilitos arenitos arc seos e conglomerados Ao longo dos rios aparecem as reas de sedimentos quatern rios correspondentes a dep sitos sedimentares ainda inconsolidados constitu dos por areias argilas cascalhos seixos sedimentos s ltico argilosos e ainda deposi o de mat ria org nica ou mesmo turfa SANTA CATARINA 1986 SANTA CATARINA 1991 Essa forma o sedimentar tem como limite oeste a Serra Geral ou Serra da Esperan a a partir desse ponto come a a Forma o Serra Geral constitu da por um grande derrame de rochas eruptivas conhecido como derrame de Trapp destacando se o basalto Na regi o lim trofe com a regi o sedimentar ao longo da
90. Sassafr s idem xaxim Idem Erva mate basal geral idem 2 COB DOSSEL 1 Descont nua maioria copas n tocam muitas isoladas sol direto maior parte da rea 2 Rala poucas se tocam algumas isoladas sol direto gde parte da rea 3 Mediana muitas se tocam menos sol direto 4 Densa maioria se tocam pouco sol direto 5 Muito densa quase todas tocam m nimo sol direto 3 ESTRATIFICA O 1 Uniestratificada 2 Pouco estruturada 2E 3 Medianamente estruturada 3E pouco densos diver 4 Estruturada 3E densos div GRAM NEAS 5 Bem estruturada Abundante 71 1 Muito frequente 71 50 2 Frequente 51 30 3 Pouco frequente 30 11 4 Rara 11 5 PONTUA O Percep o do Tipo de cobertura 1 Muito aberta 2 Aberta 3 Intermedi ria 4 fechada 428 ANEXO VI Entrevista com t cnicos da EPAGRI e Prefeituras Secret rio municipal da agricultura Munic pio Institui o Entrevistado forma o Tempo na atividade local N mero de t cnicos atual e forma o N mero de t cnicos m dia ltimos 5 anos 1 A erva mate uma fonte de renda importante para o munic pio Possui no o do VBP da erva mate 2 A erva mate uma atividade importante para os agricultores familiares do munic pio Por qu 3 A produ o est aumentando ou dimi
91. Sul 2 764 HH sr E Joinville 2 Curitibanos 478 x Campos de Lages 1 982 7 Rio do Sul 171 a FIGURA 5 8 PRINCIPAIS REGI ES PRODUTORAS DE ERVA MATE NATIVA DE SANTA CATARINA COM BASE EM ESTIMAS DO IBGE SAFRA 2011 FONTE Adaptado da PEVS 2011 IBGE 201380 A coluna valor indica a produ o em toneladas de erva mate nativa cancheada De acordo com Lopes 2012 na regi o j existiram cerca de 50 ind strias do setor ervateiro e atualmente ainda existem cerca de 20 O PNC tamb m sedia empresas exportadoras destacando se uma das filiais da maior exportadora de erva mate do Brasil a Ind stria Baldo que comercializa sua produ o com o Uruguai Astruc 2010 relata que o PNC exporta oficialmente cerca de 10 de sua produ o mas pondera que esse dado pode estar subestimado j que a principal empresa exportadora pode estar exportando atrav s de sua filial do RS Para a autora uma melhor estimativa seria considerar que 40 da produ o do PNC teria como destino o Uruguai Se o PNC exporta para o Uruguai por outro lado importava erva mate cancheada da Argentina j que esse produto chegava com pre os muito competitivos ASTRUC 2010 No entanto com a eleva o do pre o da erva mate 90 Ressaltando novamente que o PNC engloba as Microrregi es Censit rias de Canoinhas e S o Bento do Sul ilustradas na Figura 5 8 137 argentina a partir de 2012 a importa o se inviabilizou o que sig
92. Vai cercar parte da ca va para reserva legal 9 Faz manejo tem controle da lota o acesso preocupa o com a EM 10 Manejaria se a legisla o permitisse o desbaste 11 Est intensificando animais 15 Origem das erveiras em produ o e da produ o dados a serem reagrupados 1 Natural 2 Plantada mudas propriedade 3 Plantada mudas do munic pio 4 Plantada mudas da regi o 5 Plantada mudas externas da regi o 6 Plantada mudas argentina 7 Mudas transplante propriedade ou vizinhos 8 Desconhecida 16 Plantio de erveiras ainda n o em produ o jovens dados a serem reagrupados 1 Mudas propriedade 2 Mudas do munic pio 3 Mudas da regi o 4 Mudas externas da regi o 5 Mudas argentina 6 Transplantes propriedades vizinhos 17 Classifica o da produ o 1 Nativa 2 Nativa com restri es recebe como nativa mas j teve questionamentos 3 Vari vel j recebeu como nativa e como plantada 4 Plantada recebe pre o menor 18 Varia o da produ o motivo Ver significado dimens o econ mica 19 Condi o do erval avalia o visual do aspecto geral das erveiras brocadas decadentes vigorosas etc 5 Muito bom a quase totalidade das erveiras apresenta bom aspecto e vitalidade 4 Bom a maioria das erveiras apresenta bom aspecto e vitalidade 3 M dio aproximadamente metade das erveiras apresenta bom aspecto e vitalidade 2 Fraco
93. a base de Beauveria bassiana nico produto do grupo dos agrot xicos com registro para o uso em erva mate tem como esp cie alvo justamente a broca da erva mate BRASIL 2013 133 Corintiano outro nome popular que os agricultores utilizam para a broca da erva mate devido a colora o preta e branca dos besouros adultos 257 FIGURA 6 38 ATAQUE DA BROCA DA ERVA MATE LARVA DESENVOLVIDA ATACANDO PLANTA JOVEM PORTO UNIAO SC FONTE o autor Al m da maioria dos agricultores desconhecerem os sintomas do ataque da broca em rela o a primeira parte do depoimento acima observou se que alguns agricultores podem estar confundindo os sintomas da broca dos ponteiros 134 j que se constatou que 4 Isomerida picticoll com a broca da erva mate agricultores realizam o controle sistem tico atrav s do poda dos ramos no in cio da infesta o visando o seu controle inclusive com 3 agricultores direcionando a colheita justamente para dezembro com a finalidade de eliminar essa infesta o De qualquer forma apesar de n o estarem combatendo o corintiano estariam combatendo outra importante broca Importante destacar que a broca foi considerada como um dos principais problemas da erva mate para 20 dos agricultores entrevistados quadro 6 25 sempre relacionada com plantios mais abertos e que n o existem agrot xicos que sejam eficientes para o seu controle assim s o necess rias pr ticas manuais como a poda de brotos ataca
94. a brota o podo a partir do fim de julho melhor mesmo agosto Agricultor 32 QUADRO 6 34 MELHOR POCA MESES PARA A COLHEITA DA NA OPINI O DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS EM N MERO DE CITA ES poca meses Numero de cita es 6e7 02 6 76 8 01 6 7 8e 9 01 768 14 7 869 03 8 07 86 9 04 8 96 10 02 8 9 106 11 01 11612 04 1261 04 162 01 Por m muitos agricultores consideram que em julho ainda existe o risco de geadas e deslocam a colheita para setembro Em julho ainda corre o risco de geadas o melhor em agosto e setembro Agricultor 27 268 QUADRO 6 35 FREQUENCIA EM QUE CADA M S CITADO PELOS ENTREVISTADOS COMO INTEGRANTE DA MELHOR POCA PARA COLHEITA M s com cita o de melhor colheita N mero de cita es Janeiro 04 Fevereiro 01 Mar o 00 Abril 00 Maio 00 Junho 04 Julho 21 Agosto 33 Setembro 11 Outubro 05 Novembro 05 Dezembro 04 Mattos 2011 em sua pesquisa com agricultores do PNC encontrou resultado semelhante constatando que a colheita feita em agosto em 45 16 dos casos seguido de setembro com 22 6 As colheitas em outubro e novembro 10 cita es aparecem principalmente nas regi es do basalto mais altas e mais frias sujeitas a geadas mais tardias assim os agricultores tendem a fazer a colheita mais tarde em que os riscos dessas geadas s o menores
95. a regi o pela sua produ o em ervais nativos e a um modo mais tradicional de produ o ligado agricultura familiar LOPES 2011 SOUZA 2010 Ainda o PNC se constitui na Regi o de Influ ncia da Floresta Nacional de Tr s Barras unidade de conserva o administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conserva o da Biodiversidade ICMBio onde o pesquisador exerce a fun o de analista ambiental Assim se constitui em uma rea de interesse da Institui o que possibilitou ao pesquisador a realiza o do presente Doutorado e devido a inser o do pesquisador na regi o facilita o acesso ao p blico e s institui es a serem pesquisadas Nesse espa o foram pesquisados os tr s sujeitos da pesquisa apontados nas categorias gerais ou seja Agricultores familiares e seus ervais Chefes dos escrit rios locais da Epagri e Secret rios Municipais de Agricultura Industriais do mate 4 3 AMOSTRAGEM Minayo 2010 p 160 pondera que em rela o ao tamanho da amostra O investigador que trabalha com abordagem qualitativa nunca pode esquecer se de que n o estuda um somat rio de depoimentos isso significa que a pr xis compreensiva pode at utilizar crit rios num ricos n mero de entrevistas mas n o necessariamente ser este o definidor de relev ncia muitas vezes esclarecidas pela fala de apenas um ou de pouco interlocutores p 92 Para Fraser e Gondim 2004 o essencial em uma pesquisa qualit
96. a se terminar 13 Manter como est 14 Adensar plantar no taquaral mata 15 Tirou o gado e cercou 16 Adensaria tiraria o gado se legisla o desbaste 17 continuar plantando 18 Pretende Tirar o gado em partes 19 Adensando o potreiro 20 Aumentando o cuido 21 Beneficiar 21 adensar o erval 3 SIGNIFICADOS DIMENS O AMBIENTAL INDICADOR 1 Porcentagem da rea da propriedade com cobertura florestal CRITERIOS QUANTIFICA O pr definidos ou constru dos a partir das respostas dos entrevistados 96 2 Porcentagem da rea florestal que tem manejo da erva mate Yo 3 reas florestais sem manejo de erva mate em ordem decrescente de tamanho 1 Mata sem manejo 2 Mataica va em rea mida 3 Ca va sem manejo 4 Ca va acabou EM 5 Mata em APP RL sem manejo 6 Capoeir o sem EM 4 Eros o aparente avalia o visual 1 Sem eros o 2 Eros o laminar de baixa intensidade 3 Laminar m dia intensidade 5 Import ncia da mata para os agricultores dados a serem reagrupados 1 Rela o com a conserva o das guas 2 Idem dos animais 3 Idem dos p ssaros mais especifico que o 2 4 Deixar mata para gera es futuras 5 Cumprir a lei 6 Gosta da mata 7 Temo seu papel mas leg n o deixa manejar 8 Bom para o meio ambiente 9 Conservar a natureza 10 Tem que deixar sen o tudo se termina 11 N o virar deserto 12 Conservar o verde 13 N o pode destr
97. afirmam que existe um s tipo de erva e as diferen as devem se ao ambiente ou est gio de vida Um grupo significativo de 28 n o identifica tipos diferentes e 22 identifica que existem diferen as mas n o conseguem apontar claramente quais seriam essas caracter sticas Assim se totaliza 64 dos agricultores que identificam tipos diferentes de erva mate se aproximando do percentual de 72 7 encontrado por Matos 2011 na regi o Tem a erva da folha gra da erva mais forte a folha mi da verde mais claro o chimarr o mais fraco Agricultor 10 Existe as de folha mi da as mais brilhenta e tem a pururuca que mais f cil de quebrar Agricultor 40 247 42 50 40 30 20 10 0 Pal Identifica tipos Identifica mas N o identifica diferentes e n o diferencia relaciona com claramente alguma caracter stica FIGURA 6 35 IDENTIFICA O DE TIPOS DIFERENTES DE ERVA MATE PELOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS No entanto nenhum agricultor prioriza algum tipo de erva para um manejo diferenciado ou mesmo para a coleta de sementes salvo quando identificam o que consideram como erva mate argentina que seria uma erva a ser eliminada dos ervais devido ao seu mau desenvolvimento e por ser rejeitada pelos compradores do mate Os agricultores relacionam a erva mate argentina com as caracter sticas de folhas brilhantes luminentas mau desenvolvimento e florescimento precoce
98. al 2002 seria necess rio selecionar machos e f meas com a m xima precis o com a finalidade de se constituir popula es de melhoramento Frente a isto e considerando que os jesu tas foram expulsos em 1768 com menos de 100 anos de cultivo da erva mate pouco prov vel que tenha ocorrido um processo avan ado de domestica o que pudesse diferir as plantas cultivadas das silvestres Por outro lado j existia a pol mica entre a qualidade da erva cultivada e nativa neste sentido podem se citar alguns relatos hist ricos apresentados por Linhares 1969 p 32 como o do padre Gaspar Rodero na poca das miss es que dizia a erva cultivada n o possu a tanta virtude como a das rvores silvestres dos montes Assim bem prov vel que a diferen a seria como hoje devido as condi es ambientais muito diferentes do cultivo em rela o ao ambiente natural 89 Os jesu tas foram expulsos em 1768 por a o dos espanh is e portugueses e apesar destes tentarem manter a atividade ervateira organizada n o o conseguiram pela falta de vis o excesso de cobi a e pilhagens LINHARES 1969 Segundo este autor e Kricun e Belingheri 1995 os ervais frente ao abandono e exagerada explora o entraram em decad ncia desaparecendo os ervais plantados e sendo degradados os nativos Desta forma tem uma longa interrup o os processos de sele o e melhoramento da erva mate em paisagens cultivadas 3 3 4 O in cio da pr
99. animal nesse sentido em 3 situa es citada a cria o de carneiros assim em todas as situa es um dos principais usos a cria o animal Esse um 161 fato importante ao se discutir formas de recupera o dos ervais pois se por um lado a press o animal considerada o principal problema da degrada o dos ervais essa cria o considerada o principal uso dessas paisagens Como outros usos s o citados a coleta de pinh es n 11 55 a retirada de lenha para uso pr prio n 9 45 e a pr pria colheita de erva mate em 35 das paisagens Aparecem ainda cita es referentes a coleta de plantas medicinais e apicultura ambos em duas situa es 10 n 2 S o de ocorr ncia t pica da regi o do sedimento e de reas mais planas j que est o correlacionadas com remanescentes de criadouros dos faxinais Apenas uma das paisagens 5 est na regi o do basalto A aptid o agr cola predominante de excelente 25 n 4 a boa 55 n 11 sendo regular nos 20 restantes Frente a esse grande potencial agr cola relevo de baixa declividade solos profundos e sem pedregosidade tendem a sofrer press o para serem convertidas em lavouras e fica uma pergunta porque essas reas n o foram convertidas para agricultura A maioria dos agricultores 65 n 13 responde que o sistema de associa o da floresta com produ o de erva mate madeira e lenha e cria o de gado era importante para a manuten o
100. autor As mudas utilizadas foram compradas na regi o em 67 das situa es produzidas na propriedade em um caso e parte produzida na propriedade e parte comprada na regi o em outro caso Dois agricultores continuam produzindo mudas e fazendo novos plantios Interessante destacar que apesar de se tratar de plantio aberto os agricultores preservaram algumas rvores ao longo da paisagem muitas delas 177 esp cies amea adas A arauc ria esta presente em 67 das situa es n 4 em tr s de forma esparsa e em uma de forma frequente A imbuia est presente de forma esparsa em apenas uma situa o Apesar de se tratar de ervais plantados a c u aberto os agricultores relatam que vendem a erva ao mesmo pre o da nativa Tr s dos agricultores 50 relataram que j sofreram questionamentos dos compradores Desses dois relatam que devido a terem volumes maiores de erva mate nativa a produ o acaba sendo incorporada como nativa Outro agricultor que tem apenas a erva mate plantada argumenta que teve questionamentos por m como n o utiliza aduba es as mudas s o oriundas de rvores nativas e existem arauc rias espalhadas por toda a rea a produ o sempre passa como nativa Esse assunto ser melhor discutido no item que aborda a comercializa o e caracteriza o da produ o Duas paisagens 23 est o na regi o do basalto em reas montanhosos e restritas para a agricultura As demais 67 est o em reas de sedim
101. blica Federativa do Brasil Bras lia DF 29 set 2011b Minist rio da Agricultura Agrofit Sistema de Agrot xicos Fitossanit rio Dispon vel em http agrofit agricultura gov br agrofit cons principal agrofit cons Acesso em 27 07 2018 BURTNIK O J Yerba mate manual de producci n INTA Agencia de Extensi n Rural Santo Argentina 2006 CABALLERO J CASAS A CORT S L MAPES C Patrones en el conocimiento OSU y Manejo de Plantas en pueblos Ind genas de M xico Revista de Estudios Atacamehos n 16 p 181 196 1998 CANOINHAS Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural Plano de Desenvolvimento Rural Canoinhas 2007 CANTERLE L P Erva mate e atividade antioxidante Disserta o de mestrado Tecnologia de Alimentos Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Florian polis 2005 CAPORAL F R COSTABEBER J A Agroecologia e extens o rural contribui es para a promo o do desenvolvimento rural sustent vel Bras lia MDA SAF DATER 2007 CARDOSO C F Escravo ou Campon s O Protocampesinato Negro nas Am ricas S o Paulo Brasiliense 1987 CARDOSO D J Vari veis dendrom tricas medidas em invent rios In Capacita o em invent rio de plantios florestais EMBRAPA Colombo PR 2009 CARMO M Argentina amea a fechar com rcio que vender erva mate acima da tabela BBC Brasil 2012 Dispon vel em http Awww bbc co uk portuguese noticias 2012 04 120424 argentina erva mc ac shtmi
102. c3sl ufpr br ojs index php alimentos article viewArticle 1279 Acesso em 22 12 2018 BRAGAGNOLO N KLOSOVSKI FILHO L Manual t cnico da erva mate Curitiba EMATER PR 1980 BRAGUINI W L Efeitos da deltametrina e do glifosato sobre par metros do metabolismo energ tico mitocondrial sobre membranas artificiais e naturais e experimentos in vivo Tese Doutorado em Ci ncias Bioqu mica Universidade Federal do Paran Curitiba 2005 BRANDENBURG A Agricultura familiar ONGs e desenvolvimento sustent vel Curitiba Editora UFPR 1999 BRANDENBURG A Movimento agroecol gico trajet ria contradi es e perspectivas In Desenvolvimento e Meio Ambiente Editora UFPR n 6 p 11 28 jul dez 2002 BRANDENBURG A A coloniza o do mundo rural e a emerg ncia de novos atores RURIS vol 4 n 1 p 167 194 mar o 20108 385 BRANDENBURG A Do Rural Tradicional ao Rural Socioambiental Ambiente amp Sociedade Campinas v XIII n 2 p 443 454 jul dez 2010b BRANDT M CAMPOS N J Uso comum da terra e pr ticas associativistas da popula o cabocla do planalto catarinense Geosul v 23 n 45 p 43 64 2008 BRASIL Lei no 4 471 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo C digo Florestal Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF 16 set 1965 Conselho Nacional de Meio Ambiente 1994 Resolu o no 04 de 4 de maio de 1994 Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil
103. capacidade produtiva CARMO 1998 GLIESSMAN 2000 Nesse sentido segundo Ferreira e Zanoni 1998 al m das diferentes formas sociais de apropria o dos meios de produ o e organiza o do trabalho que 44 permeiam as discuss es nos aspectos sociais e agr rios do meio rural tem se o recorte do uso dos recursos naturais e da sustentabilidade que enfoca a rela o entre t cnicas pr ticas agr colas e modelos de organiza o da produ o e apropria o da natureza nas suas m ltiplas conceitua es todas opondo agricultura moderna outras agriculturas cujos padr es tecnol gicos sejam mais adequados reprodutibilidade dos recursos naturais e ao mesmo tempo mais favor veis a uma sustentabilidade das pr prias explora es agr colas p 16 Esta maior preocupa o com a natureza implica em considerar que se por um lado a no o de reprodu o econ mica da agricultura familiar est associada gera o de uma renda suficiente para a manuten o da fam lia na contemporaneidade se adiciona mais um elemento esta concep o dominante ou seja o de gerar uma renda suficiente para manter a fam lia mas ao mesmo tempo usar os recursos naturais de forma sustent vel MOREIRA 1997 Frente a essa preocupa o ambiental cada vez mais ampla de acordo com Wanderley 2000b os espa os rurais passam a ser vistos como um bem coletivo como parte integrante de um patrim nio a ser preservado contra os u
104. comum que os manuais sobre a erva mate ou sobre aduba es em geral tragam tabelas de recomenda es de aduba es para a esp cie 2659 que a utiliza o da cobertura morta proveniente de restos da explora o da erva mate altamente recomend vel Louren o et al 1999 ap s avalia o de quatro safras concluiu que a utiliza o da cobertura morta proveniente do material residual da capina das entrelinhas do erval constituiu se numa pr tica recomend vel por propiciar as maiores produtividades e abrandar os efeitos de anormalidades do meio Zampier 2001 concluiu que a aduba o com mat ria org nica em mudas de erva mate proporcionou um aporte no crescimento em altura di metro e mat ria seca foliar sendo significativamente superior a testemunha e a m todos convencionais de aduba o qu mica NPK Essa resposta da erva mate aduba es org nicas pode estar relacionada ao fato de que nas condi es naturais apesar de se desenvolver em solos de baixa fertilidade sempre est inserida em um ecossistema florestal com alto aporte de biomassa e reciclagem de nutrientes Essa pondera o tamb m destacada por Santos Savian e Savian 2011 que consideram que a erva mate perfeitamente adaptada a solos nutricionalmente deficientes mas dependente da ciclagem de nutrientes e de outros mecanismos de intera o solo planta biota para se desenvolver satisfatoriamente Fossati 1997 tamb m pondera que os ervais nati
105. conceito que expressa a inter rela o entre a diversidade biol gica e a diversidade de sistemas socioculturais Por sua vez os produtos da sociobiodiversidade s o bens e servi os produtos finais mat rias primas ou benef cios gerados a partir de recursos da biodiversidade voltados forma o de cadeias produtivas de interesse dos povos e comunidades tradicionais e de agricultores familiares que promovam a manuten o e valoriza o de suas pr ticas e saberes gerando renda e promovendo a melhoria de sua qualidade de 158 Atualmente utiliza se a sigla REDD para definir qualquer atividade que esteja contemplada dentro do escopo previsto no mecanismo ou seja de Redu o de Emiss es do Desmatamento e Degrada o Florestal contemplando a conserva o manejo florestal sustent vel e o aumento dos estoques de carbono CENAMO et al 2009 304 vida e do ambiente em que vivem BRASIL 2009 O programa na regi o da Floresta com Arauc ria contempla a erva mate e o pinh o O PRONAF apesar de normalmente incentivar a produ o convencional com o uso do pacote agroqu mico WEID 2010 apresenta duas linhas espec ficas que podem ajudar na conserva o ambiental a agroecologia e florestas No entanto essas linhas representam pouco frente ao volume total de recursos O PRONAF Agroecologia na safra 2008 2009 representou apenas 0 02 e o PRONAF Florestal apenas 0 06 do total de recursos investidos no programa MAGA
106. da exporta o de erva mate do Paraguai a produ o ervateira ganha grande impulso iniciando o ciclo da erva mate Assim a partir da segunda metade do s culo XIX h o decl nio da atividade tropeira e se consolida a explora o da erva mate no PNC Nessa poca j com a regi o habitada por uma popula o atra da pelos ervais existia uma forte atividade ervateira portanto anterior chegada dos primeiros colonizadores europeus SOUZA 1998 A erva mate inicialmente era retirada de grandes reas p blicas ou devolutas que gradativamente foram distribu das coron is da regi o e posteriormente divididas em processos de coloniza o sempre convivendo com in meras posses de caboclos Vale destacar que a base da economia a erva mate a cria o de gado e em menor escala su nos atividades que muitas vezes eram desenvolvidas de forma conjunta originaram mais tarde os faxinais ou criadouros comuns sendo seus remanescentes normalmente conhecidos como ca vas A partir de 1873 com a conclus o da Estrada Dona Francisca ligando o PNC Joinville se intensifica a atividade econ mica na regi o e ao mesmo tempo acirra a disputa entre os estados do Paran e Santa Catarina j que nessa poca os limites estaduais sobre a regi o n o estavam definidos pois os atuais limites foram definidos apenas em 1916 SOUZA 1998 1981 Nesse sentido a regi o foi um dos principais palcos da Guerra do Contestado A Gue
107. da limita o estat stica da pesquisa frente a orienta o da amostragem essas UPEs tendem a representar a diversidade de paisagens dos ervais do PNC Predominam as UPEs sob cobertura florestal que representaram 77 58 da rea e 69 38 da produ o total Mais especificamente entre os ervais florestais apenas as ca vas forma es florestais em associa o com cria o animal ocupam 66 25 da rea e contribuem com 55 43 da produ o total pesquisada demonstrando a import ncia desse tipo de paisagem para a atividade ervateira do PNC e consequentemente da necessidade de se levar em considera o a presen a animal em estrat gias de manejo dos ervais e de conserva o dos remanescentes florestais As UPEs que se configuram como ervais nativos ocupam 91 89 da rea e totalizam 65 28 da produ o estudada Somando se as UPES plantadas sob cobertura florestal que normalmente tendem a ser consideradas nativas pelo mercado tem se 96 39 da rea e 81 24 da produ o N meros relativamente pr ximos aos dados oficiais do IBGE que situam a produ o nativa do PNC entre 93 estimativas safra 2011 e 71 censo agropecu rio 2006 Tanto nos ervais nativos quanto nos plantados observa se que medida que a cobertura florestal diminui aumenta a domestica o das paisagens frente maior intensidade de pr ticas de manejo ro adas desbastes aplica o de agrot xicos etc ou de outras interven es antr picas
108. da produ o total A produ o para autoconsumo correspondeu a um valor monet rio total de cerca de R 12 7 bilh es com um valor m dio anual de R 3 392 04 por estabelecimento ou seja um montante muito significativo que contribui de forma decisiva para a seguran a alimentar e a reprodu o social das fam lias rurais 37 aqui destacar que o autor omite a importante rela o que se estabelece com o ambiente natural que exerce grande import ncia nas estrat gias do agricultor familiar pois segundo Wanderley 2000b al m das rela es sociais o rural apresenta outra caracter stica fundamental a rela o espec fica dos habitantes do campo com a natureza com a qual o homem lida diretamente sobretudo por meio de seu trabalho e do seu habitat por m trata se de uma natureza rural que se configura como objeto de m ltiplas atividades e usos humanos afastando se da vis o de natureza intocada Nessa linha o projeto de vida dos agricultores familiares foge da racionalidade econ mica e produtivista pois planejar uma vida no campo projetar um modo de viver que subordina a efici ncia a racionalidade econ mico instrumental ao gozo da vida s aspira es do agricultor enquanto ser individual e n o ao contr rio BRANDENBURG 1999 p 282 Ao se discutir racionalidades vale lembrar que de acordo com Favareto 2007 a ideia de racionaliza o geralmente est ligada simplesmente a uma l gica instrume
109. de G es e Vasconcellos na abertura da Assembleia Legislativa Provincial em 15 de julho de 1854 Curityba Typ Paranaense 1854 GERHARDT 2012 358 mostr o mais propensos cultura dos cereaes e de outros generos alimenticios GERHARDT 2012 p 201 202 Assim aponta se para um preconceito hist rico que atualmente pode ser traduzido pelo esquecimento da produ o extrativa e na nfase aos modernos plantios retirando se a erva mate do ambiente florestal e a plantando muitas vezes como monocultura com todo seu pacote de modernas tecnologias De forma mais recente o esquecimento da erva mate nativa pode ser explicada pela concep o da separa o em paisagens de uso e paisagens de conserva o conforme visto no capitulo 2 Ou seja nessa concep o a floresta deveria ficar apenas para a conserva o da natureza e n o para o manejo de suas esp cies paisagem de conserva o enquanto as esp cies de interesse deveriam ser cultivadas em ambientes espec ficos paisagens de uso Para ilustrar essas situa es podem se citar alguns exemplos A Embrapa Florestas conforme j destacado no cap tulo 4 desenvolveu a prog nie Cambona 4 uma erva mate de sabor mais suave mesmo quando cultivada a pleno sol A justificativa da Embrapa para o seu desenvolvimento se baseia no fato de que a ind stria ervateira ga cha necessita para fazer um blend com a erva mate plantada mais amarga
110. de domestica o a Ilex paraguariensis n o teve um grande avan o em sua domestica o devido a particularidades do seu uso e de suas caracter sticas biol gicas e gen ticas que dificultaram o processo de sele o e consequentemente seu processo de domestica o Observa se limitado pela car ncia de uma caracteriza o gen tica detalhada que as caracter sticas das plantas cultivadas s o exatamente as mesmas das plantas nativas mesmo porque a maioria dos cultivos ainda feito a partir da coleta de sementes em erveiras nativas Por outro lado a cont nua devasta o das florestas e o isolamento dos ervais nativos aliados a a es tamb m cont nuas de promo es e manejo da erva mate na paisagem desde antes a chegada dos europeus deve ter interferido na gen tica das popula es da erva mate no sentido de rumar para a caracteriza o como uma planta em est gio incipiente de domestica o Assim poderia se concluir 54 A valoriza o dos ervais nativos mais um refor o para a busca de materiais gen ticos na floresta pois uma das principais preocupa es dos plantadores de erva mate ao comprarem suas mudas a exig ncia de que as sementes tenham sido obtidas em erveiras nativas e que n o sejam de erveiras cultivadas ou argentinas 97 que a erva mate estaria em um est gio intermedi rio entre uma planta silvestre a incipientemente domesticada mesmo que atualmente parte consider vel de sua rea de
111. de usos nos ervais florestais Conclui se assim que a atividade ervateira representa grande import ncia para a conserva o socioambiental PNC Por m medida que os ervais se afastam de paisagens florestais e se aproximam de paisagens de lavouras perdem gradativamente aspectos positivos relacionados a essa conserva o socioambiental Constatou se que a prefer ncia do mercado por uma erva mate que produza um sabor mais suave est normalmente vinculada a ervais sombreados em ambiente florestal formado por erveiras nativas ou mesmo plantadas desde que atrav s de sementes mudas nativas da regi o e com um manejo que respeite o ritmo da natureza As institui es de ATER praticamente n o trabalham com a atividade ervateira configurando uma invisibilidade da atividade para essas institui es As institui es de pesquisa de forma geral limitam seu trabalho ao manejo de ervais plantados A busca de um melhor manejo amparado legalmente que consiga compatibilizar al m da conserva o gen tica produ o significativa de erva mate com as demais fun es sociais e ecol gicas dos ervais respeitando as formas de manejo tradicionais na maioria das vezes associadas com a cria o de gado constitui um grande desafio no Palavras chave Agricultura familiar Conserva o socioambiental Erva mate Paisagem Planalto Norte Catarinense ABSTRACT The Yerba Mate llex paraguariensis St Hil is a native tre
112. deixam nada de folhas 29 deixam apenas o baixeiro que se constitui em deixar algumas folhas logo abaixo do ponto de corte figura 6 42 21 deixam apenas cerca de 5 de folhas e somente 6 dos agricultores deixam uma quantidade maior entre 15 e 20 de folhas figura 6 43 O pai dizia que o baixeiro era o cora o da erva eu sempre deixo Agricultor 32 143 Com exce o de Medrado et al 2002 que cita o experimento realizado na Argentina por Burtinik Nesse experimento o pesquisador trabalhou com erveiras que tinham sido submetidas decepas sendo rebaixadas a 20 cm Por ocasi o da colheita foram realizados 4 tratamentos com 3 repeti es Quatro anos depois constatou que as erveiras com 100 de colheita das folhas teve um rendimento de 3 875 kg ha frente a 8 000 kg ha no tratamento com colheita de 70 das folhas Por se tratar de um resumo s o poucos os detalhes da pesquisa BURTNIK 1997 276 LGS ar FIGURA 6 42 ERVEIRAS PODADAS EM QUE FOI MANTIDO APENAS ALGUMAS FOLHAS LOGO ABAIXO DOS PONTOS DE CORTE O BAIXEIRO TR S BARRAS SC FONTE o autor Entre 15 e 20 Entre 5 e 10 Apenas o N o deixa baixeiro FIGURA 6 43 PERCENTAGEM DE AGRICULTORES EM RELA O QUANTIDADE DE FOLHAS DEIXADAS NO PROCESSO DE COLHEITA DA ERVA MATE Verifica se que a tend ncia de se deixar poucas ou nenhuma folha nas erveiras no processo de colheita n o se deve predomin ncia de venda da erva mate
113. demanda restrita orienta o quanto coleta de sementes produ o de mudas e controle de pragas Fica aqui a quest o se a demanda pequena porque os agricultores n o se interessam em procurar apoio para a atividade ervateira ou se avaliam que as institui es de ATER n o podem lhe auxiliar na atividade ervateira tanto no aspecto de apoio em geral quanto pela falta de conhecimento t cnico j que os t cnicos tendem a estar preparados para trabalhar essencialmente com plantios lavouras cria es Nesse sentido um fator importante que n o foi objeto de uma pergunta direta mas mencionado por 54 dos entrevistados foi a dificuldade sentida pelos agentes da ATER de se trabalhar com a erva mate nativa em um sistema extrativo e n o como uma planta o monocultura o relato abaixo ilustra bem essa quest o At trabalhamos como os plantios de erva mas n o deram muito certo a erva n o ia muito bem n o crescia era muito desuniforme quem planta p nus e eucalipto v a floresta crescer parelho e depois mesmo aquelas que iam bem as ind strias n o queriam muito queriam a nativa e ainda tinha a broca que acaba com os plantios de erva foi ficando s a nativa Agente ATER 02 Isso pode apontar no sentido de que se os plantios de erva mate como monocultura tivessem prosperado poderiam ter o apoio da ATER j que se tratariam de agroecossistemas planta es aos quai
114. descont nua as Inspirado no manual de copas praticamente n o se Avalia o ecol gica tocam muitas rvores isoladas R pida SAYRE et al penetra o direta de raios 2003 solares na maior parte da rea 2 Rala Poucas copas se tocam presen a de rvores isoladas penetra o de raios solares diretos em grande parte da rea 3 Mediana Algumas copas se tocam menor penetra o de raios solares diretos 4 Densa A maioria das copas se toca pouca penetra o de raios solares diretos 5 Muito densa A quase totalidade das copas se toca m nima penetra o direta de raios solares 3 PRESEN A DE GRAM NEAS 425 Esse indicador tem correla o direta com o anterior pois o desenvolvimento das gram neas est principalmente vinculado a uma boa insola o da rea Assim quanto maior a abertura do dossel maior a insola o e maior o desenvolvimento de gram neas Por outro lado as gram neas s o favorecidas por ro adas constantes j que devido ao seu h bito de crescimento acabam dominando a superf cie do terreno O mesmo efeito causado pelo pastoreio que acaba favorecendo a forma o de pastagens perenes os potreiros Dessa forma a presen a e intensidade de gram neas um importante indicador pois reflete o raleamento da mata a const ncia das ro adas e a intensidade do pastoreio ou seja pr ticas e manejos essenciais no estudo dos ervais e ca vas do Planalto
115. devido a ser plantada junto a forma es florestais passa a ser considerada como nativa pelos compradores do mate Essa discuss o ser aprofundada no cap tulo 8 incorporando a an lise das paisagens e a opini o dos industriais do mate A comercializa o do mate Forma de venda As formas de venda da erva mate identificadas nessa pesquisa foram no p o produtor vende a erva mate aos compradores para que esses realizem a colheita no barranco o agricultor o respons vel pela colheita seja com a m o de obra familiar de vizinhos ou mesmo contratada por m sem transport la na ind stria al m de ser o respons vel pela colheita o agricultor faz o transporte at o p tio da ind stria beneficiada o agricultor processa a erva mate na propriedade e a vende beneficiada no mercado Em junho de 2012 os pre os em reais pelo kg de erva mate variavam de 0 35 a 0 40 no p 0 45 a 0 55 no barranco 0 55 a 0 60 na ind stria De acordo como Quadro 6 24 a maioria dos produtores venda a erva no p 53 seguida pela venda no barranco 32 e em menor propor o aparece a venda direta na ind stria 13 apenas um produtor beneficia e vende a erva mate direto no mercado Destaca se que a venda no barranco significativa por aqueles que produzem at 5 000 kg ano perfazendo 55 dos produtores dessa faixa de produ o o que pode ser explicado devido ao menor
116. do capricho dos colhedores o que pode comprometer o erval O processo de poda dos ervais ser melhor discutido na se o 6 4 10 Os agricultores consideram essenciais os cuidados com as ro adas 55 com a limpeza do erval no sentido que o erval n o deve ter um sub bosque que possa competir com a erva mate ou atrapalhar a colheita Um erval sem ro adas frequentes considerado abandonado normalmente apresentando baixa produ o A preocupa o com o excesso de gado destacada por 38 dos entrevistados em muitos casos inclusive considerando necess ria a exclus o dos animais Percebe se que na verdade a preocupa o com o excesso de gado bem maior do que surgiu nessa pergunta pois prov vel que os agricultores tenham raciocinado em fun o dos manejos diretos aplicados erva mate e n o nos fatores mais gerais A influ ncia do gado nos ervais ser abordada na se o 6 4 4 A necessidade de uma boa muda destacada naturalmente por aqueles que se dedicam aos plantios que destacam tanto a qualidade da muda quanto a sua origem defendendo a import ncia de uma muda nativa nesse caso considerada 215 como a muda produzida a partir de sementes colhidas em erveiras nativas da regi o do PNC Esse aspecto ser melhor discutido na se o 6 4 6 QUADRO 6 25 CUIDADOS OU A ES NECESS RIAS PARA SE CONSEGUIR UM BOM ERVAL NA OPINI O DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS O que necess rio
117. dos Pardos que em 2005 possu a uma popula o de apenas 50 ndios e uma rea de 758 ha ICMBIO 2006 De acordo com Souza 2009 a ocupa o do PNC tem forte rela o com o processo de liga o entre Rio Grande do Sul e S o Paulo que se inicia ainda no princ pio do s culo XVIII Dessa forma a ocupa o das matas mistas dos planaltos catarinense e paranaense est relacionada com o ciclo do gado com locais de pousio abastecimento e registro das tropas que por a passavam levando animais e alimentos para Sorocaba em S o Paulo Inicialmente a forma o social da regi o era constitu da por fazendeiros e seus agregados al m de uma consider vel popula o posseira vivendo s margens das grandes fazendas e reas de matas Tratava se de uma popula o 126 fortemente miscigenada ndio branco e negro conhecida por cabocla BRANDT CAMPOS 2008 Para essa popula o a extra o de erva mate sempre foi uma alternativa econ mica principalmente para aqueles marginais ao sistema tropeirista e da cria o de gado pois desenvolviam sistemas de troca de erva mate por sal algod o e farinha SOUZA 1996 Essa popula o cabocla habitava as reas de florestas onde cultivava pequenas ro as e criava animais soltos principalmente su nos em encerras dos pinheirais normalmente criados em comum CARVALHO 2006 Por m a partir da segunda d cada do s culo XIX com a abertura dos portos brasileiros e da proibi o
118. dos agricultores ao se percorrer os ervais nativos percebe se que essa quest o de grande import ncia pois preocupa a grande maioria dos agricultores Assim a forma de se fazer a pergunta que originou o Quadro 6 25 n o conseguiu captar essa preocupa o Essa discuss o desenvolvida a seguir 216 6 4 2 Sol ou sombra um conflito entre produ o qualidade e sustentabilidade Para melhor desenvolver essa discuss o inicialmente se apresenta uma breve referencial te rico e em seguida se discute a percep o e os manejos dos agricultores A luz um dos mais importantes fatores para o desenvolvimento das plantas devido sua convers o em energia atrav s da fotoss ntese e ainda interferir em diversos processos que implicam no crescimento dos vegetais WHATLEY 1982 A erva mate considerada uma esp cie cl max e esci fila Ela suporta sombra em qualquer idade tolerando luz e o frio tamb m podendo ser considerada como umbr fila CARVALHO 1994 Andrade 2004 cita que na erva mate a luz pode interferir na quantidade de biomassa foliar na produ o e concentra o de clorofilas e na composi o qu mica das folhas afetando o sabor e aroma Dessa forma a luz influencia os dois grandes aspectos da produ o da erva mate o produ o da biomassa e a sua qualidade sabor De forma geral as plantas mesmo as esp cies umbr filas geralmente alcan am maiores produ es de fitomassa quando expostas a maior intensidade lumi
119. e percorridos os ervais os pedregosidade foram avaliadas visualmente ao serem problemas de drenagem foram avaliadas atrav s da localiza o dos terrenos em rela o aos rios e c rregos e pela da presen a de esp cies indicadoras a profundidade e a classe do solo foi avaliada atrav s da observa o de perfis de solos e principalmente por meio de tradagens ao longo das reas 4 5 3 Roteiro de entrevista com os extensionistas e secret rios municipais de agricultura Roteiro de entrevista com os industriais O roteiro de entrevista semiestruturada para os extensionistas e secret rios municipais teve como principal objetivo captar a vis o dos entrevistados em rela o import ncia da erva mate no munic pio a exist ncia de programas de apoio ou 113 trabalhos realizados com a esp cie e as perspectivas da institui o em rela o a futuros trabalhos com a erva mate As entrevistas foram pr agendadas realizadas com os chefes dos escrit rios locais da Epagri e Secret rios Municipais de Agricultora dos sete munic pios que tiveram agricultores entrevistados As entrevistas tiveram a dura o de aproximadamente uma hora e trinta minutos O roteiro de entrevista est inserido como Anexo VII O roteiro de entrevista semiestruturada dos industriais foi elaborado visando principalmente a obten o de informa es referente a exist ncia de pre os diferenciados em rela o erva mate nativa ou plantada e quais
120. em descrever o processo de determina o das diferentes paisagens na primeira parte no item 6 2 que apresenta as paisagens do mate do PNC A maioria dos indicadores foi relatada de forma descritiva por m alguns foram relatados de forma pr categorizada Esses indicadores bem como os das entrevistas com os agricultores e uma breve descri o quando considerada necess ria est o no anexo Ill Por m devido a necessidade de um maior detalhamento a seguir se descreve os crit rios utilizados para a determina o do ndice de conserva o florestal ICF e da aptid o agr cola dos solos O ndice de conserva o florestal ICF Sendo o objetivo geral da tese estudar as diferentes paisagens de ervais do Planalto Norte Catarinense e sua rela o com a conserva o socioambiental no mbito da agricultura familiar frente a hip tese de que grande parte da produ o da erva mate ocorreria em paisagens florestas doravante denominados Er PF Ervais em Paisagens Florestais fez se necess rio utilizar uma metodologia de avalia o que permitisse comparar o estado de conserva o dessas florestas em fun o dos diversos tipos de manejos a que est o submetidos No entanto uma avalia o baseada nos procedimentos tradicionais de fitossociologia que cientificamente seriam os mais indicados demandaria uma grande quantidade de tempo e de recursos para a sua execu o al m de conferir tese um foco eminentemente voltado
121. em lavouras Os motivos da n o convers o para 71 dos agricultores n 5 deve se a import ncia do sistema floresta erva mate madeira lenha consorciado com o gado que acabou sendo protegido pela legisla o valendo as mesmas observa es feitas na paisagem Erval em Ca va Em apenas um caso a erva mate de forma isolada foi a determinante para a conserva o da paisagem florestal V ERVAL EM CA VA MUITO ABERTA Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal mais aberta ICF entre 5 0 e 7 0 em transi o para potreiro no entanto no conjunto da rea ainda se enquadra no m nimo como em est gio m dio de regenera o de acordo com a legisla o Produ o oriunda de rvores nativas e presen a constante de animais As pastagens s o bem formadas e se destacam na paisagem Como as demais 39 Nesse estudo o Guamirim Myrcia sp apresentou o maior Valor de Import ncia 165 ca vas s o formadas por um mosaico de reas mais abertas e mais fechadas o que se acentua nessa paisagem j que aparecem reas quase totalmente abertas e algumas reas um pouco mais fechadas As tr s UPEs identificadas representam 5 das paisagens avaliadas 5 5 da rea e contribuem com 6 2 da produ o A m dia das produtividades atinge 912 kg ha ano mas tamb m s o muito vari veis 214 a 1 941 kg ha ano Nessa pesquisa foram identificados apenas tr s ervais classificados nessa paisagem todas com grande semelhan a fis
122. em outro utilizada ro ada a cada dois anos complementadas com o uso de herbicidas Ervais Plantados Abertos com ou sem lavouras apresentam ro adas anuais em 90 e bianuais em 10 dos casos no entanto em 90 das situa es trata se de utiliza o anual de herbicidas Assim pode se considerar que a realiza o de ro adas uma pr tica de manejo presente na grande maioria dos ervais predominando a frequ ncia anual e bianual sendo as ro adeiras manuais o principal instrumento utilizado No entanto 230 nos plantios particularmente nos n o florestais na verdade trata se do uso anual de herbicidas O uso dos herbicidas e outros agrot xicos ser abordado na se o 6 4 7 Vale ainda destacar o bom controle da vegeta o herb cea e arbustiva atrav s da utiliza o de su nos criados soltos no Erval Sombreado localizado em Irine polis e da utiliza o controlada atrav s de piquetes com cerca el trica de b falos em um Erval Plantado em Ca va no munic pio de Tr s Barras Outro agricultor em Irine polis realiza a ro ada apenas nas reboleiras em que se concentram as erveiras deixado o restante da rea sem ro ar diminuindo o trabalho e mantendo um ambiente mais pr ximo ao natural S o experi ncias interessantes que poderiam ser mais bem estudadas e potencializadas visando a diminui o do uso de ro adas e de herbicidas nos ervais O uso intensivo de ro adas pode prejudicar a reciclagem de nutrientes pois
123. erva mate pode trazer preju zos para o meio ambiente e para a sa de humana podendo ainda atuar na biota do solo prejudicando as rela es ainda desconhecidas solo planta que permitem a erva mate se desenvolver em solos pouco f rteis Vale ressaltar que por 12 GOX C Glyphosate Roundup Herbicide Factsheet J Pest Ref v 18 p 3 17 1998 15 MARTINEZ T BROWN K Oral and pulmonary toxicology of the surfactant used in Roundup herbicide Proc West Pharmacol Soc Tucson v 34 p 43 46 1991 128 Medrado e Mosele 2004 relatam que foram realizados estudos pela EMBRAPA FLORESTAS e UFPR ainda no ano de 1998 visando documentar uma solicita o da Empresa Monsanto ao Minist rio da Agricultura com o objetivo de obter o registro para o uso do glifosato na erva mate Por m os resultados n o foram conclu dos e n o se teria not cias de que empresa tenha procurado registrar o produto 259 n o se tratar de um produto registrado qualquer res duo de glifosato pode comprometer a qualidade e comercializa o da erva mate Uma not cia que ligue a produ o da erva mate com o uso de agrot xicos ainda mais de agrot xicos n o autorizados pode comprometer a aceita o do mate PNC e o processo de IG Lagartas e piretr ides O uso de inseticidas concentrado para o controle das lagartas que atacam as folhas da erva mate Thelosia camina Hylesia sp normalmente de outubro at o final da primeira quinzena de d
124. ervateira mas de pr ticas de preparo do solo para as culturas anuais N o se observa a utiliza o de aduba es qu micas o que aproxima ainda mais a atividade 378 das normas da produ o org nica A possibilidade da utiliza o de res duos das ind strias de celulose e de reciclagem de papel necessita ser acompanhada com o m ximo cuidado frente aos riscos de contamina o ambiental da contamina o da produ o ervateira e do comprometimento do processo de IG A utiliza o de agrot xicos inseticidas e herbicidas nos ervais mostrou se significativa abrangendo 45 dos agricultores 31 8 das paisagens 15 4 da rea e 41 9 da produ o A maior percentagem da utiliza o de agrot xicos em rela o produ o do que em rea indica que o uso de agrot xicos incide principalmente em reas de produ o mais intensiva Constata se ainda que os agricultores e industriais n o relacionam os agrot xicos mais utilizados glifosato e piretr ides como produtos perigosos ou que possam deixar res duos na erva mate relacionando os algumas vezes a produtos naturais apesar de serem danosos sa de humana ao meio ambiente e deixarem res duos nas plantas em que s o utilizados O apelo presente no meio rural no sentido de se considerar normal a utiliza o de agrot xicos aliado eleva o dos pre os da erva mate tende a aumentar ainda mais a utiliza o desses produtos Nesse sentido a situa
125. espont neas Glifosato e seus riscos Em todas as situa es o herbicida utilizado o glifosato um dessecante que controla a grande maioria das plantas herb ceas Esse uso tamb m est relacionado com uma maior abertura da cobertura florestal pois quanto maior a insola o maior a tend ncia da prolifera o de gram neas Constatou se que justamente no controle de gram neas que os agricultores concentram o uso de herbicidas Observou se que os agricultores n o consideram o glifosato assim como os herbicidas em geral como agrot xicos ou venenos mas o relacionam com um produto seguro sa de a ao meio ambiente O glifosato N fosfonometil glicina um herbicida classificado como n o seletivo sist mico p s emergente normalmente enquadrado como dessecante um dos agrot xicos mais comercializados no mundo A aplica o de glifosato pode resultar na presen a de res duos tanto na colheita das plantas quanto em animais que se alimentaram dessas plantas Apesar de ser considerado pouco t xico o 252 glifosato pode impedir a a o de fun es enzim ticas nos animais Estudos realizados com ratos demonstraram perda de peso descarga nasal e morte de matrizes gr vidas al m de desordens digestivas Caracteriza se ainda como irritante d rmico e ocular podendo causar danos hep ticos e renais quando ingerido em doses elevadas No solo pode ser rapidamente degradado ou permanecer durante longo
126. evolutivo atrav s da sele o humana de fen tipos nas popula es que resultam em mudan as nos seus gen tipos tornando as mais teis ao uso humano e melhor adaptadas s interven es humanas no ambiente e assim o manejo destas popula es de plantas seriam acompanhados de um processo de domestica o da paisagem Nesse sentido Parra Blancas e Casas 2012 consideram que apesar da maioria dos estudos de domestica o analisar os processos que ocorrem a n vel das popula es biol gicas essencial considerar o processo em n vel de paisagem em que s o modelados componentes f sicos bi ticos e culturais a partir de suas inter rela es e processos A domestica o da paisagem se configura como um processo cultural em que as a es humanas sobre o ambiente v o se acumulando ao longo do tempo HARRIS 1989 Dessa forma tanto o processo de domestica o de paisagens quanto de plantas gradativo e passa por diversos est gios de desenvolvimento ou de intensidade de interven o antr pica De acordo com Clement 1999 2001 o gradiente da intensifica o de domestica o das paisagens pode ser enquadrado nas seguintes categorias Pristina paisagem sem manipula o humana do ambiente Promovida paisagem com um m nimo de interven o humana em que indiv duos ou popula es s o favorecidas Manejada paisagem na qual a abund ncia e diversidade de plantas teis s o favorecidas por uma alt
127. falos Para os agricultores os animais t m a fun o de ajudar na limpeza do erval e gerar renda extra Em uma das situa es s o realizadas ro adas espor dicas e na outra a cada dois anos Em uma das paisagens utilizado inseticida de forma espor dica para o controle das lagartas N o s o utilizadas aduba es As produtividades encontradas foram de 1 041 e de 3 836 kg ha ano sendo que a menor produtividade est relacionada a um erval mais jovem que ainda n o atingiu o pico de produ o Na percep o dos agricultores a produ o esta aumentando Ambos os plantios foram realizados totalmente com mudas pr prias a partir de sementes colhidas na propriedade ou pr ximas Em nenhuma das situa es os agricultores tiveram restri es de comercializa o pelo fato do erval ser plantado Destaca se ainda a presen a de esp cies arb reas amea adas Nas duas paisagens a imbuia presente de forma esparsa em uma a arauc ria frequente e em outra muito frequente Essas paisagens demonstram a viabilidade de se conservar a floresta agregando valor floresta em p atrav s do plantio da erva mate Ambas as paisagens est o localizadas em reas de excelente aptid o agr cola e segundo os propriet rios n o foram convertidas para agricultura devido a import ncia que tinha o sistema integrado entre floresta e cria o de gado tanto no 170 aspecto econ mico quanto cultural O plantio da erva mate voltou a tornar a
128. import ncia dos taquarais na forma o dos ervais nativos ser discutido na se o 6 4 5 159 N o s o utilizadas para pastejo 7136 n 5 ou no m ximo para pastejo eventual 29 n 2 de acordo com o descrito na paisagem anterior O principal uso o extrativismo da erva mate 100 complementado com a destina o da rea como RL n 2 29 Como outros usos s o citados a retirada de lenha para uso pr prio n 5 73 madeira para uso pr prio e pastoreio em 29 dos casos n 2 coleta de plantas medicinais e apicultura em um caso 14 Ill CA VA Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal em est gio intermedi rio de conserva o ICF entre 16 00 e 10 00 produ o oriunda de rvores nativas e presen a constante de animais Tratam se de reas historicamente utilizadas de forma consorciada entre produ o florestal erva mate madeira e lenha e produ o animal principalmente bovinos o que lhes confere um aspecto caracter stico de mata com o solo recoberto com gram neas rasteiras em forma de pastagem Importante destacar que todas as paisagens classificadas como Ca vas apresentam se como reas muito heterog neas formando um mosaico de reas mais abertas e reas mais fechadas sendo de dif cil caracteriza o mesmo empregando levantamentos fitossociol gicos tradicionais Assim a classifica o das ca vas em fun o de sua cobertura leva em considera o o tipo de cobertura p
129. instrumental moldaram os padr es tecnol gicos as pr ticas de produ o a organiza o burocr tica e os aparelhos ideol gicos do Estado A natureza deixa de ser fonte de simboliza o e significa o da vida suporte e potencial da riqueza material e espiritual dos povos para se converter em fonte de mat rias primas desvalorizadas que alimentam a acumula o do capital em escala mundial Na agricultura processo de moderniza o desloca as economias tradicionais impondo processos de perdas de terras e saberes gerando desigualdades sociais pelas condi es n o equitativas de distribui o e acesso aos recursos naturais e econ micos Nesse sentido nessa tese ao se estudar a import ncia da erva mate junto a esse segmento necess rio ultrapassar uma an lise apenas t cnica econ mica e abarcar aspectos mais subjetivos e os ligado cultura pois 39 O estabelecimento agr cola um objeto social que n o pode ser compreendido apenas pela economia pela agronomia ou pela sociologia Estamos consequentemente condenados a tentar uma s ntese destas diferentes realidades LAMARCHE 1998 p 62 1 2 A AGRICULTURA FAMILIAR E A MODERNIZA O DA AGRICULTURA De acordo com Santos 1991 a hist ria do homem marcada por uma ruptura progressiva entre o homem e o seu entorno que se acentua com a cria o de novos instrumentos para dominar para artificializar a natureza Inicialmente cada grupo humano constru a seu espa
130. interna quanto sua fisionomia muitas vezes formando mosaicos sendo representadas a partir da situa o mais comum A principal UPE s o as ca vas sendo que os tr s tipos nativos UPEs 3 4 e 5 totalizam 30 situa es encontradas que representam 45 45 do n mero de UPEs ocupam 64 11 das reas e contribuem com 45 29 da produ o 180 Ervais Nativos FIGURA 6 17 PERFIL DAS UNIDADES DE PAISAGEM DOS ERVAIS NATIVOS E PLANTADOS Fonte elaborada pelo autor Desenho Robson Neves Michel 181 pesquisada Somando se a UPE 7 Erval Plantado em Ca va 2 situa es se atinge uma contribui o de 48 48 do n mero de UPESs 66 25 da rea e 55 43 da produ o Confirma se assim a import ncia desse tipo de paisagem para a produ o de erva mate no PNC QUADRO 6 5 UNIDADES DE PAISAGENS DOS ERVAIS IDENTIFICADAS NO PLANALTO NORTE CATARINENSE E RESPECTIVAS QUANTIDADES AREA TOTAL AREA MEDIA PRODU O DE ERVA MATE MEDIA DAS PRODUTIVIDADES E INDICE DE CONSERVA O FLORESTAL MEDIO Unidade de Paisagem QT rea rea Produ o Produ o M dia das ICF total m dia total Kg m dia Produtividades m dio ha ha por UPE Kg ha ano Kg 1 Erval em Mata 04 19 3 4 82 3 432 858 176 17 37 2 Erval em Mata 07 31 3 4 47 23 006 3 287 978 11 71 Aberta 3 Erval em Ca va 20 229 1 11 45 71 558 3 577 384 12 17 4 Erval em Ca va 07 101 6 14 51 5
131. j que havia se constatado que a presen a de grande quantidade de fragmentos florestais no entorno da REBIO se interligavam a ela por meio das cabrucas ARA JO et al 1998 Devido ao potencial de conserva o da biodiversidade e conectividade biol gica ONGs ambientalistas promovem a manuten o e recupera o de reas de Cabruca na regi o cacueira PIASENTINI 2011 Esses potenciais tamb m s o v lidos para os ervais florestais devido a semelhan a com as cabrucas A fragmenta o tamb m implica em uma maior rea de bordas sendo borda a zona estreita de transi o entre habitat ODUM BARRETT 2007 Estas bordas podem formar transi o abrupta entre a floresta e a paisagem adjacente alterada implicando em maior penetra o de radia o solar e de ventos e mudan as nos fluxos da gua e dos nutrientes resultando em altera es microclim ticas ao longo de uma ampla faixa influenciando na riqueza e abund ncia das esp cies dentro dos fragmentos GASCON et al 2000 LAURENCE e VASCONCELOS 2009 SAUNDERS et al 1991 Tamb m nesse sentido os ervais florestais podem oferecer uma transi o menos abrupta contribuindo para a diminui o do efeito de borda em remanescentes mais conservados Cockle Leonard e Bodrati 2005 estudando a abundancia de esp cies de p ssaros de uma reserva florestal em rela o a um plantio de erva mate sob cobertura florestal no Paraguai constataram que 66 das esp cies de p ssaros presentes
132. local passa a ser considerado nativo 7 1 3 Diferenciando a erva mate nativa da plantada avalia o na ind stria Devido aos crit rios gerais apontados pelos industriais a classifica o apenas pela fisionomia do erval dificultada pois um alinhamento que poderia caracterizar um erval plantado devido ao sombreamento adequado e utiliza o de mudas da regi o pode ser considerado nativo para a ind stria Nesse sentido a nica fisionomia que pode ser considerada caracter stica de um erval restrito para a ind stria um erval na forma de cultura agr cola de monocultura sem a presen a de cobertura florestal Ainda nesse caso conforme visto acima um dos industriais argumenta que se a muda for da regi o e de boa qualidade a produ o pode n o sofrer restri es Frente limita o da fisionomia do erval os industriais listam uma s rie de caracter sticas que podem diferenciar a planta de erva mate considerada nativa da plantada sendo que para 70 dos entrevistados essa classifica o pode ser feita na ind stria sem a necessidade de se visitar o erval As caracter sticas que indicam que a erva mate teria restri es ou seja que seria plantada est o descritas no quadro 7 1 Todos os entrevistados 100 levam em considera o o sabor das folhas ao serem mascadas considerando a plantada mais amarga Em seguida listada uma s rie de caracter sticas ligadas morfologia das folhas das erveiras pla
133. maior estabilidade do erval e por outro lado a necessidade de luminosidade para um maior desenvolvimento e produ o das erveiras procurou se compreender um pouco melhor a l gica dos agricultores frente a essa situa o Quanto percep o das necessidades da erva mate em rela o mais sombra ou sol as respostas foram bem amplas necessitando serem agrupadas Conforme exposto no quadro 6 26 um grupo majorit rio 54 considera necess rio se buscar um equil brio entre a sombra e a entrada de sol o que estaria de acordo com a discuss o te rica apresentada acima Um grupo menor 18 desconsidera a necessidade da sombra e tende a defender de quanto mais aberta for a mata melhor seria para a erva mate Ainda aparecem mais duas tend ncias entre aqueles que consideram importante ter tanto sol quanto a sombra 18 d o mais nfase necessidade do sol e 10 necessidade da sombra Assim podemos considerar que 64 defendem o equil brio ou a necessidade de sombreamento dos ervais 10 Destaca a necessidade da sombra 18 Destaca a necessidade do sol 18 Quanto mais aberto melhor 545 Equil brio entre sol e sombra K 0 10 20 30 40 50 60 FIGURA 6 26 PERCEP O DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS QUANTO A NECESSIDADE DE SE TER MAIS SOL OU MAIS SOMBRA EM UM ERVAL 219 Por m essas respostas s o de dif cil interpreta o pois cada agricultor possui um referencial diferente Para quem te
134. marco legal e as op es para sua identifica o Estudos Sociedade e Agricultura Rio de Janeiro vol 18 n 1 P 127 157 2010 DELPHIM C F M Patrim nio cultural e Geoparque Geologia USP Publica o Especial v 5 p 75 83 2009 DELPOUX M Ecossistema e paisagem M todos em Quest o n 07 S o Paulo Instituto de Geografia USP 1972 DENARDIN V F SULZBACH M T Produtos com identidade territorial o caso da farinha de mandioca no litoral paranaense In SAQUET M A SANTOS R A Geografia agr ria territ rio e desenvolvimento S o Paulo Express o Popular 2010 DIEGUES A C Etnoconserva o da natureza Enfoques alternativos In A C Diegues Etnoconserva o Novos rumos para a prote o da natureza nos Tr picos S o Paulo Hucitec NUPAUB p 1 46 2000 O mito moderno da natureza intocada S o Paulo Hucitec 3a Ed 2001 DINERSTEIN E et al A Workbook for developing biological assessments and developing Biodiversity Visions for ecological conservation Part Terrestrial ecosystems WWF Conservation Science Program 2000 DONADUZZI C M CARDOZO E L Varia o nos teores de polifen is totais e taninos em dezesseis prog nies de erva mate llex paraguariensis St Hill cultivadas em tr s munic pios do Paran Arquivos de Ci ncias da Sa de da UNIPAR v 7 n 2 p 129 133 2008 DORNELES R C Produtos Florestais Erva mate Boletim do DERAL Departamento de Eco
135. mas a explora o predat ria da Floresta com Arauc rias continuou atrav s de in meras serrarias nacionais 128 e seus descendentes seguidos de minorias de italianos espanh is portugueses e outros Os imigrantes ao introduzirem o seu modo de vida com suas plantas e animais tamb m produziram profundas transforma es na paisagem A partir de 1930 a economia do mate entra em crise e a economia regional alavancada pela chegada dos imigrantes se desenvolve na produ o agr cola e pecu ria aliada a uma forte ind stria extrativa da madeira no entanto a extra o e o beneficiamento da erva mate continuam sendo de grande import ncia para a regi o Este fortalecimento da agricultura e pecu ria se intensifica a partir da d cada de 1970 com o processo de moderniza o da agricultura brasileira A abertura de novas reas para lavouras com destaque para soja e batata e pastagens provoca a erradica o de grandes reas de florestas e ervais nativos bem como de matas e ervais das pequenas propriedades que intensificam sua produ o agr cola Nessa poca tamb m se destaca a implanta o de grandes reas de plantios de p nus com aux lio de significativos incentivos fiscais No entanto de forma diferente de outras regi es os ervais nativos ainda resistem e produzem a quase totalidade da produ o ervateira do PNC sendo a regi o do PNC a maior produtora de erva mate de Santa Catarina SOUZA 1998 2009 At
136. modalidades de an lise de conte do a an lise tem tica consiste em 114 descobrir os n cleos de sentido que comp em uma comunica o cuja presen a ou frequ ncia tenham algum significado para o objeto anal tico visado BARDIN 1977 MINAYO 2010 De acordo com Silva et al 2010 na t cnica da an lise tem tica de conte do muito utilizada em estudos de etnoecologia se utilizam tr s etapas metodol gicas pr an lise explora o do material tratamento dos resultados infer ncia e interpreta o Normalmente na fase da explora o do material se trabalha com as categorias eleitas a priori e se constr i novas categorias De acordo com Minayo 2010 categorias s o conceitos classificat rios e constituem se como termos carregados de significa o por meio dos quais a realidade pensada de forma hierarquizada p 178 As perguntas dos roteiros de entrevistas dos agricultores e do roteiro de avalia o das paisagens foram agrupadas em fun o das categorias gerais iniciais Significados econ mico cultural ambiental Pr ticas de manejo geral e espec fico Paisagens conforme descrito no Anexo Ill Algumas perguntas se enquadraram em mais de uma categoria sendo tabuladas e analisadas em todas elas Na medida em que se analisava cada pergunta as diversas respostas eram tabuladas e identificadas com um n mero agrupando se respostas semelhantes Ao final da tabula o de todas as
137. modificados pela interven o humana Incidentalmente co evolu da Incipientemente domesticada Semi domesticada e Domesticada quando uma popula o modificada significantivamente de forma que somente pode sobreviver em paisagens antropizadas CLEMENT 1999 Vale destacar que cultivar uma planta n o significa domesticar pois plantas incipientemente domesticadas podem ser cultivadas em ambientes antropizados Por outro lado uma popula o domesticada s poder produzir e reproduzir numa paisagem muito manejada ou cultivada CLEMENT 2001 3 3 2 Os ind genas e a ca r i Quando os espanh is cnegaram ao Guair regi o onde hoje se situa a divisa do estado do Paran com o Paraguai em 1554 observaram que os ndios guaranis que habitavam a regi o consumiam regularmente uma bebida preparada com folhas secas e trituradas de uma rvore misturadas com gua quente ou fria sorvida atrav s de um canudo de taquara denominada ca i ARANHA 1967 que significava gua de erva onde ca seria a erveira e i a gua utilizada LINHARES 1969 Este autor relata que na regi o de Curitiba os ndios caingangues tinham o mesmo costume mas denominavam a rvore de congoin o que alimenta motivo 84 pelo qual a erva mate ficou durante muitos anos conhecida como gongonha no Brasil A regi o considerada de ocorr ncia natural da erva mate era habitada por ndios Guarani Kaigang e Xokleng Os Guarani s o relatados como os
138. mudas nativas 21 conforme exposto no quadro 6 31 Todos os agricultores manifestaram a preocupa o de que as mudas sejam oriundas de sementes de erveiras nativas da regi o do PNC sendo essa uma exig ncia ao se comprar as mudas No entanto ficam a merc da palavra do viveirista j que normalmente s o os pr prios viveiristas que colhem as sementes ou as compram de fornecedores n o legalizados Seis dos agricultores 21 que realizaram plantios consideram que plantaram mudas argentinas normalmente caracterizadas por um menor desenvolvimento da planta florescimento precoce e brilho intenso das folhas conforme ser discutido no item seguinte Essas mudas foram adquiridas em viveiros do munic pio ou da regi o sempre compradas como nativas Desses seis agricultores tr s relatam que o plantio n o se desenvolveu e foi eliminado e dois relatam um mau desenvolvimento apenas um dos agricultores considera bom o A percentagem de 32 refere se aos produtores que realizaram plantios em rela o ao total de agricultores 40 constatou se que apenas 8 20 produzem mudas pr prias 124 Essa prefer ncia deve se a erva mate do PNC e tamb m da regi o Centro Sul do Paran ser considerada de excelente qualidade produzindo um sabor chimarr o mais suave que valorizado no mercado No cap tulo 07 fica evidenciada a prefer ncia dos industriais do mate pela erva mate nativa do PNC 244 desenvolvimento desse tipo de erva m
139. n o sendo descritas nessa pesquisa Il ERVAL EM MATA ABERTA Unidade de Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal em est gio intermedi rio de conserva o ICF entre 8 0 e 14 5 produ o oriunda de rvores nativas sem a presen a constante de animais Tratam se de reas que j foram utilizadas como lavouras normalmente a mais de 20 anos em processo de regenera o n 7 100 como capoeir es todas apresentando diversas intensidades de desbastes As sete UPES identificadas representam 11 das paisagens avaliadas 5 5 da rea e contribuem com 7 1 da produ o Os desbastes aliados a ro adas mais frequentes anuais e bianuais ambas em 43 dessa paisagem permite maior incid ncia de luz e consequente maior produtividade dos ervais A m dia das produtividades atinge 978 kg ha ano variando de 222 a 2 500 kg ha ano Em 43 n 3 dos casos constatou se a realiza o de desbastes recentes sendo intensos em duas situa es os agricultores sabem das restri es legais por m consideram justo fazer esse tipo de manejo j que 35 Podem existir mais de um uso principal na maioria das vezes foram encontrados 2 usos principais em cada UPE Os usos das UPEs discutido na se o 6 5 7 158 conservaram a mata al m do previsto da legisla o em todos os casos estudados N o s o utilizados agrot xicos ou aduba es FIGURA 6 3 ASPECTO GERAL DE ERVAIS EM MATA ABERTA Fonte o autor As produ
140. na reserva incluindo 5 esp cies globalmente amea adas utilizavam 163 Trata se da Reserva Biol gica de Una administrada pelo ICMBio Munic pio de Una 313 tamb m o erval como seu habitat concluindo que esse tipo de atividade pode ser recomend vel como zona tamp o de unidades de conserva o De acordo com o apresentado no quadro 6 47 92 dos ervais pesquisados auxiliam no aumento da conectividade atrav s da conex o direta com outros fragmentos florestais sendo 12 interna 33 externa e em 47 das paisagens tanto externa quanto interna Os nicos casos em que n o se verificou conectividade foram em Ervais Nativos abertos 12 e em plantios abertos 33 Com exce o dos ervais abertos associados com agricultura e dos ervais nativos abertos em lavouras todos os demais podem ser importantes em estrat gias de conserva o da natureza pois aumentam a conectividade dos remanescentes florestais QUADRO 6 47 CONEX O DOS ERVAIS EM RELA O OUTRAS PAISAGENS FLORESTAIS DA PROPRIEDADE INTERNA OU DE PROPRIEDADE VIZINHAS EXTERNA NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS Grupo de paisagem Conex o Sem interna externa Interna e pi externa Erval em Matas n 11 00 00 45 45 Erval em Ca vas n 30 00 10 43 47 Erval Plantado em Matas ou Ca vas n 05 00 00 00 100 Erval Nativo Aberto n 08 12 25 13 50 Plantios Sombreado ou aberto n 12 33 25 25 17 Geral n 66 08 12 33 47 Pode se
141. no Estado de Santa Catarina Disserta o Mestrado em Recursos Gen ticos Vegetais Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2004 401 RACHWAL M F G et al Influ ncia da luminosidade sobre os teores de macronutrientes e tanino em folhas de Erva mate Ilex paraguariensis St Hil In Congresso Sul americano 09 kl mbda erva mate Reuni o t cnica do cone sul sobre a cultura da erva mate 2000 Encantado Resumos Encantado 2000 RAMALHO FILHO A PEREIRA L C Aptid o agr cola das terras do Brasil potencial de terras e an lise dos principais m todos de avalia o Rio de Janeiro Embrapa Solos 1999 RAKOCEVIC M et al Influencia do sexo da sombra e da idade de folhas no sabor do chimarr o In Anais do 4 Congresso Sul Americano da erva mate Posadas INYM 2006 RAKOCEVIC M et al Intensity of bitterness of processed yerba mate leaves originated in two contrasted light environments Brazilian Archives of Biology and Technology v 51 n 3 p 569 579 2008 RAYNAUT C Meio ambiente e desenvolvimento construindo um novo campo do saber a partir da perspectiva interdisciplinar In Desenvolvimento e Meio Ambiente Curitiba Editora UFPR n 10 p 21 32 jul dez 2004 REIS M S Manejo sustentado de plantas medicinais em ecossistemas tropicais In STASI L C Plantas Medicinais Arte e Ci ncia Um Guia de Estudo Interdisciplinar Sao Paulo UNESP p 198 215 1996 Din mica d
142. no sentido de convers o para o uso agr cola Por outro lado tamb m aumentou a preocupa o da popula o pela conserva o das florestas a fiscaliza o ambiental se intensificou e a legisla o ficou bem mais restritiva Legisla o ambiental florestas e conflito socioambiental Devido a import ncia da legisla o ambiental ela ser discutida com maior profundidade do ponto de vista t cnico na pr xima se o Na sequencia se continua a discuss o a partir da percep o dos agricultores sendo questionada suas opini es em rela o legisla o ambiental e s possibilidades de uso dos recursos florestais A maioria dos entrevistados consideram que a legisla o ambiental atrapalha 66 ou atrapalha muito 17 e apenas 17 consideram que a legisla o n o atrapalha A principal alega o dos agricultores a legisla o n o permitir fazer nenhum tipo de manejo n o permitir nem o corte de madeira para o uso na propriedade ou mesmo lenha e no caso espec fico da erva mate n o permitir o desbaste essencial para a entrada de luz e melhorar a produtividade do erval Essas pondera es foram relatadas por todos os agricultores que consideram que a legisla o atrapalha ou atrapalha muito A mata importante tem o seu papel mas devia poder fazer o manejo A erva com muita rvore n o vai o pai ia retirando alguma madeira lenha hoje n o pode nada vai aumentando a sombra a erva vai se acabando
143. novas t cnicas CAPORAL e COSTABEBER 2007 Neste processo de transforma o da base t cnica da agricultura se forma uma consci ncia tecnocr tica desenvolvida atrav s de uma ideologia t cnico cient fica que legitima essa interpreta o do mundo para o homem moderno GUZM N et al 1999 Esses sistemas de produ o modernizados por um lado conseguiram uma maior produtividade por rea mas aumentaram muito os custos e os riscos aos agricultores e ainda geraram um produto de menor qualidade frente aos res duos de agrot xicos contribuindo para uma maior contamina o ambiental e para uma maior press o sobre os remanescentes florestais Esses novos sistemas n o se adequaram maioria dos agricultores familiares pois segundo Brandenburg 1999 como j visto anteriormente possuem caracter sticas e estrat gias bem diferenciadas com uma racionalidade distinta da racionalidade capitalista medida que produzem visando atingir as necessidades da fam lia de construir um patrim nio familiar e n o apenas com interesse de acumular capital Wanderlei 2009 destaca que a moderniza o da agricultura se deu sobre uma estrutura de concentra o improdutiva da terra tecnicamente atrasada predat ria dos recursos naturais e socialmente excludente Nesse cen rio a moderniza o n o eliminou ao contr rio intensificou a exclus o no meio rural aumentando as desigualdades no campo Tal situa o resultou em graves consequ ncia
144. o din mica portanto inst vel de elementos f sicos biol gicos e antr picos que reagindo dialeticamente uns sobre os outros fazem da paisagem um conjunto nico e indissoci vel em perp tua evolu o BERTRAND 1972 p 02 Bertrand classifica as paisagens em seis n veis em fun o da escala em uma perspectiva do tempo e espa o ou seja zona dom nio regi o geossistema geof cies e ge topo O autor considera que na escala do geossistema entre alguns at algumas centenas de quil metros quadrados se situa a maior parte dos fen menos de interfer ncia entre os elementos da paisagem assim se constitui em uma boa base para os estudos da organiza o do espa o por ser compat vel com a escala humana A figura 2 1 apresenta o geossistema ilustrando o conceito de paisagem apresentado por Bertrand O geossistema proposto por Bertrand caracterizado por certa homogeneidade fision mica forte unidade ecol gica e biol gica e por um mesmo tipo de evolu o sendo o resultado desta din mica comum e da combina o local de um potencial ecol gico geomorfologia clima 59 hidrologia uma explora o biol gica vegeta o solo fauna e uma a o antr pica cultural figura 2 1 clima hidrologia E solo fauna Potencial Potencial Ecol gico EPE Explora o Biol gica Biol gica Geossistema A o Antr pica FIGURA 2 1 ESQUEMA DE RELA ES EM UM GEOS
145. o agr cola da rea procedimentos descritos no item 6 x x x 23 Porque a rea n o foi transformada em lavoura 7 dados a serem reagrupados 1 Excelente para a agricultura mecanizada terreno plano a suave ondulado solo profundo sem pedregosidade e sem problemas de drenagem pedregosidade sem problemas de drenagem 2 Boa para a agricultura mecanizada possui ao menos um limitante em rela o classe 1 3 Restrita para a agricultura mecanizada possui ao menos dois limitantes em rela o classe 1 4 Inapta para a agricultura mecanizada poss vel a utiliza o de tra o animal 5 Sem aptid o agr cola 1 Madeira era importante foi ficando legisla o proibiu 2 N o queria destruir erval 3 Capoeira bracatinga apareceu muita erva mate 4 Queria manter uma ca va 5 Era importante erva gado madeira foi ficando gt legisla o 6 Comprou assim n o muito tempo legisla o j existia 7 Tinha erva quadro curto 8 N o tinha dinheiro para destoca 9 Toco abandonada 10 Plantio 11 Sempre foi assim 12 J lavoura 13 Potreiro importante 14 Idem 5 mas n o legisla o 15 Heran a j era assim 16 N o apta 24 Destino que daria se n o tivesse a legisla o 1 Manteria como est 2 Abriria mais desbastes 3 Lavoura em parte 4 Pinus 5 N o destocaria plantaria mais rvores mais erva 6 Plantaria mais erva 25 Destino que pretende dar gt dados a serem reagrupa
146. o aos ervais nativos aqueles n o plantados e consequentemente com a gen tica das erveiras da regi o que podem sofrer alguma restri o comercial quando se localizam em ambientes totalmente abertos e particularmente quando associados agricultura devido a falta de sombreamento e res duos do manejo das lavouras Dessa forma apesar da import ncia da gen tica a cobertura florestal se mostra decisiva para se considerar um erval como nativo 11 A utiliza o da express o gen tica se refere origem das erveiras sementes mudas se provenientes da regi o se argentina etc 332 Os ervais plantados A situa o 06 apresenta um erval plantado associado agricultura oriundo de mudas em parte produzidas pelo agricultor e parte compradas de um viveiro do munic pio que teria garantido que as sementes eram provenientes de erveiras nativas da regi o A maioria dos entrevistados 60 a considera como plantada e de comercializa o restrita A muda parece boa da regi o mas amarga teria que misturar muito forte Industrial 08 Teria que plantar pinheiro imbuia assim muito amarga Industrial 07 No entanto 40 dos entrevistados vislumbram a possibilidade de se tratar de um bom produto frente a apar ncia das erveiras assim o sombreamento que apareceu na figura 7 4 como condi o para garantir a qualidade para 90 dos entrevistados agora teve reduzida sua import ncia Por outro lado a que
147. o de vida com as t cnicas que criava para conseguir retirar da natureza os elementos indispens veis sua sobreviv ncia organizando se segundo suas pr prias for as e necessidades Paulatinamente as necessidades de com rcio entre coletividades introduziam l gicas e necessidades diferenciadas levando organiza o da sociedade e do seu espa o segundo par metros estranhos s necessidades do grupo Essa evolu o culmina na atual fase de economia mundializada com a ado o de forma expl cita ou n o de um modelo t cnico nico que n o respeita a multiplicidade de recursos naturais e humanos Pode se considerar que no meio rural esse modelo t cnico nico vinculado ao processo de moderniza o da agricultura que ser desenvolvido nos pr ximos par grafos Com o avan o da ci ncia agr cola e da industrializa o surge a possibilidade do homem superar as restri es impostas pela natureza Com a qu mica agr cola adv m uma alternativa de superar o problema do esgotamento do solo provocado pela monocultura tornando poss vel o abandono do pousio dos sistemas rotacionais e a separa o da produ o animal e vegetal a for a de trabalho dos animais substitu da por motores e m quinas ocorre um abandono quase total das pr ticas tradicionais e a agricultura volta se a um modelo produtivista tecnificado industrializado e dominado pela vis o racionalista do mundo EHLERS 1996 PADILHA BRANDENBURG 20
148. o e o manejo dos ervais nativos agora inclusive com possibilidades de apoios governamentais e n o governamentais tais como Plano Nacional de Promo o das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade que pretende apoiar a sua produ o e inclusive estipular um pre o m nimo a instala o de um processo de Identifica o Geogr fica IG da erva mate para valorizar a produ o tradicional a possibilidade de a atividade inserir se em pol ticas de pagamentos por Servi os Ambientais a possibilidade de inclus o em projetos que visem mitiga o dos efeitos das mudan as clim ticas BRASIL 2008b LOPES 2012 MATTOS 2011 PEIXOTO 2011 SOUZA 2010 Por m a que tipo de ervais ou tipos de manejo se est referindo uma vez que os ervais associados floresta nativa e manejados de forma tradicional pelos agricultores familiares est o sujeitos ao processo de moderniza o da agricultura cuja l gica est centrada na simplifica o dos agroecossistemas com a abertura ou derrubada das florestas e a implanta o de monoculturas motomecaniza o e uso de agrot xicos e adubos A erva mate teve grande apoio para rumar nesse sentido em que os aspectos culturais e conhecimentos locais foram desconsiderados aproximando se 28 de uma racionalidade mais instrumental e econ mica o que faz aumentar a produtividade mas tamb m os custos e dessa forma aumentam tamb m os riscos aos agricultores e co
149. o e da cultura e n o podem ser isolados uns dos outros nem dos sistemas econ micos legais e pol ticos em que est o embutidos e s o constru dos e nem das pr ticas das pessoas que os constroem MAGALH ES 2011b Podemos considerar que nessa evolu o cultural e social o n vel de interfer ncia sobre os recursos naturais tamb m vai se alterando configurando de diversas formas a paisagem e seus componentes implicando em uma maior conserva o ou degrada o bem como diversas rela es das sociedades com as paisagens em que est o inseridos Em rela o ao meio rural de acordo com Diegues 2000 a paisagem depende da percep o do observador e dos diferentes olhares que as paisagens rurais podem representar Constata se pois que existem v rios olhares na constru o das paisagens o olhar das popula es urbanas ou as elites marcado pela no o do est tico e do belo o olhar dos cientistas que v em nela um conjunto de habitats e o olhar das popula es locais sobretudo as rurais Para essas ltimas a paisagem sobretudo o lugar onde vivem o espa o constru do material e simbolicamente herdado dos antepassados e sujeito a transforma es provenientes tanto dos fatores naturais como dos humanos e at sobrenaturais p 27 Nessa pondera o pode ser destacada a diferen a de olhares entre os agricultores entrevistados nessa pesquisa que habitam e manejam as paisagens ervateiras e o olhar do
150. o r pida efici ncia em baixas dosagens baixo poder residual e serem pouco t xicos aos animais apesar de apresentam grande toxicidade em peixes e outros organismos aqu ticos PIMP O 2006 254 Popularmente e mesmo no meio t cnico se difunde que a deltametrina se degrada rapidamente e n o deixa res duos t xicos Por m Oviedo et al 2005 consideram que a pouca disponibilidade de dados sobre res duos de piretr ides em alimentos deve se a n o inclus o de sua an lise em programas de monitoramento Esses autores evidenciaram a presen a de res duos de piretr ides em diversas hortali as do CEASA de Campinas Trevizan e Baptista 2000 encontraram res duos est veis de deltametrina em gr os de trigo sob condi es de 90 dias de armazenamento Trevizan e Baptista 2001 tamb m encontraram res duos de deltametrina em gr os de milho e milho pipoca armazenados durante 90 dias Winston 1991 citado por PIMP O 2006 relata que foram encontrados res duos em v rios vegetais no leite bovino em dejetos de su nos e aves Ainda que esse pesticida pode causar danos ao meio ambiente e sa de do trabalhador rural de forma direta pelo manuseio do produto e popula o em geral pela ingest o de alimentos contaminados Dessa forma os piretr ides sint ticos utilizados pelos agricultores nos ervais est o longe de serem produtos naturais e que n o deixam res duos Al m dos preju zos sa de humana e ao meio ambiente pode
151. os motivos e crit rios para essa diferencia o Em seguida foram apresentadas fotografias de diferentes ervais para que opinassem se os consideravam como ervais plantados ou nativos no sentido se teriam ou n o restri es compra daquela produ o Tamb m foram realizadas perguntas em rela o percep o quanto ao uso de agrot xicos e aduba es bem como perspectivas de mercado As entrevistas foram realizadas nos escrit rios das ind strias com agendamento pr vio e tiveram a dura o m dia de 2h00 na maioria das situa es foi poss vel conhecer as instala es e processos de beneficiamento da erva mate O roteiro de entrevista est inserido como Anexo VIII 4 6 T CNICAS DE AN LISE DO MATERIAL QUALITATIVO Vale lembrar que na pesquisa qualitativa n o seguida uma sequ ncia r gida de etapas pois a coleta e an lise dos dados n o s o divis es estanques medida que as informa es s o coletadas normalmente tamb m s o interpretadas e podem inclusive gerar a busca de novos dados TRIVINOS 1987 Nessa pesquisa se utilizou a modalidade de an lise de conte do que diz respeito a t cnicas de pesquisa que permitem tornar replic veis e v lidas infer ncias sobre dados de um determinado contexto A an lise deve ser objetiva e sistem tica de forma que o conte do seja ordenado e integrado nas categorias escolhidas podendo ainda ter uma abordagem quantitativa atrav s do estudo de frequ ncia Entre as
152. p 06 O ser humano atua sobre o meio em que vive modificando o com intensidade variada de acordo com seus modos de vida de acordo com a sua cultura produzindo diferentes configura es ao ambiente em que habita No meio rural podemos observar situa es em que as modifica es no ambiente natural s o quase impercept veis como em remanescentes florestais bem conservados ou evidentes como as grandes planta es ou reas constru das Essas modifica es mais ou menos percept veis imprimem marcas que comp em o que normalmente se denomina como paisagem Paisagem um termo utilizado cotidianamente pelas pessoas e por diversas disciplinas da ci ncia atrav s de diversas concep es e interpreta es mas que normalmente est associada percep o da express o de um determinado local Nesse cap tulo inicialmente se discute alguns conceitos de paisagem e a concep o de paisagem que ser utilizado na pesquisa de campo A seguir se discute os processos de domestica o de paisagens e a dicotomia entre paisagens de uso e paisagens de conserva o Encerra se com uma discuss o r pida sobre o conceito de Paisagem Cultural da UNESCO que pode ter aplica es no trabalho com os ervais do Planalto Norte Catarinense 2 1 PAISAGENS NATUREZA E CULTURA Tricart 1981 considera que o conceito de paisagem concreto sendo descritivo e espacializ vel uma paisagem come a mais ou menos nitidamente em um lugar e termina em outro
153. para facilitar as opera es agr colas A produtividade atinge apenas 173 kg ha ano e de acordo com o produtor tem diminu do ao longo dos anos N o se constatou a presen a de esp cies arb reas amea ada sendo a erva mate a nica esp cie arb rea da paisagem Apesar de se tratar de um erval a pleno sol n o apresentou problemas de comercializa o da erva mate como nativa XI ERVAL PLANTADO SOMBREADO Paisagem caracterizada pelas erveiras plantadas com rvores esparsas em toda a rea por m n o caracterizando cobertura florestal n o atingindo os crit rios que atinjam o est gio m dio de regenera o sem a presen a constante de animais Trata se de plantios em reas de capoeira nova ou em locais onde foram deixadas muitas rvores para o sombreamento As duas situa es identificadas representam 3 das paisagens avaliadas 0 9 da rea e contribuem com 4 2 da produ o 175 FIGURA 6 13 ASPECTO GERAL DE ERVAL PLANTADO SOMBREADO Fonte o autor Foram identificadas duas UPESs com produtividades de 2 000 e 5 000 kg ha ano A produtividade mais baixa referente a um erval jovem que ainda n o atingiu o pico de produ o N o s o utilizadas aduba es mas em uma paisagem s o aplicados inseticidas para o controle de lagartas e em outra utilizado herbicida A utiliza o do herbicida complementada com ro adas a cada dois anos e na outra rea a limpeza feita pelos su nos que s o criados j
154. perdido consider vel import ncia econ mica e ainda contribuir para a conserva o dos remanescentes florestais 205 6 3 7 Outros aspectos relacionados produ o e gera o de renda pela atividade ervateira nas propriedades familiares Produ o de erva mate rea dos ervais tamanho da propriedade e rea florestal Foi procurado estabelecer associa es entre a produ o de erva mate a rea dos ervais o tamanho da propriedade e a rea florestal nas propriedades estudadas Quadro 6 21 QUADRO 6 21 REA M DIA TOTAL REA M DIA FLORESTAL E REA M DIA DOS ERVAIS DAS PROPRIEDADES PESQUISADAS EM FUN O DAS CLASSES DE PRODU O Produ o anual N rea m dia total rea m dia rea m dia kg produtores ha Florestal ha do erval ha At 5 000 20 24 6 9 1 7 4 5 001 10 000 8 31 9 11 9 10 6 10 001 20 000 8 45 6 24 8 18 5 20 000 4 78 0 33 8 35 3 Com base nesse quadro pode se ponderar que existe uma associa o entre a produ o anual da erva mate e a rea total da propriedade j que a maior rea total tende a implicar em maior rea florestal onde normalmente a erva mate colhida ou seja em ervais maiores No entanto com base em uma matriz de correla o de Pearson a partir das quarenta propriedades pesquisadas os resultados e a interpreta o tendem a ser um pouco diferentes Quadro 6 22 QUADRO 6 22 MATRIZ DE CORRELA O E
155. por estar sempre alegre disposta a ajudar a todos e sempre acreditar que tudo vai dar certo Aos meus irm os Raul Guiomar e Elisabeth pela proximidade amizade companheirismo e pelo compartilhamento de alegrias e ang stias nesses ltimos anos A Dani meu amor pelo carinho compreens o incentivo em todas as horas Por compartilharmos momentos alegres e tristes e principalmente muitos sonhos e por estar sempre presente Somos do tamanho dos medos que enfrentamos RESUMO A erva mate llex paraguariensis St Hil uma esp cie arb rea nativa da Floresta com Arauc ria de significativa import ncia econ mica e social para grande parte da regi o sul do Brasil contribuindo para a conserva o dos remanescentes florestais atrav s de manejos tradicionais de ervais nativos Os ervais no entanto apresentam uma grande diversidade de situa es frente aos diferentes manejos aos significados que possam ter aos agricultores e s influ ncias sociais pol ticas e econ micas a que est o submetidos configurando diferentes paisagens e consequentemente diferentes capacidades de contribui o para a conserva o socioambiental Nesse contexto o objetivo geral desta tese foi estudar as diferentes paisagens de ervais do Planalto Norte Catarinense PNC principal regi o produtora de erva mate nativa de Santa Catarina e sua rela o com a conserva o socioambiental no mbito da agricultura familiar A metodologia
156. principais consumidores da erva mate no entanto a principal regi o de ocorr ncia do mate a floresta com arauc rias marcadamente ocupada por Kaigang e Xokleng BECKER 1976 Os Guarani praticavam a agricultura atrav s da derrubada e queima da floresta com o cultivo do milho mandioca feij o batata doce ab bora e fumo a alimenta o era complementada com a ca a pesca e colheita na mata de frutas ra zes e folhas de erva mate o esgotamento da fertilidade do solo diminui o da ca a e coletas obrigava um cont nuo deslocamento das tribos MAESTRI 2006 PADILHA et al 2004 PRALONG 1999 TESCHE 2007 Becker 1976 citando diversos autores apresenta os Kaigang e Xokleng como menos desenvolvidos em rela o aos cultivos do que os Guarani dependendo principalmente da coleta ca a e pesca assim sua reas de cultivos tendiam a ser menores No entanto Noelli 2000 considera preconceituosa essa vis o afirmando que a agricultura era desenvolvida por esses povos De qualquer forma as refer ncias apontam para uma agricultura itinerante e a erva mate sendo coletada na mata e n o cultivada pelos ind genas Isto pode indicar maiores limita es domestica o da esp cie devido a um menor esfor o de sele o Mas ao modificarem a paisagem e sendo a erva mate importante os ndios ao abrirem seus ro ados poderiam preservar as erveiras existentes protegendo as do fogo e tamb m procurando favorecer a regenera
157. produ o esteja em paisagens cultivadas 98 4 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS 4 1 ASPECTOS GERAIS Os caminhos metodol gicos para o que se prop e nessa tese configuram se em um desafio Pois ao se ter como objetivo estudar as diferentes paisagens de ervais do Planalto Norte Catarinense e sua rela o com a conserva o socioambiental no mbito da agricultura familiar entra se no campo tanto das ci ncias naturais quanto das ci ncias sociais e na necessidade de se levar em conta tanto as informa es percep es dos agricultores quanto s do pesquisador Inicialmente vale relembrar que o manejo de uma determinada esp cie ou espa o est relacionado ao fazer a agricultura que se d atrav s de pr ticas agr colas e essas imprimem a sua marca configurando a paisagem No caso de uma esp cie nativa o manejo ocorre porque h interven o humana sobre as popula es da esp cie e consequentemente na paisagem local N o haveria manejo caso o produto desse manejo n o tivesse import ncia econ mica ou cultural para as comunidades que o praticam Assim para que o manejo seja avaliado de forma abrangente e integradora al m de aspectos ligados agronomia e ecologia necess rio que o mesmo seja contextualizado e que sejam levados em conta os processos culturais sociais e econ micos que o influenciam Os usos dos recursos naturais tal como o manejo de uma esp cie ou de uma floresta envolvem uma interface entre
158. produ o nas propriedades menor do que a em rela o comunidade um dos motivos a refer ncia de tempo pois em rela o comunidade a referencia mais antiga o tempo dos pais e mesmo av s onde os ervais eram maiores e mais densos A percep o em rela o s propriedades tem uma referencia de tempo menor normalmente quando o agricultor passou a administrar o im vel onde a produ o de erva j era menor Outro fator o processo de amostragem onde a busca de produtores com maiores produ es levou a incorporar produtores com maiores cuidados erva mate Mas mesmo assim constata se que em 58 das propriedade houve diminui o significativa da produ o e que em 35 a produ o ainda continua caindo Quadro 6 11 O quadro tamb m apresenta a percep o dos agricultores 102 Ressalvado os problemas com os dados do Censo de 2006 referente a produ o de erva mate relatados na se o 5 5 191 em fun o da origem da produ o de mate da propriedade se apenas nativa se nativa e plantada ou se apenas plantada QUADRO 6 11 PERCEP O DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS EM RELA O A VARIA O DA PRODU O DE ERVA MATE EM SUAS PROPRIEDADES Varia o da produ o do total de produtores em rela o a origem da de produ o da propriedade agricultores nativa nativa plantada plantada Diminuindo 35 52 0 0 Diminuiu mas tende a 08 11 0 0 estabilizar D
159. produtividades s o baixas em m dia 176 kg kg ha ano variando de 138 a 208 kg ha ano com intervalos entre podas de no m nimo 4 anos Observa se que as brota es ap s as podas nesse ambiente com pouca luminosidade bastante limitado com brota es fracas e estioladas Frente ao crescimento da floresta a luminosidade tende a diminuir ainda mais ficando a produ o da erva mate dependente da din mica de clareiras da pr pria floresta Nesse sentido na percep o de 50 dos agricultores a produ o est diminuindo e para os demais est no m ximo est vel Nessa situa o os agricultores tendem a abandonar a colheita da erva mate a medida que avan a o processo de regenera o florestal ou manejar a floresta atrav s de ro adas e desbastes nesse caso correndo riscos de ter problemas com a legisla o ambiental Constata se a presen a das esp cies arb reas amea adas em todas as paisagens avaliadas No entanto 8 arauc ria apenas esparsa ou mesmo rara provavelmente por se tratarem de matas oriundas de ro as de toco que evolu ram para capoeiras fechadas sem oferecer condi es de luminosidade suficiente para o 90 produtividades dos ervais foram obtidas pelas informa es da produ o fornecida pelo agricultor dividida pela rea do erval 81 Considera se desbastes a derrubada de esp cies arb reas em meio ao erval com o objetivo de aumentar a incid ncia de luz ou aproveitamento de ma
160. prop gulos vegetativos de plantas favorecidas prote o inclui a elimina o deliberada de competidores e predadores de plantas teis bem como a sua poda prote o contra geadas e mesmo adi o de fertilizantes De acordo com os autores esses processos podem indicar que a sele o artificial poderia estar ocorrendo em uma forma de gest o in situ dos recursos e dessa forma dependendo do grau de interfer ncia e domestica o da paisagem o uso dos recursos poderia estar contribuindo para a conserva o das florestas e da biodiversidade 2 3 PAISAGENS DE USO E PAISAGENS DE CONSERVA O Para Magalh es 2011b a forma como as sociedades alteram os ambientes em que vivem interferindo na topografia no solo na cobertura vegetal criando semeando ou cultivando esp cies selecionadas indica como atividades t cnicas diversas torna os mais produtivos familiares e culturalmente identific veis Por sua vez a cultura evolui e sua evolu o pode ser definida como a mudan a ao longo do tempo e do espa o na natureza e na frequ ncia de prefer ncias padr es e 67 produtos do comportamento social transmitidos numa popula o Assim os ambientes constru dos deixam de ter um mero efeito de sele o natural e expressam valores simb licos que s o culturalmente transmitidos Nesse sentido a sele o manejo organiza o e domestica o do espa o dos recursos e organismos naturais s o aspectos gerais da cogni
161. quarenta propriedades estudadas obteve se uma cobertura florestal nativa em m dia de 42 0 por m com uma grande varia o entre 9 2 a 73 9 Conforme discutido na se o 6 3 7 pode se concluir que quanto maior a propriedade familiar maior a cobertura florestal e maior a rea dos ervais no entanto n o existe correla o entre a rea dos ervais e a produ o de erva mate sendo essa falta de correla o motivada pela exist ncia de significativa produ o de ervais plantados com altas produtividades e de alguns ervais nativos com produtividades muito baixas Nessa se o tem se por objetivo relacionar os remanescentes florestais com a realiza o de colheita de erva mate nesses remanescentes De acordo com o 6 40 apenas 12 dos agricultores n o utilizam nenhuma de suas reas florestais para a produ o de erva mate Destaca se que 35 dos agricultores realizam a colheita da erva mate em toda a rea florestal 23 colhem entre 71 e 99 e 10 colhem entre 51 e 70 ou seja 68 dos agricultores realizam a colheita da erva mate em mais da metade de suas reas florestais apontando no sentido de que a erva mate realmente pode contribuir para manter a mata em p 148 A maior parte das ca vas tendem a ser declaradas como pastagens naturais e apenas parte como matas naturais Frente a isso prov vel que a cobertura florestal do PNC considerando se as ca vas seja significativamente superior ao totalizado na col
162. que a partir de um determinado n mero de entrevistas percebe se o esgotamento das respostas quando elas tendem a se repetir e novas entrevistas n o oferecem ganho qualitativo adicional para a compreens o do fen meno estudado Isto significa que j se torna poss vel identificar a estrutura de sentido ou seja as 106 representa es compartilhadas socialmente sobre determinado tema de interesse comum No entanto conforme exposta acima por Minayo 2010 provisoriamente o pesquisador deve propor um montante provis rio de entrevistas Nesse sentido Gaskell 2002 considera que o n mero de entrevistas inicialmente previsto pode oscilar entre 15 a 25 entrevistas individuais Esse referencial tamb m apontada por Duarte 2002 que considera que a pr tica indica um numero de 20 como um n mero que permite que o material obtido permita uma an lise mais ou menos densa dependendo do objeto e do universo de investiga o No caso dos agricultores foi estabelecido o dobro desse n mero 40 entrevistas sendo que a partir da 25 j se pode constatar a repeti o das situa es Em rela o as regi es foram 29 entrevistas na regi o do sedimento 72 5 e 11 na regi o do basalto 27 5 Quanto aos industriais foram realizadas 10 entrevistas procurando abranger 7 70 com atua o na regi o do sedimento e 3 30 na regi o do basalto Tamb m foi procurada uma propor o que representasse o perfil das ervateiras da regi o em r
163. rdios Canoinhas cresceu rapidamente dada a exist ncia da erva mate nativa uma fonte de enriquecimento acentuado CANOINHAS 2007 p 17 por m decadente na atualidade o extrativismo de erva mate remanescente e a pecu ria extensiva apresentam sinais de enfraquecimento com o surgimento de nova conjuntura de produ o com atividades diversificadas atrav s do desenvolvimento da pecu ria leiteira milho feij o soja fumo silvicultura olericultura e fruticultura CANOINHAS 2007p 14 O que aponta para uma desvaloriza o da atividade ervateira particularmente a nativa relacionada como uma atividade extrativa ou extensiva em contraposi o com atividades mais modernas como o leite gr os fumo etc apresentadas como atividades mais promissoras e substitutas da erva mate Interessante que o quadro que apresenta as atividades agr colas do munic pio ano base de 1997 traz apenas a produ o de erva mate como cultura permanente plantada de apenas 350 toneladas enquanto o milho a soja e fumo apresentam respectivamente 68 400 36 000 12 000 toneladas CANOINHAS 2007 No entanto de acordo com dados do IBGE a produ o de erva mate nativa extrativa cancheada nesse mesmo ano foi de 5 000 toneladas o que equivale a aproximadamente 12 500 toneladas de erva mate verde volume 35 7 vezes maior do que o exposto no PDR ficando prejudicada a visualiza o da import ncia do mate Entre os programas proposto
164. renda total Ainda a rea apresenta rvores frut feras cana de a car arauc rias e bracatingas Assim poderia ser classificada como uma paisagem espec fica no entanto apesar dessas particularidades trata se de uma situa o rara no Planalto Norte assim foi inclu da 179 na presente classifica o de paisagem ressalvando se que se trata de uma promissora forma de manejo para a regi o FIGURA 6 16 ASPECTO GERAL DE ERVAL PLANTADO COM LAVOURAS EM SISTEMA AGROFLORESTAL DIVERSIFICADO Fonte o autor 6 2 2 Aspectos gerais das Unidades de Paisagem dos Ervais A figura 6 17 procura representar um perfil geral das UP de ervais nativos e plantados a medida que a cobertura florestal vai diminuindo O quadro 6 5 apresenta alguns dos dados gerais das 13 UPESs identificadas que foram comentados ao longo da se o anterior n mero de UPES identificadas rea total rea m dia produ o total anual produ o m dia anual m dia das produtividades e ICF m dio de cada grupo de UPE Apesar dessa pesquisa n o ter como objetivo obter ou fornecer dados estat sticos de forma a representar a realidade do PNC conforme explicitado nos procedimentos metodol gicos os dados podem indicar uma tend ncia encontrada quanto a forma em que se apresentam os ervais dessa regi o Vale destacar que a transi o de uma UPE para outra gradual muitas vezes de dif cil separa o e ainda que as UPEs apresentam grande diversidade
165. reverter a tend ncia de dr stica redu o da produ o nativa do PNC Para aprofundar um pouco mais a discuss o sobre os dados da produ o de erva mate nativa pode se analisar o n mero de estabelecimentos com esse tipo de produ o obtidos nos dois ltimos censos e tamb m no Levantamento Agropecu rio de SC LAC EPAGRI CEPA 2011 expostos no quadro 5 6 Constata se que o PNC considerando o ano de 2006 apesar de abranger apenas 8 0 do total de estabelecimentos agropecu rios abrange 34 8 dos estabelecimentos que produzem erva mate nativa Por m verifica se que o n mero de estabelecimentos com produ o de erva mate nativa tamb m sofreu dr stica redu o passando em SC de 10 977 em 1996 para apenas 2 406 em 2006 redu o de 78 no PNC a redu o foi de 79 inferior redu o da produ o 55 Essa redu o por m mais branda tamb m aparece nos dados do Levantamento Agropecu rio de Santa Catarina LAC 2002 2003 onde a produ o de erva mate nativa em SC totalizou apenas 19 280 toneladas e do PNC 5 351 toneladas dados convertidos para erva mate cancheada utilizando se o fator 2 5 O LAC configurou se como um censo sendo pesquisados todos os estabelecimentos agropecu rios catarinenses EPAGRI CEPA 2011 142 91 o munic pio de Canoinhas principal produtor do PNC passou de 1 001 para apenas 250 produtores redu o de 75 QUADRO 5 6 N MERO DE ESTABELECIMENTOS TOTAIS E COM PRO
166. se configurarem como paisagens modificadas pela a o humana eles se mostram importantes para a conserva o dos remanescentes da floresta com arauc ria na regi o j que de acordo com o discutido anteriormente os agricultores entrevistados possuem 42 de suas propriedades com cobertura florestal nativa e 68 dos agricultores realizam a colheita da erva mate em mais de 50 dessas reas Outro aspecto que pode destacar a import ncia dos ervais para a conserva o da floresta com arauc ria pode ser a presen a de esp cies arb reas amea adas de extin o De acordo com a Lista de Esp cies Amea adas de Extin o da Flora Brasileira o anexo Il da Instru o Normativa n 6 2008 do Minist rio do Meio Ambiente que apresenta as esp cies da flora amea adas de extin o na Floresta Ombr fila Mista FOM aparecem cinco esp cies arb reas arauc ria Araucaria angustif lia xaxim Dicksonia sellowiana imbuia Ocotea porosa canela preta Ocotea catharinensis e sassafr s Ocotea odor fera BRASIL 2010 Em rela o sua ocorr ncia natural no PNC a canela preta rara e o sassafr s aparece apenas em determinados pontos as demais s o de ocorr ncia generalizada assim a presen a dessas esp cies arauc ria imbuia e xaxim pode ser considerada um bom indicativo de relevancia ecol gica da paisagem Com base no quadro 6 46 pode se considerar que os ervais s o importantes para a conserva o da arauc ria e d
167. se insere em um processo ininterrupto de tomada de decis es em fun o de um conjunto limitado de oportunidades que se caracterizam historicamente numa eficaz capacidade de adapta o LAMARCHE 1993 O agricultor segundo o autor encontra se entre dois grandes esquemas para a ado o de suas a es a tradi o e os desafios do presente estando de um lado o patrim nio sociocultural que cada explorador e sua fam lia disp em e de outro as escolhas pol ticas que lhes dizem respeito efetuadas pela sociedade global O funcionamento da explora o familiar deve ser analisado dentro dessa din mica e cada tomada de decis o importante resultante de duas for as uma representando o peso do passado e da tradi o e a outra a atra o por um futuro materializado pelos projetos que ocorrer o no porvir LAMARCHE 1993 p 19 Nessa esteira Abramovay 1992 p 23 considera que a pr pria racionalidade de organiza o familiar n o depende da fam lia em si mesma mas ao contr rio da capacidade que esta tem de se adaptar e montar um comportamento adequado ao meio social e econ mico em que se desenvolve Vale 5 De acordo com a pesquisa coordenada por SCHNEIDER e XAVIER 2013 com base nos dados do Censo Agropecu rio de 2006 dos 5 175 636 estabelecimentos agropecu rios no Brasil 72 72 3 7 milh es realizam produ o para autoconsumo Em 18 dos estabelecimentos essa produ o responde por mais de 90
168. se no eixo da perspectiva das Din micas Ecossocioprodutivas e que se concentra a partir do trabalho de campo em um escala local at uma escala regional e institucional medida que se trabalham tamb m alguns aspectos das pol ticas p blicas para o setor AS PAISAGENS DO MATE E A CONSERVA O SOCIOAMBIENTAL A erva mate uma esp cie arb rea nativa da Floresta com Arauc ria de significativa import ncia econ mica e social para grande parte da regi o sul do Brasil Devido sua ocorr ncia no sub bosque da floresta e seu consider vel valor econ mico apresenta grande import ncia nos sistemas de produ o dos agricultores familiares j que confere valor monet rio para a floresta em p contribuindo para a conserva o dos remanescentes florestais atrav s de manejos tradicionais desses ervais nativos De acordo com Souza et al 2005 p 64 possivelmente a erva mate seja um dos tipos de explora o sustent vel em reas de matas nativas mais expressivos do Brasil seguramente o mais expressivo do sul do Brasil Al m do aspecto econ mico e ambiental constitui uma atividade com forte apelo hist rico e cultural ligada tradicionalmente agricultura familiar ou seja tem um forte apelo socioambiental 2 A Floresta com Arauc rias uma das 178 ecorregi es terrestres que tiveram seu estado de conserva o avaliado num estudo realizado por Dinerstein et al 1994 Nesse estudo os autores consid
169. sem fins comerciais independe de qualquer autoriza o at o limite de 15 m3 por ano Para o uso de madeira na propriedade at o limite de 20m a cada 3 anos a FATMA exige o preenchimento de um formul rio de Corte Eventual que pode ser preenchido a pr prio punho pelo agricultor familiar sem a necessidade de projetos t cnicos ou pagamento de taxas 299 e clim cicas Em rela o a presen a de animais n o existe qualquer men o direta 156 na Lei ou Decreto mas suas restri es poderiam estar vinculadas ao mesmo racioc nio aplicados s ro adas Concluindo as possibilidades de manejo Em rela o a ambas as leis e decreto pode se concluir que n o existem impedimentos para a colheita da erva mate em ambientes florestais independente de sua localiza o e est gio sucessional desde que n o afetem a sobreviv ncia da esp cie ou prejudiquem a vegeta o nativa Os desbastes n o est o previstos de forma direta mas poderiam ser adaptados possibilidade da utiliza o da vegeta o arb rea para o uso na propriedade se direcionando o corte para os indiv duos arb reos que possam limitar o desenvolvimento da erva mate As ro adas e a presen a de animais n o est o proibidas diretamente mas podem sofrer limita es se consideradas como prejudiciais regenera o natural ou manuten o da cobertura vegetal No entanto at o momento n o existe um posicionamento claro dos
170. t m apoio t cnico ou cient fico para contribuir no manejo dos ervais nativos ficando merc de suas pr prias iniciativas e da experi ncia porventura adquirida junto aos agricultores ou mais comumente n o trabalhando com o manejo da erva mate nativa refor ando a mencionada invisibilidade da erva mate no PNC Vale ressaltar que o processo de IG da erva mate tem contribu do para uma maior aten o atividade ervateira e apesar de praticamente desconhecido pelos agricultores tem motivado um maior n mero de pesquisas e de discuss es institucionais relativas erva mate nativa do PNC Seria importante uma ampla discuss o sobre a atividade ervateira na regi o que possibilitasse aos agentes de ATER pesquisa e respons veis por pol ticas p blicas do meio rural deixar de encarar o manejo de ervais nativos como uma atividade meramente extrativa e sujeita a preconceitos e abandono complementada por um processo de forma o que habilite os t cnicos a trabalhar com o manejo de florestas ervais nativos e por programas de incentivo e apoio aos agricultores que visem desenvolver esse tipo de manejo Nesse sentido o processo de IG pode oferecer grande contribui o 381 CONCLUINDO Pode se concluir que o estudo dos ervais a partir da classifica o em unidades de paisagem permitiu a representa o dos diversos tipos de ervais presentes no PNC bem como a identifica o e descri o dos seus significados principais pr
171. um dos componentes mais relevantes das m ltiplas dimens es subjetivas do que se denominou racionalidade espec fica do campon s BRANDENBURG 2000 p 06 Essa racionalidade diferenciada pode tamb m se aproximar da racionalidade ambiental proposta por Leff em que os potenciais da natureza os valores humanos e as identidades culturais em pr ticas produtivas sustent veis se inter relacionam e geram processos ideol gicos e materiais diferenciados LEFF 2001b Talvez essa inter rela o esse apego terra possa ter correla o com a manuten o da atividade ervateira mais tradicional e manuten o dos remanescentes florestais 307 Assim a conserva o das matas tem uma rela o n o apenas com a quest o de sistemas florestais que geram ou geravam renda monet ria como a erva madeira gado uma racionalidade instrumental ou com a necessidade de cumprir a legisla o mas tamb m por um sentimento positivo em rela o conserva o da mata geradora de outros servi os ambientais ou simplesmente com significados mais subjetivos como gostar do ambiente florestal uma racionalidade substantiva ambiental Gosto muito de andar nesse mato me sinto bem d uma tranquilidade bonito Esse pinheiro aqui que eu catava pinh o junto com o meu av Tenho um amor por esse erval por essa matinha Agricultor 17 6 5 5 Os ervais e a presen a de esp cies arb reas amea adas Apesar dos ervais
172. verdade mais correlacionado com a poda mal feita Essa dificuldade de m o de obra tamb m poderia estar relacionada com a legisla o trabalhista que tem trazido inseguran a para o setor mas esse aspecto foi separado e aparece como legisla o trabalhista dificuldade para a colheita apontado por apenas 8 dos agricultores O segundo problema aparece como sendo o pre o baixo praticado lembrando que a pesquisa foi realizada em 2012 ano em que os pre os come aram a ter forte eleva o principalmente a partir de outubro sendo que muitos dos agricultores ainda n o tinham comercializado com os pre os dessa safra Com os pre os praticados em 2014 o pre o deixa de ser considerado um problema e passa ser um grande incentivador 282 QUADRO 6 39 PRINCIPAIS PROBLEMAS DA ATIVIDADE ERVATEIRA APONTADO PELOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Problemas 96 Falta e despreparo da m o de obra para a colheita 35 Pre o baixo 27 Ataque de broca 20 Ataque de lagartas 18 N o tem problemas 15 Legisla o ambiental impede desbastes 10 Legisla o trabalhista dificulta a colheita 08 Falta de assist ncia t cnica 05 Plantios n o v o bem 05 Calote dos compradores 05 Dificuldades com o transporte interno 05 Outras 18 O ataque da broca 20 e de lagartas 18 bastante significativo indicando uma perigosa tend ncia de se aumentar o uso de agrot xicos A legisla o am
173. 010 Art 2 O manejo sustent vel da esp cie dever assegurar a integralidade f sica e funcional dos povoamentos naturais incluindo a preserva o das esp cies consorciadas e obedecer aos seguintes crit rios t cnicos considerar um per odo de pousio m nimo de dois anos consecutivos para voltar a realizar nova colheita II o processo de colheita deve preserva o m nimo de 10 da massa foliar de cada rvore visando manuten o de sua capacidade vegetativa III para cada hectar de erval manejado dever ser preservado no m nimo doze rvores porta sementes sendo elas dez do sexo feminino e dua do sexo masculino visando garantir a regenera o natural da esp cie Par grafo nico Quando permitido por lei o corte de cada erveira a qualquer t tulo obriga o plantio de 8 mudas da mesma esp cie e em locais de ocorr ncia natural Instru o Normativa N 23 FATMA Supress o da vegeta o nativa em rea rural 2 1 Autoriza o de Corte de Vegeta o AuC autoriza a supress o de vegeta o em rea rural nos termos da Lei Federal n 4 771 65 e Lei Federal n 11 284 06 e Lei n 11 428 06
174. 112 intensidade de uso Preserva o da Fauna e da Flora Silvicultura ou Pastagens Naturais Pastagens Plantadas e Lavouras no n veis A B ou C de manejo d cinco fatores limitativos defici ncia de fertilidade defici ncia de gua excesso de gua susceptibilidade eros o e impedimentos mecaniza o RAMALHO FILHO e PEREIRA 1999 Nessa pesquisa frente necessidade de se proceder a avalia es r pidas pass veis de serem captadas ao se percorrer os ervais esses crit rios foram adaptados de forma simplificada de acordo com o exposto no quadro 4 1 QUADRO 4 1 CLASSES DE APTID O AGR COLA CONSIDERADAS PARA A DESCRI O DAS UNIDADES DE PAISAGEM Classe Descri o Observa es em rela o ao de PNC aptid o 1 Excelente para a agricultura mecanizada terreno Normalmente constitu da por plano a suave ondulado solo profundo sem Latossolos pedregosidade e sem problemas de drenagem 2 Boa para a agricultura mecanizada possui ao Normalmente o limitante a menos um limitante em rela o classe 1 maior declividade 3 Restrita para a agricultura mecanizada possui ao Idem acima acrescido de solo menos dois limitantes em rela o classe 1 raso e ou pedregosidade 4 Inapta para a agricultura mecanizada poss vel a Relevo acentuado e ou utiliza o de tra o animal pedregosidade 5 Sem aptid o agr cola Relevo e ou pedregosidade ainda mais acentuados A declividade
175. 12 Normalmente a partir da incorpora o dessas modifica es que a agricultura considerada modernizada Assim a refer ncia moderniza o da agricultura brasileira est principalmente relacionada transforma o de sua base t cnica onde essas mudan as s o intensificadas pelo aprofundamento das rela es da agricultura com 40 o setor industrial em que a base t cnica dos meios de produ o da agricultura passa a depender de m quinas e insumos industriais e ainda da integra o da produ o prim ria com complexos de processamentos agroindustriais DELGADO 2010 Este processo de moderniza o e industrializa o da produ o contou com o apoio de pol ticas p blicas que subsidiaram e facilitaram o acesso financiamentos infraestrutura servi os de assist ncia t cnica e pesquisa agropecu ria tendo como base pacotes tecnol gicos utiliza o intensa de motomecaniza o monoculturas sementes melhoradas fertilizantes sint ticos agrot xicos que simplificam e artificializam o meio natural minando a base da qual a agricultura depende que s o os recursos naturais CARMO 1998 GLIESSMAN 2001 A ind stria comandando a dire o as formas e o ritmo da mudan a da base t cnica da agricultura fortemente apoiada pela pesquisa e extens o rural que se baseia nos modelos norte americanos de extens o os quais refor am a ideia de que a mudan a social se daria a partir da introdu o de
176. 161 189 2005 SAHLINS E O Cultura e raz o pr tica Rio de Janeiro Zahar 1976 SAMBUICHI Regina Helena Rosa Fitossociologia e diversidade de esp cies arb reas em cabruca Mata Atl ntica raleada sobre planta o de cacau na regi o sul da Bahia Brasil Acta Botanica Brasilica v 16 2002 SANQUETTA C R etal Din mica de um remanescente de Floresta Ombr fila Mista no sul do Paran sob infl u ncia de taquaras Ambi ncia Revista do Setor de Ci ncias Agr rias e Ambientais v 3 n 1 Jan Abr 2007 SANQUETTA C R Controle de taquaras como alternativa para a recupera o da Floresta com Arauc ria Pesquisa Florestal Brasileira n 55 p 45 2007 SANTA CATARINA Gabinete de Planejamento e Coordena o Geral Subchefia de Estat sitica Geografia e Inform tica Atlas de Santa Catarina Rio de Janeiro Aerofoto Cruzeiro 1986 Secretaria de Estado de Coordena o Geral e Planejamento Subsecretaria de Estudos Geogr ficos e Estat sticos Atlas escolar de Santa Catarina Rio de Janeiro Aerofoto Cruzeiro 1991 SANTILLI J Socioambientalismo e novos direitos prote o jur dica diversidade biol gica e cultural S o Paulo Editora Petr polis 2005 SANTIN D et al Nutri o e crescimento da erva mate submetida calagem Ci ncia Florestal 23 n 1 2013 SANTOS K 2008 Impacto do controle mec nico de taquaras bambusoideae sobre a regenera o de uma rea de floresta ombr fila mist
177. 3 a imbuia QUADRO 6 27 ESP CIES ARB REAS CONSIDERADAS COMO RVORES QUE BENEFICIAM A ERVA MATE PLANTAS COMPANHEIRAS DE ACORDO COM A PERCENTAGEM DE CITA ES PELOS AGRICULTORES PESQUISADOS Esp cies positivas de agricultores Arauc ria Araucaria angustifolia 55 Imbuia Ocotea porosa 33 Bracatinga Mimosa scabrella 25 Canela guaic Ocotea puberula 15 Cedro Cedrela fissilis 15 rvores mais altas 23 Outras com uma cita o 15 N o tem opini o 20 O relato dos agricultores abaixo ilustra as principais opini es dos agricultores O pinheiro a imbuia s o bem altas d o uma sombra rala que a erva gosta A bracatinga tamb m rala e se d bem com a erva O cedro fica um bom tempo sem folha deixa o sol entrar e aduba a terra Agricultor 25 A arauc ria ajuda a erva sombra meio rala Sombra por cima copada alta ventila o por baixo raiz funda Agricultor 10 A altura da rvore um fator considerado importante pois al m das rvores citadas serem correlacionadas com a altura elevada 23 dos agricultores considera que qualquer rvore bem alta com a copada acima de 5 metros ben fica para a erva mate 114 Sap a denomina o popular da regi o para os ramos de arauc ria que devido suas ac culas duras e pontiagudas podem ferir os animais 221 o bom deixar a mata subir para mais de 5 metros a n o atrapalha a sombra ajuda
178. 5 732 7 962 602 08 28 Aberta 5 Erval em Ca va 03 31 0 10 33 20 100 6 700 912 06 16 Muito Aberta 6 Erval Plantado em 03 13 3 04 43 18 933 6 311 1 281 11 16 Mata Aberta 7 Erval Plantado em 02 12 1 06 05 33 000 16 500 2 439 08 25 Ca va Aberta 8 Erval Nativo Aberto 06 93 8 15 63 24 075 4 013 714 00 Potreiro 9 Erval Nativo Aberto 01 05 0 05 00 866 866 173 00 Lavoura 10 Erval Nativo Aberto 01 07 3 07 30 13 666 13 666 1 822 00 Desmatado 11 Erval Plantado 02 05 3 02 65 11 500 5 750 3 000 00 Sombreado 12 Erval Plantado 06 11 9 01 98 40 966 6 828 3 626 00 Aberto 13 Erval Plantado 04 03 2 00 80 8 593 2148 2 841 00 Aberto com lavouras Totais 66 564 2 8 55 325 427 577 Quantidade de UPEs encontradas 182 As UPEs consideradas como florestais UPEs 1 2 3 4 5 6 e 7 totalizam 46 situa es que representam 69 70 do n mero total de UPEs ocupam 77 58 da rea e contribuem com 69 38 da produ o estudada Confirma se tamb m a import ncia da produ o da erva mate em ambientes florestais no PNC A figura 6 18 procura ilustrar as contribui es das paisagens florestais e n o florestais m rea total ha E Produ o total t 1 2MaB 3 0 40248 5 7Pca 3 10 11 060 12 PAg 13 Paisagens florestais e gt Paisagens n o florestais FIGURA 6 18 REA ha E PRODU O TOTAL t DE ERVA MATE DE ACORDO COM AS DIFE
179. 505 dados da figura 5 9 foram obtidas junto a 96 agricultores familiares participantes de reuni es da Epagri Sindicatos e Rede Ecovida por ocasi o da pesquisa de campo 143 um percentual de no m nimo 28 33 dos produtores que devem apresentar comercializa o de erva mate a cada ano 54 60 50 40 30 20 10 0 mM Sem at 2 000 2001a 5001a 10 001a gt 20 000 produ o kg 5000kg 10 000kg 20 000 kg FIGURA 5 9 PRODU O ANUAL DE ERVA MATE COMERCIALIZADA PELOS AGRICULTORES FAMILIARES PARTICIPANTES DE REUNI ES DA EPAGRI COOPTRASC E REDE ECOVIDA A inconsist ncia dos dados fica ainda mais evidente ao se analisar que por exemplo em Mafra com 1 693 estabelecimentos o n mero de produtores teria passado de 327 em 1996 para apenas 8 em 2006 ou que em Bela Vista do Toldo com um total de 982 estabelecimentos se constatou apenas 18 estabelecimentos com produ o de erva mate em 2006 N meros com certeza muito abaixo da realidade j que no munic pio de Mafra devem existir centenas de produtores de mate e em Bela Vista do Toldo em apenas uma das comunidades pesquisadas o n mero de produtores de erva mate ultrapassa em muito os dados do censo para todo o munic pio O LAC tamb m aponta para uma redu o do n mero de produtores em rela o ao Censo de 1996 por m com n meros mais aceit veis De qualquer forma fica margem para a interpreta o de que o n mero de pro
180. 53 40 32 48 20 97 03 00 92 07 01 A ausente E esparsa F frequente a muito frequente As esp cies amea adas se concentram como era de se esperar nas reas florestais matas e ca vas j que ocorre ao menos uma das esp cies em 100 dos casos Essa ocorr ncia se acentua nas ca vas pois a frequ ncia da arauc ria frequente a muito frequente em apenas 18 das matas frente a 63 nas ca vas a imbuia presente em 55 das matas frente a 90 nas ca vas sendo ainda frequente a muito frequente em apenas 18 das matas frente a 30 nas ca vas A menor frequ ncia da arauc ria e da imbuia nas matas pode estar relacionada ao fato da maioria dessas paisagens terem sido utilizadas como ro a de toco a cerca de 20 30 anos atr s que ao serem abandonadas o processo de sucess o florestal deve ter originado capoeiras densas que n o permitiram a 161 Crit rios no Anexo 111 6 10 309 regenera o da arauc ria e mesmo da imbuia limitadas devido a necessidade de luz na fase inicial da arauc ria e tamb m na depend ncia de transporte de sementes grandes em ambos os casos Por outro lado as ca vas normalmente s o reas que na maioria das vezes de acordo com o constatado nas entrevistas nunca sofreram o corte raso conservando essas esp cies cl max e tamb m permitindo a sua regenera o importante destacar mesmo com presen a animal constante Assim tem
181. 6 melhoria nas poda 7 Menor press o do gado 8 415 dados a serem reagrupados rvores velhas sem regenera o 9 Aumento sombra 10 Ataque lagartas 11 Desbastes 12 Mais ro adas 13 Pouca ro ada 14 Decepa mal feita 15 Pouco manejo 16 Convers o em potreiros 17 Ataque de broca 18 Pouco cuidado 19 trocou gado por carneiros 20 Plantio p nus eucalipto 21 Divis o de propriedade 22 Manejo bom podas ro adas 23 Danos pela neve 24 Aduba o org nica eventual 12 Varia o da produ o a De forma geral na propriedade gt 1 Diminuiu 2 na propriedade motivo constante 3 Aumentou Idem em rela o a Em cada unidade de paisagem5 1 Diminuiu 2 comunidade Diminuiu agora constante ou aumentando 3 Est vel 4 Aumentando Motivos idem anterior 2 SIGNIFICADOS DIMENS O CULTURAL INDICADOR CRIT RIOS QUANTIFICA O constru dos a partir das respostas dos entrevistados 1 Tempo que trabalha com a erva mate 1 Sempre trabalhou desde crian a 2 Depois de adulto 2 Rela o com a fam lia tradi o dados a serem reagrupados 1 Ajudava os pais e av s 2 Antigamente era a principal renda da comunidade 3 Tinha barbaqu 4 Pai criou os filhos com a erva 5 Arrendava barbaqu 6 Tinha carijo 7 Faziam erva para consumo 8 Avo tinha barbaqu 9 Trabalhava no barbaqu 10 Trabalhava para terceiros 11 Come ou c
182. 63 Renda segura sempre d 58 Renda importante 43 Alternativa de renda para reas com cobertura florestal 43 Demanda pouca m o de obra 18 Renda extra 15 Sempre lidou 15 J tinha na propriedade 13 Outras respostas 10 De forma geral os agricultores elencaram mais de um motivo Wanderlei 2009 considera que as atividades agr colas pautadas nos modelos da moderniza o da agricultura levam os agricultores a se tornarem dependentes de insumos externos tecnologia e financiamentos elevando os custos de produ o e colocando em risco a sua manuten o no meio rural A erva mate notadamente a extrativa se caracteriza justamente como uma atividade que se contrap e a esses problemas contribuindo ainda para uma maior diversifica o da propriedade familiar Em seguida ao n cleo de respostas ligadas riscos poucos investimentos destaca se o gostar da lida com a erva mate ou seja trata se de uma atividade prazerosa para o agricultor sendo um aspecto de grande relev ncia que ser melhor abordado nos aspectos culturais Quadro 6 18 e 6 20 107 Essa an lise se aplica integralmente ao sistema extrativista de erva mate forma amplamente predominante nessa pesquisa no caso dos plantios teriam que ser considerados pequenos ajustes 199 Gosto muito de lidar com a erva mate quando me aposentar vou trabalhar s com a erva Agricultor 17 O tratar se de uma renda importante aparece apenas para 43 ou seja
183. 84 QUADRO 6 7 PRINCIPAIS ATIVIDADES GERADORAS DE RENDA DAS PROPRIEDADES PESQUISADAS Tess E DEEE EErEE Tras adi fria NAET TY 185 QUADRO 6 8 RELA O DAS ATIVIDADES QUE CONTRIBUEM COM MAIS DE 20 DA RENDA BRUTA TOTAL NOS CINCO SISTEMAS DIVERSIFICADOS IDENTIFICADOS NA PESQUISA 186 QUADRO 6 9 N MERO TOTAL DE AGRICULTORES N MERO E PERCENTAGEM DE AGRICULTORES QUE TEM RENDA IMPORTANTE COM A COMERCIALIZA O DA ERVA MATE EM ONZE COMUNIDADES PESQUISADAS eras 187 QUADRO 6 10 PRINCIPAIS FATORES QUE LEVARAM A DIMINUI O DA PRODU O DE ERVA MATE NAS COMUNIDADES DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS QUADRO 6 11 PERCEP O DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS EM RELA O VARIA O DA PRODU O DE ERVA MATE EM SUAS PROPRIEDADES 191 QUADRO 6 12 PRINCIPAIS MOTIVOS QUE LEVARAM A DIMINUI O DA PRODU O DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS DADA SU 192 QUADRO 6 13 PRINCIPAIS MOTIVOS QUE LEVAM AUMENTO DA PRODU O DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS 193 QUADRO 6 14 PRODU O ANUAL DE ERVA MATE KG E RENDA BRUTA ANUAL R NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS COM BASE EM INTERVALOS DE PRODU O 194 QUADRO 6 15 CONTRIBUI O DA ERVA MATE PARA A RENDA BRUTA TOTAL ANUAL DAS PROPRIEDADES PESQUISADAS EM NUMERO ABSOLUTO
184. 9 03 Rara 03 00 H muitos anos atr s 15 10 Uma vez sementes e mudas 05 Uma vez participa o em evento 17 Nunca 03 65 45 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 10 13 Epagri Fumageiras Cooperativas Rede Ecovida Outras AS PTA revendas de insumos prefeituras particulares FIGURA 8 1 INSTITUI ES QUE PRESTAM ASSIST NCIA T CNICA DE FORMA FREQUENTE OU EVENTUAL JUNTO AOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS No entanto se a maioria dos agricultores entrevistados tem acesso ATER em geral quando perguntado especificamente em rela o erva mate Quadro 8 1 o mate parece invis vel para a ATER pois se 79 dos agricultores tem acesso ATER geral de forma frequente ou eventual para a erva mate apenas 03 no caso um agricultor a recebe e ainda de forma eventual Ou seja os t cnicos visitam as propriedades mas n o d o aten o erva mate ou mesmo n o s o 347 demandados pelo agricultor Assim 65 dos agricultores nunca tiveram nenhum tipo de assist ncia em erva mate destacando se apenas a participa o em um evento de 17 dos agricultores e assist ncia para produ o de sementes e mudas em outros 5 Alguns agricultores 10 destacam que tiveram ATER em erva mate h muitos anos atr s normalmente no final da d cada de oitenta sempre marcada pela a o pessoal de determinado extensionista Em todos os casos a institui o envolvida com a ATER em erv
185. A S orgs Fragmenta o de Ecossistemas causas efeitos sobre a biodiversidade e recomenda es de pol ticas p blicas Bras lia DF MMA SBF 2003 SCHMITZ P I Povos ind genas associados Floresta com Arauc ria In FONSECA C R et al editores Floresta com Arauc ria Ecologia Conserva o e Desenvolvimento Sustent vel Holos Editora Ribeir o Preto 2009 SCHNEIDER S A pluriatividade e o desenvolvimento Rural brasileiro In BOTELHO FILHO F B org Agricultura Familiar e Desenvolvimento Territorial Contribui es ao Debate Bras lia Universidade de Bras lia Centro de Estudos Avan ados Multidisciplinares N cleo de Estudos Avan ados v 5 n 17 2005 SCHNEIDER S XAVIER L A Produ o para Autoconsumo no Brasil uma an lise a partir do Censo Agropecu rio 2006 Relat rio de Pesquisa Bras lia IPEA 2018 SCHWENGBER J E et al Produ o org nica e qualidade de cenouras semeadas segundo o calend rio astron mico agr cola Boletim de pesquisa e desenvolvimento 91 Pelotas Embrapa Clima Temperado 2009 SEBBEN A M et al 2000 Efeitos do manejo na estrutura genetica de populacoes de caixeta Tabebuia cassinoides Scientia forestalis n 58 p 127 143 Dez 2000 SEBBEN A M N mero de rvores matrizes e conceitos gen ticos na coleta de sementes para reflorestamento com esp cies nativas Revista do instituto ambiental S o Paulo v 14 p 115 132 2002 404 Sistemas de rep
186. AS TERRAS DOS ESTABELECIMENTOS AGROPECU RIOS DE ACORDO COM O CENSO AGROPECUARIO 2006 UTILIZA O DAS TERRAS Local Lavouras Pastagens Pastagens Matas Plantios Sistemas Outras tempor rias naturais plantadas naturais Florestais agroflorestais Brasil 16 87 17 27 27 72 26 07 1 42 2 49 8 16 aN 27 53 20 77 6 35 24 52 10 25 2 10 8 48 atarina Regi o de Chapec 39 94 15 01 14 56 15 96 4 11 1 30 9 12 Regi o de 29 68 17 47 310 3316 5 72 0 83 10 04 Joinville 10 09 184 2606 15 82 3 48 7 62 FONTE IBGE 2013a Os remanescentes florestais do PNC em diversos est gios de regenera o persistiram gra as ao uso que deles fazem os agricultores da regi o que buscam na floresta principalmente a extra o da erva mate e associa o com cria o extensiva de gado entre outros usos madeireiros medicinais e alimentares Por m 5t Nesse caso foi considerada como referencia a regi o censit ria de Canoinhas que abrange 11 dos 15 munic pios do PNC 123 devido legisla o que pro be praticamente todas as formas de manejo da floresta existem muitos conflitos de uso ICMBIO 2010 Vale ressaltar que a cobertura florestal nativa do PNC pode estar subdimensionada devido dificuldade de enquadramento no Censo das reas que associam a cobertura florestal com o pastoreio em pastagens nativas as ca vas As ca vas normalmente s o oriundas dos p
187. ASIL 2012 art 03 X j Assim nada impede a colheita da erva mate em reas de APP e mesmo o 151 seu manejo poderia ser permitido por m tenderia a ter maiores restri es do que a RL em rela o pr ticas como ro adas e desbastes A presen a animal proibida pois o acesso dos animais s permitido em passagens para a obten o de gua A Lei da Mata Atl ntica Al m das limita es de uso previstas no C digo Florestal em reas de RL e APP a regi o ervateira por se localizar no Bioma da Mata Atl ntica est sujeita a Lei da Mata Atl ntica e o seu decreto regulamentador Decreto 6 660 2008 Essa lei enquadra praticamente todas as forma es florestais existentes em uma propriedade como rea protegida com usos t o ou mais limitados do que as RL e mesmo APP A lei estabelece que as restri es estejam em fun o da floresta ser prim ria ou estar em est gios avan ado m dio ou inicial de regenera o A caracteriza o desses est gios definida em resolu es espec ficas do CONAMA As limita es se acentuam a partir do est gio m dio de regenera o que na pr tica para estado de Santa Catarina j atingido quando a vegeta o ainda est em um 151 No entanto n o existe regulamenta o para esse manejo em APP 155 A resolu o n 04 1994 do CONAMA convalidada pela resolu o CONAMA 338 2007 define os est gio de regenera o da Mata Atl ntica para o estado de Santa Cat
188. CONVERTEU EM LAVOURA AS AREAS FLORESTAIS COM APTID O EXCELENTE BOA E REGULAR PARA AGRICULTURA EM LAVOURAS DADOS EM PERCENTAGEM Motivo O uso combinando da floresta madeira lenha e erva mate com a 55 cria o de gado era importante posteriormente a legisla o impediu a convers o da rea Existia bastante erva mate na rea e n o queria destruir o erval 25 J adquiriu a rea da forma como est com restri es para uso agr cola 15 N o tinha dinheiro para destocar 05 Verifica se a grande import ncia do uso combinado da floresta madeira lenha e erva mate com a cria o de gado para a manuten o dos remanescentes florestais da regi o tendo influ ncia positiva na conserva o de 55 desses remanescentes A erva mate aparece como decisiva em 25 dos casos assim somando se a sua participa o no motivo anterior pode se considerar que a erva mate influenciou na conserva o de 80 dos remanescentes florestais em reas aptas para a agricultura no PNC No entanto importante destacar em estrat gias de conserva o desses remanescentes a import ncia que a presen a do gado teve na maioria dessas reas Ou seja mesmo que o gado cause problemas para a conserva o florestal sua presen a foi decisiva para a manuten o dos atuais remanescentes particularmente nos situados em reas de maior aptid o para a agricultura Essa era a rea que dava a renda o erval na ca va
189. DETERMINANTES E DESCRITIVOS UTILIZADOS PARA A DEFINI O E DESCRI O DAS UNIDADES DE PAISAGENS DOS ERVAIS UPES 150 FIGURA 6 2 ASPECTO GERAL DE 156 FIGURA 6 3 ASPECTO GERAL DE ERVAIS EM MATA 158 FIGURA 6 4 ASPECTO GERAL DE ERVAIS EM 159 FIGURA 6 5 ASPECTO GERAL DE ERVAIS EM CA VA 162 FIGURA 6 6 ASPECTO GERAL DE ERVAL EM CA VA MUITO 165 FIGURA 6 7 ASPECTO GERAL DE ERVAIS PLANTADOS EM MATA 167 FIGURA 6 8 ASPECTO GERAL DE ERVAIS PLANTADOS EM CA VAS ABERTAS 169 FIGURA 6 9 CONTRASTE ENTRE REA CONSIDERADA COMO CA VA ESQUERDA E POTREIRO SA DIREITA aii a a 170 FIGURA 6 10 ASPECTO GERAL DE ERVAIS NATIVOS ABERTOS POTREIROS 171 FIGURA 6 11 ASPECTO GERAL DE ERVAL ABERTO 173 FIGURA 6 12 ASPECTO GERAL DE ERVAL NATIVO ABERTO LAVOURAS 174 FIGURA 6 13 ASPECTO GERAL DE ERVAL PLANTADO 175 FIGURA 6 14 ASPECTO G
190. DU O DE ERVA MATE NATIVA NOS MUNIC PIOS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE Local N mero total de N mero de estabelecimentos com estabelecimentos produ o de erva mate nativa Censo 1995 Censo 2006 LAC 2002 Censo 2006 SC 193 668 10 977 2 406 5 150 PNC 15 568 4 042 838 2 012 Bela V Toldo 982 18 136 Campo Alegre 746 246 33 179 Canoinhas 2 044 1 001 250 365 Irine polis 1 429 404 141 144 Itai polis 2 578 589 84 125 Mafra 1 639 327 06 117 Major Vieira 830 330 18 100 Matos Costa 244 17 39 Monte Castelo 763 47 08 124 Papanduva 1 335 210 44 200 Porto Uni o 1 014 476 108 176 Rio Negrinho 787 56 32 23 S o B do Sul 225 62 06 65 Timb Grande 546 170 18 152 Tr s Barras 406 124 55 67 FONTE adaptado de IBGE 2013d e EPAGRI CEPA 2011 Por m a an lise do n mero de estabelecimentos com produ o de erva mate nativa tamb m revela uma significativa inconsist ncia dos dados coletados j que em 2006 apenas 5 3 dos estabelecimentos do PNC teriam produ o de erva mate nativa propor o que aparenta ser muito distante da realidade De acordo com os dados apresentados na figura 5 9 se constatou que 85 dos produtores entrevistados comercializam erva mate Considerando que o censo coleta a produ o de um determinado ano e que a maioria dos agricultores comercializa a erva mate a cada 3 anos pode se dividir esse percentual por 3 e ainda se obt m 5
191. E CATARINENSE Indicadores determinantes Varia o a Fisionomia Florestal N o florestal cultivos ou pastagens b Conserva o Florestal ICF de 5 0 limite para ser considerada floresta a 20 0 Floresta conservada de referencia c origem das erveiras em nativa produ o plantada d Presen a constante de animais sim bovinos equinos ou ovinos n o e associa o com cultivos anuais sim n o Indicadores descritivos f As pr ticas de manejo desenvolvidas identifica o das principais pr ticas de manejo desenvolvidos pelos agricultores As pr ticas de manejo s o causa e efeito da conforma o da paisagem e tem amplo rela o com aspectos econ micos culturais e ambientais Os significados da paisagem com erva mate para os agricultores tentativa de captar o significado econ mico cultural e ambiental do erval Nesse caso com especial aten o produ o e renda diferentes usos aspectos ambientais h A aptid o agr cola dos ervais avaliada com base na declividade classes de solos e consequente profundidade e pedregosidade A aptid o agr cola tem importante rela o com a possibilidade de a erva mate ter contribu do para a n o convers o de florestas em reas de lavoura e com a press o que atualmente os ervais sofrem para essa convers o A descri o do processo de avalia o da aptid o agr cola est inserida na se o 4 5 2 6 1 3
192. ERAL DE ERVAL PLANTADO 176 FIGURA 6 15 ASPECTO GERAL DE ERVAL NATIVO ABERTO COM AGRICULTURA 177 FIGURA 6 16 ASPECTO GERAL DE ERVAL PLANTADO COM LAVOURAS EM SISTEMA AGROFLORESTAL 1 179 FIGURA 6 17 PERFIL DAS UNIDADES DE PAISAGEM DOS ERVAIS NATIVOS E PLANTADOS FIGURA 6 18 REA ha E PRODU O TOTAL t DE ACORDO COM AS DIFERENTES UNIDADES DE PAISAGEM DOS ERVAIS 182 FIGURA 6 19 VARIA ES NA PRODU O DE ERVA MATE NATIVA TONELADAS E DA COBERTURA VEGETAL NO PLANALTO NORTE CATARINENSE 1985 2006 190 FIGURA 6 20 REA INDICADA PELO AGRICULTOR COMO UM ERVAL DENSO QUE SE TERMINOU AO FUNDO DESTACAM SE ALGUMAS ERVEIRAS 0 6 5 DR e RR 192 FIGURA 6 21 ANTIGOS BARBAQU S AINDA PRESENTES EM ALGUMAS PROPRIEDADES BELA VISTA DO TOLDO E IRINIOPOLIS SC eee 202 FIGURA 6 22 MANIFESTA O DOS AGRICULTORES QUANTO A GOSTAR DE TRABALHAR COMA ERVA MALE a Tess ic aaa a Aa a Da Sida a a G s sine da a ARA sie EE E aTa 202 FIGURA
193. ES 1875 P 25 23 De acordo com Souza 1990 a partir de 1930 come a a crise no setor ervateiro causada tanto pela perda de mercado devido autossufici ncia argentina em erva mate bem como a depress o econ mical que dificultava o comercio mundial 90 Assim pode se considerar que o processo de domestica o da erva mate com exce o da fase jesu tica continuava a ser baseado apenas em promo o e gradativamente com maior manejo da paisagem mas com pouca sele o direta de indiv duos e ainda com frequentes degrada es dos ervais como ser visto no pr ximo item Em rela o Argentina apesar de ser o maior consumidor mundial de erva mate at o in cio dos plantios em 1920 praticamente n o havia produ o ervateira sendo toda importada do Brasil e em menor escala do Paraguai DANIEL 2009 Nesse pa s foram feitas diversas tentativas de plantio da erva mate ap s a devasta o dos plantios dos jesu tas mas com pouco sucesso O relato de Vitor Garin autor do livro Contribui es al estudio Del cultivo e industria de La yerba mate citado por Alencar 1960 p 12 ilustra essa situa o mais tarde novas tentativas se fizeram para ressuscitar a cultura ervateira todas malogradas At que enfim entre 1905 a 1906 o Frances Allain contratado pela firma Martin amp Cia ap s muitas tentativas logrou xito absoluto em Miss es Argentina onde se encontra concretizado o primeiro exemplo de
194. Esses procedimentos est o em conson ncia com o discutido com base em Wiersum 1996 e Casas et al 2007 na se o 3 2 Taquarais ber o de ervais produtivos Os ervais nativos do PNC apresentam uma forte rela o com antigos taquarais normalmente destacada pelos agricultores detentores dos ervais mais produtivos Inicialmente se apresenta aspectos gerais sobre as taquaras e taquarais e em seguida se discute a pr tica e percep o dos agricultores As taquaras e bambus s o pertencentes fam lia poaceae vegetais semelparos ou seja aqueles em que o ciclo de vida termina com a morte dos indiv duos ap s o florescimento se repetindo em ciclos de longa dura o sendo que esse evento ocorre em sintonia entre os membros da esp cies LIEBSCH REGINATO 2009 No PNC as principais esp cies de taquara s o do g nero Merostachys que formam grandes touceiras de indiv duos que podem ocupar grandes reas 235 Apresentam rizomas e colmos lenhosos com entren s ocos podendo atingir at 10 metros de altura KELLERMANN 2011 SANTOS 2008 Seu ciclo de vida na regi o avaliado entre 30 a 32 anos quando ocorre a conhecida seca da taquara Devido sua agressividade que em muitas condi es ocupa quase totalmente o sub bosque das florestas a taquara pode interferir de forma negativa no recrutamento e crescimento de pl ntulas de esp cies arb reas dificultando o processo de regenera o e sucess o florestal GUILHERME
195. Figura 6 36 A declara o do agricultor 31 Porto Uni o ilustra bem essas caracter sticas Tem muitos tipos de argentina mas sempre luminenta cresce pouco e floresce cedo Agricultor 26 FIGURA 6 36 ASPECTO DE ERVA MATE CONSIDERADA ARGENTINA PELOS AGRICULTORES PORTE BAIXO FLORESCIMENTO PRECOCE E FOLHAS BRILHANTES PORTO UNI O SC FONTE o autor 248 Fica a quest o de realmente se tratar de uma variedade diferente da erva mate nativa da regi o seja ela argentina ou da regi o oeste do PR ou SC ou se essas caracter sticas particularmente a de florescer mais cedo n o estaria mais correlacionada com o ambiente a c u aberto ambiente em que essas erveiras sempre est o plantadas onde as erveiras tendem a florescer mais cedo 6 4 7 Agrot xicos um perigo para a qualidade do mate De forma geral em todos os sistemas de produ o da erva mate a utiliza o de agrot xicos sempre foi considerada pequena RODIGHERI SCHLOSSNACHER e CICHACZEWSKI 1995 principalmente nos sistemas de produ o extrativa em que considerada praticamente inexistente No entanto observou se um uso significativo de agrot xicos nos ervais no PNC Situa o preocupante frente aos in meros efeitos nocivos que os agrot xicos causam natureza e sa de humana tanto para os aplicadores quanto para os consumidores tanto de forma aguda quanto cr nica PERES e MOREIRA 2003 LONDRES 2011 Vale ainda ressaltar
196. Identifica o e classifica o das Unidades de Paisagem Vale destacar novamente que a perspectiva de classifica o das paisagens acompanhou a pesquisa desde a avalia o da primeira UPE ou seja se procurou UPE a UPE qual seria o melhor enquadramento para cada erval estudado e 153 consequentemente quais os crit rios mais importantes assim a grade de classifica o foi constru da gradualmente o que facilitou em muito o processo de agrupamento em paisagens semelhantes O ndice de conserva o florestal ICF serviu como base para 8 diferencia o das UPEs com fisionomia florestal Como o ICF tem forte correla o com a abertura do dossel e portanto uma refer ncia de f cil visualiza o foram utilizados termos que fazem men o a essa situa o ou seja aberta muito aberta e sem o uso de um termo espec fico quando se trata de uma forma o mais conservada ou fechada Ainda foram consideradas as situa es sem a presen a animal mata e com presen a animal constante ca vas resultando na composi o descrita no quadro abaixo A utiliza o de ICFs diferentes para a classifica o de matas e ca vas deve se ao fato de que as ca vas j se tratam de forma es mais abertas do que as matas assim a gradua o tamb m se mostra diferente Quadro 6 2 QUADRO 6 2 CLASSIFICA O DAS UNIDADES DE PAISAGENS FLORESTAIS DE ACORDO COM O INDICE DE CONSERVA O FLORESTAL Paisagens f
197. LH ES 2010 Essa pouca demanda deve se a se tratar de sistemas de produ o menos conhecidos pelos agentes financeiros bem como de sistemas dif ceis de se enquadram em pacotes pr definidos ficando na depend ncia de caracter sticas particulares de cada fam lia e regi o dificultando o tr mite nas agencias e ainda por terem menos apoio de servi os de assist ncia t cnica DEITENBACH et al 2008 Esses incentivos poderiam ser direcionados para incentivar a conserva o das florestas e apoiar os manejo dos ervais nativos no entanto tanto as iniciativas federais quanto catarinense ainda est o se estruturando ou quando j pass veis de implanta o atendem a poucos agricultores 6 5 4 A floresta e os agricultores As indaga es tratadas at aqui foram direcionadas ao manejo da erva mate e sua rela o com a floresta por m considerou se importante tentar obter junto aos agricultores tamb m a sua vis o quanto a import ncia em geral da floresta sem centrar o foco na quest o do uso Ao serem perguntados se deixar uma rea com mata era importante todos os agricultores entrevistados respondem afirmativamente por m quanto ao motivo de ser importante o n mero de respostas diferentes foi muito expressivo totalizando 23 motivos diferentes Agrupando os motivos em grupos semelhantes Quadro 6 45 a maioria 59 demonstra uma preocupa o com a conserva o 159 Em 2012 foram realizadas reuni es para definir as boa
198. LTURA E EPAGRI NO PLANALTO NORTE DE SANTA CATARINA Atividade Secretaria EPAGRI GERAL Municipal n 96 Bovinocultura de leite 2 6 8 57 Cultivo de gr os 3 5 7 50 Pinus e eucalipto 3 3 6 42 Insemina o 4 0 4 28 Olericultura 1 1 2 14 Fruticultura 1 1 2 14 Piscicultura 0 2 2 14 Patrulha mecanizada 1 0 1 7 Inspe o sanit ria 1 0 1 7 Erva mate 0 0 0 0 357 Pode se concluir que para a principal regi o produtora de erva mate nativa de SC que tem um hist ria ligada ao mate e que est em processo de desenvolvimento de uma IG preocupante a invisibilidade quase total da erva mate nas pol ticas de ATER o que implica na inexist ncia de programas de apoio Vale destacar que o processo de IG tem uma fundamental participa o da EPAGRI na coordena o e execu o do processo mas aparentemente ainda n o repercutiu em a es concretas a campo que aumentassem a visibilidade da erva mate 8 2 PESQUISAS E PUBLICA ES COM A ERVA MATE O ESQUECIMENTO DA ERVA MATE NATIVA A invisibilidade do manejo da erva mate extrativa que atinge tanto a pesquisa quanto a extens o e as pol ticas p blicas pode estar ligado a um certo preconceito pois os sistemas extrativistas s o muitas vezes considerados como sistemas n o tecnificados ou atrasados Gerhardt 2012 descreve v rias passagens j no final do s culo XIX e in cio do s culo XX em que mesmo governantes ex
199. MA SBF 2008 CORREA G et al Cambona 4 desenvolvimento de uma prog nie biclonal de erva mate em Machadinho RS Embrapa Florestas Documentos v 224 2011 CORREIO DO NORTE Escassez de mat ria prima dispara pre o da erva mate Jornal Correio do Norte on line Canoinhas Edi o de 11 10 2013 Dispon vel em http www adjorisc com br jornais correiodonorte editorias rural escassez de materia prima dispara preco da erva mate 1 1360879 UvLISPIdWLd Acesso em 21 01 2014 COSTA E C et al Bioecologia e manejo da broca da erva mate Hedypathes betulinus Klug 1825 Coleoptera Cerambycidae Ci ncia Florestal v 16 n 2 2006 COSTA J R et al Recomenda es para o planejamento agroflorestal participativo em pequenas propriedades agr colas Comunicado t cnico 75 Manaus EMBRAPA 2009 COSTA S G A erva mate Curitiba Farol do Saber 1995 DA CROCE D M Cadeias produtivas do estado de Santa Catarina erva mate Boletim T cnico n 112 Florian polis Epagri 2000 Caracter sticas f sico qu micas de extratos de erva mate Ilex paraguariensis St Hil no estado de Santa Catarina Ci ncia Florestal v 12 p 107 113 2002 DA CROCE D M FLOSS P A Cultura da erva mate no estado de Santa Catarina Boletim t cnico n 100 Florian polis Epagri 1999 DANIEL O Erva mate sistema de produ o e processamento industrial Dourados MS UFGD UEMS 2009 DALLABRIDA V R MARCHESAN J Desenvolvime
200. MINAYO 2001 2010 Por m h que se considerar segundo Minayo 2010 que mesmo no estudo dos fen menos sociais existe a possibilidade de se analisarem regularidades frequ ncias al m das rela es hist ricas representa es pontos de vista e l gica dos sujeitos em a o Assim os m todos quantitativos e qualitativos n o s o incompat veis e podem ser integrados em um mesmo projeto de pesquisa nesse caminho que a tese percorre ter como base uma pesquisa qualitativa que envolve tanto aspectos sociais quanto naturais a vis o do agricultor e a vis o do pesquisador ao mesmo tempo em que utiliza recursos quantitativos como a estat stica descritiva 4 2 O ESPA O E SUJEITOS DA PESQUISA De acordo com Minayo 2010 p 196 O pesquisador deve dedicar tempo aos crit rios de escolha dos locais ou do local onde realizar a pesquisa fazendo antes uma incurs o por v rios ambientes buscando justificar a sele o do espa o Essa escolha envolve v rios elementos crit rios l gicos intera o conveni ncia e contatos que assegurem o xito do trabalho 102 Nessa perspectiva o espa o da pesquisa foi o Planalto Norte Catarinense PNC Essa regi o concentra dois aspectos essenciais desse trabalho alta concentra o de agricultores familiares e grande produ o de erva mate nativa associado ao fato de estar inserida em um processo de Identifica o Geogr fica IG da erva mate que visa justamente diferenciar
201. N o d podar na cheia um dia antes e um dia depois Agricultor 10 No entanto conforme o relato se por um lado n o se respeita a melhor fase lunar para a colheita por outro se procura evitar as fases lunares que possam comprometer o rebrote da erva mate Nesse sentido 72 evitam podar em determinada fase da lua Quadro 6 37 A grande maioria procura n o podar na lua cheia 54 e com menor frequ ncia aparece evitar a lua nova 13 e ainda aqueles que evitam tanto a nova quanto a cheia 5 Interessante que n o se trata de respeitar todos os sete dias da fase lunar mas sim apenas o dia do in cio da fase luar ou alguns dias antes e depois Assim 64 dos agricultores ao se referirem s restri es de colheita em fun o da fase lunar consideram apenas o dia ou at dois dias antes ou depois da fase lunar a ser evitada Mattos 2011 pesquisando junto a agricultores da regi o constatou que 36 4 dos agricultores n o colhem na fase da lua cheia ou nova e que 12 1 colhem apenas na lua minguante QUADRO 6 37 FASE LUNAR A SER EVITADA PARA A COLHEITA DA ERVA MATE DE ACORDO COM A PERCENTAGEM DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Fase da lua de agricultores Dias que respeita 96 Cheia 54 No dia 21 1 dia antes e depois 15 2 dias antes e depois 10 3 dias antes e depois 03 Todo o per odo 05 Nova 13 No dia 05 2 dias antes e depois 08 Nova e cheia 05 2 dias antes e depois 05 N o respeita 28 28
202. NTAGEM DE OCORRENCIA NOS GRUPOS DEPAISAGENS 308 QUADRO 6 47 CONEX O DOS ERVAIS EM RELA O OUTRAS PAISAGENS FLORESTAIS DA PROPRIEDADE INTERNA OU DE PROPRIEDADE VIZINHAS EXTERNA NAS 313 QUADRO 6 48 PRINCIPAIS USOS DOS ERVAIS DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS 314 QUADRO 6 49 OUTROS USOS DOS ERVAIS DE ACORDO COM OS AGRICULTORES 316 QUADRO 7 1 CARACTER STICAS CONSIDERADOS PELOS INDUSTRIAIS PARA CLASSIFICAR A ERVA MATE COMO PLANTADA COM RESTRI ES PARA AQUISI O 325 QUADRO 7 2 CLASSIFICA O DOS INDUSTRIAIS ENTREVISTADOS EM RELA O A DIFERENTES SITUA ES DE ERVAIS NATIVOS 5 327 QUADRO 7 3 MOTIVOS QUE LEVARAM A ELEVA O DOS PRE OS DA ERVA MATE NA OPINI O DOS INDUSTRIAIS rare atareaea area rena aaa nanten 341 QUADRO 8 1 FREQU NCIA DA ASSIST NCIA T CNICA JUNTO AOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS EM RELA O A ATER GERAL E ATER ESPEC FICA PARA A ERVA MATE 346 QUADRO 8 2 OPINI ES DOS SECRET RIOS MUNICIPAIS DA AGRICULTURA E CHEFES
203. NTRE REA TOTAL REA FLORESTAL REA DOS ERVAIS E PRODU O DE ERVA MATE NAS 40 PROPRIEDADES PESQUISADAS Correla o rea total ha rea florestal rea dos Produ o de ha ervais ha erva mate kg rea total ha 1 0 8949 0 8448 0 5391 rea florestal X 1 0 9089 0 3050 ha rea dos X X 1 0 2666 ervais ha 110 Gabe destacar que no caso das produ es acima de 20 000 kg a rea m dia florestal menor do que a rea m dia com erva mate isso se deve significativa produ o de erva mate em potreiros particularmente nas reas de basalto 206 Pode se concluir com base no quadro 6 22 que realmente existe uma forte correla o entre a rea total da propriedade com a rea florestal 0 8949 e com a rea dos ervais 0 8448 o mesmo acontecendo entre a rea florestal e a rea dos ervais 0 9089 ou seja quanto maior a propriedade maior a cobertura florestal e maior a rea dos ervais No entanto a correla o mais fraca entre a rea total e a produ o de erva mate 0 5391 pois na verdade n o existe correla o entre a rea dos ervais e a produ o de erva mate 0 2666 Essa falta de correla o motivada pela exist ncia de significativa produ o de ervais plantados com altas produtividades e de ervais nativos com produtividades muito baixas apesar de muitos ervais nativos apresentarem altas produtividades Nesse sentido Mattos 2011 encontrou resultados
204. No entanto se trabalha com a conserva o socioambiental no sentido de valorizar tamb m a import ncia da erva mate como componente fortemente enraizado na cultura local nas rela es sociais das comunidades que gera renda aos agricultores e assim contribui para a manuten o das fam lias no meio rural Ainda os ervais s o fruto de um longo processo de intera o entre o ambiente natural e as a es humanas atrav s de pr ticas de manejo que modificam os ambientes naturais Assim n o seria adequado se estudar a atividade ervateira apenas do ponto de vista ecol gico natural sendo necess rio estudar de forma integrada os aspectos sociais culturais e econ micos 57 2 PAISAGEM CONCEITOS USOS E CONSERVA O Ao rodar pelas estradas no Planalto Norte de Santa Catarina os viajantes se deparam com uma paisagem composta por um mosaico formado por remanescentes de floresta de arauc rias entremeados por lavouras anuais e cultivos florestais Em v rios trechos da estrada poss vel visualizar o gado bovino pastando sombra desses remanescentes florestais A forma o dessa paisagem se deve em grande medida perman ncia de um sistema produtivo tradicional dessa regi o conhecido como ca vas ou invernadas Esse sistema mantido pela combina o do pastejo do estrato herb ceo formado por esp cies nativas ou introduzido h d cadas com a extra o de erva mate e de lenha do estrato arb reo BONA HANISCH e MARQUES 2011
205. O fato de ser um elemento estabilizador da propriedade e uma atividade prazerosa parece ser mais determinante que a pr pria renda monet ria advinda da atividade A estabiliza o da propriedade no sentido de assegurar a reprodu o e sobreviv ncia das fam lias justamente uma das principais estrat gias dos agricultores familiares CHAYANOV 1985 WANDERLEY 2009 Outra justificativa importante a gera o de renda em uma rea florestal onde o uso limitado pela legisla o 43 aqui aparece o j comentado gerar recursos com a floresta em 5 d um dinheiro para uma rea que n o d pra lavoura mato pouco mas lucro Agricultor 10 Com menor import ncia aparecem justificativas ligadas a certa in rcia da atividade ou seja continua trabalhando com a erva porque sempre trabalhou 15 ou porque j tinha na propriedade 13 Um fator importante verificado a campo mas n o destacado pelos agricultores o fato dos ervais estarem associados a outros usos importantes para a gera o de renda como a cria o animal ou para o autoconsumo como a produ o de lenha pinh o mel a pr pria cria o animal entre outras Nesse sentido segundo Maluf et al 2000 o autoconsumo se insere na estrat gia de redu o de riscos da agricultura familiar pois serve como prote o frente as incertezas e oscila es da produ o para o mercado Assim pode se ponderar que a erva mate
206. O UM ERVAL DENSO QUE SE TERMINOU AO FUNDO DESTACAM SE ALGUMAS ERVEIRAS CENTEN RIAS REMANESCENTES FONTE o autor 193 Por outro lado no caso das propriedades onde a produ o tem aumentado ou tende a aumentar 32 os motivos para essa melhoria da produ o s o apontados no Quadro 6 13 QUADRO 6 13 PRINCIPAIS MOTIVOS QUE LEVAM AO AUMENTO DA PRODU O DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Motivos com mais de uma cita o Geral Novos plantios 61 Menor press o do gado 54 Mais ro adas 46 Melhoria na poda 46 Desbastes na vegeta o arb rea 27 Regenera o de erveiras 20 Com base no quadro acima pode se concluir que as propriedades aparentam ter duas estrat gias para aumentar a produ o a realiza o de novos plantios ou a melhoria do manejo dos ervais nativos atrav s da diminui o da press o do gado aliados a intensifica o das ro adas e melhoria da poda Essa discuss o ser aprofundada ao se tratar do manejo dos ervais 6 3 3 A import ncia econ mica para as fam lias Na se o de Caracteriza o das propriedades pesquisadas foi demonstrado que entre as propriedades avaliadas a erva mate est entre as principais atividades geradoras de renda gerando mais de 30 da renda bruta total da propriedade em apenas uma propriedade 2 5 e em mais quatro propriedades 10 participa dos sistemas considerados como diversifica
207. ONSERVA O 5 31 1 1 AGRICULTURA FAMILIAR IMPORT NCIA CONCEITOS E RACIONALIDADES a E EE E E E E 31 1 2 A AGRICULTURA FAMILIAR E A MODERNIZA O DA AGRICULTURA 39 1 3 AGRICULTURA FAMILIAR PRODU O E MEIO 41 1 4 AGRICULTURA FAMILIAR FLORESTAS BIODIVERSIDADE E MANEJOS OPEN GA ENS RE DOR ANDROID 48 1 5 AGRICULTURA FAMILIAR E A CONSERVA O SOCIOAMBIENTAL 52 2 PAISAGEM CONCEITOS USOS E 57 2 1 5 57 2 2 A DOMESTICA O DE 63 2 3 PAISAGENS DE USO E PAISAGENS DE 66 2 4 ERVAIS DO PLANALTO NORTE PAISAGENS CULTURAIS NA CONCEP O DA UNESCO A 70 3 A ERVA MATE EXTRATIVISMO IND GENA MONOCULTURA 73 3 1 ASPECTOS BOT NICOS E ECOL GICOS DA 73 3 2 ASPECTOS SOCIAIS ECON MICOS E AMBIENTAIS DA ATIVIDADE ERVATEIR O et gas nda as int Ota fi dd an A Cit Au 77 3 3 PROCESSO DE DOMESTICA O DA ERVA MATE ASPECTOS HIST RICOS E a BE rE 89 3 3 1 Domestica o de pla
208. OS 4 eaae nia 244 QUADRO 6 32 USO AGROT XICOS NOS ERVAIS ESTUDADOS EM PERCENTAGENS COM BASE NO NUMERO DE SITUA ES AREA ha E PRODU O t EM QUE SAO UTILIZADOS EM GRUPOS DE UNIDADES DE 5 249 QUADRO 6 33 EROS O OBSERVADA NOS ERVAIS AVALIADOS NO PLANALTO NORTE CATARINENSE CS E sLr Has VEsEE EAR aSaDa 264 QUADRO 6 34 MELHOR POCA MESES PARA A COLHEITA DA ERVA MATE NA OPINI O DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS EM NUMERO DE 5 267 QUADRO 6 35 N MERO EM QUE CADA M S CITADO COMO INTEGRANTE DA MELHOR EPOCA PARA COLHEITA ENTRE OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS 268 QUADRO 6 36 MESES EM QUE A COLHEITA DA ERVA MATE DEVE SER EVITADA DE ACORDO COM A OPINI O DOS AGRICULTORES 5 269 QUADRO 6 37 FASE LUNAR A SER EVITADA PARA A COLHEITA DA ERVA MATE DE ACORDO COM A PERCENTAGEM DOS AGRICULTORES 5 273 QUADRO 6 38 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA A COLHEITA DA ERVA MATE EM PERCENTAGEM DE SUA UTILIZA O EM RELA O AO NUMERO TOTAL DE ENTREVISTADOS 1 E EM RELA O SOMENTE AOS AGRICULTORES QUE VENDEM A ERVA NO 2 277 QUADRO 6 39 PRINCIPAIS PROBLEMAS DA ATIVIDADE ERVATEIRA A
209. PONTADO PELOS AGRICULTORES 11 282 QUADRO 6 40 PERCENTAGEM DE UTILIZA O DOS REMANESCENTES FLORESTAIS COM COLHEITA DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES 286 QUADRO 6 41 TIPOS DE REAS FLORESTAIS ONDE N O S O REALIZADAS COLHEITAS DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS ear 286 QUADRO 6 42 APTID O AGR COLA DOS ERVAIS EM PAISAGENS FLORESTAIS DOS AGRICULTORES 288 QUADRO 6 43 MOTIVO PRINCIPAL PELO QUAL O AGRICULTOR ENTREVISTADO N O CONVERTEU AS AREAS FLORESTAIS COM APTID O EXCELENTE BOA E REGULAR PARA AGRICULTURA EM LAVOURAS DADOS 289 QUADRO 6 44 DESTINO QUE OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS DARIAM PARA OS ERVAIS SOB COBERTURA FLORESTAL CASO NAO HOUVESSE RESTRI ES LEGAIS PARA A DERRUBADA DE ARVORES saias ses irasiiso Leves 290 QUADRO 6 45 MOTIVOS PELOS QUAIS OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS CONSIDERAM IMPORTANTE CONSERVAR AS FLORESTAS arara 305 QUADRO 6 46 ESP CIES ARB REAS DA FLORESTA COM ARAUC RIAS AMEA ADAS DE EXTIN O EM PERCE
210. Prefeitura 7 Fumageira 8 AS PTA 9 Baldo 11 ATER assist ncia t cnica em erva mate 1 Frequente sistem tica 2 Eventual 3 Rara 4 H muitos anos atr s 5 Nunca 6 Iniciou pesquisa 7 Uma vez sementes mudas 8 Uma vez evento Quem Idem 10 12 Participa o em discuss es e eventos 1 V rias vezes 2 Duas vezes 3 Uma vez 4 Nunca gt relacionar qual evento espec ficos relacionados erva mate 19 J ouviu falar do 1 Sim 2 Sim mas n o entendeu direito 3 N o processo de IG identifica o geogr fica 14 J recebeu para a 1 Sim2 N o atividade ervateira gt qual benef cios de algum programa espec fico 5 MANEJOS PR TICAS INDICADOR CRITERIOS QUANTIFICA O pr definidos ou constru dos a partir das respostas dos entrevistados 1 Faz plantios Origem das mudas dados a serem reagrupados 1 Est plantando ca vas mudas pr prias 2 Idem md munic pio 3 Idem md regi o 4 Est plantando mata mudas pr prias 5 Idem md munic pio 6 Idem md regi o 7 Plantou no limpo n o foi md argentina 8 S transplantes espor dicos 9 Nunca 10 Muda na capoeira arrancadas do vizinho 11 Plantio mudas comunidade 12 Plantio transplantes e md munic pio 13 Plantio mudas regi o n o foi 14 Plantio mudas do munic pio n o foi 15 Plantio mudas regi o n o foi 16 Adensou ca va mudas pr prias 17 Plantio mudas argentina 18 Pla
211. QUADRO 6 7 PRINCIPAIS ATIVIDADES GERADORAS DE RENDA DAS PROPRIEDADES PESQUISADAS Atividade principal Total Regi o Regi o do sedimentar basalto Agroecologia 1 0 1 Agroecologia e aposentadoria 1 0 1 Apicultura 1 1 0 Aposentadoria 1 1 0 Arrendamento 1 1 0 Carneiros e Agroecologia 1 0 1 Diversificado 5 3 2 Erva mate e Arrendamento 1 1 0 Gr os e Gado 2 0 2 Fumo 10 10 0 Fumo e Leite 3 3 0 Fumo e Gr os 3 3 0 Leite 3 3 0 Leite e Gr os 4 2 2 Leite e Aposentadoria 1 0 1 Gr os 1 1 0 Su nos e Leite 1 0 1 Vale destacar que entre os cinco sistemas diversificados considerando as atividades que contribuem com mais de 20 e menos de 30 da renda bruta aparecem a erva mate em quatro casos Quadro 6 8 Assim a erva mate est entre as atividades que contribuem em mais de 30 da renda bruta total em uma 79 Considera se agroecologia como rendas oriundas de processos agroecol gicos ou org nicos de produ o certificados na regi o pela Rede Ecovida de Certifica o Participativa 186 propriedade e em outras quatro contribui entre 20 e 30 da renda bruta Dessa forma a erva mate aparece como atividade importante na gera o da renda bruta total em cinco propriedades ou 12 5 do total de propriedades QUADRO 6 8 RELA O DAS ATIVIDADES QUE CONTRIBUEM COM MAIS DE 20 DA RENDA BRUTA TOTAL NOS CINCO SISTEMAS DIVERSIFICADOS IDENTIFICADOS NA PESQUISA Ativi
212. RA BRANCA DE PLANTA IRINE POLIS SC Fonte o autor 261 Vale destacar que na regi o de basalto em que n o ocorreu o processo de forma o de criadouros comunit rios n o se evidencia a divis o entre terra de ca va e terras brancas Nessa regi o um n mero mais expressivo 45 n o destacou nenhuma caracter stica marcante das terras de erva aqueles que responderam se referiram basicamente em terras mais cidas e enxutas e plantas indicadoras O melhor a terra mais enxuta terra mais escura terra de pap o de bracatinga de muita imbuia Agricultor 07 As plantas indicadoras s o refer ncia significativa citadas por 30 dos entrevistados sendo a pr pria erva mate a mais destacada ou seja a erva mate s se desenvolve bem onde naturalmente j ocorre a erva mate Se tem erva nativa ela vem sen o n o adianta plantar tem que ser terreno de erva Agricultor 26 Outras plantas elencadas foram a bracatinga a imbuia o capim pap o e a samambaia Pteridium sp todas tamb m plantas indicadoras de terrenos cidos e sem problemas de drenagem Assim de forma geral os agricultores identificam as terras que seriam as melhores para a erva mate normalmente as associando caracter sticas destacadas pela literatura solos avermelhados secos sem problemas de drenagem e cidos Destacam ainda plantas indicadoras para terras aptas ao plantio do mate que refor am as c
213. RENTES UNIDADES DE PAISAGEM DOS ERVAIS As UPEs em que a erva mate nativa 1 2 3 4 5 8 9 10 totalizam 49 situa es representando 74 25 do n mero de UPEs ocupam 91 89 da rea e totalizam 65 28 da produ o estudada Como o PNC destacado pela sua produ o de mate nativo o percentual de rea est dentro do esperado mas o de produ o estaria abaixo Por m a defini o do que uma erva mate nativa um problema que se discute mais adiante pois os plantios em reas florestais tendem a ser considerados nativos dessa forma considerando se no somat rio do par grafo anterior as UPES de plantios em matas e ca vas UPEs 6 e 7 a rea ocupada passa a ser de 96 39 A percentual de contribui o da produ o de erva mate nativa em rela o produ o total do PNC seria de 93 de acordo com as estimativas da PEVS IBGE safra 2011 e de 71 segundo o censo agropecu rio do IBGE de 2006 conforme exposto nos quadros 6 3 e 6 4 183 e a produ o de 81 24 mais pr xima aos dados oficiais e assim confirmando a caracter stica do PNC como produtor de erva mate nativa Vale novamente ressaltar as limita es estat sticas dessa tese pois a amostragem foi direcionada para justamente abranger os poucos ervais plantados n o florestais portanto com o risco de superestimar os ervais plantados Ainda a pesquisa se restringiu a agricultores familiares ficando de fora m dios e grandes produtores a grande maiori
214. RINEOPOLIS SC essas usb A so Ton inda dona AE ETS 309 FIGURA 6 49 POTREIRO COM PRESEN A FREQUENTE DE ARAUC RIAS PORTO UNI O DOS qu DT ES T E 310 FIGURA 7 1 DIFERENCIA O DE PRE OS PAGOS ERVA MATE PLANTADA PELOS INDUSTRIAIS ENTREVISTADOS sviscerate iieii 318 FIGURA 7 2 MOTIVOS QUE LEVAM A DESVALORIZA O DA ERVA MATE PLANTADA DE ACORDO COM OS INDUSTRIAIS ENTREVISTADOS 320 FIGURA 7 3 FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR NO TEOR DE METAB LITOS SECUNDARIOS EM UMA PLANTA 322 FIGURA 7 4 CRIT RIOS PARA CONSIDERAR A ERVA MATE COMO NATIVA DE ACORDO COM OS INDUSTRIAIS ENTREVISTADOS ass sussssenetosssesrisses eaa r tas LoL pestesusoLetebulpssssbos Dr ohebusenstadado 323 FIGURA 7 5 PRE OS M DIOS DA ERVA MATE PAGOS AO PRODUTOR R ARROBA FOLHA VERDE NO BARRANCO DEFLACIONADOS PELO IGP DI NA REGIAO DE UNIAO DA VIT RIA 339 FIGURA 8 1 INSTITUI ES QUE PRESTAM ASSIST NCIA T CNICA DE FORMA FREQUENTE OU EVENTUAL JUNTO AOS AGRICULTORES 5 346 FIGURA 9 1 VARIA O DE ALGUMAS PROPRIEDADES DAS UNIDADES DE PAISAGENS DOS ERVAIS TANTO NATIVOS QUANTO PLANTADOS A MEDIDA QUE SE DIMINUI A COBERTURA Vo gu PLA A 368
215. SISTEMA FONTE Bertrand 1972 A quest o da escala do estudo da paisagem mostra se como uma quest o importante e nesse sentido Zonneveld 1990 prop e o estudo das paisagens considerando as como entidades hol sticas constitu das de diferentes elementos que influenciam uns aos outros denominadas de unidades de paisagem Para o autor a unidade de paisagem sin nimo de unidade de terreno e representa uma parte da superf cie da terra ecologicamente homog nea para uma determinada escala Para Delpoux 1972 p 06 a unidade elementar de estudo ou poder amos dizer unidade de paisagem uma superf cie no interior da qual mesmo se existe uma heterogeneidade de estrutura soma de seres vivos diferentes tipos de cultura e de constru es diferentes esta se repete igual ou semelhante a si mesma Nucci et al 2004 p 551 conceitua Unidade de Paisagem como uma representa o geogr fica proje o espacial do ecossistema denunciada por indicadores facilmente percept veis vegeta o formas de relevo uso e cobertura do solo etc com um n vel homog neo de organiza o da vida em seu interior tanto no que diz respeito a sua estrutura como ao seu funcionamento Para Monteiro 2000 o termo paisagem adquiriu um significado mais amplo e passou a representar uma categoria de an lise importante possibilitando ao pesquisador identificar diferentes unidades de paisagem segundo suas 60 necessidades de pesq
216. STAS 2009 MARQUES D A P O se movimentar na dan a uma abertura para novas significa es di logos na educa o 2012 Disserta o Mestrado em Educa o F sica Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2012 MARTINEZ ALIER J O ecologismo dos pobres conflitos ambientais e linguagens de valora o S o Paulo Contexto 2009 MATTEI L Diagn stico do Planalto Norte Catarinense Minist rio do Desenvolvimento Agr rio Florian polis 2006 MATTOS A G Caracteriza o das pr ticas de manejo e das popula es de erva mate Ilex paraguariensis A Sant Hil nativa em explora o no planalto norte catarinense Disserta o Mestrado em Recursos Gen ticos Vegetais Centro de Ci ncias Agr rias Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2011 MAZUCHOWSKI J Z Manual da erva mate 22 Ed Curitiba EMATER PARAN 1991 397 MAZUCHOWSKI J Z R CKER N P Diagn stico e Alternativas para a Erva Mate llex paraguariensis Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento Curitiba 1998 MAZZA C A S et al Proposta para o desenvolvimento da conserva o e uso de recursos florestais n o madeireiros na floresta com arauc ria o programa Conservabio In V Semin rio de Areas Protegidas e Inclus o Social Anais do Manaus UFAM 2011 Conserva o e uso dos recursos florestais n o madeir veis da floresta com arauc ria Programa Conservabio recurso eletr
217. TE CATARINENSE DE ACORDO COM DADOS DOS CENSOS AGROPECUARIOS DO IBGE TONELADAS DE ERVA MATE 140 QUADRO 5 6 N MERO DE ESTABELECIMENTOS TOTAIS E COM PRODU O DE ERVA MATE NATIVA NOS MUNIC PIOS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE 142 QUADRO 6 1 RESUMO DOS INDICADORES DETERMINANTES PARA A CLASSIFICA O E DESCRI O DAS UNIDADES DE PAISAGEM DOS ERVAIS DO PLANALTO NORTE 152 QUADRO 6 2 CLASSIFICA O DAS UNIDADES DE PAISAGENS FLORESTAIS DE ACORDO COM O INDICE DE CONSERVA O FLORESTAL rata 153 QUADRO 6 3 UNIDADES DE PAISAGENS IDENTIFICADAS NOS ERVAIS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE E CRITERIOS DE 154 QUADRO 6 4 DESCRI O GERAL DAS PAISAGENS IDENTIFICADAS NO PLANALTO NORTE CATARINENSE ati Ee ra a nda Past ata aa 155 QUADRO 6 5 UNIDADES DE PAISAGENS DOS ERVAIS IDENTIFICADAS NO PLANALTO NORTE CATARINENSE E RESPECTIVAS QUANTIDADES AREA TOTAL AREA MEDIA PRODU O DE ERVA MATE MEDIA DAS PRODUTIVIDADES E INDICE DE CONSERVA O FLORESTALMEDIO tara a a a ra Tra aaa 181 QUADRO 6 6 N MERO E REAS TOTAIS E POR REGI O ha DAS PROPRIEDADES PESO USADAS 1
218. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN ANESIO DA CUNHA MARQUES AS PAISAGENS DO MATE E A CONSERVA O SOCIOAMBIENTAL UM ESTUDO JUNTO AOS AGRICULTORES FAMILIARES DO PLANALTO NORTE CATARINENSE CURITIBA 2014 ANESIO DA CUNHA MARQUES AS PAISAGENS DO MATE E A CONSERVA O SOCIOAMBIENTAL UM ESTUDO JUNTO AOS AGRICULTORES FAMILIARES DO PLANALTO NORTE CATARINENSE Tese apresentada como requisito parcial para a obten o do t tulo de Doutor curso de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paran Comit de orienta o Prof Dr Valdir Frigo Denardin Prof Dr Mauricio Sedrez do Reis Prof Dr 2 Celina Wisniewski CURITIBA 2014 M357 Marques An sio da Cunha As paisagens do mate e a conserva o socioambiental um estudo junto aos agricultores familiares do Planalto Norte Catatinense An sio da Cunha Marques Curitiba 2014 434 f il Orientador Valdir Frigo Denardin Tese Doutorado Universidade Federal do Paran Setor de Ci ncias Agr rias Programa de P s Gradua o em Meio Ambiente e Desenvolvimento 1 Erva mate 2 Meio ambiente Preserva o 3 Agricultura familiar Denardin Valdir Frigo Universidade Federal do Paran Setor de Ci ncias Agr rias Programa de P s Gradua o em Meio Ambiente e Desenvolvimento III T tulo CDU 633 77 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN Programa de P s Gradua o em Melo Ambiente Desenvolvimento Rua
219. Uso e Conserva o dos Recursos Naturais na por o Sul do Bioma da Mata Atl ntica que proporcionou um espa o de di logo para vislumbrar conex es transversalidades e desafios comuns interpretados a partir de diversos olhares A figura 01 apresenta o organograma do projeto coletivo de pesquisa do grupo 24 Bem d ed Uso e Conserva o dos Recursos Naturais gt Por o sul do Bioma Mata 6 Atl ntica contexto rural 8 Planejamento Din micas Territorial Ecossocioprodutivas i m Regional e Local e 9 Institucional Comunit ria 5 FIGURA 01 ORGANOGRAMA DO PROJETO COLETIVO DE PESQUISA DO GRUPO AGRO BIODIVERSIDADE Fonte ALVES et al 2011 ap 9 5025 q 5 9 Econ mica Hegem nica TRETTEN sapepi Igessujna 12945194 Perspectiva rea de estudo ent Escala Dessa forma parte se da premissa de que a Racionalidade Econ mica Hegem nica exerce um papel determinante sobre os processos de Uso e Conserva o dos Recursos Naturais tema central de pesquisa do grupo Tal influ ncia condiciona o estado de conserva o dos diversos biomas brasileiros bem como as suas diferentes formas de utiliza o e apropria o pela sociedade tamb m refletindo na sociedade por meio dos riscos das vulnerabilidades e da resili ncia Para analisar esse contexto e essas rela es foram delimitados dois eixos de pesquisa complementares a perspectiva
220. ZA A M Dos ervais ao mate possibilidades de revaloriza o dos tradicionais processos de produ o e de transforma o de erva mate no planalto norte 405 catarinense Disserta o Mestrado em Agroecossistemas Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 1998 SOUZA A M A estrutura fundi ria do Territ rio Planalto Norte SC Um produto das especificidades hist ricas In Anais do 47 Congresso da Sociedade Brasileira de Economia Administra o e Sociologia rural Porto Alegre Brasil 2009a Arranjo produtivo local e Indica o Geogr fica possibilidades para a cadeia produtiva do mate no Planalto Norte Catarinense In SOBER 48 Congresso da Sociedade Brasileira de Economia Administra o e Sociologia Rural Campo Grande 2010 SOUZA A M et al Estudos b sicos regionais do Planalto Norte de Santa Catarina In DUFLOTH J H et al org Estudos b sicos regionais de Santa Catarina CD Florian polis EPAGRI p 145 250 2005 A erva mate na regi o do contestado atua o das institui es de pesquisa e associa es de produtores e ind strias em rela o Indica o Geogr fica In DALLABRIDA R org Territ rio identidade territorial e desenvolvimento regional reflex es sobre indica o geogr fica e novas possibilidades de desenvolvimento com base em ativos com especificidade territorial S o Paulo SP LiberArs 2013 SOUZA R M Mapeamento Social dos Faxinais no Paran In
221. a es tr ficas e os processos ecossist micos Em fragmentos pequenos existe uma menor variedade de habitat e assim uma menor diversidade com perda gradual de esp cies LAURENCE VASCONCELOS 2009 Outro problema o endocruzamento acasalamento de parentes pr ximos que se torna frequente em popula es reduzidas que ficam restritas a pequenos fragmentos isolados ODUM BARRETT 2007 5 consequ ncias do isolamento variam de acordo com o tempo do isolamento distancia entre fragmentos e grau de conex o entre eles SAUNDERS et al 1991 Muitas vezes as popula es locais ficam isoladas e as dist ncias s o t o grandes que o movimento entre as manchas de habitat mais ou menos favor veis pode tornar se imposs vel limitando o potencial de dispers o e coloniza o de esp cies CERQUEIRA 2003 PRIMACK RODRIGUES 2001 Esses aspectos negativos conforme visto na se o 6 4 6 se aplicam aos ervais do PNC A permeabilidade da matriz decorrente da sua complexidade estrutural e do tipo e intensidade do seu uso tamb m fundamental para se determinar o grau de isolamento entre fragmentos COLLI et al 2003 A permeabilidade da matriz depende do uso ao qual est submetida e quanto maior a similaridade da estrutura e composi o da matriz e dos fragmentos menor ser o efeito negativo sobre a biodiversidade dos fragmentos e da paisagem SCARIOT et al 2003 VIEIRA et al 2003 Nesse sentido os ervais particularmente em
222. a o aduba es facilita um processo de produ o mais sustent vel da erva mate se aproximando inclusive dos sistemas org nicos ou ecol gicos de produ o de alimentos 339 7 3 A ELEVA O DOS PRE OS E AS PERSPECTIVAS DO MERCADO Por ocasi o da pesquisa de campo ano de 2012 o pre o da erva mate verde colocada na ind stria no munic pio de Canoinhas situava se em torno de 0 60 kg Em janeiro de 2014 atinge situa se entre R 1 40 a R 1 60 Apesar desse aumento expressivo dos pre os da erva mate e das perspectivas de aumento dos plantios s o poucos os textos elaborados pelas institui es oficiais que abordem de forma ampla os motivos que levaram esse aumento e as perspectivas futuras de mercado As informa es normalmente s o vinculadas em jornais e internet e tendem a representar opini es de profissionais frente sua experi ncia no setor por m sem an lise de dados estat sticos Obviamente a eleva o dos pre os deve se a falta do produto frente a demanda por m n o ficam claros quais as causas do aumento da demanda e ou queda da oferta Normalmente se vincula tr s causas principais a redu o da produ o frente a erradica o de ervais plantados e nativos o aumento do consumo interno o aumento das exporta es Por m todas essas causas levariam a uma alta gradativa e n o uma s bita eleva o de pre os como se verificou a partir de novembro de 2012 Figura 7 5 Ca NS A AAA
223. a o ambiental e recupera o de reas degradadas BRASIL 2012 A Lei da Mata Atl ntica prev a institui o de um Fundo de Restaura o do Bioma Mata Atl ntica visando beneficiar projetos que envolvam conserva o de remanescentes florestais pesquisas cient ficas e restaura o de reas degradadas BRASIL 2006 Por m a efetiva o dessas a es que poderiam contribuir para uma maior conserva o dos ervais em paisagens florestais e dos sistemas tradicionais de 302 produ o de erva mate ainda est o longe de se tornarem realidade valendo apenas as restri es e n o os incentivos Possibilidades de apoio atividades conservacionistas e pagamentos por servi os ambientais Apesar da dificuldade de se implantar os apoios previstos no Novo C digo Florestal na Lei da Mata Atl ntica e da car ncia de pol ticas p blicas que beneficiem os agricultores que aliam o uso conserva o da natureza nos ltimos anos algumas iniciativas e pol ticas procuram suprir essa defici ncia Em rela o a pagamentos por servi os ambientais PSA n o existe ainda uma lei ou programa nacional mas de acordo com Peixoto 2011 tramitam no Congresso Nacional 11 projetos de lei com objetivos relacionados ao PSA 8 que criam programas governamentais de PSA e 3 que criam pol ticas de estado de PSA Entre essas se destaca o PL n 5 487 2009 do Poder Executivo que institui a Pol tica Nacional dos Servi os Ambientais o Progr
224. a produtores de erva mate nativa que elevariam o percentual de contribui o de erva mate nativa no PNC Nessa se o o objetivo principal foi a descri o geral das UPESs encontradas Nas pr ximas se es tendo como base 85 UPEs muitas vezes organizadas em grupos de UPEs semelhantes com o objetivo de n o dispersar a discuss o se discute de forma mais aprofundada os significados do mate os manejos realizados e a rela o com a conserva o ambiental 6 3 OS SIGNIFICADOS DO MATE ENTRE A ECONOMIA E A CULTURA Ap s a descri o das paisagens do mate nessa se o se discute a erva mate a partir das propriedades dos agricultores tendo como referencia grupos de paisagens semelhantes de ervais Para melhor situar o leitor inicialmente apresentada uma caracteriza o geral dos agricultores propriedades pesquisadas em seguida s o discutidos os aspectos relacionados economia e cultura 6 3 1 Caracteriza o geral das propriedades pesquisadas De acordo com o exposto na Metodologia foram pesquisadas somente propriedades que se enquadrassem como de agricultores familiares totalizando 40 fam lias sendo 29 72 5 na regi o sedimentar regi o mais representativa do PNC e 11 27 5 na regi o do basalto A rea m dia geral das propriedades ficou em 35 58 ha sendo de 31 73 ha na regi o sedimentar e de 45 63 ha na regi o do basalto no entanto com uma grande varia o no tamanho de 4 0 a 111 3 ha Dessa f
225. a rea estudada o Planalto Norte Catarinense sofre press o no sentido da convers o de reas de florestas e ervais em reas de agricultura ou de plantio de p nus e eucalipto Como resist ncia a esse tipo de convers o tem se a legisla o ambiental a recente valoriza o dos ervais nativos e aspectos mais subjetivos ligados a tradi o local que procura conservar os remanescentes florestais ervais Vale lembrar novamente que de acordo com Ferreira 2002 o rural aparece como um espa o de vida e trabalho imbricado em uma rede de rela es sociais uma paisagem ecol gica e cultural permeada por representa es espec ficas de pertencimento de desejo ou projetos de vida A figura 2 2 elaborada por Floriani 2007 permite justamente demonstrar essas rela es onde a paisagem as pr ticas agr colas o ambiente socioecon mico e os projetos de vida dos agricultores est o intimamente correlacionados 63 Condicionam e revelam A paisagem Modificam As pr ticas agr colas z e Que escolhem 8 tm 8 Ss 2 2 Influenciam e informam 5 Os projetos dos E Agricultores A O ambiente S cio econ mico Influencia FIGURA 2 2 RELA ES EXISTENTES EM UMA PAISAGEM RURAL FONTE Floriani 2007 adaptado de Deffontaines 1995 Nesse sentido o manejo de uma determinada esp cie ou espa o est relacionada ao modo de fazer a agricultura que se d atrav s de pr ticas agr c
226. a Disserta o Mestrado em Engenharia Florestal Universidade Federal do Paran Curitiba 2008 403 SANTOS M Espa o e m todo S o Paulo Nobel 1985 T cnica espa o tempo globaliza o e meio t cnico cient fico informacional S o Paulo Hucitec 1998 SANTOS O et al Tecnologia do Saber A Complexidade do Conhecimento Lunar no Viver Rural Anais IV Encontro em Educa o Agr cola F rum de Debates Sobre aPedagogia da Altern ncia Serop dica RJ 2012 SANTOS P et al org Marco regulat rio sobre pagamento por servi os ambientais no Brasil Bel m PA IMAZON FGV CVces 2012 SANTOS J C P SAVIAN G C P S SAVIAN M Caracteriza o de sistemas agroflorestais de manejo de erva mate lllex paraguariensis nativa no Munic pio de Turvo Paran Brasil In 5o Congreso Sudamericano de La Yerba Mate 2011 Posadas Actas do 5a Congreso Sudamericano de La Yerba Mate Posadas Universidad Nacional de Misiones p 133 138 2011 SAUER O A morfologia da paisagem In CORR A ROZENDAHL Orgs Paisagem tempo e cultura Rio de Janeiro EAUERJ 1998 SAUNDERS D A HOBBS R J amp MARGULES C R Biological consequences of ecosystem fragmentation a review Conservation Biology 7 18 32 1991 SAYRE R et al Natureza em Foco Avalia o Ecol gica R pida The Nature Conservancy Arlington USA 2008 SCARIOT A et al Vegeta o e flora In RAMBALDI D M OLIVEIRA D
227. a ecologia e sociedade Curitiba Kair s 2013b 406 STRASSMANN B B et al Quantitation of methylxanthinic alkaloids and phenolic compounds in mate llex paraguariensis and their effects on blood vessel formation in chick embryos Journal of agricultural and food chemistry 56 n 18 p 8348 8353 2008 STREIT N M et al Relation among taste related compounds phenolics and caffeine and sensory profile of erva mate Ilex paraguariensis Food chemistry v 102 n 3 p 560 564 2007 STURION J A et al Controle gen tico da produ o de massa foliar em erva mate Ilex paraguariensis St Hil In IV Congresso Sudamericano de la Yerba Mate 2006 INYM v 1 p 150 155 2006 STURION J A RESENDE M D V Programa de melhoramento gen tico da erva mate no Centro Nacional de Pesquisa de Florestas da Embrapa In Congresso sul americano da erva mate Colombo EMBRAPA CNPF 1997 STURION J A RESENDE M D V MENDES S Propor o de sexo e produtividade massa foliar em erva mate llex paraguariensis St Hil EMBRAPA Florestas Colombo PR v 30 31 p 19 27 1995 SUERTEGARAY C E O Din mica da cultura Erva mate llex paraguariensis St Hil em Sistemas Agroflorestais e Monocultivo Disserta o Mestrado em Agroecossistemas Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2002 SUGANUMA M S etal Comparando metodologias para avaliar a cobertura do dossel e a luminosidade no sub bosque
228. a ou seja podas menos frequentes e n o utiliza o de aduba es Frente a maior demanda atual por mudas e sementes seria importante se criar mecanismos que dificultem a entrada de material gen tico de outras regi es que podem comprometer a qualidade do mate regional e o processo de IG A nfase deveria estar em materiais que garantam a qualidade do mate regional e n o simplesmente na produ o de biomassa S o necess rios maiores estudos para se identificar as substancias respons veis pelo sabor da erva mate e como elas se comportam frente as diversas situa es ambientais ecol gicas e de manejo bem como sua rela o com a gen tica das plantas 337 7 2 A UTILIZA O DE AGROT XICOS E ADUBA ES A VIS O DOS INDUSTRIAIS O uso de agrot xicos A utiliza o de agrot xicos na erva mate considerada como uma problema grave para apenas 20 dos industriais frente a possibilidade de contaminar a produ o e comprometer a aceita o do mate no mercado Para 30 dos entrevistados o uso de agrot xicos n o se constitui em um problema devido a percep o de que praticamente n o se usariam esses produtos nos ervais e que a produ o seria praticamente ecol gica Situa o preocupante pois nessa pesquisa se constatou que 41 9 da produ o teria sido produzida com algum tipo de agrot xico Quadro 6 32 Os demais 50 dos industriais consideram que os agrot xicos utilizados como o glifosato e os piretr id
229. a testando as diversas fases da lua encontrou influencia significativa obtendo as maiores produ es com podas na lua minguante e as menores na lua nova N o se encontrou pesquisas que se referem a influencia das fases da lua na poda ou rebrote da erva mate A maioria dos agricultores n o respeita as fases da lua para o processo de colheita da erva mate 68 por m n o necessariamente pelo fato de n o acreditarem que elas tenham influ ncia no desenvolvimento p s colheita mas principalmente devido a dificuldade de se programar a colheita para a fase da lua que seria a melhor frente a disponibilidade de m o de obra transporte e ainda coincid ncia com condi es clim ticas favor veis para a colheita Nesse sentido mesmo os 32 dos agricultores que consideram a minguante como a melhor fase da lua apesar de procurarem programar a colheita para essa poca normalmente n o o conseguem devido as dificuldades citadas acima Assim mesmo sendo a minguante a fase da lua considerada como a melhor para a colheita o que determina a poca da colheita dentro dos meses que os agricultores respeitam a disponibilidade de m o de obra de transporte e as condi es clim ticas O relato do agricultor abaixo ilustra essa situa o e aponta para o que ser discutido no par grafo seguinte 273 A melhor poca para podar a minguante Mas muito r pido n o d tempo de podar tudo pode chover os comprador n o vim
230. a ao ambiente florestal e tradi o destacada na se o Economia e Cultura Nesse sentido para Andrade e Romero 2009 determinados aspectos da natureza s o valorados por determinadas sociedades mesmo que eles n o contribuam diretamente para o seu bem estar material Nogueira e Medeiros 1999 ponderam que natureza podem ser atribu dos valores que independem de um uso direto para o homem os valores de exist ncia que se originam em uma disposi o dos indiv duos de garantir a sobreviv ncia de plantas e animais por simpatia e n o por uma utilidade imediata ou futura Wanderley 2000b considera que nas complexas rela es sociais do rural existe uma rela o espec fica dos habitantes do campo com a natureza j que eles lidam diretamente com ela no seu dia a dia Aqui vale relembrar o discutido na se o 1 1 de que no sistema capitalista predomina a racionalidade instrumental que instrumentaliza a vida em fun o de finalidades econ micas em que o homem e a natureza s o transformados em mercadorias FERNANDES 2008 Por m entre os agricultores familiares tamb m surge outra racionalidade substantiva que incorpora subjetividades que n o meramente econ mico instrumental ela se relaciona ao seu projeto de vida em uma rela o direta com a natureza BRANDENBURG 2000 Essa rela o pode fazer com que o agricultor desenvolva um apego natureza ou terra e esse apego terra se transforma em
231. a atividade que contribui para a conserva o ambiental abra se a possibilidade de se conquistar mercados exigentes particularmente internacionais que se disp e a pagar mais por esse tipo de produto Nesse sentido Dallabrida e Marchesan 2013 destacam que o processo de IG em curso no PNC deve obrigatoriamente apontar para a necessidade e possibilidade de conserva o ambiental valorizando os ervais nativos ou cultivados sob a floresta o que possibilitaria n o apenas a conserva o mas tamb m a amplia o da rea florestal atrav s da recupera o de reas desmatadas com a implanta o de ervais associados mata nativa 75 Importante destacar que o Censo Agropecu rio de 2006 Quadro 6 4 revela uma situa o bem diferente 5 Vale lembrar que tanto PNC como a regi o Centro Sul do Paran formado por duas regi es sedimentar e do basalto bastante diferenciadas em rela o aos seus aspectos f sicos e ecol gicos Figura 5 4 Diferencia o essa que deveria ser levada em conta no processo de IG particularmente quando se trabalhar a DO j que essas caracter sticas devem influenciar nas caracter sticas e qualidade da erva mate produzida 147 Vale ainda destacar novamente que al m do aspecto ambiental a erva mate tem uma significativa import ncia econ mica e cultural para as popula es locais estando associada a saberes tradicionais e de uma forma particular de rela o com o ecossistema local confi
232. a ca va sendo um deles o erval mais produtivo Na percep o de 90 dos produtores n 18 a produ o diminuiu muito nos ltimos anos e para 10 est apenas est vel o que preocupante j que se trata de uma das principais paisagens dos ervais As causas dessa degrada o s o apontadas como sendo um excesso de press o do gado 90 dos entrevistados e predom nio de erveiras velhas e degradadas devido a falta de regenera o 85 dos entrevistados Em apenas um caso foi constatado adensamento j em produ o por outro lado foram constatados novos plantios em 5 casos 25 tratam se de pequenos plantios em que o gado foi isolado apontando para uma maior preocupa o na recupera o dos ervais Apesar de ser uma paisagem florestal mais aberta e com maior press o animal constata se uma significativa presen a de esp cies arb reas amea adas Em todas as paisagens a arauc ria est presente sendo frequente em 55 das situa es n 11 e muito frequentes em 10 n 2 A imbuia est presente em 90 das paisagens n 18 mas como nas florestas conservadas em menor densidade esparsa em 70 e frequente em 20 das paisagens Ainda constata se a ocorr ncia do sassafr s Ocotea odorifera em duas situa es sendo as nicas ocorr ncias dessa pesquisa O principal uso a cria o de gado para 95 n 19 dos casos seguida da erva mate em 60 das situa es n 12 por m sempre acompanhada da cita o da produ o
233. a dificuldade de importa o de erva mate argentina Esse assunto melhor desenvolvido na se o 7 8 6 3 8 Principais aspectos econ micos sociais e culturais da atividade ervateira A figura 6 25 apresenta uma s ntese dos principais aspectos discutidos nessa se o Gera mais de 20 da renda bruta para 12 5 das fam lias antigamente a safra era a erva agora o fumo 100 consideram que perdeu importancia economicana 58 das comunidade propriedade com quedana produ o 85 dos ervais nativos com queda de produ o 68 das propriedades produzem somente erva mate nativa 53 vendema produ o representando 74 da produ o o SE A satisteitos ou otimistas com o DE E bd 50 das Representa at fam lias 10 da renda produzem bruta para 67 at 5 000 das fam lias kg ano a Au Aa NH 70 est o relacionam a atividade com pre os a hist ria da 8 fam lia a 4 E A 72908 consideram como importante reserva de ae valor a ae 97 destacam que trabalham com a EM bs desde crian a PO 213 60 investem osrecursosna residencia ou na produ o 68 a destacam como uma atividade de poucos investimentos destacam como uma atividade segura 96 gostam de trabalhar com a erva mate 77 gostam do ambiente do destacam que colheiam em so a colheita mutir o
234. a e na outra parte foi comprada no munic pio e parte s o transplantes de mudas das matas vizinhas Um dos agricultores continua produzindo mudas para comercializa o e amplia o dos plantios A arauc ria est presente de forma esparsa em apenas duas situa es e a imbuia tamb m esparsa em uma situa o Assim como na paisagem anterior apesar de se tratar de ervais plantados a c u aberto os agricultores relatam que vendem a erva plantada ao mesmo pre o da nativa Apenas um dos agricultores relatou que j sofreu questionamento dos compradores no entanto devido a ter volumes maiores de erva nativa a produ o acabou sendo incorporada como nativa Esse assunto ser melhor discutido no item que aborda a comercializa o e caracteriza o da produ o Tr s paisagens 75 est o na regi o do basalto em reas declivosas que apresentam restri es para a agricultura mecanizada sendo mais apta ao manejo com tra o animal A paisagem localizada na regi o do sedimento apresenta boa aptid o agr cola Vale destacar que a propriedade agroecol gica apresenta um sistema agroflorestal mais diversificado A rea de apenas 2 4 ha intensamente utilizada para a produ o agr cola de milho verde ab bora mandioca e outros produtos comercializados com certifica o org nica que representam 48 da renda total da propriedade ao mesmo tempo que erva mate tamb m representa grande import ncia econ mica pois contribui com 20 da
235. a florestal diversificada DEITENBACH et al 2008 Essa mudan a deveria ser encarada como um est mulo para o ervais nativos do PNC que se enquadram perfeitamente em todas essas caracter sticas por m aparentemente os agentes de ATER e institui es financeiras n o conseguem enxergar os ervais nativos como sistemas agroflorestais ou que a atividade extrativa e de recupera o tamb m podem ser financiadas Metade das secretarias e escrit rios da Epagri 50 destacam a exist ncia de programas de apoio atividade florestal mas voltados essencialmente para o plantio de p nus e eucalipto A nica cita o de apoio erva mate 7 a partir de outros programas foi justamente nesse tipo de a o onde se aproveita a distribui o de mudas de p nus e eucalipto para se distribuir tamb m mudas de erva mate no entanto atingindo pequeno n mero de agricultores Nesse mesmo sentido a prefeitura de Major Vieira no ano de 2010 distribuiu 181 300 mudas de eucalipto frente a apenas 12 000 mudas de erva mate em 2011 a distribui o de mudas de eucalipto aumentou para 300 000 e a de erva mate caiu para apenas 10 000 mudas Vale ressaltar que um dos escrit rios da Epagri apesar de n o ter um programa espec fico voltado para a erva mate tem desenvolvido a es junto a agricultores familiares de forma integrada com outras institui es como EMBRAPA 176 Os munic pios de Major Vieira Canoinhas e Porto Uni o tem experimentos j
236. a imbuia A arauc ria est presente em 93 308 n 61 das paisagens sendo 53 de forma esparsa e 40 de forma frequente 8 muito frequente A imbuia est presente em 68 n 45 das paisagens sendo esparsa em 48 e frequente a muito frequente em 20 das paisagens O sassafr s est presente em apenas 3 n 2 das paisagens no caso em ca vas ressalvando se que sua ocorr ncia restrita determinadas regi es que podem n o ter sido estudadas O xaxim tamb m aparece em poucas paisagens 8 n 5 sempre em reas de matas mais fechadas nesse caso devido a necessidade de maior sombreamento e umidade exigida pela esp cie condi es que normalmente n o se encontram nos ervais salvo em alguns ervais em mata mais conservadas QUADRO 6 46 ESP CIES ARB REAS DA FLORESTA COM ARAUC RIAS AMEA ADAS DE EXTIN O EM PERCENTAGEM DE OCORRENCIA NOS GRUPOS DE PAISAGENS Grupo de Paisagem Arauc ria Imbuia Sassafr s Xaxim A PR RAS PESE Erval em Matas n 11 00 82 18 45 37 18 100 00 00 73 18 09 Erval em Ca vas n 30 00 37 63 10 60 30 93 07 00 100 00 00 Erval Plantado em Matas ou 00 40 60 20 40 40 100 00 0O 80 20 00 Ca vas n 05 Erval Nativo Aberto n 08 13 74 13 25 75 0O 100 00 00 100 00 00 Plantios n o florestais n 12 33 59 08 83 17 0O 100 00 0O 100 00 00 Geral n 66 07
237. a legal j nas ca vas se destaca a cria o de gado de forma bem superior colheita da erva mate Dessa forma se 164 vale ressaltar que no contexto da entrevista e avalia o dos ervais os usos mais subjetivos acabaram se revelando a partir da discuss o que gerou o quadro 6 20 e aqueles ligados conserva o da natureza no quadro 6 52 Os usos aqui abordados referem se a usos mais concretos ou utilidade direta aos agricultores 315 destaca novamente a import ncia de se considerar a presen a animal em estrat gias de manejo de erva mate e de conserva o de florestas em ervais nativos no PNC particularmente na principal paisagem os Ervais em Ca vas Os ervais nativos abertos tamb m t m como principal utiliza o a cria o de gado 75 O que seria esperado pois 75 desses ervais se constituem em potreiros A colheita da erva mate o segundo principal uso com 63 das cita es Os carneiros aparecem em 25 das situa es e as lavouras em uma situa o 12 justamente no erval em lavoura Nos ervais plantados n o florestais sombreados com e sem associa o com agricultura assim como nos demais ervais plantados o principal uso a colheita de erva mate 100 seguido das lavouras 34 no caso dos ervais associados agricultura e ainda em um caso 8 a cria o de su nos Em rela o aos outros usos aparecem um n mero bem maior de op es e uma melhor distribui o Quadro 6 49 Nas matas
238. a mate a Epagri Nenhum dos agricultores entrevistado recebe apoio das ind strias ou dos compradores do mate os quais se limitam a realizar a compra e ou a colheita Em rela o aos eventos destaca se a participa o em dias de campo sobre manejo da erva mate em S o Mateus do Sul 4 cita es reuni o sobre produ o de sementes podas decepas 3 cita es excurs o para Bituruna 2 cita es excurs o para Ervateira Regina 2 cita es Constatou se que a excurs o para Bituruna tinha como objetivo o manejo da erva nativa em associa o com a mata j na Ervateira Regina o objetivo era incentivar o plantio como monocultura inclusive os dois agricultores participantes trouxeram sementes daquela regi o O evento em S o Mateus n o ficou muito claro mas os agricultores apontaram o destaque para os plantios de erva mate Assim constata se que a atividade ervateira se configura como praticamente invis vel aos t cnicos de ATER de todas as institui es que atuam no PNC 8 1 2 As institui es de ATER governamentais percep o e apoio atividade ervateira Frente a essa invisibilidade da ATER em rela o erva mate foi pesquisado junto aos secret rios municipais da agricultura SEMASs e dos chefes dos escrit rios da EPAGRI dos munic pios em que foram realizadas entrevistas Porto Uni o Timb Grande Irine polis Bela Vista do Toldo Major Vieira Canoinhas e Tr s Barras a opini o dessas institui es em re
239. a movimenta o dos alelos subs dios para conserva o e manejo de popula es naturais em plantas Revista Brasileira de Gen tica 19 4 Supl p 37 47 1996 REIS M S et al Management and Conservation of Natural Populations in Atlantic Rain Forest The Case Study of Palm Heart Euterpe edulis Martius 1 Biotropica v 32 n 4b p 894 902 2000 REIS M S LADIO A H Paisajes con Araucarias en Sudam rica construcciones culturales pre colombinas y del presente para producci n de alimento In NAVARRO V ESPINOSA S eds Memorias de las Jornadas de reflexi n acerca de los paisajes culturales de Argentina y Chile en especial los situados en la regi n Patag nica Rio Gallegos Argentina COMOS UNPA UMAG Vol 1 224 244 2012 REITZ R KLEIN R M REIS A Projeto Madeira de Santa Catarina Herbario Barbosa Rodrigues Itaja SC 1978 RESENDE M D V STURION J MENDES S Gen tica e melhoramento da erva mate lex paraguariensis St Hil Colombo EMBRAPA CNPF 1995 RESENDE M D V et al Programa de Melhoramento da Erva Mate coordenado pela Embrapa resultados da avalia o gen tica de popula es prog nies indiv duos e clones Circular t cnica n 43 Colombo EMBRAPA Florestas 2000 RIBEIRO C Mercado abre novo ciclo erva mate Gazeta do povo Agosto 2013 Dispon vel em http agro gazetadopovo com br noticias agricultura outras culturas mercado abre novo ciclo a erva mate A
240. a origem das erveiras Apenas um dos entrevistados 10 n o teria maiores restri es pois argumenta que As mudas parecem ser brasileira parece uma erva boa Industrial 05 Vale destacar que o agricultor argumenta que nunca sofreu nenhuma restri o de compra ou de pre o e que sempre tem vendido a produ o como erva nativa A situa o 07 apresenta um erval plantado em cord o de contorno em rea de lavoura as mudas foram compradas na munic pio a princ pio de sementes da regi o por m o agricultor argumenta que acredita que algumas seriam argentinas A produ o sofreria restri es para 80 dos entrevistados devido a falta de sombreamento ao sabor amargo e presen a de calc rio adubos e agrot xicos Tudo aberto ainda tem os adubos e venenos da lavoura uma erva p ssima s serviria para ch e terer Industrial 03 No entanto um dos industriais considera que ela seria ainda tolerada sem des gios argumentando novamente a quest o gen tica As erveiras parecem brasileira pode ser boa a aduba o pode atrapalhar Industrial 06 Outro entrevistado considera que ela aparenta ter boa gen tica mas o fato de estar associada lavoura depreciaria o produto assim a enquadra com restri es por m ainda como aceit vel Est na lavoura mas a variedade parece boa talo roxo muda mais mansa Industrial 06 334 Vale destacar que o agricultor da situa o 07
241. a para uso pr prio n 5 57 a coleta de pinh es n 3 43 e a pr pria colheita de erva mate n 2 29 Aparecem ainda cita es referentes a retirada de palanques da esp cie cerninho Curitiba prismatica e produ o de flores para apicultura ambas com uma cita o De forma semelhante ao Erval em Ca va aparece o problema da degrada o dos ervais causada pela press o do gado frente ao principal uso ser justamente essa atividade Vale citar que a ca va aberta mais produtiva 2 324 kg ha ano oriunda do manejo de um taquaral onde o gado manejado de forma rotativa sendo a principal utilidade do gado a limpeza do erval ainda dos tr s ervais mais produtivos dois deles s o oriundos de taquarais Fica nessa paisagem mais uma vez caracterizada uma forte rela o entre ervais produtivos e sua origem em manejo de antigos taquarais que aparentemente implica na forma o de ervais mais densos e consequentemente produtivos devido essa relev ncia a rela o dos taquarais com os ervais discutida na se o 6 4 5 Em um dos casos foi constatado o uso de inseticida de forma frequente para o controle de lagartas N o s o utilizadas aduba es Semelhante ao Erval em Ca va apesar de sua maior abertura em todas as paisagens a arauc ria est presente sendo frequente em 43 das situa es n 3 164 esparsa no mesmo percentual e em um dos casos muito frequente A imbuia est presente em 86 das pai
242. a qual poder ser refor ada pela expressiva eleva o de pre os da erva mate em que se buscar maior produ o a curto prazo acarretando em maior risco de degrada o dos ervais maior incid ncia de pragas e plantas invasoras e consequente amplia o do uso de agrot xicos menor conserva o do solo e gua al m de poder comprometer a qualidade da erva mate regional normalmente garantida e valorizada justamente por estar sob cobertura florestal A falta de pesquisas de como se manejar os ervais nativos sombreados e consequente aus ncia de legisla o que regulamente os desbastes torna a situa o bem preocupante Nessa situa o o que tem segurado a abertura dos ervais como j comentado o receio da legisla o o que tende a ser aos pouco vencido frente 112 Essa eleva o de pre os provocada pela falta de mat ria prima tem diminu do as exig ncias dos compradores em rela o qualidade dessa forma a produ o de ervais plantados tem encontrado menor dificuldade para a comercializa o o que estimula ainda mais a abertura dos ervais nativos 223 eleva o do pre o da erva mate A opini o do agricultor 33 de Irine polis pode expressar o extremo dessa posi o Se tirar tudo as rvores do erval se deixar s alguns pinheiros para a pr xima safra dobraria a produ o da erva Quanto mais limpo melhor para a erva Mas as leis n o deixa Agricultor 33 Vale destacar que ao se percor
243. a rejeitam pois consideram que a quest o gen tica n o seria totalmente corrigida pelo sombreamento A sombra corrige em 50 mas continua muito amarga Industrial 01 Se disfar a pela sombra mas n o compraria Industrial 08 N o resolve mas minimiza teria que misturar Industrial 04 Apenas um industrial a consideraria aceit vel por m frente a falta de produto no mercado Hoje compraria devido a falta Industrial 02 Frente a essa quase unanimidade dos industriais em rejeitar esse tipo de erva mate argentina e de certa uniformidade dos crit rios utilizados para sua identifica o seria interessante o desenvolvimento de estudos que pudessem fazer a sua caracteriza o gen tica visando a diferencia o de origem Nessa situa o importante destacar que na realidade o produtor teve questionamento apenas uma vez em rela o ao pagamento por se tratar de erveiras plantadas ou argentinas frente a essa situa o passou a produzir as pr prias mudas Atualmente produz apenas erva mate plantada a grande maioria sombreada e nunca sofreu des gio nos pre os pagos 336 7 1 5 Diferenciando a erva mate nativa da plantada Considera es gerais A partir do exposto pode se concluir que os crit rios para a classifica o de erva mate plantada e nativa n o s o totalmente claros e as vezes se mostram conflituosos entre os industriais Os ervais plantados abertos sem cobertura florestal com a
244. adas por Andrade e Romero 2009 servi os de provis o fornecendo erva mate lenha madeira para uso frutas silvestres p len etc servi os de regula o contribui o para a qualidade do ar regula o clim tica conserva o do solo e da gua servi os culturais paisagens dos ervais tradi o familiar hist ria regional turismo rural etc servi os ecossist micos sequestro de carbono ciclagem de nutrientes produ o de oxig nio reten o e ciclagem da gua conserva o da biodiversidade abrigo fauna etc 294 Dessa forma seria importante se desenvolver procedimentos para que os remanescentes florestais particularmente os ervais em paisagens florestais pudessem ser contemplados por pol ticas de pagamento por servi os ambientais No final da pr xima se o s o apresentadas algumas iniciativas nas quais os ervais florestais poderiam ser contemplados 6 5 3 A legisla o ambiental e o manejo da erva mate V rios instrumentos legais podem interferir no manejo da erva mate Por m nem todos os aspectos est o claros para se efetivar esse manejo sendo necess rio em muitas situa es adapta es e regulamenta es espec ficas As leis necessitam de aprova o do poder legislativo ficando sujeitas a longas discuss es dessa forma uma vez aprovadas sua altera o tende a ser dif cil e demorada pois dependem de novas discuss es As leis devem atender ao que est previsto na Constitui
245. ade capitalista medida que produzem visando suprir as necessidades da fam lia de construir um patrim nio familiar e n o com interesse de acumular capital sendo que junto com a atividade agr cola experimentam os sentimentos subjetivos de apego terra liberdade e autonomia Wanderley 1996 considera que as transforma es sofridas pela agricultura familiar moderna n o implicam em um rompimento definitivo com as formas tradicionais camponesas j que n o se trata de um personagem totalmente novo pois os agricultores familiares modernos s o o resultado de uma continuidade WANDERLEY 2009 Assim segundo Bianchini 2005 a agricultura familiar do 35 s culo XX e dos tempos atuais com maior ou menor integra o ao mercado com diferentes n veis de capitaliza o com sistemas mais ou menos intensivos mant m tra os de uma agricultura camponesa que se perpetua ao longo das gera es Nesse sentido para Wanderley 2009 se nas sociedades modernas se multiplicaram outras formas da agricultura familiar n o camponesas que procuram se adaptar aos novos contextos de produ o suas estrat gias de reprodu o se baseiam ainda em grande parte na valoriza o dos recursos que possuem internamente no estabelecimento familiar e se destinam a assegurar 8 sobreviv ncia da fam lia no presente e no futuro ou seja enfrentam os desafios do presente com as armas que desenvolveram ao longo dos tempos O ponto de partida
246. ade de apartar o gado de umas parte e cuidar mais da erva fazer uns plantios a na ca va Agricultor 04 As perspectivas atuais frente eleva o do pre o da erva mate com certeza seriam muito mais promissoras Observa se em toda regi o que os agricultores est o em busca de mudas para ampliar os seus ervais 6 4 12 Os principais manejos da erva mate no Planalto Norte Catarinense A figura 6 38 apresenta uma s ntese dos principais aspectos discutidos nessa se o No c rculos internos aparecem as pr ticas ou procedimentos com frequ ncia maior do que 50 Ao redor s o apresentadas pr ticas menos frequentes por m consideradas importantes sejam positivas nas formas ovais ou consideradas como negativas ret ngulos 284 na estarem pequenos 35 fazem P plantios monoculturais EE ntos 1 54 evitam e Pra 54 a s ase de lua colhem em 15 colhem folhas ou julho e 65 O s deixam agosto Evitam com serrote ou o baixeiro colher de tesoura e fevereiro a 12 5 dos produtores deixam erveiras para produ o de sementes 5 colhem 68 dos 68 com as m os ervais sem A utilizam o l nenhuma N a Pi fac o para regenera o 11 dos ervais 3 j A NV da A TRA Jun 25 colhem com regenera o A com foice significativa ie rd can d i df 55 equil brio 8 Wo Jo consideram entre sol e RAR a arauc ria
247. ades e aos indiv duos cujas atividades comprovadamente contribuam para a estocagem de carbono atrelada a outros servi os ambientais SANTOS et al 2012 Em n vel estadual existem mais de 20 propostas estruturadas relacionadas a PSA englobando 8 estados entre eles Santa Catarina SANTOS et al 2012 Em SC a Lei 14 829 2009 instituiu a Pol tica Estadual sobre Mudan as Clim ticas e Desenvolvimento Sustent vel cujo Programa Catarinense de Conserva o Ambiental compreende a prote o dos estoques de carbono por meio do desmatamento evitado e outras pr ticas contemplado o PSA e REDD A Lei 15 133 2010 instituiu a Pol tica Estadual de Servi os Ambientais e o Programa Estadual de Pagamento por Servi os Ambientais PEPSA que implementa o pagamento das atividades humanas de preserva o conserva o manuten o prote o restabelecimento recupera o e melhoria dos ecossistemas que geram servi os ambientais SANTOS et al 2012 No entanto tanto a iniciativa federal quanto catarinense ainda est o se estruturando beneficiando apenas poucas fam lias de agricultores no estado de SC Uma iniciativa importante que atualmente se concentra na regi o amaz nica e no nordeste o Plano Nacional de Promo o das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade que tem como objetivo desenvolver a es integradas para a promo o e fortalecimento das cadeias de produtos da sociobiodiversidade Considera se sociobiodiversidade um
248. ades humanas conforme podem demonstrar diversos estudos sobre influ ncia das atividades de povos ind genas na forma o 69 atual da floresta amaz nica e na expans o das florestas com arauc rias citados na se o anterior Nesse ltimo exemplo da floresta com arauc rias em que se insere a presente pesquisa Reis e Ladio 2012 com base em pesquisas bibliogr ficas concluem que existem evid ncias de que essas florestas mesmo no caso das pretensas florestas naturais se constituem em paisagens que sofreram interven es humanas notadamente dos povos Kaingang que refletem padr es de uso tanto do passado quanto do presente Mesmo que a intensidade da influ ncia das popula es ind genas na conforma o das florestas atuais possa ser questionada ineg vel que a maior parte da biodiversidade mundial est em reas utilizadas pelas pessoas DAVIDSON HUNT 2006 MCNEELY 2009 Assim para a conserva o da biodiversidade necess rio entender como as culturas humanas interagem com as paisagens a partir de uma vis o de paisagens culturais BERKES BERKES DAVIDSON HUNT 2006 Reis e Ladio 2012 consideram que a abordagem de paisagens culturais pode representar novas perspectivas de pol ticas e a es de conserva o pois a conserva o de muitas esp cies pode ser mais sustent vel com o uso tradicional do que a simples exclus o das popula es locais sendo necess rio identificar e reprodu
249. ador IBGE Rio de Janeiro 2007a _ Notas t cnicas Censo Agropecu rio 2006 Agricultura familiar Primeiros resultados Censos 20070 Dispon vel em http www ibge gov br nome estatistica economia agropecuaria censoagro agri familiar 200 6 notatecnica pdf Acesso em 26 11 2018 Produ o Agr cola Municipal Culturas Tempor rias e Permanentes Rio de Janeiro v 37 p 1 91 2010 N mero de estabelecimentos agropecu rios e rea dos estabelecimentos Dispon vel em http Anww sidra ibge gov br bda tabela listabl asp z t amp c 854 Acesso em 16 11 2013a Produ o da Extra o Vegetal e da Silvicultura PEVS Dispon vel em http Awww sidra ibge gov br bda tabela listabl asp z t amp c 289 Acesso em 16 11 2013b Produ o Agr cola Municipal PAM Dispon vel em http Anww sidra ibge gov br bda tabela protabl asp c 1613 amp z t amp o 1 amp i P Acesso em 16 11 2013c 394 IBGE Censo Agropecu rio 2005 2006 Lavouras Permanentes Dispon vel em http www sidra ibge gov br bda tabela listabl asp z t amp c 1177 Acesso em 17 11 2013d Censo Agropecu rio 2005 2006 Extra o Vegetal Dispon vel em http Awww sidra ibge gov br bda tabela listabl asp z t amp c 816 Acesso em 17 11 2013 Produ o da Extra o Vegetal e da Silvicultura PEVS Erva mate Dispon vel em http www sidra ibge gov br bdaterritorio carto asp w 1366 amp h 768 amp tab 289 amp idioma P amp ni vt O amp sev 1448sep
250. agem apenas regional e focada nas a es mais espec ficas da institui o oficial de extens o rural Epagri e das Secretarias Municipais da Agricultura Os dados foram coletados atrav s de entrevistas com os chefes dos escrit rios locais da EPAGRI e secret rios municipais da agricultura De forma complementar foram 36 Entre elas pode se destacar Mazuchowski R cker 1993 Mattos 2011 Chaimson e Souza 2013 101 analisadas algumas publica es t cnicas e cient ficas relativas erva mate que circulam no PNC bem como an lise da legisla o pertinente ao seu manejo Como anunciado no primeiro par grafo a metodologia da tese ao aliar aspectos tanto no campo das ci ncias naturais quanto das ci ncias sociais se constitui em um desafio pois se existem muitas pesquisas e metodologias de an lises quantitativas na rea da ecologia agronomia o estudo do envolvimento humano no processo de manejo algo menos praticado e que envolve necessariamente a utiliza o de metodologias qualitativas no processo de pesquisa MINAYO 2001 STEENBOCK 2007 As metodologias qualitativas de pesquisa est o relacionadas com um n vel de realidade que n o pode ser quantificado ou seja com o universo das representa es das cren as das percep es das opini es valores e atitudes o que corresponde a um espa o mais profundo das rela es dos processos e dos fen menos que n o se pode operacionalizar em n meros e vari veis
251. agricultor abaixo As lagartas atacam em outubro e termina em 15 de dezembro quando tem as primeiras bruxas vou tirando desse jeito consigo controlar bem Agricultor 33 Al m da possibilidade da utiliza o do Bacillus thuringiensis Dalla Santa Sousa e Pittner 2009 demonstraram a viabilidade de utilizar o fungo Beauveria sp com agente de controle biol gico para as lagartas da erva mate 130 O Bacillus thuringiensis uma bact ria que controla lagartas comercializado sob v rias marcas comerciais como Dipel Thuraicid etc Apesar de n o ser registrado para o uso em erva mate se configura como uma boa op o para o controle das lagartas j que devido a ser biol gico e pouco t xico seu uso tolerado at mesmo na agricultura org nica 1 Bruxa a denomina o dada pelos agricultores para os locais em que as lagartas Hylesia sp nascem normalmente protegidas por uma esp cie de teia que envolve as folhas formando um abrigo 256 A broca e as reas abertas A broca da erva mate Hedypathes betulinus motivo de preocupa o para 23 dos agricultores frente ao aumento dos danos causados por esse inseto Dos que demonstraram preocupa o 78 relataram a infesta o em reas de plantio o que refor a o argumento de uma maior incid ncia da broca em reas mais abertas e intensivas A broca da erva mate considerada a praga de maior import ncia econ mica frente aos severos danos que causa aos erva
252. ais declivosas e mais f rteis onde se concentrariam as lavouras as reas de plantar Afinal praticamente toda a regi o declivosa e em todas as propriedades existiam reas aptas para se plantar no sistema de ro a de toco declivosas e mais f rteis Um dos agricultores entrevistados morador da comunidade de S o Pedro do Timb em Porto Uni o uma das comunidades lim trofes da regi o do basalto ilustra essa pondera o Aqui n o tinha o criadouro nunca teve l para Irine polis regi o sedimentar tinha as terras plainas eram muito fraca n o dava agricultura faziam as lavouras nos morros mais longe cercavam o p das serras no plaino criavam os animais soltos tudo junto Aqui tudo serra e dava lavoura em tudo lugar n o precisava ir longe para fazer as ro as Agricultor 38 A poca da desestrutura o dos criadouros do PNC coincide com a do Paran por m enquanto no PNC n o se manteve nenhum dos criadouros talvez reflexo do seu esquecimento no Paran de acordo com o Mapeamento Social dos Faxinais no Paran SOUZA 2009b ainda persistem 227 faxinais sendo que destes 54 apresentam boa manuten o do criadouro comum Ainda hoje se pode estimar que a maioria dos remanescentes florestais da regi o sedimentar do PNC s o oriundos de antigos criadouros onde apesar dos diferentes est gios de conserva o frente aos diversos usos e press o animal foi poss vel compatibilizar a conserva o am
253. aisagem agrad vel e significativa para os agricultores Conforme Merleau Ponty 1999 p 463 estou lan ado em uma natureza e a natureza n o aparece somente fora de mim nos objetos sem hist ria ela vis vel no centro da subjetividade O trabalho em si com a erva mate a poda o picar a ro ada etc destacado apenas por 25 assim o determinante parece realmente ser a tradi o e o ambiente acolhedor dos ervais Um dos agricultores sintetiza o gostar de trabalhar com a erva mate Gosto muito de lidar com a erva desde crian a com os pais bom andar no erval na ca va fazer a erva toda a lida Agricultor 29 Pode se concluir que os agricultores desde crian as trabalhavam juntos com os pais e av s naquela que era a principal ou uma das principais atividades geradoras de renda e grande demandadora de trabalho das comunidades a qual proporcionava uma grande intera o social atrav s da troca de dias de servi o ou de mutir es formas de trabalho que aproximam os vizinhos e a comunidade configurando se a atividade ervateira como uma atividade que movimentava as comunidades e o com rcio local fortemente marcada pela tradi o e de boas lembran as para os agricultores Esse forte apego tradi o somado ao gostar da atividade e sentir se bem no ambiente dos ervais pode ajudar a explicar porque a erva mate ainda tenha grande significa o cultural para os agricultores apesar de ter
254. al conserva o das florestas sem ao menos ponderar que esse manejo se mostra justamente como um dos fatores para a conserva o desses remanescentes Nesse sentido a expans o do plantio de reas de Cambona 4 caso implique na diminui o da demanda de erva mate nativa e sua consequente desvaloriza o acarretaria justamente em uma penaliza o aos agricultores que conservaram suas florestas ao representar menor possibilidade de agregar valor para a mata em p e dessa forma sim aumentaria a press o para a convers o dos remanescentes florestais em lavouras ou outras formas que possam gerar renda monet ria aos agricultores No documento O futuro da investiga o cient fica em erva mate MEDRADO MOSELE 2004 em que a Embrapa Florestas discute linhas de pesquisa para a esp cie a nfase marcante em ervais plantados n o aparecendo a necessidade de um trabalho diferenciado em rela o ao manejo de ervais nativos Os ervais nativos aparecem em apenas duas situa es quanto necessidade do desenvolvimento de sistemas de poda espec ficos para ervais nativos p 24 e outra relacionada necessidade de estudos de gen tica e caracteriza o de popula es nativas p 30 A p gina na internet da EMBRAPA tr s a s rie Sistemas de produ o Cultivo da erva mate tamb m com nfase na erva mate plantada inclusive os sistemas agroflorestais apresentados est o centrados no plantio da esp cie em asso
255. al da esp cie RESENDE et al 1995 STURION E RESENDE 2010 Por outro lado Mattos 2011 indica que as diferen as podem estar associadas aos sistemas de manejo As flores s o pequenas brancas e pouco vistosas A esp cie dioica apresenta rvores f meas e rvores machos por m se encontram estames e pistlos em todas as flores sendo os estames atrofiados nas flores femininas enquanto nas masculinas o ov rio rudimentar e n o funcional assim tem como nica forma de reprodu o a fecunda o cruzada FERREIRA FILHO 1957 FERREIRA et al 1983 O florescimento varia de acordo com a regi o mas tende a ocorrer entre setembro a dezembro com per odo predominante em outubro A poliniza o entom fila predominando os d pteros e himen pteros bem como cole pteros e hemi pteros entre outros insetos CARVALHO 1994 REITZ KLEIN e REIS 1978 Os frutos s o pequenas bagas medindo entre 4 a 8 mm verdes quando novos passando a vermelho e arroxeado quando maduros normalmente produzem quatro sementes As sementes s o pequenas com tegumento spero e duro A dispers o das sementes se d por zoocoria principalmente por aves onde se destaca o sabi Turdus rufiventris que se alimentam dos frutos maduros CARVALHO 1994 REITZ KLEIN e REIS 1978 Assim para se garantir o processo de poliniza o e dispers o das sementes com consequente regenera o das erveiras necess rio se manejar o erval de forma a
256. al e a industrializa o da agricultura alteram a rela o homemnatureza frente mudan a dos processos t cnicos de produ o e pela intensiva ocupa o do espa o mediante a especializa o dos processos produtivos Assim os recursos naturais como solo gua e biodiversidade s o afetados e os riscos n o s o mais apenas naturais mas socialmente constru dos gua polu da solos erodidos ecossistemas simplificados florestas dizimadas alimentos contaminados e dessa forma os instrumentos t cnicos de media o homem natureza s o ajustados racionalidade econ mica BRANDENBURG 2010 Uma das especificidades associadas vis o de rural e de ruralidades a sua associa o com a terra a natureza e os processos naturais MOREIRA 2012 pois a atividade agr cola ao contr rio da atividade industrial n o resulta de um sistema 42 de m quinas mas de um sistema vivo din mico que integra aspectos f sicos qu micos biol gicos culturais e humanos constituindo os agroecossistemas BRANDENBURG 2012 No entanto o processo de moderniza o da agricultura resultou em processos de industrializa o e artificializa o dos processos produtivos agr colas com diversos impactos ambientais e sociais configurando a agricultura como uma das atividades com maior impacto sobre o meio ambiente SOARES 2001 Vale ressaltar que os processos de moderniza o n o foram homog neos existindo v rios segmentos que
257. almente na banca de qualifica o em que iluminou muitos e bons caminhos Aos meus colegas e amigos da Floresta Nacional de Tr s Barras Artur Carlos Eliane Joel Hip lito Neco Raul Reginaldo Reis e Viviane pela amizade incentivo apoio e compreens o constante ao longo de toda essa caminhada Ao Artur ent o chefe que concordou com minha licen a quando ramos apenas dois analistas ambientais na Flona Aos t cnicos da Epagri que permitiram a participa o em suas reuni es e indicaram agricultores para serem entrevistados especialmente aqueles Ederson Ana e Danilo que nos acompanharam em visitas de campo Aos servidores do IBGE Sueni J M dos Santos IBGE SC e Paulo R B Soares IBGE RJ pelo atendimento aten o e interesse em prestar esclarecimentos sobre os dados estat sticos zelando pela qualidade dos servi os dessa importante institui o p blica A todos os meus amigos agricultores familiares da regi o Centro Sul do PR e Planalto Norte de SC que muito me ensinaram sobre a vida rural e o manejo da erva mate especialmente ao Bernardo Vergopolen que sempre me estimulou a continuar nessa lida Aos meus sobrinhos Gustavo e Mateus pela amizade e companhia ao me hospedaram em Curitiba durante o doutorado Ao meu pai Paulo in memorium e minha m e Nat lia que fizeram todos os sacrif cios imagin veis para que todos os seus oito filhos conseguissem se formar no ensino superior A minha m e
258. am encontradas rvores em condi es de produ o de sementes em apenas treze UPEs 20 sendo quatro em reas de mata cinco em ca vas duas em plantio em mata uma em plantio em ca va e outra em potreiro No entanto em nove situa es 14 das UPESs a presen a apenas rara em apenas duas situa es 3 frequente e em outras duas muito frequente Nesse caso as duas UPEs s o do mesmo produtor que tem grande preocupa o na manuten o das rvores porta semente a declara o abaixo demonstra a liga o com uma tradi o familiar minha m e dizia para n s se voc quiser ter um bom erval tem que ter pai e m e erveiras para produzir sementes tem que deixar algumas erveiras sem podar assim vai se renovando Agricultor 27 FIGURA 6 33 ERVEIRA DEIXADA COMO PORTA SEMENTE DESTACANDO SE A ELEVADA ALTURA QUE ULTRAPASSA 10 METROS TR S BARRAS SC FONTE o autor Pode se concluir que os agricultores em geral n o se preocupam em deixar erveiras para a produ o de sementes com exce o de poucos agricultores que tem uma maior sensibilidade para essa quest o Ao ser questionado sobre a import ncia da produ o de sementes para a renova o dos ervais a maioria dos 119 vide anexo 6 21 240 agricultores tende a afirmar que existem erveiras sem podar e produzindo sementes em reas declivosas ou nas reas de mata sem manejo seja na propriedade ou em propriedades vizinhas A
259. ama Federal de Pagamento por Servi os Ambientais e estabelece formas de controle e financiamento desse Programa utilizando as categorias descritas em Andrade e Romeiro 2009 referidas anteriormente Em rela o s Leis j institu das se destaca a Lei 12 512 2011 que instituiu o Programa de Apoio Conserva o Ambiental Bolsa Verde O decreto que regulamenta a lei prev que esse incentivo ser destinado aos que promoverem a manuten o da cobertura vegetal da rea onde a fam lia est inserida bem com o seu uso sustent vel BRASIL 2011a 2011b Atualmente o programa se concentra na regi o amaz nica mas pode abranger todo o territ rio nacional assim futuramente poder atender tamb m a regi o da Floresta com Arauc ria No entanto ele limitado por abarcar apenas fam lias que se enquadram como em situa o de extrema pobreza A Lei Federal 12 187 2009 que Institui a Pol tica Nacional sobre Mudan a do Clima PNMC e a Lei Federal 12 114 2009 que Cria o Fundo Nacional sobre Mudan a do Clima FNMC fazem men o a PSA ao prever a utiliza o de instrumentos financeiros e econ micos para promover a es de mitiga o e adapta o mudan a do clima Entre as atividades financiadas pelos recursos do 9059 fundo est o projetos de REDD com prioridade para as reas naturais amea adas de destrui o e relevantes para estrat gias de conserva o da biodiversidade bem como PSA s comunid
260. ancheada ou folha verde kg tanto para ervais nativos quanto plantados n o ficando claro qual unidade se deve utilizar IBGE 2006 p 15 O manual do recenseador tamb m traz a possibilidade de ambas as unidades IBGE 2007a Nas tabelas disponibilizadas no site do IBGE apenas se informa como unidade toneladas n o ficando claro se cancheada ou folha verde Foi procurado esclarecimento junto ao IBGE que informou atrav s de email que as unidades estariam em folha verde tanto para a erva mate extrativa quanto para a plantada Sugeriu se ao IBGE que introduza em suas tabelas dispon veis na internet a especifica o das unidades e principalmente para que deixe de utilizar a unidade erva mate cancheada e passe a utilizar apenas a unidade folha verde 138 Nessa se o para respeitar a s rie hist rica da produ o de erva mate dos censos agropecu rios as unidades est o convertidas em toneladas de erva mate cancheada que passa a ser a unidade de refer ncia em todos os quadros O quadro 5 3 apresenta a grande diferen a existente entre os dados obtidos pelo Censo Agropecu rio de 2006 e as estimativas da PAM e PEVS do mesmo ano para a produ o da erva mate Justamente no PNC as diferen as se acentuam atingindo uma diferen a de 826 para a produ o nativa e de 26 para a produ o plantada Seria importante que as institui es e pesquisadores ligados ao setor ervateiro desenvolvessem uma discu
261. ansplantes transplantes frequentes espor dicos FIGURA 6 30 PLANTIOS DE ERVA MATE REALIZADOS PELOS AGRICULTORES EM POCAS PASSADAS DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS As declara es dos agricultores abaixo ilustram essa situa o Nunca plantavam a erva mate abriam o eito e deixavam as erveiras vir Agricultor 06 O pai as vez em quando quando chovia tirava do mato mudas de erva mate e plantava Plantava perto das pijuca Ningu m produzia mudas Agricultor 10 Nunca plantavam a erva mate cortavam a madeira deixava vir a bracatinga taquaral ro avam e depois vinha a erva Agricultor 21 Importante destacar que se por um lado n o ocorriam plantios mas apenas pequenos transplantes todos os agricultores deixam clara a a o humana em promover a erva mate na paisagem ou seja os ervais nativos n o se formaram pela natureza em si mas sim pela a o da natureza com a ajuda do manejo dos agricultores sendo os ervais nativos paisagens bastante modificadas Nesse sentido vale lembrar que na natureza as erveiras est o no sub bosque da floresta com arauc ria no entanto se forem podadas em reas sombreadas a brota o muito fraca e as erveiras tendem a se terminar Na floresta as erveiras produzem mais folhas e mesmo florescem mais quando se abrem clareiras naturais como as provocadas pelas quedas de galhos e rvores FERREIRA FILHO 1957 Constatou se que apenas quat
262. ara na regi o 2 Menos boa nada de vegeta o 3 Depende de avalia o do sabor 4 N o tem gosto de mato adubo da lavoura prejudica 1 A muda brasileira boa qualidade 2 Apesar de cultivada muda boa bom porte uma erveira ajuda a sombrear a outra erva boa 3 Teria que conversar parece bom tem ervais plantados que s o bons 4 A muda parece boa da regi o mas amarga teria que misturar 5 Teria que plantar pinheiro imbuia 6 N o compraria muito forte adubos 329 7 Erval Erva mate 00 10 1 00 Plantado plantada Aberto em curvas com de n vel Agricultura associada com agricultura 8 Erval Erva mate 00 10 1 00 Plantado plantada Aberto aberta sem agricultura 9 Erval Erva mate 80 1 10 2 10 3 Plantado plantada em Ca va com Aberta cobertura florestal aberta Nativa 1 Parece brasileira pode ser boa aduba o pode atrapalhar foi i 2 Est na lavoura mas a variedade questiona do uma Parece boa talo roxo muda mais vez mansa vende 3 S para misturar com a 4 P ssima s para ch e chimarr o nativa da 5 Sof dub t xi proprieda Sofre com adubo e agrot xicos de 6 Tem calc rio e adubo n o presta Nativa 1 Parece ser brasileira parece boa 2 Folhas mi das aspecto ruim 3 Tem que misturar muito forte 4 N o compraria Nativa 1 Situa o ideal 2 Teria que sombrear mais 2 3 M
263. ara o setor que provocaram a queda da produ o e aumento dos pre os para os consumidores argentinos Nesse sentido Carmo 2012 noticia que na Argentina devido a alta dos pre os da erva mate para o consumidor a presidenta Kirchner amea ou determinar importa o de erva mate caso os pre os n o voltassem ao normal al m de sobretaxar a exporta o do produto Jonas Dall Agnol empres rio ervateiro do RS em entrevista ao O Informativo pondera que na Argentina o imposto pago na exporta o do mate subiu e isso inviabilizou a importan o pelas ind strias brasileiras principalmente de ch s que passaram a adquirir apenas erva nacional 342 O INFORMATIVO 2013 A inviabiliza o da importa o da erva argentina caso ela seja em volumes realmente significativos poderia realmente explicar a s bita eleva o dos pre os da erva mate Para 30 dos entrevistados o problema estaria na erradica o de ervais nativos frente ao processo de expans o das reas agr colas Conforme exposto na se o 6 3 2 as estimativas no IBGE n o mostram uma redu o significativa na produ o de erva mate no PNC por outro lado comparando se os censos de 1995 96 e o de 2006 a redu o foi bastante dr stica Por m isso n o explicaria essa eleva o de pre os impulsionada apenas a partir do final de 2012 Para outros 30 dos entrevistados o problema estaria na entrada de compradores de outras regi es particularmente ga chos e cat
264. aracter sticas anteriores entre elas a pr pria erva mate no sentido de que s se deve plantar em reas onde existe ou j existiu um bom erval 6 4 9 Ervais produzindo sem uso de aduba es e conservando os solos Produzindo sem aduba es Mazuchovisk e Rucker 1993 consideram que n o existem informa es conclusivas de pesquisa no tocante aduba o qu mica de erva mate Para Fossati 1997 a fertiliza o de ervais n o possui crit rios definidos apresentando 262 resultados irregulares Medrado e Mosele 2004 ponderam que os n veis de aduba o para a erva mate devem ser ainda testados para as diferentes condi es de solos da zona de produ o ervateira A pouca resposta da erva mate s aduba es provavelmente tenha correla o com sua ocorr ncia natural em solos de baixa fertilidade cidos e com elevados n veis de alum nio e ainda por ser uma esp cie incipientemente domesticada Santin 2013 considera que a erva mate responde pouco calagem e muito tolerante ao alum nio Pandolfo 2003 n o encontrou resposta significativa da erva mate para aduba o fosfatada Fossati 1997 constatou baixos n veis de f sforo nas folhas de erva mate sem que isso influenciasse na produtividade ponderando que poderia ser uma caracter stica da planta ao evoluir em solos com baixa disponibilidade do nutriente Louren o et al 1997 concluiu que a aduba o com nitrog nio s era vi vel em solos com tex
265. arani por sua vez os J s compunham se de dois grandes grupos os Kaingang e os Xokleng botocudos O PNC era ocupado essencialmente pelos Xokleng BECKER 1976 CARVALHO 2006 a figura 5 6 ilustra o territ rio da ocupa o hist rica do povo Xokleng e a inser o do PNC Conforme j discutido prov vel que os Xokleng tivessem uma agricultura menos desenvolvido do que os Guarani e mesmo do que os Kaingang e dependessem mais da ca a pesca e coleta de frutos e ra zes na floresta BECKER 1976 125 PR E ia q d lt ea sc aa vi ses EA df rasasensanasasanasas ossesasananasmama r 1 F Area de ocupa o hist rica Aa fa do povo Xokleng Pad RS Ti FIGURA 5 6 REA DE OCUPA O HIST RICA DOS XOKLENG COM DESTAQUE PARA A REGI O DO PLANALTO NORTE CATARINENSE FONTE Elaborado a partir de Becker 1976 Os Xokleng eram conhecidos por seu esp rito guerreiro e de resist ncia frente as novas popula es que invadiam seu territ rio Carvalho 2006 relata uma s rie de conflitos entre o Xokleng e essas popula es Gradativamente com a intensifica o da imigra o os Xokleng foram sendo expulsos de forma violenta de suas terras ao mesmo tempo que muitos foram sendo incorporados atrav s de processos de miscigena o Atualmente existe apenas uma rea ind gena Xokleng no munic pio de Porto Uni o a rea Ind gena Rio
266. arece nos Planos de Desenvolvimento Rural PDR dos munic pios No entanto apenas dois dos sete munic pios pesquisados apresentam um PDR Quadro 8 2 Canoinhas e Timb Grande A seguir apresentada uma an lise sucinta desses dois PDRs buscando identificar como a erva mate neles se insere sistema HANISCH et al 2008 2009 2010 2011 2013 A mesma Regional tamb m tem desenvolvido diversas pesquisas visando subsidiar o processo de indica o geogr fica IG baseado em processos tradicionais de manejo da erva mate SOUZA 2010 SOUZA et al 2013 et al 2013 VOGT 2012 187 Vale destacar que nesse sentido algumas experi ncias t m sido desenvolvidas principalmente por ONGs como por exemplo os trabalhos da AS PTA na regi o Centro Sul do Paran que envolveram 15 propriedades e 35 agricultores experimentadores PETERSEN TARDIN e MAROCHI 2001 por m os resultados desses estudos ainda n o se difundiram entre t cnicos ou agricultores do PNC 363 8 3 1 Canoinhas a capital do mate Canoinhas considerada a Capital Catarinense da Erva mate a maior produtora de erva mate do PNC e abriga um grande n mero de ind strias ervateiras O PDR bem estruturado e apresenta Programas e Projetos tanto em reas produtivas quanto sociais inclusive com indicadores respons veis e prazos A erva mate nativa aparece na contextualiza o hist rica como uma atividade importante em seus prim
267. arina BRASIL 1994 BRASIL 20070 153 Nessa tese as paisagens dos ervais consideradas como florestais foram justamente aquelas que atingem ou ultrapassam o est gio m dio de regenera o dessa forma todas est o sujeitas s limita es da Lei da Mata Atl ntica 298 est gio inicial de capoeira Nesse est gio m dio a supress o e mesmo a explora o da vegeta o permitida apenas em car ter excepcional quando de utilidade p blica ou quando necess rios ao pequeno produtor rural e popula es tradicionais para o exerc cio de atividades ou usos agr colas pecu rio ou silviculturais imprescind veis sua subsist ncia e de sua fam lia BRASIL 2006 art 23 III Por outro lado a explora o eventual sem prop sito comercial nas pequenas propriedades ou posses de popula es tradicionais quando para o uso na propriedade independe de autoriza o Nesse caso o decreto regulamentador de forma igual IN 04 2009 estabelece um limite de at 15m por ano de lenha e de 20m de madeira a cada 3 anos Assim como no C digo Florestal livre a coleta de subprodutos florestais como frutos folhas ou sementes ressalvadas pr ticas que n o comprometam as esp cies da fauna e da flora BRASIL 2008c Assim frente a interpreta o da Lei e Decreto da Mata Atl ntica pode se concluir que n o existe limita o colheita da erva mate independente do est gio em que a floresta se encontre desde que n o provoque
268. arinenses da regi o oeste no entanto essa maior concorr ncia seria na verdade consequ ncia de outros fatores O aumento do consumo de ch e terer no Brasil apontado como consequ ncia para 20 dos entrevistados Nas visitas s ind strias constatou se um nimo muito grande de todas as ind strias que fabricam o ch mate frente ao expressivo aumento de consumo em alguns casos impulsionado pela sua inclus o no card pio da merenda escolar em muitas regi es do Brasil Esse aumento do consumo do ch tamb m estaria relacionado a uma maior a o da Empresa Mate Le o Grupo Coca Cola que teria aumentado a compra de erva mate na regi o A inviabiliza o da importa o da erva argentina que n o sofre restri es na ind stria de ch s pode ter obrigado essas empresas a disputarem o mercado da erva mate nativa Pode se concluir que apesar de n o ser totalmente claro os motivos que levaram falta de erva mate no mercado as perspectivas para o setor s o promissoras Por m essa falta de mat ria prima faz com que a ind stria seja menos exigente em rela o a aceita o e diferencia o de pre os entre nativa e plantada A erva mate plantada teve diminu da sua rejei o devido a escassez e do aumento do consumo de ch e terer que toleram bem esse tipo de erva mate No entanto com o aumento dos plantios e de suas produ es a tend ncia que o mate oriundo dos ervais nativos n o apenas mantenha como aumente o difere
269. as ao ecol gico natural De acordo com Martinez Alier 2009 existem tr s correntes de preocupa o com a quest o ambiental o culto vida silvestre o credo ecoefici ncia e a justi a ambiental ou ecologismo dos pobres onde essa ltima defendida pelo autor e que se pode considerar equivalente corrente socioambiental tem como eixo principal n o a rever ncia sagrada natureza mas sim um interesse material pelo meio ambiente como fonte de condi o para a subsist ncia Destaca o autor que muitas popula es locais t m co evoluido sustentavelmente com a natureza e tem assegurado a conserva o da biodiversidade superando a vis o de que as popula es locais e os pobres de maneira geral s o uma amea a conserva o ambiental Segundo Santilli 2005 o socioambientalismo brasileiro que passou a representar uma alternativa ao conservacionismo preservacionismo do mundo natural nasceu na segunda metade dos anos 80 a partir de articula es pol ticas entre movimentos sociais e o movimento ambientalista Nesse sentido Allegretti 2008 destaca a luta dos seringueiros travada no Acre no in cio da d cada de 80 que em primeiro lugar se configurava como uma luta sindical por justi a social mas que tinha total identidade com o uso e conserva o das florestas Essa situa o preencheu uma lacuna no movimento ambientalista o componente social e econ mico para a defesa das flo
270. as que podem ser enquadradas em ambas as situa es como por exemplo pesquisas com produ es de mudas biologia de pragas respostas a n veis de luminosidade etc 18 Gonsiderando se o enquadramento apresentado nos respectivos anais 361 Com base nesses importantes eventos alarmante que as pesquisas brasileiras relativas ervais nativos totalze apenas 17 5 dos trabalhos 56 considerarmos que em 2011 57 2 da produ o brasileira provem de ervais nativos Por m verifica se que na regi o do PNC surgem importantes iniciativas de pesquisas com o manejo de ervais nativos atrav s de diversas institui es como AS PTA EMBRAPA Florestas EPAGRI IAPAR ICMBIO e NPFT UFSC BONA e al 2011 CHAIMSOHN et al 2013 HANISCH et al 2013 MAZZA et al 2011 MARQUES et al 2012 MATTOS 2011 SOUZA et al 2013 VOGT 2012 Se por um lado ainda n o apresentam resultados conclusivos ou ampla divulga o de forma a poderem subsidiar os t cnicos de campo vislumbra se o potencial de forma o de um grupo de pesquisas que pode contribuir para o manejo e desenvolvimento dos ervais nativos e auxiliar no processo de IG da erva mate Nesse sentido das 8 pesquisas em ervais nativos apresentadas no Congresso Sul Americano de 2011 quadro 9 8 5 referem se pesquisas desenvolvidas no PNC pelas institui es citadas acima e destas 3 tem liga o direta com o processo de IG Assim pode se concluir que o PNC e o processo de IG
271. ate Chama a aten o que em todos os casos o plantio foi realizado a c u aberto V rios agricultores passaram a produzir suas pr prias mudas justamente por n o confiarem nas compradas conforme relato abaixo Comecei a plantar em 1983 depois da enchente fazendo transplantes comecei a comprar mudas de viveiros de Porto Uni o de Santa Cruz e muita muda de uma ervateira de Uni o da Vit ria Todos diziam que as mudas era nativa mas vinha muita muda argentina por isso comecei 8 produzir as minhas mudas pego as sementes de erveiras do mato aqui na propriedade Agricultor 38 QUADRO 6 31 ORIGEM DAS MUDAS UTILIZADAS PELOS AGRICULTORES QUE REALIZAM PLANTIOS OU ADENSAMENTOS Origem das mudas dos agricultores com plantio n 30 dos agricultores Munic pio 61 Pr prias 32 Transplantes de matas nativas 21 Argentina S A Regi o 07 Frente a falta de controle da produ o de mudas al m de n o ser poss vel garantir se a sementes s o oriundas de erveiras nativas de boa qualidade ainda corre se o risco das sementes serem oriundas de uma ou poucas erveiras o que compromete a diversidade gen tica da esp cie Sebben 2002 considera que a utiliza o de mudas oriundas de sementes coletadas de uma ou poucas rvores pode intensificar os efeitos da deriva gen tica como altera es nas frequ ncias al licas perda de alelos e aumento da endogamia comprometendo o pot
272. ativa n o quantificar e mensurar e sim captar os significados Nesse sentido o que importa 3 Esses aspectos ser o melhor detalhados no Cap tulo 05 que caracteriza a rea de estudo 38 Regi o de Influ ncia a regi o onde est inserida uma Floresta Nacional caracterizada por possuir certa homogeneidade ambiental presen a de popula es que possam ser beneficiadas e contribuir com a pesquisa e o desenvolvimento do uso m ltiplo sustent vel dos recursos florestais bem como onde ocorram rela es institucionais e sociais que possam facilitar a coopera o e a difus o MARQUES STEENBOCK e BATTISTI 2011 103 n o quantos foram entrevistados mas se os entrevistados foram capazes de trazer conte dos significativos para a compreens o do tema em quest o Em conson ncia com essas pondera es nessa pesquisa n o se busca quantificar os diferentes tipos de sistema de manejo mas sim identificar e descrever as diferentes formas como os agricultores manejam a erva mate configuram as paisagens e qual a sua rela o com a conserva o socioambiental Nessa linha Minayo 2010 p 197 afirma que Numa abordagem quantitativa definida a popula o busca se um crit rio de representatividade num rica que possibilite a generaliza o dos conceitos te ricos que se quer testar Numa busca qualitativa o pesquisador deve preocupar se menos com a generaliza o e mais com aprofundamento a abrang ncia e a diversidade no p
273. aturais ou ambientais existem os riscos tecnol gicos bem como outros sociais e econ micos Eles s o inerentes a todas as atividades econ micas por m assumem propor es maiores na agricultura atividade considerada de alto risco principalmente por estar sujeita a perdas imprevis veis por fatores clim ticos extremos como a seca a chuva em excesso granizo geada ou mesmo por fatores biol gicos como a incid ncia de doen as e pragas ou ainda s flutua es de pre os no mercado e s pol ticas agr colas tornando os agricultores extremamente vulner veis Atualmente o cen rio de mudan as globais em que as altera es climaticas apontam para riscos ainda maiores s atividades ligadas agricultura principalmente nos pa ses menos desenvolvidos ou em desenvolvimento j que apresentam maior vulnerabilidade aos cen rios apontados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudan a do Clima IPCC 2007 Os processos de globaliza o e moderniza o da agricultura baseados em uma racionalidade essencialmente econ mica ao mesmo tempo que elevam a produtividade tendem a produzir agroecossistemas menos resilientes e dependentes de m quinas e insumos industrializados o que implica maior impacto ambiental e exig ncia de maiores investimentos dos agricultores levando os a assumirem maiores riscos ALTIERI 1998 GLIESSMANN 2001 WEID 2010 Assim os agricultores familiares encontram se em uma situa o muito delicada j
274. ava dinheiro A erva era a safra antigamente era como o fumo hoje em dia Agricultor 24 Al m dos carijos e barbaqu s nas propriedades tamb m existiam pequenos barbaqu s que prestavam servi os para os vizinhos que tamb m se terminaram frente ao avan o da comercializa o na forma de erva verde pela falta de m o de obra e pelas restri es legais para a retirada de lenha Parei de canchear a cerca de 30anos foi at a enchente de 1983 A lenha foi ficando dif cil tem o problema com a ambiental e falta de m o de obra Foi ficando melhor vender a erva verde Agricultor 29 202 Vale destacar que tr s entrevistados 7 5 ainda possuem vest gios dos antigos barbaqu s sendo um deles apesar de desativado bem conservado e outro em fase de reativa o com o objetivo de processar erva mate org nica para feiras e mercados ecol gicos Figura 6 21 FIGURA 6 21 ANTIGOS BARBAQU S AINDA PRESENTES EM ALGUMAS PROPRIEDADES BELA VISTA DO TOLDO E IRINI POLIS SC FONTE o autor Para tentar qualificar um pouco melhor esse aspecto cultural foi perguntado se ou agricultores gostam de trabalhar com a erva mate sendo as respostas apresentadas na figura 6 22 Gosta a SR Trabalho comooutro N ogosta trabalho prefere a qualquer lavoura nd Gosta muito vz FIGURA 6 22 MANIFESTA O DOS AGRICULTORES QUANTO A GOSTAR DE TRABALHAR COM A ERVA MATE Verifica se que 83
275. b m pondera que a colora o da erva mate tem maior rela o com condi es ambientais e que o formato da folha pode ser um indicativo de morfotipo Assim as caracter sticas morfol gicas podem se relacionar gen tica mas indicam principalmente a influ ncia das condi es ambientais e de manejo justificando a preocupa o dos industrias com as caracter sticas das folhas QUADRO 7 1 CARACTER STICAS CONSIDERADOS PELOS INDUSTRIAIS PARA CLASSIFICAR A ERVA MATE COMO PLANTADA COM RESTRI ES PARA AQUISI O Caracter stica dos industriais Folha mais amarga ao mascar 100 Folha mais brilhosa 90 Folha mi da 50 Folha mais amarelada 40 Folha colora o verde mais fraco 10 Folha colora o verde diferente 10 Folha mais fina 10 Folha mais alongada 10 Folhas mais em p 10 Ramos quebram mais f cil 10 Ph mais cido 10 Todos os entrevistados listaram pelo menos tr s caracter sticas para caracterizar uma erva mate como plantada e assim sofrer restri es de com rcio sendo as principais o sabor amargo ao mascar folhas brilhosas mi das e mais amareladas No entanto as avalia es tendem a apresentar grande subjetividade ficando na percep o de cada avaliador o que seria mais amarga mais brilhosa mais mi da etc Talvez a apresenta o de ramos de erva mate de diversas proced ncia para serem avaliados pelos industriais ou o acompanhamento da 326 a
276. ba SEAB 1997 PARRA F BLANCAS J J CASAS A Landscape management and domestication of Stenocereus pruinosus Cactaceae in the Tehuacan Valley numan guided selection and gene flow J Ethnobiol Ethnomed p 8 32 2012 PEDROSO K et al Levantamento de plantas medicinais arb reas e ocorr ncia em Floresta Ombr fila Mista Ambi ncia UNICENTRO v 3 p 39 50 2007 400 PEIXOTO M Pagamento por Servi os Ambientais Aspectos te ricos e proposi es legislativas In N cleo de Estudos e Pesquisa do Senado Bras lia DF 2011 p 1 31 Textos para discuss o 105 Dispon vel em lt http www senado gov br senado conleg nepsf1 html gt Acesso em 25 nov 2013 PENTEADO S R C IEDE E T Cultivo da Erva Mate Embrapa Florestas Sistemas de Produ o 1 Vers o Eletr nica Nov 2005 Dispon vel em http sistemasdeproducao cnptia embrapa br FontesHTML Erva mate CultivodaErvaMate 14 pragas htm Acesso em 23 01 2014 PERES MOREIRA J veneno ou rem dio Agrot xicos sa de e ambiente Rio de Janeiro Fiocruz 2008 PETERSEN P TARDIN J M MAROCHI F M Do extrativismo da erva mate ao manejo regenerativo da Floresta de Arauc ria In Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais 3 2000 Manaus Palestras Manaus Embrapa Amaz nia Ocidental 2001 PIASENTINI F B O sistema cabruca no Sudeste da Bahia perspectivas de sustentabilidade Tese Doutorado em Desenvolvimento Sustent ve
277. bertura florestal relativamente conservada erval nativo presen a constante de animais sub bosque com presen a de pastagens 4 Erval em Ca va Aberta Cobertura florestal mais aberta pela a o antr pica erval nativo presen a constante de animais sub bosque dominado pelas pastagens na maior parte da rea 5 Erval em Ca va Muito Aberta Cobertura florestal muito aberta pela a o antr pica em transi o para potreiro erval nativo presen a constante de animais as pastagens dominam toda a rea 6 Erval Plantado em Mata Aberta Mata aberta com intenso adensamento de erveiras mais de 50 da produ o oriunda de erveiras plantadas sem a presen a constante de animais 7 Erval Plantado em Ca va Aberta Ca va aberta com intenso adensamento de erveiras mais de 50 da produ o oriunda de erveiras plantadas presen a constante de animais 8 Erval Nativo Aberto Potreiro Pastagens perenes Potreiro com presen a significativa de erva mate erval nativo normalmente com rvores esparsas por toda a rea porem n o ultrapassam o est gio inicial de regenera o 9 Erval Nativo Aberto Desmatado Erval em que a maioria das rvores foram retiradas para priorizar o erval nativo com presen a de rvores remanescentes mas perdendo a caracter stica de forma o florestal sem presen a constante de animais 10 Erval Nativo Aberto Lavoura Areas de lavoura anuais com presen
278. biental 10 apontada como um problema no sentido de n o se permitir a realiza o de desbastes Com cita o de apenas dois agricultores 5 aparecem a falta de assist ncia t cnica a dificuldade do crescimento de ervais plantados o calote dos compradores e a dificuldade com o transporte interno Vale destacar que apesar da falta de assist ncia t cnica ter sido pouco referenciada como um problema ela praticamente inexistente de acordo com o que ser discutido no cap tulo 8 Apesar dos problemas relatados e do decl nio de forma geral da produ o como visto anteriormente as perspectivas com a erva mate parecem promissoras pois a grande maioria j est fazendo melhorias ou pretende melhorar o manejo dos ervais Os agricultores que j est o fazendo melhorias adensando plantando manejando o gado somam 45 e aqueles que pretendem fazer as melhorias adensar plantar tirar o gado somam 30 Aqueles que pretendem apenas deixar como est somam apenas 25 2859 FIGURA 6 46 ADENSAMENTO DE ERVA MATE EM REA DE CA VA ISOLADA DO ACESSO DO GADO CANOINHAS SC FONTE o autor Entre as melhorias se destacam os adensamentos j realizados por 33 dos agricultores e a inten o de realizar por mais 25 dos agricultores Em seguida aparece a inten o de manejar o gado pois 28 gostariam de isolar parte do erval do acesso do gado Eu gosto de lidar com a erva o pre o t ficando bom d vont
279. biental com o uso dos recursos florestais notadamente a extra o da erva mate e a produ o animal 133 5 4 ASPECTOS SOCIO ECON MICOS O PNC possui aproximadamente 1 100 000 ha onde vivem de acordo com o censo de 2010 364 206 habitantes destes 24 no meio rural e 76 no meio urbano Esta porcentagem da popula o rural maior do que a brasileira e a catarinense ambas de 16 PNUD 2013 Apesar de oferecer a impress o de que se trata de uma regi o com pouca relev ncia do meio rural este de grande import ncia uma vez que a distribui o da popula o desigual concentrando a popula o urbana em apenas seis munic pios os mais industrializados Canoinhas Tr s Barras Mafra Porto Uni o Rio Negrinho e S o Bento do Sul Destaca se ainda que os munic pios de Monte Castelo Itai polis Papanduva Timb Grande e Matos Costa possuem mais de 40 da popula o vivendo no meio rural e este ndice atinge 60 em Major Vieira 66 em Irine polis e 86 em Bela Vista do Toldo ICMBIO 2010 No PNC convivem situa es bastante contrastantes de um lado munic pios com baixo ndice de desenvolvimento humano como os munic pios de Timb Grande Matos Costa Monte Castelo e Bela Vista do Toldo que est o entre os 30 munic pios com o mais baixo ndice de desenvolvimento humano IDH do estado e de outro lado munic pios como Porto Uni o S o Bento do Sul e Mafra que est o entre os 30 maiores IDHs com ndices
280. bons pre os diminuindo a diferen a entre nativa e cultivada Esse contexto tamb m est favorecendo novo ciclo de plantios de erva mate a maioria de forma desordenada e sem orienta o t cnica 95 adaptados de produ o e mesmo de conhecimento cientifico sobre a planta Apesar da relatada concentra o de pesquisas em ervais plantados de acordo com Medrado 2000 mesmo para esses ervais ainda faltam informa es ou trabalhos dispon veis para consultas de t cnicos e produtores De forma mais espec fica Wendt 2005 refor ado por Almeida et al 2000 considera que existem poucos estudos sobre a biologia e a estrutura gen tica das popula es de erva mate sobre o efeito da fragmenta o nas popula es naturais o grau de eros o gen tica e os fatores determinantes da variabilidade Frente a esta situa o e da inexist ncia de pesquisas que comparem a gen tica de popula es nativas e cultivadas fica dif cil estabelecer conclus es sobre o grau de domestica o da erva mate O melhoramento gen tico da cultura recente no Brasil tendo iniciado na d cada de 90 Os dois programas mais significativos em desenvolvimento s o o da Embrapa e o da Epagri em Santa Catarina STURION e RESENDE 1997 KRAS et al 2007 O programa de melhoramento gen tico da erva mate coordenado pela Embrapa apoia se na avalia o de 14 proced ncias amostradas na natureza com um n mero total de 256 prog nies e a Epagri em 22 proced ncias
281. bruta total anual das propriedades pesquisadas sendo que para 47 das propriedades representa menos do que 5 da renda bruta total somando se as propriedades com contribui o de at 10 chega se a um total de 67 das propriedades Consequentemente a contribui o maior do que 10 em apenas 33 das propriedades QUADRO 6 15 CONTRIBUI O DA ERVA MATE PARA A RENDA BRUTA TOTAL ANUAL DAS PROPRIEDADES PESQUISADAS EM N MERO ABSOLUTO E PERCENTUAL Contribui o da erva mate na N mero renda bruta total 0 5 0 19 47 5 1 10 0 8 20 67 10 1 20 0 5 12 20 1 30 00 7 18 30 1 1 03 Fazendo uma an lise de forma restrita poderia se considerar que uma renda anual de at R 3 000 00 que atinge 50 das propriedades pesquisadas n o 195 Vale lembrar que de acordo com o descrito no cap tulo 5 a amostragem foi direcionada para atingir tanto os agricultores familiares com menor produ o de erva mate quanto aqueles com produ es maiores Assim os quadro das propriedades pesquisadas n o tem a pretens o de representar a realidade do PNC mas sim ilustrar quais os significados e como a erva mate manejada nos diferentes tipos de propriedades familiares da regi o No cap tulo 5 a figura 5 9 que procura representar o perfil geral dos agricultores do PNC apresenta uma propor o de 15 dos produtores sem nenhuma produ o de erva mate 71 com produ o anual de at 5 000 kg 9
282. cado amargor cor etc 222 3 1 Quais os crit rios para enquadramento nos tipos 3 2 Como feita visual no campo na ind stria etc 3 3 O que uma muda argentina 430 5 O uso de agrot xicos e aduba o qu mica s o considerados problemas Tem sido muito usados 6 Dificuldades facilidades atuais para a compra em rela o aos tipos 7 Perspectivas de mercado melhorar piorar gt nativa plantada 8 Processamento anual ton erva verde ano 9 Munic pios onde compra a erva mate 10 Produtos da ervateira Produto Tipo Mercado observa es consumidor 431 ANEXO VIII ARTIGOS DE INTERESSE DOS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS LEGAIS QUE DE FORMA DIRETA OU INDIRETA PODEM INFLUENCIAR NO MANEJO DA ERVA MATE ASSOCIADA MATA NATIVA INSTRUMENTO ARTIGO Lei N 12 651 de 25 de maio de 2012 Novo C digo Florestal Art 3 Para os efeitos desta Lei entende se por IX interesse social a as atividades imprescind veis prote o da integridade da vegeta o nativa tais como preven o combate e controle do fogo controle da eros o erradica o de invasoras e prote o de plantios com esp cies nativas X atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental j explora o agroflorestal e manejo florestal sustent vel comunit rio e familiar incluindo a extra o d
283. cadores que pode representar essa import ncia econ mica seria o Valor Bruto da Produ o VBP municipal onde se apresenta o valor monet rio de cada produto agr cola gerado no munic pio em cada ano No entanto verifica se que a no o de import ncia econ mica mais intuitiva pois os entrevistados de forma geral 86 desconhecem o VBP da erva mate e dos demais produtos agr colas dos munic pios De qualquer forma a no o da gera o de poucos recursos tende a colocar a atividade ervateira em segundo plano a n vel municipal Por m ao se analisar os dados da AMPLANORTE referente o ano de 2011 Quadro 8 3 a erva mate no conjunto dos sete munic pios pesquisados ocupa a 8 QUADRO 8 3 VALOR BRUTO DA PRODU O DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES AGR COLAS DOS SETE MUNICIPIOS PESQUISADOS Produto Coloca o nos mun cipios em rela o ao valor da produ o Total de Bela V Canoinhas Irini polis Major Porto Tr s Recursos Toldo Vieira Uni o Barras Gerados mil R Fumo 1 1 1 2 6 4 120 343 Soja 2 3 2 1 1 1 80 866 Su nos 3 2 8 3 2 2 55 739 Milho 6 4 3 5 4 3 32 451 Bovinos 4 5 4 4 3 8 20 309 Madeira 7 6 7 6 5 5 12 112 Feij o 10 7 6 7 9 9 6 376 Erva mate 8 8 5 9 7 6 5 805 Aves 5 9 8 3 287 Recursos gerados pela erva mate nos munic pios mil R Erva mate 228 2 963 1 273 494 252 595 5 805 Fonte adaptado de AMPLANORTE 2012
284. capitalista os aproxima ou afasta do conceito de comunidades tradicionais o que tamb m os inclui em diferenciados graus de impacto sobre a conserva o e uso dos recursos naturais A import ncia do conhecimento e manejos desenvolvidos pelas popula es locais pode ser verificada em rela o diversidade biol gica no meio rural Para Diegues 2000 a preocupa o com a biodiversidade com a manuten o da 50 diversidade biol gica apresenta se atualmente como um dos objetivos mais importantes da conserva o dos recursos naturais mas pondera o autor que A diversidade biol gica no entanto n o simplesmente um conceito pertencente ao mundo natural E tamb m uma constru o cultural e social As esp cies s o objetos de conhecimento de domestica o e uso fonte de inspira o para mitos e rituais das sociedades tradicionais e finalmente mercadoria nas sociedades modernas p 01 As popula es tradicionais e agricultores familiares s o respons veis pelo manejo e conserva o de significativa diversidade gen tica fruto de um longo e diversificado processo de uso sele o e adapta o s realidades locais expressos em uma infinidade de esp cies e cultivares tradicionais adaptadas s mais diversas condi es ambientais e pr ticas culturais MMA 2004 Visando a valoriza o dos produtos tradicionais e oriundos de manejos extrativistas das popula es locais que contribuem para a conserva o ambi
285. cas p blicas que ajudassem na conserva o dessas paisagens e consequentemente das popula es que a residem e trabalham com essa atividade tradicional 29 O processo de Identifica o Geogr fica descrito no cap tulo 5 73 3 A ERVA MATE DO EXTRATIVISMO IND GENA MONOCULTURA A utiliza o das folhas da erva mate j era de uso comum pelas popula es ind genas que habitavam o sul da Am rica do Sul muito antes da chegada dos espanh is e portugueses O uso da infus o desta folha rica em cafe na e de v rios outros compostos que lhe conferem propriedades estimulantes nutricionais e medicinais se espalhou tamb m entre os imigrantes e acabou se configurando como um dos principais itens da economia regional durante centenas de anos ARANHA 1967 LINHARES 1969 Ainda hoje milhares de agricultores brasileiros desta regi o tem na erva mate uma importante fonte de renda STURION RESENDE 2010 Apesar desta import ncia pouco se estudou sobre a erva mate tanto do ponto de vista hist rico e econ mico quanto nos aspectos biol gicos e de manejo Nesse cap tulo se apresenta a erva mate Ilex Paraguariensis St Hil com objetivo de fornecer uma caracteriza o geral da esp cie seus manejos e import ncia de forma a subsidiar as an lises que ser o tecidas na parte Il dessa tese onde se integra o estudo da esp cie no mbito da agricultura familiar configurando diferentes manejos e paisagens Inicialmente se discorre s
286. ccari J nior 2005 p 189 trabalhando com an lise sensorial da erva mate observou que os par metros qu micos particularmente a cafe na normalmente empregados na an lise da qualidade n o mostraram correla o com os resultados da an lise sensorial realizada por julgadores treinados concluindo que muitos estudos ainda devem ser feitos com os diversos componentes qu micos para se conhecer suas influ ncias no sabor e qualidade da erva mate Dessa forma apesar da import ncia do sabor para a diferencia o da qualidade e pre o da erva mate ainda n o se concluiu nem ao menos quais as substancias que mais interferem na composi o do sabor desejado Nesse sentido de acordo com Vieira et al 2003 s o muitos os fatores que concorrem para a diferencia o no sabor da erva mate objeto de muitas especula es sendo os fatores promotores dessas diferen as pouco conhecidos As varia es na composi o qu mica metab litos secund rios que implicam na varia o da qualidade e sabor da erva mate sofrem influ ncias de diversos fatores como a regi o produtora sistema de cultivo nativa ou cultivada sombreada ou pleno sol morfotipos ou variedades idade das folhas poca da colheita forma de processamento BORILLE et al 2005 CANTERLE 2005 DA CROCE 2002 DONADUZZI e CARDOZO 2003 ESMELINDRO et al 2002 MEURER 2012 A figura 7 3 ilustra a complexidade de fatores que podem interferir no teor de metab lit
287. cesso em 16 11 2013 RIBEIRO M C et al The Brazilian Atlantic Forest How much is left and how is the remaining forest distributed Implications for conservation Biological conservation 142 n 6 p 1141 1153 2009 402 RIBEIRO S K O Brasil e o futuro do clima Reflex es para Copenhague In Revista do F rum Brasileiro de Mudan as clim ticas Rio de janeiro FNMC ano 1 n 1 p 23 31 dez 2009 RODIGHERI H R SCHLOSSNACHER NETO L CICHACZEWSKI F Custos produtividade e renda da erva mate cultivada na regi o de Guarapuava PR Embrapa Circular t cnica n 24 novembro 1995 RODIGHERI H R DOSSA D VIELCAHUAMAN L J M Sistemas de Produ o Cultivo da erva mate Import ncia socioecon mica e ambiental Embrapa Florestas 1 ed 2005 Dispon vel em lt http sistemasdeproducao cnptia embrapa br gt Acesso em 30 01 2012 RODRIGUES L Relato sobre a influ ncia da lua na agricultura In REIS C QUEIROZ F FROES M Jardins Comest veis Ubatuba IPEMA Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atl ntica 2004 ROSOT M A D Manejo florestal de uso m ltiplo uma alternativa contra a extin o com Floresta com Arauc ria In Pesquisa Florestal Brasileira Embrapa Colombo n 55 p 75 85 jul dez 2007 SABOURIN E Implica es te ricas e epistemol gicas do reconhecimento da no o de multifuncionalidade da agricultura Estud soc agric Rio de Janeiro vol 13 no 162 2 p
288. cia o com cultivos anuais EMBRAPA 2010 Vale destacar que indo al m dos trabalhos espec ficos com a erva mate a Embrapa Florestas na regi o do PNC financia e coordena o programa CONSERVABIO Conserva o e uso dos recursos florestais n o madeir veis da floresta com arauc ria que envolve diversas institui es governamentais e n o governamentais e tem como objetivo estudar a conserva o e o uso de esp cies nativas da Floresta com Arauc ria entre elas a erva mate em ambientes florestais nativos MAZZA et al 2011 Outra iniciativa da EMBRAPA Florestas no PNC o Projeto Conserva o e uso da arauc ria na agricultura familia que tem como objetivo desenvolver disponibilizar e sistematizar t cnicas de manejo florestal e de sistemas de produ o sustent veis para a conserva o e o uso da arauc ria na agricultura familiar englobando o manejo da erva mate nativa EMBRAPA 2011 360 Da Croce 2000 ao estudar a cadeia produtiva catarinense da erva mate apesar de ponderar que 80 da produ o catarinense ser oriunda de ervais nativos considera que a produ o precisa ser tecnologicamente aperfei oada especialmente na fase prim ria sendo indispens vel a substitui o dos ervais nativos por plantados e a racionaliza o da poda colheita p 28 Essa desconsidera o com os ervais nativos se reflete no direcionamento das pesquisas pois conforme j visto no capitulo 4 se mesmo para a erva mat
289. cionais podem sofrer restri es legais Assim frente a aus ncia de uma pol tica de pagamentos por servi os ambientais s o justamente os agricultores que preservaram suas florestas n o as convertendo em usos agr colas que arcam com o custo da manuten o de servi os ambientais que beneficiam o conjunto da sociedade Nesse sentido se configura um conflito socioambiental pois segundo Souza Bagolin e Corona 2010 um conflito de interesses se instala quando o 10 Nos ltimos anos foram realizados diversos estudos visando subsidiar o manejo de esp cies florestais nativas em seus ambientes florestais como por exemplo e Reis et al 2000 para o palmito Euterpe edulis e Vieira da Silva e Reis 2009 para o pinh o Araucaria angustifolia e Steenbock 2003 para a espinheira santa Maytenus ilicifolia e Steenbock 2009 para a bracatinga Mimosa scabrella e Baldauf 2006 para a samambaia preta Rhumora adiantiformis e Mariot 2012 para a cataia Drimys brasiliensis e Mazza et al 2011 para v rias esp cies n o madeireiras e Mattos 2011 e Chaimsohn et al 2013 para a erva mate llex paraguariensis 1 Mesmo quando existem estudos sistematizados relativos a manejos de esp cies florestais nativas a sua transforma o em procedimentos legais que permitam a efetiva o do manejo dessas esp cies de dif cil concretiza o sendo raros os casos em que isso realmente ocorre 12 Esses aspectos s o abordados na se
290. co complementado com ro adas Um dos produtores utiliza aduba o org nica de 168 forma espor dica Na percep o de todos os agricultores a produ o est aumentando Esse tipo de UPE pode se constituir em uma boa alternativa para a conserva o das florestas e gera o de renda desde que minimizada a utiliza o de agrot xicos A motiva o para o plantio se relaciona possibilidade de gerar mais renda para uma rea sem aptid o agr cola em um dos casos situado na regi o do basalto ou de gerar mais renda em reas com cobertura florestal que j apresentavam uma razo vel produ o de erva mate Um dos agricultores argumenta a import ncia da mata para caracterizar o erval como nativo Em nenhuma das situa es os agricultores tiveram restri es de comercializa o pelo fato do erval ser plantado As mudas em produ o s o pr prias em um dos casos e pr prias e compradas na regi o nos outros dois casos Um dos agricultores passou a produzir suas pr prias mudas por acreditar que lhe estavam vendendo mudas argentinas Todos os agricultores continuam produzindo mudas e ampliando os plantios O principal uso da paisagem para os agricultores a produ o da erva mate como outros usos foram citados a retirada de lenha para consumo na propriedade n 2 madeira para uso na propriedade n 1 coleta de pinh o n 1 e apicultura n 1 Destaca se a presen a de esp cies arb reas amea adas em todos os casos
291. colchetes 1 Erval em Erva mate 100 00 00 00 00 Nativa 1 Sabor bom produz menos muita Mata nativa em sombra 2 cobertura 2 Mais suave 2 florestal 3 Colheita dif cil fechada 4 Existem poucos nessa situa o 6 2 Erval em Erva mate 100 00 00 00 00 Nativa 1 Bom padr o alta produtividade Mata nativa em 2 Melhor padr o erva boa 4 Aberta cobertura 3 Situa o comum 2 florestal mais aberta 3 Erval em Erva mate 100 00 00 00 00 Nativa 1 Situa o boa ou ideal 4 Ca va nativa em 2 Situa o mais comum 3 muito cobertura 3 Boa mas aparenta alguns p s aberta florestal plantados mais aberta e com cria o de gado ca va 328 4 Erval Erva mate 90 00 00 Nativo nativa em 1a6 Aberto potreiro Potreiro 5 Erval Erva mate 50 1 30 2 10 3 Nativo nativa em Aberto lavoura lavoura 6 Erval Erva mate 20 1 2 00 20 3 Plantado plantada Aberto aberta com associada agricultura a agricultura Nativa 1 Se brasileira vai ser suave 2 N o tem restri o mas mais forte 3 S o rvores bem desenvolvidas boas 4 Boa qualidade j est o grandes arvores adultas o sabor bom 5 Ideal erva mais pesada 6 Deveria ter mais sombra 7 Baixa qualidade tem que misturar n o tem cheiro de mato Nativa Nativa Beneficia com venda direta 1 Situa o r
292. com a categoria de Paisagem Cultural como uma das categorias de Patrim nio da Humanidade Para Telles e Delphin 2008 era lament vel que a UNESCO tenha adotado inicialmente uma l gica dicot mica para definir o patrim nio subdividindo o em patrim nio cultural e patrim nio natural Ara jo 2009 considera que atrav s do desenvolvimento do conceito de paisagem cultural percebe se a tentativa do estabelecimento de uma nova abordagem que busca superar a separa o entre o cultural e o natural Para a UNESCO 2005 p 106 as paisagens culturais s o bens culturais e representam as obras conjugadas do homem e da natureza a que se refere o artigo 1 da Conven o do Patrim nio Mundial Ilustram a evolu o da sociedade e dos estabelecimentos humanos ao longo dos tempos sob a influ ncia dos condicionamentos materiais e ou das vantagens oferecidas pelo seu ambiente natural e das sucessivas for as sociais econ micas e culturais internas e externas Visando a aplica o do conceito no Brasil IPHAN Instituto de Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional a partir de 2007 promoveu v rios encontros t cnicos para debater o conceito de paisagem cultural e sua aplica o no territ rio nacional o que resultou na formula o da Carta de Bag ou Carta da Paisagem Cultural o primeiro documento a abordar especificamente a paisagem cultural brasileira VASCONCELOS 2011 2012 A Carta de Bag traz a seguinte d
293. com produ o entre 5 001 e 10 000 kg 4 com produ o entre 10 001 e 20 000 e apenas 1 com produ o acima de 20 000kg 195 chegue a ser de grande import ncia econ mica para os agricultores De forma semelhante pode se considerar que uma atividade que contribui com menos do que 10 da renda bruta em 67 das propriedades n o tenha tamb m grande import ncia econ mica No entanto vale considerar que mesmo nessa an lise restrita 30 das propriedades pesquisadas apresentam mais de R 6 000 00 de renda bruta anual proveniente da erva mate o que equivale a quase um sal rio m nimo mensal Ainda representa mais de 10 da renda bruta total anual em 33 das propriedades assim pode se ponderar que a erva mate possui significativa import ncia econ mica ao menos para 33 das fam lias pesquisadas Mas mesmo que o montante de recursos gerados pela erva mate possa ser pequeno Chayanov 1985 alerta para o fato de que a produ o familiar n o tem como prioridade o lucro mas sim a satisfa o das necessidades e a reprodu o da fam lia procurando um balan o entre trabalho e consumo com uma l gica diferente da capitalista Dessa forma para se compreender melhor o significado econ mico necess rio ir al m de apenas o montante de recursos monet rios gerados e procurar ver sua posi o por exemplo na capacidade de oferecer maior seguran a e estabilidade unidade familiar Nesse sentido Scheneider 2005 destaca que
294. concluir que os ervais contribuem para uma maior conectividade entre fragmentos florestais diminuindo os efeitos negativos da fragmenta o e dos efeitos de borda nesse sentido a fun o de conectividade poderia ser mais um dos servi os ecossist micos a ser melhor estudado e valorizado inclusive como uma atividade a ser incentivada nas regi es de amortecimento de unidades de conserva o 6 5 7 Diferentes ervais diferentes usos As diferentes paisagens dos ervais implicam em usos tamb m diferentes o conhecimento dos diversos usos que os agricultores d o s suas reas pode contribuir para melhorar o manejo e as estrat gias de conserva o desses ervais Para interpretar os usos dos ervais foram realizadas duas perguntas aos entrevistados ambas ao se percorrer o erval A primeira se referia ao principal uso 314 da paisagem para o agricultor e em seguida se perguntava sobre outros usos Caso durante a avalia o do erval o agricultor comentasse ou revelasse usos n o identificados nas perguntas iniciais esses eram incorporados s respostas nesses casos sempre associados outros usos Importante destacar que frente a est mulos do pesquisador os agricultores tendem a revelar um uso bem mais amplo no entanto essas respostas n o foram consideradas sendo mantidas apenas as respostas espont neas que a princ pio tendem a revelar os usos mais significativos para os agricultores O quadro 6 48 apresenta os princi
295. constituem nas UPEs de maior rea e produ o de erva mate desta pesquisa Dessa forma novamente aparece a 377 import ncia de se considerar a presen a animal nas estrat gias de manejo da erva mate e conserva o ambiental Al m dos usos principais existem outras formas de aproveitamento dos ervais Quando em paisagens florestais apresentam uma quantidade maior de outros usos destacando se a retirada de lenha e madeira para uso na propriedade coleta de pinh es palanques flores para abelhas entre outros Os ervais abertos tanto nativos quanto plantados apresentam uma menor quantidade de usos resumindo se produ o de erva mate gado ou lavouras Assim medida que se parte de uma paisagem florestal mais conservada para uma paisagem aberta apesar de a produtividade em erva mate normalmente aumentar as possibilidades de uso diminuem e dessa forma a estabilidade da propriedade pode sofrer comprometimentos afetando por exemplo sua capacidade de autoconsumo advinda de produtos madeireiros e n o madeireiros obtidos nas paisagens florestais Diminuem ainda a gera o de servi os ecossist micos e usos subjetivos como a beleza das paisagens e a agradabilidade dos ambientes florestais os quais poderiam ainda potencializar atividades tur sticas no meio rural Pode se concluir que o maior interesse dos agricultores em seus remanescentes florestais no sentido do uso seria a produ o de erva mate e cria o de
296. cos e sua import nica para o sistema econ mico e o bem estar humano Texto para Discuss o IE UNICAMP Campinas n 155 fev 2009 ARANHA L F S O mercado ervateiro Boletim n 48 S o Paulo Faculdade de Ci ncias Econ micas e Administra o USP 1967 ARA JO G M Paisagem cultural um conceito inovador In CASTRIOTA L B org Paisagem cultural e sustentabilidade Belo Horizonte IEDS UFMG 2009 ARAUJO M et al A Mata Atl ntica do Sul da Bahia situa o atual a es e perspectivas S rie Cadernos da Reserva da Biosfera da Mata Atl ntica n 8 S o Paulo CNRBMA 1998 ARTAZA A N La Economia Yerbatera Argentina In WINGE H et al orgs Erva Mate Biologia e Cultura no Cone Sul Porto Alegre Ed Universidade UFRGS p 23 26 1995 ASTRUC T A cadeia produtiva da erva mate no Planalto Norte Catarinense Brasil um setor a redinamizar Relat rio de est gio CIRAD CCA Florian polis Universidade Federal de Santa Catarina 2010 BAGGIO J A SOARES A O O efeito da aplica o de mulching de timb no desenvolvimento inicial da erva mate In In Anais do 4 Congresso Sul Americano da erva mate Posadas INYM 2006 BALANDIER G O contorno poder e modernidade Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1997 BARDIN L An lise de conte do Lisboa Edi es 70 1977 BAUERMANN S G BEHLING H Din mica paleovegetacional da Floresta com Arauc ria a partir do final do Pleistoceno o que mostra a palinologia
297. cresceu 9 enquanto a da plantada cresceu 110 A participa o dos ervais nativos tende a cair acentuadamente no Brasil e em Santa Catarina mas praticamente se mant m no PNC confirmado sua caracter stica de produtor de erva mate nativa O PNC que em 1996 produziu 33 Em rela o produ o nativa passa de 44 em 1996 para 55 em 2006 e 60 em do total da erva mate catarinense passa a contribuir com 43 em 2011 2011 Se estes dados refletissem a realidade a situa o do PNC estaria confort vel como um grande produtor de erva mate nativa que consegue manter sua produ o com apenas um pequeno decr scimo frente grande press o para convers o de ervais nativos em lavouras e da degrada o de ervais No entanto os dados dos censos agropecu rios revelam outra situa o Os censos agropecu rio Quadro 5 5 demonstram que a produ o total que historicamente vinha sempre crescendo no per odo de 1996 2006 apresenta uma queda da produ o de 25 268 629 para 131 979 t em n vel nacional de 56 140 em SC 83 595 para 96 774 t e de expressivos 88 no PNC 31 449 para 3 869 Do QUADRO 5 5 PRODU O DE ERVA MATE NATIVA E PLANTADA NO BRASIL SANTA CATARINA E PLANALTO NORTE CATARINENSE DE ACORDO COM DADOS DOS CENSOS AGROPECU RIOS DO IBGE TONELADAS DE ERVA MATE CANCHEADA Ano Brasil Santa Catarina Planalto Norte Nativa Plantada nalva Nativa Plantada Mava Nativa Plan
298. cuidados especiais 8 Como comercializa dificuldades pre o bom pre o justo Rela o antiga como nativa O que nativa 9 Problemas com a legisla o Ambiental trabalhista conhece 10 Tem assist ncia t cnica Quem No que De que forma Erva Plantaria mais erva mate De que forma Onde 11 J participou de discuss es eventos sobre a produ o da erva mate 12 J ouviu falar produ o org nica IG O que acha 413 ANEXO II Roteiro para avalia o das paisagem dos ervais Paisagem Area ha alg produ o erva mate aumentou diminuiu 18 O que era a rea Hist rico 2 Principal utilidade p o agricultor outros usos da rea para que serve essa rea 3 Erva mate natural plantada origem das sementes mudas como foi plantada 4 ANIMAIS esp cie finalidade quantidade cab ha frequ ncia Manejo animais piquetes Animais X erva Import ncia dos animais da ca va poss vel a retirada interesse em retirar condi o 5 RO ADAS frequ ncia poca forma quem faz 6 DESBASTES frequ ncia poca forma quem faz Autoriza o ambiental 7 PLANTAS COMPANHEIRAS 8 PODAS outras rvores 9 ADUBA ES Tipo produto quantidade frequ ncia custo Porque faz 10 AGTX CALDAS Tipo produto quantidade frequ ncia custo Porque faz Poss vel parar d
299. cultivares recomendados para plantio na argentina que no entanto n o se adaptam s condi es brasileiras WENDT 2005 corrente que os agricultores brasileiros e mesmo t cnicos se refiram a exist ncia de uma variedade argentina que tem o seu plantio evitado uma vez que originaria uma rvore baixa de pouca produ o de folhas com grande e precoce produ o de frutos e ainda ser muito amarga Por m n o existem estudos que possam caracterizar estas plantas como realmente uma variedade argentina e n o como mais um tipo de erva mate nativa importante destacar que a regi o de ocorr ncia natural da erva mate muito pequena na Argentina Figura 3 1 e a grande maioria do material que originou os ervais argentinos s o provenientes do Brasil e do Paraguai BELINGHERI PRAT KRICUN 1997 Aqui surge uma grande lacuna nessa se o a falta de informa es sobre as caracter sticas gen ticas e mesmo sobre o manejo dos ervais argentinos que poderiam contribuir para uma melhor opini o sobre o grau de domestica o alcan ado pelos ervais argentinos 3 3 5 Manejo e domestica o no Brasil Ao se intensificar a extra o da erva mate no Brasil a partir de meados s culo XIX um aspecto normalmente pouco abordado a maioria dos ervais situava se em reas p blicas onde o acesso era livre Esse aspecto amplamente abordado por Gerhardt 2013 que tr s v rias tentativas do poder p blico em disciplinar o ac
300. cultivo industrial da erva mate Devido a import ncia da erva mate para os argentinos e de sua total depend ncia da importa o houve intenso empenho governamental para reverter tal situa o De acordo com Burtnik 2006 em 1926 a Direcci n Nacional de Tierra estabeleceu a obrigatoriedade de plantar erva mate entre 25 e 50 da superf cie destinada aos cultivos dos lotes da Prov ncia de Misiones Frente a essa pol tica em 1935 havia cerca de 66 000 ha plantados com erva mate Ao atingir a autossufici ncia a implanta o e a colheita ficaram reguladas por lei visando ajustar a oferta e a demanda No final da d cada de 1980 j existiam cerca de 165 000 ha de erva mate produzindo na Argentina As pol ticas p blicas argentinas para o setor tamb m abrangeram subs dios pesquisas assist ncia t cnica e planifica o completa da produ o ARTAZA 1995 No entanto esses ervais est o baseados em um sistema convencional de monocultura agr cola com o uso de adubos qu micos agrot xicos e mecaniza o motorizada BURTNIK 2006 Ou seja em uma paisagem totalmente cultivada As primeiras sele es na Argentina ocorrem a partir de 1929 com materiais argentinos paraguaios e brasileiros mas considera se que efetivamente os 91 programas de melhoramento de erva mate tiveram in cio em 1974 com sele o de caracter sticas fenot picas superiores BELINGHERI PRAT KRICUN 1997 De acordo com Franco 1992 existiam tr s
301. da contribuir para a ciclagem de nutrientes possa ser uma pratica a ser desenvolvida junto aos produtores de erva mate da regi o A poda de outras rvores do erval potencializada ainda pela presen a de plantas companheiras como ser visto a seguir s o de grande import ncia pois em um sistema agroflorestal as rvores tem justamente a finalidade de propiciar um ambiente mais equilibrado diversificar o uso do sistema proteger o solo e promover a ciclagem de nutrientes NAIR 1993 A erva mate considerada como uma planta que naturalmente se desenvolve bem em solos pouco f rteis Por m h que se considerar que no ambiente natural a erva mate est associada a uma s rie de outras rvores e arbustos que promovem uma intensa produ o de mat ria org nica e reciclagem de nutrientes bem como uma s rie de intera es com micro organismos que contribuem para a nutri o das erveiras Ao se retirar os demais tipos de vegeta o quebram se essas rela es o que pode comprometer o desenvolvimento e produ o das erveiras Steenbock et al 201890 consideram que a ciclagem de nutrientes um dos fatores mais contribuem para a manuten o de ecossistemas florestais pois as quantidades de carbono e nutrientes encontradas no solo na serapilheira e na fitomassa a rea s o importantes na defini o do balan o de nutrientes 225 Ao analisarem as principais t cnicas desenvolvidas pelos agricultores da Cooperafloresta Stee
302. dades de paisagem descritas no Cap tulo 03 e dos procedimentos metodol gicos para a coleta de dados descritas no cap tulo 05 foram definidas 13 diferentes unidades de paisagem dos ervais do PNC Inicialmente se descreve o processo de constru o das unidades de paisagens dos ervais UPEs e em seguida s o apresentadas atrav s de breve descri o as unidades de paisagens identificadas 6 1 1 O processo de constru o das paisagens do mate Vale relembrar que o conceito base de paisagem para essa tese foi o de BERTRAND 1972 p 02 onde a paisagem em uma determinada por o do espa o o resultado da combina o din mica portanto inst vel de elementos f sicos biol gicos e antr picos que reagindo dialeticamente uns sobre os outros fazem da paisagem um conjunto nico e indissoci vel em perp tua evolu o ou seja procura abranger aspectos f sicos biol gicos e sociais A paisagem tende a ser formada por um mosaico de diferentes conforma es em fun o de sua escala de an lise Essas conforma es podem ser consideradas unidades de paisagem Assim para essa tese com base em DELPOUX 1972 MONTEIRO 2000 NUCCI et al 2004 ZONNEVELD 1990 a unidade de paisagem representa uma parte da superf cie da terra que possui certa homogeneidade em fun o da a o das din micas f sicas biol gicas e sociais e que se repete de forma semelhante podendo ser identificada pelo olhar do observador a campo nessa pe
303. dades e contribui o percentual na renda bruta total 26 1 Arrendamento 27 Agroecologia 20 Gado 21 2 Aposentadoria 29 Gr os 29 Erva mate 22 3 Erva mate 28 Aposentadoria 28 Arrendamento 26 4 Gado 29 Erva mate 22 Aposentadoria 21 5 Gado 29 Erva mate 23 Gr os 22 6 3 2 A perda da import ncia econ mica nas comunidades e propriedades Na regi o do PNC a erva mate tende a ser destacada como uma atividade t pica que caracteriza a regi o Por m sua import ncia muitas vezes analisada apenas do ponto de vista econ mico relegada em Diagn sticos Regionais ou Planos de Desenvolvimento Municipais De qualquer forma geralmente considerada presente na maioria das propriedades do PNC no entanto aparecem contradi es mesmo a essa informa o conforme visto no cap tulo 6 ao se analisar os dados dos censos agropecu rios do IBGE Do ponto de vista econ mico frente as entrevistas com os agricultores fica evidente que a erva mate perdeu grande parte de sua import ncia econ mica pois a safra da regi o que antigamente at o in cio da d cada de setenta era a safra da erva mate atualmente passou a ser a safra principalmente do fumo dos gr os ou do leite Antigamente a safra dos colonos era a erva O mercado de Irine polis se agitava era na poca da colheita da erva mate Agora a safra o fumo Agricultor 35 100 Conforme o Quadro 6 5
304. dades e perspectivas Florestais silvicultura da erva mate p 17 35 Anais Curitiba EMBRAPA CNPF 1985 OVIEDO M T P TOLEDO M C F VICENTE E Res duos de agrot xicos piretr ides em hortali as Pesticidas Revista de Ecotoxicologia e Meio Ambiente v 13 2005 PADILHA P R TRENTIN C L Reconstitui o S cio Economica da Regi o das Miss es RS In XLII Congresso da sociedade brasileira de economia e sociologia rural Cuiab MT 2004 PADILHA D BRANDENBURG A Mercados atores e a constru o da racionalidade ambiental em Rio Branco do Sul PR In BRANDENBURG A FERREIRA A D org Agricultores ecol gicos e o ambiente rural vis es interdisciplinares S o Paulo Annnablume CNPg Petrobras 2012 PAGLIOSA C M et al Bitterness in yerba mate llex paraguariensis leaves Journal of Sensory Studies Vol 24 p 415 426 2009 PAGLIOSA C M Caracteriza o qu mica do res duo de ervais e folhas in natura de erva mate llex paraguariensis A St Hil Disserta o Mestrado em Ci ncia dos Alimentos Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2009 PANDOLFO C M et al Resposta da erva mate llex paraguariensis St Hil aduba o mineral e org nica em um latossolo vermelho aluminof rrico Ci ncia Florestal v 13 n 2 2008 PARANA Secretaria da agricultura e do abastecimento do Parana Erva Mate Prospec o Tecnol gica da Cadeia Produtiva Curiti
305. das sejam de boa qualidade e da regi o Os ervais nativos e sombreados s o os preferidos pelos industriais mas podem sofrer restri es quando em reas abertas sem sombreamento como em potreiros ou principalmente em lavouras Dessa forma deveria ser repensada a utiliza o dos termos nativa e plantada especialmente considerando o processo de IG para a designa o da erva mate que preferida ou rejeitada pelo mercado j que o determinante o padr o de sabor que a erva mate produz Esse padr o desejado mais suave de acordo com os industriais entrevistados est majoritariamente relacionado com ervais sombreados em ambiente florestal formado por erveiras nativas ou mesmo plantadas desde que atrav s de sementes mudas nativas da regi o e ainda com 379 um manejo que respeite o ritmo da natureza ou seja colheitas menos frequentes e n o utiliza o de aduba es Assim se mostra importante para garantir a qualidade do mate regional que seja mantida ou aumentada a cobertura florestal dos ervais e que o plantio ocorra atrav s de mudas oriundas de sementes da regi o Por outro lado apesar da consagrada qualidade da erva mate do PNC aparentemente se mostrou significativa a utiliza o de erva mate argentina por algumas ervateiras da regi o o que pode ser um fato comprometedor qualidade do mate regional e de todo o processo de IG caso o pre o da erva mate argentina volte a viabiliza
306. das propriedades sendo mantida at que a legisla o impediu a sua convers o Para 15 dos agricultores determinante foi a exist ncia de grande quantidade de erva mate e para o mesmo percentual o motivo deva se a j ter adquirido a rea da forma como est atualmente Assim o determinante para que essas reas fossem assim mantidas justamente o sistema consorciado florestas e cria o animal um sistema que gera renda aos agricultores e faz parte da cultura local No entanto atualmente com a valoriza o da produ o agr cola e consequente valoriza o das terras essas reas sofrem forte press o para convers o sendo mantidas al m da import ncia de gera o de renda e cultural pelas restri es da legisla o Mas se por um lado essa legisla o protege esses remanescentes ela muito restritiva praticamente n o permitindo nenhum manejo al m da colheita da erva mate penalizando justamente aqueles que conservaram essas florestas atrav s do uso o que deveria ser levado em conta na elabora o da legisla o e pol ticas p blicas para a rea 39 Essa discuss o aprofundada na se o 6 5 2 162 IV EM CA VA ABERTA Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal muito semelhante ao Erval em Ca va diferindo devido a menor cobertura florestal ICF entre 10 00 e 7 00 produ o oriunda de rvores nativas e com presen a constante de animais As sete situa es identificada
307. de inseticidas ocorre de forma espor dica normalmente aplicado nos meses de novembro e dezembro para o controle de lagartas per odo em que as colheita s o menos frequentes o herbicida tamb m tende a ser aplicado diretamente no solo sem atingir as folhas das erveiras No entanto fica o questionamento na rela o que normalmente se faz entre ervais nativos e o n o uso de agrot xicos e mesmo com a produ o org nica A maior porcentagem da utiliza o de agrot xicos em rela o a produ o 41 9 do que em rea 15 4 indica que o uso de agrot xicos incide principalmente em reas de produ o mais intensiva O que pode ser melhor 250 visualizado ao se analisar as paisagens mais conservadas matas e ca vas e as de uso mais intensivo plantios sombreado e abertos Nas Matas n o se verificou a utiliza o de agrot xicos Nas ca vas n o empregado herbicida e os inseticidas s o aplicados em apenas 13 3 n 4 das paisagens 11 1 da rea no entanto atinge 29 1 da produ o o que revela tamb m que o uso do inseticida tem sido em ca vas mais produtivas Analisando o grupo de UPES florestais e nativas Matas Ca vas conclui se que s o utilizados agrot xicos em 9 7 das paisagens 9 7 da rea e 24 6 da produ o dessa forma se constata que 75 4 da produ o oriunda de ervais nativos e florestais livre de qualquer agrot xicos No extremo mais intensivo o dos ervais plantados sombreados e abertos a
308. de qualidade de vida compar veis aos pa ses do primeiro mundo Quadro 5 2 O munic pio de Timb Grande em 2000 apresentava o mais baixo IDH de Santa Catarina e em 2010 passou a ocupar a 279 posi o ficando a frente de apenas 14 entre os 293 munic pios catarinenses Dentro dos munic pios a situa o tamb m contrastante entre agricultores familiares e trabalhadores rurais que lutam para se manterem no meio rural e grandes planta es de soja e milho com utiliza o de elevada tecnologia que conseguem algumas das maiores produtividades do estado ICMBIO 2010 5 O IDH pretende ser uma medida geral sint tica do desenvolvimento humano Tem como pilares a sa de expectativa de vida a educa o v rios ndices de acesso e perman ncia na educa o e renda renda per capita O IDH varia numa escala de 0 a 1 quanto mais pr ximo de um melhor o desempenho do munic pio Na escala de avalia o do IDHM s o consideradas 05 faixas Muito Baixo varia entre zero 0 a 0 499 Baixo entre 0 5 e 0 599 M dio entre 0 6 a 0 699 Alto de 0 7 a 0 799 e Muito alto varia de 0 8 a 1 00 PNUD 2013 134 QUADRO 5 2 NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL IDHM DOS MUNICIPIOS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE LOCAL IDHM 2000 IDH 2010 Varia o Posi o em SC 2010 Bela Vista do Toldo 0 491 0 675 37 47 264 Campo Alegre 0 582 0 714 22 68 79 Canoinhas 0 640 0
309. de que no sol as pragas atacam mais 15 e de que o sombreamento protege o erval das geadas 8 Essas respostas apontam o sombreamento como um fator relacionado com uma maior sustentabilidade do erval Aparece tamb m a preocupa o de manter rvores visando que o produto possa ser comercializado como nativo 15 A declara o do agricultor 38 Porto Uni o engloba praticamente todas essas opini es 221 Na muita sombra a erva n o vem t o bem mas se n o tiver sombra ela tamb m se acaba a geada pode at matar todo o erval Antes deixava bem aberto mas agora to deixando mais o mato pois quanto mais sombra fica como nativa do jeito que os comprador querem No sol mais amarga na sombra mais suave Percebi que na sombra tem menos broca Com a sombra produz menos mas a erva dura mais vive mais tempo e o pre o tende a ser melhor como nativa Agricultor 38 Vale ainda ponderar que se no Quadro 6 26 a percep o dos agricultores entrevistados quanto a necessidade de se ter mais sol ou mais sombra apontava na maioria dos casos para um equil brio 54 ou destaque para a necessidade de sombra 10 perfazendo 64 dos agricultores que valorizavam o sombreamento J no quadro 6 27 a maioria 60 tende a elencar motivos que justificaram uma maior abertura do erval Com muita sombra a erva cresce menos ou se termina No sol a erva mais grossa e pesada Esse fato se agrava ao se pe
310. de ser conceituada como um espa o definido por uma flor stica de g neros t picos e de formas biol gicas caracter sticas que se repetem dentro de um mesmo clima podendo ocorrer em terrenos de litologia variada mas com relevo bem marcado IBGE 2004 b 5 KLEIN R M Mapa fitogeogr fico do Estado de Santa Catarina Itaja Herb rio Barbosa Rodrigues 1978 24 p 122 A Floresta com Arauc ria trata se de uma forma o altamente amea ada pois de acordo com Ribeiro et al 2009 restam atualmente apenas cerca de 12 da sua rea original Em uma avalia o do estado de conserva o das ecorregi es terrestres da Am rica Latina e do Caribe identificando 178 ecorregi es a FOM foi considerada em estado cr tico em termos de conserva o apresentando a pontua o m xima neste item DINERSTEIN 2000 Segundo os dados do Censo Agropecu rio 2006 PNC apresenta 26 06 de sua rea coberta por matas nativas praticamente igual ao percentual brasileiro e um pouco acima da m dia catarinense Quadro 5 1 Vale lembrar que a cobertura florestal catarinense fica concentrada em regi es da Serra do Mar como por exemplo na regi o de Blumenau e Joinville onde nesse caso atinge 33 16 Uma compara o mais interessante pode ser feita com regi es que assim como o PNC concentram grande quantidade de agricultores familiares como Chapec que possui apenas 15 96 cobertos com mata nativa QUADRO 5 1 UTILIZA O PERCENTUAL D
311. de situa es nesse sentido que assume import ncia o grande n mero de estudos acad micos que tratam da agricultura familiar Para Lamarche 1998 a exist ncia e a l gica do agricultor familiar estariam em fun o da sua capacidade de gerir o apego aos seus valores o projeto que ele tem para si e para sua fam lia a depend ncia em rela o ao mercado e tecnologia e s limita es ligadas ao seu ambiente tanto no sentido natural quanto econ mico social e pol tico Assim frente a grande diversidade de situa es surgem l gicas diferentes que implicam na conforma o de diferentes tipos de agricultores familiares Esses diferentes tipos sejam dos estudos de Lamarche 1988 ou de Guanziroli e Cardim 2000 colocam extremos de um lado uma agricultura muito tecnificada demandadora de investimentos e fortemente integrada ao mercado e de outra uma agricultura que se aproxima da tradi o camponesa isto aquela que segundo Cardoso 1987 apresenta quatro caracter sticas principais o acesso est vel terra o trabalho predominantemente familiar a auto subsist ncia combinada a uma vincula o ao mercado eventual ou permanente e certo grau de autonomia na gest o das atividades agr colas ou seja nas decis es sobre o que e quando plantar bem como dispor dos excedentes Brandenburg 1999 relata que entre os agricultores mais pr ximos tradi o camponesa existe uma racionalidade distinta da racionalid
312. de um reflorestamento e uma floresta madura In Revista Arvore Vi osa MG v 32 n 2 p 377 385 2008 TABARELLI M MANTOVANI W PERES C A Efects of habitat fragmentation on plant guild structure in the montane Atlantic forest of southeastern Brazil Biological Conservation 91 p 119 127 1999 TELLES M P DELPHIM C F M Pol ticas Culturais e Patrim nio em busca de um instrumento jur dico de prote o da paisagem cultural O P blico e o privado n 12 P 137 148 Julho Dezembro 2008 TESCHE R W Evolu o e diferencia o dos sistemas agr rios na regi o das Miss es do estado do RS In VII Congresso Brasileiro de Sistemas de Produ o Fortaleza 2007 N Civiliza es primitivas do Contestado Ca ador Universal 1981 1995 Ciclo da madeira hist ria da devasta o da Floresta da Arauc ria e do desenvolvimento da ind stria madeireira em Ca ador e na regi o do Contestado no s culo XX Ca ador Universal 1995 TIMB GRANDE Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento Rural Plano de Desenvolvimento Rural Sustent vel Timb Grande 2005 TOLEDO V M BARRERA BASSOLS N A etnoecologia uma ci ncia p s normal que estuda as sabedorias tradicionais In Desenvolvimento e Meio Ambiente Editora UFPR n 20 p 31 45 jul dez 2009 TOMMASINO K Homem e natureza na ecologia dos Kaigang de Ira In TOMASSINO K MOTA L T NOELLI F S Novas Contribui es aos estudos interdi
313. de uma erva mate de sabor mais suave extra da de remanescentes de mata com arauc ria atrav s de um processo extrativista que seria da poca colonial escasso caro e limitado no tempo Assim a substitui o da erva mate nativa trazida da regi o Centro sul do Paran pela Cambona 4 representaria uma economia para a ind stria ervateira ga cha e diminuiria a press o de demanda sobre os remanescentes florestais da mata com arauc ria ainda preservados no sul do Brasil CORREIA et al 2011 p 26 ou ainda alivio press o do uso dos remanescentes da floresta com arauc ria MONTOYA et al 2009 s p Apesar da import ncia dessa prog nie e da Embrapa difundir o seu uso em sistemas agroflorestais e com insumos agroecol gicos preocupante a demonstra o de exclus o da possibilidade do manejo da erva mate em 183 Relat rio apresentado Assembleia Legislativa Provincial da prov ncia do Paran no dia 7 de janeiro de 1857 pelo vice presidente Jos Antonio Vaz de Carvalhaes Curityba Typ Paranaense de C M Lopes 1857 p 94 GERHARDT 2012 184 Os exemplos que ser o apresentados n o tem a inten o de apresentar uma an lise das pol ticas institucionais das institui es citadas Embrapa Epagri Emater Paran mas apenas relatar o direcionamento de algumas publica es consideradas importantes e que circulam no PNC 359 remanescentes florestais como se esse manejo fosse simplesmente prejudici
314. declarou que a tempos atr s quiseram pagar menos por essa erva plantada por m como tamb m possuia um volume grande de erva nativa para vender acabaram pagando igual depois nunca mais questionaram o pagamento Um tempo de muita produ o queriam pagar menos na plantada a diferen a era pouca mas como tinha a do potreiro pagaram igual Agricultor 24 Vale ainda lembrar que esses ervais que se aproximam mais de uma atividade agr cola normal ou de um pomar muitas vezes recebem maiores investimentos como aduba es aplica es de agrot xicos maior controle de plantas espont neas assim para se viabilizarem economicamente necessitam de maiores produ es o que leva a realiza o de podas mais frequentes anuais com predom nio de ramos novos Para 80 dos entrevistados os ramos novos s o mais amargos e rendem menos o que pode ajudar a explicar a baixa qualidade da erva produzida por esses ervais Nesses plantios tipo lavoura a erva muito ruim tem adubo tem veneno se poda todo ano Tem que dar o passo de acordo com 8 natureza o colono espera o tempo da natureza a erva boa porque n o leva adubo tem sombra n o cresce desordenada ele poda a cada tr s anos os ramos j est o maduros essa a erva boa Industrial 04 A situa o 09 apresenta um erval plantado em ca va aberta com mudas oriundas de viveiros do munic pio a princ pio nativas A maioria dos entrevistados 80 a cons
315. dem apontar para uma acelera o da marcha em dire o a dissemina o e domestica o da planta importante ponderar que apesar de normalmente se considerar que os ervais plantados eram a base da produ o ervateira dos jesu tas Linhares 1969 afirma que n o se tem at hoje informa es confi veis sobre a extens o e import ncia econ mica destes ervais plantados e ainda recomenda que n o se superestime suas cifras Padilha et al 2004 descrevendo as sete redu es jesu ticas na regi o dos Sete Povos das Miss es principal regi o ervateira no Rio Grande do Sul destaca em todas a import ncia do extrativismo da erva mate mas apenas em uma Santo ngelo destaca a import ncia do seu cultivo e mesmo ali a produ o dos ervais nativos era mais importante Assim pode se conjecturar que naquela poca mesmo na regi o das miss es os ervais nativos mantiveram uma import ncia muito maior do que os ervais plantados E mesmo nestes ervais plantados apesar do dom nio da produ o de mudas pelos jesu tas e levando se em considera o as dificuldades em termos de sele o melhoramento descritas anteriormente deve se lembrar de que a erva mate uma planta perene que frutifica aproximadamente aos seis oito anos prolongando o tempo necess rio para sele o entre gera es e ainda tratar se de planta dioica sendo mais dif cil fixar as caracter sticas da planta desejada uma vez que segundo Sime o et
316. dental surgindo uma s rie de dicotomias centrais do pensamento da modernidade como por exemplo a oposi o natureza cultura tradicional moderno selvagem civilizado Frente a isto se valoriza tudo aquilo que ocidental moderno e se marginaliza o 175 Um dos entrevistados apresenta uma posi o claramente divergente pois valoriza a atividade extrativa e tem interesse no estudo e desenvolvimento de sistemas agroflorestais 352 que n o seria compat vel com esta forma de civiliza o ou pensamento moderno SOUSA SANTOS et al 2005 Talvez ao se considerar de forma geral que os ervais nativos extrativistas n o sejam compat veis com essa modernidade pode se ter mais um fator para se entender a invisibilidade dessa atividade Erva mate apoios atuais e perspectivas De acordo com o apresentado no quadro 8 5 as secretarias municipais ou escrit rios da EPAGRI n o apresentam programas espec ficos voltados erva mate com uma nica exce o Ainda a atividade ervateira praticamente n o QUADRO 8 5 PROGRAMAS APOIOS E PERSPECTIVAS DE TRABALHO DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DA AGRICULTURA E ESCRIT RIOS LOCAIS DA EPAGRI DOS MUNIC PIOS EM QUE FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS EM RELA O ERVA MATE EM Item Secretarias EPAGRI Geral municipais n 96 Plano de Desenvolvimento Possui 02 29 Rural municipal N o possui 05 71 Programas voltados EM sim 0
317. desenvolver a es integradas para a promo o e fortalecimento das cadeias de produtos da sociobiodiversidade O PRONAF atualmente apresenta duas linhas espec ficas que podem ajudar na conserva o ambiental a agroecologia e agroflorestas BRASIL 2009 BRASIL 2011a 2011b MAGALH ES 2010 PEIXOTO 2011 SANTOS et al 2012 No entanto todas essas iniciativas ainda est o em fase de estrutura o ou atingem poucos agricultores Como exemplo pode se citar que o PRONAF 3 Essas iniciativas s o melhor apresentadas na se o 6 5 3 47 Agroecologia na safra 2008 2009 representou apenas 0 02 e o PRONAF Florestal apenas 0 06 do total de recursos investidos no programa MAGALH ES 2010 Dessa forma pode se ponderar que as pol ticas p blicas de forma geral ainda s o incipientes frente a necessidade de se pensar em propostas de desenvolvimento rural sustent vel que visem estimular a capacidade da agricultura familiar em conservar os recursos naturais e a paisagem CARNEIRO e MALUF 2005 Nesse sentido um aspecto importante ao se buscar uma agricultura com maior respeito ao meio ambiente seria valorizar o conhecimento tradicional das popula es que est o em constante intera o com a natureza De acordo com Toledo e Barrera Bassols 1999 os pesquisadores s o treinados para entender as t cnicas sistemas de produ es e manejo mas n o lhes ensinado a reconhecer a sabedoria de milh es de homens e mulh
318. dial v 1 2000 dispon vel em http ag20 cnptia embrapa br Repositorio seguranca alimentar 000gvxixe0q02wx7ha0g934 vgwlj72d2 pdf Acesso 20 nov 2013 MARIOT A Fundamentos para o manejo de popula es naturais de Drimys brasiliensis Miers Winteraceae Tese Doutorado em Recursos Gen ticos Vegetais Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2012 MARQUES A C et al Florestas Nacionais e desenvolvimento de pesquisas o manejo da erva mate llex paraguariensis A St Hil na Flona de Tr s Barras SC Biodiversidade Brasileira v 2 n 2 p 4 17 2012 MARQUES A C HANISCH A L BONA L Inova es agroecol gicas em reas de Ca vas Atrav s de Processos Participativos Biblioteca Online do Programa SC Rural Canoinhas 2008 Dispon vel em http www microbacias sc gov br consultarArquivo do page 4 Acesso em 13 03 2012 MARQUES A C STEENBOCK W BATTISTI FILHO A Regi o de influ ncia conceito delimita o e possibilidades de utiliza o em florestas nacionais In Anais do V Semin rio de Areas Protegidas e Inclus o Social Anais do Manaus UFAM 2011 MARQUES A C KURCHEVSKI R Instala o de rea de produ o de sementes de erva mate llex paraguariensis st Hill na Floresta Nacional de Tr s Barras In 1 Semin rio de Pesquisas da Floresta Nacional de Tr s Barras 2009 Tr s Barras SC Anais 1 Semin rio de Pesquisas da Floresta Nacional de Tr s Barras Colombo EMBRAPA FLORE
319. din micas sociais e din micas naturais a qual contribui para sistema de valores para as representa es e percep es para as normas e classifica es e para a organiza o econ mica e social da comunidade Nesta organiza o est o embutidos os modos de apropria o e os processos decis rios em rela o aos pr prios usos REIS 2006 STEENBOCK 2007 VIEIRA WEBER 2000 Tendo como pressuposto as considera es acima a figura 5 1 procura ilustrar a proposta de pesquisa de campo onde as possibilidades e limita es dos diferentes tipos de ervais e do manejo da erva mate para a conserva o socioambiental podem ser analisadas a partir das dimens es social englobando aspectos econ micos pol ticos e culturais e ambiental englobando aspectos f sicos e ecol gicos Por sua vez a conjun o do social com o ambiental configura as 99 paisagens que se alteram em fun o das pr ticas de manejos e dos significados que a erva mate possa ter para os agricultores os quais podem ainda ser influenciados pelas pol ticas p blicas voltadas ao setor S o estas as categorias gerais de an lise trabalhadas na pesquisa de campo ou seja os significados da erva mate para os agricultores as pr ticas de manejo as paisagens dos ervais as pol ticas p blicas para o setor nesse caso com um recorte espec fico para a assist ncia t cnica pesquisa e programas locais de apoio no contexto do Planalto Norte
320. distribu das ao longo do ano com m dias de precipita o em torno de 1500 a 2000 mm As temperaturas m dias anuais variam de 15 a 21 C As 77 geadas s o frequentes ou pouco frequentes dependendo da altitude que abrange de 500 a 1500 m sobre o n vel do mar CARVALHO 1994 MEDRADO 2000b A erva mate ocorre naturalmente em solos de baixa fertilidade com baixos teores de c tions troc veis altos teores de alum nio e pH baixo N o ocorre em solos hidrom rficos e apresenta ocorr ncia esparsa em solos rasos CARVALHO 1994 OLIVEIRA ROTTA 1985 Medrado 2000 considera que a erva mate exige solos com profundidades maiores do que 1 metro n o suportando solos compactados ou encharcados pois 80 de seu sistema radicular se concentra na camada superior do solo sendo sens vel falta de oxig nio nessa regi o 3 2 ASPECTOS SOCIAIS ECON MICOS E AMBIENTAIS DA ATIVIDADE ERVATEIRA O processamento da erva mate origina uma grande diversidade de produtos destacando se o chimarr o terere ch mate queimado e ch pronto para consumo MAZUCHOWSKI RUCKER 1993 Potencialmente existe mercado para novos produtos como corantes naturais conservantes sorvetes balas bombons caramelos chicletes e gomas MEDRADO 2003 Sua utiliza o como cosm ticos e medicamentos tem se acentuado nos ltimos tempos VIEIRA 2013 Apesar da grande gama de produtos o consumo da erva mate se concentra no chimarr o No Brasil mais de 90 do v
321. do Brasil era frio e seco e nessas condi es recoberta por vegeta o campestre As arauc rias e outras esp cies arb reas ficavam restritas aos fundos de vales profundos e mais midos Gradativamente o clima foi ficando mais quente e mido fornecendo condi es para que as arauc rias e demais esp cies arb reas avan assem sobre os campos Estima se que esse avan o se acentuou a cerca de 4 300 anos antes do presente AP e que a vegeta o arb rea s recobriu o territ rio que atualmente se considera como rea de ocorr ncia natural da Floresta com Arauc ria Floresta Ombr fila Mista a cerca de 1 000 anos AP BAUERMANN amp BEHLING 2009 Foi essa expans o que pode ter sido facilitada pela a o ind gena 86 menor do que 20 MELLO 1980 Os relatos hist ricos n o apontam que o processo de germina o de sementes tenha sido conhecido ou principalmente fruto de preocupa o dos ind genas sendo dominado apenas com os estudos desenvolvidos pelos jesu tas que come aram o seu cultivo LINHARES 1969 Assim ao contr rio do ocorrido com a arauc ria seria mais dif cil que os ndios levassem consigo grandes quantidades de sementes que quase nada germinavam para fazer a sua dissemina o O uso de ramos ou outras parte para reprodu o vegetativa tamb m eram invi veis uma vez que a erva mate s enra za com o uso de horm nios e ainda assim com resultados controversos PRAT KRICUN 1995 O processo de domestica
322. do Planejamento Territorial considerada como uma das formas de orientar processos de tomada de decis o sobre o uso e conserva o dos recursos naturais cuja escala e n vel de an lise sugerida s o respectivamente regional e institucional Il a perspectiva das Din micas Ecossocioprodutivas cuja an lise se d em escala local e n vel comunit rio voltada para o estudo de modelos alternativos e suas influ ncias na rela o ambiente sociedade Assim a busca desse grupo de pesquisa teve como objetivo responder a seguinte quest o geral A partir das perspectivas do planejamento territorial e das din micas ecossocioprodutivas no meio rural quais as rela es de uso e conserva o dos recursos naturais na por o sul do Bioma Mata Atl ntica decorrer das discuss es coletivas foram se delineando os projetos individuais de tese de forma que pudessem ajudar a responder os questionamentos da tem tica geral e da tem tica espec fica do grupo Agro Bio a partir de tem ticas que tivessem rela o com as expectativas e com a vida profissional de cada doutorando 25 O autor engenheiro agr nomo tem uma trajet ria profissional ligada ao meio rural particularmente agricultura familiar agroecologia e uso de recursos florestais atuando sempre na por o Sul do Bioma da Mata Atl ntica particularmente na Floresta com Arauc rias De acordo com Beck 2010 vivemos em uma sociedade de risco onde al m dos riscos n
323. do desenvolvimento sustent vel os aportes t cnico cient ficos cr dito e outras pol ticas p blicas n o est o bem definidas Nesse sentido Soares pondera que o conjunto das pol ticas p blicas que afetam a agricultura familiar desde o financiamento da produ o pol tica de pre os atualmente praticamente inexistente pol ticas de educa o e sa de etc devem ser revistas no sentido de analisar em que medida contribuem para garantir as melhores condi es para o exerc cio das m ltiplas fun es da agricultura familiar SOARES 2000 2001 Nos ltimos anos por m algumas iniciativas e pol ticas procuram suprir essa defici ncia Em rela o a pagamentos por servi os ambientais existem diversas leis tramitando no Congresso Nacional Em rela o s Leis j institu das se destaca a Lei 12 512 2011 que institui o Programa de Apoio Conserva o Ambiental Bolsa Verde sendo um de seus objetivos incentivar a conserva o dos ecossistemas A Lei Federal 12 187 2009 que Institui a Pol tica Nacional sobre Mudan a do Clima PNMC e a Lei Federal 12 114 2009 que Cria o Fundo Nacional sobre Mudan a do Clima FNMC fazem men o a PSA ao prever a utiliza o de instrumentos financeiros e econ micos para promover a es de mitiga o e adapta o mudan a do clima Outra iniciativa importante o Plano Nacional de Promo o das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade que tem como objetivo
324. do processo de IG da erva mate dos munic pios do PNC mais os munic pios de Santa Terezinha e Calmon LOPES 2011 Para Lopes 2011 no setor do agroneg cio observa se uma crescente preocupa o em agregar valor a seus produtos por meio do uso de certifica es que indiquem o atendimento a requisitos de qualidade Dentre essas qualifica es se destaca a IG que al m de qualificar o produto se estende a toda sua regi o produtora conferindo lhe um diferencial de mercado vinculado s caracter sticas de seu local de origem Nierdele 2011 considera que a IG se constitu em uma estrat gia de qualifica o ou diferencia o que enfatiza o enraizamento sociocultural dos produtos nos territ rios onde s o produzidos podendo servir como catalisadora de processos de desenvolvimento local ou territorial Nesse sentido Pecqueur 2005 considera que um processo de diferencia o dur vel de um territ rio necessita estar 71 As indica es geogr ficas representam um mecanismo que permite diferenciar os produtos de acordo com a regi o onde s o produzidos e passaram a ser progressivamente reconhecidas como uma forma de agregar valor e credibilidade a um produto ou servi o conferindo lhe um diferencial de mercado vinculado s caracter sticas de seu local de origem LOPEZ 2011 p 29 No aspecto jur dico brasileiro de acordo com Gurgel 2006 as IG s o consideradas marcas territoriais que reconhecem os direitos coletivos relativa
325. do que o tratamento com 19 Vieira et al 2003 trabalhando com ervais jovens plantados em diversos adensamentos sob floresta de arauc ria e plantio a pleno sol no Rio Grande do Sul obtiveram a maior produ o de fitomassa sob condi es de cultivo a pleno sol seguido do tratamento 91 de luz Dessa forma pode se considerar que a erva mate tende a ser beneficiada pelo sombreamento nos est gios iniciais por m apresenta maior produ o de fitomassa a medida que se eleva os n veis de luminosidade No entanto de acordo com Carpanezzi 1995 esp cies umbr filas como a erva mate quando em locais abertos ficam sujeitas a estresses fisiol gicos que 218 predisp em as plantas ao aparecimento de pragas e doen as Ao se abrir os ervais e os aproximar de sistemas de cultivos ou monoculturas se fragiliza o erval e ocorre um maior ataque de doen as e principalmente de pragas CHIRADIA 2010 COSTA 2006 IEDE e MACHADO 1989 Mazuchovisk 2004 destaca a import ncia do estrato arb reo para a prote o contra as geadas e ventos frios ajudando ainda para a conserva o do solo e da gua no erval Ainda para se contrapor a rela o do aumento da produ o pela abertura do erval tem se o aspecto fundamental de que os ervais nativos ou sombreados s o os preferidos pelo mercado e obt m maiores pre os Devido import ncia dessa discuss o referente a necessidade por um lado de cobertura florestal para uma boa qualidade do produto e
326. dos 1 Manter como est 2 Desbastar 3 Gostaria de adensar 4 Vai adensar 5 Vai soltar gado 6 Melhorar pastagem 7 Melhorar o erval 8 Ro ar mais 9 Est adensando manejando o gado 10 Manejar e tirar o gado Continuar adensando 12 J comprou mudas 13 429 1 REA BASAL A rea basal refere se soma das reas basais das esp cies arb reas e arborescentes presentes na rea avaliada sendo expressa em m por ha A resolu o n 04 1994 do CONAMA convalidada pela resolu o CONAMA 338 2007 que define os est gio de regenera o da Mata Atl ntica tem nesse indicador um dos principais definidores dos est gios BRASIL 1994 BRASIL 2007b A defini o dos est gios reveste se de grande import ncia pois a partir deles que se definem as possibilidades de manejo previstas na Lei da Mata Atl ntica sendo poss vel o manejo apenas no est gio inicial de regenera o BRASIL 2006 Dessa forma as forma es que ultrapassem o est gio inicial s o consideradas como florestas protegidas por lei e sofrem severas restri es ao seu manejo Assim a defini o desse est gio tem grande influencia sobre as possibilidades de manejo dos ervais nativos De acordo com Siminski 2010 que desenvolveu um intenso trabalho no sentido de verificar os melhores indicadores para os est gios de regenera o a rea basal recebe um destaque entre as vari veis a serem analisadas nos processos
327. dos contribui o na renda bruta total da propriedade entre 20 e 30 ou seja tem grande significado econ mico em apenas cinco fam lias 12 5 do total Nessa se o se procura aprofundar a discuss o referente a essa import ncia econ mica De acordo com o quadro 6 14 a metade dos agricultores pesquisados n 40 50 produz at 5 000 kg ano de erva mate o que gera uma renda bruta anual de at R 3 000 00 A produ o gera uma renda anual entre R 3 001 00 R 6 000 00 em 20 das propriedades e o mesmo percentual para uma renda anual 107 A pesquisa tem como base o m s de junho de 2012 em que pre o da erva mate considerada foi de R 0 60 kg colocada na ind stria O sal rio m nimo era de R 622 00 Em janeiro de 2014 o pre o atinge R 1 60 o que multiplicaria em 2 66 a renda da erva mate 194 entre R 6 001 00 R 12 000 00 Apenas 4 das propriedades obt m mais de R 12 000 00 de renda bruta anual com a produ o de erva mate QUADRO 6 14 PRODU O ANUAL DE ERVA MATE KG E RENDA BRUTA ANUAL R NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS COM BASE EM INTERVALOS DE PRODU O Produ o anual Renda anual N mero de de kg R agricultores agricultores At 5 000 At 3 000 20 50 0 5 001 10 000 3 001 6 000 8 20 0 10 001 20 000 6 001 12 000 8 20 0 20 000 12 000 4 10 0 Nota valores de junho de 2012 O Quadro 6 15 apresenta a contribui o da erva mate para a renda
328. dos Funcion rios 1549 Juverd CEP 80035 050 Curitiba Pr Fome Fax 41 1150 5764 Fone 41 3350 5849 E mail madegtutpr br www ppgmade ulpr ir PARECER Os Membros da Comiss o Examinadora composta pelos professores doutores Valdir Frigo Denardin orientador UFPR Litoral Maria do Ros rio Knechtel UFPR Carlos Alberto da Silva Mazza EMBRAPA CNPF Maur cio Sedrez dos Reis UFSC Valter Steenbock ICMBio ap s realizarem a arg i o da tese de doutorado apresentada pelo candidato An sio da Cunha Marques intitulada As paisagens do mate e a conserva o socioambiental um estudo junto aos agricultores familiares do planalto norte catarinense deliberaram pela Aprova o X Reprova o Com men o A Distin o A Louvor Tendo o candidato completado todos os requisitos necess rios para receber o grau e o Diploma de Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento F Curitiba 09 de maio de 2014 o a Prof Dr Valdir Frigo Denardin Profa Dra Maria do Ros rio Knechtel Sp Prof Dr Carlos Alberto da Silva Mazza DA lh Prof Dr Mauricio Sedrez dos Reis Zi E Prof Dr Valter Steenbock jA e Aos agricultores do Planalto Norte Catarinense e regi o Centro sul do Paran principais regi es produtoras de erva mate nativa do continente que apesar de muitos ventos contr rios persistem manejando seus ervais e conservando a floresta e suas tradi es produzind
329. dos agricultores declaram gostar muito de trabalhar com a erva mate e ainda 13 declaram no m nimo gostar da atividade indicando que se trata de uma atividade diferenciada com forte apego prazerosa Apenas um agricultor considera o trabalho com a erva como um trabalho como outro qualquer 2059 e outro que n o gosta no caso prefere trabalhar com a lavoura de fumo Vale ainda destacar que 20 dos agricultores destacam que essa atividade que mais gosta de fazer Sahlins 1976 considera que nas a es humanas existe uma raz o pr tica e uma raz o simb lica ou significativa essa considera que o homem vive em um mundo material de acordo com um esquema de significados criado por ele pr prio Assim as a es dos indiv duos n o s o definidas exclusivamente por raz es pr ticas ou utilit rias mas tamb m por raz es simb licas ANDRADE 2003 Brandenburg 1999 2000 considera que os agricultores familiares combinam subjetividade e racionalidade ao desenvolverem suas atividades n o se apegando apenas a uma racionalidade econ mico instrumental mas sim levando em considera o sentimentos mais subjetivos a satisfa o de necessidades mais subjetivas relacionados ao seu modo e projeto de vida uma racionalidade ambiental Nesse sentido o gostar da lida com a erva mate e a sua inser o na tradi o local podem ser decisivas na continuidade ou amplia o da atividade ervateira Em rela o aos motivos para gos
330. dos e principalmente o aumento da cobertura florestal do erval para o seu combate Nesse sentido a broca se por um lado um problema 134 A broca da erva mate denunciada pela presen a de serragem advinda do seu processo de broqueamento A broca dos ponteiros ataca preferencialmente plantas jovens ou nas adultas galhos superiores mais finos e novos PENTEADO IEDE 2005 258 para ervais plantados por outra uma impulsionadora para os ervais nativos e plantados sob cobertura florestal Pode se concluir que o uso de agrot xicos de forma geral preocupante por m se concentra em ervais plantados sendo menos utilizados nos ervais nativos Os herbicidas poderiam ser substitu dos por capinas mec nicas aduba o verde ou principalmente pelo aumento da cobertura florestal que inibe a prolifera o de gram neas principal foco de controle dos herbicidas A infesta o de lagartas tamb m pode ser minimizada pelo aumento da cobertura florestal e de forma eficiente pela utiliza o de inseticidas biol gicos ou naturais como o Bacillus thuringiensis A broca tamb m pode ser combatida pela maior cobertura florestal e aplica o de Beauveria bassiana Assim existem alternativas no entanto n o existem processos de assist ncia t cnica voltada para o manejo da erva mate que possam impulsionar essas alternativas Frente a essa situa o o apelo presente no meio rural no sentido de se considerar normal a utiliza o de agrot x
331. dutores e consequentemente a produ o de erva mate estariam subestimada no Censo Agropecu rio de 2006 7 Segundo dados da AMPLANORTE 2012 no ano de 2011 foram emitidas 200 notas fiscais de produtores com venda de erva mate em Mafra e 134 notas em Bela Vista do Toldo n meros ainda assim subestimados devido prov vel sonega o fiscal o que refor a a exist ncia de um n mero de produtores bem superior ao apresentado no Censo de 2006 144 Seria importante que o IBGE discutisse com o setor ervateiro os resultados do Censo de 2006 e as metodologias de suas estat sticas relativas erva mate para que os dados do IBGE que sempre s o pautados por grande qualidade t cnica e qualificada confiabilidade possam contribuir para um melhor diagn stico do setor ervateiro 5 6 O PROCESSO DE IDENTIFICA O GEOGR FICA IG DA ERVA MATE O PNC est envolvido em um processo de discuss o de Identifica o Geogr fica IG para a erva mate Em novembro de 2009 foi fundada a Associa o da Erva mate do Planalto do Ouro Verde APROMATE com 8 participa o de representantes do Sindicato da Erva Mate de Santa Catarina das cooperativas de mate de v rias empresas ervateiras da associa o de ervateiros da Associa o dos Trabalhadores Rurais da Regi o da Erva Mate Astramate do Sindicado da Agricultura Familiar Planalto Norte Sintraf PN t cnicos da Epagri e UFSC com a finalidade de promover e apoiar o desenvolvimento
332. e 4 em agricultores que acreditam que os ervais mais abertos s o mais produtivos x 4 A influ ncia da abertura dos ervais melhor discutida na se o 6 4 2 173 A paisagem identificada representa 1 5 das paisagens avaliadas 1 3 da rea e contribui com 4 2 da produ o FIGURA 6 11 ASPECTO GERAL DE ERVAL ABERTO DESMATADO Fonte o autor A rea avaliada era um taquaral que foi manejado para priorizar a forte regenera o de erva mate Ap s a ro ada do taquaral o gado era solto para pisotear o material ro ado com o cuidado para que a lota o n o comprometesse a regenera o de erva mate que surgiu no local As erveiras e outras esp cies arb reas cresceram e formaram um ambiente florestal Com o passar do tempo o agricultor intensificou o desbaste deixando apenas as erveiras e algumas rvores entre elas muitas amea adas de extin o com receio da legisla o H alguns anos diminuiu a lota o do gado que agora s tem acesso eventual A produtividade pode ser considerada boa atingindo 1 822 kg ha ano pois o erval denso as erveiras est o em boas condi es e as condi es de luminosidade favorecem o crescimento No entanto s o utilizados herbicidas e inseticidas para o controle de lagartas At o momento o agricultor n o encontrou restri es para a venda da produ o mesmo em se tratando de um erval a pleno sol Na percep o do agricultor a produ o tem se mantido cons
333. e plantada ainda existe car ncia de pesquisas MEDRADO 2000a a car ncia de informa es para o manejo de sistemas tradicionais e agroflorestais ainda muito maior CHAIMSOHN et al 2013 Nesse sentido analisando se as pesquisas brasileiras apresentadas em rela o ao manejo nos Congressos Sul americanos de erva mate Quadro 8 7 verifica se a predomin ncia de pesquisas em ervais plantados que totalizam 60 frente a apenas 17 5 relativas ervais nativos No ano de 2011 constata se um grande aumento de pesquisas em ervais nativos indicando uma maior preocupa o com esse tipo de ervais No entanto a maioria dessas pesquisas ainda se refere a caracteriza es de sistemas de produ o ou de pr ticas de manejo ou levantamentos fitossociol gicos entre as 8 pesquisas com ervais nativos apenas 1 se refere experimenta es de diferentes pr ticas de manejos em sistemas associados mata nativa QUADRO 8 7 PESQUISAS BRASILEIRAS APRESENTADAS EM RELA O A MANEJOS DE ERVAIS NATIVOS E ERVAIS PLANTADOS NOS CONGRESSOS SUL AMERICANOS DE ERVA MATE Edi o Ano Total Ervais plantados Ervais nativos N o classificadas 1 1997 18 14 4 0 25 2000 15 15 0 0 3e 2003 21 9 1 11 4 2006 08 6 1 1 52 2011 18 4 8 6 Total 80 48 60 14 17 5 18 22 5 Fonte Anais dos Congressos 1997 2000 2003 2006 2011 As pesquisas consideradas como n o classificadas s o aquel
334. e 335 prog nies quase todas tamb m amostradas na natureza RESENDE et al 2000 Assim se o programa de melhoramento das duas institui es de pesquisa que trabalham com melhoramento da erva mate est baseado em prog nies amostradas diretamente na natureza frente ao curto espa o de tempo menos de 20 anos n o de se esperar que se tenham obtidos grandes avan os no sentido de sele o e melhoramento que pudessem configurar uma domestica o da esp cie Atualmente no Brasil n o existem cultivares definidas e portanto n o h uniformidade de produ o e de caracter sticas qualitativas VIDOR et al 2002 Apesar da evolu o da rea de ervais plantados devido escassez de estudos gen ticos e de programas de melhoramento a qualidade das mudas produzidas question vel De acordo com Sturion et al 1995 em geral o material gen tico empregado para a produ o de mudas constitui se de sementes colhidas de rvores nativas e de povoamentos implantados sem sele o Wendt 2005 estima que 15 milh es de mudas de erva mate sejam produzidas anualmente na regi o Sul a partir de sementes colhidas sem qualquer crit rio de sele o de 33 No final dos anos noventa a Embrapa implantou um pomar de sementes da primeira prog nie biclonal de erva mate a Cambona 4 em Machadinho RS que produz anualmente cerca de 17 kg de sementes com a caracter stica principal de produzir uma erva mate de sabor mais suave CORREA 2011
335. e caso para 60 dos entrevistados desde que tenha sombreamento e as mudas sejam da regi o para 30 desde que tenha apenas sombreamento e ainda para um industrial 10 desde que simplesmente a muda seja da regi o 100 Aquela que Plantada com Plantada com Plantada com n o sombreamento sombreamento muda da plantada que emudas da regi o veio por si regi o FIGURA 7 4 CRIT RIOS PARA CONSIDERAR A ERVA MATE COMO NATIVA DE ACORDO COM OS INDUSTRIAIS ENTREVISTADOS Assim verifica se que os crit rios gerais para a classifica o entre o que seria um erval nativo e um plantado n o s o muito claros Aparecem tr s crit rios gerais n o acumulativos para a classifica o como nativo n o ser plantado o sombreamento a origem das mudas O fato do erval n o ter sido plantado aparece como uma garantia de ser considerado nativo Nos ervais plantados o sombreamento adequado decisivo em 90 das situa es 60 30 e a origem das mudas em 70 60 10 Concluindo quando se fala em diferencia o de pre os pagos pela ind stria entre ervais nativos e plantados esses n o seriam os termos mais adequados pois 324 o considerado nativo n o necessariamente nativo mas sim aquele que apresenta uma s rie de atributos que possam influenciar no sabor do chimarr o um dos atributos mais destacados o sombreamento florestal e caso tenha sido plantado com mudas nativas ou compat veis com a qualidade
336. e e da menor rejei o da produ o oriunda de ervais plantados frente falta de mat ria prima A poda das outras rvores pode ser uma pr tica interessante ao permitir de forma coerente com a legisla o maior abertura do dossel e ainda aumentar a reciclagem de nutrientes e aporte de mat ria org nica O processo de IG ao valorizar e agregar valor monet rio aos manejos tradicionais da erva mate junto a ervais florestais poderia compensar uma poss vel menor produtividade dos ervais florestais mais conservados As colheitas s o realizadas preferencialmente em julho e agosto evitando se colher de fevereiro a maio O intervalo entre colheitas tende a ser de tr s anos e dessa forma os agricultores est o em conson ncia com as recomenda es t cnicas No entanto predominam a colheita com fac o e muitas vezes com a foice na forma de venda no p sujeita a colhedores sem treinamento e que buscam colher a maior quantidade no menor tempo poss vel n o respeitando a estrutura das plantas e causando muitos danos s erveiras Os agricultores consideram a falta e o despreparo da m o de obra para a colheita como o principal problema da atividade ervateira Os industriais e compradores do mate deveriam ter maior preocupa o com as equipes de colhedores de forma a garantir a continuidade da produ o dos ervais Constatou se que a regenera o e a conserva o gen tica dos ervais se encontram comprometidos Os agricultores
337. e n o atingindo 10 do total de erva mate processada de acordo com os industriais pesquisados Essa pouca quantidade de erva plantada faz com que n o exista um diferencia o muito clara nos pre os pois a maioria dos produtores que tem a erva plantada tamb m possui a erva nativa e frente a escassez de erva mate no mercado as ind strias acabam comprando ambas pelo mesmo pre o Metade dos entrevistados declaram que s trabalham com a erva mate nativa figura 7 1 no entanto adquirem pequenas quantidades de erva plantada normalmente junto a agricultores que produzem erva mate nativa por m sem que ocorre a diferencia o de pre os Processam Adquirem com Adquirem com apenas erva des gio de des gio de mate nativa 10 18 FIGURA 7 1 DIFERENCIA O DE PRE OS PAGOS ERVA MATE PLANTADA PELOS INDUSTRIAIS ENTREVISTADOS O des gio de 10 para a erva mate plantada para 40 dos industriais no entanto argumentam que adquirem apenas pequenas quantidades para ser misturada com a nativa ou seja a compra da erva mate plantada tolerada desde que n o ultrapasse o volume de 10 do volume total a ser processado Apenas uma ind stria 10 adquire erva mate plantada sem maiores restri es de volume alegando que esse tipo de erva adequada para a produ o de ch e terer produtos importantes dessa industria por m a diferen a de pre o 319 maior atingindo 18 Ainda o entrevistado salienta qu
338. e nas potencialidades para a conserva o socioambiental As pr ticas adotadas podem ter ou sofrer influ ncia direta ou indireta de aspectos ecol gicos econ micos pol ticos ou culturais Os estudos referentes identifica o e descri o de sistemas de manejo da erva mate nativa s o escassos Os dados foram coletados atrav s de entrevistas semiestruturadas com agricultores e avalia o dos ervais A paisagem dos ervais de acordo com Bertrand 1972 a paisagem em uma determinada por o do espa o o resultado da combina o din mica portanto inst vel de elementos f sicos biol gicos e antr picos ou seja de processos sociais e naturais Assim as paisagem representam justamente a express o da intera o das duas categorias anteriores em um determinado ecossistema A possibilidade da associa o da produ o da erva mate com as paisagens florestais apresenta se como o grande potencial para a conserva o ambiental No entanto ela pode estar em diferentes paisagens resultado das diferentes interven es humanas como na floresta fechada na floresta aberta nos potreiros na forma de plantios monoculturais etc As diferentes paisagens podem ainda influenciar no valor da produ o da erva mate Os dados foram coletados atrav s de entrevistas com agricultores avalia o dos ervais e entrevistas com industriais IV Pol ticas P blicas nessa categoria foi realizado um recorte ou seja uma abord
339. e o volume de erva plantada ofertado pequeno e caso fosse maior a diferen a de pre os tenderia a aumentar Assim apesar da EPAGRI CEPA 2012 estimar que na regi o de Canoinhas no ano de 2012 os pre os da erva mate nativa no p variaram entre R 6 00 e 6 80 arroba e da plantada entre R 4 00 e 4 80 arroba diferen a de 36 a 41 a mais para a nativa com base nas ind strias pesquisadas constatou se que na regi o n o se pratica t o significativa diferencia o de pre os Confirma se assim o constatado junto aos agricultores entrevistados conforme exposto no cap tulo 05 em que dos produtores que apresentam produ o significativa de ervais plantados 46 receberam algum tipo de questionamento mas sem implicar em pagamento de pre os menores Por m deve se destacar que a pouca diferencia o de pre os n o se deve a uma maior toler ncia erva mate plantada mas sim ao fato da produ o plantada ser pouco significativa no PNC e ficar dilu da na produ o nativa Dessa forma o aumento das reas de plantios de erva mate poderia fazer cair o pre o desse tipo de mate na regi o Em rela o aos motivos que levam a n o aquisi o ou pagamento de menores pre os erva mate plantada todos os industriais argumentam que esse tipo de erva mais amarga Figura 7 2 fugindo do padr o do chimarr o da regi o baseado em erva mate nativa em que o sabor mais suave Ainda 20 dos entrevistados alegam que n
340. e produtos florestais n o madeireiros desde que n o descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a fun o ambiental da rea Art 8 A interven o ou a supress o de vegeta o nativa em Area de Preserva o Permanente somente ocorrer nas hip teses de utilidade p blica de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei Art 18 No Bioma Mata Atl ntica livre a coleta de subprodutos florestais tais como frutos folhas ou sementes bem como as atividades de uso indireto desde que n o coloquem em risco as esp cies da fauna e flora observando se as limita es legais espec ficas e em particular as relativas ao acesso ao patrim nio gen tico prote o e ao acesso ao conhecimento tradicional associado e de biosseguran a Art 21 E livre a coleta de produtos florestais n o madeireiros tais como frutos cip s folhas e sementes devendo se observar Art 22 O manejo florestal sustent vel da vegeta o da Reserva Legal com prop sito comercial depende de autoriza o do rg o competente e dever atender as seguintes diretrizes e orienta es n o descaracterizar a cobertura vegetal e n o prejudicar a conserva o da vegeta o nativa da rea II assegurar a manuten o da diversidade das esp cies Art 23 O manejo sustent vel para explora o florestal eventual sem prop sito comercial para consumo no pr prio im vel independe de autoriza o dos r
341. e species of Araucaria Forest and it has a significant socio economic importance for a great part of the southern region of Brazil The Yerba Mate contributes to the conservation of the remaining forests through traditional native herbal managements However the Yerba Mate plantations have a great diversity of situations due to the different managements the meaning they may have to farmers as well as the social political and economic influences to which they are subject by setting different landscapes and different contribution capacities to environmental conservation Thus the general objective of this thesis is to study the different landscapes of Yerba Mate plantations in the Planalto Norte Catarinense PNC which is the main producing region of native Yerba Mate in the State of Santa Catarina Brazil and their relationship to environmental conservation in the context of family farming The methodology was based on qualitative research with the support of quantitative resources such as the descriptive statistics Sixty four semi structured interviews were conducted with family farmers Agents of Technical Assistance and Rural Extension ATER and businesspeople of the Yerba Mate industry Besides that 66 Yerba Mate plantations were evaluated following a specific route and visitations to those plantations Thirteen types of Mate plantations landscape units UPESs were identified In both native and cultivated Yerba Mate plantations it is pos
342. e uma rea de ca va com extra o de erva mate e pastejo animal no Planalto Norte Catarinense In Semin rio sobre Invent rio Florestal 2011 Blumenau Resumos p 1 1 v 1 2011 HANISCH A L MARQUES A C BONA L C Uso sustent vel de reas de vegeta o de ca vas e sua rela o com os aspectos fisiol gicos da produ o de leite a pasto R E V I Revista de Estudos do Vale do Igua u v 11 p 129 140 2008 Resposta de pastagens nativas aduba o com insumos agroecol gicos em reas de ca va no Planalto Norte Catarinense Revista de Estudos do Vale Igua u v 01 14 p 139 148 Ago Dez 2009 Estrat gias de uso sustent vel para reas de ca va um processo participativo para manter a floresta em Santa Catarina Brasil In CONGRESSO LATINOAMERICANO DE IUFRO 3 2013 Costa Rica Ponencias resumenes y trabajos completos Costa Rica IUFRO 2013 HARLAN J R Crops and man American Society of Agronomy and Crop Science Society of America Madison Wisconsin 1992 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica Censo Agr cola Apresenta o em fasc culos Brasil e unidades da federa o Centro de Documenta o e Dissemina o de Informa es Rio de Janeiro 1991 Mapa de vegeta o do Brasil Escala 1 500 000 Rio de Janeiro IBGE 2004 Question rio do Censo Agropecu rio 2006 Rio de Janeiro IBGE 2006 Censo Agropecu rio 2006 Manual do Recense
343. efini o para paisagem cultural 19 O Instituto de Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional IPHAN uma autarquia federal vinculada ao Minist rio da Cultura que tem com miss o promover e coordenar o processo de preserva o do Patrim nio Cultural Brasileiro para fortalecer identidades garantir o direito mem ria e contribuir para o desenvolvimento socioecon mico do pa s IPHAN 2019 11 Art 2 A paisagem cultural o meio natural ao qual o ser humano imprimiu as marcas de suas a es e formas de express o resultando em uma soma de todos os testemunhos resultantes da intera o do homem com a natureza e reciprocamente da natureza com o homem pass veis de leituras espec ficas e temporais CARTA DE BAG 2007 Em n vel nacional j existe a portaria n 127 2009 do IPHAN que define a Paisagem Cultural Brasileira como uma por o peculiar do territ rio nacional representativa do processo de intera o do homem com o meio natural qual a vida e a ci ncia humana imprimiram marcas ou atribu ram valores BRASIL 2000 p 17 Assim vislumbra se uma intera o entre a concep o de Paisagem Cultural da UNESCO e entre o discutido no t pico anterior no sentido da conserva o da biodiversidade sem a separa o sociedade natureza Nesse sentido a UNESCO vai ainda mais longe ao afirmar que As paisagens culturais refletem muitas vezes t cnicas espec ficas de utiliza o sustent vel das terras
344. eiro era a safra Bons tempos aqueles Agricultor 32 Outras declara es dos agricultores que foram significativas s o as referencias a que antigamente os potreiros e ca vas eram cheios de erva mate 25 O que tem rela o com a j referida perda de import ncia da erva mate que faziam a erva para o consumo 18 nesse caso a propor o deve ser bem maior do que a declarada pois se a maioria dos agricultores faziam a erva cancheada para a venda prov vel que tamb m a utilizassem para o consumo que os pais criavam os filhos com o dinheiro da erva mate 15 refor ando a import ncia econ mica referencias a erva ser colhida principalmente nos criadouros 15 salientando essa esquecida forma de utiliza o das terras pelos agricultores do PNC Atualmente houve uma grande mudan a na rela o dos agricultores com a erva mate que pode ser destacada em dois pontos principais Um seria a perda de import ncia econ mica deixando de ser uma das principais fontes de renda das comunidades sendo seu lugar ocupado principalmente pelo fumo Outro ponto a mudan a de venda da erva cancheada pela erva verde o que por um lado representou menor demanda de m o de obra por outro implicou em menor agrega o de valor A declara o do agricultor 24 ilustra bem esses dois pontos A gente vendia a erva cancheada ajudava nos barbaqu s era muito trabalhoso Era dois tr s meses s lidando com a erva mas d
345. eiro envolve de forma direta cerca de 500 mil trabalhadores ANDRADE 2002 Sturion e Resende 2010 consideram que a erva mate integra um dos sistemas florestais mais tradicionais do Brasil sendo uma das esp cies que ajudam na manuten o do pequeno produtor no meio rural A erva mate j foi um dos principais produtos das exporta es brasileiras durante o s culo XIX e in cio do s culo XX De 1830 a 1930 tivemos o Ciclo da erva mate nos estados do PR e SC em que a erva era o principal produto da economia Cidades como Curitiba e Joinville devem seu desenvolvimento produ o e com rcio da erva mate com a produ o inteiramente oriunda de ervais nativos COSTA 1995 SOUZA 1998 Somente a partir da d cada de 1980 a produ o proveniente de plantios do Rio Grande do Sul Paran e oeste de Santa Catarina come am a ter mais express o no Brasil no entanto a maioria da produ o brasileira ainda proveniente de ervais nativos SOUZA 1998 Assim a partir dessa poca se procurou separar a produ o entre ervais nativos e plantados Por m a diferencia o entre o que seria um erval nativo aquele formados pela natureza normalmente associado sombra e um erval plantado aquele formado com a interven o humana normalmente associado ao pleno sol nem sempre muito clara o que ser melhor discutido no cap tulo 07 Nesse sentido segundo Souza 1988 as an lises da produ o ervateira dispon veis s
346. ela o ao tamanho assim foram consideradas uma grande duas m dias e sete pequenas Foram entrevistados todos os chefes de escrit rios e secret rios municipais de agricultura dos sete munic pios que tiveram agricultores entrevistados 4 5 INSTRUMENTOS DE TRABALHO DE CAMPO Os instrumentos de pesquisa foram baseados essencialmente em roteiros de entrevistas semiestruturadas e de um roteiro de avalia o da paisagem dos ervais As entrevistas foram complementadas com pesquisa bibliogr fica e tamb m com a observa o direta por m colocada entre aspas pois neste caso limitada principalmente participa o em reuni es e eventos relacionados ao manejo da erva mate na regi o estudada N o foi encontrada uma referencia clara em rela o ao tamanho das ind strias assim se procurou a indica o junto dirigente do Sindicato do Mate SINDIMATE que considerou a propor o adequada para o perfil dos ervateiros da regi o 107 A entrevista como fonte de informa o fornece dados secund rios e prim rios de duas naturezas objetivos ou concretos pertencentes ao n vel ecol gico ou morfol gico e dados subjetivos que tratam da reflex o do pr prio sujeito sobre a realidade que vivencia MINAYO 2010 Assim mostra se entre os diversos instrumentos da pesquisa qualitativa como um instrumento apropriado para os objetivos que se prop e nessa investiga o podendo abarcar tanto aspectos naturais quan
347. em Mata gt 08 00 Aberta Plantada lt 10 00 7 Erval Plantado em Ca va Sim 2 7 00 Aberta 1 8 Erval Nativo Aberto Sim Potreiro N o 1 9 Erval Nativo Aberto Desmatado SSH Sim 1 10 Erval Nativo Aberto Lavoura MEI 11 Erval Plantado Sombreado N o 1 12 Erval Plantado Plantada Aberto 1 13 Erval Plantado Aberto com lavouras 1 ICF n o avaliada por n o se tratar de fisionomia florestal 2 ICF n o avaliada por n o se tratar de fisionomia florestal apesar da presen a de rvores na maior parte da rea 6 2 AS UNIDADES DE PAISAGEM DOS ERVAIS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE 6 2 1 Descri o das Unidades de Paisagem dos Ervais No trabalho de campo foram avaliados 66 ervais em 40 propriedades de agricultores familiares de 7 munic pios do PNC Com base nos crit rios elencados acima foram identificadas treze diferentes tipos de Unidades de Paisagem dos Ervais UPES apresentadas de forma resumida no Quadro 6 4 Em seguida apresentada uma breve discuss o sobre cada uma dessas UPE 155 QUADRO 6 4 DESCRI O GERAL DAS PAISAGENS IDENTIFICADAS NO PLANALTO NORTE CATARINENSE Paisagem Descri o geral 1 Erval em Mata Caracterizado pela cobertura florestal mais conservada erval nativo sem a presen a constante de animais 2 Ervalem Mata aberta Cobertura florestal mais aberta pela a o antr pica erval nativo sem a presen a constante de animais 3 Erval em Ca va Co
348. en o e sua import ncia para comunidades locais Ci ncia Florestal v 19 n 4 2009 VOGT G A Identifica o e caracteriza o morfogen tica de rvores matrizes de erva mate para implanta o de rea de produ o de sementes e banco ativo de germoplasma na mesorregi o Norte Catarinense com vistas a Indica o Geogr fica IG Projeto aprovado na CHAMADA PUBLICA FAPESC N 04 2012 2012 21p WACHOWICZ R C A imigra o e os botocudos xokl ng do tai Anais do IV Simp sio Nacional dos Professores Universit rios de Hist ria ANPUH e Porto Alegre setembro 1967 P 469 495 S o Paulo 1969 WANDERLEY M N B A valoriza o da agricultura familiar e a reivindica o da ruralidade no Brasil Desenvolvimento e Meio Ambiente Editora da UFPR n 2 p 29 37 jul ldez 2000a A emerg ncia de uma nova ruralidade nas sociedades modernas avan adas o rural como espa o singular e ator coletiv0 Estudos Sociedade e Agricultura n mero 15 outubro p 87 145 2000b O Mundo Rural como um Espa o de vida Porto Alegre Editora da UFRGS 2009 Pref cio In CARNEIRO M J e MALUF R S orgs Para al m da produ o multifuncionalidade e agricultura familiar Rio de Janeiro Mauad 2008 Ra zes hist ricas do campesinato brasileiro XX Encontro anual da Anpocs Mimeo Caxambu out 1996 WEID J M V Agricultura familiar sustentando o insustent vel Agriculturas exper
349. encial evolutivo da esp cie Para a produ o de mudas visando o reflorestamento com esp cies nativas Sebben 2006 recomenda de forma gen rica que sejam coletadas sementes de pelo menos 30 matrizes distanciadas no m nimo 100 coletando se grande quantidade de sementes de cada matriz Infelizmente com certeza n o deve ser esse o procedimento adotado pelos coletores de sementes de erva mate do PNC o que tamb m ajuda a comprometer o futuro da diversidade gen tica da regi o 245 Existem poucas reas legalizadas para a produ o de sementes de erva mate No PNC existe uma rea de produ o de sementes de erva mate da EPAGRI instalada na Floresta Nacional de Tr s Barras No entanto n o priorizada a produ o de sementes de erveiras locais pois tratam se de proced ncias oriundas de diversos locais do Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul e at mesmo da Argentina e ainda as proced ncias foram selecionadas em fun o da produ o de biomassa a c u aberto O que se constitui em uma contradi o com o processo de IG que procura justamente diferenciar a qualidade da erva mate regional em sistema tradicionais de produ o A discuss o sobre a pertin ncia de se manter essa rea de produ o de sementes frente a possibilidade de preju zos para a conserva o da diversidade local da erva mate est prevista em seu plano de manejo 2010 Devido ao aumento dos pre os da erva mate e da maior procu
350. encialidades e uso da madeira Colombo EMBRAPA CNPF 1994 CASAS A et al In situ management and domestication of plants in Mesoamerica Annals of Botany 100 5 1101 1115 2007 CENAMO M C et al Guia sobre Projetos de REDD na Am rica Latina Manaus Brasil 2010 CERETTA C A Sistema de cultivo de mandioca em fileiras simples e duplas em monocultivo e consorciadas com girassol Disserta o Mestrado em Fitotecnia Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1986 CERQUEIRA R et al Fragmenta o alguns conceitos In RAMBALDI D M OLIVEIRA D A S orgs Fragmenta o de Ecossistemas causas efeitos sobre a biodiversidade e recomenda es de pol ticas p blicas Bras lia DF 2003 CHAIMSOHN P F et al S ntese de resultados do projeto de caracteriza o de sistemas de produ o tradicionais e agroecol gicos de erva mate de agricultores familiares nas regi es centro sul do Paran e norte de Santa Catarina In CHAIMSOHN P F SOUZA A M Ed In Sistemas de produ o tradicionais e agroflorestais no centro sul do Paran e norte catarinense contribui o para a constru o do processo de indica o geogr fica Ponta Grossa os editores 2013 CHANG M Y Sistema Faxinal uma forma de organiza o camponesa em desagrega o no Centro Sul do Paran Londrina IAP AR Boletim T cnico n 22 1988 A V La organizaci n de la unidad econ mica camp
351. enda importante 14 Renda extra 50 Renda em reas de mata 29 Pouco investimento 29 Produ o na entressafra 29 Faz parte da cultura local 07 que se trata de uma renda pouco significativa pois apenas 14 a consideram como uma fonte de renda importante para a propriedade nesse caso ponderando que mesmo pequenos valores podem ser importantes fam lia As declara es abaixo ilustram essas posi es A erva mate importante para os agricultores pequenos mas como gera o de renda pouco apenas uma renda a mais sem custo que t ali na mata Agente ATER 02 174 Frente eleva o dos pre os da erva mate muito superior ao dos demais produtos atualmente prov vel que os recursos provenientes da erva mate se aproxima do gerado pela madeira 351 A maioria dos agricultores familiares tem pouca produ o de erva mate teria que ter mais rea para dar renda significativa mas pode n o ser nada para n s mas para o agricultor pode ser diferente esse pouco pode ser importante Agente ATER 03 Essa percep o dos t cnicos est razoavelmente de acordo com a percep o dos agricultores de que a erva mate mais do que gerar renda monet ria significativa assume grande import ncia como uma renda oriunda de pouco investimento monet rio e com uma fun o estabilizadora da propriedade Assim apesar da maioria dos entrevistados considerar a atividade ervateira importante de forma geral para os agric
352. ender o consumo da erva mate e a partir da instala o da Prov ncia da Companhia de Jesus do Paraguai come am a organizar a extra o beneficiamento e comercializa o do mate tendo como base a cria o de redu es jesu ticas formadas por guaranis De acordo com relatos hist ricos descritos por Linhares 1969 os ervais nativos situavam se distantes das redu es e quase todas as grandes manchas ervateiras se localizavam no alto Uruguai e alto Paran necessitando de grandes e dispendiosas expedi es fluviais e terrestres para alcan los Al m dos investimentos necess rios para as expedi es nessas os jesu tas tinham limitado controle sobre os guaranis Frente a esta situa o iniciaram os plantios de mate vencendo ap s longos anos o problema do embri o imaturo mantendo sempre segredo sobre a t cnica da germina o das sementes e da produ o de mudas De acordo com Linhares 1969 primeiro erval cultivado teria sido implantado em 1660 onde hoje situa se o O termo chimarr o muito utilizado para principal tipo de consumo da erva mate provem do castelhano e significa amargo selvagem bravio ou sem dono BERKAI e BRAGA 2000 Provavelmente aludindo ao seu sabor amargo e da colheita da erva mate ser realizada nas florestas nativas 88 munic pio de Serro Pelado RS J de acordo com Kricun e Belingheri 1995 os primeiros cultivos teriam sido efetuados entre 1704 e 1737 Se estes cultivos po
353. eno produtor rural e s popula es tradicionais acesso f cil a autoridade administrativa com procedimentos gratuitos c leres e simplificados compat veis com o seu n vel de instru o e ainda an lise e julgamento priorit rios dos seus pedidos Por m na pr tica isso n o acontece o pr prio decreto regulamentador da lei n o se preocupou em contemplar esses direitos dos pequenos agricultores e popula es tradicionais BRASIL 2006 2008 2012 Esses direitos poderiam ser mais intensamente cobrados no sentido de buscar solu es que permitissem que o manejo da erva mate pudesse ser feito de uma forma legal e desburocratizada As leis tamb m preveem o incentivo conserva o e manejo sustent vel O C digo Florestal autoriza o Poder Executivo Federal a instituir programa de apoio e incentivo conserva o do meio ambiente e da ado o de boas pr ticas que visem a sustentabilidade Entre as linhas de a o previstas est o pagamento de servi os ambientais como sequestro de carbono conserva o da biodiversidade conserva o da beleza c nica valoriza o cultural e do conhecimento tradicional incentivos para comercializa o inova o e acelera o das a es de recupera o conserva o e uso sustent vel das florestas utiliza o de fundos p blicos para concess o de cr ditos destinados compensa o recupera o ou recomposi o de APP e RL promo o de assist ncia t cnica para regulariz
354. ensidade intensidade Ervais em Matas 11 100 00 00 Ervais em Ca vas 30 100 00 00 Ervais Plantados em Matas 100 00 00 e Ca vas 05 Ervais Nativos Abertos 08 88 00 12 Ervais Plantados 100 00 00 Sombreados 02 Ervais Plantados Abertos 33 67 00 06 Ervais Plantados Abertos 00 50 50 com lavouras 04 O processo erosivo dos ervais se concentra como era de se esperar justamente nos ervais abertos plantados devido a menor prote o do solo Dos seis ervais abertos plantados sem agricultura quatro 67 apresentam eros o laminar no entanto de baixa intensidade principalmente nas pocas de colheita onde nem mesmo a erva mate oferece prote o ao solo J nos ervais abertos com agricultura o processo erosivo mais intenso metade desses ervais apresenta eros o de baixa intensidade e outra metade de m dia intensidade Vale ressaltar que os de baixa intensidade s o cultivados com tra o animal e os de m dia intensidade com tratores Assim fica evidente que as causas da eros o est o associadas atividade agr cola e da forma como ela exercida Sendo a manuten o dos solos um dos grandes desafios para a conserva o ambiental pode se ponderar que os ervais principalmente aqueles sob cobertura florestal ou sombreados se configuram como ambientes produtivos altamente eficientes quanto prote o aos solos Os ervais abertos sem associa o com agricultura frente ajustes na melhoria da cobertura do solo a
355. ensificadas ou novas esp cies podem ser introduzidas atrav s de transplantes ou sementeiras provenientes de esp cies silvestres e gradativamente variedades selecionadas tamb m podem ser inseridas Como resultado as florestas naturais mudam gradualmente para um mosaico de florestas manejadas e sistemas agroflorestais O processo de domestica o pode portanto ser considerado como um processo evolutivo durante o qual as altera es ocorrem tanto no n vel de paisagens como no de esp cies de plantas Concomitantemente ocorre uma intera o cada vez mais estreita entre os recursos das florestas e as pessoas Assim a domestica o de rvores de em sistemas florestais ou agroflorestais envolve a co evolu o da sociedade humana e natureza com processos combinados de sele o natural e cultural levando a cria o de uma grande diversidade de plantas e paisagens influenciados pela a o humana Esse processo de co evolu o consiste em v rias etapas ao longo de um continuum natureza cultura associadas com condi es socioecon micas e ecol gicas espec ficas Ainda segundo Wiersum 1996 necess rio interpretar o processo de domestica o de PFNMs al m de uma mudan a de propriedades biol gicas das rvores mas sim como um processo de mudan a na intera o homem planta em que a domestica o considerada em uma perspectiva mais inclusiva sendo necess rio incluir as pr ticas de gest o Essas pr ticas engl
356. ental tem sido desenvolvidas iniciativas que procuram dar maior apoio a esse tipo de manejo como por exemplo o Plano Nacional de Promo o das Cadeias de Produtos da sociobiodiversidade que pretende apoiar a cadeia produtiva desses produtos Na regi o da Floresta com Arauc ria esses produtos abrangem frutas nativas cip s ervas medicinais entre outros al m da erva mate e pinh o BRASIL 2008a No entanto al m dos problemas ligados s estruturas de produ o e comercializa o existem muitos problemas t cnicos e legais quanto ao manejo desses produtos quando inseridos em reas consideradas como florestais e assim protegidas por instrumentos legais No Brasil os instrumentos de pol tica ambiental tendem a ser baseados em instrumentos regulat rios ou seja normas padr es regras que devem ser obedecidas caso contr rio se aplicam penalidades Outro tipo de instrumento seriam os incentivos econ micos ou de mercado para atividades que contribuam para a conserva o NEUMANN e LOCH 2002 onde poderiam ser inseridos os servi os ambientais que no entanto com j visto no t pico anterior ainda s o incipientes no pa s Apesar da grande destrui o das florestas ainda hoje as plantas nativas dessas forma es apresentam se como op o importante de uso pelas comunidades de agricultores familiares e povos tradicionais e tamb m na obten o 51 de mat ria prima para agroind strias aliment cias farmac ut
357. entanto observa se tamb m um movimento contr rio ao alertado por Medrado ou seja a transposi o de princ pios de poda de ervais plantados para os ervais nativos florestais o que tamb m pode estar acarretando preju zos Nesse sentido observa se que os agricultores tendem a fazer um rebaixamento das erveiras de forma a facilitar a colheita e abrir as ramifica es laterais visando maior produ o como o preconizado nos ervais plantados No entanto nos ervais nativos florestais as erveiras podadas a baixa altura tendem a ter maior dificuldade de rebrota e recupera o frente a menor luminosidade nos estratos inferiores da paisagem florestal Sanquetta et al 2011 avaliaram a cobertura das copas de uma floresta com arauc ria antropizada e conclu ram que a cobertura foi de 41 48 no estrato superior de 60 74 considerando os estratos superior e m dio e de 70 87 considerando os tr s estratos Ou seja uma erveira em uma paisagem florestal se tiver maior altura pode apresentar maior capacidade de produ o ao aproveitar melhor a maior luminosidade dos estratos superiores Por m atualmente dif cil se encontrar alguma erveira que n o tenha sido rebaixada mesmo nos ambientes florestais ficando condenada a pouca ilumina o e brota o d bil Dessa forma os agricultores tendem a abandonar e colheita da erva mate em ambientes florestais mais conservados At o in cio da d cada de 1990 um dos equipamentos mais comuns dos c
358. entanto usos muitas vezes destacados em estudos de etnobot nica como frutas silvestres e plantas medicinais praticamente n o 316 aparecem ficando restrito a apenas tr s cita es para plantas medicinais Por m nesses casos como destacado no segundo par grafo dessa se o caso estimulado pelo pesquisador aparece um grande n mero de cita es de esp cies de rvores frut feras e plantas medicinais QUADRO 6 49 OUTROS USOS DOS ERVAIS DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Paisagem Outros usos 90 e TZA rE TE Ervais em Matas 11 27 9 I73 18 9 0 0 9 0 0 9 0 Ervais em Ca vas 30 35 7 157 3 54 7 0 10 0 3 7 0 Ervais Plantados em Matas e Ca vas 05 0 O 60 20 20 20 20 120 0 0 0 20 Ervais nativos abertos 08 37 12 0 0 50 0 0 0 0 0 0 0 Ervais plantados n o florestais 12 o l8 lolol17 0 0 8 8 0 0 0 1 Erva mate 2 Gado 3 Lenha para uso na propriedade 4 Madeira para uso na propriedade 5 pinh o 6 Palanques 7 Carneiros 8 Flores para abelhas 9 Frutas plantadas 10 Su nos 11 Plantas medicinais 12 B falos Ponderando se as limita es da abordagem pode se apontar que o maior interesse dos agricultores em seus remanescentes florestais no sentido do uso seria para a cria o de gado e produ o de erva mate seguido do uso madeireiro lenha e madeira e do uso n o madeireiro pa
359. ente em busca da interdisciplinaridade Curitiba Ed UFPR 2002 ZANONI M et al La recherche en environnement propos de quelques pratiques interdisciplinaires Atelier de Campinas Br sil Natures Sciences Soci t s Elsevier n 1 vol 6 1998 ZONNEVELD S Scope and Concepts of Landscape Ecology as na Emerging Science In Changing Landscapes na Ecological Perspective New York Spring Verlag p 3 30 1990 YURJEVIC A Introducci n al desarrollo sustentable In Programa de Magister Gesti n en Desarrollo Rural Y Agricultura Sustentable M dulo Universidad Cat lica de Temuco Chile 1999 410 ANEXO Roteiro de entrevista com os agricultores 1 IDENTIFICA O GERAL DA FAMILIA PROPRIEDADE Nome Etnia Local coordenadas altitude 1 COMPOSI O FAMILIAR ESCOLARIDADE M O DE OBRA Nome Parentesco Idade Sexo Trabalho prop tempo Outras atividades 2 USO DO SOLO Uso do solo rea Produz RL APP Observa es alg ha Erva e averba o Lavouras Potreiro ca va Floresta 1 Floresta 2 Capoeiras Trator Plantios Colhedeira florestais Outros Sede estradas outras Total 3 ATIVIDADES GERADORAS DE RENDA Atividade Area cab produtvd Produ o Venda R OBSERVA ES sc cb kg sc cb kg recebido
360. ento em terrenos mais planos e de aptid o predominantemente excelente para a agricultura XII ERVAL PLANTADO ABERTO COM LAVOURAS Unidade de Paisagem caracterizada por erveiras plantadas em associa o com lavouras anuais normalmente com alinhamento percept vel sem a presen a constante de animais podendo apresentar arvores isoladas dispersas pela rea 3 29 FIGURA 6 15 ASPECTO GERAL DE ERVAL NATIVO ABERTO COM AGRICULTURA Fonte o autor Foram identificadas quatro UPEs que representam 6 das paisagens avaliadas 0 6 da rea e contribuem com 2 64 da produ o A m dia das produtividades de 2 841 kg ha ano variando entre 666 a 6 333 kg ha ano As produtividades mais baixas referem se a plantios mais jovens 178 que ainda n o atingiram o pico de produ o Na percep o dos agricultores a produ o est aumentando nos ervais jovens sendo est vel nos ervais mais antigos N o s o utilizadas aduba es diretas mas em todas as paisagens as erveiras recebem aduba es indiretas aplicadas nas lavouras anuais sendo qu mica em tr s situa es 75 e org nica em outra 25 sendo essa uma propriedade agroecol gica N o s o utilizados inseticidas mas em tr s situa es com exce o da propriedade agroecol gica s o utilizados herbicidas tamb m em decorr ncia do manejo aplicado nas lavouras anuais As mudas utilizadas foram compradas na regi o em duas situa es sendo pr prias em um
361. ento de 1853 que previa a proibi o da colheita do mate de 16 de setembro a 31 de dezembro no estado do Paran Em tempos mais atuais existiu at a d cada de 1990 a lei da Safrinha que determinava que a erva mate s poderia ser colhida de maio a outubro ALENCAR 1960 BRAGAGNOLO KLOSOVSKI FILHO 1980 Segundo Souza 1998 esse regulamenta o perdurou at 1992 quando o IBAMA liberou a colheita em qualquer poca principalmente devido a press o dos industriais que necessitavam de mat ria prima o ano todo A proibi o da colheita nesse per odo de ver o tinha como objetivo proteger os ervais nativos e garantir um produto de melhor qualidade Ferreira Filho 1957 considerava que o mate produzido no ver o era fraco com folhas pouco espessas devido as folhas estarem ingurgitadas de seiva Galv o 1986 concluiu que do montante acumulado da produ o fotossint tica da erva mate 47 ocorre no ver o 23 no outono 20 na primavera e 10 no inverno ponderando que realizar a poda no ver o poderia causar preju zos s plantas Nas recomenda es t cnicas atuais a poca recomendada vari vel Da Croce e Floss 1999 consideram que pode ser feita em qualquer poca do ano Mazuchowski 1991 recomenda que seja no inverno antes de ocorrerem as novas brota es Medrado 2005 indica os meses de agosto e setembro podendo se fazer um repasse em janeiro ou fevereiro De forma geral a maioria dos autores indicam como poca mai
362. entrevistas e avalia es de paisagens foram constru das tabelas para facilitar a visualiza o interpreta es e agrupamento dos dados O mesmo procedimento foi adotado para as demais entrevistas 115 PARTE IlI OS ERVAIS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE 5 CARACTERIZA O DA REA DE ESTUDO O PLANALTO NORTE CATARINENSE A regi o da pesquisa compreende o Planalto Norte Catarinense PNC denomina o que n o contempla uma defini o nica dos munic pios que a comp em existindo diversos institui es e estudos que agrupam os munic pios da regi o conhecida como PNC de forma um pouco diferentes O zoneamento agroecol gico de Santa Catarina considera como Planalto Norte de Santa Catarina a Zona Agroecol gica 3D Figura 5 1 composta por 17 munic pios A defini o destas zonas levou em conta as caracter sticas geomorfol gicas geol gicas clim ticas vegeta o prim ria predominante vegeta o atual e aptid o de uso das terras mais homog nea poss vel EPAGRI 2005 Estado de Santa Catarina Zonas agroecol gicas 1998 o Legenda 14 Litoral Norte Vales dos Rios Itaja e Tjucas 18 Litoral de Florian polis e Laguna 2A Alto vais do Bo Itaja 28 Cardoniisra Extremo Sud gt Colonial Serrans DO Vale da Fio Unguai SA Vals do Fis do Peize Planalto Central 38 Planalto Norte 3C Norossis Catar A Campos de Lage 45 A
363. era o consider vel na paisagem por meio de elimina o de plantas competidoras expans o da transi o florestal transplante de mudas ou sementes individuais e outras formas de reduzir competi o ou melhorar o ambiente para facilitar o crescimento e reprodu o das plantas desejadas Cultivada paisagem totalmente transformada pela elimina o do ecossistema original em favor de uma ou poucas esp cies atrav s de derrubada e queima ara o capina ro agem ou outras t cnicas que favore am determinadas plantas 17 O processo de domestica o de plantas ser abordado com mais detalhes no cap tulo 03 65 Assim a paisagem domesticada ponderando a sua categoria de domestica o seria o espa o cuja distribui o comportamento e concentra o de esp cies foram induzidos intensamente por pr ticas culturais orientadas que resulta em um produto antropog nico de reconhecido valor para as gera es benefici rias MAGALH ES 20110 p 79 No caso da erva mate considerado um produto florestal n o madeireiro PFNM frente sua ocorr ncia natural e manejo junto Floresta com Arauc ria tem se especial aten o para as paisagens florestais De acordo como Wiersum 1996 a primeira fase de domestica o de plantas de PFNMs envolve um processo de favorecimento da ocorr ncia e desenvolvimento de rvores que fornecem recursos teis nas florestas Em fases subsequentes essas esp cies podem ser int
364. eraram a FOM em estado cr tico em termos de conserva o e juntamente com as restingas do nordeste brasileiro apresentou a pontua o m xima neste item 27 No entanto a assist ncia t cnica e a pesquisa tenderam majoritariamente a trabalhar o manejo da erva mate baseando se nos princ pios da moderniza o da agricultura retirando se a erva mate do ambiente florestal e desenvolvendo a em sistemas de plantios a c u aberto normalmente monoculturais muitas vezes com utiliza o de aduba es e agrot xicos Por outro lado a erva mate nativa considerada como uma atividade extrativa ficou esquecida das a es de assist ncia t cnica pesquisa e programas de apoio Esse sistema moderno dominou toda a discuss o sobre os sistemas de produ o de erva mate e era questionado apenas por alguns t cnicos agricultores e mesmo industriais Constatou se por m que a qualidade organol ptica da erva mate produzida em ervais monoculturais era inferior ao produzido em ervais nativos e a partir do final da d cada de noventa com maior exig ncia em qualidade pelo mercado ocorreu grande valoriza o do produto oriundo dos ervais nativos havendo mesmo resist ncia de compra da produ o de ervais plantados Este fato refor ado por uma demanda cada vez maior por alimentos agroecol gicos e pela crescente preocupa o com a conserva o dos remanescentes florestais fez com que ganhassem grande import ncia a produ
365. eres que justamente trabalham diariamente com estas t cnicas sistemas e manejos frente a fascina o pelas modernas tecnologias agr colas baseadas nas premissas da moderniza o da agricultura Toledo e Barrera Bassols 1999 consideram necess rio interpretar os modelos do mundo natural das sociedades tradicionais com o objetivo de compreender em toda a sua complexidade os saberes locais e em paralelo gerar um modelo cient fico em que se busca integrar comparar e validar ambos os modelos para criar diretrizes que apontem propostas de desenvolvimento local sustent vel com plena participa o dos atores locais Por m pondera Leff 2009 frente racionalidade instrumental e econ mica predominante n o se valoriza esses conhecimentos ao se formular pol ticas p blicas ou legisla es correndo se o risco da perda de importantes formas de manejo que procuram associar o uso e a conserva o dos recursos naturais Leff tamb m destaca a import ncia do conhecimento cient fico que respeitando os conhecimentos e realidades locais pode dar importante contribui o para a conserva o pois a condi o de assimila o de novas tecnologias que potenciam os saberes t cnicos tradicionais capazes de serem administrados pelas pr prias comunidades podem contribuir para o aproveitamento integrado e sustentado dos recursos naturais implicando em uma hibridiza o dos saberes tradicionais com a ci ncia moderna 48 1 4 AGRICULTURA
366. erida 7 Para ilustrar em fun o de um dos aspectos mais discutidos atualmente o aquecimento global e a emiss o de gases de efeito estufa GEE CO2 CH4 e N20 a maior parcela das emiss es l quidas estimadas de CO2 brasileira proveniente do uso da terra mudan a no uso da terra e florestas contribuindo com 75 do total onde se destaca o desmatamento e a convers o de reas para a agricultura e pecu ria A Agricultura e pecu ria tamb m s o respons veis pela emiss o de 90 do CH4 e 94 das emiss es do 2 no Brasil Assim pode se concluir que as atividades ligadas agricultura3 s o os grandes respons veis pela emiss o de GEE no Brasil BRASIL 2008b 43 No entanto quando em situa o de risco frente a falta de condi es para a sua reprodu o a agricultura familiar pode vir a atuar de forma nociva ao meio ambiente desenvolvendo atividades mais impactantes sobre os recursos naturais ALTAFIN 2013 SOARES 2001 Conforme visto anteriormente o pr prio processo de moderniza o da agricultura que induz a essa atividade mais impactante pois a agricultura familiar ao abandonar as pr ticas tradicionais de cultivo e adotar as mesmas pr ticas do processo de moderniza o tamb m come a a estar sujeita s mesmas cr ticas e aos mesmos dilemas e vulnerabilidades do modelo convencional SHIKI 2010 As pol ticas p blicas para o rural tendem a n o considerar as especificidades da agricultura famil
367. erminou 6 23 Mata ou ca va em solo com hidromorfismo 4 15 Capoeir o sem erva mate 2 8 As reas sem colheita de erva mate s o predominantemente reas de mata onde n o s o feitos manejos 42 como desbastes ou ro adas que podem ou n o estar vinculadas com reas de APP rea de Preserva o Permanente ou RL Reserva Legal 42 Nessas situa es devido principalmente baixa luminosidade as erveiras n o se desenvolvem bem e os agricultores consideram n o ser vi vel fazer a colheita O determinante a baixa produ o e n o as 287 restri es legais de forma direta No entanto ao se designar a rea como APP ou RL os agricultores tendem a n o fazer nenhum manejo e assim frente queda de produ o as reas v o sendo exclu das do manejo e colheita Pode se concluir que nas 84 das propriedades que n o fazem manejo de erva mate em reas florestais deve se falta de manejo como ro adas e desbastes Conforme visto na se o 6 4 5 apenas quatro agricultores 10 dos agricultores em 4 das UPEs realizam colheita de erva mate em reas que n o sofrem outro manejo al m da pr pria colheita e nesse caso apresentam produtividades muito baixas 176 kg ha ano Assim as reas florestais onde s o realizadas colheitas est o fortemente relacionadas com manejos implicando em interven es nas paisagens Em 23 das situa es tratam se de ca vas onde a erva mate praticamente se terminou n
368. ersidade Biol gica Bras lia 2004 MONTEIRO C A F Geossistemas a hist ria de uma procura S o Paulo Contexto 2000 MONTEZANO E M PEIL R M N Sistema de cons rcio na produ o de hortali as Revista Brasileira de Agroci ncia 12 p 129 132 2006 MONTOYA V L J et al O saber local e o SAF erva mate com a prog nie bi parental cambona 4 como estrat gia do desenvolvimento sustent vel na agricultura familiar In Anais do Congresso brasileiro de sistemas agroflorestais 7 2009 Luzi nia Di logo e integra o de saberes em sistemas agroflorestais para sociedades sustent veis trabalhos 5 SBSAF Bras lia DF EMATER DF Embrapa 2009 MOREIRA R J Pensando o rural da modernidade e dos nossos tempos Estudos Sociedade e Agricultura Rio de Janeiro vol 20 n 1 2 8 271 2012 Agricultura familiar e sustentabilidade valoriza o e desvaloriza o econ mica e cultural das t cnicas Estudos Sociedade e Agricultura n mero 08 p 51 69 abril 1997 NAIR P K R An introduction to Agroforestry The Netherlands Kluwer Academic Publishers with ICRAF 1993 NEUMANN P S LOCH C Legisla o ambiental desenvolvimento rural e pr ticas agr colas In Ci ncia Rural Santa Maria v 32 n 2 p 243 249 2002 NOELLI F S A ocupa o humana na Regi o Sul do Brasil Arqueologia debates e perspectivas 1872 2000 Revista USP n 44 1999 NOGUEIRA J M MEDEIROS M A A
369. ertiginosa apresentada no Censo de 2006 n o se verifica a campo particularmente para o PNC vide nota 65 141 No PNC os dados do Censo de 2006 ressalvado o questionamento de sua consist ncia revelam uma situa o preocupante frente queda vertiginosa da produ o nativa que passou de 30 606 t em 1996 para apenas 2 744 t em 200655 indo muito al m do constatado na pesquisa de campo Se o 6 3 2 que indica uma queda da produ o principalmente devido a erradica o e degrada o de ervais nativos Na regi o a produ o plantada que era insignificante teve um aumento expressivo passando de apenas 3 para 29 da produ o total No entanto o PNC continua marcadamente como uma regi o produtora de erva mate nativa j que ainda representa 71 da produ o total da regi o Por m a situa o se mostra preocupante para uma regi o que trabalha para a estrutura o de um processo de IG com base em erva mate nativa Assim se os dados das estimativas do PAM s o relativamente confort veis os dados do Censo s o alarmantes revelando um forte decr scimo na produ o dos ervais nativos do PNC De forma geral tendo em vista o processo de IG que se desenvolve na regi o os dados do PAM podem ser interessantes no sentido de justificar a import ncia do PNC na produ o da erva mate nativa no entanto os dados do Censo devem servir de alerta para o desenvolvimento de pol ticas p blicas e a es empresariais no sentido de
370. erva se no quadro 3 1 que o maior produtor o Paran com 54 3 da produ o brasileira seguido pelo Rio Grande do Sul com 32 3 e Santa Catarina com 13 0 Destaca se que o Paran al m de maior produtor nacional tamb m o estado com maior produ o oriunda de ervais nativos 77 2 seguido por Santa Catarina com 70 ao contr rio no Rio Grande do Sul predomina a produ o oriunda de ervais plantados que totalizam 81 1 da produ o Ainda hoje a erva mate sem contar a produ o atrav s de cultivos principal produto extrativista n o madeireiro do Brasil em termos de quantidade produzida mesmo considerando se a produ o em erva mate cancheada e o quarto em valor da produ o quadro 3 2 A erva mate produzida nos ervais nativos ou sombreados mais valorizada do que a oriunda de ervais plantados devido apresentar um sabor mais suave que apresenta melhor aceita o no mercado brasileiro e uruguaio LOPES 2011 MARQUES et al 2012 Essa valoriza o normalmente representa um sobrepre o 23 Deve se multiplicar o volume da erva mate cancheada por 2 5 para se obter o equivalente em erva mate folha verde 80 entre 30 a 50 da erva mate nativa em rela o plantada EPAGRI CEPA 2012 QUADRO 3 2 PRODU O TONELADAS E VALOR TOTAL R DA PRODU O EXTRATIVISTA VEGETAL DOS PRINCIPAIS PRODUTOS FLORESTAIS N O MADEIREIROS NO BRASIL ANO DE 2011 Produto To
371. es Existem poucos trabalhos que procuram tipificar os produtores ou caracterizar a produ o da erva mate al m das generaliza es entre ervais nativos e plantados 81 Entre esses se destacam os trabalho de Mazuchowski e R cker 1993 Mattos 2011 Chaimsohn et al 2013 e Andrade 2004 Mazuchowski e R cker 1993 prop e a seguinte tipifica o dos sistemas de produ o de erva mate em ervais nativos e plantados no Paran gt sistema de produ o extrativista refere se a ervais nativos plantio de mudas em faxinais ervais na mata ro ada das saias das erveiras antes da colheita poda com foice ou fac o a cada dois ou tr s anos Apresenta dois tipos de produtores m dios com rea m dia do erval nativo de 10 ha grandes com rea m dia dos ervais de 30 ha A produtividade atingiria uma m dia de 3 700 kg ha ano gt sistema de produ o n o tecnificado refere se a ervais plantados plantio com uso de l minas para prote o das mudas ro ada por ocasi o da colheita poda efetuada com fac o a cada dois anos Apresenta tr s tipos de produtores pequenos com rea m dia dos ervais de 4 0 ha m dios com rea m dia dos ervais de 16 0 ha grandes com rea m dia dos ervais de 80 0 ha A produ o em m dia atinge 6 300 kg ha ano Nessa tipifica o ainda se leva em considera o o preparo do solo para o plantio das mudas sem mecaniza o plantio em covas tra o animal tra o mecanizada
372. es n o s o perigosos e veem com naturalidade o seu uso O glifosato normalmente nem chega a ser considerado como um veneno e o piretr ide mais utilizado de marca comercial Decis muitas vezes confundido com um produto natural O Decis pode usar sem problema um produto natural Industrial 02 Conforme discutido na se o 6 4 7 ressalta se que n o existem agrot xicos registrados para o uso na erva mate acarretando que toda aplica o um ato ilegal A presen a de res duos desses produtos no mate poder comprometer todo o processo de comercializa o do ponto de vista legal e principalmente da aceita o pelos consumidores Os agrot xicos a base de glifosato e piretr ides s o prejudiciais sa de dos aplicadores dos consumidores e ao meio ambiente al m de deixarem res duos nas plantas em que s o aplicados Constata se que o fato de 80 dos industriais n o considerarem o uso de agrot xicos na erva mate como um problema deve se principalmente falta de informa es sobre sua utiliza o Assim h necessidade de um maior esclarecimento sobre os riscos do uso de agrot xicos visando diminuir seu uso e aumentar a utiliza o de m todos alternativos de controle de pragas e plantas invasoras 338 O Uso de aduba es A totalidade dos entrevistados considera que a pr tica de aduba es de ervais n o realizada pelos produtores e que ela n o seria necess ria frente a n o resposta e
373. esentou a maior crescimento efetivo do estado entre 2005 e 2011 com aumento em mais de 50 do seu rebanho GARTNER HANISCH 2013 Nesse sentido a expans o da suinocultura caso n o seja baseada em um rigoroso controle preventivo de seu potencial poluidor pode se configurar como um dos mais s rios problemas ambientais da regi o atingindo principalmente um dos recursos mais preciosos da regi o a gua ICMBIO 2010 5 5 AERVA MATE NO PLANALTO NORTE CATARINENSE Como j visto o PNC guarda uma estreita liga o com a atividade ervateira a pr pria hist ria da regi o confunde se com a hist ria desta atividade assim a erva mate um elemento central na forma o deste espa o SOUZA 1998 que al m de sua import ncia social econ mica e cultural ajudou a delinear parte da paisagem de conserva o ainda existente na regi o HANISCH et al 2006 136 O PNC marcado pela produ o de erva mate nativa sendo a principal regi o produtora deste tipo de mate do estado de Santa Catarina A figura 5 8 apresenta as microrregi es de SC e sua produ o de erva mate as cores mais intensas indicam maiores produ es a j k fo Nome 7 7 S o Miguel do Oeste 195 Eo Ed Chapec 1 271 eo Demos ct 4 a A SD Xanxer 3 201 o g A Joa aba 5 897 HS k Conc rdia 1 058 4 Pei tanse A Canoinhas 19 010 NS RE S o Bento do
374. esina Buenos Aires Nueva Visi n 1985 CHIARADIA L A Artropodofauna associada erva mate em Chapec SC Revista de Ci ncias Agroveterin rias Lages v 9 n 2 p 134 142 2010 CICOUREL A Teoria e m todo em pesquisa de campo In GUIMAR ES A Z org Desvendando M scaras Sociais Rio de Janeiro Livraria Francisco Alves Editora 1990 CLAVAL P A geografia cultural Florianopolis UFSC 1999 CLEMENT C R 1492 and the loss of Amazonian crop genetic resources The relation between domestication and human population decline Economic Botany 53 2 188 202 1999 388 CLEMENT C R Melhoramento de esp cies nativas In NASS L L et al Eds Recursos gen ticos amp melhoramento de plantas Rondon polis MT Funda o de Apoio Pesquisa Agropecu ria de Mato Grosso 2001 CLEMENT C R JUNQUEIRA A B Between a pristine myth and an impoverished future Biotropica v 42 n 5 p 534 536 2010 COCKLE K L LEONARD M L BODRATI A Presence and abundance of birds in an Atlantic forest reserve and adjacent plantation of shade grown yerba mate in Paraguay Biodiversity amp Conservation v 14 n 13 p 3265 3288 2005 COLLI G R et al A fragmenta o dos ecossistemas e a biodiversidade brasileira uma s ntese In RAMBALDI D M OLIVEIRA D A S orgs Fragmenta o de Ecossistemas causas efeitos sobre a biodiversidade e recomenda es de pol ticas p blicas Bras lia DF M
375. essa categoria de uso do solo Caso o IBGE considerasse o conceito mais amplo de sistemas agroflorestais poderiam a ser inclu das as ca vas 52 Hanisch Marques e Bona 2009 p 140 consideram ca vas como ecossistemas de vegeta o remanescente de florestas nativas com diferentes n veis de adensamento florestal cujos estratos herb ceos s o compostos por pastagens nativas e ou naturalizadas extensivamente pastejadas Para o ICRAF International Centre for Research in Agroforestry o conceito de sistemas agroflorestais SAFs que com algumas varia es tem sido empregado na maioria dos trabalhos nessa rea seriam sistemas e tecnologias de uso da terra onde lenhosas perenes rvores arbustos palmeiras bambus etc s o deliberadamente utilizadas nas mesmas unidades de manejo com culturas agr colas e ou animais em arranjos espaciais ou temporais NAIR 1993 p 14 tradu o livre Em rela o classifica o o ICRAF tem como base a natureza dos componentes SAF agrosilvicultural culturas anuais e rvores SAF silvipastoril rvores e pastagens animais SAF agrosilvipastoril rvores culturas anuais e pastagens animais NAIR 1993 Assim as ca vas podem se enquadrar como SAF s silvipastoris 124 A tend ncia que a maior parte das ca vas sejam declaradas como pastagens naturais e em menor propor o como matas naturais Frente a isso prov vel que a cobertura florestal d
376. essa nova categoria com a cria o em 1996 do PRONAF Programa Nacional de Apoio Agricultura Familiar a primeira pol tica p blica com abrang ncia nacional voltada a esse setor ALTAFIN 2013 DEL GROSSI e VICENTE 2006 SCHNEIDER 2005 Para WANDERLEY 2000 p 36 pela primeira vez na hist ria a agricultura familiar foi reconhecida oficialmente como um ator social Anteriormente eram vistos como os pobres do campo produtores de baixa renda ou pequenos agricultores Hoje os agricultores familiares s o percebidos como sendo portadores de uma outra concep o de agricultura diferente e alternativa agricultura latifundi ria e patronal dominante no pa s Com o fortalecimento e maior visibilidade do setor tamb m se intensificam as discuss es sobre os conceitos e defini es do que seria essa agricultura familiar pois uma categoria que abrange cerca de 12 3 milh es de pessoas necessariamente abarca um enorme leque de situa es Nesse sentido a utiliza o do termo agricultura familia sempre foi considerado um grande guarda chuva sob o qual se abrigam as mais diversas condi es dos agricultores n o patronais brasileiros Nessa esteira Altafin 2013 considera que ao implantar uma pol tica federal voltada para este segmento o PRONAF ou quando cria a Lei 11 326 2006 a 33 primeira a fixar diretrizes para o setor a op o adotada para delimitar o p blico foi o uso operacional do conceito ce
377. esso e manejo dos ervais j que esses ficavam sujeitos degrada o frente s colheitas desordenadas Entre elas o autor apresenta uma correspond ncia da C mara Municipal de Cruz Alta de janeiro de 1849 em que se expressa essa preocupa o em rela o aos ervais p blicos Como todos elles s o do publico todos tem o direito de colher e fabricar o mate e sendo do interesse dos fabricantes colher e fabricar o maior numero 29 A aquisi o de terras por particulares foi institu da no Brasil apenas a partir da aprova o da Lei de Terras de 1850 e de sua regulamenta o em 1854 que definiam a compra como nica forma de aquisi o GERHARDT 2013 No entanto muito tempo se passou at que a quase totalidade das terras da regi o dos ervais passasse para a m o de particulares 92 possivel em menos tempo n o cur o da conserva o dos ervaes antes os estrag o e arruin o n o s decepando as arvores como desfolhando as em esta es impr prias ou quando as arvores n o podem ainda suportar novas colheitas Gerhardt 2019 p 107 O autor tr s diversas iniciativas dos estados sulinos ainda no s culo XIX e in cio do s culo XX que visavam disciplinar o acesso aos ervais Entre os aspectos abordados se destaca a defini o de pocas de colheita normalmente de maio a setembro intervalo m nimo entre colheitas normalmente 3 anos aceiros e dist ncias m nimas de lavouras aos ervais devido ao risco de fogo das ro
378. estral e econ mica utilizando conhecimentos inova es e praticas gerados e transmitidos pela tradi o BRASIL 2007a 37 1 Essas comunidades tradicionais segundo Diegues 2000 entre outros aspectos se caracterizam por uma rela o mais harmoniosa entre a natureza os ciclos e os recursos naturais com os quais se constr i seu modo de vida pelo conhecimento aprofundado da natureza que se reflete em estrat gias de uso e manejo dos recursos naturais pela utiliza o de tecnologias simples que representam impacto limitado sobre o meio ambiente e pela import ncia das atividades de subsist ncia Na por o sul do bioma da Mata Atl ntica se destaca como povos ou comunidades tradicionais al m das comunidades ind genas os quilombolas os cai aras os faxinalenses entre outros n o ficando expl cita a inclus o dos agricultores familiares No entanto segundo Steenbock 2009 o conceito de tradicionalidade impl cito na defini o do Decreto 6040 07 pressup e que as m ltiplas combina es entre valores conhecimentos ambiente tecnologia e organiza o social condicionem formas pr prias deste conjunto de fatores e fa am que grande parte das comunidades rurais do Brasil se enquadrem como comunidades tradicionais ainda que n o necessariamente reconhecidas como tal Nesse sentido a ades o ou n o das comunidades rurais ou dos agricultores familiares com o modelo moderno de produ o com a l gica
379. estudando ervais nativos no PNC e Centro Sul do Paran contrariam essas informa es ao constatarem plantas centen rias exploradas h d cadas em Neossolo com profundidade de apenas 15 cm Os solos vermelhos e profundos como os Latossolos Vermelhos do PNC s o destacados como os melhores para o desenvolvimento da erva mate PRAT KRICUN BELINGHERI 1995 Os agricultores de forma geral 80 principalmente os da regi o sedimentar tem uma opini o forte sobre qual seria uma terra melhor para a erva mate Os crit rios est o baseados principalmente em localiza o do terreno cor do solo drenagem acidez e plantas indicadoras O grupo mais significativo de respostas o que associa a localiza o com a cor do solo e acidez assim 65 consideram que a melhor terra para a erva mate seriam as terras de ca vas sem problemas de drenagem de cores avermelhadas ou mais escuras que na maioria das vezes se constituem em Latossolos Vermelhos em alguns casos H micos mais escuros O que est totalmente de acordo com o previsto na literatura Ainda tendem a complementar que se tratam de terras mais cidas que n o eram apropriadas para a agricultura Nessa linha outro refor o seria o argumento de que as terras brancas as terras de terrenos mais ngremes que desde o in cio da coloniza o eram utilizadas para lavouras n o seriam boas para a erva mate A declara o do agricultor abaixo ilustra bem essas opini es A ter
380. evista com os agricultores 108 4 5 2 Roteiro de identifica o e avalia o da paisagem dos ervais 109 4 5 3 Roteiro de entrevista com os extensionistas e secret rios municipais de 112 4 6 T CNICAS DE AN LISE DO MATERIAL QUALITATIVO ssec 119 PARTE Il ESTUDANDO OS ERVAIS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE 5 CARACTERIZA O DA REA DE ESTUDO O PLANALTO NORTE CATARINENSE GS 115 5 1 ASPECTOS F SICOS E 116 5 2 ASPECTOS HIST RICOS rrnrerereeererereremeneseaeaererrrererrrererena 124 5 3 OS CRIADOUROS E AS CA VAS OS FAXINAIS ESQUECIDOS DO PEANALTO NOR TE cessa arenito E 128 5 4 ASPECTOS SOCIO ECONOMICOS usas copas ste 133 5 5 AERVA MATE NO PLANALTO NORTE 135 5 6 O PROCESSO DE IDENTIFICA O GEOGR FICA DA 144 6 PAISAGEM MANEJOS SIGNIFICADOS E MEIO AMBIENTE A ERVA MATE NO PLANALTO NORTE 148 6 1 CONSTRUINDO AS PAISAGENS DO
381. ezembro O inseticida mais utilizado o Decis deltametrina inseticida do grupo dos piretr ides normalmente considerado pelos agricultores como n o t xico ou at mesmo natural talvez devido a uma confus o em fun o de se tratar de um inseticida sintetizado que imita uma mol cula presente na fam lia dos cris ntemos As lagartas tem aumentado muito acaba com o erval eu tenho usado um produto que at meio natural o Decis Agricultor 39 O Decis um dos nomes comerciais do inseticida deltametrina tamb m comercializado com as marcas Ambush Decametrina Kobiol K Othrine Scabin entre outras A deltametrina classificada como um inseticida piretr ide Os piretr ides naturais s o utilizados a centenas de anos para o controle de insetos atrav s da extra o de steres crisantemicos e acido pir trico atrav s do extrato de flores secas de Chrysanthemum cinerarieafolium BRAGUINI 2005 Essas substancias s o toxicas aos insetos mas pouco t xicas aos animais Dessa forma seu uso dos piretr ides naturais permitido at mesmo na agricultura org nica No entanto a deltametrina um inseticida piretr ide sint tico que procura imitar a mol cula natural mas que pode causar problemas aos animais e ao meio ambiente em geral Os piretr ides sint ticos tem apresentado grande utiliza o na agricultura no uso veterin rio e mesmo em uso dom stico por se apresentarem como de amplo espectro de atividade a
382. fase 15 Deixa folhas ao colher 2 1 Sim 2 Apenas baixeiro 3 N o 420 6 PAISAGENS INDICADOR CRIT RIOS QUANTIFICA O pr definidos ou constru dos a partir das respostas dos entrevistados 1 Paisagem 1 Designa o inicial do pesquisador Ex mata aberta ca va muito aberta potreiro etc 2 ICF ndice de Descrito no item 6 5 conserva o florestal 3 rea da paisagem ha informa o do agricultor 4 Produ o de erva mate kg ano na paisagem 5 Produtividade da Kg ha ano paisagem em erva mate 6 Hist rico da rea o que era essa rea dados a serem reagrupados 1 Mata lavoura taquaral ca va 2 Mata ca va 3 mata mata aberta 4 mata ca va potreiro 5 Pinus capoeira bracatinga ca va 6 Lavoura capoeira mata mata aberta 7 Javoura capoeira bracatinga 8 Mato ca va adensamento 9 tq bctg arv isol s gt ro adas gt Mata toco abandonada capoeir o 12 Ca va plantio 13 Toco erval 16 Mata ro a toco mata Lavoura 20 Ca va erval taquaral erval ca va 23 idem 10 potreiro 24 Lavoura caiva 25 Toco capoeira erval 26 idem 10 matalerval 27 Reflorestamento com arauc rias 10 11 Lavoura erval erval ca va 14 Bracatingal 15 Mata 17 Mata 18 mata lavoura 19 21 Ro a toco erval 22 Mata 7 Ro adas dados a serem reagrupados 1 Ro adeira anual 2 Ro adeira bianual 3 F
383. fechados situa o 1 s o pouco comuns na regi o refor ando o discutido nas se es 6 4 5 e 6 5 1 de que os ervais em matas mais fechadas sem manejo tendem a inviabilizar a colheita do mate Os ervais em matas e ca vas mais abertos foram considerados as situa es mais comuns de onde provem a maior produ o da regi o o que est de acordo com a propor o de ervais estudados nessa pesquisa No entanto apesar de inicialmente todos os entrevistados considerarem como erva mate nativa Aquela que n o plantada que veio por si dois ervais nessa condi o sofreram restri es A situa o 4 Erval Nativo Aberto Potreiro sofreu restri o de um dos industriais 10 que argumentou que a erva mate teria Baixa qualidade tem que misturar n o tem cheiro de mato Industrial 06 A situa o 05 Erval Nativo Aberto Lavoura teve alguma restri o de 50 dos industriais Para 30 passa como nativa por m n o seria a mais adequada sendo apenas tolerada pois n o apresentaria nenhuma vegeta o arb rea Dependeria da avalia o do sabor para um dos entrevistados 10 e teria restri es para outro entrevistado 10 o mesmo que restringiu a erva mate em potreiro devido a n o ter gosto de mato e da aduba o da lavoura prejudicar a qualidade da erva mate Por m todos os entrevistados argumentam ser rara produ es significativas desse tipo de ervais poss vel concluir em rela
384. floresta que pudesse compatibilizar uma boa produ o de biomassa com os demais aspectos positivos da cobertura florestal O processo de IG em curso na regi o deveria primar pela valoriza o da erva mate em ambientes florestais mais conservados Vale ainda destacar que a paisagem geral do Planalto Norte Catarinense tem na erva mate uma caracter stica marcante fruto de um longo processo hist rico e cultural de intera o entre as popula es locais e o ambiente dos ervais podendo as paisagens ervateiras ser vislumbradas como Paisagens Culturais na concep o da UNESCO OS SIGNIFICADOS DO MATE Todos os agricultores entrevistados t m a percep o de que a erva mate perdeu grande import ncia econ mica nas comunidades devido queda de produ o em que a safra das comunidades que era a colheita da erva mate passou a ser a safra do fumo ou mesmo dos gr os ou do leite A produ o tamb m est em queda em 58 das propriedades pesquisadas e atinge 85 dos ervais nativos 368 ERVAIS NATIVOS gt Abertura do dossel Domestica o da Paisagem Produ o de Erva mate Produ o de Pastagem gt Eros o Uso de Agrot xicos 4 Mata Mata Aberta Carva a Potreiro ERVAIS PLANTADOS E gt Cobertura florestal gt Biodiversidade gt Estabilidade Resili ncia Mat ria Org nica Ciclagem de Nutriente gt Conserva o Sol
385. for a de gravidade atuando sobre as plantas animais gua e terra Normalmente os agricultores levam em considera o as fases lunares ou ritmos sin dicos minguante nova crescente e cheia Jovchelevich 2009 pondera que a agricultura biodin mica revaloriza esse conhecimento popular e o amplia incorporando outros ritmos da lua e o movimento dos planetas levando os em considera o no desenvolvimento das atividades agr colas e pecu rias 272 O respeito s fases lunares apesar do uso generalizado pelos agricultores tende a ser menosprezado pelos t cnicos assim existem poucas pesquisas cient ficas quanto a influencia das fases da lua A maioria das pesquisas refere se a cultivos hort colas normalmente sem resultados conclusivos JOVCHELEVICH 2009 SCHWENGBER 2009 De forma geral os agricultores consideram que na lua minguante existe menor circula o de seiva nas plantas a seiva se concentraria nas ra zes e dessa forma a madeira cortada nessa poca teria maior resist ncia e a poda causaria menos danos s plantas Nesse sentido os resultados de pesquisas tamb m n o s o conclusivas ou s o conflitantes Sim o 1947 acompanhando um ensaio de durabilidade de estacas de bambu cortados nas diversas fases da lua conservadas em galp o e no campo em um per odo de 5 5 anos n o encontrou nenhuma influ ncia sobre a durabilidade das hastes Por outro lado Eleuterio et al 2010 pesquisando sistemas de poda em videir
386. g os competentes Instru o normativa IN 04 2009 MMA Procedimentos t cnicos para a utiliza o da vegeta o da Reserva Legal Art 4 A explora o florestal eventual sem prop sito comercial direto ou indireto para consumo na propriedade ou posse do agricultor familiar do empreendedor familiar rural e dos povos e comunidades tradicionais incluindo a rea de Reserva Legal independe de autoriza o dos rg os competentes quando tratar se de lenha para uso dom stico no limite de retirada n o superior a quinze metros c bicos por ano por propriedade ou posse e Il madeira para constru o de benfeitorias e utens lios na posse ou propriedade rural at 20 metros c bicos a cada tr s anos Par grafo nico Os limites para a explora o prevista no 432 caput deste artigo no caso de posse coletiva de popula es tradicionais ou do agricultor familiar ser o adotados por unidade familiar Lei n 11 428 de 22 de dezembro de 2006 Lei da Mata Atl ntica Art 14 A supress o de vegeta o prim ria e secund ria no est gio avan ado de regenera o somente poder ser autorizada em caso de utilidade p blica sendo que a vegeta o secund ria em est gio m dio de regenera o poder ser suprimida nos casos de utilidade p blica e interesse social em todos os casos devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo pr prio quando inexistir alternativa t c
387. gado seguido do uso madeireiro lenha e madeira e do uso n o madeireiro para a coleta de pinh es e produ o de flores para a apicultura Assim essas poderiam ser consideradas as principais atividades a serem desenvolvidas em pesquisas que visem conserva o atrav s do uso que a princ pio teriam maior respaldo junto aos agricultores ENTRE A NATIVA E A PLANTADA A produ o oriunda de ervais nativos tem maior aceita o no mercado por produzir um chimarr o de sabor mais suave e tende a apresentar pre os de acordo com a Epagri Cepa entre 36 e 41 superiores ao da erva mate plantada Por m nesta pesquisa n o se constatou uma diferen a t o expressiva A metade dos industriais entrevistados processa apenas erva mate nativa os demais na maioria das vezes aplicam um des gio de 10 na erva mate plantada por m compram apenas quantidades que n o ultrapassem 10 da produ o a ser processada Dessa forma deve se destacar que a pouca diferen a de pre os no PNC n o se deve a uma maior toler ncia erva mate plantada mas sim ao fato de 378 a produ o plantada ser pouco significativa e ficar dilu da na produ o nativa Assim um aumento das reas de plantios no PNC poderia fazer cair o pre o desse tipo de mate na regi o O principal motivo que leva os industriais a restringirem a erva mate plantada deve se ao fato de esse tipo de mat ria prima produzir um chimarr o mais amargo de menor aceita o n
388. garantir popula es de polinizadores e dispersores As sementes germinam em surtos desuniformes pois apresentam dorm ncia tegumentar e fisiol gica FOWLER STURION 2000 Mello 1980 demonstrou que 1 Sturion e Resende 2010 ponderam que de acordo com Carvalho 2003 s o relatadas duas variedade bot nicas Ilex paraguariensis var vestita a erva mate peluda com ocorr ncia no PR MG e SP e Ilex paraguariensis var sincorensis com ocorr ncia na Serra de Sincor BA em altitude superior a 1 500m 75 a dorm ncia n o est ligada intimamente impermeabilidade do tegumento mas sim por apresentar embri o imaturo e rudimentar ou seja o embri o n o est completamente desenvolvido quando a semente se desprende da planta m e Dessa forma se justifica a necessidade da estratifica o da semente em areia em condi es adequadas de umidade e temperatura durante cerca de sete a oito meses quando se visa produ o de mudas Obviamente essas condi es tamb m s o requeridas na natureza para uma boa regenera o natural da esp cie o que pode ser traduzido como um solo em local sem excesso de umidade com cobertura florestal e serrapilheira O requerimento dessas condi es aliadas a local de concentra o de agentes dispersores de sementes pode ser um dos motivos para que a erva mate nativa muitas vezes ocorra em forma de manchas ou reboleiras de concentra o da esp cie Conforme Ferreira Filho 1945 p 23
389. gt sistema de produ o tecnificado refere se a produtores que teriam o perfil com n vel tecnol gico adequado s exig ncias do mercado da poca ervais plantados uso de l minas para prote o das mudas aquisi o de esterco animal para plantio aplica o espor dica de fertilizantes qu micos e calc rio capinas das linhas de plantio nos dois anos iniciais eventualmente emprega se herbicida no lugar da capina ro adas anuais por ocasi o da colheita poda efetuada com tesoura ou pod es podas anuais ou bianuais controle de pragas mediante cata o manual dos galhos atacados e queima combate a formigas cortadeiras nos dois anos iniciais Tamb m apresenta tr s tipos de produtores pequenos com rea m dia dos ervais de 4 0 ha m dios com rea m dia dos ervais de 16 0 ha grandes com rea m dia dos ervais de 80 0 ha A produ o m dia atinge 14 500 kg ha ano Tamb m leva em considera o o preparo do solo para a implanta o do erval da mesma forma que o tipo anterior 5 Essa tipifica o teve maior divulga o a partir de sua incorpora o aos trabalhos de Andrade 1998 2002 82 Mattos 2011 utiliza duas tipologias de manejo para os ervais nativos especificamente para o Planalto Norte Catarinense gt Manejo tradicional simplificado caracterizado pelo emprego de praticas simples de manejo com pouca interven o humana e aus ncia de cria o animal Uso de m o de obra familiar e contratada sem
390. gurando se como um produto da sociobiodiversidade brasileira contribuindo assim para uma conserva o socioambiental A vincula o com processos hist ricos e culturais previstos no processo de IG tamb m podem contribuir para a abertura de mercados mais exigentes que valorizam esse aspecto Nesse sentido de acordo com Chaimsohn et al 2013 p 07 o processo de IG da erva mate tem como foco a afirma o de que se trata de um produto da agricultura familiar que contribui para a conserva o da floresta de arauc ria Nesse sentido vale destacar que constata se na regi o do PNC uma importante contribui o na produ o ervateira nativa tamb m de grandes e m dios produtores por m o foco na agricultura familiar n o significa a exclus o desses no processo de IG O processo de IG mesmo que em um primeiro momento n o implique na amplia o de mercado ou eleva o de pre os aos produtores pode contribuir para uma maior discuss o sobre os problemas e potencialidades da produ o tradicional da erva mate associada floresta nativa de forma a se estabelecer pol ticas p blicas e a es privadas em um processo planejado que possa contribuir na valoriza o desse tipo de produ o e para a conserva o socioambiental da regi o 148 6 PAISAGEM MANEJOS SIGNIFICADOS E MEIO AMBIENTE A ERVA MATE NO PLANALTO NORTE CATARINENSE 6 1 CONSTRUINDO AS PAISAGENS DO MATE Com base nas concep es de paisagem e de uni
391. hedores de erva mate tenham melhores condi es de trabalho 281 e que essa a o do Minist rio do Trabalho pode fazer com que os ervateiros preparem melhor as equipes de colheita fazendo um trabalho de maior qualidade dessa forma melhorando o manejo dos ervais Os erveiros trabalhadores que colhem a erva mate ficavam meio jogados causavam um monte de problemas na vizinhan a agora talvez melhore venha um pessoal mais preparado que colha com mais cuidado Agricultor 30 6 4 11 Principais problemas e perspectivas para os agricultores Nas entrevistas tamb m foi questionado quando aos principais problemas da atividade ervateira e perspectivas aspectos que abarcam aspectos econ micos culturais ambientais e de manejo por m como as respostas se agruparam principalmente em torno de aspectos relacionados ao manejo a discuss o foi inserida nesse cap tulo Quando questionado sobre os principais problemas da atividade ervateira os agricultores tendem a se referenciar s ltimas safras n o levando em conta o j constatado decl nio da produ o assim aparecem problemas de ordem mais imediata O principal problema apontado a dificuldade de m o de obra para a colheita 35 frente diminui o do tamanho das fam lias e da disponibilidade de m o de obra na comunidade o que implica em vender a erva mate no p acarretando em pouco cuidado com a poda e degrada o dos ervais quadro 6 39 Assim esse problema na
392. ho a colheita 21 Cuidar da broca 22 Cuidar com as pragas 23 Aplicar decis na brota o N o entende direito nunca se 11 Muda 2 Percep o quanto a ter mais sol ou mais sombra no erval dados a serem reagrupados 1 Equilibrado 2 Quer alguma sombra 3 Quanto mais aberto melhor 4 N o muita sombra 5 Na sombra n o vai mas tem que ter um pouco 6 Na sombra n o vai 7 Quer meio limpo 8 No limpo vai melhor 3 Justificativa pergunta anterior para a dados a serem reagrupados 1 Muita sombra erva cresce menos 2 Um pouco de sombra bom 3 Erva na sombra mais amarga 4 Muita sombra n o vai 5 No limpo n o vai 6 Muito sol pragas 7 Sombra cresce dura 8 Sol cresce dura 9 Sol broca 10 Sol geada 11 Sol erva grossa pesada 12 Direto no sol n o bom 13 Sombra para passar por nativa 14 No limpo a erva se termina 15 Sombra para padr o comercio 16 Onde tem sombra n o tem muita erva 17 No limpo vai bem 4 A tend ncia do agricultor em rela o mata sol sombra 1 Adensar plantio 2 Manter como est 3 Abrir um pouco mais 4 Abrir mais 5 Abrir bem mais 6 Abrir tudo 7 Abrir partes mais fechadas 8 J plantio rvores esparsa 9 Manter equilibrado 5 Qual o tipo de terra melhor para a erva dados a serem reagrupados 1 Terra de ca va 2 Terra de ca va na branca n o vai bem 3 Terra preta de ca va 4 N o com calc rio 5 Pre
393. i ncias em agroecologia Rio de Janeiro v 7 n 2 p 4 7 julho 2010 WENDT S N Gen tica de popula es em Ilex paraguariensis St Hil Tese Doutorado em Processos Biotecnol gicos Setor de Tecnologia Universidade Federal do Paran Curitiba 2005 WHATLEY M WHATLEY F R A luz e a vida das plantas EPU EDUSP 1982 WIERSUM K F Domestication of valuable tree species in agroforestry systems evolutionary stages from gathering to breeding In LEAKEY R R B et al eds Domestication and commercialisation of non timber forest products for agroforestry Non Wood Forest Products FAO Rome Italy 1996 Dispon vel em http www fao org docrep w3735e w3735e00 htm Acesso em 22 ago 2013 WINGE W et al Variabilidade gen tica em popula es nativas de erva mate e a implanta o de bancos de germoplasma In WINGE H et al eds Erva mate Biologia e cultura no cone Sul Porto Alegre UFRGS p 323 345 1995 ZAMPIER A C Avalia o dos n veis de nutrientes cafe na e taninos ap s aduba o Mineral e org nica e sua rela o com a produtividade na erva mate llex paraguariensis st Hil Disserta o Mestrado em Engenharia Florestal Universidade Federal do Paran Curitiba 2001 409 ZANONI M et al A constru o de um curso de p s gradua o interdisciplinar em meio ambiente e desenvolvimento princ pios te ricos e metodol gicos In RAYNAUT C org Desenvolvimento e Meio Ambi
394. ia interessante mas n o apontam nenhuma iniciativa concreta e apenas 21 n 3 consideram que poss vel se trabalhar a partir de outras iniciativas Nesse caso um dos entrevistados pretende ampliar o trabalho com a erva mate a partir do programa de distribui o de mudas de ex ticas outro atrav s de iniciativas com sistemas agroflorestais e do processo do IG e outro atrav s de programas de recupera o de APPs e reserva legal Vale ressaltar que em rela o s expectativas de cada institui o s o significativas as diferen as ou seja 71 dos t cnicos da EPAGRI n o vislumbram trabalhar com a erva mate enquanto esse percentual de apenas 14 entre os secret rios Por m a maioria dos secret rios acham interessante trabalhar com a erva mate por outro lado nenhum deles apresenta uma proposta concreta Essa posi o provavelmente deva se ao car ter mais pol tico dos secret rios e mais t cnico dos extensionistas da Epagri j que esses apresentam um plano de trabalho estruturado e que tende a ter programas definidos onde frente a falta de t cnicos os programas priorizados ocupam todo o tempo n o sobrando espa o para se desenvolver a es com a erva mate Nesse sentido observa se atrav s do quadro 8 6 que a prioridade de trabalho na regi o com a bovinocultura de leite cultivo de gr os soja e milho e plantios de p nus e eucalipto QUADRO 8 6 PROGRAMAS ESTRUTURADOS DE APOIO NAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE AGRICU
395. iar em fun o de seu maior potencial de conserva o ambiental pois de forma geral a agricultura familiar considerada como um setor econ mico ou uma forma de produ o que se insere ou deveria se inserir nas regras gerais de funcionamento tal qual se apresentam nas sociedades modernas capitalistas ou mais particularmente na sociedade brasileira WANDERLEY 2003 p10 Nesse sentido Souza et al 2010 consideram que mesmo atualmente em que aparecem novas preocupa es sociais e ambientais em textos e objetivos das pol ticas p blicas elas ainda encaram a agricultura familiar pura e simplesmente como um setor econ mico em que o sucesso muitas vezes medido pela quantidade de insumos consumidos ou seja da ado o de pacotes tecnol gicos visando a produ o em larga escala Na medida em que se afasta dos sistemas tradicionais e se intensifica a explora o dos recursos visando a produ o em larga escala altamente especializada e voltada para o mercado fragiliza se ainda mais o setor rural Este modelo moderno de produ o baseado na imposi o de pacotes tecnol gicos simplifica e artificializa extremamente o meio comprometendo a pr pria base da qual a agricultura depende que s o os recursos naturais A degrada o do solo o desmatamento a perda da biodiversidade a contamina o das guas entre outros impactos deteriora as pr prias condi es para que os sistemas agr colas mantenham sua
396. ibidas diretamente mas podem sofrer limita es se consideradas prejudiciais regenera o natural ou manuten o da cobertura vegetal Por m at o momento n o existe um posicionamento claro dos rg os ambientais em rela o maioria desses aspectos e sua rela o com o manejo da erva mate em paisagens florestais Visando atender s regi es de produ o de mate nativo necess ria a elabora o de instru es normativas espec ficas para o manejo da erva mate em ambientes florestais que deveriam ser antecedidas de um amplo debate 376 envolvendo todos os setores ligados atividade ervateira e institui es de pesquisa extens o e ambientais Vale ainda destacar que existem diversas iniciativas e instrumentos legais sendo discutidos ou j sendo aplicados que tratam do pagamento de servi os ecossist micos os quais poderiam ser direcionados para o incentivo ao manejo de ervais nativos em paisagens florestais Outro aspecto que valoriza a fun o de conserva o ambiental dos ervais a constata o de que duas das principais esp cies arb reas amea adas de extin o da Floresta com Arauc ria apresentam alta frequ ncia nos ervais do PNC A arauc ria est presente em 93 e a imbuia em 68 das UPEs mesmo considerando os ervais plantados abertos o que pode estar relacionado ao fato de a maioria dos agricultores considerar a arauc ria e a imbuia como plantas companheiras que beneficiam a erva mate
397. ica p blica Sendo a regi o do PNC uma regi o produtora de erva mate nativa que foge dos padr es tradicionais de uma agricultura considerada moderna vale ressaltar que a extens o rural tradicional de forma geral tende a operar de forma que a t cnica e a comunica o moldam se concep o pol tica e ideol gica baseada nos princ pios da modernidade fundada na racionalidade t cnico instrumental econ mica GHIZELINI 2007 em que se busca o aumento da produtividade da produ o e da gera o de recursos monet rios a partir do emprego de pacotes tecnol gicos e normalmente se despreza o conhecimento dos agricultores e suas atividades mais tradicionais Por m desde a elabora o da Pol tica Nacional de ATER se busca mudar essa concep o estimulando o uso de metodologias participativas o aproveitamento do potencial das comunidades valoriza o do conhecimento do agricultor e incorpora o de princ pios agroecol gicos BRASIL 2004 Bonfim 2013 considera que o papel tradicional dos servi os de assist ncia t cnica era transferir conhecimentos exclusivamente t cnicos hoje seria necess rio auxiliar no diagn stico da realidade socioecon mica com objetivo de propor projetos compat veis com as potencialidades e condicionantes locais No PNC diversas institui es atuam com assist ncia t cnica e extens o rural ATER desde institui es p blicas como a EPAGRI e as Secretarias Municipais de 345 Agricult
398. icadores a serem utilizados figura 6 1 gt indicadores determinantes aqueles que determinam a inclus o de uma paisagem em uma determinada UPE gt indicadores descritivos aqueles que n o determinam a inclus o mas que auxiliam em uma melhor descri o da UPE Indicadores determinantes a fisionomia vegetal considerada como a apar ncia geral do erval que pode ser gt fisionomia florestal matas ca vas capoeiras capoeir es considerada como aquela que atinge os crit rios m nimos para se enquadrar com em est gio m dio de regenera o ou superior Lei 11 42812006 Lei da Mata Atl ntica prev a defini o de vegeta o prim ria e de vegeta o secund ria nos est gios avan ado m dio e inicial de regenera o no bioma da Mata Atl ntica BRASIL 2006 estabelecidos para o estado de SC pela resolu o 04 1994 e convalidados pela resolu o 338 2007 do CONAMA BRASIL 1994 BRASIL 2007b A partir do est gio m dio fica proibido o corte da vegeta o Nessa pesquisa foi considerada como paisagem florestal aquela que ultrapassa o est gio inicial de regenera o dando especial aten o ao crit rio de apresentar rea basal gt 8 0 m De acordo com Siminski 2010 que desenvolveu um intenso trabalho no sentido de verificar os melhores indicadores para os est gios de regenera o a rea basal recebe um destaque entre as vari veis a serem analisadas nos processos pois alem de melhor discri
399. icas e outras MAZZA et al 2000 PEDROSO et al 2007 STEENBOCK 2006 Entretanto para muitas dessas esp cies praticamente n o existem pesquisas ou sistematiza es de experi ncias de manejo sustent vel Sendo que v rias cadeias produtivas mesmo dos produtos florestais n o madeir veis continuam na informalidade baseadas em atividades que muitas vezes n o tem respaldo legal As pessoas que utilizam estes recursos acabam ficando na ilegalidade e em geral os agricultores v m enxergando nas reas que apresentam cobertura florestal um empecilho para a produ o agr cola e um nus a ser mantido na propriedade MAZZA et al 2012 SIMINSKI et al 2011 STEENBOCK 2009 Nesse sentido mesmo as reas de Reserva Legal das propriedades que pela legisla o deveriam ser destinadas ao uso sustent vel devido falta de regulamenta es na verdade acabam se constituindo em reas de uso proibido Importante destacar que o bioma da Mata Atl ntica al m do C digo Florestal tamb m protegido pela Lei 11 428 2006 Lei da Mata Atl ntica que praticamente impede o manejo dos remanescentes florestais que ultrapassem o est gio inicial de regenera o o que implica na pr tica que praticamente todos os remanescentes sejam impedidos de serem manejados BRASIL 1965 BRASIL 2006 Dessa forma os remanescentes florestais muitas vezes tendem a ser considerados como um problema nas propriedades j que mesmo manejos tradi
400. icos aliadas eleva o dos pre os da erva mate tendem a aumentar ainda mais a utiliza o desses produtos com s rios riscos para o mercado regional que poder ter s rios problemas caso se constate res duos de agrot xicos no mate principalmente pelo forte liga o que o PNC tem com a produ o de erva mate nativa sempre vinculada como um produto natural quase que ecol gico Lembrando ainda que o mate consumido com gua quente em que se busca a solubilia o das subst ncias presentes na erva mate assim a presen a de res duos de agrot xicos a serem solubilizados preocupante 6 4 8 As terras boas para o mate De forma geral os agricultores relacionam os cultivos com tipos de solos mais adequados para o seu desenvolvimento nessa se o se procurou compreender essa percep o em rela o ao tipo de solo que seria melhor para o desenvolvimento da erva mate Existe certo consenso na literatura de que a erva mate se desenvolve bem em solos de baixa fertilidade cidos e com altos n veis de alum nio ricos em mat ria org nica n o tolerando solos encharcados ou com drenagem deficiente CARVALHO 1994 OLIVEIRA ROTTA 1985 MAZUCHOWSKI 1991 situa o da maior parte dos solos do PNC Tamb m comum a referencia pela prefer ncia de solos profundos a medianamente profundos Medrado 2000 considera apto para o 259 plantio da erva mate os solos com profundidades superiores a 1 m Chaimson et al 2013
401. icultor 15 Percebe se que existe um tend ncia dos agricultores voltarem a dar mais aten o erva mate o que deve ter se acentuado com a grande valoriza o do produto Nesse sentido importante o desenvolvimento de pesquisas que atrav s do piqueteamento rota o de pastos melhoria das pastagens e outras pr ticas pudessem potencializar a produ o de erva mate nas ca vas Os diversos trabalhos da Epagri Canoinhas j representam um avan o para os manejo de ca vas principalmente no tocante produ o de forragens ao focar mais a produ o da erva mate podem ajudar a impulsionar esse sistema de produ o 6 4 5 Ervais nativos paisagens promovidas pela a o humana A forma o dos ervais nativos promovendo a erva mate na paisagem O estudo da forma o dos ervais nativos pode ser interessante para se compreender melhor a din mica dos ervais e se procurar formas de manejo mais adequadas e sustent veis A grande maioria dos agricultores 83 afirma que antigamente na poca de seus pais e av s ningu m fazia plantio apenas manejavam a erva mate nativa figura 6 30 Os transplantes de locais com alta densidade de mudas para outros com baixa densidade foi citado por apenas 15 e ainda de forma espor dica Apenas um agricultor destaca que tanto ele quanto seu pai faziam transplantes frequentes retirando mudas de fazendas vizinhas e plantando em seu terreno 233 Nunca plantavam Apenas Tr
402. iculturais imprescind veis subsist ncia do pequeno produtor rural e popula es tradicionais e de suas fam lias de que trata o caput o corte e a supress o de vegeta o em est gio m dio de regenera o at o limite m ximo de dois hectares da rea coberta por vegeta o em est gio m dio de regenera o 433 existente na propriedade ou posse Lei n 9 605 de 12 de fevereiro de 1998 Lei dos Crimes ambientais Art 48 Impedir ou dificultar a regenera o natural de florestas e demais formas de vegeta o Pena deten o de seis meses a um ano e multa Art 50 Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegeta o fixadora de dunas protetora de mangues objeto de especial preserva o Pena deten o de tr s meses a um ano e multa Lei n 7 802 de 11 de julho de 1989 Lei dos Agrot xicos Art 3 Os agrot xicos seus componentes e afins de acordo com defini o do art 2 desta Lei s poder o ser produzidos exportados importados comercializados e utilizados se previamente registrados em rg o federal de acordo com as diretrizes e exig ncias dos rg os federais respons veis pelos setores da sa de do meio ambiente e da agricultura Lei N 14 675 de 13 de abril de 2009 Estado de Santa Catarina C digo Estadual do Meio Ambiente Art 130 Na reserva legal pode ser feita a explora o sustent vel da Erva Mate Ilex paraguariensis
403. ideram nativa sem nenhuma restri o um dos industriais 10 a considera nativa tolerada pois seria necess rio aumentar o sombreamento e outro dos entrevistados considera que teria que avaliar melhor pois al m do sombreamento insuficiente a qualidade das mudas n o seria boa Muito aberto mudas parecem ruins teria que avaliar o sabor Industrial 3 A situa o 10 apresenta um erval plantado em mata aberta com cobertura florestal mais intensa que a situa o anterior as mudas foram adquiridas em viveiro do munic pio sendo a principio nativas da regi o Nesse caso todos os entrevistados a consideram nativa sem restri es e destacam a boa cobertura 335 florestal e em alguns casos a qualidade das mudas Ainda 60 dos entrevistados consideram que essa seria uma situa o ideal As situa es 11 e 12 apresentam ervais plantados em uma mesma propriedade com mudas consideradas argentinas de acordo com o produtor e que apresentam as caracter sticas normalmente relacionadas a esse tipo de erveira amargor folhas brilhosas pequenas amareladas e florescimento precoce Na situa o 11 a pleno sol os entrevistados s o un nimes em rejeitar esse tipo de erval argumentando sempre em rela o ao amargor Uma erva dessa s seria bom para o f gado muito amarga Industrial 04 Na situa o 12 o erval apresenta sombreamento por m nesse caso n o foi suficiente para aumentar a aceita o pois 90 ainda
404. iferenciados e que se reconhecem como tais que possuem formas pr prias de organiza o social que ocupam e usam territ rios e recursos naturais como condi o para sua reprodu o cultural social religiosa ancestral e econ mica utilizando conhecimentos inova es e pr ticas gerados e transmitidos pela tradi o Il Territ rios Tradicionais os espa os necess rios a reprodu o cultural social e econ mica dos povos e comunidades tradicionais sejam eles utilizados de forma permanente ou tempor ria observado no que diz respeito aos povos ind genas e quilombolas respectivamente o que disp em os arts 231 da Constitui o e 68 do Ato das Disposi es Constitucionais Transit rias e demais regulamenta es ANEXO OBJETIVOS ESPEC FICOS Art 30 S o objetivos espec ficos da PNPCT garantir aos povos e comunidades tradicionais seus territ rios e o acesso aos recursos naturais que tradicionalmente utilizam para sua reprodu o f sica cultural e econ mica XV reconhecer proteger e promover os direitos dos povos e comunidades tradicionais sobre os seus conhecimentos pr ticas e usos tradicionais 434 XVII apoiar e garantir a inclus o produtiva com a promo o de tecnologias sustent veis respeitando o sistema de organiza o social dos povos e comunidades tradicionais valorizando os recursos naturais locais e pr ticas saberes e tecnologias tradicionais DOS Resolu o CONSEMA SC 003 2
405. ilitar futuras colheitas restando apenas as erveiras destinadas produ o de sementes Assim se aponta sempre a um manejo m nimo de raleamento da floresta e ro adas da vegeta o de menor porte e em alguns casos o adensamento aliados a tentativas de melhorias nas podas de colheita 93 Por m o manejo dos ervais nativos tem uma hist ria problem tica onde fica constatada a falta de cuidados com os ervais o que muitas vezes levava sua degrada o Como exemplo pode se citar o relatado por Bianchini 2000 a respeito da Matte Laranjeira empresa detentora da concess o da maior parte dos ervais do Mato Grosso do Sul no in cio do s culo passado que al m de n o fazer nenhum esfor o s rio de plantio de erva mate procedia a colheita dos ervais nativos de forma irrespons vel causando grande devasta o dos ervais que foram se terminando Al m do manejo predat rio a erva mate nativa sofreu com a explora o madeireira principalmente a partir da d cada de 1940 que acarretou em preju zos aos ervais nativos ALENCAR 1960 COSTA 1980 A partir da d cada de 1970 a expans o da fronteira agr cola principalmente devido ao plantio da soja que provoca grande erradica o de matas e ervais o que teria implicado na diminui o da oferta de erva mate para as ind strias e assim estimulando os plantios ANDRADE 2002 IEDE MACHADO 1989 MEDRADO e MONTOYA 2010 SUERTEGARAY 2002 Apesar da grande maioria dos auto
406. imento 3 Pouca m o de obra 4 Renda importante 5 Renda principal 6 J tinha na propriedade aproveita o que tem 7 Sempre lidou 8 Gosta de lidar 9 Alternativa de renda para ca va pastagem 10 Renda extra 11 Renda na mata 12 D um dinheiro rea que n o serve j tinha foi plantando 13 Erva esta nas cabeceiras 14 N o exige m o de obra na hora 15 Sem veneno 16 D pouco mas lucro 17 Renda com pouco cuidado 18 Dinheiro livre 19 Alternativa de renda 20 Dinheiro f cil 21 Dinheiro em rea n o apta 22 Combina com apicultura 10 O que faz com a renda da erva mate dados a serem reagrupados 1 Despesas em geral 2 Despesas da casa 3 investimento na resid ncia reformas m veis eletro 4 Investimento produtivo 5 Pagamento de d vidas 6 Pouco dinheiro despesas do momento 7 Venda constante todo m s 8 Investe 9 Usa quando se aperta 10 Mant m as despesas da casa ano todo 11 Poupan a 12 Despesas m dicas 11 Varia o da produ o na comunidade motivos Percep o do agricultor se a produ o de erva mate est aumentando ou diminuindo tamb m analisado na tabela de paisagem 1 Diminuindo muito 2 Diminu do 3 Est vel 4 Diminuiu muito mas agora aumentando 5 Diminuiu mas agora aumentando 6 Aumentando 7 Aumentando muito Motivos 1 Destocas 2 Muita press o do gado 3 Podas mal feita 4 Novos plantios 5 Regenera o erveiras novas
407. iminuiu mas tende a 15 22 0 0 aumentar Est vel 25 11 75 33 Aumentando 17 04 25 67 Verifica se que a continuidade da queda da produ o se concentra exclusivamente nas propriedades que possuem a produ o unicamente com origem nativa atingindo 52 das propriedades No extremo oposto para 17 do total das propriedades est ocorrendo um aumento da produ o se concentrando nos produtores com plantios A estabilidade na produ o apontada por 25 dos agricultores se concentrando tamb m nos produtores de erva mate plantada ou plantada nativa Assim pode se ponderar que o plantio da erva mate tem se mostrado como uma forma significativa para estabilizar ou aumentar a produ o em contraposi o s produ es unicamente nativas das matas e ca vas onde apenas 11 est o est veis e 4 aumentando a produ o Constata se que os principais motivos alegados para a queda da produ o nas propriedades Quadro 6 12 s o como era de se esperar praticamente os mesmos relatados e comentados para a queda de produ o nas comunidades Quadro 6 10 Tamb m como seria esperado aparecem motivos ligados diretamente ao manejo do erval como podas mal feitas ataque de brocas aumento 103 Para essa discuss o foram analisadas as produ es de erva mate em cada propriedade considerando as paisagens dos ervais em que s o produzidas e as separando em produ o somente nativa produ o somente plantada produ
408. inexist ncia ou inexpressiva a o antr pica de sele o tamb m vale para as rvores deixadas intencionalmente para a produ o de sementes pois em rela o aos crit rios n o se verificou uma preocupa o com caracter sticas produtivas claras mas principalmente por se localizarem em beiradas de matas ou ca vas ou ainda n o terem sido podadas em safras anteriores Dessa forma as erveiras em regenera o tendem a ser oriundas de erveiras sem manejo direto e que n o sofreram sele o antr pica direta assim por um lado menos sujeitas domestica o o que pode contribuir para a conserva o da diversidade gen tica da esp cie No entanto sujeitas ao isolamento em fragmentos pequenos ou com poucos exemplares da esp cie o que pode comprometer essa conserva o gen tica por acentuar efeitos de deriva gen tica nas popula es Reis 1996 alerta para a necessidade de se buscar manter a diversidade gen tica em reas de manejo de esp cies nativas j que os manejos tendem a alterar o tamanho populacional e a distribui o espacial dos indiv duos dentro de suas popula es Sebben et al 2000 consideram que a redu o do tamanho da popula o de uma esp cie leva a deriva gen tica caracterizada pela perda de alelos aumento do parentesco e da endogamia o que pode levar a redu o da produtividade e redu o da capacidade adaptativa das futuras gera es Ainda a mudan a da estrutura da floresta pode alterar o comp
409. io f sico e biol gico pois segundo Guedes 1999 o estudo da paisagem requer uma metodologia que abarque o componente humano que sente percebe valoriza e age em seu meio e que transforma os espa os que ocupa estando a paisagem condicionada pela posi o do observador e pela exist ncia de componentes n o 15 Nos t picos seguintes se discutir que inclusive florestas e outras paisagens consideradas como naturais podem ter a marca da a o humana 62 vis veis Nessa tese ao se delimitar e descrever as UPs ser levando em conta o componente humano suas a es seus manejos suas perspectivas o significado de cada paisagem ultrapassando uma abordagem centrada em aspectos ecol gicos ou agron micos Tamb m importante considerar que as paisagens s o din micas e est o em constante processo de mudan as seja por aspectos naturais ou sociais De acordo com Santos 1985 p 37 A paisagem nada tem de fixo de im vel Cada vez que a sociedade passa por um processo de mudan a a economia as rela es sociais e pol ticas tamb m mudam em ritmos e intensidades variados A mesma coisa acontece em rela o ao espa o e paisagem que se transforma para se adaptar s novas necessidades da sociedade Assim as paisagens rurais se modificam tanto por aspectos naturais como reas de lavoura que abandonadas se transformam em capoeiras e florestas quanto por aspectos sociais pol ticos ou econ micos Nesse caso a paisagem d
410. ion mica floresta bem aberta com pequena varia o de abertura do dossel ICF entre 6 0 a 6 5 pastagem bem formada terreno suave ondulado de boa aptid o agr cola arauc ria frequente no entanto com grandes diferen as de manejo e produtividades Assim n o se far a discuss o global da paisagem a partir de m dias mas uma breve descri o de cada um dos casos que na verdade se mostraram bastantes representativos desse tipo de ervais n Ds S penei Figura 6 6 ASPECTO GERAL DE ERVAL CA VA MUITO ABERTA Fonte o autor A paisagem com menor produtividade 214 kg ha ano apresenta alta lota o animal a principal atividade do agricultor a produ o de leite sendo importante a pastagem produzida pela ca va o que implica em ro adas anuais As erveiras recebem aduba o qu mica indireta da aduba o da pastagem A rea est sendo utilizada a muitos anos com press o animal alta as erveiras s o ralas e debilitadas Na percep o do agricultor a produ o caiu muito 80 e tende a se terminar o erval era denso e foi raleando o principal motivo seria devido a press o do gado e as erveiras estarem velhas e sem regenera o O agricultor n o tem inten o de investir na recupera o do erval pois a principal utilidade da rea a produ o leiteira A paisagem com maior produtividade 1 941 kg ha ano tem como principal utilidade para o agricultor a produ o de erva mate e em seg
411. ipel 11 SOLO preparo cobertura tipo e eros o aparente eros o percebida pelo agricultor 12 COLHEITA poca que faz qual a melhor pior poca 2 lua quem faz Instrumento deixa folhas melhor pior 13 COMERCIALIZA O como nativa Como identifica se nativa pre o R kg Quem compra 14 APTID O AGR COLA relevo posi o classe de solo pedregosidade profundidade drenagem 15 PORQUE essa rea um erval floresta e n o lavoura potreiro DESTINO que o agricultor daria para a rea ideal independente da legisla o recursos PERSPECTIVAS o que pretende fazer frente as restri es A produ o aumentou diminuiu por qu 16 Condi o do erval 5 muito bom 4 bom 3 m dio 2 fraco 1 muito fraco Densidade 5 muito densa 2 densa 3 mediana 2 rala 1 muito rala Regenera o 5 muito frequente 4 frequente 3 esparsa 2 rara 1 inexistente 17 Deixa porta semente Crit rios 1 N o deixa 2 Raras ou esparsas 3 Frequente 4 Muito frequente 5 Quando as porta semente s o de origem n o intencional 18 Conectividade interna externa 414 ANEXO III Categorias gerais de an lise e indicadores 1 SIGNIFICADOS DIMENS O ECONOMICA INDICADOR CRIT RIOS QUANTIFICA O pr estabelecidos ou constru dos a partir das respostas dos entrevistados 1 Tamanho da fam lia N mero de pessoas entre 16 e 60 anos
412. is es diferentes das coisas e do mundo e pode se dizer lhes atribuem diferentes significados Portanto a partir da sua cultura que os agricultores familiares veem o mundo o significam e tomam as suas decis es Aqui poss vel tentar uma liga o dessa identifica o integra o e percep o dos agricultores ao ambiente natural permeados pela sua cultura com alguns pressupostos fenomenol gicos j que para essa corrente filos fica contempor nea imposs vel compreender o mundo sem a presen a do ser humano interpretando e descrevendo sua percep o no tempo e no espa o que configura se como tempo e espa o vivido MARQUES 2012 Merleau Ponty 1999 n o considera natureza como um conjunto de objetos que existe de forma isolada da experi ncia humana Segundo o fil sofo o ser humano j se encontra engajado e situado em um mundo f sico e social O mundo natural e o mundo social coexistem n o como objeto ou soma de objetos mas como campo permanente da exist ncia 61 Assim como a natureza penetra at no centro de minha vida pessoal e entrela a se a ela os comportamentos tamb m descem na natureza e depositam se nela sob a forma de um mundo cultural MERLEAU PONTY 1999 p 465 De acordo com Marques 2012 Merleau Ponty considera que n o vivemos apenas em um mundo f sico no ambiente da terra do ar e da gua mas compartilhamos de um cen rio cultural que inclui em torno dos sujeitos estradas planta
413. is e seu dif cil controle A fase larval ocorre no interior dos galhos e troncos comprometendo o desenvolvimento e mesmo sobreviv ncia das erveiras D AVILA LUCIO e COSTA 2002 A cata o manual dos adultos associada poda dos ramos e partes dos troncos atacadas o m todo mais utilizado e eficiente pelos agricultores podendo reduzir sensivelmente o incremento populacional da praga SOARES IEDE 1997 A maior incid ncia da praga tem rela o direta com uma maior abertura da cobertura florestal sendo mais frequente e danosa em plantios a c u aberto Al m do coleta de adultos e podas de ramos atacados uma nutri o equilibrada densidade adequada de plantas e manuten o de reas com vegeta o que levam a um maior equil brio do agroecossistema tende a manter o inseto em n veis aceit veis D AVILA COSTA e GUEDES 2006 De acordo com esses autores tamb m h a possibilidade da utiliza o de fungos entomopatog nicos como Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae para o controle dessa praga os quais n o causam danos sa de e praticamente n o causam impacto ambiental Um dos agricultores realiza a cata o de adultos em erval plantado aberto inclusive com a contrata o de vizinhos passo todo dia olhando se tem ataque de corintiano e vou tirando os ramos atacados na poca dos besouros eu fa o cata o e at pago para a piazada da vizinhan a catar Agricultor 40 132 O Bovemax EC
414. isla o praticamente n o conhecida por agricultores industriais t cnicos ou mesmo agentes de fiscaliza o ambiental Maiores detalhes na se o 6 5 8 271 60 50 40 30 20 3 0 Anual Doisem dois Tr s em tr s Quatro em anos anos quatro anos FIGURA 6 40 INTERVALO ENTRE COLHEITAS DA ERVA MATE RESPEITADAS PELOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS De forma geral pode se concluir que os agricultores tendem a fazer a colheita da erva mate de 3 em 3 anos e no per odo de inverno indo ao encontro das recomenda es t cnicas que preconizam essa poca ainda pode se ressaltar que trata se de uma poca de menor trabalho nas lavouras e assim com maior disponibilidade de m o de obra A poda da erveiras no final do inverno poderia ainda ser potencializada pela poda das outras rvores caso essa fosse uma pr tica adotada o que al m do fornecimento de biomassa ao solo provocaria uma maior incid ncia de luz e facilitaria a brota o da erva mate As fases da lua e a colheita A lua sempre despertou interesse nas popula es do meio rural Os tupis guaranis conhecem e utilizam as fases da lua na ca a no plantio e no corte de madeira Muitos agricultores relatam experi ncias bem sucedidas no aumento de produtividade de lavouras ao respeitarem as fases da lua JOVCHELEVICH 2009 SANTOS et al 2012 Segundo Rodrigues 2004 a lua recebe a luz do sol e a reflete sobre a terra emitindo energia e
415. ivas de Mate de Canoinhas e de Campo Alegre datadas de 1932 e 1938 respectivamente S o produzidos diversos tipos de produtos da erva mate para consumo interno e para exporta o de chimarr o a ch s verdes e tostados Em 1960 e 1970 o territ rio era respons vel por 97 e 81 da erva mate produzida em Santa Catarina hoje ainda por 41 Ao redor de 4 000 fam lias envolvidas Censo Agropecu rio 1996 Em 2009 31 da exporta o brasileira de mate teve origem do territ rio gerando US 13 989 535 00 em divisas Os autores destacam ainda fatores como o solo o clima e principalmente o saber fazer como caracter sticas fundamentais para a qualidade espec fica da erva mate da regi o Lopes 2011 destaca a importante vincula o da erva mate nativa do PNC com a conserva o ambiental j que o processo de produ o ervateira regional ao ser associada floresta nativa contribuiu para a manuten o de grande parte dos remanescentes florestais no PNC De acordo com Souza 2010 a explora o tradicional ervateira baseada em ervais nativos contribuiu decisivamente para a manuten o das forma es florestais ainda existentes na regi o Assim a IG da erva mate ao se vincular uma forma de produ o que contribui para a conserva o da biodiversidade pode ao mesmo tempo ampliar seus mercados e potencializar essa conserva o Pois de acordo com Dallabrida e Marchesan 2013 ao associar a erva mate como um
416. ividades particulares que usufruam desses servi os como o setor do turismo em rela o a paisagens e culturas conservadas Esses servi os recebem diversas denomina es as mais comuns seriam servi os ambientais ou de acordo com Andrade e Romero 2009 servi os ecossist micos que s o os benef cios diretos e indiretos que o homem obt m a partir do funcionamento dos ecossistemas numa complexa rede de processos fun es ecol gicos os quais envolvem os v rios componentes ecossist micos p 09 De acordo com Andrade 2013 os servi os ecossist micos podem ser categorizados em servi os de provis o que incluem os produtos obtidos diretamente dos ecossistemas tais como alimentos e fibras recursos gen ticos gua etc servi os de regula o que se relacionam s caracter sticas regulat rias dos processos ecossist micos como manuten o da qualidade do ar regula o clim tica controle de eros o etc servi os culturais que incluem a diversidade cultural na medida em que a pr pria diversidade dos ecossistemas influencia a multiplicidade das culturas valores religiosos e espirituais gera o de conhecimento etc servi os de suporte aqueles necess rios para a produ o dos outros servi os ecossist micos como a produ o de oxig nio atmosf rico forma o e reten o de solo ciclagem de nutrientes ciclagem da gua etc Nesse sentido a atividade ervateira no P
417. ivos import ncia para as fam lias pesquisadas Analisando o total dos agricultores pode se destacar um n cleo de respostas que valorizam a erva mate como uma atividade de poucos riscos pois al m de pouco investimento 68 uma atividade que sempre produz 58 e ainda demanda pouca m o de obra 18 Ou seja uma atividade que n o necessita de desembolsos monet rios nem de muita m o de obra e ainda que independente das condi es clim ticas sempre produz se constituindo em um elemento estabilizador das propriedade uma atividade totalmente adaptada as estrat gias gerais da 108 A demanda de m o de obra referenciada n o apenas como de baixa intensidade mas tamb m por n o estar vinculada a pocas muito espec ficas ou seja o agricultor pode se dedicar erva mate medida que lhe sobra tempo de outras atividades 198 agricultura familiar de reduzir os riscos Nesse n cleo ainda poderia ser inclu da a justificativa de que se trata de uma renda extra pois se refere ao fato de que se obt m uma renda com pouco investimento A erva tem a vantagem que sempre d chova ou fa a sol sempre d Sem investir um dinheiro limpo Agricultor 30 QUADRO 6 17 MOTIVOS PELOS QUAIS OS AGRICULTORES TRABALHAM COM A ERVA MATE OU ACHAM IMPORTANTE A ATIVIDADE ERVATEIRA Motivo Import ncia geral Demanda pouco investimento 68 Gosta de lidar com a erva mate
418. izaram esta regi o e o meio natural A delimita o das reas de ervais conjuntamente com as 72 reas de cria o de animais a colheita peri dica da erva mate as ro adas o pastejo deram origem paisagem t pica desta regi o Ainda a regi o tem forte signific ncia hist rica devido a ter sido palco da Guerra do Contestado o que se desdobra al m do conflito em si no aspecto m stico e religioso dos monges que perambulavam pela regi o e dos processos de devasta o da vegeta o nativa com destaque para atua o da empresa Lumber aspectos esses que tamb m de forma direta ou indireta se relacionam com a atividade ervateira Nesse sentido pode se vislumbrar as paisagens ervateiras do PNC como Paisagens Culturais na concep o da UNESCO De acordo com Delphin 2009 o reconhecimento de uma regi o como Paisagem Cultural implica no estabelecimento de um pacto que deve envolver o poder p blico a sociedade civil e a iniciativa privada visando gest o compartilhada da regi o assim reconhecida Esse pacto deve envolver um plano de gest o a ser estabelecido entre as diversas entidades rg os e agentes p blicos e privados envolvidos Assim a possibilidade dos ervais do Planalto Norte serem consideradas como Paisagens Culturais na concep o da UNESCO possibilidade totalmente integrada ao processo de Identifica o Geogr fica da erva mate em curso na regi o implicaria na elabora o de pol ti
419. kg ha ano os cinco Ervais em Potreiros sem adensamentos apresentam produtividade m dia de apenas 261 kg ha ano enquanto o erval origin rio de taquaral dessa paisagem atinge 1 041 kg ha ano Constata se ainda ao se percorrer esses ervais que as erveiras aparentam a mesma idade figura 6 31 refor ando a sua forma o a partir da ro ada da taquara ou da seca da taquara 236 S FIGURA 6 31 ERVAL FORMADO A PARTIR DE UM TAQUARAL COM ERVEIRAS APARENTANDO A MESMA IDADE TRES BARRAS SC FONTE o autor V rios agricultores destacaram a rela o entre taquarais e ervais entre eles era um taquaral com bracatingas e algumas rvores maiores fui ro ando ro ando e formando erval Replantava mudas que estavam muito juntas Agricultor 39 aqui era um taquaral que n o se passava fui ro ando a cria o foi moendo vieram as bracatinga e outras madeira muita erva formou um erval fechado com o tempo foi se abrindo virou no potreiro e esse erval que agora ta decaindo Agricultor 24 Como s o escassos os trabalhos com a erva mate nativa tamb m n o existem estudos sobre o manejo dos taquarais visando a forma o dos ervais e nem de que forma os taquarais auxiliariam essa forma o Mas colaborando nesse sentido Sanqueta 2007 atrav s de v rios tratamentos de controle da taquara e observa o da regenera o de pl ntulas das esp cies arb reas observou que na maio
420. l Acesso em 10 12 2012 CARMO M S A produ o familiar como locus ideal da agricultura sustent vel In FERREIRA A D D e BRANDENBURG A Para pensar outra agricultura Curitiba Editora da UFPR 1998 CARNEIRO M J MALUF R Multifuncionalidade da agricultura Familiar In BOTELHO FILHO F B org Agricultura Familiar e Desenvolvimento Territorial Contribui es ao Debate Bras lia Universidade de Bras lia Centro de Estudos Avan ados Multidisciplinares N cleo de Estudos Avan ados v 5 n 17 2005 CARPANEZZI A A Cultura da erva mate no Brasil conflitos e lacunas In WINGE et al orgs Erva Mate Biologia e Cultura no Cone Sul Porto Alegre Ed Universidade UFRGS 1995 387 CARTA DE BAG OU CARTA DA PAISAGEM CULTURAL Bag 2007 Dispon vel em http www icomos org br cartas Carta de Bage PaisagemCultural pdf Acesso em 24 08 2018 CARVALHO H M Ambiguidades e limites da participa o social na gest o das pol ticas p blicas compensat rias F rum CONTAG de Coopera o t cnica e Gest o Participativa para o Desenvolvimento Sustent vel Porto Alegre 2000 CARVALHO M M X O desmatamento das florestas de arauc ria e o M dio Vale do Igua u uma hist ria de riqueza madeireira e coloniza es Disserta o Mestrado em Hist ria Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2006 CARVALHO P E R Esp cies florestais brasileiras recomenda es silviculturais pot
421. l Universidade de Bras lia Bras lia 2011 PIMP O T C Avalia o aguda dos efeitos toxicol gicos da deltametrina em uma esp cie de peixe fluvial nativo estudo bioqu mico e imunot xico Tese Doutorado em Processos Biotecnologicos Universidade Federal do Paran Curitiba 2006 PNUD Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil Atlas Brasil 2013 Dispon vel em http www atlasbrasil org br 2013 Acesso em 14 11 2019 POSEY D Manejo da floresta secund ria capoeiras campos e cerrados Kayapo In RIBEIRO D org Suma etnol gica brasileira vol 1 B Petr polis Vozes 1987 PPGMADE Edital de Sele o 01 2009 Curitiba UFPR 2009 PRADA L S Certifica o socioambiental de sistemas agroflorestais Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais Palestras Manaus Embrapa Amaz nia Ocidental 2001 PRAT KRICUN S D Propagaci n vegetativa de plantas adultas de yerba mate In WINGE et Erva mate biologia e cultura no Cone Sul Porto Alegre Editora Universidade UFRGS 1995 PRAT KRICUN S D BELINGHERI L D Recolecci n de especies silvestres y cultivadas del g nero llex In WINGE H et al orgs Erva Mate Biologia e Cultura no Cone Sul Porto Alegre Ed Universidade UFRGS 1995 PRIMACK R B RODRIGUES E Biologia da conserva o Londrina E Rodrigues ed 2001 PUCHALSKI A Varia es edafo clim ticas e ocorr ncia natural da Araucaria angustifolia Bert O Kuntze
422. l a partir de 1990 com pre os muito baixos por m com a queda das exporta es argentinas ocorreu a falta de mat ria prima e valoriza o da produ o local CORREIO DO NORTE 2012 QUADRO 7 3 MOTIVOS QUE LEVARAM A ELEVA O DOS PRE OS DA ERVA MATE NA OPINIAO DOS INDUSTRIAIS Motivo industriais Problemas com a produ o de erva mate na Argentina acabou 40 inviabilizando a importa o Diminui o da produ o devida erradica o de ervais nativos frente 30 concorr ncia com a agricultura Entrada de compradores ga chos e do oeste de SC 30 Aumento do consumo de ch e terer 20 A o da Coca Cola Mate Le o 10 Nessa pesquisa n o foi poss vel quantificar o volume de erva mate argentina que entrava na regi o mas pelo fato de 40 dos entrevistados considerar que a falta dessa erva provocou a eleva o dos pre os leva a presumir que esse volume seria bastante significativo Astruc 2010 aponta para uma importa o m dia anual de 1 175 toneladas de erva mate triturada argentina no PNC Por m Da Croce 2000 alerta que as informa es relativas importa o de erva mate argentina s o contradit rias j que essa erva nem sempre entra no pa s de maneira formal As causas da alta dos pre os da erva argentina tamb m s o pouco explicados normalmente as opini es apontam para a erradica o de ervais frente ao avan o da soja e problemas de gest o das pol ticas p blicas p
423. la es sociais entre os seres humanos condicionam qualquer tipo de rela es ecol gicas pois a deteriora o ambiental tem causas econ micas e ou pol ticas de acordo com as condi es sociais e econ micas predominantes e do n vel de desenvolvimento tecnol gico j que as leis econ micas que regulam a produ o capitalista n o s o alheias rela o do ser humano com seu ambiente mas sim a condicionam Os pr prios cientistas naturais consideram que a integra o de perspectivas sociais econ micas e pol ticas nas abordagens cl ssicas da biologia da conserva o se tornam um aspecto crucial e indispens vel DIEGUES 2000 A conserva o baseada na exclus o humana tem sido questionada devido a diversos fatores tanto de ordem social e econ mica mas tamb m do ponto de vista ecol gico j que cada vez fica mais dif cil a comprova o da exist ncia de paisagens pristinas ou seja paisagens que n o sofreram a altera o por atividades humanas pois mesmo as paisagens florestais consideradas nativas resultam da intera o entre os processos naturais e atividades humanas conforme podem demonstrar estudos da influ ncia das atividades de popula es ind genas na forma o atual da floresta amaz nica CLEMENT 1999 MAGALH ES 2011b POSEY 1987 ou mesmo da influ ncia das popula es ind genas na expans o das florestas com arauc rias BITTENCOURT e KRAUSPENHAR 2006 REIS e LADIO 2012 SCHMITZ 2009 Dessa for
424. la o atividade ervateira bem como quanto a exist ncia de programas de apoio A escolha dessas institui es deve se a serem as nicas da esfera p blica que atuam com a ATER assim as principais respons veis pela repasse de programas e pol ticas p blicas junto aos agricultores dos munic pios 348 De acordo como o quadro 8 2 constata se que o n mero de t cnicos dessas institui es muito pequeno sendo de apenas 1 71 t cnicos nas SEMASs e de 2 14 na EPAGRI totalizando 3 85 t cnicos por munic pio respons veis pelo processo de ATER na esfera p blica Frente ao pequeno n mero de t cnicos existe a necessidade de se planejar e priorizar as linhas de trabalho as quais tendem a contemplar aquelas consideradas mais importantes em cada munic pio Assim pertinente conhecer qual a import ncia que dada erva mate por essas institui es tanto em rela o renda gerada no munic pio quanto de forma mais ampla em rela o aos agricultores familiares QUADRO 8 2 OPINI ES DOS SECRET RIOS MUNICIPAIS DA AGRICULTURA E CHEFES DE ESCRIT RIOS LOCAIS DA EPAGRI DOS MUNICIPIOS EM QUE FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS EM RELA O ERVA MATE Item Secretarias EPAGRI Geral municipais n N mero m dio de t cnicos 1 71 2 14 3 85 XX Import ncia econ mica Pouco importante 4 4 8 58 da para o munic pio M dia import ncia 2 1 3 21 Importante 1 2
425. lanalto Norte se configura como uma fornecedora de servi os ecossist micos que se enquadraria em todas essas categorias ao ajudar na conserva o dos remanescentes florestais e das paisagens e ainda de se constituir em uma atividade com forte apelo tradicional Andrade e Romeiro 2009 consideram que a valora o dos servi os ecossist micos um grande desafio pois a valora o monet ria dos servi os ecossist micos necess ria mas n o suficiente j que nem todas as dimens es envolvidas s o pass veis de precifica o Assim o grande desafio desenvolvimento de um sistema de valora o multicrit rio onde o valor monet rio ponderado com os valores n o monet rios em uma abordagem de valora o din mico integrada na qual aspectos ecol gicos sociais e econ micos s o considerados bem como as interfaces existentes entre servi os ecossist micos sistema econ mico e bem estar humano ANDRADE e ROMERO 2009 46 No entanto segundo Souza et al 2010 existe uma grande incapacidade das pol ticas para incentivar pr ticas diferenciadas como os servi os ecossist micos capazes de garantir que as atividades produtivas estejam em concord ncia com as suas outras fun es Pois se a a o do Estado no processo de moderniza o se pautava numa sustenta o t cnico cient fica e de apoio atrav s de pol ticas p blicas com cr dito e log stica no atual quadro das m ltiplas fun es da agricultura ou
426. las de forma legal e ainda t m suas terras desvalorizadas No entanto o caminho n o parece ser a autoriza o para a convers o de novas reas salvo se considerado imprescind vel para a manuten o das fam lias mas sim o desenvolvimento de sistemas de manejo da mata com arauc rias que possam gerar recursos monet rios com a floresta em p na maioria das vezes associado cria o animal ao inv s de simplesmente impedir qualquer manejo j que foi justamente o uso dessas reas configuradas como paisagens culturais que possibilitaram a sua conserva o complementadas com pol ticas de pagamento por servi os ambientais ou ecossist micos Ao se analisar a Legisla o ambiental relacionada diretamente com o manejo da erva mate em paisagens florestais o Novo C digo Florestal e a Lei da Mata Atl ntica pode se concluir que elas realmente s o muito restritivas e praticamente impedem o manejo das florestas embora essas possibilidades existam A colheita livre de impedimentos em qualquer localiza o desde que n o afete a sobreviv ncia da esp cie ou prejudique a vegeta o nativa Os desbastes n o est o previstos de forma direta mas poderiam ser adaptados possibilidade da utiliza o da vegeta o arb rea para o uso na propriedade direcionando se o corte para os indiv duos arb reos que possam estar limitando o desenvolvimento da erva mate As ro adas e a presen a de animais n o est o pro
427. lerta para o fato de que a erva mate quando cultivada sem a cobertura florestal fica sujeita a estresses 251 fisiol gicos que a predisp e ao aparecimento de pragas e doen as Marques et al 2013 em um experimento com 3 n veis de abertura do dossel de um erval nativo observaram que o tratamento com maior abertura apresentou um desfolhamento cerca de 14 vezes mais intenso do que nos demais tratamentos sugerindo que reas mais abertas est o mais propensa ao ataque das lagartas Vale destacar que os plantios sombreados e abertos perfazem apenas 3 6 da rea e no entanto contribuem com 18 8 da produ o o que implica na contribui o de quase a metade da produ o em que se usa agrot xicos dessa forma a melhoria do manejo desse ervais pode representar um grande diminui o da contamina o geral da produ o Em rela o ao processo da IG essa situa o se mostra preocupante Conforme discutido na se o 5 6 a rela o do mate do PNC com sistemas tradicionais que remetem para um produto de alta qualidade pode ficar comprometido devido ao uso de agrot xicos Como fica evidente a rela o de maior uso de agrot xicos em ervais abertos e plantados um caminho seria excluir ou gradativamente desincentivar esse tipo de ervais do processo de IG regional ou ainda redesenhar o sistema com adensamento de rvores nativas de prefer ncia companheiras e adubadeiras e ado o de m todos alternativos de controle de pragas e plantas
428. lhor manejo amparado legalmente com apoio da pesquisa da extens o rural e de programas de incentivo e que consiga compatibilizar al m da conserva o gen tica produ o significativa de erva mate com as demais fun es sociais e ecol gicas dos ervais se constitui em um grande desafio no PNC 382 REFER NCIAS ABRAMOVAY R Paradigmas do capitalismo agr rio em quest o S o Paulo HUCITEC UNICAMP 1992 ALENCAR F R Erva mate Rio de Janeiro Servi o de Informa o Agr cola 1960 ALLEGRETTI M A constru o social de pol ticas p blicas Chico Mendes e o movimento dos seringueiros In Desenvolvimento e Meio Ambiente Curitiba Editora UFPR n 18 jul dez p 39 59 2008 ALMEIDA J P ZANATTA B WINGE H Avalia o do efeito do endocarpo na germina o da semente de erva mate llex paraguariensis In II Congresso Sul Americano da Erva Mate e Ill Reuni o T cnica do Cone Sul sobre a cultura da Erva Mate Encantado RS p 427 431 2000 ALMEIDA S G PETERSEN P CORDEIRO Crise socioambiental e convers o ecol gica da agricultura brasileira subs dios formula o de diretrizes ambientais para o desenvolvimento agr cola Rio de Janeiro Rio de Janeiro AS PTA 2000 ALTIERI M Agroecologia a din mica produtiva da agricultura sustent vel Porto Alegre Editora da Universidade UFRGS 1998 ALVES A Ret al Texto coletivo grupo agro biodiversidade Curitiba UFPR PPGMADE n o publicado
429. li 2000 considera que os povos ind genas da regi o sul tiveram grande influ ncia na dissemina o e na forma o de reas com predom nio de certas esp cies teis em sua alimenta o como pinhais butiazais jabuticabais e ervais entre outras Afirma tamb m que os Guarani tinham a capacidade de transportar um pacote b sico com as plantas que lhe eram teis desenvolvendo sistemas de manejo da floresta e agricultura adaptadas s regi es que habitavam contribuindo para a amplia o e dissemina o das comunidades vegetais nessas regi es O autor tamb m relata que parte consider vel da regi o que normalmente considerada como de ocupa o Kaigang e Xokleng at o s culo XVII era ocupado pelos Guarani que tiveram retra o da rea ocupada devido ao contato com os invasores europeus frente guerras epidemias e escravid o Com essa retra o os outros dois povos se expandiram e ocuparam territ rios maiores assim as florestas de parte das suas reas de ocupa o podem ter tido a influ ncia da cultura Guarani Talvez o processo de dissemina o possa ter sido dificultado por se tratar de uma planta que produz sementes com embri o imaturo conforme j relatado que levam cerca de oito meses para iniciar sua germina o e que mesmo atrav s do processo de estratifica o em condi es controladas sua taxa de germina o 25 At inicio do Holoceno h cerca de 11 000 atr s o clima da regi o sul
430. lidade de interven o em APP desde que caracterizado o interesse social ou atividades de baixo impacto ambiental BRASIL 2012 149 As ro adas qu micas atrav s do uso de herbicidas s o proibidas nos ervais pois a Lei n 7 802 1989 Lei dos Agrot xicos prev que todo agrot xico deve ser previamente registrado para o uso nas culturas e n o existe nenhum herbicidas registrado para o uso na erva mate 150 De acordo com informa es da pol cia ambiental de Canoinhas as ro adas poderiam ser enquadradas no artigo 48 da Lei de Crimes Ambientais por m s o raros os casos de autua es devido a ro adas leves em reas de matas ou ca vas 297 Nesse sentido a atividade ervateira poderia se contemplada em ambas as situa es Enquadrar se ia como de interesse social pois se considera como tal a explora o agroflorestal sustent vel praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais desde que n o descaracterize a cobertura vegetal existente e n o prejudique a fun o ambiental da rea BRASIL 2012 art 03 IX b Tamb m pode ser enquadrada como atividade de baixo impacto ambiental pois nesse caso se enquadra a explora o agroflorestal e manejo florestal sustent vel comunit rio e familiar incluindo a extra o de produtos florestais n o madeireiros desde que n o descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a fun o ambiental da rea BR
431. lio vais do Fo do Peixe lio kars 5 Flanaho Serana de S o Joaquim poo Mapa elaborado e organizado pela Epagrt Proje o UTM 1 1 1 1 1 1 290090 209000 159900 400990 290000 990909 220000 Eds 690999 700000 799090 FIGURA 5 1 ZONAS AGROECOL GICAS DE SANTA CATARINA COM DESTAQUE PARA O PNC FONTE adaptado de EPAGRI 2005 35 Entre eles o zoneamento agroecol gico de Santa Catarina EPAGRI 2005 as Unidades de Planejamento Regional UPR da EPAGRI EPAGRI 2001 Territ rio do Planalto Norte Minist rio do Desenvolvimento Agr rio MATTEI 2006 as Secretarias de Desenvolvimento Regional SDR 116 Do ponto de vista da organiza o pol tico administrativa regional o PNC normalmente formado pelos 17 munic pios da regi o 3D exclu dos os munic pios de Rio do Campo Santa Terezinha e Timb Grande que pertencem a outras regi es pol tico administrativas Nessa pesquisa considerou se os 14 munic pios restantes mas com a inclus o de Timb Grande j que se trata de um munic pio caracterizado pela atividade florestal ter forte rela o com os demais munic pios e estar inserido na Regi o de Influ ncia da Floresta Nacional de Tr s Barras conforme justificado na se o 4 3 Assim nessa tese considera se como Planalto Norte Catarinense PNC um conjunto de quinze munic pios Bela Vista do Toldo Campo Alegre Canoinhas Irine polis Itai polis Mafra Major Vieira Ma
432. livre de qualquer autoriza o ambiental desde que obedecidos os seguintes crit rios preserva o da rvore explorada com explora o apenas por meio da poda que consiste na extra o das folhas maduras da erveira com galhos de at 2 dois cent metros de espessura e at 30 trinta cent metros de comprimento Il a poda dever ser feita de acordo com orienta es t cnicas da cultura visando a retirada de ramos sem danificar a rvore e comprometer sua preserva o IIl explora o e a colheita das erveiras podadas com intervalo m nimo de 2 dois anos e IV manuten o de 12 doze erveiras porta sementes para cada hectare de erval sendo 10 dez plantas femininas e 2 duas masculinas Par grafo nico O corte de cada erveira a qualquer t tulo obriga a reposi o de 8 oito mudas da mesma esp cie Art 290 Compete ao CONSEMA no prazo de 1 um ano a contar da publica o desta Lei regulamentar f as condi es do manejo florestal sustent vel do palmito Euterpe edulis da bracatinga Mimosa scabrella da arauc ria Araucaria angustifolia e da erva mate Illex paraguariensis no Estado de Santa Catarina Decreto n 6 040 de 7 de fevereiro de 2007 Institui a Pol tica Nacional de Desenvolvimento Sustent vel dos Povos e Comunidades Tradicionais Art 30 Para os fins deste Decreto e do seu Anexo compreende se por Povos e Comunidades Tradicionais grupos culturalmente d
433. lorestais medida que n o se fazem manejos a regenera o da mata avan a e os agricultores deixam de fazer a colheita Assim os ervais nativos s o essencialmente paisagens modificadas ou promovidas paisagens culturais mantendo no entanto importante fun o de conserva o ambiental A realiza o de ro adas uma pr tica de manejo presente na grande maioria dos ervais predominando a frequ ncia anual e bianual normalmente executadas com ro adeiras Mas particularmente nos plantios n o florestais muitas vezes s o utilizadas ro adas qu micas com o uso de herbicidas Um erval bem ro ado indicativo de um erval bem cuidado para os agricultores H que ressaltar que o uso intensivo de ro adas pode prejudicar a reciclagem de nutrientes pois nesse tipo de manejo proliferam as gram neas com pouco desenvolvimento de outras esp cies 371 herb ceas ou arbustivas que contribuem para produ o de mat ria org nica e reciclagem de nutrientes As ro adas tamb m podem apresentar restri es legais em rela o legisla o ambiental Os agricultores convivem com o dilema entre uma maior abertura da floresta o que possibilitaria uma maior produ o versus uma maior cobertura florestal que torna o ambiente mais est vel e produz uma erva mate de melhor qualidade O receio da legisla o ambiental ajuda a segurar a abertura dos ervais o que pode aos poucos ser vencido devido eleva o do pre o da erva mat
434. lorestais Indice de Conserva o Floresta ICF Mata 16 00 Mata aberta lt 16 00 gt 08 00 Ca va 10 00 Ca va aberta lt 10 00 gt 7 00 Ca va muito aberta lt 7 00 gt 5 00 A partir do cruzamento dos indicadores determinantes apresentados no quadro 6 1 chega se ao quadro 6 3 que totaliza treze diferentes UPE Devido ao grande n mero de situa es diferentes em que a erva mate ocorre nas propriedades foram consideradas como UPEs ervais com rea m nima de 0 2 ha ou com produ o de no m nimo 20 da produ o total anual visando eliminar um n mero muito elevado de situa es Com esse crit rio de forma geral foram exclu das as erveiras de p tios quintais ao longo de cercas e lavouras sendo suas produ es inclu das na UPE mais semelhante identificada na propriedade 154 QUADRO 6 3 UNIDADES DE PAISAGENS IDENTIFICADAS NOS ERVAIS DO PLANALTO NORTE CATARINENSE E CRITERIOS DE ENQUADRAMENTO Fisionomia Origem Presen a Associa o Cobertura Denomina o da Unidade das animal com Florestal de Paisagem erveiras constante agricultura ICF em produ o gt 50 2 16 00 1 Erval em Mata lt 16 00 2 Erval em Mata gt 08 00 Aberta Nativa gt 10 00 3 Erval em Ca va Sim N o lt 10 00 4 Erval em Ca va Florestal gt 7 00 Aberta lt 7 00 5 Erval em Ca va gt 5 00 Muito Aberta lt 16 00 6 Erval Plantado
435. lorian polis 2009 SIMINSKI A et al Recursos florestais nativos e a agricultura familiar em santa Catarina Brasil Bonplandia 20 2 p 371 389 2011 SOARES A C A Multifuncionalidade da Agricultura Familiar Revista Proposta no 87 p 40 49 Dezembro Fevereiro 2000 2001 SOARES A J M O matte no Paran nota escripta e oferecida a comiss o central da Exposi o do Paran Rio de Janeiro Typographia do Imperial Instituto Art stico 1875 SOARES C M S IEDE E T Perspectivas para o controle da broca da erva mate Hedypathes betulinus Klug 1825 Col Cerambycidae In Congresso sul americano da erva mate reuni o t cnica do cone sul sobre a cultura da erva mate 1997 Curitiba Anais Colombo EMBRAPA CNPF p 391 400 1997 SOUSA FILHO H M BONFIM R M Oportunidades e desafios para a inser o de pequenos produtores em mercados modernos In A pequena produ o rural e as tend ncias do desenvolvimento agr rio brasileiro ganhar tempo poss vel Bras lia CGEE 2013 SOUSA SANTOS B et al Para ampliar o c none da ci ncia a diversidade epistemol gica do mundo In SOUSA SANTOS B org Semear outras solu es Os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2005 SOUZA A F MARTINS F R Spatial variation and dynamics of flooding canopy openess and structure in a Neotropical swamp forest Plant Ecology 180 161 173 2005 SOU
436. ltura tamb m assume grande import ncia onde se destacam as culturas da soja milho fumo e a extra o da erva mate MATTEI 2006 135 Historicamente na regi o predominavam o cultivo de lavouras tempor rias e alimentares como o milho voltado ao autoconsumo e o feij o como lavoura de renda al m do cultivo do fumo O feij o teve sua rentabilidade gradativamente reduzida sendo substitu do principalmente pela cultura do fumo que apresentou grande avan o em toda a regi o sedimentar do PNC se constituindo em uma das maiores produtoras de fumo do Brasil A despeito de todos os inconvenientes inerentes produ o e consumo do fumo uso de agrot xicos sa de dos usu rios esta tem sido uma das poucas op es de renda em situa es de pouca rea dispon vel baixa disponibilidade de capital e excedente de m o de obra HANISCH et al 2013 A partir da d cada de 1970 houve expans o de grandes lavouras de soja e milho e em alguns pontos de batata em muitas situa es com o uso de alta tecnologia e elevadas produtividades Assim no PNC convivem grandes planta es de milho e soja com pequenas planta es de fumo milho e feij o dos agricultores familiares ICMBIO 2010 A pecu ria leiteira tem apresentado forte crescimento no PNC abrangendo agricultores familiares alicer ado em processos cooperativos de organiza o Tamb m tem sido grande o impulso na produ o de su nos sendo que a regi o de Canoinhas apr
437. lu o CONSEMA N 003 2010 e a Lei n 14 675 2009 C digo Estadual do Meio Ambiente de SC prev que para cada hectare de erval manejado dever ser preservado no m nimo doze rvores porta semente sendo dez do sexo feminino e duas do masculino visando garantir a regenera o natural da esp cie CONSEMA 2010 SANTA CATARINA 2009 maiores detalhes na se o 6 9 9 121 vide anexo I1 6 20 242 Assim pode se ponderar que a baixa regenera o de erva mate nas paisagens est em fun o da falta de rvores porta semente mas tamb m da presen a constante de animais em muitas paisagens seja pela sua a o direta ou pela forma o de pastagens que dificultam a conserva o e germina o das sementes A baixa regenera o n o apenas compromete a renova o dos ervais no sentido de manter a produ o mas tamb m contribuiu para o processo da perda da diversidade gen tica conforme discutida na se o anterior FIGURA 6 34 REGENERA O DE ERVA MATE EM ERVAL EM MATA ABERTA COM PRESEN A DE ERVEIRAS PORTA SEMENTE E PRESEN A APENAS ESPOR DICA DE ANIMAIS AS SETAS VERMELHAS INDICAM AS ERVEIRAS JOVENS TIMB GRANDE SC FONTE o autor Plantios e adensamentos mudas duvidosas Apesar de antigamente os agricultores n o realizarem plantios de erva mate atualmente a maioria dos agricultores 75 j fez algum tipo de plantio de erva mate seja o plantio a c u aberto ou adensamentos Quadro 6 30 No en
438. m algum tipo de questionamento sobre a origem do mate mas que n o implicou em pagamento de pre os menores De acordo com os produtores devido em alguns casos aos ervais serem plantados junto forma es florestais ou serem sombreados ou ainda devido ao fato da produ o oriunda dos ervais nativos ser muito expressiva diluindo se nela o mate plantado ou por atualmente estar faltando erva mate no mercado o que implica em menores restri es do mercado 11 Essa discuss o ser aprofundada no cap tulo 8 209 Vendi a erva mate plantada junto com a erva da ca va depois vieram reclamar viram que era erva plantada identificaram l em General Carneiro Mas pagaram igual pois tinha muita erva da ca va Agricultor 32 quase tudo plantada mas t no meio da ca va como erva nativa nunca ningu m reclamou Agricultor 40 Pondera se que dos 32 de propriedades com plantio figura 6 23 o que equivale a 13 propriedades 4 combinam produ o tanto de ervais nativos quanto plantados Dos 9 onde a produ o baseada em plantios constata se que 3 s o de plantios em meio mata ou ca va e 2 s o sombreados assim apenas 4 s o plantios abertos Ainda dos 6 agricultores questionados sobre a origem da produ o o foco era justamente os plantios abertos sem sombreamento Esse dados refor am os argumentos dos agricultores de que a produ o da erva mate plantada se dilui frente a grande produ o de nativa ou
439. m comprometer a qualidade e comercializa o caso se constate res duos na erva mate j que n o possuem registro para o seu uso Se observou uma crescente preocupa o dos agricultores com o aumento da incid ncia de lagartas Constatou se que 40 dos agricultores se mostraram preocupados com o aumento da incid ncia desses insetos o que pode representar um potencial para a amplia o do uso de inseticidas Potencializado ainda pelo fato de que as lagartas s o consideradas um dos maiores problemas da erva mate para 18 dos agricultores entrevistados quadro 6 25 12 WINSTON G W Oxidants and antioxidants in aquatic animals Comp Biochem Physiol v 100 p 173 176 1991 255 FIGURA 6 37 ATAQUE DA LAGARTA DA ERVA MATE Hylesia sp IRINI POLIS SC FONTE o autor Em rela o a m todos alternativos de controle de lagartas apenas um agricultor citou a pulveriza o com macerado de samambaia Pteridium sp que proporcionou segundo o agricultor um bom controle Dois agricultores adquiriram inseticida biol gico a base de Bacillus thuringiensis um deles n o chegou a utilizar e o prazo de validade venceu o outro agricultor com forma o agroecol gica usou uma vez com sucesso e outra n o Os demais agricultores desconhecem a possibilidade de uso desse inseticida biol gico Tr s agricultores realizam a cata o manual sistem tica de lagartas no in cio da infesta o com bons resultados conforme relato do
440. m termos de crescimento Alguns entrevistados 40 ainda argumentam que as aduba es principalmente a nitrogenada pode prejudicar o sabor da erva mate e o processo e rendimento na industrializa o O relato do industrial abaixo relata essa situa o e ainda relaciona ao aumento do ataque de pragas a aduba o pode prejudicar a erva o excesso de nitrog nio for a demais o ritmo da planta muita brota o fica mais amarga fica pior de sapecar rende menos e ainda aparece mais lagarta Industrial 06 A utiliza o da aduba o org nica apesar de seu uso ser raro considerada para 30 dos entrevistados com uma pr tica que seria importante para melhorar a produ o da erva mate Por m um dos entrevistados o mesmo da declara o anterior pondera que em demasia principalmente a cama de avi rio tamb m seria prejudicial devido ao excesso de nitrog nio muita cama de avi rio prejudica da mesma forma que o adubo qu mico Industrial 06 Medrado e Mosele 2004 alertam para o risco de um excesso de aduba o nitrogenada aumentar os n veis de nitrato da planta que se transformam em nitritos e na sequ ncia em outras substancias perigosas e cancer genas Alertam tamb m que se os aumentos de nitrato na planta acarretam em maior massa foliar isso n o necessariamente implica em maior massa seca o que pode explicar o menor rendimento relatado pelo industrial Essa vis o dos industriais em rel
441. m um erval muito sombreado buscar a entrada de mais sol algo importante Para os ervais mais abertos buscar mais sombra poderia ser necess rio assim o que seria essa mais ou menos sombra Essa subjetividade ainda maior quando os agricultores falam em sombra equilibrada ou importante os dois Por exemplo a opini o do agricultor 31 Canoinhas deixa muita margem para interpreta o Muito fechado n o vai a erva mate tem que pegar sol mas um pouco de sombra bom acho que tem que ter algumas rvores onde vou plantar vou deixar algumas rvores protege do frio a nativa assim no meio das rvores sempre foi assim Agricultor 31 Frente a essa situa o se procurou ampliar a discuss o perguntando os motivos que levariam a ser importante mais ou menos sombra sol Quadro 6 26 e ainda ao se percorrer os ervais se comentou sobre o desenvolvimento das erveiras em locais mais e menos sombreados e sobre as perspectivas de manejo nessas reas chegando se a uma aproxima o de qual seria a tend ncia de cada agricultor no sentido de abrir mais ou menos a mata QUADRO 6 26 MOTIVOS QUE LEVAM OS AGRICULTORES A BUSCAR MAIOR INSOLA O OU MAIOR SOMBREAMENTO NOS ERVAIS Justificativa agricultores Com muita sombra a erva cresce menos ou se termina 55 Direto no sol a erva n o vai bem 45 Direto no sol aparece mais pragas 15 Importante deixar rvores para passar como nativa
442. ma se faz necess ria uma amplia o do que se entende por conserva o saindo se de uma abordagem restrita ao mundo natural passando a incorporar tamb m os aspectos sociais econ micos culturais ou seja uma conserva o socioambiental 54 A pr pria UICN Uni o Internacional para a Conserva o da Natureza inicialmente totalmente voltada conserva o do mundo natural ecol gico a partir da intensifica o das discuss es da necessidade de envolver o homem nas estrat gias de conserva o passa a considerar em sua Estrat gia Mundial para a Conserva o a conserva o como sendo o manejo do uso humano de organismos e ecossistemas com o fim de garantir a sustentabilidade desse uso Al m do uso sustent vel a conserva o inclui a prote o manuten o reabilita o restaura o e melhoramento de popula es naturais e ecossistemas UICN 1988 Assim para a UICN a conserva o n o mais restrita ao mundo natural mas sim inclui o uso humano dos organismos e ecossistemas A legisla o brasileira tamb m segue nesse caminho e n o faz a separa o sociedade natureza pois de acordo com Santilli 2005 a Constitui o brasileira possui uma clara orienta o socioambiental O texto constitucional revela a compreens o de que n o basta proteger a biodiversidade a diversidade de esp cies gen tica e de ecossistemas sem assegurar a diversidade cultural que est intima
443. ma como est o pois os agricultores n o est o satisfeitos com as restri es da legisla o e acreditam que deveriam ser autorizados a fazer algum tipo de manejo nessas reas 85 No entanto a principal inten o 44 seria fazer desbastes na vegeta o arb rea para aumentar a entrada de luz e beneficiar o crescimento da erva mate e das pastagens bem como aproveitar o material lenhoso para uso na propriedade Para 31 seria importante abrir novas reas de plantio em parte da rea sendo essa justificativa mais frequente em situa es onde grande parte da propriedade est coberta por remanescentes florestais J para 10 seria importante tanto fazer desbastes quanto abrir parte da rea para lavouras Importante destacar que as propriedades estudadas apresentam em m dia 43 da rea com cobertura florestal bem acima do exigido pela legisla o 20 O que implica em certa revolta dos agricultores pois aqueles que conservaram n o 291 podem usar de forma legal as reas de florestas e ainda tem suas terras desvalorizadas O depoimento abaixo ilustra bem essa situa o Preservei a mata porque era o futuro para os filhos tinha a erva o gado e a madeira era a melhor heran a agora o alqueire de planta chega a 60 mil e o da ca va n o vale nem 15 mil Agricultor 21 Vale lembrar que a partir da intensifica o da agricultura no final da d cada de 1970 a press o tem sido muito grande sobre esses remanescentes
444. mais de 25 anos que implicam em cerca de 40 da produ o tratando se do segundo erval com adensamento encontrado nessa pesquisa Na percep o do agricultor a produtividade tem se mantido constante ao longo dos ltimos anos Na segunda maior produtividade 1 041 kg ha ano trata se de um potreiro com mediana densidade de erveiras e em m dia ou boa condi o A rea era um taquaral que foi sendo manejada para priorizar a erva mate e a cria o de gado no entanto com a presen a constante dos animais n o houve regenera o e a vegeta o arb rea e o erval foram se degradando As ro adas s o bianuais O agricultor pretende recuperar o erval e j plantou em rea isolada do gado um pequeno erval 172 De forma geral constata se a tend ncia da continuidade da degrada o dos ervais salvo situa es onde est o ocorrendo plantios com o isolamento do acesso dos animais justamente nas reas que ainda apresentam boas produ es N o foi constatado o uso de aduba es em um caso usado agrot xico para o controle de lagartas de forma eventual Apesar de n o se tratar de uma paisagem florestal constata se uma significativa presen a de esp cies arb reas amea adas Em todas as paisagens a arauc ria est presente sendo esparsa na maioria das vezes 83 e frequente em uma situa o A imbuia tamb m est presente em todas as situa es de forma esparsa Significando que essas esp cies foram priorizadas na conserva
445. manejadas se constituem em um ambiente rico de recursos para as popula es A utiliza o das florestas pelos agricultores familiares na regi o sul do Brasil tamb m observada em muitas situa es em que recursos das florestas s o incorporados na rotina produtiva visando suprir diversas necessidades referente a alimenta o rem dios constru es e mesmo obten o de renda monet ria SIMINSKI et al 2011 Evidentemente que a capacidade de conserva o e uso dessas florestas e de seus recursos est em fun o de um contexto mais amplo e na depend ncia das racionalidades que predominam nessas popula es locais Assim quanto mais se aproximam de uma racionalidade instrumental e econ mica maiores seriam os LYNCH O J Whither the people 2 Demographic tenurial and agricultural aspects of the tropical forestry action plan Washington D C World Resources Institute 1990 49 impactos sobre os recursos naturais Os povos ou comunidades que n o se enquadram nessa racionalidade e que n o incorporaram de forma significativa o modelo moderno de produ o s o consideradas como comunidades tradicionais que no Brasil s o conceituadas de acordo com o Decreto no 6040 07 como grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais que possuem formas pr prias de organiza o social que ocupam e usam territ rios e recursos naturais como condi o para sua reprodu o cultural social religiosa anc
446. mb Grande apesar de ser praticamente um munic pio voltado s atividades florestais Pode se concluir que a erva mate est praticamente exclu da dos PDRs dos dois munic pios estudados apesar de se tratar de um processo amplamente discutido nos munic pios e contar com a participa o dos principais setores do meio rural e dos respons veis por programas e pol ticas p blicas rurais fato agravado ainda por se tratar de munic pios com forte presen a ou potencial para a atividade ervateira pois um dos munic pios considerado como a Capital Catarinense da Erva mate e o outro ser um munic pio com forte atividade florestal e de baixa aptid o agr cola 366 9 CONSIDERA ES FINAIS AS PAISAGENS DO MATE O Planalto Norte Catarinense PNC marcadamente um produtor de erva mate nativa altamente valorizada no mercado por sua caracter stica de produzir uma bebida de sabor mais suave normalmente associada a uma forma de produ o tradicional em remanescentes da Floresta com Arauc ria que contribui para a manuten o das fam lias no meio rural e para a conserva o do meio ambiente ou de forma mais ampla para a conserva o socioambiental No entanto os ervais do PNC se apresentam em diferentes paisagens A partir de entrevistas com 40 agricultores familiares e avalia o de 66 ervais com base em indicadores determinantes e descritivos foi poss vel identificar 13 tipos de unidades de paisagens UPESs Apesar
447. mente relacionada a esta A s ntese socioambiental est presente na interface entre biodiversidade e sociodiversidade permeada pelo multiculturalismo pela plurietnicidade e pelo enfoque humanista p 93 De acordo com a autora o socioambientalismo orienta e fundamenta toda a legisla o infraconstitucional ap s a promulga o da Constitui o de 1988 O que pode ser constado pela pr pria defini o de conserva o dada pela Lei n 9 985 2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conserva o SNUC onde conserva o significa o manejo do uso humano da natureza compreendendo a preserva o a manuten o a utiliza o sustent vel a restaura o e a recupera o do ambiente natural para que possa produzir o maior benef cio em bases sustent veis s atuais gera es mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e as aspira es das gera es futuras e garantindo a sobreviv ncia dos seres vivos em geral BRASIL 2000 art 2 II Constata se assim que n o se trata de considerar a conserva o da natureza de forma separada da sociedade mas que se procura compatibilizar o uso e a conserva o a conserva o do ambiente natural e social uma conserva o socioambiental 55 Vale lembrar que a incorpora o dessa vis o socioambiental fruto de um maior destaque para as vertentes ambientalistas que se preocupam tamb m com o social em rela o quelas que se voltam apen
448. meses mais indicados para a colheita fevereiro aparece com apenas uma indica o e mar o abril e maio com nenhuma indica o QUADRO 6 36 MESES EM QUE A COLHEITA DA ERVA MATE DEVE SER EVITADA DE ACORDO COM A OPINI O DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS M s em que n o se deve podar Cita es pelos de cita es agricultores n 19 Fevereiro 08 42 Mar o 06 32 Abril 06 32 Maio 06 32 Junho 02 11 Novembro 03 16 Dezembro 04 21 A principal justificativa referente ao fato de nesses meses a brota o ainda ser r pida e ter grande possibilidade de ser afetada pelas primeiras geadas do ano Fevereiro at maio eu n o podo ainda d um calor e a erva brota bem pode vir uma geada do cedo e mata os broto novo acaba com o erval Agricultor 17 A percep o dos agricultores tamb m est de acordo com as recomenda es t cnicas e com o que era previsto na maioria dos antigos regulamentos Matos 2011 constatou que os nicos meses em que n o s o realizadas colheitas em sua pesquisa no PNC seriam janeiro fevereiro e mar o 270 Vale lembrar nessa discuss o de pocas de colheita que um importante fator de manejo dos ervais a frequ ncia ou intervalo entre podas Segundo Souza 1998 as regulamenta es tamb m procuravam fixar um intervalo m nimo entre colheitas normalmente de 3 anos que seria um tempo m nimo para as erveiras se recuperarem Esse intervalo tamb m passa a se
449. minar os est dios de regenera o apresenta um sentido biol gico maior uma vez que representa o potencial de ocupa o espacial do sitio Assim a classifica o obtida por meio da rea basal atende a 150 gt fisionomia n o florestal que podem ser constitu das por pastagens perenes ou cultivos plantios de culturas anuais perenes ou florestais A classifica o dos ervais levando em conta a fisionomia de grande import ncia pois tem uma rela o com a conserva o ambiental frente ao potencial da erva mate em contribuir para a manuten o dos remanescentes florestais A exist ncia de cobertura florestal tamb m importante no sentido de caracterizar a erva mate como nativa e assim agregar maior valor ao produto LOPES 2011 SOUZA 1998 Pr ticas de manejo Significados paraos agricultores Aptid o agr cola UNIDADEDE PAISAGEM Indicadores descritivos FIGURA 6 1 INDICADORES DETERMINANTES E DESCRITIVOS UTILIZADOS PARA A DEFINI O E DESCRI O DAS UNIDADES DE PAISAGENS DOS ERVAIS UPES b A conserva o florestal procura identificar o grau de conserva o dos ervais em paisagens florestais empregando se o ndice de Conserva o Florestal ICF O objetivo desse ndice classificar melhor as paisagens florestais no sentido de procurar correlacionar o manejo da erva mate com paisagens florestais menos ou mais conservadas O detalhamento do ICF est inserido na se
450. mo esp cie caracterizadora A estrutura bastante variada constitu da por adensamentos onde se destacam os g neros Ocotea e Nectandra e agrupamentos pouco desenvolvidos com predom nio de Podocarpus lamberti pinheiro bravo Drimys brasiliensis cataia Capisicondendron dinisii pimenteira e Ilex spp erva mate ca nas e congonhas Seus dominantes tendem 80 gregarismo como por exemplo a arauc ria e as laur ceas Nectandra e Ocotea porosa imbuia IBGE 2004 De forma mais espec fica Klein 1978 separa a Floresta Ombr fila Mista no estado de Santa Catarina em quatro subdivis es em que a quase totalidade do PNC est recoberto pela Floresta Ombr fila Mista Araucaria angustifolia associada a Ocotea porosa e Ilex paraguariensis conforme figura 5 5 y enc Floresta Ombr fila Mista ES Araucaria angustifolia associada a Ocotea porosa e lex paraguariensis Floresta Ombr fila Mista Araucaria angustifolia associada a Ocotea puchelie e Mataybe elaeagnoides Floresta Ombr fila Mista Floresta Ombr fila Pos Araucaria angustifolia associada a Densa Apuleia leiocarpa e Parapiptedenia rigida Floresta Estacional Floresta Ombr fila Mista Decidual Araucaria angustifolia associada a Campos com forma es de faxinais pinheiros FIGURA 5 5 MAPA FITOGEOGR FICO DE SANTA CATARINA COM DESTAQUE PARA O PLANALTO NORTE CATARINENSE FONTE Puchalski 2004 adaptado de Klein 1978 5 Regi o Fitoecol gica po
451. n micos e hist ricos destacando a inser o e import ncia da erva mate na regi o O Cap tulo 6 o mais extenso inicialmente apresenta o processo de classifica o das paisagens do mate e descreve as unidades encontradas de paisagens dos ervais em seguida discute os diferentes significados que a erva mate representa aos agricultores na continuidade identifica e discute as principais pr ticas de manejo dos ervais e encerra abordando a rela o da erva mate com o meio ambiente 30 O cap tulo 7 descreve e discute a posi o dos industriais do mate quanto diferencia o entre erva mate nativa e plantada quanto a algumas pr ticas de manejo e as perspectivas de mercado O cap tulo 8 discute a rela o e as a es das institui es p blicas de extens o rural e assist ncia t cnica que atuam nos munic pios do PNC com a atividade ervateira junto aos agricultores familiares de forma complementar apresenta e discute o direcionamento de pesquisas e de algumas publica es t cnicas relativas erva mate Finalmente s o apresentadas as considera es finais que procuram apresentar de forma conjunta e resumida os principais aspectos discutidos ao longo dos cap tulos e apresentar uma conclus o geral da pesquisa 31 PARTE I ERVA MATE AGRICULTURA FAMILIAR PAISAGENS E CONSERVA O SOCIOAMBIENTAL 1 AGRICULTURA FAMILIAR RACIONALIDADES USO DOS RECURSOS E CONSERVA O SOCIOAMBIENTAL Considerando que esta
452. na comunidade 180 15 8 120 3 2 80 0 80 0 60 3 5 60 3 5 50 0 50 0 30 1 3 30 0 28 1 3 Assim a percep o da exist ncia de poucos agricultores com volumes expressivos de comercializa o de erva mate refor a a percep o da diminui o da produ o nas comunidades No entanto visando pol ticas p blicas para o setor e futuros programas de apoio ao desenvolvimento da produ o de erva mate assim 188 como para o processo de IG seria necess rio fazer uma pesquisa mais aprofundada que contemple tanto aspectos qualitativos quanto quantitativos nesse caso fazendo uma pesquisa com um maior n mero de entrevistados e uma amostragem estratificada junto aos agricultores familiares do PNC Essa diminui o da produ o juntos aos agricultores familiares fez com que nessa pesquisa a amostragem tivesse que ser orientada para atingir segmentos com maiores produ es conforme descrito no cap tulo da metodologia Em rela o a essa diminui o da produ o nas comunidades um dos entrevistados declara que Aqui tudo era um erval na poca dos pais mas foi se acabando Quando recebi a terra por heran a quase n o tinha mais erva mate Era muita cria o a terra socada Quando os barbaqu s se acabaram vendiam a erva mate para os tarefeiros no p podavam de qualquer jeito fora de poca A erva foi ficando velha se terminando Com a chegada do calc rio o que e
453. nares KNECHTEL 2001 Nesse sentido a experi ncia de pesquisa no MADE entende a interdisciplinaridade como um caminho para se analisar nas escalas local regional e global as rela es compreendidas na interface homem natureza Ela n o compreendida como uma ci ncia nem como uma metadisciplina na qual se confundem o instrumental metodol gico e os saberes disciplinares mas sim a interdisciplinaridade percebida como uma pr tica de articula o de conhecimentos disciplinares sobre a complexidade e a diversidade que caracterizam a rela o entre desenvolvimento e meio ambiente ZANONI et al 1998 O processo de pesquisa interdisciplinar do MADE constitu do de v rias etapas Ap s sucessivas discuss es e estudos define se uma rea geogr fica ou uma tem tica comum de pesquisa pelo grupo de pesquisadores Ap s a elabora o de um diagn stico geral e o levantamento de um esquema de intera es cr ticas constru da a problem tica da pesquisa que se realiza em torno de uma quest o 1 Essa se o tem como base o Texto Coletivo do Grupo Agro Bio ALVES et al 2011 23 concreta normalmente situada na rela o das popula es com o seu meio ambiente Esse processo visa chegar a uma problem tica comum que n o seja apenas um agrupamento artificial de interesses e de posi es te ricas dos pesquisadores envolvidos mas que leve em conta alguns problemas importantes referentes ao meio ambiente e a
454. nas propriedades rurais posses das popula es tradicionais ou de pequenos produtores rurais de que trata o art 9 da Lei no 11 428 de 2006 independe de autoriza o dos rg os competentes 8 Considera se explora o eventual sem prop sito comercial direto ou indireto quando se tratar de lenha para uso dom stico a a retirada n o superior a quinze metros c bicos por ano por propriedade ou posse e a explora o preferencial de esp cies pioneiras definidas de acordo com o 20 do art 35 II quando se tratar de madeira para constru o de benfeitorias e utens lios na posse ou propriedade rural a a retirada n o superior a vinte metros c bicos por propriedade ou posse a cada per odo de tr s anos e Art 30 O corte e a supress o de vegeta o secund ria em est gio m dio de regenera o para o exerc cio de atividades ou usos agr colas pecu rios ou silviculturais imprescind veis subsist ncia de pequeno produtor rural e popula es tradicionais e de suas fam lias previstos no art 23 inciso da Lei no 11 428 de 2006 depende de autoriza o do rg o estadual competente devendo o interessado apresentar requerimento contendo no m nimo as seguintes informa es X justificativa demonstrando tratar se de atividades imprescind veis subsist ncia de pequeno produtor rural ou de popula es tradicionais 8 Consideram se atividades ou usos agr colas pecu rios ou silv
455. nbock et al 2013a destacam a realiza o de podas e a distribui o do material para cobrir o solo e incrementar a ciclagem de nutrientes Steenbock et al 2013b destacam ainda que a poda funciona como um grande motor de incremento de mat ria org nica no solo Assim a manuten o das demais rvores propiciando um sistema agroflorestal associado realiza o de poda pode se constituir em um manejo interessante para os ervais nativos Ainda seria importante a identifica o de plantas adubadeiras particularmente nativas que pudessem potencializar esse processo no sentido que tenham a caracter stica de serem boas recicladoras de nutrientes boas produtoras de biomassa apresentem alta capacidade de rebrota e sejam plantas companheiras da erva mate Infelizmente existem poucos estudos nesse sentido Plantas companheiras da erva mate Ainda em rela o ao sombreamento e abertura dos ervais os agricultores tendem a priorizar determinadas rvores que consideram companheiras da erva mate Em um agroecossistema tende a ocorrer a competi o entre as plantas principalmente por luz gua e nutrientes Por m entre determinadas plantas pode ocorrer uma rela o de coopera o m tua nas qual se tem um efeito ben fico entre as esp cies tornando o uso da terra mais eficiente essas esp cies s o consideradas como plantas companheiras CERETTA 1986 COSTA 2009 PEIL 2006 Prada 2001 recome
456. ncial de pre o Por outro lado o escassez do mate nativo que estimula uma gradual e crescente mistura de erva mate plantada junto nativa tenderia a mudar os h bitos dos consumidores de uma erva mais suave que poderiam passar a tolerar melhor a 343 erva mate plantada Fato preocupante em rela o valoriza o da erva mate nativa A aparente significativa utiliza o de erva mate argentina pelas ervateiras do PNC sem que isso fique claro nas embalagens pode ser um fato comprometedor da sua qualidade e de todo o processo de IG caso o pre o da erva mate argentina volte a viabilizar o seu uso na regi o 344 8 ASSIST NCIA T CNICA E EXTENS O RURAL A INVISIBILIDADE DA ERVA MATE Pode se considerar que a extens o rural e assist ncia t cnica ATER s o um dos aspectos importantes das pol ticas p blicas voltadas ao meio rural Pol tica p blica seria de forma simplificada os incentivos e as restri es que s o geradas pelas autoridades governamentais YURJEVIC 1999 Carvalho 2000 considera que as pol ticas p blicas s o decis es e a es da interven o do Estado na din mica da economia da sociedade civil e da pr pria sociedade pol tica De acordo com Silva 1999 pol tica p blica o estabelecimento de cursos de a o que envolvem direta ou indiretamente toda a sociedade A omiss o a inexist ncia a falta de prioridade o n o cumprimento de leis e planos s o tamb m a express o de uma pol t
457. ncipais atividades ligadas ao meio rural s o os reflorestamentos de p nus e eucalipto seguido da produ o de gado de corte As lavouras anuais s o pouco expressivas e o fumo praticamente inexistente Nesse contexto a produ o de 800 toneladas de erva mate significativa No PDR a erva mate aparece como um dos pontos fortes a serem desenvolvidos na rea econ mica juntamente com o reflorestamento suinocultura ovinocultura entre outros No entanto ao se definir as prioridades a serem trabalhadas simplesmente n o aparece a erva mate Em rela o ao Plano de A o o PDR apresenta cinco programas Programa de Desenvolvimento Local Programa de Horticultura Programa de Plantas de Lavoura Programa de Produ o Animal e Programa de Recursos Ambientais A erva mate aparece apenas no primeiro programa inserida no Projeto de Profissionaliza o onde consta como um dos objetivos espec ficos capacitar os agricultores e trabalhadores rurais sobre a cultura da erva mate p 26 sendo previstos anualmente a realiza o de tr s cursos Chama a aten o o fato da erva mate estar ausente no Programa de Recursos Ambientais j que esse programa apresenta um Projeto de Recursos Florestais que no entanto tem seu foco em plantios florestais com nfase para o 365 p nus e eucalipto mas tamb m citando esp cies nativas como a bracatinga e a arauc ria Assim a erva mate n o contemplada de forma efetiva no PDR de Ti
458. ncipal 6 J tinha na propriedade aproveita o que tem 7 Sempre lidou 8 Gosta de lidar 9 Alternativa de renda para ca va pastagem 10 Renda extra 11 Renda na mata 12 D um dinheiro rea que n o serve j tinha foi plantando 13 Erva esta nas cabeceiras 14 N o exige m o de obra na hora 15 Sem veneno 16 D pouco mas 416 lucro 17 Renda com pouco cuidado 18 Dinheiro livre 19 Alternativa de renda 20 Dinheiro f cil 21 Dinheiro em rea n o apta 22 Combina com apicultura 7 Principais problemas da atividade ervateira dados a serem reagrupados 1 N o v problemas 2 Pre o baixo 3 M o de obra colheita 4 Legisla o desbastes 5 Legisla o trabalhista n o querem comprar 6 Falta assist ncia t cnica 7 Broca da erva mate 8 Lagartas 10 falta de tempo p lidar 11 Sapecar 12 Plantios n o v o bem 13 Medo calote 14 Transporte interno 15 Falta incentivo 16 Gado 17 Limpeza 18 Pouco tempo falta m o de obra para o cuido 19 Vender no p 8 Perspectivas com a erva mate dados a serem reagrupados 1 J est adensando a ca va 2 J est adensando a mata 3 J est adensando o potreiro 4 J est plantando plantio 5 Pretende adensar ca va 6 pretende adensar mata 7 Pretende adensar potreiro 8 Pretende fazer plantio 9 Est pesquisando como adensar ca va 10 Gostaria de adensar ca va 11 Pretende adensar APP 12 Tende
459. nda que os sistemas agroflorestais devam ser compostos com a maior diversidade poss vel incluindo as esp cies companheiras ou sinerg ticas N o existem estudos sistematizados e publicados sobre plantas companheiras e adubadeiras da erva mate A maioria dos agricultores consideram a arauc ria 55 e a imbuia 35 como rvores que ajudam a erva mate a se desenvolver normalmente relacionando a uma sombra mais rala e a altura elevada que n o atrapalhariam desenvolvimento da erva mate Quadro 6 27 No entanto frequente a pondera o 119 Trata se da Associa o de Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo e Adrian polis Cooperafloresta que trabalha com produ o agroecol gica em sistemas agroflorestais no Vale da Ribeira SP e PR considerada como uma importante referencia sucesso desse tipo de organiza o e produ o 226 de que o sap da arauc ria prejudicial ao gado dificultando o pastoreio A bracatinga 25 o cedro 15 e a canela guaic 15 tamb m s o bastante lembradas como companheiras da erva mate de igual forma relacionadas uma sombra mais rala com exce o da canela altura elevada e grande produ o de mat ria org nica devido a queda das folhas Mattos 2011 tamb m pesquisando junto a agricultores do PNC encontrou n meros bem mais baixos apenas 39 dos agricultores identificaram plantas companheiras da erva mate sendo que 18 citaram a arauc ria 3 a bracatinga e
460. necess rio relativizar o sentido exclusivamente produtivo da terra que n o pode ser visto apenas como fator de produ o gerador de recursos monet rios mas tamb m como local de moradia e consequentemente o espa o rural assume um sentido al m do produtivo econ mico monet rio Para se distanciar de uma an lise econ mica limitada restrita renda bruta total foi pesquisado o que as fam lias fazem com o recurso obtido atrav s da venda da erva mate se o 6 3 4 e tamb m a import ncia e os principais motivos que levam os agricultores a continuar trabalhando com a erva mate se o 6 3 5 apresentados a seguir 6 3 4 A utiliza o dos recursos do mate O quadro 6 16 apresenta as principais respostas dos agricultores em rela o a utiliza o dos recursos provenientes da venda da erva mate 196 QUADRO 6 16 UTILIZA O DOS RECURSOS PROVENIENTE DA VENDA DA ERVA MATE PELAS FAM LIAS ENTREVISTADAS EM RELA O AO TOTAL E S FAM LIAS QUE COMERCIALIZAM AT 5 000 KG ANO Utiliza o dos recursos de agricultores Geral Investimentos na resid ncia 37 Investimentos produtivos 23 Pagamento de d vidas 14 Aplica o em poupan a 14 Utiliza quando se aperta ou utiliza o em emerg ncias 30 Despesas m dicas 03 Despesas gerais da resid ncia 27 Pouco recurso utiliza com despesas do momento 10 Renda principal da propriedade 03 A utiliza o dos recursos princi
461. neladas R mil Erva mate 229 681 118 049 Baba u am ndoas 102 499 142 208 A a 215 381 304 566 Pia ava fibras 61 409 123 435 Carna ba p 18 636 90 253 Castanha do par 42 152 69 404 Fonte IBGE 2013b Dessa forma a erva mate nativa pode ser um importante est mulo para a conserva o ambiental devido a sua ocorr ncia no sub bosque da floresta e de seu significativo valor econ mico o que confere valor monet rio para a floresta em p contribuindo para a conserva o dos remanescentes florestais e da biodiversidade por meio de manejos tradicionais desses ervais nativos MARQUES et al 2012 No Planalto Norte Catarinense v rios estudos relacionam o manejo da erva mate nativa com a conserva o ambiental HANISCH et al 2008 LOPES 2011 MATTOS 2011 Nesse sentido Souza et al 2005 p 164 considera que possivelmente a erva mate nativa seja um dos tipos de explora o sustent vel em reas de matas nativas mais expressivos do Brasil seguramente o mais expressivo do sul do Brasil Vale destacar que al m do valor econ mico e ambiental a erva mate apresenta um elevado significado cultural para as popula es locais j que se trata de uma atividade ligada s tradi es locais e familiares CORREIA et al 2011 MARQUES et al 2012 Os ervais nativos ou plantados podem ser manejados de diversas formas e ainda estarem inseridos em diversos sistemas de produ o e tipos de produtor
462. nera o sem o ato do plantio mas normalmente associada a pr ticas de domestica o da paisagens como ro adas e raleamentos Por m a campo existem as mais diversas combina es de situa es que dificultam a diferencia o do que seria nativo e plantado Por exemplo reas de ervais nativos podem ser adensados com o plantio de mudas reas de florestas mesmo com poucas erveiras frente ao plantio podem se transformar em ervais se aproximando de ervais nativos ervais nativos podem ser desmatados e se aproximar de uma paisagem de plantio a c u aberto ainda as mudas podem ser oriundas de erveiras nativas ou de outras regi es Essas situa es influem n o apenas na caracteriza o entre nativa e plantada mas tamb m influenciam na qualidade e no pre o da erva mate 7 1 PLANALTO NORTE O PREDOM NIO DO MATE NATIVO O AMARGOR DO MATE PLANTADO 7 1 1 O sabor do mate Como visto no cap tulo 6 o PNC catarinense se caracteriza como uma regi o produtora de erva mate nativa sendo a principal produtora de Santa Catarina atingindo mais do que o triplo da produ o de Joa aba que a segunda produtora Da produ o total do PNC de acordo com as estimativas do IBGE em 2011 a contribui o da erva mate nativa atinge 93 IBGE 2013b 318 Foi constatado que todas as ind strias pesquisadas do PNC apresentam restri es compra da erva mate plantada no entanto o com rcio desse tipo de erva mate muito pequeno normalment
463. nesse tipo de manejo observou se que predominam as gram neas com pouco desenvolvimento de outras esp cies herb ceas ou arbustivas que contribuem para produ o de mat ria org nica e a reciclagem de nutrientes As ro adas tamb m podem apresentar restri es legais frente a legisla o ambiental aspecto que abordado na se o 6 5 3 6 4 4 Ervais e cria o de gado uma associa o hist rica no PNC Conforme j visto anteriormente o excesso de press o de gado considerado como uma das principais causas da degrada o dos ervais pela maioria dos agricultores tanto em n vel de comunidade 68 como em n vel de propriedades 61 e ainda entre os produtores que conseguiram aumentar suas produ es de erva mate o principal motivo alegado foi a diminui o da press o do gado 54 Procurando melhor qualificar a opini o dos agricultores sobre a influ ncia do gado tanto na produtividade quanto na sustentabilidade do erval foi feita uma pergunta direta nesse sentido sendo os resultados apresentados na figura 6 29 231 Muito gado atrapalha pisoteio danos diretos regenera o 52 E Um pouco bom ajuda na limpeza aproveita melhor a rea 31 E Com gado n o vai 17 FIGURA 6 29 OPINI O DOS AGRICULTORES SOBRE A INFLU NCIA DO GADO NA PRODUTIVIDADE E SUSTENTABILIDADE DOS ERVAIS A press o animal quase sempre est relacionada com a presen a de gado bovino e s o diversas as opini es do
464. nica e locacional ao empreendimento proposto ressalvado o disposto no inciso do art 30 e nos 88 10 e 20 do art 31 desta Lei Art 23 O corte a supress o e a explora o da vegeta o secund ria em est gio m dio de regenera o do Bioma Mata Atl ntica somente ser o autorizados em car ter excepcional quando necess rios execu o de obras atividades ou projetos de utilidade p blica ou de interesse social pesquisa cient fica e pr ticas preservacionistas II VETADO III quando necess rios ao pequeno produtor rural e popula es tradicionais para o exerc cio de atividades ou usos agr colas pecu rios ou silviculturais imprescind veis sua subsist ncia e de sua fam lia ressalvadas as reas de preserva o permanente e quando for o caso ap s averba o da reserva legal nos termos da Lei n 4 771 de 15 de setembro de 1965 IV nos casos previstos nos 88 10 e 20 do art 31 desta Lei Art 9 A explora o eventual sem prop sito comercial direto ou indireto de esp cies da flora nativa para consumo nas propriedades ou posses das popula es tradicionais ou de pequenos produtores rurais independe de autoriza o dos rg os competentes conforme regulamento Decreto n 6 660 de 21 de novembro de 2008 Mata Atl ntica Art 2 A explora o eventual sem prop sito comercial direto ou indireto de esp cies da flora nativa provenientes de forma es naturais para consumo
465. nificou mais um impulso para a eleva o dos pre os da erva mate regional No PNC existem duas cooperativas de produtores de erva mate uma em Canoinhas e outra em Campo Alegre que compartilham a mesma marca Tup No entanto as cooperativas s o pouco ativas envolvem poucos produtores e as produ es n o s o significativas LOPES 2012 Assim os produtores vendem sua produ o na forma de folha verde diretamente s ind strias ou aos atravessadores Em rela o aos dados da produ o de erva mate existem muitas controv rsias fruto da inconsist ncia de muitos dos dados do IBGE SOUZA 1988 conforme relatado no capitulo 03 O IBGE disponibiliza dados de Censos Agropecu rios e de estimativas anuais da Produ o Agr cola Municipal PAM para a erva mate plantada e da Produ o da Extra o Vegetal e da Silvicultura PEVS para a erva mate extrativa ou nativa Nas estimativas do PAM se utiliza a unidade toneladas de erva mate em folha verde para a erva mate plantada e na PEVS se utiliza a unidade toneladas de erva mate cancheada para a erva mate nativa Por m nos Censos Agropecu rios n o fica claro a utiliza o de unidades importa o de erva mate argentina e discutida no capitulo 7 Os Censos agropecu rios tendem a ser realizados a cada 10 anos e se baseiam em entrevistas propriedade a propriedade As estimativas da Produ o Agr cola Municipal PAM e Produ o da
466. nomia Rural SEAB Curitiba dezembro de 2013 DUARTE R Pesquisa qualitativa reflex es Sobre o trabalho de campo Cadernos de Pesquisa n 115 p 139 154 mar o 2002 EHLERS E Agricultura sustent vel origens e perspectivas de um novo paradigma Livros da Terra Editora S o Paulo 1996 390 EMBRAPA Levantamento de reconhecimento dos solos de Santa Catarina Rio de janeiro EMBRAPA CNPS 1998 Cultivo da erva mate Embrapa Florestas Sistemas de Produ o 1 23 edi o Vers o eletr nica 2010 Dispon vel em http sistemasdeproducao cnptia embrapa br FontesHTML Erva mate CultivodaErvaMate 2ed index htm Acesso em 19 12 2013 Projeto Conserva o e uso da arauc ria na agricultura familiar 2011 Dispon vel em https aplici0 sede embrapa br ideare pages relatorios formatoimpres Acesso em 31 01 2014 EPAGRI Dados e informa es biof sicas da Unidade de planejamento Regional Planalto Norte Catarinense UPR 4 CD ROM Ed EPAGRI Florian polis 2001 Mapa de solos Unidade de Planejamento Regional do Planalto Norte Catarinense UPR 4 Florian polis 2002 Zoneamento Agroecol gico e socioecon mico do estado de Santa Catarina Dispon vel em www epagri rct sc br Acesso em 3 11 2005 EPAGRI CEPA Centro de Socioeconomia e Planejamento Agr cola Levantamento Agropecu rio de Santa Catarina LAC Dispon vel em http cepa epagri sc gov br Acesso em 13 12 2011 Centro de Socioec
467. nosa INOUE 1976 Por outro lado a produ o oriunda de ervais sombreados nativos considerada de sabor mais suave e alcan a maior valor de mercado LOPES 2011 MEURER 2012 MACCARI JUNIOR 2005 VALDUGA 2002 STREIT et al 2007 al m de se constitu rem em ambientes mais est veis e com menor incid ncia da pragas e doen as IEDE MACHADO 1989 Frente a esse dois extremos de forma generalista o manejo do erval em rela o luz ficaria em uma posi o de se buscar um aumento de produ o de forma mais imediata maior abertura do erval ou maior qualidade e estabilidade do erval menor abertura do erval Nessa se o ser abordado principalmente os aspecto da produ o de fitomassa fator mais facilmente percebido a campo o sabor qualidade ser melhor discutido no cap tulo 8 Mazuchovisk 2004 considera que estudos com manejo de sombreamento de ervais s o escassos em n mero e abrang ncia tendo como limitantes a enorme diversidade ambiental dos ervais Vale alertar que muitas vezes esses estudos se baseiam apenas no crescimento de mudas e em condi es artificiais de sombreamento o que limita a 217 sua utiliza o pr tica j que as plantas jovens apresentam um comportamento diferenciado da planta adulta CARVALHO 1994 e o sombreamento artificial proporciona uma qualidade da luz e distribui o espectral diferente das matas o que segundo Whatley 1982 tem grande influ ncia no crescimento das plantas
468. ns s o ro adas anualmente 229 ou a cada dois anos Em nenhuma dessas paisagens utilizado herbicida e as ro adas s o quase que totalmente realizadas com ro adeiras costais QUADRO 6 29 FREQU NCIA DE RO ADAS EM FUN O DE GRANDES GRUPOS DE PAISAGENS DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Paisagem do Erval Frequ ncia de ro adas Sem Eventual Trianual Bianual Anual Conjunto de UPEs 14 11 06 30 39 Ervais em Matas 37 09 00 27 27 Ervais em Ca vas 13 17 10 33 27 Ervais Nativos Abertos Potreiros 00 00 17 66 17 Ervais Nativos Abertos Lavouras ou 00 00 00 00 100 Desmatados Ervais plantados em Matas ou Ca vas 00 20 00 20 60 Ervais Plantados Sombreados 50 00 00 50 00 Ervais Plantados Abertos com ou Lavouras 00 00 00 10 90 anuais Os Ervais Nativos Abertos com Lavouras ou Desmatados na verdade n o s o propriamente ro ados pois em todas as paisagens s o utilizados herbicidas anualmente As ro adas s o anuais ou bianuais em 80 dos Ervais Plantados em Matas ou Ca vas em apenas um caso 20 as ro adas s o eventuais sendo o controle da vegeta o herb cea realizada por b falos Vale destacar que em 40 das situa es trata se do uso anual de herbicidas Nos Ervais Plantados Sombreados que s o apenas dois casos em um deles o controle da vegeta o herb cea e arbustiva realizada pelos su nos que s o criados soltos no erval
469. nserva o socioambiental O manejo de uma esp cie nativa ocorre porque apresenta uma import ncia econ mica de subsist ncia ou cultural para as comunidades que a praticam A forma como manejada frente a influ ncias pol ticas e sociais imprimem marcas configurando a paisagem Dessa forma a paisagem em uma determinada por o do espa o o resultado da combina o din mica portanto inst vel de elementos f sicos biol gicos e antr picos ou seja de processos sociais e naturais BERTRAND 1972 Assim parte se da hip tese de que os ervais apresentam uma grande diversidade de situa es frente aos diferentes manejos significados que possam ter aos agricultores e s influ ncias sociais pol ticas e econ micas a que est o submetidos formando diferentes paisagens e consequentemente diferentes capacidades de contribui o para a conserva o socioambiental Essa a grande quest o a ser pesquisada a atividade ervateira nesse contexto pode configurar paisagens que realmente contribuam para a conserva o socioambiental A regi o do Planalto Norte Catarinense PNC local de inser o profissional do pesquisador caracterizada como uma regi o produtora de erva mate nativa associada conserva o de remanescentes florestais e de grande concentra o de agricultores familiares Mais especificamente o PNC possui 82 40 dos seus estabelecimentos agropecu rios considerados como de agricultores familiares
470. ntadas mais brilhosa 90 dos entrevistados menor ou mais mi da 50 mais amarelada 40 verde mais fraco 10 verde diferente 10 mais fina 10 mais alongada 10 inser o mais em p 10 Ainda citado que os ramos da erva mate plantada quebram mais facilmente 10 e que apresenta pH mais cido 10 Existe uma grande variedade fenot pica nas popula es de erva mate que normalmente se expressam atrav s da forma e cor do pec olo e das folhas essas A partir desse ponto no texto ser considerada erva mate nativa aquela que n o sofre restri es de aquisi o pelos compradores e plantada aquela que sofre essas restri es mesmo que n o se trate exatamente de ervais nativos de ocorr ncia natural ou plantados aqueles que se formaram a partir de mudas plantadas ou transplantadas pela a o humana 170 Uma das ervateiras utiliza um phmetro para a determina o do Ph 325 diferen as fazem parte da variabilidade gen tica intrapopulacional da esp cie e s o influenciadas pelas condi es ambientais RESENDE et al 1995 STURION e RESENDE 2010 Mattos 2011 estudando ervais nativos no PNC verificou que a estrutura florestal e intensidade de manejo influenciam na morfologia das folhas no manejo mais intensivo as folhas tendem a ser membran ceas talo roxo e folha amarelinha no manejo menos intenso as folhas tendem a ser cori ceas talo verde folha verde escura Mattos 2011 tam
471. ntal de mera adequa o entre meios e fins no entanto o autor recorre a Weber para destacar que trata se de algo mais complexo pois a racionalidade em fun o de sua a o social pode ser de quatro tipos racional com rela o a fins quando relacionada com o alcance de fins racionalmente avaliados e perseguidos racional com rela o a valores quando motivada por valores tico est ticos religiosos entre outros afetiva quando relacionada a emo o afetos sentimentos tradicional quando determinada por costumes arraigados De acordo com Fernandes 2008 as a es humanas de forma geral compreendem principalmente os dois primeiros tipos de racionalidade por m no capitalismo houve historicamente o predom nio da racionalidade referente a fins atualmente denominada como racionalidade instrumental Para o autor a racionalidade instrumental em si n o significa necessariamente efeitos negativos problema que nas sociedades capitalista ela tende a sempre estar atrelada a uma racionalidade econ mica que por sua vez representa a instrumentaliza o de toda a vida em fun o de finalidades econ micas Nessa racionalidade instrumental econ mica tanto o homem como a natureza tornam se mercadorias e s o tratados como bens produzidos para venda num processo que transforma a subst ncia Weber Max Economia e sociedade Bras lia Ed UnB 2 vol 2000 38 natural e humana da sociedade em mercad
472. ntas e 83 3 3 2 Os ind genas e a 686 DA Aa RA nadas do ct adia ani daa ao 83 3 3 3 Espanh is jesu tas e 8 6 1 87 3 3 4 O in cio da produ o brasileira e 8 89 3 3 5 Manejo e domestica o no Brasil essere 91 4 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS ii irtemereetereemeeserereeeereneeerenes 98 41 ASPECTOS GERAIS sans nao GS a RSA pad 98 4 2 O ESPA O E SUJEITOS DA PESQUISA sas ssmasidosinsaidasa ph Aduer den dasun dass dendasl apud 101 4 3 102 4 3 1 Os agricultores familiares e seus ervais eae 103 4 3 2 T cnicos da extens o rural e Secret rios Municipais de Agricultura Industriais do MAI Serasa E 105 4 4 O N MERO DE 105 4 5 INSTRUMENTOS DE TRABALHO DE 106 4 5 1 Roteiro de entr
473. ntio potreiro apartado 19 Adensando mata mudas pr prias 20 Transplantes potreiro e caivas 21 Transplantes direto 2 Presen a de animais e intensidade Ver paisagem gt opini o 1 Muito gado atrapalha muito acaba com o erval 419 gt Opini o sobre animais x erva mate dados a serem reagrupados 2 Um pouco bom ajuda na limpeza 3 Muito gado prejudica 4 Com gado n o vai 5 N o vai bem pisoteio n o regenera quebra 6 Um pouco n o atrapalha aproveita melhor a rea 7 Gado s estraga 8 Carneiro bom s ajuda 2 Ro adas Ver paisagem 3 Desbastes refere se a abertura da mata derrubada de outras rvores Ver paisagem 4 Arvores companheiras rvores que beneficiam a erva mate 1 Arauc ria 2 Imbuia 3 Bracatinga 4 Vassour o 9 Guavirova 6 Canela guaic 7 Cafezinho 8 Uva do Jap o 9 Arvores mais altas que v o para cima 10 Cedro 11 485 12 Nenhuma 5 Arvores antagonistas rvores que atrapalham a erva mate 1 rvores de folhagem baixa 2 Pimenteira 3 Guabirova 4 Cerninho 5 Guamirim 6 Pinho bravo 7 Cuvat 8 Todas 6 Realiza o de podas nas outras rvores para beneficiar a erva mate 1 N o realizada sem interesse 2 N o realizada com interesse 3 N o realizada pretende fazer 4 Faz em algumas rvores 7 Utiliza o de aduba es no erval dados a serem reagrupados 1 N o faz 2
474. nto na regi o do contestado reflex es sobre territ rio identidade territorial recursos e ativos territoriais indica o geogr fica e desenvolvimento sustent vel In DALLABRIDA R org Territ rio identidade territorial e desenvolvimento regional reflex es sobre indica o geogr fica e novas possibilidades de desenvolvimento com base em ativos com especificidade territorial S o Paulo SP LiberArs 2013 DALLA SANTA H S SOUSA J S PITTNER E Controle biol gico em pragas de lIlex paraguariensis a St Hil com fungo Beauveria sp Floresta Curitiba PR v 39 n 1 p 67 76 jan mar 2009 389 D AVILA M COSTA E C GUEDES J V C Bioecologia e manejo da broca da erva mate Hedypathes betulinus Klug 1825 Coleoptera Cerambycidae Ci ncia Florestal v 16 n 2 2006 D AVILA M L CIO A D COSTA E C Hedypathes betulinus Klug 1825 Coleoptera cerambycidae e suas rela es com vari veis ambientais Ci ncia Florestal v 12 n 2 2002 DEITENBACH A et al Manual agroflorestal para a Mata Atl ntica Bras lia Minist rio do Desenvolvimento Agr rio Secretaria de Agricultura Familiar Bras lia DF 2008 DELGADO G C A quest o agr ria e o agroneg cio no Brasil In CARTER Miguel Org Combatendo a desigualdade social o MST e a Reforma Agr ria no Brasil S o Paulo UNESP 2010 DEL GROSSI M E VICENTE V P M A Agricultura familiar no censo agropecu rio 2006 o
475. ntrado na caracteriza o geral de um grupo social bastante heterog neo Por outro lado o meio acad mico atrav s de diversas reflex es sobre o conceito de agricultura familiar prop e um tratamento mais anal tico do termo No sentido operacional a Lei 11 326 considera de forma geral agricultor familiar aquele que n o detenha rea maior do que 4 m dulos fiscais utilize predominantemente m o de obra da pr pria fam lia tenha renda familiar predominantemente originada de atividades econ micas vinculadas ao pr prio estabelecimento ou empreendimento dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua fam lia BRASIL 2006 Nessa linha tamb m segue o PRONAF ou seja o agricultor familiar seria caracterizado por um rea inferior a determinado patamar por ter a dire o e a m o de obra predominantemente familiar e pela renda ser proveniente de atividades do pr prio estabelecimento Com base em crit rios semelhantes Guanziroli e Cardim 2000 coordenando o projeto de coopera o t cnica INCRA FAO analisaram os dados do Censo Agropecu rio 1995 96 e propuseram uma tipologia para a agricultura familiar propondo quatro grupos de agricultores familiares no Brasil grupo A agricultores familiares capitalizados grupo B em processo de capitaliza o grupo C em n veis de reprodu o m nima grupo D abaixo da linha de pobreza dos mais capitalizados aos localizados abaixo da linha de pobreza revelando grandes dispa
476. nuindo Por qu diferenciar nativa plantada essa diferencia o permear todas as perguntas seguintes 4 Existe diferencia o de pre os pagos aos agricultores em fun o do tipo de erva mate nativa plantada O que caracteriza cada um desses tipos 5 Conhece ouvir falar o que seria uma erva mate argentina 6 Quais as perspectivas em rela o erva mate 2 econ mica gt nativa plantada 7 O munic pio possui um Plano de Desenvolvimento Rural A erva mate contemplada solicitar c pia do Plano 8 A institui o possui algum tipo de trabalho programa estruturado com a erva mate J teve gt Tipo de trabalho programa gt Objetivo gt A es gt Agricultores envolvidos 9 A erva mate tem recebido apoio de outros programas 10 Qual a ltima reuni o encontro palestra sobre erva mate realizada pela institui o 11 Algum t cnico tem forma o espec fica na erva mate Quando participou do ltimo evento 12 Existe alguma perspectiva da institui o trabalhar com a erva mate 429 ANEXO VII Entrevista com ervateiros ind strias da erva mate Ervateira Munic pio 1 Diferencia pre os na compra da erva mate Quais s o esses tipos Tipo Pre o comprada Observa es R kg no p Observa es 2 Porque essa diferencia o exig ncia do mer
477. o verdadeiramente um mate de qualidade superior repleto de significados AGRADECIMENTOS Ao curso de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR p blica e gratuita que me proporcionou a oportunidade de cursar o doutorado A todos os meus colegas e professores pela fecunda conviv ncia que tivemos Ao Instituto Chico Mendes de Conserva o da Biodiversidade ICMBio que me proporcionou o privil gio do licenciamento integral durante todo o curso Aos meus orientadores prof Dr Valdir Frigo Denardin pela orienta o constante e por estar sempre disposto a contribuir na constru o desse trabalho ao prof Dr Mauricio Sedrez dos Reis pelas contribui es e por acreditar no caminho trilhado por essa tese prof Celina Wisniewski pelas contribui es principalmente na parte inicial dessa caminhada A todos os agricultores familiares industriais do mate t cnicos e secret rios da agricultura que concederam as entrevistas compartilhando seu tempo conhecimentos e suas experi ncias sem os quais n o seria poss vel realizar essa tese Aos membros da banca de defesa Dr Carlos A S Mazza pelas contribui es e questionamentos a prof Dr Maria do Ros rio Knechtel pelas contribui es pela orienta o nos caminhos metodol gicos e por ser um exemplo de como exercer o magist rio com dedica o compet ncia e amor ao meu amigo Dr Walter Steenbock pelas contribui es na banca de defesa e princip
478. o assim podem estar relacionado a antigas reas de cultivos ind genas e uma consequente promo o das erveiras na paisagem 6 4 6 nativos regenera o sementes e mudas a perda da diversidade gen tica Ervais nativos raras matrizes De forma geral os agricultores tendem a podar todas as rvores e n o se preocupam com a produ o de sementes visando a regenera o natural Foram constatadas rvores em condi es de produ o de sementes nas paisagens estudadas em apenas onze propriedades 27 5 do total No entanto desses apenas cinco agricultores 12 5 deixam rvores porta semente visando a regenera o tanto do erval e mesmo para a natureza em geral tr s produtores 7 5 deixam algumas rvores normalmente na beirada de reas de mata por m para a coleta de sementes e produ o de mudas em outras tr s situa es 7 5 as rvores em condi es de produ o de sementes eram devido ao escape da 118 coleta ou seja n o intencional e nesse caso pass veis de poda nas safras seguintes 7 Esses agricultores consideram importante que as sementes da erva mate se disseminem para os ervais matas e ca vas em geral 8 Escape da coleta refere se a falhas no processo de colheita em que algumas erveiras n o s o colhidas nesse caso quando o per odo entre colheitas de tr s ou mais anos essas erveiras muitas vezes conseguem produzir sementes 239 Em rela o s paisagens for
479. o chegaram a desenvolver processos de sele o que pudessem implicar em processos adiantados de domestica o da erva mate mas sim que a promoveram 56 Em sua tese sobre a hist ria ambiental da erva mate Gerhardt 2013 p 57 conclui que N o h como saber o quanto a atividade dos grupos ind genas contribuiu para manter formar ampliar ou reduzir ervais 87 de alguma forma em suas paisagens bem como podem ter ajudado em sua dissemina o 3 3 3 Espanh is jesu tas e o mate O termo ind gena para o produto obtido da erva mate ca i com a chegada dos espanh is foi substitu do por mate O termo mate prov m do qu chua mati que significa cuia ou caba a CARVALHO 1994 mas seu uso seria devido n o influ ncia de popula es andinas mas sim influ ncia dos espanh is que tinham contato direto com esta l ngua e preferiram usar este termo mais pr ximo ao espanhol do que o termo guarani gaigu para a designa o do recipiente em que se tomava a ca i LINHARES 1969 No in cio do sistema agr rio da coloniza o hisp nica o sistema de produ o continuava o mesmo dos guaranis por m com intensifica o da coleta da erva mate MAESTRI 2006 Os ervais nativos eram explorados com grande sacrif cio dos ind genas que trabalhavam em sistema de praticamente escravid o LINHARES 1967 A partir de 1628 os jesu tas que antes condenavam o seu uso mudam a postura e come am a def
480. o Brasileira e as leis estaduais n o podem se contrapor s federais podendo apenas ser mais restritivas o mesmo acontecendo com a leis municipais em rela o s estaduais Normalmente as leis s o generalistas e necessitam de um decreto para sua regulamenta o O decreto um ato do poder executivo e sua elabora o tende a ter o apoio de setores t cnicos dos governos Por m muitas vezes nem todos os aspectos operacionais ou particularidades sejam sociais ou ecol gicos s o contemplados pelo decreto Para efetivar essa operacionaliza o os rg os executores normalmente atrav s de atos dos seus presidentes e com assessoria de c maras t cnicas elaboram instru es normativas ou portarias que podem contemplar particularidades como por exemplo os detalhes do manejo de uma esp cie ou os documentos necess rios para a obten o de uma autoriza o de manejo STEENBOCK 2011 O manejo da erva mate em ambientes florestais est sujeito a duas leis principais a Lei N 12 651 de 25 de maio de 2012 Novo C digo Florestal e a Lei n 11 428 de 22 de dezembro de 2006 Lei da Mata Atl ntica As quest es relativas ao manejo da erva mate que ser o discutidas nesse texto est o ligadas principalmente colheita desbastes da vegeta o arb rea ro adas e presen a de animais aspectos que foram destacados mais intensamente pelos agricultores entrevistados Para facilitar a leitura de forma geral n o se mencionam
481. o PNC seja significativamente superior ao totalizado na coluna matas naturais 26 06 pois a essa percentagem teria que ser somada parte das pastagens naturais 10 09 Vale destacar de acordo com o constatado nas entrevistas que as ca vas se concentram na regi o sedimentar sendo menos comuns na regi o do basalto e quando presentes raramente identificadas com o termo ca vas 5 2 ASPECTOS HIST RICOS Conforme j explanado no cap tulo 04 h cerca de 11 000 atr s o PNC era recoberto por vegeta o campestre frente ao clima frio e seco que dominava toda a regi o Sul do Brasil Gradativamente o clima foi ficando mais quente e mido oferecendo condi es para que as arauc rias e demais esp cies arb reas que estavam restritas a fundos de vales avan assem sobre os campos Esse processo se acentuou h aproximadamente 4 300 anos antes do presente AP e s recobriu totalmente o territ rio com florestas a cerca de 1 000 anos AP BAUERMANN BEHLING 2009 V rios estudos indicam que as popula es ind genas que habitavam a regi o Sul do Brasil contribu ram para a expans o da floresta com arauc ria BITTENCOURT KRAUSPENHAR 2006 REIS LADIO 2012 SCHMITZ 2009 De acordo com WACHOWICZ 1969 quando da chegada dos europeus existiam na regi o que hoje seriam os estados do Paran e de Santa Catarina duas grandes fam lias ind genas a dos Tupi guarani e os J Os primeiros eram constitu dos pelos Gu
482. o a maior abertura tende a ser devida a um tempo maior de uso ou uma maior press o animal o que acarreta em maior degrada o da vegeta o arb rea entre elas a erva mate e consequente menor produtividade do erval Ainda a 163 correla o da produtividade com a lota o animal atual n o um indicador muito confi vel pois ele representa a situa o apenas moment nea seria necess rio fazer um estudo em uma s rie hist rica para melhor compreens o da a o dos animais em rela o degrada o dos ervais produtividade Hanisch et al 2010 estudando cinco reas de ca vas no PNC que podem ser enquadradas como ca vas abertas ou ca vas muito abertas encontraram uma densidade m dia de 43 2 erveiras por hectare plantas com mais do que 5 cm de di metro Na percep o de 86 dos produtores n 6 a produ o diminuiu muito nos ltimos anos e para apenas um 14 est est vel muito semelhante ao Erval em Ca va As causas dessa degrada o s o apontadas como sendo um excesso de press o do gado 71 dos entrevistados n 5 e predom nio de erveiras velhas e degradadas devido a falta de regenera o 71 dos entrevistados outra justificativa foi a realiza o de podas mal feitas 28 n 2 N o foram constatados adensamentos ou novos plantios O principal uso a cria o de gado para 86 n 6 dos casos seguida da erva mate em 71 das situa es n 5 Como outros usos s o citados a retirada de lenh
483. o anteriormente a maioria das reas de pastagens nativas s o justamente ca vas importante paisagem de produ o de erva mate que ao serem convertidas em lavouras implicaram em redu o da produ o de mate no PNC Essa correla o entre reas de pastagens nativas ca vas e produ o de erva mate fica refor ada ao se analisar que no per odo 1985 1995 a redu o de pastagem nativa foi de apenas 8 e a produ o de erva mate ficou praticamente inalterada no Ressalta se que os dados referentes a utiliza o das terras baseada em informa es fornecidas pelos propriet rios por ocasi o das entrevistas dos censos e n o em imagens 190 entanto no per odo 1985 1995 a redu o de pastagem nativa foi de apenas 8 e a produ o de erva mate ficou praticamente inalterada j no per odo 1995 2006 a 40 q 35 35 09 Produ o erva mate nativa mil 30 toneladas 25 d 26 06 Pastagens nativas de cobertura 208 IE 3 Lavouras de cobertura 10 1 q 10 09 N Ra N Matas naturais v de 2 74 cobertura 3 Censo 1985 Censo 1996 Censo 2006 FIGURA 6 19 VARIA ES NA PRODU O DE ERVA MATE NATIVA MIL TONELADAS E DA COBERTURA VEGETAL NO PLANALTO NORTE CATARINENSE 1985 2006 Fonte adaptado do IBGE 1991 20136 redu o das pastagens nativas foi de 53 e a redu o da produ o de erva mate foi de 91 Nas propriedades A percep o de diminui o da
484. o censo agropecu rio de 1995 apontava que no PNC apenas 25 9 dos estabelecimentos agropecu rios teriam produ o de erva mate o censo de 2006 aponta um percentual ainda menor de apenas 5 3 por m se tece questionamentos a esses n meros 187 A seguir se discute essa perda da import ncia econ mica inicialmente em n vel de comunidade e na sequencia em n vel de propriedade Nas comunidades Na percep o dos agricultores ocorreu e est ocorrendo uma grande diminui o da produ o e import ncia econ mica da erva mate nas comunidades pois para 90 dos entrevistados a produ o diminuiu muito e para 10 est diminuindo Vinte e um agricultores chegaram a quantificar essa diminui o sendo que 72 acreditam que a produ o caiu cerca de 80 a 90 e para o restante a redu o estaria entre 60 e 70 Para melhor ilustrar essa situa o em algumas entrevistas foi solicitado para que os agricultores indicassem o n mero de agricultores familiares que tem renda importante a partir da erva mate em rela o ao n mero total de agricultores na comunidade O quadro 6 9 apresenta esses dados a partir de onze comunidades QUADRO 6 9 N MERO TOTAL DE AGRICULTORES N MERO E PERCENTAGEM DE AGRICULTORES QUE TEM RENDA IMPORTANTE COM A COMERCIALIZA O DA ERVA MATE EM ONZE COMUNIDADES PESQUISADAS Agricultores na comunidade Agricultores com renda importante na erva mate percentagem desses
485. o desenvolvimento na rea ou tem tica de estudo escolhida de forma a contemplar as experi ncias e expectativas individuais que possam culminar nas teses particulares de cada doutorando FLORIANI 2007 ZANONI 2002 A tem tica geral da turma IX 2010 2014 do MADE refere se Natureza Sociedade e Mudan as Globais riscos vulnerabilidades conflitos e estrat gias locais e globais PPGMADE 2009 O desenvolvimento da tem tica abarcou uma s rie de atividades culminando na elabora o do Programa Coletivo de Pesquisa da turma cujo principal produto foi um texto base que objetivou adensar as estruturas te ricas relacionadas tem tica central explicitando os principais conceitos m todos e estrat gias de trabalho bem como suas escalas de atua o A partir do Programa Coletivo visando viabilizar o estudo de situa es concretas foram estruturados dois grupos tem ticos de pesquisa o Grupo Crise da Urbaniza o e o Grupo Agro Biodiversidade Agro Bio no qual se insere a presente tese O grupo tem tico de pesquisa Agro Bio formado por sete doutorandos da turma IX e cinco professores do MADE procurou desde a sua forma o construir conhecimentos e aproximar discuss es acerca da conserva o da biodiversidade no ambiente rural e das din micas ecossocioprodutivas n o tendo um espa o f sico concentrado mas sim a por o Sul do Bioma da Mata Atl ntica O processo convergiu para o tema
486. o e gua Diversidade de Usos Mata Aberta Caiva Aberta E Qualidade da Erva FIGURA 9 1 VARIA O DE ALGUMAS PROPRIEDADES DAS UNIDADES DE PAISAGENS DOS ERVAIS TANTO NATIVOS QUANTO PLANTADOS A MEDIDA QUE SE DIMINUI A COBERTURA FLORESTAL Fonte elaborado pelo autor Desenhos Robson Neves Michel 369 Os motivos dessa queda da produ o devem se na percep o dos agricultores convers o de ervais em lavouras ao excesso de lota o de bovinos a erveiras velhas e sem renova o e tamb m a podas feitas de forma e ou pocas inadequadas Nesse sentido os dados mais recentes do IBGE s o conflitantes Enquanto os dados das estimativas de produ o revelam uma estabilidade na produ o de erva mate no PNC os dados do Censo indicam uma queda de 88 na produ o no per odo 1996 2006 Situa o preocupante para uma regi o que se caracteriza como uma das principais produtoras de erva mate nativa do pa s e que tem em curso um processo de Identifica o Geogr fica IG baseado em sistemas tradicionais de manejo de ervais nativos Cabe destacar a necessidade do setor ervateiro discutir com o IBGE os resultados e metodologias das estat sticas para o setor ervateiro A queda da produ o da erva mate implica que atualmente 50 das fam lias pesquisadas produzem at 5 000 kg ano representando mais de 20 da renda bruta em apenas tamb m 20 0 das propriedades Por outro lado mesmo nessa an lise limitada
487. o mercado Em menor propor o citado que n o se trata apenas do amargor mas de fugir de um padr o regional de sabor conferido pela erva mate nativa que valoriza o produto da regi o Apesar da import ncia do sabor para a diferencia o da qualidade e pre o da erva mate do ponto de vista cient fico ainda n o se concluiu quais s o as substancias que mais interferem na composi o do sabor desejado sendo muitos os fatores altitude clima solo pr ticas de manejo nativa ou plantada sombreada ou pleno sol morfotipos idade das folhas poca de colheita forma de processamento entre outros que interferem nessa diferencia o Verificou se que os crit rios para a classifica o de erva mate plantada com restri es de mercado e nativa sem restri es n o s o totalmente claros e as vezes se mostram conflituosos entre os industriais A maioria dos entrevistados faz a diferencia o na ind stria avaliando o sabor e morfologia das folhas No campo os ervais plantados abertos sem cobertura florestal com aspecto de pomar ou monocultura s o majoritariamente considerados como plantados e sujeitos a restri es de mercado por m em algumas situa es frente a mudas consideradas regionais de boa qualidade mesmo esses plantios abertos podem ser considerados como nativos Os ervais plantados sob cobertura florestal s o considerados de forma praticamente un nime como nativos desde que as mu
488. o mostra se preocupante principalmente em rela o valoriza o da produ o regional e ao processo da IG da erva mate j que a rela o do mate do PNC com sistemas tradicionais que remetem a um produto natural quase ecol gico pode ficar comprometida agravada ainda pelo fato de nenhum agrot xico ser registrado para o uso em erva mate sendo toda aplica o um ato ilegal Como fica evidente a rela o de maior uso de agrot xicos em ervais abertos e plantados um caminho seria excluir ou gradativamente desincentivar esse tipo de ervais do processo de IG regional ou redesenhar o sistema com o adensamento com rvores nativas de prefer ncia companheiras e adubadeiras e ado o de m todos alternativos de controle de pragas e plantas espont neas ERVAIS E MEIO AMBIENTE A cobertura florestal nativa m dia das propriedades dos agricultores entrevistados de 42 bem maior do que a m dia do PNC de 26 Verifica se que a erva mate importante ao agregar valor mata em p pois 68 dos agricultores realizam a colheita em mais da metade de suas reas florestais As reas florestais em que n o se realiza a colheita da erva mate s o majoritariamente reas n o manejadas atrav s de desbastes ou ro adas e consequentemente com 374 maior cobertura do dossel Ou seja os agricultores s realizam a colheita em reas manejadas medida que a regenera o da floresta avan a e aumenta a cobertura do dossel
489. o pelo fato de 90 declararem que aprenderam a trabalhar ajudando seus pais e ou av s assim a atividade est fortemente arraigada com a hist ria das fam lias Quadro 6 18 QUADRO 6 18 ASPECTOS DESTACADOS PELOS AGRICULTORES PESQUISADOS EM RELA O A COMO ERA O TRABALHO COM A ERVA MATE ANTIGAMENTE E RELA O FAMILIAR Aspectos destacados 96 Trabalha com a erva mate desde crian a 97 Ajudava os pais e ou av s 90 Era a atividade mais importante ou das mais importantes na comunidade 88 Faziam a erva cancheada 70 Faziam toda a colheita com a fam lia ou vizinhos 54 Tinham carij ou barbaqu 35 Os Potreiros e ca vas eram cheios de erva mate 25 Faziam a erva para o consumo 18 Os pais criaram os filhos com o dinheiro da erva mate 15 Essa intensa rela o familiar refor ada pela import ncia que a erva mate teve no passado pois 88 dos entrevistados declaram que ela tinha uma import ncia muito maior que a atual muitas vezes sendo a principal fonte de renda da comunidade A demanda de trabalho tamb m era maior pois 70 declaram que faziam a erva cancheada e 35 que tinham carij s ou barbaqu s em suas 201 propriedades e ainda 53 faziam toda a colheita com a m o de obra familiar e ou troca de dias com os vizinhos ou atrav s de mutir es A poca de colheita da erva era uma festa era muita movimenta o os vizinhos se reuniam para trabalhar juntos era quando entrava o dinh
490. o que potencializa a 197 utiliza o dos seus recursos uma vez que praticamente triplica os valores a serem utilizados em rela o a realiza o de colheitas anuais Outro aspecto importante bastante comum entre os agricultores a utiliza o dos recursos da erva mate para pagar despesas relacionadas diretamente com a produ o agr cola em alguns casos o dinheiro da erva mate acaba financiando a atividade agr cola de maior risco e maior demandadora de recursos financeiros e de m o de obra Com o dinheiro da erva paguei o Pronafinho Agricultor 07 A ltima compra de calc rio eu fiz com o dinheiro da erva Agricultor 04 De forma geral frente aos dados apresentados pode se ponderar que a erva mate tem uma relativa import ncia monet ria para os agricultores em fun o do valor da renda gerada por m se revela muito importante pela sua fun o de poupan a e estabiliza o da propriedade contribuindo para diminuir os riscos dos agricultores atendendo segundo Abramovay 1992 uma das principais preocupa es dos agricultores familiares para se manterem no campo 6 3 5 Import ncia porque as fam lias lidam com o mate Para entender um pouco melhor o significado da erva mate para as fam lias e sua inser o nos sistemas de produ o foi perguntado aos agricultores porque ainda lidam com a erva mate e ou qual a sua import ncia para a fam lia O quadro 6 17 apresenta os principais mot
491. o que trata da legisla o ambiental e o manejo da erva mate 6 5 8 52 agricultor proibido pelo Estado de realizar atividades que realizava tradicionalmente sem que o Estado ofere a condi es sociais e econ micas m nimas para os afetados em que n o existem pol ticas p blicas capazes de induzir pr ticas diferenciadas e capazes de garantir que a atividade produtiva esteja em concord ncia com a conserva o ambiental A produ o de erva mate no contexto de sua ocorr ncia do Planalto Norte Catarinense na maioria das vezes est correlacionada com remanescentes florestais e se reveste de significativa import ncia cultural e econ mica para muitas fam lias No entanto frente ao discutido nos par grafos anteriores est sujeita ao conflito entre as restri es de manejo impostas pela legisla o e as suas necessidades de manejo Frente a esses conflitos entre o uso e a conserva o dos recursos e da necessidade de se considerar os aspectos sociais culturais e econ micos que afetam essa rela o se faz necess rio discutir n o apenas uma conserva o ambiental mas sim uma conserva o socioambiental 1 5 AGRICULTURA FAMILIAR E A CONSERVA O SOCIOAMBIENTAL Normalmente especialmente quando se trata do meio rural o termo conserva o remete a uma preocupa o com a manuten o das florestas das guas dos animais silvestres ou seja com a manuten o dos ecossistemas naturais onde de forma geral
492. o se trata apenas do amargor mas sim de um padr o regional de sabor conferido pela erva mate nativa que valoriza o produto da regi o Outro fator de des gio da erva plantada seria em rela o ao seu menor rendimento no beneficiamento fato alegado por 50 dos entrevistados que situam um rendimento de aproximadamente 10 menor Fica evidente que a prefer ncia pela erva mate nativa est associada qualidade do chimarr o normalmente associada a um sabor mais suave menos amargo que seria caracter stico da regi o Nesse sentido os sabores de uma planta est o em fun o da presen a e do n vel de algumas das subst ncias que a comp em 195 Vale destacar novamente que os volumes de erva mate plantada desses agricultores era pequeno em rela o s suas produ es de erva mate nativa 16 Uma erva mate mais amarga n o apresenta maiores restri es para o fabrico de ch e terer por m existe um amplo dom nio do processamento da erva mate na forma de chimarr o 320 Pd P Mais amarga Menor Menor qualidade rendimento FIGURA 7 2 MOTIVOS QUE LEVAM A DESVALORIZA O DA ERVA MATE PLANTADA DE ACORDO COM OS INDUSTRIAIS ENTREVISTADOS De acordo com Pagliosa 2009 citando diversos autores a erva mate apresenta em sua composi o alcaloides principalmente as metilxantinas cafe na e em menor quantidade teobromina e teofilina subst ncias glicos dicas como a saponina leos essenciais como linal
493. o sendo vi vel a sua colheita Em 15 tratam se de reas pr ximas aos rios com solos que apresentam algum grau de hidromorfismo onde naturalmente a erva mate n o se desenvolve Em 8 das situa es tratam se de capoeir es em que devido a falta de manejo e ou falta de regenera o n o se formou um erval Souza et al 2005 p 64 consideram que possivelmente a erva mate nativa seja um dos tipos de explora o sustent vel em reas de matas nativas mais expressivos do Brasil seguramente o mais expressivo do sul do Brasil Realmente pode se ponderar que a maioria dos remanescentes florestais tem rela o com a produ o de erva mate pois 68 das propriedades realizam a sua colheita em mais de 50 de sua reas florestais No entanto tratam se de florestas que sofreram interven o humana no sentido de promover a erva mate e ou a cria o de gado Assim esse um aspecto importante de ser considerado em pol ticas p blicas ou legisla es que visem contemplar o manejo da erva mate ou a conserva o ambiental ou seja a erva mate contribuiu e contribui para a conserva o das matas atrav s da gera o de renda mas para isso necess rio o manejo na floresta no sentido de promover o mate o simples impedimento s pr ticas de manejo leva produ o se tornar invi vel frente ao avan o da floresta Hanisch et al 2010 trabalhando com cinco reas de ca vas do PNC que podem ser enquadradas como abertas ou muito aber
494. o sistema faxinal que podiam abrigar dezenas ou centenas de fam lias e muitas centenas de hectares um dos fatores 58 O termo ca va utilizado por um grande n mero de agricultores da regi o sedimentar do PNC para designar os remanescentes de criadouros comuns ou mesmo para qualquer ambiente florestal que utilizado para pastoreio animal em que se formam pastagens no sub bosque 131 que contribu ram para que ainda hoje existam nas regi es faxinalenses muitos remanescentes florestais e ervais nativos De acordo com Souza 1998 p 29 A explora o ervateira orientando a forma o dos criadouros comuns ou faxinais foi respons vel por moldar o espa o rural das regi es onde se fazia presente regi es que abrangiam as matas mistas do Planalto Norte Catarinense e planaltos do Paran centro de explora o e exporta o de erva mate Os criadouros comuns tamb m foram respons veis pela manuten o e conserva o dos ervais nativos ponto central deste tipo de organiza o produtiva De acordo com o constatado nessa pesquisa os criadouros do PNC se desestruturaram a partir da d cada de 1970 com o processo de moderniza o da agricultura e a chegada do calc rio que possibilitou a corre o da elevada acidez das terras planas e assim a utiliza o dessas reas para a lavoura mecanizada que se transformaram nos terrenos de maior valor e aptid o agr cola da regi o O agricultor Ivo Grein da comunidade do Rio Claro
495. obam a elabora o e efetiva o de decis es sobre o uso e conserva o dos sistemas em que est o inseridos os PFNM a poss vel valoriza o dos recursos florestais teis e a utiliza o 66 controlada dos recursos Essas pr ticas podem ser direcionados a influenciar tanto os recursos florestais de forma direta ou seu ambiente biof sico e social Por sua vez Casas et al 2007 estudando povos ind genas do M xico consideram que estes atuam no processo de domestica o de plantas de PFNM e de paisagens florestais atrav s de quatro processos principais coleta sistem tica de produtos teis da floresta onde apesar de n o ocorrer a manipula o real da popula o de plantas pode incluir formas incipientes de gest o sistem tica como a coleta seletiva de determinados fen tipos a rota o de reas de coleta restri es tempor rias explora o dos recursos espec ficos entre outros que podem ter consequ ncias importantes nas comunidades deixar em p consiste em realizar pr ticas voltadas para manter dentro de ambientes manejados pelo homem plantas teis que ocorrem naturalmente nessas reas incentivar o crescimento inclui estrat gias voltadas para o aumento da densidade das popula es de esp cies teis dentro de uma floresta Ela pode ser realizada atrav s da queima e ro ada da vegeta o visando favorecer esp cies de plantas espec ficas ou atrav s da semeadura ou plantio de
496. obre aspectos bot nicos e ecol gicos da esp cie em seguida sobre aspectos sociais e econ micos A terceira e ltima parte aborda o processo de domestica o da erva mate englobando processos hist ricos e de manejo Aspectos mais espec ficos particularmente relacionados ao manejo s o discutidos ao longo das an lises do cap tulo 06 3 1 ASPECTOS BOT NICOS E ECOL GICOS DA ERVA MATE A erva mate Ilex paraguariensis A St Hil pertence fam lia Aquifoliaceae Trata se de uma esp cie arb rea perene e longeva podendo alcan ar cem anos A apar ncia geral da rvore normalmente lembra a de uma laranjeira na floresta atinge entre 10 a 15 m de altura O caule tende a ser reto acinzentado e com lenticelas abundantes Na parte interna da casca apresenta textura arenosa caracter stica Suas folhas s o simples alternadas verde escuras na face superior e 74 verde clara na inferior as margens s o irregularmente serrilhadas ou denteadas CARVALHO 1994 REITZ KLEIN e REIS 1978 WENDT 2005 Ocorre grande variedade fenot pica nas popula es de erva mate notadamente quanto s caracter sticas do pec olo que pode ser roxo branco ou amarelo tamanho e presen a ou n o de pilosidade nas folhas e ainda susceptibilidade queda de folhas STURION RESENDE 2010 No entanto essas diferen as n o podem ser consideradas como variedades taxon micas pois fazem parte da variabilidade gen tica intrapopulacional natur
497. obreviv ncia das erveiras A realiza o dos desbastes estaria na depend ncia de sua inclus o ao PM da RL no entanto limitado pela Lei da Mata Atl ntica caso o manejo n o possua fins comerciais independe de ficando limitado gera o de 20 m c bicos anuais de material florestal desde que n o descaracterize a forma o florestal assim os desbastes poderiam ser direcionados para indiv duos arb reos que possam estar limitando o desenvolvimento da erva mate e que possam produzir madeira ou lenha para o consumo na propriedade A possibilidade de realiza o de ro adas n o fica clara 147 Todas as referencias possibilidades de manejo florestal constante no C digo Florestal que valem para todo o pa s ficam restritos na rea de ocorr ncia da erva mate ao previsto na Lei da Mata Atl ntica 148 A IN 04 2009 prev um m ximo de 15 m de lenha por ano e at 20m de madeira a cada tr s anos desde que utilizados na propriedade BRASIL 2009 296 mas poderia estar limitada a n o descaracterizar a cobertura vegetal e n o prejudicar a conserva o da vegeta o nativa da rea e assegurar a manuten o da diversidade das esp cies a IN 04 2009 prev ainda que o manejo deve minimizar impactos sobre os indiv duos jovens das esp cies arb reas secund rias e clim ticas da rea manejada dessa forma a realiza o de ro adas de ervais em ambientes florestais podem ficar sujeitas a restri es N o est o expl
498. odu o justamente isso que acontece nos ervais e ca vas do planalto norte paisagens que ao mesmo tempo conservam em diferentes graus a floresta aliada produ o de erva mate e em muitas situa es a cria o de gado Entretanto no Brasil a valoriza o da paisagem pelas camadas urbanas sustentada pela imagem da natureza intocada expressa pela categoria mata territ rio dominado pela vegeta o que cresce espontaneamente e que teria aus ncia de qualquer a o humana CARNEIRO 2005 Nesse sentido para Reis e Ladio 2012 os modelos de conserva o da biodiversidade predominantes consideram que a prote o s pode ser efetiva em reas protegidas ou apenas com a exclus o das popula es humanas dessas reas Essa vis o tem propiciado interpreta es erradas sobre os ecossistemas ao n o se considerar uma s rie de popula es humanas ancestrais na constru o dessas paisagens pois se tem constatado que paisagens consideradas pela ci ncia como naturais se constituem na verdade em produto da a o humana durante milhares de anos REIS LADIO 2012 Berkes e Davidson hunt 2006 e Clement e Junqueira 2010 consideram que as paisagens pristinas ou seja paisagens que n o sofreram altera o por atividades humanas n o s o t o puras como os ambientalistas pensam e que na verdade se constituem em grande parte em um mito pois resultam da intera o entre os processos naturais e ativid
499. odu o brasileira e argentina At o in cio do s culo XIX os imensos ervais nativos brasileiros praticamente n o eram explorados o mercado internacional era basicamente abastecido pelo Paraguai De acordo com Souza 1998 a partir de 1808 com a chegada da fam lia real portuguesa ao Brasil e a consequente abertura dos portos brasileiros para o com rcio internacional aliadas proibi o do governo paraguaio de exporta o da erva mate ganha impulso a atividade ervateira no sul do Brasil principalmente no Paran e pouco mais tarde em Santa Catarina Daniel 2009 relata que mais tarde a guerra do Paraguai 1864 1870 tamb m foi importante para diminuir a influ ncia paraguaia que tinha um produto considerado de melhor qualidade e consolidar a produ o brasileira As grandes reas de ervais nativos localizadas principalmente nos atuais estados do Paran e Santa Catarina come am a abastecer o mercado mundial Inicia o ciclo da erva mate que sustenta praticamente sozinha as economias desses dois estados no per odo de 1820 a 1930 com produ o essencialmente nativa COSTA 1995 SOUZA 1998 Em um dos primeiros trabalhos escrito sobre a erva mate em 1875 no Paran o autor escreve que matte um arbusto selvatico nasce sem plantio cresce sem cultivo e de quatro em quatro annos offerece ao homem sem esfor o algum seu as folhas maduras em estado de serem colhidas e depois seccadas e pulverisadas SOAR
500. odu o de erva mate Illex paraguariensis St Hil em Fernandes Pinheiro PR Boletim de Pesquisa Florestal v 34 p 75 98 1997 LOUREN O R S MEDRADO M J S NEIVERTH D D Efeito de n veis de pot ssio sobre a produ o de erva mate llex paraguariensis St Hil no munic pio de lIva PR Boletim de Pesquisa Florestal Colombo n 39 p 119 131 jul dez 1999 MACCARI J NIOR A An lise do pr processamento da erva mate para chimarr o 2005 199f Tese Doutorado em Engenharia Agr cola Faculdade de Engenharia Agr cola Universidade Estadual de Campina Campinas 2005 MAESTRI M Os Sete Povos Missioneiros Das fazendas coletivas ao latif ndio pastoril rio grandense Leituras cotidianas n 285 2006 Dispon vel em http www pfilosofia xpg com br 07 leituras cotidianas 20061017a htm Acesso em 18 08 2009 396 MAGALH ES M Chancela da Paisagem Cultural Brasileira e os Jardins Hist ricos In Anais do XXVI Simp sio Nacional de Hist ria ANPUH S o Paulo jul 2011a MAGALH ES M P A constru o de territ rios culturais pelas antigas sociedades amaz nicas Amaz nia Ci ncia amp Desenvolvimento Bel m v 6 n 12 p 69 87 jan jun 2011b MAGALH ES R M A pol tica de apoio agricultura familiar na conserva o da biodiversidade no Brasil Desenvolvimento e meio ambiente n 21 p 89 101 jan jun 2010 MALUF R S et al Caderno Seguran a Alimentar F rum social mun
501. ofrem as mesmas restri es A gente n o pode nem mexer num p de rvore mas as ind strias tudo plantam p nus e eucalipto e fica por isso mesmo Agricultor Assim parece pertinente a revolta desses agricultores do PNC que conservaram as florestas e n o receberam nada em troca No entanto o caminho n o parece ser a autoriza o para a abertura de novas reas mas sim o desenvolvimento de sistemas de manejo da mata com arauc rias que possa gerar recursos monet rios com a floresta em p ao inv s de simplesmente impedir qualquer manejo j que foi justamente o uso dessas reas que possibilitaram a sua conserva o complementadas com pol ticas de pagamento por servi os ambientais ou ecossist micos Cada vez mais as florestas s o vistas como geradoras de valores e benef cios al m de sua fun o produtiva direta BERKES DAVIDSON HUNT 2006 no entanto as imposi es de restri es legais ao uso das florestas sem alternativas de manejo legalizadas e vi veis e o n o pagamento pelos servi os ambientais ou ecossist micos gerados fazem com que os agricultores muitas vezes n o tenham interesse de mant las FANTINI SIMISKI 2007 Carneiro e Maluf 2005 consideram que o agricultor deveria ser recompensado pelos servi os ambientais que as florestas prestam sociedade As florestas mais particularmente os ervais em paisagens florestais abarcam todas as categorias de servi os ecossist micos preconiz
502. oice anual 4 Espor dica 5 N o faz s o gado 6 Capinas lavoura 7 Sem ro ada 8 Glifosato 9 Rolo faca 10 Su nos 8 Desbastes 1 N o desbastado 2 Sem desbastes recentes 3 Desbastes recentes 4 Desbastes recentes intensos 5 Est desbastando 6 N o se aplica 9 Eros o 1 sem eros o 2 eros o laminar de baixa intensidade observa se sinais de eros o em pontos isolados 3 eros o laminar m dia intensidade observa se eros o laminar em diversas pontos por m em menos de 50 da rea 4 Eros o laminar de alta intensidade observa se sinais de eros o laminar em mais de 50 da rea 10 Esp cies arb reas Presen a 1 Arauc ria 2 Imbuia 3 Sassafr s 4 Xaxim amea adas presen a e Frequ ncia 5 Abundante presente em toda a frequ ncia paisagem 4 Muito frequente presente na maior parte da paisagem 3 Frequente presente em v rios pontos da paisagem 2 Esparsa presente em pontos isolados 1 Rara presente em poucos pontos isolados 11 Conectividade quando o erval possui conex o direta com outras reas florestais 1 Sem conectividade 2 Conectividade Conectividade externa interna 3 12 Principal utilidade Respostas espont neas 1 Erva mate 2 Gado 3 Lenha 4 Gado leiteiro 5 APP 6 RL 7 Palanques 8 Flores para abelhas 9 Su nos 10 421 pergunta Qual a principal utilidade dessa rea Lavoura 11 Carneiros 13 Outr
503. ol e limoneno compostos fen licos que incluem os taninos flavonoides e cidos fen licos minerais como o c lcio pot ssio mangan s e magn sio clorofila al m de gua celulose dextrina glicose pentose amino cidos subst ncias graxas resinas arom ticas cido f lico e legumina Entre esse grande n mero de subst ncias se encontram aqueles considerados como metab litos secund rios que n o s o essenciais s plantas mas desempenham importantes fun es que garantem vantagens para a sobreviv ncia e propaga o das plantas que os produzem como a defesa qu mica contra insetos danosos ou doen as prote o contra radia o solar envolvimento na produ o de cor ou aroma e tamb m no sabor As metilxantinas cafe na os leos essenciais e os compostos fen licos s o os principais metab litos secund rios da erva mate PAGLIOSA 2009 Por m apesar da referencia de que os metab litos secund rios s o os respons veis pela sabor da erva mate s o muitas as subst ncias enquadradas como tal e existem d vidas quanto suas contribui es ao sabor do mate 321 A cafe na apontada por alguns autores como a respons vel pelo amargor da erva mate MENDES 2005 PARAN 1997 Valduga 1995 aponta as saponinas como as respons veis pelo amargor Meurer 2012 citando FILIP et al 2001 e PAGLIOSA et al 2008 relata os compostos fen licos como respons veis pelo sabor amargo da bebida Ma
504. olas e essas imprimem a sua marca configurando a paisagem No entanto esse processo envolto em uma s rie de inter rela es conforme explicitado na figura anterior 2 2 A DOMESTICA O DE PAISAGENS Como visto acima os usos dos recursos e o manejo das esp cies frente s din micas sociais e naturais configuram as paisagens locais Essa configura o da paisagem pode ser considerada como resultado de processos de domestica o de paisagens Nas abordagens de domestica o de paisagens se discute as a es humanas sobre o ambiente natural normalmente enfocando sua influ ncia sobre comunidades vegetais especialmente as florestais De acordo com Clement 1999 a domestica o de paisagens seria um processo inconsciente e consciente em que a interven o humana na paisagem resulta em mudan as na ecologia da paisagem DEFFONTAINES J P Dynamique physionomique d un paysage rural Essai de mod lisation de la composante agricole Paris Cahiers d tudes et de recherches francophones Agricultures Volume 4 Num ro 6 Novembre D cembre 1995 64 e na demografia de suas popula es de plantas e animais resultando numa paisagem mais produtiva e agrad vel para os humanos Por sua vez a domestica o de plantas pode ser definida como um processo evolutivo de adapta o das plantas aos interesses dos humanos HARLAN 1992 Mais especificamente de acordo com Clement 1999 a domestica o de plantas seria um processo co
505. olhedores de erva mate eram as esporas hoje esquecidas frente ao 145 Esporas s o hastes met licas que se prendem aos p s dos colhedores de erva mate para facilitar a subida nas erveiras de grande porte 280 rebaixamento das erveiras ou pelo abandono dos ervais nas matas mais conservadas FIGURA 6 45 PODAS DE ERVEIRAS EM PAISAGEM FLORESTAL EM PRIMEIRO PLANO ERVEIRAS COM PODA ALTA E BOA CIRCULOS DESCONTINUOS EM SEGUNDO PLANO ERVEIRAS COM PODA BAIXA E FRACA BROTA O CIRCULOS CONTINUOS Fonte o autor Ressalvada a dificuldade da realiza o da colheita em arvores mais altas seria importante se questionar o consenso entre agricultores e t cnicos da viabilidade do rebaixamento das erveiras A legisla o trabalhista e a colheita No per odo da realiza o da pesquisa de campo era grande a pol mica em rela o a o do Minist rio do Trabalho visando combater o trabalho escravo na colheita da erva mate e da dificuldade do cumprimento da legisla o trabalhista A maioria dos agricultores acredita que essas a es podem atrapalhar 3796 ou que atrapalham 21 a atividade ervateira no caso dificultando a contrata o de m o de obra para a realiza o da colheita por conta pr pria ou elevando o custo da colheita pelas ervateiras ou seja diminuindo a margem do produtor Uma parte significativa 26 considera que n o vai atrapalhar e argumentam ser realmente necess rio que os col
506. olume de erva mate produzida consumido nessa forma e de forma concentrada nos estados do sul que absorvem 94 da erva mate para chimarr o MACCARI JUNIOR 2005 Segundo o autor essa concentra o nos estados sulinos indica uma forte liga o da erva mate com um consumo associado tradi o sendo necess ria para um maior potencial econ mico da atividade uma amplia o do mercado e das formas de consumo A produ o mundial se concentra quase que totalmente na Argentina e no Brasil O consumo da mesma forma se concentra nesses pa ses no Uruguai e em menor escala no Chile TORMEN 1995 SOUZA 1998 Consequentemente o mercado internacional tamb m concentrado nesses pa ses e tamb m na forma de chimarr o j que essa a forma de consumo nesses pa ses De acordo com Vieira 2013 em 2011 o Brasil exportou cerca de 34 6 mil toneladas sendo os principais 78 importadores em termos percentuais Uruguai 89 0 Chile 5 8 Alemanha 1 8 Estados Unidos 1 4 e Argentina 0 6 Medrado e Montoya 2010 ponderam que n o existem dados atuais confi veis sobre a explora o da erva mate no Brasil mas estimam que a explora o atinja 700 mil ha distribu dos em 180 mil propriedades localizadas em aproximadamente 480 munic pios Do ponto de vista social a atividade significativa por abranger principalmente os pequenos produtores aos quais gera renda importante Totaliza ainda 725 empresas e todo o complexo ervat
507. om o sogro 12 Sapecava erva no mato 3 Mudan a na lida trabalho com a erva mate 1 Antigamente faziam erva cancheada 2 faziam toda a colheita 3 Perdeu import ncia na comunidade 4 Os potreiros ca vas eram cheios de erva 5 Barbaqu comprava erva ganhava mais dinheiro 6 Antes faziam para consumo 7 Era criadouro 8 Era meio assim 9 Sapecava erva no mato 10 Trabalhava para terceiros 4 Gosta de trabalhar com a erva mate apego atividade dados a serem reagrupados Intensidade 1 Gosta muito 2 Gosta 3 trabalho como outro 4 n o gosta Motivo 1 Rela o com a inf ncia fam lia 2 Ambiente do erval 3 Por ser no mato 4 Se sente bem 5 De podar picar 6 Investe pouco 7 Do trabalho em si 8 Prefere lavoura 9 Andar no erval 10 E o que mais gosta 11 Ficar olhando 12 D uma alegria caminhar no erval 13 Combina com a apicultura 14 D uma tranquilidade andar no erval 5 Faz erva para consumo pr prio e crit rios para sele o das erveiras a colhidas serem 1 Sempre 2 s vezes 3 Nunca Crit rios de sele o das erveiras 1 Mais de 4 anos 2 Amarelinha 3 Erveira do potreiro 4 Prepara toda erva consumo venda 6 Import ncia da erva mate para o agricultor porque ainda lida com a erva mate dados a serem reagrupados 1 Renda segura anual pouco risco 2 Pouco investimento 3 Pouca m o de obra 4 Renda importante 5 Renda pri
508. onomia e Planejamento Agr cola Pre os m dios mensais de produtos agr colas recebidos pelos agricultores em SC Dispon vel em http cepa epagri sc gov br Acesso em 13 12 2012 ESMELINDRO M C et al Caracteriza o f sico qu mica da erva mate influ ncia das etapas do processamento industrial Ci ncia e Tecnologia de Alimentos v 22 n 2 p 193 204 2002 EULEUTERIO M D et al pocas e sistemas de poda na produ o da videira Bord Revista de Engenharia e Tecnologia v 2 n 2 p P ginas 55 59 2010 FAVARETO A Paradigmas do desenvolvimento rural em quest o S o Paulo Iglu FAPESP 2007 FERNANDES V A racionaliza o da vida como processo hist rico cr tica racionalidade econ mica e ao industrialismo Cadernos EBAPE BR v 6 n 3 Set 2008 FERNANDES V SAMPAIO C A C Problem tica ambiental ou problem tica socioambiental A natureza da rela o sociedade meio ambiente In Desenvolvimento e Meio Ambiente Curitiba Editora UFPR n 18 p 87 94 jul dez 2008 FERREIRA A G et al Propor o de sexo e poliniza o em Illex paraguariensis St Hil Brasil Florestal Bras lia n 53 p 29 33 1983 FERREIRA A G ALMEIDA J S CUNHA G G Fisioecologia de Ilex paraguariensis St Hil com nfase na embriologia experimental In Reuni o t cnica do cone sul sobre a cultura da erva mate Porto Alegre Anais Porto Alegre FAPERGS 1994 391 FERREIRA A D D Proce
509. orias p 17 promovendo a degrada o da natureza e a destrui o dos la os sociais Por m Brandenburg 2000 pondera que os agricultores familiares reproduzem mecanismos ou estrat gias de a o que combinam subjetividade e racionalidade n o se orientando por uma racionalidade meramente instrumental como uma empresa capitalista mas sim por m ltiplas racionalidades ligadas a seu projeto de vida O distanciamento de uma racionalidade instrumental econ mica leva a uma racionalidade alternativa que Leff 2003 considera como racionalidade ambiental e O significado de uma racionalidade ambiental que integre os potenciais da natureza os valores humanos e as identidades culturais em pr ticas produtivas sustent veis inclui as inter rela es complexas de processos ideol gicos e materiais diferenciados p 34 surge assim como um conjunto de processos de racionaliza o com diferentes inst ncias de racionalidades que conferem legitimidade tomada de decis es com respeito transforma o da natureza e do uso dos recursos LEFF 2001a p 134 No entanto na grande diversidade do mundo da agricultura familiar existem diversas tend ncias desde as que se aproximam mais de uma racionalidade ambiental at as que se voltam essencialmente para a racionalidade instrumental e econ mica De acordo com Leff 2001b 2009 o processo civilizat rio da modernidade baseado em princ pios de racionalidade econ mica e
510. orma abarcando a diversidade de tamanhos de propriedades de regi o mas com concentra o em propriedades menores do que 50 0 ha que totalizam 75 das propriedades 184 pesquisadas o que indica uma boa representa o da agricultura familiar da regi o Quadro 6 6 As fam lias pesquisadas s o pequenas em m dia com 2 31 pessoas entre 16 e 60 anos com dedica o integral s atividades da propriedade ou seja basicamente apenas um casal jovem sem filhos maiores de 16 anos ou casal idoso em que a maioria dos filhos j saiu da propriedade O que revela pouca disponibilidade de m o de obra nas fam lias QUADRO 6 6 N MERO E REAS TOTAIS E POR REGI O ha DAS PROPRIEDADES PESQUISADAS Par metro Total Regi o Sedimentar Regi o do Basalto N mero de propriedades 40 29 11 rea m dia ha 35 58 31 73 45 63 0 10 ha n propriedades 05 4 1 10 20 ha 06 5 1 20 30 ha 10 6 4 30 50 ha 09 8 1 50 100 ha 08 6 2 100 ha 02 0 2 0 50 ha 30 75 0 23 72 4 7 63 6 50 ha 10 6 4 As principais atividades dos agricultores entrevistados est o expostas no quadro 6 7 Foi utilizado como crit rio considerar as atividades que contribuem com mais de 30 da renda bruta total Quando nenhuma atividade atinge 30 o sistema considerado diversificado e nesse caso s o consideradas as atividades que contribuem com mais de 20 da renda bruta total Observa se que a princi
511. ortamento de polinizadores e dispersores de sementes Guerra et al 2008 aponta que a fragmenta o florestal ao isolar popula es se constitui em uma das maiores amea as conserva o da biodiversidade Assim de acordo com Reis 1996 para se obter o manejo sustent vel de uma esp cie deve se buscar a manuten o da estrutura gen tica e do dinamismo dos processos interativos dessas popula es sendo necess rio definir um n mero m nimo e distribui o adequada de indiv duos que devem ser mantidos para reprodu o de forma a garantir a regenera o natural e a diversidade da esp cie Nesse sentido visando atender a esses objetivos Reis et al 2000 prop em para o manejo do palmiteiro Euterpe edulis a perman ncia de 60 plantas reprodutivas por hectare N o existem estudos que procuram determinar esse 241 n mero de matrizes para a erva mate No entanto Sebben 2006 de forma gen rica recomenda a coleta de sementes de pelo menos 30 rvores para minimizar a perda gen tica de esp cies florestais Assim preocupante a situa o da erva mate nativa frente a constata o de que poucos agricultores deixam erveiras sem podar para a produ o de sementes quando deixam o n mero de rvores muito pequeno e ainda sujeitas ao isolamento o que provavelmente esteja levando a perda da diversidade gen tica da erva mate no PNC o que pode implicar em decl nio populacional ao longo do tempo Ervais nativos ra
512. os Abertos Como plantadas os Ervais Plantados em Matas e Ca vas Ervais Plantados Abertos e Ervais Plantados Sombreados De acordo com a figura 6 23 a produ o se concentra na forma nativa com 68 das propriedades tendo sua produ o unicamente nesses tipos de ervais A produ o apenas de plantios totaliza 22 e a produ o combinada entre nativa e plantada alcan a apenas as demais 10 das propriedades 208 FIGURA 6 23 ORIGEM DA PRODU O DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS Em rela o regi o observa se uma maior propor o da erva mate nativa na regi o sedimentar 72 do que na regi o do basalto 55 o que pode ser explicado devido a essa regi o ser referenciada pelos agricultores como uma regi o de menor ocorr ncia natural de erva mate ou onde a erva mate n o foi conservada a partir do sistema faxinal ca vas sendo os plantios mais determinantes para elevar a produ o A comercializa o do mate Classifica o da produ o Os pre os pagos erva mate est o em fun o da produ o ser classificada como nativa ou plantada em que de acordo com a EPAGRI CEPA 2012 a erva mate plantada recebe um pre o aproximadamente 30 menor No entanto todos os produtores entrevistados independente de terem a erva mate na forma plantada ou nativa a comercializam como nativa Sendo que dos 13 produtores que apresentam produ o significativa de ervais plantados apenas 6 46 recebera
513. os artigos 295 incisos ou par grafos dos instrumentos legais por m esses s o apresentados no Anexo VIII O C digo Florestal O C digo Florestal prev que toda propriedade rural na regi o sul do Brasil tenha uma rea de reserva legal RL de no m nimo 20 da rea total da propriedade com cobertura de vegeta o nativa Essa rea tem como fun o tanto a conserva o da natureza como assegurar o uso econ mico de modo sustent vel dos recursos naturais da propriedade sendo previsto o manejo sustent vel da vegeta o florestal Caso esse manejo tenha prop sito comercial fica na depend ncia da aprova o de um plano de manejo PM junto ao rg o competente desde que n o descaracterize a cobertura vegetal e n o prejudique a conserva o da vegeta o nativa da rea Por m se n o tiver prop sito comercial o manejo independe de autoriza o dentro de determinados limites de material lenhoso Tamb m livre a coleta de produtos florestais n o madeireiros tais como frutos cip s folhas e sementes observadas algumas condi es que garantam a conserva o da esp cie BRASIL 2012 A regulamenta o dessas possibilidades de utiliza o seguia a Instru o Normativa n 04 2009 do Minist rio do Meio Ambiente BRASIL 2009 que dever ser atualizada para o novo c digo A Reserva Legal RL N o existem impedimentos colheita da erva mate em reas de reserva legal desde que n o comprometa a s
514. os que eram a menina dos olhos dos t cnicos passaram a ser vistos com ressalvas Apesar da import ncia econ mica da erva mate talvez devido ao seu car ter extrativista teve se pouca preocupa o com o desenvolvimento de sistemas um plantio de 1 400 p s de erva mate produzidos a partir de sementes em 1911 o governo rio grandense premiou um agricultor pelo cultivo de 7 0 ha de erva mate no munic pio de Ven ncio Aires RS uma lei de 1913 Lei n 960 de 14 de agosto de 1913 autorizava o poder executivo catarinense a fazer contratos de concess o de lotes em matas frente ao compromisso do plantio de no m nimo 20 rvores por ha De qualquer forma n o fica claro quanto a se tratarem de plantios monoculturais ou adensamentos de ervais nativos que hoje se enquadrariam como nativos Ferreira Filho em seus livros de 1945 e 1957 discorre sobre as t cnicas de produ o de mudas e plantios apesar de apontar a possibilidade de plantios em locais desmatados d clara prefer ncia ao plantio em adensamentos de matas que imitariam a natureza Alencar em seu livro do in cio de 1960 aponta que a produ o nacional era essencialmente nativa com fraqu ssima participa o de plantios de alguns munic pios do RS 32 vale ressaltar que no transcorrer da constru o dessa tese observou se que devido a falta de erva mate no mercado e grande eleva o de pre os pagos aos produtores mesmo a erva mate cultivada tem conseguido
515. os secund rios de um planta e consequentemente no sabor e qualidade da erva mate GOOBO NETO LOPES 2007 8 FILIP R L PEZ P GIBERTI G COUSSIO J and FERRARO G Phenolic compounds in seven South American Ilex species Fitoterapia vol 72 p 774 778 2001 168 PAGLIOSA C M PEREIRA S M VIEIRA M A COSTA L A TEIXEIRA E AMBONI R D DE M C AMANTE E R Bitterness in yerba mate Ilex paraguariensis leaves Journal of Sensory Studies Vol 24 p 415 426 2009 322 Ritmo circadiano I SO N A A ndice pluviom trico Sazonalidade Radia o UV S Composi o CO SO pr atmosf rica NO O Herbivoria e Ataque de pat genos FIGURA 7 3 FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR NO TEOR DE METAB LITOS SECUND RIOS EM UMA PLANTA FONTE GOOBO NETO e LOPES 2007 Entre os fatores mais estudados est a varia o da intensidade luminosa onde normalmente se compara ervais nativos sombreados com ervais plantados pleno sol Nesse sentido a maioria dos estudos apontam para uma maior concentra o de cafe na nos ervais sombreados JACQUES 2005 STREIT 2007 RACHAWL et al 2000 RAKOCEVIC et al 2006 MEURER 2012 e maior concentra o de compostos fen licos em ervais a pleno sol RACHAWL et al 2000 RAKOCEVIC et al 2006 STRASSMANN 2008 Como j citado a produ o oriunda de ervais sombreados nativos considerada de sabor mais suave e alcan a maior valor de mercado
516. os usos al m da principal utilidade Respostas espont neas pergunta Al m doia uso principal para o que mais usada essa rea 1 Erva 2 Gado 3 Lenha 4 Madeira uso propriedade 5 Pinh o 6 Palanque 7 Carneiros 8 Abelhasflores 9 Frutos 10 Su nos 11 Medicinais 12 B falo 14a Presen a de animais e intensidade na pr tica apesar do esfor o de se quantificar a press o animal a tarefa revelou se muito complexa optou se pelo uso apenas dos ndices gt com presen a constante de animais gt sem presen a constante de animais 1 Sem animais 2 Gado eventual 3 Gado direto pouco intensivo lt 1 cab ha 4 Gado direto intensivo gt 1 cab ha 5 Gado rotativo pouco intensivo 6 Gado rotativo intensivo 7 Su nos pouco intensivo 8 B falo rotativo pouco intensivo 9 Ovinos rotativo pouco intensivo lt 4 cab ha 10 Ovinos rotativo pouco intensivo gt 4 cab ha 11 Ovinos direto pouco intensivo 14b Possibilidade de diminuir a press o dos animais dados a serem reagrupados 1 N o tem interesse rea importante para a cria o ou n o se interessa pela erva mate na rea 2 Tem interesse mas n o condi es heran a 3 Tem interesse mas n o condi o gado principal 4 Tem interesse e condi es pretende diminuir lota o 5 Tem interesse e condi es pretende cercar parte 6 Est cercando parte da rea 7 Est diminuindo a lota o 8
517. os vermelhos e profundos J as reas de plantar em reas mais ngremes com solos mais rasos e mais f rteis Essa justamente a situa o da regi o sedimentar do PNC que apresenta grandes regi es de relevo suave ondulado ao longo dos vales dos rios formadas por latossolos vermelhos profundos e pouco f rteis onde se localizavam os criadouros rodeados por reas de relevo mais acidentado de terra menos vermelha e menos cidas utilizadas como reas de lavoura O depoimento de um agricultor da comunidade de Lagoa do Sul munic pio de Bela Visto do Toldo ilustra bem essa situa o Aqui nessas ca vas era tudo um criador s as reas de lavoura eram nas reas mais quebradas de terra branca onde as lavouras iam melhor aqui nos plainos n o dava lavoura a terra muito fraca era tudo criadouro e muita erva tinha erval muito fechado Agricultor 02 Vale destacar que enquanto no Paran o criadouro comum se confunde com o termo faxinal no PNC de acordo com a pesquisa de campo dessa tese n o se utilizava esse termo se designava diretamente como criadouro e a vegeta o nessa situa o de floresta com pastejo animal de ca va Talvez a n o utiliza o na regi o do PNC do termo faxinal para designar esse sistema tenha contribu do para seu esquecimento nos estudos acad micos apesar de abranger praticamente toda a regi o sedimentar do PNC Os criadouros comuns parte essencial d
518. otivos que levam a essa eleva o dos pre os n o s o consenso entre os industriais Quadro 7 3 Para 40 dos entrevistados o problema seria a eleva o dos pre os da erva mate argentina que inviabilzou a importa o Aqui surgiu um aspecto pouco conhecido do setor ervateiro da regi o a pr tica da importa o de erva mate argentina De acordo com v rios industriais at o ano de 2011 a erva mate argentina cancheada era comercializada posta na regi o a um pre o bem menor do que a erva cancheada produzida pelos barbaqu s regionais no entanto a partir de 2012 a eleva o dos pre os da erva argentina inviabilizou a importa o valorizando a produ o local A declara o do industrial 02 ilustra bem essa situa o No final de 2011 se comprava a erva mate argentina cancheada posta aqui na ind stria a R 1 90 o kg enquanto dos barbaqu s da regi o se pagava R 2 10 a 2 20 kg agora se fosse comprar teria que pagar R 4 00 pela argentina e na regi o se compra a R 3 00 Industrial 02 De acordo com Dorneles 2013 a importa o de erva mate argentina foi de 5 065 toneladas em 2011 e passou para apenas 164 toneladas em 2012 devido a eleva o dos pre os pagos aos produtores argentinos Um dos industriais ervateiros de Canoinhas em entrevista ao jornal Correio do Norte tamb m argumenta que a falta de mat ria prima deve se ao grande fluxo 341 de erva mate argentina que come ou a entrar no Brasi
519. p o dos agricultores est o relacionadas abertura de novas reas para agricultura 7696 e ao esgotamento dos ervais nativos frente a uma forte press o do gado 68 e falta de renova o do erval 55 Na medida em que a erva perde import ncia econ mica os agricultores tendem a descuidar com os manejos e se agrava ainda mais a situa o podas mal feita menos ro adas ataque de brocas Vale comentar que apesar de pouco destacado pelos agricultores a divis o das propriedades parece ter um papel importante pois acaba intensificado o uso da terra o que implica em maior press o do gado sobre os ervais nativos agravado ainda pela queda dos criadouros comunit rios Em 70 a lei proibiu criar os bichos soltos caiu o criadouro muita cria o pouco lugar muito pisoteio Aqui tinha erva que n o dava para andar de carro a foi se terminando Agricultor 15 A percep o da queda da produ o frente a convers o de ervais em lavouras encontra respaldo nos dados estat sticos dos censos agropecu rios do IBGE Ao se comparar a varia o da utiliza o das terras do PNC no per odo 1985 2006 Figura 6 19 verifica se que houve um aumento de aproximadamente 76 das reas de lavouras e esse avan o da agricultura se deu principalmente sobre reas de pastagens nativas que nesse caso tiveram uma redu o de 57 de sua rea Talvez essa situa o possa explicar a diminui o da produ o de erva mate pois como apontad
520. pais usos e o quadro 6 49 os outros usos QUADRO 6 48 PRINCIPAIS USOS DOS ERVAIS DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Paisagens agrupadas n Uso s principal is em percentagem 1 2 3 4 5 6 7 Ervais em Matas 11 73 9 55 0 0 0 0 Ervais em Ca vas 30 65 93 10 3 0 0 13 Ervais Plantados em Matas e Ca vas 05 100 0 0 0 0 0 0 Ervais nativos abertos 08 63 75 0 0 12 25 Ervais plantados n o florestais 12 100 0 0 0 8 34 0 1 Erva mate 2 Gado 3 Reserva legal 4 Flores para apicultura 5 Su nos 6 Lavouras 7 Carneiros Nos ervais em mata o principal uso a colheita da erva mate 73 seguido do uso como reserva legal 55 em um caso 9 o agricultor considera importante a utiliza o da rea para o uso eventual do gado no inverno Nos ervais em ca vas o principal uso se revela como sendo a cria o de gado 93 seguido da colheita da erva mate 65 tamb m aparecendo a utiliza o para a cria o de carneiros 13 e o uso como reserva legal 10 vale ainda destacar que um agricultor considera como um dos principais usos a produ o de flores para as abelhas Nos ervais plantados em matas e ca vas o principal uso claramente a colheita da erva mate 100 Assim nesses ervais com cobertura florestal a erva mate considerada como de uso principal de forma exclusiva nos plantios nas mata o principal uso associado utiliza o como reserv
521. paisagens florestais podem contribuir para uma melhor conectividade entre fragmentos pois mesmo nas ca vas muito abertas a permeabilidade de matriz muito mais favor vel do que em uma rea de agricultura ou de pastagens plantadas Esse potencial n o tem sido estudado para os ervais mas tema recorrente nas cabrucas sistemas de cultivo de cacau semelhante aos ervais florestais do PNC A Cabruca um sistema tradicional de cultivo do cacau em que se conserva uma parte das rvores nativas substituindo se o sub bosque por cacaueiros Esse sistema apesar de se diferenciar da composi o da mata original o respons vel por uma das maiores concentra es de rvores nativas do leste do Brasil 312 SAMBUICHI 2002 Destaca se tamb m o papel que as cabrucas desenvolvem como corredor ecol gico ligando fragmentos de mata OLIVEIRA et al 2011 Para Colle et al 2003 o sistema de cabrucas de cultivo de cacau e capoeiras funcionam como extens es de florestas para muitas esp cies De acordo com Kageyama et al 2001 o mosaico composto pelas cabrucas e fragmentos florestais extremamente relevante para a conserva o da biodiversidade da regi o servindo como corredor para o fluxo gen tico entre esp cies o que n o se permite em plantios monoculturais Frente a essa potencialidade a manuten o de reas de cabruca passou inclusive a ser promovida como uma forma de habitat dispon vel para as esp cies da REBIO de Una
522. pal atividade a produ o de fumo de forma isolada em dez situa es e em conjunto com o leite e gr os em mais seis totalizando dezesseis situa es 40 do total de propriedades A produ o de fumo se concentra totalmente na regi o do sedimento nesse caso representando 55 das propriedades dessa regi o O leite participa como atividade principal em tr s situa es e de forma associada em outras nove totalizando doze situa es 27 5 Propriedades com tamanho at 50 0 ha tem sido utilizadas historicamente como referencia para representar os agricultores familiares ou a tempos atr s os pequenos agricultores da regi o ICMBIO 2010 Os extensionistas entrevistados da Epagri dos munic pios da regi o do basalto Timb Grande e Porto Uni o confirmam que a produ o defumo nesses munic pios inexpressiva 185 do total de propriedades O cultivo de gr os atividade principal em apenas uma situa o mas de forma associada em outras nove totalizando dez situa es 25 do total de propriedades Os sistemas diversificados aparecem em cinco situa es 12 5 do total de propriedades Tanto a agroecologia como a aposentadoria aparecem de forma isolada em uma situa o e de forma associada em mais duas assim cada uma dessas atividades totaliza participa o em 7 5 das propriedades A erva mate aparece como uma das atividades principais em apenas uma propriedade ou seja 2 5 do total de propriedades
523. pal em apenas respectivamente 12 5 e 2 5 das colheitas QUADRO 6 38 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA A COLHEITA DA ERVA MATE PERCENTAGEM DE SUA UTILIZA O EM RELA O AO N MERO TOTAL DE ENTREVISTADOS 1 E EM RELA O SOMENTE AOS AGRICULTORES QUE VENDEM A ERVA NO P 2 Instrumento 1 geral 2 venda no p n 40 n 19 Fac o 40 0 68 0 Fac o foice 17 5 16 0 Serrote 12 5 0 0 Fac o m os em anos alternados 12 5 16 0 Foice 05 0 0 0 Tesoura 02 5 0 0 Fac o serrote 02 5 0 0 Fac o tesoura 02 5 0 0 Tesoura m os anos alternados 02 5 0 0 Foice m os anos alternados 02 5 0 0 218 A foice que a princ pio o instrumento com maior potencial de degrada o dos ervais ainda utilizada de forma nica ou combinada em 25 das colheitas FIGURA 6 44 AGRICULTOR UTILIZANDO A FOICE PARA A COLHEITA DA ERVA MATE CANOINHAS SC FONTE o autor Chama a aten o a colheita com as m os combinadas com outros instrumentos que atinge 17 5 das colheitas nesse sistema em uma safra a colheita feita com as m os e a seguinte com o fac o tesoura foice Dos seis agricultores que utilizam esse sistema quatro s o em plantios e cinco est o entre os maiores produtores ou dos que obt m as maiores produtividades indicando ter essa forma de colheita rela o com ervais de boa produ o O quadro 6 38 apresenta tamb m os instr
524. palmente como investimentos na resid ncia 37 e investimentos produtivos 23 revelam que a erva mate tem uma importante fun o na melhoria das condi es de moradia das fam lias e de investimento em outras atividades produtivas Invisto em coisas para a casa sempre tento por alguma coisa dentro da casa a TV a geladeira comprei assim Agricultor 15 Na safra passada comprei uma carreta usada para o trator e ainda paguei umas presta es atrasadas do trator Agricultor 35 Essas utiliza es tem uma liga o direta com uma fun o de reserva de valor o que ainda refor ado pelas utiliza es pagamento de d vidas 14 aplica o em poupan a 14 utiliza quando se aperta 30 e despesas m dicas 3 que revelam essencialmente uma fun o de poupan a conferindo maior seguran a e estabilidade s fam lias dos agricultores Separando se a duplicidade de resposta por agricultor chega se a um total de 72 das fam lias que destacaram a import ncia de ao menos uma dessas fun es relacionadas a reserva de valor Ressaltam ainda que se trata de um recurso prontamente dispon vel Importante destacar que a utiliza o da erva mate como reserva de valor potencializada pelo fato de que apesar do c lculo dessa pesquisa ter sido feita com base na produ o anual a colheita da erva mate normalmente realizada a cada tr s anos principalmente nos menores produtores
525. para se ter um dos agricultores bom erval Cuidar com a poda 73 Cuidar com as ro adas 55 N o deixar excesso de gado 38 Plantar muda boa 25 Manejar o sombreamento 18 Cuidar com as pragas 08 Ter assist ncia t cnica 05 Outras respostas 20 Em menor propor o aparece a preocupa o com as pragas que citada por apenas 8 dos agricultores no entanto se verifica na se o 6 4 7 que o uso de agrot xico significativo e ainda apresenta tend ncia a aumentar o que revela uma preocupa o cada vez maior com o ataque de pragas tanto da broca quanto de lagartas por m n o revelada entre as principais a es citadas pelos agricultores Os dois agricultores 5 que destacaram a assist ncia t cnica foi no sentido de que seus ervais poderiam ser melhores se tivessem assist ncia t cnica assim na verdade destacam a falta de assist ncia t cnica Essa discuss o ser aprofundada no cap tulo 8 A preocupa o de 18 dos agricultores em manejar o sombreamento refere se necessidade de se manejar as demais esp cies arb reas desbastes para que a erva mate tenha a luz suficiente para se desenvolver Essa refer ncia dos agricultores mais ligada dificuldade de se fazer esses desbastes frente s restri es legais ficando os agricultores entre executar uma pr tica ilegal ou deixar que as erveiras diminuam sua produ o frente ao avan o do sombreamento Importante destacar que apesar de ser citada por apenas 18
526. pesquisa tem como foco as possibilidades e limita es do manejo da erva mate para a conserva o socioambiental junto a um dos setores mais importantes do meio rural os agricultores familiares pertinente discutir alguns aspectos que possam ajudar a compreender os conceitos e din micas da agricultura familiar bem como sua rela o com o uso e conserva o dos recursos naturais Assim inicialmente discutida a import ncia conceitos e racionalidades da agricultura familiar em seguida abordado o processo de moderniza o da agricultura brasileira segue se discutindo o uso e conserva o dos recursos naturais com nfase nos recursos florestais e por fim se discute o que se entende por conserva o socioambiental 1 1 AGRICULTURA FAMILIAR IMPORT NCIA CONCEITOS E RACIONALIDADES A agricultura familiar representa um dos mais importantes segmentos do setor rural brasileiro De acordo com os dados do ltimo censo agropecu rio realizado em 2006 os estabelecimentos classificados como familiares totalizam 4 367 902 unidades perfazendo 84 dos estabelecimentos agropecu rios brasileiros ocupam uma rea de aproximadamente 80 milh es de ha o que equivale a 24 da rea dos estabelecimentos com uma rea m dia de 18 37 ha envolvem cerca 12 3 milh es de pessoas que representa 74 da m o de obra ocupada no campo Apesar de ocuparem apenas 24 da rea os estabelecimentos familiares se mostram respons veis por 38 do valo
527. pesquisador configurando o desafio de construir uma vis o a partir de ambos os olhares Outro aspecto a destacar na pondera o a vis o urbana e mesmo dos cientistas e t cnicos muitas vezes preocupados apenas com a conserva o ecol gica em si desconsiderando que as paisagens s o habitadas e manejadas pelas popula es locais o que implica na elabora o de leis e normas de utiliza o alheias s realidades locais 18 As diferentes paisagens dos ervais s o apresentadas no cap tulo 6 68 Esse aspecto pode ser destacado no caso dos ervais do planalto norte a maioria formada por florestas manejadas em associa o com a cria o de gado ca vas e extrativismo de erva mate o que implica no distanciamento da fisionomia dessas forma es da fisionomia de florestas naturais No entanto esses remanescentes s persistiram at agora como ser visto no cap tulo 06 justamente devido ao uso consorciado entre floresta erva mate e cria o de gado O conflito entre uso e conserva o de paisagens destacado por Silveira 2009 que considera ser corrente uma separa o l gica na paisagem entre espa os de produ o e espa os de preserva o especialmente em agentes urbanos e pesquisadores o que influi na elabora o das legisla es enquanto que na realidade existem zonas de ambiguidade ou seja h bridos de natureza e cultura na paisagem rural que n o s o estritamente de conserva o nem estritamente de pr
528. podendo sua extens o ser cartografada Nesta linha de concep o o autor a partir de uma modifica o no conceito proposto pelo 58 pesquisador franc s Deffontaines considera que uma paisagem uma por o percept vel a um observador onde se inscreve uma combina o de fatos vis veis e invis veis e intera es as quais num dado momento n o percebemos sen o o resultado global TRICART 1981 p 09 Al m desse aspecto mais voltado paisagem natural fundamental se considerar os aspectos culturais j que a paisagem segundo Berque 1998 se apresenta como uma marca e como matriz da rela o da sociedade com a natureza onde se desencadeiam processos f sicos mentais e sociais que implicam em esquemas de percep o de concep o e a o ou seja da cultura que permeia a rela o sociedade natureza Nesse sentido o ge grafo franc s Bertrand n o apenas considera a paisagem com uma vis o hol stica do meio f sico e bi tico mas tamb m supera a tradicional separa o entre paisagem natural e cultural n o privilegiando nem a esfera natural nem a humana entendendo que sociedade e natureza est o relacionadas formando uma s entidade de um mesmo espa o geogr fico O conceito de paisagem que permear essa tese est baseado nesse autor que considera que a paisagem n o a simples adi o de elementos geogr ficos disparatados E em uma determinada por o do espa o o resultado da combina
529. pois alem de melhor discriminar os est dios de regenera o apresenta um sentido biol gico maior uma vez que representa o potencial de ocupa o espacial do sitio Assim a classifica o obtida por meio da rea basal atende a expectativa de caracterizar a vegeta o em est dios inicial m dio e avan ado de regenera o p 129 130 A avalia o da rea basal ter como base o relasc pio de Bitterlich m todo recomendado por Finger 2006 atrav s de um Medidor de Area Basal MAB de acordo com o preconizado por Cardoso 2009 O MAB um aparelho simples elaborado a partir do princ pio de funcionamento do relasc pio de Bitterlich Pontua o Atributo m Observa es 1 lt 8 limite para est gio inicial A determina o da rea basal foi realizada com um 2 8 16 Medidor de Area Basal MAB 3 17 25 4 25 33 424 2 COBERTURA DO DOSSEL Dossel o estrato superior da floresta e tem implica o direta na entrada de luz no ambiente florestal o que implica em uma s rie de consequ ncias ecol gicas pois a luminosidade um fator determinante nos processos ecol gicos e fisiol gicos dos vegetais de uma floresta TURTON e FREIBURGER 1997 A abertura do dossel pode tamb m indicar al m da ocorr ncia de eventos naturais como a queda de rvores e galhos a intensidade de interfer ncia antr pica como por exemplo a es de derrubada de rvores ro adas etc
530. poucas erveiras apresentam bom aspecto e vitalidade 1 Muito fraco raras erveiras das erveiras apresenta bom aspecto e vitalidade 19 b Densidade de erva mate em produ o 5 Muito densa as erveiras est o presentes em toda a rea 4 Densa as erveiras est o presentes na maior parte da 422 avalia o visual rea 3 Mediana as erveiras est o presentes em aproximadamente metade da rea 2 Rala as erveiras est o presentes em pontos isolados da rea 1 Rara as erveiras est o presentes em poucos pontos isolados 20 constata o regenera o Regenera o de de natural de erveiras presen a de pl ntulas e jovens com base em observa o direta a campo ao se percorrer ao acaso a rea e por indica o do agricultor 5 Muito frequente a regenera o observada na maior parte da rea 4 Frequente a regenera o observada em muitos pontos da rea 3 Esparsa a regenera o observada apenas em alguns pontos da rea 2 Rara a regenera o observada em raros pontos da rea 1 N o observada 21 Porta sementes exist ncia de rvores porta sementes erveiras n o colhidas para produ o de sementes 1 N o deixa 2 Raras ou esparsas apenas em pontos isolados 3 Frequente em muitos pontos da rea 4 Muito frequente distribu das por toda a rea 5 Quando as porta semente s o de origem n o intencional 22 Aptid
531. preju zos fauna e flora do local Como a supress o ou a utiliza o da vegeta o nativa a partir do est gio m dio s permitida em car ter excepcional apenas nessas situa es se poderia fazer desbastes visando favorecer o desenvolvimento da erva mate limitado a uma rea de at 2 00 ha desde que imprescind vel manuten o da fam lia No entanto a lei prev tamb m que o uso eventual da vegeta o para uso na propriedade respeitado os limites estabelecidos independe de autoriza o assim os desbastes visando obten o de lenha ou madeira poderiam ser direcionados para os indiv duos arb reos que estivessem limitando o desenvolvimento da erva mate Em rela o s ro adas n o existe uma proibi o clara ou referencias a impedimentos regenera o natural apenas nos artigos que tratam do plantio e enriquecimento ecol gico se mencionam a necessidade da realiza o de pr ticas que minimizem impactos sobre indiv duos jovens de esp cies arb reas secund rias 154 A FATMA faz essa autoriza o atrav s da Instru o Normativa IN 23 2010 que trata da supress o da vegeta o nativa em rea rural Esses procedimentos normalmente visam abrir reas para lavoura mas nada impediria que fossem para a autoriza o da realiza o de desbastes 155 Em rela o a esse uso a FATMA considera que o corte de lenha desde que n o envolva esp cies arb reas amea adas de extin o e o uso seja na propriedade
532. pressam preconceito com a produ o extrativa da erva mate relacionando a como uma produ o que exige pouco trabalho e ligada s popula es caboclas em contraponto com a agricultura que seria mais nobre e relacionada ao trabalho de imigrantes europeus Para o governo do Paran em meados do s culo XIX os caboclos se dedicavam exclusivamente cria o de animais e no trabalho de colher secar e levar ao mercado a erva mate que nascia e crescia espontaneamente nas matas n o se dedicando agricultura Os moradores da prov ncia eram vistos como indolentes porque preferiam o trabalho f cil nos ervais na poca da coleta As autoridades valorizaram a agricultura comparando o cultivo do trigo que exige trabalho e espera com a extra o do mate cujos ervais silvestres estavam por toda parte sem custarem trabalho humano Escreveu o presidente do Paran Zacarias de G es e Vasconcellos que um n mero excessivo de pessoas se dedicava ao mate o que considerou um g rmen de ru na da agricultura O desprezo pela prof cua cultura trit cola n o era motivado pela ferrugem mas pela herva que faz mal ao trigo Na vis o dos dirigentes da prov ncia do Paran o problema da applica o exclusiva de quasi todos os bra os a produ o da herva mate poderia ser resolvido com a introdu o de imigrantes europeus que se 182 Relat rio do presidente da prov ncia do Paran o conselheiro Zacarias
533. promoviam as erveiras na paisagem forma predominante at hoje aliada quando da realiza o de plantios n o sele o de erveiras para a produ o de sementes e da prefer ncia por sementes oriundas de erveiras nativas refor a a conclus o do Cap tulo 4 de que a erva mate estaria em um est gio intermedi rio entre uma planta silvestre e a incipientemente domesticada apesar de intensos processos de promo o nas paisagens A preocupa o com o manejo do gado expressa pela maioria dos agricultores deve se lota o excessiva ser considerada como uma das principais causas da degrada o dos ervais Por m s o poucos os agricultores que est o realizando algum manejo para minimizar esse problema Entre os agricultores que t m aumentado a produ o de erva mate a diminui o da press o do gado aparece como o segundo fator mais importante atr s apenas da realiza o de novos plantios Como existe uma tend ncia de os agricultores voltarem a dar mais aten o erva mate seria importante a intensifica o de pesquisas que atrav s do piqueteamento rota o de pastagens adensamentos e outras pr ticas pudessem potencializar a produ o de erva mate nos ervais com presen a animal A atividade ervateira se mostra eficiente na conserva o dos solos pois praticamente n o se observam sinais de eros o nos ervais salvo Ervais Abertos e mais intensamente nos Ervais Abertos Lavouras resultado n o da atividade
534. que segundo Abramovay 1992 a avers o ao risco justamente uma das principais estrat gias para manterem suas fam lias no campo Nesse cen rio visando diminui o desses riscos aponta se para a redu o da vulnerabilidade e aumento da resili ncia caminhando para uma agricultura que foge da l gica do grande agroneg cio e da agricultura considerada moderna rumando para uma concep o que se aproxima dos princ pios agroecol gicos nos quais o manejo florestal e a agrofloresta est o totalmente integrados IPCC 2007 nesse cen rio que se insere a proposta de trabalhar com o manejo e paisagens da erva mate esp cie florestal nativa e manejada em 26 sistemas agroflorestais pelos agricultores familiares na tem tica geral da Turma IX do MADE Em rela o ao projeto coletivo de pesquisa do grupo Agro Bio a proposta de trabalhar com as paisagens e manejos da erva mate est fortemente relacionada tem tica do seu uso e conserva o por tratar se de esp cie nativa florestal que apresenta relevante valor monet rio contribuindo para o uso e conserva o das florestas e ainda ser fortemente ligada cultura regional Tamb m se insere no espa o geogr fico da pesquisa por tratar se de uma esp cie caracter stica da Floresta com Arauc ria a forma o vegetal mais significativa da por o sul do bioma da Mata Atl ntica Em rela o ao organograma do projeto coletivo de acordo com a figura 01 insere
535. que n o existem agrot xicos registrados para a erva mate assim o seu uso independente da forma como utilizado configura se como uma atividade ilegal O nico produto legalmente registrado o Bovemax EC a base de Beauveria bassiana um inseticida biol gico BRASIL 2013 O uso dos agrot xicos Constatou se que os agrot xicos s o utilizados na erva mate em 45 das propriedades sendo que em 15 s o usados apenas inseticidas o mesmo percentual para apenas herbicidas e tamb m o mesmo percentual para o uso combinado de herbicidas e inseticidas o que pode ser considerado um n mero muito expressivo Para uma melhor compreens o do uso de agrot xicos importante se analisar o seu uso a partir das paisagens O quadro 6 32 apresenta o uso de agrot xicos a partir de grupos de paisagens semelhantes considerando apenas o uso de inseticida apenas herbicida e o uso combinado de inseticida e herbicida Os inseticidas s o utilizados em 10 6 das paisagens o que equivale a 9 4 da rea e 15 8 da produ o os herbicidas s o utilizados em 12 1 das paisagens o que equivale a 3 9 da rea e 10 9 da produ o o uso combinado de 249 inseticidas e herbicidas utilizado em 9 1 das paisagens o que equivale a 2 1 da rea e 15 2 da produ o Assim de forma geral constata se que 31 8 das paisagens recebem algum tipo de agrot xico o que equivale a 15 4 da rea e 41 9 da produ o Esses resultado s o completamente divergente
536. r a luminosidade nos ervais sem a necessidade de se derrubar rvores seria a realiza o de podas na galharia das demais rvores do erval Ao se percorrer os ervais e discutir sobre a quest o de sol sombra e impedimentos da legisla o se comentou sobre a possibilidade de se podar galhos das rvores com o objetivo de aumentar a incid ncia de sol de forma a n o ter problemas com a legisla o e ainda aumentar a reciclagem de nutrientes atrav s da maior oferta de mat ria org nica 224 No entanto essa n o uma pr tica conhecida dos agricultores e 73 n o demonstraram nenhum interesse em desenvolv la principalmente devido a elevada demanda de m o de obra que essa pr tica demandaria Mas mesmo frente a apenas uma pondera o sobre seus benef cios 18 se mostraram interessados em realiz la e dois agricultores 5 se propuseram a realizar a pr tica em parte da rea Ainda se identificou mais dois agricultores 5 que j est o fazendo a poda um deles em uma rea de plantio em ca va e outro em rea de ca va rica em imbuia nesse caso agricultor est podando os galhos baixos dessa esp cie aqui eu podei as imbuias tava muito fechado tirei os galhos baixo A erva se recuperou quero aos poucos fazer na rea toda Agricultor 30 Assim pode se considerar que devido a sua import ncia frente a possibilidade de melhorar a luminosidade dos ervais de forma coerente com a legisla o e ain
537. r a sua importa o A INVISIBILIDADE DOS ERVAIS NATIVOS Constatou se que a atividade ervateira praticamente invis vel para os agentes de ATER locais pois 79 dos agricultores entrevistados tem acesso a ATER geral de forma frequente ou eventual frente a apenas 03 de forma espec fica para a erva mate Ou seja os t cnicos visitam as propriedades mas n o d o aten o erva mate Complementando as entrevistas com agricultores foram entrevistados agentes das institui es p blicas de ATER Epagri e Secretarias Municipais de Agricultura dos sete munic pios que tiveram agricultores entrevistados A grande maioria dos agentes n o considera a erva mate uma atividade de import ncia econ mica para o munic pio Por outro lado a maioria a considera importante para os agricultores familiares por m como uma atividade secund ria que gera uma renda extra ligada ao extrativismo ao manejo de florestas que talvez em alguns casos por n o utilizar o moderno pacote tecnol gico dispon vel para as lavouras foge do mundo dos t cnicos o que pode ajudar a explicar essa invisibilidade Apenas em uma das situa es foi constatado programa ou a es espec ficas para a erva mate mesmo de forma indireta s foi constatado apoio tamb m em apenas um caso O PRONAF que tem uma linha espec fica voltada para agrofloresta onde se enquadram a maiorias das UPEs s beneficiou um dos agricultores entrevistados Nenhuma das institui e
538. r bruto da produ o e por 34 das receitas no campo 5 IBGE considera como agricultores familiares aqueles que se enquadram na Lei n 11 326 2006 que estabelece as diretrizes para a formula o da Pol tica Nacional da Agricultura Familiar IBGE 2007b que ser discutida mais a frente 32 gerando R 677 00 ha frente a apenas R 358 00 ha da agricultura n o familiar revelando um melhor aproveitamento da rea Nesse sentido enquanto a agricultura familiar ocupa mais de 15 pessoas por 100 ha a n o familiar ocupa menos de 2 pessoas por 100 ha DEL GROSSI e VICENTE 2010 A agricultura familiar ainda se destaca pela sua import ncia para a garantia da seguran a alimentar brasileira abastecendo os produtos t picos de consumo do mercado interno produzindo 87 da produ o de mandioca 70 da produ o de feij o 59 do rebanho de su nos 50 do rebanho de aves e 58 da produ o de leite entre outros DEL GROSSI e VICENTE 2010 A utiliza o da denomina o agricultura familiar apesar de n o ser propriamente um termo novo tem seu uso recente passando principalmente a partir da d cada de 1990 a designar setores que eram reconhecidos como pequenos agricultores agricultores de subsist ncia ou mesmo trabalhadores rurais em um per odo de intensos debates sindicais e da prolifera o de estudos acad micos em torno dessa quest o A magnitude desse debate leva a legitima o do Estado em torno d
539. r de Mafra de aproximadamente 750 m sendo que as menores cotas situam se em torno de 650 m ao longo dos vales dos principais rios SANTA CATARINA 1986 A regi o do basalto formada por duas unidades geomorfol gicas diferentes O Planalto Dissecado do Rio Igua u Uruguai e o Patamar da Serra Geral onde o relevo muito dissecado predominando o relevo forte ondulado a montanhoso com pendentes acentuadas e vales profundos As altitudes s o mais elevadas variando de 850 at 1 200 m SANTA CATARINA 1986 Os solos predominantes do PNC s o os cambissolos que ocupam cerca de 47 da rea seguidos pelos latossolos com cerca de 19 os neossolos com cerca de 17 os gleissolos e os nitossolos com aproximadamente 8 da rea 119 total Todos s o extremamente cidos com car ter lico alta satura o por alum nio e normalmente deficientes em f sforo A textura predominante a argilosa EPAGRI 2001 Os latossolos s o profundos e normalmente ocorrem em terrenos planos possuindo excelente aptid o para a agricultura apesar de serem muito cidos Os nitossolos tamb m s o profundos mas normalmente aparecem em relevo um pouco mais acentuado Os cambissolos s o rasos a medianamente profundos normalmente associados a relevos acentuados possuindo restri es para a agricultura Os neossolos s o sempre rasos e quase sempre em reas muito declivosas com severas restri es para a agricultura mecanizada
540. r flexibilizado a partir da maior contribui o dos ervais plantado Nessa esteira em 1981 o IBDF atrav s da Instru o Normativa IBDF n 286 mant m o intervalo de 3 anos para os ervais nativos mas libera a colheita para os plantados Em 1986 atrav s do Ato n 001 86 o IBDF libera o intervalo de colheita tamb m para os ervais nativos Nas recomenda es t cnicas a frequ ncia de poda apontada como a cada 2 anos ou anualmente nos ervais plantados MAZUCHOWSKI 1991 De acordo com o exposto na figura 6 40 a grande maioria dos agricultores faz a colheita de tr s em tr s anos 60 seguindo o que era previsto na legisla o A colheita bianual realizada por 34 dos entrevistados com grande predomin ncia entre os agricultores que possuem plantios abertos com exce o de um que faz a poda anual Todos os agricultores que fazem a poda com as m os o fazem de dois em dois anos ou em um dos casos anualmente Mattos 2011 pesquisando junto a agricultores do PNC constatou n meros completamente diferentes pois apenas 15 6 fariam a colheita a cada tr s anos o intervalo mais comum seria de dois anos que abarcaria 46 9 dos agricultores 141 a resolu o CONSEMA N 003 2010 ea Lei n 14 675 2009 C digo Estadual do Meio Ambiente de SC prev que a poda da erva mate dever ter um intervalo m nimo de 2 anos e dever o ser deixados 10 das folhas CONSEMA 2010 SANTA CATARINA 2009 No entanto constatou se que essa leg
541. ra a coleta de pinh es e produ o de flores para a apicultura Assim esses poderiam ser considerados as principais atividades a serem desenvolvidos em pesquisas que visem a conserva o atrav s do uso que a princ pio teriam maior respaldo junto aos agricultores Vale ressaltar que a medida que se parte de uma paisagem florestal mais conservada para uma paisagem aberta apesar da produtividade em erva mate normalmente aumentar as possibilidades de uso diminuem e desse forma a estabilidade da propriedade pode sofrer comprometimentos afetando por exemplo sua capacidade de autoconsumo advinda de produtos madeireiros e n o madeireiros obtidos nas paisagens florestais Diminuem ainda a gera o de servi os ecossist micos e usos subjetivos como a beleza das paisagens e o apego ao lugar 317 7 A ERVA MATE E OS COMPRADORES DO MATE ENTRE A NATIVA E A PLANTADA Este cap tulo apresenta os estudos realizados junto propriet rios de ind strias beneficiadoras de erva mate do PNC industriais O objetivo principal foi identificar a exist ncia da diferencia o de pre os entre a erva mate nativa e a plantada os crit rios utilizados para essa diferencia o e as perspectivas de mercado De forma geral considera se como erva mate plantada aquela que oriunda do ato humano de plantar mudas produzidas em viveiros ou mesmo transplantadas de ervais nativos A erva mate nativa seria aquela que se originou de processos naturais de rege
542. ra branca das serras tem cascalho dava sem adubo o fumo era bom Nos plainos a terra mais vermelha mais preta em cima mais cida melhor para erva n o dava fumo bom n o dava planta o s mandioca ficou para o gado para a erva a terra de ca va Agricultor 35 Essas respostas vem ao encontro do processo de organiza o dos criadouros em que as terras mais planas e mais cidas n o eram apropriadas para uma agricultura sem a utiliza o de calc rio e adubos qu micos ficando reservadas para a cria o de gado e extra o de madeira e erva mate formando os criadouros comunit rios que ap s sua desagrega o persistem de forma fragmentada como ca vas Na regi o sedimentar as terras de terrenos mais ngremes que os 133 Localiza o nesse caso seria a rea ser considerada como rea de planta ou rea de ca va sendo que a ca va seria rica em erva mate o que na verdade remete a um conjunto de caracter sticas como solos mais profundos horizonte superficial escuro h mico horizonte subsuperficial avermelhado latoss lico rea plana ou suave ondulada sem problemas de drenagem solos muito cidos e ricos em alum nio 260 agricultores consideram como terras brancas que rodeiam os latossolos tendem a ser mais f rteis e tamb m devido a declividade facilitavam o processo antigo de queima das ro as de toco essas eram as reas de plantar
543. ra o criadouro virou lavoura e mais erva se terminou Agricultor 10 A declara o desse agricultor de Major Vieira ilustra bem os fatores que os agricultores citam como os principais respons veis pela diminui o da produ o da erva mate apresentados no quadro 6 10 QUADRO 6 10 PRINCIPAIS FATORES QUE LEVARAM A DIMINUI O DA PRODU O DE ERVA MATE NAS COMUNIDADES DE ACORDO COM OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Principais motivos para a queda da produ o de erva de agricultores que mate na comunidade opinaram Convers o de ervais em lavouras 76 Muita press o de gado 68 rvores velhas e sem renova o 55 Podas mal feita 21 Divis o das propriedades intensifica o do uso 21 Manejo inadequado 21 Plantio de p nus e eucalipto 08 Ataque de broca 06 Nota o agricultor pode citar mais de um motivo Outros dois depoimentos ajudam a ilustrar esses fatores 189 Aqui na Ruthes tinha erva que se entrava com a carro a e se escondia s via erva e mais erva Hoje s soja Agricultor 06 Antes era tudo cheio de erva aqui perto da igreja era tudo cheio de erva l em casa n o dava para virar a carro a tinha que achar um virador Acho que a erva tamb m tem um tempo de vida uns 60 anos e se acaba o gado pisoteia estraga muito e n o deixa vir a erva nova Agricultor 32 Pode se considerar que as principais causas da queda da produ o na perce
544. ra os aspectos ligados s ci ncias naturais De forma geral a entrevista se iniciou com o casal na resid ncia da fam lia e posteriormente a avalia o dos ervais apenas com o acompanhamento do agricultor Optou se por n o gravar as entrevista de forma a evitar constranger os entrevistados Por m se pediu autoriza o para a grava o de alguns depoimentos O roteiro da entrevista Anexo foi composto de tr s partes 1 busca a caracteriza o geral da propriedade da fam lia e dos sistemas de produ o 2 busca entender a rela o da fam lia com a atividade ervateira em geral procurando abarcar aspectos econ micos culturais e ambientais 32 busca compreender aspectos mais espec ficos da atividade ervateira na propriedade e o seu manejo As perguntas foram orientadas para captar as categorias gerais de an lise apontadas no in cio desse cap tulo significados nas dimens es econ micas culturais e ambientais manejos realizados De acordo com Cicourel 1990 p 99 o pesquisador como parte do campo de a o tr s com ele um conjunto de estruturas de significado ou de relev ncias que orientam a sua interpreta o do meio 109 4 5 2 Roteiro de identifica o e avalia o da paisagem dos ervais O roteiro de avalia o das paisagens dos ervais Anexo Il foi composto com quest es a serem observadas pelo pesquisador e discutidas com o agricultor ao serem percorridos os ervais Optou se
545. ra por mudas e sementes seria importante que se procurasse meios de dificultar a entrada de material gen tico de outras regi es que podem comprometer a qualidade da erva mate regional um dos principais fatores de valoriza o do mate do PNC e base do processo de IG Em 2009 a Floresta Nacional de Tr s Barras iniciou o plantio de uma rea para produ o de sementes com matrizes coletadas localmente visando garantir a diversidade local tendo como base os procedimentos recomendados por Sebben 2006 MARQUES e KURCHEVSKI 2009 O programa CONSERVABIO est trabalhando com a instala o de reas de produ o de sementes oriundas de erveiras nativas na regi o do PNC MAZZA 2012 Nesse sentido seria importante o desenvolvimento de mais pesquisas e a instala o de novas reas de produ o de sementes e demais a es que visem valorizar e conservar a diversidade gen tica dos ervais do PNC bem como desenvolver processos que desestimulem a entrada de material gen tico de outras regi es 195 Em 2013 a EPAGRI Esta o Experimental de Canoinhas aprovou o projeto Identifica o e caracteriza o morfogen tica de rvores matrizes de erva mate para implanta o de rea de produ o de sementes e banco ativo de germoplasma na mesorregi o Norte Catarinense com vistas a Indica o Geogr fica que tem entre os seus objetivos a implanta o de uma rea de produ o de sementes e banco ativo de germoplasma com a preoc
546. ra regenera o A regera o da erva mate n o foi observada na maioria das paisagens 68 n 45 sendo rara em 21 n 14 e apenas esparsa nas demais 11 n 7 Nas paisagens sem regenera o foram observadas rvores porta sementes em apenas duas delas 4 nas paisagens com regenera o rara foram observados rvores porta semente em sete situa es 50 nas paisagens com regenera o esparsa as erveiras porta semente estavam presentes em 43 das situa es Assim pode se apontar que a exist ncia de rvores porta semente importante para dar melhores condi es de regenera o do erval Por outro lado importante destacar que todas as paisagens que apresentam regenera o s o Matas ou Ca vas sendo que 79 das Matas apresentam alguma regenera o 36 rara e 43 esparsa nas ca vas esse percentual cai bastante atingindo apenas 31 das paisagens 28 rara e 3 esparsa Assim pode se apontar que a presen a constante de animais compromete a regenera o Vale ainda ressaltar a a o dos animais n o apenas direta causando danos s pl ntulas e plantas jovens mas tamb m indiretamente atrav s do pastejo que contribui para o predom nio de gram neas rasteiras na cobertura do solo formando as pastagens que tendem a dificultar a conserva o e germina o das sementes da erva mate ao contr rio da serrapilheira que tende a estar presente nas reas de mata figura 6 34 159 Apesar da falta de estudos a reso
547. rcorrer os ervais e se comentar sobre o desenvolvimento das erveiras em locais menos e mais sombreados e as perspectivas de manejo Aqui se constata n o ser exatamente um equil brio que os agricultores buscam pois tendem a considerar necess ria uma maior abertura do erval j que de forma geral destacam reas mais sombreadas como menos produtivas e que necessitariam de maior abertura para produzir mais Nesse sentido conforme exposto na figura 6 28 aponta se que 54 dos agricultores querem abrir mais seus ervais 8 gostariam de abrir bem mais e ainda 18 gostariam de abrir um pouco mais assim 80 dos agricultores gostariam de diminuir o sombreamento atrav s de desbastes A manuten o dos ervais com a atual cobertura desejada por 15 dos entrevistados e apenas dois agricultores 5 pretendem aumentar a sombra nos seus ervais por m ambos em reas de plantio aberto 222 Abrir bem mais Abrir mais Abrir um pouco mais Manter como est Aumentar a cobertura 10 20 30 40 50 60 FIGURA 6 28 TEND NCIA DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS EM RELA O A COBERTURA FLORESTAL DE SEUS ERVAIS Dessa forma ressalvada a limita o dessa abordagem que para ser mais precisa necessitaria avaliar a cobertura florestal de cada erval e a partir dessa informa o relacionar com a tend ncia do agricultor a pesquisa mostra que existe uma forte tend ncia quase generalizada de abertura dos ervais nativos
548. redominante As vinte paisagens identificadas representam 30 das paisagens avaliadas 40 6 da rea e contribuem com 22 0 da produ o ste Ea UE sd Ti MES gi z modo C SIEGEN N ENRE po gE 6 dois ta m ae f gt e t ei eg FIGURA 6 4 ASPECTO GERAL DE ERVAIS EM CA VA Fonte o autor A presen a constante de animais principalmente de gado bovino pouco intensivo n 10 50 e gado intensivo n 6 30 seguido de associa o de gado com carneiros n 3 15 e apenas carneiros n 1 15 160 As ro adas s o anuais ou bianuais em 60 n 12 trianuais em 10 n 2 e nos 30 restantes s o eventuais ou mesmo n o realizadas Todas as paisagens apresentam sinais de desbastes mas em apenas 20 s o recentes sendo pertinentes as mesmas observa es da paisagem Erval em Mata Aberta Assim a luminosidade tende a ser pouco intensa na maior parte da rea N o s o utilizados agrot xicos ou aduba es As produtividades apresentam enorme varia o 54 a 1 377 kg ha ano com a m dia das produtividades atingindo apenas 384 kg ha ano Essa varia o uma caracter stica das ca vas j que aliam diversas densidades naturais de erveiras variadas lota es animal e diferentes graus de degrada o dos ervais Constatou se que tr s ervais foram originados a partir de taquarais com uma m dia de 769 kg ha ano o dobro do m dia geral d
549. referencia aos animais nessa pesquisa est centrada nos bovinos e ovinos 176 Uma das paisagens est na regi o do basalto em relevo montanhoso com pedregosidade aptid o agr cola restrita vi vel apenas para tra o animal A outra est na regi o do sedimento em terreno plano com excelente aptid o agr cola ERVAL PLANTADO ABERTO Unidade de Paisagem caracterizada por erveiras plantadas normalmente com alinhamento percept vel podendo apresentar outras rvores esparsas ou em reboleiras Sem presen a constante de animais e n o associada agricultura As seis UPES identificadas representam 9 das paisagens avaliadas 2 1 da rea e contribuem com 12 6 da produ o indicando produtividades mais elevadas Foram identificadas seis situa es com m dia das produtividades de 3 626 kg ha ano variando entre 1 600 a 8 264 kg ha ano As produtividades mais baixas referem se a plantios mais jovens que ainda n o atingiram o pico de produ o Em apenas uma das situa es utilizada aduba o qu mica de forma espor dica No entanto s o utilizados agrot xicos em 100 das paisagens n 6 Em duas delas 33 se utiliza herbicida e nas outras quatro 67 herbicidas e inseticidas para o controle de lagartas As limpezas atrav s de aplica o de herbicidas e ou ro adas s o anuais Na percep o dos agricultores a produ o est aumentando nos ervais jovens e est vel nos ervais mais antigos Fonte o
550. rem o que uma floresta com suas plantas e animais nesse contexto que aparecem as referencias aos animais 45 normalmente se destacando os p ssaros j que s o mais perceb veis devido ao canto preocupa o generalista com a natureza meio ambiente mencionada por 28 dos agricultores normalmente refor ada por algum dos outros motivos descritos Tem que deixar para manter a mata a natureza os bichos os passarinhos as guas para n o secar tudo quando t na lavoura bom pegar uma sombra se todo mundo destruir vira no que Vai virar deserto Os filhos n o v o nem saber o que uma mata assim Agricultor 05 n o d para pensar s no dinheiro sen o tudo se acaba as guas os bichos veja aquele cap o cheio de imbuia parece que tr s um ar t o bom protege do vento bonito n Agricultor 32 Tem parte que eu n o ro o fica o mato baixo at taquara para os passarinho fazer ninho o tatu tamb m gosta desse mato baixo aqui cheio de toca de tatu Agricultor 27 306 Dessa forma importante destacar que os agricultores demonstram preocupa o em conservar parte das matas principalmente pelos motivos destacados acima mas todos eles permeados por declara es que rumam para fatores mais subjetivos ligados a certo afeto pela floresta pelo ambiente florestal inf ncia o que vem ao encontro do gosto pela lida com a erva mate tamb m ligad
551. rer os ervais com os agricultores pode ser constatado que de forma generalizada as erveiras em locais mais sombreados apresentam desenvolvimento bem inferior aos de locais com maior luminosidade Por outro lado tamb m pode ser constatado que as erveiras em locais mais abertos apresentam maior ataque de lagartas e de broca bem como maior competi o com gram neas o que dificulta as ro adas ou estimula o uso de herbicidas Assim s o necess rias pesquisas que procurem encontrar o equil brio entre a quantidade necess ria de sombra para proteger da geada diminuir a incid ncia de pragas e invasoras conservar o solo e a gua permitir a ciclagem de nutrientes e garantir a qualidade do produto frente a quantidade necess ria de sol que permita uma produ o adequada Ainda seria necess rio gerar procedimentos legais que possam viabilizar esse tipo de manejo No momento os agricultores est o restritos aos seus pr prios aprendizados nessa complexa situa o em que de forma simplificada de um lado est a produ o e de outro a sustentabilidade do erval O processo de IG que deve procurar valorizar a conserva o ambiental poderia representar uma maior agrega o de valor produ o dos ervais florestais e assim compensar uma poss vel menor produtividade desse tipo de ervais em rela o aos ervais abertos Podas na vegeta o arb rea uma alternativa para aumentar a luminosidade nos ervais Uma alternativa para aumenta
552. res atributos e classes est o descritos no anexo IV A planilha utilizada para a coleta dos dados do ICF est inserida no anexo V Essa planilha tamb m possibilitou a coleta de dados sobre a presen a de esp cies arb reas amea adas de extin o da floresta com arauc rias Vale observar frente ao trabalho realizado que o ICF pode se tornar um indicador razo vel para avalia o r pida de remanescentes florestais mesmo para pessoas com pouco conhecimento da rea florestal a partir de um breve treinamento A incorpora o de novos indicadores desde que mantenham a praticidade de uso podem aperfei oar o ndice A aptid o agr cola das terras A aptid o agr cola das terras refere se s qualidades e limita es de um determinado terreno quanto ao desenvolvimento de atividades agr colas sejam lavouras anuais cultivos perenes reflorestamentos ou pastagens Assim a aptid o agr cola tem importante rela o com a maior ou menor press o para a convers o de reas florestais em agr colas bem como quanto ao potencial de a erva mate contribuir para a n o convers o de florestas em reas de lavouras O Sistema Brasileiro de Classifica o de Terras preconizado pela EMBRAPA considera a aptid o agr cola em fun o de a tr s n veis de manejo A baixo n vel tecnol gico B m dio n vel tecnol gico e C alto n vel tecnol gico b quatro classes de aptid o Boa Regular Restrita e Inapta c quatro n veis de
553. res fazerem essa refer ncia erradica o das florestas e a correlacionarem com a diminui o da produ o dos ervais nativos 0 que normalmente acompanhado pela opini o de t cnicos produtores e industriais Souza 1998 levanta a quest o de que as estat sticas n o confirmam esses dados pois os censos agropecu rios do IBGE demonstram um constante crescimento da produ o nativa pois a produ o era de 80 979 toneladas em 1950 de 126 856 em 1970 de 151 853 em 1980 e atinge 206 916 no censo de 1995 Esse aumento ressalvadas as limita es dos dados estat sticos para a atividade conforme j comentados anteriormente pode ser devido a um melhor cuidado com os ervais remanescentes bem como o adensamento desses ervais implicando em uma maior produtividade Outro fator pode ser a dificuldade que existe em se enquadrar os diversos tipos de ervais em nativos e plantados De qualquer forma os cultivos mais significativos s iniciaram no Brasil durante a d cada de 19705 mas com produ es mais importantes somente a partir Para maiores informa es sobre a evolu o das produ es de erva mate bem como dos problemas da obten o e confus o na interpreta o dos dados estat sticos ver a disserta o de SOUZA 1998 31 Os primeiros relatos do plantio de erva mate no Brasil depois da poca dos jesu tas s o apresentados em GERHARDT 2013 em 1901 a Companhia Hort cola de Santa Cruz RS tinha 94 da d
554. resistiram a esse processo ou ainda atingiram de forma parcial diversos segmentos da agricultura familiar Dessa forma tamb m a capacidade de conserva o ou degrada o da natureza vari vel em fun o da variedade de tipos e situa es dos agricultores Por exemplo os impactos ambientais de um policultivo tradicional s o muito diferentes dos impactos da monocultura mecanizada e altamente dependente de insumos qu micos SOARES 2001 De forma geral de acordo com Almeida Petersen e Cordeiro 2001 a agricultura familiar apresenta melhores condi es de desenvolver uma agricultura de menor impacto ambiental pois seu funcionamento econ mico n o se fundamenta na maximiza o do lucro mas sim no atendimento das necessidade da fam lia e na manuten o a longo prazo das potencialidades produtivas do meio natural que percebido como um patrim nio familiar a ser conservado sua pr pria voca o de unidade de produ o e consumo valoriza a diversidade atrav s de policultivos e cria es distribu dos no tempo e espa o a unidade de produ o familiar devido sua extens o e forma de organiza o do trabalho favorece um manejo mais cuidadoso na medida em que aquele que toma as decis es tamb m o que as coloca em pr tica enraizada em um meio f sico conhecido a agricultura familiar mant m uma rela o positiva com o local o que possibilita a valoriza o das potencialidades dos ecossistemas em que est ins
555. restas assim a uni o desses dois movimentos alavancou a quest o socioambiental Dessa forma a conserva o socioambiental seria aquela adaptando se as considera es de Raynort 2004 p 30 que combina preocupa es ligadas s rela es sociais integrandos os objetivos de justi a e de equidade e preocupa es voltadas para a preserva o ou a recupera o do equil brio dos meios naturais Vale ainda lembrar que nessa perspectiva socioambiental onde se procura trabalhar sem a separa o natureza sociedade de acordo com Raynaut 2004 deve se considerar n o apenas o campo das rela es f sicas e biol gicas que compreende as rela es biol gicas e f sico qu micas do ambiente onde o homem tamb m inclu do H que se considerar tamb m o campo das rela es n o materiais que compreende o conjunto de processos cuja articula o participa na 56 organiza o na reprodu o e na transforma o das representa es mentais do mundo e dos modos de estrutura o das rela es sociais pg 28 E nesse sentido que se referencia no objetivo dessa tese estudar as atuais potencialidades e limita es dos diferentes tipos de ervais e manejos da erva mate para a conserva o socioambiental Pois do ponto de vista do conservacionismo preservacionismo o manejo da erva mate s teria signific ncia se estivesse ligada conserva o das florestas em um estado avan ado de conserva o
556. ria dos tratamentos se destacaram pl ntulas de tr s esp cies o vassour o branco Piptocarpha angustifolia o vassour o preto Vernonia discolor e a erva mate O que indica que a erva mate pode ser uma das esp cies mais beneficiadas com o manejo do taquaral Conforme o relato dos agricultores as reas de taquarais podem ser ro adas ou se aproveitar os finais de ciclos da taquara que seca aproximadamente a cada 30 anos Em seguida solta se o gado para pisotear o material ro ado seco a medida 237 que surge a regenera o da erva mate se diminui a lota o para evitar danos s plantas jovens Sucessivamente v o sendo deixadas as erveiras e outras plantas arb reas em muitos casos forma se um bracatingal que aos poucos raleado algumas vezes as erveiras que nascem muito juntas podem ser transplantadas para locais com menor densidade formando se normalmente um erval denso Fica ainda a quest o do motivo dos taquarais propiciarem essa grande regenera o De acordo com os relatos dos agricultores os taquarais sempre apresentam rvores ralas no seu interior que servem de abrigo e poleiro para p ssaros que ali passam a noite onde defecariam sementes de erva mate que encontram um ambiente prop cio para completar sua matura o um ambiente sombreado com boa umidade e rico em mat ria org nica Ao se abrir o taquaral as erveiras se desenvolvem e s o promovidas na paisagem pelos agricultores A declara o do agricultor de
557. ridades no interior da categoria agricultura familia e entre as regi es brasileiras Em rela o s reflex es acad micas Lamarche 1998 em seu cl ssico estudo sobre a agricultura familiar identificou quatro modelos de agricultura familiar o modelo empresa caracterizado por rela es de produ o pouco familiares e fortemente dependentes o modelo empresa familiar com grande vincula o com o trabalho familiar e fortemente dependente o modelo agricultura camponesa e de subsist ncia com forte predomin ncia das l gicas familiares e fraca depend ncia em rela o ao exterior o modelo agricultura familiar moderna com busca constante de diminui o do papel da fam lia e de maior autonomia Em julho de 2006 foi sancionada a Lei n 11 326 que estabelece as diretrizes para a formula o da Pol tica Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais fornecendo o marco legal da agricultura familiar e permitindo a sua inser o nas estat sticas oficiais BRASIL 2006 DEL GROSSI e VICENTE 2010 34 Assim ao se falar em agricultura familiar se est abarcando uma grande gama de situa es diferenciadas sendo importante discutir alem dos crit rios operacionais caracter sticas sociais econ micas culturais e ambientais que possam ajudar a compreender o seu modo de vida suas l gicas suas estrat gias que inclusive podem ajudar a explicar essa grande diversidade
558. rigem e evolu o de plantas cultivadas Bras lia DF Embrapa Informa o Tecnol gica 2008 Explora o manejo e conserva o da arauc ria Araucaria angustifolia In SIM ES L L LINO C F org Sustent vel mata atl ntica a explora o de seus recursos florestais S o Paulo Ed SENAC S o Paulo p 85 101 2002 GUILHERME F A G Efeitos do regime de inunda o e bambus na din mica da comunidade arb rea de um fragmento de floresta semidec dua no sul de Minas Gerais Disserta o Mestrado em Manejo Ambiental Universidade Federal de Lavras Lavras 1999 GURGEL V Aspectos jur dicos da indica o geogr fica In LAGARES L LAGES V BRAGA C Orgs Valoriza o de produtos com diferencial de qualidade e identidade Indica es Geogr ficas e certifica es para competitividade nos neg cios Bras lia SEBRAE 2006 GUZM N CASADO G et al Introducci n a la agroecologia como desarrollo rural sostenible Madri Ed Mundi Prensa 1999 HANISCH A L et al Plano Territorial De Desenvolvimento Rural Sustent vel do Planalto Norte Catarinense Vers o Preliminar Canoinhas 2006 http sit mda gov br download ptdrs ptdrs territorio070 pdf Acesso em 13 11 2018 9959 HANISCH A L et al Estrutura e composi o flor stica de cinco reas de ca va no Planalto Norte de Santa Catarina Pesquisa Florestal Brasileira Impresso v 30 n 64 p 303 310 2010 Estrutura e composi o d
559. rincipais atividades das propriedades n o tem uma liga o direta com a maior ou menor produ o de erva mate No entanto esse racioc nio vale principalmente para a agricultura familiar pois se observou que os m dios e grandes produtores de gado ainda possuem grandes reas de ca vas muitas delas com importantes produ es de erva mate Nesse sentido um estudo mais amplo da produ o de erva mate no PNC tamb m deveria englobar esse segmento Origem da produ o Com j visto anteriormente o PNC considerado uma das principais regi es de produ o de erva mate nativa do Brasil assim importante discutir a origem da produ o do mate encontrada nessa pesquisa pois trabalha se com a perspectiva de que a erva mate nativa apresenta um pre o superior ao da erva mate plantada Na se o 6 2 2 a partir do Quadro 6 5 se apresentou uma discuss o nesse sentido a partir da an lise geral das UPEs sem levar em considera o as propriedades Agora se analisa as produ es de erva mate em cada propriedade considerando as paisagens dos ervais em que s o produzidas e as separando em produ o somente nativa produ o somente plantada produ o tanto nativa quanto plantada Nesse caso foram consideradas apenas as produ es que representassem mais do que 20 da produ o total da propriedade Foram consideradas como produ o nativa assim como na se o 6 2 2 as paisagens Ervais em Mata Ervais em Ca vas e Ervais Nativ
560. riza o e avalia o da erva mate llex paraguariensis St Hil beneficiada no estado de Santa Catarina Disserta o Mestrado em Engenharia Qu mica Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2005 MERLEAU PONTY M Fenomenologia da Percep o Tradu o de Carlos A R Moura 2 ed S o Paulo Martins Fontes 1999 MELLO V D C Morfologia e germina o da semente de erva mate llex paraguariensis St Hill Disserta o Mestrado em Fitotecnia Universidade Federal de Pelotas Pelotas 1980 MEURER A Z Caracteriza o qu mica e clim tica de popula es naturais de erva mate Illex paraguariensis st hill no Planalto Norte Catarinense Disserta o Mestrado 398 em Recursos Gen ticos Vegetais Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2012 METZGER J P O que ecologia de paisagens Biota Neotropica Vol 1 n meros 1 e 2 2001 Dispon vel em http www scielo br pdf on vin1 2 a06vin1 2 pdf Acesso em 13 03 2014 MINAYO M C S Ci ncia t cnica e arte o desafio da pesquisa social In Pesquisa Social Teoria m todo e criatividade M C 5 org Petropolis RJ Vozes 2001 O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sa de 12 ed S o Paulo Hucitec 2010 MMA Minist rio do Meio Ambiente Encontro Nacional Sobre Agrobiodiversidade e Diversidade Cultural MMA Secretaria de Biodiversidade e Florestas Programa Nacional da Div
561. ro adas do erval As pr ticas se limitam a poda de colheita realizada com fac o a cada 3 ou 4 anos gt Manejo tradicional de ca va caracterizado pelo emprego de pr ticas locais de manejo interven o humana intensa e cria o de animais no sub bosque Uso de m o de obra contratada limpeza nos ervais atrav s de ro adas frequentes poda de colheita a cada 2 ou 3 anos por meio do uso de fac o foice ou tesoura de poda Chaimsohn et al 2013 relacionam a categoria social dos produtores da regi o Centro Sul do Paran e do PNC com os diferentes sistemas de produ o e com a participa o do valor bruto da produ o de erva mate Andrade 2004 classifica os ervais em 7 tipos de acordo com o padr o de explora o a que est o submetidos a em ser terminologia utilizada por produtores com erveiras nativas nunca podadas exploradas virgens hoje raras de serem encontradas b nativos reas com erveiras nativas em explora o c homog neos plantio solteiro de erva mate a pleno sol d consorciados plantio de erva mate intercalado com esp cies florestais lavoura e ou atividade pecu ria e adensados plantio nas clareiras existentes em reas nativas de florestas com erva mate f em transforma o erval homog neo sendo diversificado com plantio de esp cies florestais p 07 Devido a grande varia o na forma de manejo dos ervais nativos e plantados da grande diferencia o entre os tipos de agricultore
562. ro agricultores 10 realizam colheita de erva mate em reas que n o sofrem outro manejo al m da pr pria colheita e nesse caso 234 apresentam produtividades muito baixas 176 kg ha ano O relato do agricultor abaixo ilustra o fato dos agricultores praticamente n o utilizarem reas de matas n o manejadas para a produ o de erva mate Veja aquela rvore apontando para uma erveira alta em rea de mata sem manejo uma erveira quantos quilo d Se subir para podar pode cair e at morrer se cortar embaixo se acaba muita sombra ent o fica n o precisa devastar tudo Agricultor 26 Assim apesar de ser um produto considerado nativo e extrativista a produ o da erva mate em ervais nativos est vinculada interven o humana na paisagem a uma forma tradicional de manejo ou seja os ervais nativos se configuram como paisagens culturais conforme discutido no cap tulo 3 Esse aspecto revela que a erva mate foi pouco submetida a processos intencionais de sele o j que eram apenas manejadas as plantas que nasciam por si n o havendo coleta de sementes e produ o de mudas Ou seja pode se ponderar que a erva mate foi constantemente submetida a processos de promo o na paisagem em que talvez tenham ocorrido processos de sele o no sentido de beneficiar as erveiras que se desenvolviam melhor em um ambiente mais aberto j que os ervais tendem a ser mais abertos do que as reas de mata nativa
563. rocesso de compreens o Seu crit rio portanto n o num rico embora quase sempre o investigador precise justificar a delimita o de pessoas entrevistadas a dimens o e a delimita o do espa o Nesse sentido a autora considera que a amostra qualitativa deve levar em conta v rios crit rios entre eles compreens o de diferencia es internas e de homogeneidades conter o conjunto das experi ncias e express es que se pretende objetivar privilegiar os sujeitos sociais que det m os atributos que o investigador pretende conhecer definir o grupo social mais relevante inclus o progressiva de descobertas considerar um n mero suficiente de interlocutores para permitir reincid ncia e complementaridade das informa es prever uma triangula o de t cnicas e at de m todos S o esses os princ pios que nortearam o processo de amostragem dos sujeitos a serem entrevistados descritos a seguir 4 3 1 Os agricultores familiares e seus ervais Levando se em considera o os aspectos considerados acima para a sele o dos agricultores entrevistados orientou se a amostragem com os seguintes crit rios e procedimentos Foram inclu dos apenas agricultores familiares de acordo com os crit rios atualmente estabelecidos pela legisla o Quando o enquadramento gerou d vidas foram considerados os agricultores que tinham a carta de aptid o 3 De acordo com o previsto na Lei da Agricultura
564. rocessos de desagrega o dos antigos criadouros comunit rios ou faxinais que ocupavam a maior parte do PNC HANISCH et al 2010 como ser visto mais a frente No in cio do s culo XX a explora o da erva mate e a cria o de gado em ca vas compunham a base de sustenta o econ mica do PNC BONA et al 2011 A maior parte das ca vas apresenta se atualmente como fragmentos florestais de tamanhos variados e com diversos graus de conectividade e ainda que em diferentes est gios sucessionais s o importantes para a conserva o de diversas esp cies da fauna e flora local bem como do solo e gua MARQUES et al 2008 Apesar de sua import ncia as reas de ca vas n o s o diretamente mapeadas nos censos agropecu rios Nesse sentido o Quadro 5 1 pode apresentar distor es devido a um enquadramento inadequado das ca vas De acordo com a defini o de sistemas n53 agroflorestais as ca vas poderiam ser enquadradas como sistemas agroflorestais silvipastoris no entanto o IBGE considera como sistemas agroflorestais apenas reas de uso intensivo e em escala reduzida com a necessidade de sempre ocorrer o manejo intencional das rvores IBGE 2007a induzindo a inclus o nessa categoria apenas sistemas intensivos como plantios de rvores em reas de pastagens ou em associa o com plantios anuais Assim provavelmente no PNC apenas os plantios de erva mate associados cultivos tenham sido considerados n
565. rodu o de erva mate madeira e lenha e cria o de gado e posterior prote o legal Um dos agricultores afirmou que o motivo foi a alta densidade de erva mate VI ERVAL PLANTADO EM MATA ABERTA Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal em est gio intermedi rio de conserva o ICF entre 8 5 e 13 5 produ o oriunda de erveiras plantadas que representam mais de 50 da produ o total e sem a presen a constante de animais O plantio pode ser marcante na paisagem e ser facilmente percebido ou ser discreto e se confundir com um erval nativo denso As tr s UPESs identificadas representam 5 das paisagens avaliadas 2 3 da rea e contribuem com 5 8 da produ o FIGURA 6 7 ASPECTO GERAL DE ERVAIS PLANTADOS EM MATA ABERTA Fonte o autor Foram identificadas tr s situa es duas delas em reas j utilizadas como lavouras normalmente a mais de 20 anos em processo de regenera o com diversas intensidades de desbastes A outra rea era uma ca va em que foram retirados os animais e plantada a erva mate As produtividades podem ser consideradas altas sendo de 888 1 363 e 1 592 kg ha ano Se constatou a utiliza o de agrot xicos em duas situa es Uma delas com o uso de inseticidas para o controle de lagartas e em duas a utiliza o de herbicidas O herbicida aplicado com pulverizador costal de forma localizada em reas mais abertas onde as gram neas se desenvolvem melhor O controle qu mi
566. rodu o em esp cies tropicais e sua implica es para a sele o de arvores matrizes para reflorestamentos ambientais In HIGA A R SILVA L D orgs Pomar de sementes de esp cies florestais nativas Curitiba FUPEF 2006 SHIKI S Pol tica agr ria e conserva o da biodiversidade no Brasil Estudos Sociedade e Agricultura Rio de Janeiro vol 18 n 2 p 288 316 2010 SILVA R R V et al Etnoecologia e hist ria oral usos e mudan as em um fragmento florestal In ALVES A G SOUTO F J PERONI N Etnoecologia em perspectiva natureza cultura e conserva o Recife NUPEEA 2010 SILVEIRA B H bridos na paisagem uma etnografia de espa os de produ o e de conserva o In Ambiente amp Sociedade Campinas v XII n 1 p 83 98 jan jun 2009 SIM O S Conserva o do bambu Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba ESALQ 1947 Dispon vel em http www scielo br pdf aesalq v1 4 15 15 pdf Acesso 19 jan 2014 SIME O R M et al Avalia o gen tica em erva mate pelo procedimento BLUP individual multivariado sob intera o gen tipo x ambiente Pesquisa Agropecu ria Brasileira vol 37 no 11 Bras lia 2002 SIMINSKI A Floresta do Futuro conhecimento valoriza o e perspectiva de uso das forma es florestais secundarias no estado de Santa Catarina Tese Doutorado em Recursos Gen ticos Vegetais Universidade Federal de Santa Catarina F
567. rra do Contestado ocorrida entre 1912 e 1916 teve v rios condicionantes al m da quest o de limites propriamente dita Destaca se a constru o da estrada de ferro S o Paulo Rio Grande e o ramal que ligava Porto Uni o ao porto de S o Francisco do Sul Para tal obra o governo federal contratou a 54 Encerra um termo antigamente utilizado no PNC para designar um sistema extensivo de cria o de su nos junto mata de arauc ria 127 empresa americana Brazil Railway Company subsidi ria da Southern Brazil Lumber and Colonization Company Como parte do pagamento a empresa recebeu a concess o da explora o da madeira em at 15 km de cada lado da estrada a ser constru da Muitas dessas reas eram ocupados por posseiros a maioria caboclos os quais foram sendo expulsos A Lumber al m de explorar a madeira ainda loteava os terrenos e os repassava a imigrantes europeus Esta situa o de exclus o e abandono das popula es locais em reas sem uma a o efetiva do governo catarinense ou paranaense gerou um ambiente prop cio para desenvolvimento de um movimento messi nico liderado pelo monge Jos Maria que agregou milhares de fam lias na luta pela terra e melhores condi es de vida para as popula es locais desencadeando a Guerra do Contestado um dos maiores conflitos da hist ria brasileira As sangrentas batalhas resultaram na morte de aproximadamente 10 mil pessoas a grande maioria caboclos da regi o sendo
568. rspectiva de unidades de paisagem UPs que se trabalhou nessa tese ou seja se considerou que uma propriedade rural formada por um mosaico de diferentes UPs como por exemplo matas ervais lavouras campos rea de constru es etc cada uma com suas particularidades e diferencia es onde se dar destaque para as UPs que abarquem os diferentes tipos de ervais 149 6 1 2 Passos para o estudo das paisagens Com base em estudo pr vio das caracter sticas sociais hist ricas f sicas e ambientais foram estabelecidos alguns indicadores para a identifica o classifica o e descri o das paisagens constantes no roteiro para identifica o e avalia o das paisagens dos ervais anexo Il No processo de constru o da classifica o das paisagens a partir da coleta dos dados de campo ap s a avalia o das paisagens dos ervais de cada agricultor essas tinham seus indicadores analisados e tabulados e se procurava reunir os diferentes ervais em grupos semelhantes visando uma pr defini o de UPEs Dessa forma a constru o das diferentes UPEs foi constru da paisagem a paisagem Frente ao grande n mero de vari veis encontradas a partir dos dados do roteiro constatou se que o n mero de UPEs poss veis seria muito elevado e de pouca utilidade pr tica assim optou se por agrup las em grandes grupos a partir dos indicadores que se mostraram mais adequados Com esse procedimento se identificou dois grupos de ind
569. rta o Mestrado em Tecnologia Qu mica Universidade Federal do Paran Curitiba 1995 VALDUGA A T Uso sustentado e processamento de Ilex paraguariensis St Hil Erva mate Tese Doutorado em Ci ncias Universidade Federal de S o Carlos S o Paulo 2002 VASCONCELOS M C A As fragilidades e potencialidades da chancela da paisagem cultural brasileira Revista CPC S o Paulo n 13 p 51 73 nov 2011 abr 2012 VIEIRA A R R etal Influ ncia do microclima de um sistema agroflorestal na cultura da erva mate llex paraguariensis St Hil Revista Brasileira de Agrometeorologia v 11 n 1 p 91 97 2003 VIEIRA M V et al Mam feros In RAMBALDI D M OLIVEIRA D A S orgs Fragmenta o de Ecossistemas causas efeitos sobre a biodiversidade e recomenda es de pol ticas p blicas Bras lia DF MMA SBF 2003 VIEIRA P F WEBER J Sociedades naturezas e desenvolvimento viavel In Gest o de recursos naturais renov veis e desenvolvimento novos desafios para a pesquisa ambiental Sao paulo Cortez 2a Ed 2000 VIEIRA T Viabilidade econ mica da cultura da erva mate llex paraguariensis A St Hil em reas de reserva legal no Paran Disserta o mestrado Universidade Federal do Paran Setor de Ci nciasAgr rias Programa de P s Gradua o em Engenharia Florestal Curitiba 2013 408 VIEIRA DA SILVA C REIS M S Produ o de pinh o na regi o de Ca ador SC aspectos da obt
570. rvateira e gera o de renda nas propriedades familiares a nn 205 6 3 8 Principais aspectos econ micos sociais e culturais da atividade ervateira 212 6 4 MANEJANDO OS ERVAIS 214 6 4 1 Cuidados necess rios para um bom erval a vis o dos agricultores 214 6 4 2 Sol ou sombra um conflito entre produ o qualidade e sustentabilidade 216 6 4 3 As ro adas do mate ro adeiras e 85 228 6 4 4 Ervais e cria o de gado uma associa o hist rica 230 6 4 5 Ervais nativos paisagens promovidas pela a o 8 8 232 6 4 6 Ervais nativos regenera o sementes e mudas a perda da diversidade NRO 238 6 4 7 Agrot xicos um perigo para a qualidade do 248 6 4 8 As terras boas para o mate e 258 6 4 9 Ervais produzindo sem uso de aduba es e conservando os solos 261 6 4 10 Colhendo os ervais instrumentos pocas e as fases da 265 6 4 11 Principais problemas e perspectivas dos 8
571. s caracter sticas distintivas de um territ rio 7 Planalto do Ouro Verde um dos nomes cogitados no processo de IG para designar o PNC 145 calcado em recursos e ativos espec ficos os quais n o podem ser transferidos eles nascem de processos interativos e n o podem existir sem as condi es nas quais foram gerados O desafio das estrat gias de desenvolvimento dos territ rios consistiria essencialmente em buscar e desenvolver o potencial identific vel de um territ rio que estariam baseados em determinados recursos espec ficos A erva mate produzida a partir de ervais nativos e associados a um processo hist rico e cultural de manejo espec ficos do PNC e Centro Sul do Paran poderia preencher essa condi o Nesse sentido Denardim e Sulzbach 2010 ponderam que um produto com identidade considerado um bem nico e os consumidores podem diferenciar este bem dos demais A primeira IG brasileira foi reconhecida em 2002 no Vale dos Vinhedos Rio Grande do Sul para vinhos tintos brancos e espumantes Em julho de 2011 pa s contava com 11 indica es geogr ficas registradas As IGs no Brasil est o definidas e regulamentadas pela Lei n 9 279 de 1996 como um direito coletivo de propriedade intelectual Distinguem se duas modalidades a indica o de proced ncia IP e a denomina o de origem DO A IP refere se ao nome geogr fico da regi o que adquiriu notoriedade como um centro de produ o fabrico ou ex
572. s reas produtivas do ponto de vista econ mico VIII ERVAL NATIVO ABERTO POTREIRO Paisagem n o florestal caracterizada por pastagens bem formadas que recobrem todo o solo normalmente com rvores esparsas ou formando reboleiras Difere da Ca va muito aberta por n o atingir o est gio m dio de regenera o e ou apresentar mais de 50 da rea sem cobertura florestal em que a pastagem recebe insola o direta Como n o paisagem florestal n o se avalia o ICF Produ o oriunda de erveiras nativa e presen a constante de animais Normalmente tratam se de reas de mata que foram sendo abertas de forma gradativa visando a produ o de pastagens perenes nas reas de basalto ou de ca vas que tamb m gradativamente foram sendo mais abertas nas reas do sedimento ANA 6 4 raiado ORPA KS aR N 275 E jo 4 E a sz ER ali a a FIGURA 6 9 CONTRASTE ENTRE REA CONSIDERADA COMO CA VA ESQUERDA E POTREIRO DIREITA Fonte autor Foram identificadas seis UPEs que representam 9 das paisagens avaliadas 16 6 da rea e contribuem com 7 4 da produ o Frente a esse hist rico com a presen a constante de gado e longo tempo de utiliza o as produtividades tendem a ser baixas pois os ervais normalmente n o est o em boas condi es e s o ralos no entanto aparecem exce es A produtividade varia de 121 a 2 200 kg ha ano com m dia das produtividade
573. s De acordo com Alencar 1960 j na lei da Safrinha existia a previs o de se deixar 20 de folhas Da Croce e Floss 1999 recomendam que parte das folhas devem permanecer ap s a colheita caso contr rio graves danos podem ocorrer planta no entanto n o especificam qual a percentagem de folhas a deixar A maioria das recomenda es t cnicas recomenda se que sejam deixados no m nimo 30 de folhas e ramos finos DANIEL 2009 MAZUCHOWSKI 1989 1991 275 MAZUCHOVISKI RUCKER 1993 MAYOL 1997 MEDRADO 2002 RODIGHERI DOSSA VIELCAHUMAN 2005 Vale destacar que apesar do quase consenso t cnico de se deixar 30 de folhas na realidade n o existem pesquisas de campo que fundamentem essa percentagem Nos trabalhos t cnicos que apresentam essa recomenda o n o s o apresentados resultados de experimentos apenas informa es gen ricas Steenbock ao estudar o manejo da espinheira santa Maytenus ilicifolia tamb m constatou que a recomenda o t cnica de se deixar 1 3 dos ramos sem podar n o tinha embasamento cient fico chegando a conclus o atrav s de ensaios campo de que a poda total de ramos com di metro de at 0 5 cm promoveu efetiva reposi o de biomassa de forma mais eficiente do que a poda de apenas 1 3 dos ramos STEENBOCK 2009 Constata se que os agricultores n o se preocupam em deixar folhas no processo de colheita contrariando as recomenda es t cnicas pois 44 dos agricultores n o
574. s tanto ambientais quanto sociais implicando em maior 41 vulnerabilidade do setor como um todo Os agricultores tornam se ref ns de um sistema do qual s o dependentes do mercado e da tecnologia elevando os custos de produ o e colocando em risco a sua manuten o no meio rural Assim Brandenburg 1999 salienta que este tipo de agricultura inserida no contexto global de moderniza o necessita ser questionada nesses aspectos sociais j que a exclus o social pode ser tratada como um processo decorrente da moderniza o pois quanto mais a modernidade se globaliza maior a exclus o j que ao se analisar a trajet ria do processo de moderniza o da agricultura e da sociedade conclui se que existe uma d vida social que necessita ser resgatada No entanto mesmo frente aos questionamentos a no o desenvolvimentista prevaleceu com uma vis o unidimensional norteando as pol ticas p blicas brasileiras com o intuito de atingir o padr o dos pa ses considerados modelos pela economia globalizada BRANDENBURG 1999 Apenas a partir da d cada de 2000 com o aumento com a preocupa o ambiental e o fortalecimento e maior visibilidade da agricultura familiar surgem algumas pol ticas p blicas diferenciadas No entanto a busca incessante de crescimento econ mico ainda mant m se como eixo em detrimento das quest es ambientais e sociais 1 3 AGRICULTURA FAMILIAR PRODU O E MEIO AMBIENTE O processo de moderniza o do rur
575. s adequada o per odo de inverno ANDRADE 2004 MACCARI J NIOR 2005 PAGLIOSA 2009 Entre os agricultores entrevistados existe um grande n mero de opini es quanto a melhor poca para a colheita da erva mate De acordo com o quadro 6 34 foram identificadas doze pocas consideradas mais adequadas destacando se o per odo de julho e agosto 14 cita es 32 agosto 7 cita es 16 agosto e setembro 4 cita es 9 novembro e dezembro 4 cita es 9 e dezembro e janeiro 4 cita es 9 de forma geral podendo ser identificado um per odo como 199 Para maiores detalhes do processo hist rico envolvendo pocas e regulamenta es de colheita da erva mate ver Souza 1998 e Gerhardt 2013 140 Instru o Normativa do IBAMA n 118 N de 12 11 1992 art 2 SOUZA 1998 267 de maior prefer ncia no inverno e um segundo per odo menos intenso no ver o Dessa forma coincidindo com as recomenda es t cnicas Para facilitar a interpreta o das pocas de colheita foi elaborado o quadro 6 35 em que aparece o n mero de cita es de cada m s considerado como o de melhor poca para a realiza o da colheita Constata se uma grande prefer ncia pelo m s de agosto 33 cita es e julho 21 cita es de acordo com os agricultores por ser a poca tradicional da erva mate em que a brota o vem mais vigorosa e os riscos de geadas nas brota es novas s o menores N o podo cedo pode vir a geada e matar
576. s agricultores As respostas foram agrupadas em tr s grupos Para 52 dos agricultores o problema est no excesso de gado no erval principalmente devido ao pisoteio danos diretos causados s erveiras e por dificultarem a regenera o da erva mate Para 31 dos entrevistados o gado destacado como importante devido a ajudar na limpeza do erval e aproveitar melhor a rea ponderando tamb m que n o se pode ter um excesso de gado Assim 83 dos agricultores consideram que o problema do gado estaria em uma press o exagerada sendo necess ria compatibilizar essa press o com um bom desenvolvimento do erval A opini o do agricultor TB 39 ilustra bem essa opini o O gado ajuda a limpar tem que ro ar menos a erva e o gado se d o bem aproveita melhor o terreno Mas se for demais estraga muito Agricultor 39 Por outro lado 17 n 7 dos agricultores consideram que n o poss vel ter um bom erval com a presen a do gado desses 43 n 3 consideram que os carneiros s o mais adequados e os mant m em seus ervais com bons resultados Gado n o combina com erva pisoteiam quebram comem se co am o melhor ter alguns carneiros Agricultor 40 232 Constata se que em todas as reas em que foram feitos plantios ou adensamentos com sucesso o gado foi retirado ao menos nos primeiros anos do plantio S deu certo o adensamento quando tirei o gado Tentei mas com gado n o funciona Agr
577. s como prestadoras de ATER de forma frequente ou eventual destacando se a Epagri 45 e as empresas fumageiras 35 que juntas totalizam 80 das a es de ATER junto aos agricultores entrevistados Cabe 172 A EPAGRI Empresa de Pesquisa Agropecu ria e Extens o Rural de Santa Catarina a institui o oficial de ATER no estado de SC A AS PTA Assessoria e Servi os a Projetos em Agricultura Alternativa uma institui o n o governamental com sede no RJ que atua com desenvolvimento rural e agroecologia no PNC e principalmente na regi o Centro Sul do PR A Rede Ecovida uma associa o de certifica o participativa que tamb m trabalha com o desenvolvimento rural e agroecologia no Sul do Brasil a regi o de Porto Uni o e Uni o da Vit ria no PNC foi um dos ber os de sua forma o 346 destacar que um n mero significativo de agricultores foi entrevistado a partir de reuni es da Epagri o que pode ter potencializado a presen a dessa institui o Nesse sentido tamb m vale destacar a presen a da rede Ecovida de certifica o participativa e da AS PTA ponderando que a amostragem foi direcionada para captar alguns agricultores agroecol gicos QUADRO 8 1 FREQU NCIA DA ASSIST NCIA T CNICA JUNTO AOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS EM RELA O A ATER GERAL E ATER ESPECIFICA PARA ERVA MATE Frequ ncia agricultores agricultores ATER geral ATER erva mate Frequente 34 00 Eventual 45 7
578. s de 714 kg ha ano Das seis paisagens estudadas quatro apresentam baixas produtividades 261 kg ha ano e duas produtividades altas 1 620 kg ha ano o que justifica uma an lise em separado 171 pa FIGURA 6 10 ASPECTO GERAL DE ERVAIS NATIVOS ABERTOS POTREIROS Fonte o autor As UPEs com baixas produtividades n 4 representam a situa o mais comum em que a cobertura arb rea foi se degradando e com ela a erva mate frente a prioriza o do uso da pastagem A densidade das erveiras rala e sua condi o de fraca a m dia As ro adas s o anuais e o principal uso a cria o do gado outros usos apontados s o a coleta de pinh es n 4 e a coleta da erva mate n 2 Na percep o dos agricultores a produ o tem ca do de forma acentuada e os ervais devem se terminar Contudo um dos produtores est separando os animais e fazendo adensamento com erva mate em piquetes As UPEs com maiores produtividades n 2 representam situa es particulares Na maior delas 2 200 kg ha ano a paisagem tem como principal utilidade para o agricultor a produ o de erva mate e em segundo lugar a cria o de carneiros com baixa lota o a presen a de gado restrita pois o agricultor considera que o gado estraga muito o erval e que os carneiros ajudam na limpeza da rea A ro ada realizada apenas a cada tr s anos A condi o das erveiras boa e densa S o realizados transplantes de mudas de reas vizinhas a
579. s do encontrado por Chaimsohn et al 2013 que pesquisando ervais tradicionais junto a agricultores familiares do PNC e regi o Centro Sul do Paran praticamente n o constataram o uso de agrot xicos QUADRO 6 32 USO DE AGROT XICOS SEGUNDO GRUPOS DE UNIDADES DE PAISAGENS COM BASE NO NUMERO DE SITUA ES AREA ha E PRODU AO t Paisagem Uso de Uso de Uso de Total com uso Inseticidas Herbicidas Inseticidas de agrot xicos herbicidas Grupo N rea Prod n ha Kg n ha Kg n ha Kg n ha Kg Paisagem ha kg 90 90 90 90 96 96 96 96 96 96 96 96 Ervais em 11 50 6 26 438 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 Matas Ervais em 30 361 7 147 390 13 3 11 1 29 1 00 00 00 00 00 00 13 3 11 1 29 1 Ca vas Ervais 05 25 4 51 933 20 0 18 9 9 6 20 0 33 5 26 0 20 0 9 4 6 3 60 0 61 8 41 9 plantados em Matas ou Ca vas Ervais 08 106 1 38 607 12 5 3 4 4 8 12 5 4 7 2 2 12 5 6 9 35 4 37 5 15 0 42 4 nativos a pleno sol Ervais 12 20 4 61 059 8 3 1 5 24 90 0 46 1 34 5 33 3 40 1 53 2 91 6 87 7 90 2 plantados sombreados e abertos TOTAIS 66 564 2 325 427 10 6 94 15 8 12 1 39 10 9 9 1 2 1 15 2 31 8 15 4 41 9 Os n meros se mostram muito expressivos e preocupantes para uma cultura que tem forte apelo ecol gico e de nutri o saud vel Por outro lado vale destacar que o uso
580. s e arbustos Brandt e Campos 2008 consideram faxinal como uma vegeta o mista de campos e florestas Chang 1988 afirma que no Paran popularmente faxinal significa mato grosso mais denso quando comparado com as matas ralas ou os campos ou seja o contr rio da refer ncia catarinense De qualquer forma tem se que diferenciar o uso do termo faxinal que designa um tipo de vegeta o de sistema faxinal De acordo com Chang 1988 o sistema faxinal se caracteriza pela presen a de tr s situa es a cria o extensiva de animais em reas comuns devidamente cercadas criadouro comum a extra o florestal dentro do criadouro comum principalmente de erva mate a policultura alimentar em terras de plantio principalmente feij o milho mandioca e arroz localizadas em reas protegidas do acesso animal Inicialmente a erva mate era a principal fonte de renda dos faxinais da sua import ncia na g nese do sistema pois justificava a manuten o da floresta sendo beneficiada pela limpeza das reas pela cria o animal e manuten o de um grande n mero de trabalhadores para sua colheita e beneficiamento Dessa forma existem no sistema faxinal as terras de plantar que s o de posse e uso individual e as terras de criar o criadouro comum Este formado por um conjunto de propriedades particulares e cont guas por m sem cercas internas cercadas apenas ao longo do per metro do conjunto
581. s e de seus sistemas de produ o e ainda da associa o em um mesmo produtor de diversos tipos e manejos de ervais fica dif cil uma tipifica o geral de produtores ervateiros de sistemas de manejo de ervais ou mesmo de classifica o de ervais Nessa tese se procura caracterizar as diferentes paisagens e manejos desenvolvidos na regi o do Planalto Norte Catarinense tanto em ervais nativos quanto plantados 83 3 3 PROCESSO DE DOMESTICA O DA ERVA MATE ASPECTOS HIST RICOS E DE MANEJO 3 3 1 Domestica o de plantas e paisagens De acordo com Clement 1999 a domestica o de plantas um processo co evolutivo atrav s da sele o humana de fen tipos que resultam em mudan as nos gen tipos de popula es tornando as mais teis ao uso humano e melhor adaptadas s interven es humanas no ambiente O manejo destas popula es de plantas seria acompanhado de um processo de domestica o da paisagem Conforme j colocado a domestica o da paisagem um processo atrav s do qual a a o humana de forma consciente ou inconsciente e cumulativamente modifica a paisagem tornando a mais produtiva e agrad vel para os seres humanos e para as plantas do seu interesse HARRIS 1989 CLEMENT 1999 Assim o processo de domestica o de plantas e paisagens gradativo e passa por diversos est gios de desenvolvimento que no caso de popula es de plantas podem ser Silvestres quando os gen tipos e fen tipos n o s o
582. s elementos contaminantes presentes nesses res duos e assim comprometer a qualidade do mate regional 6 4 10 Colhendo os ervais pocas fases da lua folhas e instrumentos Existem poucos trabalhos de pesquisa com sistemas de podas de erva mate no entanto os manuais t cnicos trazem recomenda es gerais que se repetem De forma geral divide se em poda de forma o e poda de produ o DA CROCE FLOSS 1999 MAZUCHOVISCK 1991 A poda de forma o visa dar uma arquitetura mais produtiva para a erveira Normalmente consiste em fazer um corte em pequena altura nas plantas jovens 5 a 25 cm visando quebrar a domin ncia apical e promover bifurca es na rvore que lhe confiram um formato mais aberto e menor altura da planta DA CROCE FLOSS 1999 MAZUCHOWSKI 1991 MEDRADO et al 2000 MEDRADO 2005 Vale ressaltar que todos os trabalhos nesse sentido se referem a ervais plantados a pleno sol Nessa tese pela predomin ncia de ervais nativos a nfase aparece na poda de produ o que colheita propriamente dita que ser discutida a seguir As recomenda es t cnicas da poda de produ o colheita tamb m tem como base os ervais plantados sendo ausentes de trabalhos com ervais nativos e sombreados 266 Buscando a melhor poca para a colheita A poca de colheita sempre foi motivo de preocupa o inclusive atrav s de regulamentos e leis que tentavam disciplin la Soares 1875 j citava um regulam
583. s no PDR est o Alternativas para a Agricultura Meio ambiente Extrativismo e Silvicultura Cr dito Rural Microbacias Turismo Olericultura Gr os Pecu ria Sa de Animal Agroind strias Fruticultura Infra 188 Vale ressaltar que o pesquisador foi integrante da Comiss o que contribuiu para a elabora o desse PDR sendo tamb m respons vel pelos seus erros e acertos 364 estrutura Educa o Sa de A princ pio o erva mate poderia estar inclu da nos quatro ou mesmo cinco primeiros programas no entanto n o aparece em nenhum deles O programa mais pr ximo seria o de Meio ambiente Extrativismo e Silvicultura por m esse programa est centrado em a es voltadas coleta de lixo e de embalagens no meio rural recupera o de APPs e silvicultura nesse caso apontando apenas para plantios efetivos sem mencionar esp cies Assim o erva mate particularmente a nativa foi totalmente esquecida no PDR da Capital Catarinense da Erva mate 8 3 2 Timb Grande um munic pio florestal e pecu rio Timb Grande se localiza na regi o do basalto e apresenta um relevo muito acidentado possuindo um n mero pequeno de estabelecimentos TIMB GRANDE 2005 As produ es que constam no seu PDR com base em dados do IBGE 1999 s o em toneladas feij o 450 soja 109 milho 3 360 e erva mate 800 A produ o de madeira atinge 178 500 m e a lenha 20 000 m O rebanho bovino apresenta 11 300 cabe as Assim as pri
584. s normalmente os t cnicos s o preparados para trabalhar em que poderiam utilizar as tecnologias dispon veis para as demais culturas e inclusive o acesso mais facilitado ao cr dito rural No entanto a erva mate como atividade extrativa desenvolvida em sistemas mais pr ximos agroflorestas n o parece fazer parte do mundo dos t cnicos Essa falta de preparo dos t cnicos em rela o a sistemas de manejo da erva mate associado mata nativa pode ser mais um dos fatores que levam a uma pequena demanda pela ATER j que a experi ncia dos agricultores nesse sistema tende a ser maior do que o cabedal de tecnologias apropriadas que os t cnicos teriam para fornecer A falta de pesquisa e publica es com o manejo da erva mate nativa 181 Segundo Da Croce 2000 a maior parte dos plantios de erva mate realizados na d cada de 80 em Santa Catarina fracassaram devido a cuidados inadequados dos agricultores Marques Guadgnin e Gobbi 1989 ao projetarem atividades para o dimensionamento de tamanhos de lotes para assentamentos em Bituruna PR limitaram a utiliza o de plantios de erva mate devido a imprevisibilidade do xito desses plantios 356 como ser visto na pr xima se o tamb m contribuem para acentuar a invisibilidade da erva mate Em rela o s perspectivas gerais de se come ar ou ampliar os trabalhos com a erva mate 43 dos entrevistados Quadro 8 6 n o vislumbram qualquer possibilidade 36 acham que ser
585. s nos munic pios pesquisados realizou qualquer a o relativa a reuni es cursos palestras ou outros eventos voltados atividade ervateira em seus munic pios nos ltimos cinco anos salvo participa o em processos de IG realizados em Canoinhas que contaram com a participa o de 380 19 dos entrevistados Os dois nicos munic pios que possuem um Plano de Desenvolvimento Rural um deles considerado Capital do Mate praticamente ignoram a atividade ervateira nesses documentos Pode se concluir que para a principal regi o produtora de erva mate nativa de SC que tem uma hist ria ligada ao mate e que est em processo de desenvolvimento de uma IG preocupante a invisibilidade quase total da erva mate nas pol ticas de ATER o que implica a inexist ncia de programas de apoio Vale destacar que o processo de IG tem uma fundamental participa o da Epagri na coordena o e execu o do processo mas aparentemente ainda n o repercutiu em a es concretas nos munic pios que aumentassem a visibilidade da erva mate Al m da falta de a es da ATER com a atividade ervateira constata se que as institui es de pesquisa concentram seus trabalhos nos ervais plantados deixando os ervais nativos no esquecimento Os manuais t cnicos mais utilizados no PNC s o essencialmente voltados aos ervais plantados o que se reflete em quase todas as publica es relacionadas erva mate Consequentemente os t cnicos de campo n o
586. s pr ticas para o manejo extrativista do pinh o e erva mate visando sua implanta o nos estados do sul 150 Inicialmente o PRONAF florestal financiava principalmente plantios monoculturais de eucalipto e pinus A partir de 2008 passou a financiar apenas a implanta o de sistemas agroflorestais a explora o extrativista o manejo florestal a recomposi o e manuten o de APPs e RLs e o enriquecimento de reas que j apresentam cobertura florestal diversificada DEITENBACH et al 2008 305 das guas o que seria esperado pois esse um fato diretamente sentido pelos agricultores j que necessitam ter fontes de guas nas propriedades e relacionam a derrubada das rvores com a escassez de gua muito importante ter as matas na poca dos pais eu tinha uma gua boa ali pra cima depois que derrubei a mata e fiz a planta o a gua se terminou e tive que cavar um po o Agricultor 23 QUADRO 6 45 MOTIVOS PELOS QUAIS OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS CONSIDERAM IMPORTANTE CONSERVAR AS FLORESTAS Motivo agricultores Conserva o das guas 59 Preocupa o com as gera es futuras 53 Conserva o dos animais 45 Conservar o meio ambiente natureza 28 Cumprir a lei 20 Outras respostas 12 Outro grupo de motivos s o os relacionados preocupa o com as gera es futuras sen o tudo se acaba tanto no aspecto de usufru rem dos recursos quanto simplesmente conhece
587. s que fale n o adianta ainda podam mal feito Agricultor 27 Assim se constata um grande desafio para as ind strias que terceirizam ou realizam a colheita o de melhorar a qualidade da colheita garantido maior sustentabilidade produ o tanto para o produtor quanto para a pr pria ind stria Outro fator que tem dificultado a colheita da erva mate a legisla o trabalhista que estabeleceu uma s rie de exig ncias para a contrata o e o trabalho da colheita Destaca se ainda que todos os agricultores que vendem diretamente s ind strias est o localizados em comunidades que possuem uma ervateira Ainda o nico produtor que comercializa a erva beneficiada utiliza para o preparo a estrutura de um secador tipo bandej o fazendo o sapeco na fornalha e posteriormente a bandeja de secagem Ap s a secagem a erva mate mo da em 211 um triturador normal de preparo de ra es A comercializa o direcionada para um supermercado de Porto Uni o complementado por venda direta na propriedade Na poca da pesquisa a erva mate estava sendo vendida por R 0 45 no barranco e a erva beneficiada por R 3 50 Considerando que s o necess rios 2 5 kg de erva verde para o preparo de 1 0 kg de erva beneficiada com o beneficiamento seria equivalente ao agricultor vender a erva verde a R 1 40 ou seja um valor 3 11 vezes superior Mesmo sem considerar o valor da lenha e do acr scimo de m o de obra o beneficiamento e venda dire
588. s representam 11 das paisagens avaliadas 18 0 da rea e contribuem com 17 1 da produ o A presen a constante de animais principalmente de gado bovino pouco intensivo n 4 57 e intensivo n 2 29 em uma situa o utilizada tanto para gado como para carneiro pouco intensivos FIGURA 6 5 ASPECTO GERAL DE ERVAIS CA VA ABERTA Fonte o autor As ro adas s o mais frequentes do que nos Ervais em Ca va sendo em 72 n 5 dos casos anuais ou a cada dois anos Apenas dois agricultores 28 fazem ro adas eventuais A maior frequ ncia est em fun o da menor cobertura florestal que implica em maior luminosidade e consequente maior desenvolvimento de plantas no sub bosque que necessitam serem ro adas principalmente para n o prejudicarem as pastagens Essa maior abertura e frequ ncia de ro adas implicam em maior luminosidade que pode beneficiar o desenvolvimento da erva mate N o se observam desbastes recentes indicando que a maior abertura decorrente de um uso mais intensivo h um tempo mais longo A m dia das produtividades de 602 kg ha ano tamb m com enorme varia o de 51 a 2 324 kg ha ano valendo os coment rios tecidos na UPE Erval em Ca va salientando que pode se ponderar de forma v lida para as demais Ca vas que a maior abertura da floresta tem uma a o ambivalente pois se por um lado representa maior luminosidade o que beneficiaria a produtividade da erva mate por outr
589. s restritas ou inaptas para a agricultura quadro 6 42 demonstrando que a press o para a convers o dessas reas em lavouras foi e continua sendo grande principalmente frente a valoriza o dos gr os nos ltimos anos QUADRO 6 42 APTID O AGR COLA DOS ERVAIS EM PAISAGENS FLORESTAIS DOS AGRICULTORES ENTREVISTADOS Paisagens Aptid o agr cola Florestais Excelente Boa Regular Restrita Sem aptid o n 46 Geral Matas Ca vas 24 41 21 05 09 Ca vas 33 46 18 03 00 Matas 00 31 31 07 31 Separando se as paisagens florestais em Matas e Ca vas aparecem diferen as significativas pois os ervais em ca vas apresentam aptid o agr cola excelente ou boa em 79 das reas J as reas de mata apresentam aptid o boa em apenas 31 das situa es sendo que 39 delas est o em reas restritas ou inaptas Vale lembrar que as ca vas est o localizadas principalmente nas reas 289 mais planas da regi o sedimentar 97 delas e as matas se concentram na regi o de basalto 64 delas de relevo forte ondulado a montanhoso Procurou se compreender os motivos pelos quais essas reas florestais com aptid o agr cola n o foram convertidas em agricultura sendo consideradas apenas as classes de aptid o excelente boa e regular aquelas que realmente sofrem maior press o totalizando 40 paisagens Quadro 6 43 QUADRO 6 43 MOTIVO PRINCIPAL PELO QUAL O AGRICULTOR ENTREVISTADO N O
590. sagens n 6 com o mesmo percentual 43 para esparsas e frequentes Hanisch et al 2010 em ca vas abertas e muito abertas encontraram uma densidade de 85 4 arauc rias e 29 4 imbuias por ha indiv duos com mais de 5 cm de di metro N meros bem significativos considerando que as densidades da Floresta Nacional de Tr s Barras que serviram como referencia para floresta conservada apresentam entre 166 a 190 indiv duos de arauc ria por ha FUPEF 1990 ICMBIO 2010 Hanisch et al 2010 tamb m conclu ram que entre as 52 esp cies arb reas encontradas a arauc ria teve o segundo maior Valor de Import ncia e a imbuia o terceiro indicando o potencial das ca vas em conservar esp cies arb reas amea adas de extin o Da mesma forma que a UPE Erval em Ca va os Ervais em Ca va Aberta s o de ocorr ncia t pica da regi o do sedimento e de reas mais planas j que est o correlacionadas com remanescentes de criadouros dos faxinais Apenas uma das paisagens 14 est na regi o do basalto A aptid o agr cola predominante de excelente n 3 44 a boa n 1 14 sendo regular em duas situa es 28 e apta apenas para tra o animal em um caso 14 Essa maior restri o aparece justamente na regi o do basalto devido a maior declividade e pedregosidade Frente o grande potencial agr cola relevo de baixa declividade solos profundos e sem pedregosidade tendem a sofrer press o para serem convertidas
591. sciplinares dos Kaigang Londrina Eduel 2004 407 TORMEN M J Economia ervateira brasileira In WINGE H et al orgs Erva Mate Biologia e Cultura no Cone Sul Porto Alegre Ed Universidade UFRGS p 27 40 1995 TREVIZAN L R P BAPTISTA G C Res duos de deltametrina em gr os de trigo e em seus produtos processados determinados por cromatografia gasosa Scientia Agricola v 57 n 2 p 199 203 2000 Avalia o da degrada o persist ncia de res duos de deltametrina em gr o de milho milho pipoca e produtos derivados Rev bras toxicol v 14 n 2 p 5 11 2001 TRICART J L F Paisagem e Ecologia Texto traduzido pelo Prof C A Figueiredo Monteiro S o Paulo Departamento de Geografia USP 1981 TRIVI OS A N S Introdu o pesquisa em ci ncias sociais a pesquisa qualitativa em educa o S o Paulo Atlas 1987 TURTON S M FREIBURGER H J Edge and aspect effects on the microclimate of a small tropical forest remnant on the Atherton Tableland northeastern Australia In LAURENCE W F BIERREGAARD R O Tropical forest remmants Chicago The University of Chicago p 45 54 1997 UICN Estrat gia Mundial para a Conserva o a conserva o dos recursos vivos para um desenvolvimento sustentado S o Paulo IISP CESP 1988 VALDUGA E Caracteriza o Qu mica e Anat mica da Folha de Ilex paraguariensis St Hil e de Algumas Esp cies Utilizadas na Adultera o do Mate Disse
592. screve essa situa o No taquaral sempre tem rvore grande tem erveiras em ser onde tem rvore pra passarinho passar a noite tem mais erva As sementes gostam da pijucada da taquara ali que nasce muita erva Agricultor 27 A FIGURA 6 32 REA DE TAQUARAL RO ADO COM A PRESEN A DE REGENERA O ERVA MATE TR S BARRAS SC 116 Pijuca um termo utilizado pelos agricultores do PNC para designar madeira ou galhos de rvores ou arbustos em decomposi o Sobre essas pijucas comum se observar o desenvolvimento de mudas de erva mate 238 Essas observa es dos agricultores est o de acordo com o previsto na literatura pois a dispers o de sementes da erva mate se d principalmente pela a o dos p ssaros que se alimentam dos frutos maduros CARVALHO 1994 REITZ KLEIN e REIS 1978 que defecarem sobre um taquaral rico em serrapilheira encontram as condi es prop cias temperatura umidade luminosidade para a matura o fisiol gica previstos por Fowler e Sturion 2000 e Mello 1980 Dessa forma o manejo dos taquarais visando a forma o de ervais densos e produtivos se configura como uma boa op o de manejo para o PNC no entanto esse tipo de manejo pode estar sujeito a restri es legais conforme ser visto na se o 6 5 3 Vale lembrar que os taquarais tendem a aparecer em reas que sofreram algum tipo de dist rbio seja natural ou antr pic
593. scute a import ncia conceitos e racionalidades da agricultura familiar relacionando a com o processo de moderniza o da agricultura e com as possibilidades de uso e conserva o dos recursos naturais com nfase em recursos florestais discutindo por fim o que se entende por conserva o socioambiental O Capitulo 2 apresenta a concep o de paisagem utilizada na tese discute a paisagem a partir da rela o entre natureza e cultura aborda os processos de domestica o das paisagens trata da quest o das possibilidades de seu uso e conserva o e traz breves considera es sobre a concep o de paisagens culturais da UNESCO O Cap tulo 3 refere se especificamente erva mate visando trazer informa es b sicas sobre o tema central desta tese Inicialmente apresenta aspectos ligados autoecologia da esp cie em seguida aborda aspectos sociais econ micos e ambientais da atividade ervateira por ltimo detalha o processo de domestica o da erva mate procurando relacionar a trajet ria hist rica e os manejos da esp cie desde o uso ind gena at os dias atuais A primeira parte encerrada com o Cap tulo 4 que apresenta a concep o e os procedimentos metodol gicos utilizados bem como os instrumentos de trabalho de campo A segunda parte aborda o trabalho de campo iniciando com o Cap tulo 5 que caracteriza a regi o de estudo o Planalto Norte Catarinense PNC a partir de aspectos f sicos ambientais socioeco
594. se abrir demais a erva se termina Agricultor 21 Constata se conforme exposto no quadro 6 28 que a maioria dos agricultores 52 n o identifica esp cies de rvores que sejam mais prejudiciais erva mate argumentando que n o pode ter excesso de sombra n o importando de que esp cie seja a rvore Nesse sentido especificando um pouco mais 8 consideram que as rvores que mais prejudicam s o aquelas de copa baixa Essas rvores com a copada baixa atrapalham a erva a sombra muito forte se n o abrir a erva se termina Veja essas aqui pimenteira e o cuvat a sombra que faz aqui a erva n o vai Agricultor 39 QUADRO 6 28 ESP CIES ARB REAS CONSIDERADAS COMO RVORES QUE PREJUDICAM A ERVA MATE PLANTAS ANTAGONISTAS DE ACORDO COM A PERCENTAGEM DE CITA ES PELOS AGRICULTORES PESQUISADOS Esp cies negativas 9 dos agricultores N o tem opini o 52 rvores com a copa baixa 08 Pimenteira Capsicodendron dinisii 23 Cuvat Matayba elaeagenoides 18 Cerninho Curitiba prismatica 18 Guabirova Campomanesia xanthocarpa 05 Pinho bravo Podocarpus sp 03 Entre as esp cies citadas como prejudiciais destacam se a pimenteira 23 cuvat 18 e cerninho 18 todas referidas como rvores que produzem muita sombra sombra fechada e copa baixa A guabirova foi citada por dois agricultores 5 por considerarem que ela tem muitas ra zes e que ressecaria o
595. se destaca al m da pr pria erva mate 27 a retirada de lenha para uso na propriedade 73 e madeira tamb m para o uso na propriedade 18 Nas ca vas al m da erva mate 35 tamb m se destaca a retirada de lenha 57 e aqui com maior intensidade a coleta de pinh es 5436 pois conforme discutido anteriormente as ca vas s o mais ricas em arauc rias do que as reas de matas Nos ervais plantados em matas e ca vas se destaca novamente a retirada de lenha para o uso nas propriedades 60 Nas paisagens n o florestais nos ervais nativos abertos se destaca a coleta de pinh es 50 j que os potreiros principal paisagem desse grupo tendem a ser ricos em arauc rias al m da erva mate 37 e o gado 12 que normalmente s o os usos principais Nos ervais plantados os outros usos s o pouco frequentes se destacando apenas a coleta de pinh es em duas situa es 17 com uma cita o 8 aparecem a cria o de gado a produ o de flores para as abelhas e a produ o de frutas plantadas citrus p ssego Vale destacar que os outros usos nas paisagens florestais podem ser importantes em estrat gias de valoriza o e conserva o desses remanescentes Como visto acima se destaca al m da pr pria erva mate principalmente o uso da lenha para uso na propriedade seguido pela coleta de pinh es e da madeira tamb m para o uso na propriedade vale ainda ser destacada a produ o de flores para a apicultura No
596. se mais um aspecto a ser considerado em futuras estrat gias de conserva o da floresta com arauc ria e a presen a animal 15 RE ASA FIGURA 6 48 REA DE CA VA COM PRESEN A MUITO FREQUENTE DE ARAUCARIAS IRINEOPOLIS SC FONTE o autor No caso dos Ervais Nativos Abertos a presen a das arauc rias 87 e das imbuias 75 muito significativa concentrando se nos potreiros valendo o mesmo racioc nio feito para as ca vas em rela o press o animal constante Vale ainda destacar que a arauc ria est presente em 67 dos plantios n o florestais e a imbuia em 17 Frente a uma constante valoriza o dos ervais nativos que se relacionam com uma maior cobertura florestal o enriquecimento desses plantios com outras esp cies arb reas pode se transformar em uma pr tica interessante que poderia ser direcionado para esp cies de interesse de conserva o contribuindo ainda mais para a conserva o da biodiversidade da floresta com arauc ria ressalvando ainda que a arauc ria e a imbuia s o consideradas pelos agricultores como esp cies companheiras da erva mate 310 FIGURA 6 49 POTREIRO COM PRESEN A FREQUENTE DE ARAUC RIAS PORTO UNI O SC FONTE o autor Dessa forma os ervais se configuram como importantes paisagens de conserva o de esp cies arb reas amea adas de extin o particularmente da arauc ria e imbuia mesmo quando submetidas press o animal com exce o do xa
597. sible to observe that as the UPES forest coverage diminishes the domestication of the landscape as well as the production of yerba mate biomass pesticide use and soil erosion increase In addition there is a decrease in biodiversity stability and resilience of the Yerba Mate plantations as well as in the nutrient cycle landscape use and in the yerba mate quality On top of generating significant monetary resources the Yerba Mate is an activity which provides a safe income with low investments and thus it has an important role as store of value and stabilization of family units the yerba mate is an activity closely linked to the traditions and history of the families and it is also a pleasant activity for the farmers it contributes to the conversation of the remaining forest and of the endangered tree species it increases the connectivity among forest fragments generates several ecosystem services and allows a wide variety of uses in the Yerba Mate native forests Thus it s possible to conclude that the Yerba Mate activity is of great importance to the socio environmental conservation in the PNC However as the Yerba Mate plantations become less forest landscapes and more alike to cultivated landscapes they gradually lose their positive aspects concerning to that socio environmental conservation It was found out that the market prefers a Yerba Mate with a milder flavor which is normally connected to shaded yerba mate plantations in forest en
598. sos considerados predat rios e n o apenas como um espa o prioritariamente produtivo o que implica em uma ressignifica o do rural em emerg ncia e em conflito com o modelo econ mico dominante Brandenburg 2010b considera que nesse sentido o rural tradicional n o simplesmente substitu do pelo moderno mas ressignificado e a natureza revalorizada passa a ser foco juntamente com as quest es ambientais de amplos debates e mesmo de pol ticas p blicas Sabourin 2005 considera que foi a partir da Eco 92 que a agricultura passou a ser vista al m de sua fun o produtiva abrangendo um aspecto multifuncional com reconhecimento pela sociedade do interesse p blico de fun es sociais ambientais econ micas ou culturais n o diretamente produtivas ou mercantis Para Carneiro e Maluf 2005 na proposta de uma agricultura multifuncional a atividade agr cola n o se limita produ o para o mercado mas se estende tamb m oferta de servi os e bens materiais e imateriais sociedade No entanto o agricultor deveria ser recompensado por esses servi os prestados sociedade tais como assegurar a preserva o dos recursos naturais e a conserva o das paisagens garantir a seguran a alimentar conservar o patrim nio cultural entre 45 outras Assim o agricultor deveria ser estimulado a dedicar maior compromisso e desempenho tais fun es sendo remunerado pela sociedade atrav s do Estado ou ainda por at
599. specto de pomar ou monocultura s o majoritariamente considerados como plantados e sujeitos a restri es de mercado por m em algumas situa es frente mudas consideradas regionais de boa qualidade mesmo esses plantios abertos podem ser considerados como nativos no sentido de n o sofrerem as restri es de mercado A aceita o da produ o oriunda desse tipo de ervais deveria ser questionada no processo de IG Ressalva se aqui que os ervais abertos plantados com mudas argentinas s o rejeitados de forma praticamente un nime Em rela o aos ervais plantados sob cobertura florestal existe praticamente unanimidade em consider los como nativos sem qualquer restri o de pre os ou mercado desde que as mudas sejam de boa qualidade e da regi o Os ervais nativos e sombreados s o os preferidos pelos industriais mas os ervais nativos podem sofrer restri es quando em reas abertas sem sombreamento como em potreiros ou principalmente lavoura Dessa forma teria que ser revista a utiliza o dos termos nativa e plantada para a designa o de erveiras que s o preferidas ou rejeitadas pelo mercado j que o determinante o padr o de sabor que a erva produz Esse padr o desejado mais suave est relacionado com ervais sombreados em ambiente florestal formado por erveiras nativas ou mesmo plantadas desde que com sementes mudas nativas da regi o e ainda com uma manejo que respeite o ritmo da naturez
600. spectos da forma o do fruto e da semente na germina o da erva mate Embrapa Florestas 2000 FRANCO H M Erva mate o MERCOSUL disp e dessa exclusividade Agropecu ria Catarinense Florian polis v 5 4 p 34 31 1992 FRASER M T D GONDIM S M G A partir da fala do outro ao texto negociado discuss es sobre a entrevista na pesquisa qualitativa Paid ia 14 28 139 152 2004 FUPEF Levantamento Fitossociol gico das Principais Associa es Arb reas da Floresta Nacional de Tr s barras Conv nio IBAMA FUPEF Curitiba 1990 GALV O F Varia o sazonal da fotoss ntese l quida e respira o de Cabralea canjerana Vell Mart Ilex paraguariensis St Hill e Podocarpus lambertii Klotz em fun o da intensidade luminosa e temperatura Tese Doutorado em Ci ncias Florestais Universidade Federal do Paran Curitiba 1986 GARCIA JUNIOR O Sul caminho do ro ado estrat gias de reprodu o camponesa e transforma o social S o Paulo Marco Zero Brasilia Editora UnB MCT CNPQ 1989 GARTNER F HANISCH A L Plano Territorial De Desenvolvimento Rural Sustent vel do Planalto Norte Catarinense 2011 2016 MDAISDT Canoinhas SC 2013 GASCON C WILLIAMSON G B FONSECA G A B Receding Forest Edges and Vanishing Reserves Science Vol 288 Issue 5470 1356 1358 May 2000 392 GASKELL G Entrevistas individuais e de grupos In BAUER M W GASKELL G orgs Pesquisa qualitativa com tex
601. spira o no m todo de Fournier procurou se atrav s de pesquisa bibliogr fica e de conversas com pesquisadores da rea poss veis indicadores Inicialmente se trabalhou com rea basal serrapilheira abertura dossel cobertura arb rea presen a de rvores com mais de 40 cm de di metro presen a de gram neas domin ncia estratifica o regenera o presen a de ep fitas e lianas totalizando nove indicadores No entanto frente a testes de campo e pondera es dos orientadores para dar maior objetividade e praticidade avalia o dos Er PF a proposta inicial de nove indicadores foi reduzida para apenas quatro indicadores 1 rea basal 2 Cobertura do dossel 3 Presen a de gram neas 4 Estratifica o A cada indicador foram atribu dos atributos distribu dos em cinco classes pontuadas de 1 a 5 em que os n meros mais altos representavam um melhor estado de conserva o florestal Assim uma floresta com m xima conserva o receberia 20 pontos e com m nima conserva o 5 pontos 45 No indicador rea Basal uma rea florestal recebe no m nimo 2 0 pontos assim se nos tr s demais itens receber tamb m nota m nima 1 0 totalizar 5 0 pontos 111 2 Cobertura do dossel 1 rea basal FIGURA 4 2 INDICADORES UTILIZADOS PARA A DETERMINA O DO ICF NDICE DE CONSERVA O FLORESTAL FONTE o autor Desenho Robson Neves Michel A descri o detalhada dos indicado
602. ss o aprofundada junto ao IBGE sobre os n meros da atividade ervateira dando continuidade a discuss o levantada por Souza 1998 QUADRO 5 3 COMPARA O DOS DADOS DA PRODU O DE ERVA MATE NATIVA E PLANTADA TONELADAS DE ERVA MATE CHANCEADA COM BASE NO CENSO AGROPECUARIO PRODU AO AGRICOLA MUNICIPAL PAM E PRODU O DA EXTRA O VEGETAL E DA SILVICULTURA PEVS DO ANO DE 2006 Fonte dos dados Brasil Santa Catarina Planalto Norte 2026 Nativa Plantada Nativa Plantada Nativa Plantada Censo Agropecu rio 57 880 74 100 12 359 24 417 2 494 1 087 Estimativas PAM ou PVES 233 360 173 793 41 833 14 117 23 104 799 PAM ou PVES em rela o ao 303 134 238 42 826 26 Censo Fonte adaptado do IBGE 2013b 2013c Apesar de essas discrep ncias desestimularem um debate aprofundado sobre os n meros da atividade ervateira nos pr ximos par grafos se faz uma breve an lise inicialmente com base no PAM e PEVS e posteriormente com base no Censo Agropecu rio de 2006 Deve se dividir o volume da erva mate em folha verde por 2 5 para se obter o equivalente em erva mate cancheada SOUZA 1998 55 No transcorrer do texto se questiona a confiabilidade dos dados referente erva mate do Censo de 2006 para o PNC j que a produ o apresentada muito inferior ao que se constata a campo Provavelmente apenas o munic pio de Canoinhas apresente
603. ssos e sentidos do rural na contemporaneidade indaga es sobre algumas especificidades brasileiras In Estudos Sociedade e Agricultura Curitiba Editora UFPR n 18 p 28 46 2002 FERREIRA A D D ZANONI M Outra agricultura e a reconstru o da ruralidade In FERREIRA A D D amp BRANDENBURG A orgs Para pensar outra agricultura Curitiba Editora UFPR 1998 FERREIRA C P Percep o ambiental na esta o ecol gica de dJur ia ltatins Disserta o de Mestrado em Ci ncia Ambiental S o Paulo USP 2005 FERREIRA FILHO J C Cultura e preparo da erva mate Rio de Janeiro Servi o de Informa o Agr cola 1948 Cultura e preparo da erva mate 2 ed Rio de Janeiro Servi o de Informa o Agr cola 1957 FINGER C A G Biometria Florestal Universidade Federal de Santa Maria RS 2006 FLORIANI N Avalia o das Terras Pelos Agricultores Ecol gicos de Rio Branco Do Sul Pr Uma Abordagem Geo S cio Agron mica da Paisagem Rural Tese Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Universidade Federal do Paran Curitiba 2007 FOLADORI G Limites do desenvolvimento sustent vel Campinas Editora da Unicamp 2001 FOSSATI L C Avalia o do estado nutricional e da produtividade de erva mate ilex paraguariensis St Hil em fun o do s tio e da dioicia Disserta o Mestrado em Engenharia Florestal Universidade Federal do Paran Curitiba 1997 FOWLER J A P STURION J A A
604. st o gen tica que tinha sido destacada por apenas 10 agora se ampliou pois para 20 desses entrevistados seria necess rio fazer uma avalia o do sabor dessa erva j que poderia ser aceit vel devido a uma boa gen tica Teria que conversar as erveiras parecem de boa qualidade tem ervais plantados que s o bons Industrial 02 Para os outros 20 a produ o poderia ser comprada sem restri es um deles argumenta essencialmente a quest o gen tica um erval bonito bem formado a muda brasileira de boa qualidade Industrial 05 Outro argumenta tanto a quest o gen tica quanto o autosombreamento do erval Apesar de cultivada a muda boa bom porte uma erveira ajuda a sombrear a outra erva boa Industrial 04 O agricultor propriet rio do erval da situa o 06 declara que n o sofre restri es de pre o no entanto ele beneficia a produ o na propriedade e vende 333 diretamente em um supermercado local Salienta que procura misturar a erva plantada com erva nativa A situa o 08 apresenta um erval plantado sem associa o com agricultura Como o agricultor adquiriu a rea com o erval j implantado n o se tem informa o sobre a origem das mudas A quase totalidade 90 dos entrevistados fazem restri es a esse tipo de erva mate argumentando a falta de cobertura florestal e a dificuldade de se conhecer tanto pelo hist rico quanto pela fotografia
605. stemas agroflorestais tamb m s o voltados associa o do plantio da erva mate com cultivos anuais ou com plantios de rvores nativas no entanto o sistema silvipastoril relacionado aos faxinais semelhante s ca vas do PNC abordado superficialmente em apenas dois par grafos Assim apesar da boa qualidade t cnica dos documentos aqui mencionados o foco s o os ervais plantados o que se reflete em quase todas as publica es relacionadas erva mate consequentemente os t cnicos de campo n o tem apoio t cnico ou cient fico para contribuir no manejo dos ervais nativos ficando a merc de suas pr prias iniciativas e da experi ncia porventura adquirida junto aos agricultores ou mais comumente n o trabalhando com o manejo da erva mate nativa implicando na mencionada invisibilidade da erva mate Nesse sentido s o justamente os agricultores com sua experi ncia adquirida ao longo de gera es que podem contribuir para sistemas mais sustent veis de produ o de erva mate nativa mas seria importante a associa o desse conhecimento com o conhecimento t cnico cient fico promovendo segundo Leff 2009 uma hibridiza o dos saberes tradicionais com a ci ncia moderna 8 3 A INSER O DA ERVA MATE EM DOIS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO PNC Uma das formas de se verificar a import ncia dada pelas institui es que atuam nos munic pios para determinada atividade agr cola seria analisar a forma como ela ap
606. sua a o pela busca da autonomia no sentido de uma busca constante e permanente de valorizar os seus pr prios recursos e de obter desses as condi es para garantir a almejada reprodu o de sua fam lia Nesse sentido a produ o de autoconsumo assume grande import ncia nas unidades familiares O autoconsumo compreende toda a produ o realizada pela 36 fam lia que visa o autoaprovisionando com produtos para a pr pria alimenta o e outros usos do estabelecimento Essa produ o muitas vezes considerada como um resqu cio do passado como algo atrasado No entanto a produ o para autoconsumo de grande relev ncia para a reprodu o social das unidades familiares primordial para a seguran a alimentar estabilidade monet ria sociabilidade e identidade das fam lias rurais SCHNEIDER S e XAVIER 2013 O autoconsumo se insere na estrat gia de redu o de riscos da agricultura familiar pois serve como prote o frente as incertezas e oscila es da produ o para mercado MALUF et al 2000 Importante destacar que se referir a produ o para autoconsumo n o a mesma coisa do que se referir produ o para subsist ncia pois a subsist ncia alem da produ o de autoconsumo abarca tamb m produ es destinadas ao mercado que visam a manuten o das fam lias GARCIA JUNIOR 1989 Ao buscar essa autonomia a manuten o e reprodu o de sua fam lia e unidade de produ o o agricultor
607. ta justamente os ervais de tipologia florestal menos conservada encontraram entre as esp cies arb reas com mais de 5 cm de DAP um total de 52 esp cies e 24 fam lias e em todas as parcelas foram encontradas a arauc ria e a imbuia ocupando respectivamente o segundo e terceiro maior Valor de Import ncia demonstrando a signific ncia 288 desses ervais para a conserva o dos remanescentes florestais e de esp cies arb reas amea adas de extin o Esse aspecto ser abordado na se o 6 5 5 6 5 2 Os ervais em reas com aptid o agr cola a press o para convers o Para melhor entender a import ncia da erva mate na conserva o dos remanescentes florestais foi procurado relacionar as quarenta e seis paisagens classificadas como Florestais Ervais em Matas Ervais em Ca vas e Plantios em Matas ou Ca vas com a sua aptid o agr cola e os motivos que levaram os agricultores a manter a cobertura florestal nessas reas Muitas vezes se relacionam os remanescentes florestais da regi o da Floresta com Arauc ria com reas de baixa aptid o agr cola com menor press o para convers o em lavouras onde os plantios florestais a retirada de produtos extrativos e o pastoreio extensivo seriam os nicos usos poss veis Constatou se que a realidade junto s propriedades pesquisadas do PNC bem diferente Observa se que a maioria dos ervais florestais est o em reas de excelente a boa aptid o 65 e apenas 14 est o em rea
608. ta pode ser uma importante forma de agregar valor produ o de erva mate nas propriedades familiares Aspecto que poderia ser incentivado por pol ticas p blicas e particularmente pelo processo de IG A comercializa o do mate Percep o do pre o De forma geral os agricultores est o satisfeitos 30 ou otimistas 40 em rela o aos pre os da erva mate apenas 30 consideram que os pre os est o ruins ou que necessitam melhorar Figura 6 24 Vale destacar que a pesquisa de campo foi realizada de junho a outubro de 2012 poca em que os pre os estavam subindo e com tend ncia a subir ainda mais 40 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Bom Razo vel Est Necessita Ruim melhorando melhorar FIGURA 6 24 OPINI O DOS AGRICULTORES EM RELA O AOS PRE OS PAGOS PELA ERVA MATE Por ocasi o da maioria das entrevistas junho e julho de 2012 o pre o da erva mate verde colocada na ind stria alcan ava 0 60 kg Em janeiro de 2014 alcan a R 1 60 kg atingindo um impressionante aumento de aproximadamente 166 em um per odo de 1 5 anos N o existem estudos cient ficos para explicar 212 essa eleva o de pre os Obviamente deve se a falta de mat ria prima no mercado por m as causas dessa falta de mat ria prima que n o est o completamente esclarecidas As causas mais prov veis apontadas est o a redu o de reas de ervais nativos e plantados aumento do consumo e
609. ta vermelha 6 Branca n o vai 7 De taquaral 8 Qualquer plana e alta 9 Terra preta 10 Enxuta 11 De bracatinga 12 De pap o 13 De samambaia cida 14 cida 15 Vermelha profunda 16 De erva 17 Vermelha 18 Mais escura 418 6 Percep o do agricultor em rela o a tipos de diferentes de erva mate 1 N o identifica 2 Identifica mas n o diferencia claramente 3 Identifica e relaciona com algumas caracter sticas 4 Identifica e prioriza no manejo 5 Um s diferen a devido ao ambiente 6 O que difere o ambiente 7 Antigamente na poca dos pais av s plantavam erva mate 1 N o 2 Transplantes espor dicos 3 Transplante frequente 4 Plantavam com mudas produzidas a partir de sementes 8 Legisla o ambiental 1 N o ouviu falar 4 Atrapalha um pouco denunciado 7 J foi autuado multado 2 N o entende direito 3 N o atrapalha 5 Atrapalha muito 6 J foi 9 Legisla o trabalhista 1 N o ouviu falar 2 N o entende direito 3 N o atrapalha 4 Acredita que pode atrapalhar 5 Atrapalha 6 Atrapalha muito 7 J foi denunciado 8 J foi autuado multado 9 Atrapalha para os ervateiros e erveiros 10 Pode trazer erveiros mais qualificados 10 ATER assist ncia t cnica em geral e quem a fornece 1 Frequente sistem tica 2 Eventual 3 Rara 4 H muitos anos atr s 5 Nunca Quem 1 Epagri 2 Ecovida 3 Cooperativa 4 Empresa privada 5 Revenda insumos 6
610. tada Natya 1950 80 979 X 8 163 x 6 849 x E 1960 91 392 13 980 x 19 191 x 1970 126 856 X 44 054 x 33 307 x 1975 77 192 X 22 142 x 16 347 x 1980 151 853 22 684 87 50 345 2 652 95 31 920 351 99 1985 148 196 35 808 80 52 937 6 840 88 29 244 501 98 1996 206 916 61 713 77 69 569 14 026 83 30 606 843 97 2006 57 879 74 100 44 12 358 24 416 34 2 744 1 125 71 FONTE adaptada de Souza 1998 com inclus o do Censo Agropecu rio de 2006 IBGE 2013d 20199 Observa se um crescimento constante da produ o da erva mate plantada Em rela o aos dois ltimos censos esse aumento foi de 20 no Brasil 74 em SC e de 33 no PNC Por outro lado historicamente se observava um crescimento da erva mate nativa em todas as regi es no entanto em 2006 se constata uma invers o A produ o nativa caiu no Brasil em 72 em Santa Catarina 82 e no PNC a redu o foi ainda mais dr stica atingindo 91 Frente ao aumento da plantada e diminui o da nativa a contribui o da erva mate nativa passou no Brasil de 77 para 44 em SC de 83 para 34 e no PNC de 97 para 71 Em SC se constata uma invers o dr stica no perfil de produ o passando de produtor de erva mate nativa para se caracterizar como um produtor de erva mate plantada em fun o do aumento da rea plantada e provavelmente da erradica o de ervais nativos Essa queda v
611. tante Verifica se a presen a de arauc ria e imbuia de forma esparsa ao longo da rea Trata se de uma rea de excelente aptid o agr cola relevo plano solo profundo sem pedregosidade em uma comunidade de forte agricultura que n o foi convertida para o uso agr cola devido ao denso erval formado O agricultor pretende manter e adensar o erval X ERVAL NATIVO ABERTO LAVOURAS Paisagem formada por reas de lavoura anual que apresentam erveiras nativas remanescentes de forma dispersa ou em reboleiras sem presen a constante de animais Essa uma paisagem frequente em todo o Planalto Norte no 174 entanto em apenas uma das propriedades estudadas a produ o de erva atingiu mais de 20 da produ o total crit rio utilizado para descrever uma paisagem Assim prov vel que de forma geral apesar de ser uma paisagem muito frequente a sua contribui o para a produ o regional de erva mate seja pequena A paisagem identificada representa 1 5 das paisagens avaliadas 0 9 da rea e contribui com 0 3 da produ o FIGURA 6 12 ASPECTO GERAL DE ERVAL NATIVO ABERTO LAVOURAS Fonte o autor Esses ervais acabem recebendo de forma indireta praticamente os mesmos manejos realizados na lavoura Na rea estudada s o aplicados herbicidas calagem e aduba o qu mica As erveiras apresentam boas condi es mas apresentam baixa densidade j que as erveiras decadentes s o gradativamente retiradas
612. tanto trata se de pequenos plantios a maioria menor do que 500 mudas normalmente 122 Considera se plantio quando o agricultor realiza o ato de plantar uma muda seja a muda produzida a partir de sementes em viveiros seja oriunda de transplantes de mudas que nascem espontaneamente nas matas ou ca vas Nessa pesquisa considera se plantio rea plantada quando a produ o da erva mate plantada representa mais de 50 da produ o da rea e adensamento rea adensada quando a produ o da erva mate plantada maior do que 20 e menor do que 50 da produ o total da rea Areas com menos de 20 de produ o de erveiras plantadas considerada como nativa 243 com fraco desenvolvimento Nesse sentido cnama a aten o o fato de que 15 dos agricultores relatam o fracasso total de seus plantios sendo que desses a maioria realizou os plantios na forma de plantio monocultural a c u aberto QUADRO 6 30 PERCENTAGEM DE AGRICULTORES QUE REALIZAM PLANTIOS OU ADENSAMENTOS Forma de plantio ou adensamento 9 dos agricultores Plantio em reas abertas 35 Adensamento de ca vas 20 Adensamento de matas 15 Adensamento de potreiros 05 Plantios que n o se desenvolveram 15 Nunca fez plantios ou adensamentos 30 A maioria das mudas utilizadas pelos agricultores comprada no pr prio munic pio 61 no entanto significativa a produ o de mudas pr prias 3256 e do transplante de
613. tarem de trabalhar com a erva mate Quadro 6 20 fica refor ada a quest o da tradi o pois 53 fazem referencia a ser uma atividade que desenvolviam desde crian a junto com os pais e av s QUADRO 6 20 MOTIVOS PELOS QUAIS OS AGRICULTORES DECLARAM GOSTAR DE TRABALHAR COM ERVA MATE Motivo 96 Rela o com a inf ncia trabalho com pais e av s 53 Gostam do ambiente do erval mata ca va 43 Se sentem bem no erval 12 Gostam de andar no erval 22 Gostam do trabalho com a erva podar picar 25 o que mais gosta de fazer 20 Tamb m de grande import ncia a valoriza o do ambiente do erval j que somando se as respostas gostam do ambiente do erval se sentem bem no erval e gostam de andar no erval totaliza 77 ou seja os agricultores valorizam a paisagem o ambiente majoritariamente florestal dos ervais que lhes traz uma sensa o prazerosa normalmente de tranquilidade 204 Gosto de lidar com a erva por tar no mato bom a gente se sente bem o que mais gosto Agricultor 16 H Deus o livre d uma tranquilidade andar no mato trabalhar no erval Agricultor 28 Vale lembrar que Tuan 1980 considera que existe uma rela o afetiva da pessoa com o lugar que habita marcada pelas suas experi ncias e pelo modo como percebe o ambiente o que particularmente significativo nas comunidades rurais Nesse sentido os ervais se configuram como uma p
614. tem ajudado a impulsionar as pesquisas com erva mate em ervais nativos brasileiros Mais do que acesso resultados de pesquisas os t cnicos de campo t m maior contato com manuais e boletins t cnicos nesse sentido duas publica es se destacam A cultura da erva mate no estado de Santa Catarina DA CROCE FLOSS 1999 editado pela EPAGRI e Manual t cnico da erva mate MAZUCHOWSKI 1991 editado pela EMATER Paran mas de ampla circula o no PNC A publica o da EPAGRI essencialmente voltada para plantios de erva mate Os ervais nativos s o abordados apenas em um nico item relacionado ao adensamento e outro relacionado pr tica de decepas sem indica es espec ficas de manejo Os sistemas agroflorestais abordados se restringem apenas associa o de plantio da erva mate e cultivos anuais n o feita nenhuma men o aos sistemas silvipastoris como as ca vas principal forma de produ o da erva mate nativa no PNC 8 Nos ltimos 6 anos a Epagri Esta o Experimental de Canoinhas tem desenvolvido diversas pesquisas com o manejo de ca vas em que apesar da nfase no manejo das pastagens tem se considerado o sistema como um todo onde a erva mate aparece como um elemento importante do 362 O manual t cnico da EMATER Paran tamb m voltado essencialmente aos plantios os ervais nativos s o abordados apenas em rela o a sua forma o ocupando menos de uma p gina Os si
615. tempo adsorvido Apresenta toxicidade para v rios tipos de bact rias e fungos bem como efeitos adversos em alguns invertebrados do solo No solo uma das a es mais preocupantes sua vincula o com a inibi o da fixa o anaer bica de nitrog nio O seu uso continuado tem aumentado o n mero de esp cies de plantas resistentes AMARANTE JUNIOR 2002 Importante destacar que em muitos agrot xicos o principio ativo pode ser menos t xico do que as formula es comerciais devido a inclus o de outras substancias t xicas o que pode induzir a uma falsa sensa o de seguran a j que os testes s o feitos com o princ pio ativo mas a campo se empregam as formula es comerciais Amarante J nior 2002 cita que os surfactantes do grupo etilamina normalmente utilizados nas formula es comerciais apresentam toxidade maior do que o pr prio glifosato podendo causar s rias irrita es nos olhos sistema respirat rio e pele Nesse sentido Braguini 2005 citando Cox 1998 139 e Martinez e Brown 1991 relata que o produto comercial RoundupO seria mais t xico do que o glifosato pois a quantidade desse produto comercial contendo glifosato mais o surfactante polioxietleno necess ria para causar a morte de ratos aproximadamente 1 3 da quantidade de glifosato sozinho Dessa forma a utiliza o do glifosato na erva mate al m de se configurar 128 como um ato ilegal devido ao n o registro do produto para a
616. tendem a podar todas as erveiras e n o se preocupam com a produ o de sementes que permita a regenera o natural dos ervais A exist ncia de poucas erveiras em condi es de produ o de sementes quase sempre isoladas em pequenos fragmentos provavelmente esteja levando perda da diversidade gen tica da erva mate no PNC Os riscos conserva o da diversidade gen tica tamb m se revelam ao se constatar que n o existem processos que procurem assegurar que as sementes destinadas produ o de 372 mudas contemplem minimamente a diversidade regional da erva mate j que podem ser oriundas de uma ou poucas erveiras A introdu o de sementes de outras regi es impulsionada pela crescente procura por sementes e mudas pode comprometer a qualidade do mate regional e o pr prio processo de IG A regenera o foi constatada apenas em reas de matas e ca vas sendo que a intensidade nas reas de mata mais do que o dobro das ca vas podendo se apontar que a presen a constante de animais compromete a regenera o das plantas Dessa forma a baixa regenera o de erva mate nas paisagens est em fun o da falta de rvores porta semente mas tamb m da presen a constante de animais em muitas paisagens seja pela sua a o direta pastejo e pisoteio ou pela forma o de pastagens que dificultam a conserva o e germina o das sementes A constata o de que historicamente n o se realizavam plantios apenas se
617. terial lenhoso 82 x A quest o a legisla o ambiental e o manejo da erva mate ser discutida na se o 6 5 3 8 Os crit rios da avalia o da frequ ncia das esp cies amea adas est o no ANEXO III 6 10 84 Sistema agr cola baseado na agricultura de pousio ou coivara 157 desenvolvimento inicial das arauc rias O xaxim est presente em duas situa es uma delas na mata mais conservada sendo muito frequente Localizam se principalmente na regi o do basalto em solos n o aptos para agricultura n 3 75 devido ao relevo forte ondulado ou montanhoso N o s o utilizadas para pastejo n 3 ou no m ximo pastejo eventual n 1 O pastejo eventual normalmente caracterizado pela soltura do gado em curtos per odos no inverno visando pastejo principalmente do pap o nome cient fico em determina o gram nea nativa que se desenvolve bem em ambientes sombreados O principal uso refere se a utiliza o como reserva legal n 4 100 a extra o da erva mate considerada como um dos usos principais em apenas um caso 25 A extra o da erva mate aparece como outros usos em 75 dos casos n 3 o mesmo ocorrendo com a lenha para consumo na propriedade Pertinente ressaltar que na maioria das propriedades se identificam fisionomias que podem ser classificadas como Mata por m sem a realiza o do manejo e colheita da erva mate como ser melhor discutido na se o 6 4 2 dessa forma
618. teve como base a pesquisa qualitativa com apoio de recursos quantitativos como a estat stica descritiva Foram realizadas 64 entrevistas semiestruturadas junto a agricultores familiares agentes de assist ncia t cnica e extens o rural ATER e industriais ervateiros al m da avalia o de 66 ervais com base em roteiro espec fico e percorrimento daqueles locais Foi poss vel identificar 13 tipos de unidades de paisagens dos ervais UPEs Tanto nos ervais nativos quanto nos plantados observa se que medida que a cobertura florestal das UPES diminui aumenta a domestica o das paisagens a produ o de biomassa da erva mate o uso de agrot xicos e a eros o dos solos por outro lado diminui a biodiversidade a estabilidade e resili ncia dos ervais a ciclagem de nutrientes os usos da paisagem e a qualidade da erva mate A erva mate mais do que gerar recursos monet rios significativos constitui uma atividade que produz uma renda segura com poucos investimentos assumindo uma importante fun o de reserva de valor e de estabiliza o das unidades familiares Configura se como uma atividade fortemente ligada s tradi es e hist ria das fam lias al m de ser um trabalho prazeroso para os agricultores Contribui para a conserva o dos remanescentes florestais e de esp cies arb reas amea adas de extin o aumenta a conectividade entre fragmentos florestais gera diversos servi os ecossist micos e permite uma multiplicidade
619. ticas de manejo e rela o com o meio ambiente A erva mate mais do que gerar recursos monet rios significativos constitui uma atividade que produz uma renda segura com poucos investimentos assumindo uma importante fun o de reserva de valor e de estabiliza o das unidades familiares assim apresenta grande import ncia do ponto de vista econ mico e social Configura se como uma atividade fortemente ligada s tradi es e hist ria das fam lias al m de ser uma atividade prazerosa para os agricultores assumindo significativa import ncia cultural e social Contribui para a conserva o dos remanescentes florestais e de esp cies arb reas amea adas de extin o aumenta a conectividade entre fragmentos florestais contribui para a conserva o do solo e da gua gera diversos servi os ecossist micos e ainda permite uma multiplicidade de usos nos ervais florestais assumindo grande import ncia na conserva o do meio ambiente Dessa forma por contribuir para a conserva o do meio ambiente ao mesmo tempo em que contribui em aspectos econ micos sociais e culturais junto aos agricultores familiares pode se concluir que no PNC a atividade ervateira apresenta grande import ncia para a conserva o socioambiental Por m medida que os ervais se afastam de paisagens florestais e se aproximam de paisagens de lavouras gradativamente perdem aspectos positivos relacionados a essa conserva o socioambiental A busca de um me
620. tinha o gado a erva e se fazia dinheiro com a venda de madeira agora n o se pode mais mexer em nada Agricultor 39 290 O pai pensava em renda diversificada madeira erva gado o pinhal era a heran a para os filhos foi ficando depois a legisla o proibiu mexer no mato Agricultor 21 tudo plaininho a rea do erval bom para lavoura mas ficou por causa do erval o pai falava n o vamos destocar porque tem muita erva Agricultor 18 Importante destacar que na maioria das vezes quando o agricultor citava o motivo pelo qual a rea n o foi convertida em agricultura apenas com menor intensidade quando o motivo alegado era a presen a da erva mate havia uma rela o ao fato de que em determinada poca a legisla o proibiu o corte da vegeta o arb rea Assim foi perguntado aos agricultores o que eles fariam com a rea caso a legisla o n o fosse restritiva Quadro 6 44 QUADRO 6 44 DESTINO QUE OS AGRICULTORES ENTREVISTADOS DARIAM PARA OS ERVAIS SOB COBERTURA FLORESTAL CASO NAO HOUVESSE RESTRI ES LEGAIS PARA A DERRUBADA DE ARVORES Destino 9 dos agricultores Manteria como est 15 Faria desbastes na vegeta o arb rea visando maior entrada de 44 luminosidade com aproveitamento do material lenhoso Abriria lavouras em parte da rea 31 Faria desbastes e abertura de lavouras em parte da rea 10 Apenas 15 deixariam os ervais em mata e ca vas da for
621. tividades apresentam grande varia o devido principalmente a densidade das erveiras que oscila de densa a rala Constata se que as maiores densidades e consequente produtividades aparecem nos ervais originados a partir de taquarais n 4 com m dia de produtividade de 1 357 kg ha ano Nesses casos em que o agricultor constata uma grande regenera o natural de erva mate ap s a ro ada do taquaral existe uma maior preocupa o no controle da vegeta o arb rea com prioriza o da promo o da erva mate no processo de sucess o florestal complementada ainda por ro adas mais frequentes o que resulta nessas maiores produtividades Em duas situa es foram constatados adensamentos que implicam em 5 e 15 da produ o total Na percep o dos agricultores a produ o est est vel ou aumentando 71 n 5 e diminuindo em apenas 29 n 2 dos casos Constata se a presen a da arauc ria em todas as paisagens 100 variando de esparsa a frequente A imbuia presente em 3 situa es 43 sendo frequente em uma delas O xaxim tamb m est presente em uma das paisagens estudadas Ocorrem principalmente na regi o do basalto n 4 57 normalmente em reas com aptid o agr cola apenas regular devido principalmente a acentuada declividade Na regi o sedimentar tendem a se localizar nas antigas terras de plantar ou seja em reas mais declivosas 30 Crit rios est o descritos no anexo 111 6 19 87 A
622. to imagem e som Um manual pr tico pp 64 89 Petr polis Vozes 2002 GEERTZ C A interpreta o das culturas Rio de Janeiro LTC 2008 GERHARDT M Hist ria ambiental da erva mate Tese Doutorado em Hist ria Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2018 GHIZELINI A M O assessoramento t cnico organizativo como base para a organiza o social e pol tica na agricultura familiar In BRANDENDURG A etal orgs Ruralidades e quest es ambientais estudo sobre estrat gias projetos e pol ticas NEAD Estudos 20 Bras lia MDA 2007 GLIESSMAN S R Agroecologia processos ecol gicos em agricultura sustent vel Porto Alegre Ed UFRGS 2001 GOBBO NETO L LOPES N P Plantas medicinais fatores de influ ncia no conte do de metab litos secund rios Qu mica Nova v 30 n 2 p 374 2007 GUANZIROLI C E CARDIM S E C S Novo retrato da agricultura familiar o Brasil redescoberto Projeto de Coopera o T cnica INCRA FAO MDA Minist rio do Desenvolvimento Agr rio Bras lia DF INCRA FAO MDA 2000 GUBERT FILHO F A O Faxinal estudo preliminar Revista do Direito Agr rio e Meio Ambiente Curitiba ITCF v 2 p 32 40 agosto 1987 GUEDES H S Paisagem e imagem uma reflex o sobre o espa o tur stico de Passa Quatro Revista do Departamento de Geografia S o Paulo n 13 p 131 144 1999 GUERRA M P et al Araucaria In BARBIERI RR L amp STUMPF E R T Ed O
623. to sociais Dessa forma se trabalhou com um roteiro de entrevista semiestruturada onde foram desdobrados os diversos indicadores em t picos que contemplassem a abrang ncia das informa es esperadas com o cuidado de permitir a flexibilidade nas conversas combinando perguntas fechadas e abertas em que o entrevistado tivesse a possibilidade de discorrer sobre o tema em quest o sem se prender indaga o formulada MINAYO 2010 De acordo com Minayo 2010 existe um substrato comum de identidade entre o pesquisador e o pesquisado e a vis o de mundo de ambos est implicada em todo processo de conhecimento desde a concep o do objeto at o resultado do trabalho p 42 Nesse sentido na pesquisa qualitativa a intera o entre o pesquisador e os sujeitos pesquisados essencial pois n o se trata de um simples trabalho de coleta de dados mas de uma rela o de troca de informa es entre sujeitos que influenciada entre outros aspectos subjetivos pela empatia estabelecida De qualquer forma sempre haver uma situa o de desigualdade entre ambos e essa falta de simetria deve ser compreendida e assumida criticamente no processo de constru o da pesquisa pois todos os atores envolvidos revelam e escondem determinados aspectos Assim existe tanto uma vis o oficial transmitida a regi o exterior quanto os segredos de bastidores regi o interior que se constituem em componentes essenciais da realidade MINAYO 2010 j
624. tos Costa Monte Castelo Papanduva Porto Uni o Rio Negrinho S o Bento do Sul Timb Grande e Tr s Barras que possuem rela es pol tico administrativa e ao mesmo tempo possuem caracter sticas f sicas hist ricas e socioecon micas semelhantes abrangendo uma rea de aproximadamente 1 100 000 ha e 350 000 habitantes e que est o apresentados mais a frente no mapa da Figura 5 2 5 1 ASPECTOS F SICOS E AMBIENTAIS O clima da regi o classificado como Cfb segundo K eppen ou seja clima temperado constantemente mido sem esta o seca com ver o fresco e geadas frequentes A temperatura m dia normal anual varia de 15 5 a 17 0 C a m dia normal das m ximas varia de 22 6 a 24 0 96 e das m nimas de 10 8 a 11 8 C Os valores de horas de frio abaixo ou iguais a 7 2 C variam de 437 a 642 horas acumuladas no ano EPAGRI 2001 ICMBIO 2010 A precipita o pluviom trica total anual pode variar de 1 360 a 1 670 mm com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias A umidade relativa do ar pode variar de 80 0 a 86 2 A insola o total anual na maior parte do PNC varia de 1 413 a 1 613 horas sendo uma das regi es de menor insola o do estado de Santa Catarina no entanto na regi o do basalto como ser explicado a seguir a 4 Visando a utiliza o de dados do IBGE vale ressaltar que esses munic pios comp em 85 Microrregi es Geogr ficas de Canoinhas com a retirada de Santa Terezinha e
625. tra o de um determinado produto ou um servi o determinado A DO tamb m o nome geogr fico da regi o por m deve designar um produto ou servi o cujas qualidades ou caracter sticas se devam exclusiva ou essencialmente ao meio ambiente incluindo fatores humanos e naturais dessa regi o LOPES 2011 SOUZA 2010 O PNC busca inicialmente a IP que mais simples baseando se em caracter sticas hist ricas ecol gicas socioecon micas e culturais particulares da regi o j que para a DO seria necess rio provar que a erva mate do PNC possui caracter sticas espec ficas do produto que a diferenciam das demais De acordo com SOUZA et al 2013 p 147 148 os aspectos que legitimam a busca de uma IG para o PNC seriam A atividade comercial de erva mate ocorre h pelo menos 152 anos no Planalto Norte Catarinense e A produ o em quase sua totalidade oriunda de ervais nativos abarcando 95 do total 2008 3 O processo de constru o do IG da erva mate do PNC ocorre em conjunto com a regi o Centro Sul do Paran regi es muito semelhantes separadas apenas pelo rio Igua u 74 O PNC uma regi o consagrada por produzir uma erva mate de sabor mais suave no entanto a sua comprova o para a efetiva o de uma DO seria bastante complicada o que se pretende fazer ap s conseguir a IP 146 Mais de 20 empresas com marcas pr prias sendo a mais antiga datada do ano de 1918 Dentre as empresas as Cooperat
626. trado Faculdade de Ci ncias Agron micas UNESP Botucatu 2007 KAGEYAMA P et al Singularidade da biodiversidade nos tr picos In GARAY I DIAS B F S coords Conserva o da biodiversidade em ecossistemas tropicais Avan os conceituais e revis o de novas metodologias de avalia o e monitoramento Editora Vozes Petr polis p 199 214 2001 KELLERMANN B Monitoramento da regenera o natural em fragmento de floresta ombr fila mista e morfoanatomia de pl ntulas e Tirodendros de Piptocarpha angustifolia dus n ex malme asteraceae Disserta o Mestrado em Bot nica Universidade Federal do Paran Curitiba 2011 KNECHTEL M R Educa o Ambiental uma pr tica interdisciplinar Desenvolvimento e Meio Ambiente n 3 p 125 139 jan jun Editora da UFPR 2001 KRASS S M et al Vigor juvenil em prog nies de erva mate Ilex paraguariensis St Hil nativas do estado de mato grosso do sul Ci ncia Florestal Vol 17 No 1 p 33 41 2007 KRICUN S D P BELINGHERI L D Recolecci n de especies silvestres y cultivadas del genero llex en las Prov ncias de Misiones y Tucum n Argentina y en los Estados de Paran Santa Catarina e Rio Grande do Sul Brasil Per odo 1988 1992 In WINGE H et 395 al orgs Erva Mate Biologia e Cultura no Cone Sul Porto Alegre Ed Universidade UFRGS 1995 LAMARCHE H Coord et al A Agricultura familiar compara o internacional Campinas UNICAMP 1993
627. trav s da aduba o verde ou manejo da vegeta o herb cea e principalmente pelo aumento da cobertura florestal poderiam tamb m alcan ar o patamar de conserva o dos demais ervais J os ervais em associa o com agricultura est o em fun o da melhoria do manejo do solo agr cola 138 Crit rios vide anexo 6 9 265 Vale destacar o questionamento de alguns produtores quanto a utiliza o de res duos da ind stria de celulose e de reciclagem de papel ind strias com forte presen a na regi o em ervais Esses res duos est o sendo avaliados por institui es de pesquisa para o uso agr cola O seu uso na erva mate deveria ser cercado da m xima precau o n o apenas devido s d vidas quanto ao potencial de aumentar a produ o mas tamb m devido possibilidade de riscos de contamina o ambiental e da produ o do mate A utiliza o em si desses produtos j podem comprometer a imagem do processo de IG da erva mate vinculada a um produto tradicional e natural que poderia n o ser compat vel com o uso de res duos que frente ao seu potencial de contamina o necessitam por lei serem destinados a aterros sanit rios especiais Vale destacar tamb m que a erva mate devido a tratar se de uma esp cie com alta capacidade de retirada de nutrientes em situa es que os cultivos anuais n o o conseguem e ser uma esp cie perene teria maior possibilidade de ao longo dos anos concentrar em seus tecido
628. tura m dia Chaimsohn et al 2013 trabalhando com ervais nativos no PNC e Centro Sul do Paran em solos com baixa fertilidade natural cidos com alta concentra o de alum nio baixa satura o de bases e baixos teores de f sforo situa o t pica do PNC encontraram ervais que h d cadas s o manejados com padr es aceit veis de produtividade sem qualquer aduba o De forma coerente com a discuss o acima nessa tese se constatou que praticamente n o se utiliza aduba es nos ervais estudados pois em nenhuma das 66 UPEs estudadas s o realizadas aduba es qu mica ou org nica sistem ticas Mesmo nos plantios abertos se constatou em apenas uma UPE o uso de aduba o qu mica eventual em duas aduba o org nica eventual e em tr s aduba o qu mica indireta da agricultura Em dois ervais localizados em ca vas se constatou o uso de aduba o qu mica indireta de pastagem Assim pode se considerar que a pr tica de aduba es tanto qu micas quanto org nicas n o faz parte do manejo dos ervais do PNC nem mesmo nos ervais plantados a c u aberto Vale comentar que apesar dos questionamentos em rela o aduba es com adubos qu micos a aduba o org nica seja com estercos ou biomassa vegetal tendem sempre a apresentar bons resultados Louren o et al 1997 considerando a produtividade de erveiras em tr s safras de experimento concluiu 196 No entanto apesar da falta de informa es conclusivas
629. ualmente convivendo com o extrativismo de erva mate e a pecu ria extensiva a produ o diversificou se com o desenvolvimento da pecu ria leiteira da suinocultura da avicultura milho feij o soja fumo olericultura fruticultura Ainda vinculado ao processo hist rico de explora o madeireira na regi o formou se um importante polo florestal abrangendo ind strias madeireiras moveleiras de papel e papel o e grandes reas de plantios de p nus e eucalipto MATTEI 2006 SOUZA 2009 5 3 OS CRIADOUROS E AS CA VAS OS FAXINAIS ESQUECIDOS DO PLANALTO NORTE Essa se o n o tem por objetivo aprofundar a discuss o sobre os processos de g nese do sistema faxinal de grande import ncia na atividade extrativa da erva mate mas apenas destacar que enquanto existe um grande n mero de pesquisas e publica es sobre o sistema faxinal no Paran concentrados na regi o Centro Sul 129 paranaense praticamente n o se menciona a sua exist ncia em Santa Catarina e at mesmo poucos sabem de sua exist ncia notadamente no Planalto Norte Catarinense regi o id ntica em termos hist ricos sociais f sicos e ecol gicos regi o dos faxinais do Paran separada desta apenas pelo Rio Igua u Vale lembrar que em Santa Catarina comum a utiliza o do termo faxinal mas essencialmente para designar um tipo de vegeta o Pinheiro Machado 2004 p 74 utiliza o termo para campos sujos com muitas rvore
630. ue conservaram as matas atrav s do seu uso e de outro a popula o em geral representadas pelas institui es de fiscaliza o que atrav s de instrumentos legais e punitivos reprimem esse uso Nesse caso o conflito claro segundo Souza Bagolin e Corona 2010 ao Estado proibir o agricultor de realizar atividades que desenvolvia tradicionalmente sem oferecer condi es sociais e econ micas e poder amos dizer t cnicas que viabilizem pr ticas diferenciadas que possibilitem a propriedade se adequar de acordo com a legisla o ambiental No entanto mesmo os agricultores consideram que a exist ncia de uma legisla o que regulamente o uso e a prote o importante caso contr rio a devasta o poderia ser maior o que se pondera a falta de possibilidades de manejo penalizando justamente quem preservou com limita es de uso e consequente desvaloriza o das terras Tem muito gente que preserva meu pai mesmo aqui no lado n o quer nem saber de mexer no mato mas tem muita gente que s quer destruir Se n o tiver uma lei n o teria mais mata s que quem preservou deveria deixar usar do jeito que t quem preservou que penalizado Agricultor 15 2959 Outro aspecto destacado pelos agricultores seria o fato da lei n o ser para todos ou seja enquanto os agricultores familiares sofrem com a a o das institui es de prote o ambiental grandes empres rios aparentemente n o s
631. uir tudo 14 Preservar o verde 15 Preserva o das esp cies 16 Tem que deixar um pouco 17 Ind strias destroem tudo plantam pinus eucalipto 18 Pai s cortava arvore morta e ca da 19 Tem d de cortar uma rvore 20 Bom para abelhas 21 Mas devia poder usar 22 N o s dinheiro 23 Ar puro purifica o do ar 417 6 Legisla o ambiental 1 N o ouviu falar 2 N o entende direito 3 N o atrapalha 4 Atrapalha 5 Atrapalha muito 6 J foi denunciado 7 J foi autuado multado Atrapalha por qu 1 Devia poder fazer manejo desbastes 2 Abrir para lavoura 7 Porque a rea n o foi transformada em lavoura 7 Ver paisagem 8 Destino que daria se n o tivesse a legisla o Ver paisagem 9 Destino que pretende dar Ver paisagem 4 MANEJOS ASPECTOS GERAIS e POL TICAS P BLICAS INDICADOR CRIT RIOS QUANTIFICA O pr definidos ou constru dos a partir das respostas dos entrevistados 1 O que necess rio para se ter um bom erval dados a serem reagrupados 1 Ro ar 2 Poda bem feita poca certa 3 N o excesso de gado 4 Tirar o gado 5 Assist ncia t cnica 6 Adubar 7 Ch o bom 8 Sombra ideal 9 especializou 10 Preparar bem o ch o patear nativa 12 Muda boa 13 Pegar sol entrar luz 14 Plantar pois rea de pouca erva 15 Popula o alta 16 N o muita sombra 17 Plantar 18 Renovar p s velhos 19 Manter no limpo 20 Fazer sozin
632. uisa Assim as unidades de paisagem n o seguem uma classifica o preestabelecida mas passam a ser definidas de acordo com a decis o do pesquisador frente sua contextualiza o ou seja de acordo com a realidade local e dos objetivos de sua pesquisa nessa perspectiva de unidades de paisagem UPs que se trabalhar nessa tese ou seja se considera que uma propriedade rural formada por um mosaico de diferentes UPs como por exemplo matas ervais lavouras campos rea de constru es etc onde se dar destaque para as UPs que abarquem ervais e remanescentes florestais Vale destacar novamente talvez porque a utiliza o de UPs possa dar a impress o de nfase em aspectos naturais que n o se pode separar paisagem natural de paisagem cultural pois pela a o dos seres humanos de suas diferentes formas de apropria o do ambiente de sua cultura que as paisagens rurais s o conformadas e assumem cognitivamente diferentes significados Para Geertz 2008 p 66 a cultura denota um padr o de significados transmitido historicamente incorporado em s mbolos um sistema de concep es herdadas expressas em formas simb licas por meio das quais os homens comunicam perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e suas atividades em rela o vida Laraia 2001 pondera que a cultura seria como uma lente atrav s da qual os homens veem o mundo Homens de culturas diferentes usam lentes diferentes e dessa forma tem v
633. uito aberto mudas parecem ruins teria que avaliar o sabor 330 Nativa 1 Situa o ideal 6 2 Tem tudo para ser boa 3 Variedade boa bem manejada 4 Muito fechado baixa produ o 10 Erval Erva mate 100 00 00 Plantado plantada em Mata com Aberta cobertura florestal mais fechada 11 Erval Erva mate 00 00 00 Plantado plantada Aberto aberta com Mudas mudas argentinas argentinas Obs Foi mostrada uma foto em detalhe 12 Erval Erva mate 00 00 00 Plantado plantada Sombread sombreada com mudas Mudas argentinas argentinas Nativa Nativa 1 N o compraria uma erva dessas 2 S compraria para canchear 3 Bom para o f gado muito amarga 4 F cil de identificar no caminh o 1 Hoje compraria devido a falta 2 A sombra corrige em 50 mas continua muito amarga 3 Se disfar a pela sombra mas n o compraria 4 N o resolve mas minimiza teria que misturar 5 S para ch 6 S para misturar Quando aparece um n mero entre par nteses esse indica o coment rio especificado na coluna coment rios dos industriais Forma como o agricultor efetivamente comercializado a produ o FONTE o autor 331 Os ervais nativos Como seria esperado todos os ervais nativos com cobertura florestal foram considerados sem restri es pelos entrevistados sendo destacado que os ervais mais
634. ultar as opera es de colheita A an lise das ro adas em n vel de propriedades mais complexa j que elas est o em fun o da paisagem do erval Assim foram agrupadas no quadro 6 29 de acordo com grandes grupos de paisagens Importante destacar que nesse quadro est o inclu dos os processos de controle de plantas arbustivas ou herb ceas dos ervais podendo ser realizado pelas ro adas propriamente ditas com o uso de foice ou ro adeiras manuais ou mesmo pelo uso de herbicidas que na verdade poderiam ser considerados como capinas qu micas Considerando o conjunto de paisagens constata se que na maioria 69 as ro adas s o anuais ou bianuais em 6 s o trianuais e em 25 s o eventuais ou mesmo n o realizadas As varia es s o muito grande entre as paisagens o que obriga um analise de acordo com cada tipo ou grupos de paisagens Entre as paisagens nos ervais em matas e matas abertas a frequ ncia das ro adas bem menor j que em 46 das paisagens as mesmas n o s o realizadas ou s o apenas eventuais Em 54 s o realizadas anualmente ou a cada dois anos J nas ca vas a frequ ncia das ro adas aumenta sendo n o realizadas ou eventuais em apenas 30 das paisagens e anuais ou bianuais em 60 A maior frequ ncia nesse caso deve se preocupa o dos agricultores em manter limpas as pastagens para os animais Essa preocupa o com a limpeza das pastagens se acentua nos ervais em potreiros onde 83 das paisage
635. ultores familiares n o a consideram importante no tocante a gerar renda significativa ficando sua import ncia centrada em motivos ligados a gerar renda extra muitas vezes em reas de mata e com pouco investimento ou seja uma atividade secund ria apenas complementar ligada ao extrativismo Esses fatores provavelmente refor ados pelo fato de se tratar de uma atividade que n o se utiliza do pacote tecnol gico da agricultura moderna baseada em uma esp cie incipientemente domesticada talvez possam implicar nessa invisibilidade da erva mate para essas institui es que tendem a priorizar as principais atividades geradoras de renda monet ria e aquelas demandadoras de maior investimentos e tecnologias ou mesmo em alguns casos certo preconceito ou falta de preparo em rela o atividade extrativa uma atividade que se contrap e modernidade Nesse sentido segundo Balandier 1997 os processos de moderniza o da agricultura alicer ados em um processo mais amplo de globaliza o imp em s comunidades rurais n o apenas o seu pacote tecnol gico mas tamb m o seu modo de vida onde tudo o que se vincula com as tradi es das comunidades considerado como atrasado em contraposi o ao que considerado como o mais avan ado ao moderno A imposi o dessa modernidade tornou se uma condi o para atingir aquilo que seria o est gio supremo do desenvolvimento da civiliza o oci
636. um pouco diferentes no PNC ou seja forte correla o entre produ o total de erva mate e rea florestal mas sem correla o entre produtividade e rea florestal provavelmente pela pesquisa ser exclusiva de ervais nativos Produ o de erva mate e principais atividades das propriedades N o foi constatada uma rela o entre as principais atividades das propriedades e a produ o de erva mate ou seja considerando as principais atividades fumo leite e gr os Para o intervalo de produ o de at 5 000 kg ano que engloba 50 dos entrevistados a distribui o muito semelhante entre elas ou seja 63 dos produtores de fumo 67 dos produtores de leite e 50 dos produtores de gr os est o nesse intervalo de produ o Quadro 6 23 J a produ o no intervalo de 5 000 a 10 000 kg ano ficou mais concentrada nos produtores de gr os 30 e a produ o de 10 000 a 20 000 kg ano nos produtores de fumo 31 no entanto nessas classes de produ o foram entrevistados apenas 8 produtores sendo uma amostragem muito baixa para ser mais conclusiva QUADRO 6 23 PRODU O ANUAL DE ERVA MATE E PRINCIPAIS ATIVIDADES NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS EM PERCENTAGEM DE AGRICULTORES Erva mate Produ o anual Agricultores Fumo eRe 56 At 5 000 50 63 67 50 5 001 10 000 20 6 17 30 10 001 20 000 20 31 8 10 20 000 10 0 8 10 207 Dessa forma pode se ponderar que as p
637. uma produ o bem superior produ o ue os dados do Censo trazem para o conjunto de munic pios do PNC 8 Os dados referente ao PNC nesse quadro foram tabulados a partir dos dados individuais dos 15 munic pios integrantes do PNC e n o a partir de somat rio de Microrregi es Censit rias como expressos no quadro 5 5 139 Os dados dispon veis do PAM e PVES s o anuais a partir de 1990 no entanto optou se por utilizar apenas alguns anos englobando os anos de 1996 e 2006 que coincidem com per odos de Censos Agropecu rios e a estimativa de 2011 Quadro 5 4 QUADRO 5 4 PRODU O DE ERVA MATE NATIVA E PLANTADA NO BRASIL SANTA CATARINA E PLANALTO NORTE NOS ANOS DE 1996 2006 E 2011 COM BASE EM DADOS DAS ESTIMATIVAS DA PAM E PEVS IBGE TONELADAS DE ERVA MATE CANCHEADA Ano Brasil Santa Catarina Planalto Norte Nativa Plantada Nativa Nativa Plantada Nativa Plantada Nativa 1996 169 031 85 830 59 468 20 646 E 23 960 794 2006 233 360 173 798 57 41 833 14 117 75 23 104 799 97 2011 229 681 177 454 56 36 117 18 246 66 21 774 1 675 93 Fonte adaptado do IBGE 2013b 2013c Considerando se o per odo de 1996 a 2011 em n vel nacional observa se um aumento de 35 da produ o nativa e de 106 na produ o plantada Em SC verifica se um decl nio de 32 na produ o nativa e de 12 da plantada No PNC a produ o de ervais nativos de
638. umentos de coleta especificamente para aqueles que fazem a venda da erva mate no p principal forma de venda entre os agricultores do PNC Um dos grandes problemas dessa forma de venda em que os colhedores tendem a degradar os ervais como discutido na se o 6 3 7 podem ser os instrumentos utilizados pois nesse caso o uso do fac o atinge 68 foice fac o 16 e fac o m os 16 ou seja o uso do fac o est presente em 100 das vendas no p 144 Nesse tipo de colheita o colhedor quebra os ramos da erva mate com as m os atingindo principalmente os ramos mais finos e deixando um grande n mero de galhos verdes e folhas permitindo uma recupera o mais r pida da erveira 219 Ervais nativos e plantados mesma forma de poda e condu o 2 Medrado et al 2002 consideram que as podas inadequadas s o uma das formas mais comuns de degrada o dos ervais plantados Salientam que um dos problemas a transposi o do mesmo sistema de poda de ervais nativos para os ervais plantados no sentido de que nos ervais nativos as rvores eram mais velhas e mais altas e tinham uma maior capacidade de recupera o frente as podas dr sticas que eram realizadas Realmente observa se no PNC que as podas realizadas pelos agricultores normalmente s o muito dr sticas destruindo se praticamente a estrutura da planta muita vezes restando apenas o tronco principal e poucas ramifica es laterais cortadas a 10 cm do tronco No
639. una matas naturais 26 06 pois a essa percentagem teria que ser somada parte das pastagens naturais 10 09 286 QUADRO 6 40 PERCENTAGEM DE UTILIZA O DOS REMANESCENTES FLORESTAIS COM COLHEITA DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS 9 da Cobertura florestal com 9 dos agricultores colheita de erva mate 00 12 20 50 20 51 70 10 71 99 23 100 35 Importante destacar que os agricultores que n o realizam a colheita da erva mate em reas de mata s o justamente aqueles que possuem menor rea m dia florestal apresentando apenas 22 4 de cobertura frente a uma m dia geral de 42 0 Verifica se que nesses casos as produ es s o provenientes de plantios ou em um caso de potreiro Considerando que 35 das propriedades realizam colheitas em todas as reas florestais implica que nas 65 das propriedades restantes n 26 existam reas florestais sem colheita da erva mate O quadro 6 41 identifica os tipos de reas florestais que n o apresentam colheita do mate sendo que em uma mesma propriedade podem existir mais de um tipo de situa o QUADRO 6 41 TIPOS DE REAS FLORESTAIS ONDE N O S O REALIZADAS COLHEITAS DE ERVA MATE NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS Tipo de rea florestal sem colheita de erva N mero de das propriedades mate propriedades n 26 Mata n o manejada 11 42 Mata em rea de APP ou RL 11 42 Ca va em que a erva se t
640. undo lugar a cria o 166 de carneiros com baixa lota o a presen a de gado restrita pois o agricultor considera que o gado estraga muito o erval e que os carneiros ajudam na limpeza da rea A ro ada realizada apenas a cada tr s anos A condi o das erveiras boa e densa S o realizados transplantes de mudas de reas vizinhas a mais de 25 anos que contribuem com cerca de 40 da produ o tratando se do nico erval com adensamento significativo encontrado nessa pesquisa Na percep o do agricultor a produtividade tem se mantido constante ao longo dos ltimos anos O erval com produtividade intermedi ria 583 kg ha ano apresenta baixa lota o de gado h muitos anos o principal uso justamente a produ o associada de erva mate e gado As ro adas s o realizadas a cada dois anos A condi o do erval boa e a densidade mediana O agricultor pretende diminuir ainda mais a lota o animal e fazer adensamento com erva mate Assim a grande diferen a de produtividade parece estar relacionada com lota o animal e consequente densidade e condi o dos ervais independente da paisagem apresentar maior abertura e luminosidade podendo ser impulsionada pelo adensamento Em nenhuma situa o foi constatado o uso de agrot xicos Uma das paisagens a menos produtiva recebe aduba o qu mica indireta a partir da aduba o das pastagens Al m dos usos principais como produ o de erva mate e produ
641. unto agricultores com manejo de ca vas desenvolvidos pela EPAGRI Esta o de Pesquisa de Canoinhas por m apesar de abarcarem a erva mate o foco tem sido a produ o de pastagens 17 Entre os 40 agricultores entrevistados apenas um obteve financiamento via PRONAF Florestal para o plantio de erva mate na forma de adensamento de potreiro e ca va No entanto a iniciativa foi do agricultor e o projeto t cnico foi elaborado por um escrit rio particular de assist ncia t cnica 178 Informa es obtidas por ocasi o das entrevistas 354 Florestas ICMBio NPFT UFSC e AS PTA visando pesquisas e desenvolvimento de sistemas agroflorestais onde a erva mate ocupa uma posi o de destaque dessa forma foi considerada no quadro 8 5 como um programa voltado a erva mate Percebe se que a erva mate tende a passar desapercebida pelos t cnicos mesmo quando se planeja atividades na rea florestal a cita o de um dos agentes de ATER ilustra essa situa o tem o programa florestal catarinense tivemos capacita o para trabalhar com as florestas trabalhamos com p nus e o eucalipto pois veja que n o inclu mos a erva mate no nosso plano de trabalho Agente ATER 04 A falta de a es de apoio erva mate destacada ao se constatar que nenhuma das institui es nos munic pios pesquisados realizou qualquer a o relativa a reuni es cursos palestras ou quaisquer outros eventos voltados ati
642. unto ao erval Na percep o dos agricultores a produ o est aumentando no erval jovem e est vel no erval mais antigo No plantio mais jovem os plantios continuam As mudas mais antigas foram compradas no munic pio e as mudas novas s o produzidas pelo agricultor com sementes da propriedade pois considera as mudas compradas n o adequadas para a regi o apontando inclusive mudas consideradas por ele como argentinas que apresentam p ssimo desenvolvimento Mesmo se tratando de plantios nas duas situa es a arauc ria est presente de forma esparsa e em uma a imbuia tamb m aparece na mesma frequ ncia Os agricultores tem comercializado a produ o como nativa um dos produtores cita que nas primeiras vendas os compradores questionaram se a produ o poderia ser considerada como tal por m posteriormente n o enfrentou mais restri es Ambos os agricultores valorizam a presen a das rvores com o objetivo do plantio ficar mais pr ximo do padr o de ervais nativos e assim n o sofrer poss veis futuras restri es comerciais 3 O erval pequeno com rea aproximada de 0 3 ha todo cercado com v rios arames e t buas para impedir a sa da dos su nos que s o criados soltos nessa rea Trata se de uma situa o muito particular e por esse motivo foi inclu do junto ao Erval Plantado Sombreado apesar dos crit rios de classifica o indicar que essa paisagem n o possui presen a constante de animais pois a
643. upa o de conserva o gen tica da esp cie VOGT 2012 246 A diversidade da erva mate a vis o dos agricultores Conforme discutido no cap tulo 4 observa se grande variedade fenot pica nas popula es de erva mate notadamente quanto cor do pec olo tamanho colora o e forma das folhas presen a ou n o de pilosidade nas folhas susceptibilidade queda de folhas entre outras STURION RESENDE 2010 Mattos 2011 cita a diferencia o pelos agricultores do PNC envolvendo o formato e colora o das folhas que poderiam ser amarelinha verdona e roxa Mazuchovisk 1989 cita 4 tipos de erva mate identificadas pelos ervateiros no Paran de folhas pequenas cori ceas e talo branco de folhas pequenas cori ceas e talo roxo de folhas grandes membran ceas e de talo roxo folhas grandes membran ceas e de talo branco No entanto essas diferen as n o podem ser consideradas como variedades taxon micas pois fazem parte da variabilidade gen tica intrapopulacional natural da esp cie RESENDE et al 1995 STURION E RESENDE 2010 Entre os agricultores entrevistados 42 Figura 6 35 identificam tipos diferentes de erva mate nativa e os relacionam com alguma caracter stica normalmente relacionando com o tipo de folha como folha mi da folha gra da amarelinha etc Em alguns casos destacam um tipo de erva que mais f cil de quebrar a pururuca No outro extremo 08
644. ura institui es n o governamentais como a AS PTA e Rede Ecovida Cooperativas e mesmo empresas particulares como revendas de insumos e fumageiras Nesse cap tulo se discute as a es e rela o das institui es p blicas de extens o rural e assist ncia t cnica que atuam nos munic pios do PNC com a atividade ervateira junto aos agricultores familiares a EPAGRI e Secretarias Municipais de Agricultura Foram entrevistados todos os chefes dos escrit rios municipais da EPAGRI e Secret rios Municipais da Agricultura dos sete munic pios do PNC que tiveram agricultores entrevistados O foco principal foi avaliar como a atividade ervateira encarada por esses agentes e quais as a es que s o desenvolvidas No final do cap tulo tamb m se discute sobre as pesquisas e publica es t cnicas relativas erva mate j que s o esses materiais que influenciam e apoiam as atividades desenvolvidas localmente 8 1 O MANEJO DO MATE OS AGRICULTORES SEM ASSIST NCIA 8 1 1 O acesso ATER Constata se que a maioria dos agricultores entrevistados 79 recebe algum tipo de apoio da extens o rural e assist ncia t cnica ATER em atividades gerais da propriedade sendo 34 de forma frequente normalmente com visitas de mais de uma institui o e 45 de forma eventual na maioria das vezes atrav s de demandas dos agricultores Quadro 8 1 Na figura 8 1 s o apresentadas as principais institui es citadas pelos agricultore
645. uso combinado da floresta madeira lenha e erva mate com a cria o de gado Novamente importante destacar em estrat gias de conserva o desses remanescentes a import ncia que a presen a do gado teve na maioria dessas reas particularmente naquelas situadas em locais de maior aptid o para a agricultura Apesar de o uso dos recursos florestais mostrar se determinante para a conserva o dos remanescentes florestais no PNC importante destacar que normalmente ao citar o motivo da n o convers o do erval florestal em lavoura aparece a men o de que em determinada poca a Legisla o proibiu o corte da vegeta o arb rea Caso n o houvesse restri es da legisla o 85 dos agricultores fariam algum tipo de manejo nos ervais principalmente desbastes para beneficiar a entrada de luz mas 41 deles gostariam de abrir reas para lavouras 375 Vale destacar que essa posi o mais frequente em agricultores que t m a maior parte da propriedade coberta por florestas em alguns casos em mais de 70 de sua rea Frente ao exposto fica evidenciada a import ncia da Legisla o em manter os remanescentes florestais sendo por m tamb m justificada certa revolta dos agricultores com uma legisla o restritiva lembrando que a m dia de cobertura florestal nativa nas propriedades pesquisadas de 43 mais que o dobro do que o exigido pela legisla o Assim aqueles que conservaram suas florestas n o podem us
646. vais sendo ainda ligada s tradi es e hist ria familiar para a grande maioria dos agricultores Assim pode se ponderar que a erva mate considerada importante para os agricultores n o necessariamente por produzir elevados volumes monet rios mas principalmente por ser uma atividade de pouco risco com pouca demanda de investimentos e de m o de obra associada a paisagens com usos diversos constituindo um elemento estabilizador da propriedade capaz de gerar recursos para reas florestais e ligada a fortes aspectos culturais MANEJANDO OS ERVAIS A maioria dos agricultores produz apenas erva mate nativa 68 ou nativa e plantada 13 Como as pesquisas com o manejo de ervais nativos praticamente inexistente s o os pr prios agricultores que desenvolvem e concentram conhecimentos quanto ao seu manejo A maioria considera fundamental no manejo os cuidados com a poda tanto na forma de execu o quanto na realiza o em poca adequada Em seguida destacam a import ncia das ro adas o cuidado com o excesso de gado a import ncia de se plantarem mudas de boa qualidade e de se manejar o sombreamento do erval Quando se fala em ervais nativos importante destacar que se neles n o ocorrem plantios significativos fica clara a a o humana em promover a erva mate na paisagem ou seja os ervais nativos n o se formaram pela natureza em si mas sim pela a o da natureza com a ajuda do manejo dos agricultores Nos ervais f
647. valia o realizadas junto recep o das ervateiras poderia ampliar o conhecimento em rela o utiliza o dessas caracter sticas 7 1 4 Diferenciando a erva mate nativa da plantada avalia o das paisagens dos ervais Nessa pesquisa como o foco a paisagem dos ervais procurou se identificar como os industriais avaliam os diferentes ervais Foram apresentadas fotografias de paisagens de diferentes ervais nativos e plantados a pleno sol e sombreados com presen a de animais e sem com e sem agricultura de forma a contemplar a maioria das UPES identificadas nessa pesquisa Ao se mostrar as fotografias era tecida uma breve descri o do local destacando principalmente se era plantado ou n o nesse caso indicando a proced ncia da muda Frente a essa apresenta o era perguntado se o erval seria considerado nativo ou plantado no sentido de sofrer ou n o restri es de aquisi o e ou pre o Foi ponderado aos entrevistados a dificuldade de se buscar uma classifica o apenas atrav s de fotografias no entanto todos se sentiram a vontade em opinar a partir das imagens muitas vezes destacando detalhes nas erveiras As fotos dos ervais foram apresentadas na mesma ordem em que est o organizadas no Quadro 7 2 iniciando com os ervais nativos mais fechados e gradativamente passando aos nativos mais abertos Nos ervais plantados a sequencia foi diferente iniciaram com os ervais abertos e em seguida os mais fechados As duas
648. vas florestais rvores jovens arbustivo arbustos florestais plantas arborescentes rvores jovens arb reo inferior rvores mais baixas arb reo superior estrato superior RODERJAN et al 1990 Pontua o Atributo Descri o Observa o 1 Uniestratificada 1 estrato bem definido a considera se como estrato bem definido 2 Pouco 2 estratos bem definidos quando as copas das estruturada plantas formam uma 3 Medianamente 3 estratos bem definidos rea horizontal estruturada facilmente 4 Estruturada 4 estratos bem definidos percept vel em um corte vertical figura 5 Bem Quando al m dos 4 estratos 01 estruturada bem definidos destaca se a b n o se considera densidade dos estratos plantas herb ceas e estrato herb ceo al m de arbustos n o apresentar regenera o na florestais ex maria maior parte da rea mole samambaia das apresenta boa diversidade de taperas assa peixe esp cies etc Arb reo superior 1 1 YA Ae A aa TA WN Arb reo inferior Dia A Y p lio Oe Arbustivo rn i a WAA E a Figura IV 01 a a partir de desenho de Roderjan et al 1990 Flona de Irati herb ceo ANEXO V 427 PAISAGEM NOME AGRICULTOR 1 AREA BASAL Mensura o com MAB Arauc ria 5 Abundante 4 Muito frequente 3 Frequente 2 Esparsa 1 Rara Imbuia idem
649. vidade ervateira em seus munic pios nos ltimos cinco anos quadro 8 6 A participa o em eventos mesmo em outros munic pio ficou restrito a um semin rio regional para se discutir o processo de IG Indica o Geogr fica realizado em Canoinhas em 2011 que no entanto contou com a participa o de apenas 19 dos entrevistados e ainda concentrados nos t cnicos da Epagri Essa aus ncia de a es com a erva mate se reflete tamb m em uma menor capacita o dos t cnicos j que 86 dos entrevistados nunca participaram de processos de forma o em erva mate e apenas dois t cnicos da Epagri realizaram um curso nessa rea fornecido pelo CETRECAN por m ainda na d cada de 1980 Aqui se forma um c rculo vicioso pois se por um lado n o se trabalha com a erva mate e consequentemente n o se procura processos de forma o por outro lado por n o terem capacita o os t cnicos tendem a n o se interessar pela atividade Se constatada a falta de prioriza o da erva mate pelas institui es pesquisadas tamb m se destaca a pouca demanda dos agricultores em rela o ao apoio nessa rea demanda considerada ausente para 21 dos entrevistados e 173 ICMBio Instituto Chico Mendes de Conserva o da Biodiversidade NPFT UFSC N cleo de Pesquisas em Florestas Tropicais da UFSC 180 CETRECAN Centro de Treinamento da Esta o Experimental de Canoinhas 355 apenas rara ou eventual para os 79 restantes sendo essa
650. vironment formed by native or even cultivated Yerba Mate provided that the seeds and seedlings are from the same region and that the management respects the rhythm of nature The ATER institutions hardly work with the Yerba Mate activity becoming an invisibility of the activity for those institutions In general the research institutions limit their research to the management of cultivated yerba mate plantations The greatest challenge for the PNC is the search for a better legally supported management of the Yerba Mate plantations which could reconcile their genetic conservation and significant production with the other social and ecological functions of the Yerba Mate plantations respecting traditional forms of management most often associated with cattle production Key words Family Farming Socio Environmental Conservation Yerba Mate Landscape Planalto Norte Catarinense LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 ORGANOGRAMA DO PROJETO COLETIVO PESQUISA DO GRUPO AGRO BIODIVERSIDADE x done nn E ea 24 FIGURA 2 1 ESQUEMA DE RELA ES EM UM 59 FIGURA 2 2 RELA ES EXISTENTES EM UMA PAISAGEM 63 FIGURA 3 1 OCORR NCIA NATURAL DA ERVA MATE E DA FLORESTA COM ARAUC RIA 76 FIGURA 4 1 ESQUEMA GERAL DA PESQUISA COM DIMENS ES E CATEGORIAS GERAIS DE IS AEE EAT aa aa Pad as EUR
651. volume de produ o que pode ser colhida pela fam lia ou coma ajuda de vizinhos 210 QUADRO 6 24 FORMA DE VENDA DA ERVA MATE NAS PROPRIEDADES PESQUISADAS Forma de total de Em fun o das classes de produ o da Produ o venda produtores At 5 001 10 001 20 000 total 5 000 10 000 20 000 t No p 53 30 76 62 100 74 No barranco 32 55 12 13 00 14 Na ind stria 13 10 12 25 00 11 Beneficiada 02 05 00 00 00 01 No outro extremo os grandes produtores com mais de 20 000 kg ano vendem a sua produ o diretamente no p A concentra o da colheita no p pelos agricultores com maiores produ es faz com que a grande maioria da produ o da erva mate seja vendida nessa forma concentrando 74 da produ o total Observou se duas faces nesse processo por um lado os agricultores n o gostam de vender a sua produ o no p pois alegam que os colhedores n o cuidam da erva e acabam estragando o erval Por outro lado a diminui o do tamanho das fam lias e a menor disponibilidade de m o de obra na comunidade praticamente inviabilizam a colheita notadamente onde as produ es s o maiores O depoimento do agricultor abaixo que colhe 10 000 kg ano ilustra bem essa situa o Tenho que vender no p pois n o tem mais m o de obra A poda mal feita estragam muito n o vou conseguir ter um erval como esse no futuro n o consigo mais colher por mai
652. vos n o necessitam de aduba es porque o solo constantemente beneficiado pela cobertura das folhas e outros vegetais que se decomp es lentamente Assim a medida que se diminui a cobertura florestal dos ervais e se aproxima de paisagens cultivadas a ciclagem de nutrientes e aporte de mat ria org nica fica comprometida o que tende a diminuir a produtividade desses ervais Nesse sentido seria importante a fun o de plantas companheiras da erva mate que tivessem a capacidade de serem boas adubadeiras conforme destacado na se o 6 4 3 Baggio e Soares 2006 utilizando biomassa proveniente da poda de timb conseguiram um acr scimo de 82 28 da produ o de erva mate em rela o testemunha refor ando a import ncia e a viabilidade dessa pr tica Ervais conservando os solos do PNC Dos sessenta e seis ervais avaliados cinquenta e sete 86 n o apresentam nenhum sinal de eros o aparente Os sinais de eros o aparecem apenas em ervais abertos e particularmente naqueles associados agricultura Quadro 6 33 137 O timb Ateleia glazioveana uma rvore nativa da regi o da Floresta com Arauc ria r stica e com excelente capacidade de rebrota e produ o de biomassa 264 QUADRO 6 33 EROS O OBSERVADA NOS ERVAIS AVALIADOS NO PLANALTO NORTE CATARINENSE Paisagens agrupadas Graus de eros o n Sem eros o Eros o laminar baixa Eros o laminar m dia aparente int
653. xim que necessita de ambientes mais sombreados e midos A manuten o da cobertura dos ervais florestais e a amplia o da cobertura dos ervais abertos com enriquecimento de esp cies amea adas pode ser uma importante estrat gia de conserva o dessas esp cies no PNC 6 5 6 Ervais conectando os remanescentes florestais De acordo com Metzger 2001 p 07 conectividade a capacidade da paisagem ou das unidades da paisagem de facilitar os fluxos biol gicos Nessa pesquisa foi poss vel avaliar apenas se a UPE apresentava liga o direta com outra paisagem florestal o que permite maior fluxo biol gico e diminui os efeitos de borda Foi observado se havia conex o do erval com paisagens florestais da propriedade conectividade interna ou de propriedades vizinhas conectividade externa 05 A import ncia da conectividade surge medida que a fragmenta o de habitat causada pelas atividades antr picas considerada como a principal causa da perda da diversidade biol gica tanto pela redu o dos ambientes naturais quanto 162 Crit rios Anexo 6 11 311 pela divis o dos habitat remanescentes em fragmentos menores e isolados CERQUEIRA 2003 ROSOT 2007 TABARELLI et al 1999 Segundo Laurence e Vasconcelos 2009 os estudos dispon veis indicam que a fragmenta o causa uma diversidade de efeitos alterando o tamanho e a din mica das popula es a composi o e a din mica das comunidades as inter
654. z 2005 BERQUE A Paisagem Marca e Paisagem Matriz Elementos da Problem tica para uma Geografia Cultural In CORREA Roberto Lobato ROSENDAHL Zeny org Paisagem Tempo e Cultura Rio de Janeiro EdUERJ 1998 BERTRAND G Paisagem e geografia f sica global esbo o metodol gico In Caderno de Ci ncias da Terra n 13 S o Paulo USP 1972 BIANCHINI O C D A Companhia Matte Larangeira e a ocupa o da terra do Sul de Mato Grosso Campo Grande Ed UFMS 2000 BIANCHINI V Pol ticas diferenciadas para a agricultura familiar em busca do desenvolvimento rural sustent vel In BOTELHO FILHO F B org Agricultura Familiar e Desenvolvimento Territorial Contribui es ao Debate Bras lia Universidade de Bras lia Centro de Estudos Avan ados Multidisciplinares N cleo de Estudos Avan ados v 5 n 17 2005 BITTENCOURT A L V KRAUSPENHAR P M Possible prehistoric anthropogenic effect on Araucaria angustifolia Bert O Kuntze expansion during the late Holocene Revista Brasileira de Paleontologia 9 1 109 1 2006 BONA L HANISCH A L MARQUES A C Melhoramento de ca vas no Planalto Norte de Santa Catarina In Agriculturas v 8 n 2 jun 2011 BORILLE A et al Rela o entre compostos fitoquimicos e o nitrog nio em morfotipos de erva mate llex paraguariensis St Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos v 23 n 1 2005 Dispon vel em http ojs
655. zir as pr ticas tradicionais de manejo que ajudem a manter ou incrementar os recursos naturais Assim essa abordagem se aproxima da amplia o do que se entende por conserva o saindo se de uma abordagem de conserva o restrita ao mundo natural passando a incorporar tamb m os aspectos sociais econ micos culturais ou seja uma conserva o socioambiental conforme tratado no cap tulo anterior Para o fechamento desse t pico centrado no mbito do rural e das florestas apresenta se uma reflex o mais geral entre a rela o sociedade e natureza O ambiente soa como um contexto externo a o humana Por m as quest es ecol gicas s vieram tona porque o ambiente na verdade n o se encontra mais alheio vida social humana mas completamente penetrado e reordenado por ela Atualmente o que natural est t o intrincadamente confundido com o que social que nada mais pode ser afirmado como tal com certeza BECK GIDDENS e LASH 1997 p 264 70 2 4 ERVAIS DO PLANALTO NORTE PAISAGENS CULTURAIS CONCEP O DA UNESCO Al m da concep o de paisagem cultural relatada nos t picos anteriores seja relacionada com a concep o geogr fica ou mais diretamente com a conserva o manejo e domestica o de paisagens florestais vale destacar que a UNESCO Uni o das Na es Unidas para Educa o a Ci ncia e a Cultura a partir de 1992 vem trabalhando

ANESIO DA CUNHA MARQUES - UFPR

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