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análise da pegada hídrica de um conjunto de produtos

1. Concluiu se que tal facto se deveu provavelmente Pol tica Agr cola Comum PAC da UE que subsidia os agricultores Ap s a reforma desta pol tica em 1992 os subs dios come aram a ser pagos por hectare cujo valor dependia dos rendimentos m dios da regi o Uma vez que os cereais de regadio t m rendimentos superiores s mesmas culturas em regime de sequeiro os agricultores com terras irrigadas receberam um pre o mais elevado por hectare tendo um incentivo claro para irrigar as suas culturas de cereais Deste modo culturas como os cereais s o comuns nesta zona dado serem rent veis muito em parte devido aos subs dios concedidos e por proporcionarem um lucro relativamente seguro Este esquema induziu a irriga o e intensifica o da agricultura de forma mais problem tica nas regi es ridas e semi ridas em toda a UE principalmente ao longo da costa do Mediterr neo e reas anexas Devido a casos como este as pol ticas agr colas sofreram altera es substanciais nos ltimos tempos tanto a n vel regional como europeu Aldaya et al 2009 Estas reformula es foram destinadas a um uso mais racional dos recursos h dricos reflectindo uma forte consci ncia ambiental por parte dos decisores pol ticos Al m das exig ncias da Directiva Quadro da gua as novas pol ticas na regi o apontam essencialmente para uma mudan a nos padr es de cultivo e uma redu o dr stica da superf cie irrigada Estes aspectos sugerem uma
2. Figura 2 5 Balan o de gua virtual no per odo de 1995 1999 Hoekstra e Hung 2005 Os c lculos mostram que os pa ses desenvolvidos geralmente t m um balanco h drico virtual mais est vel em comparac o com os pa ses em desenvolvimento Os pa ses que est o pr ximos em termos geogr ficos e de desenvolvimento podem ter um balanco h drico bastante diferente Exemplo disso s o a Holanda B lgica Alemanha Espanha e It lia que importam um grande volume de gua virtual e a Franca que por outro lado um grande exportador de gua virtual atrav s dos seus produtos No caso do M dio Oriente a S ria caracterizada por ser exportadora de gua virtual e a Jord nia e Israel por importarem gua virtual Hoekstra e Hung 2005 A fim de representar os fluxos de gua virtual entre grandes regi es do mundo tem sido feita uma classifica o que se baseia na divis o de 13 zonas principais Am rica do Norte Am rica Central Am rica do Sul Europa Oriental Europa Ocidental Sul e Centro da sia M dio Oriente Sudeste Asi tico frica do Norte frica Central frica Austral antiga Uni o Sovi tica e Oce nia Estes fluxos de gua virtual no per odo de 1995 a 1999 encontram se ilustrados na figura 2 6 Hoekstra e Hung 2005 Central aig South AS ax South east Ocgania Figura 2 6 Balango de agua virtual de 13 regi es no per odo de 1995 1999 Hoekstra e Hung 2005 Obs Apenas os grandes fluxos
3. o por interfer ncia do governo obt m melhorias na sua reputa o junto da sociedade diminuem os custos operacionais e criam oportunidades de mercado principalmente na cadeia de fornecedores De entre os meios poss veis de atingir o uso eficiente sustent vel e equitativo de gua o primeiro passo seria utilizar a metodologia de avalia o da pegada h drica e report la em relat rios anuais de sustentabilidade Possivelmente surgiriam certifica es e produtos no mercado com selos indicando a 48 sua pegada h drica semelhan a do que j acontece com a pegada de carbono Posteriormente a partir de grupos empresariais de benchmark poderiam ser estabelecidas directrizes metas e objectivos de reduc o deste indicador Foi realizado um question rio a v rias empresas entre as quais as grandes multinacionais como a Coca Cola Unilever e a Shell Os gerentes das empresas entrevistadas afirmaram que a economia da gua ser uma prioridade num futuro muito pr ximo e 52 j consideram que o consumo de gua j um dos cinco maiores problemas com que lidam diariamente Ainda de acordo com o mesmo question rio a maioria das empresas que j iniciaram a redu o do consumo de gua mostrou se muito surpresa com a grande taxa de retorno que isso gerou tornando a miss o de convencer os sectores financeiros que por vezes manifestam certa resist ncia a este tipo de projectos facilitada pelanatureza pt A Unilever dona de
4. ser expressos em hectares quilogramas CO e quando normalmente m ano f sicos reais est o inclu dos mais GEE Pegada h drica do Normalmente os valores N o existe convers o para produto m ton ou I kg v m expressos per capita unidade de rea para evitar Pegada h drica de uma incertezas e suposi es rea geogr fica volume de gua por unidade de tempo Cobertura Temporalmente expl cito Multidimensional aplicado Geograficamente 42 do indicador Multidimensional utilizado para produtos localidades regi es na es globo Foi medida em aproximadamente 240 pa ses entre 1961 2007 sendo que 150 s o publicados no WFN Ewing et al 2010 Mede quer a exig ncia humana quer o suprimento da natureza Tem um ponto de vista consumption based considerando o com rcio a produtos processos empresas sectores industriais indiv duos governos etc Foi medida em 73 pa ses e 14 regi es no ano de 2001 Hertwich e Peters 2009 Mede apenas o lado da procura em termos da quantidade de GEE emitidos Tem um ponto de vista consumption based considerando o com rcio expl cito Multidimensional utilizados para indiv duos produtos empresas localidades pa ses etc Foi medida em 140 pa ses entre 1997 e 2001 Chapagain e Hoekstra 2004 Mede apenas o lado da procura em termos de gua doce consumida por fonte e polu da por t
5. Koning A Oers L Suh S Geerken T Holderbeke M Jansen B Nielson P 2006 Analysis of the life cycle environmental impacts related to the final consumption of the EU 25 Maio 2006 UN 2003 World population prospects the 2002 revision Nova York Fevereiro 2003 Unilever 2010 Unilever sustainable living plan 2010 Water Neutral 2002 Get water neutral brochure distributed among delegates at the 2002 World Summit on Sustainable Development in Johannesburg The Water Neutral Foundation Agosto 2002 Joanesburgo Africa do Sul WWAP 2003 The United Nations World Water Development Report 1 Water for people water for life World Water Assessment Programme UNESCO Publishing Paris Berghahn Books Nova York WWAP 2006 The United Nations World Water Development Report 2 Water a shared responsibility World Water Assessment Programme UNESCO Publishing Paris Berghahn Books Nova York WWAP 2009 The United Nations World Water Development Report 3 Water in a changing world World Water Assessment Programme UNESCO Publishing Paris Berghahn Books Nova York WWC 2003 Virtual Water Trade Conscious Choices Synthesis in conference on virtual water trade and Geo politics WWC Publication No 2 Margo 2003 WWC 2007 Water Crisis Water at a Glance Dispon vel em http www worldwatercouncil org index php id 21 WWF 2008 Living Planet Report 2008 Gland WWF Mediterranean 2010 Water foo
6. o associados produ o de bens e servi os utilizados pelo consumidor Hoekstra et al 2011 Geralmente a pegada h drica indirecta superior pegada h drica directa Por m por ser invis vel negligenciada A maior parte da pegada h drica de um consumidor est associada aos produtos que consome e n o tanto gua que consome em casa Em rela o s empresas a grande maioria tem a sua pegada h drica na cadeia de abastecimento pegada h drica indirecta e n o na etapa de operacionaliza o pegada h drica directa sendo que medidas aplicadas na cadeia de abastecimento s o por isso mais custo eficazes Dependendo da finalidade de um determinado estudo este pode incidir apenas na an lise a uma das componentes directa ou indirecta 22 2 3 2 2 Pegada h drica interna e externa A pegada h drica interna refere se utilizac o dos recursos h dricos do pa s para produzir os bens e ov servigos consumidos pelos seus habitantes enquanto que a pegada h drica externa diz respeito quantidade de recursos h dricos utilizados fora da nac o necess rios para a produc o de bens e servigos consumidos por estes habitantes atrav s da importag o Hoekstra et al 2011 Ao ser realizada uma an lise da pegada h drica externa poss vel compreender as caracter sticas do consumo nacional analisando assim a depend ncia do pa s face aos recursos h dricos externos 2 3 2 3 Pegada h drica azul
7. o das m ltiplas press es antropog nicas Facilidade em compreender e comunicar com uma mensagem forte de conserva o Permite uma abrangente avalia o da contribui o das ac es humanas nas emiss es de GEE Dados dispon veis das emiss es para a maioria dos pa ses Representa o espacial da distribui o da procura de gua por pa s Mais abrangente quando comparada com a water withdrawal Visualiza a liga o entre consumo e apropria o da gua doce Pontos fracos N o abrange todos os aspectos da sustentabilidade nem todas as preocupa es ambientais especialmente para aquelas que n o t m capacidade regenerativa N o consegue prever a degrada o do capital natural S o necess rios modelos adicionais para avaliar o impacto das altera es clim ticas a n vel nacional e local Ainda n o foi especificado o limiar da pegada de carbono embora o limiar de sustentabilidade para o aquecimento global tenha sido acordado Contempla apenas a apropria o humana dos recursos h dricos Os dados locais necess rios para o c lculo da pegada raramente est o dispon veis O c lculo da pegada cinzenta est dependente de fortes incertezas e pressupostos Os factores de stress h drico n o est o inclu dos no c lculo O conceito da fam lia das pegadas destina se sobretudo ao aux lio na formula o de pol ticas permitindo uma compreens
8. o nacional ton ano v 7 Equac o 3 Exporta o ton ano Importa o ton ano 37 A pegada h drica externa do consumo nacional definida como o volume dos recursos h dricos utilizados em outros pa ses para produzir bens e servigos consumidos pela populac o do pa s em considerag o foi calculada de acordo com a seguinte equag o Pegada h drica externa do consumo nacional Importag o ton ano M dia ER quag o global do volume de gua consumido por quantidade de produto m ton Assim atrav s da soma da pegada h drica interna e externa do consumo poss vel conhecer a pegada h drica referente ao consumo nacional Pegada h drica do consumo nacional Pegada h drica externa do consumo Equa o 5 m ano Pegada hidrica interna do consumo m ano Para proceder ao c lculo da pegada h drica dentro da rea da nac o foi igualmente necess rio calcular dois par metros a pegada h drica interna do consumo nacional j referida anteriormente e calculada segundo a equa o 1 e a gua virtual exportada ou seja a gua incorporada nos produtos exportados de origem nacional Este ltimo par metro foi obtido atrav s da equa o abaixo descrita gua virtual exportada atrav s de produtos de origem nacional Exporta o Equa o 6 ton ano Volume de gua consumido por quantidade de produto m ton Portugal A soma da pegada h
9. A pegada h drica azul um indicador de uso consumptivo de gua doce superficial ou subterr nea que est directamente dependente das vari veis hidrol gicas que regulam o ciclo hidrol gico precipita o escoamento superficial infiltra o evapora o entre outras O termo consumptivo refere se aos quatro casos seguintes gua evaporada gua incorporada no produto gua que n o volta mesma bacia hidrogr fica volta para outra bacia ou para o mar A TIDO a Agua que retorna num per odo temporal diferente deixa a bacia numa poca de escassez e retorna num per odo de elevada precipita o A evapora o geralmente a componente mais significativa sendo que em alguns casos considerada o nico uso consumptivo O uso consumptivo de gua n o significa que esta desaparece pois a maior parte da gua retoma o ciclo hidrol gico de forma natural A gua um recurso renov vel mas isso n o significa que a sua disponibilidade seja ilimitada Num certo per odo a quantidade de gua que recarrega as reservas de guas subterr neas e que flui atrav s de um rio sempre limitada a um determinado montante A pegada h drica azul mede a quantidade de gua dispon vel consumida num determinado per odo ou seja gua que n o retornou imediatamente mesma bacia hidrogr fica Desta forma esta pegada fornece informa o relativamente quantidade de gua azul dispon vel consumida por seres human
10. a alimentar do pa s At recentemente as quest es de disponibilidade utiliza o e gest o da gua doce t m sido abordadas numa escala local ou nacional Na formula o de planos nacionais de recursos h dricos os governos t m tradicionalmente abra ado uma perspectiva puramente nacional visando apenas o abastecimento de gua sua popula o satisfazendo as suas necessidades h dricas Mekonnen et al 2010 O reconhecimento de que os recursos h dricos est o sujeitos a mudan as globais tem conduzido alguns investigadores a defender a import ncia de colocar as quest es da gua doce num contexto global Postel et al 1996 Valorizando a dimens o global dos recursos de gua doce estes podem ser considerados como a chave para resolver alguns dos problemas actuais de gua mais urgentes Hoeskstra 2011 1 2 mbito e objectivos Estima se que em Portugal a utiliza o de gua seja de aproximadamente 52 m hab ano variando a capita o di ria regional entre cerca de 130 litros nos A ores e mais de 290 litros no Algarve Mas se se acrescentar a este consumo pessoal toda a gua utilizada para produzir os bens consumidos desde a agricultura aos usos industriais e energ ticos chega se conclus o que cada portugu s respons vel pela utiliza o de 2264 m ano wwf pt O objectivo desta disserta o consiste na 2 determinag o da pegada h drica referente ao consumo de bens agr colas associando a
11. e implementa o do Meatless Mondays em Portugal Palavras chave Agua Pegada h drica Bens agr colas Consumo IX Abstract Water is a scarce and fundamental resource for the life quality of populations as well as for their development The pressures upon this resource have had increased it is becoming urgent to preserve it in an efficient and effective way This dissertation is based on the water footprint indicator which measures the Human use of water resources The average worldwide value of water footprint 1t is 1385 cubic meters per capita per year which in the portuguese case is approximately 2264 cubic meters per capita per year The overall objective of this work is to calculate the water footprint of a group of agriculture goods with the goal of determine the water footprint related to national consumption and compare it with the whole portuguese water footprint It was possible to conclude that the footprint regarding to the agriculture goods is 1432 cubic meters per capita per year which represents 63 of the total water footprint being the pork meat bovine meat and wheat the goods with major footprint The dissertation has as well a set of suggested measures to decrease the water footprint These measures count on the population awareness international certification regarding the responsible water management increase the information available on the product labels and the change of dietary habits with two specific m
12. gua WS diz respeito rela o entre o uso de gua total e a quantidade de gua dispon vel WS WU WA x 100 sendo WS ndice de escassez de gua nacional WU Uso total de gua no pa s m3 ano WA Disponibilidade nacional de gua m ano Um ndice de escassez de gua nacional pr xima de 100 significa que o pa s tem escassez de gua sendo o uso de gua total pr xima da gua dispon vel Por outro lado um ndice com valores percentuais baixos reflecte que o pa s tem gua em abund ncia sendo o uso de gua total uma pequena parte da gua dispon vel A depend ncia de gua importada WD relaciona a importa o de gua virtual de um pa s com a sua gua total WD NVWV WU NVWD x 100 sendo WD Depend ncia de gua importada de um pa s NVWI Importa o de gua virtual l quida de um pa s m ano WU Uso total de gua no pa s m ano 13 Quando os valores do ndice est o pr ximos de zero pode significar duas coisas ou que a importag o de gua virtual total e a exportag o est o em equil brio ou que h exportag o de gua virtual l quida No outro extremo ou seja para valores pr ximos de 100 h uma total importag o de gua virtual expressando a enorme depend ncia da gua de uma nag o Por ltimo o ndice de auto sufici ncia h drica WSS mede a capacidade percentual da economia nacional assegurar a satisfa o das necessidade
13. internacional de gua que se manifesta atrav s da transac o de produtos uma realidade e identifica e comanda o que produzir e onde segundo a quantidade de gua dispon vel e necess ria para a produ o de bens partida esse com rcio equilibraria e beneficiaria as na es fornecendo uma diversidade de produtos aos pa ses com escassez h drica assegurando ao mesmo tempo que as necessidades de abastecimento da popula o seriam satisfeitas Nas pesquisas realizadas sobre o com rcio de gua virtual nomeadamente nas estimativas de 14 importa o e exporta o de gua virtual dos diversos pa ses s o utilizadas diversas fontes de dados dando particular import ncia quelas que permitem a comparabilidade entre nac es e que possuem car cter oficial estando ligadas ONU Os estudos realizados por Hoekstra e Hung 2002 e Chapagain Hoekstra e Savenije 2005 demonstram o potencial dessas fontes de dados atrav s da an lise de situag es regionais ou de commodities espec ficas Os dados mais utilizados na identificag o da quantidade de gua utilizada nas diferentes culturas s o os apresentados pela Food and Agriculture Organization FAO Para o estabelecimento da quantidade de gua virtual incorporada no com rcio internacional em regra utilizado o banco de dados estat sticos de com rcio de commodities COMTRADE das Na es Unidas e tamb m dados do Centro Internacional de Com rcio situado em Genebra Esta
14. o da diversidade de press es da actividade humana a que o planeta est sujeito Representa uma base quantific vel e racional para dar in cio a discuss es e desenvolver respostas sobre os limites dos recursos naturais consumo de gua doce emiss es dos GEE bem como o modo como devemos abordar a sustentabilidade do uso do capital natural em todo o mundo 44 3 APLICAC ES DO CONCEITO DE PEGADA H DRICA 3 1 mbito A pegada h drica caracterizada como uma ferramenta no mbito da gest o dos recursos h dricos que permite que tanto as iniciativas p blicas como as iniciativas privadas assim como a sociedade tenham a percep o da quantidade de gua necess ria na concep o de produtos ao longo de um sistema produtivo Desta forma poss vel que todas as partes envolvidas possam quantificar a sua apropria o de recursos de gua doce e contribuir positivamente atrav s de medidas de redu o e mecanismos de compensa o nos conflitos de uso de gua e degrada o ambiental nas bacias hidrogr ficas em todo o mundo Aquando a sua visita ao Brasil com o prop sito de promover o conceito junto a institui es chave A Y Hoekstra afirmou que Apesar dos governos terem um papel fundamental na elabora o de leis que tornam a gest o eficiente da gua uma obriga o a popula o e as empresas tamb m se devem envolver intimamente As empresas necessitam de compreender como utilizar os recursos h dricos da melhor f
15. o realizados utilizando as normas de qualidade ambiental da gua para a massa de gua receptora ou seja normas que t m em conta as concentra es m ximas admiss veis Tal acontece pois a pegada h drica cinzenta tem como fun o determinar o volume de gua necess rio para assimilar produtos qu micos De real ar que para a mesma subst ncia o padr o de qualidade ambiental da gua pode variar de acordo com a massa de gua em quest o tal como a concentra o natural pode variar tendo em conta a localiza o Assim uma carga poluente pode resultar numa determinada pegada h drica cinzenta num certo local e num outro local uma outra pegada h drica cinzenta com maior ou menor impacto determinada pela diferen a entre a concentra o m xima permitida e a concentra o natural do local em causa Hoekstra et al 2011 25 2 3 3 Pegada h drica de um produto A pegada h drica de um produto definida como o volume total de gua doce utilizada e polu da directa ou indirectamente para o produzir estimada atrav s do c lculo do consumo de gua e poluig o em todas as etapas da cadeia de produg o O procedimento utilizado semelhante para todos os tipos de produtos quer sejam agr colas ou industriais A pegada h drica de um produto pode tamb m ser discriminada em termos de gua azul verde e cinzenta No caso dos produtos agr colas a pegada h drica geralmente expressa em metros c bicos por tonelada de produ
16. pegada h drica total da popula o portuguesa Ser o ainda propostas uma s rie de medidas que visam a redu o deste indicador conduzindo a benef cios em diversos sectores do ambiente e na sa de p blica Com o objectivo de validar a metodologia proposta e avaliar os resultados da sua aplicag o fol seleccionado um conjunto de produtos agr colas para os quais havia dados dispon veis junto das fontes de informag o utilizadas 1 3 Organizac o do trabalho A disserta o encontra se organizada em cap tulos e subcap tulos sendo que as tem ticas abordadas em cada um deles t m como objectivo o enquadramento do trabalho realizado de acordo com os seguintes cap tulos Introduc o Apresenta um enquadramento necess rio para conhecer em que contexto este estudo est inserido Revis o bibliogr fica Visa abordar uma revis o da literatura a n vel nacional e internacional sobre a import ncia do recurso natural gua o uso deste bem no Mundo na Europa e em Portugal focando ainda alguns conceitos inerentes pegada h drica Aplicac o do conceito Demonstra de que forma o conceito em estudo aplicado ao n vel dos decisores pol ticos empresas e sociedade revelando o que j tem sido feito ap s a introdug o deste indicador Caso de estudo Explicag o do contexto do problema modo de selecg o da amostra metodologia utilizada e apresentag o dos principais resultados obtidos Discuss o dos resultados An lise cr ti
17. pegada h drica da agricultura tabela 2 9 e a gua azul destinada ao uso urbano tabela 2 8 corresponde pegada h drica do sector dom stico tabela 2 9 Parte da gua azul da agricultura a que n o percolada inclu da no valor de gua verde interna do sector Assim a nica diferen a entre as duas tabelas encontra se no sector industrial dado que uma parte do uso da gua deste sector gua azul exportado em produtos industriais 0 62 km resultando no valor de pegada h drica interna apresentado na tabela 2 9 WWF Mediterranean 2010 1 41 Pegada h drica interna industrial 2 03 gua azul industrial 0 62 Pegada h drica industrial exportada Tabela 2 9 Pegada h drica total em Portugal discriminada por sector km ano Hoekstra e Chapagain 2004 Interna Externa Total do total Agricultura 8 10 55 18 55 82 Ind stria 1 41 1 59 3 13 Dom stico 1 09 1 09 5 Total km ano 10 5 12 14 22 64 100 do total 46 54 100 A pegada h drica total portuguesa de 22 64 kmY ano representado per capita uma pegada h drica de 2264 mano Este valor elevado deve se sobretudo a altas taxas de evapotranspira o e a um rendimento bruto per capita elevado Hoekstra e Chapagain 2004 No total s o utilizados 18 55 km anualmente na agricultura 3 km na produg o industrial e apenas 1 09 km no sector dom stico Convertido para a popula o portuguesa o consumo d
18. 4393 2606 Vinho 1824 793 1555 537 540 761 793 Leite e natas 1751 2124 2697 988 1342 1542 2124 logurte 1310 1585 2012 737 1001 1151 1585 Manteiga 1697 2058 2613 958 1300 1494 2058 Queijo 5579 6764 8582 3151 4278 4914 6764 Fonte Hoekstra A Y e Chapagain A K 2004 Water footprints of nations Value of Water Research Report Series No 16 volume 2 UNESCO IHE Delft Holanda 89 90
19. 95E 08 44328 E 11576 34000 4 39E 7 189E 08 8 80E 07 1 45E 08 11795 3512 10000 5 80E 06 3 81E 07 1 03E 07 3 23E 07 85 u u 3 82E07 8424 9000 3 56E 07 3 97E 06 2 66E 06 3 95E 07 354826 2082284 1985710 451400 7 35E 07 2 70E 08 3 62E 09 3 44E 08 228834 1003436 705166 298270 934000 1 09E 09 3 53E 08 5 22E 08 1 44E 09 92000 2 45E 08 6 19E 7 1 58E 08 3 07E 08 E 86 ES 1310 E 151494 74527 57506 17021 209000 6 62E 07 1 74E 08 2 23E 07 10201 1 61E07 1 52E 07 72081 108000 3 28E 08 2 03E 08 2 97E 07 E 3 58E 08 Nota Em alguns par metros desta tabela aparecem valores negativos que em situa es normais seria imposs vel de acontecer Quando um pa s importa produtos estes t m como fim a alimentac o animal uso industrial e ou consumo humano n o tendo sido possivel distinguir a quantidade ou percentagem que se destinava ao consumo humano pois segundo o INE essa informag o n o estava dispon vel Assim os valores de importag o utilizados referem se quantidade total importada e n o importag o de produtos destinados somente ao consumo humano estando por isso inflacionados Em certos produtos a importac o muito superior ao consumo humano traduzindo se em valores negativos em determinados par metros Fonte Dados da exig ncia h drica para Portugal e m dia global Hoekstra A Y e Chapagain A K 2004 Water footprints of nations Value of Water Research Report S
20. O conceito 2 6 2 Rela o entre a pegada h drica e a pegada de carbono 2 7 Compara o entre a pegada ecol gica carb nica e h drica UND a xiii 3 APLICA O DO CONCEITO 3 1 mbito 3 2 Decisores pol ticos 3 3 Empresas 3 4 Sociedade 4 CASO DE ESTUDO 4 1 Apresentag o 4 2 Selec o do grupo de an lise 4 3 Metodologia 4 4 Limita es 4 5 Resultados 5 DISCUSS O DOS RESULTADOS 6 CONCLUS ES 6 1 S ntese 6 2 Estudos futuros REFER NCIAS Anexo I Anexo II 45 45 45 48 53 55 55 55 56 60 61 68 73 73 74 76 83 89 XIV ndice de figuras Figura 2 1 Percentagem do uso sectorial de gua na Europa Figura 2 2 e 2 3 Procura nacional de gua por sector e respectivos custos de produg o Figura 2 4 Distribuig o do consumo de gua a n vel nacional Figura 2 5 Balan o de gua virtual no per odo de 1995 1999 Figura 2 6 Balan o de gua virtual de 13 regi es no per odo de 1995 1999 Figura 2 7 Esquema conceitual dos passos para as estimativas de com rcio internacional de gua virtual Figura 2 8 Pegada h drica dos diversos pa ses m hab ano Figura 2 9 Esquema ilustrativo das componentes da pegada h drica Figura 2 10 Esquematizag o do sistema de produg o para produzir produto p em etapas do processo k Figura 2 11 Esquematiza o da ltima etapa do processo no sistema de produ o para produzir o produto p Figura 2 12 Escassez e depend ncia de gua im
21. Todos os valores dos 30 produtos para os 6 pa ses bem como os valores da m dia mundial encontram se no Anexo II De seguida e em modo conclusivo deste cap tulo apresentada a tabela 4 2 que nos ajuda a compreender a panor mica da exporta o importa o e consumo nacional dos 30 produtos seleccionados para este trabalho e associar a pegada h drica de cada alimento a esses par metros Os dados encontram se ordenados por ordem decrescente Tabela 4 2 Dados da pegada h drica exporta o importa o e consumo nacional dos bens agr colas em estudo f Pegada A N Consumo Ranking FR Exportac o Importac o i H drica Nacional 1 Carne su na Vinho Trigo Trigo 2 Carne Bovina Hort colas Milho Hort colas 3 Trigo Leite e natas A car Batatas 4 Azeite A car Cevada Leite e natas 5 Leite e natas Fere Batatas Carne su na marmelos 6 Sa ques Vinho Vinho de capoeira 7 Oe de Batatas Hort colas Ag car girassol 8 A car Cevada Leite e natas an E Ron de capoeira 9 Arroz Laranjas Iogurte Ma as 10 Queijo Arroz Carne su na Iogurte 11 Vinho Ovos Arroz Carne Bovina 12 Ovos leo de soja Ma as Laranjas 13 Batatas Oe de Laranjas Arroz girassol 14 Iogurte Milho leo de soja Milho 15 Hort colas Ma as Feij o Bee marmelos 66 16 Macas Azeite P ssegos Queijo 17 Feij o Carne suina Oke ue Oleo de girassol gi
22. a inverter a tend ncia da r pida deple o dos recursos h dricos que hoje se verifica e que tender a ser agravada num futuro pr ximo Est provado que as tradicionais formas de gest o dos recursos h dricos que t m vindo a ser postas em pr tica centradas na oferta grandes obras de engenharia como barragens grandes canais desvio de cursos de gua etc j n o d o respostas aos desafios de um futuro que se quer sustent vel Existe a necessidade de encontrar estrat gias alternativas s solu es tradicionais e recuperar o bom estado ecol gico dos sistemas aqu ticos Nos anos mais recentes um movimento global tem trazido de volta agenda pol tica as quest es sociais e ambientais ofuscadas pelas quest es econ micas durante muito tempo Neste sentido urgente que seja adoptada uma nova forma de olhar a gua Uma vis o hol stica e integradora capaz de reconhecer as m ltiplas dimens es da problem tica e que tenha em conta os valores ticos sociais pol ticos econ micos e ambientais envolvidos Como se assume de forma clara no Relat rio de Desenvolvimento Humano 2006 da ONU neste in cio de s culo XXI o mundo tem oportunidade de dar mais um passo frente em termos de desenvolvimento humano A crise mundial no sector de gua e saneamento b sico poder ser superada no espa o de uma gera o O mundo disp e da tecnologia dos meios financeiros e da capacidade humana para acabar de vez com a praga da
23. alimentar s o as calorias por pessoa por dia Em 1970 esse n mero situava se nas 2400 kcal verificando se um aumento em 2000 passando a ser 2800 kcal Contudo existem grandes diferen as entre pa ses desenvolvidos e em desenvolvimento No caso dos primeiros as calorias por pessoa e por dia rondam as 3050 3450 kcal e no caso dos segundos as 2100 2200 kcal Relativamente ao caso portugu s no per odo decorrido entre 2003 e 2008 foram not rios os desequil brios na dieta alimentar Este desequil brio alimentar da popula o portuguesa caracterizado por calorias e gorduras saturadas em excesso consumo deficit rio de frutos leguminosas secas e hort colas e consumo excessivo dos grupos alimentares carne pescado ovos e leos e gorduras INE 2010 68 Os dados apurados pela Balan a Alimentar Portuguesa INE 2010 instrumento anal tico de natureza estat stica que permite retratar a evolug o e o perfil do consumidor nacional em termos de produtos nutrientes e calorias revelam que as quantidades di rias de produtos alimentares e bebidas dispon veis para consumo correspondiam a um valor m dio de 3883 kcal no per odo de 2003 2008 reflectindo um aumento de 4 face d cada de 90 Tendo por base que o valor m dio recomendado para o consumo di rio de um adulto se situa nas 2000 a 2500 kcal facilmente se percebe que este valor est muito acima do aceit vel As figuras 5 1 e 5 2 fazem a comparag o entre a
24. de entrada e v rios produtos finais preciso distribuir a pegada h drica do produto de entrada pelos seus produtos finais Isso pode ser feito de uma forma proporcional relativamente ao valor dos produtos de sa da ou tamb m proporcionalmente ao peso dos produtos mas isso seria menos significativo A figura 2 11 ilustra estes dois tipos de sistema produtivo Input products Output products WForod 1 Input product 1 Output product p 1 WForod2 Input product i 2 Output product p 2 WEoroalM Input product i y Output product p z Figura 2 11 Esquematizac o da ltima etapa do processo no sistema de produg o para produzir o produto p Hoekstra et al 2011 Assim para fazer a analise da pegada h drica de um produto necess rio acima de tudo compreender O processo produtivo que lhe deu origem bem como identificar todos os inputs utilizados na sua concepg o 2 3 4 Pegada hidrica de um consumidor ou grupo de consumidores A pegada h drica de um consumidor definida como o volume total de gua doce consumido e polu do para a produg o de bens e servicos utilizados pelos mesmos A pegada h drica de um conjunto de consumidores igual soma das pegada h dricas individuais dos consumidores A pegada h drica de um consumidor calculada pela adig o da pegada h drica directa e indirecta do mesmo expressa em volume por tempo A gua consumida de forma indirecta calculada multiplicando todos os produtos c
25. de nosso principal produto a cerveja e por isso est no centro das acc es de sustentabilidade da Ambev A sua preservac o essencial para a manutenc o do nosso neg cio a longo prazo Esta empresa reduziu 23 do consumo de gua no sector de produg o entre 2002 e 2008 Em 2008 foram utilizados em m dia apenas 4 11 litros de gua por cada litro de bebidas produzidas contra 4 19 litros do ano anterior Em 2002 o valor era ainda maior sendo necess rios em m dia 5 36 litros de gua Tais resultados foram possiveis de atingir devido ao reaproveitamento crescente de gua na empresa A Ambev reaproveita toda a gua proveniente da produg o em actividades como lavagem de tanques garrafas e limpeza em geral Na pasteuriza o a gua usada para elevar a temperatura da cerveja a mesma que usada para a refrigerar Relat rio de sustentabilidade da Ambev 2008 Em rela o Natura desde 2009 que parceira do grupo WEN cujo objectivo a promo o de um uso sustent vel equitativo e eficiente de gua Em 2010 esta empresa utilizou a metodologia proposta no Manual da Pegada H drica em dois produtos do seu portf lio para uma melhor compreens o dos impactos e aplicabilidade no neg cio da empresa A Natura foi a primeira empresa de cosm ticos no mundo a aplicar esta metodologia Janice Cassara respons vel do departamento de sustentabilidade da empresa afirma que os primeiros resultados permitiram nos entender quais s
26. drica interna do consumo com a gua virtual exportada resulta na pegada h drica dentro da rea da na o Pegada h drica dentro da rea da na o Pegada h drica interna do consumo Equa o 7 nacional m ano A exportag o de gua virtual de uma nag o composta pela gua exportada de origem dom stica e pela reexportac o de gua de origem estrangeira A importa o de gua virtual numa na o ser parcialmente consumida constituindo assim a pegada h drica externa do consumo nacional e em parte pode ser reexportada A soma da importa o de gua virtual num pa s com a pegada h drica dentro da rea da na o igual soma da exporta o de gua virtual a partir da na o com a pegada h drica de consumo nacional Essa soma denominada de contabiliza o de gua virtual de uma na o Como n o foi poss vel obter dados relativos agua virtual reexportada tornou se imposs vel determinar essa 58 contabiliza o de gua da na o A figura 4 3 resume a representa o visual do sistema de contabiliza o da pegada h drica nacional adaptado para o presente caso de estudo Pegada h drica Pegada h drica Pegada h drica do interna do extema do consumo nacional consumo nacional consumo nacional Agua virtual Agua virtual Agua virtual exportada atrav s de produtos de origem reexportada exportada nacional Pegada hidrica Agua virtual Contabiliza o da dentro da area da i
27. e natas iogurtes manteiga e queijo O crit rio de selec o foi baseado nos dados dispon veis no Instituto Nacional de Estat stica referentes ao consumo nacional exporta o e importa o e nos dados dispon veis no site oficial da pegada h drica referentes ao volume de gua necess rio por quantidade de produto As fontes de informa o consultadas para o efeito s o de car cter p blico encontrando se online nos respectivos sites ine pt e waterfootprint org 55 4 3 Metodologia A metodologia aplicada nesta disserta o com o objectivo de analisar a pegada h drica do consumo nacional baseia se na metodologia apresentada no Manual de Avalia o da Pegada H drica e foi dividida em duas etapas que ser o descritas de seguida Etapa 1 Selec o da amostra Selec o das fontes de informa o Selec o do Selec o do ano grupo de an lise base Figura 4 1 Etapa 1 da metodologia da an lise da pegada h drica De modo a garantir a obten o total dos objectivos propostos esta uma etapa fulcral na metodologia adoptada De acordo com os dados dispon veis no INE referentes ao consumo exporta o e importa o nacional de produtos agr colas foi seleccionada uma amostra de 30 produtos Ap s a recolha destes dados constatou se que o ano mais recente com informa o dispon vel para toda a amostra era 2009 sendo por isso considerado como o ano base para este estudo Definido o ano de refe
28. elevada pegada h drica nacional e para o peso que a agricultura representa no nosso pa s ao n vel do uso de gua As figuras 4 8 4 9 e 4 10 destacam os produtos em que Portugal obt m os piores resultados quando comparado com os restantes pa ses em an lise oferecendo uma melhor percepg o da realidade nacional A cultura do feij o em Portugal tem uma necessidade h drica de 7599 m ton que contrasta fortemente com o caso da Franca cujo valor se situa nos 1036 m ton O valor mais semelhante ao apresentado por Portugal o da Espanha que se aproxima tamb m da m dia global para este produto 4786 m ton e 4253 m ton respectivamente figura 4 8 Portugal 8000 Media Global lt lt u Gr cia Feij o Turquia S a 7 Espanha It lia Fran a Figura 4 8 Compara o do consumo de gua por quantidade de feij o m ton 64 No caso do centeio O caso ainda se agrava mais com maiores discrep ncias de Portugal comparativamente aos outros pa ses e media global Em Portugal esta cultura necessita de um volume de 5048 m ton enquanto que na Gr cia Espanha Franca e It lia este valor de apenas 2312 m ton 3114 m ton 492 m ton e 1022 m ton respectivamente A m dia global situa se nos 901 m ton figura 4 9 Portugal 6000 5000 Media Global 4000 Gr cia 3000 2000 1000 0 Centeio Turquia Espanha It lia Franca Figura 4 9 Comparag o do consumo de
29. es direccionadas para o tema da sustentabilidade Uma dessas quest es actualmente abordadas diz respeito quantidade de gua envolvida na produ o dos alimentos e o significado dessa produ o em termos nutricionais Pimentel 2004 afirma que o volume de gua gasto em alguns produtos habitualmente usados na alimenta o di ria das popula es muito elevado Uma das solu es apontadas por este autor seria a adop o de uma dieta alimentar direccionando a no sentido de incorporar produtos que requerem menos quantidade de gua na sua produ o Como ir ser mostrado mais frente neste trabalho a produ o de carne um dos principais consumidores de gua tendo em conta o caso dos rebanhos que s o alimentados com ra o A ra o 19 produzida principalmente a partir de cereais que por sua vez s o grandes consumidores de gua O estilo de vida da sociedade actual tamb m n o contribui para uma ementa sustent vel dado que cada vez se consome mais fast food incorporando v rios produtos com elevado consumo de gua necess ria uma consciencializa o da popula o na tentativa de uma mudan a dos seus h bitos alimentares incentivando n o s uma vida mais saud vel mas tamb m mais sustent vel Quantas pessoas saber o que um simples jantar pode consumir 2470 1 de gua Vejamos Para produzir um copo de vinho 125ml s o necess rios 120 1 de gua Um pouco de queijo como entrada 100g conso
30. esp cies A pegada ecol gica evidencia os impactes das actividades antropog nicas no sistema natural ajudando igualmente nas tomadas de decis o de modo a que ambas as partes beneficiem a sociedade e o meio ambiente Silva et al 2004 A exced ncia no consumo dos recursos dispon veis leva nos ao encontro do terceiro princ pio da pegada ecol gica o overshoot Quando o ponto overshoot atingido e falando num horizonte temporal anual significa que naquele dia do ano os habitantes da terra esgotaram os recursos naturais que o planeta lhes proporcionou consumindo e vivendo a partir da com os cr ditos respeitantes ao ano seguinte Esta situa o piora se tivermos em conta que existem muitos outros milh es de esp cies no planeta que tamb m dependem dos mesmos recursos e servi os para a sua sobreviv ncia Segundo alguns estudos efectuados at ao in cio da d cada de 80 a capacidade ecol gica do planeta ainda n o teria sido atingida ou seja at essa data o planeta Terra era capaz de responder s exig ncias dos seus habitantes No entanto em 1999 tal j n o se podia afirmar sendo que para suportar as actividades humanas seriam necess rios 1 2 planetas Silva et al 2004 Tendo em conta que a pegada ecol gica actual indica que estamos a exceder o limite de carga do sistema natural e para minimizar todos os problemas que da adv m e reduzirmos a pegada as op es individuais s o uma parte da solu o mas n o s o
31. expans o urban stica a agricultura a pecu ria intensiva e a produ o da energia el ctrica geraram uma maior necessidade de procura de gua e em quantidades cada vez mais elevadas Desde 1950 acompanhando o cont nuo crescimento global da popula o o consumo anual de gua mais que triplicou aumentou de um volume de 1400 km para 3800 km entre 1950 e 1995 Cerca de 30 dos recursos de gua doce mundiais economicamente acess veis s o explorados para satisfazer as necessidades dos principais sectores de actividade humana consumo dom stico industrial e agr cola WWC 2006 As altera es clim ticas com o consequente aumento da temperatura a diminui o da precipita o bem como a sua concentra o nos meses de Inverno originam a redu o das potenciais reservas de gua doce e da respectiva qualidade e a ocorr ncia de elevados n veis de stress h drico num conjunto de pa ses cada vez maior Correia 2007 WWC 2007 Kayaga et al 2007 Paralelamente tem se dado pouca aten o ao facto de a gua total consumida e polu da se relacionar com o quanto e o que se consome de commodities assim como com a estrutura global da economia que fornece os v rios bens e servigos que a sociedade exige Como resultado h pouca consci ncia de que a organiza o e as caracter sticas de uma cadeia de produ o e abastecimento influenciam fortemente os volumes e a distribui o temporal e espacial sendo que a gua consu
32. inseguran a da gua na vida de milh es de seres humanos O que falta a vontade pol tica e a vis o necess rias para aplicar esses recursos em prol do bem comum PNUD 2006 Vontade pol tica e vis o 6 2 Estudos futuros Face actualidade do tema e para que o mesmo possa continuar a ser estudado considera se que a an lise da optimiza o dos processos agr colas utilizados na produ o dos bens agr colas com maior pegada h drica visando a sua redu o seria um desenvolvimento futuro dado que em Portugal a agricultura um sector que apesar de ter vindo a evoluir tecnologicamente atrav s da ajuda de fundos monet rios europeus necessita ainda de aumentar a produtividade passando isso pela redu o de desperd cios inclusivamente do recurso gua Tamb m a norma ISO 14046 evocada neste trabalho que se encontra ainda em elabora o poder ser 74 alvo de um estudo futuro focando as implica es que a mesma poder trazer na redu o da pegada h drica principais caracter sticas limita es xito da mesma entre outros factores Seria igualmente interessante comparar o peso do consumo de bens agr colas em Portugal apresentado no presente estudo com outros pa ses europeus tentado compreender se o caso portugu s se afasta da m dia europeia ou se os valores apresentados representam um valor situado em valores t picos europeus Por fim e tendo em conta as medidas propostas seria interessante compreen
33. mais de 400 marcas em todo o mundo calcula que economizou US 26 milh es atrav s da redu o do desperd cio de gua nas suas f bricas no per odo de 2001 a 2007 Recentemente a empresa come ou a reduzir a gua utilizada no cultivo da mat ria prima destinada produ o do ch Lipton e do molho de tomate Ragu com um sistema de irriga o gota a gota nas suas planta es de ch preto na Tanz nia e de tomate nos EUA Esse esfor o pode ter um impacto significativo na pegada h drica mundial dado que a Unilever compra 7 dos tomates do mundo e 12 da oferta mundial de ch preto Unilever 2010 Empresas como a International Business Machines IBM admitiram estar atentas a esta nova tend ncia e caso se mantenha ir o apostar na cria o de software e hardware para auxiliar a economia de gua A primeira dificuldade sentida no c lculo da pegada h drica das empresas foi que ao contr rio do c lculo das emiss es de carbono n o havia metodologias dispon veis para serem seguidas Contabilizar a pegada h drica de produtos manufacturados pode ser trabalhoso diante da falta de padr es claros relativamente ao que deve ou n o ser considerado no c lculo da pegada Algumas empresas medem o volume de gua usado apenas nas opera es da f brica outras contabilizam os litros utilizados para plantar os ingredientes da sua cadeia de suprimento Assim diante desta lacuna em Dezembro de 2008 uma rede mundial de ONGs cientistas e cer
34. nacional mais de metade da responsabilidade dos produtos agr colas que consumimos Possuindo cada produto a sua pegada h drica fruto da quantidade consumida anualmente pela popula o e do volume de gua utilizado para o conceber permite nos analisar quais os bens com maior e menor pegada e qual o seu peso face pegada h drica total do consumo 61 A figura 4 4 agrupa os produtos por classes a fim de ilustrar esse mesmo peso permitindo identificar onde se encontram as maiores pegadas h dricas E Carne E Frut colas 1 5 E Hort colas E Produtos L cteos E Oleaginosos E Leguminosas secas 1 0 E Cereais 2 9 E A ucar E Arroz E Batatas E Ovos E Vinho Figura 4 4 Peso de cada grupo de produtos na pegada h drica total do consumo O principal destaque vai para o grupo da carne e dos cereais que juntos representam mais de 50 da pegada h drica total Tal percentagem em parte justificada pelos cereais base da alimenta o terem elevadas exig ncias h dricas e pelos h bitos alimentares dos portugueses que privilegiam o consumo de carne Al m disso estes dois grupos alimentares est o intimamente relacionados dado que a maioria dos animais s o alimentados com ra o que produzida principalmente a partir de cereais Os hort colas destacam se por serem o grupo que possui menor pegada h drica Mesmo possuindo um consumo humano significativo s o caracterizados por terem uma pegada h drica
35. num conjunto de 140 pa ses analisados entre os que apresentam uma pegada h drica mais elevada per capita Tal facto deve se sobretudo localizac o geogr fica de Portugal dado que entre os seis pa ses que t m a pegada h drica mais elevada cinco s o da regi o Mediterr nica Gr cia It lia Espanha Chipre e Portugal caracterizada por Ver es secos e quentes a que acresce um regime de precipita o muito vari vel em que chuvas torrenciais alternam com secas prolongadas No Ver o quando a oferta de gua mais escassa assistimos a uma procura de gua crescente para as actividades agr colas de regadio e consumo urbano Al m da posi o geogr fica tamb m o padr o de desenvolvimento insustent vel as m s pr ticas de uso e gest o de gua que favorecem o consumo e o desperd cio e as altera es clim ticas reduzem a disponibilidade de gua em Portugal Portugal um pa s importador de gua virtual em todos os sectores que foram alvo de an lise por parte do relat rio mencionado particularmente na produ o agr cola sendo que se estima que 54 da pegada h drica portuguesa est relacionada com a importa o de bens para consumo WWF Mediterranean 2010 A na o tem recursos h dricos relativamente abundantes ficando somente atr s da Gr cia e apresentando uma taxa de escassez de gua de 33 figura 2 12 EI Water scarcity E Water import dependency Portugal Spain Italy Greece Figura 2 12
36. primeira conclus o em rela o pegada h drica como uma ferramenta til para os decisores pol ticos informando quando se torna iminente a implementa o ou reformula o de pol ticas de gest o da gua Ao permitir uma compara o entre os usos existentes e os recursos dispon veis a pegada h drica proporciona conhecimentos teis em rela o ao uso eficaz ou ineficaz de gua numa regi o 46 Outra ferramenta que poderia ter um papel fundamental neste mbito o langamento por parte da Organizag o Internacional de Padronizag o ISO de uma norma sobre os princ pios e directrizes para a pegada h drica de produtos processos e organiza es Esta norma dever ser internacionalmente reconhecida e deve atender s necessidades de uma variedade de stakeholders governadores locais regionais e nacionais ONGs e entidades comerciais similares Para tal a norma ISO 14046 est a ser discutida internacionalmente e pretende ser consistente e coerente com a ISO 14000 e com m tricas ambientais como a pegada de carbono LCA 15014040 e ISO 14044 a contabilidade de GEE ISO 14064 1 2 3 e ISO 14067 1 e com a comunicag o ambiental ISO 14020 ISO 14067 2 A n vel global a primeira discuss o relativamente a esta norma ocorreu em Junho de 2010 em Bruxelas A um nivel mais regional Am rica Latina e Cara bas j se realizaram duas reuni es uma em Agosto de 2010 no M xico e outra em Novembro do mesmo ano na Costa Rica R
37. sobre a superf cie terrestre e a evapora o das superf cies 47000 km est envolvida na recarga dos aqu feros GEO3 2002 O rctico a zona do globo que det m grande parte da gua doce do mundo sendo a sua paisagem constitu da predominantemente por sistemas de gua doce O Oceano rctico e o calote da Groenl ndia s o os dois principais campos de gelo permanente com 8 milh es e 1 7 milh es de km respectivamente representando o seu conjunto 10 da gua doce existente no mundo Os rios desta zona do globo descarregam 4200 km ano de gua doce no oceano rctico juntamente com aproximadamente 221 milh es de toneladas de sedimentos GEO3 2002 Todos esses recursos de gua doce s o potencialmente amea ados pela polui o antropog nica encontrando se os lagos de gua doce localizados na sua maioria em regi es costeiras expostos a contamina es Tabela 2 1 Quantidade de gua na terra GEO3 2002 gua na Terra Volume 1000 km do total de gua total de gua doce gua salgada Oceanos 133800 96 54 guas salobras 12870 0 93 Lagos salgados 85 0 006 gua doce Glaciares e neves 24064 1 74 68 7 permanentes Agua doce subterr nea 10530 0 76 30 06 Gelo subterr neo 300 0 022 0 86 Lagos de gua doce 91 0 007 0 26 Agua no solo 16 5 0 001 0 05 Vapor atmosf rico 12 9 0 001 0 04 Zonas h midas e p ntanos 11 5 0 001 0 03
38. suficientes preciso mudarmos como sociedade modificando o estilo de vida da gera o actual 39 2 5 2 Relac o entre a pegada h drica e a pegada ecol gica No in cio da d cada de 90 foi introduzido o conceito de pegada ecol gica caracterizado por ser uma medida da apropria o humana das reas biologicamente produtivas Cerca de dez anos depois surge o conceito de pegada h drica similar pegada ecol gica que mede a apropria o humana dos recursos de gua doce do planeta Embora ambos os conceitos tenham ra zes diferentes e m todos de medi o que diferem em alguns aspectos os dois conceitos t m em comum o facto de traduzirem o consumo humano em termos de uso de recursos naturais A gua doce sendo um recurso natural c clico atrav s da biosfera pode influenciar atrav s da sua disponibilidade ou escassez a capacidade de regenera o biocapacidade do planeta evidenciando mais uma vez a rela o que une estes dois indicadores A pegada ecol gica mede o uso de espa o hectares enquanto que a pegada h drica mede o uso total de recursos de gua doce em m ano Por exemplo o consumo de alimentos contribui significativamente para ambos os conceitos mas o transporte e produ o de alimentos em termos de energia associada apenas relevante para a pegada ecol gica Quando comparamos estes dois indicadores a maior conclus o a retirar que devem ser vistos como indicadores complementares de uso de
39. uma ampla gama de produtos permitindo comparar produtos e realizar uma compra ambientalmente mais consciente por parte do consumidor Esta aplica o pode ser utilizada em qualquer pa s e incorpora o sistema de unidades europeu e americano A aplica o tornou se popular em todo o mundo e o seu xito j foi descrito em v rias publica es incluindo o Greenpeace Magazine revista SEED La Repubblica e a revista IDN virtualwater eu Se os consumidores exigirem produtos de origem nacional estes aparecem nas prateleiras das grandes superf cies como foi o caso da campanha j aqui mencionada Compro o que nosso Deste modo se os consumidores exigirem produtos com reduzida pegada h drica e origin rios de locais onde se sabe que feita uma adequada gest o da gua estes aparecer o igualmente um dever do consumidor O mercado est definitivamente virado para a tend ncia 54 4 CASO DE ESTUDO 4 1 Apresentac o O presente caso de estudo centra se na determina o da pegada h drica de um conjunto de bens agr colas A alimenta o por ser imprescind vel na vida do ser humano sendo a fonte nutritiva e energ tica para exercer as suas actividades b sicas e essenciais sobreviv ncia ocupa um lugar privilegiado na sociedade mundial Portugal um dos pa ses da Uni o Europeia que mais or amento dedica alimenta o e bebidas n o alco licas sendo que em 2000 18 7 do or amento era referente a este secto
40. utilizamos emiss es associados sua produ o e eventual eliminag o A quantidade total de GEE medida em unidades de massa nunca ocorrendo uma convers o para unidades de rea Quando apenas estamos a falar do COs a unidade massa de CO mas se incluirmos outros GEE a unidade passa a ser massa de CO equivalente Esta convers o obtida atrav s do produto da massa real de um g s pelo factor potencial de aquecimento global do mesmo fazendo com que os efeitos do aquecimento global dos diferentes GEE sejam compar veis Existem seis GEE identificados pelo Protocolo de Quioto nomeadamente o CO CHy N20 HFC PFC e SF Galli ef al 2004 A pegada de carbono representa 54 da pegada ecol gica da humanidade sendo a componente da pegada ecol gica que tem vindo a apresentar uma maior taxa de crescimento a pegada de carbono da humanidade aumentou 11 vezes desde 1961 A fim de reduzir ou mesmo de p r fim ao overshoot e viver de acordo com a capacidade do planeta a redug o desta pegada o passo mais importante a dar footprintnetwork com 2011 2 6 2 Relac o entre a pegada h drica e a pegada de carbono A pegada h drica foca se na apropria o do capital natural em termos de volume de gua doce necess ria para o consumo humano destinada principalmente a ilustrar as rela es escondidas entre as actividades de consumo e o uso de gua Por sua vez a pegada de carbono incide sobre a quantidade total de GEE libertad
41. 1 Como um indicador de uso de gua a pegada h drica difere do conceito water withdrawal em tr s aspectos 1 A pegada h drica n o inclui o uso de gua azul quando essa gua devolvida para o meio de onde foi origin ria 2 N o est restrita ao uso de gua azul incluindo tamb m a gua verde e cinzenta 3 N o restrita ao uso directo de gua contemplando igualmente o uso de gua indirecto A figura 2 9 uma representa o esquem tica das componentes inclu das da pegada h drica clarificando as diferen as entre este conceito e o conceito water withdrawal Water footprint of a consumer or producer Direct water use Indirect water use Green water footprint Green water footprint Water withdrawal Sea consumption i Non consumptive E Blue water footprint Blue water footprint water use retum flow Grey water footprint Grey water footprint Cc o 3 Q a Figura 2 9 Esquema ilustrativo das componentes da pegada h drica Hoekstra ef al 2011 21 Deste modo a pegada h drica oferece uma melhor e mais ampla perspectiva sobre a utilizac o de sistemas de gua doce por parte dos produtores e consumidores sendo uma medida volum trica do consumo de gua e poluig o O impacto ambiental local de um determinado consumo de gua e poluig o depende da vulnerabilidade do sistema de gua local e do n mero de consumidores e poluidores que fazem uso desse mesmo sistema Os
42. 5 15639 virtualwater eu Acedido em Maio de 2011 dispon vel em http www virtualwater eu waterfootprint org Acedido em Marco 2011 dispon vel em http www waterfootprint org page cal waterfootprintcalculator_national WWF 2011 Acedido em Abril de 2011 dispon vel em http www ww f pt wwf org br Acedido em Abril de 2011 ww f pt Acedido em Marco de 2011 e dispon vel em http www wwf pt o_que_fazemos por_um_planeta_vivo pegada_hidrica_em_portugal_22 80 ANEXOS 81 Anexo I rtac m c o u hid E ton m bah ano m ten 282968 390000 2 23E 08 8 18E 08 2 91E 08 5 95E 08 42794 164000 1 82E 08 3 60E 08 1 01E 08 5 42E 08 2 83E 08 y 1 74E 08 182010 181693 199000 2 00E 09 1 90E 08 4 50E 06 po 2 00E 09 Ee 493000 1 75E 09 6 43E 08 1 39E 08 2 39E 09 1 89E 09 333911 324428 9483 364000 9 88E 08 1 21E 08 3 25E 7 emo 1 02E 09 E E E 108847 97947 ES 358876 676652 628124 48528 987000 1 60E 08 9 15E 07 1 39E 07 2 52E 08 E 83 ej a Ci ad ua EEEE u no 16893 2527 ER 14000 4 62E 06 2 70E 7 1 05E 06 5 81E 07 178 1 34E 08 2 10E 07 84 6 64E 07 1 50E 07 5 77E 7 8 14E 07 171267 79869 14E 3 03E 07 5 09E 7 5 45E 06 8 12E 07 42639 30247 4886 68000 E 47868 4739 77000 2 82E 07 2 22E 07 7 44E 06 5 04E 07 457 49902 168389 125098 E 175000 5 72E 07 2 28E 07 2 41E 07 8 00E 07 173 307000 1836000 819000 1017000 1126000 1 42E 08 531E 07 1 76E 08 1
43. Escassez e depend ncia de gua importada nos principais pa ses do mediterr neo europeu Hoekstra e Chapagain 2004 No entanto a quest o da escassez de gua em Portugal deve assentar em tr s quest es estruturais 1 A depend ncia h drica externa do pa s face a Espanha onde t m origem mais de 67 dos recursos h dricos superficiais do pa s 30 2 O elevado peso do sector agr cola na procura total de gua Representa 78 do total consumido sendo o pa s do Sul da Europa com a taxa mais elevada de consumo de gua per capita neste sector 2 As desigualdades geogr ficas significativas entre o Norte e o Sul sendo a regi o Sul do pa s a mais prejudicada pelos graves problemas de escassez de gua Portugal ocupa a 2 posi o do ranking relativamente exist ncia de recursos h dricos renov veis 6 87 hm hab entre os seis pa ses da zona Sul da Uni o Europeia apenas atr s da Gr cia Contudo este valor oculta a elevada depend ncia externa de recursos h dricos e importantes desequil brios a n vel nacional As bacias transfronteirigas incluem 45 do territ rio da Pen nsula Ib rica incluindo as bacias dos rios Minho Lima Douro Tejo e Guadiana Em Portugal 67 dos recursos h dricos s o provenientes de bacias transfronteirigas 20300 hm num total de 30400 hm WWF Mediterranean 2010 A n vel nacional os desequil brios geogr ficos e sectoriais s o not rios Em termos geogr ficos o sistem
44. Lisboa e Vale do Tejo Figura 2 4 Distribui o do consumo de gua a n vel nacional Almeida et al 2006 Segundo o Relat rio de Estado do Ambiente 2007 em 2006 o volume de gua captado foi de 910900 milhares de m representando uma redu o de 16 face a 2005 No mesmo ano de refer ncia cerca de 66 7 do volume de gua captado para abastecimento urbano 11 teve origem em massas de gua superficiais Opostamente surgem as Regi es Aut nomas dos Acores e da Madeira onde cerca de 97 1 e 99 0 do volume captado foi de origem subterr nea respectivamente REA 2007 Entre 2005 e 2006 o consumo de gua no sector dom stico aumentou aproximadamente 6 6 e o volume de gua fornecido a este sector traduziu se numa capitag o de 137 l hab dia para o Continente 317 l hab dia e 178 l hab dia para as Regi es Hidrogr ficas dos A ores e da Madeira respectivamente A Regi o Hidrogr fica do Algarve apresentou uma capitag o significativamente mais elevada comparativamente com as outras regi es do Continente cerca de 279 l hab dia o que se deve em grande parte ao facto de se tratar da regi o do pa s com maior actividade tur stica e a presenga de um elevado n mero de popula o flutuante REA 2007 2 2 gua Virtual 2 21 O conceito Na Confer ncia sobre gua e Meio Ambiente em Dublin no ano de 1992 ocorreu a adop o internacional da gua enquanto recurso considerando se o mesmo como limitado escasso e com
45. Rios 2 12 0 0002 0 006 Incorporada no biota 1 12 0 0001 0 003 Total de gua 1386000 100 Total de gua doce 35029 100 A n vel mundial cerca de 80 pa ses distribu dos pelos v rios continentes t m lidado com graves problemas de disponibilidade de gua Tal facto agravado medida que a popula o mundial aumenta pois n o existe uma distribui o equitativa de gua pelo globo tabela 2 2 Tabela 2 2 Distribui o da disponibilidade de gua pot vel e percentagem de popula o mundial CML 2010 Continente Disponibilidade de gua pot vel Popula o mundial sia 36 60 Am rica do Sul 26 6 Am rica do Norte e Central 15 8 Europa 8 12 frica 10 13 Oce nia 5 1 Em termos comparativos a Oce nia o continente que possui uma maior disponibilidade h drica face sua popula o seguida da Am rica do Sul A sia Europa e frica possuem valores que levantam alguns problemas dado serem zonas onde se concentra grande parte da popula o mundial Dentro de cada continente existem igualmente distribuig es n o uniformes de gua Grande parte do continente Africano e Oce nia algumas zonas dos Estados Unidos da Am rica e da Am rica do Sul e o M dio Oriente possuem reas des rticas ou semides rticas Atrav s da tabela 2 3 observa se mais pormenorizadamente a gua dispon vel ao n vel dos continentes bem como de vinte pa ses seleccionados e res
46. Value of water research report series No 48 Dezembro 2010 UNESCO IHE Delft Holanda 77 Minist rio da agricultura 2010 Portugal a vinha e o vinho no rumo da qualidade Dispon vel em www ivv min agricultura pt Morrison J Morkawa M Murphy M Schulte P 2009 Water Scarcity and Climate Change Growing Risks for Business and Investors Fevereiro 2009 CERES Boston Morrison J Schulte P Schenck R 2010 Corporate Water Accounting An Analysis of Methods and Tools for Measuring Water Use and its Impacts United Nations Environment Programme United Nations Global Compact Pacific Institute New York EUA Mota R Atan sio J 2005 GEOAtlas Lisboa Pl tano Editora Palmier L 2003 Uso de t cnicas de captac o de gua da chuva causas de insucessos e tend ncias futuras 4 simp sio brasileiro de capta o e manejo de gua da chuva p p 6 Brasil Pegram G Orr S Williams C 2009 Investigating Shared Risk in Water Corporate Engagement with the Public Policy Process Marco 2009 WWF Godalming Pimentel D 2004 Water Resources Agricultural and Environmental Issues Bioscience v 54 n 10 Julho 2004 p p 909 918 PNUD 2006 Relat rio de Desenvolvimento Humano 2006 Dispon vel em http www pnud org br arquivos rdh rdh2006 rdh2006 zip Postel S Daily G Ehrlich P 1996 Human appropriation of renewable fresh water Science New Series Vol 271 No 5250 Fevereir
47. Vanessa Sofia de Carvalho Seixas Licenciada em Engenharia do Ambiente 4 N S S S DIVISA NON se AN LISE DA PEGADA H DRICA DE UM CONJUNTO DE PRODUTOS AGR COLAS Dissertac o para obtenc o do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente perfil de Gest o e Sistemas Ambientais Orientadora Professora Doutora Maria Paula Baptista da Costa Antunes FCT UNL J ri Presidente Professor Doutor Rui Jorge Fernandes Ferreira dos Santos FCT UNL Arguente Professora Doutora Sofia Guedes Vaz FCT UNL Vogal Professora Doutora Maria Paula Baptista da Costa Antunes FCT UNL FACULDADE DE CIENCIAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA Dezembro 2011 11 Vanessa Sofia de Carvalho Seixas Licenciada em Engenharia do Ambiente AN LISE DA PEGADA H DRICA DE UM CONJUNTO DE PRODUTOS AGR COLAS Dissertac o para obtenc o do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente perfil de Gest o e Sistemas Ambientais Orientadora Professora Doutora Maria Paula Baptista da Costa Antunes FCT UNL J ri Presidente Professor Doutor Rui Jorge Fernandes Ferreira dos Santos FCT UNL Arguente Professora Doutora Sofia Guedes Vaz FCT UNL Vogal Professora Doutora Maria Paula Baptista da Costa Antunes FCT UNL Dezembro 2011 111 1v AN LISE DA PEGADA H DRICA DE UM CONJUNTO DE PRODUTOS AGR COLAS O Copyright A Faculdade de Ci ncias e Tecnologia e a Universidade Nova de Lisboa t m o direito perp tuo e sem limite
48. a Cola estimou que a produ o de uma lata de 300 ml do refrigerante exija at 60 1 de gua representando quase 200 vezes o volume de uma simples lata A rede de cafetarias Starbucks anunciou que concluir este ano a primeira estimativa do consumo de gua em toda a empresa desde as lojas e escrit rios at aos seus fornecedores de caf Revista Exame 2009 O caso SABMiller A SABMiller uma das maiores organiza es do mundo na ind stria da cerveja com mais de 200 marcas de cerveja e cerca de 70 000 funcion rios em mais de 75 pa ses ainda um dos maiores engarrafadores do mundo de produtos Coca Cola Sendo a ind stria da cerveja extremamente dependente dos recursos h dricos o objectivo da SABMiller utilizar a gua de uma forma cada vez mais sustent vel propondo para isso alvos exigentes nomeadamente a redu o do uso de gua por hectolitro de cerveja em 25 entre 2008 e 2015 Tendo a percep o de que a escassez de gua representa n o s um risco potencialmente significativo 51 para o neg cio mas tamb m para algumas das comunidades em que operam t m igualmente como objectivo trabalhar de forma colaborativa a fim de proteger as bacias hidrogr ficas que partilham com as comunidades e das quais ambas dependem Falando de dados mais concretos em 2010 a SABMiller utilizou 731 milh es de hectolitros de gua nos seus processos de produ o de cerveja contrastando com os 762 milh es de hectolitros uti
49. a hidrogr fica devem ser compensados dentro da mesma unidade hidrol gica Apesar das in meras semelhan as esta a principal diferen a entre o conceito de gua neutra e carbono neutro dado que em rela o ao carbono a localiza o da fonte emissora de CO n o tem import ncia relativamente compensa o dessa polui o pois o impacto causado tem o mesmo peso independentemente da regi o 2 4 2 Neutralidade de gua de um produto A ideia de neutralizar um produto ou uma actividade pode ser ilustrada facilmente com um novo caso ou seja com um novo produto ou uma nova actividade Nestes casos a neutraliza o ocorre atrav s da redu o da pegada h drica dos produtos actividades j existentes n o se notando a introdu o de mais um produto actividade na pegada h drica final do conjunto Por exemplo quando numa cidade se desenvolve um novo bairro para se viver ou trabalhar deve garantir se que a pegada h drica associada a este novo bairro t o pequena quanto poss vel Isto poss vel utilizando materiais de constru o que t m uma pegada h drica baixa atrav s da aplica o de dispositivos de poupan a de gua em todos os edif cios reutiliza o de gua entre outros A pegada h drica total desta nova zona quer a pegada correspondente constru o quer a pegada de todas as actividades exercidas nesta zona no futuro pode ser neutralizada fazendo um esfor o para reduzir a pegada h drica de outras fregues
50. a montanhoso SW NE da serra de Sintra Montejunto Estrela ligeiramente a norte do rio Tejo divide o pa s entre a zona h mida do Noroeste do Atl ntico e a zona seca do sudeste do Mediterr neo figura 2 13 O desequil brio sectorial diz respeito como j foi referido elevada import ncia da agricultura no consumo de gua respons vel por mais de dois ter os de todas as capta es de gua A agricultura dependente da irriga o no ver o como consequ ncia de uma esta o quente e seca Figura 2 13 Mapa hipsom trico de Portugal com destaque para o sistema montanhoso de Sintra Montejunto Estrela Mota et al 2005 2 3 5 1 Componentes da pegada hidrica portuguesa O c lculo da pegada h drica nacional baseia se em tr s componentes gua azul verde e cinzenta A estimativa destes valores encontra se na tabela 2 8 E importante reconhecer que estes valores s o baseados em estimativas dos valores m dios calculados para todo o pa s e portanto ocultam 31 diferencas e variac es entre regi es e bacias hidrogr ficas Tabela 2 8 Valores m dios das componentes da pegada h drica portuguesa km ano Hoekstra e Chapagain 2004 gua Azul gua Verde gua Cinzenta Irriga o Ind stria Uso urbano Interna Externa 6 21 2 03 1 09 8 10 55 0 6 A pegada h drica total portuguesa encontra se discriminada sectorialmente na tabela 2 9 A gua verde tabela 2 8 corresponde
51. ades com maior peso na economia nacional representando 15 9 da produg o agr cola no per odo entre 2000 e 2005 No primeiro semestre de 2009 as exportag es atingiram o valor de 183 5 milh es de euros traduzindo um crescimento de 45 face a id ntico per odo de 2008 Deste modo a solug o do problema passaria por perceber como se poderiam optimizar as t cnicas utilizadas em Portugal nestes dois sectores reduzindo ao m ximo a pegada h drica destes bens ou talvez pela revis o do planeamento da agricultura em Portugal Tal como apresentado no subcap tulo dos resultados Portugal apresenta os valores mais elevados de pegada h drica para a maioria dos produtos seleccionados quando comparado com pa ses semelhantes em termos de desenvolvimento e de clima A agricultura em Portugal encontra se muito menos desenvolvida em rela o a pa ses similares facto que induz a uma pegada h drica elevada devido aos desperd cios de gua recorrentes de m s t cnicas agr colas Para finalizar um relat rio t cnico elaborado pela Comiss o Europeia em parceria com outras entidades Tukker et al 2006 analisou o ciclo de vida dos produtos e respectivos impactes ambientais A sub rea de consumo referente comida bebida tabaco e narc ticos respons vel por 20 a 30 dos v rios impactos ambientais e no caso da eutrofiza o por mais de 50 Dentro da rea do consumo a carne e os seus derivados apresentam o maior impacte ambiental Consideran
52. al da distribui o desta pegada no mundo WFP m3 cap yr 600 800 800 1000 1000 1200 1200 1300 1300 1500 1500 1800 1800 2100 2100 2500 No Data a O E Figura 2 8 Pegada h drica dos diversos pa ses m hab ano Hoekstra e Chapagain 2007 20 Os pa ses com colora o verde s o caracterizados por possu rem uma m dia nacional de pegada h drica inferior media global Por sua vez os pa ses a vermelho registam uma pegada h drica superior media como o caso de Portugal A China e a ndia por serem pa ses com elevada densidade populacional t m reduzidas pegadas h dricas os Estados Unidos s o o pa s a n vel mundial com a pegada mais elevada Portugal tem uma pegada relativamente elevada quando comparada com outros pa ses europeus Quanto maior o n vel de desenvolvimento de um pa s maior o consumo de produtos e consequentemente maior a pegada h drica A ideia de considerar o uso de gua ao longo das cadeias de abastecimento ganhou interesse depois da introdu o do conceito A pegada h drica um indicador de uso de gua doce que se traduz n o s no uso directo de gua por parte do consumidor ou do produtor mas tamb m no uso indirecto um conceito multidimensional que revela os volumes de consumo de gua por fonte e volume polu do por tipo de polui o Todas as componentes de uma pegada h drica s o especificadas geograficamente e temporalmente Hoekstra et al 201
53. ara comunidades com escassez de gua na frica do Sul e para iniciativas de conserva o da gua Em 2006 Pancho Ndebele e A Y Hoekstra reuniram se para discutir uma liga o entre os conceitos de gua neutra e pegada h drica Tal reuni o resultou no desenvolvimento de uma calculadora de gua neutra com o objectivo de ajudar os visitantes da frica do Sul a estimarem a sua pegada h drica durante a sua estadia sabendo assim o pre o de compensa o a ser pago Chapagain e Hoekstra 2006 As receitas obtidas ser o utilizadas em projectos que contribuam para um desenvolvimento mais sustent vel e uso equitativo de gua na frica do Sul A ideia do conceito de gua neutra estimular indiv duos e empresas que consomem gua ou que a poluem a praticarem a sua actividade de um modo neutro em gua quer reduzindo o consumo e polui o de gua quer compensando os seus impactos negativos atrav s do investimento em projectos que promovam o uso sustent vel e equitativo da gua dentro do ambiente e comunidade que afectada O consumo e polui o deste recurso podem ser reduzidos por exemplo investindo em tecnologias de poupan a de gua implementando medidas de conserva o de gua e no tratamento de guas residuais A compensa o dos impactos negativos pode ser feita investindo na gest o de bacias hidrogr ficas melhorando ou apoiando comunidades com escassez h drica que n o t m acesso a gua com boa qualidade configu
54. as pode ser aplicada no caso de um sistema de produ o de um nico produto final figura 2 10 26 WFpod1 WFprocl2 Process s 1 WFprod3 WEorod4 WFproc k Figura 2 10 Esquematiza o do sistema de produ o para produzir o produto p em etapas do processo k Hoekstra et al 2011 Neste caso espec fico as pegadas h dricas associadas s diversas etapas do sistema de produ o podem ser totalmente atribu das ao produto resultante do sistema A pegada h drica do produto p igual ao somat rio das pegadas h dricas dos processos relevantes dividida pela quantidade de produ o do produto p k WF proc s WF proa PD prod P PI p sendo WFproc s pegada h drica do processo da etapa s volume tempo P p quantidade produzida do produto p massa tempo Como na pr tica raramente existem sistemas de produ o simples como o apresentado na figura 2 10 torna se necess rio encontrar uma forma mais gen rica que consiga distribuir a gua utilizada em todo o sistema produtivo nos v rios produtos de sa da que decorrem desse sistema sem que ocorra dupla contagem a abordagem stepwise accumulative No caso de termos v rios produtos de entrada que originam o produto final para obter a pegada 27 h drica deste mesmo produto procede se ao somat rio das pegadas h dricas dos produtos de entrada e adiciona se a pegada h drica de cada processo Se por outro lado se tem um nico produto
55. ater resources in the cotton producing countries Ecological Economics Vol 60 no 1 pp 186 203 Comiss o Europeia 2003 Documento de trabalho DG AGRI Situac o da Agricultura em Portugal Correia N 2007 A Divulga o do Ciclo Urbano da gua Atrav s da Internet Realiza o de Projectos no 3 Ciclo do Ensino B sico Disserta o de Mestrado em Engenharia Sanit ria Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ci ncias e Tecnologia Portugal EA 2007 Towards water neutrality in the Thames Gateway Summary report Environmental Agency Bristol UK EEA 1999 Environment in the European Union at the turn f the Century State of the environment report No 1 European Environment Agency Copenhaga Ewing B Moore D Goldfinger S Oursler A Reed A Wackernagel M 2010 The Ecological Footprint Atlas 2010 Oakland Global Footprint Network Falkenmark M Rockstr m J 2004 Balancing Water for Humans and Nature The New Approach in Ecohydrology Earthscan Londres UK Julho FAO 2004 Major Food and Agricultural Commodities and Producers Galli A Wiedmann T Ercin E Knoblauch D Ewing B Giljum S 2004 Integrating Ecological Carbon and Water Footprint Defining the Footprint Family and its Application in Tracking Human Pressure on the Planet 7th Framework Programme for Research and Technological Development Ecol Indicators GE03 2002 Global Environment Outlook 3 United Nations E
56. ations water use by people as a function of their consumption pattern Water Resour Manage 21 35 48 Hoekstra A Chapagain A 2008 Globalization of water Sharing the planet s freshwater resources Blackwell Publishing Oxford UK Hoekstra A Chapagain A Aldaya M Mekonnen M 2011 Water Footprint Manual Setting the Global Standard Water Footprint Network INE 2002 Destaque do INE Dia Mundial da Alimentag o Outubro 2002 INE 2002 Destaque do INE Inqu rito aos orcamentos familiares 2000 reas metropolitanas de Lisboa e Porto Julho 2002 INE 2010 Balanga Alimentar Portuguesa 2003 2008 Novembro 2010 Karavatis C Uso de gua na Europa S rie do fasc culo A n mero 1 Kayaga S Smout I Al Maskati H 2007 Water Demand Management Shifting Urban Water Management Towards Sustainability Efficient 2007 Jeju Coreia do Sul Lenzen M Murray J Sack F Wiedmann T 2007 Shared producer and consumer responsibility Theory and practice Ecological Economics Volume 61 Issue 1 Fevereiro 2007 p p 27 42 Levinson M Lee E Chung J Huttner M Danely C McKnight C Langlois A 2008 Watching Water A Guide to Evaluating Corporate Risks in a Thirsty World Global Equity Research Marco 2008 New York EUA Mekonnen M Hoekstra A 2010 National water footprint accounts The green blue and grey water footprint of production and consumption Volume 1 Main Report
57. c lculos da pegada h drica podem conduzir a discuss es sobre a sustentabilidade e equidade do uso de gua bem como a sua distribui o formando tamb m uma boa base de avalia o dos impactes ambientais locais quer a n vel ambiental social e econ mico Rumo a um planeta mais sustent vel e semelhan a do que acontece com a pegada de carbono e com a pegada ecol gica nos ltimos anos t m sido idealizadas sugest es para reduzir a pegada h drica incluindo o compromisso de neutralidade em rela o utiliza o de gua gua neutra reduzindo o seu consumo e apostando na compensa o da polui o provocada V rias ONG s empresas e universidades t m discutido a implementa o de medidas visando atingir um n vel adequado de sustentabilidade em rela o aos recursos h dricos Esta redu o da pegada h drica pode ser obtida entre outras formas com o aumento da efici ncia na utiliza o de gua no sector agr cola atrav s do melhor aproveitamento das guas pluviais e de modifica es nos sistemas de rega sendo este o sector que mais gua utiliza e a altera o dos padr es de consumo no sector dom stico consciencializa o e sensibiliza o dos consumidores 2 3 2 Tipos de Pegada 2 3 2 1 Pegada h drica directa e indirecta A pegada h drica directa diz respeito ao consumo de gua e polui o relacionados com o uso de gua em casa ou no jardim A pegada h drica indirecta refere se ao consumo e polui
58. ca de dez empresas criaram a Water Footprint Network WFN para discutir pela primeira vez uma metodologia nica para a avalia o da gua virtual auxiliando as empresas e governos a medir e administrar o seu consumo de gua As empresas que at ao momento tinham uma estimativa da quantidade de gua utilizada nas cadeias de produ o criaram os seus pr prios m todos a partir do ponto zero por iniciativa pr pria seguindo portanto metodologias diferentes Em Mar o de 2009 a WFN concluiu e publicou o Manual T cnico da Pegada H drica que cont m normas globais existindo j uma publica o mais recente lan ada em 2011 Esta cria o de normas e padr es globais foi um grande passo para comparar produtos e empresas e para fazer com que este conceito fa a cada vez mais parte dos crit rios de sustentabilidade do mundo empresarial 49 O caso Ambev e Natura A Ambev e a Natura s o duas empresas brasileiras dedicadas produg o de cerveja e de cosm ticos respectivamente que j come aram a desenvolver projectos para identificar a pegada h drica em alguns dos seus processos com base na metodologia proposta pela WEN A Ambev em parceria com a Universidade de S o Paulo tem vindo a realizar o c lculo da pegada h drica da f brica de Jaguari na no interior de S o Paulo na produg o das latas de 350 ml e garrafas de 600 ml Ricardo Rolim director de rela es socioambientais da Ambev afirma que A gua representa 95
59. ca dos resultados e apresentag o de medidas que visem a redug o da pegada h drica Conclus o abordagem conclusiva sobre o tema e sugest o de trabalhos a desenvolver no futuro de forma a complementar o estudo realizado e a sua potencialidade de aplicac o 2 REVISAO BIBLIOGR FICA 2 1 O recurso gua 2 1 1 Disponibilidade de gua no Mundo O volume total de gua na Terra de aproximadamente 1400 milh es de km dos quais apenas 35 milh es de km 2 5 correspondem a gua doce tabela 2 1 A maior parte desta gua encontra se indispon vel pois est retida nos glaciares n o sendo utilizada para consumo humano As principais fontes dispon veis para o consumo humano s o os rios lagos as guas retidas no solo e os aqu feros subterr neos o que corresponde a cerca de 200 000 km de gua menos de 1 do total de gua doce e apenas 0 01 de toda a gua na Terra Para al m desta reduzida percentagem surge um outro problema no que se refere ao uso de gua na medida em que grande parte desta gua dispon vel para consumo humano se encontra longe das popula es De acordo com o ciclo hidrol gico a reposi o de gua doce depende da evapora o proveniente da superf cie terrestre e dos oceanos representando cerca de 72000 km ano e 505000 km ano respectivamente Cerca de 458000 km ano 80 desta gua retoma ao oceano e a restante parte 119000 km ano terra A diferen a existente entre a precipita o
60. capital natural em rela o ao consumo humano O uso combinado da pegada ecol gica e h drica considerada a melhor abordagem para desenvolver uma tomada de decis o baseada em multi crit rios e fornecer informa es para implementar uma adequada pol tica de gua 2 6 Pegada de Carbono 2 6 1 Conceito A pegada de carbono uma medida do impacto das actividades humanas sobre o meio ambiente e em particular das altera es clim ticas Mede a quantidade total de emiss es de gases de efeito de estufa GEE que s o directa e indirectamente causadas por uma actividade de indiv duos popula es governos empresas organiza es processos sectores da ind stria entre outros ou ao longo dos est gios de vida de um produto Relacionando se com a quantidade de GEE produzidos no nosso quotidiano atrav s da queima de combust veis f sseis para aquecimento electricidade transporte entre outras actividades fornece uma melhor compreens o face contribui o dos seres humanos para as emiss es de GEE O c lculo da pegada de carbono realizada somando a pegada prim ria e secund ria A pegada prim ria uma medida das emiss es directas de CO provenientes da queima de 40 combust veis f sseis incluindo o consumo de energia dom stica e transportes a frac o que o ser humano pode controlar reduzindo a por exemplo A pegada secund ria mede as emiss es indirectas de CO de todo o ciclo de vida dos produtos que
61. carga de poluentes com base nos actuais padr es de qualidade ambiental da gua Ainda poucos estudos aprofundaram este conceito pois bastante dependente de numerosos par metros qu micos dessas guas e a sua monitoriza o bastante deficit ria A pegada h drica cinzenta calculada dividindo a carga poluente L expressa em massa por tempo pela diferen a entre o padr o de qualidade da gua desse poluente Cmax expresso em massa por volume e a sua concentra o natural na massa de gua receptora Cna expressa em massa por volume Hoekstra et al 2011 Assim Pegada h drica cinzenta L Cmax Cnat A concentra o natural num corpo receptor a concentra o na massa de gua que ocorreria se n o houvesse perturba es humanas na capta o Para as subst ncias de origem humana que em condi es naturais n o estariam presentes na gua e quando as concentra es naturais n o s o conhecidas com precis o mas estima se que sejam baixas admite se que a concentra o natural na massa de gua receptora nula Cha 0 A raz o porque se utiliza a concentra o natural como refer ncia e n o a concentra o real deve se ao facto de a pegada h drica cinzenta ser um indicador da capacidade de assimila o apropriada A capacidade de assimila o de um corpo receptor depende da diferen a entre o m ximo admiss vel e a concentra o natural de uma subst ncia Os c lculos da pegada h drica cinzenta s
62. cial e 45 econ mico esta tem sido um exemplo n tido de uma inadequada gest o das guas subterr neas Os agricultores durante muitos anos tiveram o luxo e ousadia de perfurarem o solo dos seus terrenos e bombearem gua subterr nea para uso pr prio sem qualquer tipo de limitag o ou consentimento por parte das autoridades locais Esta explora o descontrolada esgotou o len ol fre tico a uma taxa constante de 1 m ano secando uma s rie de zonas h midas de renome internacional como Las Tablas de Daimiel National Park e pondo em causa todo um ecossistema dependente deste recurso Al m dos impactos ambientais causados tamb m se geraram conflitos sociais entre as autoridades agricultores decisores pol ticos e organiza es de defesa ambiental e que foram muito al m de uma escala local Foi inclusivamente posto em causa o cumprimento dos objectivos da Directiva Quadro da gua Os benef cios sociais e econ micos conseguidos durante v rios anos foram obtidos claramente custa do ambiente Nesta regi o espanhola as videiras oliveiras cereais de regadio e tomates s o as culturas mais predominantes Aldaya et al 2009 utilizando a metodologia desenvolvida por Hoekstra e Chapagain 2008 conclu ram que as videiras os tomateiros e as oliveiras eram culturas economicamente produtivas ao contr rio dos cereais de regadio Foi ent o necess rio compreender por que raz o os agricultores continuariam a apostar no cultivo de cereais
63. cr nicas preven veis como o cancro doen as cardiovasculares diabetes e obesidade bem como na redu o da pegada de carbono e poupan a de recursos preciosos como a gua e os combust veis f sseis O facto de o dia escolhido ser a segunda feira caracterizada por marcar o in cio de mais uma semana prende se com o facto de estudos sugerirem que a popula o est mais predisposta a manter comportamentos come ados s segundas feiras dia em que ajustamos as nossas inten es para os seis dias seguintes Esta mudan a nos h bitos alimentares iria traduzir se numa redu o acentuada da pegada h drica individual e consequentemente nacional assim como em benef cios para a sa de p blica Para que 70 esta mudanga nos h bitos alimentares fosse conseguida seria essencial uma consciencializag o da popula o atrav s de programas que visassem estes aspectos dirigidos quer por nutricionistas focando o aspecto da sa de p blica quer por engenheiros do ambiente salientado os benef cios ambientais gerados quer na actualidade quer nas gerag es futuras Para uma real mudan a nos h bitos alimentares seria essencial que as refei es realizadas fora de casa pelos indiv duos cada vez em maior n mero dado o estilo de vida caracter stico da popula o actual tamb m lhes desse essa opg o As despesas em restaurantes caf s e similares evidenciaram um crescimento gradual ao longo do tempo atingindo em 2000 um valor m d
64. da h drica do h drica h drica interna do externa do por produtos consumo dentro da total consumo consumo de origem nacional rea da nacional nacional nacional nacional nac o Total m ano 5 96E 09 9 27E 09 6 94E 09 1 52E 10 1 29E 10 2 4E 10 Total 560 872 653 1432 1213 2264 m hab ano Pela observa o directa da tabela verifica se que a pegada h drica dentro da rea da na o inferior pegada h drica do consumo nacional Tendo estas duas pegadas a componente da pegada h drica interna em comum diferem somente no facto da primeira contabilizar a gua virtual exportada por produtos de origem nacional e a segunda a pegada h drica externa A pegada h drica externa portanto superior gua virtual exportada Tal facto revela que Portugal importa mais gua do que aquela que exporta sendo por isso caracterizado como um pa s importador de gua virtual tal como j tinha sido constatado na figura 2 5 desta disserta o A pegada h drica externa corresponde a 61 da pegada h drica do consumo nacional enquanto que a pegada h drica interna equivale a 39 Mas esta confirma o conduz nos a um facto ainda mais importante Portugal est fortemente dependente dos recursos h dricos externos tal como acontece por exemplo com a energia ainda de salientar a rela o entre a pegada h drica do consumo e a pegada h drica nacional correspondendo esta a 63 Podemos assim afirmar que da pegada h drica total
65. dade Esta rea pode ser comparada com o espa o que existe efectivamente no planeta ou seja com a sua biocapacidade quantidade de rea terrestre e aqu tica biologicamente produtiva no planeta sendo que a partir daqui estamos em condi es de tirar conclus es relativamente sustentabilidade do sistema A pegada ecol gica pode ser fundamentada em tr s princ pios b sicos sustentabilidade equidade e 38 overshoot Silva et al 2004 O princ pio da sustentabilidade visa a satisfa o das necessidades das gera es actuais n o comprometendo a das gera es futuras A utiliza o dos recursos naturais n o deve ser mais r pida que a capacidade do sistema natural os repor isto a carga humana deve estar em conson ncia com a capacidade de suporte do ecossistema Para tal fundamental a adequa o dos n veis de consumo utiliza o dos recursos e a assimila o dos res duos com as condi es do estado ecol gico O princ pio da sustentabilidade est intimamente ligado ao princ pio da equidade A equidade pode se estabelecer em tr s mbitos 1 Equidade entre gera es ao longo do tempo a pegada relaciona os recursos utilizados pela humanidade e a capacidade de regenera o da natureza 2 Equidade intra e inter na es no presente a pegada revela a quantidade consumida por cada frac o 3 Equidade entre esp cies a pegada mostra o dom nio da humanidade sobre a biosfera muito em parte custa de outras
66. der o impacto que as mesmas teriam na pegada ecol gica e ou de carbono ou seja estudar as poss veis sinergias entre estes tr s indicadores relativamente s medidas aqui descritas 75 REFER NCIAS Aldaya M Santos P Llamas M 2009 Incorporating the Water Footprint and Virtual Water into Policy Reflections from the Mancha Occidental Region Water Resour Manage 24 94 1 958 Julho 2009 Allan T 1998 Moving water to satisfy uneven global needs Trading water as an alternative to engineering it ICID Journal 47 2 Maio 1998 p p 1 8 Allan T 2003 Virtual water the water food and trade nexus useful concept or misleading metaphor IWRA Water International Volume 28 Number 1 Mar o 2003 p p 5 11 Almeida M Vieira P Ribeiro R 2006 Uso Eficiente da gua no Sector Urbano S ries Guias T cnicos IRAR INAG LNEC Lisboa Barton B 2010 Murky waters Corporate reporting on water risk A benchmarking study of 100 companies Fevereiro 2010 Ceres Boston BfW 2006 Blueprint for water 10 steps to sustainable water by 2015 Londres UK Chapagain A Hoekstra A Savenije H 2005 Saving water through global trade Value of Water Research Report Series n 17 Setembro 2005 UNESCO IHE Delft Holanda Chapagain A Hoekstra A Savenije H Gautam R 2006 The water footprint of cotton consumption An assessment of the impact of worldwide consumption of cotton products on the w
67. do as contribui es dos transportes comunica es vestu rio sa de entre outros sectores o peso deste grupo de produtos no aquecimento global de 4 a 12 Tal estudo evidencia que as propostas anteriormente mencionadas nomeadamente a mudanca de h bitos alimentares iriam trazer benef cios tamb m a outros sectores ambientais Em Portugal e na maioria dos pa ses este tipo de preocupag es necessita de um impulso Grande parte das empresas ainda se mostram pouco interessadas em aderir a medidas volunt rias como as de informag o ao consumidor sobre a pegada h drica do produto pa s de origem entre outras A humanidade necessita compreender urgentemente que estamos numa fase de crise da gua em que todos os esforgos para preservar este recurso s o uma ajuda importante e que todos n s podemos fazer algo no nosso quotidiano contribuindo para esse fim 72 6 CONCLUSOES 6 1 S ntese Em Portugal o valor m dio da pegada h drica total de 2264 m hab ano Conclui se atrav s deste estudo que deste valor 63 dizem respeito pegada h drica do consumo nacional avaliada em 1432 m hab ano Os dados discriminados por produto agr cola s o apresentados no Anexo I e sintetizam de forma clara o enquadramento do trabalho Existem dois factores que determinam a magnitude da pegada h drica do consumo nacional 1 O volume e o padr o de consumo e 2 a pegada h drica por tonelada de produto consumido O ltimo factor n
68. do consumo a gua virtual exportada atrav s de produtos de origem nacional a pegada h drica do consumo nacional bem como da rea da na o foi adoptada a metodologia de c lculo sugerida no Manual de Avalia o da Pegada H drica publicado em 2009 e revisto em 2011 que cont m o padr o global de avalia o da pegada h drica desenvolvido pelo Water Footprint Network Hoekstra et al 2011 A pegada h drica interna do consumo nacional definida como o uso de recursos h dricos nacionais para produzir bens e servi os consumidos pela popula o do pa s foi calculada de acordo com a seguinte equa o Pegada h drica interna do consumo nacional Consumo nacional de produ o _ Equa o 1 nacional ton ano Volume de gua consumido por quantidade de produto m ton Portugal Os dados de consumo nacional de produ o nacional utilizados na equa o 1 e que se refere quantidade consumida dos diversos produtos somente de origem nacional foram obtidos a partir da diferen a entre a produ o nacional e a exporta o segundo a seguinte equa o Consumo nacional de produ o nacional Produ o nacional ton ano Equa o 2 Exporta o ton ano Os dados da produ o nacional utilizados na equa o 2 resultam da soma entre o consumo nacional dos diversos produtos e a exporta o dos mesmos subtraindo a importa o Produ o Nacional Consumo nacional de produ
69. e popula o mundial 6 Tabela 2 3 Disponibilidade de gua por continente e 20 pa ses principais 1995 1999 7 Tabela 2 4 Distribui o de gua doce por continentes e sectores 8 Tabela 2 5 Consumo de gua em Portugal discriminado por sector 10 Tabela 2 6 Top 10 de pa ses importadores e exportadores de gua virtual 16 Tabela 2 7 Ranking das principais regi es em termos de gua importada e exportada 18 Tabela 2 8 Valores m dios das componentes da pegada h drica portuguesa km ano 32 Tabela 2 9 Pegada h drica total em Portugal discriminada por sector km ano 32 Tabela 2 10 Compara o entre a fam lia de pegadas 42 Tabela 4 1 Valores totais dos cinco par metros em estudo 61 Tabela 4 2 Dados da pegada h drica exporta o importa o e consumo dos bens agr colas em estudo 66 xvii xviii Listas de abreviaturas e siglas AWS Alliance for Water Stewardship BFW Blueprint For Water CML C mara Municipal de Lisboa EA Environment Agency EEA European Environment Agency FAO Food and Agriculture Organization FEADER Fundo Europeu Agricola de Desenvolvimento Rural GEE Gases de efeito de estufa GEO3 Global Environment Outlook 3 Gha Hectares globais IBM Internacional Business Machines IHE Institute for Water Education INAG Instituto da gua INE Instituto Nacional de Estatistica IPTS Institute for Prospective Technological Studies ISO International O
70. e acess vel pois a quantidade de gua consumida est sob o controle directo do indiv duo A pegada h drica indirecta de um consumidor geralmente muito mais elevada do que a pegada h drica directa pelo que se deve tamb m considerar criticamente a pegada dos diversos bens e servi os consumidos A pegada h drica indirecta pode ser reduzida substituindo um produto com elevada pegada h drica por outro tipo de produto com menor pegada ou substituindo um produto por outro igual mas cuja origem possua menor pegada h drica Exemplificando o primeiro caso nos Pa ses Baixos est o a substituir o arroz por batata e o a car de cana por a car de beterraba Em rela o ao segundo tipo de substitui o temos o exemplo da substitui o das roupas de algod o com origem em regi es semi ridas que utilizam a irriga o nos campos de algod o por roupas de algod o produzidas em zonas mais h midas com cultura de sequeiro Hoekstra 2008 Ambos os tipos de ac o exigem que o consumidor disponha de informa o adequada sobre as pegadas h dricas de produtos espec ficos Para o primeiro tipo de substitui o o conhecimento geral sobre as pegadas h dricas dos produtos pode ser suficiente por m para o segundo tipo de substitui o cada item que entre no processo produtivo ter que ser rotulado Os consumidores conseguem compensar os impactos negativos da sua pegada h drica directa comprando certificados a organiza es sem fins lucrativo
71. e operacional ao realizarem um trabalho de identifica o dos fluxos de com rcio de gua virtual entre pa ses bem como a sua quantifica o O conceito introduzido por Allan utilizado por Hoekstra 2003 que defende que a gua virtual se 12 refere a quantidade de gua exigida por um bem ao n vel da sua produ o tendo em considera o o lugar onde este ser consumido Desde a altura em que o conceito foi introduzido h um relativo consenso de que a gua virtual est intimamente relacionada com a utiliza o dos recursos h dricos da a r pida expans o do conceito gua virtual um conceito que permite relacionar gua alimentos e com rcio internacional O estudo de Hoekstra e Hung 2002 afirma que o com rcio global movimenta um volume anual de gua virtual na ordem de 1000 km a 1340 km Independentemente do valor mencionado indiscut vel que no com rcio internacional de commodities agr colas existe um fluxo de gua virtual Este fluxo relevante quando se aborda a problem tica da escassez de gua e da seguran a alimentar pois dependendo das rela es estabelecidas o fluxo existente pode reduzir a necessidade de gua para a produ o nacional de alimentos ao importar os mesmos de pa ses com relativa abund ncia de gua Decorrente dessa conceitua o surgem tr s novos ndices criados por Allan escassez de gua depend ncia de gua importada e auto sufici ncia de gua O ndice escassez de
72. easures creation of Low Water Footprint menus and insertion of the Meatless Mondays in Portugal Key words Water Water Footprint Agriculture goods Consumption xi xii 1 2 Indice de mat rias INTRODU O 1 1 Enquadramento e relev ncia do tema 1 2 mbito e objectivo 1 3 Organiza o da disserta o REVIS O BIBLIOGR FICA 2 1 O recurso gua 2 1 1 Disponibilidade de gua no mundo 2 1 2 Consumo de gua no Mundo 2 1 3 Consumo de gua na Europa 2 1 4 Consumo de gua em Portugal 2 2 gua virtual 2 2 1 O conceito 2 2 2 Com rcio internacional de gua virtual 2 2 3 Estimativas de importa o e exporta o mundial de gua virtual 2 2 4 Produtos sustent veis 2 3 Pegada h drica 2 3 1 O conceito 2 3 2 Tipos de pegada 2 3 2 1 Pegada h drica directa e indirecta 2 3 2 2 Pegada h drica interna e externa 2 3 2 3 Pegada h drica azul 2 3 2 4 Pegada h drica verde 2 3 2 5 Pegada h drica cinzenta 2 3 3 Pegada h drica de um produto 2 3 4 Pegada h drica de um consumidor ou grupo de consumidores 2 3 5 O caso portugu s 2 3 5 1 Componentes da pegada h drica portuguesa 2 3 6 Limita es da pegada h drica 2 4 Neutralidade de gua 2 4 1 O conceito 2 4 2 Neutralidade de gua de um produto 2 4 3 Neutralidade de gua de um consumidor 2 4 4 Neutralidade de gua de uma empresa 2 5 Pegada ecol gica 2 5 1 O conceito 2 5 2 Rela o entre a pegada h drica e a pegada ecol gica 2 6 Pegada de carbono 2 6 1
73. el das empresas Em conson ncia com o argumento feito anteriormente a primeira exig ncia para uma empresa ser considerada gua neutro que fa a tudo o que razoavelmente poss vel para reduzir a pegada h drica total da sua actividade A segunda exig ncia que os investimentos razo veis e eficazes estejam em vigor para compensar a pegada h drica residual Quanto maior forem os impactos da pegada h drica residual maior o investimento necess rio Uma empresa pode assumir a total responsabilidade para reduzir o seu consumo de gua esfor ando se no sentido de utilizar a melhor tecnologia dispon vel Al m disso uma empresa tem poder de influ ncia sobre os seus fornecedores fazendo com que estes tamb m se sensibilizem face a este conceito Uma empresa pode tamb m mudar para outro fornecedor que tem um menor consumo de gua Deste modo a empresa conseguir reduzir a sua pegada operacional Ap s a realiza o de todos os esfor os poss veis para reduzir as duas componentes da pegada h drica da empresa dever o ser feitas as compensa es necess rias para equilibrar a pegada h drica residual Hoekstra 2008 Dito isto conclui se que quando se fala de neutralidade de gua das empresas fala se de neutralidade de gua dos seus produtos Da mesma forma falando sobre a neutralidade da gua dos consumidores o mesmo que falar sobre a neutralidade da gua dos produtos consumidos por estes Aparentemente a
74. elevado valor econ mico Sendo ent o a gua um bem econ mico passou a pertencer a um mercado dependente das condi es de oferta e procura condi es essas que t m a particularidade de poderem ser reguladas pelos pre os Nesse contexto as transfer ncias de bens entre os pa ses passam a tomar uma nova dimens o no sentido de manter a sustentabilidade dos recursos h dricos de cada pa s ao longo do tempo Allan 2003 Com o objectivo de dimensionar de uma forma econ mica as rela es entre pa ses surge a abordagem da gua virtual Este conceito foi desenvolvido pelo Professor John Antony Allan do Departamento de Geografia do King College Londres em 1994 surgindo ap s o pr prio admitir que o termo embededded water por si criado n o teve xito na medida em que n o tinha o devido reconhecimento pelos gestores de recursos h dricos Allan 2003 A gua virtual diz respeito ao com rcio indirecto de gua que est incorporada em determinados produtos especialmente nas commodities agr colas De forma a estimar os valores envolvidos no com rcio de gua virtual dever se ter em conta n o s a gua envolvida em toda a cadeia de produ o mas tamb m as caracter sticas espec ficas de cada regi o produtora e as caracter sticas tecnol gicas e ambientais O grupo liderado por A Y Hoekstra da Universidade de Twente na Holanda e a UNESCO IHE Institute for Water Education tornou o conceito mais re conhecido
75. envolvido na produ o das commodities ou do produto final Dessa forma o uso da teoria das vantagens comparativas incorporaria tudo o que virtual no produto gua trabalho e rela es sociais podendo levantar se a quest o do uso da gua no equil brio entre as na es e o tipo de classe trabalhadora que esteve na concep o da commodity que na teoria estaria igualmente em equil brio com outras classes 2 2 3 Estimativas de importa o e exporta o mundial de gua Virtual Diversos estudos da UNESCO desenvolvidos no mbito do Virtual Water Trade Research Programme clarificam a real rela o entre os reservat rios mundiais de gua doce e a sua capacidade de gerarem divisas No entanto os recursos h dricos envolvidos no processo de produ o de produtos 15 exportados apesar da not vel evoluc o ainda n o s o devidamente reconhecidos como um bem econ mico conduzindo sua escassez mesmo em locais com relativa abund ncia de gua Os resultados dos c lculos mostram que o volume global de gua virtual transferida atrav s do com rcio internacional teve um valor m dio de 695 Gm ano durante o per odo de 1995 a 1999 De um modo comparativo a gua retirada denominada de water withdrawal para a agricultura e utilizada para irriga o foi de aproximadamente 2500 Gm ano em 1995 e 2600 Gm ano em 2000 Shiklomanov 1997 Tendo em conta a utilizag o de gua proveniente da precipitag o por parte das cul
76. erficial ou infiltra o Eventualmente esta frac o da precipita o evapora ou utilizada pelas plantas tornando se produtiva A pegada h drica verde o volume de gua da chuva consumida durante o processo de produ o Isto particularmente relevante para os produtos provenientes da agricultura e silvicultura referindo se ao total de precipita o evapotranspirada pelas culturas e campos de cultivo al m da gua da chuva incorporada nos produtos A pegada h drica verde expressa em volume de gua por unidade de tempo obt m se da seguinte forma Pegada h drica verde gua verde evaporada gua verde incorporada A distin o entre a pegada h drica azul e verde importante pois os impactos hidrol gicos ambientais e sociais bem como os custos de oportunidade do uso das guas superficiais e subterr neas para a produ o diferem distintamente dos impactos e dos custos de utiliza o da gua da chuva Falkenmark e Rockstr m 2004 Hoekstra e Chapagain 2008 O consumo de gua verde pela agricultura pode ser medido ou estimado utilizando um conjunto de f rmulas emp ricas ou com um modelo apropriado para estimar a evapotranspira o com base em dados de entrada das caracter sticas do solo clima e cultura 24 2 3 2 5 Pegada h drica cinzenta A pegada h drica cinzenta um indicador do grau de polui o da gua doce definida como o volume de gua doce que necess rio para assimilar a
77. eries No 16 volume 2 UNESCO IHE Delft Holanda Dados de consumo exporta o e importa o Instituto Nacional de Estat stica 2011 87 Anexo II Consumo de gua por quantidade de produto m ton M dia Portugal Gr cia Espanha Franca It lia Turquia global Ac car 1027 1526 1165 1526 1526 1526 1526 Arroz 2355 2194 2143 2241 2423 3305 2194 Batatas 287 270 202 112 209 255 270 Carne Bovina 14208 14871 20157 8029 15027 11001 14871 Carne su na 6014 4837 4721 4329 6377 4856 4837 Carne aves capoeira 3430 3407 3221 1835 1704 3046 3407 Carne ovino e caprino 3534 6557 8977 2945 5114 2984 6557 Trigo 2126 1213 1227 895 2421 1334 1213 Centeio 5048 2312 3114 492 1022 901 2312 Aveia 2864 1396 1751 1256 2864 1597 1396 Cevada 2135 1112 1070 886 1822 1388 1112 Milho 917 706 646 482 530 909 706 Macas 742 440 501 212 218 697 440 Peras e marmelos 723 1165 533 323 395 727 1165 P ssego 1116 665 659 330 458 1194 665 Uva 1569 482 1338 462 464 655 482 Laranjas 556 279 362 293 359 457 279 Hort colas 173 45 178 81 190 173 45 Feij o 7599 2536 4786 1036 1693 4253 2536 Gr o 2926 237 3584 3230 1988 3230 237 leo de girassol 4830 1870 2712 3166 4174 6090 1870 leo de soja 3406 5951 5168 3344 2868 3406 5951 Azeite 38960 12520 15831 19871 10334 21106 12520 Ovos 3761 3737 3533 1495 1389 3340 3737 Semente de azeitona 8109 2606 3295 4136 2151
78. estes dois tipos de carne realizado de forma conjunta tal como acontece no INE Na figura 4 1 onde retratado um esquema da contabiliza o da pegada h drica nacional poss vel visualizar um par metro denominado de gua virtual reexportada Este par metro diz respeito gua virtual que Portugal importa atrav s dos produtos mas que posteriormente procede sua exporta o Infelizmente e como j foi dito por falta de dados relativos reexporta o o seu c lculo foi imposs vel de realizar implicando igualmente que n o fosse calculada a gua virtual exportada e importada e a contabiliza o da gua virtual 60 4 5 Resultados Neste cap tulo s o apresentados os resultados obtidos com base na metodologia proposta no Manual de Avaliag o da Pegada H drica publicado em 2011 Tendo este estudo como objectivo principal a an lise da pegada h drica do consumo nacional na tabela 4 1 poss vel observar os valores totais da pegada h drica interna e externa do consumo nacional a gua virtual exportada atrav s de produtos de origem nacional a pegada h drica do consumo nacional a pegada h drica dentro da rea da nag o e a pegada h drica total nacional Os valores destes cinco par metros descriminados por produto encontram se no Anexo L Tabela 4 1 Valores totais dos cinco par metros em estudo Pegada Pegada Agua virtual Pegada Pegada Pegada h drica h drica exporta
79. gt 20 Gm ano est o representados pelas setas 17 Atrav s da tabela 2 7 podemos concluir que as regi es com uma importa o de gua virtual significativa s o o Centro e o Sul da sia Europa Ocidental Norte de frica e M dio Oriente J a Am rica do Norte e do Sul Oce nia e Sudeste Asi tico s o regi es com grandes fluxos de gua exportada Hoekstra e Hung 2005 Tabela 2 7 Ranking das principais regi es em termos de gua importada e exportada Hoekstra e Hung 2005 Importa o bras agua Virtual Ranking Exporta o bruta de gua virtual Regi o Gm ano Regi o Gm ano Sul e centro Asi tico 196 1 Am rica do Norte 224 Europa Ocidental 105 2 Am rica do Sul 69 Norte de Africa 51 3 Sudeste Asi tico 68 M dio Oriente 41 4 Am rica Central 38 Sudeste Asi tico 41 5 Sul e centro Asi tico 30 Am rica Central 33 6 Oce nia 30 Am rica do Sul 21 7 Europa Oriental 29 Am rica do Norte 18 8 FSU 18 Europa oriental 12 9 Europa Ocidental 13 FSU 9 10 M dio Oriente 11 frica Austral 8 11 Norte de Africa 6 frica Central 3 12 frica Austral 4 Oce nia 2 13 Africa Central 1 Com o objectivo de estimar os volumes importados e exportados de gua virtual dever proceder se ao c lculo da gua virtual incorporada em diversos produtos seleccionados de acordo com a sua import ncia no mercado internacional dado serem os respons veis pela maior parte das tran
80. gua por quantidade de centeio m ton O azeite o produto com maior consumo de gua em Portugal e para este bem que vai o maior destaque pela negativa estando Portugal com um valor de 38960 m ton muito afastado dos valores dos outros pa ses consumindo quase 4 vezes mais gua quando comparado com a It lia 10334 m ton O valor mais pr ximo da situa o portuguesa o da Fran a que ainda assim consome cerca de menos 19 000 m ton do que Portugal para produzir a mesma quantidade de produto A m dia global apresenta um valor de 21106 m ton muito abaixo do valor registado para o nosso pa s Portugal M dia Global Gr cia Azeite Turquia Espanha It lia Fran a Figura 4 10 Compara o do consumo de gua por quantidade de azeite m ton 65 O nico destaque positivo vai para O ag car sendo o nico produto que Portugal apresenta o valor mais baixo de entre os pa ses em an lise sendo contudo a diferenga pouco significativa O motivo de escolha da Turquia para integrar este grupo de pa ses deve se n o s ao clima mas tamb m por possuir um n vel de desenvolvimento inferior a Portugal Contudo observa se que ainda assim o nosso pa s consegue ter uma pior performance no que diz respeito ao uso de gua sendo que dos 30 produtos em an lise apenas em 6 deles Portugal necessita de uma menor quantidade de gua para os produzir segundo dados da waterfootprint org Hoekstra e Chapagain 2004
81. i rio de gua de 6203 l hab dos quais apenas 299 s o para uso dom stico WWF Mediterranean 2010 32 2 3 6 Limitac es da pegada h drica A pegada h drica um conceito relativamente novo e a sua avaliag o uma nova ferramenta A avalia o da pegada h drica uma ferramenta til para quantificar e localizar as pegadas h dricas para avaliar se essas pegadas s o sustent veis e identificar op es para as reduzir se necess rio Dito isto a pegada h drica n o mais que um indicador relevante num tema muito amplo do desenvolvimento sustent vel justi a e uso eficiente dos recursos naturais Obviamente temas como o desenvolvimento sustent vel necessitam de uma abordagem multidisciplinar devendo por isso este indicador ser complementado com uma grande variedade de outros indicadores relevantes Assim a avalia o da pegada h drica n o mais do que uma ferramenta para entender as complexas rela es entre a sociedade e o ambiente incidindo sobre a utiliza o dos recursos de gua doce em fun o da limitada disponibilidade Este indicador falha na medida em que n o aborda as quest es da gua que n o est o relacionadas com a escassez nomeadamente enchentes ou falta de infra estruturas de abastecimento de gua adequado s comunidades carenciadas A avalia o da pegada h drica ent o um instrumento parcial que dever ser utilizado em combina o com outros meios anal ticos a fim de proporcionar u
82. ial passou de 2 5 bili es em 1950 para 6 5 bili es nos dias de hoje a rea agr cola irrigada duplicou e a gua consumida triplicou sendo necess rios desenvolvimentos massivos em infra estruturas hidr ulicas para que a gua chegasse a um n mero maior de pessoas A produtividade agr cola cresceu gra as a novas variedades de culturas e fertilizantes alimentada contudo por um consumo adicional de gua irrigada Os ltimos 50 anos testemunharam mudan as sem antecedentes nos ecossistemas com v rios impactos negativos sendo que o sector agr cola apontado como o grande respons vel por essas mudan as As pr ticas agr colas t m contribu do negativamente na regula o dos servi os dos ecossistemas poliniza o controlo biol gico de pragas capacidade de reten o de cheias regula o do microclima e na perda de biodiversidade e habitats naturais apoiando a hip tese de que uma gest o adequada dos recursos h dricos preveniriam muitas destas consequ ncias Os dois maiores factores que t m contribu do para o aumento da procura de comida e consequentemente o aumento do uso de gua para a produ o de alimentos s o o aumento populacional e a mudan a nos h bitos alimentares A popula o global em 2000 era de 6 1 bili es prev se que em 2015 seja de 7 2 bili es em 2030 seja de 8 1 bili es e em 2050 seja de 8 9 bili es UN 2003 A chave da variabilidade para medir e avaliar a evolu o da situa o mundial
83. ias da cidade por exemplo a substitui o dos sistemas de distribui o 35 ineficiente de gua por mais eficientes ou pela constru o de esta es de tratamento ainda n o existente de guas residuais de tal forma que a pegada de gua da cidade n o aumente apesar de possuir mais um bairro Esta forma de neutraliza o da gua tem sido tema de discuss o no Reino Unido nos ltimos anos BfW 2006 TCPA 2008 Como exemplo real e concreto em Novembro de 2006 o Governo brit nico iniciou um estudo para explorar a viabilidade de alcan ar a neutralidade de gua em Thames Gateway uma rea na zona leste de Londres EA 2007 De acordo com este estudo a neutralidade de gua seria alcan ada se o total de gua utilizado ap s o desenvolvimento desta nova rea fosse igual ou menor comparativamente ao uso total de gua em Thames Gateway antes do desenvolvimento ano base 2005 06 O conceito de neutralidade de gua tamb m pode ser aplicado a produtos ou actividades j existentes Neste caso o processo em direc o neutralidade de gua resultaria numa real melhoria ao contr rio dos exemplos acima descritos que se baseiam na manuten o do status quo 2 4 3 Neutralidade de gua de um consumidor Os consumidores individuais ou comunidades podem tentar tornar se gua neutro reduzindo a sua pegada h drica e compensando a sua pegada h drica residual A redu o do uso de gua dom stico relativamente f cil
84. imeira quest o prende se com o facto de haver um conflito entre dois indicadores de sustentabilidade a pegada h drica e a pegada de carbono Se o com rcio internacional favorece a redu o da pegada h drica o mesmo pode n o acontecer com a pegada de carbono uma vez que esta privilegia e incentiva a agricultura local de forma a diminuir as emiss es de CO relativas ao sector dos transportes portanto um conflito que poderia ser alvo de estudo em trabalhos futuros A segunda quest o est orientada para os produtos que Portugal deveria importar acima mencionados baseada na elevada pegada h drica dos mesmos Ao sugerir que Portugal importasse vinho e azeite estaria a p r em causa os dois sectores com maior representatividade na agricultura portuguesa Em 2010 o saldo da balan a comercial do azeite foi positivo o que significa que Portugal exportou mais azeite do que aquele que importou Segundo o Minist rio da Agricultura nos ltimos 20 anos Portugal quase triplicou a produ o de azeite passando de 26 mil toneladas para 68 mil toneladas Em 2010 as vendas para mercados estrangeiros subiram 37 em volume representando cerca de 47 mil toneladas As exporta es totais de azeite cresceram em m dia 20 ao ano desde 2006 aumentando 71 4 9 em 2010 face ao ano anterior ultrapassando os 158 milh es de euros economiafinangas com 2011 J a cultura da vinha segundo o Minist rio da Agricultura 2010 uma das activid
85. io por agregado familiar que representava 49 da despesa em produtos alimentares e bebidas n o alco licas enquanto que esta proporg o se situava em apenas 30 em 1989 INE 2002 Assim outra medida que poderia vir a ser desenvolvida seria a da criag o de um menu pegada h drica m nima a implementar em restaurantes e refeit rios permitindo que as pessoas ambientalmente conscientes pudessem ter essa opg o de escolha Desse menu fariam parte pratos cujos alimentos utilizados teriam a particularidade de possu rem uma pegada h drica reduzida e provenientes de locais cujos recursos h dricos fossem relativamente abundantes e onde existisse uma gest o adequada dos mesmos Outro aspecto alvo de discuss o o com rcio internacional com enfoque para os produtos que Portugal deveria importar e exportar baseado na comparag o entre o volume de gua consumido por quantidade de produto relativo a Portugal e a media global Existem alimentos que produzidos em Portugal exigem um gasto mais intensivo de recursos h dricos em compara o com a produ o desses mesmos alimentos noutras partes do mundo como o caso dos cereais excepto o milho carne bovina feij o azeite e vinho Da mesma forma visando a preserva o dos recursos h dricos existem outros produtos que seria mais vantajoso produzir em Portugal e export los como o caso do arroz e do leo de girassol Por m o com rcio internacional levanta duas quest es a pr
86. ipo de polui o pelas actividades humanas Utiliza a abordagem consumption based considerando o com rcio Pol tica de utilidade Mede o overshoot e identifica as v rias press es exercidas pelas actividades humanas nos ecossistemas Monitoriza a sociedade em direc o a um crit rio m nimo de sustentabilidade procura menor ou igual ao fornecimento Ajuda na an lise de utiliza o de energias alternativas Oferece uma vis o alternativa das pol ticas internacionais das altera es clim ticas como complemento metodologia utilizada pela UNFCCC Proporciona uma melhor compreens o da responsabilidade dos pa ses e facilita a cooperac o internacional dos pa ses desenvolvidos e em desenvolvimento Ajuda na an lise de utiliza o de energias Fornece uma nova e global dimens o da gest o dos recursos h dricos Ajuda as na es a melhor compreenderem a sua depend ncia dos recursos h dricos externos Identifica e impulsiona alternativas para reduzir o stress h drico Ajuda na an lise de utiliza o de energias alternativas Disponibiliza s empresas uma forma 43 alternativas preco internacional harmonizado para as emiss es dos GEE Pode ajudar a projectar um de controlar a sua depend ncia dos recursos h dricos ao longo da sua cadeia de abastecimento Pontos fortes Fornece uma avalia o agregada existindo uma avalia
87. lizados em 2007 e verificando ainda assim um aumento nos volumes de produ o O consumo m dio de gua por hectolitro de cerveja produzida no ltimo ano foi de 4 2 hectolitros uma melhoria de 3 sobre os ltimos 12 meses Desde 2008 data de in cio do objectivo de redu o em 25 do consumo de gua j obtiveram at ao momento uma diminui o de 8 Relat rio de sustentabilidade da SABMliller 2011 Na frica do Sul a SABMiller est a trabalhar paralelamente com os produtores de cevada para juntos melhorarem a irriga o e a produtividade das culturas n o descuidando os esfor os realizados junto da WWF para proteger as bacias hidrogr ficas onde possui as suas opera es Segundo Andy Wales chefe do departamento de sustentabilidade da SABMiller determinar as pegadas h dricas permite SABMiller identificar quais s o os elos da cadeia de suprimento que poder o enfrentar escassez de gua ou a baixa qualidade de gua no futuro Permite nos tamb m o planeamento de como lidar com aqueles desafios futuros wwf org br A SABMiller assumiu tr s compromissos fundamentais relativamente ao uso de gua no funcionamento das suas opera es a reduzir a quantidade de gua necess ria na produ o de uma unidade de cerveja b considerar as necessidades das comunidades pr ximas da f brica evitando poss veis conflitos sociais pelo uso de gua c envolver os seus fornecedores em todo o processo para que disponham de
88. lores de pegada h drica apresentados A alimentag o pelo seu papel vital no dia a dia da sociedade e estando intimamente ligada ao sector agr cola poder ser a chave de actuag o das medidas que visam a reduc o da pegada h drica Assim diversas medidas foram evocadas ao longo deste trabalho nomeadamente e O estabelecimento de uma iniciativa internacional para a certifica o da gest o respons vel da gua participada pelos cidad os empresas e Estados Water Stewardship e Campanhas de consciencializa o sensibiliza o para o problema actual da crise da gua abordando a pegada h drica e a sua minimiza o e Introdu o de r tulos nas embalagens com a informa o da pegada h drica do produto e pa s de origem objectivando uma compra mais consciente por parte dos consumidores 73 e Mudan a de h bitos alimentares dos indiv duos atrav s da cria o do menu Pegada h drica m nima e implementag o do Meatless Mondays A chamada crise global da gua percebida como o crescente desequil brio escala planet ria entre necessidades e disponibilidades h dricas est cada vez mais na agenda de governantes organiza es n o governamentais comunidade acad mica e cient fica rg os de comunica o social e opini o p blica em geral Necessitamos de uma altera o radical na nossa maneira de viver em sociedade e de rever os nossos princ pios de explora o dos recursos naturais de forma
89. m sido um princ pio norteador para a an lise destas tr s pegadas Galli er al 2004 Como qualquer indicador por definig o uma simplificag o e modelagem de uma realidade muito mais complexa conjuntos de indicadores como a fam lia das pegadas deve ser utilizado na tentativa de cobrir e acompanhar todo o funcionamento dos ecossistemas da Terra A tabela 2 10 faz uma comparag o entre estes tr s indicadores revelando os seus aspectos mais relevantes As semelhangas e diferencas entre estes indicadores ilustram como estes se sobrep em interagem e se complementam informag o que poder ser de grande interesse para os formuladores e decisores pol ticos Tabela 2 10 Compara o entre a fam lia de pegadas Galli et al 2011 Pegada ecol gica Pegada de carbono Pegada h drica Defini o Quantidade da capacidade Quantidade total de GEE Apropria o humana regenerativa da biosfera emitidos CO CHy N20 do volume de utilizada directa ou HFC PFC e SF gua doce requerida para indirectamente pela provenientes directa ou consumo humano humanidade comparada indirectamente do consumo com a quantidade dispon vel de bens e servicos ou acumulados ao longo do ciclo de vida dos produtos Unidades Hectares globais gha de Quilogramas de CO Pegada hidrica do utilizadas terra bioprodutiva Os quando apenas se tem em processo volume de gua resultados tamb m podem conta o CO ou em por unidade de tempo
90. ma compreens o de toda a gama de quest es relevantes na tomada de decis o A r pida adop o da pegada h drica como um indicador global da apropria o de gua doce por seres humanos muito til para colocar a escassez de gua doce na agenda de governos e empresas Sintetizando as principais limita es da avalia o da pegada h drica s o descritas nos seguintes pontos e A avalia o da pegada h drica concentra se essencialmente em analisar o uso de gua doce tendo em conta os recursos limitados deste tipo de gua n o abordando outros temas ambientais como as altera es clim ticas a deple o de minerais fragmenta o de habitats limitada disponibilidade de terra ou a degrada o do solo nem sociais ou econ micos como a pobreza emprego e bem estar Hoekstra et al 2011 A avalia o da pegada h drica d nfase s quest es ambientais sociais e econ micas na medida em que o uso dos recursos h dricos afecta a biodiversidade sa de assist ncia social ou a distribui o justa e equitativa deste recurso necess rio reconhecer que a redu o da pegada h drica da humanidade apenas um desafio para ser visto num contexto muito mais amplo e num vasto leque de outros desafios e A avalia o da pegada h drica aborda a problem tica da escassez de gua doce e da sua polui o por m n o tem em conta a quest o das enchentes assim como a problem tica da escassa acessibilidade de certas popula e
91. me 500 1 e o p o que o acompanha 30g 40 1 Servindo como prato principal frango 300g e arroz 200g despendem se 1300 1 e 300 1 de gua respectivamente Como sobremesa uma ma 100g representa 70 1 Terminando a refei o com uma ch vena de caf 125ml somamos mais 140 1 perfazendo os 2470 1 waterfootprint org Partindo da ideia de que a produ o alimentar mant m uma rela o estreita com a disponibilidade dos recursos h dricos e que alguns alimentos exigem um maior volume de gua na sua produ o comparativamente a outros talvez a discuss o dos padr es actuais de alimenta o da popula o mundial deva emergir rapidamente como parte da solu o 2 3 Pegada H drica 2 3 1 O conceito Em 2002 foi introduzido pelo professor A Y Hoekstra um novo indicador relativo ao consumo de gua cuja principal fun o contabilizar a quantidade de gua utilizada nos bens e servi os que s o consumidos pelos habitantes de um pa s tendo em considera o o com rcio internacional Este conceito inclui informa o baseada no conceito de gua virtual e demonstra a quantidade real de gua necess ria para sustentar e satisfazer a sociedade Hoekstra et al 2011 A m dia global da pegada h drica de aproximadamente 1385 m ano per capita waterfootprint org variando substancialmente este valor de pa s para pa s A figura 2 8 ilustra a pegada h drica per capita dos diferentes pa ses permitindo ter uma vis o glob
92. melhor informa o e conhecimento da pegada deixada nos recursos h dricos pela cadeia de suprimentos da empresa Um dos tr s elementos chave do seu programa de gest o de gua inclui o compromisso de proteger as bacias cr ticas de capta o quantificar os riscos locais e incrementar a efici ncia da irriga o A empresa examinou os perfis de utiliza o de gua em todas as principais commodities que adquiriu e tamb m o grau de adequa o a longo prazo das regi es de cultivo de cevada para ent o definir as reas de risco que requerem actividades de gest o nature org Segundo A Y Hoekstra h uma necessidade crescente por parte das empresas em considerarem a sua pegada h drica O autor afirma que os benef cios trazidos s empresas que aderem ao c lculo das suas pegadas h dricas v o desde a redu o do consumo de gua e contribui o para a manuten o desse recurso natural ao fortalecimento da marca perante o mercado ao ser identificada como uma iniciativa 52 que se preocupa com as quest es socioambientais Reduzir a pegada h drica pode ser parte da estrat gia ambiental de uma empresa assim como reduzir a pegada de carbono Al m disso muitas empresas enfrentam realmente s rios riscos relacionados com a escassez de gua nas suas opera es ou na cadeia de abastecimento dado que o seu sistema produtivo est fortemente dependente deste recurso A ind stria da cerveja por exemplo certamente n o sobre
93. mida e polu da pode ser associada ao consumo final do produto Hoekstra e Chapagain 2008 demonstraram que atrav s da visualiza o da gua incorporada nos produtos se pode compreender o car cter global da gua doce e quantificar os efeitos do consumo e do com rcio no uso dos recursos h dricos Esta compreens o poder servir de base a uma melhor e mais adequada gest o dos recursos de gua doce existentes no planeta Descobrindo a liga o escondida entre o consumo e o uso de gua podemos formar a base para a formula o de novas estrat gias de gest o da gua pois os novos caminhos para a mudan a podem ser identificados A gua doce cada vez mais um recurso global impulsionado pelo crescimento do com rcio internacional de commodities respons vel por um consumo elevado de gua Al m dos mercados regionais existem tamb m os mercados mundiais que transaccionam produtos com elevado consumo de gua nomeadamente provenientes da agricultura e pecu ria Contudo os governos n o t m uma vis o abrangente da sustentabilidade do consumo nacional Muitos pa ses t m externalizado a sua pegada h drica sem verificar se os produtos importados est o relacionados com o esgotamento da gua ou com a sua polui o nos pa ses produtores O conhecimento da depend ncia de recursos de gua noutros locais relevante para o governo nacional n o s devido avalia o da sua pol tica ambiental mas tamb m na avalia o da seguran
94. mportada agua virtual da na o na o Figura 4 3 Esquema da contabiliza o da pegada h drica nacional Hoekstra et al 2011 Por fim foi utilizada outra forma mais simplista de calcular a pegada h drica do consumo de um indiv duo portugu s multiplicando apenas o consumo anual per capita de cada bem pelo volume estimado de gua consumido por quantidade de produto de acordo com a m dia global Pegada h drica do consumo Consumo ton hab ano Volume de gua consumido por quantidade de produto m ton Equa o 8 Dado que n o foi poss vel aferir a quantidade ou percentagem importada destinada ao consumo nacional bem como o seu pa s de origem optou se por utilizar a m dia global do volume de gua consumido por quantidade de produto permitindo assim obter um valor mais pr ximo da realidade 59 4 4 Limitac es Em relag o ao consumo dos produtos hort colas quer em toneladas quer em quilogramas por habitante por ano apenas existiam dados dispon veis para o ano 2003 2004 e somente referentes ao total de hort colas consumidos Segundo esclarecimento do INE O Balan o de aprovisionamento dos hort colas s disponibiliza informa o para o total de hort colas A raz o pela qual n o se apresentam dados discriminados por esp cie hort cola prende se com o facto de n o serem contempladas na metodologia do EUROSTAT relativa a estes balan os A ltima informa o dispon vel para
95. mundial de gua tem vindo a aumentar continuamente importante analisar as regi es do globo que mais consomem gua e como a distribuem pelos diferentes sectores tabela 2 4 Tabela 2 4 Distribuig o de gua doce por continentes e sectores FAO 2004 Volume total de Extrac o de gua doce por sector Continente Regi o gua doce es Dom stico Industrial Agr cola utilizada km ano km ano km ano km ano Mundo 3830 100 381 10 785 20 2664 70 Africa 215 5 6 21 10 9 4 184 86 Asia 2378 62 2 172 8 270 11 1936 81 Am rica do Sul 252 6 6 47 19 26 10 178 71 Am rica do Norte 525 13 8 70 13 252 48 203 39 Caraibas 13 0 3 3 23 1 9 9 68 Oce nia 26 0 6 5 18 3 10 19 72 Europa 418 10 9 63 15 223 53 132 32 A primeira observac o a retirar da tabela a discrep ncia de valores relativamente ao volume total de gua doce utilizado registando a sia um consumo de 62 2 do volume total de gua doce utilizada no mundo enquanto que a Oce nia n o chega a consumir 1 Tal facto devido sobretudo diferen a de densidade populacional que se verifica nestes continentes Um outro factor de interesse s o as diferen as percentuais de uso de gua destinada ao sector dom stico industrial e agr cola Constata se que para o ano base de 2004 e a n vel mundial aproximadamente 10 do total de gua foi utilizado para uso dom stico 20 pela i
96. nd stria e 70 pela agricultura No entanto por observa o da tabela verifica se que as percentagens variam de forma significativa de continente para continente A Europa e Am rica do Norte utilizam 32 e 39 dos recursos h dricos no sector agr cola respectivamente enquanto que na sia este valor sobe para 81 e em frica para 86 A actividade industrial na Europa respons vel pela maioria do uso de gua representando 53 do uso total enquanto que em frica continente menos desenvolvido esta percentagem n o vai al m dos 4 O sector dom stico aquele cujas percentagens se encontram mais uniformemente distribu das pelos continentes 2 1 3 Consumo de gua na Europa Considerando o total de reservas existentes de recursos h dricos a Europa consome uma parte relativamente pequena A n vel europeu a parte ocidental respons vel pelo consumo de 20 dos recursos dispon veis por m tamb m aqui o consumo de gua n o equitativo Os pa ses n rdicos consomem apenas cerca de 5 enquanto que a Holanda B lgica e Alemanha consomem 40 A Russia caracterizada pela sua extensa rea possui 9 da gua existente no mundo mas consome apenas menos de 29 dos seus recursos anualmente Quer a n vel europeu quer a n vel mundial os maiores problemas de disponibilidade de gua ocorrem em pa ses onde se regista baixa pluviosidade e elevada densidade populacional bem como em reas extensas de terrenos agr colas com
97. neutralidade de gua dos produtos a chave do desafio em que os produtores e os consumidores t m uma responsabilidade partilhada Isto est de acordo com o argumento feito por Lenzen et al 2007 que descrevem o desafio de reduzir a pegada ecol gica como uma responsabilidade a ser igualmente compartilhada por produtores e consumidores A quest o de como estes ir o compartilhar essa responsabilidade na pr tica aberta ao debate p blico Os consumidores podem assumir a 37 responsabilidade pelo seu comportamento de consumo mas podem tamb m exigir a regulac o governamental das empresas quer pela forma de rotulagem de gua neutra quer pela certificag o de gua neutra da empresa 2 5 Pegada ecol gica 2 5 1 O conceito As ac es realizadas pelo homem t m sido imperativas em rela o ao meio natural estando este a enfrentar as consequ ncias de tais actos e sem precedentes no que se refere capacidade limitada dos ecossistemas em suportar o actual n vel de consumo material actividades econ micas e crescimento populacional De acordo com O Meara 1999 as reas urbanas com cerca de metade da popula o mundial s o respons veis por 80 das emiss es de carbono 75 do uso da madeira e 60 do consumo de gua Estas reas ocupam apenas 1 a 5 da rea total do planeta mas consomem 75 dos seus recursos Um hectare de uma rea metropolitana consome mil vezes mais energia comparativamente a uma rea semelhante
98. num ambiente natural Mesmo as reas pouco habitadas podem ser bastante afectadas por cidades distantes pois destas vem a gua os alimentos entre outras necessidades urbanas e os rios e o vento dispersam os poluentes causando danos mesmo a largas dist ncias do local de emiss o V rios t m sido os indicadores desenvolvidos na avalia o da sustentabilidade inclusivamente a pegada ecol gica sendo um dos mais utilizados e reconhecidos escala global O m todo da pegada ecol gica fundamenta se no conceito de capacidade de carga refor ando a ideia de sensibilizar a sociedade para este limite da natureza De acordo com a defini o apresentada por Wackernagel e Rees 1996 fundadores do conceito a pegada ecol gica a rea de ecossistema necess ria para assegurar a sobreviv ncia de uma determinada popula o ou sistema O m todo representa a apropria o de uma determinada popula o sobre a capacidade de carga total do sistema A Rede Global da Pegada entidade criada para promover a economia sustent vel tem como fun es coordenar a pesquisa desenvolver normas metodol gicas e fornecer bases de recursos aos decisores com o objectivo de ajudar a economia humana a funcionar dentro dos limites ecol gicos O c lculo da pegada ecol gica incorpora v rias componentes Atrav s da sua soma obt m se um valor global que representa uma rea produtiva capaz de repor pelo menos teoricamente o capital natural consumido pela socie
99. nvironment Programme Grande Reportagem SIC 2011 Quem semeia ventos Miriam Alves Agosto 2011 76 Hertwich E Peters G 2009 Carbon Footprint of Nations A Global Trade Linked Analysis Environmental Science amp Technology 43 pp 6414 6420 Oslo Noruega Hoekstra A 2003 Proceedings of the International Expert Meeting on Virtual Water Trade Value of Water Research Report Series No 12 IHE Delft Holanda Hoekstra A 2008 Water Neutral reducing and offsetting the impacts of water footprints Research report series nr 28 Value of Water UNESCO IHE Delft Holanda Hoekstra A 2011 The global dimension of water governance Why the river basin approach is no longer sufficient and why cooperative action at global level is needed Water 3 1 p p 21 46 Twente Holanda Hoekstra A Hung P 2002 Virtual Water Trade A quantification of virtual water flows between nations in relation to international crop trade Value of Water Research Report Series n 11 p p 25 47 UNESCO IHE Delft Holanda Hoekstra A Chapagain A 2004 Water Footprints of Nations Value of Water Research Report S ries No 16 volumes 1 and 2 UNESCO IHE Delft Holanda Hoekstra A Hung P 2005 Globalisation of water resources international virtual water flows in relation to crop trade Global Environmental Change 15 p p 45 56 UNESCO IHE Delft Holanda Hoekstra A Chapagain A 2006 Water footprint of n
100. o 1996 p p 785 788 Postel S L 2000 Entering an era of water scarcity The challenges ahead Ecological Applications pp 941 948 REA 2007 Relat rio do Estado do Ambiente 2007 Ag ncia Portuguesa do Ambiente Relat rio de sustentabilidade da Ambev 2008 Consultado em Julho de 2011 dispon vel em http www ambev com br pt br valores ambientais relatorio de sustentabilidade relatorio de sustentabilidade Relat rio de sustentabilidade da Natura 2010 Consultado em Julho de 2011 dispon vel em http natura infoinvest com br ptb s 15 ptb html Relat rio de sustentabilidade da SABMliller 2011 Consultado em Setembro de 2011 dispon vel em http www sabmiller com Rockstr m J Gordon L 2001 Assessment of green water flows to sustain major biomes of the world implications for future ecohydrological landscape management Physics and Chemistry of the Earth B Volume 26 Issues 11 12 2001 p p 843 85 Shiklomanov I 1997 Assessment of water resources and water availability in the world Comprehensive Assessment of the Freshwater Resources of the World World Meteorological Organization Geneva Silva R Cidin R 2004 Pegada ecol gica Instrumento de avalia o dos impactos antr picos no meio natural Brasil 2004 TCPA 2008 Sustainable water management eco towns water cycle worksheet Town and Country Planning Association London UK 78 Tukker A Huppes G Guin e J Heijungs R
101. o Plano Nacional da gua PNA a agricultura claramente a maior utilizadora de gua em Portugal com um volume total de cerca de 6550 x 10 m ano representando 87 do total enquanto que o volume destinado ao abastecimento urbano das popula es de 570 x 10 m ano sendo 8 do total e o valor relativo ind stria representa 5 do total ou seja 376 x 10 m ano INAG 2010 A tabela 2 5 faz o resumo dos dados acima mencionados facilitando a compreens o dos mesmos Tabela 2 5 Consumo de gua em Portugal discriminado por sector Agricultura Ind stria Abastecimento urbano 10 m ano 10 m ano 10 m ano 6550 87 376 5 570 8 10 Quanto aos custos efectivos gerados pela utiliza o da gua que se situaram nos 1 880 000 000 ano o sector urbano destaca se com aproximadamente 46 do custo total associado seguindo se a agricultura com 28 e a ind stria com 26 INAG 2010 As figuras 2 2 e 2 3 revelam a procura nacional de gua por sector e os respectivos custos de produ o VOLUME CUSTO Figura 2 2 e 2 3 Procura nacional de gua por sector e respectivos custos de produ o INAG 2010 A n vel nacional a distribui o do consumo de gua por regi es tamb m n o uniforme como ilustrado na figura 2 4 dado que a densidade populacional e o clima variam entre regi es E Algarve E Alentejo m A ores E Madeira m Norte m Centro E
102. o acontece nos pa ses Mediterr neos Nos pa ses do sul da Europa Ocidental os recursos de gua s o menos abundantes e a agricultura representa aproximadamente 80 do consumo total de gua sendo a restante parte da responsabilidade do sector industrial e dom stico A figura 2 1 d nos o panorama geral do consumo de gua na Europa descriminado por sector EU Greece Spain Italy Portugal Denmark Ireland United Kingdom France Austria Sweden Germany Finland The Netherlands Belgium Lux EFTA Norway Switzerland Iceland Liechtenstein Accession Countries Romania Hungary Poland Slovak Republic Slowenia Bulgaria Czech Republic Estonia Lithuania 0 25 50 75 100 EB Agricultura Urbanuse Industry EI Coding and others Figura 2 1 Percentagem do uso sectorial de gua na Europa EEA 1999 Relativamente ao sector agr cola ao longo das ltimas d cadas a tend ncia geral de consumo de gua aumentou devido ao uso crescente de gua para irriga o Contudo nos anos mais recentes esta taxa de crescimento tem aumentado de uma forma mais lenta A extracg o total de gua na Europa destinada ao regadio na ordem dos 105068 hm ano sendo que a aloca o m dia de gua diminuiu passando de 5499 m hab ano para 5170 m hab ano entre os anos de 1991 e 2001 No sector industrial estima se que o uso total de gua ronde os 34194 hm ano Entre 1990 e 2001 registou se um declinio na taxa de consumo ju
103. o balan o de aprovisionamento dos hort colas referente campanha de 2003 2004 dado que n o existem dados de produ o de hort colas a partir dessa data n o sendo poss vel proceder ao c lculo do respectivo balan o Deste modo nos resultados finais n o foi poss vel aferir a pegada h drica de cada produto hort cola apenas a pegada geral deste grupo de alimentos Tamb m em rela o ao ano de refer ncia e pelo que foi explicado anteriormente n o ser 2009 como acontece para a maioria dos produtos em estudo mas sim 2003 2004 por ser o ltimo valor dispon vel No entanto no que se refere s importa es e exporta es deste grupo de produtos utilizou se o ano de 2009 Como o valor foi bastante aceit vel tomou se como v lida essa aproxima o Relativamente ao centeio n o foi poss vel utilizar como ano base o ano 2009 pois o valor da quantidade exportada n o estava dispon vel Para minimizar tal facto foi usado 2008 como ano de refer ncia visto ser o ano mais recente relativamente ao centeio com todos os dados dispon veis Outro problema que se colocou foi referente carne ovina e caprina pois o consumo deste tipo de carne na base de dados do INE feita de forma conjunta mas na base de dados da waterfootprint org atribu do um valor a cada tipo de carne Assim sendo foi calculada a m dia entre as necessidades h dricas da carne ovina e caprina e utilizado esse valor no calculo da pegada h drica d
104. o caso dos produtos agr colas depende do clima irrigag o e fertilizag o praticada e a produtividade da cultura Mekonnen er al 2010 O presente estudo pode dar nos uma importante base para uma avaliag o mais profunda de como os produtos e respectivos consumidores contribuem para o problema global de apropria o de gua doce cada vez maior e dos problemas locais de explorag o excessiva e deteriorag o das massas de gua Ao longo deste trabalho ficou claro que Portugal um pa s importador de gua sendo que 61 da gua consumida incorporada nos produtos prov m de recursos h dricos externos Estabelecer ligag es entre produtos finais e consumidores de um lado e os problemas locais de gua do outro podem ajudar no di logo entre consumidores produtores intermedi rios como os processadores de alimentos e retalhistas e os governos sobre como partilhar a responsabilidade de reduzir a pegada h drica Face a elevada escassez de gua que se prev poder vir a ocorrer num futuro pr ximo fundamental que seja desenvolvido um conjunto de medidas a complementar as j existentes no Programa Nacional de Uso Eficiente da gua PNUEA com o intuito de preservar e poupar os recursos h dricos situag o que se pretendeu analisar com o presente estudo atrav s do c lculo da pegada h drica de cada produto agr cola e da an lise do com rcio internacional propondo quais os produtos que Portugal deveria importar e exportar face aos va
105. o encontro do desej vel na reduc o da pegada h drica diminuir o consumo de carne em detrimento dos produtos hort colas e frut colas Contudo para os que n o est o dispostos a uma mudanga t o radical nos h bitos alimentares existe tamb m uma opg o que j praticada em algumas cidades a iniciativa Meatless Mondays Esta iniciativa tem como base a abolig o de carne s segundas feiras e surgiu na I Guerra Mundial com o objectivo de racionar este alimento para distribuir quer pelos soldados americanos que se encontravam em terreno de guerra quer pelos pa ses europeus Ap s o fim da guerra a iniciativa perdeu forga Contudo na II Guerra Mundial e dado o xito que apresentou anteriormente a campanha voltou a surgir mas perdendo igualmente fulgor com o fim da mesma Em 2003 uma campanha liderada por cerca de 20 instituig es norte americanas de sa de p blica das quais se destaca o Center for a Livable Future pertencente ao Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health decidiu por novamente em pr tica a ideia utilizada no racionamento dos alimentos em tempos de guerra mas agora por motivos de sa de p blica e ambientais meatlessmonday com A cidade belga de Gent tornou se pioneira ao aprovar uma medida que prev que s segundas feiras os seus funcion rios dever o optar por refei es vegetarianas As motiva es utilizadas pelos indiv duos que aderem a esta iniciativa centram se na redu o do risco de doen as
106. o os pontos cr ticos de impacto nos recursos h dricos ao longo da cadeia de valor da empresa e entender as limita es da metodologia do WEN Este estudo piloto foi conclu do em 2010 Neste momento estamos a realizar pesquisas complementares de aprofundamento e a discutir internamente como ser utilizada e aplicada a metodologia para construir uma estrat gia corporativa no tema de uso sustent vel dos recursos h dricos completa A Natura ir apresentar um relat rio com os valores de redu o do uso de gua at ao final de 2011 Com a implementa o de projectos de efici ncia programas de consciencializa o e controlo do consumo de gua a Natura conseguiu uma redu o de 10 no consumo relativo por unidade facturada mantendo est vel o consumo absoluto do recurso e sem prejudicar o seu crescimento econ mico As melhorias implementadas na gest o ambiental tamb m resultaram em ganhos na reutiliza o de gua em 2010 O consumo de gua por unidade facturada foi de 0 48 1 0 521 e 0 47 Ino per odo de 2008 2009 e 2010 respectivamente Relat rio Anual Natura 2010 50 O caso Raisio A utiliza o de selos em produtos com a informa o da quantidade emitida de CO na sua produ o conhecida como pegada de carbono j adoptada por diversos fabricantes europeus Agora surgem os selos com dados sobre o consumo de gua inerente ao produto ou seja informa o sobre a sua pegada h drica A primeira empre
107. o que possui pegada h drica maior ocupando o terceiro lugar do ranking Ainda dentro deste grupo verifica se que os restantes cereais t m pegadas h dricas muito baixas o que se deve sobretudo ao baixo consumo humano destes produtos O azeite contribui com 10 para o total da pegada h drica do consumo sendo uma cultura que utiliza grandes quantidades de gua associado aos olivais modernos e intensivos Comparando agora o consumo de gua por quantidade de produto em Portugal e em outros pa ses com um clima semelhante pa ses Mediterr neos poss vel observar algumas diferen as significativas 63 com Portugal a destacar se pela negativa figura 4 7 100 90 80 70 60 E M dia Global 50 40 ETurquia 30 A 20 E it lia 10 E Franca 0 s BSERELLSSLEESERSSSEKERZESLESTERENSS MEspanha REA A E asas oT E ss e BL 5 B E O Gr cia seo 6 5a 15 o a vs s o I v gt 5 m Portugal kag a e u gt m ums P 22 o O 5 E E 8 5 Figura 4 7 Percentagem de consumo de gua por quantidade de produto em 6 pa ses europeus e m dia global Em 13 produtos num total de 30 seleccionados batatas trigo centeio aveia cevada macas p ssegos uvas laranjas feij o azeite semente de azeitona e vinho Portugal apresenta o valor mais elevado de consumo de gua por quantidade de produto de entre os pa ses seleccionados situa o que contribui em grande parte para a
108. onsumidos pela 28 sua respectiva pegada h drica Rapa gt ct do za Ly 1 p expressa em volume por tempo sendo C p consumo do produto p unidades de produto tempo WF pe p pegada h drica do produto p volume de gua unidade de produto O volume total do produto p consumido geralmente prov m de diferentes lugares x pegada h drica m dia de p calculado da seguinte forma Y Clx pIXWE q DX Pl WE p prod p y C x p expressa em volume por unidade de produto sendo C x p consumo do produto p na origem x unidades de produto tempo WFprod x p pegada h drica do produto p na origem x volume de gua unidade do produto Dependendo do n vel desejado de detalhe da an lise poss vel rastrear a origem dos produtos consumidos com maior ou menor precis o Caso n o seja poss vel tragar as origens dos produtos consumidos a nica solu o ser utilizar as estimativas das m dias globais ou nacionais para as pegadas h dricas dos produtos em causa A pegada h drica de bens e servi os privados s o exclusivamente distribu dos pelos consumidores desse bem ou servi o privado As pegadas h dricas de bens e servi os p blicos compartilhados s o repartidos pelos consumidores com base na apropria o de cada consumidor Hoekstra et al 2011 29 2 3 5 O caso portugu s O Relat rio Planeta Vivo 2008 da World Wildlife Fund WWF 2008 posiciona Portugal na 6 posig o
109. orma e devolv los limpos natureza J os consumidores devem preocupar se com a origem dos produtos que consomem e com os procedimentos adoptados na produc o acrescentando ainda que A actua o dos governos na regula o do conceito e das empresas na optimiza o do processo produtivo pode gerar uma nova economia e um novo mercado de trabalho A Water Footprint Network tem vindo a desenvolver metodologias para que os governos empresas comunidades e indiv duos possam identificar as suas pegadas h dricas objectivando a redu o do consumo de gua doce recurso essencial vida mas que se torna cada vez mais limitado em todo o mundo Ao longo deste cap tulo dar se foco ao modo como este conceito pode e tem sido utilizado para diferentes fins nomeadamente ao n vel dos decisores pol ticos mundo empresarial e sociedade em geral 3 2 Decisores pol ticos O uso dos recursos h dricos deve constar como assunto priorit rio na agenda governamental dos diversos pa ses dado que o acesso gua pot vel est a tornar se rapidamente um problema global Aldaya et al 2009 realizaram um estudo na regi o da mancha ocidental espanhola onde falam entre outros assuntos da import ncia da an lise da gua virtual e da pegada h drica na formulag o de pol ticas que visam uma correcta gest o dos recursos h dricos Apesar de nas ltimas tr s d cadas a regi o ter beneficiado de um not vel desenvolvimento so
110. os A restante parte n o consumida pelos seres humanos destina se manuten o dos ecossistemas que dependem dos fluxos de gua subterr nea e superficial Hoekstra et al 2011 A pegada h drica azul calculada tendo em conta tr s factores Pegada h drica azul gua azul evaporada gua azul incorporada Perda no fluxo de retorno 23 Atendendo a que a unidade da pegada h drica azul volume de gua por unidade de tempo ao dividirmos pela quantidade de produto que resulta do processo esta tamb m pode ser expressa em termos de volume de gua por unidade de produto Ao avaliar a pegada h drica azul de um processo dependendo no mbito do estudo pode ser relevante distinguir as diferentes fontes de gua A divis o mais importante entre gua superficial gua subterr nea renov vel e gua subterr nea f ssil Por m na pr tica esta distinc o n o feita com frequ ncia dada a insufici ncia de dados dispon veis Hoekstra et al 2011 O maior utilizador deste tipo de gua sem d vida a agricultura 2 3 2 4 Pegada h drica verde A pegada h drica verde um indicador do uso humano deste tipo de gua e est directamente dependente da precipitag o evaporac o potencial e dos requisitos da cultura Esta gua refere se a precipita o que chega superf cie terrestre e armazenada no solo ou que permanece temporariamente superf cie ou na vegeta o ou seja que n o sofre escoamento sup
111. os devido ao consumo de recursos permitindo associar estas emiss es s actividades humanas Estes dois indicadores s o caracterizados por uma ampla cobertura espacial e escala de aplicabilidade na medida em que podem ser aplicados a um nico produto cidade nag o ou at mesmo a todo o planeta Galli er al 2004 Contabilizam todas as actividades que incorporam o ciclo de vida do produto todos os processos de que s o alvo at ao seu fim de vida Ambos os indicadores tal como a pegada ecol gica s o capazes de representar as consequ ncias das actividades humanas para o meio ambiente complementando se na avalia o da press o humana sobre o planeta 2 7 Comparac o entre a pegada ecol gica de carbono e h drica Desde o aparecimento do conceito sustentabilidade t m sido criados in meros indicadores destinados a avaliac o deste mesmo conceito Com base na premissa de que nenhum indicador por si s capaz de avaliar os progressos da 41 sustentabilidade e de que os indicadores devem ser utilizados e interpretados conjuntamente surge a fam lia das pegadas composta pela pegada ecol gica de carbono e h drica e definida como um conjunto de indicadores que monitorizam a press o humana sobre o planeta e sob diferentes ngulos A procura de indicadores operacionais deve ser guiada por uma s rie de crit rios espec ficos pol tica de utilidade solidez cient fica etc a que estes dever o responder e isso te
112. pectiva posig o no ranking mundial Tabela 2 3 Disponibilidade de gua por continente e 20 pa ses principais 1995 1999 Hoekstra e Hung 2002 Continentes Pa ses Disponibilidade 10 m ano Ranking mundial sia 16145247 China 2800000 4 Indon sia 2530000 5 Bangladesh 2357000 7 ndia 2085000 8 Myanmar 1082000 10 Kuwait 758000 15 Jap o 457000 19 Camboja 498100 17 Mal sia 456000 20 Am rica do Sul 12332000 Brasil 6950000 1 Venezuela 1317000 9 Col mbia 1070000 11 Argentina 994000 12 Chile 468000 18 Europa 8888200 R ssia 4498000 2 Am rica do Norte 6427400 Estados Unidos da Am rica 2476000 6 Canad 2901000 gt frica 4897220 Congo 832000 13 Libia 600000 16 Oce nia 1499600 Papua Nova Guin 801000 14 Somat rio de todos os paises do respectivo continente O continente asi tico possui 9 pa ses com grande disponibilidade de gua num universo de 20 pa ses seleccionados A Am rica do Sul tamb m se destaca pois o pa s n 1 do ranking encontra se no seu territ rio o Brasil Relativamente Europa a R ssia que se encontra no segundo lugar do ranking possui cerca de metade da gua existente em todo o continente 2 1 2 Consumo de gua no Mundo Tal como foi dito anteriormente a gua n o se distribui uniformemente pelo planeta Dado que o consumo
113. portada nos principais pa ses do mediterr neo europeu Figura 2 13 Mapa hipsom trico de Portugal com destaque para o sistema montanhoso de Sintra Montejunto Estrela Figura 4 1 Etapa 1 da metodologia da an lise da pegada h drica Figura 4 2 Etapa 2 da metodologia da an lise da pegada h drica Figura 4 3 Esquema da contabilizag o da pegada h drica nacional Figura 4 4 Peso de cada grupo de produtos na pegada h drica total do consumo Figura 4 5 Pegada h drica per capita dos produtos seleccionados Figura 4 6 Peso de cada produto na pegada h drica total do consumo Figura 4 7 Percentagem de consumo de gua por quantidade de produto em seis pa ses europeus e m dia global Figura 4 8 Compara o do consumo de gua por quantidade de feij o m ton nos seis pa ses em an lise Figura 4 9 Compara o do consumo de gua por quantidade de centeio m ton nos seis pa ses em an lise Figura 4 10 Compara o do consumo de gua por quantidade de azeite m ton nos seis pa ses em an lise Figura 5 1 e 5 2 Compara o entre as disponibilidades di rias per capita em 2008 e o padr o alimentar saud vel 11 11 17 17 19 20 21 27 28 30 31 56 57 59 62 63 63 64 64 65 65 69 XV xvi ndice de tabelas Tabela 2 1 Quantidade de gua na terra 5 Tabela 2 2 Distribuig o da disponibilidade de gua pot vel e respectiva percentagem d
114. r ncia utilizou se a mesma fonte para saber a popula o total portuguesa nesse ano permitindo assim expressar com exactid o resultados em per capita Os restantes dados utilizados para calcular a pegada h drica de cada produto s o da autoria de Hoekstra e Chapagain 2004 dispon veis no site oficial deste indicador waterfootprin org que entre outras informa es relevantes cont m uma base de dados de onde s o provenientes as informa es relativas ao volume de gua consumido por quantidade de produto produzido m ton referente aos 30 bens agr colas seleccionados de acordo com as caracter sticas de Portugal bem como a m dia global desse mesmo volume Os valores s o baseados nas necessidades h dricas e produtividade de cada cultura bem como em par metros clim ticos que influenciam a evapotranspira o Os dados da m dia global do volume de gua consumido por quantidade de produto foram utilizados quando estavam em causa valores de importa o uma vez que n o existe informa o dispon velreferente aos pa ses a que Portugal recorre para importar produtos Nos c lculos que envolveram a produ o nacional foi utilizado o valor caracter stico de Portugal para cada produto 56 Etapa 2 Aplicac o Recolha de Tratamento e Interpretag o informag o An lise de dados dos resultados Figura 4 2 Etapa 2 da metodologia da an lise da pegada h drica Para obter o valor da pegada h drica interna e externa
115. r do consumo INE 2002 Inerente alimenta o est a agricultura de onde prov m os alimentos mais representativos da dieta alimentar mundial e a mat ria prima utilizada no processamento dos mesmos Em Portugal este sector representa cerca de 80 do uso total de gua A n vel nacional o peso do sector agr cola correspondeu a 2 8 do PIB nacional em 1999 2001 e a ind stria alimentar foi respons vel em 2001 por 5 Comiss o Europeia 2003 O presente estudo pretende ir um pouco mais al m ao calcular a pegada h drica do consumo nacional e ao estudar em pormenor o peso que cada alimento representa nesta pegada De acordo com o padr o de consumo de um individuo e da oferta de produtos agr colas que ele possui poss vel obter uma estimativa da sua pegada h drica Assim quando se fala em pegada h drica a alimenta o e a agricultura s o temas imposs veis de dissociar da discuss o dada a elevada contribui o que d o ao valor desta pegada contribuindo igualmente um motivo de escolha deste tema 4 2 Selec o do grupo de an lise O grupo de an lise constitu do por 30 produtos agr colas dos quais fazem parte a car arroz batatas carne bovina carne su na carne de aves de capoeira carne de ovinos e caprinos trigo centeio aveia cevada milho ma as peras e marmelos p ssegos uvas laranjas hort colas feij o gr o leo de girassol leo de soja azeite ovos semente de azeitona vinho leite
116. rando e mantendo o seu pr prio sistema de abastecimento Hoekstra 2008 34 Num sentido gen rico pode dizer se que um bem servico consumidor individual comunidade empresa ou actividade gua neutro quando as externalidades negativas da pegada h drica do bem servi o consumidor individual comunidade empresa ou actividade foram reduzidas e compensadas Wes A fim de se tornar gua neutro h dois requisitos a serem cumpridos e Tudo o que razoavelmente poss vel deve ser feito para reduzir a pegada h drica existente e A compensa o da pegada h drica residual feita atrav s de um investimento razo vel para a realiza o ou apoio a projectos que visem o uso sustent vel e equitativo dos recursos h dricos Os termos entre aspas encontram se assim denominados pois incluem elementos normativos que necessitam de uma maior especifica o e sobre o qual preciso chegar a um consenso Hoekstra 2008 O investimento pode ser feito em termos reais na forma de esfor o pr prio mas tamb m pode ser realizado em termos de fornecimento de fundos para apoiar projectos conduzidos por outras entidades O tamanho do investimento deve ser fun o da vulnerabilidade da regi o onde a pegada h drica residual est localizada A pegada numa zona com escassez de gua obviamente mais danosa e requer um esfor o maior comparativamente a zonas que tenham recursos h dricos abundantes Os danos causados numa baci
117. rassol 18 Milho logurte Azeite Ovos 19 leo de soja Manteiga Queijo Uvas 20 Peras e Fiss Carne de aves Azeite marmelos de capoeira 21 P ssegos Came de aves Uvas P ssegos de capoeira 22 Carne ovino e Queijo Peras e Centeio caprino marmelos 23 Laranjas P ssegos Centeio Feij o 24 Uvas Uvas Ovos leo de soja 25 Semente de Gr o CERA Carne ovino e azeitona caprino 26 Centeio can 9YMO Aveia Manteiga caprino 27 Gr o Aveia Gr o Aveia 28 Manteiga DDr a Manteiga Gr o azeitona 29 Aveia Carne Bovina Came une Bene eS caprino azeitona 30 Cevada Centeio pone de Cevada azeitona 67 5 DISCUSSAO Para produzir alimentos suficientes para satisfazer as necessidades alimentares di rias de uma pessoa s o necess rios cerca de 3000 de gua cerca de 1 1 por caloria Apenas aproximadamente 2 1a 5 1 de gua s o necess rios para beber No futuro mais pessoas v o requerer ainda mais gua para os diferentes usos Por m a quantidade de gua utilizada por pessoa pode ser reduzida mudando o que as pessoas consomem e a forma como utilizam a gua para produzir os bens alimentares Se imaginarmos um canal com 10 metros de profundidade 100 metros de largura e 7 1 milh es de quil metros de comprimento comprimento suficiente para cercar a terra 180 vezes conseguimos imaginar a gua necess ria anualmente para produzir alimentos para a popula o actual estimada em 6 5 bili es de habitantes Quando a popula o mund
118. reduzida dado que n o utilizam grandes quantidades de gua ao longo da sua produ o Atrav s da pegada h drica de cada produto e do seu peso na pegada h drica total do consumo figura 4 5 e 4 6 respectivamente possivel analisar pormenorizadamente os produtos que mais responsabilidades t m na pegada h drica do consumo nacional Tal an lise importante para compreender os pontos chave de actua o relativamente mudan a de h bitos alimentares No Anexo I encontram se as pegadas h dricas per capita de cada um dos 30 produtos analisados 62 Pegada h drica m hab ano 250 200 150 100 E Pegada h drica A A A do DE UA Kan 00 000 00 o u mo SS Lo Yo 8 7 a y YU so 8 y see EE TESTERS E a er e a a 5333 2 82 3s 3 7 AS a g5 F 3 2 6 5 a E o 3 a Figura 4 5 Pegada hidrica per capita dos produtos seleccionados 18 16 14 12 10 8 5 4 E de Pegada H drica sobre o total 2 0 a BSHEESSSLTELSRsS Ss ReRKESesteReese ES AA EA Hg sSRE sscsetass lt EB STE 22ER pot EST 2 90 oe 28 2 8 o sa 3 ao 3 4 gece 2 38 2 2 EU 2 v o O 5 a E 2 2 6 5 E 5 E Figura 4 6 Percentagem de cada produto na pegada h drica total do consumo A carne su na e bovina destacam se n o s dentro do grupo da carne mas tamb m ao n vel dos 30 produtos tal como o trigo que de todos os cereais
119. rganization for Standardization kcal kilocaloria LCA Life Cycle Assessment NVWI Importag o de gua virtual ONG Organizag o n o Governamental ONU Organiza o das Na es Unidas PNE Plano Nacional Estrat gico PIB Produto Interno Bruto PNA Plano Nacional de gua PNUD Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUEA Plano Nacional Uso Eficiente de gua PRODER Programa de Desenvolvimento Rural REA Relat rio de Estado do Ambiente TCPA Town and Country Planning Association UE Uni o Europeia UN United Nations UNESCO United Nations Educational Scientific and Cultural Organization UNFCCC United Nations Framework Convention on Climate Change WA Disponibilidade de gua xix WD Depend ncia de gua importada WEN Water Footprint Network WS ndice de escassez de gua WSS ndice de auto sufici ncia de gua WU Uso total de gua WWAP World Water Assessment Programme WWC World Water Council WWF Water Wildlife Fund XX 1 INTRODU O 1 1 Enquadramento e relev ncia do tema A gua um recurso natural nico essencial vida O planeta Terra tem cerca de 70 da sua superf cie coberta por gua na sua maioria salgada Apenas 2 5 do total de gua existente pode ser potencialmente utilizada para consumo humano Da gua existente na Terra parte dela n o se encontra livre na natureza uma vez que faz parte dos seres vivos A g
120. s gua pot vel uma vez que este n o um problema de escassez de gua mas sim uma quest o de pobreza Al m disso a pegada h drica refere se gua doce e n o ao uso e polui o da gua do mar Hoekstra et al 2011 33 e As empresas t m mostrado um interesse cada vez maior no seu risco da gua Levinson et al 2008 Pegram et al 2009 Morrison et al 2009 2010 Barton 2010 A avalia o da pegada h drica de uma empresa auxilia a compreens o de parte desse risco mostrando quais as componentes da pegada h drica da empresa que s o insustent veis Contudo a avalia o da pegada h drica n o a avalia o de risco completa Se o risco da gua o foco de interesse para a reputa o e regulamenta o da empresa a realiza o de uma avalia o da pegada h drica n o suficiente 2 4 Neutralidade de gua 2 4 1 O conceito O conceito de neutralidade de gua foi concebido por Pancho Ndebele em 2002 na Cimeira Mundial de Joanesburgo para o Desenvolvimento Sustent vel Water Neutral 2002 A ideia na poca da cimeira foi quantificar a gua consumida durante o evento e traduzir esses valores em dinheiro real Delegados empresas e grupos da sociedade civil foram incentivados a neutralizar a gua consumida comprando certificados para compensar o consumo pr prio de gua durante o encontro de dez dias O dinheiro da compra dos certificados foi investido na instala o de bombas de gua p
121. s como a pegada de carbono e o com rcio justo Esta exig ncia por parte da sociedade iria obrigar as empresas a fornecerem estes dados e a terem cuidados cada vez maiores com os recursos h dricos para que n o percam competitividade no mercado Esta proposta assemelha se campanha implementada recentemente em Portugal incentivando os consumidores a comprarem produtos de origem nacional intitulada de Compro o que nosso onde v rios produtos de origem nacional apresentavam no seu r tulo um s mbolo que permitia aos consumidores facilmente identificarem estes produtos Tanto a pegada ecol gica como a pegada de carbono como a pegada h drica foram elaboradas para alertar as organiza es e a popula o e provocar uma reflex o sobre a forma de utiliza o dos recursos naturais finitos e cada vez mais escassos no actual contexto de crise ambiental global No site oficial da pegada h drica existem duas calculadoras uma mais geral e outra mais rigorosa que contempla um maior n mero de par metros que permitem estimar a pegada h drica de cada indiv duo waterfootprint org Outra ferramenta que poder ajudar na hora de decidir que produtos comprar uma aplica o 53 actualmente dispon vel para o iPhone demonstrando a import ncia que este conceito tem vindo a tomar na sociedade actual Esta aplicag o consiste na ilustrag o da pegada h drica atrav s de valores baseados nas metodologias desenvolvidas por Hoekstra et al de
122. s da popula o ind stria agricultura e outras actividades WSS WU WU NVWD x 100 sendo WSS ndice de auto sufici ncia h drica WU Uso total de gua no pa s m ano NVWI Importa o de gua virtual l quida da na o m ano Um ndice de auto sufici ncia alto revela um pa s capaz de assegurar toda a gua necess ria para os diversos fins De uma forma oposta valores baixos reflectem um pa s totalmente dependente da importa o de gua virtual Assim Allan 1998 e 2003 levantou a quest o da possibilidade de produtos que necessitam de grandes quantidades de gua na sua produ o serem exportados de lugares com elevada disponibilidade de gua para pa ses com maior escassez de gua Estas importa es de gua aliviariam a press o exercida sobre os recursos h dricos segundo o autor Apoiando as palavras de Allan o relat rio do World Water Council WWC 2003 afirma que o com rcio agr cola se apresenta como o grande transferidor de gua entre regi es e que o pa s ao importar produtos que utilizam gua de forma intensiva no seu processo produtivo consegue direccionar a gua para outras finalidades beneficiando assim deste com rcio 2 2 2 O com rcio internacional de gua virtual Segundo alguns te ricos o com rcio directo de gua entre na es n o significativo no com rcio internacional pelo que n o deve ser levado em conta na conjuntura actual Por m este com rcio
123. s disponibilidades di rias per capita em 2008 e o padr o alimentar saud vel evidenciando a desequilibrada alimentac o que os portugueses t m vindo a adoptar Esta comparag o indica que a dieta alimentar portuguesa n o tem sido variada equilibrada e moderada afastando se progressivamente dos princ pios b sicos de uma dieta saud vel Face d cada de 90 verificaram se aumentos das disponibilidades nos grupos dos leos e gorduras e da carne pescado e ovos e decr scimos no grupo das leguminosas secas Tais factos foram acentuando os desequilibrios alimentares que se verificam na populac o portuguesa 20 Lacticinios e y 6 3 Cames Pescado Cereais e tub rculos Figura 5 1 e 5 2 Comparag o entre o padr o alimentar saud vel e as disponibilidades di rias per capita em 2008 INE 2010 A desequilibrada alimenta o dos portugueses caracteriza se principalmente por desvios no grupo da carne pescado e ovos com uma disponibilidade para consumo 11 p p acima do recomendado e no grupo das hort colas com disponibilidades deficit rias em cerca de 10 p p INE 2010 Nos restantes grupos de alimentos a disponibilidade para consumo dos frutos e leguminosas secas tamb m se encontra abaixo do recomendado com 6 p p e 3 p p respectivamente INE 2010 Existem apenas dois grupos cereais e tub rculos e lactic nios cujas disponibilidades para os respectivos con
124. s entidades revelam uma grande ajuda no desenvolvimento de estudos pois s o fontes cred veis que fornecem dados padronizados de unidades e que t m acesso privilegiado a determinadas informa es que mais nenhum rg o teria Hoekstra e Hung 2002 Mas a exist ncia deste com rcio internacional leva a muitas outras quest es Se por um lado os benef cios da exist ncia desta actividade se destacam por outro lado delegar a este com rcio a fun o de estabelecer o que cada pa s dever produzir tendo por base a quantidade de gua dispon vel no seu territ rio pode levar a discuss es e gerar novos conflitos Assim outras quest es de pol tica h drica e econ mica devem ser averiguadas V rios autores prop em uma vis o hol stica dos recursos h dricos Hoekstra e Hung 2002 pensando a n vel econ mico social e pol tico garantindo a satisfa o das necessidades da popula o e condi es de produ o industrial e agr cola para os outros sectores da sociedade Segundo o World Water Council e o Institute for Water Education da UNESCO a gua virtual dever ser uma op o pol tica exercendo menos press o sobre pa ses com menor disponibilidade h drica mas deve vir acompanhada de uma pol tica de consciencializa o para o uso de produtos que requerem uma quantidade de gua reduzida ou seja produtos mais sustent veis O conceito de gua virtual deve ter em conta as rela es entre o uso dos recursos e todo o trabalho
125. s geogr ficos de arquivar e publicar esta dissertac o atrav s de exemplares impressos reproduzidos em papel ou de forma digital ou por qualquer outro meio conhecido ou que venha a ser inventado e de a divulgar atrav s de reposit rios cient ficos e de admitir a sua c pia e distribui o com objectivos educacionais ou de investigag o n o comerciais desde que seja dado cr dito ao autor e editor vi Agradecimentos Professora Doutora Maria Paula Baptista da Costa Antunes pela sugest o do tema por todo o tempo dispendido pelos conhecimentos que me foram transmitidos e por toda a orientag o prestada durante a realizag o do presente estudo Ao Instituto Nacional de Estat stica pela facilidade disponibilidade e rapidez em responder a pequenas d vidas e quest es que foram surgindo ao longo desta disserta o Aos fundadores do site oficial da pegada h drica pela rica e vasta informa o fornecida e crucial na realiza o deste trabalho bem como a Arjen Y Hoekstra criador do conceito e a toda a sua equipa que at ao momento continuam a desenvolver um trabalho ex mio acerca do tema Finalmente mas n o menos importante aos meus pais e irm que me proporcionaram todas as condi es para poder ser a pessoa e aluna que sou hoje e que sempre me incentivaram a progredir e a concretizar os meus sonhos e ao Ricardo pelo apoio incondicional em todos os momentos e por me ter escutado sempre que precisei vil viii Re
126. s que investem na melhoria da gest o dos recursos h dricos Em rela o pegada h drica indirecta dificilmente os consumidores a conseguir o compensar pois a variedade de bens e servi os consumidos muito vasta de modo que imposs vel rever os v rios 36 impactos negativos e compensar todos Seria mais conveniente se o consumidor tivesse a op o de comprar gua neutra ou comprar produtos em lojas certificadas de gua neutra 2 4 4 Neutralidade de gua de uma empresa Para muitas empresas a gua doce um ingrediente b sico para as suas opera es por m o seu efluente pode levar polui o de uma grande massa de gua lesando seriamente o ambiente Inicialmente a press o da opini o p blica bem como a imagem da empresa t m sido as raz es mais importantes para as iniciativas de sustentabilidade desenvolvidas no mundo empresarial Hoje no entanto muitas empresas reconhecem que a incapacidade de gerir a quest o da gua doce levanta diferentes tipos de risco do neg cio incluindo o aumento do controlo regulamentar os riscos financeiros causados pela polui o e a disponibilidade de gua doce suficiente para as opera es Um grande n mero de empresas multinacionais reconhece agora que a gest o pr activa pode evitar riscos e contribuir para a sua rentabilidade e competitividade A contabilidade da pegada h drica da empresa cada vez mais considerada como um elemento essencial no desempenho sustent v
127. sa a imprimi los nas embalagens foi uma ind stria de cereais da Finl ndia a Ra sio com um lucro de 500 milh es de euros em 2008 O cereal elovena feito com aveia ganhou um selo que indica a quantidade de gua utilizada na cadeia de produ o desde os campos de aveia at ao supermercado Para fabricar 100 gramas do produto foram necess rios 101 litros a maior parte para o cultivo da aveia Para chegar a este valor a empresa recorreu a uma metodologia pr pria na qual utilizou dados do Instituto Meteorol gico da Finl ndia relativos evapora o de gua levando todo o processo cerca de tr s meses a ser realizado e exigindo uma equipa de seis funcion rios de reas distintas entre a f brica e relacionamento com fornecedores al m de um consultor externo que j havia prestado aux lio empresa na determina o da pegada de carbono Revista Exame 2009 Devido s condi es clim ticas da Finl ndia onde a precipita o elevada a empresa afirma que n o necess ria a utiliza o de irriga o sendo a gua usada como parte do seu ciclo natural Al m disso segundo a Raisio n o h descarga de efluentes l quidos uma vez que os flocos de aveia s o feitos por vaporiza o O movimento feito pela Raisio come a a ser seguido tamb m por outras grandes companhias em todo o mundo A americana Levi Strauss calculou que a produ o de cada jeans do tradicional modelo 501 consome quase 2000 litros de gua A Coc
128. sacg es entre na es Para proceder a estas estimativas dever o ser consideradas as especificidades de cada produto e de cada regi o relativamente s necessidades h dricas Estas necessidades espec ficas s o determinadas pela estimativa do volume de gua incorporado em cada um desses produtos e em cada uma das regi es tendo por base os seguintes crit rios par metros clim ticos da regi o caracter sticas do produto evapotranspira o e necessidade h drica da cultura produtividade e com rcio internacional da cultura figura 2 7 Hoekstra e Hung 2005 18 Refer ncia da evapotranspira o da cultura mm dia Par metros clim ticos Evapotranspirag o da cultura mm dia Coeficiente da cultura Necessidade hidrica da cultura m ha Produtividade da cultura Procura especifica de tonha gua m ton Com rcio internacional Com rcio intemacional da cultura ton ano de gua virtual m ano Figura 2 7 Esquema conceptual dos passos para as estimativas de com rcio internacional de gua virtual Hoekstra e Hung 2005 O esquema apresentado evidencia que apesar de se tratar do mesmo produto de acordo com as caracter sticas clim ticas rendimento e produtividade dessa regi o a sua produc o pode necessitar de um volume de gua diferente 2 2 4 Produtos sustent veis O conceito de gua virtual bem como todos os estudos j desenvolvidos permitem aprofundar e discutir certas quest
129. stificada pelo abrandamento da produg o industrial reestruturac o econ mica uso de tecnologias mais eficientes introduc o de instrumentos econ micos entre outros factores O consumo de gua destinado ao uso dom stico na Europa est estimado em 53294 hm ano Tal como no sector industrial tamb m aqui se verifica um decr scimo no consumo per capita entre 1990 e 2001 relacionado com a mudanga no estilo de vida das populag es uso de tecnologias mais eficientes e dispositivos de poupanga de gua etc Karavatis Tradicionalmente os problemas de quantidade de gua s o tratados com o aumento das capacidades de armazenamento atrav s de reservat rios e sistemas de transfer ncia de gua Contudo medidas de redu o na procura de gua est o agora em curso em v rios pa ses da Europa Estas medidas juntamente com uma maior consciencializa o do uso de gua t m reduzido o consumo p blico Os mercados internos e sectores industriais est o cada vez mais eficientes GEO3 2002 2 1 4 Consumo de gua em Portugal A procura de gua em Portugal tendo como base os custos reais da gua est actualmente estimada em cerca de 7500 x 10 m ano no conjunto dos sectores agr cola industrial e urbano correspondendo a um valor global de 1880 x 10 ano Segundo dados do Minist rio das Finan as representou 1 65 do produto interno bruto PIB nacional em 2000 INAG 2010 Em termos de procura por sectores segundo
130. sumo A gua um recurso escasso e essencial para a qualidade de vida das populac es bem como para o seu desenvolvimento econ mico As press es sobre este recurso t m vindo a aumentar tornando se urgente a sua preservac o e gest o eficaz e eficiente Esta disserta o centra se no indicador pegada h drica que mede a apropria o por parte da humanidade dos recursos de gua doce O valor m dio global da pegada h drica centra se nos 1385 m hab ano sendo que no caso portugu s este valor de aproximadamente 2264 m hab ano O estudo tem como objectivo geral calcular a pegada h drica de um conjunto de bens agr colas visando encontrar um valor aproximado da pegada h drica relativa ao consumo da nag o e compara la a pegada h drica total portuguesa Foi poss vel concluir que a pegada h drica referente ao consumo de bens agr colas de 1432 m hab ano correspondendo a 63 da pegada h drica total sendo que os produtos com maior pegada s o a carne su na a carne bovina e o trigo A presente disserta o cont m ainda um conjunto de medidas que tem como fim a redu o da pegada h drica Essas medidas passam pela sensibiliza o e consciencializa o da popula o certifica o internacional da gest o respons vel da gua disponibilidade de mais informa o nos r tulos dos produtos e a mudan a de h bitos alimentares com a cria o de duas medidas especificas cria o do menu Pegada h drica m nima
131. sumo o programa internacional de uso eficiente de gua tem como metas e Estabelecer um programa de certifica o pelo uso respons vel da gua a n vel global e Adapta o da certifica o s especificidades regionais e locais atrav s de interac es com os actores chave que representam estes n veis e Adapta o da certifica o a sectores produtos tipos de institui o entre outros 47 Ainda n o existe informag o muito precisa sobre a norma ISO 14046 dado que ainda est em fase de concepg o A nivel nacional existem algumas curiosidades que nos fazem pensar sobre o modo de actuag o dos decisores pol ticos e as respectivas consequ ncias que contribuem para o aumento da pegada h drica O Programa de Desenvolvimento Rural PRODER um apoio estrat gico e financeiro da Uni o Europeia que contribui para o desenvolvimento e moderniza o da agricultura nos Estados Membros num per odo de 6 anos 2007 2013 O Fundo Europeu Agr cola de Desenvolvimento Rural FEADER co financia aproximadamente com 3 5 mil milh es de euros envolvendo uma despesa p blica de mais de 4 4 mil milh es de euros As orienta es fundamentais para a utiliza o nacional do FEADER prov m do Plano Estrat gico Nacional PEN proder pt 2011 Este apoio se usado convenientemente permitiria o uso de melhores tecnologias no sector agr cola possibilitando o aumento da produtividade e a redu o dos desperd cios de gua Em Por
132. sumos se apresentam pr ximas do padr o alimentar desejado De modo a alcan ar um padr o alimentar aceit vel os portugueses deveriam aumentar 69 aproximadamente 5 vezes o consumo de leguminosas secas Era ainda aconselh vel que a sua dieta fosse suplementada com hort colas e frutos 79 e 48 respectivamente INE 2010 Por outro lado a diminuig o do consumo de carne pescado e ovos e de leos e gorduras que actualmente se consume em excesso seria fundamental Para a obteng o de boas pr ticas alimentares esta redug o deveria ser aproximadamente 70 para o primeiro grupo e 67 para o segundo INE 2010 No per odo em an lise a disponibilidade para consumo de produtos de origem animal cresceu a uma taxa m dia anual de 1 1 O oposto aconteceu com os produtos de origem vegetal que apresentaram uma taxa m dia anual negativa de 0 7 no mesmo per odo INE 2010 Tal facto tem se vindo a consolidar desde a d cada de 90 e caso esta tend ncia se mantenha os cen rios apontam para que os produtos de origem animal obtenham ainda mais peso na alimentag o dos portugueses INE 2010 Segundo os resultados apresentados no cap tulo anterior a carne especialmente a bovina e su na apresenta valores elevad ssimos de pegada h drica ao inv s dos produtos hort colas e frut colas Os factos revelados pela Balan a Alimentar Portuguesa relativamente aos dist rbios que a popula o portuguesa apresenta neste campo v o a
133. to ou litros por quilograma de produto Em muitos casos e para certos produtos pode ainda ser expressa em volume de gua por tipo de produto No caso dos produtos industriais a pegada h drica usualmente expressa em metros c bicos por US ou volume de gua por tipo de produto Em alternativa existem outras formas menos comuns de expressar a pegada h drica de um produto nomeadamente volume de gua por quilo caloria quando est o em causa produtos alimentares ou volume de gua por joule energia el ctrica ou combust veis Para estimar a pegada h drica de um produto fundamental compreender toda a cadeia de produ o do mesmo sendo necess ria a identifica o do sistema de produ o Um sistema de produ o consiste numa sequ ncia de etapas do processo Um exemplo simplificado do sistema de produ o do algod o para a confec o de uma camisa estudado por Chapagain et al 2006 passa pelo crescimento do algod o colheita separa o das sementes carda o tricotar branquear tingir impress o e acabamento Todas estas etapas possuem inputs que dever o ser contabilizados para se obter a pegada h drica total do algod o A pegada h drica de um produto pode ser calculada de duas maneiras distintas utilizando a abordagem chain summation ou a abordagem stepwise accumulative Hoekstra et al 2011 A primeira deve ser utilizada em casos particulares e a segunda em casos mais gen ricos A abordagem chain summation apen
134. tprint in Portugal 19 WEBSITES CONSULTADOS Alliance for Water Stewardship Acedido em Maio de 2011 dispon vel em http www allianceforwaterstewardship org CML 2010 Lisboa Verde Acedido em Abril de 2010 dispon vel em http lisboaverde cm lisboa pt index php id 4424 Economiafinan as com 2011 Acedido em Agosto de 2011 dispon vel em http economiafinancas com 2011 05 30 anos depois exportamos mais azeite do que importamos footprintnetwork com 2011 Acedido em Setembro de 2011 dispon vel em http www footprintnetwork org en index php GFN page carbon footprint INAG 2010 Acedido em Abril de 2011 dispon vel em http portaldaagua inag pt PT InfoUtilizador UsoEficiente Pages ConsumoPortugal aspx meatlessmonday com Acedido em Julho de 2011 dispon vel em http www meatlessmonday com Nature org Acedido em Junho de 2011 Naturlink 2000 Distribui o da gua na natureza Dispon vel em http www naturlink pt canais Artigo asp iArtigo 100 amp iLingua 1 pelanatureza pt Acedido em Maio de 2011 dispon vel em http pelanatureza pt agua noticias empresas estao a economizar milhoes na reducao do consumo de agua PRODER Acedido em Agosto de 2011 dispon vel em http www proder pt homepage aspx Revista Exame 2009 Acedido em Julho 2011 dispon vel em http exame abril com br economia meio ambiente e energia noticias agua nova obsessao verde 515639 page 1 amp slug_name agua nova obsessao verde
135. tugal inexplicavelmente em 3 anos foram apenas utilizados 30 dos fundos dispon veis Restam assim 3 anos para usufruir dos restantes 70 evidenciando falta de organiza o no desenvolvimento de projectos e acima de tudo uma demora not ria no arranque dos mesmos Grande Reportagem SIC 2011 De referir que caso este dinheiro n o seja utilizado at ao fim de 2013 ser devolvido a Bruxelas o que significa que Portugal estar a desperdi ar uma oportunidade de desenvolver o sector prim rio perdendo competitividade para outros membros da UE que ao contr rio do nosso pa s t m aproveitado este apoio financeiro Grande Reportagem SIC 2011 3 3 Empresas O sector produtivo procura cada vez mais a efici ncia na sua produ o por m os gestores ficam atentos aos potenciais de optimiza o no uso dos recursos naturais e em rela o ao uso de gua o desafio n o diferente A gua um input fundamental para a maioria das cadeias produtivas como tamb m o meio de dilui o dos efluentes do sector industrial ap s o seu tratamento Al m de servir como ferramenta de influ ncia em pol ticas p blicas e de promover a transpar ncia nas cadeias produtivas a pegada h drica pode ser incorporada na estrat gia de sustentabilidade e responsabilidade social das diversas empresas Ao considerarem a redu o da sua pegada h drica as organiza es reduzem o risco de enfrentar escassez de gua nas suas opera es riscos de regulamenta
136. turas estima se que o uso total de gua a n vel mundial seja de 5400 Gm ano Rockstr m e Gordon 2001 Tais valores significam que 13 da gua utilizada na produ o agr cola n o usada para consumo dom stico mas sim para exporta o de uma forma virtual Apesar desta percentagem global os valores variam fortemente entre os diferentes pa ses Considerando o per odo de 1995 a 1999 os cinco pa ses que mais exportaram gua virtual s o os Estados Unidos Canad Tail ndia Argentina e ndia Por outro lado os cinco pa ses que mais importaram este tipo de gua s o o Jap o Holanda Rep blica da Coreia China e Indon sia Na tabela 2 6 est o representados estes valores para um conjunto de 10 pa ses Hoekstra e Hung 2005 Tabela 2 6 Top 10 de pa ses importadores e exportadores de gua virtual Hoekstra e Hung 2005 e e e ae pajnporo Estados Unidos 152 1 Jap o 59 Canad 55 2 Holanda 30 Tail ndia 47 3 Rep blica da Coreia 23 Argentina 45 4 China 20 India 32 5 Indon sia 20 Austr lia 29 6 Espanha 17 Vietname 18 7 Egipto 16 Franca 18 8 Alemanha 14 Guatemala 14 9 It lia 13 Brasil 9 10 B lgica 12 A figura 2 5 por sua vez d nos a informa o do balan o de gua virtual durante o per odo de 1995 a 1999 onde os pa ses exportadores de gua virtual est o representados a verde e os pa ses importadores a vermelho 16
137. ua que se encontra livre constitui os recursos h dricos sendo cerca de 97 2 salgada Os restantes 2 8 correspondem a gua doce sob a forma de glaciares 2 15 gua subterr nea 0 63 vapor de gua 0 005 rios e lagos 0 01 Naturlink 2000 Reconhecida a import ncia da gua e tendo esta uma disponibilidade limitada no planeta necess rio utiliz la de forma racional e equilibrada evitando o desperd cio e implementando medidas que conduzam ao seu uso eficiente Palmier 2003 Os recursos de gua doce na terra est o sujeitos a press es crescentes associados forma como os utilizamos e polu mos Postel 2000 WWAP 2003 2006 2009 Nesse sentido diversas estrat gias e medidas t m vindo a ser tomadas dado o crescente aumento da procura deste recurso Cerca de um ter o da popula o mundial vive em pa ses com um n vel moderado a elevado de stress h drico sendo expect vel que dentro de aproximadamente 25 anos dois ter os da popula o mundial viva nestas condi es Para agravar a situa o a explos o demogr fica dos ltimos 150 anos deixa antever que a gua seja um dos grandes problemas do s culo XXI At metade do s culo XX as necessidades de gua cresceram gradualmente acompanhando o lento aumento populacional No entanto na segunda metade desse s culo o desenvolvimento da sociedade e a eleva o do n vel de vida determinados pelo desenvolvimento tecnol gico e industrial a que se associaram a
138. umo a um objectivo comum a Alliance for Water Stewardship AWS tem sido uma forte aliada na concepg o desta nova norma ambiental Ao longo dos pr ximos anos a AWS vai trabalhar com as autoridades dos recursos h dricos empresas comunidades locais e ambientalistas no estabelecimento de um programa de certifica o volunt ria para os gestores e usu rios de gua com base em padr es internacionais desenvolvidos atrav s de uma solu o equitativa transparente com base cient fica e num processo multi stakeholder com verifica o constante do cumprimento destas normas allianceforwaterstewardship org Esta norma ser uma marca global que permite aos gestores usu rios e organiza es demonstrarem o seu cumprimento e apoio na gest o da gua Quando em funcionamento o programa da AWS vai proporcionar um novo e poderoso incentivo objectivando uma melhoria na forma como a gua gerida ao redor do mundo atrav s da gest o rigorosa deste recurso com normas realistas A AWS est a criar uma organiza o independente e internacional a longo prazo que vai supervisionar qualquer componente de certifica o que criada e vai administrar uma marca e sistema de marketing que reconhece e recompensa o sucesso a n vel global Gestores de recursos h dricos e usu rios ter o acesso a um roteiro claro e s orienta es necess rias para melhorarem as opera es e procedimentos de modo a atender a novos padr es de gest o da gua Em re
139. viveria sem um abastecimento seguro de gua Contudo as empresas ainda v o demorar alguns anos a entenderem o conceito de pegada h drica consciencializarem se sobre o consumo sustent vel de gua no processo produtivo explor lo nos seus produtos formular padr es de redu o e alcan los na opini o de A Y Hoekstra 3 4 Sociedade A sociedade caracterizada pelo seu impulso consumidor possui um poder enorme de transformag o no que diz respeito gest o e regulamenta o dos recursos h dricos Existem dois m todos que a sociedade pode adoptar objectivando a sustentabilidade deste recurso o primeiro m todo passa pela mudan a nos h bitos de consumo substituindo alimentos com um consumo intensivo de gua por outros com um uso menos intensivo O segundo m todo optar por produtos origin rios de zonas com relativa abund ncia de gua e geridas de forma sustent vel Em ambos os casos os consumidores necessitam de uma vasta informa o para poderem comparar produtos e optarem pelo que representa menores riscos ambientais muito til tornar o hist rico dos produtos mais transparente e ter os factos disposi o do p blico para que este possa escolher a op o mais sustent vel na hora de comprar Estas informa es podem ser fornecidas num r tulo ou podem ser disponibilizadas na internet por exemplo Para os consumidores seria til acrescentar um selo de gua nos r tulos dos produtos ao lado de outros iten

análise da pegada hídrica de um conjunto de produtos

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