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Ecossistema Montado Um modelo de Sustentabilidade José Mira

1. Quadro 15 Tabela das reas necess rias para a cobertura das Despesas Totais Quadro 16 Efeitos da varia o do pre o do porco Alentejano sobre a dimens o dos efectivos pecu rios e sobre a margem l quida privada em Empresas Pequenas Quadro 17 Efeitos da varia o do pre o do porco Alentejano sobre a dimens o dos efectivos pecu rios e sobre a margem l quida privada em Empresas M dias 79 Quadro 18 Efeitos da varia o do pre o do porco Alentejano sobre a dimens o dos efectivos pecu rios e sobre a margem l quida privada em Empresas Grandes 79 Quadro 19 Pre os tabelados de venda de animais no Alentejo 80 Quadro 20 Diferentes tipos de mercado do efectivo de porco Alentejano 81 Quadro 21 Resumo de resultados de engordas de novilhos 86 Quadro 22 Caracter sticas lactopoi ticas da cabra Serpentina 93 Quadro 23 Caracter sticas lactopoi ticas das explora es produtoras de leite de cabra Serpentina 94 Quadro 24
2. Valor l Valor da l por ovelha Pre o da Saldo Ano Tosquia 1995 0 72 1 08 0 84 0 24 1996 0 74 1 11 0 87 0 24 1997 1 19 1 78 1 39 0 39 1998 0 83 1 25 0 98 0 28 1999 0 62 0 94 0 73 0 21 2000 0 64 0 97 0 75 0 21 2001 0 70 1 04 0 82 0 23 2002 0 92 1 38 1 07 0 30 2003 1 12 1 67 1 33 0 35 2004 0 79 1 19 0 94 0 25 2005 0 69 1 04 0 84 0 20 2006 0 61 0 91 0 74 0 18 2007 0 91 1 36 1 10 0 26 M dia 0 81 1 21 0 95 0 26 Observa o Foi considerado uma produ o m dia de 1 5kg de l por ovelha Fonte ACOS Quadro 26 Evolu o dos Custos da Tosquia Ano Pre o ovelha tosquiada IVA Pre o Final 1995 0 95 17 1 11 1996 0 95 17 1 11 1997 1 04 17 1 22 1998 1 09 17 1 28 1999 1 10 17 1 29 2000 1 23 17 1 44 2001 1 25 17 1 46 2002 1 45 17 1 70 2003 1 45 19 1 73 2004 1 45 19 1 73 2005 1 47 21 1 78 2006 1 47 21 1 78 2007 1 50 21 1 82 2008 1 50 21 1 82 Fonte ACOS Os resultados apresentados para a ltima d cada confirmam desde logo a vantagem do associativismo na redu o dos custos de produ o e valoriza o dos produtos comercializados se compararmos os custos da tosquia do quadro 25 com os do quadro 26 Efectivamente os pre os praticados para a tosquia s o significativamente inferiores quando as presta es de servi os s o coordenadas atrav s da ACOS 100 fazendo se o encontro de conta
3. 6 16 Bibliografia 17 III Sustentabilidade T cnica 18 19 Melhoramento de Pastagens 21 34 Controlo da Flora Arbustiva 34 41 Preserva o da Componente Arb rea 41 49 Pecu ria Extensiva 50 56 Integra o na Multifuncionalidade 56 61 Bibliografia 61 63 IV Sustentabilidade Econ mica 64 65 Corti a 65 74 Carnes e seus Derivados 74 76 Porco Alentejano 76 82 Produ o de Bovinos 82 Sistemas de Produ o Pecu ria Extensiva 83 85 Sistemas de Produ o Pecu ria Semi Intensiva 85 88 Produ o de Ovinos e Caprinos 89 93 Queijo 93 98 E E ER ER 98 101 Lenha reniei e a
4. falta Figura 13 Margens Brutas Resultados L quidos e Subs dios das Explora es 157 Lista de Gr ficos Gr fico 1 Produ o m dia de mat ria seca MS por hectare na Primavera Outono e Inverno 26 Gr fico 2 Varia o interanual das produ es m dias de mat ria seca MS 26 Gr fico 3 Composi o flor stica da pastagem dispon vel ao longo dos anos 29 Gr fico 4 Composi o em leguminosas dos tratamentos antes e ap s pastoreio e respectiva presen a anual em cabe as normais CN 30 Gr fico 5 Valores de Prote na Bruta PB e de Presen a Animal CN por Tratamento 32 Gr fico 6 N mero de animais abatidos com destino s diferentes classes de produtos 80 Gr fico 7 Cota o M dia Nacional do Borrego de 22 28kg 90 Gr fico 8 Cota o M dia Regional na Beira Interior do Cabrito de lt 10kg 91 Gr fico 9 Valores de pH e de Mat ria Org nica MO nos diferentes tipos de pastoreio 124 Gr fico 10 Valores de pH e de Mat ria Org nica MO ao longo dos anos 125 Gr fico 11 Con
5. Technical economic characterization of Dehesa faros using cluster analysis Pub EAAP n 119 pp 279 282 Oliveira F Moreno G L pez L amp Cunha M 2007 Origen distribui o e fun es dos sistemas Agro Florestais Rev Pastagens e Forragens vol 28 pp 93 115 Pereira J S Correia A P Mateus J A Aires L M I Pita G Pio C Andrade V Banza J David T S Rodrigues A David J S 2007 O sequestro de carbono por diferentes ecossistemas do Sul de Portugal Semin rio no Audit rio da Culturgest em Lisboa a 28 de Mar o policopiado 11pp Pimentel D amp Wightman A 1998 Economic and Environmental Benefits of Agroforestry in Food and Fuelwood Productino in Agroforestry in Sustainable Agricultural Systems ed by L E Buck J P Lassoie amp E C M Fernandes Advances in Agroecology Lewis Publishers CRC Press cap 13 pp 295 317 Teixeira R Domingos T Costa A P S V Oliveira R Farropas L Calouro F Barradas A amp Carneiro J P 2008 The dynamics of soil organic matter accumulation in Portuguese grassland soils Rev Options M diterran ennes Serie A 79 pp 41 44 R go F C Vasco l Carvalho J Bugalho M Morgado amp Silva L N 2008 Sobreiro uma barreira contra a desertifica o http Anww pluridoc com Site FrontOffice default aspx Module Files FileDescription amp lD 19648 ang pt 167
6. As amostras de pastagem correspondentes a cada talh o 4 x 0 1m foram analisadas no Laborat rio de Nutri o da Esta o Zoot cnica Nacional EZN para determina o da respectiva composi o qu mica e nutritiva Mat ria Seca Mat ria Org nica N total Prote na Bruta Cinzas Constituintes parietais NDF ADF ADL C lcio F sforo Energia Digest vel Energia Metaboliz vel e Digestibilidade da Mat ria Org nica Ap s a sa da dos animais dos ensaios fez se novamente o levantamento da composi o flor stica da pastagem remanescente pelo m todo de Levy Point e retiradas amostras para determina o da Mat ria Seca M S O objectivo destes ensaios era fundamentar com dados experimentais a afirma o de que o melhoramento das pastagens permanentes de sequeiro mediterr nico assenta no trin mio Leguminosas F sforo Pastoreio Isto significa que para melhorar a qualidade e quantidade de pastagem produzida necess rio aumentar a percentagem de leguminosas anuais na composi o flor stica da pastagem que a fertiliza o 23 base de f sforo essencial para o aumento de plantas desta fam lia e que um maneio adequado do pastoreio indispens vel para alcan ar os objectivos pretendidos Os resultados obtidos foram apresentados por Babo et al 2000 e salientado o facto do ano de instala o do ensaio n o ter sido favor vel mas apesar de tudo os valores recolhidos para a produtividade das pastagen
7. Barros V amp Brito Ramos J 2003 Agricultura Sustent vel in Agricultura Sustent vel Ciclo de Semin rios coord V C Barros amp J Brito Ramos ed INIAP EAN pp 9 18 Jim nez D az R M 1998 Concepto de Sostenibilidad en Agricultura in Agricultura Sostenible coord por R M Jim nez D az y J Lamo de Espinosa ed Mundi Prensa cap 1 pp 3 13 Martinez de Anguita P Garcia Abril A Romero Calcerrada R e ngeles Martin M 2006 Ordenaci n Planificaci n y Sostenibilidad in Desarrollo Rural Sostenible por P Mart nez de Anguita ed McGrawHill cap 1 pp 1 40 Mason J 2003 Sustainable Agriculture 2nd ed by Landlinks Press Australia cap 1 y 2 pp 3 22 II Caracteriza o do Ecossistema Montado Analisar e conceber um objecto complexo em termos de sistema em primeiro lugar delimit lo isto tra ar uma fronteira virtual entre esse objecto e o resto do mundo e em segundo lugar consider lo como um todo composto de subsistemas hierarquizados e interdependentes Mazoyer amp Roudart 2001 Assim aplicar este conceito a um sistema agr rio para uma agricultura praticada em determinado espa o e momento consistir em decomp lo em subsistemas principais o ecossistema cultivado e o ecossistema social produtivo Seguidamente torna se necess rio estudar a organiza o e o funcionamento de cada subsistema e as suas inter rela es Adaptar estes con
8. Melhoramento da pastagem com base no trin mio Leguminosa F sforo Pastoreio utilizando introdu o ou n o de sementes atrav s de sementeira directa Mobiliza o com grade de discos para cortar incorporar mato a efectuar na Primavera Ver o DESMATA O gt FORRAGEM gt PASTAGEM Qn anos Cultura forrageira anual base de cereal proteaginosa para semear entrada do Outono e utilizar em pastoreio directo como invernadouro e agostadouro Figura 6 Rota o do Montado J4 A desmata o sem d vida a opera o mais controversa no mbito da gest o integral e sustent vel do Montado como foi referido anteriormente Autores como Bugalho amp Abreu 2008 consideram que o desenvolvimento da flora arbustiva na verdade um problema global que afecta muitas das regi es pratenses e forrageiras em todo o mundo Contudo ao tratar da gest o do sub bosque do Montado Santos 2008 refere como princ pio a manuten o da diversidade biol gica uma vez que a evolu o natural destes ecossistemas pode conduzir ao desaparecimento de uma flora muito rica pela invas o de uma ou outra esp cie arbustiva Interpreta se como uma forma indefinida do controlo arbustivo pelo papel protector que este estrato pode representar para a regenera o natural Calado amp Silva 2008 apresentam novas t cnicas de interven o e conserva o dos Montados de Sobro atrav s de conhecimento e i
9. NS NS NS lt 0 001 Leguminosas 10 05a 1 130 36 66c 2 136 8 90a 1 130 6 48a 1 468 13 65b 1 468 13 56 14 44 15 84 16 75 1 233 15 95 13 21 15 92 15 51 1 23 13 16a 1 282 14 2a 0 876 18 09b 1 282 NS NS NS lt 0 001 Outras 53 64d 1 541 26 55c 2 913 14 51b 1 541 12 31b 2 001 5 87a 2 001 22 14 22 44 21 58 24 15 1 681 15 00a 30 39b 15 83a 29 09a 1 68 22 12a 1 748 26 32b 1 940 19 30a 1 748 NS NS NS lt 0 001 Presen a Animal 6 05 0 488 6 31 0 493 6 65 0 388 5 78 3 380 5 45 0 493 5 32a 5 65a 6 13a 7 48b 0 38 6 63 5 95 6 11 5 87 0 38 6 30 0 350 6 45 0 294 5 67 0 425 NS NS NS 0 0086 Nota n meros afectados de ndices diferentes para cada efeito principal e vari veis s o significativamente diferentes para P lt 0 05 N S N o Significativo Embora as diferen as na constitui o da ingesta sejam conhecidas e caracter sticas das diferentes esp cies animais em pastoreio significativamente diferente a percentagem da presen a das diversas fam lias de plantas na pastagem antes e depois do pastoreio 28 No Gr fico 3 verificamos que a percentagem de gram neas aumentou ao longo dos anos de ensaio em detrimento da percentagem de outras Isto traduz a melhoria da qualidade da pastagem na medida em que s o as esp ci
10. ed Susanne Schnabel amp Alfredo Ferreira Advances in Geoecology n 37 pp 155 164 Teixeira R Domingos T Canaveira P Avelar T Basch G Belo C Caluoro F Crespo D Ferreira V G amp Martins C 2008 Carbon Sequestration in Biodiverse sown pastures Rev Options M diterran ennes Serie A 79 pp 123 126 151 VI Discuss o Geral Ap s avalia o do impacto dos sistemas de agricultura no meio f sico nomeadamente os grav ssimos problemas causados pela eros o do solo Pimentel amp Wightman 1998 referem como exemplo registos de transporte de part culas de solo de frica at ao Brasil e Florida ou da China para o Havai e concluem que o crescimento da popula o e a degrada o das terras ar veis contribu ram para a crise alimentar mundial Consideram que as tecnologias agro florestais podem disponibilizar os meios para incrementar a produ o de biomassa e cumulativamente aumentar a produ o das culturas arvenses e produ o animal simultaneamente com o aumento de produtividade de solos degradados Em sistemas agro silvo pastoris o aumento da produ o animal pode alcan ar incrementos da ordem dos 60 enquanto que ao mesmo tempo protegem o solo contra a eros o Portanto o uso dos sistemas agro florestais para cobrir as necessidades alimentares crescentes e proteger o ambiente poder ser a longo prazo a solu o para o problema da fome no planeta Acresce o fornecimento de energia neces
11. 124 Quadro 33 Fluxos e balan o total de carbono no ecossistema 134 Quadro 34 Balan o total de carbono no sistema PSPSMBRL 135 Quadro 35 Presen a de Esp cies por Sub associa o Fitossociol gica 143 Quadro 36 Vari veis e an lise final dos clusters 159 Quadro 37 Valor econ mico do Sobreiro em produ o anual 161 Anexo 1 Anexo 2 I Conceito de Sustentabilidade em Agricultura No mbito do desenvolvimento rural a sustentabilidade de um processo entendida como a manuten o das capacidades ao longo do tempo Martinez et al 2006 quando se consideram pelo menos tr s exig ncias 1 Que o resultado da actividade econ mica se distribua equitativamente pelos diversos grupos sociais e regi es envolvidas equidade 2 Que a qualidade de vida e necessidades humanas se satisfa am com o m ximo de efici ncia e o m nimo de impactos efici ncia 3 Que as actividades humanas n o ultrapassem a capacidade de carga dos ecossistemas para que estes se possam manter em equil brio na produ o cont nua de recursos renov veis de substitui o progressiva dos n o renov veis assimila o e reciclagem dos res duos produzidos e manuten o da biodiversidade ecologia Fig 1
12. Conceito de Sustentabilidade Ambiente natural equilibrado Ambiente rural urbano habit vel Desenvolvimento social participa o educa o Ambiente econ mico sustent vel Desenvolvimento econ mico DESENVOLVIMENTO SUSTENT VEL Ambiente social igualit rio justo Sustentabilidade Ecol gica Ecologia O ecossistema mant m as caracter sticas que s o essenciais para a sobreviv ncia a longo prazo tanto de esp cies como popula es e ecossistemas Sustentabilidade Econ mica Efici ncia A gest o adequada dos recursos naturais permitem que seja atractivo continuar com o sistema econ mico vigente Sustentabilidade Social Equidade Os Custos e benef cios s o distribu dos de maneira adequada tanto entre o total da popula o actual equidade intra gera es como com a popula o futura equidade inter gera es Figura 1 Conceito de Sustentabilidade Martinez et al 2006 Segundo Jim nez et al 1998 a palavra Sustentabilidade deriva do verbo sustentar e refere se manuten o de um sistema por um per odo prolongado de tempo Contudo as preocupa es com o impacto das actividades humanas sobre a biosfera conduziram evolu o do termo para um conceito tico de amplitude alargada e implicando op es morais sobre diversos cen rios globais com destaque para o meio ambiente a seguran a no abastecimento de mat rias primas industriais e comb
13. F sforo P Digestibilidade da Mat ria Org nica MOD e Presen a Animal em n mero de Cabe as Normais CN Quadro 5 Produ o de biomassa no Inverno gr o e palha do recrescimento em 3 grupos de triticale precoce alternativo e tardio Quadro 6 Produ o de Gr o e de Carne em ensaios de misturas de variedades ENMP Quadro 7 Representa o esquem tica do modelo geral de silvicultura para o sobreiro em regime agro silvo pastoril Quadro 8 Representa o esquem tica do modelo geral de silvicultura para a azinheira em regime agro silvo pastoril Quadro 9 Composi o qu mica e nutritiva da esteva rama de azinheira e bolota Quadro 10 Avalia o das Classes de Qualidade de acordo com as caracter sticas das Costas Barrigas e Massa Quadro 11 Grelha de dupla entrada qualidade calibre para a classifica o e destino industrial das corti as Quadro 12 Tabela de Rendimento Bruto em Produ o de Corti a D ha ano Quadro 13 Tabela de Receita Bruta Anual ha Quadro 14 Tabela de Despesas Vari veis
14. ed cap Il pp 39 100 San Miguel A 1994 Introduccion y Concepto in La Dehesa Espa ola origen tipologia caracter sticas y gestion ed por Fundaci n Conde del Valle de Salazar cap Oy 1 pp i 2 Serrano J E 2006 Melhoramento de Pastagens de Sequeiro in Pastagens do Alentejo bases t cnicas sobre caracteriza o pastoreio e melhoramento ed por ICAM Universidade de Evora cap 6 pp 179 189 17 III Sustentabilidade T cnica O ecossistema Montado foi caracterizado e para se compreender de uma forma integrada a fun o de cada subsistema e as inter rela es dos diversos sistemas de produ o importante estudar a sua organiza o e funcionamento O papel do Homem essencial na manuten o da harmonia e equil brio do ecossistema sendo atrav s das tecnologias de produ o que o mesmo tem evolu do ao longo dos tempos e motivo pelo qual entendemos ser uma abordagem t cnica aquela que maior relev ncia ter na sustentabilidade do ecossistema Para facilitar a compreens o do complexo funcionamento do Montado socorremo nos da Figura 3 que p e em evid ncia a din mica do ecossistema FLORESTA MEDITERR NICA Predom nio do extracto arb reo e arbustivo Invas o por esp cies arb reas por aus ncia Aclareio extracto E de herb voros Regenera o extracto arb reo por abandono pastoreio arb reo Aumento do encabe amento Perturba o frequente ou dr stica
15. o da homogeneidade da corti a massa no que respeita s descontinuidades ou mesmo de tecidos estranhos que surjam e O calibre que representa a medi o da dist ncia entre as faces externa e interna da prancha costas e barriga respectivamente Este aspecto fundamental pois a produ o de rolhas naturais de corti a necessita de pranchas com um calibre m nimo de 27mm Estes autores socorreram se do Manual de Classifica o de Corti as da Associa o dos Produtores Florestais de Coruche para aplicar os crit rios de avalia o mencionados com vista elabora o do Quadro 10 para classifica o das pranchas de corti a em sete classes de qualidade e refugo Seguidamente o Quadro 11 prop e o destino industrial das corti as de acordo com as classes apresentadas 68 Quadro 10 Avalia o das Classes de Qualidade de acordo com as caracter sticas das Costas Barrigas e Massa Par metros 12 22 32 4 5a 6 Porosidade Porosidade Porosidade Porosidade Porosidade Porosidade poros poros poros poros com muitos poros muito poros aproximadame aproximadame aproximadame limites com limites com limites nte cil ndricos nte cil ndricos nte cil ndricos irregulares de irregulares de irregulares de de pequena de pequena de m dia m dia m dia e grande grande Massa dimens o dimens o mas dimens o dimens o dimens o dimens o Massa ligeiramente associados a associados a Massa com Mass
16. o de M O em solos portugueses dedicados a pastagens e conclu ram que as pastagens semeadas com misturas de leguminosas pratenses anuais de ressementeira natural pastagens biodiversas acumulam duas vezes mais M O no solo que as pastagens naturais fertilizadas e sete vezes mais que as naturais n o fertilizadas Independentemente do tipo de pastagem o facto mais importante reside na superior capacidade da pastagem em aumentar o teor de M O porque qualquer outra forma de o fazer artificialmente aplica o de estrumes res duos industriais ou incorpora o de M O vegetal implica a mobiliza o do solo para incorpora o do produto o que vai originar a destrui o de M O pela exposi o aos agentes atmosf ricos As pastagens permanentes de sequeiro mediterr nico pelo facto de se manterem um n mero indeterminado de anos no solo sem que ocorram mobiliza es al m de que se trata de plantas de ciclo anual que germinam banco de sementes do solo crescem produ o de biomassa reproduzem se produ o de sementes e secam pasto seco e restolho de Ver o deixam anualmente uma quantidade de M O vegetal proveniente das ra zes das 153 plantas que gradualmente vai aumentando o teor de M O do solo em valores de acr scimo que podem superar os 0 1 ao ano Evidentemente que e quanto maior for a produ o quantitativa e qualitativa da pastagem permanente de sequeiro mediterr nico e maior ser a taxa de incremento nos te
17. o interanual das produ es m dias de mat ria seca MS 26 Estes resultados revelam que as pastagens permanentes de sequeiro mediterr nico que caracterizam a zona conhecida como a margem esquerda do rio Guadiana em Portugal apresentam as produ es anuais de M S que se enquadram nos valores m dios do SW da Pen nsula Ib rica Por se tratar de um meio naturalmente rico em recursos pratenses n o se verificaram respostas ao seu melhoramento Contudo a sua superioridade nas produ es de Outono e Inverno vem justificar a reconhecida mais valia dos sistemas de produ o animal extensivos ali praticados traduzida na precocidade dos produtos comercializados provenientes desta zona do Alentejo Babo et al 2005 analisaram a influ ncia da composi o flor stica da pastagem no comportamento do animal em pastoreio e verificaram Quadro 3 que a presen a animal foi mais forte no tratamento T4 ao qual tamb m correspondeu maior percentagem de leguminosas justificando portanto a apet ncia do animal por pastagens em que as t cnicas de melhoramento resultaram no incremento desta fam lia de plantas pratenses O pastoreio com ovinos foi aquele que permitiu maior percentagem de Outras Esp cies infestantes 27 Quadro 3 Resultados da an lise de vari ncia e m dias seguidas de desvio padr o para os principais efeitos das vari veis Gram neas Leguminosas e Outras antes do pastoreio e Gram neas Leguminosas e Outras ap s o pastor
18. www pluridoc com Site FrontOffice default aspx Module Files FileDescription amp lD 4007 amp 150 Moreira M B 2008 A pastor cia como preven o dos fogos rurais a necessidade de um novo empreendedorismo in A Silvopastor cia na Preven o dos Fogos Rurais coord M B Moreira amp I S Coelho ISAPress pp 99 122 Murillo M Schnabel S amp Gonzalez F 2004 Effects of Different Pasture Improvement Techniques on Soil Erosion and Herbaceous Vegetation in a Wooded Rangelend South West Spain in Sustainability of Agrosilvopastoral Systems Dehesas Montados ed Susanne Schnabel amp Alfredo Ferreira Advances in Geoecology n 37 pp 377 389 Navas D Babo h amp Potes J 2005 Evolu o do solo sujeito a diferentes sistemas de pastoreio e melhoramento de pastagens Rev Pastagens e Forragens vol 26 27 pp 47 54 Onofre N 2001 A rolha os Montados e a fauna http naturlink sapo pt article aspx menuid 3 amp cid 5201 amp bl 1 Pinho J 2008 Organiza o do territ rio e defesa da floresta contra inc ndios in A Silvopastor cia na Preven o dos Fogos Rurais coord M B Moreira amp I S Coelho ISAPress pp 31 47 R go F C Vasco l Carvalho J Bugalho M Morgado amp Silva L N 2008 Sobreiro uma barreira contra a desertifica o http www pluridoc com Site FrontOffice default aspx Module Files FileDescription amp lD 1964 amp a
19. Acrescenta se an lise efectuada que toda a zona de encosta descrita inacess vel desmata o mec nica fazendo parte do percurso di rio de pastoreio do efectivo caprino a volta se apresentava limpa de matos ao fim dos seis anos da explora o com manifesto revigoramento da componente arb rea sobreiro e azinheira e melhoramento evidente mas n o directamente quantificado do estrato herb ceo 0 2 CN ha de encabe amento m dio da explora o A demonstra o da efici ncia do controle mec nico da componente arbustiva foi apresentada por Montes 2003 ao descrever o processo de recupera o de uma propriedade de 810 4ha iniciado em 1997 e conclu do um primeiro ciclo da transforma o em 2003 apresentando uma s rie de indicadores t cnicos e econ micos reveladores da sustentabilidade da explora o Em consequ ncia das caracter sticas do terreno zonas de declive acentuado e mato muito desenvolvido as opera es de desmata o foram efectuadas com maquinaria pesada e constru do um sistema de vala e c moro desenhado em curva de n vel nas encostas inclinadas com restos de material vegetal e pedras soltas que evitaram problemas de eros o e contribu ram para a reten o de gua e aumento dos teores de mat ria org nica do solo Nos coment rios finais refere que necess rio encontrar variedades de esp cies forrageiras nomeadamente triticales adaptadas fun o da cultura forrageira anual e 36
20. Composi o do leite de cabra Serpentina 95 Quadro 25 Evolu o dos pre os da L 99 Quadro 26 Evolu o dos Custos da Tosquia 99 Quadro 27 Ano de situa o cruzeiro e efectivos a ca ar por esp cie e Cen rio 103 Quadro 28 Indicadores econ mico financeiros de avalia o dos dois cen rios alternativos de explora o cineg tica mil escudos 103 Quadro 29 S ntese da Conta de Cultura da Actividade Ap cola em Portugal Quadro 30 Evolu o do Pre o M dio de Mercado do Mel em Portugal entre 2000 e 2006 107 Quadro 31 Demonstra o da rendibilidade econ mica na transforma o de COJUMELOS 111 Quadro 32 Resultados da an lise de vari ncia m dias e desvio padr o para os principais efeitos tratamento pastoreio ano e repeti o das vari veis pH H 0 Mat ria Org nica MO F sforo P205 Pot ssio K gt 50 C lcio Ca Magn sio Mg e Condutividade Na parte inferior est a signific ncia das interac es
21. O pastoreio como ferramenta de gest o dos habitat preven o de inc ndios rurais in A Silvopastor cia na Preven o dos Fogos Rurais coord M B Moreira amp l S Coelho ISAPress pp 61 76 Correia A C P 2009 Floresta Ciclo do Carbono e Altera es Clim ticas www naturlink pt Cubera E Montero M J amp Moreno G 2004 Effect of Land Use on Soil Water Dynamics in Dehesas of Central Western Spain in Sustainability of Agrosilvopastoral Systems Dehesas Montados ed Susanne Schnabel amp Alfredo Ferreira Advances in Geoecology n 37 pp 109 123 Fulg ncio C 2009 gua um recurso limitado www naturlink pt Gallardo L J F amp Gonzalez H M I 2004 Sequestration of Carbon in Spanish Deciduous Oak Forests in Sustainability of Agrosilvopastoral Systems Dehesas Montados ed Susanne Schnabel amp Alfredo Ferreira Advances in Geoecology n 37 pp 341 351 Leit o N 2009 Aplica o dos Princ pios da Combust o ao Combate aos Inc ndios www naturlink pt Leit o N 2002 O Fogo na Paisagem Mediterr nica www naturlink pt MADRP sem data Manual B sico de Pr ticas Agr colas Conserva o do solo e da gua ed INGA MADRP pp 19 Matias M 2008 A import ncia dos Montados para o desenvolvimento rural do distrito de Beja identifica o dos factores de degrada o Caso estudo Herdade Grande e Herdade do Bebedouro http
22. borboletas e de aves Os resultados destes trabalhos de investiga o s o apresentados por Santana 2009 que procurou conciliar par metros cr ticos por vezes dificilmente compat veis como a minimiza o do risco de inc ndio e a conserva o da biodiversidade e tendo como objectivo a valoriza o econ mica e social do ecossistema O estudo foi desenvolvido na Serra do Caldeir o Algarve abrangendo uma rea de cerca de 30 000ha distribu da por cotas entre os 200 580m de altitude em torno da vila do Barranco do Velho uma das principais regi es suber colas de Portugal A base do estudo assentou sobre o m todo de substitui o do tempo no espa o utilizando para esse efeito uma sequ ncia cronol gica de 48 parcelas de sobreiral com cobertura de sobreiro superior a 30 com O e 70 anos decorridos ap s a ltima desmata o A selec o das reas de amostragem foi efectuada atrav s de uma amostragem aleat ria estratificada em 8 parcelas homog neas de sobreiral 1ha dentro de 6 classes de idade n o ardidas desde 1990 A idade efectiva do sob coberto de cada parcela anos e a frequ ncia de limpeza a que foi sujeita n mero de limpezas desmata es por d cada foram estimadas com base em an lise de fotografias a reas ortorrectificadas e georreferenciadas de 1958 1972 1985 2002 combinadas com visitas ao campo em 2004 e inqu ritos aos propriet rios A avalia o da biodiversidade no estudo foi efectuada atrav s
23. diversidade de esp cies dentro destas fam lias de plantas pratenses A alta biodiversidade que ocorre nestes meios uma forma de defesa da natureza contra a irregularidade clim tica que os caracteriza A evolu o dos sistemas de agricultura mediterr nica sobretudo durante o s culo passado atrav s da introdu o de ci ncia e tecnologias agr rias permitiu que nas terras de melhores solos maior produtividade permane am a oliveira e a vinha como culturas permanentes emblem ticas do Mediterr neo actualmente sistemas de produ o intensivos mecanizados e beneficiados pelo regadio ou os cereais nomeadamente o trigo cultura tamb m restringida a condi es pr prias para intensifica o que est na origem do primeiro pilar da gastronomia mediterr nica o p o Para as zonas de solos mais pobres degradados pela intensidade agr cola a que t m sido sujeitos ao longo dos tempos e que predominam na zona mediterr nica ou seja solos para utiliza o n o agr cola das classes D E da classifica o portuguesa da capacidade de usos do solo representando 50 do territ rio ocupam o Alentejo Algarve Ribatejo e sul da Beira Interior Feio 1991 s o destinados os sistemas de produ o florestal Entendam se como sistemas de produ o da floresta mediterr nica sobretudo aquele tipo de floresta que vem quase sempre associada aos sistemas de produ o animal extensivos dando assim um car cter multifuncional e de maior efici
24. do Redondo Ossa de Portel Portel e mais a sul na zona interior de Serpa Serpa e de Gr ndola Gr ndola no litoral onde o controle de arbustivas mais eficiente pela via biol gica e com a vantagem da rentabiliza o deste recurso natural Constata se a distribui o da produ o ovina pelas tr s regi es do Alentejo atrav s das outras tantas denomina es de origem respectivamente o borrego do norte Alentejano comercializado pela APAFNA Agrupamento de Produtores Agr colas e Florestais do Norte Alentejano o borrego de Montemor o Novo no Alentejo Central comercializado pela ACOMOR Agrupamento de Comercializa o de Produtores de Montemor o Novo e o borrego do Baixo Alentejo comercializado pela CARNOVINA Agrupamento de Produtores de Carne de Ovinos no sul Nos caprinos a situa o distinta quer pela dimens o da produ o quer pela oferta de produtos Concentra no produto com denomina o reconhecida por Cabrito do Alentejo que est associado ra a Serpentina e que abrange a generalidade dos sistemas extensivos do Alentejo com excep o da regi o de Gr ndola onde se radicou uma linha da ra a Charnequeira Silva amp Salvado 1995 estudaram os sistemas de produ o extensivos com a ra a ovina Merino Branco no Alentejo procurando aumentos de produtividade decorrentes de t cnicas de maneio reprodutivo e alimentar mais adequadas e conclu ram que a intensifica o dos sistemas n o resulta no retorno econ
25. no entanto n o se podiam manter por muito tempo em desenvolvimento porque acabavam por tirar o vigor s jovens rvores Os matos entravam em rota o com as culturas e pastagens cobrindo arrifes pedregosos e zonas de declive consider vel Este maneio reduzia o risco de fogo fornecia camas e forragem aos animais e facilitava a regenera o das rvores O progressivo abandono a que se tem assistido nos campos pela perda de interesse da actividade agr cola provocou o desequil brio no maneio do Montado Conclui a vis o sobre o problema dos matos referindo vantagens e desvantagens da desmata o por gradagem partindo do pressuposto que nos Montados com matos altos as ra zes das rvores est o mais superficiais visto 34 que os horizontes superiores do solo s o mais ricos mas sobretudo conservam mais a humidade no ver o Por outro lado o risco de inc ndios e dificuldades de acesso proporcional ao desenvolvimento do mato As tecnologias para o controlo desta flora arbustiva que se caracteriza pela alta propor o de elementos fibrosos evolu ram a partir do controlo biol gico que se baseia nas diferen as de comportamentos alimentares das esp cies pecu rias com destaque para os caprinos onde a presen a da fibra representa mais de 50 da dieta Registe se que relativamente a este processo de controlo biol gico nos s culos XVIII e XIX na zona da Charneca Ribatejana as heran as de propriedades traziam sempre
26. o em supermercados lojas de especialidade e pre os praticados por apanhadores locais para produtos frescos Quadro 31 Demonstra o da rendibilidade econ mica na transforma o de cogumelos Produto Composi o Peso gr Pre o ia mado Perdas pequi Cuita Valor pe caner seco escor embal p quilo preta Desperd cio Secagem Po pandas doido Funghi Boletus secos 10 0 11 72 1 172 00 15 00 30 90 1 214 29 547 Cogumelos esp Boletus secos especial 80 0 19 79 247 38 10 00 40 90 6 166 67 148 amp Funghi porcini Boletus secos extra 50 0 19 95 399 00 15 00 30 90 1 214 29 186 Funghi porcini Boletus secos extra 30 0 13 95 445 00 15 00 30 90 1 214 29 208 Cogumelos Boletus secos especial 30 0 6 95 231 67 10 00 40 90 6 166 67 139 Porcini Boletus secos 20 0 4 85 242 50 15 00 30 90 1 214 29 113 Criadillas Terfezia 180 0 11 7 65 00 7 00 20 80 8 75 743 Trompetas Craterellus cornucopiodes 25 0 3 19 127 60 4 00 10 85 14 29 63 431 Moixerons Marasmius oreades 25 0 3 18 127 20 6 00 20 85 12 50 00 254 112 Produto nome com que o produto aparece designado na embalagem Composi o nome que consta no r tulo identificando a composi o do produto Peso peso do conte do seco no caso de desidratados ou escorrido no caso de sal
27. pastagem podem ser atenuadas recorrendo utiliza o dos complementos da cultura forrageira que no caso de esp cies como o triticale ou a aveia apresentaram um contributo relevante Assim e tendo em considera o que a rea desta cultura na rota o corresponder no m nimo a 10 da produ o obtiveram se valores entre 290 e 380 kg M S ha calculados a partir dos valores de biomassa de Inverno do Quadro 5 Estes valores adicionados produ o da pastagem 1 152 kg M S ha diminuem o diferencial para a produ o de primavera da mesma 2 194 kg M S ha funcionando portanto como um complemento produ o pratense invernadouro e contribuindo para a uniformiza o da disponibilidade alimentar interna do ecossistema Por outro lado as produ es finais da cultura em gr o e palha somadas variaram entre 1602 e 2117 kg M S ha que se aproximam da produ o de primavera da pastagem Isto significa que o potencial produtivo alcan ado na Primavera a partir da pastagem utilizada pelos sistemas de produ o animal extensivos se pode manter na esta o seguinte Ver o com base no pastoreio do remanescente da pastagem seca restolhos e das culturas forrageiras integralmente gr o e palha e secas agostadouro Assim Ma s e Potes 2008 pretendem real ar o facto da produ o forrageira conseguida a partir da cultura forrageira baseada em cereais forrageiros contribuir para estabilizar a produ o total de Mat ria S
28. pela utiliza o de alfaias agr colas que removem a parte a rea corta matos ou incorporam no solo a biomassa vegetal a controlar grades de discos Representam n veis distintos de intensifica o como tamb m correspondem a n veis diferenciados de resposta na efici ncia do processo 11 e Estrato herb ceo componente onde a biodiversidade vegetal mais evidente A semente o estado fisiol gico encontrado pelas plantas pratenses para suportar os ver es quentes longos e secos j referidos como caracter stica dos climas mediterr nicos Al m disso a irregularidade clim tica inclui as primaveras secas que inviabilizam a conclus o do ciclo das plantas e portanto a produ o de semente Torna se assim necess ria a exist ncia de um Banco de Sementes no solo que pela diversidade e quantidade em esp cies garante para cada outonada a germina o de um estrato herb ceo qualitativa e quantitativamente vari vel A exist ncia de sementes com graus de dureza diferenciados permite por outro lado a perman ncia embora botanicamente vari vel da pastagem sendo as esp cies e variedades de sementes mais duras ex serradela aquelas que mais resistem a falsas aberturas outonais chuvadas ocasionais no ver o ou ver es anormais no Outono e que durante maiores per odos de tempo se mant m presentes na flora pratense Predominam as fam lias Leguminosas nomeadamente dos g neros Trifolium e Medicago esp cies T ch
29. pocas Efectivamente o estrato herb ceo que representa o alimento de base na pecu ria extensiva deficit rio nestas alturas do ano Por outro lado esta irregularidade no esquema alimentar a que est o sujeitos os sistemas de produ o animal extensivos limita a sua aptid o para a fun o carne Nesta fun o produtiva poss vel adaptar as disponibilidades alimentares mais favor veis para os per odos de maiores necessidades dos animais f meas em aleitamento e utilizar os complementos alimentares e reservas corporais dos animais para as pocas deficit rias do Ver o e Inverno A selec o natural a que as ra as aut ctones foram sujeitas ao longo dos tempos para se adaptarem a este tipo de explora o torna as agora bastante mais eficientes na obten o de produtos normalmente comercializados ap s o desmame fim do per odo de aleitamento maternal Duas esp cies pecu rias divergem da regra geral descrita os caprinos cuja especificidade no comportamento alimentar permite valorizar os constituintes lenhosos dos recursos naturais s o tamb m mais eficientes na convers o em produto pelo que apresentam aptid o mista isto carne leite que significa produ o de cabrito e produ o de leite durante metade do ano e sobretudo 13 transformado em queijo Os su nos cuja especificidade se manifesta na maior efici ncia de transforma o da bolota em produto animal fazem no sobretudo na fase adulta altura em
30. quadro 32 como se pode ver pelo valor deste par metro que foi superior nos talh es pastados pelos bovinos decrescendo para os caprinos ovinos e misto gr fico 9 A varia o do pH ao longo dos anos quadro 32 e gr fico 10 mostra que este manifestou um ligeiro aumento at 2002 decrescendo nos anos seguintes e indicando que o efeito da calagem se foi atenuando No entanto de salientar que existiu interac o entre o tipo de pastoreio e os anos para todos os par metros em estudo quadro 32 A Mat ria Org nica M O situada sempre entre os 2 e 3 n o foi afectada significativamente pelos tratamentos quadro 33 No entanto foi afectada significativamente conforme o tipo de animais que pastoreavam a parcela decrescendo pela ordem seguinte ovinos bovinos misto e caprinos gr fico 9 Quanto sua evolu o ao longo dos anos podemos observar quadro 32 e gr fico 10 que os teores de M O baixaram ligeiramente ap s a instala o do ensaio tendo retomado a seguir os valores iniciais 124 Quadro 32 Resultados da an lise de vari ncia m dias e desvio padr o para os principais efeitos tratamento pastoreio ano e repeti o das vari veis pH H 0 Mat ria Org nica MO F sforo P Os Pot ssio K50 C lcio Ca Magn sio Mg e Condutividade Na parte inferior est a signific ncia das interac es pH MO P205 KO Ca Mg Cond H20 ppm ppm ppm ppm mS cm 1 T1 5 84 2 64 29 48a 135 6
31. s condi es edafo clim ticas locais assim como implementar um adequado maneio do pastoreio que permite atrav s do animal melhorar a composi o bot nica da flora pratense como ali s j foi referido anteriormente O programa de melhoramento de cereais forrageiros desenvolvido pela Esta o Nacional de Melhoramento de Plantas ENMP em Elvas iniciou se na d cada de 80 do s culo XX e surgiu como uma nova op o para os cereais secund rios aveia e triticale que ao n o poderem competir com o trigo para a alimenta o humana encontraram nos sistemas extensivos de produ o animal um amplo dom nio de expans o e melhoramento Foi uma estrat gia inovadora no dom nio do melhoramento de plantas O objectivo final era constituir misturas para as culturas forrageiras baseando se na boa adapta o a condi es edafo clim ticas restritivas para a produ o de cereais e pretendendo se fomentar a dupla aptid o isto utiliza o pelo animal quer da biomassa planta inteira no estado vegetativo quer do gr o planta seca com o gr o inclu do Ma s 2004 refere que do ponto de vista fisiol gico representava uma altera o intensa para a planta porque se tornava necess rio alongar o seu ciclo vegetativo mas n o custa de um atraso de crescimento no Outono Consequentemente os objectivos de selec o passaram ent o a ser e Identifica o de gen tipos com crescimento inicial muito r pido de modo a perm
32. 80 ad subprodutos haSAU V8 Custos c aquisi o de ha 26 21 18 08 15 85 35 13 20 68 n s servi os ext haSAU V9 Custos c M o de Obra ha 105 33 32 67 46 38 89 73 56 75 ado haSAU V10 Total receita c venda de ha 631 53 248 08 139 64 294 57 248 09 ERE animais haSAU V11 Custos correntes ha SAU ha 611 96 245 21 222 08 454 87 310 09 tudos V12 Output final ha SAU ha 727 19 371 01 198 11 392 53 333 04 TER V13 Invest Bruto Capital ha 75 66 86 62 30 58 47 32 52 28 KAF Fixo ha SAU V14 Produtos Interm dios ha ha 163 62 77 03 46 70 76 53 72 49 TRE SAU V15 Produ o Bruta ha SAU ha 890 80 448 04 244 82 469 06 405 53 KAE V16 Margem Bruta da ha 210 78 167 68 25 99 41 57 46 69 TRE Explora o ha SAU V17 Total de Subs dios ha 118 92 112 90 76 55 137 79 100 18 Edo Explora o ha SAU V18 Resultado L quido ha SAU ha 329 70 280 57 50 56 96 22 146 87 di V19 Taxa Interna de Jo 4 18 4 74 0 93 1 74 2 38 FR Rentabilidade V20 Rela o Capital Fixo 94 70 92 81 96 02 93 71 94 71 KER Terra Total Capital Fixo V19 Rela o Capital Fixo 5 30 7 19 3 98 6 29 5 29 FA Animais e Equipamento Total Capital Fixo P lt 0 001 P lt 0 01 P lt 0 05 n s n o significativo 159 UV vaca adulta touro f meas de substitui o vitelos x 0 60 UO ovelha adulta f meas macho x 0 15 UP porcos adultos f meas mach
33. A compreens o dos factores elementos e processos que controlam ou modificam a quantidade movimento e qualidade da gua no solo e subsolo importante pois desses factores depende a estrutura do solo e a vida das plantas e em ltima an lise de todos os seres vivos Assim a quantidade de gua infiltrada no solo infiltra o varia com o 129 grau de inclina o do terreno a densidade e tipo de vegeta o ou cobertura do solo tipo de solo e com o grau de satura o do solo em gua Quanto mais poroso for o solo mais gua se infiltra A acumula o da gua no solo e no interior das rochas diminui o movimento superficial das guas em ocasi es de tempestade ou regimes de precipita o torrencial reduzindo os riscos da eros o h drica Quando se esgota a capacidade de armazenamento do solo e das rochas os solos tornam se saturados e o processo de infiltra o deixa de se realizar A gua n o infiltrada no solo e desloca se dos locais de maior altitude para locais de menor altitude escorr ncia em direc o aos oceanos Ao longo deste longo percurso uma parte evaporada percolada ou usada para fins dom sticos agr colas e industriais enquanto a restante vai integrar o caudal de cursos de gua e o volume de lagos e albufeiras Para Fulg ncio 2009 o escoamento superficial constitui uma resposta r pida precipita o e cessa pouco tempo depois dela O escoamento subterr neo em especial quando se d atrav
34. Homem e da Natureza 42 Para avalia o do estado de conhecimentos relativamente componente arb rea do ecossistema Montado recorremos a publica es de Jornadas T cnicas realizadas em Portugal e Espanha respectivamente e cuja actualidade contribui para a identifica o dos problemas j referidos indicando por outro lado linhas de trabalhos de investiga o experimenta o a desenvolver Nas Primeiras Jornadas T cnicas da Feira de Garv o Ramos amp Santana 2006 na sess o dedicada ao Decl nio do Sobreiro e da Azinheira Ferraz referiu que durante toda a d cada dos anos oitenta se gerou uma grande controv rsia sobre as causas da morte do sobreiro que vinha ocorrendo em muitas zonas suber colas do Centro e Sul do Pa s Um estudo sobre as causas deste efeito nos concelhos de Santiago do Cac m Gr ndola e Sines foi coordenado pela EFN Esta o Florestal Nacional e no relat rio de conclus es divulgado em 1991 pode ler se 1 O decl nio do sobreiro n o est correlacionado com a evolu o da precipita o ao longo dos ltimos 58 anos 2 N o existe uma rela o forte entre a mortalidade e idade das rvores 3 A intensidade das podas n o parece constituir factor indutor da mortalidade 4 As pragas n o constituem um importante factor de mortalidade mas antes foram consideradas como decorrentes de uma situa o de decl nio dos Montados 5 Os fungos habitualmente associados a doen as n o evide
35. Y Divulg col Congresos y Jornadas Serie Agricultura pp 63 66 Leit o N 2009 Montado um estado da Sucess o Ecol gica no Sul de Portugal www naturlink pt art de divulga o Ci ncias Agr rias e Desenvol Rural 8pp Lopes J Babo H Brites C Navas D Potes J 2005 Influ ncia do valor nutritivo da pastagem no comportamento do animal em pastoreio Rev Pastagens e Forragens vol 26 27 pp 23 31 Ma s B 2004 O papel dos Cereais Forrageiros Boletim da SPPF n 9 pp 16 22 Ma s B amp Potes J M 2008 Import ncia dos cereais forrageiros na pecu ria extensiva dos sistemas agro silvo pastoris Ib ricos 4th Latin American Congress of Agroforestry for Sustainable Livestock Production rev Melhoramento 42 em publica o Montes T 2003 Actuaciones para la restauracion de una Dehesa abandonada Boletim da SPPF n 8 pp 13 42 Moreira A C 2006 A doen a do decl nio do Sobreiro e da Azinheira in O porco da ra a Alentejana e o decl nio do Sobreiro e da Azinheira Primeiras Jornadas T cnicas da Feira de Garv o Ed Colibri Associa o de Criadores de Porco Alentejano pp 49 58 Moreira O C Dentinho M T P Pereira E Ribeiro J R Potes J M 2008 The effect of polyethylene glycol addition on the in vitro ruminal fermentation characteristics of holm oak leaf Quercus ilex L International Symposium on Animal Production and Natural Resources Utilis
36. a respectiva produ o 154 Esta Din mica do Ecossistema Montado que foi conseguida e mantida em equil brio pelo homem durante s culos entrou em rotura no s culo XX quando o ecossistema ficou sujeito ao processo de intensifica o agr cola De facto a industrializa o da agricultura que conduziu inexoravelmente a uma depend ncia econ mica cada vez mais acentuada e a competir com sistemas de agricultura intensivos provocou uma busca intermin vel no aumento de produ o dos diversos sistemas produtivos que integram o ecossistema que por se tratarem de sistemas extensivos n o suportaram a intensifica o ou introdu o massiva de factores de produ o mobiliza es de solo fertiliza es culturas cereal feras elevados encabe amentos podas e tratamentos qu micos etc desequilibrando o ecossistema e levando o rotura com a manifesta delapida o dos recursos naturais e do meio ambiente Em face do conhecimento existente sobre o ecossistema e tendo por objectivo a sustentabilidade t cnica apresentada para conseguir restabelecer a din mica adequada ao ecossistema Montado destacamos dois indicadores que dever o ser estudados e quantificados porque deles depender em grande medida a produtividade do ecossistema 1 Capacidade de Carga do ecossistema que representa o potencial produtivo do ecossistema expresso em Cabe as Normais CN mantidas por unidade de rea e durante todo o ano de acordo com o esqu
37. a zona mediterr nica pelo que essencial ter uma ideia muito clara do que significa clima mediterr nico Mariano Feio 1991 foi das pessoas que melhor o caracterizou ao defini lo como o nico clima da terra que tem a particularidade de apresentar o ver o seco Acrescenta mesmo que t pico um ver o quente longo e seco a que se associa uma acentuada irregularidade nas quedas de precipita o quer a n vel intranual durante o mesmo ano quer na compara o interanual entre anos distintos Trata se de um clima temperado que se situa ao n vel dos paralelos 30 a 40 N e S que recebeu o nome em virtude da sua maior rea de influ ncia se situar na bacia do mar Mediterr neo Surge no hemisf rio norte tamb m no continente americano Calif rnia e no hemisf rio sul no Chile frica do Sul e Austr lia As diferen as entre estas cinco regi es do globo que no seu conjunto n o ultrapassam os 2 da superf cie emersa s o contudo muito acentuadas como se pode verificar pela Figura 2 que as identifica com os respectivos gr ficos de temperaturas m dias e pluviosidades OCEANO ATL NTICO Figura 2 Regi es do Mundo com clima mediterr neo x As especificidades clim ticas descritas associadas intensifica o agr cola sofrida pela regi o mediterr nica que acolheu as mais importantes civiliza es da hist ria mundial conduziram a uma degrada o lenta e gradual dos solos que resultou numa conjuga o a
38. alimentar da pecu ria extensiva anteriormente apresentado fazendo coincidir a poca mais dif cil no aspecto de disponibilidade alimentar com um per odo de necessidades nutricionais restringidas o mais poss vel cobertura das necessidades de manuten o Em termos pr ticos significa que o maneio reprodutivo procura remover pocas de cobri o no Ver o para que os desmames se venham a verificar entre a Primavera e o final do Outono Procura se deste modo que as fases cr ticas do ciclo produtivo final da gesta o e fase inicial da lacta o n o coincidam com o per odo mais dif cil do esquema alimentar que o Outono Inverno Um excelente exemplo de explora o de bovinos em regime extensivo mediterr nico foi o trabalho de Montes 2008 na recupera o de uma explora o de Dehesa abandonada com cerca de 800ha para suporte de uma ganadaria brava que partindo de um efectivo base de 200 f meas reprodutoras sustentou ainda as recrias de machos at aos 4 5 anos de idade e as f meas at aos 2 anos ap s os quais se mant m na explora o as de reposi o O plano de melhoramentos realizado teve como objectivo principal aumentar o encabe amento a partir do incremento da capacidade de carga da explora o atrav s e Aumento da produ o de biomassa pratense com base no melhoramento das pastagens naturais de qualidade nomeadamente investindo na fertiliza o fosfatada e Racionaliza o no maneio do pastor
39. associado um efectivo caprino de acordo com a respectiva dimens o Foi desta forma que se desbravaram extensas reas das chamadas areias do plioc nico na margem esquerda do rio Tejo para dar origem a grandes superf cies de Montado caracterizado pela alta qualidade e quantidade da corti a produzida No momento actual este processo de controlo da flora arbustiva restringiu se s zonas de serra normalmente onde o acesso da maquinaria impossibilitado mas que dada a abundante vegeta o arbustiva tem cada vez mais espa o de desenvolvimento Val rio 2008 Com a evolu o da mecaniza o foi poss vel desenvolver alfaias agr colas que efectuam o processo da desmata o opera o que consiste em controlar o mato mecanicamente de uma forma muito eficiente Trata se das grades de discos que n o s destroem a parte a rea das plantas como removem e incorporam no solo toda a biomassa que constitui o mato Mais recentemente foram desenvolvidos outros tipos de alfaias cortamatos que somente destroem a parte a rea das plantas n o danificando a raiz e sem mobiliza o do solo Reconhece se que a desmata o uma opera o agressiva contestada por alguns produtores florestais que entendem causar preju zos componente arb rea nomeadamente a n vel das ra zes superficiais pastageiras sobretudo no caso do sobreiral Tamb m por vezes referido que al m do efeito prejudicial referido o desaparecimento da flora ar
40. com o ciclo de desmata o predominando esp cies distintas entre cada espa os ou intervalos de interven o na limpeza do mato O facto que influi directamente na concentra o de aves consumidoras de frutos carnudos a exist ncia de medronheiro que o suporte alimentar deste tipo de aves durante os meses de Inverno quando a disponibilidade do medronho efectiva A primeira cnamada de aten o ao iniciar a discuss o do tema da biodiversidade est no facto de que o trabalho apresentado por Santana 2009 incidir sobre Floresta Mediterr nica e mais concretamente sobre Sobreirais da Serra do Caldeir o mas n o no ecossistema Montado o qual por defini o exposta na cap tulo Il um sistema agro silvo pastoril multifuncional e que envolve a explora o da pecu ria extensiva que n o acontece no caso deste projecto executado na Serra do Algarve Assim o objectivo da descri o t o detalhada deste estudo tem a ver com a compara o de um sistema florestal t pico de Portugal onde a interven o humana se restringe preven o de inc ndios e extrac o do produto florestal corti a com o ecossistema Montado Nas considera es finais do estudo a autora Santana 2009 abre o cap tulo com a afirma o O regime de desmata o e a idade dos matos t m uma forte influ ncia na biodiversidade dos ecossistemas florestais N o poder amos estar mais de acordo com tal circunst ncia Efectivamente para todos os i
41. da amostragem nos seguintes par metros e Vegeta o caracterizada ao n vel dos estratos arb reo arbustivo e herb ceo a partir de um esquema de transectos em cada parcela para os dois primeiros estratos e de c rculos 2m raio no centro de 4 quadrantes para o ltimo 145 e Cogumelos efectuadas durante o principal per odo de frutifica o Novembro a Janeiro uma vez em cada parcela e ao longo do transecto principal e Borboletas efectuadas em 5 per odos distintos em cada parcela a partir de percursos pedestres de trajectos irregulares a partir de um v rtice com dura o de 10min e abrangendo toda a rea delimitada num raio de 5m e Aves realizadas com base em contagens pontuais de 15min no ponto central de cada parcela 2 vezes na Primavera nidifica o de residentes e migradores e 2 vezes no Inverno para contrastar a disponibilidade de fruto ao in cio da manh e final do dia Na discuss o dos resultados que obteve a autora Santana 2009 refere que a frequ ncia das desmata es tem um efeito muito importante sobre a vegeta o se bem que de forma distinta consoante os estratos As comunidades herb ceas s o momentaneamente favorecidas atingindo valores de cobertura e riqueza espec fica mais elevados em parcelas desmatadas mais frequentemente Nas parcelas sujeitas a mais de uma desmata o por cada duas d cadas a que correspondem as florestas mediterr nicas dedicadas produ o de c
42. de certifica o de produtos tradicionais DOP Denomina o de Origem Protegida IGP Identifica o Geogr fica Protegida e ETG Especialidade Tradicional Garantida em que esta ltima identifica o a nica que n o faz refer ncia origem geogr fica mas sendo menos exigente visa distinguir a obten o tradicional de um produto ou um modo de produ o e curiosamente o exemplo citado pelos autores a carne de bovino tradicional do Montado Para Rosa 2006 competitividade em produtos e servi os tradicionais pressup e que o que se produz de qualidade tendo portanto atributos para poderem ser escolhidos entre outros Por outro lado qualidade tem associado um investimento complementar f sico ou material pelo que deve ser remunerada de forma a obter o retorno do investimento Isto significa que se chega ao mercado natural com produtos de menor oferta mas de mais alta performance qualitativa consequentemente com pre os mais qualificados Os produtos massificados com qualidade condi es de seguran a e identidade pr prios ganham na escala de produ o e distribui o as margens do neg cio T m pre os mais acess veis Os produtos tradicionais provenientes de um mundo rural que preserva as mat rias primas culturas e processos produzindo ao ritmo da natureza para al m do auto abastecimento aos artes os destinam se a uma procura de menor dimens o mais disposta a pagar servi o e cultura associa
43. de produ o de biomassa do sistema 132 Numa vertente oposta situa se a protec o das linhas de gua tal com vem referido no Manual B sico das Pr ticas Agr colas dirigido conserva o do solo e da gua MADRP sem data A desobstru o e controlo da vegeta o ribeirinha de todas as vias que conduzem as guas excedent rias das pocas de maior precipita o s o t o importantes como as ac es que tenham por objectivo o armazenamento de gua Isto deve se ao facto de que os obst culos livre circula o da gua m drenagem ocasionam normalmente situa es de encharcamento que por exemplo no caso das culturas arvenses anuais de Outono Inverno em zonas mediterr nicas provocam efeitos prejudiciais mais frequentes que as secas a que por vezes estas culturas s o sujeitas nos mesmos locais Ar A rela o do ecossistema Montado com a qualidade do ar est principalmente relacionada com a capacidade de sequestro do Carbono associado ao sistema contribuindo assim para a diminui o do teor de CO2 na atmosfera e consequentemente permite lhe constituir se como um meio de combate s altera es clim ticas que assolam o planeta Tal como nos casos anteriores do solo e da gua a fixa o de carbono tamb m um servi o ambiental fornecido pelo ecossistema que s tem a desvantagem em rela o aos sistemas florestais tropicais de se tratar de um sistema extensivo ou de menor produtividade pelo que os
44. dimens o permitiram alcan ar os dados conhecidos O sucesso de um plano de melhoramento de pastagens de sequeiro mediterr nico pode ser aferido atrav s da evolu o lenta e gradual no alargamento do ciclo das esp cies anuais utilizadas a acompanhar o aumento de mat ria org nica e melhor estrutura o dos solos que permitindo incrementar a capacidade de reten o de gua no solo possibilita a utiliza o de plantas com ciclos produtivos maiores e que poder culminar na sobreviv ncia das esp cies vivazes com dorm ncia estival que ser o particularmente importantes na produ o de pastagem do per odo Outono invernal Projecto INTERREG Il 98 74 01 01 Estudo da produ o e conserva o de sistemas de pastoreio extensivos em zonas de Montado de Azinho 21 O conjunto de conhecimentos adquiridos foram considerados para o delineamento do ensaio de melhoramento de pastagens que foi instalado na herdade da Contenda Per metro Florestal da Contenda situada pr ximo de Barrancos e representativa do Montado que caracteriza a explora o agro pecu ria da zona da Margem Esquerda do rio Guadiana em Portugal A instala o do ensaio decorreu em 1998 inserido na explora o de pecu ria extensiva em cerca de 1500ha onde foram identificados e isolados quatro locais de 1 600 m cada com um desenho experimental de blocos casualizados submetidos a quatro tratamentos distintos Tratamento 1 T1 Manuten o do ecossistem
45. do recurso ao pastoreio da cultura forrageira para complemento dos recursos naturais invernadouro O excesso da pastagem que n o consumida na Primavera garante o suporte do pastoreio pelo Ver o dentro sendo agora o pasto seco ou feno em p como tamb m conhecido que significa que os excedentes da poca favor vel n o foram cortados gadanhados e conservados como feno utilizados em pastoreio depois das plantas secarem diminuindo portanto os custos de manuten o dos efectivos pecu rios O mesmo poder suceder com a cultura forrageira que ap s pastoreio invernal invernadouro vedada ao pastoreio disponibilizando o recrescimento de Primavera quer para conservar como feno ou silagem quer para pastoreio estival da 55 cultura seca j referido como um importante contributo alimentar em forma de gr o e palha agostadouro O esquema alimentar proposto pode sustentar uma pecu ria extensiva praticada em explora es de Montado recorrendo essencialmente a alimentos obtidos a partir do pr prio sistema de produ o ou seja da explora o Conv m notar que n o existe ainda uma capacidade de carga determinada para estes ecossistemas mas Navas 2006 apresentou dados relativos produ o de pastagens e inqu ritos a explora es representativas do Montado Alentejano com varia es entre 0 32 e 0 74 CN ha ano de acordo com a estrutura da explora o Assim poderemos tomar como valor de refer ncia para este
46. do solo a tend ncia para o aumento da rea ardida n o se verificou Leit o 2002 Com o objectivo de implementar formas eficazes de preven o dos inc ndios florestais rurais sobretudo atrav s da redu o da biomassa combust vel para o que se admite a pastor cia e a desmata o como meios eficazes promoveu se na ex Esta o Agron mica Nacional em Oeiras um col quio cujo tema foi A Silvopastor cia na Preven o dos Fogos Rurais Neste contexto foram apresentadas 5 interven es de mbito geral que abordando o assunto de uma forma transversal se destinam a todo o territ rio nacional e se complementam nas avalia es e propostas de solu o Santos 2008 perempt rio ao afirmar que a gest o do mato nas reas marginais para a actividade agr cola dedicadas floresta colocam em causa a competitividade florestal Considera que a pastor cia associada ao que j apelid mos de fogo domesticado fogo controlado poder constituir o nico meio eficaz de preven o de inc ndios e reconhecendo a como a t cnica ancestral considera a a mais competitiva para gest o florestal A abordagem de Pinho 2008 baseada na organiza o do territ rio para o que desenvolve um novo modelo de infra estrutura o dos espa os florestais que integra 3 reas fundamentais 1 Preven o da eclos o do fogo com o objectivo de diminuir o n mero de ocorr ncias 2 Planeamento do territ rio perspectivado para a dota o d
47. e das explora es empresariais extensivas e multidiversificadas do sul O crescimento econ mico e o desenvolvimento social acompanharam o aumento gradual do custo da m o de obra agr cola que enquanto factor de produ o contribuiu para a insustentabilidade econ mica de muitos sistemas produtivos Por outro lado esta transfer ncia de popula o activa n o foi assimilada pelas ind strias agro transformadoras locais que tamb m se deslocaram para a periferia dos grandes centros urbanos acompanhando as popula es rurais que procuraram outros modos de vida No caso do Montado esta constata o verifica se para os produtos mais importantes do ponto de vista econ mico corti a carnes e seus derivados e l Para alguns casos a mecaniza o e o desenvolvimento de infra estruturas agr colas permitiu manter alguns sistemas de produ o em funcionamento nomeadamente no dom nio da pecu ria extensiva A componente florestal no entanto foi a mais penalizada pela dificuldade de n o encontrar alternativas utiliza o de m o de obra desaparecendo quase por completo o contributo energ tico do ecossistema lenhas e carv o cuja depend ncia deste factor de produ o muito acentuada e que al m disso question vel a sua utiliza o a n vel de grandes centros urbanos Esta situa o foi agravada no caso da Azinheira com o desaparecimento do porco Ib rico devido ao surto de peste su na africana nos anos sessenta que eli
48. elevadas quantidades exibem numerosos efeitos adversos por diminui o da degrada o das prote nas alimentares no r men por perturba o da actividade microbiana por diminui o da ingest o podendo mesmo ser t xicos para os animais A esteva e a rama de azinheira apresentam teores de PB bastante aceit veis para animais em manuten o 9 e 10 na MS da esteva e 7 7 e 7 9 na MS da rama de azinheira respectivamente em Novembro e Dezembro por m estes ltimos muito inferiores aos valores encontrados por Fernandez amp Porras 1999 de 10 55 em Novembro Contudo pelo que referimos anteriormente relativamente aos n veis elevados de lenhina e taninos condensados presentes esta prote na deve estar numa forma muito pouco dispon vel para o animal A bolota um alimento de elevado valor energ tico devido aos elevados teores de amido e GB que cont m 47 9 e 53 9 de amido na MS e 8 4 e 8 0 de GB na MS em Novembro e Dezembro respectivamente Apresenta um baixo teor proteico 4 na MS e tamb m inferior aos valores encontrados por Fernandez amp Porras 1999 de 6 na polpa tal como a GB que neste caso foi de 9 23 Em Novembro ainda numa fase muito jovem a bolota cont m um elevado teor de fen licos totais 7 7 na MS Por m este teor vai reduzindo com a matura o sendo em Dezembro de apenas 3 5 na MS Dos tr s alimentos estudados a bolota o mais interessante do ponto de vista nutritivo podendo ser utilizado
49. excep o do ano 2002 quadro 32 gr fico 13 200 150 100 ppm 50 a P205 m K20 Tipo de pastoreio Gr fico 12 Conte do de pot ssio K20 e de f sforo P205 em cada tipo de pastoreio 126 200 150 a P205 m K20 100 ppm 50 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Gr fico 13 Conte do de pot ssio K20 e de f sforo P205 ao longo dos anos O tipo de pastoreio influenciou o teor de c lcio e de magn sio no solo sendo inferior no caso da presen a de ovinos Os resultados indicam n veis elevados destes elementos sendo o efeito da correc o e fertiliza o positivo e significativo para o c lcio O Magn sio apresentou valores inferiores no tratamento com mobiliza o do solo T4 quadro 32 O solo n o apresentou problemas de salinidade Na sequ ncia do Despacho n 4044 2003 de 27 de Fevereiro do Ministro da Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas foi elaborado um Programa de Defesa dos Povoamentos Suber colas no mbito do qual foi produzido um Documento S ntese sobre a Perda de vigor dos Montados de Sobro e Azinho an lise da situa o e perspectivas Sousa et al 2007 que se baseou na an lise global das informa es recolhidas no mbito dos diferentes projectos de I amp D expresso que a disponibilidade de nutrientes dever ser um dos principais factores a considerar no mbito de uma estr
50. factores de produ o nomeadamente de alimentos concentrados imprescind veis a estes sistemas de produ o Como a valoriza o da carca a no Mertolengo foi inferior explica o diferencial de 42 c ntimos no custo de produ o a favor do Alentejano Contudo a diferen a nos ndices de convers o de apenas 50g N o sendo resultados comparativos os resultados revelam no entanto a dificuldade do novilho Mertolengo se adaptar de forma eficiente aos sistemas de engorda e acabamento intensivos Assumindo que cada ra a est adaptada ao seu sistema de produ o espec fico dos resultados obtidos deveremos concluir que a ra a Alentejana cujo solar se situa normalmente em zonas de melhor produtividade poder conseguir resultados econ micos nas recrias e acabamentos dos animais para abate em regime semi intensivo que assegurem a cobertura das despesas deste sistema e da manuten o da vacada reprodutora Quanto ra a Mertolenga e tendo em conta as suas condi es normais de explora o normalmente em zonas de produtividades mais baixas para que os animais para abate permitam obter resultados econ micos remuneradores dos respectivos sistemas produtivos ter o que ser explorados em regimes mais extensivos Isto tirando partido da sua maior rusticidade e menor tamanho corporal restringir ao m ximo os per odos de confinamento com alimenta o base de alimentos concentrados privilegiando os per odos em pastoreio desde
51. fontes energ ticas lenha e carv o constitu am importantes receitas da explora o do Montado que contribufam para amortiza o dos custos da desmata o Valores de 17 5 por sobreiro seco ou morto eram comuns vinte anos atr s Contudo nas ltimas d cadas do s culo passado o aumento dos pre os da m o de obra agr cola e a respectiva escassez desvalorizaram bastante este produto anulando esta mais valia econ mica da explora o do Montado Actualmente os valores que se praticam para venda de lenha no Montado s o em termos m dios de 15 ton e 30 ton respectivamente para o sobreiro e azinheira Uma explora o que apresente uma rvore seca por ha e ano a mortalidade em sobreiro m dia nacional de 0 5 rvore ha ano com um peso m dio de 0 5ton no caso de Montado de Sobro e para uma rea aproximada de 275ha para utilizar a dimens o proposta para explora o economicamente sustent vel de corti a e de pecu ria extensiva poder apresentar uma receita anual de 2062 5 Como se trata de um produto resultante da boa gest o do ecossistema ser sempre uma fonte energ tica a ter em considera o tanto mais que no dom nio das energias alternativas as perspectivas de desenvolvimento de centrais de produ o de energia a partir da biomassa florestal onde este produto se inclu poder o ser uma sa da eficiente e a recupera o de uma receita da multifuncionalidade do Montado Por outro lado a explora
52. gua e nutrientes enquanto que as 146 esp cies sapr bias fomentam a degrada o da M O participando portanto no ciclo do carbono Das 130 esp cies diferentes que foram inventariadas a que se juntam mais 31 n o identificadas agrupam se na sua maioria em 34 g neros onde predominam os ectomicorr zicos mas incluindo tamb m alguns sapr bios Se bem que a ocorr ncia de cogumelos fortemente condicionada pelos regimes de pluviosidade e temperatura verificou se no entanto que no caso das desmata es mais frequentes a recupera o dos ectomicorr zicos mais r pida provavelmente pela manuten o de ref gios em plantas n o afectadas e nos sapr bios de recupera o mais lenta na rela o directa com os teores de M O do solo Apesar de frutificarem taxa em parcelas que n o sofreram interven es h mais tempo e que n o foram encontradas nas outras a verdade que se registou uma menor abund ncia a partir dos 40 anos de ciclo de interven o devido ao aumento do ensombramento e eventual modifica o das caracter sticas da folhada ou manta morta A import ncia das borboletas no ecossistema prov m da sua contribui o vital na cadeia tr fica e do seu papel imprescind vel na poliniza o das plantas S o por isso insectos ideais para o estudo da din mica de popula es sendo muitas vezes utilizados como ferramentas indispens veis na biologia da conserva o de esp cies atrav s da exclusividade na depe
53. na varia o da estrutura horizontal que combina v rios est dios das componentes vegetais do ecossistema que variam na densidade do coberto arb reo no desenvolvimento da componente arbustiva de acordo com o ciclo da desmata o e o mesmo sucedendo com a componente herb cea que varia na propor o do banco de sementes no solo Estabelecem se assim um conjunto de parcelas dentro de uma mesma explora o que constituem o que denomin mos de Rota o do Montado cap tulo Ill e que em linguagem ecol gica se identifica como distribui o em mosaico Estas altera es na paisagem do Montado s o muito importantes para a fauna e para a avifauna em particular pois a escassos metros podem ocorrer outras esp cies em resultado de diferentes condi es de micro habitat ou de novos nichos oferecidos com consequentes resultados positivos na chamada diversidade Beta varia o da diversidade biol gica ao n vel da paisagem ao longo de gradientes de habitats 142 Dando exemplos de esp cies predominantes em espa os mais ou menos abertos ou de maior ou menor densidade de arvoredo de esp cies cavern colas esp cies que usam cavidades naturais t picas das querc neas para se reproduzir e como abrigo e outros Onofre 2009 comp e um retrato em tra os gerais das comunidades de vertebrados selvagens dos Montados que envolve mais de 60 esp cies de aves nidificantes das quais mais de 40 s o Passeriformes mais de 20 de mam feros e ou
54. ncia ao sistema produtivo que dominada por Quercus mas que n o exclui a boa adapta o da floresta de eucalipto ou pinheiro como outras alternativas agro industriais Para proceder caracteriza o dos ecossistemas que se podem identificar nas zonas semi ridas de clima mediterr nico da Pen nsula Ib rica baseamo nos no pressuposto que o bosque original sofreu uma evolu o muito particular Pela ac o do Homem constitufram se sistemas de produ o baseados na utiliza o de recursos naturais que se mantiveram renov veis e cujas actividades agr colas e pecu rias que lhes v m associadas n o s contribu ram para a diversifica o cultural como conseguiram manter um equil brio que tem vindo a ser preservado ao longo dos s culos O Montado ou a Dehesa s o ecossistemas vocacionados para a produ o agro pecu ria e florestal ou agrosilvopastoril multifuncionais porque se constituem por diversos subsistemas e sistemas de produ o integrados e interdependentes Baseiam se numa forma de produ o extensiva que se tem revelado n o agressiva para o ambiente desde que respeitadas as regras necess rias manuten o do 9 equil brio nos diversos subsistemas que os comp em Subdividem se em diversos sistemas produtivos que s o geradores de produtos diferentes e tamb m de qualidade diferenciada A abordagem integrada ou hol stica a sistemas produtivos t o complexos para a respectiva an lise t cn
55. no Relat rio do Sector da Corti a CIB 2008 tender a sofrer altera es 156 Outros produtos de corti a 16 Semimanufacturas 1 Aglomerados Puros e Compostos 14 Rolhas de Corti a Natural 49 Rolhas de Corti a Aglomerada 20 Figura 13 Estrutura das Vendas de Corti a por tipo de Produtos CIB 2008 De facto pouco prov vel que se mantenham os consumos e pre os da rolha natural que dever restringir se aos vinhos superiores Se bem que as rolhas de corti a aglomerada tenham uma possibilidade de expans o nas reas a perder para a rolha natural o mercado da ind stria vin cola dificilmente poder continuar a absorver os valores percentuais que det m actualmente no destino dos produtos de corti a A grande oportunidade que se oferece ao mercado da corti a ser sem d vida a industria dos aglomerados que tirando partido das caracter sticas imbat veis isolamento durabilidade decora o etc deste produto natural e renov vel no mercado da constru o ser com certeza a solu o de futuro para garantir os pre os da corti a ao produtor Ao entrar na discuss o da sustentabilidade econ mica dos sistemas origin rios de produtos de origem animal que foram apresentados e analisados como produtos do Montado conv m destacar que no caso de su nos porco Alentejano em extensivo e ovinos a viabilidade econ mica se garantia para explora es de rea superior a 255ha No ca
56. o Montado a liquida o deste benef cio o que evoluiu naturalmente para a designa o do respectivo sistema de produ o em que o Alentejo passa a ser a sua regi o de predomin ncia e por outro lado ele pr prio se transforma num paradigma do Al m Tejo A vizinha Espanha apresenta um sistema de produ o similar denominado Dehesa que San Miguel 1994 define como um modelo de aproveitamento sustent vel dos recursos naturais que caracterizam o meio florestal mediterr nico com muitos s culos de garantia Como tal constitui uma demonstra o viva da biodiversidade biol gica e ambiental dos agrobiosistemas mediterr nicos e a necessidade de integrar neles os sectores agron mico florestal e pecu rio para concretizar um aproveitamento ptimo e sustent vel dos seus recursos Prop e nos como acep es do voc bulo no que corroborado por Cabo 1998 a raiz latina deffesa que significa defender coutar ou preservar do pastoreio de gados estranhos determinados espa os rurais defini o etimol gica e multiprodutiva pelo seu relacionamento com o car cter agrosilvopastoril do sistema Este ltimo autor define Dehesa como uma explora o agr ria caracterizada por tr s elementos dedica o preferencial silvopastoril superf cies extensas e geralmente em propriedades concentradas Em todas as defini es de Montado Dehesa enunciadas pelos diferentes autores consultados vem sempre referenciada
57. o significativamente diferentes para P lt 0 05 N S N o Significativo 1 Par metro n o analisado Analisando o Gr fico 5 o comportamento animal expressou maior presen a nos tratamentos T4 e T3 o que est relacionado com a composi o qu mica da Pastagem nomeadamente pela percentagem de Prote na Bruta e que se confirma tamb m nos dados anteriormente apresentados por Babo et al 2005 31 11 5 11 E o 10 5 o m v 40 o Presen a Animal o Q E IT 9 5 9 T1 T2 T3 T4 Tratamentos Gr fico 5 Valores de Prote na Bruta PB e de Presen a Animal CN por Tratamento Ambos os resultados indicam que o investimento realizado no melhoramento da pastagem nomeadamente a fertiliza o fosfatada e a introdu o de esp cies pratenses seleccionadas foi compensado com o aumento na produ o de Prote na Bruta e presen a do animal em pastoreio encabe amento independentemente da esp cie animal Os resultados apresentados atrav s dos diversos trabalhos espec ficos se analisados de uma forma integrada induzem nos directamente no conceito de abordagem hol stica ao sistema de produ o pratense visto que as interac es mais variadas interferem de forma particular no resultado final Foi demonstrado que a introdu o de factores de produ o como os fertilizantes ou as sementes de variedades seleccionadas de esp cies pratenses influem directamente na produ o quantitativa e qualitat
58. o da madeira de sobro que segundo Pereira 2010 fez parte da constru o das caravelas utilizadas pelos Portugueses nos descobrimentos pelas suas caracter sticas de resist ncia ao atrito e desgaste tem outras propriedades qu micas que lhe permitem desempenhar um papel importante no envelhecimento de vinhos alta densidade e homogeneidade que resultam em crescimento m dio anual elevado sequestro de Carbono e retrac o muito pequena como qualquer carvalho que conjugado ao padr o visual lhe valoriza ainda mais o valor est tico Assim equaciona o potencial aproveitamento da madeira de sobro como uma receita a promover na correcta gest o do Montado 102 Ca a A explora o cineg tica faz parte desde sempre dos multiusos do Montado embora como desporto de natureza que ocorresse frequentemente dissociada de um sistema produtivo onde a gest o e o controle nos factores de produ o sendo secundarizados lhe retiravam import ncia econ mica Esta caracter stica de benef cio ou usufruto para o propriet rio perfeitamente enquadrada e compat vel com a explora o dos sistemas produtivos tradicionais do Montado foi afastada pela quebra de rentabilidade destes nos finais do s culo XX passando a ser encarada como mais uma fonte de receita necess ria sustentabilidade global do sistema Para avaliar a situa o populacional de esp cies de ca a residentes numa explora o de 1 500ha de Montado de Sobro na Serra d
59. o de bovinos da ra a brava se baseou no aumento extraordin rio do potencial forrageiro donde resultou naturalmente a invas o da explora o pelos cerv dios das zonas circundantes que a dispunham de muito menos recursos alimentares J no caso da ca a menor sobretudo perdizes foi necess rio recorrer coloca o de comedores e bebedores pr prios para conseguir o aumento de popula es Mel Em Abril de 2007 o grupo de trabalho nomeado para o efeito apresentou o Programa Ap cola Nacional Tri nio de 2008 2010 An nimo 2007 de onde extra fmos os elementos para a caracteriza o do Mel como um dos m ltiplos produtos do ecossistema Montado O sector ap cola em Portugal tal como no resto da Uni o Europeia uma actividade tradicionalmente ligada agricultura normalmente encarada como um complemento ao rendimento das explora es existindo contudo uma pequena minoria de apicultores para os quais esta actividade a base das receitas de explora o Avaliar o sector ap cola com base em indicadores econ micos directos implica relevar o mesmo para um plano que subestima fortemente a sua import ncia na produtividade 105 agr cola na manuten o dos ecossistemas e espa os naturais no equil brio ecol gico da flora e na preserva o da biodiversidade ou seja num aproveitamento integrado e economicamente sustent vel do espa o rural A apicultura uma actividade exequ vel sem te
60. o de carbono e indu o dos teores de M O no solo controlo da lixivia o de nutrientes incremento da biodiversidade e reconstru o da paisagem controlo de inc ndios florestais sa de e bem estar animal modifica es micro clim ticas abrigo protec o e cria o de amenidade Sendo o ecossistema Montado um modelo t pico destes sistemas a sua representatividade em Portugal torna o territ rio nacional rico neste dom nio A discuss o essencial da sustentabilidade t cnica no ecossistema Montado relativa ao cap tulo Ill foca se muito particularmente no teor de Mat ria Org nica M O que apresenta o solo que serve de suporte ao ecossistema Efectivamente se tivermos presente que s o part culas da M O que constituem os elementos de carga negativa ani es do complexo de troca do solo a que se agregam os elementos de carga positiva cati es donde resultar a disponibilidade de nutrientes para as plantas e que tamb m t m alguma influ ncia no pH do solo Para al m do papel que este factor desempenha na constitui o dos agregados do solo de que resultar a estrutura do mesmo e a consequente capacidade de reten o de gua ou actividade biol gica ligada fisiologia das plantas e portanto sequestro de carbono conclu mos que realmente o factor determinante na recupera o dos solos que suportam grande parte da rea ocupada pelo ecossistema em Portugal Teixeira et al 2008 estudaram a din mica da acumula
61. o os cogumelos interv m na decomposi o da Mat ria Org nica 111 restituindo ao solo os seus constituintes essenciais tornando se portanto numa consequ ncia natural da recupera o dos solos j referida anteriormente O desenvolvimento da gest o sustent vel dos recursos micol gicos silvestres proposto pelos autores concretizou se na integra o das seguintes tarefas e Estudar aspectos b sicos e aplicados da ecologia dos cogumelos nos ecossistemas locais incluindo o impacte da colheita e promo o da produtividade e Realizar a inventaria o dos micobiota e Avaliar a fun o s cio econ mica e estudo de mercado e Analisar a rela o de custos benef cios para determina o da viabilidade econ mica da fileira e Fomentar a coopera o inter sectorial stake holders Os trabalhos descritos foram efectuados em colabora o com uma empresa agr cola privada da regi o de Alc cer do Sal regi o onde o Montado de Sobro det m um peso s cio econ mico fundamental tendo sido definidos os habitats predominantes para o invent rio micol gico cuja caracteriza o pormenorizada metodologia seguida e descri o das esp cies encontradas foi efectuada em publica o pr pria Cogumelos da Barrosinha F P Almeida amp J L B Ferreira ed Centro de Micologia Lisboa 2005 Para avalia o da viabilidade econ mica do processo foi elaborado o Quadro 31 com base nos pre os de produtos de importa
62. o sistema de produ o de queijo s por si insustent vel economicamente devido aos pre os competitivos dos sistemas intensivos pelo que a compensa o pela perda de rendimento dos sistemas extensivos dever ser suportada pelos servi os ambientais que presta 158 A integra o de diversos sistemas de produ o pecu ria extensiva na mesma explora o de Dehesa foi tamb m avaliada por Gaspar et al b 2006 utilizando a an lise de cluster Estudaram 4 grupos de explora es mistas com bovinos ovinos e su nos s com bovinos mista com baixos encabe amentos e s com ovinos No Quadro 36 e na Figura 14 apresentam se respectivamente as vari veis com an lise final dos clusters e as Margens Resultado L quido e Subs dios s explora es Quadro 36 Vari veis e an lise final dos clusters Cluster Vari vel escala 1 2 3 4 Total Signif V1 Unidade Vaca Aleitante UV ha 0 21 0 29 0 08 0 03 0 14 fios UV Por SAU V2 Unidade Ovelha UO UO ha 0 24 0 12 0 19 0 56 0 24 iodo Por SAU V3 Unidade Porco UP UP ha 0 24 0 12 0 19 0 56 0 24 mean Por SAU V4 Rela o Superf cie 0 00 0 29 0 45 0 35 0 34 n s arrendada Superf cie total V5 Rela o Superf cie Montado 0 99 0 57 0 67 0 43 0 64 Superf cie total V6 Encabe amento CN ha 0 52 0 45 0 30 0 59 0 41 o V7 Total custos c compra de ha 398 10 159 53 113 45 251 40 179
63. para satisfa o das necessidades dos animais explorados em extensivo mas desajustada da realidade Para avaliar os efeitos das varia es de pre os do porco Alentejano sobre a participa o da actividade nos planos ptimos das empresas Fernandes 1999 procedeu a uma an lise de sensibilidade considerando o cen rio da Pol tica Agr cola Comum PAC nomeadamente a Agenda 2000 com ajudas como o mais prov vel de enquadrar o dom nio de funcionamento das empresas agr colas aquela data Os resultados s o apresentados por tipologia de empresa baseada na respectiva dimens o sendo a Empresa Pequena E P uma explora o de 255 5ha de superf cie total 226 5ha de SAU a Empresa M dia E M uma explora o com 1 430 5ha de superf cie total 920ha de SAU e a Empresa Grande E G uma explora o com 2 280 2ha de superf cie total constitu da por v rios pr dios maioritariamente arrendados ou com pastagens e agostadouros adquiridos Os quadros 16 17 e 18 apresentam os resultados da evolu o dos efectivos de reprodutoras das tr s esp cies pecu rias su nos ovinos e bovinos e das Margens L quidas Privadas de acordo com a diminui o de pre os do porco de montanheira Quadro 16 Efeitos da varia o do pre o do porco Alentejano sobre a dimens o dos efectivos pecu rios e sobre a margem l quida privada em Empresas Pequenas Pre o do porco N mero de N mero de N mero de Margem L quida de m
64. pecu ria extensiva e cineg tica enquadram se nos valores apresentados se bem que diversamente avaliados No que diz respeito aos valores de receita anual para a lenha 11 ha muito discut vel t o elevado n mero pois a dificuldade em encontrar prestadores de servi os que adquiram este produto e os pre os que praticam muitas vezes n o cobrem as despesas Quanto as arom ticas e cogumelos o valor de 8 ha registamos como potencial produtivo e num mercado emergente que se dever estender ao agro turismo porque embora juntando a receita anual de mel que os autores referem no texto ao contr rio do que 161 sucede com a lenha os valores por n s encontrados e de alguma forma confirmados pela experi ncia pessoal n o v o al m dos 60 por explora o mas n o por ha A an lise econ mica de uma explora o tipo de Montado que inclua na sua globalidade toda a multifuncionalidade apresentada pelos respectivos sistemas de produ o dever possuir uma rea aproximada de 1 000ha Esta dimens o de propriedade corresponde m dia explora o analisada por Fernandes 1999 que tinha uma SAU de 920ha embora com 1430 5ha de superf cie total A partir desta dimens o poss vel a explora o do ecossistema com 3 esp cies animais em pecu ria extensiva manter uma explora o cineg tica equilibrada e sobretudo implementar uma Rota o do Montado de pelo menos 10 anos com um afolhamento adequado e com as consequ ncias n
65. permanente do terreno com esp cies herb ceas pastagens adaptadas s condi es edafo clim ticas em que o sobreiro vegeta Colocando o pr prio autor alguns inconvenientes primeira solu o proposta encargos riscos de inc ndio elimina o de herb ceas e arbustivas mais fr geis dificuldades diferenciadas ao pastoreio e utiliza o do fruto atenuados contudo pelo enterramento a largos intervalos da biomassa seca acaba por real ar as vantagens da desmata o efeitos mais duradouros vantagens de mobiliza es superficiais do solo substitui o da flora lenhosa por herb cea e rapidez e efici ncia de trabalho A conjuga o destes aspectos com o maneio do pastoreio de modo a beneficiar o melhoramento das pastagens e salvaguardar a regenera o natural da componente arb rea conduziu ao estabelecimento de folhas parcelas que no seu conjunto constituem o afolhamento plano cultural onde se ir implementar a rota o A integra o das propostas de melhoramento definidas sectorialmente para o ecossistema Montado foram apresentadas por Potes amp Babo 2003 onde se procurou adaptar ao ecossistema uma arquitectura de rota o que tenha em considera o a 57 multifuncionalidade de sistemas e a sua sustentabilidade t cnica de uma forma integrada A Figura 6 representa a adapta o da rota o ao caso espec fico do ecossistema Montado sendo por isso mesmo identificada como Rota o do Montado
66. produtivista e geradora de alimentos destinada a uma popula o mundial em crescimento e com necessidades alimentares crescentes para uma responsabiliza o social que al m de garantir a cobertura alimentar das popula es em crescimento cont nuo s o cada vez mais exigentes A explora o agr cola do s culo XXI passou a ter que enfrentar os problemas da escassez dos recursos e da preserva o do ambiente nomeadamente no impacto das altera es clim ticas na manuten o dos recursos naturais e que vieram criar novas limita es actividade prim ria Nesse sentido qualquer sistema de produ o agr rio para ser sustent vel ter que ser eficiente do ponto de vista t cnico tem que ser economicamente vi vel para poder ser o suporte financeiro de quem o explora e ter que se apresentar como amigo do ambiente isto o out put disponibilizado n o poder continuar a ser obtido custa da degrada o do meio ambiente em que produzido Os sistemas de produ o extensivos s o por natureza aqueles que menos agress es produzem nos respectivos ambientes e no caso particular do ecossistema Montado poderemos mesmo acrescentar que se trata de uma cria o do homem com o devido respeito pelas leis da natureza que valoriza o meio ambiente se explorado em equil brio e respeitando a capacidade produtiva do mesmo Neste cap tulo vamos procurar avaliar os efeitos do ecossistema no meio ambiente em que ele se
67. quando o desenvolvimento da ci ncia e tecnologia no dom nio da agricultura proporcionou t o profundas transforma es Contudo dada a sua especificidade e acantonamento na Pen nsula Ib rica onde devido a circunst ncias conjunturais o investimento nos respectivos sistemas de produ o agr ria se acentuou na ltima metade do s culo os efeitos do desenvolvimento tecnol gico s vieram a tornar se mais evidentes e conhecidos muito recentemente Por outro lado este atraso no desenvolvimento das tecnologias agr rias teve como oportunidade o facto de se enquadrar j nas novas perspectivas de uma agricultura menos intensiva e mais amiga do ambiente resultante dos excessos cometidos pelas agriculturas produtivistas dos pa ses mais desenvolvidos Como se poder verificar no Quadro 1 adaptado de Hernandez 1998 vem reflectido um conjunto de preocupa es ambientais associadas a ac es de maneio praticadas nos distintos subsistemas Constatamos que o subsistema que maiores fragilidades e ou oportunidades oferece o vegetal ou subsistema planta como foi definido Este facto justifica ter sido pelo estrato herb ceo pastagem que inici mos os trabalhos de investiga o aplicada na abordagem integrada que fizemos ao ecossistema Montado 19 20 Melhoramento de Pastagens Estudar e desenvolver o sistema de produ o pratense em condi es de clima mediterr nico come a pela an lise e conhecimento dos intervenientes do sist
68. que a qualidade das pastagens ou forragens permitam a exibi o das boas performances de crescimento Uma boa solu o ser sem d vida a diminui o do peso de abate ou seja desenvolver o mercado do vitel o em detrimento do novilho Em qualquer dos casos a qualifica o de regime semi intensivo significa que estas ra as est o seleccionadas para tirar partido dos recursos naturais que em termos de pastagens mediterr nicas se restringem ao per odo primaveril Nesta poca as recrias devem se basear no pastoreio sendo os per odos complementares para atingir a fase de acabamento devidamente compensados em alimentos de qualidade que permitam garantir as taxas de crescimento alcan adas nos regimes mais intensivos ou nos feedlot 88 Produ o de Ovinos e Caprinos Os sistemas de produ o extensivos de pequenos ruminantes adaptados ao ecossistema Montado est o muito adequados utiliza o dos recursos naturais e sazonalidade da produ o que valoriza muito mais o produto borrego e cabrito em determinadas pocas do ano As caracter sticas diferenciadoras de cada esp cie fazem com que a produ o de ovinos esteja normalmente associada aos sistemas de produ o cereal fera pelo excelente aproveitamento que estes animais fazem dos sub produtos destes sistemas restolhos e pousios Os sistemas de produ o de caprinos distribuem se pelas zonas de serra que no Alentejo se situam na regi o de Portalegre S Mamede
69. que as plantas est o sujeitas e por outro a encontrar solu es de maneio ou de gest o do ecossistema que garantam a preserva o da componente arb rea Estrato arbustivo composto por diversas esp cies das quais se destacam Cistus monspeliensis e C salviifolius sarga os C ladan fer esteva Genista ssp piorno e Ulex europaeus spp tojo constituindo um grupo de plantas arbustivas lenhosas de reduzido valor nutritivo de uma maneira geral mas que estrategicamente oferecem recursos nutritivos importantes para os herb voros na fase vegetativa invernal e na fase de flora o primaveril que liberta press o de pastoreio sobre os recursos pratenses Tamb m se incluem nesta componente um conjunto de esp cies arom ticas ou medicinais que representam mais um produto do ecossistema e refor am a sua riqueza em termos de biodiversidade vegetal Podendo desempenhar um contributo reduzido mas complementar no esquema alimentar quer da pecu ria extensiva quer das popula es o desenvolvimento excessivo da flora arbustiva torna se um obst culo produ o de pastagem pelo que o seu controlo imprescind vel ao equil brio do ecossistema O homem desempenha um papel important ssimo nesta fun o de controlo e pode efectu lo por duas vias biol gica atrav s do uso ponderado de diversas esp cies pecu rias com particular destaque para os caprinos dadas as suas prefer ncias alimentares por materiais lenhosos ou mec nica
70. s da corti a como foi verificado pessoalmente e documentado em registos fotogr ficos O controlo dos matos flora arbustiva e o melhoramento das pastagens flora herb cea t m ocultado o papel do fogo nesta regi o At aos anos 60 do s culo XX os inc ndios consumiam anualmente at cerca de 50 000ha de vegeta o mediterr nica apesar da actividade agr cola ter enraizado na sua cultura a execu o anual de aceiros que delimitavam as periferias das explora es e as folhas destinadas s culturas arvenses de sequeiro Sobretudo ap s a mecaniza o que ao actuar sobre grandes volumes de biomassa seca no in cio do Ver o opera es de debulha e manuseamento da palha passou a tornar se em elevado factor de risco de igni es O aumento da rea de vegeta o mediterr nica consumida anualmente pelos inc ndios cerca de 200 000ha nas ltimas d cadas s pode ser justificado pelo abandono da actividade agr cola Nomeadamente nas regi es onde predominavam os sistemas de produ o pecu ria extensiva que obrigavam ao controlo da flora arbustiva com o objectivo primordial de aumentar a produtividade das pastagens e consequentemente da produ o animal verificou se esse aumento No entanto a 138 explora o agro pecu ria tinha um efeito secund rio ambientalmente desapercebido que consistia na diminui o do combust vel para o fogo De facto nos locais onde ainda se mant m as actividades tradicionais de uso
71. sem restri es mas devendo ser fornecido em associa o com alimentos que lhe cubram as suas defici ncias proteicas A rama de azinheira e a esteva s o alimentos grosseiros de recurso que n o devem ser utilizados como alimentos nicos na dieta animal mas sempre associados a outros alimentos que lhe suprimam os seus desequil brios nutritivos tanto energ ticos como 53 proteicos A associa o destes alimentos com suplementos proteicos essencial n o s para o equil brio em prote na da dieta mas tamb m como forma de atenuar ou eliminar os efeitos delet rios que os taninos condensados presentes poder o originar A rama de azinheira folhagem foi ainda estudada por Moreira et al 2003 num ensaio de Rusitec T cnica de Simula o do R men para avaliar o efeito do Polietileno Glicol PEC na forma o de complexos est veis com os taninos presentes neste alimento de forma a aumentar a sua digestibilidade Atrav s dos dados obtidos foi poss vel concluir que a rama de azinheira melhorou as suas caracter sticas nutricionais com a inclus o do PEC demonstrando que os efeitos anti nutricionais dos taninos foram neutralizados Um dos objectivos do projecto Agro 49 segundo Potes amp Babo 2002 foi propor um esquema alimentar para a pecu ria extensiva praticada no ecossistema Montado baseado nos diversos par metros analisados e adaptado s disponibilidades dos recursos naturais pastagem forragem componente arb r
72. seus cr ditos ter o que ser revistos no mbito do Mercado do Carbono a n vel mundial mas tendo por outro lado a vantagem de se assumir como uma forma de combate desertifica o Rego et al 2008 As altera es de clima s o acontecimentos naturais que ocorrem desde sempre segundo Correia 2009 Contudo as altera es registadas durante o ltimo s culo t m ultrapassado tudo o que estava registado A camada atmosf rica protectora da terra constitu da por vapor de gua e gases de estufa metano CH4 xido nitroso N20 e principalmente di xido de carbono CO2 que reflecte a radia o infravermelha emitida pela superf cie da terra e ao impedir a sua perda para o espa o causa o efeito de estufa com o consequente aquecimento global da superf cie da terra Os fluxos de carbono para a atmosfera aumentaram a uma taxa surpreendente ap s a revolu o industrial porque resultam da queima de M O sobretudo 133 combust veis f sseis petr leo g s natural e carv o produ o de cimento e da respira o de plantas e animais As altera es ao uso dos solos principalmente a destrui o de florestas n o compensaram pela assimila o fotossint tica a fixa o do carbono da biosfera Isto resume o ciclo do carbono que na Terra est essencialmente na forma de compostos org nicos e carbonatos e na atmosfera sob a forma de g s CO2 consistindo na transfer ncia do elemento via queima reac es q
73. sido efectuado desde 1993 sob a coordena o da Associa o Portuguesa de Caprinicultores da Ra a Serpentina APCRS cujo trabalho persistente e determinado se traduziu na comercializa o do Cabrito do Alentejo j apresentado e na concretiza o do caderno de especifica es do Queijo de Cabra do Montado ainda a decorrer Fonseca et al 1999 estudaram as caracter sticas lactopoi ticas da cabra Serpentina que se resumem no quadro 22 Quadro 22 Caracter sticas lactopoi ticas da cabra Serpentina DL DO PTL PLC TMG TMP dias dias 1 1 N MERO 16471 16471 16471 16471 16471 16471 OBSERVA ES M DIA DESVIO 238 0 56 167 0 42 212 62 145 62 4 77 1 15E 3 64 4 85E PADR O 0 63 0 45 02 03 645 579 620 03 620 03 9 73 8 67 VALOR M XIMO DL Dura o da Lacta o DO Dura o da Ordenha PTL Produ o Total de Leite PLC Produ o de Leite Comercializ vel TMG Teor de Mat ria Gorda TMP Teor de Mat ria Proteica Fonseca et al 1999 Constata se que uma cabra Serpentina em produ o explorada em regime extensivo pode disponibilizar em m dia anualmente 145 I de leite para comercializa o 94 No mbito do programa Interreg Ill A desenvolveu se um projecto denominado Melhoramento do Montado Dehesa e valoriza o de produtos agr rios procedentes de sistemas extensivos mediterr nicos DECAEXT em que participaram entidades de E
74. vibr tico sendo tamb m in cuo e praticamente imputresc vel e apresenta a capacidade de ser comprimido praticamente sem expans o lateral Do ponto de vista microsc pico constitu da por camadas de c lulas de aspecto alveolar cujas membranas celulares possuem um certo grau de impermeabilidade e est o cheias de um g s usualmente considerado semelhante ao ar e que ocupa cerca de 90 do seu volume As propriedades da corti a devem se em grande medida composi o qu mica e estrutura qu mica dos seus componentes que foram analisados por Pereira b 2007 Os mais importantes s o a suberina pol mero cuja macromol cula cont m glicerol cidos gordos de cadeia longa e compostos arom ticos que corresponde a quase metade da estrutura de pol meros da parede celular sendo o seu principal componente e respons vel por muitas das propriedades do material Segue se a lenhina pol mero isotr pico de liga es cruzadas que determina o comportamento da corti a como material e entra na sua constitui o com um valor percentual semelhante ao que ocorre em esp cies produtoras de madeira rija O teor de celuloses e hemiceluloses sensivelmente o mesmo cerca de 10 Tamb m cont m extractos sol veis nomeadamente cer ides respons veis pela impermeabilidade e taninos respons veis pela cor e protec o conserva o A lenhina respons vel pela rigidez estrutural das c lulas e a respectiva resist ncia compress o ass
75. 0 6 63 9 77 5 51 8 70 8 71 1 71 6 71 2 Obs Valores com diferentes ndices para cada efeito principal e vari vel s o significativamente diferentes para P lt 0 05 NS n o significativo A produ o de mat ria seca foi influenciada pelo tipo de pastoreio Quadro 2 As diferen as encontradas nos distintos sistemas de pastoreio ao sofrerem interac o 25 com a poca do ano carecem de mais trabalho de investiga o e fundamenta o de resultados A distribui o intranual da pastagem variou entre 1 527 Kg ha M S no Outono a baixa produ o Invernal de 1 152 Kg ha M S e o pico de Primavera de 2 194 Kg ha 1 M S Gr fico 1 2500 2000 1500 E MS Kg ha 1 1000 Ms Kg ha l 500 PRI OUT INV poca do ano Gr fico 1 Produ o m dia de mat ria seca MS por hectare na Primavera Outono e Inverno A varia o interanual de Produ o da Pastagem Permanente de Sequeiro Mediterr nico da Herdade da Contenda vem expressa no Gr fico 2 registando se valores entre um m nimo de 2 527 kg ha M S no primeiro ano de produ o e um m ximo de 5 992 kg ha M S no ano de 2002 Estes valores enquadram se nos par metros produtivos propostos por Crespo 1997 para as pastagens mediterr nicas de sequeiro em Portugal e Olea et al 1998 em Espanha BE MS kg ha 1 ano 1 BMS kg ha 1 ano 1 2527 3882 5992 3980 358 Gr fico 2 Varia
76. 1 0 001 0 001 0 001 0 001 0 001 0 001 ndices diferentes para cada vari vel e tratamento indica valores significativamente diferentes para P lt 0 001 T pH H20 EMO Unidades pH e MO oO S A O oo PC Tipos de pastoreio PO Gr fico 9 Valores de pH e de Mat ria Org nica Y MO nos diferentes tipos de pastoreio 125 Unidades pH e MO S 4NorROaAOoON E pH H20 EMO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Anos Gr fico 10 Valores de pH e de Mat ria Org nica MO ao longo dos anos O teor de pot ssio no solo pode ser considerado elevado e o de f sforo reduzido em todos os tratamentos segundo a classifica o apresentada pelo LQARS 2005 apesar da aduba o fosfatada se ter revelado significativa quadro32 e gr fico 11 150 E 100 EP205 o 2 MK20 0 Tratamento Gr fico 11 Conte dos de pot ssio K20 e de f sforo P205 em cada tratamento Em rela o influ ncia do tipo de pastoreio nos conte dos destes elementos de referir que os talh es pastoreados por caprinos apresentaram n veis inferiores de f sforo PC e PM os talh es pastoreados por ovinos PO e PM apresentaram os maiores n veis de pot ssio quadro 33 gr fico 12 Os n veis de pot ssio e de f sforo aumentaram ao longo dos anos embora com a
77. 5 5 41 37 5a 5 96a 0 6 0 3 49 0 6 8 0 93 0 43 Pastoreio P Ovi 11 1 54 5 37 0a 6 81b 0 7 0 3 50 0 6 6 0 90 0 41 P Bov 10 7 56 1 36 7a 6 18a 0 63 0 3 46 6 6 2 0 88 0 40 P Mist 10 2 55 2 38 6b 6 91b 0 7 0 3 48 9 5 5 0 93 0 42 Desvio 0 24 0 20 0 04 0 01 1 10 0 38 Padr o 1999 11 1 39 2a 31 8a 7 9c 1 1 53 7d 6 4 0 49 0 30 1 20 0 55 0 28 1 44 Ano 2000 11 2c 47 9 34 8b 8 5c 1 1 56 3d 6 8 0 49 0 30 1 12 0 51 0 26 1 37 2002 10 2b 60 90 40 4d 6 5b 0 7b 0 27b 39 4a 6 7 0 38 0 23 0 86 0 39 0 20 1 05 2003 9 4a 94 2d 41 5e 5 0a 0 54a 0 23a 43 9b 5 8 0 38 0 23 0 86 0 39 0 20 1 05 2004 11 2c 62 6cd 38 7c 4 4a 0 73b 0 28b 49 7c 5 7 0 49 0 30 1 12 0 51 0 26 1 37 Desvio 0 03 0 01 Padr o INV 12 6c 46 0a 31 5a 6 6b 0 86c 0 33 51 3b 6 2 0 34 Epoca 0 213 0 79 0 36 0 18 0 034 0 007 0 96 OUT 10 00 58 2b 42 8c 6 8b 0 63b 0 20a 44 9a 6 8 0 42 0 26 0 90 0 46 0 23 0 044 0 009 1 20 PRI 9 2a 60 6c 37 9b 6 0a 0 48a 0 25b 49 7b 5 8 0 29 0 18 0 66 0 30 0 15 0 034 0 007 0 81 Pastoreio x poca lt 0 001 lt 0 001 lt 0 001 NS NS NS lt 0 001 NS Tratamento x NS NS NS NS NS NS NS NS Pastoreio Tratamento x poca NS NS NS NS NS NS NS NS Sig Modelo lt 0 001 lt 0 001 lt 0 001 lt 0 001 lt 0 001 lt 0 001 lt 0 001 lt 0 001 N meros afectados de ndices diferentes para cada efeito principal e vari veis s
78. 6 80 240 4 800 533 Verifica se que o valor de 400 se encontra tamb m neste caso a meio da tabela ou seja proveniente de sobreirais que apresentem uma densidade de 60 rvores por hectare revelando coincid ncia de valores para a receita anual PBF estimada pelo Plano Espec fico de Ordenamento Florestal para o Alentejo Este facto acontece para um pre o de venda da corti a de 20 que logicamente se aumentado para 40 duplicar o valor da receita bruta como ali s vem referido no documento Para prosseguimento das contas torna se necess rio o c lculo das despesas inerentes ao processo Adoptando os valores apresentados no trabalho citado fizemos no entanto alguns ajustamentos de acordo com a gest o t cnica anteriormente proposta Cap tulo Ill Resultou na ordena o das Despesas em 71 Despesas Fixas Anuais e 1 UHT empregado 660 x 14meses 9 240 e Administrador 1 500 x 14meses 21 000 e Contabilidade 350 x 12meses 4 200 TOTAL 34 440 Despesas Vari veis Foram consideradas como Despesas Vari veis as que est o indexadas rea dos trabalhos efectuados Para o seu c lculo determin mos o n mero de hectares necess rios para cobrir as despesas fixas anuais a partir da receita bruta anual por hectare Seguidamente aplic mos rea encontrada os custos de extrac o da corti a a 5 a desmata o 1 ano da Rota o
79. 919 95a 166 12b 0 164 T2 5 81 2 62 37 03b 134 69 1063 25b 158 04b 0 106 Tratamento T3 5 78 2 63 39 23b 129 07 1026 32b 152 30b 0 105 T4 5 74 2 80 40 83b 131 1020 78b 134 46a 0 104 Standar 0 025 0 052 1 981 5 645 23 462 4 804 0 0318 error P Cap 6 04 2 22 23 74a 80 69a 1216 37c 205 33c 0 066 P Ovi 5 64b 2 95c 42 47c 180 38d 918 10b 121 282 0 131 Pastoreio P Bov 617d 2 84 43 52c 123 040 1186 730 164 43 0 132 P Mist 5 322 2 68b 36 84 146 24c 709 10a 119 89a 0 151 Standar 0 025 0 051 1 981 5 645 23 462 4 804 0 0318 error 1999 5 59b 2 91cd 29 99ab 126 69ab 835 45b 184 68e 0 043a 2000 5 62b 2 56b 29 34a 136 190 918 12b 153 39cd 0 184b 2001 6 12e 2 75c 36 89bcd 129 75b 867 22b 125 00a 0 066a Ano 2002 6 13e 2 152 34 14abc 107 73a 922 59b 169 61de 0 045a 2003 5 91d 2 54b 37 54cd 149 65c 682 80a 155 23cd 0 065a 2004 5 77c 3 00d 43 20de 135 3 1108 72c 146 34bc 0 238b 2005 5 41a 2 81c 45 41e 142 8bc 1718 11c 134 89ab 0 198b Standar 0 033 0 068 2 621 7 468 31 037 4 804 0 0421 error 1 5 84 2 64 35 43 116 75a 999 83 154 61 0 108 2 5 8 2 62 37 48 120 76a 979 77 150 67 0 164 Repeti o 3 5 78 2 62 36 77 145 41b 992 12 147 62 0 100 4 5 74 2 80 36 9 147 43b 1058 6 158 04 0 108 Standar 0 025 0 052 1 981 5 645 23 462 4 804 0 0318 error Tratamento x Ano NS NS NS NS NS NS NS Pastoreio x Ano 0 001 0 001 0 001 0 001 0 001 0 001 0 001 Tratamento x NS NS NS NS NS NS NS Pastoreio Tratamento x NS NS NS NS NS NS NS Pastoreio x Repeti o Sig do Mod 0 00
80. A Babo H C Potes J M 2000 Estudo da interac o animal pastagem em pastagens melhoradas em Montado de azinho In Actas da Ill Reuni o Ib rica de Pastagens e Forragens ed por Junta de Galicia pp 535 541 Porras T C Brun E P amp Casas M C 2007 Producciones ganaderas obtenidas com diversos tipos de siembra en Dehesa Junta de Andalucia CIFA Las Torres Sevilla 1pp Potes J M 1988 Estudo do comportamento de esp cies pratenses no Bairro Ribatejano caso particular da ESAS Tese de Mestrado em Produ o Animal UTL ESMV POTES J M 2008 The feeding scheme of extensive animal production systems in Montado Proceedings of XXI IGC VIII IRC Hohhot China vol II pp 70 Potes J M Babo H Navas D 2005 Improvement of the Mediterranean agro silvopastoral system Montado Proceedings do XX International Grassland Congress Offered papers ed by F O Mara R Wilkins L Mannetje D Lovett P Rogers amp T Boland pela Wageningen Academic Publishers pp 367 Potes J M amp Profeta C 1999 Um Sistema de Produ o Caprina Sustent vel para Zonas Semi ridas do Sul de Portugal Rev Pastagens e Forragens vol 20 pp 33 38 Potes J M amp Schmitt B A 2008 Breeding strategies on Quercus species must face actual problems in Montados An approach for novel interdisciplinary and systemic thinking Rev Melhoramento 42 em publica o Ramos J A B amp Santa
81. Desde logo porque n o foram considerados os investimentos em infra estruturas acessos veda es abastecimento de gua e electricidade constru es rurais etc que s o vari veis para cada unidade de explora o e s o os custos mais dif ceis de amortizar na gest o de uma explora o de Montado A densidade de rvores ha considerada como valor m dio 60 sobreiros em produ o por ha poder estar correcta mas d vidas poder o surgir ao referir este n mero como valor m dio de sobreiros por hectare em produ o extens vel a todo o Alentejo Significa que para as zonas pr prias de desenvolvimento desta esp cie Alentejo Litoral Ribatejo areias do plioc nico ser um valor aceit vel mas ao generalizar ao Alentejo interior e ao ecossistema Montado em geral poder se manter a mesma densidade de rvores ha 60 por m distribu da por sobreiro e azinheira dadas as 13 condi es mais favor veis para esta ltima e inversamente mais restritivas para o sobreiro Poderemos ent o aceitar como mais representativo para o Alentejo Central e sua regi o de influ ncia a densidade de 40 sobreiros ha como indicador mais adequado para a PBF respeitante ao sobreiro Por outro lado a rea de explora o de 273ha mencionada como m nima para viabilizar este tipo de explora es Quadro 15 aproxima se muito do valor apontado pelo Plano Florestal para o Alentejo para suporte de 1 UHT ano 267 8ha Considerando o valor d
82. Ecossistema Montado Um modelo de Sustentabilidade Jos Mira Potes 2010 Jos Mira de Villas Boas Potes Ecossistema Montado Um modelo de Sustentabilidade Trabalho apresentado ao Instituto Polit cnico de Santar m para atribui o do t tulo de Especialista no rea da agro silvo pastor cia e realizado no mbito do art 5 b do D L n 206 2009 de 31 08 09 para apresenta o aprecia o cr tica e discuss o de um trabalho de natureza profissional preferencialmente sobre um trabalho ou obra constante do curr culo profissional apresentado pelo candidato Santar m 2010 Dedico este trabalho Ao meu Pai como reconhecimento pelos ensinamentos recebidos e homenageando um Agricultor que deixou obra feita ao longo de 60 anos Representante de uma gera o de empres rios agr colas a quem foi coarctada a possibilidade de desenvolvimento das suas capacidades e talento pelo processo de reforma agr ria p s revolucion rio minha Filha que infelizmente vive numa sociedade cada vez mais afastada do mundo rural e numa gera o que atravessa um per odo de ruptura civilizacional cultural e tica com a consequente perda de valores Que o prazer e o sentimento que coloquei na elabora o deste trabalho possam contribuir para entender o significado da afirma o N o somos detentores do patrim nio tom mo lo emprestado dos nossos filhos Agradecimentos Manuel Sanchez Rodriguez pela orienta o e est mul
83. OS Berian EEEN VIRGEM ROLHAS DEFEITUOSAS RESTOS AGLOMERADOS TEESE 7 ROLHAS E DISCOS DE AGLOMERADOS RESTANTES AGLOMERADOS RUBBER CORK e PE A RP es AR i GRANULA O se anna Sa 52 S PABOR un S mi reles TRITUBA O it P DE CORTI A SOBRE ouecino SEPARA O a a UMPEZA AQUECIMENTO PURE COZIMENTO ESTABILZ J ESTABILIZA O MISTURA COM RESINAS BORRACHA AGENTES ESCOLHA noa LIGANTES 1 AGLUTINANTES SINT TICAS SINT TICA VULCANIZ PAS nn E CORE RS a l MISTURA EM MANUAL Ee mm E k CILINDROS lt AUTOM TICA G MOLDA O _ AGLOMERA O 5 fr o ENTOS EM TU Na A PRESS O T MP F ESTUFA AQUEC RS A ESCOLHA Efe E e RE pa PRENSAGEM QU MICOS P DE CORTI A Sena RR REEE Renas ACABAMENTOS MEC NICOS sd BXTRUS O Ep sa fESTUFA HIRERR O do i i ESTUFA 3 __BAST ES ES ERC o a e scos i LAMINAGEM A ROLHAS E DI Ei FOLHAS E DISCOS i CORTE E MONTAGEM DE CORTI A NATURAL E See ed 1 DE LADRILHOS pedia E a ACABAMENTOS gt P DE CORTI A CAGABAMENTOS J P DECORTI A a da ACERTO DE ser ee ENVERNIZAMENTO DIMENS ES age OS RECOBRIMENTO PVC LUBRIFICA O COLORA O CORTE E MONTAGEM DE LADRILHOS pes fr ACABAMENTOS Figura 7 Transforma o da corti a Gil 2006 Pode se constatar que os principais produtos da corti a s o as rolhas de corti a natur
84. PASTOREIO AVALIA O DO SOLO 1 Determina o e avalia o dos factores do solo e propriedades 1 Avalia o s cio econ mica e que influenciam as propriedades do maneio do pastoreio f sicas do solo 2 Determina o dos factores de diagn stico das propriedades f sicas do solo 2 Mapa de acumula o de encabe amentos estimativa anual 3 Mapa de solos ao n vel da parcela 1 S ntese cartogr fica mapa de solos ao n vel da parcela encabe amentos acumulados 2 Determina o das propriedades f sicas do solo nas amostras de terra 3 An lise de resultados 4 Elabora o do mapa de pastoreio extensivo sustent vel Figura 11 Metodologia de avalia o do solo para pastoreio extensivo Blanco 2004 122 Na Extremadura Espanhola com solos derivados de xistos granitos e quartzitos normalmente delgados com baixos teores de Mat ria Org nica M O e estrutura fraca que deriva em solos moderadamente cidos e deficientes em f sforo Murillo et al 2004 avaliaram os efeitos de diversas t cnicas de melhoramento de pastagens na eros o do solo e vegeta o herb cea em sistemas de Dehesa Conclu ram que a sementeira directa de pastagens foi o tipo de melhoramento que produziu os melhores efeitos na produ o de biomassa e uma perda de solos anual de somente 12 7 g m2 ano A n o mobiliza o de solos associada ao aumento dos teores de M O que conduzem melhoria da sua estrutura e ca
85. X Foram implementados numa ptica de satisfa o das crescentes necessidades alimentares duma popula o mundial crescente e em conflitos constantes com n veis de desenvolvimento acentuadamente desiguais e que s uma agricultura intensiva industrializada e altamente produtiva lhes poderia fazer face Apresentam como exemplos a revolu o verde ou a agricultura europeia produtivista e subsidiada que originaram graves problemas ao ambiente pela exaust o dos recursos solo gua ar e biodiversidade tendo por outro lado dado origem a excessos de produtos de dif cil gest o Cingindo 2 se agricultura europeia em contraponto e na sequ ncia de f runs mundiais como a Confer ncia do Rio em 1992 surge a proposta de muta o para uma Agricultura Sustent vel mais harmoniosa com o ambiente e leg tima sob o ponto de vista das transfer ncias financeiras para o sector Estabelece se que o consumidor est disposto a financiar a Pol tica Agr cola Comum PAC desde que seja garantida a seguran a alimentar preservado o ambiente protegidas as pequenas e m dias explora es ajudados os agricultores reconvers o e melhorado o n vel de vida no espa o rural As alternativas ao modelo de agricultura convencional ou intensivo s o diversas e todas elas se enquadram no conceito de uma agricultura sustent vel ou considerada como tal Agricultura de Precis o maximiza o da efici ncia dos factores de produ o Agricu
86. a homog nea maiores que os poros como poros crescimentos com com de classe limites aproximadame anuais crescimentos crescimentos superior irregulares nte cil ndricos irregulares anuais anuais Massa igualmente de Massa Raspa irregulares aproximadame homog nea m dia com espessa Raspa nte regulares com dimens o crescimentos espessa Raspa crescimentos Massa anuais espessura anuais Com aproximadame reduzida aproximadame crescimentos nte regulares lt 2mm nte regulares anuais Raspa Raspa aproximadame espessura espessura nte regulares maior que a reduzida de 2 Raspa das classes a 3 mm espessura anteriores maior que a das classes anteriores Superf cie lisa Superf cie Superf cie Superf cie Superf cie Superf cie e macia ligeira ondulada e ondulada e bastante bastante Barriga Poros ondula o e ligeiramente rugosa ondulada e ondulada e pequenos alguma rugosa Poros muitos rugosa rugosa podendo rugosidade Poros muitos poros m dios e Poros muitos Poros muitos apresentar Poros poros alguns grandes poros m dios e poros m dios e poucos m dios pequenos e pequenos e Prego se muitos grandes muitos grandes Prego ausente m dios m dios presente em Prego se Prego se podendo podendo escala maior presente em presente em apresentar apresentar que a anterior escala maior maior escala poucos grandes poucos grandes que a anterior que a anterior Prego ausente Prego por vezes presente em pequena escala Costas En
87. a rea representa nas estimativas dos tempos de trabalho necess rios instala o e manuten o dos povoamentos que de 7 2 horas ha ano a utiliza o de 2 471 33 UHT ano e que corresponde a 267 8ha UHT O Produto Bruto Florestal PBF estimado com base no ndice de Pre os no Consumidor IPC de aproximadamente 400 contabilizando somente o valor dos produtos directos corti a e lenha Andrade 2007 apresentou As contas de um Subericultor a partir de uma tabela de valores m dios de produ o levando em conta que um ciclo de produ o tem nove anos de dura o e que servir como indicador de base para adaptar a cada situa o espec fica que representa uma explora o Quadro 12 70 Quadro 12 Tabela de Rendimento Bruto em Produ o de Corti a D ha ano Sobreiros em M dia Olha produ o ha D rvore 40 3 120 50 3 150 60 3 180 70 3 210 80 3 240 Andrade 2007 O autor prossegue os c lculos a partir de um pre o de venda de 20 que nos permitiu construir o Quadro 13 onde apresentamos a evolu o do Rendimento Bruto Anual em ha de acordo com a tabela inicial de densidade de rvores por hectare Quadro 13 Tabela de Receita Bruta Anual ha N sobreiros em Produ o Pre o venda Receita bruta produ o ha O ha 20 O ha ano 40 120 2 400 266 50 150 3 000 333 60 180 3 600 70 210 4 200 46
88. a Montado Se optarmos pelo valor mais reduzido proposto pelo IPROCOR 1 7ton CO2 ha ano para o sobreiral encontramos um valor aproximado de 6 7ton COZ ha ano que sendo um referencial como ponto de partida para estudos mais aprofundados j um contributo que poder iniciar um processo de pagamento de servi os ambientais prestados pelo ecossistema De facto j est o a funcionar medidas de apoio agro ambientais que remuneram sistemas de produ o agr cola pelo sequestro de carbono Contudo para o caso do Montado ser necess rio mais conhecimento nesta mat ria tanto mais que o estudo anteriormente referido para determina o da densidade ptima de rvores por ha estar directamente relacionado com a capacidade de sequestro da componente arb rea Quanto ao fogo e a biodiversidade a respectiva preven o e manuten o s o consequ ncias normais do funcionamento equilibrado do ecossistema A discuss o a fazer ser somente a forma de quantificar ambas as externalidades com vista ao pagamento destes servi os ambientais prestados pelo ecossistema Trata se portanto de um assunto mais de natureza econ mica do que ambiental An liseSWOT PONTOS FORTES Strengths Ecossistema multifuncional integrando diversos sistemas de produ o extensivos Ecossistema baseado na valoriza o de recursos naturais Ecossistema naturalmente muito rico em biodiversidade Ecossistema criado pelo Homem e mantido com respeito pelas
89. a Serra de Gata Centro Oeste de Espanha de clima Mediterr nico sub h mido solos mbricos de pH cido com aumento de satura o de bases inverso do gradiente de precipita o 1 580mm NF 872mm VR e 720mm FG e com pouca interven o humana no ecossistema Determinaram os fluxos de carbono nos diversos componentes do ecossistema gua solo e biomassa que se apresentam no quadro 33 134 Quadro 33 Fluxos e balan o total de carbono no ecossistema Parametros Unidades NF VR FG Total de C sequestrado ton ha 164 117 111 biomassa solo Inputs C da precipita o Kg C ha ano 69 63 61 Inputs C arrast org nico Kg C ha ano 97 118 132 Sequestro C cresc rvore ton C ha ano 2 3 1 8 3 8 Total inputs de C ton C ha ano 2 4 1 9 3 9 Perdas C escor gua Kg C ha ano 2 0 2 4 0 Perdas C drenag profunda Kg C ha ano 44 57 23 Total outputs de C Kg C ha ano 3 0 2 4 0 Balan o final de C no ton ha ano 2 4 1 9 3 9 sistema inputs Gallardo amp Gonz lez 2004 O in put total de C no ecossistema resulta do somat rio dos in puts de C org nico dissolvido na precipita o com o C sequestrado anualmente pela biomassa permanente O c lculo do out put total de C dever resultar do somat rio do C org nico dissolvido perdido por arrastamento no processo erosivo e no caso de NF a biomassa arrastada 0 95 kg C ha ano Para calcular o balan o geral verifica se que aparentemente o in pu
90. a a eae 101 102 COT eee O a DANA Taa eapi 103 105 MAE EE E E E 105 108 Plantas Arom ticas e Medicinais 108 111 Cogumelos 111 113 Turismo eaan ASS ApoRRIORG GAO DESC unanac rama pas ros annraatRas 114 115 Bibliografia 116 118 V Sustentabilidade Ambiental 119 120 Solo e 120 129 A gug esae ees gieta cp ea 129 133 A 133 137 Fogo 137 142 Biodiversidade 142 150 Bibliografia 150 152 VI Discuss o de Resultados 153 165 An lise SWOT 165 166 VII Conclus es 167 168 Bibliografia 168 Anexos RESUMO A vulgariza o do termo sustentabilidade induziu nos na op o de iniciar este trabalho com uma abordagem defini o de sustentabilidade pretendendo se de forma objectiva apresentar uma ideia clara do conceito aplic vel aos sistemas de agricultura e que permi
91. a e surpreendentemente explosiva deste fen meno do abandono rural a prolifera o descontrolada da flora arbustiva que representa claramente a maior componente da biomassa combust vel que alimenta os fogos florestais rurais A simples denomina o de mato para identificar este estrato 140 vegetal encerra em si mesmo uma conota o de menos valia e abandono que reflexo do baixo valor nutritivo que representa para a produ o animal Mesmo constituindo uma frac o da biodiversidade florestal que oferece ref gio fauna bravia recurso no dom nio das plantas arom ticas e medicinais ou substrato para a produ o ap cola a sua agressividade e rusticidade rapidamente o torna dominante nos ecossistemas que se desequilibram e entram em situa o de rotura potenciais e explosivos alvos de inc ndios tanto mais incontrol veis quanto generalizada estiver a domin ncia do mato Tamb m consensual que o controlo do mato representa a principal ac o preventiva no combate aos inc ndios florestais rurais Refor a se aqui a palavra controlar em detrimento de eliminar com o objectivo de manter na discuss o os ambientalistas mais assumidos e recorda se a dualidade que foi apresentada na caracteriza o do Montado cap tulo Il onde o controlo da flora arbustiva foi proposto pela via biol gica esp cies animais utilizadores de materiais lenhosos ou mec nica utiliza o de maquinaria agr cola normalme
92. a existente com pastagem natural Tratamento 2 T2 Calagem 2000Kg ha e fertiliza o fosfatada 46kg de P205 ha Tratamento 3 T3 Calagem 2000Kg ha fertiliza o fosfatada 46Kg de P205 ha e introdu o de leguminosas anuais de ressementeira natural sem mobiliza o de solo sementeira directa Tratamento 4 T4 Calagem 2000Kg ha fertiliza o fosfatada 46Kg de P205 ha e introdu o de leguminosas anuais de ressementeira natural com mobiliza o de solo Os quatro locais foram subdivididos em quatro talh es de 400m utilizados pelos seguintes sistemas de pastoreio Pastoreio com Bovinos PB Pastoreio com Caprinos PC Pastoreio com Ovinos PO Pastoreio Misto com as tr s esp cies em simult neo PM Foram realizadas quatro repeti es que funcionaram como bloco no tratamento estat stico utilizado SAS 1989 o que resultou num n mero total de 48 talh es 4 tratamentos x 4 sistemas de pastoreio x 4 repeti es 48 Os animais foram escolhidos aleatoriamente de entre os efectivos da explora o tr s esp cies pecu rias de ruminantes em ra as aut ctones para que a carga animal fosse aproximadamente 1780kg de peso vivo por hectare o que correspondeu a 5 vacas da ra a Mertolenga no PB 46 cabras da ra a Serpentina no PC 45 ovelhas da ra a Merino Preto em PO e 2 novilhas 13 cabras e 15 ovelhas das ra as acima referidas no PM Tomando como refer ncia para a Cabe a Normal CN uma vaca ad
93. a forte competi o acrescida ainda pela press o de pastoreio que decorrer do aumento da capacidade de carga dos sistemas produtivos sujeitos a processos de melhoramento de pastagens As correc es do n vel de fertilidade do solo a efectuar de acordo com os desequil brios em macro e micro nutrientes s o j uma pr tica corrente como se pode verificar pelos teores de f sforo de pot ssio valores de pH e de Mat ria Org nica que n o sofreram grandes altera es tendo em conta as fertiliza es efectuadas de salientar que estes ltimos M O foram consideravelmente mais elevados que na generalidade dos solos mediterr nicos no caso dos estudos de Navas et al 2005 pelo que dever constituir um objectivo no melhoramento geral do ecossistema alcan ar valores de M O n o inferiores a 2 de acordo com o Manual B sico de Pr ticas Agr colas conserva o do solo e da gua MADRP sem data Acresce a este aumento no teor de M O e consequente aumento na capacidade de reten o de gua no solo a possibilidade de aumentar o ciclo das pratenses anuais de ressementeira natural com o inerente aumento de produ o de biomassa e que numa fase mais avan ada permitir mesmo a instala o de esp cies pratenses vivazes nomeadamente gram neas ex Dactylis Phalaris etc Estas ap s passagem da poca estival em dorm ncia t m a capacidade de retomar o crescimento com as primeiras guas do Outono antecipando assim a d
94. a s rias dificuldades compatibiliza o com a dura o normal dos projectos de investiga o que regra geral n o ultrapassa os tr s anos Assim o estudo do melhoramento das pastagens permanentes de sequeiro mediterr nico da margem esquerda do rio Guadiana iniciado em 1998 foi analisado por Campos et al 2005 que avaliaram a evolu o de produ o de biomassa registada no Quadro 2 onde se verifica que n o houve diferen as significativas para a produ o de M S ha 1 x ano x tratamento confirmando a boa produ o da pastagem natural da margem esquerda do Guadiana T1 e aus ncia de resposta significativa em termos 24 produtivos aos investimentos efectuados para o respectivo melhoramento T2 T3 e T4 Quadro 2 Resultados das m dias desvio padr o e n vel de signific ncia P para os principais efeitos tratamento pastoreio ano e repeti o da vari vel Mat ria Seca MS Na parte inferior est indicada a signific ncia das interac es Tratamento Pastoreio Ano poca Repeti o Pastoreio x poca Tratamento x poca Tratamento x Pastoreio Tratamento x Pastoreio x Repeti o Sig do Mod NS NS 0 0001 MS Kg ha 1 1643 1579 1657 1619 0 8000 1688b 1411a 1967c 14332 0 0001 1027a 1906cd 2117d 1329b 1742c 0 0001 1152a 1527b 2194c 0 0001 1793 1704 1469 1533 0 0648 Desvio padr o 71 3 71 2 70 9 71 3 11 9 11 9 73 3 MES 90 90 9 AS 69 8 9
95. acabamentos de novilhos Mertolengos Quadro 21 Resumo de resultados de engordas de novilhos raraos Alentejano Mertolengo 2001 2005 2000 2008 2007 2008 Observa es n de animais 88 141 496 Dura o dias 397 50 180 82 217 75 Peso de sa da kg PV 720 50 571 57 459 64 Gastos 805 20 591 97 Peso carca a kg 405 34 246 05 Valoriza o da carca a 3 52 3 25 Valor da carca a 1355 85 800 16 Rendimento de carca a 56 27 53 51 Resultado 550 65 208 19 Custo de produ o kg de carca a 1 98 2 40 ndice de convers o kg de alimento kg PV 6 75 6 71 GMD g 1208 29 1053 2 Fonte ACBRA e ACBM Ao analisar os resultados verificamos que se tratam de dois tipos de animal com performances distintas nestes sistemas de produ o e que n o foram sujeitos s mesmas condi es nem ao mesmo tipo de ensaio A ra a Alentejana ao exibir GMD s mais elevados como consequ ncia da sua maior corpul ncia pode apresentar resultados econ micos mais favor veis Mesmo assim foi reduzido em cerca de 160kg o PV ao abate necessariamente para reduzir custos de produ o como se pode verificar pelos dois grupos de animais recriados O novilho Mertolengo apresentou GMD s cerca de 150g inferiores pelo que os seus custos de produ o s o superiores importante salientar tamb m que o ano de 2007 2008 foi o per odo de 87 maior aumento dos custos em
96. al e aglomerada os isolamentos pavimentos revestimentos e sub pavimentos aplicados na constru o civil e os produtos da linha de ofertas que se dispersam pela 67 decora o utilit rios restaura o vestu rio e outros Nomeadamente esta ltima linha de produtos vestu rio provem da laminagem muito fina do aglomerado que conhecida como a pele de corti a Pereira c 2007 refere ainda aplica es em campos especializados como a utiliza o em ve culos espaciais e propostas de novos usos decorrentes da investiga o relacionada com a bio adsor o prepara o de materiais de carbono componente de misturas e integrante de compostos activos qu micos e biol gicos Mour o et al 2007 apresentaram uma nova perspectiva na prepara o de materiais de carbono porosos tanto por activa o f sica como qu mica atrav s de diferentes agentes qu micos di xido de carbono vapor de gua hidr xido de s dio e de pot ssio e cido fosf rico Demonstraram a potencialidade de utiliza o de alguns desses novos materiais no dom nio das aplica es em adsor o tanto em fase gasosa como em fase l quida Do exposto ressalta a necessidade de avalia o da qualidade da corti a de modo a perspectivar o tipo de utiliza o mais adequado A avalia o segundo Tinoco amp Pestana 2008 pode ser efectuada sobre dois aspectos de f cil percep o ap s a cozedura e o aparo e A qualidade atrav s da avalia
97. as de subsist ncia que possam evitar o abandono do espa o rural 115 Bibliografia Andrade J P 2007 As contas de um subericultor Bol da Confraria do Sobreiro e da Corti a CSC pp 9 11 An nimo 2007 Programa Ap cola Nacional Tri nio de 2008 2010 Documento apresentado em Abril pelo Grupo de Trabalho nomeado para o efeito pelo MADRP policopiado de 102pp Ascens o L 2006 Estruturas Secretoras em Plantas in Livro de Resumos do Semin rio realizado em 24 11 2006 no IPB org L Carvalho amp R Borralho www naturlink pt pp 5 e 6 Barata A M amp Farias R M 2006 O Banco Portugu s de Germoplasma Vegetal e a Conserva o das Plantas Arom ticas e Medicinais PAM in Livro de Resumos do Semin rio realizado em 24 11 2006 no IPB org L Carvalho amp R Borralho www naturlink pt pp 8 e 9 Barros V amp Ramos J B 2006 Novo paradigma da Agricultura Portuguesa Os Produtos Tradicionais de Qualidade in O Porco de Ra a Alentejana e o Decl nio do Sobreiro e da Azinheira coord Ramos J B amp Santana A M ed COLIBRI pp 13 19 Borralho R Barreto A Silva L amp Santos Reis M 1999 Avalia o Financeira de Projectos de Explora o Cineg tica em Montado um exemplo na Serra de Gr ndola http www pluridoc com Site FrontOffice default aspx Module Files FileDescription amp lD 433 amp la ng pt Boyazoglu J 1995 Appellations d origine indications
98. at gia de conserva o e recupera o do ecossistema Nos trabalhos analisados poderemos verificar que as altera es detectadas revelaram se positivas nos tratamentos em que os nutrientes foram aplicados e para o caso do Mg foram negativas nos tratamentos com introdu o de leguminosas por sementeira com mobiliza o de solos e pastoreio utilizando ovinos Navas et al 2005 Prosseguindo a estrat gia de conserva o e recupera o do ecossistema prop e se no Documento S ntese o incentivo do aumento de fertilidade do solo que decorrer da melhoria das suas caracter sticas f sicas atrav s da instala o de sistemas de explora o no sob coberto adequados s respectivas capacidades de carga Em termos pr ticos isto significa que o desenvolvimento da vegeta o arbustiva espont nea no sob coberto em pouco contribuir para o alcance do pretendido 127 aumento de fertilidade do solo na medida em que haver tend ncia para o desenvolvimento de esp cies arbustivas concorrentes com as querc neas no mesmo per odo do ano Assim a instala o de pastagens permanentes de sequeiro mediterr nico no sob coberto com esp cies fixadoras de azoto leguminosas anuais de ressementeira natural tem sido experimentada e realizada com sucesso quer na perspectiva de melhoria das caracter sticas dos solos quer como meio de combate ocupa o destes espa os pela vegeta o arbustiva Desta forma a componente arbustiva vai sofrer um
99. at ria org nica f sforo pot ssio c lcio magn sio e condutividade Os dados foram analisados por an lise de vari ncia pelo procedimento GLM general lineal model do pacote estat stico SAS SAS 1989 segundo o modelo te rico yiklm M Ti Pj AkK RIS TP j TA Ik PA jK TPA ijk ijkim 123 Yijklm representa para cada uma das vari veis a observa o m para o tratamento i pastoreio j ano k repeti o sendo M a media da popula o para cada vari vel Ti o efeito do tratamento T1 T2 T3 e T4 Pj o efeito do pastoreio caprinos bovinos ovinos e misto Ak o efeito do ano 1999 2000 2001 2002 2003 e 2004 RI o efeito da repeti o 1 2 3 e 4 e ijklm o erro aleat rio A repeti o foi considerada como bloco As interac es quando n o significativas foram retiradas do modelo sendo o seu efeito inclu do no erro No caso das interac es significativas a separa o das m dias fez se pela m nima diferen a significativa LSmeans Os valores obtidos nos par metros estudados para o ensaio delineado encontram se reunidos no quadro 32 onde poss vel destacar alguns aspectos de relev ncia Pelos resultados globais do ensaio podemos observar que os solos podem ser considerados como pouco cidos 5 6 a 6 5 segundo a classifica o do LQARS 2006 e que o pH foi inferior no tratamento em que n o se fez calagem T1 Os valores de pH diferenciaram se significativamente segundo o tipo de pastoreio
100. ation in the Mediterranean Moutain Areas realizado em loannina Epirus Gr cia Poster com participa o do primeiro autor Natividade J V 1993 Aspectos da cultura do Sobreiro em Portugal in Colect nea dos artigos publicados no Boletim da Junta Nacional da Corti a 1938 1960 ed Instituto Florestal pp 37 44 62 Navarro Cerrillo R M Fernandez Rebollo P Trapero A Caetano P Romero M A Sanchez M E Fernandez Cancio A Sanchez amp Lopez Pantoja G 2004 Los Processos de Decaimiento de Encinas y Alcornoques ed Consejeria de M dio Ambiente Junta de Andalucia 32 pp Navas Ramirez Cruzado D R 2006 O Montado sob o ponto de vista da produ o de pastagens In Gest o ambiental e econ mica do ecossistema montado ponencias y comunicaciones presentadas nas Jornadas T cnicas celebradas en el Centro de Investigaci n Agr ria Finca La Orden Guadajira Badajoz Noviembre 2005 Consejeria de Infraestructuras y Desarrollo Tecnol gico Junta de Extremadura pp 201 204 Olea M P L Javier V R F 1998 Pastizales y cultivos In Jornadas de Agronomia La Dehesa aprovechamiento sostenible de los recursos naturales coord Carlos Hern ndez D A ed Caja Madrid Fundaci n Pr mio Arce y Ed Agr cola Espa ola pp 95 114 Pereira C 2001 Os problemas de sanidade do Montado de sobro em Portugal http naturlink sapo pt article aspx menuid 3 amp cid 7341 amp bl 1 Pereira E
101. bustiva pernicioso porque diminui a biodiversidade e as zonas de ref gio para a fauna selvagem A necessidade de colmatar os efeitos negativos desta opera o conjugados com a dificuldade na respectiva amortiza o por se tratar de um investimento elevado e de 35 retorno indirecto conduziu associa o desta opera o com a instala o das culturas forrageiras Continuamos no dom nio espec fico da componente agro do sistema produtivo pelo que necess rio dedicar algum trabalho de experimenta o e observa o a estas tecnologias essenciais para a melhor integra o deste processo na gest o integrada do ecossistema Como forma de obter respostas para alguns destes problemas procurou se reunir uma s rie de informa o adquirida atrav s de experimenta o e programas de melhoramento de plantas que foram especificamente delineados para estes objectivos Para evidenciar o controlo biol gico da flora arbustiva analisou se um sistema de produ o caprina instalado numa propriedade de 258 7ha dos quais cerca de 60ha s o de classe de capacidade de uso do solo E neste caso com declives acentuados at 25 e numerosos afloramentos rochosos de granitos Potes amp Profeta 1999 apresentaram os resultados desta explora o com dados recolhidos entre 1993 e 1998 referindo o equil brio alcan ado pela mesma com base em indicadores t cnicos de suplementa o animal e econ micos concluindo pela sua sustentabilidade
102. carbono portanto pode promover os processos de desnitrifica o e emiss o do gas Trata se de emiss es muito incertas assim como a de CO2 proveniente do processo de correc o da acidez do solo calagem Como o sequestro de carbono ocorre por via do teor de M O do solo os resultados s o apresentados a partir da din mica deste factor de caracteriza o do solo Assume se que nos primeiros 10cm de solo o aumento de 1 de M O equivale ao sequestro de cerca de 25 5ton CO2 ha ano estimando se assim uma fixa o anual de carbono de 4 1 a 5 4ton CO2 ha ano No quadro 34 resume se o balan o do carbono em PSPSMBRL e o total de sequestro num cen rio de 300 000ha de pastagens Quadro 34 Balan o total de carbono no sistema PSPSMBRL Sequestro de C Emiss o de C Sequestro de C Emiss o ton CO2 ha ano ton CO2 ano PSPSMBRL 41 5 4 1 620 000 1 230 000 Emiss es dos animais ruminantes 0 2 60 000 Emiss es das plantas N da simbiose 0 3 90 000 Calagem 0 4 120 000 Total 3 2 4 5 1 350 000 960 000 Teixeira et al 2008 O sequestro de carbono ser eventualmente o servi o ambiental mais relevante que o ecossistema Montado poder prestar a Portugal nomeadamente se tivermos em conta o Mercado do Carbono que decorre da entrada em vigor do Protocolo de Quioto Abreu 2009 descreveu este processo nomeadamente o investimento nos mecanismos de flexibilidade Mecanismos de Desenvolvimento Li
103. ceitos de caracteriza o ao Montado come a desde logo pela atribui o do qualificativo de ecossistema visto tratar se de um sistema ecol gico muito particular porque foi constru do pelo homem Na not vel Mem ria sobre as Azinheiras Sovereiras e Carvalhos da prov ncia do Al m Tejo de Fragoso de Sequeira em 1790 vem referido de acordo com Natividade 1952 que a floresta deu lugar ao Montado as selvas e as brenhas a searas sem fim Desapareceram as feras que dizimavam os gados que retoi am hoje descuidosos a ervagem dos poisios Contudo esta intensifica o cultural atingiu extremos imprevis veis e tem perigosas fragilidades O homem destruiu a floresta pretendendo salvar a rvore e amea a aniquilar a rvore porque destruiu a floresta Constata se portanto que j no s culo XVIII se assumia que o Montado um sistema produtivo criado pelo homem utilizando o animal e a actividade agr cola que no entanto ter o que ser devidamente balanceados enquanto factores de produ o para n o desequilibrar o sistema produtivo Nem sempre a palavra Montado significou sistema de produ o j que segundo o estudo de Fonseca 2004 no primeiro foral de vora de 1166 se referia o termo de montadigo para identificar um tributo fiscal a pagar pelo propriet rio do gado exterior ao concelho para utiliza o das pastagens do mesmo Montar o gado significava portanto pastorear os efectivos pecu rios e pagar
104. cesso de degrada o da terra como uma redu o ou perda da produtividade biol gica e econ mica que ocorre sobretudo em zonas ridas e semi ridas Surge como resultado de factores nefastos com destaque para a eros o do solo e degrada o da vegeta o podendo ser exacerbada por altera es clim ticas e pela press o humana Refere se que a regi o Mediterr nica particularmente vulner vel desertifica o em virtude de uma s rie de condicionalismos relacionados com o clima solos relevo vulnerabilidade a inc ndios e uso n o sustent vel de recursos h dricos Considera se que a degrada o dos solos conduz perda de produtividade biol gica e da vegeta o o que deriva na diminui o da biodiversidade e aumento das emiss es dos gases de efeito de estufa As caracter sticas do clima Mediterr nico ver o quente longo e seco e irregularidade na distribui o da pluviosidade est o cada vez mais associadas a regimes de precipita o torrencial particularmente graves no Outono quando se iniciam os ciclos das plantas anuais em solos normalmente desprovidos de vegeta o que de acordo com o maneio normal do pastoreio foi consumida no Ver o Nestes casos os riscos de perda dos solos por arrastamento dos sedimentos acentuam se tornando se tanto mais graves quanto menos f rteis e desprovidos de cobertura vegetal se encontrarem A regi o do Alentejo apresenta uma grande variedade de litologias e tipos de solos
105. cies pratenses anuais de ressementeira natural leguminosas a capacidade de carga no Outono quadruplicou diminuindo o impacto nas esta es mais pobres e reduziu a humidade nos perfis do solo permitindo uma recarga das reservas de gua no solo mais lenta A revegeta o das zonas salinas aumentou as receitas da explora o mas o resultado econ mico diminuiu em fun o do incremento da salinidade Os resultados deste estudo revelaram a import ncia da multidisciplinaridade e abordagem sist mica na recupera o ambiental e desenvolvimento de novos sistemas de pastoreio O ecossistema Montado sendo um sistema extensivo e portanto caracterizado pela baixa capacidade produtiva contudo um sistema produtivo mais eficiente que os seus cong neres dos ambientes mediterr nicos de outras regi es do globo 16 Bibliografia Cabo Alonso A 1998 Formaci n hist rica de la Dehesa in La Dehesa aprovechamiento sostenible de los recursos naturales ed por Ed Agr cola Espa ola parte Introduci n pp 15 44 Feio M 1991 Enquadramento in Clima e Agricultura pub Minist Agricult Pescas e Aliment Lisboa cap Il pp 17 56 Fonseca A 2005 O Homem criador do Montado ao longo do tempo in O Montado no Alentejo S culo XV a XVIII ed Colibri pp 37 132 Huntsinger L Sulak A Gwin L amp Plieninger T 2004 Oak Woodland Ranchers in California and Spain Conservation and Divers
106. cnia Exponor 116 Gaspar P Rodriguez de Ledesma A Martin M Escribano Sanchez M Mesias Diaz F J amp Pulido Garcia F 2006 Effect of the stocking rate on economic indicators of Dehesa s cattle farms Pub EAAP n 119 pp 319 322 Gil L 2006 A Corti a como Material de Constru o Manual T cnico http www pluridoc com Site FrontOffice default aspx Module Files FileDescription amp lD 1151 amp ang pt Gil L 1999 Novas Patentes na rea da Corti a Rev Ingenium II S ria n 34 pp 75 77 Gomes E T 2006 Potencialidades Farmacol gicas da Flora Portuguesa in Livro de Resumos do Semin rio realizado em 24 11 2006 no IPB org L Carvalho amp R Borralho www naturlink pt pp 7 L pez G F L pez P M M Jimenez O R Garcia T S amp Villar A A 1998 Effects of different feed systems on lamb growth and carcass features Pub EAAP n 90 pp 440 445 Martins A P 2006 Plantas Arom ticas e Medicinais Enquadramento Legislativo in Livro de Resumos do Semin rio realizado em 24 11 2006 no IPB org L Carvalho amp R Borralho www naturlink pt pp 19 e 20 Martins 2008 Como rentabilizar a floresta Rev Vida Rural n 1740 ano 56 pp 18 20 Matos C A P 2005 Caracteriza o do Leite e Queijo de Cabra in Projecto Melhoramento do Montado Dehesa e valoriza o de produtos agr rios procedentes de sistemas extensivos me
107. cobrir somente as despesas fixas coluna a do Quadro 14 Como o c lculo das Despesas Vari veis foi feito para uma rea de base inicial inferior torna se necess rio corrigir este valor para obter a rea final da explora o de incid ncia das Despesas Vari veis Portanto o ndice percentual que figura na pen ltima coluna do Quadro 15 representa o factor de correc o a aumentar rea necess ria para cobrir a totalidade das despesas resultando a rea m nima de explora o necess ria amortiza o anual da totalidade das Despesas Quadro 15 Tabela das reas necess rias para a cobertura das Despesas Totais b N sobreiros Despesas Despesas Total rea necess ria Acr scimo b a rea em fixas vari veis Despesas p cobrir M nima produ o ha ano ano ano despesas ha ha ha 40 34 440 19 242 53 682 202 11 55 273 50 34 440 17 080 51 520 155 52 50 207 60 34 440 15 695 50 135 125 39 45 164 70 34 440 14 738 49 178 105 31 42 136 80 34 440 14 028 48 468 91 26 40 117 A rea de 164ha que se apresenta no Quadro 15 como dimens o de explora o m nima para manter um sobreiral com uma densidade de 60 rvores ha produzindo uma receita de 400 ha ano Quadro 13 constitui ainda somente um valor indicador na medida em que para a generaliza o s explora es de Montado no Alentejo haver que ter em considera o alguns pressupostos
108. ction and Uses pub ELSEVIER cap 4 pp 103 126 Pereira H 2007 b The chemical composition of cork in Cork Biology Production and Uses pub ELSEVIER cap 3 pp 55 99 Pereira H 2007 c Cork products and uses in Cork Biology Production and Uses pub ELSEVIER cap 11 pp 243 261 Pereira H 2010 Propriedades e potencialidades da Corti a e da Madeira de Sobro Semin rio Montado Patrim nio Rural Patrim nio de Portugal realizado em Aviz a 17 de Abril comunica o oral Pinto B 2007 Parque de Noudar Um modelo de teia funcional aplicado ao desenvolvimento rural de territ rios em Rede Natura 2000 in O Turismo no Espa o Rural e a Multifuncionalidade da Paisagem semin rio org R Borralho T P Correia e C Sousa www naturlink pt Pulido Garcia F Escribano Sanchez M Mesias Diaz F J amp Rodriguez de Ledesma A 1998 Analysis of Dehesas with multiple use Physical and economic indexes of sustainable management Pub EAAP n 90 pp 81 86 Reis J 2006 Monte do Vento contributo para o desenvolvimento local in Livro de Resumos do Semin rio realizado em 24 11 2006 no IPB org L Carvalho amp R Borralho www naturlink pt pp 13 e 14 Ribeiro J A 2005 Plantas bravias comest veis e plantas condimentares in Plantas e Saberes No limiar da Etnobot nica em Portugal org Moreira A amp Fernandes M ed COLIBRI pp 33 43 Rodrig
109. ctivo a promo o de um produto o agro turismo que pudesse contribuir para a sustentabilidade econ mica dos sistemas produtivos tradicionais Nas considera es finais do encontro Flamant amp Portugal 1995 referiram se s hip teses que favorecem a sinergia entre a produ o animal e o agro turismo Conclu ram que a inser o e ocupa o do espa o rural com um tipo de turismo diferenciado para divulga o de sistemas de produ o extensivos e valoriza o dos recursos naturais resultou numa contribui o econ mica do agro turismo em casos tipo distribu dos por diversos pa ses como Portugal It lia Espanha Gr cia Irlanda Esc cia e Holanda Foram levantadas pistas para investiga o melhor conhecimento do turismo e dos turistas caracteriza o das ncoras locais do agro turismo e integra o dos sistemas de produ o animal num contexto agro turistico e destacaram a curiosidade imagina o e descoberta reveladas pelos intervenientes no simp sio que n o sabiam exactamente o que turismo rural e a necessidade do seu esclarecimento e promo o no dom nio do sector tur stico em senso lato Passados 14 anos em Maio de 2007 realizou se tamb m em vora um semin rio sobre o tema O Turismo no Espa o Rural e a Multifuncionalidade da Paisagem desta vez com organiza o exclusivamente nacional que incluiu a Associa o das Mulheres Agricultoras Portuguesas AMAP a Universidade de vora UE e a Nat
110. ctor agr cola em Portugal na sua evolu o recente situa o actual e perspectivas para o futuro concluem que no conjunto de altera es esperadas na competitividade dos sistemas de agricultura e no rendimento das respectivas explora es agr colas ir provocar de entre outras tend ncias o aumento sustentado do efectivo bovino para produ o de carne acompanhado por uma manuten o do efectivo ovino para produ o de carne e l Persistir o problema do impacto que ter o desligamento das ajudas por cabe a de unidade pecu ria sobre a sustentabilidade do ecossistema porque como j foi referido anteriormente ainda n o est quantificada a capacidade de carga do mesmo Assim a tend ncia normal de qualquer empres rio ou produtor que receba apoios por unidade pecu ria ser a maximiza o das receitas correndo o risco de desequilibrar o ecossistema por excesso na intensifica o de um sistema extensivo irregular e multifuncional de que ainda n o se conhecem os limites produtivos Tamb m como j foi referido anteriormente a caprinicultura extensiva que inclui a valoriza o pelo queijo de cabra dever sofrer um aumento gradual mas sustentado nos sistemas de ocupa o do solo e das t cnicas agr colas ecologicamente sustent veis para as zonas de serra onde a preven o de inc ndios e do ecossistema poder ser mais eficientemente garantida por este sistema de produ o animal Contudo importante salientar que
111. ctual de condi es ambientais cada vez mais limitativas da produtividade agr cola Estas condi es naturais recentemente reconhecidas s culo XX por agricultores t cnicos e investigadores s o a justifica o para o car cter extensivo que apresentam os sistemas de agricultura mediterr nica isto sistemas de baixa produtividade e por consequ ncia com baixos n veis de introdu o de factores de produ o inputs nomeadamente capital e trabalho com predom nio do factor terra por apresentar menores custos relativos e que se socorre da diversifica o para diminuir os riscos da actividade De forma a possibilitar o retorno do investimento este ocorre sempre a m dio longo prazo por oposi o a outros sistemas de produ o agr ria mais intensivos O conjunto de especificidades edafo clim ticas descritas conduziram flora t pica desta regi o que dominada pela azinheira oliveira e vinha Ribeiro 1986 O estrato arb reo constitu do por Quercus visto que mais perto do litoral onde a influ ncia mar tima se faz sentir surge o sobreiro e no interior com influ ncia continental aparecem os carvalhos O estrato arbustivo comp e se de Quercus vinha como cultura permanente zambujeiro como ancestral da oliveira dom stica e ainda diversas esp cies de arbustivas com destaque para os g neros Cistus ou Ulex O estrato 8 herb ceo dominado pelas gram neas e leguminosas e caracteriza se tamb m pela
112. da gua no ecossistema Fizeram a determina o da humidade no solo na vertical desde os 2m de profundidade at superf cie em intervalos de 20cm e na horizontal a diferentes dist ncias dos troncos das azinheiras at um m ximo de 30m em 4 explora es de Dehesa na regi o Central Oeste de Espanha A determina o da humidade do solo foi medida atrav s do m todo TDR Time Domain Reflectometry Verificaram que nos sistemas em que prevalecia a componente arbustiva a humidade no solo era inferior que se determinou nos sistemas onde se praticava a rota o de culturas e pastagens Esta constata o pode indicar a poss vel competi o entre as componentes arb rea e arbustiva pela humidade no solo Nas zonas sujeitas rota o de culturas a humidade debaixo das copas das rvores era ligeiramente superior que se podia encontrar fora da projec o das copas Estas diferen as n o se verificaram nos outros locais do ensaio que eram revestidos por pastagens naturais ou arbustivas Por isso poder se concluir do efeito positivo que pode ter a mobiliza o do solo na infiltra o da gua no solo e reabastecimento dos len is fre ticos ou aqu feros do solo e subsolo Os resultados mostraram ainda uma grande depend ncia das reservas de gua em camadas mais profundas e a exist ncia de componentes arb reas na parte final da Primavera e no Ver o o que poder contribuir para limitar a competi o pela gua entre a veg
113. da pastagem Ma s amp Potes 2008 apresentaram resultados de ensaios conduzidos em Elvas pelo Departamento de Cereais da ENMP que mostram o excelente potencial das esp cies de cereais forrageiros Aveia e Triticale para pastoreio no final do Outono e Inverno Nestes ensaios o pastoreio foi simulado atrav s de corte quando as plantas se encontravam no est dio de desenvolvimento 30 da escala de Zadocks O recrescimento ap s corte resultou em produ o de gr o e palha em quantidades significativas para assegurar um complemento de alimenta o para o Ver o Quadro 5 Quadro 5 Produ o de biomassa no Inverno gr o e palha do recrescimento em 3 grupos de triticale precoce alternativo e tardio Biomassa de Produ o de gr o Produ o de palha Inverno recrescimento recrescimento kg ha kg ha kg ha ds 3225 4576 11465 Triticales precoces 102 555 1721 A 3540 5270 12422 Triticales alternativos 1200 478 1893 aii 2904 4945 16231 Triticales tardios 355 729 1030 3809 3323 14495 Aveia 743 292 6220 O triticale pode apresentar vantagens em termos de produtividade para situa es de acidez elevada nos solos resistente s doen as e sobretudo o potencial da produ o de gr o superior 39 As varia es intranual Gr fico 1 e interanual Gr fico 2 apresentados no mbito do melhoramento de pastagens que se referem a fornecimento de alimento a partir da
114. da pecu ria extensiva 51 Assim durante 3 anos consecutivos foram recolhidas em Novembro e Dezembro amostras de esteva Cistus ladanifer L bolota e rama de azinheira Quercus ilex L As amostras foram analisadas para determina o da mat ria seca MS a 105 C em estufa com circula o de ar at peso constante cinza NP 872 1983 prote na bruta PB AOAC 1990 gordura bruta GB NP 876 1988 constituintes parietais NDF ADF ADL Van Soest et al 1991 compostos fen licos totais Julkunen Tiitto 1985 e taninos condensados 1978 digestibilidade in vitro da MS DMS e da MO DMO utilizou se o m todo de Tilley e Terry modificado por Alexander e McGowan 1966 A bolota foi tamb m analisada Broadhurst and Jones Na determina o da para avalia o do teor de amido Clegg 1956 Quadro 9 Composi o qu mica e nutritiva da esteva rama de azinheira e bolota Par metros Esteva Rama de Azinheira Bolota Novembro Dezembro Novembro Dezembro Novembro Dezembro Mat ria seca 46 6 36 0 47 0 54 8 54 0 55 2 Mat ria org nica 93 6 96 2 95 8 95 2 98 2 99 6 Prote na bruta 9 0 10 4 7 7 7 9 4 3 4 2 Gordura bruta 10 0 9 9 1 7 1 9 8 4 8 0 NDF 24 9 32 9 52 9 54 6 22 5 22 8 ADF 19 7 24 4 39 2 41 1 15 6 14 8 ADL 6 2 9 0 14 7 17 2 5 2 5 5 Amido nd nd nd nd 47 9 53 9 DMS 24 6 40 5 24 4 31 9 63 0 62 6 DMO 23 0 39 2 17 9 29 5 63 1 62 9 Fen licos
115. dade ao ecossistema Montado Lista de Figuras Figura 1 Conceito de Sustentabilidade 1 Figura 2 Regi es do Mundo com clima mediterr neo 8 Figura 3 Esquema de estados e transi es 18 Figura 4 Sementeira Biol gica 33 Figura 5 Esquema Alimentar da Pecu ria Extensiva 54 Figura 6 Rota o do Montado 58 Figura 7 Transforma o da corti a 67 Figura 8 Esquema da origem da ra a su na Alentejana 76 Figura 9 Sistema de produ o tradicional do porco Alentejano 77 Figura 10 Representa o gr fica dos par metros pluviosidade encabe amento consumos totais reais e te ricos de alimentos conservados 84 Figura 11 Metodologia de avalia o do solo para pastoreio extensivo 121 Figura 12 Estrutura das Vendas de Corti a por tipo de ProdutoS
116. das e fungicidas de contacto e amplo espectro Utilizar eficientemente o maneio dos efectivos pecu rios com o objectivo de controlar e quebrar o ciclo biol gico das pragas veiculadas atrav s do fruto No I Seminario y Jornada de la seca de la encina y del alcornoque sob o tema La Seca un reto a la investigaci n IFAPA 2006 em que alguns participantes representavam as mesmas equipas anteriores procedeu se durante o semin rio ao levantamento das situa es e conhecimentos adquiridos muitos deles j referidos Na fase final da Jornada foram elaboradas conclus es distribu das por linhas de investiga o experimenta o Linha 1 Influ ncia dos Factores Edafo Clim ticos que desencadeiam o processo de decl nio dos Montados Dehesas e cuja monitoriza o importante para a preven o Linha 2 A Silvicultura como Factor de Predisposi o onde se prop e a cria o de Manuais de Boas Pr ticas estabelecimento de redes de colheita de dados laborat rios de refer ncia planos de actua o medidas de apoio agro ambientais e comit s permanentes observat rios destinados expressamente a estes ecossistemas 45 e Linha 3 e 4 Enfermidades e Pragas Associadas ao Decl nio e Seca continua o do estudo e medidas de controlo das doen as e pragas j identificadas e Linha 5 A Resist ncia Gen tica na Luta Contra a Seca baseando se no melhoramento gen tico e nomeadamente com o a
117. de Encinas y Alcornoques en los Montes de Andalucia policopiado de 7 pp Babo H Lopes J Navas D Potes J 2005 Influ ncia da composi o flor stica da pastagem no comportamento do animal em pastoreio Rev Pastagens e Forragens vol 26 27 pp 15 22 Babo H C Pereira E A Camarate Campos A M Moita Brites C 2000 Estudo de Melhoramento de Pastagens na Zona da Margem Esquerda do Guadiana In Actas da IIl Reuni o Ib rica de Pastagens e Forragens ed por Junta de Galicia pp 295 299 Barros M C Calado N Gomes A A In cio M L Lopes F J Marcelino A C Sousa E M e Varela M C 2006 Boas Pr ticas de Gest o em Sobreiro e Azinheira ed M C Barros e E M Sousa Direc o Geral dos Recursos Florestais Lisboa 97 pp Campos A Pereira E Morais A Navas D Potes J 2005 Evolu o do ensaio de melhoramento de pastagens Rev Pastagens e Forragens vol 26 27 pp 33 40 Cardoso J A Zaitegui M amp Robles A B 2008 Relationship between seed survival and seed characteristics of nine Mediterranean legumes after ingestion by sheep Rev Options M diterran ennes Serie A 79 pp 285 288 Carvalho J M 2007 Princ pios da gest o de Sobreirais As boas pr ticas a sustentabilidade e a explora o Ed Principia 105pp Crespo D G 1997 Pastagens extensivas do Sudoeste da Pen nsula Ib rica produzir mais conservando melhor In Actas da XXXVII Reuni
118. de corti a s o variadas assim como a import ncia do sector corticeiro no PIB que actualmente andar pelos 3 no conjunto da actividade silv cola Ferreira amp Gon alves 2001 com uma rea de sobreiral de 713 000ha contribuindo com cerca de 51 para a produ o mundial anual de corti a que de 374 000 toneladas Pereira a 2007 Este autor refere tamb m a distin o entre dois sistemas de explora o do Sobreiro 1 Montado Dehesa como sistema agro silvo pastoril e densidades entre 50 150 rvores ha aberto intensamente manipulado e importante reservat rio de biodiversidade em flora e fauna 2 Floresta de Sobro com densidades elevadas de rvores ha sem pr tica de agricultura no sub coberto e pr prio das regi es com relevo acentuado Orientada para a produ o de corti a as opera es silv colas incluem somente as podas de forma o 65 Como j referimos anteriormente neste trabalho restringimo nos ao ecossistema Montado onde as densidades de rvore ha se situam abaixo das 70 80 plantas porque em valores superiores a competi o com o estrato herb ceo limita a produ o de pastagem Gil 2006 definiu a corti a como o par nquima suberoso originado pelo meristema s bero felod rmico do sobreiro que reveste o seu tronco e ramos Macroscopicamente um material leve el stico e praticamente imperme vel a l quidos e gases Serve como isolante t rmico e el ctrico e absorvedor ac stico e
119. de pre os de venda dos animais no Alentejo e que reunimos no quadro 19 80 Quadro 19 Pre os tabelados de venda de animais no Alentejo Cota o Alto Cota o Baixo Designa o Fesa Alentejo Alentejo Leit es unidade At 12 Kg 60 45 Leit es de desmame unidades De 18 a 25 Kg 80 60 Farroupo Kg De 25 a 50 Kg 2 70 2 60 Alfeiro Kg De 50 a 80 Kg 2 75 2 50 Porcos Carca a Kg Mais de 100 Kg 3 00 2 50 Reprodutores unidade Varrascos 280 300 F meas unidade 250 300 Verifica se que os valores praticados para o pre o do kg de carca a s o sempre superiores aos 2 4 utilizados como pre o m ximo na an lise de sensibilidade muito embora tenham decorrido 10 anos e reformas da PAC Sofrendo das flutua es pr prias do mercado de su nos as explora es de porco Alentejano aumentaram significativamente como se pode verificar pelo n mero de animais abatidos apresentado no Gr fico 6 proveniente da mesma fonte UNIAPRA e confirmando a evolu o dos efectivos de porco Alentejano pela an lise de sensibilidade Fernandes 1999 TONE 6000 5000 4000 2000 1000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Rodrigues 2008 m Carne de Porco Alentejano DOP m Presuto de Barrancos DOP m Enchidos de Estremoz e Borba IGP E Salsicharia de Portalegre IGP Gr fico 6 N mero de animais abat
120. de que caracteriza o ecossistema e os recursos alimentares nele envolvidos a que ter o que se associar os efeitos na evolu o do solo Agua Segundo o relat rio da WWF CEABN j referido Rego et al 2008 o sobreiro entenda se como Montado atrav s da sua componente arb rea tem um alto valor ambiental pela excel ncia dos servi os ambientais que presta e em que se destaca a regula o do ciclo da gua Refere que cerca de 20 a 30 do total de gua originada pela precipita o tende a perder se por escorr ncia superficial n o chegando portanto a infiltrar se no solo Os valores mais elevados 29 registam se na bacia do rio Guadiana a qual tamb m a que apresenta menor rea florestal e portanto a mais suscept vel desertifica o Contudo ao aumentar os n veis de M O dos solos atrav s das tecnologias referidas no par grafo anterior o Montado contribui para uma melhor reten o de gua ao facilitar a sua infiltra o no solo e diminuindo as perdas por escoamento superficial contribuindo para regular o ciclo hidrol gico Conv m relembrar que o ciclo hidrol gico um processo cont nuo pelo qual a gua purificada por evapora o e percola o passando da superf cie da terra e dos oceanos para a atmosfera e desta para a terra e para os oceanos Neste ciclo interv m um complexo conjunto de processos f sicos qu micos e biol gicos que se realizam no solo e subsolo nos oceanos na atmosfera e biosfera
121. diterr neos Relat rio Final do S cio 3 Direc o Regional de Agricultura do Alentejo Actividade valoriza o de produtos queijo de cabra parte C pp 31 67 Matos C A P Bettencourt C M V amp Fialho J B R 1998 Productivity of white and black Merino yearlings under extensive grazing conditions Pub EAAP n 90 pp 432 439 Montes P T 2008 La gesti n del ganado vacuno de L dia en la Dehesa Tese de Fim de Curso na rea de An lisis Econ mico da Facultad de Ci ncias Ambientales da Universidad Pablo de Olavide em Sevilha Morais M C 1969 Produ o e comercializa o de l s in O problema da l Il ed J N P P s rie Estudospp 7 23 Moreira A F amp Fernandes M M 2005 Plantas e Saberes Introdu o a um percurso etnobot nico in Plantas e Saberes No limiar da Etnobot nica em Portugal org Moreira A amp Fernandes M ed COLIBRI pp 13 14 Morgado J A 2006 Produ o e Prepara o de Plantas Arom ticas e Medicinais em Modo de Produ o Biol gico a experi ncia da Ervital in Livro de Resumos do Semin rio realizado em 24 11 2006 no IPB org L Carvalho amp R Borralho www naturlink pt pp 11 e 12 Mour o P A M Carrott P J M amp Carrott M M L R 2007 Corti a uma nova perspectiva Rev De Ci ncias Agr rias vol XXX n 1 pp 282 289 117 Pereira H 2007 a The cork oak in Cork Biology Produ
122. do Montado para 10 da rea com custos de 125 ha cultura forrageira 2 ano da Rota o do Montado a instalar em 10 da rea com custos de 250 ha e finalmente os custos do melhoramento de pastagens 3 ao 8 ano da Rota o do Montado reportados a 70 da rea mas assumindo que as coberturas anuais de f sforo excepto no ltimo ano representam o investimento na instala o de uma pastagem 450 ha Os ciclos considerados para c lculo dos valores anuais foram respectivamente 9 anos para a extrac o e 10 anos para a Rota o do Montado anteriormente definida Quadro 14 Quadro 14 Tabela de Despesas Vari veis a N sobreiros Area Extrac o Desmata o Cultura Melhoramento em peet ano ano Forrageira Pastagens Total produ o ha pros ano ano ano despesas fixas anuais ha 40 129 8 600 1 612 3 225 5 805 19 242 50 103 8 583 1 287 2 575 4 635 17 080 60 86 8 600 1 075 2 150 3 870 15 695 70 74 8 633 925 1 850 3 330 14 738 80 65 8 666 812 1 625 2 925 14 028 O somat rio das Despesas Fixas com as Despesas Vari veis resulta num Total das Despesas Anuais Quadro 15 Este valor novamente dividido pela Receita Bruta Anual permite obter o n mero corrigido de hectares necess rios para cobrir a 72 Despesa coluna b do Quadro 15 Contudo estes resultados t m acr scimos vari veis relativamente ao c lculo da rea necess ria para
123. dos aos produtos e mais atenta ao gosto e diferen a Contudo a maior disponibilidade para suportar a rarefac o da oferta ou os custos suplementares dos processos de obten o torna a procura mais exigente em conhecimento comodidade organiza o e personaliza o Assim se estabelece o 75 paradoxo da competitividade dos produtos tradicionais a associa o entre a tradi o de fazer com a modernidade de vender Numa an lise aprofundada aos Campos do Sul Fernandes 1999 reconhece tamb m que as condi es naturais n o ser o as mais adequadas a uma estrat gia agr cola produtivista isto pela via da m xima quantidade mas sim em alternativa pela op o qualidade Aplicado ao caso em estudo significa desenvolver actividades e sistemas de produ o que originam produtos identific veis pela sua especificidade e pela sua elevada qualidade incluindo no atributo as t cnicas de fabrico regional e marketing adequado para os casos em que haja lugar respectiva transforma o Esta op o serve particularmente a regi o Alentejo onde predomina o Montado e os produtos animais nele produzidos que no final da d cada de 90 j contava com 10 agrupamentos de produtores para comercializa o de cerca de 25 produtos IGP DOP ou ETG na sua maioria provenientes de ra as aut ctones das diferentes esp cies pecu rias Sem d vida que o produto mais importante do ponto de vista econ mico o porco Ib rico que j re
124. dutividade natural dos meios mediterr nicos Por m a proximidade do Atl ntico proporciona uma pluviosidade superior do Alentejo Central e Interior que neste caso n o se traduziu em maior produ o de pastagem devido provavelmente aus ncia da pecu ria Partindo de uma situa o limite de quase extin o de ca a menor os resultados econ micos revelaram que o investimento num plano de explora o cineg tico se acompanhado de uma boa gest o economicamente interessante Sendo estas 104 esp cies mais vulner veis o investimento torna se mais arriscado mas mesmo assim compensat rio Al m de necessitar de menor rea para a sua implementa o menos concorrencial ou mais compat vel com a pecu ria extensiva devido complementaridade dos regimes alimentares No caso da ca a maior que representar sempre um maior investimento e ter necessidade de maiores reas torna se mais aliciante pelo retorno proporcional A este poder se juntar o rendimento proveniente da pecu ria extensiva nomeadamente bovinos porque a densidade relativamente baixa a rondar os 0 2 cerv dios ha proposta pelo autor n o prev efeitos negativos significativos na regenera o natural da componente arb rea do Montado e fica aqu m dos encabe amentos m dios praticados na pecu ria extensiva de 0 35 CN ha Este aspecto foi comprovado por Montes 2008 que ao executar o plano de melhoramento descrito para o caso da explora
125. e 20 o pre o utilizado para os c lculos efectuados poder tamb m ser motivo de discuss o principalmente por defeito relativamente a uma m dia geral e virtual porque n o publicada das vendas de corti a praticadas nos anos mais recentes Tamb m neste caso se poder aplicar a discuss o anterior isto aceitando como pre os mais elevados 40 D o valor das corti as provenientes das zonas mais vocacionadas para vegeta o do sobreiro Estas zonas poder o estar especializadas em sistemas de produ o florestal de corti a Charneca do Ribatejo e Alentejo Litoral As outras regi es menos favor veis vegeta o do sobreiro poder o aproximar se dos pre os utilizados nos c lculos 20 tendo presente que necessariamente se tratar o de corti as de menor qualidade relativamente s primeiras Seja como for o aumento previsto de 62 6 para a rea de sobreiro no Alentejo e a procura crescente na utiliza o dos produtos derivados da corti a d o garantia de crescimento econ mico ao sector corticeiro integrado no ecossistema Montado tendo presente a viabilidade das explora es com rea m nima de 273ha dedicadas exclusivamente produ o de corti a Carnes e seus Derivados Os produtos c rnicos provenientes dos sistemas extensivos de produ o animal integrados no ecossistema Montado est o directamente relacionados com as ra as aut ctones e mais recentemente valorizados atrav s das denomina e
126. e Gr ndola em solos derivados de xistos delgados degradados e com declives importantes com precipita es m dias anuais a rondar os 700mm estrato arb reo diverso e com problemas sanit rios estrato arbustivo dominando o sub coberto portanto sem explora o pecu ria para sustentar o estrato herb ceo Borralho et al 1999 procederam ao levantamento do estatuto e situa o demogr fica de um conjunto de esp cies cineg ticas Apresentaram resultados de 0 0245 perdizes ha Alectoris rufa 0 023 indiv duos km das esp cies coelho e lebre Oryctolagus cuniculus e Lepus granatensis respectivamente sendo em Outubro no in cio da poca de ca a de somente 0 011 lebre km Referiram ainda que o javali Sus scrofa e o pombo torcaz Columba palumbus s o comuns na rea permitindo a sua explora o cineg tica A revela o deste panorama de quase extin o local das esp cies residentes de ca a menor conduziu an lise de dois cen rios alternativos de explora o cineg tica em que no Cen rio se projectou um investimento para explora o de ca a menor e javali e no Cen rio Il al m destas se prop s a introdu o de popula es de veado Cervus elaphus e gamo Dama dama No Quadro 27 os autores Borralho et al 1999 indicam os anos em que se prev alcan ar a situa o de estabiliza o de popula es e efectivos a ca ar por esp cie e cen rio tendo presente o repovoamento com perdizes e cerv deos al m dos
127. e assim constitu da est fortemente correlacionada com o maneio ou gest o 12 praticados sendo o melhoramento de pastagens uma das principais ac es de desenvolvimento do ecossistema Animal Subsistema que re ne o conjunto das diversas esp cies animais que interv m na explora o do ecossistema Em diversas feiras e exposi es transfronteiri as t m sido expostas dez 10 ra as de bovinos oito 8 ra as de ovinos seis 6 ra as de caprinos cinco 5 ra as de equ deos e duas 2 ra as de aves do campo como ra as aut ctones pr prias dos sistemas de produ o animal extensivos Ib ricos Se a este conjunto de esp cies pecu rias juntarmos toda a fauna selvagem que suporta a actividade cineg tica e a fauna natural pr pria destes habitats verificamos que tamb m a n vel do reino animal a biodiversidade uma caracter stica intr nseca do ecossistema Os sistemas de produ o que envolvem as esp cies pecu rias s o caracterizados pelo regime de explora o extensiva Pecu ria Extensiva em que os animais vivem integralmente em pastoreio permanente em consequ ncia da amenidade do clima e com o contributo importante quer a n vel alimentar quer a n vel de bem estar animal das tr s componentes vegetais atr s descritas Assim a protec o dos animais pelos estratos arb reo e arbustivo face aos rigores do Inverno e Ver o s o t o importantes como o respectivo complemento alimentar nestas mesmas
128. e eventualmente existissem no solo previamente ser o repostos de acordo com a rapidez de instala o da pastagem que vem a seguir cultura forrageira 162 Estas opera es de mobiliza o do solo desde que necess rias porque se o desenvolvimento da flora arbustiva n o justificar poder se prescindir da mobiliza o do solo e introduzir a cultura forrageira na rota o por sementeira directa reequilibram a din mica do solo nas propriedades f sico qu micas que lhe permitir o aumentar gradualmente a disponibiliza o de nutrientes e gua para as plantas associada a uma actividade biol gica que beneficia todo o ecossistema A tend ncia normal ser que esta rota o se v alargando ao longo do tempo o que beneficiar o renovo natural da componente arb rea que apesar de ser a forma mais eficiente de incrementar este recurso essencial do ecossistema n o deixa de necessitar de um adequado maneio do pastoreio e suplementa o em alturas cr ticas para a pecu ria extensiva conjugados com a protec o individual das jovens plantas A planifica o destas opera es e o maneio correcto da pecu ria extensiva s se conseguem executar eficientemente se previamente se elaborar um afolhamento apropriado divis o da explora o em parcelas para implantar a Rota o do Montado presentemente bastante facilitado pelas tecnologias SIG Estas folhas se individualizadas em cercas execu o de veda es lim trofes bem dimensio
129. e usos m ltiplos da floresta que contempla a conserva o da biodiversidade de forma compat vel com a obten o sustent vel de contrapartidas s cio econ micas Santana 2009 e que englobam um conjunto muito diversificado de produtos tal como foi apresentado no cap tulo IV A correcta implementa o da pecu ria extensiva a que se agregam todas os outros sistemas produtivos decorrer da forma como for planeada e praticada a Rota o do Montado Tal como foi discutido no cap tulo Ill dever ter em conta uma avalia o perfeita da explora o um emparcelamento adequado com as necess rias infra estruturas e a pratica de um maneio que incluindo as zonas de desmata o seguidas 149 de cultura forrageira e melhoramento de pastagens possam garantir o sustento do esquema alimentar da pecu ria extensiva e fauna selvagem Simultaneamente consegue se a manuten o da biodiversidade composi o flor stica e faun stica e conjuga se com a recupera o de solos e preven o de inc ndios Bibliografia Abreu 2009 Mercado do Carbono www naturlink pt An nimo sem data Blanco S R 2004 Land Evaluation for Extensive Grazing by Estimating Soil Vulnerability to Degradation A case Study in a Goat Farm in Southern Spain in Sustainability of Agrosilvopastoral Systems Dehesas Montados ed Susanne Schnabel amp Alfredo Ferreira Advances in Geoecology n 37 pp 365 376 Bugalho M N 2008
130. ea e arbustiva etc Nesse sentido foi elaborado o Esquema Alimentar da Pecu ria Extensiva Figura 7 que foi apresentado por Potes 2008 para conjugar com as necessidades dos animais e complementar com recursos end genos da explora o Alimento base Fruto Quercus Pastoreio das culturas forrageiras anuais invernadouro Folhagem Quercus Rama do corte Arbustivas Alimentos Conservados Alimento base Fruto Quercus Pastagem no in cio do ciclo Arbustivas Alimentos Conservados OUTONO INVERNO PRIMAVERA VER O Pastoreio das culturas forrageiras Alimento base Pastagem na fase anuais agostadouro Restolhos ptima de produ o quantitativa e Pastagem na fase seca Alimentos qualitativa Conservados Figura 5 Esquema Alimentar da Pecu ria Extensiva O alimento base da pecu ria extensiva praticada em ambientes mediterr nicos a pastagem permanente de sequeiro mediterr nico caracterizada e analisada no espa o dedicado ao melhoramento de pastagens Pelo esquema alimentar proposto 54 verifica se que as necessidades dos animais cobertas pela pastagem s s o ultrapassadas na Primavera o que significa que na maior parte do ano t m que ser encontrados complementos alimentares para satisfazer a cobertura total das mesmas Os estudos de valor nutritivo apresentados para alguns recursos naturais dispon veis no Outono revelam que o seu contributo reduzido devido aos fact
131. eca M S do sistema de produ o pecu ria extensiva reduzindo as diferen as encontradas a n vel sazonal em consequ ncia da curva de produ o pratense Porras et al 2007 apresentaram os dados obtidos com um ensaio de misturas forrageiras utilizadas em pastoreio directo pelas diversas esp cies pecu rias No caso da mistura de triticale x lathyrus empregando variedades seleccionadas na ENMP indicam os valores Quadro 6 Produ o de Gr o e de Carne em ensaios de misturas de variedades ENMP Densidade Produ o de gr o Produ o carne Mistura de semente kg h kg ha kg ha 50 triticalex50 lathyrus 284 Triticale 1472 lathyrus 820 647 78 triticalex22 lathyrus 273 Triticale 4997 lathyrus 0 1119 40 Nos coment rios aos resultados obtidos os autores referem que as misturas com cereais forrageiros de dupla aptid o dever o ser pastoreados no invernadouro quer pela disponibiliza o de biomassa quer pela necessidade de alimentos ricos em prote na que anulem o efeito dos taninos contidos na bolota e aproveitados no agostadouro por todas as esp cies pecu rias sendo os ruminantes os que mais eficientemente o fazem pelo aproveitamento tamb m das palhas Se n o houver pastoreio invernal a tend ncia vai no sentido do cereal abafar a leguminosa como sucedeu no caso da mistura triticale lathyrus com maior percentagem de gram nea Nas conclus es deste trabalho onde tamb m foram avaliadas outra
132. ecess ria em povoamentos adultos que tenham sido sujeitos a podas peri dicas Protec o da regenera o individual ou por rea Ferreira amp Gon alves 2001 47 Quadro 8 Representa o esquem tica do modelo geral de silvicultura para a azinheira em regime agro silvo pastoril Per odo Instala o sd E a a Regenera o Om Sementeira Se 1 Desrama o ou planta o necess rio Retancha 2 m de altura total Se 1 Poda de Se necess rio forma o necess rio Natural Podas de frutifica o sempre que necess rio Fim de revolu o Via mec nica ou via animal Mais necess ria em povoamentos adultos que tenham sido sujeitos a podas peri dicas Protec o da regenera o individual ou por rea Ferreira amp Gon alves 2001 Os problemas relacionados com o estado sanit rio do Montado n o apresentam ainda solu es aliciantes do ponto de vista econ mico baseadas no conhecimento t cnico cient fico entretanto adquirido No entanto parece recolher o consenso geral que o factor solo pode estar na base da grande maioria dos problemas que afectam o ecossistema Natividade 1993 referia que as tr s pr ticas em que assentava a explora o dos Montados do Alentejo mobiliza o do solo poda e desbastes intensos beneficiaram o sobreiro enquanto foram usadas com modera o e se praticaram como simples opera es normais de maneio para melhoria da
133. efectivos pecu rios reduzindo os custos de produ o 141 Com este panorama novamente se coloca o papel das externalidades que se est o ambientalmente identificadas ter o que ser objecto de uma valoriza o que possa ser atribu da ao sistema como forma de pagamento dos servi os ambientais que presta Esta parece ser a via que recolhe cada vez mais aderentes e que baseada na PAC a que estamos sujeitos possa vir a compensar os efeitos negativos de anteriores reformas efectuadas para regi es de altas produtividades que pela sua aplica o comprometeram a sobreviv ncia dos sistemas de agricultura extensivos e de baixa produtividade que caracterizam as zonas mediterr nicas Biodiversidade No seu conjunto as reas de Montado possuem uma diversidade flor stica e faun stica muito elevada nele residindo a maioria das popula es nacionais de diversas esp cies de seres vivos Esta introdu o adaptada de um trabalho de Onofre 2009 revela a riqueza em mat ria de biodiversidade que caracteriza o ecossistema Montado Refere o autor que o sob coberto do Montado regularmente alterado para controlo do mato antigamente para cultivar uma seara cereal de pragana actualmente para semear uma cultura forrageira anual ou ainda melhorar uma pastagem Contudo apesar desta simplifica o vertical artificializada a riqueza faun stica e flor stica dos Montados mant m a sua diversidade A raz o de ser desta resili ncia encontra se
134. eio Na parte inferior est a signific ncia das interac es e do modelo 1999 Ano 2000 2002 2003 2004 Ti T2 T3 T4 Tratamento Desvio Padr o Caprinos Ovinos Pastoreio BEURSE Misto Desvio Padr o Inverno poca Primavera Outono Tratamento x Pastoreio Tratamento x poca Pastoreio x poca Sig Modelo Antes do pastoreio Gram neas 40 88a 2 060 36 37a 2 659 69 74b 2 060 77 18bc 2 060 77 68bc 2 659 63 10 61 69 60 87 55 84 2 017 65 36c 57 05b 68 13c 50 96a 2 017 53 78a 1 595 63 06b 2 256 64 28b 1 595 NS NS NS lt 0 001 Leguminosas 14 48b 1 405 35 01c 1 814 14 68b 1 405 10 48a 1 405 15 63b 1 405 14 85a 17 61a 17 94a 21 82b 1 376 20 19 17 70 16 13 18 22 1 376 23 72b 1 089 14 66a 1 089 15 80a 1 539 NS NS NS lt 0 001 Outras 44 63d 1 708 28 62c 2 204 15 58b 1 708 12 33b 1 708 6 68a 2 204 22 05 20 70 21 18 22 34 1 672 14 45a 25 27b 15 73a 30 82c 1 672 22 5 1 328 22 28 1 871 19 92 1 323 NS NS NS lt 0 001 Ap s o pastoreio Gram neas 36 3a 1 938 36 79a 2 663 76 58b 1 938 81 21b 2 517 80 49b AT 64 31 63 11 62 58 59 10 2 114 69 05b 56 4 68 25b 55 4 2 11 64 72 2 198 59 49 1 501 62 61 2 98
135. eio para tornar mais eficiente a utiliza o da pastagem 83 e Poupan a no investimento em sementeira de pastagens permanentes de sequeiro mediterr nico pela evolu o muito positiva da produ o quantitativa e qualitativa das pastagens naturais em consequ ncia de factores clim ticos favor veis e um adequado maneio do pastoreio e Instala o anual da cultura forrageira base de cereais forrageiros numa rea de aproximadamente 10 da SAU 80ha sempre no in cio do Outono para cumprir o seu papel de invernadouro e agostadouro e evitar riscos de eros o sobretudo nas zonas de maior declive e Cria o de um conjunto de infra estruturas indispens veis ao correcto maneio do pastoreio e dos animais que se reparte por uma rede de caminhos com acesso a qualquer ponto da explora o um n mero de cercas que atingiu as 42 unidades com uma dimens o m dia de aproximadamente 24ha e a cobertura integral de abastecimento de guas para cada cerca e instala es pecu rias e Manuten o dos animais em pastoreio permanente durante todo o ano sendo suplementados quando necess rio nas cercas onde se encontrem e Cria o de um stock de alimentos conservados palha ou feno em quantidade suficiente para manuten o de todo o efectivo durante 120 dias por uma quest o de seguran a contra as normais irregularidades clim ticas e Utiliza o de 1 UHT s poss vel ap s a conclus o das infra estruturas at
136. eito a condicionalismos que dificultam a sua 97 generaliza o N o utilizando para a an lise econ mica a mais valia resultante da transforma o do leite em queijo entramos com o valor da comercializa o do leite de cabra que tem mantido alguma regularidade ao longo dos ltimos anos Segundo valores propostos pela APCRS o pre o de venda do leite de cabra situou se at aos 0 5 desde o in cio da moeda nica at 2006 Desde 2007 at ao momento tem sido comercializado em valores m dios dos 0 6 Assim podemos concluir que a produ o leiteira da cabra Serpentina apresenta uma receita anual de 87 por f mea em produ o De facto com um efectivo pr ximo das 200 f meas em produ o Potes amp Profeta 1999 obtiveram se receitas de explora o em valor actualizado e aproximado de 25 000 provenientes em partes sensivelmente iguais da fun o creatopoi tica venda de cabritos e lactopoi tica venda de leite que resultou da produ o m dia anual de 125 L de leite comercializado por cabra de uma explora o que se encontrava muito pr xima do equil brio sanit rio e produtivo L Esta fibra natural era bastante valorizada pela ind stria do vestu rio mas no ltimo cartel do s culo passado sofreu uma concorr ncia fort ssima pelas fibras sint ticas que inviabilizaram do ponto de vista econ mico o sistema de produ o No entanto Morais 1969 j em Junho de 1968 na Semana Luso Espa
137. elec o e protec o individual para garantir a sobreviv ncia das plantas germinadas Estes protectores individuais ainda que sejam caros justificam plenamente o investimento quer pelas baixas densidades que se praticam quer pela diversidade de op es nos materiais utilizados com custos diferenciados N o obstante em cada caso dever o garantir o sistema de protec o mais eficiente ao tipo de animais explorados e a sua coloca o conjugada com a rota o praticada de forma a evitar a destrui o das jovens plantas na desmata o Nos quadros 7 e 8 est o representados esquematicamente os Modelos Gerais de Silvicultura para o Sobreiro e a Azinheira em regime agro silvo pastoril propostos pelo plano de ordenamento florestal para o Alentejo 46 Quadro 7 Representa o esquem tica do modelo geral de silvicultura para o sobreiro em regime agro silvo pastoril p z Controlo Desrama o Limpeza z Per odo Instala o Regenera o Outros e de mato Poda Desbaste g Instala o Sementeira Se 1 Desrama o Se Tiragem ou planta o necess rio 1 Poda de necess rio forma o Desb ia i Se Se Tiragem necess rio necess rio E Secundeira Se Se necess rio necess rio E Se Poda de Se Natural Tiragem Amadia necess rio manuten o necess rio Artificial de 9 em sempre que 9 anos necess rio Fim de revolu o Via mec nica ou via animal Mais n
138. ema alimentar proposto e que tendo em conta a biodiversidade intr nseca possa garantir o equil brio no ecossistema Belo et al 2008 ao analisar 936 explora es agr colas do Alentejo encontraram uma carga animal m dia de 0 39CN ha que aumentava na propor o directa da intensifica o em forragens complementares e diminu a na raz o directa do aumento da rea de sob coberto da explora o isto na propor o da extensifica o Tratando se de elementos recolhidos em inqu ritos a explora es reais est veis e vi veis e tendo presente a diversidade e multifuncionalidade de sistemas seria importante efectuar um estudo abrangente e multifactorial que permita obter um valor m dio e indicativo da Capacidade de Carga do ecossistema que garanta o equil brio e sustentabilidade do mesmo 2 Densidade ptima do Estrato Arb reo que se traduz na pr tica pelo n mero de rvores por unidade de rea que tem particular significado no caso 155 do ecossistema Montado em virtude da interac o deste estrato com os outros sub sistemas e sistemas produtivos que o integram Se bem que existam valores adoptados para aplica o de apoios ao ecossistema m nimo de 40 rvores ha objectivo de atingir m dias de 70 80 rvores ha sem contudo se basearem em qualquer estudo que os fundamente seria importante avaliar a Densidade do Estrato Arb reo que potenciando a quantidade e qualidade dos produtos que origina n o v limitar a prod
139. ema que em mat ria vegetal j foram caracterizadas como plantas anuais de ressementeira natural Tamb m a sua adapta o fisiol gica a estes ambientes foi descrita atrav s das diversas fases do ciclo anual significando em termos pr ticos que num ano agr cola este tipo de plantas nasce no Outono germinam cresce no Outono Inverno produzem biomassa durante a fase vegetativa reproduz se na Primavera produzem flor e semente durante a fase reprodutiva e morre no fim da Primavera secam no final do ciclo passando o Ver o sob a forma de semente no solo Este tipo de pastagens est identificado como Pastagens Permanentes de Sequeiro Mediterr nico A revis o dos trabalhos de colabora o desenvolvidos a partir dos anos 60 pelas equipas de Portugal ENMP Elvas e Espanha SIA de La Orden Badajoz com base nas tecnologias australianas de melhoramento de pastagens foi efectuado por Potes 1988 O sucesso destas tecnologias na competitividade dos sistemas de produ o agr cola a n vel mundial comprova se pelo posicionamento da Austr lia nas listas dos principais produtores mundiais de l e trigo produtos essenciais da rota o conhecida pelo Ley Farming Australiano Efectivamente os elevados encabe amentos de ovinos da ra a Merina suportados pelas pastagens de sequeiro mediterr nico melhoradas com base no Trevo Subterr neo seleccionado na Austr lia em rota o com a cultura do trigo em explora es de grande
140. encontra inserido come ando desde logo pelo solo factor f sico que suporta os sistemas de produ o agro pecu rios geralmente sujeito a fortes agress es sua estrutura e constitui o comprometendo n o raramente a respectiva sustentabilidade enquanto recurso renov vel e equilibrado O impacto do ecossistema no ciclo da gua ser tamb m motivo de estudo tendo em conta a escassez deste elemento para qualquer ser vivo ou sistema de produ o As altera es clim ticas est o principalmente relacionadas com a qualidade do ar pelo que o sequestro de carbono passou a ser um objectivo dos sistemas agr colas do planeta e por consequ ncia iremos avaliar qual o potencial deste ecossistema nesta mat ria Relacionado com o efeito anterior est o fogo que passou a constituir uma amea a sobretudo ap s o abandono rural que se verificou nos ltimos anos pelo que 119 procuraremos avaliar o impacto do Montado na preven o dos inc ndios florestais Por fim a caracteriza o da biodiversidade particularmente importante neste ecossistema ser um indicador indispens vel para a sustentabilidade ambiental do ecossistema Montado que se pretende comprovar Solo Num recente Relat rio da World Wide Fund For Nature WWF e do Centro de Ecologia Aplicada Baeta Neves CEABN do Instituto Superior de Agronomia ISA Rego et al 2008 em que se apresenta o Sobreiro como um elemento de combate desertifica o definido este pro
141. encontram numa situa o complicada de sobreviv ncia econ mica elas n o podem ainda ser integradas como sistema de produ o economicamente vi vel Cogumelos O aproveitamento dos recursos micol gicos silvestres tem sido objecto de estudo por parte do Centro de Micologia da Faculdade de Ci ncias da Universidade de Lisboa e foi tratado por Ferreira amp Almeida 2006 de forma a desenvolver a sua explora o sustentada A utiliza o gastron mica e culin ria de determinadas esp cies ainda hoje pouco generalizada em Portugal e varia muito de regi o para regi o A tradi o do consumo de cogumelos est muito menos enraizada no nosso Pa s onde considerada um luxo nomeadamente se comparada com Espanha onde tal h bito faz parte da cultura rural em diversas regi es auton micas Nos finais do s culo passado a procura de cogumelos aumentou de forma exponencial na sequ ncia de interesses comerciais Atingiram se pre os pagos ao apanhador de boletos de 15 kg e estima se que a quantidade de cogumelos silvestres sa dos de Portugal no quinqu nio 1997 2002 tenha rondado em m dia as 4 000 ton ano correspondendo a cerca de 20 milh es ano Este crescimento desregrado que passou por invas o de propriedade degrada o das explora es e delapida o do patrim nio p e em risco a biodiversidade e a conserva o da natureza De facto os fungos que pertencem classe Basidiomycetes cujos corpos frut feros s
142. erleri T glomeratum T resupinatum T stellatum T striatum T subterraneum e M aculeata M ar bica M orbicularis M polymorfa M rig dula M truncatula e ainda outros como Ornithopus Biserrula e Scorpiurus etc e Gram neas nomeadamente dos g neros Lolium Hordeum Bromus Poa e outras Serrano 2006 Todas estas plantas pratenses s o plantas anuais de ressementeira natural cujo ciclo se adapta s esta es do ano T m in cio do ciclo ou germina o no Outono paragem do crescimento mais ou menos acentuado no Inverno decorrente das baixas temperaturas retoma do crescimento e produ o m xima de biomassa na Primavera pela conjuga o de temperaturas e disponibilidades h dricas favor veis para as fases vegetativa e reprodutiva e conclus o do ciclo com a produ o de semente e secagem antes do Ver o Quando as condi es edafo clim ticas o permitem melhores solos maior reten o de gua no solo zonas mais frescas ou de baixa podem instalar se plantas vivazes que conseguem sobreviver poca estival atrav s de mecanismos de letargo dorm ncia estival retomando o crescimento com as primeiras chuvas outonais antecipando assim a produ o da pastagem que tamb m dever aumentar a produtividade S o exemplo destas plantas os g neros Dactylis Phalaris Agrostis ou Poa bulbosa Gram neas e Lotus ssp Trifolium pratense e T Fragiferum Leguminosas A qualidade e quantidade da produ o pratens
143. ero de microrganismos dos diferentes grupos verificado aos 7 dias na Q1 Utilizando cardo como agente coagulante e sabendo que geralmente queijos fabricados com este agente coagulante apresentam maior teor de humidade que os fabricados com coagulante de origem animal seria de prever que as popula es microbianas na Q1 fossem mais numerosas Para al m deste aspecto tamb m as temperaturas a que os queijos s o submetidos na 1 fase de cura na Q2 s o menos favor veis ao crescimento microbiano que as aplicadas na Q1 Talvez os valores de pH possam ajudar a esclarecer de alguma forma este acontecimento A evolu o dos diferentes grupos microbianos ao longo da matura o sucede de forma semelhante em ambas as pocas de fabrico em cada queijaria No entanto o facto da popula o de bolores e leveduras ser significativamente mais abundante a partir dos 14 dias de matura o nos queijos fabricados na poca de Inverno est provavelmente relacionado com factores clim ticos temperatura e humidade ambientais t picos desta esta o do ano N o tendo sido detectado qualquer um dos microrganismos patog nicos pesquisados podemos considerar que o queijo fabricado segundo a tecnologia estudada n o constitui amea a para a Sa de P blica A valoriza o do queijo de cabra n o f cil de efectuar quer pela diversidade de produtos a operar no mercado quer pelo valor comercial dos queijos objecto do estudo apresentado estar suj
144. es arbustivas Simultaneamente uma pastagem com uma dura o de pelo menos oito anos representa uma rota o de dez anos e este per odo de tempo j pode permitir a germina o e desenvolvimento dos carrascos plantas jovens de querc neas provenientes da regenera o natural que a partir desta fase e desde que individualmente identificados e protegidos poder o garantir a preserva o da componente arb rea Em conclus o o factor n determinante no sucesso da gest o t cnica do Montado sendo o seu aumento proporcional ao grau de sustentabilidade do ecossistema Isto se o seu valor for muito baixo 2 3 ou 4 anos significa que a componente arbustiva est muito agressiva obrigando a mais interven es culturais e menores produtividades do sistema pela dificuldade de implanta o da pastagem e aus ncia dos seus efeitos ben ficos Por outro lado se o valor de n for mais alto gt 6 anos o equil brio do ecossistema ir se consolidando atrav s do aumento da produtividade de base pastagem que ao proporcionar maiores encabe amentos atrasa o desenvolvimento da flora arbustiva e permite a emerg ncia da componente arb rea Sendo o Montado um sistema biol gico e din mico nunca o factor n poder ser fixo e no caso t o desej vel quanto imposs vel de se aproximar do infinito as novas tecnologias agr rias permitir o introduzir a cultura forrageira sem mobiliza o do solo sementeira directa Ist
145. es com menor valor nutritivo Outras que s o controladas no seu desenvolvimento atrav s do pastoreio 100 80 60 E Outras E Leguminosas 40 E Gramineas 20 09 1999 2000 2002 2003 2004 Ano Gr fico 3 Composi o flor stica da pastagem dispon vel ao longo dos anos Relativamente aos diferentes tratamentos no Quadro 3 podemos verificar que apenas as leguminosas apresentaram diferen as significativas para o tratamento T4 mas sendo o grupo de plantas que apresentou diminui o mais uniforme com o pastoreio Gr fico 4 confirma se o seu consumo preferencial pelos animais e portanto a maior presen a animal no tratamento onde esta fam lia registou maior percentagem da composi o flor stica 29 25 7 N ho 67 Leguminosas entrada E Leguminosas saida 10 An CN de leguminosas Presen a de animais T1 T2 T3 T4 Tratamentos Gr fico 4 Composi o em leguminosas dos tratamentos antes e ap s pastoreio e respectiva presen a anual em cabe as normais CN Os resultados indicam que ao longo dos anos o pastoreio promoveu na pastagem um aumento percentual de gram neas e diminui o de outras O tratamento com introdu o de leguminosas atrav s de mobiliza o do solo foi o que registou maior prefer ncia pelos animais em pastoreio o que tamb m foi corroborado pelo trabalho que a seguir se apr
146. es como forma mais eficiente de melhorar as pastagens extensivas do SW da Pen nsula Ib rica permitindo aumentar significativamente os encabe amentos tornando assim os sistemas sustent veis nomeadamente atrav s do aumento de produtividade Para Olea 1998 o melhoramento das pastagens permanentes e naturais do SW da Pen nsula Ib rica dever passar pela fertiliza o das mesmas nomeadamente base de f sforo e ou introduzindo esp cies e variedades seleccionadas com a respectiva fertiliza o e maneio para aumentar a produtividade Integrando os trabalhos anteriormente descritos Potes et al 2006 referem se import ncia das fertiliza es fosfatadas e correc es do solo introdu o ou n o de leguminosas anuais de ressementeira natural e maneio do pastoreio como ac es fundamentais para o melhoramento das pastagens permanentes de sequeiro mediterr nico que integram o ecossistema Montado Conclui se portanto que o conceito do melhoramento de pastagens baseado no trin mio Leguminosas F sforo Pastoreio assumido por v rios autores Potes 33 1988 Crespo 1997 Olea 1998 foi experimentalmente comprovado por estes ensaios efectuados na zona da Margem Esquerda do Guadiana O grau de intensifica o em termos de introdu o de factores de produ o inputs depender da riqueza em recursos naturais da valoriza o comercial dos produtos obtidos outputs e principalmente da manuten o do ca
147. esenta de Lopes et al 2005 que analisaram a influ ncia do valor nutritivo da pastagem no comportamento do animal em pastoreio Os resultados obtidos apresentam se no Quadro 4 onde se pode verificar que as diferen as encontradas em Prote na C lcio e F sforo est o relacionadas com as interven es feitas nos tratamentos nomeadamente a calagem e fertiliza o fosfatada Confirmou se a varia o sazonal dos par metros qu micos estudados para a pastagem permanente de sequeiro mediterr nica e a varia o inter anual tamb m revelou o comportamento esperado na medida em que os anos com maior percentagem de Prote na e menores concentra es de Fibra apresentam maiores valores para a Digestibilidade da Mat ria Org nica 30 Quadro 4 Resultados das an lises de vari ncia m dia seguidas de desvio padr o para os efeitos principais das vari veis Prote na Bruta PB Fibra Neutro Detergente NDF Fibra cido Detergente ADF Lenhina cido Detergente ADL C lcio Ca F sforo P Digestibildade da Mat ria Org nica MOD e Presen a Animal em n mero de Cabe as Normais CN PB NDF ADF ADL Ca P MOD Presen a ppm ppm MjKgMS Animal CN Ti 9 9a 56 3 38 2 6 5 0 54a 0 23 47 9 5 46a T2 10 6ab 55 4 37 3 6 8 0 69b 0 28b 48 8 5 74a Tratamento Motam ozbe ESG 372 NGS EG DOS 47 9 6 45ab T4 11 3c 53 7 37 0 6 2 0 73b 0 27b 49 9 7 46b Desvio 0 24 0 89 0 40 0 20 0 04 0 01 1 10 0 38 Padr o P Cap 10
148. esenvolvimento atrav s das propriedades dos seus subprodutos material isolante leve e produto natural e Sistemas de produ o de carne e seus derivados produtos de todas as esp cies pecu rias mais valorizados borrego P scoa cabrito Natal novilho e porco este sobretudo valorizado pelo presunto e Sistema de produ o de queijo fundamentalmente proveniente de leite de cabra principal esp cie produtora de leite comercializ vel em regime extensivo 14 e Sistema de produ o de l baseado nos ovinos da ra a Merina que produzem a l de melhor qualidade e predominam nas regi es de explora o do Montado e Sistemas de produ o florestais produtos e subprodutos da explora o florestal como a madeira com pouca express o a lenha e o carv o bio combust veis e Sistemas de produ o cineg tica baseados na explora o de ca a maior e menor cujas esp cies fazem parte da fauna do ecossistema e Sistemas de produ o de mel produto proveniente de um sector apicultura que beneficia da biodiversidade vegetal do ecossistema e Sistemas de explora o de plantas arom ticas e medicinais produtos emergentes que tamb m beneficiam da biodiversidade vegetal e Sistema de explora o de cogumelos produtos que fazem parte do habitat e desde longa data utilizados para consumo humano e Sistemas de promo o tur stica actividades tur sticas recreativas e de laze
149. espectivos ecossistemas Em rela o ao Chile Ovalle et al 2008 reconheceram a import ncia na reabilita o do sistema agro florestal mediterr nico local conhecido por Espinales que domina as zonas secas da regi o centro do pa s Rotulado como ecologicamente degradado introduziram esp cies vegetais sobretudo europeias dos tr s estratos arb reas arbustivas e herb ceas com o objectivo de aumentar a produtividade do ecossistema Ap s quatro anos de ensaios as produtividades da pastagem semeada revelaram se entre duas a tr s vezes superiores pastagem natural e as esp cies arbustivas introduzidas revelaram altas taxas de sobreviv ncia e produ o de biomassa No caso da Austr lia n o existe propriamente a floresta mediterr nica porque a planta arb rea dominante o eucalipto cujo nico animal capaz de digerir a sua folhagem altamente adstringente o koala mas nos ambientes mediterr nicos como o caso da regi o Oeste do Continente Estado de Western Austr lia o problema agron mico predominante a salinidade que atinge mais de 50 das explora es desta regi o Norman et al 2008 relataram algumas experi ncias de estudos multidisciplinares crescimento de biomassa e valor nutritivo agronomia produ o ovina balan o econ mico da explora o hidrologia e biodiversidade Ap s quatro anos de acompanhamento determinaram que atrav s da introdu o de esp cies arbustivas de zonas salinas e esp
150. eta o arb rea e herb cea Mais ainda a deplec o do solo em gua debaixo das copas das rvores manteve se mesmo no Ver o ap s a secagem da componente herb cea e com negligenci vel evapora o no solo Uma vez que as rvores podem utilizar gua durante todo o ano 131 sob a projec o das copas expect vel um benef cio da densidade de rvores por hectare no ciclo hidrol gico do ecossistema A an lise dos resultados obtidos pelos dois projectos de investiga o apresentados parece primeira vista contradit ria no que diz respeito componente arbustiva do ecossistema Efectivamente se atendermos explora o mais racional do perfil do solo de uma forma geral a explora o do solo mais homog nea pelos diversos tipos de ra zes correspondentes aos tr s estratos que o comp em beneficiar todo o conjunto Silva 2002 Por m em condi es mais severas de influ ncia mediterr nica que tamb m s o as mais generaliz veis para a regi o SW da Pen nsula Ib rica e sobretudo com a tend ncia para o aquecimento global do planeta a competi o pela gua nas pocas de defici ncia efectiva entre as componentes arb rea e arbustiva Cubera et al 2004 Tal facto vem refor ar a nossa convic o no controlo da flora arbustiva que se associada opera o de instala o da cultura forrageira anual no mbito da Rota o do Montado n o s vem tecnicamente equilibrar um Esquema Alimentar para a Pecu r
151. f cil implanta o devido dificuldade em montar as necess rias infra estruturas mas tamb m onde esta actividade complementa o 160 maneio ou gest o eficiente do ecossistema para manter o equil brio e preserva o do mesmo Quanto ca a menor dever ser sem d vida uma receita complementar decorrente da multifuncionalidade do ecossistema mas o seu valor acrescentado anual para as receitas globais do mesmo aos pre os correntes dificilmente ultrapassar 5 ha ano portanto montantes entre 1 250 e 1 500 para as reas de explora es acima referidas 273ha e 255ha A discuss o relativamente aos restantes produtos do Montado mel cogumelos plantas arom ticas e medicinais e agro turismo do ponto de vista econ mico muito dif cil de efectuar pela falta de elementos que possam contrariar ou refor ar os elementos apresentados no cap tulo IV e que possam fortalecer a componente econ mica da multifuncionalidade Rego et al 2008 apresentam no citado Relat rio da WWF CEABN o quadro 37 sobre valor econ mico do sobreiro neste caso Montado porque envolve a pecu ria extensiva Quadro 37 Valor econ mico do Sobreiro em produ o anual Produ o Valor Anual Corti a 500 euros ha Pastagens e bolota 7Oeuros ha Cineg tica 15 euros ha Lenha 11 euros ha Plantas arom ticas e cogumelos 8 euros ha Rego et al 2008 Como se pode verificar os valores atribu dos corti a
152. feitos do melhoramento introduzido atrav s de ra as ex ticas especializadas na fun o c rnica e s o eles pr prios mais competitivos nas fases de recria e engorda nos sistemas intensivos necess rios obten o das condi es ideais de abate No entanto quando explorados em linha puras os produtos comercializados passam a ser a venda de reprodutores e os produtos com denomina es de origem que exigem a recria e acabamento dos animais na explora o at ao abate Surgem assim dois sistemas de produ o distintos que se podem ou n o complementar na medida em que a venda de animais ao desmame normalmente passa para fora do dom nio da pecu ria extensiva 82 SISTEMAS DE PRODU O PECU RIA EXTENSIVA Abrangem os efectivos de f meas reprodutoras que na terminologia da PAC receberam a denomina o de Vacas Aleitantes cuja produ o leiteira se destina integralmente alimenta o das crias as quais em regra s o desmamadas e comercializadas entre os 7 e os 9 meses de idade Reconhece se que se trata de uma denomina o pouco feliz por induzir incorrectamente nos sistemas de produ o de leite que caracterizam vastas regi es da Europa h mida e rica do ponto de vista da produtividade agr cola mas tamb m reveladora da dificuldade de adapta o da agricultura mediterr nica s pol ticas agr colas comunit rias a come ar pela terminologia O ciclo produtivo da vaca reprodutora adapta se ao esquema
153. ferimos ser o mais eficiente transformador do fruto das querc neas bolota e lande em produto c rnico de alta qualidade presunto mas representando tamb m o sistema que permite os maiores resultados l quidos Como est mais vocacionado para a Azinheira desenvolveu se sobretudo em Espanha sendo o sistema de produ o privilegiado da Dehesa que predomina nos sistemas de produ o agr cola das regi es Castelhana Estremenha e Andaluza fazendo com que a produ o de porco Ib rico seja incomparavelmente superior quer em termos absolutos quer em termos de rea do sistema produtivo do porco Alentejano Fernandes 1999 Em Portugal tem a sua maior express o no Alentejo Interior e raiano onde o sobreiro tem mais dificuldade de expans o mas fruto da valoriza o espanhola tem vindo nos ltimos anos a aumentar gradualmente n o chegando todavia ao lugar de destaque que apresentava nos meados do s culo XX antes do surto de Peste Su na Africana Porco Alentejano Para caracterizar esta esp cie pecu ria desde logo a que maior conota o apresenta com o ecossistema Montado recorremos ao recente trabalho de Rodrigues 2008 que apresenta na Figura 8 a origem do Porco Alentejano como descendente do Sus 76 mediterraneus Este distingue se dos outros troncos pela rusticidade que apresenta e que lhe permite adaptar se perfeitamente a sistemas extensivos ou baseados no pastoreio enquanto que os seus parentes onde se inclue
154. fogo rotura o MONTADO MATO ecossistema tipo Predom nio do extracto Predom nio do extracto arb reo pouco arbustivo denso e extracto herb ceo mato disperso Abandono do uso Desmata o fertiliza o pastoreio Aclareio extracto arb reo Pastoreio muito intenso PASTAGEM Predom nio do extracto herb ceo Refloresta o ou adensamento Abandono do uso Transi es Figura 3 Esquema de estados e transi es adaptado de Costa et al 2006 18 Claramente se verifica que a transi o da Floresta Mediterr nica ao Montado t pico ou a todos os outros estados s o consequ ncia das actua es de maneio do ecossistema praticadas pelo agricultor Ib rico Tamb m se verifica que o abandono do mesmo pode resultar no regresso Floresta Mediterr nica o que significa um s rio risco de exposi o ao consumo da floresta pelos inc ndios sobretudo em regi es onde a densidade populacional e as altera es clim ticas aumentam a sua vulnerabilidade Leit o 2009 trabalhou sobre o esquema criado inicialmente por Al s 1999 e utilizando terminologias ou denomina es diferentes explicou todos os processos de transi o atrav s da interven o humana e apresenta as mesmas preocupa es sobre o risco de abandono do ecossistema Tratando se de ecossistemas t o antigos seria natural que tivessem beneficiado da aten o de t cnicos e investigadores sobretudo durante o s culo XX
155. g ographiques et labels Pub EAAP n 74 pp 89 91 Carvalho L M amp Borralho R 2006 Plantas Arom ticas e Medicinais Sua Utiliza o e Conserva o Livro de Resumos do Semin rio realizado no dia 24 de Novembro no Instituto Polit cnico de Beja www naturlink pt Correia T P 2007 Novas perspectivas para a Paisagem Rural o desafio da multifuncionalidade in O Turismo no Espa o Rural e a Multifuncionalidade da Paisagem semin rio org R Borralho T P Correia e C Sousa www naturlink pt Fernandes L A D S 1999 Campos do Sul da hist ria e agro economia do porco Alentejano ao desenvolvimento sustent vel da sua agricultura Tese de Doutoramento em Ci ncias Agr rias apresentada Universidade de Evora Ferreira J L B amp Almeida F P 2006 Sustentabilidade dos Recursos Micol gicos Silvestres in Tradi o e Inova o Alimentar Dos Recursos Silvestres aos Itiner rios Tur sticos org M M Valag o ed COLIBRI cap Il pp 45 64 Ferreira A G amp Gon alves A C 2001 Plano Espec fico de Ordenamento Florestal para o Alentejo ed Universidade de Evora 187pp Flamant J C amp Portugal A V 1995 Concluding remarks Pub EAAP n 74 pp 291 299 Fonseca A P D Roquete C J R Cachatra A M P Cavaco N G amp Valente M G 1999 Caracteriza o do sistema de produ o da cabra Serpentina in Actas IX Congresso de Zoote
156. gens permanentes de sequeiro biodiversas representa o suporte para a pecu ria extensiva e fauna selvagem herb vora Quanto aos outros estratos todas as esp cies encontradas na floresta mediterr nica se podem encontrar no ecossistema Montado Contudo a vantagem da interven o da pecu ria extensiva est no atraso que provoca sobre o desenvolvimento do estrato arbustivo o qual por este facto geralmente se apresenta bastante mais controlado contribuindo assim para o alargamento da rota o ou seja para a diminui o do n mero de desmata es ao longo do tempo Acresce o efeito melhorador da pastagem na recupera o dos solos gt M O e reten o de gua que tem um papel importante na prolifera o de cogumelos como foi destacado O factor que comum aos dois sistemas e que est na base do conhecimento para uma gest o equilibrada de ambos s o os bancos de sementes que existem no solo seja de herb ceas ou de arbustivas que dever o ser bem analisados para em conjunto com os teores de M O do solo e consequente capacidade de reten o de gua contribu rem para a manuten o de um equil brio entre estratos vegetais que garantem a funcionalidade e produtividade de ambos Pensamos pois que na sequ ncia do exposto a introdu o da pecu ria extensiva na floresta mediterr nica representa desde que respeitada a capacidade de carga do ecossistema a implementa o de pr ticas sustent veis numa ptica d
157. grada o e finalmente morte das rvores Estes agentes biol gicos variam de acordo com as condi es particulares em cada foco virul ncia susceptibilidade das esp cies vegetais afectadas e condi es edafo clim ticas Daqui resulta que n o existe uma solu o nica e eficaz que contemple todas as situa es Antes se prop e uma revis o das pr ticas silv colas de modo a adequ las a uma silvicultura preventiva a que se agregue uma estrat gia integral de luta contra os danos provocados pela seca ou ao decl nio das querc neas de forma mais abrangente 44 No mbito deste trabalho An nimo s data apresentam se algumas recomenda es b sicas como boas pr ticas silv colas que dever o contribuir para a solu o do problema Cuidados de limpeza e desinfec o de equipamento utilizado para podas e descorti amentos de modo a evitar a propaga o ou contamina o de pragas e doen as Correcto maneio do solo de forma a manter o equil brio entre a flora arbustiva e as outras componentes ou estratos vegetais do ecossistema sem recurso a desmata es recorrentes Evitar as m s pr ticas decorrentes da intensifica o da pecu ria extensiva procurando actuar preventivamente atrav s da correcta rota o das culturas forrageiras beneficiar o solo com fertiliza es e correc es e com o maneio dos efectivos pecu rios consolidar o aumento dos teores de M O do solo Evitar o uso recorrente de insectici
158. guiado Enguiado Enguiado Enguiado Enguiado Enguiado ausente ausente ausente presente em presente presente Rachado Rachado Rachado pequena escala Rachado Rachado presente com presente presente Rachado presente presente direc o segundo v rias segundo v rias presente segundo v rias segundo v rias predominante direc es direc es segundo v rias direc es direc es vertical direc es In Manual de Classifica o de Corti as da APFC Assoc de Prod Florestais de Coruche 69 Quadro 11 Grelha de dupla entrada qualidade calibre para a classifica o e destino industrial das corti as Qualidades 4a oa ga 43 5a 6 Refugo Calibre Discos para rolhas Delgadinha 6 a 8 linhas 1 1 e espumante GRANULAR Meias rolhas Delgadinha 8 a 10 linhas Discos para rolhas 1 1 e espumante Delgada 10a 12 linhas Meia 12a 14 marca linhas Rolhas de corti a natural Marca 14a 18 linhas Grossa gt 18 linhas In Manual de Classifica o de Corti as da APFC Assoc de Prod Florestais de Coruche A an lise econ mica efectuada para o Plano Espec fico de Ordenamento Florestal para o Alentejo Ferreira amp Gon alves 2001 prev um acr scimo de 62 6 para a rea actualmente ocupada pelo Sobreiro nesta regi o que de 407 008 8ha Isto de acordo com os t cnicos florestais o Alentejo tem potencial produtivo para 661 778 7ha Est
159. ha coincidia com a melhor e maior produ o de pastagem n o ultrapassava a m dia de 0 5 litros de produ o di ria Na melhor das hip teses resultava numa produ o total de 30 a 40 litros de leite por ovelha e poca Esta produ o leiteira era integralmente transformada em queijo nas rouparias instala es pr prias destinadas ao fabrico do queijo dando origem ao queijo de ovelha do Alentejo curado normalmente com peso aproximado de 150gr por unidade eventualmente um pouco maiores 200gr denominados de merendeiras 93 conservados em sal ou azeite e que eram comercializados especialmente pelo S Jo o Este tipo de produto originou a DOP Queijo de vora que perdeu a sua viabilidade econ mica nos finais do s culo XX pela insufici ncia da produ o leiteira da ovelha Merina Presentemente o queijo de ovelha do Alentejo e mesmo a DOP poder o subsistir mas n o com certeza baseado na produ o de leite de ovelha Merina explorada em regime extensivo mediterr nico Como j foi referido a nica esp cie pecu ria que em regime extensivo na zona de influ ncia mediterr nica tem capacidade para explora o da produ o leiteira ou lactopoi tica a caprina No caso do Montado e particularmente no Alentejo tem a sua maior representatividade na ra a aut ctone Serpentina A caracteriza o do sistema de produ o da cabra Serpentina a sua valoriza o e desenvolvimento tecnol gico tem
160. i es ambientais cada vez mais restritivas Potes amp Schmitt 2008 apresentaram o melhoramento convencional assistido pelos m todos de fisiologia molecular e biotecnologias como uma forma eficiente de reduzir o longo processo de melhoramento de Quercus O complemento com t cnicas de cultura in vitro para auxiliar na identifica o de marcadores moleculares de ADN para diferencia o genot pica de toler ncia ao stress que j foi testado para outras esp cies vegetais poder representar um avan o muito significativo para obten o de indiv duos mais resistentes a introduzir nos programas de refloresta o em ambientes mediterr nicos Estamos perante um caso inovador de aplica o das novas tecnologias para assistir um programa de melhoramento de plantas convencional com um aumento de efici ncia essencial ao n vel da obten o de resultados e que poder representar uma forma eficaz de garantir a preserva o da componente arb rea do Montado Confirmando a vis o integrada do problema poderemos igualmente concluir como Ferreira et al 2007 que ap s controlo dos matos dever o ser implementadas zonas de regenera o parcelas ou bosquetes arrifes ou obst culos naturais protegidos das agress es provocadas pelos meios mec nicos e vedados ao gado que entrem em rota o com a restante rea da explora o 49 Pecu ria Extensiva A exist ncia de interac es entre o animal e a pastagem e ou forragem n o per
161. ia Extensiva como economicamente contribuir para amortizar os elevados custos da desmata o Do ponto de vista ambiental estas opera es de risco que dever o ocorrer em ciclos alargados v m contribuir para a melhoria da estrutura dos solos que permita a melhor circula o de gua e nutrientes ou seja beneficia o ciclo hidrol gico e protege a qualidade da gua A estrutura o das ra zes nas tr s componentes vegetais do ecossistema ficar assim refor ada no estrato arb reo e mais profundo e no estrato herb ceo mais superficial favorecendo a circula o de gua e nutrientes em todo o perfil do solo O estrato arbustivo que n o eliminado mas sim controlado cobrir o espa o entre os dois anteriores de forma gradual at atingir um desenvolvimento que ao entrar em competi o com as esp cies mais contribuintes para o out put do sistema produtivo e aumentar os riscos de inc ndio ter que ser removido e incorporado no solo Para completar a interven o t cnica com o objectivo de melhoria do ciclo da gua importante referir o papel importante que desempenha o teor de M O dos solos para efeitos de reten o de gua expect vel que associado ao aumento gradual desta caracter stica do solo se relacionar positivamente com a capacidade de reten o de gua e com as repercuss es j referidas anteriormente relativas adapta o dos ciclos das plantas pratenses e directamente relacionadas com o aumento
162. ico cient fica levou nos sua desagrega o em subsistemas de acordo com o trin mio Solo Planta Animal que formam o ecossistema Potes amp Babo 2003 1 Solo Subsistema que engloba os recursos naturais f sicos ou meio f sico que serve de suporte ao ecossistema nomeadamente o solo a gua e o ambiente do ponto de vista clim tico J foi referido o estado de degrada o generalizado em que se encontram os solos abrangidos pela regi o que se identifica como sudoeste da Pen nsula Ib rica pelos motivos tamb m j referidos de intensa actividade agr cola e que alguns autores consideram mesmo como em vias de desertifica o Louro 2006 As altera es clim ticas que nos ltimos anos t m sido motivo de preocupa o traduzem se nesta regi o em concentra es acentuadas de precipita es outonais e primaveras secas o que origina problemas de eros o agravados no per odo do in cio de ciclo das culturas e quebras de produtividade das mesmas devido falta de gua para finaliza o dos ciclos anuais das culturas praticadas Surgem assim as secas que ultimamente ocorreram de forma mais acentuada e com intensidade agravada Estrat gias que visem a recupera o de solos minimizem os efeitos nefastos dos Ver es estios mais prolongados e Outonos mais rigorosos e o aumento da capacidade de armazenamento de gua quer a n vel do solo quer a n vel de reservat rios para consumo animal e humano ter o que ser ob
163. idos com destino s diferentes classes de produtos Rodrigues 2008 Se tivermos em considera o que o mercado do porco Alentejano j se encontra devidamente estruturado como refere o agrupamento de produtores atrav s do Quadro 20 parece evidente concluir que este sistema de produ o t pico do Montado 81 mant m uma viabilidade econ mica mesmo ao n vel das pequenas explora es de 255 5ha utilizadas para o estudo efectuado Quadro 20 Diferentes tipos de mercado do efectivo de porco Alentejano Mercado Terminal Peso Diferencia o Porco de Bolota Entre 150 200 Kg Base em bolota Porco de Salsicharia Entre 130 180 Kg Base em cereais Porco de Carne Fresca Entre 80 120 Kg Extensivo Mercado Interm dio Peso Diferencia o Reprodutores Maior de 40 Kg Inscritos LGPS Leit es de assar Inferior a 12 Kg Leit es a alfeires Entre 15 100 Kg Inscritos LGPS Rodrigues 2008 Produ o de Bovinos A produ o de bovinos integrada no ecossistema Montado caracteriza se pela utiliza o de sistemas de produ o extensivos baseados nas ra as aut ctones e seus cruzamentos para obten o de produtos que s o comercializados ao desmame e que se destinam ao abastecimento do mercado da carne A base dos efectivos nas ra as aut ctones deve se ao facto destas serem as mais eficientes na utiliza o dos recursos naturais e na adapta o irregularidade dos ambientes mediterr nicos Os seus produtos exibem os e
164. ification in Sustainability of Agrosilvopastoral Systems Dehesas Montados ed Susanne Schnabel amp Alfredo Ferreira Advances in Geoecology n 37 pp 309 326 Louro V 2004 Introdu o in Desertifica o Sinais Din micas e Socieadade coord Victor Louro col Estudos e Doc ed Instituto Piaget parte pp 11 13 Mazoyer M e Roudart L 2001 Evolu o agricultura hist ria in Hist ria das Agriculturas do Mundo ed por Inst Piaget col Hist e Biografias cap 1 pp 19 62 Natividade J V 1952 A Floresta de Sobro Mediterr nea Separata das Mem rias da Academia das Ci ncias de Lisboa classe de Ci ncias Tomo VI policopiado 17pp Norman H C Masters D Silberstein R amp Byrne F 2008 Achieving profitable and enviromentally beneficial grazing systems for saline land in Australia Rev Options M diterran ennes Serie A 79 pp 85 88 Ovalle C Pozo A del Zagal E amp Aronson J 2008 Rehabilitation of dagraded Espinales in the Mediterranean zone of Chile using annual legumes and multipurpose trees Rev Options M diterran ennes Serie A 79 pp 37 40 Potes J M amp Babo H 2003 Montado an old system in the new millennium African Journal of Range amp Forage Science 20 2 131 146 Ribeiro O 1986 Portugal Mediterr neo in Portugal o Mediterr neo e o Atl ntico col Nova Universidade Liv S da Costa 4
165. im como a sua tens o cont nua A suberina o componente respons vel pelas propriedades el sticas da corti a e permite a sua compressibilidade A extrac o da corti a habitualmente feita no Ver o e com uma periodicidade legal m nima em Portugal de nove anos O primeiro descorti amento desb ia produz a corti a virgem com uma superf cie exterior muito irregular Os descorti amentos sucessivos d o origem a uma corti a com a superf cie exterior mais uniforme que se 66 denomina de amadia sendo a primeira ainda com algumas irregularidades conhecida como secundeira Na transforma o e utiliza o da corti a verifica se que a amadia utilizada essencialmente para o fabrico de rolhas de corti a natural principal produto da ind stria corticeira nacional embora nos ltimos anos tenha aumentado a diversifica o dos produtos derivados Gil 1999 As rolhas de corti a natural s o obtidas por brocagem das pranchas ap s cozedura em gua e as aparas e outros desperd cios juntamente com alguma corti a virgem ou outros tipos de corti a destinam se granula o quer para utiliza o directa quer na produ o de diversos tipos de aglomerados compostos por ac o da press o temperatura e um ligante O principal res duo da ind stria corticeira o p de corti a A Figura 7 apresentada por Gil 2006 resume a transforma o da corti a Transforma o da cor rti a APARAS BOCAD
166. imentar dos sistemas de produ o animal extensivos Desta multifuncionalidade surge o Esquema Alimentar da Pecu ria Extensiva onde se real a a contribui o fundamental dos recursos naturais A an lise econ mica a um ecossistema t o rico e diverso efectuada atrav s do estudo de cada produto corti a carne e seus derivados queijo l lenha ca a mel plantas arom ticas e medicinais cogumelos e turismo Faz se uma breve caracteriza o do respectivo sistema produtivo e nos casos em que tal poss vel apresentam se os resultados econ micos recolhidos Procurou se manter como denominador comum a dimens o da explora o m nima para garantir a viabilidade econ mica de cada sistema A componente ambiental avaliada atrav s da an lise de tr s elementos de suporte do ecossistema o solo a gua e o ar Pela import ncia que assumem s o tamb m analisados o fogo combatido preventivamente atrav s da boa gest o e a biodiversidade sem d vida uma forte mais valia ambiental do ecossistema A discuss o dos resultados real a a din mica do ecossistema e a necessidade econ mica de ressarcimento do mesmo pelos servi os ambientais que presta Referem se linhas de investiga o experimenta o a desenvolver e termina com uma an lise SWOT A manuten o do equil brio t cnico dos balan os econ micos e preserva o do ambiente saud vel e em equil brio permitem concluir pela atribui o de modelo de sustentabili
167. inal pressupondo partida a interven o humana Para que o sistema seja sustent vel ter que perdurar no tempo ou seja que o seu funcionamento seja mantido independentemente das altera es s normais condi es de funcionamento O sistema de agricultura dever ter por base a explora o dos recursos naturais que ter o que ser potenciados atrav s das novas tecnologias sem que a sua renova o seja de alguma forma posta em causa A introdu o de energia ou factores de produ o no sistema a intensifica o tem que ser adequada s potencialidades naturais do meio ambiente para que o aumento de produtividade resultante mantenha o equil brio do ecossistema a reciclagem dos res duos e a renova o de recursos Significa que ter que ser tecnicamente equilibrado e eficiente isto tecnicamente sustent vel Qualquer sistema de agricultura para perdurar ter que ser economicamente vi vel porque representa o modo de vida do agricultor que dele se sustenta O conceito de multifuncionalidade e risco de actividade conduziram identifica o de mais valias externalidades ou outros tipos de produtos e subprodutos dos sistemas que t m que entrar no balan o econ mico para compensar as perdas de rendimento causadas pelos baixos pre os dos produtos agr colas tradicionais tornando os assim economicamente sustent veis O conceito de diferencia o por oposi o a produto massificado de rastreabilidade como pi
168. inal do s culo passado quando os respons veis pelas pol ticas agr colas se d o conta dos impactos da intensifica o da produ o agr cola No caso Ib rico os apoios produ o colocam em risco de extin o sistemas extensivos de produ o multifuncionais respeitadores e melhoradores do ambiente e com provas dadas de sustento das popula es Para corrigir estes efeitos negativos procurou se ent o mais uma vez intensificar a reconvers o agr cola neste caso atrav s da refloresta o com rvores de crescimento lento querc neas e com pouco dom nio tecnol gico do processo artificial de planta o O estabelecimento de regras e normas pouco fundamentadas para cumprimento dos requisitos inerentes aos apoios concedidos refloresta o com querc neas no mbito de programas ef meros desajustados da longevidade deste processo contribuiu para muitos insucessos e descr dito de investimentos que j tinham ocorrido na primeira metade do s culo XX Encontramo nos pois numa fase de reconhecimento da efici ncia da regenera o natural do Montado componente arb rea pese embora o tempo determinado pela natureza ser pouco compat vel com os investimentos de capital cada vez mais dif ceis de suportar pela actividade agr cola Somos for ados a repensar a gest o integrada e criteriosa do Montado dos finais de s culo XIX princ pios do s culo XX para adapt la as exig ncias do s culo XXI conciliando os interesses do
169. investimentos em infra estruturas e ac es de maneio adequadas s esp cies a explorar 103 Quadro 27 Ano de situa o cruzeiro e efectivos a ca ar por esp cie e Cen rio Cen rio Cen rio II Esp cie Ano Ca a Ano Ca a Perdiz vermelha 32 1000 3 300 Coelho 2 3000 2 3000 Pombo torcaz 3 150 3 150 Javali 2 10 15 2 10 15 Veado 3 55 Gamo 2 20 Borralho et al 1999 Os indicadores econ micos e financeiros do projecto apresentam se no Quadro 28 onde se destaca a Taxa Interna de Rentabilidade TIR j que os valores ainda em escudos se reportam poca de realiza o do estudo ainda anterior entrada em vigor do Quadro 28 Indicadores econ mico financeiros de avalia o dos dois cen rios alternativos de explora o cineg tica mil escudos Indicadores Cen rio Cen rio Il Investimento 22 350 71071 Receitas anuais em cruzeiro 20 350 32 400 Custos anuais em cruzeiro 12 500 21 000 TIR 10 42 8 39 VAL taxa de actualiza o de 2 24 493 41 682 VAL taxa de actualiza o de 4 16 639 25 679 Borralho et al 1999 Destacamos em primeiro lugar a dimens o da explora o onde foi efectuado o estudo que corresponde dimens o da m dia explora o utilizada para os estudos efectuados com pecu ria extensiva por Fernandes 1999 isto cerca de 1 500ha o que revelador das caracter sticas de baixa pro
170. is sobretudo os naturais e como segundo t pico a tradu o para o futuro do saber rural sobre as plantas o que pressup e a organiza o de toda uma fileira produtiva das PAM Nesta publica o Ribeiro 2005 apresenta nos uma lista de Plantas bravias comest veis 25 Plantas bravias de frutos comest veis 12 e de Plantas condimentares provenientes de 4 habitats Segundo o autor apesar de estar longe de ser exaustiva esta lista centra se mais na regi o Nordeste do Pa s Tamb m Sousa 2005 ao tratar do panorama da comercializa o e cultivo das PAM em Portugal pouco adianta em termos de levantamento do mercado porque s refere como poss veis estrat gias a defesa dos produtos no mercado a redu o dos custos de produ o e a diversifica o da produ o 110 No Alentejo Salgueiro 2005 apresenta nos um importante contributo para o levantamento do potencial produtivo das PAM atrav s da publica o Ervas usos e saberes plantas medicinais no Alentejo e outros produtos naturais Esta porventura uma lista exaustiva e muito completa dos efeitos medicinais da rica flora alentejana Tal como no caso anterior n o foi poss vel encontrar elementos que caracterizem do ponto de vista econ mico os sistemas de produ o das PAM Reconhecendo a sua import ncia como alternativa a considerar na explora o multifuncional do ecossistema Montado sobretudo numa fase em que os modelos produtivistas tradicionais se
171. isponibilidade alimentar nesta poca outonada a fase mais dif cil de superar no esquema alimentar da pecu ria extensiva por incerteza na pluviosidade irregularidade e acima de tudo por ser o in cio do ciclo das plantas pratenses anuais contribuem decisivamente para o aumento da cobertura vegetal que diminuir os processos erosivos Como o tipo de pastoreio teve influ ncia nos par metros estudados por Navas et al 2005 ser sempre vantajoso do ponto de vista do correcto maneio do pastoreio utilizar mais que uma esp cie pecu ria nomeadamente a dicotomia pequeno e grande ruminante A metodologia apresentada por Blanco 2004 para determina o da 128 sustentabilidade do pastoreio extensivo n o apresenta contudo valores para a capacidade de carga destes ecossistemas Montado e Dehesa Muito embora j existam muitos indicadores da produ o de biomassa proveniente do estrato herb ceo a sua sazonalidade indiscut vel e portanto a necessidade de complementos provenientes dos outros estratos dos ecossistemas ou mesmo exteriores faz parte do Esquema Alimentar da Pecu ria Extensiva Por esta raz o um estudo global da capacidade de carga do ecossistema ainda est por fazer j que os valores apresentados no cap tulo IIl de 0 35 CN ha ano resultam de levantamentos de explora es extensivas A grande limita o para a sua determina o efectiva reside na diversidade multifuncionalidade e grande irregularida
172. istemas de produ o animal extensivos mediterr nicos dever apostar na conserva o e potencializa o das ra as aut ctones das diversas esp cies pecu rias que segundo Martin et al 1997 al m de contribu rem para manter a biodiversidade s o as que melhor se adaptam utiliza o dos recursos naturais e manuten o da paisagem O mesmo defende Vaz Portugal 1997 que acrescenta que estes sistemas de produ o animal extensivos que denominou de naturais d o origem a produtos diferenciados pelas caracter sticas e n o pelos alimentos s o complementados pelos sistemas de produ o animal intensiva respons veis por uma produ o massal destinada cobertura das necessidades das popula es e manipulada pelo homem utilizando as mais eficientes tecnologias e biotecnologias Os principais problemas que se colocam actualmente pecu ria extensiva s o portanto o melhor conhecimento e dom nio dos recursos naturais e o maneio que permita a optimiza o na redu o dos custos de produ o Projecto Agro da Medida 8 1 n 49 Demonstra o da sustentabilidade da pecu ria extensiva praticada no ecossistema Montado A continuidade do estudo do melhoramento de pastagens referido anteriormente foi garantido pela aprova o de um novo projecto que se desenvolveu no mesmo local e prolongou o ensaio instalado at 2005 Simultaneamente foram avaliados mais alguns par metros que contribuem para o suporte alimentar
173. itir por um lado protec o do solo contra a eros o e por outro a produ o de biomassa dispon vel para pastoreio no Inverno com a sementeira a realizar se no in cio do Outono e Identifica o de gen tipos que embora com crescimento inicial r pido atrasem o seu desenvolvimento de forma a minimizar os danos do pastoreio e permitir o recrescimento zona meristem tica do crescimento situada no colo da planta muito pr xima do solo e Capacidade para recrescer ap s o pastoreio A obten o de variedades de esp cies de leguminosas produtoras de gr o de elevado teor proteico proteaginosas mereceu desde os anos 50 do s culo XX a aten o dos organismos dedicados investiga o agr ria mais tarde reunidos no Instituto Nacional de Investiga o Agr ria INIA Foi o caso da obten o da primeira variedade seleccionada na ENMP o conhecido gr o da gramicha Lathyrus cicera Foi lan ado 37 no mercado ainda na d cada de 40 como resposta solicita o dos agricultores alentejanos produtores de porco alentejano em regime extensivo que necessitavam de um complemento proteico pr vio montanheira durante o ver o agostadouro Posteriormente a Esta o Agron mica Nacional EAN lan ou variedades de tremocilhas Lupinus luteus e ervilhacas Vicias ssp com o mesmo objectivo de obten o de variedades de proteaginosas para constituir as misturas para culturas forrageiras A opera o da desmata o de
174. iva de biomassa mas tamb m se comprovou que o comportamento do animal em pastoreio tem um papel decisivo na evolu o da pastagem Montes 2002 ao descrever a estrat gia de actua o para a recupera o de uma explora o de Montado abandonada salientou o efeito da sementeira biol gica difus o de sementes de esp cies pratenses anuais de ressementeira natural atrav s do animal integrando o maneio adequado do pastoreio num conjunto de outras ac es de melhoramento como ve culo de propaga o por toda a rea da explora o de um n cleo residual de germoplasma pratense de qualidade que de forma eficaz e muito eficiente contribuiu para mais que triplicar a produ o de biomassa e respectivo encabe amento Esta forma de introdu o de sementes de variedades melhoradas claramente ilustrada pela figura 4 mostra que a sobreviv ncia 32 da semente ap s passagem pelo tubo digestivo de bovinos uma realidade apesar das d vidas decorrentes do trabalho de Cardoso et al 2008 utilizando ovinos e leguminosas mediterr nicas s res natural Contudo est estreitamente relacionada com ac es conjugadas de maneio nomeadamente desmata o podas culturas forrageiras e sistemas de pastoreio para que o resultado seja alcan ado Figura 4 Sementeira Biol gica Crespo 1997 defende categoricamente a sementeira de misturas de sementes de variedades seleccionadas de leguminosas anuais e ou gram neas pratens
175. jecto de planifica o integrada para desenvolvimento do ecossistema 2 Planta A an lise do subsistema que abrange o reino vegetal complexa e dificultada pela multiplicidade de recursos gen ticos envolvidos biodiversidade e funcionalidades distintas Estruturou se a compartimenta o das plantas por estratos para que as componentes resultantes dessa estratifica o se identifiquem por funcionalidades distintas e complementares e Estrato arb reo composto essencialmente por Querc neas dominando Quercus suber sobreiro nas zonas de maior influ ncia atl ntica e portanto com maior relev ncia no Montado o que torna Portugal no maior produtor 10 mundial de corti a Nas zonas de interior onde se acentuam as condi es de clima mediterr nico com menores precipita es e ver es mais acentuados em dura o e temperaturas altas predomina Quercus rotundifolia azinheira cujo principal produto o fruto bolota O porco Ib rico criado em regime extensivo o seu transformador mais eficiente constituindo o sistema emblem tico da Dehesa e que torna Espanha o principal produtor do famoso presunto de montanheira per odo de consumo da bolota A componente arb rea debate se com dois problemas fundamentais a morte das rvores relacionada com aspectos sanit rios e a regenera o de plantas Ambos os problemas necessitam de uma abordagem integrada de forma a por um lado aumentar a resist ncia ao stress a
176. l em Portugal entre 2000 e 2006 2000 2001 2002 2008 2004 2005 2006 Preco medio do mercado nacional kg 1 49 1 67 1 89 2 78 2 38 2 49 2 38 An nimo 2007 Os resultados apresentados revelam que a actividade ap cola n o profissional apenas se torna rent vel a partir das 50 colmeias e que na actividade profissionalizada este n mero aumenta para 490 colmeias Encarando o Mel como mais uma receita resultante da multifuncionalidade do Montado o sistema de produ o mais vulgar resulta da parceria entre o propriet rio da explora o de Montado com um apicultor que proceda explora o desta fileira produtiva remunerando o propriet rio por um valor a acordar Valores correntes para esta parceria s o actualmente da ordem de 0 5kg de Mel por colmeia o que representar em termos de valoriza o cerca de 1 2 por colmeia Assim sendo uma receita anual de 60 para uma explora o que estabele a uma parceria com um apicultor n o profissional que ser porventura a situa o mais generalizada perfeitamente irris ria num contexto de contabilidade agr cola para uma explora o extensiva mediterr nica Plantas Arom ticas e Medicinais Os produtos do ecossistema Montado anteriormente apresentados foram todos caracterizados no cap tulo Il como inseridos em sistemas de produ o No caso das Plantas Arom ticas e Medicinais PAM foram inclu das em sistemas de e
177. lar de seguran a alimentar e permitindo a divulga o dos processos para identificar o consumidor com os sistemas de produ o simultaneamente com a garantia da conserva o da natureza e dos recursos naturais mantendo a paisagem s o elementos indispens veis a uma defini o de sustentabilidade ambiental A actual situa o global do planeta no in cio do s culo XXI confronta se com uma realidade de aumento populacional embora menos acentuado do que em pocas anteriores mas persistindo em simultaneidade com a exist ncia de milh es de pessoas com fome e a perspectiva de que a diminui o das desigualdades entre os povos passar necessariamente pela satisfa o das insufici ncias alimentares sem o que ser imposs vel alcan ar melhoria das condi es de vida Prossegue ent o a responsabilidade social do sector agr rio em colmatar as exig ncias alimentares crescentes da popula o mas desde logo se percebe que n o ser pela via da intensifica o descontrolada dos sistemas de produ o extensivos ou de baixa produtividade que vir a solu o do problema o que remete para a busca de solu es sustent veis para os sistemas intensivos e massificados e aumento das reas destinadas produ o agr ria as quais para se enquadrarem nas novas realidades dever o utilizar como modelos de desenvolvimento aqueles sistemas que derem provas da sua sustentabilidade como ser o caso do ecossistema Montado Bibliografia
178. leis da Natureza Origina produtos de qualidade reconhecida D origem a externalidades que beneficiam a sociedade Capacidade de maior resist ncia s altera es clim ticas 164 PONTOS FRACOS Weaknesses Ecossistema din mico de equil brio muito sens vel Controlo da componente arbustiva muito importante no equil brio do ecossistema Determina o da Capacidade de Carga M dia do ecossistema Determina o da Densidade ptima no Estrato Arb reo Estado sanit rio da componente arb rea OPORTUNIDADES Oportunities Sistema produtivo multifuncional e pr activo com o meio ambiente Mercado da constru o civil para aglomerados de corti a Organiza o das regras de comercializa o no sector corticeiro Promo o integrada da comercializa o dos diversos produtos de qualidade Requalifica o da fileira da l Organiza o cria o do mercado de externalidades Novos dom nios de investiga o experimenta o em diversas reas AMEA AS Threats Mercado da rolha de corti a natural Destrui o do tecido empresarial agr cola nas zonas de desfavorecidas Desertifica o do interior rural de Portugal por aus ncia de condi es de vida Forte depend ncia de factores clim ticos muito irregulares em zonas Mediterr nicas Sistemas produtivos de baixa produtividade e dependentes de subs dios 165 VII CONCLUS ES 1 A estrutura o d
179. lementam a pastagem No Ver o o agostadouro da cultura forrageira base de cereal ex triticale proteaginosa ex gr o da gramicha complementam os restolhos Constituem uma ra o pastoreada de gr o da leguminosa rico em prote na associado ao gr o da gram nea rico em energia que fundamental para criar o desenvolvimento geral do animal Este torna se indispens vel para a entrada em montanheira com um peso vivo volta dos 60kg Tradicionalmente cultivavam se nas zonas de solos mais f rteis e frescos corcubit ceas das quais a ab bora se destinava essencialmente alimenta o dos porcos e que associada cevada constitu a uma alimenta o adequada obten o de uma estrutura corporal capaz de aguentar o andamento exigido pela montanheira No Outono Inverno indispens vel a exist ncia de pastagem e ou forragem verde rica em prote na para anular os efeitos anti nutritivos dos taninos existentes no fruto das querc neas lavar a boca para n o escaldar os animais 78 Uma t cnica de maneio indispens vel aos su nos em pastoreio a condicionante de terem que ser argolados aplica o de um arganel no focinho para evitar a destrui o da pastagem causada pelo fossar que t pico dos su nos A aplica o de legisla o sobre normas de bem estar animal conduz a que as ra es comerciais substitu ram em grande medida os complementos necess rios aos recursos naturais
180. lho e uma adequada gest o sobretudo no maneio do pastoreio que pode representar 15 a 20 de acr scimo na disponibilidade de pastagem traduziram se numa enorme economia de alimentos conservados e concentrados para os animais Al m disso este tipo de maneio do ecossistema contribuiu para amenizar as irregularidades ambientais sobretudo a precipita o total caracter sticas da zona mediterr nica Trabalhando sobre dados obtidos nos anos 1991 a 1993 Pulido et al 1998 apresentaram margens negativas para a actividade bovina de carne praticada em sistemas agro silvo pastoris extensivos e conclu ram que estes sistemas requeriam compensa es financeiras que permitissem a manuten o da actividade comercial consent nea com o equil brio ambiental necess rio O mesmo grupo de investiga o analisando resultados econ micos de 2004 Gaspar et al 2006 e igualmente de explora es bovinas extensivas em sistema de Dehesa referem que a taxa de rentabilidade aumenta com o encabe amento que varia de inferior a 0 3CN ha baixo entre 0 3 e 0 5 CN ha m dio a superior a 0 5 CN ha alto Contudo a m dia final da Taxa de Rentabilidade do sistema produtivo inferior a 3 na maioria dos casos que um valor claramente reduzido e que j inclui os apoios comunit rios actividade 85 Um y N de Cabezas SISTEMAS DE PRODU O PECU RIA SEMI INTENSIVA Como j foi referido os sistemas de produ o de leite e de pr
181. ltura de Conserva o preserva o dos recursos naturais Agricultura Multifuncional associa o agricultura paisagem viabilidade s cio econ mica Produ o e Protec o Integrada minimiza o produtos de s ntese fomento luta biol gica e Agricultura Biol gica proibi o de uso de produtos qu micos de s ntese S o conceitos diferenciados que apresentam pontos de converg ncia nomeadamente nos seguintes aspectos preocupa o quanto utiliza o de recursos naturais refer ncia a uma actividade econ mica agricultura que consequentemente ter que ser vi vel e inclus o de factores sociais na defini o de sustentabilidade n o uniformemente mas subentendida Outro aspecto particularmente importante a inclus o do conceito de intensifica o ou de extensifica o isto a refer ncia ao n vel de energia e produtividade dos sistemas Curioso o facto dos autores citados serem provenientes de pa ses situados em zonas de abrang ncia de clima temperado mediterr nico o nico no mundo que apresenta um ver o seco e cobre somente 2 da superf cie terrestre conferindo lhe especificidades relativamente pouco reconhecidas e estudadas mas desde logo de car cter extensivo e baixa produtividade Poderemos ent o construir a nossa pr pria defini o de agricultura sustent vel a partir do conceito de sistema que significa a interac o de diversos factores manipulados de forma a alcan ar um produto f
182. m do aumento de produtividade e respectivas repercuss es econ micas permitir lhe ser uma base sustent vel de preserva o do ambiente que al m disso poder usufruir de um conjunto de externalidades associadas s boas pr ticas de maneio 166 5 Considerando a sustentabilidade t cnica econ mica e ambiental demonstradas s poderemos concluir que o ecossistema Montado um modelo de sustentabilidade Bibliografia Avillez F Jorge M N TRINDADE c p Pereira n Serrano P amp Ribeiro 2004 Conclus es in Rendimento e competitividade agr colas em Portugal evolu o recente situa o actual e perspectivas futuras ed Liv Almedina Coimbra cap VII pp 317 332 Belo C C Pereira M S Fel cio N Madanelo J amp Domingos T 2008 Sistemas de produ o animal extensivos A pastor cia eos produtos de qualidade Alentejo e Serra da Estrela in A Silvopastor cia na Preven o dos Fogos Rurais coord M B Moreira amp l S Coelho ISAPress pp 177 196 Cork Information Bureau CIB 2008 Sector da Corti a em n meros www cork 12 pp Gaspar P Rodr guez de L A Martin M Escribano M Mes as F J amp Pulido F a 2006 Effect of the stocking rateo n economic indicators of Dehesa s cattle farms Pub EAAP n 119 pp 319 322 Gaspar P Mes as F J Rodr guez de L A Martin M Escribano M Rodr guez de L A amp Pulido F b 2006
183. m o Porco B saro do Norte de Portugal e Porcos Asi ticos evolu ram para sistemas intensivos isto criados em chiqueiros pr ximos das habita es Corifodonte Sus Scrofa Sus Sus Ferus Mediterrane Striatosus us Vitatus Porcos Ra a Ra a Ra a Porcos C lticos Gascon Cseratna Ib rica Asi ticos Fran a It lia ou Chinos Ra a Bizara Porcos Porcos Ib ricos Alentejanos Espanha Portugal Negra Negra Rubia Andaluza Caldeira Ervideira Loira Lampifa Entrepelada Andaluza Mancchada Figura 8 Esquema da origem da ra a su na Alentejana Rodrigues 2008 O sistema de produ o tradicional do porco Alentejano est muito bem sintetizado na figura 8 onde o mesmo autor Rodrigues 2008 apresenta as tr s fases do ciclo de produ o com a respectiva dura o e correspondentes pesos vivos dos animais 71 Fase Fase da da Cria Recria Dura o 2 meses Dura o 8 a 20 meses Dura o 1 a 2 meses Peso 20 Kg Peso 90 a 120 Kgs Peso 140 a 160 Kgs Figura 9 Sistema de produ o tradicional do porco Alentejano Rodrigues 2008 O esquema alimentar adaptado a este sistema de produ o tradicional integra se no esquema alimentar descrito na figura 5 do cap tulo Ill a que se acrescenta um conjunto de particularidades caracter sticas de um animal com um tipo de alimenta o omn vora Assim Na Primavera lesmas minhocas insectos tub rculos e outras fontes proteicas e energ ticas comp
184. maioria dos pa ses da Am rica Latina Os custos de produ o inerentes a estes sistemas de produ o s o de tal forma reduzidos que permitem aos pa ses regi es que os praticam competir a n vel de pre os nos mercados mundiais No caso dos meios mediterr nicos j referimos quando caracteriz mos o ecossistema Montado que os sistemas de produ o animal que se podem adequar variedade e quantidade de recursos naturais ter o que ser baseados na produ o de carne nomeadamente atrav s da comercializa o de animais ao desmame no caso de ruminantes ou depois da montanheira no caso dos su nos Assim a diversidade dos 50 recursos naturais ou aproveitamento das disponibilidades alimentares dever ser feita pelas esp cies mais adequadas Nunes 2007 refere que tradicionalmente no Alentejo a primazia do pastoreio era dada ao porco de finais de Outubro at Fevereiro poca da montanheira finda a qual cedia a prefer ncia aos ovinos que melhor rentabilizam a pastagem A sequ ncia era sem d vida inteligente porque o porco engordado a bolota o mais eficiente transformador deste fruto e o borrego da P scoa seguido do queijo de ovelha o melhor retorno da pastagem Apesar das grandes altera es ocorridas nas ltimas d cadas que contribu ram para o desaparecimento de alguns produtos tradicionais provenientes dos sistemas de produ o extensivos continua perfeitamente claro e assumido que qualquer beneficia o dos s
185. mico necess rio ao aumento do investimento em factores de produ o Mant m se portanto como mais adequado o sistema tradicional de 1 parto por ano com duas pocas de pari o no fim do Ver o com o final do aproveitamento dos restolhos e que permite a comercializa o de 89 borregos pelo Natal e no Inverno com a retoma da produ o de pastagem que permite comercializar os borregos pela P scoa Desta forma ficam satisfeitos os pontos chave do sistema produtivo que s o a optimiza o dos recursos naturais e o aproveitamento das pocas tradicionalmente mais favor veis para a valoriza o dos produtos Considerando o Merino Regional predominante nos sistemas de produ o alentejanos os ovinos de ra a Merina t m duas linhas distintas o Merino Branco MB e o Merino Preto MP Esta ltima esteve praticamente extinta nos meados do s culo passado devido desvaloriza o da l preta Nos finais do s culo quando este produto natural j n o representava valor comercial agravada pela insustentabilidade da produ o de queijo a partir da produ o de leite da ovelha Merina 20 a 40 litros por poca o sistema de produ o com este tipo de animais ficou inteiramente dependente da produ o de carne tendo se constatado que o Merino Preto manifestou melhores performances produtivas que o Merino Branco Este facto n o de estranhar pela apertada selec o a que foi sujeito tendo sido reconstitu da a ra a a partir d
186. minou por completo o mais eficiente transformador do fruto bolota em alimento humano de alta qualidade Esta querc nea considerada a maior riqueza das zonas pobres do interior 64 peninsular e mediterr nico n o conseguiu competir com os sistemas de produ o cereal fera dos anos setenta e sofrendo ainda alguma valoriza o do carv o viu a sua rea de dispers o reduzida em mais de 50 A breve introdu o efectuada serve para real ar a dificuldade em avaliar este ecossistema na perspectiva econ mica quer pela diversidade de sistemas que envolve quer pelas interac es marcadas que apresenta quer ainda pela valoriza o de alguns dos seus produtos A cria o das externalidades na sequ ncia das reformas da PAC Pol tica Agr cola Comum dif ceis de quantificar e mais ainda de avaliar s o um dos pontos fortes deste ecossistema revelando o quanto ele se enquadra nas perspectivas de uma agricultura do s culo XXI O objectivo de elaborar um trabalho de natureza t cnico cient fica que possa contribuir para o conhecimento integrado do ecossistema leva nos a apresentar a abordagem econ mica atrav s da an lise aos produtos provenientes do Montado Corti a A corti a o produto de excel ncia do Montado em Portugal n o s pelas suas qualidades intr nsecas mas tamb m pela express o econ mica que representa para o Pa s As refer ncias indica o de Portugal como primeiro produtor mundial e transformador
187. mitem o tratamento dos assuntos isoladamente pelo que alguns aspectos j foram referidos anteriormente A designa o pecu ria extensiva encerra em si uma s rie de conceitos que comprovam a exist ncia da biodiversidade j que o termo pecu ria envolve todas as esp cies animais domesticadas e de multifuncionalidade na medida em que se complementam e articulam com os sistemas de produ o vegetal praticados tamb m eles biodiversos e todos beneficiando pela gest o integrada de todo o sistema produtivo Quanto ao adjectivo extensiva para caracterizar a produ o animal praticada nos sistemas de produ o das regi es mediterr nicas baseados no pastoreio manifesta um interesse ecol gico nas medidas dirigidas conserva o da natureza Efectivamente constata se que estes sistemas produtivos s o manejados com o objectivo de alcan ar o equil brio produ o conserva o e que se traduz na pr tica em adequar os n veis de encabe amentos s disponibilidades dos recursos naturais Martin et al 1997 Tenhamos presente contudo que a classifica o de extensiva aplicada a outras regi es do mundo onde as condi es naturais de produ o permitem a oferta de pastagem forragem verde durante a maior parte do ano referem se a sistemas de produ o leiteira cujos exemplos t picos mais pr ximos s o a regi o litoral da Pen nsula Ib rica os A ores a Irlanda e a Holanda ou sistemas de engorda de bovinos como o caso da
188. moura Pre o pre o da embalagem para venda ao p blico embal e c lculo do pre o por kg p kg Pre o m dio apanhador valor m dio pago p kg aos apanhadores locais em 2004 Perdas percentagens a considerar como redu o do peso da mat ria prima provocada pela escolha e limpeza do produto entregue pelos apanhadores desperd cio e pela elimina o de gua no processo de conserva o secagem Rendibilidade do processo factor calculado pela aplica o de perdas que serve para estimar o peso que ser obtido no final do processo de conserva o a partir do peso da mat ria prima recebida do apanhador Custo final pre o calculado para cada kg do produto ap s processamento este valor ter ainda que ser corrigido para cada caso espec fico de labora o pois ainda h que ter em conta despesas com gastos de energia m o de obra embalagem e amortiza o de equipamento Valor acrescentado provis rio corresponde mais valia acrescentada ao valor do custo final se o produto for vendido ao pre o a que foi encontrado no mercado para venda ao p blico valor provis rio atendendo clausula anterior O trabalho apresentado salienta que o desenvolvimento da explora o de cogumelos est directamente relacionado com os teores de M O do solo Assim a recupera o de solos degradados j referida na sustentabilidade t cnica confirma se como a base da multifuncionalidade do ecossi
189. mpo MDL e de Implementa o Conjunta IC como forma de atingir os objectivos de redu o de Gases com Efeito de Estufa GEE impostos aos v rios pa ses para o per odo 2008 2012 O mercado europeu de licen as de emiss o foi o primeiro mercado internacional criado para redu o de emiss es de GEE que decorre da aplica o do Protocolo de Quioto para fazer face s altera es clim ticas A Uni o Europeia ter que reduzir em 8 as emiss es de GEE no per odo de 2008 2012 em rela o aos 136 valores de 1990 Cada estado membro tem que p r em funcionamento um sistema de registo electr nico que visa o controlo das transac es e integra as opera es de concess o deten o transfer ncia e anula o das licen as de GEE Em Portugal foi criado o Plano Nacional de Atribui o de Licen as de Emiss o que permite controlar e avaliar o cumprimento do Pa s na redu o anual entre 2005 e 2007 de cerca de 1 85 MtonCO2 recorrendo a mecanismos de flexibilidade MDL e IC Recentemente foram criadas medidas de apoio ao investimento em Sistemas de Produ o de Energias Alternativas que fomentaram a difus o de unidades de microprodu o de energia Para tal existe um Sistema de Registo de Microprodu o em que o interessado se dever registar para poder montar a sua unidade de produ o e tornar se auto consumidor e fornecedor de energia excedent ria ao sistema energ tico nacional Estes apoios est o especialmente ada
190. na A M 2006 O porco da ra a Alentejana e o decl nio do Sobreiro e da Azinheira Primeiras Jornadas T cnicas da Feira de Garv o Ed Colibri Associa o de Criadores de Porco Alentejano pp 54 64 S A S 1989 SAS STAT User s Guide release 6 03 edition Ed Statistical Analysis System Institute Inc Cary Carolina do Norte Estados Unidos Val rio N 20083 A Azinheira causas da degrada o do Montado de Azinho http naturlink sapo pt article aspx menuid 3 amp cid 7341 amp bl 1 63 IV Sustentabilidade Econ mica Avaliar a sustentabilidade econ mica do ecossistema Montado parece primeira vista um contra senso na medida em que foi a base da sustenta o de vida das popula es rurais Ib ricas durante centenas de anos e at segunda metade do s culo XX Contudo na sequ ncia do desenvolvimento europeu do p s guerra ocorreram na Pen nsula Ib rica tr s efeitos que embora de causas diversas tiveram impactos negativos directos sobre o ecossistema o xodo rural o aumento do consumo energ tico a partir de energias f sseis e por ltimo a peste su na africana que dizimou o efectivo su no Ib rico explorado em regime extensivo Se analisarmos as estat sticas agr colas verificamos que a popula o activa portuguesa neste sector nos meados do s culo XX se situava por volta dos 40 o que se justificava pela import ncia da explora o de pequena dimens o e pulverizada no norte do Pa s
191. nadas ao tamanho dos efectivos rebanhos e devidamente servidas com bons acessos e abeberamento para os animais em pastoreio permanente constitui o investimento em infra estruturas essencial para reduzir os custos de produ o m o de obra alimentos suplementares defesa dos recursos naturais etc e aumentar a produtividade do ecossistema Por outras palavras significa que o investimento em infra estruturas de maneio representa a intensifica o dos sistemas de produ o mantendo contudo o seu car cter extensivo No que diz respeito ao sequestro do carbono os valores em m dia de 2 5ton C ha ano equivalente a 8 2ton CO2 ha ano para Floresta Mediterr nica s o bastante superiores a 1 690 63kg CO2 ha ano fixado por um sobreiral em estado estacion rio de acordo com informa o obtida atrav s do IPROCOR Instituto del Corcho la Madera y el Carb n Vegetal M rida Espanha Este valor dever ser somado ao sequestro efectuado pelas pastagens do sob coberto cujo valor de 5 4 ton CO2 ha ano s ser alcan vel por sistemas de elevado conhecimento tecnol gico No entanto mesmo que se considere o valor de 5ton COZ ha ano para uma Produtividade L quida do Ecossistema PLE em pastagens de sequeiro mediterr nico que segundo Pereira et al 2007 parece plaus vel ainda que optimista haveria que adicionar o sequestro proveniente da componente arb rea para 163 avaliar o potencial global de sequestro de carbono pelo ecossistem
192. ncia que desempenha no sistema e oportunidade de execu o Destacamos o efeito positivo na mobiliza o correc o e fertiliza o do solo inerentes s t cnicas culturais da instala o da cultura e a redu o dos riscos de eros o e complemento alimentar da pecu ria extensiva se for cumprida a oportunidade de execu o sementeira no in cio do Outono com as primeiras chuvas Normalmente associa se a este segundo ano da rota o e sempre que necess rio O investimento em infra estruturas acessos veda es e abastecimento de gua assim como as opera es de poda e limpeza da componente arb rea O resultado deste segundo ano ser uma parcela ou folha completamente individualizada melhorada e equipada cujo esfor o de investimento anual dilu do ao longo da rota o A partir do terceiro ano a rota o entra na fase da pastagem que fazendo jus denomina o de permanente dever perdurar tanto tempo quanto o permita o controlo do mato 59 Na inc gnita n medida em n de anos reside a efic cia da Rota o do Montado Com efeito se as t cnicas culturais apresentadas forem correctamente executadas o controlo do mato dever ser eficaz a instala o da pastagem rapidamente atingir uma estabilidade produtiva que baseada num adequado banco de sementes de esp cies pratenses no solo e encabe amentos apropriados se manter por tantos anos quanto diminuto seja o banco de sementes duras das esp ci
193. nciam qualquer lideran a que indicie o seu maior protagonismo na degrada o do Montado No entanto Pereira 2008 refere como um dos resultados mais interessantes do estudo a rela o positiva estabelecida entre a mortalidade os descorti amentos exagerados e a compacta o do solo Com base nestes resultados a Universidade do Algarve trabalhou a hip tese de se estar em presen a de uma doen a com origem no solo Ap s 14 anos de trabalhos publicados foi amplamente demonstrado que 78 dos locais amostrados estavam infestados com Phytophthora cinnamomi Ramos amp Santana 2006 Este patog nio respons vel por v rias doen as de plantas lenhosas com destaque para a doen a da tinta do castanheiro no NW da Pen nsula Ib rica e SW de Fran a e a morte do 43 eucalipto na Austr lia Moreira 2006 Nas querc neas esta doen a identificou se por doen a do decl nio que se traduz num enfraquecimento progressivo das rvores detect vel por sintomas visuais mas por ocorrer no solo na zona das ra zes n o permite uma boa observa o Moreira 2006 apresentou o ciclo da doen a que se inicia pelo desenvolvimento do mic lio nas ra zes das plantas infectadas Ap s a morte da planta d origem a esporos clamid sporos ou esporos de sobreviv ncia muito resistentes no solo mesmo em condi es adversas Com condi es favor veis de temperatura e humidade germinam e d o origem a espor ngios que encerram 30 a 40 zo sporos Es
194. nd ncia de uma s esp cie vegetal que algumas esp cies de borboletas apresentam Neste estudo foram inventariadas 43 esp cies de borboletas diurnas variando as esp cies do final da Primavera para o in cio do Ver o mas sempre com maior abund ncia nestas pocas do ano As parcelas com desmata o mais recente tamb m apresentam maior abund ncia e riqueza de borboletas consequ ncia prov vel da predomin ncia do estrato herb ceo Contudo algumas esp cies s aparecem em sobreirais onde as desmata es ocorreram h mais tempo As aves s o ptimos indicadores da qualidade ambiental devido utilidade que demonstram na compreens o do efeito da aplica o das medidas de gest o na biodiversidade Desempenham um papel fundamental na dispers o de sementes durante o Inverno e constituem importantes elementos na cadeia tr fica quer como presas quer como predadores A avifauna identificada na Serra do Caldeir o num total de 46 esp cies tem uma composi o espec fica t pica das florestas mediterr nicas e que se distribuem por 40 na Primavera e 32 no Inverno associadas s parcelas em estudo A comunidade nidificante dominada por esp cies que se alimentam maioritariamente de invertebrados mas no Inverno passa a ser constitu da de aves predominantemente frug voras todas elas no entanto ocupando parcelas 147 onde dominam os estratos arb reo e arbustivo A abund ncia e riqueza da avifauna aumenta gradualmente de acordo
195. ndicadores de biodiversidade existe uma complementaridade na distribui o das esp cies pelas parcelas com est dios diferenciados de desenvolvimento do mato o que justifica a compartimenta o em sistema de mosaico salvaguardando zonas com aus ncia de desmata o com v rias d cadas que mantenham um reposit rio de biodiversidade espec fico destes meios Contudo a seguran a e sobreviv ncia do ecossistema depende do controlo da biomassa combust vel matos pelo que a opera o de desmata o interven o do homem se torna imprescind vel ainda que com d cadas de intervalo Ao aplicar os estudos deste trabalho em floresta mediterr nica ao ecossistema Montado verificamos que no nico par metro em que existem levantamentos nas duas situa es aves os valores em n mero de esp cies identificadas no ecossistema Montado s o bastante superiores 60 e 133 respectivamente de Onofre 2009 e An nimo 1996 contra as 46 encontradas na serra do Caldeir o Se nos debru armos sobre a composi o bot nica e desconhecendo no trabalho de Santana 2009 as 148 tabelas com as esp cies identificadas as refer ncias de Will amp Rachel Anexo 1 de 163 esp cies com predom nio de herb ceas onde o ecossistema Montado det m a maioria assumimos que o maneio praticado na explora o do ecossistema obviamente que favorece a componente herb cea Esta que j foi estudada no cap tulo Ill e cujo melhoramento conduziu s pasta
196. ndo uma rea de interven o superior a 1 000m2 para cria o de um espa o tur stico rural com 6 quartos e espa os de apoio e lazer associados Posteriormente em 2005 esta unidade foi ampliada em mais 4 quartos e respectivas reas anexas de apoio para reaproveitamento de mais depend ncias agr colas em estado degradado Todo o investimento realizado usufruiu dos apoios dispon veis para o efeito e constatamos que ap s 16 anos de actividade da Unidade de Agro Turismo as receitas geradas que incluem a explora o cineg tica foram insuficientes para amortiza o dos investimentos realizados limitando se apenas cobertura das despesas inerentes gest o corrente e manuten o dos equipamentos n o suportando mais que 1 UHT Sem d vida que o agro turismo eco turismo turismo de natureza actividades l dicas em espa o rural etc representa uma actividade complementar muito interessante e poss vel de valorizar a actividade agr cola geradora de produtos para cobertura das necessidades humanas mas que cessar a sua actividade imediatamente ap s o abandono da actividade prim ria Significa portanto que uma actividade multi disciplinar e integrada num contexto de abordagem hol stica explora o agr cola dos meios mediterr nicos e que no caso particular do Montado maiores sinergias apresenta com a actividade prim ria Contudo enquanto actividade individualizada e aut noma n o tem ainda capacidade de gerar form
197. ng pt Rigueiro R Mosquera L M R Romero F R Gonzalez H M P amp Villariho U J J 2008 Prevencion de inc ndios mediante sistemas silvopastorales in A Silvopastor cia na Preven o dos Fogos Rurais coord M B Moreira amp I S Coelho ISAPress pp 77 98 Santana J 2009 Gest o e Conserva o da Biodiversidade de Florestas Mediterr nicas o caso dos Sobreirais da Serra do caldeir o http naturlink sapo pt article aspx menuid 3 amp cid 8091 amp bl 1 Santos H P 2008 Novos rumos caminhos velhos in A Silvopastor cia na Preven o dos Fogos Rurais coord M B Moreira amp l S Coelho ISAPress pp 23 29 Soares A M B 2008 O controlo da vegeta o herb cea e arbustiva pelos pequenos ruminantes nos ecossistemas multi funcionais em Portugal in A Silvopastor cia na Preven o dos Fogos Rurais coord M B Moreira amp l S Coelho ISAPress pp 49 60 Sousa E Santos N Varela M amp Henriques J 2007 Perda de vigor dos Montados de sobro e Azinho an lise da situa o e perspectivas Doc s ntese MADRP DGRF INRB I P 80PP Silva J S 2002 Estrutura dos Sistemas Radicais e Din mica da gua no Solo numa Comunidade arbustiva da Tapada Nacional de Mafra www naturlink pt Silva J R M amp Ferreira A 2004 Soil Textura Effects on Interrill Sediment Enrichment in Sustainability of Agrosilvopastoral Systems Dehesas Montados
198. nha Rigueiro et al 2008 passam em revista experi ncias diversas e em distintos pa ses no controlo da biomassa combust vel atrav s do pastoreio Inclui nas t cnicas de preven o para al m do pastoreio o seu complemento com a desmata o e o fogo controlado detendo se particularmente nos resultados obtidos com diferentes sistemas de pastoreio na efici ncia do controlo dos estratos vegetais herb ceos e arbustivos Por fim Moreira 2008 defende que o desenvolvimento da pecu ria extensiva necessita de um novo empreendedorismo devido ao desinteresse da iniciativa privada em promover estes sistemas de produ o como forma de gerir eficientemente a floresta mediterr nica e consequentemente prevenir os inc ndios florestais rurais Refere contudo que estes sistemas se caracterizam por desenvolver uma actividade com fortes externalidades positivas benef cios para a sociedade que deveriam contribuir para a valoriza o econ mica dos sistemas produtivos para al m da realiza o da receita exclusivamente dos produtos pecu rios Verificamos que existe consenso em que o aumento dos fogos rurais florestais com todos os efeitos negativos que representam para o homem e para o ambiente decorre da desertifica o do meio rural Nas zonas de influ ncia mediterr nica por se caracterizarem de menores produtividades este efeito aterrador do desmembramento do mundo rural faz se sentir de forma acentuada A consequ ncia imediat
199. nhola de Estudos T cnicos sobre Gado Ovino questionava se a posi o da l no mundo dos t xteis teria os seus dias contados batida pelas fibras artificiais e sint ticas Este autor considerava que o reinado do t xtil lanar no lugar de rainha das fibras t xteis que a l conquistou por direito gra as s suas superiores qualidades e caracter sticas n o estaria comprometido Este autor referiu se a factores biol gicos e tecnol gicos que influem no processo produtivo da l mas admitiu ser o factor comercializa o do t xtil ao n vel da produ o que permitiu a Portugal ser considerado em 1950 como o Pa s da Europa onde se utilizava o melhor sistema de comercializa o da l s Este esquema organizativo a funcionar desde 1940 tinha como base a concentra o das partidas de l nos Gr mios da Lavoura e Cooperativas Ovinas a sua tipifica o classifica o e avalia o feitas por t cnicos da Junta Nacional dos Produtos Pecu rios JNPP Seguia se o processo de venda no regime de leil es tendo como resultado a 98 consciencializa o por parte dos produtores do valor da l e dos respectivos efectivos ovinos As tend ncias dos mercados nacional e mundial eram consideradas contribuindo para a cria o no Pa s de um clima econ mico favor vel ao fomento e melhoramento do sistema de produ o de l Importa referir que os principais produtores mundiais de l se encontravam no hemisf rio sul cujo mercad
200. nova o referindo como orienta es para o controlo arbustivo que o maneio dos matos deve ser efectuado com o recurso a 58 desmatadoras de corte superficial e obedecendo a crit rios adequados como a escolha de t cnicas ponderadas face s caracter sticas edafo clim ticas povoamento e objectivos de ocupa o do solo Quando estud mos o controlo da flora arbustiva procur mos demonstrar que a forma mais eficiente de contornar este problema dever ser atrav s da desmata o sempre que necess ria como se viu nos quadros 7 e 8 devidamente planificada para diminuir e compensar os impactos negativos de t o agressiva opera o Assim sendo a pondera o acima mencionada dever incidir fundamentalmente na oportunidade de iniciar a Rota o do Montado que ter a ver com o estado de desenvolvimento do mato competi o com os demais estratos e estado do solo compacta o teor de M O e nutrientes O impacto desta opera o dever apresentar e Como efeitos negativos perda da reduzida M O pela mobiliza o do solo e os riscos de eros o que ser o diminu dos pela incorpora o da biomassa arbustiva e reduzidos pela sementeira no in cio do Outono da cultura forrageira respectivamente e Como efeitos positivos a preven o mais eficaz contra inc ndios e a boa prepara o do solo para instalar a cultura forrageira Segue se o segundo ano da rota o acultura forrageira que re ne consenso quanto import
201. ntar constitu da por alimentos grosseiros e concentrados Deste modo ser poss vel cobrir as necessidades de crescimento com ganhos m dios di rios GMD de peso vivo compat veis com o respectivo resultado econ mico e dentro da explora o O processo de valoriza o das ra as aut ctones foi desenvolvido pelas associa es de criadores que al m de executarem planos de melhoramento produziram os cadernos de especifica es dos respectivos produtos e promoveram a sua comercializa o a partir da d cada de 90 No conjunto de ra as de bovinos aut ctones exploradas nos sistemas de produ o extensivos do Montado as que t m maior representatividade s o a ra a Alentejana e a ra a Mertolenga que se distinguem fundamentalmente pelo tamanho corporal que cerca de 150kg de peso vivo superior na primeira A segunda por este facto tem naturalmente menores exig ncias de manuten o pelo que se adapta melhor a zonas de menor produtividade mas em compensa o apresenta geralmente taxas de fertilidade superiores a 90 86 A Associa o de Criadores de Bovinos da Ra a Alentejana ACBRA e a Associa o de Criadores de Bovinos Mertolengos ACBM facilitaram nos um conjunto de registos que nos permitiram calcular os resultados finais dos sistemas de recria e acabamento efectuados por ambas respectivamente O quadro 21 resume os dados relativos a 8 anos de recrias e acabamentos de novilhos Alentejanos e 1 ano de recrias e
202. nte associada a segunda a situa es em que o desenvolvimento do mato de tal forma intenso que inviabiliza a primeira via Qualquer que seja a estrat gia seguida para o controlo da flora arbustiva ela tem que ser integrada num sistema de produ o que para ser sustent vel ter em primeiro lugar que apresentar viabilidade econ mica nica possibilidade de fixar popula es ou agregados familiares que possam ver a sua subsist ncia salvaguardada J verific mos no cap tulo IV que quase todos os produtos resultantes da explora o do Montado atravessam neste momento s rios problemas de sobreviv ncia do ponto de vista econ mico pois na sua generalidade os respectivos custos de produ o ultrapassam as receitas com a comercializa o aos pre os praticados e com poucas perspectivas de aumento no curto prazo No col quio realizado em Oeiras atr s referido vem confirmada a pouca atrac o pela actividade da pastor cia em todas as regi es do pa s que outra raz o n o tem que a incapacidade econ mica do sector para remunerar a actividade do pastor Unicamente no caso do Alentejo onde por um lado domina o ecossistema Montado que se explorado convenientemente diminui os riscos de inc ndios por outro em virtude da estrutura fundi ria indissoci vel da explora o equilibrada predomina a grande dimens o da propriedade torna exequ vel a substitui o do pastor por veda es que resolvem alguns problemas no maneio dos
203. ntemuro cuja actividade principal a produ o transforma o e comercializa o de PAM Ao longo dos ltimos 15 anos tem investido uma boa parte do seu tempo e recursos no estudo das exig ncias ecol gicas das esp cies e na sua capacidade de adapta o aos solos e clima da Regi o assim como no processamento dos produtos Actualmente a empresa possui uma rea de produ o ao ar livre de cerca de 3 5 ha e 0 15 ha em estufa onde cultiva algumas dezenas de esp cies e tem em experimenta o muitas outras Os produtos s o obtidos preparados e comercializados de acordo com o regulamentado para o MPB modo de produ o biol gico Morgado 2006 e No Centro de Estudos e Sensibiliza o Ambiental do Monte do Vento CESAMV foram criadas condi es e infra estruturas que possibilitam a produ o das plantas colheita corte secagem e embalamento para produ o de condimentos culin rios e ch s sendo vendidos no mercado como Ervas do Monte Todo este processo relacionado com a produ o das plantas tem ainda o importante objectivo de cria o de emprego dirigido essencialmente popula o local tendo sido criada para esse efeito uma Empresa de Inser o 109 com o apoio do Instituto de Emprego e Forma o Profissional atrav s da qual se encontram a laborar 6 pessoas a tempo inteiro A produ o das plantas arom ticas funciona nesta perspectiva como um contributo de forma directa e por via demonstrativa para
204. numa s esta o registar mais de 30 esp cies o que torna muito preocupante o decl nio deste ecossistema em Portugal No Per metro Florestal da Contenda onde se realizaram a maior parte dos ensaios delineados para investiga o experimenta o no ecossistema Montado referenciados neste trabalho foi tamb m efectuado um estudo fitossociol gico por autor desconhecido An nimo sem data e em trabalho n o publicado onde se considera a exist ncia de duas sub associa es Suberetosum predominando acima de 300m e Ilicetosum ocorrendo a cotas inferiores a 300m As duas denomina es prov m da respectiva domin ncia pelas esp cies de querc neas que lhes est o associadas Quercus ilex e Quercus suber azinheira e sobreiro respectivamente No quadro 35 identificam se as esp cies presentes nas duas sub associa es 143 Quadro 35 Presen a de Esp cies por Sub associa o Fitossociol gica Sub assoc Ilicetosum Sub assoc Suberetosum Nerium oleander Halimium ocymoides Scirpus montanus Erica umbelata Mentha rotundifolia Quercus suber Quercus Ilex Genista triacanthos Phyllirea angustifolia Cytisus triacanthos Myrthus communits Erica scoparia Gentiana centaurium Arbustus unedo Lavandula stoechas Cistus salvifolius Observa se que a riqueza flor stica da sub associa o dominada pela azinheira menos rica que a outra onde prevalece a presen a do sobreiro reveland
205. o se n o for necess ria a interven o mec nica para controlo do mato aproximadamente 10 da rea da explora o ser o necess rios para obten o do complemento alimentar da pecu ria extensiva que a cultura forrageira anual A sua instala o por sementeira directa sempre que tal se afigure como oportuno evita os efeitos negativos da mobiliza o do solo Por outro lado segundo o C digo Internacional de Pr ticas Suber colas Carvalho 2007 deve se fomentar a regenera o natural dos sobreirais atrav s do estabelecimento de uma quota de pelo menos 10 da explora o a compatibilizar 60 com outros usos multifuncionalidade nomeadamente o pastoreio Estabelecer se assim a Rota o do Montado num afolhamento que as boas pr ticas de gest o em sobreiro e azinheira Barros et al 2006 denominam de rotativo onde se proceder de forma integrada ao controlo da vegeta o mato em forma de mosaico com a introdu o da cultura forrageira anual seguida do processo de melhoramento de pastagens A protec o individualizada das plantas arb reas nascedias para defesa relativamente ao pastoreio associada individualiza o e equipamento das cercas com infra estruturas de maneio constituem pr ticas essenciais para um correcto maneio do pastoreio Bibliografia Al s F R 1999 Dehesas y Montados Bases ecol gicas para su gesti n Rev Biol 17 pp 147 157 An nimo sem data La Seca
206. o x 0 30 CN UV UO UP Gaspar et al b 2006 E Margem Bruta da Explora o ha SAU O Total de Subs dios Explora o ha SAU EE 3 E Resultado E L quido ha SAU 3 4 Total di Es Cluster Figura 14 Margens Brutas Resultados L quidos e Subs dios das Explora es Gaspar et al b 2006 Conclui se que os resultados econ micos das explora es diferem de acordo com as caracter sticas do ecossistema os sistemas de produ o animal e os encabe amentos praticados Apesar dos subs dios desempenharem um papel importante no caso dos bovinos e ovinos n o s o determinantes porque o aumento de efici ncia na gest o da explora o como ilustra o grupo 2 e que demonstra a import ncia das infra estruturas para um correcto maneio da explora o associado multifuncionalidade de diversos sistemas de produ o animal biodiversidade pode permitir a optimiza o de recursos Prosseguindo a discuss o com os produtos cineg ticos acrescentaremos que os valores apresentados para projectos de ca a maior com TIR da ordem dos 10 e VAL entre os 3 000 e 8 000 s o estimulantes para empresas que se constituam para explora o de vastas reas de Montado em zonas marginais e orograficamente irregulares preferencialmente de acessos pouco facilitados para defesa e tranquilidade da fauna selvagem Normalmente s o zonas onde mesmo a actividade pecu ria extensiva de di
207. o a amenidade que a influ ncia atl ntica introduz nos ambientes mediterr nicos No levantamento faun stico efectuado no mbito do mesmo trabalho An nimo sem data foram identificadas 18 esp cies de mam feros 133 esp cies de aves 13 esp cies de r pteis 10 esp cies de anf bios e 3 esp cies de peixes Anexo 2 Pela raridade j anteriormente referida e import ncia que encerram destacam se Abutre negro Aegypius monachus guia real Aquila chrysaetus guia imperial Aquila heliaca adalberti Cegonha negra Ciconia nigra Lince ib rico Lynx pardina No mbito do programa Agro Medida 8 1 desenvolveu se o projecto denominado Gest o da vegeta o em paisagens suber colas da serra algarvia para redu o de riscos de inc ndio valoriza o s cio econ mica e conserva o da biodiversidade 144 Simultaneamente desenvolveu se o projecto intitulado Quantifica o de Comunidades de Aves Invernantes e de Fungos Ectomicorr zicos na Serra do Caldeir o integrado nos programas de investiga o e experimenta o da Direc o Geral dos Recursos Florestais DGRF Ambos os projectos permitiram financiar os estudos sobre os efeitos da gest o do sob coberto na conserva o da biodiversidade escala da parcela atrav s da medi o de diversos bioindicadores que inclu ram a vegeta o herb cea arbustiva e arb rea as comunidades de macrofungos cogumelos de macrolepid pteros diurnos
208. o controlo de arbustivas e regenera o da componente arb rea j referidas A discuss o geral do cap tulo V relativamente sustentabilidade ambiental inicia se pelo solo e sobre a sua recupera o e manuten o em equil brio que embora din mico como todo o ecossistema n o deixa de ter por base os teores de M O de que est provido A complementar o que foi referido anteriormente no mbito da abordagem sist mica e hol stica ao ecossistema Montado haver que sublinhar a import ncia da oportunidade e forma de execu o das opera es efectuadas na implementa o da Rota o do Montado Para especificar estes aspectos assumimos como demonstrada a imprescindibilidade da desmata o que tratando se de uma opera o agressiva para o solo se devem evitar os per odos de maior concentra o de precipita o para a realizar havendo o cuidado do trabalho das m quinas ser sempre acompanhando as curvas de n vel nas zonas de maior declive inclusivamente com deposi o de materiais org nicos e inorg nicos em cord es sobre o tra ado da curva de n vel com espa amentos entre linhas de acordo com a pendente Ao realizar estas opera es sa da do Inverno in cio da Primavera e a instala o da cultura forrageira que se segue na rota o no final do Ver o in cio do Outono utilizando esp cies de crescimento inicial r pido poss vel reduzir substancialmente o risco de eros o do solo A reposi o dos teores de M O qu
209. o da SEEP ed Junta de Andalucia vol 39 97 pp 163 182 Costa P rez J C Martin Vicente A Fernandez Al s R e Estirado Oliet M 2006 Dehesas de Andaluc a caracterizci n ambiental ed por Consejeria de M dio Ambiente Junta de Andaluc a pp 40 61 Dentinho T Navas D Potes J 2005 Avalia o de complementos alimentares em pecu ria extensiva Rev Pastagens e Forragens vol 26 27 pp 41 46 Fernandez Rebollo P amp Porras Tejeiro C 1999 La Dehesa algunos aspectos para la regeneraci n del arbolado Informaciones Tecnicas 58 98 publ Direccion General de Investigaci n y Formaci n Agraria Junta de Andalucia pp 24 26 Ferreira A G amp Gon alves A C 2001 Plano Espec fico de Ordenamento Florestal para o Alentejo ed Universidade de Evora 187pp Ferreira A G Ribeiro N A Gon alves A C Dias S S Afonso T Lima J amp Recto H 2007 Produ o silv cola no Montado An lise e reflex o sobre a gest o sustentada dos Montados de Sobreiro Rev De Ci ncias Agr rias vol XXX n 1 Jan Jun pp 181 189 Hern ndez Diaz Ambrona C G 1998 Ecologia y fisiologia de la Dehesa in La Dehesa aprovechamiento sostenible de los recursos naturales ed por Editorial Agr cola Espafola S A pp 86 IFAPA Junta de Andaluzia 2006 Conclusiones in Semin rio y Jornada de la seca de la Encina y del Alcornoque pub Viceconsejeria Serv Pub
210. o desenvolvimento social e econ mico da regi o respeitando as suas caracter sticas ambientais Reis 2006 e Sendo as ervas arom ticas e condimentares um dos produtos emblem ticos da gastronomia do Alentejo o seu estudo e valoriza o s o cruciais neste tipo de projectos nesta l gica que se inserem os dois projectos de Desenvolvimento Experimental e Demonstra o que se t m vindo a desenvolver no mbito do Programa AGRO Um decorreu no concelho de Alc cer do Sal e foi em torno da inova o e da valoriza o das tradi es alimentares enquanto percursoras da conserva o da natureza e do desenvolvimento local Experimentaram se formas de transforma o de tr s produtos tomate seco plantas arom ticas condimentares e cogumelos silvestres secos Valag o amp Silva 2006 e S o brevemente abordados os aspectos legais relativos s PAM enquanto mat rias primas para v rias ind strias e enquanto componentes de produtos acabados podendo estes ser t o variados como alimentos ou suplementos alimentares produtos cosm ticos e de higiene corporal biocidas ou medicamentos entre outros Martins 2006 Em 2000 realizou se em Vila Real um Congresso Curso Livre de Etnobot nica que deu origem publica o Plantas e Saberes No Limiar da Etnobot nica em Portugal organizado por Moreira amp Fernandes 2005 onde se pode identificar como primeiro t pico a manuten o da mem ria do uso dos recursos vegeta
211. o e Teodoro Montes Perez pelos muitos ensinamentos e partilha de experi ncias Lola Navas pela confian a partilha na orienta o da equipa de trabalho e particularmente pelo tratamento dos resultados obtidos Helena Babo a colega e amiga que assumiu com a maior entrega o estatuto de bolseira ao longo de quase uma d cada liderando uma equipa de estagi rios bolseiros a que se fica a dever a realiza o do trabalho desenvolvido Ant nio Cachatra o colega e amigo que na qualidade de t cnico respons vel de uma Associa o de Produtores disponibilizou tempo trabalho e resultados Agradecimento que extensivo a todas as Associa es que em n s depositaram confian a Benvindo Ma s colega e amigo personalizando uma escola de melhoramento de plantas que tive a honra de dirigir e me introduziu no mundo fascinante do IE amp D F tima Cruz amiga e colaboradora muito pr xima durante mais de uma d cada a cujo profissionalismo e dedica o se ficam a dever a produ o deste e de todos os trabalhos apresentados ao longo desse per odo Eduarda Potes para al m do mbito familiar o profissionalismo que coloca em tudo o que faz e que se evidenciou na revis o deste trabalho ndice I Conceito de Sustentabilidade em Agricultura 1 4 Bibliografia 5 II Caracteriza o do Ecossistema Montado
212. o ecossistema Montado em subsistemas em estratos vegetais em sistemas diversos de produ o animal e vegetal que se complementam s o um modelo de abordagem sist mica ou hol stica ao estudo do ecossistema que funcionando de uma forma integrada ou multifuncional conduz naturalmente aos estudos multidisciplinares que o tornam num modelo de estudo e avalia o para as mais diversas regi es do mundo e muito particularmente nas de influ ncia de clima mediterr nico 2 Praticando uma gest o t cnica do Montado que tenha por objectivo o controlo da componente arbustiva adoptando solu es devidamente estruturadas numa equilibrada Rota o do Montado e um correcto maneio dos recursos naturais por forma a maximizar a efici ncia do Esquema Alimentar da Pecu ria Extensiva ser poss vel regularizar a Din mica do Ecossistema de maneira a que as intensifica es necess rias ao seu incremento de produtividade n o comprometam o car cter extensivo de que n o poder abdicar 3 A multiplicidade de produtos que origina para al m de diminuir o risco da actividade s o reconhecidamente de qualidade superior o que facilitando lhe um circuito de comercializa o adequado lhe proporcionar uma sustentabilidade econ mica que poder ser a base de desenvolvimento do mundo rural interior e em risco de desagrega o 4 A gest o do ecossistema focalizada na recupera o de solos e particularmente no incremento dos teores de M O para al
213. o era dominado pela Austr lia Nova Zel ndia e frica do Sul tendo sido o tipo de esquema portugu s organizativo da fileira adoptado por estes pa ses a partir de 1950 que contribuiu para o seu extraordin rio desenvolvimento Contudo nos finais da d cada de 90 do s culo XX a quebra nos pre os mundiais da l conduziu adapta o dos sistemas produtivos ovinos especializados na fun o t xtil para a fileira da carne Tal foi o caso da Austr lia primeiro produtor mundial de l assente na rota o j anteriormente referida como ley farming australiano que apresenta como produtos finais o trigo proveniente do ano de cereal a que se seguem v rios anos de pastagem que era sobretudo utilizada por ovinos da ra a Merino Australiano especializada na produ o de l A invers o do mercado mundial da l orientou o pragmatismo australiano para o desenvolvimento de um vasto programa de melhoramento da ra a Merina para produ o de carne atrav s de cruzamentos com ra as especializadas nesta fun o principalmente de origem sul africana Em Portugal a produ o de l tornou se um factor penalizante para o produtor de ovinos como podemos verificar pelos dados recolhidos pela Associa o de Criadores de Ovinos do Sul ACOS que apresentam valores para a evolu o dos pre os da l Quadro 25 e custos da tosquia Quadro 26 99 Quadro 25 Evolu o dos pre os da L
214. o respons vel imediato da morte do sobreiro e da azinheira Esta debilidade pode ser atribu da a alguns excessos de 41 intensifica o da actividade agr cola onde a mecaniza o pouco compat vel com a manuten o do coberto arb reo quase extin o do porco Ib rico principal valorizador do fruto das querc neas degrada o lenta e gradual dos fr geis solos mediterr nicos e mais recentemente a altera es clim ticas cuja tend ncia parece ser o aumento das situa es de seca Saliente se tamb m o facto da escassez de m o de obra agr cola e o seu elevado custo inviabilizar opera es de podas e limpezas que faziam parte da gest o corrente do Montado O objectivo era limpar as rvores de ramos velhos que prejudicavam a produ o e sanear todos os indiv duos que se encontrassem debilitados ou doentes combatendo os ciclos parasit rios e isolando os focos de doen a Os produtos destas opera es eram bastante valorizados quer sob a forma de carv o de lenha ou de falca aparas de corti a para a ind stria corticeira Portanto o papel do Montado como produtor de energia combust vel e renov vel foi anulado pelo desenvolvimento social tendo a sociedade evolu do para a depend ncia total da energia f ssil O problema do renovo do Montado segundo factor de risco do ecossistema respeitante renova o da componente arb rea ou aumento das reas de explora o do ecossistema come a a colocar se no f
215. oder constituir uma forma de controlar o fen meno em curso A componente energia diminui o de calor combate se atrav s da projec o de gua a veda o do acesso ao oxidante redu o do fornecimento de oxig nio consegue se projectando terra ou abafando o lume com o batimento de utens lios pr prios ou mesmo tecidos a redu o do combust vel combate se sobretudo preventivamente ou no caso do inc ndio declarado atrav s de aceiros que mais n o s o que faixas de terra mobilizada geralmente com alfaias pesadas para incorporar integralmente toda a biomassa que constitui o combust vel O mesmo autor Leit o 2002 apresentou tamb m um trabalho sobre o fogo na paisagem mediterr nica onde explica a propens o do clima t pico desta regi o para os inc ndios nomeadamente durante o ver o quente longo e seco que desde o in cio deste trabalho vimos refor ando como determinante na condu o dos sistemas produtivos Refere tamb m a domestica o do fogo pelo homem que utilizou este meio de controlo para introduzir os sistemas agro pecu rios praticados na regi o ao longo de milhares de anos Com esta ancestralidade no maneio dos sistemas produtivos n o admira pois que a pr pria natureza se adapte a ele como o caso das querc neas que possuem mecanismos funcionais que lhes permite subsistir ap s a ocorr ncia do fogo rebentamento vigoroso a partir de rizomas toi as rebentos basais ou mesmo do tronco atrav
216. odu o de carne recria e engorda de bovinos n o se adaptam baixa produtividade e irregularidade do esquema alimentar dispon vel em ambientes mediterr nicos Assim na generalidade das explora es agr colas que utilizam a produ o de bovinos em regime extensivo os vitelos s o comercializados ao desmame sendo mais valorizados aqueles que prov m de cruzamentos com ra as ex ticas especializadas na produ o de carne e que na regi o do Alentejo s o fundamentalmente as ra as Charol s e Limousine Este tipo de maneio reprodutivo permite obter animais com pesos vivos entre os 200kg e 300kg com cerca de 8 meses de idade que conseguem exibir boas performances nas recrias intensivas com animais estabulados Contudo a utiliza o de processos de certifica o como a Denomina o de Origem Protegida DOP para valoriza o das ra as aut ctones determinou a especifica o de produtos cuja caracteriza o foi definida para carca as com peso superior a 200kg mas ligados aos sistemas de produ o extensiva que lhe deram origem Dado que s ser o poss vel atingir estes pesos entre os 16 e 20 meses de idade variando com a ra a e com o animal estes ter o que ser recriados na explora o em sistemas semi intensivos Os animais dever o ser confinados em parcelas com pastagens mais ou menos melhoradas prados anuais de esp cies pratenses forrageiras de alta produ o e mantendo sempre disposi o alimenta o compleme
217. ontanheira porcas ovelhas vacas Privada Kg carca a reprodutoras reprodutoras reprodutoras 2 40 17 142 57 28 025 2 35 17 180 54 27 555 2 30 16 197 55 27 105 2 25 6 80 66 26 815 2 20 4 75 67 26 685 2 15 3 74 68 26 585 Adaptado de Fernandes 1999 79 Quadro 17 Efeitos da varia o do pre o do porco Alentejano sobre a dimens o dos efectivos pecu rios e sobre a margem l quida privada em Empresas M dias Pre o do porco de N mero de N mero de vacas Margem L quida montanheira porcas reprodutoras Privada Kg carca a reprodutoras 2 40 28 115 54 860 2 35 28 123 54 115 2 30 27 123 53 385 2 25 24 134 52 665 2 20 0 213 52 295 Adaptado de Fernandes 1999 Quadro 18 Efeitos da varia o do pre o do porco Alentejano sobre a dimens o dos efectivos pecu rios e sobre a margem l quida privada em Empresas Grandes Pre o do porco N mero de N mero de N mero de Margem L quida de montanheira porcas ovelhas vacas Privada Kg carca a reprodutoras reprodutoras reprodutoras 2 40 50 971 255 126 195 2 35 35 1008 264 125 255 2 30 23 983 310 124 640 2 25 20 978 321 124 080 2 20 18 973 327 123 595 2 15 0 969 359 123 360 Adaptado de Fernandes 1999 A partir de dados de 2007 da UNIAPRA Uni o das Associa es de Produtores de Porcos da Ra a Alentejana Rodrigues 2008 apresentou tabelas
218. or n o profissional e 15 kg por colmeia para um apicultor profissional apresentando se no Quadro 29 uma s ntese da mesma Quadro 29 S ntese da Conta de Cultura da Actividade Ap cola em Portugal 2006 Unid Eur APICULTOR N O PROFISSIONA APICULTOR PROFISSIONAL 490 COLM 600 COLM 1000 COLM Custo Vari vel CV 4737 16 06 14 79 14 31 15 74 14 02 15 20 13 52 14 22 por colmeia Custo Fixo CF por 65 22 45 24 26 00 33 29 39 96 29 11 34 55 21 65 2491 colmeia Custo Total CT por ao 5g 40 79 47 60 55 70 49 75 35 17 39 134 Colmeia VBP por colmeia 51 15 51 15 4549 47 61 54 30 47 22 5391 46 51 VAB VBP CV por colmeia REL VBP CT por Kg 33 78 35 10 30 70 3331 3856 33 19 38 71 3299 38 98 aT Valor Bruto Produzido VBP Valor Acrescentado Bruto VAB Receita Empresarial L quida REL An nimo 2007 107 A produ o de mel monofloral espectro pol nico com exist ncia de uma esp cie que det m mais de 45 do p len t pica do Montado reparte se por diversas esp cies das quais se destacam Rosmaninho Lavandula stoechas Alecrim Rosmarinus officinalis Medronheiro Arbutus unedo Soagem Echium plantagineum Poejo Mentha pulegium e ainda de algumas querc neas Existe uma DOP Mel do Alentejo que abrange a maioria da rea de Montado e os pre os m dios do Mercado em Portugal v m expressos no Quadro 30 Quadro 30 Evolu o do Pre o M dio de Mercado do Me
219. ores antinutricionais pelo que a necessidade de um complemento sobretudo rico em prote na ser frequentemente exigido Nesta esta o a utiliza o de alimentos conservados fenos ou silagens ou subprodutos palhas ou subprodutos agro industriais torna se quase inevit vel As excep es verificam se nos anos de outonada muito precoce in cio do ciclo da pastagem com as primeiras chuvas outonais e favor vel precipita o suficiente para garantir o r pido crescimento da pastagem ou quando o maneio do pastoreio for t o eficiente que permita juntar o agostadouro alimentos secos do ver o com o invernadouro alimentos verdes do Outono Inverno geralmente provenientes das culturas forrageiras A utiliza o das reservas corporais acumuladas pelos animais na Primavera outra estrat gia eficiente de colmatar o deficit alimentar da poca Outono Inverno particularmente eficaz nas ra as aut ctones e que se procura refor ar evitando a coincid ncia com o per odo de partos in cio do aleitamento que s o os per odos de maiores necessidades alimentares O Inverno a esta o privilegiada pela montanheira tendo Mendes et al 2007 estimado que a dieta ingerida por um porco em regime de montanheira corresponde em m dia a 99 4 de bolota e 0 6 de erva para uma ingest o de M S de 6 35kg Existindo sempre o risco da produ o da pastagem ser insuficiente para cobrir as necessidades nesta poca fundamental a garantia
220. ores de M O no solo e assim como quanto maior for a carga animal correlacionada positivamente com a produ o pratense e maior ser a produtividade da pastagem pela resposta fisiol gica das plantas e como tamb m medida que for aumentando o teor de M O e igualmente se vai potenciando o armazenamento de gua no solo e que permitir aumentar gradualmente o ciclo das plantas anuais e consequentemente a produtividade e que a determinada altura do processo de melhoramento do solo possibilitar a manuten o de plantas de ciclo perene com dorm ncia estival e que antecipar o in cio do ciclo anual da produ o pratense no Outono e diminuindo a necessidade de alimenta o complementar forrageira para as pocas de defici ncia alimentar de acordo com o esquema alimentar da pecu ria extensiva e a qual ao aumentar a capacidade de carga no ecossistema atrasa o desenvolvimento da flora arbustiva e que significa o alargamento da Rota o do Montado no factor n anos de dura o da pastagem e com implica o no aumento da regenera o natural da componente arb rea e e ainda no equil brio dos estratos vegetais e biodiversidade e com repercuss o na boa estrutura o do solo caracterizado por adequados n veis de M O e e decorrente de uma actividade biol gica no solo equilibrada e mais f cil se tornar o controlo sanit rio preocupante da componente arb rea e como mais qualidade dever apresentar
221. orti a caracterizam se por um estrato arb reo pobre obviamente dominado pelo sobreiro e um sob coberto pouco estruturado e pobre em esp cies e que dominado por esp cies arbustivas de crescimento r pido e com propaga o por sementes cistaceas Assim nas zonas de desmata o mais frequente ciclo de desmata o mais curto o controlo da flora arbustiva envolve a destrui o das jovens plantas de sobreiro camufladas pelo mato dando origem ao estrato arb reo pobre e afectando as esp cies de recupera o mais lenta plantas de regenera o vegetativa cede o espa o s pioneiras arbustivas referidas e de menor valor qualitativo e paisag stico Nas parcelas em que o sob coberto apresenta longevidades superiores a 20 anos o panorama da vegeta o altera se significativamente j que o estrato herb ceo perde a sua representatividade o estrato arbustivo passa gradualmente a ser dominado pelas esp cies de crescimento mais lento de regenera o vegetativa ex urze branca e de frutos carnudos ex medronheiro enriquecendo a heterogeneidade vertical e no topo da estratifica o vegetal uma componente arb rea mais rica e sempre dominada pelo sobreiro Os cogumelos que j caracteriz mos no cap tulo IV constituem elementos fundamentais na manuten o da vitalidade e sa de dos ecossistemas florestais visto que as esp cies micorr zicas protegem as rvores de ataques patog nicos e contribuem para a efic cia da absor o de
222. os espa os florestais de infra estruturas e caracter sticas necess rias para minimizar a rea ardida e gest o do interface meio rural meio urbano 3 Combate aos inc ndios nomeadamente atrav s da redu o da rea de cada inc ndio e da primeira interven o O autor reconhece finalmente o papel positivo da silvopastor cia na gest o de combust veis sobretudo nas faixas e ou parcelas dos mosaicos folhas desmatadas Para Soares 2008 o aumento dos inc ndios florestais rurais tem a sua justifica o no abandono rural provocado pela Pol tica Agr cola Comum PAC que incentivaram a n o utiliza o de milhares de hectares de terra set aside Como medidas para controlo da biomassa combust vel preconiza a utiliza o da produ o animal 139 extensiva nomeadamente com os sistemas de produ o de pequenos ruminantes em pastagens naturais ou melhoradas das reas de descontinuidade florestal O comportamento do animal em pastoreio foi a base do tema apresentado por Bugalho 2008 que tal como apresent mos no cap tulo Ill ao tratar da pecu ria extensiva real a as vantagens nos complementos dos diversos comportamentos alimentares por esp cie pecu ria na evolu o da composi o bot nica na estrutura do ecossistema e na reciclagem de nutrientes que no seu conjunto contribuem para a produtividade final do sistema produtivo Apresentando os resultados de investiga es realizadas na regi o da Galiza em Espa
223. os melhores animais sobreviventes que em grande parte pertenciam aos pastores pegulhais Matos et al 1998 estudaram a produtividade destas duas ra as Merino Branco e Merino Preto e conclu ram que a superioridade manifestada pelo MP em borregas emparelhadas ao ano de idade se deve fundamentalmente maior fertilidade exibida em condi es de regime extensivo Tamb m os borregos provenientes do MP revelaram maiores taxas de crescimento relativamente ao MB demonstrando a rusticidade e superioridade produtiva na fun o carne Em Espanha L pez et al 1998 analisaram diversos esquemas alimentares para aumentar as taxas de crescimento de borregos cruzados da ra a Merino com le de France e conclu ram que n o existem diferen as nos tratamentos Tamb m na rea da alimenta o o sistema extensivo tradicional mantendo os borregos com as m es at ao desmame por volta dos 60 dias e aproveitando bem as pocas favor veis de comercializa o ser a melhor forma de sustentabilidade do sistema produtivo No gr fico 7 apresenta se a cota o no mercado nacional do borrego de 22 28kg que compreende o tipo de produto do extensivo ovino mediterr nico e verifica se que a varia o do ano 2008 para a m dia do quinqu nio diminuta 90 BORREGO de 22 28 Kg uinqu nio 2004 2008 275 Cota o M dia Nacional mms 2008 m o EUR Kg P Vivo j f M A M j A 5 o N Fonte SIMA Gr fico 7 Co
224. os seguintes valores m dios Quadro 24 95 Quadro 24 Composi o do leite de cabra Serpentina Par metros c digo Valores Res duo Seco Res Seco 14 079 100g9 Mat ria Gorda MG 4 989 100g SNG 9 099 100g Prote na Bruta PB 3 899 1009 Case na CAS 2 75g 100g pH 6 52 acidez 20 52 mL NaOH dm de leite Matos 2005 Relativamente varia o da composi o do leite entre cabradas em geral n o se verificaram diferen as significativas a n o ser no teor de mat ria gorda enquanto que as varia es em fun o da poca do ano s o de facto mais evidentes Como contributo para o esclarecimento sobre a composi o do queijo de cabra Serpentina em conformidade com os crit rios de classifica o das variedades de queijo o queijo fresco pode ser classificado como um queijo de pasta mole HUM entre 70 80 e um queijo gordo ou meio gordo GORS Gordura referida mat ria seca 35 a 50 medida que evolui o processo de matura o o queijo adquire progressivamente uma pasta mais dura embora se verifique uma varia o em fun o da poca de fabrico e de acordo com a queijaria em que os queijos foram fabricados Poderemos ent o concluir que as varia es encontradas na composi o do queijo se devem fundamentalmente ao processo de fabrico praticado nas duas queijarias e s condi es de cura e n o composi o do leite que lhe deu origem j que a composi o de
225. pacidade produtiva permitem aumentos de produ o de biomassa diminuem os riscos de eros o pela r pida cobertura no Outono decorrente do aumento do banco de sementes no solo e aumentam a reten o de gua o que faz diminuir a escorr ncia e permite o alargamento dos ciclos das plantas pratenses anuais de ressementeira natural Segundo Rego et al 2008 os sobreiros enriquecem a M O do solo atrav s de um ciclo que se inicia com a absor o de nutrientes de n veis mais profundos do solo que s o transformados em mat ria org nica nas folhas atrav s da fotoss ntese Estes nutrientes s o depois devolvidos ao solo com a queda das folhas e que se pode constatar pelo aumento de produtividade associado maior exuber ncia da pastagem debaixo das copas das rvores no sob coberto da floresta mediterr nica de querc neas Para analisar as caracter sticas do solo pH condutividade teores de mat ria org nica f sforo pot ssio c lcio e magn sio sujeito a um ensaio de melhoramento de pastagem e a diferentes sistemas de pastoreio durante 6 anos Navas et al 2005 utilizaram o delineamento experimental efectuado para o ensaio de melhoramento de pastagens dos projectos de demonstra o apresentados de onde se avaliou a evolu o das caracter sticas do solo Recolheram se amostras de solo 0 20cm de profundidade no in cio do Outono Uma por cada talh o de ensaios 64 no total e fizeram se analises sumarias de terra pH m
226. poio da biotecnologia para obten o de plantas resistentes Utilizar a variabilidade natural conjugada com a regenera o natural para selec o dos indiv duos mais resistentes Esta ltima linha de trabalho introduz nos no problema da regenera o da componente arb rea ou repovoamento como mais conhecido Carvalho 2007 refere as muitas d vidas que se colocaram aos projectos de refloresta o desencadeados ao abrigo de apoios comunit rios que v o desde os processos de implanta o sementeira ou planta o protec o individual das jovens rvores e maneio geral do sistema Ferreira amp Gon alves 2001 no Plano Espec fico de Ordenamento Florestal para o Alentejo apresentam a regenera o natural como a modalidade de instala o mais aconselh vel tanto econ mica como ecologicamente dependendo o seu sucesso do fornecimento de semente dissemina o germina o e sobreviv ncia inicial das plantas Contudo sublinham que nos povoamentos de sistemas agro silvo pastoris fundamental para o sucesso da regenera o o ordenamento do pastoreio e o isolamento individual das plantas at que os gomos terminais fiquem fora do alcance dos animais Fernandez amp Porras 1999 referindo se igualmente regenera o natural das Dehesas que geralmente se processa atrav s da semente necessita de apoio para a dissemina o dos frutos cuja tend ncia ca rem debaixo da copa da rvore e sobretudo carecem de s
227. ptados aos sistemas solares t rmicos fotovoltaicos e microe licos que ao pagar a energia adquirida nos primeiros anos seis vezes superior ao valor do custo da energia ao consumidor contribuir certamente para a redu o da factura energ tica nacional que tem vindo a reduzir nos ltimos anos Este exemplo serve para ilustrar o que poder representar aquilo que tem sido rotulado de externalidades do ecossistema Montado e que atrav s dos resultados j divulgados dever o constituir uma medida de apoio agro ambiental fundamental para a sustentabilidade econ mica do ecossistema baseada na vertente ambiental do mesmo Fogo A preven o de inc ndios uma das grandes vantagens que a correcta explora o do ecossistema Montado proporciona de forma natural e sem recurso a grandes investimentos com esse objectivo espec fico Tal facto fica a dever se ao que anteriormente apelid mos de ess ncia da gest o do Montado que reside essencialmente no controlo da flora arbustiva Para melhor introduzirmos o problema do fogo recorremos a Leit o 2009 que tratou da aplica o dos princ pios da combust o ao combate aos inc ndios Refere que a combust o uma reac o que se mant m custa de tr s componentes essenciais a energia o oxidante e o combust vel que constituem o chamado tri ngulo do fogo A 137 base do combate aos inc ndios reside no ataque a qualquer dos lados do tri ngulo que ao ser quebrado p
228. que o produto mais valorizado presunto atinge o desenvolvimento adequado Todos os sistemas de produ o animal praticados na pecu ria extensiva que fazem parte integrante da gest o do Montado utilizam os recursos naturais e interferem entre si e com as componentes vegetais descritas pelo que o estudo e conhecimento dos sistemas e respectivas interac es s o essenciais para o desenvolvimento integrado do ecossistema Resta por fim caracterizar os sistemas de produ o integrados que comp em o Montado e dos quais resultam os produtos finais outputs que confirmam mais uma vez a multifuncionalidade do ecossistema e a diversifica o de actividades Nunca demais salientar a diversidade de sectores de actividade envolvidos o que significa um potencial enorme de mercado de trabalho distribu do pelos sectores prim rio secund rio e terci rio Tal facto remete nos para o car cter social do ecossistema e a sua capacidade de distribuir riqueza assim haja capacidade humana ou empresarial para a planificar e desenvolver de uma forma integrada Potes amp Babo 2003 apresentaram uma lista de produtos do ecossistema Montado que neste contexto se apresentaria incompleta e que vem agora descrita sob a forma de sistemas de produ o e Sistema de produ o de corti a e seus derivados produto mais valorizado do Montado sobretudo pela produ o de rolha mas que o sector agro industrial tem um potencial enorme de d
229. que possibilitam um uso variado de acordo com as diferentes capacidades de uso e que se adoptadas pr ticas agr colas pouco adequadas podem conduzir a estados de degrada o severos No Alto Alentejo predominam Cambissolos Luvissolos e Litossolos que apresentam limita es moderadas a severas ao uso agr cola existindo no entanto bolsas sem limita o para este fim solos das classes de capacidade de uso A e B J no Baixo Alentejo predominam as litologias de xisto e grauvaques 120 metavulcanitos e quartzitos que originam solos pobres e cidos com limita es moderadas e severas Com aptid o reduzida para os diferentes usos classes C D e E e conjugado com os factores clim ticos descritos Ver es quentes longos e secos eles limitam o desenvolvimento do sobreiro cedendo o lugar azinheira no dom nio da componente arb rea do ecossistema Matias 2008 Silva amp Ferreira 2004 estudaram a degrada o f sica selectiva de solos expressa pelo enriquecimento em teores de argila e limo dos respectivos sedimentos arrastados Determinaram um r cio entre a M dia Geom trica do Di metro GMD e o Desvio Padr o Geom trico GSD calculados sobre a matriz original do solo que originou os sedimentos e conclu ram que quanto menor o r cio GMD GSD maior ser a susceptibilidade do solo aos processos erosivos Isto significa que valores lt 0 002 n o representam processos de eros o selectiva preocupantes mas que se tornar o ex
230. r cter extensivo do sistema produtivo de forma a manter o equil brio global do ecossistema Controlo da Flora Arbustiva O estado de desenvolvimento da componente arbustiva ou matos como vulgarmente conhecida representa um factor seriamente limitativo ao desenvolvimento da componente herb cea que estruturalmente se encontra subjacente e por outro lado concorre com o estrato arb reo sobrejacente Tendo presente que no primeiro caso se trata do estrato vegetal que fundamentalmente garante a sustenta o da produ o animal extensiva integrada no ecossistema e no segundo caso o estrato produtor do produto de excel ncia do Montado corti a facilmente se compreende que o papel essencial da interven o humana na gest o equilibrada do ecossistema tem sido desde sempre o controlo do estrato arbustivo Em perfeita sintonia com esta forma de enquadrar o problema Val rio 2008 coloca com toda a pertin ncia que a quest o dos matos sem d vida preocupante e se devem ou n o ser controlados nos Montados Acrescenta O Montado um sistema agro florestal tipicamente agro silvo pastoril onde a interven o humana fundamental para manter o equilibrado maneio do espa o Sempre houve rvores em baixa densidade sempre houve culturas e pastagens sempre houve vida bravia e gados em pastoreio extensivo e sempre houve matos Os matos tinham diversas utilidades uma delas era facilitar a regenera o espont nea dos arvoredos
231. r que pela sua novidade podem representar mais um output do ecossistema eco turismo turismo de natureza etc O reconhecimento da qualidade dos produtos do ecossistema Montado que se distinguem por uma diferencia o positiva relativamente a outros produtos do sector prim rio atestado pelas Denomina es de Origem Protegida DOP que foi atribu da a maioria dos seus produtos comercializados Numa escala de competitividade para as regi es do mundo que apresentam caracter sticas semelhantes verificamos que na Calif rnia onde Huntsinger et al 2004 compararam os respectivos sistemas silvo pastoris com a Dehesa Espanhola da regi o de C ceres o interesse na diversifica o inferior ao manifestado pelos ecossistemas peninsulares Montado e Dehesa persistindo os americanos ainda na especializa o que caracterizou a superioridade t cnica agr cola durante o s culo XX Ecologicamente a floresta mediterr nica californiana comparativamente inerte em rela o peninsular se bem que a din mica populacional bastante mais vol til o que faz com que as estrat gias de desenvolvimento sejam distintas consoante a regi o No caso da Calif rnia procura se restringir o desenvolvimento actividades humanas e em C ceres programa se a floresta o e desenvolvimento de novas 15 pr ticas agr colas partilhando no entanto as duas regi es o mesmo tipo de atitudes de conserva o relativamente aos r
232. r s referidas e Execu o de um plano sanit rio adequado e imprescind vel s boas performances dos animais em explora o O autor fez uma an lise econ mica da rentabilidade da gest o do efectivo durante o per odo 1997 2004 em que cingindo se ao valor econ mico da dieta correspondente ao encabe amento praticado relacionou a evolu o do efectivo com a queda pluviom trica ocorrida directamente correlacionada com a produ o de biomassa pratense e os gastos real e te rico em alimentos conservados Estes resultados s o apresentados na figura 10 que torna bem claro o efeito da efici ncia do plano de melhoramento efectuado no ciclo produtivo da explora o 84 600 000 p 900 E 500 000 E a T se 400 000 600 Ef i3 500 F 300 000 ES 400 sa 296 sa 200 000 300 F 5 E 0 A 1997 TOTAL P3P Rea 280 440 mm TOTAL P P Teorico 218 471 i Total Cab a m Precipitaci nUm2 660 C TOTAL P P Reai mm TOTAL P P Teorico am Total Cab w Precipitaci n m2 Figura 10 Representa o gr fica dos par metros pluviosidade encabe amento consumos totais reais e te ricos de alimentos conservados Montes 2008 Nos coment rios finais ao estudo realizado e sustentado pela figura 10 o autor refere que o aumento de capacidade de carga da explora o baseado nas tecnologias descritas no cap tulo Ill deste traba
233. rar na lista das ra as Francesas de ovinos Por m em Espanha e Portugal existem ainda os livros geneal gicos das respectivas ra as em funcionamento pelo que apesar de seriamente amea ados de extin o ser uma perda t o importante recurso gen tico que s ser devidamente valorizado quando a l retomar o seu lugar de fibra t xtil natural de alta qualidade Lenha A lenha um produto que resulta da boa gest o do ecossistema Montado Qualquer sistema de produ o florestal necessita de opera es de manuten o e limpeza que permitam o bom desenvolvimento da massa florestal e exer am uma ac o preventiva ocorr ncia de inc ndios nomeadamente em regi es de influ ncia mediterr nica onde o ver o uma poca de alto risco O Montado desde sempre foi um bom produtor de lenha n o s por se tratar de um sistema agro florestal mas sobretudo porque o cuidado na sua gest o mereceu muita aten o por parte dos propriet rios Este cuidado incidia sobre a remo o das rvores 101 secas ou atacadas por pragas ou doen as e quando a situa o exigia eram efectuadas limpezas e ou desbastes podas coincidentes com a folha de desmata o Como resultado obtinham se anualmente algumas toneladas de lenha que no caso do azinho era fonte de energia preferencial para manuten o da vida no meio rural e a lenha de sobro ap s a retirada da corti a falca grande parte era transformada em carv o Estas duas
234. rodutivas de fun o mista carne e leite os resultados obtidos a partir da fun o lactopoi tica permitem cobrir os aumentos dos custos em factores de produ o decorrentes da explora o leiteira e diminuir a dimens o do rebanho Assim a dimens o m dia dos rebanhos que Fonseca et al 1999 distinguiam entre de pequena lt 100 animais e de grande dimens o gt 100 animais n o necessitar de 500 animais para tornar sustent vel a explora o De facto um efectivo entre 250 e 300 f meas em produ o Potes amp Profeta 1999 tem dimens o adequada ao maneio efectuado por 1UHT embora possa necessitar de apoio em pocas espec ficas afilhamento e ordenha adapta se a zonas com as caracter sticas marginais j referidas cuja capacidade de carga poder ser inferior ao valor m dio atr s mencionado 0 35CN ha ano Queijo Tradicionalmente a produ o de queijo provinha da explora o leiteira das ovelhas Merinas que ap s o desmame dos borregos eram submetidas ao alav o sistema tradicional de ordenha manual Existem duas pocas de comercializa o de borregos e consequentemente dois per odos de ordenha que variam de 6 meses para os desmames de borregos ser dios comercializados pelo Natal a 3 meses para os desmames dos borregos tempor es comercializados pela P scoa No entanto n o sendo a ovelha Merina vocacionada para a produ o leiteira mesmo no per odo primaveril quando a sua orden
235. rra e com um papel a n o desprezar na anima o do nosso tecido rural e na liga o do homem urbano quele meio que n o pode como tal ser avaliada exclusivamente com base numa rela o custo benef cio que tenha por base os factores de produ o envolvidos e o valor dos produtos directos da actividade como o mel a cera o p len a pr polis a geleia real e as abelhas Finalmente assinal vel o papel relevante do apicultor H umas d cadas atr s quando as doen as que afectavam as col nias de abelhas n o tinham a express o e a incid ncia que t m hoje o papel das col nias selvagens na manuten o dos equil brios ecol gicos e dos espa os naturais e na poliniza o das culturas agr colas explorando recursos naturais renov veis polinizados pela abelha poderia ser relevante Hoje em dia por m e atendendo import ncia que adquiriu o maneio sanit rio sem uma interven o do apicultor os benef cios da poliniza o ficam nitidamente comprometidos Pode concluir se que o mel enquanto principal produto directo da apicultura nacional constitui assim um produto estrat gico do ponto de vista de um aproveitamento integrado do espa o rural A an lise da distribui o regional de apicultores registados permite constatar que e O Algarve eo Alentejo s o as regi es do Continente com um menor n mero de apicultores mas onde se localizam os apicultores de maior dimens o m dia respectivamen
236. s ria melhoria da qualidade de vida das popula es mais carenciadas Esta introdu o ao estudo da sustentabilidade agr cola para os sistemas agro florestais uma boa forma de iniciar a discuss o sobre o ecossistema Montado tal como foi definido e apresentado no cap tulo Il que se insere portanto no dom nio dos sistemas de produ o agro florestal a n vel global que t m a dupla fun o de contribuir para a satisfa o das necessidades da humanidade nomeadamente no plano alimentar conjugada com a preserva o do ambiente que os envolve O meio ambiente em que se encontra inserido o ecossistema Montado caracterizado pela baixa capacidade produtiva motivado fundamentalmente pela particularidade do ver o quente longo e seco a que se associa de uma forma generalizada a degrada o de solos e por consequ ncia o adjectivo de extensivo que vem sempre associado aos sistemas produtivos destes ambientes Para resumir a import ncia dos sistemas agro florestais Oliveira et al 2007 consideram nos como sistemas de uso do solo nos quais as rvores crescem em associa o com culturas agr colas pastagens ou gado sistemas agro silvo pastoris com marcadas interac es ecol gicas entre os diversos componentes Estes sistemas revestem se de grande import ncia agro ambiental nomeadamente na protec o e 152 conserva o do solo manuten o da fertilidade do solo e redu o do consumo de fertilizantes fixa
237. s com os produtores no final do processo como se percebe pela an lise do Quadro 25 Se neste caso os produtores receberam sempre alguma import ncia pelo neg cio da l sendo a m dia de 13 anos de 0 26 por ovelha tosquiada j no caso das tosquias sujeitas aos pre os do mercado de servi os s em 1996 e 1997 Quadro 27 o valor da venda da l foi superior ao pre o da tosquia Constata se portanto que aos pre os actuais da l no mercado mundial o neg cio desta fibra t xtil natural e de reconhecida qualidade n o economicamente vi vel No entanto a evolu o no desenvolvimento da humanidade e a globaliza o dos problemas com os recursos naturais comprometem os produtos provenientes de recursos n o renov veis como ser o caso das fibras sint ticas Este facto deixa em aberto a perspectiva de valoriza o da l como produto natural renov vel de alta qualidade e amigo do ambiente na medida em que potencia sistemas de produ o animal extensivos e multi funcionais porque geradores de mais do que um produto Esta perspectiva tem por outro lado a fundamenta o para a preserva o da ra a ovina Merino Precoce que sendo descendente da ra a Merina origin ria da Pen nsula Ib rica onde ainda hoje domina foi melhorada pelos Franceses com o objectivo da elevada produ o de l quer em termos quantitativos quer do ponto de vista qualitativo Presentemente esta ra a foi considerada extinta em Fran a deixando de figu
238. s condi es de vida do arvoredo Abusou se depois e o que havia sido til tornou se nocivo pelo exagero Poderemos deduzir que a recupera o dos solos dever constituir o primeiro objectivo na recupera o do Montado neste contexto focalizando se no estrato arb reo e que uma das formas mais eficientes de o conseguir atrav s do melhoramento de pastagens e do correcto maneio do pastoreio A este assunto voltaremos no cap tulo respeitante sustentabilidade ambiental 48 No que diz respeito renova o da componente arb rea s o questionados os investimentos efectuados na vertente florestal nos ltimos 20 anos atrav s dos apoios comunit rios Durante este per odo que representa metade da vida da planta at atingir a fase produtiva est por apurar se os fundos aplicados conseguiram o respectivo retorno Para al m de ser prematuro quantificar as produ es obtidas nomeadamente de corti a a nica alternativa testemunha para efeitos comparativos a regenera o natural Esta pr tica que n o envolve custos directos poder no entanto ser melhorada atrav s de uma gest o adequada que inclui rota es afolhamentos ordenamento de pastoreio e boas pr ticas silv colas O facto da regenera o natural do Montado ser a forma mais aconselh vel de desenvolvimento do ecossistema n o elimina a necessidade do melhoramento de plantas com o objectivo de obten o de indiv duos mais robustos e resistentes s cond
239. s de meios porosos ocorre com grande lentid o e continua a alimentar os cursos de gua muito tempo ap s ter terminado a precipita o que o originou Deste modo os cursos de gua alimentados por aqu feros apresentam regimes de caudal mais regulares Se na resolu o de problemas de satisfa o das necessidades de gua e do dom nio da gua em excesso surgem por vezes interesses antag nicos caso de albufeiras destinadas a v rios fins j no caso dos sistemas de produ o extensivos em zonas semiaridas o objectivo de armazenar a maior quantidade de gua poss vel n o oferece qualquer d vida seja para aumentar a reten o de gua no solo ou para alimentar os aqu feros que regularizam os caudais No mbito da participa o portuguesa no projecto Europeu DG XII contrato ENV4 CT97 0680 ModMED Ill Modelling Vegetation Dynamics in Mediterrannean Ecosystems Silva 2002 desenvolveu trabalhos de investiga o em que procurou avaliar a estrutura dos sistemas radicais e a din mica da gua no solo em condi es mediterr nicas envolvendo particularmente a comunidade arbustiva que integra o ecossistema de Montado na Tapada Nacional de Mafra Analisa diferentes vari veis estruturais que revelam uma distribui o das plantas de acordo com grupos funcionais e est dios de desenvolvimento e apresenta rela es alom tricas consistentes que relacionam a sec o basal das plantas com as biomassas da raiz e parte a rea Estes estudo
240. s de origem Boyazoglu 1995 referia que especialmente na Bacia do Mediterr neo o h bito de ligar os produtos espec ficos do territ rio ao nome da regi o de produ o remonta s origens das trocas comerciais Mais tarde esta no o de denomina o de origem veio a confundir se com as marcas colectivas dos diversos produtos na Europa do 74 Norte mas com a evolu o do desenvolvimento econ mico e social houve a necessidade de proteger as denomina es de origem para conseguir salvaguardar os produtos de qualidade do mundo rural A denomina o de origem dos produtos agr colas em geral vinhos queijos bebidas espirituosas charcutarias e carnes tradicionais t m uma tradi o mais antiga que todas as marcas comerciais reunidas Est o associadas a regi es agro ecol gicas espec ficas e a m todos de elabora o bem definidos pelo que adquiriram um reconhecimento universal ou regional sem paralelo donde resultou uma tenta o de pl gio ou usurpa o das identifica es para fins comerciais dos processos industriais muito menos tradicionais da actualidade Numa conjuntura de globaliza o e competitividade do sector prim rio Barros amp Ramos 2006 apresentam o adjectivo de diferente para distinguir os produtos dos sistemas tradicionais de agricultura dos provenientes da produ o intensiva e massificada e qualidade espec fica para associar aos produtos alimentares tradicionais Identificam as tr s formas
241. s em estudo 1 154kgM S ha ano para pastagens naturais se situarem dentro dos valores encontrados por outros autores que avaliaram as pastagens permanentes de sequeiro mediterr nico Potes 1988 Verificou se um valor significativamente superior da prote na valor m dio de 8 na M S e digestibilidade valor m dio de 47 6 da M S no tratamento 4 indicando assim que o investimento na sementeira tradicional de pastagens resulta numa resposta eficaz a mais curto prazo A evolu o da pastagem ap s os primeiros pastoreios foi distinta consoante a esp cie animal indiciando igualmente diferen as no comportamento do animal em pastoreio Para estudar este efeito Pereira et al 2000 verificaram que no pastoreio por caprinos foi manifesta uma prefer ncia pelo consumo de gram neas o pastoreio por ovinos se caracterizou pelo consumo de leguminosas e gram neas o pastoreio por bovinos resultou numa limpeza da pastagem pela diminui o da percentagem de outras esp cies e aumento da percentagem de leguminosas e finalmente o pastoreio misto proporcionou um aproveitamento mais equilibrado traduzido pelo aumento da percentagem de leguminosas e gram neas e melhor controlo da percentagem de outras esp cies infestantes Estes primeiros resultados sofreram no entanto uma evolu o ap s os cinco anos de registo e acompanhamento de dados refor ando a tese de que este tipo de estudos n o se pode cingir a poucos anos de ensaios o que cri
242. s esp cies de plantas proteaginosas vem indicada a tremocilha como planta forrageira adaptada aos sistemas de produ o de pequenos ruminantes baseado no seu potencial de produ o de semente rica em prote na que estes animais conseguem aproveitar eficientemente no agostadouro Poderemos ent o concluir como Ferreira et al 2007 que o controlo dos matos dever passar por um conjunto de t cnicas integradas e aqui descritas que incluam ciclos alternados de controlo mec nico biol gico destro amento e gradagem fertiliza o para favorecimento das esp cies herb ceas e enriquecimento alimentar do sistema produtivo atrav s da introdu o de culturas forrageiras Preserva o da Componente Arb rea A componente arb rea do Montado constitu da por querc neas atravessa uma fase delicada tendo em vista a respectiva preserva o no ecossistema Por isso iremos analisar o problema na perspectiva do ecossistema Montado baseado na sua multifuncionalidade porque haver diverg ncias de conceitos nomeadamente no que concerne aos sistemas espec ficos de produ o florestal de sobreiro Os dois factores que mais contribuem para esta situa o de desequil brio s o o estado sanit rio das rvores e a dificuldade de renovo rvores jovens para adensar e ou substituir as plantas mortas Quanto ao primeiro factor verifica se que a debilidade da componente arb rea do Montado facilita a ac o de qualquer pat genio com
243. s permitiram lhe desenvolver um modelo de distribui o vertical de ra zes que testado com sucesso Igualmente testado com sucesso foi um modelo de simula o da din mica da gua no solo utilizando medi es de humidade no solo realizadas a diferentes profundidades e ao longo de 18 meses Assim os dados obtidos permitiram 130 confirmar o car cter m sico ou mais suavizado do clima mediterr nico pela proximidade da influ ncia mar tima do atl ntico Efectivamente os valores mais baixos de humidade no solo encontrados junto superf cie mantiveram se sempre bastante afastados do ponto de emurchecimento No entanto estes teores de humidade dever o ser suficientemente baixos para implicar o recurso a ra zes mais profundas Aparentemente as camadas mais superficiais e mais profundas do perfil explorado pelas ra zes t m uma import ncia fundamental para as plantas arbustivas do mediterr neo neste caso dos g neros Ulex e Erica a que em condi es mais severas se junta o g nero Cistus dado que representam as zonas preferenciais de extrac o de gua durante as esta es h mida e seca respectivamente Este aspecto pode ser comprovado pela distribui o de ra zes encontrada na comunidade arbustiva em virtude das plantas terem tend ncia a optimizar a sua distribui o radicular em fun o da disponibilidade de gua e nutrientes Cubera et al 2004 investigaram em que medida a utiliza o do solo afectou a din mica
244. s resultados apresentados conduzem nos a uma receita m dia anual por ovelha Merina explorada em regime extensivo de 50 considerando o pre o m dio do borrego em 2 5 kgPV o PV m dio de 20kg comercializa o e uma taxa de prolificidade superior a 1 para compensar a taxa de anual de reposi o Nestas condi es de mercado a dimens o m nima do rebanho para poder cobrir os gastos anuais de explora o dever situar se por volta das 500 f meas reprodutoras para que os 25 000 provenientes da receita bruta possam cobrir os gastos em factores de produ o 15 000 de m o de obra e 10 000 em suplementos alimentares e despesas higio sanit rias Para um efectivo desta dimens o com um n vel m dio de encabe amento de 0 35 CN ha ano ser necess ria uma rea de explora o de cerca de 255ha que de 92 acordo com a estratifica o apresentada por Fernandes 1999 uma pequena explora o onde as ajudas ou pr mios ser o o lucro do exerc cio No que diz respeito aos sistemas de produ o caprina verifica se que os pre os m dios do cabrito atingem valores sensivelmente do dobro do valor do borrego gt 5 kgPV mas em compensa o o PV ao abate geralmente metade do pre o do borrego Aplicando o mesmo tipo de an lise econ mica poderemos assumir que a fun o creatopoi tica assegura os custos de produ o do sistema Por m como os caprinos de ra a Serpentina apresentam caracter sticas p
245. s sistemas de produ o pecu ria extensiva o encabe amento m dio anual de 0 35 CN Segundo Potes 2008 o maneio dos efectivos pecu rios extensivos efectuado atrav s de grandes unidades n cleos ou rebanhos em que os guardas ou pastores de outros tempos foram substitu dos pelas veda es que individualizam parcelas ou folhas de rea vari vel devidamente equipadas com abastecimento de gua e integradas em infra estruturas e equipamento de maneio que permitem cumprir com efic cia as normas sanit rias garantir as regras de bem estar animal e proceder cobertura das necessidades de suplementa o S o estas condi es infraestruturais que associadas ao esquema alimentar descrito poder o contribuir para a redu o dos custos de produ o dos sistemas de produ o de pecu ria extensiva praticados no ecossistema Montado Integra o na Multifuncionalidade Foram estudados e analisados os diversos subsistemas e sistemas de produ o que caracterizam o sistema produtivo no seu conjunto funcional tendo sido real ado que v rias interac es influenciam os resultados espec ficos de cada sistema o que torna imprescind vel a abordagem hol stica ou sist mica para uma vis o integrada Os sistemas tradicionais de agricultura mediterr nica desde sempre se caracterizaram pela diversifica o como melhor forma de se adaptarem aos condicionalismos naturais e tornarem eficiente uma agricultura de baixa produtividade Nes
246. so dos bovinos n o apresentando uma conta de cultura pela dificuldade que representa integrar dois sistemas de produ o distintos extensiva das vacas aleitantes e semi intensiva dos produtos com denomina o de origem e muito variavelmente conjugados na mesma explora o com os pre os ao produtor a variar desde os vitelos vendidos ao desmame dependentes do mercado de leil es de animais vivos para recria e engorda at ao pre o da carne ao consumidor para os produtos DOP assumimos como explora o com viabilidade econ mica aquela que 157 foi referida anteriormente para as outras esp cies pecu rias e que em termos gerais servir de suporte a uma explora o de bovinos de carne em extensivo baseada num efectivo entre 80 e 100 vacas aleitantes de ra as aut ctones ou seus cruzamentos Na Extremadura Espanhola Gaspar et al a 2006 estudaram o efeito do encabe amento CN SAU nos indicadores econ micos de 69 explora es de Dehesa com bovinos de carne em extensivo para tr s n veis de encabe amento lt 0 3 0 3 0 5 gt 0 5 e conclu ram que os custos as produ es e os resultados aumentaram com o encabe amento Tendo presente as grandes altera es sofridas pela agricultura portuguesa decorrentes das sucessivas aplica es da PAC e respectivas reformas a nica discuss o que se nos oferece sobre a pecu ria extensiva regista se em Avillez et al 2004 que tendo avaliado o rendimento e competitividade do se
247. spanha Andaluzia e Portugal Alentejo e Algarve que inclu am a APCRS com o objectivo de estudar o queijo da cabra Serpentina com vista elabora o do caderno de especifica es para constitui o do dossier de apresenta o de candidatura a DOP ou IGP s entidades competentes Do respectivo Relat rio Final Matos 2005 retiramos a caracteriza o das explora es quadro 23 produtoras de leite da cabra da ra a Serpentina que foi analisado e transformado em queijo Quadro 23 Caracter sticas lactopoi ticas das explora es produtoras de leite de cabra Serpentina DL DO PLC TMG TMP dias dias 1 HERDADE DOS TOMAZES 222 61 175 47 157 90 387 0 59 3 57 0 38 n 1875 78 24 HERADE DA ABOBADA 206 52 139 53 134 18 5 62 1 73 3 76 0 53 n 749 82 34 n n de observa es DL Dura o da Lacta o DO Dura o da Ordenha PLC Produ o de Leite Comercializ vel TMG Teor de Mat ria Gorda TMP Teor de Mat ria Proteica Matos 2005 O leite obtido nestas explora es foi transformado nas respectivas queijarias Q1 e Q2 de acordo com um processo de fabrico tradicional e artesanal O trabalho experimental que permitiu estudar e caracterizar o leite e queijo de cabra da ra a Serpentina foi desenvolvido pela Universidade de vora No que se refere aos estudos f sico qu micos a composi o do leite de cabra da ra a Serpentina apresentou
248. spon vel e qualificada que exigem No entanto o produto c rnico que originam considerado de alta qualidade e por isso mesmo mais valorizado que o borrego O Cabrito do Alentejo DOP um animal que nasce com 3 22kg amamentado 128 dias e comercializado com 8 a 12kg de peso vivo Fonseca et al 1999 Isto ocorre 91 normalmente a partir do dia 15 de Dezembro de forma a permitir o seu consumo durante o Natal motivo pelo qual tamb m o seu pre o bastante mais elevado O detentor do caderno de especifica es a Associa o Portuguesa de Caprinicultores da Ra a Serpentina APCRS que tamb m tem sido a respons vel pelos trabalhos de caracteriza o da ra a e dos produtos assim como da promo o da respectiva comercializa o No gr fico 8 apresenta se a cota o no mercado regional do cabrito de lt 10kg na regi o da Beira Interior que compreende o tipo de produto do extensivo caprino mediterr nico praticado no Alentejo e verifica se que a evolu o do ano 2008 inferior a m dia do quinqu nio CABRITO de lt 10 Kg Mercado Regional da Beira Interior EUR Kg P vivo Quinqu nio 2004 2008 2008 0 2009 3 00 V CON E A E E A C V 127 S E Y B E O A o OOS O A O E A A N OY O V 12E S r OO E E CS E A NS E A E O E E O E a F M A M a E N k Fonte SIMA Gr fico 8 Cota o M dia Regional na Beira Interior do Cabrito de lt 10kg Fonte SIMA O
249. ste n o varia segundo a origem Relativamente evolu o da composi o do queijo ao longo do processo de matura o verificaram se varia es significativas em todos os par metros o que demonstra que a evolu o da composi o do queijo ao longo da fase de cura est associada ao processo de fabrico do mesmo bem como s condi es de temperatura e humidade relativa do ar no interior da sala de cura sendo uma temperatura mais elevada e uma humidade relativa mais baixa os respons veis pela acelera o da matura o do queijo Durante o processo de matura o ocorre uma diminui o progressiva da humidade e humidade isenta de gordura e um aumento dos teores de mat ria gorda e prote na bruta 96 Do ponto de vista microbiol gico 1 O leite de cabra Serpentina utilizado no fabrico do queijo nas duas queijarias estudadas de qualidade higi nica aceit vel apto para ser utilizado no fabrico de produtos base de leite tratado termicamente cumprindo os crit rios microbiol gicos em vigor Os tratamentos t rmicos a que o leite submetido s o eficazes na elimina o dos microrganismos presentes no leite cru A evolu o dos diferentes grupos microbianos ao longo da matura o ocorre de forma diferente em cada uma das queijarias sugerindo a influ ncia da tecnologia de fabrico nas caracter sticas do queijo Por enquanto n o se encontra motivo que justifique o decr scimo t o acentuado no n m
250. stema que al m de proporcionar o melhoramentos dos sistemas de produ o tradicionais do Montado igualmente se torna indispens vel aos sistemas de explora o menos importantes sob o ponto de vista econ mico Ant nio G Ferreira produtor silv cola da zona de Coruche citado por Martins 2008 refere a sua experi ncia na gest o de cerca de 2 500ha maioritariamente de Montado na regi o de Coruche onde implementou regras para a apanha de cogumelos e espargos bravos que consistiram numa calendariza o de colheitas a praticar por interessados que para o efeito se ter o que inscrever Formados os grupos foram fornecidos coletes identificadores e identificados os locais folhas de colheita previamente planificado No final da jornada o produto recolhido adquirido ao pre o de mercado e posteriormente comercializado pela empresa gestora da propriedade Os rendimentos obtidos situam se entre os 600 a 700kg ano 113 Turismo Em Outubro de 1993 realizou se em vora o Simp sio Internacional sobre Produ o Animal e Turismo Rural em regi es Mediterr nicas organizado pela Federa o Europeia de Zootecnia EAAP Organiza o Internacional para a Agricultura e Alimenta o FAO e Centro Internacional de Altos Estudos Agron micos Mediterr nicos CIHEAM onde se avan aram com novas perspectivas para o desenvolvimento dos sistemas de produ o agr rios neste caso mais especificamente ligados produ o animal tendo como obje
251. t anual de C sempre superior ao out put significando portanto um sequestro positivo de C 2 4 1 9 e 3 9 ton C ha ano respectivamente Os autores conclu ram ainda que o total de C sequestrado foi superior nos sistemas mais frios e h midos e que as altera es clim ticas menos precipita o e aumento de temperatura poder o ter um efeito positivo porque se reduzem perdas de nutrientes e consequentemente aumentar a produtividade dos sistemas Teixeira et al 2008 determinaram o sequestro potencial de CO2 em pastagens semeadas permanentes de sequeiro mediterr nico biodiversas e ricas em leguminosas PSPSMBRL por se apresentarem muito mais produtivas que as pastagens naturais que lhes s o afins Apresentam a metodologia baseada no sequestro do carbono pelas plantas pratenses e resultante da fotoss ntese Parte do CO2 atmosf rico utilizado no crescimento das plantas produ o de biomassa e introduzido no solo pela decomposi o de ra zes caules e folhas secas biomassa seca a que se junta tamb m a decomposi o das fezes dos animais em pastoreio permanente Contudo ainda existem dois gases contribuintes para o efeito de estufa e 135 cuja emiss o est directamente ligada a estes sistemas produtivos o metano CH4 resultante do metabolismo dos ruminantes o xido nitroso N20 resultante da acumula o de azoto N pelas leguminosas que vai incrementar a actividade microbiol gica no solo acompanhando o ciclo do
252. ta o M dia Nacional do Borrego de 22 28kg Fonte SIMA Relativamente aos caprinos o sistema de produ o difere fundamentalmente nas condi es em que este praticado em situa es de orografia desajustada actividade agr cola pelo que o esquema alimentar tem por base o percurso di rio do rebanho ou cabrada em que os animais recolhem no pastoreio dos recursos naturais dispon veis os alimentos necess rios s suas necessidades de manuten o e produ o Isto implica que nas alturas de defici ncia alimentar j identificadas tenha que haver suplementa o dos animais j que ocorrem geralmente em duas fases decisivas do sistema de produ o o ter o final da gesta o a partir de meados de Agosto e o in cio da lacta o em meados de Dezembro Por outro lado os animais jovens cabritos n o podem acompanhar as m es no seu percurso di rio geralmente longo e sinuoso ficando retidos nos curveiros compartimentos destinados ao abrigo dos cabritos durante a fase de aleitamento tornando necess rio proceder di riamente ao afilhamento que consiste em juntar o cabrito com a respectiva m e para amamenta o Fonseca et al 1999 Com as particularidades referidas os sistemas de produ o caprina em regime extensivo est o mais limitados quer pela sua rea de dispers o tendo em conta o predom nio da peneplan cie Alentejana quer pelas especificidades de maneio que restringem a m o de obra di
253. ta estabelecer padr es fundamentados em resultados obtidos e divulgados Procede se de seguida caracteriza o do ecossistema Montado evidenciando a integra o de m ltiplos sub sistemas que necessariamente ter o que manter um equil brio para que as respectivas interac es n o comprometam o funcionamento do ecossistema A multidiversidade e a multifuncionalidade s o patentes na descri o dos diversos sistemas de produ o e identificados os respectivos produtos Entrando na an lise ao ecossistema come a se pelos aspectos t cnicos destacando se o papel que dois projectos de experimenta o tiveram na concretiza o de diversos estudos desenvolvidos ao longo de oito anos Atrav s de um delineamento experimental que permitiu estudar a evolu o da pastagem sujeita a um processo de melhoramento conjugado com o comportamento do animal em pastoreio foi poss vel obter resultados no dom nio do melhoramento de pastagens da pecu ria extensiva e da evolu o do solo Estes conhecimentos adquiridos ao n vel da experimenta o associaram se aos estudos de gest o da explora o nomeadamente no dom nio do controlo da flora arbustiva e da preserva o da componente arb rea A integra o das diversas tecnologias analisadas conduziu Rota o do Montado como base estruturante da gest o do ecossistema Salienta se o papel desempenhado pelas culturas forrageiras com duplo efeito na preserva o do solo e como complemento al
254. te 95 5 e 62 4 colmeias por apicultor e Dimens o m dia de 2 1 api rios por apicultor encontrando se as regi es da Beira Interior do Alentejo e do Algarve acima da m dia nacional com respectivamente 2 5 2 8 e 4 7 api rios e Api rios com 36 4 colmeias sendo as regi es da Beira Interior de Tr s os Montes do Alentejo e do Algarve as que se encontram acima da m dia com particular destaque como j foi referido para o Algarve e o Alentejo e A dimens o m dia do apicultor portugu s de 36 colmeias por apicultor 106 e Os apicultores n o profissionais no seu conjunto representam 95 9 do total de apicultores portugueses e det m 59 6 do total de colmeias dimens o m dia de 22 6 colmeias por apicultor e No que respeita aos apicultores profissionais representam apenas 4 1 do n mero de apicultores apenas 625 apicultores e em contrapartida det m 40 4 do efectivo total dimens o m dia de 358 colmeias por apicultor e O Alentejo que det m 9 Associa es de Apicultores caracteriza se por o 47 2 dos apicultores t m menos de 25 colmeias e representam apenas 8 8 das colmeias dimens o m dia de 11 6 colmeias por apicultor o 8 7 dos apicultores t m mais de 150 colmeias e representam 51 7 das colmeias dimens o m dia de 372 colmeias por apicultor Para elabora o da conta de cultura da actividade ap cola os autores entraram com uma produtividade de 9 Kg de mel por colmeia de apicult
255. te dos de pot ssio K20 e de f sforo P205 em cada tratamento 125 Gr fico 12 Conte do de pot ssio K20 e de f sforo P205 em cada tipo de pastoreio 0AS Rsa E a a E ca DR Eae a E 125 Gr fico 13 Conte do de pot ssio K20 e de f sforo P205 ao longo dos anos 126 Lista de Quadros Quadro 1 Principais amea as ou degrada es que afectam os distintos subsistemas que constituem o Montado 20 Quadro 2 Resultados das m dias desvio padr o e n vel de signific ncia P para os principais efeitos tratamento pastoreio ano e repeti o da vari vel Mat ria Seca MS Na parte inferior est indicada a signific ncia das interac es 25 Quadro 3 Resultados da an lise de vari ncia e m dias seguidas de desvio padr o para os Principais efeitos das vari veis Gram neas Leguminosas e Outras antes do pastoreio e Gram neas Leguminosas e Outras ap s o pastoreio Na parte inferior est a signific ncia das interac es e do modelo Quadro 4 Resultados das an lises de vari ncia m dia seguidas de desvio padr o para os efeitos principais das vari veis Prote na Bruta PB Fibra Neutro Detergente NDF Fibra Acido Detergente ADF Lenhina Acido Detergente ADL C lcio Ca
256. te contexto surgiu a rota o de culturas como o factor estruturante da agricultura mediterr nica 56 Esta pr tica ancestral explica se tecnicamente pelo conhecimento agron mico das culturas de forma a compensar o meio ambiente pelas ac es mais agressivas provocadas por determinadas interven es culturais Como existem outras cujos itiner rios t cnicos e pr ticas culturais se revestem de caracter sticas beneficiadoras que podem anular esses efeitos negativos consegue se manter o equil brio do meio e a renova o dos recursos Como as culturas mais exigentes e agressivas do ambiente est o normalmente associadas a alimentos essenciais para o homem dever o ser sucedidas no espa o e no tempo pelas outras de car cter recuperador para o meio f sico e normalmente de interesse indirecto para o consumo humano para que o balan o final do processo seja positivo nomeadamente sob o ponto de vista ambiental ou seja de recursos renov veis A aplica o destes princ pios ao caso do Montado tamb m n o representa novidade porque j Natividade 1993 apresentava tr s solu es para a resolu o do problema dos inc ndios da utiliza o do fruto pela pecu ria e do aproveitamento da pastagem e Ro a peri dica do mato e sua transforma o em mulch ou manta morta e Corte fragmenta o e enterramento simult neos do mato por processos mec nicos desmata o seguidos de sementeiras de cobertura e Enrelvamento
257. tes possuem dois flagelos que lhes confere mobilidade e portanto a possibilidade de infectar novas plantas Contudo o solo desempenha um papel muito importante neste processo visto que a que o fungo desenvolve todo o seu ciclo de vida Assim solos cidos com baixos teores de nutrientes de mat ria org nica M O e com deficiente drenagem favorecem a doen a Segundo Carvalho 2007 apenas a cobrilha Coroebus undatus constitui praga significativa originada por insecto sendo em geral combatida pela elimina o do mato onde se abriga e pela destrui o das larvas por ocasi o da extrac o da corti a Estas constroem galerias na superf cie externa do entrecasco conjunto de tecidos situados entre a corti a e a madeira provocando exsuda es de resina debilitando a rvore e principalmente fazendo baixar o valor econ mico da corti a atacada pela cobrilha que considerada como refugo Pereira 2008 O decl nio do sobreiro e da azinheira na Andaluzia em Espanha foi motivo de estudo por um grupo de trabalho que produziu um documento de s ntese editado pela Consejeria de M dio Ambiente da Junta de Andalucia Navarro et al 2004 Os autores concluem que o processo de decl nio dos Quercus pode entender se como uma doen a de etimologia complexa onde as secas poder o representar o principal factor abi tico estimulante mas existindo pelo menos um agente biol gico virulento factor bi tico respons vel pela de
258. tivo da cultura nestas condi es permitir a sua utiliza o para pastoreio no in cio do Inverno Representa um complemento muito importante para os sistemas de produ o animal em regime extensivo j que a produ o de biomassa proveniente da pastagem escassa nesta fase e a disponibiliza o da biomassa proveniente da cultura forrageira vem reduzir o consumo de alimentos conservados os quais al m de aumentarem os custos de produ o t m sempre menor valor nutritivo T cnica e economicamente o duplo papel que a desmata o cultura forrageira representa na gest o eficiente do ecossistema e que foi praticado nas duas 38 explora es descritas revela que o controlo biol gico s tem efeitos a m dio longo prazo pelo que dever ficar reservado para as situa es de inacessibilidade de m quinas ou zonas marginais para a produ o agr cola onde a intensifica o tem baixo retorno em virtude da baixa produtividade caso das zonas de serra A utiliza o de corta matos justifica se para situa es de mato recente isto para o caso de opera es de limpeza de mato pouco eficientes porque o banco de sementes no solo das esp cies arbustivas elevado e os encabe amentos praticados n o s o suficientes para controlar o seu r pido crescimento Nesse sentido e no caso de o solo n o necessitar de mobiliza o o nico objectivo da opera o atrasar o desenvolvimento do mato possibilitando a instala o
259. totais 10 9 nd 11 3 nd 7 7 3 5 Taninos 9 4 nd 8 0 nd 3 5 5 2 condensados 1 2 Mat ria seca 3 equivalentes de acido t nico em mat ria seca 4 equivalentes de catequina em mat ria seca NDF fibra neutro detergente ADF fibra cido detergente ADL lenhina cido detergente DMS digestibilidade da mat ria seca DMO digestibilidade da mat ria org nica nd n o determinado Dentinho et al 2005 Ao analisar os resultados obtidos por Dentinho et al 2005 que se encontram reunidos no Quadro 9 verifica se que a esteva e a rama de azinheira s o alimentos nutritivamente muito pobres apresentando baixa digestibilidade da mat ria seca e da 52 mat ria org nica e um elevado teor de constituintes parietais NDF ADF e ADL A concentra o de lenhina ADL nas paredes celulares muito elevada principalmente na rama de azinheira 14 7 MS Este composto a lenhina indigest vel e um grande obst culo utiliza o de outros compostos nomeadamente celulose hemicelulose e prote na pois forma com eles liga es est veis tornando os indigest veis Os taninos condensados tal como a lenhina s o compostos fen licos que se encontram em elevadas quantidades tanto na esteva como na rama de azinheira e t m como principal caracter stica formarem complexos est veis com as prote nas S o normalmente considerados compostos anti nutritivos pois quando presentes nas plantas em
260. tras tantas esp cies de r pteis e anf bios Ainda que pontualmente e realmente raras porque seriamente amea adas podem aparecer esp cies como a guia de Bonelli a Cegonha Preta o Gato Bravo ou o Lince lb rico Segundo Will amp Rachel Simonson Anexo 1 o Baixo Alentejo apresenta alguns dos melhores exemplos europeus em sistemas de produ o extensivos que s o a continuidade dos sistemas tradicionais de agricultura destas paisagens e dos quais depende muita da biodiversidade na Europa Avaliaram a flora espont nea a maior parte herb cea como uma das componentes da biodiversidade em tr s locais distintos que s o representativos de outros tantos habitats da regi o 1 Sistema agro pecu rio tradicional extensivo de sequeiro mediterr nico do Campo Branco 2 Montado de Azinho de Barrancos e 3 Olival tradicional de Moura Embora se trate de uma breve amostragem da flora do Alentejo foram identificadas 163 esp cies nativas de plantas vasculares nos tr s locais estudados Naturalmente a diversidade gen tica ser superior registada que s poderia ser correctamente avaliada se registada durante a flora o e em distintos anos A lista elaborada Anexo 1 revela contudo a consider vel diversidade gen tica existente nas pastagens e nos afloramentos rochosos obst culos naturais arrifes que proliferam pelas explora es agr colas Os Montados destacam se pela sua riqueza em biodiversidade na medida em que foi poss vel
261. tremamente importantes em termos de empobrecimento selectivo se o r cio for gt 0 004 O estudo da vulnerabilidade do solo para al m das caracter sticas f sicas e conjugado com o pastoreio foi avaliado por Blanco 2004 que em virtude das avalia es baseadas em aspectos nutricionais desenvolveu um sistema baseado em tr s par metros conte do em Carbonato de C lcio do solo exposi o das zonas de declive e cobertura vegetal A metodologia baseou se no levantamento cartogr fico dos solos a n vel da explora o e do mapeamento do maneio do pastoreio praticado anualmente O cruzamento destes mapas a que se sobrep em os dados obtidos atrav s da determina o das an lises de terra produz uma avalia o de resultados que se traduz num mapa do pastoreio extensivo sustent vel figura 11 em que as v rias unidades ou parcelas da explora o sujeitas a pastoreio aparecem distribu das por cargas instant neas que variam de muito baixas a moderadas Trata se de um sistema de aplica o das novas tecnologias no dom nio dos Sistemas de Informa o Geogr fica SIG aos sistemas extensivos mediterr nicos baseado no conhecimento das produtividades do solo e da pastagem que cruzada com a informa o relativa aos encabe amentos praticados permitir determinar cargas instant neas adequadas ao desenvolvimento do ciclo pratense anual 121 S NTESE CARTOGR FICA AVALIA O DO AMOSTRAGEM E AN LISE MANEIO DO DE RESULTADOS
262. u micas respira o para a atmosfera ou para o mar e a sua reintegra o na M O via assimila o fotossint tica O aumento da concentra o de CO2 na atmosfera ou desequil brio no ciclo antes e ap s revolu o industrial foi cerca de 30 O mesmo autor Correia 2009 refere que a din mica do ciclo do carbono muito vari vel no espa o e no tempo sendo relevante o facto de alguns sistemas naturais constitu rem grandes reservat rios de carbono oceanos mas o dinamismo das trocas activas com a atmosfera controlado sobretudo pela vegeta o e o solo Justifica se portanto porque raz o os ecossistemas com grande biomassa e com o solo pouco perturbado como o caso das florestas ret m o carbono numa escala temporal muito maior na ordem de d cadas e s culos tornando as em larga medida o reservat rio de Carbono mais importante da biosfera em termos globais e representando assim um dos pontos importantes no debate do ciclo global do Carbono e respectivos impactes nas altera es clim ticas A complexidade do ecossistema Montado envolvendo tr s estratos de vegeta o dificulta a avalia o da capacidade global de sequestro de carbono pelo que os trabalhos apresentados s o efectuados sobre estratos distintos arb reo e herb ceo Gallardo amp Gonz lez 2004 quantificaram o sequestro de carbono em tr s locais de floresta mediterr nica Navasfrias NF Villasrubias VR e Fuenteguinaldo FG de Quercus pyrenaica n
263. ues P 2008 A Re valoriza o da Ra a Su fna Alentejana como um recurso de excel ncia do Montado http www pluridoc com Site FrontOffice default aspx Module Files FileDescription amp lD 18678 amp lang pt Rosa T 2006 Ser competitivo Jor Pessoas e Lugares Anima o da rede Portuguesa Leader Il s rie n 40 pp 3 Salgueiro J 2005 Ervas Usos e Saberes Plantas Medicinais no Alentejo e outros Produtos Naturais ed COLIBRI Silva J S amp Salvado A L 1995 Extensive meat production systems in the south of Portugal the Merino Branco breed Pub EAAP n 74 pp 51 56 Sousa F D 2005 Panorama da comercializa o e cultivo das plantas arom ticas e medicinais em Portugal in Plantas e Saberes No limiar da Etnobot nica em Portugal org Moreira A amp Fernandes M ed COLIBRI pp 55 62 Tinoco amp Pestana M 2008 A qualidade da corti a versus modalidades de gest o do montado de sobro na regi o de Set bal Rev Vida Rural n 1738 ano 56 pp 30 32 Valag o M M amp Silva J G 2006 Natureza Gastronomia e Lazer um itiner rio pelas ervas silvestres alimentares do Alentejo in Livro de Resumos do Semin rio realizado em 24 11 2006 no IPB org L Carvalho amp R Borralho www naturlink pt pp 15e 16 118 V Sustentabilidade Ambiental A agricultura do s culo XXI caracteriza se pela altera o paradigm tica da fun o exclusivamente
264. ulta de 500kg de peso vivo a carga instant nea ser de 3 6 CN ha 22 Os per odos de pastoreio foram entre 5 a 15 dias conforme a esta o e a produ o de pastagem com intervalos de 2 a 3 meses de forma a englobar as diversas esta es do ano Primavera Outono e Inverno A prefer ncia dos animais pelos diferentes tratamentos foi registada durante 4 dias dentro dos per odos de pastoreio com observa es di rias de 10 em l0 minutos durante dois per odos de duas horas um pela manh e outro ao fim da tarde O hor rio das observa es foi escolhido de forma a abranger simultaneamente em cada esta o o per odo de pastoreio de todas as esp cies que naturalmente diverso e inconstante ao longo do ano Para se registarem as presen as de animais nos v rios talh es de indiv duos de esp cies diferentes bovinos ovinos e caprinos houve a necessidade de reduzir a uma unidade comum dos animais em estudo vaca adulta da ra a Mertolenga Assim o registo de presen as animais indiv duos foi multiplicado pelo respectivo peso vivo e o valor encontrado dividido pelo peso vivo m dio da vaca adulta do ensaio Antes da entrada dos animais nos ensaios foi efectuado o levantamento da composi o flor stica da pastagem em Gram neas Leguminosas e Outras Esp cies atrav s do m todo de Levy Point Foram efectuadas 4 determina es por talh o e em cada uma foi recolhida uma amostra da pastagem contida num rect ngulo de 0 1 m
265. urlink Surgiu o conceito de Paisagem Rural integrado no agro turismo a que se agregou um atributo de multifuncionalidade bastante mais abrangente que o associado agricultura e que abre a porta explora o deste recurso por muitos mais actores Esta uma nova interpreta o do papel da agricultura e consequentemente do agricultor como participantes activos no desenvolvimento rural de um espa o que tende a converter se cada vez mais num espa o de consumo turismo e menos num espa o de produ o Correia 2007 114 O semin rio terminou com uma apresenta o de Pinto 2007 do Parque de Natureza de Noudar como um projecto de natureza agro ambiental que se desenvolve na herdade da Coitadinha em Barrancos a uns escassos Kms do Per metro Florestal da Contenda onde se desenrolaram os projectos e estudos relacionados com o Montado e a pecu ria extensiva que foram apresentados e discutidos destacando este ecossistema como um modelo de eco turismo Em qualquer dos encontros referidos n o encontr mos elementos que apresentassem resultados econ micos relacionados com este produto que integra a produ o multifuncional do ecossistema Montado Os elementos de car cter econ mico que conhecemos dizem respeito a uma Unidade de Agro Turismo familiar que inici mos em 1993 foi ali s uma das visitas efectuadas durante o simp sio de 1993 que consistiu na recupera o a adapta o de depend ncias agr colas devolutas ocupa
266. ust veis f sseis o crescimento demogr fico a protec o das gera es futuras e o com rcio mundial A agricultura surge profundamente envolvida em cada um destes cen rios pelo que o conceito de Agricultura Sustent vel resultou do debate sobre a forma de incrementar progressivamente a produ o para satisfazer a necessidade de alimentos e fibras a uma popula o crescente conservando no entanto os recursos utilizados para tal fim Nesta perspectiva o conceito integra tr s objectivos fundamentais 1 Conserva o dos recursos naturais e protec o do meio ambiente 2 Viabilidade econ mica 3 Equidade social Mason 2003 diz nos que Agricultura Sustent vel tem significados diferentes para diferentes pessoas partilhando contudo a preocupa o na preven o da degrada o em algum aspecto da explora o Define o sistema como uma filosofia e nesta perspectiva impele o agricultor a trabalhar com processos naturais para conservar recursos como o solo e a gua ao mesmo tempo que minimiza os res duos e o impacto ambiental Simultaneamente o agro ecossistema torna se resiliente auto regulado e mant m se economicamente Considera que os sistemas agr rios com baixa introdu o de factores de produ o inputs s o necess rios para a sustentabilidade sistemas extensivos Barros amp Ramos 2003 definem o conceito de agricultura intensiva ou convencional como os sistemas de agricultura dominantes do s culo X
267. utividade do estrato herb ceo e optimizar o sequestro de carbono global do ecossistema A discuss o geral da componente econ mica indexada aos diversos produtos do ecossistema Montado apresentados e discutidos no cap tulo IV inicia se pela corti a que representa sem d vida a fonte de receita do sector prim rio mais importante para o Pa s e consequentemente para a explora o do Montado A conta de cultura foi efectuada para uma rea m nima de viabilidade econ mica de uma explora o exclusivamente dedicada produ o de corti a e que conduziu ao valor m dio final de 273ha que de acordo com as defini es apresentadas se trata de um produtor florestal e n o de uma explora o de Montado Focando a discuss o neste caso com todas as implica es que isso sup e aus ncia de outro tipo de produtos sistemas estimativas da produ o de corti a densidade de rvores ha etc o factor sem d vida mais importante ser o pre o do produto No momento em que estamos a elaborar este trabalho os pre os praticados 27 70 segundo CIB 2008 ainda se situam dentro do pre o m dio utilizado 20 D para os c lculos efectuados mas a crise que o Pa s e o Mundo atravessam fez com que a retrac o na tiragem de corti a possa ter atingido valores a rondar os 50 O que se pode constatar ou prever ser que o mercado da rolha que actualmente garante cerca de 70 do destino final da corti a de acordo com o gr fico 18 apresentado
268. ve ocorrer na Primavera quando as condi es do terreno oferecem as melhores oportunidades para a rentabiliza o do esfor o e desgaste resultante do trabalho das m quinas Por outro lado deve ser efectuada antes da produ o de semente das esp cies a controlar cist ceas que se caracterizam normalmente por produzirem sementes duras em quantidade e elevado grau de dureza e sempre antes de secarem em virtude da alta combustibilidade Como se aplica em situa es de grande desenvolvimento da flora arbustiva representa uma medida preventiva contra os inc ndios que t m vindo a aumentar acentuadamente nos ltimos anos necessariamente devido ao abandono da actividade agr cola A cultura forrageira associada desmata o dever ser instalada antes do in cio das primeiras chuvas outonais para que a emerg ncia das sementes ocorra precocemente A prepara o do solo para a sementeira a efectuar nesta poca do ano s poss vel de forma eficaz se anteriormente tiver ocorrido a mobiliza o inicial do solo Caso contr rio a falta de humidade no fim do ver o n o permitir o trabalho das alfaias havendo necessidade que as primeiras chuvas alterem a estrutura do solo Cumprindo anualmente estas regras de actua o a cultura forrageira estar devidamente instalada em Outubro Novembro evitando processos de eros o quando normalmente ocorrem as precipita es elevadas do Outono Inverno Por outro lado o desenvolvimento vegeta
269. xplora o para diferenciar de outros sistemas de produ o j organizados na respectiva fileira produtiva 108 A organiza o da fileira encontra se numa fase de arranque que passa pelo levantamento do respectivo potencial produtivo sendo incipientes neste momento os resultados econ micos conhecidos para o sector Nesse sentido decorreu em Beja em Novembro de 2006 um semin rio sob a tem tica Plantas Arom ticas e Medicinais Sua Utiliza o e Conserva o que foi editado por Carvalho amp Borralho 2006 onde os diversos intervenientes referiram e No que se refere an lise gen tica e molecular das PAM e ao desenvolvimento de estrat gias biotecnol gicas que modifiquem o seu metabolismo para a produ o de compostos com valor comercial encontramo nos numa fase inicial Ascens o 2006 e O desenvolvimento de estudos aprofundados sobre as esp cies consideradas poder o contribuir para uma valoriza o das mesmas permitindo o seu aproveitamento medicinal e contribuir consequentemente para a sua preserva o Gomes 2006 e A Regi o Mediterr nica rica em esp cies arom ticas e medicinais constitui um dos principais Centros de Diversidade identificado por Vavilov o local onde habitam cerca de 25000 esp cies de plantas predominante das Fam lias Labiatae Umbelliferae e Compositae Barata amp Farias 2006 e A ERVITAL uma pequena empresa com sede e actividade na regi o do Mo

Ecossistema Montado Um modelo de Sustentabilidade José Mira

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