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Cooperação internacional para o desenvolvimento

1. Vers o Provis ria assim no seguimento natural de outras iniciativas sempre animadas do mesmo esp rito de unidade mas claramente eivadas de voluntarismo pol tico at agora pouco consequente Em todo o caso e como diria o poeta Ant nio Machado o caminho faz se caminhando A NePAD ou Nova Parceria para o Desenvolvimento de Africa A NePAD foi lan ada com pompa e circunst ncia em Abuja Nig ria em 2001 tendo da resultado que os dirigentes de cinco pa ses Arg lia Egipto Nig ria Senegal e frica do Sul foram mandatados para elaborarem um programa estrat gico indicativo e integrado que conduzisse quilo a que se veio de imediato a chamar de Renascen a Africana De acordo com os seus arquitectos ou pais fundadores a NePAD procura ser simultaneamente uma vis o e um enquadramento estrat gico tendo em vista uma s rie de programas medidas e pol ticas desenvolvidas em frica e por Africanos e tendo como pano de fundo uma revolu o nas pol ticas de desenvolvimento social e econ mico at agora seguidas relativamente no continente africano O documento sustentando aquele plano de orienta o estrat gica foi formalmente adoptado pela OUA na sua 37 Cimeira realizada em Lusaka Z mbia Entretanto a NePAD tem raizes nas ideias e propostas avan adas por diversos dirigentes africanos designadamente o chamado Plano mega do Presidente Abdoulaye Wade do Senegal a ideia de uma Renascen a
2. o que nos diz o Banco Mundial e algumas das ag ncias das Na es Unidas Produ o e Consumo de Energia e Meio Ambiente A Comiss o Brandt foi a primeira inst ncia global com um mandado institucional das Na es Shttp www mtholyoke edu acad intrel ipe exdebt htm 7 Em particular naqueles mais propensos a diversos malabarismos financeiros Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Unidas a chamar a aten o para as interliga es entre o desenvolvimento econ mico mundial e os seus efeitos sobre o meio ambiente global O Relat rio Brundtland 1987 e a Cimeira do Rio 1992 ao colocarem no centro das discuss es de um qualquer projecto de planeamento global a ideia de sustentabilidade devem tamb m ser considerados como extens es elaboradas com base nas propostas da Comiss o Brandt As conclus es a que se chegou nessas inst ncias levaram a que no Protocolo de Kyoto se exigia das 37 pa ses mais industrializados que at o ano 2012 reduzissem as suas emiss es de di xido de carbono e de outros gases com efeitos de estufa para 5 2 abaixo dos n veis de 1990 No entanto apesar desses aparentes progressos o objectivo b sico e primordial do investimento directo estrangeiro nos pa ses em desenvolvimento ou nos pa ses de origem das empresas que projectam esse investimento continua a ser o da maximiza o dos lucros dando assim prioridade ao crescimento dos montantes de neg cio em detrimento d
3. Pol tica de emprego Administra o laboral Legisla o do trabalho e rela es laborais Condi es de trabalho Desenvolvimento de gest o Cooperativas Seguran a social Estat sticas laborais e seguran a e sa de no trabalho Em 1944 luz dos efeitos da Grande Depress o dos anos Trinta e na sequ ncia da Segunda Guerra Mundial a OIT adoptou a Declara o de Filad lfia em anexo sua Constitui o Sendo o Trabalho a mais nobre actividade da esp cie humana sem d vida aquela que mais claramente a distingue das outras esp cies essa Declara o antecipou e serviu de modelo para a Carta das Na es Unidas e para a Declara o Universal dos Direitos Humanos Em 1969 na data do seu 50 anivers rio a Organiza o foi agraciada com o Pr mio Nobel da Paz No seu discurso o presidente do Comit do Pr mio Nobel afirmou que a OIT era uma das raras cria es institucionais das quais se podia orgulhar a ra a humana Em 1998 ap s o fim da chamada Guerra Fria foi adoptada a Declara o da OIT sobre os Princ pios e Direitos Fundamentais no Trabalho Este documento uma reafirma o da obriga o universal de respeitar promover e tornar realidade os princ pios reflectidos nas Conven es fundamentais da OIT ainda que n o tenham sido ratificados pelos Estados Membros Desde 1999 a OIT continua a trabalhar pela promo o dos seus valores e objectivos em prol de uma agenda social que v
4. o Hist rica Come amos por sublinhar que n o subscrevemos de todo a tese em tempos muito divulgada de que os povos africanos eram povos sem hist ria Pode argumentar se a esse respeito que se trata de uma tese com contornos de caracter euroc ntrico na medida em que n o s foi formulada por autores europeus como se refere ideia de hist ria como conjunto de registos documentais escritos No entanto a esse respeito a quest o que aqui se nos coloca uma outra Referimo nos especificamente ao modo como a regi o da frica Subsahariana veio a ser integrada ou Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria simplesmente inserida no sistema mundo Por outras palavras ao modo como em particular ao longo dos ltimos s culos a frica Subsahariana se relacionou com outros povos e regi es Temos em primeiro lugar a considerar o facto incontorn vel de que a regi o da frica Sub Sahariana por muito marginalizada que seja suposta estar relativamente economia global est inserida num sistema mundo nico e de dimens o planet ria N o h como fugir ou ignorar essa realidade simples e comezinha Assim sendo importa analisar com um m nimo de detalhe a forma como a regi o da frica Sub Sahariana veio a ser integrada no sistema mundo hoje globalizado Segundo a perspectiva mais comum apresentada pelos te ricos da escola do sistema mundo e das teorias da depend ncia a frica Sub Sahariana foi integrada no sistem
5. o de assist ncia t cnica aos pa ses em desenvolvimento No in cio dos anos Sessenta a situa o periclitante dos pa ses menos desenvolvidos relativamente aos volumes do com rcio internacional levaram muitos destes pa ses a solicitar a realiza o de uma confer ncia mundial sobre o tema do com rcio e o desenvolvimento Veio da a resultar a actual CNUCED ou UNCTAD na sigla em Ingl s sendo de assinalar tr s fases na sua evolu o 1 D cadas de Sessenta e Setenta proemin ncia do papel como um f rum de discuss o entre os pa ses do Norte e os pa ses do Sul f rum esse onde se discutia a necessidade de uma Nova Ordem Econ mica Internacional Foi tamb m no mbito dessas discuss es que nasceu o impulso para a adop o do objectivo de 0 7 como n vel a atingir nos contributos da APD por parte dos pa ses mais desenvolvidos assim como uma primeira listagem dos pa ses menos desenvolvidos 2 A d cada de Oitenta foi o per odo da grande transforma o no paradigma do desenvolvimento com a emerg ncia do predom nio quase absoluto da ideia de trade not aid em que o conceito de investimento directo estrangeiro por parte das empresas privadas era suposto substituir com vantagem as pr ticas de Ajuda P blica ao Desenvolvimento Aumentou de forma exponencial a interdepend ncia econ mica das diversas regi es e pa ses do mundo com por um lado o acelerar do movimento de deslocaliza es e por outro
6. o dos processos de desenvolvimento iniciados j quase h cerca de meio s culo estagna o essa que acaba tamb m por estar associada a uma profunda desestrutura o das sociedades africanas Teremos assim que constatar quer pela sua dimens o quer pela sua hist ria e dada a dimens o relativa e comparada dos processos em presen a que estas sociedades se encontravam insuficientemente preparadas para a dimens o dos choques entretanto ocorridos a n vel da economia global De entre esses choques da economia global haver que assinalar os chamados choque Nixon em 1971 com o abandono do chamado padr o ouro por parte do governo norte americano e o choque do petr leo em 1973 e que levou a que em 1974 os pre os do petr leo tivessem praticamente quadruplicado em rela o aos n veis anteriores Todo o drama recorrente do chamado problema da d vida tem origem nesses dois choques Deve no entanto salientar se que esses choques antes de serem causa do que quer que seja s o efeitos de uma crise sist mica de causas mais profundas Em todo o caso o grau de imprepara o das economias africanas relativamente dimens o destes choques pode ser aferido se compararmos as dimens es relativas de cada um dos pa ses africanos e as dimens es das grandes MNC s que como veremos s o quem tem determinado no fundamental o comportamento da economia global Em resumo e no que diz respeito evolu o da realidade
7. o e gua benta cada qual toma a que quer 34Na natural presun o de que ningu m seria mais qualificado do que os franceses para o fazer Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Estado portugu s n o andar o propriamente a gabar se pelos corredores ou salas de reuni es da diplomacia internacional de um qualquer e eventual melhor conhecimento dos problemas africanos Segundo diversas afirma es da parte de insuspeitos dirigentes africanos os cidad os portugueses tender o antes a adoptar um posicionamento de cumplicidade como se estivessem combinados com os dirigentes africanos para melhor obter quaisquer benef cios da parte de terceiros Esta palavra cumplicidade entre africanos e portugueses foi mesmo j e de modo expl cito utilizada por um embaixador de um pa s africano em Lisboa numa confer ncia internacional realizada h uns anos atr s Partindo da hip tese de que vi vel ou cred vel este arremedo de demonstra o de uma eventual e potencial vantagem competitiva da coopera o portuguesa no mercado internacional da ajuda ao desenvolvimento justifica se ent o que se coloque uma outra e prosaica quest o O que fazer a esse respeito se que alguma coisa Ou ent o at que ponto que os actores sociais agentes da coopera o portuguesa estando ou n o conscientes dessa potencial posi o fazem de facto no desempenho regular das suas actividades de coopera o Ta
8. o esperamos ajudar a criar as condi es que h o eventualmente conduzir liberdade pessoal e felicidade para toda a humanidade Tal como resulta de uma leitura minimamente atenta do discurso do Presidente Truman os quatro pontos do seu programa podem assim resumir se a 1 o desenvolvimento dever resultar de um esfor o colectivo da comunidade das na es a ser conduzido no mbito das Na es Unidas 2 os Estados Unidos prop em se continuar os seus programas de reconstru o econ mica em todo o mundo 3 os Estados Unidos propunham se continuar a apoiar os pa ses amantes da liberdade contra os perigos da agress o e 4 os Estados Unidos deveriam arrancar com um novo e ambicioso programa de partilha dos seus conhecimentos cient ficos e tecnol gicos para benef cio dos pa ses menos desenvolvidos Grande parte do discurso academicamente correcto das duas ltimas d cadas de cr tica a um discurso alegadamente cientista do desenvolvimento dever se a esta nfase do presidente Truman relativamente import ncia da ci ncia e da tecnologia para acelerar o processo hist rico de crescimento econ mico e desenvolvimento social dos pa ses subdesenvolvidos Como um tal processo de crescimento e desenvolvimento falhou at agora de forma clamorosa grande a tenta o de culpar o conhecimento cient fico de origem europeia a ci ncia moderna considerada como euroc ntrica e fazer apelo a uma renovada valoriza o do
9. Em primeiro lugar o Jap o constitu do por um arquip lago de ilhas montanhosas e vulc nicas cerca de 1500 terramotos por ano e com escassos recursos minerais Com pouco mais do que 375 000 quil metros quadrados de superf cie menos de 70 da superf cie de Fran a tem que sustentar cerca de 125 milh es de habitantes com pouco mais do que 45 000 quil metros quadrados de superf cie agr cola metade da totalidade do territ rio portugu s No entanto no que diz respeito ao ndice de Desenvolvimento Humano o Jap o ocupa o oitavo lugar numa lista de 166 pa ses tendo sua frente apenas alguns pa ses de muito menor dimens o demogr fica como s o os casos da Isl ndia Noruega Su a Irlanda ou Su cia Tem tamb m sua frente a Austr lia e o Canad pa ses de dimens o continental e muito pouco povoados De resto est frente de pa ses como a Fran a a Alemanha ou os Estados Unidos Todos eles pa ses com mais e melhores recursos naturais como se pode confirmar em qualquer manual de geografia econ mica A quest o fundamental que ent o aqui se levanta a de determinar de onde vem toda essa riqueza A origem da riqueza social quer sob a forma de valores de uso quer sob a forma de valores de troca perspectiva predominante no regime do sistema capitalista um dos temas pol micos da an lise econ mica quer considerada de um ponto de vista do marginalismo neoliberal quer considerada de um ponto de vista da ab
10. Introdu o Teoria Geral da Administra o de Idalberto Chiavennato 2011 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Grupos dispersos Comunalismo ou comunismo primitivo Economia de subsist ncia e reciprocidade Crescimento Tribos Imp rios regionais tributa o Desagrega o de Imp rios Feudalismos Renascen a Iluminismo Revolu o Ideia Civilizacional Euroc ntrica Mercantilismo Capitalismo a motiva o do lucro e acumula o Marx e o impulso progressista do Capital EXPANS O planet ria do Sistema Mundo Confer ncia de Berlim e partilha de frica Grande Guerra Mundial Revolu o Bolchevique Perigo Comunista GRANDE DEPRESS O Segunda Guerra Mundial Reconstru o Perigo Comunista Plano Marshall e Ajuda ao Desenvolvimento Conten o da expans o comunista Ajuda preferencial e selectiva Colapso do mundo sovi tico Regress o da Ajuda P blica ao Desenvolvimento Representa o muito esquem tica da evolu o hist rica do sistema mundo Uma outra e fundamental quest o ainda a assinalar na obra de Rodney at pelas suas m ltiplas e justificadas refer ncias sofistica o das artes designadamente a escultura entre os muitos artes os africanos naqueles referidos reinos ou imp rios a sua quase total n o refer ncia ao papel da imprensa e dos livros no processo de acumula o e desenvolvimento As duas ou tr s refer ncias que faz s o justamente relativas ao
11. cabe a Quatro milh es de escravos exportados pela via do Mar Vermelho outros quatro milh es pelos portos Swahili do Oceano ndico talvez tantos quanto nove milh es ao longo das rotas das caravanas trans saharianas e onze a vinte milh es depende dos autores atrav s do Atl ntico Como evidente verdade que foram dezenas de milh es de trabalhadores arrancados a uma actividade minimamente produtiva nas suas pr prias terras e em benef cio das suas pr prias comunidades Mas tamb m n o deixa de ser verdade que foram dirigentes africanos que na esmagadora maioria dos casos se empenharam na captura e venda desses milh es de trabalhadores escravizados No que diz respeito ao com rcio com destino s Am ricas a responsabilidade pelo com rcio de escravos africanos de origem ou sob controle de na es europeias reparte se em n meros redondos pelos seguintes pa ses Pa s de origem dos traficantes de escravos Estimativa Inglaterra e Estados Unidos 6 000 000 Portugal e Brasil 4 500 000 Espanha 1 500 000 Fran a 1 200 000 Dinamarca 50 000 Outros 50 000 De acordo com algumas estimativas certamente que muito rudimentares a popula o da Europa incluindo a R ssia seria em 1450 na ordem dos 70 a 80 milh es enquanto que a popula o da regi o da frica Subsahariana seria na mesma altura de aproximadamente 50 milh es de habitantes Al m disso haver aqui que considerar os desertos em particular o Saara o qual fu
12. o Nesse contexto dir se que um dos grandes desafios que hoje se colocam aos Estados s grandes empresas e s ONGDs ser o de encontrar formas institucionais politicamente correctas de fazer fluir para os pa ses menos desenvolvidos novos e crescentes fluxos de ajuda ao desenvolvimento De acordo com a ideologia neoliberal n o ser necess rio fazer o que quer que seja as miraculosas for as do mercado se encarregar o de fazer aparecer os sinais indicativos de onde est o as oportunidades de investimento e logo para l se dirigir o em busca de uma merecida e almejada rentabilidade os fluxos de investimento directo estrangeiro J de acordo com a ideologia do Estado desenvolvimentista pelo contr rio as miraculosas for as do mercado acabar o sempre por ficar inertes e precisam de serem empurradas em direc o a oportunidades potenciais ou apenas em ambri o Seja como for o Professor Richard Robbins 2010 aponta v rias raz es para o crescimento do mundo das ONGDs ao longo da d cada de Noventa por um lado o fim da guerra fria permitiu uma maior facilidade de movimentos e actua es por parte de organiza es n o governamentais um pouco por todo o mundo Por outro lado a revolu o nas tecnologias da informa o e comunica o muito em particular a emerg ncia do fen meno Internet deu origem ao aparecimento de redes sociais de mbito global Depois haver a considerar o aumento de recursos financeiros
13. o nacional moderniza o do Estado e industrializa o da economia at nem foram mal sucedidos S o bastantes e conhecidos os casos de aproveitamento eficaz das rendas de explora o mineira ou de planta o agro industrial para produzir a n vel local melhoramentos significativos no que diz respeito ao capital humano capital f sico e estruturas de administra o p blica Pelo menos at se ter atingido escala global agregada da economia mundial o j referido e incontorn vel ponto de viragem sist mica no comportamento da taxa de lucro Considerando as condi es de partida de uma quase inexist ncia das mais b sicas e rudimentares infra estruturas f sicas e humanas necess rias a qualquer processo de desenvolvimento aquilo que provavelmente tamb m ser amos levados a concluir que data dos mais claros sinais da crise meados dos anos Setenta o processo hist rico de acumula o em frica estava ainda numa fase suficientemente incipiente para que as economias africanas tivessem sido capazes de minimamente resistir aos efeitos da mudan a O caso da frica do Sul distinto justamente porque o processo de acumula o at por via dos spill over effects da explora o mineira estava a muito mais adiantado Utilizando o jarg o da cibern tica aquilo que Samir Amin chama de economias autocentradas dir se o subsistemas com elevado grau de retroac o positiva Por outras pa
14. o para metade da pobreza e da fome 2 Acesso universal educa o prim ria 3 Promo o da igualdades entre os g neros 4 Redu o da mortalidade infantil 5 Melhoria da sa de materna 6 Combate ao HIV SIDA mal ria e outras doen as 7 Promo o da sustentabilidade ambiental 8 Estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento Deve desde logo assinalar se que todos estes objectivos s o como seria de esperar um desafio extremamente ambicioso lan ado comunidade internacional em particular se considerarmos as condi es objectivas da situa o de partida Tendo sido proclamados em 2000 como metas concretas a atingir at 2015 for oso desde j reconhecer que na pr tica muito prov vel pode mesmo dizer se que mais uma vez certo que nenhuma daquelas metas venha a ser alcan ada 3 Como se a transposi o para um n vel social econ mico cultural e pol tico completamente distinto de aplica o fosse apenas uma quest o de detalhe De facto uma coisa a aplica o da gest o por objectivos aplicada a uma qualquer empresa com um corpo decisor claramente definido e com poderes efectivos de implementa o das decis es outra coisa ser a defini o de uma s rie de Objectivos para serem atingidos por um grupo heterog neo de actores sociais a maior parte sem os meios adequados nem a capacidade administrativa institucional ou pol tica para os alcan ar Guilherme da Fonseca Statte
15. perfeitamente leg timo suspeitar que a inven o desta nova palavra se deva a uma inten o expl cita ainda que camuflada de diminuir o papel regulador do Estado 38 Designadamente a tend ncia para o crescimento das desigualdades na reparti o da riqueza o desemprego maci o ou ainda o esgotamento progressivo de oportunidades de investimento lucrativo Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria tipo de organiza es sociais Muito em especial no que diz respeito ao acesso s diversas oportunidades de promo o pol tica social e econ mica quer no interior dessas burocracias quer nos contactos com os diversos agentes externos e que rotineiramente necessitam de se dirigir administra o p blica No caso das empresas multinacionais haver que ter presente qual a motiva o b sica e fundamental das empresas o lucro sendo que a l gica interna do comportamento empresarial derivada dessa busca incessante do lucro e da sua maximiza o como que empurra as empresas para o seu crescimento e expans o Nessa busca de oportunidades de investimento e de realiza o das vendas dos bens e servi os produzidos para o mercado as empresas procuram normalmente alcan ar e operar em determinadas condi es Desde logo alguma garantia m nima de obter retornos compensat rios dos investimentos feitos ou a fazer Com excep o dos negociantes de armas a esmagadora maioria das empresas procura operar em ambientes de paz c
16. New Partnership for Africas Development Ver em http www nepad org 33 African Peer Review Mechanism Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria empresarial S a partir destas prioridades fundamentais paz seguran a e democracia que seria poss vel a coopera o e integra o regional assim como o concomitante desenvolvimento de capacidades A NePAD proclama em segundo lugar como um grande conjunto de prioridades as reformas pol ticas e aumento de investimento em alguns sectores cr ticos em particular a agricultura o desenvolvimento de recursos humanos sa de educa o ci ncia e tecnologia incluindo capacidades em t cnicas de desenvolvimento Ainda dentro dos sectores cruciais para o desenvolvimento temos a necessidade de investimento na melhoria de infra estruturas designadamente em tecnologias de informa o e comunica o energia transportes gua e saneamento Vem ainda a promo o da diversifica o da produ o mercantil e das exporta es em particular no que diz respeito s actividades agro industriais fabrica o aproveitamento e transforma o local mais valor acrescentado dos min rios e ainda dos diversos relativos protec o do meio ambiente designadamente os recursos do turismo sustent vel Tudo isto exigir um processo consolidado e coerente de integra o regional que possa ventualmente dar origem a mercados internos com dimens o suficiente para jsutificar investimentos em
17. Pa ses N rdicos os quais tenderiam assim a contrariar o factor cultural elevada dist ncia ao poder que parece prevalecer nos pa se africanos analisados po Hofstede Ser interessante sublinhar que uma tal coopera o para o desenvolvimento por parte destes pa ses parece tender a ser orientada para aquilo que normalmente conhecido como desenvolvimento comunit rio local projectos de auto ajuda ou de capacita o de recursos locais ou ainda de apoderamento local mais do que em projectos de refor o da capacita o do Estado O sistema oficial portugu s de coopera o e ajuda ao desenvolvimento pelo contr rio parece ser mais orientado para o desenvolvimento institucional a n vel do governo central ou quando muito governo local Pareceria que enquanto que a Holanda e os Pa ses N rdicos estariam melhor preparados para ajudar as pessoas comuns a ajudarem se a elas mesmas a coopera o portuguesa estaria melhor preparada mas n o necessariamente de forma mais eficaz para ajudar no desenvolvimento institucional dos diversos organismos estatais Parece razo vel que se poderia argumentar em favor de uma eventual e mais produtiva complementaridade na presta o da ajuda para o desenvolvimento Por outro lado n o se pode deixar de sublinhar que todos os novos pa ses independentes se vieram a encontrar numa situa o de terem herdado estruturas administrativas ou arranjos institucionais por assim dizer impor
18. Reduzir a fome cr nica e a desnutri o 5 Refor ar as capacidades dos pa ses para reduzir a fome inclusive por meio de estrat gias de capacita o e de compras a produtores locais As opera es do PMA s o financiadas por doa es volunt rias de diversos governos empresas e pessoas an nimas Em 2006 por exemplo o montante desses donativos foi de 2 900 milh es de d lares Importa assinalar que do or amento geral do PMA apenas 7 s o para despesas administrativas um dos valores mais baixos de todas as ag ncias humanit rias Por outro lado para al m da oscila o conjuntural desses donativos h a considerar a permanente oscila o dos pre os dos combust veis transportes e dos alimentos S em 2008 o total das despesas operacionais do PMA sofreu um aumento de cerca de 770 milh es de d lares Foi assim que em Julho de 2009 0 PMA indicou que seria for ado a interromper alguns apoios por falta de dinheiro Tal aconteceu com opera es de socorro no Uganda Chade Lib ria Serra Leoa Costa do Marfim e Guin Conakry De acordo com os media tais cortes em opera es do PMA devem se actual crise econ mica e s medidas de austeridade que t m for ado organiza es e pessoas an nimas a rever os seus pr prios or amentos O PMA diz necessitar de 6 700 milh es de d lares contra os apenas 3 700 milh es prometidos pelos diversos doadores Entretanto como parte das suas campanhas recorrentes para angaria o d
19. a legal designadamente o Tratado Internacional dos Direitos Econ micos Sociais e Culturais assim como o Tratado Internacional dos Direitos Civis e Pol ticos para al m de ter sido transcrito ou declarado como transcrito para as Constitui es Pol ticas de diversos pa ses membros A Declara o Universal dos Direitos Humanos apresenta se sobretudo como um ideal comum a toda a Humanidade e que se procura venha a ser atingido por todos os povos e na es nessa base que se espera das Na es Unidas e de todos os seus membros toda uma s rie de esfor os no sentido de se vir a alcan ar a paz e progresso dos povos assim que as Na es Unidas declaram como seus objectivos fundamentais os de manuten o da paz mundial a protec o dos direitos humanos a promo o do desenvolvimento social e econ mico das na es a defesa do direito autonomia de todos os povos e por fim o refor o dos la os de coopera o e entreajuda entre todos os estados soberanos Entretanto e apesar dos elevados princ pios e objectivos a que se prop e for oso reconhecer que ao longo das d cadas e no que diz respeito manuten o da paz e da resolu o de conflitos por via do dialogo a verdade objectiva que a ONU tem sido razoavelmente inoperante sempre que est o em jogo os interesses das maiores pot ncias econ micas e militares Mas apesar disso importa tamb m reconhecer o papel positivo entretanto desempenhado pelas suas ag nc
20. d cada de Sessenta e de que sintom tico o colapso do sistema de taxas de c mbio dito de Bretton Woods e o abandono do padr o ouro por parte do governo de Richard Nixon em 1971 Segundo esta nova corrente as institui es de Bretton Woods defendem a ideia de que para poderem avan ar de forma firme e segura numa via de crescimento econ mico os pa ses em desenvolvimento deveriam tentar atrair investimentos estrangeiros mesmo que para isso tivessem que incorrer em alguma d vida externa A ideia subjacente seria uma de utilizar esses empr stimos na compra de equipamentos de investimento assim como bens de consumo a serem adquiridos nos pa ses industrializados Numa segunda fase do processo de crescimento os pa ses que assim procedessem eram supostos virem a estar aptos a pagar essa d vida externa por meio das exporta es que viessem a resultar do aumento da sua pr pria produtividade Escreve se mais acima mas importante sublinhar que a Z mbia seria um caso exemplar da situa o gen rica de muitos pa ses da frica Sub Sahariana na medida em que sendo um pa s de quase mono exporta o o cobre representava cerca de 95 e representa ainda cerca de 90 do investimento industrial dependem daquilo que se espera que as outras empresas venham tamb m a fazer Assume normalmente economias de escala ao n vel de cada sector ou agregado de empresas envolvidas num mesmo ramo de actividade 258 Por exemplo no caso africano
21. da por ajuda real Algumas ONGDs portuguesas j t m denunciado essa mesma situa o mas vendo a de um prisma completamente oposto Ou seja enquanto que a ActionAid entenderia que Portugal o pa s em que menor a percentagem da ajuda fantasma algumas ONGDs portuguesas entendem que o Estado portugu s n o lhes entrega a elas s ONGDs tanto dinheiro quanto elas gostariam de poder receber para prestarem mais ajuda Embora reconhe a a validade das cr ticas impl citas e expl citas que est o naquele relat rio da ActionAid a direc o e o secretariado do CAD chamam a aten o para diversas inconsist ncias nos c lculos efectuados pela AcionAid De acordo com estes c lculos em rigor estimativas s o os seguintes os n meros que correspondem queles 60 de ajuda fantasma 20 correspondem a pre os exagerados e coopera o t cnica desperdi ada 14 dizem respeito a anula o ou redu o de d vidas anteriores 13 correspondem a custos de transac o excessivos intermedi rios e burocracite aguda 7 n o t m nada a ver com os objectivos da ajuda em particular com a redu o da pobreza 4 resultam de custos adicionais da ajuda ligada ou condicionada 2 correspondem a despesas com refugiados 1 dizem respeito a custos administrativos excessivos Como se pode verificar haver aqui de facto pano para mangas no que diz respeito a cr ticas por parte da direc o e secretariado do
22. de seguir uma via independente de desenvolvimento econ mico e muitos de n s que o tentaram fazer ficaram quase arruinados ou regressaram ao seio dos anteriores poderes coloniais Esta posi o n o se alterar a menos que tenhamos uma pol tica unificada funcionando a n vel continental Foi assim que ao abordar os problemas econ micos do continente a OUA foi adoptando diversas resolu es o desenvolvimento e a integra o regional dos pa ses africanos Para isso se realizaram diversas cimeiras e se proferiram diversas declara es J em Dezembro de 1976 fora aprovada uma Declara o de Kinshasa apelando cria o de um Mercado Comum Africano no prazo de 15 a 25 anos Ainda e sempre na mesma onda de voluntarismo pol tico em Julho de 1979 e numa reuni o formal por ocasi o de uma cimeira realizada em Monr via Lib ria os Chefes de Estado e de Governo nos termos da Declara o de Monr via proclamaram o seu compromisso solene na Thomas Pakenham The Scramble for Africa 1992 Ohttp Awww uneca org adfiii riefforts ref speech Ghana pdf 30 Argel Setembro de 1968 Adis Abeba Agosto de 1970 Libreville Julho de 1977 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria promo o do desenvolvimento econ mico e social e na integra o das suas economias com vista a alcan ar um mais elevado grau de auto sufici ncia econ mica Temos assim uma continuada s rie de reuni es e cimeiras de que t em
23. dimens es ou par metros b sicos para assim caracterizar e distinguir as culturas nacionais em termos do comportamento social espec fico de cada cultura Estes quatro par metros ou dimens es s o ent o Dist ncia ao Poder ou PDI Power Distance Index Individualismo Colectivismo Masculinidade Femininidade Evita o da Incerteza ou UAI Uncertainty Avoidance Index A estes quatro par metros b sicos veio a acrescentar se uma quinta dimens o a qual resultou de 38 Para o caso nos anos Oitenta a Rep blica de S o Tom e Pr ncipe sendo o pa s doador a It lia Inkeles A and D J Levinson 1969 National character the study of modal personality and sociocultural systems Em The handbook of social Psychology 2nd edition vol 4 Lindsey and Aronson eds Reading MA Addison Wesley Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria estudos efectuados junto de estudantes de 23 pa ses utilizando inqu rito elaborado por cientistas sociais chineses Trata se da Orienta o de Longo Prazo ou Long Term Orientation O par metro da Dist ncia ao Poder pretende basicamente ser uma medida da desigualdade social e do grau ou n vel da aceita o dessa desigualdade por parte dos membros de cada sociedade Por seu lado o par metro representado pelo continuum Individualismo Colectivismo prop e se medir o grau de in depend ncia de cada pessoa individual relativamente ao grupo social em que se insere
24. dizer mandat rio que mais tarde ou mais cedo todos os pa ses envolvidos em perten as m ltiplas tenham que vir a decidir por pertencerem a uma s comunidade de perten a Por outro lado algumas das Comunidades Econ micas Regionais existentes possuem j acordos em funcionamento com diversos graus de integra o econ mica alfandeg ria e mesmo monet ria De acordo com a pr pria Comiss o da Uni o Africana haver actualmente alguns agrupamentos regionais que t m a honra de serem designados por pilares do processo de integra o continental S o eles os seguintes a Uni o do Magrebe rabe a Comunidade dos Estados do Sahara e do Sahel a Comunidade dos Estados da frica Ocidental o Mercado Comum da frica Oriental e Austral a Comunidade da frica Oriental a Comunidade Econ mica dos Estados da frica Central a Autoridade Intergovernamental de Desenvolvimento e a Comunidade de Desenvolvimento da frica Austral 2 Par grafo 2 a da Resolu o CM Res 464 XXVI 20 Artigo 6 2 a 21 CM Res 1043 XLIV 22 AHG Res 161 XXI Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria No caso da CEEAC h a considerar o subgrupo CEMAC ou Comunidade Econ mica e Monet ria da frica Central O mesmo se passa com a CEAO em que h a considerar o subgrupo UEMOA ou Uni o Econ mica e Monet ria da frica Ocidental assim como o subgrupo de pa ses de l ngua inglesa WAMZ ou West African Monetary Zone onde
25. es da Europa nomeadamente a B lgica a Alemanha a Fran a e Norte da It lia tornou se como que na oficina do Mundo e era j bem vis vel a tend ncia do sistema capitalista para a sua globaliza o Em 1848 j Marx e Engels sublinhavam essa tend ncia para a forma o de um mercado mundial Primeiro ponto a sublinhar relativamente ao processo de consciencializa o das classes trabalhadoras Nessa altura eram os oper rios recentemente expulsos dos campos ou a tornados redundantes que se deslocavam para os centros urbanos industriais ou fabris aglomeravam se nas j referidas cinturas industriais e submetiam se ao ritmo imposto pelos processos maquinizados em crescimento exponencial Mais tarde os oper rios e camponeses da Europa ciclicamente tornados redundantes ou excedentes do ponto de vista do sistema tinham uma sa da bvia a emigra o da o dizer se hoje que os EUA o Canad a Austr lia e a Nova Zel ndia s o como que extens es da Europa de vez em quando tamb m aparecem referidos a Argentina e o Chile J L nine assinalava uma suposta conversa de Cecil Rhodes o senhor dos diamantes da frica do Sul uma esp cie de Bill Gates dos fins do s culo XIX com um jornalista em que o dito cujo Cecil Rhodes afirmava textualmente se n o queremos ter uma guerra civil em Inglaterra temos que ter um Imp rio para escoar as popula es tornadas excedent rias A melhoria do n vel
26. es de Desenvolvimento Internacional sendo que essa comiss o veio a ser conhecida como Comiss o Willy Brandt a qual submeteu um relat rio programa de longo prazo a que ent o chamou de Norte Sul Um Programa para a Sobreviv ncia O objectivo proposto nesse Programa para a Sobreviv ncia objectivo esse que veio ent o a ser conhecido na literatura e nas discuss es pol ticas como nova ordem econ mica internacional seria ent o o da cria o de um sistema internacional de rela es econ micas com base na coopera o e n o numa postura de concorr ncia ou mesmo de confronta o do estilo daquela que em fins de 2010 referida como a guerra das moedas na qual v rios pa ses e blocos procuram transferir para o campo das oscila es e manipula es cambiais as suas guerras de concorr ncia comercial Trata se tamb m de uma proposta para um novo ambiente econ mico mundial em que se olhem os recursos do planeta como recursos e patrim nio comum de toda a humanidade O relat rio Brandt at pelo seu t tulo Programa para a Sobreviv ncia procurava promover a ideia de que a paz e a prosperidade s poderiam florescer em conjunto Nesses termos afirmava se tamb m a ideia de que enquanto houvesse pa ses considerassem a problem tica da coopera o e do desenvolvimento como uma quest o privada n o seria f cil evitar os confrontos e eventualmente as guerras Pode assim argumentar se que a proposta de uma NOEI
27. frica ficando a frica Sub sahariana como uma esp cie de reservat rio de m o de obra n o qualificada Para acrescentar inj ria ao insulto refira se ainda que muitos daqueles profissionais altamente qualificados de origem africana acabam por desempenhar na Europa ou na Am rica do Norte fun es laborais para as quais n o s o de todo necess rias grandes qualifica es t cnico profissionais Como natural a quest o da fuga de c rebros est na agenda pol tica de todos os dirigentes africanos e europeus O Presidente Sarkozy numa recente visita frica do Sul Fevereiro de 2008 afirmou de forma expl cita a preocupa o dos dirigentes da Uni o Europeia em resposta preocupa o repetidas vezes expressa pelos dirigentes da Uni o Africana relativamente a este problema Mas embora tenha feito um diagn stico adequado da situa o e das suas consequ ncias para o desenvolvimento africano n o pode passar do discurso convencional das promessas de esfor os no sentido de encontrar solu es A quest o que aqui se levanta ser ent o uma de determinar qual a capacidade de interven o por parte dos dirigentes africanos no sentido de travar esta hemorragia de profissionais qualificados cuja forma o tecnol gica e cient fica se fez muito custa de escassos recursos tamb m africanos Muito em particular se considerarmos que os pa ses mais desenvolvidos funcionam como p los de atrac o desses quadros e profi
28. globo tenha estado permanentemente margem dos acontecimentos hist ricos mais relevantes como se as suas popula es fossem meros espectadores ou participantes passivos e contrariados de um devir hist rico decidido por outros Neste contexto e considerando os continuados esfor os de coopera o e de ajuda p blica ao desenvolvimento importa analisar minimamente os elementos relativos situa o da riqueza e sua distribui o a sa de das popula es e de saneamento p blico assim como finalmente a situa o da educa o escolar e desenvolvimento t cnico e cient fico Em particular no que diz respeito aos benef cios para as popula es da regi o do investimento que sempre tem vindo a ser feito em forma o de quadros t cnicos e cient ficos Resumo da situa o em fins do s culo XX A situa o t o complexa e as fontes de informa o t o vastas e variadas que nos limitaremos aqui para come ar por indicar apenas alguns n meros mais ou menos avulsos mas que s o razo veis indicadores da dimens o do problema africano Utilizando os referentes utilizados para a elabora o das tabelas do ndice de Desenvolvimento Humano indicamos alguns n meros referentes riqueza sa de e educa o Se considerarmos que as condi es b sicas e fundamentais para qualquer processo de desenvolvimento sustentado s o justamente a sa de e a educa o ent o estaremos de facto perante uma situa o
29. justamente este mesmo per odo coincide com uma retirada quase generalizada de grande numero de empresas multinacionais com opera es em frica a que ali s corresponde a dr stica descida do chamado investimento directo estrangeiro Entretanto devem ser aqui referidas outras propostas de explica o para a crise africana Desde logo o famoso Berg Report que considera como causas principais ou fundamentais da crise africana as pol ticas internas dos governos africanos muito em particular no campo da produ o agr cola William Easterly et alia 1993 sugerem que ter o antes sido factores de mbito mundial designadamente o aumento dos encargos com a d vida externa associado a aumento das taxas de juro reais o abrandamento na produ o industrial nos pa ses desenvolvidos e consequente queda na procura de mat rias primas e as mudan as tecnol gicas entretanto ocorridas e consequente altera o na estrutura da procura mundial de mat rias primas al m da estagna o do crescimento ocorrida nos pr prios pa ses desenvolvidos Esta posi o tamb m subscrita por Giovanni Arrighi 2002 que a equipara s premissas impl citas na formula o do chamado Plano de Ac o de Lagos Adebayo Olokushi 1996 por seu lado prop e como causa fundamental da crise africana o facto de os pr prios africanos e em particular os seus dirigentes n o terem ainda decidido assumir efectiva responsabilidade pelo seu pr
30. m necess rio reconhecer que muitos desses povos pa ses ou comunidades nacionais precisavam efectivamente da ajuda dos pa ses mais desenvolvidos Conforme j foi acima sugerido neste trabalho acabaremos assim por considerar a coopera o fundamentalmente como ajuda para o desenvolvimento na medida em que ter sido esse o significado que ganhou foros de cidadania Assim sendo haver que ter em linha de conta e discutir minimamente as motiva es e interesses dos gestores das institui es p blicas face ao 7 http hdr undp org en reports global hdr2005 8 A palavra Estados aqui utilizada em sentido muito lato e querendo significar as pessoas concretas que ocupam posi es de decis o em qualquer aparelho do Estado Como ser evidente s o as pessoas e n o os Estados enquanto tal que t m motiva es A ponto de serem v rios os departamentos estatais sen o mesmo a totalidade quer nos pa ses doares de ajuda quer nos pa ses receptores que s o designados por departamentos de coopera o Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria processo de coopera o quer na vertente de ajuda ao desenvolvimento quer na vertente de governa o interna de cada Estado Por outro lado a enorme gigantesca dimens o das tarefas envolvidas cedo levou necessidade de reconhecer quer a insufici ncia de meios quer sobretudo a incapacidade de gest o no actua
31. o Campus Editora Rio de Janeiro Cooksey Brian 2003 Aid and Corruption A Worm s Eye View of Donor Policies and Practices 11th International Anti Corruption Conference Seoul South Korea 26 29 May 2003 Dispon vel em www 1 liacc org download WS 5 6 Cooksey Final Paper doc Coquery Vidrovitch Catherine 1976 La Mise en D pendance de Afrique Noire ssai de p riodisation 1800 1970 Cahier d Etudes Africaines 61 62 XVI 1 2 pp 7 58 DAC OECD 2006 Promoting Private Investment for Development The Role of ODA DAC Guidelines and Reference Series A DAC Reference Document Dispon vel em http www oecd org dataoecd 23 40 36566902 pdf Decraene Philippe 1976 Le PanAfricanisme Presses Universitaires de France Paris Deschamps Hubert 1962 L Afrique Noire Pr Coloniale P U F Paris Economides George Kalyvities Sarantis Philipopoulos Apostolis 2004 Do Foreign Aid Transfers Distort Incentives and Hurt Grwoth Theory and Evidence from 75 Aid Recipient Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Countries CESIFO Working Papaer No 1156 Dispon vel em http www ifo de portal page portal ifoHome b publ b3publwp wp abstract p file 1d 7606 Eltis David 1989 Economic Growth and the Ending of the Transatlantic Slave Trade Oxford University Press New York Eltis David and Richardson David 2010 Atlas of the Transatlantic Slave Trade Yale University P
32. o b sica sa de e alimenta o a todos aqueles cerca de 1 500 milh es de pessoas Tudo naturalmente a troco de presta o de servi os b sicos por parte dos adultos envolvidos Em todo o caso um tal programa mundial para a erradica o da pobreza extrema deveria ser coordenado pelo Banco Mundial reformado nas sua ideologia juntamente com Ag ncias e Programas das Na es Unidas como a OMS a FAO e o PNUD De acordo com a l gica ou o racioc nio da Comiss o Brandt ter amos aqui a possibilidade de uma espiral virtuosa de um modelo b sico de desenvolvimento A alimenta o traz satisfa o Habita o traz estabilidade Sa de traz seguran a Educa o traz oportunidade Rendimento traz desenvolvimento sustentado Em 1980 a popula o total do planeta era de aproximadamente 4 500 milh es Em meados de 2010 seria de aproximadamente 6 800 milh es 2Mesmo com as algumas imagens que v o chegando aos habitantes dos pa ses do Norte sobre as condi es de vida dos mais pobfres entre os poobres dos pa ses do Sul mesmo assim poucas pessoas se aperceber o com um m nimo de interioriza o das condi es de vida de quem n o sabe o vai acontecer no dia seguinte Mesmo n o passando fome 380 Banco Mundial define pobreza extrema quando o equivalente ao rendimento di rio per capita inferior a 1 25 d lares Faz se aqui este reparo para a hip tese de haver algum leitor mais sens vel ou escandaliz v
33. o colonial e respectivo aproveitamento Designadamente e a t tulo ilustrativo Portugal e a Baviera ou a ustria Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Depois desta primeira onda de inser o de frica no sistema mundo os proponentes das teorias da depend ncia consideram um segundo per odo hist rico de inser o o per odo colonial entre mais ou menos 1880 e 1960 Claro que se trata aqui de um quadro elaborado em muito grandes pinceladas Desde logo haveria que considerar a presen a rabe naps costas orientais e respectiva explora o quer de escravos quer de diversas mat rias primas desde fins do s culo XIV assim como a presen a portuguesa e a respectiva explora o de escravos na costa ocidental desde meados do s culo XVII Para al m como ser evidente do milenar com rcio trans sahariano Em qualquer caso esta segunda onda de inser o da frica Sub Sahariana no sistema mundo consolidada no virar do s culo XIX para o s culo XX assume basicamente tr s formas ou desenvolve se segundo tr s grandes eixos a em primeiro lugar a imposi o da economia mercantil e respectiva monetariza o ao campesinato africano o qual assim incorporado na economia mundial atrav s da mercantiliza o das suas produ es agr colas tradicionais b a economia de planta es ou de agro pecu ria atrav s da explora o directa de recursos naturais do solo com proletarianiza o de trabalhado
34. o da frica Subsahariana muito simplesmente n o teve o tempo historicamente necess rio para que a sua integra o no sistema mundo fosse outra Parafraseando o t tulo de uma conhecida obra liter ria a hist ria dos primeiros s culos da integra o da frica Subsahariana no sistema mundo poderia assim ter o t tulo de Cr nica de um Subdesenvolvimento Anunciado Evolu o da Riqueza Comparada Europa frica Subsahariana No que diz respeito situa o actual dos pa ses africanos em geral e da frica Sub Sahariana em particular levanta se ent o a quest o de procurar compreender e explicar as causas do seu menor desenvolvimento relativamente situa o dos pa ses mais ricos Alguns historiadores da economia t m assim procurado determinar qual teria sido em termos de riqueza e rendimento e no per odo anterior expans o europeia a situa o relativa dos pa ses que s o hoje considerados desenvolvidos e dos pa ses que viriam a fazer parte do grupo a que hoje genericamente ainda se chama de Terceiro Mundo No seu j referido livro Walter Rodney afirma tamb m a certa altura que uma das suas premissas anal ticas a de que a maioria das sociedades africanas antes de 1500 se encontravam numa fase de transi o entre a pr tica da agricultura mais pesca e pastor cia em comunidades familiares e a pr ticas das mesmas actividades no seio de estados e sociedades compar veis ao feudalismo Assinale
35. o e Agricultura ou FAO Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agr cola ou IFAD Organiza o para a Cultura Educa o e Ci ncia ou Unesco Organiza o Mundial da Sa de ou OMS Confer ncia das Na es Unidas para o Com rcio e Desenvolvimento ou CNUCED Organiza o das Na es Unidas para o Desenvolvimento Industrial ou UNIDO Organiza o Mundial do Turismo ou UNWTO Entretanto note se que a organiza o que certamente a mais importante inst ncia internacional de regula o econ mica a Organiza o Mundial do Com rcio acaba por n o estar inserida no seio do ECOSOC mantendo no entanto rela es regulares e de contacto institucional com a CNUCED ou Confer ncia das Na es Unidas sobre Com rcio e Desenvolvimento O ECOSOC funciona atrav s de uma s rie de Comiss es especializadas as quais s o supostas supervisionar e coordenar as m ltiplas actividades das diversas ag ncias fundos e programas que constituem o Sistema das Na es Unidas Dessas comiss es s o de referir aqui apenas aquelas que dizem directamente respeito tem tica da coopera o internacional para o desenvolvimento Comiss o de Ci ncia e Tecnologia para o Desenvolvimento Estabelecida em 1992 trata se de mais um organismo subsidi rio do ECOSOC Esta Comiss o aconselha a Assembleia Geral e o ECOSOC em quest es de ci ncia e tecnologia relevantes para o desenvolvimento Para isso trabalha com os servi os t cnicos d
36. o estatisticamente anormais como n o permitem que se venha a concluir do impacto dos projectos elaborados no mbito dos Objectivos do Mil nio A conclus o que os cr ticos poder o vir a tirar relativamente simples para qu gastar dinheiro e recursos t cnicos e humanos no desenvolvimento de objectivos se depois n o se podem aferir os seus resultados No que diz respeito epidemia do HIV Sida segundo a revista m dica The Lancet o esfor o internacional contra a dissemina o do HIV Sida francamente desproporcionado pela negativa em rela o dimens o e gravidade da doen a De acordo com os dados obtidos a partir da OCDE relativamente aos fundos financeiros doados entre 1996 e 1998 para projectos identificados com o combate ao HIV Sida o fluxo de fundos n o chegou aos 70 000 000 de d lares por ano Mesmo 12329 327 Qualquer m dico com alguma experi ncia de viv ncia africana confirma a asser o comum de que a mal ria ou paludismo caracteristicamente uma doen a dos pobres Em Portugal era antigamente conhecida com o nome de sez es considerada a principal parasitose tropical e uma das mais frequentes causas de morte em crian as nos paises tropicais Segundo a OMS a mal ria mata por ano um milh o de crian as com menos de 5 anos ou ainda uma crian a africana em cada 30 segundos e muitas crian as que sobrevivem a casos severos acabam por sofrer danos cerebrais graves de que resultam d
37. o h ainda uma distin o clara e bem demarcada entre o referido universo laboral e o universo familiar Haver ainda que acrescentar o facto de que deveremos tamb m ter presente que muito naturalmente continua a haver fortes tra os de cultura paroquial quer no sentido restrito de Hofstede quer no sentido geral que aqui agora se refere no meio ambiente usualmente associado com aquilo que se chama de economia informal comum na maior parte das sociedades africanas Por outro lado tal como tamb m indicado por Hofstede a fam lia alargada o modelo impl cito de cultura organizacional predominante nas sociedades africanas O que corresponder grosso modo ao modelo organizacional tamb m ainda comum na sociedade portuguesa quer por raz es de dimens o quer por raz es hist ricas da forma o das organiza es e institui es portuguesas sendo esta asser o v lida quer no sector p blico quer no sector privado Ter amos assim na similitude de modelos organizacionais impl citos uma outra poss vel vantagem competitiva da coopera o portuguesa Isto na medida em que a similitude de modelos organizacionais tender certamente a facilitar a interac o humana e a respectiva transfer ncia de conhecimentos e capacidades laborais 30 O exemplo paradigm tico a organiza o funcional em forma de pir mide tal como definida pelo engenheiro franc s Henri Fayol 31 Somos aqui levados a mencionar a bur
38. o s relevante para o caso de mat rias primas que n o sejam fontes de energia Por outras palavras este tipo de argumento n o se aplicaria ao petr leo ao carv o ou ao g s natural Mat rias que os pa ses mais desenvolvidos continuam a necessitar de importar at em grandes quantidades Por outro lado e na mesma linha de argumenta o chama se a aten o para a relativa degrada o dos termos de troca entre os produtos manufacturados das ind strias do Norte e as mat rias primas minerais ou agr colas dos pa ses do Sul Segundo esta linha de argumenta o o trabalho qualificado tenderia a pagar se cada vez mais caro raz o pela qual aumentar cada vez mais o valor incorporado nos bens e servi os produzidos nos pa ses mais desenvolvidos relativamente ao valor das mat rias primas cuja produ o suposta requerer trabalho menos qualificado Essa tend ncia seria ainda agravada pelo aumento do uso de maquinaria importada dos pa ses do Norte a qual tenderia a reduzir ainda mais o contributo do factor trabalho nas exporta es do Sul Em consequ ncia da jun o destes factores aumentaria o valor do com rcio externo dos pa ses desenvolvidos relativamente ao dos pa ses subdesenvolvidos Luchaire 1967 Apesar de todos estes argumentos poss vel contemplar pelo menos em teoria um cen rio de desenvolvimento global de que pudessem beneficiar de forma equilibrada todos os pa ses do Norte e do Sul A quest o que en
39. o tenham estado envolvidos em guerras Outras consequ ncias t m sido um aumento da fome e da subnutri o assim como das doen as oportunistas Em consequ ncia O n mero de mortes por causas indirectas mas em resultado das guerras 14 vezes maior do que o n mero de mortos em combate Como ser evidente e numa primeira an lise a responsabilidade pelos conflitos entre pa ses africanos parece ser principalmente dos pr prios pa ses africanos No entanto haver a que levar em linha de conta o facto de que grande parte das guerras t m como causa inicial interesses econ micos que usualmente se escondem por detr s de slogans de diversos tipos Por outro lado o com rcio de armas ligeiras tem alimentado tr ficos internacionais de grande volume Assim por exemplo estima se que cerca de 95 das Kalashnikovs a arma que utilizada com mais frequ ncia nas guerras e conflitos em frica t m estado a ser importadas ao longo dos ltimos anos Por outro lado os custos directos da viol ncia da guerra destrui o de infra estruturas e despesas militares acabam por resultar insignificantes quando comparados com os custos indirectos que resultam da perda de oportunidades de acumula o e crescimento Estes custos 141 Se a cidade n o se interessa pelos campos ent o os campos v em at cidade 12 http www sangonet com DemographAS html 18 Africa s Missing Billions http www oxfam org en
40. por parte de todos os pa ses mais desenvolvidos e das suas empresas para atrair e reter os melhores c rebros dispon veis num mercado de trabalho cada vez mais globalizado Muito recentemente 2007 o presidente da Comiss o Europeia n o ter sentido grandes escr pulos em anunciar uma pol tica de atrac o de novos imigrantes o mais qualificados poss vel Como n o ser politicamente correcto fazer quaisquer discrimina es quanto sua origem tanto faz que venham dos pa ses do antigo Bloco de Leste que ainda n o fa am parte da Uni o Europeia como que venham da frica Sub sahariana Em 2000 o governo brit nico e Funda o Wolfson lan aram um programa de cinco anos com uma dota o de vinte milh es de libras destinado a desenvolver esquemas de atrac o que levassem jovens investigadores de origin rios de quaisquer pa ses a emigrarem para o Reino Unido Segundo a Comiss o Econ mica para frica Ag ncia Regional das Na es Unidas A emigra o de profissionais africanos para o Ocidente um dos maiores obst culos ao desenvolvimento de frica Nas palavras de Lalla Ben Barka Director Executivo daquela ag ncia da ONU os governos africanos t m uma grande responsabilidade em assegurar que os c rebros permanecem em frica caso contr rio dentro de 25 anos a frica estar vazia de c rebros Segundo o Pro Vice Chancellor da Universidade do Ghana Professor Edward Ofori Sarpong cerca de 70
41. prio destino colectivo No caso de Tandika Mkandawire e Charles Soludo por exemplo 1999 estes autores parecem adoptar uma posi o interm dia entre os internalistas para quem as causas estar o na m governa o e os externalistas para quem as causas estar o em factores estruturais e externos frica Sub Sahariana Assinale se de passagem que esta posi o interm dia parece estar na Indicamos este autor apenas a t tulo representativo da escola dependentista Como natural outras abordagens apresentam outras explica es World Bank Accelerated Development in Sub Saharan Africa An Agenda for Action Washington DC 1981 Designadamente a falta de incentivos ao aumento da produ o para consumo urbano e exporta o assim como pol ticas erradas em particular moedas nacionais sobre avaliadas menosprezo do campesinato protec o exagerada da ind stria e interven o estatal excessiva 7 Entretanto todos estes factores estar o agora a ser contrabalan ados pelo crescimento de pa ses ditos emergentes como o caso da China e da ndia http Nwww uneca org adfiii riefforts ref other2 htm Tamb m designada de reconstrucionismo africano Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria origem da ideia de uma Renascen a Africana e do projecto NePAD A cr tica que por vezes se encontra nos meios neoliberais proponentes do chamado Consenso de Washing
42. que atingiram o Ponto de Conclus o c Redu o do servi o da d vida em percentagem das exporta es de bens e servi os d Al vio do servi o da d vida comprometida sob os ausp cios da iniciativa HIPC Vem de pois e por fim um conjunto de quatro indicadores relativos economia real dos pa ses mais pobres e da sua progress o no acesso ou inser o na economia global a Taxa de desemprego por sexo e no total para a faixa et ria entre os 15 e os 24 anos estando a monitoriza o a cargo da OTT b Propor o da popula o com acesso a medicamentos essenciais numa base sustentada e a pre os acess veis estando a monitoriza o a cargo da OMS c Linhas telef nicas e assinantes de telem veis por cada 100 habitantes d Computadores pessoais em uso e assinantes de servi os Internet por cada 100 habitantes Tal como para o indicador anterior a monitoriza o estar a cargo da TTU Alguns Coment rios Cr ticos Entretanto e face a estes ambiciosos objectivos e a t o detalhadas metas e indicadores haver muita coisa a dizer quer no que diz respeito sua viabilidade e operacionaliza o que no que diz respeito aos resultados mais vis veis que se v o observando ao fim de dez anos Continua a verificar se a situa o de muitos pa ses pobres gastarem mais com os juros das suas d vidas para j n o falar de hipot ticas amortiza es do que para atender aos seus muitos problemas sociais No caso dos pa
43. raz o pela qual todas se vieram a federar no sistema da Organiza o das Na es Unidas A sua constitui o baseia se normalmente no princ pio de igualdade de jure e de facto entre os diversos Estados membros n o sendo a expl cita uma qualquer ideia de ajuda por parte dos pa ses tecnicamente mais evolu dos relativamente aos pa ses menos desenvolvidos No entanto como natural sempre acaba acontecendo algum tipo de ajuda normalmente sob a forma de assist ncia t cnica e de forma o de quadros Em todo o caso a componente que aqui mais nos interessa discutir no entanto a da mais recente ideia de ajuda p blica ao desenvolvimento A hist ria da ajuda p blica ao desenvolvimento mesmo na sua componente de ajuda humanit ria teve sempre associada uma componente de interven o e obten o de influ ncia pol tica por parte dos Estados que se prop em prestar essa ajuda Logo em 1812 quando o Congresso dos Estados Unidos na sequ ncia de um terr vel tremor de terra que destru ra parte de Caracas e causara a morte de cerca de 10 000 pessoas vota e aprova uma Lei para a Ajuda aos Cidad os da Venezuela Act for the Relief of the Citizens os Venezuela logo a temos um acto pol tico contra a monarquia espanhola e em favor da luta pela independ ncia por parte dos rebeldes bolivarianos Como quer que seja a ideia de ajuda p blica ao desenvolvimento tem subjacentes tr s perspectivas complementares por um
44. supostamente para serem mais produtivas sejam do tipo introdu o de maquinaria e utens lios de trabalho irriga o mais eficazes exigem em qualquer caso m o de obra de uma popula o trabalhadora minimamente instru da e preparada Estaremos assim numa cr tica situa o de um c rculo vicioso do qual s se poder sair com algum empenho e assist ncia t cnica e humanit ria externa Em todo o caso poder se encarar um cen rio de complementaridade entre a assist ncia t cnica na extens o rural agr colas e a assist ncia sanit ria no combate propaga o do HIV Sida Para al m do problema mais recente do HIV Sida a regi o africana tem sofrido de outros males end micos em particular o paludismo ou mal ria Cerca de 90 dos casos que continuam a ser registados anualmente em todo o mundo s o justamente na regi o da frica Sub sahariana Em n meros redondos a OMS estima em mais de 500 milh es o n mero de casos por ano dos quais resultam quase cerca de 1 000 000 de mortos sendo a esmagadora maioria crian as e em frica S o m ltiplos e diversos os esfor os programas e projectos para o combate s diversas doen as end micas que continuam a afligir o continente africano e em particular a regi o Subsahariana Desde as ag ncias da Organiza o das Na es Unidas tais como a OMS e a UNICEF at a funda es humanit rias sem fins lucrativos A esse respeito diremos apenas que o proble
45. vel e n o discriminat rio Inclui um compromisso com boa governa o desenvolvimento e redu o de pobreza quer a n vel nacional quer a n vel internacional Meta 13 Dirige se s necessidades especiais dos pa ses menos desenvolvidos incluindo tarifas quotas e acesso livre para as suas exporta es melhoramento do programa de al vio da d vida no caso dos pa ses HIPCs e cancelamento da d vida bilateral oficial assim como APD mais generosa 2ODP Ozone Depletion Potential o equivalente em qu micos CFC capazes de destruir a camada de ozono 3 Highly Indebted Poor Countries Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria para com os pa ses empenhados na redu o da pobreza Meta 14 Dirige se s necessidades especiais dos pa ses sem acesso ao mar assim como dos pequenos estados insulares em desenvolvimento Meta 15 Contempla de forma compreensiva os problemas da d vida dos pa ses em desenvolvimento atrav s de medidas nacionais e internacionais de modo a tornar a d vida sustent vel a longo prazo Meta 16 Em coopera o com os pa ses em desenvolvimento desenvolver e implementar estrat gias para proporcionar juventude trabalho decente e produtivo Meta 17 Em coopera o com as companhias farmac uticas proporcionar o acesso a medicamentos essenciais a pre os acess veis nos pa ses em desenvolvimento Meta 18 Em coopera o com o sector privado disponibilizar os benef c
46. 36 pa ses o volume de dinheiros envolvidos nas actividades das organiza es n o governamentais atingia em 2003 a bonita soma de 1 000 000 milh es um trili o de euros Para efeitos de compara o refira se que a economia portuguesa pa s doador e membro do CAD da OCDE tinha em 2009 um volume estimado em 230 000 milh es Ou seja 4 2 vezes menos Segundo o mesmo estudo as ONGs empregam em todo o mundo cerca de 45 500 000 de pessoas Embora este estudo se refira ao conjunto geral de ONGs que se dedicam solidariedade e n o s quelas que se dedicam coopera o para o desenvolvimento n o deixa de ser revelador da dimens o do mundo das organiza es n o governamentais Deve ainda assinalar se o caracter elusivamente discreto e portanto pleno de disparidades e dados contradit rios das estat sticas que se v o encontrando e que estejam dispon veis sobre os montantes envolvidos neste particular tipo de actividade econ mica que a filantropia e o mecenato cultural e ci nt fico Seja como for at por uma quest o de m todo teremos que nos cingir aqui ao mais restrito universo das ONGDs assim como aquelas ONGs quie se dedicam quer ajuda humanit ria de emerg ncia quer quelas que embora tamb m toquem na problem tica do desenvolvimento na verdade t m como seu objectivo primordial a defesa de bens e princ pios comuns a toda a Humanidade De acordo com o relat rio Our Global Neighborhood elaborado e publ
47. A ideia subjacente a esta iniciativa era tamb m a de recuperar os princ pios orientadores da Confer ncia das Na es Unidas sobre o Ambiente Humano realizada em Estocolmo Su cia em Junho de 1976 Era ainda e mais uma vez uma tentativa de colocar na agenda pol tica do desenvolvimento a problem tica do meio ambiente Foi a publica o do livro Our Common Future assim como o trabalho da Comiss o Mundial sobre o Ambiente e o Desenvolvimento que lan aram as bases para a convocat ria da Cimeira da Terra realizada no Rio de Janeiro em 1992 e respectiva adop o da famosa Agenda 21 assim como o estabelecimento de uma Comiss o para o Desenvolvimento Sustent vel no seio das Na es Unidas De acordo com uma defini o muito citada o desenvolvimento sustent vel aquele que vai de encontro s necessiades do presente sem comprometer as capacidades das gera es futuras de satisfazer as suas pr prias necessidades Uma outra forma de ver o conceito de desenvolvimento sustent velo ser aquela em que se poder dizer como diria um velho aforismo dos chamados ndios norte americanos n s n o herd mos a Terra dos nossos antepassados n s pedimo la emprestada aos nossos descendentes O Relat rio Bruntland traz tamb m para a mesa das discuss es o reconhecimento expl cito de que as m ltiplas e diversas crises que t m afectado as diversas comunidades nacionais face do planeta est o todas interligadas Como tal a
48. A quest o da seguran a internacional Ainda no que diz respeito s motiva es dos pa ses doadores e independentemente de com isso quererem ou n o influenciar as pol ticas dos pa ses ditos em desenvolvimento surge nos em seguida a preocupa o por parte dos principais pa ses doadores relativamente estabilidade social pol tica e econ mica em determinadas regi es do globo consideradas de interesse estrat gico para as principais pot ncias mas em particular os Estados Unidos e ou mesmo os pa ses da Uni o Europeia considerados estes quer isoladamente quer em conjunto A ideia b sica e subjacente a este tipo de motiva o a de que a pobreza ou a mis ria extrema uma condi o prop cia gesta o de sentimentos de revolta que falta de enquadramento pol tico minimamente eficaz tender o a descambar facilmente na emerg ncia de uma base social de apoio ainda que passivo ou apenas verbal actua o de grupos terroristas Com os quais quase que por defini o extremamente dif cil encetar quaisquer processos de negocia o Assim sendo mesmo considerando que se pode tratar aqui de cinismo pol tico ou real politik sempre vai sendo melhor e at mais barato ir ajudando determinados pa ses em determinados pontos estrat gicos do que n o fazer nada e correr o risco de pagar mais tarde a ajuda que n o se tenha querido prestar O caso exemplar deste tipo de mo
49. ABIC frica do Sul Brasil e ndia mais a China 25 Assinale se que a ideologia neoliberal ainda prevalecente nas institui es que orientam e mais influenciam a governa o da economia globalizada se baseia no paradigma neocl ssico o homo economicus o qual paradigma assume uma perspectiva eminentemente mec nica e est tica dos fen menos econ micos 256 tamb m o per odo dos Planos de Fomento em Portugal 257 O grande empurr o Modelo de desenvolvimento segundo o qual as decis es empresariais no sentido do Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Rodan Temos depois um segundo per odo de promo o da actividade empresarial quer por iniciativa do Estado sob a forma de empresas p blicas ou para estatais quer ainda por atrac o e incentivos diversos ao investimento privado A este segundo per odo o das chamadas e j referidas ind strias industrializantes est o associadas as ideias de autores como Fran ois Perroux e Samir Amin Entretanto tudo iria bem no melhor mundo dos mundos poss veis se entretanto a din mica l gica intr nseca ao funcionamento das sociedades capitalistas n o trouxesse ao de cima algumas das suas contradi es o que acontece escala mundial em fins dos anos Sessenta com a emerg ncia dos primeiros sinais da crise que se avizinhava Temos em seguida uma segunda fase com uma dura o de cerca de vinte anos mais ou menos entre 1970 e 1990 a qual se pode
50. Africana do Presidente Thabo Mbeki da frica do Sul ou ainda as ideias anteriormente expressas pelos presidentes da Arg lia Abdelaziz Bouteflika e da Nig ria Olusegun Obasanjo A NePAD veio depois a receber o apoio formal das cimeiras do G 8 em 2002 em Kananaskis no Canada e em 2003 em Evian em Fran a A NePAD veio mesmo a constituir se no instrumento de refer ncia para a Parceria Estrat gica entre a Uni o Europeia e a Uni o Africana tal como consagrado na Cimeira de Lisboa em 2007 Em termos gen ricos a adop o da NePAD por parte dos dirigentes africanos tem como princ pios fundamentais em primeiro lugar o assegurar uma boa governa o como modo de garantir a paz e a estabilidade social sem o que n o haver grandes possibilidades de qualquer desenvolvimento sustent vel e em segundo lugar o assegurar a lideran a por parte de dirigentes Africanos e a sua responsabilidade pelo processo assim como uma ampla participa o de todos os sectores da sociedade Por outras palavras o desenvolvimento de frica reconhecido como sendo um problema africano e a ser resolvido antes do mais por africanos H ainda a considerar outros princ pios fundamentais tais como o basear o processo de desenvolvimento africano nos recursos naturais e sobretudo humanos pr prios do continente Ao falar se em nova parceria poderia talvez dar se a ideia de uma parceria com pa ses ou regi es fora do continente africano N o essa
51. CAD Desde logo alguma redund ncia ou repeti o de itens no registo dos desperd cios Muito em particular quando a Action Aid interpreta de forma incorrecta os n meros publicados pelo CAD o que daria origem a contagem em duplicado de algumas verbas 22 http www actionaid org 23 27 de Maio de 2005 Scandal of phantom aid money 2 http www actionaid org uk index asp page 1d 100473 25 No relat rio da ActionAid n o h qualquer refer ncia especial a qualquer pa s Apenas acontece que Portugal est em primerio lugar naquela particular lista de pa ses doadores e que em ltimo lugar acontece estar a Gr cia 2 http www actionaid org uk wps content documents real aid pdf Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Mas nas palavras do pr prio director adjunto do secretariado do CAD de seu nome Richard Carey no entanto as quest es levantadas pelo relat rio s o certamente reais e o Real Aid Report n o est sozinho em questionar a qualidade da ajuda Como diz a sabedoria popular de muitos povos e na es n o h fumo sem fogo e s o demasiados os sintomas de que algo de menos correcto se passa escala global para que as den ncias de algumas ONGDs mais atentas ou inquisitivas possam ser descartadas como resultantes de meros erros de interpreta o de estat sticas A verdade nua e crua ou o segredo de polichinelo da ajuda p blica ao desenvolvimento que a sua contabiliza
52. Canad baixo muito alto m dio m dio mercado local Pa ses N rdicos muito baixo alto muito alto muito baixo baixo m dio mercado local Alemanha baixo m dio alto alto m dio alto m quina oleada ustria muito baixo m dio alto alto muito alto m dio to alto m quina oleada Jap o m dio m dio muito alto alto muito alto pir mide pessoal J no que concerne tens o de valores ou atitudes que d em primazia ao individualismo em vez do colectivismo segundo aquele autor os pa ses africanos caracterizar se iam por sociedades em que predomina o esp rito colectivista o qual se exprime por atitudes ou comportamentos individuais que d o a primazia aos chamados interesses comunit rios sejam da fam lia alargada da aldeia ou do cl Por outro lado relativamente masculinidade por oposi o feminilidade os pa ses africanos caracterizar se iam por sociedades em que predomina mas de forma muito mitigada um certo esp rito masculino Este suposto exprimir se por uma tend ncia acentuada para uma clara separa o de fun es e pap is sociais de acordo com o g nero assim como uma tend ncia mais acentuadas para a resolu o de problemas por recurso seja autoridade seja simplesmente o exerc cio da for a Vem em seguida a quest o da forma como as sociedades em geral e para o caso que aqui nos interessa as sociedade africanas em particular encaram o tema da prepara o do futuro Como acima se di
53. Designadamente a cria o da OUA Organiza o de Unidade Africa agora transformada em Uni o Africana ou as diversas organiza es regi es como a SADC Southern African Development Community ou a COMESA Commmon Market for Eastern and Southern Africa ou ainda num plano diferente a novel NePAD New Partnership for Africas Development amp Esta hip tese de um relativamente menor impacto do comercio transatl ntico de escravos relativamente demografia africana hoje contestada por alguns historiadores A este respeito ver Joseph Miller 1988 John Thornton 1998 ou ainda Paul Lovejoy 1983 9 Referimo nos aqui a uma hipot tica ou potencial produ o de excedentes por parte da m o de obra ou for a de trabalho que tendo sido exportada deixou de produzir quaisquer excedentes eventualmente acumul veis no seio das comunidades africanas de origem Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria economia de planta es ou de explora o florestal pode claramente falar se de pilhagem de recursos naturais no sentido em que a obten o de produtos mercantis resultado dessas actividades econ micas n o tem sido feita de modo a garantir a sustentabilidade e reprodu o do meio ambiente o qual come ou por garantir como que um estoque de riquezas naturais cuja reprodu o no entanto importa garantir como ser o caso das madeiras extra das de florestas ancestrais Em resumo vemos por
54. Discrimina o Contra as Mulheres adoptada em 1979 pela Assembleia Geral da ONU muitas vezes descrita como uma declara o internacional dos direitos das mulheres Composta por um pre mbulo e 30 artigos define o que constitui uma discrimina o contra as mulheres e estabelece uma agenda de ac o nacional para acabar com tal discrimina o Considerando o papel incontorn vel desempenhado e a desempenhar pelas mulheres em todos os 2http www un org womenwatch daw cedaw 23 Fourth World Conference on Women http www un org womenwatch daw beijing platform declar htm Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria processos sociais de constru o da paz e do desenvolvimento sustent vel importa fazer aqui tamb m uma refer ncia ainda que sucinta ao Fundo de Desenvolvimento das Na es Unidas para as Mulheres Em Julho de 2010 a Assembleia Geral das Na es Unidas criou a entidade Mulheres das Na es Unidas Ao criar esta nova entidade os Estados membros deram um passo hist rico na acelera o dos objectivos da ONU no que respeita igualdade do g nero e ao empoderamento das mulheres A cria o desta nova ag ncia vem a fazer parte da agenda de reforma das Na es Unidas reunindo recursos e mandatos para um maior impacto Esta nova entidade ir agregar e continuar o importante trabalho at agora desenvolvido por quatro entidades distintas e focar se em exclusivo na quest o da igualdade do g nero e d
55. Esta recolha de dados suposta ser a fonte mais fi vel de dados internacionalmente compar veis sobre a ajuda O Grupo de Trabalho sobre Estat sticas analisa regularmente o funcionamento do sistema de recolha de dados de modo a garantir a compatibilidade e consist ncia das informa es recolhidas a partir dos dados fornecidos por cada pa s A esse respeito importante assinalar que cada pa s possui a sua pr pria estrutura institucional de presta o de ajuda p blica ao desenvolvimento para al m do facto de cada um desses pa ses ter a sua pr pria heran a hist rica e cultural relativamente ao modo e s pr ticas seguidas na coopera o Estat sticas da Ajuda P blica ao Desenvolvimento Pa ses Valores Constantes Milh es US Percentaaens em relac o ao PIB 2007 2008 2009 2007 2008 2009 Alemanha 12 291 13 060 15 961 0 37 0 38 0 35 Austr lia 2 669 2 834 2 761 0 32 0 32 0 29 Austria 1 808 1 586 1 149 0 50 0 43 0 30 B laica 1 951 2 219 2 650 0 43 0 48 0 55 Canad 4 080 4 635 4 014 0 29 0 32 0 30 Dinamarca 2 562 2 573 2 845 0 81 0 82 0 88 Espanha 5 140 6 304 6 977 0 37 0 45 0 46 Estados Unidos 21 787 26 254 29 480 0 16 0 19 0 20 Finl ndia 981 1 072 1 286 0 39 0 44 0 54 28Com caracter sticas de mera cosm tica estat stica 29 Ver em http www oecd org topicstatsportal 0 3398 en 2825 495602 1 1 1 1 1 00 html http www oecd org dataoecd 17 14 44982179 pdf Est o aqui incl
56. Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria De acordo com os defensores desta tese o trabalho e conv vio regular de cientistas e t cnicos especializados em ag ncias internacionais dedicadas resolu o de problemas comuns nas reas da sa de dos transportes e comunica es ou ainda por exemplo nos problemas do meio ambiente e da ecologia dever levar constru o de uma esp cie de lite internacional com uma mundivis o universalista a qual seria propiciadora de um ambiente de di logo sobre a resolu o objectiva dos problemas concretos que afligem a humanidade Ainda segundo a abordagem funcionalista esta emerg ncia dessa consci ncia internacionalista acabaria por eventualmente se vir a sobrepor a ideias supostamente caducas de fidelidade nacional centrada no ainda prevalecente Estado na o Seja como for para efeitos do nosso estudo interessam nos apenas aqueles rg os comiss es e institutos que t m ou se prop em o objectivo espec fico da coopera o e ajuda ou apoio ao desenvolvimento Deve no entanto assinalar se que praticamente todos os organismos das Na es Unidas acabam por tamb m proclamar entre os seus pr prios objectivos a coopera o e o apoio ao desenvolvimento Mesmo tratando se de organismos cujos objectivos espec ficos pelo menos primeira vista n o se prendem directamente com a tem tica do desenvolvimento Neste contexto consideraremos aqui apenas aqueles organismos que se
57. Madag scar desapareceram cerca de 90 das suas florestas originais Assim sendo e considerando que a popula o na frica Subsahariana continua a duplicar a cada 25 anos e que em muitas reas os agricultores t m de se deslocar para terras menos produtivas e mais fr geis tem se tamb m estado a verificar em muitos pa ses um grande decl nio na fertilidade dos solos Se verdade que ao longo dos ltimos anos se tem verificado algum aumento da produ o agr cola tal tem se devido essencialmente movimenta o das popula es para novas terras H muitos pa ses Nig ria Mo ambique e Uganda por exemplo onde existe ainda uma grande reserva de terra de grande potencial agr cola contudo muitos outros pa ses Qu nia Ruanda Malawi por exemplo atingiram os limites e est o a sofrer n o s uma redu o do tamanho das propriedades como a aumentar o n mero dos sem terra e tamb m uma maior degrada o dos solos Para todos estes pa ses a nica solu o intensificar a agricultura e aumentar a produtividade A explos o urbana Tratando se de um fen meno ou de uma tend ncia hist rica de muito longo prazo dir se ia que n o far muito sentido de um ponto de vista de estrutura deste trabalho incluir essa problem tica num cap tulo dedicado discuss o de factores internos verdade Mas tamb m ser certo que leg timo argumentar se que os governos de cada pa s sempre poder o fazer escolhas relativa
58. Na economia global e interdependente de hoje a ajuda por si s n o pode acabar com a pobreza e gerar crescimento Os pa ses da OCDE comprometem se a uma parceria global baseada na responsabilidade m tua entre os mundos desenvolvido e em desenvolvimento Tal significa melhorar a coer ncia pol tica a ajuda de um pais doador para aumentar a capacidade exportadora um pais em desenvolvimento n o faz sentido se o pa s doador em seguida bloquear as importa es desse pa s por meio de barreiras comerciais ou subs dios que distor am o com rcio Foi assim que em 2002 uma confer ncia de ministros da OCDE adoptou uma Ac o da OCDE para uma Agenda Comum de Desenvolvimento Nesse contexto a OCDE criou um programa de car cter transversal e que tinha como objectivos 1 analisar os impactos das pol ticas de ajuda sobre os pa ses ditos em desenvolvimento 2 motivar os membros da OCDE para promover a coer ncia das suas pol ticas de ajuda ao desenvolvimento encarando essa promo o como uma quest o transversal com impacto em todas as pol ticas e pr cticas do processo de ajuda Finalmente 3 impunha se incentivar os membros da OCDE a modificarem as suas pol ticas sempre que necess rio de modo a refor ar o desenvolvimento social e econ mico e a competitividade dos pa ses receptores da ajuda Para concluir este aspecto e pelo lado dos pa ses doadores estes deveriam comprometer se a adoptar pol ticas em reas como a agricult
59. O conjunto das m ltiplas actividades das muitas centenas de ONG s presentes em praticamente todos os continentes d assim origem ao aparecimento de um como que novo sector de actividade a que j se convencionou chamar de ind stria da coopera o com as suas pr prias regras procedimentos e normas de avalia o A express o organiza o n o governamental come ou por ser utilizada em 1945 por ocasi o da funda o da Organiza o das Na es Unidas por causa da necessidade de estabelecer formalmente uma diferen a estatut ria relativamente aos distintos direitos de participa o nas delibera es dos diversos rg os das Na es Unidas por parte das organiza es internacionais privadas caso da Cruz Vermelha por exemplo e por parte das ag ncias inter governamentais especializadas assim que as Organiza es N o Governamentais registadas e reconhecidas pela ONU podem participar com o estatuto de consultores nas delibera es do Conselho Econ mico e Social ou ECOSOC Economic and Social Council O universo das ONGs suficientemente complexo e complicado para que se justifique que lhe tenham j sido dedicados centenas de livros artigos e relatos dos mais diversos tipos e calibres Em 2001 Helmut K Anheier fazendo uma inventaria o da chamada sociedade civil global estimava em cerca de 40 000 o n mero das Organiza es N o Governamentais de mbito internacional As Na es Unidas e outr
60. US Milh es US Empregados frica do Sul 44 200 000 576 400 General Electric 750 507 307 000 Egipto 78 900 000 328 100 General Motors 479 603 324 000 Nig ria 131 900 000 188 500 Ford Motor Co 305 341 225 626 Angola 12 000 000 51 950 Vodafone Group 258 626 57 378 Congo Zaire 62 600 000 44 600 Daimler Chrysler 248 850 384 723 Camar es 17 400 000 42 200 Toyota Motor 233 721 265 753 Qu nia 34 700 000 40 770 EDF GDF 200 093 156 152 Mo ambique 19 680 000 29 320 Exxon Mobil 195 256 105 200 Tanz nia 37 400 000 29 250 British Petroleum 193 213 102 900 Costa do Marfim 17 650 000 28 470 Royal Dutch Shell 192 811 114 000 Zimbabwe 12 200 000 25 050 Volkswagen 172 949 342 502 Z mbia 11 500 000 11 500 E On Ag 155 364 72 484 Gab o 1 400 000 10 210 Pfiser Inc 123 684 115 000 Benim 7 800 000 8 930 Total Elf 114 636 111 401 Malawi 13 000 000 8 040 IBM 109 183 329 001 Nam bia 2 040 000 5 300 Hitachi 93 510 347 424 Cabo Verde 421 000 3 130 Sony 87 309 151 400 Guin Bissau 1 440 000 1 240 Renault 83 009 130 573 S o Tom 193 000 214 Samsung 66 665 61 9 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Notas 1 Escolhemos a ordena o das empresas n o financeiras por patrim nio total na medida em que o patrim nio total ser um bom indicador da pot ncia econ mica e social e capacidade de interven o pol tica de uma qualquer empresa industrial Ficaram
61. Vers o Provis ria fragilizadas Uma vez analisados os diversos processos de acumula o e desenvolvimento ser interessante discutir a forma com t m evolu do as diversas pol ticas de coopera o e ajuda ao desenvolvimento sendo essa evolu o perspectivada quer de acordo com interesses econ micos e pol ticos de conjuntura por parte dos Estados quer de acordo com mudan as no pensamento e ideologias predominantes ao n vel das institui es que v o dando forma ao devir hist rico da coopera o Por outro lado partindo do princ pio de que nada melhor do que o conhecimento do passado para uma razo vel compreens o do presente propomo nos em seguida fazer uma revis o da evolu o hist rica da coopera o internacional passando em seguida a uma exposi o sucinta do sistema das Na es Unidas e da sua relev ncia para actual situa o do continente africano Passando a discutir com maior detalhe a problem tica do n o desenvolvimento africano entraremos em seguida numa breve discuss o daquilo a que chamaremos de grandes iniciativas regularmente proclamadas por dirigentes africanos tendo sempre como grande objectivo o desenvolvimento Ver se em particular a quest o da forma o de grandes espa os em frica a come ar pela forma o da Organiza o de Unidade Africana e acabar na mais recente dessas iniciativas a NePAD ou Nova Parceria para o Desenvolvimento de frica Num plano que se sup e como sendo m
62. a de porcelana era depois preciso transporte cuidadoso por estradas de terra batida Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria onde se contrasta a cultura do algod o no Sul dos Estados Unidos com a cultura do algod o nos pa ses da frica Ocidental um exemplo apontado relativamente a este tipo de cr tica Alguns desses cr ticos chamam a aten o para o facto de que a actividade agr cola sendo um factor central das economias africanas contribuindo com elevadas propor es sempre mais de 40 do PIB e ocupando sempre mais de metade da popula o e proporcionando mat rias para exporta es e receitas para o Estado estar permanentemente sujeita concorr ncia desleal de produtos oriundos de pa ses desenvolvidos onde os respectivos produtores recebem de forma rotineira apoios t cnicos e subs dios financeiros substanciais dos respectivos Estados Alguns cr ticos chamam tamb m a aten o para os perigos no que diz respeito efic cia da ajuda que adv m dos objectivos espec ficos de cada pa s doador Lembram esses cr ticos factos como a concentra o da ajuda norte americana em meia d zia de pa ses particularmente importantes de um ponto de vista dos interesses geoestrat gicos das elites norte americanas Finalmente mas apenas para concluir este brev ssimo resumo das cr ticas mais frequentes temos a considerar a quest o da corrup o e do desvio quer de fluxos financeiros da APD quer de materi
63. a urbaniza o crescente associada industrializa o e a promo o do comportamento individualista do famigerado homo economicus e da recompensa pelo m rito individual em contraste com a at a prevalecente ideologia da reciprocidade Uma outra contradi o que ter certamente jogado aqui um papel relevante ter sido a da contabiliza o de custos e benef cios da administra o colonial directa quando comparada com uma administra o por via de pol ticas neocoloniais 29 Organiza o dos Pa ses Exportadores de Petr leo ou OPEP na sigla em Ingl s 20 Situa o at a in dita de ser ter ao mesmo tempo aumento do desemprego ou estagna o na actividade econ mica e infla o A esse respeito houve mesmo quem falasse da crise da ci ncia econ mica Threvitihick 1977 1 Em 15 de Agosto de 1971 o Presidente Nixon revelia dos acordos de Bretton Woods de 1944 cancelou a convertibilidade do d lar em ouro em resultado do excesso de papel moeda entretanto ocorrido por causa das despesas incorridas pelo estado norte americano com a guerra do Vietname Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria total das exporta es tamb m um pa s extremamente dependente no que diz respeito s importa es desde logo de petr leo Em meados dos anos Oitenta a Z mbia era j um dos pa ses mais endividados de todo o mundo relativamente ao seu Produto Interno Bruto Entretanto
64. administra o norte americana Saudando a reforma do sistema de justi a administrativa interna pediu aos Estados membros que aceitassem uma flexibiliza o de regras assentes num passado esquecido em particular no que diz respeito a contratos e condi es de servi o que s o dificeis de gerir e que j n o servem as necessidades das Na es Unidas 01 11 0722 22 Este montante refere se apenas ao n cleo central da ONU propriamente dita Se incluirmos o conjunto das ag ncias especializadas o montante total chega aos 16 000 milh es de d lares Mesmo assim apenas o equivalente despesa militar mensal com as guerras do Iraque e do Afeganist o http www unicrio org br SalaDalmprensaTextos php Texto 0111 c htm Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 09 A PROBLEM TICA DA INTEGRA O REGIONAL Introdu o A problem tica da integra o regional em frica dever tamb m ela come ar por ser vista de uma perspectiva de longo prazo Assim sendo uma das primeiras constata es a fazer a de que praticamente desde sempre que a frica Sub Sahariana tem estado margem dos acontecimentos determinantes do devir do sistema mundial De acordo com as mais recentes investiga es tudo indica que a evolu o ou transi o para a actual esp cie humana come ou por ocorrer em frica e que h aproximadamente uns 100 00 anos os primeiros grupos de homo sapiens deixaram este continente por via do Vale
65. ajuda canalizada por mecanismos ou instrumentos bilaterais e multilaterais tal como tem sido contabilizado pelo CAD da OCDE Este esfor o financeiro suportado pelas finan as p blicas dos diversos Estados e por conseguinte pago pelos impostos individuais e das empresas desses pa ses levanta naturalmente diversas quest es relativamente quer no que diz respeito justifica o dessa ajuda o porqu quer no que diz respeito aos resultados at agora obtidos com essa ajuda o para qu Levantar se tamb m a quest o de saber ou investigar que mecanismos e processos s o utilizados na concreta efectiva o dessa ajuda e quem dela de facto vem ou tem vindo a beneficiar Para muitos autores levanta se mesmo a quest o de saber se essa ajuda ao fim e ao cabo serve mesmo para alguma coisa de efectivamente til para os povos e pa ses que s o supostos estarem a ser ajudados Desde que os pa ses desenvolvidos assumiram o compromisso de dedicar 0 7 do seu PIB ajuda p blica ao desenvolvimento e apesar dos muitos bili es de d lares entretanto doados muito Para efeitos de avalia o da dimens o dos montantes em causa refira se que a d vida p blica Portuguesa apenas um dos menos ricos dos pa ses do CAD estava estimada em fins de 2010 em cerca de 190 bili es de d lares Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria raramente aquela meta foi atingida e mesmo assim apenas por um grupo muito restrito de p
66. as actividades de assist ncia realizadas no mbito da chamada Aguda P blica ao Desenvolvimento quer as realizadas no mbito do chamado Investimento Directo Estrangeiro sendo que umas e outras sempre d o necessariamente origem a interac es entre os diversos actores sociais envolvidos Mais especificamente estamos a pensar em actividades sociais e econ micas de diversos tipos designadamente Ajuda e assist ncia em programas de Sa de e de Educa o Capacita o e desenvolvimento institucional em geral Ajuda e assist ncia em programas de desenvolvimento comunit rio Assist ncia em programas de desenvolvimento industrial e agr cola Transfer ncia de tecnologia em geral e de pr ticas de gest o em particular Assist ncia em oportunidades de investimento e desenvolvimento empresarial em geral Todos estes aspectos envolvem pelo menos dois tipos de t cnicas de gest o Gest o de projectos conjunto de actividades do tipo uma s vez ou chave na m o Gest o institucional e empresarial interac es de tipo continuado e sem limite no tempo Por sua vez todas estas actividades poderiam ser sumariadas em duas categorias b sicas educa o treino e forma o profissional e transfer ncia de saber fazer Deixo aqui de lado a transfer ncia f sica ou actual de bens materiais de investimento e dos fluxos financeiros que acompanham essa transfer ncia n o apenas porque estas activida
67. capacidade para aumentar o n mero e a diversidade dos agentes envolvidos Tal facto no entanto e dada a caracter stica naturalmente fragmentada desta diversidade estaria a levantar s rios problemas de governa o e coordena o escala mundial Por outras palavras faz falta p r ordem na casa ou ent o h que reconhecer e enfrentar o problema de que a pol tica de todos os molho e f em Deus acaba por n o funcionar Em terceiro lugar e na sequ ncia da multiplica o de inova es nos instrumentos financeiros quem pode emprestar o qu a quem e em que condi es tem se verificado uma enorme variedade de op es de financiamento ao dispor dos agentes envolvidos no processo internacional de ajuda ao desenvolvimento No entanto concluem aqueles autores perante o car cter recente desta tripla revolu o ainda n o estariam criadas as condi es que permitam avaliar com algum grau de precis o quer os volumes financeiros destinados a esta pol tica global emergente quer os impactos concretos sobre os objectivos que agora se pretende alcan ar 303 Antigo director geral da Ag ncia Francesa do Desenvolvimento http ideas repec org p cgd wpaper 167 htmler Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 11 AS GRANDES INICIATIVAS Todos n s queremos uma frica Unida unida n o apenas na nossa ideia do que significa a unidade mas unidos no nosso desejo comum de avan ar em conjunto ao lidarmos com to
68. com particular incid ncia nos pa ses mais pobres Por sua vez esta explos o demogr fica torna mais dif cil os esfor os de crescimento econ mico e concomitante desenvolvimento social at na medida em que continuam a ser escassos os recursos qualificados em termos de servi os de sa de e de educa o para citar apenas dois aspectos do problema do desenvolvimento No que diz respeito fome no mesmo per odo de tempo passou se de cerca de 600 milh es para cerca de 1 000 milh es de pessoas que diariamente dia ap s dias continuam a passar fome J em 1989 Willy Brandt pediu a Ingvar Carlsson e Sir Shridath Ramphal para convocarem uma Commiss o Independente sobre Governa o Global J depois da morte de Willy Brandt em 1992 a nova Comiss o deliberou publicar em 1995 um relat rio subordinado ao t tulo 4 Nossa Vizinhan a Global Esta Comiss o para a Governa o Global alargou a ideia e prop s a cria o de um Org o de Conselho para o Desenvolvimento apelando cria o de um novo organismo internacional dedicado governa o da interdepend ncia econ mica Esta mesma Comiss o para a Governa o Global publicou as suas recomenda es em prepara o para uma Confer ncia Mundial sobre a Governa o Global ent o prevista para 1998 na qual se esperava que os tratados oficiais sobre governa o mundial viessem a ser adoptados para implementa o at ao ano 2000 Entre essas recomenda es havia prop
69. culo XIX geralmente considerado o pai da pol tica econ mica proteccionista alem 17 International Conference on Financing for Development Monterrey Mar o de 2002 No Paragrafo 42 do chamado Consenso de Monterrey os l deres mundiais ali reunidos reiteraram n o s seu compromisso mas afirmando tamb m que os pa ses desenvolvidos que ainda n o tivessem conseguido alcan ar aquele objectivo de 0 7 do PIB deveriam com toda a urg ncia fazer esfor os nesse sentido Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria ignoradas Tal deve se ao continuado predom nio da ideologia neoliberal a qual baseando se ou sendo a express o pol tica do paradigma neocl ssico postula a tend ncia para equil brio nos mercados se n o a curto prazo pelo menos a m dio ou longo prazo Segundo esse mesmo paradigma o referido equil brio resultaria sempre numa situa o ptima a melhor poss vel para todas as partes envolvidas Ou seja por outras palavras ao fim e ao cabo os pa ses menos desenvolvidos acabariam por se desenvolver mais e melhor se nada fosse alterado ao esquema actual de predom nio quase total daquilo a que eufemisticamente se chama for as do mercado 8 relativamente ao funcionamento da economia global Em resumo e conclus o no que diz respeito aplica o de eventuais pol ticas de apoio e coopera o para o desenvolvimento as Na es Unidas no conjunto restrito dos seus organismos centrais aprese
70. da economia global agregada e considerada de uma perspectiva sist mica teremos a concluir que em rigor esse condicionamento originado no comportamento agregado dessa economia global relativamente qual os pa ses africanos s o na sua quase totalidade praticamente impotentes O chamado Consenso de Washington Na nossa lista dos factores externos que v o condicionando o devir dos pa ses africanos temos em seguida como factor interveniente e condicionante do desenvolvimento africano o fen meno social econ mico pol tico e at medi tico daquilo a que se veio a chamar de Consenso de Washington Esta express o designa o acordo ou consenso de cariz neo liberal a que naturalmente chegaram algumas das institui es centrais que determinam a pol tica econ mica e financeira dos principais pa ses face do planeta Estamos aqui a referir nos mais concretamente ao conjunto de institui es com sede em Washington designadamente o Fundo Monet rio Internacional o Banco Mundial e a Organiza o Mundial de Com rcio mas incluindo por vezes tamb m a Secretaria do Tesouro do governo norte americano Foi aqui a partir deste Consenso de Washington que nasceram em meados dos anos Oitenta do s culo XX os famigerados programas de reajustamento estrutural de cariz quase que exclusivamente financeiro e que s nessa perspectiva o aspecto financeiro das economias nacionais que em rigor se pode dizer estru
71. daquela recomenda o Mais tarde e no mbito da Declara o de Paris sobre a efic cia da ajuda proposta uma monitoriza o regular da implementa o das medidas acordadas No entanto dos 12 indicadores inclu dos no Acordo a desvincula o da ajuda bilateral o nico ponto que n o tem prazo definido Apesar dessas quest es das d vidas ent o levantadas e das declara es e acordos entretanto realizados em 2006 segundo a pr pria OCDE a ajuda ligada ou condicionada era ainda de 58 do total da APD enquanto que apenas 42 era suposta ser completamente desligada de contrapartidas comerciais ou financeiras E no entanto como se refere no par grafo 31 da Declara o de Paris de 2005 De um modo geral o desligamento da ajuda aumenta a efic cia da mesma reduzindo os custos de transac o para os pa ses parceiros e favorecendo a apropria o e o alinhamento dos pa ses Os Doadores do CAD manter o os seus esfor os para realizar progressos no sentido do desligamento da ajuda como s o encorajados a faz lo pela Recomenda o do CAD de 2001 sobre o Desligamento da Ajuda P blica ao Desenvolvimento para os Pa ses menos Desenvolvidos Os N meros da Ajuda P blica ao Desenvolvimento Importa come ar por fazer uma chamada de aten o para a relativa diversidade ou variedade dos n meros encontrados mesmo considerando apenas as chamadas fontes oficiais designadamente os ficheiros do CAD Essa variedade d
72. das diversas regi es envolvidas designadamente a Europa e a frica Sub sahariana deveria j ent o reflectir alguns dos efeitos da expans o pr colonial dos povos europeus e suas consequ ncias relativamente economia continental europeia Muito em particular por meio do conhecido fen meno do com rcio triangular compra de escravos nas costas de frica Ocidental explora o da respectiva for a de trabalho nas planta es nas col nias americanas Norte Sul e Cara bas e primeiros esbo os de industrializa o na Europa fechando se o tri ngulo com a exporta o de panos bugigangas e algumas armas da Europa para frica Por outras palavras poder se ia argumentar que se por volta de 1750 havia aquele diferencial da ordem dos 10 a 30 entre o rendimento per capita dos europeus e o rendimento per capita dos africanos ent o provavelmente a situa o seria ainda mais equilibrada por volta de meados do s culo XV altura em que os portugueses come aram a explorar as costas da frica Ocidental e da a trazer alguns primeiros escravos e ouro Por outro lado segundo John H Coatsworth a diferen a de rendimento per capita entre os paises mais ricos do mundo e os pa ses mais pobres n o poderia ser em 1820 muito mais do que 4 para 1 No entanto em 1989 era disparidade era j de 39 para 1 Assinale se que esta estimativa de Coatsworth j referente a 1820 ou seja setenta anos depois do per odo a que se refere
73. de caracter mercantil e de como tal emerg ncia ou n o determinante para o aceleramento do processo de acumula o Uma tal reflex o levaria muito provavelmente a terem que ser reconsideradas algumas das teses sobre a problem tica do enriquecimento da Europa custa do empobrecimento de frica Depois desta primeira onda de inser o de frica no sistema mundo os proponentes das teorias da depend ncia consideram um segundo per odo hist rico de inser o o per odo colonial entre mais ou menos 1880 e 1960 Claro que se trata aqui de um quadro em muito grandes pinceladas Desde logo haveria que considerar a presen a portuguesa e a respectiva explora o de escravos na costa ocidental desde meados do s culo XVII e a presen a rabe e respectiva explora o quer de escravos quer de diversas mat rias primas desde fins do s culo XIV Em qualquer caso esta segunda onda de inser o da frica Sub Sahariana no sistema mundo consolidada no virar do s culo XIX para o s culo XX assume basicamente tr s formas ou desenvolve se segundo tr s grandes eixos tal como j vimos no cap tulo anterior em primeiro lugar a imposi o de uma economia mercantil ao campesinato africano e consequente monetariza o o campesinato qual assim incorporado na economia mundial atrav s da mercantiliza o das suas produ es agr colas tradicionais Em segundo lugar temos a economia de planta es ou de agro pecu ria
74. de projectos Como a concorr ncia um factor positivo no aumento da efici ncia operacional dizem eles teremos assim o melhor dos mundos poss veis por um lado menos Estado e melhor Estado e por outro lado uma mais eficaz execu o dos programas de ajuda p blica ao desenvolvimento Referem se mais atr s os casos dos Estados Unidos e dos pa ses da Uni o Europeia como campi es e promotores da ideologia neoliberal de menos Estado melhor Estado Esta ideologia prop e que se as for as do mercado forem deixadas em paz ou seja se for minimizada a interven o mesmo simplesmente reguladora do Estado tudo ir correr pelo melhor no melhor dos mundos poss veis designadamente no campo espec fico da ajuda p blica ao desenvolvimento Tamb m a dever se deixar que sejam as for as do mercado a promover o desenvolvimento dos pa ses mais pobres Quer seja atrav s do incremento do investimento directo estrangeiro quer seja atrav s da promo o da actua o de ONGDs Nesse contexto de minimiza o do papel do aparelho do Estado e da maximiza o do papel dos agentes privados um outro pa s particularmente digno de refer ncia pelo seu significado em termos de mudan a de paradigma para um cen rio de menos Estado melhor Estado ser o caso do Jap o Nesse caso por exemplo Keiko Hirata da Universidade da Calif rnia refere que o Algo que est perfeitamente em concord ncia com o fen meno de crise de
75. de que agora aqui nos queremos ocupar ent o a problem tica do modo e grau de inser o ou integra o da frica Sub Sahariana no sistema econ mico global ou mundializado E de que maneira isso acaba por se traduzir numa trag dia Desde logo importaria come ar por definir ou operacionalizar o conceito de integra o no sistema global para s depois se poder falar de marginaliza o ou de maior ou menor grau de integra o Assim sendo come amos ent o por definir integra o no sistema global como sendo o n vel de trocas de um pa s ou regi o com o resto do sistema relativamente ao n vel de actividades econ micas pr prias ou espec ficas e ocorrendo nesse pa s ou regi o Como assinala Samir Amin todos os pa ses hoje industrialmente mais desenvolvidos come aram por ser economias autocentradas n o no sentido de aut rcicas ou fechadas sobre si mesmas mas no sentido de considerarem em primeiro lugar os seus pr prios mercados Quer isto dizer que os processos de acumula o de capital ocorreram para dentro s havendo lugar exporta o de bens de capital a partir do momento que se sente a necessidade de expans o para fora das fronteiras de cada subsistema econ mico pa s ou na o A partir de determinada fase desse processo de acumula o interna essa expans o para fora das fronteiras nacionais vem a assumir explicitamente a forma de imperialismo send
76. defendia de forma clara o conceito e a praxis do multi lateralismo na coopera o internacional para o desenvolvimento em lugar do ainda prevalecente predom nio da coopera o unilateral Uma das cr ticas que se pode mais naturalmente fazer ao unilateralismo justamente a de que este princ pio defende e perpetua rela es de depend ncia Estado a Estado sendo que nessa rela o dual de depend ncia s o primordialmente favorecidos os interesses geoestrat gicos dos pa ses doadores designadamente os dos pa ses doadores mais importantes na cena internacional Assim sendo na proposta de uma NOEI considerava se que tais princ pios de reciprocidade interesses mutuamente ben ficos e multi lateralismo eram fundamentais para a paz e para a prosperidade assim como para a seguran a internacional Para os esp ritos mais rom nticos a proposta de uma NOEI era tamb m uma mensagem de paz para um mundo baseado na justi a social e de onde estivesse ausente a ideia de explora o do homem pelo homem Deveria ainda assegurar uma continuada e sustentada transfer ncia de tecnologia em particular a tecnologia relevante para as diversas fases do desenvolvimento Assim como um controle leg timo e razo vel do processo multi sectoral de fuga de c rebros dos pa ses mais pobres para os pa ses mais ricos Tal fuga de c rebros s seria poss vel de contrariar de modo leg timo e sem ofensa aos princ pios universais das liberdades d
77. designadamente Sociologia Antropologia Hist ria ou Economia Embora se discutam aqui alguns aspectos gerais da chamada ajuda ao desenvolvimento e dos instrumentos institucionais da coopera o internacional haver uma maior nfase nos aspectos que dizem respeito coopera o internacional efectivamente verificada ou n o quer no interior da frica Sub Sahariana quer vinda do exterior e tendo como suposto destino o desenvolvimento social e econ mico daquela regi o Por outras palavras para al m de uma sucinta discuss o dos princ pios gerais e te ricos da coopera o e da ajuda p blica ao desenvolvimento procurar se prestar uma maior aten o aos processos efectivos da coopera o internacional para o desenvolvimento Entretanto a ideia de coopera o internacional para o desenvolvimento traz associada a pr tica da Ajuda P blica para o Desenvolvimento Assim sendo poderemos definir a Coopera o para o desenvolvimento como um conjunto actividades e processos atrav s dos quais s o transferidos recursos financeiros dos pa ses mais ricos e desenvolvidos para os pa ses menos desenvolvidos Temos assim que o nosso objecto de estudo ser ent o n o s o modo ou modalidades daquela transfer ncia de riqueza mas tamb m a investiga o sobre os efeitos at agora verificados sobre o desenvolvimento em consequ ncia dessa transfer ncia de riqueza Na discuss o do tema da coopera o e desenvolvim
78. designadamente a Terra como defendiam ali s os Fisiocratas Dir se aqui que n o bem assim na medida em que a explora o colonial representa justamente a transfer ncia do produto da for a de trabalho das col nias africanas para as metr poles europeias verdade Mas essa explora o colonial a qual s pode ter come ado depois do s culo XVT n o pode explicar de todo o processo de acumula o ocorrido no interior da Europa ao longo dos s culos at aproximadamente 1450 Ao considerarmos a evolu o comparada ao longo dos s culos dos diversos continentes e ou regi es que se vieram a constituir no actual sistema mundo ser importante vermos o tipo de trocas que ocorreram ao longos dos s culos em que se verificou esse processo de integra o planet ria Propomos assim que se considerem primordialmente as trocas ou fluxos de pessoas de m quinas e ferramentas conhecimento e tecnologia assim como os fluxos de materiais e de energia Considerando que a fonte b sica prim ria e original da cria o de valor acrescentado o trabalho humano a primeira tarefa anal tica ser justamente a da quantifica o do tr fico de for a de trabalho que ao longo de mais ou menos quatro s culos se verificou entre a Europa a frica e as Am ricas Nesses fluxos de for a de trabalho o com rcio de escravos ganha um particular relevo a ponto de quase monopolizar as aten es dos estudiosos O car
79. do Mercosul No virar do s culo XIX para o s culo XX a Argentina era considerada um dos pa ses mais ricos do mundo em termos de PIB per capita Em fins da d cada de Trinta a Argentina gozava ainda de um elevado n vel de vida Por raz es do seu modo peculiar de inser o e posicionamento no sistema mundo e em consequ ncia das oscila es peri dicas do processo secular de globaliza o que a Argentina vem desde o princ pio dos anos Cinquenta para c a sofrer diversas crises profundas e recorrentes e que levam a que acabe por vir a ser considerado como fazendo parte do grupo de pa ses de rendimento interm dio Em alguma literatura e at mesmo no imagin rio de muitos argentinos a Argentina ter se ia ent o tornado mesmo num pa s subdesenvolvido ou do terceiro mundo Como se poder explicar ent o este estranho fen meno de um pa s com grande cultura e avan o cient fico e tecnol gico ainda que espec fico ou enviesado tenha desca do de uma posi o cimeira no concerto das na es sem que diga se de passagem l tenha havido nenhuma ditadura comunista Os especialistas em Economia Pol tica ou Sociologia do Desenvolvimento avan am com a seguinte explica o Durante as ltimas d cadas do s culo XIX e nas primeiras d cadas do s culo XX a Argentina era um dos destinos de sonho de milh es de pobres emigrantes europeus em busca de melhor vida A esse respeito conv m lembrar a grande crise s
80. do Nilo em direc o ao M dio Oriente A partir da poca da revolu o agr cola poca em que se ter o consolidado os assentamentos humanos ao longo dos vales planaltos e plan cies que ladeiam a espinha dorsal constitu da pelas cadeias que v o dos Pirin us e Alpes na Europa at aos Himalaias na sia vieram a a constituir se alguns p los de desenvolvimento que eventualmente se agregaram num polo a Ocidente em torno do Mediterr neo e dois outros a Oriente um no Hindust o e outro onde hoje a China De acordo com a hip tese proposta por Gunder Frank ter se ia ent o formado h uns 5 000 anos entre tr s p los de desenvolvimento uma primeira configura o do sistema mundo A qual se caracterizaria pela primeiras rotas comerciais regulares de caracter transcontinental Ao longo dos mil nios que se seguiram e at ao tempo do Imp rio Romano os contactos da frica Sub Sahariana com o resto do mundo deveriam restringir se a alguns movimentos ao longo do vale do Nilo ou ocasionais travessias do deserto do Sahara Depois mais tarde mais ou menos coincidente com a emerg ncia e expans o do islamismo ter havido um desenvolvimento do com rcio costeiro entre a frica Oriental e os pa ses ribeirinhos das margens norte do Oceano ndico Ao longo da vig ncia do Imp rio Romano expans o rabe e Idade M dia Europeia os contactos entre a regi o da frica Sub Sahariana com a Europa e o M dio Oriente circunsc
81. duas primeiras d cadas de independ ncia vieram a emergir toda uma s rie de f runs de reflex o e consultas m tuas tendo como objectivo a discuss o de alternativas de pol ticas econ micas e sociais que pudessem libertar o continente africanos dos m ltiplos constrangimentos que levam obstru o e in rcia em rela o ao arranque de processos regionais de desenvolvimento sustentado A Confer ncia de Monrovia 1979 anterior e preliminar adop o do Plano de Ac o e Acta Final de Lagos 1980 constitui um exemplo ilustrativo destas confer ncias e consultas multilaterais nesse contexto que se deve referir que o Plano de Ac o e Acta Final de Lagos estiveram na origem do Tratado de Abuja que veio estabelecer a Comunidade Econ mica Africana O processo institucional de constru o desta Comunidade entrou em Julho de 1999 numa segunda fase depois de ter entrado em vigor em 1994 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Seis anos depois do lan amento da Comunidade Econ mica Africana a Assembleia de Chefes de Estado e de Governo reunidos numa sess o extraordin ria em Sirte na L bia decidiu estabelecer a Uni o Africana na premissa de que tal deveria refor ar a organiza o continental de modo a que a mesma fosse capaz de actuar de modo mais efectivo face s mudan as e desenvolvimentos em curso quer no interior do continente africano quer no mbito da economia global Deve no entanto assinalar
82. em reas muito espec ficas designadamente na extrac o de mat rias primas como o petr leo Por outro lado a ajuda p blica ao desenvolvimento assim como as garantias das institui es de Bretton Woods relativamente a traqnulizar o investimento directo estrangeiro parecia estar dependente das garantias de boa governa o por parte dos dirigentes africanos Mesmo se alguns pa ses africanos j subscreveram o Mecanismo de revis o parit ria e monitoramento de boa governa o a t o esperada ajuda dos doadores n o se concretizou e assim o investimento estrangeiro de 64 bili es de d lares americanos continua um sonho por realizar Apesar da sua avalia o opimista sobre a NEPAD em Joanesburgo o Presidente Obasanjo admitiu o cepticismo que veio caracterizar o esquema econ mico regional Ao n o terem respeitado as suas promessas de ajudar a NEPAD os nossos parceiros estar o inconscientemente a confirmar as d vidas levantadas no in cio por alguns observadores Para que se atinja os Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio dever criar se a vontade pol tica necess ria para suster a NePAD e frica afirmou o l der nigeriano e actual presidente da Uni o Africana UA E que a NePAD est no seu conceito fundamentalmente dependente da benevol ncia de doadores estrangeiros De facto segundo as pr prias projec es dos promotores da NePAD s o sobretudo os IDE que dever o assegurar o financiamento da multitude
83. ent o a suceder lhe uma Administra o das Na es Unidas para a Ajuda e Reabilita o a qual funcionou entre 1943 e 1949 tendo sido criada para ajudar os refugiados Com o fim da guerra veio em seguida a OIR Organiza o Internacional dos Refugiados criada 28Para mais elementos e informa es consultar Attp www oit org public portugue region eurpro lisbon 20Ver tamb m http www territorioscuola com wikipedia es wikipedia php title ACNUR 210A express o Na es Unidas estava aqui ainda embri o e era apenas uma refer ncia aos pa ses Aliados United Nations Relief and Rehabilitation Administration Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria como uma ag ncia especializada das Na es Unidas a qual esteve em exerc cio entre 1946 e 1952 A Conven o de Refugiados de 1951 que estabeleceu o ACNUR determina que um refugiado algu m que temendo ser perseguida por motivos de ra a religi o nacionalidade grupo social ou opini es pol ticas se encontra fora do pa s de sua nacionalidade e que n o pode ou em virtude desse temor n o quer valer se da protec o desse pais Definido o conceito estabelece se tamb m o tratamento que estes devem receber O ACNUR tendo come ado as suas actividades logo em Janeiro de 1951 teve como mandato por tr s anos ajudar a re alojar de mais de um milh o de refugiados europeus que em consequ ncia da Segunda Guerra Mundial estavam sem abrigo Mais tarde o Pr
84. ent o designados de pa ses parceiros acordaram formalmente em transferir gradualmente o controle ou apropria o do processo de ajuda ao desenvolvimento 25 Antigo Primeiro Ministro do Canad que foi encarregado de estudar a utilidade ou efectividade da ajuda ao desenvolvimento proporcionada pelo Banco Mundial desde a sua funda o at 1968 Uma quest o correlacionada seria a de tentar saber se os pa ses mais ricos supostamente aqueles que mais contribuem s o necessariamente os melhor equipados para efectivar a presta o de ajuda ao desenvolvimento 7Mesmo assim s o referidas percentagens do volume global das exporta es na ordem dos 4 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria dos pa ses doadores para os pa ses parceiros Nessas condi es o que era natural que sucedesse era que a partir dessa inten o os pa ses doadores passassem a desligar a sua ajuda ou a deixar de a condicionar ou ainda a deixar de impor condi es aos pa ses receptores da ajuda Foi assim que em 2001 os pa ses membros do Comit de Ajuda ao Desenvolvimento CAD concordaram em recomendar aos seus governos que desligassem toda a ajuda aos pa ses menos desenvolvidos Essa recomenda o entrou em vigor em Janeiro de 2002 Al m disso a Austr lia Finl ndia Fran a Alemanha Irlanda Jap o Holanda Noruega Portugal Su cia Su a e Reino Unido declararam desvincular a sua ajuda para al m dos requisitos
85. es sociais tendo como objectivo a promo o de certos valores ticos ou a defesa dos direitos dos seres vivos ou ainda a presta o de socorros em situa es de Phttp www mcec gov Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria cat strofe natural ou social guerras epidemias uma ideia antiga No que diz respeito ao chamado mundo ocidental aquela que provavelmente a mais antiga das organiza es n o governamentais a Anti slavery International a qual trabalha de modo consistente e ininterrupto desde 1839 no combate escravatura e outros abusos do mesmo tipo trabalho for ado tr fico de menores Em rigor esta Anti slavery International tivera as suas origens j em 1787 quando se formou a primeira associa o abolicionista de cuja actividade veio a resultar a ilegaliza o da escravatura primeiro no Reino Unido em 1807 e depois nas col nias brit nicas em 1833 J ent o como ainda hoje seria poss vel detectar uma converg ncia objectiva de interesses entre as motiva es de ordem tica e humanista da maioria das organiza es n o governamentais e as motiva es dos interesses econ micos instalados No caso da Anti slavery International por exemplo e relativamente ao contexto hist rico em que se observa a sua interven o poder se ia argumentar que o movimento liberal em luta pelo fim da escravatura tinha tamb m como objectivo subjacente garantir burguesia industrial bri
86. espera dos homens que sejam duros assertivos e focados no seu sucesso material enquanto que em sociedades com um elevado grau de feminilidade se espera quer dos homens quer das mulheres que sejam modestos compreensivos e preocupados com o cuidado com coisas vivas Por outro lado nas sociedades com um elevado grau de masculinidade as mulheres tender o a mostrar algumas das mesmas caracter sticas associadas com a masculinidade mesmo se verdade que se espera delas que desempenhem de forma distinta os seus pap is sociais espec ficos No caso da dimens o ou par metro de Evita o da Incerteza esta nos apresentada por Hofstede como uma medida do grau segundo o qual os membros de uma cultura se sentem amea ados por situa es desconhecidas ou incertas A esse respeito penso que uma an lise cuidada e mais detalhada dos componentes desta dimens o dar cobertura asser o de que esta dimens o poder tamb m servir de padr o ou medida do sentimento de necessidade de alguma forma b sica de disciplina estruturada que implique alguma dose de previsibilidade no comportamento social De modo a de alguma forma contrabalan ar algum enviesamento cultural dos cientistas sociais do Ocidente Hofstede considera em seguida a investiga o social elaborada com recurso utiliza o de um Inqu rito de Valores Chineses O resultado desta investiga o foi a descoberta ou identifica o de mais uma dimens o que parece ser importa
87. este respeito importante sublinhar o facto de que com o acesso independ ncia e soberania pol tica por parte de algumas dezenas de antigas col nias de pa ses europeus a composi o da Assembleia Geral das Na es Unidas tinha se alterado significativamente Nesse novo contexto hist rico aquela Resolu o poderia assim ser interpretada como um pedido ou exig ncia por parte dos pa ses menos desenvolvidos ent o e agora em maioria na Assembleia Geral das Na es Unidas relativamente aos pa ses mais ricos os quais ter o aprovado a referida Resolu o apenas da boca para fora e para n o ficarem mal na fotografia como soe dizer se O posterior desenrolar de toda esta est ria s ter vindo confirmar essa hip tese J em 2005 os ent o 15 pa ses membros da Uni o Europeia comprometeram se em atingir a meta at de 0 7 at ao ano de 2015 Tal compromisso esteve tamb m presente na Cimeira do G 8 em Gleneagles e na Cimeira Mundial das Na es Unidas Como princ pio pol tico e pelo menos como objectivo a realizar a longo prazo os pa ses membros do CAD t m sempre reiterado a sua inten o de vir a destinar 0 7 dos seus respectivos PIB s para a ajuda p blica ao desenvolvimento As excep es t m sido a Su a que at 2002 n o era membro das Na es Unidas e os Estados Unidos que t m repetidamente declarado que n o subscrevem metas espec ficas ou com calend rio apesar de terem apoiado os objectivo
88. exemplo isto viria a representar algo como 100 000 pessoas deslocadas anualmente Entretanto na literatura consultada foi poss vel encontrar refer ncias a teses que defendem que o impacto do com rcio de escravos ou a modifica o da sua natureza a partir do com rcio transatl ntico ter sido m nimo em rela o dimens o continental da economia africana Em todo o caso poder se ia tamb m reflectir no papel crucial da motiva o social para a produ o de mais valias como sendo determinante para um qualquer aceleramento do processo de acumula o o que muito provavelmente levaria a ter que reconsiderar algumas das teses sobre a problem tica do enriquecimento da Europa custa do empobrecimento de frica 28 226 Ver o modelo anal tico elaborado por Patrick Manning em http www worldhistorynetwork org migrationsim 221 Ver David Eltis 2000 ou John Thorton et alia 1999 28 Estamos aqui a pensar nas teses de Walter Rodney em How Europe Underdevelopped Africa 1972 A esse respeito seria interessante considerar um estudo comparativo entre a riqueza material e de conhecimento cient fico acumulado nas diversas regi es do planeta data imediatamente anterior expans o europeia Uma outra forma de perspectivar a ideia de que a Europa se enriqueceu custa do empobrecimento de frica por exemplo seria a de comparar as riquezas nacionais colectivas de pa ses europeus envolvidos ou n o no processo de expans
89. fomenta a liberdade de imprensa e a independ ncia o pluralismo e a diversidade dos meios de informa o No caso da ci ncia e tecnologia a Unesco promove pesquisas para orientar a explora o sustent vel de recursos naturais Desempenha tamb m um papel de centro de interc mbio de informa o e conhecimento tamb m na medida em que ajuda os Estados Membros no desenvolvimento das suas pr prias capacidades humanas e institucionais Para acudir a todas estas actividades a Unesco contou com um total de 631 milh es de d lares para o bi nio de 2008 2009 Ou seja menos de 316 milh es de d lares por ano O equivalente a 65 dos gastos di rios com as guerras do Iraque e do Afeganist o FAO Organiza o das Na es Unidas para a Agricultura e Alimenta o Fundada em 1945 a FAO tem como objectivos a eleva o dos n veis de seguran a alimentar de nutri o e de vida assim como melhorar a produtividade agr cola as condi es de vida das popula es rurais e a gest o dos recursos naturais de forma sustent vel Assim sendo trabalha no combate fome e pobreza promove o desenvolvimento agr cola a melhoria da nutri o a busca da seguran a alimentar e o acesso de todas as pessoas em todos os momentos aos alimentos necess rios para uma vida activa e saud vel Refor a a agricultura e o desenvolvimento sustent vel como estrat gia a longo prazo para aumentar a produ o e a seguran a alimentar ao me
90. fora de 45 000 milh es de d lares ou seja 15 do PNB Por outras palavras faltavam ainda cerca de 39 000 milh es de d lares os quais teriam que vir do exterior na medida em que era dif cil se n o mesmo imposs vel obter uma maior taxa de acumula o interna da parte dos pa ses subdesenvolvidos tendo em conta o seu j baixissimo n vel de consumo Por outro lado e imaginando que se tinha obtido aquela ajuda de 39 000 milh es de d lares era necess rio que essa ajuda fosse crescendo 7 ao ano de modo a acompanhar o crescimento end geno dos pa ses mais desenvolvidos assim como os respectivos crescimentos demogr ficos Na realidade dos factos em 1965 a totalidade da APD da parte dos pa ses desenvolvidos n o comunistas e organismos internacionais multilaterais foi de 10 280 milh es de d lares os quais correspondiam a 0 8 do seu PNB e a menos de 19 do seu crescimento anual neste contexto que se deve sublinhar que a APD hoje prestada pelos pa ses da OCDE n o chega aos 0 4 do respectivo PNB sendo que s os chamados pa ses n rdicos se aproximam daquela taxa dos idos de 1967 Ser tamb m interessante referir aqui que foi tamb m em fins da d cada de Sessenta e nos primeiros anos da d cada de Setenta do s culo XX que sob o impulso de Wassily Leontief se come aram a divulgar os trabalhos de an lise sobre os requisitos materiais e humanos para que fossem alcan ados determinados objectivos de crescimento econ mico E
91. houve grandes modifica es com a obten o das independ ncias O chamado neo colonialismo pouco mais ter feito do que prolongar pelo menos at hoje as caracter sticas do modo de inser o de frica no sistema mundo ao manter e renovar a mesma e antiga divis o internacional do trabalho e do processo global de acumula o Ao chegarem ao poder todos os movimentos de liberta o nacional se propuseram basicamente tr s grandes objectivos independ ncia pol tica moderniza o do Estado e industrializa o da economia Se come armos pelo ultimo dos objectivos em termos de an lise marxista a estrutura sem a qual nada mais funciona f cil verificar que a industrializa o que houve foi apenas aquela que se inseria directamente na l gica de funcionamento da economia mundial embora se possam assinalar casos que parecem apresentar se como excep es que confirmam a regra Um caso representativo ser a industrializa o da Z mbia efectivada volta da actividade mineira do cobre para al m de cobalto chumbo e zinco A industrializa o feita pela refina o local dos min rios fazia todo o sentido de um ponto de vista da l gica global do sistema e como tal foi um sucesso at o dito sistema entrar em fase de retrac o e curva descendente em princ pios dos anos Setenta J a industrializa o por via de uma linha de montagem de autom veis da FIAT em Livingstone era mais um daqueles elefantes
92. l gica fundamental apenas assumiu novas formas De acordo com os defensores de uma nova ordem econ mica internacional pelo menos alguns de modo a garantir a continuidade do processo de explora o dos pa ses do terceiro mundo sob a forma de neocolonialismo foram criadas as institui es de Bretton Woods claramente dominadas pelos pa ses mais desenvolvidos Entretanto as ideias de Keynes pertencem claramente ao campo da Pol tica Macro Econ mica com uma determinada base te rica ou anal tica em que se assume para o Estado um forte papel interventor e sobretudo regulador Pode dizer se que estas ideias n o sendo propriamente radicais est o nos ant podas das ideias sobre praxis econ mica que vieram a triunfar duas d cadas mais tarde tendo ent o como figuras de proa cientistas sociais e t o ilustres pensadores como o foram o Presidente Ronald Reagan e a sra Margaret Tatcher Mas importa n o nos adiantarmos na hist ria recente da ideia de uma Nova Ordem Econ mica Internacional A ideia ou conceito de n o alinhamento est tamb m directamente relacionado com o fen meno de SA esta ilustre pensadora se atribui a frase de que n o h sociedade s h individuos N o confundir aom a ideia de uma Nova Ordem Internacional se m eco mica quest o a abordar brevemente mais adiante Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria um mundo bi polar o qual veio a emergir no per odo p
93. lado o arranque dos Programas de Ajustamento Estrutural Em muitos aspectos e tamb m em consequ ncia destes dois fen menos esta veio a ser conhecida como a d cada perdida para o desenvolvimento Durante esta segunda fase da sua breve hist ria a CNUCED deu assist ncia a pa ses menos desenvolvidos e com graves problemas de d vida externa nas suas negocia es para reescalonamento das d vidas junto do chamado Clube de Paris promovendo tamb m a coopera o Sul Sul Foi assim que em 1981 que se realizou a primeira Confer ncia das Na es Unidas sobre os Pa ses Menos Desenvolvidos e que em 1989 entrou em vigor um acordo sobre um Sistema Global de Prefer ncias Comerciais entre Pa ses Desenvolvidos ou SGPC acordo esse que veio a ser ratificado por dezenas de pa ses Nos termos desse acordo e com o apoio e coopera o t cnica do secretariado da CUNCED os pa ses participantes negoceiam tarifas especiais para serem aplicadas a determinados tipos de produtos e servi os no com rcio internacional entre os pa ses participantes 3 As d cadas de Noventa e os anos seguintes foram os anos em que se conclui a Ronda do Uruguai nas negocia es do GATT e que vieram a resultar na funda o da Organiza o Mundial do Com rcio em 1995 Foram tamb m os anos em que apesar do refor o do enquadramento legal de regula o do com rcio mundial se veio a assistir a uma crescente instabilidade financeira tamb m por via do cresciment
94. limitou se a comprar uma forte fatia de mercado contra uma relativa perda de efici ncia operacional ao colocar uma relativamente pequena unidade fabril in the middle of nowhere Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria guerra mundial deu origem ou facilitou um per odo de crescimento econ mico em frica A estagna o que se seguiu a essa primeira fase de expans o econ mica tem sido atribu da pelo menos em parte a especifidades culturais entre as quais a quest o da burocratiza o inadequada tendo em conta as referidas especificidades culturais Haver ainda que considerar a continuada expans o demogr fica e o consequente aumento da press o sobre a terra factor esse a que se junta um crescimento exponencial das popula es urbanas Vem por fim o custo das guerras Embora se possa argumentar que algumas das guerras t m sido incitadas a partir de interesses e inger ncias externas n o ser descabido responsabilizar em primeiro lugar os dirigentes africanos pela continua o de guerras e conflitos nos seus territ rios O Contexto da Guerra Fria Durante o per odo de cerca de quarenta anos da chamada guerra fria mais ou menos entre os fins dos anos Quarenta e meados dos anos Oitenta praticamente toda a pol tica mundial esteve subordinada ao conflito de interesses entre por um lado os Estados Unidos enquanto pot ncia dominante do sistema capitalista mundial e por outro lado a Uni o Sovi tica e
95. mbito regional rg os e institui es conexos e relacionados com as Na es Unidas Outros Organismos especializados Dada a variedade e especializa o das muitas organiza es que constituem o Sistema das Na es Unidas foi consitu do um Conselho dos Principais Executivos Chief Executives Board o qual se re ne regularmente sob a coordena o do Secret rio Geral das Na es Unidas Deve salientar se que este CPE em rigor um conselho inter pares na medida em que os presidentes directores gerais das organiza es que participam do Sistema das Na es Unidas foram e s o nomeados por negocia es inter governamentais e sem interfer ncia do Secretariado das Na es Unidas Por outro lado importante assinalar que a emerg ncia de todos estes outros organismos tem tamb m subjacente a ideologia da abordagem funcionalista no campo da teoria pol tica Quer isto diser que se parte a do princ pio que atrav s do funcionamento t cnico e regular da execu o de fun es teis e necess rias ao conv vio normal dos Estados se h de vir a consolidar de forma progressiva uma cultura de paz e coexist ncia ben fica para o bem estar e desenvolvimento econ mico e social dos povos 1 Os fundamentos desta tese foram expressos num pequeno livro de David Mitrany primeiramente publicado em 1943 com o t tulo A Working Peace System Quadrangle Books Chicago 1966 David Mitrany foi um dos primeiros
96. mesmo Capital de mbito planet rio n o est propriamente sujeito s regras de comportamento de nenhum Estado em particular Dir se mesmo que esse capital transnacional controla efectiva e eficazmente as poucas institui es de ndole mais ou menos regulacionista de mbito planet rio como ser o caso da Organiza o Mundial do Com rcio Em contraste com esta situa o de n o regula o do sistema imposta de fora e de maneira indirecta ainda que pouco discreta por parte dos grandes grupos transnacionais e continuando na discuss o do relacionamento ente Capital e Estado a que acima nos referimos vimos a constatar que na verdade n o h hoje um Estado ou governo mundial V o emergindo aqui e ali esbo os de governa o de mbito mundial como ser o caso da institucionaliza o do G 8 sobretudo se considerarmos que tal se vai processando revelia do sistema da Organiza o das Na es Unidas Assim sendo aquilo que observamos ent o a emerg ncia de um sistema global capitalista n o regulado e no qual acabam por se vir a manifestar as diversas tend ncias inerentes l gica intr nseca do seu funcionamento sist mico A chamada coopera o para o desenvolvimento acaba sempre por passar pela actua o de pessoas concretas ainda que se considere que essa actua o seja subordinada a l gicas pr prias do sistema social em que se inserem Por outro lado u
97. modernizado e de maior dispers o territorial das regi es do Sul Para alcan ar uma situa o de razo vel auto sufici ncia alimentar frica precisa claramente de alguma esp cie de revolu o verde Nas palavras de Douglas Southgate e Douglas Graham desde meados dos anos Sessenta at aos anos Oitenta a Revolu o Verde permitiu a milh es sa rem da fome e da pobreza na sia e na Am rica Latina atrav s do incremento da produtividade agricola e do uso de modernas tecnologias agr colas Em contraste uma maioria de pa ses africanos n o adoptaram essas tecnologias e as produ es agricolas na maioria dos pa ses africanos ou estagnaram ou no mesmo per odo houve mesmo decl nio Hoje milh es de africanos sofrem de m nutri o e continuam a levar vidas de pen ria presos a uma trabalhosa agricultura de subsist ncia 7 Aumento da Press o Sobre a Terra Embora n o se trate de um fen meno especificamente africano a verdade que mesmo assim haver que assinalar aqui alguns aspectos relevantes para a problem tica da coopera o e desenvolvimento Em primeiro lugar o continente africano est actualmente na primeira fase da chamada transi o demogr fica Tendo tido in cio mais ou menos em 1815 na Europa do Norte a transi o demogr fica estendeu se progressivamente aos pa ses da frica do Norte por volta dos anos Vinte e aos pa ses da frica Subsahariana a seguir ao fim da Segunda Guerra Mun
98. naturalmente ao tema j antigo de uma Nova Ordem Econ mica internacional assim como s diversas discuss es relativas aos interesses em jogo e suas contradi es Concluiremos este trabalho com uma perspectiva anal tica sobre o complexo mundo das Organiza es N o Governamentais e dos m ltiplos interesses que a se movimentam a ponto de j se falar abertamente de uma ind stria da coopera o Imp em se entretanto e para concluir dois pequenos esclarecimentos de ordem metodol gica Em primeiro lugar todo este trabalho elaborado a partir de uma abordagem sist mica O mesmo dizer que ao discutirmos o nosso objecto de estudo um determinado processo hist rico de relacionamento de um determinado grupo de pa ses com um outro grupo de pa ses teremos sempre presente uma perspectiva do todo e da sua estrutura de modo a podermos melhor entender o comportamento das partes integrantes desse todo Em segundo lugar o trabalho baseia se quer em observa o pessoal e directa de alguma frac o do fen meno em estudo quer em entrevistas mais ou menos estruturadas com participantes e estudiosos do fen meno da coopera o para o desenvolvimento quer ainda numa normal e pragm tica consulta bibliogr fica e das fontes documentais dispon veis nomeadamente na rede www Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 02 O PROCESSO HIST RICO DE ACUMULA O E DESENVOLVIMENTO Introdu o As primeiras aborda
99. nem sempre bem preparados para lidar com as diferen as por vezes brutais do meio ambiente social cultural e econ mico Um outro tipo de cr tica aquele que sublinha o caracter hip crita da APD na medida em que argumenta com os preju zos efectivamente causados aos pa ses menos desenvolvidos em particular aos seus camponeses e agricultores preju zos esses causados pelos substanciais subs dios prestados pelos governos dos pa ses mais desenvolvidos aos seus pr prios agricultores O caso do algod o 3 Em rigor em vez de PIB deveria escrever se RNB ou rendimento nacional bruto A diferen a aqui n o grande Estes em vez de se dedicarem ao lan amento de empreendimentos produtivos seriam antes atra dos para a gest o de projectos de ajuda Desde a tentativa de introdu o de cultura de trigo em determinadas zonas de um pa s como a Z mbia at ao fornecimento de v lvulas para condutas de gua em meio urbano v lvulas essas que exigem um fluxo permanente de l quido para poderem funcionar e que por conseguinte acabam por estar sempre a avariar dada a irregularidade no abastecimento a montante passando por sistemas de irriga o concebidos para um determinado meio tecnol gico mas instalados no meio do mato h de tudo um pouco Para n o falar de um famoso caso de uma f brica de lou a de porcelana instalada a algumas centenas de quil metros da capital e cidade mais importante mas para a qual lou
100. news 2007 pr071011 control arms cost conflict africa Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria indirectos resultam do disparar da infla o e das perturba es econ micas que isso sempre causa descontrole total dos n veis de desemprego a apropria o melhor dizendo o saque das receitas de vendas de recursos minerais diamantes coltan por parte de mercen rios e pol ticos corruptos em vez de serem investidos na comunidade como um todo e o esvaziamento de actividades econ micas produtivas normais Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 07 AS RAZ ES DA COOPERA O DE AJUDA AO DESENVOLVIMENTO Introdu o Como j assinalava Fran ois Luchaire em 1967 os pa ses benefici rios da ajuda aceitam essa ajuda pela simples raz o de que precisam dela Mas no caso dos pa ses doadores as causas t m variado com factores hist ricos geogr ficos econ micos pol ticos e culturais Uma breve an lise dos diversos pa ses doadores leva desde logo conclus o de que cada um desses pa ses tem seguido a sua pr pria l gica e estrat gia nacional para explicar o porqu desse esfor o financeiro de certa forma imposto aos seus cidad os Desde aparentes e simples motiva es de solidariedade entre os povos como parecer ser o caso de alguns pa ses n rdicos at normais raz es de prest gio e afirma o no mundo global em que vivemos passando por prosaicas considera es de geoestrat gi
101. normativo dever amos considerar que ser um tanto ou quanto dif cil imaginar que deva ser um objectivo vi vel ou desej vel do desenvolvimento sustentado o termos organiza es empresariais com uma cultura de orienta o para processos a fazer grandes investimentos em frica Tal como as empresas de fabrica o de produtos qu mico farmaceuticos ou de fabrica o de componentes mec nicos em linhas de montagem organiza es onde tendem a predominam as chamadas burocracias divisionais de tipo m quina bem oleada Para come ar a opera o rotineira de empresas deste tipo vai contra a natureza intr nseca ou subjacente da cultura organizacional da maioria das sociedades africanas tal como tem sido descrito em diversos estudos de terreno Por outro lado o tipo de evolu o tecnol gica que continua a desenrolar se atrav s do planeta tem tend ncia a colocar fora do mercado de trabalho todos aqueles trabalhadores com menores compet ncias e habilidades t cnicas importante relembrar que estes ser o os empregos trabalhos ou tarefas que ser o mais facilmente automatizados e que o resultado final seria um de colocar em concorr ncia desleal trabalhadores menos qualificados com rob s sendo que estes ainda por cima estariam organicamente integrados em processo globais de labora o e sob o controle local ou remoto de operadores humanos devidamente qualificados N o deveria ser necess rio sublinhar que este tipo de cen
102. o era mais do que uma redefini o do papel das Na es Unidas designadamente da sua Assembleia Geral e dos diversos organismos e ag ncias especializadas Como assinala Quilligan a no o de interdepend ncia entre as diversas comunidades nacionais parece ser auto evidente e no entanto essa interdepend ncia social econ mica e pol tica continua a funcionar de forma cega descoordenada sujeita aos movimentos e oscila es das for as do mercado Estaremos aqui mais uma vez perante a dicotomia do conflito latente entre os poderes pol tico e econ mico O caso mais flagrante em 2010 ser sem d vida o facto de no seio de uma entidade que a si mesma se designa por Uni o Europeia a Alemanha o pa s com maior dimens o demogr fica e econ mica pura e simplesmente recusar assumir a sua participa o na coordena o e governa o dessa interdepend ncia muito em particular no que diz respeito a pol ticas monet rias e fiscais Multiplique se por muitos essa mesma problem tica no contexto das rela es Norte Sul e facilmente se poder imaginar o potencial de conflitos entre interesses e op es de cada comunidade nacional Entretanto e a a convite de Willy Brandt reuniram se em Cancun M xico em 22 e 23 de Outubro de 1981 22 l deres mundiais com o objectivo de discutir as propostas e quest es levantadas no Relat rio Norte Sul Um Programa para a Sobreviv ncia Em rigor dois desses 22 dirigentes mundiais tin
103. o esfor o de quem mais trabalha ou com mais efic cia e efici ncia mas tamb m garantindo a todos e em particular s gera es futuras um m nimo de condi es de acesso a oportunidades de realiza o pessoal e de grupo Por uma quest o de de bom senso e equil brio ecol gico e econ mico na medida em que n o far qualquer sentido produzir cada vez mais e melhor se entretanto n o se garantirem as condi es sociais e pol ticas que permitam o consumo das riquezas produzidas Tudo isso claro est de forma continuada e ao longo de gera es Se considerarmos que o planeta simplesmente tem limites f sicos concretos n o h volta a dar lhe uma tal continuada produ o e consumo de riquezas s poder efectivar se de modo sustentado se esses limites f sicos forem levados em linha de conta por muito longe no tempo que esses limites se possam apresentar Assim sendo consoante se vejam aproximar se os primeiros sinais da chegada desses limites f sicos parece razo vel exigir se dos dirigentes pol ticos mundiais a clarivid ncia e o bom senso suficientes para precaver uma eventual cat strofe ecol gica Finalmente por uma quest o de seguran a e paz social porque sem um m nimo de equidade no relacionamento econ mico comercial entre os diversos pa ses ou comunidades nacionais estar o criadas as condi es objectivas de onde podem sempre emergir movimentos de refluxo identit rio assim como diversos tipos de fundamento
104. o est eivada de v cios de princ pio v cios esses resultantes da defesa intransigente dos interesses de alguns dos pa ses doadores J em 2001 num relat rio sobre a A Realidade da Ajuda 2000 publicado regularmente pela editora EarthScan os seus autores denunciavam o facto de 71 6 da APD dos Estados Unidos estarem condicionados compra de bens e servi os a empresas norte americanas E mais de metade dos montantes reportados como ajuda correspondem na realidade a despesas em ajuda a pa ses do M dio Oriente Apenas 3 mil milh es de d lares cerca de 20 do total s o destinados a pa ses da sia do Sul e da frica Sub Sahariana Em todo o caso e como assinala Anup Shah os montantes da ajuda s o muitas vezes mal utilizados ou mesmo desperdi ados dadas as condi es segundo as quais os pa ses receptores s o constrangidos a utilizar esses montantes na compra de bens e servi os muitas vezes sobre facturados a serem fornecidos por entidades dos pa ses doadores Assim sendo isso significa que uma parte muito significativa em alguns casos mais do que 60 nunca chega a entrar nos pa ses a que a ajuda suposta destinar se Por outro lado as v rias formas de proteccionismo mais ou menos encapotado por parte dos pa ses doadores dificulta as exporta es por parte dos pa ses que receberiam a ajuda Este ltimo facto no entanto deve ser encarado com alguns cuidados anal ticos pois conduz rapidamente
105. o independente alguma capacidade de sobreviv ncia industrial e de resposta ao poderio econ mico da Gr Bretanha De facto subjacente mundivis o dos quadros e dirigentes das institui es de Bretton Woods est a ideia da aplica o universal das chamadas leis da economia as quais s o ent o supostas serem invari veis v lidas e aplic veis em todos os tempos e lugares A chamada Escola Hist rica Alem em contraponto defendia j em meados do s culo XIX o car cter relativista das leis econ micas as quais seriam v lidas apenas de acordo com a l gica intr nseca de cada sistema econ mico Assim sendo e tamb m de acordo com esta abordagem ao considerarmos quest es de pol tica econ mica haveria sempre a necessidade de levar em linha de conta as circunst ncias hist ricas e geogr ficas de cada Estado pa s ou na o O reconhecimento tardio por parte das institui es de Bretton Woods da necessidade de alguma interven o estatal no funcionamento regular da economia e da sociedade levou ao aparecimento de pelo menos uma nova terminologia assim que l onde se falava antigamente de governo se fala agora de boa governa o um pouco como se tanto fa a que seja o Estado a governar como seja outra coisa qualquer A dimens o do financiamento de um desenvolvimento mais r pido dos pa ses geralmente considerados como mais atrasados constitui um dos maiores desafios com que se defronta a eu
106. o positiva acerca da ent o excepcional qualidade da companhia IBM como empresa para quem trabalhar Tendo sido quadro directivo daquela empresa durante parte aquele per odo e tamb m j nos anos Noventa pode o autor deste trabalho testemunhar por observa o directa e participativa que entretanto se alterou radicalmente aquela avalia o dos m ritos da companhia IBM como empresa empregadora sendo normal nos anos Noventa verificar se uma rota o de pessoal similar de muitas outras empresas Isto apesar de entretanto se ter verificado em Portugal como noutros pa ses um aumento gradual do desemprego estrutural e sist mico Por outro lado aquela pontua o elevada na resposta terceira pergunta aqui discutida poderia tamb m ser lida como significando apenas esp rito conservador ou vontade de perseverar numa carreira Assim sendo aquilo que esta elevada pontua o obtida ou atribu da a Portugal na dimens o cultural avers o incerteza poder apenas querer significar uma caracteriza o de um subconjunto da classe m dia portuguesa a qual poder amos resumir da seguinte maneira Uma permanente vontade de bom desempenho profissional a ponto de revelar algum nervosismo a respeito da aceita o dos resultados finais um elevado grau de desejabilidade de disciplina colectiva e um desejo de estabilidade e respeito pela lei e pela ordem A esse respeito valer a pena lembrar a palavra de ordem inscrita
107. os Presidentes Executivos da AIEA e da OMC s o convidados a participar nas reuni es do Conselho dos Principais Executivos como qualquer outro Presidente Executivo de uma ag ncia especializada No entanto e embora a OMC n o seja uma ag ncia especializada das Na es Unidas n o deixa de ter liga es ou melhor contactos institucionais com as Na es Unidas e as suas ag ncias Esses contactos e rela es s o reguladas por um Arranjo para a Coopera o Efetiva com outras Organiza es Inter Governamentais e Rela es Para um imagin rio observador extra planet rio General Agreement on Trade and Tariffs Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria entre a OMC e as Na es Unidas assinado em Novembro de 1995 PNUD Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento O organismo das Na es Unidas que mais interessa problem tica da Coopera o Internacional para o Desenvolvimento sem d vida o Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento Fundado em 1965 o PNUD acaba por ser o resultado da fus o de dois outros organismos anteriormente existentes a saber o Expanded Programme of Technical Assistance e o United Nations Special Fund A fus o completa no entanto s se veio a verificar em 1971 O PNUD assim o rg o das Na es Unidas que tem por mandato espec fico a promo o do desenvolvimento e atrav s disso o objectivo de eliminar a pobreza no mundo Entretanto
108. os princ pios do desenvolvimento sustent vel nas pol ticas e programas nacionais de modo a reverter a perda de recursos ambientais Para medir a progress o em rela o a esta meta deste s timo Objectivo ser o utilizados quatro indicadores a saber a percentagem de terras florestadas relativamente superf cie de cada pa s com monitoriza o a cargo da FAO b r cio de reas protegidas para a manuten o de biodiversidade relativamente superf cie de cada pa s com monitoriza o a cargo do Programa Ambiental das Na es Unidas UNEP c Fornecimento de energia consumo aparente em equivalentes de quilo de petr leo por cada 1 000 d lares de PPA com monitoriza o a cargo do Banco Mundial e por fim d emiss es de bi xido de carbono per capita e consumo de Clorofluorcarbonetos toneladas ODP 2 Meta 10 Reduzir para metade a propor o de pessoas sem acesso sustentado a gua pot vel Para medir a progress o em rela o a esta meta deste s timo Objectivo ser o utilizados dois indicadores a Propor o da popula o com acesso sustentado a fontes melhoradas de gua pot vel e b Propor o da popula o com acesso a instala es melhoradas de sanit rios Em ambos os casos a monitoriza o a cargo da OMS e da Unicef Meta 11 Conseguir melhorias significativas nas vidas de pelo menos 100 milh es de habitantes de favelas e bairros de lata at 2020 Para medir a progress o em rela o a esta m
109. ou menor grau de liberdade prevalecente nos pa ses africanos onde realiza os seus investimentos Por outras palavras e para resumir este aspecto dos factores internos dir se que em ltima an lise e mesmo considerando o peso contundente e poder de imposi o por parte das institui es financeiras internacionais compete em exclusivo aos dirigentes africanos e aos seus cidad os a responsabilidade de definir as modalidades dos seus processos internos de acumula o crescimento e desenvolvimento sendo tamb m da sua interna responsabilidade o aceitar ou n o conselhos e ajuda de pa ses terceiros e exteriores regi o O Culturalismo e o Modelo Empresarial Burocr tico Relativamente ao dito insucesso de frica em se integrar de forma plena na economia mundial encontra se com frequ ncia nos meios neoliberais proponentes do chamado Consenso de Washington a ideia de que esse insucesso se dever a tr s tipos de factores a corrup o das classes dirigentes a falta de uma clara e correcta lideran a econ mica e a resist ncia das sociedades tradicionais relativamente aos eventuais benef cios da moderniza o A este respeito fundamental ter presente que a ideologia predominante nos c rculos de poder das institui es do Consenso de Washington a ideologia cultura ou mundivis o nos pa ses resultantes da expans o colonizadora de origem brit nica mais especificamente os Estados U
110. outras iniciativas de mbito e ambi o similares terem sido igualmente lan adas e infeliz e significativamente mal sucedidas Estamos aqui a referir nos a iniciativas como o Plano de Ac o de Lagos de 1980 ou o Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Tratado de Abuja de 1981 para lan amento da entretanto esquecida Comunidade Econ mica de frica CEA Destes casos de experi ncias semi falhadas se poder dizer que pelo menos se pode agora aprender com os erros A julgar pela avalia o feita por um dos seus principais patronos o Presidente Wade tudo indica que as li es anteriores n o foram devidamente apreendidas pelos dirigentes africanos Por outro lado tal como acontecia com os grandes planos anteriormente anunciados e apesar dos entusiasmos p blicos por ocasi o do seu an ncio e promo o por parte dos seus promotores a verdade que toda a concep o da NePAD se baseia numa s rie de pressupostos de caracter ideol gico os quais ter o estado na origem de alguns dos erros estrat gicos na formula o e enquadramento da execu o da NePAD que eventualmente condenar o mais esta iniciativa a um tamb m lament vel fracasso Desde logo por ter sido elaborada com base n o na considera o pragm tica e objectiva dos dados concretos da situa o vivida pelos pa ses envolvidos mas sim em premissas condicionadas por uma determinada ideologia no que respeita ao modo de funcionamento do sistema ca
111. pa ses membros daquela Organiza o deliberaram proclamar e comprometerem se ao mais alto n vel com mais um novo grande e simb lico esfor o programado de desenvolvimento dos pa ses mais pobres Foi assim que vieram a nascer por encomenda do Secret rio Geral Koffi Anan e depois de algum tempo de prepara o t cnica por parte de uma equipa de especialistas dirigida pelo economista neoliberal Jeffrey Sachs os famigerados Objectivos do Mil nio Pelos vistos a estrutura e o peso institucional da Organiza o das Na es Unidas n o resistiu ao apelo simb lico de uma determinada mudan a de algarismos num mero calend rio como se assim se pudessem invocar quaisquer divindades benfazejas que viessem iluminar os grandes dirigentes mundiais em particular os mais poderosos para que eles se empenhassem na promo o do bem estar dos povos que habitam o planeta A nossa casa comum como diria Gorbachev Como mandam as convencionais e boas regras das t cnicas de gest o por objectivos aplicadas desde h muitas d cadas gest o empresarial todos os referidos Objectivos do Mil nio foram devidamente parametrizados de modo a permitir a quantifica o do seu grau de evolu o Os problemas que eram ou s o supostos virem a ser minimizados ou mesmo resolvidos incluem coisas t o importantes como o controle da mal ria a tuberculose o controle e redu o do impacto do HIV Sida a mortalidade infantil e maternal ou ainda a ed
112. para o Desenvolvimento PNUD Fundo das Na es Unidas para a Popula o FNUAP Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura Unesco OMS e Banco Mundial juntou se em 1999 o Programa das Na es Unidas para o Controlo de Drogas UNCDP Por meio da colabora o entre eles e com o Secretariado do ONUSIDA os copatrocinadores ampliam o alcance do seu trabalho forjando alian as estrat gicas com outros organismos da ONU governos nacionais empresas meios de comunica o social organiza es religiosas grupos de base comunit ria redes regio nais e nacionais de pessoas que vivem o VIH SIDA e outras organiza es n o governamentais O ONUSIDA trabalha com base no princ pio de que h que intensificar constantemente a luta contra o VIH SIDA se se quiser travar a epidemia e reduzir o seu impacte Essa intensifica o tem dois elementos aumentar a qualidade e o alcance do apoio cuidados e preven o em curso bem como os esfor os para atenuar o impacte da doen a e conjugar esses esfor os com ac es que abordem os factores sociais que acentuam a vulnerabilidade das pessoas ao VIH SIDA Mais do que actuar como um organismo de financiamento ou execu o directos o Secretariado da ONUSIDA esfor a se por fomentar e coordenar a ac o contra a SIDA Disp e de um quadro de pessoal reduzido cerca de 130 profissionais e funciona com um or amento anual de 70 milh es de d lares sendo um d cimo ca
113. para o com rcio internacional e 3 energia e meio ambiente OIT Organiza o Internacional do Trabalho Comprometemo nos a implementar planos de recupera o que suportem trabalho decente ajudem a preservar emprego com prioridade ao seu crescimento Al m disso continuaremos proporcionar rendimento protec o social e suporte de treino a desempregados e queles mais em risco de desemprego Concordamos que os actuais desafios n o constituem uma desculpa para descartar ou enfraquecer os padr es laborais internationalmente reconhecidos Para garantir que o crescimento global amplamente ben fico devemos ter pol ticas consistentes com os princ pios fundamentais e de direitos no trabalho da OIT Declara o dos L deres Cimeira de Pittsburgh 25 de Setembro de 2009 Um dos efeitos mais perniciosos da globaliza o de ndole neoliberal aquela que temos ter sido o de ter posto em concorr ncia profundamente desleal no que diz respeito s condi es objectivas e subjectivas de trabalho os trabalhadores dos pa ses do Centro com os trabalhadores dos pa ses da Periferia nomeadamente e em particular os da China Acontece que um dos grandes objectivos dos fundadores da OIT era justamente o de garantir a todos os trabalhadores em todas as partes do mundo igualdade nas condi es e direitos no trabalho Nesse aspecto e ao longo dos ltimos vinte anos dir se ent o que a OIT tem falhado redondamente nos se
114. poder amos acrescentar muito ao estilo de um m tico novo Imp rio Romano Parcialmente em resultado do que poder amos chamar falta de uma melhor express o sistema nacional de endoutrinamento o qual durou cerca de duas gera es um n mero significativo de Portugueses parece gostar de pensar de si mesmos que ser o melhor conhecedores e estar o melhor preparados do que outros Europeus para lidar com quest es africanas Afirma es comuns que procuram transmitir esta ideia no corrente discurso social al m de parecerem simplesmente tolas tresandam a provincianismo e seriam provavelmente melhor consideradas como desculp veis express es de auto estima e de um patriotismo deslocado por parte dos seus autores E no entanto muitos de n s somos tentados a contar muitas pequenas est rias da vida real as quais poderiam acrescentar por parte de alguma audi ncia mais atenta e paciente algum grau de credibilidade a estas ideias Por outro lado o facto de que um n mero significativo de Portugueses quer cidad os comuns quer dirigentes institucionais e pol ticos parecer acreditar que os Portugueses est o de facto de alguma maneira melhor equipados para compreender as quest es africanas possivelmente em resultado de um supostamente muito mais longo e mais antigo contacto e uma supostamente muito mais prolongada presen a em frica como se contaria numa est ria de fadas uma tal cren a em si mesma pode cons
115. por sua vez dividir em cinco per odos de dura o vari vel quer segundo as perspectivas que sejam adoptadas quer segundo os pa ses que sejam considerados A este respeito conv m lembrar aqui a ocorr ncia da crise despoletada pelo primeiro choque do petr leo no Outono de 1973 quando os pre os do petr leo praticamente quadruplicaram de um dia para o outro Aparentemente a causa pr xima desse primeiro choque do petr leo ter sido a decis o conjunta dos pa ses da OPEP sob press o dos pa ses rabes e em retalia o ao apoio ent o prestado pelos Estados Unidos ao Estado de Israel aquando da chamada guerra de Yom Kippur Uma tal crise deu origem a um amontoar de excedentes de petrodolares nos cofres dos principais pa ses exportadores de petr leo da resultando a necessidade de reciclar esses excedentes financeiros assim que os pa ses exportadores de petr leo em particular os pa ses rabes do M dio Oriente come am naturalmente a depositar somas astron micas em bancos ocidentais Os bancos detentores dessas avultadas somas de petrodolares sentiram ent o a necessidade de os aplicar O que fizeram sob a forma de empr stimos a qualquer pre o a quaisquer pa ses que se quisessem ou necessitassem de se endividar Deve tamb m assinalar se que esta crise do primeiro choque do petr leo vem no entanto na sequ ncia de uma crise mais profunda a da estagnafla o j em forma larvar desde os fins da
116. problema tem sido discutido A esse respeito podem ser referidas algumas resolu es Na Sess o Ordin ria N 27 realizada em 1976 o Conselho de Ministros decidiu de forma clara e expl cita que se deveriam constituir cinco Regi es designadamente a Regi o Norte a Regi o Ocidental a Regi o Central a Regi o Oriental e a Regi o Austral Dado que esta Resolu o n o explicitava quais os pa ses membros de cada uma das regi es algo que deveria ser decidido de modo soberano por cada um dos pa ses envolvidos a Acta Final do encontro de Lagos e o Tratado de Abuja mantiveram e at refor aram a ambiguidade hoje ainda prevalecente ao propiciar a cria o de comunidades econ micas que englobassem pa ses que ainda n o fossem membros de uma qualquer Comunidade Regional j existente de modo a cobrir a totalidade do continente Isto apesar do discurso oficioso do refor o das comunidades econ micas ent o j existentes Em 1986 o Conselho de Ministros atrav s de uma resolu o enunciada por ocasi o da 44 Sess o Ordin ria requereu da parte do Secret rio Geral da OUA que fossem examinadas as modalidades pr ticas e operacionais para coordenar e harmonizar as actividades e programas em curso ao n vel dos agrupamentos econ micos regionais ent o j existentes Por seu lado em 1987 os Chefes de Estado e de Governo atrav s de uma resolu o enunciada na sua 23 Sess o Ordin ria requereu da parte do Secret rio
117. que e as zonas de expans o europeia a de que a desenvolvimento industrial e enriquecimento da Europa se fez custa da explora o colonial de frica Essa ideia usualmente transmitida e documentada no contexto da discuss o do processo hist rico longo de alguns s culos normalmente conhecido pela express o de com rcio triangular Este com rcio triangular envolvia a captura e compra de escravos nas costas africanas a sua posterior venda nas planta es de a car ou de algod o e outros produtos tropicais nas Am ricas Estas planta es por sua vez exportavam para a Europa os seus diversos produtos tropicais e para fechar o tri ngulo intercontinental por sua vez os comerciantes europeus exportavam para frica os artigos necess rios para a compra de escravos designadamente panos utens lios diversos e mesmo algumas armas Como resulta evidente de uma an lise minimamente cuidada a grande massa de valor excedente produzido neste tri ngulo acontece nas Am ricas e sobretudo na Europa Sendo que justamente a produ o e apropria o de valor excedente que acaba por permitir qualquer processo de acumula o e desenvolvimento Por outro lado e tal como j tivemos ocasi o de assinalar atribuir a uma qualquer explora o colonial a fonte da riqueza e acumula o capitalista na Europa acaba por se traduzir no postulado te rico de que h outras fontes de valor acrescentado que n o sejam o trabalho
118. r cios para outras regi es do globo Assim no caso da Europa esse r cio de apenas 12 8 no caso do conjunto EUA Canad de 13 2 no caso da sia 15 2 e no caso da Am rica Latina de 23 7 Recorrendo defini o acima indicada para integra o no sistema global somos ent o levados a concluir como ali s o faz o pr prio Samir Amin que em rigor ao contr rio de ser um continente marginalizado relativamente globalidade do sistema mundo e de todas as regi es componentes desse mesmo sistema frica assim paradoxalmente a regi o mais integrada no sistema Seria como que um ap ndice profundamente encaixado no sistema global mas considerado como quase irrelevante 5 Comunica o preparada para a confer ncia sobre frica na Viragem do S culo realizada pelo Centro de Estudos Africanos ISCTE 20 23 Setembro 2000 9 Designadamente quando se come am a verificar no subsistema nacional dificuldades na reJconvers o financeira ou seja na venda dos excedentes gerados ao n vel da produ o 6 amp 1 Conceito com alguma ambiguidade mas cuja defini o ou discuss o n o para aqui relevante 2 Em rigor dever amos falar aqui das empresas sediadas ou residentes nesses pa ses mais desenvolvidos amp N meros obtidos a partir de CIA World Factbook 1990 e 2003 N meros semelhantes encontram se em Van der Walle 2001 p ginas 6 61 e 189 amp Como resultar evidente a expli
119. resultado declara es planos e proclama es solenes relativamente s necessidades de unidade e integra o regional para que que se possa alcan ar o t o almejado desenvolvimento econ mico e social em frica De entre os diversos tipos de grandes iniciativas e projectos ent o enunciados s o de destacar e merecer especial tratamento algumas grandes iniciativas muito em particular o Plano de Ac o de Lagos os chamadaos Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio proclamados pela ONU e a iniciativa NePAD lan ada por dirigentes africanos Plano de Ac o de Lagos Na sequ ncia da Declara o de Monr via mas tamb m da Declara o de Kinshasa veio a ser elaborado o Plano de Ac o de Lagos o qual foi tamb m e desde logo considerado como uma resposta pol tica ao famigerado Relat rio Berg do Banco Mundial Este relat rio fora elaborado para expor as fragilidades estruturais das economias africanas supostamente resultantes das op es pol ticas de desenvolvimento econ mico at ent o seguidas pela quase totalidade dos pa ses africanos no seguimento das descoloniza es A esse respeito bom lembrar que as d cadas de Sessenta e Setenta do s culo XX foram o per odo em que predominou a ideologia do Estado desenvolvimentista Foi tamb m durante este per odo que mais se investiu em infraestruturas f sicas e humanas e neste caso em educa o Para os autores do Plano de Lagos o desenvolviment
120. rigor tem sido dinheiro emprestado a juros reduzidos mas que mesmo assim acaba por dar como resultado o reembolso aos pa ses desenvolvidos de duas ou tr s vezes o fluxo inicial de dinheiro Ou seja a ajuda acaba por resultar num investimento negativo por parte dos pa ses ditos em Shttp hdr undp org en media completenew 1 pdf p gina 23 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria desenvolvimento sob a forma de fluxos financeiros dos pa ses do Sul para os pa ses do Norte Para analistas como James Quilligan na verdade a ajuda tem sido um incentivo por parte dos pa ses desenvolvidos para que os pa ses ditos em desenvolvimento se vejam for ados a gerar exporta es baratas para os pa ses desenvolvidos de modo a poderem pagar a ajuda recebida Este arranjo acaba por ser um excelente neg cio para os pa ses do Norte em particular os mais espertos fazendo uso de uma descarada duplicidade moral em que a ajuda acaba por ser vista como um fardo para os contribuintes dos pa ses do Norte A ser assim a ajuda internacional seria uma express o cl ssica de um relacionamento v tima criminoso este manipula a v tima mas alega que agiu de boa f e a v tima paga duas vezes a sua pr pria opress o Quilligan 2002 D vida P blica e D vida Externa No caso dos pa ses mais pobres do mundo o pagamento anual dos encargos com a sua d vida externa maior do que o respectivo PIB no caso de outro
121. rio do seu livro no geral s o apontadas causas efectivamente relevantes para explicar em parte a actual situa o dos povos africanos Tratando se as sociedades humanas de sistemas hipercomplexos comum e natural que diversos fen menos observados e classificados como causas sejam por sua vez efeitos e vice versa S uma abordagem de longo ou mesmo muito longo prazo e de abrang ncia holista poder eventualmente fornecer pistas sobre causas ltimas e determinantes do comportamento do sistema Por outro lado um outro aspecto a considerar e que resulta da leitura da obra de Rodney a ideia que nos transmitida de que aqueles imp rios reinos ou cidades mercantis que refere na sua obra se constitu am numa rede organizacional razoavelmente integrada ou naquilo que agora dir amos um sistema Na realidade as dist ncias geogr ficas e a concomitante pouca densidade populacional davam naturalmente origem a uma menor frequ ncia de trocas de ideias de produtos e de pessoas do que aquilo que j ent o sucedia em quase todas as regi es da Europa em particular na Europa Central Rodney 1973 p gina 88 2 O que implica a possibilidade de maiores economias de escala e de menores custos de transportes hoje e h dois mil anos atr s 2 Para uma discuss o dos diversos tipos de sistemas ver por exemplo a General System theory Foundations Development Applications de Ludwig von Bertalanffy 2001 ou ent o e ainda a
122. rio Romano assim como das centenas de aquedutos e pontes tudo isso antes do per odo de expans o europeia e sofrendo de permeio os efeitos devastadores de uma Peste Negra que dizimou cerca de um ter o da popula o europeia facilmente chegaremos conclus o que haver algo de errado numa tese que defenda que a riqueza da Europa se deve explora o de frica J a tese aparentemente inversa de que a pobreza de frica se deve pelo menos em parte expans o europeia perfeitamente suscept vel de defesa quer em termos da l gica de funcionamento do sistema mundo quer em termos de constata o hist rica Mas vejamos o modo como se ter processado a inser o da frica Sub Sahariana no sistema mundo Um dos vectores de inser o da frica Sub Sahariana no sistema mundo ter ent o come ado por ser a exporta o for ada de m o de obra sob a forma de escravatura para alimentar os subsistemas produtivos de a car e algod o nas Am ricas Coloniais Em todo o caso nesta primeira onda de inser o a totalidade dos territ rios da frica Sub Sahariana seriam ent o considerados como fazendo parte de uma external arena enquanto que a Am rica Colonial seria a Periferia do Sistema No caso concreto daquilo que se veio a constituir em frica do Sul essa inser o assume um caracter muito particular uma col nia europeia de apoio log stico ao com rcio euro asi tico por via mar tima ent o j em plen
123. rio tecnol gico tem pouco a ver com a Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria situa o actual ou de um pr ximo futuro dos conhecimentos t cnico cient ficos formal ou informalmente adquiridos da esmagadora maioria dos trabalhadores africanos em frica Em segundo lugar e mesmo numa perspectiva de muito mais curto prazo a situa o da maioria dos pa ses da frica Sub Sahariana reclama arranjos organizacionais que sejam de facto orientados para resultados E esta asser o v lida independentemente da necessidade destes tipos ou modelos organizacionais estarem ou deverem estar organicamente integrados nos processo globais de produ o de quaisquer produtos e servi os que actualmente cobrem e atravessam a generalidade dos pa ses em toda a economia planet ria Assim sendo quer por raz es da sua Cultura e da sua Hist ria recente quer por causa da sua dimens o demogr fica e econ mica Portugal e a coopera o portuguesa deveriam estar bem posicionados para desempenhar um papel estrat gico no processo de inser o das economias africanas na economia global Algumas reflex es finais e em jeito de conclus o Ainda de acordo com o que noz diz Hofstede os pa ses com uma reduzida dist ncia ao poder est o frequentemente ansiosos por exportar os seus arranjos institucionais no contexto da coopera o para o desenvolvimento Tal parece ser o caso em particular de pa ses como a Holanda e os chamados
124. s Press 1997 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria n o se sentem vocacionadas para intervir No caso do Estados Unidos s o v rias as organiza es que se estruturaram justamente para prover ao financiamento de ONGs que se dediquem s causas em que aquelas organiza es estejam mais interessadas Um exemplo ilustrativo dessa situa o ser o caso da EGA ou Environmental Grantmakers Association Trata se de uma associa o informal de mais de 120 funda es e empresas preocupadas com os problemas do meio ambiente e que se reunem anualmente para decidir quais as ONGs e que projectos ir o ser financiados Os fundos atribu dos s ONGs atrav s desta associa o rondam os 500 milh es de d lares Entretanto e ainda no caso concreto dos Estados Unidos e a t tulo ilustrativo da apertada teia de liga es entre o Estado e as ONGDs quand se trata de organizar o seu financiamento em 2004 o Presidente George Bush Jr anunciou com pompa e circunst ncia a funda o de uma Millenium Challenge Corporation ou MCC Esta iniciativa do Estado norte americano fora j anunciada em 2002 por ocasi o da Confer ncia sobre o Financiamento do Desenvolvimento e tinha como objectivo a redu o da pobreza global atrav s da promo o de um crescimento econ mico sustentado O seu conselho de governa o inclui o Secret rio de Estado o Secret rio do Tesouro o Administrador da ag ncia oficial norte americana de APD a
125. s Segunda Guerra Mundial per odo esse que se veio a chamar de guerra fria Tudo ter come ado em 1947 com a independ ncia da ndia at ent o a joia da coroa do Imp rio Brit nico Foi pouco depois desse per odo inicial do p s guerra e em resultado do confronto ideol gico entre o bloco Ocidental economia supostamente liberal e o bloco de Leste economia estatal centralizada ao mesmo tempo que se iniciava o processo abrangente da descoloniza o que veio a emergir uma nova aglomera o pol tica sem um pa s central que predominasse sobre esse conjunto supostamente neutral e que veio a ser conhecido pelo Movimento dos N o Alinhados Entretanto com o prolongado decorrer da referida guerra fria e o agudizar dos problemas econ micos no bloco de pa ses de economia centralizada e em que predominava a Uni o Sovi tica este sistema de alian as come ou lentamente a desintegrar se Com o fim da referida guerra fria por desist ncia pode dizer se de um dos blocos em contenda o cariz ou nfase do Movimento dos N o Alinhados alterou se tamb m de forma radical Para alguns ter mesmo deixado de existir embora se continue a falar de uma grande n mero de pa ses como sendo do terceiro mundo uma outra designa o normalmente associada ideia de movimento dos n o alinhados O que veio entretanto a acontecer que a componente politica daquela movimento dos n o alinhados foi substitu da pela corresponde
126. se que a constru o de uma efectiva Uni o Africana era suposta vir a ser o culminar l gico e progressivo ou fase final de um longo e trabalhoso processo de desenvolvimento institucional colectivo social e econ mico A Declara o de Sirte em Setembro de 1999 assumida assim como uma confirma o e refor o da constitui o da Comunidade Econ mica Africana apresentava se como um claro sinal da vontade pol tica por parte dos dirigentes africanos de acelerar o processo de integra o regional escala continental processo esse que deveria permitir acelerar a integra o social e econ mica dos pa ses africanos A Cimeira Extraordin ria de Sirte decidiu tamb m tomar algumas medidas no sentido de refor ar e consolidar as Comunidades Econ micas Regionais agora tamb m conhecidas por REC s como os pilares em que deveria assentar todo o processo de constru o da integra o continental e de consecu o dos objectivos inicialmente propostos para a Uni o Africana A quest o que entretanto se nos levanta a de determinar se efectivamente ter havido no campo das realiza es concretas em particular no que diz respeito a actividades econ micas palp veis algum progresso significativo que justifique o optimismo daquelas declara es pol ticas Muito em particular se considerarmos que os sucessivos dirigentes africanos procuram desde h j mais de quarenta anos alcan ar aqueles ambiciosos objectivo em rela o aos qua
127. sendo uma desculpa esfarrapada para os pa ses mais ricos se descartarem de um solene compromisso hist rico assumido por outros governantes antes do actual predom nio da ideologia neoliberal Esse solene compromisso hist rico recorde se era o de que cada pa s desenvolvido contribu sse com 0 7 do seu PIB para a ajuda p blica ao desenvolvimento Os factos s o o que s o e estes dizem nos que embora aquele compromisso tivesse sido assumido em 1970 por ocasi o da reuni o da Assembleia Geral das Na es Unidas at 2010 s 5 pa ses a Dinamarca a Holanda o 27 The Reality of Aid 2000 por Randel Germany e Ewing editors EarthScan 2001 London 8 Em Foreign Aid for Develpoment Assistance em http www globalissues org article 35 foreign aid development assistance 2 Nos anos Setenta do s culo XX predominavam ainda as ideias de John Maynard Keynes sobre como organizar as pol ticas econ micas Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Luxemburgo a Noruega e a Su cia que t m honrado esse compromisso Mais recetemente a Uni o Europeia assumiu o compromisso de em 2010 destinar 0 56 do PIB para fins de redu o da pobreza tendo como objectivo adicional o atingir aqueles m ticos 0 7 at 2015 As perspectivas cr ticas sobre a Ajuda P blica ao Desenvolvimento Como seria de esperar considerando os montantes envolvidos e tendo tamb m em conta que a APD sustentada com o dinheiro dos c
128. social e econ mica que t m causado ou aprofundado na maioria dos pa ses onde t m sido aplicados Como natural e seria de esperar os t cnicos e dirigentes daquelas institui es t m tido ampla ocasi o para apresentar alguns poucos casos de sucesso tratando se a quase sempre de pequenos pa ses naturalmente pouco representativos da realidade econ mica comum maioria dos pa ses intervencionados Assim sendo infelizmente a maioria dos observadores e autores que t m estudado esta problem tica s o un nimes na conclus o de que os referidos Programas de Ajustamento Estrutural t m sido um desastre se n o completo e total pelo menos parcial Para efeitos deste trabalho e esclarecimento de eventuais leitores importa salientar que em princ pio quer num plano te rico quer num plano pr tico estes programas s o quase sempre apresentados como sendo uma condi o necess ria para a resolu o futura do problema de um eventual desenvolvimento econ mico e social dos pa ses afectados A quest o estar ent o em saber se sendo de facto esses programas uma condi o necess ria ser o tamb m e sobretudo suficientes E porque n o foram concebidos nessa perspectiva da sua insufici ncia acabaram por resultar altamente prejudiciais para o desenvolvimento dos pa ses envolvidos Dir se ia em vern culo que foi pior a emenda do que o soneto Na verdade o problema fundamental dos PAE ter sido a sua perspectiva glo
129. tem 15 membros dos quais 5 s o permanentes os referidos pa ses vencedores com direito a veto e 10 s o membros eleitos por per odos de 2 anos cada Como resultado das suas ra zes hist ricas ficaram de fora do Conselho de Seguran a pa ses com a dimens o econ mica da Alemanha e o Jap o assim como pa ses com a dimens o geogr fica e demogr fica do Brasil ndia ou Indon sia Considerando o peso econ mico geogr fico e demogr fico do Brasil e da ndia estes dois pa ses junaram se ao Jap o e Alemanha para constituir um grupo de press o informal usualmente designado de G 4 O projecto que tem sido defendido pelo G 4 contempla o alargamento do Conselho de Seguran a de 15 para 24 membros sendo que passaria a haver 10 membros permanentes Os cinco adicionais seriam distribu dos de modo a haver representatividade regional Assim haveria dois novos membros da sia ndia e Jap o para al m da China um membro da Am rica Latina o Brasil um novo membro da Europa de Leste a Alemanha e um membro de frica Nig ria Egipto ou frica do Sul A Uni o Africana por seu lado reclama um lugar de membro permamente ficando ao crit rio da Uni o Africana a nomea o do pa s que representaria a Regi o Parece ser a mais razo vel das propostas em termos de representatividade regional e de legitimidade democr tica Em linguagem telegr fica e utilizando terminologia corrente o problema pode resumir se nos termos seguint
130. trata a de um rudimentar ou grosseiro processo de inten es Uma cr tica mais s ria ser aquela que aponta para as distor es que os fluxos financeiros da APD acabam por introduzir no sistema geral de incentivos relativamente motiva o dos agentes econ micos em geral designadamente dos empres rios dos camponeses e dos quadros urbanos Um outro tipo de cr tica dirige se mais especificamente para as condi es usuais da presta o de ajuda financeira a chamada ajuda condicionada Neste caso quando se obriga o pa s receptor dos fluxos financeiros de ajuda a comprar os materiais ou servi os correspondentes no pa s doador est se objectivamente a criar la os de depend ncia que poder o resultar pouco adequados para os pa ses receptores da ajuda Para al m de constitu rem uma redu o objectiva do grau de soberania j de si bastante fr gil dos pa ses receptores dessa ajuda Uma outra cr tica que comum ver referida quer na literatura quer em observa es de terreno a frequente irrelev ncia do tipo de ajuda ou dos por vezes crassos erros de implementa o 2 para al m de normais mas muitas vezes ignorados problemas de contactos culturais mal sucedidos A este respeito importante referir que muitas vezes as ag ncias doadoras de APD parece n o levarem em linha de conta as realidades sociais dos pa ses receptores para onde muitas vezes enviam cooperantes entusiasmados e voluntariosos mas
131. um patrim nio apenas parcialmente mobilizado para esse fim decerto jamais utilizado a 100 Fernand Braudel 1985 p g 55 Por outras palavras Braudel parece adoptar aqui a postura de um contabilista nacional que considera apenas o trabalho e recursos materiais necess rios para reconstruir uma determinada situa o concreta nos seus aspectos materiais e vis veis Como tal parece deixar de lado todo o manancial de capital societal acumulado ao longo de gera es e que est necessariamente subjacente ao capital social total usualmente contabilizado Por outro lado ao exprimir se nestes termos Braudel est clara e explicitamente a referir se ao caso das sociedades hoje desenvolvidas do Ocidente e tendo em conta a sua evolu o hist rica ao longo dos ltimos cinco ou seis s culos 8 Entendemos por subsistemas imperiais aqueles subsistemas locais ou regionais que pela sua dimens o demogr fica acabam por dar origem a um numero suficientemente elevado de interac es socio econ micas numero esse que vem a tornar necess rio o aparecimento de um poder pol tico coordenador N o discutiremos em detalhe uma eventual diferen a de conte do entre a ideia de imp rios como antecedentes dos sistemas mundo wallersteiniano e a ideia quanto a n s mais operacional de subsistema De um ponto de vista cibern tico cada subsistema considerado como uma caixa negra cuja estrutura interna centralizada ou
132. veis 11 Garantir um melhor acesso utiliza o e qualidade de produtos e tecnologias m dicas 12 Proporcionar lideran a refor ar a governa o e promover as parcerias e a colabora o com os pa ses o Sistema das Na es Unidas e outras partes interessadas a fim de cumprir o mandato da OMS na promo o da agenda global de sa de tal como estabelecido no D cimo Primeiro Programa Geral de Trabalho 13 Desenvolver e sustentar a OMS como organiza o flex vel permitindo lhe cumprir o seu mandato de forma mais eficiente e eficaz Para poder acudir a todas estas obriga es institucionais a OMS projectou um Or amento de 3 888 milh es de d lares para o bi nio de 2010 2011 o equivalente a 12 das despesas di rias com as guerras do Iraque e do Afeganist o sendo que desse montante total destinado s opera es nos pa ses e regi es assim como s despesas na Sede cerca de 1 076 milh es s o oriundos de parcerias e arranjos de coopera o com entidades privadas como funda es e empresas ONUSIDA Programa Conjunto das Na es Unidas sobre a Sida Cerca de 20 anos de combate SIDA fizeram ressaltar a necessidade de concertar e orientar os esfor os de uma grande diversidade de actores O Programa Conjunto das Na es Unidas sobre o VIH SIDA ONUSIDA foi criado em 1996 para ajudar a enfrentar esse desafio O ONUSIDA actua como principal impulsionador da ac o mundial contra o VIH SIDA A sua miss o orient
133. vel mundial e particularmente dos pa ses em desenvolvimento n o tenham alimentos suficientes para a satisfa o das suas necessidades nutricionais b sicas Esta situa o inaceit vel A produ o alimentar aumentou substancialmente contudo dificuldades no acesso aos alimentos a insufici ncia de rendimento a n vel familiar e nacional para a compra de alimentos a instabilidade na oferta e procura assim como as cat strofes naturais ou as causadas pelo homem t m impedido a satisfa o das necessidades alimentares b sicas Os problemas da fome e da inseguran a alimentar t m uma dimens o global e s o problemas que tendem a persistir e mesmo a aumentar dramaticamente em algumas regi es a n o ser que se tomem medidas urgentes tendo em conta o crescimento da popula o e a press o exercida sobre os recursos naturais Os dirigentes dos paises presentes na referida Cimeira estabeleceram como objectivo a alcan ar at 2015 a redu o para metade do n mero de pessoas com fome Apesar da formal declara o de t o nobres inten es a situa o em 2010 em contraste com os 864 milh es de 1996 pode resumir se nas seguintes estimativas da pr pria FAO Total de pessoas que em 2010 em todo o mundo continuam a passar fome 925 000 000 Desse total importa salientar 239 mil es na frica Sub Sahariana e 578 milh es na sia e Pac fico A mesma FAO estima que este total de 925 milh es de pessoas em 2010 era mesmo ass
134. 000 africanos altamente qualificados deixam anualmente os seus pa ses Com base em estudos da Comiss o Econ mica para frica e da IOMO aquele mesmo analista acrescenta ainda que haver cerca de 30 000 africanos doutorados a viver fora do continente Entre 1985 e 1990 em apenas cinco anos ter o sa do de frica em m dia 20 000 profissionais e t cnicos especializados incluindo m dicos engenheiros e professores universit rios importante sublinhar que estes n meros n o incluem os estudantes universit rios ou de ensino superior vindos de frica para estudar nos pa ses do Norte desenvolvido Se considerarmos que a forma o e treino de um a m dico a custa em qualquer pa s africano cerca de 30 000 euros e se considerarmos que uma parte significativa destes profissionais altamente qualificados acaba desempenhando a sua actividade num qualquer pa s do Norte podemos facilmente imaginar as consequ ncias recorrentes deste xodo de c rebros Acrescente se aqui que para compensar este xodo se torna ent o necess rio recrutar expatriados origin rios dos pa ses mais desenvolvidos Estes t cnicos expatriados v m trabalhar para os pa ses africanos normalmente por per odos de apenas alguns anos e ao abrigo de programas de coopera o sendo que isso tem um custo elevado para o processo de desenvolvimento estimado em cerca de 35 do total da Ajuda P blica ao Desenvolvimento Entretanto o custo anual para os pa ses afric
135. 3 45 437 230 21Metodologia de avalia o da capacidade de contributo financeiro por parte de cada pa s assim como dos montantes envolvidos e sua distribui o por diversos pa ses Tudo isso dever ser visto em contraste flagrante com os n meros astron micos das despesas com as guerras e com os diversos pacotes financeiros para salvaguarda de uma certa forma de estabilidade dos diversos sistemas banc rios mas n o s Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Jap o 12 530 194 531 038 Su a 1 130 26 561 857 Alemanha 8 018 188 471 657 Federa o Russa 1 602 37 656 722 Reino Unido 6 604 155 234 076 B lgica 1 075 25 269 024 Fran a 6 123 143 927 658 Su cia 1 064 25 010 457 It lia 4 999 117 506 837 ustria 0 851 20 003 664 Canad 3 207 75 383 962 Brasil 1 611 37 868 276 Espanha 3 177 74 678 780 Ar bia Saudita 0 830 19 510 037 China 3 189 74 960 853 Gr cia 0 691 16 242 693 M xico 2 356 55 380 297 Portugal 0 511 12 011 601 Coreia do Sul 2 260 53 123 715 frica do Sul 0 385 9 049 836 Pa ses Baixos 1 855 43 603 757 Argentina 0 287 6 746 242 Or amento de 4 2 bili es de d lares para 2008 2009 para a ONU O Secret rio Geral das Na es Unidas Ban Ki moon pediu Comiss o Or amental da Assembleia Geral que aprovasse o or amento para 2008 2009 no montante de 4 2 bilh es de d lares apenas para a seguran a o desenvolvimento e os direitos humanos no mundo o que representa apen
136. 5 p g 107 Tal facto implica que o factor cr tico de sucesso na aplica o efectiva e til das diversas pol ticas e ac es pr ticas da coopera o depende sobretudo da forma como se processam as diversas e m ltiplas interac es de ajuda e transfer ncia de conhecimento e de capacita o institucional Ou seja tudo acaba por depender da forma como se processa o contacto humano entre os dois grupos de actores em presen a no terreno assim como nos gabinetes e mesas de negocia o por um lado os dirigentes e cooperantes dos pa ses doadores e por outro lado os dirigentes e receptores da coopera o e ou ajuda para o desenvolvimento Como ser natural haver aqui alguma nfase sobre o caso Portugu s emboar devam ser feitas refer ncias a outras nacionalidades do mundo industrializado Dado o relativo distanciamento hist rico em rela o s datas das independ ncias dos pa ses africanos parece razo vel que se possa fazer este tipo de reflex o sem que ofender nenhuns c nones da discuss o acad mica Nesse contexto dir se que parece agora ser tamb m academicamente aceit vel discutir sem demasiadas pol micas ideol gicas o projecto falhado do anterior regime pol tico portugu s de alargar Portugal se assim se pode dizer por meio da ideia de que as col nias africanas poderiam de facto ser convertidas em prov ncias ultramarinas e eventual e completamente integradas com o Portugal Europeu Tudo isto
137. 500 mil milh es que j gast mos todos os anos nas despesas regulares do Departamento da Defesa Tal como n o inclui outras despesas ocultas tais como a recolha de informa es secretas ou os fundos misturados com os or amentos de outros departamentos Joseph Stiglitz Pr mio Nobel de Economia Em 2008 e 2009 a ONU e todas as suas ag ncias fundos e programas gastaram cerca de 30 000 milh es de d lares por ano em todas as suas actividades em todo o mundo Ou seja menos de 5 d lares por habitante Uma ninharia quando comparado com o or amento de alguns dos pa ses membros da ONU e menos do que 3 das despesas militares mundiais E no entanto os dirigentes das principais pot ncias continuam a reafirmar e com toda a pompa e solenidade o interesse e import ncia do papel das Na es Unidas em prol da Paz Mesmo assim ao longo das duas ltimas d cadas a ONU tem tido graves dificuldades financeiras que t m obrigado a organiza o a cancelar projectos e actividades antes programadas Mesmo em situa es em que t m emergido novas e urgentes necessidade Muitos Estados membros t m se cortado nos seus contributos muito em particular no que diz respeito queles Programas e Fundos cujos or amentos s o financiados com base em contributos vonlunt rios Em Outubro de 2009 o total dos montantes em d vida para com a ONU eram de 829 milh es de d lares dos quais 93 conta dos Estados Unidos supostamente a Na o mais rica do pla
138. 6 0 41 5 0 Austr lia 5 4 4 0 7 5 6 2 3 9 4 0 7 2 5 0 Alemanha 5 1 3 8 6 1 6 4 5 4 6 7 3 2 4 4 B lgica 5 1 6 7 6 0 5 6 3 7 7 0 1 5 4 8 Reino Unido 5 0 6 1 6 0 6 2 3 4 7 1 1 7 4 4 Fran a 4 9 4 6 6 1 5 2 3 1 7 1 2 0 6 0 It lia 4 8 2 7 6 2 5 5 3 3 6 3 4 8 4 4 Gr cia 4 7 2 9 6 0 4 1 6 5 5 8 5 3 2 7 Su a 4 1 5 3 0 6 4 6 6 6 6 2 2 9 2 8 Jap o 3 3 1 1 2 4 4 6 1 8 5 2 2 2 6 0 Coreia do Sul 3 1 1 1 3 0 5 8 1 0 2 1 1 8 6 5 O significado do CDI ou Commitment to Development Index Ajuda A componente de ajuda no ndice CDI procura ir al m das compara es padr o e introduzir tamb m um elemento de qualidade Assim sendo penaliza os pa ses doadores que 1 prestam ajuda a governos ricos ou corruptos 2 por sobrecarregarem os pa ses benefici rios com muitos pequenos projectos e 3 por darem ajuda subordinada algo que obriga os pa ses benefici rios a gastar a referida ajuda em bens e servi os pr prios do pa s doador em vez de permitir que os pa ses receptores fa am as suas escolhas sobre onde obter os pre os mais baixos Esta componente recompensa tamb m os pa ses doadores que permitam dedu es fiscais de que possam resultar apoios assist ncia para o desenvolvimento mas de cariz privado Com rcio A componente comercial do CDI penaliza os pa ses que coloquem dificuldades importa o de plantas roupas e outros bens de oriundos de pa ses pobres Considera dois tipos de barreiras as tarifas impostos sobre as i
139. D tamb m suposto fazer a monitoriza o do progresso de todos os pa ses rumo ao alcance daqueles Objectivos e Metas Em linhas gerais s o proclamados 8 grandes Objectivos os quais s o detalhados em 18 Metas cuja operacionalidade suposta ser medida por meio de 48 indicadores Tudo muito bem elaborado num exemplo acabado de planifica o indicativa com grandes linhas de orienta o que levem os diversos agentes ou actores sociais envolvidos a trabalhar em conjunto de modo mais ou menos coordenado para se assim se alcan arem t o nobres ideais tema a que voltaremos mais adiante O or amento total do PNUD era em 2005 de aproximadamente 4 440 milh es de d lares Parece uma grande quantia mas a mesma dever tamb m ser vista em propor o ao volume de vendas ou de lucros de uma qualquer empresa transnacional Aquele valor destina se quer ao pagamento dos seus pr prios quadros e recursos operacionais pr prios cerca de 921 milh es de d lares sendo que os recursos destinados ao apoio dos programas dos pr prios pa ses em desenvolvimento chegavam em 2005 a pouco mais de 1 000 milh es de d lares Projectos de desenvolvimento pr prios e directos do PNUD eram financiados pelos restantes cerca de 2 500 milh es de d lares O PNUD disp e de gabinetes e quadros no terreno em 166 pa ses onde trabalham em liga o com as comunidades locais e as autoridades governamentais a quem procuram dar assist ncia na procura e desenvolvi
140. E f TAA i Pilit pai Adrar ha ki dm 7 a iiae Pat Et Pe A di uh Pile on Lira arai em MNE nd 7 furar a VARG i 1 A j o e io P E i 15 UTH E Te d Za aii Ea fica i OLITIGAL DIVISLCHE Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria COOPERA O INTERNACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO Varia es Incorrectas sobre um tema politicamente incorrecto O Caso da frica Subsahariana Guilherme da Fonseca Statter Vers o provis ria ndice CO E ro rE nae EEE EEA NE OEA OTOLO O T 02 O Processo Hist rico de Acumula o e Desenvolvimento nnssnnsenssensseoessoessseesee 03 Os Principais Actores Sociais Envolvidos sssssssesessseessesesssressessresressessessresseesesressee 04 A Trag dia Africana neces cio a ana 05 Os Factores EXICIMOS sissies nikis ai Eeer a ES i Ea KAES EEEE R as Dea sisa iaa adiadas 06 Os F ctores Ines siron inni SESI E E E E E A EERTE 07 As Raz es da Coopera o s ssessssseesseesreseesseeseesresstesstsrsstessesrssressessrssressessessresseesetse 08 0 Sistema das Na es Unidas suis eenia oiie a ea EE AREARE 09 Os Problemas da Integra o Regional osssnsssensesseesseessesersseessesseesessessrssresseesessressee 10 Ajuda P blica ao Desenvolvimento s ss ssssessssessesesessessessessressessrssresseeserseesseeseesersseesee Ls As Grandes Jhictati yas sssrds ta EEN ERTES EAA TADE IEEE 12 Uma Nova Ordem Econ mica Internacional ec
141. Geral da OUA assim como do Secret rio Executivo da Comiss o Econ mica para frica das Na es Unidas e ainda das autoridades dos agrupamentos econ micos regionais e sub regionais em particular a ECOWAS a PTA a SADCC e a ECCAS que fossem tomadas as medidas necess rias para assegurar a coordena o harmoniza o e racionaliza o das actividades projectos e programas de todas as organiza es governamentais de coopera o e integra o nas suas respectivas reas de modo a evitar sobreposi es conflitos de poder e desperd cios de recursos e meios financeiros e humanos Pareceria assim ser imperativo que n o se poder continuar a ignorar o processo de racionaliza o das Comunidades Econ micas Regionais Caso contr rio os ambiciosos objectivos de integra o continental considerados como necess rios prosperidade e desenvolvimento social e econ mico sustentado de que beneficiem todas as popula es do continente continuar o a ser apenas isso objectivos Entretanto em fins de 2008 continuamos com m ltiplos blocos ou comunidades econ micas regionais muitos dos quais t m pa ses membros que pertencem tamb m a outros blocos ou agrupamentos Em princ pio e pelo menos numa primeira fase as Comunidades Econ micas Regionais s o supostas constitu rem se em zonas de com rcio e em alguns casos tamb m em zonas de coopera o militar e seguran a m tua Nestas circunst ncias muito prov vel para n o
142. Na es Unidas ou por iniciativa de dirigentes pol ticos africanos O processo de descoloniza o foi tamb m o triunfo do movimento pan africanista o qual se veio a concretizar nas iniciativas logo assumidas pelos dirigentes africanos de construir uma unidade de ac o parao desenvolvimento do seu continente No entanto logo partida formaram se dos grandes grupo de cariz ideol gico o chamado Bloco de Casablanca segundo os pr prios membros supostamente mais progressivo e o Bloco de Monr via segundo os pro prios supostamente mais conservadores e gradualistas Estava se ent o em plena guerra fria e de luta ideol gica entre o chamado Mundo Ocidental e o chamado Bloco de Leste Para o que aqui e agora nos interessa aquilo que estava em jogo era a escolha de um modelo de desenvolvimento E saber se nesse modelo de desenvolvimento deveria predominar a iniciativa privada ou se a iniciativa do Estado Se o modelo escolhido fosse o do predom nio da iniciativa privada deixar funcionar as for as do mercado como se diria agora em linguagem corrente ent o na perspectiva dos membros do Bloco de Casablanca seriam muito reduzidas ou nulas as possibilidades de efectivo desenvolvimento econ mico Mas em todo o caso s haveria possibilidades de sucesso em termos de desenvolvimento econ mico numa base de unidade continental Tal como veio a reafirmar Kwame Nkrumah Hoje nenhum Estado Africano independente pode por si s
143. O resultado final o de alguns dirigentes de um determinado pa s do terceiro mundo se virem a encontrar na situa o algo embara osa de n o saber exactamente o que fazer com os bens recebidos ca dos dos c us aos trambolh es como soe dizer se e ainda ter que formalmente assumir parte da respectiva d vida externa A Investiga o e os Resultados de Hofstede A investiga o conduzida por Hofstede tem algum razo vel grau de objectividade na medida em que foi originalmente baseada numa an lise extensiva de literalmente centenas de milhares de question rios entretanto e anteriormente utilizados pela IBM World Trade Corporation na sua pr tica rotineira e de ciclo anual de realiza o de inqu ritos de opini o para avaliar do grau de satisfa o entre o seus mais de 200 000 empregados em mais de 70 pa ses ou regi es volta do mundo sendo que aquela investiga o original foi depois ainda complementada com outros e diversos estudos de campo elaborados at e tamb m por outros autores No seu livro Cultures and organizations software of the mind 2005 Hofstede faz o relato detalhado e a discuss o das conclus es a que chegou Para efeitos deste cap tulo tentarei fazer aqui um brev ssimo resumo daqueles resultados e conclus es No seguimento dos trabalhos de Inkeles e Levinson 1969 e com base no seu pr prio m dulo de avalia o de valores VSM ou values survey module Hofstede come a por utilizar quatro
144. Pa ses N rdicos ou a Holanda Esta poss vel desvantagem dever se ia ao facto de que como a experi ncia nos mostra o pessoal cooperante no terreno quer em actividades de desenvolvimento rural quer em actividades num meio institucional urbano precisa de possuir uma maior capacidade de resolu o de problemas e de um maior sentimento pessoal de auto sufici ncia caracter sticas essas que parecem estar mais associadas com culturas nacionais de maior pendor individualista Temos aqui no entanto que ter presente e evitar o perigo de confundir a an lise ao n vel do pa s com a an lise ao n vel das pessoas individuais Ou a bem conhecida fal cia ecol gica Mas esse nem ser o principal cuidado a ter aqui na medida em que nesta reflex o estaremos sempre a raciocinar em termos de tend ncias de comportamento O problema estar mais no significado atribu do dimens o individualismo colectivismo Enquanto que a relativamente elevada medida dos Pa ses N rdicos do Reino Unido e da Holanda reflecte uma menor interven o do Estado na vida colectiva assim como uma menor expectativa de depend ncia individual relativamente a um agregado social do tipo normalmente designado por fam lia alargada no caso portugu s o relativamente mais elevado grau de colectivismo reflecte uma maior expectativa de apoio e reciprocidade em rela o ao grupo social colectivo em que sempre se insere cada membro individual designadamente o grupo so
145. Poder tamb m dizer se que esta dimens o acaba por medir o grau de reciprocidade impl cito em cada sociedade A este respeito Hofstede parece tamb m sugerir que a capacidade de desembara o individual tender a ser maior em sociedades com um mais elevado grau de Individualismo De regresso ao par metro da Dist ncia ao Poder parece que o mesmo estaria tamb m relacionado com um maior ou menor grau de Respeito pela Autoridade Formal No que diz respeito ao continuum Masculinidade Feminilidade esta dimens o apresentada como caracterizando a forma como todas as sociedades tendem a resolver o problema humano fundamental das rela es entre os g neros estando associado com as diferen as de comportamento social descrito em termos quer de assertividade caracter stica supostamente masculina quer de mod stia caracetr stica supostamente feminina Esta dimens o ou par metro tamb m definido em termos dos pap is representativos que s o socialmente esperados de cada um dos sexos numa determinada sociedade Como regra geral sempre que se verifica uma clara distin o entre os pap is sociais supostamente desempenhados pelos dois sexos verifica se tamb m um maior grau de masculinidade nessa sociedade Pelo contr rio quando se encontra uma maior sobreposi o no desempenho de pap is masculinos ou femininos a teremos um maior grau de feminilidade Em sociedades com um mais elevado grau de masculinidade parece que se
146. Provis ria pa ses E passando sobretudo de lado em rela o ao modo hist rico de inser o de cada pa s concreto ou regi o na globalidade do sistema mundo Ora acontece que de um ponto de vista t cnico ou formal quer o Banco Mundial quer o FMI s o supostos ser organiza es integradas no sistema geral das Na es Unidas devendo assim depender do Conselho Econ mico e Social ou ECOSOC da Assembleia Geral De acordo com a literatura consultada parece que a inten o inicial dos fundadores das Na es Unidas ter sido mesmo a de que as duas institui es ditas de Bretton Woods recebessem do ECOSOC as orienta es estrat gicas relativamente ao seu modo de interven o na economia e finan as internacionais Uma das principais facetas dos PAE e que tem subjacente a ideologia do neoliberalismo do menos Estado melhor Estado justamente a minimiza o do papel interventor ou mesmo regulador do Estado relativamente ao funcionamento da economia E no entanto j em 1841 Friederich List no seu Sistema Nacional de Economia Pol tica explicava detalhadamente porque raz o uma economia emergente tinha necessidade de algum proteccionismo aduaneiro de modo a que pudesse consolidar a sua pr pria estrutura produtiva nacional A mesma defesa do proteccionismo foi tamb m claramente expressa pelos primeiros economistas norte americanos designadamente Alexander Hamilton quando se procurava garantir ent o jovem na
147. Sub Sahariana Samir Amin 1993 defende a a tese de que esta forma de inser o est na origem do atraso estrutural de frica quer pela destrui o de importantes estruturas pol ticas preexistentes quer pela devasta o demogr fica a que deu origem Assinale se a esse respeito que uma das formas de avaliar o tipo de inser o ou integra o no sistema mundo ser o de caracterizar os tipos de bens ou servi os que s o trocados entre as diversas regi es componentes do sistema A devasta o demogr fica a que se referem os te ricos da depend ncia assume todo o seu significado se pensarmos os trabalhadores humanos como m quinas org nicas capazes de produzir mais valias ou excedentes econ micos e se pensarmos nos milh es de escravos que foram exportados da frica Sub Sahariana ao longo de tr s s culos Atrav s do modelo de simula o por si elaborado Patrick Manning 2003 estima que a popula o de frica em 1850 seria sensivelmente metade do que poderia ter sido a um crescimento de 5 ao ano ao longo dos precedentes 150 anos O estudo elaborado por Joseph Miller 1988 em rela o ao com rcio de escravos a partir de Angola conclui que morriam aproximadamente o mesmo numero de africanos s na captura e transporte at costa como aqueles que efectivamente chegavam a ser embarcados Ainda segundo Milller um numero equivalente simplesmente fugia para outras regi es mais para o interior No caso da regi o de Angola por
148. USAID assim como quatro representantes da sociedade civil recomendados pelo Congresso e nomeados pelo Presidente dos Estados Unidos Esta MCC ent o suposta proporcionar assist ncia a pa ses classificados como sendo de baixos e m dios rendimentos Mas essa assist ncia s ser prestada se os pa ses classificados naquelas duas categorias passarem no exame da avalia o que lhes feita segundo tr s crit rios b sicos mais um 1 exercerem uma governa o justa 2 investiremo nas pessoas 3 garantir a liberdade econ mica e 4 estarem acima da mediana num ind ce de corrup o Desde que foi lan ada esperava se da MCC que aumentasse a ajuda anual ao desenvolvimento em 5 000 milh es de d lares objectivo a atingir at ao ano de 2006 No entanto apesar das promessas e compromissos anunciados os n veis de financiamento nunca chegaram a exceder os 2 000 milh es de d lares Foi assim que ao longo dos anos tivemos montantes em 2004 1 000 milh es em 2005 1 500 milh es em 2006 1 750 milh es em 2007 1 750 milh es em 2008 1 500 milh es e em 2009 875 milh es O mesmo acontece com todos os outros governos da OCDE variando os montantes consoante as disponibilidades e empenho dos diversos Estados Uma outra fonte e financiamento das ONGs s o as pr prias Na es Unidas De acordo com o relat rio do primeiro trimestre de 1996 da Global Environment Facility o montante atribu do ao financiamento de pro
149. Uni o Europeia Am rica do Norte e sia do Leste Em contraste se considerarmos os fluxos de exporta es e importa es de mercadorias ou de presta o de servi os de cada pa s da tr ade constatamos com toda a naturalidade que os principais parceiros comerciais de cada um desses pa ses s o sempre pa ses da mesma tr ade Ou seja as economias africanas s o quase sempre fortemente descentradas funcionando mais como ap ndices das economias da triade do que como economias com estrutura org nica pr pria As causas deste elevado grau de integra o da frica Sub Sahariana no sistema mundo em contraste com um reduzid ssimo grau de integra o interna devem ser procuradas quer na geografia quer na hist ria da inser o de frica na economia mundial Tal como assinalado por Samir Amin 2000 o eixo principal de inser o de frica na economia mundial ao longo dos s culos XVII e XVIII ter sido a exporta o de m o de obra escravos para alimentar os sistemas produtivos das Am ricas a car e algod o Ou seja seguindo esta l gica de racioc nio mesmo que n o tiv ssemos tido escravatura mas apenas e t o s um movimento migrat rio de trabalhadores em busca de melhores oportunidades como ali s continua a suceder sempre ter amos tido um maior relativo despovoamento em frica juntamente com um menor grau de acumula o de capital no continente Entretanto quando a vem a desenv
150. a frica 5 861 10 948 9 280 12 455 9 577 9 894 12 999 18 513 17 199 30 672 M dio Oriente 4 208 4 246 3 536 1 799 3 518 7 220 6 019 12 314 18 581 34 461 sia Pac fico 89 717 101 526 91 714 109 486 144474 104 825 90 106 97 823 138 041 165 093 Fonte UNCTAD World Investment Report 2006 Como se pode facilmente constatar aquele objectivo est infelizmente muito longe de poder ser alcan ado Acrescente se leitura destes n meros o facto de ao longo dos ltimos ano se ter verificado e continua a verificar se uma progressiva desvaloriza o do d lar norte americano o que torna ainda mais vis vel a dificuldade de alguma vez se poder alcan ar aquele objectivo Isto tendo em conta que aquela ideia de angariar por ano 64 000 milh es de d lares de IDE foi declarado como objectivo em 2001 De ent o para c o d lar perdeu cerca de 40 do seu poder compra quando comparado com o Euro moeda do bloco econ mico que por enquanto o parceiro comercial mais importante do continente africano Mais concretamente at 31 de Dezembro de 2005 data a que se referem os dados do relat rio da CNUCED o d lar perdeu para o Euro desde o an ncio da NePAD cerca de 25 do seu valor aquisitivo Por outras palavras aqueles 30 672 milh es de d lares em IDE angariados em 2005 deveriam ser comparados com um objectivo de cerca de 85 000 milh es de d lares A este facto dever acrescentar se a extrema concentra o dos investimentos externos
151. a Uma outra cr tica que tem sido feita filosofia subjacente elabora o da NePAD a da sua continuada depend ncia de financiamentos originados nos pa ses do Norte parecendo a esses cr ticos que seria muito mais eficaz se em vez disso se passasse a uma situa o de predom nio de financiamentos e trocas entre os pa ses do Sul facto que ali s come a a desenhar se na cena internacional com a emerg ncia de outros pa ses exportadores de capitais como ser o os casos da China da ndia e do Brasil No que diz respeito ao aproveitamento da chamada poupan a interna independentemente de considera es ticas sobre a sua origem deve salientar se o facto de ainda em fins dos anos Noventa cerca de 40 da poupan a interna da frica Subsahariana era colocada no exterior designadamente em pa ses que funcionam como para sos fiscais A fuga de capitais provocada por falta de confian a por parte dos seus propriet rios relativamente estabilidade dos seus pr prios pa ses n o exclusivo de frica e tem sucedido ao longo da Hist ria dos ltimos s culos Mas enquanto que em frica atinge aqueles 40 no caso da sia esse valor n o passa dos 3 e no caso da Am rica Latina era ainda em fins dos anos Noventa apenas 17 Por outro lado os lucros das actividades empresariais em frica acabam sendo investidos na sua maior parte em pa ses do Norte Por outras palavras a acumula o de capital condi o sine q
152. a Pese embora aos cr ticos do chamado determinismo geogr fico o facto permanece que as condi es geogr ficas e climat ricas da vasta imensid o do continente africano t m condicionado de forma muito profunda o modo de ocupa o do territ rio por parte das suas popula es Um outro aspecto a considerar de grande impacto no longo prazo do processo hist rico de acumula o e desenvolvimento a configura o do pr prio continente e a sua situa o em termos de latitude e longitude No que respeita configura o a primeira caracter stica que salta vista de qualquer observador de um atlas mundial o aspecto compacto do continente Praticamente n o h pen nsulas a assinalar Por outro lado a massa continental est predominantemente orientada no sentido Norte Sul enquanto que a massa continental da Eur sia est predominantemente orientada no sentido Este Oeste Estes factos comezinhos t m tido ao longo dos mil nios uma import ncia decisiva na vida animal e na propaga o das esp cies vivas A esse respeito recomenda se a leitura do livro de Jared Diamond Armas Germes e A o na vers o brasileira Ainda uma outra caracter stica que tem sido um obst culo relativo emerg ncia e consolida o de um processo sustentado de acumula o e desenvolvimento pouca navegabilidade dos grandes rios cortados por r pidos e quedas dificilmente transpon veis As costas africanas s o igualmente pouco prop cias ao e
153. a ses doadores Para al m disso a referida APD traz consigo um pre o a pagar pelos pa ses receptores dessa ajuda Desde logo na medida em que parte dessa APD desperdi ada na compra de bens e servi os que t m que ser adquiridos nos pa ses doadores e muitas vezes a pre os acima dos que poderiam ser obtidos alhures pelos pa ses receptores Por outro lado uma parte tamb m significativa da APD nunca chega a beneficiar as classes mais pobres dos pa ses receptores dessa ajuda ao ponto de haver uma defini o aned tica mas significativa do que seja a APD tirar dinheiro dos cidad os pobres dos pa ses ricos para o dar aos cidad os ricos dos pa ses pobres Isto na medida em que quem paga a maior fatia dos impostos nos pa ses desenvolvidos s o os trabalhadores e quem controla a recep o e utiliza o dos fluxos financeiros da APD s o as elites dos pa ses pobres Haver ainda a considerar o facto de os montantes da ajuda serem negativamente contrabalan ados pelo protecionismo comercial dos pa ses ricos os quais negam ou dificultam muitas vezes o acesso dos produtores dos pa ses pobres aos mercados dos pa ses mais ricos Isto ao mesmo tempo que a APD tamb m utilizada como um instrumento de facilita o de acesso aos mercados dos pa ses pobres por parte dos produtores dos pa ses mais ricos Em qualquer um destes casos os efeitos podem ser considerados marginais mas a quest o est na l gica do com rcio intern
154. a ses mais desenvolvidos parcerias genu nas e mutuamente ben ficas Uma vez enunciadas as grandes prioridades p e se a quest o de quais as reas cruciais de interven o mais urgente De acordo com a documenta o dispon vel e segundo as declara es de diversos dirigentes pol ticos uma das primeiras coisas a fazer ter sido a operacionaliza o do Mecanismo de Revis o Entre Pares ou African Peer Review Mechanism Em princ pio este seria o mecanismo operacional que poderia permitir o estabelecimento da paz e da estabilidade regional condi o sine qua non para o resto das prioridades e objectivos da NePAD A segunda rea priorit ria de interven o operacional seria a implementa o efectiva de programas regionais de infra estruturas de transportes energia tecnologias de informa o e comunica o gua e saneamento Em terceiro lugar viria a realiza o de programas de desenvolvimento agr cola e de seguran a alimentar em todas as sub regi es definidas pela Uni o Africana Em quarto terceiro lugar viria a realiza o de discuss es multilaterais intra africanas de modo a preparar posi es conjuntas para as negocia es relativas aos acessos aos mercados dos pa ses mais desenvolvidos assim como as negocia es relativas ao al vio da d vida e reforma da APD Por fim a NePAD reclama para si tamb m a responsabilidade de monitoriza o e interven o sempre que necess rio de modo a assegurar a conse
155. a CNUCED Na sequ ncia da Cimeira Mundial da Sociedade da Informa o recebeu tamb m o mandato fazer o seguimneto e aconselhar o ECOSOC sobre os impactos das novas tecnologias da informa o Comiss o para a Popula o e Desenvolvimento Basicamente ocupa se dos problemas demogr ficos e de crescimento populacional naquilo em que isso afecta a problem tica do desenvolvimento social e econ micos designadamente quest es de fertilidade mortalidade e doen as associadas reprodu o de esp cie e ao envelhecimento Na pr tica acaba por ser um centro de estudos demogr ficos Foi estabelecida pelo ECOSOC pela sua resolu o 3 III de 3 Outubro de 1946 Na sua resolu o 49 128 de 19 de Dezembro de 1994 a Assembleia Geral decidiu que esta Comiss o deveria ser designada Comiss o da Popula o e Desenvolvimento em vez de apenas Comiss o da Popula o Na mesma resolu o a Assembleia decidiu que o ECOSOC e a Comiss o deveriam Regi es definidas tamb m pela Uni o Africana Norte Oeste Central Oriental e Austral SEsste Conselho dos Direitos Humanos veio entretanto substituir uma enfraquecida Comiss o dos Direitos Humanos a qual fora institu da em 1948 por ocasi o da Declara o Universal dos Direitos do Homem e do Cidad o 184 Escreve se regula o por ironia na medida em que em rigor o que faz a OMC promover a desregula o do com rcio internacional funcionando o mais das vezes como um mero trib
156. a Meadows Jorgen Randers e Dennis Meadows tr s cientistas do Massachusetts Institute of Technology Os Limites do Crescimento publicado em 1972 9rOur Common Future da Comiss o Mundial para o Ambiente e o Desenvolvimento 350 Confer ncia das Na es Unidas sobre Ambiente de Desenvolvimento General Agreement on Trade and Development 2A composi o de pautas aduaneiras e respectivas listas de produtos os procedimentos para a determina o de origem de componentes e produtos acabados os tratamentos preferenciais herdados de acordos anteriores pr pria OMC Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria funcionar uma lei do mais forte com cobertura legal baseada no peso e prest gio dos advogados arguentes assim que as disputas comerciais entre pa ses ou regi es s o muitas resolvidas atrav s da amea a de retalia es por parte dos pa ses em posi o de fazer essas amea as gt Segundo dados da CNUCEeD apesar dos quase 60 000 milh es de d lares em ajuda concedida aos pa ses em desenvolvimento ano ap s ano as barreiras comerciais dos pa ses ricos acabam por custar aos pa ses menos desenvolvidos mais do dobro em exporta es perdidas Dinheiro e Finan as Tamb m no campo das finan as internacionais n o se verificaram quaisquer reformas importantes Pode mesmo dizer se que houve at oposi o sistem tica da parte das institui es de Bretton Woods e da Secretaria do Tesouro do
157. a Nig ria claramente preponderante S o m ltiplos os problemas e conflitos latentes e vis veis que resultam das m ltiplas perten as por parte de muitos dos pa ses africanos Um outro tipo de problemas que se levantam o do predom nio que alguns estados membros acabam por exercer relativamente aos agrupamentos regionais em que est o inseridos quer pela sua dimens o quer pelo seu grau de desenvolvimento Este segundo tipo de problemas d origem a um terceiro conflito de dif cil resolu o a contento de todas as partes envolvidas Ser aqui o caso dos pa ses que t m muito mais com rcio internacional fora da s zona s ou agrupamento s em que est o envolvidos e que procuram em defesa dos seus estritos interesses nacionais obter acordos espec ficos com outros parceiros comerciais exteriores ao continente africano Um caso exemplar ser o da frica do Sul Mas h outros que se podem indicar como o Egipto a Nig ria ou os pa ses do Magrebe No caso da frica do Sul temos os exemplos dos acordos assinados a t tulo bilateral entre a frica do Sul e o Mercosul assim como com a Uni o Europeia No caso do acordo com o Mercosul em 2000 a frica do Sul e os pa ses membros do Mercosul entraram em negocia es e assinaram um acordo preliminar conducente cria o de uma rea de Com rcio Livre J em 2004 os pa ses da SACU South African Customs Union assinaram um acordo com os pa ses do Mercosul de modo a esta
158. a de 0 4 Tamb m a t tulo de compara o com a situa o gen rica dos pa ses da frica Austral refira se que no Brasil onde h pouco mais do que 500 000 infectados a taxa de incid ncia de apenas 0 35 Segundo estimativas com base nos n meros da Organiza o Mundial de Sa de o HIV Sida ter estado na origem da morte de 17 000 000 de pessoas em frica ao longo das duas ltimas d cadas De cada tr s infectados com o HIV Sida em todo o mundo dois s o africanos Em cada minuto que passa surgem em frica mais oito novos doentes com Sida Nos pa ses na frica Austral em http www aec msu edu fs2 africanhunger wolgin port pdf 5 http www avert org subaadults htm 5 Estimativa da UNAIDS Chama se a aten o para o facto de haver aqui alguns problemas relacionados com a metodologia de contagem e ou avalia o assim como do registo das ocorr ncias da doen a Os grandes n meros no entanto n o enganam Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria particular na periferia econ mica da regi o de Gauteng na frica do Sul a taxa de contamina o atinge os 20 a 25 da popula o como ser o os casos da Z mbia do Zimbabu do Malawi ou do Botswana A situa o agravada pelas cren as e mitos associados com a doen a e na pr pria frica do Sul e durante alguns anos pela in pcia ou errada percep o das causas da doen a por parte do poder pol tico Alguns dos mitos associado
159. a de 900 milh es O Brasil apresentado como um exemplo de sucesso com dez anos de anteced ncia uma vez que ter conseguido cumprir a sua meta nacional de tirar daquela situa o cerca de 50 milh es de pessoas 2 Acesso generalizado ao ensino prim rio Meta 3 Assegurar que todas as crian as concluem um curso completo de instru o prim ria Para medir a progress o em rela o a este segundo Objectivo ser o utilizados tr s indicadores todos a cargo da UNESCO o r cio l quido de matriculas na instru o prim ria a propor o de alunos que come am a primeira classe e alcan am a quinta classe e a taxa de literacia entre os 15 e os 24 anos A este respeito lembremos que se estimava em 2000 que havia fora das escolas em todo o mundo cerca de 113 000 000 de crian as 3 Promo o da igualdades entre os g neros Meta 4 Eliminar a disparidade de g nero no ensino prim rio e secund rio at 2005 e para todos os n veis de ensino at 2015 A este respeito h que assinalar o facto de que dois ter os dos analfabetos do mundo s o mulheres e 32 http www undp org mdg goallist shtml Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 80 dos refugiados s o mulheres e crian as Para medir a progress o deste terceiro Objectivo ser o utilizados quatro indicadores respectivamente a cargo da Unesco da OIT e da IPU a R cio de raparigas para rapazes nos tr s graus de ensino b Propor o de mu
160. a e a sia do Sul No contexto dessa trag dia africana ser importante estudar de algum modo o como e o porqu dos programas de coopera o Quais as motiva es dos Estados envolvidos em particular por parte dos Estados doadores assim como as raz es que continuam a ser dadas para que se continuem a alimentar ou sustentar diversos aparelhos administrativos e institucionais os quais t m como objectivo formal a ajuda e coopera o para o desenvolvimento Isto apesar de m ltiplos insucessos e das insufici ncias gritantes e entretanto por demais denunciadas De modo a conseguirmos alguma compreens o dos processos sociais que conduziram actual situa o de flagrante disparidade nos distintos graus de desenvolvimento importa discutir minimamente como se t m vindo a concretizar os diversos processos hist ricos de acumula o e desenvolvimento Considerando que nada melhor para a compreens o do presente do que o conhecimento do passado ser certamente de todo o interesse discutir ainda que de forma muito breve a evolu o hist rica dos diversos processos de acumula o e de desenvolvimento econ mico ocorridos nas diversas sociedades humanas que entretanto vieram a convergir no actual processo de globaliza o Ainda que uma tal discuss o se possa considerar como apenas um modesto contributo para uma mais adequada identifica o das causas da crise com que se debatem as sociedades mais Guilherme da Fonseca Statter
161. a e defesa de interesses pr prios espec ficos desses pa ses doadores poderemos dizer que h de tudo um pouco Pode tamb m concluir se que essas motiva es nacionais por parte dos pa ses doadores da APD t m variado ao longo da hist ria recente de cada um desses pa ses e da evolu o da situa o pol tica global No caso dos diversos pa ses receptores da APD a resposta apresenta se mais natural na medida em que muito simplesmente esses pa ses t m sentido necessidade e reconhecido interesse em beneficiar dessa ajuda internacional A no o de desenvolvimento suscita normalmente a ideia de uma modifica o estrutural e uma transforma o social a que corresponde entre outras coisas um maior peso do sector industrial ou de transforma o de mat rias primas e posteriormente tamb m do sector de servi os relativamente s actividades prim rias designadamente a agricultura Subentende se tamb m aqui em particular a agricultura de tipo tradicional ou ainda pouco evolu da de um ponto de vista tecnol gico Em todo o caso o desenvolvimento acaba por implicar tamb m a industrializa o progressiva de todas as actividades agro pecu rias Por seu lado a express o crescimento indica ou sugere apenas o aumento progressivo e a m dio e longo prazo do rendimento anual per capita por parte da popula o de um determinado territ rio sendo tal crescimento obtido atrav s de um processo continuado de acumula o O facto
162. a em vez de m quinas Com estas actividades e objectivos espera se que sejam colmatadas defici ncias de micronutrientes que haja redu o da mortalidade infantil melhorias na sa de da gestante m e e ajuda ao combate de doen as como a SIDA Os seus programas de alimentos em troca trabalho s o tamb m supostos ajudar a promover a estabilidade ambiental econ mica e a produ o agr cola Atrav s das suas actividades o PMA tem obtido conhecimentos e experi ncia nas reas da nutri o seguran a alimentar e aquisi o e log stica de alimentos Tamb m atrav s das suas actividades o 2 International Conference On Organic Agricultureand Food Security Rome 3 5 May 2007 Report Dispon vel em ftp ftp fao org docrep fao meeting 012 J9918E pdf 2http www agroportal pt x agronoticias 2003 03 05c htm 20 Em 2008 ter o sido cerca de 100 milh es de pessoas em 78 pa ses Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria PMA procura prevenir a fome n o s remediar fazendo isso atrav s de diversos programas de trabalho comunit rio por ocasi o da distribui o de alimentos popula es com necessidades Os seus objectivos estrat gicos s o 1 Salvar vidas e proteger os meios de subsist ncia em caso de emerg ncia 2 Prevenir a fome aguda e investir na preven o de cat strofes e medidas de al vio 3 Reconstruir vidas e sustento p s conflito p s cat strofes ou situa es de transi o 4
163. a eventual exaust o dos recursos naturais e da biodiversidade Tais princ pios orientadores dos investimentos empresariais acabam por ter o respaldo se n o de jure pelo menos de facto das pol ticas e praxis das institui es de Bretton Woods ou seja da OMC do FMI e do Banco Mundial Transfer ncia de Tecnologia e Empresas Transnacionais Em ltima an lise foi a inova o tecnol gica que esteve na origem da Revolu o Industrial a qual fez descolar de modo marcante e definitivo os pa ses hoje desenvolvidos relativamente aos pa ses mais atrazados Assim sendo a tecnologia n o apenas um elementos crucial no projecto de desenvolvimento dos pa ses mais pobres do planeta Poder at argumentar se como j fazia a Comiss o Brandt que a quest o tecnol gica mesmo o principal ponto fraco em quaisquer projectos de desenvolvimento dos pa ses mais pobres quer no acesso dita tecnologia quer na sua utiliza o e controle Poder tamb m e ainda argumentar se que na transfer ncia de tecnologia e de saber fazer haver que considerar todo o contexto social e cultural quer dos pa ses em desenvolvimento quer dos pa ses que se proponham prestar assist ncia t cnica de qualquer tipo Tamb m no caso de essa transfer ncia tecnol gica ser efectivada por via de investimentos de empresas transnacionais haver que ter em linha de conta as condicionantes sociais e culturais envolventes No caso particular da t
164. a expans o No caso da frica do Sul e at meados do s culo XIX o conflito entre colonos holandeses e o poder imperial brit nico empurrou aqueles colonos de origem europeia para fora do sistema ou seja para a external arena Relativamente ao conjunto da frica Sub Sahariana Samir Amin 1993 defende aqui a tese de que esta forma de inser o est na origem do atraso estrutural de frica quer pela destrui o de importantes estruturas pol ticas preexistentes quer pela devasta o demogr fica a que deu origem Assinale se a esse respeito que uma das formas de avaliar o tipo de inser o ou integra o no 35 Estudioso e polit logo franc s do s culo XVI a quem se atribui o aforismo Il n est de richesses que d hommes 3 Ou das Am ricas caber aqui acrescentar 7 Utiliza se aqui esta express o no mesmo sentido que lhe atribui Immanuel Wallerstein embora tenhamos alguma discord ncia relativamente ao modo hist rico de funcionamento proposto por este autor para o referido sistema mundo Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria sistema mundo ser o de caracterizar os tipos de bens ou servi os que s o trocados entre as diversas regi es componentes do sistema A devasta o demogr fica a que se referem os te ricos da depend ncia assume todo o seu significado se pensarmos os trabalhadores humanos como m quinas org nicas capazes de produzir mais valias ou excedentes econ micos e se pensarm
165. a mundo desde o princ pio da constru o desse mesmo sistema e na fase mercantilista do sistema capitalista em expans o planet ria a partir da Europa e ao longo dos s culos XVI XVII e XVIII Alguns historiadores consideram que em termos de rendimento individual ou daquilo a que hoje chamar amos de PIB per capita era relativamente pequena a diferen a de riqueza material acumulada na Europa e na frica Subsahariana No entanto se considerarmos a totalidade do capital social existente quer sob a forma de estruturas edificadas quer sob a forma de conhecimento cient fico e institucional de facto existente assim como uma relativa superioridade tecnol gica por parte do sistema proto capitalista europeu ent o em expans o os vectores de inser o da frica Sub Sahariana no sistema mundo acabam por ser condicionados pela situa o relativa das diversas partes envolvidas no processo de inser o Por outras palavras a frica Subsahariana come ou cedo a ver se obrigada a especializar se na exporta o de mat rias primas e de m o de obra muito pouco qualificada Se considerarmos como dizia Jean Bodin que A nica riqueza s o os homens e nos dermos ao trabalho de inventariar as profiss es e os profissionais que foram necess rios para a constru o ao longo de dois ou tr s s culos de v rias centenas de catedrais bas licas conventos e mosteiros por essa Europa fora para n o falar das redes de estradas herdadas do Imp
166. a o processo de coopera o internacional de ajuda p blica ao desenvolvimento antigas e ultrapassadas rivalidades imperiais Por outras palavras cada pa s doador poderia eventualmente procurar melhor aproveitar as suas pr prias caraceter siticas culturais e condi es materiais concretas para que os pa ses receptores da ajuda puidessem livremente escolher os melhores parceiros de acordo com as diversas facetas e fases do processo global de coopera o Com a autoridade que lhe adv m do seu percurso de vida por ocasi o de uma palestra que proferiu em Lisboa em 12 de Novembro de 2008 a Sra Gra a Machel teve oportunidade de lan ar como que um repto aos dirigentes pol ticos europeus no caso concreto dirigindo se naturalmente mais aos dirigentes pol ticos portugueses no sentido de ser abandonado de uma vez por todas o anterior mas ainda prevalecente paradigma da coopera o internacional com frica por parte dos pa ses europeus Este repto ou apelo foi lan ado no contexto de um coment rio a prop sito da Cimeira reunindo os Chefes de Estado e de Governo da Uni o Africana e da Uni o Europeia realizada em Lisboa em Dezembro de 2007 Segundo Gra a Machel nessa Cimeira ter se ia ou digo eu dever se ia ter consumado uma transforma o radical no paradigma da coopera o entre pa ses europeus e pa ses africanos O paradigma que at agora temos tido caracteriza se por uma coopera o de tipo algo paternalista e neocol
167. a que por vezes se associa tamb m a teoria do neopatrimonialismo Segundo esta ideia quer os funcion rios da administra o p blica e em particular os seus mais altos dirigentes quer os pol ticos eleitos t m nos pa ses ditos em vias de desenvolvimento tend ncia a desenvolver comportamentos de apropria o ou utiliza o dos bens do Estado como se de coisa ou propriedade pessoal se tratasse No seu relacionamento com o chamado mundo empresarial verifica se tamb m como pr tica corrente e rotineiramente encarada como natural uma troca de favores de caracter econ mico e nos dois sentidos No caso das burocracias ou tecnoestruturas empresariais para utilizar uma terminologia originada em John Kenneth Galbraith 1976 a quest o deve aqui ser considerada relativamente ao caso particular das grandes multinacionais e ao seu espec fico e eventual interesse nos pa ses do chamado Terceiro Mundo em geral e no continente africano em particular Esta discuss o particularmente pertinente no contexto global resultante do chamado Consenso de Washington Em consequ ncia deste consenso pol tico neoliberal dada uma nfase muito particular ao papel das empresas privadas as chamadas for as do mercado e ao chamado FDI ou Foreign Direct Investment no processo de desenvolvimento das na es determinando de certa forma o fim do Estado desenvolvimentista Vimos assim a encontrar nos at num plano de a
168. a ser alcan ada at 1975 ou o mais tardar at 1980 Em 24 de Outubro 1970 essa proposta fora solenemente inclu da numa resolu o da ONU Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Luxemburgo a Noruega e a Su cia Estes pa ses s o assim por vezes ir nicamente mas sempre com simpatia designados pelo G 0 7 Aquele objectivo de 1 come ou por receber a simpatia e apoio de diversas entidades quer no seio da ONU quer no seio da administra o norte americana O Banco Mundial atrav s do ent o seu presidente Robert McNamara dava tamb m o seu apoio quele valor Em 1964 na primeira reuni o da CNUCED foi assinalado que o fluxo de capitais para os pa ses em desenvolvimento tinha atingido 0 8 j em 1961 dos quais aproximadamente 75 sob a forma de ajuda p blica de tipo bilateral Ou seja a APD em termos de 2010 era ent o cerca de 0 6 Em todo caso n o havia ainda qualquer compromisso formal por parte de quem quer que fosse Apenas sugest es apelos ou recomenda es Na reuni o de 1968 da CNUCED em Nova Delhi foi assinalado que entretanto durante o per odo transcorrido aquela verba global de 0 8 tinha sido descido para apenas 0 6 Em consequ ncia disso tornava se evidente que para se alcan ar aquele objectivo de 1 do PIB para a ajuda ao desenvolvimento seria necess rio aumentar substancialmente a parte de ajuda publica na medida em que o mundo empresarial come ava a mostrar sint
169. aber fazer e conhecimento acumulado herdado de diversas origens civilizacionais desde a China a e a ndia at Gr cia Cl ssica passando pela Mesopot mia e o Egipto e registado para uso de gera es futuras em milhares de pergaminhos manuscritos e livros em centenas de bibliotecas espalhadas pelo continente Em contraste com esta situa o em meados do s culo XV olhando um mapa dos antigos imp rios do Ghana do Mali ou de Songhai contam se pelos dedos de uma s m o as cidades de dimens o significativa Tegdaousi Koumbi Saleh Timbuktu a mais m tica das antigas cidades africanas Jenne e Gao J na parte Norte do deserto do Saara aparece nos Taghasa ao sul do Magrebe na zona de transi o para o deserto do Saara Em contraste com esta relativa escassez de assentamentos demogr ficos significativos sem os quais n o h desenvolvimento tecnol gico sustentado e considerando sobretudo as dist ncias a percorrer e os respectivos meios de transporte dispon veis haver que considerar a maior densidade populacional nas diversas regi es da Europa e sobretudo a muito maior proximidade entre estas diversas regi es da Europa No caso s da Pen nsula Hisp nica da Fran a e da It lia regi o cuja dimens o geogr fica foi sempre muito semelhante da regi o dos referidos imp rios africanos ter amos a assinalar algumas muitas dezenas de assentamentos urbanos todos eles com popula es acima dos 10 000 h
170. abitantes e situados uns relativamente pr ximos dos outros a menos de um ou dois dias de viagem numa intricada e muito densa rede de trocas comerciais de ideias e de tecnologias O caso do Jap o Porque se trata de um caso cuja discuss o extremamente relevante para uma melhor compreens o do processo hist rico de n o desenvolvimento da frica Subsahariana vejamos brevemente o caso do Jap o chamando desde j a aten o para o facto singular de que o Jap o praticamente nunca teve col nias cuja explora o tivesse permitido uma sua e espec fica acumula o primitiva S praticamente no fim do s culo XIX que o Jap o se veio a envolver em guerras imperiais com a R ssia e com a China tendo ocupado a Manch ria apenas em 1931 a instalando um regime fantoche Em todo o caso o ponto fundamental e que importa aqui sublinhar que todo o processo de acumula o e desenvolvimento material e tecnol gico que permitiu ao Jap o tentar iniciar um processo de expans o ocorreu antes da conquista e eventual explora o de quaisquer outros povos ou territ rios A este respeito elucidativa e esclarecedora a an lise exaustiva e comparativa efectuada por Paul Baran e Paul Sweezy 1966 para explicar as diferen as de processo hist rico entre a ndia col nia do Imp rio Brit nico e justamente o Jap o pa s que nunca foi anexado por nenhuma pot ncia estrangeira tendo tido assim ocasi o de prosseguir um proces
171. acional que est subjacente s diversas formas de proteccionismo em vigor nos pa ses mais desenvolvidos e a exig ncia de abertura dos seus mercados no que diz respeito aos pa ses menos desenvolvidos Ainda no caso do efectivo interesse da APD e seus efeitos relativamente ao desenvolvimento dos pa ses mais pobres haver a considerar a ajuda baseada em grandes projectos Nestes casos acontece muitas vezes que esses grandes projectos beneficiam em particular as empresas dos pa ses que oferecem a ajuda as firmas de consultadoria e membros das elites dos pa ses mais pobres Nos casos extremos esses grandes projecto ser o mesmo ainda mais prop cios grande corrup o e aos desvios de consider veis fluxos financeiros Por outro lado dadas as poss veis defici ncias metodol gicas em parte reconhecidas pelos pr prios especialistas do CAD no que diz respeito relev ncia ou interesse operacional das estat sticas referentes aos fluxos da APD outras institui es t m procurado desenvolver outros crit rios que permitam medir com maior rigor ou mais relev ncia a efectividade efici ncia ou efic cia da ajuda que de facto vai sendo prestada aos pa ses menos desenvolvidos De entre os crit rios ou metodologias de medida da efic cia efici ncia ou efectividade da ajuda vamos aqui referir o ndice de Empenho no Desenvolvimento elaborado pelo CGD ou Center for Global Development Centro para o Desenvolvimento Global T
172. acter vergonhoso e contra humanit rio de um tal com rcio ajuda certamente sua maior exposi o Este tr fico dos s culos XVI a XIX originado primordialmente das costas ocidentais de frica tende a obscurecer uma outra corrente de com rcio de escravos de dimens o equivalente e de maior dura o praticada ao longo de mais alguns s culos n o em direc o s Am ricas mas em direc o ao M dio Oriente Assim sendo come aremos por assinalar que as estimativas de fluxos de escravos t m variado mas acabam sempre por ficar na ordem de grandeza de dezenas de milh es de escravos arrancados a frica e transportados quer para as Am ricas quer para ao M dio Oriente O conhecido historiador congol s Elikia M bokolo num artigo no Le Monde Diplomatique celebrando os 150 anos da lei que em Fran a abolia a escravatura dizia O continente africano foi espoliado dos seus recursos humanos por todas as vias poss veis Atrav s do Saara atrav s do Mar Vermelho dos portos do Oceano ndico e atrav s do Atl ntico Pelo Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria menos dez s culos de escravatura para benef cio dos pa ses mu ulmanos do s culo IX ao s culo XIX Depois mais de quatro s culos desde o fim do s culo XV at ao s culo XIX de um com rcio regular para construir as Am ricas e a prosperidade dos estados crist os da Europa Estes n meros mesmo quanto muito debatidos fazem dar uma volta
173. ado com o potencial de produ o e riqueza dos pa ses membros da OCDE cujo PIB agregado anual ultrapassa j os 80 000 milh es de euros Mesmo considerando este cen rio confrangedor o Director geral do Fundo das Na es Unidas da luta contra a sida a mal ria e a tuberculose Michel Kazatchkine considera que poss vel em 2007 fazer um balan o positivo e alimentar alguma esperan a quanto ao futuro Uma outra cr tica que tem sido levantada relativamente quer elabora o dos 2Objectivos do Mil nio quer ao seu poss vel futuro impacto na vida concreta dos povos tem sido a da elabora o de crit rios de medida ou melhor ainda da ideia de medida propriamente dita Como resultar evidente e nos termos em que tem sido formulada esta cr tica poder n o fazer muito sentido na medida em que as institui es responsabilizadas pela gest o dos dinheiros dos contribuintes dos pa ses doadores sempre querer o ter quaisquer padr es e pontos de refer ncia com os quais comparar os resultados melhores ou piores que entretanto venham a ser alcan ados Mesmo tendo em conta que dada a natureza das coisas humanas sempre haver recurso a cosm ticas de gest o e massagem de n meros a apresentar nas reuni es internacionais e respectivas confer ncias de imprensa Uma Est ria que Vem de Longe Atendendo ao facto de que j em outras ocasi es a ONU ter tomado a iniciativa de proclamar grandes metas ou objectivos de desenvolv
174. ados Mesmo considerando os milh es de mortos causados pela Segunda Guerra Mundial em toda a Europa a verdade objectiva que continuava ent o a haver no Velho Continente dezenas de milhares de engenheiros e centenas de milhares de quadros t cnicos e oper rios altamente qualificados prontos para esse esfor o de reconstru o A esse respeito ser conveniente recordar a actual reduzida capacidade de absor o em termos puramente quantitativos de um hipot tico Plano Marshall por parte dos pa ses da frica Sub Sahariana No que diz respeito ao contributo efectivo do Plano Marshall para a reconstru o da Europa importa ainda referir que o mesmo s veio a ser implementado depois de um sistem tico desmantelamento de toda a ind stria pesada alem por parte das for as de ocupa o aliadas seguindo uma orienta o expl cita nesse sentido gt Na discuss o de um cen rio de um hipot tico 18 J em 1967 era assinalado o facto de os pa ses industrializados terem comprado em 1958 cerca de 51 das mat rias primas de que ent o necessitavam enquanto que em 1961 essa percentagem se tinha j reduzido para 48 Estimava se ent o que no ano 2000 os pa ses industrializados n o viriam a importar dos pa ses do Sul mais do que entre 25 e 30 das suas necessidades em mat rias primas n o energ ticas De facto foi necess rio fen meno historicamente recente da emerg ncia de novas pot ncias industriais em particular a China para re
175. afiliadas Entretanto de assinalar que o n mero de empresas transnacionais tinha saltado de apenas 7 000 em 1970 para cerca de 40 000 em 1995 Essas empresas transnacionais por vezes tamb m designadas por multinacionais s o respons veis por cerca de 2 3 do com rcio mundial de bens e servi os Embora sejam empresas de mbito global a esmagadora maioria destas empresas cerca de 90 tem a sua sede e capital central sediado em pa ses industrializados do Norte sendo que mais de metade est o concentradas em apenas seis pa ses os Estados Unidos a Alemanha o Jap o o Reino Unido a Fran a e a Holanda Se acrescentarmos a It lia a Espanha o Canad e a Coreia do Sul facilmente chegamos hoje a mais de 80 do numero total Mas para al m do crescimento impressionante do numero de empresas transnacionais tamb m de assinalar um outro movimento o da concentra o do poder econ mico num n mero reduzido dessas empresas quer atrav s da sua concentra o quer atrav s de fen menos de carteliza o e conglomera o de empresas assim que as 300 maiores empresas transnacionais s o hoje respons veis por cerca de um quarto da capacidade produtiva instalada total sob a forma de patrim nio industrial e comercial Ainda no que diz respeito dimens o global das grandes empresas transnacionais as Na es Unidas j descreveram estas TNC s como constituindo o n cleo central produtivo da economia global Com cerca
176. ais e produtos mesmo no caso de ajuda humanit ria de emerg ncia por parte de alguns pol ticos e outros dirigentes nos pa ses receptores dessa ajuda Em jeito de conclus o deste cap tulo dedicado ajuda p blica ao desenvolvimento dir se que de acordo com Jean Michel Severino e Olivier Ray o mundo da coopera o e ajuda p blica internacional ao desenvolvimento estaria agora a passar simultaneamente por tr s revolu es uma revolu o nos objectivos outra revolu o na quantidade e variedade dos agentes envolvidos e por fim uma revolu o na variedade nos instrumentos dispon veis Estas revolu es estariam assim dar origem emerg ncia de uma verdadeira pol tica global no mbito da coopera o internacional Em primeiro lugar estar amos perante uma diversifica o dos objetivos que a coopera o internacional suposta prosseguir enquanto que segundo o objectivo tradicional esta coopera o se propunha promover a converg ncia entre as economias menos e mais desenvolvidas temos agora o aparecimento de facilidades de acesso a servi os essenciais e de protec o de bens comuns globais Por outras palavras para al m da ajuda aos pa ses menos desenvolvidos passou se tamb m a procurar proteger o que de todos A atmosfera os oceanos as mudan as clim ticas Em segundo lugar e ainda segundo aqueles autores perante este conjunto de novos desafios estar se ia a assistir a uma impressionante
177. ais pragm tico ou pelo menos mais orientado para uma relativa concretiza o de medidas pol ticas destinadas a facilitar o crescimento e o desenvolvimento falaremos em seguida dos diversos processos de integra o regional Isto na medida em que se entenda que as diversas forma es de integra o regional que se t m estado a desenvolver em frica t m como objectivo criar as necess rias condi es materiais assim como espa os geogr ficos com massa cr tica suficiente elementos que se consideram necess rios para qualquer eficaz processo de crescimento econ mico Iremos em seguida ocupar nos dos diversos mecanismos institucionais e instrumentos pol ticos atrav s dos quais se processa de facto a ajuda p blica ao desenvolvimento assim como as tens es pol ticas e de interesses que a se desenrolam nomeadamente no que respeita ao Comit de Ajuda ao Desenvolvimento da OCDE assim como os diversos departamentos nacionais de coopera o e desenvolvimento Um dos temas mais medi ticos no contexto da globaliza o e dos seus efeitos para uns predominantemente ben ficos para outros quase sempre mal ficos sem d vida o da D vida do Terceiro Mundo Veremos assim a problem tica da d vida e os seus diversos intervenientes Nesse contexto importa tamb m discutir os programas de ajustamento estrutural e a ideologia do chamado Consenso de Washington Esta discuss o do consenso de Washington leva nos
178. alada no territ rio j com densidade suficiente para poder servir como atractor local dos diversos circuitos de acumula o Estamos aqui a referirmo nos como natural popula o de origem europeia que na frica do Sul durante o per odo aqui em estudo foi respons vel pela apropria o orienta o e destino a dar maior parte dos excedentes ali produzidos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 05 OS FACTORES EXTERNOS Introdu o Quando se procura entender minimamente uma qualquer situa o social ou econ mica razo vel esperar que se comece por procurar entender quais os diversos factores que de uma ou outra forma originaram intervieram ou condicionaram a situa o encontrada Assim sendo perante a dimens o dos m ltiplos problemas de caracter pol tico social e econ mico que afligem a regi o da frica Sub Sahariana ser importante sen o mesmo fundamental elaborar um diagn stico minimamente ajustado das diversas e m ltiplas causas da actual situa o Deixaremos para mais tarde a quest o de uma an lise dos diversos factores internos designadamente os de caracter pol tico e institucional Come amos por esclarecer que sendo adoptada em todo este trabalho de an lise uma abordagem sist mica na qual consideramos o continente africano e as suas v rias regi es como partes integrantes ou subsistemas do sistema mundo se v o aqui considerar como sendo factores exter
179. alizada das popula es em frica Esta caracter stica implica custos acrescidos na disponibiliza o de servi os fundamentais como a sa de e a educa o Sendo que esse acr scimo de necessidades n o tem sido compensado quer por correspondentes acr scimos de uma adequada for a de trabalho quer por acr scimos de produtividade social agregada Se considerarmos os n meros absolutos em 1997 a popula o da regi o Sub sahariana era de 621 600 000 Sendo a popula o do continente africano de 920 000 000 em 2005 em 2008 estimava se que essa popula o era j da ordem dos 950 000 000 Entretanto e em resultado tamb m desse acr scimo populacional continua a aumentar a necessidade de ocupa o de terras at aqui pouco ou nada ocupadas com actividades agr colas Por outro lado a maioria dos pa ses africanos s o pa ses em que predomina a pobreza e onde se verificam reduzidas taxas de literacia Trata se de dois factores cruciais no que respeita ao equil brio ambiental quando se verifica uma aut ntica explos o populacional Em consequ ncia h uma exacerbar da degrada o do meio ambiente at na medida em que mais de 90 dessa popula o utiliza recursos biol gicos para se alimentar para obter energia e construir cabanas e para obter algum rendimento Assim desde 1950 desapareceram foram literalmente consumidas cerca de 75 das florestas tropicais na frica Ocidental e no caso da Nig ria Qu nia Burundi Costa do Marfim e
180. alpolicy org un finance html assim como trav s dos portais relativos diomens o da economia norte americana e or amento federal Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 2004 1 483 2 934 2 032 6 449 10 641 2 183 12 824 19 273 2005 1 828 4 074 2 053 7 955 12 292 2412 14 704 22 659 2006 1 755 4 583 2 110 8 448 12 485 2 758 15 243 23 691 2007 2 054 5 148 2 141 9 343 13 473 3 225 16 698 26 041 2008 1 880 6 723 2 305 10 908 15 408 2 693 18 101 29 009 2009 2 499 7 061 2 308 11 868 16 591 3 189 19 780 31 648 O montante do financiamento das opera es correntes e diversos programas das Na es Unidas a ser suportado por parte de cada pa s membro feito com base numa avalia o assessment elaborada por per odos de dois anos sendo essa avalia o baseada quer na riqueza produzida PIB de cada pa s quer no seu rendimento per capita quer ainda na sua situa o de d vida externa e respectiva capacidade de pagamento Assim por exemplo para al m de eventuais contribui es volunt rias os Estados Unidos s o supostos contribuir com 22 do Or amento global das Na es Unidas as 4 primeiras colunas e na realidade a percentagem do PIB Mundial que cabe aos EUA praticamente essa mesma J o mesmo n o acontece com a maioria dos pa ses havendo casos flagrantes de pa ses que pagam muito mais e pa ses que pagam muito menos Assim enquanto que em 2006 os EUA pagavam cerca de 1 42 d lares por ca
181. am e cresciam estes sub sistemas foram mantendo entre si algumas trocas No caso dos sub sistemas centro e sul americanos Mayas Aztecas e Incas assim como no caso de sub sistemas africanos Benim Songhay ou Monomotapa por exemplo devemos ter presente o facto do seu completo ou relativo isolamento em rela o aos restantes sub sistemas face do planeta Como sabemos a partir dos fins do s culo XV uma determinada frac o do sub sistema ou economia mundo europeia para o caso a elite dirigente do pa s Portugal iniciou movimenta es que levaram em consequ ncia ao estabelecimento de rela es regulares entre o sub sistema europeu e uma s rie de diversos sub sistemas asi ticos africanos e americanos Deveremos entretanto assinalar que tal como assinala Andr Gunder Frank 1994 j antes do estabelecimento das redes mar timas de comunica o e transac o entre o subsistema europeu e o subsistema asi tico havia rela es entre estes dois subsistemas Acontece que o estabelecimento das redes mar timas veio no entanto a constituir uma viragem uma bifurca o fundamental na natureza do sistema como um todo No caso da frica Pr Colonial anterior ocupa o colonial europeia e n o afectada por presen as europeias e asi ticas no litoral nem pelo com rcio trans sahariano o normal excedente econ mico gerado ao longo das actividades normais de subsist ncia era periodicamente eliminado atrav s do seu cons
182. americanas Esta ajuda maci a ao Egipto tem provocado cr ticas mesmo no interior da administra o norte americana Os cr ticos dessa ajuda alegam que o montante da ajuda de molde a criar nos dirigentes eg pcios um sentimento de conforto nada prop cio a um eventual esp rito de reformas esfor o de reconstru o chamada ind stria ligeira 56 http www un org ecosocdev geninfo afrec vol17no2 172brain htm Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria estruturais Essa mesma cr tica tamb m por vezes dirigida ajuda prestada a outros pa ses tamb m com base em argumentos sobre a seguran a internacional que os Estados Unidos t m vindo a prestar assist ncia militar e de caracter policial a pa ses da Am rica do Sul como a Bol via o Peru ou a Col mbia alegadamente para combate ao terrorismo e narcotr fico internacional A ajuda ou assist ncia t cnica e financeira com o objectivo expl cito de garantir uma estabilidade pol tica internacional considerada favor vel aos interesses norte americanos pode tamb m ser exemplificada com a ajuda prestada na sequ ncia do fim da Segunda Guerra a pa ses do Leste Asi tico designadamente a Coreia do Sul e Taiwan O objectivo explicitamente assumido pela administra o norte americana era o perigo e conten o do expansionismo comunista Ainda um outro exemplo deste tipo de motiva o ser o as ajudas prestadas pela Fran a a algumas das suas antigas col
183. ando aqueles problemas causados competitividade empresas africanas a China e tamb m ainda que em menor medida a ndia t m se apresentado como um grandes impulsionadores de uma renovada actividade econ mica em frica Mas a esse respeito vimos a encontrarmo nos numa situa o algo paradoxal Por um lado os pa ses e institui es adeptas do programa do Consenso de Washington apostam numa eventual diversifica o das exporta es africanas criando ou procurando criar mecanismos que levem os pa ses africanos a exportar nomeadamente para os pa ses da OCDE produtos de fabrica o intensiva em m o de obra pouco qualificada Criando emprego em frica para al m dos sectores tradicionais da exporta o de mat rias primas Far se iam assim para a frica Sub sahariana algumas das deslocaliza es de produ o trabalho intensivas no circuito das cadeias produtivas controladas a partir dos pa ses mais desenvolvidos Por outro lado a emerg ncia da China e em menor medida da ndia ou do Brasil leva ao refor o do modelo anterior de especializa o na exporta o de mat rias primas enquanto essas mesmas economias ditas emergentes se apresentam como fornecedores de produtos manufacturados com grau b sico ou interm dio de sofistica o tecnol gica Impedindo ou dificultando a diversifica o industrial em frica e agravando o seu problema de emprego Na pr tica h mesmo exporta o de m o de obra chinesa por vez
184. animar a actividade econ mica extractiva de mat rias primas nos pa ses do Sul http books nap edu openbook php record id 12024 amp page 106 SA directiva 1067 de 1947 do Estado Maior do ex rcito norte americano que na pr tica implementaria o famigerado Plano Morgenthau tinha como objectivo transformar a Alemanha num pa s de base pastoril e agr cola limitando se o Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Plano Marshall para o desenvolvimento de frica dever se ter presente a continuada fuga de c rebros saindo todos os dias da frica Subsahariana em direc o quer Europa quer aos Estados Unidos e Canad o que s serve para agravar ainda mais a falta de quadros e t cnicos qualificados capazes de absorver a entrada de bens e servi os correspondentes a um plano das dimens es do referido Plano Marshall Segundo uma estimativa da Comiss o das Na es Unidas para frica e da Organiza o Internacional para as Migra es entre 1960 e 1975 deixaram o continente africano cerca de 27 000 quadros Esse n mero ter subido para 40 000 no per odo entre 1975 e 1984 Desde 1990 estima se que deixam o continente africano todos os anos pelo menos 20 000 quadros e t cnicos qualificados Por outro lado e para colmatar a sa da desse quadros mais qualificados os pa ses africanos v em se obrigados a gastar qualquer coisa como 4 000 milh es de d lares por ano com a contrata o de t cnicos expatriados
185. anos dos cerca de 100 000 expatriados qualificados de cerca de 3 000 milh es de euros Por outras palavras os pa ses doadores tiram com uma m o aquilo que parecem dar com a outra Por um lado ainda que n o seja essa vontade pol tica dos seus governantes acenam com melhores condi es de vida aos profissionais africanos mais qualificados e por outro lado e em 106 International Organization for Migration uma organiza o internacional congregando os governos de 122 pa ses sediada em Genebra Su a e com o estatuto de observador relativamente Organiza o das Na es Unidas 17 http Awww oecdobserver org news fullstory php aid 673 The brain drain Old myths new realities html 108 Onde eventualmente haver excedent rios em resultado da reconvers o pol tico institucional 10 http Awww wolfson org uk flash about htm 10 http www warmafrica com index geo 1 cat 5 a a artid 208 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria compensa o perpetuam a situa o de depend ncia atrav s dos Programas de coopera o enviando para frica os seus pr prios profissionais o mais das vezes excedent rios A manterem se as actuais tend ncias migrat rias poder amos via a chegar a uma situa o ridiculamente absurda ou mesmo aberrante Os pa ses da Europa e da Am rica do Norte cheios de quadros e t cnicos altamente qualificados incluindo a maioria dos profissionais nascidos ou formados em
186. anto isso O Comit para a Ajuda ao Desenvolvimento da OCDE no seu relat rio anual de 2002 presta particular aten o ao problema da efic cia da ajuda relativamente ao desenvolvimento de frica e leva em linha de conta tr s factores inter relacionados Em primeiro lugar chama se a aten o para o decl nio dessa ajuda durante os ltimos anos Em segundo lugar regista se o facto de que os efeitos positivos da ajuda t m sido demasiado fracos para que a esse respeito se possa registar algum optimismo Por fim e em terceiro lugar a regi o da frica Subsahariana em particular continua a atrasar se em rela o ao resto do mundo no que diz respeito s capacidades humanas individuais e sociais ao mesmo tempo que se defronta com problemas agravados de persist ncia de pobreza absoluta e relativa crescente desigualdade da reparti o da riqueza e a continuada prolifera o do HIV SIDA A estes problemas regionais h ainda a acrescentar a persist ncia e em alguns casos o agravamento dos conflitos de tipo militar de diversas ordem e dimens o A comunidade internacional representada pela Organiza o das Na es Unidas colocou a si mesma um desafio de dimens es gigantescas Muito em particular se considerarmos a l gica intr nseca do funcionamento do sistema capitalista hoje prevalecente escala mundial A declara o dos MDG s ou Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio supostos serem alcan ados at 2015 vem na sequ ncia e ins
187. ao argumento por sua vez falacioso de ser prefer vel o com rcio ajuda Trade Not Aid como defende a Organiza o Mundial do Com rcio assim como os adeptos incondicionais do neoliberalismo econ mico Importa por fim assinalar o facto de os grandes projectos ou a adop o de grandes estrat gias normalmente concebidas e elaboradas em sofisticados gabinetes de consultadoria terem uma tend ncia muito normal e vis vel para falharem deixando no seu rasto d vidas por pagar e problemas concretos por resolver Aquele slogan Trade not Aid quando traduzido letra para a l ngua portuguesa acaba por resumir muito do que se tem para dizer sobre a quest o de facto o com rcio n o ajuda Em todo o caso a ideia do com rcio internacional como instrumento de ajuda ao desenvolvimento tem sido continuadamente defendida por muitos dirigentes dos pa ses mais desenvolvidos Ou seja os Estados devem reduzir a sua interven o no processo de desenvolvimento deixando s for as do mercado a m o invis vel de Adam Smith as tarefas de promover o desenvolvimento social e econ mico dos pa ses mais pobres Diz a lenda que passa por ci ncia hist rica que foi assim sem a interfer ncia do Estado que os pa ses mais ricos se desenvolveram portanto que seja tamb m assim sem a interfer ncia do Estado que se dever o desenvolver os pa ses mais pobres Muitos observadores no entanto criticam esta postura como
188. ar refor ar e apoiar os esfor os mundiais para inverter o rumo da evolu o da doen a Tais esfor os visam 1 evitar a propaga o do VIH 2 prestar cuidados e apoio s pessoas infectadas e s que foram afectadas pela doen a 3 reduzir a vulnerabilidade de indiv duos e comunidades ao VIH SIDA e 4 atenuar o impacte socioecon mico da epidemia Nos primeiros anos da epidemia a Organiza o Mundial de Sa de OMS assumiu dentro das Na es Unidas a principal responsabilidade pela SIDA e ajudou os pa ses a criarem alguns programas nacionais decisivos sobre a SIDA No entanto cerca de meados dos anos 90 a UNAIDS na sigla em Ingl s Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria propaga o implac vel e devastadora da epidemia tornou evidente que era necess rio um esfor o muito maior da parte da ONU Assim em vez de encarregar uma nica organiza o das Na es Unidas das m ltiplas ac es necess rias para ajudar a vencer a epidemia decidiu se conjugar os conhecimentos especializados os recursos e as redes de diversos organismos As Na es Unidas optaram por uma abordagem inovadora Em 1996 reuniram seis organismos da ONU num programa conjunto e co patrocinado o Programa Conjunto das Na es Unidas sobre o VIH SIDA ONUSIDA coordenado pelo respectivo secretariado com sede em Genebra Aos seis co patrocinadores iniciais Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF Programa das Na es Unidas
189. ar quer a perspectiva da estrutura quer a perspectiva da ag ncia Assim sendo ao considerarmos o processo de integra o regional em frica temos que levar em linha de conta quer as estruturas herdadas que a vontade de interven o das elites dirigentes No caso das estruturas e sem entrar na discuss o da pol mica quest o do determinismo hist rico e ou geogr fico teremos que considerar as condi es objectivas dos diversos pa ses africanos de um ponto de vista da sua geografia clima popula o assim como a Hist ria de longo prazo e de luta pol tica conducente s independ ncias Vimos mais acima a prop sito do caso da Argentina que era poss vel tirar pelo menos tr s grandes conclus es derivadas do modo de funcionamento ou da l gica intr nseca do sistema hoje plenamente globalizado capitalista A primeira conclus o era a de que o capitalismo pode e a intervalos regulares o que tem acontecido gerar per odos de grande expans o e crescimento em particular atrav s da cria o de novos mercados ou do aprofundamento de mercados j existentes Na sequ ncia e em resultado da Confer ncia de Berlim a frica representou mesmo a ltima frac o do sistema planet rio a ser integrada for a no sistema mundo tal como hoje o conhecemos Vimos mais acima a prop sito do caso da Argentina que tudo ir bem no melhor dos mundos quando houver entre regi es ou pa ses alguma complementaridade na produ o e c
190. as hist ricas e culturais se falaria de uma cr nica de uma hecatombe anunciada Se considerarmos que a doen a afecta tamb m muito em particular a popula o em idade mais activa podemos facilmente visualizar os efeitos a montante e a jusante sobre o conjunto do sistema social de produ o e distribui o de riqueza A montante a doen a implica gastos adicionais em toda a esp cie de meios para o combate doen a A jusante a doen a implica a redu o substantiva e substancial da for a de trabalho dispon vel para a produ o J foi estimado que o Produto Interno Bruto PIB da frica do Sul por exemplo ser 17 menor em 10 anos por causa da Sida Muitas empresas em v rios pa ses adoptaram j a ideia de contabilizar entre as perdas cerca de 6 e 8 dos lucros potenciais em gastos com trabalhadores contaminados incluindo se a despesas com funerais usual ou tradicionalmente a cargo das empresas assim como em alguns medicamentos b sicos Por outro lado se a regi o Sub sahariana era j em todo o planeta antes da eclos o do problema a regi o com maiores d fices alimentares a situa o s tende agora a agravar se aparecendo assim no horizonte hist rico com cada vez mais gravidade o espectro da fome E no entanto mesmo face a esta situa o parece ainda haver lugar a algum optimismo Segundo Jerome Wolgin referindo se a uma estrat gia para reduzir a fome em frica Pela primeira v
191. as institui es p blicas ou governamentais reconhecem como ONGD s todas e quaisquer organiza es que obede am a alguns fundamentais crit rios de base em particular o n o terem como objectivo a disputa do poder pol tico S o tamb m supostas terem uma orienta o positiva e normativa relativamente a valores e direitos humanos fundamentais designadamente o desenvolvimento social das popula es mais fragilizadas n o serem exclusivamente dependentes de financiamentos p blicos n o dependerem tamb m de qualquer controle governamental e n o terem o lucro como objectivo da sua actua o Tal como referido mais acima a express o organiza es n o governamentais veio a ganhar direitos de cidadania na sequ ncia da forma o da Organiza o das Na es Unidas como resultado da heran a de um movimento c vico internacional com ra zes nos fins do s culo XIX De facto em resultado quer da famigerada quest o social quer dos horrores das guerras europeias das d cadas anteriores e em consequ ncia do despertar de consci ncia c vica por parte de alguns homens de neg cios cientistas e dirigentes c vicos em 1907 132 organiza es n o governamentais de cariz internacional juntaram se em Bruxelas numa esp cie de federa o com a designa o de Uni o da Associa es Internacionais J em 1919 a Liga das Na es se referia ao seu reconhecimento de organiza es privadas em particular no contexto da protec o de mi
192. as mat rias primas de exporta o dos pa ses africanos a que se junta o aumento brusco do petr leo em 1973 Por um lado uma redu o das receitas das exporta es e por outro lado um aumento substancial dos pagamentos a fazer por uma mat ria prima fundamental A chegada da crise generalizada sob a forma da crise da d vida sobretudo externa levou a que a maioria dos pa ses africanos entrasse num per odo de estagna o e mesmo retrocesso sendo que esta estagna o e retrocesso forma mantidos como que em banho maria por via dos jogos de influ ncia entre as duas superpot ncias com a participa o activa de alguns outros estados poderosos e com ambi es pr prias em frica como ser o caso da Fran a Ao mesmo tempo e no plano interno sucederam se alguns golpes de estado em resultado do agudizar de tens es sociais e pol ticas no interior de muito dos estados africanos Mas esse tamb m um per odo em que come am a surgir e a agudizar se alguns conflitos inter africanos No entanto esse mesmo agudizar da crise e o despontar do desinteresse das duas grandes pot ncias e consequente escassez de apoios levaram tamb m ao despertar de alguns movimentos contestat rios no interior de muitos pa ses africanos Considerando que pelo menos do ponto de vista dos adeptos do referido Consenso de Washington a liberdade de neg cios e transpar ncia na governa o da coisa p blica s o condi es g
193. as um aumento de 23 milh es de d lares em rela o ao or amento do bi nio anterior O Secret rio Geral Ban Ki moon classificou este or amento como um contrato entre ele e os Estados membros sobre a maneira como entende realizar os objectivos das Na es Unidas O crescimento dos recursos que se situa em 0 5 bem pouco em rela o s exig ncias declarou o Secret rio Geral durante a sess o da Quinta Comiss o da Assembleia Geral e solicitou que fosse aprovado o seu pedido de 18 milh es de d lares de refor o do Departamento de Assuntos Pol ticos incluindo o Gabinete de Apoio Consolida o da Paz Declarou tamb m que resolver os conflitos o mais cedo poss vel um dos investimentos mais inteligentes que se podem fazer Lembrou ainda que o total dos contributos para os diversos organismos e programas das Na es Unidas se eleva no total a mais de 15 bili es de d lares frisando ainda que o or amento reflecte a decis o tomada pelos Estados membros de duplicar os recursos destinados aos direitos humanos A concluir declarou ainda o desenvolvimento um direito fundamental e parte integrante dos valores morais do nosso mandato O Secret rio Geral pronunciou se tamb m a favor de uma simplifica o e racionaliza o da ONU e de uma transpar ncia e da obriga o de prestar contas reconhecendo assim problemas anteriores e tendo em conta algumas cr ticas formuladas em particular pela
194. assim como de ordem econ mica ou ainda de interesse comum com base numa reciprocidade de benef cios entre os pa ses doadores e os pa ses receptores da ajuda Temos ainda e tamb m motiva es de seguran a internacional comum de projec o cultural ou ainda solidariedade humanista internacional e tamb m finalmente do tipo pagamento de uma d vida hist rica por parte dos pa ses doadores em rela o aos pa ses menos desenvolvidos Mas vejamos ent o com mais algum detalhe estes diversos tipos de motiva es As motiva es de ordem pol tica Se considerarmos que a primeira fase da ajuda ao desenvolvimento foi levada a cabo pelas pot ncias coloniais relativamente aos seus territ rios fora da Europa pode dizer se que a primeira das motiva es para a ajuda ao desenvolvimento foi de ordem pol tica T nhamos a o desejo por parte de cada um dos Estados de se afirmar como pot ncia de algum relevo na cena internacional Na actualidade a ajuda internacional continua a ter uma forte componente de motiva o pol tica na medida em que toda a ajuda ou coopera o acaba sempre por aumentar a influ ncia do Estado doador quanto mais n o seja pela simples presen a f sica e continuada de centenas ou milhares dos seus cidad os nos pa ses receptores da ajuda at e tamb m na qualidade de cooperantes Uma quest o que a se pode levantar a de se saber se uma tal presen a e influ ncia pode conduzir a algum grau de depe
195. atrav s da explora o directa de recursos naturais do solo por parte de empresas coloniais com proletarianiza o de trabalhadores agr colas e em terceiro lugar temos a economia das explora es mineiras com particular relevo para a frica Central e Austral Uma terceira fase ou onda de inser o de frica no sistema mundo vem ent o a ser o per odo 38 Ver o modelo anal tico elaborado por Patrick Manning em http www worldhistorynetwork org migrationsim Ver David Eltis 1989 Eltis e Richardson 2010 ou John Thorton 2004 Prefere se usar este termo valor excedente ao termo mais comum mas de significado cada vez mais desbaratado mais valia Estamos aqui a pensar nas teses de Walter Rodney em How Europe Underdevelopped Africa 1972 A esse respeito seria interessante considerar um estudo comparativo entre a riqueza material e de conhecimento cient fico acumulado nas diversas regi es do planeta data imediatamente anterior expans o europeia Uma outra forma de perspectivar a ideia de que a Europa se enriqueceu custa do empobrecimento de frica por exemplo seria a de comparar as riquezas nacionais colectivas de pa ses europeus envolvidos ou n o no processo de expans o colonial e respectivo aproveitamento Designadamente e a t tulo ilustrativo Portugal e a Baviera ou a ustria Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria posterior aos Anos Sessenta do s culo XX per od
196. atter Vers o Provis ria E foi assim que a Argentina come ou a ter que ir bater porta dos ditos americanos para se abastecer de coisas que n o produzia m quinas electrodom sticos autom veis O problema que os exportadores norte americanos de acordo com a convencional l gica dos mercados internacionais queriam ser pagos em moeda forte A qual se obt m com exporta es O problema para os exportadores argentinos que a economia norte americana tamb m produz e procura exportar muito trigo assim como muita carne Ou seja os produtores argentinos e norte americanos eram concorrentes nos mercados de exporta o sendo que os produtores norte americanos tinham entretanto conquistado posi es dominantes nesses mercados al m de beneficiarem de sinergias internas com outras fileiras de actividades Terceira conclus o Para os pa ses especializados em poucas fileiras de actividades tudo vai mal no pior dos mundos quando n o h qualquer complementaridade na produ o e consumo de bens e de servi os entre os pa ses que constituem uma qualquer regi o econ mica Desde ent o para c veio a verificar se como que uma descida nas mais diversas tabelas classificativas dos relat rios internacionais sobre desenvolvimento A hist ria da Argentina como ali s do Brasil e de outros pa ses da regi o tem sido desde h pelo menos cinco d cadas uma continuada sucess o de crises sociais e econ micas tendo pe
197. bal do mundo das coisas econ micas ou por outras palavras a mundivis o dos seus autores Estes tendem a ver os pa ses todos por igual e como se n o houvesse uma evolu o hist rica de longo prazo a considerar escala global Quase que literalmente se pode dizer que quando as miss es do Banco Mundial ou do FMI chegavam a um pa s como que j traziam na carteira uma mesma solu o pr programada passando sistematicamente de lado em rela o s condi es concretas e estrutura produtiva qualquer que ela fosse de cada um dos Esta distin o de motiva es institucionais n o tem que ser personalizada relativamente isen o e honestidade profissional dos quadros t cnicos e dirigentes das institui es que objectivamente d o primazia ideologia defensora dos interesses econ micos empresariais Todos esses quadros e dirigentes s o profissionais altamente qualificados e n o ser o motivados pela obten o de mais lucros para as empresas mas sim e apenas e no pior dos casos pela sua pr pria progress o em termos de carreira profissional A quest o p e se antes em termos das respectivas mundivis es e a forma como os estatutos e objectivos institucionais das respectivas organiza es v o condicionando a sua pr pria mundivis o e comportamento profissional 175 At de um ponto de vista de estabilidade financeira e de expectativas por parte dos agentes econ micos Guilherme da Fonseca Statter Vers o
198. base do seu livro Tendo regressado ao seu pa s natal acabou por ser a assassinado por motivos pol ticos em 1980 2 Imagina se aqui que o treino acad mico dos historiadores levar estes cientistas sociais a pensar mais em termos de din mica social e acumula o de longo ou mesmo muito longo prazo do que propriamente com exerc cios mais ou menos especulativos de contabilidade nacional dos ltimos dois s culos relativamente a algumas sociedades em que s recentemente foi introduzida a escrita Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Segundo Paul Bairoch 2001 Relativamente ao futuro mundo desenvolvido utilizando os v rios dados de 1830 e 1870 e avalia es anteriores os n meros de Maddison podem levar a um n vel expresso em d lares e pre os de 1980 de 550 a 600 d lares para a Europa incluindo a R ssia por volta de 1750 Isso traduz se em d lares e pre os de 1960 em 180 215 d lares Por isso implicitamente o diferencial entre futuros pa ses desenvolvidos e o futuro Terceiro Mundo neste ponto de partida de acordo com a mais recente estimativa de Maddison da ordem de 1 para 1 1 1 3 contra a minha estimativa de 1981 de 1 para 1 1 Em todo o caso estes estudos ou estimativas referem se a um per odo que sendo posterior grande vaga das Descobertas 1450 1500 no entanto anterior ao per odo colonial propriamente dito 1870 1940 Assim sendo a situa o econ mica relativa
199. be a o Jap o o segundo maior contribuinte do Or amento das Na es Unidas pagava cerca de 3 9 d lares por cabe a sendo aqui de sublinhar o facto j antes referido de o Jap o n o fazer sequer parte do Conselho de Seguran a Apenas a t tulo ilustrativo da dimens o do problema e das suas eventuais ramifica es anal ticas apresentam se em seguida duas pequenas tabelas com valores referentes aos anos de 2007 e 2010 Percentagens e montantes das contribui es brutas atribu das a alguns Estados membros para 2007 Pa s D lares Pa s D lares Estados Unidos 22 000 493 166 839 Austr lia 1 787 16 767 672 Jap o 16 624 372 654 797 Su a 1 216 27 258 676 Alemanha 8 577 192 267 817 Federa o Russa 1 200 26 900 009 Reino Unido 6 642 148 891 552 B lgica 1 102 24 703 175 Fran a 6 301 141 247 466 Su cia 1 071 24 008 258 It lia 5 079 113 854 290 ustria 0 887 19 883 590 Canad 2 977 66 734 440 Brasil 0 876 19 637 007 Espanha 2 968 66 532 690 Ar bia Saudita 0 748 16 767 672 China 2 667 59 785 271 Gr cia 0 596 13 360 338 M xico 2 257 50 594 434 Portugal 0 527 11 813 587 Coreia do Sul 2 173 48 711 434 frica do Sul 0 290 6 500 836 Pa ses Baixos 1 873 41 986 431 Argentina 2008 0 325 6 697 044 Percentagens e montantes das contribui es brutas atribu das a alguns Estados membros para 2010 z z z 0 Z Pa s D lares Pa s Yo D lares Estados Unidos 22 000 517 133 507 Austr lia 1 93
200. belecer uma rea de Com rcio Preferencial J em 2006 foi assinado em Pret ria um acordo entre todos aqueles pa ses de modo a criar uma zona comum de com rcio livre Entretanto em 1999 a frica do Sul assinou com a Uni o Europeia um Acordo de Com rcio Desenvolvimento e Coopera o o qual foi ratificado em 2004 Devido ao alargamento da Uni o Europeia em 2005 foi necess rio assinar um Protocolo Adicional o qual alarga os termos do conte do do Acordo totalidade dos estados membros da EU Este Protocolo Adicional foi devidamente ratificado pelo Parlamento Sul Africano j em 2005 Nos termos deste Acordo geral foi assinado um Acordo espec fico para os vinhos e bebidas alco licas estando em curso discuss es relativamente a um acordo sobre as pescas Ou seja apesar da sua perten a a uma Comunidade Econ mica Regional a SADC a frica do Sul n o se inibe de firmar de modo unilateral acordos comerciais que ter o sem d vida impacto sobre as economias dos restantes pa ses da SADC Isto independentemente de quaisquer ju zos de valor e de avalia es de impactos ou de an lises de custos e benef cios que venham a resultar para a SADC como um todo A Partir da Leitura de um Relat rio da FAO Em contraste com movimentos de integra o regional verificados ou em curso noutros continentes o processo de integra o regional em frica tem sido sempre dominado por um forte sentimento pol tico e em alguns aspectos cultura
201. brancos a que n o souberam resistir muitos dos dirigentes africanos Teremos assim que discutir os factores internos que determinaram ou condicionaram a situa o a que se chegou na regi o da frica Sub Sahariana num contexto da rivalidade entre as duas super pot ncias durante o per odo da Guerra Fria e da forma como isso foi aproveitado pelos diferentes governantes africanos Tal aproveitamento assim como a din mica da reconstru o do per odo p s 13 Considerando o seu estilo de vida ao longo de d cadas est em curso um processo de eventual beatifica o de Julius Nyerere por parte do Vaticano Como natural a heran a pol tica econ mica e social deixada pela sua lideran a no entanto bastante controversa tendo alguns dos seus colaboradores sido acusados de corrup o Por outro lado a sua pol tica social do socialismo africano das aldeias colectivas e da fam lia tradicional africana ujamaa como se velo a verificar ia claramente contra a corrente da Hist ria 114 N o se pretende aqui atribuir a este factor um qualquer caracter de determinismo econ mico hist rico mas apenas chamar a aten o para o facto de tal condicionante ser muitas vezes simplesmente ignorado 15 Em rigor n o confirmam regra nenhuma Exigem isso sim uma an lise mais detalhada para a sua explica o 16 Seguindo a racionalidade da maximiza o de resultados de curto prazo comportamento oportunista esta empresa
202. ca o para este paradoxo estar na diferen a de perspectiva Enquanto que uns autores v m a dimens o decrescente da participa o da frica Sub Sahariana no com rcio mundial outros v m o peso crescente desse mesmo com rcio intercontinental relativamente ao produto interno bruto da regi o em causa deixando a regi o africana de fora Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Como ser evidente estamos a considerar a integra o no sistema mundo de frica como um todo Adentro das suas fronteiras sist micas e no seu plano interno frica pelo contr rio muito provavelmente a menos integrada das regi es participantes do sistema Uma tal situa o de menor grau ou mesmo de n o integra o econ mica interna tem uma pesada origem hist rica colonial mesmo considerando os esfor os de h umas d cadas a esta parte de que os movimentos recorrentes de Pan Africanismo pol tico s o um claro exemplo Olhando num mapa do continente os tra ados das linhas a reas por exemplo continua a verificar se o predom nio absoluto das carreiras no sentido Sul Norte de caracter transcontinental Se considerarmos os fluxos de exporta es e importa es de mercadorias ou de presta es de servi os de cada pa s africano continuamos a constatar que os principais parceiros comerciais de cada um dos pa ses africanos s o sempre e sistematicamente pa ses de fora da regi o e como seria de esperar pa ses da
203. canismo para resolver os problemas p blicos Uma raz o para isso ser a falta de informa o b sica sobre o seu mbito estrutura financiamento e contribui es em muitas partes do mundo Esta falta de informa o devida em parte ao facto de que componentes importantes do sector sem fins lucrativos cai no mbito da economia n o observada ou informal e em parte forma como at mesmo as partes observadas deste sector t m sido tratadas no sistema de Contabilidade Nacional Com a expans o e predom nio quase absoluto da ideologia neoliberal tal como tem sido promovida principalmente pelos Estados Unidos e os pa ses da Uni o Europeia veio a ser atribu do um papel altamente refor ado ao agregado de agentes sociais geralmente designados por organiza es n o governamentais De facto um dos principais aspectos da ideologia neoliberal a minimiza o do papel dos Estados muito em particular em reas de actividade em que possa haver concorr ncia livre entre os agentes sociais e econ micos envolvidos como ser o caso da presta o de servi os de educa o e de sa de Assim sendo segundo essa ideologia o Estado dever pois limitar se s estritas fun es de soberania e de garantia da ordem p blica Nesses termos sendo tudo o mais para privatizar perfeitamente natural que se veja refor ado o papel das ONGs as quais passar o assim a concorrer entre si pela obten o de fundos e a apresenta o e execu o
204. capacidade de interven o das grandes empresas trans nacionais manifesta se quer atrav s das negocia es com os governos dos pa ses onde planeiem estabelecer se quer atrav s da actua o conjunta no seio das suas associa es empresariais quer ainda atrav s de lobies formalmente constitu dos para junto das diversas inst ncias do poder pol tico levarem adop o de legisla o comercial e industrial que lhes seja favor vel Muito em particular no que diz respeito a tarifas e normas aduaneiras United Nations Conference on Trade and Development Trans National Corporations http www halexandria org dward318 htm Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria fiscalidade subs dios protec o de patentes e de direitos de propriedade industrial ou ainda no que diz respeito a legisla o laboral Uma outra forma de capacita o do poder de interven o das empresas tamb m ela bastante vis vel a transfer ncia regular e peri dica de altos quadros directivos do Estado para as Empresas e destas para cargos de responsabilidade na administra o p blica Se considerarmos que o dinheiro tem tamb m a fun o social de exerc cio de poder a express o poder de compra por si s bastante significativa a tabela abaixo indica nos claramente uma supremacia quase total por parte das grandes empresas no que diz respeito capacidade de actua o no campo da economia global relativamente quase total
205. cas gerais que se pensa poderem constituir uma eventual e potencial vantagem competitiva no caso dos actores sociais portugueses relativamente aos seus equivalentes de outras nacionalidades devido s presumidas ou efectivas diferen as culturais 378 Alertamos para o facto de n o subscrevermos de todo o discurso corrente de uma suposta marginaliza o de frica no actual contexto da economia mundial 3 Claro que este aspecto suscept vel de pol mica na medida em que a entrega donativo de um conjunto de m quinas ou ferramentas juntamente com a mensagem agora desembaracem se suscept vel de originar real desenvolvimento muito em particular quando se trate de instrumentos m quinas ou ferramentas de tecnologia banalizada Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria A assist ncia para o desenvolvimento enquanto processo O conjunto de actividades que constituem aquilo que usualmente se designa por coopera o para o desenvolvimento poder ser perspectivado como constituindo um tipo particular de processo o qual tem certas caracter sticas e pr requisitos Nesse contexto dever amos ter tamb m em mente aquilo que se designa no jarg o das t cnicas de gest o por FCS ou Factores Cr ticos de Sucesso sendo que um destes FCS ser ent o a efectividade na comunica o entre as partes envolvidas no processo muito em particular se levarmos em linha de conta o contexto de experi
206. caso da Am rica Latina e do Mercosul em particular tamb m a as motiva es que v m a dar origem ao processo de integra o regional come am por ser de ordem eminentemente econ mica Mesmo ainda no tempo do dom nio espanhol j em fins do s culo XVIII a emergente burguesia argentina se dera conta de que se quisesse fazer algum desenvolvimento econ mico end geno teria que procurar na regi o mercados de escoamento para quaisquer actividades produtivas de origem fabril Pela sua pertin ncia para as teses das teorias da depend ncia e por tabela tamb m para a problem tica da integra o regional vale a pena discorrer um pouco sobre o caso da Argentina e Von Thunen ter sido o primeiro economista a chamar a aten o para o impacto do custo dos transportes relativamente localiza o das actividades econ micas e ao tipo de aproveitamento dos recursos naturais designadamente a terra Esta teoria s veio a ser mais conhecida depois dos trabalhos de Alfred Weber nas primeiras d cadas do s culo XX 23 Quer no caso da AECL ou Associa o Europeia de Com rcio Livre ou EFTA European Free Trade Association quer no caso da CEE ou Comunidade Econ mica Europeia Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria do processo de constru o de um bloco econ mico na Am rica do Sul na medida em que se procura construir ali um polo de desenvolvimento simultaneamente auto centrado e auto sustentado O caso da Argentina e
207. caso da Europa para mais de 200 milh es Com excep o da Oce nia para aqui pouco ou nada significativa Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 03 OS PRINCIPAIS ACTORES SOCIAIS ENVOLVIDOS Introdu o Tal como come mos por assinalar subjacente a uma discuss o dos principais actores envolvidos no processo de coopera o e ajuda p blica ao desenvolvimento est ent o a problem tica das origens do capitalismo de quais ter o sido ou deixado de ser os seus principais e determinantes actores ou agentes sociais e factores intervenientes Dadas as dimens es dos problemas com que se defrontam os pa ses ou os povos que procuram uma vida melhor toda esta quest o poder numa primeira abordagem parecer esot rica e pr pria de intelectuais isolados nas suas acad micas torres de marfim No entanto e contexto de uma discuss o de um tema como a coopera o e ajuda ao desenvolvimento for oso reconhecer que nos encontramos hoje numa situa o peculiar no que respeita ao relacionamento entre o Capital e o Estado Por um lado o Capital encontra se naturalmente disperso por algumas centenas de grupos mais ou menos consolidados de interven o e controle financeiro e industrial de mbito planet rio ainda que se possa continuar a falar ainda que sempre com algumas retic ncias de capital norte americano capital alem o ou capital japon s Por outro lado esse
208. catedral g tica ou rom nica das muitas centenas que se encontram 2 Presidente da Associa o Hist rica Americana e professor na Universidade de Harvard 28 AHA Presidential Addresses Welfare A paper read before the American Historical Association at its meeting in Atlanta Georgia January 5 1996 Publicado em The American Historical Review Vol 101 No I Fevereiro 1996 pp 1 17 http www historians org info aha history jhcoatsworth htmf17 Numa abordagem de fluxos s s o contabilizados os valores mercantis actuais enquanto que numa abordagem de estoques mesmo considerando nulo o valor residual de m quinas edif cios e outras estruturas j amortizadas levar se sempre em linha de conta a heran a tecnol gica subjacente e que permanece na sociedade mesmo depois de registada a amortiza o A esse respeito ver Georgescu Roegen 1996 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria dispersas pela Europa assim como e um mosteiro beneditino ou cisterciense foi sempre uma tarefa que envolvia o trabalho de milhares de pessoas ao longo de v rias d cadas Desde a concep o arquitectural e de engenharia civil at aos detalhes da decora o final sob a forma de vitrais e frescos pintados em paredes e tectos ou ainda as m ltiplas e rebuscadas esculturas baixos relevos passando pelas muitas toneladas de pedra que foi necess rio deslocar cortar e assentar foram s dezenas as diferentes profiss es qu
209. cendo a especial import ncia do papel a ser desempenhado pela ajuda oficial ao desenvolvimento uma parte subtancial da transfer ncia de recursos financeiros para os pa ses em desenvolvimento dever ser proporcionada sob a forma ajuda oficial ao desenvolvimento Cada pa s economicamente avan ado dever aumentar progressivamente a sua ajuda oficial ao desenvolvimento aos pa ses menos desenvolvidos e far os seus melhores esfor os para alcan ar um m nimo l quido de 0 7 por cento do produto nacional bruto a pre os de mercado em meados da D cada Estrat gia Internacional de Desenvolvimento para a Segunda D cada do Desenvolvimento das Na es Unidas Resolu o 2626 XXV da Assembleia Geral 24 de Outobro de 1970 par grafo 43 Introdu o Vimos nos cap tulos anteriores sobrevoando de muito alto a paisagem pol tica hist rica e geogr fica quais as causas fundamentais da actual situa o social e econ mica em que se encontra a regi o da frica Subsahariana A quest o que ent o agora se nos levanta a de procurar saber aquilo que se pode ou n o fazer a esse respeito come ando por uma discuss o daquilo que segundo o discurso politicamente correcto se pensa tem sido feito Como houve j ocasi o de referir comum encontrar na literatura da especialidade o entendimento de que a coopera o ser o conjunto de actividades levadas a cabo por diversos pa ses e organiza es internacionais tendo como objecti
210. cess rio que essa ajuda seja acompanhada de um elemento de doa o pura e simples Em termos pr ticos esse elemento traduz se na concess o de empr stimos em que uma frac o de pelo menos 25 feita a t tulo de donativo gratuito Por outras palavras o valor actualizado dos reembolsos de quaisquer empr stimos de ajuda n o pode exceder 75 do valor nominal de cada empr stimo As Oscila es do Processo de Ajuda ao Desenvolvimento A partir dos Anos Cinquenta com a conquista das independ ncias pol ticas cada um dos novos Estados independentes tentou encetar o seu pr prio processo de desenvolvimento e reconstru o nacional Naturalmente cada pa s ter tido as suas especificidades de acordo com a sua posi o geogr fica a sua hist ria recente e a estrutura econ mica herdada do per odo colonial Mas tamb m verdade que poss vel identificar grandes linhas comuns de orienta o nas pol ticas econ micas seguidas Assim sendo haver aqui a considerar neste processo longo de quase seis d cadas tr s grandes ondas ou fases cada uma das quais ser por sua vez suscept vel de ser subdividida em per odos mais curtos Cada uma dessas fases mais longas assim como os per odos mais curtos em que estas se parecem subdividir se caracteriza por determinado conjunto de medidas estruturais que s o acompanhadas das respectivas justifica es te ricas em termos de pol tica econ mica Extrapolando a partir de Jean Jacq
211. cesso aos mercados dos pa ses mais desenvolvidos por parte dos produtos dos pa ses menos desenvolvidos Para se poder fazer a monitoriza o desse desejado acr scimo de facilidades de com rcio para o desenvolvimento s o definidos quatro indicadores a saber a Aumento da propor o de exporta es em valor e excluindo armas admitidas sem tarifas ou quotas b Redu o das tarifas e quotas em produtos agr colas t xteis e vestu rio c Redu o dos subs dios produ o e exporta o de produtos agr colas nos pa ses da OCDE d Aumento da propor o da APD proporcionada para ajuda a aumentar a capacidade comercial dos pa ses menos desenvolvidos Vem em seguida um pacote de quatro indicadores relativos sustentabilidade da d vida cuja monitoriza o est naturalmente a cargo do Banco Mundial e do Fundo Monet rio Internacional designadamente a Aumento da propor o da divida anulada de modo bilateral em benef cio de pa ses muito pobres e altamente endividados HIPC b N mero total de pa ses que tenham atingido o Ponto de Decis o HIPC e n mero de pa ses 324 No processo de negocia o de redu o e al vio do servi o da d vida h diversas fases sendo que alguns pa ses estar o a determinada altura no ponto de decis o e outros no ponto de conclus o havendo ainda outros em fases preliminares do processo de negocia o Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria
212. cial fam lia alargada Por outro lado at pela relativamente reduzida ou limitada capacidade de interven o do Estado no caso portugu s os milhares de trabalhadores portugueses emigrados t m obtido ao longo das d cadas e em todos os quadrantes geogr ficos onde se encontrem uma reconhecida reputa o de desembara o ou desenrascan o individual de acordo com as necessidades circunstanciais e longe da expectativa de apoio da colectividade Estado Nestas condi es a poss vel ou eventual potencial vantagem competitiva da coopera o portuguesa resultaria do facto da similitude dos resultados e proximidade das posi es relativas nas tabelas de Hofstede de Portugal e das regi es frica Ocidental e frica Oriental Esta similitude e proximidade relativa de resultados dever provavelmente reflectir estruturas sociais similares em particular no que diz respeito ideia b sica das redes de reciprocidade 3 A dimens o da dist ncia do poder No que diz respeito dimens o dist ncia ao poder o resultado de Portugal quer em termos absolutos quer em termos relativos sendo m dio a elevado muito pr ximo do resultado verificado para a frica Oriental e ainda bastante pr ximo do resultado verificado para a frica 3820s brandos costumes de que falam os observadores comuns a tend ncia para a negocia o em vez da imposi o 383 Aquela que ocorre quando se toma uma m dia de um qualquer agrega
213. ciativa especial da OUA Este Plano contemplava tr s arranjos regionais complementares entre si e que tinham como objectivo a cria o de tr s grandes sub regi es na frica Sub Sahariana Nos termos desse planos a frica Ocidental viria a ser abrangida e contemplada pela CEDEAO ou Comunidade Econ mica dos Estados da frica Ocidental a qual j existia por ocasi o do an ncio do Plano de Lagos Para as regi es Oriental e Austral foi anunciada em 1981 uma rea Preferencial de Com rcio a qual veio a ser substitu da em 1993 pela COMESA ou Common Market for Eastern and Southern Africa Para a frica Central foi aprovado em 1983 o tratado da Comunidade Econ mica dos Estados da frica Central ou CEEAC Em conjunto com a Uni o rabe do Magrebe estes arranjos institucionais eram supostos conduzir at um mercado comum de mbito continental a acontecer em 2025 Ao Plano de 24 Chama se a aten o para o sindroma do fen meno designado por autores franceses da Fran afrique para designar a continuada influ ncia e troca de favores e interesses incluindo a corrup o pol tica entre dirigentes africanos e elites pol ticas francesas 5 ECOWAS na sigla em Ingl s 26 Ou PTA Preferential Trade Area 21 Ou ECCAS na sigla em Ingl s Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Lagos seguiu se o Tratado de Abuja em 1991 no qual os Chefes de Estados e de Governo reafirmaram o seu empenho na constr
214. co europeu for ou a entrada do subsistema econ mico africano no sistema global da economia mundo ent o em desenvolvimento mais ou menos integrado A certa altura do seu livro diz textualmente e referindo se a meados do s culo XV que O poder europeu residia no seu sistema de produ o o qual estava ent o a um n vel ligeiramente superior ao de frica Ideia essa que retoma repetidas vezes ao longo do livro Se adoptarmos como aqui se prop e uma abordagem sist mica a este problema da acumula o e desenvolvimento e por conseguinte come armos pelos factores fundamentais da Hist ria o Tempo e da Geografia o Espa o facilmente verificamos que haver entre os dois subsistemas em confronto a Europa e a frica diferen as substanciais e que colocam de modo incontorn vel os seus respectivos sistemas de produ o a n veis muito mais afastados do que parece supor Rodney Tudo isto independentemente da real ou imaginada riqueza e sofistica o das cidades mercantis dos imp rios do Mali Ghana ou Songhai Ao passar de lado relativamente ao factor geogr fico sobretudo no que diz respeito densidade de ocupa o do territ rio e a concomitante dimens o dos mercados e ao concentrar se no factor pol tico Walter Rodney acaba por deixar por discutir algumas das condi es fundamentais do n o desenvolvimento de frica De resto e apesar do tom quase sempre emocionado ou mesmo inflamat
215. como Progarna aut nomo em 1961 data em que o director dos programas de alimenta o para a paz dos Estados Unidos de seu nome George McGovern prop s o lan amento de um programa multilateral de ajuda alimentar Nesse contexto em 1963 o PMA foi formalmente estabelecido pela FAO e pela Assembleia Geral da ONU por um per odo experimental de tr s anos para logo em 1965 passar a ter uma exist ncia cont nua Sendo dirigido por uma comiss o executiva constitu da por representantes de 36 estados membros o seu director executivo nomeado em conjunto pelo secret rio geral da ONU e pelo director geral da FAO por um mandato de cinco anos Tem cerca de 11 000 funcion rios dos quais cerca de 90 directamente envolvidos em actividades operacionais Tendo por objectivo a erradica o da fome e da desnutri o com o objectivo final de eliminar a pr pria necessidade de ajuda alimentar o PMA desenvolve linhas de actua o que permitam alcan ar aquele objectivo estrat gico No concreto a actividade do PMA consiste no fornecimento de ajuda alimentar de modo a 1 salvar vidas em campos de refugiados e em outras situa es de emerg ncia 2 melhorar a alimenta o e a qualidade de vida dos povos mais vulner veis em situa es cr ticas e 3 ajudar no desenvolvimento de recursos pr prios e promo o de auto sustentabilidade de povos e de comunidades pobres particularmente com programas de trabalho que requeiram m o de obr
216. comprometeram a dar um contributo anual de 0 7 do seu PNB para Ajuda P blica ao Desenvolvimento Esse mesmo compromisso tem sido repetidas vezes reafirmado ao longo dos anos e em diversos contextos de negocia es internacionais Tal foi o caso do consenso alcan ado por ocasi o da Confer ncia Internacional sobre o Financiamento do Desenvolvimento realizada em 2002 em Monterey no M xico assim como na Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentado realizada mais tarde no mesmo ano em Joanesburgo na frica do Sul No par grafo 42 do referido Consenso de Monterey os dirigentes dos pa ses mais ricos voltaram a reafirmar os seus compromissos apelando aos pa ses que ainda n o tinham alcan ado aquele objectivo de 0 7 para que iniciassem esfor os concretos no sentido de virem a concretizar o seu compromisso de destinar 0 7 do seu pr prio PNB Ajuda P blica do Desenvolvimento E no entanto apesar de tantas e t o repetidas promessas e gt http www itu int aboutitu overview history html 6 http www un org esa devagenda financial html Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria compromissos for oso reconhecer que continuam a crescer as desigualdades sociais em praticamente todos os pa ses do mundo agravando se e aprofundando se ainda mais o fosso que separa os pa ses mais ricos dos pa ses mais pobres Veja se a esse respeito qualquer relat rio do Programa das Na es Unidas para o Desenvolvime
217. concreta e objectiva em que se encontra o sistema mundo na sua longa traject ria hist rica traject ria essa que segundo alguns autores tem j uma dura o de cinco mil nios enquanto que segundo ainda outros autores ter at agora apenas a dura o cinco s culos Como quer que seja a evolu o do sistema mundo ao longo dos s culos tem sido analisada por diversos estudiosos da hist ria econ mica e um dos indicadores mais utilizados dessa evolu o tem sido o n vel geral de pre os de alguns produtos considerados fundamentais para as sociedades humanas designadamente os cereais por exemplo assim como a 2 Depois da proemin ncia da civiliza o eg pcia esta regi o passou a remeter se a um papel de afluente que vai desaguar a um rio comercial cujas extremidades estavam bem longe a Noroeste e a Nordeste Identificados por Joseph Kitchin ter o uma dura o de 3 a 5 anos e estariam associados a um ciclo de reposi o de invent rios de bens de consumo dur vel Identificados por Simon Kuznets ter o uma dura o de 15 a 25 anos e estariam associados a um ciclo de investimento estruturais redes de caminhos ferro portos pontes ou aeroportos por exemplo Identificados por Cl ment Juglar ter o uma dura o de 7 a 11 anos e estariam associados a um ciclo de investimento em capital fixo compra de maquinaria pesada ou f bricas por exemplo Mais concretamente Gunder Frank e Barry K Gills The World S
218. condi es Desde logo alguma garantia m nima de obter retornos compensat rios dos investimentos feitos ou a fazer Com excep o dos negociantes de armas a esmagadora maioria das empresas procura operar em ambientes de paz civil e seguran a p blica Quer por meras raz es de previsibilidade do comportamento dos mercados quer por raz es de minimiza o dos custos envolvidos com as suas opera es O mesmo se poder dizer relativamente estabilidade nas regras do jogo pol tico muito em particular no que diz respeito estabilidade monet ria e da fiscalidade do Estado A esse respeito importante assinalar a prefer ncia empresarial pela chamada transpar ncia administrativa ou aus ncia de corrup o embora a esse respeito se possa argumentar que haver certamente muito boas empresas que vivem rotineira e tranquilamente com o fen meno da corrup o sendo mesmo seus promotores activos Por outras palavras uma boa das afirma es em defesa da transpar ncia na governa o da coisa p blica pode e deve ser levada conta da ideologia e do discurso politicamente correcto Finalmente e ainda no que diz respeito s regras do jogo entre as caracter sticas ambientais que supostamente favorecem o comportamento empresarial haver aqui a considerar a livre mobilidade ou circula o de capitais A todo o momento cada empresa multinacional quer sentir a liberdade de se deslocalizar para um qualquer outro pa s o
219. condi es de riqueza pessoal tendo embora conseguido para o seu pa s um processo de desenvolvimento relativamente bem sucedido at vir ao de cima a fragilidade estrutural de uma economia dependente das exporta es de um s produto o cobre cujo pre o est em exclusivo dependente dos mercados internacionais e das necessidades conjunturais de uma ou outra guerra H pois literalmente argumentos para todos os gostos e posicionamentos ideol gicos No que diz respeito s causas ou factores internos a problem tica da cultura africana tem ocupado diversos analistas No Banco Mundial por exemplo t m sido diversos os analistas que atribuem o atraso relativo no desenvolvimento econ mico e social africano ao predom nio do esp rito comunit rio e daquilo a que os antrop logos chamam de cultura da reciprocidade Esta cultura da reciprocidade seria avessa emerg ncia de empresariado efectivamente empreendedor o qual suposto emergir com mais facilidade em sociedades onde predomine o individualismo O que tamb m acontece relativamente s cr ticas atr s referidas o facto de estas cr ticas normalmente ignorarem que as caracter sticas apontadas s sociedades africanas como menos prop cias ao desenvolvimento s o tamb m elas o resultado natural ou estruturante da forma como frica foi ao longo dos tr s ltimos s culos integrada na economia mundial Deve ali s assinalar se que de um ponto de vista estrutural n o
220. cos e s o v rias as cr ticas formuladas a esse respeito Sem querer entrar nos detalhes da contabiliza o dos fluxos de ajuda p blica ao desenvolvimento por parte dos organismos internacionais ser til fazer refer ncia a um caso concreto Estou aqui a pensar num estudo e respectiva proposta levada a cabo por tr s economistas do Banco Mundial trabalhando mais concretamente para o Inter American Development Bank Chang Fernandez Arias and Serven 1998 Segundo estes autores justifica se uma nova abordagem ao problema da medida da ajuda p blica ao desenvolvimento introduzindo para isso o conceito de EDA Effective Development Assistance em vez de ODA Official Development Assistance Para estes autores e utilizando o sistema de registos da APD do Banco Mundial muito similar ao sistema utilizado pelo CAD da OCDE os pontos fracos da medida da APD liquida ou Net ODA ser o ent o os seguintes 1 Estimativa por baixo do conte do efectivo de ajuda devido contabiliza o l quida 2 Contabiliza o exagerada de empr stimos com elevado grau de concessionalidade 3 Contabiliza o minimizada de empr stimos com baixo grau de concessionalidade 4 Abrang ncia os pa ses doadores recebem pagamentos em contrapartida da assist ncia t cnica prestada e tal facto pode reduzir em muito o efectivo custo financeiro l quido do pa s doador 5 Taxas de desconto aplicadas a fim de reflectir os custos de
221. cu o dos Objectivos do Mil nio em particular nas reas da educa o e da sa de A Estrutura da NePAD Em Fevereiro de 2010 a 14 Assembleia da UA estabeleceu uma Ag ncia de Planeamento e Coordena o como rg o t cnico da UA para substituir o Secretariado da NePAD Esta Ag ncia NePAD um dos principais resultados da integra o da NePAD nas estruturas e processos da UA A mais alta autoridade da estrutura respons vel pela coordena o e acompanhamento do processo de implementa o da NePAD a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Uni o Africana Vem em seguida o Comit de Implementa o dos Chefes de Estado o qual compreende 3 Chefes de Estado por cada uma das Regi es tal como mandatado pela Cimeira da Organiza o de Unidade Africana de Julho de 2001 e ratificado pela Cimeira da Uni o Africana de Julho de 2002 Este Comit responde perante a Cimeira da Uni o Africana numa base anual Por sua vez o Comit de Orienta o composto por representantes pessoais dos Chefes de Estado e de Governo o qual supervisa o desenvolvimento de projectos e programas H por ltimo um Secretariado respons vel pela coordena o directa da implementa o de projectos e programas aprovados pelo Comit de Implementa o Os Problemas da NePAD O primeiro facto a assinalar relativamente iniciativa de lan amento da NePAD o seu caracter de declara o de inten es a qual ainda por cima dever ser vista depois de
222. d strias ent o emergentes em cada pa s Essas medidas complementadas com medidas administrativas de diversos tipos e teores foram sendo implementadas em cada pa s de modo naturalmente diferenciado Digamos que cada administra o p blica de cada pa s tinha naturalmente tend ncia a fazer as coisas sua maneira Entretanto todos estes elementos desde a necessidade de alimentar o Or amento do Estado com receitas vindas das alf ndegas at dispers o das muitas normas e regulamentos sempre necess rios constituem hoje grandes obst culos concretiza o efectiva dos ambiciosos projectos de constru o de comunidades econ micas regionais Em resultado dos esfor os anteriores de desenvolvimento atrav s da industrializa o virada para dentro ou seja para o mercado interior temos ent o hoje uma situa o que no m nimo extremamente problem tica para muitos dos pa ses envolvidos Por um lado os custos econ micos da participa o em comunidades econ micas regionais sob a forma de perda de receitas aduaneiras e de maior concorr ncia alguma desleal s o imediatos ou no curt ssimo prazo enquanto que por outro lado os benef cios da participa o numa qualquer comunidade econ mica regional uma vez racionalizadas a sua estrutura es s o apenas a m dio e longo prazo Para al m de serem incertos e 248 Tem origem na express o Franco das antigas Col nias Francesas em frica 9 E
223. da moderniza o e de uma sua verdadeira independ ncia relativamente s anteriores pot ncias coloniais O que estava aqui subjacente acabava por ser uma forma de transfer ncia de valor excedente do sector agr rio para o sector industrial Esta ideia da discrimina o em favor de uma industrializa o r pida e s custas da extrac o de valor excedente criado pelo trabalho dos camponeses tem ali s antecedentes designadamente na antiga Uni o Sovi tica Na elabora o dos grandes planos de desenvolvimento foi assim dada prioridade ind stria relativamente ao desenvolvimento das actividades agr colas em particular no que diz respeito agricultura de subsist ncia de ndole tradicional O esfor o de industrializa o exigia tamb m recursos humanos e financeiros ali s escassos os quais foi necess rio obter ou desenvolver Por outro lado a forma o de quadros e t cnicos de diversos tipos foi quase sempre absorvida pelas novas e crescentes necessidades da administra o p blica e do emergente sector industrial ou fabril Ainda no contexto do paradigma do desenvolvimento planeado generalizou se a ideia e pr tica do controle de pre os e comercializa o de excedentes agr colas atrav s de departamentos estatais especializados os famigerados marketing boards no caso dos pa ses de l ngua inglesa Estes marketing boards eram tamb m eles uma heran a do per odo colonial poca em que
224. da pouca efici ncia da gest o por parte de funcion rios do Estado Em todo o caso sendo a miss o estatut ria do FMI a regula o do sistema monet rio mundial e devendo os SDRs servir de moeda internacional a verdade que essa miss o sistematicamente ignorada pelos pa ses mais ricos Facto esse que leva todos os outros pa ses a utilizar o d lar e outras moedas fortes como reservas cambiais Nessas condi es ser caso para dizer que o pessoal do FMI j que n o consegue fazer em pleno aquilo para que foi criada a institui o passou a dedicar se a uma outra fun o tamb m muito til designadamente a de inspectores de finan as e de consultores de governa o or amental dos pa ses com problemas de liquidez Em conclus o dir se que estas institui es pouco t m contribu do bem antes pelo contr rio para a eventual concretiza o de uma nova ordem econ mica internacional Um Forum de Negocia es Globais Aquilo que era contemplado nas propostas dos relat rios Brandt era a institucionaliza o de um f rum permanente e multilateral para a discuss o de todo tipo de quest es no relacionamento entre todas as na es do Norte e do Sul com o objetivo de lan ar e coordenar um programa abrangente de ajuda internacional de emerg ncia assim como a cria o de um sistema monet rio e financeiro est vel A este respeito poder se dizer que aquilo que era proposto pela Comiss o Brandt n
225. da APD sendo tamb m a principal fonte de dados para a avalia o da APD e da forma como os pa ses doadores v o ou n o cumprindo com os seus compromissos Por seu lado os pa ses benefici rios da APD s o pa ses inclu dos na Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria lista de na es ditas em desenvolvimento lista essa que foi publicada pela primeira vez pelo CAD em 1962 Entretanto e de acordo com o CAD aquelas listas anuais s o de car cter estritamente neutras s o publicadas apenas para fins estat sticos e de estudos n o tendo assim qualquer intento de dar orienta es pol ticas ou outras no que diz respeito distribui o geogr fica dos fluxos de ajuda ou de elegibilidade de pa ses Entre 1993 e 2005 a lista anual do CAD dividia se em duas partes com uma primeira parte indicando todos aqueles pa ses e territ rios que recebiam APD mas que eram referidos como pa ses em desenvolvimento e uma segunda parte indicando os territ rios e pa ses ditos em transi o Neste segundo caso estavam inclu dos os pa ses do antigo Bloco de Leste os quais eram supostos estarem em transi o de um regime geral de economias planificadas e estatizadas para o regime geral de economias de mercado A partir de 2005 o CAD decidiu elaborar uma nica lista de territ rios e pa ses benefici rios de APD eliminando por completo a segunda parte sendo os respectivos pa ses integrados na listagem geral de pa s
226. da UPU ou Uni o Postal Universal ou ainda da ITU ou International Telecommunications Union Apesar de a sua fun o ou raz o fundadora ser primordialmente a da manuten o da paz a verdade que as Na es Unidas s o tamb m um actor social incontorn vel quando se pretenda discutir a problem tica da coopera o internacional e ajuda p blica ao desenvolvimento Vamos assim considerar aqui brevemente quer algumas das suas origens hist ricas quer as quest es relacionadas com a efic cia com que as Na es Unidas t m exercido os diversos pap is que a comunidade das na es lhe tem atribu do No que diz respeito manuten o da paz desde as antigas anfictionias da Gr cia Cl ssica at aos escritos e propostas de pensadores mais recentes como o economista Victor Consid rant passando por Hugo Grotius pelo Abade Pierre ou ainda por Emmanuel Kant que a ideia de uma organiza o internacional onde se pudessem resolver os problemas dos conflitos latentes entre os povos as na es e os respectivos Estados tem sido uma constante por parte dos mais esclarecidos entre os dirigentes pol ticos As Na es Unidas come am assim por ser perspectivadas como um f rum privilegiado onde todos os Estados podem discutir sem entraves os seus problemas de relacionamento com outros Estados mesmo considerando que muitas das discuss es e conversas entre os m ltiplos participantes acabam por n o ter grande efic cia vis v
227. da boa governa o assim como que a protec o dos direitos humanos passe a fazer parte do quotidiano de todos os pa ses at enquanto conquista civilizacional irrevers vel 314 Nunca ser de mais salientar o papel decisivo da mulher africana para que se alcancem aqueles objectivos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Por outro lado espera se um cen rio de efectiva erradica o de pobreza com um acelerar progressivo do desenvolvimento econ mico e social em particular numa perspectiva do chamado desenvolvimento humano Ainda em resultado das medidas e objectivos enunciados espera se naturalmente conseguir um cen rio que seja caracterizado por elevados n veis de poupan a e de investimento quer de origem nacional quer de origem estrangeira Espera se tamb m em resultado da boa governa o e das reformas pol ticas que se venha a verificar um aumento nos montantes da APD e que seja maximizada a efici ncia no uso dessa ajuda Um maior desenvolvimento dos recursos humanos e do investimento em tecnologias de gest o macro econ mica e social dever o permitir um cen rio de uma maior coordena o dos diversos processos de integra o regional assim como de maior efic cia nos diversos processos de negocia o que sempre acompanham estes projectos de longo prazo Em particular no que diz respeito a negocia es sobre as condi es e regras do com rcio internacional de modo a que se possam estabelecer com os p
228. da economia mundial embora se possam assinalar casos que parecem apresentar se como excep es que confirmam a regra Um caso representativo ser a industrializa o da Z mbia efectivada volta da actividade mineira do cobre para al m de cobalto chumbo e zinco A industrializa o feita pela refina o local dos min rios fazia todo o sentido de um ponto de vista da l gica global do sistema e como tal foi um sucesso at o dito sistema entrar em fase de retrac o e curva descendente em princ pios dos anos Setenta J a industrializa o por via de uma linha de montagem de autom veis da FIAT em Livingstone era apenas um daqueles elefantes brancos a que n o souberam resistir muitos dos dirigentes africanos Na perspectiva aqui adoptada elaborada de uma perspectiva macro ou considerando o sistema mundo na sua totalidade planet ria a causa profunda da crise global de que a frica e em particular a regi o Sub sahariana a v tima primeira e principal ser antes a famigerada queda tendencial da taxa de lucro Dessa crise global cujos primeiros sinais ocorrem em fins dos anos Sessenta princ pios dos anos Setenta v m naturalmente a resultar m ltiplos e diversos efeitos entre os quais o esgotamento progressivo de oportunidades de investimento rent vel Em todo o caso e quaisquer que sejam as verdadeiras ou mais importantes causas da crise africana os resultados da nova conjuntura in
229. dade local h falta de pregos parafusos e outros apetrechos elementares nas prateleiras quase vazias das raras lojas de materiais simplesmente n o d Uma outra causa de falhan os nos projectos de assist ncia ao desenvolvimento reside no facto de serem ignoradas ou n o tidas em conta algumas diferen as ecol gicas fundamentais entre os pa ses doadores e as comunidades receptoras Um bom exemplo deste tipo de situa o pode ser o caso de um projecto de assist ncia canadiana nos anos Oitenta aplicado na Z mbia e tendo como objectivo o desenvolvimento da cultura de trigo Isto numa determinada regi o em que as caracter sticas dos solos seus usos tradicionais e padr es de chuva foram simplesmente ignorados ou n o tidos em linha de conta Ainda uma terceira raz o que ajuda a explicar alguns dos falhan os ser a n o converg ncia de interesses entre por um lado os praticantes fornecedores da assist ncia para o desenvolvimento e por outro lado as comunidades receptoras dessa assist ncia Um exemplo ilustrativo seria o caso de uma qualquer empresa europeia do ramo da constru o civil envolvida na fabrica o de casas pr fabricadas e que perto de um ciclo anual de vendas pretende ver se livre literalmente de alguns excedentes de estoques Nessas circunst ncias esta empresa consegue arranjar maneira de vender estes excedentes ao departamento do Estado encarregado da Coopera o Internacional para o Desenvolvimento
230. de 1965 chegou a escrever se que as ind strias do primeiro mundo pilhavam as mat rias primas do terceiro mundo pagando as a pre os cada vez mais baixos para depois vender a esses mesmos pa ses cada vezes mais caros os produtos industriais fabricados com essas mesmas mat rias primas De certa forma tamb m essa a ideia que transparece do pr prio t tulo do livro de Walter Rodney How Europe Underdeveloped Africa Parece estar aqui subjacente a ideia de que os pa ses do centro t m enriquecido custa da explora o ou sobre explora o dos pa ses da periferia ideia essa que normalmente se encontra nos trabalhos dos autores da conhecida Teoria da Depend ncia Defendo explicitamente a tese de que n o ser bem assim O racioc nio que parece ser v lido no interior de uma comunidade nacional pode n o ser necessariamente v lido quando transposto para o funcionamento da economia global Defende se aqui a tese de que se faz sentido dizer se que os pa ses subdesenvolvidos est o hoje numa situa o de pobreza por causa de ou em consequ ncia do desenvolvimento e enriquecimento dos pa ses mais desenvolvidos o inverso n o necessariamente verdade Por outras palavras o enriquecimento dos pa ses hoje mais desenvolvidos ter sido efectuado originalmente sobretudo e principalmente custa da explora o dos seus pr prios recursos naturais e humanos O problema deste tipo de an lises que provavelmente ser o ape
231. de 250 000 empresas afiliadas nos diversos pa ses volta do planeta estas empresas s o respons veis pela esmagadora maioria da capacidade industrial conhecimento tecnol gico transa es financeiras internacionais e em ltima an lise pelo controle de gest o da economia global No que diz respeito energia s o algumas destas empresas que fazem a explora o transporte refina o e distribui o da esmagadora maioria do petr leo e de todos os produtos seus derivados designadamente a gasolina e o diesel S o tamb m algumas destas empresas que s o respons veis pela constru o das maiores barragens hidroel ctricas e centrais nucleares assim como pela distribui o em grosso e em retalho da energia el ctrica da resultante S o ainda estas as empresas que fazem a explora o do subsolo e da retiram a quase totalidade dos min rios necess rios a todas e quaisquer actividades industriais S o tamb m as grandes empresas multinacionais que s o respons veis pela produ o e distribui o por grosso dos m ltiplos meios de transporte autom veis cami es avi es comboios e navios Est o tamb m naturalmente presentes e predominantes na produ o e distribui o de todos os produtos das cadeias alimentares e farmac utica S o por fim as grandes respons veis pelo controle daquilo que se poder chamar de ind strias da aliena o Como vai sendo evidente a quaisquer observadores minimamente atentos a
232. de Bernis pobreza alimentar Estrutural Bela Janeiro e Caminhos de Ferro p Balassa NePAD A esse respeito e a prop sito do encerramento do Comissariado Geral do Plano determinado em 2005 pelo governo de Dominique de Villepin ser oportuno lembrar o que sobre isso disse o antigo presidente do referido Comissariado Pierre Mass Suprimir o Plano em nome de um liberalismo impulsivo seria privar o poder pol tico de uma das suas armas contra a ditadura do instante Nestas condi es de sucesso na din mica da reconstru o econ mica a ideia do planeamento indicativo das actividades econ micas estruturantes foi ent o naturalmente propagada a diversos pa ses europeus assim como aos novos pa ses independentes Mas vejamos ent o com mais algum detalhe e referindo nos ao quadro acima explicitado a evolu o das grandes tend ncias da ajuda p blica ao desenvolvimento em particular no que diz respeito aos pa ses africanos Teremos assim uma primeira fase com uma dura o de pouco mais de dez anos mais ou menos entre 1950 e 1963 em que predominam os grandes projectos de financiamento de infra estruturas f sicas fundamentais as quais seriam complementadas pelo lan amento de ind strias industrializantes No seguimento do predom nio das ideias de Keynes havia ent o a convic o entre os c rculos dirigentes dos pa ses ocidentais de que cabia ao Estado um papel preponderante no relan amento da actividade econ mica Impor
233. de estes dois termos desenvolvimento e crescimento serem por vezes usados como se de sin nimos se tratasse ser um bom indicador da relativa precariedade terminol gica em ci ncias sociais Um outro indicador desta precariedade ser a variedade de indicadores que s o por vezes utilizados para tentar medir o ou avaliar do maior ou menor grau de desenvolvimento de um qualquer pa s tais como o PIB per capita o Rendimento nacional per capita o consumo de energia o grau de educa o da for a de trabalho ou ainda a esperan a m dia de vida da popula o Um bom exemplo do tipo de erros que se podem cometer com o uso de alguns destes indicadores para medir ou avaliar o grau de desenvolvimento de um pa s ser o os casos bem conhecidos do Jap o e da Coreia do Sul que no princ pio da d cada de Cinquenta do s culo XX eram considerados pa ses subdesenvolvidos na medida em que tinham um PIB per capita muito reduzido Tal erro de avalia o estar talvez tamb m na origem do facto de tanto se ter falado em milagre japon s a prop sito de este pa s ter passado numa s gera o a ser um dos pa ses mais desenvolvidos e ricos do planeta Para concluir este breve apontamento sobre crescimento e desenvolvimento parece ser comum na literatura especializada associar a express o crescimento s economias j desenvolvidas dos pa ses mais ricos enquanto que a express o desenvolvimento estar ass
234. de fora algumas empresas gigantescas que apesar de serem formalmente consideradas pela UNCTAD como multinacionais caso de algumas empresas p blicas de correios s o ainda em rigor empresas de monop lio de facto e de base predominantemente nacional 2 E poss vel que data da publica o a lista das empresas possa estar ligeiramente alterada por via do movimento de concentra o de empresas Tal n o altera em nada antes pelo contr rio a ideia b sica subjacente tese aqui defendida da disparidade de poder de interven o real por parte de determinados pa ses e de determinadas empresas 3 De um ponto de vista de capacidade econ mica a frica do Sul tem a caracteristica especifica de ser como que um gigantesco entreposto mineiro ou enclave empresarial capitalista no tecido dos pa ses africanos Importa assinalar que n o haver aqui um qualquer processo de inten o relativamente a um des gnio maligno da parte dos gestores de topo das grandes empresas multinacionais relativamente aos destinos da Humanidade Haver sim que reconhecer que pr pria l gica intr nseca de funcionamento do sistema assim como a racionalidade econ mica postulada desses actores sociais a maximiza o da utilidade pessoal e do crescimento empresarial que levam ao emergente comportamento social agregado t o severamente criticado por Korten e outros autores Como quer que seja estes autores colocam no centro da crise como causa pri
235. de grande trag dia Para al m dos problemas de d vidas externas de dimens es colossais quando relacionadas com a dimens o das economias nacionais respectivas e dos problemas das recorrentes cat strofes naturais temos ainda a considerar os m ltiplos problemas causados pela pouca capacidade organizativa e de peso negocial de facto existente na maioria dos pa ses da regi o Subsahariana nesse sentido que se justifica a afirma o de que Africa encara uma crise de desenvolvimento talvez de propor es hist ricas 5 Sigla inventada para significar o min rio columbite tantalite o qual fundamental para a produ o de microprocessadores cada vez mais utilizados em toda a esp cie de gadgets electr nicos a come ar pelos telefones celulares assim como em m ltiplas aplica es de controle de diversos tipos de motores 5l Desde muito antes do famigerado com rcio triangular escravos africanos para as Am ricas a car e algod o para a Europa e tecidos bugigangas e armas para a frica No com rcio milenar de escravos que afligiu a regi o Sub sahariana inclui se naturalmente o tr fico praticado em direc o ao M dio Oriente 2 Algumas teorias do desenvolvimento parecem sugerir a ideia peregrina de que aquilo que sucedeu no Noroeste da Europa em particular a Revolu o Agr cola e a Revolu o Industrial em Inglaterra pode vir a suceder na frica Sub sahariana Nesse contexto o actual xodo r
236. de projectos necess rios para levar a cabo o desenvolvimento esperado Ora acontece que frica recebe apenas 1 dos fluxos mundiais de IDE ou seja cerca de 17 000 milh es de d lares em 2001 contra 10 para a Am rica Latina e 20 para a sia Tal como poder explicar qualquer aprendiz de banqueiro do mundo industrializado os bancos comerciais por norma preferem emprestar aos ricos Mesmo sabendo se ou pensando se que em geral os pobres s o melhores pagadores das suas d vidas De acordo com a CNUCED este alheamento ou atitude esquiva por parte dos investidores relativamente a frica deve se percep o generalizada de um ambiente econ mico social jur dico e civil pouco atractivo caracterizado pelo predom nio de instabilidade pol tica econ mica e financeira guerras civis pouca ou nenhuma transpar ncia contratual e opacidade do funcionamento das institui es pelo menos de um ponto de vista dos pa ses ocidentais Esta explica o relativamente retic ncia com que os investidores do mundo industrializado encaram aventuras empresariais em frica em particular na frica Subsahariana tem subjacente uma contradi o fundamental do sistema Por um lado espera se ou exige se que o Estado seja Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria suficientemente forte para garantir a seguran a interna e externa assegurar o funcionamento regular da justi a poder impor a lei e a ordem assim como a estabilidad
237. de todo a ideia dos promotores da NePAD N o demais enfatizar que esta nova parceria para ser realizada tem que o ser entre os povos do continente N o se trata de uma parceria com pa ses ou regi es fora do continente africano Desta forma um princ pio estruturante da NePAD dever ent o ser a acelera o e o aprofundamento dos processos de integra o regionais assim como do processo de integra o de mbito continental A documenta o formal que sustenta o lan amemto da NePAD contem tamb m o lan amento de um mecanismo institucional peculiarmente original e instrutivo Estou aqui a referir me ao MARP ou Mecanismo Africano de Revis o Parit ria ou APRM P na sigla em Ingl s Segundo este inovador mecanismo este MARP permitira aos Chefes de Estado e de Governo dos pa ses africanos o exercerem uns sobre os outros e de forma colegial uma revis o dos m todos e uma an lise cr tica dos respectivos desempenhos na governa o dos seus pa ses Uma tal inova o institucional j tem sido sugerida como exemplo a adoptar por outros exemplos hist ricos de integra o regional designadamente no que diz respeito Uni o Europeia A declara o do lan amento da iniciativa NePAD estabeleceu como grandes prioridades em primeiro lugar o estabelecimento das condi es para um desenvolvimento sustentado a come ar pela paz e seguran a em condi es de democracia e uma boa governa o pol tica econ mica e 312
238. de um Tribunal Internacional de Justi a Criminal criado em Julho de 1998 em Roma Os temas abordados nas propostas dos Relat rios Brandt N o podemos render nos ideia de que todo o mundo deveria copiar os modelos dos pa ses rOur Global Neighborhood Oxford University Press 1995 39 Global Governance Commission khttp sovereignty net p gov gganalysis htm 0rDevelopment Advisory Body http www brandt2 1 forum info Report CrisisFinance print htm Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria altamente industrializados Temos que evitar a confus o persistente entre crescimento e desenvolvimento e devemos sublinhar com for a que o objectivo primordial do desenvolvimento levar auto realiza o e parceria criativa no uso das for as produtivas de uma na o e de todo o seu potencial humano Norte Sul Um Programa para a Sobreviv ncia A Fome no Mundo Na altura em que foi publicado o Relat rio Norte Sul havia em todo o mundo cerca de 550 milh es de pessoas que passavam fome A situa o hoje que haver mais de 1 000 milh es nessa situa o ou seja um aumento de cerca de 80 para um aumento populacional de apenas 50 Ou seja a situa o agravou se Ao mesmo tempo que continua a haver produ o de excessos Isto apesar dos incessantes e repetidos apelos quer da Comiss o Brandt quer das diversas personalidades e inst ncias pol ticas e sociais que deram o seu acordo s conclus
239. de vida nos pa ses do Centro permitiu lhes adoptar pol ticas proto socialistas a partir das elites governantes vide o caso de Bismark o seu Estado social imposto a partir de cima exportando para fora do ent o Centro do sistema sob a forma de trabalhadores que n o encontravam trabalho uma grande parte da potencialidade da Revolu o Os que ficaram na Europa sendo menos viram os seus rendimentos aumentar jogo da oferta e da procura nos mercados de trabalho vindo a adoptar como ideal de vida os modelos de comportamento da pequena burguesia Foi assim tamb m que Kautsky e L nine vieram a falar e discorrer sobre uma suposta aristocracia trabalhista a qual como seria de esperar se veio a contentar com o modelo de evolu o social dito reformista Ou seja o processo de consciencializa o estava operativo mas dominado ou domesticado comportando se as classes trabalhadoras como pequeno burgueses a quem a Revolu o deixara de interessar Entretanto as contradi es internas e ou intr nsecas ao modo de funcionamento do sistema capitalista designadamente e sobretudo a tend ncia decrescente da taxa de lucro n o deixaram de estar operativas e a funcionar vindo os seus efeitos a revelar se a dar conta de si por meio da regular ou peri dica eclos o de crises e duas guerras mundiais Entretanto o internacionalismo optimista dos primeiros revolucion rios foi vida como soe dizer se e
240. dente propor o no caso da Uni o Africana n o chega aos 10 No caso da Am rica do Norte essa propor o da ordem dos 35 no caso da Am rica Latina da ordem dos 30 O Relat rio da FAO que em parte temos aqui estado a seguir sugere no entanto que a propor o do com rcio intra regional no caso do continente africano poder estar muito subestimada na medida em que n o entra em linha de conta com os circuitos da economia formal trans fronteiri a Sabe se tamb m que a grande maioria dos pa ses da frica Sub Sahariana t m estado a ser sujeitos a enormes desequil brios macro econ micos assim como pesad ssimos encargos com avultadas dividas externas Disso t m tamb m resultado grandes disfun es monet rias a n vel interno com elevados ndices de infla o o que s contribui para aumentar os problemas de qualquer actividade econ mica Outras consequ ncias deste estado de coisas tem sido a reduzida base de impostos de que resulta que uma das poucas fontes de receita para os Estados justamente a exist ncia ainda que prec ria das taxas e impostos alfandeg rios Haver ainda a considerar as dificuldades na obten o de divisas em moedas fortes Por outro lado as estrat gias t picas do Estado desenvolvimentista inicialmente adoptadas na sequ ncia das independ ncias pol ticas inclu am de modo saliente a adop o de medidas de controle e restri o de importa es de modo a proteger algumas in
241. des s o relativamente simples de efectivar mas tamb m porque estas medidas por si s s n o constituem de facto ajuda real ao desenvolvimento Por outro lado aquilo que queremos aqui considerar tamb m a situa o em que temos de um lado um grupo de pa ses presumivelmente com necessidades de ajuda para o desenvolvimento e do outro lado um grupo de pa ses interessados ainda que de forma algo distanciada e eventualmente at dispostos a dar essa ajuda de coopera o e desenvolvimento Queremos tamb m considerar ou manter em pano de fundo o facto de que a generalidade das actividades envolvidas nesta assist ncia e coopera o para o desenvolvimento se converteu numa interessante fonte de neg cios e de oportunidades de carreira para um significativo numero de participantes em ambos os lados desta ind stria da assist ncia ao desenvolvimento Finalmente deveremos tamb m ter presente o facto de esta assist ncia ao desenvolvimento assume muitas formas e pode ter origem em muitas fontes institucionais nomeadamente departamentos governamentais igrejas de v rias denomina es ONGD s funda es e mesmo empresas comerciais Em resultado desta variedade embora pud ssemos tentar considerar as diversas formas segundo as quais estes diversos tipos de actores sociais jogam o jogo da coopera o para o desenvolvimento achamos prefer vel at por raz es de tempo e de espa o concentrarmo nos nas caracter sti
242. desenvolvimento de medidas de sa de p blica em particular relativamente s crian as a taxa de crescimento demogr fico dos pa ses subdesenvolvidos passou rapidamente para 3 ao ano Em consequ ncia destes dois elementos calculou se para os anos seguintes uma taxa de crescimento econ mico per capita de 3 3 4 5 1 2 para os pa ses desenvolvidos e uma taxa de crescimento econ mico per capita de apenas 1 4 3 A partir destes elementos calculou se em seguida o montante total dos investimentos que seriam necess rios para que o crescimento econ mico per capita do segundo grupo de pa ses atingisse a taxa de 4 ao ano de modo a haver algum converg ncia com o primeiro grupo de pa ses Considerando a taxa de crescimento demogr fico de 3 ao ano a taxa de crescimento do PNB dos pa ses subdesenvolvidos teria assim que ser de 7 ao ano Considerou se em seguida que para se alcan ar um crescimento econ mico sustentado necess rio investir 4 unidades para se obter o crescimento de 1 unidade r cio capital produto de 4 para 1 Por outras palavras para se obter o crescimento econ mico de 7 era necess rio fazer um investimento de 28 4 vezes 7 do PNB global daqueles pa ses Isto quer dizer que no primeiro ano seriam necess rios 28 de 300 000 milh es de d lares ou sejam cerca de 84 000 milh es de d lares No ano de 1965 a OCDE calculou que a forma o de capital a acumula o no conjunto dos pa ses subdesenvolvidos
243. destrui es causadas pela Segunda Guerra Munidal Em paralelo com as suas pr prias iniciativas a Unicef apoia projectos concretos desenvolvidos por organiza es locais n o governamentais ou governamentais que ofere am solu es para diversos problemas S o habitualmente projectos de atendimento directo a crian as e adolescentes As iniciativas que consigam criar metodologias inovadoras e eficientes para tratar de problemas no terreno s o divulgadas de modo a encorajar outras institui es e projectos Muito maneira das ONGs convencionais e para al m de contributos volunt rios por parte de alguns dos governos de alguns pa ses cerca de 2 3 do total a Unicef vive bastante custa de donativos privados assim como da dedica o de volunt rios em cada um dos pa ses onde se encontra instalado No bi nio de 2004 2005 as receitas do sector privado atingiram mais de 1 000 milh es de d lares 536 milh es em 2004 e 504 milh es em 2005 O total liquido das receitas privadas atingiu em 2007 os 713 9 milh es de d lares O total recebido de todas as diversas fontes de financiamento em 2006 foi de 2 781 milh es de d lares Os dirigentes da Unicef esperam poder projectar um crescimento prudente dessas receitas bi anuais de origem privada de modo a atingir cerca de 967 milh es de d lares em 2013 No entanto para 2010 a previs o de receitas do sector privado era de apenas 486 milh es de d lares De todos estss montantes apr
244. di es designadamente o abdicarem de uma parte da sua soberania Entretanto o mandato original conferido a estas duas institui es na Confer ncia de Bretton Woods em 1944 n o inclu a a sua promo o quase evangelista da privatiza o de empresas de servi os p blicos em particular aquelas empresas que correspondem a monop lios naturais E no entanto Um exemplo ter sido o caso dos conflitos a prop sito do a o entre a Uni o Europeia e os Estados Unidos Outro caso ilustrativo ser o as barreiras n o comerciais entre por exemplo o Jap o e os Estados Unidos http wrap warwick ac uk 1058 1 WRAP Hughes 9871481 080709 japan and the east asian crisis wrap pdf Shttp www atimes com asia crisis AB19Db03 html Em que um voto da Z mbia conta tanto como um voto da ndia ou do Jap o 37A literatura econ mica convencional abunda em estudos e discuss es sobre a natureza e pertin ncia do conceito Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria essa parece ser uma das miss es assumidas ao longo das duas ltimas d cadas muito em particular por parte do FMI Tudo isso sob a cobertura da ideologia do Menos Estado melhor Estado assim como com a justifica o de que preciso vender essas empresas para poder pagar a d vida p blica A ideia de que algumas dessas empresas p blicas possam ser lucrativas e contribuir assim para o or amento do Estado em geral descartada com o argumento
245. dial Apesar das actuais taxa de urbaniza o da ordem dos 5 a 7 as quais resultam quer do crescimento populacional end geno quer do xodo rural e que correspondem a uma duplica o da popula o das cidades em per odos de 10 a 15 anos apesar disso continua a crescer ainda que a um ritmo mais lento a dimens o da popula o rural Segundo os dados do Fundo das Na es Unidas para a Popula o o continente africano apresenta a mais elevada taxa de crescimento populacional de todas as regi es do globo 2 3 ao ano contra 1 3 para a sia e 1 4 para a Am rica Latina Ainda segundo aqueles dados e de acordo com os 17 http Awww africangreenrevolution com en african agriculture development structure index html Growing Green The challenge of sustainable agricultural development in Sub Saharan Africa By Douglas Southgate and Douglas Graham Published by the Sustainable Development Network August 2006 138 Fase da evolu o demogr fica que se caracteriza por uma relativa baixa da mortalidade e uma ainda elevada taxa de natalidade Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria ensinamentos da Demografia este ritmo de crescimento est ainda longe de abrandar Muito em particular se entretanto n o se tiver verificado um desenvolvimento econ mico significativo o qual propicie as condi es necess rias para uma redu o das taxas de natalidade Seja como for o primeiro aspecto a assinalar a juventude gener
246. do e para as pessoas que assim pensavam a solu o bvia seria o encorajar a sociedade civil a auto organizar se sob a forma de organiza es n o governamentais as quais se viessem substituir aos Estados no desempenho de muitas das suas fun es assim que James Petras explica que em fins do s culo XX houvesse j em todo o mundo cerca de 100 000 ONGs que recebiam cerca de 10 000 milh es de d lares em financiamentos diversos Como natural todas estas ONGs competem entre si por todas eventuais fontes de financiamento seja por parte dos Estados seja por parte de entidades privadas como Funda es filantropos e mecenas individuais ou ainda associa es empresariais de diversos tipos Na realidade as ONG s n o s o nada n o governamentais Bem antes pelo contr rio recebem donativos de governos de todos os Estados mais desenvolvidos e acabam por funcionar tamb m como ag ncias subcontratadas por governos locais Os Problemas da Avalia o de Resultados da Actividade das ONGDs No mundo das empresas a avalia o do seu desempenho relativamente f cil e est normalizada desde os prim rdios do sistema capitalista Basta utilizar o crit rio da lucratividade H mesmo muitos autores que aplicam ao mundo das empresas em regime capitalista apenas e t o s esse crit rio na medida em que as empresas capitalistas existem exactamente para isso dar lucro No mundo das ONGDs a coisa necessariamente diferente Mas
247. do a Uni o Europeia desenvolveu ao longo das ltimas d cadas um conjunto complexo de acordos tratados normas e procedimentos institucionalizados de apoio actividade econ mica nos pa ses africanos actividade essa que s poder vigorar e desenvolver se harmoniosamente num contexto regional de estabilidade civil Projec o Cultural E provavelmente o caso paradigm tico a n vel de exposi o medi tica da motiva o da 157 http www csmonitor com 2004 0412 p07s01 wome html 1S8 http fpc state gov documents organization 31987 pdf 19 Em Europe s World http www europesworld org Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria coopera o francesa Desde os esfor os conduzidos pela Organiza o Internacional da Francofonia at aos esfor os sistem ticos do estado franc s para conduzir um pol tica africana separada e distinta de uma pol tica africana da Uni o Europeia Uma tal postura pol tica internacional por parte do estado franc s deve se naturalmente heran a p s colonial e ideia de manter ainda que em condi es naturalmente diferentes a antiga Comunidade Francesa criada em 1958 sob os ausp cios do General De Gaule Essa mesma postura de rayonnement culturel tem certamente muito a ver tamb m com uma rivalidade hist rica franco brit nica herdada no que diz respeito a frica do per odo da partilha de frica por ocasi o da Confer ncia de Berlim
248. do como sendo a mesma coisa do que o valor efectivamente atribu vel a um qualquer elemento isolado de uma qualquer popula o estat stica Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Ocidental Esta proximidade de resultados indicar provavelmente alguma similitude na estrutura social da distribui o do poder assim como nas expectativas de comportamento social a isso associadas Parte se aqui do princ pio de que ser razo vel presumir que o posicionamento de Portugal nesta dimens o cultural ser uma poss vel ou eventual vantagem competitiva da coopera o portuguesa Na medida em que tal proximidade cultural implica uma maior facilidade de contacto e partilha de expectativas de comportamento por aprte dos agentes do lado dador e do lado receptor da ajuda ao desenvolvimento 4 O Par metro da Avers o Incerteza Se considerarmos que t nhamos como objectivo expl cito deste rudimento de ensaio a discuss o e poss vel demonstra o de uma eventual vantagem competitiva da coopera o portuguesa e numa primeira abordagem seremos aqui provavelmente levados considerar esta particular dimens o como um osso duro de roer Ao fim e ao cabo a l gica at aqui seguida na discuss o das anteriores dimens es culturais parecer indicar que o facto de Portugal ter um posicionamento muito alto quando comparado com o dos pa ses receptores constitui uma desvantagem Por outras palavras nesta particular dimens o cu
249. dos os problemas que podem ser melhor resolvidos numa base continental Kwame Nkrumah Introdu o Praticamente desde os tempos da Corrida para a Partilha de frica no virar do s culo XIX para o s culo XX que as diversas pot ncias ocidentais envolvidas no processo t m repetidamente anunciado grandes programas para levar a civiliza o e o progresso ao continente negro Foi assim que se come ou por se falar em fins do s culo XIX do fardo do homem branco para se vir hoje a falar do papel decisivo das m ltiplas organiza es n o governamentais no processo hist rico de desenvolvimento Mas destas organiza es se tratar mais adiante N o se tratando aqui de um ainda que rudimentar livro de hist ria e dados os objectivos propostos para este trabalho vamos aqui concentrarmo nos nos programas mais recentes e mais significativos Quer se trate de iniciativas originadas no interior do continente e de autoria de dirigentes africanos quer se trate de iniciativas originadas no seio da comunidade internacional das na es Teremos assim os diversos programas de fomento e de mise en valeur por parte das pot ncias coloniais teremos tamb m as ideias subjacentes constitui o da Organiza o de Unidade Africana entretanto substitu da pela Uni o Africana teremos ainda os m ltiplos projectos de integra o regional e teremos por fim os grandes projectos e programas de desenvolvimento promovidos sob a gide das
250. dos Um dos participantes empres rio local comentou para mim que estavam simplesmente a chegar conclus o que os seus capitais rendiam mais em Angola que parados num banco na Su a Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria De acordo com estimativas da CNUCED se frica conseguisse reduzir a sa da ou fuga de capitais para a mesma propor o que prevalece na sia o seu estoque de capitais aumentaria em cerca de 50 Ao fim e ao cabo a constata o inequ voca o desenvolvimento historicamente verificado em praticamente todos os pa ses hoje desenvolvidos come ou por ser financiado pela poupan a pr pria de cada um desses pa ses Aquilo a que economistas como Samir Amin chamam de desenvolvimento auto centrado Por m seis anos depois do lan amento da NePAD o Presidente Abdoulaye Wade mostrava se profundamente desiludido e extremamente cr tico em rela o mais esta grande iniciativa tendo declarado por ocasi o de uma reuni o em Joanesburgo Decidi n o perder mais tempo indo a reuni es onde nada feito muito agrad vel que nos encontremos mas isso n o faz as coisas acontecerem As despesas em viagens e hot is atingem centenas de milh es de d lares Mas n o foi constru da uma nica sala de aula nem um nico centro de sa de A NeEPAD n o fez aquilo para que foi criada O dinheiro existe porque um compromisso de um grande pa s quase t o bom como o din
251. dos Executivos Principais para a Coordena o e tem como fun o juntar os principais actores na consecu o dos objectivos comuns de comida para todos e redu o da pobreza rural Reunindo 20 organiza es das Na es Unidas a Rede do Sistema das Na es Unidas acaba por ser um mecanismo inter ag ncias para dar seguimento Cimeira Mundial da Alimenta o de 1996 vindo a dar apoio Coliga o Internacional sobre a Terra 2202 O Secretariado da Rede gerido pela FAO em colabora o com o IFAD e o PMA A Rede do Sistema das Na es Unidas tem como objectivos 1 Dar apoio aos efor os dos Governos e parceiros na implementa o do Plano da Cimeira Mundial da Alimenta o programas de desenvolvimento rural e de seguran a alimentar 2 Refor ar as liga es entre as organiza es do Sistema das Na es Unidas e outras Partes Interessadas em particular as ONGs e organiza es da sociedade civil 3 Promover sinergias entre os membros da Rede 4 Trocar e disseminar informa o experi ncias e melhores pr cticas Comiss o Econ mica para a frica ou ECA Criada em 1958 a Comiss o Econ mica da ONU para a Africa tendo a sua sede em Addis Abeba SVer cap tulo sobre as Grandes Iniciativas Sigla em Ingl s Economic Commission for Africa Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria a ECA uma das cinco comiss es regionais que funciona sob a direc o do ECOSOC Actua como o bra o re
252. e ao longo da Hist ria se sucederam na organiza o da ocupa o e utiliza o dos diversos territ rios sua disposi o Nesse contexto diremos ent o que assim que poss vel observar em todas as latitudes habit veis e ao longo dos mil nios a emerg ncia de diversos grupos sociais adoptando distintos sistemas de organiza o e de utiliza o dos recursos naturais dispon veis nos respectivos espa os ou territ rios Em muitos desses casos podemos tamb m observar uma expans o demogr fica ou exaust o de recursos que leva a movimentos migrat rios ou de conquista de territ rios adjacentes assim tamb m que temos a partir de determinada altura e dependendo dos respectivos espa os ou Uma sociedade supostamente sem classes em que parafraseando um conhecido antrop logo todos trabalhem e ningu m seja trabalhador 17 Come amos da estrutura do todo para a compreens o das partes integrantes Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria territ rios e dos respectivos recursos naturais o aparecimento de agregados pol ticos de maiores dimens es por vezes sistemas imperiais localizados Desde o M dio Oriente China e aos imp rios africanos e sul americanos Ao longo de s culos estes sub sistemas imperiais quando coexistentes em termos de relativa proximidade geogr fica trocavam entre si mat ria energia e ou informa o sob a forma de mercadorias pessoas e conhecimentos Enquanto evolu
253. e oportunidades de emprego em que muito teriam a fazer as centenas ou milhares de ONGDs interessadas e participantes nesses projectos tamb m nesse sentido que se justifica falar de uma ind stria da coopera o Nesse peculiar e espec fico sector de actividade econ mica temos uma interessante tr ade de actores sociais as ONGDs as entidades doadoras os Estados os filantropos individuais e as funda es privadas e as entidades receptoras os pa ses menos desenvolvidos Nesse mercado global da coopera o para o desenvolvimento os agentes mais activos ser o provavelmente as ONGDs na medida em que s o elas que procuram obter junto das entidades doadoras os fundos necess rios sua mission ria interven o e junto das entidades receptoras as oportunidades de muitas presta es servi os supostamente ben ficos para o desenvolvimento social e econ mico dos pa ses mais pobres O Financiamento das ONGDs J em 1996 Edwards e Hulme referiam que as ONGs estavam cada vez mais dependentes da ajuda oficial especialmente a partir dos ltimos anos da d cada de Oitenta quando se tinha verificado uma clara estagna o nos fluxos de contributos volunt rios da cidadania em geral em muitos pa ses do Norte Passou assim a ser comum encontrar situa es na Escandin via nos Pa ses Baixos e no Canad pa ses geralmente mais generosos em que 50 a 90 dos or amentos das grandes ONGDs eram cobertos apenas por
254. e 50 anos tem dado origem a algumas cr ticas na medida em que passou a ser vista n o tanto como ajuda mas mais como um instrumento de influ ncia pol tica e econ mica assim como de manuten o de determinadas actividades por parte dos pa ses doadores Para alguns autores trata se apenas de mais uma medida de proteccionismo comercial mal disfar ado Um dos primeiros estudos a abordar o problema da ajuda condicionada foi elaborado pela CNUCED ou UNCTAD e apresentado j em 1968 na Confer ncia realizada em Nova Delhi No ano seguinte a Comiss o Pearson renovou as cr ticas a essa pr tica considerando que a mesma tende a reduzir o valor real da ajuda Mesmo assim s em 1991 que a OCDE decidiu fazer um estudo da pr ctica da ajuda condicionada procurando determinar se haveria efeitos derivados dessa pr ctica que fossem prejudiciais para os pa ses supostamenmte beneficiados pela ajuda De certa maneira estava se a p r em causa se os pa ses doadores seriam os melhores ju zes sobre a efic cia e efici ncia da ajuda prestada O estudo da OCDE propunha se elaborar um modelo de an lise que permitisse avaliar com alguma objectividade quais os benef cios e inconvenientes do facto de a ajuda ser condicionada nos termos acima definidos Um das quest es que ent o se levantou era a perda de valor real da ajuda por partde dos pa ses receptores Esta redu o do valor real da ajuda dever se ia ao facto de po
255. e avalia Os resultados de um projecto de ajuda A capacidade de execu o de projectos de uma qualquer ONGD ex ante durante ex post Por outro lado para al m dos problemas b sicos ou iniciais haver que levar em linha de conta os crit rios eles mesmo de avalia o por objectivos Eram estes realistas Quem os estabeleceu e Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria como Qual o grau de documenta o das situa es encontradas e como e quando se vai fazer a compara o entre a situa o encontrada e a situa o no fim da interven o Haver tamb m a considerar os crit rios de selec o elaborados pelas entidades financiadoras relativamente sua avalia o das ONGDs que se candidatem a financiamento Normalmente haver a a considerar a qualifica o t cnica e experi ncia operacional dos recursos humanos das ONGDs que se candidatam a financiamento ou que concorrem para levar a cabo quaisquer projectos de ajuda ao desenvolvimento assim como a adequa o daqueles recursos em quantidade e em qualidade relativamente aos objectivos propostos para uma qualquer interven o projecto ou programa de ajuda Haver ainda a considerar o ponto de vista das popula es ou grupos que solicitam a ajuda ou que s o supostos necessitar de ajuda Relativamente aos receptores de ajuda haver tamb m que considerar as respectivas estruturas sociais redes de poder no terreno assim como a s
256. e dadas as caracter sticas estruturais herdadas j do s culo XIX quase totalidade dos pa ses ditos em desenvolvimento continuam hoje a especializar se na exporta o de mat rias primas pouco ou nada transformadas Depois do despoletar das sucessivas crises da d vida a partir de 1985 entra se assim num quarto per odo desta segunda fase a chamada Abordagem Qualitativa o per odo dos Programas de Ajustamento Estrutural o qual se caracteriza tamb m por ser um per odo em que a ajuda passa a ser concedida sem ser dirigida a projectos espec ficos Um dos efeitos dos PAE s a redu o das fontes de receita dos Estados que s o assim for ados a recorrer de modo ainda mais intenso ajuda p blica externa para poderem continuar a garantir minimamente o funcionamento regular de alguma das institui es b sicas do Estado designadamente a sa de p blica e a educa o Como vimos mais acima na primeira fase destas grandes tend ncias do processo global de ajuda ao desenvolvimento tinhamos tido uma nfase na realiza o de grandes projectos de investimento supostamente estruturantes do tecido social e empresarial designadamente atrav s do investimento em industrias industrializantes J numa segunda fase vem a verificar se a necessidade de investimento no desenvolvimento dos recursos humanos designadamente atrav s da educa o e da sa de Ao longo destes primeiros per odos do processo tinhamos tido em comum no proc
257. e ent o lugar o movimento de coloniza o propriamente dito Segundo a perspectiva mais comum apresentada pelos te ricos da escola do sistema mundo e das teorias da depend ncia a frica Sub Sahariana foi integrada no sistema mundo desde o princ pio da constru o desse mesmo sistema na fase mercantilista do sistema capitalista ao longo dos s culos XVI XVII e XVIII Os vectores de inser o da frica Sub Sahariana no sistema mundo ter o ent o sido a exporta o for ada de m o de obra sob a forma de escravatura para alimentar os subsistemas produtivos de a car e algod o nas Am ricas Coloniais Em todo o caso a totalidade dos territ rios da frica Sub Sahariana seriam ent o considerados como fazendo parte da external arena enquanto que a Am rica Colonial seria a Periferia do Sistema No caso concreto daquele territ rio que se veio a constituir em frica do Sul essa inser o assume um caracter muito particular uma col nia europeia de apoio log stico ao com rcio euro asi tico por via mar tima ent o j em plena expans o Uma esp cie de esta o de servi o dos transportes trans oce nicos de ent o No caso da frica do Sul e at meados do s culo XIX dir se ent o que o conflito entre colonos holandeses e o emergente e dominador poder imperial brit nico empurrou aqueles colonos de origem europeia para fora do sistema ou seja para a external arena Relativamente ao conjunto da frica
258. e financeira Ser o as chamadas fun es regalianas ou de soberania Por outro lado espera se do Estado que seja minimalista no que diz respeito a uma qualquer interven o no campo das actividades econ micas Por outros palavras postula se uma dicotomia de um lado o Estado e de outro lado as Empresas Privadas e postula se que as empresas privadas por si s s assumam a iniciativa do arranque do processo de desenvolvimento econ mico Deixando por esclarecer onde vai o Estado buscar os recursos financeiros e outros para proporcionar as condi es atraentes para motivar o investimento do mundo empresarial designadamente a educa o b sica cient fica e t cnica assim como a sa de e o saneamento sem o que n o h for a de trabalho ou mercado consumidor com interesse suficiente para atrair o interesse dos investidores Aparentemente espera se que uma parte substancial desses recursos financeiros para poder operacionalizar a NePAD e atrair o investimento directo estrangeiro venha da APD A esse respeito for oso reconhecer que os pa ses doadores membros da OCDE continuam reticentes em aumentar substancialmente os parcos recursos disponibilizados at agora na ordem dos 0 3 em m dia com excep o dos Pa ses N rdicos Por outro lado e no mbito dos pa ses do G 8 apenas h a registar a muito anunciada redu o da d vida sem que tenham sido concretizadas quaisquer medidas de assist ncia financeir
259. e fundos o PMA lan ou um evento global para apoio e arrecada o de recursos chamado Walk the World A ideia levar as pessoas em todo o mundo a consciencializar se para o problema da fome que afecta milh es de particularmente crian as em todo o mundo Num nico dia de cada ano centenas de milhares de pessoas dentro de cada zona ou fuso hor rio em todo o mundo fazem marchas de protesto reclamando o fim da fome entre as crian as Em 2005 mais de 200 000 pessoas caminharam em 296 localidades distintas Em 2006 havia j 760 000 participantes em 118 pa ses Este evento faz tamb m parte da campanha mundial para conseguir os Objectivos do Mil nio e especificamente a redu o para metade at 2015 do n mero de pessoas que sofrem de fome e pobreza OMS Organiza o Mundial da Sa de Fundada em 1948 e com a sua sede em Genebra Su a a Organiza o Mundial da Sa de OMS sendo uma ag ncia especializada da ONU faz parte daquilo a que atr s design mos de segundo c rculo das diversas entidades que fzem parte do Sistme das Na es Unidas O seu director geral participa assim do Conselho dos Principais Executivos em que o Secret rio Geral da ONU funciona como um primus inter pares A OMS tem suas origens nas guerras do fim do s culo XIX M xico Crimeia Na sequ ncia e tendo em conta os efeitos perniciosos da Primeira Guerra Mundial a Sociedade das Na es criou um Comit de Higiene o qual veio a f
260. e importante a de saber como que se vai fazer a gest o a n vel internacional dessa redu o e eventual elimina o das barreiras alfandeg rias actualmente existentes Por outras palavras e para aquilo que aqui nos propusemos a explicita o dos factores externos e sobre os quais os pa ses do Sul t m pouca influ ncia o posicionamento dos pa ses do Norte em termos de barreiras aduaneiras e outras coloca severos problemas ao desenvolvimento e acaba por interferir directamente com as pol ticas de coopera o internacional 2Um dos economistas mais prestigiados do s culo XX geralmente considerada como keynesiana de esquerda Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 06 OS FACTORES INTERNOS Introdu o Tal como come mos por assinalar consideramos como sendo factores internos todos aqueles em rela o aos quais os dirigentes africanos t m algum mas significativo poder de decis o Em termos gen ricos dir se que em ltima an lise s o os africanos em geral e os seus dirigentes pol ticos em particular os respons veis nicos e definitivos pela sua boa governa o Como tamb m j foi assinalado quando come aram a emergir em frica os diversos movimentos de liberta o nacional estes propuseram se em termos gen ricos tr s grandes objectivos a independ ncia pol tica moderniza o do Estado e industrializa o da economia Como se veio a verificar e considerando a
261. e j existam as melhores condi es de retorno quer em termos de quantidade valor quer em termos de tempo de recupera o do investimento efectuado Acaba assim por estar aqui a actuar a l gica subjacente abordagem do modelo gravitacional em 21 Como j dever ser not rio o termo burocracia aqui utilizado sempre no seu sentido t cnico weberiano Embora o modelo gravitacional tenha sido formalmente proposto por Jan Tinbergen em 1962 para explicar os fluxos do com rcio internacional tamb m se pode dizer que o mesmo est inerente chamada location theory a qual ter sido iniciada pelo economista alem o Johann Heinrich von Thunen com a sua obra de 1826 O Estado Isolado Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria geografia econ mica Se assim for e se considerarmos as necessidades objectivas de desenvolvimento dos pa ses mais pobres ou menos avan ados ent o termos que reconhecer que s uma interven o consciente por parte de comunidades organizadas em Estados e tendo estes objectivos de desenvolvimento a m dio ou longo prazo que se vir o a concretizar fluxos significativos de investimentos produtivos de natureza privada tendo como destino regi es que at a n o dispunham de atractivos suficientes para esses investimentos Para al m dos elementos b sicos e fundamentais relativos ao capital humano os factores chave ser o ent o as estruturas de transporte e as complementa
262. e mais dif ceis os esfor os de integra o regional pretendidos e proclamados por todos os dirigentes pol ticos africanos As Organiza es N o Governamentais Entretanto importa assinalar a emerg ncia de um fen meno j relativamente antigo mas que teve recentemente um surto de grande expans o o qual se veio a manifestar como que nos interst cios do espa o social ocupado por aqueles dois grandes tipos de actores sociais Estamos aqui a referimo nos ao fen meno do aparecimento e expans o das ONG s ou Organiza es n o governamentais em geral e das ONGD s em particular N o sendo organismos do Estado nem empresas com fins lucrativos prop em se participar no A procura do t ntalo minerado a partir do Leste do Congo Zaire tornou se particularmente not ria com a explos o dos telem veis e de todos os gadgets electr nicos micro miniaturizados a partir da d cada de Noventa Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria processo de ajuda ao desenvolvimento ou de assist ncia humanit ria a popula es mais necessitadas com base no voluntariado dos seus membros ainda que a actividade destes volunt rios seja minimamente remunerada Estas ONG s obt m os meios financeiros necess rios ao desempenho regular das suas actividades a partir quer de dota es estatais quer sobretudo a partir de donativos de entidades privadas designadamente atrav s de empresas por via do mecenato institucional
263. e mais poder para as mulheres Divis o para a Promo o das Mulheres Instituto Internacional de Investiga o e Treino para Promo o das Mulheres Gabinete da Conselheira Especial sobre Quest es de G nero e Promo o das Mulheres Fundo das Na es Unidas para o Desenvolvimento das Mulheres Os principais objectivos desta nova Entidade ser o ent o Apoiar os organismos inter governmentais tais como a Comiss o sobre o Estatuto das Mulheres na sua formula o de pol ticas normas e padr es globais Apoiar os Estados membros na implementa o desses padr es sempre pronta para dar apoio adequado t cnico e financeiro queles pa ses que o requeiram e forjar parcerias efectivas com a sociedade civil Responsabilizar o Sistema das Na es Unidas pelos seus pr prios compromissos relativamente igualdade de g nero incluindo a monitoriza o regular do progresso a n vel do sistema Para al m disso tornou se miss o da entidade Mulheres das Na es Unidas operacional a partir de Janeiro de 2011 trabalhar de modo a garantir 1 elimina o de toda a discrimina o contra mulheres e raparigas 2 empoderamento das mulheres e 3 a realiza o da igualdade entre mulheres e homens como parceiros e benefici rios do desenvolvimento Parte se aqui tamb m da id ia de que a igualdade entre mulheres e homens n o s simplesmente um direito humano b sico A sua concretiza o tem potencialmente enormes imp
264. e movimentos das pessoas individuais se entretanto se proporcionassem nos pa ses receptores da ajuda e coopera o internacional as adequadas condi es de trabalho para os jovens engenheiros cientistas m dicos e quadros t cnicos de diversos tipos e especialidades Em resumo os Relat rios Brandt propunham uma reestrutura o radical da economia global SA este livro veio a seguir se um outro Coopera o Norte Sul para a Recupera o Mundial 1983 Quer um quer outro destes dois livros venderam se em grandes quantidades em todo o mundo e contiunam a ser livros de refer ncia na hist ria do desenvolvimento internacional 7North South 1980 e Common Crisis 1983 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria assim como uma nova abordagem dos problemas do desenvolvimento incluindo se a um programa de emerg ncia para acabar com a pobreza nos pa ses em desenvolvimento Quilligan 2002 Ao longo das duas d cadas seguintes aqueles relat rios foram amplamente discutidos em diversos c rculos pol ticos internacionais mas a verdade que os pa ses mais desenvolvidos pouco ou nada fizeram a esse respeito Continuou a prevalecer a ideia do primado dos interesses nacionais por parte de cada um dos pa ses desenvolvidos Assim ao fim de quase quatro d cadas e em resultado na quase n o exist ncia de programas efectivos de planeamento familiar continua a verificar se uma explos o demogr fica
265. e n meros para os mesmos pa ses e per odos anuais deve se em parte a diferentes crit rios utilizados assim como a diferen as entre valores constantes e valores correntes ou actualizados poder aquisitivo do d lar por vezes n o claramente explicitados nas fontes consultadas No entanto para efeitos de an lise comparativa dos fluxos de APD por parte dos diversos pa ses doadores as dimens es relativas est o claramente vis veis nos n meros reportados Por outras palavras as diferen as que se podem encontrar nos diversos documentos consultados n o escondem bem antes pelo contr rio o facto incontroverso de que determinados p ises se t m mostrado bastante mais cumpridores dos compromissos assumidos do que outros Por outro lado existe ainda o problema da efic cia e da efici ncia da APD A esse respeito importa assinalar que s o v rios os problemas de registo medida e avalia o da efic cia do processo de Ajuda P blica ao Desenvolvimento Ou seja uma coisa s o os montantes da ajuda outra coisa completamente diferente s o os seus efeitos positivos ou negativos no processo efectivo de desenvolvimento social e econ mico dos pa ses receptores da ajuda Mais adiante voltaremos a este tema Assim sendo o CAD da OCDE tem procurado estabelecer regras comuns de modo a permitir fazer compara es e medir at que ponto os pa ses mais desenvolvidos t m cumprido o compromisso assumido perante a comun
266. e para J teremos que nos ir contentando com esfor os no sentido da redu o da pobreza Entre outras actividades o PNUD produz relat rios e estudos sobre o desenvolvimento humano sustent vel e sobre as condi es de vida das popula es Promove tamb m financia e orienta a execu o de projectos que contribuam para melhorar essas condi es de vida nos 166 pa ses onde possui representa o O PNUD tamb m conhecido pela elabora o do ndice de Desenvolvimento Humano IDH por proposta do economista de origem indiana Amartya Sem bem como por ser o organismo internacional que coordena o trabalho das demais ag ncias fundos e programas das Na es Unidas conjuntamente conhecidas como Sistema das Na es Unidas nos pa ses onde est presente Entretanto curioso assinalar que para alguns dirigentes pol ticos a publica o anual do posicionamento de todos os pa ses na tabela classificativa do IDH acaba por se ter tamb m transformado numa esp cie de desafio para melhorar o desempenho de cada pa s Al m disso o PNUD dissemina por toda a comunidade internacional e alerta para as chamadas metas do desenvolvimento do Milk nio conjunto de 8 objectivos 18 metas e 48 indicadores para o desenvolvimento social e econ mico do planeta que se espera e sobretudo se pretende venham a ser cumpridos at ao ano de 2015 Estes objectivos metas e indicadores foram definidos pelos pa ses membros da ONU no ano 2000 O PNU
267. e pol tica Ainda no mbito das grandes prioridades imp e se uma urgente mobiliza o de recursos internos pr prios do continente semelhan a do que se poderia esperar noutros contextos isso passa por um aumento das poupan as internas e por um maior volume de investimento Imp e se tamb m melhor a gest o financeira dos Estados quer na parte de uma maior efici ncia na cobran a de taxas e impostos quer num mais eficaz controle e disciplina das despesas p blicas Com este tipo de medidas espera se poder aumentar a fatia de frica no com rcio global e atrair mais investimento directo estrangeiro ao mesmo tempo que se aumentem e melhorem os usos dos fluxos financeiros oriundos da APD Temos assim tr s grandes reas priorit rias da NePAD a o estabelecimento de condi es para um desenvolvimento sustent vel b a efectiva o de reformas pol ticas de impacto econ mico e c a mobiliza o de recursos Para al m de uma listagem completa e bem estruturada de princ pios objectivos e prioridades a declara o fundadora ou manifesto da NePAD proclama tamb m uma s rie de cen rios que se esperam venham a ser concretizados Assim em resultado da adop o das medidas acima listadas espera se que frica se torne mais eficaz na preven o de conflitos e no estabelecimento de uma paz dur vel em todo o continente Espera se tamb m que ao n vel de cada pa s se consolidem os princ pios da democracia pol tica e
268. e que veio a culminar no famigerado Incidente de Fashoda Aquela postura de defesa intransigente da presen a cultural francesa nos territ rios ou pa ses ent o atribu dos Fran a mas n o s manifesta se tamb m atrav s das actividades da OIF ou Organization Internationale de la Francophonie e da prioridade medi tica que por vezes dada s actividades de coopera o que envolvam cultura em vez de actividades de coopera o que atendam a necessidades mais comezinhas e do dia a dia das popula es A esse respeito de assinalar o contraste com o posicionamento de outras entidades nacionais respons veis pela coopera o O mais das vezes no que diz respeito promo o da sua pr pria cultura nacional as ag ncias de coopera o de outros pa ses limitam se quase sempre a fazer apenas isso a cooperar Mal ou bem melhor ou pior com mais ou menos efic cia mas apenas isso a cooperar O dever humanista de solidariedade Quando se invocam hoje motivos de solidariedade entre as diversas frac es nacionais da esp cie humana corre se o risco de uma repeti o velha de pelo menos dois s culos A esse respeito invocam se valores como a Liberdade Igualdade e Fraternidade entre todos povos valores esses que na sequ ncias das revolu es americana e francesa s o hoje proclamados como referentes universais e a serem seguidos por todos os povos e governos Nos tempos mais recentes tud
269. e se especializaram na execu o de m ltiplas e distintas tarefas necess rias para a sua constru o Haveria ainda que considerar os trabalhos de coordena o seguimento e controle do andamento dos trabalhos assim como o controle de contas e sua presta o aos mecenas ou comunidades civis que financiavam o empreendimento Para al m de toda a log stica de apoio aos trabalhadores desde a alimenta o e vestu rio at fabrica o de instrumentos e ferramentas de todos os tipos Era em suma uma actividade social colectiva extremamente exigente em recursos e sobretudo em conhecimento Desde a geometria em particular para os desenhos de detalhe e das estruturas at aos primeiros rudimentos de qu mica para a elabora o de tintas e de vitrais passando pela escrita de registos de toda a ordem a come ar pela contabilidade e gest o de custos Considerando apenas uma regi o que engloba os actuais pa ses Gr Bretanha Fran a Alemanha It lia e Espanha ou seja menos de 2 000 000 de quil metros quadrados s o de referenciar 31 grandes catedrais todas elas constru das durante os s culos XII a XV Em alguns casos sobre edif cios j anteriormente constru dos Portanto muito antes de qualquer explora o colonial Por outro lado at ao ano de 1450 temos a assinalar em toda a Europa Central e Ocidental desde a It lia e Portugal a Sul at Esc cia e Su cia a Norte a funda o de um total de 53 universidade
270. e uma abordagem integrada transversal e amplamente participada ao desenvolvimento sustent vel 3 Progresso mensur vel nas metas e objectivos do Plano de Implementa o de Joanesburgo Comiss o do Desenvolvimento Social A Comiss o para o Desenvolvimento Social uma comiss o funcional do ECOSOC constitu da por 46 membros eleitos pelo ECOSOC Desde a realiza o em 1995 em Copenhaga da Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social esta comiss o tem tido um papel chave no seguimento e implementa o da Declara o de Copenhaga e Programa de Ac o Como resultado da Cimeira o mandato da Comiss o foi revisto e em 1996 os seus membros passaram de 32 para 46 Re ne se uma vez por ano em Nova Iorque normalmente em Fevereiro Todos os anos desde 1995 a Comiss o escolhe temas chaves do desenvolvimento social como parte do seu programa de seguimento das conclus es da Cimeira de Copenhaga O Programa de Trabalho da Comiss o cont m toda a documenta o para cada uma das suas sess es desde aquela Cimeira Desenvolvimento Rural Tendo em conta a relev ncia do desenvolvimento rural as Na es Unidas montaram uma Rede do Desenvolvimento Rural e Seguran a Alimentar a qual representa uma abordagem por via de uma parceria global para enfrentar os desafios do desenvolvimento rural a n vel de cada pa s Foi iniciada em 1997 pela Comiss o Administrativa das Na es Unidas para a Coordena o hoje substitu da pelo Conselho
271. ecial aqueles pa ses que na sequ ncia do fim da Segunda Guerra Mundial pareciam estar mais expostos expans o da amea a comunista Designadamente a Coreia do Sul e Taiwan Tema a que voltaremos mais adiante Durante as ltimas d cadas do s culo XX e primeira d cada do s culo XXI parece ent o ter sido politicamente correcto no que diz respeito Hist ria Econ mica e evolu o dos processo de acumula o na Europa e em frica partir do princ pio de que a Europa e a frica quando entraram em contactos econ micos mais sistem ticos regulares e frequentes digamos que a partir de meados do s culo XV se encontrariam mais ou menos a um n vel de desenvolvimento econ mico que seria razoavelmente equipar vel Pela minha parte e no que diz respeito a quest es de an lise de um processo de desenvolvimento hist rico de uma qualquer sociedade parece me que a perspectiva de muito curto prazo se arrisca a estar n o s profundamente errada como pode levar a conclus es tamb m elas erradas no que diz respeito s causas do desenvolvimento e por conseguinte s causas mais profundas do eventual e relativo atraso civilizacional de uns povos em rela o a outros Relembrando que se adopta aqui uma abordagem sist mica similar adoptada pela escola do sistema mundo normal que utilizemos a express o de subsistemas para nos referirmo nos aos diversos regulados chefaturas reinos ou imp rios qu
272. el no que diz respeito resolu o de conflitos latentes ou efectivos Mas em todo o caso e como dizia Churchill better talk talk talk than war war war S Lewin 1995 Por outro lado e no que diz respeito problem tica da coopera o e desenvolvimento aspectos tamb m eles perspectivados como fun es essenciais e fundadoras das Na es Unidas podemos observar que o sistema das Na es Unidas o exemplo paradigm tico da recorrente tentativa hist rica por parte da sociedade humana para que o exerc cio do poder pol tico prevale a sobre o exerc cio do poder econ mico Por outras palavras toda a ideologia que enforma a estrutura o e os princ pios de actua o dos diversos organismos que constituem de facto o corpo substantivo 16 Assembleias reunindo as antigas cidades gregas com o objectivo de administrar em conjunto os lugares de culto discutir as condi es de conviv ncia pac fica e de coopera o entre as cidades 4 Disc pulo do pensador socialista e cooperativista Charles Fourier foi autor de A ltima Guerra e a Paz Definitiva na Europa publicado em 1850 165 Publica em 1625 o livro De Jure Belli et Pacis Do Direito da Guerra e da Paz onde prop e o estabelecimento de uma esp cie de organiza o mundial englobando as principais pot ncias conhecidas de modo a garantir a paz entre as na es 16 Na sequ ncia da sua participa o nas dif ceis negocia es do Tra
273. el que pudesse pensar que este pacote de cerca 100 000 milh es de d lares por ano seria uma caridade desperdi ada para sustentar pregui osos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria O Problema da Popula o A dimens o demogr fica est intimamente correlacionada com as dimens es anteriores de fome e extrema pobreza Assim e tendo em conta a carga humana sobre os recursos naturais do planeta preciso come ar por se assinalar que popula o do planeta triplicou ao longo de todo o s culo XX No entanto deve tamb m assinalar se que ao longo das ltimas quatro d cadas do mesmo s culo o ritmo de aumento da popula o abrandou passando de 2 1 ao ano em 1960 para 1 3 ao ano no virar de s culo e mil nio O aumento da popula o tem v rias consequ ncias desde a sobre explora o de terras agr colas escassas e consequente migra o para as cidades at continuada desfloresta o por parte de popula es rurais em busca de combust vel passando pela sobrecarga sobre servi os de sa de sanidade e ensino j de si escassos A Comiss o Brandt propunha assim um substancial aumento do esfor o internacional no sentido de se aumentarem os programas de planeamento familiar em todos os pa ses menos desenvolvidos Mesmo assim e considerando tamb m o abrandamento no ritmo do crescimento da popula o mundial entre 1980 e 2010 tivemos um acr scimo de 2 300 milh es de habitantes Poder se diz
274. ela o a esse Objectivo seria necess ria uma contagem rigorosa enfim o mais aproximada poss vel quer dos partos bem sucedidos quer das mortes maternas ocorridas no mesmo per odo Mas a verdade que de acordo com o Projecto das Na es Unidas apenas um pequeno n mero de pa ses puderam de facto mostrar que tinha havido qualquer progresso Isto pela simples raz o da enorme escassez de pessoal adequado como parteiras e obstetras para al m de pessoal que possa fazer os registos e mant los actualizados Em muitos dos pa ses mais pobres justamente aqueles mais visados pelo Projecto muitos dos nascimentos acontecem no meio familiar ou dom stico no caso de morte h apenas o cerimonial privado de lamenta o e enterro n o ficando disso na maior parte dos casos registos fi veis Ali s e segundo Amir Ataran essa a raz o pela qual os pr prios cientistas das Na es Unidas numa primeira avalia o efectuada em 2000 foram de parecer que seria inapropriado comparar as estimativas de 2000 com as estimativas de 1990 e que n o se poderiam a partir da tirar conclus es acerca de tend ncias De onde resulta a problem tica de actividades econ micas que n o beneficiem de economias de escala e de acesso a mercados alargados 3 New York Times 13 de Setembro de 2005 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria No que diz respeito problem tica das doen as infecto contagiosas no ca
275. em 1995 sendo de prever que atinja os 50 por volta de 2025 Por exemplo a cidade de Abidjan antiga capital da Costa do Marfim no espa o de 60 anos passou de 48 000 habitantes em 1946 para cerca de 4 000 000 em 2006 O mesmo tem acontecido com praticamente todas as cidades africanas No entanto e isso que importante sublinhar de acordo com os dados daquela mesma ag ncia dois ter os desta popula o urbana vive em condi es mais do que prec rias em assentamentos informais barracas palhotas muceques em geral sem acesso a servi os p blicos de gua e saneamento A popula o urbana da frica Sub Sahariana aumentou de 82 milh es em 1980 para 193 5 milh es em 1998 um crescimento anual de 4 9 ao ano superior ao crescimento demogr fico como um todo Em consequ ncia desse aumento mais do que duplicou a dimens o do mercado urbano de alimentos ao mesmo tempo que a for a de trabalho rural dispon vel aumentou apenas em 50 Para al m da quest o alimentar haver a considerar a crescente press o sobre o uso ou consumo de servi os p blicos essenciais como o transporte a energia el ctrica ou ainda e sobretudo a gua e o saneamento Estes dois ltimos aspectos at porque est o inter relacionados assumem desde h anos aspectos dram ticos para a vida humana na generalidade das cidades africanas As explica es dadas do exterior apontam normalmente para tr s causas fundamentais sendo su
276. em no melhor dos mundos quando h entre regi es ou pa ses complementaridade na produ o e consumo de bens e de servi os Depois da Primeira Guerra Mundial a Gr Bretanha passara de grande banqueiro do mundo chegara a deter cerca de 40 das reservas financeiras do da economia mundial para devedor l quido do resto do mundo mas em particular dos EUA A partir da crise de lideran a brit nica no nosso sistema mundo crise essa expressa por exemplo com o abandono do padr o ouro em 1931 verifica se como que uma passagem do testemunho da lideran a do sistema mundo de Londres para Nova lorque A economia brit nica sofreu altera es estruturais de fundo e come ou a seleccionar de forma distinta os seus fornecedores daqueles produtos fundamentais para a economia argentina como a carne o trigo e l Por outro lado as exporta es brit nicas tiveram que come ar a sujeitar se a uma crescente concorr ncia das exporta es norte americanas 24 Quem viu o filme Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse lembrar se que as principais personagens s o membros de uma fam lia de milion rios argentinos um deles um play boy gozando a vida em Paris nas v speras da invas o Nazi 235 Express o gr fica e vis vel de for as mais profundas a actuar no sistema designadamente a tend ncia decrescente da taxa de lucro e o esgotamento progressivo de oportunidades de investimento lucrativo Guilherme da Fonseca St
277. ento acaba por estar subjacente a problem tica de uma discuss o sobre as origens do capitalismo enquanto sistema social de produ o e distribui o de riquezas mercantis Trata se de um antiga pol mica envolvendo pelo menos historiadores soci logos e economistas Para alguns desses estudiosos a quest o p e se em decidir a primazia dos factores intervenientes Se ter sido a ac o do Pr ncipe ou do Estado ao criar as condi es de estabilidade social do valor da moeda e de garantia da execu o de contratos ou se pelo contr rio ter sido a actua o dos mercadores o factor prim rio e decisivo na emerg ncia do capitalismo Esta quest o poder ser tamb m e ainda vista como sendo algo de bizantino e de menor import ncia para a dimens o e tipo dos problemas com que hoje nos defrontamos Seja como for temos hoje no sistema mundo o predom nio quase absoluto de uma economia globalizada de mbito mundial e de cariz indiscutivelmente capitalista Isto com todas as caracter sticas de funcionamento inerentes l gica intr nseca deste sistema Isto independentemente de uns considerarem todas essas caracter sticas de funcionamento como muito boas e outros as considerarem nem tanto assim No contexto de uma discuss o de um tema como a coopera o e ajuda ao desenvolvimento ajuda p blica mas n o s for oso reconhecer no entanto que nos encontramos agora numa situa o peculiar no que respeita a
278. ento de normas que fossem e sejam aceites internacionalmente Por outro lado e em contraponto a pr pria e entretanto emergente pr tica da referida ajuda p blica ao desenvolvimento implica o reconhecimento do facto comezinho e banal de que se verdade que em princ pio todos os pa ses s o iguais em direitos e obriga es sucede na pr tica que uns pa ses os mais ricos acabam por ser mais iguais do que outros pa ses os mais pobres Assim sendo em rigor a express o coopera o quando utilizada no contexto das rela es internacionais deveria ser reservada para o tipo de rela es em que todos os Estados participantes contribuem de facto em p de igualdade e cada um de acordo com a sua especificidade Ser assim o caso de organiza es internacionais ou inter estatais que se ocupam da coopera o por exemplo no controle da qualidade do ambiente da meteorologia dos acordos e conv nios relativos ao tr fego a reo ou mar timo ou ainda da coopera o na utiliza o internacional dos diversos meios de telecomunica es por exemplo no mbito do CCITT ou Comit Consultivo Internacional para a Telegrafia e a Telefonia criado em 1865 e que em 1992 se veio a tornar na actual ITU International Telecommunications Union ou Uni o Internacional de Telecomunica es E no entanto assim que apesar de tudo h que reconhecer o facto de a express o coopera o internacional ter acabado por
279. eoria convencional ensina que os processos de crescimento trazem consigo press es inflacion rias 29 http www globalissues org article 35 foreign aid development assistanceftGovernmentsCuttingBackonPromisedResponsibilities 20 Fazer as coisas que precisam mesmo de ser feitas 2 a l gica do sistema a funcionar em pleno A crise da d vida que come ou a manifestar se nos pa ses da periferia em princ pios dos anos Oitenta acabou por chegar tamb m aos pa ses do centro A quest o que ent o se poderia ou deveria colocar seria a de saber quem que deve o qu a quem Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria uma qualquer servi o ou entrega de bens para a coopera o Esses montantes em si mesmos s o neutros no que diz respeito qualidade da ajuda prestada Ou seja n o haver aqui qualquer pretens o de medir os benef cios ou sua aus ncia da APD aos pa ses em desenvolvimento Um dos primeiros aspectos a sublinhar a distin o que importa fazer entre a APD real e a APD fantasma Entende se por ajuda real aquela que efectivamente entregue sob a forma de bens e servi os s popula es ou comunidades locais ou respectivos governos e que em princ pio ou em regra geral v m a contribuir efectivamente para a redu o da pobreza ou o refor o da capacita o das popula es Por outro lado entende se por ajuda fantasma toda aquela que corresponde a anula es de d vidas pagamento de cons
280. equelas da industrializa o bruta das d cadas anteriores de modo a alcan ar um novo paradigma social e econ mico A id ia tamb m a promo o de um novo conceito de progresso que contemple um maior equil brio e harmonia entre os diversos factores envolvidos a produ o e distribui o de bens e servi os necess rios ao bem estar das comunidades humanas Mais do que a actual nfase na quantidade do crescimento dar prirodade qualidade do desenvolvimento Outras id ias concomitantes e inclu das na Agenda 21 ser o a luta contra o desperd cio material e humano a inclus o social alargada a todos a promo o da educa o da sa de e da cultura asim como a participa o c vica na governa o das comunidades das autarquias e dos Estados Os Pequenos Estados Insulares e o Plano de Ac o de Barbados Tal como assinala o Programa das Na es Unidas para o Ambiente as popula es das pequenas ilhas s o particularmente vulner veis degrada o ambiental s altera es clim ticas sobre explora o dos recursos hali uticos da polui o terrestre e desastres naturais Al m disso sofrem uma s rie de desvantagens incluindo uma popula o limitada uma pequena gama de recursos dispon veis uma excessiva depend ncia do com rcio internacional e vulnerabilidade a movimentos globais Tamb m n o podem beneficiar de economias de escala t m que incorrer em altos custos de transportes comunica es e outras i
281. er que temos mais 2 300 milh es de bocas para alimentar mas que temos tamb m mais 2 300 milh es de cabe as a pensar e 4 600 milh es de bra os para trabalhar Tais factos elementares levam mais alguns problemas para os quais tamb m alertava a Comiss o Brandt o acr scimo exponencial das press es migrat rias a oportunidade para a sobre explora o da situa o de mis ria humana e de falta de protec o liberdades fundamentais e Justi a social relativamente aos muitos migrantes que iriam certamente emergir O Problema da Discrimina o de G nero Como j tem sido assinalado Quilligan 2002 a desigualdade entre seres humanos come a com a mais b sica das rela es humanas a interac o di ria entre homens e mulheres Historicamente e em todo o mundo as mulheres t m sido expostas a enormes barreiras sociais embora as condi es tenham vindo mudar nos pa ses mais desenvolvidos A Comiss o Brandt alertava muito em particular para o papel estupidamente secundarizado das mulheres na maioria dos pa ses em desenvolvimento situa o essa que era urgente alterar at na medida em que o mais das vezes as mulheres funcionam como a espinha dorsal da economia de subsist ncia assim como em meio urbano da chamada economia informal Mas apesar dos factos rotineiramente observados da crucial contribui o das mulheres a verdade que as raparigas continuam quase sempre a ser alvo de discrimina o qua
282. era es das Na es Unidas Por outro lado continuam de fora do referido Conselho de Seguran a pa ses com a dimens o continental de um Brasil ou o peso demogr fico de uma ndia sendo que este pa s na altura da funda o das Na es Unidas era ainda parte do Imp rio Brit nico ent o prestes a desmantelar se neste contexto que aparecem movimentos diplom ticos por parte dos pa ses de maior dimens o como os acabados de referir os quais se constitu ram num grupo informal por vezes designado na imprensa por G 4 Alemanha Brasil ndia e Jap o Mas no que diz respeito problem tica da Assist ncia P blica ao Desenvolvimento APD e da 1 Food and Agricultural Organisation United Nations Education Science and Culture Organisation com sede em Paris PrUnited Nations Children s Fund BrInternational Fund for Agricultural Development Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Coopera o Internacional para o desenvolvimento dos pa ses mais pobres o que importa discutir relativamente ao sistema da ONU a forma como ali se desenrola o conflito fundamental a que j temos feito refer ncia o conflito entre por um lado o poder econ mico das grandes empresas transnacionais fundos de investimentos e bancos internacionais ou as chamadas for as dos mercados e por outro lado o poder pol tico correspondente ao conjunto de entidades a que genericamente chamamos de Estados Sem formular aqu
283. eralmente consideradas como fundamentais para atrair o investimento nacional ou estrangeiro facilmente se compreende a relev ncia deste tema para uma discuss o dos factores internos que condicionam o processo de desenvolvimento em frica assim que com o fim da Guerra Fria os cidad os africanos come am tamb m a exigir da parte dos seus respectivos governos algumas mudan as radicais tais como elei es livres e participadas combate ao nepotismo e corrup o e liberdade de express o Foi assim que em meados dos anos Oitenta se come ou a assistir a uma como que onda de liberaliza o pol tica a qual resultou numa sucess o de transfer ncias de poder de regimes mono partid rios para regimes multi partid rios A esse respeito assinala se que de acordo com a avalia o elaborada pela organiza o Freedom House o n mero de pa ses considerados livres na regi o da frica Sub Sahariana teria aumentado de dois para oito entre 1990 e 2000 o n mero de pa ses considerados parcialmente livres aumentara de 15 para 24 enquanto que o n mero de pa ses n o livres descera de 26 para 13 No entanto segundo a sra Jennifer Windsor directora executiva daquela organiza o desde 1998 que praticamente n o tem havido progressos na senda de uma maior democratiza o em frica Na actual tabela 2007 elaborada pela Freedom House apenas 11 pa ses s o considerados 123 Per odo que corresponde gro
284. ere se ideologicamente na corrente humanista e de fraternidade entre os povos que animou a funda o da ONU e a Declara o Universal dos Direitos Humanos No entanto for oso reconhecer os factos objectivos est o a para o comprovar que uma tal proclama o de t o nobres Objectivos de Desenvolvimento acaba por ir de encontro l gica de funcionamento dos investidores privados internacionais antes exposta Em particular quando se proclama a primazia ao Investimento Directo Estrangeiro n o propriamente como complemento da interven o e iniciativa estatal mas como instrumento privilegiado de promo o do desenvolvimento De entre aqueles objectivos indicam se apenas a t tulo ilustrativo a erradica o da pobreza absoluta o combate ao HIV SIDA e a escolaridade prim ria obrigat ria garantida para todas as crian as Para al m da promo o da igualdade de g nero redu o da mortalidade infantil promo o da sustentabilidade do meio ambiente ou ainda a obten o de uma parceria equit vel no desenvolvimento global Os crit rios de avalia o da ajuda p blica ao desenvolvimento por parte do DAC s o os seguintes Relev ncia Efectividade Efici ncia Impacto Sustentabilidade A est ria do esquivo objectivo dos 0 7 do PIB 29 Millennium Development Goals Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria At fins dos anos Cinquenta as discuss es sobre os montantes de capital a dirigir ou or
285. erenecereereerserereenreereneeseeseertesno 13 D vida Externa e Consenso de Washington sessssssessssessesseseessressessrssressessessressessessees 14 A Ind stria da Coopera o ss ussiiopass asno asb edad nD a DaiOOS NATAS arado Pd Daiana 15 Das Vantagens Comparativas na Ind stria da Coopera o 16 Bibl RARA socssas cunnen nene Tania dino cd ri capota saia da a Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 01 INTRODU O GERAL N s os povos das Na es Unidas decididos a promover o progresso social e melhores condi es de vida dentro de um conceito mais amplo de liberdade e para tais fins empregar mecanismos internacionais para promover o progresso econ mico e socialde todos os povos Resolvemos conjugar os nossos esfor os para a para a consecu o desses objectivos Do Pre mbulo da Carta das Na es Unidas Este trabalho foi elaborado tendo como objectivo inicial e prosaico o poder propiciar aos estudantes dos Cursos de Mestrado em Estudos Africanos e em Coopera o e Desenvolvimento ministrados no I S C T E Instituto Universit rio de Lisboa e eventualmente tamb m noutras escolas uma ferramenta de trabalho que pudesse suscitar alguma fermenta o de ideias assim como eventuais pistas de investiga o Sendo que estes cursos de Mestrado s o orientados para alunos com o grau de licenciatura em disciplinas ou ci ncias sociais e correlacionadas
286. ernos dos diversos Estados membros da OMC e ratificados pelos seus parlamentos O seu objetivo suposto ser a presta o de ajuda aos produtores de bens e servi os exportadores e importadores no sentido de garantir regras de igualdade de tratamento no acesso aos diversos mercados mundiais A CNUCED ou Comiss o das Na es Unidas para o Com rcio e Desenvolvimento estabelecida pelas Na es Unidas em 1964 n o para aqui chamada O estatuto da Organiza o Mundial do Com rcio em rela o com as Na es Unidas propriamente ditas reflecte a sua condi o de organiza o inter governamental independente do sistema das Na es Unidas Desde logo nem o GATT antecessor da OMC nem a OMC t m um acordo formal com a ONU O relacionamento dessas entidades com as Na es Unidas remonta a 1952 quando Eric White o primeiro Secret rio Executivo do GATT e Trygve Lie ent o Secret rio Geral da ONU trocaram memorandos reconhecendo as muitas rela es de trabalho efectivamente existentes entre as duas entidades o GATT e a ONU Com a cria o da OMC em Janeiro de 1995 houve uma outra troca de memorandos sublinhando a natureza cooperativa da rela o entre o director geral da OMC e o Secret rio Geral da ONU na altura Boutros Boutros Ghali Essa troca de memorandos entre os dirigentes das duas organiza es foi mais tarde Dezembro de 1995 reconhecida em sess o da Assembleia Geral da ONU Em consequ ncia dessa resolu o
287. es os pa ses do G 4 querem todos entrar para o Conselho de Seguran a a t tulo permanente e em p de igualdade com os outros pa ses membros permanentes apoiando se uns aos outros nessa pretens o Para al m disso o Jap o tem o apoio dos Estados Unidos assim como da R ssia e da Fran a mas tem a oposi o da China e da Cor ia do Sul A Alemanha tem o apoio da Fran a e do Reino Unido mas a oposi o da It lia e da Espanha que reclamam igual tratamento O Brasil tem o apoio da China da R ssia da Fran a e do Reino Unido assim como dos pa ses da CPLP da frica do Sul da Nig ria e da Uni o Europeia mas tem a oposi o da Argentina e do M xico que tamb m querem tratamento igual e reclamam que o Brasil n o os representaria A ndia tem o apoio quase geral a China j foi contra mas agora est numa posi o de neutralidade mas a oposi o do Paquist o por quest es de rivalidade e de representatividade regional Fica ainda de fora a representatividade do mundo rabe ou em alternativa do mundo isl mico Haveria a que pensar em v rias quest es Desde a introdu o de um problema de religi o numa organiza o mundial que procura valores universais e respeito pelas culturas at ao problema lingu sitico o rabe j um dos idiomas oficiais da ONU passando pela representatividade econ mica e demogr fica Perfilam se a candidaturas como a Indon sia ou o Paquist o Seja como for a q
288. es Subdesarrollados Oikos Tau Barcelona Martin William 2000 Africa in the World Historical Perspective Post nationalist Project Comunica o preparada para ao Semin rio Internacional sobre frica na Viragem do S culo realizada pelo Centro de Estudos Africanos ISCTE 20 23 de Setembro de 2000 Mkandawire Thand amp Soludo Charles 1999 Our Continent Our Future African Perspective on Structural Adjustment Africa World Press Asmara Ottosen Haldan Lynge 2010 NEPAD s Contribution to Democracy and Good Governance in Africa International IDEA Estocolmo Dispon vel em http Awww idea int resources analysis upload Ottosen low 2 pdf OXFAM 2006 Unequal Partners How EU ACP Economic Partnership Agreements EPAs could harm the development prospects of many of the world s poorest countries Briefing Note Dispon vel em http publications oxfam org uk display asp k 002P0347 amp sfl sort series amp stI OXFAMBRIEFINGPAPERS amp m 7 amp dc 465 Quilligan James Bernard 2002 The Brandt Equation 21 Century Blueprint for the New Global Economy Dispon vel em http Awww brandt2 1 forum info BrandtEquation 19Sept04 pdf Raffinot Marc 2009 Ownership apropriation des politiques de developpement de la th orie Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria la mise en pratique Document de travail DIAL Paris Robbins Richard 2010 Global Problems and the Culture of Cap
289. es e propostas do Relat rio Extrema Pobreza Naturalmente que a causa da fome come a por ser a pobreza e nessa perspectiva dir se ent o que em 1980 havia cerca de 800 milh es de pessoas vivendo nas margens da sociedade e lutando pela mais rudimentar satisfa o das suas necessidades b sicas gua pot vel alimenta o habita o alguma energia e servi os m nimos Em 2009 o n mero de pessoas vivendo numa situa o de pobreza extrema era estimado em cerca de 1 450 milh es de pois de ter descido de um m ximo de 1 800 milh es em 1990 tendo ent o estagnado at 2008 e recome ado a subir depois da crise financeira de 2008 Ou seja e mais uma vez a situa o agravou se pois o n mero de pessoas vivendo em situa o de extrema pobreza passou de 18 para cerca de 21 Isto acontece ao mesmo tempo que aumenta ligeiramente o n mero de bilion rios em todo o mundo e aumenta de modo extraordin rio a fortuna pessoal desses poucos bilion rios E no entanto por estranho que possa parecer a leitores mais desprevenidos o custo de elimina o da extrema pobreza mais reduzido do que se possa pensar Segundo estimativas do PNUD e do Banco Mundial o custo total de um pacote anual e abrangente capaz de erradicar a situa o de pobreza extrema seria pouco superior a 10 do total dos or amentos militares de todo o mundo Com esses recursos financeiros poder se ia propiciar gua pot vel e estruturas sanit rias educa
290. es e territ rios eleg veis para a APD Em todo o caso essa lista est detalhada em quatro grupos de pa ses eleg veis para a APD sendo esses pa ses classificados de acordo com o seu rendimento per capita a saber a os pa ses menos desenvolvidos b os pa ses de baixo rendimento c os pa ses de rendimento m dio baixo e d os pa ses de rendimento m dio alto Entretanto a defini o de APD tem evolu do e abrange agora uma s rie de outras categorias de fluxos designadamente elementos como o al vio da d vida externa os subs dios a exporta es dos pa ses em desenvolvimento a ajuda alimentar que corresponda liquida o de excedentes agr colas dos pa ses doadores e que resultem de subs dios estatais produ o o fornecimento de excedentes com relativamente pouco valor comercial a contabiliza o dos custos administrativos despesas com cuidados e educa o de refugiados nos pa ses doadores subs dios distribu dos a ONGs e outras ag ncias dos pa ses doadores para apoio s opera es de socorro e al vio e bolsas de coopera o t cnica para pagamento de servi os prestados por cidad os dos pa ses doadores Tal como assinala a ONG Engineers Without Borders esta reclassifica o dos fluxos de APD acaba por ter como resultado ocultar o facto objectivo de que haver cada vez menos dinheiro a chegar aos grupos sociais que mais dele precisam Assim sendo embora muitas vezes possa parecer que aumentou o c
291. es menos qualificada para o desempenho de tarefas em frica em directa concorr ncia com trabalhadores africanos A fuga de c rebros Este factor da concorr ncia nos mercados de trabalhos leva nos directamente a um outro problema tamb m grav ssimo que se pode classificar como pertencendo categoria dos factores externos Estamos a referir nos ao problema da emigra o de trabalhadores e sobretudo de especialistas e quadros t cnicos africanos em direc o aos pa ses mais desenvolvidos Em particular a Europa e a 104 Global Policy Forum March 7 2000 em http www globalpolicy org socecon inequal aftrde 1 htm 105 http www data org whyafrica top 20 facts html Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Am rica do Norte Aquilo que se convencionou designar por fuga de c rebros ou brain drain Segundo a TOM desde 1990 que frica tem estado a perder cerca de 20 000 profissionais por ano Em resultado desse xodo vivem e trabalham hoje fora de frica mais de 300 000 quadros e t cnicos de v rias profiss es cruciais para qualquer processo de desenvolvimento sustentado A t tulo de exemplo refira se que a Eti pia perdeu cerca de 75 da sua for a de trabalho mais qualificada s entre 1980 e 1991 Deve chamar se a aten o para o facto de que este problema da fuga de c rebros que afecta a regi o da frica Sub sahariana de forma brutal deve ser visto no contexto de uma concorr ncia generalizada
292. es que tinham acedido independ ncia algum crescimento econ mico mais ou menos vis vel e acompanhado de uma natural euforia social O sistema mundo estava ainda na fase ascendente da referida Curva de Kondratieff a forma o de novas burocracias ia absorvendo todos os jovens rec m graduados de forma o universit ria em busca de emprego e prest gio as rendas ou fluxos financeiras que vinham da explora o mineira ou de outras mat rias primas eram ainda em volume suficiente para que cada Estado pudesse continuar a alimentar programas e projectos supostamente para o desenvolvimento Est vamos no per odo dos grandes projectos e ind strias estruturantes de sistemas econ micos nacionais supostos propiciar m ltiplas oportunidades de investimento emprego e cria o de riqueza Era tamb m no campo das teorias do desenvolvimento o per odo das ideias relacionadas com a chamada teoria do big push come ando assim o Estado por assumir a iniciativa de grandes projectos de infra estruturas fundamentais para qualquer actividade econ mica tais como a produ o de energia el ctrica a constru o de estradas caminhos de ferro e portos Assinalam se a projectos como a barragem hidroel ctrica de Akosombo constru da no Rio Volta no Sudeste do Ghana Foi constru da entre 1961 e 1965 destinava se ao fornecimento de energia el ctrica para a produ o de alum nio assim como para consumo dom stico e de outras ind st
293. esso de desenvolvimento a ideia de projectos espec ficos e localizados no tempo e no espa o A realidade que entretanto se veio a verificar foi uma de continuado endividamento crescente at por efeito do mecanismo de juros compostos e sem grandes perspectivas de melhoramentos significativos Entramos assim num quinto e derradeiro per odo desta segunda fase do processo hist rico aqui em an lise a tentativa de se obter a anula o da d vida quer por impossibilidade do seu pagamento por parte dos pa ses mais endividados quer por press o de m ltiplas correntes de opini o nos pa ses onde se localizam as entidades credoras Vem por fim a fase em que actualmente nos encontramos 2008 a qual come a a delinear se em meados dos anos Noventa e que se caracteriza pela crescente presen a e aumento de actividade das chamadas Organiza es N o Governamentais em geral e daquelas supostamente dedicadas ao desenvolvimento em particular O esfor o internacional necess rio Nos idos de 1967 Fran ois Luchaire refere um estudo relativo ao c lculo de qual seria o esfor o que era julgado necess rio para que os pa ses ent o considerados subdesenvolvidos pudessem no futuro vir a alcan ar n veis de vida razoavelmente equipar veis aos n veis de vida dos pa ses mais avan ados A estimativa das necessidades globais daqueles pa ses eram calculados com base na hip tese de determinadas taxas de crescimento continuado e linear no que d
294. este Bub nica a epidemia da Idade M dia por exemplo chegou Europa em fins dos anos 1340 tendo a causado a morte a cerca de 25 000 000 pessoas mais ou menos um ter o da popula o europeia assim que a popula o da Europa que era de cerca de 75 milh es em 1347 passou para 50 milh es no espa o de cinco anos Como natural isso veio dar origem a uma enorme escassez de m o de obra e a um consequente aumento dos sal rios assim como a uma s rie de revoltas de camponeses Mesmo assim foi justamente s ap s esse per odo de prova o e crise que alguns pa ses europeus se lan aram verdadeiramente na aventura da expans o para fora das fronteiras continentais A finalizar este aspecto da discuss o importa sublinhar de novo o impacto da geografia Em contraste com os reinos e imp rios que durante o per odo da Idade M dia europeia tamb m emergiram e prosperaram em frica em particular na frica Ocidental os reinos europeus eram n o s mais densamente povoados como beneficiavam da heran a cultural e tecnol gica do Mais gente em menos espa o d origem a menores custos de transportes e portanto mercados de maiores dimens es Mais gente em menos espa o propicia tamb m melhores ou mais f ceis condi es para o interc mbio e fluxo de ideias e tecnologias em todas as direc es Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Imp rio Romano Tudo isso todo esse manancial de s
295. eta deste s timo Objectivo ser utilizado um s indicador a percentagem da popula o urbana vivendo em bairros de lata tilizando um ndice de propriedade imobili ria com monitoriza o a cargo da ag ncia Habitat das Na es Unidas 8 Estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento Pretende se com este objectivo desenvolver um sistema financeiro e de com rcio aberto transparente com regras claras est veis e conhecidas incluindo um compromisso numa boa governa o tendo como objectivo ltimo a redu o da pobreza e o desenvolvimento Como seria de esperar e considerando que se entra aqui no mundo das empresas e campo espec fico da actividade econ mica mercantil a operacionaliza o deste oitavo e ltimo dos grandes Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio acaba por constituir um exerc cio bastante mais complexo S o assim indicadas sete metas a atingir sendo que a sua especifica o assume agora um caracter mais aberto a interpreta es e avalia es m ltiplas e diversas Se relativamente aos primeiros sete Objectivos j era problem tica a operacionaliza o da monitoriza o e medida no caso deste ltimo grande Objectivo for oso virmos a reconhecer que pouco mais se conseguir do que uma eventualmente entusiasmante lista de bons princ pios de ac o Ora vejamos cada uma das Metas a alcan ar Meta 12 Desenvolver ainda mais um sistema financeiro e comercial aberto baseado em regras previs
296. ez devido a reformas pol ticas e econ micas as oportunidades de investimento efectivo de redu o de pobreza s o manifestas Quatro d cadas de luta para alcan ar o desenvolvimento n o foram feitas sem uma aprendizagem profunda de frica assim como das comunidades de assist ncia A economia mundial est a desenvolver se rapidamente e oferece novas e excitantes oportunidades As mudan as tecnol gicas d o nos esperan a de que muitos dos problemas existentes actualmente possam ser resolvidos Esta n o a altura para se voltar para tr s quando o objectivo est t o pr ximo Para isso para promover um efectivo combate fome em frica ainda segundo aquele estudioso seria necess rio Coordenar programas alimentares e agr colas com ac es no combate ao HIV Sida Esta crescente trag dia imp e um enorme desafio A FAO prev que cerca de um quarto dos trabalhadores agr colas em nove pa ses mais fortemente atingidos pelo HIV Sida todos na frica Oriental e Austral poder o estar perdidos at 2020 Nestas condi es e ainda segundo aquele autor urgente que se desenvolvam novas tecnologias agr colas tendo em especial aten o as condi es prec rias das popula es rurais e as suas Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria necessidades mais prementes Como ser evidente o desenvolvimento de novas tecnologias sejam do tipo introdu o de plantas geneticamente modificadas
297. femisticamente chamada comunidade internacional Os pa ses membros da ONU em particular os pa ses mais ricos comprometeram se em 1970 a contribuir com 0 7 do seu PIB para a Ajuda P blica ao Desenvolvimento Em 2005 ou 2006 aquela contribui o era para os pa ses da OCDE em m dia de apenas 0 26 Fazem figura de excep o os pa ses n rdicos e a Holanda que de facto cumprem com aquele compromisso dando origem a que se designem por vezes ironicamente como o G 0 7 Nesse contexto o ent o Secret rio Geral Koffi Anan e como parte dos trabalhos preparat rios da Confer ncia de Monterrey solicitou ao ent o ex Presidente do M xico Ernesto Zedillo que fosse preparado um relat rio de fundo sobre a situa o e poss veis solu es para o financiamento dos m ltiplos programas de desenvolvimento Nesse relat rio elaborado ali s de acordo com a corrente de pensamento predominante eram avan adas diversas sugest es para se aumentar o volume dos meios financeiros a disponibilizar para a ajuda ao desenvolvimento No quadro na Organiza o Mundial do Com rcio era reconhecido que a regula o actualmente em vigor acaba por ser muito desfavor vel aos pa ses mais pobres por muito que se esforcem para aumentarem as suas exporta es No relat rio era assim proposto que fosse considerada a hip tese de reformular os termos e condi es do com rcio internacional Tais sugest es foram at agora 176 Economista alem o do s
298. ficientemente difundido entre observadores e analistas para que na literatura seja frequente encontrar a globaliza o como causa da marginaliza o da frica Sub Sahariana Sendo que esta postulada marginaliza o seria por sua vez responsabilizada pelo aprofundar das dist ncias socio econ micas entre o mundo desenvolvido e a frica Sub Sahariana Por outro lado encontra se tamb m a ideia de que a situa o de grave crise e pobreza em que se encontra mergulhada a maior parte do Continente Africano se deveria justamente ao facto de as elites e dirigentes da frica Sub Sahariana n o terem at agora sido capazes de mais e melhor se integrarem no sistema global Claro que h outras explica es designadamente de caracter culturalista como a suposta relativa aus ncia da racionalidade do homo economicus entre os empres rios e outros decisores africanos assim como uma pesada heran a da adop o de determinado modelo desenvolvimentista de interven o estatal mas n o agora a quest o de 5 http www who int malaria Ver por exemplo Phillipe Hugon 1999 Peter Kanyandogo 2002 ou ainda Alioune Sall 1999 e em particular Nicolas Van de Walle 2001 p ginas 6 61 e 189 8 Ver por exemplo Mats Lundahl e Natalie Pienaar em Mats Lundahl 2004 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria determinar quais as causas mais importantes dessa alegada marginaliza o que aqui nos interessa A quest o
299. fluxos de APD atingiu um valor recorde de 106 500 milh es de d lares o equivalente a 0 33 do PNB dos pa ses membros do CAD e acima dos 0 26 do PIB do mesmo grupo de pa ses em 2004 Entretanto as proje es baseadas em promessas formais de ajuda por parte dos pa ses membros do CAD colocam o montante da APD a ser atingido no ano de 2010 em 130 000 milh es de d lares ou seja quase o dobro do verificado no ano de 2000 Assim sendo em rela o com os 0 33 de 2005 e segundo proje es baseadas nessas promessa formais declaradas os fluxos de ajuda p blica ao desenvolvimento no ano de 2010 representar o cerca de 0 35 do PIB dos pa ses membros do CAD Por outras palavras apesar da crise financeira despoletada em 2008 os fluxos de ajuda p blica ao desenvolvimento continuaram a aumentar at 2009 sendo de esperar que os 2 Est o aqui inclu das verbas de apoio reconstru o do Iraque e do Afeganist o 2830 PIB de alguns dos mais importantes pa ses doadores cresceu entretanto nominalmente pelo menos mas o montante destinado APD apesar de crescer em termos absolutos continuou estaganado em termos reativos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria mesmos atinjam os referidos 130 bili es de d lares em fins de 20104 Nas considera es e n meros acima elaborados eram sempre referidos os n meros oficiais aceites e registados pelo CAD da OCDE Tais n meros no entanto n o s o inteiramente pac fi
300. fstede chama de evita o da incerteza ou a forma como as sociedades encaram o facto de o futuro ser simplesmente incerto e com maior ou menor grau de planeamento Assim no que diz respeito dist ncia ao poder verifica se que quer nas regi es da frica Ocidental quer nas regi es da frica Oriental h um substancial grau de dist ncia ao poder a qual se exprime por um maior respeito pela autoridade semelhan a de pa ses como a Fran a Espanha ou Portugal assim como pa ses da Am rica Latina e de quase todos os pa ses asi ticos mas aparentemente mais pronunciado naqueles pa ses africanos do que por exemplo nas sociedades europeias do Centro e Norte ou Noroeste As Dimens es Culturais de Geert Hofstede IDP ou IDV COL MAS FEM LEI Modelos Depend ncia Individualismo Masculinidade Incerteza Organizacionais Africa Ocidental alto baixo m dio m dio fam lia alargada Africa Oriental m dio alto baixo m dio m dio fam lia alargada Portugal m dio alto baixo baixo muito alto pir mide pessoal Brasil m dio alto baixo m dio m dio m dio alto pir mide pessoal Espanha m dio m dio m dio alto pir mide pessoal Fran a m dio alto alto m dio alto pir mide pessoal B lgica m dio alto m dio alto muito alto pir mide pessoal Pa ses Baixos baixo alto muito alto muito baixo m dio mercado local Gr Bretanha baixo muito alto m dio baixo mercado local Estados Unidos baixo muito alto m dio m dio mercado local
301. g ncias especializadas Da sigla em Ingl s Economic and Social Council ihttp Awww missionofportugal org mop index php option com content amp view article amp id 50 amp Itemid 55 2http www uneca org index htm Sediada em Addis Ababa Eti pia tem gabinetes de representa o nas cinco Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria No mbito do ECOSOC funcionam uma s rie de Comit s Permanentes que fazem a supervis o das diversas actividades do ECOSOC designadamente Programas e Coordena o Organiza es N o Governamentais Recursos Humanos Recursos Naturais Ci ncia e Tecnologia para o Desenvolvimento e Comit de Exame e Avalia o S o ainda considerados rg os permanentes do ECOSOC o Conselho dos Direitos Humanos e o Conselho de Empresas Transnacionais Na medida em que a Carta fundadora das Na es Unidas proclama o direito de todos os povos ao desenvolvimento e a uma vida digna deve tamb m ser aqui referido que no mbito do j referido Conselho dos Direitos Humanos existe ainda uma subcomiss o especialmente dedicada Preven o da Discrimina o e protec o das Minorias tamb m no mbito do ECOSOC que funcionam algumas das v rias ag ncias e organismos independentes cujas actividades mais interessam de um ponto de vista da coopera o internacional para o desenvolvimento S o elas Organiza o Internacional do Trabalho ou OIT Organiza o para a Alimenta
302. gens te ricas ao processo de desenvolvimento econ mico tendiam a considerar este processo como sendo apenas um dos aspectos eventualmente o mais importante da disciplina convencional que se ocupa das coisas da economia Esta disciplina come ou por se chamar Economia Pol tica e a obra mais citada de Adam Smith tem justamente como t tulo Uma Inquiri o sobre a Natureza e Causas da Riqueza das Na es Por outro lado o crescimento econ mico e correspondente processo de desenvolvimento vieram ent o a ser considerados como concomitantes com um processo de industrializa o Nestas condi es o que era natural era que com o estudo comparativo das diversas economias nacionais viessem a ser considerados como pa ses menos desenvolvidos aqueles pa ses que estivessem ainda numa fase pr industrial Por outras palavras havia uma tend ncia a considerar o processo de desenvolvimento econ mico como um processo a desenrolar se por fases Desenvolveu se assim uma perspectiva linear de desenvolvimento hist rico segundo a qual os pa ses actualmente menos desenvolvidos seriam apenas como que r plicas ou vers es actualmente ainda existentes dos pa ses que hoje s o desenvolvidos Ou vistas as coisas ao contr rio os pa ses hoje desenvolvidos ser o assim apresentados como modelos a imitar para que os pa ses mais atrasados se venham igualmente a desenvolver Ver a esse respeito o livro panflet ri
303. gional da ONU em frica e sendo assim apoia o desenvolvimento econ mico e social dos 53 pa ses africanos membros da ONU fomentando a integra o regional e promovendo a coopera o internacional para o desenvolvimento africano A Comiss o est organizada em seis programas Pol tica e Gest o do Desenvolvimento Pol tica Econ mica e Social G nero e Desenvolvimento Informa o para o Desenvolvimento Desenvolvimento Sustent vel Integra o Comercial e Regional Para al m destes seis programas devemos tamb m referir sete comit s Comit para a Informa o sobre o Desenvolvimento Comit para o Desenvolvimento Comit para os Recursos Naturais a Ci ncia e a Tecnologia Comit para o Desenvolvimento Humano e a Sociedade Civil Comit para as Mulheres e o Desenvolvimento Comit para o Com rcio a Coopera o Regional e a Integra o Comit para a Ind stria e o Desenvolvimento do Sector Privado O ECOSOC e a Organiza o Mundial do Com rcio Considerando que as regras do com rcio mundial afectam de forma determinante a organiza o econ mica dos Estados seria razo vel que a Organiza o Mundial do Com rcio actuasse sob a al ada do ECOSOC Tal n o assim Acontece que a Organiza o Mundial do Com rcio a nica organiza o internacional global que trata efectivamente das regras do com rcio internacional Basicamente os acordos da OMC s o negociados pelos gov
304. hadoras nos pa ses mais avan ados profundamente distinta As famigeradas deslocaliza es de opera es fabris n o s o mais do que um reflexo dessa transforma o Enquanto que nos tempos de Marx foram os oper rios que emigraram dos campos para os centros urbanos fabris nos pa ses do Centro hoje s o os centros fabris que se deslocam emigram para as concentra es urbanas onde h milhares centenas de milhares de pessoas espera de poder trabalhar Por outras palavras e por exemplo enquanto a DaimlerChrysler AG deslocaliza f bricas da s rie Mercedes C para a frica do Sul dando a trabalho a milhares de oper rios presos a uma cadeia de produ o em controle remoto a partir do Centro a frica do Sul e outros pa ses africanos exportam para a Europa e EUA centenas ou mesmo milhares de t cnicos cientistas e quadros qualificados dist ncia de mil anos l para o ano 3000 2 dir se ia talvez que se assiste hoje escala planet ria a uma reconfigura o do sistema capitalista ou da economia pol tica realmente existente de modo a que escala do planeta cada vez mais vis vel uma estrutura de classes que corresponde ao modelo te rico elaborado por Marx e Engels h uns 150 anos atr s No meio disto tudo haver talvez ainda muito que esperar at que se possa falar de uma classe prolet ria de mbito mundial consciente de si e actuando para si Mas em todo o caso me
305. ham o objectivo expl cito e bem formatado de rejeitar e fazer rejeitar as propostas contidas naquele relat rio O objectivo declarado de Margareth Tatcher e de Ronald Reagan era a de derrotar de uma vez por todas as ideias e propostas estatizantes de um l der pol tico social democrata como era o caso do ex Chanceler Willy Brandt Entretanto e no contexto do mesmo combate ideol gico o chamado Grupo dos Sete fora formado em 1975 em grande parte em reac o s resolu es da Assembleia Geral da ONU no ano anterior as quais clamavam por uma completa reestrutura o do sistema econ mico internacional O objectivo do G 7 era assim contrariar quaisquer veleidades de governa o mundial onde pudesse vir a predominar o peso demogr fico dos pa ses do Sul assim como o poder dos seus votos na Assembleia Geral das Na es Unidas de monop lios naturais N o cabe aqui entrar nessa discuss o rSpecial Drawing Rights Eram supostos desempenhar o papel hoje desempenhado pelo d lar norte americano como moeda de reserva e de contabilidade nas transac es internacionais Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria No que diz respeito ao problema do pagamento ou n o da d vida soberana dos pa ses do Sul alguns destes pa ses t m por vezes amea ado formar uma esp cie de cartel dos devedores do estilo ningu m paga a ver o que eles fazem Para muitos analistas a eventualidade cer
306. heiro na m o mas o problema est na implementa o da NePAD Embora os coment rios de Wade contrastassem largamente com as avalia es positivas dos seus hom logos nigeriano e sul africano na mesma ocasi o a sua observa o suscitou s rias d vidas sobre um plano que carregava tanta esperan a para levantar o continente marginalizado e os seus cerca de 700 milh es de habitantes Mas hoje quase dez depois a NePAD continua a mostrar muito poucos resultados Segundo os analistas mais cr ticos praticamente n o h projectos que tenham sido implementados no mbito da NePAD e poucos pa ses adoptaram os princ pios do MARP Nestas circunst ncias parece razo vel questionar se a NePAD ter falhado e se os apoios internacionais designadamente da UE t m sido desperdi ados Ottosen 2010 Para concluir o problema fundamental da NePAD o n o levar em linha de conta a necessidade historicamente constatada e logicamente explic vel de serem os Estados a terem que assumir o papel de motor de arranque para o processo de desenvolvimento Isto at na medida em que s por si n o ser a iniciativa empresarial privada a despoletar esse arranque pois que esta muito natural e legitimamente s acorre aos centros de actividade j em movimento ascendente de evolu o social e econ mica OS OBJECTIVOS DO MIL NIO Introdu o Os Objectivos do Mil nio ou Metas de Desenvolvimento do Mil nio MDM foram proclamadas na Decla
307. i quaisquer ju zos de valor importa reconhecer que temos assim de um dos lados o conjunto de organismos que parecem dar a primazia aos ideais da fraternidade entre os povos proclamados na Carta das Na es Unidas e os quais t m expl cita a ideia da solidariedade na ajuda ao desenvolvimento enquanto que do outro lado da barreira temos o conjunto de organismos que parecem dar a primazia estrita estabilidade financeira e promo o do com rcio livre No primeiro grupo destacam se naturalmente organismos como o PNUD a OMS a FAO ou a OTT Enquanto que no segundo grupo se destacam a OMC o Banco Mundial e o FMI Enquanto que no primeiro grupo de institui es parecem prevalecer os valores sociais de respeito pelas culturas e de solidariedade entre todos os povos o que implica alguma dose de n o reciprocidade nas trocas comerciais no segundo grupo parece prevalecer o respeito pelas regras do mercado e a exig ncia de reciprocidade de tratamento nas trocas internacionais o que se traduz pelo conhecido slogan de Trade Not Aid Todo e qualquer observador da cena pol tica e econ mica mundial testemunha do impacto que as decis es do Banco Mundial e do FMI t m nas economias nacionais onde interv m No caso dos pa ses menos desenvolvidos como o caso da quase totalidade dos pa ses africanos os famigerados Programas de Ajustamento Estrutural PAE j fizeram correr rios de tinta para al m da profunda desestrutura o
308. iabilize a continuidade de um processo de globaliza o que garanta um equil brio entre objectivos de efici ncia econ mica e de equidade social A OTT funda se no princ pio de que a paz universal e permanente s pode basear se na justi a social Fonte de importantes conquistas sociais que caracterizam a sociedade industrial a OIT a estrutura internacional que torna poss vel abordar estas quest es e buscar solu es que permitam a melhoria das condi es de trabalho no mundo ACNUR Alto Comissariado das Na es Unidas para os Refugiados Embora o ACNUR pare a n o intervir directamente no processo de coopera o de ajuda ao desenvolvimento a verdade que a sua actua o no terreno tem permitido ajudar a resolver problemas e a mitigar situa es complicadas de modo a facilitar quer a montante quer a justante as tarefas e actividades das ag ncias da ONU dedicadas mais especificamente ao apoio ao desenvolvimento Em resultado das desloca es massi as de popula es causadas pela Segunda Guerra Mundial a protec o de refugiados foi estabelecida como miss o principal de uma ag ncia de refugiados a qual foi constitu da para dar assistist ncia entre outros aos refugiados que esperavam para poder regressar aos seus pa ses de origem Mas entretanto h antecedentes e tudo isto ter come ado com a nomea o em 1922 e por parte da Liga das Na es de um Alto Comiss rio para os Refugiados Mais tarde veio
309. iamson 2000 sendo que as pol ticas constitutivas do Washington Consensus t m sido severamente criticados por entre outros Joseph Stiglitz 2002 Dani Rodrik 2001 ou ainda Moses Naim 2000 78 Ver em todo o caso Thandika Mkandawire e Charles Soludo 1999 ou ainda Adebayo Olukoshi 1996 7 Comunica o citada 8 The Political Economy of South Africa Londres 1996 cap tulo 2 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria sia de Leste no caso de Ben Fine e Rustoomjee referindo se especificamente aos casos da frica do Sul e da Coreia do Sul No caso de Samir Amin argumenta se com base numa estrat gia das grandes MNC s que teriam como objectivo perpetuar uma antiga divis o internacional do trabalho E neste contexto que apontado o exemplo dos pa ses da sia Oriental os quais estariam justamente a desenvolver estrat gias de desenvolvimento contr rias s estrat gias das referidas MNC s Deve aqui assinalar se que estas estrat gias de desenvolvimento na sia do Leste t m passado como se sabe por um papel importante por parte do Estado no desenvolvimento de fortes grupos industriais capazes de competir nos mercados mundiais em p de igualdade com as MNC s j existentes e origin rias dos pa ses de mais antiga industrializa o Essa estrat gia tem tamb m passado pelo aproveitamento de conjunturas pol ticas favor veis assim como por empreendimentos conjuntos com grandes multinacionais ori
310. ias especializadas desde a Organiza o Mundial da Sa de FAO ou Organiza o para a Alimenta o e Agricultura passando pela Unesco e Unicef para j n o falar de outras ag ncias como ser o os casos da OIT ou Organiza o Internacional do Trabalho ou ainda o IFAD ou Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura entre tantas outras ag ncias Em todo o caso e considerando a relativamente menor operacionalidade na rea da preven o e resolu o de conflitos s o v rios os autores e intervenientes pol ticos que de h uns anos a esta parte v m reclamando uma substancial reforma da ONU em geral e de alguns dos seus rg os em particular Desde logo a reforma da constitui o do rg o principal no que concerne paz seguran a e resolu o de conflitos raz o b sica e fundamental para a exist ncia da ONU o seu Conselho de Seguran a Para os defensores da sua urgente reforma o Conselho de Seguran a na sua constitui o actual hoje uma heran a anacr nica do rescaldo da Segunda Guerra Mundial De facto ao deixar de fora as pot ncias ent o derrotadas o que na altura parecia bvio e natural o Conselho de Seguran a deixou h muito de representar minimamente o equil brio de for as presentes no palco das na es A situa o assume aspectos caricatos quando se pensa que quer o Jap o quer a Alemanha s o dos pa ses que mais contribuem para o financiamento da estrutura e op
311. icado por iniciativa da Comiss o sobre a Governa o Global publicado em 1995 havia ent o em todo o mundo cerca de 28 900 ONGs internacionais e centenas de milhares de ONGs de mbito puramente nacional No entanto daquelas mais ou menos 28 900 ONGs internacionais apenas 980 beneficiavam da acredita o por parte do ECOSOC das Na es Unidas Ser o ent o estas as organiza es que a ONU considera como sendo OSCs Pa al m destas OSCs com o estatuto consultativo junto do ECOSOC h no entanto a considerar alguns milhares de outras ONGs que receberam e beneficiam do estatuto de observadores as quais podem assim participar nas diversas confer ncias convocadas pelas ag ncias especializadas das Na es Unidas Entretanto e de acordo com os dados do CAD da OCDE o montante total da ajuda oficial ao desenvolvimento atingiu em 2008 o n mero recorde em termos reais de 779 800 milh es de d lares uma subida de 10 2 em rela o ao ano anterior e que correspondia em m dia a 0 3 do PIB dos pa ses doadores Um tal montante de capital financeiro n o deixa de ter muito interesse para todos os agentes envolvidos no processo de coopera o e ajuda ao desenvolvimento Tudo isto sem contar com os contributos de alguns outros pa ses ricos n o membros do CAD da OCDE como ser o caso de alguns pa ses rabes produtores de petr leo em particular a Ar bia Saudita Deve tamb m salientar se que parte significativa desses fluxo
312. icano James Petras este chama a aten o para as liga es pessoais entre dirigentes de ONGs e dirigentes pol ticos e respectivas trocas de favores Designadamente a efectiva o de apoio eleitoral a candidatos deste ou daquele partido a troco de financiamentos para as actividades das ONGs Por outro lado a ideologia anti Estado de muitas Nas palavras de Scott e Hopkins seriam mais altru stas Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria ONGs vem de encontro corrente neo liberal de menos Estado mais Estado De facto medida que aumentava a oposi o ao neoliberalismo por parte de muitos activistas nos pa ses em desenvolvimento o Banco Mundial come ou a aumentar significativamente os seus donativos a diversas ONG s actuantes no terreno Como nos diz James Petras medida que aumentou a oposi o ao neoliberalismo o Banco Mundial BM incrementou os donativos destinados s ONG s O ponto fundamental de converg ncia que partilham as ONG s eo BM era a recusa de ambas entidades ao estatismo Superficialmente as ONG s criticavam o Estado de uma perspectiva de esquerda na qual defendiam a sociedade civil enquanto que ao BM criticavam no em nome do mercado De um ponto de vista da sociologia organizacional argumentar se a esse respeito que os Estados todos os Estados estavam a ficar demasiado grandes e a sua despesa e governa o fora de controle ou de gest o imposs vel Assim sen
313. icar segundo as mais diversas categorias Desde causas de ndole geogr fica at causas de ndole hist rica cultural e pol tica A esse respeito no entanto for oso reconhecer que as abordagens anal ticas relativas s causas da actual situa o acabam por pecar pelo seu caracter dicot mico e n o dial ctico quer na extremidade neoliberal do espectro anal tico quer na sua extremidade supostamente marxista Assim no que diz respeito abordagem anal tica do neoliberalismo sendo essa an lise elaborada com base na fic o te rica de uma postulada superioridade funcional do chamado homo economicus esta considera que as causas do n o desenvolvimento africano acabar o por se resumir a quest es de falta de cultura empresarial indisciplina financeira dos Estados corrup o e venalidade dos dirigentes predom nio do chamado neopatrionialismo e respectiva confus o entre interesses privados dos dirigentes pol ticos e interesse p blico do Estado na o Haver ainda a considerar a sobreviv ncia de pr ticas sociais arcaicas e de redes de reciprocidade que ser o economicamente menos eficientes Em resumo a abordagem neoliberal acaba por atribuir as causas 10 Alguns autores preferem falar de mal desenvolvimento e a generalidade fala simplesmente de subdesenvolvimento Explica se aqui o uso de aspas pelo facto de que enquanto a extremidade anal tica do neoliberalismo bastante uniforme a extremidade que se recla
314. idade dos pa ses da frica Sub Sahariana Por outro lado preciso tamb m considerar a tenacidade dos la os de depend ncia que se estabelecem entre as grandes empresas multinacionais e as empresas locais suas clientes ou fornecedoras de bens e servi os Por outras palavras aquela dimens o empresarial acaba como que se por desmultiplicar aumentando ainda mais e em cascata o poder e capacidade de interven o das grandes empresas MNC s Tal como assinalado por David Korten 2001 numa democracia cada cidad o suposto dispor do poder de um s voto Os apologistas da corrente neoliberal e por conseguinte das for as do mercado mercado fazem constantemente analogia do mercado com uma institui o democr tica em que cada d lar ou cada euro corresponderia a um voto A quest o que como sublinha Korten nos mercados quem tem mais d lares tem mais votos Quem n o tem d lares n o tem votos Na sua obra When Corporations Rule the World Korten chama a aten o para tr s grandes e fundamentais efeitos da governa o mundial exercida pelo poder das grandes empresas multinacionais o aprofundamento da pobreza e da desigualdade social a desintegra o do tecido social e a destrui o do meio ambiente Tabela 1 Alguns pa ses africanos e algumas empresas multinacionais Pa s Popula o PIBS PPP Empresa Patrim nio Total de Milh es
315. idade internacional de prestar um determinado montante de ajuda financeira t cnica e material aos pa ses menos desenvolvidos Um dos primeiro problemas a assinalar no que diz respeito aos crit rios de medida e sua avalia o o relativo enviesamento cultural e acad mico dos t cnicos que estabelecem as regras e procuram recolher os dados relativos ajuda normal encontrar na literatura sobre estas mat rias exemplos claros de ensaios e artigos que mais parecem relat rios de contas s acess veis a t cnicos especializados em econometria finan as ou contabilidade nacional Nesses casos ser o poucas ou nenhumas as refer ncias e muito menos a an lise ao problema da efic cia da APD e dos efectivos benef cios dessa ajuda para os pa ses receptores Aquilo que normalmente se encontra s o Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria discuss es sobre crit rios de registo e inclus o na APD ou ainda taxas de desconto e actualiza o dos valores dos fluxos financeiros da APD Entretanto e de acordo com o Banco Mundial a APD escala mundial tem estado a diminuir Considerando toda a d cada de Noventa essa redu o gradual foi na ordem dos 20 Assim ao longo desses anos a APD desceu de um pico de 0 33 em 1990 at ao valor mais baixo de 0 22 em 1997 A esse respeito o Secretariado das Na es Unidas fez notar com ironia que os fluxos da APD estavam ent o a reduzir se exactamente numa altura em que se esta
316. ido e continua a ser uma de especializa o dos pa ses do famigerado terceiro mundo hoje predominantemente os pa ses da frica Sub Sahariana na produ o de coisas com pouca percentagem de valor acrescentado Basicamente mat rias primas como reduzido grau de processamento industrial Assim sendo mesmo sem entrar em processos de inten o dirigidos contra os dirigentes dos pa ses mais desenvolvidos a verdade objectiva e que resulta da observa o dos factos que perfeitamente legitimo e logicamente consistente tirar a ila o de que por detr s da coopera o e ajuda ao desenvolvimento dos pa ses mais atrasados tamb m estar a prosaica motiva o de assegurar condi es prop cias ao continuado fornecimento de mat rias primas para serem processadas nas ind strias dos pa ses mais avan ados Neste contexto e de um ponto de vista da abordagem da escola do sistema mundo faz todo o sentido a introdu o conceptual de um conjunto de pa ses ditos de semi periferia Assim sendo ter amos ent o uma ordem econ mica mundial em que num dos extremos os pa ses mais desenvolvidos se constituiriam num centro altamente industrializado enquanto que no outro extremo na periferia se encontrariam os pa ses menos desenvolvidos e especializados apenas no fornecimento de mat rias primas Num grau interm dio de desenvolvimento encontrar se iam diversos pa ses que
317. ientar sob a forma de ajuda ao desenvolvimento tinham como base de discuss o a considera o da totalidade dos fluxos de recursos quer oficiais quer privados que tinham como destino os pa ses menos desenvolvidos A est ria de um substancial esfor o de apoio ao desenvolvimento dos pa ses mais pobres por via de ajuda p blica por parte dos pa ses mais ricos parece ter come ado em 1955 com uma iniciativa do Conselho Mundial das Igrejas altura em que aquele CMI solicitou a um economista senior do Banco Mundial De Vries que elaborasse um estudo sobre as necessidades de apoio finnaceiro para levar a cabo uma substancial melhoria no n vel de vida das popula es dos pa ses mais pobres Foi assim que em 1958 o Conselho Mundial de Igrejas veio sugerir a meta de 1 do PIB de cada pa s desenvolvido sendo que esse objectivo a alcan ar no futuro viria a ser subscrito durante os anos Sessenta por todos os pa ses membros do CAD Mas havia a o problema operacional de os governos n o poderem controlar ou sequer prever os montantes dos fluxos de capital privado n o podendo assim regular efectivamente os fluxos oficiais de modo a compensar as mais que prov veis flutua es nos fluxos privados Primeiro facto a assinalar em 1955 o montante total de fluxos de capitais p blicos e privados para os pa ses pobres seria de cerca de 0 5 do PIB dos pa ses ricos Em 1958 a Comiss o Central do referido CMI reunido na Dinamarca ad
318. ies n o se explicavam os detalhes da raz o de ser daquele um por cento Depois da rejei o de facto e de jure dessa primeira proposta de que os pa ses mais desenvolvidos destinassem 1 do seu PIB para a ajuda ao desenvolvimento em 1970 os pa ses membros da OCDE comprometeram se a destinar 0 7 do seu PIB para a Ajuda P blica ao Desenvolvimento Esse compromisso foi solenemente adoptado no seio das Na es Unidas e tem sido tamb m solenemente repetido em in meras ocasi es A proposta de destinar 0 7 do PIB de cada pa s desenvolvido para a ajuda p blica ao desenvolvimento fora elaborada com base nos trabalhos do economista Jan Tinbergen galardoado com o Pr mio Nobel em Economia o qual tinha estimado os fluxos de entradas necess rios para as economias em desenvolvimento poderem as necess rias taxas de crescimento econ mico At hoje os nicos pa ses que t m cumprido com esse compromisso t m sido a Dinamarca a Holanda o 271 0Organiza o ecum nica sediada em Genebra Su a que se reclama da representa o de 349 igrejas e mais de 560 000 de crist os9 em cerca de 110 pa ses Ver em http www oikoumene org Est vamos ent o nos anos dourados da fase ascendente de uma Onda Kondratieff ainda correspondente ao esfor o de reconstru o do p s guerra Em 1969 a Comiss o Pearson no seu relat rio Parceiros para o Desenvolvimento propora uma meta de 0 7 do PIB dos pa ses doadores meta essa
319. ificuldades de aprendizagem http www afro who int malaria 328 Passam de mais de um milh o de casos em 1990 para 19 000 em 1998 aumentando depois para 31 685 em 2000 No caso da contamina o infantil os n meros reportados indicam 4 948 em 1998 e 13 225 em 2000 http www afro who int malaria country profile nigeria pdf 329 Volume 357 n mero 9249 de 6 de Janeiro de 2001 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria assumindo erros de contabiliza o e d divas n o reportadas o m ximo que ter sido destinado ao combate ao HIV Sida durante aquele per odo n o ter excedido os 140 000 000 de d lares por ano Desde o fim dos anos Oitenta que t m estado a diminuir as disponibilidades financeiras relativamente continuada dissemina o da doen a Ainda de acordo com a referida revista The Lancet aqueles fundos financeiros acabam por corresponder a cerca de 3 tr s d lares para tratamento de uma pessoa infectada o que abismalmente pouco quando comparado com os mais de 7 5 bili es de d lares que seriam precisos sob a forma de d diva e n o de empr stimos para um combate doen a e conten o efectiva da epidemia Estes fundos deveriam ser orientados para os pa ses mais afectados que se mostrassem interessados e recurso sistem tico a t cnicas de gest o de epidemiologias O valor indicado pode parecer demasiado elevado mas de um ponto de vista de sa de p blica escala planet ria dever ser compar
320. ificultando tornando portanto mais caros os acessos aos planaltos interiores passando pela relativa escassez de condi es prop cias constru o de portos mar timos de acesso f cil Estas condi es estruturais adversas tornam se particularmente evidentes quando se faz a 27 Realizada a pedido de Portugal e organizada em 1884 1885 pelo Chanceler alem o Otto von Bismarck Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria compara o com outras regi es em particular com o continente europeu No caso das estruturas institucionais herdadas do per odo colonial n o se poder falar em problemas insol veis na medida em que outras regi es enfrentaram e t m resolvido problemas do mesmo tipo designadamente as quest es das l nguas oficiais elabora o de leis e contratos resolu o de problemas judiciais e das distintas abordagens dos diversos sistemas jur dicos Ao n vel das estruturas de tipo institucional herdadas do per odo colonial e que foram determinadas pelo modo de inser o da frica Sub Sahariana no sistema mundo a quest o de mais dif cil resolu o ser antes de tudo a quest o das distintas redes de fluxos comerciais e de comunica o regionais e continentais planeadas e estabelecidas tendo em vista os interesses econ micos das ind strias das metr poles coloniais Ao tempo de Marx e durante mais umas d cadas a Europa Ocidental a come ar pela Inglaterra mas logo seguida por outros pa ses e regi
321. im como entender as raz es pelas quais aconteceram os sucessos que eventualmente aconteceram A esse respeito penso que aqui poss vel e til identificar tr s tipos de explica o para poss veis situa es ou casos de falhan o na assist ncia ao desenvolvimento Diferen as organizacionais de base cultural Ignor ncia ou desconhecimento de diferen as ecol gicas fundamentais Diverg ncia de interesses e motiva es de grupos Proponho me agora considerar brevemente estes tr s tipos de erros mais comuns Como exemplo ilustrativo do primeiro tipo de causas refiro o caso de uma empresa alem de engenharia citado por Hofstede a qual instalou num pa s africano um sistema de irriga o f cil de utilizar Enquanto que no contexto cultural alem o parece predominar o modelo organizacional melhor descrito como uma m quina bem oleada no contexto cultural africano parece claramente predominar um modelo organizacional caracter stico da fam lia alargada Este modelo organizacional quase que o tipo organizacional oposto do primeiro indicado O problema que emergiu e o correspondente falhan o desse particular projecto que parece ter resultado da diferen a entre modelos organizacionais veio ao de cima quando uma vez conclu do o seu trabalho os expatriados alem es deixaram o pa s sem uma completa e extensiva transfer ncia de propriedade e responsabilidade pelo uso e manuten o do sistema de irriga o Com
322. im inferior aos 1 023 milh es de 2009 No entanto de sublinhar o facto de que o n mero de pessoa a passar fome mais elevado em 2010 do que antes da crise econ mica eclodir em 2008 Entretanto os dirigentes da FAO continuam nos seus esfor os de alertar a comunidade internacional para o papel chave da agricultura para enfrentar desafios da humanidade Nas palavras do director geral da FAO Jacques Diouf A agricultura desempenhar um papel fundamental na solu o dos futuros desafios da humanidade como a mudan a clim tica e o aumento da popula o o que requer al m de uma nova Organiza o das Na es Unidas para a Agricultura e a Alimenta o FAO uma que seja mais eficaz Como salienta Diouf a agricultura ao mesmo tempo O problema e a solu o no que se refere mudan a clim tica s fontes de energia ao esgotamento dos recursos naturais aos movimentos de popula o e at mesmo sa de e seguran a das na es Chegou a hora de colocar a agricultura novamente no centro do desenvolvimento levando em conta o contexto diferente de oportunidades e desafios entretanto surgido E mais diante salienta a urg ncia do desafio de alimentar uma popula o de 9 000 milh es de habitantes em 2050 facto esse que vai requerer uma segunda revolu o verde destinada a praticamente duplicar a produ o de alimentos na primeira metade deste s culo Entretanto a FAO continua a realizar reu
323. imento desde a chamada D cada do Desenvolvimento dos idos anos Sessenta do s culo XX s diversas proclama es solenes de Copenhaga Rio de Janeiro Pequim e Cairo corre se o s rio risco de esta proclama o dos Objectivos do Mil nio vir a ter o mesmo destino das grandes iniciativas que a antecederam Na proclama o da Assembleia Geral das Na es Unidas em Dezembro de 1961 al m de se fazer um apelo a todos os pa ses no sentido de se redobrarem os esfor os no sentido da ajuda ao desenvolvimento era declarado como objectivo a alcan ar ao fim dessa primeira d cada do desenvolvimento a meta de um crescimento m nimo das economias nacionais dos pa ses menos desenvolvimento de 5 ao ano Logo em 1969 o ent o secret rio geral U Thant assinalava que o fraco crescimento dos pa ses ditos em desenvolvimento tinha sido acompanhado de um acelerado crescimento das economias dos pa ses mais ricos agravando assim as diferen as internacionais Era tamb m j ent o chamada a aten o para o impacto negativo das doen as e da escassa produ o de alimentos em particular na frica Subsahariana Mais tarde no virar da d cada de Oitenta para a d cada de Noventa os membros da Assembleia Geral das Na es Unidas atrav s de diversas resolu es proclamaram para frica mais uma d cada do desenvolvimento Tal como em proclama es anteriores o problema principal da declara o dos Objectivos do Mil nio o facto de
324. inham especializado e at a dominados pelos pa ses industrializados Isso ao mesmo tempo e apesar m ltiplos problemas que a maioria dos pa ses africano continuava a ter que enfrentar para aceder aos mercados globalizados Aquela ag ncia noticiosa refere ent o seis produtos cruciais key products como indicativos desse bom desempenho das exporta es africanas flores peixe congelado camisetas desportivas cal as femininas cal ado e transistores Esta listagem estaria de acordo com dados obtidos a partir do ndice do Novo Desempenho Comercial publicado pelo Centro de Com rcio Internacional sediado em Genebra Paradoxalmente se considerarmos a situa o de fome ou de subalimenta o prevalecente em tantos pa ses africanos segundo o mesmo relat rio a frica Subsahariana seria em 1998 o maior exportador mundial de comida e de produtos agr colas Entretanto e no que diz respeito aos referidos sucessos dos pa ses supostamente mais empreendedores e din micos a emerg ncia da China nos mercados de exporta o de tudo e mais alguma coisa mas em particular dos produtos t xteis ter j causado s rios problemas competitividade das empresas africanas Ao mesmo tempo que ironicamente s o as importa es chinesas assim como o concomitante aumento dos pre os das mat rias primas que acabam por estar na base do relativo sucesso no crescimento econ mico da regi o assim que e de certa forma como que contrabalan
325. interior os Africanos seja por parte dos agentes ou actores sociais situados no exterior os cidad os e governos dos pa ses mais ricos condi o sine qua non uma compreens o adequada ou correcta das causas profundas do atraso no processo de desenvolvimento em frica O processo de acumula o Parece ser hoje politicamente correcto criticarem se posi es que se possam identificar como sendo de eurocentrismo Este posicionamento eurocentrismo cometeria o erro de olhar o mundo a partir da Europa e de considerar a mundivis o europeia supostamente de heran a predominantemente judaico crist eivada do esp rito da Gr cia Cl ssica e do Imp rio Romano e como tal perspectivar o modo europeu de estar no mundo como um modelo a imitar por todas as outras civiliza es Come o por esclarecer que n o partilho dessa vis o compartimentada e que parto da premissa de que aquilo a que se ter convencionado chamar de civiliza o europeia em si mesma o resultado de m ltiplas influ ncias cruzadas recebidas um pouco de todas as outras regi es do planeta ao longo de mil nios Parece me mesmo que esta cr tica acaba por pecar pelo erro oposto ou seja de certa forma o de deitar fora o b b juntamente com a gua do banho Como se n o houvesse interesse para a hist ria da civiliza o humana em estudar e destrin ar quaisquer diferen as de qualquer tipo nos m ltiplos e diversificados contribu
326. ios de novas tecnologias especialmente de informa o e comunica o Notas e Observa es Como parte do pacote gen rico dos Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio acima resumido h que acrescentar a tudo isto como que um apelo ou incentivo por parte das Na es Unidas no sentido de serem incrementados os montantes da Ajuda P blica ao Desenvolvimento por parte dos pa ses da OCDE A esse respeito foram definidos cinco indicadores da progress o dessa Ajuda P blica ao Desenvolvimento designadamente a Aumento para 0 7 do PIB de cada pa s da OCDE destinada a APD como m dia mas reservando uma fatia significativa 21 para uma ajuda espec fica destinada aos pa ses muito menos desenvolvidos A monitoriza o estar naturalmente a cargo do Comit de Assist ncia ao Desenvolvimento da OCDE b Aumento da propor o da APD relativa aos servi os sociais b sicos educa o de base servi os prim rios de sa de nutri o gua pot vel e sa de p blica c Aumento da propor o de APD desligada de condicionamentos comerciais d Aumento da propor o de APD destinada preserva o do meio ambiente no caso de pequenos pa ses insulares em desenvolvimento e Aumento da propor o de APD destinada ao sector de transportes no caso de pa ses sem acesso directo ao mar Para al m do incremento da Ajuda P blica ao Desenvolvimento os Objectivos do Mil nio prop em tamb m que se promova uma maior facilidade do a
327. ir a progress o em rela o a esta meta do mesmo sexto Objectivo ser o utilizados quatro indicadores a Preval ncia e taxa de mortes associadas mal ria monitoriza o a cargo da OMS b propor o da popula o em reas de risco de mal ria que usam medidas efectivas de preven o e tratamento monitoriza o a cargo da Unicef c Preval ncia e taxa de mortes associadas tuberculose monitoriza o a cargo da OMS e por fim d propor o de casos de tuberculose detectados e curados sob os ausp cios de cursos breves de treino de observa o directa monitoriza o tamb m a cargo da OMS 2 Inter Parliamentary Union Organismo internacional independente das Na es Unidas e com sede em Genebra na Su a Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 7 Promo o da sustentabilidade ambiental O objectivo aqui proposto o de reduzir para metade at 2015 o n mero de pessoas sem acesso a gua pot vel e facilidades sanit rias Acrescenta se aqui ainda um outro objectivo derivado do primeiro alcan ar at ao ano 2020 uma melhoria significativa nas vidas de pelo menos 100 milh es de habitantes de favelas e bairros de lata Como norma os princ pios de desenvolvimento sustent vel dever o ser integrados nas pol ticas e programas governamentais de modo a inverter a actual tend ncia para a exaust o de recursos naturais S o indicadas tr s metas distintas mas complementares Meta 9 Integrar
328. iras alfandeg rias quando persistem barreiras alfandeg rias nos pa ses ricos A este respeito Bhagwati invocando Joan Robinson parece considerar que quaisquer barreiras ao com rcio internacional s o sempre prejudiciais para o desenvolvimento incluindo em particular para os pa ses em desenvolvimento Tal argumento seria v lido na medida em que um proteccionismo exagerado poderia levar a tornar mais onerosa a importa o de novas tecnologias e respectivos benef cios Os pa ses pobres n o conseguem fazer crescer as suas exporta es por causa do proteccionismo nos pa ses ricos A este respeito Bhagwati diz se enfaticamente contra este argumento invocando em favor da pol tica de abertura como ben fica para as exporta es dos pa ses em desenvolvimento os exemplos de territ rios como Hong Kong e Singapura ou de um pa s como a Coreia do Sul em contraste com a ndia de baixo desempenho nas exporta es Haver aqui algum reducionismo na medida em que seria sempre perciso levar em linha de conta outros factores como a dimens o relativa dos pa se ou territ rios considerados e sobretudo a sua inser o nas redes internacionais de produ o de bens e servi os Em todo o caso e at de acordo com este autor e tendo em linha de conta os interesses econ micos instalados para l das vantagens que os pa ses pobres possam vir a retirar de uma maior abertura aduaneira por parte dos pa ses ricos a quest o verdadeirament
329. is ria 04 A TRAG DIA AFRICANA Introdu o Quando se consideram os n meros das estat sticas ou as not cias dos dramas humanos que nos entram pela casa dentro por via dos m ltiplos canais da televis o torna se for oso reconhecer que haver hoje em frica uma verdadeira situa o de trag dia Essa situa o tem m ltiplas explica es e n o faltam comentadores e analistas para nos explicarem o como e o porqu do rol de desgra as que t m afectado aquele continente Desde as guerras e lutas fratricidas causadas seja por diamantes sujos seja pela minera o do coltan at aos m ltiplos problemas de sa de p blica e de saneamento passando tamb m pelos tr ficos de toda a esp cie armas drogas novas formas de escravatura h de tudo um pouco e em grau mais do que suficiente para poder levar ao des nimo qualquer dirigente pol tico No mbito daquilo a que chamamos de trag dia africana incluem se tamb m factores de outra ordem e que se manifestam a um n vel mais profundo da an lise Desde os factores de ordem geogr fica at aos problemas da evolu o hist rica e da inser o da regi o Sub sahariana no contexto global do sistema mundo Desde a problem tica dos efeitos da escravatura ao longo de muitos s culos at ao fen meno tardio da transi o demogr fica e da urbaniza o ca tica ocorrida ao longo das ltimas d cadas tudo concorre para que se tenha a sensa o de que esta regi o do
330. is longo prazo Por exemplo e no que diz respeito governa o e ao combate corrup o os analistas defensores do paradigma pol tico de globaliza o neoliberal chamam a aten o para o facto de o Qu nia e o Gana se encontrarem entre os dez pa ses que em todo o mundo mais reformaram as suas economias em termos de clima de neg cios leia se facilita o do investimento privado e abertura ao investimento estrangeiro Em todo o caso e ainda supostamente em resultado das novas pol ticas de encorajamento da abertura e da transpar ncia tamb m assinalado que entre 1989 e 2005 o n mero de democracias em frica passou de 3 para 18 e tamb m o facto not vel de o Ruanda ser o pa s em todo o mundo com maior n mero proporcional de mulheres deputadas Tamb m em resultado da crescente influ ncia das mulheres na vida p blica dos pa ses africanos tudo supostamente em resultado ainda que indirecto da ajuda p blica ao desenvolvimento temos a redu o de conflitos na frica Sub Sahariana de 16 conflitos em 2002 para apenas 5 em 2006 Trade Not Aid ou de novo a est ria do Com rcio em vez de Ajuda Ironicamente e fazendo recurso ao velho aforismo da sabedoria chinesa de que mais vale ensinar um pobre a pescar do que dar lhe um peixe para comer e no esp rito imanado das institui es do chamado Consenso de Washington refere se apenas a t tulo de exemplo a cria o por parte do governo norte americano em Maio d
331. is se sucedem ano ap s ano declara es solenes e lan amento de novas e promissoras iniciativas Entretanto quando se analisa a quest o com algum detalhe verificamos que a constru o da Uni o Africana tal como aconteceu com os Estados Unidos h j uns s culos atr s e tem estado ainda hoje a suceder com a Uni o Europeia levanta alguns problemas de fundo nas actuais circunst ncias prevalecentes em todo o continente africano Assim sendo a primeira quest o que se nos coloca a de saber se ser de todo poss vel melhorar significativamente o processo de integra o continental quando se assiste a um crescimento do n mero de comunidades regionais Podemos tamb m questionamo nos sobre as Comunidades Econ micas Regionais j existentes consideradas uma a uma podem de facto levar a cabo as diversas fases contempladas no processo do Tratado de Abuja na medida em que em quase todos os casos alguns dos membros dessas Comunidades Regionais s o ao mesmo tempo membros de mais do que uma Comunidade Econ mica Regional Em princ pio nenhum pa s pode pertencer a mais do que uma zona monet ria ou a mais do que uma uni o aduaneira Nessas condi es a pergunta perfeitamente razo vel a de como podem ou pensam poder esses pa ses que pertencem a mais do que uma Comunidade Econ mica Regional resolver o conflito inerente hip tese de pertencerem simultaneamente a mais do que uma Regi o Estamos aqui perante quest es que
332. it rio e de socorro de emerg ncia Embora neste cap tulo fa amos tamb m refer ncia s ONGs em geral vamos aqui dar alguma maior nfase s ONGDs propriamente ditas Embora se possa falar de ONGs j desde os primeiros anos do s culo XX a express o organiza o n o governamental s veio a ganhar foros de cidadania e entrar no uso corrente com a funda o da Na es Unidas em 1945 No Artigo 71 do Cap tulo 10 da Carta das Na oes Unidas foi definido o estatuto consultativo daquelas organiza es que n o eram nem governos nacionais nem pa ses membros das Na es Unidas Actualmente e j de h uns anos a esta parte h um esfor o consciente mas at agora n o bem sucedido no sentido de substituir a express o ONG pela express o OSC Organiza o da Sociedade Civil A diferen a suposta ser significativa na medida em que a designa o organiza o n o governamental se poder aplicar a qualquer organiza o sem fins lucrativos Por exemplo uma associa o patronal ou uma Ordem profissional como a Ordem dos M dicos Engenheiros ou Advogados Enquanto que a designa o organiza o da sociedade civil seria aqui reservada quelas entidades que fossem certificadas ou reconhecidas pelas Na es Unidas e a quem o ECOSOC atribu sse o estatuto consultativo Entretanto poderiamos enumerar centenas de outras organiza es n o governamentais que pouco ou nada t em a ver com o universo social de
333. italism Allyn and Bacon Inc New York Rodney Walter 1972 How Europe Underdeveloped Africa Howard University Press Washington Rodrik Dani 2001 The Global Governance of Trade as if Development Really Mattered UNDP United Nations Development Programme New York Stamm Anne 2003 L Afrique de la colonisation l ind pendance Presses Universitaires de France Paris Serv n Luis Chang Charles C e Fern ndez Arias Eduardo 1998 Measuring Aid Flows A New Approach Dispon vel em http elibrary worldbank org content workingpaper 10 1596 1813 9450 2050 Severino Jean Michel and Ray Olivier 2009 The end of ODA Death and Rebirth of a Global Public Policy Working Paper Number 167 November 2009 Center for Global Development Dispon vel em http Awww cgdev org content publications detail 1421419 Timberlake Lloyd 1985 Africa in Crisis The causes and the cures of environment bankruptcy Earth Scan Publications London Thorton John Kelly 2004 A frica e os africanos na forma o do mundo Atl ntico 1400 1800 Edi es Campus Elsevier Rio de Janeiro United Nations Conference On Trade and Development 2010 Economic Development in Africa South South Cooperation Africa and the New Forms of Development Partnership Dispon vel em http Awww unctad org templates webflyer asp docid 13329 amp intltemID 1397 amp lang 1 amp mode downloads United Nations Conference on Environme
334. ivil e seguran a p blica Quer por meras raz es de previsibilidade do comportamento dos mercados quer por raz es de minimiza o dos custos envolvidos com as suas opera es O mesmo se poder dizer relativamente estabilidade nas regras do jogo pol tico muito em particular no que diz respeito estabilidade monet ria e da fiscalidade do Estado A esse respeito importante assinalar a prefer ncia empresarial pela chamada transpar ncia administrativa ou aus ncia de corrup o embora a esse respeito se possa argumentar que haver certamente muito boas empresas que vivem rotineira e tranquilamente com o fen meno da corrup o Finalmente entre as caracter sticas ambientais que supostamente favorecem o comportamento empresarial haver aqui a considerar a livre mobilidade ou circula o de capitais A todo o momento cada empresa multinacional quer sentir a liberdade de se deslocalizar para um qualquer outro pa s onde pensa poder obter melhores condi es de trabalho Por outro lado haver ainda a considerar o tr nsito normal ou processo de transfer ncia de t cnicos e dirigentes sobretudo estes entre a administra o p blica do Estado e as empresas em contacto permanente com a administra o p blica No caso das burocracias estatais quer a teoria consensual entre estudiosos destas mat rias quer a observa o emp rica documentado conhecida a problem tica do comportamento de reciprocidade e nepotismo
335. iz respeito s diversas componentes das popula es e sociedades envolvidas Assim sendo e continuamos aqui a referir nos ao trabalho de Fran ois Luchaire a OCDE calculou que o Produto Nacional Bruto ou PNB do conjunto dos pa ses subdesenvolvidos e n o comunistas seria j em 1965 cerca de 300 000 milh es de d lares Nesse mesmo ano a m dia de crescimento do PNB nos pa ses desenvolvidos fora de 4 5 e de 4 nos pa ses n o desenvolvidos Por outro lado o crescimento demogr fico dos pa ses desenvolvidos fora de 1 2 enquanto que no caso dos pa ses subdesenvolvidos a taxa de crescimento demogr fico fora de 2 Em resultado dos 22 Aquela que continua entretanto a fazer se 2 Em vez de se atacar o problema do subdesenvolvimento investindo na generalidade do tecido social e econ mico e ficar se depois espera dos resultados pensava se atacar esse mesmo problema do subdesenvolvimento investindo em pontos espec ficos da rede de conex es e interac es que uma qualquer sociedade sendo esses pontos espec ficos escolhidos segundo crit rios de import ncia estrat gica e estruturante em rela o sociedade como um todo H uma diferen a por vezes significativa entre o Produto Interno Bruto o PIB e o Produto Nacional Bruto No entanto para efeitos desta discuss o essas diferen as s o aqui pouco relevantes Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria progressos da medicina e do
336. jectos relacionados com aquecimento global atingia a bonita soma de 2 300 milh es de d lares sendo a sua esmagadora maioria atribu da a projectos a cargo de ONGs acreditadas junto do ECOSOC ou de algumas ag ncias especializadas Aquele mesmo relat rio enumerava 39 desses projectos que eram coordenados pelas ONGs Uni o Internacional para a Conserva o da Natureza o Fundo Mundial para a Vida Selvagem e o Instituto dos Recursos Mundiais envolvendo montantes de cerca de 350 milh es de d lares Muitas das ONGs s o assim lan adas e financiadas de modo a que possam ser alcan ados determinados objectivos que lhes s o especificados aquando do seu lan amento e ou do seu financiamento N o h uma concord ncia generalizada sobre o conte do preciso e legal da express o organiza o n o governamental Em muitos casos estas organiza es confundem se naturalmente t m o mesmo significado com organiza es da sociedade civil Para alguns analistas estas ONGs estariam a meio caminho entre partidos pol ticos e a sociedade civil em geral na medida em que se dedicam promo o e defesa de causas de interesse p blico sem no entanto e atrav s disso entrarem no jogo pol tico da disputa do poder Calcula se que haja mais de 40 000 ONGs com opera es internacionais mas o n mero de ONGs que em todo o mundo operam apenas no mbito de um s pa s parece alcan ar os 2 000 000 A ideia de constitui o de organiza
337. jogos do poder parlamentar Segundo esta tese esse aparelho administrativo quem efectivamente executa a governa o do pais tra ando as linhas gerais do seu desenvolvimento ci nt fico tecnol gico e industrial fazendo o de modo a garantir que sejam alcan ados determinados objectivos de crescimento Ter o sido os anos da famosa express o Japan Inc e do predom nio do MITI Ministry of International Trade and Industry sobre os Neg cios Estrangeiros Nesse contexto a pol tica japonesa de APD era determinada exclusivamente pelos interesses do Estado supostamente subordinada ao MITI e sem interfer ncia de quase inexistentes ONGs Tal ter sido o caso ao longo das d cadas entre os anos Cinquenta e os anos Oitenta No entanto a partirdo momento em que o crescimento do pa s entrou em estagna o fins dos anos Oitenta a sociedade civil e as respectivas ONGs ter o come ado a p r em causa a lideran a e autoridade at ent o indisputadas daquele todo poderoso aparelho estatal Para l das crises de endividamento relativo de muitos pa ses mais desenvolvidos permanece o facto objectivo de uma indiscutida abunb ncia de recursos finnaceiros a que corresponde riqueza material concreta sob a forma de estruturas m quinas ferramentas e tecnologias localizada nos pa ses mais desenvolvidos A esse respeito poder se falar da crises dos ricos que alguns autores considerar o muito simplesmente crises de sobreprodu
338. l contexto hist rico de todas as m ltiplas actividades envolvidas no processo de ajuda e coopera o para o desenvolvimento Al m desta incapacidade emergente vimos o surgimento de m ltiplos conflitos quer entre Estados quer no seu interior sob a forma at de guerras civis Surgem assim m ltiplas organiza es civis humanit rias e de voluntariado ditas n o governamentais Estas ONG s acabam por vir ent o a constituir se num terceiro e incontorn vel tipo de actores sociais envolvidos no processo global de ajuda e coopera o para o desenvolvimento Depois de uma breve discuss o das diversas motiva es dos diversos actores ou agentes sociais envolvidos faremos uma brev ssima exposi o daquilo a que chamaremos de trag dia africana focando em particular as situa es de fome doen as end micas conflitos e guerras migra es maci as Uma vez elaborado a tra os muito largos o retrato da actual situa o importa investigar minimamente as suas causas imediatas e remotas Procura se fazer isso ao considerarem se os diversos factores intervenientes que t m condicionado ou mesmo determinado a situa o hist rica a que se chegou no virar do s culo XX para o s culo XXI Procuraremos assim expor e discutir resumidamente os n meros dram ticos que caracterizam a situa o em que se encontra a regi o da frica Sub Sahariana Isto apesar de algumas estat sticas vindas a lume ao longo dos ltimos anos
339. l como indicado anteriormente o arranjo organizacional da coopera o para o desenvolvimento est institucionalizado volta de uma s rie de entidades formais no caso portugu s o IPAD o Conselho de Ministros para Assuntos da Coopera o e um Comit Inter Ministerial para a Coopera o Por outro lado as Organiza es N o Governamentais para o Desenvolvimento ou ONGD s s o aqui ainda considerados actores secund rios situa o normal ou compreens vel se atendermos relativa fragilidade organizacional da chamada sociedade civil e estrutura de caracter institucional colectivista da sociedade portuguesa Se atendermos aos m ltiplos canais informais de comunica o relativos coopera o para o desenvolvimento entre Portugal como um todo e os pa ses receptores assim como aos interesses pessoais ou de grupo entretanto estabelecidos em resultado at dessa situa o ser extremamente dif cil alterar a situa o e implementar as diversas recomenda es do CAD da OCDE nos seus relat rios sobre Portugal Correndo o risco de a este respeito aparecer como opinativo atrevo me a dizer que os agentes da coopera o portuguesa no terreno sabem intuitivamente que disp em dessa potencial vantagem competitiva A ser objectivamente verdadeira essa eventual vantagem competitiva tanto quanto estas coisas podem ser consideradas como objectivas o problema no entanto permanecer de que sem essas poss veis vantage
340. l de Pan africanismo Este sentimento apresenta se como uma tentativa de cria o de um forte sentimento de perten a e de identidade quer em termos de unidade continental quer em termos de di spora africana em particular nas Am ricas e tamb m na Europa Entretanto deve se assinalar que ao falar se de pan africanismo no contexto extra continental incluindo portanto a di spora africana se estar naturalmente a estabelecer uma conota o entre pan africanismo e negritude Subjacente a este movimento de pan africanismo est naturalmente a humana necessidade por parte dos deserdados da Terra de afirma o hist rica dos direitos fundamentais comuns a todos os seres humanos A julgar pela evolu o observada das diversas sociedades humanas prov vel que tempo hist rico se venha a encarregar eventualmente de diluir estes sentimentos de perten a tnica de tipo particularista num sentimento alargado de perten a universal esp cie humana Em que um africano se defina n o pela cor da sua pele ou textura do seu cabelo mas sim pela sua pragm tica e 24 Botswana Nam bia Lesotho Swazil ndia e frica do Sul Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria duradoura viv ncia no continente africano Entretanto aquele esp rito pan africanista tem condicionado de forma muito vis vel o modo como se tem desenrolado o processo de integra o regional em frica Enquanto que na Europa por exemplo a Uni o Eu
341. l dos Estados inicialmente integrantes da organiza o A ONU come ou formalmente a sua exist ncia a 24 de Outubro de 1945 depois da Carta fundadora ter sido ratificada pelos ent o cinco membros permanentes do Conselho de Seguran a China URSS Fran a Reino Unido e EUA e pela grande maioria dos outros 46 membros Actualmente os cinco membros permanentes do Conselho de Seguran a s o os nicos que t m veto nas decis es Estes s o os EUA Federa o Russa Fran a Reino Unido e Rep blica Popular da China O Conselho de Seguran a constitu do por um total de 15 Estados membros sendo os restantes 10 pa ses eleitos por per odos de dois anos n o renov veis Assinale se que enquanto todos os outros rg os das Na es Unidas t m apenas o poder de deliberar e fazer recomenda es que os Estados membros podem ou n o aceitar no caso do Conselho de Seguran a trata se de um rg o com poder de decis o impositivo Ou seja ao aderirem s Na es Unidas todos os Estados membros se comprometem a acatar as decis es tomadas pelo Conselho de Seguran a Estrutura organizativa Em primeiro lugar conveniente distinguir entre a Organiza o das Na es Unidas propriamente dita ou em sentido restrito e aquilo que se convencionou designar por Sistema das Na es Unidas o qual engloba j organiza es interncaionais de mbito mundial e que se encontram a um n vel de autoridade ou soberania equivalenet ao das Na es U
342. l presumir que a posi o ndice ou valor alcan ado por Portugal nesta dimens o cultural n o seria muito diferente da posi o alcan ada pelo Brasil No seu trabalho Hofstede menciona o caso da Holanda seu pa s natal e faz alguma especula o acerca das raz es pelas quais o seu pa s aparece al numa posi o interm dia As palavras chave utilizadas parecem ser perseveran a persist ncia e poupan a Numa frente de interven o pol tica o recente caso de Timor Leste parece ser um eloquente testemunho da perseveran a e persist ncia dos Portugueses quer como um povo quer como um Estado Na frente de interven o ou actividade econ mica de mbito societal alguns estudos independentes e sem qualquer conex o com as investiga es de Hofstede parecem indicar que de entre todos os pa ses de todo o mundo Portuga foi aquele que registou o maior ndice de crescimento econ mico ao longo de todo o s culo XX A taxa de poupan a deste pa s tem sido historicamente e de forma consistente sempre muito elevada Em resultado destes tr s factores parece razo vel presumir que Portugal se tivesse sido inclu do naquela investiga o teria obtido uma pontua o n o muito diferente quer do Brasil quer da Holanda Assim sendo e no que diz respeito aplica o desta dimens o cultural ao processo de coopera o internacional parece leg timo ou razo vel considerar que tamb m na orienta o de longo praz
343. la o dever ser normalmente perspectivado como sendo tendencialmente 2 Entre as quais para efeitos desta discuss o a que mais importa salientar uma propens o para a expans o em todos os sentidos acumula o e expans o demogr fica e geogr fica Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria harmonioso e linear Os choques ou inova es tecnol gicos que d o origem a melhoramentos de produtividade do trabalho social e a um melhor aproveitamento do capital existente herdado de gera es de acumula o anterior s o normalmente vistos como factores externos ao sistema e que este vai absorvendo e integrando ao longo do processo hist rico de acumula o e desenvolvimento Pelo contr rio de um ponto de vista do paradigma marxista o sistema contem na sua l gica intr nseca de funcionamento algumas contradi es que levam a que o sistema se desenvolva aos solavancos mesmo quando desses solavancos podem resultar e normalmente at t m resultado melhoramentos globais da produtividade do trabalho social e por conseguinte aumentos continuados ainda que aos altos e baixos do n vel geral de vida Ou do rendimento per capita como preferem dizer os economistas convencionais Um outro paradigma anal tico que importante referir ainda que s de passagem ser o paradigma institucionalista em que pensamos se pode incluir a chamada escola hist rica Nas escolas e cursos
344. la o e controle do com rcio internacional Em rigor aquilo que veio a suceder foi a emerg ncia de um estado de coisas em que os Estados foram colocados na situa o de terem de concorrer entre si pelo benepl cito das decis es de investimento das grandes empresas transnacionais The Challenge to the South Oxford University Press 1990 0nThe New World Order Incorporated The Rise of Business and the Decline of the Nation State Daedalus Vol 124 no 2 Spring 1995 http Awww mtholyoke edu acad intrel schmidt htm Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 13 A INDUSTRIA DA COOPERA O H bastantes provas de que o aumento na dimens o e no n mero de ONGs tem sido proporcionado pelo aumento dos contributos do Estado assim como de maiores contributos de organiza es multilaterais de desenvolvimento tais como o Banco Mundial Por um lado estas condi es originaram mais dinheiros para o desenvolvimento de ONGs e Organiza es de Base por outro lado estas arriscam se a tornarem se t o dependentes dos Estados que tenham vindo a ser cooptadas e a a sua independ ncia amea ada Richard Robbins Global Problems and the Culture of Capitalism Introdu o No segundo cap tulo deste livro come mos por discutir ainda que brevemente os dois principais tipos de agentes intervenientes no processo hist rico global de acumula o e desenvolvimento Referiu se a o papel dos Estados e o papel da Emp
345. lado e em primeiro lugar com o desenvolvimento Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria procurar se alcan ar uma situa o social e econ mica considerada como desej vel ou seja ter se ia como objectivo a atingir uma sociedade desenvolvida Em segundo lugar o desenvolvimento ser aqui considerado como um processo de transforma o social de mais ou menos longa dura o Finalmente e em terceiro lugar o desenvolvimento ser o conjunto dos esfor os por parte de diversos actores sociais no sentido de se alcan ar uma sociedade melhor Hewitt em Allen e Thomas 2000 Entretanto para alguns autores a ideia de desenvolvimento uma inven o social que teve como objectivo a resolu o do problema da chamada quest o social na Europa do s culo XIX resultado das desastrosas consequ ncias sociais desemprego e mis ria urbana por sua vez resultantes do processo de industrializa o ent o verificado Cowen e Shenton 1996 No que respeita s ltimas d cadas do processo de globaliza o poderemos dizer que tudo isto da coopera o internacional para o desenvolvimento come ou com o famoso discurso dos quatro pontos do Presidente Harry Truman em Janeiro de 1949 O programa anunciado poderia resumir se no 1 apoio firme ao sistema das Na es Unidas 2 recupera o econ mica 3 defesa da paz e 4 ajuda p blica ao desenvolvimento Vale a pena transcrever Em primeiro lugar vamos continuar sem hesi
346. latos no M dio Oriente e Extremo Oriente As Comiss es Econ micas estudam os problemas das suas regi es e fazem recomenda es aos governos e Ag ncias Especializadas Nos ltimos anos tem aumentado o trabalho das Comiss es as quais participam cada vez mais na execu o de projectos de desenvolvimento As organiza es n o governamentais ONG podem ser consultadas pelo Conselho Econ mico e Social em assuntos da sua compet ncia e especialidade O Conselho Econ mico acredita que se deve dar a essas organiza es a oportunidade para expressarem os seus pontos de vista dado que em geral possuem experi ncia ou conhecimentos t cnicos especiais que podem ter grande valor para os trabalhos do ECOSOC As organiza es que gozam de estatuto consultivo junto do Conselho podem fazer se representar por observadores nas reuni es p blicas quer do Conselho quer dos seus rg os subsidi rios podendo ainda apresentar declara es por escrito Nestes termos e de um ponto de vista de coopera o internacional para o desenvolvimento importa salientar o papel de algumas ag ncias especializadas assim como das comiss es regionais de mbito transversal em particular a Comiss o Econ mica para frica autores a propor a abordagem funcionalista relativamente ideia da governa o mundial sendo que as suas ideias tiveram grande influ ncia na elabora o da Carta das Na es Unidas e em particular na constitui o das suas a
347. lavras subsistemas socio econ micos em que os excedentes produzidos revertem em grande medida para refor o e expans o desses mesmos 8 No caso da Coreia do Sul por exemplo o apoio expl cito dos EUA face potencial amea a de vizinhos comunistas 2 Efeitos a montante e a jusante de uma qualquer actividade econ mica nuclear No caso das actividades mineiras por exemplo a constru o de estruturas de transporte e processamento assim como a necessidade do desenvolvimento de actividades agr colas locais para alimentar a popula o mineira ou ainda o desenvolvimento de actividades comerciais e de servi os locais Ser o caso das economias nacionais em que a maior parte dos excedentes a produzidos acabam por refluir para dentro dessas mesmas economias nacionais sob a forma de investimentos reprodutivos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria subsistemas Mesmo considerando que a produ o de excedentes na frica do Sul tem sido feita custa de uma brutal sobre explora o da m o de obra africana e que a retroac o positiva que acima indicamos tem beneficiado primordialmente ou quase s um determinado segmento da sua popula o o facto objectivo e incontorn vel que permanece o de que a acumula o de capital tem estado a ser feita tamb m na frica do Sul e n o a beneficiar apenas os pa ses de origem das famigeradas empresas MNC s Propiciando de passagem uma capacidade produtiva inst
348. lheres alfabetizadas relativamente aos homens entre os 15 e os 24 anos c Propor o das mulheres em emprego assalariado nos sectores n o agr colas d Propor o das mulheres nos parlamentos nacionais 4 Redu o da mortalidade infantil Meta 5 Reduzir em dois ter os a taxa de mortalidade nas crian as com idade abaixo dos 5 anos Para medir a progress o em rela o a este quarto Objectivo ser o utilizados tr s indicadores todos a cargo da Unicef a a taxa de mortalidade abaixo dos 5 anos b a taxa de mortalidade infantil e c a propor o de crian as com um ano de idade vacinadas contra o sarampo Todos os anos onze milh es de beb s morrem de causas diversas um n mero escandaloso mas que se vem reduzindo desde 1980 altura em que aquelas mortes somavam 15 milh es Os indicadores de mortalidade infantil falam por si mas o caminho para se atingir o objectivo depender de muitos e variados meios recursos pol ticas e programas dirigidos n o s s crian as mas tamb m as respectivas fam lias e comunidades 5 Melhoria da sa de materna Meta 6 Reduzir em tr s quartos o r cio de mortalidade materna Para medir a progress o em rela o a este quinto Objectivo ser o utilizados dois indicadores um a cargo da Organiza o Mundial da Sa de e outro a cargo da Unicef a o r cio de mortalidade materna da OMS e b a propor o de partos com assist ncia de pessoal qualificado Nos pa ses menos de
349. lica es s cio econ micas Capacitar as mulheres acaba sempre por impulsionar as economias tornando as mais pr speras e estimulando a produtividade e o crescimento Por outro lado ao aceitarem aquela Conven o os diversos Estados membros que a tenham ratificado comprometem se a empreender uma s rie de medidas para acabar com a discrimina o contra as mulheres sob quaisquer formas incluindo incorporar o princ pio da igualdade entre homens e mulheres no seu sistema jur dico abolir todas as leis discriminat rias e adoptar leis adequadas que pro bam a discrimina o contra as mulheres Estabelecer tribunais e outras institui es p blicas que garantam a protec o efectiva da mulher contra a discrimina o e Assegurar a elimina o de todos os actos de discrimina o contra as mulheres por parte de pessoas organiza es ou empresas O Problema da Reforma da ONU e do seu Conselho de Seguran a As Na es Unidas passaram 15 anos discutindo a reforma do Conselho de Seguran a A estrutura vigente tem estado congelada h seis d cadas e n o se relaciona com os desafios do mundo de hoje Sua forma distorcida de representa o coloca se entre n s e o mundo multilateral que desejamos Portanto sinto me muito animado com a decis o da Assembleia Geral de iniciar num futuro pr ximo negocia es sobre a reforma do Conselho de Seguran a Luiz In cio Lula da Silva Presidente da Rep blica Federativa do Bra
350. lo meio ou como parte dessas crises os incontorn veis per odos de ditaduras militares Entretanto e ao longo dos ltimos anos escreve se isto em 2007 com o aprofundamento e consolida o do processo do Mercosul a situa o quer na Argentina quer no Brasil parece ter estabilizado havendo alguns indicadores que indiciam mesmo um natural alargamento aos restantes pa ses da Am rica do Sul No caso de frica e em flagrante contraste com os processos europeu e sul americano de integra o regional aquilo que constatamos antes e desde logo o predom nio das motiva es de ordem especificamente pol tica Desde logo por se tratar de motiva es que v m na sequ ncia do movimento das independ ncias a partir da d cada de Sessenta mas j com ra zes no secular movimento pan africanista assim que os primeiros dirigentes pol ticos africanos lan am de imediato um processo de constru o de uma eventual unidade africana com base numa unidade de luta na cena pol tica internacional designadamente para combater pela liberta o dos povos africanos nas vertentes de anti colonialismo caso dos territ rios sob administra o portuguesa anti racismo caso da antiga Rod sia e anti apartheid caso da frica do Sul e actual Nam bia assim que logo na alvorada das primeiras independ ncias em 25 de Maio de 1963 proclamada em Addis Abeba Eti pia a cria o da Organiza o de Unidade Africana antecessora da actual U
351. ltural aparentemente s se verificaria uma vantagem competitiva no caso de Portugal ter um posicionamento muito baixo no par metro avers o incerteza O t tulo do cap tulo do livro em que Hofstede trata desta particular dimens o parece poder induzir o leitor em erro Aquilo que diferente perigoso E como exemplo de que este t tulo poder ser de tal maneira enganador indicarei o caso de pelo menos um consultor portugu s conhecedor da obra de Hofstede e professor de Desenvolvimento de Gest o numa das escolas do Instituto Polit cnico de Lisboa considerar usualmente o valor atribu do a Portugal e a sua posi o relativa na tabela da dimens o avers o incerteza num sentido exactamente oposto ao do pretendido por Hofstede Sem pretender entrar aqui em pol mica relativamente aos resultados obtidos ou conclus es a que ter chegado Hofstede no caso concreto desta dimens o no entanto ser interessante entrar no detalhe destas coisas de modo a tentar perceber o que ter levado o autor a chegar conclus o que para os portugueses assim como para outros pa ses claro aquilo que diferente perigoso Os question rios da companhia IBM utilizados nos j referidos inqu ritos anuais para avalia o do grau de satisfa o das centenas de milhar de empregados em todo o mundo e que s o a fonte original de que vieram a ser retirados todos aqueles resultados contemplam as seguintes quest es ou p
352. lvimento Na maior parte desses pa ses o agravamento da situa o social e econ mica levou aos conflitos armados os quais por sua vez e numa espiral de efeitos infernais levaram a uma crescente militariza o aumento da pobreza desespero e caos social Para al m de outros efeitos colaterais da militariza o das sociedades em pa ses pouco desenvolvidos como ser o caso da corrup o do aumento de fundamentalismos e tens es tnicas e da cultura de viol ncia e do crime Tudo isto custa de recursos materiais e humanos que poderiam naturalmente ter sido utilizados para fins pac ficos em meios produtivos e em esfor os de melhoria do n vel de vida das popula es Em resultado directo das tens es causadas pela guerra fria e do confronto geoestrat gico entre os Estados Unidos e a ex Uni o Sovi tica as despesas militares atingiram ent o montantes na ordem dos 450 000 milh es d lares por ano J na primeira d cada do s culo XXI e apesar do fim da Guerra Fria ter ocorrido j h cerca de vinte anos o mundo continua a gastar em armamentos o equivalente a cerca de 800 000 milh es de d lares por ano Como assinalado mais atr s neste texto mas que importa repetir e voltar a repetir a t tulo de compara o bastariam cerca de 80 000 milh es 10 para implementar um programa global para ajudar a resolver os problemas da alimenta o gua saneamento sa de e educa o de todos os pa ses ditos em desenvolvimento
353. lvimento em particular na reas da Sa de e da Educa o assim como a Ajuda Humanit ria em situa es de emerg ncia Segundo a Plataforma Portuguesa das ONGDs estas organiza es acreditam na import ncia de uma ac o solid ria orientada para os objectivos das comunidades com as quais e para as quais trabalham em conformidade com as prioridades identificadas em comum As ONGDs colocam em primeiro lugar as necessidades dos seus parceiros do Sul e o refor o das suas capacidades As ONGDs regem se ainda de acordo com todos os princ pios de respeito pelos Direitos Humanos e promovem a participa o da sociedade civil na Coopera o para o Desenvolvimento Embora se deva reconhecer o papel important ssimo destes actores sociais nas m ltiplas actividades de assist ncia e ajuda ao desenvolvimento social das popula es mais carenciadas importa tamb m ter presente que n o lhes cabe de todo o papel e menos ainda a responsabilidade por iniciar e sustentar quaisquer processos de desenvolvimento econ mico e social abrangentes e de mbito nacional Normalmente a sua actividade caracteriza se pela execu o de projectos supostamente com objectivos espec ficos e datados com um princ pio um meio e um fim n o lhes devendo caber o planeamento e execu o de tarefas recorrentes e normalmente a cargo de departamentos ou institutos p blicos 2 Em http www plataformaongd pt Guilherme da Fonseca Statter Vers o Prov
354. m as estimativas de Madison e Bairoch Por outras palavras no espa o de pouco mais de duas gera es e durante o per odo dos prim rdios da Revolu o da Industrial o diferencial de n vel de vida ou de riqueza social entre a Europa e frica teria passado de uns 30 para uns 400 Seja como for importante assinalar que estas estimativas s o usualmente feitas de uma perspectiva condicionada pelo modo de pensar associado com as modernas t cnicas de contabilidade nacional utilizando uma abordagem de fluxos em vez de uma abordagem de estoques Se considerarmos a escala de tempo que ser relevante para estas compara es assim como a complexidade sist mica aqui envolvida parece me que uma abordagem mais eficaz para comparar a situa o relativa das diversas regi es do globo antes do arranque da expans o europeia ser antes uma abordagem que utilize aquilo que por vezes de chama de indicadores indirectos Nesse contexto seria talvez mais producente investigar coisas como o capital de conhecimento acumulado e dispon vel nessas diversas regi es do globo quer sob uma forma incorp rea quer sob uma forma material bibliotecas e universidades e ainda de estruturas constru das assim como o funcionamento das institui es A esse respeito procurei fazer uma rudimentar inventaria o de alguns factos objectivos e que poderiam e quanto a mim deveriam ser mais detalhadamente investigados A constru o de uma qualquer
355. m como objectivo n mero um a erradica o do analfabetismo em todo o mundo objectivo esse que procura alcan ar atrav s do financiamento da forma o de professores e de cria o de escolas em campos de refugiados No caso particular da Educa o atribui especial aten o ao sucesso na escolaridade b sica tendo em conta as necessidades do mundo actual Para isso participa activamente na forma o de docentes e de pessoal administrativo promovendo tamb m a constru o de escolas e incentivando a doa o do respectivo material escolar No caso da Cultura para al m da promo o do livro e da leitura procura a salvaguarda do Do nome original em Ingl s United Nations International Children s Emergency Fund 193A Unicef tamb m tem que investir nos materiais necess rios s suas campanhas de recolha de donativos Formalmente conhecido por ICDC ou International Child Development Centre Do nome original em Ingl s United Nations Educational Scientific and Cultural Organization Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria patrim nio cultural de cada povo ou na o mediante o est mulo preserva o de identidades culturais Nesse sentido foi criado o World Heritage Centre para coordenar a preserva o e o restauro do patrim nio hist rico da humanidade Ainda nesse aspecto e atrav s do Programa Internacional para a Promo o da Comunica o promove a livre circula o de ideias por meios audiovisuais
356. m da pr tica de pre os pouco atraentes os camponeses eram tamb m sobrecarregados com impostos a taxas superiores taxas praticadas noutras regi es do globo assim que a agricultura tradicional africana foi durante anos v tima de pol ticas contraproducentes at de um ponto de vista do abastecimento das necessidades alimentares das popula es urbanas de cada pa s A pr tica de pre os pouco incentivadores e o modo de actua o dos referidos marketing boards juntamente com o seu caracter monopolista acabaram por vir a dar alguma justifica o aos Programas de Ajustamento Estrutural os quais se propunham justamente devolver s for as do mercado o seu devido papel na forma o de pre os O problema que a se levanta o da contradi o entre por um lado as recomenda es de tipo menos Estado melhor Estado as quais acabam por corresponder a uma concep o minimalista do Estado e por outro lado as necessidades de investimento p blico quer em termos de investiga o cient fica e tecnol gica no campo da agricultura e da pecu ria quer em termos de servi os de apoio actividade agr cola extens o rural A esse respeito refira se que ao longo das ltimas d cadas o investimento dos pa ses africanos nesse tipo de investiga o tem sido sistematicamente inferior ao verificado quer na sia do Sudeste quer na Am rica Latina assim que a o sector agr cola em frica acaba por ser o menos
357. m dado objectivo e incontorn vel que frica se encontra inserida na l gica de funcionamento espec fica do sistema mundo capitalista Assim sendo ainda que tenhamos presente a sobreviv ncia de formas de reprodu o social pr capitalistas no que diz respeito ao processo social de coopera o para o desenvolvimento teremos que considerar apenas e sobretudo as motiva es e interesses dos agentes envolvidos nesse processo Assim em todo o processo de coopera o internacional em frica teremos que considerar em primeiro lugar a actua o os motivos e interesses de dois grandes tipos de actores sociais os Estados nacionais e as Empresas em particular as empresas multinacionais Haver ainda que levar em linha de conta um terceiro tipo de actores sociais as chamadas organiza es n o governamentais cujo papel no entanto acaba por ser em grande parte subordinado actua o dos outros dois tipos de actores sociais No caso dos Estados em rigor estaremos a pensar nas diversas burocracias que constituem a administra o p blica e nas diversas redes de reciprocidade social que sempre se estabelecem nesse Veja se o papel crucial hoje desempenhado por acordos como o Acordo TRIPS Trade Related Intelectual Property Rights negociado no mbito da Organiza o Mundial do Com rcio mas em cuja origem esteve a iniciativa de entidades empresariais privadas como o caso da IBM Corporation ou da Ciba Geigy Neste contexto
358. m primeiro lugar os interesses pecuni rios dos seus pr prios accionistas maximizando resultados e dentro do poss vel minimizando custos e riscos associados com as suas opera es Por outras palavras digamos que no contexto da chamada coopera o para o desenvolvimento e apesar dos intuitos proclamados com a adop o de c digos de conduta empresarial e da responsabilidade social das empresas a verdade que em ltima an lise n o esse o papel que estar reservado aos dirigentes e gestores das grandes m dias e pequenas empresas nacionais ou multinacionais N o essa a sua l gica de actua o n o ser essa a sua voca o primordial As empresas s o constitu das e subsistem com o objectivo ltimo e leg timo de obter lucros para os seus propriet rios N o para se preocuparem em primeiro lugar com o desenvolvimento dos pa ses onde actuam Sendo no entanto verdade que o eventual desenvolvimento social e econ mico desses pa ses acaba por beneficiar e ser tamb m do interesse das referidas empresas Em contraponto com esta l gica de actua o haver a considerar a suposta ou postulada l gica dos Estados Em princ pio estes s o supostos garantir as condi es objectivas para a melhoria continuada e progressiva das condi es de vida dos seus respectivos povos Sucede entretanto que ao reconhecer se a relativa fragilidade de muitas dos pa ses ou comunidades nacionais e respectivos Estados foi tamb
359. m ser a t tulo puramente gratuito 29 Por coincid ncia em Outubro do mesmo ano em que foi agraciado com o Pr mio Nobel em Economia Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria calculados utilizando uma taxa fixa de 10 de desconto Entretanto de acordo com aquilo que est convencionado entre os pa ses membros da OCDE os fluxos de APD compreendem todos os contributos dos pa ses doadores independentemente das ag ncias estatais ou p blicas envolvidas no processo quer esses fluxos se dirijam directamente aos pa ses receptores caso da ajuda bilateral quer esses fluxos se dirijam s institui es internacionais designadamente as ag ncias do sistema das Na es Unidas caso da ajuda multilateral Quer isto dizer que em princ pio um montante de 75 daquela ajuda pode acabar por ser apenas um empr stimo a mais ou menos longo prazo e ainda que em condi es favor veis mas que acaba sempre por se constituir em d vida externa A qual suposta vir a ser paga e que entretanto suposta pagar juros Entretanto como acontece com qualquer empr stimo ou financiamento empresarial por parte dos bancos de investimento por exemplo o empr stimo s poder efectivamente vir a ser pago se entretanto a entidade devedora uma empresa ou um pa s para o caso tanto faz tiver efectivamente desenvolvido a capacidade de gerar fundos ou riqueza suficiente para reembolsar o referido empr stimo t o simples qu
360. ma da heran a marxista bastante mais variada e at confusa Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria do n o desenvolvimento a factores internos a cada sociedade a culpa dos Africanos mas n o internos ao sistema capitalista propriamente dito Pelo seu lado no que diz respeito s abordagens que se reclamam da heran a te rica do marxismo algumas destas abordagens parecem tender a considerar como causa prim ria ou original do n o desenvolvimento da frica Subsahariana o factor externo da ocupa o e explora o colonial A este factor haver tamb m que se acrescentar a desestrutura o social e econ mica resultante dessa ocupa o vinda do exterior Ser um pouco como dizer algo do estilo se os tiv ssemos deixado em paz e sossego eles tamb m tinham acabado por se desenvolver Infelizmente a realidade bem mais complexa e n o h como reescrever a Hist ria da inser o de frica no sistema mundo At na medida em que o sistema capitalista acabou mesmo por se ter desenvolvido inicialmente na Europa e dadas as suas caracter sticas de funcionamento veio a expandir se a acelerar o seu pr prio crescimento e assim a intrometer se nos diversos processos locais de eventual acumula o e desenvolvimento nas regi es da sua periferia Neste contexto defende se aqui muito simplesmente a tese de que para uma interven o mais eficaz seja por parte dos agentes ou actores sociais situados no
361. ma dimens o de comportamento social definida por um continuum tendo num polo algo como uma orienta o paroquial e no polo oposto algo como uma orienta o profissional Entretanto da investiga o de Hofstede parece poder inferir se uma forte correla o positiva entre as vari veis dimens o organizacional e orienta o por resultados em vez de orienta o por processos Por outro lado grandes dist ncias ao poder parecem estar associadas com orienta o por processos enquanto que menores dist ncias ao poder parecem estar associadas com orienta o por resultados Ainda de acordo com Hofstede a centralidade social do trabalho a import ncia do trabalho no padr o total da vida de cada um estar correlacionada com a terceira dimens o das culturas organizacionais a orienta o paroquial versus uma orienta o profissional O problema da poss vel aplicabilidade deste tipo de avalia o situa o concreta prevalecente na maioria das sociedades africanas ser o facto de que parece considerar se prevalecer nas sociedades africanas um ambiente cultural de tipo paroquial enquanto oposto a profissional no sentido estrito do ambiente social dos pa ses industrialmente desenvolvidos Ou seja um ambiente em que se verificou uma clara diferencia o hist rica entre o universo laboral e o universo familiar Ou seja n o podemos esquecer que as culturas paroquiais em sentido lato s o tamb m aquelas em que n
362. ma vem sempre a recair na dimens o dos meios t cnicos financeiros e humanos dispon veis e disponibiliz veis a curto e m dio prazo por parte dos pa ses da comunidade internacional Tamb m neste aspecto se pode falar de trag dia africana se pensarmos no fen meno da parceliza o de frica por via tamb m dos acordos da Confer ncia de Berlim A partilha de frica por entre as principais pot ncias europeias ent o com pretens es imperiais em frica veio a dar origem a uma multitude de pa ses relativamente pequenos e que hoje se apresentam nos foros internacionais sem grande capacidade negocial designadamente com as grandes empresas multinacionais do ramo da farm cia tamb m nesse contexto que devem ser vistos os acordos firmados pelo Brasil com diversos pa ses africanos para a transfer ncia de tecnologia para a fabrica o de medicamentos para o tratamento da Sida assim como a guerra de patentes na frica do Sul e a assist ncia prestada por pa ses como a ndia ou a China frica Marginalizada Na literatura corrente e convencional acerca da situa o da frica Sub Sahariana relativamente ao fen meno alegadamente recente da globaliza o encontra se exposta ou explicada com toda a naturalidade a ideia de que a frica Sub Sahariana est ou foi marginalizada relativamente ao n cleo central da actividade econ mica global O discurso da marginaliza o da frica Sub Sahariana est su
363. me ways too much importance is attached to the growth of political states It was in Europe that the nation state reached an advanced stage and Europeans tended to use the presence or absence of well organised polities as a measure of civilisation That is not entirely justified because in Africa there were small political units which had relatively advanced material and non material cultures P gina 55 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria estimado que por volta de 1450 o planeta teria cerca de 400 milh es de habitantes J em 1750 essa popula o teria passado para cerca de 800 milh es de habitantes A distribui o dessa popula o por entre os diversos continentes e regi es tem sido razoavelmente est vel embora com algumas oscila es e tend ncias de longo prazo Assim em 1750 o continente africano teria um pouco mais de 100 milh es de habitantes enquanto que a Europa teria pouco mais do que 160 milh es Entretanto tal como hoje a sia foi sempre o continente com mais habitantes mas n o o mais densamente povoado Digamos que esse factor da densidade populacional fulcral e decisivo jogou quase sempre a favor da Europa Durante o per odo entre 1750 e 1800 per odo de grande intensidade no com rcio de escravos a partir de frica a popula o deste continente praticamente estagnou nos 106 a 107 milh es de habitantes enquanto que todos os outros continentes viam a sua popula o aumentar No
364. mente ao modo como fazem o enquadramento pol tico econ mico e legal dos assentamentos urbanos Podendo assim ou n o orientar essas popula es para um melhor aproveitamento da sua for a de trabalho Por outras palavras cabe em primeiro lugar aos governos de cada pa s averiguar as causas destas migra es internas maci as de modo a assim as poder melhor enquadrar Temos assim que uma primeira causa do crescimento da dimens o das cidades ainda o crescimento natural da popula o Uma segunda causa chamado xodo rural Quanto a isso se verdade que este xodo rural n o tem esvaziado as zonas do campo o mesmo n o tem sido compensado pelos necess rios aumentos de produtividade na produ o agr cola Seja como for a taxa de urbaniza o ou a frac o da popula o de um pa s vivendo em cidades tem estado a crescer em todo o Mundo de maneira continuada Assim em 1960 viviam em cidades apenas 34 dos habitantes do planeta Essa taxa tinha aumentado 46 em 1990 e para 51 em 2000 No caso da frica Subsahariana e segundo os dados ag ncia das Na es Unidas UN 13 Mais popula o jovem mais propens o natural para aparecerem mais filhos is African News Service 22 de Abril de 1999 http www population awareness org Africa html Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Habitat sediada em Nairobi a taxa de urbaniza o era de 18 em 1960 tendo passado para 30 em 1990 e 37
365. mente reduzidos at na medida em que no que diz respeito s actividades de cultivo e extrac o ser o a menores os custos de opera o e da utiliza o de m o de obra Em muitos casos ser o tamb m mais reduzidos os custos de controle do impacto ambiental Na quest o das mat rias primas haver a considerar tr s grandes categorias os produtos da explora o agro pecu ria e florestal os min rios e os produtos energ ticos No que diz respeito aos produtos agr colas o interesse das empresas multinacionais pela regi o africana poder resumir se a uma breve listagem de alguns produtos vegetais cuja produ o noutros continentes ou mais cara ou mais dif cil e problem tica O cacau a cana do a car o algod o o amendoim o caf e a madeira esgotam praticamente a lista de interesses Entretanto junte se a isso o facto de ao longo dos anos ter havido uma continuada queda dos pre os destes produtos nos mercados internacionais Para alguns autores a quest o que a se levanta antes do grau de queda dos pre os do que o facto da queda propriamente dita Floribert Ngaruko 2003 Haver ainda considerar a quest o da bio diversidade e da eventual descoberta e investiga o cient fica de plantas com propriedades de interesse para a ind stria farmac utica Mesmo nesta lista haver a assinalar a problem tica a que voltaremos mais adiante da concorr ncia e competitividade de alguns produtos agr colas nomeadame
366. mento de solu es para os m ltiplos problemas do desenvolvimento CNUCED Confer ncia das Na es Unidas sobre Com rcio e Desenvolvimento A CNUCED foi estabelecida em 1974 para promover a integra o na economia mundial dos pa ses 1 UNDP na sigla em Ingl s Ver s tio respectivo na rede www 19 Galardoado em 1998 com o Pr mio do Banco da Su cia em mem ria de Alfred Nobel vulgarmente conhecido por Pr mio Nobel pelos seus contributos para o estudo dos aspectos sociais da economia UNCTAD na sigla em Ingl s United Nations Conference on Trade and Development http www unctad org Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria em desenvolvimento procurando faz lo de modo a facilitar essa integra o minimizando os choques negativos que sempre resultam de quaisquer processos de altera es profundas nas economias mais fr geis Por for a da sua pouca efectividade em termos de interven o pol tica a CNUCED acabou por evoluir para uma esp cie de centro de compet ncia relativamente ao conhecimento te rico e pr tico sobre quest es de com rcio internacional e desenvolvimento Para al m de um centro de compet ncia a CNUCED procura levar a cabo o seu mandato atrav s de tr s vectores de actua o como um f rum de delibera es inter governamentais atrav s da colecta e investiga o de dados que possibilitem a an lise de pol ticas de desenvolvimento e por fim atrav s da presta
367. mentos em cada sector de actividade agricultura industria fabril servi os Estado Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria do Mil nio O objectivo b sico e fundamental do CAD ser ent o do aumento da efic cia da ajuda O CAD suposto analisar diversas quest es assim como a orienta o b sica em reas chave do desenvolvimento Em resultado desse trabalho de an lise espera se que sejam forjados la os com outras entidades tamb m dedicadas ao processo de ajuda ao desenvolvimento esperando se assim alguma maior coordena o de esfor os Um outro objetivo importante da actua o do CAD ser o de disponibilizar estat sticas fi veis sobre a APD Ao todo fazem parte do CAD 24 pa ses membros da OCDE sendo os seus quadros constitu dos por t cnicos supostamente especializados nas diversas quest es e perspectivas do desenvolvimento A julgar pela cr tica elaborada por Joseph Stigliz por ocasi o de uma confer ncia proferida na Funda o Calouste Gulbenkian em Lisboa e referindo se aos quadros do Banco Mundial de que tinha sido Vice Presidente e Economista Chefe de suspeitar que no entanto haja ali nos quadros do CAD e da OCDE um absoluto predom nio de economistas em detrimento de outros cientistas sociais e ainda por cima com forma o predominantemente no paradigma neocl ssico Seja como for de acordo com o pensamento politicamente correcto e nas palavras do secretariado do CAD da OCDE
368. mesmo assim e considerando os montantes envolvidos no financiamento da sua actividade e as expectativas legitimamente criadas em torno da sua actividade natural que as ONGDs se vejam submetidas ao crivo da avalia o de resultados de cada vez que est o envolvidas em projectos da ajuda p blica do desenvolvimento Coisa que naturalmente est sempre a suceder para isso mesmo que elas se reclamam de existir a coopera o internacional o seu mercado natural S o muitas as publica es e manuais detalhando com algum pormenor o modo os procedimentos e crit rios normalmente utilizados para avaliar da efici ncia e efic cia da actividade das ONGDs Nesse sentido limitar nos emos aqui a elencar apenas alguns dos pontos principais ou que aparecem com mais frequ ncia e naturalidade nos referidos manuais H a considerar desde logo os diversos pontos de vista envolvidos no processo 1 o ponto de vista das entidades financiadoras e respectivas agendas 2 o ponto de vista dos grupos sociais que s o supostos receber a ajuda ou que s o o alvo principal da interven o da ajuda p blica ao desenvolvimento e 3 o ponto de vista da pr pria organiza o que suposta executar ou levar a cabo o projecto ou programa da ajuda ao desenvolvimento Por outro lado h a considerar o pr prio processo de avalia o quem o elabora a entidade financiadora ou uma ag ncia independente sub contratada para o efeito o que que s
369. mesmo inverter os fluxos migrat rios dos campos para as cidades At fins dos anos Setenta o governo nacionalista insistia na fic o legal de que as cidades eram zonas exclusivamente para os brancos sendo os negros considerados apenas e sempre como residentes tempor rios Nos anos Sessenta o governo publicava mesmo estat sticas que mostravam o sucesso da sua pol tica de encorajamento de regresso s terras ancestrais por parte dos negros residentes nas cidades Importa aqui referir que essas estat sticas se referiam normalmente a censos efectuados por ocasi o das festividades de Natal e Fim de Ano altura em que grandes quantidades de trabalhadores negros industriais comerciais e dom sticos recebiam uma costumeira autoriza o por parte dos seus patr es para se ausentarem de f rias Jack Simons e Ray Simons 1968 Um quarto eixo de incorpora o dos africanos negros no sistema econ mico sul africano ent o naturalmente o da migra o para as explora es mineiras e actividades industriais correlacionadas O sistema pretendido e prevalecente durante muito tempo era um de recrutamento tempor rio de trabalhadores bra ais quer nas reservas situadas na frica do Sul quer nos pa ses vizinhos O alojamento desses trabalhadores mineiros far se ia em bairros fechados compounds pr prios de cada explora o mineira e como era natural nas cercanias dos locais de trabalho No que diz res
370. metade da pobreza e da fome Meta 1 Reduzir para metade a propor o de popula es vivendo com menos de 1 d lar por dia Ser o utilizados tr s indicadores ou crit rios de medida a a propor o da popula o abaixo de um d lar por dia em Paridade de Poder de Compra b a posi o relativa do divisor de um d lar na distribui o nacional do rendimento c a frac o do rendimento que cabe ao quintile mais pobre da popula o Para estes indicadores ser o utilizadas estimativas do Banco Mundial Meta 2 Reduzir para metade a propor o de pessoas que sofrem de fome Para medir o grau de progress o em rela o a este Objectivo ser o utilizados dois indicadores a a preval ncia de crian as abaixo dos 5 anos de idade com peso abaixo do regular saud vel e b a propor o de popula o abaixo do consumo diet tico m nimo A monitoriza o do primeiro destes dois indicadores est a cargo da Unicef enquanto que a monitoriza o do segundo est a cargo da FAO A este respeito lembremos que em 2000 se estimava que 1 200 milh es de pessoas em todo o mundo viviam com menos do equivalente a um d lar por dia em termos de paridade do poder de compra do d lar americano Pelos vistos seria necess rio chegar aos apenas 600 milh es vivendo com menos de 1 d lar por dia Considerar se que abaixo daquele rendimento m nimo as pessoas passam fome A ser assim em 2010 a situa o continua a estar mal S o cerc
371. mo v o evoluindo a realidade objectiva e exterior e a sua percep o por parte dos agentes sociais A chamada Ajuda P blica ao Desenvolvimento A ideia de Ajuda P blica ao Desenvolvimento APD uma ideia que vem de longe e sendo generosa e baseada nos princ pios universais da solidariedade entre todos os povos que habitam o planeta veio mais recentemente a tornar se numa ferramenta cada vez mais importante para a prossecu o dos chamados Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio entretanto proclamados pela ONU Tamb m nesse contexto importante discutir ainda que brevemente as principais caracter sticas da APD assim como as suas causas ou origens dimens o e poss veis efeitos sobre os pa ses receptores dessa ajuda Em termos gen ricos o Comit de Ajuda ao Desenvolvimento CAD da Organiza o para a Coopera o e Desenvolvimento Econ mico OCDE define a APD como sendo o conjunto dos subs dios n o reembols veis e empr stimos subsidiados para o desenvolvimento de pa ses e territ rios na lista do CAD dos benefici rios da APD Ou seja e por defini o a APD deve ser feita a partir do sector p blico de um pais doador e ser orientada para a promo o do desenvolvimento social econ mico de um pa s benefici rio Nesse contexto os empr stimos concedidos devem ter um elemento de doa o de pelo menos 25 O Credit System Report CRS do CAD faz o registo das estat sticas anuais e acompanha de perto as tend ncias
372. mporta es e os subs dios aos agricultores nacionais que estimulam a sobreprodu o e fazem descer os pre os mundiais Tais barreiras acabam por criar dificuldades acrescidas cria o de empregos e gera o de rendimentos nos pa ses mais pobres Investimento A componente de investimento do CDI compara os pa ses ricos com base nas respectivas pol ticas de incentivo ao investimento produtivo em pa ses pobres Baseia se numa lista de 20 perguntas Considera por exemplo se os governos dos pa ses ricos permitem que os seus fundos de pens es p blicos invistam em pa ses pobres Ainda por exemplo saber se h facilidades de seguros garantidos pelo Estado contra riscos pol ticos como a expropria o por parte dos pa ses receptores de modo a incentivar as empresas nacionais a aventurarem se em pa ses mais pobres Saber tamb m se os pa ses doadores verificam e controlam poss veis abusos ambientais e de direitos laborais nas f bricas ou empresas em que se fazem os investimentos Migra o O componente de migra o do CDI compara os pa ses ricos em rela o forma como facilitam ou n o a imigra o de pessoas oriundas de pa ses mais pobres a sua obten o de um emprego ou trabalho como tamb m a sua educa o a possibilidade de remeterem dinheiro para os pa ses de origem e ainda o regresso a esses pa ses mas j com novas compet ncias e capital Ambiente O componente ambiental do CDI compara os pa se
373. mulher a explos o demogr fica a d vida p blica soberana a ajuda p blica ao desenvolvimento e a erradica o da pobreza A outra Nova Ordem Internacional Quando alguns autores falam de uma Nova Ordem Internacional est o a referir se ao ambiente global a que um certo autor muito pomposamente chamou de O Fim da Hist ria Estou aqui a referir me ao in cio de uma nova ordem internacional proclamado pelo ex Presidente dos Estados Unidos George Bush Sr na sequ ncia da implos o da antiga Uni o Sovi tica Tal como assinala Vivien A Schmidt 1995 aquilo que estava sendo proclamado era nem mais nem menos do que um mundo de paz e harmonia universal com desenvolvimento para todos Um mundo em que a comunidade internacional de governos democr ticos iria propiciar paz no mundo e tornar poss vel que todos fossem livres e pudessem beneficiar da prosperidade de uma economia de liberaliza o internacional A paz como se veio rapidamente a verificar n o era mais do que um sonho ou uma utopia o mesmo sucedendo com a prometida prosperidade global A nica parte daquelas promessas que tem sido de facto assegurada tem sido a da liberdade para todos os com rcios de interesse para o processo de acumula o capitalista assim que cada vez maior a mobilidade do capital financeiro mas n o s e cada vez maiores as facilidades para os neg cios sem fronteiras ou barreiras internacionais que pudessem actuar como pontos de regu
374. mundial j em 1999 esse mesmo rendimento m dio correspondia a apenas 10 5 da m dia do PIB per capita mundial Se olharmos para a sa de um dos elementos fundamentais do progresso humano e do desenvolvimento social e econ mico vemos que em 1999 a esperan a m dia de vida na regi o frica Sub Sahariana era de apenas 39 anos enquanto que em Portugal pa s que neste aspecto se pode considerar razoavelmente representativo dos pa ses da Europa Ocidental essa mesma esperan a m dia de vida era j de 72 anos Um outro indicador da vari vel sa de ser a taxa de mortalidade infantil Nesse caso enquanto que na frica Sub Sahariana essa taxa de 107 mortos durante o primeiro ano de vida por cada 1 000 beb s nascidos na sia do Sul essa taxa de 69 por 1 000 e na Am rica Latina de 32 por 1 000 Mais uma vez a t tulo de compara o com a situa o nos pa ses mais desenvolvidos assinale se que a mesma taxa em Portugal de apenas 5 por 1 000 Um outro aspecto a considerar nesta situa o tr gica da regi o frica Sub Sahariana ser a dimens o preocupante da propaga o da Sida Em fins de 2005 estimava se que cerca de 9 da popula o entre os 15 e os 49 anos de idade estava contaminada havendo pa ses onde essa propor o atinge os 24 Para se tentar perceber a dimens o desta eventual cat strofe refira se que a situa o em Portugal considerada a mais grave de entre os pa ses da Europa Ocidental de cerc
375. mundial nas discuss es preparat rias e durante as reuni es de Bretton Woods Keynes tentou promover a ideia de uma ampla regula o da economia mundial de modo a evitar mais crises e mais guerras como aquelas que tinham afligido a humanidade nas primeiras d cadas do s culo No entanto o facto hoje incontrovertido que as suas ideias n o s n o foram bem sucedidas como tamb m se poder argumentar que foi exactamente por n o terem sido adoptadas na sua mais ampla plenitude que se vieram posteriormente a verificar as crises e guerras localizadas que entretanto n o deixaram de afectar mas mais diversas regi es do planeta O movimento em prol de uma nova ordem econ mica internacional tem como objectivo fundamental a correc o de um desequil brio econ mico global e o estabelecimento de um maior grau de equidade nos sistema de produ o e sobretudo de distribui o de riquezas Segundo este movimento a desigualdade a n vel global exprime se no modo desigual como funciona o com rcio as desigualdades nos n veis de desenvolvimento e consumo a desigualdade na produ o e consumo de energia assim como o desenvolvimento e controle de tecnologia Para os defensores de uma nova ordem econ mica internacional ao longo das d cadas que durou o per odo colonial os pa ses colonizados ter o sido explorados de uma forma aberta e descarada No entanto mesmo depois das independ ncias aquela explora o econ mica n o se modificou na sua
376. n lise te rica numa situa o em que cada pa s concorre directamente com quaisquer outros pa ses no processo de atrac o desse FDI procurando oferecer a cada empresa estrangeira as melhores condi es poss veis para a rentabilidade dos investimentos que a venham a ser efectuados Como evidente essa situa o perfila se como um factor negativo no processo de integra o regional tema a que voltaremos mais adiante Normativa pol tica originada em Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria As Capacidades de Interven o dos Actores Sociais Em qualquer caso importante chamar a aten o para a capacidade de interven o no contexto global por parte destes dois tipos de actores sociais os Estados e as Empresas Assim sendo quando fazemos uma compara o da capacidade e dimens o relativa das grandes empresas multinacionais neste caso as empresas de caracter industrial e dos pa ses ditos em vias de desenvolvimento verificamos facilmente a despropor o de meios e de poder de interven o no campo da pol tica econ mica e de desenvolvimento destes dois tipos de actores sociais De acordo com as estat sticas do Relat rio Mundial do Investimento da Confer ncia das Na es Unidas sobre Com rcio e Desenvolvimento ou UNCTAD j em 1995 o numero de empresas classificadas como transnacionais ou TNC s era de 40 000 numero esse a que se devem acrescentar cerca de 250 000 empresas
377. n rio Internacional sobre Africa na Viragem do S culo realizada pelo Centro de Estudos Africanos ISCTE 20 23 de Setembro de 2000 Anheier Helmut et alia 2001 The Global Civil Society 2001 Oxford University Press USA Arrighi Giovanni 2002 The African Crisis World Systemic and Regional Aspects New Left Review No 15 May June 2002 Arrighi Giovanni amp John S Saul 1973 Essays on The Political Economy of Africa Monthly Review Press New York Bertalanffy Ludwig von 2001 General System theory Foundations Development Applications George Braziller Inc New York Berth lemy Jean Claude 1994 L Endettement du Tiers Monde P U F Paris Bertrand Maurice 2006 L ONU ditions La D couverte Paris Boyson Jack K 2001 Resources for Mobilizing Funding for Development Projects World Bank International Youth Foundation Baltimore Maryland USA Dispon vel em http www gdrc org ngo funding ngo grants pdf Braudel Fernand 1992 Civiliza o Material Economia e Capitalismo Teorema Lisboa Brunel Sylvie 1996 La Coop ration Nord Sud Presses Universitaires de France Paris Brunel Sylvie 1996 Le Sous D veloppement Presses Universitaires de France Paris Charnoz Olivier et Severino Jean Michel 2007 L aide publique au d veloppement Editions la D couverte Paris Chiavennato Idalberto 2011 Introdu o Teoria Geral da Administra
378. na o de mbito mundial como ser o caso mais flagrante da institucionaliza o do G 8 sobretudo se considerarmos que tal se vai processando revelia do sistema da Organiza o das Na es Unidas A Coopera o e a Ajuda ao Desenvolvimento No ambiente da globaliza o da economia actualmente t o propalado a problem tica aqui proposta da coopera o e ajuda ao desenvolvimento abrange toda uma s rie de problemas pol ticos econ micos e sociais que envolvem disciplinas e especialistas de diversos matizes e correntes de pensamento problemas esses que est o tamb m no cerne das aten es das opini es p blicas e da cidadania de quase todos os pa ses Os problemas do desenvolvimento ou n o desenvolvimento dos povos est o longe de serem uma coisa nova ou um fen meno original cuja emerg ncia fosse agora por isso mesmo por essa novidade digno de registo e estudo espec fico Desde o famoso Plano Marshall elaborado para relan ar a economia dos pa ses destro ados pela Segunda Guerra Mundial at ao menos famoso quarto ponto do discurso do Presidente Harry Truman em 1949 por ocasi o da sua tomada de posse como presidente dos Estados Unidos que se t m sucedido diversas e m ltiplas proclama es solenes tendo como objectivo fundamental a melhoria das condi es de vida de todos os povos do planeta E no entanto j l v o portanto mais de cinco d cadas duas gera es que m ltiplos e diverso
379. na bandeira do Brasil na altura da sua cria o por descendentes de portugueses Ordem e Progresso Em conclus o parece que se poder retirar daqui a assun o razo vel de que tamb m esta dimens o cultural poderia ser vista se n o como uma poss vel vantagem competitiva da coopera o portuguesa pelo menos como uma n o desvantagem H no entanto a considerar um outro aspecto que ser certamente relevante para toda a problem tica de uma eventual e desej vel efic cia na coopera o internacional para o desenvolvimento e relativamente ao qual haver que exprimir um claro desacordo relativamente aos coment rios de Hofstede a esse respeito O aspecto em quest o ser o da avers o incerteza na fam lia Nas suas 385 Na sua investiga o Hofstede refere explicitamente o facto de aquilo que as popula es respondentes aos inqu ritos efectuados tinham em comum era o facto de serem todos predominantemente membros das classes m dias dos respectivos pa ses Parece ent o razo vel concluir como o faz Hofstede que aquilo que ent o os distinguia sendo todos da classe m dia seria de facto a sua cultura nacional Lembremos aqui que Hofstede aproveitou para a sua investiga o inqu ritos de satisfa o efectuados todos os anos e de forma rotineira pela companhia IBM s suas centenas de milhares de empregados em todo o mundos referindo explicitamente que aquilo que sobraria para distinguir os diver
380. nal ou funcionalmente mais competente Se considerarmos que o modelo organizacional prevalecente nas grandes ind strias de tipo industrializante e se considerarmos o efeito de imita o que a presen a destas unidades sempre provoca nas unidades econ micas industriais agr colas ou mineiras de raiz africana vimos a encontrar uma das causas das tens es identificadas por diversos estudiosos do fen meno empresarial em frica E no entanto n o faltam tamb m as an lises que explicam a possibilidade de aproveitamento desse modelo organizacional justamente na fase de arranque de um qualquer processo de acumula o e crescimento econ mico Essa tal possibilidade acaba por se manifestar na maior flexibilidade de contratos de emprego e ocupa o dos tempos de labora o ritmos de trabalho assim como na motiva o para a execu o interessada das diversas tarefas Ainda no contexto dos factores internos e portanto dependentes em ltima an lise da vontade ou capacidade de decis o dos dirigentes africanos e de quem os vai elegendo termos a considerar a ilus o do novo riquismo e da imita o dos estilos de vida dos pa ses mais desenvolvidos A capacidade dessa imita o estar naturalmente limitada a grupos muito minorit rios e que n o t m sabido resistir tenta o de se apoderarem quase sempre de modo fraudulento das rendas mineiras ou da rendas pol ticas e da ajuda Ocaso paradigm tic
381. nalizado para a IPAA Parceria Internacional contra a SIDA em frica Os maiores doadores do ONUSIDA s o os Estados Unidos os Pa ses Baixos a Noruega o Jap o o Reino Unido e a Su cia mas o Programa tamb m recebe fundos de outros 25 pa ses O ONUSIDA dirigido por um Conselho Coordenador do Programa constitu do por representantes de 22 governos para al m de sete co patrocinadores Dele fazem tamb m parte cinco elementos sem direito de voto que representam uma ampla diversidade de organiza es n o governamentais ONGs entre as quais figuram as que representam pessoas que vivem com o VIH SIDA Tal facto faz com que esta seja a nica institui o da ONU em cujo conselho directivo participam ONGs Organiza o das Na es Unidas para o Desenvolvimento Industrial UNIDO uma ag ncia especializada que tem por objetivo a promo o e a acelera o do desenvolvimento industrial sustentado nos pa ses menos desenvolvidos e economias em transi o Como todas as outras ag ncias especializadas da ONU tem tamb m o mandato de trabalhar para melhorar as condi es de vida nos pa ses mais pobres do mundo inspirando se no conjunto global dos seus recursos e conhecimentos O portal desta ag ncia na rede www informa nos de que a UNIDO reconhecida como um fornecedor altamente relevante e eficiente especializada nos principais servi os de apoio aos desafios interligados de redu o da pobreza atrav s de actividades prod
382. nas parcialmente correctas ou verdadeiras A esse respeito importante discutir ainda que muito brevemente a problem tica do processo hist rico de acumula o Algo que faremos mais adiante Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 08 O SISTEMA DAS NA ES UNIDAS Mais do que nunca antes na hist ria humana partilhamos um destino comum Apenas o poderemos dominar se o enfrentarmos juntos E por isso meus amigos que temos as Na es Unidas Desta vis o do papel das Na es Unidas resultam para o pr ximo s culo tr s grandes prioridades para o futuro Erradica o da pobreza preven o de conflitos e promo o da democracia Kofi Annan Antigo Secret rio Geral das Na es Unidas Introdu o A express o comumente utilizada de Sistema das Na es Unidas ter subjacente a ideia de um conjunto integrado e devidamente estruturado de organismos e institui es de mbito mundial e com determinados objectivos e fun es razoavelmente distribu dos A realidade dos factos algo de diferente Como veremos mais adiante o chamado sistema das Na es Unidas acaba antes por ser um aglomerado n o integrado de organiza es d spares e dispersas em alguns casos sem quase nenhuma rela o ou coordena o entre si Algumas das organiza es ou ag ncias especializadas s o mesmo entidades que antecedem historicamente a exist ncia da actual Organiza o das Na es Unidas como ser o os casos
383. ncias partilhadas ou n o por ambas as partes assim como de elementos culturais distintos e peculiares das partes em presen a Por sua vez a efectividade ou efici ncia deste sub processo de comunica o ser facilitado pela quantidade de informa o contextual a ser transmitida e que se espera seja recebida e entendida por ambas as partes quase uma quest o de senso comum a constata o de que a similaridade no comportamento social expect vel constitui certamente um factor de refor o neste sub processo de comunica o Em resumo na discuss o desta mat ria prop e se que deveremos ter sempre em mente os factores que influenciam o processo de troca de informa o e de saber fazer entre grupos sociais com contextos culturais diferenciados assim como a variedade dos diversos actores sociais que participam nesse processo e ainda a variedade de formas assumidas pelo processo propriamente dito de assist ncia ao desenvolvimento neste contexto a APD como conjunto mais ou menos organizado de processos em renova o continuada que importante analizar os modos como as interac es humanas que se verificam no desenrolar desses processos s o afectadas pelas caracter sticas culturais dos actores sociais envolvidos nesses m ltiplos processos Para muitos observadores at agora a coopera o para o desenvolvimento tem tido uma hist ria variada de falhan os e sucessos Talvez fosse til tentar aprender com os erros do passado ass
384. ncias sociais a teoria acaba sempre por ter que se ajustar realidade observada Foi exactamente a partir da sua observa o directa e no posto de comando como soe dizer se do fen meno argentino que o economista Raoul Prebisch ent o governador do Banco da Argentina veio a dar origem escola de pensamento chamada Teoria da Depend ncia Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria que progredir rumo a uma qualquer federa o Al m da Lib ria e do Senegal este grupo de Monr via inclu a tamb m pa ses como a Nig ria a Eti pia e a maior parte dos pa ses de l ngua francesa No que diz respeito concretiza o dos seus proclamados objectivos as circunst ncias as limita es estruturais e o modo de inser o de frica na globalidade do sistema mundo limitaram de forma determinante as suas possibilidades de realiza o Para al m da conclus o dos processos de liberta o dos territ rios sob administra o portuguesa assim como a resolu o pol tica dos casos da Rod sia Zimbabu e da frica do Sul apesar daquelas proclamadas inten es de coopera o e desenvolvimento a verdade objectivamente verificada que ao longo dos quase 40 anos da sua exist ncia a OUA n o conseguiu nem evitar os in meros conflitos que t m assolado a regi o nem promover o necess rio desenvolvimento econ mico e social Temos j referido que em qualquer processo de transforma o social necess rio consider
385. nciona como uma barreira semelhante dos mares que separam continentes assim como as zonas de habitat mais problem tico como ser o caso da floresta equatorial Considerando os quase 10 milh es de quil metros quadrados de desertos que n o h na Europa a compara o em termos de densidade populacional daria 8 habitantes por quil metro quadrado na Europa contra cerca de 2 5 habitantes por quil metro quadrado no caso da frica Subsahariana Ao contr rio do que parece pensar Walter Rodney a densidade populacional para al m da sua dimens o absoluta desempenha uma papel fulcral nas necessidades a que sempre d origem de uma organiza o social complexa e diversificada Essa organiza o social complexa acaba normalmente por implicar o surgimento de aparelhos de exerc cio de poder e de estruturas ou organismos administrativos em que a escrita o registo e a contabilidade desempenham um papel crucial A pr pria ideia de civiliza o criticada por Walter Rodney tem origem na emerg ncia de grandes assentamentos urbanos onde os seus habitantes assumem o caracter de civis ou pessoas das cidades e onde a organiza o da vida social implica mecanismos de poder claramente distintos dos mecanismos de poder necess rios para a reprodu o social de grupos de menor dimens o Assim sendo de acordo com estudos efectuados e coligidos pelas Na es Unidas tem sido http mondediplo com 1998 04 02africa 34 In so
386. ncipal a governa o tir nica por parte das grandes empresas multinacionais A essa governa o tir nica junta se a l gica de funcionamento dos famigerados Fundos de Pens es em particular porque essa l gica de funcionamento tende a n o ser regulamentada por qualquer sistema de governa o mundial democr tica O Interesse Econ mico de frica O paradigma de desenvolvimento econ mico e social que continua a ser proposto e propagandeado pelas institui es do chamado Consenso de Washington tem como ideia mestra que cabe s for as do mercado ou seja s empresas privadas o papel primordial de motor do desenvolvimento Assim sendo e apesar das algumas nuances entretanto introduzidas com a promo o da ideia da boa governa o esse paradigma acaba por relegar para um segundo plano o papel dos Estados Se verdade que este mesmo paradigma n o determina de forma absoluta a forma como o governo de cada pa s organiza a sua vida colectiva econ mica e social tamb m n o deixa de ser verdade que pelo menos condiciona o processo de desenvolvimento econ mico em qualquer pa s e em particular nos pa ses de menor capacidade de decis o aut noma a esse respeito neste contexto que importa discutir minimamente o interesse econ mico de frica desde um ponto de vista das motiva es das empresas em geral e das grandes empresas transnacionais em particular Em primeiro lugar e em regime capitalista as empresas
387. nd ncia por parte dos pa ses receptores relativamente ao pa s doador Uma boa gest o das rela es internacionais por parte de cada um dos pa ses receptores da ajuda pode naturalmente levar a que seja minimizada essa depend ncia em rela o a qualquer um dos pa ses doadores e a t tulo de rela es bilaterais na medida em que cada pa s receptor pode ser sempre jogar com as rivalidades latentes entre os diversos pa ses doadores at num plano de prest gio internacional por parte desses pa ses Alguns exemplos hist ricos ajudar o a melhor compreender esta problem tica Em 1964 o governo da ndia Jawaharlal Nehru decidiu fazer construir uma siderurgia em Bokaro sendo que os Estados Unidos se prontificaram a fazer o financiamento e execu o do projecto desde que o mesmo tivesse como resultado final a sua entrega a uma empresa de direito privado O governo da ndia no entanto tinha como seu objectivo estrat gico que uma tal empresa fosse antes um empresa estatal de direito p blico Perante a recusa dos Estados Unidos em prestar a ajuda necess ria a ndia n o teve grandes problemas em aceitar a ajuda entretanto oferecida pela ent o Uni o Sovi tica Da mesma maneira quando a antiga Jugosl via se viu enjeitada pelo ent o chamado bloco de Leste tamb m n o teve grandes problemas em obter assist ncia t cnica e financeira da parte dos pa ses ocidentais Com a implos o da antiga Uni o Sovi tica e a queda do Mur
388. nde pensa poder obter melhores condi es de trabalho Como ser evidente sempre se poder argumentar que estas ou outras regras do jogo podem ter sido Impostas a partir do exterior Mas poder se tamb m argumentar que em ltima an lise acaba por ser da responsabilidade interna de cada pa s a aceita o e a implementa o das referidas regras do jogo designadamente aquilo a que chamar amos de grandes op es do Plano Entretanto e relativamente s diversas causas que t m sido apontadas para a crise africana assim como para a sua situa o de n o desenvolvimento t m sido diversos os esfor os de classifica o elaborados pelos analistas que se t m ocupado destas quest es Uns consideram ou d o prioridade s causas externas outros preferem acentuar as causas internas Uns falam de heran a colonial e explora o neocolonialista outros ainda de corrup o e in pcia governativa Os exemplos concretos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria para dar raz o a uns e a outros n o faltam Desde a cleptocracia do regime de Mobutu e o saque das riquezas minerais do Congo Zaire at ao n o desenvolvimento da Tanz nia por parte de um regime a que rar ssimos podem apontar o dedo em mat ria de enriquecimento indevido por parte dos governantes ao tempo de Julius Nyerere passando ainda pela Z mbia de Kenneth Kaunda Outro dirigente pol tico que acabou deixando as cadeiras do poder em modestas
389. ndo as fam lias t m que fazer op es relativamente ao trabalho e educa o dos jovens assim que se explica que no virar do s culo fossem classificados como socialmente analfabetos nos pa ses em desenvolvimento 543 milh es de mulheres e 311 milh es de homens o que d uma diferen a de 27 em desfavor das mulheres No caso das crian as em idade escolar havia 325 milh es de crian as fora das escolas das quais 183 milh es ou 56 eram raparigas Ajuda P blica ao Desenvolvimento A Comiss o Brandt reclamava tamb m um refor o substancial na ajuda multilateral aos pa ses em desenvolvimento a ser efectivado atrav s das institui es internacionais Defendia assim a ideia de que a ajuda oficial ao desenvolvimento n o devia ser dada por cada pa s doador directamente a pa ses receptores da ajuda mas sim sempre atrav s de institui es internacionais de modo a garantir previsibilidade nos fluxos de ajuda e neutralidade pol tica nos destinos e objectivos dessa ajuda p blica ao desenvolvimento Reclamava se tamb m que os pa ses ricos contribu ssem com o montante internacionalmente acordado de destinar 0 7 do PIB de cada pa s para a ajuda oficial ao desenvolvimento devendo os pa ses ricos progredir at se alcan ar o objectivo anteriormente proposto pelo Conselho Mundial das Igrejas de 1 antes do ano 2000 Entretanto chama se a aten o para o facto de que aquilo a que se tem chamado de ajuda em
390. neta com um or amento federal a rondar os 2 200 bili es de d lares Ao longo dos ltimos 10 anos tem sido a seguinte a evolu o das contribui es programadas e aprovadas para financiar os or amentos dos diversos rg os fundos e ag ncias do Sistema das Na es Unidas Montantes expressos em milh es de d lares Contribui es Avaliadas Atribu das pela ONU Contribui es Volunt rias TOTAL Ria Or amento Opera es Ag ncias Ea Programase Ag ncias Gmina 4 7 Regular de Paz Especiais Avaliadas ia Especiais Volunt rias 1 2 3 4 5 6 7 2000 1 089 1 800 1 766 4 655 5 681 1 406 7 087 11 742 2001 1 074 2 500 1 772 5 346 6 734 1 511 8 245 13 591 2002 1 149 2 284 1 740 5 173 8 629 1 851 10 480 15 653 2003 1 409 2 501 1 782 5 692 9 319 1 904 11 223 16 915 2180 autor exclui deste montante os or amentos de uma s rie de ag ncias aut nomas cujo financiamento feito numa base de contribui o volunt ria dos Estados membros O total dos or amentos anuais do Sistema das Na es Unidas mas excluindo as institui es de Bretton Woods foi em 2008 e 2009 quase o dobro da verba aqui referida ou seja cerca de 30 000 milh es de d lares 2 http www timesonline co uk tol comment columnists guest contributors article3419840 ece N o d para acreditar mas se o leitor tiver d vidas s fazer as contas como um dia sugeriu o ent o Primeiro Ministro de Portugal Ant nio Guterres Dados dispon veis em http www glob
391. nfraestruturas e de administra o p blica Foi assim que em Abril de 1994 se veio a realizar em Barbados uma confer ncia mundial para discutir as diversas formas como os pequenos Estados insulares poderiam fazer face aos seus desafios e problemas espec ficos A Confer ncia Mundial sobre o Desenvolvimento Sustent vel dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento chegou naturalmente conclus o que a resposta l gica para tais problemas seria a adop o de pol ticas de desenvolvimento sustent vel Nessas condi es foi portanto e naturalmente aprovado um Programa de Ac o de Barbados para o Desenvolvimento Sustent vel dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento Nessa confer ncia participaram cerca de 125 Estados e Territ rios dos quais 46 eram de facto pequenos Estados e Territ rios insulares O acompanhamento dos planos de ac o e programas de trabalho no mbito do Plano de Ac o de Barbados da responsabilidade da Comiss o sobre o Desenvolvimento Sustent vel uma das comiss es funcionais no seio do ECOSOC Os pequenos Estados e Territ rios Insulares trabalham tamb m muitas vezes em conjunto atrav s de uma Alian a dos Pequenos Estados Insulares AOSIS a qual tamb m inclui pequenos Estados costeiros situados em terras baixas Todos esses pequenos Estados e Territ rios insulares participam tamb m num dos programas de Mares Regionais sendo que em duas dessas regi es predominam de facto os pequenos E
392. ngo prazo v se mal como que a pol tica de trade not aid por si s vai algum dia retirar os pa ses menos desenvolvidos da situa o concreta em que se encontram Isto independente dos muitos mas relativos progressos que sempre se possam ir verificando Um outro efeito perverso da prossecu o de uma pol tica de trade not aid e na medida em que uma tal pol tica implica a liberaliza o de movimentos dos factores produtivos ser a continuada onda de fuga de c rebros os mais qualificados e que mais custaram a desenvolver dos pa ses menos desenvolvidos em direc o aos pa ses mais desenvolvidos No caso da Uni o Europeia tal fuga de c rebros tem mesmo o encorajamento oficial por parte das institui es comunit rias como se pode observar nos enunciados das suas novas pol ticas de imigra o A Verdade Nua e Crua Ao longo dos anos quer nos c rculos acad micos quer nos c rculos pol ticos quer ainda no seio da sociedade civil em particular as ONGDs tem se intensificado o debate sobre a efic cia da ajuda p blica ao desenvolvimento Muito em particular devido press o fiscal entretanto verificada sobre os governos dos pa ses doadores com crescentes problemas de d fices or amentais Acontece que aquilo que o montante registado e comunicado ao CAD da OCDE apenas o custo para cada governo de cada pa s doador em termos de dinheiro dos contribuintes pela presta o de 288 A t
393. ni es centradas no na discuss o dos diversos desafios enfrentados pela humanidade designadamente a mudan a clim tica a bioenergia e a seguran a alimentar o crescimento populacional as migra es a urbaniza o e seu impacto sobre a seguran a alimentar no futuro De entre as chamadas de aten o da FAO salienta se a necessidade de refor ar Shttp www fao org docrep 003 w3613p w3613p00 htm http br noticias yahoo com s 19112007 40 economia fao destaca papel chave da agricultura enfrentar desafios da html amp printer 1 Declara o por ocasi o do seu discurso na Confer ncia Bienal dos 192 pa ses membros em 2007 na qual foram discutidas propostas de uma profunda reforma do organismo e decidido do respectivo or amento Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria o papel da agricultura ecol gica em eventual substitui o da agricultura de tipo industrial De acordo com o relat rio da Confer ncia de 2007 sobre a agricultura org nica para a FAO o actual modelo agricola paradoxal produz comida de sobra enquanto a fome atinge 850 milh es de pessoas o uso de agro qu micos vem crescendo mas a produtividade das culturas n o e o conhecimento sobre alimenta o e nutri o est cada vez mais dispon vel e acedido cada vez de forma mais r pida por m um n mero crescente de pessoas sofre de m nutri o O mesmo relat rio d especial nfase aos contributos da agricultura ecol gica para a
394. ni o Africana e a qual tinha como objectivo fundamental a promo o da unidade e solidariedade entre os Estados africanos Na Constitui o ent o assinada pelos seus dirigentes a OUA propunha se ainda promover e intensificar a coopera o internacional no sentido do desenvolvimento social e econ mico dos seus povos assim como defender a soberania a integridade territorial e independ ncia dos Estados africanos Essas mesmas motiva es de ordem pol tica mesmo ao n vel do tipo de estrutura pretendida para o processo de integra o regional em frica manifestaram se tamb m logo desde o in cio sobrepondo se a considera es pragm ticas de ordem econ mica e social e passando de lado em rela o a considera es sobre a viabilidade objectiva das solu es propostas assim que temos o aparecimento de um bloco de Casablanca e de um bloco de Monrovia No caso do bloco de Casablanca liderado pelo carism tico dirigente do Ghana Kwame Nkrumah mas englobando tamb m a Arg lia a Guin Marrocos Egipto Mali e L bia a ideia proposta e defendida era a de uma imediata Federa o de todos os Estados africanos independentes No caso do bloco de Monr via liderado por L opold Senghor defendia se a ideia de um processo gradual de unidade crescente entre os diversos Estados sem que com isso se tivesse 26 Entretanto interessante assinalar que o caso da Argentina tamb m um exemplo paradigm tico de como tamb m em ci
395. nias em frica por considerar que importante a estabilidade e a seguran a social e pol tica no seu flanco Sul Ao longo dos anos tem sido constante a presen a de destacamentos de milhares soldados em diversos pa ses como a Rep blica Centro Africana o Chade o Gab o a Costa do Marfim Djibouti ou ainda o Senegal e o Mali Ainda em 2007 a Fran a mantinha nesses e noutros pa ses diversas bases militares num total de aproximadamente 9 000 soldados Como assinalava Mich le Alliot Marie Ministra da Defesa do governo franc s ao tempo do Presidente Jacques Chirac em 2002 esta presen a militar francesa em pa ses africanos vem entretanto a inserir se na Pol tica Europeia de Seguran a e Defesa ou European Security and Defence Policy ESDP Para alguns observadores o sentido desta pol tica de mbito europeu tem sido fortemente influenciado pela vis o francesa das suas rela es com frica Se deixamos de lado a quest o da seguran a civil de ordem p blica ou mesmo de tipo militar e nos focarmos em quest es da estabilidade econ mica vale a pena assinalar que as economias da Europa e de frica est o muito mais interligadas do que aquilo que parece resultar de um leitura superficial das estat sticas de com rcio externo de ambas as regi es No que diz respeito s exporta es do continente africano a Uni o Europeia de longe o maior importador de bens e servi os oriundos daquele continente No que diz respeito s mercado
396. nidas propriamente ditas Assim sendo o Sistema das Na es Unidas constitu do pelas organiza es estabelecidas pela BQue a predominem grandes empresas transnacionais onde a l gica do oligop lio acaba por se sobrep r l gica da concorr ncia perfeita de muitos participantes de pequenas dimens es portanto incapazes de controlar quaisquer mercados parece n o incomodar os adeptos da ideologia matematicamente pura neoliberal Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Carta das Na es Unidas aquilo que constui a ONU ou Organiza o das Na es Unidas propriamente dita ou em sentido restrito A este primeiro n cleo central deve acrescentar se um segundo c rculo constitu do por um conjunto de ag ncias especializadas previstas pelo Artigo 67 da Carta assim como uma s rie de programas estabelecidos pela Assembleia Geral nos termos do Artigo 22 da Carta A este segundo circulo de organiza es ag ncias e programas pode ent o ainda agregar se um n mero restrito de organiza es instucionalmente mais afastadas mas ainda parte pelo menos formalmente do referido Sistema das Na es Unidas em sentido mais lato Estas outras organiza es ser o ent o a Ag ncia Internacional de Energia At mica a Organiza o Mundial de Com rcio o Banco Mundial e o Fundo Monet rio Internacional organiza es estas que em rigor j n o s o ag ncias especializdas das Na es Unidas Fac
397. nidos e o Canad assim como a Austr lia e a Nova Zel ndia Por outras palavras o modelo de crescimento que se procura venha a ser adoptado pelos pa ses africanos um modelo de crescimento que historicamente resultou da experi ncia concreta vivida pelos povos ou pa ses de raiz brit nica cujas caracter sticas culturais s o aquelas que s o Adebayo Olokushi 1996 por seu lado prop e como causa fundamental da crise africana o facto de os pr prios africanos e em particular os seus dirigentes n o terem ainda decidido assumir efectiva responsabilidade pelo seu pr prio destino colectivo No caso de Tandika Mkandawire e Charles Soludo por exemplo 1999 estes autores parecem adoptar uma posi o interm dia entre os internalistas para quem as causas estar o na m governa o e os externalistas para quem as causas estar o em factores estruturais e externos frica Sub Sahariana Assinale se de passagem que esta posi o interm dia parece estar na origem da ideia de uma Renascen a Africana e do projecto NePAD Relativamente aos aspectos da cultura africana que aqui nos interessam o estudioso e consultor Geert Hofstede considerando diversas caracter sticas de comportamento social perspectiva os pa ses africanos segundo quatro dimens es culturais geralmente tidas como fundamentais S o elas a dist ncia ao poder ou a forma como as sociedade encaram e resolvem o problema da dis
398. norias tnicas na sequ ncia do refazer do desenho do mapa dos Estados Europeus em consequ ncia da Primeira Grande Guerra assim como no contexto da ac o humanit ria de socorro a v timas da guerra Havia ainda o reconhecimento de organiza es internacionais com interesses espec ficos como seriam os casos do Comit Internacional da Cruz Vermelha da Uni o Internacional de Telecomunica es fundada em 1865 ou ainda da Uni o Postal Universal fundada em 1874 Por outro lado por ocasi o da reuni es e confer ncias preliminares declara o formal da cria o da Organiza o das Na es Unidas estas organiza es n o governamentais trabalharam Organismo das Na es Unidas que tem por miss o a coopera o internacional na elabora o de normas e padr es e resolu o de problemas em quest es econ micas e sociais Helmut K Anheier et al Global Civil Society 2001 2001 Fundado em 1863 por Jean Henri Dunant com a designa o original de Comit Internacional para Ajuda aos Militares Feridos designa o que veio a ser alterada em 1876 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria activamente no sentido de influenciar as decis es pol ticas assim como o texto fundador da Declara o de modo a incluir o reconhecimento formal das suas m ltiplas e diversas actua es de caracter c vico humanit rio e de solidariedade social incluindo explicitamente os seus objectivos fundamentais na c
399. nos ao sistema aqui em estudo todos aqueles factores que n o se constituindo como partes integrantes do subsistema em an lise acabam por de alguma maneira influenciar o comportamento do referido subsistema Dir se tamb m para efeitos do que relevante para esta an lise que ser o considerados factores externos todos aqueles que est o claramente fora do controle ou da capacidade de decis o que quaisquer dirigentes africanos Nesse sentido veremos ent o a relev ncia dos factores geogr ficos e do correspondente meio ambiente assim como o impacto da geografia relativamente evolu o hist rica e das diferentes modalidades de inser o da frica Sub sahariana no sistema mundo Faremos em seguida uma breve refer ncia aos efeitos dos grandes ciclos da evolu o do sistema capitalista como um todo e escala global sobre a regi o da frica Sub sahariana at chegarmos ao modo como o resto do sistema mundo acaba por funcionar como conjunto de atractores exercendo sobre as popula es e actividades econ micas um significativo at aqui quase que irresist vel efeito de atrac o passando antes por uma breve refer ncia ao papel incontorn vel das institui es do famigerado Consenso de Washington Para concluir esta breve introdu o ao cap tulo chama se a aten o para o caracter imbricado de causas e efeitos que sempre estar presente em qualquer estudo de um sistema complexo como o caso de um qualquer si
400. nos apresentam como de maior interesse imediato para uma melhor compreens o dos problemas quer da Coopera o Internacional em frica quer da chamada Ajuda P blica ao Desenvolvimento Teremos assim a considerar muito brevemente os seguintes organismos ECOSOC Conselho Econ mico e Social O Conselho Econ mico e Social das Na es Unidas sendo um dos mais importantes rg os da ONU tem nos termos do art 61 da Carta das Na es Unidas 54 membros eleitos pela Assembleia Geral por per odos de tr s anos Como o pr prio nome sugere o ECOSOC tem como objectivos fundamentais o estudo e orienta o de quest es relativas promo o do bem estar econ mico e social designadamente no que diz respeito organiza o econ mica aos direitos relativos ao trabalho os direitos da mulher e das crian as a sa de assim como o direito cultural e de independ ncia dos povos de toda e qualquer parte do Mundo De acordo com os seus estatutos O ECOSOC funciona atrav s de Comiss es Funcionais Comit s Permanentes e v rios outros rg os subsidi rios As Comiss es Funcionais s o Estat stica Popula o Desenvolvimento Social Condi o Jur dica e Social da Mulher Deficientes e Direitos Humanos Existe tamb m uma Subcomiss o da Comiss o de Direitos Humanos para a Preven o da Discrimina o e Protec o das Minorias A Comiss o de Narc ticos tem a Subcomiss o sobre o Tr fico Ilegal de Drogas e Assuntos Corre
401. nquanto pot ncia dominante de um ent o emergente sistema socialista mundial Deve no entanto reconhecer se que no contexto deste conflito latente e muitas vezes explicitado em diversas crises houve algumas outras pot ncias de segundo plano que procuraram intervir de moto pr prio e de facto intervieram nas quest es africanas Em todo o caso na sequ ncia da Confer ncia da Bandung em 1955 os pa ses daquilo que se veio a designar por Terceiro Mundo optaram por um posicionamento pol tico supostamente equidistante entre aquelas duas superpot ncias Na pr tica no entanto muitos desses pa ses acabaram por se posicionar mais de um lado do que do outro No caso de frica um dos resultados pr ticos ter sido aquilo que se veio a designar de cobran a de rendas pol ticas Por outras palavras muitos dos novos estados africanos aceitaram fazer parte do jogo das grandes pot ncias a troco de supostos benef cios e apoios aos seus processos de crescimento e desenvolvimento Foi assim que emergiram alguns regimes simplesmente ditatoriais cujos dirigentes pouco ou nada tinham a ver com uma pol tica de desenvolvimento dos seus pa ses Durante esse per odo foram v rios os dirigentes africanos que procuraram aproveitar se do jogo de rivalidades e de influ ncias fazendo se pagar sob a forma de assist ncia t cnica e financeira no lan amento de projectos industriais ou de fornecimento de armas ou ainda de programas de t
402. ns serem explicitamente reconhecidas ser muito mais problem tico explorar melhor essas vantagens para benef cio m tuo dos pa ses e comunidades receptoras e dos pagadores de impostos da UF Em todo o caso importa sempre ter presente que este tipo de caracter sticas culturais s o apenas tend ncias grupais e t m um caracter condicionado ao evoluir das sociedades sempre em muta o Aquilo que poderia ter algum conte do substantivo em meados nas d cadas de Setenta e Oitenta do s culo XX poder se ter alterado significativamente durante as d cadas seguintes N o consta ou n o h not cia desse tipo de incidentes H sim a ocorr ncia em alguns pa ses de l ngua oficial portuguesa de coment rios sarc sticos relativamente a muitos cooperantes do tipo esta mania que eles percebem mais disto do que os outros europeus Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 15 BIBLIOGRAFIA Global Problems and the Culture of Capitalism Amin Samir 1974 Accumulation on a World Scale A Critique of the Theory of Underdevelopment Monthly Review Press New York Amin Samir 1997 Capitalism in the Age of Globalization Zed Books London amp New York Amin Samir 1993 Mondialisation et Accumulation Capitaliste em Mondialisation et Accumulation L Harmattan Paris Amin Samir 2000 The Political Economy of Africa in the Global System Comunica o preparada para ao Semi
403. nt and Development 2002 Plan of Implementation of the World Summit on Sustainable Development Dispon vel em http www un org esa sustdev documents WSSD POI PD English WSSD PlanImpl pdf Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria AmE io nu N Rides E 1 yag Lj We ar iyt Farran sf o ES ESTS i e SERA T ps q FAGS A di a E ikari E gr Eat FLORIDA e a un msm A i Painen X tamsah E apl a E T kibell f e araa pi TN souri ERRA NEC a Pecado x j vaza ca o F i mam a Eesti ma os IERE rt d ai De 6 armi DE PAI J aii bi Ena Es SAD FORO n dado LA o Primo i LATI TE POLITICAL DIVIELCAS Lento De po o DO Ni Co bar Fred A Mund oo qo E Ee Prata Javr amados aao nET A p A TE iurtagana ear Md i i iii zi Perje ra Ponta Futni i inr E s a Aler Tra Tnd PENA oo Matih ibis
404. nta se assim como um gigante administrativo sem grande capacidade interventiva na medida em que os principais rg os ou institui es especificamente dedicadas a esse apoio saem fora da al ada ou controle das Na es Unidas propriamente ditas Mesmo assim vale a pena discutir ainda que brevemente os diversos organismos das Na es Unidas cuja actua o est mais orientada para o apoio ao desenvolvimento social e econ mico dos povos ORGANIZA O DAS NA ES UNIDASs Antecedentes e hist ria breve A ideia de uma organiza o que viesse retomar os ideais e objectivos da antiga Liga das Na es foi inicialmente proposta por ocasi o de uma declara o conjunta por parte das chamadas Pot ncias Aliadas numa confer ncia de Aliados celebrada em Moscovo em 1943 ainda em plena Guerra Mundial O nome de Na es Unidas ter sido sugerido pelo ent o presidente dos Estados Unidos da Am rica Franklin Delano Roosevelt Em 25 de Abril de 1945 celebrou se em S o Francisco da Calif rnia a primeira confer ncia de funda o das Na es Unidas Para al m dos governos dos Estados fundadores foram convidados representantes de algumas mais importantes e influentes organiza es n o governamentais As 50 na es representadas na confer ncia de S o Francisco assinaram a Carta das Na es Unidas a 26 de Junho e a Pol nia que n o esteve representada naquela confer ncia acrescentou seu nome mais tarde elevando para 51 o n mero tota
405. nte componente econ mica Foi assim que j em 1973 na cimeira de Argel os pa ses n o alinhados tinham proclamado o seu direito inalien vel de controlar os seus recursos naturais e se necess rio nacionalizar as empresas que faziam a sua explora o Seja como for com ou sem continuidade real de um movimento dos pa ses n o alinhados a verdade que o mundo continua dividido entre pa ses do Norte e pa ses do Sul ou ent o entre pa ses ricos e pa ses pobres Enquanto tal situa o permanecer sem altera es significativas vai com certeza continuar a haver a necessidade de reclamar por uma Nova e radicalmente diferente Ordem Econ mica Internacional Quer por uma quest o de justi a e equidade quer por uma quest o de bom senso e equil brio ecol gico e econ mico quer ainda por uma quest o de seguran a e paz social Por outras palavras enquanto o mundo continuar dividido entre Norte e Sul num contexto de coexist ncia n o pac fica de prosperidade e pobreza continuar a ser relevante que se reclame e promova a ideia de uma nova ordem econ mica internacional Por uma quest o de justi a e equidade na medida em que o sentido profundo em todos os tempos inerente a todas as comunidade sociais humanas daquilo que razo vel e justo no que concerne distribui o das riquezas sejam fruto do trabalho sejam das d divas directas da Natureza manda que a reparti o dessas riquezas se fa a n o s premiando
406. nte o algod o o cacau o caf ou ainda o a car No que diz respeito aos produtos minerais a lista um pouco mais extensa sendo por vezes poss vel considerar alguns pa ses da regi o africana como sendo pouco mais do que gigantescos campos mineiros Desde a platina e metais associados ao ouro e aos diamantes passando pela vermiculite os silicatos de alum nio o cr mio o cobalto e o ur nio Ou ainda o tit nio o t ntalo e os incontorn veis carv o petr leo e gaz A respeito da depend ncia dos pa ses da frica Sub Sahariana relativamente explora o e com rcio de mat rias primas aqui de referir uma frase do economista franc s Philippe Chalmin Se as mat rias primas s o importantes para o Terceiro Mundo este n o importante para as mat rias primas Ou como dizia o Presidente da Z mbia Kenneth Kaunda a Z mbia teve a m sorte de nascer com uma colher de cobre na boca Frase que vem ao encontro de uma outra afirma o daquele outro economista franc s As mat rias primas s o uma maldi o Le Monde 23 de Dezembro de 2006 Em resumo e conclus o importa ent o sublinhar o facto de que todo o desenvolvimento econ mico em particular as estruturas f sicas de transportes da frica Sub Sahariana foi decidido e efectuado de forma exc ntrica e orientado para as estruturas econ micas dos pa ses do Norte Como resulta evidente a qualquer observador mesmo superficial tal facto torna hoje naturalment
407. nte para a caracteriza o das culturas nacionais Hofstede designa esta dimens o por Orienta o de Longo Prazo Parece estar tamb m relacionada com algumas supostas diferen as entre filosofias de vida do Oriente e do Ocidente A esse respeito parece ser justific vel a seguinte especula o enquanto que por um lado a suposta ou alegada primazia do Oriente na busca da virtude assume tamb m uma aceita o do Universo tal como ele por n s percepcionado e a deveremos apenas procurar melhorar o nosso pr prio Eu em harmonia com o todo por outro lado a suposta ou alegada primazia do Ocidente na busca da verdade ou a pretens o da posse da verdade e a compuls o para a sua propaga o assume tamb m a exist ncia de um complexo de motivos sociais para a investiga o em ci ncia aplicada e em tecnologia assim como uma postura filos fica que se op e de maneira radical anterior e alternativa postura Por outras palavras mais do que melhorar o Eu modificar ou melhorar o Universo Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria As Poss veis Vantagens Competitivas da Coopera o Portuguesa Entrando ent o na hip tese de um eventual ou poss vel arremedo de demonstra o substantiva da tese subjacente a este trabalho s o agora de considerar quer as diversas dimens es analisadas por Hofstede e aqui comentadas quer os diversos factores cr ticos de sucesso que est o normalmente associados com os m
408. nto Estrutura o do livro Ao longo das discuss es e reflex es cr ticas que se elaboram no corpo substantivo deste trabalho procura se seguir um esquema de an lise em que se levam em linha de conta alguns aspectos fundamentais subjacentes problem tica em discuss o aspectos esses que se apresentam sempre como que em pano de fundo Na discuss o da tem tica geral da fase mais recente do fen meno da chamada globaliza o e tendo como perspectiva de fundo a problem tica da coopera o para o desenvolvimento importar em primeiro lugar distinguir o papel por vezes conflitual por vezes complementar de tr s grandes tipos de agentes ou actores sociais em presen a e intervenientes naquele processo de coopera o e ajuda p blica ao desenvolvimento os Estados as Empresas e as Organiza es N o governamentais Em qualquer dos casos haver assim que considerar as motiva es dos dirigentes das grandes empresas multinacionais e dos respectivos constrangimentos de actua o A esse respeito n o deveria ser necess rio recordar que esses dirigentes empresariais enquanto gestores n o t m propriamente que se preocupar muito ou pouco com os efectivos interesses sociais econ micos pol ticos ou culturais de cada um e de todos os pa ses africanos onde essas empresas actuem ou pretendam actuar A l gica pr pria do sistema capitalista leva os a actuar natural e legitimamente no sentido de considerar e
409. nvolvimento econ mico tem que ser concebido e controlado para beneficio dos povos nas reas onde se tenham estabelecido As garantias dos investidores t m que ser equilibradas com as garantias no interesse dos povos cujos recursos e cujo trabalho participam nestes desenvolvimentos O velho imperialismo explora o para lucros estrangeiros n o tem lugar nos nossos planos Aquilo que temos em mente um programa de desenvolvimento baseado nos conceitos de uma democr tica e honesta negocia o Todos os pa ses incluindo o nosso tirar o grandes benef cios de um programa construtivo para uma melhor utiliza o dos recursos humanos e naturais do mundo A experi ncia mostra nos que o nosso com rcio com outros pa ses se expande consoante eles v o progredindo industrial e economicamente A chave para a prosperidade e a paz est num aumento da produ o E a chave para uma maior produ o est numa mais ampla e mais vigorosa aplica o dos modernos conhecimentos cient ficos e t cnicos A familia humana s poder alcan ar uma vida satisfat ria e decente como o direito de todos os povos se ajudar os seus membros menos afortunados a ajudarem se a si mesmos S a democracia pode propiciar a for a vital para animar os povos do mundo numa ac o triunfante n o apenas contra os seus opressores humanos mas tamb m contra os seus ancestrais inimigos a fome a mis ria e o desespero Com base nestes quatro grandes tipos de ac
410. o pequenas ind strias rurais de processamento de produtos agr colas O 11 O seman rio franc s de cr tica social Le Canard Enchain denunciou em Outubro de 1979 um famoso esc ndalo dos diamantes alegadamente oferecidos por Bokassa ao presidente franc s 12 Entre outros t tulo altissonantes proclamou se Conquistador do Imp rio Brit nico e Rei da Esc cia 121 O Presidente Kaunda da Z mbia por exemplo teve ocasi o de se referir a Idi Amin como esse palha o 122 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria favorecimento das popula es urbanas e o controle dos pre os e comercializa o de produtos agr colas atrav s de marketing boards mais ou menos burocratizados ter sido uma op o estritamente do foro da decis o pol tica interna dos governos africanos Em rigor o modelo predominantemente adoptado pelos novos pa ses africanos era um de crescimento extrovertido e continuada inser o na economia do sistema mundo mas com vincada especializa o no fornecimento de mat rias Os mais honestos e respons veis dirigentes africanos iam procurando fazer reverter para as suas economias nacionais os excedentes resultantes da explora o neocolonial e com esses excedentes iam pagando e alimentando aparelhos administrativos e servi os p blicos essenciais ao funcionamento de qualquer Estado moderno O problema surge com o fim dos Gloriosos Trinta Anos e a consequente queda dos pre os de algumas d
411. o ter amos uma poss vel vantagem comparativa da coopera o portuguesa quando comparada com a de alguns outros pa ses doadores de ajuda Modelos Impl citos e Culturas Organizacionais Por outro lado durante os anos Oitenta o IRIC ou Institute for Research on Inter Cultural Cooperation levou a cabo na Holanda e na Dinamarca uma investiga o sobre eventuais diferen as culturais a n vel de vinte organiza es Atrav s dessa investiga o foram identificadas seis par metros ou dimens es de pr ticas organizacionais a saber 1 orienta o por processos por oposi o a orienta o por resultados 2 orienta o pela tarefa em vez de orienta o pelo trabalhador 3 orienta o profissional em oposi o a orienta o paroquial 4 sistemas abertos em vez de sistemas fechados 5 controle apertado por oposi o a controle ligeiro e 6 orienta o pragm tica em vez de orienta o normativa 386 the strong avoidance sentiment can be summarized by the credo of xenophobia what is different is dangerous na vers o em Ingl s 337 Na altura da realiza o dos question rios IBM e mesmo na altura da redac o do original deste trabalho em Ingl s para apresenta o na Universidade de Brown ainda n o se tinham verificado as guerras de caracter tnico que se vieram a verificar na ex Jugosl via 388 Chinese Values Survey ou CVS na vers o em Ingl s Com o significa
412. o ano 2000 de um novo enquadramento jur dico no intuito de encorajar a importa o de produtos originados em frica Foi o chamado Africa Growth and Opportunity Act Ainda por exemplo e apenas a t tulo ilustrativo e de acordo com a informa o dispon vel em 2008 aquele novo enquadramento jur dico ter estado na origem de 45 000 novos postos de trabalho no Lesotho e na exporta o para os Estados Unidos de mais de 300 milh es de d lares em vestu rio Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Por outro lado o chamado investimento directo estrangeiro na frica Sub Sahariana ter atingido em 2005 os 17 000 milh es de d lares com 18 pa ses africanos a registarem um crescimento m dio de 5 5 ao longo da ltima d cada Apesar desse crescimento a taxa de infla o na regi o Sub sahariana ter descido de 18 no ano 2000 para apenas 10 em 20067 Trata se sem d vida de elementos algo animadores e se verdade que uma postura de des nimo nunca ajudou a implementa o de qualquer pol tica econ mica tamb m se deve referir que grande parte daqueles investimentos esteve e continua a estar concentrada em sectores de extrac o de mat rias primas como o petr leo e por conseguinte em meia d zia de pa ses produtores A quest o que a esse respeito ent o se vai colocar a curto prazo ser a de determinar quais os efeitos em cascata a jusante nos outros sectores de actividade econ mica nos pa ses recep
413. o de Berlim muitos dos pa ses africanos perderam o benef cio daquilo que entretanto se veio a chamar de rendas pol ticas O caso mais not rio era claramente o do Congo Zaire sob a ditadura de Mobutu amplamente sustentado pelas pot ncias ocidentais de modo a suster o perigo do alegado expansionismo sovi tico Um outro exemplo de um pa s africano jogar com as rivalidades de pa ses industriais ter sido de certa maneira o do Uganda sob a ditadura de Idi Amin Com a emerg ncia de novas pot ncias econ micas na cena mundial nomeadamente a China e a ndia passa a estar presente na agenda internacional atrav s de confer ncias internacionais e 14 No caso da Fran a falava se em mise en valeur Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria debates pol ticos e acad micos dos mais diversos quadrantes a quest o da emerg ncia de novos pa ses que se perfilam como potenciais doadores de ajuda e coopera o para o desenvolvimento em alternativa aos pa ses que at aqui tinham como que o exclusivo dessa coopera o No caso espec fico da ndia e em particular da China a sua presen a cada vez mais vis vel dando origem a todo o tipo de especula es e discuss es acad micas e pol ticas sob eventuais ac es trilaterais conjuntas envolvendo a China ou a ndia e pa ses da Uni o Europeia por exemplo Os pa ses ditos em desenvolvimento de menor dimens o t m assim hoje diversas alternativas de que se p
414. o de W W Rostow The Stages of Economic Growth A non communist manifesto 1960 A este respeito importa come ar por assinalar que o processo de desenvolvimento de uma qualquer sociedade quase que por defini o um processo n o linear em que importa levar em linha de conta quer os efeitos de retroac o quer os efeitos do meio ambiente social pol tico e econ mico envolvente Por outras palavras o complexo de eventos sociais pol ticos culturais e econ micos que emergiram na Inglaterra em meados do s culo XVII n o t m qualquer hip tese de repeti o mesmo sob um outra qualquer forma de ocorrer no Malawi em princ pios do s culo XXI De t o simples e banal uma tal asser o pode parecer digna de um senhor De La Palice mas considerando o peso da ideologia prevalecente nas institui es que v o tentando conduzir ou pelo menos orientar os m ltiplos processos de desenvolvimento por esse mundo fora n o deixa de ser pertinente fazer aqui a sua den ncia Seja como for se come armos por considerar a situa o de n o desenvolvimento da esmagadora maioria dos pa ses da frica Subsahariana como sendo uma situa o que se pretende corrigir ent o ser do mais elementar bom senso que se comece por um diagn stico correcto das causas iniciais dessa situa o relativamente a cada um dos pa ses povos ou na es que se encontram nessa situa o Causas essas que variam de caso para caso e que se poder o classif
415. o em frica s poderia ser alcan ado por meio de uma redu o na extra o de mat rias primas causa prim ria da depend ncia em rela o ao exterior um aumento da industrializa o a concretiza o de uma efectiva igualdade nas rela es comerciais a n vel global e um aumento da ajuda ao desenvolvimento por parte da comunidade internacional O Plano de Lagos era tamb m not rio pela aus ncia de qualquer auto cr tica ou de reconhecimento de quaisquer culpas ou erros pr prios por parte dos dirigentes africanos relativamente ao n o desenvolvimento das economias africanas Tendo por base a cl ssica teoria da depend ncia as causas apontadas para a crise econ mica e social e o n o desenvolvimento africano eram exclusivamente externas sendo descartadas eventuais causas internas como a boa governa o O Relat rio Berg foi tornado p blico em 1981 mas como evidente o sentimento geral entre as institui es como o FMI e o Banco Mundial era j bastante not rio Foi assim que em Abril de 1981 os dirigentes m ximos dos diversos pa ses africanos ent o j independentes tornaram p blico o seu novo Plano de Ac o Enquanto que o esperado Relat rio Berg propunha basicamente menos Estado melhor Estado o Plano de Ac o de Lagos tendo subjacentes as ideias das teorias da depend ncia tinha como objectivo fundamental a promo o da auto sufici ncia do continente africano Al m disso era uma esp cie de manifes
416. o esse que corresponde s diversas independ ncias e correspondentes projectos de constru o nacional Tal como assinalado por Samir Amin 2002 a este per odo corresponde apenas como que um refinamento do modo de inser o anteriormente desenvolvido o que teria sido efectuado atrav s de acordos de com rcio internacional entre os novos pa ses africanos agora tornados politicamente independentes e as pot ncias que anteriormente directa ou indirectamente beneficiavam do sistema colonial Para concluir dir se ent o que a frica Sub sahariana esteve desde sempre margem dos grandes desenvolvimentos na evolu o milenar do sistema mundo Uma das primeiras estrutura es deste sistema mundo assume a configura o de dois p los de desenvolvimento o conjunto China ndia e o Imp rio Romano sendo esses dois p los ligados entre si por uma rudimentar rede de comunica es as quais deixavam de lado o continente africano A expans o mar tima portuguesa teve desde o in cio o objectivo bem vincado de dar a volta a frica justamente para alcan ar o polo asi tico de cria o de riqueza mercantil j ent o primordial no processo de desenvolvimento do sistema mundo Assinale se de passagem que na origem da moderna frica do Sul ent o simplesmente ignorada pelos navegadores e mercadores portugueses esteve o estabelecimento daquilo que era literalmente uma esta o de servi o destinada ao reabastecimento das frota
417. o exponencial dos fluxos financeiros extraordinariamente facilitados e acelerados pelas novas tecnologias de informa o e comunica o Nesse contexto a CNUCED teve ocasi o para alertar repetidamente para os perigos que certamente viriam a resultar da instabilidade financeira e o seu impacto destrutivo sobre o desenvolvimento Com a integra o na CNUCED do Centro das Empresas Transnacionais em 1993 a CNUCED alargou o mbito da sua actua o ao estudo de quest es de investimento internacional Nesse contexto tem proporcionado assist ncia t cnica aos pa ses menos desenvolvidos na avalia o e negocia o de investimentos estrangeiros controle e reescalonamento de d vida externa quest es legais promo o do empreendedorismo concorr ncia e pol ticas comerciais A CNUCED quer atrav s das suas actividades regulares quer atrav s de peri dicas Confer ncias Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Ministeriais tem tamb m dado apoio institucional a medidas de redu o da pobreza e de tentativa de correc o de desequil brios sociais e econ micos que naturalmente t m resultado do processo de globaliza o da economia mundial UNICEF 2 Fundo das Na es Unidas para as Crian as A Unicef uma ag ncia especilizada das Na es Unidas que come ou por ser um programa de emerg ncia em 1946 para acudir aos milh es de crian as que na Europa passavam fome e outras necessidades em consequ ncia das
418. o isto parece ter come ado com o chamado ponto quatro do discurso do Presidente Harry Truman em 20 de Janeiro de 1949 Dada a sua pertin ncia para o tema da coopera o internacional de ajuda ao desenvolvimento vale a pena reproduzir na integra essa parte do discurso Em quarto lugar devemos iniciar um novo e ousado programa que torne dispon veis os benef cios dos nossos avan os cient ficos e progresso industrial para o melhoramento e crescimento das reas subdesenvolvidas Mais de metade dos povos do mundo vivem em condi es pr ximas da mis ria A sua alimenta o inadequada S o vitimas da doen a A sua vida econ mica primitiva e estagnada A sua pobreza um empecilho e uma amea a quer para eles quer para as reas mais pr speras Pela primeira vez na hist ria a humanidade possui o conhecimento e a capacidade de aliviar o sofrimento destes povos Os Estados Unidos sobressaem de entre as na es no desenvolvimento de t cnicas industriais e cient ficas Os recursos materiais que nos podemos permitir utilizar para a assist ncia a outros povos s o limitados Mas os nossos recursos imponder veis em conhecimentos t cnicos est o em crescimento constante e s o inesgot veis Acredito que dever amos disponibilizar a todos os povos amantes da paz os beneficios do nosso capital de conhecimento t cnico de modo a ajud los a realizar as suas aspira es a uma vida melhor E em coopera o com outras na es deve
419. o nos diz Hofstede quando tal aconteceu ningu m na comunidade local se sentiu respons vel ou autorizado e qualificado para tal acrescenta se aqui pela manuten o e apoio utiliza o do sistema Um outro caso que poderia indicar a partir de observa o pessoal directa foi a montagem de um sistema de pesca e armazenamento a frio de peixe do Lago Tanganica ao Norte da Z mbia e o seu transporte por estrada para as cidades da Prov ncia do Copperbelt e para a capital Lusaka em cami es devidamente equipados para o transporte de congelados Um par de anos depois de o perito da FAO encarregado de montar o sistema ter deixado o pa s este sistema de pesca refrigera o e transporte frigor fico entrou em colapso e o nico peixe que se podia comprar em Lusaka era peixe seco dos rios e pequenos lagos locais a capenta e ocasionalmente pescada liofilizada importada da Argentina Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Hofstede menciona as diferen as em modelos organizacionais pr prios de cada cultura nacional mas dever amos ter tamb m em mente o facto de que o desenvolvimento de uma qualquer sociedade um processo multi facetado e extremamente complexo e que envolve muitas muitas vari veis at na medida em que se perspectiva uma sociedade como um todo Esta ideia de instalar um sistema de rega ou um sistema de armazenagem e transporte frigor fico de peixe e depois deixar o pa s quando nesse pa s ou comuni
420. o que frica foi justamente a ultima rea geogr fica a poder ser partilhada entre os diversos pa ses ou subsistemas em expans o Em resultado desta evolu o hist rica longa de s culos o sistema mundo tem hoje uma estrutura assim trica tendo de um lado pa ses desenvolvidos e com processos de acumula o interna S o estes pa ses que determinaram o processo hist rico que conduziu actual situa o sendo tamb m esses mesmos pa ses que continuam hoje a desempenhar um papel condicionante do comportamento do sistema global No outro lado ou no extremo oposto temos pa ses que simplesmente se v o ajustando um tanto ou quanto ao sabor das circunst ncias e das suas possibilidades evolu o do sistema evolu o essa ainda determinada a partir do centro Ao longo do continuum entre os pa ses mais desenvolvidos e os pa ses mais perif ricos ou dependentes h toda uma pan plia de diversos pa ses que por via de determinadas circunst ncias de geografia hist ria e demografia se encontram em posi es algo interm dias que lhes permitem ir esbo ando alguma determina o aut noma adentro da l gica do sistema global Voltando problem tica da referida e postulada marginaliza o da frica Sub Sahariana necess rio come ar por assinalar alguns factos Assim em 1990 o r cio do com rcio extra regional relativamente ao PIB de frica era de 45 6 Este elevado r cio contrasta de forma gritante com os correspondentes
421. o relacionamento entre o Capital e o Estado Por um lado o Capital encontra se naturalmente disperso por algumas centenas de grupos empresariais mais ou menos consolidados de interven o e controle financeiro e industrial de mbito planet rio mesmo que se Primeiros anos do s culo XXI Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria possa continuar a falar ainda que sempre com algumas retic ncias de capital norte americano capital alem o ou capital japon s Por outro lado esse mesmo Capital de mbito planet rio n o est propriamente sujeito s regras de comportamento de nenhum Estado em particular Dir se mesmo que esse capital transnacional controla at efectiva e eficazmente as poucas institui es de ndole mais ou menos regulacionista de mbito planet rio como ser o caso do Fundo Monet rio Internacional o Banco Mundial e a Organiza o Mundial do Com rcio Em contraste com esta situa o de n o regula o do sistema mundial imposta de fora e de maneira indirecta ainda que por vezes pouco discreta por parte dos grandes grupos transnacionais e continuando na discuss o do relacionamento ente Capital e Estado a que acima nos referimos vimos a constatar essa coisa banal mas prenhe de consequ ncias que na verdade n o h hoje um Estado ou governo mundial um facto que v o emergindo aqui e ali esbo os de gover
422. o ser o da Nig ria embora a situa o tenha r plicas diversas por toda a regi o ainda que em menor escala Assim em fins de 2003 e de acordo com o director geral da Comiss o dos Crimes Econ micos e Financeiros da Nig ria havia cerca de 170 bili es de d lares EUA que tinham sido apropriados por dirigentes pol ticos nigerianos e que se encontrariam depositados ou investidos no estrangeiro 132 Ver em particular o estudo de caso elaborado por Ana Gomes em Fialho e Fonseca Statter 2008 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Segundo o mesmo dirigente n o era poss vel determinar se essa apropria o tinha sido efectuada de modo ilegal ou legal mas que em todo o caso um tal quantidade de fundos financeiros n o deveriam estar guardados no estrangeiro quando o pais anda alegremente aos saltos de uma na o para outra a pedir fundos para investimentos J em 2006 noticiado que entre 1960 e 2005 cerca de 20 000 bili es de d lares teriam sido roubados dos cofres da Nig ria pelos seus dirigentes pol ticos com acesso a esses fundos Uma tal estimativa revelada num confer ncia realizada em Lagos em Setembro de 2006 era baseada em estudos elaborados pelo PNUD Na mesma confer ncia o chefe de gabinete do Presidente da Comiss o para os Crimes Econ micos e Financeiros chamou a aten o para a dimens o fenomenal deste montante o qual seria cerca de seis vezes mais do que a
423. ociada aos processos de transforma o dos pa ses mais pobres Haver aqui que considerar as diversas e distintas motiva es de um e do outro lado do processo de coopera o internacional de ajuda ao desenvolvimento No caso dos pa ses receptores da ajuda as raz es apresentam se como sendo relativamente simples esses pa ses sentem a necessidade da ajuda externa para um arranque sustentado do seu desenvolvimento e de acordo com as diversas circunst ncias pol ticas aceitam na Essa necessidade pode ser de natureza estrutural ou 144I Aide aux Pays Sous D velopp s Presses Universitaires de France 1967 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria conjuntural Neste ltimo caso ser o que sucede em circunst ncias de cat strofes naturais cujas dimens es estejam para l da capacidade de interven o dos pa ses menos desenvolvidos No caso das raz es de ordem estrutural haver que levar em linha de conta o impacto quer da Geografia quer da Hist ria relativamente forma como os diversos pa ses e respectivas sociedades se foram estruturando Neste ltimo caso haver que considerar sobretudo o modo hist rico de inser o de cada pa s ou regi o no mbito global da economia do sistema mundo J no caso dos pa ses desenvolvidos os pa ses doadores as motiva es podem ser de natureza muito diversa Designadamente de ordem pol tica e de protagonismo na cena internacional por parte dos pa ses doadores
424. ocial e econ mica de fins do s culo XIX na Europa da Segunda Revolu o Industrial A chamada Onda de Kondratieff come ara a descer em meados da d cada de Sessenta tendo vindo a bater no fundo em meados dos anos Noventa Um pa s novo cheio de oportunidades com um tal influxo de capital humano e de investimentos financeiros em busca de aplica o n o podia deixar de ter um grande e r pido desenvolvimento ainda que n o isento de sobressaltos Primeira conclus o O capitalismo pode e a intervalos regulares o que tem acontecido gerar per odos de grande expans o e crescimento em particular atrav s da cria o de novos mercados ou do aprofundamento de mercados j existentes Grande parte dos investimentos em capital financiamento de estruturas e m quinas teve origem na ent o grande pot ncia financeira mundial a Gr Bretanha Ao longo dessas d cadas a Argentina seguindo os c nones da Economia Cl ssica e ainda hoje regra de ouro da Teoria do Com rcio Internacional especializou se naqueles produtos em que tinha uma clara vantagem competitiva em especial a cria o de gado bovino a cultura de trigo e a cria o de gado lan gero Era assim que pagava as importa es do Reino Unido para onde exportava principalmente carne trigo e l Para o sistema mundo centrado em Londres era portanto uma esp cie de Canad ou Austr lia s que falavam Espanhol Segunda conclus o Tudo vai b
425. ocracia organizacional tal como definida ou estudada pelo soci logo alem o Max Weber 2Por for a do endoutrinamento institucional franco germ nico em Portugal parece predominar neste pa s uma cultura organizacional hier rquica do tipo pir mide de pessoas sobre um fundo hist rico e cultural de base de fam lia alargada Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Outros factores adicionais 1 A Dimens o Demogr fica e o Poder Pol tico A dimens o das organiza es acaba por ser tamb m um factor interessante nesta compara o e avalia o das poss veis vantagens comparativas das diversos processos de coopera o por parte dos pa ses doadores em particular os pa ses europeus Quando se faz a compara o com pa ses como a Espanha a Fran a o Reino Unido a It lia ou a Alemanha bvio que Portugal um pa s bastante mais pequeno e disp e portanto de muito menos recursos humanos materiais e financeiros do que qualquer um daqueles pa ses Mas no mundo da pol tica internacional e sob determinadas circunst ncias pode muito bem suceder que o facto de um pa s ser mais pequeno tenha necessariamente que constituir uma desvantagem Enquanto que pa ses mais fortes ou de maior dimens o pare am ter sempre ainda que involuntariamente uma tend ncia para no seu contacto com pa ses mais fracos se comportarem de forma pouco diplom tica na actual situa o de coopera o internacional para o desenv
426. odelos impl citos de organiza o social assim como as dimens es de culturas organizacionais acima referidas Como deveria ser evidente consideram se aqui aquilo que s o supostas ser tend ncias no comportamento social que parece ser caracter stico ou peculiar de cada sociedade ou grupo social Parte se tamb m da premissa de que estas tend ncias sociais de comportamento acabam por se reflectir de forma estat stica no comportamento daqueles actores sociais efectivamente participantes das actividades de coopera o Tabela resumindo os resultados da investiga o de Hofstede IDP ou IDV COL MAS FEM LEI Modelos Depend ncia Individualismo Masculinidade Incerteza Organizacionais Africa Ocidental alto baixo m dio m dio fam lia alargada Africa Oriental m dio alto baixo m dio m dio fam lia alargada Portugal m dio alto baixo baixo muito alto pir mide pessoal Brasil m dio alto baixo m dio m dio m dio alto pir mide pessoal Espanha m dio m dio m dio alto pir mide pessoal Fran a m dio alto alto m dio alto pir mide pessoal B lgica m dio alto m dio alto muito alto pir mide pessoal Pa ses Baixos baixo alto muito alto muito baixo m dio mercado local Gr Bretanha baixo muito alto m dio baixo mercado local Estados Unidos baixo muito alto m dio m dio mercado local Canad baixo muito alto m dio m dio mercado local Pa ses N rdicos Alemanha ustria Jap o Nota muito baixo baixo muito baixo m dio alto m
427. odem socorrer para receberem ajuda internacional para o seu desenvolvimento sem com isso se tornarem completamente dependentes de um qualquer pa s ou grupo particular de pa ses As motiva es de ordem econ mica No que diz respeito s motiva es de ndole comercial estamos perante um tema que tem levantado pol mica desde os prim rdios da expans o colonial europeia Essa pol mica tem abrangido temas que v o desde as causas remotas da pobreza africana e riqueza europeia at ao processo de desindustrializa o de alguns pa ses europeus e africanos passando pelo tema sempre candente da escravatura e do com rcio triangular Nos tempos mais recentes as motiva es de ordem econ mica para a coopera o e ajuda ao desenvolvimento passam tamb m pela problem tica de uma pilhagem das mat rias primas dos pa ses menos desenvolvidos Embora a den ncia e exposi o detalhada do grau de enviesamento do com rcio internacional entre pa ses desenvolvidos e pa ses ditos em vias de desenvolvimento assuma por vezes aspectos dignos de uma teoria da conspira o como que se devesse mos presumir a exist ncia de centros secretos onde se re nem os poderosos deste Mundo para a planearem as diversas malevol ncias que depois aplicam aos povos do terceiro mundo apesar disso n o deixa de ser verdade que os resultados do funcionamento regular dos mecanismos econ micos do sistema tal como o temos tem s
428. olver se um outro eixo de integra o o da exporta o de mat rias primas continua ainda a n o se verificar grande desenvolvimento no processo de acumula o interna na medida em que os empreendimentos acabam por dar origem a pouco mais do que a constru o das infra estruturas estritamente necess rias explora o e exporta o das referidas mat rias primas Hoje temos assim a considerar tr s tipos ou modelos de inser o da economia africana no conjunto da economia global a a imposi o ao campesinato da monetariza o da economia b a economia das explora es mineiras e c a economia de planta es e ou pilhagem florestal a que se poder acrescentar a explora o pecu ria No caso da monetariza o da economia camponesa o pequeno campesinato africano foi integrado na economia mundial por via da produ o para o mercado e exporta o de produtos agr colas a pre os controlados por marketing boards No caso das explora es mineiras a inser o na economia mundial assume duas perspectivas Por um lado temos a exporta o de min rios mais ou menos transformados e a respectiva constru o de infra estruturas f sicas de explora o e transporte Por outro lado temos a inser o de uma gigantesca massa de trabalhadores literalmente roubados ao trabalho agr cola sem que no entanto tenha ocorrido em frica algo de semelhante s revolu es agr colas ocorridas alhures No caso da
429. olvimento poder se argumentar que Portugal tem a vantagem de ser o suficientemente pequeno para n o originar nos pa ses receptores da ajuda eventuais sentimentos negativos relativamente a quaisquer hipot ticas inten es de neo colonialismo Claro que o mesmo poder ser argumentado relativamente a outros pa ses europeus designadamente os pa ses n rdicos e a Holanda Ou seja neste caso a potencial vantagem competitiva da coopera o portuguesa s se verificaria em rela o aos j referidos pa ses de muito maior dimens o 2 A Motiva o dos Agentes Sociais Como poder ser confirmado por qualquer consultor de gest o e como nos diz ali s o chamado senso comum a motiva o em si mesma um factor extremamente importante da competitividade em qualquer ramo de actividade humana Como vimos ao discutir a dimens o cultural avers o incerteza e a ansiedade da resultante parece razo vel inferir que os portugueses em geral se apresentam como extremamente ciosos da vontade de serem vistos como boa gente e com vontade genu na de fazer coisas bem feitas No caso da coopera o para o desenvolvimento isso traduzir se pelo desejo de ajudar aqueles que fazem parte da nossa comunidade fazendo quer as coisas certas a efic cia quer fazendo as de maneira certa a efici ncia 3 A Globaliza o e Capacita o Humana Se adoptarmos agora um discurso ainda mais especulativo e tamb m de tipo
430. om indica o das rotas comerciais do imp rio holand s ao longo do s culo XVII para se constatar o facto Com a expans o econ mica geogr fica e demogr fica do capitalismo europeu ao longo dos s culos XVIII e XIX sob impulso da pot ncia brit nica e a ajuda das rivalidades intra europeias veio se a constatar a necessidade de expans o para a ltima fronteira do sistema de mbito 2 Embora toda a ac o humana de cidad os empres rios trabalhadores ou dirigentes pol ticos seja sempre no tempo presente ela ser tanto mais eficaz quanto mais levar em linha de conta as grandes constantes estruturais ou linhas mestras de evolu o hist rica De certa maneira em tudo quanto diz respeito ao comportamento das sociedade humanas como dizem os Franceses Chassez le naturel et a revient au galop 225 Grav ssimas quer de um ponto de vista moral quer de um ponto de vista social e pol tico quer de um ponto de vista econ mico Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria planet rio em forma o desde h s culos a frica Sub Sahariana assim que com toda a naturalidade e por iniciativa do Kaiser Guilherme II se vem a reunir entre 1889 e 1888 a famigerada Confer ncia de Berlim a qual tinha como objectivo expl cito regularizar a partilha de frica por entre as pot ncias europeias interessadas A partir da formaliza o dessa partilha e da respectiva delimita o de fronteiras tev
431. om os representantes oficiais dos pa ses receptores como acontece frequentemente com formas mais oficiais de aux lio Al m disso e porque s o supostas estarem mais familiarizadas com as condi es objectivas do terreno as ONGDs estariam tamb m mais aptas a proporcionar ajuda de socorro e respectivos servi os de uma forma mais oportuna e eficiente respondendo mais rapidamente a crises agudas nos pa ses receptores de ajuda p blica Na perspectiva da cr tica mais radical ao papel e princ pios orientadores das ONGDs o fen meno das organiza es n o governamentais em particular aquelas que se dizem dedicadas coopera o para o desenvolvimento ser tamb m um fen meno de moda Como diz James Petras as ONGs parecem estar na moda e qualquer tentativa de inventaria o desse interessante fen meno social arrisca se a falhar pela mobilidade constante na forma o de novas e diversificadas ONGs em praticamente todos os pa ses do mundo Tamb m aqui neste fen meno social se v m encontrar todos os problemas t picos de caracteriza o e taxonomia Em geral parecem beneficiar de um razo vel capital de simpatia Outros no entanto tecem a seu respeito algumas cr ticas severas havendo tamb m quem qualifique algumas delas como OMG s ou Organiza es Muito Governamentais Isto na medida em que algumas das ditas ONGs n o ser o mais do que extens es mal camufladas de departamentos governamentais No caso do soci logo norte amer
432. om uma for a impar vel a ideia da igualdade b sica e fundamental entre todos os seres humanos Assim sendo com a progressiva laiciza o da sociedade processo hist rico lento e que parece vir junto com a urbaniza o o esp rito cient fico e a cr tica social e n o sendo mais poss vel recorrer coac o f sica da escravatura e do servilismo ou ao engodo da promessa de um para so nos c us para quem obedecesse cegamente aos seus naturais superiores a nica forma de conseguir continuar o processo hist rico de acumula o ser a partilha de alguns dos benef cios que advenham dos melhoramentos da produtividade social e dos aumentos da riqueza produzida Em todo o caso nas sociedades industriais em que a forma predominante de ganhar a vida para sustentar a fam lia a venda da for a de trabalho vemos tamb m re aparecer a t cnica do cacete sob o disfarce ideol gico do medo do despedimento As revolu es inglesa americana francesa russa para assinalar apenas algumas das mais significativas que se processaram desde meados do s culo XVII at ao princ pio do s culo XX tiveram sempre como objectivo maior a igualdade de direitos entre os diversos grupos constituintes das diversas sociedades nacionais A ltima daquelas revolu es a revolu o bolchevique propunha se mesmo acabar de uma vez por todas com a desigualdade econ mica e social a qual resultaria da prevalecente e tida como inj
433. omas de alguma retrac o nos seus investimentos nos pa ses menos desenvolvidos Dir se ia a que o mundo estava j a experienciar os primeir ssimos sinais de que estaria a chegar ao fim o per odo de euforia e expans o das economias capitalistas Embora os delegados quela confer ncia tivessem reiterado o seu apoio quele objectivo de 1 do PIB para a ajuda ao desenvolvimento a sugest o do secretariado de transformar esse objectivo num compromisso formal n o foi aceite O mais que aconteceu foi o registo de que havia alguns pa ses desenvolvidos dispostos a aceitar o alvo de 0 75 do seu PIB como m nimo a fornecer em ajuda aos pa ses menos desenvolvidos Deixando por conseguinte ao jogo das for as do mercado ou iniciativa privada o encargo ou a oportunidade de colmatar a diferen a contribuindo com 0 25 do PIB de cada pa s sob a forma de Investimento Directo Estrangeiro como se diz agora Entretanto em 1969 o j referido Robert McNamara pedira ao Primeiro Ministro do Canad Lester B Pearson para formar uma comiss o de estudo sobre o problema do desenvolvimento internacional O Relat rio da Comiss o Pearson Parceiros no Desenvolvimento recomendava aos pa ses mais desenvolvidos que assumissem o compromisso de destinar 0 7 do seu PIB a Ajuda P blica ao Desenvolvimento Logo em 1970 a Assembleia Geral das Na es Unidas transformou esta recomenda o num compromisso formal ao aprovar a Resolu o 2626 A
434. onflitos de interesses entre os v rios Estados membros resultantes do descalabro econ mico e social na sequ ncia da Primeira Grande Guerra pa ses como o Jap o e a Alemanha abandonaram a Sociedade das Na es condenando a inoperacionalidade efectiva Dir se ia hoje que j ent o os poderes pol ticos nacionais se mostravam incapazes de resolver os problemas contradi es e conflitos inerentes ao funcionamento do sistema capitalista ou de pelo menos disciplinar o seu funcionamento mas agora a uma escala planet ria Desde o ataque do Jap o prov ncia chinesa da Manch ria em 1931 at invas o da Eti pia pelo ex rcito italiano em 1935 tamb m j ent o a organiza o internacional que se propunha reunir todas as na es e actuar como uma f rum de negocia o e de garantia de paz e estabilidade se revelava inoperante tendo vindo a ser funcionalmente extinta com o deflagrar da Segunda Guerra Mundial Assinale se que em todo o caso no fim dos anos Trinta do S culo XX a ent o Sociedade das Na es n o tinha ainda lan ados ou consolidados os diversos tipos de estruturas operacionais e administrativas que hoje constituem o edif cio de interven o e regula o de muita da actividade pol tica internacional que s o hoje as Na es Unidas Em 2007 a ONU era constitu da por 192 Estados membros todos eles pa ses soberanos internacionalmente reconhecidos H ainda a considerar situa es espec ficas como ser o ca
435. onial em que as antigas pot ncias coloniais parecem dar prefer ncia a uma coopera o com os pa ses que antigamente tenham sido suas col nias Este cen rio no entanto s ser v lido para pa ses como a B lgica a Fran a Portugal e o Reino Unido Haveria ainda os casos residuais da Espanha da It lia ou da Alemanha pa ses que tiveram muito pouca interven o no processo de desenvolvimento hist rico de frica ao longo da totalidade do s culo XX Neste cen rio os restantes pa ses da Uni o Europeia apresentar se iam como neutros a quaisquer rivalidade ou heran as hist ricas daqueles quatro pa ses Haver ainda a acrescentar o facto de alguns dos pa ses europeus em particular a Fran a n o desistirem de uma afirma o pol tica e cultural por vezes tendencialmente asfixiante relativamente ao trabalho de coopera o por parte de outros pa ses europeus Voltando palestra de Gra a Machel um dos reptos directos lan ado com toda a frontalidade e clareza foi do de tentar saber porque raz o Portugal n o fazia coopera o com pa ses como por exemplo a Tanz nia Claro que poder amos aqui acrescentar toda uma lista de outros pa ses africanos em rela o aos quais Portugal poderia deveria estabelecer e implementar acordos de coopera o Dir se a esse respeito que Portugal tal como ali s muitos outros pa ses t m limita es financeiras A pr pria Gra a Machel comentou de imedia
436. onsumo de bens e de servi os No caso da evolu o hist rica das economias dos pa ses africanos facilmente constatamos que na sua quase totalidade estas economias evolu ram sempre como ap ndices o termo de economias nacionais exteriores ao continente africano quase sempre economias europeias Nesse contexto um dos principais desafios com que se enfrentam as economias nacionais africanas ser ent o o da inven o e constru o de complementaridades regionais suficientemente atractivas para poderem contrariar a continuada complementaridade de depend ncia relativamente s economias europeias Problemas Desafios e Oportunidades da Integra o Regional No caso das diversas organiza es regionais existentes em frica os grandes problemas e desafios dos diversos processos de integra o regional podem ser analisados de uma perspectiva das diversas for as centr fugas e de algumas for as centr petas em actua o ao n vel quer das estruturas f sicas quer das estruturas institucionais herdadas das Hist ria mais remota do processo de integra o de frica em particular a frica Sub Sahariana na globalidade do sistema mundo No caso das estruturas f sicas fundamentais temos desde logo os problemas resultantes da geografia f sica desde a quest o da navegabilidade dos rios e sua poss vel utiliza o como vias de comunica o e acesso a mercados de maior dimens o at ao problema das grandes cadeias montanhosas d
437. ontribuintes dos pa ses ricos natural que se encontrem muitas e diversas cr ticas ajuda p blica em si mesma De facto a APD j tem sido considerada como sendo demasiada at na medida em que a mesma tem sido considerada um desperd cio e que tem servido principalmente para sustentar regimes corruptos ou manter a sua depend ncia pol tica e econ mica relativamente a pot ncias externas mesmo quando se trate das melhores inten es por parte dos pa ses doadores Como dizem os povos na sua imensa e milenar sabedoria o Inferno est cheio de boas inten es A este respeito h que reconhecer que quer a quantidade quer a qualidade da APD que tem sido efectivamente prestada ou posta ao dispor dos pa ses menos desenvolvidos ou tem sido insuficiente ou tem sido de menos boa qualidade Para al m de o mais das vezes n o levar em linha de conta os interesses objectivos dos povos a quem suposta ser dirigida essa ajuda Uma das cr ticas mais comuns ser ent o a da sua n o efic cia algo que para alguns dos seus cr ticos e ao fim de d cadas de ajuda p blica ao desenvolvimento parece mesmo que estaria suficientemente demonstrado Esta cr tica basear se ia tamb m e desde logo numa suposta ainda que n o declarada inten o objectiva e primordial da ajuda alegadamente manter os pa ses pobres na depend ncia dos pa ses mais desenvolvidos No caso desta cr tica em particular poder sempre contra argumentar se que se
438. ontributo de um pa s doador quer em termos relativos quer em termos absolutos o que na verdade pode estar a acontecer haver menos ajuda efectiva para o desenvolvimento 2 tema a ser discutido mais adiante na rubrica os n meros da ajuda p blica ao desenvolvimento O que ent o a Ajuda P blica ao Desenvolvimento Para efeitos operacionais e tendo em conta a multiplicidade de fluxos financeiros entre os pa ses mais desenvolvidos e os pa ses ditos em desenvolvimento o CAD da OCDE considera como fazendo parte da Ajuda P blica ao Desenvolvimento todas as transfer ncias ou fluxos financeiros que obede am a quarto crit rios b sicos Em primeiro lugar essas transfer ncias t m que ser de caracter p blico ou seja suportadas directa ou indirectamente pelo Or amento do Estado do pa s doador e tendo portanto como origem os impostos pagos pelos cidad os e empresas desse pa s Este crit rio permite contrapor a ajuda p blica ajuda privada sendo que esta tem como origem ou suporte o mecenato individual ou institucional Funda es privadas organiza es do chamado Terceiro Sector Em segundo lugar essas transfer ncias t m que ter como objectivo expl cito e directo ou indirecto o benef cio de pa ses ou territ rios considerados ou classificados como pertencendo categoria em desenvolvimento Incluem se aqui transfer ncias que sejam canalizadas atrav s de Para alguns analistas parece um
439. oportunidade dos pa ses doadores as taxas de desconto utilizadas para os c lculos de valor presente dos empr stimos concessionados deveriam corresponder s taxas de mercado aplic veis 6 Utiliza o de taxas vari veis em empr stimos 7 A avalia o do risco de cr dito relativamente aos empr stimos aos pa ses receptores da ajuda Importa assinalar que nesta proposta de uma nova abordagem da medida dos fluxos de ajuda est subjacente mas de modo expl cito a ideia de que mais do que medir aquilo que sai dos pa ses doadores o custo declarado nos seus or amentos importa medir aquilo que efectivamente entra nos pa ses receptores os benef cios a contabilizados Assim sendo o objectivo de medir os fluxos da ajuda a avalia o da parcela daqueles benef cios que s o devidos a uma transfer ncia objectiva l quida de encargos dos recursos de pa ses doadores para os os pa ses receptores por meio de condi es financeiras subsidiadas ou inferiores s condi es normais dos mercados Por outras palavras aos pa ses receptores de APD interessar pouco quais s o os montantes gastos nos pa ses doadores com as suas pr prias despesas no pa s doador com a alegada ajuda p blica ao desenvolvimento A Efic cia da Ajuda P blica ao Desenvolvimento Como j foi referido em 2005 os pa ses da OCDE consagraram cerca de 106 500 milh es de d lares para a ajuda p blica ao desenvolvimento sendo essa
440. optou uma declara o segundo a qual somente com uma substancial ajuda externa por parte dos pa ses mais desenvolvidos poderiam os pa ses mais pobres levar efectivamente a cabo quaisquer planos de desenvolvimento Ainda segundo aquela declara o para evitar a cat strofe humana que resultaria do fracasso desses planos seria necess rio aumentar substancialmente as ajudas e empr stimos em condi es favor veis ou mesmo generosas Se pelo menos 1 do rendimento nacional dos pa ses mais ricos fosse dedicado a esse fim o cen rio seria de muito mais esperan a Por outras palavras seria necess rio duplicar os fluxos de capitais p blicos e privados orientados para os pa ses em desenvolvimento Um tal requesito foi ent o formalmente comunicado s miss es nas Na es Unidas de diversos pa ses mais ricos Ao longo dos anos Cinquenta de facto aquele fluxo de capitais aumentou substancialmente tendo atingido a bonita verba de 0 83 do PIB dos pa ses mais ricos Apesar disso nesse mesmo ano a Assembleia Geral das Na es Unidas declarou que aquele montante era ainda insuficiente e adoptou sem vota o uma Resolu o exprimindo a esperan a de que aumentasse substancialmente a ajuda internacional e os fluxos de capital em direc o aos pa ses menos desenvolvidos de modo a alcan ar o mais r pido posss vel o alvo dos 1 do PIB de cada pa s desenvolvido Entretanto deve salientar se que para al m da estimativa de De Vr
441. ordagem marxista Dizia Marx que o capital dinheiro que faz dinheiro Mas o mesmo Marx explicava tamb m que o capital sobretudo um processo de transforma o permanente da riqueza mercantil denunciando de forma clara o chamado fetichismo do dinheiro como fonte de valor ou riqueza Em ltima an lise no limite acaba por ser for oso reconhecer que a nica e exclusiva fonte de valor acrescentado o trabalho Ora no caso do Jap o ao longo dos s culos os seus habitantes souberam e sobretudo puderam ir organizando a sua produ o individual e colectiva de modo a gerar valores excedentes n o consumidos e transformando esses excedentes em capital acumulado o qual tem vindo a crescer ao longo das gera es A fertilidade dos solos quase sempre de origem vulc nica ter certamente ajudado na produ o de excedentes alimentares os quais por sua vez propiciaram as condi es para um gradual e continuado aumento demogr fico Foi assim poss vel entrar em isolamento ou sem grandes interfer ncias do exterior numa esp cie de c rculo virtuoso de produ o de excedentes alimentares aumento da popula o aumento da dimens o dos mercados incentivo ao artesanato e industria Tudo isto associado a uma continuada transfer ncia de recursos do sector agr cola explora o do campesinato para os sectores comercial e proto industrial Embora ao longo dos s culos tenham sido visitados por muito
442. organizada por coordena o inter partes irrelevante para a globalidade do sistema Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Devemos tamb m e em todo o caso acrescentar que nos parece ser digno de assinalar o facto ir nico de Fernand Braudel apesar da sua condi o de historiador assumir aqui uma perspectiva estritamente economicista Ou seja n o parece querer levar em conta o enorme capital sociocultural acumulado ao longo de muitas gera es e traduz vel em determinadas rotinas di rias e familiares h bitos de trabalho tradi es de compita reparti o e partilha ou n o partilha que para utilizar um conceito do pr prio Braudel se traduziria na massa acumulada de actividade material an nima e subjacente economia de mercado Traduz se esse enorme capital sociocultural tamb m em conhecimentos transmiss veis de gera o em gera o de pr ticas agr rias e artesanais que todos assumimos como fazendo parte da paisagem social e meio ambiente mas que possuem um indiscut vel valor de capital acumulado Um outro autor que parece enfermar de um problema similar da n o aplica o de uma adequada escala de tempo e neste caso tamb m de espa o an lise dos problemas e acumula o e desenvolvimento ser Walter Rodney No seu mais conhecido livro How Europe Underdeveloped Africa o Prof Rodney elabora uma an lise extremamente cr tica e virulenta relativamente ao modo como o subsistema econ mi
443. originados na relativa abund ncia de dinheiro nas m os de grandes fortunas individuais a filantropia e o mecenato e de funda es originadas na acumula o de lucros fabulosos por parte das maiores empresas mundiais Haver tamb m a considerar o facto de a expans o e prolifera o de meios de comunica o concorrendo entre si por tempo de antena e time share ter aumentado 2 o grau de consci ncia por parte das popula es dos pa ses mais desenvolvidos relativamente aos problemas da fome e da pobreza dos pa ses menos desenvolvidos Mas a causa principal para o crescimento quase exponencial do n mero e da dimens o das ONGs ser ent o a expans o e predom nio da ideologia neoliberal tal como acima referido Havendo menos Estado e mais dinheiro para gastar o que ser ent o normal em termos at de SrGlobal Problems and the Culture of Capitalism Ideia tamb m sugerida por Richard Robbins Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria comportamento sist mico ser o facto de esse dinheiro ser canalizado para organiza es n o governamentais E tamb m nesse sentido que Richard Robbin sugere que h bastantes provas de que as ONGs est o a crescer porque t em crescido os montantes de financiamento p blico As Janelas de Oportunidades para o Marquetingue das ONGDs De acordo com dados compilados por investigadores da Universidade Johns Hopkins a partir da sociedade civil em
444. os at na medida em que o desenvolvimento econ mico dos pa ses mais pobres iria dar origem a uma expans o dos mercados para os produtos e servi os dos pa ses mais desenvolvidos Nos primeiros anos do s culo XXI e perante o drama di rio da imigra o clandestina dirigida da frica Sub Sahariana para os pa ses da Europa Ocidental poder tamb m de novo e ainda argumentar se que o maior desenvolvimento dos pa ses daquela regi o do Sul seria a melhor e mais eficaz maneira de minimizar esses fluxos migrat rios A esse respeito n o faltar quem argumente que esses movimentos migrat rios dos pa ses do Sul para os pa ses desenvolvidos do Norte s o mesmo do interesse das classes dirigentes destes pa ses na medida em que visam colmatar a relativa escassez de m o de obra nos pa ses do Norte Dir se tamb m recorrendo ao instrumental anal tico do marxismo que essa migra o de m o de obra do Sul para o Norte tem como efeito refrear como soe dizer se a capacidade de reivindica o das classes trabalhadoras dos pa ses mais desenvolvidos A ser assim as classes dirigentes dos pa ses do Norte mais desenvolvidos acabariam na realidade por vir a ter pouco interesse num verdadeiro desenvolvimento dos pa ses do Sul Como ser evidente haver aqui um conflu ncia de interesses contradit rios com os quais v o tendo que lidar os diversos dirigentes pol ticos Uma outra linha de argumenta o tem a ver com uma redu o
445. os e financeiros Cruzando se com esta perspectiva relativa a duas vis es opostas de uma estrutura o do sistema mundo teremos ainda a dicotomia entre por um lado a exist ncia ou re emerg ncia da ideia de um Estado desenvolvimentista e por outro lado o continuado predom nio daquilo a que os autores da corrente neoliberal chamam eufemisticamente de for as do mercado Como resultar da observa o deste cruzamento de perspectivas relativas estrutura o da geografia econ mica e geopol tica do sistema mundo e do seu funcionamento em termos do papel dos seus principais actores sociais o renascimento ou refor o da ideia de um Estado desenvolvimentista acaba por vir a implicar a emerg ncia de um mundo polic ntrico Deduz se esta conclus o do simples facto de que a emerg ncia de um sistema mundo polic ntrico implica ao n vel dos Estados e das regi es onde estes se integram que o actor social Estado se sobreponha s motiva es e objectivos funcionais dos actores sociais Empresas Esta conclus o resulta tamb m do facto menos vis vel mas n o menos objectivo de as institui es do chamado Consenso de Washington acabarem por ser representantes pelo menos no plano ideol gico ou de mundivis o dos interesses das empresas em geral e das grandes empresas transnacionais em particular Diz nos a observa o corrente dos fen menos econ micos que os investimentos privados tendem naturalmente a ser efectuados l ond
446. os mesmos serem enunciados como uma s rie de metas a atingir sem que no entanto estejam explicitados e garantidos os meios em particular financeiros que possam garantir Designadamente a resolu o 44 237 de 22 de Dezembro de 1989 proclamando o per odo 1991 2000 como a Segunda D cada do Desenvolvimento Industrial para frica a decis o 46 458 de 20 de Dezembro de 1991 sobre o programa para a Segunda D cada a resolu o 46 151 de 18 de Dezembro de 1991 em que era adoptada a Nova Agenda das Na es Unidas para o Desenvolvimento de frica nos anos Noventa e que identificava a Segunda D cada do Desenvolvimento Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria a sua execu o Ou seja parte se do princ pio de que com a enumera ode X Objectivos e Y Metas a atingir os pa ses mais desenvolvidos se iriam finalmente sentir moralmente constrangidos a cumprir com os compromissos entretanto livremente assumidos de aumentar significativamente a sua Ajuda P blica ao Desenvolvimento Por outro lado a eventual atribui o desses fundos por parte dos pa ses doadores depende em grande parte no contexto da l gica do sistema capitalista do crescimento das economias desses mesmos pa ses Ora acontece justamente que desde que foram proclamados os Objectivos do Mil nio abrandou significativamente o crescimento m dio das economias mais desenvolvidas O respectivo crescimento per capita passou dos 2 8 ao ano nos anos Noven
447. os nos milh es de escravos que foram exportados da frica Sub Sahariana ao longo de tr s s culos Atrav s do modelo de simula o por si elaborado Patrick Manning 2003 estima que a popula o de frica em 1850 seria sensivelmente metade do que poderia ter sido a um crescimento de 5 ao ano ao longo dos precedentes 150 anos O estudo elaborado por Joseph Miller 1988 em rela o ao com rcio de escravos a partir de Angola conclui que morriam aproximadamente o mesmo numero de africanos s na captura e transporte at costa como aqueles que efectivamente chegavam a ser embarcados Ainda segundo Miller um numero equivalente simplesmente fugia para outras regi es mais para o interior No caso da regi o de Angola isto vir a representar algo como 100 000 pessoas deslocadas anualmente Entretanto na literatura dispon vel poss vel encontrar refer ncias a teses que defendem que o impacto estrutural do com rcio de escravos ou a modifica o da sua natureza a partir do com rcio transatl ntico ter sido m nimo em rela o dimens o continental da economia africana sobretudo considerando que se tratava de um agregado econ mico esparso e disperso ainda que sejam de assinalar antiqu ssimas redes de com rcio intra continental Por outro lado em todo o caso poder se ia tamb m reflectir sobre as condi es hist ricas para a emerg ncia de uma motiva o social conducente produ o de quaisquer valores excedentes
448. os pa ses membros do CAD para os pa ses receptores seus parceiros do processo de APD No entanto quando se considera o compromisso anteriormente assumido por todos os pa ses da OCDE de alcan ar gradualmente o objectivo de a APD corresponder a 0 7 do PIB de cada pa s doador essa progress o foi negativa entre 1960 e 1970 tendo depois oscilado entre 0 27 e 0 36 durante cerca de 20 anos Entre 1993 e 1997 os fluxos de APD reduziram se em cerca de 16 em termos do real valor aquisitivo do d lar devido s medidas de austeridade e de consolida o or amental por parte de muitos dos pa ses doadores na sequ ncia de uma recess o no princ pio dos anos Noventa Foi assim que em 2001 a percentagem do PIB dedicada Ajuda P blica ao Desenvolvimento atingiu o m nimo hist rico de 0 22 Isto apesar de algum aparente crescimento relativo a partir de 1998 Desde ent o verifcaram se uma s rie de confer ncias de alto n vel e de mbito mundial as quais tiveram tamb m como consequ ncia pressionar os pa ses mais desenvolvidos a abrir de novo ou um pouco mais os cord es bolsa Foi esse o caso da Confer ncia Sobre o Financiamento do Desenvolvimento em Monterrey no M xico em 2002 na qual se esperava operar uma como que reviravolta da progress o dos fluxos de APD Assim em 2005 os pa ses doadores comprometeram se a aumentar a sua ajuda na cimeira do G 8 em Gleneagles Nesse mesmo ano de 2005 o montante global dos
449. ostas concretas as quais reflectiam o trabalho de dezenas de ag ncias e comiss es de especialistas durante v rios anos tendo como objectivo fundamental o alargamento da autoridade das Na es Unidas de modo a que a mesma pudesse iniciar ou concretizar uma s rie de medidas designadamente tributa o global sobre transac es e rendimentos constitui o de um ex rcito permanente das Na es Unidas constitui o de um Conselho de Seguran a Econ mica declara o da autoridade das Na es Unidas sobre o patrim nio global fim do poder de veto dos membros permanentes do Conselho de Seguran a constitui o de um novo rg o parlamentar da sociedade civil com representantes das ONGs constitui o de um novo Conselho de Peti es constitui o um novo Tribunal Internacional de Justi a Criminal reconhecimento do car cter vinculativo dos veredictos do Tribunal Internacional de Justi a alargamento da autoridade do Secret rio Geral das Na es Unidas Estava se assim perante uma tentativa de fazer prevalecer a autoridade e o poder que se assumia como democr tico dos Estados representativos dos interesses e direitos p blicos e universais de todos os cidad os sobre os interesses privados e particulares de um grupo espec fico de pessoas para o caso os detentores de Capital A nica proposta que at agora 2010 obteve algum consenso e se veio a concretizar foi a da constitui o
450. otocolo de 1967 unificou v rias resolu es adicionais sendo removidas restri es geogr ficas e temporais de modo a ampliar o seu campo de actua o Tem agora como miss o dar apoio e protec o a refugiados de todo o mundo Desde ent o o ACNUR tem oferecido protec o e assist ncia para dezenas de milh es de refugiados encontrando solu es duradouras para muitos deles Os padr es da migra o se tornaram cada vez mais complexos nos tempos modernos envolvendo n o apenas refugiados mas tamb m milh es de migrantes econ micos Mas refugiados e migrantes mesmo que viajem da mesma forma com frequ ncia s o fundamentalmente distintos e por esta raz o s o tratados de maneira muito diferente perante o direito internacional moderno No total e at princ pios do s culo XXI o ACNUR j proporcionou assist ncia a mais de 50 milh es de refugiados e deslocados Em fins de 2005 a popula o total debaixo da protec o do ACNUR era de 20 8 milh es de pessoas em pa ses de todo o mundo As nacionalidades de origem da maior parte dos refugiados ou deslocados s o Afeg os 2 9 milh es Colombianos 2 5 milh es Iraquianos 1 8 milh es Sudaneses 1 6 milh es e Somalis 839 000 Os principais pa ses de acolhimento t m sido a Col mbia 2 milh es o Iraque 1 6 milh es o Paquist o 1 1 milh es Sud o 1 milh o e o Afeganist o 960 000 Alguns analistas mais c nicos n o t m deixado de assinalar o papel de ins
451. oximadamente 88 s o para despesas efectivas e directas com os benefici rios das iniciativas da Unicef sendo apenas menos de 12 para cobrir despesas de funcionamento Em 1988 a Unicef estabeleceu em Floren a um Centro de Investiga o dedicado ao estudo e recolha de dados sobre a problem ticas das crian as assim como promo o das causas em favor das crian as de todo o mundo e da completra implementa o da Conven o sobre os Direitos da Crian a UNESCO S Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura Fundada em 1945 e tendo a sua sede em Paris Fran a a Unesco uma ag ncia especializada do Sistema das Na es Unidas que tem como objectivo amplo e e ambicioso contribuir para a paz e seguran a mundiais atrav s da coopera o internacional em mat rias de educa o ci ncia cultura conhecimento m tuo e comunica o entre culturas A sua origem reflecte a id ia algo rom ntica de que se os povos se conhecerem melhor uns aos outros e se comunicarem facilmente entre si diminuem as oportunidades e as situa es gerdaoras de conflitos violentos Entre outras tarefas participa tamb m no esfor o internacional de orientar os povos numa gest o mais eficaz do seu pr prio desenvolvimento atrav s dos recursos naturais e dos valores culturais com a finalidade de obter o maior proveito poss vel da moderniza o sem que por isso se perca a diversidade cultural e a identidade nacional Te
452. para al m do fornecimento de mat rias primas iriam conseguindo apropriar se de capitais e tecnologias que lhe iriam permitindo desenvolver um n mero crescentes de actividades de produ o industrial com cada vez maiores propor es de valor acrescentado Seriam ent o estes os pa ses da semi periferia encontrando se o sistema mundo naturalmente num continuado processo de evolu o hist rica e geogr fica 146 Ver esse respeito livros como a conhecida obra de Rodney How Europe Underdevelopped Africa 1999 ou de Bairoch Mitos e Paradoxos da Hist ria Econ mica 1999 147 Venda de escravos de frica para as Am ricas venda a car explorado custa de trabalho escravo para a Europa e venda de produtos manufacturados para frica 148 Pierre Jal e A Pilhagem do Terceiro Mundo S da Costa Lisboa 1980 1 Para muitos observadores este centro estaria j numa fase dota p s industrial Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria No princ pio dos anos Setenta mais concretamente em 1973 foi lan ada a ideia de uma Nova Ordem Econ mica Internacional de que foi um dos principais proponentes o antigo chanceler alem o Willy Brandt Durante a sexta sess o especial da Assembleia Geral das Na es Unidas em 1974 foi decidido apelar ao estabelecimento de uma nova ordem econ mica internacional que viesse a ser mais justa para com os pa ses do Sul na medida em que se considerava que a ordem en
453. peia A ONG M decins sans Fronti res financiada em quase 50 por dinheiros p blicos Entretanto por causa da amplitude de algumas das causas e interesses envolvidos algumas ONGs pura e simplesmente n o aceitam qualquer participa o de dinheiros dos or amentos estatais Pelo menos essa a sua postura p blica como o caso da ONG Green Peace Um outro aspecto a considerar ser a interliga o entre associa es empresariais e o mundo das ONGs Esta interliga o nem sempre tem sido muito clara ou pac fica at na medida em que as ONGs se apresentam por vezes como contra poder depreciando a motiva o do lucro e de certa forma como anti establishement Mais recentemente no entanto s o muitas as ONGs e associa es empresariais que se t em esfor ado por encontrar pontos de converg ncia em termos de interesses objectivos comuns como ser o caso da explora o sustent vel de recursos naturais como as florestas ou a pesca propondo se assim preencher zonas cinzentas onde as empresas Duzentos e trinta e oito bili es quinhentos e cinquenta e oito milh es de d lares Em compara o o plano de resgate dos agentes financeiros bancos e companhias de seguros falidos aquando da bolha financeira nos Estados Unidos em 2008 foi num montante de 700 000 milh es de d lares Ou seja cerca de 3 vezes mais 2David Hulme e Michael Edwards NGOs States and Donots Too Close for Comfort St Martin
454. peito aos trabalhadores oriundos dos pa ses vizinhos em regime de contrata o tempor ria o problema da sua incorpora o na sociedade do sistema econ mico sul africano em rigor n o se punha O problema surge como natural com o caso dos trabalhadores africanos negros oriundos de territ rios ou reservas os famigerados bantost es situados no interior do territ rio declarado e reconhecido como sendo a frica do Sul J em meados dos anos Setenta o governo nacionalista come ou a admitir oficiosamente a ideia de que muitos negros nunca chegariam a regressar a quaisquer terras ancestrais reconhecendo assim o facto de haver j dezenas de milhares de fam lias africanas urbanizadas h mais de quatro gera es No entanto esse mesmo governo continuaria a insistir na ideia de que as cidades eram zonas brancas ainda que uma esmagadora maioria das pessoas que a viviam fossem de pele escura O processo de integra o de integra o regional em frica dever ser avaliado segundo uma s rie 22 Refira se a prop sito que a express o trabalhadores mineiros n o inocente Os sindicatos brancos das actividades mineiras reservavam para si a designa o de mineiros miners enquanto que os trabalhadores africanos negros eram designados por trabalhadores das minas mine workers 20 Este problema da incorpora o segundo este ltimo eixo de actua o mais adiante tra
455. perturba es mentais viol ncia e les es e defici ncia visual 4 Reduzir a morbidade e mortalidade e melhorar a sa de durante as principais fases da vida incluindo gravidez parto per odo neonatal inf ncia e adolesc ncia e melhorar a sa de sexual e reprodutiva e promover o envelhecimento activo e saud vel para todos os indiv duos 5 Reduzir as consequ ncias sobre a sa de da ocorr ncia de emerg ncias cat strofes crises e conflitos e minimizar o seu impacto social e econ mico 6 Promover a sa de e desenvolvimento e prevenir ou reduzir factores de risco em problemas de sa de associados ao uso de tabaco lcool drogas e outras subst ncias psicoactivas dietas n o saud veis inactividade f sica e sexo inseguro 7 Abordar os determinantes sociais e econ micos subjacentes sa de atrav s de pol ticas e programas que promovam a sa de e integrem abordagens pr pobres sens veis ao g nero e com base nos direitos humanos 8 Promover um ambiente mais saud vel intensificar a preven o prim ria e influenciar as pol ticas p blicas em todos os sectores de modo a combater as causas das amea as ambientais para a sa de 9 Melhorar a nutri o e seguran a alimentar durante toda a vida e em apoio da sa de p blica e do desenvolvimento sustent vel 10 Melhorar os servi os de sa de atrav s de uma melhor governa o financiamento recursos humanos e gest o atrav s de dados e investiga o fi veis e acess
456. pitalista Aquele que temos e n o aquele que imaginado por t cnicos e funcion rios das organiza es internacionais os quais t m proposto aos v rios dirigentes africanos uma determinada vis o do funcionamento da economia global capitalista Apesar de elaborada por pol ticos e cientistas sociais entre os quais economistas todos eles africanos a NePAD acaba por ter sido de facto elaborada a partir de uma vis o do mundo de economistas endoutrinados na prevalecente corrente neoliberal em an lise econ mica os quais proliferam nas principais institui es que ao longo das ltimas d cadas t m determinado o funcionamento das economias e sociedades africanas designadamente o grupo do Banco Mundial o Fundo Monet rio Internacional e a Organiza o Mundial de Com rcio Por um lado a NePAD prop e se ou propunha se alcan ar uma meta de crescimento raz o de 7 ao ano durante os primeiros 15 anos e diminuir para metade a propor o da pobreza absoluta Por muito louv vel que seja o aspecto ambicioso empolgante de uma tal meta a atingir por muito entusiasmante que possa ser o cen rio assim antevisto a verdade que as coisas do mundo dos investimentos e empreendimentos produtivos n o acontecem s por obra e gra a do entusiasmo dos dirigentes pol ticos Para al m da ambi o e do sonho para a sua implementa o s o tamb m necess rios alguns meios designadamente os recursos materiais ou financeiros e os recurso
457. postamente comuns a todos os pa ses africanos em primeiro lugar a atrac o ou miragem das cidades em particular uma imaginada maior oportunidade de trabalho em segundo lugar o relativo pouco interesse por parte das elites urbanas relativamente s popula es rurais envolvendo mesmo algum preconceito social e de menosprezo por parte do poder pol tico e das popula es citadinas em terceiro lugar vir uma excessiva centraliza o administrativa a qual ter sido acentuada no per odo inicial de arranque das independ ncias O Custo das Guerras De acordo com um estudo da OXFAM elaborado em 2007 o custo ou preju zo causado pelas guerras ao processo de desenvolvimento africano ter sido s entre 1990 e 2005 na ordem dos 300 bili es de d lares Este valor sensivelmente igual ao montante total recebido por frica sob a forma de Ajuda P blica ao Desenvolvimento Ainda segundo o mesmo estudo estiveram envolvidos em guerras aproximadamente metade dos pa ses do continente O esfor o de guerra ter custado qualquer coisa como 15 do Produto Interno Bruto de cada um desses pa ses Com a continua o de conflitos armados estima se que o continente continue a perder anualmente cerca de 15 bili es de d lares As guerras e outros conflitos armados causam naturalmente um aumento significativo na mortalidade infantil quer directa quer indirectamente na ordem dos 50 quando comparados esses pa ses com os pa ses que n
458. pouco exagerado classificar as despesas adminsitrativas no pa s doador como ajuda ao desenvolvimento sendo assim que aparece o conceito de APD l quida ou APD Efectiva Depois de todas estas novas categorias de fluxos serem contabilizadas como APD fica se com a sensa o que o importante para os pa ses doadores e o CAD da OCDE o contabilizar tudo e mais alguma coisa de modo a apresentar resultados consent neos com os compromissos assumidos 52 What is the 0 7 Pledge Dispon vel em http uwaterloo ewb ca point7 what Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria institui es multilaterais como o caso do Banco Mundial Esta lista dos pa ses que beneficiam da APD elaborada pelo CAD da OCDE sendo revista de tr s em tr s anos de acordo com a evolu o dos pa ses benefici rios da ajuda Em terceiro lugar necess rio observar um outro crit rio o da inten o De facto para que os fluxos de capitais possam ser classificados com sendo de ajuda p blica ao desenvolvimento necess rio que tenham como objectivo expl cito o ajudarem ao desenvolvimento Ou seja a contabiliza o feita com base num objectivo declarado e n o com base em quaisquer efeitos observados Se o pa s receptor n o se desenvolve isso j n o um problema do pa s doador Por outras palavras passa se aqui de lado em rela o ao problema fundamental da efic cia da ajuda Finalmente e em quarto lugar ne
459. presariais competitivos e com base em economias de escala Em consequ ncia desses processo de integra o regional e para potenciar eventuais melhoramentos e ganhos de competitividade torna se tamb m priorit rio incrementar o com rcio intra africano e melhorar o acesso de produtos africanos aos mercados dos pa ses desenvolvidos Desses processos de integra o sobretudo econ mica espera se assim que venha a resultar um maior grau de competitividade dos pa ses e das empresas africanas Tamb m em resultado dessa maior integra o regional espera se que o continente africano fique melhor posicionado para negociar e desenvolver novas parcerias a n vel internacional e intercontinental de modo a reverter o relacionamento desigual at aqui prevalecente entre frica e os pa ses desenvolvidos Finalmente e de modo a aumentar as probabilidades de sucesso fundamental estabelecer a todo o tempo uma liga o operacional entre os objectivos da NePAD e o projecto das Na es Unidas conhecido como Objectivos do Mil nio Assim sendo a adop o da NePAD por parte dos pa ses africanos ter como grandes objectivos a a erradica o da pobreza b lan ar os pa ses africanos na via do desenvolvimento sustent vel c p r fim marginaliza o de frica face ao processo de globaliza o de modo a poder beneficiar da sua integra o na economia mundial e por fim d o reconhecimento do papel da mulher e sua promo o social
460. privadas t m como objectivo b sico que lhes imposto pela l gica do sistema a maximiza o dos lucros com os quais possam continuar o processo normal de acumula o e expans o de actividades No que respeita necessidade ou motiva o para esta expans o de actividades a mesma pode materializar se quer sob a forma de alargamento horizontal dos mercados o que se consegue atrav s de mais exporta es ou mais clientes roubados a outras empresas fornecedoras quer sob a Lembremos a palavra d ordem da corrente neoliberal Menos Estado melhor Estado N o cabe aqui discutir a problem tica abordada entre outros por Berle e Means relativamente quest o da posse e do controle do capital das empresas e do impacto dessa problem tica sobre as motiva es dos propriet rios e dos gestores Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria forma de aprofundamento vertical dos mercados atrav s de uma intensifica o do consumo por parte dos clientes j existentes No que diz respeito forma como as grandes empresas multinacionais encaram ent o os pa ses ditos em desenvolvimento em geral e os pa ses da frica Sus Sahariana em particular temos a considerar que haver duas perspectivas distintas e eventualmente complementares Em primeiro lugar estas grandes MNC s come am por olhar para frica como uma fonte de mat rias primas as quais v o podendo ser obtidas a custos relativa
461. que quanto maior melhor No entanto quando se pensa em termos de investimentos e sua rentabiliza o pelo menos de um ponto de vista empresarial h que ter presentes os custos associados a essa grande dimens o Desde logo os transportes de mercadorias e de pessoas at Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria para presta o de servi os Esse transporte e as dist ncias a percorrer condicionam de forma incontorn vel a dimens o dos mercados e os custos de produ o de bens de consumo e de meios de produ o assim como a presta o de servi os A esse respeito e ainda a t tulo de exemplo e considerando por hip tese uma total igualdade de outros factores enquanto que a dist ncia a percorrer entre Lisboa e Madrid de menos de 700 quil metros a dist ncia a percorrer entre Maputo e Beira de cerca de 1200 quil metros Como evidente qualquer tonelada de quaisquer bens de consumo ou de meios de produ o materiais que seja necess rio transportar entre aquelas duas cidades de Mo ambique tem que incorrer o custo adicional daquela dist ncia Logo aqui por este exemplo comezinho se pode ver o impacto da geografia e das dist ncias na dimens o relativa dos mercados em que s o supostas actuar as empresas quaisquer que elas sejam No caso de frica como um todo haver ainda a considerar a sua configura o geogr fica assim como o seu posicionamento na distribui o dos continentes superf cie do planet
462. que aqui nos ocupamos O caso das federa es desportivas muito em particular aquelas que mais beneficiam de cobertura medi tica como ser o caso do futebol ser o exemplo mais gritante desse fen meno O facto de aparentemente n o terem o lucro como motiva o b sica ou inicial n o impede que se trate de organiza es que Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria movimentam centenas de milh es de euros e que sejam dos mais importantes actores de uma nova ind stria de mbito global a ind stria do lazer a qual entretanto virou ind stria da aliena o O Crescente Papel das ONGDs Nas palavras de Salamon e Haddock 2010 ao longo dos ltimos 25 anos assistimos a uma expans o espetacular do fen meno da filantropia voluntariado e organiza es da sociedade civil em todo o mundo Na verdade fica se com a impress o de que estar amos no meio de uma revolu o associacional global uma esp cie de levantamento colectivo escala mundial da actividade privada volunt ria e organizada Apesar das potencialidades contidas ou impl citas neste desenvolvimento social no entanto o sector da sociedade civil sem fins lucrativos permanece uma esp cie de subcontinente invis vel na paisagem social da maioria dos pa ses pouco estudado e mal compreendido pelos respons veis pol ticos e pelo p blico em geral muitas vezes sobrecarregado com limita es legais e inadeguadamente utilizado como um me
463. que tanto preocupara os dirigentes pol ticos europeus ao longo do s culo XIX Aca por ser o nico resultado importante que ainda perdura do Tratado de Versalhes o qual deu origem Sociedade das Na es Em 1946 converteu se no primeiro organismo especializado do Sistema das Na es Unidas O financiamento das actividades da OIT feito atrav s de contributos regulares dos Estados membros assim como de contributos volunt rios de entidades particulares Estando ligada ao Sistema das Na es Unidas a Organiza o Internacional do Trabalho OIT assim uma ag ncia multilateral especializada nas quest es do mundo do trabalho e em que participam governos sindicatos de trabalhadores e confedera es patronais Assim sendo para al m da representa o dos governos dos 180 Estados membros tem tamb m a representa o parit ria de organiza es representativas de empregadores e trabalhadores Nessa qualidade procura 207Pelos seus montantes digno de se referir a Melinda and Bill Gates Foundation com 34 222 000 d lares Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria fomentar em todo o mundo a justi a social e os direitos humanos e laborais internacionalmente reconhecidos Tendo a sua sede em Genebra Su a disp e de uma rede de Delega es em todos os continentes Em todos os locais onde est presente a OIT presta assist ncia t cnica principalmente nos seguintes campos Forma o e reciclagem profissional
464. quele que fora necess rio para financiar o esfor o de reconstru o do p s guerra Por outro lado uma grande parte do dinheiro cerca de 100 bili es de d lares tinha sido roubado j depois do ano 2000 o que contrastava com uma d vida externa oficial de apenas 33 bili es de d lares Para l da alguma dose de extasiamento perante n meros de uma tal grandeza mais zero menos zero n o deixa de ser revelador da dimens o do problema da d vida e sobretudo da necessidade de cumplicidade activa por parte de entidades financeiras do chamado mundo Ocidental O regabofe da cleptocracia nigeriana ter come ado com o primeiro choque do petr leo pelo que ao longo de 30 anos ter o de facto sido desviados muitos bili es de d lares Duvido que alguma vez se venha a determinar com algum grau de exactid o a dimens o do saque Entretanto j em 2008 a Comiss o nomeada pelo governo federal da Nig ria para investigar e combater os crimes econ micos e financeiros continua a encontrar naturais dificuldades de actua o designadamente alguns entraves ou desvios de aten o por parte de alguns dirigentes pol ticos A industrializa o e a agricultura de subsist ncia No per odo a seguir s independ ncias e na sequ ncia do esfor o de reconstru o industrial do p s guerra propagou se entre os dirigentes africanos a ideia de que a industrializa o seria o grande instrumento
465. quer para exporta o quer para consumo interno face ainda dimens o dos m ltiplos mercados mundiais em que se inserem os pa ses africanos quase sempre mercados de mat rias primas mas considerando sobretudo a reduzida dimens o dos seus mercados internos f cil entender o facto de os mais esclarecidos dos dirigentes africanos terem colocado como uma das suas prioridades o acelerar os seus processos de integra o regional Tamb m no caso de frica o interesse e as vantagens da integra o regional eram temas na agenda pol tica muito antes de se ter inventado o termo globaliza o assim que na embalagem do movimento continental das independ ncias pol ticas logo em 1964 era lan ada a Organiza o de Unidade Africana facto que correspondia ao reconhecimento de que a poss vel for a social econ mica e pol tica tinha que assentar na coopera o continental A quest o da integra o regional insere se claramente na problem tica mais vasta das diversas e m ltiplas tens es que enformam o processo de globaliza o a que temos vindo a assistir Muito em particular numa perspectiva de uma tens o entre por um lado um sistema mundo centrado no chamado Consenso de Washington e por outro lado a emerg ncia e eventual consolida o de um sistema mundo polic ntrico com a forma o de diversos blocos regionais cada um deles com algum grau de autonomia no que diz respeito a decis es relativas a fluxos econ mic
466. quer em termos de posi o relativa na tabela dos pa ses da amostra estudada por Hofstede Este presumido tra o cultural de Portugal ser um pa s com caracter sticas de comportamento social predominantemente feminino pareceria ent o ser um facto positivo de facilita o das actividades de coopera o e contacto humano em particular de todas as actividades de natureza educacional e de cuidados de sa de Este tra o cultural contribuiria tamb m para evitar eventuais confrontos e facilitar a resolu o cara a cara e por meio da negocia o dos diversos tipos de situa es potencialmente conflituosas que normalmente sempre surgem quando h poss veis conflitos de interesses Em resultado disso e no que diz respeito a esta dimens o pa ses como Portugal a Holanda e os Pa ses N rdicos apresentar se iam como bem colocados quer a n vel da negocia o de acordos de coopera o quer a n vel da sua implementa o no terreno 2 A dimens o ou par metro individualismo colectivismo Tamb m aqui nesta dimens o Portugal enquanto entidade colectiva nacional tem um resultado muito baixo quer em termos absolutos quer em termos de posi o relativa na tabela dos pa ses da amostra estudada por Hofstede No caso deste segundo e presumido tra o cultural tal poderia ser visto como uma poss vel desvantagem da coopera o portuguesa quando comparada com as caracter sticas supostamente nacionais de pa ses como a Gr Bretanha os
467. r Vers o Provis ria Mas vejamos alguns dos detalhes a esse respeito Como regra de trabalho os Objectivos enunciados s o acompanhados de uma s rie de 18 metas concretas e mensur veis a alcan ar Por outro lado para se permitir aferir do grau de evolu o e de aproxima o aos alvos apontados ser o utilizados toda uma s rie de 48 indicadores Desta forma os progressos que eventualmente possam ir sendo alcan ados podem ser aferidos quer a n vel nacional quer a n vel regional ou internacional A ideia tamb m subjacente proclama o dos Objectivos do Mil nio e sua divulga o p blica e generalizada que dessa forma os resultados que se venham ou n o a alcan ar podem ser imputados responsabilidade dos dirigentes que tenham assumido esses compromissos Por muito louv vel que seja esta inten o haver tamb m que reconhecer que uma outra ideia que est subjacente ainda que de forma inconsciente a de uma certa forma de atestado de incompet ncia passado pela comunidade internacional aos dirigentes dos pa ses menos desenvolvidos na medida em que se lhes estar a negar a capacidade de por si s s identificarem e decidirem sobre as melhores medidas a tomar para o seu pr prio desenvolvimento Mas vejamos ent o os Objectivos e respectivas metas uma a uma de modo podermos avaliar o grau de progress o at agora fins de 2007 j alcan ado Os Objectivos e Metas Propriamente Ditos 1 Redu o para
468. r amos promover o investimento de capital em reas que necessitem de desenvolvimento O nosso objectivo dever ser ajudar os povos livres do mundo atrav s dos seus pr prios esfor os a produzirem mais alimentos mais roupas mais materiais para a constru o de casas 199 Incidente que p s frente a frente tropas francesas e brit nicas na fortaleza de Fashoda no Sud o em 1899 e que se concluiu com uma vit ria diplom tica dos brit nicos 161 O discurso tamb m designado de programa dos quatro pontos na medida em que o Presidente Truman expunha quatro grandes linhas de orienta o para a coopera o internacional de ajuda ao desenvolvimento Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria e mais energia mec nica para aliviar os seus esfor os Convidamos outros pa ses a compartilhar os seus recursos tecnol gicos neste empreendimento Os seus contributos ser o calorosamente bem vindos Este dever ser um empreendimento cooperativo em que todas as na es trabalhem em conjunto atrav s das Na es Unidas e as suas ag ncias especializadas sempre que seja pratic vel Tem que ser um esfor o de mbito mundial para que se consiga a paz a abund ncia e a liberdade Com a colabora o do mundo empresarial do capital privado da agricultura e do mundo laboral este programa poder aumentar grandemente a actividade industrial de outras na es e elevar substancialmente os seus n veis de vida Um tal novo dese
469. r o de reconstru o do p s guerra e da din mica do per odo de expans o da decorrente trazem para a ideia do planeamento e da interven o motora do Estado um prest gio que vai durar ainda mais umas duas d cadas Entretanto e apesar dos sucessos obtidos a ideologia neoliberal acabaria por vencer pelo menos at aos primeiros anos do s culo XXI levando ao abandono da ideia de um Estado interventor e agente activo da din mica econ mica para l da mera regula o e controle fiscal das actividades 23 Tamb m se poderia argumentar pelo contr rio que ter sido justamente em resultado desses sucessos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria As grandes tend ncias da Ajuda entre 1950 e 2006 Abordagem Quantitativa Abordagem Qualitativa A Ajuda ou Era do Volume ou das Necessidades B sicas em Quest o Financiamento Industrias Prioridade Prioridade Criseda Ajuda Anula o ONGD s Predom nio de Infra Estruturas industriali Educa o Agricultura D vida sem de alguma Capitais do MERCADO zantes e Sa de Projectos D vida privados 1950 1954 1960 1964 1970 1974 1980 1982 1985 1990 1992 2006 Sequ ncia de teorias do desenvolvimento autores predominantes e temas em voga Teoria do Big Push Anne mai Pa ses Formar as Cimeira Nurske Perroux sa Auto Crinsda Programas de Kruger do o Rosenstein Rodan Destanne o oia sufici ncia Divida Ajustamento Bhagwati Rio de G3 1 Portos Estradas
470. r vezes os montantes financeiros envolvidos na ajuda n o corresponderem aos valores efectivamente dispon veis nos mercados mundiais Por outras palavras e a t tulo de ilustra o dir se que um milh o de euros de ajuda por parte da Alemanha por exemplo permitem a um pa s africano receptor dessa ajuda adquirir muito mais servi os e ou produtos de que efectivamente necessite num pa s como a ndia ou o Brasil ainda por exemplo do que se tiver que gastar esse um milh o de euros fazendo as compras desses servi os e produtos na pr pria Alemanha Embora haja discuss o e pol mica acerca do montante dessa perda de valor real a literatura especializada indica percentagens na ordem dos 20 a 30 No caso da promo o das exporta es pr prias no entanto verificou se que o montante das exporta es dos pa ses doadores para os pa ses receptores da ajuda era praticamente irrelevante Uma outra quest o que tamb m se colocou ter sido a das motiva es que levavam os pa ses mais desenvolvidos a condicionar ou ligar a sua ajuda As explica es avan adas s o de v rios tipos desde as rela es culturais e hist ricas manuten o de la os institucionais diversos at exist ncia de rela es comerciais anteriores e promo o de determinados interesses geopol ticos Foi assim que depois de diversas discuss es e confer ncias internacionais os pa ses doadores e os pa ses menos desenvolvidos
471. ra o do Alto Comissariado Brit nico designadamente a Basutol ndia a Bechuanal ndia e a Swazil ndia Estes territ rios vieram por sua vez a transformar se em Protectorados Brit nicos e depois em Estados formalmente independentes Por outro lado s o tamb m conhecidos os casos em que grupos de africanos negros compravam terras de volta aos conquistadores europeus nas col nias do Natal e do Cabo Mesmo no Transvaal pequenas por es de terra foram assim adquiridas entre 1902 logo a seguir ao fim da guerra dos boers e 1913 data da entrada em vigor da nova Lei das Terras Nativas Segundo este primeiro modo de incorpora o os nativos eram assim circunscritos e como que colocados em prateleiras de reserva e espera de melhor utiliza o Um segundo eixo de incorpora o dos negros no subsistema econ mico frica do Sul ter sido o da migra o e trabalho tempor rio ainda que de longa dura o nas reas agr colas de fazendeiros brancos Este eixo de incorpora o teve duas variantes Por um lado o regresso de africanos a terras anteriormente por eles ocupadas mas entretanto conquistadas e exploradas por fazendeiros brancos Foi este o caso preponderante na Col nia do Cabo onde os negros inicialmente vencidos e expulsos acabaram por se infiltrar de regresso de forma lenta e pac fica e muito paulatinamente em busca de trabalho Por outro lado teremos a situa o em que as rep blicas boers iniciam um p
472. ra o do Mil nio das Na es Unidas adoptada pelos 191 estados membros em Setembro de 2000 Foi elaborada como uma s ntese medi tica dos diversos acordos e declara es efectuadas ao longo da d cada de Noventa relativas aos temas mais prementes da comunidade internacional de um ponto de vista das Na es Unidas e dos seus ideais designadamente as quest es do meio ambiente e do clima os direitos das mulheres o racismo e o desenvolvimento social e econ mico Seguindo os cl ssicos e bons princ pios da motiva o de esfor os na ac o colectiva do estilo unidos venceremos ou mais recentemente yes we can mas dando continuidade a um peri dico desfraldar da bandeira do progresso e da solidariedade humana numa sempre renovada defesa dos valores da modernidade e dos direitos do Homem ainda mais uma vez a Assembleia Geral das Na es Unidas por iniciativa do Secret rio Geral da ONU lan ou mais uma d cada de desenvolvimento Desta vez e at para aproveitar o entusiasmo medi tico de mbito planet rio com a passagem de s culo e de mil nio com a altissonante designa o de Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio Foi assim que no ano 2000 numa reuni o magna da Assembleia Geral das Na es Unidas cerca de 147 Chefes de Estados num total de 191 representantes dos 318 No universo da heran a ocidental judaico crist diga se de passagem Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria
473. ra um aumento das exporta es por parte dos pa ses menos ricos e seria por conseguinte um contributo mais significativo para o seu desenvolvimento acelerado do que as pr ticas de ajuda p blica ao desenvolvimento sendo dessa cr tica que resulta o conhecido slogan trade not aid Ainda a prop sito do proteccionismo dos pa ses do Norte o mesmo Jagdish Bhagwati em defesa de uma pol tica liberal de com rcio entre as na es faz refer ncia a tr s fal cias em que Segundo ele incorrem os cr ticos do proteccionismo dos pa ses do Norte O proteccionismo dos pa ses ricos maior do que o proteccionismo dos pa ses pobres A este respeito embora sejam referidos estudos demonstrando o contr rio ou seja que maior o ihttp Awww imf org external pubs ft fandd 2001 09 bhagwati htm Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria proteccionismo por parte dos pa ses pobres do que por parte dos pa ses ricos a verdade que ser necess rio levar em linha de conta a heran a hist rica do atrazo dos pa ses pobres no que diz respeito sua estrutura produtiva e num esp rito de maior efic cia na coopera o internacional para o desenvolvimento reconhecer que se justifica a exist ncia de barreiras de protec o que permitam aos pa ses menos desenvolvidos um tempo de recupera o e desenvolvimento das suas actividades econ micas locais errado exigir aos pa ses pobres que baixem as suas barre
474. ransfer ncia por via de investimento directo estrangeiro ter havido demasiados casos que justifiquem uma prolongada desconfian a da parte dos pa ses em desenvolvimento relativamente aos motivos objectivos ou inten es ulteriores das empresas transnacionais Quilligan 2000 Com rcio Internacional Da Organiza o Mundial do Com rcio criada em 1995 depois de extensas e prolongadas negocia es no mbito das diversas reuni es do GATT esperava se um conjunto de regras menos pesadas e mais razo veis para com os pa ses de economias mais fr geis Por outro lado num ambiente global de livre com rcio de tudo e mais alguma coisa o acesso aos mercados dos pa ses do Norte em condi es de equidade tornou se numa condi o sine qua non para o equil brio das contas externas dos pa ses do Sul e por conseguinte para o seu eventual desenvolvimento Ora acontece que muitas vezes as regras do com rcio e regulamentos s o simplesmente ignoradas Dado que a OMC acaba por tamb m funcionar como uma esp cie de Tribunal de arbitragem de conflitos comerciais resultantes de diferentes interpreta es sobre as regras acordadas resulta sempre que os pa ses mais pobres se apresentam em posi o fragilizada pela sua dificuldade em contratar firmas de advogados capazes de contra argumentar De certa maneira acaba por ali Num outro plano institucional o plano acad mico no entanto haver que assinalar o trabalho de Donell
475. rata se de uma organiza o independente sem fins lucrativos de origem norte americana e dedicada pesquisa pol tica assim como redu o da pobreza e da desigualdade global de modo a fazer a globaliza o funcionar para os pobres Reproduz se em seguida uma tabela elaborada pelos analistas daquele Center for Global Development com base na sua avalia o de diversos indicadores tendo tamb m em conta a percep o dos agentes envolvidos no processo de coopera o para o desenvolvimento por via da ajuda p blica ao desenvolvimento CDI ou Commitment to Development Index Pa s Global Ajuda Com rcio Investimento Migra o Ambiente Seguran a Tecnologia Su cia 7 0 13 6 6 2 5 7 8 8 6 2 4 0 4 4 Dinamarca 6 8 13 1 5 9 4 7 5 7 6 3 6 2 5 7 Holanda 6 7 12 5 6 4 6 1 4 6 6 7 6 0 4 9 Noruega 6 4 11 4 1 2 6 5 7 8 5 7 6 6 5 3 285A dimens o da totalidade dos mercados dos pa ses mais pobres representa uma diminuta percentagem nas vendas das grandes empresas trasnacionais http www cgdev org http www cgdev org section initiatives active cdi Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Nova Zel ndia 6 1 3 8 8 1 4 7 6 0 6 7 8 4 4 9 Irlanda 5 8 10 4 59 3 1 5 8 6 2 5 4 3 7 Finl ndia 5 8 6 3 6 3 5 0 3 4 T9 6 0 5 4 Portugal 5 6 3 5 6 2 5 4 4 5 6 3 5 7 7 3 Canad 5 5 5 1 7 1 6 2 5 9 3 2 5 4 5 8 Espanha 55 5 7 6 2 6 0 5 5 5 8 2 9 6 5 Estados Unidos 5 4 2 8 7 3 4 9 4 6 3 6 9 9 4 9 Austria 5 4 3 3 6 0 2 8 10 8
476. rcado uma vez libertas e entregues a si mesmas ser o mais do que suficientes para garantir o arranque ou takeoff das economias em quest o Em abono da verdade hist rica deve tamb m assinalar se que pelo menos no caso dos pa ses africanos esta onda de programas de ajustamento estrutural surge numa fase em que o sistema mundo tinha j entrado na chamada fase B do ciclo de Kondratieff acima referido ou seja uma fase descendente ou de contrac o da actividade econ mica global Essa contrac o global em contraste com o anterior crescendo da procura de mat rias primas levou queda em alguns casos abrupta e mesmo brutal dos pre os dos principais produtos de exporta o dos pa ses da frica Sub Sahariana importante sublinhar que foi nesse contexto que as principais institui es financeiras se viram compelidas a impor alguma disciplina or amental nas finan as p blicas dos Estados envolvidos Esta imposi o de disciplina or amental deve ser vista no seu contexto hist rico A esse respeito necess rio lembrar que at eclos o da crise dos anos Setenta durante mais ou menos 15 a 20 anos muitos dos pa ses africanos tinham embarcado em ambiciosos programas de desenvolvimento de iniciativa estatal atrav s de empresas p blicas e envolvendo por vezes projectos fara nicos ou pouco adaptados realidades de um desenvolvimento sustentado Com o advento dos primeiros sinais da crise grande par
477. reino de quadros e mesmo de simples mas vultosas dota es financeiras Tudo isso tamb m a troco de um alinhamento mais ou menos expl cito mais ou menos disfar ado com as posi es pol ticas de uma daquelas duas super pot ncias S o tamb m de assinalar os casos que seriam aned ticos se n o fossem tr gicos de alguns ditadores de opereta sustentados por pot ncias ex coloniais com o nico objectivo de garantir o fornecimento de algumas mat rias primas fundamentais S o v rios os exemplos destes tipos de ocorr ncias mas e s a t tulo de exemplo e ilustra o limitar me ei aqui a indicar apenas alguns dos casos mais salientes A esse respeito um dos casos mais flagrantes ent o o j referido exemplo da ditadura cleptocr tica de Mobutu Sese Seko na Rep blica do Zaire hoje Rep blica Democr tica do Congo e abertamente apoiado pelos Estados Unidos a B lgica e a Fran a a troco de se apresentar como uma basti o anticomunista para al m das facilidades habituais na explora o de mat rias primas Um outro exemplo muito badalado mas que importa sempre n o esquecer o do ditador da Republica Centro Africana Jean B del Bokassa o qual beneficiou do apoio dir se ia que incondicional do governo franc s mais ou menos entre 1966 e 1979 ao tempo de Val ry Giscard d Estaing A contrapartida para este apoio era naturalmente o fornecimento de ur nio fundamental 17 N o cabe aqui discutir a pertin ncia o
478. relativa do volume de compras de mat rias primas por parte dos pa ses mais desenvolvidos do Norte aos pa ses do Sul menos desenvolvidos Essa redu o relativa que se tem verificado ao longo das ltimas d cadas dever se ia em parte por um lado transi o gradual das economias mais avan adas para uma maior intensidade em actividades de presta o de servi os e da chamada economia do conhecimento com o desenvolvimento das novas tecnologias da informa o e da comunica o e por outro lado a um desenvolvimento das actividades de reciclagem industrial de materiais incorporados em produtos industriais j existentes e entretanto tornados obsoletos Uma esp cie de minera o do chamado ferro velho Assim sendo essa relativa redu o das exporta es por parte dos pa ses menos desenvolvidos do Sul das suas mat rias primas s poderia vir a ser compensada em termos de actividades econ micas se os esses pa ses do Sul viessem a desenvolver as suas pr prias ind strias 5 O Fundo Monet rio Internacional o Banco Internacional para a Reconstru o e Desenvolvimento vulgo Banco Mundial e o Tratado Geral sobre Tarifas e Com rcio GATT na sigla em Ingl s 5 New World Information and Communication Order NWICO 15 Ou desenvolvimento a Sul ou m o de obra barata a Norte Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria de transforma o A este respeito deve no entanto sublinhar se que toda esta argumenta
479. relativas ao continente africano poderem por vezes ter sido apresentadas como boas not cias A quest o desta trag dia africana est directamente relacionada com uma certa pol mica relativa a uma postulada marginaliza o da regi o da frica Sub Sahariana A discuss o destes dois temas leva nos necessariamente a uma breve revis o das causas da crise social e econ mica a que ao longo das ltimas tr s d cadas foi conduzida esta regi o do globo Poder mesmo aventar se a hip tese de que uma das raz es pelas quais t m sido menos bem sucedidos os diversos esfor os de coopera o e ajuda p blica ao desenvolvimento ter sido justamente a inadequa o do s diagn stico s entretanto elaborados pelas diversas institui es e analistas envolvidos nesse processo de ajuda e coopera o Ainda no contexto da discuss o das motiva es dos actores sociais envolvidos neste drama de dimens o planet ria no caso espec fico da regi o frica Sub Sahariana haver que discutir a quest o dos factores externos a esta regi o ou seja aqueles factores que se consideram como estando normalmente fora do controle e capacidade de interven o por parte dos dirigentes nacionais Deve no entanto sublinhar se que esta quest o da falta de controle e de capacidade de interven o sobre determinados factores externos acaba por ser pertinente tamb m para outras regi es do globo designadamente a Am rica Latin
480. reocupa es dos empregados 1 Com que frequ ncia um empregado se sente nervoso no seu trabalho Onde uma resposta sempre indica um elevado n vel de ansiedade 2 Podem em alguma circunst ncia ser desrespeitadas as regras da Companhia Onde uma resposta nunca indica igualmente um elevado n vel de ansiedade 3 Qual a percentagem de empregados que exprimem a sua vontade de permanecer com a Companhia numa base permanente at reforma Onde uma percentagem elevada muito naturalmente indica uma elevada avers o incerteza Correndo o risco de parecer expressar aqui apenas uma opini o pessoal naturalmente eivada de subjectivismo e apesar de a agrega o efectuada por Hofstede de modo a chegar aos seus resultados de avers o incerteza parecer perfeitamente leg tima quer me parecer que ser tamb m necess rio considerar separadamente cada uma das quest es e respectivas respostas de modo a chegar a uma compreens o eventualmente mais abrangente dos resultados obtidos Vejamos ent o em separado cada uma das quest es envolvidas no inqu rito 1 Com que frequ ncia um empregado se sente nervoso no seu trabalho Onde uma resposta sempre indica um elevado n vel de ansiedade 384 Considerava esse consultor que o valor muito alto atribu do a Portugal pelo estudo de Hofstede na dimens o avers o incerteza s vinha confirmar o facto de os portugueses serem extremamente curiosos e aventureiro
481. res agr colas e c a economia das explora es mineiras com particular relevo para a frica Central e Austral A terceira fase da inser o de frica no sistema mundo ser ent o o per odo posterior aos Anos Sessenta do s culo XX per odo esse que corresponde s diversas independ ncias e correspondentes projectos de constru o nacional Tal como assinalado por Samir Amin 2002 a este per odo corresponde apenas como que um refinamento do modo de inser o anteriormente desenvolvido o que teria sido efectuado atrav s de acordos de com rcio internacional entre os novos pa ses africanos agora tornados politicamente independentes e as pot ncias que anteriormente directa ou indirectamente beneficiavam do sistema colonial Fa amos ent o um esbo o de caracteriza o dos modos de incorpora o hist rica dos africanos negros no subsistema econ mico da frica do Sul Esta ter sido efectivada atrav s de quatro grandes eixos de ac o Um primeiro modo de incorpora o poder ser designado como o sistema de reservas Na sequ ncia das diversas guerras de conquista e ocupa o quer por parte dos afric nderes em particular na sequ ncia dos movimentos migrat rios dos voortrekkers quer por parte dos brit nicos os negros foram gradualmente sendo circunscritos a determinadas reas No contexto geral da frica Austral uma boa parte dessas reas vieram a ser transformados em Territ rios sujeitos administ
482. resariais privadas como o caso da IBM Corporation ou da Ciba Geigy 3 Neste contexto perfeitamente leg timo suspeitar que a inven o desta nova palavra se deva a uma inten o expl cita ainda que camuflada de diminuir o papel regulador do Estado Discurso em que Harry Truman anunciava um ousado projecto para eventualmente levar liberdade pessoal e felicidade de toda a humanidade O quarto ponto do discurso dizia explicitamente Fourth we must embark on a bold new program for making the benefits of our scientific advances and industrial progress available for the improvement and growth of underdeveloped areas Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria importa esclarecer que em rigor a express o coopera o implica e historicamente come a por se basear numa igualdade n o s de jure mas sobretudo de facto entre as partes cooperantes o caso das m ltiplas organiza es internacionais muitas delas fundadas em fins do s culo XIX e que pouco ou nada t m a ver com ajuda p blica ao desenvolvimento Dir se a esse respeito que os Estados soberanos mais desenvolvidos come aram desde h muitas d cadas por cooperar entre si para a resolu o pragm tica de problemas comuns Como veremos mais adiante tal foi o caso com o aparecimento em fins do s culo XIX de tecnologias de comunica o com o recurso utiliza o do espectro radioel ctrico e o necess rio estabelecim
483. resas nesse processo hist rico Haver aqui no entanto lugar a que se discuta tamb m o papel interveniente nesse processo de outros agentes sociais muito em particular aqueles agentes cujas caracter sticas os parecem colocar numa esp cie de terra de ningu m das actividades a que os Estados n o chegam mas que tamb m n o parecem interessar de sobremaneira ao mundo das empresas Estou naturalmente a referir me s organiza es n o governamentais Entretanto de h muitos anos a esta parte que o conjunto de actividades no campo da coopera o internacional para o desenvolvimento econ mico e social dos pa ses menos desenvolvidos tem vindo a constituir uma s rie de oportunidades de emprego e de neg cio a dezenas de milhares de pessoas e empresas Nesse sentido perfeitamente leg timo que se fale de uma industria da coopera o Assim sendo parece pois razo vel para n o dizer leg timo que se saliente nesse conjunto de actividades o papel crucial desempenhado por um conjunto de agentes que afirmam n o terem o lucro como sua motiva o Ser esse o caso das organiza es n o governamentais para o desenvolvimento mais conhecidas por ONGDs Poderemos tamb m e ainda considerar as organiza es n o governamentais sem mais nada na medida em que muitas ONGs se dedicam a actividades que pelo menos indirectamente afectam tamb m o processo de desenvolvimento Ser o caso daquelas ONGs de car cter basicamente human
484. ress Connecticut European Commission 2010 The Changing Face of EU African Cooperation in Science and Technology Past achievements and looking ahead to the future Dispon vel em http ec europa eu europeaid infopoint publications external relations 67g eu africa science en htm ISBN 978 92 79 15658 8 Eurodad 2008 Turning the Tables Aid and accountability under the Paris framework A civil society report European Network on Debt and Development Bruxelas Dispon vel em http www eurodad org uploadedFiles Whats New Reports Turning the Tables pdf Georgescu Roegen Nicholas 1996 La Ley de la Entropia y el Proceso Econ mico Fundaci n Argentaria Madrid Hofstede Gert Jan 2005 Cultures and Organizations Software of the Mind McGraw Hill USA Hofstede Gert Jan 2001 Culture s Consequences Comparing Values Behaviors Institutions and Organizations Across Nations Sage Publications Thousand Oaks CA Inkeles A e Levinson D J 1969 National character the study of modal personality and sociocultural systems Em The handbook of social Psychology 2nd edition vol 4 Lindsey and Aronson eds Reading MA Addison Wesley Korten David C 2001 When Corporations Rule the World Kumarian Press Inc Bloombfield Connecticut Larrain Jorge 1989 Theories of Development Capitalism Colonialism and Dependency Polity Press Cambridge Luchaire Fran ois 1971 La Ayuda A Los Pa s
485. reviam se ent o ao j referido com rcio costeiro e ao com rcio trans sahariano E assim que ao longo de mil nios em contraste com uma progressiva intensifica o do com rcio de Leste para Oeste e vice versa ao longo daquilo que se veio a conhecer como a rota da seda se constata j ent o a relativa marginaliza o de frica em rela o aos principais fluxos econ micos da economia mundial Ent o apenas em esbo o Com o arranque das navega es oce nicas e o p riplo de frica ainda e mais uma vez frica ficou de fora foi apenas contornada na medida em que o tr fego de especiarias sedas e outros produtos entre a Europa e a sia se verificava ser mais rent vel atrav s dos mares do que atrav s da antiga rota da seda De uma perspectiva do actual sistema mundo de mbito planet rio o processo de inser o de frica no sistema mundo aprofunda se e acelera se a partir do s culo XVI mas sempre com duas caracter sticas fundamentais e estruturantes a especializa o no fornecimento de mat rias primas e de m o de obra n o qualificada e em regime de escravatura O estabelecimento na regi o onde hoje se situa a Cidade do Cabo de uma esp cie de esta o de servi o para reabastecimento dos navios que faziam as viagens de com rcio entre a sia e a Europa assim o exemplo acabado do modo inicial de inser o de frica nos fluxos comerciais do sistema mundo Basta olhar um mapa mundo c
486. ria o do chamado ECOSOC Economic and Social Council rg o fundamental da actua o regular das Na es Unidas O reconhecimento formal assim como a actua o das organiza es n o governamentais no mbito da ONU ficou regulamentado pelos artigos 70 e 71 da Carta das Na es Unidas Nos termos da Artigo 70 o Conselho Econ mico e Social da ONU pode organizar a participa o de ag ncias especializadas nas delibera es do Conselho assim como das suas Comiss es ainda que sem direito a voto Reciprocamente representantes do Conselho eram autorizados a participar nas delibera es destas mesmas ag ncias especializadas Nos termos do Artigo 71 o Conselho Econ mico e Social da ONU pode organizar a consulta de organiza es n o governamentais que se ocupem de assuntos problemas ou quest es dentro das suas reas de compet ncia A organiza o de tais consultas pode ser efectuada quer com organiza es internacionais quer quando apropriado com organiza es nacionais Neste ltimo caso com consulta pr via ao Estado membro interessado A express o agencias especializadas veio a ser tornada equivalente a organiza o n o governamental express o que se veio a divulgar a partir dos anos Setenta do s culo XX Para efeitos deste trabalho importa assinalar aqui e agora apenas quais s o os objectivos espec ficos formalmente declarados por estas organiza es Basicamente ser a Coopera o para o Desenvo
487. rias quer no Ghana quer em pa ses vizinhos como o Togo e o Benim tamb m apontado como exemplo de uma pr tica neocolonialista na medida em que a empresa respons vel pela produ o de alum nio em vez de aproveitar o min rio de bauxite localmente dispon vel importa o da Jamaica invocando quest es de economias de escala nos dois pa ses Por outro lado enquanto que o Estado foi obrigado a pagar mais de 50 dos custos dos empreendimento acaba por s receber o benef cio de 20 da energia gerada No entanto as cr ticas mais comuns relativamente a quest es do foro da decis o interna dos dirigentes africanos n o ser o tanto as relativas a grandes investimentos em projectos de infra estruturas em todo o caso quase sempre necess rias para obviar a algumas car ncias gritantes deixadas pelas pot ncias coloniais Essas cr ticas ser o mais do mbito do modelo de desenvolvimento adoptado pelos novos pa ses independentes Como veremos mais adiante as duas d cadas que se seguem ao fim da Segunda Guerra Mundial caracterizam se sobretudo na Europa das pot ncias coloniais por serem um per odo de forte interven o do Estado enquanto motor do desenvolvimento Era assim perfeitamente natural que os novos pa ses africanos independentes viessem a adoptar ideias semelhantes Da a primazia dada ao lan amento de industrias industrializantes em vez de uma primazia aos apoios s actividades agr colas tradicionais promovendo por exempl
488. rias de origem africana estas t m sido normalmente importadas pelos Estados da Uni o Europeia em condi es preferenciais nos termos dos Acordos EU ACP Por outro lado a Uni o Europeia funciona tamb m como local de trabalho e resid ncia para grandes comunidades nacionais de praticamente todos os pa ses africanos As remessas de poupan as dos trabalhadores africanos na Europa para os seus familiares nos seus pa ses de origem constituem importantes fontes de divisas para o equil brio das contas externas dos pa ses africanos Mich le Alliot Marie lembra nos ainda que h espalhados por todo o continente africano muitos cidad os origin rios dos pa ses da Uni o Europeia provavelmente algumas centenas de milhares os quais acabam por tamb m constituir um importante mercado para algumas exporta es por parte dos pa ses da Uni o Europeia Em todo o caso e por raz es espec ficas de pol tica interna de cada um dos Estados da Uni o Europeia tem se verificado quer da parte dos pa ses europeus quer da Uni o como um todo uma grande relut ncia em qualquer envolvimento militar permanente e ou de grande escala fora das suas pr prias fronteiras A ideia que vai prevalecendo antes uma de apoio t cnico log stico e financeiro s institui es de seguran a civil e militar da pr pria Uni o Africana de modo a refor ar as suas pr prias capacidades de preven o e de interven o em caso de conflitos regionais africanos Por outro la
489. rico de cada um desses processos de integra o assim como das motiva es dos principais actores sociais envolvidos assim importante assinalar desde j a diferen a nos processos hist ricos de integra o regional entre por um lado a Europa e a Am rica do Sul e por outro lado a frica enquanto que na Europa e na Am rica Latina se partiu de n cleos iniciais para atrav s de alargamentos sucessivos se vir a eventualmente cobrir todos os pa ses nos respectivos continentes no caso de frica come a se ab initio por proclamar a unidade formal de todos os pa ses ou Estados existentes no continente A esse respeito importante relembrar que as experi ncias europeias de integra o regional as quais v m a desembocar no actual processo de constru o de uma Uni o Europeia que alguns pretendem que seja ou assuma mesmo uma constru o de cariz federalista come am por ser motivadas por raz es de cariz eminentemente econ mico Se nos lembrarmos que a quest o do controle da produ o do carv o e do a o nas regi es ou bacias do Ruhr e do Reno Als cia Lorena teve um papel preponderante quer no despoletar quer no decorrer das guerras que assolaram a Europa durante a primeira metade do s culo XX entendemos de imediato que o processo de integra o regional europeia tenha justamente come ado com a institui o da Comunidade Europeia do Carv o e do A o a COMECA com a assinatura do Tratado de Paris logo em 1951 No
490. ridades de oferta e de procura entre os pa ses participantes do processo de integra o regional Por outras palavras vemos assim que neste contexto um dos problemas fundamentais para um processo de desenvolvimento econ mico na regi o da frica Sub Sahariana ser ent o o da constru o de espa os econ micos com viabilidade os mercados quer em termos de transportes de produtos quer em termos de presta o de servi os assim como as incontorn veis quest es de economias de escala e de competitividade industrial Tudo isto no mundo globalizado em que vivemos e tendo em linha de conta a heran a colonial n o no sentido por vezes vulgarizado de explora o e mal desenvolvimento mas sim no sentido na interdepend ncia estrutural historicamente criada entre as economias das antigas col nias e as respectivas metr poles Interdepend ncia essa que tem que ser alterada de modo a passar a ser intravertida ou seja para o interior do bloco regional em vez de extravertida ou seja em complementaridade das economias anteriormente ditas metropolitanas A quest o dos diversos processos hist ricos de integra o regional em frica actualmente ainda em curso deve tamb m ser vista luz da experi ncia de outros processos de integra o noutros continentes designadamente na Europa e na Am rica Latina Mas para al m de uma perspectiva de geografia pol tica dever se tamb m considerar a perspectiva de posicionamento hist
491. riferia em geral e dos pa ses africanos em particular n o s de uma perspectiva de explora o da sua m o de obra e dos seus recursos naturais mas tamb m e sobretudo de uma perspectiva de esvaziamento de oportunidades para o seu pr prio desenvolvimento capitalista aut nomo Por outras palavras o sistema capitalista o qual constitui segundo o pr prio Marx uma for a incontorn vel de acumula o e desenvolvimento come ou por se desenvolver na Europa do Noroeste e no seu movimento de expans o mundial acabou por impedir at pelo referido esvaziamento de oportunidades um desenvolvimento aut nomo e virado para dentro do capitalismo em frica Este foi imposto de fora e sempre numa perspectiva de anexo ou ap ndice como fornecedor de mat rias primas e de alguma m o de obra Mas a explora o inicial aquela que determinou a emerg ncia e expans o inicial do sistema capitalista essa foi clara e objectivamente efectuada na Europa por extrac o de valor excedente a partir do trabalho produtivo de milh es de artes os e oper rios europeus assim que foi tamb m por causa do receio inspirado aos dirigentes dos principais pa ses capitalistas por parte de uma eventual e ent o latente expans o de um sistema econ mico mundial de tipo comunista que estes pa ses em particular os Estados Unidos dedicaram grande parte da ajuda ao desenvolvimento durante as d cadas de Cinquenta e Sessenta a ajudar em esp
492. rocesso de registo de propriedade de terras processo esse naturalmente reservado aos afric nderes utilizando para isso crit rios administrativos e de cartografia mais ou menos adequados tendo em conta o contexto das circunst ncias hist ricas e geogr ficas Isto independentemente de quem estivesse efectivamente no terreno ocupando e explorando essas mesmas terras Ao princ pio como natural muitos afric nderes n o tiveram como fazer valer as suas pretens es dada a natural resist ncia dos africanos negros s reclama es dos rec m chegados reclama es essas baseadas em uns quaisquer documentos emitidos por uma esp cie de gabinete da propriedade rural situado numa qualquer e rec m constru da e rudimentar cidade branca No entanto com o consolidar da estrutura administrativa das rep blicas boers o controle f sico do territ rio tornou se mais eficaz e os negros Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria acabaram por ser for ados a encontrar compromissos e a ceder a posse legal das terras aos seus novos propriet rios Como tamb m natural muitos negros ficavam a viver nas novas explora es agr colas mas como trabalhadores rurais e segundo diversos regimes ou arranjos contratatuais Um terceiro eixo de incorpora o verificou se atrav s da migra o para as novas cidades que iam sendo constru das em resultado das novas explora es mineiras e actividades comerciais e pro
493. ropeia tem vindo a construir se de forma gradual ao longo de d cadas a Uni o Africana herdeira da Organiza o da Unidade Africana constitui se de um s golpe de magia diplom tica na sequ ncia de algumas poucas cimeiras de Chefes de Estado e de Governo Ainda no caso da Uni o Europeia a sua hist ria come a em 1951 com o estabelecimento da Comunidade Europeia do Carv o e do A o englobando apenas seis pa ses centrais a Alemanha Ocidental a B lgica a Fran a a Holanda a It lia e o Luxemburgo Foi assim a partir da gest o conjunta por parte de uma Alta Autoridade de duas mercadorias fundamentais para o funcionamento de qualquer economia que se veio a desenvolver o projecto por enquanto inacabado de uns Estados Unidos da Europa desafio lan ado por Winston Churchill logo em 1946 a prop sito da trag dia da Europa O resto da hist ria conhecido e resume se aqui evolu o ao longo de quase seis d cadas para a actual Uni o Europeia passando pelo Mercado Comum a Comunidade Europeia o seu gradual alargamento e sua transforma o na actual Uni o Em contraste com o continente africano esta Uni o Europeia ainda hoje n o abrange a totalidade dos pa ses europeus e leg timo colocar a quest o de alguma vez num futuro previs vel isso venha a acontecer No caso da Am rica do Sul um outro exemplo embora se possa tamb m referir o lan amento de uma Uni o de Na es S
494. ropria o dos valores excedentes produzidos na regi es conquistadas pela expans o europeia No caso da primeira expans o portuguesa essa expropria o assume ainda um caracter predominantemente mercantil com as diferen as de pre os nas especiarias a reverterem para os dirigentes pol ticos do Portugal do s culo XVI A quem perdeu foram os mercadores terrestres da rota da sede e o Imp rio Otomano 3 Designadamente atrav s da proibi o de produ o local de determinados panos obrigando a ndia importar produtos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria assim que o Jap o provavelmente o exemplo paradigm tico mais claro e evidente de que todo o processo de acumula o e crescimento econ mico tem como origem exclusiva em ltima an lise o trabalho humano nas suas m ltiplas e diversificadas formas tamb m o exemplo mais claro e representativo da import ncia decisiva e impacto dos factores institucionais relativamente ao modo e ao ritmo do processo de acumula o e desenvolvimento econ mico e social Por outras palavras a hist ria do desenvolvimento econ mico do Jap o coloca este pa s nos ant podas da fic o te rica do homo economicus t o querida dos proponentes da abordagem anal tica do neoliberalismo Entretanto o Jap o hoje provavelmente o pa s mais rico e em diversos aspectos o mais desenvolvido face do planeta Vejamos alguns dos factos subjacentes a esta situa o peculiar
495. s Como natural todas essas universidades dispunham j das suas bibliotecas onde se acumulavam milhares de livros reposit rios de conhecimento a transmitir de gera o em gera o A esse respeito e tendo em conta o processo de constru o europeia assinale se que j ent o se registava a movimenta o regular de estudantes e professores de umas para outras universidades um pouco por toda a Europa utilizando para o efeito a rede de comunica es estradas e pontes quer as herdadas do Imp rio Romano quer as constru das durante a Idade M dia para facilitar o com rcio Em Inglaterra por exemplo aquando da dissolu o dos mosteiros ordenada por Henrique VIII havia cerca de 800 oitocentas casas mon sticas Ainda a este respeito tamb m importante sublinhar o caracter laboral que era assumido praticamente pela totalidade destas agremia es religiosas sendo conhecidos os impactos dos trabalhos de monges de Cister por exemplo no desenvolvimento agr cola de muitas regi es da Europa Por outro lado e no contexto dos recursos humanos necess rios para a constru o de todas as catedrais mosteiros castelos e conventos assim como o processo hist rico de acumula o de capital f sico e de conhecimentos importante assinalar que ao longo do desenrolar de todo este processo houve ainda a registar a emerg ncia de algumas calamidades de mbito continental ou de m ltiplas guerras de mbito mais localizado A P
496. s comerciais da Companhia Holandesa das ndias Orientais O condicionamento hist rico da chamada Onda de Kondratieff O sistema capitalista global no qual frica se encontra irremediavelmente inserida tem revelado determinadas caracter sticas no seu funcionamento historicamente observado Ao longo da sua evolu o tem sido assinaladas diversos tipos de ondas ou ciclos de crescimento e estagna o de dura o mais ou menos regular Desde os ciclos de Kitchin aos ciclos de Kuznets passando pelos ciclos de Juglar os economistas em geral e os historiadores da economia t m avan ado com diversas explica es para estas quase regularidades ao longo da hist ria do capitalismo em particular desde a propaga o dos efeitos da Revolu o Industrial Aquela que provavelmente a mais pol mica ser a chamada Onda de Kondratieff a qual teria uma dura o aproximada de 50 a 60 anos com per odos de ascens o e estagna o de mais ou menos 25 a 30 anos T m sido m ltiplas e diversas as interpreta es e explana es avan adas para estes fen menos e em particular para o caso da Onda Kondratieff Seja como for o facto hist rico actualmente observ vel que o sistema mundo ou para alguns autores a economia global se encontra numa situa o de relativa estagna o queda das taxa de crescimento desde h sensivelmente 25 a 30 anos a esta parte Assim sendo temos ent o que considerar a situa o
497. s ou de que gostam muito do que novo Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria falta de uma melhor explica o parece leg timo equiparar sentir se nervoso no trabalho com um sentimento de ansiedade acerca da eventual aceita o por parte da chefia colegas ou clientes relativamente ao resultado final de quaisquer que sejam as tarefas em execu o Por outras palavras um elevado sentimento de nervosismo no trabalho pode simplesmente significar a ansiedade da sua aceita o por parte dos outros Ou a simples a necessidade de cada um de se sentir aceite pelos outros 2 Podem em alguma circunst ncia ser desrespeitadas as regras da Companhia Onde uma resposta nunca indica igualmente um elevado n vel de ansiedade Tamb m aqui parece que ser leg timo equiparar o estrito respeito pelas regras da Companhia com um sentimento da desejabilidade da disciplina colectiva e uma prefer ncia por um comportamento social estabilizado 3 Qual a percentagem de empregados que exprimem a sua vontade de permanecer com a Companhia numa base permanente at reforma Onde uma percentagem elevada muito naturalmente indica uma elevada avers o incerteza Por fim a elevada percentagem de empregados que assim exprimiam o seu desejo de continuar na empresa indefinidamente ou at idade da reforma no caso de Portugal e nos anos Sessenta e Setenta poderia indicar apenas e muito simplesmente uma avalia
498. s Estados Unidos nesse sentido Designadamente quando entidades regionais procuraram avan ar com organiza es com id ntico objectivo e como que r plicas do FMI escala regional Tal ter sido o caso da proposta de um Fundo Monet rio Asi tico avan ada pelo Jap o aquando da crise financeira de 1997 que atingiu os pa ses da sia do Sudeste Significativamente uma das grandes diferen as que o Jap o propunha para esse FMA era justamente a melhor adequa o das suas pol ticas monet rias s circunst ncias concretas sociais pol ticas e econ micas de cada pa s afectado por quaisquer crises financeiras Este tipo de cen rio proposto pelo Jap o deveria contrastar com o teor e conte do das respostas padr o sempre e rotineiramente apresentadas pelo FMI do estilo est aqui a solu o qual o vosso problema O Banco Mundial sendo propriedade de todos os paises membros suposto financiar projectos industriais e de infraestruturas de longo prazo que permitam um ajustamento estrutural nos paises em desenvolvimento designadamente em obras p blicas como portos estradas barragens hidro el ctricas e outras centrais de energia ou ainda grandes sistemas de distribui o de gua para consumo dom stico e irriga o O FMI de que s o membros 187 pa ses suposto ter por miss o supervisionar o sistema financeiro global e nesse contexto acudir aos pa ses membros com problemas conjunturais de liquidez Nesse
499. s analista e autores falam e escrevem sobre quais as pol ticas que seriam ou deveriam ser mais adequadas para garantir a todos os povos e pa ses todos membros da mesma esp cie humana um desenvolvimento consent neo com os m nimos da dignidade humana A verdade nua e crua patente a qualquer observa o objectiva que passados mais de cinquenta anos a situa o comparativa de desenvolvimento e de bem estar dos povos e pa ses que constituem a sociedade humana n o de todo de molde a permitir dizer que tenha sido bem sucedido o esfor o ou o projecto ent o anunciado por altura da cria o da Organiza o das Na es Unidas Importa desde logo esclarecer a ambiguidade da express o coopera o quando utilizada no contexto daquilo a que se convencionou chamar de coopera o Norte Sul sendo que em rigor o mais das vezes tal express o utilizada no discurso corrente para significar a Ajuda P blica ao Desenvolvimento a qual ajuda suposta ser prestada por parte dos pa ses do Norte economicamente mais desenvolvidos relativamente aos pa ses do Sul economicamente menos desenvolvidos Em primeiro lugar e correndo o risco de uma eventual acusa o de um desnecess rio pedantismo Veja se o papel crucial hoje desempenhado por acordos como o Acordo TRIPS Trade Related Intelectual Property Rights negociado no mbito da Organiza o Mundial do Com rcio mas em cuja origem esteve a iniciativa de entidades emp
500. s com a doen a como a ideia de que esta se curava com o desflorar de uma virgem t m dramaticamente contribu do para aumentar ainda mais a dissemina o do v rus assim que tem aumentado assustadoramente a incid ncia de viola es de mulheres jovens ou apenas adolescentes Ainda na frica do Sul os n meros oficiais apontam para cerca de 50 000 por ano As estimativas mais pessimistas falam em 1 000 000 tamb m assim que no caso da regi o da antiga prov ncia do Transvaal a incid ncia do HIV Sida em mulheres gr vidas atingia em 1999 os 28 No caso do Botswana o pa s mais afectado a percentagem de mulheres gr vidas contaminadas com o HIV Sida atinge os 40 Isto levanta tamb m o problema adicional da transmiss o da doen a a beb s condenados nascen a situa o de futuros rf os o que constitui uma esp cie de bomba rel gio programada para detonar a m dio prazo Para acrescentar grande parte da popula o que trabalha nas minas de Gauteng uma popula o naturalmente migrante sendo regularmente recrutada em diversas regi es e pa ses da frica Austral Al m de uma vida laboral em condi es de aquartelamento os mineiros passam longos per odos fora dos seus contextos familiares Se acrescentarmos a isso o facto de cerca de 25 dos mineiros estarem contaminados com o v rus da Sida teremos que recear estarmos aqui perante uma situa o em que num outro contexto de diferentes circunst nci
501. s condi es concretas de partida nas datas das independ ncias pode dizer se que ao longo dos anos Cinquenta e Sessenta do s culo XX tais objectivos ter o sido razoavelmente alcan ados No entanto haver tamb m que assinalar alguns erros graves de percurso muito em particular no que diz respeito dispers o de esfor os resultante de uma certa forma de balcaniza o pol tica com a emerg ncia de uma s rie de pequenos estados sem grande viabilidade econ mica independente Facto pelo qual os dirigentes africanos s o pelo menos em parte tamb m respons veis Um outro aspecto a considerar ter sido a adop o de modelos de crescimento eficazes noutros contextos hist ricos e geogr ficos mas que se vieram a revelar pouco adequados ao contexto hist rico cultural e geogr fico da regi o da frica Sub sahariana Sendo que ao longo das duas ltimas d cadas os pa ses africanos tem sido alvo do esfor o reiterado e adoptarem como modelo de crescimento um modelo que em rigor corresponde a uma fic o hist rica sendo que em todo o caso essa fic o foi desenvolvida num contexto cultural muito particular Mais especificamente o do ambiente hist rico e geogr fico da Holanda e da Inglaterra dos s culos XVII e XVIII Na sua normal e pragm tica busca de oportunidades de investimento e de realiza o das vendas dos bens e servi os produzidos para o mercado as empresas procuram normalmente alcan ar e operar em determinadas
502. s de APD se processa atrav s de financiamento a ONGs envolvidas no processo geral de ajuda e coopera o Por outro lado importa relembrar o empenho e as pres es no sentido de que cada um dos pa ses membros da OCDE cumpre de facto o hist rico compromisso de dedicar 0 7 do seu PIB ajuda p blica ao desenvolvimento De facto se as associa es de ONGDs e outros grupos de activistas assim como o clamor da Assembleia Geral das Na es Unidas algum dia conseguirem levar os p ises membros do CAD da OCDE a cumprirem com todo o ridor o seu compromisso de destinar 0 7 dos seus Produtos Dados dispon veis em http www cess jhu edu index php section content amp view 9 amp sub 3 amp tri 8 Shttp esango un org irene index html 9http www oecd org document 35 0 3343 fr 2649 34487 42458595 1 1 1 1 00 html Aten o aqui a m dia a m dia das percentagens n o a m dia dos montantes Ou seja se o Luxemburgo contribui com 0 7 do seu PIB e os Estados Unidos com 0 2 do seu PIB a m dia desses contributos parece ser de 0 45 dos respectivos PIBs Nada de mais err neo Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Internos Brutos ajuda p blica ao desenvolvimento ent o no caso dos n meros dispon veis para o ano de 2009 teriam sido 238 558 milh es de d lares que teriam estado dispon veis para financiar projectos de desenvolvimento Como resulta evidente haveria assim lugar a muito mais trabalho
503. s gerais da resolu o 2 Tornou se famoso pela sua interven o na gest o da guerra do Vietname assim como pela sua quase obsess o com a gest o de custos quer nas empresas que dirigiu quer como Secret rio da Defesa dos Estados Unidos 2 http www oecd org document 19 0 3343 en 2649 34447 45539475 1 1 1 1 00 html Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria A Ajuda Condicionada Por defini o a ajuda ligada ou condicionada uma ajuda financeira por parte de um pa s doador a qual tem que ser integralmente despendida na compra de bens e servi os a empresas do pa s doador De acordo com os crit rios da OCDE cabem nesta defini o todos aqueles cr ditos ou empr stimos oficiais ou com o apoio do Estado doador incluindo cr ditos ou pacotes associados em que os contratos de financiamento de bens ou servi os envolvidos s o limitados ao pa s doador ou ainda a um grupo restrito de pa ses selecionados Entretanto faz algum sentido do ponto de vista do pa s doador exigir que o dinheiro que empresta em condi es supostamente extremamente vantajosas venha a ser utilizado pelo pa s receptor da ajuda financeira na compra de bens e servi os produzidos no pa s doador O mesmo dizer que n o far muito sentido que um pa s doador esteja a financiar as actividades produtivas de um outro pa s igualmente desenvolvido Esta pr tica da ajuda condicionada que perdura desde h cerca d
504. s humanos Por outro lado e para al m da escassez gritante dos recursos pr prios dispon veis grande parte dos recursos financeiros esperados s o no com base na ideia optimista e neoliberal de que os investidores estrangeiros se iriam precipitar numa corrida ainda que n o muito apressada ara financiar a longo prazo todos ou quase todos os grandes projectos de infra estruturas programadas Nesse contexto de escassez de recursos financeiros por parte dos pa ses africanos um dos objectivos da NePAD era justamente o de angariar por ano qualquer coisa como 64 000 milh es de d lares em investimento directo estrangeiro Ora de acordo com o relat rio da CNUCED de 2006 foram os seguintes os fluxos financeiros de IDE dirigidos a cada uma das grandes regi es econ micas do Planeta 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Europa 131 123 153 833 296 663 522 512 721 614 393 143 314 168 274 095 217 696 433 628 Europa SE CIS 6 308 12 101 10 652 10 471 9 062 11 529 12 911 24192 39 577 39 679 Am rica Norte 94 089 114 925 197 243 308 119 380 798 187 124 96 613 60 761 123 910 133 265 Am rica Latina 50 246 76 259 90 312 114 108 108 993 89 397 54 340 46 137 100 506 103 663 5 Foi a esse respeito que Thabo Mbeki utilizou a express o Renascen a Africana por analogia com o per odo do Renascimento na Europeu ent o supostamente sa da das trevas da Idade M dia Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ri
505. s mesmas crises s poder o eventualmente ser superados se forem perspectivadas e resolvidas em conjunto pela comunidade das na es e com a participa o de todos os agentes sociais envolvidos na produ o e distribui o de riquezas A Cimeira da Terra e a Agenda 21 Tendo resultado da Cimeira da Terra referida mais atr s a iniciativa designada por Agenda 21 veio naturalmente a transformar se num programa institucionalizado e dirigido pela ONU 3 Antigo Primeiro MInistro da Noruega nomeado Presidente da Comiss o das Na es Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Enquanto documento de orienta o a Agenda 21 chama a aten o para a necessidade de cada um dos pa ses se comprometer em levar a cabo pol ticas de desenvolvimento envolvendo os Estados autarquias comunidades locais empresas e ONGDs de modo a garantir a sua coopera o no estudo de solu es para os problemas sociais e econ micos tendo como base primordial a problem tica dos recursos naturais e do meio ambiente Assim sendo esperado que cada pa s cada autarquia cada empresa enfim todos e cada um dos agentes sociais desenvolvam os seus planos e programas de trabalho para o desenvolvimento sustent vel com base em recursos locais renov veis A id ia fundamental que est subjacente Agenda 21 a de uma gradual mas continuada reconvers o da sociedade industrial de modo a superar as s
506. s pedidos feitos a expedicion rios europeus por parte de dirigentes da Eti pia e da N bia relativamente a uma eventual transfer ncia da tecnologia da produ o de livros Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria A pertin ncia destas reflex es para uma mais adequada compreens o das causas mais profundas da crise africana resulta da necessidade l gica de alguma normalidade em qualquer processo de reprodu o social assim como da constata o hist rica dos m ltiplos choques que de certa forma como que deram cabo das estruturas sociais prevalecentes antes da inser o da regi o Sub sahariana no contexto global do sistema mundo Em particular se considerarmos que essas estruturas n o tiveram nem a capacidade pol tica nem o tempo hist rica e socialmente necess rio para uma razo vel adapta o s novas condi es sociais e econ micas prevalecentes no sistema mundo Para concluir dir se que um dos problemas dos autores mais referenciados ou pelo menos de alguns deles ser o da n o adop o de uma adequada escala de tempo Em alguns casos alguns desses autores parecem tamb m passar ao lado do factor geogr fico e do seu impacto sobre as possibilidades de aproveitamento da Natureza por parte das popula es ocupantes dos territ rios Em resumo e no que diz respeito frica Subsahariana e ao seu encontro com o subsistema europeu em expans o defende se aqui a tese de que a regi
507. s religiosos e tnicos Faz se esta nota adicional tendo em mente a recorrente ideia do agora neomalthusianismo Se verdade que desde h s culos que se encontram cassandras anunciadoras de desgra as ou o fim eminente do mundo tal como o conhecemos tamb m n o deixa de ser verdade o facto de o planeta Terra ser mesmo uma realidade f sica finita com uma determinada capacidade limitada de sustenta o de seres vivos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria naturalmente prop cios eclos o de guerras e conflitos Quer a n vel interno de cada pa s quer a n vel regional ou internacional O conceito de uma Nova Ordem Econ mica Internacional come a se basear no reconhecimento de igual dignidade entre todos os pa ses contratantes da coopera o para o desenvolvimento Ou seja nesse conceito n o se tratava de pressupor uma qualquer rela o de depend ncia entre os pa ses doadores e os pa ses receptores de ajuda Reconheciam se as vantagens para as partes e assumiam se compromissos numa base de reciprocidade de benef cios N o havia tamb m lugar a quaisquer sentimentos ainda que diplomaticamente dissimulados de caridade da parte de uns e de pedidos da parte de outros As rela es econ micas entre pa ses desenvolvidos e pa ses menos ricos deveriam portanto ser sempre mutuamente ben ficas Foi assim que em Novembro de 1977 as Na es Unidas nomearam uma Comiss o Independente sobre Quest
508. s ricos relativamente a pol ticas que afectam recursos partilhados a n vel global como a atmosfera e os oceanos A ideia que os pa ses ricos usam esses recursos de uma forma desproporcionada enquanto que os pa ses pobres est o menos equipados para se adaptarem s respectivas consequ ncias como o caso do aquecimento Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria global Os pa ses doadores s o beneficiados se estiverem a reduzir as sua emiss es de gases com efeito de estufa se os seus impostos sobre combust veis f sseis forem elevados se n o subsidiarem a ind stria pesqueira e se controlarem as importa es de madeiras tropicais cortadas ilegalmente Seguran a O componente de seguran a do CDI compara os pa ses ricos relativamente a ac es militares que afectem os pa ses em desenvolvimento S o recompensados os pa ses com maiores contributos para a manuten o da paz internacional e em interven es humanit rias desde que tenham um mandato internacional como foi o caso da interven o da OTAN no Kosovo mas ao contr rio do que aconteceu com a invas o do Iraque Os pa ses doadores tamb m s o beneficiados neste indicador pela prote o de rotas mar timas internacionais importantes para o com rcio global mas s o penalizados pela exporta o de armas a regimes autorit rios e com elevadas despesas militares Tecnologia O componente de tecnologia do CDI analisa as pol ticas dos pa ses ricos que
509. s saberes tradicionais e do conhecimento end geno dos pa ses subdesenvolvidos designadamente um conhecimento supostamente de origem africana Por outras palavras o postulado esfor o de coopera o e ajuda ao desenvolvimento por parte dos pa ses ditos ocidentais falhou at agora n o tanto por raz es da l gica intr nseca do sistema econ mico predominante o capitalismo mas mais por uma n o adequa o da ci ncia dita ocidental e euroc ntrica aos problemas espec ficos dos pa ses subdesenvolvidos 12 A este respeito ver Nahavandi 2003 em particular o contributo de Ren r Devish p g 110 134 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria O pagamento de uma d vida hist rica Temos finalmente que para muitos autores e observadores da cena internacional assim como para alguns dirigentes pol ticos uma das raz es fundamentais para um processo de coopera o de ajuda ao desenvolvimento seria como que o pagamento de uma d vida hist rica da parte dos pa ses mais desenvolvidos relativamente aos pa ses actualmente subdesenvolvidos Segundo esta linha de argumenta o basicamente e no limite da an lise os pa ses industrializados e mais desenvolvidos de hoje deveriam a sua riqueza e desenvolvimento a uma desenfreada explora o colonial quer dos recursos naturais quer dos recursos humanos dos pa ses menos desenvolvidos Como diz Luchaire 1967 referindo se a Pierre Jal e Le Pillage du Tiers Mon
510. s tinham come ado a referir se ao conjunto das Na es Unidas tendo como objectivo fazer renascer mas em novos moldes a ideia da anterior Sociedade das Na es extinta por ocasi o do deflagrar da Segunda Guerra Mundial A primeira Assembleia Geral da ONU veio a celebrar se a 10 de Janeiro de 1946 em Westminster na cidade de Londres A sua actual sede principal na cidade de Nova Iorque sendo tamb m de referir que muitos dos seus principais rg os e programas institucionais se encontram sediados noutras cidades como Genebra antiga sede da anterior Sociedade das Na es Paris Roma ou Nairobi No contexto do actual debate relativamente a uma necessidade e eventual reforma do sistema das Na es Unidas importante lembrar a experi ncia falhada da antiga Sociedade de Na es por vezes tamb m referida como Liga das Na es Precursora da actual Organiza o das Na es Unidas a Liga das Na es fora concebida em circunst ncias similares durante a Primeira Guerra Mundial e formalmente estabelecida em 1919 em conformidade com o Tratado de Versalhes para promover a coopera o internacional e conseguir a paz e a seguran a Embora tivesse sido o resultado da iniciativa do ent o Presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson a verdade que o Congresso dos EUA nunca chegara a ratificar a ades o daquele pa s organiza o Entretanto face dificuldade de di logo e negocia o para resolu o dos diversos c
511. s viajantes mercadores e mission rios a verdade que os dirigentes japoneses foram sempre capazes de manter a sua autonomia e independ ncia sem deixar de aproveitar os conhecimentos ideias e tecnologias que lhes chegavam do exterior O caso do uso da espingarda introduzida pelos Portugueses em 1543 um simples e antigo exemplo disso A pol tica de isolamento foi mesmo institucionalizada atrav s de leis promulgadas entre 1633 e 1639 com o intuito espec fico de fechar o pa s influ ncia de estrangeiros Essa leis permaneceram em vigor at chegada de uma frota naval militar norte americana em 1853 comandada pelo Comodoro Mathew Perry a qual tinha como objectivo lan ar um ultimato s fabricados em Inglaterra 32 Sem valor acrescentado n o h hip teses de poupan as logo n o h hip teses de acumula o Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria autoridades japonesas exigindo e obtendo a abertura de alguns dos portos japoneses aos navios e comerciantes americanos Essa abertura ao exterior veio a despoletar a chamada Restaura o Meiji processo de transforma o social e econ mica que veio a dar origem moderniza o do Jap o Uma abordagem Sist mica A ideia que por vezes nos transmitida em alguma literatura da especialidade designadamente de inspira o supostamente marxista relativamente s rela es entre a Europa em expans o ultramarina e a frica Subsahariana uma de
512. s vinte pa ses supostamente em desenvolvimento o pagamento anual da d vida externa quase tanto como o seu rendimento anual Nas actuais condi es do sistema financeiro mundial esses pa ses muito simplesmente n o t m quaisquer hip teses de se desenvolverem Quaisquer ajudas e redu o ou anula o das suas d vidas o mais que fazem adiar o problema do seu n o desenvolvimento Os credores normalmente bancos dos pa ses do Norte ter o sido pagos com dinheiros dos contribuintes do Norte mas os pa ses pobres eles mesmos continuar o como estavam pobres e n o desenvolvidos A d vida da totalidade dos pa ses em desenvolvimento era no ano 2002 quase 2 340 bili es de d lares Todos os agentes econ micos envolvidos sabem que grande parte desta d vida nunca poder ser paga Os pa ses mais pobres simplesmente n o t m meios para isso Mas entretanto embora esse facto seja rotineiramente admitido nos corredores do poder pol tico nos pa ses do Norte continua se alegremente a fabricar dinheiro e em quantidades fenomenais por via de transac es e cr ditos virtuais a consumidores e especuladores de toda a esp cie A recente crise financeira aquela de 2008 n o mais do que uma ilustra o deste fen meno e das suas consequ ncias escala global Armamentos e Seguran a Ao longo da segunda metade do s culo XX do total das guerras travadas em todo o mundo 98 ocorreram em pa ses ditos em desenvo
513. se a este respeito que a emerg ncia do feudalismo na Europa resultou n o de uma evolu o gradual de um comunalismo primitivo mas sim da desagrega o do Imp rio Romano o qual ali s tivera j a ocasi o de na sua expans o de s culos ir submetendo e transformando as diversas sociedades mais ou menos dispersas e vivendo ainda em estado comunit rio As conquistas civilizacionais do Imp rio Romano e toda a heran a da Gr cia Cl ssica e do M dio Oriente relativamente ao conhecimento e tecnologia foram ainda que de forma rudimentar parcialmente preservados e assim facilmente redescobertos tendo dessa redescoberta justamente resultado a chamada Renascen a Paradoxalmente se pensarmos na mundivis o ou aparelho ideol gico que normalmente se associa actividade de historiadores designadamente o serem supostos trabalharem e pensarem em termos de longo prazo a maior parte dos autores que se ocuparam dessa quest o ter o chegado conclus o de que o n vel de vida m dio das popula es das grandes regi es do globo medido em termos de rendimento per capita no sentido moderno desta express o era praticamente o mesmo um diferencial na ordem dos 10 a 20 no per odo imediatamente anterior Revolu o Industrial 2 Historiador natural da Guiana filho de pais oper rios tendo se doutorado em Londres foi depois professor na Universidade de Dar Es Salaam onde desenvolveu as ideias que est o na
514. seguran a alimentar e nutricional da popula o mundial a import ncia central de os agricultores terem livre acesso s suas sementes nativas e de variedade locais e tamb m o papel chave das organiza es dos agricultores em trocar e divulgar conhecimentos agro ecol gicos Entretanto e segundo os dirigentes da FAO em 2030 continuar o a haver centenas de milh es de pessoas a sofrer fome cr nica Em princ pio previs vel que a popula o mundial venha a estar melhor alimentada at ao ano de 2030 mas mesmo assim centenas de milh es de pessoas nos pa ses menos desenvolvidos continuar o a sofrer de fome cr nica Estes n meros levam inevit vel constata o de que o objectivo da Cimeira Mundial sobre a Alimenta o de 1996 de reduzir para metade o n mero de subalimentados at 2015 n o ser atingido sen o em 2030 PMA Programa Mundial da Alimenta o Na sua qualidade de ag ncia especializada das Na es Unidas o PMA funciona tamb m como a maior ag ncia de ajuda humanit ria em todo o mundo fornecendo em m dia ano ap s ano 3 7 milh es de toneladas de alimentos a cerca de 100 milh es de pessoas em mais de 70 pa ses incluindo cerca de 60 milh es de crian as A actua o do PMA tem assim permitido ajudar grupos conjunturalmente incapacitados de produzir ou obter alimentos em quantidade suficiente para as suas necessidades Tendo come ado por ser um departamento no interior da FAO o PMA foi lan ado
515. sentido proporciona a esses pa ses empr stimos tempor rios de modo a que estes tenham tempo ou espa o de manobra para procederem a medidas de reestrutura o das suas balan as de pagamento e das suas d vidas p blicas Os seus Programas de Ajustamento Estrutural implementados em conjunto com o Banco Mundial tornaram se famosos ao longo da d cada de Oitenta pelas raz es mais negativas Mas entretanto e ao contr rio do que acontece com a Assembleia Geral das Na es Unidas no caso do FMI e do Banco Mundial o peso econ mico dos pa ses mais desenvolvidos assim como o facto de terem maiores quotas no capital daquelas organiza es faz com que o peso dos pa ses ditos em desenvolvimento seja diminuto Por outras palavras o voto de cada pa s baseado no montante das suas contribui es Uma vez que os pa ses do G 7 s o os maiores contribuintes daqueles organismos as pol ticas os planos e os procedimentos do Banco Mundial e do FMI acabam por de reflectir os interesses e objectivos de pol tica externa daqueles pa ses Por outro lado e de acordo com a sabedoria convencional os pa ses que n o consigam resolver os seus problemas de liquidez atrav s do recurso aos mercados privados s o supostos recorrer ao FMI para ajuda como emprestador mundial de ltimo recurso Ao recorrer ao FMI os pa ses com problemas de financiamento nos mercados monet rios comerciais os bancos privados ter o que se sujeitar a uma s rie de con
516. senvolvidos as enormes car ncias no campo da sa de reprodutiva fazem com que emcada 48 partos haja uma uma m e que morre A redu o dram tica da mortalidade materna um objectivo que n o ser alcan ado a n o ser no contexto da promo o integral da sa de das mulheres em idade reprodutiva 6 Combate ao HIV SIDA mal ria e outras doen as S o consideradas duas metas distintas a atingir uma para o caso do HIV Sida e a outra para a mal ria e outras doen as end micas Em qualquer dos casos no entanto o objectivo comum o mesma travar a expans o da doen a e at 2015 iniciar o respectivo processo de invers o Meta 7 Travar e come ar a inverter a dissemina o do HIV Sida Para medir a progress o em rela o a este sexto Objectivo ser o utilizados tr s indicadores um a cargo da UNAIDS e os outros a cargo das diversas ag ncias da ONU intervenientes no processo a Preval ncia do HIV entre mulheres gr vidas entre os 15 e os 24 anos de idade b taxa de utiliza o de preservativos por parte da popula o entre os 15 e os 24 anos de idade com conhecimento adequado do HIV Sida Este indicador suposto ser monitorizado pela ag ncias envolvidas designadamente a UNAIDS a Unicef a Divis o de Popula o e a OMS e c o r cio de frequ ncia de escola por parte de rf os com idades entre os 10 e os 14 anos Meta 8 travar e come ar a inverter a incid ncia da mal ria e outras grandes doen as Para med
517. ses pobres altamente endividados h algumas perspectivas de redu o significativa das suas d vidas externas Por outro lado a equipa de t cnicos que definiram os Objectivos do Mil nio levou em linha de conta as m ltiplos situa es de natureza estrutural que constituem obst culos dificilmente ultrapass veis Tal ser o caso da vasta maioria dos pa ses mais probres sendo que essas situa es t m a ver com a Geografia a dimens o demogr fica e os custos f sicos a isso associados Em todo o caso algumas metas e indicadores apontam claramente para o incentivo para o aumento de ajuda p blica capacita o nos pa ses mais necessitados de quadros aptos a negociar com as insitui es da comunidade internacional os acessos a tecnologias a financiamentos e a mercados assim como aptos a exigir condi es de concorr ncia verdadeiramente equitativa e a obter melhores condi es por parte das grandes empresas transnacionais Numa primeira reuni o realizada em Setembro de 2005 para uma primeira avalia o do eventual progresso entretanto verificado alguns dirigentes dos principais pa ses envolvidos tiveram grandes dificuldades em produzir factos que evidenciassem os progressos esperados Por exemplo no caso espec fico da mortalidade materna em situa o de parto em pr natal o Objectivo do Mil nio era de reduzir em tr s quartos entre 1990 e 2015 o r cio de mortalidade materna Para se poder medir a progress o em r
518. sil 23 de Setembro de 2008 4Por estranho que possa parecer a institucionaliz o deste tipo de preocupa es ao n vel das Na es Unidas at bastante recente Digamos que as mulheres estavam na penumbra como quase sempre ao lonho da Hist ria Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria A reforma geral da ONU um dos temas que est em cima da mesa j de uns anos a esta parte Muito em particular no que diz respeito s fun es modo de funcionamento e constitui o do seu Conselho de Seguran a A ideia de cria o de um Conselho de Seguran a Econ mica que com amplos poderes pudesse supervisionar entidades como a OMC o FMI e o Grupo Banco Mundial tem tamb m j sido avan ada mas importa sublinhar sem grande sucesso Tendo a ONU as suas origens no per odo final da Segunda Guerra Mundial por iniciativa das pot ncias vencedoras era natural que a constitui o e estrutura da ONU reflectisse a vontade dos cinco pa ses vencedores muito em particular no que diz respeito aos membros do Conselho de Seguran a os quais muito naturalmente reservaram para si o poder de veto A quest o da reforma do Conselho de Seguran a gira em trono de cinco temas fundamentais 1 a dimens o do Conselho 2 tipos de membros que deveriam existir 3 o problema do poder de veto 4 a quest o de uma eventual representa o de tipo regional e 5 modo de funcionamento Na sua actual estrutura o Conselho de Seguran a
519. sinina a pre os reduzidos o que tem permitido resultados interessantes no combate Ainda no que diz respeito quest o monitoriza o ou controle da progress o dos Objectivos do Mil nio e seu impacto sobre a credibilidade da actua o das ag ncias das Na es Unidas alguns cr ticos sugerem a elabora o de postos de observa o adequados e devidamente equipados com pessoal especializado sendo as localiza es desses postos de observa o escolhidas de forma a poderem ser representativas da popula o total a monitorizar De outra maneira afirmam n o h como medir com algum rigor a progress o e efic cia das medidas tomadas relativamente aos objectivos propostos A esse respeito Os analistas cr ticos referem o caso da ent o Secret ria Geral adjunta Louise Fr chette que ter dado instru es espec ficas aos quadros t cnicos e cientistas das Na es Unidas no sentido de n o perderem tempo a discutir os crit rios de medida dos Objectivos do Mil nio O caso da Nig ria exemplar e significativo da problem tica da utilidade ou inutilidade de crit rios fi veis de medida Segundo os elementos dispon veis e facilitados pela OMS de longe o pa s mais exposto ao risco de contamina o No entanto os dados dispon veis n o permitem pelo menos por enquanto aferir do sentido de qualquer progress o ou tend ncia Os n meros apresentados para a totalidade da popula o n o s n o fazem muito sentido ou s
520. smo por isso que como escreviam na frica do Sul Aluta Continua Os Problemas da Integra o Regional em frica Desde o estabelecimento da OUA em 1963 que os dirigentes dos pa ses africanos t m procurado construir uma associa o de maior dimens o englobando a totalidade dos seus pa ses tendo como objectivo n o apenas o poderem resistir melhor aos choques internos e sobretudo externos das oscila es da economia mas tamb m o acelerar a promo o do bem estar econ mico e social dos seus povos Durante os anos Setenta e Oitenta do s culo XX esta vontade colectiva veio a manifestar se na emerg ncia de cerca de 200 organiza es tendo como objectivo final a integra o do Continente como um todo No entanto uma tal prolifera o de organiza es levou a uma bem vis vel fragmenta o de esfor os e de recursos ali s escassos Muitas foram as raz es que t m sido invocadas para explicar esta fragmenta o e dispers o de esfor os Desde a sobreposi o de objectivos por serem quase sempre os mesmos mas prosseguidos de modos distintos at normais diverg ncias ideol gicas por parte dos dirigentes de muitos pa ses vizinhos passando pela clara incapacidade por parte de muitos pa ses para cumprir os compromissos financeiros que resultam do facto de se ser membro de uma ou outra organiza o internacional Em consequ ncia dos resultados med ocres das diversas estrat gias de desenvolvimento adoptadas ao longo das
521. smo tempo que preserva e ordena os recursos naturais Fazendo tudo isto sempre com o esp rito de respeitar as necessidades das gera es presentes e futuras promovendo um desenvolvimento t cnicamente apropriado economicamente vi vel e socialmente aceit vel e que n o degrade o meio ambiente De acordo com este mandato a FAO desempenha quatro fun es principais Ser um f rum neutro de discuss o e negocia o Prestar assessoria aos Governos de todos os pa ses Em particular prestar assist ncia t cnica aos pa ses em desenvolvimento Difus o de informa o Actualmente fazem parte da FAO 190 pa ses mais a Uni o Europeia Com sede em Roma It lia coordena uma rede mundial de 5 escrit rios regionais e 78 escrit rios nacionais No desempenho das fun es acima indicadas realiza diversos programas de melhoria da efici ncia na produ o processamento comercializa o e distribui o de alimentos e produtos oriundos de actividades agro pecu rias explora o de florestas e de actividades pisc colas Das fun es acima referidas resulta tamb m que miss o desta ag ncia especializad preparar os pa ses em desenvolvimento para fazer frente a situa es de emerg ncia alimentar Nesse sentido promove investimentos na agricultura no aperfei oamento da produ o agr cola e da cria o de gado assim como na transfer ncia para aqueles pa ses de tecnologia pertinente fomentando a conserva o dos recursos na
522. so aut nomo e auto centrado de acumula o e crescimento Ao contr rio da ndia a qual foi alvo de um programa sistem tico de desindustrializa o avant la lettre por parte das autoridades brit nicas N o confundir com o actual pa s do mesmo nome O chamado Imp rio do Ghana era tamb m conhecido por Imp rio de Wagadou sendo Ghana apenas o t tulo do imperador H no entanto algumas tradi es populares que referem migra es do extinto imp rio do Ghana para o actual pa s facto que explicaria o nome adoptado pela antiga col nia brit nica da Costa do Ouro aquando da sua independ ncia A regi o e dimens o geogr fica consensualmente atribu da a cada um dos imp rios africanos aqui referidos e que de certa forma se sucederam no tempo com alguma varia o de territ rio controlado corresponder sensivelmente a menos de 25 da actual regi o da frica Ocidental O total da CEDAO ECOWAS mais a Maurit nia corresponde a pouco mais de 7 milh es de quil metros quadrados contando hoje com pouco mais de 230 000 000 de habitantes 3 Chama se a aten o para o facto de que a express o acumula o primitiva utilizada por Marx se refere ao processo hist rico de expropria o primitiva original por parte das classes dirigentes de valor excedente basicamente gerado na Europa os camponeses em Inglaterra por exemplo o qual processo depois se acelerou por via da exp
523. so do Vaticano o qual tem a qualidade de observador ou ainda de pa ses sem reconhecimento pleno por parte da comunidade internacional como o caso do Sahara Ocidental ocupado por Marrocos embora tenha sido reconhecido como Estado pela Uni o Africana ou ainda o caso de Taiwan o qual um territ rio cuja soberania reclamada pela China mas que tem beneficiado do PEstas organiza es aut nomas fazem formalmente parte daquilo a que se chama as Ag ncias Especializadas Na pr tica no entanto a sua direc o estrat gica as suas op es em termos de pol ticas econ micas e financeiras as suas opera es e a nomea o dos seus mais altos dirigentes s o tudo quest es fora da al ada e controle dos org os principais ou centrais da ONU Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria reconhecimento soberano por parte de alguns outros pa ses Anote se tamb m que Taiwan membro de pleno direito de algumas organiza es internacionais nomeadamente organiza es que fazem parte da estrutura formal da pr pria Organiza o das Na es Unidas como o caso da Organiza o Mundial do Com rcio Para alguns observadores um dos feitos mais importantes e assinal veis das Na es Unidas ter sido a Declama o Universal dos Direitos Humanos em 1948 dois anos ap s a sua funda o Mesmo considerando que esta Declara o n o tem for a legal a verdade que tem servido de base a diversos documentos com for
524. so espec fico da mal ria ou paludismo o objectivo anunciado extremamente ambicioso nada mais nada menos do que travar e come ar a inverter ou reduzir a dissemina o da doen a at 2010 de recear que um tal objectivo se venha a constituir num outro exemplo da forma como o estabelecimento destes Objectivos do Mil nio por muito louv veis enquanto declara o de inten es e o n o alcan ar das suas metas podem vir a contribuir para uma eventual quebra na imagem da ONU at na medida que logo em 2000 os cientistas da pr pria OMS alertaram para a quase impossibilidade de medir a taxa de incid ncia do paludismo Na realidade come a a ser not cia comum em 2008 a expans o da poss vel rea de influ ncia do mosquito portador e de dissemina o daquela doen a Ainda segundo o mesmo Amir Attaran ningu m que estude o paludismo tem qualquer d vida de que a situa o est a piorar No entanto s o tamb m de registar alguns desenvolvimentos positivos nesta rea designadamente na preven o pela distribui o alargada de redes mosquiteiras s popula es mais expostas s possibilidades de infec o Importa referir que o paludismo tem sido uma das maiores causas da mortalidade infantil na frica Subsahariana chegando a matar em todo o continente uma crian a de trinta em trinta segundos No caso do tratamento um outro desenvolvimento positivo tem sido o maior acesso aos ACT medicamentos base de artemi
525. sobre t cnicas de gest o usual referir entre muitas outras duas t cnicas fundamentais para insuflar nimo e espevitar a vontade de trabalhar mais e melhor por parte da generalidade dos trabalhadores Utilizando aqui a linguagem informal que normalmente lhes est o associadas s o essas t cnicas designadas por a t cnica da cenoura e a t cnica do cacete Estamos como dever ser evidente a referirmo nos ao inventivo de um maior ganho monet rio a cenoura e ao inventivo da puni o f sica ou mais modernamente da puni o psicossocial Ao longo dos s culos n o foi sempre nem exclusivamente o uso da for a ou o medo da puni o f sica que levou milh es de seres humanos a labutar dia ap s dia ano ap s ano produzindo riqueza que raramente os beneficiava directamente Havia tamb m a coer o psicossocial ou simb lica da ideologia em geral e da religi o em particular No caso dos feudalismos e imp rios de diversos tipos e latitudes o caracter comum da acumula o foi sempre a exac o de excedentes produzidos pelos menos fortes sob a forma de tributos quer em esp cie quer sob a forma de execu o de determinados trabalhos Tudo isso sob a amea a latente de puni es f sicas ou psicossociais neste ou num outro mundo mais ou menos celestial Era evidentemente a motiva o do cacete Com a chegada da Renascen a do esp rito cient fico e do Iluminismo espalha se c
526. sobreprodu o a qual tamb m se caracteriza pelo acumular de colossais fortunas num extremo do espectro social em simult neio ou concomit ncia com a crise social de porbreza relativa no outro extremo do mesmo espectro social 2vMenos Estado melhor Estado dizia a sra Margareth Tatcher e repetem em coro todos os fazedores de opini o politicamente correctos T h v rias d cadas que o matem tico e economista John Nash Pr mio Nobel demonstrou que a coopera o e n o a concorr ncia acaba por ser mais ben fica para a colectividade como um todo Esta sua tese est exposta de modo simples e directo no filme baseado na sua vida A Brilliant Mind http www csun edu kh246690 developmental pdf Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria crescimento das ONGDs se deve em parte ao enfraquecimento gradual do aparelho administrativo que teria dominado o Jap o desde a d cada de Cinquenta e at fins dos anos Oitenta altura em que a economia japonesa entrou num longo per odo de estagna o e a que corresponderia uma substancial perda de poder por parte da burocracia que at a governara a entidade nacional por vezes designada por Japan Inc ou Jap o SA De facto o este pa s tem sido usualmente caracterizado com sendo um Estado desenvolvimentista ou seja um Estado com um forte e bem consolidado aparelho administrativo com elevado grau de autonomia em rela o aos partidos pol ticos e aos
527. sos empregados da companhia IBM seria justamente a sua cultura nacional Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 386 9 forte sentimento de avers o pode ser sumariado pelo credo da xenofobia pr prias palavras aquilo que diferente perigoso N o se comentam aqui os resultados obtidos por pa ses como a Gr cia a B lgica o Jap o ou a antiga Jugosl via Mas n o podemos deixar de nos interrogarmos como que esta avalia o de Hofstede relativamente xenofobia se aplica a pa ses como o Brasil a Venezuela o Peru o M xico ou a Guatemala Todos eles usualmente considerados como pa ses multi tnicos onde se tem vindo a processar ao longo de s culos uma peculiar mesti agem cultural Como ser evidente a quest o demasiado complexa e est para l dos objectivos deste trabalho 5 Orienta o de Longo Prazo No caso da orienta o de longo prazo a vari vel ou dimens o cultural identificada por Michael Bond atrav s da utiliza o do ICV ou Inqu rito Chin s de Valores s podemos especular sobre qual seria o posicionamento de Portugal nessa dimens o cultural na medida em que este pa s n o foi inclu do nessa particular investiga o Mas no entanto se considerarmos a natureza secular da mudan a cultural um facto tamb m sublinhado por Hofstede mesmo que num contexto diferente e se nos lembrarmos de que o Brasil tamb m uma cria o de Portugal capaz de ser razo ve
528. sse aquilo a que Hofstede chama de evita o da incerteza Nessa dimens o cultural este autor levado a concluir que as sociedade africanas em geral t m um elevado grau de receio Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria da incerteza preferindo planear ainda que de modo rudimentar segundo os padr es da modernidade industrial A este respeito devemos ter presente que o modelo de crescimento acima referido e que de certa forma as institui es relacionadas com o Consenso de Washington acabam por procurar impor aos pa ses africanos t m como pressupostos os valores culturais predominantes nos pa ses de origem brit nica e do Noroeste da Europa predominantes na coloniza o dos Estados Unidos e do Canad assim como uma personagem central de contornos m ticos o empres rio mais ou menos her ico e vision rio que assume riscos e promove a modernidade Tratando se de resultados comp sitos n o se pode deixar de assinalar o seu caracter extremamente redutor S a t tulo de ilustra o desta ltima observa o refira se que os resultados obtidos para a frica Ocidental reflectem o peso demogr fico da Nig ria e que mesmo a haver que assinalar profundas diferen as de comportamento ou atitude cultural no que diz respeito dist ncia ao poder e ao individualismo entre por exemplo ao Hausa Fulani mu ulmanos predominantes no Norte e os Ibos supostamente mais ecl c
529. ssionais mais qualificados Em resumo for oso concluir que a frica Sub sahariana se continua a apresentar no mundo globalizado como um actor predominantemente reactivo e por enquanto sem grande capacidade de interferir de moto pr prio no desenrolar do seu pr prio processo de acumula o e desenvolvimento E vendo continuar a fugir alguns dos seus melhores ou mais qualificados cidad os O Proteccionismo dos Pa ses do Norte Como nos lembra Jagdish Bhagwati da Universidade de Columbia num pequeno artigo publicado sob os ausp cios do FMI apesar de ao longo dos ltimos cinquenta anos os pa ses do Norte terem reduzido e em alguns casos mesmo eliminado as barreiras ao com rcio internacional entre si relativamente aos pa ses menos desenvolvidos os pa ses mais ricos continuam no entanto a manter um posicionamento altamente proteccionista prejudicando assim as produ es de tipo trabalho intensivas oriundas aqueles pa ses mais pobres Trata se de uma situa o deplor vel contra a qual os organismos internacionais que se ocupam dessa problem tica designadamente a OMC mas muito em particular a Confer nci das Na es Unidas para o Com rcio e o Desenvolvimento t m protestado ainda que sem grandes efeitos pr ticos Para muitos observadores da cena internacional e dos problemas do n o desenvolvimento o abandono das pr ticas proteccionistas por parte dos pa ses do Norte deveria contribuir pelo menos em princ pio pa
530. sso modo ao per odo da reconstru o do p s guerra 124 Em Setembro de 1973 o pre o do cobre no mercado de Londres caiu para pouco mais de metade 125 Haver que ter presente a distin o entre d vida p blica resultante do acumular de d fices or amentais a qual pode levar um Estado bancarrota mesmo que isso se considere t cnicamente imposs vel e a d vida externa resultante do acumular de d fices comerciais e ou de pagamentos ao exterior podendo levar um qualquer pa s a uma situa o de passar a ser propriedade de outros 12 Organiza o n o governamental de base norte americana fundada em 1941 por Eleanor Roosevelt 1277 Jerome M Wolgin A Strategy for Cutting Hunger in Africa em http www aec msu edu fs2 africanhunger wolgin eng htm Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria livres enquanto 22 s o considerados parcialmente livres Referindo nos a um eventual impacto de um determinado grau de liberdade relativamente atrac o de investimento directo estrangeiro cabe assinalar que grande parte deste investimento tem sido originado na China pa s claramente classificado como n o livre e que de facto tem efectuado os seus investimentos em frica considerando abertamente em primeiro lugar os seus pr prios interesses designadamente a obten o r pida e expedita de mat ria primas sem grandes preocupa es de ordem pol tica relativamente ao maior
531. stabelecimento de portos que funcionassem como pontos de contacto com o exterior Uma observa o cuidada do recorte das costas da Europa e das costas de frica mostra facilmente o ponto que aqui queremos sublinhar Poder se dizer a esse respeito que h em frica muito menos portos mar timos porque h em frica muito menos actividade comercial do que h na Europa Mas n o se trata aqui de um problema semelhante ao do ovo e da galinha de saber o que vem primeiro se as actividades comerciais se as actividades portu rias A quest o tamb m n o se p e a esse n vel A quest o p e se primeiro que tudo ao n vel das facilidades da Natureza para o desenvolvimento de quaisquer actividades humanas em particular as de ndole comercial E a verdade que muito mais f cil estabelecer um porto ou esta o de pesca numa reentr ncia de costa protegida de ventos e correntes mar timas do que num extenso areal A t tulo de exemplo e ilustra o refira se que a dist ncia entre Luanda e a Cidade do Cabo de cerca de 2800 quil metros mais ou menos essa a dist ncia entre Lisboa e G nova No referido caso africano contam se pelos dedos de uma m o o n mero de reentr ncias prop cias ao estabelecimento de qualquer porto No caso europeu a linha de costa entre aquelas duas cidades est literalmente recortada em pequenas enseadas e reentr ncias onde facilmente se abrigam quaisquer embarca es O Impacto da Geografia na Evolu
532. stados e Territ rios insulares as Cara bas e o Pac fico Sul 2http www unep ch regionalseas partners sids htm Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 12 UMA NOVA ORDEM ECON MICA INTERNACIONAL No in cio de uma nova d cada a apenas vinte curtos anos do Mil nio temos de tentar erguer nos acima das querelas ou negocia es di rias para ver os amea adores problemas do longo prazo Vemos um mundo em que a pobreza e a fome ainda predominam em muitas e enormes regi es nas quais os recursos s o desperdi ados sem considerar a sua renova o nas quais se fabricam e vendem mais armamento do que nunca antes e onde se acumulou uma capacidade destrutiva capaz de fazer explodir v rias vezes o nosso planeta Willy Brandt Chanceler da Rep blica Federal da Alemanha Presidente da Comiss o Independente sobre Quest es de Desenvolvimento Internacional Introdu o A ideia de uma nova ordem econ mica internacional uma ideia antiga tendo tamb m subjacente o j referido conceito universalista da fraternidade entre os diversos povos do planeta e da reciprocidade e igualdade de direitos entre as diversas economias nacionais tal como proclamado na Carta das Na es Unidas Em rigor dever dizer se que a ideia de uma nova ordem econ mica internacional ter sido primeiramente lan ada por John Maynard Keynes certamente o mais famoso economista do s culo XX De facto logo a seguir ao fim da segunda guerra
533. stema socioecon mico cultural e pol tico Quer isto dizer que os mesmos factos ou fen menos podem em diversas fases da sua natural evolu o ser perspectivados quer como causas quer como efeitos Os Factores de Ordem Geogr fica e Ambiental Assim sendo conv m ent o discutir o conjunto dos diversos factores externos que de uma ou outra maneira t m acabado por condicionar o desenvolvimento sustentado dos pa ses do continente africano em geral e da regi o frica Sub Sahariana em particular Qualquer an lise que se pretenda minimamente completa dever sempre come ar por considerar dois aspectos fundamentais da evolu o de qualquer sociedade humana a Geografia e a Hist ria N o se trata aqui de repetir apenas os dados mais ou menos do conhecimento comum sobre a extens o geogr fica as dist ncias os rios os planaltos as costas os lagos os desertos e as montanhas Trata se apenas e t o simplesmente de ter permanentemente presentes designadamente quando se perspectiva a formula o de quaisquer pol ticas econ micas quais os condicionamentos subjacentes eventual implementa o dessas pol ticas Por exemplo e a t tulo de ilustra o normal encontrar no discurso convencional e politicamente correcto diversas e m ltiplas refer ncias grande dimens o territorial do continente africano em geral e de alguns pa ses em particular Tais refer ncias parecem ter quase sempre subjacente a ideia de
534. stes programas por programas de saneamento financeiro 101 Em rigor a cr tica que se pode dirigir aos autores dos programas de ajustamento estrutural exactamente a de pensarem que por si s s as for as do mercado iriam fazer surgir o desenvolvimento sustentado que serviria os interesses dos pa ses que os implementassem 102 Express o retirada das ideias de Walter Rostow economista e historiador da economia norte americano 10 Falaremos mais adiante do caso Portugu s at porque nos anos Cinquenta o Estado Portugu s reclamava para si o direito a n o considerar como col nias os territ rios africanos ent o por si administrados Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria ajustamento estrutural uma decidida nfase nas exporta es de modo a que cada pa s pudesse garantir a cobertura cambial das suas pr prias importa es Assim sendo importante analisar qual a composi o estrutural das exporta es dos pa ses africanos A esse respeito tamb m significativo referir o discurso politicamente correcto normalmente transmitido para a opini o p blica dos pa ses mais desenvolvidos relativamente ao alegado bom desempenho de algumas economias africanas Por exemplo a ag ncia noticiosa Panafrican News anunciava em 7 de Mar o de 2000 que alguns pa ses africanos os supostamente mais empreendedores e din micos tinham j atingido um elevado grau de competitividade nos mercados em que se t
535. stimativas v lidas para os primeiros anos do s culo XXI e com base em dados obtidos a partir do Banco Mundial e das Na es Unidas UNCTAD Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria de um ponto de vista dos estados menos preparados esses benef cios poder o tamb m n o vir a ser divididos entre todas de uma forma equitativa Esta ltima preocupa o por parte dos pa ses menos preparados deve se justamente exist ncia em todas as regi es de alguns pa ses com grandes disparidades de dimens o territorial ou de popula o Para al m de existirem por vezes grandes diferen as nos diversos graus de desenvolvimento Os casos mais salientes ser o a Nig ria no caso da frica Ocidental e a frica do Sul no caso da frica Austral Mas haver outros casos de pa ses mais expostos sendo que todos eles acabam por sofrer de problemas espec ficos Por outras palavras at em consequ ncia da heran a colonial e do modo de inser o de frica na globalidade do sistema mundo as economias dos pa ses africanos s o quase sempre extrovertidas em grau extremo o que tornou extremamente dif cil o desenvolvimento de complementaridades entre esses diversos pa ses Ora a exist ncia de complementares econ micas e justamente um dos pilares fundamentais em que assenta qualquer processo de integra o regional 10 COOPERA O E AJUDA P BLICA AO DESENVOLVIMENTO Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Reconhe
536. stou aqui a pensar mais especificamente no relat rio O Futuro da Economia Mundial elaborado por encomenda das Na es Unidas a partir de simula es de um modelo de Entradas e Sa das desenvolvido por Leontief com base nas ideias antigas herdadas do modelo anal tico de Fran ois Quesnay Nesse estudo aquele economista norte americano de origem russa dava a conhecer com detalhe q b quais as necessidades concretas em termos de recursos humanos e materiais e por conseguinte os correspondentes fluxos financeiros para que os pa ses menos desenvolvidos pudessem vir a alcan ar n veis de vida minimamente equivalentes aos dos pa ses ent o mais desenvolvidos O Campeonato da Liga da Ajuda ao Desenvolvimento O Comit de Ajuda ao Desenvolvimento CAD que funciona no seio da OCDE tamb m um f rum onde se re nem os governos dos pa ses e organiza es multilaterais como ser o caso do Banco Mundial e de organismos das Na es Unidas para discutir a ajuda aos pa ses parceiros de modo a acordar medidas de redu o da pobreza e de levar a cabo algumas das diversas Grandes Iniciativas lan adas periodicamente pelas Na es Unidas tal como agora o caso dos Objetivos The Future of the World Economy A United Nations Study 1977 Modelo matricial em que se consideram os requisitos materiais humanos tecnol gicos de Entrada para o funcionamento de um sistema econ mico e as Sa das resultantes dos processa
537. subs dios governamentais Algumas das maiores ONGs internacionais chegam a ter or amentos anuais na ordem das centenas ou mesmo milhares de milh es de d lares Or amentos destes montantes exigem um trabalho constante e sistematizado de angaria o de fundos Assim sendo o financiamento das ONGs uma das suas primeiras preocupa es sendo tamb m uma natural fonte de orienta es relativamente quilo que s o supostas promover N o quer isto dizer que as ONGs sejam ref ns dos doadores mas simplesmente que a sua natureza e os fins que se prop em alcan ar acabam sempre por dar origem a um determinado grau de selectividade da parte das organiza es ag ncias do Estado funda es empresas associa es filantropos individuais que se mostrem dispon veis para abrir os cord es s respectivas bolsas Em todo o caso e a esse respeito deve tamb m referir se o facto de praticamente todos os pa ses terem leis fiscais que propiciam o mecenato e a filantropia Mesmo considerando que o conceito de organiza es n o governamentais pare a significar uma independ ncia em rela o ao poderes pol ticos a verdade que as ONGs e as ONGDs em particular dependem fortemente do financiamento que lhes proporcionado pelas ag ncias estatais respons veis em cada pa s pela ajuda p blica ao desenvolvimento Foi assim que em 1998 cerca de 25 do or amento da Oxfam foi financiado pelo governo brit nico e pela Comiss o Euro
538. t m urgentemente que ser resolvidas a contento por todas as partes envolvidas se de facto houver mesmo o objectivo de acelerar com o sucesso necess rio o processo de integra o econ mica continental Foi neste contexto que a Comiss o da Uni o Africana e a Comiss o Econ mica das Na es Unidas para frica decidiram elaborar um estudo aprofundado sobre os progressos registados pelas diversas Comunidades Econ micas Regionais relativamente ao aprofundamento do processo de integra o econ mica em frica Esse estudo veio a servir de base para as consultas que se realizaram em duas ocasi es distintas A primeira em Accra Ghana em Outubro de 2005 envolvendo as regi es Norte Central e Oeste A segunda consulta realizou se em Lusaka Z mbia em meados de Mar o de 2006 dessa vez envolvendo as regi es Leste e Austral Estas duas primeiras reuni es congregando peritos de diversas reas e interven o vieram a resultar numa cimeira plen ria em Ougadougou Burkina Faso realizada entre 27 e 31 de Mar o de 2006 28 Das iniciais em Ingl s Regional Economic Communities Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria envolvendo j os ministros respons veis A necessidade de racionalizar as diversas Comunidades Econ micas Regionais n o uma quest o que se tenha levantado apenas em 2005 ou 2006 Desde os prim rdios das reuni es e decis es dos rg os pol ticos da antiga Organiza o de Unidade Africana que este
539. t nica ent o emergente no plano internacional uma igualdade de concorr ncia em particular nos custos de m o de obra nos mercados internacionais As ONGs e uma outra via para o desenvolvimento Uma primeira e potencial vantagem de custos das ONGDs relativamente s supostamente mais pesadas m quinas burocr ticas dos Estados estar no facto de as suas despesas com pessoal serem supostamente menores Isto dever se ia possibilidade de as ONGs atra rem mais pessoal na base do voluntariado e portanto mais dispon veis a receberem menos dinheiro e a terem menos regalias do que os funcion rios p blicos Segundo os proponentes desta tese os cooperantes das ONGDs em regime de voluntariado obteriam um bastante ou maior interesse e motiva o pelo simples facto de estarem a trabalhar em actividades que s o supostas contribuir para melhorar o bem estar das popula es Um segundo aspecto a considerar seria uma suposta maior capacidade de aproveitar as suas caracter sticas organizacionais transformando as por via de uma mais eficiente transfer ncia de tecnologia em vantagens para os pa ses onde estejam a operar Neste caso argumenta se que as ONGs podem ter acesso a informa o mais correcta sobre aquilo que de facto interessa s popula es nos pa ses receptores da ajuda E poderiam assim implementar projetos mais eficazes Por outro lado e dadas as suas caracter sticas estruturais as ONGDs n o est o limitadas a trabalhar c
540. t o existente era vista como sendo claramente favor vel aos pa ses industrializados do Norte e isso de uma forma considerada profundamente injusta Considerava se tamb m que a exist ncia e modo de actua o das tr s principais institui es que tinham sido estabelecidas na sequ ncia do fim da Segunda Guerra mundial e que constitu am a base da existente ordem econ mica internacional era favor vel aos pa ses mais desenvolvidos na medida em que n o levava em linha de conta as fragilidades estruturais dos pa ses menos desenvolvidos fragilidades essas que se presumiam como sendo naturalmente herdadas do per odo colonial Dessa consci ncia pol tica resultou tamb m a realiza o em 1953 da chamada Cimeira do Movimento N o Alinhado na qual foi reclamada uma nova ordem internacional no mbito da economia da comunica o e da informa o Nessa mesma cimeira foi proclamado o direito inalien vel dos pa ses em desenvolvimento a regularem a aproveitamento dos seus recursos naturais incluindo se necess rio a sua nacionaliza o A ideia b sica de uma nova ordem econ mica internacional nos seus fundamentos relativamente simples Come a por ter a pretens o de n o ser baseada numa qualquer rela o de doador de ajuda e de receptor dependente baseando se antes pelo contr rio numa rela o de vantagens m tuas O desenvolvimento econ mico dos pa ses menos desenvolvidos seria assim do maior interesse dos pa ses mais ric
541. t o se levantaria era uma de saber se com o actual modelo de industrializa o e consumo o planeta teria capacidade de sustentar os n veis de consumo hoje prevalecentes nos pa ses do Norte A esse respeito convir recordar que s a cidade de Nova Iorque consome mais energia el ctrica do que todo o continente africano Raz o pela qual muito provavelmente ser conveniente para bem dos nossos netos e bisnetos ir procurando modelos alternativos de desenvolvimento Finalmente e ainda no que respeita s motiva es econ micas importante referir que recorrente encontrar com relativa frequ ncia na literatura e em relatos de confer ncias e debates algumas refer ncias necessidade e interesse de alguma esp cie de Plano Marshall para aplica o regi o da frica Sub Sahariana O referido Plano Marshall foi anunciado pelo ent o Secret rio de Estado norte americano George Marshall e tinha como objectivo b sico incentivar as pot ncias europeias cujas economias tinham sido devastadas pela Segunda Guerra mundial a elaborarem os seus pr prios planos de reconstru o assumindo os Estados Unidos o compromisso de financiar esse esfor o de reconstru o A esse respeito importante sublinhar o facto de que a elabora o e sobretudo e subsequente implementa o de quaisquer planos de reconstru o de uma qualquer economia nacional exigir grandes enormes quantidades de recursos humanos devidamente qualific
542. ta es o nosso apoio s Na es Unidas e suas ag ncias e continuaremos a procurar formas de fortalecer a sua autoridade e aumentar a sua efic cia Em segundo lugar iremos continuar com os nossos programas de recupera o econ mica mundial Em terceiro lugar continuaremos a refor ar as na es amantes da paz contra os perigos da agress o Em quarto lugar temos que lan ar um ousado novo programa para disponibilizar os benef cios dos nossos progressos cient ficos e industriais para o melhoramento e crescimento das reas subdesenvolvidas O ponto numero quatro do discursos particularmente referido como sendo aquele que teria lan ado na cena pol tica internacional a ideia e a praxis da coopera o t cnica e da ajuda p blica ao desenvolvimento Desde ent o t m se sucedido e repetido programas e d cadas dedicadas ao desenvolvimento sem que entretanto a situa o relativa dos pa ses menos desenvolvidos se tenha alterado de modo significativo Para muitos observadores e de muitos pontos de vista a situa o de pobreza e marginaliza o ter se mesmo agravado Em todo caso na evolu o da ajuda ao desenvolvimento ao longo das ltimas d cadas h que assinalar v rias fases e motiva es distintas de acordo com o contexto hist rico e os interesses dos pa ses doadores envolvidos Esta evolu o hist rica quer da ajuda p blica ao desenvolvimento quer das teorias sobre o dito desenvolvimento revela o modo dial ctico co
543. ta lembrar que se estava ent o no per odo logo a seguir ao arranque da reconstru o do p s guerra reconstru o essa que implicava o lan amento de algumas obras p blicas fundamentais para o arranque e manuten o do resto das actividades econ micas Essas obras p blicas fundamentais assumiam designadamente a forma de re constru o de estruturas de transportes estradas caminhos de ferro e portos assim como o lan amento de algumas ind strias pesadas normalmente a montante do resto do tecido industrial designadamente a minera o o cimento o ferro e o a o Dizia se destas actividades industriais que deviam ser consideradas como sendo ind strias industrializantes na medida em que se esperava que a sua actividade propiciasse ou determinasse mesmo o arranque e a manuten o em actividade regular e sustentada de outros sectores industriais quer a montante fornecimentos a essas actividades prim rias quer a jusante fornecendo essas ind strias de base as mat rias primas e semi processadas para outras actividades de produ o Temos assim nesta primeira fase dois grandes per odos um primeiro per odo de incentivo estatal actividade empresarial atrav s do lan amento de grandes obras p blicas consideradas como necess rias ao desenvolvimento Este per odo caracteriza se pelo predom nio da teoria do big push a que est o associados os nomes de economistas como Ragnar Nurske e Paul Rosenstein 254 G3 1 ou
544. ta para apenas 1 6 ao ano nos primeiros anos do novo s culo Para piorar ainda mais a situa o e perspectivas pr ximas futuras de acordo com as Na es Unidas o crescimento na regi o da frica Subsahariana foi de apenas 0 7 nos anos 2001 2003 embora esteja a melhorar muito em resultado da procura acrescida de mat rias primas por parte da China Uma quest o que nesse contexto ent o se levanta vem a ser outra vez uma de credibilidade pol tica e operacional por parte das Na es Unidas no que diz respeito sua efectiva promo o do desenvolvimento econ mico e social dos povos Outras Iniciativas Correlacionadas Para al m das tr s grandes iniciativas acima referidas e de maior impacto medi tico vale tamb m a pena referir ainda que brevemente mais algumas iniciativas com interesse para a tem tica da coopera o internacional para o desenvolvimento Destacam se aqui os temas associados com o Relat rio Brundtland a Cimeira da Terra e a Agenda 21 o Plano de Ac o de Barbados o Plano de Implementa o de Joanesburgo e a Estrat gia de Implementa o da Maur cia O Relat rio Brundtland A iniciativa O Nosso Futuro Comum ou Our Common Future tamb m conhecida por Relat rio Brundtland publicado em 1987 tinha como objectivos promover o multi lateralismo e a interdepend ncia entre todos os pa ses tendo por sua vez como base de trabalho a busca de solu es para um desenvolvimento sustent vel
545. tado com mais detalhe e tendo em conta a actua o dos diversos actores e agentes sociais que se reclamavam da representa o desses trabalhadores Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria de crit rios desde a sua oportunidade e necessidade at aos problemas levantados pela situa o concreta dos recursos humanos dispon veis e mobilidade dos quadros e trabalhadores Dever o tamb m ser considerados factores ou crit rios como a forma o dos blocos regionais e sua sobreposi o ou redund ncia muito em particular levando em linha de conta os fluxos actuais e potenciais de com rcio e fluxos financeiros Como base de sustenta o material que possa facilitar todos estes aspectos da integra o regional haver ainda que considerar os recursos naturais seu aproveitamento e muito em especial a quest o das estruturas de transporte comunica es e de produ o e distribui o de energia Haver ainda a considerar quest es transversais como sejam a quest o da paz e da seguran a civil a problem tica do g nero a educa o e a sa de em particular os problemas das doen as end micas e muito em especial o flagelo do HIV Sida Subjacente a todos estes temas estar a quest o fundamental das motiva es e dos agentes sociais envolvidos designadamente os dirigentes das burocracias estatais e os gestores do sector privado Perante a crescente concorr ncia internacional face necessidade de produ es competitivas
546. tado de Utrech 1712 1713 que em 1714 puseram fim Guerra da Sucess o de Espanha envolvendo diversos Estados europeus escreveu o seu Projecto de paz universal entre as na es 17 Autor em 1795 do livro Da Paz Perp tua onde defende o primado do Direito para assegurar a paz entre as na es 168 melhor conversa conversa conversa do que guerra guerra guerra Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria daquilo que a Organiza o das Na es Unidas est eivada dos princ pios de solidariedade e coopera o entre os povos que habitam o planeta Terra princ pios esses que s o o reflexo natural dos ideais expressos na Declara o Universal dos Direitos Humanos Mas facto muito significativo e que importa sublinhar os tr s organismos mais importantes e com efectivo poder operacional no mbito da economia mundial o FMI o Banco Mundial e a OMC ainda que sejam formalmente partes integrantes do Sistema das Na es Unidas em rigor est o completamente fora da al ada de actua o do Secretariado Geral assim como fora do controle ou supervis o da Assembleia Geral A Organiza o das Na es Unidas mais conhecida por ONU come ou a ser fundada a 24 de Outubro de 1945 na cidade de S o Francisco na Calif rnia no rescaldo da Segunda Guerra Mundial A sua Carta fundadora veio ent o a ser subscrita por 51 pa ses Deve referir se que j antes do fim da Segunda Guerra Mundial os pa ses aliado
547. tados das anteriores pot ncias colonizadoras Sendo ainda de considerar que tais estruturas administrativas estavam j ent o como que incorporadas ou integradas na forma como as autoridades locais e a administra o p blica desempenhavam as suas fun es No caso da administra o colonial francesa e portuguesa por exemplo estas estruturas reflectiam um elevado grau de dist ncia ao poder o que ali s parecia encaixar se bem com ou ser adequado elevada dist ncia ao poder que parece ser prevalecente em todas as sociedades africanas No inicio deste prosaico ensaio foi referida a peculiar ou peregrina ideia que parece terem a maioria dos portugueses de que de certa maneira est o melhor preparados do que outros povos europeus para compreender e lidar com problemas africanos Claro que cidad os de outros pa ses colonizadores exprimem ou afirmam por vezes exactamente o mesmo sentimento de melhor capacita o para lidar com problemas africanos O caso mais flagrante ter sido o de um diplomata franc s que h uns anos atr s ter afirmado publicamente a necessidade de ensinar frica aos africanos A diferen a fundamental e que seria mais vantagem competitiva que poderia jogar a favor da coopera o portuguesa estar no facto de que quer por raz es de falta de poder pol tico e econ mico quer apenas por simples raz es de bom senso e discri o social os representantes do 33 Como diz o ditado popular presun
548. tamente muito remota de os pa ses devedores actuarem como um bloco minimamente estruturado de repudia o da d vida ou de exig ncia estruturada da sua renegocia o deveria muito provavelmente relan ar a necessidade de colocar de novo na mesa das negocia es internacionais o efectivo lan amento de uma nova ordem econ mica internacional Naquilo que ent o se chamou Desafio ao Sul 1990 a Comiss o do Sul presidida pelo ex presidente tanzaniano Julius Nyerere voltou a colocar sobre os os pa ses ditos em desenvolvimento a responsabilidade hist rica de exigir e relan ar uma reforma efectiva do sistema mundial assumindo entretanto a sua pr pria responsabilidade pela corrup o generalizada a qual resulta de uma m gest o governamental e naturalmente descamba em autoritarismo falhas e defici ncias na responsabiliza o e presta o p blica de contas e por fim na viol ncia e militariza o dos Estados Finalmente h que referir a emerg ncia do chamado Grupo dos 77 em que se rev a maioria dos pa ses ditos em desenvolvimento e que de forma regular e j rotineira vai continuando a reclamar tamb m no seio da Assembleia das Na es Unidas a discuss o e resolu o de problemas associados com o com rcio mundial as finan as internacionais a pol tica monet ria a transfer ncia de tecnologia os armamentos a produ o e distribui o de energia os seus impactos sobre o meio ambiente os direitos da
549. tanto que a economia da regi o Sub sahariana uma economia extremamente extrovertida e por conseguinte exposta a todos e quaisquer movimentos e oscila es mais ou menos significativos que ocorram nos mercados e centros de investimento de mbito mundial Dir se que a frica Sub sahariana se especializou na produ o de meia d zia de produtos importantes para as economias dos pa ses mais desenvolvidos especializando se de passagem na constitui o de uma for a de trabalho pouco qualificada e cada vez mais excedent ria Logo destinada a um desemprego sist mico de muito longa dura o Para acrescentar trag dia de que temos estado a falar deve ainda acrescentar se que se trata aqui de um agregado relativamente amorfo de sociedades at aqui mais ou menos dispersas e agora profundamente desestruturadas Na sua j referida comunica o Samir Amin ali s na linha da sua argumenta o convencional parece atribuir as causas da crise africana a uma invers o na correla o de for as sociais em presen a e em benef cio dos sectores sociais defensores do capital a qual teria ocorrido nos anos Oitenta Assim sendo ter sido um contra ataque montado pelas empresas multinacionais com opera es em frica a estar na origem dos chamados programas de reajustamento estrutural e por consequ ncia na origem da dram tica crise social e econ mica que da ter resultado O que estranho neste racioc nio que
550. te destas empresas p blicas passaram a ser fundamentalmente grandes sorvedoiros dos dinheiros p blicos Por outro lado deveremos tamb m considerar a praxis desenvolvimentista herdada das anteriores pot ncias coloniais Recordemos que quer no caso da Fran a quer no caso da Gr Bretanha principais pot ncias coloniais em fins dos anos Cinquenta as d cadas de Cinquenta e de Sessenta tinham sido d cadas de planeamento estatal do crescimento das respectivas economias Por outras palavras os novos Estados africanos herdaram muito naturalmente uma cultura pol tico econ mica de interven o activa por parte dos poderes p blicos no processo de acumula o e desenvolvimento No que concerne a pol tica econ mica estava se ent o no auge do consenso keynesiano caracterizando se esse consenso pelo predom nio dos grandes projectos de impacto econ mico e social ditos estruturantes No caso dos pa ses africanos a nfase era ent o nos grandes projectos de obras p blicas at para lan ar a constru o de infra estruturas b sicas que muitas vezes os poderes coloniais muito simplesmente tinham descurado sendo que esses projectos de constru o e obras p blicas eram supostos serem financiados basicamente com rendas oriundas da explora o mineira ou agro industrial Voltaremos a esta quest o Em terceiro lugar deveremos considerar como uma outra ideia mestra dos programas de 10 Em rigor teria sido mais correcto designar e
551. tenham por objectivo apoiar a cria o e difus o de novas tecnologias que possam transformar profundamente o modo de vida nos pa ses em desenvolvimento Este componente beneficia os pa ses ricos com maior financiamento p blico e mais benef cios fiscais para pesquisa e desenvolvimento mas penaliza certas regras de patentes e de direitos de propriedade consideradas demasiado restritivas para o fluxo de ideias atrav s das fronteiras Chama se aqui a aten o para o facto s aparentemente ins lito da classifica o de um pa s como Portugal em oitavo lugar numa lista de 22 pa ses quando este mesmo pa s est perto de fim da lista 19 lugar no que diz respeito percentagem do seu PIB destinado APD Como veremos no cap tulo dedicado Ind stria da Coopera o s o v rios os factores humanos sobretudo culturais que interferem de modo decisivo no aproveitamento da presta o de servi os de coopera o para o desenvolvimento Verifica se assim que talvez seja muito mais f cil assinar cheques para transfer ncia de fundos se aqui permitida a caricatura do que implementar no terreno um qualquer conjunto de projectos em que haja efectiva transfer ncia de tecnologia relevante para os pa ses receptores da ajuda e saber fazer operacional nas condi es concretas do meio ambiente social e econ mico desses pa ses Por outro lado haver ainda a considerar alguns efeitos indirectos e naturalmente s observ veis a ma
552. ternacional caracterizada em particular no caso da frica Sub sahariana pelo chamado Consenso de Washington s o suficientemente conhecidos e est o exaustivamente analisados para que n o se justifique aqui mais uma e pretensamente inovadora tese acad mica sobre o tema Entretanto o que queremos aqui trazer cola o antes uma compara o que quer Samir Amin quer Ben Fine e Zavareh Rustomjee fazem entre a situa o em frica e o desenvolvimento na 74 N o se pretende aqui atribuir a este factor um qualquer caracter de determinismo econ mico hist rico mas apenas chamar a aten o para o facto de tal condicionante ser muitas vezes simplesmente ignorado Em rigor n o confirmam regra nenhuma Exigem isso sim uma an lise mais detalhada para a sua explica o 7 Seguindo a racionalidade da maximiza o de resultados de curto prazo comportamento oportunista esta empresa limitou se a comprar uma forte fatia de mercado contra uma relativa perda de efici ncia operacional ao colocar uma relativamente pequena unidade fabril in the middle of nowhere Conjunto de entidades Fundo Monet rio Internacional Banco Mundial Organiza o Mundial do Com rcio e ainda o Departamento do Tesouro dos EUA que vieram a encarnar a ideologia neoliberal e a impor determinadas pol ticas de austeridade or amental aos pa ses ditos em desenvolvimento Designa o atribu da ao economista John Will
553. ticos no que diz respeito s religi es e predominantes no Sudeste Em todo o caso e como se pode verificar n o haver nenhuma caracter stica cultural que se possa considerar especificamente africana Ou seja n o ser provavelmente por raz es de ordem cultural que deixar de haver em frica um processo de desenvolvimento sustentado A nica caracter stica de tipo cultural que de certa forma sintetiza e reflecte o grau em que se manifestam as dimens es culturais identificadas seria aquela que est subjacente ao modelo organizacional prevalecente na frica Subsahariana o da fam lia alargada Este modelo organizacional tem impl citos um elevado grau de IDP ou de dist ncia ao poder o respeito pelos mais velhos o patriarca ou a matriarca da fam lia e um reduzido grau de individualismo os interesses da comunidade antes dos interesses da pessoa individual Deve assim agora assinalar se que estes dois tra os culturais a serem efectivos e terem alguma operacionalidade no comportamento social em ltima an lise acabariam por ir contra a corrente relativamente ao desenvolvimento de burocracias eficientes A Imita o das burocracias e dos estilos de vida dos colonizadores A esse respeito aponta se o caso do modelo administrativo das burocracias tal como teorizado por Max Weber como exemplo acabado da cultura do m rito individual e do respeito n o pelo mais velho mas sim por aquele que profissio
554. tinham sido 3 Presume se que estes n meros correspondem actualiza o financeira decorrente da passagem do tempo entre 1960 e 2005 Em todo o caso trata se muito provavelmente de um caso de alguns zeros a mais As exporta es da Nig ria em 2006 totalizavam 62 bili es de d lares dos quais 95 correspondiam a exporta o de petr leo Mesmo considerando que metade das receitas do petr leo fossem sistematicamente desviadas e apropriadas por dirigentes e pol ticos corruptos depositada em bancos offshore ao fim de 40 anos mesmo assim ter amos um roubo de apenas 1 178 bili es de d lares 14 http Awww africamasterweb com AdSense NigerianLeadersStole20Trillion html 135 De acordo com os n meros do Clube de Paris e da CIA a d vida externa da Nig ria era em 2007 de 37 000 milh es de d lares 6 http allafrica com stories 200805220219 html Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria utilizados fundamentalmente para propiciar alguma estabilidade nos pre os ao produtor Serviram tamb m para possibilitar a transfer ncia de valor excedente das col nias para as respectivas metr poles na medida em que os pre os praticados eram sistematicamente inferiores aos pre os dos mercados mundiais Os novos poderes pol ticos utilizaram nos tamb m para poderem controlar os pre os e a comercializa o da produ o agr cola relevante normalmente em favor das popula es urbanas Para al
555. tituir se num importante factor motivacional o qual poderia muito bem qualificar se como uma potencial vantagem competitiva num eventual mercado global da competi o para o desenvolvimento Mas tirando esse eventual factor de motiva o para a excel ncia na execu o da coopera o internacional que outros factores poder o ent o explicar essas poss veis ou alegadas diferen as e vantagens por parte dos Portugueses relativamente a outros povos europeus 5Ver tamb m em http www geert hofstede com 376 Dos famigerados CSF s ou Critical Success Factors das escolas de gest o 7 Pode aqui parecer que este tipo de factor deixou de ser operativo na medida em que tal s se aplicaria s gera es que frequentaram a escola prim ria e secund ria at fins dos anos Sessenta A esse respeito poder se ia sempre argumentar que o processo de socializa o tem uma in rcia pr pria e que a sua temporalidade e efeitos n o se esgotam com uma mesmo que radical mudan a de regime pol tico Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria O contexto geral da aujda p blica ao desenvolvimento No actual contexto da globaliza o e de uma alegada marginaliza o das sociedades africanas uma das quest es que parece estar presente na maior parte das discuss es pol ticas e acad micas a da ajuda internacional de coopera o para o desenvolvimento Consideramos aqui quer os aspectos relacionados com
556. tiva o ser o os casos do Egipto e de Israel No caso do Egipto este considerado pela administra o norte americana como um pa s fulcral para a manuten o de algum equil brio ainda que precariamente est vel na regi o do M dio Oriente por essa raz o que este pa s para al m da assist ncia militar a qual naturalmente n o contabilizada como ajuda ao desenvolvimento de longe o maior receptor de ajuda alimentar por parte dos Estados Unidos De modo a garantir o seu apoio pol ticas norte americanas na regi o esta ajuda alimentar tem sido crucial para o relacionamento do Cairo com Washington Desde 1979 que os Estados Unidos fornecem ao Egipto uma assist ncia militar estimada em 1 300 milh es de d lares assim como uma m dia anual de 815 milh es de d lares em assist ncia econ mica Ao todo at 2004 o Egipto tinha recebido qualquer coisa como 50 000 milh es de d lares de ajuda por parte dos Estados Unidos Em 1987 cerca de 40 da Ajuda ao Estrangeiro por parte dos Estados Unidos era dividida em partes mais ou menos iguais entre o Egipto e Israel com uma forte componente de ajuda militar A ideia da diplomacia norte americana era a de tentar neutralizar a latente hostilidade por parte do Egipto relativamente a Israel e por esse meio procurar assim influenciar a pol tica dos outros pa ses rabes relativamente ao estado judaico o qual beneficia de um importante apoio nas inst ncias pol ticas norte
557. tivo desvio negativo ao longo das duas ltimas d cadas e o conhecido incentivo banc rio ao consumo a cr dito Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria A partir da an lise da distribui o dessas seis dimens es os investigadores do IRIC identificaram quatro tipos distintos de culturas organizacionais a saber 1 o modelo tipo fam lia alargada 2 o tipo pir mide de pessoas 3 o mercado de aldeia e 4 a m quina bem oleada No seu estudo Hofstede refere se tamb m exist ncia desses modelos impl citos de organiza o social e das suas poss veis correla es com as diversas culturas organizacionais que tender o a ser predominantes em cada cultura nacional Assim enquanto que os modelos organizacionais quer de empresas quer de outras institui es de tipo mercado de aldeia seriam comuns em pa ses como os pa ses N rdicos ou a Holanda o correspondente modelo organizacional de tipo pir mide de pessoas seria comum em pa ses como a Fran a ou a Espanha J o modelo organizacional tipo m quina bem oleada seria predominante em pa ses como a Alemanha ou a ustria enquanto que o modelo organizacional tipo fam lia alargada seria predominante em pa ses como a Irlanda ou Portugal Sublinhando o facto de que em cada cultura nacional podem coexistir diversos modelos organizacionais ao fazerem a caracteriza o destes diferentes modelos os estudiosos utilizam diversas dimens es designadamente u
558. to industriais a isso associadas Esse longo processo de migra o para as cidades come ou em maior escala nos anos Oitenta do S culo XIX Sempre houvera africanos negros nas pequenas povoa es implantadas por brancos mas tratando se a de trabalho de caracter dom stico ou familiar em rigor n o se pode falar nesse caso de negros urbanizados at na medida em que os poucos negros envolvidos nessa situa o mantinham fortes la os com as suas comunidades de origem e o seu trabalho tinha um caracter ainda profundamente ambulat rio e de presta o irregular No caso do desenvolvimento dos portos de East London Port Elisabeth e Cidade do Cabo em resultado das novas actividades mineiras industriais e comerciais o que se verifica j um processo social e irrevers vel de urbaniza o de frac es significativas de africanos negros Deve referir se que j em 1880 as elites e autoridades tradicionais africanas se d o conta e discutem os efeitos eventualmente para elas negativos destas tend ncias e transforma es demogr ficas relativamente moral e pr ticas sociais tradicionais A verdade que a tend ncia era mesmo irrevers vel e na d cada de Sessenta do S culo XX cerca de 50 dos africanos negros viviam j de forma permanente e consolidada em reas urbanas reas supostamente brancas Jack Simons e Ray Simons 1968 Isto apesar das pol ticas governamentais que tinham como objectivo n o s abrandar mas
559. to que responsabilizava as institui es de Bretton Woods em particular os seus Programas de Ajustamento Estrutural assim como os choques estruturais da economia mundial factores externos ao Continente e sobre os quais os dirigentes africanos tinham pouca ou nenhuma influ ncia pela situa o de fragilidade generalizada das economias nacionais africanas Por seu lado o Relat rio Berg afirmava claramente que a responsabilidade pelo desenvolvimento dos pa ses africanos era dos seus dirigentes que estes teriam feito op es erradas em termos de pol ticas econ micas e que portanto n o cabia comunidade internacional ter que assumir qualquer responsabilidade pela situa o de continuado subdesenvolvimento dos pa ses africanos A iniciativa que se segue a NePAD vem 307 New Partnership for Africa s Development Foi uma declara o solene de compromisso para a promo o do desenvolvimento econ mico e social e integra o das nossas economias com vista a alcan ar graus crescentes de auto sufici ncia e sustentabilidade Phttp Awww africa union org root UA Newsletter E A Vol 201 20No 202 Kouassi pdf 10Tal como tamb m veio a ser moda nos malfadados tempos de Ronald Reagan nos Estados Unidos e Margareth Tatcher na Gr Bretanha Muito em particular os chamados choques do petr leo que encareceram de um dia para a noite as importa es das maioria dos pa ses africanos Guilherme da Fonseca Statter
560. to esse que no entanto n o impede que haja entre todas esses entidades acordos formais de coopera o e coordena o poss vel de pol ticas estrat gias e actividades Assim sendo e tal como acontecia com a antiga Sociedade das Na es tamb m na ONU os seus principais organismos acabam por ser uma Assembleia Geral um Conselho Permanente e um Secretariado Para o caso e considerando as preocupa es econ micas e sociais assim como a heran a dos imp rios coloniais foram tamb m institu dos dois conselhos especializados o Conselho Econ mico e Social e o Conselho de Tutela tendo este ltimo a miss o de supervisionar a forma como as pot ncias administrantes iam ou n o preparando os povos sob tutela para uma eventual independ ncia Em termos muitos esquem ticos diremos assim que a Organiza o das Na es Unidas est ent o estruturada com base nos seguintes organismos Assembleia Geral Conselho de Seguran a Conselho Econ mico e Social ECOSOC Conselho de Tutela Tribunal Internacional de Justi a Secretariado Para al m destes rg os centrais o sistema das Na es Unidas tamb m constitu do por diversos outros organismos de voca o especializada quer sejam de mbito funcional quer sejam de mbito geogr fico designadamente Programas e rg os especializados Institutos especializados de pesquisa Comiss es org nicas por assuntos de interesse funcional Comiss es de
561. to que os problemas de financiamento s o sempre problemas suscept veis de resolu o O que importa a vontade pol tica e a vis o estrat gica Neste caso do poss vel futuro dos interesses de Portugal ou de qualquer outro pa s diga se de passagem em frica Este derradeiro cap tulo sobre a tem tica da coopera o internacional procura mais levantar hip teses do que propriamente analisar e discutir teses correntes da literatura sobre a actua o pr ctica concreta por parte dos agentes sociais envolvidos no processo de ajuda p blica e privada ao desenvolvimento Importa portanto assinalar o facto de se tratar de uma especula o mistura Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria com algumas reflex es baseadas em observa o participante ao longo de 18 anos de viv ncia africana especula o essa elaborada a partir da leitura do trabalho do engenheiro e psic logo holand s e consultor internacional de gest o inter cultural Geert Hofstede trabalho esse consubstanciado nas suas obras Culturas e Organiza es compreender a nossa programa o mental 1991 assim como Culture s Consequences comparing values behaviors institutions and organizations across nations 2001 Entretanto como nos lembra o autor angolano Jo o Milando a natureza da interac o entre doadores e receptores da ajuda tem influencia na efic cia das pol ticas da coopera o para o desenvolvimento Milando 200
562. ton relativamente ao insucesso de frica em se integrar de forma plena na economia mundial aponta normalmente tr s tipos de factores a corrup o das classes dirigentes a falta de uma clara e correcta lideran a econ mica e a resist ncia das sociedades tradicionais relativamente aos eventuais benef cios da moderniza o O que tamb m acontece relativamente a estas cr ticas o facto de normalmente ignorarem que estas caracter sticas s o tamb m o resultado natural ou estruturante da forma como frica foi ao longo dos tr s ltimos s culos integrada na economia mundial Deve ali s assinalar se que de um ponto de vista estrutural n o houve grandes modifica es com a obten o das independ ncias O chamado neo colonialismo pouco mais ter feito do que prolongar pelo menos at hoje as caracter sticas do modo de inser o de frica no sistema mundo ao manter e renovar a mesma e antiga divis o internacional do trabalho e do processo global de acumula o Ao chegarem ao poder todos os movimentos de liberta o nacional se propuseram basicamente tr s grandes objectivos independ ncia pol tica moderniza o do Estado e industrializa o da economia Se come armos pelo ultimo dos objectivos em termos de an lise marxista a estrutura sem a qual nada mais funciona f cil verificar que a industrializa o que houve foi apenas aquela que se inseria directamente na l gica de funcionamento
563. tores desses investimentos Entretanto as exporta es dos pa ses da regi o ACP de que a frica Sub Sahariana a maior componente para os pa ses da Uni o Europeia s o claramente muito pouco diversificadas em 2002 8 produtos representavam 61 do total das exporta es da regi o ACP O petr leo a exporta o ACP mais importante 28 do total das exporta es ACP seguido pelos diamantes 9 cacau 8 peixe 6 madeira 4 a car 3 alum nio 2 e tabaco 2 Ou seja a massa das exporta es ACP constitu da por mat rias primas os produtos acabados representam apenas 21 das exporta es ACP para a UE e em especial produtos agr colas 29 das exporta es ACP para a UE Estes n meros s o o reflexo de uma continuada especializa o resultante de uma certa divis o internacional do trabalho As actividades de elevado valor acrescentado s o supostamente melhor concretizadas nos pa ses do Centro at porque nesses pa ses que est o as maiores concentra es de massa cinzenta qualificada enquanto que as actividades de menor valor acrescentado ser o reservadas para os pa ses menos desenvolvidos e com abundante m o de obra barata e pouco qualificada Nesse sentido e consoante for aumentando a produtividade do trabalho social escala de todo o planeta menores ser o os requisitos de m o de obra barata e pouco qualificada Por essa raz o baseada em tend ncias de fundo e de lo
564. tos e aquisi es civilizacionais para o patrim nio comum da Humanidade assim que se pode talvez explicar uma ins lita dicotomia estabelecida por alguns autores entre por um lado o conhecimento cient fico europeu e por outro lado os saberes ditos end genos afro asi ticos A esse respeito ver por exemplo Singleton ou ainda Devish em Firouzeh Nahavandi 2003 Ainda a esse respeito haveria antes que considerar o conhecimento cient fico hoje dispon vel como tendo sido a heran a hist rica comum resultante de m ltiplos contributos oriundos de diversas civiliza es que n o apenas aquela que se classifica de europeia Um caso flagrante dessa universalidade e que salienta o caracter n o curopeu mas universal do processo hist rico de desenvolvimento da Ci ncia ser o caso da inven o do zero e do respectivo sistema posicional de nota o num rica o qual sendo de origem hindust nica veio a ser introduzido na Europa medieval por matem ticos rabes designadamente os instalados na Pen nsula Hisp nica A tem tica da acumula o de capital uma tem tica nada isenta de pol mica at na medida em que a sua an lise e discuss o acaba sempre por ir de encontro tem tica mais profunda do paradigma anal tico que se esteja a utilizar Desde logo de um ponto de vista do paradigma neocl ssico em que o sistema econ mico suposto tender naturalmente para uma situa o de equil brio o processo de acumu
565. tribui o do poder e do relacionamento entre dirigentes e subordinados o grau de individualismo ou a forma como as sociedades encaram os interesses da pessoa individual relativamente aos interesses da comunidade o grau de masculinidade ou a forma como a sociedade encara a distribui o de fun es sociais de acordo com o g nero ou a forma como tende a 2 http www freedomhouse org template cfm page 363 amp year 2007 12 Independentemente de esses crit rios terem ou n o uma validade universal e terem sido ou n o determinados de acordo com uma determinada cultura nacional 3 Tamb m designada de reconstrucionismo africano 3 Tendo sido durante muitos anos Director Executivo respons vel pelos recursos humanos de uma grande empresa multinacional hoje Professor Emeritus da Universidade de Maastricht na Holanda Grande parte do seu estudo refere se ao per odo entre 1967 e 1973 com base em centenas de milhar de question rios em mais de 70 pa ses ou grupos de pa ses A conten o deste autor no entanto que as vari veis antropol gicas t m um ritmo de evolu o suficientemente lento para que as suas observa es retenham hoje ainda um elevado grau de validade e aplica o pr tica Como natural as teses de Gert Hofstede t m provocado uma muito viva pol mica e bastantes cr ticas Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria resolver conflitos e tens es e por fim aquilo a que Ho
566. trumentaliza o da figura de refugiado com alguns grupos armados a fazerem literalmente chantagem com a chamada Comunidade Internacional utilizando os refugiados como arma de arremesso para as suas reivindica es Nos seus esfor os para proteger os refugiados e promover solu es duradouras o ACNUR colabora de modo estreito com governos organiza es regionais e internacionais nomedamente com ONGs O ACNUR j por duas vezes recebeu o Pr mio Nobel da Paz em 1954 e em 1981 assim como o Pr mio Princ pe das Ast rias de Coopera o Internacional em 1994 Por outro lado o ACNUR concede anualmente o pr mio Nansen Refugee Award em mem ria do seu primeiro Alto Comiss rio o Noruegu s Fridtjof Nansen a indiv duos ou grupos que se tenham destacado na causa dos refugiados Em 2010 trabalhavam para o ACNUR cerca de 6 700 pessoas em 116 pa ses Em 2009 o or amento total da ag ncia da ONU para refugiados iria ultrapassar os 2 mil milh es de d lares Uma Nova Entidade Mulheres das Na es Unidas Ao longo das d cadas a ONU conseguiu que se fizessem progressos significativos na promo o da igualdade de g nero nomeadamente atrav s de acordos emblem ticos como foi o caso em 1979 da Conven o sobre a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o Contra as Mulheres 2 da Declara o de Beijing e da respectiva Plataforma para a Ac o A referida Conven o sobre a Elimina o de Todas as Formas de
567. turais estimulando o desenvolvimento da pesca e o uso de fontes de energia renov veis Segundo os pr prios dados da FAO a fome atingia em 1996 cerca de 864 milh es de pessoas em todo o mundo dos quais mais de 216 milh es na frica ao Sul do Sahara e 314 na sia do Sul A chamada Declara o de Roma uma declara o redigida em Novembro de 1996 durante a Cimeira Mundial da Alimenta o organizada pela FAO tendo em vista a redu o da fome em todo o mundo Essa declara o que contou com o apoio de todos os pa ses membros daquela ag ncia das Na es Unidas incluindo os mais industrializados afirma o direito de todas as pessoas a terem acesso a alimentos seguros e nutritivos e o direito fundamental de todos a n o passarem fome No texto daquela declara o explicitamente afirmado Da sigla em Ingl s Food and Agriculture Organzation 197A FAO foi fundada em Quebeque no Canad mas trasnferiu a sua sede para Roma em 1951 Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Comprometemo nos a consagrar a nossa vontade pol tica e o nosso compromisso comum e nacional a fim de atingir uma seguran a alimentar para todos e realiza o de um esfor o permanente para erradicar a fome em todos os pa ses com o objectivo imediato de reduzir at metade do seu n vel actual o n mero de pessoas subalimentas at ao mais tardar o ano 2015 Consideramos intoler vel o facto que mais de 800 milh es de pessoas a n
568. tural No sentido de estrutura das contas do Estado e da Na o N o confundir com a estrutura da economia real ou estrutura do aparelho produtivo Deve ainda acrescentar se que em todo o caso se espera ou Em rigor ser antes estagna o nos ritmos de crescimento De que a Onda de Kondratieff n o mais do que uma manifesta o entre outras Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria esperava que destes programas de ajustamento estrutural viessem a resultar por obra e gra a da actua o dos agentes econ micos empresariais uma verdadeira reestrutura o da economia real a que eram aplicados os ditos programas de ajustamento estrutural Por outro lado importa assinalar que estes programas de reajustamento estrutural foram muito naturalmente impostos a partir do exterior em particular a partir das exig ncias das entidades credoras dos pa ses com problemas de liquidez n o tendo os pa ses envolvidos muito que dizer a esse respeito ou n o lhes sendo deixada grande margem de manobra relativamente reestrutura o efectiva das suas economias reais Em segundo lugar devemos assinalar o caracter de fixa o no d fice or amental do Estado fixa o essa que leva a que se pense que uma condi o necess ria para o desenvolvimento sustentado seja tamb m uma condi o suficiente Subjacente a esta confus o de ideias estar provavelmente a ideia de que as for as do me
569. u o de uma economia africana plenamente integrada Entretanto em paralelo com o Plano de Lagos veio a desenvolver se um segundo grupo de arranjos institucionais de integra o econ mica regional os acordos regionais de com rcio relacionados com a exist ncia antiga zona CFA sendo esses dois acordos regionais de com rcio repartidos respectivamente pela frica Ocidental no seio da ECOWAS ou CEDEAO e pela frica Central no seio da CEEAC Por outro lado e em parte inclu das na suposta rea geogr fica da COMESA temos a considerar a SACU ou Southern Africa Customs Union a SADC ou Southern Africa Development Community a EAC ou East African Community e ainda a IGAD ou Inter Governmental Development Authority situada na regi o do chamado Corno de frica Apesar de todos estes esfor os e iniciativas ou provavelmente exactamente pela prolifera o de tantas iniciativas a verdade que for oso reconhecer o pouco sucesso de tais esfor os Entre as raz es para este relativo insucesso apontam se o facto de o com rcio intra regional africano ter sido sempre muito inferior quer em termos absolutos quer em termos relativos quando comparado com o com rcio no interior de outras regi es econ micas como ser o os casos da Uni o Europeia ou do Mercosul Por exemplo enquanto que o com rcio no interior da Uni o Europeia da ordem dos 75 da sua actividade econ mica a correspon
570. u das verbas de apoio reconstru o do Iraque e do Afeganist o o pa s com a maior percentagem de apoio bi lateral Por outras palavras o pa s que menos apoia as institui es internacionais Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Fran a 9 884 10 122 15 260 0 38 0 39 0 46 Gr cia 501 645 607 0 16 0 21 0 19 Holanda 6 224 6 522 6 585 0 81 0 80 0 82 Irlanda 1 192 1 272 100 0 55 0 59 0 54 It lia 3 971 4 440 3 492 0 19 0 22 0 16 Jap o 7 679 8 502 9 480 0 17 0 19 0 18 Luxemburgo 376 388 403 0 92 0 97 1 01 Noruega 3 728 3 635 4 086 0 95 0 88 1 06 Nova Zel ndia 320 357 313 0 27 0 30 0 29 Portuaal 471 576 543 0 22 0 27 0 23 Reino Unido 9 849 12 315 11 500 0 35 0 43 0 52 Su cia 4 339 4 510 4 546 0 93 0 98 1 12 Su a 1 685 1 813 2 315 0 38 0 42 0 47 Uni o Europeia 11 634 13 670 15 108 Isto claro s o tudo n meros que representam montantes de transfer ncias ou seus equivalentes em dinheiro de alguma forma de riqueza bens e servi os dos pa ses doadores da OCDE para os pa ses agora designados por pa ses parceiros Para al m da pol mica sobre a forma como registada e a medida ela mesma da APD importa sobretudo reflectir sobre a efici ncia da APD e por conseguinte a forma qualitativa como a mesma de facto efectivada no terreno Entretanto segundo os registos da OCDE entre 1960 e 1990 teria havido um aumento continuado dos fluxos de APD d
571. u n o da atribui o da designa o de socialista ao sistema ent o liderado pela antiga URSS Designa o primeiramente utilizada pelo dem grafo franc s Alfred Sauvy por analogia ao terceiro estado as camadas populares e burguesas do Antigo Regime anterior Revolu o Francesa Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria para a produ o de energia nuclear em Fran a e os diamantes os quais ter o servido para ajudar a financiar os partidos que apoiavam aquele dirigente pol tico franc s Um outro e ltimo exemplo de ditadores de opereta ser o caso de Idi Amin que governou o Uganda entre 1971 e 1979 O seu governo foi de tal forma err tico e estramb lico que se constituiu num embara o p blico de outros dirigentes africanos ali s pouco suspeitos de simpatias para com o Ocidente Na sequ ncia de diversos incidentes pa ses como a ndia o Reino Unido e os Estados Unidos ou cortaram rela es diplom ticas com o Uganda de Idi Amin ou fecharam ali as suas delega es diplom ticas Num exemplo do aproveitamento dos jogos de poder entre as suas superpot ncias Idi Amin recebeu ent o o apoio da Uni o Sovi tica Acabou por ser derrubado e fugir para a Ar bia Saudita na sequ ncia de uma interven o militar por parte da Tanz nia O Crescimento no Per odo P s Independ ncias Como natural durante os primeiros 15 a 20 anos deste per odo da Guerra Fria houve em quase todos os pa s
572. ua non para um crescimento econ mico e consequente desenvolvimento social continua a n o se fazer primordialmente nos pa ses da frica Subsahariana Seria assim necess rio travar esta sa da de capitais e for ar o seu refluxo sist mico para o interior da regi o Subsahariana Para isso seriam necess rias diversas medidas quer no pa ses do Sul quer nos pa ses do Norte No caso destes ltimos bastaria um controle sistem tico e rigoroso dos para sos fiscais e das contas mais ou menos clandestinas de algumas personalidades africanas aparentemente pouco interessadas no bem estar e desenvolvimento dos seus pr prios pa ses Tais medidas de controle dos fluxos de capitais poderiam ent o ser complementadas com a institucionaliza o do cr dito de investimento a longo prazo financiamento local a pequenas e m dias empresas e apoio estatal ao micro cr dito familiar quer para o chamado sector informal quer para a agricultura familiar Mas a verdade que de tudo isso dizem muito pouco os documentos e a filosofia da NePAD 316 O famigerado take off de que fala Walt Rostow em The Stages of Economic Growth A non communist manifesto 317 Por ocasi o de um semin rio realizado na Universidade Lus fona de Luanda em 2003 tive oportunidade de ouvir o Director Nacional de Investimentos de Angola referir explicitamente o montante de capitais nacionais que estavam a regressar ao pa s para a serem investi
573. uca o e a literacia Se por obra e gra a dos esfor os de todos os agentes envolvidos dirigentes e dirigidos se viessem a alcan ar aqueles objectivos at ao ano 2015 o resultado seria a retirada de mais de um bili o de pessoas da sua actual condi o de extrema pobreza O problema que exactamente pela sua dimens o e complexidade desproporcionada o mais das vezes simplesmente n o poss vel medir a progress o relativa desses Objectivos Haver ainda a necessidade de ter que levar em linha de conta a problem tica da transposi o de uma metodologia de gest o por objectivos de um determinado ambiente econ mico o mundo das empresas e a sempre dentro de cada empresa para um ambiente que reconhecidamente desproporcionalmente mais complexo Desde logo enquanto de em cada empresa os objectivos podem ser definidos e quantificados de forma quase linear e sempre com razo vel grau de efic cia em particular no que diz respeito aloca o de recursos e atribui o de responsabilidades pela sua execu o no caso dos Objectivos do Mil nio corre se o s rio risco de estes se converterem em um mero exerc cio de propaganda pol tica pondo seriamente em risco a j abalada credibilidade das Na es Unidas como rg o de governa o mundial Seja como for foram ent o os seguintes os Objectivos de Desenvolvimento do Mil nio proclamados pela Assembleia Geral das Na es Unidas em Setembro de 2000 1 Redu
574. ues Gabas 1988 poss vel elaborar um quadro resumindo as grandes fases de uma periodiza o da ajuda p blica ao desenvolvimento e das pol ticas econ micas seguidas nos pa ses ditos do Sul Na sequ ncia do fim da Segunda Guerra Mundial depois de um primeiro per odo que hoje diremos preliminar de alguma desorienta o mistura com o al vio pelo fim das hostilidades per odo esse que n o dura mais do que uns dois ou tr s anos de simples administra o militar dos territ rios rapidamente se deu in cio a um longo processo de recupera o e reconstru o econ mica com a natural iniciativa do Estado como principal agente desse processo No que diz respeito s pot ncias ditas ocidentais estava se ent o no per odo de ascens o da ideologia do Estado interventor de inspira o keynesiana No que diz respeito aos territ rios africanos dependentes de pot ncias ocidentais tamb m a se d in cio ao arranque de um processo de pol ticas econ micas de desenvolvimento planeado o per odo dourado da interven o do Estado a assumir o papel de motor do desenvolvimento econ mico nacional consagrado com a institucionaliza o da ideia de O Plano Em Fran a por exemplo o General De Gaulle cria em 1946 o Comissariado Geral do Plano entregando a sua direc o primeiro a Jean Monnet e mais tarde a Pierre Mass O crescimento das economias europeias em resultado da conjun o de efeitos do Plano Marshall do esfo
575. uest o arrasta se diversas propostas v o sendo adiantadas mas em rigor tudo se passa como se n o houvesse realmente um problema para o qual fosse necess rio encontrar de facto solu es razo veis e quilibradas A governa o do planeta vai sendo de facto concretizada atrav s de agrupamentos e reuni es mais ou menos formais fora do controle das 2SImporta lembrar que por ocasi o da cria o da ONU a ndia era ainda um Dom nio do Imp rio Brit nico e n o uma Rep blica soberana e independente Todos eles t m sido eleitos v rias vezes para este Conselho YE para efeitos pr cticos at de jure Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Na es Unidas e sob a direc o efectiva das grandes pot ncias econ micas Foi assim que emergiu o G 8 e depois o G 20 Para al m do incontorn vel poder efectivo das grandes empresas transnacionais O Financiamento da Organiza o das Na es Unidas Enquanto vai chegando ao fim o quinto ano de guerra os custos operacionais em 2008 o custo da pr pria guerra aquilo que se chamaria de despesas correntes est o projectados para exceder 12 500 milh es de d lares por m s s no Iraque Mais do que os 4 400 milh es gastos em 2003 e somando o Afeganist o o total de 16 000 milh es Dezasseis mil milh es de d lares o mesmo que o or amento anual das Na es Unidas ou de 13 Estados norte americanos Mesmo assim tal n o inclui os
576. uito alto m dio alto m dio alto m dio muito baixo alto alto muito alto muito alto baixo m dio m dio alto m dio to alto alto muito alto mercado local m quina oleada m quina oleada pir mide pessoal No caso das regi es da frica Oriental e Ocidental os valores daqueles ind ces podem ter sido ligeiramente afectados pelas respostas an nimas dos estrangeiros ali em comiss o de servi o Por observa o pessoal poss vel afirmar que aqueles expatriados vinham predominantemente do Reino Unido e dos Pa ses N rdicos Em resultado disso os ndices de Dist ncia ao Poder quer para os pa ses da frica Oriental quer para os pa ses da frica Ocidental seriam ainda mais elevados se os resultados tivessem sido computados apenas para os empregados Africanos locais Como resultado adicional deste vi s involunt rio n o discustido por Hofstede os valores para o continuum Individualismo Colectivismo seriam ainda mais baixos Ou seja provavelmente estas sociedades s o ligeiramente mais colectivistas do que aquilo que indicado pelos resultados Finalmente e pela mesma raz o estas sociedades s o provavelmente um pouco mais masculinas do que parece ser indicado pelos resultados computados 1 A dimens o ou par metro masculinidade feminilidade Portugal enquanto entidade colectiva nacional tem um resultado muito baixo quer em termos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria absolutos
577. ul Americanas a constitui o pr via de blocos sub regionais entretanto consolidados como s o os casos da Comunidade Andina de Na es e o bloco do Mercosul d algumas garantias de viabilidade do estabelecimento de uma zona livre de com rcio de mbito continental A este respeito importa por fim assinalar a enorme dimens o dos desafios que se colocam aos dirigentes africanos no processo de integra o regional de mbito continental Essa enorme dimens o est ali s de acordo ou resulta directamente quer da pesada heran a hist rica do per odo colonial e do modo de inser o da regi o da frica Sub Sahariana no sistema mundo quer ainda da configura o geogr fica do continente africano Numa perspectiva hist rica recente o movimento para a integra o econ mica regional beneficiou de um grande impulso institucional logo em meados dos anos Sessenta por parte da Comiss o Econ mica para frica da Na es Unidas Os processo de integra o econ mica regional actualmente em curso podem dividir se em dois grandes grupos aqueles que resultam da adop o do Plano de Lagos adoptado em Abril de 1980 e aqueles que j estavam em andamento ou que se vieram a concretizar fora do mbito daquele Plano designadamente os arranjos institucionais prevalecentes nos pa ses antigas col nias de Fran a O Plano de Lagos foi amplamente promovido pela CEA das Na es Unidas e veio a ser lan ado de modo formal atrav s de uma ini
578. ultores dos pr prios pa ses doadores assim como todas as despesas contabilizadas nos pa ses doadores relativamente APD mas que nunca chegam a constituir ajuda concretizada no terreno e de que beneficiem pelo menos directamente as popula es supostamente receptoras da ajuda J tem sido denunciado que quase metade de toda a ajuda p blica ao desenvolvimento pode ser considerada como ajuda fantasma sendo que grande parte dessa ajuda em rigor gasta nas despesas e ordenados dos directores e outros respons veis pela ajuda normalmente expatriados dos pa ses doadores que residem temporariamente nos pa ses receptores da ajuda Em 2002 o desperd cio com esse tipo de ajuda foi estimado em cerca de 10 mil milh es de euros J em 2005 por ocasi o da cimeira do G 8 em Gleneagles a ONGD ActionAid publicava um relat rio no qual afirmava que cerca de 60 dos montantes classificados como APD eram na verdade ajuda fantasma e que no caso de pa ses como a Fran a ou os Estados Unidos tal percentagem chegava mesmo aos 90 A esse respeito um artigo do jornal brit nico The Guardian tinha mesmo o t tulo de O Esc ndalo da Ajuda Fantasma No seu relat rio Real Aid aquela ONGD brit nica elaborava uma tabela classificativa dos diversos pa ses em termos de ajuda real como propor o da APD Nessa tabela Portugal aparecia colocado em primeiro lugar como sendo o pa s cuja APD era maioritariamente constitu
579. umo ostentat rio e convers o em capital simb lico e de poder Essa pr tica para al m da fun o de refor o do sistema de alian as e reciprocidades dever se ia tamb m e muito naturalmente inexist ncia de alternativas tecnol gicas que permitissem a conserva o de alimentos e uma gradual e progressiva acumula o de capital A esse respeito vale a pena reproduzir aqui o que nos diz Fernand Braudel a respeito do processo global e sist mico de acumula o Posta esta quest o vejamos se haver alguma sociedade que n o tenha acumulado que n o continue a acumular bens de capital que os n o empregue regularmente na sua actividade e que atrav s do trabalho n o os reconstitua e n o os fa a dar frutos No s culo XV qualquer modesta aldeia do Ocidente possui os seus caminhos os seus campos limpos de pedras as suas terras cultivadas as suas florestas tratadas os seus pomares os seus moinhos as suas reservas de cereais C lculos feitos para as economias do Antigo Regime d o nos uma rela o de 1 para 3 ou para 4 entre o produto bruto de um ano de trabalho e o conjunto dos bens de capital que designaremos em Fran a por patrim nio rela o id ntica em suma aquela que aceite por Keynes para a economia das sociedades actuais Cada sociedade teria pois atr s de si o equivalente a tr s ou quatro anos de trabalho acumulado em reserva que lhe serviria para fazer progredir a sua produ o dispondo assim de
580. unal onde acaba por imperar a lei do mais forte que como quem diz a lei daquele que tem mais recursos financeiros para pagar apoio jur dico e fazer l bi junto das inst ncias internacionais Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria constituir um mecanismo inter governamental em tr s camadas que viria a desempenhar o papel principal na implementa o do Programa de Ac o da Confer ncia Internacional sobre Popula o e Desenvolvimento Divis o para o Desenvolvimento Sustent vel No mbito do Sistema das Na es Unidas temos a Divis o para o Desenvolvimento Sustent vel a qual suposta ser a fonte de conhecimento t cnico e ci ntifico sobre as respectivas quest es e assim contribuir para a promo o do desenvolvimento sustent vel quer atrav s de servi os apoio e de secretariado substantivo Comiss o das Na es Unidas para o Desenvolvimento Sustent vel quer por meio de coopera o t cnica e capacita o a n vel internacional regional e nacional O contexto para a sua actua o e a implementa o da Agenda 21 o Plano de Implementa o de Joanesburgo e o Programa de Ac o de Barbados para o Desenvolvimento Sustent vel de Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento Tem como objectivos fundamentias 1 Integra o das dimens es social econ mica e ambiental do desenvolvimento sustent vel na elabora o de pol ticas a n vel internacional regional e nacional 2 Adop o alargada d
581. uncionar como embri o da actual OMS Segundo a sua pr pria constitui o a OMS tem por objectivo desenvolver ao m ximo poss vel o n vel de sa de de todos os povos Mas h aqui que frisar que a ideia de sa de tem aqui um significado bem mais amplo do que aquele que comum atribuir lhe De facto a sa de definida pela OMS como um estado de completo bem estar f sico mental e social e n o consistindo somente da aus ncia de uma doen a ou enfermidade Enquanto ag ncia especializada das Na es Unidas a OMS est assim investida da autoridade institucional para efectuar a direc o e coordena o das ac es internacionais de caracter sanit rio designadamente na preven o e combate de endemias Tem tamb m a seu cargo a agenda mundial de investiga o em sa de assim como o estabelecimento de normas e padr es a articula o de Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria op es pol ticas a presta o de apoio t cnico aos pa ses e o exerc cio da necess ria vigil ncia mundial sobre as tend ncias a n vel do planeta O programa de ac o da Organiza o Mundial de Sa de est estabelecido pela formula o de 13 grandes objectivos estrat gicos a saber 1 Reduzir o impacto social econ mico e na sa de das doen as transmiss veis 2 Combater o HIV SIDA a tuberculose e a mal ria 3 Prevenir e reduzir doen as incapacidade e morte prematura por doen as cr nicas n o transmiss veis
582. undas desses outros pa ses basicamente Estados Unidos Canad e Europa Ocidental O que faltaria ent o analisar seriam as diferen as e as respectivas causas entre o insucesso das estrat gias de desenvolvimento nos pa ses africanos e o sucesso das estrat gias de desenvolvimento prosseguidas nos pa ses da sia de Leste A esse respeito adiantaremos apenas alguns aspectos gerais do que pensamos serem as linhas mestras de uma tal an lise Ter amos em primeiro lugar que considerar as diferen as estruturais em termos do capital humano dispon vel taxas de analfabetismo percentagem de cidad os com forma o cient fica de n vel superior esperan a m dia de vida Ter amos em segundo lugar que considerar as diferen as estruturais em termos da acumula o de capital f sico herdada de gera es anteriores f bricas e oficinas m quinas e ferramentas estradas sistemas de transportes e portos fluviais e mar timos Poder amos ainda considerar estruturas sociais e comportamentos das elites designadamente a exist ncia de burocracias administrativas aut ctones mais ou menos funcionais Levando em linha de conta todos esses factores e ainda outros que se queira aqui introduzir e considerando a conjuntura hist rica global de expans o nos m ltiplos esfor os de reconstru o social e econ mica no per odo p s Segunda Guerra Mundial seriamos provavelmente levados a concluir que os diversos projectos africanos de constru
583. ura o com rcio o investimento e a imigra o que tivessem em conta as necessidades dos pa ses em desenvolvimento e os seus interesses Ao mesmo tempo coopera o para o desenvolvimento necessita de integrar os resultados e as melhores pr ticas de pol ticas da OCDE Entretanto refere se mais acima a quest o do endividamento crescente por parte dos pa ses mal desenvolvidos facto esse que acaba por estar relacionado com a l gica e consequ ncias perversas das pol ticas e pr ctica da ajuda p blica ao desenvolvimento A este respeito ser talvez necess rio algum esclarecimento preliminar Desde logo o facto de que a Ajuda P blica ao Desenvolvimento n o ser suposta ser um processo de caridade internacional A realidade nua e crua que nenhum pa s d ou oferece a outros pa ses recursos mais ou menos escassos sem com isso esperar quaisquer contrapartidas Por outro lado h a considerar os crit rios de classifica o de Ajuda P blica ao Desenvolvimento A esse respeito importante assinalar que os diversos fluxos de ajuda p blica ao desenvolvimento ou ODA da sigla em Ingl s t m que obedecer a uma s rie de crit rios para poderem ser classificados com tal Assim sendo s s o classificados como APD os fluxos financeiros dirigidos aos pa ses receptores da ajuda com o objectivo espec fico de promover o seu desenvolvimento e que se caracterizam por terem um car cter concessional sendo que pelo menos 25 deve
584. ural em frica iria disponibilizar grandes quantidades de m o de obra nas cidades africanas para a propiciar as condi es de uma outra revolu o industrial especificamente africana A ver vamos como diria um cego 5 Jerome M Wolgin Estrat gia para Reduzir a Fome em frica em Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria A trag dia africana em n meros Riqueza 1975 PIB per capita em do PIB per capita mundial 17 6 1999 PIB per capita em do PIB per capita mundial 10 5 Sa de 1999 Esperan a M dia de Vida 39 anos 1999 Portugal 72 anos Taxa de Mortalidade Infantil 107 1000 sia do Sul 69 1000 Am rica Latina 32 1000 Portugal 5 1000 Popula o 15 49 anos infectada com HIV Sida 9 das crian as de todo o mundo infectadas com HIV Sida 90 Literacia Das crian as que em todo o mundo s completam a instru o prim ria 75 est o na Africa Sub Sahariana Independentemente de se fazer uma an lise detalhada das diversas causas e factores intervenientes somos sempre for ados a constatar que ao longo dos ltimos trinta anos tem sido vis vel a degrada o da situa o da maior parte dos pa ses da frica Sub Sahariana relativamente evolu o entretanto observada noutras regi es do globo Por exemplo no que diz respeito ao rendimento m dio per capita podemos verificar que enquanto em 1975 esse rendimento correspondia a cerca de 17 6 da m dia do PIB per capita
585. us objectivos De facto a OIT a entidade respons vel pela formula o de normas internacionais de trabalho que revestem a forma de conv nios e recomenda es atrav s das quais se procura fixar condi es m nimas em mat ria de direitos laborais fundamentais designadamente a liberdade sindical o direito de associa o o direito de negocia o colectiva a aboli o do trabalho for ado a igualdade de oportunidades e de contrata o assim como outras normas pelas quais se regulam as condi es que abarcam todo o espectro de quest es relacionadas com o trabalho A ideia de uma legisla o laboral de mbito internacional surgiu como resultado das reflex es de caracter tico e econ mico sobre os custos sociais resultantes dos processos aclerados da revolu o industrial Assim sendo pode dizer se que as ra zes da OIT remontam aos primeiros anos do s culo XIX quando l deres industriais como Robert Owen e Daniel le Grand apoiaram o desenvolvimento e a harmoniza o de legisla o laboral e melhorias nas rela es de trabalho J em 1901 por ocasi o da funda o da Associa o Internacional para a Legisla o Laboral tinham sido invocadas tr s ordens de raz es para a necessidade de leis do trabalho de ndole universal Os argumentos eram basicamentede de ordem humanit ria pol tica e econ mica Foi criada em 1919 na sequ ncia da Primeira Grande Guerra com o objectivo de responder chamada Quest o Social
586. usta reparti o dos benef cios da crescente produtividade 13 Tanto quanto podem ser linear um qualquer processo de crescimento econ mico e harmoniosas estas coisas da sociedade humana 14 Apesar de ter escrito seres humanos estou consciente que ainda hoje 2007 tal ideia n o foi ainda completamente aceite como consensual no que diz respeito igualdade ou melhor equival ncia entre os dois sexos da esp cie Acabando se calhar por tamb m incorrer aqui no pecado do eurocentrismo at na medida em que se deixa de fora a revolu o chinesa Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria social Era a utopia ou sonho de uma sociedade comunista a qual deveria eventualmente abranger a totalidade da esp cie humana A este respeito e porque as ideias de Karl Marx sobre o sistema capitalista est o tamb m na origem dos modernos movimentos de liberta o nacional alguns dos quais se reclamavam do socialismo e do comunismo importante salientar que o mesmo Karl Marx mais do que reconhecer afirmava explicando com bastante vigor e detalhe as caracter sticas revolucion rias e de transforma o social inerentes implanta o hist rica e funcionamento do pr prio sistema capitalista Por outras palavras para Karl Marx o capital come ava por se apresentar como uma extraordin ria for a de progresso social Assim sendo seria bom estudar a tem tica do n o desenvolvimento dos pa ses ditos da pe
587. ustentabilidade ou continuidade das interven es Neste contexto haver que ter presente as diferentes temporalidades envolvidas uma coisa ser avaliar a efic cia ou efectividade de um projecto eminentemente educacional outra coisa ser avaliar os resultados de um projecto de saneamento ou de uma rede rural de distribui o de gua Por fim haver ainda as recomenda es para que cada ONGD elabore e execute em perman ncia ou com regularidade uma auto avalia o utilizando para isso ferramentas adequadas e tamb m por compara o com o desempenho registado de outras ONGDs aquilo a que em Ingl s se diz benchmarking Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria 14 DAS VANTAGENS COMPETITIVAS NA INDUSTRIA DA COOPERA O Foi demonstrado que a concorr ncia til at um certo ponto mas n o mais Mas a coopera o que aquilo por que nos devemos hoje bater come a onde acaba a concorr ncia Franklin Delano Roosevelt Introdu o Nas palavras do diplomata sueco Hans Blix na coopera o internacional o multilateralismo indispens vel Quer isto tamb m dizer que para tornar mais eficaz todo o processo de coopera o internacional de ajuda p blica ao desenvolvimento seria melhor se todos os pa ses doadores abandonassem de uma vez por todas o paradigma neocolonial de alguns pa ses doadores se concentrarem nas suas antigas col nias ou ent o e particularmente de transportarem par
588. utivas promovendo a integra o dos pa ses em desenvolvimento no com rcio global atrav s do refor o da capacidade comercial promovendo a sustentabilidade ambiental na ind stria e a melhoria do acesso energia Considerando o predom nio absoluto da ideologia neoliberal primazia total iniciativa privada em particular no que diz respeito aos pa ses menos desenvolvidos e estando estes sujeitos s SSigla em Ingl s United Nations Industrial Development Oragization Note se que estas economias em transi o apresentam problemas radicalmente distintos na medida em que se trata de economias em alguns casos altamente industrializadas mas segundo crit rios agora tornados redundantes e em alguns caso mesmo obsoletos Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria oscila es dos mercados mundiais haver aqui alguma dificuldade em entender de que maneira esta ag ncia das Na es Unidas poder ter efeitos vis veis contra a onda gigantesca da industrializa o determinada pelas decis es das empresas transnacionais Seja como for a UNIDO considerada como um fornecedor de servi os de apoio aos pa ses menos desenvolvidos em mat rias relacionadas com a sua eventual industrializa o sustentada Para al m disso p e a si mesma tr s principais reas tem ticas atrav s das quais procura alcan ar um impacto a longo prazo 1 redu o da pobreza atrav s de atividades produtivas 2 capacita o
589. vam a propiciar as condi es para uma sua aplica o mais eficaz e mais eficiente Deve tamb m assinalar se que desde 2001 aquelas percentagens t m estado a recuperar Mas a esse respeito importante assinalar que o aumento registado entre 2001 e 2004 se deveu quase exclusivamente a preocupa es de ordem geo estrat gica como ser o caso do combate ao terrorismo da parte dos maiores pa ses doadores Assim no caso do ano de 2005 o grosso do aumento deveu se s despesas com o al vio da d vida do Iraque causada pelas guerras da Nig ria e de mais algumas outras anula es de d vidas Isto claro s o tudo n meros que acabam por representar de alguma forma os montantes reais ou virtuais de transfer ncias ou seus equivalentes em dinheiro de alguma forma de riqueza bens e servi os dos pa ses doadores da OCDE para os pa ses agora designados por pa ses parceiros Para al m da pol mica sobre a forma como registada e a medida ela mesma da APD importa sobretudo reflectir sobre a efici ncia da APD e por conseguinte a forma qualitativa como a mesma de facto efectivada no terreno Como parte de sua tarefa principal de acompanhamento dos esfor os dos seus membros o Comit de Ajuda ao Desenvolvimento CAD mandatou o seu Secretariado para organizar a recolha de dados sobre os fluxos de ajuda Na medida do poss vel esta recolha inclui fluxos de doadores bilaterais e multilaterais n o membros do CAD
590. vir a ser conotada quase que exclusivamente e com toda a naturalidade pr tica de ajuda p blica ao desenvolvimento Por outro lado deve se considerar que a ideia de coopera o entendida no actual e mais comum sentido de ajuda p blica ao desenvolvimento tem tamb m impl cita a ideia generosa e ent o revolucion ria da fraternidade e solidariedade entre os povos ideia essa surgida com os ideais do Iluminismo e expressas nas revolu es americana e francesa em fins do s culo XVIII Ao longo do texto importar pois assinalar e esclarecer o caracter de ajuda e fraternidade entre os povos que na literatura e no discurso politicamente correcto quase sempre se parece atribuir ideia de Coopera o Internacional Subjacente a esse discurso politicamente correcto de fraternidade entre os povos estar o as ideias da Declara o Universal dos Direitos do Homem ou mais prosaicamente os discursos e outros escritos por parte dos sucessivos secret rios gerais das Na es Unidas institui o que ser o exemplo m ximo da pretendida Coopera o Internacional discursos e escritos esses que se encontram designadamente em publica es peri dicas como o Relat rio Anual do Desenvolvimento Humano do Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento ou PNUD Foi assim nesse contexto de fraternidade entre os povos que em 1970 e atrav s de uma resolu o da Assembleia Geral das Na es os pa ses mais ricos se
591. vo o desenvolvimento econ mico e social sustentado por parte dos pa ses menos desenvolvidos Nesse particular contexto a ideia de coopera o vem automaticamente associada ideia de ajuda ao desenvolvimento quando em rigor a ideia de coopera o come a por ser todo um conjunto de actividades levadas a cabo em conjunto por diversos pa ses com problemas ou interesses comuns e normalmente em similar grau de desenvolvimento para a resolu o de problemas comuns sendo que essa coopera o pouco ou nada tendo a ver com a ideia que veio a emergir posteriormente de ajuda ao desenvolvimento Tivemos assim por exemplo a emerg ncia da Uni o Postal Universal fundada em 1874 a qual tinha como objectivo a coordena o e acerto de contas no que diz respeito aos servi os prestados no mbito da correspond ncia postal internacional O mesmo acontece com a Uni o Internacional de Telecomunica es fundada em 1865 com o objectivo de padronizar e regulamentar o uso das ondas r dio a n vel mundial O mesmo veio a acontecer com organiza es de mbito mundial dedicadas discuss o e harmoniza o de m todos de trabalho relativamente a tudo quanto do dom nio comuim da Humanidade como ser o os casos da coopera o na Meteorologia ou no direito da navega o oce nica Como se pode deduzir as diversas organiza es de coopera o internacional a este n vel acabam por se constituir numa esp cie de embri o de governo mundial
592. volta hoje a assistir se a um refluxo identit rio nacional anti sistema que n o facilita bem antes pelo contr rio a forma o de consci ncia de classe entre os trabalhadores dos diversos pa ses industrializados E entre os trabalhadores destes pa ses e dos chamados pa ses emergentes Al m de tornar particularmente dif cil a forma o de sentimentos de solidariedade operativa com reflexos substantivos e sustentados entre as classes trabalhadoras dos pa ses industrializados e ou p s industrializados e os agregados sociais para n o lhes chamar classe que nos pa ses da Periferia gostariam de poder ter trabalho mas n o t m S o simplesmente redundantes e ou excedent rios Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria Entretanto a pr pria constitui o e estrutura interna das classes trabalhadoras nos pa ses mais avan ados sofreu altera es profundas ou mesmo radicais No tempo do taylorismo ou no per odo que imediatamente precedeu esta metodologia de organiza o industrial a esmagadora maioria dos oper rios industriais tinham muito pouco forma o cient fica ou pouco mais do que a forma o escolar b sica Os oper rios eram assim pouco mais do ap ndices das m quinas Vide Os Tempos Modernos de Charlie Chaplin tamb m a esse respeito que Marx e Engels falam do processo de aliena o dos trabalhadores Hoje a constitui o e estrutura interna das classes trabal
593. ystem Five Hundred Years or Five Thousand 1993 e Gunder Frank A Theoretical Introduction to 5 000 Years of World System History Rewiew Vol XIII n 2 1990 p p 155 249 Para o caso Immanuel Wallerstein e os seu seguidores na escola de Binghamton Guilherme da Fonseca Statter Vers o Provis ria evolu o das taxas de juro ou ainda os volumes do com rcio externo de cada pa s O estudo da evolu o de algumas dessas vari veis econ micas est na origem do aparecimento e desenvolvimento da ideia das chamadas Ondas de Kondratieff Embora seja de assinalar que persiste alguma pol mica relativamente validade te rica destas ondas de longo prazo a verdade que em termos globais se pode constatar uma rela o evidente entre estas ondas e o comportamento da economia global No que diz respeito Hist ria mais recente ter amos tido uma onda de crescimento longa de mais ou menos trinta anos a seguir ao fim da Segunda Guerra Mundial e que ter chegado ao fim em meados dos anos Setenta do s culo XX assim que de acordo com essas expectativas e depois de uma onda descendente tamb m ela com a dura o de mais ou menos trinta anos dever amos estar neste in cio de s culo e de mil nio a entrar numa nova curva ascendente do sistema global Para o que aqui nos interessa a situa o concreta dos pa ses africanos hoje herdada da sua evolu o ao longo das ltimas d cadas uma de relativa estagna

Cooperação internacional para o desenvolvimento

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