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O Gênero Notícia nas Coleções Didáticas Indicadas pelo Programa

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1. popularmente conhecida imprensa marrom o estilo objetivo cede espa o s marcas de subjetividade do redator as quais n o s o necessariamente t picas de seu estilo de escrita de seu projeto de discurso individual mas decorrentes das especificidades dessa parcela da m dia que tende 64 espetaculariza o da not cia ou at mesmo da ideologia de um peri dico em espec fico Para discutirmos a quest o da acessibilidade lingu stica t pica do g nero em quest o faz se necess rio antes de tudo reconhecer que nenhuma l ngua homog nea cada comunidade ou grupo social faz uso de uma variedade determinada que se adapte ao seu contexto interacional mais imediato A varia o conforme afirma Bagno 2002 constitutiva das l nguas porque h uma grande diversidade de grupos sociais convivendo no mesmo espa o e tamb m porque h grupos sociais convivendo em espa os distintos o que acarreta por exemplo varia es decorrentes da localidade em que cada sujeito reside al m das oriundas das diversas classes sociais da idade do sexo do falante etc Faria amp Zancheta 2002 p 20 ao abordarem a quest o da acessibilidade lingu stica apresentam uma vis o simplificada do assunto que distingue quatro n veis de linguagem os quais v o desde o mbito popular at o formal passando pelo n vel coloquial e pelo intermedi rio O primeiro segundo os autores diz respeito ao registro que predomina
2. jornais revistas televis o r dio e internet e destaca qual sua fun o A fun o da not cia relatar fatos e acontecimentos da maneira mais clara e objetiva poss vel Ibid Mais uma vez a quest o da objetividade citada embora o modelo proposto pelo material n o se enquadre satisfatoriamente nessa caracter stica e n o sejam mostrados os recursos que o redator pode utilizar para criar a ilus o de objetividade t o requerida nos textos do cotidiano jornal stico ou seja evitar o emprego de adjetivos utilizar 3 pessoa cita o direta do discurso alheio escolha de palavras que n o sejam pol micas de verbos dicendi o mais neutros poss vel etc Nota se desse modo que o material mostra como deve ser o resultado final do texto produzido mas n o fornece as ferramentas que indiquem como faz lo sob essa perspectiva podemos notar que a objetividade vista pelo LD como bvia Ao procurar definir o g nero not cia a obra editada pela Global apresenta um avan o em rela o ao material da IBEP pois destaca N o qualquer fato que vira not cia necess rio que ele seja interessante que desperte curiosidade e que tenha import ncia para o p blico Ibid Observamos aqui que alguns elementos caracter sticos do conte do tem tico t pico desse g nero s o problematizados e exemplificados quando se diz Imagine estas situa es um avi o faz uma viagem sem nenhum problema um gari re
3. O aluno tem o que dizer isto produzir uma not cia sobre algum fato que gere 142 interesse s pessoas que circulam no ambiente escolar as quais constituem seu interlocutor A pressuposta cria o de um jornal mural para expor o resultado do trabalho sugere o objetivo da atividade ou seja para qu ser o escritas as not cias Como a cole o n o optou por mostrar ao aluno as diferen as existentes entre um jornal sensacionalista e outro que preza o efeito de objetividade a experi ncia de produzir not cias seguindo ambas as perspectivas infelizmente n o mencionada As estrat gias usadas para bem realizar essa atividade por sua vez ficam impl citas Se considerarmos o efetivo desenvolvimento da proposta ser necess rio ultrapassar os muros da escola para bem realiz la pois para produzir uma not cia sobre algum acontecimento do bairro por exemplo preciso entrevistar pessoas envolvidas no caso selecionar os fatos eleger a perspectiva que ser adotada para relat los etc Esse exerc cio sem d vida coerente com as propostas pedag gicas oficiais no entanto ao se trabalhar com uma turma de alunos trabalhadores possivelmente ser necess rio adaptar essa metodologia porque a rotina di ria desses educandos n o conta com muito tempo livre para o desenvolvimento de um trabalho de campo O processo de produ o desses textos se realizado conforme as determina es dos PCN e das DCELP que preveem uma fa
4. es de analisar quais not cias foram destacadas quais foram omitidas qual vers o do fato cada um publicou etc Essa proposta sem d vida vai ao encontro de um dos objetivos desse cap tulo que segundo o Manual do Educador reconhecer os textos jornal sticos como fontes de informa o da vida social e desenvolver habilidades de leitura cr tica desses textos SILVA et al Vol 2 2009b p 103 A desvantagem de reproduzir uma p gina inteira de jornal no LD no entanto como se pode verificar que as chamadas t m as letras reduzidas o que dificulta ou at mesmo impede a leitura Nesse caso embora n o haja nenhuma orienta o no Manual do Educador cabe ao professor levar para a sala de aula jornais diferentes e solicitar que os alunos os manuseiem verificando os elementos comuns a esse suporte Ap s a exposi o das duas reprodu es referidas a obra apresenta seis exerc cios que promovem uma compara o entre ambas no que diz respeito constru o composicional e ao mesmo tempo ao estilo de cada jornal Nesse caso as atividades ajudam o aluno a constatar que o conjunto revela um estilo de fazer not cia uma forma jornal stica de ir al m dos acontecimentos narrados o que n o acontece por meio de coment rios diretos em rela o aos acontecimentos mas pela entona o dada pela forma pelo projeto gr fico BRATT 2007 p 86 Inicialmente solicita se que o aluno identifique a frase
5. o dos discursos e consequentemente da linguagem uma vez que n o existe a primeira nem a ltima palavra BAKHTIN 2003 p 410 pois toda palavra responde a palavras anteriores constitui se por meio delas e a partir do momento em que orientada em fun o do outro permite que surjam novas respostas ou seja que outras palavras se constituam em um ciclo cont nuo A enuncia o nesse sentido conforme afirma Sobral 2009 ao recuperar os estudos do fil sofo russo al m de ser direcionada a um interlocutor espec fico s cio historicamente situado uma r plica a enuncia es anteriores e a poss veis enuncia es futuras processo que possibilita a manuten o da cadeia ininterrupta que constitui em sentido amplo a intera o verbal A linguagem nesse contexto marcada por rela es dial gicas uma vez que o sujeito a adquire por meio das situa es sociais a que exposto desse modo quando entra em contato com a l ngua ela j est prenhe de sentidos produzidos anteriormente em outros contextos os quais se renovam a cada enuncia o Ao fazer uso da l ngua para manifestar se em uma situa o de intera o comunicativa considerando o lugar de onde fala e a posi o do interlocutor que participa ativamente do ato enunciativo o locutor estabelece uma teia de rela es com enunciados anteriores antes mesmo de enunciar qualquer palavra ou seja responde n o s situa o imediata em que est ins
6. Organiza o do jornal impresso que menciona que os jornais de grande circula o organizam se em cadernos tem ticos isto pol tica economia esporte turismo ci ncia etc os quais apresentam textos de diversos g neros Em seguida anuncia se que ser o apresentados os principais elementos e caracter sticas de um jornal antes disso por m exp e se a reprodu o da primeira p gina do jornal A tarde publicado em 27 de dezembro de 2004 que circula em Salvador BA 122 Esta micio Empresas recuam e nibus n o sobe assassina gari finebol peat fog niama NDICE Qe ee eae J Tain ma Cap tulo 3 Sabe da ltima Deu no jornal ro E Figura 13 Reprodu o da primeira p gina do jornal A Tarde Cole o Viver Aprender vol 1 p 37 A reprodu o como podemos constatar destaca alguns elementos fundamentais da constitui o da primeira p gina de um jornal nome data e local do peri dico manchete chamada e fotografia explicando brevemente em que consistem os tr s ltimos Ao contr rio das reprodu es presentes no material da IBEP o A Tarde n o apresenta colunas com diversas chamadas em ambas as laterais uma delas preenchida com uma nota de esclarecimento ao p blico sobre algum assunto que n o poss vel identificar dado o tamanho extremamente pequeno das letras que constituem a referida nota Essa caracter stica n o muito recorrente em peri dicos dess
7. Para tanto segundo os autores a obra trata a l ngua n o como um sistema ou c digo mas como discurso como uso que se revela em fun o da intera o Ibid p 12 Partindo de tais considera es tamb m esta cole o assume a perspectiva dos documentos oficiais que regulamentam o ensino de l ngua portuguesa na EJA segundo a qual o g nero ponto de partida para o trabalho com a leitura a oralidade a escrita e a an lise lingu stica A partir disso passamos agora a verificar como ocorre na pr tica a abordagem do g nero not cia no componente curricular de L ngua Portuguesa das obras em quest o 3 2 O G NERO NOT CIA NA DISCIPLINA DE L NGUA PORTUGUESA Ressaltamos anteriormente que as cole es indicadas pelo PNLD EJA para o segundo segmento do Ensino Fundamental possuem organiza o interna distinta Em decorr ncia disso apesar de adotarem a perspectiva dos g neros do discurso cada uma o faz a seu modo a Tempo de Aprender organizada em unidades tem ticas compila diversos g neros que abordam o mesmo assunto em um nico cap tulo e faz quest o de destacar antes do texto propriamente dito a que g nero ele pertence assim a not cia aparece em diferentes momentos do material intercalada a outros g neros sejam eles pertencentes mesma esfera de circula o que ela ou n o J a Viver Aprender que possui assuntos gerais para cada obra destina um cap tulo inteiro para o tratamento de g neros
8. Por meio dos apontamentos feitos pelo pesquisador podemos notar que as produ es do meio escolar aquelas oriundas do esfor o de sujeitos que atuam diretamente com EJA s o as que revelam aspectos mais surpreendentes e as que apresentaram maior dificuldade de descri o pois algumas delas n o possu am sequer t tulo ou marcas de autoria Nesse caso os materiais destinados alfabetiza o tamb m 35 superam quantitativamente aqueles voltados aos anos subsequentes da Educa o de Jovens e Adultos No ramo da produ o did tica para a EJA destacam se segundo o autor dois tipos de materiais os portf lios nos quais o professor re ne um conjunto de produ es de seus alunos sejam elas textos ou imagens que resultaram de seu trabalho em sala de aula e os livros did ticos em que ele atua como organizador dos textos oriundos de metodologias de produ o escrita de diversos g neros em sua pr tica docente material usado posteriormente como livros de leitura coletivos Al m disso Mello 2010 encontrou ainda cadernos e colet neas de atividades livros de disciplinas individuais colet neas de textos interdisciplinares e materiais fotocopiados unidos por espiral Esses materiais segundo o autor possuem caracter sticas comuns assuntos que apresentam proximidade com a realidade local em que vivem os alunos precariedade das condi es de legibilidade dos textos e ilustra es e aus ncia de refer ncia aos direito
9. es de distribui o em larga escala Uma das raras pesquisas que adotam como objeto de an lise as investiga es sobre livros did ticos destinados EJA a disserta o de mestrado de Takeuchi 2005 intitulada An lise material de livros did ticos para a Educa o de Jovens e Adultos Nesse trabalho a autora confronta os dispositivos formais n mero de p ginas elementos gr ficos tiragem autores sele o de conte dos etc de dois dos poucos t tulos existentes no mercado editorial dedicados a essa modalidade educacional em circula o naquele per odo em rela o aos livros did ticos de maior import ncia comercial direcionados ao ensino regular Ao fim de sua investiga o a pesquisadora conclui que as obras destinadas EJA n o foram elaboradas especificamente a esse p blico mas constituem se de recortes retirados de cole es did ticas de editoras consagradas no ramo da educa o regular Outro pesquisador que contribuiu significativamente para o rompimento do sil ncio sobre o tema Mello 2010 que em sua tese de doutorado publicada sob o t tulo de Material did tico para a Educa o de Jovens e Adultos hist ria formas e conte dos investiga historicamente a produ o de material did tico voltado a esse p blico no per odo compreendido entre os anos de 1997 e 2007 em seus aspectos formais e de conte do a partir dos sujeitos envolvidos nesse processo No decorrer de seu estudo o autor identifica
10. o dos livros did ticos destinados aos alunos das redes p blicas de ensino aumentou estabelecendo se assim um fluxo regular de verbas para a aquisi o e distribui o desse produto Em 1994 o PNLD voltou ent o universaliza o da distribui o do material no Ensino Fundamental e em 1995 foram contempladas as disciplinas de Matem tica e L ngua Portuguesa Em 1996 a de Ci ncias e em 1997 as de Geografia e Hist ria Ainda segundo dados oferecidos no s tio do FNDE quando foram superadas as dificuldades financeiras o PNLD passou a enfrentar um novo problema boa parte dos livros distribu dos s escolas continha erros conceituais marcas de desatualiza o preconceito e discrimina o Essa falha s come ou a ser corrigida em 1996 quando teve in cio o processo de avalia o pedag gica dos livros inscritos para o PNLD 1997 o qual deu origem ao Guia do Livro Did tico uma esp cie de manual que al m de apresentar somente as obras did ticas aprovadas pelo programa cont m resenhas avaliativas que apontam seus destaques e limita es Em fevereiro de 1997 com a extin o da FAE a responsabilidade pela pol tica de execu o do PNLD foi transferida integralmente para o FNDE e o programa foi ampliado passando a ofertar livros de L ngua Portuguesa Matem tica Ci ncias Estudos Sociais Hist ria e Geografia para todos os alunos de 1 a 8 s rie do Ensino Fundamental p blico A partir do ano 2000 o programa
11. o nas par quias Assaltar igreja n o caso raro na capital De 20 par quias consultadas pela Folha 13 sofreram algum roubo ou furto neste ano ou no passado Ou seja 65 das par quias foram v timas de ladr es De agosto para c foram sete assaltos N o tem ano que a gente n o seja roubado mas agora est demais diz o pa dre Jo o Enes da par quia Nossa Senhora Casaluce no Br s centro Em agosto levaram botij o de g s e 600 refrigerantes e cervejas de uma festa N o se respeita mais nem a igreja 96 Furtos de para raios Falta ju zo aos ladr es afirma padre Pascoali Priolo da S o Janu rio na Moo ca zona leste A situa o terr vel n o sei mais o que fazer Os assaltantes abusam e s a guarda de Deus n o d conta de tudo A igreja de Priolo j foi furtada duas vezes neste ano Em mar o os ladr es levaram c lices depredaram o sacr rio e roubaram at o para raios Como era de cobre levaram para vender ao ferro velho Na semana passada a igreja da Consola o no centro foi mais uma que teve os fios de seu para raios furtados O ferro velho foi o destino ainda da cruz de R 3 000 que adornava a igreja Nossa Senhora da Paz no Glic rio centro dizem os religiosos de l J a Bom Je sus no Br s n o sabe o que aconteceu com a coroa de Nossa Senhora Aparecida furtada h um m s Hist rias de assaltos s o comuns entre os padres No ano passado roubaram o
12. 10 15 1996 SOARES M Letramento e alfabetiza o as muitas facetas Revista Brasileira de Educa o Rio de Janeiro n 25 p 5 17 2004 As condi es sociais da leitura uma reflex o em contraponto In ZILBERMAN R SILVA E T Org Leitura perspectivas disciplinares S o Paulo Ed tica 2000 p 18 29 SOBRAL A U Do dialogismo ao g nero as bases do pensamento do C rculo de Bakhtin Campinas SP Mercado de Letras 2009 TAKEUCHI M R An lise material de livros did ticos para Educa o de Jovens e Adultos 2005 169 f Disserta o Mestrado em Educa o Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo TRAVAGLIA L C O aspecto verbal no Portugu s a categoria e sua express o Uberl ndia EDUFU 1985 WALKER S D O g nero not cia no livro did tico de Portugu s 2006 182 f Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Federal do Paran Curitiba ZANCHETTA J Imprensa escrita e telejornal S o Paulo UNESP 2004 216 ZANELATO V L T Um caminho na forma o do leitor proficiente no g nero discursivo not cia na rea da computa o In LOPES ROSSL M A Org G neros discursivos no ensino de leitura e produ o de textos Taubat SP Cabral Editora e Livraria Universit ria 2002 p 159 179
13. Capas dos livros did ticos analisados Cole o Tempo de APrender osnan A A GRA Ra A a 75 Capas dos livros did ticos analisados Cole o Viver Aprender 15 Not cia sobre o assassinato de Dorothy Stang 84 Boxe contendo os conceitos de not cia e reportagem 90 Not cia sobre assaltos a igrejas em S o Paulo 95 Coment rios sobre o g nero not cia 100 Exerc cio sobre linguagem objetiva 106 Quadro sobre ordena o das informa es no lead 108 Reprodu o da primeira p gina do Jornal da Cidade 111 Reprodu o da primeira p gina do jornal O Did 112 Especifica es sobre lead foto e legenda 117 Segunda reprodu o da primeira p gina do jornal O Dia 118 Reprodu o da primeira p gina do jornal A Tarde 122 Not cia sobre os ndices mundiais de desigualdade 127 Texto sobre falta de saneamento b sico no Brasil 162 Not cia sobre queda no ndice de fumantes brasileiros 164 Not cia sobre descoberta arqueol gica nos Estados Unidos 170 Not cia sobre a execu o de um cidad o saudita 173 Reprodu o da primeira p gina do jornal Folha da Manh 174 Not cia sobre a compra de votos em Centro do
14. capacidade de descobrir e potencializar os conhecimentos e aprendizagens de forma global e permanente BRASIL 2002a p 19 A partir de 2002 com a elei o de um presidente que emergiu das classes desfavorecidas o Brasil adotou a proposta governamental de inclus o social das pessoas marginalizadas e reiterou o objetivo de erradicar o analfabetismo por meio da cria o do Programa Brasil Alfabetizado PBA Ainda em vigor o PBA apresenta tr s vertentes o 28 Projeto Escola de F brica que oferece cursos de forma o profissional com dura o m nima de 600h para jovens de 15 a 21 anos o PROJOVEM voltado ao segmento juvenil de 18 a 24 anos com escolaridade superior 4 s rie atualmente o 5 ano mas que n o tenha conclu do o Ensino Fundamental e que n o tenha v nculo formal de trabalho e o Programa de Integra o da Educa o Profissional ao Ensino M dio para Jovens e Adultos PROEJA voltado educa o profissional t cnica em n vel de Ensino M dio FRIEDRICH et al 2010 Com essas iniciativas ressurgiram ent o os discursos de que a inclus o no sistema educacional condi o necess ria para a ascens o pol tica econ mica social e cultural dos sujeitos al m de um dos meios de efetiva o da cidadania pois o analfabetismo como afirma Soares 2004 fruto da exclus o social concentra se em camadas de baixa renda salarial pobreza e mortalidade elevada Atualmente a maioria dos cursos destinado
15. cia Da mesma maneira muito comum que um c o morda um homem nas mais diversas situa es entretanto um homem morder um c o fato in dito inusitado digno do texto noticioso Tendo em vista a finalidade da esfera jornal stica ou seja fazer circular peri dica e amplamente informa es conhecimentos e pontos de vista da atualidade e de interesse p blico para ser considerado not cia o fato precisa tamb m ser ver dico isto manter seu compromisso com a realidade afinal textos que abordam t picos ficcionais normalmente pertencem esfera liter ria que possui como um de seus objetivos promover o entretenimento A esfera jornal stica ao contr rio a partir do momento que assumiu a fun o de informar a popula o sobre casos de seu interesse precisa manter se fiel aos acontecimentos e consequentemente ao p blico por isso comum que a not cia apresente as fontes de onde as informa es veiculadas foram retiradas No entanto entre o fato ocorrido e a not cia publicada h um complexo processo de sele o de informa es e edi o do qual participam in meros sujeitos o que acarreta como consequ ncia a constru o de um texto que tende para uma perspectiva apenas visto que conforme comenta Bakhtin 2003 por ser individual o enunciado 62 permite que marcas de autoria sejam manifestadas na materialidade do texto A not cia embora seja considerada a not cia prima do jornal disp e de pouco
16. es de ensino de todo o Estado Os CEEBJA pertencentes aos N cleos Regionais de Educa o NRE de Maring e Londrina ficaram encarregados de elaborar o material de L ngua Portuguesa dos ensinos Fundamental e M dio A equipe contava com profissionais que atuavam em Maring Pitanga Londrina Guarapuava e Ponta Grossa sob a coordena o da Prof Dr Vanderci de Andrade Aguilera docente da Universidade Estadual de Londrina UEL na poca Uma das propostas do projeto era que se aproximasse o m ximo poss vel o conte do do material did tico e a realidade dos alunos Para tanto nos exerc cios propostos inseriram se exemplos que contemplam perfis de educandos de Maring e dos munic pios pr ximos como o caso de Sarandi Ponta Grossa e Londrina Entretanto esse material s passou a ser usado no ano de 2004 quando o Governo Roberto Requi o autorizou as institui es de ensino a recuperar as apostilas produzidas pelos professores havia quase dez anos Segundo profissionais que atualmente trabalham no CEEBJA de Maring o material elaborado nesse programa ainda usado em sala de aula embora conte com o aux lio de apostilas complementares pois boa parte de suas considera es j n o est adequada s necessidades do novo contexto educacional Esse material entretanto parece ter sido um daqueles que n o foram contabilizados na cataloga o do Acervo EJA pois n o h nenhuma men o a ele em toda a tese de Mello 2010
17. folha uol com br folha cotidiano ult95u128726 shtml Acesso em 5 jul 2011 Caso tentasse reescrev lo privilegiando quando o fato aconteceu o aluno poderia se deparar com situa es como Na segunda feira 27 a Prefeitura de Porto Alegre RS iniciou um programa de implante de anticoncepcionais para prevenir gravidez prematura em 2 500 adolescentes de 15 a 18 anos escolhidas por crit rios de renda as quais n o exercem influ ncia sobre os recursos lingu sticos usados na reda o do texto Entretanto ao focalizar o programa ou seu p blico alvo seria necess rio lan ar m o de outros recursos para adaptar o texto como empregar o verbo iniciar na voz passiva no primeiro caso e no segundo al m dessa altera o inserir um verbo auxiliar como participar no futuro ou no passado dependendo da inten o do redator para conferir lhe coes o e coer ncia 1 Um programa de implante de anticoncepcionais para prevenir gravidez prematura em 2 500 adolescentes de 15 a 18 anos escolhidas por crit rios de renda foi iniciado na segunda feira 27 pela Prefeitura de Porto Alegre RS 2 Cerca de 2500 adolescentes de 15 a 18 anos escolhidas por crit rios de renda participar o participaram de um programa de implante de anticoncepcionais para prevenir gravidez prematura iniciado pela Prefeitura de Porto Alegre RS na segunda feira 27 Outras possibilidades de organiza o do lide certamente existem dadas as i
18. indissociabilidade da Educa o de Jovens e Adultos com o processo de conscientiza o do educando conferindo lhe uma nova identidade De 1959 a 1964 impulsionados pelas novas concep es de EJA diversas campanhas e programas voltados escolariza o de jovens e adultos foram criados Dentre eles destacam se o Movimento de Educa o de Base MEB promovido pela Confer ncia Nacional dos Bispos do Brasil CNBB o Movimento de Cultura Popular do Recife a Campanha De p no ch o tamb m se aprende a ler da Secretaria Municipal de Educa o de Natal a Campanha de Educa o Popular da Para ba que difundiu o m todo de alfabetiza o de Paulo Freire e o Programa Nacional de Alfabetiza o do Minist rio da Educa o e Cultura Entretanto com o golpe militar de 1964 as iniciativas educacionais que estimulavam a es pol ticas contr rias aos interesses do Estado foram interrompidas o que impediu o funcionamento de uma s rie de cursos voltados para a EJA 23 Enquanto essas a es repressivas aconteciam optou se por incentivar alguns programas de car ter conservador visto que a escolariza o de adultos n o poderia ser abandonada pois os baixos ndices de instru o da popula o n o condiziam com a proposta de construir um grande pa s como propunham os militares HADDAD amp DI PIERRO 2000 Nesse contexto foi criada em 1966 a Cruzada de A o B sica Crist conhecida como Cruzada ABC que
19. ncia de atividades humanas como a agricultura a pecu ria a extra o ilegal de madeira e a ca a predat ria Ap s esse coment rio exposta esta not cia Lista brasileira de animais em extin o traz 395 esp cies Pela listagem divulgada hoje 8 5 da fauna de vertebrados do Pa s estimada em 3 100 esp cies excluindo se os peixes considerada amea ada S o Paulo A nova lista da fauna brasileira amea ada de extin o foi divulgada hoje pelo Minist rio do Meio Ambiente e pelo Ibama em Bras lia A rela o traz 395 esp cies de mam feros aves r pteis anf bios insetos e invertebrados terrestres Ficaram de fora os peixes e invertebrados aqu ticos caranguejos camar es e lagostas por exemplo que dever o ter uma lista pr pria dentro de dois meses A nova lista vermelha foi elaborada em dezembro ltimo em parceria com a Funda o Biodiversitas Sociedade Brasileira de Zoologia Conservation Internacional do Brasil CI Brasil e Terras Brasilis Pela listagem 8 5 da fauna de vertebrados do Pa s estimada em 3 100 esp cies excluindo se os peixes considerada amea ada A ltima rela o publicada em 1989 apontava 218 esp cies em extin o M Campanili In O Estado de S Paulo 22 maio 2003 Figura 24 Not cia sobre lista brasileira de animais em extin o Cole o Tempo de Aprender vol 3 p 377 O texto retirado na ntegra do jornal O Estado de S Pa
20. ncia estaria atingindo at mesmo templos religiosos Verificamos desse modo que embora o material editado pela Global apresente a not cia de forma mais completa fazendo refer ncia a alguns tra os do conte do tem tico do estilo de linguagem e da composi o que lhe s o caracter sticos perspectiva n o adotada pela cole o da IBEP de forma t o clara a obra que contempla o g nero em quest o peca pela falta de exemplos coerentes com a teoria exposta que por vezes demasiadamente superficial 110 3 2 2 Valoriza o do jornal impresso enquanto suporte textual A not cia um g nero que pode ser encontrado em diversos suportes textuais revistas jornais impressos televisivos radiof nicos online etc Entretanto quando pensamos no g nero em quest o tendemos a associ lo ao jornal impresso pois esse foi o primeiro suporte em que ele foi veiculado Assim sendo procuramos verificar nesta se o se na disciplina de LP o jornal impresso valorizado enquanto suporte textual pelas duas cole es indicadas pelo PNLD EJA embora a maioria das not cias apresentadas por ambas sejam retiradas da internet dadas as facilidades de localiza o e transposi o para o LD Na Cole o Tempo de Aprender da editora IBEP a continuidade da abordagem da not cia ocorre somente no cap tulo tr s intitulado A vida nossa de cada dia da Unidade II Sa de e qualidade de vida da obra destinada ao 7 ano 6 s
21. nero um referente a um encontro realizado entre Lula e o presidente da Venezuela no qual ambos pretendiam estreitar as rela es pol tico econ micas entre as na es e outro sobre uma viagem feita por Lula a Cuba com o mesmo objetivo Ap s a exposi o dos textos pede se inicialmente que o aluno aplique todas as estrat gias de leitura que ele teve conhecimento ao longo da obra isto identifica o de palavras cognatas nomes dados num ricos etc aspectos referentes ao assunto e ao estilo do g nero para tentar compreend los Em seguida solicita se que ele selecione outro texto n o necessariamente uma not cia o qual aborde algum assunto de seu interesse desenvolva o mesmo processo de 202 leitura instrumental e em seguida observe atentamente em que tempo os verbos foram empregados presente passado ou futuro de modo a estabelecer uma compara o com o texto noticioso que normalmente apresenta t tulo com verbos no presente para conferir atualidade ao relato e desenvolvimento com verbos no passado uma vez que o fato noticiado normalmente j est conclu do Esse o nico momento em que algum aspecto da estrutura da l ngua inglesa passa a ser enfocado Nesse sentido a proposta destacada no in cio do cap tulo de trabalhar tamb m com as quest es lingu sticas do idioma n o contemplada de maneira pormenorizada ao longo das atividades uma perspectiva possivelmente assumida uma vez que o materia
22. o das necessidades concretas de uso Entretanto ao mesmo tempo salienta se que tal proposta n o deve ser 191 abandonada mas complementada por meio do uso de textos que circulam socialmente em l ngua estrangeira uma vez que eles fornecem ao aluno uma amostra de como o idioma funciona fora dos pequenos di logos oferecidos pelos materiais escolares Assumindo essa mesma proposta os PCN de L ngua Estrangeira BRASIL 1998e p 47 sugerem que o ensino dos aspectos gramaticais do idioma seja usado em prol da leitura e da escrita eficiente dos mais diversos g neros inclusive os pertencentes esfera jornal stica Um outro ponto que pode ser focalizado s o as escolhas no n vel da sintaxe por exemplo a quest o da transitividade Chamar a aten o do aluno para o fato de que ao elaborar a manchete de um jornal o jornalista que escolhe usar uma passiva tira o foco de aten o de quem o causador de um fato e focaliza a a o Por exemplo dizer que um ind gena foi assassinado diferente de indicar quem o assassinou Embora os documentos oficiais citados destaquem que o estudo pontual de determinados assuntos deva ser complementado com uma proposta mais significativa apenas uma das cole es did ticas indicadas pelo PNLD EJA opta por trabalhar com textos de diversos g neros no componente curricular de L ngua Estrangeira a Viver Aprender da editora Global Em nossas an lises anteriores constatamos que os volumes do r
23. o enunciada pelo locutor na televis o ao texto lido pelo apresentador do jornal 72 Esse processo de constru o na maioria das vezes tem como produto um lide cl ssico que de acordo com Lage 1987 constitui se de um sintagma verbal um sujeito complementos do verbo al m de alguns sintagmas circunstanciais Para ordenar essas informa es deve se obedecer a uma regra b sica n o come ar pelo verbo mas pelo sintagma nominal mais importante que normalmente indica quem fez o qu Ao escrever a not cia entretanto o redator n o precisa necessariamente seguir risca essa orienta o Conforme destacam Faria amp Zanchetta 2002 e Castro 1991 o lide pode ser constru do sem algumas dessas informa es especialmente o como e o por que eventualmente mais longas inclusas somente no corpo da not cia ou ainda apresent las em ordem invertida em vez de come ar destacando o qu aconteceu por exemplo pode se iniciar expondo onde ou quando o fato ocorreu Essa flexibilidade o que possibilita a emerg ncia do que Sobral 2009 denomina de forma arquitet nica visto que embora a esfera de circula o proponha uma estrutura para o g nero o enunciador n o impedido de alter la parcialmente Para verificar como isso funciona na pr tica basta ter acesso mesma not cia publicada por diferentes ve culos de comunica o embora a forma de composi o seja a mesma a ordena o das informa es que tamb
24. o que tinha uma estrutura o e um perfil diferenciado esperava se que os alunos pudessem ler em casa no trabalho com os amigos e em outros contextos que julgassem apropriados Sendo assim o livro n o poderia apresentar a estrutura que eu havia imaginado BENTES 2011 p 85 E muito comum que a iniciativa de elaborar materiais did ticos para a EJA parta de membros da sociedade civil Isso ocorre em parte porque enquanto para uma parcela de educadores e pesquisadores de EJA a presen a de materiais did ticos 31 padronizados representa um excelente apoio para o desenvolvimento das aulas e organiza o das atividades de ensino para outra ela pode representar a imposi o de um modelo de escolariza o inadequado a esse p blico o que contraria o princ pio educativo de respeito s singularidades locais e em parte porque a falta de iniciativas oriundas do Estado que estimulem a produ o did tica destinada ao ensino de jovens e adultos dificulta o desenvolvimento desse ramo Takeuchi 2005 logo nas primeiras p ginas de sua disserta o de mestrado dedicada an lise de livros did ticos de grande circula o voltados para a EJA comenta que uma de suas maiores dificuldades foi encontrar esse produto porque nesse per odo as editoras comerciais n o investiam nessa rea Diante disso e da constata o de que as obras existentes n o foram elaboradas especificamente para esse p blico a autora entrou em cont
25. o sobre essa realidade 3 Em sua opini o as gestantes t m conhecimento da import ncia do pr natal para sua sa de e para a sa de do beb SILVA et al Vol 2 2009a p 297 A recorrente op o de adotar not cias como apoio para o desenvolvimento de atividades que exigem respostas pessoais pode estar relacionada a uma das determina es da PCG EJA segundo a qual se deve sempre articular os conhecimentos 182 adquiridos na escola realidade do espa o geogr fico habitado pelo aluno No entanto isso acarreta como consequ ncia uma abordagem superficial dos textos contemplados pelo LD pois os exerc cios propostos abandonam o estudo do texto em si e de suas condi es de produ o e circula o para priorizar quest es de ordem pessoal No cap tulo 4 da obra destinada ao 8 ano 7 s rie intitulado Paz X Conflitos h uma nova ocorr ncia de not cia tratada como reportagem O texto focaliza um pronunciamento feito pelo representante residente do Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUD no Brasil Carlos Lopes por ocasi o da realiza o de um semin rio no pa s segundo o qual em territ rio nacional o n mero de homic dios cometidos com o uso de armas de fogo supera o das v timas da guerra no Iraque A not cia tamb m extra da de um endere o eletr nico apresenta t tulo lide e parte do corpo Das tr s atividades propostas a nica que focaliza seu conte do questiona se os dad
26. ou aproximada em que o fato ocorreu a placa do carro o nome completo idade e profiss o dos envolvidos a localiza o detalhada do acidente etc j que essas particularidades criar o um efeito de realidade para o texto Ao abordar esse aspecto 68 N podemos notar que o estilo se entrela a forma de composi o do g nero como constata Duran 2011 ao caracterizar o g nero quest o interpretativa pois o emprego de dados exatos ou seja o estilo objetivo pressup e tamb m uma determinada organiza o hier rquica que disp e logo nas primeiras linhas do texto as informa es que resumem o fato relatado Outro tra o t pico do estilo da not cia digno de nota tamb m usado para conferir um aspecto objetivo reda o jornal stica refere se sele o vocabular ou seja s escolhas lexicais feitas pelo redator BAKHTIN 2003 Grandes e pequenas quest es de ideologia est o presentes na linguagem por isso comum que sejam empregadas express es menos propensas a criar pol mica h evidentemente diferen as significativas entre o uso de governante l der e ditador acusado r u e assassino soldado guerrilheiro e terrorista ou seja h maneiras distintas de abordar aspectos relacionados ao assunto da not cia Diante da necessidade de utilizar um ou outro termo o jornalista precisa estar ciente das consequ ncias que cada um pode acarretar visto que a fun o social do g nero tornar p blico algum a
27. pico do g nero as respostas dessas perguntas s o acompanhadas por outras informa es em n vel decrescente de import ncia pr tica chamada de pir mide invertida O lide materializa em suma a reuni o ordenada dos elementos essenciais que ser o desenvolvidos ao longo da not cia uma caracter stica tamb m decorrente das finalidades da esfera jornal stica e da pr pria circula o do g nero na contemporaneidade pois como os interlocutores normalmente n o t m tempo dispon vel para ler na ntegra todas as not cias dos peri dicos opta se por reunir suas informa es b sicas logo no primeiro par grafo para que a partir dele o leitor decida se parar por ali ou seguir adiante Bonini 2002 ao trabalhar os g neros sob a perspectiva da cogni o e entrevistar alguns jornalistas com o intuito de investigar quais os passos seguidos por eles para escrever uma not cia afirma que como resultado da aplica o do princ pio da pir mide invertida o lide assume dois sentidos O primeiro refere se de fato s respostas s quest es b sicas da not cia o segundo informa o que poder agu ar mais a curiosidade do leitor nesse caso o primeiro passo seguido para a produ o de uma not cia encontrar essa informa o ou seja o qu aconteceu pois a partir dela que as demais perguntas b sicas que constituem o lide ser o respondidas 5 No jornalismo radiof nico o lide corresponde primeira proposi
28. que treinassem a escrita de t tulos lides e especialmente de corpos de not cias Dada a heterogeneidade das turmas que constituem a EJA imprescind vel que tais especifica es sejam apresentadas e que o processo de escrita seja gradual pois como afirma a PCLP EJA muitos deles retornam sala de aula carregando experi ncias negativas relacionadas escrita Al m disso em virtude de estar intimamente relacionada ao texto oferecido pelo material did tico nota se que a atividade n o possui um planejamento bem articulado nem apresenta uma finalidade real ou seja n o h um objetivo espec fico para a produ o da not cia Nesse caso ela corre o risco de ser usada apenas para a atribui o de uma nota e de n o circular nem mesmo na comunidade escolar Toda a produ o pautada em uma situa o hipot tica n o se considera a possibilidade de esse texto ser direcionado a outro leitor real que n o seja o professor assim as rela es dial gicas que se estabelecem entre locutor e destinat rio restringem se ao mbito da sala de aula e n o refletem as condi es de uso do texto fora dos muros da escola pois o professor na maioria das vezes acaba sendo visto como um avaliador e n o como algu m que tem interesse em ler o texto produzido pelo aluno para tomar conhecimento de seu assunto Desse modo a escrita torna se mero exerc cio para preencher o tempo PARAN 2008 p 68 uma vez que seus aspectos interaci
29. rios a respeito do assunto diz se que em pa ses como a Ar bia Saudita ainda hoje as leis s o bastante rigorosas Para exemplificar e comprovar essa ideia exp e se esta not cia I H Trabalhando com texto Leia com aten o a mat ria jornal stica a seguir e tire suas conclus es Saudita executado e crucificado por assassinar a m e Riad 31 dez EFE Um saudita foi exe cutado e crucificado nesta sexta feira depois que um tribunal isl mico o condenou morte por haver assassinado sua m e informa hoje um comunicado do Minist rio do Interior Magued Bin Yahiya matou a m e roubou suas joias e jogou o corpo em um edif cio em constru o antes de queim lo diz a nota que n o especifica datas O veredicto contra Yahiya foi ratificado neste m s pelo Tribunal de Cassa o e pelo Conselho Supremo de Justi a do reino onde se aplica com rigor a Sharia ou Lei Isl mica UOL Not cias 31 dez 2004 173 Figura 18 Not cia sobre a execu o de um cidad o saudita Cole o Tempo de Aprender vol 1 p 227 Dessa vez o texto apresentado na integra com t tulo lide e corpo Novamente a motiva o para transport lo para o contexto do LD deve se a aspectos do conte do tem tico t pico da not cia a atualidade a intensidade e tamb m a veracidade Podemos observar novamente que foi escolhida uma not cia para ser apresentada logo ap s as considera es do mate
30. sticas e composicionais feitas pelo autor tendo em vista seu interlocutor Desse modo cabe ao 149 professor elaborar atividades que permitam ao educando a compreens o de como os elementos gramaticais ligam palavras frases e par grafos retomando ou enfatizando as ideias defendidas pelo autor do texto O trabalho de reflex o sobre a linguagem nesse sentido deve levar o aluno a compreender de que maneira os g neros cristalizam certas pr ticas sociais e discursivas para tanto preciso em primeiro lugar selecionar os g neros que ser o trabalhados e a partir deles definir os elementos gramaticais que constituir o o foco de an lise Desse modo os caminhos metodol gicos que devem ser seguidos partem da observa o da l ngua em uso isto de enunciados reais situados s cio historicamente n o da identifica o e classifica o de estruturas gramaticais em frases descontextualizadas De acordo com a PCLP nos cursos da EJA o trabalho com a an lise ling stica deve ser antes de tudo proveitoso O conjunto de assuntos selecionados tem de estar inserido em um contexto deve ser amplamente discutido para ficar evidenciada sua significa o tem de estar indissociavelmente ligado s pr ticas de linguagem escuta leitura e produ o de textos deve refletir os constantes avan os dos estudos ling sticos e estar sujeito a um processo cont nuo de revis o e de cr tica BRASIL 2002b p 17 P
31. tica nas quatro obras que a constituem seguindo exatamente essa perspectiva A A 2 Z o 44 bo 299 primeira ocorr ncia encontrada no cap tulo 4 intitulado O ler matematicamente da unidade 2 do volume 1 da cole o a qual aborda o t pico Cidadania e leitura Na se o Pra come o de conversa que inicia o cap tulo exp e se o seguinte fragmento de texto 162 Leia com aten o o texto a seguir rela o ao saneamento b sico o n mero de munic pios com rede de esgoto bastante elevado mas isso apenas n o basta para que a situa o de saneamento b sico seja boa gua sem tratamento e a falta de sanea mento b sico causam a morte de milhares de pessoas por ano no Brasil O Brasil tem 7 5 milh es de domic lios sem banheiro No lt O Piau em 1998 doen as relacionadas falta H ainda a quest o da gua Nessa regi o de saneamento b sico como a diarreia vi s o poucos os munic pios que ainda n o tem timaram 10 844 pessoas n mero maior do gua encanada por m em alguns Estados que o de homic dios na regi o metropoli isso n o acontece tana de S o Paulo naquele ano A Regi o Sudeste ocupa uma posi o muito boa em Folha de S Paulo 28 jan 2002 Figura 15 Texto sobre falta de saneamento b sico no Brasil Cole o Tempo de Aprender vol 1 p 133 O excerto aborda as consequ ncias da falta de saneamento b sico e da distribui o de gua tratad
32. 135 e outro que seja sensacionalista atividade que ajudaria a compreender que o mesmo fato pode ser noticiado de diferentes maneiras tendo em vista o p blico alvo de cada ve culo de comunica o Seguindo uma perspectiva de trabalho parecida s o expostos tr s novos lides todos retirados da Folha online e pede se que o aluno identifique em cada um deles o que aconteceu quando onde como com quem e por qu respostas que devem ser inclu das em uma tabela Nesse caso o estudo do texto limita se retirada de suas informa es b sicas sem qualquer reflex o sobre suas condi es de produ o sobre o estilo de linguagem empregado a adequa o do texto ao p blico leitor os recursos usados pelo redator para conferir ao texto o efeito de objetividade ou seja o processo de leitura proposto limita se superficialidade do texto sem ultrapassar o n vel da compreens o das informa es Isso sem d vida representa um obst culo forma o de um leitor consciente como sugerem os documentos oficiais que regulamentam o ensino j que um bom leitor se forma tamb m a partir da an lise dos elementos circunscritos ao contexto de produ o e circula o do g nero que lhe s o constitutivos BAKHTIN 2003 e n o somente da materialidade do texto como afirmam os PCN a leitura o processo em que o leitor realiza um trabalho ativo de compreens o e interpreta o do texto a partir de seus objetivos de seu conhecime
33. 1970s that caused some to call him the Lech Walesa of Brazil With a group of fellow labor leaders and intellectuals he founded the Workers Party and ran unsuccessfully for president three times before winning in 2002 with the largest margin of victory in Brazilian history Harvard Gazette Archives Disponivel em lt http www hno harvard edu gazette 2005 04 07 19 lula html gt Acesso em 14 out 2009 Fragmento Brazilian architect Niemeyer celebrates 100 years Dec 15 2007 10 31pm RIO DE JANEIRO Reuters Renowned Brazilian architect Oscar Niemeyer celebrated his 100th birthday on Saturday with family friends and well wishers in the House of the Canoas in Rio de Janeiro one of his many creations I am just a human being like any other nothing special I don t know why I have lasted so long told reporters as he enjoyed a cigarette and glass of champagne Reuters Disponivel em lt http uk reuters com article idUKN1530105520071215 gt Acesso em 14 out 2009 Fragmento Figura 26 Lides de not cias sobre personalidades brasileiras Cole o Viver Aprender vol 4 p 97 O primeiro deles diz respeito ao fato de que Jos Goldemberg de 80 anos professor de f sica da Universidade de S o Paulo USP na poca recebeu um pr mio 199 ambiental por suas contribui es na formula o e implementa o de pol ticas associadas a melhorias no uso e conserva o de energia o segundo por sua vez refere
34. Camaras Municipaes nte Getulio Vargas revogou a Carta Magna de 34 promulgando uma Nova Constitui o Rea Constitni o para o pair O nova Estatuto mantem a forma re bli R mmunicados dos ministeri ti a e da Guerra e da chefia de polida aii RIO 10 H Ur mt keste O Minist rio da Justi a forsecen imprensa seguinte Folha da Manh 11 de novembro de 1937 Fonte Primeira p gina 5 ed p 33 Por KALUMA Figura 19 Reprodu o da primeira p gina do jornal Folha da Manh Cole o Tempo de Aprender vol 1 p 243 A publica o datada de 11 de novembro de 1937 apresenta aspectos t picos do per odo em que o jornal ganhou as ruas O mais evidente deles diz respeito linguagem empregada no t tulo e no lide destacados Foram dissolvidas a Camara o Senado e todas as Assembl as Estaduaes e Camaras Municipaes O presidente Getulio Vargas revogou a Carta Magna de 34 promulgando uma nova Constitui o para o paiz O novo estatuto mantem a reforma republicana federativa e a autonomia dos Estados Communicados dos ministerios da Justi a e da Guerra e da chefia de policia As demais chamadas n o permitem uma leitura fluente dado o tamanho reduzido da fonte que as comp e O conte do tratado no cap tulo diz respeito s transforma es sofridas pelo regime republicano no Brasil em especial o golpe de Get lio Vargas que implantou o Estado Novo em novembro de 1937 Levando
35. Guilherme MA 176 Not cia sobre Congresso de Pediatria realizado em Curitiba 181 Atividade sobre conflitos mundiais em curso 183 Not cia sobre a realiza o do F rum Social Mundial 185 Not cia sobre lista brasileira de animais em extin o 189 Trechos de noticias sobre o MST 2 0 2 sv cul ssn nec mdacicecuiene 192 Leads de noticias sobre personalidades brasileiras 198 Not cia sobre o caso Jean Charles de Menezes 200 SUM RIO INTRODUCAO atas A a a AA etii 12 CAPITULO 1 A PRODUCAO DE MATERIAL DIDATICO PARA A EJA UMA HIST RIA DE DESCONTINUIDADEG scssssssssssessssessesseesseesees 20 1 1 MOMENTOS SIGNIFICATIVOS DA EJA NO BRASIL s 20 1 2 A PRODU O DID TICA PARA A EJA ANTERIOR AO PNLD 29 1 3 PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DID TICO DO PNLD AO PNLD EN Aa cen e O q O e TE EER 36 CAP TULO 2 O G NERO NOTICTA ecsssssssssssssssssesssssssesssssseesscsssessssssesssessees 43 2 1 G NEROS DO DISCURSO A ABORDAGEM DO C RCULO DE 2504 A S dB ee Se RP REAR Re CPR RE RENDER E 43 2 1 1 G neros do discurso no contexto CSCOLAL cccccccccceceesessnsecececececeesssteeeeceees 51 2 2 A ESFERA JOR NA DIS PIC As nata o ot A dd Sd atta 54 2 3 CARACTER STICAS DO G NERO NOT CIA temem 57 2 3 1 Conte do tematico simai n T E A a aa 59 23 2 Estl delinga teii sn an ia E
36. MARTINS E Manual de reda o e estilo O Estado de S Paulo S o Paulo O Estado de S Paulo 1990 MARCUSCHI L A Produ o textual an lise de g neros e compreens o S o Paulo Par bola Editorial 2008 MEDEIROS E M S Leitura Literatura e a Educa o de Jovens e Adultos 2002 159f Disserta o Mestrado em Lingu stica Aplicada Universidade Estadual de Maring Maring MEDITSCH E Teorias do R dio Textos e Contextos 1 ed Florian polis Insular 2005 MELLO P E D Material did tico para Educa o de Jovens e Adultos hist ria formas e conte dos 2010 254 f Tese Doutorado em Educa o Faculdade de Educa o da Universidade de S o Paulo S o Paulo MENDON A M An lise lingu stica no Ensino M dio um novo olhar um outro objeto In BUNZEN C MENDON A M Orgs Portugu s no ensino m dio e forma o do professor S o Paulo Par bola Editorial 2006 NOVO MANUAL DE REDA O Folha de S Paulo 6 ed Folha de S o Paulo 1996 Primeira edi o 1992 OLIVEIRA J B A GUIMAR ES S D P A pol tica do livro did tico SP Summus 1984 PAIVA V P Educa o popular e educa o de adultos 4 ed S o Paulo Edi es Loyola 1987 PARAN Secretaria de Estado da Educa o Departamento de Educa o B sica Diretrizes Curriculares da Educa o B sica L ngua Portuguesa Curitiba 2008 Secretaria de Estado da Educa o Superintend ncia da Educa o Diret
37. Portuguesa para a EJA PCLP EJA e das Diretrizes Curriculares Estaduais de L ngua Portuguesa para a Educa o B sica DCELP relacionadas ado o do texto como unidade e dos g neros como objeto de ensino nas aulas de LP Na sequ ncia passamos a abordar as especificidades da not cia que sem d vida o produto de um meio espec fico a esfera jornal stica Partindo desse pressuposto antes de apresentar as caracter sticas desse g nero distinguindo o da reportagem especifica o necess ria uma vez que por apresentarem algumas semelhan as s vezes ambos s o confundidos expomos breves considera es a respeito do referido campo da atividade humana pois ele o contexto s cio hist rico ideol gico que permite a emerg ncia da not cia 2 1 G NEROS DO DISCURSO A ABORDAGEM DO C RCULO DE BAKHTIN At o s culo XX a express o g neros do discurso era mais utilizada pela ret rica e pela literatura associada aos g neros pico l rico e dram tico A partir desse per odo entretanto o fil sofo russo Mikhail Bakhtin 1985 1975 e os estudiosos que 2 Embora as cole es did ticas analisadas sejam distribu das a todo o Brasil optamos por trabalhar unicamente com as DCELP do Paran uma vez que o referido documento apresenta converg ncia te rica com os PCN produzidos em mbito nacional e seria invi vel utilizar as considera es de Diretrizes de todos os estados brasileiros inclusive porque algu
38. Rio de Janeiro v 9 n 22 p 144 155 jan jun 2004 FRIEDRICH M et al Trajet ria da Educa o de Jovens e Adultos no Brasil de plataformas de governo a propostas pedag gicas esvaziadas Ensaio aval pol p bl Educ Rio de Janeiro v 18 n 67 p 389 410 abr jun 2010 GERALDI J W Portos de passagem 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2003 HADDAD S DI PIERRO M C Escolariza o de jovens e adultos Revista Brasileira de Educa o Campinas n 14 p 108 130 2000 HOFLING E M Notas para discuss o quanto implementa o de programas de governo em foco o Programa Nacional do Livro Did tico Educa o amp Sociedade S o Paulo Cedes n 70 p 1 232 2000 JAPIASSU H Interdisciplinaridade e Patologia do saber Rio de Janeiro Imago 1976 KARWOSKI A M GAYDECZKA B BRITO K S Orgs G neros textuais reflex es e ensino 4 ed S o Paulo Par bola Editorial 2011 LAGE N Estrutura da not cia 2 ed S o Paulo tica 1987 Ideologia e t cnica da not cia 2 ed Petr polis Vozes 1982 Linguagem jornal stica 7 ed S o Paulo tica 2002 214 LAJOLO M Livro did tico um quase manual do usu rio Em aberto Bras lia v 16 n 69 p 3 9 1996 LOPES ROSSI M A Org G neros discursivos no ensino de leitura e produ o de textos Taubat SP Cabral Editora e Livraria Universit ria 2002 MANUAL DE REDA O E ESTILO O Globo S o Paulo Globo 1992
39. Tempo de Aprender Desse modo percebemos que o g nero a partir do momento em que adotado como objeto de ensino torna se demasiadamente escolarizado pois al m de muitas vezes sofrer cortes 206 que descaracterizam ou prejudicam sua composi o perde o contato com a realidade social que possibilitou seu surgimento Os usos do g nero not cia por parte dos componentes curriculares que comp em as obras por sua vez s o variados Em L ngua Portuguesa como era de se esperar ambas as cole es pretendem apresentar o g nero ao aluno faz lo tomar conhecimento de suas caracter sticas e finalidades j que embora o texto esteja presente nos conte dos de todas as disciplinas cabe ao professor de l ngua portuguesa a responsabilidade maior de situar o aluno com rela o aos g neros do discurso Nesse processo por m conforme pontuamos no decorrer do trabalho existem algumas omiss es e simplifica es que prejudicam a plena abordagem da not cia em ambas as cole es Em Matem tica predomina o estudo de not cias que veiculam resultados de pesquisas realizadas por determinadas entidades como o caso do IBGE uma vez que textos dessa natureza apresentam grande concentra o de dados pertinentes ao trabalho com conhecimentos t picos desse componente curricular A partir disso a Cole o Tempo de Aprender de modo mais enf tico adota not cias como objeto de ensino na tentativa de promover o letramento matem tico do a
40. acordo com a ortografia do portugu s brasileiro atual Essa proposta sem d vida pode ajudar o aluno a compreender as rela es existentes entre o texto e seu contexto de produ o A op o por recorrer a reprodu es de p ginas inteiras de jornais para demonstrar o registro de acontecimentos passados acontece em outros momentos da cole o por m como os objetivos do uso s o os mesmos limitaremos nossas considera es ao texto j mencionado A Cole o Viver Aprender que contempla os conte dos de Hist ria e Geografia juntos sob o t tulo de Ci ncias Humanas apresenta tr s ocorr ncias de not cia No entanto somente uma delas faz refer ncia direta a conte dos t picos da disciplina de Hist ria em virtude disso somente ela ser discutida neste momento as demais ser o abordadas quando nos dispusermos a trabalhar o componente curricular de Geografia Na disciplina de Hist ria a not cia aparece no cap tulo 1 Um Brasil cada vez mais urbano e ainda rural da obra destinada ao 8 ano 7 s rie a qual aborda o assunto geral Mundo em constru o O cap tulo tem in cio fazendo refer ncia ao xodo rural per odo marcado pelo deslocamento em massa da popula o campesina para as cidades e s diferen as existentes entre munic pios de distintas regi es do pa s Em determinado momento passa se a discutir a respeito da Primeira Rep blica e do poder que os coron is exerciam sobre as pessoas o
41. ano 8 s rie Trabalho e consumo e Globaliza o e novas tecnologias O estudo de cada assunto corresponde a uma unidade do componente curricular assim na mesma s rie todas as disciplinas possuem duas unidades e contemplam t picos comuns entre si O material da 5 s rie por exemplo aborda dois t picos Identidade e Cidadania e leitura um em cada unidade de Portugu s Matem tica Hist ria etc Essas unidades por sua vez dividem se em dois ou tr s cap tulos caracter stica que varia de disciplina para disciplina A Cole o Viver Aprender tamb m possui sete componentes curriculares O material de L ngua Portuguesa foi escrito por Claudio Bazzoni Heloisa Ramos e Mirella Laruccia Cleto o de L ngua Inglesa elaborado por F bio Fernandes Madeira Louren o o de Arte e Literatura por Denise Grinspum e Noemi Jaffe e o de Matem tica por Dulce Satiko Onaga Helena Henry Meireles Jos Carlos Fernandes 77 Rodrigues e Maria Amabile Mansutti J os conte dos referentes s Ci ncias Humanas que englobam as disciplinas de Hist ria e Geografia foram escritos por Carolina Amaral de Aguiar Denise Mendes e Roberto Giansante e os referentes s Ci ncias Naturais por fim organizados por Marina Marcos Valad o Entretanto ao contr rio das obras editadas pelo grupo IBEP esses livros n o possuem unidades articuladoras comuns a todas as disciplinas de cada s rie nesse caso cada volume se estrutura em torno de um assunt
42. b sicas conte do tem tico estilo de linguagem e constru o eo 1 composicional 2 3 1 Conte do tem tico O tema de determinado g nero como prop e Bakhtin 2003 refere se ao sentido completo nico individual e n o reiter vel da enuncia o quilo que o enunciado produz em uma inst ncia discursiva em fun o da situa o isto quilo que pode ser dito no mbito das possibilidades de determinado g nero Sobral 2009 por 13 gh gt cost Temos conhecimento de que esses elementos s o intimamente relacionados entretanto por uma quest o metodol gica os apresentaremos separadamente 60 sua vez destaca que para depreender o tema de um g nero preciso analisar v rios textos que o representem com vistas e identificar o que constante nele caso contr rio corremos o risco de classificar como tema um de seus t picos ou seja um de seus assuntos t picos Sob essa perspectiva podemos dizer que o tema da not cia o an ncio r pido de um fato que gere interesse a determinado p blico e que alguns de seus t picos poss veis s o acidentes crimes acontecimentos pol ticos promulga o de leis desastres ambientais constru o de obras p blicas etc Entretanto em fun o da necessidade de atrair o interlocutor a esfera na qual esse g nero se inclui exige que o fato relatado apresente algumas particularidades como o caso da atualidade do ineditismo da veracidade e da intensidade
43. conte dos das not cias publicadas ou seja elementos intimamente relacionados ao tema do g nero sejam adotados como ponto de partida para a realiza o de dramatiza es Conte dos 203 de teatro experimenta o na adapta o em roteiros de hist rias not cias contos fatos hist ricos mitos narrativas populares BRASIL 1998f p 91 grifos nossos Entretanto ao longo das oito obras que constituem as cole es indicadas pelo PNLD EJA para o segundo segmento do Ensino Fundamental nenhuma ocorr ncia de not cia ou proposta de trabalho que tome esse g nero como ponto de partida foi encontrada O m ximo que os materiais prop em a leitura de textos de outros g neros como o caso da entrevista com pessoas famosas e de letras de can es os quais possuem rela o com o conte do program tico da disciplina de Artes Isso demonstra que apesar das recomenda es dos documentos oficiais a not cia n o tem encontrado espa o no conte do program tico do componente curricular em quest o nas obras analisadas o que pode estar acontecendo em virtude da falta de familiaridade dos elaboradores desse componente curricular com a quest o dos g neros do discurso CONSIDERA ES FINAIS Antes de tudo preciso deixar claro que o processo reflexivo desenvolvido ao longo desta pesquisa n o visou exaustividade e completude Evidentemente an lises de outras ordens sob diferentes prismas poderiam e ainda p
44. de c pula no Rio de Janeiro e solicita que o aluno comente o texto com os colegas tendo em vista os conhecimentos que adquiriu ao longo do estudo Nesse caso espera se que ele discuta os motivos que levaram fragiliza o do Mercosul uma vez que o primeiro par grafo do texto disponibilizado no LD relata que o Brasil defende a entrada da Bol via no bloco enquanto a Argentina apresenta se contr ria a essa inclus o Tomando como ponto de partida as considera es desenvolvidas no decorrer do cap tulo a expectativa a de que o estudante seja capaz de refletir sobre os interesses econ micos de cada na o fato que influencia diferentes posicionamentos quando o assunto aceitar ou n o outro membro no bloco Para chegar a esse n vel do processo reflexivo entretanto seria necess rio promover uma contextualiza o a respeito do 187 momento s cio hist rico e pol tico vivido pelo Brasil e pela Bol via quando o texto foi publicado junho de 2007 isto analisar as condi es de produ o do g nero as quais s o fundamentais para a compreens o de qualquer texto BAKHTIN 2003 uma vez que a situa o de cada pa s determinante para que ele recuse ou n o outro membro no bloco Embora essa perspectiva de trabalho n o seja assumida pelo material isso n o impede claro que o aluno o fa a por si s ou com a ajuda do professor De modo geral por fim podemos verificar que a not cia tal qual verificad
45. de S Paulo que por ser dotado de credibilidade confere maior efeito de verdade ao fato noticiado Ao recolher a not cia de um peri dico dessa natureza e transport la para o LD a cole o oferece ao aluno n o s a oportunidade de entrar em contato com um documento di rio cotidiano mas tamb m a certifica o de que novos estudos est o sendo desenvolvidos e quebrando paradigmas vigentes o que revela sua preocupa o em demonstrar que as descobertas hist ricas n o s o definidas e acabadas Ap s a exposi o da not cia s o apresentados quatro exerc cios os dois primeiros interrogam a respeito do posicionamento de Ni de Guidon estudiosa brasileira e Al Goodyar pesquisador americano sobre a origem humana na Am rica A atividade seguinte solicita que o aluno compare esse posicionamento tese defendida at que seus trabalhos fossem publicados e posteriormente outra quest o sugere que ele encontre em um mapa onde est o localizados o Piau Brasil e o Estado da Carolina do Sul EUA em uma tentativa de estimular a leitura desse g nero t o comum na disciplina de Hist ria Esse primeiro exemplo demonstra que a natureza das not cias incorporadas ao estudo das disciplinas que constituem o curr culo escolar varia de acordo com os conte dos de cada uma Em Matem tica por exemplo a maioria das ocorr ncias do g nero tem como assunto resultados de pesquisas publicadas no ambiente virtual das quais eram adotadas as mais
46. de adotarem a perspectiva dos g neros do discurso o fazem em car ter introdut rio portanto menos pormenorizado o que desestimulou a escolha destes como foco da pesquisa A motiva o para a escolha da esfera jornal stica e do g nero not cia em particular como objeto de an lise decorre de v rios fatores Um dos pap is atribu dos ao professor em sua vida profissional estreitar os la os existentes entre a escola e a sociedade e n o h modo melhor de faz lo do que levando os acontecimentos cotidianos para dentro da sala de aula por meio do jornal uma fonte de informa o que registra diariamente uma vers o da Hist ria reflete valores e nesse sentido transforma se em uma ponte que integra o aluno aos problemas s cio culturais de sua regi o e do mundo H de se considerar tamb m que o desenvolvimento de boas atividades em torno do jornal atua como princ pio elementar na forma o do leitor cr tico no aperfei oamento de suas capacidades intelectuais uma vez que esse peri dico veicula diversas ideologias nos variados g neros que o constituem e como lembra Cavalcanti 1999 suscita coment rios debates troca de opini es Al m disso todo bom jornal 15 emprega a variedade culta da l ngua oferecendo ao aluno a possibilidade de lidar com ela em seu cotidiano ajuda o educando a relacionar seus conhecimentos pr vios aos conte dos presentes nas not cias a adquirir novos conhecimentos e a re formular c
47. de carinhos e favores entre um casal apaixonado e a camaradagem entre tr s homens alcoolizados em um bar ou seja o tema da not cia referente ao relato de um fato de interesse p blico perde se nos textos propostos no interior da cr nica Como o pr prio personagem afirma no primeiro par grafo do texto O jornal quer fatos que sejam not cias que tenham conte do jornal stico sob essa perspectiva o assunto proposto por ele para ser abordado em not cias s faz sentido no contexto da cr nica caso elas fossem publicadas em um jornal n o teriam seu objetivo enunciativo alcan ado pois al m de desconsiderar a 133 identidade e o papel dos interlocutores deixariam de refletir as condi es espec ficas e as finalidades da esfera jornal stica Tecidos esses coment rios sobre o texto de Rubem Braga podemos dizer que h possibilidade de complementar a proposta de an lise sugerida pelo LD Para isso seria poss vel solicitar que o aluno identificasse a quais elementos caracter sticos da estrutura composicional da not cia n o aparecem nos textos sugeridos pelo personagem da cr nica e b que avaliasse se o conte do de tais textos bem como o estilo de linguagem neles empregado adequado a esse g nero considerando sua esfera original de circula o a fun o do texto e os interlocutores aos quais ele se destina Essas atividades auxiliariam o aluno a se apropriar das especificidades da not cia e consequentement
48. de carro Outro diz s dou o voto se me der uma bici cleta Outro diz assim s vou votar se me der 2 000 telhas NA CIDADE com menor renda voto trocado por telhas Folha de S Paulo 11 set 2008 Dispon vel em lt http www1 folha uol com br fsp brasil fc1109200822 htm gt Acesso em 3 set 2009 Figura 20 Not cia sobre a compra de votos em Centro do Guilherme MA Cole o Viver Aprender vol 3 p 227 O texto que apresenta t tulo lide e corpo do qual s o exclu dos apenas alguns trechos problematiza uma situa o recorrente no Brasil a compra de votos O fato relatado na not cia diz respeito unicamente a Centro do Guilherme cidade com a menor renda e expectativa de vida do pa s localizada no Maranh o entretanto sabe se que essa pr tica acontece em in meros outros munic pios ou seja o tempo passou mas as rela es pol ticas n o sofreram mudan as significativas Afinal hoje em vez de serem obrigados a votar em determinado candidato os eleitores fazem suas escolhas levando em considera o aquilo que podem receber em troca e os candidatos aos cargos p blicos n o se sentem nem um pouco intimidados em confirmar que isso ocorre 177 O texto noticioso aparece aqui na tentativa de mostrar que ainda hoje situa es semelhantes s recorrentes na Primeira Rep blica acontecem e podem ser comprovadas pois s publicado na Folha de S Paulo ve culo de comunica o de prest gio algo que
49. de outras como Aplicar conhecimentos e Leitura de j mencionadas Embora alguns desses itens 80 coincidam entre os componentes curriculares presentes em cada volume n o se pode dizer que eles s o t o regulares quanto os apresentados pela Cole o Tempo de Aprender De acordo com o Guia dos Livros Did ticos BRASIL 2010 p 132 publicado pelo PNLD EJA ambas as cole es al m de multidisciplinares s o tamb m interdisciplinares e possuem projeto gr fico adequado proposta did tico pedag gica postulada pelas diretrizes da EJA As situa es de interdisciplinaridade ocorrem de diferentes modos aparecem a partir dos conte dos de dois ou tr s componentes curriculares podem ser localizados nos conte dos apresentados ou nas atividades propostas podem consistir numa combina o entre conte dos novos de um componente curricular e conhecimentos de outros componentes estudados em unidade ou volume anterior O projeto gr fico adequado proposta did tico pedag gica e ao p blico da EJA Em rela o aos conte dos de L ngua Portuguesa especificamente tanto o Guia quanto o Manual do Educador de cada cole o destacam que os conte dos selecionados para cada volume tomam como ponto de partida a perspectiva dos g neros do discurso A Cole o Tempo de Aprender inclusive apresenta ao final de cada obra alguns textos de apoio destinados ao professor dentre eles est um material que ex
50. diferentes representa es num ricas como objeto de estudo visando melhor compreens o do texto o que faz do estilo de linguagem constitu do por recursos lexicais fraseol gicos e gramaticais peculiares BAKHTIN 2003 o elemento constitutivo do g nero mais trabalhado nesse componente curricular Em Hist ria a perspectiva outra j n o se sobressaem aspectos ligados ao estilo de linguagem do g nero mas ao conte do tem tico em si uma vez que os fatos relatados situados s cio historicamente funcionam como um retrato ver dico da sociedade Al m disso nota se que n o h tantas quest es de interpreta o do texto ele usado mais na tentativa de fazer refer ncia a acontecimentos que geram interesse por 172 parte do p blico e que registram fatos hist ricos considerados importantes Para serem bem compreendidos preciso que se apresente o maior n mero de informa es poss vel sobre esses fatos Em virtude disso o componente curricular de Hist ria tende a expor not cias com menos recortes ou seja quase n o se fragmenta a constru o composicional dos textos trabalhados Da mesma maneira ao contr rio do que se verifica no componente curricular de Matem tica aqui as condi es de produ o e circula o do g nero essenciais para a compreens o do texto conforme comenta Sobral 2009 fazem toda diferen a Afinal utiliza se uma not cia e n o outro g nero qualquer para ilustrar e comprovar um a
51. do n mero de p ginas das obras consideravelmente inferior ao da outra cole o enquanto os livros editados pela IBEP apresentam em m dia 500 p ginas os editados pela Global possuem em m dia 280 Os cap tulos que comp em os componentes curriculares de cada volume apresentam normalmente longas considera es te ricas redigidas pelos autores sobre 79 os assuntos a serem abordados as quais curiosamente aparecem destacadas em colorido tal qual comum fazer se quando o leitor utiliza uma caneta destaca texto para salientar fragmentos que julga importantes Aliadas a essas considera es aparecem algumas se es mais ou menos fixas em cada disciplina em L ngua Portuguesa por exemplo tem se inicialmente o item Convite leitura segmentado em dois subitens Leitura e an lise de textos e Di logo com o texto que apresentam atividades de leitura pr via acompanhadas de um texto ao qual se seguem quest es de interpreta o Em alguns cap tulos aparece a se o Explorando o universo textual dedicado an lise de um texto que por v rias vezes apresenta algum conte do gramatical e logo em seguida a Roda de conversa que contempla exerc cios sobre esse mesmo material Em outros casos o livro indica apenas o t tulo Atividade e exp e uma sequ ncia de quest es de diversas ordens para serem resolvidas s propostas de produ o reservada a se o Momento da
52. e do local do ocorrido Nesse caso a diferen a consiste na forma arquitet nica que tamb m um tra o do estilo SOBRAL 2009 e na sele o dos recursos lexicais e gramaticais 107 BAKHTIN 2003 utilizados para materializar o projeto de discurso em ambos os casos A apresenta o dessas possibilidades de organiza o do discurso entretanto insatisfat ria pois a resposta do exerc cio bvia Nem mesmo os jornais mais sensacionalistas come ariam uma not cia com eu vou contar pra voc s o que aconteceu essa estrutura n o recorrente no jornalismo n o faz parte do universo da not cia sob essa perspectiva o aluno continua sem conhecer o que uma not cia que prima pela parcialidade Sabemos que o p blico atendido pela EJA exige um tratamento mais acess vel dos conte dos mas n o a ponto de descaracteriz los O que se poderia fazer nesse caso redigir o texto empregando uma linguagem apelativa descrevendo com mais detalhes como ocorreu o crime por exemplo Tr s moradores de rua foram covardemente assassinados no centro do Rio de Janeiro na madrugada desta ter a feira Eles tiveram os corpos amarrados ensopados de gasolina e em seguida queimados sem qualquer chance de defesa Esse tipo de discurso bastante recorrente em jornais sensacionalistas sejam eles impressos radiof nicos ou televisivos apesar de n o fazer uso da 1 pessoa revela marcas claras da posi o enunciativa d
53. e n o todas simultaneamente como ocorre no ensino regular 4 2 MATEM TICA Embora perten am a dom nios distintos as disciplinas de L ngua Portuguesa e Matem tica possuem um tra o em comum que inclusive mencionado pela Proposta Curricular de Matem tica para a Educa o de Jovens e Adultos BRASIL 2002c o texto O referido documento apresenta um item intitulado Quando o texto vai aula de Matem tica o qual destaca que fundamental propiciar situa es em que jovens e adultos verbalizem e registrem suas id ias Por isso importante o professor estimular a produ o de textos Ibid p 31 mesmo quando o objetivo principal da aula est direcionado para a aprendizagem de quest es num ricas Algumas p ginas adiante o documento ressalta que textos pertencentes esfera jornal stica em virtude da necessidade de apresentarem dados precisos podem funcionar como uma excelente fonte para o estudo do componente curricular em quest o Jornais e revistas s o recursos did ticos ricos em dados e informa es e de f cil acesso aos jovens e adultos Por isso podem ser utilizados nas aulas de Matem tica para a leitura e interpreta o n o apenas de gr ficos e tabelas mas tamb m para a discuss o dos textos BRASIL 2002c p 35 Essa proposta sem d vida adotada pela Cole o Tempo de Aprender que contempla v rias vezes o g nero not cia nas p ginas destinadas disciplina de Matem
54. efeito de objetividade e neutralidade Silva 2006 da mesma maneira ao analisar a constru o do texto pol mico na m dia eletr nica tomando como objeto de an lise as not cias veiculadas sobre o sistema de cotas menciona que al m de possibilitar a intera o com o interlocutor o qual pode comentar as mat rias nos sites e de possuir um car ter mais ef mero do que os textos veiculados em jornais impressos pois os jornais online s o atualizados v rias vezes ao dia a not cia que circula no ambiente virtual possibilita o uso de uma linguagem mais metaf rica se comparada utilizada nos textos veiculados em m dia impressa 98 O desenvolvimento da not cia proposta para estudo tamb m levanta d vidas quanto classifica o do g nero Inicialmente trata se apenas do roubo ocorrido na igreja S o Judas Tadeu mas depois se diz que Assaltar igreja n o caso raro na capital linha 14 e passam a ser mencionadas diversas igrejas que sofreram a a o dos bandidos abre se espa o para a cita o do discurso dos padres respons veis por cada par quia e para fazer refer ncia s medidas que cada um adotou para proteger se Todas as igrejas citadas s o as que fizeram parte da pesquisa entretanto tem se a impress o de que ao fazer refer ncia a elas o texto assume um car ter abrangente incomum ao universo da not cia Essa abrang ncia materializada na constru o composicional do texto por interm dio da cria
55. es de ag ncias de not cias 198 obra o objetivo principal nesse momento focalizar a leitura instrumental e alguns aspectos lingu sticos do idioma estrangeiro Para isto s o apresentados alguns exerc cios que contemplam fragmentos de not cias O primeiro deles exp e novamente excertos da constru o composicional da not cia tr s lides relacionados a personalidades brasileiras todos oriundos do ambiente virtual Estura de texto 1 Leia a seguir algumas not cias sobre personalidades brasileiras smal stico Os textos foram reduzidos de modo que se apresenta apenas o primeiro par grafo de cada um Para isso foram escolhidos textos cujo primeiro par grafo sozinho fizesse sentido Brazilian physicist receives environmental award 26 June 2008 Jos Goldemberg 80 a physics professor at the University of S o Paulo USP has received the annual Blue Planet Prize from Japans Asahi Glass Foundation for making major contributions in formulating and implementing many policies associated with improvements in energy use and conservation Embassy of Brazil in London Disponivel em lt http www brazil org uk press pressreleases files 20080626 html gt Acesso em 14 out 2009 Fragmento Brazil s President Lula subject of talk Luiz In cio Lula da Silva known as Lula is the first Brazilian president to come from the working class A former metalworker who left school at 12 Lula led strikes in the
56. escolar de cada s rie em um nico volume a organiza o interna das obras difere em alguns aspectos A Cole o Tempo de Aprender apresenta em cada livro sete componentes curriculares Os conte dos da disciplina de L ngua Portuguesa foram elaborados por C cero de Oliveira Silva Elizabeth Gavioli de Oliveira Silva e Greta Nascimento Marchetti os de Matem tica por Clarice Gameiro da Fonseca Pachi e Sonia Maria Ferreira Valentini os de Hist ria por Edimar Ara jo Silva e Jos Wagner de Melo e os de Geografia por Joyce Martins Ara jo Santos e Sandra Beline As p ginas correspondentes disciplina de Ci ncias Naturais por sua vez foram escritas por Clarinda Mercadante de Lima Pifaia e Sandra Ang lica Gon alves s referentes ao componente curricular de L ngua Estrangeira Moderna Ingl s por Mirtes Iamani Abe e Renata Chimim e finalmente s de Artes por Grasiele Silva de Souza Perla Frenda e Tatiane Cristina de Gusm o Todos esses componentes curriculares se estruturam em torno de dois assuntos a partir dos quais se desenvolvem seus conte dos conforme veremos a seguir No primeiro volume da cole o destinado ao 6 ano 5 s rie os assuntos contemplados s o Identidade e Cidadania e leitura no segundo destinado ao 77 ano 6 s rie Meio ambiente e Sa de e qualidade de vida no terceiro destinado ao 8 ano 7 s rie Cidadania e cultura e Cultura de paz e por fim no quarto destinado ao atual 9
57. espa o no peri dico nesse sentido o jornalista obrigatoriamente precisa definir o fato a ser noticiado e o ponto de vista usado para relat lo isso quer dizer que o jornal n o reflete a realidade como um espelho mas constr i uma vers o sobre ela Ao interlocutor nesse caso consciente dessa realidade cabe a fun o de entrar em contato com diferentes jornais que publicam a mesma not cia ou seja que dialogam entre si e diante das v rias vers es existentes depreender a ess ncia do acontecimento relatado Para ser considerado not cia e provocar interesse atendendo ao que exige o tema do g nero em quest o o fato precisa ainda em compara o a outro fato de natureza semelhante ou seja no mbito das rela es dial gicas que constituem a intera o humana apresentar se mais intenso Cem crian as mortas por exemplo em um inc ndio em um circo mais espetacular que a morte de outras cem crian as em decorr ncia da fome que assola pa ses pobres O acontecimento transforma se em not cia sobretudo em virtude de as crian as terem morrido de uma s vez em condi es tr gicas e em um local que pressup e alegria LAGE 1982 Como podemos verificar as especificidades que circundam a produ o de not cias na esfera jornal stica exigem que o fato relatado apresente algumas particularidades tem ticas que ajudem a despertar o interesse do interlocutor Afinal disso depende o consumo dessas not cias e conse
58. estilo o qual permite que o locutor mobilize em fun o do tema do interlocutor e da esfera em que est inserido certos recursos lingu sticos para materializar seu projeto enunciativo Diante de tais considera es podemos verificar que nenhum desses elementos tema estilo e composi o constitui isoladamente um g nero Ao se disseminarem essas ideias desenvolvidas por Bakhtin e seu C rculo influenciaram diversos te ricos que al m de incorpor las a seus estudos acrescentaram lhes novas considera es No Brasil por exemplo em lugar de g neros do discurso a express o mais conhecida a de g neros textuais que segundo Marcuschi 2008 p 155 refere se aos textos materializados em situa es comunicativas recorrentes isto aqueles que encontramos em nossa vida di ria dos quais s o exemplos o telefonema o serm o a carta comercial o romance a not cia jornal stica o hor scopo a piada instru es de uso inqu ritos policiais etc O conceito de g nero textual normalmente suscita compara es com o de tipologia textual que se refere a uma esp cie de constru o te rica definida pela natureza lingu stica de sua composi o da qual os representantes mais significativos s o as conhecidas narra o disserta o e descri o que constitu ram o foco da produ o de textos na escola durante muito tempo a exposi o e a injun o Uma ltima considera o a respeito dos
59. g neros do discurso Evidentemente cada enunciado particular individual mas cada campo de utiliza o da l ngua elabora seus tipos relativamente est veis de enunciados os quais denominamos g neros do discurso Ibid p 262 A esfera jur dica por exemplo produz textos como peti es ordens de pris o habeas corpus a jornal stica not cias reportagens relatos a m dica prontu rios 47 receitas a liter ria contos cr nicas poemas e assim sucessivamente A escolha pela produ o de um desses enunciados depende n o s da esfera em que o locutor est situado mas tamb m de seu projeto de discurso ou seja do que ele pretende dizer e do papel desempenhado pelo interlocutor afinal no contexto de uma mesma esfera h g neros semelhantes mas que atendem a objetivos distintos o caso do bilhete e da carta pessoal ambos pertencem ao cotidiano familiar mas o primeiro destina se a transmitir um recado r pido a algu m que mant m certo grau de proximidade f sica com o locutor que convive com ele na mesma casa por exemplo o segundo por sua vez al m de ser mais extenso normalmente dirige se a um interlocutor distante espacialmente e pode atender a in meros objetivos simplesmente trocar informa es fazer um convite um pedido etc De acordo com a teoria bakhtiniana os g neros refletem n o s as condi es espec ficas mas tamb m as finalidades dos campos aos quais pertencem por meio de seu
60. in 1996 Cap tulo 2 Land occupation and environment Ta 194 E A Brazilian court has jailed a senior police officer for 228 years for his role in the killing of 19 landless peasants in 1996 Lieutenant Colonel Mario Pantoja was one of three commanding officers accu sed of ordering police to open fire to break up a demonstration over land reform About 1 500 landless peasant had been blocking a road in the town of Eldorado dos Carajas in the northern state of Para Pantoja received 12 years in prison for each of the protesters killed He and his two colleagues are the first of a total of 149 policemen facing trial over the incident in which 69 peasant workers were also injured Over the past 10 years land disputes in Brazil have led to endemic violence in the countryside with several hundred landless protesters being killed But the 1996 killing is described as the biggest peasant massacre in Brazilian history Large trial Pantoja and his two colleagues Raimundo Lameira and Jose Maria Oliveira were first tried in 1999 and acquitted for lack of evidence That ruling however was annulled months later The two day hearing in the northern state of Para heard Pantoja and Mr Lameira deny they had ordered the police to shoot they insisted the first to be attacked had been the soldiers who had been hit with sticks and stones Mr Lameira was acquitted by a single vote by the seven person jury The third defendant is t
61. lingu stica Nessa concep o a l ngua independe do ato criativo individual e configura se como o produto de uma a o coletiva isto um fen meno social BAKHTIN VOLOCHINOV 1988 Para Bakhtin entretanto o verdadeiro objeto de estudo da Lingu stica n o est no processo criativo individual do sujeito nem no sistema imut vel de normas que a constituem mas em sua utiliza o em situa es reais de fala por meio da comunica o verbal Na perspectiva do autor esse processo envolve al m do sistema da l ngua e do sujeito criativo as condi es de produ o os interlocutores e o car ter s cio hist rico ideol gico da atividade linguageira A partir das cr ticas levantadas a essas duas correntes de pensamento conforme comenta Duran 2011 o fil sofo russo prop s a teoria da intera o verbal que concebe a linguagem como um espa o de intera o social pois para ele a l ngua s se concretiza em determinado contexto do qual participam sujeitos pertencentes a um grupo socialmente organizado Sob essa perspectiva o autor considera em seus estudos 45 a rela o existente entre a l ngua e a sociedade bem como as rela es que o homem estabelece com sua historicidade processo que o constitui como um sujeito s cio hist rico Dessa postura decorre um dos conceitos centrais da proposta te rica de Bakhtin o dialogismo intimamente relacionado no o de intera o considerado a base da produ
62. m um tra o do estilo provavelmente ser distinta Outra possibilidade de introdu o do lide refere se cita o de determinada fala por meio do discurso indireto sintetizando a ou ao emprego literal de algum depoimento considerado importante que se encontra no interior da not cia apresentado entre aspas elemento que como vimos faz parte do estilo objetivo t pico da not cia Segundo Castro 1991 p 72 esse recurso utilizado em regra quando algu m faz uma declara o que se destaca excepcionalmente seja pela contund ncia seja pelo rid culo pitoresco ou ins lito A vantagem de empregar essa t tica segundo o autor que ela pode atribuir grande for a para a not cia se a declara o for realmente interessante aos olhos do leitor entretanto corre se o risco de a cita o n o agradar e arruinar a recep o do texto por parte do interlocutor Conclu do o lide a not cia apresenta o corpo o qual segundo Lage 1987 tamb m pode ser chamado de documenta o que se refere ao desenvolvimento da not cia propriamente dita por meio da explora o dos elementos expostos no primeiro par grafo ou seja o que aconteceu com quem onde quando como e por que Em sua 13 constitui o entram em jogo todos os fatores j mencionados al m do uso de imagens gr ficos tabelas e infogr ficos que funciona como um recurso opcional embora a presen a ou n o deles possa alterar os sentidos produzidos pel
63. no Manual do Educador consta como resposta esperada que o aluno identifique apenas que ambos foram extra dos da internet porque a fonte dos dois come a por WWW Caso o professor n o problematize a quest o abordada o estudo do texto perde uma boa oportunidade para discutir a ilus o de objetividade pregada pelo jornalismo e a import ncia de identificar quem o respons vel pela publica o um elemento intr nseco s condi es de produ o do g nero as quais refletem as especificidades de sua esfera de circula o 89 A segunda pergunta questiona qual dos dois textos apresenta falas de pessoas entrevistadas pelo rep rter e qual o sinal de pontua o usado para destac las momento em que se trabalham quest es referentes ao estilo e ao mesmo tempo composi o do g nero Na resposta esperada encontra se naturalmente a reportagem pois de fato nos textos que constam no material somente ela possui cita o do discurso alheio entretanto a not cia tamb m faz uso desse recurso ocorre que o material recorta somente o lide de um representante do g nero em que ele n o aparece No corpo do texto conforme pudemos verificar ao busc lo na ntegra a cita o do discurso de autoridade aparece e n o apenas uma vez mas v rias desse modo ao responder tal quest o o aluno pode fazer uma interpreta o err nea e acreditar que esse um tra o exclusivo da reportagem A terceira pergunta igualmente esba
64. no componente curricular de L ngua Portuguesa da Cole o Tempo de Aprender concentram se na obra destinada ao 7 ano 6 s rie Nos demais livros fazem se uso de v rios trechos de reportagem mas como esse n o o foco de nosso interesse faremos men o ao referido g nero somente quando ele se entrecruzar com a not cia A primeira apari o da not cia no material ocorre no cap tulo 2 intitulado Preservar preciso transformar poss vel da Unidade I que aborda o t pico Meio ambiente O cap tulo anterior o primeiro da obra j trabalha alguns g neros can o trecho de romance conto lenda ou seja textos da esfera liter ria que se assemelham por apresentar algum aspecto da natureza como assunto Ap s essa contextualiza o prop e se uma reflex o sobre os problemas que o meio ambiente vem enfrentando sobre o que se tem feito para ajud lo e sobre o que ainda se pode fazer Para isto na se o Trabalhando com texto que normalmente abre os cap tulos o material toma como ponto de partida a reprodu o de dois adesivos que funcionam como propaganda da Funda o S O S Mata Atl ntica uma entidade privada que segundo o Manual do Educador tem por objetivo defender os remanescentes da Mata Atl ntica valorizar a identidade f sica e cultural das comunidades humanas que os habitam e conservar os riqu ssimos patrim nios natural hist rico e cultural dessas 83 regi es buscando o desenvo
65. normalmente n o disp e de poder aquisitivo suficiente para adquiri los Assim diante da incerteza da obten o de lucros optava se por n o produzir livros did ticos destinados Educa o de Jovens e Adultos Hoje essa inseguran a foi eliminada visto que o Estado assumiu a fun o de comprador desse produto o que consequentemente garante o retorno financeiro Desse modo fica claro que apesar de realmente trazer vantagens para a EJA se considerarmos que os livros distribu dos pelo Estado tendem a apresentar melhor qualidade que os materiais apostilados usados em v rias regi es do pa s no per odo anterior ao PNLD EJA a tentativa de padronizar as obras utilizadas como apoio pr tica educativa em cursos acelerados revela tamb m 41 que essa uma forma de estimular o meganeg cio da educa o o qual em decorr ncia do PNLD assumiu um car ter mercadol gico muito forte De acordo com informa es divulgadas no s tio do FNDE em 2011 s no Paran nas 6 615 escolas de Ensino Fundamental e M dio atendidas 1 958 153 alunos foram beneficiados com 6 992 695 livros did ticos Essas obras custaram para o Governo Federal R 50 914 728 00 o nono valor mais alto encontrado nos dados atr s de S o Paulo Minas Gerais Bahia Rio de Janeiro Par Pernambuco Maranh o e Rio Grande do Sul respectivamente O valor total do programa sem d vida chama aten o R 1 022 564 752 98 Ainda segundo dados d
66. not cia ao contr rio do que normalmente se espera n o come a expondo a defini o do g nero mas fazendo uma refer ncia ao estilo de linguagem que lhe comum A linguagem da not cia objetiva simples e direta BAZZONI et al Vol 1 2009a p 43 Entretanto contraditoriamente 101 o texto apresentado como exemplo no in cio do cap tulo apresenta evid ncias de subjetividade conforme constatamos ao analis lo A continuidade do coment rio por sua vez n o privilegia aspectos relacionados not cia enquanto g nero mas faz alus o s rela es dial gicas que o texto estabelece com a passagem b blica em que Jesus expulsa do templo alguns homens que faziam com rcio il cito ali a qual inspirou a cria o de telas e obras liter rias ou seja possibilitou uma compreens o responsiva e consequentemente a cria o de novos elos na cadeia da comunica o discursiva BAKHTIN 2003 Essa aproxima o embora coerente parece um pouco deslocada pois o objetivo da se o primeira vista era tecer algumas considera es te ricas a respeito da not cia ideia que se materializa apenas no segundo coment rio intitulado Not cia A primeira informa o veiculada nesse momento diz respeito esfera de circula o desse g nero um g nero textual jornal stico BAZZONI et al Vol 1 2009a p 43 A partir disso a obra faz uma breve men o aos suportes em que a not cia pode ser publicada
67. notici los na hora do intervalo Isso aproximaria o aluno cada vez mais da esfera de circula o original do g nero em quest o Se considerarmos as recomenda es dos documentos oficiais os quais prop em que a pr tica da oralidade junto a alunos de EJA procure estimular o aluno a falar capacitando o para fazer uso da linguagem oral nas mais diversas situa es de intera o comunicativa observaremos que a proposta de trabalho de ambas as cole es apesar de apresentarem alguns aspectos positivos carecem de maior clareza e detalhamento sobre como proceder durante a realiza o da atividade 3 3 4 An lise lingu stica A pr tica da an lise lingu stica AL para as DCELP refere se ao estudo de conhecimentos lingu stico discursivos que os alunos devem adquirir e que nesse sentido n o pode se confundir com o ensino de gram tica tradicional mas funcionar como um suporte para a pr tica de leitura escuta e produ o de textos tanto orais quanto escritos Ao adotar o texto como unidade e os g neros como objeto de ensino o desenvolvimento de atividades de AL precisa visar como objetivo maior a verifica o de como os elementos verbais os recursos disponibilizados pela l ngua e os extra verbais situa o de produ o atuam na constru o do sentido do texto Os exerc cios de reflex o sobre a l ngua nessa perspectiva precisam conduzir o aluno observa o do texto como resultado de op es tem ticas estil
68. o desenvolvimento do exerc cio Al m disso simplesmente pede se que antes de participar do debate o aluno reflita bastante sobre o assunto a ser enfocado por m para adotar um ponto de vista e selecionar argumentos coerentes que o defendam n o basta refletir sobre o t pico que ser abordado preciso pesquisar em fontes diversas selecionar argumentos enfim planejar o trabalho que ser desenvolvido N o h nenhuma orienta o sobre essa atividade no Manual do professor desse modo cabe ao educador por si s ajustar a prepara o do desenvolvimento do exerc cio J no que diz respeito constru o composicional do g nero as orienta es parecem suficientes Explica se detalhadamente como deve funcionar um debate isto um membro do grupo atuar como mediador que deve apresentar o assunto passar a palavra aos participantes controlar o tempo de cada um e fazer as interven es necess rias enquanto os demais escutam o que o outro tem a dizer podendo concordar ou n o com suas orienta es Desse modo al m de estimular o educando a manifestar se verbalmente o exerc cio o incentiva a desenvolver a habilidade de argumentar extremamente necess ria em uma sociedade que valoriza cidad os cr ticos Por meio das orienta es oferecidas podemos notar que o material se preocupa em disponibilizar algumas informa es b sicas ao desenvolvimento da atividade como o caso da estrutura do debate ou seja sua f
69. o aluno a apresentar uma resposta negativa uma vez que essa estrutura t pica da l ngua portuguesa e mesmo que ele n o saiba teorizar 20 Durante toda a atividade vale destacar n o aparece a nomenclatura artigo faz se refer ncia a essa classe gramatical somente por meio da indica o palavra 152 sobre o assunto pode responder quest o por meio de sua experi ncia j que um falante nativo do idioma Desse modo o aluno constata facilmente que embora utilize o artigo em suas manifesta es orais e escritas ele n o costuma aparecer em t tulos de not cias pelas raz es j mencionadas Somente depois de todo esse processo apresentado um quadro com a defini o e os principais usos de artigos definidos e indefinidos seguidos de alguns exemplos ou seja h uma metodologia de transposi o did tica que possivelmente procura simplificar o modo de apresentar esse conte do em fun o do p blico ao qual o material did tico se destina Podemos notar nesse sentido que a obra opta por focalizar em primeiro lugar os usos de determinado elemento lingu stico para somente depois teorizar sobre ele uma proposta que foge aos princ pios do ensino de teoria gramatical e atende aos pressupostos dos PCN de trabalhar seguindo a perspectiva do USO REFLEX O USO Logo ap s o estudo da cr nica de Rubem Braga que como vimos apresenta duas not cias em seu desenvolvimento h uma nova se o
70. o de duas se es as quais apresentam respectivamente os entret tulos Furtos de p ra raios e Im para pegar moedinha em que se tratam especificamente de igrejas que passaram pelas situa es referidas Se recorrermos s considera es de Faria amp Zanchetta 2002 verificaremos que segundo os autores o que distingue a not cia da reportagem que enquanto aquela trata pontualmente de um fato esta se caracteriza por abordar um assunto sobre o qual se busca detalhamento O texto oferecido pelo livro inicialmente parece contemplar um fato isto uma pesquisa entretanto as informa es oferecidas sobre a organiza o desse estudo aparecem dilu das no texto focaliza se ao contr rio o assunto que o motivou os assaltos a v rias igrejas em S o Paulo Logo ap s o texto s o apresentadas dez quest es As quatro primeiras visam identifica o de informa es referentes sua circula o isto data de publica o ve culo de comunica o respons vel nome do redator al m de t tulo e entret tulos isto uma tentativa n tida de resgatar as condi es de produ o da not cia Nesse momento curioso observar que a not cia n o um g nero assinado sua autoria normalmente conferida ao jornal e n o a um sujeito em espec fico assim a designa o Daniela T foli da reportagem local situada logo abaixo do subt tulo do texto um elemento que aumenta as suspeitas de que ele n
71. o estudo dos g neros do discurso Estabelecer essa rela o poss vel pois o documento menciona que a interdisciplinaridade ocorre sempre que conceitos teorias ou pr ticas isto elementos pertencentes ao objeto de estudo de um componente curricular ajudam a ampliar ou a compreender os conte dos de outro Sendo assim ao serem inclu dos no conte do program tico de diversas mat rias os g neros do discurso assumem um car ter interdisciplinar visto que eles foram delimitados pelos PCN como objeto de ensino de L ngua Portuguesa entretanto o texto e em consequ ncia os g neros n o s o utilizados somente em l ngua portuguesa mas em todas as reas que comp em o curr culo escolar uma vez que eles recuperam certas especificidades de sua esfera de circula o que podem ajudar a compreender determinados conte dos escolares Resta nos descobrir qual o uso que cada disciplina faz dos g neros do discurso ou seja de que maneira eles s o recuperados com vistas a contribuir com a compreens o ou amplia o de seus conte dos estruturantes questionamento que procuramos responder na sequ ncia Para isso salientamos que em ambas as cole es analisadas o primeiro componente curricular sugerido para estudo o de L ngua 161 Portuguesa desse modo ao entrar em contato com o conte do abordado pelos demais o aluno j tem alguns conhecimentos sobre o g nero not cia visto que na EJA cursa se uma disciplina por vez
72. permitem afirmar que todas as atividades propostas est o de acordo com o que prop em os documentos oficiais da EJA A Cole o Viver Aprender igualmente apresenta poucas atividades que d o sequ ncia ao estudo do g nero not cia A se o destinada a outros exerc cios que visam discuss o das caracter sticas do g nero intitula se Aplicar conhecimentos que tem in cio fazendo refer ncia ao texto sobre os assaltos a igrejas em S o Paulo momento em que se pede que o aluno o leia novamente e transcreva trechos nos quais ocorre o uso de aspas para indicar a fala de algu m ou de par ntesis para incluir alguma explica o Assim apresentados os exerc cios estimulam apenas a c pia de partes da not cia sem que haja qualquer reflex o sobre os sentidos produzidos pelos excertos destacados ou seja estimula se uma pr tica de leitura superficial A seguir s o expostos dois pequenos lides retirados da internet um sobre o avan o da epidemia de AIDS no Brasil e outro sobre uma declara o dada pelo comandante da Aeron utica por ocasi o de um acidente com um voo da empresa de linhas a reas Gol Na sequ ncia solicita se ao aluno a cria o de um t tulo para cada um deles ou seja prop e se a articula o entre os eixos da leitura e da escrita entretanto como a Cole o Viver Aprender n o aborda a quest o do sensacionalismo n o estimulada a pr tica de desenvolver um t tulo que busque o efeito de objetividade
73. por editoras de pequeno e m dio porte destinadas EJA das quais inclusive a maioria caracterizada como decepcionante em virtude de seu baixo grau de qualidade Mello 2010 mostra que as produ es oriundas do meio escolar e das Secretarias de Educa o s o superiores quelas Os materiais concebidos no mbito das secretarias sejam elas municipais ou estaduais normalmente est o relacionados disponibilidade de recursos financeiros e pol tica local especialmente em per odos nos quais ocorrem Para constituir o Acervo EJA o Departamento de Educa o de Jovens e Adultos DEJA atual Diretoria de Pol ticas de Educa o de Jovens e Adultos DPEJA da Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade SECAD do Minist rio da Educa o solicitou a entidades e rg os parceiros de diversos munic pios estados e institui es de ensino superior e a ONGs existentes no Brasil o envio de material did tico utilizado na alfabetiza o e Educa o de Jovens e Adultos Segundo Mello 2010 embora houvesse estimativa de que mais de oito mil obras tivessem sido enviadas pelos munic pios ap s as atividades de sele o e inclus o na base de dados foi cadastrado no sistema do Acervo um total de apenas 2 397 t tulos e 5 979 exemplares isto boa parte do material sequer foi classificado pois n o se apresentava em um suporte que se enquadrasse nos crit rios de organiza o adotados 33 refo
74. presente nos PCN sobre o papel da disciplina de LP na forma o do cidad o e sobre o ensino de g neros do discurso foi t o grande que documentos oficiais posteriores perpetuaram essa mesma recomenda o Nas Diretrizes Curriculares Estaduais de L ngua Portuguesa para a Educa o B sica PARAN 2008 por exemplo afirmam se mais uma vez que as aulas de l ngua portuguesa constituem uma oportunidade para o aluno aprimorar sua compet ncia lingu stica de modo a garantir sua inser o ativa e cr tica na sociedade e que a escola deve ser um espa o que promova por meio de uma gama de textos com diferentes fun es sociais o letramento do aluno para que ele se envolva nas pr ticas de uso da l ngua O professor de L ngua Portuguesa precisa ent o propiciar ao educando a pr tica a discuss o a leitura de textos das diferentes esferas sociais jornal stica liter ria publicit ria digital etc PARAN 2008 p 50 Como era de se esperar essas recomenda es para o trabalho a ser desenvolvido nas aulas de l ngua portuguesa n o se restringiram ao mbito do ensino regular A 53 Proposta Curricular de L ngua Portuguesa para a Educa o de Jovens e Adultos BRASIL 2002b documento elaborado com a finalidade de apresentar sugest es did ticas coerentes com os PCN e que respeitem as especificidades de alunos jovens e adultos deixa claro logo no in cio de suas considera es que uma das metas do ensino ap
75. produ o e circula o no ambiente escolar apresentamos neste cap tulo tr s quest es fundamentais momentos significativos da EJA no Brasil aspectos da produ o did tica voltada a essa modalidade de ensino no per odo que antecede o PNLD EJA e o percurso hist rico de sistematiza o do PNLD desde sua cria o em 1985 at o ano de 2010 1 1 MOMENTOS SIGNIFICATIVOS DA EJA NO BRASIL Ao longo da hist ria do Brasil diversas iniciativas idealizadas por diferentes sujeitos ambicionaram encontrar uma sa da para o problema do analfabetismo no pa s Nesse contexto a express o comumente utilizada para referir se a essa oferta educacional era educa o popular que designava grosso modo o ensino destinado a indiv duos que n o tiveram a oportunidade de ingressar ou concluir a Educa o B sica na idade pr pria promovido por movimentos populares e realizado em espa os n o escolares Entretanto para autores como Paiva 1987 e Beisiegel 1974 a educa o popular envolve toda a educa o destinada s classes populares e n o somente aquela realizada pelos referidos movimentos nos espa os citados A partir do momento em que o Estado concebeu o analfabetismo como um problema nacional e assumiu a responsabilidade pela oferta gratuita da Educa o B sica destinada popula o adulta n o escolarizada criando cursos e espa os espec ficos para atend la uma nova designa o passou a ser utilizada para referir
76. ria os crimes ambientais e a grilagem de terras na regi o estavam fora de controle Em dezembro do ano passado recebeu ainda o pr mio Jos Carlos Castro da OAB Ordem dos Advogados do Brasil do Estado e foi elogiada por parlamentares no Senado Por seu trabalho de ativista na regi o Dorothy diversas vezes denunciou a jornais locais que vinha sofrendo amea as de morte ndice O Par apresenta o maior ndice de assassinatos ligados s disputas de terra Entre 1985 a 2001 quase 40 das 1237 mortes de trabalhadores rurais no Brasil aconteceram no Estado Dispon vel em http www1 folha uol com br folha cotidiano ult95u105580 shtml Acesso em 5 jul 2011 Observando a not cia publicada pela Folha identificamos sem dificuldades um estilo de linguagem que busca mais objetividade o pr prio t tulo do texto Mission ria americana assassinada a tiros no Par se comparado a Calada mais uma voz de defesa dos povos da floresta j demonstra essa tend ncia O uso de outra not cia serviria ainda para confrontar as informa es e perspectivas exploradas em cada uma ou seja os t picos que cada ve culo priorizou e a forma arquitet nica SOBRAL 2009 utilizada para materializar o projeto de discurso do redator O texto veiculado no LD menciona que a mission ria foi morta com tr s tiros j o publicado na Folha afirma que foram seis isto o dobro o que revela uma inconsist ncia na apura o dos fatos Da mes
77. s novas gera es a aquisi o de saberes escolares considerados imprescind veis inser o na sociedade Enquanto objeto de estudo sistem tico o LD encarado sob tr s perspectivas conforme comentam Oliveira amp Guimar es 1984 a pedag gica que estuda sua influ ncia no processo ensino aprendizagem a econ mica relacionada an lise do livro enquanto mercadoria cujos custos influenciam a possibilidade de acesso a esse produto e a cultural que o focaliza como meio de reprodu o e representa o de valores da sociedade Definir exatamente um conceito para este produto de m ltiplas faces oe inicialmente tarefa simples Para Lajolo 1996 p 4 did tico o livro que vai ser utilizado em aulas e cursos que provavelmente foi escrito editado vendido e comprado tendo em vista essa utiliza o escolar posi o da qual partilha Silva 1996 30 que o caracteriza como o livro destinado a informar orientar e instruir o processo de aprendizagem Assim conforme sugere o adjetivo did tico esse tipo de obra deve ser usado de forma sistem tica como ferramenta do processo ensino aprendizagem de determinado conte do normalmente consolidado como disciplina escolar Esse conceito entretanto n o suficiente quando pensamos na Educa o de Jovens e Adultos uma vez que at alguns anos poucos eram os livros produzidos por editoras especificamente voltados a esse p blico Diante do fato a express
78. se a essa modalidade de ensino Educa o de Adultos Em meados da d cada de 1980 por m os problemas relativos ao crescente n mero de jovens exclu dos do sistema escolar come aram a chamar a aten o das Ci ncias Sociais ent o a express o foi novamente alterada passando a Educa o de Jovens e Adultos atualmente conhecida como EJA Ainda 21 hoje por m comum que todas elas sejam empregadas para fazer refer ncia ao campo educacional cujo p blico alvo a popula o que retoma ou inicia os estudos tardiamente No fim do s culo XIX e in cio do s culo XX a escolariza o tornou se um crit rio de ascens o social visto que a Lei Saraiva incorporada Constitui o de 1891 concedia o direito ao voto somente queles que soubessem ler e escrever Diante da necessidade de aumentar o contingente eleitoral foram criados ent o os cursos noturnos de Educa o de Jovens e Adultos regulamentados pelo Decreto n 16 782 A de 13 de janeiro de 1925 conhecido como Lei Rocha Vaz ou Reforma Jo o Alves No mbito das iniciativas legais entretanto a inten o de proporcionar o acesso ao ensino formal a todos os cidad os inclusive queles que n o puderam frequentar ou concluir a Educa o B sica data pelo menos de 1824 ano da primeira constitui o brasileira a qual previa a garantia da instru o prim ria e gratuita independente de faixa et ria Esse direito assegurado pela Constitui o r
79. sobretudo na linguagem das classes mais humildes da popula o que n o tiveram ou tiveram acesso parcial escolariza o O segundo refere se ao registro erudito que faz uso de termos oriundos de diferentes reas do conhecimento o terceiro por sua vez nomina a variedade que materializa a transi o entre os registros mais cultos e os mais populares comum em ve culos de comunica o dirigidos a grandes p blicos o quarto por fim corresponde a um registro culto por m mais livre dos jarg es de reas espec ficas o que torna os enunciados mais compreens veis ao leitor leigo O emprego desses n veis de linguagem n o padronizado entre os diversos jornais existentes aqueles que gozam de credibilidade costumam fazer uso da linguagem intermedi ria seguindo os par metros dos manuais de reda o citados anteriormente uma vez que ela mant m o padr o culto da l ngua embora dispense o uso de termos t cnicos Isso facilita a compreens o por parte do interlocutor e consequentemente faz o peri dico tornar se acess vel a um n mero maior de pessoas 14 Embora os autores fa am essas distin es sabemos que no interior desses n veis de linguagem n o h homogeneidade pois a diversidade de sujeitos que se enquadram em cada um deles acarreta consequentemente a exist ncia de diversas variedades lingu sticas mesmo entre aqueles que fazem uso do que se denomina linguagem intermedi ria por exemplo 65 especialment
80. tinha como objetivo inicial alfabetizar um milh o de adultos em cinco anos por meio das cartilhas LER SABER e ABC elaboradas tr s anos antes de o movimento ter in cio Segundo Paiva 1987 a Cruzada ABC teve sua origem em uma iniciativa de professores do Col gio Evang lico Agnes Erskine de Pernambuco que em 1962 idealizaram um trabalho de Educa o de Jovens e Adultos com sentido apost lico implantado em bairros pobres da cidade de Recife experi ncia que serviu de base para a expans o do projeto Em face dos resultados positivos obtidos nessa experi ncia piloto o programa passou a funcionar tamb m em outros estados do Nordeste como Para ba Sergipe e Alagoas com recursos provenientes de um acordo estabelecido entre a United States Agency Development USAID o Col gio Agnes de Recife e a Superintend ncia de Desenvolvimento do Nordeste SUDENE A Cruzada ABC pretendia contestar pol tica e pedagogicamente os programas anteriores de alfabetiza o de adultos e apesar dos aspectos positivos que apresentava o movimento n o relacionava a imagem do aluno por ele atendido a um indiv duo marginalizado pelo sistema educacional como ocorria at ent o mas a um parasita econ mico que em virtude de n o dominar o c digo escrito nada produzia em favor da Na o Dois anos depois de sua funda o a Cruzada ABC come ou a enfrentar s rias dificuldades financeiras al m de sofrer in meras cr ticas relacio
81. uma manchete referente a um assalto casa de William Bonner e F tima Bernardes casal que apresenta o Jornal Nacional Trocando ideias Ser que os jornais escolhem intencionalmente a maneira como noticiar os fatos Uma not cia colocada de maneira tr gica costuma chamar a aten o do leitor Amplie seus conhecimentos conversando com sua classe sobre as pr ximas quest es Anote as spostas em seu caderno Depois compartilhe suas respostas com a turma Observe esta p gina de jornal Reprodu o HOMEM ARMADO INVADE MANS O DE WILLIAM BONNER E FATIMA Madrugada de terror para MADRUGADA DE o casal do Jornal Nacional TERROR PARA CASAL SS SES Se po J ORNAL NACIONAL rendido e tem que implorar Bonner se atraca com ladr o para n o ser assassinado 0 Dia C1 2 fev 2005 e me CN REAP remem Figura 12 Segunda reprodu o da primeira p gina do O Dia Cole o Tempo de Aprender vol 2 p 63 119 A manchete e o coment rio situado logo abaixo dela ambos destacados da p gina do jornal para uma melhor visualiza o demonstram claramente uma linguagem apelativa marcada de modo especial pelo emprego de express es como madrugada de terror e Bonner se atraca com ladr o e por escolhas lexicais como implorar para n o ser assassinado Ap s a exposi o dessa primeira p gina a obra apresenta um exerc cio que estimula o aluno a verificar que o estilo impactan
82. 007 no intuito de 32 ampliar o conhecimento das experi ncias formais e informais desenvolvidas e implementadas por institui es voltadas a essa modalidade educacional Ao final de seu trabalho confirmando a constata o de Takeuchi 2005 o autor revela que de fato no per odo que constitui o recorte de sua pesquisa poucas eram as editoras de grande porte que possu am livros did ticos dedicados EJA A maioria das editoras que investiram nesse ramo dispersas em todas as regi es do pa s era considerada de pequeno e m dio porte e consequentemente n o distribuiam suas obras em larga escala Uma das produ es oriundas de editoras comerciais mais conhecidas no ramo da Educa o de Jovens e Adultos mencionadas pelo pesquisador a Cole o Viver Aprender fruto da parceria estabelecida entre a A o Educativa uma ONG que desenvolve a es de forma o e assessoria a grupos escolas e comunidades al m de pesquisas relacionadas a pol ticas p blicas voltadas para a juventude e a Educa o de Jovens e Adultos e a Editora Global Entretanto como observa Takeuchi 2005 em sua an lise as obras em quest o quando chegavam aos cursos de EJA eram entregues apenas ao professor pois os alunos n o dispunham de poder aquisitivo para adquiri las e o Estado n o possu a nenhuma pol tica de distribui o de material did tico a essa modalidade de ensino Embora tenha contabilizado um n mero consider vel de obras produzidas
83. 02b p 12 O ensino de l ngua portuguesa a jovens e adultos desse modo possui um car ter marcadamente social pois por meio dela que esses alunos encontrar o o caminho para se re inserirem na sociedade Nessa perspectiva o ensino de g neros torna se ainda mais significativo e necess rio se considerarmos que eles s o materializa es de inten es discursivas realizadas linguisticamente em diversos campos da atividade humana Pensando nessa fun o social a PCLP caracteriza a escola como o lugar privilegiado onde o aluno exercita os modos de abordar os textos e aprende a dialogar com o que est escrito Resulta da a necessidade de trabalhar textos pertencentes a diferentes g neros 54 explorando as possibilidades que todos eles deixam em aberto Textos verbais bilhetes an ncios convites bulas not cias artigos cient ficos verbetes contos cr nicas f bulas novelas romances etc e textos n o verbais fotos desenhos sons gestos etc aguardam os olhos atentos de um decifrador sempre disposto a perceber possibilidades intr nsecas que fazem parte da trama da tecedura da forma como est o apresentados BRASIL 2002b p 14 15 Ao final do curso de L ngua Portuguesa espera se portanto que o aluno da EJA seja capaz de utilizar a linguagem na escuta e produ o de textos orais e na leitura e produ o de textos escritos de modo a atender a m ltiplas demandas sociais em qualquer que seja o c
84. 07 Quando transportamos essa reflex o para o campo da esfera jornal stica podemos observar que os recursos lingu sticos comumente utilizados na produ o de not cias possuem rela o ntima com o contexto s cio hist rico ideol gico que possibilita a emerg ncia desse g nero e consequentemente com sua fun o social Como o estilo est intimamente ligado ao tema do enunciado que nesse caso relatar de forma sucinta e objetiva um fato de interesse p blico os mais conhecidos manuais de reda o jornal stica como o caso do Manual de reda o e estilo O Globo 1992 do Manual de reda o e estilo O Estado de S Paulo 1990 e do Novo manual de reda o Folha de S Paulo 1992 recomendam que o texto das not cias fa a uso de uma variedade lingu stica acess vel e preze o efeito de objetividade e de neutralidade Esses tra os sem d vida s o oriundos das particularidades que envolvem o contexto de produ o circula o e recep o desse g nero o qual ao longo da hist ria vem lutando contra a presen a de marcas de pessoalidade nos textos a ele pertencentes Podemos dizer desse modo que o famoso estilo objetivo dos textos jornal sticos determinado por sua esfera de circula o uma vez que ela busca credibilidade perante seus interlocutores por m esse aspecto se modifica de acordo com a ideologia de cada peri dico Assim caso o jornal ou revista perten a ao ramo sensacionalista desse meio isto
85. 4 Nesse sentido podemos notar que a segmenta o da constru o composicional da not cia gera alguns problemas pois dificulta a resolu o do question rio uma situa o que afeta tamb m o ltimo exerc cio porque existem apenas tr s refer ncias num ricas no que o material intitula texto 3 entretanto elas aparecem diversas vezes na continuidade da not cia que caso seja desconsiderada permite apenas a resolu o parcial da quest o De modo geral constatamos em suma que o texto noticioso adotado pelo material com o intuito de promover um contato entre o educando e algumas situa es reais de uso da l ngua para que ele se familiarize com as peculiaridades do idioma um aspecto em certa medida apagado quando o estudo baseia se em pequenos di logos elaborados pelos pr prios autores do LD A nica inviabilidade que essa proposta de ensino desconsidera aspectos importantes do contexto de produ o do g nero isto momento hist rico brasileiro sujeito respons vel pela reda o da not cia ag ncia estrangeira poss veis leitores etc os quais exercem um papel essencial na produ o de sentidos A perspectiva de trabalho sugerida aperfei oada no ltimo volume da cole o que no cap tulo 2 intitulado Brazil in figures information from news agencies a apresenta mais cinco refer ncias ao g nero not cia Segundo o Manual do Educador da 27 Ata Be Brasil em n meros informa
86. 5 a 8 s rie uma vez que esse g nero possui grande relev ncia social Sob essa perspectiva buscamos verificar n o s de que maneira o g nero contemplado em 2 Para este trabalho faremos uso exclusivamente da express o g nero do discurso uma vez que no intuito de ser coerente com a teoria de Bakhtin 2003 consideramos no momento das an lises n o s a materialidade textual mas tamb m a situa o de produ o dos enunciados e os aspectos s cio hist ricos a eles circunscritos gt Nesta pesquisa n o concebemos as express es ensino de l ngua materna e ensino de lingua portuguesa como sin nimos pois conforme menciona Bagno 2001 a l ngua materna apreendida pelo falante antes do processo de escolariza o o que se faz na escola ensin lo a variedade lingu stica mais prestigiada socialmente Sendo assim optamos por empregar em todo o trabalho a designa o ensino de l ngua portuguesa Temos consci ncia de que o uso que cada professor faz do livro did tico no contexto de sua sala de aula influencia muito o processo ensino aprendizagem de L ngua Portuguesa Entretanto fazemos quest o de deixar claro que esta pesquisa focaliza a materialidade dos LDs indicados pelo PNLD EJA com o objetivo de verificar o que est sendo considerado adequado pelo Programa para ser trabalhado com turmas dessa modalidade de ensino j que a sele o de textos os encaminhamentos propostos nas at
87. A Essa perspectiva interdisciplinar t o mencionada pelos documentos oficiais materializa se na Cole o Tempo de Aprender por meio da inclus o de seis not cias no componente curricular de Geografia o que o articula rea de l ngua portuguesa cujo objeto de ensino constitu do pelos g neros do discurso Na obra destinada ao 6 ano 5 s rie o g nero not cia contemplado apenas uma vez no cap tulo 1 Onde estou da Unidade I do livro que aborda o t pico Identidade O objetivo do cap tulo discutir sobre a caracteriza o de diferentes espa os geogr ficos e as interven es humanas que podem ser feitas neles Nesse contexto o material apresenta um texto sob o t tulo de Teia da Vida Lideran as comunit rias s o capacitadas para planejamento o qual exp e algumas considera es sobre um encontro realizado por membros do projeto Teia da Vida que funciona em Fortaleza CE capacitando l deres de comunidades com o intuito de fortalecer seu potencial na constru o do desenvolvimento sustent vel Apesar de ser um texto curto e de fazer refer ncia a um nico acontecimento o encontro do grupo o material caracteriza o texto como reportagem n o como not cia classifica o que suscita d vidas pelos mesmos motivos expostos quando constatamos uma situa o parecida no componente curricular de Matem tica Ap s o texto s o propostos apenas dois exerc cios de ordem pessoal os quais problemati
88. A foi objeto de uma pesquisa que tinha por objetivo identificar a metodologia e os recursos mais empregados pelos docentes para ministrar suas aulas Os resultados desse estudo encontram se publicados na Proposta Curricular dessa disciplina para a referida modalidade educacional PCLE EJA e revelam se preocupantes boa parte dos professores afirmou que trabalhar com g neros variados uma proposta irrelevante para o p blico atendido pela Educa o de Jovens e Adultos Constatou se que predominam as aulas essencialmente expositivas pautadas em material apostilado e em livros did ticos tendo como conte do t picos como cumprimentos dias da semana meses profiss es cores verbos to be e to have pronomes pessoais nacionalidades n meros artigos adjetivos preposi es formas interrogativas respostas curtas Os professores apontaram como irrelevante o trabalho com entrevistas programa o de tev textos publicit rios cartas reportagens classificados poemas editoriais de jornais artigos jornal sticos verbetes de dicion rios e enciclop dias receitas estatutos declara es de direitos BRASIL 2002g p 69 O documento reconhece que a predomin ncia de aulas expositivas voltadas para o ensino de t picos tem ticos reflete uma abordagem normativa do conte do pois enfatiza elementos da linguagem sem relacion los a contextos mais amplos ou seja compreende a l ngua a partir das estruturas que a comp em e n
89. A segundo a qual o processo de escrita deve apresentar um momento de planejamento um de execu o e outro de revis o atividade dificultada inclusive pela car ncia de modelos e por vezes da exposi o deficiente de caracter sticas referentes ao conte do tem tico estilo e composi o t picos do g nero Desse modo o silenciamento de tra os peculiares do texto noticioso e a falta de atividades de planejamento da escrita surgem como empecilhos que precisam ser superados pelo professor Embora em ambas as cole es a maior parte das ocorr ncias de not cias seja oriunda do ambiente virtual que facilita a localiza o de textos que abordam assuntos espec ficos as duas a seu modo valorizam o jornal impresso O material da Global limita se a expor a reprodu o de uma primeira p gina sem discutir os aspectos que a comp em ou os recursos utilizados para chamar a aten o do leitor enquanto o da IBEP apresenta pelo menos tr s primeiras p ginas contextualizando aspectos como estilo de linguagem e prefer ncia por imagens chocantes os quais demonstram maior ou menor tend ncia do jornal ao sensacionalismo conforme comentamos acima Ao transformar a not cia em objeto de ensino no entanto poucos s o os momentos em que as cole es procuram resgatar as condi es de produ o e circula o desse g nero enquanto atividade social isso acontece de maneira mais enf tica apenas no componente curricular de Hist ria da Cole o
90. A primeira delas decorre do fato de que ningu m compra um jornal do dia anterior para inteirar se dos acontecimentos a n o ser que tenha tomado conhecimento de algo de seu interesse que aconteceu e procure a not cia nos jornais antigos para saber mais detalhes ou seja para ter acesso a um elo da cadeia da comunica o verbal que o auxilie a compreender o fato narrado Assim via de regra nenhum jornal publicar uma not cia ocorrida h muito tempo o m ximo que pode acontecer uma refer ncia a ela para refrescar a mem ria do interlocutor isso se o caso for necess rio para compreender um fato ocorrido na atualidade Como todos os dias as atividades cotidianas dos seres humanos realizadas nas mais diversas esferas e contextos sociais produzem uma s rie de acontecimentos dignos de nota todos os dias s o publicadas novas edi es dos jornais o que leva a not cia a configurar se como um g nero ef mero que divulga fatos ocorridos no m ximo no dia anterior uma vez que como afirma Lage 1982 p 68 o homem se interessa principalmente pelos fatos mais pr ximos no tempo Atrelada no o de atualidade temos tamb m a quest o do ineditismo que faz refer ncia raridade do acontecimento pois at certo ponto quanto mais improv vel for o fato maior ser o desejo do interlocutor em conhec lo Entretanto o ineditismo n o concebido no mbito do jornalismo como um fato que nunca aconteceu mas no sentido do inu
91. AN 2008 p 71 Dependendo da esfera social e do g nero utilizado como objeto de trabalho as possibilidades de leitura s o mais ou menos restritas um poema por exemplo permite diversas interpreta es o que n o ocorre com um formul rio burocr tico Por isso nas aulas de l ngua portuguesa em especial aquelas destinadas a jovens e adultos preciso mediar o contato entre o aluno e uma grande diversidade de g neros do discurso oriundos de in meras esferas da atividade humana e suportes pois adotando essa postura ele pode desenvolver a capacidade de enxergar conte dos impl citos depreender as inten es de cada texto e constituir se como aluno leitor cr tico O encaminhamento metodol gico da pr tica de leitura por sua vez segundo esses documentos deve ser fundamentado em atividades que propiciem reflex o e discuss o sobre diversos assuntos tendo em vista o g nero lido seu conte do tem tico finalidade poss veis interlocutores vozes presentes no discurso e papel social que elas representam ideologias veiculadas pelo texto fonte elementos indicativos de intertextualidade etc Quando se trata da EJA lembra a PCLP o trabalho com a leitura deve ser estimulado visto que muitos alunos matriculados nesses cursos j foram estigmatizados em virtude de n o dominarem essa habilidade que fornece mat ria prima para a elabora o de textos contribui para a constitui o de modelos e coloca o leitor em contato com as
92. Amplie a frase a seguir acrescentando um artigo e um adjetivo aos substantivos sublinhados Cientistas pesquisam animais 6 Reescreva as frases sem os artigos e os adjetivos a Uma noite estrelada alegra uma alma triste b A viol ncia urbana uma enfermidade contagiosa Dr uzio Varella SILVA et al Vol 1 2009a p 53 Se nos dispusermos a analisar pormenorizadamente esses exerc cios verificaremos que eles solicitam apenas a inclus o ou retirada de palavras das frases oferecidas sem qualquer problematiza o do efeito de sentido que isso provoca Todas as senten as inclusive s o descontextualizadas nem mesmo fazem parte de algum representante do g nero not cia o que inviabiliza a discuss o do efeito de objetividade e neutralidade exigido em sua reda o Desse modo fica evidente que a perspectiva de abordagem do material primordialmente gramatical sem qualquer ind cio de uma verdadeira pr tica de an lise lingu stica como prop em os documentos oficiais que regulamentam o ensino de LP A Cole o Tempo de Aprender por sua vez embora problematize poucos elementos lingu sticos e os efeitos de sentido que eles produzem em textos jornal sticos apresenta 156 uma progress o que resulta em um trabalho coerente com a proposta dos documentos oficiais pois apesar de breve a soma de todos os aspectos trabalhados verbos pronomes e artigos mostra que os elementos lingu sticos t m uma fun o det
93. Educa o Nacional de n mero 5 692 de 11 de agosto de 1971 trouxe novas mudan as para o campo educacional de adultos O cap tulo IV da referida Lei regulamenta o Ensino Supletivo cujos fundamentos e caracter sticas foram explicitados no Parecer do Conselho Federal de Educa o n 699 publicado em 28 de julho de 1972 e no documento intitulado Pol tica para o Ensino Supletivo entregue ao Minist rio da Educa o em 20 de setembro do mesmo ano que atribu a a esse tipo de ensino a fun o de suprir a escolariza o regular e promover a crescente oferta de educa o continuada Esses documentos segundo Haddad amp Di Pierro 2000 estabeleciam tr s princ pios para o Ensino Supletivo O primeiro foi sua defini o como um subsistema integrado independente do Ensino Regular por m com este intimamente relacionado compondo o Sistema Nacional de Educa o e Cultura o segundo foi o de colocar o Ensino Supletivo assim como toda a reforma educacional do regime militar voltado para o esfor o do desenvolvimento nacional e o terceiro referia se ao fato de que ele deveria ter doutrina e metodologia apropriadas ao p blico atendido Complementando tais considera es a introdu o da Proposta Curricular para a Educa o de Jovens e Adultos BRASIL 2002a p 16 comenta que Esse ensino poderia ser ministrado a dist ncia por correspond ncia ou por outros meios adequados Os cursos e os exames seriam organizados dentro dos
94. Embora breve o conte do exposto at o momento 94 permite nos notar que a Cole o Tempo de Aprender opta por apresentar a not cia inserida em um contexto que trata sobre o meio ambiente em articula o a outro g nero da mesma esfera de circula o a reportagem salientando alguns de seus principais aspectos por meio de quest es A caracteriza o detalhada do g nero no que diz respeito ao tema estilo de linguagem e constru o composicional portanto n o ocorre nesse momento Folheando o primeiro volume da Cole o Viver Aprender constatamos facilmente que sua proposta metodol gica de apresenta o do g nero bastante diferente Conforme comentamos anteriormente as obras que a constituem destinam um cap tulo inteiro abordagem de determinados g neros dentre eles a not cia localizada no cap tulo 3 intitulado Sabe da ltima Deu no jornal do primeiro volume da cole o destinado ao atual 6 ano o qual contempla o assunto geral Contextos de vida e trabalho Ao contr rio das obras da Cole o Tempo de Aprender que possuem unidades organizadas por eixos articuladores e compilam diferentes g neros a eles relacionados para desenvolver o estudo o material editado pela Global centra seu olhar exclusivamente sobre a not cia independentemente do assunto nela abordado O cap tulo inicia se com alguns coment rios sobre um dos suportes desse g nero o jornal conte do que analisaremos detalhadamente em no
95. Institui o Programa Nacional do Livro Did tico para o Ensino M dio disp e sobre sua execu o e d outras provid ncias Dispon vel em www fnde gov br index php resolucoes 2003 res03815102003 download Acesso em 19 jul 2011 Minist rio da Educa o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o Conselho Deliberativo Resolu o n 18 de 24 de abril de 2007 Disp e sobre o Programa Nacional do Livro Did tico para a Alfabetiza o de Jovens e Adultos Dispon vel em ftp 200 130 5 12 web resolucoes 2007 res018 24042007 pdf Acesso em 19 jul 2011 Senado Federal Lei n 5 379 de 15 de dezembro de 1967 Prov sobre a alfabetiza o funcional e a educa o continuada a adolescentes e adultos Dispon vel em http www6 senado gov br legislacao ListaPublicacoes action id 117865 Acesso em 16 jul 2011 CASSIANO C C F Reconfigura o do mercado editorial brasileiro de livros did ticos no inicio do s culo XXI hist ria das principais editoras e suas pr ticas comerciais Em Quest o Porto Alegre v 11 n 2 p 281 312 jul dez 2005 212 CASTRO A Reda o jornal stica de bico Ed Universit ria Champagnat S o Paulo IBRASA 1991 CAVALCANTI J O jornal como proposta pedag gica 2 ed S o Paulo Paulus 1999 CEREJA W Significa o e tema In BRAIT B Org Bakhtin conceitos chave S o Paulo Contexto 2005 p 201 220 CONSELHO FEDERAL DE EDUCA O Parecer n 699 de 28 de julh
96. Itemid 31 Acesso em 7 jul 2011 Decreto n 7 084 de 27 de fevereiro de 2010 Disp e sobre os programas de material did tico e d outras provid ncias Dispon vel em http www fnde gov br index php pnld legislacao Acesso em 15 jul 2011 DURAN G R O g nero discursivo quest o interpretativa em contexto de forma o docente inicial 135f 2011 Disserta o Mestrado em Letras Universidade Estadual de Maring Maring ERBOLATO M L Not cia mat ria prima do jornalismo In T cnicas de codifica o em jornalismo Reda o capta o e edi o no jornal di rio 3 ed Petr polis Vozes 1984 213 FARIA M A ZANCHETA J Para ler e fazer o jornal na sala de aula S o Paulo Contexto 2002 FARIA M A Como usar o jornal na sala de aula 8 ed S o Paulo Contexto 2003 FAZENDA I Interdisciplinaridade hist ria teoria e pesquisa 4 ed Campinas Papirus 1999 FERRARI P Jornalismo digital 2 ed S o Paulo Contexto 2004 FERREIRA M Aprender e praticar gram tica S o Paulo FTD 2007 FIORIN J L Introdu o ao pensamento de Bakhtin S o Paulo tica 2006 FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o Site oficial http www fnde gov br FONSECA P Ingl s Instrumental desmistificando alguns recursos de leitura H rus Revista de Humanidades e Ci ncias Sociais Aplicadas Ourinhos SP N 03 2005 FRANCESCHINI F Not cia e reportagem sutis diferen as Comum
97. Todas essas iniciativas entretanto desenvolveram se no mbito do ensino regular A EJA s passou a compor esse quadro no ano de 2007 com a cria o do Programa Nacional do Livro Did tico para a Alfabetiza o de Jovens e Adultos PNLA por meio da Resolu o n 18 de 24 de abril que tinha a finalidade de distribuir a t tulo de doa o obras did ticas de alfabetiza o s entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado PBA O PNLA todavia foi executado durante apenas tr s anos em 2009 ele foi substitu do pelo Programa Nacional do Livro Did tico para a Educa o de Jovens e Adultos PNLD EJA institu do pela Resolu o n 51 de 16 de setembro de 2009 Segundo o documento que a regulamenta essa pol tica educacional foi criada com o objetivo de prover as entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado e as escolas federais de ensino fundamental ou das redes de ensino estaduais municipais e do Distrito Federal com livros did ticos direcionados ao p blico atendido pela EJA em suas etapas de alfabetiza o primeiro e segundo segmentos do Ensino Fundamental Entretanto sem d vida essa iniciativa n o determina a estagna o da produ o did tica local destinada Educa o de Jovens e Adultos 40 De acordo com a pr pria resolu o que o instituiu o PNLD EJA foi criado em virtude de o Plano Nacional de Educa o bem como a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB 96 determinarem a err
98. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARING CENTRO DE CI NCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES PROGRAMA DE P S GRADUA O EM LETRAS MESTRADO SIMONE CRISTINA DE SANTANA O G NERO NOT CIA NAS COLE ES DID TICAS INDICADAS PELO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DID TICO PARA A EDUCA O DE JOVENS E ADULTOS MARING PR 2012 SIMONE CRISTINA DE SANTANA O G NERO NOT CIA NAS COLE ES DID TICAS INDICADAS PELO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DID TICO PARA A EDUCA O DE JOVENS E ADULTOS Disserta o apresentada ao Programa de P s gradua o em Letras da Universidade Estadual de Maring como requisito parcial para obten o do t tulo de Mestre em Letras rea de Concentra o Estudos Lingu sticos Orientador Prof Dr Edson Carlos Romualdo MARING 2012 Dados Internacionais de Cataloga o na Publica o CIP Biblioteca Central UEM Maring PR Brasil Santana Simone Cristina de O g nero not cia nas cole es did ticas indicadas pelo Programa Nacional do Livro Did tico para a Educa o de Jovens e Adultos Simone Cristina de Santana Maring 2012 216 2 fFigs col Orientador Prof Dr Edson Carlos Romualdo Disserta o mestrado Universidade Estadual de Maring Centro de Ci ncias Humanas Letras e Artes Programa de P s Gradua o em Letras 2012 1 Not cia G nero do discurso 2 Livro Did tico 3 Educa o de Jovens e Adultos I Romualdo Edson Carlos orient II Uni
99. Vanderci de Andrade Aguilera e Prof Dr Cristiane Carneiro Capristano pelas valiosas contribui es apresentadas no Exame de Qualifica o Aos professores do Programa de P s Gradua o em Letras pelos conhecimentos partilhados A minha querida amiga Rita pelo companheirismo e carinho maternal A Erica Antonia pelo incentivo e pela amizade sincera Aos meus pais Vanilda e Osmar por mesmo eventualmente contrariados compreenderem e apoiarem as ren ncias que tive de fazer para poder me dedicar ao Mestrado Ao Leandro pelo incentivo constante e por sempre me acalentar com sua doce voz A Preta e ao Jorginho por me comoverem todos os dias com o seu olhar inocente e sapeca Andrea secret ria do PLE por todos os servi os prestados Capes pela Bolsa de Estudos que me foi concedida SANTANA S C O g nero not cia nas cole es did ticas indicadas pelo Programa Nacional do Livro Did tico para a Educa o de Jovens e Adultos 2012 216f Disserta o Mestrado em Letras Universidade Estadual de Maring Maring 2012 RESUMO Embora objeto de in meras cr ticas o livro did tico LD continua sendo considerado um instrumento fundamental no processo de escolariza o Entretanto ao contr rio do que se verifica nas turmas de ensino Fundamental e M dio regulares a circula o de obras did ticas de grandes editoras na Educa o de Jovens e Adultos EJA s passou a ser comum a partir do a
100. a es desastres de trens de nibus de avi es destrui es de colheitas declara es de governantes Poderiam todos eles ser publicados 58 2 A resposta ao questionamento do autor evidentemente n o Os jornais existentes n o possuem espa o suficiente para registrar todos os fatos ocorridos conforme afirma Barbosa 2001 p 22 muitas coisas acontecem no mundo e n o viram not cia Basta ver num nico dia a quantidade de fatos que cada um de n s presencia e que n o veiculada em nenhum jornal Em virtude disso alguns crit rios s o estabelecidos para eleger os acontecimentos que ocupar o as p ginas dos peri dicos isto aqueles que se tornar o not cia tendo em vista claro que a constitui o desse g nero decorre dos objetivos e especificidades da esfera jornal stica Faria amp Zanchetta 2002 e Lage 1982 definem a not cia como o relato sucinto e objetivo de um acontecimento considerado por quem publica importante ou interessante para determinado p blico que deve apresentar entre outros os seguintes aspectos ineditismo atualidade veracidade e intensidade A not cia sob essa perspectiva restringe se ao an ncio r pido de uma s rie de fatos a partir do fato mais importante e este de seu aspecto mais importante em uma sequ ncia hier rquica de informa es que tem como ltimo t pico complementos de interesse secund rio Nesse sentido a not cia distingue
101. a es sociais n o se circunscrevem a um ambiente fechado isolado de outros contextos s cio hist ricos pelo contr rio eles concretizam as rela es dial gicas que se estabelecem entre as diversas enuncia es isso que permite por exemplo que a cr nica seja considerada tanto um g nero jornal stico quanto um g nero liter rio embora em cada esfera ele possua tra os distintos suporte circula o p blico finalidade etc t picos das especificidades de cada uma que se refletem em seu tema estilo e composi o Mesmo sendo caracterizadas por uma s rie de aspectos particulares as diversas m dias existentes possuem em comum o fato de buscarem manter a credibilidade perante o p blico ao qual se direcionam Em decorr ncia disso a esfera jornal stica tende a delimitar certas restri es tem ticas estil sticas e composicionais para os g neros que produz e em especial para a not cia foco de nosso trabalho as quais ser o trabalhadas com mais detalhes na sequ ncia 2 3 CARACTER STICAS DO G NERO NOT CIA In meras not cias diariamente s o publicadas nos mais diversos jornais existentes sejam eles impressos televisivos radiof nicos ou online Conforme comenta Erbolato 1984 p 47 Milhares de acontecimentos s o revelados em todo o mundo a cada instante Nos poucos segundos que o leitor dedica para ler este par grafo est o ocorrendo casamentos mortes nascimentos furac es inc ndios inund
102. a em algumas regi es do pa s Visualmente ele n o parece ser um representante do g nero not cia afinal n o h a indica o de t tulo subt tulo nem a segmenta o em par grafos que distingam lide e corpo do texto ou seja ele n o apresenta a composi o t pica do g nero At mesmo seu conte do deixa o leitor com d vidas pois ele poderia facilmente ser encontrado em um trecho de reportagem g nero que como vimos aborda algum assunto de forma abrangente e n o um fato pontual FRANCESCHINI 2004 N o h d vidas entretanto de que o texto pertence esfera jornal stica uma vez que foi retirado da Folha de S Paulo conforme indica a fonte localizada logo abaixo do fragmento Ao consultar o Manual do Educador encontramos um coment rio referente ao texto em quest o que ajuda a dissipar e ao mesmo tempo a manter nossas desconfian as a respeito do g nero ao qual ele pertence Introduzimos este cap tulo com uma not cia de jornal na qual apresentamos a situa o do saneamento b sico no Brasil e em algumas regi es espec ficas SILVA et al Vol 1 2009b p 138 grifo nosso De acordo com os autores da obra como podemos notar o excerto faz parte efetivamente de uma not cia no entanto n o podemos confiar totalmente nessa afirma o afinal devemos lembrar que ele est incluso no componente curricular de Matem tica o qual foi elaborado por docentes formados nessa rea isto por pessoas que de
103. a j sofre os efeitos da a o humana Nesse caso a nica diferen a que a institui o e o assunto da pesquisa s o genuinamente brasileiros o que aproxima mais o conte do do contexto de vida do estudante e os exerc cios propostos al m de quest es pessoais problematizam as causas da devasta o da floresta Amaz nica o que estimula uma reflex o cr tica acerca do assunto atendendo a um dos pressupostos dos documentos oficiais que formar um leitor proficiente Algumas p ginas frente no quarto cap tulo da obra denominado Crescei e multiplicai vos a metodologia de ensino se repete ao ser exposta esta not cia 181 J Trabalhando com texto Gravidez na adolesc ncia e desnutri o infantil contribuem para o alto ndice de mortalidade infantil no Paran o Dia Mundial da Sa de m dicos se re nem no 4 Congresso de Pediatria em Curitiba para discutir a sa de materno infantil principalmente a mortalidade das crian as No Brasil a m dia nos estados est muito acima da recomendada pela Orga niza o Mundial da Sa de O Paran tem o maior ndice da Regi o Sul com 16 mortes a cada mil nascidos vivos O parto prematuro a principal causa no estado A maioria dos casos acontece com filhos de m es adolescentes A gravidez entre os 12 e 19 anos arriscada devido demora para procurar atendimento e para informar fam lia o que ocorre principalmente por preconceito Especialistas afi
104. a natureza n o problematizada pelo material Ali s n o apresentado qualquer questionamento sobre 123 essa primeira p gina a obra limita se unicamente a exp la sem discutir sua organiza o ou sele o de informa es que a comp em Nessa perspectiva ela parece funcionar apenas como uma ilustra o do que seria a p gina inicial de um peri dico assim perde se uma tima oportunidade para discutir os itens b sicos que a constituem a diagrama o espec fica o estilo de linguagem empregado o papel exercido pelas fotografias etc tal qual prop e a Cole o Tempo de Aprender Posteriormente s o apresentados e definidos os principais elementos que podem ser encontrados em um jornal a saber manchete chamada fotografia legenda cr dito recursos infogr ficos e variedade de g neros item exemplificado por meio da cita o daqueles que s o mais recorrentes nessa esfera de circula o not cia reportagem editorial cr nica palavra cruzada hor scopo hist ria em quadrinhos an ncio propaganda cartum charge carta do leitor resenha cr tica artigo de opini o artigo de divulga o cient fica previs o do tempo programa o de lazer e entrevista As considera es tecidas a respeito desses itens que podem ser encontrados no jornal impresso s o todas muito pertinentes As defini es fun es e os objetivos expostos v o ao encontro dos pressupostos dos manuais de reda o jornal stica ou se
105. a not cia Para Zanchetta 2004 p 86 o primeiro compromisso da imagem oferecer se como prova veross mil sobre determinado epis dio entretanto h situa es em que a fotografia informa pouco sendo necess rio acrescentar lhe uma legenda isto um texto breve que explique ou amplie sua significa o ou ainda chame a aten o para alguns detalhes que passariam despercebidos aos olhos do leitor A era da informatiza o possibilitou tamb m a inclus o de tabelas e gr ficos nas not cias bem como o surgimento de um novo g nero que pode associar se a elas o infogr fico Os infogr ficos s o constitu dos por imagens e textos verbais mas n o representam uma responsabilidade do rep rter nem do fot grafo eles s o elaborados pelo departamento de artes do jornal e tem a fun o de esquematizar em ordem cronol gica os fatos mais importantes para a compreens o do fato relatado como o caso da reconstitui o de um crime ou acidente de tr nsito por exemplo Quando todos esses elementos t tulo lide corpo tabelas gr ficos imagens e infogr ficos os quatro ltimos opcionais s o reunidos e dispostos nas p ginas dos jornais de uma forma espec fica temos constitu da a diagrama o da not cia e consequentemente a materializa o do estilo do jornal pois conforme mostra Brait 2007 ao analisar a primeira p gina de uma edi o da Folha de S Paulo o modo como imagens e texto s o dispostos n
106. a para ser compreendida j que os textos s o mais longos e complexos O terceiro volume da cole o que aborda o assunto geral Mundo em constru o apresenta dois cap tulos referentes disciplina de l ngua inglesa As ocorr ncias do g nero not cia aparecem no segundo intitulado Land occupation and environment O qual discute sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST e sobre a prote o das reservas florestais brasileiras De acordo com a pr pria obra esses assuntos foram selecionados uma vez que t m sido amplamente discutidos em mbito nacional e acompanhados no mundo todo por interm dio dos meios de comunica o contexto que permite o surgimento de diversos textos da esfera jornal stica a respeito dessas quest es A partir desses materiais segundo o Manual do Educador pretende se aplicar estrat gias de leitura instrumental de modo a mostrar ao aluno que poss vel compreender o conte do das not cias sem dominar toda a gram tica da l ngua estrangeira Inicialmente o cap tulo prop e a leitura e escuta de uma reportagem relacionada reforma agr ria sobre a qual s o propostas duas atividades ambas elaboradas em l ngua portuguesa Na sequ ncia s o expostos sequencialmente dois fragmentos de 3 textos e uma not cia completa todos retirados do endere o eletr nico da BBC News onde foram publicados em maio de 2002 Texto 1 Brazil Movimento dos Sem Terra conti
107. a se coincidentemente no cap tulo 4 Escolaridade e trabalho 167 da obra destinada ao 6 ano 5 s rie a qual tem como eixo articulador o assunto geral Contextos de vida e trabalho O cap tulo em quest o tem in cio fazendo refer ncia ao s mbolo indicativo de porcentagem e seu significado Em seguida h uma contextualiza o intimamente relacionada realidade do aluno de EJA citam se quatro jovens que decidiram voltar a estudar para manter ou melhorar sua situa o profissional os quais receberam diferentes propostas de reajuste salarial dos patr es em virtude de terem retornado escola A partir disso prop em se alguns valores hipot ticos para calcular qual seria a proposta mais vantajosa para o aluno trabalhador Em meio s explica es do c lculo o material comenta que a express o por cento muito comum no cotidiano especialmente em jornais sejam eles impressos radiof nicos ou televisivos e em revistas Como exemplo trazido para o LD o t tulo de uma not cia ligada ao assunto Banco Central reduz taxa b sica de juros para 13 ao ano Entretanto n o se prop e o estudo de nenhuma not cia propriamente dita procurando mostrar como as porcentagens aparecem no cotidiano jornal stico e o que elas representam numericamente tal qual o faz o material da IBEP o t tulo simplesmente citado para deixar claro que comum encontr las em textos dessa esfera de circula o as
108. a ser breve FARIA amp ZANCHETTA 2002 Em virtude da exist ncia de diversos jornais e consequentemente da concorr ncia esses ve culos de comunica o costumam fazer uso de t tulos atraentes 71 unindo densidade de informa o e originalidade H sob essa perspectiva v rias caracter sticas usadas como refer ncia para produzir bons t tulos jornal sticos dentre as quais se destacam a capacidade de s ntese o emprego de frases em ordem direta sujeito verbo complemento que facilitam a leitura a omiss o de certos determinantes como o caso de artigos e conjun es o que aumenta o impacto da informa o a predomin ncia de substantivos que tendem a tornar os fatos mais concretos aos olhos do leitor e o emprego de verbos no tempo presente que evoca atualidade embora o fato noticiado j tenha acontecido Esses tra os sem d vida complementam as considera es a respeito do estilo de linguagem tratado anteriormente e mostram o quanto esses dois elementos da constitui o do g nero estilo e composi o encontram se intimamente relacionados com vistas a faz lo cumprir sua fun o social Logo abaixo do t tulo aparece o lide termo oriundo do ingl s lead que segundo Lage 1987 refere se ao primeiro par grafo da not cia o qual relata o fato principal de uma s rie destacando quem fez o qu a quem quando onde como e por que de forma sucinta e objetiva ou seja atendendo ao estilo t
109. a vez adota uma postura diferente Apesar de o Manual do Educador mencionar que a an lise lingu stica mais do que estudar gram tica BAZZONI et al Vol 1 2009b p 11 na pr tica observa se a repeti o de uma metodologia normativa de ensino de l ngua Os conte dos referentes aos elementos lingu sticos t picos da not cia j apareceram quando foram expostas as caracter sticas desse g nero conforme verificamos quando analisamos as explica es referentes aos tempos verbais comuns a ele um conte do que apesar de ser teorizado n o aparece em exerc cios pr ticos Entretanto h outro item apresentado sob o t tulo Uso de substantivo artigo adjetivo e a concord ncia nominal que contempla quest es pertinentes a esse eixo do ensino de l ngua portuguesa 154 Por meio dos conhecimentos que temos sobre o g nero imaginamos que ao longo da se o ser o trabalhados os motivos que levam os jornalistas a excluir por exemplo o emprego de adjetivos do texto jornal stico uma vez que eles denotam marcas do posicionamento do produtor do texto ou ainda porque os t tulos s o constru dos primordialmente com substantivos e verbos excluindo os artigos mas isso n o acontece O foco da se o recai primordialmente sobre a concord ncia nominal Para isto adota se o t tulo de uma not cia M es realizam protesto e acrescentam se a ele alguns adjetivos e artigos o que resulta em As m es paranaense
110. ade a situa o parecida A Cole o Tempo de Aprender apesar de propor um exerc cio que explora a capacidade argumentativa do aluno fundamental ao exerc cio da cidadania abandona a not cia e aborda outro g nero nesse momento o debate sem explicar em que ele consiste nem especificar o estilo de linguagem que se deve usar e o objetivo da proposta O material da editora Global por sua vez mant m o estudo da not cia ao propor um exerc cio oral por m carece de maior clareza e detalhamento sobre como proceder durante a realiza o da atividade As considera es sobre a AL por fim na verdade aparecem somente no material da IBEP A Cole o Viver Aprender limita se ao estudo da concord ncia verbal sem articular o estudo dos elementos lingu sticos aos efeitos de sentidos que eles produzem na not cia tendo em vista suas condi es de produ o circula o e recep o 157 Conclu do esse processo reflexivo referente abordagem da not cia na disciplina de LP a qual fornece ao aluno os conhecimentos b sicos sobre o g nero passamos no pr ximo cap tulo a verificar com qual objetivo os demais componentes curriculares o incluem em seu conte do program tico CAP TULO 4 O G NERO NOT CIA NOS DEMAIS COMPONENTES CURRICULARES No cap tulo anterior verificamos como a not cia contemplada no conte do program tico da disciplina de l ngua portuguesa em ambas as cole es indicadas pelo PNLD EJA para o se
111. adequada ao exemplo do g nero oferecido not cia sobre o assassinato de Dorothy Stang reduzido a um lide de seis linhas no entanto n o condiz com as not cias que circulam socialmente com aquelas que aluno encontrar em seu dia a dia Isso revela que ao ser retirado de seu contexto de origem e transportado para o LD esse g nero sofreu recortes que alteram parte de sua composi o e consequentemente a finalidade de bem informar o p blico leitor Conclu das as considera es sobre a not cia exposto um coment rio igualmente vago para tentar definir a reportagem Diz se que quando ocorre um fato importante o jornalista vai at o local do acontecimento e por meio do di logo com 92 pessoas envolvidas na situa o obt m as informa es necess rias para construir a reportagem a qual resulta segundo o material do resumo de todas as informa es coletadas Por um lado essa defini o apresenta um avan o em rela o ao conceito de not cia uma vez que se salienta a necessidade de o fato ser considerado importante para ser digno de ocupar as p ginas dos peri dicos ou seja remete se a um tra o t pico dos assuntos que podem ser abordados nos limites do tema desse g nero Entretanto a explica o insuficiente Em primeiro lugar a reportagem conforme afirmam Lage 1987 Faria amp Zanchetta 2002 e Castro 1991 n o trata necessariamente de fatos mas de assuntos de interesse p blico o que acont
112. adica o do analfabetismo o progressivo atendimento a jovens e adultos pela rede p blica de ensino a universaliza o do acesso e a melhoria da qualidade da Educa o B sica Ao analisarmos o contexto em que o programa surgiu ineg vel que a institui o dessa pol tica tende a trazer in meros benef cios Educa o de Jovens e Adultos Afinal al m de procurar estabelecer a equidade de direitos entre as diferentes modalidades de ensino vigentes no pa s para participar do PNLD as editoras interessadas dever o adaptar suas obras ao padr o de qualidade exigido pelo programa e se readequarem periodicamente procurando atender s necessidades da EJA Entretanto se levarmos em considera o a cria o do PNLD em 1985 constataremos que a EJA demorou vinte e dois anos para ser inclu da nas pol ticas educacionais de distribui o de LD um atraso que demonstra a posi o marginal imposta a essa modalidade de ensino ao longo dos anos Em resposta escassez de material criado por editoras observada h algum tempo hoje o PNLD EJA oferece indica o de quatorze obras did ticas para alfabetiza o tr s para o primeiro segmento do Ensino Fundamental e duas para o segundo segmento da mesma etapa uma situa o motivada por raz es claras antes da cria o desse programa o mercado editorial de did ticos n o possu a um comprador fixo para os livros destinados EJA pois o p blico atendido por essa modalidade educacional
113. ado em ambos Mesmo que seja dif cil encontrar jornais impressos daquele per odo uma r pida busca pelos sites de jornais online revela v rias not cias relacionadas ao caso Observemos a t tulo de exemplo a publica o da Folha online sobre o ocorrido 12 02 2005 17h22 Mission ria americana assassinada a tiros no Par da Folha Online A mission ria cat lica americana Dorothy Stang 73 foi assassinada com seis tiros neste s bado no munic pio de Anapu PA Ela trabalhava havia mais de 20 anos no Estado e defendia causas ambientais e trabalhadores sem terra Na ltima semana a mission ria teve uma reuni o com o secret rio de Direitos Humanos Nilm rio Miranda e denunciou que quatro pessoas da regi o estavam recebendo amea as de morte A americana tamb m afirmou que fazendeiros e madeireiros invadiram uma rea de Anapu A ministra Marina Silva Meio Ambiente que est participando da cerim nia de apoio as fam lias da reserva extrativista Verde Para Sempre no munic pio de Porto de Moz PA vai acompanhar as investiga es A assessoria de imprensa do Pal cio do Planalto informou que o 87 presidente Luiz In cio Lula da Silva pediu que a Pol cia Federal participe das investiga es Al m disso o pr prio Nilm rio Miranda deve viajar para a regi o ainda hoje Cidad do Par Dorothy Stang recebeu em 2004 da Assembl ia Legislativa do Estado o t tulo de Cidad do Par Para ela a viol ncia fundi
114. adre Ilson Frossard S o cinco c es policiais e quatro vira latas que latem muito Ningu m se atreve a chegar perto T FOLI Daniela Igrejas s o alvos de ladr es em S o Paulo Folha de S Paulo 16 out 2006 Dispon vel em lt http www1 folha uol com br folha cotidiano ult95u127094 shtml gt Acesso em 10 jun 2009 Capitulo 3 Sabe da ltima Deu no jornal FOSSE Figura 5 Not cia sobre assaltos a igrejas em S o Paulo Cole o Viver Aprender vol 1 p 40 41 97 O texto enquadra se no assunto da obra Contextos de vida e sem d vida chama aten o em virtude do ineditismo que circunda o fato relatado a ousadia dos ladr es que n o respeitam nem mesmo templos religiosos Esse ineditismo t pico do cotidiano noticioso entretanto n o suficiente para que ap s entrar contato com o material tenhamos certeza de que se trata efetivamente de uma not cia j que ele cont m tra os comuns ao g nero reportagem como o caso do estilo de linguagem empregado e do detalhamento do fato relatado que faz surgir consequentemente um texto mais extenso Recorrendo s quest es b sicas do jornalismo podemos dizer que a resposta ao O qu aconteceu uma pesquisa realizada pela Folha de S Paulo revelou que de vinte par quias consultadas na cidade treze sofreram algum tipo de roubo ou furto no ltimo ano O par grafo correspondente ao lide no entanto tem in cio de uma forma despojada S a prot
115. ais 3 e 4 ciclos Bras lia MEC SEF 1998d Secretaria de Educa o Fundamental Par metros Curriculares Nacionais L ngua Estrangeira 3 e 4 ciclos Bras lia MEC SEF 1998e Secretaria de Educa o Fundamental Par metros Curriculares Nacionais Artes 3 e 4 ciclos Bras lia MEC SEF 1998f Lei n 5 692 de 11 de agosto de 1971 Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1 e 2 graus e d outras provid ncias Di rio Oficial da Uni o Bras lia DF 12 ago 1971 Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 leis L5692 htm Acesso em 19 jul 2011 Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional Di rio Oficial da Uni o Bras lia DF 23 dez 1996 Dispon vel em http portal mec gov br seed arquivos pdf tvescola leis lein9394 pdf Acesso em 18 jul 2011 Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Fundamental Proposta Curricular para a Educa o de Jovens e Adultos segundo segmento do ensino fundamental 5 a 8 s rie Introdu o Secretaria de Educa o Fundamental 2002a 148 p Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Fundamental Proposta Curricular para a Educa o de Jovens e Adultos L ngua Portuguesa Segundo segmento do Ensino Fundamental 5 a 8 s rie Bras lia 2002b 211 Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Fundamental Proposta Curricular para a Educa o de Jovens e A
116. al Tradu o de Paulo Bezerra 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2003 VOLOCHINOV V N Marxismo e filosofia da linguagem Tradu o de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira 4 ed S o Paulo Hucitec 1988 BALTAR M A R COSTA D R G nero textual exposi o oral na educa o de jovens e adultos Revista Brasileira de Lingu stica Aplicada Belo horizonte v 10 n 2 p 387 402 2010 BARBOSA J P Trabalhando com os g neros do discurso relatar not cia S o Paulo FTD 2001 BAZZONI C et al Educa o de Jovens e Adultos segundo segmento do ensino fundamental Cole o Viver Aprender Integrado Vol 1 2 3 e 4 1 ed S o Paulo Global A o Educativa 2009a Educa o de Jovens e Adultos segundo segmento do ensino fundamental Manual do Educador Vol 1 2 3 e 4 1 ed S o Paulo Global A o Educativa 2009b Cole o Viver Aprender Integrado BEISIEGEL C R Estado e educa o popular um estudo sobre a educa o de adultos S o Paulo Pioneira 1974 BENTES A C G neros e ensino algumas reflex es sobre a produ o de materiais did ticos para a Educa o de Jovens e Adultos In KARWOSKI A M GAYDECZKA B BRITO K S Orgs G neros textuais reflex es e ensino 4 ed S o Paulo Par bola Editorial 2011 p 83 106 BENITES S A L Contando e fazendo hist ria a cita o no discurso jornal stico S o Paulo Arte amp Ci ncia Assis N cleo Editorial Proleit
117. almente visto que ele ter de expor classe o que conseguiu descobrir em sua pesquisa o trabalho proposto nesse momento funciona como atividade de prepara o para a realiza o de um debate o qual demanda mais dom nio de certas habilidades orais como o caso da argumenta o A pr tica de estimular a argumentatividade vale lembrar pode ser desenvolvida em sala de aula conforme orientam as DCELP na participa o de um debate pode se observar a argumenta o do aluno como ele defende seu ponto de vista PARAN 2008 p 67 Entretanto nesse momento o desenvolvimento da oralidade n o contempla o g nero not cia mas um conte do a ela relacionado a saber a quest o do sensacionalismo fato que motivou sua abordagem em nosso trabalho Conclu da a pesquisa sugere se que a turma escolha um assunto ligado qualidade de vida das pessoas pois ele norteia a unidade em que o cap tulo em quest o se insere e o discuta do ponto de vista do sensacionalismo A proposta de atividade entretanto n o parece suficientemente clara uma vez que fica a d vida se a turma deve apelar para o sensacionalismo no momento de defender determinado ponto de vista sobre o t pico trabalhado ou discutir como os meios de comunica o sensacionalistas noticiam fatos a ele relacionados 146 Ainda em rela o ao assunto da atividade vale destacar que o material poderia trazer algumas sugest es que funcionassem como ponto de partida para
118. aluno com a not cia Entretanto parece nos injustific vel que essa apari o n o contemple um exemplar do g nero na 18 Devemos recordar que de acordo com autores como Faria amp Zanchetta 2002 recebe o nome de manchete somente o t tulo de maior destaque na primeira p gina do jornal os demais devem ser chamados apenas de t tulo 85 ntegra visto que a not cia n o se reduz ao lide mas ao desenvolvimento das informa es que constituem o fato relatado Apresentar o texto fragmentado corresponde a omitir algumas caracter sticas b sicas que lhe s o intr nsecas como o caso da cita o do discurso de pessoas envolvidas no caso normalmente presente no corpo do texto Ao determinarem que os g neros sejam adotados como objeto de ensino os PCN e as DCELP nos permitem pressupor que necess rio possibilitar ao aluno o conhecimento do maior n mero de tra os poss vel do g nero dentro de seus limites ensin veis uma vez que disso depende o entendimento de sua fun o social Nesse caso o acesso ao corpo do texto faz se fundamental j que em seu cotidiano o aluno encontrar not cias completas e n o apenas lides o que representa um preju zo para a compreens o do g nero em sua totalidade As atividades propostas pelo material nesse momento de apresenta o do g nero como poss vel constatar n o problematizam o estilo de linguagem utilizado na reda o da not cia claramente empregado para sensibilizar
119. ar podemos citar a pesquisa que resultou na disserta o de mestrado de Walker 2006 intitulada O g nero not cia no livro did tico de Portugu s na qual a autora investiga as diversas abordagens do g nero not cia nos livros de L ngua Portuguesa aprovados no primeiro Programa Nacional do Livro Did tico para o Ensino M dio PNLEM e conclui que as obras em quest o s o marcadas pelo silenciamento de aspectos fundamentais compreens o desse g nero Temos portanto dois grandes p los nos quais se inserem os trabalhos mencionados aqueles que se dedicam ao estudo da produ o de materiais did ticos para a EJA e aqueles que focalizam a quest o dos g neros do discurso nos livros did ticos de LP voltados para o ensino regular Nenhum deles por m prop e a uni o entre esses dois extremos vi s por n s pretendido que al m de tudo adota como objeto de an lise cole es did ticas multidisciplinares interdisciplinares e in ditas Em linhas gerais nosso trabalho fundamenta se nas ideias sobre linguagem e intera o bem como na teoria dos g neros do discurso defendidas por Bakhtin e seu C rculo uma vez que os pressupostos dessas ideias norteiam os documentos oficiais que regulamentam o ensino de l ngua portuguesa na Educa o de Jovens e Adultos Entretanto como a pesquisa re ne tr s diferentes campos g neros EJA e jornalismo adotamos refer ncias correspondentes a cada um deles Considerando a situa o d
120. ara bem desenvolver essas atividades o documento sugere ainda que se privilegie uma abordagem descritiva da l ngua que se preocupe em mostrar como elas s o usadas em diferentes grupos sociais uma vez que o aluno da EJA sofre com o confronto entre as variantes lingu sticas pois na pr tica a escola n o valoriza a variedade usada pelo aluno e por seu grupo social Ao analisar essas considera es podemos notar que a pr tica de AL dentre os eixos que constituem o ensino de l ngua o mais inquietante e de dif cil operacionaliza o pois pode facilmente se confundir com o simples ensino de teoria gramatical embora conforme comenta Mendon a 2006 p 205 ela tenha surgido para denominar uma nova perspectiva de reflex o sobre o sistema lingu stico e sobre os usos da l ngua com vistas ao tratamento escolar de fen menos gramaticais textuais e discursivos De acordo com o Manual do Educador de ambas as cole es entretanto as obras seguem a perspectiva segundo a qual a AL funciona como suporte para a 150 leitura e produ o de textos isto uma ferramenta para aprofundar as especificidades dos g neros do discurso estudados A Cole o Tempo de Aprender prop e exerc cios relacionados a esse eixo na se o Um olhar para a l ngua a qual se manifesta duas vezes no momento em que abordado o g nero not cia contemplando o estudo de tempos verbais de artigos e de pronomes Os primeiros exerc cios propos
121. ara que o interlocutor se manifeste etc Da mesma maneira o n mero de g neros que ela produz cresceu significativamente pois tanto os g neros quanto a pr pria atividade jornal stica est o vinculados a condi es sociais que n o concebem as m dias como simples meios de estocagem e transmiss o do discurso mas como elementos constitutivos da pr pria esfera e dos textos que nela circulam Assim em decorr ncia do n mero de m dias hoje pertencentes ao ramo da esfera jornal stica m dias impressas televis o r dio internet e das especificidades que as cercam o n mero de g neros pertencentes a esse campo s tende a aumentar Desse modo embora sua mat ria prima continue sendo a not cia hoje s o prontamente reconhecidos como g neros jornal sticos a reportagem a entrevista o editorial o artigo 57 de opini o a resenha a coluna o hor scopo a previs o do tempo etc E esses g neros vale ressaltar tamb m sofrem influ ncia das condi es de produ o do suporte em que s o veiculados uma reportagem de revista semanal por exemplo mais detalhada que outra publicada em um jornal di rio pois o tempo dispon vel para sua elabora o maior Essa multiplicidade de g neros tamb m decorrente de um fen meno j comentado por Bakhtin 2003 a intersec o entre as esferas da atividade humana Embora existam in meros campos nos quais as pessoas atuem os textos produzidos por elas para materializar suas
122. as pelo PNLD EJA para o segundo segmento do Ensino Fundamental dessa modalidade de ensino CAP TULO 3 O G NERO NOT CIA NO COMPONENTE CURRICULAR DE L NGUA PORTUGUESA 3 1 APRESENTA O DAS COLE ES As considera es te ricas desenvolvidas no cap tulo anterior a respeito da not cia nos permitiram construir o conhecimento necess rio sobre os tra os t picos desse g nero A partir de tais considera es neste cap tulo passamos a verificar como proposta sua abordagem nas p ginas correspondentes disciplina de L ngua Portuguesa que constam nas cole es indicadas pelo primeiro PNLD EJA para o segundo segmento do Ensino Fundamental a Tempo de Aprender publicada pela Editora IBEP Instituto Brasileiro de Edi es Pedag gicas em 2007 e a Viver Aprender elaborada pela Editora Global em parceria com a A o Educativa publicada em 2009 Aprender ga gl Aprentier Por uma Mundo em Identidades vida melhor Figura 2 Capas dos livros did ticos analisados Cole o Viver Aprender A A o Educativa segundo Mello 2010 uma ONG que desenvolve a es de forma o e assessoria a grupos escolas e comunidades al m de pesquisas relacionadas a pol ticas p blicas voltadas para a juventude e a Educa o de Jovens e Adultos 76 Embora ambas as cole es possuam quatro volumes e sejam multidisciplinares isto concentrem o conte do de todas as disciplinas que constituem o curr culo
123. ato com Lafayette Megale ent o editor da FTD uma das editoras que apresentavam livros voltados para a Educa o de Jovens e Adultos naquele per odo na tentativa de compreender os motivos que levaram a essa situa o Em um trecho da entrevista concedida pesquisadora por telefone Megale afirma que Partir de um projeto zero quil metro para EJA baseado nos Par metros proposta curricular invi vel entre outros motivos pelo tempo por exemplo o governo do estado do Par que quer n o sei quantos mil livros de EJA para tal per odo e a gente corre para atender O que se fez foi um material de uso imediato para escolas noturnas com base nos livros de ensino fundamental com m todo mais pr ximo do expositivo In TAKEUCHI 2005 p 141 Esse depoimento mostra claramente que a EJA n o constitu a um dos focos de aten o do mercado editorial de did ticos Na falta de um programa sistematizado de produ o de obras destinadas a essa modalidade educacional com prazos espec ficos a serem cumpridos faziam se recortes de livros que circulavam no ensino regular com o objetivo de suprir a necessidade imediata de um ou outro Estado Mello 2010 por sua vez em sua tese de doutorado chega a resultados surpreendentes ao fazer um levantamento sobre a produ o did tica para a EJA no Brasil no per odo de 1997 a 2007 Para isso o autor trabalhou com o material que comp e o Acervo EJA de propriedade do MEC constitu do em 2
124. blematizar lhe o assunto e pode conter inclusive subitens como o caso de Antes de ler que traz atividades de leitura pr via e Por dentro do texto o qual consiste em quest es de an lise mais detalhada dos textos selecionados para estudo Al m disso h ainda o item Aprofundando o tema uma esp cie de prolongamento da se o Desvendando o tema quando se faz necess rio trabalhar situa es ou conceitos mais complexos Ampliando o tema que exerce a mesma 17 A palavra tema aqui usada pela obra no sentido de assunto e n o na perspectiva adotada por Bakhtin 2003 para referir se ao tema de um g nero 78 fun o da ltima se o mencionada por m relaciona se necessidade de trabalhar conceitos mais abrangentes extrapolando os aspectos desenvolvidos at aquele momento Sua vez que sugere atividades de aplica o dos conhecimentos adquiridos Voc sabia destinado sistematiza o de conceitos e apresenta o de curiosidades relacionadas ao assunto Momento l dico que apresenta jogos e din micas em geral E eu com isso que sugere propostas de ensino mediante a elabora o de projetos voltados ao assunto de cada cap tulo e por fim Revelando o que aprendeu se o relacionada ao processo de avalia o cont nua proposto pela obra Essa cole o apresenta tamb m algumas se es espec ficas de uma ou mais disciplinas L ng
125. brigando as a votarem em candidatos de seu interesse 176 Essa ltima considera o complementada por meio da exposi o desta not cia Texto 1 Na cidade com menor renda voto trocado por telhas Segundo todos os candidatos na disputa a inten o de voto para prefeito trocada por uma por o de telhas e de tijolos em Centro do Guilherme MA munic pio com menor renda e expectativa de vida do pa s conforme o IDH M ndice de Desenvolvimento Humano Municipal A primeira a dizer que h compra de votos a prefeita candidata reelei o Maria Irene de Ara jo Sousa 49 PRB O neg cio s o telhas tijolos e cimento Pode olhar o tanto de constru es novas por a na cidade diz a prefeita A candidata Maria Deusdete Lima 29 a Detinha PR vai na mesma linha T m pessoas que dizem Detinha eu sei que realmente precisa de uma mudan a na prefeitura mas eu vou votar em fulano porque ele me deu um metro de telha diz Dizem s voto se eu receber as telhas antes da elei o porque depois eu n o confio Quer dizer n o acreditam que essa pessoa candidato vai lhe dar um milheiro de telha que custa R 350 depois da elei o Mas confia em entregar o munic pio por quatro anos diz Dinheiro al m de tijolos e telhas est entre as solicita es de eleitores segundo a prefeita Eles pedem para pagar presta o de antena parab lica de geladeira de r dio e at
126. ce decrescente de fumantes no Brasil um assunto atual e bastante adequado para a discuss o em sala de aula uma vez que faz parte do contexto s cio hist rico ideol gico em que vive o aluno da EJA Aparentemente a not cia encontra se reproduzida na ntegra no entanto essa informa o n o pode ser efetivamente comprovada pois a fonte indicada constitui um endere o eletr nico que n o se encontra mais dispon vel para acesso Nesse momento as representa es num ricas enfocadas dizem respeito porcentagem t pico discutido desde o in cio do cap tulo O gr fico que acompanha o texto verbal possui uma legenda referente s capitais que participaram da pesquisa por m n o s o expressos os valores percentuais de fumantes existentes em cada uma essa informa o divulgada apenas no primeiro exerc cio relacionado ao texto o qual oferece pequenos quadros preenchidos com as 165 mesmas cores existentes nos fragmentos do gr fico acompanhados das referidas indica es percentuais e pede que o aluno identifique a qual cidade cada quadro corresponde Para bem realizar a atividade basta verificar na legenda que acompanha o gr fico as cores que representam cada munic pio Embora pare a demasiadamente simples o exerc cio orienta o olhar do educando para a leitura de legendas isto um elemento da constru o composicional do g nero Na sequ ncia h algumas quest es que promovem a compreens o do texto e como era de
127. ceitos e consequentemente as que mais lucraram com a pol tica Em rela o ao PNLA o valor total do PNLD EJA tamb m apresentou um acr scimo consider vel de R 18 406 999 90 para R 140 605 140 89 o que significa que os cofres p blicos gastaram de um ano para outro R 122 198 140 99 a mais com a compra de livros did ticos Diante de tais n meros podemos observar de fato que a tentativa de padronizar os materiais de apoio pr tica educativa nas salas de aula de EJA demonstra que n o se trata apenas de uma pol tica que visa equidade entre as diferentes modalidades de ensino mas tamb m uma forma de ampliar a ind stria da educa o N http www fnde gov br Acesso em 17 maio 2011 CAP TULO 2 O G NERO NOT CIA O interesse pelos g neros do discurso como afirma Marcuschi 2008 n o recente mas est na moda Considerando esse contexto faz se fundamental compreendermos os acontecimentos que impulsionaram tantas pesquisas na rea para isto neste cap tulo apresentamos inicialmente um breve coment rio sobre os estudos a respeito dos g neros realizados pelo C rculo de Bakhtin que posteriormente fundamentaram as propostas pedag gicas direcionadas ao ensino de l ngua portuguesa no Brasil Em seguida expomos uma sucinta refer ncia quest o dos suportes dos g neros do discurso e algumas considera es dos Par metros Curriculares Nacionais de L ngua Portuguesa PCN da Proposta Curricular de L ngua
128. citadas seria justificar por que elas ocorrem afinal n o basta mostrar ao aluno o que comum em um g nero necess rio faz lo compreender como seus elementos intr nsecos possuem rela o com sua fun o social Nesse caso caberia mencionar que se usam os verbos no presente para indicar atualidade uma vez que embora o fato j tenha acontecido a not cia carece desse aspecto para ser digna de publica o e atender ao tema do g nero evita se o emprego de adjetivos porque eles atribuem ju zo de valor ao texto caracter stica que n o deve fazer parte da not cia dada a necessidade de ela parecer impessoal dotada de credibilidade aspecto relacionado ao estilo de linguagem A aus ncia de artigos por sua vez justifica se em virtude da tentativa de conferir maior impacto informa o veiculada tornando o t tulo denso primeira vista essas especifica es poderiam parecer dispens veis j que os cursos de EJA normalmente s o marcados por simplifica es como constata Takeuchi 2005 em sua pesquisa entretanto as pr prias Diretrizes Curriculares Estaduais da 103 Educa o de Jovens e Adultos DCE EJA PARAN 2006 p 26 afirmam que o tempo diferenciado do curr culo da EJA em rela o ao tempo do curr culo na escola regular n o significa tratar os conte dos escolares de forma precarizada ou aligeirada Para tornar vis veis as diferen as existentes entre um t tulo que atende aos requisitos menci
129. colhe o lixo das ruas tranquilamente Esses fatos nunca 102 ser o not cia Imagine agora um avi o cai e todos os passageiros morrem um gari encontra uma sacola no lixo com uma grande soma em dinheiro Esses fatos ser o not cia Ibid quest es sequer mencionadas na defini o oferecida pela Cole o Tempo de Aprender E esse avan o n o para por a Logo em seguida apresentado o item Caracter sticas da not cia no qual se discute com mais detalhes alguns elementos que fazem parte de sua composi o e do estilo de linguagem A primeira informa o apresentada diz respeito estrutura composicional do g nero momento em que se afirma que ele possui tr s partes t tulo lide e corpo esta ltima ignorada pelas considera es te ricas do material da IBEP O discurso do LD vai ao encontro do que preconizam os estudiosos da not cia Diz se que o t tulo tem a finalidade de atrair o leitor que ele anuncia de forma objetiva o assunto a ser tratado no texto que os verbos normalmente aparecem no presente e que comum a aus ncia de artigos e adjetivos informa es comprovadas por meio de dois t tulos expostos como exemplo Adolescente ganha implante antigravidez em Porto Alegre publicado no jornal Folha de S Paulo em 28 de novembro de 2006 e Desmatamento prejudica biodiversidade na Amaz nia veiculado no jornal Globo online na mesma data Uma maneira de aperfei oar as especifica es lingu sticas
130. comitante ou frequentativa sempre imperfectivo por isso dificilmente aparece em not cias uma vez que ela n o concebida como um acontecimento em curso mas como uma sequ ncia de fatos conclusos O estilo em suma possui um car ter interativo e dial gico como afirma Sobral 2009 p 64 uma vez que se relaciona ao contexto de produ o do g nero a sua finalidade esfera de circula o ao interlocutor e ao tema dos g neros A not cia de modo particular marcada por um estilo espec fico pois a busca por objetividade requer o uso de determinados recursos lexicais fraseol gicos e gramaticais e consequentemente a recusa de outros Entretanto ao mesmo tempo esse elemento constitutivo do g nero pode variar de acordo com a ideologia do ve culo de comunica o que a publica assim a not cia pode apresentar se o mais objetiva poss vel ou tender exposi o evidente de um posicionamento Embora a esfera jornal stica em fun o do contexto de produ o circula o e recep o de not cias procure apresentar o estilo desse g nero de maneira relativamente fixa a pr pria sele o de voc bulos e o modo de disp los no texto revela particularidades estil sticas do redator as quais por sua vez se refletem na composi o do enunciado A abordagem dessas quest es em situa o de ensino sem d vida favorece a forma o de um leitor cr tico de textos dessa natureza tal qual prop em os PCN uma vez que p
131. comum e em quais diferem e assim por diante Seguindo tal perspectiva esse momento poderia favorecer a forma o de um leitor cr tico do g nero capaz de constatar que a not cia n o passa de uma vers o do fato relatado tal qual prop em os PCN BRASIL 1998a p 57 que estabelecem como um dos objetivos da pr tica de leitura em sala de aula estimular o aluno a se posicionar criticamente diante dos textos que l No caso da not cia sobre o implante antigravidez por exemplo podem ser encontrados modelos do g nero que sigam a perspectiva dos idealizadores do projeto outras que privilegiem a vis o das jovens que dele participar o outras ainda que destaquem o ponto de vista de suas fam lias J a not cia sobre o desmatamento na Amaz nia pode apresentar a vers o das comunidades locais a dos rg os de prote o ao meio ambiente a das madeireiras que exploram a regi o etc Caso expusesse essas diferentes possibilidades o material mostraria ao aluno que existe diferen a entre o fato ocorrido e a vers o dele que publicada nos jornais isto procuraria conscientiz lo de que a not cia permeada por marcas enunciativas do redator da ideologia que domina o jornal e das pr prias condi es de produ o do texto 106 O pr ximo t pico de an lise intitula se A linguagem da not cia Nele novamente destaca se que ao redigir esse g nero preciso manter uma linguagem impessoal objetiva direta e que o jo
132. condi o de hip tese Nesse momento emerge uma quest o lingu stica que pode alterar o sentido do acontecimento noticiado e inclusive comprometer o ve culo de comunica o caso o fato n o se confirme posteriormente o emprego do verbo no futuro do pret rito Essa quest o do sistema de verbos entretanto n o problematizada um terceiro exerc cio questiona apenas se o aluno conhece algum programa televisivo que veicula informa es ainda n o confirmadas unicamente para ter audi ncia tra o que ajuda a caracterizar melhor os jornais sensacionalistas Diante de uma proposta de trabalho como essa que apresenta tr s exemplares de primeiras p ginas inteiras de dois diferentes jornais que promove compara o entre elas e busca conscientizar o aluno sobre o estilo de linguagem e as fotografias empregados podemos afirmar que a Cole o Tempo de Aprender n o s valoriza o jornal enquanto suporte textual mas tamb m faz uso dele para estimular a forma o de um aluno leitor cr tico atendendo a um dos objetivos propostos pelo cap tulo e pelas Diretrizes da EJA A Cole o Viver Aprender por sua vez apresenta uma perspectiva de abordagem diferente do assunto Logo no in cio do cap tulo destinado ao estudo da not cia h uma p gina inteira com coment rios sobre o cotidiano jornal stico e sobre o jornal em si em suas diversas formas de veicula o televisivo radiof nico impresso online etc Diz se de modo especial qu
133. conte do tem tico do estilo de linguagem empregado e da constru o composicional e embora necessitem de certa regularidade para que sejam reconhecidos n o s o marcados pela imutabilidade extrema Bakhtin 2003 p 262 os considera relativamente est veis porque em menor ou maior grau cada um de seus elementos pass vel de altera es nem todo tema pode ser abordado em qualquer g nero o estilo de linguagem varia de acordo com o interlocutor ao qual o texto se destina e a constru o composicional embora seja respons vel pelo reconhecimento visual do enunciado tamb m pode sofrer muta es brandas As discuss es do autor a respeito do conte do tem tico aparecem fortemente marcadas no s timo cap tulo de Marxismo e filosofia da linguagem 1988 intitulado Tema e significa o na l ngua Nesse texto Bakhtin caracteriza o tema como o sentido completo nico individual e n o reiter vel da enuncia o ele se apresenta como a express o que deu origem enuncia o BAKHTIN VOLOCHINOV 1988 p 131 e nesse sentido se renova a cada situa o de uso Cereja 2005 ao propor uma releitura dos estudos do C rculo comenta que para identificar o tema de determinado enunciado necess rio considerar n o apenas o sentido potencial do signo aquele comum a todas as enuncia es isto sua significa o mas o sentido que ele assume em uma situa o concreta de uso da l ngua em determinado momento hist r
134. contecimento hist rico uma vez que a imprensa escrita inspira confian a nesse sentido quando onde os fatos aconteceram e qual ve culo de comunica o os publicou s o dados de extrema relev ncia pois eles demonstram com precis o aspectos b sicos desses fatos uma exig ncia de todo e qualquer documento hist rico A segunda apari o da not cia no material da Cole o Tempo de Aprender ocorre no cap tulo 5 do mesmo volume intitulado Cidadania uma constru o hist rica o qual est inserido na segunda unidade da obra que aborda o t pico Cidadania e leitura O cap tulo inicia se com a exposi o de uma imagem da escultura A Justi a de Alfredo Ceschiatti localizada em frente ao pr dio do Supremo Tribunal Federal brasileiro em Bras lia DF a qual contempla a figura de uma mulher com os olhos vendados personifica o que faz refer ncia ao fato de que perante a lei todos s o iguais isto possuem os mesmos direitos Ap s apresentar algumas quest es que conduzem o aluno a uma leitura r pida da imagem o material passa a discutir sobre a constru o hist rica da cidadania ou seja sobre o estabelecimento de direitos e deveres dos indiv duos ao longo do tempo Nesse percurso faz se refer ncia Mesopot mia onde foi criado o primeiro c digo das leis escritas que inclusive continha normas extremamente severas seguindo a ideologia do olho por olho dente por dente Finalizados os coment
135. contecimento que possa gerar interesse e n o manifestar sua pr pria opini o sobre o fato relatado Complementando essas informa es podemos dizer que o estilo dos textos pertencentes ao g nero not cia tamb m pressup e algumas particularidades verbais ou como afirma Bakhtin 2003 alguns recursos gramaticais espec ficos Entre eles destacam se a o uso do modo indicativo que segundo Ferreira 2007 utilizado para exprimir certeza uma especificidade relacionada not cia dada a necessidade de ela relatar um fato ver dico b o emprego da terceira pessoa respons vel por promover a impessoalidade do discurso e consequentemente aumentar o efeito de objetividade do texto c do tempo presente exclusivamente nos t tulos para evocar atualidade outro aspecto intr nseco ao assunto que pode ser abordado nos limites do tema do g nero d do passado quando se noticiam fatos conclusos ocorridos recentemente e do futuro simples usado quando se pretende anunciar algo que est para acontecer e f do futuro do pret rito quando a informa o veiculada aparece em car ter de hip tese De acordo com Lage 2002 os verbos que comumente aparecem na not cia indicam uma das principais caracter sticas desse g nero o aspecto perfectivo isto aquele que se refere a uma a o conclusa oposto ao imperfectivo referente a o cujo fim n o se determina TRAVAGLIA 1985 Assim o tempo presente indicando a o 69 con
136. ctim Menezes memorial for Stockwell BBC News 10 December 2009 A permanent memorial to Jean Charles de Menezes will be placed at the south London Tube station where he was shot dead by police The mosaic will replace an in Mr de Menezes was sho The officers were hunting fi Last year coroner Sir Michael V jury rejected the police account Memory kept alive The family of Mr de Me His cousin Vivian Figueirec Mary She said nezes an Police last month designed by local artist wards next The pain of achieving jt kept aliv r Jeans killing continues to haunt us every day But knowing his memory will be te local community through this memorial is a tribute we could not have dreamed of Dispon vel em lt http news bbc co uk 2 hi uk news england london 8405967 stm gt Acesso em 14 dez 2009 Capitulo 2 Brazil in figures information from news agencies Sa a 1907 Figura 27 Not cia sobre o caso Jean Charles de Menezes Cole o Viver Aprender vol 4 p 99 201 O texto trata especificamente da constru o de um memorial permanente para Jean Charles na esta o de metr onde ele foi morto a tiros pela pol cia ap s ser confundido com um terrorista suicida o qual substituir um santu rio improvisado constru do no local com flores velas fotografias e artigos de jornal publicados sobre o fato Ap s a exposi o do texto pede se que o aluno fa a um mapeamento dele id
137. da peri dico Essa atividade sem d vida de grande valia uma vez que demonstra as diferentes perspectivas que peri dicos distintos podem assumir tendo em vista seu p blico alvo e contribui para a forma o de um leitor consciente como prop em os PCN j que o uso de uma linguagem informal revela maior tend ncia ao sensacionalismo por parte do ve culo de comunica o No caso das reprodu es apresentadas pela obra evidente que O Dia utiliza uma linguagem mais informal como se pode observar pela pr pria manchete Ainda na mesma quest o pergunta se qual dos dois peri dicos faz mais uso de imagens que chamam a aten o do leitor isto procura se conscientizar o aluno de que as fotografias veiculadas nas primeiras p ginas n o est o l por acaso como mostra Brait 2007 em seu trabalho sobre o estilo no qual a autora constata que a sequ ncia de imagens expostas na p gina de um jornal conduz o leitor a estabelecer determinadas rela es de sentido O Jornal da Cidade apresenta tr s imagens uma fotografia grande centralizada do espa o interno de uma catedral lotada de fi is e duas outras menores localizadas logo abaixo dela que ilustram respectivamente uma partida de futebol e 115 duas crian as acompanhadas por duas mulheres que aparentemente lavam roupas beira de um rio O Dia por sua vez exp e seis imagens na primeira p gina as quais embora sejam menores que as utilizadas pelo Jornal da C
138. da aii ad 204 REFERENCIAS uses dat avajasssisouatossictada dao ing oenn cias al susdsateist cuauesbessuetusscauatevccesigeneae 209 INTRODU O A educa o ao longo da Hist ria constituiu se como um dos fatores essenciais ascens o e apropria o pol tica econ mica social e cultural dos indiv duos A partir da d cada de 1940 de modo especial a valoriza o desse direito do cidad o estimulou diversas gest es governamentais a tentarem promover a inclus o social por meio da erradica o do analfabetismo e consequentemente da abertura das portas das institui es educacionais n o s a todas as crian as e jovens em idade escolar mas tamb m queles que n o tiveram a oportunidade de concluir a Educa o B sica na idade pr pria Para atender a esse ltimo grupo foram criados e disseminados pelo pa s com o passar dos anos o que hoje conhecemos como cursos de Educa o de Jovens e Adultos EJA que concentram em um curto per odo de tempo os conte dos curriculares caracter sticos dos ensinos Fundamental e M dio regulares Boa parte dos alunos matriculados nessa modalidade educacional visa a um objetivo claro atender s exig ncias do mercado de trabalho visto que a educa o formal tem sido cada vez mais valorizada como requisito para a manuten o e ou ascens o profissional Durante o per odo de gradua o interessados em conhecer com mais detalhes a EJA em especial os livros utilizados como apoio pedag g
139. daria a tese defendida at ent o Na sequ ncia ainda discutindo o mesmo assunto o material apresenta uma not cia que relata uma descoberta ainda mais antiga nos Estados Unidos um carv o de 50 mil anos Carv o de 50 mil anos encontrado nos Estados Unidos arque logo americano Al Goodyear carv o de uma poss vel fogueira pr hist rica da Universidade da Carolina do Sul Foram identificados diferentes tipos de ma divulgou ontem o que afirma serem deira como pinheiro e carvalho que foram evid ncias da presen a humana na Am ricado queimados em temperatura relativamente Norte h 50 3 mil anos bem antes da poca baixa normalmente aceita Os arque logos aceitam que o homem en Ele achou em maio no s tio de Topper trou nas Am ricas h no m ximo 20 mil anos no Estado da Carolina do Sul uma placa de viajando entre a Sib ria e o Alasca Folha de S Paulo sexta feira 19 de novembro de 2004 FOLHA Ci ncia Figura 17 Not cia sobre descoberta arqueol gica nos Estados Unidos Cole o Tempo de Aprender vol 1 p 207 171 O texto apresenta t tulo lide e parte do corpo e aparece nesse momento como forma de comprovar aquilo que a obra comenta Aproveita se nesse caso um elemento intr nseco ao tema do g nero a veracidade para mostrar que a descoberta n o diz respeito a uma mera especula o mas efetivamente aconteceu Essa ideia refor ada pela pr pria fonte da not cia o jornal Folha
140. de Aprender sugere duas propostas de produ o de texto entretanto somente uma solicita a produ o de uma not cia a outra contempla o g nero cr nica Sendo assim nos ocuparemos apenas da primeira inclusa na se o Tramando textos e ideias Leia novamente a cr nica e escolha uma das not cias que a personagem considerou pouco prov vel de ser publicada Fa a uma transforma o nesse texto deixando o de acordo com uma not cia que apareceria num jornal de grande circula o Mas antes verifique algumas orienta es para a produ o N o se esque a de que a not cia precisa conter algumas informa es Quem est envolvido nos fatos Onde quando como e por que aconteceram os fatos Qual o objetivo do seu texto Informar o leitor Emocion lo Fazer sensacionalismo Para qual tipo de jornal voc estaria escrevendo N o se esque a de criar um t tulo para a sua not cia Revise o texto e a pontua o antes de pass lo a limpo SILVA et al Vol 2 2009a p 70 Neen mY 139 O texto de apoio usado para a produ o da not cia como podemos observar a cr nica Os jornais de Rubem Braga A atividade prop e que o aluno escolha uma das not cias que o personagem considerou pouco prov vel de ser publicada aquela envolvendo o sapateiro Augusto Ramos e sua esposa ou o caso dos tr s colegas que se encontraram em um bar e a reescreva de acordo com as exig ncias de um jornal de grande circu
141. de Jovens e Adultos DCE EJA n o s o crian as grandes PARAN 2006 p 26 A segunda atividade questiona onde esse texto poderia ser publicado isto quais s o seus poss veis suportes ao que se espera como resposta a indica o de jornais revistas ou at mesmo a internet uma vez que o aluno j tem alguns conhecimentos sobre a esfera de circula o do g nero A terceira por sua vez indaga se o texto foi escrito com inten o de causar impacto em uma retomada expl cita da quest o do sensacionalismo Nesse caso espera se que o aluno responda que n o afinal a reda o preza a manuten o do efeito de objetividade e neutralidade ao contr rio dos textos publicados pelo O Dia trabalhados anteriormente Para finalizar h um exerc cio que se volta para um elemento lingu stico do texto presente no segundo par grafo o qual remete a uma express o de tempo Pede se que o aluno identifique qual essa express o e explique sua import ncia a resposta esperada nesse caso neste ano que indica quando o estudo do PNUD foi realizado refer ncia que se faz relevante j que o p blico leitor interessa se por not cias que fazem refer ncia a fatos atuais como vimos ao abordar os aspectos relativos ao tema desse g nero Conclu das essas atividades podemos notar que o assunto do texto simplesmente n o foi contemplado Aborda se um elemento de sua composi o a imagem poss veis suportes e estilo de linguage
142. de cada uma que mais chama aten o e justifique porque a escolheu atividade que o conduz a reconhecer a manchete de cada p gina isto 21 ag ncias dos Correios foram assaltadas em menos de 3 meses no caso do Jornal da Cidade e Governo perde m nimo vai a R 275 e 114 povo fica tonto no caso do O Dia t tulos que chamam a aten o em virtude de terem sido escritos com letras maiores negritadas e de localizarem se no topo da p gina Partindo do conhecimento de mundo do aluno a segunda atividade questiona se ele sabe como se chama essa frase e qual seu objetivo momento em que essas informa es s o esclarecidas Na sequ ncia pede se que o educando localize o nome dos dois jornais em uma tentativa de conduzi lo a reconhecer os elementos caracter sticos da primeira p gina de um peri dico dessa natureza desde seus itens mais elementares O pr ximo passo nesse processo de reconhecimento volta se para a observa o dos demais t tulos presentes em cada primeira p gina Pede se que o aluno leia os e identifique qual dos dois jornais opta por empregar uma linguagem mais informal e comprove sua escolha por meio de um dos t tulos lidos Nesse momento emerge a quest o da acessibilidade lingu stica t pica da esfera jornal stica discutida no cap tulo anterior a qual segundo Faria amp Zanquetta 2002 engloba n veis de linguagem popular coloquial intermedi rio e formal que variam conforme a ideologia de ca
143. der to form our theoretical basis we were based on the official documents that regulate the teaching in Brazil in papers that present the historic of Young s and Adults Education in our country in authors that tackle the production of didactic material for this modality of teaching in studies about the news item as a speech genre at the journalistic sphere and in the Bakhtin postulate about the speech genres The analyses developed showed that in Portuguese Language one of the collections permits the formation of a critic reader although none of them the study of the news item favors the development of writing of texts totally coherent with the official pedagogic proposals to the Young s and Adults Education The production and circulation conditions of the news item are presented in few moments in both collections The genres functions in the other curricular components eventually are invariable in some moments it is tackled as a simple starting point to discuss some pertinent subject in others it works as an element of confirmation of important historical facts Keywords Young s and Adults Education Schoolbook News item Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 Figura 27 LISTA DE FIGURAS
144. dial FSM um evento organizado com o objetivo de celebrar a diversidade discutir assuntos relevantes e procurar alternativas para quest es sociais O material privilegia apenas parte do corpo do texto o qual destaca a participa o de um rapaz de 18 anos no encontro Embora jovem ele j atua como volunt rio em dois projetos que visam arrecada o de recursos destinados assist ncia de crian as carentes Ap s a exposi o da not cia s o propostos tr s exerc cios todos voltados para a compreens o do texto Nesse caso ele n o adotado como ponto de partida para a realiza o de atividades de ordem pessoal limita se ao contr rio a explorar seu conte do superficialmente pois a primeira atividade solicita apenas que o aluno procure o significado das palavras que desconhece no dicion rio a segunda pede que ele explique o que representa a presen a de crian as no FSM e a terceira exige somente que o estudante extraia do texto as medidas adotadas pelo jovem de 18 anos que participou do evento para ajudar sua comunidade ou seja a resposta facilmente recortada da not cia Isso mostra que o material de fato tende a adotar a not cia como motiva o para discuss es superficiais a respeito de t picos pertinentes ao conte do da disciplina por m para isso n o h a preocupa o de fazer o levantamento das condi es de produ o do texto data de publica o redator poss veis interlocutores momento s ci
145. dos aos alunos Entretanto percebeu se que essa fragmenta o impedia a crian a e o adolescente de compreenderem as correla es existentes entre os diversos dom nios do conhecimento o que passou a representar um problema pois na pr tica os acontecimentos do cotidiano articulam uma s rie de fatos oriundos de diversos campos 159 Em fun o dessa constata o a partir da d cada de 1970 teve in cio a preocupa o em promover a interdisciplinaridade na escola processo que para Japiassu 1976 p 74 caracteriza se pelo grau de intera o real das disciplinas dentro de um mesmo projeto de pesquisa Na perspectiva do autor como podemos notar a interdisciplinaridade concebida no mbito da elabora o de projetos normalmente voltados para determinado assunto que interligam saberes de diferentes reas Entretanto ela n o se restringe a esse contexto Segundo as DCELP as pr ticas interdisciplinares se estabelecem quando Conceitos teorias ou pr ticas de uma disciplina s o chamados discuss o e auxiliam a compreens o de um recorte de conte do qualquer de outra disciplina Ao tratar do objeto de estudo de uma disciplina buscam se nos quadros conceituais de outras disciplinas referenciais te ricos que possibilitem uma abordagem mais abrangente desse objeto PARAN 2008 p 27 Nesse caso n o estritamente necess rio desenvolver um projeto de pesquisa para articular conhecimento
146. dos motivos que teriam levado os ladr es a agirem at mesmo em templos religiosos o que esse tipo de atitude revela sobre a sociedade paulista sobre seu sistema de seguran a sobre os ndices de criminalidade entre outras Vimos no cap tulo anterior que uma das caracter sticas da not cia a necessidade de ela relatar um fato atual Entretanto quando o texto retirado de sua esfera de circula o original e transportado para o contexto do LD esse tra o acaba se perdendo pois o material utilizado por tr s anos a not cia sobre a pesquisa realizada por exemplo foi publicada em 16 de outubro de 2006 ou seja h quase cinco anos Um bom trabalho por m pode ajudar a amenizar a perda desse aspecto t pico do g nero visto que seu assunto continua sendo atual Nesse caso embora n o seja previsto no Manual do Educador caberia ao professor instigar a turma a procurar not cias recentes que abordassem casos afins o que n o seria um trabalho dif cil especialmente se os alunos tiverem acesso internet uma vez que em 2011 diversos templos religiosos localizados em v rios estados brasileiros foram alvo de assaltos inclusive durante a realiza o de cultos e missas Isso revelaria ainda que esse n o um problema que atinge somente o estado de S o Paulo mas todo o Brasil 100 Ap s as atividades mencionadas o livro apresenta em pouco mais de meia p gina dois coment rios sobre o g nero focalizado no cap
147. dultos Matem tica Segundo segmento do Ensino Fundamental 5 a 8 s rie Bras lia 2002c Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Fundamental Proposta Curricular para a Educa o de Jovens e Adultos Hist ria Segundo segmento do Ensino Fundamental 5 a 8 s rie Bras lia 2002d Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Fundamental Proposta Curricular para a Educa o de Jovens e Adultos Geografia Segundo segmento do Ensino Fundamental 5 a 8 s rie Bras lia 2002e Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Fundamental Proposta Curricular para a Educa o de Jovens e Adultos Ci ncias Naturais Segundo segmento do Ensino Fundamental 5 a 8 s rie Bras lia 2002f Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Fundamental Proposta Curricular para a Educa o de Jovens e Adultos L ngua Estrangeira Segundo segmento do Ensino Fundamental 5 a 8 s rie Bras lia 2002g Minist rio da Educa o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o Conselho Deliberativo Resolu o n 51 de 16 de setembro de 2009 Disp e sobre o Programa Nacional do Livro Did tico para Educa o de Jovens e Adultos Dispon vel em www fnde gov br index php arq 2009 25 res05116092009 download Acesso em 19 jul 2011 Minist rio da Educa o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o Conselho Deliberativo Resolu o FNDE n 38 de 15 de outubro de 2003
148. e o divina n o est mais dando conta linha 1 sem apresentar objetivamente o resumo das informa es b sicas que constituem o fato tal qual comum ocorrer em not cias Isso acontece no quarto par grafo do texto que retoma essa ideia complementando a um tra o que reconhecemos pode ser oriundo da forma arquitet nica SOBRAL 2009 escolhida pelo redator para construir o texto O estilo de linguagem mais livre ocorre em outros momentos como o caso do trecho que afirma padres e sacrist es precisam dar uma ajudinha aos santos e passaram a contratar seguran as instalar alarmes linha 2 e do excerto que diz ladr o p de chinelo tamb m n o falta contam os p rocos linha 37 Talvez a op o por empregar express es dessa natureza seja decorrente do pr prio car ter inusitado do fato relatado ou do suporte textual em que o texto foi veiculado o site UOL uma vez que a internet permite o uso de uma linguagem mais metaf rica por vezes humor stica conforme comenta Ferrari 2004 entretanto isso aproxima o texto do que recorrente em alguns tipos de reportagens 1 Para a autora a internet n o sisuda mas tem humor FERRARI 2004 p 49 e atende a um p blico mais receptivo para estilos n o convencionais por isso permite que seja empregada uma linguagem mais descontra da na reda o de not cias caracter stica incomum aos textos veiculados em m dia impressa que prezam o
149. e a aperfei oar o processo de leitura do texto passando pelos n veis da compreens o e da interpreta o do que mais ou menos adequado para determinado g nero tendo em vista sua fun o social Afinal conforme afirmam as DCELP praticar a leitura em diferentes contextos requer que se compreendam as esferas discursivas em que os textos s o produzidos e circulam bem como se reconhe am as inten es e os interlocutores do discurso PARAN 2008 p 57 Quando nos dispomos a colocar em pr tica as determina es dos PCN e das DCELP as quais preconizam a necessidade de estimular a forma o de um leitor eficiente capaz de fazer infer ncias e interpretar coerentemente os textos lidos percebemos a necessidade de o aluno compreender os elementos que est o e os que n o est o adequados a determinado g nero nesse caso a not cia Afinal s a partir desses conhecimentos que ele poder entender como os aspectos constitutivos do g nero tema estilo e composi o refletem as finalidades de sua esfera de circula o e consequentemente sua fun o social Sendo assim promover uma discuss o em sala que aborde as in adequa es presentes nas not cias sugeridas pelo personagem faz se fundamental uma proposta de trabalho n o sugerida pelo material ou seja que fica a cargo do professor desenvolver A abordagem proposta pela Cole o Tempo de Aprender como se pode notar parece n o estar preocupada em sistematizar as ca
150. e E E E R a 63 2 3 3 Constrai o COMPOSI OM Al eee e a a a R R ea 69 CAP TULO 3 O G NERO NOT CIA NO COMPONENTE CURRICULAR DE L NGUA PORTUGUESA ssssesessesesceccccceeroroesesosssssssssssses 75 3 1 APRESENTA O DAS COLECOES csscsessssessssssessssesscsssessesessesssesessesseseees 75 3 2 O G NERO NOTICIA NA DISCIPLINA DE L NGUA PORTUGUESA 81 3 2 1 Apresenta o e caracteriza o do S NErO s sussscimasessptemisia sansadesiaisl eaves 82 3 2 2 Valoriza o do jornal impresso enquanto suporte textual 110 3 3 PRATICANDO A TEORIA EXPOSTA SOBRE O G NERO 124 del WCU Saes za Ro ING PR SUN CREA BSE NEA REAM OR ONES PRO LES 124 3 92 LE A SS E ma A aa a pe UR Du cal aa da read A um ca 136 Soa CITADAS porca danca cada Da ra ates aaa at cies DU ame a hens 143 33 A An lse linguistica spas qual ata qd asa nal ada 148 CAP TULO 4 O G NERO NOT CIA NOS DEMAIS COMPONENTES CURRICULARES usas USE da Da Sa EAM Be escesclaes 158 4 1 INTERDISCIPLINARIDADE ccsscsssessesssssssessssssesscsssesessessessessusesessessneess 158 A MANTEM TICA sat arado an EN A Yee Te 161 ASHIS O Cp nen em enn ar ene RE RPI ER OT a DISSER aT eve Tare 169 HA GEOGRAFA ce tee haces aa rok hata a is 177 A SCI NCIASIN A PURA Sena 28 e ash eke GGE St ad 187 4 6 LINGUA INGLES A sas gorstfipaso na aly casts fade saias Detail desis 190 R SN E E REI RR DRDS RREO RR DE O 202 CONSIDERA ES FINAIS asa cana
151. e distribui o de obras did ticas desde 1985 at o ano de 2010 No cap tulo dois expomos algumas considera es b sicas sobre os g neros do discurso que englobam desde a proposta te rica do C rculo de Bakhtin at sua inclus o no contexto escolar Em seguida apresentamos uma contextualiza o a respeito da esfera jornal stica e as caracter sticas do g nero not cia organizadas de acordo com os tr s elementos b sicos que o constituem tema estilo de linguagem e constru o composicional A an lise do g nero not cia nos livros did ticos realizada em dois momentos Primeiramente verificamos de que maneira ele incorporado ao componente curricular de L ngua Portuguesa conte do que constitui o terceiro cap tulo Em seguida no cap tulo quatro investigamos com qual objetivo o g nero em quest o contemplado pelas demais disciplinas que constituem o curr culo escolar da EJA Para finalizar s o 19 apresentadas algumas considera es finais nas quais retomamos e apresentamos respostas aos objetivos que nortearam a pesquisa CAP TULO 1 A PRODU O DE MATERIAL DID TICO PARA A EJA UMA HIST RIA DE DESCONTINUIDADES Os materiais adotados como apoio na Educa o de Jovens e Adultos n o s o concebidos nesta pesquisa como simples livros did ticos mas como produtos culturais inseridos em determinado contexto pol tico educacional Para bem compreender a complexa rede de fatores que concorrem para sua
152. e ele uma fonte de informa es sobre o mundo atual isto uma esp cie de registro do cotidiano da Hist ria embora s desperte interesse no dia em que foi publicado uma vez que o leitor procura apenas not cias atuais uma contextualiza o bastante vi vel se considerarmos que ela possibilita a cria o de um contexto prop cio para o estudo do g nero focalizado no cap tulo 121 Mais pertinente ainda o t pico Forma o do leitor cr tico presente nesse coment rio inicial o qual destaca que a leitura frequente de jornais n o s nos ajuda a compreender a realidade em que vivemos mas tamb m auxilia a constatar diferentes vers es do mesmo fato publicadas e interpretadas por diferentes ve culos de comunica o De acordo com a obra ler esses diferentes pontos de vista auxilia os indiv duos a formarem uma opini o sobre o assunto possibilitando que se tornem leitores cr ticos ou seja que n o se deixam convencer facilmente por aquilo que leem BAZZONI et al Vol 1 2009a p 36 Esse coment rio sem d vida demonstra que se tem consci ncia sobre esse papel t o importante exercido pelo jornal por isso ele deve receber um tratamento especial na escola que como afirmam os PCN tem a fun o e a responsabilidade de contribuir para garantir a todos os alunos o acesso aos saberes lingiifsticos necess rios para o exerc cio da cidadania BRASIL 1998a p 19 Logo na sequ ncia aparece a se o
153. e ele n o fala errado mas que existem diversas variedades de linguagem e que algumas delas s o mais adequadas a determinadas situa es Nesse sentido a escola deve acolher democraticamente todas as formas de se manifestar oralmente e tomando como ponto de partida os conhecimentos lingu sticos dos alunos promover situa es que os incentivem a falar para posteriormente apresent los norma padr o j que ela um fator de agrega o social e cultural necess rio ao exerc cio da cidadania Para alcan ar resultados satisfat rios nessa tarefa O trabalho com os g neros orais deve ser consistente Isso significa que as atividades propostas n o podem ter como objetivo simplesmente ensinar o aluno a falar emitindo opini es ou em conversas com os colegas de sala de aula O que necess rio avaliar juntamente com o falante por meio da reflex o sobre os usos da linguagem o conte do de sua participa o oral O ato de apenas solicitar que o aluno apresente um semin rio por exemplo n o possibilita que ele desenvolva bem o trabalho preciso esclarecer os objetivos a finalidade dessa apresenta o e explicar por exemplo que apresentar um semin rio n o meramente ler em voz alta um texto previamente escrito PARAN 2008 p 66 O documento recomenda ainda que durante as atividades envolvendo a modalidade oral da l ngua o aluno deve refletir sobre o conte do tem tico do g nero trabalhado sobre os
154. e o desenvolvimento de pr ticas de produ o de textos coerentes com as propostas pedag gicas oficiais para a EJA c se os livros did ticos valorizam o primeiro suporte material em que o g nero not cia foi veiculado isto o jornal impresso d se ao transformar a not cia em objeto de ensino as cole es procuram resgatar as condi es de produ o e circula o desse g nero enquanto atividade social e com qual objetivo os demais componentes curriculares incluem a not cia em seu conte do program tico Ao final da pesquisa poss vel afirmar que no componente curricular de L ngua Portuguesa somente a Cole o Tempo de Aprender desenvolve atividades 205 capazes de formar um leitor cr tico desse g nero conforme recomendam os documentos oficiais mas nenhuma delas atua de forma significativa na tentativa de estimular a pr tica de produ o de textos a partir do estudo da not cia Ao propor a leitura de primeiras p ginas de jornais que possuem ideologias distintas e fazem uso de linguagem e imagens igualmente diversas o material da IBEP procura conscientizar o estudante a respeito dos recursos que jornais mais ou menos sensacionalistas usam para atrair o p blico leitor perspectiva n o assumida pela Cole o Viver Aprender da Editora Global Entretanto ambas oferecem poucas oportunidades para que o aluno se familiarize com a pr tica da reda o de not cias atendendo a proposta dos PCN e das diretrizes da EJ
155. e o Ensino Supletivo os militares pretendiam disseminar a ideia de que o sistema educacional se encarregaria de corrigir as desigualdades sociais existentes no pa s e assim reconstruir sua rela o com as camadas populares Entretanto logo que o regime ditatorial teve fim o MOBRAL n o tinha condi es pol ticas de sustentar se o que levou a sua substitui o em 1985 pela Funda o Nacional para a Educa o de Jovens e Adultos EDUCAR Logo que foi criada a institui o tinha a responsabilidade de promover a forma o de educadores produzir material did tico supervisionar e avaliar as atividades desenvolvidas no mbito dos programas voltados EJA al m de articular o subsistema do Ensino Supletivo pol tica nacional de Educa o de Jovens e Adultos HADDAD amp DI PIERRO 2000 Em 1988 com a promulga o da Constitui o Federal materializou se efetivamente o reconhecimento social do direito educa o fundamental a jovens e adultos Nesse per odo a responsabilidade da oferta do ensino cabia ao Estado e a EDUCAR apesar de em certa medida representar uma continuidade do MOBRAL em virtude de ter herdado seus funcion rios estrutura burocr tica concep es e pr ticas 26 pol tico pedag gicas apresentou mudan as significativas como o caso de sua subordina o ao MEC e consequente transforma o em rg o de fomento e apoio t cnico em lugar de uma simples institui o de execu o de pol tica
156. e quando se trata dos ve culos de comunica o de massa que t m a finalidade de divulgar mensagens informativas a milh es de destinat rios ao mesmo tempo J as m dias que tendem espetaculariza o da not cia ao contr rio optam pelo n vel coloquial ou at mesmo popular Isso mostra que o tema de um g nero de fato est intimamente relacionado a seu estilo pois na medida em que o peri dico em fun o de sua ideologia assume como tema das not cias o relato de um fato sem prezar o efeito de objetividade isso refletir diretamente no estilo de linguagem empregado na reda o dos textos Se nos dispusermos a analisar pormenorizadamente essa quest o dos n veis de linguagem empregados pelos jornais constataremos que nem mesmo em uma nica edi o de determinado peri dico h homogeneidade Uma not cia e um artigo de opini o por exemplo possuem estilos distintos que se materializam automaticamente em escolhas lingu sticas determinadas Isso nos leva a concluir que embora os manuais de reda o jornal stica tentem estimular a homogeneidade lingu stica com a finalidade de criar um efeito de objetividade para os textos que circulam nessa esfera os usos e fun es dos g neros que constituem o jornal lhe conferem uma natureza tipicamente heterog nea quest o das variedades lingu sticas empregadas nos jornais associa se o segundo tra o t pico do estilo da not cia a cria o do efeito de objetividade e neu
157. e um contrato firmado entre o FNDE e a Empresa Brasileira de Correios e Tel grafos ECT Por fim h ent o o recebimento do material por parte das escolas que ocorre entre outubro e o in cio do ano letivo importante ressaltar que como os livros did ticos s o utilizados por tr s anos as compras integrais para alunos de 2 a 4 s rie e de 5 a 8 ocorrem alternadamente a nica s rie que recebe livros novos todos os anos a 1 nos demais casos nos 38 intervalos das compras integrais s o feitas apenas reposi es em virtude de extravios ou perdas al m de complementa es em face do acr scimo de matr culas A preocupa o com o estabelecimento de uma pol tica governamental para o LD no Brasil n o nova O PNLD foi criado em 1985 por meio da edi o do Decreto n 91 542 de 19 de agosto como uma iniciativa do poder p blico que tinha a finalidade de distribuir livros escolares aos estudantes matriculados nas escolas p blicas de 1 Grau mantida pelo Minist rio da Educa o por meio da Funda o de Assist ncia ao Estudante FAE que deveria atuar em articula o com as Secretarias de Educa o dos Estados Distrito Federal e Territ rios e com rg os municipais de ensino al m de associa es comunit rias Em 1992 entretanto em virtude de certas limita es or ament rias o atendimento foi restrito somente aos alunos matriculados at a 4 s rie No ano seguinte os recursos para a aquisi
158. e uma reda o problem tica decorrente de uma organiza o sint tica n o linear e da repeti o de derivados da palavra apresentar o texto continua vago pois n o se especifica o qu pode ser mais livre a linguagem a estrutura nem quais elementos ela cont m e a not cia n o Considerando o exemplo oferecido e os questionamentos feitos at ent o corre se o risco de o aluno acreditar que 93 um desses elementos o uso do discurso citado embora saibamos que ele fa a parte dos recursos empregados na constru o da not cia Sendo assim conclu mos que os conceitos apresentados carecem de consist ncia sufici ncia e clareza problemas que podem comprometer o entendimento do aluno a respeito do g nero Ap s esse boxe o material apresenta mais cinco exerc cios de leitura com o objetivo de continuar a an lise comparativa entre a not cia sobre a morte de Dorothy Stang e a reportagem sobre o projeto desenvolvido no Assentamento Andalucia O primeiro deles questiona qual texto apresentou mais detalhes e obviamente por raz es ja mencionadas a resposta esperada concentra se na reportagem o segundo pede que o aluno verifique se a not cia mesmo sendo um texto mais breve responde s cinco quest es b sicas do jornalismo Ora por tratar se apenas de um lide natural que tais quest es sejam abordadas claramente com exce o do como e do por qu os quais por vezes s o abordados apenas no corpo do texto
159. ece que um fato ocorrido na atualidade pode funcionar como pontap inicial para a produ o de uma reportagem sobre o assunto por ele despertado Em segundo lugar quando um acontecimento chama a aten o das pessoas em geral por conta de seu ineditismo e ou import ncia o jornalista tamb m vai at o local do ocorrido para produzir a not cia tamb m conversa com os envolvidos no caso ou com testemunhas que o presenciaram para coletar depoimentos Desse modo podemos verificar que n o h a apresenta o de um conceito especificamente mas a tentativa de explicar como se produz uma reportagem entretanto o processo confunde se com o protocolo cumprido para a produ o da not cia de modo que o objetivo de diferenciar os dois g neros n o seja atingido Em terceiro lugar a reportagem n o surge a partir do simples resumo das informa es obtidas mas da sele o de fatos e depoimentos considerados importantes para a constru o de um texto que apresente detalhamento soma de vers es apresenta o de causas e consequ ncias do acontecimento apurado Esse texto vale ressaltar precisa ainda apresentar uma organiza o coerente com os pressupostos dos manuais de reda o jornal stica para ser considerado uma reportagem Para finalizar o boxe afirma que a apresenta o da reportagem pode ocorrer de maneira mais livre e apresenta mais elementos que a not cia Seguindo a perspectiva adotada at o momento al m d
160. edominante no lide e no corpo da not cia Destaca se que ele usado uma vez que geralmente o fato relatado j aconteceu para comprovar essa caracter stica extra do um trecho da not cia sobre o assalto a igrejas e sublinham se os verbos nela presentes Como podemos notar embora de maneira bastante simples o material apresenta considera es adequadas proposta de an lise lingu stica presente nos PCN a qual destaca que na escola n o se deve estudar a gram tica descontextualizada mas tamb m a forma pela qual a sele o de determinados recursos lingu sticos reflete as condi es de produ o do discurso e as restri es impostas pelo g nero BRASIL 1998a p 28 A quest o dos verbos o ltimo t pico listado na apresenta o do g nero que se refere ao estilo de linguagem A sequ ncia da exposi o passa a abordar um importante aspecto da constru o composicional o lide sobre o qual j foram tecidas algumas z considera es te ricas nas p ginas anteriores Agora exposta uma perspectiva um pouco mais pr tica desse conte do visto que apresentado um quadro com as perguntas b sicas que normalmente constam no lide respondidas de acordo com as informa es presentes na not cia sobre o assalto a igrejas em S o Paulo e outro que mostra como essas informa es s o dispostas no texto sobre o qual voltaremos nosso olhar neste momento Ordena o das informa es no lide Repare no mod
161. eferido material apresentavam poucas ocorr ncias do g nero not cia fora da disciplina de l ngua portuguesa em contraposi o aos livros da IBEP que fazem uso dele em v rios momentos com os mais diversos objetivos Ao nos dedicarmos observa o do componente curricular em quest o entretanto fomos surpreendidos com pelo menos oito refer ncias not cia nas obras destinadas ao 8 e 9 anos 7 e 8 s ries respectivamente da Cole o Viver Aprender em diversos formatos texto completo somente lide ou at mesmo fotografia e legenda A Cole o Tempo de Aprender por sua vez opta por seguir em todas as obras uma perspectiva parecida adotada pelos professores que participaram da pesquisa mencionada no in cio desta se o estudo topicalizado de alguns assuntos por meio da exposi o de pequenos di logos da an lise de figuras e em certos momentos de alguns g neros como a can o Nas obras destinadas aos dois primeiros anos do segundo segmento do Ensino Fundamental o material da Global apresenta alguns aspectos b sicos da gram tica da l ngua inglesa e procura ampliar o vocabul rio do aluno a partir da leitura de outros 192 g neros pequenos panfletos receitas culin rias propagandas etc e de coment rios te ricos elaborados pelos autores Aparentemente a not cia contemplada somente nos anos finais dessa etapa da Educa o B sica pois ela exige certo dom nio de linguagem e estrutura do idiom
162. elementos lingu sticos e estruturais que o comp em sobre os argumentos utilizados na defesa de um ponto de vista e sobre o papel do locutor e do interlocutor na pr tica da oralidade pois somente assim ele compreender os motivos pelos quais nem toda variedade lingu stica aplica se a qualquer situa o social 145 Pensando em promover pr ticas que atendam a essas recomenda es ap s concluir as considera es sobre o g nero not cia a Cole o Tempo de Aprender sugere que a turma seja dividida em dois grupos e fa a uma pesquisa sobre como o sensacionalismo est presente na m dia impressa e na televisiva Para tanto prop e se que os alunos assistam programa o de v rias emissoras e selecionem os programas que apresentam esse perfil bem como procurem em bancas e livrarias ve culos de comunica o que noticiem os fatos de maneira chocante Em seguida pede se que esse material seja levado para a sala de aula para que ambos os grupos exponham turma suas constata es ou seja que partilhem com os colegas suas conclus es sobre como o sensacionalismo se manifesta na televis o e na m dia impressa Essa atividade permite ao aluno n o s sistematizar seus conhecimentos a respeito do assunto mas tamb m comparar os recursos que se utilizam para atrair o interlocutor em ambas as situa es e funciona como um exerc cio pr vio pr tica da oralidade propriamente dita Embora tamb m exija que o aluno se manifeste verb
163. elineada pretendemos nesta pesquisa investigar como proposta a abordagem interdisciplinar do g nero not cia nas cole es did ticas indicadas pelo primeiro PNLD EJA para o segundo segmento do Ensino Fundamental 18 Especificamente tendo em vista as diretrizes oficiais da Educa o de Jovens e Adultos procuramos verificar 1 Se a proposta de trabalho sugerida pelo componente curricular de L ngua Portuguesa permite a instrumentaliza o necess ria para que o aluno se torne leitor cr tico desse g nero 2 Se o estudo da not cia favorece o desenvolvimento de pr ticas de produ o de textos coerentes com as propostas pedag gicas oficiais para a EJA 3 Se os livros did ticos valorizam o primeiro suporte material em que o g nero not cia foi veiculado isto o jornal impresso 4 Se ao transformar a not cia em objeto de ensino os livros did ticos procuram resgatar as condi es de produ o e circula o desse g nero enquanto atividade social 5 Com qual objetivo os demais componentes curriculares incluem a not cia em seu conte do program tico O trabalho organiza se em seis se es das quais a primeira esta introdu o O primeiro cap tulo a ela subsequente dedica se apresenta o dos momentos mais importantes da EJA no Brasil dos aspectos relacionados produ o did tica direcionada a essa modalidade educacional no per odo que antecede o PNLD e do percurso hist rico desse programa d
164. em considera o esse conte do observamos que a reprodu o do peri dico funciona como um atestado de verdade dos acontecimentos passados isto como fonte de informa o hist rica um documento que registrou parte dos fatos ocorridos nesse per odo tal qual prop e a PCH EJA Nesse caso como exposta uma p gina inteira do jornal com linguagem aspecto e diagrama o t picos do contexto hist rico em que ele foi publicado optou se 175 por destacar somente um t tulo e um lide aspectos da composi o do g nero uma vez que as informa es neles veiculadas j demonstram os acontecimentos que interessam imediata situa o de ensino As condi es de produ o e circula o desse suporte por sua vez s o t o valorizadas que aparecem nas quest es propostas logo ap s a referida reprodu o as quais pedem que o aluno identifique o nome do jornal sua data de publica o e quais informa es s o mais destacadas dados que permitem a compreens o do jornal como um efetivo documento que registra fatos relevantes ocorridos ao longo do tempo Para finalizar em uma demonstra o expl cita de interdisciplinaridade com conhecimentos lingu sticos o material destaca logo em seguida que o aluno deve ter estranhado a grafia das palavras expressas no ve culo de comunica o menciona que elas n o est o erradas simplesmente correspondem escrita t pica dos anos 30 e sugere que alguns voc bulos sejam reescritos de
165. em nosso pa s em autores que abordam a produ o de material did tico para essa modalidade de ensino em estudos sobre o g nero not cia na esfera jornal stica e nos postulados de Bakhtin sobre os g neros do discurso As an lises desenvolvidas demonstraram que em LP uma das cole es permite a forma o de um leitor cr tico mas em nenhuma delas o estudo da not cia favorece o desenvolvimento de pr ticas de produ o de textos totalmente coerentes com as propostas pedag gicas oficiais para a EJA As condi es de produ o e circula o da not cia por sua vez s o resgatadas em poucos momentos em ambas as cole es As fun es do g nero nos demais componentes curriculares por fim s o vari veis em alguns momentos ele abordado como um simples ponto de partida para discutir algum assunto pertinente em outros funciona como um elemento de comprova o de importantes fatos hist ricos Palavras chave Educa o de Jovens e Adultos Livro did tico Not cia SANTANA S C The genre news in the didactic collection indicated by National Schoolbook Program and Young s and Adults Education 216f 2012 Dissertation Master of Letters State University of Maringa Maring 2012 ABSTRACT Though it has been object of countless critics the schoolbook is still being considered a fundamental instrument in the educational process However in opposition to what is observed in the Elementary and Secondary School classe
166. em por objetivo ofertar s institui es de ensino que mant m cursos de EJA gratuitamente livros did ticos direcionados a esse p blico Os estudos desenvolvidos durante o ensino superior nos permitiram um conhecimento exaustivo a respeito das pesquisas acad micas voltadas para a quest o dos g neros do discurso que ap s a publica o dos Par metros Curriculares Nacionais PCN t m se tornado embora nem sempre de forma satisfat ria o foco do ensino de l ngua portuguesa e consequentemente ocupado as p ginas dos livros did ticos Deparamo nos ent o com uma nova inquieta o pois diante das atuais diretrizes educacionais para a EJA as quais preconizam que a interdisciplinaridade deve ser um dos nortes do projeto pedag gico das escolas e da tentativa de estabelecer a equidade entre os subs dios oferecidos a diferentes modalidades de ensino sentimo nos instigados a investigar de que maneira estaria sendo proposto o estudo de g neros do discurso nos materiais did ticos destinados Educa o de Jovens e Adultos Como uma pesquisa de qualquer natureza carece de certas delimita es principalmente em virtude do tempo disponibilizado para sua conclus o visando chegar a uma resposta para esse questionamento optamos por restringir nosso trabalho abordagem do g nero not cia apresentada pelas duas cole es did ticas indicadas pelo PNLD EJA para o trabalho com alunos do segundo segmento do Ensino Fundamental
167. em virtude de exigirem respostas um pouco mais longas A terceira atividade por sua vez instiga uma reflex o a respeito do estilo de linguagem empregado na not cia sobre o assassinato da mission ria Voc julga importante o registro de todos os detalhes violentos na not cia sobre a morte de Dorothy Voc acha que o redator da not cia foi sensacionalista Por qu SILVA et al Vol 2 2009a p 41 Esse exerc cio exige uma an lise detalhada do texto para identificar os trechos que apelam para a sensibilidade do leitor manifestando verdadeira indigna o com o ocorrido o que demonstra que esse detalhe n o passou despercebido na elabora o do material embora n o constitua um dos mais fortes pilares de an lise do texto Os dois ltimos exerc cios por fim questionam apenas qual a inten o de cada texto procurando mostrar que a not cia limita se a anunciar um fato no caso a morte de Dorothy Stang e a reportagem dedica se a aprofundar o assunto objeto da reda o oferecendo dados complementares sobre o assentamento o projeto e as comunidades que dele participam informa o que ajudaria a delimitar melhor os dois g neros sem fazer de sua defini o um emaranhado de enunciados que na pr tica nada definem Conclu dos esses exerc cios o cap tulo ainda se estende por algumas p ginas entretanto abordando predominantemente g neros da esfera liter ria os quais n o constituem nosso foco de trabalho
168. ente a antecipa o Na sequ ncia apresentada a not cia propriamente dita que ocupa uma p gina e meia do livro Igrejas s o alvos de ladr es em S o Paulo Das 20 par quias consultadas pela Folha na semana passada 13 sofreram algum tipo de furto ou roubo no ltimo ano Para tentar afastar os ladr es padres passaram a instalar circuito de c meras contratar vigilantes e at a utilizar c es de guarda Daniela T foli Da reportagem local S a prote o divina n o est mais dando conta Os assaltos a igrejas tornaram se t o frequentes que padres e sacrist es precisam dar uma ajudinha aos santos e pas saram a contratar seguran as instalar alarmes e at colocar c meras no altar para evitar furtos e roubos Nem sempre no entanto todo esse aparato suficiente Bastou a ltima missa do domingo da semana passada terminar para os religiosos da igreja de S o Judas Tadeu no Jabaquara zona sul constatarem que pela terceira vez em dois meses tinham sido assaltados O ladr o furtou o cofre onde estavam as oferendas do dia Os padres n o sabem o valor nem t m pistas do ladr o Tr s semanas atr s por m um dos quatro seguran as que se revezam no lo cal identificou um assaltante A pol cia o prendeu e recuperou o dinheiro Era o mesmo ladr o que nos roubou h menos de dois meses diz o padre Augusto Pereira um dos vig rios da igreja Ainda n o temos c meras mas a seguran a se tornou preocupa
169. entificando nomes de pessoas locais e institui es no intuito de lev lo a compreender a que m se referem esses nomes ou seja a tarefa consiste em identificar aspectos t picos do assunto e ao mesmo tempo do estilo do g nero o qual por meio dessas cita es precisas organizadas em uma constru o composicional determinada busca n o s transmitir um efeito de verdade mas tamb m informar o leitor sobre o que aconteceu atendendo a um requisito do tema do g nero Logo em seguida solicita se que o estudante localize qual a principal informa o veiculada pela not cia isto a constru o do memorial e por fim que encontre o trecho espec fico do texto que apresenta uma informa o sobre o assassinato do rapaz a saber a terceira linha A proposta de leitura e an lise da not cia como podemos notar norteada por meio da identifica o de alguns aspectos pontuais que remetem aos elementos b sicos da constitui o do g nero N o se pretende que o aluno leia o texto todo fluentemente pelo contr rio a expectativa a de que ele consiga compreender o fato noticiado de forma geral sem que seja necess rio traduzir palavra por palavra Nesse caso o fato de o assunto da not cia fazer parte de seu conhecimento de mundo certamente o ajudar a identificar as informa es solicitadas pelo exerc cio Para finalizar o material prop e a leitura de outros dois lides de not cias ou seja fragmentos da composi o do g
170. eral de uma fala considerada importante para a abordagem do fato relatado o que cria um efeito de veracidade aspecto tamb m relacionado ao tema do g nero como vimos Isso acontece pois conforme comenta Benites 2002 p 61 as aspas permitem delimitar a voz alheia dentro do discurso assumido pelo locutor que cita ou seja possibilitam a demarca o da fala de uma testemunha de algu m que presenciou ou participou do fato e em consequ ncia disso pode dizer o que aconteceu ou seja apresentar uma de suas vers es 67 Entretanto segundo a autora o aspeamento nunca neutro pelo contr rio ele implica uma tomada de posi o face ao discurso relatado ou seja permite que na busca pela objetividade se manifeste a subjetividade do redator na medida em que se destaca o que ele julgou mais importante para determinada not cia Outra op o relacionada quest o das cita es diz respeito ao emprego do discurso indireto em que o redator transcreve com suas pr prias palavras o que seria a enuncia o de outrem essa t cnica entretanto diminui o efeito de objetividade pretendido pelo jornalismo pois facilita a manipula o de informa es uma pr tica por vezes utilizada propositadamente para gerar o interesse do p blico Quando pensamos no estilo particular da not cia ou seja nas escolhas lingu sticas empregadas pelo locutor para realizar seu projeto de discurso verificamos que o uso do discurso indireto ou do a
171. erdade constitui se como outro g nero o relato A postura do caboclo citado no excerto em quest o de defender a natureza vai enfim preparar o assunto da primeira not cia apresentada pelo material Anterior ao texto h uma pequena se o intitulada Antes de ler que apresenta tr s quest es Voc sabe quem foi Dorothy Stang E Chico Mendes J ouviu falar em pessoas que perderam a vida ao defenderem o meio ambiente e o direito vida as quais t m por objetivo fazer um levantamento da experi ncia pessoal do aluno dos conhecimentos de mundo que ele carrega a respeito do assunto em quest o A seguir exposta esta not cia 84 Ea 12 02 2005 Anapu PA Calada mais uma voz de defesa dos povos da floresta Irm Dorothy Stang assassinada a sangue frio no Par A mission ria americana Dorothy Stang 73 anos foi assassinada hoje de manh com 3 tiros no Travess o do Santana munic pio de Anapu no Par 16 anos depois da morte de Chico Mendes O crime aconteceu quando irm Dorothy como era conhecida seguia para o Projeto de Desenvolvimento Sustentado PDS Esperan a junto com mais companheiros A ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o ministro do Desenvolvimento Agr rio Miguel Rosseto est o em Anapu neste momento Dispon vel em lt http www greenpeace org br amazonia gt Acesso em 17 set 2006 Figura 3 Not cia sobre o assassinato de Dorothy Stang Cole o Tempo de Aprender v
172. erido mas a in meras outras dispersas no tempo e no espa o Cabe ressaltar entretanto que o dialogismo n o se resume ao di logo face a face embora este represente uma de suas formas mais evidentes no campo da materialidade discursiva BAKHTIN VOLOCHINOV 1988 Em sentido estrito o di logo representa a forma cl ssica da comunica o verbal pois cada enunciado possui um acabamento que instiga o interlocutor a produzir uma resposta a qual suscitar uma nova enuncia o e outra consequente r plica em um processo interativo cont nuo e sucessivo Por m ele n o suficiente para abordar a amplitude do dialogismo que pressup e uma teia de rela es respons vel por interligar as enuncia es produzidas em diferentes contextos s cio hist ricos 46 O car ter responsivo e dial gico da linguagem intr nseco no o de intera o que pode ocorrer no n vel do discurso quando consideramos as conex es existentes entre as diversas enuncia es e no n vel mais imediato da produ o de determinado enunciado no mbito das rela es que o indiv duo estabelece com seu exterior com o meio social Essa ltima perspectiva leva em considera o o fato de que a palavra sempre orientada em fun o do outro ou seja do interlocutor ela parte de um sujeito que possui um projeto de discurso espec fico ou seja um objetivo para seu dizer e dirige se a algu m a um destinat rio definido que n o precisa fazer se fi
173. erminada na not cia intimamente relacionada s especificidades de sua esfera de circula o Ap s finalizar o trabalho de an lise sobre o modo como as Cole es Tempo de Aprender e Viver Aprender prop em o estudo dos eixos norteadores do ensino de LP podemos notar que ora elas atendem ora entram em conflito com os pressupostos dos documentos oficiais que regulamentam o ensino Ao trabalhar o desenvolvimento da habilidade de leitura excetuado o momento em que o material da IBEP promove a compara o entre as primeiras p ginas de diferentes jornais impressos nenhuma delas prioriza exerc cios que estimulem a forma o de um aluno leitor cr tico pelo contr rio a maioria das atividades propostas limita se identifica o de elementos superficiais dos textos como o caso dos aspectos que comp em o lide As propostas de escrita por sua vez apesar de atenderem a parte das condi es de produ o sugeridas pelos documentos oficiais carecem de atividades preliminares que permitam ao aluno ler mais exemplares do g nero e lhe propiciem subs dios para produzir os elementos pertencentes a uma not cia ou seja praticar a escrita de t tulos lides e especialmente de corpos de not cias antes da produ o propriamente dita De modo geral as maiores car ncias verificadas em ambos os casos dizem respeito exposi o das estrat gias que se pode adotar para bem realizar as atividades sugeridas Em rela o pr tica da oralid
174. ernativa de gera o de renda para o Andalucia retirada tamb m de uma fonte eletr nica o site Rios Vivos a qual ocupa uma p gina inteira do livro e cont m informa es sobre o projeto Produ o Sustent vel e Capacita o desenvolvido pela ONG Ecologia e A o ECOA com os moradores do Assentamento Andalucia situado no munic pio de Nioaque MS a 220 km de Campo Grande A reportagem usada como material de apoio para algumas quest es de leitura interpreta o e orienta o sobre os usos da v rgula Logo em seguida pede se que o aluno identifique no texto qual o fato relatado onde o projeto foi implantado quando e como s o desenvolvidos os trabalhos juntos comunidade dos assentados ou seja sem teorizar sobre os elementos b sicos que devem ser contemplados em uma not cia ou reportagem o livro pede que ele encontre no texto respostas a algumas perguntas elementares do jornalismo Na sequ ncia sugere se Agora vamos comparar os textos isto a not cia sobre a morte de Dorothy Stang e a reportagem sobre o projeto no Assentamento Andalucia Para isto s o apresentadas inicialmente tr s atividades a primeira questiona qual a fonte dos textos analisados e como o aluno chegou a essa conclus o A indica o do site do Greenpeace no caso da not cia poderia fazer surgir a discuss o sobre a influ ncia que o redator e ou entidade que est por tr s da publica o pode exercer sobre o texto entretanto
175. es Uma informa o Engendramento de informa es Impessoal Ind cios claros de personaliza o Pretens o de retrato instant neo Narrativa com inqu rito entrevistas Apresenta Fixa a not cia cria ra zes e galhos Retrato a partir do ngulo padr o Retrato a partir do ngulo pessoal A distin o proposta pelos autores chama a aten o para outro elemento b sico que distingue os g neros em quest o o estilo de linguagem Enquanto a not cia prima pelo relato que sustenta o efeito de objetividade e neutralidade a reportagem especialmente aquela veiculada em revistas semanais permite que seja empregado um registro mais leve o qual revele inclusive marcas de pessoalidade Ao voltar nos para os aspectos que caracterizam a not cia foco de nosso trabalho podemos notar que definir o que atrairia a aten o de determinado grupo de leitores o que in dito objetivo atual ou ver dico n o t o f cil quanto parece tudo vai depender das especificidades do jornal de quem seleciona sua pauta de quem redige o texto da not cia etc H portanto dada a heterogeneidade dos ve culos de comunica o existentes e tamb m do p blico leitor um emaranhado complexo de fatores que concorrem para que determinado acontecimento ocupe ou n o as p ginas de um peri dico di rio Isso n o impede por m que possamos trazer para discuss o os aspectos mais marcantes que constituem e determinam esse g nero em suas tr s dimens es
176. es percebemos que a atividade compreende a pr tica da escrita como uma tecnologia ou seja se o aluno sabe falar ele sabe transcrever aquilo que diz e n o como um modo de enuncia o que exige um processo gradativo em sua realiza o considerando os aspectos do g nero e de sua esfera da circula o do objetivo da atividade etc O processo de revis o por sua vez mencionado apenas no trecho que afirma Depois que todas as not cias estiverem prontas editadas e revisadas coloquem nas no mural o que revela que mais uma vez os procedimentos dessa etapa da produ o ficam sob a responsabilidade do professor Assim caso o educador n o atente para todos os elementos que precisam ser considerados no processo de refac o adequa o ao interlocutor ao objetivo circula o etc a fase de revis o pode se resumir mera higieniza o do texto do aluno para atender aos recursos exigidos pela gram tica conforme alertam as DCELP PARAN 2008 p 70 Observadas as peculiaridades das propostas das duas cole es tendo em vista as determina es dos PCN das DCELP e da PCLP EJA segundo as quais a pr tica da escrita deve ser pautada em um processo que prev planejamento escrita e revis o bem como o papel dos interlocutores as finalidades do g nero e as especificidades de sua esfera de circula o observamos em suma que embora contemplem parte das condi es de produ o do g nero ambas apresentam algu
177. escrita Nas demais disciplinas h poucas se es normalmente o conte do do cap tulo apresentado em sequ ncia por meio das j referidas considera es te ricas dos autores Em L ngua Inglesa nos momentos em que se exp em alguns exerc cios aparece a indica o Aplicar conhecimentos Quando o material traz algum g nero para ser lido h apenas uma refer ncia a sua esfera de circula o ou ao pr prio g nero por exemplo Leitura de texto jornal stico ou Leitura de texto cient fico Em Arte e Literatura o item que apresenta atividades intitula se Leitura e compreens o embora tamb m contenha o Aplicar conhecimentos al m de outros como Pesquisa e Para refletir os quais incentivam as pr ticas que os nominam Em Matem tica encontram se ao longo dos cap tulos algumas dessas se es e outras como Exerc cios e problemas destinada proposi o de uma lista de atividades que exigem a resolu o de c lculos matem ticos Em Ci ncias Humanas al m das considera es dos autores aparecem textos de v rios g neros para auxiliar no tratamento dos conte dos ent o as se es s o nominadas como Leitura de gr fico de tabela de imagem de depoimento tal qual ocorre em L ngua Inglesa Em Ci ncias Naturais por fim s o encontradas se es como Convite leitura e Momento da escrita recorrentes na rea de L ngua Portuguesa al m
178. esistiu a o do tempo e continuou fazendo parte da legisla o nacional entretanto sua concretiza o nem sempre ocorreu de modo satisfat rio A a o educativa junto a jovens e adultos no Brasil teve in cio ainda no per odo colonial e ganhou certo respaldo legal no Imp rio e na Primeira Rep blica per odo marcado por diversas reformas educacionais Entretanto segundo Paiva 1987 foi somente ao final da d cada de 1940 que ela se firmou como um problema de pol tica educacional quando se reacenderam as discuss es sobre os altos ndices de analfabetismo no pa s em virtude da publica o de pesquisas do Instituto Nacional de Estudos Pedag gicos INEP criado em 1938 sobre o assunto A partir disso foi institu do em 1942 o Fundo Nacional do Ensino Prim rio cujos recursos eram destinados progressiva extens o da educa o prim ria inclusive a adolescentes e adultos exclu dos do sistema escolar Dois outros fatores que ampliaram as dimens es do movimento em prol da EJA de acordo com Haddad amp Di Pierro 2000 foram a cria o da Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura UNESCO em 1945 que denunciava as No intuito de ser coerente com as terminologias atuais e englobar todos os sujeitos que frequentam cursos de ensino Fundamental e M dio acelerados faremos uso exclusivamente da designa o Educa o de Jovens e Adultos mesmo que isso eventualmente crie alguns p
179. espec ficos desse modo a not cia encontrada apenas em um momento do material isolada de outros g neros A perspectiva de trabalho adotada por esta ltima cole o se comparada apresentada pela primeira revela uma desvantagem Isso ocorre uma vez que como o componente curricular de l ngua portuguesa cont m dezesseis cap tulos ao longo de toda a cole o e cinco deles n o enfocam um g nero especificamente mas discorrem sobre quest es como diferen as entre fala e escrita e coes o e coer ncia fazendo uso 82 primordialmente de coment rios elaborados pelos autores o n mero de g neros do discurso com os quais o aluno tem contato acaba sendo menor Para melhor compreendermos de que maneira as obras em quest o fazem uso da not cia como objeto de ensino segmentamos a an lise de sua proposta pedag gica em dois grandes momentos inicialmente verificamos como as cole es apresentam e caracterizam o g nero e se valorizam o jornal impresso enquanto suporte textual uma vez que ele foi o primeiro portador da not cia Nessa etapa da reflex o j verificamos tamb m se as obras incentivam a forma o de um leitor cr tico como veremos adiante Em seguida nos dedicamos observa o dos quatro pilares do ensino de l ngua portuguesa isto desenvolvimento da leitura da escrita da oralidade e da an lise lingu stica 3 2 1 Apresenta o e caracteriza o do g nero As ocorr ncias do g nero not cia
180. esse texto Afinal diz se apenas para fazer uma transforma o em uma das not cias inseridas no corpo da cr nica mas n o s o especificadas as estrat gias que se pode utilizar para faz lo apenas refor am se os elementos que esse texto deve contemplar isto quem participou do acontecimento onde ele ocorreu quando como e por que tudo aconteceu ou seja os aspectos constitutivos do lide Para bem realizar essa atividade necess rio trabalhar com as tr s dimens es que constituem o g nero solicitado Assim o primeiro passo seria criar algum fato que gere interesse o qual normalmente ser violento e ou inusitado alterando lhe o conte do tem tico depois eliminar as marcas de subjetividade adaptando o estilo de 140 linguagem e por fim inserir elementos como o t tulo e o t tulo auxiliar al m da cita o do discurso de policiais e testemunhas ferramentas pouco exploradas nas not cias inseridas no corpo da cr nica aperfei oando a constru o composicional do g nero A pr tica de cria o desses elementos no entanto n o foi bem explorada ao longo do estudo do g nero Como constatamos nem mesmo todas as suas caracter sticas b sicas foram exploradas adequadamente pois poucos exemplos de not cia tornaram se foco de discuss o Seria necess rio nesse caso que antes de partir para a produ o de texto propriamente dita os alunos tivessem contato com outros modelos do g nero e na medida do poss vel
181. eu amigo encontra se resignado em virtude dos conte dos tr gicos contemplados nas not cias do jornal que ele acaba de descartar Diante de sua indigna o esse personagem questiona por que os jornais n o publicam notas sobre as boas rela es cotidianas estabelecidas entre as pessoas e conclui ao final por meio de uma reflex o cr tica que isso n o acontece pois a vida simples e banal n o constitui um assunto de interesse desse ve culo de comunica o Esse desenrolar da narrativa permite que o texto em quest o contemple um g nero maior a cr nica no interior do qual emerge a not cia Se voltarmos nosso olhar para a cr nica como um todo constataremos que as tr s dimens es constitutivas desse g nero encontram se harmoniosamente articuladas o conte do tem tico corresponde ao recorte condensado de um flagrante da vida pitoresco e atual que suscita reflex o o estilo de linguagem em parte simples direto cotidiano sutilmente humor stico e em parte formal e a constru o composicional revela marcas estruturais de um texto pertencente ao g nero cr nica breve possui t tulo foco narrativo personagens di logo tempo etc Desse modo mesmo retirado de seu suporte de origem o livro A Borboleta Amarela editado em 1995 de sua circula o original livrarias bibliotecas etc de seus interlocutores espec ficos leitores que apreciam a obra de Rubem Braga e transportado para um novo suporte o LD pa
182. formas de organiza o interna pr prias aos g neros BRASIL 2002b p 15 126 Em se tratando de um g nero da esfera jornal stica preciso que o aluno consiga compreender de modo especial por que o texto foi redigido de uma forma espec fica qual a fun o da fotografia que o acompanha se ela existir que sentidos ela produz por que o ve culo de comunica o optou por empregar um estilo de linguagem mais livre ou mais formal por que determinada informa o aparece primeiro que outra o que motivou a sele o de determinado recorte da fala de algu m para ser inserido no corpo da not cia por meio do discurso direto por que se escolheu entrevistar uma pessoa e n o outra etc necess rio que ele compreenda em suma que toda not cia relata apenas uma vers o do fato pois entre o acontecimento em si e o texto publicado nos ve culos de comunica o h um longo processo em que concorrem diversos fatores os quais permitem que o texto apresente marcas da posi o enunciativa do redator Nesse sentido para tornar se um leitor proficiente do g nero conforme afirma Zanelato 2002 faz se fundamental analisar suas condi es de produ o e circula o e n o somente a materialidade textual ou seja preciso identificar quem escreve o texto por que o escreve onde o autor obt m as informa es que utiliza em que jornal a not cia foi veiculada qual o leitor suposto etc Em face dessas considera es te rica
183. g neros faz se necess ria neste momento a quest o do suporte Para Marcuschi 2008 p 174 todo g nero tem um suporte isto um l cus f sico ou virtual com formato espec fico que serve de base ou ambiente de fixa o para ele Ao discutir o assunto o autor distingue basicamente dois tipos de suporte os convencionais entendidos como aqueles que foram elaborados tendo em vista a fun o de portador de textos ou seja os livros as revistas os jornais di rios os quadros de avisos outdoors etc e os incidentais isto aqueles que se 51 prestam eventualmente a essa finalidade como o caso do corpo humano de roupas p ra choques de caminh o paredes e muros H tamb m alguns servi os que de certa forma funcionam como portadores de textos como o caso dos correios e da internet Dentre esses diversos suportes interessa nos de modo especial o jornal di rio impresso uma vez que ele foi o primeiro portador do g nero not cia De acordo com Marcuschi 2008 p 179 o jornal di rio e mesmo o jornal semanal nitidamente um suporte com muitos g neros os quais em boa medida recebem em fun o do suporte algumas caracter sticas particulares tendo em vista o p blico que pretendem atingir Embora n o tenham se desenvolvido no campo educacional os estudos do C rculo de Bakhtin referentes aos g neros do discurso exerceram forte influ ncia sobre as diretrizes norteadoras do ensino de LP a parti
184. guinte oferece uma boa ajuda afinal parte de seu comando acaba por respond lo Ao questionar se as not cias inclu das na cr nica apresentam os elementos b sicos do jornalismo o por qu curiosamente exclu do No Manual do Educador pede se que o professor oriente a turma a encontrar nos textos os itens elementares de toda not cia isto o qu aconteceu quando onde como As duas ltimas atividades presentes na segunda se o por sua vez promovem uma reflex o cr tica sobre uma ideia expressa na cr nica o fato de os jornais noticiarem primordialmente fatos relacionados a desastres como o faz O Dia conte do que o leitor acostuma se a encontrar nos peri dicos e a receber passivamente Ao questionar se o amigo acredita em tudo que os jornais dizem o personagem instiga o leitor a duvidar do que publicado ou ao menos a procurar outras publica es para compar las e identificar diferentes perspectivas adotadas para relatar o mesmo acontecimento Nesse caso entretanto os exerc cios prestam se a um trabalho de leitura da cr nica e n o mais do g nero not cia Isso revela um aproveitamento superficial do g nero para estimular o processo de leitura problema que poderia ser amenizado caso fosse proposta uma an lise mais detalhada do texto como veremos a seguir 131 A cr nica de Rubem Braga apresenta narrador testemunha e enfoca o momento em que um personagem do sexo masculino identificado apenas como m
185. gundo segmento do Ensino Fundamental A partir de agora nos dedicaremos an lise da abordagem que os demais componentes curriculares fazem desse g nero e em certos momentos do jornal impresso enquanto suporte textual procurando identificar que papel eles exercem no estudo dos conte dos que comp em as disciplinas em quest o Antes disso por m faz se fundamental tecer alguns coment rios sobre a interdisciplinaridade elemento que segundo os documentos oficiais respons veis por regulamentar o ensino deve nortear o projeto pol tico pedag gico das escolas e consequentemente os materiais did ticos nelas utilizados 4 1 INTERDISCIPLINARIDADE Discorrer a respeito da interdisciplinaridade no mbito educacional pressup e que abordemos em primeiro lugar a quest o das disciplinas escolares definidas pelas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educa o B sica PARAN 2008 como campos do conhecimento que se identificam por conte dos estruturantes e por quadros te ricos conceituais determinados Isso significa que elas se constituem a partir de um conjunto de conhecimentos espec ficos do saber organizados ordenadamente que s o apresentados ao aluno por meio de certos procedimentos did ticos Durante um longo per odo conforme comenta Fazenda 1999 as disciplinas que constituem o curr culo escolar foram concebidas como reas distintas e estanques o que levou a escola a fragmentar e a compartimentar os saberes transmiti
186. ico al m de elementos extra 48 verbais que participam da constru o desse sentido como o caso da finalidade do ato enunciativo e do papel dos interlocutores Para Rojo 2005 o tema corresponde aos conte dos ideologicamente formados que se tornam diz veis por meio do g nero ou seja ele diz respeito quilo de que se fala quilo que o enunciado produz ao se manifestar em alguma inst ncia discursiva Cada g nero em fun o de suas particularidades e do contexto s cio hist rico ideol gico em que est inserido define o que pode e ou deve ser dito pois a tem tica sempre ligada circula o social do enunciado aos interlocutores que possuem um horizonte de expectativas em rela o a ela Assim causaria estranhamento por exemplo que uma confer ncia internacional destinada discuss o de metas para diminuir o aquecimento global tratasse de dicas de moda Dentro de suas possibilidades al m de delimitar o qu deve ser enunciado o g nero define tamb m o quanto sobre esse tema ser dito isto seu tratamento exaustivo Ao discutir sobre os elementos constitutivos dos g neros Sobral 2009 destaca que n o se deve confundir tema e assunto pois diversos assuntos podem ser abordados nos limites de um nico tema De acordo com o autor o primeiro corresponde a um elemento que para ser identificado deve levar em considera o a observa o de v rios textos pertencentes ao mesmo g nero o caso por exemp
187. ico nessa modalidade educacional desenvolvemos um Projeto de Inicia o Cient fica PIC que tinha o objetivo de analisar a proposta de ensino de gram tica presente no material did tico de L ngua Portuguesa LP adotado pelo Centro Estadual de Ensino B sico para Jovens e Adultos CEEBJA de Maring PR Ao entrar em contato com a referida institui o de ensino para coletar esse material tivemos acesso a apostilas em preto e branco produzidas h pelo menos uma d cada sendo usadas como instrumentos de ensino Conclu das a gradua o e a inicia o cient fica j com conhecimentos sobre os programas federais de distribui o de livros did ticos e sobre as tend ncias das pesquisas acad micas voltadas para o ensino de LP tivemos uma vis o clara da posi o marginal em que a EJA se encontrava no que diz respeito aos livros adotados como apoio pedag gico mesmo ap s o aperfei oamento dos documentos oficiais que a regulamentam Diante disso ingressamos na p s gradua o ainda com nsia de Projeto intitulado O ensino de gram tica na Educa o de Jovens e Adultos estudo do material did tico do CEEBJA de Maring PR processo n 7905 2008 13 aprofundar nossos conhecimentos nessa rea quando fomos surpreendidos com a not cia da cria o do primeiro Programa Nacional do Livro Did tico para a Educa o de Jovens e Adultos PNLD EJA com in cio previsto para 2011 uma iniciativa do Governo Federal que t
188. idade retratam momentos muito mais chocantes as duas primeiras por exemplo correspondem a fotografias tiradas de uma base militar onde ocorreu uma explos o que matou tr s homens A primeira delas mostra o cen rio de destrui o do local e a segunda v rios militares de m os dadas reunidos ao redor do caix o de um dos colegas mortos imagens que sem d vida comovem muito mais o leitor do que uma catedral lotada de fi is ou uma partida de futebol Logo a seguir tem se a exposi o do rosto de dois dos mortos e outras duas fotografias correspondentes a outras not cias Nessas imagens aparecem dois policiais portando m scaras recolhendo um spray que provocou intoxica o em alunos de uma escola e a reprodu o da figura de uma modelo que desfilou na S o Paulo Fashion Week com a apar ncia de um rob as quais n o provocam tanto impacto quanto as duas primeiras embora tamb m chamem a aten o do leitor em fun o de representarem situa es inusitadas Esse exerc cio ao propor que seja identificado o jornal que emprega uma linguagem mais informal e publica imagens mais apelativas demonstra que texto verbal e visual encontram se intimamente relacionados tendo em vista um nico objetivo constituir um conjunto que atraia o leitor que o instigue a folhear as p ginas internas do jornal Tal atividade com certeza um grande passo no atendimento a um dos objetivos do cap tulo que a forma o do leitor cr tico pois mo
189. idado para n o incluir nas not cias mais do que os fatos indicavam Essa experi ncia foi respons vel pelo in cio da busca imparcialidade t o comum na imprensa contempor nea ou seja em fun o de seus objetivos os membros pertencentes aos dois ramos do jornalismo o s rio e o sensacionalista passaram a adotar determinado modo de concretizar seu projeto de discurso e consequentemente a selecionar assuntos que condiziam com seus prop sitos enunciativos para serem abordados nos limites do tema da not cia Esse acontecimento s cio historicamente situado como podemos notar come ou a delinear o que seria considerado um dos tra os mais marcantes do estilo da not cia na atualidade o efeito de objetividade aspecto que por sua vez est intimamente relacionado finalidade da esfera em quest o transmitir ao interlocutor a informa o isenta de ju zo de valor para manter sua credibilidade perante o p blico Segundo Rodrigues 2001 as condi es s cio hist ricas que marcaram a consolida o da esfera jornal stica tamb m incluem acontecimentos como a queda da censura imposta pelo Estado e pela Igreja e o processo de alfabetiza o das massas que 56 criou um contingente significativo de leitores Nesse per odo ocorreu uma mudan a no que se caracterizava como uma fase do jornalismo de essencialmente opinativo visto que os jornais publicavam ideias da burguesia contra o dom nio aristocr tico ele pass
190. intitulada Um olhar para a l ngua a qual contempla apenas um exerc cio Leia este trecho retirado da cr nica Depois de v rias rodadas Joca declarou que pagaria toda a despesa Ananias e Pedro protestaram alegando que eles j estavam na mesa antes Joca entretanto insistiu seguindo se uma disputa entre os tr s homens que terminou com a interven o do referido empregado que aceitou a nota que Joca lhe estendia a Quais personagens participam das a es presentes nesse trecho b A qual classe de palavras os termos que nomeiam as personagens pertencem c O termo eles retoma ou substitui que palavras do trecho d O termo lhe se refere a que personagem da hist ria e Se n o houvesse o uso dos termos eles e lhe quais palavras teriam que ser repetidas f Nesse caso qual a import ncia do uso dos termos em destaque g Se as personagens Ananias Pedro e Joca estivessem contando a pr pria hist ria que palavra do quadro a seguir usariam para falar de si pr prios Ele Eles N s SILVA et al Vol 2 2009 p 68 Nesse momento como verificamos sem dificuldade os elementos lingu sticos contemplados n o se referem queles que s o t picos da not cia inclusive porque o texto 153 n o pode ser considerado um representante protot pico desse g nero mas julgamos relevante mencionar o referido exerc cio na tentativa de mostrar que a obra n o prop e o ensino de p
191. ion lo desse modo tem se a impress o de que ele se materializa no segundo par grafo n o no primeiro o que pode ser um tra o da forma arquitet nica do texto ou a indica o de que esse n o o in cio dele O corpo da not cia por fim parece constituir um recorte do texto original visto que ao ler o t tulo Ranking das na es o leitor espera encontrar ao longo da reda o de fato uma classifica o dos ndices de pobreza dos pa ses entretanto isso n o acontece Verificamos desse modo que o novo exemplar do g nero n o se adapta satisfatoriamente s caracter sticas de uma not cia protot pica Ap s o texto s o propostos quatro exerc cios O primeiro solicita que o aluno encontre ou crie uma imagem que possa ilustrar a not cia Se levarmos em considera o 128 que o fato motivador do relato o estudo do PNUD devemos reconhecer que o mais adequado para esse texto seria um gr fico ou um infogr fico que mostrasse os ndices de pobreza no mundo isso se eles fossem contemplados no corpo da not cia claro e n o uma ilustra o Afinal produzir um texto visual que retrate essa situa o n o tarefa f cil A ideia de criar um desenho inclusive mais adequada a alunos que frequentam as s ries iniciais solicit la em um material destinado ao segundo segmento do Ensino Fundamental chega a infantilizar os alunos da EJA que conforme enfatizam as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educa o
192. ir a produ o de um texto em portugu s a partir do que o aluno compreendeu de not cias em ingl s a proposta revela uma interdisciplinaridade com os conte dos t picos de l ngua portuguesa atendendo a um dos pressupostos b sicos do cap tulo expressos no Manual do Educador Os textos da esfera jornal stica nesse caso s o adotados tamb m com o intuito de demonstrar a imagem de alguns brasileiros que a m dia internacional veicula o que de certa forma revela a opini o de determinados ve culos de comunica o sobre esses sujeitos e demonstra que por mais que se pretenda divulgar as informa es isentas de Ju zo de valor alguma refer ncia de ordem subjetiva sempre se revela no texto mesmo implicitamente Esse um dos poucos momentos em que alguns aspectos intr nsecos ao g nero em si e em especial ao seu estilo de linguagem s o aludidos pois na maioria dos casos eles s o adotados unicamente como material de apoio para o desenvolvimento de estrat gias de leitura 200 Ao analisar os textos explorados no componente curricular de L ngua Inglesa podemos notar ainda que as obras da Cole o Viver Aprender apresentam se comprometidas com a ideologia do atual governo Isso pode ser observado uma vez que os textos trabalhados tocam em quest es intimamente relacionadas gest o em exerc cio como o caso do Movimento dos Sem Terra MST da valoriza o do ex presidente Luiz In cio Lula da Silva citado em mais de
193. ir que ele necessariamente traduza o texto todo Para isto propdem se quatro exerc cios apenas 1 O texto 1 apresenta uma quest o relacionada ao MST que se tornou mais relevante para o governo Lula do que as ocupa es Qual essa quest o Explique com suas palavras o que voc entendeu sobre isso a partir das informa es do texto 2 No texto 2 observe os n meros citados por escrito e em algarismos e comente a que cada uma dessas cita es se refere 3 De acordo com o texto 3 que motivo levou o coronel a abrir fogo contra os sem terra 4 Com base no texto 3 fa a atividade semelhante da quest o 2 com os n meros citados diga a que cada um deles remete BAZZONT et al Vol 3 2009a p 109 Como podemos notar o material opta por uma estrat gia did tica que estimula o trabalho com informa es pontuais dos textos oferecidos pelo material sem qualquer refer ncia ao seu contexto de produ o e circula o os quais inclusive s o muito importantes para a compreens o n o s das not cias mas tamb m dos motivos que levaram ag ncias internacionais a public las Afinal o ano de 2002 constitui o in cio do governo Lula presidente oriundo das classes desprivilegiadas que antes de chegar ao poder sempre defendeu o MST e criticou a a o de gest es anteriores no que diz respeito reforma agr ria mas naquele momento encontrava se em uma verdadeira saia justa ao ter de lidar com as reivindica e
194. is s significa es dos textos que produzem uma vez que eles 55 materializam um padr o organizacional e atendem a finalidades intimamente relacionadas aos fatos sociais oriundos desses segmentos da atividade humana Para compreender a rela o existente entre as esferas de circula o e os g neros que elas produzem faz se fundamental analisar as condi es s cio hist ricas da origem e do desenvolvimento de cada esfera bem como sua fun o na sociedade A esfera jornal stica foco de nosso interesse surgiu a partir do momento em que se constatou a necessidade de divulgar de forma mais r pida e precisa informa es de interesse p blico as quais durante a Idade M dia eram lidas em pra as pregadas em muros ou transportadas de um local para o outro por interm dio dos comerciantes que viajavam de cidade em cidade Segundo Lage 1987 com o surgimento da tecnologia gr fica na Alemanha em 1600 e seu posterior desenvolvimento nos anos seguintes a imprensa peri dica come ou efetivamente a circular em forma de jornais impressos Isso fez surgir a concorr ncia entre as empresas do ramo e possibilitou o surgimento do sensacionalismo j que alguns jornais da poca come aram a enfatizar nos textos publicados hist rias sentimentais e criminosas que chamavam a aten o das massas Na tentativa de superar esse sensacionalismo alguns profissionais desse meio come aram a aplicar o esp rito cient fico a seu trabalho tomando cu
195. ividades de leitura produ o e an lise lingu stica representam um papel priorit rio no posterior uso do livro em sala de aula 14 L ngua Portuguesa mas tamb m nos demais componentes curriculares pois al m de multidisciplinares os materiais em quest o s o orientados por um projeto pol tico pedag gico interdisciplinar tal qual prop em as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educa o B sica PARAN 2008 que caracterizam a interdisciplinaridade como o di logo entre conceitos teorias e pr ticas oriundos de diferentes reas do conhecimento Essa proposta vale ressaltar n o dif cil de ser colocada em pr tica quando pensamos nos g neros do discurso pois o texto n o uma unidade de ensino exclusiva da rea de l ngua portuguesa A sele o dessas cole es did ticas deve se em primeiro lugar ao ineditismo do contexto em que elas surgiram a cria o de um PNLD ou seja de uma pol tica nacional especificamente voltada para a EJA ao fato de que esse material apresenta projeto gr fico de qualidade significativamente superior ao comumente encontrado nas apostilas adotadas como apoio pedag gico em uma parcela significativa das turmas de Educa o de Jovens e Adultos espalhadas pelo pa s e inexist ncia de obras listadas para o Ensino M dio pois o PNLD EJA n o atende a essa etapa da educa o Os livros indicados para s ries que antecedem o 3 e o 4 ciclos do Ensino Fundamental por sua vez apesar
196. ivulgados no sitio do FNDE as editoras FTD Moderna Atica e Saraiva respectivamente foram as que mais faturaram no exerc cio do PNLD 2011 mesmo tendo negociado seus titulos a valores muito abaixo do cobrado pelas mesmas obras no mercado privado de venda de didaticos 0 que s6 comprova as vantagens de ter o Estado como comprador Filtrando ainda mais nossa busca tivemos acesso aos valores gastos pelo Governo Federal com o PNLA o primeiro programa de distribui o de obras did ticas de alfabetiza o EJA que funcionou at o ano de 2009 por m distribuiu as obras ainda em 2010 visto que o PNLD EJA ao qual ele foi incorporado passou a funcionar apenas em 2011 Ao analisar os dados curioso notar o fato de que enquanto para o PNLD destinado ao ensino regular vinte editoras foram selecionadas para o PNLA esse n mero cai para cinco Al m disso das cinco editoras em quest o tr s s o as que mais faturaram com o PNLD tica FTD e Moderna Essa diferen a expressiva certamente n o est relacionada apenas ao n mero de alunos atendidos pela EJA menor que o de atendidos pelo ensino regular por raz es bvias mas tamb m falta de editoras que possuam obras did ticas destinadas a essa modalidade educacional o que mais uma vez revela a posi o marginal ocupada por ela no pa s Segundo Cassiano 2005 o maior segmento do mercado editorial brasileiro o de livros did ticos justamente em virtude da realiza o d
197. ja h adequa o te rica No entanto o material revela uma falta de sintonia entre teoria e pr tica embora enfatize na abertura do cap tulo que o estudo do jornal representa uma excelente oportunidade para a forma o do leitor cr tico como prop em os PCN essa ideia n o desenvolvida A simples exposi o de uma primeira p gina n o garante a forma o de um leitor consciente capaz de identificar recursos utilizados pelo redator para tornar o fato mais espetacular do que ele na realidade e a partir disso chamar a aten o do leitor preciso ao contr rio resgatar not cias sensacionalistas fotografias chocantes comparar jornais publica es assim como sugere o material da IBEP A pr pria p gina do A Tarde reproduzida poderia ser um excelente ponto de partida para essa discuss o note se o tamanho da imagem situada no centro da folha a qual ilustra um territ rio devastado por ondas gigantes e o texto verbal Ondas gigantes matam 12 mil na sia enunciado que choca em virtude do n mero de v timas feitas pela tsunami provocada por um terremoto Analisando essa proposta de abordagem podemos notar portanto que apesar de teorizar bem sobre a necessidade de estimular a forma o de indiv duos capazes de ler 124 as entrelinhas o material n o prop e exerc cios pr ticos que viabilizem esse processo A primeira p gina nesse caso adotada como um suporte ing nuo que n o apresenta segundas inte
198. l com br folha mundo ult94u75627 shtml gt Acesso em 3 ago 2006 Figura 22 Atividade sobre conflitos mundiais em curso Cole o Tempo de Aprender vol 3 p 314 315 A inten o aqui como destaca o Manual do Educador da obra bastante clara mostrar ao aluno que os conte dos estudados ao longo do cap tulo fazem parte da realidade do dia a dia o que pode ser comprovado por meio dos textos publicados na Folha UOL de onde foram retirados todos os t tulos contemplados no exerc cio Nesse caso podemos notar que o objetivo do uso da esfera jornal stica se aproxima do 184 2 observado no componente curricular de Hist ria isto conceber o jornal como documento que registra acontecimentos importantes Entretanto um problema j verificado em momentos anteriores se repete a confus o entre not cia e reportagem O comando da quest o orienta Leia as manchetes de reportagens sobre conflitos atuais no mundo por m evidente que os t tulos trazidos pelo LD s o claramente pertencentes a not cias isto textos mais breves que relatam fatos pontuais sem detalhar o acontecimento FRANCESCHINI 2004 No ltimo volume da cole o mais especificamente no cap tulo 4 da Unidade II intitulado Por uma antiglobaliza o h uma nova ocorr ncia de not cia O texto denominado Jovens articulados as por um mundo melhor retirado do ambiente eletr nico trata sobre a realiza o do F rum Social Mun
199. l encontrar uma defini o curta e consistente para esse g nero dados os in meros fatores que concorrem para sua produ o e circula o sabemos que poss vel complement la afirmando por exemplo que o fato selecionado deve ser in dito atual ver dico intenso relatado de maneira sucinta e que ele deve ser considerado por quem o publica interessante e importante para determinado p blico Ausentes tais especifica es tem se a impress o de que qualquer fato pode dar origem a uma not cia Na sequ ncia da explica o afirma se que o jornalista pesquisa apura os fatos e a escreve selecionando aquilo que considera essencial Essa afirma o remete claramente ilus o de objetividade dos g neros jornal sticos uma vez que de fato at chegar s p ginas dos jornais a reda o passa pelas m os de v rias pessoas as quais fazendo uso de sua subjetividade selecionam os conte dos que consideram fundamentais para a constru o da not cia A problematiza o do efeito de objetividade entretanto tamb m n o acontece recorte possivelmente oriundo da simplifica o t pica 91 dos materiais destinados EJA caracter stica evidenciada por Takeuchi 2005 em sua pesquisa O segundo par grafo presente no boxe aborda um aspecto da constru o composicional do g nero o lide Diz se que ele constitui o primeiro par grafo da not cia e que deve responder na medida do poss vel aos questionamentos o
200. l prop e a PCM EJA Essa proposta colocada em pr tica adotando como objeto de an lise apenas um trecho da not cia que trata sobre os ndices de instru o superior de alunos oriundos de escolas p blicas e privadas De acordo com o texto estudantes provenientes de fam lias carentes dificilmente chegam a ingressar em uma universidade p blica realidade totalmente diferente daqueles que prov m de classes sociais privilegiadas os quais tamb m representam boa parte do p blico que frequenta faculdades particulares A 166 partir dos dados disponibilizados pela pesquisa pede se que o aluno elabore uma tabela contendo os ndices de estudantes pobres e ricos que ingressam em ambas as institui es e posteriormente que construa um gr fico de linhas que interprete a referida tabela Desse modo al m de melhor compreender as ideias expressas no texto o aluno aprende a desenvolver outros modos de represent la uma proposta de ensino coerente com os pressupostos dos documentos oficiais pois promove a interdisciplinaridade entre conhecimentos matem ticos e outros t picos do componente curricular de l ngua portuguesa Ao trabalhar com a not cia sobre os ndices de defasagem escolar da popula o nacional vale ressaltar a obra toca em um assunto intimamente ligado realidade do aluno da EJA pois ao retomar os estudos ele contribui para a apresenta o de resultados mais positivos em pesquisas futuras O ltimo volume da co
201. l residente nos munic pios e periferias urbanas o Programa Nacional de Educa o na Reforma Agr ria PRONERA cujo alvo era a alfabetiza o inicial de trabalhadores rurais assentados totalmente analfabetos aos quais era oferecido um curso de um ano de dura o e o Plano Nacional de Forma o do Trabalhador PLANFOR que visava conduzir os trabalhadores ao ingresso e ou t rmino da Educa o B sica Nesse per odo ocorreu um crescimento consider vel da oferta escolar para jovens e adultos por m esse crescimento n o foi acompanhado de melhorias na qualidade do ensino processo que conferiu visibilidade a um novo problema em substitui o aos analfabetos absolutos o sistema educacional passou a deixar em evid ncia um grande contingente de analfabetos funcionais isto pessoas que apesar 27 de terem frequentado a escola apresentavam dom nio prec rio da leitura da escrita e do c lculo grupo que j existia por m tornou se socialmente percept vel somente ap s a amplia o da oferta educacional que o fez crescer consideravelmente Essa situa o levaria mais tarde emerg ncia de uma nova concep o de alfabetiza o para ser considerado alfabetizado tornou se necess rio n o apenas saber desenhar o nome mas ter dom nio suficiente das pr ticas de leitura e escrita para us las em diversas situa es sociais SOARES 2004 Ao final da d cada de 90 mesmo com todos esses programas criados uma
202. l se destina ao Ensino Fundamental etapa na qual est o matriculados alunos com pouca maturidade em rela o disciplina em quest o Ap s concluir o estudo do trabalho proposto pela cole o podemos dizer que a abordagem do g nero not cia no componente curricular de L ngua Estrangeira em suma apresenta v rios objetivos Dentre eles destacam se o estabelecimento de um contato entre o aluno e textos que circulam socialmente em outro idioma a tentativa de mostrar a imagem que ag ncias de not cias internacionais veiculam a respeito de certas personalidades brasileiras em especial o ex presidente Luiz In cio Lula da Silva focalizado em mais de uma not cia al m de proporcionar o aprimoramento de t cnicas de leitura essenciais compreens o de textos redigidos em l ngua inglesa uma habilidade desenvolvida de maneira enf tica e adequada ao p blico da EJA uma vez que os textos escolhidos valorizam e permitem o uso de conhecimentos pr vios dos alunos Entretanto salientamos que o material desconsidera as condi es de produ o e circula o do g nero aspectos que contribuem muito para a produ o de sentidos 4 7 ARTES Os documentos oficiais que regulamentam o ensino de Artes seguindo a perspectiva dos apresentados at o momento sugerem que os textos da esfera jornal stica sejam usados como fonte de pesquisa e informa o a respeito de atividades art sticas da regi o habitada pelo aluno da EJA ou at mesmo que os
203. la o Diante do comando da atividade podemos notar que quase todas as condi es b sicas de produ o s o atendidas O aluno tem o que dizer a cria o de uma not cia e em especial do fato motivador do relato uma vez que alguns dados relativos ao assunto do texto j aparecem no corpo da cr nica uma raz o para dizer que vai depender de suas escolhas informar o leitor emocion lo fazer sensacionalismo etc conforme sugere o exerc cio e para quem dizer p blico alvo que ser definido pelo pr prio aluno em decorr ncia do tipo de ve culo de comunica o que optar para publicar o texto o que acarretar consequentemente no uso de um estilo de linguagem espec fico Essa possibilidade de decidir se escrever uma not cia apelativa ou s ria pode ajudar o aluno a notar que o g nero n o passa de uma vers o do acontecimento pois na mesma turma em virtude da heterogeneidade de sujeitos que constituem a EJA poder o surgir textos que relatam o mesmo fato por m sob diferentes perspectivas Uma quest o entretanto que pode desmotivar o desenvolvimento do exerc cio a artificialidade do acontecimento visto que embora seja pass vel de acontecer na realidade ele limita se ao mbito da fic o distanciando se de um aspecto intr nseco ao conte do tem tico caracter stico de uma not cia a veracidade Ainda em rela o s condi es de produ o podemos dizer que falta explicitar melhor como produzir
204. le o n o apresenta nenhuma ocorr ncia de not cia entretanto nas obras anteriores em que ela contemplada percebe se um trabalho centrado na compreens o do texto por meio do estudo detalhado dos dados num ricos apresentados por pesquisas que motivaram a produ o do g nero Os assuntos abordados por sua vez s o sempre atuais prop cios discuss o em sala de aula especialmente se considerarmos que eles representam um retrato da sociedade brasileira em seus diferentes aspectos e normalmente j fazem parte do conhecimento de mundo do aluno o qual segundo a PCM EJA deve ser valorizado O g nero em si suas condi es de produ o e circula o n o s o contemplados o que se privilegia nesse caso um aspecto do estilo de linguagem da not cia ou seja a necessidade de trabalhar com dados precisos caracter stica que ajuda a construir o efeito de objetividade e confere credibilidade ao texto A partir de tais constata es pode se dizer que o componente curricular de Matem tica desenvolve um trabalho adequado ao que prop em as propostas pedag gicas oficiais com o g nero not cia A Cole o Viver Aprender assume uma perspectiva de trabalho parecida por m n o t o pormenorizada Conforme j comentamos as obras que a constituem exploram poucas not cias fora do componente curricular de L ngua Portuguesa em Matem tica somente dois momentos tocam em quest es referentes a esse g nero O primeiro deles localiz
205. lide um elemento que poderia ser trazido para discuss o mostrando as diferentes formas de organiz lo Uma op o seria abordar at mesmo v rias vers es do lide que acompanha um dos t tulos j citados ou solicitar que o aluno o reescrevesse alterando a ordem dos dados e que analisasse as diferentes formas de organiz lo verificando se a altera o da disposi o das informa es modifica lhe o sentido Uma terceira op o seria at mesmo pedir que cada aluno reescrevesse o lide e que o resultado do trabalho fosse partilhado depois visto que diferentes sujeitos especialmente os que cursam a EJA os quais possuem diversas experi ncias pessoais agindo sobre o mesmo texto tendem a trat lo de forma distinta Essa proposta sem d vida valorizaria as experi ncias individuais dos alunos como 104 prop em as DCE EJA as quais afirmam que ao trabalhar os conte dos escolares preciso considerar os saberes adquiridos pelos educandos ao longo de sua hist ria de vida PARAN 2006 p 26 Realizando uma busca pelo s tio do jornal Folha de S Paulo encontramos o lide correspondente ao t tulo Adolescente ganha implante antigravidez em Porto Alegre transcrito a seguir A Prefeitura de Porto Alegre RS iniciou na segunda feira 27 um programa de implante de anticoncepcionais para prevenir gravidez prematura em 2 500 adolescentes de 15 a 18 anos escolhidas por crit rios de renda Dispon vel em http www
206. lo do editorial que tem como tema a manifesta o de determinado posicionamento sobre um assunto espec fico mas pode abordar in meros t picos como o caso da constru o de usinas nucleares de reservas ambientais decis es pol ticas etc O tema de um g nero sob essa perspectiva refere se quilo que intimamente relacionado sua esfera de circula o constante nele o elemento que sofre altera es s o os t picos que ele aborda Al m disso o conte do tem tico tamb m possui estreita rela o com o estilo de linguagem do enunciado que diz respeito sele o dos recursos lexicais fraseol gicos e gramaticais da l ngua BAKHTIN 2003 p 261 isto s marcas lingu sticas caracter sticas de cada g nero Essas marcas correspondem s configura es espec ficas das unidades de linguagem e variam de acordo com a situa o concreta em que o enunciado est inserido bem como de acordo com o perfil do destinat rio e o grau de formalidade existente entre locutor e interlocutor ou seja o estilo permeado por rela es dial gicas pois se define a partir da intera o estabelecida entre os sujeitos participantes da enuncia o 49 Nesse contexto o fil sofo russo destaca que nem todos os g neros s o igualmente prop cios ao estilo individual isto nem todos eles permitem que o locutor fa a uso de recursos que possam imprimir no texto marcas de sua posi o enunciativa Isso acontece de mod
207. ltrapassando os limites da materialidade do texto para efetivamente interpret lo como prop em as propostas pedag gicas oficiais Segundo o documento os alunos de EJA n o desejam apenas dominar um conjunto de conte dos ou habilidades espec ficas do conhecimento geogr fico Eles almejam que o estudo de Geografia os auxilie a superar dificuldades relacionadas s habilidades de leitura escrita Ibid p 249 Sendo assim ao trabalhar a referida not cia valeria a pena inclusive tocar em quest es relativas s suas condi es de produ o essenciais para a compreens o e interpreta o do texto mais especificamente no que se refere a sua fonte Science revista americana que inspira confian a e temporalidade O texto foi veiculado em 2003 isto h oito anos de l para c o caos no clima s vem piorando o que demonstra que a not cia de certa forma n o perdeu sua atualidade elemento intr nseco ao tema do g nero e que as previs es da pesquisa citada no material realmente est o se confirmando Uma proposta de trabalho semelhante ao tratamento conferido not cia comentada aparece no mesmo volume no cap tulo 2 intitulado O sert o vai virar mar quando o material exp e na ntegra outro exemplar do g nero dessa vez extra do do Estad o Online A not cia comenta sobre uma pesquisa do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaz nia Imazon a qual revela que metade da Amaz ni
208. luno por meio do estudo das mais diferentes representa es num ricas que nelas constam isto salienta se um tra o caracter stico do estilo de linguagem do g nero respons vel por conferir lhe objetividade e credibilidade Ao trabalhar com essas representa es instiga se o aluno a realizar uma compreens o mais profunda do texto pr tica por vezes n o desenvolvida nem mesmo em LP No componente curricular de Hist ria predominam not cias e por vezes reprodu es de primeiras p ginas de jornais cujo assunto esteja relacionado a um acontecimento importante da Hist ria Os aspectos do g nero valorizados nesse caso s o o conte do tem tico e suas condi es de produ o e circula o pois ao publicar not cias sobre algum fato que marcou poca os jornais funcionam como registro do cotidiano e permitem que as considera es do LD sejam comprovadas j que para ocupar as p ginas dos peri dicos preciso que o relato possua o m nimo de veracidade Seguindo uma perspectiva parecida a disciplina de Geografia seleciona para compor seu conte do program tico not cias que contemplem t picos intimamente relacionados ao assunto abordado no cap tulo em que elas se inserem ou seja O 207 material faz uso do g nero em fun o de elementos relacionados ao seu tema O objetivo de transportar representantes desse g nero para o LD entretanto propiciar momentos de discuss o reflex o ou amplia o de conhecimen
209. lver atividades de produ o de textos com alunos da EJA portanto deve se trabalhar de modo a garantir que eles superem os traumas adquiridos em rela o pr tica da escrita ao longo da vida e que mesmo ap s a conclus o do curso esses alunos sintam se motivados a escrever usando os textos que produzem para participar da sociedade letrada em que est o inseridos Antes de iniciar a an lise referente a esta se o gostar amos de deixar claro que embora os PCN incluam a not cia na lista dos g neros recomendados para o desenvolvimento da pr tica da escrita temos consci ncia de que o aluno n o tem necessariamente de ser um bom produtor de not cias tanto quanto precisa ser um bom leitor do g nero afinal poucos momentos em seu cotidiano extra escolar exigir o que ele escreva uma not cia se fizermos uma compara o com as situa es que requerem a produ o de um bilhete por exemplo embora muitas delas o apresentem a necessidade de fazer uma leitura cr tica de textos dessa natureza Compreendemos nesse caso que como os g neros s o o ponto de partida e de chegada da disciplina de L ngua Portuguesa a not cia deve ser adotada em sala de aula como uma maneira de desenvolver pr ticas de escrita coerentes com os pressupostos dos documentos oficiais uma vez que essa habilidade essencial para o pleno exerc cio da cidadania No cap tulo que aborda as considera es sobre o g nero de nosso interesse a Cole o Tempo
210. lvimento sustent vel SILVA et al Vol 2 2009b p 95 O primeiro adesivo apresenta o desenho da bandeira do Brasil com parte da colora o verde corro da e o segundo al m dessa imagem o questionamento Quer continuar a respirar Comece a preservar a partir deles s o feitas oito perguntas as quais incentivam a leitura e a interpreta o desses textos procurando mostrar ao aluno que necess rio cuidar do patrim nio natural do mundo Essa atividade desemboca no item Desvendando o tema que cont m um trecho de reportagem retirado da Revista Isto de 17 de julho de 2002 o qual comenta sobre a vida das fam lias que vivem na Amaz nia O fragmento n o apresenta t tulo subt tulo ou lide mas focaliza apenas o relato de um caboclo que ao contr rio de in meros outros que habitam a regi o n o desenvolve suas atividades profissionais derrubando rvores para as madeireiras locais Mesmo vivendo em condi es prec rias ele prefere plantar cupua u banana caf e mandioca em seu pequeno peda o de terra a degradar o meio ambiente Esse relato al m de ser tomado como exemplo de a es individuais que podem ajudar a preservar o meio ambiente funciona como mote para a elabora o de quest es de leitura e interpreta o Apesar da adequa o tem tica do texto vale ressaltar por m que o material comete um equ voco ao nomin lo como reportagem afinal trata se somente de um trecho desse g nero que na v
211. m caso a pr tica da escrita seja desenvolvida de maneira descontextualizada ela torna se um mero exerc cio usado para preencher o tempo das aulas impedindo que o aluno constitua se ao longo do tempo como um cidad o que interage na sociedade por meio dos textos que produz ja que durante o per odo escolar ele n o se apropriar das especificidades e finalidades dos g neros necess rios efetiva participa o social As propostas de produ o textual utilizadas em situa es de ensino por sua vez devem corresponder aquilo que se escreve fora da escola isto a textos que possuem fun o social determinada pois assim os conhecimentos adquiridos no ambiente escolar passam a ter funcionalidade no cotidiano dos alunos Quando se trata da Educa o de Jovens e Adultos especificamente esse trabalho precisa ser desenvolvido com mais cuidado ainda pois comum esses alunos afirmarem que t m dificuldades para escrever uma vez que tiveram pouco ou nenhum contato com pr ticas dessa natureza Segundo a PCLP EJA Muitas vezes esse tipo de dificuldade com rela o aos processos de aprendizagem da escrita conseqii ncia de malsucedidas experi ncias anteriores Por isso investir na mudan a de postura do aluno diante de suas dificuldades fazendo o incorporar uma vis o diferente da palavra ao associar o trabalho de escrita com suas necessidades mais urgentes seria uma primeira meta BRASIL 2002b p 16 138 Ao desenvo
212. m entretanto nada solicitado em rela o ao conte do o que demonstra uma abordagem em certa medida superficial O assunto da not cia ainda continua atual assim sendo poss vel incentivar a busca por suas causas consequ ncias e desdobramentos focalizando inclusive o Brasil Ao conferir um tratamento dessa natureza ao texto perde se por exemplo a oportunidade de promover uma discuss o sobre a desigualdade em nosso pa s comparando a aos ndices mundiais 129 A proposta de agrupar os g neros em cada cap tulo de acordo com o assunto da unidade em que ele se insere permite que na continuidade da exposi o a not cia apare a articulada a outro g nero da esfera jornal stica a cr nica Diz se inicialmente E por falar em jornal Leia mais uma cr nica sobre esse assunto SILVA et al Vol 2 2009 p 65 ao que se segue este texto 10 15 20 25 30 35 Os Jornais Meu amigo lan a fora alegremente o jornal que est lendo e diz Chega Houve um desastre de trem na Fran a um acidente de mina na Inglaterra um surto de peste na ndia Voc acredita nisso que os jornais dizem Ser o mundo assim uma bola confusa onde acontecem unicamente desastres e desgra as N o Os jornais que falsificam a imagem do mundo Veja por exemplo aqui em um sub rbio um sapateiro matou a mulher que o tra a Eu n o afirmo que isso seja mentira Mas acontece que o jornal escolhe os fatos
213. m exerc cio que certamente o far por em pr tica os conhecimentos adquiridos at ent o pois ser necess rio produzir toda a primeira p gina pensando no p blico alvo do jornal e no pr prio tema da not cia relatar de forma sucinta e objetiva fatos de interesse p blico A nica inviabilidade da atividade refere se aos elementos desconhecidos pelo aluno como o caso da orelha do p de p gina do cabe alho etc os quais n o foram mencionados nas quest es anteriores Desse modo para bem realiz la ser o imprescind veis as interven es do professor Os elementos caracter sticos do jornal e de certa forma da not cia continuam sendo apresentados algumas p ginas frente A se o Trabalhando com texto embora breve destina se a um estudo do lide da foto e da legenda ou seja elementos t picos da constru o composicional do g nero Para isto s o expostos esses itens referentes a uma not cia sobre a instala o de um hospital de campanha da Marinha no Rio de Janeiro que em vez de agilizar o atendimento provocou aumento da fila em outro hospital pois o n mero de pessoas que o procuraram foi muito maior que o esperado o que acabou obrigando os pacientes a procurar outro local para serem atendidos 117 Aprofundando o tema F I Trabalhando com texto No Rio hospital de campanha causa mais filas A instala o de um hospital de campanha da Marinha no Rio aumentou a fila de espera no Hos pi
214. m especial o c lculo de suas medidas Para iniciar a discuss o o material comenta que a primeira p gina de um jornal impresso apresenta v rios elementos matem ticos como o caso dos n meros que indicam data tiragem pre o quantidades que aparecem nos t tulos etc No intuito de exemplificar a situa o a obra apresenta a reprodu o reduzida da primeira p gina da Folha de S Paulo publicada em 10 de setembro de 2003 A partir das medidas da figura que apresenta as colunas t picas de sua diagrama o separadas por linhas vermelhas pontilhadas prop e se o c lculo das dimens es reais do peri dico Nesse contexto problematiza se de modo especial o tamanho real da fotografia situada no topo da p gina e os ajustes que precisaram ser feitos para que ela fosse adaptada ao suporte textual sem ser deformada Tomando essa considera o como ponto de partida o material passa a discutir alguns procedimentos matem ticos usados para reduzir imagens garantindo a proporcionalidade em todas as medidas conte do que desemboca em uma quest o tipicamente matem tica raz o e propor o Embora o foco do trabalho n o se concentre na not cia propriamente dita julgamos fundamental mencionar a abordagem proposta pela cole o uma vez que ela pode ajudar o aluno a compreender a organiza o de um jornal impresso e consequentemente a formar um leitor cr tico habilidade n o desenvolvida nos conte dos de l ngua portuguesa conforme cons
215. ma maneira o site do Greenpeace relata que a ministra do Meio Ambiente Marina Silva est em Anapu j a Folha cita que ela est participando de uma cerim nia de apoio s fam lias da reserva extrativista Verde Para Sempre no munic pio de Porto de Moz PA Caso ambos os textos fossem apresentados na ntegra uma s rie de outras quest es poderia ser analisada como o caso dos fatos selecionados em ambos o Greenpeace relaciona o acontecimento morte de Chico Mendes a Folha n o esta menciona que na semana anterior sua morte a mission ria denunciou que quatro pessoas estavam recebendo amea as e que alguns fazendeiros e madeireiros invadiram uma rea de Anapu o que poderia ter incentivado o crime informa o ausente no texto apresentado pelo LD e assim sucessivamente Essas diferen as s o oriundas do projeto de discurso de cada ve culo de comunica o e da intera o que se estabelece entre 88 locutor e interlocutor o Greenpeace parece querer enfatizar que as pessoas que defendem o meio ambiente podem perder a vida por conta disso j a Folha limita se a informar a relatar o acontecimento ao p blico leitor isto a simplesmente atender ao que pressup e o tema do g nero produzido O an ncio da morte da mission ria Dorothy Stang entretanto n o trabalhado no material somente neste momento de apresenta o do g nero Ap s a referida not cia o livro exp e uma reportagem intitulada Projeto leva alt
216. mas falhas especialmente no que diz respeito s estrat gias que se pode adotar para bem realizar a atividade 3 3 3 Oralidade Nas diversas situa es sociais das quais participamos fora dos muros da escola somos avaliados medida que nos revelamos capazes de responder a diferentes exig ncias de fala e de adequa o s caracter sticas t picas de g neros orais como o caso de semin rios palestras entrevistas de emprego defesa de direitos ou at mesmo opini es em rodas de amigos Em virtude disso os PCN salientam que na escola o aluno deve aprender a planejar e utilizar a linguagem oral em situa es de fala p blica 144 para tanto cabe institui o propor situa es did ticas que contemplem atividades nas quais ele tenha a oportunidade de planejar previamente sua fala em fun o de determinada intencionalidade das caracter sticas do receptor e das exig ncias da situa o de intera o comunicativa As DCELP e a PCLP para EJA al m dessa recomenda o referenciada pelos PCN destacam a import ncia de se valorizar a variedade lingu stica usada pelo aluno em suas rela es sociais cotidianas principalmente quando esse aluno um jovem ou adulto exclu do do sistema escolar e consequentemente da sociedade em virtude de n o dominar o dialeto prestigiado da linguagem Para que o dom nio da modalidade oral da l ngua em inst ncias p blicas ocorra de modo satisfat rio o aluno precisa compreender qu
217. mb m em faz lo compreender o que as diversas representa es num ricas significam de modo que possa interpretar melhor os textos afinal sete milh es e quinhentas mil resid ncias sem saneamento b sico indicam que as dimens es do problema s o realmente alarmantes Ainda no mesmo cap tulo apresentada outra not cia retirada do s tio do IBGE sobre uma pesquisa que revela as mudan as nos h bitos de consumo dos brasileiros nos ltimos trinta anos Dessa vez o texto j conta com mais elementos caracter sticos da composi o desse g nero como o caso do t tulo no entanto o lide e algumas partes do corpo do texto s o omitidos o que revela a tend ncia de trazer para o material did tico somente os fragmentos da not cia que interessam ao contexto imediato de situa o de ensino Seguindo a perspectiva sugerida pela Proposta Curricular de Matem tica para a EJA PCM EJA o material prop e atividades que al m de novamente direcionarem o olhar do aluno para as representa es num ricas que ali constam aspecto t pico do estilo de linguagem do g nero que lhe confere confiabilidade promovem uma interpreta o do texto na medida em que questionam as poss veis causas das mudan as reveladas pela pesquisa um tipo de trabalho que nem mesmo os exerc cios propostos no componente curricular de l ngua portuguesa fazem 2 http www ibge gov br home 164 No segundo volume da cole o tamb m no quarto cap tulo da
218. modo geral n o se debru am sobre o estudo dos g neros do discurso o que facilita a confus o entre uma not cia e uma reportagem Independentemente dessa desconfian a optamos por mencionar essa poss vel ocorr ncia do g nero uma vez que ela esclarece de imediato o objetivo geral da 163 abordagem da not cia nessa disciplina promover o letramento matem tico do aluno Ap s a apresenta o do texto seguem se seis exerc cios os quais focalizam as representa es num ricas nele presentes em especial a que diz respeito aos 7 5 milh es de domic lios sem banheiro questionando o aluno se ela se refere a um n mero natural ou n o e solicitando que o educando a escreva de outra forma isto por extenso ou por meio da representa o n o abreviada 7 500 000 exerc cios que ele tem condi es de responder pois tais especifica es s o desenvolvidas nos cap tulos antecedentes Logo ap s as atividades sugere se uma releitura do texto e diz se Para que uma pessoa seja considerada alfabetizada n o basta que ela saiba reconhecer as letras do alfabeto formar palavras e construir frases A caracter stica que diferencia uma pessoal realmente alfabetizada das outras sua capacidade de entendimento e interpreta o dos textos que l SILVA et al Vol 1 2009a p 133 Esse coment rio demonstra que a obra est de fato preocupada em conduzir o aluno n o s ao reconhecimento dos n meros presentes nos textos mas ta
219. mortes pelo surto de Chagas Suprema Corte n o vai intervir no caso Schiavo Lula insiste que preciso trabalhar mais menos Jornal da Cidade ano XXXIV n 9 820 Aracaju 25 26 mar 2005 Figura 9 Reprodu o da primeira p gina do Jornal da Cidade Cole o Tempo de Aprender vol 2 p 57 112 Flamengo vai 2 decidir ue no Maracan erode pr dios vendiaecstagy IMSpetor fuzilado den da Tijuca eLSD rra na Ba d sc m Iraj E Bras o Ola en raja A ag t i Figura 10 Reprodu o da primeira p gina do Jornal O Dia Cole o Tempo de Aprender vol 2 p 57 113 A op o por reproduzir na ntegra as primeiras p ginas inteiras de dois jornais ideologicamente diferentes j demonstra uma preocupa o em rela o ao estudo desse suporte textual Ao adotar essa perspectiva o material proporciona ao aluno n o s a oportunidade de visualizar sua diagrama o caracter stica tra o que se perde quando as not cias s o extra das da internet mas tamb m lhe permite analisar o tratamento que cada um confere s not cias publicadas e os sentidos produzidos pela disposi o das not cias e imagens no papel como o fez Brait 2007 ao analisar a primeira p gina de uma edi o do jornal Folha de S Paulo Esse trabalho poderia ser realizado tamb m a partir da an lise de dois jornais da mesma regi o publicados no mesmo dia de modo que o aluno tivesse condi
220. mundo Com base no que voc estudou at aqui indique a que conflito se refere e em que continente se localiza Ataque suicida em Israel mata quatro e fere mais de 40 pessoas Folha Online 25 fev 2005 lt www1 folha uol com br folha mundo ult94u81159 shtml gt Acesso em 3 fev 2006 Eritreia expulsa tropas de paz da ONU Folha Online 7 dez 2005 lt www1 folha uol com br folha bbc ult272u48789 shtml gt Acesso em 3 ago 2006 Enfrentamentos provocam cinco mortes na Caxemira Folha Online 18 ago 2005 lt www1 folha uol com br folha mundo ult94u86643 shtm gt Acesso em 3 ago 2006 Aviao americano bombardeia pr dio em Bagd e mata 7 Folha Online 3 jan 2006 lt www1 folha uol com br folha mundo ult94u91170 shtml gt Acesso em 3 ago 2006 Farc atacam povoado e explodem oito po os de petr leo na Col mbia Folha Online 2 jan 2006 lt www1 folha uol com br folha mundo ult94u91114 shtml gt Acesso em 3 ago 2006 Soldados russos ca am rebeldes na Chech nia Folha Online 9 mar 2002 lt www1 folha uol com br folha reuters ult112u12958 shtml gt Acesso em 3 ago 2006 Haitianos atacam tanque da ONU na fronteira com Rep blica Dominicana Folha Online 13 out 2006 lt www1 folha uol com br folha mundo ult94u91506 shtml gt Acesso em 3 ago 2006 Ataque a campo de refugiados deixa 153 mortos no Burundi Folha Online 14 ago 2004 lt www1 folha uo
221. n es quando na verdade a pr pria diagrama o e a sele o das not cias que a comp em revelam muito sobre a ideologia norteadora do peri dico Ao concluir os dois itens que constituem esse primeiro momento da an lise percebemos em suma que ambas as cole es revelam pontos extremamente positivos e tamb m algumas falhas Enquanto a Tempo de Aprender define o g nero de forma vaga e exp e poucas caracter sticas a ele relacionadas a Viver Aprender teoriza sobre a not cia de forma mais consistente e detalhada destacando boa parte de seus aspectos tem ticos estil sticos e composicionais Em contrapartida a primeira trabalha muito bem o jornal impresso enquanto suporte textual e nesse processo prop e uma s rie de atividades que auxiliam a forma o de um bom aluno leitor perspectiva n o adotada pela segunda 3 3 PRATICANDO A TEORIA EXPOSTA SOBRE O G NERO Ap s constatar como as cole es Tempo de Aprender da editora IBEP e Viver Aprender da Global apresentam e caracterizam o g nero not cia al m de conferir o tratamento que ambas dispensam ao jornal impresso enquanto suporte textual focalizamos agora o estudo do desenvolvimento dos quatro eixos norteadores do ensino de lingua portuguesa por parte das obras que as constituem leitura escrita oralidade e an lise lingu stica Como nosso objetivo nesse momento verificar de que maneira os exerc cios propostos contemplam as caracter sticas do g nero ex
222. n meras formas arquitet nicas de orden lo e cada uma delas exigir que o aluno empregue diferentes estrat gias para adequar o texto adaptando o consequentemente ao seu estilo A proposi o de atividades como essa fornece subs dios para o 105 aprimoramento da consci ncia cr tica do aluno em rela o ao g nero aspecto que deve ser trabalhado em sala de aula em todas as reas do conhecimento como preveem as DCE EJA PARAN 2006 pois o modo de ordenar as informa es que comp em o lide revela a influ ncia da subjetividade do jornalista sobre o texto e consequentemente permite a produ o de determinados sentidos para o texto O corpo da not cia segundo o LD a continua o do relato Ele traz informa es mais detalhadas sobre os fatos relatados no lide BAZZONI et al Vol 1 2009a p 44 Apesar de adequada a defini o por si s parece nos pouco ilustrativa j que in meras perspectivas podem ser adotadas ao construir o corpo do texto nesse sentido seria poss vel n o s apresentar um exemplo desse elemento do g nero mas tamb m compar lo ao desenvolvimento de outra not cia sobre o mesmo assunto publicada por um ve culo de comunica o diferente conforme j comentamos no caso da not cia sobre Dorothy Stang Diante dos textos o aluno teria a oportunidade de verificar como s o apresentados os discursos de autoridade a quem ambos os textos recorrem que informa es eles apresentam em
223. nadas ao material did tico utilizado a sua escassa rentabilidade e ao alto custo investido por aluno problemas que culminaram em sua extin o em 1970 Embora tenha funcionado por um curto per odo de tempo a Cruzada ABC contribuiu decisivamente para a viabiliza o do Movimento Brasileiro de Alfabetiza o MOBRAL institu do pela Lei 5 379 de 15 de dezembro de 1967 cujo objetivo era erradicar o analfabetismo em todo o territ rio nacional no per odo de dez anos Ao MOBRAL caberia promover a escolariza o de adultos analfabetos financiando 1 3 de 24 seu custo cooperar com movimentos isolados de iniciativa privada al m de financiar e orientar tecnicamente cursos de nove meses para analfabetos entre 15 e 30 anos Inicialmente o MOBRAL apresentava uma subdivis o o Programa de Alfabetiza o e o Programa de Educa o Integrada PEI que correspondia a uma vers o reduzida do curso de 1 a 4 s rie subsequente alfabetiza o Tempos mais tarde diversos outros programas foram criados pelo movimento em quest o todavia em raz o do endurecimento do regime militar ele come ou a se afastar de sua proposta pedag gica para atender aos objetivos pol ticos dos militares o que gerou grande insatisfa o e p s em d vida n o s sua efic cia mas tamb m os crit rios utilizados na verifica o de aprendizagem e a confiabilidade dos indicadores de alfabetiza o produzidos A cria o da Lei de Diretrizes e Bases da
224. no de 2011 quando o Programa Nacional do Livro Did tico PNLD come ou a contempl la Diante da amplia o dessa pol tica de distribui o de obras did ticas das propostas pedag gicas oficiais que regulamentam a ado o do texto como unidade e dos g neros do discurso como objeto de ensino das especificidades do p blico atendido pela EJA e das novas diretrizes norteadoras desses cursos as quais preconizam que todo o curr culo escolar fundamente se em uma proposta interdisciplinar procuramos verificar de que maneira as duas cole es did ticas indicadas pelo PNLD EJA para o segundo segmento do Ensino Fundamental prop em o estudo do g nero not cia o qual possui grande relev ncia social Como os documentos oficiais preconizam que a interdisciplinaridade seja um eixo articulador do processo ensino aprendizagem e as referidas cole es s o multidisciplinares isto concentram os conte dos de todas as disciplinas de cada s rie em um nico volume nesta pesquisa de natureza qualitativo interpretativa optamos por verificar de que maneira o g nero em quest o abordado n o s no componente curricular de L ngua Portuguesa LP mas tamb m em todos os demais visto que o texto e consequentemente os g neros n o constituem uma exclusividade da rea de LP Para a constitui o de nosso arcabou o te rico baseamo nos nos documentos oficiais que regulamentam o ensino no Brasil em trabalhos que apresentam o hist rico da EJA
225. ns n o as possuem 44 compunham seu C rculo empregaram essa express o com um sentido mais abrangente afirmando que todos os textos que circulam socialmente sejam eles orais ou escritos pertencem a determinado g nero Nesse per odo duas linhas te ricas dominavam o cen rio do pensamento filos fico lingu stico o subjetivismo idealista e o objetivismo abstrato A primeira tend ncia da qual Wilhelm Humboldt e a escola de Vossler s o os mais not rios representantes caracteriza se por atribuir psicologia individual do sujeito todas as leis da cria o lingu stica Nessa perspectiva a l ngua vista como um sistema acabado no sentido da totalidade dos tra os f nicos lexicais e gramaticais que a comp em e como uma atividade ininterrupta materializada sob a forma de atos de fala individuais pois por meio da realiza o lingu stica as formas abstratas da l ngua comuns a todas as enuncia es s o estilisticamente individualizadas a cada nova enuncia o A segunda orienta o do pensamento filos fico lingu stico representada pela Escola de Genebra de Ferdinand de Saussure por sua vez desconsidera a posi o do sujeito falante e elege o sistema lingu stico das formas fon ticas lexicais e gramaticais da l ngua aquelas que se apresentam id nticas em todas as enuncia es como o centro organizador dos fatos da l ngua pois s o elas que garantem a compreens o da palavra por todos os membros da comunidade
226. nterdisciplinares no contexto dessa modalidade de ensino Para realizar atividades em conson ncia com outras reas pode se por exemplo usando um tema como condi es de moradia ler uma adapta o do romance O corti o e confront la com a vers o original de Alu sio de Azevedo Para aprofundar as discuss es pode se colocar a pergunta Por que adoecemos tanto e a partir da abordar os conte dos de forma interdisciplinar Assim em Ci ncias os conte dos seriam por exemplo as condi es de higiene e o saneamento b sico em Geografia as modalidades de habita o e pol ticas p blicas referentes moradia nos grandes centros em Hist ria a concentra o urbana e os processos de migra o do campo para a cidade em L ngua Portuguesa al m do desenvolvimento de aspectos referentes leitura pode ser desenvolvida a elabora o de roteiro de entrevista com moradores de corti os com a finalidade de registrar diversas variantes da l ngua dos moradores relato de experi ncias tanto na forma oral quanto na escrita em Matem tica a partir das entrevistas e ou pesquisas comparadas fazer levantamento de ndices como o IDH ndice de Desenvolvimento Humano junto popula o de corti os BRASIL 2002b p 57 Ao considerarmos as quest es que envolvem a interdisciplinaridade sob a perspectiva adotada pelas DCELP podemos notar que um trabalho que a envolva percorre outros mbitos al m das quest es tem ticas
227. nto que o trabalho com os g neros do discurso se tornar mais significativo medida que o professor seja ele de Portugu s Matem tica Hist ria Geografia Ci ncias Naturais Ingl s ou Artes tenha conhecimento e boa vontade para complementar a proposta sugerida pelos livros que comp em as cole es adaptando os realidade de sua sala de aula Conclu da a pesquisa esperamos que as reflex es por n s desenvolvidas possam de alguma forma auxiliar os professores da Educa o de Jovens e Adultos que desejam formar alunos conscientes capazes de lan ar um olhar cr tico sobre os mais diversos ve culos de comunica o que publicam not cias diariamente Neste momento nos debru amos sobre a materialidade que constitui o material fornecido pelo Estado procurando compreender como o estudo de um g nero em particular proposto nessas 208 obras rec m produzidas que chegaram s escolas no ano de 2011 a partir disso acreditamos que pesquisas futuras possam dedicar se n o s abordagem de outro g nero mas tamb m a investigar como esse material ser transposto na pr tica para as modalidades espec ficas que constituem a EJA REFER NCIAS BAGNO M Dram tica da l ngua portuguesa S o Paulo Edi es Loyola 2001 BAGNO M GAGNE G STUBBS M Eds Lingua materna letramento varia o e ensino S o Paulo Par bola Editorial 2002 BAKHTIN M Os g neros do discurso In Est tica da cria o verb
228. nto sobre o assunto sobre o autor n o se trata de uma atividade de extrair informa o decodificando letra por letra palavra por palavra BRASIL 1998a p 69 Todos os lides propostos para leitura nessa atividade inclusive apesar de terem sido publicados em 2006 abordam assuntos atuais a saber esp cies animais amea adas na Amaz nia um caso de aborto em que a m e foi presa e a morte de uma jovem durante uma cirurgia para implante de silicone nos seios t picos que poderiam suscitar amplas discuss es em sala e no entanto s o abordados superficialmente O aperfei oamento dessa abordagem entretanto depende do professor pois o Manual do Educador n o faz nenhuma refer ncia possibilidade de aprofundar a reflex o sobre esses conte dos O ltimo exerc cio por fim solicita que os alunos levem jornais para a sala de aula recortem representantes dos diversos g neros que podem ser encontrados nesse suporte e montem um painel para ser exposto na classe A busca por esse material 136 certamente de grande valia uma vez que propicia a amplia o dos conhecimentos do educando sobre os textos existentes no interior de um jornal entretanto nesse momento o estudo da not cia j se perdeu sem nem mesmo ter sido conclu do a nosso ver satisfatoriamente O trabalho proposto revela que o incentivo forma o do leitor cr tico embora tenha sido mencionado enfaticamente na abertura do cap tulo destinado ao est
229. nues land takeovers The Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST has io SENSU stepped up its occupation of nonproductive land saying it wants the government to move more quickly on its commitment to agrarian reform While some media and analysts are describing the actions as the end of the honeymoon for President Luiz Inacio Lula da Silva the MST says it is merely continuing its longstanding strategy A greater problem for the Lula administration than the MST land takeovers could be the emergence of paramilitary organizations linked to large ei landowners openly vowing to block MST actions E RI e ci see Tere O E 13 una aD cence eram 2 Ocupa o Ban ambiente Fa 23 nidade 2 ingua Inglesa http www bbc co uk news 193 Brazil landless march for reform More than 1000 landless workers in Brazil are marching to the capital to call wide ranging land reform Their 180 kilometre 112 mile march to Brasilia is in support of plans to settle one million landless families over the next four years It comes as the government is drafting a national land reform programme wich is due to be presented to President Luiz Inacio Lula da Silva The marchers are expected to meet him when they S rgio Lima Folha Imagem arrive on 20 november Texto 3 Jorge Ara jo Folha Imagem A Brazilian court jails a senior police officer for 228 years for his role in the killing of 19 landless peasants
230. o bem explorado pela obra A Cole o Viver Aprender por sua vez oferece apenas uma proposta de produ o textual presente na se o Momento da escrita a qual sugere o seguinte Neste cap tulo voc estudou algumas caracter sticas do g nero not cia Agora aproveite este momento para elaborar uma not cia Re na se com alguns colegas e escreva uma not cia para um jornal mural da escola Cada grupo de alunos ficar respons vel por informar a comunidade escolar sobre acontecimentos do mundo da cidade e do bairro al m de assuntos referentes ao cotidiano escolar Depois que todas as not cias estiverem prontas editadas e revisadas coloquem nas no mural importante troc las frequentemente pois not cias velhas perdem a fun o de informar Pe a a orienta o do professor e bom trabalho BAZZONT et al Vol 1 2009 p 53 Por meio do comando exposto notamos que a atividade sugerida possui uma dimens o mais ampla que a presente no material da IBEP pois prop e se que a turma seja dividida em grupos os quais se responsabilizar o pela produ o de not cias relacionadas n o s comunidade local mas tamb m ao mundo Al m disso sugere se que os textos sejam escritos a partir de fatos reais e n o de situa es fict cias como verificamos na proposta discutida anteriormente o que certamente motiva o processo de escrita Mais uma vez entretanto as condi es de produ o s o expressas parcialmente
231. o Como sabemos entretanto a imprensa sofreu um duro per odo de censura em virtude disso para realizar exerc cios 170 dessa natureza o documento prop e que na medida do poss vel sejam analisados diferentes peri dicos al m de valorizarem se as experi ncias dos alunos que porventura tenham vivenciado acontecimentos marcantes A proposta de trabalho da Cole o Tempo de Aprender encontra se bastante pr xima das referidas sugest es J na obra destinada ao 6 ano 5 s rie essa perspectiva pode ser observada nas quatro refer ncias esfera jornal stica apresentadas pelo livro A primeira delas ocorre no cap tulo 3 Em busca das origens da Unidade I da obra a qual aborda o t pico Identidade O assunto do cap tulo como o pr prio t tulo indica gira em torno de discuss es sobre a origem do ser humano Seu principal objetivo de acordo com a pr pria obra fazer que o aluno compreenda a constru o da identidade como um processo constante e cont nuo o qual se relaciona ao ambiente natural social e cultural em que os indiv duos vivem No decorrer das considera es apresentadas pelo LD afirma se que algumas pesquisas at certo tempo apontavam que o homem havia chegado Am rica h 20 mil anos Logo em seguida por m faz se refer ncia ao estudo de Ni de Guidon arque loga brasileira que afirma ter encontrado restos de carv o de mais de 40 mil anos em S o Raimundo Nonato PI o que invali
232. o PNLD pois embora o Estado pague apenas 1 3 do valor de capa de cada obra a quantidade de livros adquiridos muito grande o que sem d vida gera um percentual consider vel de lucros http www fnde gov br Acesso em 4 abr 2011 10 Ao discutir o assunto Cassiano 2005 lembra um apontamento curioso feito por Hofling 2000 a const ncia na parceria do MEC desde o in cio do PNLD com as editoras tica Brasil IBEP FTD Saraiva Nacional e Scipione as quais ainda se encontram na lista dos fornecedores do Governo Algumas delas como a FDT a tica e a IBEP n o s s o tr s das maiores benefici rias do programa mas tamb m estenderam sua abrang ncia ao PNLD EJA o que demonstra uma grande concentra o de livros no pa s vendidos por poucas editoras 42 Em meados de 2011 o FNDE divulgou tamb m os valores negociados com as editoras que tiveram suas obras inclu das no Guia dos Livros Did ticos referentes ao PNLD EJA Analisando as informa es disponibilizadas em especial o n mero de editoras que tiveram seus t tulos aceitos pelo PNLD EJA verificamos um avan o em rela o ao PNLA enquanto este apresentava apenas cinco editoras aquele apresenta onze visto que al m de obras destinadas alfabetiza o o programa oferece tamb m livros para o primeiro e o segundo segmentos do Ensino Fundamental Das editoras em quest o a IBEP a FTD a Global e a tica s o as que tiveram maior n mero de t tulos a
233. o a 36 esses centros de ensino que ambas n o se enquadram no contexto de muitos cursos de EJA Ap s essa r pida descri o dos materiais did ticos encontrados nos cursos de Educa o de Jovens e Adultos espalhados pelo Brasil podemos notar que um tra o marcante desse tipo de produ o a diversidade de composi es justamente destinada a atender as v rias formas de organiza o da EJA em diferentes munic pios Essa caracter stica como se pode constatar facilmente n o comum nos livros destinados ao ensino regular os quais obedecem a uma padroniza o r gida em virtude do s lido sistema que o ampara o Programa Nacional do Livro Did tico PNLD atualmente estendido Educa o de Jovens e Adultos Essa iniciativa do Estado conforme veremos na pr xima se o ao mesmo tempo em que possibilita um padr o m nimo de qualidade das obras que chegam s escolas funciona como um incentivo amplia o da ind stria da educa o 1 3 PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DID TICO DO PNLD AO PNLD EJA No Brasil os atuais programas de material did tico executados no mbito do Minist rio da Educa o destinados a prover as escolas de Educa o B sica da rede p blica de obras did ticas pedag gicas e liter rias bem como de outros materiais de apoio pr tica educativa possuem como respaldo legal o Decreto n 7 084 de 27 de fevereiro de 2010 Segundo o documento esses programas t m por objetivo melhorar o process
234. o aquecimento global Desse modo verificamos que o fato motivador da not cia est intimamente relacionado ao assunto em foco no momento entretanto ele pouco explorado o material prop e somente tr s atividades a primeira solicita a interpreta o de um trecho do texto questionando o que o autor quis dizer ao afirmar que o clima da terra est muito afetado pela atividade humana e as outras duas de ordem pessoal interrogam como o clima da regi o habitada pelo aluno e se alguma vez o cotidiano dele j mudou em virtude das altera es no clima Na sequ ncia apresentado um texto produzido pelos autores especialmente para compor a obra e deixa se de discutir a not cia o que revela um aproveitamento superficial do g nero Se considerarmos as determina es da PCG EJA BRASIL 2002e p 238 segundo as quais uma possibilidade de trabalho em sala de aula estudar os conte dos geogr ficos tamb m a partir da an lise e interpreta o de uma reportagem ou not cia grifo nosso seria poss vel aperfei oar o trabalho desenvolvido n o s promovendo uma discuss o comparativa a respeito das consequ ncias que as mudan as clim ticas t m provocado em diferentes regi es do mundo mas tamb m fazendo um levantamento das medidas que podem ser adotadas para evitar os desastres anunciados 180 pelo texto que consta no material didatico pratica que ajudaria a explorar um pouco mais o conte do da not cia u
235. o be judged next week Disputed facts The trial is being seen as evidence of President Fernando Henrique Cardoso s willingness to prosecute members of the police force Mr Cardoso policies have come under attack by the Landless Movement Mo vimento dos Sem Terra or MST In March 16 MST members were arrested for occupying the president s family farm MST leaders have threatened to occupy farms across the country They argue that occupying unproductive farms is the only way to push the government to carry out land reform in Brazil where 20 of the population own 90 of farmland The government says it has already given land to half a million families in the last eight years a figure disputed by the MST who say far fewer families have benefited BBC News 16 May 2002 British Broadcasting Corporation Todos os direitos reservados Este artigo foi publicado no site de noticias da BBC Brasil www bbcbrasil com Fragmento Te a Unidade 2 Lingua Inglesa Figura 25 Trechos de noticias sobre o MST Cole o Viver Aprender vol 3 p 106 108 195 O primeiro excerto refere se ao lide de uma not cia intitulada Brazil x 2 24 Movimento dos Sem Terra continues land takeovers O qual relata o fato de que o MST intensificou a ocupa o de terras n o produtivas e exigiu que o governo brasileiro honre seu compromisso com a reforma agr ria Al m disso o trecho menciona que alguns ve culos de comunica o j anuncia
236. o de 1972 Ensino supletivo Bras lia DF 1972 CONSELHO NACIONAL DE EDUCA O C mara de Educa o B sica Parecer CNE CEB n 11 de 10 de maio de 2000 Diretrizes Curriculares para a Educa o de Jovens e Adultos Di rio Oficial da Uni o Bras lia DF 9 jun 2000 Se o le p 15 Dispon vel em http portal mec gov br index php option com_content amp view article amp id 13252 parec er ceb 2000 amp catid 323 orgaos vinculados Acesso em 16 ago 2011 CONSELHO NACIONAL DE EDUCA O C mara de Educa o B sica Parecer CNE CEB n 5 de 7 de maio de 1997 Proposta de Regulamenta o da Lei 9 394 96 Di rio Oficial da Uni o Bras lia DF 7 de maio de 1997 Dispon vel em http portal mec gov br index php option com_content amp view article amp id 13252 parec er ceb 2000 amp catid 323 orgaos vinculados Acesso em 16 ago 2011 CONSELHO NACIONAL DE EDUCA O C mara de Educa o B sica Resolu o CNE CEB n 1 de 5 de julho de 2000 Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o e Jovens e Adultos Dispon vel em http www pedagogiaemfoco pro br lres1_00 htm Acesso em 16 ago 2011 Decreto n 91 542 de 19 de agosto de 1985 Institui o Programa Nacional do Livro Did tico disp e sobre sua execu o e d outras provid ncias Dispon vel em http www abrelivros org br abrelivros 01 index php option com_content amp view articl e amp id 39 decreto no 91542 de 190885 amp catid 20 legislacao amp
237. o de ensino e aprendizagem nas escolas p blicas garantir o padr o de qualidade do material de apoio enviado s institui es de ensino democratizar o acesso s fontes de informa o e cultura incentivar a leitura e a atitude investigativa dos alunos al m de apoiar a atualiza o e o desenvolvimento profissional do professor Cada pol tica de distribui o de material did tico possui regras espec ficas de funcionamento O PNLD particularmente segundo informa es oferecidas no s tio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o FNDE obedece a nove a es de execu o em primeiro lugar ocorre a inscri o das editoras que desejam ter seus t tulos inclusos no programa processo que segue as normas de um edital publicado no Di rio Oficial da Uni o e no s tio do FNDE o qual determina tamb m um prazo para 7 http www fnde gov br Acesso em 15 abr 2011 37 que as empresas detentoras dos direitos autorais apresentem suas obras did ticas Em seguida h o per odo de triagem avalia o das obras inscritas pelas editoras para verificar se elas se enquadram nas exig ncias t cnicas e f sicas do edital Os livros aprovados s o encaminhados Secretaria de Educa o B sica respons vel pela avalia o pedag gica que seleciona especialistas para analisar as obras e em seguida elaborar as resenhas daquelas que foram aprovadas material que comp e o Guia dos Livros Did ticos Na terceira etapa do
238. o de ordenar os elementos fundamentais da not cia p IG REJAS S O ALVOS DE PERGUNTA TE SE Cpe eae ne erp ud LADR ES EM S O PAULO Ep Esses elementos n o est o na abertura dessa not cia Eles aparecem s no 2 Q k par grafo 2 informa o da not cia uem fez o qu ait i 5 q Os religiosos da igreja de S o Judas Tadeu no Jabaquara zona sul constata ram que pela terceira vez em dois meses tinham sido assaltados 12 informa o da not cia Bastou a ltima missa do domingo da semana pas Guarida sada terminar Onde 32 ifanaa o da not cia Igreja de S o Judas Tadeu no Buena p sul a ae 42 informa o da not cia O ladr o furtou o cofre onde estavam as oferendas do dia Por qu Essa P ee dada E Figura 8 Quadro sobre ordena o das informa es no lide Cole o Viver Aprender vol 1 p 48 109 De acordo como conte do desse quadro o fato relatado diz respeito ao assalto ocorrido na igreja S o Judas Tadeu pois ele constitui o foco de constru o do lide o qual como mostra o pr prio quadro n o se materializa no primeiro par grafo mas no segundo o que pode ser um tra o do estilo do redator ou influ ncia do suporte textual conforme j comentamos Entretanto um detalhe desse quadro chama aten o a elei o de um assalto espec fico como fato principal da not cia Ora caso esse acontecimento fosse mesmo
239. o de seu objetivo ou seja apresentar um resumo das informa es principais que constituem a not cia instigando o leitor a procurar o texto na ntegra Nesse caso como o material se encontra na primeira p gina do jornal h a indica o da p gina interna em que o texto completo pode ser encontrado Pg C3 o que revela uma nova caracter stica desse suporte e consequentemente uma nomenclatura espec fica esse lide na verdade constitui uma chamada contextualiza o n o contemplada pela obra Todas as constata es propostas nesse momento s o desenvolvidas a partir do conhecimento de mundo e do exerc cio cr tico do aluno somente depois de conclu do esse trabalho individual o material prop e que o professor apresente uma teoria consistente sobre as fun es desses tr s elementos tarefa que ter de ser ampliada pois 118 n o s o mencionados outros componentes t picos do universo jornal stico como o caso dos infogr ficos e dos cr ditos das imagens As considera es a respeito do sensacionalismo que marca alguns jornais s o retomadas logo na sequ ncia A se o Trocando ideias tem in cio questionando se os peri dicos escolhem intencionalmente como noticiar os fatos e se abord los de forma tr gica costuma atrair o p blico leitor Para melhor compreender como isso ocorre o material exp e uma nova reprodu o de outra primeira p gina do jornal O Dia publicada em 2 de fevereiro de 2005 a qual traz
240. o especial com os textos liter rios os quais manifestam o estilo de quem os escreveu Os g neros menos suscet veis a essa express o da individualidade por outro lado s o aqueles que nas situa es cotidianas requerem uma forma padronizada tal qual ocorre com documentos oficiais com as cartas comerciais ordens militares notas de servi o etc Isso significa que quanto mais formal for o g nero menos o estilo individual tende a ficar em evid ncia Para Brait 2007 o estilo o produto da intera o entre locutor interlocutor e o tema do enunciado que se materializa em escolhas lingu sticas espec ficas feitas pelo enunciador respeitando as particularidades t picas do g nero e de sua esfera Sob essa perspectiva ele visto como o modo de o autor do texto realizar seu projeto de discurso respeitando o conte do abordado delimitado em fun o da esfera em que o texto circula o destinat rio e tamb m as formas de composi o do g nero as quais se materializam a partir do tema e do estilo que lhe s o t picos A constru o composicional por fim constitui a forma de g nero na qual a inten o discursiva do falante se aplica e adapta n s moldamos o nosso discurso por determinadas formas de g nero s vezes padronizadas e estereotipadas s vezes mais flex veis pl sticas e criativas BAKHTIN 2003 p 282 Todo falante aprende a adaptar seu discurso a determinada estrutura composicional e quando ouve o di
241. o geral a partir do qual se desenvolvem os conte dos dos componentes curriculares os quais se dividem em dois ou quatro cap tulos dependendo da quantidade de conte do a ser trabalhado O primeiro volume destinado ao 6 ano 5 s rie aborda o t pico Contextos de vida e trabalho o segundo voltado para o 7 ano 6 s rie Por uma vida melhor o terceiro preparado para o 8 ano 7 s rie Mundo em constru o e o quarto idealizado para o 9 ano 8 s rie Identidades Esses assuntos vale destacar est o intimamente relacionados ao p blico atendido pela EJA constitu do por jovens e adultos que normalmente j est o inseridos no mercado de trabalho mas retomam os estudos para melhorar suas condi es de vida Uma parcela significativa desses alunos possui experi ncias de vida diferentes da apresentada pelos estudantes que frequentam o ensino regular e em virtude disso caracterizada por uma identidade espec fica que exige igualmente um tratamento particular no mbito dos conte dos e das estrat gias de ensino A segmenta o interna dos cap tulos de ambas as cole es tamb m apresenta algumas diferen as A Tempo de Aprender possui alguns itens comuns a todas as disciplinas s o eles Pra come o de conversa o qual apresenta situa es problema relacionadas ao t pico que ser trabalhado naquelas p ginas Desvendando o tema que propicia um momento de leitura de determinado texto visando pro
242. o hist rico etc o nico aspecto ressaltado o assunto do texto Por outro lado pode se observar que as not cias s s o incorporadas ao material did tico em virtude de funcionarem como um registro ver dico de fatos cotidianos aspecto t pico do tema do 185 g nero que se encontra intimamente relacionado ao seu contexto de produ o e circula o conforme afirma Bakhtin 2003 Essa proposta de abordagem tamb m recorrente na Cole o Viver Aprender que faz uso da not cia em dois momentos no componente curricular de Geografia O primeiro deles aparece no segundo cap tulo da disciplina incluso na obra destinada ao 8 ano 7 s rie o qual tem por objetivo fazer um levantamento dos principais movimentos sociais ocorridos no Brasil desde a Primeira Rep blica at os dias atuais Ap s discorrer sobre os principais acontecimentos relacionados ao assunto o material disponibiliza esta not cia F rum Social termina com agenda de mobiliza es Na tentativa de combater a principal cr tica que sofre desde sua cria o em 2001 a de ser pouco resolutivo o F rum Social Mundial terminou com uma as sembleia das assembleias que definiu uma agenda de mobiliza es para 2009 Como a organiza o do evento tem em sua carta de princ pios a decis o de n o adotar posi es oficiais para n o for ar um consenso a assembleia final ou viu movimentos sociais e outras entidades Os protestos serviriam para ma
243. o leitor na medida em que o redator ao realizar seu projeto de discurso opta por escolhas lingu sticas que prejudicam o efeito de objetividade do texto A constru o da personagem alvo do crime uma mulher religiosa de 73 anos isto idosa possivelmente debilitada em virtude da idade que desenvolvia um trabalho mission rio em uma regi o do pa s onde as leis n o s o respeitadas como deviam op e se forma violenta como ela foi assassinada marcada pela express o a sangue frio presente no subt tulo criando um sentimento de revolta no interlocutor ou seja ao mesmo tempo em que oferece a informa o a not cia produz uma queixa relacionada ao acontecimento A inquieta o que emerge no leitor acentuada em virtude de algumas escolhas lexicais encontradas no texto as quais fazem parte da constru o de seu estilo de linguagem como aponta Bakhtin 2003 Ao contr rio do que recomendam os manuais de reda o jornal stica o t tulo da not cia n o deixa claro o que aconteceu mas faz uma refer ncia de ordem subjetiva ao crime o assassinato s mencionado claramente no subt tulo Para sensibilizar ainda mais o leitor o texto apresenta express es como irm Dorothy como era conhecida a qual permite inferir que a mission ria possu a la os de afetividade com aqueles que estavam a sua volta 86 At mesmo a situa o em que ocorreu o crime quando seguia para o Projeto de Desenvolvimento Su
244. o mais comum no contexto da EJA a de material did tico que corresponde segundo Mello 2010 a todo artefato utilizado para fins educativos seja ele um caderno de atividades jogos material de udio e v deo cartazes livros de leitura encartes apostilados textos impressos ou xerocados produzidos por editoras Secretarias de Educa o organiza es n o governamentais ONGs profissionais envolvidos com a EJA ou at mesmo pelos alunos que frequentam esses cursos Assim como a pr pria EJA reconhecida por seu car ter plural a produ o de material did tico voltado a essa modalidade educacional caracteriza se por uma grande variedade de suportes e formatos tendo em vista as especificidades do p blico atendido por esses cursos acelerados Bentes 2011 ao relatar sua experi ncia de elabora o de um LD para a EJA revela que enfrentou dificuldades pois havia internalizado uma estrutura t pica de LDs destinados ao ensino regular isto aqueles usados como apoio em um trabalho coletivo realidade que nem sempre acontece na Educa o de Jovens e Adultos Quando aceitei a proposta de elaborar um livro did tico de linguagem para o programa de Educa o de Jovens e Adultos EJA acreditava que as principais tarefas seriam as de selecionar os textos construir uma justificativa para essa sele o e elaborar atividades significativas de leitura e de produ o de textos No entanto os livros fariam parte de uma cole
245. o no material da IBEP adotada no componente curricular de Geografia da Cole o Viver Aprender como ponto de partida para reflex es a respeito de assuntos atuais e ver dicos aspectos t picos do g nero em quest o intimamente relacionados a seu tema Essa atitude sem d vida se aproxima de uma das propostas dos PCN dessa disciplina BRASIL 1998c que aprofundar o estudo de seus conte dos fazendo uso de diversos tipos de materiais como o caso de textos liter rios e jornal sticos No entanto a abordagem proposta pelas obras como vimos limita se a propor discuss es superficiais muitas vezes circunscritas apenas s experi ncias pessoais dos alunos sem promover reflex es mais elaboradas que de fato ajudem a aprofundar o estudo dos conte dos da rea de Geografia 4 5 CI NCIAS NATURAIS Os alunos que frequentam a EJA possuem perfis variados podem tanto ser adultos que retomam ou iniciam os estudos tardiamente quanto jovens que por algum motivo n o conseguem concluir a Educa o B sica e decidem retornar escola ainda na juventude para finalizar essa etapa do ensino Em ambos os casos muitos dos conte dos abordados no estudo das Ci ncias Naturais j fazem parte do cotidiano desses alunos embora n o sejam fundamentados por teorias s lidas Sob essa perspectiva uma das propostas dos documentos oficiais que regulamentam o ensino dessa disciplina diz respeito articula o desse conhecimento pr vio ao con
246. o papel produz sentidos capazes de revelar o posicionamento ideol gico do jornal A diagrama o da not cia sob essa perspectiva n o feita de modo aleat rio Seu tamanho localiza o presen a ou n o de fotografia e infogr ficos constituem elementos que conduzem o leitor a estabelecer determinadas rela es de sentido Diante de tais considera es ineg vel que a forma arquitet nica selecionada por cada jornal possui estreita rela o com seu estilo e com a import ncia que se confere a determinados assuntos tra os capazes de revelar op es ideol gicas dos peri dicos e que portanto devem ser trabalhados na escola uma vez que um de seus pap is conforme destacam as propostas pedag gicas oficiais estimular a forma o de um leitor cr tico 74 Ap s refletir sobre os aspectos tem ticos estil sticos e composicionais da not cia luz da teoria bakhtiniana podemos concluir que isoladamente nenhum desses componentes capaz de determinar o g nero isso s ocorre medida que consideramos as rela es estabelecidas entre os referidos elementos os quais refletem as finalidades da esfera jornal stica ou seja fazer circular peri dica e amplamente as informa es conhecimentos e pontos de vista da atualidade e de interesse p blico A partir disso passamos no pr ximo cap tulo a verificar o modo como o g nero not cia e as suas particularidades s o abordadas nas duas cole es did ticas indicad
247. o perten a ao g nero em quest o A quinta atividade por sua vez revela se intrigante ao perguntar Das igrejas consultadas para a reportagem qual a porcentagem das que foram roubadas BAZZONI et al Vol 1 2009a p 42 Nota se que o exerc cio faz uso da palavra reportagem e n o not cia o que gera uma ambiguidade esse voc bulo pode estar sendo 99 compreendido como o processo de constru o da not cia ou fazendo refer ncia ao texto como reportagem enquanto g nero do discurso Os demais exerc cios resumem se a quest es de compreens o as quais solicitam a identifica o dos recursos que os padres t m usado para se defender do modo como os ladr es roubam moedinhas do que fazem com os p ra raios roubados etc Uma dessas atividades inclusive apresenta um quadro para ser completado com o nome de todas as igrejas citadas na not cia o bairro onde elas se localizam e o objeto que foi roubado ou seja todas as respostas s o facilmente encontradas no material de apoio certo que as propostas pedag gicas oficiais para a EJA recomendam que as atividades desenvolvidas em sala de aula sejam adaptadas s especificidades desse p blico produzidas em linguagem acess vel mas isso certamente n o significa propor exerc cios cuja resolu o dispense o uso de reflex o cr tica Diante do conte do do texto algumas quest es que estimulassem uma pr tica reflexiva mais profunda poderiam ser formuladas como o caso
248. o que motivou a publica o do texto ele seria mencionado no t tulo de forma expl cita e espec fica uma vez que conforme o pr prio livro o t tulo anuncia o assunto que ser tratado na not cia Assim sendo em vez de Igrejas s o alvos de ladr es em S o Paulo ter se ia algo pr ximo de Igreja alvo de ladr es em S o Paulo o subt tulo seguindo a mesma linha de racioc nio traria informa es relacionadas a esse assalto em vez de citar o estudo que constatou a situa o geral da capital paulista Mencionamos em outro momento que o fato motivador da not cia parecia ser a pesquisa realizada pela Folha com 20 par quias paulistanas uma vez que essa informa o veiculada no subt tulo e o desenvolvimento do texto n o focaliza apenas um caso isolado mas trata das v rias igrejas que participaram do estudo e sofreram a a o dos bandidos Sob essa perspectiva a resposta aos questionamentos b sicos que constituem o lide apresentada pelo material est inadequada Entendendo a pesquisa como acontecimento principal da publica o ter amos o qu uma pesquisa realizada pela Folha com quem par quias paulistanas quando na semana passada onde em S o Paulo como e por qu s o perguntas n o respondidas explicitamente mas que podem ter suas respostas inferidas tudo aconteceu por meio de uma pesquisa que n o teve sua metodologia apresentada a qual foi motivada em virtude da necessidade de constatar se a viol
249. o redator isto prejudica o efeito de objetividade constru do tamb m por meio de escolhas lexicais espec ficas Na sequ ncia das explica es consta um exerc cio relacionado ao tempo verbal utilizado no t tulo Nesse momento ao contr rio do observado na exposi o anterior referente a esse elemento da composi o do g nero destaca se que empregado o tempo presente em virtude do car ter de atualidade que ele confere ao t tulo embora o fato j tenha acontecido Para exemplificar essa caracter stica recupera se o t tulo da not cia que abre o cap tulo Igrejas s o alvos de ladr es em S o Paulo coloca se o verbo ser no passado e pede se que o aluno explique qual a diferen a de sentido existente entre ambos Para finalizar exposto um coment rio sobre as fun es do uso do tempo presente isto expressar fatos que ocorrem com frequ ncia aproximar do momento atual algo que ocorreu h muito tempo al m de atuar em defini es e descri es As considera es sobre o t tulo do g nero s o complementadas por algumas sugest es presentes no Manual do Educador as quais se referem busca de outros t tulos de not cias para verificar a recorr ncia desse tra o uma proposta que estimula o 108 aluno a folhear o jornal prestando aten o em suas diferentes se es para analisar os t tulos nelas presentes Adotando essa mesma perspectiva o material comenta tamb m sobre o tempo passado pr
250. odem ser desenvolvidas tendo em vista a rica materialidade sobre a qual nos debru amos as duas cole es did ticas indicadas pelo primeiro PNLD EJA para o segundo segmento do Ensino Fundamental obras multidisciplinares que seguem tamb m a perspectiva de um projeto pedag gico interdisciplinar Esse material vale lembrar foi elaborado e distribu do para todo o Brasil o que implicou um grande investimento por parte do Estado com o intuito de contribuir com o trabalho dos profissionais que atuam nessa modalidade educacional os quais em boa parte do pa s at a implanta o dessa pol tica governamental faziam uso de apostilas e materiais produzidos por eles mesmos em suas aulas Adotando como suporte as Diretrizes da Educa o de Jovens e Adultos a teoria dos g neros do discurso e uma bibliografia sobre a not cia nos propusemos verificar como o g nero em quest o abordado em todos os componentes curriculares presentes nas obras que constituem essas cole es pois o texto e consequentemente os g neros n o constituem um material de trabalho exclusivo da rea de L ngua Portuguesa Nesse sentido ambos caracterizam se por apresentar uma natureza tipicamente interdisciplinar Nesse contexto procuramos verificar especificamente a se a abordagem proposta pelo componente curricular de LP permite a instrumentaliza o necess ria para que o aluno se torne leitor cr tico desse g nero b se o estudo da not cia favorec
251. ofert rio no meio de uma missa na par quia Imaculada Concei o na Bela Vista centro Tamb m em 2005 ladr es levaram microfones e pedestais da Nossa Senhora do Ros rio na Pompeia zona oeste No m s passado assaltantes furta ram o cofre do grupo de ora es na igreja de Santa Cec lia no centro m para pegar moedinha Ladr o p de chinelo tamb m n o falta contam os p rocos Para roubar as moedinhas dos ofert rios os assaltantes usam m s ou bolinhas de piche e as sim atraem o dinheiro para evitar esse tipo de furto que a Sagrado Cora o de Jesus no Morumbi zona oeste assaltada em 2005 decidiu depositar no banco o dinheiro das oferendas logo ap s as missas Seguran a maior por m est na instala o de c meras nas igrejas Das 20 pa r quias consultadas seis j t m o sistema e muitas estudam a instala o Depois de sofrermos v rios roubos decidimos no come o do ano que era me lhor gastar dinheiro com as c meras e colocar o cofre no seguro conta Eug nio Jo o Mezzomo padre da igreja do Calv rio em Pinheiros zona oeste Sempre somos assaltados na poca da quermesse desta vez s tivemos pequenos furtos A manuten o do sistema custa cerca de R 900 por m s As par quias que n o podem colocar c meras contratam seguran as Das 20 con sultadas 13 t m vigias Mas na igreja da Cruz Torta tamb m em Pinheiros o que espanta os ladr es s o os nove cachorros do p
252. oisa t o banal de que ningu m se lembra a vida Maio 1951 BRAGA Rubem A borboleta amarela S o Paulo Record 1995 SILVA C O et al Educa o de Jovens e Adultos segundo segmento do ensino fundamental Cole o Tempo de Aprender Vol 2 2 ed S o Paulo IBEP 2009a Cole o Integrada EJA p 65 66 130 Ap s a exposi o do texto seguem se duas se es de atividades A primeira apresenta sete exerc cios mas somente dois focalizam o g nero not cia S o eles 5 Que g nero de texto jornal stico voc identifica dentro da cr nica 7 As not cias que est o dentro da cr nica respondem s perguntas b sicas O Qu Quem Quando Onde Como que geralmente s o respondidas em textos como esse SILVA et al Vol 2 2009a p 67 A segunda se o composta apenas por duas quest es aborda o g nero seguindo a perspectiva do leitor 1 Qual a sua opini o a respeito da fala dessa personagem do texto Voc acredita nisso que os jornais dizem Ser o mundo assim uma bola confusa onde acontecem unicamente desastres e desgra as 2 Voc acha que n s nos acostumamos a esse tipo de not cia de jornal E dever amos nos acostumar a isso Por qu SILVA et al Vol 2 2009a p 67 Como j se deparou com textos jornal sticos em momentos anteriores o aluno certamente n o ter dificuldades em resolver o quinto exerc cio da primeira se o e caso n o consiga a atividade se
253. ol 2 p 35 A noticia coletada do sitio do Greenpeace ao ser retirada de sua esfera de circula o original e transportada para o LD foi reduzida ao lide o segundo elemento de sua constru o composicional respons vel por resumir as informa es essenciais do fato relatado Consultando o endere o eletr nico indicado pela obra encontramos o texto completo que aborda alguns coment rios da ent o ministra do Meio Ambiente Marina Silva sobre o caso uma breve descri o da trajet ria da v tima em defesa dos trabalhadores rurais da regi o Transamaz nica al m de outras considera es de ordem secund ria Ap s a apresenta o do texto seguem se sete exerc cios que procuram promover o primeiro contato do leitor com a not cia Nesse momento pergunta se de modo e 1 especial qual seu assunto a quem se refere a manchete 8 qual a rela o estabelecida entre as duas mortes mencionadas no corpo do texto se a not cia anuncia somente a morte da mission ria ou tenta chamar a aten o do leitor para um problema mais amplo e se as pessoas devem procurar multiplicar a voz de quem defende o meio ambiente Como podemos observar o trabalho de an lise da not cia feito de maneira superficial Levando se em considera o que essa a primeira ocorr ncia do g nero no material talvez seja compreens vel que um estudo detalhado do texto n o ocorra pois o objetivo simplesmente promover o contato inicial do
254. olega Pedro Am ncio de Ara jo residente no mesmo endere o Ambos entregaram se a fartas liba es alco licas e j se dispunham a deixar o botequim quando apareceu Joca de tal de resid ncia ignorada antigo conhecido dos dois pedreiros e que tamb m estava visivelmente alcoolizado Dirigindo se aos dois amigos Joca manifestou desejo de sentar se mesa no que foi atendido Passou ent o a pedir rodadas de conhaque sendo servido pelo empregado do botequim Joaquim Nunes Depois de v rias rodadas Joca declarou que pagaria toda a despesa Ananias e Pedro protestaram alegando que eles j estavam na mesa antes Joca entretanto insistiu seguindo se uma disputa entre os tr s homens que terminou com a interven o do referido empregado que aceitou a nota que Joca lhe estendia No momento em que trouxe o troco o gar om recebeu uma boa gorjeta pelo que ficou content ssimo o mesmo acontecendo aos tr s amigos que se retiraram do bar alegremente cantarolando sambas Reina a maior paz no sub rbio do Encantado e a noite foi bastante fresca tendo Dona Maria sogra do comerci rio Adalberto Ferreira residente rua Benedito 14 senhora que sempre foi muito friorenta chegado a puxar o cobertor tendo depois sonhado que seu netinho lhe oferecia um peda o de goiabada E meu amigo Se um rep rter redigir essas duas notas e lev las a um secret rio de reda o ser chamado de louco Porque os jornais noticiam tudo tudo menos uma c
255. onados e outro que n o os atende seria poss vel inclusive mostrar como ficariam os t tulos usados como exemplos desobedecendo s regras dos manuais de reda o jornal stica Essa pr tica traria como resultado algo pr ximo de Uma adolescente ganhou revolucion rio implante antigravidez na maravilhosa cidade de Porto Alegre O desmatamento prejudicou muito a biodiversidade na extensa Amaz nia Nas considera es referentes ao lide afirma se que ele constitui a abertura da not cia a qual apresenta resumidamente os fatos que ser o detalhados no decorrer do texto isto quem fez o qu e quando como onde e por qu embora isso n o aconte a na not cia apresentada no in cio do cap tulo o que revela um impasse entre teoria e pr tica Na sequ ncia o material destaca que os itens referidos n o precisam ser dispostos na not cia na ordem em que foram citados por m falta uma problematiza o mais enf tica sobre esse tra o o qual de uma forma ou de outra envolve a quest o da influ ncia da subjetividade do redator sobre o texto Afinal a op o por mostrar em primeiro lugar qualquer um desses aspectos demonstra que o jornalista fez uma sele o dos dados que julga serem priorit rios ou seja p s em pr tica determinada forma arquitet nica imprimindo seu estilo individual ao texto Ao contr rio do ocorrido anteriormente durante a exposi o referente ao t tulo o livro n o apresenta nenhum exemplo de
256. onais s o desconsiderados Para que essa situa o fosse alterada seria necess rio produzir alguma not cia relacionada comunidade local e public la por exemplo no jornal da escola caso ela disponha de um ou at mesmo exp la em um mural O processo de reescrita por sua vez mencionado no comando apenas no trecho que solicita a revis o da not cia antes de pass la a limpo Revise o texto e a 141 pontua o antes de pass lo a limpo n o h orienta es sobre como proceder nesse momento o foco da revis o nesse caso recai apenas sobre os aspectos formais do texto ortografia pontua o normas gramaticais Sendo assim cabe ao professor eleger os m todos de sua prefer ncia para realizar essa etapa da atividade de acordo com o que prop em os documentos oficiais que requerem n o s uma higieniza o do texto mas tamb m um olhar sobre aspectos como adequa o de linguagem ao interlocutor ao objetivo proposto esfera de circula o do g nero etc Caso o texto tivesse uma finalidade real a confec o da not cia ultrapassaria os limites da reda o manual e exigiria um trabalho centrado em sua edi o para que ela fosse formatada de acordo com a diagrama o espec fica de um jornal o que aproximaria o exerc cio da pr tica corrente na esfera de circula o original desse g nero Diante de tais constata es podemos notar que o processo constitu do de planejamento escrita e revis o n
257. onceitos bem como a perceber a dist ncia existente entre o fato ocorrido e a vers o que a imprensa leva ao leitor FARIA 2003 A op o pelo g nero not cia dentre os muitos que podem ser encontrados no jornal foi motivada primeiramente em virtude de nosso contato inicial com o material did tico em quest o ter revelado que esse g nero frequentemente adotado como unidade de estudo n o s na rea de LP mas tamb m em outros componentes curriculares o que confirma a princ pio a proposta interdisciplinar que guia as obras Em segundo lugar enquanto mat ria prima do jornalismo a not cia possui grande relev ncia social dado todo o cr dito atribu do imprensa principalmente a escrita uma vez que esse tipo de m dia funciona como formadora de opini o Por fim n o podemos deixar de considerar que uma das recomenda es das diretrizes para a EJA que esses cursos preparem o aluno para o ingresso no ensino superior passagem que se efetua por meio do concurso vestibular o qual tem contemplado in meros g neros na prova de reda o inclusive a not cia como ocorre atualmente no processo seletivo da Universidade Estadual de Maring UEM e da Universidade Estadual de Ponta Grossa UEPG O interesse por esse corpus de pesquisa por sua vez surgiu da constata o de que enquanto no ensino regular a presen a de livros did ticos das grandes editoras circulando nas salas de aula bastante comum uma vez que o PNLD dist
258. ontexto de intera o comunicativa Para isso o professor que desenvolve suas atividades profissionais nessa modalidade educacional deve selecionar os g neros cujo dom nio fundamental efetiva participa o social e em sala de aula articular os eixos que constituem a pr tica de LP de maneira coerente com o g nero objeto de ensino Ap s tecer essas considera es b sicas sobre os estudos a respeito dos g neros do discurso realizados pelo C rculo de Bakhtin e sobre as determina es de alguns documentos oficiais que regulamentam a ado o do texto como unidade e dos g neros como objeto de ensino nas aulas de l ngua portuguesa passamos agora a abordar algumas quest es referentes ao estudo da esfera jornal stica e do g nero not cia em especial uma vez que ele o foco desta pesquisa 2 2 A ESFERA JORNAL STICA Todo e qualquer g nero do discurso como propunha Bakhtin 2003 reflete por seu conte do estilo de linguagem e constru o composicional as especificidades de sua esfera de circula o que segundo Sobral 2009 diz respeito a espa os ou regi es da sociedade em que os sujeitos se relacionam e n o s em termos de linguagem As esferas da atividade humana v o desde a intimidade do ambiente familiar at o formalismo t pico do Estado passando por campos espec ficos como a ci ncia a religi o a imprensa a publicidade a economia etc Por sua natureza elas oferecem elementos indispens ve
259. orma de organiza o por m n o h especifica es claras sobre o estilo de linguagem que se deve usar nem sobre o objetivo da proposta Outro detalhe digno de nota refere se ao fato de que n o h ao longo de toda a atividade um esclarecimento a respeito do qu consiste um debate isto n o se define o g nero nem se sugere que a turma assista a algum debate antes de produzir um Quando se trata da produ o de textos escritos o comum que seja apresentado um conceito e v rios modelos do g nero antes de submeter o aluno a uma situa o de produ o entretanto quando o exerc cio est voltado para os g neros orais fica a impress o de que basta dizer como tudo funciona e o aluno ser capaz de produzi los sem qualquer dificuldade A Cole o Viver Aprender por sua vez opta por estimular a pr tica da oralidade de uma maneira mais simples Na se o Preparar para falar sugere se 147 Imagine que voc um locutor apresentador de jornal do r dio ou da TV e narre uma not cia para o ouvinte telespectador Procure usar o padr o culto da l ngua evitando g rias e pronunciando as palavras com clareza No caderno fa a anota es sobre o texto que voc vai falar Ensaie sua apresenta o No seu momento fique com as anota es em m os para o caso de esquecer alguma informa o BAZZONT et al Vol 1 2009a p 51 A atividade prop e que o aluno coloque se no lugar de um locutor ou apresentado
260. orpo do texto e a valoriza o da internet enquanto suporte textual em virtude das dificuldades de localizar textos sobre conte dos espec ficos em peri dicos impressos O uso do material mant m tamb m a postura adotada pela Cole o Tempo de Aprender o desenvolvimento de quest es de compreens o do conte do da not cia as quais possuem respostas evidentes no corpo do texto sem muita preocupa o em explorar exerc cios de ordem pessoal como vinha sendo feito at ent o dos cinco exerc cios sugeridos apenas um problematiza a import ncia da realiza o de eventos como o F rum Social Mundial Sob essa perspectiva o texto sobre a conclus o do FSM e as decis es tomadas durante sua realiza o parece funcionar como um registro da hist ria estabelecendo rela o entre os movimentos sociais ocorridos ao longo do per odo republicano e aqueles que acontecem atualmente como destaca o pr prio Manual do Educador da obra A segunda e ltima ocorr ncia do g nero por sua vez ocorre no cap tulo 4 do mesmo volume intitulado Um mundo de Estados nacionais destinado discuss o da organiza o dos pa ses e das rela es pol tico econ micas que eles estabelecem entre si formando por vezes alguns blocos econ micos A not cia nesse caso emerge na ltima atividade do cap tulo a qual oferece um lide ou seja um elemento da constru o composicional do g nero acompanhado do t tulo Rachado Mercosul faz reuni o
261. os estudos j na terceira idade e em decorr ncia de sua experi ncia vivenciaram alguns fatos mencionados pelo LD especialmente aqueles que ocorreram em um passado n o muito distante Ao longo do tempo uma s rie de recursos foi adotada como forma de registro dos modos de ser de fazer de viver e de pensar dos homens como o caso das gravuras mapas gr ficos pinturas esculturas filmes fotografias lembran as utens lios ferramentas festas cerim nias rituais interven es na paisagem edifica es etc como lembram os PCN de Hist ria BRASIL 1998b p 84 Entretanto no decorrer do s culo XX ao mesmo tempo em que se expandiam as fontes escritas que exerciam essa fun o ganharam muita credibilidade fato que motivou a ado o das referidas fontes como documento hist rico rico e confi vel Reconhecendo a necessidade de trazer para a escola momentos de debate a respeito de acontecimentos passados que contribu ram para a constru o da sociedade tal qual ela se encontra hoje a PCH EJA recomenda que ao orientar a an lise de documentos dessa natureza o professor procure compreend los dentro de seu contexto de produ o buscando poss veis silenciamentos e ao mesmo tempo desconstruindo vers es definitivas e acabadas do passado um exerc cio que pode ser desenvolvido por exemplo por meio do estudo dos jornais como fonte de informa es hist ricas j que ele funciona como um registro di rio do cotidian
262. os presentes nela permitem que os ndices de viol ncia no Brasil sejam comparados com o estado de guerra de outros pa ses a qual possui uma resposta bastante bvia Al m disso pede se apenas que o aluno explique o significado de algumas palavras do texto e que apresente sugest es para resolver o problema nele citado e a abordagem do material termina por a sem suscitar uma discuss o por exemplo a respeito de quais as poss veis causas dessa situa o ou que papel a m dia exerce ao divulgar esse tipo de informa o ou seja construir uma imagem negativa para o pa s Desse modo podemos notar que as obras analisadas apresentam uma esp cie de desn vel no que diz respeito ao tratamento dos g neros Enquanto as disciplinas de Matem tica e Hist ria incorporam a not cia a seus conte dos t picos com o objetivo de efetivamente auxiliar a compreens o de t picos que lhes s o peculiares em Geografia o g nero abordado de maneira mais tangencial na medida em que funciona como ponto de refer ncia para discuss es superficiais Na sequ ncia do cap tulo s o apresentadas algumas considera es sobre v rios conflitos mundiais que ocorreram e outros que ainda est o em curso assunto resumido em um quadro que exp e onze desses acontecimentos onde eles ocorreram exatamente e quais motivos os suscitaram Logo a seguir o material prop e esta atividade 183 A E 1 Leia as manchetes de reportagens sobre conflitos atuais no
263. ossibilita ao aluno a compreens o dos elementos que permeiam a reda o da not cia conferindo lhe um efeito de objetividade embora ele relate apenas uma vers o do fato ocorrido 2 3 3 Constru o composicional A composi o conforme j especificamos refere se aos tra os da estrutura organizacional que podem ser encontrados em um conjunto de textos pertencentes ao mesmo g nero No entanto de acordo com Sobral 2009 ela flex vel ou nas palavras de Bakhtin 2003 relativamente est vel assim como o tema e o estilo pois cada autor possui um modo particular de ordenar as informa es do texto processo que pode suscitar pequenas mudan as na estrutura do g nero sem que isso o descaracterize 70 As configura es tem ticas e lingu sticas comuns ao g nero not cia que s o intimamente relacionadas aplicam se e adaptam se a uma estrutura relativamente fixa composta por t tulo lide corpo do texto e emprego de tabelas gr ficos e imagens opcional que ao serem dispostos na p gina do jornal constituem sua diagrama o Vejamos com mais detalhes cada um desses elementos O t tulo de uma not cia constitui o primeiro item de sua composi o e faz refer ncia ao aspecto mais importante ou interessante do assunto contemplado no texto ou seja normalmente explicita o que aconteceu Tendo em vista a finalidade do g nero e da esfera em que ele circula Faria amp Zancheta 2002 atribuem lhe pelo menos quatro f
264. ou a ser informativo pois as novas formas de censura reprimiram as manifesta es de posicionamento e o ritmo produtivo da industrializa o da poca transformou a informa o em mercadoria Assim ela tornou se um bem necess rio uma vez que a circula o e o conhecimento dos fatos e opini es adquiriram valor social Nesse contexto citando a obra A tirania da comunica o 1999 de Ign cio Ramonet a autora comenta que a identidade da esfera jornal stica passou a ser concebida a partir da conjuga o de quatro elementos b sicos a informa o a atualidade dos fatos divulgados a periodicidade com que eles eram publicados e a veracidade da informa o Esses aspectos ajudaram a delimitar o objeto de trabalho e consequentemente a fun o social da esfera em quest o Numa s ntese pode se dizer que o objeto da esfera jornal stica se constitui no horizonte de acontecimentos fatos conhecimentos e opini es da atualidade de interesse p blico Nesse contexto sua fun o s cio ideol gica se caracteriza por fazer circular interpretar traduzir peri dica e amplamente as informa es conhecimentos e pontos de vista da atualidade e de interesse p blico atualizando o n vel da informa o da sociedade ou de grupos sociais particulares RODRIGUES 2001 p 81 Entretanto seu leque de fun es se estende a cada dia ela n o se presta mais somente a informar mas tamb m a formar opini es a abrir espa o p
265. passou a distribuir tamb m Atlas Geogr fico dicion rios de LP para uso dos alunos de 1 a 4 s rie bem como livros em Braille para estudantes portadores de defici ncia visual Nos tr s anos que se 39 seguiram a abrang ncia do programa s fez aumentar por m ainda no mbito do Ensino Fundamental Somente em 2003 com a Resolu o FNDE n 38 de 15 de outubro foi implantado o Programa Nacional do Livro Did tico para o Ensino M dio PNLEM que previa a distribui o de obras did ticas para alunos do Ensino M dio p blico de todo o pa s Inicialmente o programa atendia apenas alunos matriculados na 1 s rie dessa etapa da educa o com livros das disciplinas de L ngua Portuguesa e de Matem tica Em 2006 a distribui o das obras referentes a esses componentes curriculares foi universalizada para as tr s s ries do Ensino M dio de todo o pa s em 2007 acrescentaram se os livros de Biologia e em 2008 pela primeira vez foram distribu dos livros de Geografia e de F sica Atualmente al m dos referentes a esses componentes curriculares o programa distribui livros de Hist ria Filosofia Sociologia e L ngua Estrangeira Moderna Ingl s e Espanhol Ao mesmo tempo em que o PNLEM se desenvolvia o PNLD destinado ao Ensino Fundamental n o parou de crescer hoje segundo dados publicados no s tio do FNDE cerca de 120 531 766 alunos matriculados nessa etapa da Educa o B sica s o beneficiados com o programa
266. pel na produ o de sentidos do texto tendo em vista as necessidades de seu ambiente de circula o original uma proposta coerente com a PCLP EJA que afirma Se as pr ticas de linguagem produzem textos refletir a respeito da linguagem necessariamente debru ar se sobre as caracter sticas que esses textos assumem em fun o do g nero a que se filiam BRASIL 2002a p 17 Como se percebe o trabalho sugerido realmente foge ao estudo da teoria gramatical embora se resuma a uma abordagem breve depois dos exerc cios mencionados n o h mais qualquer refer ncia ao assunto passa se a tratar sobre os artigos um problema 151 possivelmente decorrente da supress o de conte dos t pica dos materiais did ticos destinados Educa o de Jovens e Adultos aspecto identificado por Mello 2010 em sua pesquisa O exerc cio seguinte apresenta dois t tulos de not cias Dentista vai justi a contra a falta d gua e Garoto se perde da m e em feira livre aos quais acrescentado em negrito o artigo definido o antes da primeira palavra Solicita se ent o que o aluno observe os t tulos e a partir dos conhecimentos que tem sobre o g nero identifique se o artigo pertence de fato aos t tulos ao que se espera que ele responda n o Para dar continuidade ao processo reflexivo questiona se se o aluno conhece o dentista e o garoto mencionados na esperan a mais uma vez de receber uma resposta nega
267. pel que lhe cabe a forma o do aluno cidad o a escola e especialmente o professor de LP devem promover no educando a conscientiza o de que as escolhas feitas ao produzir determinado texto n o s o aleat rias mas dependem das inten es do locutor dos conhecimentos que acredita que o interlocutor possua sobre o assunto da rela o de afinidade que t m da posi o social e hier rquica que ocupam etc Todos esses fatores determinam a escolha do g nero no qual o discurso se realizar por isso durante as aulas de l ngua portuguesa a no o de g nero constitutiva do texto precisa ser tomada como objeto de ensino o que significa na pr tica articular atividades de leitura escrita oralidade e an lise lingu stica que permitam ao aluno o dom nio de diversos textos que circulam socialmente Como a diversidade de g neros existentes muito grande os PCN recomendam que as situa es escolares de ensino de LP priorizem aqueles que caracterizam os usos p blicos da linguagem isto aqueles que se destinam a interlocutores desconhecidos ausentes no tempo e no espa o e que privilegiem a modalidade escrita da linguagem como o caso da not cia jornal stica impressa Os textos selecionados para estudo nesse sentido devem ser aqueles que por suas caracter sticas e usos possam favorecer a reflex o cr tica e o exerc cio das formas de pensamento mais valorizadas socialmente A repercuss o da proposta pedag gica
268. pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira Inep BRASIL 2003 revelou que a taxa de analfabetismo no Brasil ainda era alta principalmente entre pessoas acima de 50 anos pertencentes s camadas mais carentes da sociedade Das cinco regi es do pa s a Nordeste apontada pelo estudo como a mais problem tica com 26 2 da popula o com 15 anos ou mais sem qualquer conhecimento da leitura e da escrita Um marco importante para a EJA nesse per odo foi a 5 Confer ncia Internacional sobre Educa o de Jovens e Adultos Confintea realizada em julho de 1997 em Hamburgo na Alemanha a qual foi precedida por uma Confer ncia Regional Preparat ria da Am rica Latina e Caribe realizada no Brasil em janeiro do mesmo ano Os principais objetivos da Confer ncia de Hamburgo foram manifestar a import ncia da aprendizagem de jovens e adultos e conceber compromissos regionais numa perspectiva de educa o ao longo da vida que visasse facilitar a participa o de todos no desenvolvimento sustent vel e equitativo al m de construir uma rela o sin rgica entre educa o formal e n o formal Os documentos produzidos na Confintea demonstraram que a EJA deveria seguir novas orienta es em virtude do processo de transforma es socioecon micas e culturais vivenciadas a partir das ltimas d cadas do s culo XX levando em conta que o desenvolvimento das sociedades exige de seus membros
269. plica a teoria bakhtiniana dos g neros do discurso e exp e que a partir do g nero s o realizadas sequ ncias did ticas com atividades de leitura de reflex o sobre a l ngua de oralidade e de produ o textual seguindo os pressupostos dos PCN e dos demais documentos oficiais que regulamentam o ensino na Educa o de Jovens e Adultos Sendo o objetivo maior do trabalho com a l ngua o desenvolvimento da capacidade lingu stica dos alunos buscamos elaborar a obra de forma a propor conte dos e uma sequ ncia did tica de atividades que os levem a se reconhecerem como sujeitos discursivos portanto construtores de sentidos Ao selecionarmos o conte do presente nas unidades procuramos atender ao solicitado nos Par metros Curriculares Nacionais de L ngua Portuguesa aliando o ao nosso conhecimento como educadores atuantes no segmento do Ensino Fundamental SILVA et al Vol 2 2009b p 43 A Cole o Viver Aprender igualmente destaca logo nas primeiras considera es do Manual do Educador que a finalidade do trabalho com a l ngua 81 portuguesa proposto pela obra possibilitar que os alunos adquiram as habilidades necess rias para transitar pelo mundo da escrita da leitura e da oralidade ou seja ensinar o aluno a ser capaz de reconhecer os diversos g neros do discurso orais e escritos que circulam socialmente e a fazer uso adequado deles em diferentes situa es sociais BAZZONI et al Vol 1 2009b p 8
270. postas por cada cole o e investigar se as obras seguem a perspectiva dos documentos oficiais que regulamentam o ensino de LP tal qual afirmam os Manuais do Educador apresentamos antes das an lises um breve resgate das determina es dessas propostas pedag gicas oficiais 3 3 1 Leitura A leitura segundo Soares 2000 p 18 n o um ato solit rio mas exige intera o verbal entre indiv duos e indiv duos socialmente determinados o leitor seu 125 universo seu lugar na estrutura social suas rela es com o mundo e com os outros o autor seu universo seu lugar na estrutura social suas rela es com o mundo e os outros Essa postura partilhada tanto pelos PCN quanto pelas DCELP e pela PCLP EJA que a concebem como um ato dial gico interlocutivo ou seja reconhecem que para efetivamente ler preciso ultrapassar os limites da materialidade do texto e considerar tamb m os elementos referentes ao seu contexto de produ o e circula o Nessa perspectiva o leitor desempenha um papel ativo uma vez que se efetiva como co produtor do texto que l procurando pistas deixadas pelo autor formulando hip teses aceitando ou recusando conclus es e usando seu conhecimento pr vio para preencher as lacunas deixadas pelo texto trata se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude cr tica que leva o aluno a perceber o sujeito presente nos textos e ainda a tomar uma atitude responsiva diante deles PAR
271. processo esse Guia publicado no s tio do FNDE e enviado s escolas cadastradas no censo escolar para que professores e diretores escolham as obras mais adequadas proposta pedag gica da institui o de ensino o que constitui a quarta fase da sele o das obras Nesse momento comum que representantes das editoras respons veis pela edi o dos livros sejam enviados s escolas para apresentar e entregar exemplares aos professores Posteriormente esses profissionais fazem o pedido dos referidos livros did ticos para isso h duas op es de posse de uma senha enviada previamente pelo FNDE os professores podem fazer sua escolha pela internet ou preencher um formul rio impresso remetido pelos correios Depois de compilados os dados dos formul rios impressos e dos pedidos feitos pela internet o FNDE inicia o processo de negocia o com as editoras e como a sele o das obras feita pelos professores esse processo n o passa por licita o p blica Finalizada a negocia o come a a s tima fase do programa a produ o das obras que acompanhada pelo Instituto de Pesquisas Tecnol gicas IPT respons vel por coletar amostras e analisar a qualidade f sica dos livros Nesse momento o FNDE faz um contrato com as editoras informando lhes os quantitativos e localidades de entrega do material A pen ltima fase da execu o do PNLD a distribui o dos livros feita diretamente pelas editoras s escolas por meio d
272. qu aconteceu Com quem Quando Onde Como Por qu tal qual preconizam os manuais de reda o jornal stica Ao apresentar essa informa o por m parece nos que o material cont m um pequeno problema de reda o pois se diz que preciso responder na medida do poss vel s seis perguntas b sicas O trecho sublinhado aparentemente carece de algum complemento para melhor significar por exemplo s seis perguntas b sicas do jornalismo outra op o seria simplesmente dizer responder a seis perguntas b sicas Excluindo o acento da crase o sentido do excerto parece nos menos prejudicado Al m disso para melhor contextualizar a constru o e fun o do lide o material poderia apresentar alguma considera o referente rela o existente entre a estrutura do texto e o papel que ele exerce na sociedade As pessoas em geral leem not cias para se interarem dos fatos que t m ocorrido por m nem sempre h tempo suficiente para ler o texto todo ent o opta se por resumir as informa es b sicas da not cia logo em seu primeiro par grafo Curiosamente a explica o sobre o g nero not cia para por a n o h nenhuma men o ao desenvolvimento do texto momento em que s o apresentadas mais informa es a respeito do fato noticiado e faz se uso de recursos como a cita o da fala de outrem por meio do discurso direto ou indireto para validar os dados veiculados A teoria apresentada encontra se
273. que noticia O jornal quer fatos que sejam not cias que tenham conte do jornal stico Vejamos a hist ria desse crime Durante os tr s primeiros anos o casal viveu imensamente feliz Voc sabia disso O jornal nunca publica uma nota assim Anteontem cerca de 21horas na Rua Arlinda no M ier o sapateiro Augusto Ramos de 28 anos casado com a senhora Deolinda Brito Ramos de 23 anos de idade aproveitou se de um momento em que sua consorte erguia os bra os para segurar uma l mpada para abra la alegremente dando lhe beijos na garganta e na face culminado em um beijo na orelha esquerda Em vista disso a senhora em quest o voltou se para seu marido beijando o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras Meu amor ao que ele retorquiu Deolinda Na manh seguinte Augusto Ramos foi visto saindo de sua resid ncia s 7h45 da manh isto dez minutos mais tarde do que o habitual pois se demorou a pedido de sua esposa para consertar a gaiola de um can rio da terra de propriedade do casal A impress o que a gente tem lendo jornais continuou meu amigo que lar um local destinado principalmente pr tica de uxoric dio E dos bares nem se fala Imagine isto Ontem cerca de 10 horas da noite o indiv duo Ananias Fonseca de 28 anos pedreiro residente Rua Chiquinha sem n mero no Encantado entrou no bar Flor Mineira Rua Cruzeiro 524 em companhia de seu c
274. quentemente o retorno financeiro das empresas que atuam nesse ramo as quais direcionam suas publica es evidentemente a um p blico determinado o que em parte ajuda a selecionar os assuntos e o modo como eles ser o tratados nos limites do tema da not cia Todos os tra os aqui mencionados possuem estreita rela o com as considera es de Cereja 2005 segundo o qual o tema de um g nero depende tamb m dos elementos extra verbais que o constituem como o caso da finalidade do ato enunciativo e do papel desempenhado pelos interlocutores pois j que a fun o da not cia levar a p blico acontecimentos que atraiam a aten o das pessoas faz se necess rio lan ar m o de alguns recursos que agucem a curiosidade do destinat rio do enunciado em rela o ao acontecimento relatado O tema vale ressaltar vai determinar em parte o estilo do texto noticioso como veremos a seguir 63 Quando pensamos nas dimens es ensin veis desse g nero na escola como prop em os PCN conveniente apresentar tais especifica es ao aluno caso contr rio fica a impress o de que qualquer fato pode ser abordado em uma not cia 2 3 2 Estilo de linguagem O estilo de linguagem pode ser definido como o produto da intera o entre locutor interlocutor e o tema do enunciado que se materializa em escolhas lingu sticas feitas pelo enunciador ou seja o modo espec fico de o autor do texto realizar seu projeto de discurso BRATT 20
275. r as id ias por meio de experimenta o e observa o direta BRASIL 2002f p 73 Nesse caso parece evidente que o trabalho com not cias revela se adequado a esse componente curricular pois dois dos tra os t picos do tema desse g nero como vimos s o exatamente a atualidade e o ineditismo ambos imprescind veis divulga o de descobertas cient ficas Embora os documentos em quest o enfatizem tanto a necessidade de recorrer esfera jornal stica enquanto fonte de pesquisa para o estudo do conte do program tico da disciplina em quest o nas oito obras que constituem as duas cole es focalizadas neste trabalho encontramos apenas uma not cia situada no cap tulo 3 Harmonia da vida da Unidade II do terceiro volume da Cole o Tempo de Aprender Isso acontece esclarecemos uma vez que o referido componente curricular opta por trabalhar mais com reportagens em virtude de esse g nero se configurar como um texto de composi o mais longa e detalhada aspectos intr nsecos ao tema do g nero que favorecem a divulga o de descobertas cient ficas O objetivo do cap tulo em que a not cia aparece segundo o Manual do Educador discutir o equil brio e a interdepend ncia existente entre os seres que 189 habitam a Terra mantendo o ambiente est vel Em certo momento entretanto passam se a discutir algumas quest es relacionadas ao desequil brio que tem ocorrido na fauna e na flora brasileiras em decorr
276. r de jornal televisivo e noticie um acontecimento Essa proposta embora seja artificial pode conduzir o aluno a verificar as diferen as existentes entre uma not cia escrita e outra oral ou melhor dizendo oralizada e ao mesmo tempo representa um avan o em rela o proposta da Cole o Tempo de Aprender que abandona a not cia no momento de desenvolver a pr tica da oralidade No entanto o comando apresenta se demasiadamente simpl rio porque para chegar apresenta o necess rio antes passar por um longo processo de planejamento do texto desde a escolha do assunto dos acontecimentos que ser o privilegiados at a compreens o dos elementos que devem ser contemplados em uma apresenta o dessa natureza como o caso da entona o um recurso que pode tanto revelar a imparcialidade quanto a opini o expl cita do locutor da gesticula o da express o facial da posi o corporal etc Assim sendo n o basta fazer anota es sobre o que vai falar mas efetivamente construir o texto da not cia e em seguida adapt lo apresenta o oral excluindo informa es secund rias e ao mesmo tempo inserindo coment rios necess rios intera o locutor interlocutor que n o acontece na m dia impressa Desse modo nesta atividade em espec fico desenvolver a habilidade oral em articula o pr tica da escrita seria produtivo uma vez que conforme comentam as DCELP a compara o entre as estrat gias e
277. r do momento em que suas ideias fundamentaram os Par metros Curriculares Nacionais publicados em 1998 e as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educa o B sica publicadas em 2008 como veremos seguir 2 1 1 G neros do discurso no contexto escolar Na contemporaneidade muitas fun es s o atribu das escola entretanto a que mais se destaca sem d vida a prepara o do aluno para o exerc cio da cidadania No caminho trilhado em busca desse objetivo os conte dos ministrados nas aulas de LP possuem um papel fundamental pois o dom nio da linguagem enquanto atividade discursiva e cognitiva e o dom nio da l ngua enquanto sistema simb lico utilizado por determinada comunidade s o condi es fundamentais para a plena participa o social Os PCN de L ngua Portuguesa para o segundo segmento do Ensino Fundamental BRASIL 1998a reconhecem que os saberes lingu sticos ocupam um lugar de destaque na forma o do aluno cidad o pois todas as suas rela es sociais ocorrem por meio da intera o verbal Em vista disso uma das primeiras orienta es desse documento menciona que cabe escola promover a amplia o dos conhecimentos pr vios do aluno de forma que progressivamente durante os oito anos que constituem o Ensino Fundamental ele se torne capaz de interpretar diferentes textos que circulam socialmente e como cidad o de produzir textos eficazes nas mais variadas situa es 52 Para bem cumprir o pa
278. ra tenha de deixar claros os seis elementos b sicos que constituem o fato o qu quem quando onde como e por que delimitando em parte a forma composicional do g nero dificilmente consegue relat lo mostrando suas diversas perspectivas O que se apresenta na verdade s o vers es parciais da realidade pois o jornalismo n o a reflete fielmente como um espelho mas constitui se num discurso sobre a realidade fundamentado na coleta de dados e informa es oriundas de terceiros isto de pessoas que testemunharam ou que est o averiguando o fato Desse modo podemos observar que embora cada g nero assuma um estilo e um tom considerado aceit vel pelo contexto que possibilita seu surgimento BAKHTIN 2003 a individualidade do sujeito falante em maior ou menor grau acaba se manifestando nos textos A not cia por exemplo mesmo exigindo a manuten o de um efeito de objetividade o que anularia a quest o da individualidade do redator por sua pr pria constru o manifesta o estilo particular de quem a escreve Diante da impossibilidade de ausentar se por completo do texto o redator pode fazer uso de alguns recursos para atender ao que os manuais de reda o recomendam Um deles oriundo do processo de compila o de informa es t pico do contexto de produ o da not cia j que quando o fato motivador do relato acontece o jornalista n o se faz presente diz respeito ao uso de aspas para indicar a transcri o lit
279. ra uma nova circula o a sala de aula e para interlocutores espec ficos os alunos de EJA esse texto cumpre a fun o de promover um momento de leitura reflex o e debate n o s a respeito do g nero discursivo cr nica e sua situa o de enuncia o mas tamb m a respeito do conte do abordado nesse texto Se entretanto tomarmos isoladamente as duas not cias propostas pelo personagem situadas respectivamente no segundo e no quarto par grafo do texto constataremos que suas dimens es constitutivas n o se articulam de acordo com o que prev a esfera original de circula o desse g nero Nos dois casos o que permite ao leitor o reconhecimento da not cia de modo especial a constru o composicional e em parte o estilo de linguagem Em ambos os textos a inten o discursiva do falante se aplica e adapta inicialmente a uma esp cie de lide uma vez que identificado o qu 132 aconteceu quando onde com quem salientando se nome completo idade profiss o e endere o dos envolvidos tal qual comum encontrar em not cias e mais tarde como e por qu o fato aconteceu de modo que os seis elementos b sicos do jornalismo sejam contemplados O estilo de linguagem por sua vez apresenta se heterog neo ora subjetivo ora objetivo Algumas escolhas lexicais e fraseol gicas como o caso de consorte linha 12 fartas liba es alco licas linha 24 na manh seguinte Augusto Ramos foi
280. racter sticas da not cia no que diz respeito a seu tema estilo de linguagem e composi o uma perspectiva decorrente da metodologia empregada na organiza o de cada parte da obra O estudo do g nero vai sendo desenvolvido conforme fragmentos dele s o apresentados vez ou outra 134 momentos nos quais alguns poucos exerc cios levantam alguns de seus tra os b sicos Excetuada a refer ncia forma o do leitor cr tico presente durante a exposi o das primeiras p ginas de jornais impressos o incentivo ao desenvolvimento de um leitor eficiente n o volta a aparecer de forma enf tica limita se ao contr rio abordagem superficial de dois textos que nem bem se enquadram no g nero em quest o embora ressaltamos a leitura da cr nica seja extremamente significativa em virtude de articular dois g neros da mesma esfera de circula o Nesse sentido a continuidade do estudo do g nero n o desenvolve pr ticas totalmente compat veis com as propostas pedag gicas oficiais do ensino de l ngua portuguesa Se retomarmos os exemplos do g nero estudados anteriormente verificaremos inclusive que n o poss vel afirmar com certeza se algum deles apresentado na ntegra Da mesma maneira a aus ncia de mais exemplos protot picos de not cias os quais permitiriam que o aluno se apropriasse das especificidades do g nero e a falta de orienta es ao professor no Manual do Educador sobre como suprir essa car ncia n o nos
281. rafia ganhar mais riqueza e significado se for compartilhado e constru do conjuntamente com outras reas de conhecimento BRASIL 2002e p 231 Na tentativa de incentivar essa pr tica a Proposta Curricular de Geografia para a Educa o de Jovens e Adultos PCG EJA assim como a de Matem tica reserva um espa o espec fico para discutir o papel da leitura e da produ o de textos nessa disciplina Nesse momento afirma se que ao possibilitar aos alunos de EJA o desenvolvimento progressivo do dom nio da l ngua escrita conjuntamente com os conhecimentos da rea o professor estar realizando um trabalho interdisciplinar de 178 apoio ao processo de p s alfabetiza o o qual deve ser desenvolvido e apoiado por educadores de todas as reas Para isso sugere se que o professor procure trabalhar com diversos tipos de materiais como o caso de livros filmes document rios revistas e notici rios das mais diferentes ordens sempre buscando fazer o aluno compreender que os fen menos sociais culturais pol ticos e naturais est o articulados entre si e intimamente relacionados ao espa o geogr fico em que ocorrem Nessa perspectiva de trabalho cabe ao educador durante as aulas analisar as intera es existentes entre a cultura sociedade e a natureza priorizando as rela es sociais e suas condicionantes pol ticas especialmente aquelas que se d o no espa o habitado pelos jovens e adultos que frequentam cursos de EJ
282. rcar posi o e tentar influenciar governos para que optem por alternativas a pol ticas consideradas globalizantes e neoliberais Dentre as a es que devem ocorrer ainda neste ano est o um ato pelo direito das mulheres no dia 8 de mar o uma semana de protestos contra a guerra e o capitalismo entre 28 mar o e 6 de abril e uma a o em defesa do ambiente e dos ndios em 12 de outubro Fora do Brasil tamb m devem ocorrer manifesta es durante o F rum Mundial das guas a ser realizado em Istambul na Turquia e para pressionar pa ses a agir contra as mudan as clim ticas durante a pr xima Confer ncia do Clima da ONU C ndido Grzybowski um dos organizadores do F rum e diretor do Ibase Ins tituto Brasileiro de An lise Social e Econ mica fez uma avalia o do evento que teve 133 mil participantes de 142 pa ses FLOR Ana MAGALH ES Jo o Carlos Folha de S Paulo 02 02 2009 fornecido pela Folhapress Dispon vel em lt http www1 folha uol com br fsp brasil fc0202200909 htm gt Acesso em 3 set 2009 Figura 23 Not cia sobre a realiza o do F rum Social Mundial Cole o Viver Aprender vol 3 p 243 186 Coincidentemente o texto comenta sobre o F rum Social Mundial FSM tamb m mencionado na ltima not cia a que fizemos refer ncia quando tratamos das ocorr ncias do g nero no material da IBEP o que demonstra a import ncia do evento Da mesma maneira repete se a exposi o parcial do c
283. rdade n o o s o As aspas por exemplo apesar de indicarem a fala de algu m no corpo da not cia conforme o material menciona n o o fazem sem uma inten o bem determinada como mostra Benites 2002 preciso que o aluno compreenda porque esses trechos s o utilizados As aspas s o empregadas para que o redator delimite o 155 trecho da fala de outrem de modo a n o se comprometer em virtude do conte do das declara es citadas ou at mesmo para enfatizar alguma declara o pol mica o que aumenta o efeito de objetividade e confere credibilidade ao texto Ao abordar a quest o dos sin nimos observamos novamente uma linha de an lise demasiadamente simpl ria A defini o de sin nimo presente no texto n o est inadequada pelo contr rio ela bastante pertinente e exemplificada com grupos de palavras presentes na not cia que abre o cap tulo Entretanto isso n o explica o efeito de sentido que o uso de uma ou outra palavra pode produzir no corpo de um texto jornal stico pois dependendo do voc bulo utilizado o redator permite que suas ideologias e cren as sejam manifestadas na escrita Em virtude disso as escolhas lexicais de todo e qualquer texto jornal stico devem ser pensadas cuidadosamente uma quest o sequer mencionada pelo material Conclu das as considera es te ricas aparecem algumas atividades que igualmente n o produzem uma reflex o cr tica sobre os assuntos mencionados Observemos 5
284. rendizagem de l ngua portuguesa nessa modalidade educacional propiciar ao aluno o dom nio do discurso em diferentes situa es comunicativas especialmente aquelas que exigem o uso de uma variedade lingu stica n o condizente com a usada pelo educando em suas rela es sociais cotidianas Para tanto o curso de L ngua Portuguesa para jovens e adultos deve permitir que eles tenham uma experi ncia ativa na elabora o de textos BRASIL 2002b p 12 que discutam o papel da linguagem verbal pois em se tratando de alunos que n o frequentam o espa o escolar h tempos ou sequer tiveram a oportunidade de ingressar nele o estudo da l ngua deve funcionar como instrumento para evitar a experi ncia de exclus o tendo em vista que aqueles que n o dominam as pr ticas de leitura e escrita normalmente ficam margem da sociedade Nas palavras do pr prio documento O curso de L ngua Portuguesa para alunos da EJA deve em primeiro lugar servir para reduzir a dist ncia entre o estudante e a palavra procurando anular experi ncias traum ticas com os processos de aprendizagem da leitura e da produ o de textos Deve tamb m fortalecer a voz dos muitos jovens e adultos que retornam escola para que possam romper os silenciamentos impostos pelos perversos processos de exclus o do pr prio sistema escolar capacitando os a produzirem respostas aos textos que escutam e l em pronunciando se oralmente ou por escrito BRASIL 20
285. rial e n o outro g nero uma vez que o texto relata um fato ver dico e relativamente atual que exemplifica bem a ideologia radical da sociedade saudita afinal em pleno ano de 2004 crucificar uma pessoa um ato que gera espanto porque no Brasil esse tipo de puni o n o legalmente permitida A perspectiva de n o desenvolver quest es de interpreta o sobre o texto em si permanece nesse momento O fato em quest o funciona como ponto de partida para a discuss o das diferen as existentes entre o c digo penal de diferentes na es nesse caso o aluno convidado a comparar esse tipo de condena o s que normalmente s o aplicadas em nosso pa s uma proposta adequada pois estimula o estudo comparativo das tradi es de diferentes culturas conforme recomenda a PCH EJA A pr xima refer ncia esfera de circula o jornal stica presente na cole o encontra se ainda no mesmo volume no cap tulo 6 intitulado Cidadania e imprensa momento em que n o se destaca apenas uma not cia mas uma p gina inteira de jornal 174 e C romanas Promulgada hontem nova Constitui o para o pai amuigada hontem nova Constitui o para o paiz agem Reprodu o Arquivo Folha Im Leia com aten o a not cia ain de primeira p gina de um Foram dissolvidas a Camara 0 fretado Brailfocalizadapel i 1 rem e Getulio Var jornal Senado e todas as Assembl as Estadua ici Mesmo Governo N e
286. ribui anualmente obras did ticas s escolas na EJA essa era uma realidade incomum em v rias regi es do pa s pelo menos at o ano de 2010 quando ainda n o havia sido lan ado o PNLD voltado a essa modalidade educacional Da mesma maneira uma visita r pida aos bancos de disserta es e teses dos mais variados programas de p s gradua o do pa s revela que as pesquisas dedicadas EJA e em especial quest o dos materiais did ticos por ela adotados n o tem atra do a aten o dos pesquisadores Em linhas gerais aqueles que se debru am sobre o ensino de jovens e adultos preferem abordar aspectos relacionados metodologia de ensino usada com esse p blico e relatos sobre experi ncias de alfabetiza o N o dif cil entretanto identificar os motivos que levam a essa escassez de estudos sistematizados sobre 16 materiais did ticos para a EJA O primeiro e talvez mais importante deles como aponta Mello 2010 a dificuldade de localizar essa produ o dispersa geogr fica e temporalmente pois nas localidades em que faltam iniciativas do poder p blico para a elabora o e distribui o desses materiais sujeitos envolvidos com a Educa o de Jovens e Adultos assumem o desafio de confeccionar as apostilas a serem usadas como apoio pedag gico durante as aulas uma situa o que se repete em boa parte dos estados brasileiros e que resulta em uma produ o heterog nea e local de recursos did ticos sem condi
287. rie A altera o do eixo organizador que constitui o livro determina consequentemente a altera o do assunto das not cias selecionadas para estudo O cap tulo em quest o tem in cio com a exposi o de tr s fotografias de pa ses distintos a partir das quais se discute o que ter qualidade de vida Na sequ ncia h uma cr nica de Marina Colasanti que aborda o fato de o ser humano acostumar se a presenciar situa es ruins e a n o se manifestar texto que usado como apoio para o desenvolvimento de algumas atividades escritas Poucas p ginas depois aparece a se o Aprofundando o tema e o subitem Trabalhando com texto que afirma a reportagem e a not cia que apareceram no cap tulo anterior fizeram com que voc entrasse em contato com a linguagem e o formato de dois g neros do discurso que aparecem no jornal a not cia e a reportagem Mas existem outros elementos que comp em esse meio de comunica o SILVA et al Vol 2 2009a p 57 A partir disso s o reproduzidas as primeiras p ginas de dois jornais o Jornal da Cidade publicado em 26 de mar o de 2005 que circula em Aracaju SE e O dia publicado em 14 de junho de 2004 que circula no Rio de Janeiro RJ 111 Primeira p gina de jornal a JORNAL DA CIDADE SEXTA A MEIRA Reprodu o pi de odo ant de 2 n N mero de ocorr ncias do primeiro trimestre j quase igual ao i gt 4 t000 O 2004 Sobe para seis
288. rizes Curriculares da Educa o de Jovens e Adultos Curitiba 2006 RODRIGUES R H 4 constitui o e o funcionamento do g nero jornal stico artigo cronotopo e dialogismo 2001 356 f Tese Doutorado em Lingu stica Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo 215 ROJO R H R G neros do discurso e g neros textuais quest es te ricas e aplicadas In MEURER J L BONINI A MOTTA ROTH D Orgs G neros teorias m todos debates S o Paulo Par bola Editorial 2005 p 184 207 ROM O J E Org Educa o de Jovens e Adultos teoria pr tica e proposta 8 ed S o Paulo Cortez Instituto Paulo Freire 2006 SILVA G J A constru o do texto pol mico na m dia eletr nica o sistema de cotas em quest o 2006 181f Disserta o Mestrado em Letras Universidade Estadual de Maring Maring SANTOS H R O texto publicit rio na sala de aula 2007 126f Disserta o Mestrado em Letras Universidade Estadual de Maring Maring SILVA C O et al Educa o de Jovens e Adultos segundo segmento do ensino fundamental Cole o Tempo de Aprender Vol 1 2 3 e 4 2 ed S o Paulo IBEP 2009 Educa o de Jovens e Adultos segundo segmento do ensino fundamental Manual do Educador Vol 1 2 3 e 4 2 ed S o Paulo IBEP 2009b Cole o Tempo de Aprender SILVA E T Livro did tico do ritual de passagem ultrapassagem Em aberto Bras lia v 16 n 69 p
289. rmam que para resolver o pro blema preciso trabalhar na educa o dos adolescentes nas escolas preciso tamb m trabalhar com as gestantes a import ncia do pr natal Curitiba desenvolve h seis anos o programa M e Curitibana que acompanha e d suporte durante todo o per odo de gesta o da m e O ndice de mortalidade caiu pela metade em seis anos na capital CIRANDA Central de Not cias dos Direitos da Inf ncia e Adolesc ncia TV Paranaense Publicada em 8 abr 2005 Dispon vel em lt www ciranda org br 2004 clippingfull php mode ver amp id 498 gt Acesso em 27 jul 2006 Figura 21 Not cia sobre Congresso de Pediatria realizado em Curitiba Cole o Tempo de Aprender vol 2 p 297 O texto retirado do ambiente virtual possui conte do intr nseco realidade da popula o paranaense e destaca a realiza o de um Congresso de Pediatria em Curitiba com o intuito de discutir de modo especial os ndices de mortalidade infantil no estado O texto mais uma vez apresenta conte do condizente com o assunto focalizado no cap tulo e funciona como ponto de partida para a realiza o de um question rio de ordem pessoal composto por estas atividades 1 Voc conhece algum caso de crian a que tenha morrido antes de completar um ano de vida Sabe por que raz o essa morte ocorreu Conte para seus colegas 2 No lugar em que voc mora h assist ncia m dica para as gestantes e para os beb s Qual sua opini
290. rmula es curriculares entretanto essas iniciativas s o marcadas pela descontinuidade de a es porque com a sucess o de governos e a consequente altera o no investimento em pol ticas dessa natureza nem sempre os projetos iniciados na gest o anterior t m prosseguimento A maioria dos materiais encontrados pelo pesquisador em seu levantamento quantitativo refere se a livros destinados alfabetiza o poucas s o as produ es voltadas ao primeiro e ao segundo segmento do Ensino Fundamental e nulas as que se aplicariam ao Ensino M dio Isso revela que dentro do pr prio sistema de produ o de material de apoio existe uma descontinuidade de a es pois h uma nfase na primeira etapa do processo a alfabetiza o por m n o se investe nas s ries subsequentes A impress o que se tem a de que o papel da EJA puramente alfabetizar e n o proporcionar a seu alunado a oportunidade de continuar os estudos Basicamente os materiais produzidos por secretarias encontrados pelo pesquisador s o elaborados na forma de livros isto aqueles que possuem impress o nesse formato e disp em de um projeto editorial e visual que contempla conte dos organizados e apostilas ou seja aqueles que apresentam acabamento em espiral Entretanto foram encontrados tamb m livros de alfabetiza o com produ es de alunos e colet neas tematizadas as quais re nem textos de diferentes g neros sobre um assunto comum Um exemplo cla
291. rnalista n o pode expressar sua opini o sobre os fatos relatados embora como j mencionamos a not cia usada como exemplo no in cio do cap tulo apresente evid ncias de ju zo de valor Diante disso seria mais adequado afirmar que essas s o as recomenda es dos manuais de reda o jornal stica entretanto alguns ve culos de comunica o agem da maneira contr ria porque tal atitude funciona como recurso para atrair o p blico leitor Embora afirme v rias vezes a necessidade de manter um estilo de linguagem impessoal os coment rios do livro n o mostram os recursos que o jornalista disp e para faz lo Na tentativa de ilustrar o que seria esse estilo objetivo o livro apresenta o exerc cio que segue Imagine que um jornalista precisa noticiar que moradores de rua foram queimados intencionalmente no centro da cidade do Rio de Janeiro Os trechos a seguir relatam esse fato de duas maneiras Compare os Qual mais objetivo Justifique Figura 7 Exerc cio sobre linguagem objetiva Cole o Viver Aprender vol 1 p 45 Ao observar os trechos oferecidos pode se notar claramente que o segundo mais objetivo uma vez que se estrutura como um lide t pico explorando o que aconteceu com quem quando e onde faz uso da 3 pessoa e opta por uma descri o exata do acontecimento o que lhe confere maior confiabilidade enquanto o primeiro come a com a marca o de 1 pessoa e resume se exposi o do fato
292. ro desse tipo de iniciativa ocorreu no Paran entre os anos de 1995 e 1996 quando o Governo do Estado promoveu um programa para a elabora o de um material did tico exclusivo para seus centros de EJA Esse projeto envolveu a participa o de in meros profissionais da rea e seria usado no segundo segmento do Ensino Fundamental e nas s ries correspondentes ao Ensino M dio da modalidade educacional em quest o Para tanto foram selecionados professores de todas as disciplinas que atuavam nos CEEBJA do Estado e as tarefas foram divididas Cada regi o ficou respons vel pela elabora o do material de uma disciplina assim formaram se grupos de profissionais da rea que se reuniam periodicamente para trabalhar no projeto Essas equipes tinham um coordenador que se responsabilizava por orientar a elabora o das apostilas Os professores selecionados para participar desse projeto tinham a carga hor ria a ser 34 cumprida em sala reduzida sem diminuir no entanto sua remunera o para que pudessem se dedicar ao programa Findo o trabalho de confec o das apostilas o material foi apresentado em reuni es na capital do Estado com todos os profissionais envolvidos nesse programa para que ele pudesse ser avaliado e disseminado para as demais escolas do Paran que ofertam cursos de EJA Assim cada regi o elaborou o material de uma disciplina e posteriormente as apostilas foram trocadas entre os grupos e levadas para as institui
293. roblemas estil sticos como o caso da repeti o de palavras 22 profundas desigualdades entre os pa ses e alertava para o papel que a educa o deveria desempenhar no processo de desenvolvimento das na es e a instala o do Servi o de Educa o de Jovens e Adultos SEA em 1947 um rg o do Departamento Nacional de Educa o do Minist rio da Educa o e Sa de cuja finalidade era reorientar a coordena o do ensino voltado a esse p blico Diversas atividades foram desenvolvidas em virtude da cria o desse servi o inclusive a produ o e distribui o de material did tico processo que mobilizou governos estaduais e municipais e deu origem Campanha de Educa o de Adolescentes e Adultos CEAA estendida at 1950 cujos princ pios e fundamentos foram discutidos no I Congresso Nacional de Educa o de Jovens e Adultos Essa mobiliza o entretanto n o conseguiu reduzir suficientemente os ndices de analfabetismo no pa s O percurso que a Educa o de Jovens e Adultos vinha trilhando mostrava que era necess rio definir caracter sticas e espa os espec ficos para o funcionamento dessa modalidade de ensino visto que at ent o a atua o dos educadores reproduzia a es t picas da educa o infantil Nesse contexto o ano de 1958 para Rom o 2006 p 25 Pode ser considerado como um divisor de guas pois a se realiza o II Congresso Nacional de Alfabetiza o de Adultos no qual se discute a
294. rra em um problema decorrente do recorte feito no material usado como exemplo do g nero not cia Questiona se qual dos dois textos mais breve e a resposta claro recai sobre a not cia De fato esta se configura como um texto mais breve que a reportagem entretanto a ideia que o aluno pode construir em rela o a essa caracter stica tamb m corre o risco de ser equivocada pois a not cia apresentada pelo material resume se a um lide de seis linhas e a reportagem possui uma p gina inteira no entanto a reda o completa do texto noticioso possui de quinze a vinte linhas Isso mostra que ela de fato menor que a reportagem por m essa diferen a n o t o expressiva quanto o LD faz parecer Na realidade essa diferen a de tamanho relaciona se finalidade de cada g nero a not cia segundo Lage 1987 limita se a anunciar r pida e objetivamente um fato enquanto a reportagem prop e se tratar sobre determinado assunto com detalhamento Isso demonstra que como afirma Bakhtin 2003 a finalidade do g nero reflete em seus elementos constitutivos pois ao se propor aprofundar a abordagem de determinado assunto a reportagem automaticamente apresenta uma constru o composicional mais extensa Expostas essas tr s atividades o cap tulo disponibiliza um boxe relativo se o Voc sabia no qual s o expostos os conceitos de not cia e reportagem 90 Not cia um g nero de texto em que ocorre o registro de
295. s escolariza o de adultos funciona nos Centros Estaduais de Ensino B sico para Jovens e Adultos CEEBJA antigos CES institui es exclusivamente criadas para ofertar essa modalidade de ensino e em determinadas escolas de Ensino Fundamental e M dio da rede p blica estadual no per odo noturno A LDB 9 394 96 caracteriza o p blico que frequenta esses cursos como aqueles que n o tiveram acesso educa o na idade pr pria e estabelece as idades m nimas de 15 e 18 anos para matricular se respectivamente nos ensinos Fundamental e M dio dessa modalidade educacional A organiza o dos cursos de EJA varia de localidade para localidade nas modalidades presencial e a dist ncia embora normalmente o aluno curse a carga hor ria de apenas uma disciplina por vez momento em que faz uso de material did tico organizado por m dulos ap s concluir esse processo passa por uma prova que visa avaliar as compet ncias por ele desenvolvidas caso seja aprovado inicia ent o as aulas de outra disciplina e assim sucessivamente at cumprir todo o curr culo escolar Hoje a fundamenta o legal da EJA encontra se na LDB 9 394 96 que destina uma se o inteira a essa modalidade de ensino reafirmando o direito educa o a jovens e adultos na Resolu o 1 2000 da C mara de Educa o B sica do Conselho Nacional de Educa o a qual estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o de Jovens e Adultos na Propos
296. s a an lise sobre o desenvolvimento da habilidade de leitura que de certa forma j come ou a ser realizada na se o anterior ser retomada neste momento na tentativa de verificar se os exerc cios propostos para o estudo das demais not cias contempladas por cada cole o prop em uma abordagem que estimula a forma o de um aluno leitor consciente Procuramos investigar portanto se a Cole o Tempo de Aprender mant m a postura de estimular a leitura cr tica da not cia tal qual o fez no momento em que discute sobre o jornal impresso enquanto suporte textual e se a Viver Aprender que embora tenha teorizado sobre o assunto n o o colocou em pr tica passa a adotar essa perspectiva agora Ap s a exposi o da primeira p gina do jornal O Dia a Cole o Tempo de Aprender apresenta a se o Revelando o que aprendeu na qual prop e o estudo de uma not cia sobre uma pesquisa relacionada aos ndices de desigualdade no mundo 127 Revelando o que aprendeu Leia a not cia a seguir Ranking das na es Se o mundo fosse um nico pa s seu n vel de desigualdade seria t o elevado que s seria superior ao da Nam bia na o com maior ndice de desigualdade segundo a ONU Organiza o das Na es Unidas Os contrastes entre o padr o de vida s o gritantes quando se comparam alguns extremos Uma crian a que nascer neste ano em Z mbia por exemplo ter as mesmas chances de chegar aos 30 anos de idade do q
297. s the circulation of didactic books from big publishers on the Young s and Adults Education became common from 2011 on when the National Schoolbook Program started to contemplate it Due to the amplification of this books distribution politics the official pedagogic proposals that settle the adoption of the text as unit and the speech genres as teaching object the specificities of the target audience served by the Young s and Adults Education and the new guidelines of these courses which recognize that all the school curriculum must be based in an interdisciplinary proposal we tried to verify what is the way that the two didactic collection indicated by National Schoolbook Program and Young s and Adults Education to the second segment of the Elementary School propose the study of the news item a speech genre that has an enormous social relevance As the official documents recognize that the interdisciplinarity is an axis which articulate the teaching learning process and the referred collections are multidisciplinaries they concentrate the contents of all the subjects from each grade in one volume in this research of interpretative qualitative nature we opted to verify in which manner the speech genre studied is tackled not only in the curricular component of Portuguese Language but also in all the others because the text and consequently the speech genres do not constitute an exclusive area of Portuguese Language In or
298. s de diversas reas isso pode ser feito no decorrer do ano letivo sempre que conceitos teorias e ou pr ticas de uma disciplina possam auxiliar a compreender ou a abordar de forma mais abrangente o conte do de outra Adotar essa postura em sala de aula pressup e admitir que as disciplinas escolares n o s o fechadas mas chamam umas s outras e podem ser enriquecidas na medida em que se abram ao di logo com diferentes reas do conhecimento em que permitam o estabelecimento de rela es de complementaridade converg ncia e interconex es entre os saberes isto que permitam a manifesta o das rela es dial gicas t picas da intera o humana t o comentadas por Bakhtin em seus estudos Essa perspectiva interdisciplinar considerada norteadora das cole es did ticas analisadas uma vez que ambas trabalham com assuntos particulares em cada obra ou unidade os quais s o abordados sob o ponto de vista de todas as disciplinas que constituem o curr culo escolar ou seja a interdisciplinaridade fundamenta se no compartilhamento de conte dos A Cole o Tempo de Aprender por exemplo adota como t pico de discuss o quest es relativas ao meio ambiente cidadania qualidade de vida e esses assuntos s o abordados sob a perspectiva da Matem tica da Hist ria da Geografia da L ngua Portuguesa das Ci ncias Naturais etc pr tica que se assemelha a 160 uma das sugest es da PCLP EJA para a elabora o de atividades i
299. s de propriedade intelectual das obras fotocopiadas Dentre essas estrat gias de produ o de material para uso em situa es de ensino uma em particular nos chamou muito a aten o um material sem t tulo numa encaderna o espiral que re ne produ es de alunos registradas em diferentes formatos de papel um deles o verso de uma folha de cart o ponto de uma empresa o que indica a dificuldade concreta da EJA em acesso a materiais escolares b sicos Al m das j mencionadas tamb m encontramos em nossa pesquisa algumas iniciativas do Estado voltadas para a produ o de material did tico para a EJA que tentaram ofertar esse produto a um n mero maior de entidades educacionais que oferecem essa modalidade de ensino por meio de sua divulga o em vers o eletr nica em formato PDF Duas delas s o as que resultaram nas cole es ENCCEJA Cole o do Exame de Certifica o de Compet ncias de Jovens e Adultos elaborada em 2002 no Governo Fernando Henrique Cardoso que se destina aos anos finais do Ensino Fundamental e ao Ensino M dio e Cadernos de EJA criada em 2006 no Governo Luiz In cio Lula da Silva e destinada aos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental desde a alfabetiza o Nenhuma delas entretanto alcan ou ampla ades o por parte das institui es que ofertam a Educa o de Jovens e Adultos pois al m de terem liberdade para selecionar ou produzir os materiais com os quais desejam trabalhar ficou clar
300. s dos sem terra Do primeiro lide pede se apenas que seja identificada a situa o que mais traria problemas ao governo Lula do que as ocupa es isto o surgimento de organiza es paramilitares ligadas aos grandes propriet rios de terras nesse caso o material opta por estimular a recupera o de dados pertencentes ao assunto do texto intimamente relacionado ao tema do g nero embora n o se confunda com ele como vimos no 197 cap tulo 2 Do segundo solicita se o reconhecimento das refer ncias num ricas expressas no texto ou seja more than 1 000 landless work que diz respeito ao n mero de manifestantes que participaram da marcha 180 kilometre 112 mile dist ncia percorrida por eles one million ladless families ao n mero de fam lias que se pretendia assentar nos 4 anos seguintes e on 20 november ao dia da chegada quando os sem terra pretendiam encontrar o presidente O segundo exerc cio como podemos observar focaliza um elemento t pico do estilo de linguagem ou seja as refer ncias num ricas que contribuem para a cria o do efeito de objetividade do texto J em rela o ao texto 3 constitu do por um t tulo uma fotografia e um subt tulo solicita se que o aluno mencione o que motivou o policial a participar do massacre uma informa o que n o aparece nesse momento ela citada apenas no corpo do texto o qual na realidade constitui o que o material denomina de texto
301. s educacionais Em 1990 no entanto logo no in cio do governo Fernando Collor de Mello a EDUCAR foi extinta e as atividades educativas por ela executadas passaram a ser responsabilidade de rg os p blicos municipais e entidades civis Essa mudan a foi acompanhada pouco tempo depois pela Lei de Diretrizes e Bases de n mero 9 394 de 20 de dezembro de 1996 LDB 96 que integrou a EJA ao ensino b sico comum Nesse momento os desafios impostos ao ensino de jovens e adultos eram a resgatar a d vida social gerada pelo analfabetismo por meio de sua erradica o b treinar os jovens e adultos para que eles tivessem condi es de ingressar no mercado de trabalho e c criar oportunidades de educa o permanente Um dos produtos da reforma educacional iniciada em 1995 foi a cria o do Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valoriza o do Magist rio FUNDEF em cada estado brasileiro que tinha por fun o administrar os recursos p blicos destinados educa o Entretanto o que parecia um al vio para a EJA representou um problema pois uma interven o governamental impediu que as matr culas dessa modalidade educacional fossem computadas nos c lculos do rg o em quest o o que desestimulou sua expans o Esse problema s foi amenizado tempos mais tarde quando foram concebidos tr s programas federais de Educa o de Jovens e Adultos o Programa Alfabetiza o Solid ria PAS destinado ao p blico juveni
302. s realizam um protesto organizado No entanto os efeitos de sentido que isso provoca e qual sua im pertin ncia quando se pensa no g nero not cia n o s o problematizados limita se ao contr rio a indicar que as palavras inclu das nas frases combinam em g nero e n mero com as que j faziam parte dela Logo em seguida exposto um quadro que ocupa uma p gina inteira o qual se destina a mostrar o plural de substantivos terminados em o um conte do totalmente desvinculado dos efeitos de sentido que os elementos gramaticais podem produzir na leitura do g nero not cia Conforme comenta Mendon a 2006 essa pr tica vincula se ao estudo da gram tica isolada porque privilegia o estudo da metalinguagem em detrimento das atividades epilingu sticas Na continuidade da explica o aparecem dois outros t picos intitulados respectivamente Pontua o e Sin nimos e uso do dicion rio O primeiro deles como era de se esperar apresenta um quadro contendo os principais s mbolos convencionados para pontuar textos e seus significados nesse momento s o discutidos de modo especial as aspas e os par nteses para tanto resgatam se dois trechos do texto sobre o assalto a igrejas em S o Paulo para exemplificar situa es em que eles podem ser empregados No entanto n o h uma problematiza o que envolva as especificidades do g nero not cia os sinais s o abordados de uma perspectiva bastante ing nua quando na ve
303. scurso alheio j pressup e seu g nero pelas primeiras palavras reconhece o volume a composi o desse enunciado A composi o desse modo refere se aos tra os da estrutura organizacional que podem ser encontrados em um conjunto de textos pertencentes ao mesmo g nero o que faz dela um elemento mais fixo do que o tema e o estilo os quais em virtude de serem vinculados diretamente enuncia o assumem uma natureza mais flex vel Para Sobral 2009 entretanto n o se deve falar em uma nica forma r gida mas em formas de composi o de cada g nero pois ela pode ser alterada em fun o do projeto de discurso de cada enunciador Partindo desse ponto de vista o autor considera a exist ncia de uma forma mais cristalizada que permite o reconhecimento do g nero entretanto admite tamb m a exist ncia de diferentes formas arquitet nicas as quais dizem respeito 50 ao modo como cada autor organiza o texto no interior dessa estrutura relativamente fixa do g nero processo que lhe permite mobilizar recursos em fun o de sua inten o comunicativa que alterem parcialmente essa estrutura Para verificar o funcionamento dessas formas arquitet nicas segundo o autor basta analisar a mesma narrativa contada por diferentes sujeitos todas elas apresentar o elementos comuns espa o tempo personagens narrador etc entretanto ser o distintas entre si pois cada locutor a organizar a seu modo Isso nos remete ideia de
304. se comemora o do cent simo anivers rio do arquiteto Oscar Niemeyer que celebrou a data no Rio de Janeiro junto de familiares e amigos o terceiro por fim faz men o popularidade do ent o presidente Lula o primeiro oriundo da classe trabalhadora Nas linhas iniciais do texto disponibilizadas pelo material exp e se um breve resumo da trajet ria pol tica do ex metal rgico que foi eleito com a maior margem de vit ria na hist ria do pa s para posteriormente em um trecho n o contemplado no LD dispon vel apenas na fonte original do texto dizer se que sua atua o pol tica tem sido muito comentada em outros pa ses Ap s a reprodu o dos excertos ao contr rio do verificado na obra anterior n o s o propostos exerc cios que visam identifica o de informa es pontuais dos textos nem a tradu o deles mas solicita se que o aluno produza um texto em l ngua portuguesa no qual te a coment rios sobre as tr s personalidades mencionadas nas not cias o cientista Jos Goldemberg o arquiteto Oscar Niemeyer e o ex presidente Lula fazendo uso das informa es veiculadas nos textos oferecidos pelo material N o especificado nenhum g nero para a atividade escrita pede se apenas que a produ o final contenha t tulo introdu o desenvolvimento e conclus o Apesar de assumir essa perspectiva que n o condiz com as recomenda es dos documentos oficiais no que concerne pr tica da escrita ao suger
305. se da reportagem uma vez que esta n o se limita a informar pontual e rapidamente sobre um fato mas busca observar tamb m seus desdobramentos isto suas causas e efeitos o que a transforma automaticamente em um texto mais longo que faz uso de t cnicas de reda o variadas partindo desde a narra o at a exposi o opinativa dos fatos Por meio dessa distin o podemos observar que o conte do tem tico e a forma composicional desses g neros se diferem em decorr ncia da fun o social de cada um A reportagem n o carece necessariamente da atualidade imprescind vel not cia ela pode ser escrita em qualquer per odo j que trata de assuntos e n o necessariamente de fatos novos FRANCESCHINI 2004 p 150 Um fato ocorrido na atualidade nesse caso pode funcionar como pontap inicial para o surgimento de reportagens pois ao suscitar discuss es sobre determinado assunto estimula a produ o de textos mais detalhados sobre ele Essa distin o mostra que a esfera jornal stica possibilita o surgimento de g neros muito pr ximos entretanto com objetivos distintos os quais influenciam a delimita o de seu tema estilo e composi o Faria amp Zanchetta 2002 p 49 apresentam um esquema que ajuda a compreender as diferen as b sicas entre esses g neros 59 Not cia Reportagem O que aconteceu Causas e efeitos do que aconteceu An ncio do fato Detalhamento do fato Uma vers o Soma de vers
306. se de planejamento escrita e revis o certamente ocupar algumas aulas mas produzir resultados satisfat rios uma vez que exigir um trabalho de pesquisa de acontecimentos locais e outros de repercuss o nacional que possam gerar interesse Eleitos os fatos ser necess rio adapt los estrutura caracter stica do g nero pensar em um t tulo que chame a aten o criar um lide atrativo recortar trechos da fala de pessoas envolvidas no caso para serem inseridas no corpo do texto enfim haver oportunidade de verificar na pr tica como funciona o trabalho da equipe de uma reda o de jornal Sob essa perspectiva at chegar ao resultado final o aluno ter produzido outros g neros como o caso da entrevista e do resumo tal qual orientam os PCN A atividade sugerida no entanto pode esbarrar em um obst culo a falta de pr tica do aluno Ao longo de todo o cap tulo que aborda a not cia foram apresentadas diversas caracter sticas do g nero entretanto poucas quest es possibilitaram que ele praticasse a escrita de um t tulo ou de um lide e especialmente do corpo de uma not cia falha verificada tamb m no material da IBEP Este ltimo elemento da 143 composi o do g nero vale destacar s apareceu uma vez no texto sobre o assalto a igrejas em S o Paulo desse modo como o aluno nem bem teve oportunidade de ler o desenvolvimento de uma not cia dificilmente saber produzir uma Diante de tais constata
307. se esperar outras que solicitam a pr tica do c lculo como ocorre nessa situa o A popula o da cidade de S o Paulo de 17 000 000 de habitantes Se 19 9 desses habitantes s o fumantes quantos s o os fumantes SILVA et al Vol 2 2009a p 154 A perspectiva assumida pela obra ao contr rio do que pode parecer n o adota o texto como pretexto para a cria o de problemas matem ticos mas promove momentos de aperfei oamento da leitura medida que se transformam porcentagens em n meros naturais o que permite ao aluno a visualiza o clara e exata de quantas pessoas fumam em determinadas capitais brasileiras No terceiro volume da cole o essa proposta de trabalho mant m se S o apresentadas mais duas not cias ambas retiradas do s tio do IBGE as quais demonstram respectivamente os crescentes ndices de homic dios e das taxas de defasagem escolar no Brasil se comparadas diferentes regi es do pa s textos constru dos com base em pesquisas e em dados percentuais divulgados pela referida entidade os quais ajudam a caracterizar o estilo objetivo t pico do g nero em quest o No primeiro caso o texto apresenta t tulo lide e parte do corpo No segundo ao contr rio ele exposto na ntegra e os exerc cios promovem um momento de compreens o e interpreta o do texto incentivando n o s a leitura do material mas tamb m a produ o de elementos t picos da constru o composicional do g nero tal qua
308. seja ver dico ou seja que atenda aos elementos intr nsecos ao tema do g nero nesse caso a veracidade Logo ap s a exposi o da not cia o material apresenta um artigo de opini o sobre o mesmo assunto e na sequ ncia alguns exerc cios os quais solicitam que o aluno compare o processo eleitoral da Primeira Rep blica ao que ocorre no pa s atualmente bem como que ele se posicione em rela o compra de votos Isso segundo o Manual do Educador leva o aluno a compreender a import ncia das conquistas pol ticas da democracia atual com o voto secreto e a elei o direta para os cargos do Executivo e Legislativo BAZZONI et al Vol 3 2009b p 90 Diante de tal proposta constatamos que o contexto de produ o e circula o da not cia tamb m de fundamental import ncia na nica ocorr ncia do g nero apresentada no componente curricular de Hist ria da Cole o Viver Aprender visto que demonstra na linha do tempo fatos ocorridos em um passado n o muito distante que se relacionam a pr ticas desenvolvidas h muitos anos o que permite ao aluno compreender o jornal como um efetivo documento que registra o cotidiano hist rico 4 4 GEOGRAFIA Os documentos oficiais que regulamentam o ensino aprendizagem de Geografia na EJA destacam logo de in cio que o estudo desse componente curricular deve promover a interdisciplinaridade Para garantir flexibilidade e diversidade experi ncia educativa o projeto de Geog
309. sicamente presente de modo que se constituam nessas circunst ncias os elos cont nuos da comunica o verbal Em face dessas considera es Bakhtin Volochinov 1988 caracterizam a enuncia o como o ato enunciativo que envolve formas lingu sticas utilizadas em um contexto do qual participam sujeitos s cio historicamente situados ou seja ela o produto da intera o que se estabelece entre esses indiv duos O enunciado por sua vez segundo Fiorin 2006 corresponde a uma unidade da comunica o que s existe quando concebido no mbito das rela es dial gicas que o constituem caso elas sejam desconsideradas ele torna se uma frase que nas palavras de Bakhtin 2003 pertence ao dom nio da l ngua ou seja do sistema de formas imut veis que possuem uma significa o fixa As unidades da comunica o verbal refletem as condi es de seu contexto de produ o e consequentemente a organiza o da sociedade que ocorre por interm dio dos usos que se fazem da linguagem em determinados campos que a constituem os quais s o denominados esferas da atividade humana conforme destaca Bakhtin 2003 p 261 O emprego da l ngua efetua se em forma de enunciados orais e escritos concretos e nicos proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da atividade humana Essas esferas em fun o de suas especificidades possibilitam o surgimento de textos t picos aos quais o fil sofo russo atribui a designa o de
310. sim n o podemos afirmar que o material efetivamente faz uso do g nero para auxiliar a produ o de conhecimentos matem ticos Algumas p ginas frente a obra exp e um exerc cio parecido com alguns sugeridos pela Cole o Tempo de Aprender 1 Leia a manchete de jornal sobre sal rio m nimo e responda s quest es Aumento do sal rio m nimo vai injetar R 13 bilh es na economia prev Dieese Ag ncia Brasil 27 abr 2005 a Em abril de 2006 o sal rio m nimo que era de R 300 00 teve um reajuste de 0 166 Para quanto passou o sal rio m nimo b Se o sal rio m nimo tivesse passado de R 300 00 para R 400 00 como queriam algumas associa es de trabalhadores e dos aposentados qual teria sido o ndice porcentual de reajuste BAZZONT et al Vol 1 2009a p 172 Nesse caso entretanto a manchete funciona como pretexto para est mulo execu o de situa es problema visto que o c lculo n o desenvolvido com o objetivo 168 de promover uma leitura mais eficiente do g nero not cia afinal ele n o apresenta nem parte do corpo e a porcentagem expressa no t tulo n o adotada como objeto de an lise O segundo momento em que a esfera jornal stica mencionada no componente curricular de Matem tica encontra se no terceiro volume da cole o tamb m no cap tulo 4 intitulado O jornal Nas p ginas que o constituem o conte do predominante refere se ao estudo das formas geom tricas e
311. sistemas estaduais de acordo com seus respectivos Conselhos de Educa o J nesse per odo se afirmava a 25 necessidade de adequar o ensino ao tipo especial de aluno a que se destina resultando da uma grande flexibilidade curricular O Ensino Supletivo desse modo tinha a fun o maior de recuperar o atraso do sistema educacional e formar m o de obra qualificada que contribu sse com o desenvolvimento da Na o Para tanto ele foi organizado em quatro modalidades a supl ncia cujo objetivo era propiciar o acesso aos estudos queles que n o puderam ingressar nele ou conclu lo na idade pr pria o suprimento que tinha por finalidade proporcionar a atualiza o para aqueles que frequentaram apenas parte do ensino regular a aprendizagem a qual correspondia forma o centrada no trabalho e a qualifica o que primava pela profissionaliza o dos alunos jovens e adultos Para que o Ensino Supletivo pudesse funcionar professores atuantes no ensino regular receberam cursos de aperfei oamento para adaptar sua pr tica pedag gica ao novo p blico uma vez que n o havia profissionais com forma o espec fica nessa rea entretanto durante um longo per odo a metodologia de ensino empregada na EJA refletiu especificidades t picas da educa o regular Al m disso foram criados os Centros de Ensino Supletivo CES unidades educacionais especificamente destinadas a atender ao p blico jovem e adulto Com o MOBRAL
312. sitado Isso permite por exemplo que sejam publicadas em um jornal em determinado intervalo de tempo duas not cias sobre acidentes ocorridos em situa es muito parecidas o que aparentemente anularia a no o de ineditismo as quais sem 61 d vida estabelecem uma rela o dial gica entre si por m o contexto s cio hist rico ideol gico em que ambos os fatos ocorrem jamais ser o mesmo embora eles possuam em comum um assunto que se enquadra nos limites do tema desse g nero Lage 1982 p 71 72 prop e um esquema de quantifica o para aferir o grau de interesse que uma not cia pode gerar Para ele o fato inevit vel n o encerra por esse aspecto valor de not cia o fato prov vel encerra interesse abaixo do limiar da not cia J o fato improv vel adquire import ncia noticiosa No entanto a repeti o das mortes numa guerra dos assaltos a bancos num surto terrorista conduzir a uma redu o do ineditismo ao tornar o novo evento mais prov vel o fato de extrema improbabilidade por fim ser recebido com descr dito ou cren a o que depende do prest gio do ve culo de comunica o A improbabilidade complementa o autor sempre apreciada de uma perspectiva humana Caso um tijolo caia de um pr dio bastante prov vel que atinja algu m que passa pela cal ada entretanto da perspectiva do atingido a probabilidade se reduz a sua presen a em meio a in meras pessoas enfoque abordado pela not
313. so de uma linguagem apelativa Para concluir o estudo relacionado not cia sobre o assalto resid ncia dos apresentadores do Jornal Nacional pergunta se se haveria outra forma de noticiar o fato Evidentemente h in meras formas de transform lo em uma not cia diferentes perspectivas e sequ ncias de fatos a serem selecionados para a constru o do texto e claro sem ter de apelar para a emotividade suscitada no leitor Ao propor esse exerc cio o material demonstra mais uma vez estar preocupado com a forma o de um leitor cr tico como determinam os PCN visto que mostra de forma muito clara que a linguagem impactante usada intencionalmente como estrat gia persuasiva 120 Essa an lise comparativa instrumentalizar o aluno para que ele se conscientize dos recursos empregados pelos diversos jornais para atrair o p blico leitor Em situa es cotidianas quando se deparar com outras not cias sensacionalistas sem d vida esse aluno se recordar da publica o tendenciosa sobre o crime ocorrido na casa de William Bonner e F tima Bernardes e n o as receber passivamente mas saber analis las com um olhar cr tico Para concluir os exerc cios relacionados ao jornal enquanto suporte textual a obra apresenta duas op es de manchete Ator teria agredido a mulher na noite de s bado e Ator agride mulher na noite de s bado e questiona qual delas afirma com certeza que o fato ocorreu e qual o apresenta na
314. speamento em vez de conferir objetividade ao texto acaba deixando em evid ncia que ele nada mais do que uma vers o do fato relatado constru da a partir do recorte de informa es que o constituem Quem escreve a not cia n o conhece pessoalmente seus interlocutores o p blico est disperso no tempo e no espa o ou seja a intera o estabelecida entre eles n o se concretiza a partir da proximidade f sica por m como lembra Brait 2007 p 95 o estilo depende do modo que o locutor percebe e compreende seu destinat rio Em fun o disso adjetivos testemunhais e aferi es de ordem subjetiva normalmente s o eliminados desse g nero e substitu dos por dados que permitam ao destinat rio tirar suas pr prias conclus es uma vez que essa pr tica ajuda a manter o efeito de objetividade do texto e a atender finalidade do g nero na medida em que divulga informa es teoricamente isentas de ju zo de valor Assim em vez de dizer por exemplo comerciante pr spero relaciona se os bens que ele possui no lugar de mencionar que o pr dio alto indicam se exatamente quantos andares o constituem A men o a dados exatos confere tamb m maior confiabilidade ao texto um tra o muito valorizado pela esfera jornal stica j que as m dias a ela pertencentes procuram manter a credibilidade perante o p blico Por isso ao redigir uma not cia sobre um acidente de tr nsito por exemplo costuma se mencionar a hora exata
315. spec ficas da oralidade e aquelas da escrita faz parte da tarefa de ensinar os alunos a expressarem suas ideias com seguran a e flu ncia PARAN 2008 p 68 O que podemos observar ao analisar essa proposta de produ o que o livro did tico apresenta uma concep o ing nua do que seja a oralidade No entanto conforme afirma Meditsch 2005 m dias como o r dio possuem uma linguagem uma gram tica e uma sintaxe espec fica as quais se constituem por meio de formas sonoras e n o sonoras representadas pela m sica pela palavra pelos efeitos sonoros e at mesmo pelo sil ncio por vezes comum nos momentos em que ao anunciar determinada not cia 148 se intercala texto escrito e a improvisa o verbal pr tica recorrente tamb m em alguns jornais televisivos Sendo assim ao propor a realiza o de uma atividade que envolve o g nero not cia oral faz se fundamental conscientizar o aluno sobre todos os fatores que est o envolvidos em seu processo de produ o j que disso depende a compreens o do g nero como um todo No Manual do Educador n o h outras orienta es para o desenvolvimento da atividade por m conforme prop em Baltar amp Costa 2010 caso a institui o de ensino disponha de uma r dio escolar a atividade poderia ser estendida e ganhar uma nova dimens o em vez que relatar somente acontecimentos fict cios em sala de aula poder se ia eleger fatos reais de interesse da comunidade escolar e
316. ssa pr xima se o destinada abordagem da valoriza o desse ve culo de comunica o enquanto suporte textual A se o que cont m o primeiro e nico exemplar do g nero na ntegra a Convite leitura a qual se inicia com a seguinte afirma o Vamos agora estudar o g nero de texto mais importante do jornalismo a not cia BAZZONI et al Vol 1 2009a p 40 No Manual do Educador h uma orienta o para iniciar este cap tulo levar exemplares de jornais para a sala de aula e deixar que os alunos os manuseiem recortem e montem um mural com not cias fotos an ncios classificados propagandas enfim com exemplares de todos os g neros nele contemplados Assumindo uma perspectiva semelhante verificada no material da IBEP a obra comenta que ao saber o g nero de texto que ler o aluno j pode antecipar alguns de seus significados A partir disso s o disponibilizadas informa es b sicas sobre o contexto de produ o do texto que funciona como exemplo de not cia como o caso do jornal respons vel pela publica o Folha de S Paulo do caderno espec fico do 95 peri dico em que ele foi publicado Caderno Cotidiano e da data da publica o 16 de outubro de 2006 A seguir pede se que sejam levantadas algumas hip teses sobre seu conte do uma atividade que estimula o processo de ativa o do conhecimento de mundo do aluno e o instiga a acionar algumas estrat gias de leitura especialm
317. stentado PDS Esperan a junto com mais companheiros contribui para despertar esse sentimento de emo o no interlocutor uma vez que o uso da palavra companheiros marcadamente conhecida em virtude de seu emprego pelo ent o presidente Luiz In cio Lula da Silva para referir se aos brasileiros possui uma intensa carga significativa pois se refere ao fato de que apesar de liderar grupos de defesa naquela regi o Dorothy Stang n o se considerava superior aos demais envolvidos nas a es de prote o ao meio ambiente e popula o local O emprego de tais recursos na constru o da not cia evidentemente est relacionado entidade que a publicou ou seja ao seu autor o Greenpeace um rg o reconhecido internacionalmente por promover a es em defesa do patrim nio natural do mundo outro detalhe que as quest es n o problematizam A mesma not cia veiculada por uma fonte que n o possu sse la os t o estreitos com as quest es que envolvem o fato possivelmente faria uso de outros recursos lingu sticos Desse modo nota se que a primeira not cia apresentada pelo material n o atende satisfatoriamente ao efeito de objetividade e imparcialidade que os manuais de reda o jornal stica tanto prezam no entanto o material neste momento n o problematiza tal quest o Uma forma de faz lo seria apresentar uma not cia publicada por outro ve culo de comunica o e instigar os alunos a compararem o estilo de linguagem empreg
318. sti a brasileira condenou a 228 anos de pris o um policial que participou da execu o de 19 trabalhadores sem terra no ano de 1996 fato relembrado pela foto chocante dos caix es das v timas alocados em cima de um caminh o Logo ap s a apresenta o desse material h a indica o de um quarto texto que na verdade constitui o corpo completo da not cia exposta no terceiro texto sobre a condena o do policial Isso significa que a not cia ao ser retirada de sua esfera de circula o original e transportada para o LD sofreu um processo de segmenta o de sua constru o composicional processo provavelmente decorrente de uma t cnica de leitura 2 Brasil Movimento dos Sem Terra continua ocupa o de terras Brasil Sem Terra marcham por reforma 26 a au Brasil policial preso por massacre de camponeses 196 instrumental que visa focaliza o de partes do texto para facilitar a compreens o do material durante o estudo O ingl s instrumental conforme comenta Fonseca 2005 surte mais efeitos positivos quando o aluno j possui conhecimentos pr vios a respeito do assunto tratado no texto redigido em outro idioma como o caso da not cia abordada no material analisado que se refere a quest es ligadas ao MST amplamente difundidas no Brasil Esses textos s o adotados pelo material aparentemente com o objetivo inicial de estimular o aluno a tentar compreender alguns dados relativos ao seu conte do sem exig
319. stra claramente os recursos empregados pela reda o do peri dico para fazer que ele tenha boa circula o Identificadas as diferen as existentes entre as primeiras p ginas dos jornais em quest o passa se a observar as semelhan as que ambos apresentam Para isto questiona se se elas cont m manchete fotos coloridas t tulos menores not cias sobre esportes e sobre viol ncia crimes ou mortes Todos os exerc cios levam o aluno a confirmar que esses elementos s o comuns nesse suporte textual por m cada um de acordo com a ideologia que defende os exp e de uma forma Ao perguntar se ambos cont m not cias sobre viol ncia a obra faz quest o que o aluno volte s reprodu es e 116 observe qual delas atribui maior destaque a fatos dessa natureza o que o leva a concluir que O Dia sem sombra de d vida revela se mais popular mais sensacionalista Para bem sistematizar a organiza o caracter stica da primeira p gina de um jornal o livro apresenta o esquema da diagrama o comum a esse suporte e pede que o aluno em um papel A4 crie a p gina inicial de um peri dico pensando no p blico que gostaria que o lesse ou seja considerando as rela es dial gicas que marcam a intera o entre locutor e interlocutor BAKHTIN VOLOCHINOV 1988 O modelo proposto indica o espa o reservado a todos os itens que o material deve conter assim sendo resta ao aluno criar os t tulos as chamadas e coletar imagens para comp lo u
320. ta Curricular de cada disciplina ofertada por 29 essa modalidade de ensino e no caso do Paran nas Diretrizes Curriculares Estaduais para a EJA PARAN 2006 e nas Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educa o B sica PARAN 2008 Todo esse aparato por m n o foi suficiente para que a Educa o de Jovens e Adultos deixasse de enfrentar s rias dificuldades para manter se em funcionamento pois como afirmam Friedrich et al 2010 apesar de a Constitui o definir a educa o como um direito de todos o que observamos quando se trata da Educa o de Jovens e Adultos s o programas fragmentados com problemas de concep o pedag gica e metodol gica Ao longo do tempo em suma a EJA foi compreendida como uma pol tica compensat ria coadjuvante no combate s situa es de exclus o A descontinuidade de pol ticas p blicas a ela relacionadas sem d vida possui estreita rela o com as fragment rias iniciativas de produ o de material did tico para essa modalidade de ensino um problema que abordaremos com mais detalhes na pr xima se o 1 2 A PRODU O DID TICA PARA A EJA ANTERIOR AO PNLD Embora objeto de in meras cr ticas o LD continua com o passar do tempo sendo considerado um instrumento fundamental no processo de escolariza o Sua presen a no meio educacional constitui uma tradi o t o forte que a imagem estilizada do professor apresenta o sempre com um livro em m os pronto para garantir
321. tal Souza Aguiar em vez de desafog la Pro jetado para 400 pessoas o hospital de campanha tinha s 12h 2 000 esperando atendimento Parte dirigiu se ao Souza Aguiar um dos seis hospitais municipais sob interven o federal que ficou com 300 na fila P g C3 Fotografia Ana Carolina Fernandes Folha Imagem Pacientes aguardam atendimento no hospital Folha de S Paulo 29 mar 2005 de campanha montado pela Marinha no P Campo de Santana zona central do Rio Lide a abertura da not cia Consiste num Legenda a frase que acompanha uma ilustra o pequeno texto que geralmente corresponde ao Serve para indicar ou aumentar o conhecimento do primeiro par grafo da not cia leitor sobre o significado da foto Figura 11 Especifica es sobre lide foto e legenda Cole o Tempo de Aprender vol 2 p 62 A partir disso pede se que o aluno observe a fotografia localizada ao lado do lide e releia a defini o de legenda A expectativa a de que o educando confirme se o texto verbal que acompanha a ilustra o realmente exerce a fun o que deveria Por se tratar do jornal Folha de S Paulo que preza o efeito de objetividade e neutralidade tanto a imagem quanto o material lingu stico s o pouco impactantes constata o que serviria para uma nova problematiza o relacionada quest o do sensacionalismo por m essa abordagem n o ocorre Logo a seguir solicitada a leitura da defini o de lide e a dedu
322. tatamos Ao analisar a diagrama o espec fica desse suporte textual o aluno tem a oportunidade de visualizar os espa os dispon veis na primeira p gina do peri dico e os conte dos que os preenchem compreendendo assim que esp cie de mat rias e fotografias o peri dico enfatiza No entanto o aperfei oamento dessa pr tica deve ser desenvolvido com a ajuda do professor porque o LD por si s n o menciona a possibilidade de promover uma discuss o a respeito do assunto As demais obras que constituem a cole o n o fazem men o not cia ou sua esfera de circula o o que demonstra uma proposta de abordagem bem menos enf tica 169 do que a presente no material da IBEP no que diz respeito ao uso dos g neros do discurso em uma proposta interdisciplinar como prop em as diretrizes da EJA 4 3 HIST RIA Segundo a Proposta Curricular de Hist ria para a Educa o de Jovens e Adultos PCH EJA um dos principais objetivos do ensino dessa disciplina debater a participa o de todos os cidad os em suas comunidades BRASIL 2002d p 134 Para isso faz se fundamental que os alunos tenham conhecimento acerca dos acontecimentos ocorridos em sua regi o e no mundo sejam eles atuais ou n o pois somente a partir disso que os estudantes ter o condi es de participar das referidas discuss es Em se tratando de uma turma de EJA esse tipo de debate pode ser ainda mais significativo pois alguns alunos retomam
323. te do cient fico disponibilizado pela escola de modo que se possam ampliar os significados das experi ncias pessoais dos estudantes Para isto os PCN de Ci ncias Naturais BRASIL 1998d p 66 sugerem que o professor adote como objeto de an lise em sala de aula assuntos veiculados pela m dia 188 em geral Fatos que aparecem frequentemente em jornais demonstrando as rela es entre os recursos do planeta e as atividades humanas devem sempre ser motivo para discuss es De modo particular o documento salienta que sejam usados em situa es de ensino textos que circulam na esfera jornal stica os quais podem ser utilizados com diferentes objetivos Tamb m ganham interesse crescente as atividades com uso de mat ria jornal stica na escola por trazerem atualidades cient ficas e ambientais para a classe As possibilidades de utiliza o das mat rias de jornal e revistas s o muitas podem ser fontes de informa o de problematiza o de ilustra o ou amplia o para um tema tratado em sala de aula Ibid p 128 Assumindo essa mesma postura a Proposta Curricular de Ci ncias Naturais para a EJA PCCN EJA afirma que uma forma de trabalhar a l gica e a linguagem das Ci ncias trazer not cias de descobertas recentes veiculadas na m dia para debate em sala de aula porque elas ajudam o aluno a perceber o car ter din mico do conhecimento cient fico bem como a import ncia de se comprova
324. te da escrita foi usado propositadamente no intuito de tornar o fato extremamente tr gico uma vez que acontecimentos dessa natureza tendem a atrair a aten o das pessoas Como podemos notar ao contr rio do que ocorre no material da Global a cole o Tempo de Aprender apresenta textos leg timos que mostram com clareza ao aluno da EJA em que consiste a linguagem pouco objetiva sem precisar recorrer a exemplos que descaracterizam a esfera de circula o do g nero em estudo Na tentativa de resgatar tamb m os coment rios feitos sobre o uso de imagens em textos jornal sticos o material da Editora IBEP questiona se a fotografia colocada abaixo da manchete segue essa perspectiva impactante Ao observ la pode se concluir que a resposta n o pois a imagem ilustra o casal apresentando o jornal calmamente como o fazem todas as noites a nica figura que assume essa postura o infogr fico situado um pouco mais abaixo que promove uma reconstitui o do crime entretanto ele n o mencionado no question rio A partir disso fica evidente que a cole o se preocupa em trabalhar n o s o texto verbal mas tamb m o visual que muito contribui para a constru o dos sentidos do fato noticiado O exerc cio seguinte aproveitando o gancho da imagem veiculada a qual retrata o casal apresentando um jornal televisivo pergunta se na televis o tamb m h jornais que assim como o impresso O Dia noticiam os acontecimentos fazendo u
325. titua como tal enquanto sujeito que diz o que diz para quem diz e que se escolham as estrat gias para realizar as pr ticas propostas nas senten as anteriores Al m disso os referidos documentos salientam que a elabora o de textos deve obedecer a procedimentos espec ficos como o estabelecimento pr vio de um assunto o levantamento de ideias e dados sobre ele o planejamento do texto respeitando as 137 particularidades do g nero o rascunho a revis o com interven o do professor e a vers o final Embora esse seja o percurso b sico sugerido para a produ o de determinado texto outras pr ticas de escrita podem ser desenvolvidas para chegar ao g nero pretendido por exemplo se a proposta for produzir uma not cia o professor poder encaminhar leituras de not cias solicitar coment rios escritos sobre o fato para os alunos ou resumos a fim de trabalhar com a s ntese de um assunto em seguida pode definir um tema para a produ o da not cia indicar a pesquisa sobre a tem tica e requerer entrevistas sobre o caso para compor a not cia Nesse caminho ser o trabalhados a opini o do aluno o resumo a pesquisa a entrevista e a not cia g neros orais e escritos diferenciados que colaborar o com o objetivo que se tem a produ o de not cia PARAN 2008 p 70 As DCELP compreendem a produ o de textos como uma forma de agir no mundo j que se escreve para convencer vender instruir etc Assi
326. tiva Por fim interroga se se as palavras destacadas em negrito ou seja os artigos parecem adequados s manchetes pergunta que o conduz a observar que o emprego dessa classe gramatical n o costuma aparecer nesse elemento da composi o das not cias uma vez que o leitor n o possui proximidade com as pessoas envolvidas no fato noticiado Apesar de pertinente o processo desenvolvido para chegar a essa constata o poderia abordar o assunto de forma mais completa Afinal conforme j verificamos os artigos s o suprimidos nos t tulos das not cias tamb m na tentativa de conferir maior concis o e efeito de impacto durante a leitura chamando a aten o do interlocutor uma refer ncia n o mencionada no decorrer dos exerc cios Ainda fazendo men o aos artigos o material apresenta uma not cia sobre uma pesquisa realizada pelo Datafolha com o objetivo de identificar quais os maiores desejos dos paulistanos da qual s o suprimidos todos os artigos independente de n mero e g nero Depois pede se que o aluno complete as lacunas deixadas com as palavras sugeridas o a os e as e verifique se sem a presen a delas o texto seria compreendido De fato a compreens o da not cia prejudicada parcialmente mas isso n o impede sua leitura j prevendo essa resposta o material exp e logo em seguida outra atividade a qual questiona se comum falarmos ou escrevermos sem essas palavras o que sem d vida leva
327. tos a respeito das considera es tecidas em cada unidade dos volumes que constituem ambas as cole es perspectiva igualmente constatada em Ci ncias Naturais No componente curricular de Geografia por m vale ressaltar que h v rias not cias classificadas inadequadamente como reportagens o que demonstra um dos problemas de abordar g neros do discurso em disciplinas que n o lidam frequentemente de maneira t cnica com esse tipo de conte do a confus o entre g neros parecidos pertencentes mesma esfera de circula o O componente curricular de L ngua Inglesa por sua vez s apresenta ocorr ncias de not cia na Cole o Viver Aprender a qual adota o g nero primordialmente com o intuito de desenvolver estrat gias de leitura instrumental A op o por trazer para o material did tico textos que circulam socialmente em idioma estrangeiro sem d vida muito significativa mas a op o por priorizar o trabalho com t cnicas de leitura instrumental leva as obras a valorizar somente sua materialidade lingu stica sem fazer refer ncia ao contexto de produ o e circula o das not cias o qual contribui muito para a produ o de sentidos Em Artes como vimos n o contemplado nenhum representante do g nero not cia por m ao analisar os conte dos das demais disciplinas pudemos verificar o quanto a mat ria prima do jornalismo pode contribuir com situa es de ensino das mais diversas reas Vale ressaltar entreta
328. tos solicitam que o aluno retorne primeira p gina do jornal O Dia reproduzida na ntegra identifique qual o tempo verbal empregado na manchete Governo perde m nimo vai a R 275 e povo fica tonto e explique por que ele costuma aparecer nas manchetes jornal sticas Pretende se nesse caso que o educando constate a ocorr ncia do tempo presente nos t tulos das not cias empregado com o objetivo de conferir atualidade ao fato mesmo que ele j tenha ocorrido um aspecto lingu stico intr nseco constru o composicional e que ao mesmo tempo est atrelado fun o social do g nero visto que as pessoas s se interessam por fatos atuais Logo em seguida s o expostos quatro excertos dois retirados de textos jornal sticos e dois de textos liter rios dos quais s o destacadas em negrito palavras e express es que indicam tempo como o caso de hoje no s bado era uma vez e muito antes de n s nascermos A partir disso questiona se em quais delas h a indica o exata do tempo em que os fatos ocorreram em quais delas isso n o ocorre com precis o e por que isso acontece Mais uma vez pretende se que o aluno constate a necessidade t pica da esfera jornal stica de informar os fatos pontualmente uma vez que isso confere credibilidade ao texto uma exig ncia incomum na esfera liter ria Nesse caso evidente que os elementos lingu sticos s o retomados com o objetivo de verificar qual seu pa
329. tralidade uma exig ncia necess ria ao cumprimento do tema do g nero relatar um acontecimento de forma sucinta e objetiva Ao tratar sobre essa quest o curioso notar que embora uma das primeiras orienta es oferecidas pelos manuais de reda o jornal stica como o caso do Novo Manual da Folha de S Paulo 1992 refira se necessidade de construir um texto objetivo neutro sem ind cios de emiss o de ju zo de valor por parte do redator da not cia o que exige a escolha de determinados voc bulos e a exclus o de outros na constru o da not cia paradoxalmente esses mesmos manuais reconhecem que imposs vel manter a absoluta objetividade em qualquer texto que se escreva O que se pode fazer nesse caso para atender s especificidades da esfera jornal stica manter a m xima impessoalidade poss vel N o existe objetividade em jornalismo Ao escolher um assunto redigir um texto e edit lo o jornalista toma decis es em larga 66 medida subjetivas influenciadas por suas posi es pessoais h bitos e emo es Isso n o o exime por m da obriga o em ser o mais objetivo poss vel NOVO MANUAL DE REDA O 1992 p 19 Ao redigir um texto o jornalista opta por certos voc bulos e constru es ou seja seleciona recursos lexicais gramaticais e fraseol gicos da l ngua como afirma Bakhtin 2003 para materializar seu projeto de discurso e no espa o destinado publica o de not cias embo
330. tulo O g nero not cia A linguagem da not cia objetiva simples e dire ta O jornalista usa palavras e express es conhecidas pela maioria das pessoas para facilitar a compreen s o do leitor Voc n o deve ter tido dificuldade para compreender a not cia sobre os assaltos a igrejas Mas voc pode ir um pouco al m da simples com preens o dos fatos e a partir deles estabelecer algu mas rela es Veja a seguir uma delas A not cia sobre os roubos nas igrejas faz lem brar uma passagem b blica muito conhecida em que Jesus expulsa os homens que fazem com r cio il cito dentro do templo Apesar de no Evan gelho esse ser um curto relato a hist ria ganhou destaque no imagin rio ocidental ao longo dos s culos simbolizando o conflito entre os valores espirituais e o interesse material No cap tulo IV do Evangelho de S Marcos o epis dio relatado em apenas dois vers culos do 15 ao 17 E ele os ensinava dizendo lhes Porventura n o est es crito que a minha Casa ser chamada Casa de Ora o entre todas as gentes E v s tendes feito dela um covil de ladr es Artistas como El Greco nascido na Gr cia 1541 1614 e Bernardo Cavallino nascido na It lia 1616 1656 fizeram bel ssimas pinturas representando essa passagem que conhecida como Expuls o dos vendilh es do templo Outro exem plo da influ ncia dessa passagem b blica na arte do mundo ocidental o livro Os
331. ua Portuguesa por exemplo cont m os itens Um olhar para a l ngua espa o destinado a propostas de an lise lingu stica e de estudos gramaticais Olhe a escrita que apresenta um trabalho com a ortografia e Tramando textos e ideias o qual sugere atividades de produ o escrita ou oral Nas unidades da disciplina de Matem tica o aluno encontrar a se o Um olhar para a matem tica destinada ao estudo de quest es espec ficas desse componente curricular nas de Ci ncias Hora de relaxar cujo intuito promover um momento introspectivo de autoconhecimento Comum s disciplinas de L ngua Portuguesa e Ci ncias h o item Hora da pesquisa que prop e pesquisas relacionadas aos conte dos abordados s de Arte L ngua Portuguesa e Matem tica a se o Trocando ideias reservada discuss o e troca de experi ncias entre os alunos e ao final das unidades de todas as disciplinas a se o Vamos compartilhar momento que sugere a organiza o de eventos como mostras oficinas de cria o e exposi o dos trabalhos produzidos pelos alunos a toda a comunidade escolar A Cole o Viver Aprender por sua vez apresenta uma organiza o interna mais simples N o h muitas se es comuns a todos os componentes curriculares o n mero de itens contemplados em cada cap tulo inclusive bem menor que os disponibilizados pela Tempo de Aprender caracter stica possivelmente decorrente
332. udo da not cia n o ocorre de fato em momento algum O g nero em si na verdade analisado na maioria das vezes apenas de forma parcial uma vez que o objeto de an lise dos exerc cios reduz se a fragmentos ora o t tulo ora o lide sem contemplar o desenvolvimento do texto trecho respons vel pelo detalhamento do fato O nico exemplar do g nero apresentado na ntegra o texto sobre os assaltos a igrejas em S o Paulo que como vimos levanta d vidas quanto a sua classifica o Desse modo al m de os modelos de not cia disponibilizados no livro n o contemplarem todos os tra os t picos desse g nero como o caso do corpo do texto o material exp e longas considera es a respeito das caracter sticas da not cia mas n o as problematiza nos exerc cios pr ticos que como vimos s o bastante superficiais 3 3 2 Escrita Em rela o ao desenvolvimento da pr tica da escrita os PCN e as DCELP destacam que necess rio nas atividades de ensino atender a algumas condi es b sicas de produ o tais como finalidade do ato de escrever abordagem das especificidades do g nero no que diz respeito ao tema estilo e composi o considera o de seus lugares preferenciais de circula o e interlocutor eleito Esse procedimento nas palavras de Geraldi 2003 resume se em cinco proposi es a que se tenha o que dizer b que se tenha uma raz o para dizer c que se tenha para quem dizer d que o locutor se cons
333. ue tinha um habitante da Inglaterra em 1840 Esses dados do relat rio do PNUD Programa das Na es Unidas para o Desenvol vimento deste ano mostram que a desigualdade uma marca mundial Se for levada em conta toda a popula o mundial o coeficiente de Gini que calcula o grau de desi gualdade de uma popula o seria de 67 pontos em uma escala que vai de zero a cem em que zero indica uma distribui o de renda perfeita e cem uma situa o hipot tica na qual apenas uma pessoa concentraria a renda de uma popula o inteira Uma outra maneira de verificar essa desigualdade o dado que mostra que as 500 pessoas mais ricas do mundo t m renda total superior ao conjunto de 416 milh es de habitantes mais pobres do planeta Isso equivale dizer que cada um desses 500 biliona rios concentra em suas m os uma renda igual concentrada por 820 mil miser veis Folha de S Paulo 7 set 2005 Figura 14 Not cia sobre os ndices mundiais de desigualdade Cole o Tempo de Aprender vol 2 p 64 De acordo com a fonte indicada o texto foi retirado da Folha de S Paulo entretanto n o apresenta diagrama o t pica de um jornal impresso O t tulo por sua vez n o se assemelha ao que normalmente consta em textos desse g nero pois n o faz refer ncia direta ao assunto da not cia isto n o focaliza o qu aconteceu O lide da mesma maneira inova ao expor algumas conclus es do relat rio do PNUD antes mesmo de menc
334. ulo aborda como assunto a publica o da rela o de esp cies animais amea adas de extin o no pa s Conforme orientam as propostas pedag gicas oficiais a not cia adotada nesse momento com o intuito de ampliar a discuss o sobre as rela es estabelecidas entre os seres humanos e o meio ambiente e possivelmente foi incorporada ao material em virtude do car ter ver dico que circunda o g nero conforme j especificamos quando trabalhamos suas peculiaridades tem ticas No entanto essa perspectiva de trabalho n o est fundamentada em nenhuma atividade tal qual vinha acontecendo nos demais componentes curriculares Ap s o texto segue se apenas a transcri o de uma frase de 190 Leonardo da Vinci Chegar o dia em que os homens conhecer o o ntimo dos animais e neste dia um crime contra um animal ser considerado um crime contra a humanidade e a obra passa a abordar outra vertente do assunto a saber o tr fico de animais Desse modo a not cia parece ilustrar uma forma de desequil brio que tem atingido a biodiversidade atualmente fato que ao ser relacionado frase de Leonardo da Vinci pode suscitar um debate mais pontual acerca do assunto neles abordado Entretanto esse exerc cio fica a cargo do professor desenvolver pois a obra n o problematiza por meio de question rio os textos disponibilizados 4 6 L NGUA INGLESA H algum tempo o processo ensino aprendizagem de l ngua estrangeira na EJ
335. um ou mais fatos Para produzi la o jornalista pesquisa apura os fatos e a escreve sele cionando aquilo que considera essencial O primeiro par grafo da not cia chama se lide Nele importante responder na medida do poss vel s seis perguntas b sicas mas n o necessariamente a todas O ideal que o lide seja o mais completo poss vel por m isso depende do quanto de informa o o rep rter conseguiu apurar As perguntas s o as seguintes Quem O qu Quando Onde Como Por qu Reportagem quando um fato importante acontece o jornalista vai apur lo no local e por meio de entrevistas e conversas com as pessoas envolvidas no assunto obt m todas as informa es necess rias reportagem Depois ele escreve um texto resumindo tudo o que conseguiu saber a respeito do assunto em quest o A apresenta o da reportagem pode ocorrer de maneira mais livre e apre senta mais elementos do que a not cia Figura 4 Boxe contendo os conceitos de not cia e reportagem Cole o Tempo de Aprender vol 2 p 40 A defini o de not cia bastante vaga pois o registro de um ou mais fatos pode ocorrer em in meros g neros desde que seu produtor tenha interesse em faz lo N o podemos dizer claro que o conceito apresentado pelo livro parte de uma perspectiva err nea entretanto podemos dizer sem d vida que ele insuficiente para delimitar e caracterizar a not cia Embora saibamos que n o f ci
336. uma not cia bem como de outras personalidades brasileiras a saber Jos Goldemberg professor de f sica da USP e Oscar Niemeyer arquiteto conhecido pelo trabalho que desenvolveu no planejamento de pr dios p blicos de Bras lia O segundo exerc cio por sua vez prop e a leitura de uma not cia completa relacionada ao caso Jean Charles de Menezes jovem brasileiro assassinado por engano pela pol cia londrina no ano de 2005 O pr prio comando da atividade destaca que seu objetivo ultrapassa a simples pr tica da leitura pretende se tamb m levantar uma discuss o sobre o ocorrido uma vez que os policiais de Londres s o conhecidos por utilizar armas de fogo somente em casos extremos e no entanto cometeram um equ voco que acabou culminando na morte de um inocente Para a leitura deste texto baseie se no que voc consegue entender de imediato sobre o caso do brasileiro Jean Charles de Menezes assassinado em Londres em 2005 A inten o nesta se o a pr tica da leitura com base em estrat gias que v o al m de simplesmente entender palavras ou fazer uma leitura linear palavra por palavra e linha por linha Pretende se tamb m levantar a discuss o sobre esse caso t o pol mico A pol cia londrina famosa por n o portar armas de fogo e utiliz las apenas em casos extremos Nesse caso no entanto mataram uma pessoa por engano julgando que fosse um terrorista Leia o texto e responda s quest es Police gun vi
337. uma produ o heterog nea e regional de material destinado referida modalidade de ensino tocando em quest es que revelam a marginaliza o da Educa o de Jovens e Adultos Uma terceira pesquisadora que se prop e a trabalhar com os materiais did ticos destinados EJA Medeiros 2002 que em sua disserta o de mestrado intitulada Leitura Literatura e a Educa o de Jovens e Adultos procura verificar como se desenvolve o exerc cio de leitura liter ria nessa modalidade educacional e qual o seu 17 papel na forma o de leitores Ap s analisar os documentos oficiais destinados EJA existentes naquele per odo os materiais did ticos utilizados por uma institui o de ensino voltada para o trabalho com jovens e adultos e entrevistar alguns docentes que atuam na rea a autora conclui que no discurso as esferas governamentais reproduzem as mais atuais teorias sobre o trabalho com a literatura na escola entretanto na pr tica como evidenciaram o material analisado e a fala dos professores entrevistados os textos liter rios s o explorados de forma tangencial pois apesar de serem mencionados ao longo dos cursos poucos s o efetivamente lidos durante as aulas As pesquisas sobre g neros ao contr rio produzidas em larga escala possuem v rios representantes como o caso dos trabalhos de Santos 2007 Karwoski Gaydeczka amp Brito 2011 e Lopes Rossi 2002 Em rela o ao g nero not cia de modo particul
338. un es a chamar a aten o do leitor b criar expectativas sobre o que o texto integral relata c contribuir para marcar a pertin ncia da not cia quanto mais destacado o t tulo mais importante a not cia considerada e d auxiliar no desenho est tico do jornal impresso Ao analisar essas funcionalidades podemos observar que esse elemento da estrutura composicional relaciona se ao tema e pr pria fun o social do g nero pois normalmente o t tulo j cont m em si o an ncio do fato mais importante da not cia respons vel por atrair o interesse do interlocutor Em se tratando de um texto da esfera jornal stica que procura levar a not cia ao p blico com o m ximo de clareza poss vel o t tulo costuma apresentar alguns desdobramentos s o eles a Antet tulo tamb m conhecido como sobret tulo a frase inserida logo acima do t tulo complementando lhe sua informa o ou antecipando genericamente dados que ser o desenvolvidos no corpo do texto Acompanha frequentemente os principais t tulos de cadernos espec ficos dos jornais e ocupa aproximadamente o espa o de uma linha b Subt tulo a frase colocada logo abaixo do t tulo Possui as mesmas caracter sticas do antet tulo c Intert tulo tamb m conhecido como entret tulo uma esp cie de subt tulo colocado a certa altura da not cia como forma de arejar o texto ou antecipar uma informa o considerada importante que est posta a seguir Costum
339. unidade II a qual aborda o assunto Sa de e qualidade de vida o material de Matem tica contempla outro representante do g nero por m explorando mais um conte do caracter stico de sua composi o o gr fico em articula o aos j conhecidos dados num ricos t picos do estilo de linguagem da not cia A Trabalhando com texto oO Pesquisa do Instituto Nacional de Cancer revela que o brasileiro fuma menos hoje que ha 15 nos Em 1989 o IBGE estimou em 31 7 o ndice de fumantes no pa s Atualmente segundo INCA a taxa em 16 capitais varia de 12 9 em Aracaju a 25 2 em Porto Alegre Cai ndice de fumantes no Brasil Mas o consumo pelos jovens preocupa o governo Pesquisa da OMS em 12 capitais do pa s mostra que de 11 5 a 35 3 eles s o fumantes regulares O Minist rio da Sa de decidiu incluir o trata mento de depend ncia do fumo no atendimento EB Belo Horizonte E Porto Alegre E Curitiba EB Florian polis sico do SUS Sistema Unico de Sa de EB S o Paulo E Fortaleza Dispon vel em lt http www radiobras gov br EB Vit ria riores 2004 sinopses_0106 htm gt Acesso em 28 set 2006 z OMS Relat rio Mundial de Sa de 1999 Rio de Janeiro Figura 16 Not cia sobre queda no ndice de fumantes brasileiros Cole o Tempo de Aprender vol 2 p 153 O texto tamb m extra do do ambiente virtual mais uma vez constru do com base nos resultados de uma pesquisa a qual mostra o ndi
340. ura 2002 BONINI A Os g neros do jornal quest es de pesquisa e ensino In KARWOSKI A M GAYDECZKA B BRITO K S Orgs G neros textuais reflex es e ensino 4 ed S o Paulo Par bola Editorial 2011 p 53 68 G neros textuais e cogni o um estudo sobre a organiza o cognitiva da identidade dos textos Florian polis Insular 2002 BRAIT B Estilo In ___ Org Bakhtin conceitos chave 4 ed S o Paulo Contexto 2007 p 79 102 210 BRASIL Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira A educa o no Brasil na d cada de 90 1991 2000 Bras lia Inep MEC 2003 264 p Dispon vel em _ http www dominiopublico gov br download texto me0000271 pdf Acesso em 03 dez 2010 Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e diversidade Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o Guia de Livros Did ticos PNLD 2011 EJA Bras lia MEC SECAD 2010 Secretaria de Educa o Fundamental Par metros Curriculares Nacionais L ngua Portuguesa 3 e 4 ciclos Bras lia MEC SEF 1998a Secretaria de Educa o Fundamental Par metros Curriculares Nacionais Hist ria 3 e 4 ciclos Bras lia MEC SEF 1998b Secretaria de Educa o Fundamental Par metros Curriculares Nacionais Geografia 3 e 4 ciclos Bras lia MEC SEF 1998c Secretaria de Educa o Fundamental Par metros Curriculares Nacionais Ci ncias Natur
341. ura teoria gramatical mas incentiva a reflex o acerca de determinados elementos lingu sticos no contexto dos textos analisados ou seja prop e o estudo dos conte dos gramaticais a partir de seus aspectos funcionais na constitui o da unidade de sentido dos enunciados conforme sugerem as DCELP PARAN 2008 p 78 Na atividade transcrita prop e se mais uma vez um percurso at chegar ao ponto de interesse o uso dos pronomes pessoais Somente depois de verificar a quem eles se referem e qual seu papel no trecho destacado o material apresenta um quadro explicativo sobre o que s o e quais os tipos de pronomes pessoais existentes seguindo a perspectiva adotada no momento em que trabalhada a quest o dos artigos Por meio da abordagem sugerida podemos notar que os elementos caracter sticos do estilo de linguagem da not cia al m de outros que podem aparecer em diversos textos s o levantados a partir dos exerc cios o que em parte explica a aus ncia de uma descri o detalhada das caracter sticas do g nero ao longo do cap tulo como ocorre com o material da Global Em vez de oferecer a teoria pronta o material opta por constru la a partir de questionamentos lan ados ao aluno que constatar esses tra os a partir da observa o de trechos de not cias ou de textos pertencentes a outros g neros A nica inviabilidade da proposta de fato seu car ter demasiadamente sint tico A Cole o Viver Aprender por su
342. vam na poca que esse seria o fim da lua de mel do ent o presidente Luiz In cio Lula da Silva com os integrantes do movimento enquanto os pr prios sem terra afirmavam que s estavam dando continuidade a sua conhecida estrat gia de reivindica o Para finalizar o lide comenta que o maior problema para o governo Lula n o seria a ocupa o de terrenos por parte do MST mas a possibilidade de surgirem organiza es paramilitares ligadas a grandes latifundi rios abertamente prometendo bloquear as a es do movimento Pee tamb m constitui o O segundo intitulado Brazil landless march for reform lide de uma not cia De acordo com o texto mais de mil trabalhadores rurais sem terra marcharam em dire o Bras lia DF onde tiveram um encontro com o ex presidente Lula para discutir sobre um projeto de reforma agr ria O curioso que consultando a fonte original verificamos que ao ser transportado para o LD o subt tulo da not cia foi incorporado ao corpo do texto o que revela uma altera o em sua constru o composicional embora n o haja nenhum motivo aparente para que isso aconte a O texto tr s por fim apresenta um t tulo Brazil jails peasant massacre 26 officer uma fotografia e um pequeno texto de duas linhas que se considerado seu conte do parece funcionar como subt tulo e at mesmo como legenda da imagem uma vez que apresenta informa es complementares ao t tulo ao afirmar que a ju
343. vendilh es do templo do escritor Moacyr Scliar Ele toma por base esse evento para criar uma narrativa A hist ria uma par bola sobre as re la es entre cren a e poder interesses e ideais A narrativa come a assim Nunca pensei em me tornar vendilh o do templo dizia ele em alto e bom som aos que quisessem ouvir Not cia um g nero textual jornal stico Na m dia im pressa seu ve culo de comunica o s o os jornais e as revistas J na televis o e no r dio n o lemos not cias mas podemos respectivamente assistir sua narra o nos telejornais geralmente comple mentadas por imagens e ouvi las E no jornalismo eletr nico as not cias est o em blogs e sites A fun o da not cia relatar fatos e aconteci mentos da maneira mais clara e objetiva poss vel N o qualquer fato que vira not cia Para um fato se transformar em not cia necess rio que ele seja interessante que desperte curiosidade e que tenha import ncia para o p blico Imagine estas situa es um avi o faz uma viagem sem ne nhum problema um gari recolhe o lixo das ruas tranquilamente Esses fatos nunca ser o not cia Imagine agora um avi o cai e todos os passagei ros morrem um gari encontra uma sacola no lixo com uma grande soma em dinheiro Esses fatos ser o not cia Figura 6 Coment rios sobre o g nero not cia Cole o Viver Aprender vol 1 p 43 O primeiro deles intitulado O g nero
344. versidade Estadual de Maring Centro de Ci ncias Humanas Letras e Artes Programa de P s Gradua o em Letras EE T tuIS CDD 21 ed 401 41 GVS 00402 SIMONE CRISTINA DE SANTANA O G NERO NOT CIA NAS COLE ES DID TICAS INDICADAS PELO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DID TICO PARA A EDUCA O DE JOVENS E ADULTOS Disserta o apresentada ao Programa de P s gradua o em Letras Mestrado da Universidade Estadual de Maring como requisito parcial para obten o do grau de Mestre em Letras rea de concentra o Estudos Lingu sticos Aprovado em 05 de mar o de 2012 BANCA EXAMINADORA Prof Dr Edson Carlos Romualdo Universidade Estadual de Maring UEM Presidente d ua hax Y ntl lt Prof Dr Cristiane Carnej o Capristano Universidade Estadual de Maring UEM Prof Dr Vanderci de Andrade Aguilera Universidade Estadual de Londrina UEL Londrina PR A todos aqueles que tiveram negado o direito ao acesso ou conclus o da Educa o B sica na idade pr pria AGRADECIMENTOS Ao meu bom e misericordioso Deus que me ajudou a tirar as pedras que surgiram no caminho ao longo desses dois anos Ao meu orientador Prof Dr Edson Carlos Romualdo exemplo de seriedade e profissionalismo por acreditar neste trabalho sempre atuando como interlocutor atento por confiar em meu potencial e por contribuir imensamente para minha evolu o acad mica e profissional A Prof Dr
345. visto saindo de sua resid ncia s 7h45 da manh linhas 15 16 o indiv duo linha 21 e visivelmente alcoolizado linha 26 al m da op o de empregar os verbos no passado remetem ao estilo objetivo e direto t pico de g neros jornal sticos Em contrapartida alguns outros trechos desses mesmos textos s o marcados por fortes tra os de subjetividade o sapateiro Augusto Ramos aproveitou se para abra la alegremente dando lhe beijos na garganta e na face culminado em um beijo na orelha esquerda Em vista disso a senhora em quest o voltou se para o seu marido beijando o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras meu amor linhas 10 15 Reina a maior paz no sub rbio do Encantado e a noite foi bastante fresca tendo Dona Maria senhora que sempre foi muito friorenta chegado a puxar o cobertor tendo depois sonhado que seu netinho lhe oferecia um peda o de goiabada linhas 33 36 Nesses fragmentos evidente a influ ncia da individualidade do falante tra o que renova ou quase destr i o tom do g nero not cia ditado pelo contexto s cio hist rico ideol gico atual O conte do tem tico de ambos os textos por fim encontra se totalmente avesso ao que se espera de uma not cia jornal stica Os fatos noticiados correspondem a momentos banais da vida cotidiana sem a abordagem de acontecimentos que na perspectiva da imprensa sejam dignos de nota a troca
346. zam a import ncia de as comunidades se organizarem em busca de solu es para as dificuldades que enfrentam Sob essa perspectiva podemos notar que a not cia trazida para o material did tico com o objetivo de suscitar reflex o sobre um assunto 179 relacionado ao conte do trabalhado sem a preocupa o de promover uma an lise detalhada do texto como ocorre em Matem tica que trabalha mais com aspectos relacionados ao estilo de linguagem do g nero ou de funcionar como comprova o de algum acontecimento significativo como verificamos em Hist ria que faz uso da not cia em decorr ncia de elementos ligados a seu tema uma op o que se mant m ao longo da cole o Na obra destinada ao 77 ano constam tr s ocorr ncias de not cia A primeira delas intitulada Homem o principal respons vel por mudan as clim ticas tamb m caracterizada pela obra como reportagem relata o resultado de uma pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa Atmosf rica dos Estados Unidos publicado na revista Science segundo o qual o clima da Terra est sendo muito afetado pela atividade humana O texto relativamente curto apresentado na ntegra conforme pudemos constatar ao consultar a fonte indicada pelo LD e n o cont m ind cios de uma reportagem o que coloca em d vida novamente a classifica o exposta pela cole o O conte do do cap tulo em que o texto est inserido diz respeito s mudan as clim ticas e em especial a

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