Home

Caderno de Textos 35º ENEPe

1. CAPES no fomento a programas de forma o inicial e continuada e da outras provid ncias Di rio Oficial da Uni o Bras lia 30 jan 2009 Se o 1 p 1 BRASIL Lei 9394 96 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da Educa o Nacional Di rio Oficial da Uni o 23 dez 1996 BRASIL Minist rio da Educa o Plano de Desenvolvimento da Educa o B sica PDE Bras lia MEC s d BRASIL Minist rio da Educa o Conselho Nacional de Educa o Fundamental Dispon vel em http portal mec gov br CHAUI M Intelectual Engajado uma figura em extin o In NOVAES A org O Sil ncio dos Intelectuais S o Paulo SP Ed Companhia das Letras 2006 p 19 43 FREIRE P Pedagogia da Autonomia saberes necess rios pr tica educativa S o Paulo SP Paz e Terra 1996 Cole o Leitura OTRANTO C R Desvendando a pol tica de educa o superior do governo Lula Revista Universidade e Sociedade DF Ano XVI no 38 junho de 2006 p 19 29 A Reforma da Educa o Superior do governo Lula Da inspira o implanta o In SILVA JR J R OLIVEIRA J F MANCEBO D orgs Reforma Universit ria dimens es e perspectivas Campinas SP Ed Alinea 2006 P 43 58 O PLANO DE A ES ARTICULADAS PAR NO CONTEXTO DAS POL TICAS EDUCACIONAIS NO PERIODO DE 2003 A 2010 SIGNIFICADOS E DIMENS ES Marcelo Soares Pereira da Silva Universidade Federal de Uberl ndia UFU Resumo Este
2. No que se refere educa o os resultados das pesquisas apontam grande desvantagem da popula o negra em rela o branca Ocorreu um aumento gradativo de anos de estudo na popula o brasileira mas as diferen as entre brancos e negros se mantiveram O mesmo ocorreu com as taxas de analfabetismo que diminu ram no total e se mantiveram as diferen as As acentuadas desigualdades educacionais foram analisadas por estudos diversos Hasenbalg 1987 Hasenbalg e Silva 1990 Rosemberg 1998 Jaccoud e Beghin 2002 Em todos os n veis de ensino as desigualdades s o significativas e aumentam exponencialmente nos n veis de ensino mais elevados Hasenbalg 1988 p 136 A compara o do desempenho escolar de crian as negras e brancas com mesmo n vel de renda familiar e de participa o no mercado de trabalho aponta o atraso escolar significativamente maior entre os negros Rosemberg 1998 o que leva conclus o de que o sistema de ensino discrimina a popula o negra A expans o do sistema de ensino utilizou crit rio discriminat rio conforme aponta Rosemberg 1999 2000 A produ o da desigualdade inicia se na educa o infantil com desigualdades de custeio de n vel educacional dos profissionais de condi es gerais de atendimento a socializa o de crian as pobres e negras para a subalternidade se inicia no ber rio onde as crian as vivem rotinas de espera Rosemberg 2000 p 149 Al m disso classe
3. o profissional deve desenvolver se de forma integrada s diferentes modalidades de forma o ao mundo do trabalho ci ncia e tecnologia A dicotomia entre conhecimento geral e espec fico entre ci ncia e t cnica ou mesmo a vis o de tecnologia como mera aplica o da ci ncia devem ser superadas de tal forma que a educa o incorpore a cultura t cnica e a cultura geral na forma o plena dos sujeitos e na produ o cont nua de conhecimentos por meio de uma forma o integrada A forma o concebida nessa perspectiva n o poder no entanto ser constru da de forma pontual isolada de uma pol tica estrutural para a educa o b sica especialmente para o ensino m dio O Ensino M dio Integrado est sendo atualmente proposto pelo governo brasileiro aos estados constitucionalmente respons veis por esse n vel de ensino ficando o Minist rio da Educa o com a responsabilidade de oferecer apoio t cnico e financeiro para a sua implanta o Algumas experi ncias no Pa s podem ser avaliadas como de sucesso na perspectiva de uma forma o integrada como as da rede de escolas t cnicas federais que se pautaram por esse modelo at o seu desmantelamento em decorr ncia do Decreto 2 208 97 Com o Decreto 5 154 04 o governo revoga o combatido Decreto 2 208 97 e oferece novas bases para a educa o de n vel m dio dando origem proposta do ensino m dio integrado Trata se de uma proposta em processo de im
4. o do Estado o governo eletr nico est fortemente apoiado numa nova vis o do uso das tecnologias para a presta o de servi os p blicos mudando a maneira pela qual o governo interage com o cidad o empresas e outros governos Governo eletr nico n o se restringe simples automa o dos processos e disponibiliza o de servi os p blicos por meio de servi os online na internet Abranson e Means 2001 mas na mudan a da maneira como o governo pelo uso da TIC atinge os seus objetivos para cumprimento do papel do Estado Isso inclui a melhoria dos processos da administra o p blica aumento da efici ncia melhor governan a elabora o e monitoramento das pol ticas p blicas integra o entre governos e democracia eletr nica representada pelo aumento da transpar ncia da participa o democr tica e accountability dos governos DINIZ BARBOSA JUNQUEIRA PRADO 2009 p 27 Orientado por estas quatro dimens es o processo de elabora o PAR se divide em duas grandes etapas A primeira etapa consiste na aplica o do instrumento para realiza o do diagn stico da rede de ensino A segunda etapa consiste na formula o do plano de a o propriamente dita Na fase de diagn stico a plataforma disponibiliza de in cio in meras informa es relativas aos dados educacionais e demogr ficos da unidade federada munic pio ou estado ou Distrito Federal Desse modo a equipe de elabora o do PAR tem em m os uma s ri
5. Lei no 10 172 2001 cujas metas incluem o ensino m dio como um dos avan os a serem conquistados para garantir a eleva o do n vel de escolaridade da popula o A meta maior colocada com rela o demanda do ensino m dio a de serem oferecidas no m nimo 50 das vagas necess rias para atender a sua demanda em cinco anos e 100 em dez anos al m de reduzir a exclus o escolar provocada pela repet ncia e pela evas o em 5 ao ano Desde a avalia o preliminar do PNE realizada na C mara Federal em fevereiro de 2004 at os dias atuais vem se constatando mudan as nas pol ticas de acesso a esse n vel de ensino e a sua qualidade vem se modificando sensivelmente sem no entanto ser poss vel realizar at o momento uma avalia o cr tica de tais iniciativas Na LDB foram introduzidas algumas modifica es que envolvem especificamente a educa o de n vel m dio a introdu o do ensino da cultura afro brasileira a obrigatoriedade da educa o f sica a obrigatoriedade do ensino da l ngua espanhola Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que disp e sobre a obrigatoriedade do ensino de filosofia e de sociologia Importante destacar ainda que a partir da regulamenta o do Decreto 5154 04 o Minist rio da Educa o procura implantar o Ensino M dio Integrado tema que ser aprofundado no item Do ensino m dio integrado educa o t cnico profissional Uma perspectiva de mudan a estrutu
6. Procedeu se assim a um mapeamento de propostas curriculares desses cursos tendo em conta os diversos tipos de institui es de ensino superior que os oferecem Como as Diretrizes Curriculares Nacionais para esses cursos s o amplas e a estrutura o do curr culo fica a cargo de cada institui o procurou se obter um panorama do que est sendo proposto como forma o nas institui es de ensino superior identificando nos curr culos ou ementas dispon veis a oferta de disciplinas relacionadas educa o em sexualidade Dentre todos os dados disponibilizados no site do Minist rio da Educa o obtemos 41 universidades de um total de 989 universidades que oferecem 68 cursos de pedagogia nos quais a tem tica da sexualidade apresentada em alguma disciplina Por m na maior parte delas a disciplina oferecida na modalidade optativa n o sendo obrigat ria Isso significa que somente os as estudantes interessados as diretamente no assunto ir o curs la importante destacar que esse conjunto de disciplinas compreende conte dos de g nero corpo corporeidade diversidade sexual biologia educa o sa de educa o e n o somente educa o sexual ou sexualidade 3 Algumas Considera es A ECOS entende que para gerar um novo conhecimento e uma nova pr tica social relacionada ao 12 importante destacar o pioneiro papel do DPE na discuss o da educa o sexual no Brasil como descrito nos artigos de
7. o Em face das mudan as havidas as etapas iniciais da educa o b sica foram reestruturadas bem como redefinida a faixa et ria dos alunos Assim nos termos da Resolu o CNE CEB no 3 05 a educa o infantil destinar se a crian as de at 5 anos na creche at tr s anos de idade e na pr escola de 4 e 5 anos enquanto o ensino fundamental passa a atender crian as e jovens de 6 a 14 anos em dois ciclos sucessivos anos iniciais e anos terminais na faixa et ria de 6 a 10 anos e de 11 a 14 anos respectivamente Essa defini o de ciclos para o ensino fundamental pol mica considerando as prescri es da LDB sobre as diferentes possibilidades de organiza o da educa o b sica e a prerrogativa dos estados e munic pios de defini la Vale registrar o pronunciamento do Deputado Carlos Abicalil quando presidente da Comiss o de Educa o e Cultura da C mara Federal ao reportar se ao fato O tema vai confrontar se a meu ju zo com tr s aspectos importantes Primeiro a autonomia federativa frente ao que constitui o sistema de ensino aut nomo e que atribui a Estados e Munic pios a compet ncia de regulamentar a mat ria de maneira diversa Segundo o impacto no financiamento da educa o O terceiro o impacto ou n o da padroniza o da organiza o curricular uma vez que a Lei Maior permite a organiza o em s ries em semestres em ciclos e outras formas que escapam do Conselho Nacional de Educa o
8. o Com isto se pretendia superar aquelas concep es que colocavam esta forma o numa posi o de ap ndice de menor relev ncia ou secundarizada na din mica das institui es e dos pr prios cursos Mas ao mesmo tempo e contraditoriamente as diretrizes apontavam tamb m para que a forma o de professores se desenvolvesse em institui es espec ficas voltadas para esta finalidade como era o caso dos ISE em detrimento de uma pol tica de forma o que privilegiasse a forma o de professores em universidades de modo a possibilitar uma forma o que se realizasse na articula o entre ensino pesquisa e extens o Ainda no interior desse processo de formula o e regula o da forma o de professores nos anos de 2005 e 2006 o CNE aprovou o Parecer CNE CP 05 2005 reexaminado pelo Parecer CNE CP 03 2006 e a Resolu o CNE CP 01 2006 que definiram e institu ram as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Gradua o em Pedagogia licenciatura Estas diretrizes se aplicam especificamente forma o inicial para o exerc cio da doc ncia na Educa o Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental nos cursos de Ensino M dio na modalidade Normal e em cursos de Educa o Profissional na rea de servi os e apoio escolar bem como em outras reas nas quais sejam previstos conhecimentos pedag gicos Segundo essas DCN o Curso de Pedagogia dever integrado doc ncia propiciar a forma o para a partici
9. o Infantil Bras lia DF 2006 Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica Par metros Nacionais de Qualidade para a Educa o Infantil Volume l Bras lia DF 2006 C MARA DOS DEPUTADOS Comiss o de Educa o e Cultura Avalia o T cnica do Plano Nacional de Educa o Bras lia 2004 Comiss o de Educa o e Cultura Plano Nacional de Educa o Bras lia 2002 CURY Carlos Roberto Jamil et al 1996 A rela o educa o sociedade e Estado pela media o jur dico constitucional In FAVERO Osmar Org A educa o nas constituintes brasileiras 1823 1988 Campinas Autores Associados 1996 p 5 30 HORTA Jos Silv rio Bahia Direito educa o e obrigatoriedade escolar Cadernos de Pesquisa Funda o Carlos Chagas S o Paulo n 104 jul 1998 p 5 34 MACHADO Luc lia Ensino M dio e Ensino T cnico com Curr culos Integrados Propostas de A o Did tica para uma Rela o Fantasiosa In Ensino M dio Integrado Educa o Profissional Integrar para que Bras lia Minist rio da Educa o 2007 p 41 66 PEREIRA Eva Waisros e TEIXEIRA Zuleide Ara jo A educa o b sica redimensionada In BRZEZINSKI Iria Org LDB interpretada diversos olhares se entrecruzam S o Paulo Cortez 1997 p 83 105 POL TICA P BLICA DA EDUCA O Qualidade e Democracia Bras lia C mara dos Deputados Coordena o de Publica o 2004 S rie a o parlamentar n 298 P
10. 2008 LOURO G L G nero sexualidade e educa o uma perspectiva p s estruturalista Petr polis Vozes 1997 LOURO G L Org O corpo educado pedagogias da sexualidade Belo Horizonte Aut ntica 2000 LOURO G L O curr culo e as diferen as sexuais e de g nero In COSTA M V Org O curr culo nos limiares do contempor neo Rio de Janeiro DP amp A 2001 p 85 92 LOURO G L NECKEL F J GOELLNER V S Org Corpo g neroe sexualidade um debate contempor neo na educa o Petr polis Vozes 2008 MORENO M Como se ensina a ser menina o sexismo na escola S o Paulo Moderna Campinas UNICAMP 1999 MOTT L Homofobia a viola o dos direitos humanos de gays l sbicas e travestis no Brasil Salvador Grupo Gay da Bahia 1997 ROLNIK S Cidadania e alteridade o psic logo o homem da tica e a reinven o da democracia In SPINK M J P Org A cidadania em constru o uma reflex o transdisciplinar S o Paulo Cortez 1994 p 157 176 SILVA T T Desconstruindo o construtivismo pedag gico Educa o amp Realidade Porto Alegre v 18 n 2 p 3 10 jul dez 1998 SILVA T T Org O sujeito da educa o estudos foucaultianos Petr polis Vozes 1994 SILVA T T Org Liberdades reguladas a pedagogia construtivista e outras formas de governo do eu Petr polis Vozes 1998 SILVA T T Org Identidade e diferen a a perspectiva dos estudos culturais Petr polis Vozes 2000 WALKE
11. Crit rios para atendimento em creches e pr escolas que respeitem os direitos fundamentais da crian a Brasil MEC SEF DPE COEDI 1997 As autoras refor am a concep o de creche como lugar de educa o infantil na qual o foco est na crian a e em seu desenvol vimento A proposta articula a no o de cuidado aten o aconchego higiene sa de alimenta o e a educa o est mulo desenvolvimento da curiosidade imagina o capacidade de express o Em 1998 houve uma recomposi o no grupo que dirigia a Edu ca o Infantil no MEC e se desconsiderou essa concep o de educa o neste processo pol tico que o Referencial Curricular Nacional para a Educa o Infantil Brasil RCNEI 1998 foi aprovado A elabora o des se documento contou com o apoio de diversos pareceristas que anali saram a vers o preliminar e levantaram aspectos positivos e negativos Poucas sugest es entretanto foram incorporadas pelo MEC O RCNEI prop s se a servir como guia para a reflex o educacional sobre os objetivos conte dos e orienta es did ticas para profissionais que atuam diretamente com crian as de zero a seis anos Esse referencial defende a import ncia de se transmitir valores de igualdade e respeito entre pessoas de sexos diferentes Alguns trechos utilizam proposital mente meninos e meninas ao inv s de crian as Ressalta que a cons tru o da identidade de g nero e da pr pria sexualidade extrapola a mera co
12. Universidade de S o Paulo 1996 CRUZ Maril ia dos S A hist ria da disciplina Estudos Sociais a partir de representa es sobre o negro no livro did tico per odo 1981 2000 Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Estadual Paulista 2000 FIGUEIRA Vera M O preconceito racial na escola In Estudos Afro Asi ticos Rio de Janeiro n 18 p 63 72 1990 GON ALVES Luiz A O Reflex o sobre a particularidade cultural na educa o das crian as negras Cadernos de Pesquisa S o Paulo n 63 p 27 29 nov 1987 A discrimina o racial na escola In MELO Regina L Ce COELHO Rita C F orgs Educa o e discrimina o dos negros Belo Horizonte IRHJP 1988 p 59 63 GUIMAR ES Antonio S A Classes ra as e democracia S o Paulo Funda o de Apoio Universidade de S o Paulo Ed 34 2002 HASENBALG Carlos A Desigualdades sociais e oportunidade educacional a produ o do fracasso Cadernos de Pesquisa S o Paulo n 63 p 24 29 1987 As imagens do negro na publicidade In HANSELBAG Carlos e SILVA Nelson do Valle Estrutura Social Mobilidade e Ra a Rio de Janeiro V rtice 1988 P 183 188 HASENBALG Carlos A e SILVA Nelson do Valle Ra a e oportunidades educacionais no Brasil Estudos Afro Asi ticos Rio de Janeiro n 18 p 73 91 1990 JACCOUD Luciana de Barros e BEGHIN Nathalie Desigualdades raciais no Brasil um balan o da interven o governamental Bras lia IPEA
13. adotado frente a cada indicador Este encaminhamento pode ser no sentido de aderir um determinado programa o projeto proposto pelo MEC e suas autarquias ou solicitar apoio financeiro e ou t cnico para implementa o de alguma a o espec fica ou ainda situar as a es locais que ser o desenvolvidas em cada dimens o considerada no processo de planejamento A responsabilidade pelo elabora o do PAR do Secret rio de Educa o correspondente ou algum profissional por ele indicado No entanto em v rios momentos dos documentos orientadores mencionada e proposta a import ncia da participa o da comunidade escolar e da sociedade mais ampla nesta elabora o A periodicidade de elabora o do PAR de cinco anos todavia ele pode ser renovado ou atualizado em per odos intermedi rios guisa de conclus o significados e dimens es do PAR Os elementos apresentados ao longo deste estudo nos possibilitam apreender alguns significados e dimens es que permeiam o Plano de A es Articuladas o contexto das pol ticas educacionais para a educa o b sica Nesse sentido um primeiro aspecto que chama aten o s o as marcas do planejamento estrat gico que ele carrega ainda que incorporando nuances do planejamento participativo todavia esta quest o da participa o demanda outros estudos de modo a verificar seus contornos e em que medida realmente acontece Mas em rela o ao planejamento estrat gico fica evidente o car t
14. conhecimento que englobe os estudos de g nero na Educa o Minorias sexuais e de g nero tamb m s o temas ausentes no tocante aos Par metros Curriculares Nacionais Embora estes ressaltem a necessidade de se tratar a sexualidade como tema transversal nada mencionado mais especificadamente em rela o homossexualidade Nos objetivos da proposta menciona se apenas o respeito diversidade de valores cren as e comportamentos existentes e relativos sexualidade desde que seja garantida a dignidade do ser humano Brasil 1997 p 133 ou ainda reconhecer como determina es culturais as caracter sticas socialmente atribu das ao masculino e ao feminino posicionando se contra discrimina es a elas associadas idem ibid Sem uma refer ncia expl cita ao tema da discrimina o contra homossexuais e outras diversidades sexuais como travestis transexuais bissexuais etc no espa o escolar resta ao educador a apenas a interpreta o da necessidade ou n o da inclus o do tema a partir da leitura dos objetivos j que pode interpret los apenas como a necessidade de questionar as representa es sociais acerca do masculino e do feminino sem mencionar outras pr ticas sexuais que sejam divergentes da norma heterossexual Mesmo nas Confer ncias Ibero Americanas sobre a Educa o a homossexualidade tema ausente Em conson ncia com as pol ticas de inclus o presentes no dis curso atual da educa o chegam a
15. desenvolvimento Na def sa dessa tese a autora fundamenta se em Bobbio para afirmar que os direitos nascem e se desenvolvem n o por nossa disponibilidade pedag gica mas essencialmente por conjunturas hist ricas de forma es sociais concretamente dadas Hoje emerge no cen rio educacional um esfor o voltado para consolidar a igualdade mediante a inclus o de comunidades ndios negros portadores de defici ncias que historicamente s o exclu das do direito educa o e desconsideradas nas suas diferen as e particularidades Princ pios consagrados da educa o nacional inscritos na LDB enfatizam o pluralismo de id ias e o apre o toler ncia art 30 Ill e IV que traduzem as reivindica es relacionadas identidade na diversidade O Relat rio final do Projeto Brasil Tr s Tempos 2006 demonstra claramente a amplitude da concep o de educa o b sica colocada na LDB ao afirmar que al m de sentido regular que comumente a relacionam idade e a caracter sticas semelhantes do alunado podem ser desenvolvidas com caracter sticas especificas denominadas de modalidades que objetivam o atendimento s diferen as dos sujeitos hist ricos que a ela se incorporaram Com isso a Educa o B sica engloba tamb m a Educa o de Jovens e Adultos educa o especial educa o do campo educa o ind gena e educa o profissional exceto a de n vel tecnol gico Nessa perspectiva ter se ia como sug
16. isto unidades de leitura voltadas afirma o da cultura afro brasileira busca de um eu enunciador negro BERND 1988 e discuss o dos problemas do negro na sociedade brasileira mas carecemos de estudos e reflex es sistematizados sobre esta produ o para crian as ou escolas Refer ncias BAZILLI Chirley Discrimina o contra personagens negros na literatura infanto juvenil brasileira contempor nea Disserta o Mestrado em Psicologia Social Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo 1999 BEISIEGEL Celso Cultura e Democracia Rio de Janeiro Edi es Fundo Nacional de Cultura 2001 BERND Zil Negro de personagem a autor Anais IV da Bienal Nestl de Literatura S o Paulo 1988 p 25 28 BRASIL Funda o de Assist ncia ao Estudante FAE Defini o de crit rios para avalia o dos livros did ticos Bras lia FAE 1994 BROOKSHAW David Ra a e cor na literatura brasileira Tradu o de Marta Kirst Porto Alegre Mercado Aberto 1983 S rie Novas Perspectivas CAVALLEIRO Eliane dos Santos Identificando o racismo o preconceito e a discrimina o na escola In LIMA Ivan C ROM O Jeruse e SILVEIRA S nia M orgs Os negros e a escola brasileira Florian polis N cleo de Estudos Negros NEN 1999 p 47 60 S rie Pensamento Negro em Educa o N 6 CHINELLATO Thais M Cr nica e ideologia contribui es para leituras poss veis Tese Doutorado em Lingu stica
17. mencionar a necessidade de pol ticas de inclus o das mulheres mas nada mencionado em rela o ao combate homofobia e a necessidade da inclus o do tema da diversidade sexual no espa o acad mico Essa aus ncia tamb m bastante comum nas pol ticas de Direitos Humanos no Brasil Qualquer brasileira o pode se lembrar facilmente de v rios nomes da pol tica nacional que defendem publicamente causas ligadas aos direitos das minorias tnicas e raciais aos direitos da mulher e aos direitos de presidi rios as mas que se escondem quando o assunto em pauta o combate homofobia ou a reivindica o de direitos por parte dos grupos GLBT gays l sbicas bissexuais e transg neros Para entendermos a aus ncia do tema da diversidade sexual e de g nero durante muito tempo na rea da Educa o podemos recorrer s an lises de pesquisadores as como Silva 1993 2000 1994 1998 Larrosa 1994 e Walkerdine 1998 Para estes autores as h uma persist ncia na educa o de proposi es cristalizadas e essencialistas para pensar a identidade que podemos transferir tamb m para nossa an lise acerca do g nero A educa o foi marcada por uma concep o do sujeito baseada em proposi es herdadas da Psicologia da Aprendizagem e da Psicologia do Desenvolvimento repletas de descri es normativas e naturalizadas legitimadas pela Biologia e particularmente por uma determinada leitura darwinista da evolu o fazendo com que o olhar s
18. o Mundial sobre a Educa o Superior no s culo XXI e das Confer ncias lbero Americanas de Educa o tendo como principal pressuposto a id ia de que o Estado deve ter um compromisso permanente de investimento no ensino superior com o fim de promover n o s a difus o dos conhecimentos cient ficos mas tamb m o exerc cio da cidadania e do respeito aos direitos humanos bem como o desenvolvimento de pol ticas de inclus o Pressionada por esses documentos e pelo movimento de resist ncia de v rios grupos sociais a universidade tem sido chamada responsabilidade da discuss o do tema da alteridade e da inclus o das minorias o que implica discutir sua posi o frente aos novos sujeitos escolares que reivindicam seu espa o no curr culo escolar a exemplo das minorias tnicas e raciais dos indiv duos com necessidades educativas especiais das minorias sexuais e de g nero e das in meras diferen ais culturais e comportamentais que habitam o espa o escolar Alteridade heterogeneidade diferen a diversidade multiculturalismo s o algumas das express es mais usadas nos ltimos tempos no discurso acad mico e nos movimentos sociais para fomentar tal debate Diversidade sexual e de g nero tamb m tem sido um tema constante na m dia atrav s das novelas do cinema da publicidade dos programas de audit rio para jovens das revistas voltadas para o p blico adolescente etc o que certamente tem for ado a escola a debater o tema tr
19. o de materiais educativos p 9 Diretrizes para Implementa o do projeto S rie Manuais no 77 Ainda que se constitua em um trabalho integrado em sa de e educa o tanto no mbito federal como estadual observa se que a pol tica da preven o que prevalece na formula o da proposta N o se trata de uma pol tica de educa o em sexualidade e g nero mas fundamentalmente uma estrat gia de preven o em DST Aids que inclui a sexualidade humana e seus temas correlatos como g nero diversidade sexual direitos sexuais e direitos reprodutivos Interessada em compreender as articula es e as limita es de uma pol tica de educa o em sexualidade na Rede Municipal de Ensino P blico a ECOS juntamente com o Instituto de Sa de realizou entre 2005 e 2006 a pesquisa EDUCA O SEXUAL NA ESCOLA E DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS Avalia o da pol tica da secretaria municipal de educa o de S o Paulo de 2001 a 2005 Tratou se de um estudo de tr s projetos relativos sexualidade e educa o sexual implementados pela prefeitura de S o Paulo naquele per odo Os projetos avaliados foram o Programa de Educa o Preventiva e Sexualidade PEPS iniciado em 2001 o Projeto Orienta o Sexual na escola um trabalho processual desenvolvido em parceria com o Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orienta o Sexual GTPOS no bi nio 2003 2004 e o projeto Vamos Combinar desenvolvido em parceria pelas Secretarias Munic
20. o pode ser tradicional ou por sorteio eletr nico realizado pelo MEC No que se refere forma o inicial est o previstas tr s possibilidades formativas os cursos oferecidos para professores que ainda n o t m forma o superior primeira licenciatura os cursos para professores j formados mas que lecionam em rea diferente daquela em que se formaram segunda licenciatura e os cursos de forma o pedag gica complementar para aqueles que s o graduados em bacharelado e que necessitam de estudos complementares que os habilitem ao exerc cio do magist rio Ainda no contexto da Pol tica Nacional de Forma o dos Profissionais do Magist rio da Educa o v rios outros programas e a es v m sendo implementados a partir do Executivo Federal dentre eles se destacam o PIBID o Pro Letramento o Gestar Il os programas na rea de forma o de gestores da educa o Escola de Gestores Pradime Pr Conselho dentre outros GUISA DE CONCLUS O O resgate realizado ao longo deste artigo sobre as pol ticas educacionais no campo do curr culo da forma o e da valoriza o dos profissionais da educa o a partir da Constitui o de 1998 nos possibilita apreender e compreender alguns dos elementos que estruturam essas pol ticas Nos anos 1990 e at a primeira metade dos anos 2000 a atua o do Estado no campo da educa o esteve fortemente voltada para a constru o de um novo arcabou o normativo seja por meio da for
21. ocupa posi o central e estrat gica como ag ncia de coordena o e controle da sociedade capitalista contempor nea GOMES 20083 p 851 por isso que o Estado define como o mercado deve coordenar a educa o superior n o apenas por meio de subs dios mas tamb m por meio de outros mecanismos competitivos Idem p 846 Contudo preciso considerar que as pol ticas educacionais at muito recentemente eram pol ticas que expressavam uma ampla autonomia de decis o do Estado ainda que essa autonomia fosse necessariamente a resultante das rela es complexas e contradit rias com as classes sociais dominantes e fosse igualmente sujeita s demandas das classes dominadas e de outros actores colectivos e movimentos sociais Todavia ainda que cada vez mais haja indicadores que apontam para uma crescente diminui o dessa autonomia relativa continua a ser necess rio fazer refer ncia ao papel e lugar do Estadona o mesmo que seja para melhor compreender a sua crise actual e a redefini o do seu papel agora necessariamente tendo em conta as novas condicionantes inerentes ao contexto e aos processos de globaliza o e transnacionaliza o do capitalismo AFONSO 2001 p 16 Obviamente o estado n o disp e de grande poder de interven o E por isso ao disseminar a l gica do mercado oferece a este a fun o de tamb m coordenar o ensino superior Mas a forma de coordena o pelo mercado da educa
22. selecionar os livros did ticos e para did ticos da rede p blica de ensino garantindo o cumprimento adequado dos crit rios de sele o referentes n o discrimina o de g nero ra a etnia e orienta o sexual implantar projeto piloto de acompanhamento e avalia o permanente da qualidade da linguagem nos materiais did ticos e pedag gicos garantindo conte do n o discriminat rio idem ibid p 55 Essas mudan as s o fundamentais pois poder o garantir que os conte dos relativos quest o de g nero n o se limitem forma o continuada geralmente n o obrigat ria e restrita ao processo da atua o em sala de aula ampliando se para a forma o inicial docente Considerando o estudo que fizemos dos documentos e as lacunas j apresentadas e analisadas os objetivos e prioridades anteriores mostram que o caminho j percorrido pelas pol ticas p blicas indicaque est em curso um processo de desenvolvimento de pol ticas de igualdade do qual n o se prev retrocesso ainda que obst culos possam ser identificados Essas a es e programas expressam certa preocupa o com uma cr tica importante constatada em nosso trabalho a inclus o de uma perspectiva de g nero no ensino n o pode restringir se somente aos instrumentos did tico pedag gicos como prop em os PCN para o Ensino Fundamental e os PCN em A o Assim poss vel constatar a realiza o de uma s rie de medidas que caminham na dir
23. um desejo de mudan a compartilha do por feminista e n o feminista E tinham alguns canais de experi menta o como por exemplo a Secretaria do Menor Isso da foi mui to importante n o s para a Constituinte mas para depois tamb m F l via Rosemberg 2004 2 Frente ao intenso processo de urbaniza o das d cadas de 1970 e 1980 as mulheres organizadas conseguiram introduzir a educa o in fantil na pauta como um direito educa o assim que o feminismo brasileiro v contemplada na CF 1988 a proposta de creche que ad quire um duplo car ter o direito da mulher creche e pr escola para suas filhas e filhos e a conquista do direito da crian a a um aparato educativo pedag gico e de cuidado extrafamiliar como uma medida efi caz de articula o das responsabilidades familiares ocupacionais e soci ais Haddad 2004 Rosemberg 1999 2002 A expans o da educa o infantil como a primeira fase da educa o b sica tamb m significou a amplia o da cidadania e tornou se um mar co na hist ria da constru o social desse novo sujeito de direitos a crian a pequena ou o cidad o de pouca idade como ressalta Ana L cia Goulart de Faria ao citar Walter Benjamin 2002 Mas a pol tica educacional que n o tinha tradi o de acolher a educa o infantil na perspectiva de compartilhar com a fam lia o cuidado infantil tamb m imprimiu a l gi ca da reforma sem prever or amento sem um forte direcionam
24. 2002 BRASIL O Brasil e a conven o sobre a elimina o de todas as formas de discrimina o contra a mulher documento do movimento de mulheres para o cumprimento da Conven o sobre a Elimina o de Todas as Formas de Discrimina o contra a Mulher CEDAW pelo Estado brasileiro propostas e recomenda es Bras lia DF Agende CLADEM 2003a BRASIL CEDAW Relat rio nacional brasileiro conven o sobre a elimina o de todas as formas de discrimina o contra a mulher coordena o de Fl via Piovesan e S lvia Pimentel Bras lia DF Minist rio das Rela es Exteriores Minist rio da Justi a Secretaria de Estado dos Direitos da Mulher 2002 BRASIL Constitui o 1988 Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF Imprensa Oficial 2001 BRASIL Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional Di rio Oficial da Uni o Bras lia DF 23 dez 1996a p 27894 Dispon vel em lt www senado gov br legbras gt BRASIL Lei n 10 172 de 9 de janeiro de 2001 Aprova o Plano Nacional de Educa o e d outras provid ncias Di rio Oficial da Uni o Bras lia DF 10 jan 2001 Dispon vel em lt www senado gov br legbras gt BRASIL Minist rio da Educa o e do Desporto Secretaria de Educa o Fundamental Crit rios para atendimento em creches e pr escolas que respeite os direitos fundamentais da crian a Bras lia DF MEC SEF 1997 BRAS
25. 2002 NEGR O Esmeralda V A discrimina o racial em livros did ticos e infanto juvenis Cadernos de Pesquisa S o Paulo n 63 p 86 87 nov 1987 NEGR O Esmeralda V e PINTO Regina P De olho no preconceito um guia para professores sobre racismo em livros para crian as S o Paulo Funda o Carlos Chagas FCC Departamento de Pol ticas Educacionais DPE 1990 OLIVEIRA Marco Ant nio de O negro no ensino de hist ria temas e representa es Disserta o Mestrado em Educa o Universidade de S o Paulo 2000 PINTO Regina P A representa o do negro em livros did ticos de leitura Cadernos de Pesquisa S o Paulo n 63 p 88 92 nov 1987 Movimento negro e educa o do negro a nfase na identidade In Cadernos de Pesquisas S o Paulo n 86 p 25 38 ago 1993 PIZA Edith S P O caminho das guas estere tipo de personagens femininas negras na obra para jovens de escritoras brancas Tese Doutorado em Psicologia Social Pontif cia Universidade de S o Paulo 1995 PROEN A FILHO Dom cio A trajet ria do negro na literatura brasileira In Revista do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional Dossi Negro Brasileiro Negro Rio de Janeiro n 25 p 159 177 1997 A trajet ria do negro na literatura brasileira In Estudos Avan ados S o Paulo vol 18 n 50 p 161 193 abril 2004 ROSEMBERSG Fulvia Literatura Infantil e Ideologia S o Paulo Global 1985 Ra a e desiguald
26. Brasil S o Paulo Paz e Terra 2000 p 33 51 SILVA Paulo Vinicius B Racismo discursivo na m dia pesquisas brasileiras e movimenta o social Trabalho apresentado na XXVIII reuni o anual da ANPED Caxambu 2005 Dispon vel na web no endere o http www anped org br 28 textos gt2 1 gt2 1896int rntf Silva Paulo Vinicius B Rela es raciais em livros did ticos de L ngua Portuguesa Tese doutorado Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo 2005 TELLES Edward E Racismo brasileira uma nova perspectiva sociol gica Tradu o de Nadjeda Rodrigues Marques e Camila Olsen Rio de Janeiro Relum Dumar Funda o Ford 2003 TRIUMPHO Vera R S O negro no livro did tico e a pr tica dos agentes de pastoral negros Cadernos de Pesquisa n 63 p 93 95 nov 1987 ESTADO E REFORMAS EDUCACIONAIS CONTEMPOR NEAS UM OLHAR SOBRE AS REFORMAS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL Zilda Gon alves de Carvalho Mendon a FESURV UFU Tratar sobre as reformas educacionais exige muitos cuidados dentre eles a contextualiza o sob diferentes aspectos a limita o e o estabelecimento das rela es que servir o de base para qualquer posicionamento Assim o objetivo deste trabalho propor algumas considera es que alimentar o an lises sobre os efeitos das reformas no Estado e no ensino superior brasileiro Contudo considerando a complexidade eextens o do assunto por hora ser o apresentadas algumas pontua es O tema
27. Coordenadoria em parceria com a Secretaria Municipal de Educa o e o Grupo de Estudos de G nero Educa o e Cultura Sexual EDGES da Faculdade de Educa o da USP organizou entre 2002 e 2004 semin rios oficinas e cursos de capacita o focalizando o tema das rela es de g nero abrangendo cerca de 1 700 profissionais da rede municipal de ensino Esta Coordenadoria Especial da Mulher partiu do principio de que a educa o para a igualdade entre meninas e meninos um elemento fundamental da cidadania e do fortalecimento da democracia O resultado destas a es foi publicado em livros e cartilhas e se constituem em material de suporte para a forma o docente no munic pio de S o Paulo H um movimento de grupos organizados particularmente de feministas que mobilizadas pelas confer ncias e conven es internacionais e por demandas nacionais pressionam o estabelecimento de pol ticas de igualdade O ano de 2004 foi declarado pelo governo federal o Ano da Mulher tendo sido realizada em julho a 1a Confer ncia Nacional de Pol ticas para as Mulheres coordenada pelo Conselho Nacional dos Diretos da Mulher e pela Secretaria Especial de Pol ticas para as Mulheres A realiza o desta Confer ncia provocou grande mobiliza o em todo o pa s Confer ncias municipais e estaduais anteciparam a discuss o de diretrizes para a supera o da desigualdade de g nero e que pudessem orientar a formula o de pol ticas p blicas
28. Cristina Bruschini Carmem Barroso Cec lia Simonetti e Elisabeth M Vieira e artigo de Fulvia Rosemberg nos Cadernos de Pesquisa no 45 de maio de 1983 e no 53 maio de 1985 respectivamente Antes mesmo destas pesquisadoras do DPE terem se envolvido com a tem tica os Cadernos de Pesquisa publicaram j em 1978 um artigo de Maria Jos G Werebe intitulado A Implanta o da Educa o Sexual no Brasil Sylvia Cavasin integrou a equipe do DPE na d cada de 1980 e Sandra Unbehaum pesquisadora do departamento desde 1991 13 Pesquisador es Participante s Bernardete A Gatti e Marina Muniz Rossa Nunes coord Gisela Lobo B P Tartuce Nelson Antonio Sim o Gimenes Sandra G Unbehaum 14 possivel que o n mero de cursos de pedagogia que ofere am alguma disciplina relativa a conte dos de sexualidade seja maior isso porque muitos cursos n o disponibilizam os curriculos e ementas nos seus sites ou est o desatualizados De toda maneira considerando o universo de institui es de ensino superior existentes no Brasil o tema da sexualidade e seus correlatos g nero diversidade sexual corpo preven o muito pouco abordado cuidado com o corpo a uma viv ncia consciente e prazerosa da sexualidade sem viol ncia e discrimina o preciso que a comunidade escolar professores da rede b sica de ensino professores dos cursos de forma o de professores gestores da rea de educa o incorpore no cotidiano da escola sala de au
29. G NERO E DIVERSIDADE SEXUAL Nilson Fernandes Dinis RESUMO A educa o deve ser tamb m um espa o de cidadania e de respeito aos direitos humanos o que tem levado o curr culo a discutir o tema da inclus o de grupos minorit rios Entre estes grupos est o os grupos de g nero representados por feministas gays e l sbicas No Brasil h muitos estudos sobre a exclus o de mulheres por m poucos estudos educacionais acerca do tema da diversidade sexual Essa aus ncia na educa o provavelmente tem como causa a predomin ncia de proposi es essencialistas e excludentes nos conceitos utilizados para pensar identidades sexuais e de g nero Algumas formas de resist ncia apontadas por este artigo s o incluir os estudos de g nero nos cursos de forma o docente a an lise cr tica de representa es sexuais e de g nero produzidas pela m dia e a experimenta o de novas formas de linguagem que possam desconstruir estruturas identit rias bin rias e excludentes como homem mulher e heterossexual homossexual produzidas pelo discurso educacional Palavras chave G nero Diversidade sexual Exclus o Educa o No meio acad mico dos pa ses latino americanos h consci ncia da necessidade de se formular resist ncia s formula es defendidas o Banco Mundial acerca da educa o superior que vem sendo adotadas em diferentes ritmos nestes mesmos pa ses V rios documentos t m sido elaborados sobre o assunto a exemplo da Declara
30. Minist rio P blico Conselho Tutelar e dirigentes do sistema educacional p blico encarregado da mobiliza o da sociedade e do acompanhamento das metas de evolu o do IDEB Como poss vel observar no aspecto espec fico da gest o educacional as diretrizes definidas no Plano de Metas por um lado envolviam quest es relativas institucionaliza o da gest o participativa nas redes de ensino por meio de rg os colegiados constitu dos no mbito dos sistemas de ensino como Conselho de Educa o e o Comit Local do Compromisso por outro apontavam para a constru o de pr ticas de transpar ncia e difus o das informa es e dados educacionais junto comunidade escolar e a sociedade em geral Ao mesmo tempo destacavam aspectos relativos a gest o da escola como o apoio cria o de Conselhos Escolares a defini o de regras para escolha do diretor de escola o envolvimento dos professores na constru o da proposta pedag gica da escola e a composi o do n cleo gestor da escola Ainda no que se refere gest o educacional o Decreto 6 094 2007 instituiu o Plano de A es Articuladas PAR e a partir da ades o ao Plano de Metas cada ente federado deveria elaborar e apresentar seu respectivo PAR que passou a ser a base para a articula o da Uni o com os Estados Munic pios e Distrito Federal com vista realiza o de conv nios e coopera o t cnica e financeira junto a esses entes com vistas a alcan ar as me
31. a defend la para que d frutos Che Guevara O trabalho de base n o uma t tica para atrair o povo nem um conjunto de t cnicas que se forem bem aplicadas podem dar bons resultados Embora o trabalho de base seja tamb m uma metodologia ele vai bem al m de qualquer modelo O trabalho de base uma paix o assumida por gente que se entrega por seu tesouro paix o indignada contra qualquer injusti a e que se multiplica em ternura pelos companheiros Esse modo apaixonado de crer no povo e de multiplicar est na alma de quem se entrega para que a maioria se torne gente O envolvimento na constru o deste modo de viver sem a marca da domina o d entusiasmo a essa convic o contagiante Esse jeito de fazer pol tica d certo porque tem seu alicerce nessas convic es Isso torna a pol tica uma atividade sens vel comprometida e criativa Este o segredo que plantado na alma motiva o militante para entregar se realiza o do projeto popular A f na vida o amor pelo povo o sonho da liberdade e a fraternidade universal formam a for a interior que impulsiona o militante principalmente nos momentos da dor da d vida e das derrotas Est presente diariamente na alegria de viver na disposi o para a luta na esperan a sem ilus es no canto nos s mbolos na beleza do ambiente nas celebra es e sobretudo no companheirismo Essas posturas e atitudes individuais e coletivas revelam desde j o s
32. a socializa o de seus filhos Membros da classe m dia negra por vezes retardam as experi ncias de enfrentamento de discrimina o racial protegendo as crian as antes de sua entrada na escola Esta passa a ser o locus das primeiras situa es de conflitos raciais e podem criar nestas crian as rea es amb guas em rela o escola que local de discrimina o e ao mesmo tempo possibilidade de ascens o social Barbosa apud Rosemberg 1998 O preconceito educacional dentro das escolas foi explica o para as desigualdades fornecida por estudos diversos tanto os anteriormente relatados que analisaram macro dados quanto os que analisaram quest es no interior da escola As rela es raciais nas escolas continuam pautadas por vezes de forma aberta pela imputa o aos negros de impossibilidades intelectuais por hostilidades por desqualifica o da identidade racial Gon alves 1987 Figueira 1990 Pinto 1993 O uso de ofensas raciais entre os pares foi em um contexto de educa o infantil frequente Cavalleiro 1999 Em escolas determinadas professores apresentaram uma vis o predominantemente estereotipada a respeito dos alunos dificuldade em lidar com a heterogeneidade de ra a e de classe e refor o da cren a de que os alunos pobres e negros n o s o educ veis Hasenbalg 1987 Os brancos em geral n o reconhecem como iguais portanto discriminam negros que ascenderam racialmente e o mesmo pode ocorrer na esc
33. avalia o do rendimento escolar no ensino fundamental m dio e superior em colabora o com os sistemas de ensino objetivando a defini o de prioridades e a melhoria de qualidade do ensino O governo brasileiro em observ ncia a esse princ pio instituiu diferentes processos de avalia o externa do rendimento escolar SAEB ENEM ENC ou Prov o posteriormente substitu do pelo ENADE entre outros que v m sendo aplicados sistematicamente Acrescente se ainda que no Plano Nacional de Educa o foi proposta a implanta o de programa de monitoramento que utilize o Sistema Nacional de Avalia o da Educa o B sica e outros que venham a ser desenvolvidos pelos Estados e Munic pios O controle do rendimento escolar a partir de modelo nico de avalia o estabelecido nacionalmente vem merecendo cr ticas seja pelo ranking que promove incentivando a competi o entre indiv duos e entre escolas seja pela valoriza o do produto sem considerar o processo educacional em sua globalidade O fato que as iniciativas governamentais voltadas para corrigir as disfun es do sistema educacional n o t m surtido o efeito esperado especialmente no que se refere ao sucesso na aprendizagem Os resultados de desempenho acad mico dos diversos exames nacionais SAEB e ENEM e internacionais LLECE e PISA realizados nos ltimos dez anos colocam os alunos brasileiros muito aqu m do que seria razo vel esperar da aprendizagem
34. comportamentos preconceituosos com rela o ao g nero etnia e s diversas orienta es sexuais O Programa de forma o docente on line envolver em sua fase inicial seis munic pios de cinco estados brasileiros Foi criado o Sistema Nacional de Informa es de G nero SNIG que re ne indicadores constru dos a partir dos Censos de 1991 e 2000 Al m disso est o sendo produzidos materiais did ticos espec ficos sobre g nero etnia e orienta o sexual e estimuladas investiga es sobre as quest es de g nero em diferentes reas como o caso do Edital de pesquisa sobre rela es de g nero mulheres e feminismo MCT CNPq PR SMP 45 2005 Para cuidar da elabora o e implementa o de pol ticas p blicas de a es afirmativas com o objetivo de garantir acesso sucesso e perman ncia de ind genas e negros em todo o sistema de ensino o governo federal criou a Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade SECAD importante tamb m destacar que o Plano Nacional de Pol ticas para as Mulheres pretende fazer a revis o dos PCN no ensino b sico com o objetivo de intensificar e qualificar o tratamento da tem tica de g nero ra a etnia e orienta o sexual Brasil Plano Nacional de Pol ticas para as Mulheres 2004 p 55 Uma das a es anunciadas a de propor a inclus o das tem ticas de g nero ra a etnia e orienta o sexual nos curr culos do Ensino Superior Foi proposto
35. constata o de que cerca de um ter o dos professores brasileiros n o atendiam ao requisito legal surge o PARFOR no segundo mandato do governo Lula O programa foi implementado no ano de 2009 sob a responsabilidade da Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior Capes com o objetivo principal de qualificar os professores das s ries iniciais e incentivar a segunda licenciatura para os professores que atuavam em outras disciplinas sem a forma o adequada para tal O PARFOR surge em forma de Projeto de Lei viabilizando a forma o universit ria do docente para todas as etapas do ensino b sico do infantil ao m dio Um ganhosignificativo em contraponto com o artigo 62 que reservara para a educa o infantil apenas a exig ncia do antigo curso Normal como forma o obrigat ria Desta forma a qualifica o se amplia e se estende para todo profissional da educa o da escola b sica O PARFOR uma ferramenta que faz parte do Sistema Nacional de Forma o de Professores do Governo Federal tendo sido criado com a proposta de qualificar os professores das s ries iniciais e incentivar a segunda licenciatura para os demais Os professores das redes p blicas conhecidos como professor e Il s o chamados aparticipar deste programa na rea das licenciaturas via inscri o diretamente nas Secretarias de Educa o Municipais e Estaduais O PARFOR se constitui assim numa pol tica de forma o de professores em servi o cria
36. constru da como uma pol tica p blica inserida na educa o b sica que incorpore no curr culo diferentes componentes como o conhecimento pol tico cient fico e tecnol gico e a cultura para serem trabalhados em um processo formativo organicamente constru do a partir da premissa de que n o poder haver desenvolvimento integral de um Estado de uma Na o sem a participa o efetiva e competente de seus recursos humanos Essa forma o pressup e um processo cont nuo de aperfei oamento que inclua o conhecimento adquirido formalmente nas escolas e aquele constru do tacitamente na pr tica do trabalho na descoberta e no uso dos elementos tecnol gicos Vale assinalar que a vizinhan a com o mundo do trabalho e da produ o exige um zelo maior para que o centro da arquitetura dessa forma o recaia sobre a pessoa como sujeito da forma o a ser pautada pela constru o cr tica do conhecimento para ensejar o desenvolvimento do esp rito cr tico criativo e o exerc cio da cidadania aliada a uma pr tica social efetiva Para isso necess rio um planejamento com ampla participa o dos diversos segmentos da escola para a constru o do seu projeto pedag gico sobretudo indispens vel que a interdisciplinaridade seja colocada como o eixo articulador da educa o geral e da educa o profissional no processo de forma o em n vel m dio O art 39 da LDB det m se especialmente nessa quest o estabelecendo que a educa
37. da demanda o atendimento popula o infantil nas ltimas d cadas ampliou se de forma desorganizada com a cria o de institui es fora do sistema de ensino p blico especialmente em institui es filantr picas ou conveniadas Art 213 da CF 88 e ainda mediante a implanta o de modelos alternativos sob crit rios de qualidade relativos infra estrutura recursos humanos e escolaridade totalmente passivos de questionamentos Os dados do IBGE PNAD 2003 revelam que apenas 37 7 do total de crian as entre O a 6 anos de idade frequentam a educa o infantil ou o ensino fundamental Mesmo n o sendo a educa o infantil etapa educacional obrigat ria mas direito da crian a e dever do estado o Minist rio da Educa o consoante meta do Plano Nacional de Educa o PNE prop e a amplia o da oferta de forma a atender em cinco anos a 30 da popula o de at 3 anos e a 60 da popula o de 4 a 6 ou 4 a 5 e at o final da d cada alcan ar a meta de 50 das crian as de 0 a 3 anos e 80 das de 4 a 5 anos O PNE prop e ainda medidas para implementar as diretrizes e os referenciais curriculares nacionais para a educa o infantil na perspectiva da melhoria da qualidade 2 A recomenda o expressa no aludido Plano uma educa o de qualidade prioritariamente para as crian as das fam lias de menor renda mais sujeitas exclus o ou v timas dela devendo ser tamb m contemplada a necessidad
38. da educa o infantil como l cus de trabalho feminino volunt rio ou mal remunera do Rosemberg 2002 A aprova o da LDB em 1996 define a educa o infantil como primeira etapa da educa o b sica prev o curso nor mal superior como forma o m nima para o exerc cio do magist rio na rea e colabora com o incremento da forma o de educadoras at ent o prioritariamente composta por maioria leiga sem o menor pre paro para o exerc cio da profiss o Mas ainda assim forte a necessi dade de organiza o de espa os voltados para as especifica es da iden tidade profissional e escassa a presen a masculina entre os profissionais de educa o infantil Saparoli 1997 Nesse sentido o Referencial indica um importante avan o em uma pol tica p blica para a educa o infantil Ao chamar a aten o para o car ter social do g nero e da sexualidade problematiza o determinismo biol gico estimulando o educador a perceber que as per cep es de ser menino ou menina s o constru das nas intera es sociais estabelecidas desde os primeiros anos de vida Contudo h cr ticas e a principal delas destaca a nfase na escolariza o da crian a pequena tomando por modelo os conte dos did ticos do ensino fundamental Isso significaria que iniciativas que exploram o jogo simb lico a sexualidade descobrimento e reconhe cimento do corpo por exemplo perderiam espa o e necessitariam de ser reformuladas par
39. das orienta es e normas que deveriam ser observadas na produ o e avalia o de livros did ticos dentro do Programa Nacional do Livro Did tico PNLD Na mesma dire o estes Par metros tamb m passaram a orientar as matrizes de refer ncia para elabora o dos instrumentos de avalia o dentro do Sistema Avalia o da Educa o B sica SAEB e do Exame Nacional do Ensino M dio ENEM Mesmo reconhecendo as especificidades de cada uma dessas formula es no campo do curr culo PCN e DCN e o lugar que assumiram no contexto das pol ticas educacionais da educa o b sica alguns elementos se mostram comum entre elas Dentre estes elementos destacam se o tratamento das quest es curriculares que apontavam para uma perspectiva interdisciplinar e que incorporavam outros aspectos al m dos conte dos dos campos disciplinares o destaque e incorpora o dos chamados temas transversais como quest es importantes a serem consideradas no desenvolvimento do curr culo nas escolas de educa o b sica a nfase no sentido de se pensar a organiza o do curr culo e do ensino para uma forma o mais ampla e que respondesse s demandas da sociedade contempor nea Ao longo da primeira d cada dos anos 2000 mesmo com as mudan as no Executivo Federal a partir da elei o de Luiz In cio Lula da Silva especificamente no campo do curr culo da educa o b sica os esfor os empreendidos n o significaram mudan as conceituais substantiv
40. de renda e o peso relativo das classes sociais A redu o da desigualdade social apontada por diversos estudiosos do tema como Marcelo Neri ocorreu sem o impacto redistributivo autom tico que o fim da alta infla o teve poucos anos antes gra as ao Plano Real de Fernando Henrique Cardoso O que houve com Lula foi pol tica p blica de efeito diretamente redistributivo transferindo riqueza dos setores mais aquinhoados aos menos afluentes Isto decorreu n o apenas da expans o e aprofundamento das pol ticas de transfer ncia direta de renda aos mais pobres como o Bolsa Fam lia mas da eleva o real do sal rio m nimo e do aumento dos empregos formais Criou se um novo arco de interessados e consequentemente um novo regime de pol ticas p blicas nesse campo o que tornar dif cil sua revers o por futuros governos mesmo que do campo conservador Um desdobramento desta pol tica p blica foi a ascens o de um grande contingente dos mais pobres assim chamada classe C ou a baixa classe m dia Nisto Lula novamente se diferenciou de Vargas pois n o apenas estabeleceu a regula o necess ria para absorver as novas classes emergentes geradas pelo pr prio desenvolvimento do pa s mas alavancou a pr pria ascens o de classe V se aqui o desdobramento nas pol ticas p blicas e em suas consequ ncias sociais da inflex o na disputa pelas posi es de poder causada pelo processo de circula o de elites Como dificilmente fut
41. de suas a es espont neas e sem planejamento Basismo uma forma disfar ada de autoritarismo para manter a base dependente Retomar o trabalho de base resgatar uma estrat gia um caminho de luta e de organiza o que envolve os pr prios interessados no conhecimento e solu o dos desafios individuais e coletivos Retomar o trabalho de base reafirmar tr s objetivos 1 Participa o massiva dos trabalhadores as elites n o t m medo de lideran as que se destacam Para elas f cil isolar destruir comprar algumas cabe as que sobressaem Multiplicar militantes e a es que mete medo em todos aqueles que se acostumaram a dominar outras pessoas Por isso a pr tica de multiplicar novos combatentes deve invadir todos os espa os da vida trabalho pol tica cultura religi o lazer e se tornar uma rede de anima o de resist ncia e de vit rias 2 Democratiza o do poder participar do poder ser capaz de fazer propostas tomar decis es e repartir responsabilidades para concretizar o sonho dos trabalhadores O trabalho de base enquanto experi ncia de uma nova conviv ncia entre pessoas pode ser uma grande escola de participa o pol tica O ato de falar e de ouvir de propor e de negociar de ganhar e de perder de disputar e de decidir de com mandar e de obedecer de responsabilizar se e de cobrar tudo isso estimula a ambi o de ser gente e de ter o poder coletivamente Deve ser a escol
42. de tamb m ter que persegui lo Por outro lado esta mesma Emenda incluiu nesse artigo um novo inciso VIII que definiu como princ pio para a organiza o do ensino o estabelecimento de piso salarial profissional nacional para os profissionais da educa o escolar p blica nos nos termos de lei federal Este novo princ pio foi de fundamental import ncia para assegurar a constitucionalidade da Lei n 11 738 2008 que instituiu o piso salarial nacional para os profissionais do magist rio p blico Por meio das ADI A o Direta de Inconstitucionalidade n 4167 2008 e 4848 2009 ajuizadas a primeira pelos governadores dos Estados de Mato Grosso do Sul Piau Goi s Rio Grande do Sul Roraima Santa Catarina e a segunda pelos governadores dos Estados do Mato Grosso do Sul Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul e Cear questionamentos de diferentes ordens foram levantados A decis o final do STF relativa ADI n 4167 2008 foi firmada no Ac rd o de 24 de agosto de 2011 em que foi reconhecida a constitucionalidade No entanto por meio da segunda ADI n 4848 2008 foi questionada a constitucionalidade do par grafo nico do art 5o da lei n 11 738 2008 que estabelece Art 5 O piso salarial profissional nacional do magist rio p blico da educa o b sica ser atualizado anualmente no m s de janeiro a partir do ano de 2009 Par grafo nico A atualiza o de que trata o caput deste artigo ser calculada utilizan
43. depend ncia da gest o p blica local seja nos munic pios estados ou Distrito Federal gest o p blica federal Segundo um estudo publicado pela Firjan Federa o das Ind strias do Estado do Rio 2013 tomando se como refer ncia dados levantados no per odo de 2006 a 2010 94 dos mais de 5 mil munic pios brasileiros t m nas transfer ncias da Uni o e dos Estados pelo menos 70 de suas receitas correntes e 83 n o conseguem gerar nem 20 de suas receitas Esta depend ncia econ mico financeira pode ser seus desdobramentos tamb m no campo das pol ticas educacionais uma vez que por meio do PAR esses mesmos munic pios podem vir a definir suas pol ticas gravitando em torno dos programas disponibilizados pelo governo central Nesse contexto o PAR pode vir a contribuir muito para o aprofundamento de um regime de subordina o do estados munic pios e Distrito Federal do que para a constru o de um efetivo regime de colabora o como preconizam a Constitui o Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional H fortes ind cios de que o PAR e seu monitoramento vem delineando novas bases da rela o entre os entes federados no campo educacional De um lado a Uni o define uma estrat gia de assist ncia t cnica e financeira aos munic pios estados e Distrito Federal de modo a induzir que esses entes atuem de modo mais estruturado e articulado na busca da melhoria qualidade da educa o expressa na melhoria do res
44. dos Trabalhadores em Educa o 1996 p 949 GOMES Alfredo M estado Mercado e educa o superior no Brasil um modelo anal tico In Educa o e Sociedade Campinas v 24 n 84 set 2003 p 839872 Dispon vel em http nww cedes unicamp br Acesso em 18 01 2008 MATA Leandra M As Continuidades e Descontinuidades da Educa o Superior no Brasil as reformas do Ensino superior no Governo Militar e no Governo Neoliberal In Trabalho Necess rio Ano 3 n 3 2005 Dispon vel em http Anww uff br trabalhonecessario Acesso 15 01 2008 MARQUES Mara R A T picos Especiais em Pol tica Gest o e Educa o Il Estado e Reforma Educacional Contempor nea Uberl ndia FE PPGE 2007 32 p Pol ticas P blicas e Pr ticas escolares nos programas de forma o docente In CICILLINI Gra a A NOGUEIRA Sandra V Orgs Educa o Escolar pol ticas saberes e pr ticas pedag gicas Uberl ndia UDUFU 2002 MINTO Lalo Watanabe As Reformas do ensino Superior no Brasil o p blico e o privado em quest o Campinas SP Autores Associados 2006 MORAES Reginaldo C Reformas Neoliberais E Pol ticas P blicas hegemonia ideol gica e redefini o das rela es EstadoSociedade In Educa o amp Sociedade Campinas v 23 n 80 setembro 2002 p 1324 POPKEWITZ Thomas S Trad Ernani Rosa Reforma conhecimento pedag gico e administra o social da individualidade a educa o escolar como efeito do poder I
45. dos remanejamentos de cr ditos por meio de acompanhamento simult neo da equipe de or amento e Maior rapidez na recupera o de dados e elabora o instant nea do QDD Quadro de Detalhamento de Despesa Detalhamento da despesa no n vel de natureza de despesa fonte identificador de uso e outros de acordo com a funcional program tica descrita no Manual T cnico do Or amento e e Implanta o de um ciclo de atualiza o das informa es comparando informa es de diferentes fases entre a proposta da unidade at a publica o da Lei Com efeito por meio do SIMEC o Minist rio da Educa o criou um importante mecanismo de monitoramento e acompanhamento permanente de todas as a es previstas no PAR dos diferentes munic pios estados e Distrito Federal Uma ferramenta gerencial desta natureza pode permitir um controle sistem tico e articulado do desempenho de cada rede de ensino De outra parte o SIMEC pode ser apreendido tamb m como mais uma estrat gica de dissemina o da perspectiva de governo eletr nico por m agora traduzida para o campo da gest o da educa o p blica Desse modo em boa medida o SIMEC traz para o campo educacional o que tem sido como governo eletr nico governo eletr nico pode ser entendido como um conjunto de a es modernizadoras vinculadas administra o p blica que come am a ganhar visibilidade no final da d cada de 1990 Al m de ser uma das principais formas de moderniza
46. dos temas transversais Bras lia 1998 BRASIL MINIST RIO DA SA DE MINIST RIO DA EDUCA O Orienta es sobre o Programa Sa de na Escola para a elabora o dos Projetos Locais 2007 Dispon vel em lt http dtr2004 saude gov br dab docs geral orientacoes pse pdf gt Acesso em 18 nov 2009 BRASIL MINIST RIO DA SA DE MINIST RIO DA EDUCA O Resultados sobre sa de e educa o preventiva no Censo Escolar 2005 2006b Dispon vel em lt http www aids gov br data documents storedDocuments 7 BB8EFSDAF 23AE 4891 AD36 1903553A3174 7D 7BBF2BAB30 CBCA 4A38 8F0OD 249DAB505218 7D folder CENSO ART Ebaixa pdf gt Acesso em 23 nov 2009 FONSECAA Preven o s DST aids no ambiente escolar Interface Comunica o Sa de e Educa o 2002 6 11 71 88 GATTI Bermnardete NUNES Marina TARTUCE Gisela GIMENES N UNBEHAUM Sandra Avalia o de 15 Essas reflex es est o expostas na pesquisa realizada pela ECOS Comunica o em Sexualidade e pelo Instituto de Sa de com apoio do CEBRAP CCR PROSARE na qual analisamos os tr s principais projetos de educa o sexual da Secretaria de Educa o de S o Paulo implementados entre 2001 e 2005 Consultar http wmww ecos org br boletim Email boletim email15 htm curr culos de forma o de professores para o ensino fundamental Estudos em Avalia o Educacional V 20 p 215 2009 PIROTTA K BARBOZA R PUPO L CAVASIN S UNBEHAUM S Educa o sexual na
47. e da sua compet ncia 8 Embora a regulamenta o do ensino fundamental de nove anos seja ainda recente a matr cula de crian as de seis anos de idade j vinha sendo efetivada em diversos estados e munic pios pelo direito de op o Al m de outras raz es explicativas a cria o do FUNDEF em 1996 teria sido indutor da inclus o de menores de 7 anos em raz o do incremento de recursos financeiros Acredita se que doravante com a implanta o do FUNDEB poder tornar se fact vel uma a o mais decisiva dos sistemas de ensino no cumprimento da Lei 11 274 06 Contudo o ensino fundamental de nove anos n o objeto de consenso na rea educacional Embora essa pol tica venha angariando a simpatia da popula o nos locais em que vem sendo institu da como o caso de Minas Gerais 9 especialistas e organiza es da sociedade civil polemizam e se dividem com argumentos pr ou contra a mudan a Em apoio a iniciativa governamental arrolam se argumentos favor veis absor o de crian as de seis anos no ensino fundamental tendo em vista que a essa j uma realidade em pa ses desenvolvidos e nos pa ses em desenvolvimento mais pr speros b pressup e a universaliza o do atendimento c representa uma conquista para as popula es infantis e para as fam lias sobretudo as fam lias mais pobres que aspiram a colocar seus filhos pequenos na escola d tem repercuss es positivas na continuidade da escolariza o e cri
48. ensino aprendizagem e avalia o O documento preliminar foi submetido aprecia o de in meros especialistas e em 1997 os PCN para o ensino fundamental foram publicados logo ap s a aprova o da LDB Em conson ncia com esta lei os PCN configuram se como o pr prio nome diz apenas como uma refer ncia e portanto n o se impondo como uma diretriz obrigat ria Na concep o do MEC tratava se de uma proposta de conte dos que deveria orientar e estruturar o curr culo de todo o sistema educacio nal do pa s tanto na forma o docente como na pr tica de ensino Os PCN deveriam apoiar a elabora o ou a revis o curricular dos estados e munic pios contextualizando a em cada realidade social Nesse sentido a proposta curricular das institui es escolares envolvidas deveria contar com a participa o de toda a equipe pedag gica a fim de garantir o di logo entre tais par metros e as pr ticas j existentes nas institui es Para isso os PCN foram divididos em dois grandes con juntos um destinado aos primeiros quatro anos do ensino fundamental e outro que contempla de 5a 8a s rie do mesmo n vel de ensino Em ambos os conjuntos h volumes destinados s reas espec ficas e aos temas transversais como tica pluralidade cultural meio ambiente e sexualidade No caso dos PCN voltados para 5a 8a s rie foram acrescidos os temas de sa de trabalho e consumo Como esses temas atravessam os diferentes campos
49. escola e direitos sexuais e reprodutivos avalia o da pol tica da Secretaria Municipal de Educa o de S o Paulo 2001 a 2005 ECOS online S o Paulo 2007 Dispon vel em http www ecos org br pdf UNITED NATIONS Programme of actions of the international conference on population and development Cairo 1994 Dispon vel em lt http www unfpa org icpd icpd programme cfmtch1 gt Acesso em 30 jul 2010 VIANNA C UNBEHAUM S G nero na educa o b sica quem se importa Uma an lise de documentos de pol ticas p blicas no Brasil Educa o amp Sociedade Volume 27 Campinas 2006 VIANNA C UNBEHAUM S O g nero nas pol ticas p blicas de educa o Cadernos de Pesquisa S o Paulo v 34 n 121 p 77 104 2004a G NERO NA EDUCA O B SICA QUEM SE IMPORTA UMA AN LISE DE DOCUMENTOS DE POL TICAS PUBLICAS NO BRASIL Claudia Vianna Sandra Unbehaum RESUMO Este artigo examina a inclus o da perspectiva de g nero na educa o infantil e no ensino fundamental no per odo de 1988 a 2002 com nfase no Referencial Curricular Nacional para a Edu ca o Infantil RCNEI e nos Par metros Curriculares Nacionais para o ensino fundamental PCN Conclui que embora esses documentos constituam importantes instrumentos de refer ncia para a constru o de pol ticas p blicas de educa o no Brasil a partir da tica de g nero contribuindo com a forma o e com a atua o de professoras e professores es
50. este inciso que passou a ter a formula o que se segue V valoriza o dos profissionais do ensino garantidos na forma da lei planos de carreira para o magist rio p blico com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso p blico de provas e t tulos Esta nova formula o trouxe maior ambiguidade e imprecis o ao texto constitucional ao mesmo tempo em que revogou a perspectiva do regime jur dico nico como marco para a organiza o da carreira profissional no mbito das institucionais federais de ensino Por sua vez o car ter amb guo e impreciso das altera es introduzidas reside no fato de que com estas modifica es a defini o do piso salarial nacional foi remetida para o mbito de cada plano de carreira a ser regulamentado pelos diferentes n veis de governo em seus respectivos sistemas Em 2006 por meio da E C n 53 nova mudan a foi promovida no inciso V do art 206 que passou a ter seguinte formula o V valoriza o dos profissionais da educa o escolar garantidos na forma da lei planos de carreira com ingresso exclusivamente por concurso p blico de provas e t tulos aos das redes p blicas Por um lado esta reda o definida pela E C 53 2006 significou um retrocesso no tratamento dado necessidade de se estabelecer planos de carreira uma vez que este princ pio passou a ser v lido apenas para o setor p blico redes p blicas isentando o setor privado da educa o
51. feminino heterossexual homossexual mas na f brica de identidades exercida pela educa o baseada em refer ncias Pensar conceitos como heterossexualidade e homossexualidade como sendo historicamente produzidos constitui se em uma estrat gia de resist ncia s tentativas de r gidas fronteiras entre as pr ticas sexuais permitindo a constru o de uma varia o tem tica bastante vasta Ao apontar a constru o hist rico cultural das identidades sexuais e de g nero o a professor a pode auxiliar a o educanda o a descobrir os limites e possibilidades impostas a cada indiv duo quando se submete aos estere tipos que s o atribu dos a uma identidade sexual e de g nero E isso parte exatamente na dire o oposta determinada abordagem da quest o homossexual realizada pelos ve culos midi ticos na produ o de uma naturaliza o do sujeito homossexual Na tentativa de se desviar do discurso moralista que via a homossexualidade como desvio de car ter falhas no processo educativo familiar ou resultado de patologias hormonais enfatiza se cada vez mais a id ia de que o sujeito nasce homossexual ou heterossexual desculpabilizando o do comportamento homossexual j que n o seria uma quest o de escolha mas de determina o Tal justificativa tem impulsionado mesmo algumas pesquisas biol gicas que investem na procura dos genes que definem a orienta o sexual Esse discurso tamb m tem sido veiculado pela m dia e pelas personage
52. idade s rie atinge 54 dos estudantes na faixa et ria de 15 a 17 anos de idade e que 50 dos estudantes da rede p blica frequentam o ensino noturno No caso a maioria est fora da faixa adequada para esse n vel de ensino Entretanto importante ressaltar que gradativamente a partir do ano 2000 vem diminuindo a dist ncia hist rica na rela o idade s rie de 54 9 para 46 3 em 2005 A Constitui o Brasileira em seu art 208 Il estabeleceu como sendo dever do Estado a progressiva extens o da obrigatoriedade do ensino m dio A nova concep o de educa o b sica dada pela LDB referenda essa responsabilidade do Estado ficando assim definida uma prioridade legal para a amplia o da oferta desse n vel de ensino Segundo an lise realizada pela Consultoria Legislativa da C mara dos Deputados a progressiva extens o da obrigatoriedade do ensino m dio texto contido no art 208 da Constitui o Federal s agora come a a ter eco nas in meras discuss es por todo o pa s sobre a amplia o do Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valoriza o do Magist rio FUNDEF para o Fundo de Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica e de Valoriza o dos Profissionais da Educa o FUNDEB 2004 p 97 No ordenamento jur dico da educa o outra iniciativa que tamb m deu visibilidade necessidade de priorizar o ensino m dio foi o Plano Nacional de Educa o PNE
53. normal superior cursos de licenciatura programas de forma o continuada e programas especiais de forma o pedag gica destinados a portadores de diploma de n vel superior al m da forma o p s graduada de car ter profissional Para a organiza o da nova institui o a Resolu o CNE CP n 01 1999 estabeleceu em seu art 30 Art 30 Os institutos superiores de educa o poder o ser organizados como instituto superior propriamente dito ou em faculdade ou em faculdade integrada ou em escola superior com dire o ou coordena o do conjunto das licenciaturas ministradas II como unidade de uma universidade ou centro universit rio com dire o ou coordena o do conjunto das licenciaturas ministradas Ill como coordena o nica de cursos ministrados em diferentes unidades de uma mesma institui o Par grafo nico Em qualquer hip tese os institutos superiores de educa o contar o com uma inst ncia de dire o ou coordena o formalmente constitu da a qual ser respons vel por articular a formula o execu o e avalia o do projeto institucional de forma o de professores base para os projetos pedag gicos espec ficos dos cursos Do mesmo modo o CNE por meio do Parecer CNE CP 009 2001 e das Resolu es CNE CP 01 2002 e 02 2002 definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Forma o dos Profissionais do Magist rio em n vel superior relativas aos cursos de licenciatur
54. o n o representa a ant tese da coordena o estatal mas um desenvolvimento desta que vem sendo utilizado pelo governo como um instrumento de governan a Idem p 846 Marques 2007 p 26 afirma que na reforma brasileira no quadro de uma maleabilidade flexibilizadora do sistema educacional do ensino e da forma o de professores o sentido forjar novos padr es de regula o social como parte da hist rica reconstitui o da capacidade do Estado Tudo isso alicer ado no car ter de aparente abrang ncia da flexibiliza o expressa na Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional n 9 394 96 E no que diz respeito ao ensino superior a LDB reserva um conjunto de princ pios que indicam algumas altera es para esse n vel de ensino balizado de um lado paradoxalmente pelos processos ditos de descentraliza o e flexibiliza o presentes nessa legisla o e de outro lado por novas formas de controle e padroniza o por meio de processos avaliativos estandartizados DOURADO 2002 p 243 A configura o das reformas na Educa o Superior contempor nea marca um amplo quadro de mudan as no campo da educa o Tais mudan as s o interpretadas como condi o essencial ao desenvolvimento econ mico transforma o cultural e social promo o da ci ncia e da solidariedade nacional bem como a inser o do pa s no contexto global de supera o e crescimento Sendo assim a reforma da educa o s
55. o do ensino fundamental para nove anos de dura o e a antecipa o da matr cula nesse n vel para as crian as de seis anos de idade A diminui o da demanda de crian as para a educa o infantil amplia a possibilidade de matr cula para as crian as de 4 e 5 anos na pr escola e abre perspectivas para a universaliza o do atendimento das crian as de seis anos no ensino fundamental Tendo em vista por m as especificidades da faixa et ria a inclus o das crian as de seis anos no ensino fundamental ainda encontra resist ncias no meio educacional como ser discutido no item sobre o tema Educa o Infantil e Ensino Fundamental de 9 anos Na Constitui o Federal de 1988 a educa o das crian as figura como direito do cidad o e dever do Estado princ pio que reafirmado na Lei Maior consolida um ganho da sociedade brasileira em resposta aos movimentos sociais em defesa dos direitos da inf ncia A responsabilidade pela oferta da educa o infantil atribu da aos munic pios Art 211 amp 2 da CF 88 e o art 11 inc V da LDB e deve contar com o apoio das demais esferas governamentais para propiciar melhores condi es para que essa vincula o se efetive Nas disposi es transit rias da Lei instituiu se o prazo de tr s anos a contar da data de sua publica o para que as creches e pr escolas existentes se integrem ao respectivo sistema de ensino Essa tarefa n o simples considerando que sob a press o
56. para evitar as armadilhas de novas normas identit rias que apenas ampliam os limites da toler ncia Assim prop e a inven o de novos modos de vida que possam abrir para virtualidades relacionais e afetivas Pois para Foucault 1995 p 239 a grande resist ncia pol tica na modernidade talvez n o seja descobrir o que somos mas recusar o que somos o problema pol tico tico social e filos fico de nossos dias n o consiste em tentar libertar o indiv duo do Estado nem das institui es do Estado por m nos liberarmos tanto do Estado como do tipo de individualiza o que a ele se liga Temos que promover novas formas de subjetividade atrav s da recusa deste tipo de individualidade que nos foi imposto h s culos Este um desafio inc modo para educadores as que buscam o apaziguamento das diferen as na constru o de categorias identit rias e de pol ticas de toler ncia Mas para as os outras os educadoras es capturadas dos pela paix o n made pela vida um desafio constante na busca de solu es criativas para evitar cair em pr ticas normalizadoras Ao inv s de simplesmente respeitar o outro se prop e devir outro Se a educa o disciplinar fabrica nossos preconceitos morais e as formas de conduzir nossas vidas fabrica nossas identidades formas estereotipadas de relacionar com nosso eu talvez possamos resistir justamente nos recusando uma identidade verdadeira qual se sujeitar Um exerc cio de resi
57. pessoa trabalhador ou n o pode dar o pontap inicial A hist ria mostra que tem gente que desperta primeiro e fica indignada pela explora o vivida pelo povo Essa revolta inicial acaba descobrindo que n o basta se queixar das injusti as e que sozinho ningu m vai conseguir acabar com a opress o Como enfrentar essa m quina de morte Que fazer para que a resist ncia n o morra no nascedouro Uma iniciativa procurar gente de confian a que pense no mesmo sentido Assim come a um projeto popular b Onde come ar A luta dos oprimidos acontece l onde est o os trabalhadores Pode ser na f brica no bairro na escola numa categoria profissional no espa o de um munic pio num movimento ou numa igreja Tamb m pode ser com uma ra a com um grupo de mulheres com adolescentes ou com a terceira idade Qualquer lugar na cidade ou no campo e at dentro de uma pris o j foi lugar onde os militantes iniciaram um posto da luta O ruim saber das coisas e n o fazer nada O melhor sempre escolher um grupo ou lugar que tenha as condi es de espalhar e influenciar outros grupos e lugares c O n cleo de militantes Enfrentar uma fera sozinho nem sempre sinal de coragem Pode ser apenas inexperi ncia Para ser vitoriosa a luta popular tem que dar passos conforme suas for as Por isso uma primeira tarefa do militante formar um time de companheiros que j tenha o m nimo de compreens o e disposi o para entrar num pr
58. processo de constru o do exerc cio da cidadania plena consolidando o foco da a o na pessoa apontando para ela como sujeito da hist ria Arroyo discute muito claramente esse aspecto quando procura mostrar como avan o do projeto original da LDB a presen a de uma tens o entre reduzir a educa o escolar a um processo de ensino e buscar os v nculos entre educa o e os processos b sicos da forma o humana acrescentando que a s ntese seja encontrada na medida em que os conte dos sejam vinculados s dimens es centrais da produ o do conhecimento da cultura e da forma o do ser humano o trato com a natureza com n s mesmos com os outros o trabalho e a pr tica social ANDES 1993 25 O alargamento da concep o de educa o b sica evidencia se na amplia o do n mero de anos e etapas de escolariza o Nas leis de educa o anteriores a preval ncia da pr tica habitual de limit la ao dom nio da habilidade de ler escrever e contar tornou restrita a sua oferta cingindo a na primeira LDB ao antigo ensino prim rio e posteriormente na Lei n 5 692 71 estendendo a aos oito anos de escolariza o do primeiro grau A atual LDB entretanto com base em outros par metros define uma concep o unificada de educa o b sica que abrange a forma o do indiv duo desde zero ano de idade at o final do ensino m dio em tr s etapas consecutivas educa o infantil ensino fundamental e ensino m dio A
59. que se adonaram do povo por uma pr tica paternalista e assistencialista que transforma companheiros em campanheiros c Onde est a juventude Tudo o que novo tem algo de aborrecente Quem quer inovar quem n o aceita ser manobrado por um dono mesmo que esteja vestido de povo sempre incomoda O novo e o velho podem dizer respeito idade ou mentalidade Quando uma organiza o n o se renova nem se amplia porque come a a caducar Existem organiza es que em vez de luta pela vida de muitos se tornou meio de vida para alguns Os novos atores t m uma linguagem e um rosto que os movimentos tradicionais nem sempre reconhecem Usam palavras da onda tratam de dimens es como sexualidade ra a subjetividade ecologia cultura religi o e trazem grande entusiasmo S o temas antigos transformados em formas de luta e mobiliza o Ser sempre necess rio distinguir a verdadeira rebeldia de um lado e aquilo que modismo de outro d Onde est a compet ncia Agir sobre a realidade a nica forma de provar que se pode mudar a realidade Quer dizer junto com o sonho e a garra preciso saber fazer uma defici ncia ser t cnico e n o ser pol tico mas uma desmoraliza o ser um militante pol tico e n o botar a m o na massa A compet ncia que se precisa no trabalho de base a capacidade de desmontar a explora o onde quer que ela apare a Mas tamb m a capacidade de apresentar propost
60. social E principalmente deve se avaliar at que ponto essas pol ticas contribuem para elevar os padr es de acesso perman ncia e qualidade da educa o para a maioria do povo brasileiro 1 Entre outras obras que versam sobre o tema cabe mencionar LDB INTERPRETADA diversos olhares se entrecruzam Brzezinski 1997 A nova Lei da Educa o trajet ria e perspectivas Saviani 1997 LDB impasses e contradi es Fernandes 1992 LDB da concilia o poss vel Lei proclamada Brito 1997 2 Por iniciativa do Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica foram elaborados recentemente diversos documentos contendo diretrizes objetivos metas e estrat gias para a rea dentre os quais destacamos os seguintes Subs dios para o credenciamento e funcionamento das institui es de educa o Infantil 1998 Pol tica Nacional de Educa o Infantil pelo direito das crian as de zero a seis anos 2005 Par metros Nacionais de Qualidade para a Educa o Infantil v e II 2006 Par metros B sicos de Infra estrutura para Institui es de Educa o Infantil 2006 Foram ainda definidas pelo Conselho Nacional de Educa o as Diretrizes Nacionais para a Educa o Infantil Parecer CNE CEB no22 98 e as Diretrizes Operacionais para a Educa o Infantil Parecer CNE CEB no 4 2000 3 A amplia o do direito ao ensino fundamental obrigat rio prescrito no art 208 da Constitui o de 188
61. socialismo a pr tica se configura de forma diferente e menos democr tica Neste vi s a an lise tamb m registra os que n o aceitavam este projeto por entender que a universidade perderia parte de sua autonomia tanto defendida por este programa uma vez que ela n o administra de forma democr tica via concursos quem ser seu aluno cabendo s Secretarias de Educa o selecionar de acordo com as inscri es demandas e necessidades das pr prias Percebemos tamb m outro item relevantemente discutido entre as partes interessadas a entrada na universidade p blica sem o vestibular tradicional e sem a prova do Enem Uma das partes interessadas alega que o concurso que os professores prestaram para exercer sua fun o e cargo substituiria a prova do vestibular e Enem Outra alega o e defesa considerada importante que de alguma forma estar amos qualificando e aumentando a qualidade do ensino b sico do pa s ponto importante de v rios f runs de educa o Diante das discuss es e dos itens abordados na implementa o do PARFOR o mesmo j uma realidade posta nas universidades p blicas cuja funcionalidade intr nseca o atendimento a professores de v rios munic pios que frequentam a universidade em seus variados cursos de licenciaturas Para a pesquisa importante apresentar e registrar a implementa o do PARFOR na UFRRJ Serop dica e Nova Igua u e tamb m levantar dados que ajudem a administra o deste progra
62. tamb m passam a participar d 3 as hist rias de resist ncia todo ser humano protesta s varia a forma pode ser individual ou grupal escondida ou aberta espont nea ou organizada pac fica ou violenta Os militantes devem estar convencidos que n o inventam a luta Sua tarefa descobrir pessoa e sinais da luta do povo e ajudar essa luta se ampliar se organizar e obter vit rias econ micas pol ticas sociais e culturais As informa es corretas sobre a realidade se tornam mat ria prima no estudo dos militantes apontando dicas para as a es e formas de organiza o As anota es s o importantes na descoberta de problemas e interesses comuns essencial envolver as pessoas pesquisadas na coleta e na apropria o dos resultados Afinal elas devem ser as primeiras interessadas em tomar consci ncia do que est acontecendo Este estudo pode ser a primeira a o do trabalho de base e Fazer a es concretas Os dados da realidade podem sugerir v rias propostas de a o Os militantes t m que sacar o que o povo est afim de fazer para realizar seu desejo s vezes as a es escolhidas parecem que nada t m a ver com os grandes problemas descobertos A a o a ser encaminhada aquela na qual o grupo vai participar e n o ficar na plat ia assistindo Tem que ser uma a o dentro da compreens o do momento e do ritmo que esse povo possa suportar Pode ser um jogo uma festa uma celebra o Mas pode ser tamb m
63. 15 8 e de 2010 para 2011 o aumento foi de 22 22 Isto significa que o valor anterior de R R 1 187 00 passou a partir de fevereiro de 2012 para R 1 451 00 O reajuste no valor do piso em 2013 foi de 7 93 quando seu valor passou para R 1 567 00 3 Este par metro o mesmo que fundamenta o Projeto de Lei n 3 778 2008 e se aplicado seu valor teria uma varia o de apenas 17 57 no per odo de 2009 a 2012 2009 4 11 2010 6 46 2011 6 08 o que se traduziria num piso salarial nacional de aproximadamente R 1 117 00 Isto posto a consolida o do piso salarial profissional para o magist rio se evidencia como requisito fundamental tanto na perspectiva da valoriza o profissional quanto na perspectiva de se alterar a baixa atratividade da juventude em rela o profiss o docente Mas ao lado deste desafio outro aspecto igualmente fundamental na perspectiva da valoriza o dos profissionais do magist rio refere se defini o dos planos de carreira como j sinalizado pelo texto constitucional e reafirmado pelas leis n 9 424 1996 e 11 494 2007 Esta ltima em seu art 40 determina Art 40 Os Estados o Distrito Federal e os Munic pios dever o implantar Planos de Carreira e remunera o dos profissionais da educa o b sica de modo a assegurar a remunera o condigna dos profissionais na educa o b sica da rede p blica II integra o entre o trabalho individual e a proposta pedag gica da
64. 17 de dezembro de 1998 Diretrizes Curriculares Nacionais para Educa o Infantil Di rio Oficial da Uni o de 23 3 1999 Se o 1 p 8 PARECER CNE CEB 22 1998 HOMOLOGADO Minist rio da Educa o Parecer CNE CEB no 04 de 29 de janeiro de 1998 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental ttp portal mec gov br cne arquivos pdf PCBO4 1998 pdf acesso em 10 03 2007 Minist rio da Educa o Parecer CNE CEB no 6 de 8 de junho de 2005 Reexame do Parecer CNE CEB 24 2004 que visa o estabelecimento de normas nacionais para a amplia o do Ensino Fundamental para nove anos de dura o Di rio Oficial da Uni o de 14 07 2005 Minist rio da Educa o Resolu o CNE CEB n 1 de 7 de abril de1999 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Infantil Di rio Oficial da Uni o de 13 4 1999 Se o 1 p 18 Minist rio da Educa o Resolu o CNE CEB no 3 de 26 de junho de 1998 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino M dio http portal mec gov br cne arquivos pdf rceb03 98 pdf acesso em 1 03 2007 Minist rio da Educa o Resolu o CNE CEB no 3 de 3 de agosto de 2005 Define normas nacionais para a amplia o do Ensino Fundamental para nove anos de dura o Di rio Oficial da Uni o de 08 08 2005 Se o l p g 27 Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica Par metros B sicos de Infra estrutura para Institui es de Educa
65. 7 p 7 40 1999 ROSEMBERSG F Organiza es multilaterais Estado e pol ticas de educa o infantil Cadernos de Pesquisa S o Paulo n 115 p 25 64 2002 SAPAROLI E Educador infantil Uma ocupa o de g nero feminino 1997 Disserta o Mestrado Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo S o Paulo Educ Soc Campinas vol 27 n 95 p 407 428 maio ago 2006 VIANNA C UNBEHAUM S O g nero nas pol ticas p blicas de educa o Cadernos de Pesquisa S o Paulo v 34 n 121 p 77 104 2004a VIANNA C UNBEHAUM S G nero e pol ticas educacionais impasses e desafios para a legisla o brasileira In G nero e educa o educar para a igualdade S o Paulo CEM SME SP 2004b p 1 160 VIANNA C UNBEHAUM S ARA JO V Gender invisibility in Brazilian educational legislation Taboo The Journal of Culture and Education Coral Gables v 6 n 2 p 85 95 fall winter 2003 EDUCA O E DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASIL Paulo Vinicius Baptista da Silva Do N cleo de Estudos Afro Brasileiros Universidade Federal do Paran NEAB UFPR e mail paulosilvaDufpr br Nesse artigo discutirei sucintamente alguns resultados de pesquisas sobre desigualdades raciais no contexto brasileiro Adoto a perspectiva de Guimar es 2002 entendendo o conceito de ra a como constru o social e conceito anal tico fundamental para a compreens o de desigualdades sociais estruturais e simb licas observadas na s
66. 8 retomado ipsis litteris na Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional desconsiderando a Emenda Constitucional 14 sancionada em setembro de 1996 que alterou o referido dispositivo constitucional eliminando o car ter de obrigatoriedade de ensino fundamental para aqueles que n o tiveram acesso em idade pr pria Ver a esse respeito Direito Educa o e Obrigatoriedade Escolar de Jos Silv rio Bahia Horta 4 Horta 1971 28 faz refer ncia ao Estatuto da Crian a e do Adolescente aprovado pela Lei 8069 de 13 de julho de 1990 que reafirma as disposi es do art 208 da Constitui o e o art 5o da LDB e prev em caso de n o oferta do ensino obrigat rio a o de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados crian a e ao adolescente O autor menciona ainda o art 246 do C digo Penal segundo o qual a n o oferta da instru o em idade escolar constitui crime de abandono intelectual pass vel de deten o de quinze dias a um m s ou multa 5 Censo Escolar de 2004 MEC INEP 6 Fonte http noticias uol com br educacao ultnot ult105U5064 jhntm acesso em 27 03 2007 7 O Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica elaborou documentos versando sobre os par metros b sicos de infra estrutura para as institui es escolares destinadas s diferentes etapas da educa o b sica 8 Ver Pol tica P blica da Educa o Qualidade e Democracia C mara dos Deputados Comiss o de E
67. CADERNO DE TEXTOS 35 ENEPe Curitiba Paran 2015 SUM RIO A RETOMADA DO TRABALHO DE BASE Ranulfo Peloso da Silva isissssis iii seseseress 02 REEXAMINANDO A EDUCA O B SICA NA LDB O QUE PERMANECE E O QUE MUDA Eva Waisros PETCIA assassinos aos ada TUR dna inda Edo Sa SOR aa Sa E E o da aa DE dna a ua a 11 POL TICAS DE CURR CULO FORMA O E VALORIZA O DOS PROFISSIONAIS DA EDUCA O P S CONSTITUI O DE 1988 UM BREVE nd nd Gabriel Humberto Mu oz Palafox Marcello Soares Pereira da Silva Karina Klinke RR Rita A EE A E ES A 22 EDUCA O RELA ES DE G NERO E DIVERSIDADE SEXUAL Nilson Fernandes DINIS E canis sas O AAE EA EA E E Sao NES idolo E gaia pa dia Sen Sin duda is doidas E E baia ns AEE 30 G NERO E SEXUALIDADE NOS CURR CULOS DE PEDAGOGIA Sandra Unbehaum NR Cavasin Thais Gava RNP RAROS ARS EQ ERA CORRE UU E LADO EDS ARS MARROCOS O AS as dera 37 G NERO NA EDUCA O B SICA QUEM SE IMPORTA UMA AN LISE DE DOCUMENTOS DE POL TICAS PUBLICAS NO BRASIL Claudia Vianna Sandra Unbehaum ssosiisisis DT EDUCA O E DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASIL Paulo Vin cius Baptista Silva 65 ESTADO E REFORMAS EDUCACIONAIS CONTEMPOR NEAS UM OLHAR SOBRE AS REFORMAS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL Zilda Gon alves de Carvalho Mendon a sms sctos resina seiva E ae aa Sae DESCI Sa sia o inca Eni UU den ana SED o conduta e incas ENTE POL TICAS
68. DE QUALIFICA O NO GOVERNO LULA DILMA REFLEX ES SOBRE A FORMA O HUMANA Luciana Hallak PaUlO iss sos Sra Das DE IST D a Sta aE Tai O PLANO DE A ES ARTICULADAS PAR NO CONTEXTO DAS POL TICAS EDUCACIONAIS NO PER ODO DE 2003 A 2010 SIGNIFICADOS E DIMENS ES Marcelo Soares Pereira da Silva A RETOMADA DO TRABALHO DE BASE Ranulfo Peloso da Silva CEPIS SP 1 INTRODU O Achavam se agrupados e presos terra por uma raiz comum como uma moita de bambu E como esse vegetal inclinavam se e dobravam se Mas sobreviviam s maiores tempestades Morris West O embaixador 1985 A grande marca da organiza o popular sua presen a e enraizamento na vida da popula o animando pessoas e grupos a se organizarem para buscar solu o de seus problemas O antigo e permanente interesse dos trabalhadores de repartir o p o e o poder mesmo que n o seja totalmente consciente derrubar a velha pir mide e construir uma sociedade sem domina o A organiza o popular nasce para romper com a pr tica dos dominadores que pelo autoritarismo ou pela troca de favores se mant m no poder Ela se organiza desde a base para estar presente todos os dias l onde acontece a luta pela vida Apostar no trabalho de base investir numa tarefa que exige vontade pol tica dedica o tempo pessoas e recursos Porque n o s a elite que gosta de mandar tamb m o povo que aprendeu a ficar calado e a obedecer ao chefe
69. IL Minist rio da Educa o e do Desporto Secretaria de Educa o Fundamental Par metros curriculares nacionais ensino fundamental Bras lia DF MEC SEF 1997 Dispon vel em lt www mec gov br sef sef pcn shtm gt BRASIL Minist rio da Educa o e do Desporto Secretaria de Educa o Fundamental Referencial curricular nacional para a educa o infantil Bras lia DF MEC SEF 1998 BRASIL Plano Nacional de Pol ticas para as Mulheres Bras lia DF 2004 CURY C R J Os par metros curriculares nacionais e o ensino fundamental Revista Brasileira de Educa o Rio de Janeiro n 2 p 4 17 1996 DOSSI Educa o infantil e g nero Pro posi es Campinas set dez 2008 FARIA A L G PALHARES M S Ed Educa o infantil p s LDB rumos e desafios Campinas Autores Associados 2001 HADDAD L O referencial curricular nacional para a educa o infantil no contexto das pol ticas p blicas para a inf ncia uma apresenta o cr tica Caxamb ANPEd 1998 HADDAD L Creches e pr escolas no sistema de ensino desafios para uma pol tica pr integra o In PEC Forma o Universit ria Munic pios educa o infantil S o Paulo Secretaria de Estado da Educa o 2004 p 169 177 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA IBGE Censo demogr fico Bras lia DF IBGE 2003b ROSEMBERG F Expans o da educa o infantil e processos de exclus o Cadernos de Pesquisa S o Paulo n 10
70. QUES 2007 preciso historicizar os padr es de transforma o os lugares e contextos para compreender os processos de flexibiliza o em suas diferentes dimens es A primeira grande meta da reforma do aparelho do Estado estabelecer a flexibiliza o para ent o formar indiv duos flex veis e dispostos a viv la Esta tem por miss o gerar uma cultura de ger ncia cultural que abarque seus princ pios legalmente reguladores e amparados por bases legais Assim o Estado e a escola s o desqualificados em seu processo de gest o gerando o desejo por reformas que os requalificaria para dar conta de suas fun es no tempo e contextos atuais 2 1 A Reforma da Educa o Superior A partir do fim da Ditadura Militar o Brasil tem vivido em estado de reformas em seus diferentes setores Com rela o ao ensino superior este tem sido visto pelos organismos multilaterais como motor do desenvolvimento econ mico que por sua vez tem sido cada vez mais adequado s exig ncias do mercado transformando a aquisi o do saber em bem privado especialmente da classe dominante MATA 2005 s p Nessa dire o no dizer de Ribeiro 2002 p 85 preciso reformar para redesenhar as institui es de ensino superior uma vez que a Reforma de 1968 apresentouse inacabada Voltase quest o essencial na qual baseiam as reformas do ensino superior a coordena o dos projetos e processos engendrados pelo Estado Este
71. RDINE V Uma an lise foucaultiana da pedagogia construtivista In SILVA T T Org Liberdades reguladas a pedagogia construtivista e outras formas de governo do eu Petr polis Vozes 1998 p 143 216 G NERO E SEXUALIDADE NOS CURR CULOS DE PEDAGOGIA Sandra Unbehaum Sylvia Cavasin Thais Gava A experi ncia da ECOS Comunica o em Sexualidade com a capacita o de profissionais da educa o e com a produ o de material educativo tem mostrado que a forma o inicial de professores ras na maioria dos cursos n o abarca os temas relacionados educa o em sexualidade e g nero e a consequ ncia desta aus ncia a dificuldade deles delas trabalharem estes conte dos em sala de aula Nota se que a abordagem da sexualidade quando realizada nas escolas v m no bojo das a es de preven o da aids refor ando um discurso medicalizado em rela o sexualidade Do mesmo modo aspectos associados sexualidade humana direitos sexuais e direitos reprodutivos equidade de g nero valores normas sentimentos emo es para al m de informa es b sicas sobre formas de preven o e o desenvolvimento e fun o do corpo sexuado ainda n o ganharam o devido espa o nos curriculos de forma o docente tampouco nos curriculos escolares Mediante essa reflex o a ECOS em 2008 realizou um diagn stico sobre os curr culos e ementas de cursos de pedagogia O objetivo foi o de documentar a aus ncia de conte dos de g ne
72. ROJETO BRASIL TR S TEMPOS Qualidade da Educa o B sica nas Escolas P blicas Coordena o Regina Vinhaes Gracindo Parceria N cleo de Pesquisa em Pol tica e Gest o da Educa o UnB Centro de Gest o de Estudos Estrat gicos Minist rio de Ci ncia e Tecnologia e N cleo de Assuntos Estrat gicos da Presid ncia da Rep blica Bras lia DF 2007 ROCHA Edilene Pol tica para o Ensino M dio e Educa o Profissional In Educa o e Cultura Contempor nea V3 n 5 jan 2006 Rio de Janeiro Universidade Est cio de S Mestrado em Educa o 2006 SANTOS Luc ola Lic nio de Castro Paix o e VIEIRA L via Maria Fraga Agora seu filho entra mais cedo na escola a crian a de 6 anos no ensino fundamental de 9 anos em Minas Gerais In Educa o e Sociedade Campinas SP CEDES n 96 v 27 N mero Especial 2006 POL TICAS DE CURR CULO FORMA O E VALORIZA O DOS PROFISSIONAIS DA EDUCA O POS CONSTITUI O DE 1988 UM BREVE BALAN O Gabriel Humberto Mu oz Palafox Marcello Soares Pereira da Silva Karina Klinke Resumo O presente artigo situa e discute os marcos constitucionais que orientaram as pol ticas educacionais implementadas a partir do final dos anos de 1980 at os dias atuais especialmente no campo do curr culo da educa o b sica da forma o e da valoriza o dos profissionais da educa o Analisa como as pol ticas educacionais implementadas nestas reas trazem v rios elementos de continui
73. a o da Lei de Responsabilidade Fiscal Lei Complementar n 101 2000 o que implicaria penalidades como a veda o ao acesso de repasses da Uni o e a financiamentos de bancos oficiais e empr stimos externos Sustentam por fim estes mesmos entes da federa o que poderiam ficar sem controle de seus respectivos or amentos ADI n 4848 Este movimento por parte de alguns estados da federa o coloca novamente o desafio de se construir e consolidar pol ticas efetivas de valoriza o dos profissionais da educa o no mbito do poder judici rio e portanto fora da arena do debate e da participa o pol tica Isto faz com que a sociedade brasileira se veja diante de mais uma estrat gia pol tico jur dica que conduz judicializa o de uma quest o social fundamental e urgente de ser enfrentada qual seja a valoriza o dos profissionais da educa o enquanto requisito b sico para a efetiva realiza o do direito educa o e para a constru o de uma escola p blica de qualidade Os governadores dos Estados que encaminharam a ADI n 4848 reivindicaram que o piso salarial nacional do magist rio p blico da educa o b sica fosse atualizado anualmente pela varia o acumulada do ndice Nacional de Pre os ao Consumidor INPC nos doze meses anteriores data do reajuste Al m disto um encaminhamento nesta perspectiva em nada contribuiria para se avan ar de maneira efetiva na valoriza o profissional da carreira d
74. a o no curr culo escolar da forma masculina como signo gen rico referente tanto a homens como mulheres Referir se a mulheres e homens sempre na forma masculina mesmo quando superior o n mero de indiv duos femininos em um grupo escolar longe de ser um ato inofensivo favorece uma constru o que privilegia sempre um dos p los No entanto o universal masculino regra que persiste mesmo nos textos acad micos embora sua universalidade seja question vel visto que esta fun o n o est presente em todas as l nguas Ao analisar tal fen meno Louro 1997 p 66 aponta suas ra zes nos primeiros anos de escolariza ao imposs vel esquecer que uma das primeiras e mais s lidas aprendizagens de uma menina na escola consiste em saber que sempre que a professora disser que os alunos que acabarem a tarefa podem ir para o recreio ela deve se sentir inclu da Mas ela est sendo efetivamente inclu da ou escondida nessa fala Provavelmente imposs vel avaliar todas as implica es dessa aprendizagem mas razo vel afirmar que ela quase sempre muito duradoura E muito comum que uma profissional j adulta refira a si pr pria no masculino eu como pesquisador Afinal muitos comentariam isso normal Como tamb m ser normal que um a orador a ao dirigir para uma sala repleta de mulheres empregue o masculino plural no momento em que vislumbrar um homem na plat ia pois essa a norma j que ap
75. a em nossa sociedade Neste trabalho tentaremos expor como as interven es pol ticas de um per odo hist rico afeta determina diretamente as a es e comportamentos da d cada subsequente Para isso come amos com o per odo que marcou e marca at hoje nossa hist ria pol tica econ mica social o per odo da ditadura militar instalada em 1964 no Brasil contr ria ao socialismo Apesar do movimento esquerdista forte o governo popular de Goulart temia a luta de classes e retrocedeu em sua postura pol tica recuando da luta O que desencadeou ao longo da ditadura militar um retrocesso na sociedade brasileira em todos os mbitos fosse ele na arte nas profiss es nas rela es internacionais enfim estabelecendo regras e impondo comportamentos totalmente anti liberais e anti democr ticos atrasando em pelo menos 20 anos de constru o geral de um pa s Um sistema de controle absoluto que atrav s de um poder perverso e cruel determinava uma contracultura capaz de gerar e abafar toda e qualquer a o democr tica e de cunho social Sabemos que muitos movimentos perduraram e foram resistentes a este per odo de no m nimo denominado med ocre mas n o foi o suficiente para desenhar uma sociedade que fosse formada pela luta coletiva e pelos movimentos sociais ao ponto que temos hoje o reflexo na educa o nesse ponto que o texto ir contribuir para o objeto desta pesquisa de entender o porqu do Governo Federal ao lan ar m o de pol t
76. a onde se aprende a colocar o poder a servi o da maioria visando as transforma es que o pa s precisa 3 Constru o socialista a finalidade da luta realizar o sonho do mundo novo livre de todas as formas de opress o e com a possibilidade real de satisfazer os anseios materiais e espirituais das pessoas Isto ser poss vel quando a produ o a distribui o e o consumo forem feitos de forma solid ria Este projeto implica desde agora em uma nova rela o entre os humanos e com a natureza sem domina o sem preconceitos e sem destrui o 4 O QUE TRABALHO DE BASE F na vida f na gente f no que vir N s podemos tudo n s podemos mais Vamos l fazer o que ser Gonzaguinha Trabalho de base n o receita ou m gica um jeito de fazer pol tica onde o militante coloca sua alma uma paix o carregada de indigna o contra qualquer injusti a e cheia de ternura por todos que se disp e a construir um mundo sem a marca da domina o Essa convic o nasce do cora o e da raz o torna se for a contagiante capaz de vencer a f ria e a sedu o da opress o e de comprometer se com a transforma o das pessoas e da sociedade Essa pr tica multiplicadora pode ser realizada nas favelas nas ocupa es de terra nas f bricas nas igrejas nas institui es do Estado e nos espa os internacionais Ela se sustenta quando mant m os p s no ch o e a cabe a nos sonhos Consegue vit rias qua
77. a a Educa o Infan til Brasil RCNEI 1998 e os Par metros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental Brasil PCN 1997 Foram realizadas entrevistas com profissionais atuantes na elabora o e cr tica dessas pol ticas p blicas al m de an lises de outros estudos e documentos pertinentes ao tema Procuramos evidenciar o modo como as pol ticas p blicas de educa o trataram a inclus o da perspectiva de g nero nos n veis de en sino infantil e fundamental no per odo de 1988 a 2002 com nfase para o Referencial Curricular Nacional para a Educa o Infantil doravante denominado RCNEI e os Par metros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental doravante denominados PCN uma vez que a Constitui o Federal a LDB e o PNE foram discutidos em outros artigos Vianna amp Unbehaum 2004a 2004b Vianna Unbehaum amp Ara jo 2003 O contexto da inser o do g nero nas pol ticas educacionais O levantamento e an lise das leis decretos e planos produzidos no mbito da educa o p blica federal nas d cadas de 1980 e 1990 mostram que no Brasil a inclus o de uma perspectiva de g nero nas pol ticas p blicas de educa o mais recente e menos institucionali zada do que em outros campos como por exemplo nas reas da sa de e do trabalho Certamente a Constitui o Federal de 1988 ofereceu a base para que as pol ticas de igualdade passassem a constar da pauta das pol ticas p blicas ao ressaltar
78. a curso as novas diretrizes a serem formuladas deveriam contribuir no sentido de fundamentar e orientar a estrutura curricular que capacitasse o estudante no exerc cio de uma pr tica profissional espec fica fundamentando se na defini o de habilidades e compet ncias aliadas a uma s lida base de conhecimentos produzidos em cada rea de atua o Por meio de Edital p blico de 1997 o CNE constituiu comiss es de especialistas que ficaram respons veis pela formula o das novas DCN para os cursos de gradua o Por meio desta estrat gia procurou se conferir maior envolvimento e responsabilidade tanto de pesquisadores e entidades cient ficas e profissionais quanto das IES na especifica o das unidades de estudos e da respectiva carga hor ria para a integraliza o dos cursos de gradua o a serem Para Coelho 1998 naquele contexto conceber um projeto pedag gico de curso enquanto um projeto de forma o implicaria uma nova compreens o e uma nova organiza o da educa o superior da pol tica educacional do curr culo de forma o do ensinar e do aprender da pr tica profissional do conhecimento sistematizado capaz de distinguir com clareza os fins dos meios e o essencial do acess rio de modo que os primeiros p los destes bin mios passassem a orientar toda a vida acad mica Em s ntese esta nova forma de compreender e organizar os curr culos a partir das DCN aprovadas pelo CNE trouxe para o campo do curr culo ta
79. a defesa ampla dos direitos sem preconceitos de origem ra a sexo cor idade e quaisquer outras formas de discrimina o Brasil 2001 Art 3 Por m a maior parte dos documentos que regulamentam a pr tica de pol ticas p blicas no campo da educa o apresenta a perspectiva de g nero subsumida no o geral dos direitos e valores Vianna amp Unbehaum 2004a 2004b Vianna Unbehaum amp Ara jo 2003 Esse aspecto se reflete na pouca visibilidade de mu dan as concretas nos curr culos de forma o docente e na pr tica do cente que incorpore uma perspectiva de igualdade de g nero Quest es como estas mostram que houve avan os ainda que t midos mas que se constituem em terreno f rtil para mudan as mais efetivas n o restritas unicamente garantia de acesso igual a meninos e meninas A amplia o dos direitos foi consagrada na Constitui o brasileira consolidou se ao longo da d cada de 1990 at 2002 e encontrou em do cumentos internacionais uma importante fonte de inspira o e press o para ampliar as demandas dos direitos de g nero no Brasil quando se trata das pol ticas p blicas de educa o AMB 2000 Em 2000 o Brasil foi um dos 155 governos signat rios da De clara o de Jomtien elaborada na Confer ncia Mundial de Educa o para Todos Tail ndia e ratificada na C pula Mundial Educa o para To dos em Dakar Senegal Uma das oito metas do Projeto Mil nio refere se ao acesso univ
80. a e Dilma especificamente o PARFOR uma ferramenta que faz parte do Sistema Nacional de Forma o de Professores do Governo Federal Com a proposta de qualificar os professores das s ries iniciais e incentivar a segunda licenciatura os professores das redes p blicas conhecidos como professor e Il s o chamados a participar deste programa na rea das licenciaturas via inscri es diretamente com as Secretarias de Educa o Municipais e Estaduais O PARFOR Plano Nacional de Forma o de Professores uma pol tica de forma o de professores em servi o cujos p blicos alvos s o professores da educa o b sica criada para fazer frente constata o da exist ncia de um significativo percentual de professores que atuam sem a devida forma o Partindo da realidade posta esta pesquisa busca levantar dados emp ricos de como esta pol tica vem sendo implementada e quais foram s consequ ncias de sua execu o no sentido da diminui o daqueles percentuais em n vel nacional Para tal a pesquisa perpassa por algumas an lises a primeira por analisar a pol tica da educa o superior no governo Lula e suas manobras para implementar o PARFOR a segunda uma pequena an lise da forma o humana isto reflex es sobre a forma o inicial dos profissionais que buscam a qualifica o partindo do per odo de forma o desses sujeitos que hoje atuam na escola b sica e tamb m no sentido de compreender as d cadas passada
81. a e de gradua o plena De acordo com o referido Parecer a forma o de professores no Brasil presentava alguns desafios a serem enfrentados tanto no mbito institucional quanto no mbito curricular No primeiro caso foram destacados os seguintes segmenta o da forma o dos professores e descontinuidade na forma o dos alunos da educa o b sica submiss o da proposta pedag gica organiza o institucional isolamento e desarticula o das escolas e outros espa os educativos distanciamento entre as institui es de forma o de professores e os sistemas de ensino da educa o b sica No mbito curricular era questionada a desconsidera o do repert rio de conhecimento dos professores em forma o o tratamento inadequado dos conte dos ora caindo no conteudismo ora no pedagogismo a aus ncia de oportunidades para desenvolvimento cultural e o tratamento restrito da atua o profissional o predom nio de uma concep o restrita de pr tica restringindo a ao est gio a inadequa o do tratamento da pesquisa a aus ncia de conte dos relativos s tecnologias da informa o e das comunica es e a desconsidera o das especificidades dos n veis e modalidades de ensino bem como das etapas e das reas de conhecimento que comp em a grade curricular da educa o b sica Frente a estes desafios e orientada por esse mesmo Parecer a Resolu o CNE CP 01 2002 prop s tr s princ pios orientadores para a reforma da
82. a melhores condi es para a alfabetiza o das crian as f evita a dispers o de esfor os pela alfabetiza o entre a educa o infantil e o ensino fundamental entre outras vantagens As manifesta es contr rias medida por sua vez alinham considera es do seguinte teor a a import ncia de preservar o direito rec m adquirido de a educa o infantil prever o atendimento a crian as de O a 6 anos b a necessidade de assegurar um paradigma de educa o infantil que respeite a singularidade da crian a c a antecipa o escolar apresenta o risco de escolarizar a educa o infantil d a antecipa o da obrigatoriedade escolar significa antecipar a exclus o social nela embutida e essa antecipa o ocasiona a fragmenta o no interior da educa o infantil Em suma a problematiza o do tema mostra que para muitos o prop sito de amplia o da obrigatoriedade escolar merece ser destacado e qui comemorado independentemente de outras considera es para outros essa iniciativa cria impasses considerando que a passagem das crian as de seis anos para o ensino fundamental longe de ser tranquila se d entre duas inst ncias educacionais diferenciadas O grande desafio que se coloca para a sua execu o o de promover o di logo a articula o e a integra o entre a educa o infantil e o ensino fundamental O CURR CULO ESCOLAR E A QUEST O DA DIVERSIDADE A Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Naci
83. a pol tica era o de formar entre 2010 e 2015 cerca de 330 mil professores da educa o b sica que ainda n o possu am curso superior Segundo dados apontados pelo pr prio MEC em 2007 aproximadamente 600 mil professores em exerc cio na educa o b sica p blica n o possu am gradua o ou atuavam em reas diferentes das licenciaturas em que se formaram A partir da definiu se o Plano Nacional de Forma o de Professores da Educa o B sica que tem como principal objetivo criar um sistema integrado de forma o para oferecer a todos os professores em exerc cio condi es de obter um diploma espec fico na sua rea de forma o Para realizar esta tarefa est previsto que o MEC juntamente com o Conselho Nacional de Secret rios Estaduais de Educa o CONSED a Uni o dos Dirigentes Municipais de Educa o UNDIME e representantes das institui es p blicas de ensino superior por meio dos F runs Estaduais de Apoio Forma o Docente em cada Estado realize periodicamente um mapeamento das necessidades de forma o baseado nos dados do Censo da Educa o B sica com a oferta de vagas por institui o por campus e por curso A partir deste mapeamento deve ser lan ada a convocat ria para que os professores fa am sua pr inscri o nos cursos ofertados as quais dever o ser homologadas pelas respectivas secretarias cabendo s institui es formadoras decidir como ser feito o processo seletivo A sele
84. a uma nova concep o de educa o infantil De acordo com Lenira Haddad em parecer enviado ao MEC sobre o RCNEI 1998 a antecipa o do ensino tem consequ ncias graves para a educa o das crian as pequenas Ignorando as caracter sticas mais marcantes da inf ncia em que prepon deram a afetividade a subjetividade a magia a ludicidade a poesia e a expressividade o RCN apresenta um enfoque que prioriza a mente sobre o corpo e afeto o objetivo sobre o sujeito o conhecimento sobre a viv ncia e experi ncia o abstrato sobre o concreto o produto sobre o processo a fragmenta o sobre a globaliza o o pensamento sobre a ex press o Haddad 1998 p 12 Assim como Haddad 1998 Faria e Palhares 2001 refor am a necessidade de a educa o infantil tomar como refer ncia a crian a e n o o ensino fundamental alertando para o risco de antecipar a escola riza o e descaracterizar se uma forma o na primeira inf ncia cuja viv ncia na creche e na pr escola deveria estar voltada para a articula o entre o educar e o cuidar Na verdade ao negar a dimens o do cuidado no curr culo nacio nal para a educa o infantil o RCNEI Brasil 1998 despreza o conte do feminista de lutas anteriores que articulavam cuidado e educa o atribuindo como nos lembra F lvia Rosemberg no depoimento ante riormente referido um outro estatuto ao cuidar Essa postura tamb m sig nifica um preju zo perspectiva de g nero na
85. abor da conviV ncia solid ria que sonhamos para todos Este texto est publicado na Cartilha n 4 da Consulta Popular Trabalho de base 6 ed S o Paulo out 2001 p 17 a 36 REEXAMINANDO A EDUCA O B SICA NA LDB O QUE PERMANECE E O QUE MUDA Eva Waisros Pereira Universidade de Bras lia Zuleide Ara jo Teixeira Senado Federal Resumo O texto analisa a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional com foco na educa o b sica bem como a legisla o e as pol ticas p blicas definidas para o setor educacional no decorrer dos dez anos que se seguiram sua promulga o 1997 2007 O prop sito deste estudo compreender o sentido de tais iniciativas consolidar aperfei oar ou modificar o texto da Lei em face dos interesses pol tico ideol gicos que balizaram a sua elabora o Ressalta se como princ pios fundamentais a amplia o do conceito de educa o b sica e o alargamento do direito educa o Palavras chave LDB educa o b sica legisla o do ensino INTRODU O A Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional representa um marco na hist ria recente da educa o brasileira A sua import ncia decorre n o apenas do conte do do texto mas adv m especialmente do contexto em que foi elaborada Conforme vem sendo amplamente discutido na literatura especializada 1 a constru o dessa Lei traz a marca exemplar da participa o cidad de diferentes segmentos da sociedade civ
86. ade dos as homossexuais no espa o institucional pode se constituir contraditoriamente numa das mais terr veis evid ncias da implica o da escola no processo de constru o das diferen as De certa forma o silenciamento parece ter por fim eliminar esses sujeitos ou pelo menos evitar que os alunos e as alunas normais os as conhe am e possam desej los as A nega o e a aus ncia aparecem nesse caso como uma esp cie da garantia da norma Esse ocultamento talvez seja explicado por um dos mitos que a pesquisadora Deborah Britzman 1996 p 79 80 analisa na cultura escolar ou seja de que a heterossexualidade normal e natural e que a mera men o da homossexualidade v encorajar pr ticas homossexuais e v fazer com que os as jovens se juntem s comunidades gays e l sbicas A id ia que as informa es e as pessoas que as transmitem agem com a finalidade de recrutar jovens inocentes Tamb m faz parte desse complexo mito a ansiedade de que qualquer pessoa que ofere a representa es gays e l sbicas em termos simp ticos ser provavelmente acusada ou de ser gay ou de promover uma sexualidade fora da lei Em ambos os casos o conhecimento e as pessoas s o considerados perigosos predat rios e contagiosos Nesse sentido prov vel que o a educador a ser confrontado a com a pr pria sexualidade Assim parece que a dificuldade da do docente em tematizar a diversidade sex
87. ade cultural da popula o negra quanto sobre os processos de discrimina o o sil ncio atua como mecanismo que permite ocultar as desigualdades A invibiliza o do negro a difus o de um imagin rio negativo em rela o ao negro e dos significados positivos em rela o aos brancos estrat gia de discurso racista observada como forma de discrimina o no interior das escolas via livros did ticos e literatura infanto juvenil Pinto 1993 Rosemberg 1998 Telles 2003 atuante tamb m em diversos espa os sociais notadamente nos meios midi ticos Passemos discuss o de resultados de pesquisas sobre o discurso racista no Brasil o que se articula diretamente aos objetivos desta tese Desigualdades raciais no plano simb lico O discurso atuante para a produ o e reprodu o de desigualdades raciais As pesquisas brasileiras estiveram atentas desigualdade racial no plano simb lico dede a d cada de 1950 Os estudos de Moreira Leite apud Rosemberg Bazilli e Silva 2003 e de Bazanela apud Rosemberg Bazilli e Silva 2003 sobre rela es raciais em livros did ticos apontaram que a discrimina o raramente se apresentava de forma expl cita A hierarquia entre brancos e negros se apresentava em formas impl citas particularmente pela correla o desses com posi es de desvaloriza o social Com a retomada das pesquisas sobre desigualdades raciais observamos uma s rie de investiga es sobre racismo discursivo
88. ade educacional no Brasil p 73 91 In AQUINO Julio G coord Diferen as e preconceito na escola alternativas te ricas e pr ticas S o Paulo Summus 1998 Expans o da Educa o Infantil e processos de exclus o Cadernos de Pesquisa n 107 p 7 40 jul 1999 Educa o infantil g nero e ra a In GUIMAR ES Ant nio S e HUNTLEY Lynn orgs Tirando a M scara ensaios sobre o racismo no Brasil S o Paulo Paz e Terra 2000 p 127 264 ROSEMBERSG Fulvia BAZILLI Chirlei SILVA Paulo Vinicius B Racismo em livros did ticos brasileiros e seu combate uma revis o da literatura Educa o e Pesquisa S o Paulo v 29 n 1 p 125 146 jan jun 2003 SILVA Ana C lia da O estere tipo e o preconceito em rela o ao negro no livro de Comunica o e Express o de primeiro Grau n vel Disserta o Mestrado em Educa o Universidade Federal da Bahia 1988 As transforma es da representa o social do negro no livro did tico e seus determinantes Tese Doutorado em Educa o Universidade Federal da Bahia 2001a SILVA Nelson do Valle Cor e o processo de realiza o s cio econ mica In HASENBALG Carlos e SILVA Nelson do V orgs Estrutura social mobilidade e ra a S o Paulo V rtice Editora Revista dos Tribunais 1988 p 144 168 Extens o e natureza das desigualdades raciais no Brasil In GUIMAR ES Antonio S A HUNTLEY Lynn orgs Tirando a m scara ensaios sobre o racismo no
89. ais e regionais e ainda para responder s demandas do mercado de trabalho mesmo que a matriz discursiva destacasse os novos tempos da sociedade do conhecimento da tecnologia e da emerg ncia de novos paradigmas cient ficos Como foram demonstradas essas caracter sticas ficaram fortemente marcadas no campo da forma o de professores A partir da segunda metade dos anos 2000 esses marcos regulat rios n o sofreram altera es conceituais e organizacionais substantivas Pelo contr rio eles continuam norteando as pol ticas de curr culo e de forma o docente em curso No entanto h que se reconhecer especialmente no campo da forma o de professores que houve um reposicionamento do papel do Estado no sentido de uma atua o mais ativa e condutora por parte do governo federal frente aos demais entes da federa o expressa principalmente na Pol tica Nacional de Forma o dos Profissionais do Magist rio da Educa o B sica Mas este mesmo movimento n o pode ser afirmado no campo da valoriza o destes profissionais Trata se de um campo em que muito h por se construir tendo em vista por um lado o fr gil arcabou o normativo que o sustenta e por outro os fortes interesses antag nicos entre gestores e trabalhadores da educa o que engendram e determinam seu desenvolvimento A implementa o do piso salarial nacional profissional e a consolida o de planos de carreira que expressem e traduzam uma efetiva valoriza o d
90. al de Ensino M dio ENEM que se distancia da proposta de uma avalia o permanente e cumulativa como prop e o art 24 V a da LDB Para o estabelecimento de uma pol tica p blica estrutural necess rio superar as dificuldades com que esse n vel de ensino convive de modo a definir a sua identidade aprimorar lhe a qualidade e ampliar as possibilidades de acesso e de perman ncia do estudante na escola Na estrutura desse n vel de ensino observa se um movimento de mudan a ainda que apenas quantitativa evidenciada pelo aumento significativo de matr culas decorrente da amplia o do n mero de concluintes do ensino fundamental em 2005 1milh o e 500 mil alunos conclu ram o ensino fundamental em idade pr pria 15 16 e 17 anos e 900 mil conclu ram no com idade superior a 17 anos N o obstante dados estat sticos indicam que a popula o na faixa et ria entre 15 e 24 anos excede a 35 milh es de jovens PNAD IBGE 2005 e que no mesmo ano conforme o Censo Escolar foram matriculados no ensino m dio privado p blico federal estadual e municipal cerca de 9 milh es de jovens contingente que representa 51 dos jovens entre 15 a 19 anos de idade Al m do acesso ainda limitado outra quest o problem tica no ensino m dio a defasagem idade s rie Estudo realizado pelo N cleo de Assuntos Estrat gicos da Presid ncia da Rep blica NEAD para elabora o do Projeto Brasil Tr s Tempos 2006 afirma que a defasagem
91. aldades como elementos centrais de um projeto de supera o de desigualdades sociais como objetos fundamentais de mudan as estruturais e sociais Recebido em junho de 2006 e aprovado em julho de 2006 Notas 1 Agradecemos o apoio institucional da Faculdade de Educa o da USP da Funda o Carlos Chagas da Funda o Rockefeller e das bolsistas Cristiane Paiva da Silva Francini Pino Quintiliano Laura Fernanda Pastorelli Bugni Luana Pomm Ferreira da Silva e Suzana Bazan PIBIC CNPQ E tamb m a disponibilidade contribui o e interesse de investigadoras es professoras es e militantes entrevistadas os 2 Depoimento de F lvia Rosemberg concedido Cl udia Vianna em novembro de 2004 especialmente para a pesquisa referida neste artigo 3 Depoimento de Ana L cia Goulart de Faria concedido Cl udia Vianna em junho de 2003 especialmente para a pesquisa referida neste artigo 4 Depoimento de Yara Say o concedido Cl udia Vianna em setembro de 2004 especialmente para a pesquisa referida neste artigo REFER NCIAS ALTMANN H Orienta o sexual nos Par metros Curriculares Nacionais Estudos Feministas Rio de Janeiro v 9 n 2 p 575 585 2001 ARTICULA O DE MULHERES BRASILEIRAS AMB Pol ticas p blicas para mulheres no Brasil balan o nacional cinco anos ap s Beijing Bras lia DF AMB 2000 BENJAMIN W Reflex es sobre a crian a o brinquedo e a educa o S o Paulo Duas Cidades Editora 34
92. alisaram dados macrossociais perspectiva que se estende desde Florestan Fernandes at a contemporaneidade com os estudos do Instituto de Pesquisa Econ mica Avan ada lPEA A melhoria do sistema de coleta e sistematiza o de dados pelo IBGE possibilitou avan os na an lise das desigualdades estruturais Os pr prios indicadores das pesquisas censit rias e das Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lios PNADs apontam as profundas desigualdades raciais no Brasil Alguns exemplos As possibilidades de realiza o s cio econ mica s o muito distintas para os grupos raciais e favor veis aos brancos considerando os dados de ocupa o ocupa o do pai regi o de resid ncia rendimento situa o do nascimento n vel de instru o e instru o do pai Nelson do Valle e Silva 1988 A renda m dia mensal per capita de indiv duos brancos foi 2 4 vezes a renda de negros entre 1995 e 2001 Jaccoud e Beghin 2002 p 27 A distribui o percentual da popula o por classe de rendimento conforme dados da PNAD 1996 aponta a quase total aus ncia de negros nas classes m dia e alta Telles 2003 p 188 A mobilidade ocupacional intergeracional muito distinta para brancos e negros Os negros t m menores possibilidades de ascens o social sendo que nos estratos mais altos as dificuldades s o ainda maiores Os raros negros nascidos em estratos mais elevados est o mais expostos mobilidade descendente Jaccoud e Beghin 2002 p 30 31
93. ama es sugest es etc a serem posteriormente apresentadas aos respons veis por sua implementa o no mbito da UFRRJ e em outros f runs Ainda na fase inicial de an lise j se apresentam problemas na introdu o deste programa O que mais nos chamou aten o nos dados nacionais obtidos atrav s da divulga o pelo MEC foi a falta de procura por parte do p blico que o programa quer atingir o professor Este dado ainda em an lise se nos apresenta como algo no m nimo intrigante e preocupante visto a necessidade de a educa o b sica qualificar seus docentes baseada na cren a de que os ndices de qualifica o e melhoria da educa o nacional est o ligados tamb m titula o do professor aquele que medeia e alimenta o desejo de aprender Visto a amplitude do tema podendo ser decomposto em muitas categorias e vari veis para a an lise objetivamos levantar quest es que nos ajudem a refletir n o s sobre as pol ticas p blicas de forma o de professores bem como a educa o como um todo pois os cursos de forma o de professores est o ligados diretamente qualidade da educa o de base do nosso pa s Deriva da a import ncia e a defesa do estudo desta rea Pol tica da educa o superior nos governos Lula e Dilma A pesquisa perpassa pela an lise da pol tica da educa o superior no governo Lula primeiramente reconhecendo o colapso instalado na educa o superior brasileira como resultado da crise f
94. andono de 6 9 5 o que na atual conjuntura torna se grave especialmente se comparadas essas taxas com os dados da OECD para 2002 2003 que indicam a taxa mundial de repet ncia na educa o prim ria de 3 Na tentativa de supera o dos ndices estat sticos negativos o governo prop s uma s rie de medidas corretivas formuladas sob a forma de metas quantitativas no Plano Nacional de Educa o visando redu o das taxas de repet ncia e evas o e a regulariza o do fluxo escolar mediante programas de acelera o de aprendizagem de recupera o paralela e de outros mecanismos previstos na LDB Sabe se no entanto que essas medidas somente alcan am resultados positivos se os professores forem dotados de melhores condi es de trabalho e preparo t cnico adequado Uma iniciativa adotada em alguns estados e munic pios brasileiros refere se organiza o do ensino fundamental por meio de ciclos escolares conforme disp e o art 23 da LDB O n mero de ciclos varia de conformidade com os crit rios definidos pelo munic pio e ou estado federado Em geral cada ciclo agrupa duas ou mais s ries do ensino fundamental pressupondo um processo de aquisi o continuada e em ritmo diferenciado de modo a permitir que ao final do ciclo as crian as alcancem o dom nio do conte do previsto Assim as reprova es anuais s o eliminadas e as eventuais defici ncias corrigidas durante a sequ ncia dos estudos Segundo se avalia a m
95. as Os PCN continuaram balizando as pol ticas implementadas na rea de material did tico e na formula o das avalia es externas As DCN n o sofreram altera es conceituais substantivas mesmo com a revis o de algumas daquelas diretrizes constru das no final dos anos 1990 No caso da educa o superior importantes esfor os e mudan as tamb m foram empreendidos no campo do curr culo especialmente ap s a promulga o da nova LDB em 1996 com a formula o das novas diretrizes curriculares nacionais para os cursos de gradua o e dentre eles os cursos de forma o de professores A no o de diretriz curricular abriu o horizonte para que a organiza o curricular dos cursos de gradua o pudesse vir a se estruturar sob outra perspectiva e outra l gica mais aberta e flex vel que apontasse para novas din micas e novas trajet rias na forma o acad mica inclusive nos cursos de forma o de professores para a educa o b sica Esta perspectiva ficou delineada no Parecer CNE CES n 776 1997 que al m destas indica es questionava e problematizava os curr culos vigentes na educa o superior pelo seu car ter de fragmenta o e rigidez excessivas decorrentes em boa medida da forte tradi o de organiza o disciplinar desses curr culos Pretendia se alcan ar a formula o de diretrizes que n o mais se limitassem defini o de um elenco de disciplinas obrigat rias para os curr culos de gradua o Em cad
96. as com fundamento que possam ajudar na constru o da nova sociedade e Onde est o rumo N o queremos remendar o velho Lutamos pela transforma o total do mundo e das pessoas Por isso n o vamos vender a alma em troca de concess es Queremos homens e mulheres orgulhosos de sua dignidade e comprometimento com a nova conviv ncia entre todas as pessoas Essa orienta o guia nossos esfor os f Onde est a disciplina A postura liberal de muitas lideran as tem irritado e cansado muitos militantes Disciplina exige pontualidade E chato chegar na hora e ficar esperando por algu m que sem motivo vai chegar atrasado Mas disciplina muito mais que obedi ncia a uma ordem ou hor rio o cumprimento dos acertos coletivos uma convic o que nasce no interior da pessoa como um profundo respeito por si mesma e pelos companheiros um zelo que se treina todo o dia pensando na pr pria sobreviv ncia e no avan o e seguran a do movimento Disciplina ent o realizar com perfei o as tarefas assumidas ser fiel ao plano tra ado co responsabilidade pol tica e financeira respeito a cada companheiro e cada companheira sobretudo aos iniciantes Disciplina chegar nas reuni es com propostas fundamentadas cobrar o combinado e aceitar com humildade a cobran a merecida 7 A ALMA DO TRABALHO DE BASE Temos nossas mentes e nossas m os cheias da semente da aurora e estamos dispostos a seme la e
97. assun o da educa o como direito p blico subjetivo inscrito no art 208 inciso da Constitui o Federal e reproduzido posteriormente no Art 5o da LDB amplia a dimens o democr tica da educa o j que busca proteger o ensino fundamental em todo territ rio nacional Segundo pondera Cury 1996 26 o direito p blico subjetivo auxilia e traz um instrumento jur dico institucional capaz de transformar este direito num caminho real de efetiva o de uma democracia educacional O cumprimento escolaridade obrigat ria pressup e direitos sociais e deveres por parte do Estado da fam lia e da sociedade Assim conforme disp e o art 5o da LDB direito de qualquer cidad o grupo ou institui o que o representa acionar o Poder P blico para exigir o acesso ao ensino fundamental obrigat rio em caso de falta omiss o ou neglig ncia dever do Poder P blico recensear a popula o em idade escolar para o ensino fundamental e os jovens e adultos que a ele n o tiveram acesso fazer lhes a chamada p blica e zelar junto aos pais ou respons veis pela frequ ncia escola dever dos pais ou respons veis efetuar a matr cula dos filhos menores de sete anos no ensino fundamental 4 Importante reiterar aqui a mudan a recentemente introduzida na LDB a amplia o do ensino fundamental para nove anos de dura o com matr cula obrigat ria a partir de seis anos de idade A iniciativa do governo brasileiro de estender por ma
98. avendo se ent o ressaltado que pela primeira vez uma lei de diretrizes e bases da educa o nacional dedicava um cap tulo especificamente educa o profissional o Cap tulo III Nos anos 90 interpreta es da LDB foram transferidas para institutos legais de regulamenta o o que foi causa de retrocesso na organiza o da educa o profissional no Pa s como se deu com o Decreto 2 208 97 e a Lei 9 649 98 Foi proibida a expans o da rede federal de ensino profissional permitindo se a cria o de novas unidades somente em parceria com os estados munic pios e o Distrito Federal e imposta a separa o entre o ensino profissionalizante e o ensino de cultura geral Acentue se ademais que o Decreto 2 208 97 aprofundou uma forma o baseada na segmenta o do conhecimento e reacendeu a perspectiva nica da forma o profissional diretamente atrelada ao desempenho de uma tarefa no mercado de trabalho ao inv s de privilegiar a inclus o dos jovens e adultos no mundo do trabalho com uma forma o fundamentada em uma concep o de educa o emancipat ria A ado o dessa pol tica desmantelou a proposta de ensino t cnico profissional que vinha sendo estruturado no Pa s desde os anos 40 e que buscava um caminho de aperfei oamento que levasse a uma forma o integrada com iniciativas no sentido de transformar se numa proposta mais pr xima do modelo da educa o polit cnica A educa o t cnico profissional deve ser
99. azido s vezes espontaneamente pelos as pr prios as alunos as No entatanto essa excessiva discursividade da m dia em rela o ao tema nem sempre tem resultado em uma diminui o dos sintomas de sexismo e homofobia Se a visibilidade de formas alternativas de viver a sexualidade tematizadas pela m dia imp e certo reconhecimento das causas ligadas s minorias sexuais e de g nero for ando tamb m a escola a rever padr es normativos que produzem a sexualidade das dos estudantes por outro lado tamb m n o deixa de acirrar manifesta es de grupos mais conservadores Pois em um momento hist rico em que mais se fala sobre educar para a diferen a vivemos um cen rio pol tico mundial de intoler ncia que se repete tamb m no espa o da vida privada em determinada dificuldade generalizada em nos libertarmos de formas padronizadas de concebermos nossa rela o com o outro A inclus o do debate sobre a diversidade sexual e de g nero no espa o acad mico ocorre desde meados dos anos de 1970 e deve se historicamente press o dos grupos feministas e dos grupos gays e l sbicos que denunciaram a exclus o de suas representa es de mundo nos programas curriculares das institui es escolares No plano acad mico internacional esse movimento surgiu com os departamentos de Estudos da Mulher e posteriormente com os Estudos de G nero e os Estudos Gays e L sbicos em algumas das universidades americanas sempre no esfor o de criar alternat
100. ca avan ar na defini o e implementa o de pol ticas que contribuam na consolida o de uma educa o p blica de qualidade socialmente referenciada Adentremos pois s pol ticas educacionais nos governos de Lula da Silva no per odo de 2003 a 2010 As pol ticas educacionais no contexto dos governos Lula 2003 2010 Em 2003 chegou Presid ncia da Rep blica Luiz In cio Lula da Silva dando in cio a um ciclo de governo que se encerrou em 2010 ap s a conclus o de seu segundo mandato frente do executivo federal Portanto foram dois mandatos de governo Lula ap s outros oito anos do governo capitaneado por Fernando Henrique Cardoso FHC A vit ria do candidato de oposi o Luiz In cio Lula Silva no pleito de 2002 trazia consigo a expectativa de diferentes setores da sociedade brasileira e do campo educacional de que importantes mudan as ocorreriam nas pol ticas p blicas e do papel e atua o do Estado na sociedade De um lado essas expectativas giravam no sentido de que haveria uma ruptura com o ide rio neoliberal e a concep o gerencialista que sustentava a nova gest o p blica e orientava as pol ticas econ micas e sociais nos overnos anteriores De outro havia os receios quanto s poss veis mudan as que poderiam significar rupturas e quebras de contrato que gerassem profunda instabilidade pol tica institucional e econ mica Em boa medida a Carta ao Povo Brasileiro de 2002 foi um marco importante para o cand
101. cabe a de informa es estar mais capacitado para descobrir respostas para os problemas que afligem o povo Formar n o quer dizer despejar conte do sobre a cabe a de pessoas que ficam recebendo passivamente O processo de forma o acontece quando ele se torna uma troca entre sujeitos que ensinam e aprendem os ensinamentos da vida A forma o deve ser planejada conforme o n vel de compreens o e de compromisso de cada companheiro importante organizar atividades de forma o para iniciantes ativistas lideran as e dirigentes fundamental que o pr prio movimento destaque pessoas que se dediquem tarefa de organizar e de executar um plano de forma o S o muitas as atividades de forma o a prepara o a execu o e o balan o de uma a o por exemplo Mas tamb m os semin rios os cursos os debates as viagens as leituras as reuni es os treinamentos o esfor o para contar a pr pria hist ria e a formula o de propostas A forma o pol tica tem que vir junto com a capacita o t cnica como fazer uma reuni o escrever um relat rio falar em p blico administrar uma cooperativa operar uma m quina fazer um jornal etc k Evitar o isolamento trabalhar em parceria em toda a parte tem gente organizada ou n o lutando contra a injusti a O trabalho pol tico se fortalece quando conhece e se liga com pessoas e grupos que est o no mesmo rumo Essa articula o facilita a troca de experi ncias e a real
102. carieda de e a falta de investimento por parte do Estado em rela o educa o infantil Naquele per odo o Conselho Nacional de Mulheres e o Con selho Estadual da Condi o Feminina exerceram importante papel na introdu o da tem tica de sexualidade e de g nero na educa o infan til No caso de S o Paulo coube Funda o Carlos Chagas entre ou tras institui es locais e nacionais a cria o e a consolida o de um grupo de pesquisadoras respons veis pela reflex o e difus o da tem tica de g nero na educa o das crian as Em depoimento concedido F lvia Rosemberg acad mica pesquisadora militante feminista e integrante de grupos organizados que elaboraram propostas da sociedade civil para pol ticas de educa o infantil recupera a influ ncia da milit ncia e da literatura feminista nas interven es das mulheres durante o processo da Constituinte Era um per odo bastante efervescente Quando come a essa rea de inter ven o e de atua o o repert rio da gente j estava muito constitu do E estava circulando uma literatura francesa e norte americana feminista entre a gente Uma literatura que a gente na poca tamb m poderia chamar de vanguarda e a reflex o da gente foi muito constitu da tamb m com esse material vindo de fora e reflex es que j eram feministas em contraposi o reflex o um pouco mais tradicional que j estava circulan do Tinha uma inspira o tinha
103. classe todas as crian as todos os jovens meninos meninas ricos e pobres cat licos protestantes judeus ou mu ulmanos habitantes das cidades ou dos campos Supunha se nico porque o ensino ministrado no conjunto deveria ser o mesmo quanto a seus conte dos e a seus m todos para todos os estudantes independentemente de quaisquer identidades e perten as comunit rias por eles abra adas Boto 2005 785 Essa acep o do direito educa o figura entre os princ pios estabelecidos na Constitui o Brasileira e reproduzidos ipsi litteris na Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional O art 30 da LDB refere se especificamente igualdade de condi es para o acesso e a perman ncia na escola Observe se que a formula o desse princ pio j pressup e certo alargamento do direito educa o por n o se restringir apenas ao acesso mas tamb m perman ncia do aluno na escola Essa amplia o do direito decorre do contexto da educa o brasileira onde existe um percentual significativo de crian as e jovens fora da escola n o apenas pela falta de possibilidade de acesso mas principalmente pela exclus o precoce de um grande n mero de alunos que a frequentam o que impossibilita a efetiva o desse direito Assegurar o acesso escola depende de decis es eminentemente pol ticas no sentido de expandir a rede p blica de ensino e ou instituir a obrigatoriedade escolar A ado o de instrumentos jur dic
104. co e s exig ncias do mercado Em fun o disso a partir de 1960 consolidase um processo de reforma do Estado e da gest o Na rea educacional vivenciase em toda a Am rica Latina mudan as no papel da escola por meio de um conjunto de medidas que redimensionam o panorama da educa o b sica e superior Nos anos 1990 o Brasil intensifica a es pol ticas e reformas educacionais em sintonia com a orienta o de organismos internacionais cuja tradu o mais efetiva expressa pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB Lei no 9 394 96 Esta sintonizada com as premissas neoliberais e consubstanciada em uma sucess o de decretos que a antecedem redireciona o paradigma enfatizando o trin mio produtividade efici ncia e qualidade total DOURADO 2001 p 50 A reforma que anteriormente j foi contemplada abarcou quatro princ pios de mudan as os quais caracterizaram as rela es de poder espec ficas do final do s culo XIX Tais princ pios representam as continuidades ou a perman ncia de padr es hist ricos que sustentam as propostas de mudan as Esses princ pios percorrem o s culo XIX e s o reincorporados s reformas das ltimas d cadas do s culo XX 1980 1990 enquanto elementos embasadores das mudan as dos sistemas de governo na busca da governan a e na reforma educacional O Brasil particularmente a partir do final do regime militar apresentase caracterizado como um ente parti
105. concess o de licen as de forma o continuada para aperfei oamento profissional inclusive em n vel de p s gradua o a possibilidade de se utilizar as horas de trabalho pedag gicas coletivas como momento de forma o do profissional da educa o dentre outros aspectos Como se depreende a consolida o de uma s lida pol tica de valoriza o dos profissionais da educa o n o pode ser concebida e constru da sem uma consistente pol tica de forma o destes profissionais Urge uma pol tica de forma o que se sustente em uma s lida fundamenta o te rica que 4 A lei 9 424 1996 institui o Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valoriza o do Magist rio Fundef substitu do pelo Fundo de Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica e Valoriza o dos Profissionais da Educa o Fundeb regulamentado pela lei n 11 494 2007 articule teoria e pr tica forma o inicial e forma o continuada e que v al m da multiplica o desarticulada de cursos e a es de forma o Neste sentido faz se necess rio situar os principais marcos que orientaram e se fizeram presentes no campo das pol ticas de forma o de professores ao longo desses 25 anos p s Constitui o de 1988 O CAMPO DA FORMA O DE PROFESSORES NOS 25 ANOS DA CONSTITUI O FEDERAL O campo da forma o de professores assim como o do curr culo e da valoriza o dos profissionais da educa o tamb m foi marcad
106. concursos p blicos para o ingresso de professores em redes p blicas no ensino fundamental Para ampliar a compreens o dos problemas e desafios enfrentados pelas pol ticas de forma o docente o estudo procurou estabelecer tamb m elementos de compara o com as caracter sticas dessa forma o oferecida pela Argentina levando em conta as especificidades do contexto em que esta se realiza Gatti B et alli 2009 O levantamento dos curr culos especificamente dos cursos de pedagogia que preparam os as professores as do 10 ao 50 ano do ensino fundamental e da educa o infantil que ir o atuar no ensino b sico ou em atividades de gest o escolar diretores de escolas coordenadores pedag gicos supervisores etc se concentrou nas universidades brasileiras porque est o presentes em todo o territ rio nacional e est o estruturadas nos pilares de ensino pesquisa e extens o A grande maioria dos cursos de pedagogia 71 era oferecida por institui es universit rias universidades ou centros universit rios que t m autonomia para criar cursos A maioria destes cursos respectivamente 31 e 69 de universidades e centros universit rios est o na regi o Sudeste A regi o Sul concentra 27 das universidades Al m disso as universidades apresentam os maiores percentuais de institui es que alcan aram conceitos 4 ou 5 23 no ENADE de 2005 Relat rio S ntese do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ENADE em Pedagogia
107. da para fazer frente constata o da exist ncia de um significativo percentual de professores que atuam sem a devida forma o neste cen rio que a pesquisa apresenta seus caminhos de investiga o com o intuito de analisar as verbas destinadas a este programa dialogar com os alunos professores procurando entender como na pr tica esses alunos vivenciam esta realidade visto que a entrada nas universidades n o via vestibular e nem via ENEM Exame Nacional do Ensino M dio e sim por inscri es feitas via Secretarias de Educa o Municipais e Estaduais por libera o das mesmas de acordo com necessidade tempo dispon vel e demanda Nossas primeiras incurs es no campo de pesquisa nos levaram a constatar a exist ncia de possibilidades e desafios para a implementa o deste programa visto que ele passa por um caminho de quebra de paradigmas de rompimento com aquilo que est posto e de confronto com a realidade das Universidades P blicas e com a escola p blica brasileira hoje Desta forma propomos entrevistas e conversas com os profissionais respons veis que defendiam e os que n o defendiam o programa na Universidade Rural e tamb m uma interven o com os alunos professores atrav s de question rios e poss veis rodas de conversas para levantar dados e estabelecer percentuais comparativos de quem s o esses alunos que curso frequentam como est sendo esta viv ncia como s o recebidos na universidade e poss veis recl
108. da para os profissionais de educa o dos diversos n veis Ao mesmo tempo por meio do art 87 do T tulo das Disposi es Transit rias desta mesma lei foi institu da a chamada D cada da Educa o que previa dentre outros aspectos que S 40 At o fim da D cada da Educa o somente ser o admitidos professores habilitados em n vel superior ou formados por treinamento em servi o A condu o dada s pol ticas de forma o de professores na segunda metade dos anos de 1990 privilegiou os processos de regulamenta o dos chamados ISE e de regulamenta o das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Forma o dos Profissionais da Educa o B sica O CNE por meio do Parecer CNE CP 53 1999 e da Resolu o CP n 01 1999 regulamentou a cria o dos ISE Os Institutos Superiores de Educa o dever o ser centros formadores disseminadores sistematizadores e produtores do conhecimento referente aos processos de ensino e de aprendizagem relacionados educa o b sica e educa o escolar como um todo com campo de atua o espec fico e delimitado Eles poder o tamb m propiciar a articula o e a complementa o de seus cursos com cursos de pedagogia e ainda conviver com outros formatos de prepara o profissional para o magist rio na acep o hoje aceita que engloba a reg ncia em sala de aula e o desenvolvimento de atividades que d o diretamente suporte ao ensino Estes Institutos poderiam oferecer curso
109. dade ainda que seja poss vel identificar novas dimens es e aspectos que a elas v m sendo agregados pelos diferentes governos de distintas colora es partid rias Palavras chave pol tica educacional curr culo forma o e valoriza o dos profissionais da educa o INTRODU O A Constitui o Federal de 1988 C F um marco importante na constru o da democracia no Brasil uma vez que com ela a sociedade brasileira encerrou um ciclo de regime autorit rio e ditatorial que havia se instalado no pa s a partir do Golpe Militar de mar o de 1964 Resultado do processo constituinte iniciado em 1986 a promulga o da nova Constitui o em 05 de outubro de 1988 por certo constitui se em um momento importante na constru o do estado democr tico de direito no contexto pol tico brasileiro Na Carta Constitucional de 1988 a educa o definida como um dos direitos sociais fundamentais ao lado do direito sa de alimenta o ao trabalho moradia ao lazer seguran a previd ncia social prote o maternidade e inf ncia e assist ncia aos desamparados art 60 Ao mesmo tempo estabeleceu tamb m que dever do Estado e da fam lia assegurar o exerc cio desse direito art 205 A afirma o da educa o como direito constitui uma refer ncia central balizadora no desenvolvimento e implementa o das pol ticas educacionais a partir dos anos de 1990 Por sua vez outros marcos constitucio
110. dariamente aos interesses do setor privado configura se por uma enorme d vida social no sentido do alargamento dos direitos sociais e coletivos ou seja da esfera p blica DOURADO 2002 p 238 E para obter um par metro anal tico da rela o entre os pilares reguladores das pol ticas educacionais mercado Estado comunidade mais uma vez valendose da organiza o de Marques 2007 fazse relevante apontar alguns princ pios que as reformas abarcam a A l gica da dial tica da des qualifica o No Brasil onde o Estado entendido como o grande pai as rela es de poder tornamse preponderantes e at certo ponto conservadoras Mas para conservar preciso criar uma id iafor a da mudan a do movimento da reforma e consequentemente da inova o e do progresso Essa id iafor a deve ser gestada em torno de determinados ideais que somente causar o efeito a partir da l gica da dial tica da desqualifica o Ou seja o projeto de reforma cria uma crise em algum setor para ent o adquirir legitimidade Na pol tica educacional as reformas ocorreram para dar respostas car ncia de inova o e atualiza o exigidas pelas pol ticas neoliberais Ocorre que muitas reformas s o recorrentes e trazem em seu bojo uma pr tica formativa ou pedag gica Isto significa que no contexto da crise a proposta de reforma ensina como a comunidade deve se comportar de forma a se convencer e aceitar a reforma nos moldes
111. de ordem fazse conveniente cnamar a aten o para os pressupostos hist ricos que sustentam os projetos de reforma Tais pressupostos representam nessa abordagem as continuidades impregnadas nos projetos e processo de mudan a ou reforma O desenvolvimento de uma an lise cr tica que apresente como pauta as reformas no mundo contempor neo sugere especial aten o para alguns pressupostos que de acordo com MARQUES 2007 podem assim ser identificados a A concep o de que as reformas devem ocorrer no sistema interno e no sistema externo representam mudan as que visem a adequa o economia e ao mundo do trabalho Destacase que essas duas dimens es s o indissociadas distinguindo apenas sua natureza quando apresentada para uma ou outra dimens o Ao considerar as reformas no sistema externo percebese que essas s o revestidas de sentido pol tico Mas se a mudan a pretendida privilegiar a dimens o interna ela j ser dotada de car ter mais t cnico b Mobiliza o p blica profissional toda reforma traz consigo a id ia de movimento de avan o e isso encontra resson ncia na opini o p blica Pois o simples an ncio do movimento j concebido como inova o Afinal a mudan a ocorre a partir de um projeto de reforma SACRIST N 1996 A palavra reforma incorporada pelo grande p blico apresentase sob muitos significados uma palavra que possui significado diferente conforme como usada em que posi o
112. de estudo segundo cor ou ra a e coorte de nascimento para nascidos entre 1900 e 1965 Fonte Jaccoud e Beghin 2002 p 34 discurso comum a atribui o das desigualdades raciais s condi es de origem Por exemplo as diferen as de escolaridade atual seriam reflexo da baixa escolariza o dos negros quando da aboli o da escravatura que se reproduziram de gera o em gera o at nossos dias Essas explica es s o muito parciais As desigualdades entre negros e brancos se devem principalmente a diferen as de oportunidades de ascens o social ap s a aboli o e ao racismo dirigido aos negros Hasenbalg 1988 Silva 1988 Jaccoud e Beghin 2002 A heran a da pobreza condi o necess ria mas n o suficiente para explicar a pobreza atual das fam lias negras Silva 2000 A distinta mobilidade social processo pelo qual pessoa de origens sociais familiares diferentes alocada em posi es distintas na hierarquia social poss vel explica o para as desigualdades entre os grupos raciais A mobilidade ocupacional muito favor vel aos indiv duos brancos A hip tese qual os dados de Nelson do Valle e Silva 1988 2000 d o suporte de que as desigualdades raciais brasileiras s o produzidas em ciclos de desvantagens cumulativas de funcionamento intergeracional A mobilidade social e a aquisi o de renda s o dois elos desta corrente que se completa com outras caracter sticas socialmente relevantes em p
113. de igualdade Ao final daquele ano foi lan ado o Plano Nacional de Pol ticas para as Mulheres com o objetivo de enfrentar as desigualdades de g nero e de ra a Esse plano que procurou acolher v rias das diretrizes definidas na fa Confer ncia visa a orientar uma pol tica nacional para as mulheres cujo foco a consolida o da igualdade de g nero H no Plano Nacional o cap tulo 2 intitulado Educa o inclusiva e n o sexista que apresenta os objetivos metas prioridades um plano de a o espec fico para a educa o e revela uma preocupa o leg tima de setores do poder p blico com a igualdade de g nero Brasil Plano Nacional de Pol ticas para as Mulheres 2004 A cria o de uma Secretaria Especial de Pol ticas para as Mulheres com capacidade para uma atua o em mbito federal amplia a possibilidade de mudan as concretas no campo da educa o Cabe destacar que esta Secretaria disp e de uma coordena o para a educa o e que juntamente com o Minist rio da Educa o vem implementando algumas importantes a es cumprindo metas estabelecidas no Plano Nacional uma delas a de incorporar a perspectiva de g nero ra a etnia e orienta o sexual no processo educacional formal Para isso criou o Programa G nero e Diversidade na Escola destinado a docentes de escolas p blicas brasileiras e que se prop e a orientar os as docentes em como lidar com a diversidade nas salas de aula combater atitudes e
114. de plant o S uma convic o profunda pode se dispor a vencer a cultura autorit ria e o personalismo e contribuir para que o povo se torne protagonista e tome a dire o da barca 2 UM POUCO DE HIST RIA Cada um de n s constr i a pr pria hist ria e cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz Almir Sater e Renato Teixeira O Brasil nasceu como col nia dos pa ses ricos Reis e rainhas se tornaram donos das terras das riquezas e at da vida das pessoas Quem resistiu foi perseguido e muitas vezes destru do Essa domina o gerou a cultura autorit ria a mentalidade de escravo onde as pessoas se tornam passivas sempre esperando ordens de cima e de fora A ditadura de Vargas de 1933 a 1945 para n o mudar a cultura autorit ria inventou o populismo O povo foi ensinado a puxar o saco e a mendigar favores de chefes em todos os lugares em vez de lutar por direitos Aprendeu a ser cliente encostar se numa rvore que lhe d sombra ao inv s de se organizar e de andar com os pr prios p s Nos anos 60 mais gente descobriu que podia ser dono do seu nariz e participar do poder As pessoas n o aceitaram ser coisas nem serem usadas como massa de manobra Quiseram Ter voz ativa e no seu destino mandar A veio a ditadura militar de 64 prendendo torturando e matando Mas o sonho de ser livre e feliz coletivamente tentado diversas vezes pelos ndios negros camponeses e oper rios contin
115. demos formular s o Os cursos de forma o superior de professores e de professoras Pedagogia Escolas Normal Superior as Licenciaturas t m oferecido conte dos m nimos relacionados sexualidade que ofere am subs dios para uma educa o em sexualidade Os conte dos que pautam os Par metros Curriculares Nacionais e que deveriam ser abordados pelos professores e pelas professoras em sala de aula est o sendo oferecidos durante a forma o para a doc ncia 2 As pol ticas de Educa o em Sexualidade no Brasil 2003 a 2008 os curr culos de forma o docente Com a inten o de buscar algumas respostas a essas quest es elaboramos um projeto visando mapear as pol ticas na rea da educa o dirigidas para a educa o em sexualidade desenvolvidas no per odo de 2003 a 2008 O projeto apresentado Funda o Ford propunha realizar em oito meses maio a dezembro de 2008 um levantamento das pol ticas mais recentes no campo da educa o programas projetos a es legisla o normas t cnicas relacionados educa o sexual sexualidade A equipe definiu tr s eixos de pesquisa para compor um diagn stico o mais amplo poss vel sobre a educa o em sexualidade 1 um levantamento nacional de curr culos e ementas dos cursos de forma o docente 2 um levantamento das pol ticas de governo voltadas para a educa o sexual restrita s capitais 3 um levantamento dos grupos de pesquisa envolvidos com a tem tica de sex
116. densidade nos ltimos anos o tema da educa o em sexualidade e g nero continuou no entanto ainda enfrentando obst culos no campo espec fico da educa o Uma das estrat gias utilizadas para sensibilizar os diferentes grupos sociais sobre a import ncia e a emerg ncia da educa o em sexualidade e g nero principalmente no in cio da d cada de 80 foram os argumentos pautados em ndices de gravidez na adolesc ncia ou n meros de casos de HIV aids em adolescentes e jovens ARILHA amp CALAZANS 1998 Por m estas argumenta es trouxeram consigo um clima alarmista e foi a rea de sa de particularmente da preven o quem fomentou nas ultimas d cadas a es no mbito escolar desenvolvendo a es integradas entre a sa de e a educa o como o projeto Sa de e Preven o nas Escolas SPE O SPE uma proposta inovadora que fomenta a disponibiliza o de preservativos nas escolas a integra o entre escolas e unidades b sicas de sa de e a participa o da comunidade no processo Outras estrat gias deste projeto incluem o monitoramento das escolas a partir da inclus o de um question rio no Censo Escolar para medir se a es de preven o e sexualidade est o sendo desenvolvidas nas escolas a incorpora o de diretrizes para que as a es possam atingir alunos a partir das primeiras s ries do ensino fundamental realiza o de oficinas de forma o apoio a eventos regionais e produ o impress o e distribui
117. diferentes distintas etapas n veis e modalidades de ensino na perspectiva de se construir uma a o governamental cada vez mais integrada e articulada a partir de uma vis o sist mica e de longo prazo da educa o Ao preconizar o princ pio desse tipo de vis o para o enfrentamento e tratamento das quest es do campo educacional o MEC sinalizava para uma ruptura com aquelas vis es fragmentadas que tendem a pensar a educa o a partir do que por ele definido como falsas oposi es como qualidade x quantidade diversidade x unidade educa o b sica x educa o superior forma o humana x forma o profissional dentre outras Eis como essa vis o sist mica sintetizada pelo MEC documento intitulado Raz es princ pios do Plano de Desenvolvimento da Educa o p 9 10 O PDE procura superar essas falsas oposi es por meio de uma vis o sist mica da educa o Com isso pretende se destacar que a educa o como processo de socializa o e individua o voltado para a autonomia n o pode ser artificialmente segmentada de acordo com a conveni ncia administrativa ou fiscal Ao contr rio tem de ser tratada com unidade da creche p s gradua o ampliando o horizonte educacional de todos e de cada um independentemente do est gio em que se encontre no ciclo educacional A vis o sist mica da educa o dessa forma aparece como corol rio da autonomia do indiv duo S ela garante a todos e a cada um o direito a n
118. discuss es pedag gicas de forma a qualificar o processo educativo do cotidiano escolar Tais par metros introduzem na grade curricular do ensino fundamental e m dio os chamados temas transversais quest es e assuntos que perpassam todos os campos do conhecimento e que devem contribuir para a forma o de um cidad o mais participativo reflexivo e aut nomo conscientes de seus direitos e deveres Estes temas tica meio ambiente pluralismo cultural consumo sa de e orienta o sexual t m como eixo central a educa o para a cidadania e n o se constituem em novas disciplinas mas devem impregnar todas as reas educativas e serem tratados por diversas reas do conhecimento tanto dentro da programa o cotidiana como fora dela Segundo VIANNA e UNBEHAUM 2004 Os PCNs trazem como eixo central da educa o escolar o exerc cio da cidadania e apresentam como maior inova o a inclus o de temas que visam a resgatar a dignidade da pessoa humana a igualdade de direitos o cuidado de si e dos outros a participa o ativa na sociedade e a co responsabilidade pela vida social O documento adota como eixo norteador o desenvolvimento de capacidades de alunas e alunos processo esse em que os conte dos curriculares devem atuar como meios para aquisi o e desenvolvimento dessas capacidades e n o como fins em si mesmos N o se trata de negar a import ncia do acesso ao conhecimento socialmente acumulado pela humanidade mas sim de inclui
119. do a imoralidade deste pa s Desta forma o texto O Sil ncio dos Intelectuais 2009 com o artigo de Marilena Chaui dialoga com este sujeito moderno onde o Projeto da Modernidade apresenta se na possibilidade de um desenvolvimento suave sem destrui es e desigualdades e que a regula o e a emancipa o ir o florescer de forma harmoniosa Entretanto sabemos que n o acontece e nunca acontecer desta forma pois o sistema capitalista do qual partilhamos a l gica do lucro vem carregado de id ias avessas a uma sociedade com o potencial de abrigar um ser humano feliz inteiro e harmonioso com a natureza Pelo contr rio a regula o triunfa em detrimento da emancipa o dos homens Com isso analisando os registros da implementa o e suas consequ ncias do PARFOR nossa pesquisa apresenta se prenhe de questionamentos pois at que ponto estas qualifica es v o realmente emancipar ou simplesmente continuar a regular Qual o caminho que se deve tra ar com este novo olhar sobre a pesquisa Um dos caminhos poss veis agora o de analisa com o olhar da contemporaneidade o intelectual outrora visto como cheio de esperan a o respons vel pelas mudan as de comportamento aquele sujeito letrado que iria levar o conhecimento e com ele transformar toda sociedade Mas hoje revelada sua forma o social juntamente com um sistema econ mico perverso e com a clareza que os intelectuais n o s o seres inating veis e sim sujeitos inserid
120. do conhecimento a proposta foi de integr los s distintas reas curriculares Os crit rios usados para a escolha desses temas foram a urg ncia social em se discutir assuntos correlacionados na escola como a preven o de DST e AIDS a gravidez em idades consideradas precoces a preserva o do meio ambiente a viol ncia urbana e juvenil entre v rios Outro crit rio foi a abrang ncia social detais assuntos e a possibilidade dessa discuss o no ensino fundamental de 1a a 4a s rie e ou de 5a a 8a s rie favorecer a compreens o da realidade e da participa o social de cada um na sociedade Os PCN trazem como eixo central da educa o escolar o exerc cio da cidadania Apresentam como maior inova o a inclus o de temas que visam a resgatar a dignidade do ser humano a igualdade de direitos a participa o ativa na sociedade e a co responsabilidade pela vida social Houve uma tentativa de inclus o do g nero em todas as reas disciplinares mas especificidades curriculares dificultaram essa amplia o como ressalta Yara Say o educadora e psic loga integrante da equipe de elabora o dos PCN para o ensino fundamental 1a a 4a s rie e 5a a 8a s rie respons vel pela reda o junto ao MEC do tema transversal relativo Orienta o Sexual As pessoas das respectivas reas tinham ao mesmo tempo tarefas e prazos para cumprir para fazer os seus documentos de rea e ao mesmo tempo come ar uma discuss o com a
121. do por um governo pr prio e se constitui pessoa jur dica de direito p blico internacionalmente reconhecida 12 sociedade politicamente organizada FERREIRA 2004 p 820 Mas para que tais significados ofere am sentido preciso considerar que o Estado contrariamente ao que propugnava Locke originase na sociedade mas submetese ao mercado racionalidade do capital SILVA Jr e SGUISSARDI 2001 p 262 Ou ainda o Estado pode ser compreendido enquanto uma institui o que nascecomo produto das rela es de classes cujas bases s o as rela es de produ o fazendo como que o desenvolvimento da civiliza o a partir de ent o operese numa constante contradi o MINTO 2006 p 25 Nessa tica o Estado se organiza assumindo uma estrutura na qual a racionalidade do capital impera e se dissemina como nas empresas capitalistas Diante dessa realidade as pol ticas p blicas por ele editadas seguir o tal pressuposto Entretanto o Estado n o pode ser visto sob uma forma simplista N o poss vel negar que ele constitui uma superestrutura filiada ao capitalismo e como tal dotado do poder caracter stico de uma classe social Sob essa vis o o Estado exige ser compreendido como um todo estruturalmente complexo e intimamente associado aos interesses dominantes Os princ pios do capitalismo que foram os orientadores para a cria o do Estado e da escola que no processo de desenvolvimento imposto pelo curso norma
122. do se o mesmo percentual de crescimento do valor anual m nimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano definido nacionalmente nos termos da Lei n 11494 de 20 de junho de 2007 De acordo com este dispositivo o c lculo do percentual de ajuste no valor do piso salarial nacional est sob a responsabilidade do Minist rio da Educa o que por meio de Portarias Ministeriais desde 2009 tem estabelecido os ndices de corre o do piso nos termos definidos no par grafo nico supracitado Segundo os governadores a inconstitucionalidade residiria de um lado no crit rio estabelecido atualiza o do piso com base no valor anual m nimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano e no procedimento adotado Portaria Ministerial uma vez que ambos feririam a autonomia dos Estados e Munic pios para elaborar seus pr prios or amentos e fixar os sal rios de seus servidores de outro porque segundo eles a institui o do piso salarial profissional nacional do magist rio deveria se dar obrigatoriamente por meio de lei e n o por outro estatuto legal ADI n 4848 Ao lado desses argumentos os governadores alegam tamb m que os par metros e mecanismos de reajuste do valor do piso poderiam comprometer os demais servi os prestados pelos Estados Munic pios e Distrito Federal al m de inviabilizarem os respectivos investimentos ao mesmo tempo em que correriam o risco de incorrer na viol
123. dores continuar o de rabo preso Uma assessoria militante e competente pode contribuir na capacita o dos trabalhadores para que se tornem sujeitos e protagonistas da luta popular Para conseguir independ ncia preciso ter coragem e condi es de andar com os pr prios p s Desde o in cio os trabalhadores devem ser incentivados a garantir a sustenta o de suas atividades e a ser competentes numa tarefa Faz tempo que sabemos que a liberta o dos trabalhadores ser obra dos pr prios trabalhadores ou n o haver liberta o i Como criar um movimento o trabalho popular que realiza muitas a es que apresenta id ias novas e re ne muitas pessoas acaba aparecendo Torna se esperan a para o exclu dos do sistema e preocupa o para as elites Sem pressa e com grande participa o devem ser elaboradas as orienta es do grupo que mais na frente seja base para os estatutos Um olho d gua pode virar riacho e at rio Conviver com o reconhecimento da sociedade o novo desafio do trabalho popular Como continuar se preocupando com o esclarecimento a organiza o e a reprodu o de sangue novo para a caminhada Infelizmente muita gente boa quando se tornou importante se agarrou nos cargos e se esqueceu que no povo que est a for a Para evitar esses desvios muitos movimentos se previnem renovando de tempos em tempos todo o pessoal que recebe cargos Outra vacina contra o perigo de corrup o pol tica exigi
124. duca o e Cultura Bras lia 2004 p 101 9 Ver Agora seu filho entra mais cedo na escola A crian a de seis anos no ensino fundamental de nove anos em Minas Gerais de autoria de Luc ola Lic nio de Castro Paix o Santos e L via Maria Fraga Vieira p 777 10 Ver Resolu o CEB no 2 de 7 de abril de 1988 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Resolu o CEB no 3 de 26 de junho de 1988 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino M dio 11 Ver http portal mec gov br cne REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ARROYO Miguel Universidade e Sociedade Revista ANDES Nacional Ano l n 1 fev 1993 BOTO Carlota A educa o escolar como direito humano de tr s gera es identidades e universalismos In Educa o e Sociedade Campinas SP CEDES n 92 v 26 N mero Especial 2005 BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil 1988 Bras lia DF Senado Federal 1988 Decreto 5 154 de 23 de julho de 2004 Regulamenta o 20 do art 36 e os arts 39 a 41 da Lei no 9 394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional e d outras provid ncias Di rio Oficial da Uni o de 26 07 2004 Bras lia DF Minist rio da Educa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Pesquisa Nacional por Amostragem de Domic lios 2003 Bras lia DF Minist rio da Educa o Parecer CNE CEB no 22 de
125. ducativos mais articulados s decis es regionais e locais ao mesmo tempo em que abriram a possibilidade de se contemplar tem ticas que ultrapassem os limites dos campos cient ficos das disciplinas escolares tradicionais como por exemplo as quest es relativas a g nero ra a etnia educa o especial e inclusiva ao ensino de Libras hist ria e cultura da frica e dos povos ind genas no contexto brasileiro dentre outras Nesta via se os sujeitos s o formados pela incorpora o de disposi es produzidas pelas regularidades objetivas s o por outro lado redimensionados em raz o da trajet ria individual e da posi o ocupada pelo sujeito nesse campo Os princ pios da interdisciplinaridade e da contextualiza o fundada na pedagogia das compet ncias tamb m passaram a orientar a organiza o do curr culo em todos os n veis de ensino e na forma o dos profissionais da educa o Todavia a perspectiva dada a estes princ pios se mostrou contradit ria e minimalista Isto porque tanto na educa o b sica quanto na educa o superior o que ainda define os curr culos o conjunto de disciplinas que estruturam determinada grade curricular O curr culo e a organiza o do ensino continuam sendo disciplinares Por sua vez o princ pio da contextualiza o orientado pela pedagogia das compet ncias conduziu muitas vezes a abordagens de car ter pragm tico operacional fortemente voltadas para atender s realidades loc
126. e o da amplia o das a es de g nero nas pol ticas p blicas de educa o O fato de o Brasil ser signat rio de importantes conven es e tratados que exigem o cumprimento dos direitos econ micos sociais e culturais e a atua o de grupos organizados leva o atual governo a demonstrar inten o de focalizar suas a es na transforma o das mentalidades atuando sobre os preconceitos e as discrimina es e n o apenas as de g nero Contudo essas medidas s o muito recentes n o se incluem no per odo por n s examinado e seus efeitos n o ser o percebidos em curto prazo al m de demandar processos espec ficos de avalia o Corre se o risco a ser posteriormente examinado de repetir equ vocos hist ricos a falta de continuidade das pol ticas p blicas e a n o incorpora o destas quest es nos projetos or ament rios A consolida o do g nero nas pol ticas p blicas de educa o uma tarefa do Estado e esta depender da disponibilidade de recursos e da inclus o das demandas de g nero na educa o pelos governos que se sucederem N o somente como demandas pontuais em um ou outro aspecto do curr culo Essa tarefa exige entre outras medidas uma revis o curricular que inclua na forma o docente n o s a perspectiva de g nero mas tamb m a de classe etnia orienta o sexual e gera o Mais do que isso preciso incluir o g nero e todas as dimens es respons veis pela constru o das desigu
127. e de dados atualizado referentes ao perfil de suas respectivas popula es e redes de ensino taxa de escolariza o taxa de analfabetismo ndice de desenvolvimento da inf ncia IDEB ndice de Desenvolvimento da Educa o B sica resultado na Prova Brasil e no Exame Nacional do Ensino M dio ENEN n mero de escolas e n mero de matr culas por modalidade e etapa de ensino n mero de fun es docentes principais atividades econ micas trajet ria hist rica entre outros Na verdade um conjunto de 23 tabelas que sintetizam essas informa es Em seguida ainda no processo de constru o do diagn stico da realidade em processo de planejamento s o propostas quinze quest es chamadas de pontuais e que envolvem os seguintes aspectos exist ncia e forma de regulamenta o do sistema plano conselho municipal ou estadual ou distrital de ensino do Comit Local do Compromisso Todos Pela Educa o do Conselho do Fundeb do Conselho Escolar do rg o respons vel pela gest o dos recursos de manuten o e desenvolvimento do ensino quantidade e depend ncia administrativa de creches e pr escolas crit rios de escolha do diretor da escola exist ncia ou n o de plano de carreira para o magist rio e profissionais de servi os de apoio rela o da secretaria de educa o com as institui es formadas de professores avalia es educacionais provinha Brasil e alfabetiza o de jovens e adultos Cada uma destas quest es d
128. e desanimou que passou para o outro lado que perdeu a credibilidade ou que ficou sem saber o que fazer Para os socialistas essa crise serviu como tempo de avalia o Sempre fi is aos ideais da liberta o eles perceberam a necessidade de reexaminar a realidade e de repensar seus m todos e formas de luta A virada de mil nio se apresenta como uma oportunidade para a constru o do projeto alternativo e popular Prometendo levar o Brasil ao primeiro mundo a elite entregou o pa s gan ncia internacional do capital e fal ncia O Estado abandonou sua fun o social educa o sa de seguran a para servir aos interesses das grandes empresas O resultado foi a maior concentra o das riquezas desemprego em massa viol ncia e mis ria da popula o Por isso os militantes retomam com redobrado vigor a convic o de que a solu o para a na o n o pode ser o conserto do sistema capitalista mas a constru o do projeto alternativo e popular Para o avan o desse processo de organiza o popular urgente a retomada do trabalho de base 3 RETOMAR O TRABALHO DE BASE Gente n o boi de carro pro carro de boi puxar gente tem mente que gira mente que pode girar Gira a mente do carreiro e a canga pode quebrar Lavrador de Goi s Retomar o trabalho de base n o a repeti o saudosa de pr ticas e atividades feitas no passado Nem o basismo que trata o povo como menor e incompetente e faz o elogio
129. e do atendimento em tempo integral para crian as menores das fam lias de renda mais baixa quando os pais trabalham fora de casa O Fundo Nacional de Educa o B sica e Valoriza o dos Profissionais da Educa o FUNDEF implantado em 2007 em substitui o ao Fundo de Desenvolvimento da Educa o Fundamental e Valoriza o do Magist rio FUNDEB responde em grande parte mobiliza o dos movimentos sociais da rea para incluir a educa o infantil a partir das creches e absorver inclusive aquelas conveniadas com os sistemas municipal e estadual p blicos desde que mantenham crian as at tr s anos de idade dentro de uma estrutura escolar de qualidade Ensino fundamental obrigatoriedade escolar ampliada O ensino fundamental a etapa da educa o b sica definida como obrigat ria pela Constitui o Brasileira e segundo prescreve a LDB abrange oito anos de escolariza o iniciando se a partir de sete anos de idade sendo facultativa a matr cula de crian as aos seis anos Essa formula o concretizou o prop sito dos educadores que pleiteavam para esse n vel de ensino uma estrutura que favorecesse a organiza o cont nua do conhecimento dentro de um bloco articulado e organicamente constru do ao longo do tempo Contudo a sua incorpora o no texto da Lei sofreu s rias amea as no decorrer do processo legislativo haja vista a vers o aprovada na C mara Federal em 1993 que previa o t rmino do primei
130. e professores da disciplina Ensino M dio O Ensino M dio estruturado para funcionar com a dura o m nima de tr s anos tem a fun o de fechar um ciclo de conhecimento e de forma o como ltima etapa da educa o b sica O art 22 da LDB estabelece como finalidade para a educa o b sica desenvolver o educando assegurar lhe a forma o indispens vel para o exerc cio da cidadania e fornecer lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores Os meios para progredir no mundo do trabalho em sua fase inicial devem ser desenvolvidos de maneira prec pua pelo ensino m dio uma vez que a LDB inclui entre as finalidades espec ficas desse n vel de escolariza o a prepara o b sica para o trabalho e a cidadania do educando art 35 Para que esse intento seja concretizado a Lei Maior define diretrizes a serem observadas no curr culo escolar do ensino m dio de modo a que seja destacada a educa o tecnol gica b sica a compreens o do significado da ci ncia das letras e das artes o processo hist rico de transforma o da sociedade e da cultura a l ngua portuguesa como instrumento de comunica o acesso ao conhecimento e exerc cio da cidadania art 36 Em estudo anterior realizado pelas autoras deste artigo Pereira amp Teixeira 1997 83 105 j se constatava a aus ncia de identidade do ensino m dio como pressuposto a ser definido por tratar se de elemento indispens vel ao desenh
131. e totalizam cerca de 1 000 p ginas questiona se se haver realmente espa o e condi es para que a escola exer a a sua autonomia e criatividade na elabora o de um projeto pedag gico que lhe assegure identidade valorize os professores e atenda adequadamente comunidade escolar a que presta servi os DO ENSINO M DIO INTEGRADO EDUCA O T CNICO PROFISSIONAL No artigo Educa o B sica Redimensionada Pereira amp Teixeira 1997 procedeu se an lise da educa o t cnico profissional centrada nas pol micas existentes sobre a pr tica das rela es entre educa o trabalho ci ncia tecnologia e produ o Acentuou se nessa ocasi o que no ensino m dio tem se historicamente convivido com a segmenta o dos conhecimentos e de objetivos na organiza o dos cursos e redes S o duas alternativas no processo formativo ambas com o objetivo de realizar a escolariza o de n vel m dio sob a perspectiva de inclus o dos jovens e adultos no mundo do trabalho Esse fato aponta para a necessidade de atingir se um est gio de integra o entre a educa o geral e a educa o tecnol gica e profissional na qual um processo formativo n o substitua o outro mas ao contr rio promova uma intera o org nica entre objetivos conte dos m todos e resultados O citado artigo teve como eixo de an lise a abordagem do tema na LDB cuja constru o deu se a partir da promulga o da Constitui o Federal em 1988 h
132. edida obteve xito em munic pios como Porto Alegre S o Paulo e Belo Horizonte por m fracassou em outros em decorr ncia da forma autorit ria em sua concep o e imposi o aos professores ou devido ao desvirtuamento dos seus objetivos Durante o processo de elabora o da Lei houve intensas discuss es acerca da qualidade da educa o e da necessidade de garanti la Para tanto um dos instrumentos indispens veis seria a realiza o sistem tica de avalia o institucional com a participa o de toda a comunidade escolar Na ocasi o chegou se a detalhar uma proposta cuidadosa que para a educa o b sica ficou ao final colocada em termos de princ pios Conforme refer ncia j apresentada em outro texto Pereira amp Teixeira 1997 97 a amplitude da avalia o do rendimento escolar foi sumariamente reduzida pela ado o de um processo simplista e centralizador A qualidade das institui es escolares passa a ser medida pelo n vel de conhecimento adquirido por seus alunos em um c lere e nico exame padronizado em n vel nacional O mais lament vel que para essa decis o houve press o externa visto que o Banco Mundial come ou a condicionar seus empr stimos organiza o de uma estrutura de avalia o Revista Nova Escola 1997 15 Assim contrariando as propostas de flexibiliza o e autonomia da unidade escolar o art 90 VI da LDB estabelece como responsabilidade da Uni o assegurar processo nacional de
133. educa o infantil pois nesse n vel de ensino A perspectiva de g nero entra por meio do cuidado quer dizer voc n o tem outra possibilidade sen o a seja em termos te ricos ou em termos conceituais mas em termos de pol ticas p blicas que a dimens o do compartilhar a possibilidade da mulher trabalhar fora n o isso Rosemberg nov 2004 O g nero como tema transversal dos PCN Em an lises preliminares anteriores Vianna amp Unbehaum 2004a e 2004b observamos que os Par metros Curriculares Nacionais para o ensino fundamental representam o mais importante avan o em rela o ado o de uma perspectiva de g nero nas pol ticas educacio nais Em nosso estudo privilegiamos a an lise dos volumes dedicados ao ensino fundamental particularmente aqueles definidos como Temas Transversais Como se sabe a elabora o dos PCN entre 1995 e 1997 teve por objetivo nortear os curr culos do ensino fundamental e m dio em todo o territ rio nacional representando um importante passo na inclus o da perspectiva de g nero na educa o Educadores e especialistas foram convidados pelo MEC a elaborar uma vers o preliminar e nes se processo realizou se um estudo dos curr culos de outros pa ses como Inglaterra Fran a Espanha Estados Unidos das propostas dos estados e de alguns dos munic pios brasileiros dos indicadores da edu ca o no Brasil e dos marcos te ricos contempor neos sobre curr culo
134. em Uma dessas estrat gias designar o sujeito por determinadas parte do seu ser transformando o que adjetivo em substantivo as rela es particulares da vida privada o estar homossexual em uma categoria identit ria que passa a abranger todo o sujeito Resistir a tais terminologias implica resistir tamb m carga negativa com que a ci ncia e a cultura v m sobrecarregando tais termos Continuar discutindo sobre homossexualidade partindo da premissa de que todos somos por natureza heterossexuais bissexuais e homossexuais significa tornar se c mplice de um jogo de linguagem que se mostrou violento discriminador preconceituoso e intolerante pois levou nos a crer que pessoas humanas como n s s o moralmente inferiores s pelo fato de sentirem atra o por outras do mesmo sexo biol gico Costa 1994 p 121 Assim discutir novas pol ticas de inclus o das minorias sexuais e de g nero exige por parte das dos educadoras es uma experimenta o de novas formas do uso da linguagem que possam produzir resist ncia a padr es sexistas ou homof bicos Esse um importante passo a ser dado mesmo na linguagem cient fica nos documentos oficiais nos curr culos escolares e nas institui es de forma o docente embora essas tentativas tenham sido s vezes menosprezadas e ridicularizadas no meio acad mico Outras estrat gias de resist ncia seriam incluir os estudos sobre g nero nos cursos de forma o de pro
135. em diferentes meios literatura literatura infanto juvenil livros did ticos televis o cinema jornais publicidade teatro 2 Em fun o das limita es desse artigo trabalharemos com a s ntese de resultados relativos aos meios discursivos mais presentes na escola livros did ticos e literatura infanto juvenil Na literatura infanto juvenil publicada entre 1955 e 1975 observou se a sub representa o de personagens negros em textos e ilustra es a estereotipia na ilustra o de personagens negros a correla o de personagens negros com profiss es socialmente desvalorizadas a menor elabora o de personagens negros com altas taxas de indetermina o de origem geogr fica religi o situa o familiar e conjugal a associa o pela cor com maldade trag dia sujeira a associa o do ser negro com castigo e com fei ra a associa o com personagens antropomorfizados Rosemberg 1985 A conclus o foi de que a literatura infanto juvenil apresentava constantemente a discrimina o contra n o brancos tanto de forma aberta quanto latente por m sem a valoriza o de um discurso claramente preconceituoso Rosemberg 1985 Outra cr tica do estudo foi ao fato de as pol ticas p blicas de financiamento n o se preocuparem com o conte do dos livros pois co edi es do Instituto nacional do Livro INL apresentaram os mesmos problemas que as outras obras Em pesquisa que buscou atualizar os dados do estudo referido trabalha
136. em grande parte sob a gide da Psicologia Foi essa que forneceu queles que planejaram e desenvolveram os sistemas escolares de massa deste s culo o instrumento de justifica o cient fica e de gerenciamento do comportamento humano exigido por seus prop sitos de regula o e controle uma conex o entre um projeto de conten o e de governo de massas e um projeto psicol gico de transforma o na produ o do indiv duo Silva 1993 p 4 Essas an lises se ap iam na perspectiva dos Estudos Culturais que compartilhamos neste texto Tais estudos possibilitam novas perspectivas mesmo para se pensar as diferen as sexuais e de g nero Eles t m sua origem a partir da funda o do Centro de Estudos Culturais Contempor neos na Universidade de Birmingham Inglaterra na d cada de 1960 As orienta es marxistas eram predominantes no in cio mas aos poucos tamb m se abriu espa o para uma multiplicidade de outros enfoques te ricos sendo que uma parte bastante significativa desses estudos tem se ancorado desde a d cada de 1980 na produ o p s estruturalista francesa de autores como Michel Foucault Gilles Deleuze F lix Guattari e Jacques Derrida Assim entendemos sexualidade no sentido analisado por Foucault 1988 ou seja como um dispositivo da modernidade constitu do por pr ticas discursivas e n o discursivas que produzem uma concep o do indiv duo enquanto sujeito de uma sexualidade ou seja saberes e poder
137. emandam que o respons vel pela sistematiza o do PAR no SIMEC abra diferentes ambientes abas ou janelas lance os dados e gradativamente preencha todos os campos Ap s estas quest es pontuais o instrumento passa a contemplar v rios aspectos em torno das quatro dimens es que o estruturam Dentro da Dimens o 1 Gest o Educacional s o levantados e analisados dados relativos quatro item gest o democr tica articula o e desenvolvimento dos sistemas de ensino gest o de pessoas conhecimento e utiliza o de informa o gest o de finan as comunica o e intera o com a sociedade Na Dimens o 2 Forma o de Professores e de Profissionais de Servi o e Apoio Escolar o instrumento procura coletar dados sobre a forma o inicial e continuada dos professores da educa o b sica forma o de professores da educa o b sica para atua o em educa o especial atendimento educacional especializado escolas do campo em comunidades quilombolas ou escolas ind genas forma o de professores da educa o b sica para cumprimento das Leis 9 795 99 10 639 03 11 525 07 e 11 645 08 e forma o de profissionais da Educa o e outros representantes da comunidade escolar Quanto Dimens o 3 Pr ticas Pedag gicas e Avalia o as quest es giram em torno de da organiza o da rede de ensino das pr ticas pedag gicas e da avalia o da aprendizagem dos alunos e tempo para assist ncia individual coletiva aos alunos q
138. entir parte dessa constru o e companheiro da mesma caminhada Para isso o trabalho de base se organiza l onde o povo vive e trabalha Para combater dentro de cada um o v cio da depend ncia preciso que cada pessoa desde o in cio contribua com disposi o id ias e sustenta o financeira das atividades b Na cren a do povo a raz o do trabalho de base ajudar o povo a entender e se comprometer com a vida feliz e solid ria Mas sabe que esse povo j luta porque precisa sobreviver O povo est sempre reagindo contra a explora o e a domina o mesmo quando n o fala a linguagem dos militantes ou entra em caminhos eu s o armadilhas A hist ria tem mostrado que apesar de toda a mis ria e de toda a contradi o o povo a sementeira permanente de novas formas de luta e de novos militantes c Na clareza de que a organiza o popular sendo uma parte parte para incluir todo o povo Os dirigentes n o s o guias geniais mas lideran as indispens veis que ajudam o povo a entender a realidade e organizar os esfor os no rumo da transforma o No processo o povo vai assumindo se como sujeito de sua hist ria como diz o poeta sentindo na vida que pode o pobre entende o que vale depois que a canga sacode n o h patr o que o cale d Na coer ncia entre rumo e caminho no trabalho de base n o tem essa de fazer a cabe a A pessoa deve abra ar a causa porque foi convencida de que ela justa Ent o o
139. ento de recursos para a recupera o dos sal rios de educadoras e educadores e para a ampla implementa o de creches tal como previsto na Constitui o Federal Essas s o reivindica es antigas que constaram da pauta de negocia o na LDB e recentemente na finaliza o do Fundo de Manu ten o e Desenvolvimento da Educa o B sica FUNDEB Ao longo da d cada de 1990 p de se notar uma preocupa o com a qualidade e a infra estrutura a ser oferecida para a educa o in fantil Por m houve uma progressiva prioriza o do per odo parcial de atendimento das crian as de zero a seis anos em detrimento do per o do integral e o percentual de crian as matriculadas em creches e pr escola ainda ficou aqu m da ideal O n mero de crian as brasileiras de zero a seis anos matriculadas era inferior a 40 Brasil IBGE 2003b Tamb m neste per odo investiu se na forma o de educadoras dessa rea que at recentemente era composta por uma maioria de educado ras leigas sem o m nimo preparo para atuar No in cio dos anos de 1990 a Coordenadoria Geral da Educa o Infantil COEDI vinha preparando documentos de pol ticas para a educa o infantil conhecidos como cadernos das carinhas por causa do formato similar ao de um caderno e capa com desenhos de rostos de crian as representando a diversidade brasileira F lvia Rosemberg em depoimento anteriormente referido lembra nos que a inten o era produzir
140. er instrumental que o PAR assume Sua formula o em uma ferramenta tecnol gica r gida com pouca margem de flexibiliza o para melhor mapeamento da realidade educacional e maior aprofundamento nas an lises destas realidade faz com que ele assuma um car ter fechado estruturado pr definido Ainda que por meio dos v rios indicadores que estruturam cada dimens o do PAR se pretenda uma vis o mais ampla da realidade diagnosticada o olhar sobre essa realidade constru do a partir de par metros e perspectivas previamente estabelecidas o que contribui para limitar a complexidade e multifacetada realidade brasileira a um quadro restrito de an lise Ao lado desses elementos destaca se tamb m os contornos de governo eletr nico que o PAR carrega Isso porque por um lado por meio da plataforma do SIMEC o munic pio passa a ser diretamente acompanhado e monitorado por diferentes setores especialmente pelo pr prio MEC Por outro lado vai se aprofundamento o uso de mecanismos e ferramentas tecnol gicas no processo de gest o p blica por m agora no campo educacional Al m disso tem se nesta ferramenta uma importante estrat gia de controle social quanto efici ncia da gest o dos governos locais por m um controle de deixa de considerar a complexa teia de rela es e fatores sociais econ micos pol ticos e culturais que engendram esses governos Um desses fatos inclusive pode inclusive vir a contribuir para que se aprofunde a
141. ere Boto ibid p 789 um novo patamar do direito educa o pautado pela toler ncia e numa renovada conviv ncia de diferentes comunidades diferentes grupos sociais diferentes pessoas Uma nova concep o de educa o Conforme j se discutiu no artigo Educa o B sica Redimensionada Pereira amp Teixeira 1997 83 105 a atual LDB diferentemente das leis anteriores expressa uma concep o ampla de educa o que projeta uma nova dimens o forma o humana A educa o abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar na conviv ncia humana no trabalho nas institui es de ensino e pesquisa nos movimentos sociais e organiza es da sociedade civil e nas manifesta es culturais art 10 Ao situar a educa o escolar no espectro amplo da vida social a LDB induz a uma reflex o cr tica da nossa pr tica educacional a forma estreita como ela vem sendo concebida o isolamento da escola em rela o ao mundo exterior a dist ncia entre teoria e pr tica entre o trabalho intelectual e o trabalho manual a organiza o escolar r gida o ensino e as pr ticas de adestramento e em especial a forma o de atitudes que contrariando interesses e necessidades da maioria levam obedi ncia passividade e subordina o A fun o formativa da educa o e suas rela es com a sociedade s o quest es que merecem ser repensadas especificamente em rela o educa o escolar que se desenvo
142. ersal educa o prim ria at o ano 2015 meta 2 e outra promo o da igualdade entre os g neros e o empoderamento das mulheres meta 3 previstas como medidas necess rias para a melhoria das condi es de vida pela Organiza o das Na es Unidas ONU Dois anos mais tarde em 2002 a palavra do representante go vernamental no primeiro Relat rio Nacional Brasileiro ratificado pelo Congresso Nacional e entregue ao Comit da Conven o para a Elimi na o de Todas as Formas de Discrimina o contra a Mulher CEDAW Brasil 2002 ressalta que a constru o de pol ticas igualit rias de g nero ainda era uma lacuna a ser preenchida pelo governo A articula o das reivindica es para a constru o da igualdade no mbito da educa o tamb m consta deste Relat rio Seu d cimo ar tigo recomenda eliminar a discrimina o contra a mulher na esfera da educa o propondo que os Estados assegurem s mesmas condi es quanto carreira e capacita o profissional curr culos exames insta la es material escolar e pessoal docente capacitado bolsas de estudo e outras subven es programas de educa o supletiva retomada dos estudos quando deixados prematuramente participa o ativa em espor tes e na educa o f sica acesso a material informativo espec fico que contribua para assegurar a sa de e o bem estar da fam lia bem como a elimina o de todo conceito estereotipado dos pap is masculino e fe
143. es JUNQUEIRA Alvaro Ribeiro Botelho Junqueira PRADO Otavio Prado O governo eletr nico no Brasil perspectiva hist rica a partir de um modelo estruturado de an lise In Revista Brasileira de Administra o P blica Rio de Janeiro no 43 v 1 p 23 48 jan fev FEDERA O DAS INSD STRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ndice Firjan de Gest o Fiscal Rio e Janeiro Firjan 2013 MARQUES Rosa Maria e MENDES quilas Servindo a dois senhores as pol ticas sociais no governo Lula Revista Kat logo Florian polis v 10 n 1 p 15 23 jan jun 2007 SILVA Luiz In cio Lula da Carta ao povo brasileiro 22 de junho de 2002 Dispon vel em http www2 fpa org br carta ao povo brasileiro por luiz inacio lula da silva Acesso em 25 04 2013
144. es que buscam normalizar controlar e estabelecer verdades acerca do sujeito na rela o com seu corpo e seus prazeres Observa se aqui a supera o da tematiza o da sexualidade como objeto natural e sua an lise hist rica como constru o de dispositivo de poder Foucault observa que mecanismos espec ficos de conhecimento e poder centrados no sexo se conjugam desde o s culo XVIII atrav s de uma variedade de pr ticas sociais e t cnicas de poder produzindo discursos normativos sobre a sexualidade das mulheres e das crian as e classificando pervers es sexuais especialmente a homossexualidade J o conceito de g nero introduzido pelas feministas de l ngua inglesa na d cada de 1970 amplia o conceito de sexualidade e designa as representa es acerca do masculino e do feminino que s o constru das culturalmente distanciando se ainda mais de uma compreens o biologizante Para Louro 1997 p 23 a import ncia do conceito de g nero se afirma pois obriga aquelas es que o empregam a levar em considera o as distintas sociedades e os distintos momentos hist ricos de que est o tratando Afasta se de ou se tem a inten o de afastar proposi es essencialistas sobre os g neros a tica est dirigida para um processo para uma constru o e n o para algo que exista a priori O conceito passa a exigir que se pense de modo plural acentuando que os projetos e as representa es sobre mulheres e homens s o diverso
145. escobrir novas formas de fazer crescer sua luta e organiza o Ao longo da hist ria nenhum sistema por mais poderoso e cruel que fosse jamais conseguiu durar para sempre 6 1 Um tempo de avalia o O primeiro passo da cura reconhecer que existem problemas A crise n o necessariamente uma situa o negativa Pode ser a oportunidade de testar as convic es e redirecionar o modo de atuar N o verdade que muitas lideran as e organiza es est o dessintonizadas com suas bases dirigentes em FMe o povo em AM O rem dio para os novos desafios n o vai surgir de nenhuma cabe a iluminada mas de um balan o do movimento da leitura rigorosa da conjuntura e da grandeza de nossa generosidade 6 2 Que partes devem ser avaliadas As seguintes perguntas podem ajudar no exame de v rios aspectos do trabalho a Onde est o os resultados A primeira pergunta que algu m faz quando entra numa luta o que que eu ganho com isso Sem ver sinais ou possibilidades concretas dif cil mobilizar O pessoal quer comida terra lazer renda reconhecimento As vantagens que queremos no futuro seja econ micas pol ticas sociais culturais espirituais j devem come ar agora b Onde est a participa o mais f cil ter plat ia e eleitores que trabalhadores conscientes e sujeitos bom sempre examinar se as lideran as est o facilitando o protagonismo dos trabalhadores e o surgimento de outras lideran as Ou ser
146. escola HI a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem Par grafo nico Os Planos de Carreira dever o contemplar capacita o profissional especialmente voltada forma o continuada com vistas na melhoria da qualidade do ensino A exig ncia de implanta o de planos de carreira foi igualmente afirmada no art 6o da Lei n 11 738 2008 j destacada anteriormente De acordo com este artigo ficou estabelecido que Art 6o A Uni o os Estados o Distrito Federal e os Munic pios dever o elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remunera o do Magist rio at 31 de dezembro de 2009 tendo em vista o cumprimento do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magist rio p blico da educa o b sica conforme disposto no par grafo nico do art 206 da Constitui o Federal Frente a essas determina es legais a C mara de Educa o B sica CEB do CNE chamou para si a tarefa de formular e apresentar diretrizes gerais para os novos Planos de Carreira e de Remunera o para o Magist rio dos Estados do Distrito Federal e dos Munic pios A realiza o desta tarefa culminou na formula o do Parecer CNE CEB n 09 de 02 de abril de 2009 e da Resolu o CNE CEB n 02 de 28 de maio de 2009 os quais substitu ram a regulamenta o anterior em especial a Resolu o CNE CEB n 3 1997 No Parecer e Resolu o de 2009 citados anteriormente foram estabelecidos princ pios e diretrizes mais espec f
147. exuais dos adolescentes s o problematizadas como por exemplo o debate sobre a gravidez na adolesc ncia o aborto a vulnerabilidade ao HIV AIDS e a doen as sexualmente transmiss veis O Minist rio da Educa o atrav s 11 Os PCNs adotaram o conceito de orienta o sexual ao inv s de educa o sexual mas com significado semelhante ou seja a de orientar para a vida sexual educar para a sexualidade Na atualidade o conceito orienta o sexual designa o sentimento de atra o afetiva ou sexual que podemos manifestar por uma ou v rias pessoas de um mesmo sexo ou sexo diferente do Programa Nacional de Aten o Integral Crian a e ao Adolescente publicou um documento de diretrizes onde define a Educa o Preventiva Integral enquanto um processo de forma o para o exerc cio da cidadania apoiado na an lise das condi es de vida da popula o seus padr es de comportamento valores culturais atitudes e cren as cuja finalidade a implementa o de pol ticas p blicas Minist rio da Educa o 1994 Essa preocupa o do Estado coerente com as recomenda es da Confer ncia do Cairo e de Beijing em rela o juventude e adolesc ncia Os documentos enfatizam a import ncia do acesso dos jovens a programas de educa o sexual e de sa de sexual e reprodutiva destacando se a import ncia do incentivo aos jovens adotarem atitudes respons veis perante a sexualidade n o discriminarem as
148. fessores as divulgar as principais produ es bibliogr ficas sobre o assunto incentivar novas pesquisas exigir crit rios mais rigorosos na publica o de textos did ticos e cient fi cos esses s o alguns dos procedimentos macropol ticos que envolveriam uma nova mudan a curricular Todavia essa mudan a pode envolver tamb m a es micropol ticas que podem ser acionadas por qualquer educador a tais como analisar criticamente com as os discentes imagens do masculino e do feminino e tamb m acerca da homossexualidade e heterossexualidade produzidas pelos ve culos da m dia como a internet e a televis o j que os recursos midi ticos concorrem na modernidade com a forma o escolarizada educando e produzindo signos de identidade s vezes t o sexistas e excludentes quanto a escolariza o Ou mesmo utilizar os conte dos de disciplinas como a Hist ria ou as Ci ncias Sociais para apontar a constru o hist rica da subjetividade em cada cultura ajudando a o educanda o a descobrir os limites e possibilidades impostas a cada indiv duo quando se submete aos estere tipos que s o atribu dos a uma identidade de g nero Dessa forma um novo exerc cio pedag gico um convite a reinventarmos nossas rela es com os outros e com n s mesmos nos desprendermos de n s mesmos liberar a vida a onde ela est aprisionada devir outro tornarmos outra coisa A produ o permanente de formas subjetivas que desconstruam as estruturas bin
149. ficativas em face dos interesses pol tico ideol gicos que a balizaram Este trabalho tem seus limites nas iniciativas adotadas para consolidar aperfei oar ou modificar a LDB mediante a legisla o e as pol ticas p blicas definidas para o setor educacional no per odo compreendido entre 1997 a 2007 Embora as pol ticas da rea devam ser constantemente mencionadas dentro das considera es e argumenta es desenvolvidas sobre a vig ncia da Lei foge al ada deste estudo a an lise sobre a efetiva o dessas pol ticas e os resultados alcan ados ao longo desses dez anos CONCEP O DA EDUCA O B SICA UMA NOVA DIMENS O DA FORMA O HUMANA A amplia o do direito educa o b sica A regula o da educa o b sica tem como ponto de partida pressupostos pol ticos sociais e pedag gicos que revelam a natureza e os prop sitos pretendidos nesse n vel de escolariza o Concebida como um direito p blico a educa o b sica situa se tradicionalmente no postulado de um ensino universal destinado forma o comum para todos que se fundamenta no princ pio republicano de igualdade de oportunidades educacionais O direito educa o assim concebido expressa o ideal dos revolucion rios franceses em prol de um sistema de ensino p blico gratuito laico universal nico e obrigat rio que caracteriza o nascimento da escola moderna universal e nica para todos Seria universal por pretender colocar na mesma
150. forma o de professores a concep o de compet ncia como nuclear na orienta o do curso de forma o de professores a coer ncia entre a forma o oferecida e a pr tica esperada do futuro professor e a pesquisa como elemento essencial na forma o profissional do professor Do ponto de vista destes princ pios a defini o de compet ncias tornou se nuclear para a forma o de professores Assim a elabora o do projeto pedag gico de forma o passou a ser fundamentada na defini o de um conjunto de compet ncias exigidas no desempenho da profiss o docente Neste sentido destacava as compet ncias relativas aos valores democr ticos compreens o do papel social da escola ao dom nio dos conte dos ao dom nio do conhecimento pedag gico ao conhecimento de processos de investiga o pedag gica e ao gerenciamento do pr prio desenvolvimento profissional Nesta regulamenta o tamb m ficou ressaltado que as compet ncias definidas n o esgotavam a previs o de todas as a es inerentes ao desempenho profissional do professor tornando se necess ria sua contextualiza o e complementa o para atender demandas pr prias de cada modalidade da educa o b sica Quanto estrutura curricular as DCN para os cursos de forma o de professores propunham que ela fosse organizada em torno de seis eixos articuladores sendo eles do conhecimento profissional da intera o comunica o e desenvolvimento da autonomia intelect
151. governo Lula programaram se projetos e a es focalizados em diversidade g nero diversidade sexual homofobia educa o especial educa o ind gena etc e foram realizadas confer ncias municipais estaduais e nacional de educa o al m de revis o das diretrizes curriculares em todos os n veis de ensino H um rico campo de 6 Soci loga mestre em Sociologia pela USP doutoranda pelo Programa de Educa o rea de Curr culo da PUC SP Pesquisadora e Coordenadora do Depto de Pesquisas Educacionais da Funda o Carlos Chagas Integra o Colegiado da ECOS Comunica o em Sexualidade unbehaum Dhotmail com 7 Sylvia Cavasin Soci loga pesquisadora da ECOS Comunica o em Sexualidade sylviaDecos org br 8 Thais Gava Psic loga e integrante da ECOS Comunica o em Sexualidade 9 Essa pesquisa contou com a fundamental colabora o do pesquisador Paulo Neves soci logo mestre em educa o e integrante do Grupo de Estudos Edges Educa o G nero e Cultura Sexual da Faculdade de Educa o da USP 10 A ECOS vem adotando o termo educa o em sexualidade e g nero aderindo aos argumentos apresentado por Sergio Carrara 2007 de que o termo educa o sexual por ser datado n o incorpora a dimens o dos direitos sexuais Por m por se tratar tamb m de um termo hist rico e ainda presente nos documentos oficiais que pautam as pol ticas educacionais tamb m usar educa o sexual quando se referir a essas
152. hes e pr escola est aqu m do ideal e pouco se tem feito na pr tica Isso ocorre porque n o t m sido designados recursos or ament rios suficientes o que revela que o Estado principal respons vel pela produ o manuten o e implementa o de pol ticas nessa dire o ainda tem muito por fazer N o existem estudos sistematizados sobre a efetividade dos RCNEI e dos PCN na Educa o Infantil e no Ensino Fundamental particularmente com rela o aos temas transversais N o h avalia o de mudan as na pr tica pedag gica de educadoras es e professoras es a partir desses documentos Desse modo sua legitimidade fica prejudicada assim como a proposi o de uma pol tica que se prop e a garantir condi es igualit rias de qualidade para o sistema de ensino e para a forma o docente a partir de um curr culo nacional Sabe se no entanto de iniciativas isoladas de parcerias entre secretarias municipais ou estaduais de Educa o e ONGs e universidades que resultam em cursos de forma o oficinas e produ o de material did tico Um exemplo desse tipo de iniciativa foi o projeto Consci ncia de G nero entre Educadoras e Educadores da Rede Municipal de Ensino de Jo o Pessoa desenvolvido de abril 1999 a mar o 2000 pelo Centro de Educa o da Universidade Federal da Para ba em parceria com a ONG Centro da Mulher 8 de Mar o Outras iniciativas t m sido realizadas por Coordenadorias Especiais da Mulher Em S o Paulo a
153. ia Educa o Profissional de N vel T cnico etc Men o especial deve ser feita s diretrizes para o atendimento escolar a determinadas comunidades que at ent o n o eram consideradas em suas especificidades Educa o Ind gena Educa o do Campo Educa o das Comunidades Quilombolas 11 para as quais convergem a es pol ticas de diferentes reas governamentais As diretrizes curriculares constituem um conjunto de defini es doutrin rias sobre princ pios fundamentos e procedimentos a serem observados na organiza o pedag gica e curricular de cada unidade de ensino Resolu o CEB no3 1998 Assim definem como norteadores das a es pedag gicas os princ pios ticos da autonomia da responsabilidade da solidariedade e do respeito ao bem comum os princ pios pol ticos dos direitos e deveres da cidadania do exerc cio da criticidade e do respeito ordem democr tica os princ pios est ticos da sensibilidade da criatividade e da diversidade de manifesta es art sticas e culturais S o definidas ainda compet ncias b sicas conte dos e formas de tratamento did tico para inclus o nas propostas pedag gicas e nos respectivos curr culos bem como as finalidades de cada n vel de ensino O curr culo assim concebido elemento central na defini o do projeto social e de educa o pretendido pela pol tica educacional Em face do detalhamento e da riqueza de argumentos e orienta es contida nos PCNs qu
154. ica p blica para atender a demanda inicial apresentada pelos professores do ensino b sico a falta de forma o para melhor exercer sua fun o esta procura baixa Podemos partir de hip teses mais concretas e imediatistas como falta de tempo dificuldade de locomo o fator financeiro adequa o de hor rios mas a hip tese que acreditamos n o desqualificando as demais mas acreditando que essas hip teses tamb m fruto de um processo hist rico que ao longo dele foi moldando a sociedade para a passividade e conformismo do senso comum atribuindo aos sujeitos incapacidade e falta de vontade por isso n o consegue se qualificar Desta forma a conjuntura apresentada pelos ndices que mensuram a educa o brasileira perpassa por uma forma o que foi calada absurdamente pela opress o da ditadura militar onde seus curr culos foram modificados ao longo deste per odo para melhor atender a ditadura as institui es de ensino sendo geridas por militares impostos e toda uma gera o sendo formada pelas regras de uma nica verdade Neste vi s hoje vivemos o reflexo deste per odo de um conformismo de uma luta pouco profunda dos sindicatos esvaziados de luta pol tica em prol da classe de interesse de um profissional que n o acredita na for a coletiva pois o poder enquanto estado desdenha de todo e qualquer movimento o militarismo passou junto com os militares mas continuamos com seus filhos e netos no poder perpetuan
155. icos relativos formula o de planos de carreira por meio dos quais ao mesmo tempo se reafirma e aprofunda o que j foi estabelecido na legisla o maior e se delineia outros fundamentos pol ticos pedag gicos e de natureza funcional Com efeito as diretrizes do CNE para os novos planos de carreira e remunera o do magist rio pouco contribuem para se ir al m do que est definido no arcabou o normativo mais amplo uma vez que estas diretrizes s o orientadas pelo pressuposto pol tico institucional que reafirma o princ pio da autonomia dos entes da federa o na formula o de seus respectivos planos Tal orienta o acaba por fragilizar o papel indutor e orientador que as diretrizes formuladas pelo CNE poderiam assumir no processo de elabora o desses planos na perspectiva de fortalecimento da carreira e da profissionaliza o docente Chama a aten o no entanto a forte presen a nessas diretrizes dasrecomenda es em torno de quest es relativas forma o dos profissionais do magist rio Neste sentido ao longo especialmente do art 5o da Resolu o CNE CEB n 02 2009 s o destacados aspectos como a necessidade de se assegurar uma s lida forma o te rica que propicie o conhecimento dos fundamentos de seu trabalho a associa o entre teorias e pr ticas e o aproveitamento da forma o e experi ncias anteriores a oferta de programas permanentes e regulares de forma o continuada a defini o de mecanismos de
156. icos apresentaram as concep es preconceituosas compartilhadas ou introjetadas pelos personagens negros Chinellato 1996 Contexto s cio cultural do negro omitido nos livros analisados nos quais prevaleceram os valores da cultura europ ia Triumpho 1987 Ana C lia Silva 1988 2001 Chinellato 1996 Marco Oliveira 2000 Predomin ncia de perspectiva euroc ntrica de hist ria Triumpho 1987 Negr o 1988 Marco Oliveira 2000 A complexidade das culturas africanas n o foi abordada Pinto 1999 nfase na representa o do negro escravo vincunlado o a uma passagem daquela condi o de marginal contempor neo Marco Oliveira 2000 associando o trabalho livre e o progresso do pa s aos brancos Cruz 2000 No que se refere resist ncia negra enfatizaram se manifesta es individuais em lugar de coletivas Afirma es restritivas e abordagens simplificadoras sobre cultura e hist ria afro brasileira Marco Oliveira 2000 Cruz 2000 Pinto 1999 Fonte adaptado de Paulo Silva 2005 Observamos nos resultados das pesquisas que as modifica es foram pontuais e n o significam a aus ncia de discurso racista centrado numa branquitude normativa Os resultados das pesquisas realizadas em fins da d cada passada Pinto 1999 Marco Oliveira 2000 Cruz 2000 Ana Silva 2001 s o un nimes na apreens o de certas mudan as no discurso sobre o negro nos livros did ticos publicados na d cada de 1990 Mas ta
157. idade ao assumirem o objetivo de instrumentalizar professoras e professores no uso dos PCN em sala de aula como o pr prio nome sinaliza coloc los em a o Segundo integrantes e ex integrantes do MEC entrevistadas para esta pesquisa apenas os PCN em A o para as disciplinas espec ficas foram organizados como documentos de apoio ao trabalho docente publicados e distribu dos em todas as escolas do Brasil Os Temas Transversais com exce o do de tica ficaram em segundo plano Um volume espec fico sobre orienta o sexual a partir de uma abordagem de g nero chegou a ser encomendado a especialistas curiosamente pelo Minist rio da Sa de e n o pelo da Educa o Mesmo assim por problemas de ordem t cnica e pol tica esse volume dos PCN em A o n o chegou a ser finalizado pelo governo O que podemos esperar Ainda que possamos considerar um avan o as proposi es para a pol tica de educa o infantil sobretudo na concep o de educa o de crian as pequenas e na forma o de profissionais da rea que at recentemente era composta por uma maioria de educadoras leigas ainda que os referenciais e os par metros constituam um importante instrumento de refer ncia para a constru o do curr culo a partir de uma perspectiva de g nero nas pol ticas p blicas de educa o no Brasil contribuindo com a forma o e com a atua o de professoras e professores o percentual de crian as matriculadas em crec
158. idato Lula sinalizar para diferentes setores nacionais e internacionais que mudan as haveria sim por m essas mudan as n o significariam em rupturas apressadas nem quebras de contratos firmados E esta parece ter sido a condu o dada por Lula ao longo de seus oito anos frente da Presid ncia da Rep blica Nesse sentido Marques e Mendes 2007 p 2 apresentam a seguinte s ntese quando analisam o primeiro mandato do governo Lula O governo Lula manteve os juros atrelados s metas de infla o o que provocou sua perman ncia em n veis extremamente elevados aprofundou o esfor o de gera o de super vit prim rio com vista ao pagamento do servi o da d vida e comandou um crescimento p fio e err tico da economia fundado principalmente nas exporta es do agribusiness Foi nos seus tr s primeiros de gest o que as cinco maiores institui es banc rias auferiram um lucro de 26 superior ao ocorrido nos oito anos de seu antecessor Tamb m no campo da gest o do estado an lises vem mostrar que n o teria havido rupturas conceituais e organizacionais substantivas Abrucio 2007 p 77 se referindo ao primeiro mandato do governo Lula apresenta a seguinte an lise O governo Lula continuou uma s rie de iniciativas advindas da experi ncia anterior da moderniza o do Estado brasileiro particularmente no refor o de algumas carreiras no campo do governo eletr nico e na nova moldagem que deu Controladoria Geral da Uni o h
159. il organizada na rea de educa o destacadamente o F rum Nacional em Defesa da Escola P blica na LDB O F rum cuja estrutura o deu se ainda no per odo constituinte consagrou se como o mais representativo movimento social part cipe daquele processo na defesa de uma escola p blica gratuita laica e de qualidade e teve a sua atua o legitimada no Congresso Nacional A instaura o de um processo democr tico na constru o da Lei ensejou aoseducadores ganhos consider veis havendo sido incorporadas no texto aprovado propostas de interesse da maioria dos brasileiros a exemplo da concep o da educa o b sica Vale salientar contudo que outros setores representados nesse processo como a rede de escolas privadas obtiveram igualmente sucesso em muitas de suas propostas Em decorr ncia a LDB aprovada e sancionada em dezembro de 1986 na forma da Lei no 9 394 nasce eivada de contradi es Os estudos a respeito do tema evidenciam avan os consider veis em determinadas quest es e ao mesmo tempo retrocessos em tantas outras Transcorridos dez anos da sua promulga o oportuno que se proceda a novas an lises a respeito O presente texto situa se nessa perspectiva e aborda estritamente quest es relativas educa o b sica mister esclarecer se no momento atual a formula o da educa o b sica contida na Lei Nacional da Educa o consolidou se se permanece inalterada ou se foi alvo de mudan as signi
160. inanceiro fiscal do Estado posteriormente sendo acompanhado pela convuls o do sistema educacional privado devido inadimpl ncia no pagamento das mensalidades dos alunos Diante desta conjuntura o governo aponta para uma reforma universit ria profunda atrav s do Grupo de Trabalho Interministerial GTI respons vel por levantar dados sobre a educa o superior cujo relat rio foi publicado atrav s do decreto de 20 de outubro de 2003 A reforma prev novas constru es e a amplia o dos espa os f sicos assim como novos concursos para professores e para t cnicos aumento de vagas para estudantes autonomia universit ria educa o a dist ncia dentre outras medidas atendendo assim as demandas A amplia o de cursos preferencialmente na rea de licenciatura nos faz refletir bastante sobre esta reforma educacional Desta forma iremos nos deter na quest o crucial da pesquisa a amplia o do quadro docente e de vagas para estudantes Na medida em que o PARFOR faz frente demanda dos professores que atuam sem a forma o adequada o governo abre as portas das universidades p blicas para suprir tal car ncia Por conseguinte surgem os embates substancializados atrav s de intensos e acalorados questionamentos acerca do tema O que nos instiga nestes confrontos s o quest es que perpassam pela realidade capitalista onde o lucro determina muitas se n o a maioria das nossas a es mesmo com a defesa e as teorias baseadas no
161. ipais da Sa de e da Educa o iniciado em 2003 estendendo se at 2005 PIROTTA K et alli 2007 Os resultados indicam que a Educa o Sexual tem sido alvo de a es e projetos envolvendo a Educa o e a Sa de embora n o haja sempre ou sistematicamente uma articula o entre essas reas e entre os projetos desenvolvidos Observou se significativa vulnerabilidade institucional e program tica que contribui para obstruir a fluidez das a es A tem tica da DST Aids se destaca nos projetos e na a es se sobrepondo a uma concep o mais ampla da sexualidade Esse tema ainda cercado de tabus e preconceitos principalmente quando o assunto o aborto o prazer os direitos sexuais e reprodutivos O tema da orienta o sexual apesar de algumas a es pouco presente no cotidiano escolar Dos 112 professores que responderam ao question rio de oito escolas estaduais que congregam o ensino fundamental e m dio 80 4 anotaram que n o receberam capacita o ou forma o sobre Educa o Sexual entre 2001 e 2005 per odo abordado por este estudo apenas 18 8 responderam que participaram Essas informa es sugerem que a forma o em educa o sexual ou em temas correlatos atinge pontualmente uma pequena parcela de professores que por ades o ou interesse pessoal participam de projetos desta natureza De modo geral observa se que a es relacionadas educa o sexual ocorrem na escola quando alguns professores s o estimu
162. is modifica es n o significaram um tratamento adequado da quest o racial ou aus ncia de discurso racista Chinellato 1996 Pinto 1999 Marco Oliveira 2000 Cruz 2000 Paulo Silva 2005 A an lise do contexto de produ o e a an lise formal permitiram afirmar que a despeito de toda a movimenta o no campo de produ o dos livros did ticos e das avalia es promovidas pelo Minist rio da Educa o o livro did tico continuou produzindo e veiculando discurso racista Paulo Silva 2005 A an lise diacr nica permitiu observar nos livros publicados ap s as avalia es do Programa Nacional do Livro Did tico PNLD incremento no n mero de personagens negros em pequena escala nos textos em escala um pouco maior nas ilustra es destes textos e nas ilustra es das capas em maior amplitude O aumento observado no entanto n o significa tratamento igualit rio de personagens negros e brancos ou aus ncia de discurso racista nas ilustra es As ilustra es dos livros did ticos mantiveram a desigualdade nas propor es de personagens brancas e negras tenderam diferencia o do negro ilustrado particularmente em situa es de mis ria social mantiveram a naturaliza o da condi o do branco como representante da esp cie estabelecendo contextos de valoriza o do branco e propondo interlocu o com leitores brancos Os livros did ticos de L ngua Portuguesa continuaram produzindo e veiculando discurso que trata o b
163. is um ano a escolaridade obrigat ria altera estruturalmente as etapas iniciais da educa o b sica importante salientar que essa demanda j existia entre educadores e alguns movimentos da rea desde a elabora o da LDB Diante do significado dessa medida e em face das repercuss es que a mesma vem alcan ando a quest o ser mais amplamente discutida no item espec fico sobre o tema Vale salientar que a referida mudan a diz respeito exclusivamente s crian as e adolescentes na faixa et ria prevista para o ensino fundamental regular Resta saber como ficar ent o o atendimento dos adolescentes jovens e adultos sem a escolariza o obrigat ria na idade pr pria Como garantir lhes a oferta da educa o b sica regular p blica e gratuita na forma legalmente estabelecida As dificuldades para implementar a escolariza o obrigat ria de jovens e adultos trabalhadores persistem desde a aprova o da LDB especialmente em decorr ncia das restri es or ament rias Os recursos financeiros do FUNDEF destinavam se exclusivamente ao ensino fundamental regular para os alunos na faixa et ria dos sete a quatorze anos e n o contemplava a educa o de jovens e adultos Com a institui o do FUNDEB a situa o tende agora a alterar se uma vez que esse Fundo prev a destina o de recursos espec ficos para essa finalidade Um fato a ser destacado nessa etapa de escolariza o refere se ao descumprimento do pri
164. ist rio da Educa o formular propostas como estas entendia tamb m que tais propostas se caracterizavam mais como uma pol tica de governo enquanto as diretrizes elaboradas pelo CNE deveriam ser tomadas como pol ticas de Estado que ultrapassariam um per odo ou uma proposta de determinado governo A partir desta compreens o entre os anos de 1996 e 1998 coet neos aos esfor os empreendidos pelo MEC em torno dos PCN o CNE tamb m trabalhou na formula o das diretrizes curriculares nacionais DCN para as v rias etapas e modalidades da educa o b sica Este trabalho culminou na formula o dos Pareceres e correspondentes Resolu es que tratam das diretrizes curriculares para educa o infantil ensino fundamental ensino m dio educa o especial educa o de jovens e adultos entre outras Com efeito na condu o das pol ticas educacionais no campo do curr culo 308 RBPAE v 29 n 2 p 305 325 mai ago 2013 ao longo da segunda metade dos anos 1990 os PCN elaborados pelo Executivo Federal assumiram uma presen a e centralidade bem maior que as pr prias DCN formuladas pelo CNE Para tanto o MEC fez fortes investimentos e empreendeu n meros esfor os para uma ampla divulga o dos PCN junto s redes institui es e profissionais da educa o b sica ao passo que as DCN n o tiveram o mesmo tratamento Ao mesmo tempo os PCN passaram a balizar v rias outras pol ticas e programas conduzidos pelo MEC como foi o caso
165. ivas e formas de resist ncias aos sintomas de sexismo machismo e homofobia e ao mesmo tempo fazendo com que tais temas pudessemser abordados tamb m nas pesquisas acad micas No cen rio brasileiro tal debate esteve restrito durante v rios anos a reas como a Sociologia a Psicologia e a Cr tica Liter ria sendo bastante sintom tica sua aus ncia mais particularmente nos estudos da Educa o Contudo neste ltimo campo a grande guinada nos estudos de g nero deu se nos anos de 1990 Entre alguns dos trabalhos desse per odo est o as pesquisas da historiadora brasileira Guacira Lopes Louro acerca da exclus o das minorias de g nero na hist ria da educa o A singularidade do trabalho de Louro est nos recursos metodol gicos de suas an lises baseadas n o mais no discurso marxista ou nas pedagogias da conscientiza o mas nas teorias p s estruturalistas e na grande divulga o que teve a publica o de seu livro G nero sexualidade e educa o uma perspectiva p s estruturalista 1997 Desde ent o pesquisadoras es da rea da Educa o de importantes centros universit rios do pa s t m debatido temas como g nero e sexualidade a partir de uma vis o culturalista rompendo com o paradigma biologizante predominante Apesar deste avan o podemos ainda detectar v rias lacunas a exemplo da resist ncia de institui es financiadoras de pesquisa como o CNPq acerca da reivindica o pela cria o de uma nova rea de
166. ivo e estabelecidas pelas autoridades competentes para o efeito Desta forma a LDB de 1996 surge ap s alguns anos de intensos debates no Congresso Nacional como uma atualiza o das regras estabelecidas na Constitui o de 1988 para atender as demandas da sociedade em rela o educa o nacional Isto n o quer dizer que toda a sociedade foi atendida de forma igual cujo debate escapa ao nosso objetivo que o de apresentar a Lei de Diretrizes e Bases LDB que define e regulariza o sistema de educa o brasileiro com base nos princ pios presentes na Constitui o A denomina o LDB foi citada pela primeira vez na Constitui o de 1934 sendo utilizada at hoje Na Constitui o de 1988 a LDB anterior 4024 61 foi considerada obsoleta bem como as principais leis que a seguiram 5540 68 e 5692 71 e em 1996 o debate sobre a nova lei foi conclu do Muitos foram os eventos ocorridos nesse processo e mesmo n o sendo a LDB elaborada conforme o desejo de parcelas interessadas da sociedade ela representa um ganho para a sociedade ao assegurar a amplia o de muitos direitos em rela o s reformas educacionais anteriores A atual LDB Lei 9394 96 foi sancionada pelo presidente Fernando Herrique Cardoso e pelo ministro da educa o Paulo Renato em 20 de dezembro de 1996 Baseada no princ pio do direito universal educa o para todos a LDB trouxe diversas mudan as como a inclus o da educa o infantil creches e pr escolas com
167. iza o de a es conjuntas Quando um movimento se acha dono da verdade se torna arrogante Vira uma seita f cil de ser destru da A busca de parceiros n o pode ser a pr tica de usar as pessoas e os grupos especialmente na hora do aperto interessados apenas no que eles podem oferecer em termos materiais A parceria a descoberta de que ningu m pode fazer tudo que ningu m sabe ou especialista em tudo A parceria a cren a no valor da troca das compet ncias no poder de fogo da a o conjunta e na soma dos recursos dispon veis Os donos do mundo nos dividem para continuar reinando verdade que n o temos a mesma cor o mesmo lugar de nascimento a mesma religi o o mesmo sexo o mesmo time de futebol nem o mesmo gosto de comida uma riqueza os desafios que as diferen as nos colocam Por m nunca se pode esquecer os interesses e as dificuldades que s o comuns Neste momento urgente ver aquilo que nos une mesmo sabendo que temos muitas diferen as Ser parceiro n o significa abrir m o da pr pria convic o Muito menos aceitar ser um bra o tarefeiro de um projeto que n o ajudamos a pensar s por interesse de alguns trocados A parceria uma uni o de esfor os para atingir objetivos que est o na mesma dire o Os dois lados se com vencem e decidem fazer uma caminhada conjunta Como toda alian a tamb m a parceria deve ser feita com autonomia das partes Cada parceiro deve conservar suas diferen as e s
168. jeito de tratar as pessoas deve estar de acordo com a finalidade que queremos atingir Fica dif cil falar de liberdade se na pr tica di ria as pessoas mant m um comportamento autorit rio e antidemocr tico verdade que quem n o sabe onde quer chegar n o chega l nunca Mas igualmente verdade que o fim o caminho que a gente faz para chegar no objetivo Quer dizer o m todo que se pratica deve ser coerente com os objetivos que se pregam e Na metodologia multiplicadora cada militante que se convence assume o compromisso de mobilizar um time de novos companheiros Estes por sua vez v o repartir os esclarecimentos e as experi ncias com outros colegas que vivem em muitos espa os de luta de vida e de trabalho Assim se vai tecendo a rede de resist ncia e de solidariedade para a conquista de vit rias f No planejamento das a es ningu m entra de peito aberto numa guerra indispens vel tra ar um caminho capaz de levar vit ria O planejamento enfrenta o medo de mexer no comodismo das pessoas e na indisciplina da pr tica espontane sta Na luta popular como no futebol o objetivo n o chutar a bola preciso avan ar e se defender organizadamente na hora certa e com a pessoas certa Por isso marca se pontos e prazos de chegada faz se uma caprichada prepara o dos militantes escolhe se respons veis pelas atividades realiza se um balan o dos resultados em cada etapa da luta 9 No amor pelo
169. l da exist ncia do homem somado s exig ncias da produ o capitalista para sobreviverem passam por processo de revitaliza o continua E o Estado enquanto superestrutura organizativa da sociedade para atendimento dos interesses do capital e inserido nesse processo tamb m sofre as reformas Estas t m a fun o de desconstruir conceitos e estruturas j arraigadas fazendoo se configurar nos moldes propostos pelo capital e produtividade inerentes quela fase Isso posto modifica es substantivas s o implementadas pelo Estado de forma a garantir que o mercado continue sendo o regulador de todas as a es em sociedade Tal regula o se d pela lei da oferta e da procura com o Estado controlando o setor p blico e o privado atrav s de processos avaliativos Esse controle toma forma pela recomposi o das rela es entre o Estado e o mercado Mas de que forma o Estado exerce seu poder Como exerce o seu controle e como se mant m uma vez que na teia que o comp e s o presentes tens es paradoxos e contradi es global e local Um dos mecanismos para recomposi o das rela es entre Estado e mercado encontrase na educa o Esta pode ser compreendida como um grande laborat rio de a es reformadoras que de certa forma obrigam a ado o de princ pios e valores que culminam com a supervaloriza o da escola Ocorre que esta supervaloriza o traz em si o germe da desconstru o cont nua da mesma E o objetivo desse p
170. la biblioteca refeit rio etc a tem tica da sexualidade pois trata se de uma responsabilidade intr nseca educa o mas que depende de um trabalho de articula o para recompor a fragmenta o existente nas pr ticas tradicionais de educa o em sexualidade 1 Para que a incorpora o de uma educa o em sexualidade e g nero ocorra de fato no projeto pol tico pedag gico da escola a forma o docente central N o se pode negar o esfor o governamental em oferecer cursos de curta dura o forma o em servi os para professores interessados no tema Um exemplo concreto o curso G nero e Diversidade na Escola GDE que visa forma o de profissionais da educa o da rede p blica e aborda as tem ticas de g nero sexualidade e igualdade tnico racial O curso GDE semipresencial possui carga hor ria de aproximadamente 200 horas e oferecido por diversas universidades p blicas Trata se de uma iniciativa entre v rios Minist rios Secretaria Especial de Pol ticas para Mulheres Secretaria Especial de Pol ticas de Promo o da Igualdade Racial e o Minist rio da Educa o Antes deste projeto outras iniciativas similares ocorreram envolvendo organiza es n o governamentais Essas iniciativas t m de fato contribu do para disseminar o conte do em diferentes estados brasileiros Por m s o pol ticas que padecem da falta de continuidade e das limita es estruturais que impedem a participa o de um
171. lados a isso mas se reduzem a a es pontuais sem continuidade PIROTTA K et alli 2006 Sabe se que estas iniciativas est o inseridas em um contexto pol tico mais amplo a partir do qual poss vel apreender os marcos normativos presentes nas agendas e nas pol ticas p blicas em geral que por sua vez comp em um complexo sistema de regulamentos e orienta es a es e propostas de implementa o O desconforto dos professores com rela o tem tica da sexualidade humana poderia ser suprimido com uma forma o espec fica nesse tema onde al m dos conte dos fossem trabalhadas metodologias de aprendizagem aplic veis e condizentes s diferentes faixas et rias da popula o estudantil Sabe se que as diretrizes curriculares para o Curso de Pedagogia foram redefinidas recentemente pela Resolu o n 1 de 15 de maio de 2006 pelo Conselho Nacional de Educa o O curso de Pedagogia destina se forma o de professores para a educa o infantil e os anos iniciais do ensino fundamental SCHEIBE 2006 Cada institui o de ensino superior deve protocolar seu projeto pol tico pedag gico nos sistemas de ensino seguindo as novas diretrizes Essas diretrizes servem como refer ncia na organiza o dos programas de forma o permitindo flexibilidade na constru o dos curr culos plenos e privilegiando a indica o de reas de conhecimento a serem consideradas sem estabelecer disciplinas espec ficas Algumas quest es que po
172. lanejada porque a n o planejada pode ser boa Isto n o se previne Say o set 2004 A principal cr tica aos PCN Brasil PCN 1a a 4a s rie 1997 Brasil PCN 5a a 8a s rie 1997 no entanto refere se ao seu car ter centralizador que dificultaria sua implanta o em um territ rio pol tico e geogr fico com as caracter sticas do Brasil As escolas brasileiras primam pela diversidade local regional al m da diversidade tnica e cultural e os PCN defrontaram se com o desafio de criar uma unidade nacional sem enfraquecer a diversidade e evitar uma homogeneidade metodol gica Cury 1996 Outras cr ticas aos PCN foram apontadas por in meros pareceres Em uma an lise elaborada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS mostrou se o uso predominante do masculino gen rico como um limite expans o de uma perspectiva de igualdade de g nero na educa o brasileira Sabemos que em nossa sociedade o uso da palavra articulada ou escrita como meio de express o e de comunica o tem no masculino gen rico a forma utilizada para expressar id ias sentimentos e refer ncias a outras pessoas Contudo essa utiliza o nunca neutra exatamente isso que as frases desses documentos nos mostram Se por um lado o masculino gen rico por elas empregado expressa uma forma comum de se manifestar por outro seu uso especialmente em textos que tratam de direitos tem um efeito hist rico e pol tico A ado o exclusi
173. lano de Metas seria de natureza volunt ria por parte dos demais entes da federa o e que essa ades o se daria a partir da formula o e apresenta o ao MEC do respectivo Plano de A es Articuladas PAR O PAR passaria a ser a base para a articula o da Uni o com os Estados Munic pios e Distrito Federal com vista realiza o de conv nios e coopera o t cnica e financeira junto a esses entes O apoio da Uni o foi estruturado e organizado em torno de quatro eixos de a o gest o educacional forma o de professores e profissionais de servi os e apoio escolar recursos pedag gicos infra estrutura f sica Quanto s diretrizes definidas no Plano de Metas cf Decreto N 6094 2007 abrangiam v rias dimens es da gest o da educa o tanto no mbito dos sistemas e redes de ensino quanto no mbito da unidade escolar de modo que elas apontavam para importantes altera es a serem perseguidas no campo educacional Especificamente no que se refere gest o educacional dentre as diretrizes colocadas destacavam se XVI envolver todos os professores na discuss o e elabora o do projeto pol tico pedag gico respeitadas as especificidades de cada escola XVII incorporar ao n cleo gestor da escola coordenadores pedag gicos que acompanhem as dificuldades enfrentadas pelo professor XVIII fixar regras claras considerados m rito e desempenho para nomea o e exonera o de diretor de escola XIX divu
174. lgar na escola e na comunidade os dados relativos rea da educa o com nfase no ndice de Desenvolvimento da Educa o B sica IDEB referido no art 30 XX acompanhar e avaliar com participa o da comunidade e do Conselho de Educa o as pol ticas p blicas na rea de educa o e garantir condi es sobretudo institucionais de continuidade das a es efetivas preservando a mem ria daquelas realizadas XXI zelar pela transpar ncia da gest o p blica na rea da educa o garantindo o funcionamento efetivo aut nomo e articulado dos conselhos de controle social XXII promover a gest o participativa na rede de ensino XXIII elaborar plano de educa o e instalar Conselho de Educa o quando inexistentes XXV fomentar e apoiar os conselhos escolares envolvendo as fam lias dos educandos com as atribui es dentre outras de zelar pela manuten o da escola e pelo monitoramento das a es e consecu o das metas do compromisso XXVI transformar a escola num espa o comunit rio e manter ou recuperar aqueles espa os e equipamentos p blicos da cidade que possam ser utilizados pela comunidade escolar XXVII firmar parcerias externas comunidade escolar visando a melhoria da infra estrutura da escola ou a promo o de projetos socioculturais e a es educativas XXVIII organizar um comit local do Compromisso com representantes das associa es de empres rios trabalhadores sociedade civil
175. ltem para a Educa o Superior devem considerar os contextos que tais pol ticas est o inseridas e esfor arse por visualizar qual Estado esse n vel de ensino uma vez reformado deve sustentar Portanto as cr ticas e an lises sobre o tema n o se encerram REFER NCIAS AFONSO Almerindo J Reforma Do Estado E Pol ticas Educacionais entre a crise do estado na o e a emerg ncia da regula o supranacional In Educa o amp Sociedade Campinas ano XXII n 75 Agosto 2001 BARROSO Jo o O Estado a educa o e a regula o das pol ticas p blicas In Educa o e Sociedade Campinas vol 26 n 92 especial out 2005 p 725751 Dispon vel em lt http www cedes unicamp br gt BRESSER PEREIRA L C O governo Collor e a modernidade em tempos incertos In Novos Estudos S o Paulo n 29 p 39 1991 DOURADO Luiz Fernandes A Reforma do estado e as Pol ticas de Forma o de Professores nos anos 90 In DOURADO L F PARO V H Orgs Pol ticas P blicas amp Educa o B sica S o Paulo Xam 2001 Reforma do Estado e as Pol ticas para a Educa o Superior no Brasil nos anos 90 In Educa o e Sociedade v 80 n 23 set 2002 FERREIRA Aur lio B H Novo Dicion rio da L ngua Portuguesa Curitiba Positivo 2004 GENTILLI Pablo Neoliberalismo e educa o manual do usu rio In Escola S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Bras lia CNTE Confedera o
176. lve predominantemente por meio do ensino em institui es pr prias art 1o 1 a maioria dentro de um modelo convencional fechado Um dos princ pios que permanecem no texto final e que inova radicalmente a hist ria da educa o formal em nosso Pa s que a educa o escolar dever vincular se ao mundo do trabalho e pr tica social idem 2 Essa abordagem conceitual coloca em evid ncia componentes que garantem um entendimento mais amplo da fun o social da educa o que assegurem a todos um ensino de qualidade Entre esses componentes destaca se o trabalho parte integrante da vida de cada indiv duo e da sociedade alvo de tantas contradi es hist ricas A rela o trabalho e educa o configura se como um desafio a ser assumido ante o n mero significativo de pol micas indefini es e d vidas que suscita tanto no campo te rico como no da realiza o O conceito de trabalho e sua participa o na vida do indiv duo e da sociedade algo que precisa ter sua discuss o aprofundada particularmente diante do atual cen rio em que se responsabiliza a educa o de organizar um novo perfil de conhecimento A partir da nova perspectiva a educa o b sica pode constituir se numa via plenitude democr tica mediante a forma o de indiv duos conscientes de sua inser o na sociedade Uma postura participante cr tica e libertadora torna se uma das grandes contribui es a ser dada pela educa o no
177. m nossa composi o atual conectando se com outros fluxos e part culas com as quais est o coexistindo e esbo ando outras composi es A subjetividade deixa de ser uma composi o est tica de identidade para ser processual A desestabiliza o provocada pelo encontro com diferentes fluxos coloca a exig ncia de criarmos um novo corpo um novo modo de sentir de pensar de agir que venha encarnar este estado in dito que se fez em n s E a cada vez que respondemos exig ncia imposta por um destes estados ou seja a cada vez que encarnamos uma diferen a nos tornamos outros Rolnik 1994 p 161 Desse ponto de vista podemos acrescentar que o outro n o apenas um outro eu homem mulher homossexual heterossexual com o qual devo criar um exerc cio de vizinhan a baseado na filosofia do politicamente correto O outro tudo aquilo humano n o humano vis vel n o vis vel que me arranca da pretensa estabilidade de uma identidade fixa um modo padronizado de pensar sentir agir provocando me com um incessante convite para diferentes formas de ser estar no mundo Um desafio maior no exerc cio da alteridade que nos leva a um tratamento oposto mesmo s pol ticas de toler ncia Assim discutir a quest o da diversidade sexual e de g nero n o seria apenas uma condi o particular pertinente a grupos minorit rios especiais e portanto algo a ser ignorado por um curr culo que visa atender a maioria heterosse
178. m alunos de classe m dia apresentaram conforme dados de Dias apud Hasenbalg 1987 ndice de sucesso entre 80 e 90 e as que atendiam alunos pobres apresentaram um fracasso entre 60 e 70 Alunos de classe m dia estudando em escolas pobres tiveram pior rendimento e alunos pobres estudando em escolas de classe m dia tiveram melhor rendimento As escolas de classe m dia foram designadas como lugares de otimismo educacional e que influencia os resultados positivos as escolas para pobres ao contr rio foram designadas locais da ideologia da impot ncia Hasenbalg 1987 Rosemberg 1998 Telles 2003 p 238 Os dois ltimos autores descrevem o fen meno com o conceito de profecia auto realizadora Os alunos negros apresentam a tend ncia de frequentar escolas onde reina a ideologia da impot ncia Assim a seletividade iniciada pelo recrutamento do alunado negro para essas escolas Outra pista para a discrimina o imputada aos alunos negros a segrega o espacial Rosemberg 1998 Telles 2003 plaus vel a hip tese de que as fam lias negras de melhor n vel socioecon mico tendem a ocupar espa os destinados a camadas mais baixas da popula o para diminuir as possibilidades de serem discriminadas embora faltem dados mais concludentes sobre a distribui o espacial e a utiliza o dos equipamentos escolares Rosemberg 1998 Correlatas a estas est o as estrat gias utilizadas por fam lias de negros para
179. ma sem se distanciar do olhar cr tico necess rio para a constru o de uma educa o de qualidade E por fim dialogar sempre com as quest es que permeiam a educa o com quest es que est o diretamente ligadas na constru o de uma universidade p blica gratuita de qualidade e para todos os cidad os Nesta perspectiva de enfrentar uma realidade moldada pelas rela es de poder pela pol tica e por interesses que na pr xima se o iremos abordar quest es sobre a forma o humana brasileira Pequenas reflex es sobre a forma o humana Refletindo sobre a forma o inicial dos profissionais que buscam a qualifica o especificamente no per odo de forma o desses sujeitos que hoje atuam na escola b sica e tamb m no sentido de compreender as d cadas passadas como um per odo vazio na perspectiva de cr tica superficial a bibliografia referente atesta suas consequ ncias devido apatia dos grandes intelectuais somada s a es in cuas em prol do coletivo Roberto Schwarz em seu livro Cultura e Pol tica 2009 discorre sobre a forma o social brasileira na contemporaneidade a fim de situar o porqu da imoralidade implantada neste pa s Sem d vida existem muitas explica es antropol gicas que ir caminhar junto ao processo hist rico de entender o comportamento social das pessoas em suas rela es sejam elas pessoais profissionais sociais dentre outros tantos papeis que assumimos em nosso dia a di
180. meio desta articula o poss vel assegurar uma s lida forma o te rica vinculada e alimentada pela complexidade da pr tica educativa em diferentes espa os e contextos Nesse per odo a produ o da regulamenta o quanto ao locus e quanto s diretrizes curriculares para a forma o de professores foram o fio condutor das pol ticas educacionais No entanto a partir de 2004 em nome da constru o de uma pol tica nacional de forma o dos profissionais da educa o b sica importantes programas e a es come aram a ser delineados e implementados pelo governo federal Neste sentido ainda em 2004 o MEC lan ou o primeiro Edital com vistas cria o da Rede Nacional de Forma o Continuada de Professores da Educa o B sica RENAFOR para contribuir com a melhoria da forma o dos professores e alunos O p blico alvo da RENAVOR s o professores de educa o b sica dos sistemas p blicos de educa o No ano seguinte por meio da Secretaria de Educa o Dist ncia foi criado o Sistema Universidade Aberta do Brasil UAB com a responsabilidade de viabilizar programas de forma o de professores da educa o b sica na modalidade dist ncia para alcan ar aqueles que n o possuem habilita o em n vel superior al m de incrementar atividades de forma o continuada dos professores nesta mesma modalidade de ensino Em 11 de julho de 2007 foi sancionada a Lei n 11 502 por meio da qual a Capes incorpo
181. minino em todos os n veis e em todas as formas de ensino A realidade educacional brasileira no per odo ap s a Constitui o de 1988 e mais recentemente com as metas a serem cumpridas pelo Estado para eliminar a discrimina o contra a mulher juntamen te com as metas do Mil nio e da Confer ncia de Dakar na esfera da educa o nos leva a indagar sobre o que de fato foi priorizado nas pol ticas p blicas de educa o no que se refere inclus o de deman das relativas s rela es de g nero A educa o n o tem sido um campo privilegiado pelas reivindi ca es do movimento de mulheres com exce o da luta por creches e pela educa o infantil como veremos mais adiante Mesmo assim di ante da baixa visibilidade do g nero na educa o um olhar mais cui dadoso nos afasta de afirma es radicais e nos permite perceber a ela bora o de pol ticas p blicas de educa o ora mais ora menos integradas com as demandas das lutas por igualdade de g nero como veremos a seguir O g nero na educa o infantil O reconhecimento da maternidade na CF 1988 como uma fun o social e do dever do Estado em garantir cuidado e assist ncia extrafamiliares por meio de creches e pr escolas para crian as de zero a seis anos representou um significativo avan o enquanto pol tica soci al e de promo o de igualdade de g nero Brasil 2001 Art 7 XXV e Art 208 IV se consideradas a hist ria a desvaloriza o a pre
182. mp MARQUES M R A LDB balan os e perspectivas para a educa o brasileira 2a ed revista Campinas SP Al nea 2012 SILVA M S P amp SILVA S M A forma o dos profissionais do magist rio no contexto das pol tcas educacionais no governo Lula e seus desdobramentos no governo Dilma Revista Educa o e Filosofia Uberl ndia MG vol 26 p 229 258 Especial 2012 1 GABRIEL HUMBERTO MUNOZ PALAFOX mestre e doutor em educa o pela Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo e atua como docente e pesquisador na Faculdade de Educa o F sica e no Programa de P s gradua o em Educa o da Universidade Federal de Uberl ndia Atua e pesquisa nas reas de Educa o Escolar Pol ticas P blicas e Planejamento da Educa o E mail gabriel Dhotmail com 2 KARINA KLINKE mestra e doutora em educa o pela Universidade Federal e Minas Gerais e atua como docente e pesquisadora no Programa de P s Gradua o em Educa o e no curso de gradua o da Universidade Federal de Uberl ndia E Mail karinaklinke Opontal ufu br 3 MARCELO SOARES PEREIRA DA SILVA mestre em educa o pela Universidade Federal de Goi s e doutor nesta mesma rea pela Universidade de S o Paulo docente e pesquisador da Faculdade de Educa o da Universidade Federal de Uberl ndia onde atua na gradua o e na P s gradua o E mail marcelosoares dufu br Recebido em julho de 2013 Aprovado em julho de 2013 EDUCA O RELA ES DE
183. mula o 5 Um maior detalhamento sobre os programas e a es no contexto da Pol tica Nacional de Forma o de Professores pode ser encontrado em GATTI 2008 GATTI BARRETTO e ANDR 2011e SILVA e SILVA 2012 da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional anunciada na Carta Constitucional de 1988 seja no conjunto de outras leis e normas traduzidas dentre outras nas novas diretrizes curriculares nacionais tanto no mbito da educa o b sica quanto da educa o superior incluindo o campo da forma o de professores O Estado brasileiro neste sentido assumiu fortemente o papel de Estado Regulador num movimento que teve como marca a constru o de marcos legais de car ter mais aberto e flex vel em contraposi o ao modelo hegem nico at ent o permeada por marcos legais mais r gidos e de car ter homogenizador Mesmo assim o arcabou o normativo continua sendo uma quest o de Estado como considera Pierre Bourdieu em sua obra Ou seja modificar as normativas modificar a estrutura de distribui o do capital e redefinir certas formas de capital No caso da forma o inicial ou continuada de professores e valoriza o da profiss o docente os acr scimos de capital cultural oferecidos pelo Estado neste campo de for as recorrem ao movimento de redefini o do papel da educa o na sociedade brasileira Essas caracter sticas deram ao campo do curr culo uma maior possibilidade para se delinear projetos e
184. mulheres ou tratarem nas de forma violenta serem informados sobre os m todos anticoncepcionais e sobre formas de prote o contra o HIV aids e demais doen as sexualmente transmiss veis Nesse mbito o acesso a programas intersetoriais sobretudo aqueles que envolvem educa o e sa de considerado elemento fundamental para que as gera es mais novas possam vivenciar sua sexualidade de forma plena e saud vel e para uma mudan a nas din micas de g nero em toda a sociedade A d cada de 1990 e posterior s o repletas de pol ticas de promo o dos direitos das mulheres e da igualdade de g nero mas assim como na d cada de 1980 o foco mais intenso de pol ticas p blicas de g nero concentrou se em reas como sa de trabalho renda e seguridade social O contexto brasileiro com alguns de seus marcos normativos mostra que a educa o n o tem sido um campo privilegiado pelas reivindica es do movimento de mulheres Mesmo assim diante da baixa visibilidade do g nero na educa o um olhar mais cuidadoso nos afasta de afirma es radicais e nos permite perceber que esse contexto com suas normas e demandas coletivas influenciou a discuss o e a elabora o de pol ticas p blicas de educa o ora mais ora menos integradas com as demandas das lutas por direitos das mulheres e com a supress o dos preconceitos de g nero Se as quest es de g nero apresentavam baixa visibilidade no mbito da educa o e foram ganhando maior
185. n IBERNON F Org A Educa o no s culo XXI os desafios do futuro imediato Porto Alegre Artmed 2000 p 141169 RIBEIRO Maria das Gra as G M Educa o superior Brasileira reforma e diversifica o institucional Bragan a Paulista UDUSF 2002 SACRSIT N J G Reformas Educacionais utopia ret rica e pr tica In SILVA T T GENTILLI P Escola S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Bras lia CNTE Confedera o dos Trabalhadores em Educa o 1996 p 5074 SILVA Sarita Medina da BORGES NETO M rio Reforma do estado e do Ensino Superior flexibiliza o curricular e mundo do trabalho In Educa o e Filosofia Uberl ndia v 21 n 42 p 193 226 jul dez 2007 SILVA Jr J dos R SGUISSARDI V Novas Faces da Educa o Superior no Brasil reforma do Estado e mudan as na produ o S o Paulo Cortez Bragan a Paulista SP USFIFAN 2001 SILVA Jr J dos R Reforma do Estado e da Educa o no Brasil de FHC S o Paulo Xam 2002 Da Reforma da Educa o Superior no Brasil no in cio do s culo XXI Dispon vel em http www andes org br imprensa ultimas contatoview asp key 3330 Acesso 15 01 2008 POL TICAS DE QUALIFICA O NO GOVERNO LULA DILMA REFLEX ES SOBRE A FORMA O HUMANA Luciana Hallak Paulo Resumo Esta pesquisa objetiva analisar as pol ticas p blicas de qualifica o e forma o de professores da educa o b sica nos Governos Lul
186. n mero significativo de professores Neste sentido a ECOS entende que a forma o inicial na pr pria gradua o com disciplinas que abordem conte dos relativos sexualidade humana diversidade sexual g nero contribuir o de maneira mais eficaz e eficiente para a inser o de uma educa o para a sexualidade e g nero no cotidiano escolar Os PCNs s o s par metros desej veis s o orienta es para as escolas e para os profissionais mas n o t m for a de lei A forma o para lidar com quest es culturais como as de g nero homofobia sexismo j na gradua o ajudar o o a jovem profissional a iniciar na carreira com olhar sensibilizado para essas quest es Esse conhecimento subsidiar a reflex o da pr tica docente E neste caso n o s para sexualidade e g nero mas tamb m para outras dimens es da diversidade cultural com as quais os alunos j chegam escola tais como religiosidade quest es tnico raciais origem regional entre outras tamb m ausentes dos curr culos de forma o inicial de professores Refer ncias ARILHA M CALAZANS G Sexualidade na adolesc ncia o que h de novo In Comiss o Nacional de Popula o e Desenvolvimento CNPD Jovens acontecendo na trilha das pol ticas p blicas Bras lia CNPD 1998 Vol II 1998 Vol II BRASIL MINIST RIO DA EDUCA O E CULTURA SECRETARIA DE EDUCA O FUNDAMENTAL Par metros Curriculares Nacionais terceiro e quarto ciclos apresenta o
187. nais s o igualmente importantes no delineamento destas pol ticas e nos ajudam a compreender os caminhos da educa o nacional ao longo desses 25 anos de vig ncia da Carta Magna de 1988 Adentremos pois no texto constitucional de modo a captar suas interfaces e implica es na condu o das pol ticas educacionais dos ltimos 25 anos especialmente no campo do curr culo da forma o e da valoriza o dos profissionais da educa o CAMINHOS PERCORRIDOS PELO CAMPO DO CURR CULO NOS 25 ANOS DA CF O art 22 da C F estabelece que uma das compet ncias da Uni o legislar sobre as diretrizes e bases da educa o nacional Este dispositivo constitucional teve como desdobramento imediato o desencadeamento ainda no ano de 1988 de todo o processo de discuss o e debate no Congresso Nacional e no campo educacional em geral sindicatos associa es cient ficas organiza es representativas de classe e segmentos dentro da rea da educa o em torno da formula o da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB Este processo culminou na promulga o da lei n 9 394 de 20 de dezembro de 19961 Esta por sua vez em seu art 90 previu que uma das incumb ncias da Uni o no campo do curr culo da educa o b sica seria a de IV estabelecer em colabora o com os Estados o Distrito Federal e os Munic pios compet ncias e diretrizes para a educa o infantil o ensino fundamental e o ensino m dio que nortea
188. nc pio republicano da laicidade na educa o defendido pelas entidades integrantes do F rum Nacional em Defesa da Escola P blica A inclus o do ensino religioso no ensino fundamental como disciplina a ser ofertada nos hor rios normais das escolas p blicas na Constitui o Federal de 1988 fere o princ pio da laicidade cuja defesa constitui uma luta hist rica dos educadores O documento aprovado na Assembl ia Geral da ANPEd realizada em Salvador em maio de 1987 afirma que Laicismo n o pode ser confundido com ate smo O Estado republica no n o tem religi o oficial Torna se necess rio a defesa do ensino laico a fim de garantir a liberdade religiosa e de pensamento possibilitando a manifesta o de todos os credos mesmo daqueles n o reconhecidos oficialmente como religi o O art 33 da LDB ratifica o preceito constitucional e explicita em suas al neas e par grafos os modos e as condi es para o desenvolvimento da disciplina quando implicar nus para os cofres p blicos Essa decis o n o tardou por m a causar celeuma e rep dio por parte dos adeptos do ensino religioso cuja press o sistem tica conduziu mudan a do dispositivo legal nos termos da Lei 9 475 de 22 07 1997 Assim em sua nova reda o o art 33 omisso em rela o ao financiamento do ensino religioso ficando a sua oferta sob a responsabilidade dos sistemas de ensino inclusive para definir conte dos e normas para a habilita o e admiss o d
189. ncia verdade que j houve gente que se aproveitou do cargo de dirigente para seu interesse individual Quem faz isso se esquece que o poder nasce do povo e por esse povo deve ser exercido Na luta popular o poder n o pode ser exercido de forma autorit ria e personalista como fazem os coron is da elite Muito menos para dominar a maioria desinformada N o se deve confundir dire o e diretoria Diretoria um mandato que se ganha no voto mesmo que os candidatos n o tenham preparo nem compromisso com o povo Ser dirigente nasce do reconhecimento p blico O reconhecimento n o um dom destinado a alguns privilegiados Ele tem origem na uni o de pelo menos quatro exig ncias 1 liga o profunda e permanente com o povo sua vida seus anseios e suas lutas 2 compromisso com a transforma o das pessoas e da sociedade 3 capacidade de fazer propostas justas principalmente nos momentos dif ceis 4 convic o e jeito para organizar o povo compartilhar as responsabilidades e com mandar h Autonomia no trabalho de base os trabalhadores e suas organiza es n o podem ficar dependentes de uma assessoria ou de um chefe Quando n o existe independ ncia econ mica e pol tica os trabalhadores se tornam massa de manobra Sem forma o sem recursos financeiros sem conhecimento das t cnicas como fazer uma reuni o falar em p blico operar uma m quina fazer um plantio organizar uma mobiliza o os trabalha
190. ndo articula as lutas econ micas com as diferentes lutas pol ticas e sociais E perdura em qualquer conjuntura quando combina a es de rebeldia com as disputas na legalidade 4 1 A finalidade do trabalho de base a Anunciar sempre que o ideal da humanidade a prosperidade e a conviv ncia solid ria E combater a gan ncia a competi o a domina o Quanto maior a opress o e a crise maior a raz o para propagar o sonho da sociedade sem classes b Despertar a dignidade das pessoas e a confian a nos seus valores e no seu potencial A pessoa se torna feliz e perigosa para as elites quando come a a andar com os pr prios p s Em geral quem est no poder prefere gente obediente e conformada porque f cil manipular uma popula o domesticada e dependente c Canalizar a rebeldia popular na luta contra a injusti a e na constru o de uma sociedade de homens e mulheres novos onde a produ o distribui o e consumo sejam orientados pela l gica da solidariedade d Transformar a realidade e conseguir vit rias em todos os campos e em todas as dimens es que satisfa am os justos anseios da popula o 4 2 A for a do trabalho de base est a Na sua sustenta o de base o trabalho de base tem que ter ra zes plantadas na alma da popula o que a base da sociedade Por causa desse alicerce ele sempre renasce e se reproduz N o um movimento para os trabalhadores dos trabalhadores O povo deve se s
191. ndo com livros editados no per odo imediatamente posterior entre 1975 e 1995 as mudan as encontradas foram bastante t nues Bazilli 1999 Atenuou se a diferen a de frequ ncia de personagens brancas e n o brancas e observou se ligeiro aumento de personagens pretos exercendo profiss o de tipo superior Bazilli 1999 Mas as tend ncias gerais de privil gio aos personagens brancos se mantiveram personagens negros sub representados com posi o menos destacada nas tramas exercendo profiss es menos valorizadas A conclus o do estudo sobre a literatura infanto juvenil publicada 2 Para uma discuss o mais detalhada ver SILVA Paulo Vinicius B Racismo discursivo na m dia pesquisas brasileiras e movimenta o social Trabalho apresentado na XXVIII reuni o anual da ANPED Caxambu 2005 Dispon vel na web no endere o http www anped org br 28 textos gt2 1 gt21896int rtf entre 1975 e 1995 Bazilli 1999 pode ser repetida em rela o a do estudo sobre as publica es de 1955 a 1975 Dentre as formas latentes de discrimina o contra o n o branco talvez seja a nega o de seu direito exist ncia humana ao ser a mais constante o branco o representante da esp cie Por esta sua condi o seus atributos s o tidos como universais A branquidade a condi o normal e neutra da humanidade os n o brancos constituem exce o Rosemberg 1985 p 81 Embora alguns personagens negros tenham sido al ados categoria de
192. nfigura o biol gica dos seres humanos e defende que meninas e meninos brinquem com as possibilidades relacionadas tanto aos pap is masculinos quanto aos femininos para al m da reprodu o de pa dr es estereotipados de g nero Al m disso enfatiza o papel de educa dores e educadoras na desconstru o dos significados de g nero nas re la es infantis quase sempre carregadas de sentidos para o que ser menina e o que ser menino O espelho continua a se fazer necess rio para a constru o e afirma o da imagem corporal em brincadeiras nas quais meninos e meninas poder o se fantasiar assumir pap is se olharem Brasil RCNEI 1998 v III p 32 Grifos nossos importante possibilitar diferentes movimentos que aparecem em atividades como lutar dan ar subir e descer de rvores ou obst culos jogar bola rodar bambol etc Essas experi ncias devem ser oferecidas sempre com o cuidado de evitar enquadrar as crian as em modelos de comportamentos estereotipados as sociados ao g nero masculino e feminino como por exemplo n o deixar que as meninas joguem futebol ou que os meninos rodem o bambol Brasil RCNEI 1998 v III p 3 Grifos nossos A concep o de que as mulheres s o por natureza capazes de cuidar e educar crian as pequenas refor ou os baixos investimentos p blicos ou at mesmo a aus ncia de pol ticas amplas de forma o do cente inicial e em servi o Serviu como libi para o refor o
193. ngando O Brasil inserido na atual ordem mundial neoliberal apresentase enquanto palco das reformas e tornandose presa da teia constru da pelos organismos multilaterais particularmente pelo Banco Mundial Nesse processo No contexto educacional observamos que o Estado atrav s de rg os executivos e legislativos tem interferido no ensino superior via reformas sociais com fortes caracter sticas t cnicoburocr ticas Sua atua o nesse mbito se expressa em v rios aspectos tais como no financiamento na organiza o do ensino e nas diretrizes curriculares Significa dizer que o Estado disp e e regula a forma de concretizar esse n vel de ensino sem deixar margem de autonomia para que a sociedade e institui es educacionais possam ir al m da fun o de meros executores e participar dos processos de defini o e planejamento das reformas SILVA E BORGES NETO 2007 p 2052006 Isso se d porque h uma penetra o ideol gica e real do fazer mercantil em quase todos os espa os da vida e do ser humano SILVA Jr e SGUISSARD 2001 p 261 Observase que sob essa perspectiva o Estado se apresenta com significa o poliss mica No dicion rio dentre tantos conceitos encontrase Estado Do Lat statu s m 9 Divis o territorial de certos pa ses 10 Dir Na o politicamente organizada 11 Organismo pol ticoadministrativo que como na o soberana ou divis o territorial ocupa um territ rio determinado dirigi
194. nos diferentes n veis de escolaridade em rela o aos conhecimentos b sicos de Linguagem Matem tica e Ci ncias Al m do que esses resultados apontam para os efeitos perversos das disparidades regionais da situa o de domic lio de ra a e de renda Na tentativa de superar tais dificuldades o governo brasileiro est propondo o Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE com o objetivo de melhorar a qualidade da educa o Uma das medidas propostas tem como foco a avalia o das crian as logo no in cio do ensino fundamental para saber se est o sendo alfabetizadas e fazer imediatamente as necess rias corre es Outra novidade a cria o do ndice de Desenvolvimento da Educa o que ter a dupla finalidade de medir o rendimento escolar dos alunos do ensino fundamental e de constituir indicador para o repasse de recursos financeiros Os munic pios que n o tiverem resultados satisfat rios dever o receber maior aporte de recursos e apoio t cnico do MEC al m dos repasses do FUNDEB para a ado o de medidas visando a superar a defasagem 6 Um quesito fundamental para o trabalho pedag gico tem a ver com o espa o escolar A exist ncia de escolas com estruturas f sicas prec rias e desprovidas de equipamentos e materiais pedag gicos para o desenvolvimento do ensino refor a a desigualdade na educa o Cabe ao Poder P blico a ado o de iniciativas com o prop sito de equiparar as condi es materiais de funcioname
195. ns homossexuais que transitam nas novelas no cinema na publicidade e nos programas voltados ao p blico jovem Mas um dos riscos desta naturaliza o das orienta es sexuais que a rela o com a diferen a fique apenas no plano das pol ticas de toler ncia um respeito aos direitos do outro desde que o outro permane a no seu eterno lugar de si mesmo mantendo seguro os territ rios delimitados de formas padronizadas de viver as condutas sexuais Ou ent o apenas afrouxando os limites da toler ncia para a inclus o de alguns dos das desviantes mais bem comportados as e que possam ser mais facilmente inclu dos as na ordem criando novas zonas de exclus o para as os que desafiam ainda mais as fronteiras de g nero tais como indiv duos bissexuais transexuais e outras experimenta es de transg neros Sendo o conceito de g nero obrigatoriamente relacional ele nos coloca em contato com o outro e h diversas formas de se perceber o outro Para Rolnik 1994 em uma primeira acep o mais vis vel e portanto mais bvia o outro tudo aquilo que exterior a um eu Ou seja no plano do vis vel captado pela percep o o outro tudo aquilo que est fora do inv lucro que protege o meu eu uma unidade separ vel com a qual me poss vel criar algum tipo de rela o Mas da mesma forma que a realidade n o se restringe ao vis vel a subjetividade tamb m n o se restringe a um eu Ela se faz de fluxos e part culas que constitue
196. nto das escolas tendo em vista o princ pio constitucional de garantia do padr o de qualidade princ pio esse reafirmado na LDB art 30 X Essa quest o tratada no Plano Nacional de Educa o objetivando estabelecer metas para elabora o de padr es m nimos nacionais de infra estrutura para as diferentes etapas da educa o b sica que incluam itens acerca do espa o f sico equipamentos e materiais de apoio pedag gico para as unidades escolares E prever inclusive equipamentos multim dia para o ensino bem como a adequa o da infra estrutura s caracter sticas das crian as e jovens do ensino especial O atendimento a todos esses itens deve ser realizado gradativamente fixando se prazos de cinco a dez anos para o seu total cumprimento 7 importante destacar ainda que algumas vit rias consagradas na LDB como a amplia o dos dias letivos e a dura o da jornada escolar s o consideradas nas pol ticas p blicas tendo em vista assegurar o seu cumprimento em todo o Pa s Cabe esclarecer que fatores intrinsecamente relacionados ao funcionamento da escola como a gest o democr tica e a forma o do professor determinantes para a qualidade da educa o s o analisados em outros estudos que comp em a presente colet nea Educa o infantil e ensino fundamental de 9 anos A efetiva o e a amplia o da obrigatoriedade escolar constituem os principais eixos das pol ticas p blicas formuladas para a rea educaci
197. nto no mbito da educa o b sica quanto no da educa o superior a possibilidade de buscar formas mais flex veis abertas que dialogassem com a realidade sociocultural pol tica e econ mica do territ rio em que cada institui o se situava sem perder de vista os elementos centrais e estruturantes de cada campo de conhecimento Ao lado dessas mudan as no campo do curr culo inauguradas pelo texto constitucional de 1988 tamb m no que se refere forma o e valoriza o dos profissionais da educa o novos preceitos legais foram firmados para a orienta o das pol ticas educacionais nesta rea O DEBATE SOBRE A VALORIZA O DOS PROFISSIONAIS DA EDUCA O A PARTIR DA CONSTITUI O DE 1988 Um dos aspectos de maior debate e embate colocado pela Carta Constitucional de 1988 em seu art 206 foi a afirma o de que um dos princ pios que deveria fundamentar a organiza o do ensino era o da valoriza o dos profissionais do ensino No texto inicial este princ pio estava assim formulado Art 206 O ensino ser ministrad com base nos seguintes princ pios V valoriza o dos profissionais do ensino garantido na forma da lei plano de carreira para o magist rio p blico com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso p blico de provas e t tulos assegurado regime jur dico nico para todas as institui es mantidas pela Uni o A Emenda Constitucional E C n 19 de 1998 alterou
198. o Fundamental Par metros Curriculares Nacionais pluralidade cultural orienta o sexual Bras lia DF MEC SEF 1997 BRITZMAN D O que essa coisa chamada amor identidade homossexual educa o e curr culo Educa o amp Realidade Porto Alegre v 21 n 1 p 71 96 jan jun 1996 COSTA J F A inoc ncia e o v cio estudos sobre o homoerotismo Rio de Janeiro Relume Dumar 1992 COSTA J F A tica e o espelho da cultura Rio de Janeiro Rocco 1994 DELEUZE G GUATTARI F Mille plateaux capitalisme et schizophr nie Paris Minuit 1980 FOUCAULT M Da amizade como modo de vida Dispon vel em lt http wnww unb br fe tef filoesco foucault amitie hntml gt Acesso em 27 fev 2008 FOUCAULT M Hist ria da sexualidade Il o uso dos prazeres S o Paulo Graal 1984 FOUCAULT M Hist ria da sexualidade Ill o cuidado de si S o Paulo Graal 1985 FOUCAULT M Hist ria da sexualidade l a vontade de saber Rio de Janeiro Graal 1988 FOUCAULT M Microf sica do poder Rio de Janeiro Graal 1992 FOUCAULT M O sujeito e o poder In DREYFUS H RABINOW P Michel Foucault uma trajet ria filos fica para al m do estruturalismo e da hermen utica Rio de Janeiro Forense Universit ria 1995 p 231 249 LARROSA J Tecnologias do Eu e educa o In SILVA T T Org O sujeito da educa o estudos foucaultianos Petr polis Vozes 1994 p 40 Educ Soc Campinas vol 29 n 103 p 477 492 maio ago
199. o a mudan as introduzidas ap s a promulga o da LDB como a amplia o do ensino fundamental para nove anos de dura o e a forma o t cnico profissional no ensino m dio integrado Nessa trajet ria procurou se apreender as mudan as que espelham os movimentos da sociedade em sua viv ncia com a escola e o processo educativo informal explicitando as suas expectativas e necessidades que nem sempre repercutem nas pol ticas p blicas Interrogando o discurso das pol ticas constru das para a rea confirma se a hip tese de que existe disputa de projetos sociais e educacionais de diferentes vers es caracterizados como progressista e conservador em conson ncia com os interesses que representam e os princ pios te rico pr ticos que lhes d o sustenta o Na formula o da LDB foram marcantes as influ ncias exercidas por grupos e rg os que operam internamente em n vel nacional ou local assim como se constatam influ ncias externas advindas de organismos internacionais com atua o no setor educacional Essas m ltiplas vozes resultaram n o apenas em conquistas para os diferentes setores sociais representados no processo de sua constru o mas geraram tamb m contradi es ambig idades e omiss es no texto da Lei importante agora acompanhar a execu o dessas pol ticas e investigar o seu impacto na sociedade como um todo e nos grupos espec ficos para os quais se dirige visando integra o e justi a
200. o de uma pol tica p blica para a rea assim como para a formula o das bases para a constru o do projeto pedag gico da escola As diretrizes curriculares do ensino m dio apontam princ pios axiol gicos orientadores de pensamentos e condutas bem como princ pios educacionais com vistas constru o do mencionado projeto pedag gico O texto da LDB defendido pelo F rum n o contradiz tais diretrizes entretanto procura deixar explicitado claramente que o ensino m dio deve ser planejado em conson ncia com as caracter sticas sociais culturais e cognitivas da pessoa humana sujeito e referencial dessa ltima etapa da educa o b sica adolescentes jovens e adultos cada um desses grupos com um tempo de vida com suas singularidades enfim uma s ntese tanto do desenvolvimento biol gico como de uma determinada pr tica social Importante salientar que o processo pedag gico dever ser pensado em todo sistema de ensino a partir da realidade de suas institui es escolares com a centralidade na pessoa como sujeito do processo de constru o do conhecimento cient fico tecnol gico e cultural inserida num determinado cen rio s cio hist rico N o portanto um processo isolado da pr tica social da qual faz parte a escola e seus atores A hist ria da pol tica p blica para o desenvolvimento do ensino m dio no Brasil tem sido pautada por a es focadas e ou de car ter compensat rio como no caso do Exame Nacion
201. o por um intenso debate permeado por diferentes concep es perspectivas e propostas no contexto das pol ticas educacionais levadas a cabo no per odo em an lise Ao longo dos anos 1990 as quest es centrais neste campo se definiram em torno de alguns grandes eixos O primeiro relativo ao locus da forma o tendo em vista a legisla o infraconstitucional produzida a partir da nova LDB de 1996 O segundo relativo s diretrizes curriculares nacionais para os cursos de forma o de professores para a educa o b sica E ainda um terceiro eixo que problematizou e culminou na defini o de uma pol tica nacional de forma o dos profissionais do magist rio da educa o b sica A LDB de 1996 introduziu por meio do art 62 uma nova possibilidade de organiza o institucional voltada para o desenvolvimento de forma o dos professores os Institutos Superiores de Educa o ISE Estes Institutos poderiam assumir diferentes conforma es institucionais como prev o art 63 da mesma lei Art 63 Os institutos superiores de educa o manter o cursos formadores de profissionais para a educa o b sica inclusive o curso normal superior destinado forma o de docentes para a educa o infantil e para as primeiras s ries do ensino fundamental II programas de forma o pedag gica para portadores de diplomas de educa o superior que queiram se dedicar educa o b sica IIl programas de educa o continua
202. o primeira etapa da educa o b sica e tamb m dos jovens e adultos fora da idade escolar obrigat ria E baseada nas mudan as em que iremos nos deter no T tulo VI dos profissionais da educa o onde s o apresentas as novas regras relacionadas forma o de professores l se em seu artigo 62 A forma o de docentes para atuar na educa o b sica far se em n vel superior em curso de licenciatura de gradua o plena em universidades e institutos superiores de educa o admitida como forma o m nima para o exerc cio do magist rio na educa o infantil e nas quatro primeiras s ries do ensino fundamental a oferecida em n vel m dio na modalidade Normal De acordo com a exig ncia da LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional de dezembro de 1996 a necessidade de qualificar os professores da educa o b sica das s ries iniciais se fazia presente e necess ria para atingir os objetivos propostos Mais adiante a Lei declara ser esta qualifica o direito dos profissionais de educa o Findo o governo de Fernando Henrique Cardoso observa se que este objetivo n o foi atendido por in meras raz es econ micas pol ticas financeiras regionais territoriais A exig ncia de que todo professor do ensino fundamental teria que ter cursado o n vel superior na rea da educa o at 2007 ficou para o pr ximo governo encarregado de elaborar uma nova proposta para atend la Com esta justificativa ediante da
203. oas que sabem prometer que falam bonito que s o mais estudadas ou ent o gente muito quietinha A experi ncia mostra que tais pessoas t m decepcionado falam mas n o fazem d o sugest es mas n o botam a m o na massa se comprometem com tudo mas nunca encontram tempo para nada tarefa dos militantes ajudarem na prepara o das leg timas lideran as populares As lideran as que interessam ao trabalho de base s o aquelas que unem seus interesses individuais com os interesses do grupo Elas n o usam essa posi o como privil gio pessoal mas como uma tarefa da luta Na caminhada as lideran as aprendem a com mandar Descobrem que exercer o poder repartir o poder V o saber distribuir as responsabilidades conforme a necessidade da luta o jeito e o gosto de cada um equilibrando a dose de paci ncia com a dose de firmeza Sua preocupa o permanente a de animar os que est o dormentes e desanimados promover o entrosamento do grupo e ajudar na capacita o de novas lideran as g Formar dirigentes em todo o grupo mesmo quando os participantes s o conscientes de suas responsabilidades h pessoas que se destacam e se tornam refer ncias A refer ncia mais que privil gio uma tarefa de coordena o das a es para o bom funcionamento do trabalho pois como diz o povo panela que muitos mexem sai insossa ou salgada Dentro do mesmo grupo outras pessoas v o ter outras fun es conforme o momento e a sua compet
204. obre a diversidade fosse ordenado e sistematizado em uma escala hier rquica de desenvolvimento Contudo para Larrosa 1994 p 40 O sujeito individual descrito pelas diferentes psicologias da educa o ou da cl nica esse sujeito que se desenvolve de forma natural sua autoconsci ncia nas pr ticas pedag gicas ou que recupera sua verdadeira consci ncia de si com a ajuda das pr ticas terap uticas n o pode ser tomado como um dado n o problem tico Mais ainda n o algo que se possa analisar independentemente desses discursos e dessas praticas posto que a na articula o complexa de discursos e pr ticas pedag gico e outerap uticos entre outros que ele se constitui no que Esse olhar psicologizante sobre o sujeito educacional tem com um dos seus principais exemplos os pr prios Par metros Curriculares Nacionais fortemente influenciados pelo modelo construtivista o que para autores como Tomaz Tadeu da Silva traz consequ ncias conservadoras para o discurso da educa o A predomin ncia do construtivismo tem consequ ncias conservadoras na medida sobretudo em que representa a volta do predom nio da Psicologia na Educa o e na Pedagogia Obviamente alguns de seus defensores dir o que n o se trata de uma Psicologia mas de uma Epistemologia Sim talvez mas de uma Epistemologia muito particular muito restrita uma Epistemologia Psicol gica Como se sabe a Pedagogia e a Educa o moderna se desenvolveram
205. ocente ao contr rio favoreceria o aprofundamento da precariza o das condi es de trabalho e remunera o docente In meros estudos GATTI e BARRETO 2009 FUNDA O VICTOR CIVITA 2009 evidenciam que o descompasso entre trabalho docente e valoriza o profissional se constitui em um dos principais fatores que explicam a baixa atratividade da carreira docente para a juventude Eis o que nos informa o Relat rio da Funda o Victor Civita 2009 p 45 46 A quest o salarial aparece como segundo fator mais citado para n o escolher o magist rio 25 Como fator social o primeiro Para alunos que j pensaram em ser professor a baixa remunera o 40 aliada desvaloriza o social que a imagem do professor carrega 17 e ao poss vel desrespeito e desinteresse dos alunos 17 parecem ser os fatores de maior desest mulo op o pela doc ncia tabela 5 Encontra se no texto dos alunos a percep o de um custo benef cio que n o vale a pena Sal rios baixos e principalmente a falta de reconhecimento Na maioria das vezes n o respeitada pelos alunos e s tem dor de cabe a Ganha pouco e trabalha muito S o aspectos relevantes que devem contribuir para que esses jovens desistam de seguir a carreira docente mesmo tendo em algum momento encontrado motiva o e tido o desejo de abra la 2 De acordo com os dados apresentados na ADIN n 4848 em 2009 o reajuste foi de 7 86 de 2009 para 2010 de
206. ocesso sempre bom ter gente nova sabendo que a idade de uma pessoa se conta pelo n mero de amigos que ela consegue reunir Pessoas novas est o mais abertas e livres para encarar uma caminhada A escolha tem que ser cautelosa e baseada na confian a Algumas qualidades s o fundamentais pessoas que n o aceitam ser manobradas que j mostraram que v o al m do seu interesse individual que sejam discretas n o falam determinados assuntos para quem n o est interessado ou contra que saibam relacionar se com o povo Esse primeiro time vai ter que reunir se diversas vezes para refor ar a amizade trocar id ias e para acertar os objetivos e o plano de atua o d Como conhecer a realidade Definido onde vai ser o trabalho hora de conhecer por dentro o lugar e o grupo As informa es nascem da conviv ncia observa o conversas visitas pesquisas ou consulta a especialistas no assunto Conhecer e ser conhecido exige o aprendizado da l ngua do grupo para favorecer a integra o e a troca Tr s tipos de informa es n o podem faltar d 1 as que tratam da quantidade qual o n mero de pessoas volume da produ o renda problemas enfrentados assim como saber quais s o os grupos que oprimem a popula o e os que est o a seu favor d 2 as que revelam os desejos os sonhos e os projetos das pessoas Em geral s o os sentimentos que em primeiro lugar movem as pessoas Quando elas se sentem aceitas e reconhecidas
207. ociedade brasileira Certas discrimina es s o subjetivamente justificadas ou intelig veis somente pela id ia de ra a que usada para classificar e hierarquizar pessoas e segmentos sociais O uso do conceito de ra a ajuda a atribuir realidade social discrimina o e consequentemente a lutar contra a discrimina o No Brasil as rela es raciais est o fundadas em um peculiar conceito de ra a e forma de racismo o racismo brasileira Guimar es 2002 cujas especificidades s o significativas para compreender as rela es entre os grupos de cor e as desigualdades associadas Particularidades como a rela o entre ra a e classe social na hierarquiza o das pessoas as id ias sobre o embranquecimento o mito da democracia racial constru das na hist ria das rela es raciais brasileiras mant m se atuantes O racismo brasileira se constr i e reconstr i mantendo desvantagens para a popula o negra no acesso a bens materiais e simb licos Pr ticas cotidianas de discrimina o constitutivas da sociedade brasileira cumprem o papel de re instituir a subalternidade da popula o negra brasileira A educa o part cipe importante nesse processo Os resultados de pesquisas est o dispostos em dois blocos o primeiro sobre desigualdades no plano estrutural ap s sobre desigualdades no plano simb lico Desigualdades educacionais no plano estrutural As pesquisas sobre desigualdades raciais que an
208. ocupa dentro do contexto das transforma es que s o propostas Como n o possui um nico e especial significado tamb m n o sin nimo de progresso Contudo evidencia uma considera o das rela es sociais e de poder POPKEWITZ 1997 c O discurso e a linguagem das reformas incorpora declara es de princ pios para estimular o consenso em torno de determinados ideais em torno de algumas id ias for a relacionase com uma forma de entender a mudan a social que se nutre de um certo messianismo idealismo voluntarista e da mentalidade burocr tica tradicional caracter stica da educa o Concep o de que o discurso capaz de transformar a pr tica atrav s da interven o administrativa MARQUES 2007 apud SACRIST N 1996 Assim se reforma evoca movimento o discurso promove o consenso a aceita o dos pressupostos para a reforma al m de atrav s da linguagem promover adifus o da re jconstru o com a apar ncia de f cil e r pida se todos participarem d Os intelectuais da reforma nenhuma reforma ocorre se n o houver os mentores da mesma Por isso o processo de reforma se desenvolve se houver os reformadores Estes d o relev ncia s mudan as propostas e justificam a pr pria exist ncia A partir desses pressupostos percebese que a palavra reforma vai diversificando o seu conceito considerando o contexto de desenvolvimento hist rico e as rela es sociais que a abrangem A reforma enquanto
209. oje um importante instrumento no combate inefici ncia e corrup o Al m disso aproveitou sua inspira o na democracia participativa para discutir mais e melhor o PPA com a sociedade em v rias partes do Brasil realizando um avan o no campo do planejamento S que a experi ncia petista no plano local com v rios casos de sucesso tem sido menos aproveitada do que se esperava infelizmente Claro que dif cil avaliar um per odo governamental que ainda n o acabou mas alguns pontos podem ser ressaltados Alguns analistas como Couto 2011 v m apontando conquistas importantes alcan adas nesse per odo Dentre elas destacam se o crescimento econ mico com a amplia o das rela es comerciais internacionais a incorpora o de v rios setores sociais no contexto do mercado consumidor interno as melhorias alcan adas nas vias destinadas a transporte terrestre a evolu o positiva na taxa de empregos formais a significativa recupera o do poder de compra do sal rio m nimo a evolu o constante de crescimento do PIB brasileiro a evolu o positiva no or amento para a rea da educa o acompanhada da amplia o de vagas na educa o superior e tecnol gica inclusive com a expans o das respectivas redes de ensino Em artigo publicado recentemente Couto 2011 p 2 apresenta a seguinte s ntese J as mudan as promovidas por Lula s o atinentes consider vel inflex o que teve durante seu governo a distribui o
210. ola Rosemberg 1998 com a popula o negra sendo nivelada pelo crit rio racial A perten a racial nivelaria as possibilidades de acesso perman ncia e sucesso nas redes de ensino Por vezes as discrimina es podem se manifestar de formas mais indiretas ou sutis Um estudo em escola de educa o infantil revelou que professores mantinham maior proximidade f sica com alunos brancos mais elogiados que as crian as negras e que ignoravam atos discriminat rios entre os alunos Cavalleiro 1999 Outra forma de manifesta o n o direta de discrimina o a centralidade dos curr culos em perspectiva euroc ntrica simb lico que valoriza os aspectos de origem e influ ncia da Europa tomada como locus da civiliza o Paralelamente os legados de outras origens s o desconsiderados e ou desvalorizados O movimento negro e pesquisadores negros mant m como uma de suas reivindica es no campo da educa o o ensino de hist ria e cultura afro brasileiras como forma de adequar o tratamento do patrim nio cultural negro nos curr culos e de dar visibilidade ao negro na sociedade brasileira Em uma an lise sobre as manifesta es da discrimina o racial na escola preciso que se atente n o s para o que se transmite mas para o que se impede de transmitir Gon alves 1988 p 61 Uma quest o importante portanto para a compreens o do racismo na escola brasileira o sil ncio Gon alves 1987 Tanto sobre a particularid
211. onais Para o ent o Ministro da Rep blica reformar o Estado significaria transferir para o setor privado as atividades que poderiam ser controladas pelo mercado reduzindo assim o papel do Estado enquanto prestador de servi os Por m resguardaria para si as fun es de regula o promo o e provimento de alguns servi os dentre os quais educa o e sa de Ressaltase que as reformas neoliberais n o visam apenas acertar balan os e cortar custos garantindo o sagrado super vit prim rio imprescind vel remunera o dos juros da d vida interna e externa Tratase de mudar a agenda do pa s De modificar drasticamente os temas e valores compartilhados de modo que se enquadrem as eventuais alternativas no terreno pejorativo do impens vel E de alterar em profundidade os espa os e processos em que se faz pol tica isto em que se fazem escolhas relevantes Mesmo quando essas delibera es sejam p blicas j que n o se pode lan las infelizmente s decis es supostamente descentralizadas do mercado que esse espa o seja cada vez mais parecido com o seu senhor modelo e telos isto com o mercado As reformas neoliberais t m como horizonte e portanto como crit rio de avalia o de seus sucessos a prerrogativa de definir os termos e os par metros do que racional MORAES 2002 p 20 Assim a configura o do Estado num contexto em que a mudan a e a reforma s o palavras
212. onal Assim o Plano Nacional de Educa o aprovado pela Lei no 10 172 01 estabelece como prioridade para o ensino fundamental a universaliza o do atendimento escolar com a garantia de acesso e perman ncia de todas as crian as na escola Concomitantemente o PDE prop e ampliar para nove anos a dura o do ensino fundamental obrigat rio com in cio aos seis anos de idade medida que for sendo universalizado o atendimento na faixa dos 7 aos 14 anos A amplia o do tempo destinado escolaridade obrigat ria uma inova o proposta LDB de 1996 pela pol tica nacional do MEC e sua implementa o figura entre os principais programas definidos para o ensino fundamental na segunda gest o do governo Lula A justificativa anunciada a de oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no per odo da escolariza o obrigat ria e assegurar que ingressando mais cedo no sistema de ensino as crian as prossigam nos estudos e alcancem maior n vel de escolaridade A Lei no 11 274 06 institui o ensino fundamental de nove anos com matr cula obrigat ria a partir de seis anos de idade alterando os artigos 29 30 32 e 87 da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Tamb m define prazo at 2010 para a adequa o das escolas p blicas e privadas s normas estabelecidas Registre se ainda que a Lei 11 114 05 j tornara obrigat rio o in cio do ensino fundamental para crian as de seis anos sem alterar por m a sua dura
213. onal estabelece em seu art 26 que o curr culo do ensino fundamental e m dio deve compreender uma base nacional comum e uma parte diversificada a ser definida em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar de acordo com a diversidade dos contextos regionais e locais A pretens o assegurar aos alunos a igualdade de acesso a uma base nacional comum que esteja organicamente integrada parte diversificada do curr culo de forma a legitimar a unidade e a qualidade da a o pedag gica na diversidade nacional 10 A elabora o da proposta curricular em ltima inst ncia compet ncia da escola e envolve a participa o dos professores e demais profissionais da educa o art 12 e 13 da LDB A base nacional comum deve ser contemplada em sua integridade e complementada pela parte diversificada inclusive com a incorpora o de projetos pr prios da escola tendo em vista a sua adequa o s peculiaridades regionais e locais A defini o dos curr culos e seus conte dos m nimos devem nortear se por compet ncias e diretrizes estabelecidas pela Uni o em colabora o com os entes federados Art 9o inc IV da LDB Em cumprimento ao dispositivo legal o Minist rio da Educa o elaborou Par metros Curriculares Nacionais PCNs que contemplam as diferentes etapas e modalidades da escolariza o b sica Educa o Infantil Ensino Fundamental Ensino M dio Ensino Especial Ensino de Jovens e Adultos Educa o a Dist nc
214. os profissionais da educa o ainda uma realidade a ser constru da na maior parte dos sistemas de ensino em tornos os n veis de ensino REFER NCIAS BRZEZINSKI I org LDB interpretada diversos olhares se entrecruzam 8a ed S o Paulo Cortez 2003 BRASIL Constitui o Federal Dispon vel em lt www planalto gov br gt Acesso em 10 julho 2013 Lei n 9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Dispon vel em lt www planalto gov br gt Acesso em 10 ago 2013 MINIST RIO DA EDUCA O Secretaria de Educa o Fundamental Par metros curriculares nacionais introdu o aos par metros curriculares nacionais Bras lia MEC SEF 1997 MINIST RIO DA EDUCA O Secretaria de Educa o M dia e Tecnol gica Par metros curriculares nacionais ensino m dio Bras lia MEC SEMTEC 2000 CO LHO M Diretrizes Curriculares e Ensino de Gradua o In Estudos 22 Abril GATTI B A amp BARRETO E S de S Professores do Brasil impasses e desafios Bras lia UNESCO 2009 GATTI B A BARRETO E S de S amp ANDR M E D de A Pol ticas docentes no Brasil um estado da arte Bras lia UNESCO 2011 FUNDA O VICTOR CIVITA A atratividade da carreira docente no Brasil S o Paulo Funda o Victor Civita 2009 SAVIANI D A nova lei da educa o LDB trajet ria limites e perspectivas 2a ed revista S o Paulo Autores Associados 1997 SILVA M V a
215. os que permitam a prote o do direito representa mais um avan o o direito p blico subjetivo Entretanto a perman ncia dos alunos diferentemente da situa o anterior implica mudan as qualitativas no interior da pr pria escola ainda que necess rias iniciativas externas de cunho social no intuito de promover condi es que favore am s crian as e aos jovens provenientes das classes populares a continua o dos seus estudos Nessas circunst ncias as quest es que se colocam s o de seguinte teor de que qualidade de educa o se trata Que demandas sociais o atual momento hist rico est a exigir da escola Quais qualidades sociais privilegiar Que caracter sticas deve assumir a forma o humana na sociedade contempor nea Quais rumos perseguir Quais os objetivos as estrat gias e as a es que devem ser prioritariamente contemplados Embora essas e outras quest es estejam refletidas em muitos dispositivos da LDB e constituam objeto de considera o ao longo deste texto cabe de antem o destacar no texto da Lei o princ pio atinente garantia de padr o de qualidade art 30 IX A exig ncia de qualidade uma qualidade que seja adequada aos novos tempos amplia o direito educa o inserindo o em um novo patamar o direito a uma educa o de qualidade que possibilite o sucesso de todos os alunos no processo educativo Para Boto 2005 779 plaus vel que o direito educa o alcance diferentes patamares de
216. os anteriormente representou a possibilidade de ultrapassagem da discrimina o Na literatura infanto juvenil escritoras brancas assumiram com a laiciza o da produ o ap s a d cada de 1980 uma nova est tica com a presen a de novas tem ticas inclusive a sexualidade Piza 1995 Os estere tipos de mulata sensual at ent o restritos literatura adulta passaram a ter lugar na literatura infanto juvenil Algumas personagens hoje continuam empregadas dom sticas mas com o dom de misturar no mesmo prato da sexualidade a nutri o e a sedu o Piza 1995 p 12 As escritoras brancas na complexa intera o entre as m ltiplas subordina es atuantes na sociedade avan aram contra a subordina o de g nero se apoiando na subordina o de ra a Para Piza 1995 p 129 130 as autoras foram prisioneiras de determina es que pesaram sobre elas particularmente as raciais No que se refere a livros did ticos observa se uma diversidade um pouco maior de pesquisas Sintetizamos os resultados dos estudos mais recentes Modifica es observadas podem ser tratadas como ind cio de assimila o no p lo de produ o de algumas cr ticas do movimento negro e dos estudos realizados nas d cadas anteriores Triumpho 1987 relatou que algumas editoras de S o Paulo passaram a contratar consultorias de agentes do movimento negro para o desenvolvimento de seus produtos A avalia o da FAE Brasil FAE 1993 incorporo
217. os no mesmo modo de vida que os ignorantes e com todas as necessidades do homem moderno se apresentam pouco envolvidos pouco engajados nos movimentos coletivos e sociais e consequentemente sem muita esperan a em mudan as Esta pesquisa apesar de se encontrar em sua fase inventariante por m j deixa perceber o g rmen da expectativa em contribuir para a an lise de um dos diversos vieses da educa o em nosso pa s tanto na esfera econ mico social assim como na pol tica encontram se os entraves as dificuldades as rela es estabelecidas por interesses isolados em detrimento do interesse coletivo Assim poderemos estabelecer poss veis caminhos para uma transforma o que parta da consci ncia humana atrav s de uma atitude cr tico reflexiva Refer ncias Bibliogr ficas BRASIL Decreto no 3 276 1999 de 6 de dezembro de 1999 Disp e sobre a forma o em n vel superior de professores para atuar na educa o b sica e d outras provid ncias Di rio Oficial da Uni o 07 dez 1999 BRASIL Decreto no 3554 2000 de 6 de dezembro de 1999 Disp e sobre forma o em n vel superior de professores para atuar na educa o b sica e da outras provid ncias Di rio Oficial da Uni o 08 de ago 2000 BRASIL Decreto no 6755 2009 de janeiro de 2009 Institui a pol tica de forma o de profissionais do magist rio da educa o b sica disciplina a atua o da coordena o de aperfei oamento de pessoal de n vel superior
218. ovos passos e itiner rios formativos Tal concep o implica adicionalmente n o apenas compreender o ciclo educacional de modo integral mas sobretudo promover a articula o entre as pol ticas especificamente orientadas a cada n vel etapa ou modalidade e tamb m a coordena o entre os instrumentos de pol tica p blica dispon veis Vis o sist mica implica portanto reconhecer as conex es intr nsecas entre educa o b sica educa o superior educa o tecnol gica e alfabetiza o e a partir dessas conex es potencializar as pol ticas de educa o de forma a que se reforcem reciprocamente No mbito da educa o b sica o PDE trouxe consigo o Decreto 6 094 de 27 de abril de 2007 que regulamentou o que foi denominado Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educa o Este Decreto trouxe para o centro das pol ticas para educa o b sica quatro elementos que passariam a orientar grande parte das a es do governo em sua articula o com os governos municipais estaduais e do Distrito Federal Esses elementos foram e A defini o de diretrizes que deveriam ser perseguidas por todos aqueles aderissem ao Plano de Metas e A cria o do ndice de Desenvolvimento da Educa o B sica que passou a ser o balizador para a avalia o da qualidade da educa o b sica e refer ncia fundamental nos processos de controle e acompanhamento das metas educacionais previamente definidas O pressuposto de que a ades o ao P
219. pa o na gest o e avalia o de sistemas e institui es de ensino em geral na elabora o execu o acompanhamento de programas e de atividades educativas e na produ o e difus o do conhecimento cient fico e tecnol gico do campo educacional Neste sentido essas Diretrizes afirma Para a forma o do licenciado em Pedagogia central o conhecimento da escola como uma organiza o complexa que tem a fun o social e formativa de promover com equidade educa o para e na cidadania E necess rio que saiba entre outros aspectos que entre os povos ind genas a escola se constitui em forte mecanismo de desenvolvimento e valoriza o das culturas tnicas e de sustentabilidade econ mica territorial das comunidades bem como de articula o entre as organiza es tradicionais ind genas e o restante da sociedade brasileira Tamb m central para essa forma o a proposi o realiza o an lise de pesquisas e a aplica o de resultados em perspectiva hist rica cultural pol tica ideol gica e te rica com a finalidade entre outras de identificar e gerir em pr ticas educativas elementos mantenedores transformadores geradores de rela es sociais e tnico raciais que fortalecem ou enfraquecem identidades reproduzem ou criam novas rela es de poder p 6 7 Quanto estrutura curricular do curso de Pedagogia as DCN a definiram em tr s n cleos n cleo de estudos b sicos n cleo de aprofundamento e dive
220. pectivo IDEB De outro lado essas novas bases apontam para determinados contornos do regime de colabora o preconizado na Carta Constitucional de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB Essa inclusive a perspectiva preconizada pelo Minist rio da Educa o por m urgente estar atento a ela Portanto h que se aprofundar os estudos em torno desta importante pol tica p blica que hoje se coloca no cen rio educacional brasileiro de modo a apreender os v rios significados dimens es contornos que tem assumido na educa o nacional Isso se confirma ainda mais no momento em que se busca a defini o de marcos legais e institucionais formulados em nome da constru o do Plano Nacional de Educa o e do Sistema Nacional de Educa o tema central da Confer ncia Nacional da Educa o no Brasil REFER NCIAS ABRUCIO Fernando Luiz Trajet ria recente da gest o p blica brasileira um balan o cr tico e a renova o da agenda de reformas Rev Adm P blica Rio de Janeiro v 41 n spe 2007 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0034 761220070007000058Ing pt amp nrm iso gt acessos em 23 abr 2013 doi 10 1590 50034 76122007000700005 BRASIL Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 Dispon vel em ttp www planalto gov br ccivil 03 constituicao constitu C3 AT7ao htm Acesso em 25 04 2013 BRASIL Lei No 9 394 de 20 de dezembro de 1996 E
221. plementa o e que certamente oferecer elementos suficientes para uma an lise consistente de sua pr tica ainda que pass vel de acompanhamento e pesquisa avaliativa Configura uma alternativa que poder oferecer subs dios para mudan a dos art 35 e 36 da LDB no sentido de definir melhor a rela o ensino proped utico e t cnico profissionalizante de n vel m dio em dire o a uma escola polit cnica Machado 2006 discute o ensino integrado como uma hip tese de trabalho capaz de integrar propostas de a o did tica Assim afirma que Em quaisquer circunst ncias em que se vive a constru o de curr culos integrados para que haja a possibilidade de xito o percurso formativo precisa ser trabalhado como um processo desenvolvido em comum mediante aproxima es sucessivas cada vez mais amplas que concorram para que cada a o did tica se torne parte de um conjunto organizado e articulado Ibid 2006 43 A proposta do Minist rio da Educa o sobre a oferta do ensino m dio integrado apresenta se sob duas perspectivas a uma pol tica pontual focada por meio de um instituto legal autorit rio como se configura um decreto que vem traduzir tanto o exerc cio de uma democracia restrita e limitada como a aus ncia de uma pol tica estruturante e b um encaminhamento que pode ser traduzido como uma resposta parcial aos debates e reivindica es que se aprofundaram no Pa s desde a d cada de 70 por um ensino m dio q
222. povo e pela vida o trabalho de base mais que um trabalho profissional feito por pessoas competentes Ele tem um segredo que anima a esperan a dos militantes chegando doa o da pr pria vida O valor da vida a dignidade das pessoas a rebeldia para a liberdade e a fraternidade universal formam a base dessa paix o que invade a alma dos militantes e d sentido sua disposi o e dedica o No concreto essa convic o se traduz no respeito ao povo no carinho aos iniciantes no cumprimento dos acertos coletivos na capacidade de tomar iniciativas na coragem de encarar os desafios nos gestos de indigna o entusiasmo e celebra o O amor pelo povo e pela vida se expressa de maneira plena nas manifesta es individuais e coletivas do companheirismo 5 COMO FAZER O TRABALHO DE BASE Fazer a nica forma de mostrar que poss vel transformar o mundo Eduardo Galeano Uma pessoa ou grupo que esteja convencido da for a do povo esclarecido e organizado ai escolher e ajudar um setor desse povo no resgate de seus sonhos O sentido do trabalho popular organizar a resist ncia e alimentar a esperan a de seus associados Por isso re ne amplia capacita organiza articula as pessoas e a es na forma o de um projeto popular Para fazer o trabalho de base n o tem receita pronta e infal vel Mas olhando v rias experi ncias poss vel descobrir pontos em comum Entre eles est o a Quem come a Qualquer
223. pr tica social ligase a pr ticas que articulam o governo da sociedade e o governo do indiv duo no sentido do autogoverno constituindose em novos padr es de governan a POPKEWITZ 1998 Segundo Ribeiro 2002 apud Cardoso 1995 a crise do Estado brasileiro contempor neo decorre por responsabilizar o Estado por todos os problemas econ micos Da a necessidade da redefini o do papel do estado acusado de n o atender com efici ncia sobrecarga de demandas a ele dirigidas sobretudo na rea social com vistas a aumentar a sua governan a Uma vez que a educa o constitui um dos principais instrumentos para a efetiva o das reformas do Estado ou qualquer outra institui o vale considerar as Reformas Educacionais particularmente as Reformas da Educa o Superior 2 As Armadilhas da Rela o Estado Reforma do Ensino Superior A racionalidade da reforma do Estado e uma agenda global para a educa o associadoa ao Estado ao mercado e comunidade nos processos de regula o de pol ticas p blicas orientam o estabelecimento de projetos e processos de reformas educacionais Afinal o mundo do trabalho e da produ o expressam significativas transforma es Essas transforma es societ rias redimensionam o papel da educa o e da escola DOUARADO 2001 p 49 Nessa nova ordem mundial a nova burguesia de servi os tem crescido vertiginosamente sempre atrelando a educa o ao desenvolvimento econ mi
224. proposto se apresenta desafiador e instigante uma vez que o Estado e a Reforma Educacional t mse configurado num amplo quadro de atualiza o e mudan as conceituais Estas s o justificadas pela inser o do Estado e da Educa o no cen rio mundial marcado pelas tend ncias que marcam o capitalismo em cada uma de suas fases Esse cen rio se desdobra em novas configura es do mundo do trabalho que implicam em novas configura es do Estado que por sua vez implicam em novas configura es para as reformas educacionais 1 Reforma reforma educacional e Estado significados e princ pios Se for tomado como primeiro ponto de refer ncia para os significados o dicion rio de L ngua Portuguesa apresenta reforma Dev de reformar s f 1 Ato ou efeito de reformar reforma o 2 mudan a modifica o reforma o 3 Forma nova FERREIRA 2004 p 1720 Conforme essa defini o a reforma implica em modifica o transforma o Ocorre que no quadro desenhado pelo modo de produ o capitalista o sentido de reforma transcende esses aqui apresentados No capitalismo tudo ou quase tudo transformado em for a produtiva E com isso mecanismos s o produzidos para que os indiv duos se conven am que as exig ncias do capital s o leg timas e que n o existe outro caminho Dessa forma consintam que os operem na sociedade na organiza o e no arranjo necess rio para que o projeto do capitalismo continue vi
225. protagonistas a condi o naturalizada dos brancos e a subordina o dos negros a estes se manteve Bazilli 1999 p 104 Exemplo uma obra de literatura infantil premiada na d cada de 1980 que elegeu como protagonistas uma menina negra e sua fam lia A an lise da trama Negr o e Pinto 1990 revelou pap is sociais estereotipados atribu dos aos membros da fam lia da protagonista e formas de tratamento que a colocavam na situa o de outro A coer ncia na caracteriza o dos personagens negros de forma estereotipada e preconceituosa tomada como fruto da focaliza o da crian a branca como p blico Negr o e Pinto 1990 A discrimina o racial se faz presente na pr pria defini o deste g nero de literatura na medida em que o cotidiano e a experi ncia da crian a negra est o alijados do ato de cria o dos personagens e do enredo desta literatura Negr o 1987 p 87 Uma poss vel interpreta o explicativa seria a dificuldade dos autores tamb m de ilustradores revisores etc isto as equipes de produ o predominantemente brancos de construir textos em que a sua pr pria condi o racial n o seja naturalizada No caso da produ o liter ria adulta Brookshaw 1983 e Proen a Filho 1997 2004 discutem como muitas vezes autores bem intencionados revelam em seus textos a tens o entre o avan ar e o manter estere tipos e como a literatura negra na dupla acep o que a definim
226. que o governo federal pudesse disponibilizar diretrizes orienta es e recomenda es t cnicas e pedag gicas para as redes p blicas de ensino no mbito dos Estados Distrito Federal e Munic pios que teriam at o ano de 2010 para concluir o processo de transforma o do ensino fundamental de dura o de 8 anos para 9 anos Ao mesmo tempo o MEC teve um papel fundamental na condu o dos processos de estudos debates e formula es que culminaram na aprova o da Lei N 11 494 de 20 de junho de 2007 que regulamentou a Fundo Nacional para a Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica e Valoriza o do Profissional do Magist rio FUNDEB No segundo mandato do governo Lula agora j sob a gide Plano de Desenvolvimento da Educa o e do Decreto 6 094 2007 que instituiu o PAR a educa o b sica continuou recebendo grande nfase fosse por meio da continuidade das a es e programas iniciados no per odo anterior fosse por meio da implementa o de novos programas como o Pro Inf ncia o Programa Caminho da Escola a amplia o do Programa Nacional do Livro Did tico e do Programa Nacional Biblioteca na Escola dentre outros por m todos agora sob a orienta o mais geral do PDE que se constituiu num marco fundamental para defini o e condu o das pol ticas educacionais capitaneadas pelo governo federal O PDE foi apresentado como esfor o de articula o de um conjunto de a es e programas que abrangem as
227. que s o propostos pelas elites pol tica e econ mica b A justifica o pela busca da qualidade tem motiva es oriundas da crise da qualidade quando as metas de expans o quantitativa do sistema escolar alcan a ndices satisfat rios A crise de qualidade estabelecida em diferentes mbitos o pedag gico o administrativo de efici ncia de efic cia de produtividade e de ger ncia Gentili 1996 c A tem tica da descentraliza o participa o e autonomia As mudan as na administra o e gest o do sistema escolar no que diz respeito reordena o do poder entre as inst ncias do sistema educacional abarcam alguns aspectos fundamentais Segundo Marques 2007 a participa o redistribui o do poder mudam o relacionamento entre inst ncias Uni o Estado e Munic pios e acaba por onerar os mais fracos Dessa forma a descentraliza o constituise na dissemina o do poder para ampliar a observ ncia e o controle No caso do Brasil que vivencia uma crise na presta o do servi o p blico incorre a produ o de uma consci ncia que condena qualquer tipo de interven o na vida dos indiv duos que reclamam por autonomia d Princ pios e processos de flexibiliza o A flexibiliza o se destaca como categoria importante para analisar as reformas educacionais no contexto do neoliberalismo Entretanto a hist ria se destaca como suposto metodol gico importante para analisar tais reformas MAR
228. r o os curr culos e seus conte dos m nimos de modo a assegurar forma o b sica comum 1 Sobre a tramita o da LDB pode se consultar as obras de Brzezinski 2003 Saviani 1997 Silva e Marques 306 RBPAE v 29 n 2 p 305 325 mai ago 2013 Ao mesmo tempo no mbito da educa o superior por meio do art 53 inciso Il assegurou s universidades no exerc cio de sua autonomia a possibilidade de fixar os curr culos dos seus cursos e programas observadas as diretrizes gerais Com efeito esses preceitos previstos tanto no mbito da Constitui o Federal quanto no da nova LDB contribu ram para que o governo federal ao longo dos anos 1990 e in cio dos anos 2000 envidasse in meros esfor os no sentido de definir e fixar novas diretrizes para a organiza o dos curr culos da educa o b sica e da educa o superior No contexto dos esfor os empreendidos no mbito da educa o b sica situam se a formula o dos Par metros Curriculares Nacionais PCN para os anos iniciais 10 e 20 ciclo e anos finais do ensino fundamental 30 e 40 ciclo e para o ensino m dio Os PCN foram formulados no mbito do Minist rio da Educa o MEC no per odo de 1996 a 1998 com a assessoria e colabora o de diferentes pesquisadores nas diversas reas de conhecimento No caso do ensino fundamental os PCN foram estruturados em torno das disciplinas que definem o curr culo escolar L ngua Portuguesa Matem tica Hist
229. r na pauta educacional temas relacionados diretamente ao exerc cio da cidadania Como a problem tica dos Temas Transversais atravessa os diferentes campos do conhecimento a proposta de integr los s distintas reas curriculares Os temas sa de e orienta o sexual s o recomendados para serem trabalhados ao longo de todos os ciclos de escolariza o nas mais diversas oportunidades dentro e fora da sala de aula incluindo os diversos atores sociais tanto da comunidade escolar pais professores diretores alunos outros profissionais da escola outras organiza es que participam do projeto pedag gico da escola como de seu entorno profissionais de sa de ONGs conselhos de diferentes tipos outras secretarias e outros grupos sociais que possam contribuir para estas discuss es Nesta proposta caberia escola em parceria com diferentes setores sociais desenvolver uma a o cr tica e reflexivaque promovesse a sa de e o pleno desenvolvimento da sexualidade de crian as e adolescentes A educa o em sexualidade seria um dos pilares para uma mudan a de atitude em rela o s pr ticas sexuais e s din micas de g nero Tamb m nas ultimas d cadas se observa um incremento nas pol ticas p blicas para os jovens O foco das a es concentra se nas a es para o combate da viol ncia urbana o desemprego a prostitui o infantil a viol ncia dom stica e sexual A partir do campo da sa de a vida reprodutiva e as pr ticas s
230. r que cada militante ou lideran a assuma uma tarefa concreta junto a uma luta direta A finalidade de uma organiza o atrair outros trabalhadores para a causa da justi a tornar se uma ferramenta de luta permanente e ser uma escola de prepara o de novos companheiros Mas a organiza o nunca pode se tornar o centro da luta O centro da luta o pr prio movimento dos trabalhadores que no esfor o para derrotar a opress o e construir a nova humanidade confere mais dignidade s pessoas j Formar os trabalhadores s o entusiasmo e a for a n o vencem a seguran a e a manha dos poderosos Os oprimidos t m que juntar for a pensamento e esperteza para vencer a domina o Para que o ativismo n o fa a do militante um militonto ele deve ser capaz de desmontar o sistema capitalista e apresentar sa das que apontem para a solu o de seus problemas f cil derrotar quem n o estuda quem n o p ra para pensar triste saber que muitos estudados n o entram na luta Mas imperdo vel que um lutador n o pare para estudar s o seja tamb m um intelectual Estudar quer dizer entender o que est acontecendo consigo e com os outros e buscar uma solu o Isso exige uma reflex o sobre a pr pria experi ncia de luta e um olhar sobre a experi ncia de outros trabalhadores Assim poss vel apropriar se dos conhecimentos que est o acumulados nas pessoas e nos livros Formar se n o significa fazer cursos nem encher a
231. ranco como representante da esp cie e situa o personagem negro como out group mantendo o circunscrito a determinadas tem ticas e espa os sociais A an lise diacr nica nos permitiu apreender mudan as e perman ncias no discurso racista Classificar amos as mudan as como epid rmicas no sentido de que a forma de produ o dos livros did ticos no Brasil contempor neo determina grandes limites s possibilidades de mudan a Os livros did ticos de L ngua Portuguesa brasileiros s o organizados por meio principalmente da compila o de textos de outros meios particularmente da literatura infanto juvenil da literatura e da m dia escrita Podemos inferir que o impacto limitado dos movimentos sociais e da movimenta o social em torno ao livro did tico tem enfrentado esse condicionante Mudan as de maior amplitude envolveriam a es multifacetadas envolvendo pluralidade de setores dos movimentos sociais e atingindo multiplicidade de reas de produ o midi tica e de empresas Poder amos pensar em modifica es nos crit rios de sele o dos textos compilados para compor os livros did ticos Textos e autores com objetivos de expressar ou problematizar a alteridade e singularidade do negro brasileiro ou outras concep es sobre rela es raciais no Brasil tiveram presen a quase nula nos livros que analisamos Uma proposta seria buscar modifica es nos processos de escolha incluindo ao m ximo textos de literatura negra
232. rante com rela o ao ensino m dio est sendo debatida Busca se uma proposta adequada de avalia o ainda n o encontrada Malgrado ter se constatado alguns n meros mais positivos com rela o ao aumento de matr cula ainda alta a taxa dos jovens que n o logram ingressar nesse n vel de ensino tanto daqueles que est o fora do sistema de ensino como daqueles que h pouco tempo conclu ram o ensino fundamental al m do elevado n vel de abandono escolar Tais constata es apontam para a necessidade de acompanhar e avaliar o desenvolvimento desses debates na certeza de que existe urg ncia no desenho de uma pol tica global que garanta a universaliza o do ensino m dio p blico e gratuito para o contingente de jovens e adultos do Pa s EDUCA O B SICA ALGUNS DADOS NOVOS ELEMENTOS E QUEST ES PARA REFLEX O Qualidade e equidade na educa o como alcan ar mister reconhecer o ineg vel esfor o do Poder P blico no cumprimento do dever do Estado para com o ensino fundamental obrigat rio Um olhar sobre as estat sticas mostra que em 2005 o percentual de matr culas atingiu 97 3 das quais 90 efetuadas na rede p blica e apenas 10 nas institui es privadas de ensino No entanto permanece a exclus o precoce de um percentual elevado de alunos na faixa de obrigatoriedade escolar Os dados estat sticos referentes ao ano de 2004 mostram que a repet ncia escolar no ensino fundamental da ordem de 21 1 e a taxa de ab
233. rendemos e internalizamos regras gramaticais que indicam ou exigem o masculino Tentativas de supera o deste tipo de tratamento t m sido propostas por estudiosas os feministas Louro 1997 Moreno 1999 por meio do uso concomitante das formas feminina e masculina e sua igual altern ncia no curr culo escolar j que a preced ncia de um termo pelo outro pode tamb m ser signo sutil de exclus o estrat gia de resist ncia utilizada no presente texto assim que uma s rie de binarismos como homem mulher adulto crian a heterossexual homossexual correntemente escrita mesmo nos textos cient ficos produzindo uma l gica de dualidades que tem seu fundamento em pares opostos de identidade nos quais um dos termos quase sempre o primeiro tem primazia sobre o outro sendo um a refer ncia o padr o o outro a margem o derivado Especificadamente em rela o homossexualidade uma das estrat gias tem sido a utiliza o preferencial do termo homossexualidade a homossexualismo que durante muitos anos designava categorias psiqui tricas patol gicas de pervers o Em seus estudos sobre o tema o psicanalista Jurandir Freire Costa 1992 vai ainda mais longe ao propor a substitui o dos termos homossexualismo e homossexualidade pelo termo homoerotismo Longe de ser mero jogo de palavras para o autor as categorias que criam as identidades sexuais n o s o universais mais efeitos hist rico culturais tamb m produzidos pela linguag
234. ria Geografia Ci ncias Educa o F sica al m de fasc culos que tratavam dos chamados temas transversais os quais abrangiam o tratamento de quest es relativas ao meio ambiente sa de orienta o sexual pluralidade cultural e tica No documento de apresenta o dos PCN voltados para os anos iniciais do ensino fundamental estes eram apresentados na seguinte perspectiva Os Par metros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educa o no Ensino Fundamental em todo o Pa s Sua fun o orientar e garantir a coer ncia dos investimentos no sistema educacional socializando discuss es pesquisas e recomenda es subsidiando a participa o de t cnicos e professores brasileiros principalmente daqueles que se encontram mais isolados com menor contato com a produ o pedag gica atual MEC 1997 p 13 No caso dos Par metros Curriculares Nacionais para o Ensino M dio PCNEM eles foram organizados em tr s grandes reas de conhecimento RBPAE v 29 n 2 p 305 325 mai ago 2013 307 Linguagens C digos e suas Tecnologias Ci ncias da Natureza Matem tica e suas Tecnologias e Ci ncias Humanas e suas Tecnologias Foram publicados tamb m os chamados PCN que traziam orienta es educacionais complementares para a organiza o do ensino nessas mesmas reas A organiza o dos PCN no ensino m dio por rea de conhecimento era assim justificada A estrutura o por rea de conhecimen
235. rias e excludentes do tipo adulto crian a homem mulher heterossexual homossexual outro eu mesmo Uma resist ncia tentativa de capturar as diferen as como signo de uma identidade j que a ess ncia da alteridade justamente um tornar se Pois um dos riscos mesmo quando os documentos que tematizam as exclus es de g nero passarem a incluir temas como a homossexualidade ou as diferen as sexuais que persistamos com l gicas binaristas nas quais a inclus o de um termo sirva sempre como autom tica exclus o do outro E essa tamb m uma das inquieta es de Foucault em rela o s novas pol ticas afirmativas acerca da homossexualidade ou seja de que a cristaliza o de uma pseudo identidade possa obstruir a produ o de novas est ticas da exist ncia novas formas de ser estar no mundo Outra coisa da qual preciso desconfiar a tend ncia de levar a quest o da homossexualidade para o problema Quem sou eu Qual o segredo do meu desejo Quem sabe seria melhor perguntar Quais rela es podem ser estabelecidas inventadas multiplicadas moduladas atrav s da homossexualidade O problema n o descobrir em si a verdade sobre seu sexo mas para al m disso usar de sua sexualidade para chegar a uma multiplicidade de rela es Foucault 2003 p 1 A provoca o de Foucault visa uma supera o do dispositivo da sexualidade na dire o de uma multiplicidade e fluidez das identidades sexuais e de g nero
236. rimeiro plano educa o e outras tais como sa de e moradia S o diversos fatores pelos quais as desvantagens no ciclo vital dos indiv duos negros se acumulam Silva 2000 As explica es sobre as desigualdades educacionais trabalham com um gama ampla de fatores Um primeiro fator explicativo a diferen a entre as escolas frequentadas por negros e brancos que Hasenbalg 1987 nomeou como diferen a no recrutamento As escolas de locais onde a popula o apresentava rendimentos mais baixos eram as que recebiam menor aporte de verbas O custo aluno variava de US 28 5 no Nordeste rural a US 197 2 no Sudeste urbano Rosemberg 1998 dados do Minist rio da Educa o de 1990 o que determinava que as escolas fossem n o escolas para carentes mas as pr prias escolas carentes Os dados demogr ficos indicaram que os negros do estado de S o Paulo frequentavam preferencialmente a rede p blica de ensino cuja qualidade tende a ser inferior da escola privada Quando frequentavam a rede privada os negros ocupavam principalmente os cursos noturnos que tamb m apresentam tend ncia qualidade inferior Al m disso as escolas de 1 grau que frequentavam tinham menor n mero de horas di rias de aula fator que se sobrepunha a outras car ncias como tamanho da escola e n mero de turnos O fato de os negros estarem em maior propor o nas escolas carentes explicaria as desigualdades de aproveitamento dos grupos raciais Escolas que atendia
237. ro e sexualidade nos curr culos de forma o inicial de professores O presente artigo apresentar os principais pontos levantados e cujos resultados deram in cio em 2009 a um importante dialogo com pesquisadores e professores deste tema na rea de educa o com gestores de alguns setores do MEC ambos com o objetivo de definir estrat gias que possam contribuir para a inclus o dos conte dos de g nero e sexualidade nos curr culos escolares e de forma o docente O artigo esta organizado em tr s partes A primeira apresentar o contexto que estimulou a realiza o da pesquisa A segunda apontar os principais resultados encontrados e por fim na terceira ser o indicados alguns pontos que entendemos deveriam nortear a reflex o e a o de projetos de pesquisa em g nero e sexualidade bem como pol ticas p blicas educacionais 1 Antecedentes No Brasil as pol ticas p blicas no campo da educa o sexual remontam d cada de 60 quando aconteceram as primeiras experi ncias no pa s ARILHA CALAZANS 1998 ROSEMBERG 1985 WEREBE 1978 Nas ultimas d cadas tem sido significativo o esfor o investido em mudan as na educa o b sica brasileira de um modo geral principalmente no final dos anos de 1980 com a reformula o da Constitui o Federal CF1988 e durante todo o per odo posterior com destaque para as reformas educacionais do governo de Fernando Henrique Cardoso cujo ltimo mandato terminou em 2002 No atual
238. ro grau quando da conclus o da quinta s rie Pereira amp Teixeira 1999 p 88 Aspecto inovador da LDB em rela o ao tema n o estabelecer limite de idade para o direito ao ensino fundamental obrigat rio que at ent o por for a da legisla o anterior destinava se exclusivamente s crian as e jovens dos 7 aos 14 anos Com isso ampliou se o direito escolaridade obrigat ria para todos os brasileiros que a ela n o tiveram acesso ou dela foram precocemente exclu dos independentemente da faixa et ria o que implica a responsabiliza o do Poder P blico o que expressa o dispositivo da Lei abaixo transcrito O direito de acesso ao ensino fundamental de uma parcela consider vel da popula o em sua maioria constitu da de trabalhadores de baixa qualifica o profissional desempregados e pessoas socialmente marginalizadas que formam a imensa massa de analfabetos e exclu dos do sistema educacional representa uma conquista democr tica e denota uma nova compreens o do papel da educa o na constru o de uma sociedade igualit ria e justa Desde o in cio do processo legislativo houve preocupa o em definir instrumentos jur dicos adequado Art 40 O dever do Estado com a educa o escolar p blica ser efetivado mediante a garantia de ensino fundamental obrigat rio e gratuito inclusive para os que a ele n o tiveram acesso na idade pr pria 3 s para o cumprimento da escolaridade obrigat ria A
239. rocesso transformar a educa o e a escola em recursos de dissemina o da ideologia do Estado do mercado e do capital sob um discurso de moderniza o e progresso As mudan as em curso na atual fase do capitalismo mundial promovem crises de toda ordem Tais crises dentre outros objetivos requerem a cria o de um esp rito de que o que est posto est ultrapassado precisa ser atualizado Para a sociedade em geral constru da a concep o de melhoria e avan o atrav s do novo Ent o palavras como mudan a transforma o avan o ci ncia ganham for a e espa o na vida das pessoas Ou seja tais pessoas tornamse flex veis abertas e receptivas para as reformas que se fizerem necess rias Para que ocorra o convencimento final as crises s o gestadas e apresentadas com o discurso de que precisam ser superadas e para isso exigem necess ria participa o e sacrif cio de todos E assim o capitalismo assentado em rela es essencialmente contradit rias requer um Estado aparentemente aut nomo para legitimar tais rela es atrav s de discursos e a es pol ticas Mas de que forma o Estado cumpriria o seu papel no bojo do desenvolvimento do capital A primeira grande tarefa seria reformar o aparelho do Estado Para Bresser Pereira 1995 a reforma do Estado seria o instrumento essencial para consolidar a estabiliza o e o crescimento da economia al m de promover a corre o das desigualdades sociais e regi
240. rou sua miss o a formula o e implementa o de pol ticas p blicas para a forma o de professores da educa o b sica Com isto o MEC procurou estruturar um Sistema Nacional de Forma o de Professores para a educa o b sica utilizando se da experi ncia da Capes em capacita o docente no ensino superior mediante a colabora o entre estados munic pios e institui es de educa o superior Foi institu do o Conselho T cnico Cient fico CTC da Educa o B sica formado por dirigentes do MEC especialistas em educa o e representantes de institui es de ensino superior e de pesquisa Entre as atribui es do CTC da Educa o B sica foram inclu das a discuss o e o acompanhamento das pol ticas de forma o inicial e continuada e o desenvolvimento de metodologias educacionais inovadoras perpassando temas como a valoriza o da escola e do magist rio e o investimento no trabalho do professor Com a promulga o da lei no 11 502 a Capes passou a gerir a UAB Em 2009 j no contexto do Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE lan ado em 2007 foi anunciada a Pol tica Nacional de Forma o dos Profissionais da Educa o B sica institu da pelo Decreto n 6 755 de 29 de janeiro de 2009 que prev um regime de colabora o entre Uni o estados e munic pios para a elabora o de um plano estrat gico de forma o inicial para os professores que atuam nas escolas p blicas O objetivo proclamado para est
241. rsifica o dos estudos e n cleo de estudos integradores que devem ser articulados e desenvolvidos ao longo de toda a forma o do professor de modo a propiciar uma s lida forma o te rica e pr tica de car ter interdisciplinar contextualizada e atualizada com as novas demandas que se colocam para o profissional da educa o e para a escola Deste modo busca se romper com vis es que tendem a compreender os referidos n cleos como momentos estanques e fragmentados do processo formativo desenvolvido no curso A regulamenta o das DCN do curso de Pedagogia em norma distinta das DCN dos demais cursos de forma o de professores foi em boa medida resultado das contradi es debates e embates que engendraram o campo da forma o de professores ao longo da segunda metade dos anos 1990 e primeira metade dos anos 2000 Isto porque como demonstrado anteriormente enquanto as pol ticas educacionais deste per odo apontavam para uma forma o docente de car ter mais pragm tico orientada pela pedagogia das compet ncias desarticulada da pesquisa e da problematiza o te rica especialmente no caso da forma o dos profissionais para educa o infantil e anos iniciais do ensino fundamental pesquisadores e trabalhadores da educa o reivindicavam e se mobilizavam no sentido de assegurar que esta forma o se realizasse na universidade enquanto institui o de ensino superior que deve articular ensino pesquisa e extens o Somente por
242. s Observa se que as concep es de g nero diferem n o apenas entre as sociedades ou os momentos hist ricos mas no interior de uma dada sociedade ao se considerar os diversos grupos tnicos religiosos raciais de classe que a constituem Contudo nos debates sobre g nero houve a predomin ncia do tema da domina o dos homens sobre as mulheres por m poucos estudos no campo educacional se debru aram sobre a tem tica da homossexualidade ou da diversidade sexual E pr ticas sexuais como a homossexualidade assim como as no es masculina e feminina de g nero tamb m s o conceitos hist rico culturais Para Foucault embora seja poss vel encontrar rela es sexuais e afetivas entre pessoas do mesmo sexo na hist ria Antiga somente no s culo XIX que se utiliza pela primeira vez o conceito de homossexualidade para se referir a uma identidade sexual a ser vigiada e controlada foi por volta de 1870 que os psiquiatras come aram a constitu la com objeto de an lise m dica ponto de partida certamente de toda uma s rie de interven es e de controles novos Instrumentada nesses estudos foucaultianos Louro 2001 p 89 investiga especificamente o tratamento dado pela institui o escolar a quest es como g nero e homossexualidade O processo de ocultamento de determinados sujeitos pode ser flagrantemente ilustrado pelo silenciamento da escola em rela o aos s homossexuais No entanto a pretensa invisibilid
243. s o combate ao sexismo Entretanto apesar dos PCN se constitu rem em um importante instrumento de refer ncia para a forma o e a atua o dos professores em sala de aula estudos v m demonstrando que poucas escolas os incorporaram na pr tica Dentre os motivos apontados est o distanciamento entre a orienta o proposta e o contexto escolar existente Dessa forma a legitimidade do documento prejudicada tanto como pol tica que pretende garantir condi es igualit rias de qualidade para o sistema quanto como forma o a partir de um curr culo nacional A constata o desta dificuldade levou o MEC a elaborar os PCN em A o como uma estrat gia para fomentar pol ticas de forma o de professores Contudo essa pol tica de forma o preconizada no final da d cada de 1990 n o incluiu nenhum dos temas relativos quest o de g nero indicados nos PCN para o ensino fundamental O nico tema priorizado foi o de tica Parece nos evidente que a exist ncia dos PCN por si s n o garantiria a sua ado o por professoras e professores Afinal trata se de recomenda es sugest es do MEC A ambiguidade que caracterizou a implanta o dos PCN em parte respons vel por esse tipo de resultado uma vez que est fundada em uma forma o docente a dist ncia em temas que n o constam do curr culo dos cursos de forma o docente particularmente os de pedagogia Os PCN em A o procuram corrigir essa ambigu
244. s outras reas Cada rea tinha que dialogar com as associa es com as entidades com os grupos organizados que pensam uma coisa conte do de ci ncias outra coisa gente especializada na forma o de professores na rea de ci ncias na forma o de professor na rea de ci ncias um universo super complexo a educa o Em hist ria e geografia a gente conversava dava mil id ias e eles criavam a partir das nossas id ias Matem tica eu lembro de o cara falar brincando Voc n o quer falar comigo n Eu n o preciso me reunir com voc Eu falei N o mesmo E conversamos Foi um dos nicos textos de 1a a 4a s rie que saiu escrito Eu pego o documento de matem tica dos PCN Em matem tica quando fala em Orienta o Sexual e s fala em g nero isto uma novidade Say o set 2004 4 Foi no t pico de Orienta o Sexual que o g nero ganhou ent o grande relevo Como objetivo assumido busca se combater rela es autorit rias questionar a rigidez dos padr es de conduta estabelecidos para homens e mulheres e apontar para sua transforma o incentivando nas rela es escolares a diversidade de comportamento de homens e mulheres a relatividade das concep es tradicionalmente associadas ao masculino e ao feminino o respeito pelo outro sexo e pelas variadas express es do feminino e do masculino Brasil 1997 v 10 p 144 146 H nessas de
245. s como um per odo vazio na perspectiva pouca cr tica e consequentemente passiva de a es em prol do coletivo e de uma apatia dos grandes intelectuais Cientes da amplitude do tema cremos outrossim na possibilidade de levantar quest es que nos ajudem a refletir n o s sobre as pol ticas p blicas de forma o de professores bem como sobre a qualidade da educa o b sica no Brasil Palavras chave pol tica p blica forma o de professores PARFOR Objeto de pesquisa aquilo que nos movimenta que nos intriga O problema de estudo desta pesquisa surge com a curiosidade de conhecer a pol tica de qualifica o de forma o de professores E parte do objetivo a an lise e o registro da implementa o de pol ticas p blicas de qualifica o docente nos governos Lula 2002 2010 e Dilma 2011 especificamente o PARFOR Plano Nacional de Forma o de Professores da Educa o B sica conforme vem sendo desenvolvido na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Trata se assim de um estudo de caso Iniciamos falando que a forma o de professores n o se constitui em um tema novo e este trabalho n o tem a pretens o de esgot lo mas sempre de colocar quest es que nos possibilitem reflex es possibilidades discuss es e sugest es em torno da grande quest o do aprimoramento da qualidade da educa o em nosso pa s Entendemos educa o como um conceito amplo que perpassa por todos os saberes e conhecimen
246. s de educa o infantil de baixo investimento governamental foram utilizadas como alternativas para crian as pobres e negras pois alunos de idade superior a sete anos foram mantidos neste n vel de ensino Rosemberg 1997 2000 As pol ticas de expans o da educa o infantil imprimiram contraditoriamente um componente de discrimina o racial Comparando o n vel m dio de anos de estudo de diferentes grupos raciais com dados da PNAD 1976 Silva 1988 a diferen a entre brancos e n o brancos de mesma faixa de renda era de 1 6 anos Considerado o background familiar os anos de estudo e a ocupa o dos pais esta diferen a recuaria em 0 9 anos Os 0 7 restantes cerca de 40 da diferen a entre os grupos foram atribu dos ao tratamento desigual que os n o brancos recebem ao longo do processo educacional Silva 1988 p 159 Comparando os anos de estudo de alunos brancos e negros de 1900 a 1976 com dados dos censos e PNADs Jaccoud e Beghin 2002 encontraram uma diferen a m dia de 2 27 anos de estudo Simulando o background familiar como similar a diferen a diminuiu em 0 84 anos gr fico 1 Isto significa que os restantes 1 43 anos 63 da diferen a total estiveram diretamente vinculados discrimina o racial realizada nas escolas Jaccoud e Beghin 2002 p 34 35 Racismo na escola 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 A Brancos Magos Ungem brancos anos negros Gr fico 1 M dia de anos
247. s normas constitucionais as supostas necessidades de desenvolvimento do pa s no setor Uma lei assim entretanto n o o come o nem o fim da reforma Ela deve pressupor a exist ncia de outras leis antigas e recentes prescrevendo normas para diferentes campos correlatos e complementares que em seu conjunto configuram o amplo campo da educa o superior entendido como a associa o ensino pesquisa e extens o e suas interfaces com a sociedade civil de que faz parte e com os interesses do mercado em que ocupa lugar de destaque a rela o p blicoprivada ou a disjuntiva ensino superior como bem p blico e bem privado SILVA Jr 2005 s p Dentre tantos pressupostos que inserem a discuss o produzida ideologicamente sobre o ensino superior necess rio mostrar que a reforma do ensino universit rio resulta da reconfigura o do estado em vista de seu papel no contexto de redefini o das estrat gias de manuten o e de expans o do capitalismo vinculado ao projeto neoliberal de minimiza o do Estado SILVA E BORGES NETO 2007 p 216 E portanto o processo referenda uma pseudodemocracia do que fora determinado centralizadamente no mbito do estado em seu N cleo Estrat gico por especialistas internacionais e por colegas nossos que se afinam com a nega o do papel estrat gico da educa o superior na constru o de Estado Nacional e de uma Na o SILVA Jr 2005 s p Sob essa vis o quaisquer pol ticas que se vo
248. s profissionais dos negros e representa o dos mesmos com poder aquisitivo Ana C lia Silva 2001 Tratamento est tico das ilustra es apresentou o negro com tra os grotescos e estereotipados Pinto 1981 1987 Ana C lia Silva 1988 Marco Oliveira 2000 Ana C lia Silva ao contr rio 2001 encontrou representa o positiva de caracter sticas fenot picas de personagens negros Paulo Silva 2005 observou que as caracter sticas fenot picas positivas foram apresentadas mas em situa es sociais estereotipadas particularmente relacionadas pobreza e necessidade de assist ncia social Tentativas de romper com a associa o do negro com a figura de escravo produziram associa es com personagens estereotipados folcl ricos Cruz 2000 Negros prevalentemente como personagens sem possibilidade de atua o na narrativa em posi o coadjuvante ou como objeto da a o do outro em contraponto com os personagens brancos com maiores possibilidades de atua o e autonomia Pinto 1981 1987 Chinellato 1996 Cruz 2000 As cr nicas mais frequentes em textos did ticos apresentaram os personagens negros pobres ou miser veis que desempenham os pap is sociais estereotipados ou estigmatizados Chinellato 1996 Por outro lado as narrativas das cr nicas desvelaram a exist ncia do preconceito e o utilizaram para expor ao rid culo os agentes preconceituosos Chinellato 1996 Discursos das cr nicas transcritas em livros did t
249. sas pol ticas n o s o devidamente efetivadas pelo Esta do N o existem estudos sistematizados sobre a efetividade dessas proposi es e sobre poss veis mudan as na pr tica pedag gica de educadoras es Desse modo sua legitimidade fica prejudicada assim como a proposi o de uma pol tica que pretende garantir condi es igualit rias de qualidade para o sistema de ensino e para a forma o docente a partir de um curr culo nacional Palavras chave Educa o G nero Pol ticas p blicas Par metros Curriculares Nacionais Referencial Curricular Nacio nal para a Educa o Infantil Doutora em Educa o pela Universidade de S o Paulo USP professora da Faculdade de Educa o da mesma Institui o e coordenadora do GT Movimentos Sociais e Educa o da ANPEd E mail cpviannaQDusp br Mestre em Ci ncias Sociais doutoranda pela USP e pesquisadora da Funda o Carlos Chagas E mail sandrau dfcc org br Este artigo apresenta algumas das conclus es de pesquisaf sobre a tica de g nero nas principais leis e documentos que orienta ram as reformas da educa o p blica brasileira no per odo de 1998 a 2002 no Brasil Para isso foram selecionados como objeto de estudo a Constitui o Federal de 1988 Brasil 2001 a Lei de Dire trizes e Bases da Educa o Nacional n 9394 96 Brasil 1996 o Plano Nacional de Educa o PNE Lei n 10 172 2001 Brasil PNE 2001 os Referenciais Curriculares Nacionais par
250. scrito ao corpo sa de p blica e separado das rela es de g nero O tema conceitualmente definido na introdu o e no t pico de Orienta o Sexual Brasil PCN 1997 1a a 4a s rie v 10 II Parte p 144 146 aparecendo mencionado em v rias p ginas Os PCN para o ensino fundamental por m n o est o impregnados de uma perspectiva de g nero a qual a nosso ver deveria perpassar todas as reas do conhecimento e n o estar atrelada estritamente orienta o sexual A sexualidade um tema cercado de tabus valores culturais e morais e de dif cil abordagem para a maioria das professoras e professores preciso orient los para uma utiliza o de conte dos de g nero que considerem os padr es de conduta estabelecidos culturalmente os quais por exemplo impedem a mulher de exigir de seu parceiro o uso do preservativo Apesar das cr ticas os PCN inovaram ao introduzir a perspectiva de g nero como uma dimens o importante da constitui o da identidade de crian as e de jovens e de organiza o das rela es sociais A compreens o das rela es de g nero de como se constroem e se estabelecem em nossa sociedade apresentada como fundamental para qualquer proposta de organiza o curricular H cuidado em definir o conceito de g nero e apontar as implica es desta quest o nas rela es e conte dos escolares A forma como encaminham a orienta o do trabalho docente atende demanda do movimento de mulhere
251. situa es estudos e an lises de legisla es e reformas federais no mbito da educa o por m quando se quer uma an lise mais especifica como por exemplo sobre os conte dos que comp em a forma o docente o curr culo dos cursos de pedagogia e licenciaturas no que se refere aos temas como educa o sexual sexualidade rela es de g nero o campo de estudos se restringe significativamente Dentre as diferentes pol ticas p blicas discutidas e implantadas nas ultimas duas d cadas destacam se no mbito da educa o a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educa o de 1996 Lei N 9 394 96 que redefiniu o eixo das pol ticas p blicas para a educa o os Par metros Curriculares Nacionais de 1997 que trouxeram inova es significativas na estrutura curricular e o Plano Nacional de Educa o de 2001 Lei No 10 172 2001 que estabeleceu metas educacionais nacionais para as quais deveriam convergir as a es pol ticas do Minist rio da Educa o e do Desporto Os Par metros Curriculares Nacionais PCNSs institu dos e publicados logo ap s a aprova o da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o LDB pretenderam constituir uma proposta flex vel de conte dos para orientar a estrutura curricular de todo o sistema educacional do pa s fornecendo subs dios para a elabora o e revis o curricular de estados e munic pios a partir de suas distintas realidades sociais Al m disso buscam oferecer elementos para as
252. so ordena o profissional pelo mercado em nome da crise da qualidade s seria garantida pelo mercado privado H ainda a suposta melhoria da qualidade de vida das pessoas assegurada por a es pol ticas populistas que n o passam de conserva o da condi o social de tais grupos Estes dominados ideologicamente apresentamse inertes quanto aos reclames que o momento apresenta Esses elementos ajudam a compreender a Reforma do ensino superior expressa nos discursos dos reformadores Fazem perceber porque ela associada Reforma do Estado apresentase estrat gica se vista sob o prisma do pragmatismo que impera ditado por uma pol tica tecnificada Os governos brasileiros nas ltimas d cadas t m se ocupado da reforma do ensino superior principalmente por meios legislativos O exame das reformas da educa o superior no s culo XX e no limiar do s culo XXI conduz conclus o de que se trata de mudan as no ordenamento jur dico educacional que d o segmento s modifica es dos projetos pol ticos para o pa s em geral numa efetiva s ntese entre interesses nacionais e internacionais Uma reforma educacional ou da educa o superior raramente se traduz em uma nica lei por mais abrangente que seja Uma lei n o cont m toda a reforma A lei de Educa o superior Lei de Reforma visa atualizar as defini es a forma de organiza o as condi es de funcionamento a validade de seus diplomas e sua adequa o
253. ssim a amplia o do conceito de educa o b sica h de se refletir na integra o entre os seus v rios n veis e desses necessariamente com o ensino superior levando composi o de um bloco de conhecimentos e forma o de habilidades e atitudes calcadas em valores ticos e na participa o Cada um desses n veis tem uma fun o social umafinalidade educativa delimitada um trabalho pol tico pedag gico a ser desenvolvido junto aos alunos de forma que o n vel seguinte nunca ter o objetivo de suprir fragilidades e ou dificuldades ocorridas no anterior Eles complementam se integram se mas n o devem ser mutuamente compensat rios Essa clareza fundamental para evitar equ vocos prejudiciais forma o do indiv duo ao processo de aquisi o gradativa e integralizada do saber Um aspecto relevante diz respeito oferta de modalidades e meios alternativos de educa o continuada e ou permanente sob a perspectiva de uma articula o e integra overtical e horizontal Trata se de uma proposta que sem preju zo da qualidade deve ser colocada disposi o daqueles que n o podem frequentar cursos que exijam presen a cont nua mais prolongada ou daqueles que necessitam de complementa o aprofundamento e atualiza o de conhecimentos A amplia o conceitual da educa o b sica pode ser percebida no interior de cada uma de suas etapas a partir de seus conceitos e formas de organiza o Vejamos algumas ques
254. st ncia exigiria ver se de novos modos dizer se de novas maneiras experimentar se de novas formas estranhar a imagem refletida no espelho que recorta nossas infinitas possibilidades recusar toda miragem de identidade que nos torna limitados Ensaiar formas curriculares que possam convidar produ o de novas formas de subjetividade de novas est ticas da exist ncia desconstruir criativamente as fronteiras sexuais e de g nero E talvez um dia essa quest o das diferen as sexuais e de g nero perca a import ncia na forma o docente e torne se apenas mais uma quest o sem sentido no espa o da educa o Como aponta Costa 1994 p 122 Neste dia veremos nossas cren as presentes como vemos as cren as em feiti aria ou seja como produtos obtusos e obsoletos da imagina o como um erro do tempo Os indiv duos nesta cidade ideal da tica humanit ria e democr tica ser o livres para amar sexualmente de tantas formas quantas lhes seja poss vel inventar O nico limite para a imagina o amorosa ser o respeito pela integridade f sica e moral do semelhante Heterossexuais bissexuais e homossexuais ser o ent o figuras curiosas nos museus de mentalidades antigas Na vida ter o desaparecido como rostos de areia no limite do mar Recebido em mar o de 2007 e aprovado em outubro de 2007 Refer ncias BARTHES R Aula S o Paulo Cultrix 1989 BRASIL Minist rio da Educa o Secretaria de Educa
255. stabelece as diretrizes e bases da educa o nacional Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 Leis L9394 htm Acesso em 25 04 2013 BRASIL MINIST RIO DA EDUCA O O Plano de Desenvolvimento da Educa o raz es princ pios e programas Dispon vel em http portal mec gov br arquivos livro index htm Acesso em 25 04 2018 BRASIL MINIST RIO DA EDUCA O Decreto 6 094 de 24 de abril de 2007 Disp e sobre a implementa o do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educa o pela Uni o Federal em regime de colabora o com Munic pios Distrito Federal e Estados e a participa o das fam lias e da comunidade mediante programas e a es de assist ncia t cnica e financeira visando a mobiliza o social pela melhoria da qualidade da educa o b sica Dispon vel em http mww planalto gov br ccivil 03 Ato2007 2010 2007 Decreto D6094 htm Acesso em 25 04 2013 BRASIL MINIST RIO DA EDUCA O Manual do Usu rio do SIMEC Dispon vel em http simec mec gov br Acesso em 10 12 2018 BRASIL MINIST RIO DA EDUCA O Manual de Elabora o do PAR Municipal PAR 2011 2014 Dispon vel em http portal mec gov br Acesso em 10 12 2013 COUTO Cl udio Gon alves An lise O governo Lula e a ascens o de classes no Brasil Dispon vel emhttp noticias uol com br politica 2011 01 03 analise o governo lula e a ascensao de classes no brasil Acesso em 25 04 2013 DINIZ Eduardo Henrique BARBOSA Alexandre Fernand
256. t es elucidativas a respeito Educa o Infantil nfase ao car ter educativo A Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional promulgada em 1996 concebe a educa o infantil como a primeira etapa da educa o b sica e define a sua finalidade promover o desenvolvimento integral da crian a at seis anos de idade em seus aspectos f sico psicol gico intelectual e social art 29 O reconhecimento da fun o eminentemente pedag gica do atendimento s crian as de zero a seis anos visando ao seu crescimento multidimensional significa a possibilidade de supera o da vis o assistencialista ou compensat ria de car ncias culturais que historicamente tem caracterizado as a es governamentais nesse setor A educa o infantil deixa assim de desempenhar o papel de guarda de crian as ou de preparat ria para o ensino regular Na perspectiva atual o trabalho pedag gico tem por objetivo atender s necessidades determinadas pela especificidade da faixa et ria a partir de uma vis o da crian a como criadora ser hist rico sujeito de direitos capaz de estabelecer m ltiplas rela es e produtora de cultura MEC 2006 8 Consoante o art 30 da LDB a educa o infantil desenvolve se em creches para crian as de at tr s anos de idade e em pr escolas para as crian as de quatro a seis anos Essa estrutura organizacional no entanto j sofreu mudan as em decorr ncia da decis o governamental de amplia
257. talhadas refer ncias o compromisso com uma forma o voltada para a promo o de rela es interpessoais dotadas de significados n o discriminadores privilegiando se a articula o do conte do do bloco concernente ao g nero com as reas de Hist ria Educa o F sica e as situa es de conv vio escolar idem ibid p 145 Nos dois conjuntos de 1a a 4a s rie e de 5a a 8a s rie ao resumir o tratamento a ser dado orienta o sexual esclarece se que esta n o se restringe a um trabalho terap utico pois deve enfocar as dimens es sociol gica psicol gica e fisiol gica da sexualidade Tr s eixos fundamentais s o propostos para nortear a interven o do professor 1 Corpo humano 2 Rela es de g nero e 3 Preven o s doen as sexualmente transmiss veis AIDS Brasil PCN 1997 Ainda que os PCN avancem na introdu o de temas centrais sobre a sexualidade a abordagem privilegiada nem sempre foi express o de um consenso mas refletiu a complexidade de assuntos ainda cercados de tabus Altmann 2001 Vianna amp Unbehaum 2004a 2004b Um exemplo a quest o da gravidez de adolescentes e jovens De um lado h uma tend ncia de tratar a gravidez como tema de preven o compreendendo que prevenir n o desejar algo de ruim em rela o ao pr prio corpo A gravidez no entanto n o sempre indesejada pelas adolescentes e jovens como explica Yara Say o em depoimento j citado Ent o a gente b
258. tas definidas no referido Plano Segundo dados divulgados na p gina eletr nica do Minist rio da Educa o ao final do ano de 2009 todos os 5 561 munic pios os 26 estados e o Distrito Federal haviam aderido a este Plano de Metas Dispon vel em www mec gov br Acesso em 30 maio de 2010 ainda que nem todos at aquele momento tivessem elaborado seu Plano de A es Articuladas PAR O PAR sua estrutura e organiza o O PAR se constitui em uma ferramenta de planejamento estrat gico e est estruturado em torno dos quatro eixos de a o preconizados no Decreto No 6094 2007 de modo queno instrumento de organiza o desta Plano o ente federado dever considerar quatro dimens es Dimens o 1 Gest o Educacional Dimens o 2 Forma o de Professores e de Profissionais de Servi o e Apoio Escolar Dimens o 3 Pr ticas Pedag gicas e Avalia o Dimens o 4 Infraestrutura F sica e Recursos Pedag gicos O registro do PAR feito por meio de uma plataforma eletr nica denominada SIMEC Sistema Integrado de Planejamento Or amento e Finan as Segundo as orienta es contidas no Manual do Usu rio do SIMEC este sistema tem como objetivo captar e armazenar as propostas or ament rias e o remanejamento de cr ditos de todas as unidades vinculadas ao Minist rio da Educa o Para tanto ele tem como principais caracter sticas MEC SIMEC 2013 e Otimiza o do desenvolvimento das propostas or ament rias e
259. to justifica se por assegurar uma educa o de base cient fica e tecnol gica na qual conceito aplica o e solu o de problemas concretos s o combinados com uma revis o dos componentes socioculturais orientados por uma vis o epistemol gica que concilie humanismo e tecnologia ou humanismo numa sociedade tecnol gica MEC 2000 p 19 Ao lado desta organiza o curricular por rea de conhecimento os PCNEM Par metros Curr culares Nacionais para o Ensino M dio definiam a interdisciplinaridade e a contextualiza o como princ pios orientadores para a reforma curricular que era anunciada Eis como estes princ pios eram colocados nos PCN S A tend ncia atual em todos os n veis de ensino analisar a realidade segmentada sem desenvolver a compreens o dos m ltiplos conhecimentos que se interpenetram e conformam determinados fen menos Para essa vis o segmentada contribui o enfoque meramente disciplinar que na nova proposta de reforma curricular pretendemos superado pela perspectiva interdisciplinar e pela contextualiza o dos conhecimentos MEC 2000 p 21 Por sua vez o Conselho Nacional de Educa o CNE rec m constitu do no final de 1995 e in cio de 1996 ao receber os estudos preliminares que culminariam nos PCN optou por trabalhar no sentido de n o afirmar tais par metros como as novas diretrizes curriculares para a educa o b sica Pelo contr rio ao mesmo tempo em que reconhecia a possibilidade de o Min
260. to que est organizado n o serve aos interesses populares Enquanto os oprimidos n o derrotarem a opress o n o poder haver um governo realmente popular m Fazer a propaganda quem acredita no que faz se alegra que sua id ia se espalhe Fazer propaganda anunciar e repartir com outros as li es que aprendemos pelo caminho falar dos nossos sonhos e convidar muitos para a mesma esperan a Temos obriga o de repassar para as gera es futuras como um tesouro as realiza es populares Isso nada tem a ver com a inven o de hist rias para impressionar ou iludir algu m No in cio a propaganda do trabalho se faz de pessoa para pessoa Quando cria ra zes e j pode encarar o sol ele anunciado de forma mais aberta faixas cartazes boletins filmes cadernos etc Muitos militantes foram atra dos para a luta popular atingidos pela propaganda 6 QUALIFICAR O TRABALHO DE BASE Se muito vale o j feito muito mais temos a fazer Quem j faz trabalho de base n o precisa come ar tudo do zero Talvez apenas amolar a ferramenta para que continue servindo as suas finalidades O mundo mudou A elite agora usa a t tica da sedu o e o discurso da compet ncia para quebrar a uni o dos trabalhadores Esvaziam o sentido de parceria colabora o reparti o de lucros e at da solidariedade Para a maioria sobra o desemprego a luta pela sobreviv ncia a exclus o social Sem largar o rumo o campo popular precisa d
261. tos mas focaremos especificamente a educa o escolar b sica e dentro desta a quest o da forma o e qualifica o de professores Utilizaremos como guia a id ia de Paulo Freire 1996 de educa o como um ato pol tico que n o se separa da realidade na qual est inserida que n o se distancia daquilo que a envolve que torna a realidade uma parte viva e constantemente em movimento de si Sabemos que a realidade muito maior que qualquer teoria mas n o podemos deixar a teoria em um plano inacess vel pois ela se faz presente na pr tica Paulo Freire defende a criticidade em qualquer movimento da sociedade pois a cr tica nos transforma nos conscientiza nos coloca de frente com a realidade fazendo nos question la e desta forma nos movimentar como um ciclo que ao voltar em seu ponto de partida chega diferente com novas informa es e portanto novo Partindo desta concep o de movimento esta pesquisa n o tem a finalidade de analisar esta pol tica p blica de qualifica o de professores da educa o b sica no vi s apenas da cr tica pela cr tica e sim utilizar a cr tica para reflex o e constru o de novos conhecimentos LDB um caminho de poss vel transforma o A origem da palavra Lei do verbo latino ligare que significa aquilo que liga ou legere que significa aquilo que se l permite nos entend la como uma norma ou conjunto de normas jur dicas criadas atrav s dos processos pr prios do ato normat
262. trabalho analisa o Plano de A es Articuladas PAR no contexto das pol ticas educacionais implementadas no Brasil no per odo de 2003 a 2010 Para tanto problematiza os contornos e o legado deixado pelos governos Lula nesse per odo situa o Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE e no seu mbito o Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educa o que passaram a ser os balizadores de v rias a es programas e projetos implementados na educa o b sica em especial do PAR Em seguida destaca as diretrizes que orientam o PAR de modo a apreender seus contornos significados e dimens es especialmente frente perspectiva do planejamento estrat gico o modelo de gest o do governo eletr nico e a constru o do regime de colabora o e do sistema nacional de educa o no contexto brasileiro Palavras chave Pol tica Educacional Plano de A es Articuladas Planejamento Educacional O Plano de A es Articuladas PAR assumiu um papel central na formula o e condu o das pol ticas educacionais no per odo de 2003 a 2010 Concebido no mbito do Plano de Desenvolvimento da Educa o PDE e dentro deste o Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educa o compreender seus significados e dimens es que o PAR traz de fundamental import ncia especialmente no momento em que por um lado se aprofunda os debates e propostas em torno do regime de colabora o e da constru o do sistema nacional de educa o e por outro se bus
263. u e divulgou entre os produtores alguns aspectos das pesquisas particularmente a aus ncia de personagens negros e a associa o com posi o social desvalorizada Beisiegel 2001 observou a assimila o de maior cuidado com as ilustra es Quadro 1 S ntese de resultados de pesquisas sobre o negro em livros did ticos brasileiros Personagem branco como representante da esp cie muito mais frequente nas ilustra es representado em quase a totalidade de posi es de destaque e ilustra es de capas Pinto 1987 Ana C lia Silva 1988 Brasil FAE 1994 Paulo Silva 2005 personagem negro menos elaborado prioritariamente identificado pela ra a ao passo que o branco por nome pr prio atributos familiares e origens de nacionalidade Pinto 1987 Ana Celia Silva 1988 Cruz 2000 Paulo Silva 2005 Personagens negros apareceram menos frequentemente em contexto familiar Pinto 1987 Ana C lia Silva 1988 2001 Brasil FAE 1994 Paulo Silva 2005 Quando apresentada a fam lia foi invariavelmente pobre Triumpho 1987 Os pap is familiares foram omitidos ou menos numerosos Ana C lia Silva 1988 Paulo Silva 2005 Personagens negros desempenharam um n mero limitado de atividades profissionais em geral as de menor prest gio e poder Pinto 1987 Ana C lia Silva 1988 Brasil FAE 1994 Representa o majorit ria dos negros executando trabalhos bra ais Cruz 2000 Tend ncia diversifica o de pap is e fun e
264. ual e profissional da disciplinaridade e interdisciplinaridade da forma o comum com a forma o espec fica dos conhecimentos a serem ensinados e dos conhecimentos filos ficos educacionais e pedag gicos e por ltimo da teoria e da pr tica Por fim quanto organiza o institucional essas Diretrizes apontavam no sentido de que a forma o de professores deveria ser realizada em processo aut nomo numa estrutura com identidade pr pria que se necess rio se articulasse a outras estruturas de reas espec ficas e que assegurasse intera o sistem tica com as escolas de educa o b sica Al m disto destacava a necessidade de as institui es de forma o garantirem a exist ncia de recursos pedag gicos como biblioteca laborat rios videoteca entre outros al m de recursos de tecnologias da informa o e da comunica o com qualidade e quantidade Por fim previa no caso das institui es de ensino superior n o detentoras de autonomia universit ria situa o das Faculdades deveriam ser criados Institutos Superiores de Educa o que se responsabilizariam pela forma o de professores para a educa o b sica Como se depreende a perspectiva indicada por esses atos normativos apontou dentre outros objetivos no sentido de se buscar que a forma o de professores para a educa o b sica assumisse uma centralidade cada vez maior nos projetos acad micos das institui es que viessem a trabalhar com esta forma
265. ual tamb m possa ser uma dificuldade em lidar com a sua pr pria sexualidade e com as m ltiplas possibilidades de obter prazer Ou seja pensar a quest o da homossexualidade pode ser um convite para que o a educador a possa olhar para sua pr pria sexualidade e pensar a constru o hist rico cultural de conceitos como heterossexualidade homossexualidade questionando a heteronormatividade que toma como norma universal a sexualidade branca de classe m dia e heterossexual Ainda segundo Louro 2003 comum as escolas tratarem g nero e sexualidade como sendo sin nimos padronizando um modo nico e adequado do que o masculino e o feminino e possibilitando de uma nica maneira apenas a forma de viver a sexualidade Tece se uma complexa trama normativa que estabelece uma linha de continuidade entre o sexo macho e f mea o g nero masculino e feminino e a orienta o sexual que se direciona naturalmente para o sexo oposto Estrat gias de resist ncia n o implicam simplesmente elevar a quantidade de estudos e de refer ncias exclus o da homossexualidade na educa o mesma quantidade de estudos e refer ncias dadas s mulheres mas fazer com que a categoria g nero possa tamb m abrigar na pr tica este debate j que no aspecto te rico o comporta necessariamente nesse ponto que os Estudos Culturais trazem sua grande contribui o pois o debate n o est na oposi o simples de categorias como homem mulher masculino
266. ualidade e educa o O levantamento de dados foi realizado por meio virtual em sites espec ficos o que resultou em centenas de horas de busca eletr nica compila o das informa es registros em uma base de dados excell e posteriormente consolida o destas informa es O resultado desse trabalho est descrito e apresentado em tr s relat rios espec ficos um para cada um dos levantamentos Com rela o metodologia de pesquisa adotada preciso destacar que a m dia eletr nica tem sido uma ferramenta muito til e importante uma vez que a pesquisa presencial nem sempre se torna vi vel tanto do ponto de vista financeiro como de tempo Por m a atualiza o das informa es nos sites institucionais nem sempre realizada com a devida frequ ncia Cabe destacar tamb m a importante colabora o da Funda o Carlos Chagas para o projeto da ECOS no levantamento dos curr culos O grupo de pesquisa Avalia o Educacional do Departamento de Pesquisas Educacionais da FCC 2 desenvolveu no mesmo per odo o Projeto Forma o de Professores para o Ensino Fundamental institui es formadoras e seus curr culos solicitado pela Funda o Vitor Civita Esse projeto analisou o que tem sido proposto como disciplinas formadoras nas institui es de ensino superior dos cursos presenciais de Pedagogia e das licenciaturas de L ngua Portuguesa Matem tica e Ci ncias Biol gicas Verificou as expectativas presentes nos editais de
267. uas motiva es bom lembrar que parceria diferente de intera o liga o pontual ou conv nio Houve uma tend ncia de ocupar o espa o p blico no trabalho popular negava se qualquer liga o com o poder p blico nem participa o nem colabora o nem mesmo uma rela o em quest es concretas O movimento caminhava em paralelo como a linha do trem E tinha raz o porque o Estado era dirigido por uma ditadura Hoje o Estado continua dominado por uma elite est privatizado pela classe dominante Por m a luta popular entendeu que o espa o p blico tamb m um espa o de disputa contra a opress o quando se tem clareza do projeto popular e se garante a independ ncia dos trabalhadores Tal participa o n o pode justificar a l gica das campanhas eleitoreiras nem a perda de autonomia dos movimentos uma obriga o das organiza es populares disputar postos na organiza o do Estado para abrir maiores espa os de participa o popular Disputar postos no poder do Estado tem o sentido de garantir os direitos que s o devidos a todos os cidad os A participa o de movimentos e de candidatos populares no espa o p blico do Estado pode facilitar o acesso ao conhecimento da m quina e possibilitar formas de press o para a formula o das pol ticas sociais e para a correta destina o dos fundos p blicos para o conjunto da popula o Ensina tamb m os mecanismos do poder e deixa claro que o Estado do jei
268. ue agasalhe o conceito de escola nica e polit cnica Na concep o de Rocha 2006 mister perseguir a id ia de uma educa o de n vel m dio polit cnica que permita superar a contradi o entre o homem e o trabalho por meio da tomada de consci ncia te rica e pr tica do trabalho como constituinte da ess ncia humana para todos e para cada um dos homens Esta id ia estava contida no projeto inicial da LDB e n o foi retomada no texto da Lei aprovado em 1996 nem na presente proposta de ensino m dio integrado De acordo com a legisla o em vigor o ensino m dio ainda n o garante nem o acesso ao ensino superior grande maioria dos jovens nem responde s necessidades de preparo para sua inser o na atividade profissional CONSIDERA ES FINAIS Tendo como escopo a educa o b sica o presente texto prop s se a analisar os dez anos de vig ncia da LDB 1997 a 2007 nos limites das iniciativas adotadas para consolidar aperfei oar ou modific la mediante pol ticas p blicas propostas para o setor educacional no decorrer desse per odo Assim buscou se na primeira parte do estudo desenvolver uma reflex o sobre a concep o de educa o b sica definida na Lei Maior incluindo aspectos atinentes s tr s etapas que a comp em educa o infantil ensino fundamental e ensino m dio Na segunda parte analisaram se alguns dados e elementos novos relacionados ao tema focando em especial os atuais debates em rela
269. ue apresentam dificuldade de aprendizagem Por ltimo na Dimens o 4 Infraestrutura F sica e Recursos Pedag gicos quatro aspectos s o considerados Instala es f sicas da secretaria municipal de educa o condi es da rede f sica escolar existente uso de tecnologias recursos pedag gicos para o desenvolvimento de pr ticas pedag gicas que considerem a diversidade das demandas educacionais No contexto e em torno destas quatro dimens es tem se um total de 82 indicadores de modo que para cada um deles devem ser atribu das uma pontua o de 01 a 04 sendo que os indicadores com pontua o mais alta 03 e 04 se encontrariam em situa o mais positiva e aqueles com pontua o mais baixa 01 e 02 se refeririam quelas situa es que demandariam a es mais imediatas de curto m dio e longo prazo Por sua vez em torno de cada um destes indicadores s o disponibilizadas a es e suba es resultantes e ou articuladas a programas e projetos estruturados pelo MEC e suas respectivas Secretarias ou por suas autarquias especialmente o FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa o e pela CAPES Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior Diante do diagn stico formulado e como base nas possibilidades de a es e suba es disponibilizadas pelo MEC passa se ent o para a segunda etapa de elabora o PAR Nesta segunda etapa cada ente federado deve informar no seu PAR oencaminhamento que ser
270. um documento de pol tica de educa o infantil com as gran des metas que foram estabelecidas forma o do educador a quest o de um algum modelo nacional A equipe do COEDI entendia que a educa o infantil deveria se dar pelo bin mio educa o e cuidado Esse pensamento ficou expresso na s rie intitulada Pol ticas Nacionais para a Educa o Infantil cujo objetivo era o de ampliar a discuss o sobre o assunto Foram v rios ca dernos publicados entre 1993 e 1998 pelo Minist rio da Educa o MEC Secretaria de Educa o Fundamental SEF Departamento de Pol ticas Educacionais DPE e Coordenadoria de Educa o Infantil COEDI e que abrangem desde o diagn stico da rea at a forma o pro fissional a proposta pedag gica e o curr culo bem como crit rios de atendimento e diretrizes para a educa o infantil De acordo com Ana L cia Goulart de Faria 3 o grande desafio enfrentado por essa publica o do COEDI foi ultrapassar a polariza o entre duas concep es muito difundidas no Brasil sobre a fun o da creche Uma priorizava o direito ao cuidado e educa o da crian a A outra tinha como foco somente a m e trabalhadora Se voc acha que s direito da m e porque na verdade n o tem vaga para todo mundo voc acaba priorizando a m e que trabalha Para superar essa discuss o um exemplo o documento de au toria de Maria Malta Campos e F lvia Rosemberg junto ao MEC intitulado
271. um protesto um mutir o uma disputa pol tica Os militantes t m obriga o de sugerir propostas mas n o podem impor porque as a es n o assumidas pelo grupo geram acomoda o depend ncia ou frustra o Devagar que eu tenho pressa diriam os antigos decisivo que as primeiras a es d em certo S o as vit rias que animam a vontade de continuar S o elas que preparam o povo para a es maiores As derrotas aumentam o sentimento de fraqueza e de impot ncia Uma a o puxa outra quando bem preparada Depois de executada fundamental fazer um balan o para avaliar os avan os os pontos fracos e a continuidade Fazer a es e refletir sobre elas tem sido a grande escola onde o militante e o povo se capacitam e se formam f Descobrir e projetar lideran as As lideran as aparecem nas a es porque d o sugest es tomam a frente sacam mais r pido s o mais corajosas est o um pouco mais informadas A lideran a expressa publicamente o que muitos gostariam de ser ou de dizer mas t m dificuldade As lideran as s o indispens veis no trabalho popular Por m s merecem este nome quando re nem em torno de si muitas pessoas e quando criam as condi es para o aparecimento de outras lideran as As verdadeiras lideran as n o s o necessariamente eleitas s o reconhecidas por causa de sua atua o e de sua dedica o Acostumados com lideran as tradicionais o povo s vezes acha que deve escolher pess
272. uou nos bastidores Durante muitos anos num paciente trabalho de base a luta se multiplicou e criou ra zes em muitos espa os No final dos anos 70 o fogo que queimava por baixo explodiu em movimentos nos quatro cantos do pa s Nesses anos muita gente no campo e na cidade foi atingida pelo trabalho dedicado e an nimo de milhares de militantes Esse esfor o teceu uma imensa rede de resist ncia e de esperan a contra a domina o e pelo direito de ter vez e voz contribuindo para o fim da ditadura militar Nos anos 80 o campo popular buscou reconstruir suas ferramentas de luta sindicatos partidos associa es e at inventou novas formas de juntar e de canalizar a indigna o e anseios dos trabalhadores movimentos f runs entidades Esse processo organizativo conseguiu recuperar e conquistar muitos direitos para os trabalhadores No campo eleitoral as for as populares disputaram espa os no legislativo na administra o p blica e quase elegeu seu candidato presid ncia do Brasil 1989 Os anos 90 trouxeram grandes mudan as na economia na pol tica e na disputa das id ias em todo o mundo A queda do muro de Berlim representou a nova ofensiva do capitalismo revelando muitas fragilidades na pr tica dos socialistas O ideal da competi o individual a qualquer pre o desafiou o projeto e as iniciativas da solidariedade Para o campo popular foi um tempo de derrotas de sofrimento e de baixas teve militante qu
273. uperior no Brasil emblem tica na medida que se estrutura rompendo com o princ pio da indissociabilidade entre ensino pesquisa e extens o por meio de a es deliberadas em prol de um crescente processo expansionista balizado por pol ticas indutoras de diversifica o e diferencia o institucional o qual no caso brasileiro tem significado uma expans o pautada hegemonicamente pelo aligeiramento da forma o e pela privatiza o desse n vel de ensino DOURADO 2002 pp 246 7 Nessa dire o vale ressaltar que as recomenda es do Banco Mundial para a educa o superior apontam para o car ter utilitarista Sob essa perspectiva as lutas pela democratiza o da mesma s o desarticuladas e anuladas principalmente por a es coordenadas pelo estado e pelo mercado Para Finalizar as Armadilhas das Reformas Os debates em mbito nacional sobre os projetos e processos de Reforma do Estado e da educa o com destaque para a educa o superior t m acentuado a visibilidade da for a da comunidade cient fica nesse processo Contudo ao mesmo tempo em que se busca um reordenamento para o ensino superior no Brasil de forma democr tica afundase em rupturas e contradi es inerentes em cada decreto lei ou projeto reformador A proposta imposta de flexibiliza o descentraliza o em nome da participa o democr tica pregada atrav s de discursos sustentados ideologicamente A suposta democratiza o do aces
274. uras administra es ter o como reverter este quadro que deve se aprofundar durante a gest o de Dilma Rousseff talvez esteja a o mais importante dos legados da era Lula para a sua posteridade No campo das pol ticas educacionais no primeiro mandato do governo Lula importantes mudan as foram implementadas dentre elas algumas merecem destaque O incremento dado educa o a dist ncia no mbito das institui es p blicas de ensino superior Esse caminho foi apontado no governo de FHC no entanto foi no governo Lula que se conseguiu definir uma estrat gia para a efetiva inser o dessa modalidade de ensino nas universidades p blicas Por meio dos editais para fomentar e induzir a constitui o do chamado Sistema Universidade Aberta do Brasil UAB o MEC conseguiu fazer com que essas universidades ainda que com cr ticas e resist ncias internas por meio de diferentes grupos e setores nelas existentes respondessem a esses editais e passassem a desenvolver a es de forma o em n vel superior na modalidade da EAD No que se refere educa o b sica especificamente cumpre ressaltar algumas a es e programas importantes que foram desencadeados pelo Minist rio da Educa o Nesse sentido a altera o promovida na LDB com a amplia o do ensino fundamental para nove anos e consequente inclus o da crian a de 6 anos nesta etapa da escolariza o desencadeou in meras iniciativas por parte do MEC de modo a assegurar
275. uscou falar da gravidez na adolesc ncia do aumento da AIDS entre os jovens Acho que a gente foi pegar argumentos que pudessem justificar essa nossa proposi o Esse foi um termo bastante discutindo Porque se usava gravidez precoce Se voc diz precoce voc est dizendo que tem uma poca para isso acontecer Todas as pesquisas mostram que as meninas que engravidaram sabiam s vezes at planejaram Indesej vel no sentido do discurso objetivo racional e consciente A menor parcela queria At n o planejada a gente chegou a discutir Mesmo entre adultos a gravidez n o planejada N o por isto que ela seja indesejada a gente usava indesejada porque n o queria ter a coisa do controle Essa menina de treze anos se no contexto dela no universo dela esta gravidez faz sentido n o vamos dizer n s que a gravidez precoce ou que v atrapalhar a vida dela Mas em sendo planejada n o temos nada a ver com isso Nosso papel ajudar as meninas que n o querem ou que supostamente n o querem que a gente usava sempre a palavra preven o Se voc usa preven o tem que usar indesejada sen o n o pode Eu n o vou prevenir algo que pode ser bom N o sei se sempre A id ia essa s as indesejadas s o ruins Por isso nos afeta A gente tem que ajudar as meninas que n o querem a n o engravidarem A id ia era essa Da a id ia da preven o Se for preven o n o pode ser de gravidez n o p
276. va do masculino refor a a discrimina o sexista Referindo se ao tratamento dos aspectos de g nero e suas consequ ncias para o curr culo escolar incomoda tamb m o fato de o conte do estar restrito ao t pico Orienta o Sexual As quest es relativas ao g nero deveriam perpassar n o s a discuss o sobre sexualidade corpo e preven o mas os demais temas transversais Desse modo chama a aten o a divis o da tem tica relativa orienta o sexual nos tr s blocos anteriormente mencionados Causa estranheza a separa o proposta por exemplo entre os temas sa de e preven o s doen as sexualmente transmiss veis A inclus o da orienta o sexual no curr culo escolar aparece nesse item articulada com nfase promo o da sa de das crian as e dos adolescentes e s a es preventivas diante de doen as sexualmente transmiss veis AIDS Brasil PCN 1997 1a a 4a s rie v 10 p 148 149 Grifos nossos Se tais preocupa es com a preven o de doen as sexualmente transmiss veis especialmente a AIDS com o abuso sexual e com a gravidez na adolesc ncia s o absolutamente leg timas elas n o podem nem devem estar desvinculadas das quest es de g nero que necessariamente as perpassam Ao associar a sexualidade fundamentalmente com a sa de isso favorece mesmo n o desejando uma abordagem restrita preven o e doen a Ou seja a sexualidade acaba adquirindo o tra o de um problema circun
277. xual que frequenta o espa o escolar Na vis o de Britzman esse justamente o desafio que deve ser enfrentado pelos as pr prios as educadores as Ou seja antes de educar sobre a sexualidade talvez as os pr prias os educadoras es tenham que ser educadas os Se os as educadores as quiserem ser eficazes em seu trabalho com todos as os as jovens eles elas devem come ar a adotar uma vis o mais universalizante da sexualidade em geral e da homossexualidade em particular Assim em vez de ver a quest o da homossexualidade como sendo de interesse apenas para aquelas pessoas que s o homossexuais devemos considerar as formas como os discursos dominantes da heterossexualidade produzem seu pr prio conjunto de ignor ncias tanto sobre a homossexualidade quanto sobre a heterossexualidade Britzman 1996 p 92 N o h como discutir g nero e educa o sem discutirmos tamb m o papel da linguagem como fator de exclus o Desde os estudos de Roland Barthes aprendemos o papel fascista exercido pela l ngua cuja principal fun o n o comunicar mas nos sujeitar nos obrigar a dizer a l ngua como desempenho de toda linguagem n o nem reacion ria nem progressista ela simplesmente fascista pois o fascismo n o impedir de dizer obrigar a dizer Barthes 1989 p 14 Esse limite tamb m exposto nas l nguas latinas quando a conformidade com as regras tradicionais e pretensamente neutras da linguagem obriga a utiliz

Caderno de Textos 35º ENEPe

Contents

Download Pdf Manuals

Related Search

Related Contents

Caderno de Textos 35&ordm; ENEPe

Contents

Download Pdf Manuals

Related Search

Related Contents

Caderno de Textos 35º ENEPe