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7ª def. de Tese - Marizete Teixeira - 30-11-09 (1)

1. Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 0 2 3 4 5 01 Contato sexual 02 Transmiss o m e filho 03 Sangue contaminado 04 Leite materno 05 Compartilhando agulha contaminada 06 Beijando 07 Pegando na m o 08 Dando um abra o 09 Sentado no mesmo lugar 10 Comendo no mesmo prato e com os mesmos talheres 11 Sexo oral 12 Transfus o 13 Mosquito 14 saliva 8 5 A senhora sabe como se previne contra HIV aids Sim N o N o sei 8 6 A senhora se previne contra HIV aids 236 Nunca Poucas vezes Algumas vzs 1 2 6 Nenhuma vez Raramente As vezes Muitas vezes 4 Maioria Sempre 5 Todas as vezes Como a senhora se previne 9 Informa es sobre o v rus HTLV 9 1 A senhora j ouviu falar sobre HTLV Sim N o N o sei 9 2 Quando a senhora ouviu falar pela primeira vez sobre HTLV Na inf ncia Na gravidez No parto 9 3 Quem lhe falou sobre o HTLV Familiares Quem dos familiares Na adolesc ncia Na idade adulta No pu rperio Professor Amigo Profissional de sa de Qual profissional de sa de Qual servi o de sa de Outro 9 4 O v rus HTLV se pega por Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente a 2
2. Subcategoria Atributos valorativos negativos do leite materno TERCEIRA CATEGORIA MULTIVERSAS MANEIRAS DE VIVER A VIDA SENDO SOROPOSELIVA th nn mens ina el aba Subcategoria Significado e significantes do HTLV e HIV defini o manifesta o o cognitivo E O fisico cse ns iirrrreereeeererereeereeenererererarearan s Subcategoria Estrat gia de enfrentamento consciencioso e driblando o CONSCI O jureeba slando aaa e ee EEE NT ed Ne Ja ste hr Se a QUARTA CATEGORIA A D FICIL DECIS O DE N O AMAMENTAR CONFLITOS VALORATIVO Sus sima nes non nn de ide Subcategoria Entre o desejo de amamentar e o desejo de manter a vida conflitos relacionais consigo mesma ser m e e ser soropositiva iiiia Subcategoria O que eu vejo no meu corpo altera es f sico org nicas diante da n o amamenta o as r dal cesso niisar A oie dis solda E aa bias SAE E ias nai Subcategoria Constru o social da amamenta o Subcategoria A obscuridade diante da janela da vida desafio do preconceito SOCIAIS TA E do RA tee QUINTA CATEGORIA SENTIMENTOS E SENSA ES DE SER M E DE FILHOS LIVRE DOS V RUS HIV E HTLV dansant Subcategoria Conforto e al vio a tranquilidade de saber que os filhos est o Hyr eS dOS VILUS mieri SEA On Se ea a M a O a Subcategoria N o amamentar um ato de amor em preserva o da sa de ALGUMA
3. 10 9 A senhora recebeu acompanhamento m dico Sim N o Se sim De quem Onde 10 10 E seu filho recebeu acompanhamento m dico Sim N o Se sim De quem Onde 245 10 11 A senhora acha que com o passar do tempo a mulher que n o p de amamentar seu filho com seu leite porque ele estava contaminado pelo v rus HIV ou HTLV sente se Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 0 2 3 4 5 01 In til 02 Menos mulher 03 Culpada 04 Triste 05 Aliviada 06 Bem 07 N o sente nada 08 Feliz porque n o vai passar o v rus para meu filho 09 Outros Quais 246 AP NDICE F ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM MULHERES SOROPOSITIVAS PARA O HTLV PARA MULHERES SOROPOSITIVAS PARA O HTLV 1 Fale para mim os motivos de voc ter escolhido esta mamadeira 2 O que significa este leite materno contaminado 3 O que voc sentiu quando encontrou as mamadeiras com os r tulos e a boneca Ou o que voc sentiu quando me viu colocando a boneca e as mamadeiras com o r tulo na mesa 4 Informa es Gerais Nome fict cio Idade Estado civil Escolaridade Profiss o Ra a Religi o Renda familiar Condi o de soropositividade Tempo de soropositividade 5 Informa es comportamentais Idade coitarca N parceiros sexuais Rela o anal Uso pr
4. ELSEN NITSCHKE 1994 p 9 e os as profissionais de sa de e pesquisadores as precisam ter um compromisso com a melhoria de vida da popula o especialmente aquelas que se encontram vulner veis Assim em todos os momentos foram garantidos o anonimato e a privacidade das informa es considerando os princ pios ticos que envolvem a pesquisa com seres humanos estabelecidos pela Resolu o 196 96 do Conselho Nacional de Sa de BRASIL 1996 que deixa claro no Cap tulo IV que o respeito dignidade humana exige que toda pesquisa se processe ap s Consentimento Livre e Esclarecido dos sujeitos indiv duos ou grupos que por si e ou por seus representantes legais manifestaram a sua anu ncia participa o na pesquisa Dessa forma para dar in cio a essa pesquisa foi feita uma comunica o formal aos respons veis pelas institui es onde as informa es foram coletadas solicitando que fosse viabilizada a entrada da pesquisadora no campo Esta solicita o foi realizada atrav s de 93 contato pessoal e documental ao tempo em que foi apresentado o projeto de pesquisa e uma carta de apresenta o da doutoranda Essa formaliza o al m de oficializar a pesquisa manteve as institui es informadas sobre o seu andamento Ap s autoriza o institucional o projeto foi encaminhado ao Comit de tica em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia CEP EEUFBA no m s de janeiro 2008 tendo sid
5. Que este leite est contaminado com o virus HTLV e um virus irrevers vel MULHER 29 SP HTLV Na t cnica do MCMM os atributos valorativos negativos do leite materno com virus foram objetivados na modelagem de um zero Figura 21 e acoplado sua imagem o significado de leite estragado contaminado e ruim Foram ainda modelados um bicho caracterizado como algo mal e contagioso Figura 06 e uma panela com leite borbulhando como um leite coalhado que n o serve para a crian a Figura 22 sendo considerado um leite maligno venenoso e asqueroso representado na modelagem de uma cobra Figura 02 Os adjetivos que emergiram das falas das informantes nos remetem reflex o do qu o doloroso deve ser para elas perceberem se carregando em si um monstro um bicho uma cobra algo ruim asqueroso gerado fisiologicamente por suas gl ndulas mam rias e que deveria ser utilizado em benef cio de seu sua filho a mas que por ser aterrorizante ao ponto de trazer lembran a o filme de terror como o citado Sexta feira 13 e outros aspectos de igual temor perdem portanto sua capacidade valorativa vida Tais adjetivos permeiam o imagin rio popular e representam socialmente repulsa e quando isolados n o se perdem em si pois t m um sentido que conflui para o mesmo significado ou seja algo negativo A palavra negativo na compreens o das informantes encontra respaldo nas ci ncias matem ticas que a designa como menor que
6. nos ajudar Os atributos valorativos do leite materno foram consensuais entre as informantes deste estudo quanto sa de da crian a sendo refor ado seu valor na preven o das doen as prevalentes da inf ncia e naquelas de cunho cr nico degenerativo como hipertens o arterial sist mica diabetes mellitus tipo II as cardiovasculares entre outras Neste sentido a OMS recomenda a amamenta o exclusiva at os seis meses de vida da crian a n o limitando a este tempo mas pelo contr rio dizendo que a mulher se for do seu desejo poder continuar 174 amamentando seu filho at dois anos e mais de idade acrescentando outros alimentos com orienta o profissional Esta compreens o utilizada pelos meios de comunica o de massa que refor am a recomenda o da OMS atrav s de propagandas educativas as quais produzem e reproduzem representa es no cotidiano das mulheres que optam por amamentar Os discursos abaixo refletem este cotidiano O leite materno normal vai ajudar em todo fortalecimento da crian a imunizar de uma s rie de infec es para o beb ficar mais protegido e garantido Enquanto ele mama ele est sendo protegido MULHER 12 SP HTLV O leite materno saud vel e tamb m como se fosse uma vacina que protege a crian a no crescimento no desenvolvimento da crian a no movimento da crian a e sobre ficar doente um leite que protege a crian a disso tudo da fase de crian a at
7. 212 estrat gias de desconstru o do simbolismo do ideal da maternidade vinculado amamenta o A presen a de um v rus letal no leite materno proporcionou mudan as de comportamentos nas mulheres em rela o pr tica da amamenta o No processo de viver dessas mulheres foi poss vel visualizar as multiversas maneiras que elas utilizaram para enfrentar a soropositividade e n o amamenta o As soropositivas n o amamentaram para manter a sa de dos as filhos as esconderam a soropositividade para n o serem estigmatizadas e encontraram alternativas para justificar a n o amamenta o para alimentar os as filhos e proporcionar a troca de afetividade entre ambos As mulheres representaram o cont gio do leite materno como um reviver de dificuldades biol gicas psicol gicas sociais econ micas e culturais presentes em seu cotidiano expressas principalmente pela frase dif cil n o poder amamentar levando as a experimentarem o sentimento de tristeza diante da impossibilidade de amamentar seus suas filhos as Esta tristeza adv m especialmente do fato de elas n o poderem prover o leite materno paras seus suas filhos as alimento considerado essencial e saud vel que evita doen as e que transmite amor contato prote o e carinho Foi dif cil para essas mulheres conhecerem os benef cios do leite materno para a sa de da crian a e n o poderem amamentar os as filhos as Tal fato despertou sentimentos de
8. Conhecimento transmiss o vertical sobre os v rus doen as e transmiss o vertical 4 Acreditavam que o leite com HTLV mais seguro 4 Por considerarem a sadio e poderia conter uma amamenta o uma vitamina obriga o da mulher Quadro 1 Respostas das mulheres soronegativas e soropositivas para o v rus HIV e HTLV sobre o motivo da escolha da mamadeira Salvador Bahia 2009 No Quadro 2 est o agrupados os significados atribu dos pelas mulheres ao leite materno e ao leite materno com os v rus descritos neste estudo como atributos valorativos positivos e atributos valorativos negativos 146 LEITE MATERNO LEITE MATERNO COM HTLV LEITE MATERNO COM HIV 100 seguro alimento boa alimenta o bom deixa a crian a bonita 6 10 essencial evita bact ria evita gripe faz bem importante para a sa de importante para educa o importante para intelig ncia imuniza leite que sai do seio da m e n o faz mal n o mata n o prejudica natural normal principal protege puro sangue saud vel sa de seguro sem contamina o sem doen a sem v rus e sem bact ria sustenta tem nutrientes tem vitaminas toda crian a deve tomar tudo vacina vida bom para o beb contamina menos que o HIV contaminado cont m o v rus deve jogar fora deve se jogado
9. Para este autor isso representa um problema s rio pois pelo fato de incluir demais inclui se muito pouco querer compreender tudo perder tudo p 46 acrescentando que imposs vel cobrir um raio de conhecimento e cren as t o amplos que al m de serem heterog neas n o podem ser definidas por poucas caracter sticas Acrescenta ainda este autor duas qualifica es significativas na primeira as representa es sociais devem ser vistas como uma maneira espec fica de compreender e comunicar o que n s j sabemos Elas ocupam uma posi o em algum ponto entre conceitos que tem como objetivo abstrair sentido do mundo e introduzir nele ordem e percep es que reproduzem o mundo de uma forma significativa possuindo para isso duas faces a ic nica e a simb lica igualando toda imagem a uma ideia e toda ideia a uma imagem Na segunda as representa es sociais s o vistas como estruturas din micas operando em um conjunto de rela es e de comportamentos que surgem e desaparecem junto com as representa es Moscovici 2003 p 48 acrescenta que as representa es sociais que lhe interessam s o as de nossa sociedade atual de nosso solo pol tico cient fico humano que nem sempre tem tempo suficiente para se sedimentar completamente para se tornarem tradi es imut veis Afirma ainda que se no sentido cl ssico as representa es coletivas se constituem em um instrumento explanat rio e se referem
10. art stico na representa o da modelagem Nessa perspectiva foram elaboradas pelas mulheres sua percep o do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV ao possibilitar emergir multivariadas modelagens representadas por bichos figuras humanas e objetos Foi uma t cnica importante pois as perguntas e respostas n o foram diretas e entraram no campo metaf rico ao serem objetivadas imagens que revelaram respostas que surgiram do inconsciente Desse modo por se tratar de uma t cnica que fez emergir os conte dos latentes e n o filtrados pela censura que podemos consider la como uma t cnica projetiva 5 5 3 A Din mica Interativa A din mica interativa compreendida como um processo de constru o de abstra o dos significados constru dos no imagin rio coletivo e evidenciados na singularidade individual representando o senso comum que as mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV manifestam em suas atitudes e comportamentos por meio de uma encena o com o uso de boneco e mamadeiras com leite artificial elucidando a representa o do leite materno e do leite materno contaminado pelos v rus HIV e HTLV Essa din mica foi realizada em laborat rio criado especificamente para o momento no qual foram dispostos sobre uma mesa um len ol um boneco representando o beb e as mamadeiras com os r tulos identificando o tipo de leite que continha no seu interior leite materno LM leite matern
11. Na din mica interativa dentre as 24 mulheres que participaram dessa t cnica apenas uma n o havia vivenciado a n o amamenta o por outro lado 07 vivenciaram o amamentar e n o amamentar O n o amamentar para essas mulheres foi devido a sua condi o sorol gica Para as mulheres que n o amamentaram seus filhos devido a sua condi o de soropositividade o n o poder amamentar foi permeado de sentimentos de tristeza medo e culpa e raiva Entretanto elas afirmaram unanimemente que se sentiram felizes por n o terem contaminado seus filhos com os v rus O quadro abaixo mostra o percentual de respostas das mulheres quando no survey descritivo foram questionadas sobre o que havia sentido ao saber que n o poderiam amamentar seus filhos com seu pr prio leite por serem soropositivas TRISTEZA MEDO CULPA INCERTEZA RAIVA FELIZ SP HIV 9 6 5 4 5 10 SP HTLV 8 7 5 5 6 8 Quadro 9 Sentimentos citados pelas mulheres que n o amamentaram devido o cont gio do leite materno Salvador Bahia 2009 194 Conforme demonstrado no quadro acima as respostas das mulheres soropositivas referentes aos sentimentos apresentados diante da n o amamenta o foram praticamente similares contendo em suas extremidades de um lado a tristeza por n o terem amamentado seus filhos e de outro a felicidade de n o terem contaminado os filhos com os v rus Em uma pesquisa realizada por Silva 2005 acerca dos significados
12. busca de sentidos Natal EDUFRN 1998 p 17 45 Representa es Sociais um dom nio em expans o In JODELET D org As Representa oes Sociais Tradu ao Lilian Ulup Rio de Janeiro EdUERJ 2001 420p Loucuras e representa es sociais Petr polis RJ Vozes 2005 JOFFE H Eu n o O meu grupo n o representa es sociais transculturais da aids In GUARESCHI Pedrinho IOVCHELOVITCH Sandra orgs Textos em representa es sociais Petr polis RJ Vozes 1995 JOVCHELOVITCH S Os contextos do saber representa es comunidades e cultura Petr polis RJ Vozes 2008 LANA A P B O livro de est mulo amamenta o uma vis o biol gica fisiol gica e psicol gica comportamental da amamenta o S o Paulo Atheneu 2001 423p LAMOUNIER J A MOULIN Z S XAVIER C C Recomenda es quanto amamenta o na vig ncia materna Jornal de Pediatria v 80 n 5 suple 2004 LAPLANCHE J PONTALIS J B Vocabulaire dela psychanalyse 9 ed Paris P U F 1988 LEOPARDI M T Fundamentos gerais da produ o cient fica In LEOPARDI M T BECK C L C NIETSCHE E A GONZALES R M B Metodologia da Pesquisa na Sa de 2 ed rev e atual Florian polis UFSC P s Gradua o em Enfermagem 2002 LIMA W C tica e Moral tica e Liberdade tica e Responsabilidade Princ pios de Bio tica I Semin rio de Etica em Pesquisa em Seres Humanos Florian polis UDESC ESAG
13. nos des conhecimentos que possu am sobre os virus as doen as associadas a eles a transmiss o vertical e a atitude frente ao cont gio do leite materno Sabe se que o conhecimento sobre os v rus importante na tomada de decis o para a es de preven o da infec o Entretanto conhecer n o foi suficiente para preven o preciso haver mudan a de comportamento e esta requer mudan a de atitude das pessoas em rela o ao objeto A atitude entendida como uma prepara o para a o podendo ser positiva ou negativa favor vel ou desfavor vel forte ou fraca e ser utilizada de acordo com o que foi apreendido e com que frequ ncia utilizada direcionando um comportamento ou uma escolha VALA 2006 JODELET 2001 MOSCOVICI 1978 Segundo Vala 2006 a atitude se expressa sempre por respostas avaliativas sendo identificadas tr s modalidades que correspondem a formas de express o cognitivas afetivas e comportamentais As cognitivas referem se aos pensamentos id ias opini es e cren as que ligam o objeto de atitude aos seus atributos ou consequ ncias e que exprime uma avalia o mais ou menos favor vel As respostas avaliativas afetivas referem se s emo es e sentimentos provocados pelo objeto de atitude e as respostas comportamentais dizem respeito aos comportamentos ou inten es comportamentais em que as atitudes podem se manifestar Desta forma as atitudes referem sempre a objectos espec ficos gri
14. o vida e sa de mediante a efetiva o de pol ticas sociais p blicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso em condi es dignas de exist ncia Baseando se nesses principios o Minist rio da Sa de do Brasil contra indica o aleitamento materno caso a m e seja soropositiva para os virus HIV e HTLV entretanto com objetivo de auxiliar as m es soropositivas lan ou um Guia Pr tico composto por orienta es de como alimentar a crian a como preparar o leite de acordo com a idade quanto introdu o de alimentos a partir do segundo m s de vida e quanto aos cuidados higi nicos com a crian a e com os utens lios utilizados durante o preparo e administra o do alimento crian a BRASIL 2004a Outro documento importante na pol tica p blica de sa de relacionado transmiss o vertical diz respeito ao protocolo 076 do Aids Clinical Trial Group A partir deste documento o Minist rio da Sa de estabeleceu recomenda es e rotinas para unidades de aten o prim ria e servi os materno infantis com nfase na aten o integral a gestantes e crian as 165 Na orienta o desse protocolo para redu o da transmiss o vertical est inclcuso a oferta universal do teste anti HIV juntamente com aconselhamento pr e p s teste administra o de anti retrovirais gestante a partir da 14 semana de gesta o durante o trabalho e parto ao rec m nascido nas seis primeiras semanas de vida
15. o dos dicion rios correspondentes a cada est mulo Em seguida foram 95 classificadas as respostas por ordem alfab tica para proceder an lise das palavras com conte dos similares Foi necess rio verificar as respostas mais frequentes e proceder ao reagrupamento por semelhan as das que possuem a mesma similaridade sem ntica ou afinidades de sentido assim como aquelas que aparecem isoladamente ou que possu am baixa frequ ncia Em seguida foi preparado o banco de dados para processamento no software Tri Deux Mots O software produziu relat rios ANEXOS B e C e gr ficos provenientes da AFC FIGURA 2 onde se encontram as palavras evocadas e suas frequ ncias o que permitiu a apreens o das representa es sociais dos grupos pesquisados isto por que as AFC a partir de uma informa o global revelam estruturas que permitem enquadrar os campos sem nticos PEREIRA 2005 p 25 Assim as informa es foram reveladas em um plano fatorial apresentado graficamente no qual foram evidenciadas as vari veis do estudo condi o sorol gica idade e escolaridade em rela o s vari veis de opini es palavras evocadas pelos participantes RIBEIRO COUTINHO SALDANHA 2005 No entanto o resultado foi analisado qualitativamente pois buscamos identificar e interpretar o significado e o conte do sem ntico das palavras evocadas 5 7 2 A T cnica de An lise utilizada para o Manuseio com Massa de Modelar A an lise
16. o e n o de assimila o na pr tica que tem como finalidade preservar uma imagem positiva de si mesma quando confrontada a opini o p blica ou estranha As respostas evocadas no teste de associa o livre indicam que intimamente as soronegativas consideram que podem ter uma conduta de escolha pessoal transgress o face a esse discurso do correto em rela o a preserva o da sa de do beb A sa de da m e lhe confere um poder de autonomia e de decis o que necessariamente n o incorpora nem se deixa persuadir pelo que se encontra no dom nio p blico mas quando questionada ela responde expectativa social dissociada do que mant m intimamente nas suas convic es pessoais O p blico e o privado s o conciliados para as soropositivas na medida em que as contradi es s o ocultadas e mantidas sob sigilo pessoal A amamenta o divulgada nas campanhas publicit rias nos servi os de sa de e nos lares como a melhor forma da m e alimentar os as filhos as nos primeiros anos de vida uma vez que o leite materno favorece ao crescimento e desenvolvimento da crian a Al m disso associada prote o fortalecimento do v nculo m e filho a especialmente pelo contato que o ato de amamentar proporciona para ambos aumentado os la os afetivos e proporcionando amor materno KLAUS KENNEL 1982 Desse modo a mulher incorporou e construiu no seu imagin rio que ela a respons vel pela sa de da crian a e portanto
17. sua obriga o aliment la com seu leite dado as propriedades que o mesmo cont m Assim pensar em n o amamentar porque n o quer pode ser visto como uma forma de egoismo pelas mulheres e de n o estarem sendo m e 117 Para Nakano e Mamede 1999 p 72 a cobran a social mulher para que amamente seus filhos tem se respaldado nas comprova es cientificas que real am o valor do leite materno no desenvolvimento bio psico social da crian a estando portanto seu papel social definido por determinantes biol gicos e concebido como parte da natureza da mulher A amamenta o passou a ser vista como algo natural do ser mulher e a ela cobrada a sua ades o e obrigatoriedade como se o ato de amamentar fosse exclusivamente de sua responsabilidade e o n o amamentar porque n o querem passa a ser visto de forma negativa na sociedade mesmo entre as mulheres O dever amamentar permeia o cotidiano das mulheres dado ao papel que conferido ao leite materno na sa de das crian as Os meios de comunica o a fam lia e os as profissionais de sa de enfatizam constantemente a import ncia do ato de amamentar criando nas mulheres este sentido de obrigatoriedade e quando elas n o amamentam por vontade pr pria s o acusadas de serem ego stas como podemos constatar no universo sem ntico das soropositivas para o HTLV Por esta raz o as mulheres soronegativas encontram estrat gias de defesa afirmando e fazendo eco ao mesmo
18. 19 e 20 de agosto de 2004 p 17 23 KLAUS M KENNEL J Parent infant bonding St Louis MOSBY 1982 MACHADO A M N Informa o e controle bibliogr fico um olhar sobre a cibern tica S o Paulo UNESP 2003 MARTINS FILHO Jos Evolu o do Aleitamento Materno no Brasil In REGO J D Aleitamento Materno S o Paulo Atheneu 2000 MARTINS M L STANCIOLI E F B Patog nese da infec o pelo HTLV In In PROIETTI Anna B rbara de Freitas C org HTLV 4 ed Belo Horizonte Cadernos Hemominas 2006 223 MOXOTO I BOA SORTE N NUNES C MOTA A DUMAS A DOURADO I GALV O CASTRO B Perfil sociodemogr fico epidemiol gico e comportamental de mulheres infectadas pelo HTLV 1 em Salvador Bahia uma rea end mica para o HTLV Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 40 1 37 41 jan fev 2007 M NDEZ I G ROMERO B P Lactancia Materna Rev Cubana Enfermer 2002 18 1 15 22 MONTICELLI M Aproxima es culturais entre trabalhadoras de enfermagem e fam lias no contexto do nascimento hospitalar uma etnografia de alojamento conjunto 2003 472f Tese Doutorado em Enfermagem Programa de P s Gradua o em Enfermagem Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2003 MOSCOVICI S A representa o social da psican lise Rio de Janeiro Zahar 1978 Representa es Sociais investiga es em psicologia social 4 ed Petr polis RJ Vozes 2003 La psy
19. 2003 2007 Se por um lado a gravidez e a maternidade refletem expectativas sociais e culturais muito amplas e surgem no imagin rio social ligadas sa de vida felicidade continuidade da vida da fam lia e da esp cie por outro lado o advento da aids traz a preocupa o com a gera o de uma crian a uma vez que a aids surge no imagin rio social ligada morte terminalidade da vida desesperan a tristeza dor e ao sofrimento PAIVA 2000 A amamenta o por sua vez como a contribui o final ao ciclo gestacional e puerperal tem significado para as mulheres um dos momentos em que melhor identifica sua afirma o como mulher e m e por ser n o s uma forma de nutrir a crian a biologicamente mas tamb m emocionalmente pelos la os afetivos que esse processo desenvolve Nesse sentido o n o amamentar para prevenir a transmiss o vertical do HIV al m de privar a mulher e a crian a dos benef cios que este ato proporciona tamb m desperta nas mulheres sentimentos que v o desde medo ang stia ao sofrimento por n o poder oferecer a seu sua filho a o alimento indicado como ideal Acrescido a isso Pra a 2007 p 165 relata que 50 para muitas mulheres natural a m e cuidar do filho mas quando o resultado do cuidado n o esperado ou quando a m e fracassa ao cumprir esse papel tal situa o pode gerar um sentimento de opress o O medo a culpa e a ansiedade est o sempre presentes
20. 2006 A d cada de 90 do s culo XX foi marcada pela incorpora o do significado de prote o e apoio ao aleitamento materno tendo como marco a implanta o do Programa Iniciativa Hospital Amigo da Crian a IHAC trazendo novo f lego para o aleitamento materno no circuito das pol ticas p blicas o qual propunha rotinas hospitalares facilitadoras do aleitamento materno em n vel hospitalar ALMEIDA 1999 No Brasil ainda nessa d cada surgiu uma proposta da Iniciativa Unidade B sica Amiga da Amamenta o IUBAA a qual tem por objetivo a promo o prote o e apoio ao aleitamento materno atrav s da mobiliza o das unidades b sicas de sa de OLIVEIRA 2004 fechando o ciclo para promo o prote o e apoio amamenta o uma vez que envolve n o s os hospitais mas tamb m as unidades b sicas de sa de as quais continuar o a oferecer apoio s nutrizes de forma sistematizada ao se basear nos 10 passos comprovados cientificamente TEIXEIRA 2005 Neste sentido Almeida 1999 p 49 ressalta que ao se focalizar a amamenta o com as lentes da rela o promo o prote o e apoio tornam se vis veis os contornos que a caracterizam como um fato social cuja historicidade revela o equ voco das formula es pol ticas que a contemplaram como uma pr tica natural e poss vel de resgate 4 Esta nova forma de pensar a amamenta o mais abrangente exigindo que se estabele a um novo foco sobre a
21. 6 4 5 Nenhuma vez Raramente As vezes Maioria Todas as vezes E Como a senhora se previne 8 7 Quando soube que era soropositiva Ao fez exames de rotina No pr natal No parto No puerp rio Ap s o diagn stico de seu companheiro 8 8 Quem lhe disse que a senhora era soropositiva Familiar Amigo Profissional de sa de outros quem 8 9 Como a senhora se contaminou com o v rus HIV aids Rela o sexual Agulha contaminada Transfus o de sangue Transmiss o vertical N o sei 8 10 H quanto tempo sabe que soropositiva 8 11 A senhora se prevenia contra HIV aids Nunca Poucas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre 1 2 6 4 5 Nenhuma vez Raramente As vezes Maioria Todas as vezes Como a senhora se prevenia 8 12 Uma mulher quando fica sabendo que portadora do virus HIV aids sente Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo totalmente 2 concordo 4 1 G Concordo totalmente 5 01 Desespero 02 Medo 03 Vontade de morrer 04 N o acredita 05 Ang stia 06 Tristeza 07 Outro 9 Informa es sobre HTLV 9 1 A senhora j ouviu falar sobre HTLV Sim N o N o sei 9 2 Quando a senhora ouviu falar pela primeira vez sobre HTLV Nainf ncia Naadolesc ncia Na idade adulta Na gravidez No parto No
22. 6 1 19 2 uni o consensual 35 34 17 86 17 7 17 2 8 6 43 4 divorciada 6 1 6 13 3 0 5 3 0 6 6 vi va 6 12 18 3 0 6 1 9 1 Total 70 64 64 198 35 4 32 3 32 3 100 0 Ao longo das ltimas d cadas o conceito de fam lia vem sendo ampliado englobando os casais em uni o est vel o que foi reconhecido e outorgado a partir da Constitui o de 1988 Os resultados deste estudo apontam para essa mudan a social visto que oitenta e seis mulheres 43 4 afirmaram conviver em uni o consensual enquanto que trinta e oito 19 2 referiram ser casadas quarenta e tr s 21 7 estavam solteiras treze mulheres 6 63 estavam divorciadas ou separadas e dezoito 9 1 eram vi vas 50 45 40 v 30 28 o E 23 5 20 4 18 17 o E soropoitivas HIV 10 o soropositivas HTLV S 1 o Is 0 1 2 3 N mero de gesta es ap s a soropositividade Gr fico 3 Distribui o do n mero de Gesta es ap s a Soropositividade das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 110 No que se refere ao n mero de gesta es observa se um intervalo que variou de 1 a 16 vezes sendo que quarenta e duas 29 2 mulheres j engravidaram pelo menos 2 duas vezes trinta e nove 27 1 3 tr s vezes e apenas sete mulheres 4 9 engravidaram 1 vez As demais mulheres cinquenta e seis 48 7 s o consideradas multigestas pois j haviam engravidado entre 4 a 16 vezes Dentre as cento e quarenta e quat
23. Assim o que encontrado uma associa o a um v rus a uma doen a a uma coisa horr vel e triste isto porque a maioria destas mulheres j estava vivenciando o aparecimento de doen as associadas ao HTLV que ocasionava sofrimento e medo diante dos sintomas apresentados por elas ou estavam vivenciando o preconceito por serem soropositivas para um virus desconhecido mas parecido com o HIV Assim as mulheres soropositivas para o HTLV associam o estranho HTLV a algo familiar para elas o HIV especialmente quando dizem que o HTLV irm o ou primo do HIV uma vez que elas n o falam sobre as caracter sticas ou formas expl citas dele como j fazem as pessoas quando se referem ao HIV Nota se que as palavras evocadas por elas denotam apenas os sentimentos diante da sintomatologia apresentada e n o a partir do significado do v rus Portanto pode se afirmar que n o existem representa es sociais sobre o v rus HTLV existe apenas uma germina o uma incipiente ideia sem a concretude exigida pela objetiva o da RS nem significa o que possibilite a ancoragem do saber sobre o HTLV E ao percorrer o caminho trilhado desde o processo de amamenta o at o cont gio do leite materno pelos v rus observa se que no campo sem ntico das mulheres soropositivas para o HTLV este foi representado como sendo horr vel ao passo que nenhuma palavra sobre este est mulo foi evocada no campo sem ntico das mulheres soronegativas
24. Isto porque a constru o social da amamenta o como parte do universo simb lico das mulheres retrata valores sobre a maternidade e o corpo Em nossa sociedade a maternidade socialmente valorizada e institu da como responsabilidade e dever da mulher no cuidado do a filho a fundamentada na constru o social e biol gica da figura da mulher Entretanto as pu rperas expressaram a amamenta o como um poder materializado em express es de inutilidade e impot ncia diante da possibilidade de n o poder amamentar SOUZA et al 2007 preciso repensar e discutir com as mulheres as quest es que permeiam o processo de amamenta o focalizando se o momento e o contexto socioist rico onde o surgimento de doen as como as provocadas pelos v rus HIV e HTLV requer um novo olhar sobre o ato de amamentar entrando em cena o ato de n o amamentar como forma de preven o da transmiss o desses v rus mostrando que esse novo olhar n o ir diminuir o poder de ser mulher e m e 64 Silva 2005 diz que um desafio a desconstru o do simbolismo do ideal materno vinculado ao aleitamento materno A impossibilidade de amamentar n o isenta de tristeza e sentimento mas uma perda para a mulher muitas vezes desconhecida e n o avaliada pelas pessoas que a cerca n o percebida pelos profissionais de sa de e n o devidamente apoiada pelas pol ticas de sa de e sociais para garantir a substitui o do leite materno A autora de
25. KREISS J J Posnatal transmission of HIV 1 through pooled breast milk Lancet 344 1432 1994 224 NEVES L A S Preven o da trasnmiss o vertical do HIV aids compreendendo as cren as e percep es das m es soropositivas Disserta o mestrado Escola de Enfermagem de Ribeir o Preto da Universidade de S o Paulo Ribeir o Preto 2005 NEVES L A S GIR E Cren as das m es soropositivas ao HIV acerca da trasnmiss o vertical da doen a Rev Latino am Enfermagem setembro outubro 14 5 2006 N BREGA S M Sobre a Teoria das Representa es Sociais In MOREIRA A S P org Representa es sociais teoria e pr tica Jo o Pessoa Universit ria UFPB 2001 p 55 87 NAKANO A M S MAMEDE M V A pr tica do aleitamento materno em um grupo de mulheres brasileiras movimentos de acomoda o e resist ncia Rev Latino Am v 7 n 3 p 69 76 junho 1999 NAKANO A M S As viv ncias da amamenta o para um grupo de mulheres nos limites de ser o corpo para o filho e de ser o corpo para si Cad Sa de P blica Rio de Janeiro 19 Sup 2 S355 S363 2003 NASIO J D Meu corpo e suas imagens Rio de Janeiro Jorge Zahar 2009 N BREGA S M COUTINHO M P L O teste de associa o livre de palavras In COUTINHO M P L et al orgs Representa es sociais abordagem interdisciplinar Jo o Pessoa Universit ria UFPB 2003 p 67 77 ORDAZ O VALA J Objetiva o e ancorag
26. O per odo de lat ncia para HAM TSP mais curto de que para ATL casos de HAM TSP foram associados transfus o de sangue com um intervalo m dio de 3 3 anos entre a transfus o e o desenvolvimento da HAM TSP CATALAN SOARES PROIETTI CARNEIRO PROIETTI 2001 A dermatite infecciosa associada ao HTLV DIH uma forma de eczema infectado e recidivante que geralmente inicia se aos 18 meses de vida e raramente persiste at a vida 54 adulta A transmiss o por via vertical sendo mais frequente no sexo feminino A DIH mostra les es erit mato descamativas infectadas e crostosas no couro cabeludo pavilh es auriculares regi o retroauricular pesco o dobras regi o inguinal genit lia e varias outras partes do corpo apresentando prurido menos intenso que o da dermatite at pica Os pacientes ainda podem apresentar les es nas fossas nasais e ou rinite e com frequ ncia blefaroconjutivite A DIH pode evoluir para HAM STM e ATL Na Bahia 44 dos casos de ATL diagnosticados tem hist ria de eczema severo na inf ncia resistente a tratamento e com comprometimento do couro cabeludo BITTENCOURT PRIMO OLIVEIRA 2006 Outras doen as ou sindromes tamb m foram associadas ao HTLV I dentre elas a polimiosite artropatia cr nica cuja caracter stica principal uma oligoartrite cr nica afetando ombros pulsos e joelhos panbronquite uveite hipereosinofilia FERNANDES SILVA 2003 BRASIL 2006 Com rela o ao HTLV
27. Ser a transmissora potencial do HIV para seu filho enfrentar um longo e apavorante per odo de incertezas antes de saber se a crian a est infectada ou n o s o situa es de agonia para a mulher soropositiva No entanto a confirma o da n o soropositividade dos as filhos as traz para a mulher al vio e contentamento por n o ter sido fonte de contamina o Assim nesse momento o n o amamentar visto como forma de preven o da infec o e um ato de amor da m e para com seu sua filho a Paiva 2000 p 128 por sua vez identificou que a viv ncia da gravidez refor ando a concep o idealizada da maternidade muito mais valorizada que a soropositividade chegando a super la atrav s da resignifica o da doen a das suas consequ ncias e o conhecimento sobre a aids como uma das formas para o seu enfrentamento Observa se ainda que a articula o entre gravidez e soropositividade contribuiu para ader ncia ao tratamento e para a ado o de medidas preventivas relativas ao agravamento das condi es de sa de doen a das gestantes e dos conceptos Assim as mulheres soropositivas para o HIV apresentam se para as consultas seguem todo tratamento institu do inclusive a n o amamenta o para impedir que o a filho a seja contaminado pelo v rus O estado de ser m e transforma a maternidade em um per odo significativo e ao que parece a gravidez tem sido um forte determinante para que as gestantes HIV positivas
28. Social Sciences quest es fechadas A tica permeou todo processo da pesquisa conforme a Resolu o 196 96 do Conselho Nacional de Sa de Da an lise das informa es emergiram cinco categorias reveses e vieses o des conhecimento como consequ ncia de vidas reescritas amamentar um desafio des conhecer raz es para decidir escolher multiversas maneiras de viver a vida sendo soropositiva a d ficil decis o de n o amamentar conflitos valorativos sentimentos e sensa es do ser m e de filhos livres dos v rus HIV e HTLV Os resultados apontaram que a idade m dia destas mulheres foi de 31 4 anos 50 afirmaram viver em uni o consensual a maioria referiu ter cursado o Ensino Fundamental Incompleto e estarem desempregadas As mulheres representaram o cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV como um reviver permeado de dificuldades de ordem biol gica psicol gica econ mica e psicossocial por m o n o amamentar foi ressignificado e transformado num ato de amor por proteger o a filho a da contamina o pelo v rus preciso implantar e implementar pol ticas p blicas de sa de que respondam s necessidades das mulheres que vivenciam a soropositividade e a n o amamenta o considerando a subjetividade destas mulheres focalizando se contexto s cio hist rico onde o surgimento das infec es pelos v rus HIV e HTLV requer um novo olhar sobre o ato de amamentar n o amamentar devido ao cont gio do leite
29. a normal GESTANTE 19 SN Desse modo apreende se que o desconhecimento sobre o HTLV levou as mulheres hipot ticamente a contaminarem o boneco rec m nascido ao escolherem a mamadeira com o v rus para lhes oferecer Pela falta do conhecimento na realidade cotidiana muitas crian as v m sendo contaminadas pelo HTLV via transmiss o vertical Como explicitam os quadros a seguir pode se constatar que apenas as mulheres soropositivas para o HTLV possuem um conhecimento sobre esse v rus e mesmo assim ainda incipiente resultado evidenciado mais explicitamente no MCMM e no TALP conforme apresentado anteriormente 158 SN HIV HTLV CONTATO SEXUAL o 29 2 91 7 SANGUE CONTAMINADO T 29 2 95 8 TRASNFUS O 29 2 95 8 Quadro 6 Conhecimento de mulheres segundo condi o sorol gica sobre a transmiss o sexual e sangu nea do v rus HTLV Salvador Bahia 2009 Poder amos afirmar que existe total discord ncia entre os grupos relativa s tr s formas de transmiss o acima destacadas Vale destacar que nenhum meio de comunica o difus o propaga o e propaganda como formas de veicula o da informa o exerce influ ncia sobre os grupos sendo portanto invi vel a constru o de representa es pelos meios de mass midia Apenas as mulheres que foram acometidas pelo HTLV t m a possibilidade de elaborar alguma ideia quando induzidas pelos profissionais de sa de Entretanto tal conh
30. a fase adulta GESTANTE 25 SN bom para sa de Je as crian as quanto mais tomam fica mais saud veis GESTANTE 16 SN Um aspecto observado nas informantes que o ato de amamentar n o esta s no desejo mas numa forma de exig ncia social que compreendido por essas mulheres como dever Este ent o ancora se nas representa es que constru ram no meio no qual est o inseridas e que lhes foram transmitidas transgeracionalmente configurando assim num ato natural e no qual ela a mulher deve amamentar de modo que por vezes torna se conflituoso n o amamentar seu filho diante da cobran a dos membros familiares e de outros indiv duos que comp em sua rede social ou seja seu grupo de perten a como destacados a seguir Porque o leite materno vida O beb tem que se alimentar no m nimo seis meses que vai ter as vitaminas e prote o que o leite tem E o leite com o HTLV ele vai prejudicar a sa de e se o beb tomar ele pode ter o virus HTLV MULHER 27 SP HTLV O leite materno um leite saud vel um leite que toda crian a deve tomar Eu por exemplo amamentei at os seis anos minha filha mais velha Ela muito bonita muito saud vel porque eu tinha certeza que eu n o tinha este v rus Ent o o leite materno tudo para uma crian a para o desenvolvimento a sa de enfim tudo o leite materno para a sa de da crian a para n o ficar doente e tudo o mais MULHER 13 SP HTLV Co
31. aprendendo a conviver com a soropositividade 186 No entanto tal aceita o resultou no sofrimento constante em seu viver cotidiano ao ser portadora de um v rus que desenvolve doen as que n o tem cura e pode levar morte Assim o n o amamentar devido a soropositividade uma forma de impedir a transmiss o do v rus para o seu sua filho a e tamb m impedir que este venha sofrer tanto quanto elas sofrem convivendo com o v rus no organismo conforme pode ser observado nas falas abaixo Eu escolhi o leite materno n o contaminado porque eu estou contribuindo para que seja uma pessoa a menos no sofrimento da contamina o porque egoismo a gente querer passar para outras pessoas aquilo que n o presta para gente Ent o a gente d ao pr ximo aquilo que queriamos que nos fosse dado Eu jamais ia querer que desse ao filho meu ou um neto meu porque no caso agora s o os netos um alimento qualquer contaminado MULHER 12 SP HTLV Fica dificil A gente fica exatamente sem saber o que pensar Acho que s vem na cabe a o sofrimento MULHER 31 SP HTLV Ah com certeza morte a morte na mamadeira porque a crian a vai ser infectada coitadinha vai come ar a sofrer j t o cedo com um problema t o grave tomando tanto medicamento e tendo o risco at de morrer MULHER 14 SP HIV Uma coisa que eu n o quero ter mais nunca Eu tive pavor quando vi escrito HIV porque eu sei se eu tiver um filho agora eu vou ter um filho
32. desta forma a certeza da sorologia negativa para estes v rus Com rela o escolha dos outros campos de coleta de informa es os centros de refer ncias ocorreu por serem campos nos quais se concentram um n mero significativo de pessoas soropositivas facilitando desta maneira o encontro com as mulheres soropositivas para os v rus HIV e HTLV 5 3 A ENTRADA NO CAMPO PARA COLETAR AS INFORMA ES A coleta de informa es teve in cio no dia 20 05 2008 na Unidade de Pr Natal com as mulheres soronegativas no dia 06 06 2008 no Centro de Refer ncia para IST aids com as mulheres soropositivas para o HIV e no dia 05 08 2008 no Centro de HTLV com as mulheres soropositivas para o HTLV sendo conclu da no m s de abril de 2009 O processo de entrada no campo para coletar as informa es aconteceu em pocas distintas para os tr s cen rios da pesquisa entretanto em alguns momentos essa coleta aconteceu de forma simult nea Para tanto foi necess rio seguir alguns passos os quais seguem descritos 81 5 3 1 O Primeiro Passo Inicialmente foi entregue o projeto de tese para o Comit de tica em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia que ap s a avalia o permitiu me adentrar nos cen rios do estudo para proceder a coleta das informa es 5 3 2 O Segundo Passo O segundo passo come ou com as visitas realizadas s unidades Momento em que me apresentei forneci a carta de apre
33. ela Se est contaminado n o presta Isto que significa MULHER 28 SP HIV Nessas falas observa se seja o desconhecimento entre as soronegativas ou o incipiente saber entre as soropositivas para o HIV o que refor a a necessidade do sistema p blico de sa de reavaliar suas estrat gias e a es frente s IST aids tendo em vista a gravidade do HTLV tanto para a sa de das pessoas como para os gastos p blicos com tratamento da sintomatologia cl nica manifesta nos portadores de tal infec o Colocar o HTLV em posi o de reserva ou seja n o dispensar a aten o necess ria na divulga o tendo em vista a preven o desta infec o escamotear a sa de p blica e a gravidade das doen as associadas ao v rus como a leucemia de c lulas T do adulto uveites paraparesia esp stica tropical mielopatia entre outras O conhecimento sobre o HTLV apareceu no TALP no campo sem ntico das mulheres soropositivas para o HTLV gen rico impreciso dando nfase sobre os aspectos emocionais 160 com a evoca o de palavras horr vel triste medo e sofrimento que refletem a viv ncia com a soropositividade Na din mica interativa sua compreens o reportada sintomatologia ressentida uma doen a que n o tem cura Eu perdi o equil brio das pernas dos quadris atacou minhas vistas os ossos que doem MULHER 30 SP HTLV A propaga o como forma de comunica o na constru o das representa es ne
34. escolha da via de parto e substitui o do aleitamento materno com leite artificial ou leite materno pasteurizado e oferecimento do leite artificial s mulheres portadoras do HIV nos pimeiros 12 meses de vida da crian a Entretanto com rela o ao HTLV n o existe uma pol tica p blica espec fica no que se refere ao dar suporte s mulheres que enfrentam a soropositividade e a n o amamenta o apenas a recomenda o para estas mulheres evitar o aleitamento materno buscando garantir a nutri o do lactante atrav s de aleitamento artificial BRASIL 2004b p 17 No entanto para muitas mulheres alimentar a crian a com leite artificial nos primeiros anos de vida torna se oneroso para suas condi es de vida e alia se a isto a falta de informa es sobre a melhor forma de alimentar a crian a rec m nascida Na realiza o deste estudo foi observado o qu o frequente era a busca por apoio no Centro de Refer ncia para HTLV pelas participantes deste estudo n o somente no sentido de obterem o leite artificial para alimentar os as filhos as mas tamb m os modos de como preparar e oferecer os alimentos aos s filhos as O referido Centro realizava campanhas para aquisi o de leite artificial com intuito de oferec lo s mulheres que frequentavam a unidade Muitas vezes nestas campanhas n o era arrecadado quantidade de leite suficiente para a demanda das mulheres que procuravam o servi o tornando se por vezes uma
35. for the social sciences Caxias do Sul Educs 2004 WANZELLER A L M LINHARES A C Preval ncia de anticorpos para HTLV I I em rec m nascidos em Bel m do Par Rev Para M d 16 3 14 17 jul set 2002 WERNECK J O desafio das Ialod s mulheres negras e a epidemia de HIV aids In WERNECK J MENDON A MAISA WHITE E C O livro da sa de das mulheres negras nossos passos v m de longe Rio de Janeiro Crioula 2000 p 95 102 WIKIP DIA Enciclop dia Livre Cogni o Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Cogni o gt Acesso em 30 Set 2009 WIKIP DIA Enciclop dia Livre Tristeza Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki tristeza gt Acesso em 30 Set 2009 XIMENES S Minidicion rio Edioro da L ngua portuguesa 2 ed S o Paulo Edioro 2000 ZIEGLER J B COOPER D A JOHSON R O et al Posnatal transmission of AIDS associated retrovirus from mother to infant Lancet P 896 898 1985 229 AP NDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE P S GRADUA O CURSO DE DOUTORADO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Meu nome Marizete Argolo Teixeira sou aluna do Curso de Doutorado em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia e estou realizando uma pesquisa intitulada SOROPOSITIVIDADE DE MULHERES PARA O HIV E HTLV SIGNIFICADOS DO CONT GIO DO LEITE MATERNO tend
36. homog neas para os grupos que revelam incertezas quanto a essas vias Por outro lado observou se que algumas cren as sobre a transmiss o do HIV aids foram abolidas no decorrer do tempo desde a d cada de 80 quando se constru ram infundadas cren as tais como pegar na m o abra ar e beijar Todas as pessoas entrevistadas declaram discordar da veracidade dessas formas de cont gio Paradoxalmente destaca se que falsas cren as sobre a transmiss o do HIV ainda permeavam o imagin rio social de algumas mulheres dentre elas aquelas de que o v rus pode ser transmitido compartilhando copos prato e talheres pela saliva e picada de mosquitos Sobre essa quest o Jodelet 1998 2005 em sua an lise sobre a constru o da alteridade no seu livro sobre loucura e representa es sociais assim como quando ela trata do estudo sobre representa es do cont gio e aids revela a presen a das mesmas formas de contamina o em suas pesquisas e que foram aqui constatadas nos nossos resultados Desde o in cio do surgimento da aids a sua transmiss o pelo sangue e esperma deram lugar a uma vis o biol gica o cont gio por meio de outros flu dos corporais como saliva e suor Esta cren a respaldou se na teoria dos humores corporais ao relacionar o cont gio pelos flu dos do corpo Em se tratando da aids o suor e a saliva representavam o sangue e o simples contato era visto como contaminante pois associava se a secre es corporais JOD
37. mas depende da m e se alimentar bem Essa ltima representa o aparece como uma pista de conduta defensiva classificada como racionaliza o pela psican lise que consiste no procedimento que o sujeito procura dar uma explica o coerente do ponto de vista l gico ou aceit vel do ponto de vista moral uma atitude uma id ia um sentimento entre outros cujos verdadeiros motivos n o s o percebidos LAPLANCHE PONTALIS 1988 A racionaliza o uma conduta muito comum presente tanto no pensamento normal como nos del rios uma forma de dissimular ou camuflar elementos em conflito Argumentar que o leite materno o alimento perfeito e certo para a m e que se alimenta bem mas que justific vel a n o amamenta o se a m e estiver subnutrida Mais uma vez evidencia se aqui o conte do latente das soronegativas que pelo fato de serem sadias e se recusarem a amamentar racionalizam esse conflito buscando explica es l gicas e moralmente aceit veis sem se revelarem como protagonistas de tal transgress o S o essas armadilhas que devem ser desvendadas na constru o do pensamento cient fico para se atingir a verdade e n o se tornar cr dulo s evid ncias universais J para as mulheres soropositivas para o v rus HIV o leite materno bom tudo de bom para a sa de da crian a fortalece os dentes e os ossos a melhor forma de alimentar uma crian a e bom amamentar o filho at 2 a 3
38. mulheres guerreiras e dotadas de for a e grandiosidade as bolsitas e colegas dos cursos de mestrado e doutorado muito obrigada por me fazer direcionar um olhar mais atentivo ao cuidado mulher enfocando as rela es de g nero Levo comigo contribui es valiosas para seguir caminhando neste novo horizonte que se despontou com o curso doutorado Ao Grupo de Pesquisa sobre Sexualdiades Vulnerabilidades e G nero pelo meu crecimento profissional Ao Grupo de Pesquisa M OS especialmente Prof Dr Johanne Collin pelo acolhimento e por ter cedido um espa o para que eu pudesse estudar durante a minha estadia em Montr al Aos secret rios do PPG Cl udia Ivan e Fred pelo atendimento na secretaria do PPG Prof Ros lia pela amizade compromisso profissional e tico muito obrigada por tudo amiga Miralva Ferraz pelo carinho amizade e apoio nos momentos trilhados neste estudo Aos coordenadores das institui es onde a pesquisa foi realizada muito obrigada pelo acolhimento Verena S nia Noilson e Dr Galv o pelo carinho orienta o e contribui es durante a coleta das informa es fam lia Figueredo Paty Edy Ana Carolina e m e Didina a minha terceira fam lia do cora o pelos dias de carinho aconchego afeto e acolhimento fam lia Santana e Leal Neura Caio e Anita a minha quarta fam lia do cora o pelo acolhimento carinho e amizade compartilhados e regados de c
39. o amamentar n o foi triste para mim n o Porque l mesmo no m dico elas me deram sei l de que leite eu dei ao meu menino M E 5 SP HIV Esse discurso evidencia que para algumas mulheres o n o amamentar pode ser visto como algo normal seja por experi ncias anteriores n o muito agrad veis com o ato de amamentar ou simplesmente porque isso significa um benef cio para a crian a Ademais ter recebido ajuda para alimentar o filho minimiza a ang stia incerteza e medo quanto ao alimento a ser oferecido para a crian a em substitui o amamenta o Entretanto o n o amamentar provoca altera es n o somente de ordem afetiva mas sobretudo altera es f sicas e org nicas vis veis e sentidas no corpo feminino especialmente as altera es mam rias e que ser discutida na subcategoria seguinte 7 4 2 Subcategoria O que eu vejo no meu corpo altera es f sico org nicas diante da n o amamenta o Ao perceberam as altera es fisico org nicas presentes em seus pr prios corpos as mulheres externaram sentimentos de tristeza sofrimento e dor vivenciados tanto no f sico como no psicol gico conforme constatado nos discursos seguintes L na maternidade quando acabei de ter o nen eles me deram uma inje o que pra secar o leite mas n o seca logo Eu criei os seios que ficaram mesmo gigantes eu tive febre foi horr vel foi horr vel At ele secar foi muito dolorido foi muito doloroso mesmo MUL
40. o do v rus No entanto o n o amamentar gera sentimento de culpa potencializado por n o terem se prevenido conforme observado nos discursos das informantes abaixo e o que eu penso deste leite contaminado Por que ele foi contaminado Por falta de preven o se est contaminado n o presta para dar a crian a Se eu n o pudesse amamentar por isso eu me sentiria muito triste O leite muito bom Saber que uma crian a vai ter que chorar saber que tem que mamar e n o vai poder mamar por causa de mim mesma n o Que provoquei e n o preveni GESTANTE 6 SN quando algu m amamenta uma crian a com leite contaminado automaticamente a crian a ir ficar doente tamb m Bom seria que n s pud ssemos prevenir para que isso n o venha acontecer cuidar de n s para poder cuidar da sa de da crian a SP HTLV 4 161 Ainda nas informa es advindas do TALP para o est mulo 4 HIV e 5 aids a palavra preven o aparece no campo sem ntico das mulheres soronegativas denotando que esta perpassa pelo seu universo simb lico em oposi o ao discurso normativo ou seja assimilado e apreendido Segundo Neves 2005 p 17 a complexidade da aids envolve n o somente o lado cognitivo do conhecimento e da informa o mas tamb m as mudan as de comportamento Neste sentido n o basta somente conhecer para prevenir preciso mudar comportamentos para o alcance da preven o Esse descuido o
41. o somente quando estava cuidando das mulheres e seus familiares mas tamb m quando ministrava aulas promovia cursos e oficinas sobre a tem tica para profissionais de sa de e para as mulheres em especial as gestantes e nutrizes Assim reconstruir novos significados diante da n o amamenta o foi um processo dif cil e doloroso para mim durante os momentos em que comecei a ler e a escrever sobre a tem tica No entanto na medida em que me aprofundava nas leituras e no percurso da pesquisa de campo durante a coleta de informa es fui reconstruindo significados sobre a n o amamenta o devido ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV e ao conhecer como as mulheres representavam e vivenciavam tal processo novas inquieta es surgiram especialmente no que se refere aos cuidados necess rios para auxili las no enfrentamento da n o amamenta o e da soropositividade Ao deparar me com tal situa o a minha ang stia diante da n o amamenta o toma um novo rumo uma vez que a descoberta da veicula o dos v rus HIV e HTLV pelo leite materno o que impede as mulheres de amamentarem e considerando a hist ria social destas doen as eu observei que esta articula o al m de despertar nas mulheres sentimentos de tristeza e culpa por n o poderem amamentar ou por terem transmitido o virus para seus suas filhos as as coloca frente a outro problema comum s pessoas infectadas o preconceito por serem portadoras dos v
42. pelo compromisso firmado em minha qualifica o profisisonal e pelo apoio financeiro por meio das bolsas concedidas no Brasil e no Canad s professoras do Programa de P s Gradua o em Enfermagem al m de agradecer gostaria de parabeniz las pela luta for a e coragem de manter este Programa s Bancas Examinadoras da primeira e segunda qualifica es Professoras Dr Mariza Almeida Dr Maria de Lourdes Ornellas Dr Achil ia Dr Evangu lia Santos pelas contribui es neste estudo Banca de Defesa Dr Rafael Dr Sheva Dr Luzia Dr Penha Dr Mariza Dr Edm ia por todas as contribui es na constru o desse conhecimento Prof Dr Cristina Melo meu muito obrigada pelo carinho pelas palavras de incentivo elas serviram para reflex o de minha vida pessoal e profissional Prof Dr Jeane Freitas pelo carinho e contribui es nesse estudo As colegas do doutorado Patricia Neuranildes K tia Maristela Larissa T nia Nadirlene Rosana e Lucimeire seres humanos muito especiais O nosso caminhar foi trilhado por muitas conquistas pelo nosso crescimento pessoal e profissional obrigada pelos anos de conv vio eles foram extremamente importantes nesta minha caminhada segunda fam lia do cora o Grupos de Estudos sobre a Sa de da Mulher GEM especialmente s professoras Isa Silvia Enilda Jeane Solange Norm lia Edm ia Mariza e Mirian
43. rio da Sa de BRASIL 2007 E para as portadoras do HTLV ainda n o se tem uma pol tica p blica espec fica dificultando ainda mais o seu enfrentamento Contudo n o questionado o significado que as mulheres atribuem ao cont gio do leite materno muito menos lhes fornecido de forma satisfat ria o suporte necess rio para que possam enfrentar os processos biol gicos sociais econ micos psicol gicos e culturais que poder o surgir diante da impossibilidade do ato de amamentar uma vez que mesmo com a exist ncia de manuais do Minist rio da Sa de que orientam as condutas necess rias na pr tica muitas recomenda es ainda n o s o utilizadas pelos profissionais de sa de fazendo com que as mulheres tornem se inseguras na forma correta de alimentar os as filhos as com outro alimento bem como no que fazer para enfrentar os processos biol gicos e sociais gerados a partir da n o amamenta o especialmente para mulheres que est o vivenciado a maternidade pela primeira vez Assim surgiu como quest es norteadoras deste estudo como as mulheres significam e conferem sentido ao cont gio do leite materno e ao leite materno contaminado pelos v rus HIV e HTLV Como as mulheres expressam as atitudes e comportamentos frente ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV quando s o expostas a uma situa o hipot tica Desse modo o estudo tem como base a tese de que as RS que as mulheres soronegativas e soropositivas para
44. vari veis fixas ou sociodemogr ficas condi o sorol gica idade e escolaridade A AFC revelada no jogo de oposi es demonstrou que as vari veis condi o sorol gica e idade apresentaram signific ncia diante do percentual total das respostas No entanto a idade foi significativa apenas para o grupo de mulheres soropositivas para o v rus HTLV com idade de 40 e mais anos A an lise das informa es obtidas por meio do TALP permitiu representar graficamente Figura 7 a atra o entre as vari veis fixas condi o sorol gica idade e as vari veis de opini es respostas das mulheres Para efeito de processamento estat stico foi elaborado um banco de dados organizado em colunas e linhas Nas colunas est o introduzidas as vari veis sociodemogr ficas de cada sujeito seguidas das respostas evocadas ou adjetivos dos mesmos respondentes e que est o colocadas em linhas Quando cruzadas no Tri Deux Mots revelam a din mica de atra o e distanciamento entre as modalidades de respostas e caracter sticas dos grupos A an lise da figura 7 foi feita a partir da leitura das modalidades palavras evocadas distribu das de maneira oposta sobre os eixos ou fatores Fl e F2 Observando a figura 7 relativa ao gr fico pode se observar que Fl e F2 revelam as representa es das mulheres soronegativas enquanto o Fl fator 1 negativo evidencia as respostas das mulheres soropositivas para o v rus HTLV com idade de 40 e mais anos J no
45. 03 Culpada 04 Triste 05 _ Aliviada 06 Bem 07 N o sente nada 08 Feliz porque n o vai passar o v rus para meu filho 09 Outros Quais 233 ANEXO A PARECER DO COMIT DE TICA fd UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ENFERMAGEM COMIT DE TICA EM PESQUISA CONEP PARECER Temos satisfa o de comunicar que o seu projeto de Pesquisa abaixo especificado foi analisado pelo Comit de tica em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia na Reuni o Extraordin ria realizada em 15 de maio de 2008 na sala do CEPEE UFBA situado no 4 andar da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia Informamos que o Parecer do relator sobre Protocolo de n 001 12008 foi APROVADO pelo Plen rio do referido CEP Titulo do Projeto Soropositividade de mulheres para o HIV e HTLV significados do cont gio do leite materno Pesquisadoras Respons veis Dda Marizete Argolo Teixeira e Doutora Mirian Santos Paiva Data da aprecia o do CEPEE UFBA 15 de maio de 2008 PARECER As Autoras dever o apresentar o Relat rio Final ap s a conclus o da pesquisa Coordena o do CEP em atendimento ao disposto na Resolu o 196 96 Salvador 19 de maio de 2008 Darei de Oliveiro sunta Rosa Coordenador do CEP EEUFBA COREN BA 10111 254 ANEXO B IMP DICION RIO TRI DEUX MOTS TRI DEUX Version 2 2 IMPortation des MOTs d un fichier de questions ouvertes ou de mots associ
46. 40 e mais anos Assim apreendem se a partir das respostas expressas pelas mulheres soronegativas as seguintes representa es ruim e deve amamentar amamenta o n o quer amamentar e tem que amamentar n o amamenta o doen a n o cura preven o e cuidar HIV preven o aids doen a e n o sei HTLV J para as mulheres soropositivas para o v rus HTLV com idade de 40 anos e mais anos as representa es foram amor e carinho amamenta o ego smo n o amamenta o ruim e triste HIV pior aids horr vel medo triste e sofrimento HTLV e horr vel cont gio do leite materno No que diz respeito ao F2 linha vertical azul o procedimento de an lise baseou se tamb m na condi o sorologia j que para a AFC houve oposi o entre as representa es sociais de mulheres soropositivas para o HIV SP HIV e mulheres soronegativas SORONEGATIVA As palavras localizadas na parte superior ao eixo das abscissas F2 referem se s evoca es de mulheres soronegativas e expressam as seguintes representa es alimenta o leite materno alimenta o e ruim amamenta o problema rejei o e n o quer amamentar n o amamenta o preven o HIV preven o aids preven o cont gio do leite materno As palavras situadas na extremidade inferior da linha horizontal F2 dizem respeito s evoca es de mulheres soropositivas para o v rus HIV representadas pelas seguintes palavras bo
47. 573 100 74 0 26 0 Question 017 Position 17 Code max 2 Tot 1 2 2206 1130 1076 100 51 2 48 8 257 ANEXO C AFC ANALYSE DES CORRESPONDANCES TRI DEUX Version 2 2 Analyse des carts l ind pendance mars 1995 Renseignements Ph Cibois UFR Sciences sociales Paris V 12 rue Cujas 75005 PARIS Programme ANECAR Le nombre total de lignes du tableau est de 81 Le nombre total de colonnes du tableau est de 7 Le nombre de lignes suppl mentaires est de 0 Le nombre de colonnes suppl mentaires est de 0 Le nombre de lignes actives est de 81 Le nombre de colonnes actives est de 7 M moire disponible avant dimensionnement 496974 M moire restante apr s dim fichiers secondaires 493614 M moire restante apr s dim fichier principal 491342 AFC Analyse des correspondances kkkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkxkkkkkxkxx xx Le phi deux est de 0 136956 Pr cision minimum 5 chiffres significatifs Le nombre de facteurs extraire est de 4 Facteur 1 Valeur propre 0 082453 Pourcentage du total 60 2 Facteur 2 Valeur propre 0 033649 Pourcentage du total 24 6 Facteur 3 Valeur propre 0 015766 Pourcentage du total 11 5 Facteur 4 Valeur propre 0 005088 Pourcentage du total 3 7 Coordonn es factorielles F et contributions pour le facteur CPF Lignes du tableau is a ETE A Dna SE o Das RSR pi ni E MS a E a E ja E a a ACT F 1 CPF F 2 CPF F 3 CPF F 4 CPE RS D
48. Decidir quando parar foi uma etapa dif cil uma vez que o processo de an lise nunca se esgota e portanto nunca estar completo porque sempre poss vel uma nova maneira de ler a imagem ou um novo l xico ou sistema de refer ncia para aplicar imagem No entanto a conclus o da an lise se d a um certo ponto da discuss o quando percebe se que o problema de pesquisa foi enfocado e que os significados significantes e sentidos foram extra dos das imagens e textos permitindo desta forma apreender o fen meno estudado e Relat rio da an lise como ltimo passo tem se o relat rio de an lise que se encontra apresentado de forma discursiva nos cap tulos 6 e 7 Articular a imagem ao texto traz contribui es para an lise isto porque como bem salienta Penn 2002 p 322 a imagem sempre poliss mica e amb gua por isso que a maioria das imagens sempre acompanhada de algum tipo de texto o texto tira a 97 ambiguidade da imagem onde ambos imagens e texto contribuem para o sentido completo 5 7 3 A an lise da din mica interativa As informa es coletadas por meio da din mica interativa foram analisadas de forma qualitativa e quantitativa Para as respostas provenientes das perguntas abertas a an lise realizada foi a de conte do tem tica proposta por Minayo 2000 Para as respostas provenientes da perguntas fechadas as informa es foram processadas por meio do Programa SPSS e em s
49. Enfermagem fundamentado no Interacionismo Simb lico 2005 238f Disserta o Mestrado em Enfermagem Programa de P s Gradua o em Enfermagem Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis TEIXEIRA M A NITSCHKE R G PAIVA M S An lise de dados em pesquisa qualitativa um olhar para a proposta de Morse e Field Rev RENE Fortaleza v 9 n 3 Jul set 2008 TEMPORINI E R A pesquisa na ci ncia oftalmol gica o que investigar Dipon vel em lt http www cibersaude com br revistas asp fase r003 amp id materia 3202 gt Acesso em 29 Set 2009 TERUYA K COUTINHO S B Sobreviv ncia Infantil e aleitamento materno In REGO Jos Dias Aleitamento Materno S o Paulo Atheneu 2000 TRENTINL M PAIM L Pesquisa convergente assistencial um desenho que une o fazer e o pensar na pr tica assistencial em sa de enfermagem 2 ed Florian polis Insular 2004 TURATO E R Tratado da metodologia da pesquisa cl nico qualitativa constru o te rico cpistemol gica discuss o comparada e aplica o nas reas da sa de e humanas Petr polis RJ Vozes 2003 685p UNICEF UNITED NATIONS CHILDREN S FUND UNAIDS JOINT UNITED NATIONS PROGRAMME ON HIV AIDS WHO WORLD HEALTH ORGANIZATION HIV and Infant Feeding a review of HIV transmission through breastfeeding Genebra 1998 WHO FRH NUT CDH 98 1 Dispon vel em lt www unaids org publication documents mtct hivmod3 pdf gt Acesso em 12 Fev 2
50. Envenenado 04 Contaminado 05 Presta 06 Outros 238 10 5 Se a senhora n o pudesse amamentar seu filho se sentiria Nunca Poucas vezes Algumas vzs Muitas vezes Sempre 1 2 6 4 5 Nenhuma vez Raramente As vezes Maioria Todas as vezes O1 __ Triste 02 Com medo 03 Culpa 04 Incerteza 05 Angustia 06 Al vio 07 Outros 10 6 Caso a senhora n o pudesse amamentar seu filho com seu leite porque ele estava contaminado pelos v rus HIV aids ou HTLV a senhora se sentiria Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 2 3 4 5 01 In til 02 Menos mulher 03 ___ Culpada 04 Triste 05 _ Aliviada 06 Bem 07 N o sente nada 08 Feliz porque n o vai passar o v rus para meu filho 09 Outros Quais 10 7 O que a senhora diria para as pessoas quando lhe perguntassem por que a senhora n o estava amamentando se por acaso fosse portadora dos v rus HIV ou HTLV N o quero N o posso N o tenho leite Meu leite secou Meu leite pouco Estou tomando rem dio Outras respostas Quais 239 AP NDICE E ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM MULHERES SOROPOSITIVAS PARA O HIV AIDS PARA MULHERES SOROPOSITIVAS PARA O HIV AIDS 1 Fale para mim os motivos de voc ter escolhido esta mamadeira 2 O que significa este leite materno contaminado 3 O qu
51. F2 encontram se as representa es das mulheres soropositivas para o v rus HIV O mapa fatorial apresentado nesta figura determinado pelas respostas mais frequentes e relevantes aos est mulos indutores O fator 1 F1 em vermelho linha horizontal traduz as mais fortes representa es e explica 60 2 da vari ncia total de respostas valor a que foram somados o percentual de 24 6 relativos ao fator 2 F2 em azul linha vertical do gr fico alcan ando o estudo 84 8 da vari ncia total das respostas As palavras em preto condi o sorol gica e idade referem se s vari veis fixas que apresentaram signific ncia diante do banco de dados processado As demais palavras expressam as representa es das mulheres entrevistadas e tiveram a sua cor definida azul ou vermelho de acordo com a contribui o para o fator CPF de modo que as palavras que apresentaram um maior ndice de CPF para o eixo 1 receberam a cor vermelha enquanto que aquelas que obtiveram CPF maior para o eixo 2 receberam a cor azul e aquelas que 113 contribuiram para os dois fatores foram apresentadas com a mescla das duas cores azul e vermelho importante salientar que todas as palavras em azul ou vermelho s o sucedidas de um n mero referente ao est mulo em quest o conforme demonstrado na legenda abaixo do gr fico REJEI O3 F2 N O QUER AMAMENTAR3 ALIMENTA O2 PREVEN OS RUIM4 TRISTE6 SORONEGATIVA RUIM2 PREVEN
52. O4 PROBLEMA3 CUIDAR5 ALIMENTA O1 SOFRIMENTO6 PREVEN O DEVE AMAMENTAR2 MEDO6 SP HTLV TRISTE4 AMOR2 IDADE 40 CARINHO2 DOEN A4 F1 HORRIVEL6 F1 EGOISMO3 TEM QUE AMAMENTAR3 N O CURA4 CUIDAR4 DOEN A6 HORRIVEL TRISTE3 N O SEI6 PIOR5 CONTAMINADO BOM1 DEVE AMAMENTAR1 DIF CIL N O PODER AMAMENTAR3 SP HIV TRISTE DIF CIL N O PODER AMAMENTARI PRECONCEITOS F2 DIF CIL N O PODER AMAMENTAR2 Figura 7 Representa o Gr fica dos Fatores 1 e 2 Salvador Bahia 2009 LEGENDAS N EST MULO 1 2 3 4 5 6 7 Cont gio ESTIMULOS Leite Amamenta o N o HIV AIDS HTLV Leite Materno Amamenta o Materno F1 F2 Mulheres SORONEGATIVAS F1 Mulheres SOROPOSITIVAS HTLV IDADE e maior 40 ANOS F2 Mulheres SOROPOSITIVAS HIV 114 Para o primeiro fator F1 evidenciou se uma oposi o entre a condi o sorol gica e idade sendo destacadas as palavras da cor preta evocadas pelas mulheres soronegativas SORONEGATIVA e pelas mulheres soropositivas para o HTLV com idade de 40 e mais anos SP HTLV e IDADE 40 Assim as evoca es localizadas no lado direito do eixo das ordenadas Fl refletem os universos sem nticos citados com maior frequ ncia pelas mulheres soronegativas Por outro lado as palavras que se encontram no lado esquerdo F1 exprimem as evoca es mais frequentes entre as mulheres soropositivas para o v rus HTLV com idades de
53. Salvador desde o per odo de janeiro de 2000 at in cio de dezembro de 2006 foram notificados um total de 546 gestantes soropositivas para o HIV BOLETIM EPIDEMIOL GICO 2006 demonstrando a necessidade de implementa o de medidas que possam impedir a cadeia de transmiss o deste v rus dentre elas a supress o da amamenta o O risco de transmiss o do v rus HIV atrav s da amamenta o quase o dobro entre as m es que foram infectadas recentemente maior se a mulher est em um est gio avan ado da doen a e ocorre um prolongamento da amamenta o OMS 1996 2003 BRASIL 2003 Surge assim um desafio para reas do conhecimento especialmente a da sa de diante do impasse que o de lidar com a mulher que at ent o podia e devia amamentar e agora n o deve embora possa PADOIN 2006 p 18 Entretanto dado a import ncia do aleitamento materno para os seres humanos principalmente para redu o da morbimortalidade infantil em 1997 a Declara o Pol tica das Na es Unidas destacou que como principio geral para todas as popula es independentemente da taxa de infec o por HIV a amamenta o deve ser promovida protegida e apoiada IBFAM 2003 p 1 No entanto vale destacar que desde 1988 v m sendo publicados diversos documentos com recomenda es sobre a quest o da transmiss o vertical da m e para crian a TVMC do HIV por meio do leite materno mesmo que nesta data o que mais se rec
54. a 34 amamenta o sendo que a principal via de transmiss o dos virus HTLV a que ocorre da m e para o a filho a Em reas end micas para HTLV I aproximadamente 25 de crian as amamentadas nascidas de m es soropositivas adquirem a doen a A transmiss o intrauterina ou perinatal acontece mas parece ser menos frequente que a transmiss o pela amamenta o e somente 5 de crian as nascidas de m es infectadas mas n o amamentadas adquirem a infec o BITTENCOURT 1998 FERNANDES SILVA 2003 Segundo Martins e Stancioli 2006 p 38 o n vel de carga proviral do HTLV importante na transmiss o sexual ou vertical do v rus al m do tempo de exposi o ao fator risco rela o sexual ou aleitamento materno sendo que a transmiss o do HTLV I por meio da amamenta o tem como fator de risco a elevada carga proviral da m e assim como altos t tulos de anticorpos anti HTLV I A infec o do HTLV I end mica no sudoeste do Jap o onde 30 da popula o adulta de portadores do v rus na Bacia Caribenha com uma taxa de 2 a 5 de adultos negros soropositivos para o HTLV I na Melan sia e no Brasil Taxas elevadas tamb m s o encontradas na Am rica do Sul Am rica Central e frica sub saariana Em algumas destas regi es a taxa de preval ncia de 15 da popula o total J nos Estados Unidos a taxa m dia de soropositividade de HTLV I II entre doadores de sangue volunt rios de 0 016 As soropre
55. a cor autodeclarada das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 No que diz respeito ra a cor observou se que cento e quinze mulheres se autodeclararam pertencentes ra a negra Cinquenta e cinco 27 8 se declararam de cor parda vinte e seis 13 1 se consideraram brancas e duas 1 ind genas Nota se que entre as mulheres que se autodeclararam pertencentes ra a negra quarenta 20 2 estavam entre as mulheres soronegativas O conhecimento sobre a caracter stica tnico racial de uma popula o um dado importante devido n o s ao fato de existirem doen as relacionadas etnia ra a mas tamb m pelo aumento de incid ncia decorrente da exclus o social dos grupos populacionais Vale destacar a crescente incid ncia da infec o pelo v rus HIV em pessoas de cor negra no pa s nos ltimos anos em especial na Bahia Sabe se que existe uma grande propor o de indiv duos da ra a negra no estado da Bahia e este um dos fatores que poderia justificar o fato de este ser o estado de maior soropreval ncia do HTLV O estado civil das mulheres informantes do estudo est descrito na Tabela 3 como se pode observar 109 Tabela 3 Distribui o do estado civil das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 Tipo de Grupo mulheres mulheres soropositivas mulheres soropositivas HIV soronegativas HTLV Total Estado soleira 16 10 17 43 Giyil 8 1 5 1 8 6 21 7 casada 7 19 12 38 3 5 9 6
56. a infec o pelo HTLV ainda permanece silenciosa e esquecida pelas autoridades governamentais especialmente a brasileira uma vez que n o se tem uma pol tica espec fica de preven o e controle para este v rus Portanto a amamenta o considerada como fonte de vida e sa de tamb m pode ser vista como fonte de adoecimento e morte uma vez que as crian as podem ser contaminadas por meio do leite materno caso suas m es sejam portadoras do v rus HIV e ou HTLV Tais infec es poder o ser evitadas caso medidas preventivas sejam tomadas especialmente com o uso de antiretrovirais e suspens o da amamenta o impedindo que crian as venham a se contaminar adoecer e at morrer Por m tal situa o vem despertando nas mulheres sentimentos de culpa incerteza e tristeza pois em vez de ser fonte de nutri o papel para a qual foi educada tornou se ve culo de cont gio e de risco para seu sua filho a 3 2 CONSTRU O SOCIAL DA INFEC O PELO HIV AIDS A d cada de 80 do s culo XX foi marcada pelo surgimento de uma doen a grave e contagiosa a qual destruia o sistema imunol gico das pessoas que eram acometidas levando as quase sempre morte Essa pandemia se configurou como um dos maiores desafios da humanidade e despertou os interesses de pesquisadores cl nicos estudiosos e da sociedade em geral e imediatamente investimentos tecnol gicos e cient ficos foram empreendidos com intuito de desvendar tal doen a Nessa mesma
57. a uma classe geral de ideia s e cren as 68 ci ncia mito religi o etc para n s s o fen menos espec ficos que est o relacionados com um modo particular de compreender e de se comunicar um modo que cria tanto a realidade como o senso comum para enfatizar essa distin o que eu uso o termo social em vez de coletivo MOSCOVICI 2003 p 49 Moscovici recorreu tamb m a outros te ricos para apoiar suas perspectivas a respeito da constru o do saber e do valor do saber pr tico dentre eles Piaget L vy Bruhl e Freud Piaget por meio de sua contribui o a respeito do desenvolvimento infantil L vy Bruhl por meio dos seus estudos sobre o pensamento m stico e Freud com as teorias sexuais da crian a ARRUDA 2002 Assim dado s diferen as epistemol gicas das duas perspectivas Moscovici define as representa es sociais como o conjunto de conceitos afirma es que devem ser consideradas como verdadeiras teorias do senso comum ci ncias coletivas sui generis pelas quais se procede a interpreta o e mesmo a constru o das realidades sociais MOSCOVICI 1976 p 48 Segundo Arruda 2002 p 131 a realidade socialmente constru da e o saber uma constru o do sujeito mas n o desligada de sua inser o social Afirma ainda que ao elaborar a TRS Moscovici prop e uma psicossociologia do conhecimento com apoio sociol gico mas sem desprezar os processos subjetivos e cogni
58. abaixo os conflitos vivenciados pelas mulheres ao decidirem n o amamentar os filhos Qualquer m e vai dar o de c leite materno e n o vai dar o de l com HIV Senti porque a gente soropositiva as m es t m vontade de dar peito a crian a mas a gente n o pode dar mas bom que n o d mesmo porque a gente n o prejudica a crian a MULHER 24 SP HIV Eu senti que eu j passei por este processo de descobrir o HIV logo depois do parto e n o poder amamentar mas era um sonho que tinha de amamentar mas naquele caso eu tinha que me conformar de n o passar a doen a para minha filha Eu senti assim um sentimento que a gente fica triste e ao mesmo tempo tem que enfrentar MULHER 17 SP HIV complicado porque eu acho o ato de amamentar importante Eu mesma amamentei os meus filhos que quando eu descobri eu j tava com o virus eu j tinha os dois Eu acho que o contato na amamenta o ainda mais importante que o parto MULHER 21 SP HTLV Eu senti vontade porque eu n o pude amamentar minha filha At hoje eu sinto esta vontade porque eu n o pude amamentar E quando eu vi a mamadeira escrita HIV eu lembrei logo que n o podia dar Eu senti que n o podia dar de jeito nenhum e s podia dar a de c leite materno M E 24 SP HTLV Nos discursos das mulheres percebe se que mesmo conhecendo o seu estado sorol gico elas mantinham o sonho e desejo de amamentar No entanto o n o amamentar para manter a sa
59. anos de idade Assim para elas dif cil n o poder amamentar triste uma pena porque n o deram mama e se pudessem elas dariam pois seria t o bom amamentar uma vez que o leite materno necess rio para a crian a e a m e deve amamentar at seis meses 123 Estas representa es se ancoram no conhecimento produzido pelo tema que amplamente divulgado pela m dia e refor ado a partir das pr ticas educativas e do saber pr tico das mulheres apreendido em suas vidas cotidianas O grupo de mulheres soronegativas foi constituido em sua maioria por gestantes que estavam vivenciando o ciclo reprodutivo onde o tema central de discuss es se baseou nos cuidados que devem ser fornecidos aos rec m nascidos e para elas o ato de alimentar a crian a torna se uma preocupa o iminente Al m disso torna se dificil para as mulheres duvidarem da superioridade do leite materno como alimento saud vel completo que protege seu sua filho a de doen as e portanto um leite adequado para a sa de do da mesmo a Esta divulga o feita atrav s de gera es dos profissionais de sa de dos amigos da m dia e dos meios cient ficos uma vez que a superioridade em rela o alimenta o artificial comprovada cientificamente e tem contribuido com a redu o da morbimortalidade infantil No que se refere amamenta o para as mulheres soronegativas ela uma alimenta o ou seja a forma utilizada por elas para alime
60. ao inv s de sua supress o Ap s o nascimento de uma crian a a mama da mulher por meio da prolactina come a a produzir o leite materno Se esse leite n o for retirado em quantidade suficiente as mamas podem ficar ingurgitadas provocando dor desconforto e febre em algumas mulheres Desse modo para minimizar tais desconfortos para as mulheres soropositivas para os v rus o leite materno ao inv s de ser retirado ter que ser suprimido Assim para impedir as intercorr ncias mam rias o Minist rio da Sa de recomenda a utiliza o de medidas cl nicas e farmacol gicas para impedir a produ o do leite materno A medida cl nica consiste em realizar compress o das mamas com ataduras imediatamente ap s o parto e permanecer por um per odo de dez dias evitando se a manipula o das mamas No entanto pela dificuldade de manuten o do enfaixamento por um per odo prolongado recomenda se conjuntamente a supress o farmacol gica da lacta o BRASIL 2003 2007 Nesse estudo tais medidas citadas foram utilizadas nas mulheres conforme os relatos a seguir Na maternidade enfaixaram minhas mamas mas n o deram nenhum rem dio para mim n o Eu usei a faixa Eu fiquei usando ela at chegar em casa mas n o demorou nem um m s pra secar ficou uns dias e depois secou Mas agora ainda assim sai uma aguinha tem vez que sai aquele leitinho mas n o muito n o M E 33 SP HIV 198 Eu tomei inj
61. as nas am soronegativos e com sa de Assim as mulheres deste estudo tiveram como objetivo n o permitir que seus suas filhos as fossem contaminados pelos v rus para tanto foi imprescindivel seguir todas as recomenda es dos profissionais de sa de incluindo a n o amamenta o Os discursos abaixo ilustram tal afirmativa Porque ele j tinha um ano a eu fiz certinho todos os exames todos negativos a o m dico me chamou na sala meu cora o quase pulava fora com aqueles dois meninos na m o que eu fui logo com os dois de vez eu disse eu vou ter que saber Meus filhos n o vai ficar com esta doen a Cheguei l na sala e ele disse entra ai que a senhora a m e Pegou os exames abriu e falou todos os dois nenhum dos dois tem est o livres Eu disse Gra as a Deus Eu cheia de alegria fiquei alegre mesmo Gra as a Deus j pensou eu doente e meus filhos doentes Eles foram acompanhados at um ano Os anticorpos da crian a s se 204 formam mesmo com um ano Com um ano j d pra saber se tem ou n o Eles fizeram todos exames certinho e ele deu alta e disse que pode ser acompanhado por qualquer posto a normal Deu alta daqui M E 5 SP HIV O meu medo maior era esse porque minha menina mamou at tr s anos Ent o eu fiquei apavorada quando eu descobri que tinha essa doen a fiquei apavorada mesmo entrei em depress o S vim melhorar mesmo de um tempo para c depois que o
62. atribu dos abstin ncia de amamenta o devido ao cont gio do leite pelos v rus HIV com quinze mulheres soropositivas para este v rus foi identificada a tristeza como categoria central do estudo abrangendo outras quatro categorias dentre elas sentindo a perda da amamenta o e protegendo o filho A tristeza um sentimento inerente ao ser humano caracterizada por uma aus ncia de satisfa o quando uma pessoa se depara com sua fragilidade A pessoa expressa des nimo e frustra o em rela o a algu m ou algo que se tinha valor esta emo o pode ser potencializada se aquele que sofre de tristeza passa a acreditar que poderia ter feito algo para recuperar ou evitar a perda mesmo que este algo a fazer seja na pr tica imposs vel de se concretizar e independente da vontade do triste WIKPEDIA 2009 Neste estudo o sentimento de tristeza tamb m apareceu nos discursos das mulheres que participaram do MCMM conforme se observa abaixo Quando eu n o amamentei eu fiquei muito triste Apesar de a gente ter um filho que Deus deu a gente pra dar Ent o a alimenta o dele seria o leite materno mas como n o podemos dar n o temos como dar melhor n o dar estragado M E 3 SP HIV A tristeza apareceu ainda nos discursos das mulheres que participaram da din mica interativa quando elas foram questionadas sobre o que sentiram diante da encena o Ah eu lembrei quando eu tive minha filha que eu n o pude amamentar
63. bom e n o ao mesmo tempo porque ele normal e n o normal uma vez que carrega o v rus do HIV Ent o o leite para estas mulheres visto como normal porque possui todas as propriedades nutricionais biol gicas e imunol gicas preservadas p 236 mas ao mesmo tempo percebido como leite impuro mortal contaminado envenenado impotente prejudicial causador de doen as que transmite o v rus que pode contaminar o beb sem nenhum valor um leite perdido prejudicial p 236 dentre outros significados Santos 2004 p 235 ressalta que No cerne desta contradi o a presen a de um elemento estranho letal e altamente amea ador o HIV demarcando nitidamente sua presen a como um elemento embora parte avassalador mas que ainda assim n o consegue desconstruir o valor biol gico do leite humano atribu do pelas mulheres m es e exaustivamente evidenciado pela literatura cient fica nos ltimos anos Um outro estudo que aborda o leite materno como envenenado o de Fine 2003 No entanto n o feita nenhuma refer ncia ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV uma vez que esse estudo foi realizado antes da descoberta destes virus A autora descreve situa es vivenciadas pelas m es durante o processo de amamenta o no qual as mesmas relatam terem envenenado os filhos com leite materno sendo que este saber tamb m era compartilhado pelos m dicos entre os s culos XIX e XX no Sul da Fra
64. chegou a descascar n o No local que eu tive meu filho n o teve isolamento n o Eu desenhei o peito porque eu acho interessante e importante amamentar a crian a M E SP HIV 2 19 anos descobriu se soropositiva na primeira gesta o n o amamentou o filho A mama com leite aparece como um entrave ao retorno da vida social ap s o nascimento do a filho a por existir forte cobran a social do dever da amamenta o O conflito entre o desejo de amamentar e de n o amamentar para preserva o da sa de e da vida do beb exp e socialmente a mulher que se torna objeto de cobran a social e corre o risco de publicizar sua soropositividade O medo do preconceito coloca em risco a inser o social da m e O preconceito um julgamento favor vel ou desfavor vel estabelecido a priori em rela o a algu m geralmente qualificando negativamente as atitudes relativas a um grupo espec fico e considerado resultante da aprendizagem social DORON PAROT 1991 Nesta perspectiva Werneck 2000 p 98 destaca que o preconceito uma recusa da diferen a Nossa recusa em aceitar as diferen as que coexistem tamb m dentro de n s Nossa mortalidade nossas contradi es e nossa vulnerabilidade Nosso eu que s existe na rela o com o outro Figura 17 Representa o figurativa de um seio Eu modelei um seio que a gente tem um beb e n o pode dar mama O leite contaminado para ser jogado fora para n o contaminar a c
65. como o HIV e HTLV surge mais um impasse no que se refere a promo o prote o e apoio ao aleitamento materno uma vez que precisa se pensar em como contribuir para a quebra da cadeia de transmiss o destes v rus e dentre estas a es encontra se a n o amamenta o 2 2 AMAMENTA O FONTE DE ADOECIMENTO E MORTE A DES CONSTRU O DO DISCURSO A d cada de 80 do s culo passado foi marcada por uma forte mobiliza o da sociedade em prol da amamenta o todavia nesta mesma poca surge a aids uma doen a grave que acometia os indiv duos destru a seu sistema imunol gico e os levava a morte Em 1983 foi notificado o primeiro caso de aids em crian a e em 1985 o HIV foi detectado no leite humano de m es soropositivas ocasionando uma das trag dias trazidas pela pandemia do HIV a sua transmiss o por meio do leite materno num momento em que se comprovou que a amamenta o natural prevenia anualmente mais de seis milh es de mortes infantis no mundo Por m ao mesmo tempo resultava em 200 a 300 mil crian as infectadas pelo HIV com uma percentagem atribu da ao cont gio pelo leite materno CAMELO J NIOR MOTTA 2004 No per odo de 1980 a junho de 2008 no Brasil a transmiss o vertical foi respons vel por mais de 84 5 do total de casos de aids entre os menores de 13 anos sendo evidenciado que a maioria desses casos 65 ocorreram durante o trabalho de parto e parto 35 intra tero especialmente nos lt
66. culpa pela falta de preven o especialmente pelo descuido de n o terem utilizado a camisinha nas rela es sexuais terem se contaminado e contaminado o leite materno No entanto ao mesmo tempo em que se sentem culpadas elas tamb m se sentem aliviadas uma vez que a n o amamenta o uma das formas de preven o da transmiss o do virus para o a filho a tornando a n o amamenta o um ato de amor em preserva o sa de dos filhos levando as buscar estrat gias para compensar a falta do aleitamento materno Os tr s grupos representaram o leite materno e amamenta o da mesma maneira Desse modo foi constatado que a diferen a entre os grupos n o est no mbito representacional mas sim no posicional As mulheres soronegativas em consequ ncia da press o social devem e podem amamentar por sua vez as m es SP HIV e SP HTLV devem amamentar por ser a amamenta o delimitada como uma forma que conefere o status de m e entretanto n o podem para n o transmitir o v rus ao filho gerando duas press es contradit rias que levam estas mulheres a racionalizar e ressignificar a n o amamenta o como uma forma de proteger o a filho a da contamina o do v rus transformando a num ato de amor 213 A diferen a se expressa ainda no que concerne representa o da contamina o do leite pelo v rus HTLV As mulheres SP HTLV possu am um conhecimento sobre o v rus enquanto que os outros grupos n o o conheciam sufi
67. d cada j se sabia que ela era causada por um v rus o HIV e que provocava uma doen a a AIDS Identificou se ainda vias de transmiss o 47 testes para diagn sticos pessoas que estavam mais suscept veis testes terap uticos e as primeiras medidas preventivas PAIVA 2000 SANTOS 2004 Inicialmente as pessoas infectadas tinham caracter sticas semelhantes eram jovens homens e usu rios de drogas endovenosas por m foi se alastrando para outros segmentos populacionais como bissexuais hemof licos parceiros heterossexuais de portadores de HIV e receptores de sangue e hemoderivados estes denominados grupos de risco O HIV aids atingiu todos os continentes sendo disseminado em propor es geom tricas sem distin o social econ mica racial cultural ou pol tica deixando de ser doen a de grupos de risco para ser associada a comportamento de risco o que torna toda pessoa potencialmente vulner vel sua aquisi o levando a adotar medidas preventivas para poder diminuir a dissemina o do virus A doen a que antes incidia principalmente entre os homossexuais masculinos mudou o seu perfil ao atingir mulheres jovens e idosos as o que vem caracterizando as principais tend ncias heterossexualiza o feminiza o juventudiliza o e envelhecimento al m disso ainda traz como caracter stica a interioriza o da doen a SILVA PAIVA 2006 Um dos fatores que facilita a dissemina o do virus a vulnerabil
68. da investiga o cient fica que propicia ao a pesquisador a compartilhar com os pares o percurso da incans vel busca pela compreens o do fen meno estudado Trata se de um momento do estudo de refino e delicadeza na apresenta o dos recursos utilizados estrategicamente no cen rio da investiga o na tentativa de alcan ar os objetivos propostos e seguir o direcionamento da an lise e discuss o das informa es Neste cap tulo ser apresentado a priori o perfil sociodemogr fico das mulheres que participaram e deram corpo e significado a este estudo Seguir se com a apresenta o das t cnicas projetivas utilizadas TALP e MCMM din mica interativa e por fim o quadro de categorias e subcategorias que finda este cap tulo ao tempo em que abre o pr ximo an lise e discuss o das informa es 6 1 CARACTERIZA O S CIO DEMOGR FICA DAS MULHERES A partir da an lise descritiva das informa es ser apresentado e analisado o perfil s cio demogr fico das mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV Dessa forma ser o utilizadas tabelas e gr ficos com medidas estat sticas tais como m dia mediana desvio padr o entre outras A Tabela 1 apresenta a classifica o das cento e noventa e oito mulheres que participaram da pesquisa distribu das em grupos a partir da condi o sorol gica Tabela 1 Classifica o das mulheres entrevistadas segundo condi o sorol gica Salvador Bahia 20
69. de 15 a 20 de crian as amamentadas por m e soropositivas para o HTLV I adquirem a infec o No Jap o ap s estudos de interven o as mulheres portadoras desse v rus t m sido desaconselhadas a amamentar e o indice de infec o viral de crian as caiu de 25 para cerca de 3 em crian as n o amamentadas Essa conduta foi proposta em 1993 e confirmada pelo CDC de Atlanta em 2000 LANA 2001 CAMELO J NIOR FREITAS DA MOTTA 2004 Segundo Succi 2000 p 170 a quantidade de c lulas infectadas pelo HTLV I no sangue perif rico muito pequena quando comparada com a alta propor o de T infectadas no Leite Materno o que parece justificar o alto risco de transmiss o por essa via contribuindo para comprovar cientificamente que o aleitamento materno a principal via de transmiss o dos virus HTLV I A transmiss o do HTLV via vertical por meio da amamenta o tamb m tem como fator de risco a elevada carga proviral da m e assim como altos t tulos de anticorpos anti HTLV Al m disso o tempo de exposi o ao fator de risco um fator importante na transmiss o vertical As meninas s o mais frequentemente afetadas que os meninos mas n o se conhece a raz o para tal fato MARTINS STANCIOLI 2006 YHSHINAGA et al 1995 URETA VIDAL et al 1999 Portanto um grande dilema para as mulheres saber o que realmente deve ser feito diante da infec o pelos v rus HIV e HTLV Amamentar Ou n o amamentar Cabe aos profissiona
70. deram uma inje o que era para secar o leite mas n o seca logo Eu criei os seios que ficaram mesmo gigantes eu tive febre foi horr vel foi horr vel At ele secar foi muito dolorido foi muito doloroso mesmo MULHER SP HIV 9 36 anos amamentou o primeiro filho durante dois meses e o segundo n o por causa da soropositividade 133 Figura 12 Representa o figurativa de um beb Isso aqui um beb uma crian a Quando a gente pensa em amamentar a gente pensa logo na vida Ent o a gente imagina assim a gente sabe que o leite materno importante para manter a sa de e quando a gente tem este problema a gente imagina logo as dificuldades que esta crian a vai ter de imunidade na falta do leite materno o que pode causar nessa crian a afastar as doen as que ela pode ter independente dele ter ou n o o mesmo problema da gente Se ele ser ou n o ser soropositivo Que na verdade esta uma preocupa o que a gente mantem at quase um ano para dizer que a crian a passa como o meu passou por todo tratamento at detectar se ele n o era soropositivo Ai que eu fico imaginando a falta do leite materno quais s o as doen as que ele poderia at vir a ter Para mim isso Ent o quando eu desenhei uma crian a eu pensei na vida porque eu acho que o leite fez muita falta para meu filho porque ele gripa muito f cil Eu acho que talvez se ele tivesse sido amamentado ele teria uma resist ncia muito maior porque n
71. destacar que no estudo mesmo com o esclarecimento foram expressas frases ao inv s de palavras isoladas o que n o inviabilizou a organiza o do banco de dados O TALP foi aplicado em 40 mulheres soronegativas 40 mulheres soropositivas para o v rus HIV e 40 mulheres soropositivas para o v rus HTLV de forma individua e registrado em folha de resposta especifica AP NDICE C tendo sido utilizados sete est mulos indutores leite materno amamenta o n o amamenta o HIV aids HTLV e cont gio do leite materno pelos v rus O tempo permitido para evoca o de cada palavra foi em m dia 5 segundos Antes de aplicar a t cnica era explicado s informantes do estudo como seria desenvolvida Ent o era solicitado que dissessem o que pensavam quando era mencionada a palavra rvore ou cadeira tais palavras foram utilizadas como exemplo explicativo de como procederia a partir dos est mulos do estudo com intuito de tornar a t cnica familiar e facilitar a introdu o dos est mulos indutores da pesquisa 86 As palavras evocadas foram agrupadas a posteriori por similaridade Deste agrupamento seguiu se a cria o de um dicion rio das palavras em rela o a cada est mulo indutor Estas foram classificadas em ordem alfab tica digitadas em arquivo no programa word para processamento no softwere tri deux mots e interpretados por meio da an lise fatorial de correspond ncia AFC b A T cnica do Manuseio com Massa de Modela
72. din mica interativa 72 mulheres sendo 24 soronegativas 24 soropositivas para o v rus HIV e 24 soropositivas para o v rus HTLV O grupo foi dividido em tr s para os quais foram oferecidas duas condi es e realizados os seguintes procedimentos I Para o primeiro grupo 24 mulheres soronegativas para os v rus HIV e HTLV divididas em 2 subgrupos com 12 mulheres cada um A e B submetidas a tr s situa es LM LM HIV LM LM HTLV e LM HIV LM HTLV II Para o segundo grupo 24 mulheres soropositivas para o v rus HIV divididas em 2 subgrupos com 12 mulheres cada um A e B submetidas as mesmas situa es acima descritas HI Para o terceiro grupo 24 mulheres soropositivas para os v rus HTLV divididas em 2 subgrupo com 24 mulheres cada um A e B submetidas as mesmas situa es anteriormente descritas Para a execu o da din mica foram utilizadas as seguintes estrat gias A Sobre uma mesa estavam duas mamadeiras com leite um coeiro e um boneco Em cada mamadeira estava escrito um r tulo para que as mulheres identificassem o tipo de leite para ser oferecido ao boneco representando um rec m nascido e Primeira situa o foram apresentadas s mulheres duas mamadeiras em uma estava escrito LEITE MATERNO e na outra LEITE MATERNO com HIV e Segunda situa o foram apresentadas s mulheres duas mamadeiras em uma estava escrito LEITE MATERNO e na outra LEITE MATERNO com HTLV e Terceira si
73. discurso para n o serem objeto de exclus o e discrimina o embora transgridam essa pr tica quando evocam n o conscientemente no TALP que ruim d agonia incomoda instrumento que revela os conte dos latentes sem que o sujeito tenha conhecimento Essa fun o do TALP desvendar os diferentes conte dos manifestos e latentes nos discursos dos sujeitos permite captar o que poderia ser interpretado como uma contradi o e demonstrar a coer ncia da RS na verdade oculta pela trama do jogo privado versus p blico latente versus manifesto Para as mulheres soropositivas para o HTLV a n o amamenta o ego smo da parte da mulher pois n o amamentar quando n o pode uma coisa e n o amamentar por est tica outra H mulheres que n o t m o v rus e n o amamentam especialmente para o peito n o cair ou porque n o querem amamentar por terem pregui a Entre as soronegativas a possibilidade da n o amamenta o tamb m surge no caso de a mulher n o querer amamentar seja por est tica para o seio n o cair ou porque n o gostam ou simplesmente porque n o querem ou n o tem interesse em amamentar ou n o for am Mas para algumas destas mulheres n o amamentar negar o alimento ao a filho a mesmo podendo amamentar V se neste ltimo par grafo um jogo de atra o entre as representa es das soronegativas e soropositivas para o HTLV especialmente no que concerne a n o 118 amam
74. em uma imagem ou seja as palavras foram acopladas s coisas bichos e monstros tornando o abstrato concreto Estes bichos e monstros s o inimigos que causam a doen a s o invis veis ao olho nu considerados feios horrorosos provocam medo n o t m cura e levam morte porque n o t m retorno Mesmo passadas quase tr s d cadas do surgimento da aids ela continua sendo associada morte e ao medo O medo que permeia o imagin rio social diz respeito amea a que os v rus provocam no organismo dos seres humanos o medo de uma doen a que n o tem cura e leva a morte uma coisa invis vel N o somente o v rus considerado como bicho mas a pessoa portadora deste microrganismo v rus vira um bicho Um ser invis vel que invadiu o organismo humano transformando o em um bicho tamb m conforme descrito por uma das informantes para mim um bicho transformado numa pessoa conforme foi materializado por meio da modelagem de um bicho semelhante a uma figura de um ser humano por m deformada e com face de uma caveira Figura 06 Observa se que a fic o cient fica encontra se presente nos discursos sobre a aids Para algumas pessoas a aids considerada como fabricada em laborat rio de pesquisa seja para fins de engenharia gen tica ou guerra biol gica tal fato foi disseminado pelos meios de comunica o desempenhando um importante papel na circula o dessa representa o JOFFE 1995 invadindo o senso comum e criando repres
75. embora sem sintomas poder o transmitir o virus Entretanto como discutido anteriormente cerca de 5 dos portadores de HTLV poder o desenvolver doen as associadas a ele dentre estas destaca se a leucemia linfoma de c lulas T do adulto e mielopatia paraparesia esp stica tropical associada ao HTLV I esta ltima caracterizada por in cio lento e progressivo CATALAN SOARES PROIETTI CARNEIRO PROIETTI 2001 BRASIL 20044 CATALAN SOARES PROIETTI 2006 Percebe se que as representa es do a portador a das infec es pelos v rus HIV e HTLV constru das pelas mulheres informantes n o foram apenas constitu das a partir de uma imagem vinda do exterior por meio dos meios de comunica o mas tamb m pelas viv ncias daquelas que foram infectadas pelos v rus e desenvolveram as doen as a eles associadas As manifesta es f sicas vis veis no corpo v m acompanhadas de dist rbios psicoemocionais diante da infec o pelos v rus Estes dist rbios s o mais evidentes quando as mulheres descobriram se soropositivas ou quando manifestam as doen as a eles associadas Assim o descontrole o desespero n o se conformar com a doen a se sentir diferente permearam o cotidiano vivenciado pelas mulheres informantes deste estudo conforme demonstram os discursos a seguir A gente sabe que este HIV quase o mesmo sintoma quando eu soube que estava com HTLV eu fiquei desesperada imagina se eu desse este leite HIV para a minha filha eu ac
76. entre os n veis de conhecimento MOSCOVICI 1978 Ainda conforme esse autor o campo de representa o remete a ideia de imagem de modelo social ao conte do concreto e limitado das proposi es atinentes a um aspecto preciso do objeto da representa o Neste sentido julga se que existe um campo de representa o uma imagem onde houver uma estrutura hierarquizada de elementos J a atitude a orienta o global em rela o ao objeto da representa o social Para Moscovici 1978 as tr s dimens es da representa o social fornecem uma vis o 6 panor mica do seu conte do e do seu sentido e conclui que uma pessoa s informa e representa alguma coisa depois de ter adotado uma posi o e em fun o da posi o adotada p 74 Pensar no cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV e na impossibilidade da mulher amamentar seu filho denota o surgimento de situa es que estas mulheres enfrentam e trazem consequ ncias para o seu conv vio na sociedade Situa es estas permeadas por dificuldades de cunho biol gico psicossocial econ mico e cultural diante da infec o pelos v rus especialmente o HIV por ter sido constru da socialmente voltada para o preconceito e estigma e da n o amamenta o por ser constru da como uma obriga o e forma de afirma o da maternidade e refor o da identidade feminina A utiliza o da TRS para apreens o do objeto deste estudo se d pela possibilidade de ide
77. escolhi o leite com HIV porque se a pessoa n o tiver com a contamina o bem ultrapassada s com o v rus pelo menos ainda d para levar e j com a doen a passada n o d entendeu Como eu estou lhe dizendo eu escolhi a de c porque eu n o tenho experi ncia nenhuma sobre esta outra doen a M E 32 SP HIV Do HIV sincera e honestamente eu tenho todas as d vidas Porque conhe o n casos de crian as que foram amamentadas com m es soropositivas e que elas s o negativas Elas n o desenvolveram o HIV atrav s do leite materno J h outras m es que n o amamentaram e que as crian as s o soropositivas E n o me deixa claro se apesar de ter escolhido o HTLV pelo impacto de ser soropositiva e ver HIV uma coisa muito dif cil de lidar e como eu estou te explicando HTLV foge aos meus conhecimentos ent o eu escolhi o HTLV mas acho tamb m que o HIV n o seria um risco t o grande seria pequeno remoto MULHER 19 SP HIV Porque a se eu tivesse com HIV tinha que escolher o leite materno com HIV GESTANTE 26 SN Nessas falas observa se que a tomada de decis o pelo leite materno com o HIV mais evidente do que o com HTLV Tal fato compreendido luz do saber dessas mulheres nos remete interpreta o de que por ser o v rus HIV mais conhecido delas e ter maior circula o de informa o pelos meios de comunica o de massa permite que elas tracem um julgamento cl nico de tratamento e de conv vio com a doe
78. fazendo se necess rio a veicula o de campanhas educativas em todos os seguimentos populacionais a fim de que este v rus possa ser conhecido objetivado ancorado e representado pelas pessoas de maneira a guiar condutas e comportamentos contribuindo para sua preven o e controle O v rus HIV o bicho significante que n o tem cura provoca medo e leva morte significado ao passo que o HTLV o bicho significante que apesar de desconhecido se ancora no HIV n o tem cura provoca medo traz sofrimento e tristeza e leva morte significado Tais significados e significantes se manifestam no corpo mente de seus portadores a partir dos sinais e sintomas f sicos emocionais e psicossociais os quais ser o apresentados e analisados a partir dos discursos das mulheres informantes e O corpo mente manifesta es expressas em significados e significantes Ao lado da defini o dos v rus expressaram significados e significantes ao corpo e mente os quais se encontram vinculados s esferas f sicas emocionais e psicossociais manifestas no discurso das mulheres informantes diante do viver humano no enfrentamento da soropositividade para os v rus HIV e HTLV O corpo tido como parte material do ser humano e dos animais e a mente como o intelecto a consci ncia e o esp rito formam um conjunto de poderes racionais do ser humano tais como o pensamento a percep o a mem ria a imagina o o desejo entre outros XIM
79. fora doente com v rus e bact ria est com tipo de mistura falta de informa o falta de preven o faz mal infectado mais segura que o HIV n o adequado n o recomendado n o saud vel n o faz bem n o pode dar ao beb n o pode ser oferecido n o presta n o serve n o tem o HIV n o transmite o HIV n o vale nada normal pode ser bom para o beb prejudica risco remoto de contaminar ruim sadio saud vel tem algum medicamento tem que ser examinado tem uma prote na tem vitamina transmite o v rus veneno atrapalha o intestino causa doen a com v rus contaminado descuido deve evitar deve ser expugardo deve ser jogado fora doen a doente duvida na transmiss o do v rus estragado falta de preven o faz mal infeccionado leva a crian a a morte mal mata a crian a n o deve ser dado n o bom n o faz bem n o pode amamentar n o presta n o serve prejudica prejudica mais do que o HTLV risco de morrer ruim tem bact ria transmite doen as transmite o v rus HIV transmite problemas vai fazer a crian a sofrer vai fazer a crian a tomar medicamento veneno Quadro 2 Respostas das mulheres sobre o significado do leite materno e do leite materno contaminado pelos v rus HIV e HTLV Salvador Bahi
80. fornecida pela unidade o n mero de mulheres que frequentavam ativamente o servi o n o ultrapassava 100 cem Assim foram inclu das 64 sessenta e quatro mulheres soropositivas para o HTLV que estavam frequentando o centro de refer ncia durante a realiza o deste estudo Vale ressaltar que uma mulher n o aceitou participar da pesquisa outra n o concluiu a entrevista pois a mesma foi interrompida para que ela fosse atendida pela equipe e ap s o atendimento ela se encontrava muito cansada Outras 4 quatro n o preencheram os crit rios de inclus o na pesquisa uma vez que n o tinham filhos as e portanto n o haviam vivenciado o processo de amamenta o e n o amamenta o devido ao cont gio do leite pelo v rus HTLV Para os outros dois grupos soronegativas e soropositivas para o HIV buscou se a equival ncia com o primeiro tendo sido inclu das 64 sessenta e quatro e 70 setenta respectivamente 83 5 5 ESTRAT GIAS PARA COLETA DE INFORMA ES COMBINANDO OS MULTIM TODOS E MULTIT CNICAS As pesquisas ancoradas na TRS utilizam uma diversidade de instrumentos para coleta de informa es possibilitando a combina o de m todos o que j proposto desde 1961 por Moscovici COUTINHO N BREGA CAT O 2003 com intuito de assegurar a apreens o de informa es que se complementam garantindo desse modo uma an lise fidedigna dos resultados Nesse sentido a busca da apreens o das RS das mulheres soron
81. gicos Al m disso n o tem privilegiado os aspectos relacionados mulher a qual se encontra mais como coadjuvante uma vez que a preocupa o maior com a transmiss o dos v rus para a crian a Contudo foi poss vel encontrar alguns estudos que abordam os sentimentos e significados apresentados pelas mulheres diante da n o amamenta o decorrente do cont gio do leite materno especificamente aquele ocasionado pelo vir s HIV dentre eles os estudos de Santos 2004 Silva 2005 Moura 2002 e Padoin 2006 No que se refere ao v rus HTLV os estudos t m abordado mais os aspectos cl nicos e epidemiol gicos do que os aspectos subjetivos das mulheres destacando apenas que a amamenta o a principal via de transmiss o do v rus e a necessidade de implanta o de uma pol tica espec fica de preven o e controle do HTLV Desta forma os estudos que abordam a subjetividade das mulheres relacionada n o amamenta o em decorr ncia do cont gio do leite materno encontram se concentrados apenas para as mulheres portadoras do HIV Dentre as tem ticas que direcionam um olhar para os aspectos subjetivos destacam os que abordam os sentimentos e significados da n o amamenta o para mulheres HIV positiva Santos 2004 Paula 2005 Silva 2005 Moreno Rea e Felipe 2006 Padoin 2006 os relacionados com a preven o da transmiss o vertical pelo HIV e HTLV Moura 2002 Gomes 2004 Castro 2002 Duarte Quintana El Be
82. h mesmo que superficial uma ideia do que possa representar de modo que para estas mulheres a representa o que constru ram diz respeito representa o de v rus nominando o como horr vel triste uma doen a que causa medo e sofrimento palavras evocadas pelas mulheres soropositivas para o HTLV durante a realiza o do TALP e que ressoam naquelas mulheres n o portadoras deste v rus dado que mesmo n o conhecendo o v rus n o o escolheram como seguem anunciadas as falas abaixo Eu n o escolho nenhuma das duas porque os dois cont m o v rus que pode ser transmitido J o HIV eu sei que n o tem rem dio que n o tem vacina para isso e o outro j n o sei aos tipo que causa se tem cura ou n o a eu j n o sei GESTANTE 20 SN como eu expliquei eu n o escolho nenhuma das duas porque eu ainda n o sei o que significa este HTLV Este daqui eu sei que o v rus da aids HIV o v rus da aids Mas o HTLV eu n o sei GESTANTE 22 SN Eu achava que n o deveria escolher nenhum porque todos os dois nenhum vai servir para ela Mas tudo indica que talvez este leite com HTLV tenha menos contamina o do que o de l MULHER 21 SP HIV 172 J a decis o assertiva encontrava se naquelas mulheres soropositivas para o v rus HTLV pois demonstravam conhecer os dois virus e o risco da transmiss o vertical n o escolheram assim nenhuma das duas mamadeiras como se observa nas falas a seguir Eu n o esco
83. leite contaminado s vezes coisificado no objeto de uma bola no n vel racional explicado pela mulher o peito toma a forma de uma bola por estar ingurgitado e desse modo perdeu o formato natural com inclus o do mamilo Figura 15 Representa o figurativa de uma bola peito ingurgitado Eu modelei uma bola que significa uma coisa ruim Eu estava pensando em uma bola quando aquele leite n o presta mesmo o peito fica todo conformado n o isso Porque n o vai dar mesmo para crian a ent o acumula ali e n o presta mesmo e tem que ir para o m dico para poder tirar foi s isso que eu pensei mas eu n o sei n o o que significa o leite materno contaminado N o sei dizer nada sobre isso Eu nunca passei por isso ent o n o tenho como dizer alguma coisa GESTANTE SN 8 29 anos amamentou o nico filho vivo at dois anos Quando a mama foi modelada incluindo o mamilo aparece no discurso das mulheres a import ncia do peito simult nea inutilidade do leite nele contido A mama passa a ter dupla inconveni ncia n o pode ser usada para amamenta o e desse modo exp e socialmente a m e que evoca a necessidade de recorrer a estrat gias defensivas contra a discrimina o social usa o recurso da mentira da oculta o do fato de ser soropositiva o que corresponde a uma tentativa de sobreviv ncia exclus o social JODELET 2005 SANTOS 2004 136 Figura 16 Representa o figurativa de um pei
84. mama a ele sabe Quando ele acordava de noite mesmo teve uma vez mesmo que o leite que ele tomava n o veio ficou duas vezes sem vir eu fique doida e ele com fome e eu doida eu disse eu vou tirar e vou dar mama ao meu filho a uma colega minha falou oh Ana n o fa a isso n o que voc sabe que ele corre todo risco do mundo se voc dar mama a e ele acabar pegando o que voc tem e possa ser que ele nem tenha entendeu Mas eu fiquei muito sentida por n o dar mama a ele M E 32 SP HIV Entretanto algumas mulheres mesmo que os filhos chorem e que as m es se desesperem e sofram precisam ter consci ncia e n o amamentar porque na concep o dessas mulheres uma crian a pode ser alimentada de outras formas a exemplo do leite artificial oferecido pelo governo e aquelas que n o tenham condi es financeiras podem pedir ajuda para algu m mas nunca amamentar o filho com leite materno contaminado pelo v rus t m muitas que chegam aqui dizendo que n o conseguem ver o beb chorar e v o dar o leite materno A sempre eu falo para elas que assim como a minha n o morreu a delas n o vai morrer se n o pode d elas pedem ajuda procure as autoridades qualquer com uma ajuda chegam l Sempre eu falo para elas n o amamentar mas elas dizem que n o aguentam ver o beb chorar e a elas amamentam Que s vezes demoram de vir pegar o leite e n o t m condi es de dar outra coisa e o jeito d o
85. med2 140 1 128 2 54 1 271 T2 med4 770 40 T32 3 117 5 10 0 mori 248 10 157 10 55 0 51 7 mor2 210 8 72 2 9 0 83 20 mor4 57 0 24 0 60 1 49 2 nao4 61 2 13 0 62 12 54 28 nao 587 21 424 27 81 2 167 14 ncur 380 16 89 2 372 82 58 6 nse2 430 84 144 23 86 18 13 T nse3 152 8 67 4 66 8 32 6 pior 426 34 203 21 43 2 12 0 pral 201 7 68 2 185 30 17 1 prec 258 5 29 0 83 3 13 7 prel ETG 1 563 65 87 3 27 1 pres 360 10 48 0 130 7 98 12 reis 559 45 263 24 181 25 57 8 rel6 493 22 340 26 145 10 86 11 re18 98 2 171 12 109 10 60 10 prob 93 1 246 17 120 9 109 22 reje 342 7 541 44 222 16 172 29 ruim 587 29 315 20 60 2 97 13 rui2 1079 80 310 16 327 38 202 45 rui4 139 5 28 0 60 5 36 5 saul 68 2 46 2 8 0 18 2 sau2 80 1 169 7 330 60 89 14 semi 325 6 42 0 10 0 1 0 sof2 800 39 165 4 567 102 99 10 sof3 66 1 32 0 190 27 115 31 temq 59 39 32 0 101 8 65 10 tran 298 11 187 10 96 6 29 2 tral 95 1 214 10 313 47 21 1 tra2 85 1 18 2 231 1 37 3 tra3 186 8 30 T 82 9 29 3 tris 140 4 202 21 16 0 193 128 tril 531 45 66 2 51 2 6 0 Criz 216 5 115 3 34 1 48 4 tri3 879 76 309 23 74 3 167 44 tri4 99 1 518 45 2251 23 23 1 vida 264 9 47 1 13 0 i 0 L ONU NN E he ne in ne ne E GS s en sr ans Res Ay i 1000 1000 1000 1000 devam2 dinpal dinpa2 dinpa3 doenc3 doenc4 doencs doenc6 doenc7 egois3 evidol evido2 famor3 fcari3 fprot3 hiv5 horri4 horri5 horri6 horri7 imporl impor2 medo4 me
86. momento que a conheceu e descobriu que pode ser cuidada escutada por profissionais e amada pelo filho al m de poder se beneficiar com os medicamentos que minimizam seu estado psicol gico e f sico impedindo o aparecimento da aids Tamb m utiliza se da f em Deus para superar a culpa pela contamina o O apego religi o se transforma em uma alternativa de enfrentamento da doen a surgindo como um importante apoio para o suporte emocional causando al vio para o sofrimento e ang stia impostos por doen as que n o t m cura A f em um Ser Superior Deus traz esperan a fazendo as superar e suportar a exist ncia da doen a Existe ainda uma preocupa o por parte das mulheres com as amigas e com o companheiro especialmente para que o mesmo n o contamine outras pessoas No terceiro discurso a mulher declara n o ter preconceito com a doen a porque j sabe o que o v rus Assim o objeto ao se tornar conhecido e familiar enraiza se ao mobilizar emo es o que facilita o seu enfrentamento Uma representa o constitu da de informa o atitude e campo de representa o MOSCOVICI 1978 Desse modo ao direcionar o olhar para os discursos dessas mulheres salutar afirmar que a informa o obtida por elas organizaram seus conhecimentos a respeito do viver sendo soropositiva Entretanto percebe se que para algumas n o existe uma informa o coerente a respeito da soropositividade e por conseguinte essa mulher
87. n o percam o sentido de viver receber o a rec m nascido a fortalece sua vontade de continuar viva por m o leite materno garante um risco letal para a crian a o que as leva a n o amament lo embora essa condi o gere mal estar entre as mulheres HIV positivas O dilema se apresenta pois mesmo reconhecendo os riscos de contamina o pelo leite elas sabem que o leite materno o ideal para a crian a PRA A 2007 No entanto a maioria delas sente se aliviada por n o transmitir o v rus para seus suas filhos as 3 3 CONSTRU O SOCIAL SOBRE O V RUS HTLV Os primeiros retrov rus humanos descobertos e descritos a infectar mam feros foram os v rus T linfotr picos humanos tipo 1 HTLV N e tipo 2 HTLV I Eles apresentam tropismo para o linf cito T e pertencem fam lia Oncoviridae da fam lia Retroviridae e podem transformar linf citos humanos que podem se auto sustentar in vitro S o 51 distantemente relacionados aos v rus de imunodefici ncia humana HIV 1 e HIV 2 que pertencem subfam lia Lentiv rus dos Retrov rus CENTRO DE CONTROLE DE DOEN AS 1993 FERNANDES SILVA 2003 BRASIL 2006 Foi poss vel identificar pessoas infectadas pelo HTLV II a partir da triagem do v rus realizada em bancos de sangue nos Estados Unidos 1988 quando a Administra o de Drogas e Alimentos FDA recomendou que em toda doa o de sangue fosse realizada triagem sorol gica para esses v rus J no Brasil somente
88. negava a exist ncia da doen a No campo de representa o desse grupo n o havia uma imagem concreta da soropositividade No entanto para a segunda e terceira informantes o fato de conhecerem a aids e suas consequ ncias ao organismo humano a soropositividade foi representada com uma imagem de sofrimento e preconceito que foram superadas com apoio dos familiares dos profissionais de sa de com a f em Deus e adquirindo conhecimentos a respeito dos virus doen as Dessa forma as informa es geram os conhecimentos e estes as 190 representa es as quais guiar o as atitudes e orientar o os comportamentos em rela o viv ncia com soropositividade As representa es sociais que as mulheres constru ram sobre os v rus doen as e suas viv ncias diante da soropositividade levaram nas a optarem pela n o amamenta o devido o cont gio do leite materno pelos v rus Entretanto foi dif cil decidir n o amamentar diante de conflitos que perpassam pelo desejo de amamentar e de enfrentar as altera es f sicas org nicas e psicossociais decorrentes da n o amamenta o 7 4 QUARTA CATEGORIA A D FICIL DECIS O DE N O AMAMENTAR CONFLITOS VALORATIVOS A n o amamenta o devido ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV foi considerada dif cil triste e rdua pelas mulheres soropositivas para estes v rus uma vez que elas vivenciaram o desejo de amamentar e o desejo de manter o filho saud vel e livre da i
89. no tratamento fator econ mico e a press o familiar que fizeram com que elas optassem por manter o aleitamento materno A autora ressalta ainda que a falta de um modelo assistencial que contemple uma assist ncia integral s mulheres e s suas subjetividades contribuem para que isso ocorra O estudo de Moura 2002 aponta que as mulheres soropositivas para o HIV tinham expectativas como qualquer outra mulher no que se refere maternidade tinham dificuldades para viver sendo portadoras do v rus mas encontravam for as no apoio da fam lia acreditavam na soronegatividade da crian a e consideravam um sacrif cio n o poderem amamentar seus suas filhos as J Almeida Coelho 2001 identificou a preocupa o das gestantes frente impossibilidade de amamentar seus suas filhos as A suspens o da amamenta o e a inibi o da lacta o por outro lado tem despertado diversos sentimentos nas mulheres ao se depararem com a impossibilidade de amamentar Santos 2004 ao desenvolver uma pesquisa com 24 m es soropositivas para o HIV encontrou como resultado que as mulheres percebem se como m ezonas que n o fazem mal a ningu m que nunca imaginaram que poderiam um dia ser soropositivas que ser privada de amamentar causa dor no cora o por querer dar de mamar e n o poder dar que seu leite normal e n o que mentir preciso a fim de esconder a sua condi o de mulher soropositiva que o uso da faixa precisa acabar e para super
90. nos comunicar uma vez que ele um conhecimento que tem organiza o psicol gica aut noma n o mais sendo considerado como um corpo de conhecimento confuso e fragmentado mas com um status leg timo produ o de conhecimento de massas e isso se deve cria o da TRS N BREGA 2001 uma vez que o senso comum n o visto como algo tradicional primitivo ou folcl rico mas como algo moderno originado parcialmente da ci ncia como configura o que assume quando se torna parte e parcela da cultura MOSCOVICI 2003 Desta forma Moscovici chega conclus o que do mesmo modo como algu m pode pensar um sistema de representa es que forma um conhecimento cient fico algu m pode tamb m pensar um sistema de representa es que forma um conhecimento do senso comum MOSCOVICI 2003 p 317 sendo este capaz de interpretar uma realidade vivenciada 77 5 OS MULTIM TODOS COMO EIXO METODOL GICO Quando n o se pode fazer tudo o que se deve deve se fazer tudo o que se pode Santo Agostinho A metodologia entendida como o caminho e o instrumental pr prio para a abordagem da realidade Inclui as concep es te ricas de abordagem o conjunto de t cnicas que possibilitam a apreens o da realidade al m do potencial criativo do pesquisador mais do que uma descri o dos m todos e das t cnicas a serem utilizados ela indica as op es e a leitura operacional que o pesquisador fez do quadro te rico n o contempla
91. o de que se esse fato acontece assenta se em primeira inst ncia na forma o profissional e na divulga o na comunidade acad mica e em geral sobre o v rus o qual se apercebe como desvalorizado para a sa de p blica quando em compara o com outras IST especialmente o HIV esta ltima pelo seu estigma por mostrar se mais em rela o ao HTLV No entanto olhar de forma reducionista sobre esta infec o vendar os olhos frente gravidade de suas manifesta es nos portadores Assim neste estudo as mulheres soropositivas clamam por informa es que as ajudem a viver melhor e ter qualidade de sa de e assist ncia para o seu viver cotidiano em enfrentamento com o v rus HTLV Refor ando essa inquieta o vale salientar que a maioria das mulheres soronegativas 91 7 e soropositivas para o HIV 66 7 deste estudo informou n o conhecer o v rus HTLV sendo praticamente imposs vel alguma forma de preven o de sua contamina o pelos grupos n o acometidos 157 Chama aten o o fato de serem solicitados pelos profissionais de sa de os exames do pr natal sem que as mulheres fossem informadas com clareza para o n vel de compreens o das mesmas sobre o conte do dos exames especificamente a sorologia para o HTLV Desse modo elas desconheciam o v rus e seu estado sorol gico refor ando assim uma lacuna na prepara o da pr tica profissional sobre a necessidade de ser desenvolvido em suas atividades de orienta o
92. o elevado ndice de diarr ia e da desnutri o JA VORSKI 2006 Essas mudan as contribuiram para o decr scimo da pr tica do aleitamento materno e no Brasil teve sua marca na d cada de 40 chegando ao seu apogeu na d cada de 70 Passou pela utiliza o das amas de leite at chegar utiliza o da mamadeira ve culo que acelerou o processo do desmame SILVA 1990 As propagandas e divulga o dos substitutos do leite materno pelas multinacionais contribu ram para incentivar mudan as de h bitos do aleitamento natural para o artificial na medida em que a popula o acolhia as informa es sobre a utiliza o do leite artificial levando inclusive os profissionais de sa de a indicarem seus produtos utilizando se muitas vezes de agentes vestidas de enfermeiras como instrumento de marketing distribuindo panfletos de orienta es e amostra gr tis de leite artificial em maternidades e domic lios VINHA SCOCHI 1989 Em 1974 foi publicado o livro The Baby Killer denunciando que o marketing das multinacionais sobre os leites artificiais elevava os ndices de morbimortalidade infantil em popula es da frica sia e Am rica Central o que motivou a Organiza o Mundial de Sa de OMS e o Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF a iniciarem uma mobiliza o em todo o mundo com o objetivo de resgatar o valor da amamenta o BRASIL 1991 A d cada de 70 do s culo XX marcada pelo in cio da mobiliz
93. o enfoque da vis o romantizada do ato de amamentar valorizando muito mais os aspectos biol gicos e algumas intercorr ncias mam rias a exemplo das fissuras mamilares e do ingurgitamento mam rio Al m dessas quest es preciso compreender o sentido que a mulher confere ao ato de amamentar e ao desmame precoce fatores estes que continuam influenciando o processo de amamentar e que est o relacionados ao contexto sociocultural da mulher considerados amplos e complexos e que n o dependem nem dos profissionais JA VORSKI 2006 nem dos familiares mas exclusivamente da mulher Almeida 1997 vem corroborar com este argumento ao abordar que vem se valorizando muito mais os fatores fisiol gicos e econ micos do que os sentimentos os pensamentos e a fala da mulher que amamentou ou desmamou e que tamb m n o t m sido analisadas as press es ideol gicas e as representa es sociais que as t m conduzido a conflitos entre os pap is de m e e profissional O que se v que o aleitamento materno se transformou em uma nova arma contra a desnutri o mulher que possui melhores condi es sociais permitido que opte pelo aleitamento artificial a sua decis o respeitada e at tolerada todavia para a mulher pobre isso n o permitido pelo contr rio na pr tica assistencial ela responsabilizada pela ignor ncia sobre as t cnicas de amamenta o pelo desmame pelo erro no preparo das formas l cteas e consequentemente pe
94. o se empolgarem e dar a mama aos seus filhos Porque s vezes vem para casa com leite ela tem aquela vontade de dar mama aos seus filhos ela vai querer dar pegar e dar amamentar Ent o tem que ser eliminado logo no hospital No meu caso quando eu cheguei em casa n o tinha leite mais nenhum Porque sabe m e como vai querer amamentar seu filho Tem gente que pensa at que n o vai pegar tanto que imagina Ent o assim que sair do hospital na minha opini o tem que ser logo eliminado tem que dar um jeito de ela ir para casa sem nenhuma gota de leite porque uma coisa muito horr vel muito triste MULHER SP HTLV 1 43 anos n o amamentou o filho devido a sua condi o de soropositiva Nesta categoria a representa o transp e o mundo palp vel vasculhando os lugares mentais fantasmag ricos e ocultos manifestando se como monstros aterrorizantes presentes nos pesadelos e que em ltima inst ncia representam o medo da morte Os v rus foram objetivados nas figuras de monstros permitindo a assimila o do n o familiar ou do estranho e tornando a realidade vis vel modelagem de monstros o que impalp vel virus doen a contamina o do leite Assim os objetos modelados remetem ao aterrorizante verbalizado pela analogia com filmes de terror Os adjetivos procuram apreender os v rus HIV e HTLV na concretude do objeto na sua qualidade ic nica Figura 05 Representa o figurativa de um monstro um
95. os v rus HIV e HTLV constroem sobre a infec o por estes v rus s o respons veis por atitudes de n o amamenta o frente ao cont gio do leite materno 38 Para tanto o presente estudo teve como objetivos e Apreender as atribui es de sentidos das representa es sociais de mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV referentes ao cont gio do leite materno e Analisar os conte dos das representa es sociais de mulheres soronegativas e soropositivas sobre o cont gio do leite materno e suas implica es na impossibilidade de amamenta o de seus suas filhos as e Identificar atitudes e comportamentos expressos pelas mulheres frente ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV quando expostas a uma situa o hipot tica A infec o pelo v rus HIV desde 1980 vem fazendo parte do cotidiano dos indiv duos incorporando significados e compondo os contextos sociais no qual eles se encontram inseridos Esses significados s o resultantes da intera o entre o senso comum e o conhecimento cient fico no qual existe uma rela o de influ ncia m tua e permanente entre estes dois universos o consensual e reificado resultando numa diversidade de significados que circulam atrav s dos meios de comunica o formais e informais assimilados e re elaborados socialmente Esta constru o de conhecimento sobre o sentido e o significado que as mulheres atribuem ao cont gio do leite materno pelos
96. ouviu falar sobre HTLV Sim N o N o sei 9 2 Quando a senhora ouviu falar pela primeira vez sobre HTLV Nainf ncia Na adolesc ncia Na idade adulta Na gravidez No parto _ No pu rperio 9 3 Quem lhe falou sobre o HTLV Familiares Quem dos familiares Professor Amigo Profissional de sa de Qual profissional de sa de 249 Qual servi o de sa de Outro 9 4 O v rus HTLV se pega por Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 1 2 3 4 5 01 Contato sexual 02 Transmiss o m e filho 03 Sangue contaminado 04 Leite materno 05 Compartilhando agulha contaminada 06 Beijando 07 Pegando na m o 08 Dando um abra o 09 Sentado no mesmo lugar 10 Comendo no mesmo prato e com os mesmos talheres 11 Sexo oral 12 Transfus o 13 Mosquito 14 saliva 9 5 A senhora sabe como se previne contra HTLV Sim N o N o sei 9 6 A senhora se previne contra HTLV Nunca Poucas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre 1 2 6 4 5 Nenhuma vez Raramente As vezes Maioria Todas as vezes C C C C Como a senhora se previne 9 7 Quando soube que era soropositiva Quando fez exames de rotina No pr natal No parto No puerp rio Ap s o diagn stico de seu companheiro 9 8 Quem lhe disse que er
97. pelas mulheres desse estudo a n o amamenta o envolve riscos e benef cios SILVA 2005 Riscos por deixar a crian a exposta s outras infec es respirat rias gastrintestinais sem prote o imunol gica sem afetividade e sem os elementos nutricionais essenciais ao seu crescimento e desenvolvimeto saud veis benef cios por n o ter sido contaminada por v rus que destroem as defesas org nicas e desenvolvem doen as incur veis e letais Assim mesmo que o n o amamentar seja permeado por tristeza dor e sofrimento preservar a sa de do a filho a tamb m um ato de amor Para as mulheres soronegativas o n o amamentar pode ser susbtitu do por outras formas de cuidado como a troca de carinho e afetividade conforme relatado a seguir 205 Porque um leite contaminado eu n o vou alimentar meu filho Ent o eu vou tentar de outras formas passar meu carinho e minha aten o para ele mas n o com o leite materno Vou tentar achar uma forma poss vel para esta troca de carinho GESTANTE 7 SN Estas formas de substituir a amamenta o e manter a sa de do filho foram vivenciadas pelas mulheres soropositivas que ao se verem impossibilitadas de amamentar buscaram estrat gias de compensa o da perda afetiva ao se manterem mais pr ximas de seus suas filhos as brincando com eles e fazendo muito carinho neles conforme expressados na fala abaixo Eu n o me senti menos m e e nem senti a falta de passar o cari
98. pertencente ao saber feminino e n o mais dado sob livre demanda JAVORSKI 2006 Ao estimular a rigidez dos hor rios dura o das mamadas e do per odo ideal para o desmame a puericultura estava responsabilizando a mulher pela sa de f sica e moral dos as filhos as Ao enfatizar a coes o familiar trazia embutida a ideologia do controle n o s da crian a mas tamb m do corpo da mulher e do controle do tempo livre em casa fazendo a concorrer com o homem no mercado de trabalho COSTA 2004 Ademais as elites brasileiras preocupavam se com a forma o do novo trabalhador brasileiro disciplinado para produzir mais para o capitalismo e alguns te ricos da poca condenaram o trabalho feminino fora do lar o que para eles trariam preju zos para o crescimento e desenvolvimento das crian as uma vez que cresceriam longe de suas m es redefinindo assim o lar como espa o privado como lugar da mulher RAGO 2006 As normas e a moral higi nica ditadas pelos m dicos e pedagogos ajudaram a moldar a fam lia burguesa e a disciplinar a fam lia pobre ao ditarem normas e regras de comportamento alimentar vestu rio exerc cios f sicos das crian as e at sexualidade dos pais deixando claro que o aleitamento materno pela m e biol gica passa a ser defini o no espa o feminino de atua o Isto serviu ideologia do Estado normatizaram a fam lia al m de diminuir a morbimortalidade infantil Neste momento o aleitamento materno pas
99. pesquisa 6 3 A T CNICA DO MANUSEIO COM MASSA DE MODELAR Neste t pico ser o apresentadas as figuras modeladas criadas pela amostra de 30 mulheres que utilizaram a t cnica do manuseio com massa de modelar fotografadas pela pesquisadora para apresenta o do trabalho Foi solicitado a cada mulher individualmente que modelasse o que lhe viesse mente quando pensava sobre o significado do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV Cada figura possui um t tulo que foi atribu do pela autora da modelagem quando interrogada sobre o que ela havia modelado na massa S o tamb m numeradas por ordem crescente medida em que aparecem nos grupos categorizados As modelagens foram agrupadas em categorias por semelhan as de figuras e identificadas por grupo de perten a SN SP HIV SP HTLV As an lises fundamentam se sobre tr s n veis de interpreta o n vel figurativo n vel das estruturas formais e o n vel do conte do BICHO A perda da condi o humana Entre as mulheres soronegativas e soropositivas para o HTLV foram modeladas predominantemente figuras de bicho todas com conte do de valora o negativa A identifica o do bicho com animais socialmente considerados asquerosos ou nojentos como a mosca e a cobra sendo a ltima explicitada pela sua caracter stica de periculosidade como emissora de veneno que destilado inutilizando o leite materno o qual se torna um alimento maligno e venenos
100. polis RJ Vozes 2002 PEREIRA M L D CHAVES E C Ser m e e estar com aids o revivescimento do pecado original Rev Esc Enf USP v 33 n 4 p 404 10 dez 1999 PEREIRA J C An lise de dados qualitativos aplicados s representa es sociais In MOREIRA A S P Perspectivas te rico metodol gicas em representa es sociais Jo o Pessoa UFPB Universit ria 2005 POLIT D F BECK C T HUNGLER B P Fundamentos de pesquisa em enfermagem m todos avalia es e utiliza o 5 ed Porto alegre Artmed 2004 PRA A N S Sa de da mulher e HIV aids aspectos preventivos In FERNANDES R Q NARCHI N Z org Enfermagem e Sa de da Mulher Barueri SP Manole 2007 PREUSSIER G M I Escutando as m es HIV sobre o grupo de gestantes soropositivas para o virus da imunodefici ncia humana 2005 122f Disserta o Mestrado Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rio Grande do Sul 2005 RAGO M Trabalho feminino e sexualidade In DEL PRIORI M A hist ria das mulheres no Brasil S o Paulo Contexto 2006 p 578 606 226 RAMOS C V ALMEIDA J A G Alega es para o desmame um estudo qualitativo J Pediatr Rio J 2003 79 5 385 390 RIBEIRO C G COUTINHO M P L SALDANHA A A W O atendimento e o tratamento no contexto da aids representa es sociais de profissionais e pacientes In COUTINHO M P L SALDANHA A A W Representa o Social e pr ticas de pesquisa Jo o Pes
101. por causa deste problema Ah eu fiquei triste mas se era para o bem dela No hospital me deram leite de outras pessoas como que chama Leite de peito mesmo mas de outra pessoa leite do banco de leite MULHER 22 SP HTLV Ah eu fiquei triste porque eu queria que minha filha estivesse amamentando e ela foi a nica das que n o consegui amamentar M E 28 SP HTLV Dar mama o que mais queria era dar mama Da quando eu descobri que n o podia dar mama eu fiquei t o triste Mas sabendo que tinha outro recurso e sabendo que minha filha ia viver de qualquer jeito e n o ia passar mal por causa do leite a eu me conformei mais Me conformei e n o me conformando porque o que eu queria mesmo era dar mama M E 32 SP HTLV 195 O sentimento de tristeza foi descrito n o apenas pelas mulheres soropositivas mas tamb m pelas soronegativas ao expressaram em seus discursos que ficariam tristes caso n o conseguissem amamentar seus filhos devido soropositividade um beb chorando porque n o foi amamentado Porque ele deve sentir assim triste n o pode dizer nada mas que sente sente sente a tristeza por n o poder ter sido amamentado Pela m e e pelo filho tamb m n o Os dois devem sentir muito Eu mesma quando eu deixei de amamentar meu filho porque ele realmente rejeitou ent o isso me entristeceu muito Ent o isso a crian a triste por n o receber o leite que muito importante para sa de para intel
102. por um per odo de dias Figura 02 Representa o figurativa de um bicho Cobra venenosa Uma cobra venenosa um bicho assim asqueroso Eu penso que um leite mal assim maligno pausa principalmente um veneno um veneno n o A m e n o deve amamentar porque o leite venenoso asqueroso Deus me livre MULHER SP HTLV 2 71 anos amamentou os 4 filhos em media 10 meses A objetiva o do v rus se manifesta tamb m na forma de um bicho inespec fico com significa o de horror descrevendo o percurso da contamina o do leite materno como demonstram as figuras 03 e 04 Figura 03 Representa o figurativa de um bicho Eu modelei um bicho um v rus n o tem vida mas n o tem retorno um v rus feio horroroso Pois um v rus feio como todos podem ver um v rus sem retorno Porque sem retorno Porque leva a morte e n o proporciona ao beb uma boa alimenta o que o nosso leite materno Eu penso que n o o leite em si que horroroso O que eu penso o v rus que um bicho O leite contaminado um leite estragado e que n o pode ser ingerido pelo beb GESTANTE SN 1 27 anos amamentou o primeiro filho por 2 anos e o segundo por 1 m s 129 Figura 04 Representa o figurativa de um bicho Eu modelei um bicho uma coisa muito feia muito ruim O leite materno contaminado para mim uma coisa muito horr vel tem que ser logo eliminado para as m es n
103. poucos sendo inserida nos estudos da rea da sa de principalmente naqueles que dizem respeito s concep es da popula o sobre o processo de sa de doen a Na enfermagem tamb m tem sido crescente sua utiliza o em v rios campos do saber trazendo contribui es importantes pratica cotidiana das os enfermeiras os Escudeiro Silva 1997 consideram que as representa es sociais s o perfeitamente aplic veis enfermagem uma vez que uma representa o social n o desdobra repete reproduz e sim reconstitui retoca e modifica o texto contexto p 52 Al m disso o car ter estranho e amea ador pr prio da doen a responde pela extrema capacidade em gerar representa es S 1998 p 36 A TRS deu suporte a este estudo uma vez que a forma de agir e reagir das mulheres diante da impossibilidade de amamentar depende dos significados que o cont gio do leite materno tem para elas com suas representa es diante da impossibilidade de amamentar Significados estes decorrentes de informa es cren as opini es e atitudes constru das socialmente e que muitas vezes engendram as mulheres num contexto onde a amamenta o cobrada e exigida pelas os profissionais de sa de dentre eles os de enfermagem que na maioria das vezes desconhecem o querer poder amamentar destas mulheres e desta forma n o lhes prestam um cuidado individualizado necess rio Assim ao buscar apreender e analisar os sentidos e s
104. problem tica desafiadora a ser enfrentada pela institui o e pelas usu rias Quanto falta de informa es relacionadas aos cuidados com a alimenta o da crian a existia uma preocupa o da coordena o quanto sua solu o Assim uma das estrat gias visava realizar trabalhos educativos em grupo com as gestantes e m es para discutir sobre os cuidados b sicos com a alimenta o da crian a por m at o t rmino da coleta de informa es este objetivo n o havia sido alcan ado Tal iniciativa contribuir para que sejam implementadas metodologias educativas tendo em vista os materias existentes e oferecidos pelo Minist rio da Sa de que tangem sobre dissemina o de conhecimento referentes ao cuidado com rec m nascidos e crian as A m dia jornais e revistas especialmente a televis o tem se constituido em importantes meios de informa es sobre a infec o pelo HIV Desde o surgimento da aids a circula o das informa es por tais meios tem sido importantes mediadores entre o 166 conhecimento reificado e o consensual ao mesmo tempo em que se constitui em um grande vetor para a produ o das representa es sociais Al m disso teve e tem um papel central na difus o de informa es sobre a aids CAMARGO 2003 contribuindo para um aumento significativo no grau de conhecimento cient fico acerca do v rus HIV suas intera es com o organismo sua epidemiologia e sobre os principais determinantes sociais dess
105. pu rperio 9 3 Quem lhe falou sobre o HTLV Familiares Quem dos familiares Professor Amigo Profissional de sa de Qual profissional de sa de Qual servi o de sa de Outro 9 4 O v rus HTLV se pega por Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo totalmente concordo 1 2 G 4 Concordo totalmente 5 01 Contato sexual 02 Transmiss o m e filho 03 Sangue contaminado 04 Leite materno 05 Compartilhando agulha contaminada 06 Beijando 07 Pegando na m o 08 Dando um abra o 09 Sentado no mesmo lugar 10 Comendo no mesmo prato e com os mesmos talheres 11 Sexo oral 12 Transfus o 13 Mosquito 14 saliva 9 5 A senhora sabe como se previne contra HTLV Sim N o N o sei 9 6 A senhora se previne contra HTLV 243 Nunca Poucas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre 1 2 0 4 5 Nenhuma vez Raramente As vezes Maioria Todas as vezes C Como a senhora se previne 9 7 Uma mulher quando fica sabendo que portadora do virus HTLV sente Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 0 2 3 4 5 01 Desespero 02 Medo 03 Vontade de morrer 04 N o acredita 05 Angu stia 06 Tristeza 07 Outro 10 Informa es sobre a amamenta o e soropositivid
106. rec m nascido escute sua voz sendo necess rio ainda dormir com ele para manter uma proximidade pele a pele BRASIL 2004c Vale salientar que sugar outra forma de o rec m nascido manter o contato com sua m e o que poder ser conseguido com a suc o de um dedo limpo Entretanto salutar ressaltar e necess rio que a chupeta n o susbtituta do contato com a m e ou cuidador Um beb que necessita de consolo ou aten o precisa do contato com outra pessoa n o que o deixem sozinho com uma chupeta em sua boca BRASIL 2004 c p 26 206 Substituir o leite materno por outro alimento foi mais uma preocupa o para algumas mulheres Elas escutaram por muito tempo que o leite materno o melhor alimento para a crian a por m mesmo com os atributos valorativos do leite elas sabiam que o n o amamentar era melhor para a sa de da crian a Desse modo buscaram alternativas para aliment los com leite artificial Quando eu n o amamentei eu sabia que era o melhor pra ele Eu sabia que estava cuidando da sa de dele no geral Ent o eu j vinha me preparando desde o pr natal e sabia que eu n o ia poder amamentar Ent o a gente cuida da alimenta o dele de outras maneiras M E 8 SP HIV Dei leite artificial e at hoje eles est o sadios e n o tem nada gra as a Deus Meus dois filhos n o mamaram e todo mundo dizia eles n o v o conseguir voc n o vai conseguir Meus filhos todos os dois
107. rus despertando sentimentos significados e s mbolos diante da n o amamenta o exigindo dos profissionais de sa de a necessidade de tangenciar um novo olhar para estas mulheres 27 2 CONTEXTUALIZANDO O OBJETO DE ESTUDO N o h saber mais ou saber menos h saberes diferentes Paulo Freire 2 1 AMAMENTA O FONTE DE VIDA E SA DE UM DISCURSO CONSTRU DO No Brasil na primeira metade do s culo XX a defesa da amamenta o era algo individual e influenciada principalmente pela chegada da industrializa o momento em que a divulga o do aleitamento artificial se intensificou Diante do pouco conhecimento sobre a imunologia e o papel protetor do colostro n o se dava import ncia ao aleitamento materno MARTINS FILHO 2000 Entretanto com as transforma es sociais e do setor sa de ocorridas nesse per odo notadamente o combate aos altos ndices de mortalidade infantil a amamenta o passa a ser objeto de interesse de pesquisadores sendo empreendidos esfor os no sentido de desenvolver estudos que confirmassem a superioridade do aleitamento materno em detrimento alimenta o artificial levando a um ac mulo de conhecimentos sobre a tem tica que passa a ser entendida como uma quest o social ampla SANTOS 2004 p 19 a ser pensada e discutida N o h d vidas de que o leite materno o melhor alimento para fornecer os nutrientes necess rios para o crescimento e desenvolvimento das crian as um
108. s amas de leite BADINTHER 1985 ALMEIDA 1999 HAMES 2001 41 a partir do s culo XIX que a maternidade come a a ser valorizada pela mulher brasileira burguesa momento em que a sociedade sofreu uma s rie de transforma es advindas do desenvolvimento do capitalismo de uma vida urbana que oferecia novas alternativas de conviv ncia social e da ascens o da burguesia levando a uma reorganiza o da vida familiar e dom stica do tempo e das atividades femininas interferindo no cotidiano das mulheres modificando assim seu pensar sobre o amor materno Assim nasce uma nova mulher nas rela es familiares agora marcada pela valoriza o da intimidade e da maternidade D INC O 2006 no final do s culo XIX com o surgimento do movimento higienista que a mulher assumiu o papel de mediadora entre os as filhos as e o Estado Momento em que foi reconstru do o ciclo gr vido puerperal usando a maternidade e a amamenta o como algo natural instintiva e vital para a sobrevida dos as filhos as A alimenta o as condi es ambientais e o comportamento humano passaram a se configurar em objetos de preocupa o m dica na busca de solu es para problemas como a mortalidade infantil ALMEIDA 1999 A partir de ent o o discurso dos m dicos higienistas passou a enfatizar o aleitamento materno como direito da crian a e dever da mulher redefinindo assim o papel feminino na sociedade burguesa O movimento higienista ao c
109. sadio forte e saud veis MAE 5 SP HIV A maneira encontrada por estas mulheres foi ter oferecido o leite artifcial sendo considerada neste momento a melhor forma de alimentar uma crian a filha de m e soropositiva pois a crian a n o pode ser prejudica ao contr rio precisa ser protegida da doen a o beb n o tem doen a nenhuma n o foi contaminado Os dois leites s o contaminados tudo que eu vou pegar e dar o leite ao o beb vai contaminar Quando eu vi os leites com os v rus eu senti que eu poderia prejudicar a vida de um beb inocente GESTANTE 33 SN Que o nen esta aqui para ser protegido da doen a eu ia me proteger ca ar um outro rem dio para mim n o passar para minha familia MULHER 18 SP HTLV Ent o melhor n o amament la com um leite contaminado e venenoso Mas eu sei que o que o leite com HIV um leite contaminado venenoso quer dizer que um verdadeiro veneno n E eu tendo meu filho eu n o vou dar saber que to com um problema desse n o vou passar para meu filho pegar o veneno para dar ao meu filho tomar MULHER 23 SP HIV Porque uma m e que ama seu filho de cora o n o ia dar um leite contaminado para ele Desse modo n o amamentar significa o amor que a m e d para o filho representado pelas modelagens de um cora o e uma flor Figuras 24 e 30 como s mbolo do amor da m e para o filho e confirmados nas falas das mulheres que criaram as modelagens conforme segu
110. se der o leite um leite em m s condi es n o um leite 100 GESTANTE SN 9 25 anos amamentou o primeiro filho por 36 meses A modelagem da vaca a seguir Figura 30 evidencia a ambival ncia de sentimentos sobre aleitamento materno e soropositividade assim como a dicotomia humano animal bom mau alimento veneno social individual A vaca representa por excel ncia em nossa cultura o s mbolo do animal provedor do leite como alimento que acompanha o ser humano desde o seu nascimento Existe uma analogia entre a m e e esse animal no sentido positivo em que ambos s o valorizados pela fun o de subsist ncia dos filhos Mas o leite aparece como elemento n o apenas de diferencia o mas de desigualdade social o elo perdido que dicotomiza a m e soropositiva lan ando a no abismo da exclus o social Figura 23 Representa o figurativa de uma vaca Eu modelei uma vaca Significa que a vaca tamb m tem filhos ela tamb m tem leite Quando eu pensava no leite com virus eu pensava que o leite estava contaminado e eu n o podia dar a ela Eu senti que foi ruim n o amamentar foi uma coisa chata porque eu n o amamentei o povo as colegas de quarto ficava perguntando l na maternidade porque n o amamentava e eu ficava com vontade de chorar porque eu n o podia falar ent o eu dizia que n o sabia porque e que n o tinham me falado nada M E SP HIV 10 20 anos n o amamentou a filha devido a condi o de
111. sido afirmado por uma delas de in cio eu senti assim os cuidados que voc s est o tendo com estas m es n o s com estas m es como tamb m com os rec m nascidos que muito importante passar para elas o por que de n o amamentar em caso de estar contaminada com HIV e tamb m alguns cuidados 148 Outras ainda informaram ter achado a situa o bonita e engra ada entretanto quando perceberam que havia uma mamadeira de leite materno com o v rus tal fato lhes causou susto impacto constrangimento e pavor em ver um leite materno contaminado especialmente porque iria transmitir a doen a para a crian a Algumas relataram achei bonitinho e engra ado depois tomei um susto quando entrei e vi escrito leite materno com HIV realmente foi um certo impacto quando eu bati os olhos e que vi escrito HIV meio constrangedor ver que um leite deste est contaminado eu senti assim um baque eu senti assim uma coisa forte s o palavras fortes porque eu j tenho um conhecimento do HIV e do HTLV pavor porque eu sei que se eu tiver um filho agora eu vou ter um filho com este problema e eu n o quero quando eu bati o olho naquela mamadeira eu disse aquele ali n o serve ele t contaminado Vale ressaltar que uma das mulheres soropositivas para o HIV relatou que ao se deparar com as situa es pensou em algumas m es que mesmo sabendo que s o soropositivas amamentam os filhos ao dizer pensei e
112. soronegativas quando a m e soropositiva ocorre o cont gio do leite materno Mas ela tem que se cuidar receber cuidados m dicos e fazer exames na crian a como forma de preven o para impedir que ela o contamine ao receber o leite materno Estas representa es encontram se em similitude com as evocadas pelas soropositivas para o HIV uma vez que o cont gio do leite materno significa que a m e est contaminada pois a mesma contamina o do sangue Ent o um leite contaminado e infectado que n o serve para nenhuma crian a e portanto elas n o podem amamentar Entretanto o n o amamentar para as mulheres soropositivas para o HIV representa tristeza pois elas ficam muito tristes e infelizes porque n o v o poder amamentar os as filhos as com o leite materno portanto dif cil n o poder amamentar o a filho a com o pr prio leite Mas mesmo sendo o leite materno o melhor alimento para a sa de da crian a se ele est contaminado n o serve um leite que n o presta para o beb n o serve para nada e nem para ningu m Ent o melhor desprezar jogar fora e fazer com que ele seque logo se poss vel ainda no hospital para que as mulheres n o se sintam tentadas a oferecer ao a filho a o leite contaminado O gr fico evidencia as rela es entre membros de cada grupo concomitantemente delimitando os espa os de pertencimento e de distanciamento em rela o aos outros numa demarca o de territ rios e
113. sua sensa o de controle sobre o mundo Desse modo o trabalho das representa es consiste em atenuar essas estranhezas introduzi las no senso comum provocando o encontro de express es separadas e d spares que num certo sentido se procuram MOSCOVICI 1978 p 61 uma vez que a representa o separa conceitos e percep es habitualmente associados torna ins lito o familiar faz circular e re ne experi ncias vocabul rios conceitos e condutas que prov m de origens muito diversas p 62 tornando o n o familiar em familiar dando sentido e conferindo controle ao desconhecido Na din mica interativa o HTLV foi representado como uma doen a contagiosa que n o tem cura n o tem controle n o tem rem dio a prima da aids provoca problemas n o se descobre logo demora a aparecer os sintomas mas t m pessoas que apresentam leva a morte irrevers vel e pior que a aids conforme pode se observar nos discursos abaixo Uma doen a HTLV Porque isso a n o uma doen a contagiosa que n o tem cura n o Diz que uma doen a que ainda n o tem rem dio nem rem dio para controle que a prima da aids diz o povo que d problema que n o descobre logo porque demora muito para aparecer sintoma nela dizem que pior do que a aids A diz que ela diagnostica mais pelo colo do tero fazendo os exames preventivos MULHER 28 SP HIV S o doen as que realmente podem levar o indiv du
114. teste dela deu negativo A gra as a Deus que esta doen a eu nem peguei durante a minha gravidez porque o teste da gravidez deu negativo foi na amamenta o foi a salva o Mas gra as a Deus no exame que ela fez deu negativo MULHER 15 SP HIV A an lise a partir desses discursos mostrou a alegria e al vio das mulheres soropositivas ao receberem a confirma o da negatividade dos exames de seus filhos Todas as mulheres que vivenciaram a gesta o e soropositividade afirmaram ter seguido corretamente as orienta es dos profissionais de sa de As gestantes desse estudo tamb m se comprometeram seguir todas as recomenda es certinho para que seus filhos fossem beneficiados com a soronegatividade Segundo recomenda es do Minist rio da Sa de a mulher deve ser orientada sobre a import ncia do acompanhamento da crian a at defini o de sua situa o sorol gica BRASIL 2007 Entretanto Neves e Gir 2006 refor am essa recomenda o salientando que um acompanhamento sistem tico dessas crian as deve ocorrer mesmo ap s a confirma o da sorologia negativa uma vez que elas foram expostas a agentes com potenciais carcinog ncos O sonho de ver os filhos as soronegativos as direcionaram as mulheres a olhar para o n o amamentar como um ato de amor para preserva o a sa de de seus filhos 7 5 2 Subcategoria N o amamentar um ato de amor em preserva o da sa de Embora a amamenta o tenha sido valorizada
115. ticas p blicas de sa de influenciando os profissionais e as mulheres Entretanto a partir das descobertas cient ficas sobre o cont gio do leite pelos v rus o ato de amamentar ganha uma nova conota o uma vez que ele carreia consigo a infec o pelos v rus HIV e ou HTLV que podem ser transmitidos para a crian a o senso comum atribuiu outros valores de cunho negativo como ruim n o presta contaminado infeccionado n o faz bem transmite o v rus doente venenoso significados presentes nas representa es sociais das informantes deste estudo Assim a caracter stica desta CATEGORIA mostra se ancorada nas subcategorias A dupla direcionalidade do des conhecer os v rus no limiar da tomada de decis o para a amamenta o Atributos valorativos positivos do leite materno e Atributos valorativos negativos do leite materno com v rus centradas nas raz es que levaram as mulheres a decidirem escolherem o tipo de leite a ser oferecido ao seu filho a partir do des conhecer os virus doen as e a transmiss o vertical 7 2 1 Subcategoria A dupla direcionalidade do des conhecer os virus no limiar da tomada de decis o para a amamenta o Esta subcategoria expressa a d vida e obscuridade frente tomada de decis o do tipo de leite a ser oferecido ao boneco rec m nascido pelas mulheres que participaram da din mica interativa a partir do des conhecimento dos v rus Tais escolhas foram baseadas 168
116. uma rela o segura sabendo com quem se envolve pois quanto mais a pessoa se protege melhor Aqui se tem a oposi o entre os dois grupos semelhantes ao ocorrido nas representa es sobre o HIV No universo do senso comum das soropositivas para o HTLV as representa es da Aids tamb m assemelham se s emo es descritas por elas ao experienciarem a soropositividade para o HTLV J para as mulheres soronegativas prevenir se e cuidar se s o representa es mais simb licas pois elas n o vivenciam a soropositividade emergindo do seu inconsciente a necessidade de preven o e cuidado Vale destacar aqui um dos instrumentos mais importantes no que concerne a preven o do HIV e consequentemente da aids a utiliza o da camisinha Das mulheres entrevistadas apenas uma delas informou que n o sabia que o HIV se prevenia mediante a utiliza o da camisinha No entanto aquelas que afirmaram utilizar a camisinha como forma de preven o da infec o pelo HIV aids referiram que somente o faziam algumas vezes especialmente as mulheres soronegativas casadas ou que tinham somente um parceiro sexual relatando que confiavam no parceiro e por isso n o exigiam que eles usassem preservativo Aqui se percebe mais uma vez a contradi o nas palavras preven o e cuidar que foram evocadas pelas soronegativas o que poderia ser classificado como um discurso 120 ancorado no que socialmente estabelecido numa representa o que pres
117. zero ou seja sem valora o da a denomina o dessa subcategoria Assim compreende se porque o leite n o serve n o presta deve ser expurgado e Jogado fora como se pode observar nas falas subsequentes Porque o que tem HIV eu acho n o serve para ela MULHER 23 SP HTLV Que este leite com HIV n o serve que est contaminado e n o serve para beb nenhum tomar MULHER 25 SP HIV Que ele leite com HIV n o presta para ningu m para o beb principalmente MULHER 26 SP HIV Ah a n o serve para nada para ser jogado fora MULHER 22 SP HTLV Que ele deve ser expurgado e jogado fora porque ele n o tem serventia nenhuma MULHER 12 SP HTLV Acrescenta se a esses adjetivos o termo cont gio do leite materno pelos v rus que foi expresso pelas mulheres com a signific ncia de uma coisa horr vel uma situa o muito triste uma destrui o imunol gica uma mudan a significativa no processo de viver adoecer e um 177 morrer fadado pelo estigma mais do que pela degenera o fisiol gica Assim se mostra a contamina o do leite Leite materno contaminado As piores coisas Horrivel isso uma situa o muito triste para quem tem e para uma crian a E quem adulto j sabe o que causa e o que n o causa e uma crian a n o MULHER 31 SP HTLV Essa subcategoria desenvolveu se sombra da sua ascendente de modo que o Amamentar ou n o um desafio des conhecer raz es para decid
118. 0 que comparado aos meios de comunica o de massa exerceram papel secund rio O destaque encontrava se nos programas televisivos devido possibilidade de aquisi o do aparelho pelo baixo custo sendo que outras formas demandam altos custos jornais revistas e livros al m dos entraves com n vel de escolaridade As institui es p blicas Escola Sa de veiculam informa es dirigidas a uma popula o mais espec fica de modo que s timidamente alcan am o p blico em geral e este possui mais perguntas do que respostas sobre o conhecimento do v rus As informa es sobre a infec o pelo HIV aids adentraram os lares das fam lias brasileiras a partir da d cada de 80 do s culo passado e foram disseminadas especialmente pelos ve culos de comunica o em massa A m dia teve e ainda tem influ ncia significativa na dissemina o da informa o sobre o virus contribuindo para a elabora o de representa es sociais sobre a infec o pelo HIV aids que perduram at os dias atuais no imagin rio das mulheres e da popula o em geral 153 O di logo sobre a infec o pelo HIV aids ainda est aqu m do desejado na ptica das participantes deste estudo Foi poss vel perceber tamb m que o di logo entre os profissionais de sa de e a popula o bastante t mido e estes v m acontecendo com maior frequ ncia nos servi os de refer ncia para portadoras do v rus As campanhas veiculadas pelos meios de comuni
119. 006 URETA VIDAL A et al A mother to child transmission of HTLV I implication of high antiviral antibody titer and high proviral load in carrier mothers Int J Cancer 1999 82 832 6 VAN DE PERRE P SIMONON A MSELLATI P et al Postnatal transmission of human immunodeficiency virus type I from mother to infant A prospective cohort study in Kigali Rwanda N Engl J M d N 325 p 593 598 1991 VAN DE PERRE P Breast milk transmission of HIV 1 Laboratory and clinical studies Ann NY Acad Sci 918 122 7 2000 228 VALA J MONTEIRO M B Coord Psicologia Social 7 ed Lisboa Funda o Caloute Gulbenkian 2006 VEIGA K C G Trabalho Noturno representa es sociais de enfermeiras de um hospital p blico de ensino 2009 157f Tese Doutorado Escola de Enfermagem Universidade Federal da Bahia Salvador 2009 VICTORA C G SMITH P G BARROS F C et al Impact of breastfeeding on admission for pneumonia during postneonatal period in Brazil nested case control study Br Med J N 318 p 1316 1320 1999 VINHA V H P SCOCHI C G S Aleitamento materno evolu o hist rica Femina v 17 n 10 p 819 23 1989 WAGNER W S cio g nese e carcter sticas das representa oes sociais In MOREIRA Antonia Silva Paredes OLIVEIRA D C org Estudos Interdisciplinares de Representa ao Social Goi nia AB 1998 WAGNER M B MOTTA V T DORNELLES C SPSS passo a passo statistical package
120. 01 en not 2001 07 html gt Acesso em 12 Mar 2007 Promo o do aleitamento materno nas institui es de sa de curso intensivo para planejadores e gestores de sa de Governo do Estado de s o Paulo 1996 PAULA C L Substitui o do aleitamento materno o significado para as mulheres infectadas pelo HIV Rio de Janeiro 2005 98p Disserta o Mestrado Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 PAULILO M A S JEOL S L S Aids drogas riscos e significados uma constru o sociocultural Ci ncia e Sa de Coletiva Rio de Janeiro v 10 n 1 2005 p 15 184 PADOIN S M M O cotidiano da mulher com HIV aids diante da im possibilidade de amamentar um estudo na perspectiva heideggeriana Rio de Janeiro 2006 195f Tese Doutorado em Enfermagem Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 PAIVA M S Vivenciando a gravidez e experienciando a soropositividade para o HIV S o Paulo 2000 170p Tese Doutorado Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo PAMPLONA V Aspectos psicol gicos na lacta o In CARVALHO M R TAMAZ N R Amamenta o bases cient ficas para a pr tica profissional Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 PENN G An lise semi tica de imagens paradas In BAUER M W GASKELL G editores Pesquisa qualitativa com texto imagem e som um manual pr tico 4 ed Trad de Pedrinho A Guareschi Petr
121. 09 Freq ncia Percentual Mulheres soropositivas HIV 70 35 4 Mulheres soronegativas 64 32 3 Mulheres soropositivas HTLV 64 32 3 Total 198 100 0 104 Conforme mostra a tabela acima das cento e noventa e oito mulheres setenta 35 36 eram soropositivas para o HIV sessenta e quatro mulheres eram soronegativas para os dois v rus e sessenta e quatro 32 32 eram mulheres soropositivas para o HTLV Tabela 2 Medidas descritivas para a idade das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 Idade mulheres soropositivas HIV N 70 M dia 32 64 Mediana 32 00 Desvio padr o 8 348 M nimo 18 M ximo 54 Quartis 25 26 00 50 32 00 75 37 00 mulheres soronegativas N 64 M dia 27 27 Mediana 27 00 Desvio padr o 5 214 M nimo 17 M ximo 38 Quartis 25 23 00 50 27 00 75 31 00 mulheres soropositivas HTLV N 64 M dia 46 69 Mediana 46 50 Desvio padr o 13 888 M nimo 22 M ximo 86 Quartis 25 38 00 50 46 50 75 56 00 Esta tabela foi complementada pela figura 6 p gina seguinte que apresenta medidas descritivas para a idade das mulheres informantes do estudo conforme o grupo de perten a 105 100 Dis 80 60 C9 Idade 40 20 Tipo de Grupo Figura 6 Idade das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 Pode se observar na tabela 2 as medidas descritivas para a idade das mulheres estudadas segundo os grupos de perten a Verifica se entre os tr s grupos que a ida
122. 1 camis4 cami 8 camis5 cami 3 camis6 cam2 4 capa capa 1 carinl cari 17 carin2 caril 30 certo3 cert 1 compr2 comp 1 compr4 comi 1 comum com2 1 config conf 1 confis conl 1 confi6 con2 1 conhe2 con3 1 conpal con4 5 conpa2 cons 1 conpr2 con6 2 congi2 con7 1 conqi5 con8 1 consc2 con9 1 consc4 on10 1 contal onll 5 conta2 onl2 15 contol on13 1 conto7 onl4 27 corag6 cora 1 crescl cres 4 criat2 cria 1 crime3 cril 1 cruel3 crue 2 cuida cuid 1 cuida4 cuil 18 cuidas cui2 10 cuidas cui3 1 cuido cui4 1 cuidol Cuis 7 cuido2 cui6 14 cuido4 cui7 2 cuidos cui8 1 cuido6 cui9 2 cumpll cump 1 cumpl2 cumi 1 curio6 curi 1 decep4 dece 2 decep5 decl 2 depre3 depr 2 depres dep1 2 depre6 dep2 2 depsi3 dep3 1 desaf5 desa 1 descb2 des1 1 desco4 des2 1 desco6 des3 4 descu3 des4 3 descu4 des5 13 descus des6 7 descu6 des7 2 descu7 des8 11 desen1 des9 6 desen2 es10 1 desep3 es11 3 desep4 es12 1 deses4 es13 1 desp3 es14 2 desum3 es15 1 deuli7 deul 1 deus4 deul 6 deus5 deu2 2 devaml deva 10 devam2 devil 18 devam3 dev2 1 dexan6 dexa 1 difit2 difi 1 dihivs dihi 5 dihiv6 dih1 1 dinpal dinp 8 dinpa2 dinl 16 dinpa3 din2 31 discrs disc 6 discr6 disl 4 dmoras dmor 1 doenc3 doen 21 doenc4 doel 39 doencs doe2 33 doenc6 doe3 24 doenc7 doe4 8 dor1 dor1 1 dor2 dor1 2 dgsaul dqsa 1 duvid7 duvi 3 egois3 egoi 9 emagr4 emag 1 emagr5 emal 2 enfres enfr 1 enrea6 enre 1 epior4 epio 2 errad3 erra 6 esper5 espe 1 esper6 espl 1 evidol evid 28 evido2 evil 13 exclu3 excl 1 falats famor fcons4 f
123. 3 4 5 01 Contato sexual 02 Transmiss o m e filho 03 Sangue contaminado 04 Leite materno 05 Compartilhando agulha contaminada 06 Beijando 07 Pegando na m o 08 Dando um abra o 09 Sentado no mesmo lugar 10 Comendo no mesmo prato e com os mesmos talheres 11 Sexo oral 12 Transfus o 13 Mosquito 14 saliva 237 9 5 A senhora sabe como se previne contra HTLV Sim N o N o sei 9 6 A senhora se previne contra HTLV Nunca Poucas vezes Algumas vzs Muitas vezes Sempre 1 2 6 4 5 Nenhuma vez Raramente s vezes Maioria Todas as vezes Como a senhora se previne 10 Informa es sobre a amamenta o e soropositividade 10 1 A senhora sabe que se pega HIV aids pelo leite materno Sim N o N o sei 10 2 A senhora sabe que se pega HTLV pelo leite materno Sim N o N o sei 10 3 O que a senhora pensa sobre o seu leite Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente a 2 3 4 5 01 Normal 02 Bom 03 _ Envenenado 04 Contaminado 05 Presta 06 Outros 10 4 E se seu leite fosse contaminado pelos V rus HIV aids e ou HTLV A senhora penaria que seu leite seria Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 0 2 3 4 5 01 Normal 02 Bom 03
124. A minha preocupa o foi mais essa meu Deus Quando nascer como eu vou alimentar minha crian a Porque sempre tem campanhas que falam sobre a amamenta o at os seis meses de idade e eu sempre achei bonito a m e estar com sua crian a no colo amamentando e eu n o vou poder minha tristeza foi essa n o foi nem porque eu estava infectada porque ia prejudicar meu beb GESTANTE SP HTLV 7 30 anos estava em sua primeira gravidez e muito triste porque n o ia poder amamentar o filho Figura 19 Representa o figurativa um seio Eu modelei um seio um seio contaminado pelo virus HIV onde ela n o pode amamentar o seu filho Quando eu n o amamentei minha filha eu senti vontade de morrer Quando as pessoas me perguntavam por que eu n o estava amamentando eu dizia por que eu estava com problema no pulm o Eu negava tinha vergonha de dizer como eu tenho at hoje E a minha fam lia veio saber deste problema meu Minha m e sabia meu pai tamb m mas o meu filho os meus outros filhos eles n o sabiam Minha irm tamb m ela n o sabia Quando ela soube ela tinha discrimina o Se eu bebesse em um copo de gua ela mandava eu jogar o copo fora me discriminava Quando eu conversei com minha tia ela chorou muito e conversou com ela que a aids n o se pegava assim Hoje j melhorou mas meu cunhado ele espalhou para todo mundo no Bonfim que eu era aid tica Que eu era doente que n o me queria na casa dele para n o
125. EIDA 1999 Cabe destacar no entanto que apesar dos benef cios que o aleitamento materno proporciona para os seres humanos nem sempre este tema despertou o interesse dos estudiosos muito menos dos profissionais que cuidavam das mulheres em processo de amamenta o Santos 2004 relata que at meados do s culo passado sabia se muito pouco sobre a qualidade do leite humano sua import ncia e vantagens ao mesmo tempo em que n o se exploravam os fatores sociais pol ticos e culturais tornando dif cil o manejo adequado do processo de amamenta o O meu despertar para estudar as quest es que permeiam a pr tica do aleitamento materno surgiu precisamente em 1990 ainda como aluna do Curso de Gradua o em Enfermagem na disciplina Enfermagem Materno Infantil I momento em que se iniciou o meu caminhar rumo ao cuidado de mulheres no ciclo gr vido puerperal e de rec m nascidos especialmente em processo de amamenta o Nesse contexto e momento hist rico a abordagem do processo de amamenta o j priorizava os conhecimentos t cnico cient ficos falava se em tratar e prevenir as intercorr ncias mam rias enfatizando se os benef cios do leite materno para o crescimento e desenvolvimento da crian a E por considerar os benef cios que o aleitamento materno traz para a sa de das crian as incentivava a amamenta o como uma obriga o a ser cumprida pela mulher nutriz uma vez que meu olhar estava mais voltado para os b
126. ELET 2001 155 Segundo Jodelet 1998 as falsas cren as grifos da autora persistem mesmo em caso de posse de informa es corretas sobre a aids e sua transmiss o constituindo se em enigma nos dias atuais Neste estudo o despontar das falsas cren as emergiu tamb m em rela o contamina o por meio do leite materno quando na din mica interativa uma das informantes escolheu a mamadeira com leite materno com HIV justificando sua escolha pelo desconhecimento do v rus HTLV acreditando que quando a mulher est na fase inicial da infec o pelo HIV n o transmitir o v rus ao seu filho ao amament lo e que a supress o da amamenta o somente pode ser realizada quando a infec o est avan ada A fala abaixo ilustra esta cren a Ent o porque eu n o tenho conhecimento nenhum com a de c HTLV entendeu Eu nunca ouvi falar eu n o sei o que Eu escolhi com HIV porque independente se a pessoa n o tiver com a contamina o bem ultrapassada s com o v rus pelo menos ainda d para levar amamentar e j com a doen a passada n o d entendeu Como eu estou lhe dizendo eu escolhi a de c leite com HIV porque eu n o tenho experi ncia nenhuma sobre esta outra doen a M E 32 SP HIV As falsas cren as podem influenciar na percep o de risco da infec o pelos v rus HIV A ideia de que todo contato com l quidos corporais constitui risco faz o medo permanecer e mesclar se s diferente
127. ENES 2002 JAPIASSU MARCONDES 2006 Assim foi por meio de seus corpos mentes que as mulheres expressaram os significados e significantes dos v rus doen as e de sua soropositividade os quais circundam seu cotidiano e guiam as suas condutas Para Goellener 2003 p 28 o corpo uma constru o sobre a qual s o conferidas diferentes marcas em diferentes tempos espa os conjunturas econ micas grupos sociais 183 x 4 tnicos etc Assim um corpo n o apenas um corpo seu entorno constru do pela linguagem que o nomeia classifica o define lhe normalidades e anormalidades Falar do corpo falar da identidade e da cultura GOELLENER 2003 Falar de corpo falar de todas as representa es que lhe s o atribu das seja num corpo saud vel ou num corpo acometido por uma doen a um corpo que n o simplesmente um corpo mas um corpo mente pois n o somos nosso corpo em carne osso somos o que sentimos e vemos de nosso corpo NASIO 2009 As doen as t m sido um campo vasto para o estudo das representa es sociais especificamente a aids As representa es conferem sentido para uma doen a quando os sujeitos a representa E a partir destas representa es que os sujeitos orientam suas condutas inscritas em suas experi ncias possuidoras de multiversos significados e significantes Mesmo n o sendo soropositiva umas das informantes atribui significado ao corpo f sico de uma pessoa portadora d
128. HER 9 SP HIV 197 As intercorr ncias mam rias presentes nos discursos das mulheres provavelmente surgiram devido ao esvaziamento inadequado das mamas Nota se que h relatos de dores febre frio fazendo com que este per odo seja vivenciado pelas mulheres com dificuldades e sofrimento o que demonstra a falta de habilidade dos profissionais de sa de em lidar com essas quest es Apesar de ter recebido a medica o para suprimir a lacta o na maternidade algumas mulheres relataram outras medidas utilizadas para aliviar os desconfortos mam rios como a utiliza o de compressas geladas unguentos extra o manual do leite Para secar o leite eu coloquei quer dizer eu fiquei tirando o leite toda manh fazia a compressa morna e a retirava o leite e tamb m recebi medica o mas n o secou veio secar em casa L na maternidade mandou fazer a compressa de gelo para n o endurecer e continuasse retirando o leite M E 3 SP HIV fica inchado voc n o aguenta tem febre eu tive febre e frio Suti nenhum entrava dentro de mim Eu miudinha e o neg cio grand o A meu marido foi l e comprou um oleozinho eu passei fui pegando o pente doendo muito saindo pigava piganva pingava Fiquei tr s dias e a que secou de vez M E 5 SP HIV Entretanto tais medidas exceto a compressa de gelo n o devem ser utilizadas uma vez que a extra o manual do leite faz com que ocorra um aumento de sua produ o
129. I foi identificado em um paciente com linfoma cut neo Alguns estudos conduzidos no Jap o conclu ram que a maioria dos pacientes adultos portadores de leucemia ou linfoma tinha sido exposta ao HTLV I BRASIL 2006 Nesta poca pensou se que esse v rus al m de estar associado s leucemias e aos linfomas poderia tamb m ser a causa da nova doen a a aids Por m ap s a identifica o do v rus HIV em 1983 e depois dos estudos realizados sobre o HTLV I verificou se que ambos tinham as mesmas formas de transmiss o e como caracter stica comum o tropismo pelos linf citos T destruindo os ou ocasionando linfopenia e levando invers o da rela o CD4 CD8 BRASIL 2006 Os virus HIV e HTLV apesar de serem da mesma subfam lia possuem algumas diferen as o HIV apresenta alta taxa de part culas virais livres no plasma e em outros l quidos org nicos e o HTLV apresenta taxa de replica o menor com poucas part culas virais livres nos diversos l quidos org nicos o HTLV aumenta a prolifera o linfocit ria enquanto o HIV reduz progressivamente a popula o de CD4 o que leva o indiv duo a desenvolver a Aids BRITES 2006 O HTLV apresenta ainda menor infectividade e per odo de incuba o mais longo CATALAN SOARES PROIETTI CARNEIRO PROIETTI 2001 Assim como o v rus HIV o HTLV pode ser transmitido por via sexual pela transfus o sangu nea pela partilha de agulhas contaminadas por via tansplacent ria ou durante
130. IC Jean Claude A abordagem estrutural das representa es sociais In MOREIRA Antonia Silva Paredes OLIVEIRA Denize Cristina de org Estudos Interdisciplinares de Representa o Social Goi nia AB 1998 AYRES J R C M Pr ticas educativas e preven o de HIV aids li es aprendidas e desafios atuais Interface comunic Sa de Educ v 6 n11 p 11 24 ago 2002 ALBUQUERQUE R M A Aleitamento Materno um ato Ecol gico In REGO J D org Aleitamento Materno S o Paulo Atheneu 2000 ALMEIDA J A G Amamenta o um h brido natureza cultura Rio de Janeiro Fiocruz 1999 120p ALMEIDA J A G NOVAC F R Amamenta o um h brido entre natureza cultura J Pediatr Rio de J 2004 80 Ssupl S119 S125 ALMEIDA M S Sentimentos femininos o significado do desmame precoce para mulheres Rev Texto Contexto Enferm Florian polis v 6 n 1 p 260 275 jan abr 1997 ALMEIDA COELHO R C H Cuidando da mulher gestante com HIV fundamentado na Teoria de Parse um novo referencial para a pr tica de Enfermagem 2001 Disserta o Mestrado em Enfermagem Programa de P s Gradua o em Enfermagem Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2001 AMIN S Breastfeeding and women s empowerment the global technocratisation of reproduction Penang Malasia 1995 ARA JO L D S Querer poder amamentar uma quest o de representa o Florian polis 1998 Resumo Disserta o Mestr
131. II sabe se que prevalente entre os consumidores de drogas injet veis nos Estados Unidos e Europa Em popula es ind genas americanas inclusive entre os ndios Guaymi no Panam na Fl rida e no Novo M xico esta infec o assume um carater end mico BRASIL 20044 A forma de transmiss o do HTLV II semelhante a do HTLV I O provirus de HTLV II foi descoberto no leite materno de m es infectadas pelo HTLV II VAN DYKE et al 1995 No Norte do Brasil foi realizado um estudo com ndios Kayap s onde foi detectada uma taxa de 45 de infec o em crian as nascidas de m es soropositivas para o HTLV II ISHAK et al 2001 A infec o pelo HTLV II n o est claramente associada a qualquer outra doen a Foram relatados alguns casos de doen as neuol gicas similares a HAM TSP e leucemia de linf citos granulares Foram tamb m publicados casos de eritrodermatite e infec es bacterianas de pele em pessoas infectadas com HTLV I e HIV 1 FERNANDES SILVA 2003 O Minist rio da Sa de relata que embora a patogenicidade do HTLV I pare a ser maior do que a do HTLV I este ltimo tem sido isolado ou detectado em pacientes com leucemia linfocitica cr nica com neutropenia leucemia prolinfocitica linfoma cut neo sindrome de S zary dermatite esfoliativa sindrome da fadiga cr nica e dist rbios neurodegenerativos s bitos Entretanto o exato papel do HTLV II nestas doen as ainda n o est claro BRASIL 2004a Devido gravida
132. Mais uma vez destaca se que a palavra horr vel surge no campo sem ntico das mulheres soropositivas para o HTLV como algo vago sem caracter sticas sem formato sem familiariza o sem ser ancorado assim sem representa o E se para as soropositivas para o HTLV que vivenciam a soropositividade para este v rus n o apareceram palavras que denotassem uma representa o de algo familiar para as soronegativas ela nem despontou pois al m de ser este um v rus desconhecido para elas n o imaginam o que seria o leite materno contaminado por algo que elas desconhecem 122 b O jogo de atra es e oposi es entre as mulheres soronegativas e soropositivas para o v rus HIV Seguindo o mesmo racioc nio anterior ser discutido agora a partir da figura 2 o jogo de atra o e oposi o entre os dois blocos de representa es configurados sobre o eixo F2 Neste eixo destacamos na parte superior F2 o campo sem ntico da representa o do cont gio do leite materno expresso no senso comum das mulheres soronegativas em oposi o parte inferior F2 das mulheres soropositivas para o v rus HIV Ao analisarmos o primeiro est mulo leite materno observamos que para as soronegativas que se encontram no eixo F2 o leite materno foi representando como uma alimenta o necess ria que nutre e alimenta com seguran a a crian a pois o leite um alimento perfeito e certo uma forma de alimentar da m e para a crian a
133. NTA ES SOCIAIS COMO EIXO TE RICO Partindo do pressuposto de que as mulheres consideram a amamenta o como forma de afirma o da maternidade quando elas se deparam com a impossibilidade de amamentar devido ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV enfrentam processos 66 biol gicos psicol gicos sociais econ micos e culturais que despertam sentimentos de tristeza e ang stia diante da n o amamenta o Estes sentimentos s o intensificados a partir da constru o social da infec o por estes v rus e da constru o social da amamenta o edificadas ao longo dos anos pelos saberes do senso comum e cient fico que s o difundidos tanto pela oralidade como pela m dia em campanhas educativas Assim fundamentada nestes pressupostos que foi utilizada a TRS como ferramenta te rica a qual foi capaz de traduzir e trazer tona o sentido e os significados atribu dos pelas mulheres soropositivas e soronegativas ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV A TRS tem sido amplamente utilizada na pesquisa social em sa de Segundo Abric 1998 p 30 2 uma representa o constitu da de um conjunto de informa es de cren as de opini es e de atitudes a prop sito de um objeto social Este conjunto de elementos se organizado estrutura se e se constitui num sistema s cio cognitivo de tipo espec fico Paiva 2000 salienta que embora a TRS tenha sua origem nas ci ncias sociais ela foi aos
134. NTERATIVA Conforme descrito anteriormente a din mica interativa foi realizada com 72 mulheres das quais 24 soronegativas 24 soropositivas para o v rus HIV e 24 soropositivas para o v rus HTLV As tabelas 4 5 e 6 apresentam as respostas das mulheres informantes quando foram solicitadas que escolhessem uma mamadeira para ser oferecida ao boneco rec m nascido de acordo com o tipo de situa o a primeira a mulher chegava e encontrava a mesa arrumada e a segunda a mulher chegava e esperava arrumar a mesa e quanto op o de escolha do tipo de mamadeira LM LM com HIV LM LM com HTLV LM com HIV e LM com HTLV 144 Tabela 4 Escolha do tipo de mamadeira por mulheres soronegativas entrevistadas Salvador Bahia 2009 Escolha do tipo de mamadeira Tipo de E a nag a a Situa o 1 op o 2 op o 3 op o Total LM LMHIV LM LMHTTLV LMHIV LMHTLV 1 Situa o 4 4 3 11 2 Situa o 4 4 3 11 Total 8 8 6 22 Nota 1 Situa o a mulher chegava e encontrava a mesa arrumada a 2 Situa o a mulher chegava e esperava arrumar a mesa Conforme pode ser observado quando as mulheres soronegativas foram expostas primeira op o oito escolheram a mamadeira com LM na segunda op o oito mulheres escolheram a mamadeira com LM e na terceira seis mulheres escolheram a mamadeira com LM com HTLV e duas n o escolheram nenhuma das mamadeiras T
135. O R G ALMEIDA C A N Aleitamento Materno passagens e transfer ncias m e filho S o Paulo Atheneu 2004 CAMARGO B V A televis o como vetor de difus o sobre a aids In In COUTINHO M P L et al orgs Representa es sociais abordagem interdisciplinar Jo o Pessoa Universit ria UFPB 2003 p 67 77 CASTRO R C As contradi es do assistir em amamenta o Incentivo ao aleitamento materno versus inibi o da lacta o 2002 108f Disserta o Mestrado Funda o Osvaldo Cruz Sa de da Mulher e da Crian a Rio de Janeiro 2002 CATALAN SOARES B C CARNEIRO PROIETTI A B F PROIETTIL F A A Transmiss o Vertical dos v rus linfotr picos humanos de c lulas T HTLV I e ID s d Os virus linfotr picos de c lulas T humanos HTLV na ltima d cada 1990 2000 Rev Br s Epidemiol v 4 n 2 2001 CATALAN SOARES B PROIETTI A F HTLV 1 e 2 Aspectos epidemiol gicos In PROIETTI A B F org HTLV 4 ed Belo Horizonte Funda o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais 2006 CAVALCANTE M A A SHIMO A K K ROLIM E J Representa es sociais sobre amamenta o em um grupo de usu rias do sistema p blico de sa de de Pilar do Sul SP Rev Paul Enf 2003 jan abril 22 1 93 9 CENTRO DE CONTROLE DE DOEN AS Centers for Disease Control and Prevention Recommendations for counseling persons infected with human T lymphotropic virus types I and II Annals of I
136. OFICIAL DE PORTO ALEGRE Excel ncia internacional distingue servi o de sa de em Porto Alegre rgao de divulga o do Munic pio Ano X Edi ao 2 535 Segunda feira 23 de maio de 2005 Dispon vel em lt www portoalegre rs gov br gt Acesso em 16 Fev 2007 DIAS M B O Os sentimentos expressos pela mulher durante a amamenta o Florian polis 1997 Resumo Disserta o Mestrado em Enfermagem Rev Texto amp Contexto Florian polis v 6 n 1 p 334 jan abr 1997 D INCAO Maria ngela Mulher e familia burguesa In DEL PRIORI Mary org Hist ria das mulheres no Brasil 8 ed S o Paulo Contexto 2006 p 223 40 DOURADO I ALCANTARA L C J BARRETO M L TEIXEIRA M G GALV O CASTRO B HTLV I in the general population of Salvador Brazil A city with African ethnic and sociodemographic characteristics J Acquir Immune Defic Syndr 2003 34 527 31 DORON R PAROT F Dictionnaire de Psychologie Press Universitaires de France Paris 1991 DUARTE G QUINTANA S M EL BEITUNE P Fatores que influenciam a transmiss o vertical do v rus da imunodefici ncia humana tipo 1 Rev Bras Ginecol Obstet 2005 211 698 705 ELSEN I NITSCHKE R G P s gradua o pesquisa e tica um tema acima de qualquer questionamento Texto e Contexto Enfermagem Florian polis v 1 n 2 jul dez 1994 221 ESCUDEIRO C L SILVA I C M Ado ando o fel do pesquisador a doce descoberta das repr
137. RIC 1998 Deste modo a representa o funciona como um sistema de interpreta o da realidade que rege as rela es dos indiv duos com o seu meio f sico e social ela vai determinar seus comportamentos e suas pr ticas A representa o um guia para a a o ela orienta as a es e as rela es sociais Ela um sistema de pr decodifica o da realidade porque ela determina um conjunto de antecipa es e expectativas ABRIC 1998 p 28 As RS possuem quatro fun es essenciais a fun o do saber elas permitem compreender e explicar a realidade permite que os indiv duos adquiram conhecimento pr tico do senso comum e os integrem em um quadro assimil vel e compreens vel para eles pr prios em coer ncia com seu funcionamento cognitivo e os valores aos quais eles aderem o que facilita a comunica o social a fun o identit ria define a identidade e permite a prote o da especificidade dos grupos situa os indiv duos e os grupos dentro de um campo social permitindo a elabora o de uma identidade social e pessoal ao mesmo tempo em que lhes assegura um lugar primordial nos processos de compara o social fun o de orienta o elas guiam os comportamentos a representa o serve de guia para a a o na medida em que esta orienta as condutas e as pr ticas e a fun o justificadora elas permitem a posteriori a justificativa das tomadas de posi o e dos comportamentos o momento em que as r
138. S CONSIDERA ES eee REFERENCIAS os iai a eh UE RARO en RA a AP NDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AP NDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AP NDICE C FOLHA DE ESPOSTA PARA O TALP ne AP NDICE D ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM MULHERES SORONEGATIVAS anda Ra RS ic A a a AP NDICE E ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM MULHERES SOROPOSITIVAS PARA O HIV AIDS eeeetee AP NDICE F ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM MULHERES SOROPOSITIVAS PARA O TEM nus adn dd ga CRE Cl ANEXO A PARECER DO COMIT DE TICA rennes ANEXO B IMP DICION RIO TRI DEUX MOTS iii ANEXO C AFC ANALYSE DES CORRESPONDANCES re 150 150 151 167 167 172 175 177 179 188 190 190 196 199 200 203 233 1 O ENCONTRO COM A TEM TICA uanto mais percorro meus olhos no horizonte p do tempo passado maior a constata o de que devo continuar a vislumbrar o futuro pois nada mais desanimador do que a sensa o de j ter vivido tudo MONTICELLI 2003 p 15 A pr tica da amamenta o natural tem se configurado objeto de interesse para diferentes atores e grupos sociais pois al m de ser biologicamente determinada socialmente condicionada e portanto trata se de um ato impregnado de ideologias e determinantes que resultam das condi es concretas da vida sendo influenciada pelos condicionantes sociais econ micos pol ticos e culturais que a transformam em um ato regul vel pela sociedade ALM
139. S d s RS pan NE SED a Se ge a SE alil 116 3 251 32 14 0 76 19 alimel ali2 233 7 367 45 13 0 46 5 alime2 amam 44 0 53 1 125 17 10 0 amami amal 17 0 137 3 168 11 53 3 amam2 amor 11 0 103 5 58 3 80 19 amorl amol 263 17 97 6 48 3 24 2 amor2 bebe 334 10 200 9 88 4 89 12 bebel boml 0 0 223 40 115 22 110 64 boml bonl 11 0 206 9 24 0 1 0 bonit2 cami 395 9 254 10 254 21 139 19 camis4 cari 114 2 141 6 65 3 55 6 carinl caril 251 14 93 5 58 4 25 2 carin2 on12 147 2 94 2 70 3 44 4 conta2 onl4 78 1 199 20 81 7 41 6 conto cuil 519 37 28 0 149 16 31 2 cuida4 cui2 483 18 219 9 114 5 101 13 cuidas cui6 61 0 161 7 70 3 27 AL cuido2 des5 24 0 108 3 239 29 0 0 descu4 des8 350 10 211 9 17 0 66 6 descu7 deva 39 0 280 15 107 5 59 4 devami devl 417 24 163 9 33 1 3 0 dinp 2 0 539 43 245 19 211 44 dinl 159 3 651 126 13 0 28 2 din2 104 3 393 89 31 al 103 41 doen 164 4 139 8 86 6 22 1 doel 213 22 48 2 24 1 3 5 doe2 104 3 0 0 128 21 16 1 doe3 297 16 67 2 255 62 7 0 doe4 188 2 154 4 117 4 143 20 egoi 584 23 28 0 87 3 39 2 evid 192 8 13 0 51 3 104 38 evil 60 0 9 0 261 35 4 0 famo 36 0 67 1 201 22 122 26 fcar 294 5 TES 2 71 2 11 0 fpro 88 0 167 4 58 1 177 Sal hiv5 104 2 2 0 38 1 6 0 horl 0 116 AT 125 28 51 15 hor2 43 0 8 0 47 3 10 0 hor3 566 32 36 0 193 19 37 2 hor4 475 15 72 5 23 0 32 dE impo 235 11 107 6 123 16 1 0 impl 250 6 210 0 200 19 98 14
140. TLY B2 12 mulheres ia tM HTLY L e C3 LMHIV LMHTLY A M merode m es estu dadas para cada caracteriza o E visualiza ao dam e em rela o as namadairas B1 g mesa j estava arr mada B2 a mesg era arrumada depois que a m e entravana sala C Apresenta o das mamaceiras para as m os diante dos grupos E1 B2 Figura 3 Configura o da din mica interativa Ap s a execu o da din mica interativa era realizada a entrevista semiestruturada guiada por um formul rio AP NDICE D E e F no qual as tr s primeiras perguntas foram abertas e buscou conhecer a raz o da escolha pela mamadeira com LM LM HIV e LM HTLV e ainda qual o significado que elas atribuiam ao leite materno e ao leite materno contaminado pelos v rus assim como era perguntado o que elas sentiram diante da realiza o da din mica Em seguida foram feitas as demais perguntas do instrumento utilizando se de quest es fechadas sobre os temas amamenta o leite materno infec o pelos v rus HIV e HTLV cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV e n o amamenta o As respostas abertas foram gravadas em udio ap s autoriza o das mulheres conforme TCLE e posteriormente transcritas no programa Word vers o 2007 As quest es fechadas foram processadas pelo Programa SPSS apresentadas de forma descritiva e entrela adas s informa es provenientes das demais t cnicas de coleta de dados 91 A entrevista semiest
141. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ENFERMAGEM MARIZETE ARGOLO TEIXEIRA SOROPOSITIVIDADE DE MULHERES PARA OS VIRUS HIV E HTLV SIGNIFICADOS DO CONT GIO DO LEITE MATERNO SALVADOR 2009 MARIZETE ARGOLO TEIXEIRA SOROPOSITIVIDADE DE MULHERES PARA OS VIRUS HIV E HTLV SIGNIFICADOS DO CONT GIO DO LEITE MATERNO Tese apresentada como parte dos requisitos para a obten o do t tulo de Doutora em Enfermagem Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia Programa de P s Gradua o da rea de Concentra o G nero Cuidado e Administra o em Sa de Linha de Pesquisa Mulher G nero e Sa de Orientadora Prof Dr Mirian Santos Paiva SALVADOR 2009 T267 Teixeira Marizete Argolo Soropositividade de mulheres para os virus HIV e HTLV significados do cont gio do leite materno Marizete Argolo Teixeira Salvador 2009 259 f il 30 cm Tese Doutorado em Enfermagem Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia Salvador 2009 Orientadora Prof Dr Mirian Santos Paiva 1 Enfermagem 2 Amamenta o 3 HIV HTLV 4 Representa es sociais LT tulo CDD 610 Catalogada na fonte por Jandira de Souza Leal Rangel CRB 1056 MARIZETE ARGOLO TEIXEIRA SOROPOSITIVIDADE DE MULHERES PARA OS VIRUS HIV E HTLV SIGNIFICADOS DO CONT GIO DO LEITE MATERNO Tese apresentada como parte dos requisitos para obten o do t tulo de Doutora em Enfermagem Escola de Enfermagem da Uni
142. URAS FIGURA 1 Fotografia 1 do ambiente utilizado na din mica interativa 88 FIGURA 2 Fotografia 2 do ambiente utilizado na din mica interativa 88 FIGURA 3 Configura o da din mica interativa 90 FIGURA 4 Plano de an lise tem tica adaptado de Veiga 2009 100 FIGURA 5 Jogo geom trico do diagrama de multit cnicas transversalizadas 101 FIGURA 6 Idade das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 105 FIGURA 7 Representa o gr fica dos fatores 1 e 2 Salvador Bahia 2009 113 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Classifica o das mulheres entrevistadas segundo condi o de sorol gica Salvador Bahia 2009 EATE S cesse NEA TABELA 2 Medidas descritivas para a idade das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2000 Re nr a aa inter a il Secos E GDS da Eos se Dia bob sato TABELA 3 Distribui o do estado civil das mulheres entrevistadas Salvador Bahia TABELA 4 Escolha do tipo de mamadeira por mulheres soronegativas entrevistadas Salvador Bahia 2009 iss E EE A A A E T ET TABELA 5 Escolha do tipo de mamadeira por mulheres soropositivas para o HIV entrevistadas Salvador Bahia 2009 esssssssseesessssesssessesssserereeessssseteeeeesssssrrreesessseesrrrese TABELA 6 Escolha do tipo de mamadeira feita por mulheres soropositivas para o HTLV en
143. V com idade de 40 e mais anos em oposi o direita F1 das mulheres soronegativas come ando pelo conhecimento sobre o processo de amamenta o n o amamenta o indo at o conhecimento sobre os v rus com suas consequ ncias ao organismo humano o desenvolvimento das doen as at chegar ao cont gio do leite materno A discuss o ser dirigida a partir de cada estimulo indutor leite materno amamenta o n o amamenta o HIV aids HTLV cont gio do leite materno a partir do que foi proferido pelas mulheres respeitando a maneira coloquial empregada por elas Para o est mulo indutor leite materno n o apareceu nenhuma palavra significativa nos campos sem nticos das mulheres soronegativas e soropositivas Quando o est mulo foi amamenta o as mulheres soropositivas para o HTLV com idade de 40 e mais anos disseram que a amamenta o um ato de amor um momento em que a m e se apega d amor e se une a o filha o ao aconcheg la o junto a si tamb m uma forma de expressar e fornecer carinho para a o filha o portanto amamentar um ato carinhoso Em contrapartida a amamenta o foi representada pelas soronegativas como uma coisa ruim dif cil inc moda diferente estranha que d agonia e n o confort vel especialmente quando a m e n o est acostumada e o beb n o colocado na posi o correta Al m disso quando a mulher n o tem o mamilo formado o ato de sugar o peito ocasion
144. a o em prol do resgate da amamenta o exclusiva at aos quatro e aos seis meses de vida continuando esse processo por dois anos de idade com complemento de outros alimentos BRASIL 1991 Para refor ar essa iniciativa em 1974 ocorreu a consolida o do Programa Materno Infantil e posteriormente em 1981 do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno A mobiliza o social em defesa da amamenta o intensificada na d cada de 80 do s culo passado O meio cient fico j come a a discutir a superioridade do leite materno e divulgar tal fato ao p blico em geral em ve culos de comunica o de massa criado o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno PNAIM com mecanismos interinstitucionais e perspectivas de atua o multisetorial desencadeado um movimento de valoriza o da pr tica da amamenta o na sociedade brasileira ALMEIDA 1999 44 Este contexto social marcado por uma profunda crise social e pelo processo de redemocratiza o do pa s momento em que surge o Programa de Assist ncia Integral Sa de da Mulher e da Crian a PAISMC subdividido em Programa de Assist ncia Integral Sa de da Mulher PAISM e Programa de Assist ncia Integral Sa de da Crian a PAISC tendo como eixo norteador a Confer ncia de Alma Ata que preconizava sa de para todos no ano 2000 utilizando se de tecnologia simplificada e de cuidados prim rios de sa de JAVORSKI
145. a rea da enfermagem ao promover reflex es sobre a tem tica e motivar os profissionais de sa de a investir em projetos de pesquisa e extens o Por fim destaco que em rela o ao cuidado de enfermagem a ser oferecido s mulheres soropositivas para os v rus HIV e HTLV os resultados deste estudo trar o 216 contribui es pois possibilitam ampliar a vis o sobre a viv ncia das mulheres que n o amamentam e s o soropositivas possibilitando pensar agir em cuidados individualizados e espec ficos para estas mulheres o que as far mais fortalecidas por receberem cuidados de maneira humanizada por serem respeitadas em sua condi o espec fica de soropositiva e portanto n o poderem amamentar Este estudo me mostrou n o somente o rev s da amamenta o mas sobretudo me permitiu trilhar por um percurso te rico e metodol gico que possibilitou apreender os significados que as mulheres atribuem ao cont gio do leite materno Considero que os objetivos do estudo foram respondidos entretanto novas inquieta es surgiram dentre elas a de investir em uma metodologia de cuidado para as mulheres que vivenciam a soropositividade e a n o amamenta o despontando desse modo um novo caminho a trilhar Assim chego ao final deste estudo consciente que estas reflex es n o se esgotaram neste momento uma vez que novos horizontes surgiram atrelados s novas inquieta es diante da tem tica pesquisada 217 REFER NCIAS ABR
146. a 2009 Quando as mulheres informantes foram questionadas sobre o que sentiram ao adentrarem o consult rio e se defrontarem com as duas situa es foram diversas as rea es observadas a primeira quando ela chegava e encontrava a mesa arrumada com as duas mamadeiras com r tulos especificando o que havia em cada uma delas ou na segunda quando elas chegavam e lhes era solicitado que aguardassem um pouco enquanto a mesa era arrumada Na primeira situa o as mulheres n o tiveram muito tempo para elaborar as respostas entretanto elas observavam atentamente para as mamadeiras antes de escolher uma delas ou 147 n o escolher nenhuma J na segunda situa o mesmo ficando atentas aos movimentos realizados pela pesquisadora durante a arruma o da mesa e apesar de terem mais tempo para elaborar as respostas elas reagiram e forneceram respostas semelhantes primeira situa o Ser apresentado a seguir de forma resumida o que as mulheres relataram e sentiram ao serem expostas encena o bem como algumas falas com intuito de ilustrar as impress es da pesquisadora No entanto a an lise destas informa es ser discutida no cap tulo intitulado an lise e discuss o dos resultados Algumas mulheres descreveram que n o sentiram nada e que a encena o n o havia despertado nenhum sentimento ou rea o importante eu n o senti nada n o eu n o senti nada n o Entretanto outras informaram que sentiram co
147. a 7 andar Salvador Ba Tel 3283 7631 Termo de Consentimento Declaro que fui informada sobre todos os procedimentos da pesquisa recebi de forma clara e objetiva todas as explica es sobre a mesma e de que todas as informa es a meu respeito ser o sigilosas Estou ciente de que n o serei exposta a riscos f sicos ou morais e que caso sinta desconforto psicol gico ps quico moral intelectual social cultural ou espiritual poderei a qualquer momento interromper minha participa o no estudo sem nenhum prejuizo para mim Assim como estou certa de que n o haver nenhum preju zo no acompanhamento que venho recebendo nesta institui o Fui informada que n o terei nenhum tipo de despesas nem receberei nenhum pagamento ou gratifica o pela minha participa o nesta pesquisa e terei a garantia de esclarecimentos antes durante e ap s a realiza o da mesma Assim sendo autorizo a utiliza o e divulga o das informa es colhidas na minha participa o nesta pesquisa Diante do exposto concordo voluntariamente em participar da referida pesquisa Nome por extenso Assinatura Impress o Digital Salvador Fo A 231 AP NDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE P S GRADUA O CURSO DE DOUTORADO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Meu nome Marizete Argolo Teixeira sou aluna do Curso de Doutorado em Enfermage
148. a de 2004b Manual Normativo para Profissionais de Sa de de Maternidades da Iniciativa Hospital Amigo da Crian a refer ncia para mulheres HIV positivas e outras que n o podem amamentar Bras lia Minist rio da Sa de 2004c Minist rio da Sa de Secretaria de Vigil ncia em Sa de Programa Nacional de DST Aids Oficina de Aconselhamento em DST aids para a aten o b sica Brasilia Minist rio da Sa de 2005 219 Minist rio da Sa de Infec o pelo virus t linfot pico humano HTLV 2006 Dispon vel em lt http www aids gov br assistencia manualdst item13 htm gt Acesso em 12 02 2007 Minist rio da Sa de Secretaria de Vigil ncia a Sa de Recomenda es para profilaxia da trasmiss o vertical do HIV e terapia anti retroviral em gestantes Bras lia Minist rio da Sa de 2007 BRASIL T M Olhando o passado e repensando o futuro a desconstru o do paradigma da amamenta o em rela o ao v rus da imunodefici ncia humana na transmiss o vertical 2000 Disserta o Mestrado em Enfermagem Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Ci ncias Biol gicas e da Sa de Escola de Enfermagem Alfredo Pinto 2000 BRITES C Co infec o por HIV no paciente infectado por HTLV In PROIETTI A B F C org HTLV 4 ed Belo Horizonte Cadernos Hemominas 2006 CAMELO J NOR J S FREITAS DA MOTTA M S Passagens de agentes infecciosos pelo leite materno In DEL CAMPO L A RICC
149. a ferimentos provoca dor e irrita o fazendo com que o beb demore de pegar o que leva a mulher a n o gostar de amamentar Foram obtidas informa es adicionais no decorrer da entrevista e respostas evocadas no teste de associa o livre mas que tiveram frequ ncia inferior a 8 oito vezes de repeti o 116 e que portanto n o foram estatisticamente significativas mas que se constitu ram em dados de grande relev ncia pela expressividade do conte do do sujeito que representa soronegativas e como as informa es quantitativas encontram se atreladas s qualitativas Aqui a mulher soronegativa pode ter as duas op es de amamentar ou n o e argumentar o desconforto do ato preferir preservar a est tica recusando se e priorizar a si mesma em detrimento do beb Entretanto toda m e deve amamentar o beb uma obriga o da m e para a crian a n o morrer de fome e portanto ela deve amamentar at os seis meses de idade e mesmo que o beb n o queira tem que insistir pois ele precisa do leite materno Observa se entre as mulheres soronegativas a exist ncia de um aparente jogo de contradi es no que concerne amamenta o Para estas mulheres o ato de amamentar permeado por dificuldades no entanto elas verbalizaram que todas as mulheres devem amamentar mesmo que elas n o gostem pois preciso matar a fome da crian a independente de a m e querer ou n o amamentar Esse um discurso de repeti
150. a Marizete Argolo Teixeira Coren Ba 60 750 Endere o Escola de Enfermagem da UFBA Rua Augusto Viana s n Vale do Canela 7 andar Salvador Ba Tel 3283 7631 Termo de Consentimento Declaro que fui informada sobre todos os procedimentos da pesquisa recebi de forma clara e objetiva todas as explica es sobre a mesma e de que todas as informa es a meu respeito ser o sigilosas Estou ciente de que n o serei exposta a riscos f sicos ou morais e que caso sinta desconforto psicol gico ps quico moral intelectual social cultural ou espiritual poderei a qualquer momento interromper minha participa o no estudo sem nenhum prejuizo para mim Assim como estou certa de que n o haver nenhum preju zo no acompanhamento que venho recebendo nesta institui o Fui informada que n o terei nenhum tipo de despesas nem receberei nenhum pagamento ou gratifica o pela minha participa o nesta pesquisa e terei a garantia de esclarecimentos antes durante e ap s a realiza o da mesma Assim sendo autorizo a utiliza o e divulga o das informa es da minha participa o nesta pesquisa Diante do exposto concordo voluntariamente em participar da referida pesquisa Nome por extenso Assinatura Impress o digital Salvador ha 233 AP NDICE C FOLHA DE RESPOSTA PARA O TALP FOLHA DE RESPOSTA PARA O TALP 1 Diga me cinco palavras que vem a sua mente quando eu lhe digo LEITE MATERNO 1 2 3 4 5 2 D
151. a a senhora no que diz respeito sua integridade f sica e moral No entanto se a senhora durante a coleta de informa es sentir desconforto psicol gico ps quico moral intelectual social cultural ou espiritual poder desistir de participar da pesquisa e eu imediatamente acatarei a sua decis o Ao mesmo 230 tempo em que caso eu perceba tais desconfortos tamb m discutirei com a senhora sobre a sua saida da pesquisa se assim for sua vontade e caso haja algum prejuizo decorrente da realiza o deste estudo ser providenciada a devida repara o dos danos pelas respons veis pela pesquisa Caso aceite participar desta pesquisa solicitamos ainda a autoriza o da senhora para usar o gravador Depois de analisados das informa es os resultados ser o utilizados para a produ o de artigos t cnicos e cient ficos e para apresenta o em congressos cient ficos Tamb m solicitamos permiss o para fotografar a cria o proveniente da massa de modelar A sua privacidade ser mantida n o s atrav s da n o identifica o do seu nome como a garantia de um espa o espec fico para realiza o da coleta de informa es Agradecemos a participa o e colabora o da senhora Doutoranda Marizete Argolo Teixeira Orientadora Dra Mirian Santos Paiva Qualquer esclarecimento procurar a doutoranda Marizete Argolo Teixeira Coren Ba 60 750 Endere o Escola de Enfermagem da UFBA Rua Augusto Viana s n Vale do Canel
152. a difficile d cision de ne pas allaiter de conflits valoratives sentiments et sensations de l tre m re de fils libres du virus VIH et HTLV Les r sultats ont indiqu que l ge moyen de ces femmes a t de 31 4 ans 43 4 a affirm vivre dans union consensuel il a la majorit rapport avoir le cours l mentaire incomplet et tre licenci Les femmes ont repr sent la contagion du lait maternel par le virus VIH et HTLV comme un revivre plein de difficult s d ordre biologique psychologique conomique et psychosocial n anmoins ne pas allaiter a t r signifi et transform dans un acte d amour prot ger les fils de la contamination par le virus Il faut d implanter et de mettre en uvre des politiques publiques de sant qui r pondent aux n cessit s des femmes qui vivent intens ment s ropositivit et l non allaitement en consid rant la subjectivit de ces femmes en se focalisant contexte socio historique o le bourgeonnement des infections par le virus VIH et HTLV exige un nouveau regarde sur l acte d allaiter ne pas allaiter d la contagion du lait maternel Pour cette raison les soins de m tier d infirmier tre offert et ces femmes doivent tre individualis s sans jugements et coercition et au dessus de tout chercher ne pas les culpabiliser par sa contamination et par contagion du lait maternel Mots cl Sciences Infirmi res Allaitement VIH HTLV Repr sentations Sociales LISTA DE FIG
153. a do v rus no leite j que se escolhessem o leite com o virus estariam prejudicando o rec m nascido podendo infect lo Porque se eu escolho o leite que tem o v rus obvio que este v rus vai infectar a crian a MULHER 13 SP HTLV Eu escolho o leite materno porque no caso n o seria infectado n o ia passar o problema para a crian a que um problema para o resto da vida M E 17 SP HIV Para mim significa pausa porque se eu fosse pegar este leite materno com HIV para dar ao meu filho eu n o vou estar fazendo o bem dele eu vou estar prejudicando ele porque eu sei que HIV uma doen a que n o tem cura entendeu Ent o por isso este foi o motivo da escolha do leite materno GESTANTE 13 SN Escolhi a mamadeira sem o v rus porque pode passar para o beb que uma coisa que previne logo Quando a gente tem o virus HIV identifica logo no exame para poder n o contaminar o beb Ent o porque d a mamadeira com o virus Eu n o escolheria a com v rus de jeito nenhum Escolhi esta porque est saud vel sem virus sem nada s o leite materno GESTANTE 11 SN Nessas falas percebe se a compreens o das informantes sobre a transmiss o do v rus pelo leite e a possibilidade de preven o da doen a no a filho a e demonstra que elas det m informa es que refor am o senso de prote o e a maternidade Esse discurso foi un nime no desenvolvimento da din mica onde ocorreu a encena o para a escolha das ma
154. a epidemia Contudo h aproximadamente tr s d cadas e com todos os avan os alcan ados diz Ayres que os enormes progressos do conhecimento e da t cnica n o esvaziaram os desafios da preven o e n o chegaram a alterar substantivamente os determinantes da vulnerabilidade ao HIV e Aids AYRES 2002 p 12 Deste modo ainda nos dias atuais a preven o continua sendo uma quest o crucial para os programas de controle da Aids AYRES 2002 p 12 Neste estudo foi constatado que mesmo diante das informa es veiculadas pela m dia a grande maioria das mulheres informantes n o tinham conhecimento suficiente que as habilitassem s a es preventivas para impedir a contamina o e dissemina o do HIV aids Em seus discursos o n o amamentar devido ao cont gio do leite materno por este virus foi citado quase que unanimamente por elas por m o desconhecimento do HTLV conduziu nas a escolherem o leite com este v rus para ser oferecido ao boneco rec m nascido na din mica interativa Resulta que n o basta somente ter o conhecimento sobre os v rus para evitar a sua contamina o preciso antes de tudo que haja suporte para essas mulheres enfrentarem a soropositividade e a n o amamenta o e assim garantir o que est postulado na Constitui o do Brasil no Estatuto da Crian a e do Adolescente e nas Pol ticas P blicas de Sa de existentes preciso ainda implementar pol ticas que garantam s mulh
155. a soropositiva Familiar Amigo Profissional de sa de 9 9 Como a senhora se contaminou com o virus Rela o sexual Agulha contaminada Transfus o de sangue Transmiss o vertical N o sei 9 10 H quanto tempo sabe que soropositiva 250 9 11 A senhora se prevenia contra o HTLV Nunca Poucas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre 1 2 6 4 5 Nenhuma vez Raramente As vezes Maioria Todas as vezes C C C Como a senhora se prevenia 9 12 Uma mulher quando fica sabendo que portadora do virus HTLV sente Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 2 3 4 5 01 Desespero 02 Medo 03 Vontade de morrer 04 N o acredita 05 Ang stia 06 Tristeza 07 Outro 10 Informa es sobre a amamenta o e soropositividade 10 1 O HTLV transmitido pelo leite materno Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 1 2 3 4 5 10 2 Quando lhe disseram que n o podia amamentar No pr natal No parto No puerp rio 10 3 Quem lhe disse que n o podia amamentar Familiar Qual familiar Amigo Profissional de sa de Qual profissional de sa de Outros Quem 251 10 4 Como a senhora se sentiu ao saber que n o poder
156. abela 5 Escolha do tipo de mamadeira por mulheres soropositivas para o HIV entrevistadas Salvador Bahia 2009 Escolha do tipo de mamadeira Tipo de a a E z Situa o 1 op o Z op o SU Total LM LMHIV LM LMHTTLV LMHIV LMHILV 1 Situa o 4 4 4 12 2 Situa o 4 3 1 2 10 Total 8 7 1 6 22 Nota 1 Situa o a mulher chegava e encontrava a mesa arrumada a 2 Situa o a mulher chegava e esperava arrumar a mesa J para o grupo de soropositivas para o HIV quando as mulheres foram expostas primeira op o oito escolherem a mamadeira com LM na segunda op o sete mulheres escolheram a mamadeira com LM e uma mulher n o escolheu nenhuma das mamadeiras quando submetidas terceira op o seis mulheres escolheram a mamadeira contendo LM com HTLV e uma escolheu a mamadeira de LM com HIV Tabela 6 Escolha do tipo de mamadeira por mulheres soropositivas para o HTLV entrevistadas Salvador Bahia 2009 Escolha do tipo de mamadeira Tipo de a d ARE a oneg Situa o Lopeso 2 op o op o Total LM LMHIV LM LMHTTLV LMHIV LMHTLV 1 Situa o 4 4 08 2 Situa o 4 4 08 Total 8 8 16 Nota 1 Situa o a mulher chegava e encontrava a mesa arrumada a 2 Situa o a mulher chegava e esperava arrumar a mesa 145 Em rela o s respostas das soropositivas para o HTLV
157. abetizadas entre estas uma 1 4 era SP HIV duas 3 1 eram soronegativas e sete 10 9 eram SP HTLV Apenas uma mulher SP HIV 1 4 estava cursando o Ensino Superior e duas 3 0 mulheres SP HIV e SP HTLV j haviam conclu do A educa o como pol tica p blica no pa s ainda requer um aporte para que seja aumentado o n mero de anos cursados pela popula o em geral dado que a escolariza o uma vari vel importante pois ela facilita sobremaneira o acesso ao mercado de trabalho formal e consequentemente a ascens o social e a melhoria de vida da popula o No que diz respeito religi o o Gr fico 1 apresenta a seguinte distribui o 40 35 J 34 30 29 25 23 240 23 20 m soropoitivas HIV E soronegativas Quantidade 15 14 11 o soropositivas HTLV 10 E 1 o M N o tem Cat lica Evang lica Esp rita religi o Religi o Gr fico 1 Distribui o da religi o das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 108 Para a classifica o da ra a cor foi solicitado s mulheres participantes do estudo que se autodeclarassem no momento em que lhes eram oferecidas as op es O gr fico a seguir apresenta como resultados 50 40 10 39 36 3 30 d 25 m soropoitivas HIV 20 E soronegativas 14 16 o soropositivas HTLV 101 8 9 9 0 CE Branca Parda Preta ndia Ra a Gr fico 2 Distribui o do quesito ra
158. ada instrumento discorrendo sobre as suas principais caracter sticas incluindo a forma como cada uma deles foi aplicado e algumas rea es das mulheres a O Teste de Associa o Livre de Palavras TALP O TALP que teve sua origem na Psicologia Cl nica foi desenvolvido por Jung com o objetivo de realizar diagn stico psicol gico sobre a estrutura da personalidade dos sujeitos Foi adaptado no campo da Psicologia Social por Di Giacomo em 1981 e desde ent o vem sendo utilizado nas pesquisas sobre RS No entanto os pesquisadores em RS visam a identificar as dimens es latentes nas RS atrav s da configura o dos elementos que constituem a trama ou a rede associativa dos conte dos evocados em rela o a cada est mulo indutor COUTINHO N BREGA CAT O 2003 p 68 e o instrumento se estrutura sobre a evoca o das respostas dadas a partir dos est mulos indutores objetivando colocar em evid ncia universos sem nticos de palavras que agrupam determinadas popula es p 68 Desse modo neste estudo as evoca es foram feitas a partir de palavras est mulo previamente definidas em fun o do objeto pesquisado Para tanto primeiramente foi necess rio familiarizar as mulheres com o procedimento de aplica o do teste salientando a import ncia das express es ou palavras isoladas substantivos e adjetivos esclarecendo a n o utiliza o de frases e constru es verbais elaboradas No entanto salutar
159. ade 10 1 O HIV aids transmitido pelo leite materno Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 1 2 3 4 5 10 2 Quando lhe disseram que n o podia amamentar No pr natal No parto No puerp rio 10 3 Quem lhe disse que n o podia amamentar Familiar Qual familiar Amigo Profissional de sa de Qual profissional de sa de Outros 10 4 O que a senhora sentiu ao saber que n o poderia amamentar seu filho Tristeza Medo Culpa 244 Incerteza Raiva Alivio Outros 10 5 O leite das mulheres portadoras do v rus HIV Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 0 2 3 4 5 01 Normal 02 Bom 03 Envenenado 04 Contaminado 05 Presta 06 Outros 10 6 Quando lhe perguntaram por que a senhora n o amamentava o que voc respondia N o quero N o posso N o tenho leite Meu leite secou Estou tomando rem dio Tenho pouco leite Outras respostas Quais 10 7 Como a senhora alimentou seu filho Deu para outra mulher amamentar Deu leite artificial Deu suco Deu mingau Deu leite de vaca Outros alimentos Quais 10 8 Recebeu ajuda para alimentar seu filho Sim N o Se sim De quem Por quanto tempo
160. ado em Enfermagem Rev Texto amp Contexto Florian polis v 1 n 1 p 170 178 jan jun 1992 ARRUDA A Teoria das Representa es Sociais e Teorias de G nero Cadernos de Pesquisa n 117 p 127 147 novembro 2002 BADINTER E Um amor conquistado o mito do amor materno Tradu o de Waltesin Dutra Rio de Janeiro Nova Fronteira 1985 370 p BANGHAM C R M et al Spread of HTLV I Between Lymphocytes by Virus Induced Polarization of the Cytoskeleton Science 2003 BARROS M N F SANTOS R A C A busca de significados nos movimentos religiosos Revista de Psicologia social e institucional Universidade Estadual de Londrina v 1 n 1 Jan 1999 218 BAUER M W GASKELL G ALLUM N C Qualidade quantidades e interesses do conhecimento evitando confus es In BAUER M W GASKELL G editores Pesquisa qualitativa com texto imagem e som um manual pr tico 4 ed Tradu o de Pedrinho A Guareschi Petr polis RJ Vozes 2002 BERER M RAY S Mulheres com HIV AIDS um livro sobre recursos internacionais informa es atividades e materiais relativos s mulheres e HIV AIDS sa de reprodutiva e rela es sexuais S o Paulo Ed Brasiliense 1997 512p BITTENCOURT A L PRIMO J OLIVEIRA M F P Manifesta es infanto juvenis da infec o pelo virus linfotr pico de c lulas T humanas HTLV Jornal de Pediatria Vol 82 n 6 2006 BITTENCOURT A L Transmiss o vertical do v rus linf t
161. agens ineg vel a import ncia da pr tica do aleitamento materno para os seres humanos e para o planeta Assim ao reconhecer estas vantagens a Organiza o Mundial de Sa de 2001 recomenda que as crian as sejam amamentadas exclusivamente com leite materno durante os primeiros seis meses de vida introduzindo a partir da os alimentos complementares mantendo o leite materno at os dois anos de idade ou mais a depender do desejo da nutriz Com a comprova o cient fica da superioridade do leite materno grandes investimentos foram feitos no que diz respeito promo o prote o e apoio ao aleitamento materno A OMS investe em propagandas Semana Mundial da Amamenta o em 30 treinamento de profissionais Curso de Aconselhamento em Amamenta o em implanta o de estrat gias para mudan a de rotinas hospitalares Hospital Amigo da Crian a e M todo M e Canguru dentre outros demonstrando um forte compromisso pol tico com as quest es referentes promo o prote o e apoio ao aleitamento materno Apesar de toda esta investida a pr tica da amamenta o vem sofrendo influ ncias de valores ideologias e interesses especialmente os econ micos sendo marcada por per odos de incentivo e desestimulo criando incertezas na posi o a ser tomada n o somente pelas mulheres mas tamb m pelos profissionais de sa de e pela sociedade como um todo Vale destacar que com o advento da transmiss o vertical de v rus
162. agravidez No parto No pu rperio 8 3 Quem lhe falou sobre o HIV aids Familiares Quem dos familiares Professor Amigo Profissional de sa de Qual profissional de sa de Qual servi o de sa de Outro 8 4 O v rus HIV aids pega por Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 1 2 3 4 5 01 _ Contato sexual 02 Transmiss o m e filho 03 Sangue contaminado 04 Leite materno 248 05 Compartilhando agulha contaminada 06 Beijando 07 Pegando na m o 08 Dando um abra o 09 Sentado no mesmo lugar 10 Comendo no mesmo prato e com os mesmos talheres 11 Sexo oral 12 Transfus o 13 Mosquito 14 saliva 8 5 A senhora sabe como se previne contra HIV aids Sim N o N o sei 8 6 A senhora se previne contra HIV aids Nunca Poucas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre 1 2 6 4 5 Nenhuma vez Raramente As vezes Maioria Todas as vezes Como a senhora se previne 8 7 Uma mulher quando fica sabendo que portadora do virus HIV aids sente Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 0 2 3 4 5 01 Desespero 02 Medo 03 Vontade de morrer 04 N o acredita 05 Ang stia 06 Tristeza 07 Outro 9 Informa es sobre o v rus HTLV 9 1 A senhora j
163. alimento insubstitu vel e extraordin rio que cont m nutrientes e enzimas balanceadas subst ncias imunol gicas e fator de crescimento epid rmico os quais se ajustam adequadamente para promover todas as mudan as necess rias para a crian a TERUY A COUTINHO 2000 O ato de amamentar transcende o prisma biol gico da promo o nutricional e adapta o da crian a al m de suprir as necessidades emocionais e psicol gicas da mesma TERUYA COUTINHO 2000 Todavia n o se pode desconsiderar que ele atende necessidade emocional de algumas mulheres especialmente aquelas que creem no ato de aleitar como o que lhes confere o estatuto de ser mulher e m e uma vez que a amamenta o estabelece uma profunda rela o entre m e e filho em decorr ncia da intera o proporcionada pelos est mulos sensoriais KLAUS KENNEL 1982 GRIBBLE 2006 O leite materno capaz de proteger a crian a de um elevado n mero de infec es no primeiro ano de vida devido aos anticorpos e outros componentes imunol gicos que cont m 28 conferindo lhe fun o protetora contra v rus bact rias e parasitas sendo considerada a primeira vacina que a crian a recebe Assim protege a crian a contra infec es gastrointestinais respirat rias otite m dia sepsis neonatal infec o urin ria e meningites GIUGLIANI 1994 TERUY A COUTINHO 2000 M NDEZ ROMERO 2002 Al m disso o leite materno parece reduzir o risco de alergias e de certa
164. amamenta o no caso de outras mulheres que n o querem amamentar seja por est tica para o seio n o cair porque n o gostam de dar o peito ou simplesmente porque n o querem ou n o t m interesse de amamentar ou n o for am o beb a mamar Mas para algumas mulheres n o amamentar mesmo podendo negar o alimento ao filho Os exemplos referentes a outras mulheres servem como oculta o do referir se a si mesmas Mais uma vez vale destacar a influ ncia da viv ncia das mulheres soropositivas para o HIV na forma o das representa es sociais sobre a n o amamenta o a qual foi permeada por tristeza e dificuldades diante do n o poder e n o dever amamentar mesmo quando elas querem amamentar Em oposi o est o as representa es das mulheres soronegativas que podem amamentar mas n o amamentam porque n o querem porque o filho rejeitou ou por algum problema n o t o s rio como a soropositividade para o v rus HIV Para as mulheres soronegativas o v rus HIV algo que precisa de preven o assim as pessoas t m que ter consci ncia se prevenir e prevenir a fam lia pois quando descoberto no in cio tem como proteg la Assim importante fazer o exame na gravidez e se for positivo necess rio fazer o tratamento para o beb n o nascer com o v rus preciso ainda ter um s parceiro e usar camisinha para se prevenir mesmo que o homem n o goste No entanto para as soropositivas para o HIV nenhuma palavra si
165. amenta o 7 1 Foi amamentada 7 2 Amamentou todos os filhos Sim N o Se Sim Por quanto tempo Se N o Por que 7 3 Quando amamentava a senhora sentia Nunca Poucas vezes Algumas vzs Muitas vezes Sempre 1 2 6 4 5 Nenhuma vez Raramente As vezes Maioria Todas as vezes 01 Satisfa o 02 Prazer 03 Realiza o 04 Alegria 05 Sofrimento 06 Dor 07 Outros 235 7 4 senhora optou pela amamenta o por que Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente 2 concordo 4 totalmente 1 3 5 01 ___ Desejava amamentar 02 Melhor para a crian a 03 As pessoas diziam que era bom dar de mamar 04 Os profissionais de sa de orientavam 05 bom para mulher 06 Toda mulher deve amamentar 07 Sen o amamentasse me sentiria menos mulher 08 M e sogra 8 Informa es sobre o v rus HIV aids 8 1 A senhora j ouviu falar sobre HIV aids Sim N o N o sei 8 2 Quando a senhora ouviu falar pela primeira vez sobre HIV aids Nainf ncia Na adolesc ncia Na idade adulta Nagravidez No parto _ No pu rperio 8 3 Quem lhe falou sobre o HIV aids Familiares Quem dos familiares Professor Amigo Profissional de sa de Qual profissional de sa de Qual servi o de sa de Outro 8 4 O v rus HIV aids pega por
166. ano tipo 2 IST Infec o Sexual Transmissivel LACEN Laborat rio Central de Sa de Publica LM Leite Materno LM HIV Leite Materno com o v rus da Imunodefici ncia Humana LM HTLV Leite Materno com o virus T linfotr pico Humano MCMM Manuseio com Massa de Modelar OMS Organiza o Mundial de Sa de PCR Proteina C Reativa RS Representa es Sociais SESAB Secret ria da Sa de do Estado da Bahia SN Soronegativa SP HIV Soropositiva para o v rus da Imunodefici ncia Humana SP HTLV Soropositiva para o v rus T linfotr pico Humano SPSS Statistical Package for the Social Sciences TALP Teste de Associa o Livre de Palavras TRS Teoria das Representa es Sociais TV Transmiss o Vertical TVMC Transmiss o Vertical da M e para o Filho UESB Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UNICEF Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia WB Western Blot 2 2 2 23 3 1 3 2 3 3 3 4 4 1 5 1 52 5 3 5 3 1 5 3 2 5 3 3 5 4 5 5 Sal 5 5 2 5 5 3 5 6 5 7 5 7 1 5 7 2 5 73 5 7 4 6 1 6 2 6 4 SUMARIO O ENCONTRO COM A TEM TICA ns CONTEXTUALIZANDO O OBJETO DE ESTUDO o r AMAMENTA O FONTE DE VIDA E SA DE UM DISCURSO CONSTRU DO mr Reid Fo fr Se nd a AMAMENTA O FONTE DE ADOECIMENTO E MORTE A DES CONSTRU O DO DISCURSO emereenteneos O AVESSO DA AMAMENTA O UM OLHAR PARA A N O AMAMENTA O ian onile o rta
167. antes 43 m es de filhos as menores de cinco anos e 76 mulheres que vivenciaram a gesta o e a maternidade h mais de cinco anos Para defini o do n mero de mulheres que participaram do estudo tomou se como par metro as mulheres soropositivas para o HTLV dado que entre os tr s grupos de mulheres era o universo menos conhecido j que n o h boletins epidemiol gicos ou outro tipo de disponibiliza o de dados Inicialmente foram identificados na revis o de literatura resultados de pesquisas em Salvador destacando se entre eles o realizado por Maxoto et al 2007 com a popula o feminina que frequentava o Centro de Refer ncia para o HTLV cen rio deste estudo As autoras relataram que foram identificadas 147 mulheres cadastradas no Centro Al m disso na aproxima o com esse cen rio verificou se que estava sendo realizado um levantamento do n mero de usu rios as cadastrados as no Centro de HTLV por m ele n o foi conclu do at o final da coleta de dados Entretanto o relat rio parcial fornecido pela institui o apresentou um total de 318 trezentos e dezoito registros de homens e de 674 seiscentos e setenta e quatro mulheres perfazendo um total de 992 pacientes cadastrados desde sua funda o No entanto vale salientar que das 674 mulheres cadastradas algumas j haviam falecido outras n o mais frequentavam o servi o e outras tinham consultas agendadas a cada ano ou a cada seis meses Conforme estimativa
168. anuseio com Massa de Mod lar ria E EE ren tn infini sina P scr de E saite OENE A an lise da Din mica Interativa rereneeeeneeeaneea A T cnica de An lise de Cont udo Tem tica transversaliza o dos resultados provenientes d s dinAmicas iris pin aline ten APRESENTA O INTERPRETATIVA DOS RESULTADOS CARACTERIZA O S CIO DEMOGR FICA DAS MULHERES T CNICA DE ASSOCIA O LIVRE DE PALAVRAS T CNICA DO MANUSEIO COM MASSA DE MODELAR A DINAMICA INTERATIVAS ol sa aos Ab E 27 30 35 40 40 46 50 93 94 95 97 Tl 7 1 1 7 2 7 2 1 T 2 2 7 2 3 7 3 7 3 1 7 3 2 7 4 741 7 4 2 743 744 7 5 7 5 1 75 2 QUADRO DE CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS LL AN LISE DISCUSS O DOS RESULTADOS TRANSVERSALIZANDO IMAGENS DISCURSOS E REALIDADES PRIMEIRA CATEGORIA REVESES E VIESES O DES CONHECIMENTO COMO CONSEQU NCIA DE VIDAS REESCRITAS eee Subcategoria Conhecimento uma forma de preven o saberes versus fazeres SEGUNDA CATEGORIA AMAMENTAR OU N O UM DESAFIO DES CONHECER RAZ ES PARA DECIDIR ESCOLHER s Subcategoria A dupla direcionalidade do des conhecer os v rus no limiar da tomada de decis o para a amamenta o is ieeeeereeeeereeeeeerereeraeesa Subcategoria Atributos valorativos positivos do leite materno
169. ao sistema comunicacional Moscovici classifica e analisa tr s sistemas indutores de representa es a difus o a propaga o e a propaganda Tais sistemas correspondem respectivamente edifica o das condutas de opini es atitudes e estere tipos N BREGA 2001 S 2002 O sistema de difus o n o se dirige a um grupo mas a uma pluralidade de grupos e a mensagem sobre um objeto organizada de maneira indiferenciada ignorando as diferencia es sociais n o provocando mudan as de atitudes A propaga o se op e difus o uma vez que exige organiza o complexa das mensagens sendo caracterizada como uma modalidade de comunica o em que as mensagens produzidas por membros de um grupo se 76 dirigem ao seu pr prio grupo visando a harmonizar o objeto da comunica o com os princ pios que fundam a especificidade do grupo J a propaganda uma forma de comunica o de um grupo que oferece uma vis o clivada de mundo cuja din mica encontra se inscrita nas rela es sociais conflituosas salientando as e alimentando as e acentuando as diferen as sociais ORDAZ VALA 2000 N BREGA 2001 VALA 2006 Desta forma na comunica o que um objeto social difundido seja por meio do sistema de difus o propaga o ou propaganda fazendo circular o conhecimento acerca de determinado fen meno produzindo e reproduzindo representa es sociais de um determinado objeto Portanto sem o senso comum n o poderiamos
170. ar a falta do aleitamento as mulheres pretendiam suprir o n o amamentar dando mais carinho e mais aten o 61 Em outra pesquisa realizada na cidade de Salvador em uma maternidade p blica com 22 pu rperas internadas em uma unidade de alojamento conjunto Souza et al 2007 constataram no discurso das mesmas que a amamenta o muito importante para a crian a enfatizando a import ncia da pr tica da amamenta o para o estabelecimento de la os afetivos entre m e e filho a atingindo o imagin rio das mulheres em todas as dimens es poss veis social cultural familiar econ mica e emocional sendo de fundamental import ncia a amamenta o como afirma o da maternidade visualizando o corpo da mulher como fonte de alimento Tal pesquisa revelou ainda que no imagin rio social das pu rperas a amamenta o permeada por mitos sentimentos de carinho e discrimina o diante da n o amamenta o por op o da mulher Quando a mulher decide n o amamentar por conta pr pria ela foi considerada uma m e irrespons vel sendo culpada por estar privando seu sua filho a de um alimento considerado de extrema import ncia No entanto quando a pu rpera est diante da impossibilidade de amamentar por alguma doen a ela fica isenta de qualquer julgamento de valor sendo considerada correta por estar protegendo seu sua filho a de uma doen a Silva 2005 ao realizar um estudo com 15 m es soropositivas para o HIV constatou qu
171. arinho e amor A Renato Schaefer pelas palavras de carinho incentivo for a e ajuda na confec o gr fica de figuras contidas na tese Aos amigos Jocinval e Francisco pela amizade carinho e incentivo s amigas Eva Dera Larissa Jaqueline Lucineide Silvone Gilmara e Ninalva obrigada pelos momentos de de conv vio e amizade firmada s amizades constru das em Montr al Pierre Marie F tima Brigitte Deolinda Nancy Imanne Cristhine Gabrielle e Nicolas por fazerem minha estadia em Montr al ficar mais suave e calorosa Sinel ndia amiga que reencontrei ao acaso em Montr al muito obrigada pelo acolhimento e pelos dias que convivi com sua fam lia Micco e Milan Ao Prof Dr Igor Menezes pelas contribui es na finaliza o deste trabalho Cristiane Merc s pelo trabalho estat stico Aos amigos e amigas que cultivei na Escola de Enfermagem da UFBA meu muito obrigada Uma m e que ama o seu filho de cora o n o vai dar o leite contaminado a ele Ela pode cuidar dele de outras maneiras passar seu carinho de outras formas ficando pr xima brincando com ele dando carinho e amor MULHERES DO ESTUDO TEIXEIRA Marizete Argolo Soropositividade de mulheres para os v rus HIV e HTLV significados do cont gio do leite materno 2009 259f Tese Doutorado Escola de Enfermagem Universidade Federal da Bahia Salvador 2009 RESUMO Existem situa es envolvendo a m e e o rec m nasc
172. as duas mulheres soronegativas e oito soropositivas para o HIV informaram j terem escutado alguma vez falar sobre o HTLV por m o conhecimento que obtiveram n o as permitiu apreender sobre o v rus Entre as soropostivas para o HTLV a maioria passou a obter algum conhecimento quando se descobriram soropositivas mas tal conhecimento era limitado diante das respostas s perguntas sobre o v rus Um aspecto que merece destaque refere se ao fato de que a maioria das mulheres ouviu falar do HIV durante a adolesc ncia Entretanto o HTLV s passou a ser conhecido pelas mulheres quando estas se encontravam na idade adulta mediante informa es transmitidas pelos profissionais de sa de enfermeiras m dicos e assistente social nos locais destinados ao diagn stico e acompanhamento de pessoas soropositivas como os centros de refer ncia hospitais e laborat rios Entretanto nestes servi os a promo o e preven o da sa de com rela o a outras IST especialmente a infec o pelo HTLV era pouco explorada O conhecimento sobre o v rus HTLV indica que ele n o est apreendido pelos profissionais de sa de em geral de modo que apenas os que s o especializados t m uma pr xis cuidativa voltada para portadores Mesmo assim estes profissionais somente tratam de medidas preventivas para que os soropositivos n o disseminem o v rus ap s a constata o do diagn stico de infec o pelo v rus HTLV Por outro lado fact vel a compreens
173. as para o HIV As categorias de figura humana e a mama s o a nicas compartilhadas entre os tr s grupos Apenas as mulheres soronegativas modelaram a figura da m e sendo que todas aparecem marcadas pela omiss o ou falta de partes do corpo que caracterizam o que especificamente feminino A nica modelagem que configura uma pessoa humana mais completa foi realizada por uma mulher soronegativa Figura 07 que salienta a rela o afetiva m e filho a de transmiss o de carinho com o ato de amamentar entretanto na modelagem as m os da m e encontram se escondidas assim como as mamas encobertas pelo vestido A boca em tamanho desproporcional e da cor dos cabelos e olhos assemelha se mais a um bigode tamb m pelo formato 131 Figura 07 Representa o figurativa de carinho de m e Eu modelei uma m e passando carinho para seu filho porque um leite contaminado eu n o vou alimentar meu filho Ent o eu vou tentar de outras formas passar meu carinho e minha aten o para ele mas n o com o leite materno Vou tentar achar uma forma poss vel para esta troca de carinho Eu penso que o leite materno contaminado n o vai ser de bom agrado para ele Ent o ele vai acabar prejudicando a sa de dele Contanto que ele n o tenha HIV GESTANTE SN 7 29 anos amamentou o primeiro filho durante 9 meses A figura 08 a seguir especifica uma m e contaminada e impossibilitada de amamentar Mais uma vez as mamas inexistem mesmo com u
174. ascido e o cont gio do leite possibilitou uma ressignifica o da amamenta o quando as mulheres desenvolveram estrat gias pr prias para se protegerem e proteger seus suas filhos as de atitudes preconceituosas e discriminativas e preciso refletir sobre a necessidade de implanta o e implementa o de pol ticas p blicas que consigam atender s mulheres de forma integral especialmente as mulheres soropositivas para o HTLV e que vislumbrem a subjetividade das mulheres que precisam conviver com a soropositividade e a n o amamenta o Al m disso os as profissionais de sa de precisam de capacita o para implementar cuidados individualizados a essas mulheres de modo integrado e sem julgamentos e coer o e acima de tudo n o culpabiliz la pela sua contamina o e pela contamina o do leite materno necess rio ainda realizar campanhas de divulga o sobre as formas de preven o e transmiss o dos virus especialmente do HTLV que se encontra t o desconhecido no imagin rio social da maioria da popula o dos profissionais de sa de e das pessoas mais vulner veis para este v rus as mulheres A amamenta o precisa ser vista por outro ngulo e mais que isso precisa ser abordada de forma que n o deixem as mulheres se sentirem culpadas pela n o amamenta o No entanto esta pr tica milenar n o deve deixar de ser promovida protegida e apoiada para as mulheres soronegativas Al m dessas afirmativas
175. ca o sobre preven o do HIV t m uma abrang ncia larga sobre a popula o em geral por m a informa o direcionada transmiss o pelo ato sexual com destaque para o uso de condons camisinhas e n o focalizam igualmente as outras formas dentre elas a transmiss o vertical que ficam obscurecidas as pessoas que n o se cuidam N o fazem exame n o fazem as coisas certas pegam o v rus e o HIV Este leite n o serve para a crian a Esse j est contaminado GESTANTE 16 SN o HIV um virus transmitido pela rela o sexual Eu acho que vai prejudicar a crian a e esse vai transmitir para a crian a que o leite materno da m e que com certeza vai passar pelo sangue GESTANTE 34 SN Assim as campanhas veiculadas t m um ar de divulga o espec fica preven o sexual quando deveria abranger todos os meios de transmiss o dos v rus para produzir a apreens o de saberes cognitivamente constitu dos Ficou evidenciado na coleta de dados e a partir das viv ncias com as participantes deste estudo que a forma de veicula o da informa o preventiva ainda n o alcan ou uma metodologia que permita ao sujeito elaborar representa es que os possibilitem julgamento cr tico reflexivo para promo o de sua sa de e preven o da doen a para al m do ato sexual e HIV o que se sabe Quando se trata de precisar o que as mulheres entrevistadas sabem sobre as formas de transmiss o do HIV a
176. cal dos v rus HIV e HTLV por meio do leite materno Esta tem tica foi me envolvendo de tal maneira que um turbilh o de novos questionamentos foi surgindo e me direcionando para um novo caminho E para esse novo caminho a trilhar inspirei me nas palavras de Monticelli 2003 p 15 ao afirmar que quanto mais percorro meus olhos no horizonte do tempo passado maior a constata o de que devo continuar a vislumbrar o futuro pois nada mais desanimador do que a sensa o de j ter vivido tudo Esta autora procura olhar o j conhecido com os olhos de estrangeira procurando familiarizar se e trazer um novo olhar para sentidos e significados antes n o percebidos No entanto nessa busca procurei voltar meu olhar para um cotidiano que eu sabia que existia mas que eu n o havia experienciado e para isso foi preciso conhecer experienciar para poder melhor direcionar os cuidados s mulheres que vivenciam a n o amamenta o devido ao cont gio do seu leite Nesse sentido faz se necess rio pensar na amamenta o pelo avesso ou seja deixar de v la como fonte de vida e sa de compreendendo a tamb m como fonte de doen a e morte podendo trazer consequ ncias para a sa de da crian a e para a sa de f sica e mental da mulher que ao se ver diante da impossibilidade de amamentar poder desenvolver sentimentos que dificultam o enfrentamento de sua soropositividade ao mesmo tempo em que as deixam aliviadas por n o transm
177. camisinha mesmo sabendo que tem homem que n o gosta e tendo um s parceiro Ent o preciso preven o e se cuidar para n o ter risco J no campo sem ntico das mulheres soropositivas para o HTLV o HIV uma doen a ruim e triste muito triste um desgosto e uma tristeza uma doen a chata enjoada ruim mal p ssima que deixa a pessoa assustada causa stress e repercute na falta de qualidade de vida As representa es entre os dois grupos denotam o jogo de oposi o entre eles Enquanto o HIV visto como uma doen a ruim e triste para as soropositivas para o HTLV para as soronegativas al m de ser uma doen a n o tem cura e mata requer preven o e cuidado para n o transmiti la Isto porque as soropositivas para o HTLV convivem com o v rus que mesmo sendo diferente do HIV fazem nas vivenciar situa es semelhantes s portadoras deste v rus a exemplo do medo de desenvolver as doen as do preconceito da estigmatiza o da solid o e de todas as dificuldades enfrentadas no que concerne s representa es sociais da soropositividade para o HIV Por outro lado por n o vivenciarem a soropositividade as mulheres soronegativas apenas ancoraram o HIV na doen a que precisa ser prevenida e cuidada para n o transmitir uma vez que esta n o tem cura e causa a morte Deste modo podemos perceber que tanto as soropositivas quanto as soronegativas visualizam a infec o pelo HIV como uma doen a que n o tem cura
178. canalyse son image et son public Paris Press Universitaries de France 1976 MINAYO M C de S Ci ncia t cnica e arte o desafio da pesquisa social In DESLANDES S F CRUZ NETO O GOMES R MINAYO M C Organizadora Pesquisa social teoria m todo e criatividade 21 ed Petr polis RJ Vozes 2002 O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em sa de 7 ed S o Paulo Rio de Janeiro HUCITEC ABRASCO 2000 MOURA E L PRA A N S Transmiss o vertical do HIV expectativas e a es da gestante soropositiva Rev Latino am Enfermagem maio junho 14 4 405 13 2006 MORENO C C G S REA M F FELIPE E V M es HIV positivo e a n o amamenta o Rev Bras Sa de Matern Infant Recife 6 2 199 208 abri jun 2006 MORENO C C G S M es HIV positivo o dilema da n o amamenta o em uma perspectiva fenomenol gica social 2004 209f Disserta o Mestrado em Infec es e Sa de P blica Coordena o dos Institutos de Pesquisa da Secretaria do Estado da Sa de de S o Paulo S o Paulo 2004 MORENO C C G S REA M F FELIPE E V M es HIV positivo e n o amamenta o Rey Bras Sa de Matern Infant Recife 6 2 1999 208 abr jun 2006 MOURA E L Transmiss o vertical do HIV percep o e a es da gestante soropositiva 2002 141f Disserta o Mestrado em Enfermagem Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo S o Paulo 2002 NDUATI R W JOHN G C
179. categorias como uma enxurrada diante da necessidade de aquisi o do conhecimento para preven o da infec o pelos v rus HIV e HTLV os Reveses e vieses que d o nome a essa categoria assenta se na consequ ncia do des conhecimento como forma de afetar vidas e torn las fr geis diante da agressividade do processo de viver portando o HIV eo HTLV 162 Nesta subcategoria a necessidade de informa o das mulheres foi expressa como um grito que ecoa e ressoa pedindo informa o como foi visto anteriormente na subcategoria precedente Essa necessidade premente nessas mulheres tornando se uma representa o Assim a apreens o do saber para prevenir uma realidade factual comprovada neste estudo a partir dos instrumentos utilizados que um a um foram validando a tese Abaixo se pode observar como essas mulheres se preocupam com sua g nese o filho a pela falta de informa o de sua soropositividade ou n o s vezes as m es se contaminam porque n o se previnem e muitas porque s vezes n o tem informa es MULHER 20 SP HTLV s vezes as m es n o sabem que est soropositiva com HIV M E 16 SP HIV No senso comum considera se que o saber o primeiro passo para prevenir sendo preciso conhecer entender apreender para poder tomar decis o ou seja a apreens o de si e de seus valores direcionando para atitudes e comportamentos valorativos No caso espec fico da n o amamenta o pode se co
180. cess ria sobretudo para as sopositivas para o HTLV uma vez que esta comunica o exige organiza o mais complexa das mensagens necess rias edifica o das condutas particularmente a forma o de atitudes frente ao objeto representado ORDAZ VALA 2000 N BREGA 2001 VALA 2006 Conforme foi constatado prevalecem as opini es nesse grupo representando o HTLV fundamentalmente atrelado ao emocional e de modo incipiente associada s doen as incur veis e transmiss veis que s o enraizadas no sistema do pensamento mais arcaico Poder amos acrescentar que existem portanto apenas elementos germinais para elabora o da representa o sobre o HTLV unicamente para o grupo soropositivo para este v rus A falta de informa o gera o desconhecimento de que a infec o pelos v rus HIV e HTLV est intimamente relacionada n o preven o Neste caso em especial a informante encontrava se gestante sendo nesta gesta o diagnosticada a soropositividade Da observa se na fala o direcionamento da culpa da contamina o para o espermatoz ide n o associando a contamina o a medidas protetoras contra a infec o pelo HIV A falta da utiliza o de medidas preventivas foi evidenciada tamb m entre as mulheres soronegativas uma vez que elas se encontravam no per odo gestacional e relataram que se sentiriam tristes se n o pudessem amamentar seu filho com o leite materno mesmo sendo esta uma forma de preven o da transmiss
181. cientemente para o representarem tal como foi demostrado para o HIV que um objeto mais universal e compartilhado socialmente Desse modo quando representaram amamenta o e HIV as mulheres conseguiram unir as duas representa es Por sua vez quando elas pensaram amamenta o e HTLV evocaram conhecimentos sobre um objeto de representa o social amamentar e um objeto desconhecido pelo menos para as soronegativas e SP HIV uma vez que a primeira rea o para muitas delas foi de surpresa Para outras o conhecimento sobre o v rus HTLV foi ancorado no HIV s filis hepatite HPV Esta parece ser portanto a tradu o da ancoragem deste objeto desconhecido Tal fato remete afirma o de que o v rus HTLV ainda n o um objeto elaborado e compartilhado socialmente n o sendo provavelmente um objeto de representa o social As associa es quando existem s o imprecisas gen ricas e algumas difusamente relacionadas a outras doen as como aids HPV s filis entre outras No entanto poss vel afirmar que existe uma germina o forma o de RS entre o grupo de mulheres soropositivas para este v rus ancorada especialmente no conhecimento vivenciado a partir da soropositividade o que as levou a representar a infec o pelo v rus HTLV na esfera psicoafetiva A constata o da aus ncia de RS para o v rus HTLV n o invalidou a pesquisa visto que permitiu aflor lo como um objeto emergente de RS ilustrando uma la
182. cionadas entre si e entre as subcategorias fizeram emergir os sentidos das representa es sociais de mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV referentes ao cont gio do leite materno os conte dos dessas representa es e suas implica es na impossibilidade de amamenta o de seus suas filhos as e as atitudes e comportamentos expressos pelas mulheres frente ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV quando expostas a uma situa o hipot tica A primeira categoria Reveses e vieses o des conhecimento como consequ ncia de vidas reescritas retratou o des conhecimento que as mulheres possuem sobre os virus especialmente o HTLV Os tr s grupos de mulheres informaram que ouviram falar sobre o HIV desde a adolesc ncia sendo que a televis o exerceu massivamente influ ncia sobre a aquisi o do saber relativo a esta infec o Entretanto a apreens o do saber sobre a infec o pelo HIV aids ainda est aqu m do desejado na ptica das participantes deste estudo considerando a forma como a informa o veiculada foi expressa pelo discurso das informantes As campanhas sobre preven o do HIV veiculadas pelos meios de comunica o t m uma abrang ncia larga sobre a popula o em geral por m a informa o direcionada transmiss o pelo ato sexual com destaque para o uso de condons camisinhas e n o focalizam igualmente as outras formas dentre elas a transmiss o vertical que ficam obs
183. com este problema e eu n o quero MULHER 13 SP HIV A aids e a infec o pelo HTLV foram consideradas pelas mulheres deste estudo como um problema grave sofrido triste com risco de morte obrigando as a usarem medicamentos modificando suas vidas n o somente fisica emocional mas sobretudo social Tanto na din mica interativa quanto no MCMM a AIDS al m de aparecer como sin nimo de sofrimento foi revestida pelo estigma de ser pior que o HIV conforme observa se na fala dessa informante s vezes eu choro porque eu pensava como eu era antes e agora como eu sou Penso quando eu vou ser quando a doen a se tornar ela realmente quando se tornar pior como eu j vi minha colega que ela aid tica e vi o estado dela como ela est MULHER SP HIV 4 Apreende se dessa fala n o somente a presen a do sofrimento choro mas tamb m do medo de enfrentar a aids considerada por ela como pior Tal fato relaciona se sua experi ncia na conviv ncia com uma colega que desenvolveu a aids Assim ela se remete ao seu pr prio ser portadora do v rus projetando se num futuro pr ximo no qual ela mesma pode experimentar os dissabores que a aids provoca no corpo mente de seus portadores Segundo Joffe 1995 p 319 A TRS nos alerta para o fato de que essas respostas emocionais n o se originam em indiv duos isoladamente Elas s o o produto de representa es emocionais da 187 doen a que surgiram historicamente mas q
184. como um conjunto organizado em um sistema central e um perif rico com caracter sticas e fun es singulares Neste estudo optamos por utilizar a abordagem processual a partir da grande teoria desenvolvida por Serge Moscovici uma vez que conforme S 1998 da grande teoria pode se extrair o conceito de RS apresentado por Moscovici 1976 e trabalhado posteriormente por Jodelet 1984 1989 ou seja uma modalidade de saber gerada atrav s da comunica o cotidiana com a finalidade pr tica de orientar os comportamentos em situa es sociais concretas p 68 e atestar o princ pio da transforma o do n o familiar em familiar ou compreens vel explicando a forma o das RS Para tanto foi preciso seguir duas exig ncias no emprego da grande teoria a composi o da representa o e seus processos formadores Com rela o primeira exig ncia Moscovici 1976 afirma que uma representa o constitu da de informa o atitude e campo de representa o e a segunda exig ncia trata dos processos formadores das RS a objetiva o e a ancoragem 70 A informa o relaciona se com a organiza o dos conhecimentos que um grupo possui a respeito de um objeto social Pode ocorrer que em determinados grupos n o exista informa o coerente a respeito do objeto e por conseguinte n o se pode falar da exist ncia dessa dimens o ao contr rio quando existe este saber permitido realizar uma discrimina o precisa
185. confiado em dados emp ricos para serem sustentados teoricamente Tal fato foi confirmado por Teixeira Nitschke e Paiva 2008 ao refletirem sobre a an lise de dados em pesquisa qualitativa a partir da experi ncia de uma das autoras ao utilizar o modelo proposto por Morse e Field em uma disserta o de mestrado O processo de an lise das informa es foi exaustivo rduo cansativo f sico e mental mas permeado de criatividade sensibilidade e satisfa o de ver enfim um conhecimento tomando forma se objetivando e tornando se familiar Apresento a seguir na Figura 4 p gina seguinte o plano de an lise tem tica demonstrando como foram organizados as informa es coletadas a partir do MCMM e da din mica interativa 100 Leitura flutuante Constitui o do Corpus do material agrega o das unidades categrias te ricas ou emp ricas Tratamento dos ans Resultados Interpreta o dos resultados obtidos Recorte do texto classifica o e Conhecimento Campo representacional Eixos de an lise Comportamento e Atitude RS do cont gio leite materno pelos v rus HIV e HTLV construidas pelas mulheres Figura 4 Plano de An lise Tem tica adaptado de Veiga 2009 TOT SepeZI ESIDASUBI SLNUIYYJNU Op CUeISLIp op oouo ogof g INST UAIJUIOJUI WIWIEUI sauedpnied sep OSINISIP O opnojuoo op 9SIEUE op SEJ e 9 O NSUEJOI Op 01ju99 0 vIed opumjuoo seo1u99 SEP ogsuourp e
186. cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV pelas mulheres foi uma forma de tornar familiar algo n o familiar uma vez que o ato de re apresenta o um meio de transferir o que nos perturba o que amea a o seu universo do exterior para o interior do long nquo para o pr ximo MOSCOVICI 2003 p 56 No momento em que preciso tornar algo n o familiar em algo familiar as RS se ap iam em dois processos forma o a ancoragem e a objetiva o os quais s o respons veis pela interpreta o e atribui o de significados do objeto social Esses processos colaboram na maneira como o social transforma um conhecimento em representa o e a maneira como esta transforma o social indicando a interdepend ncia entre a atividade psicol gica e suas condi es sociais Segundo N brega 2001 a ancoragem est dialeticamente articulada objetiva o Sendo que a ancoragem permite a incorpora o do que desconhecido ou novo em uma rede de categorias usuais Para Moscovici 2003 p 61 a ancoragem um processo que transforma algo estranho e perturbador que nos intriga em nosso sistema particular de categorias e o compara com o paradigma de uma categoria que n s pensamos ser apropriada e ancorar seria classificar e dar nome a alguma coisa p 61 Este autor segue dizendo que as coisas que n o s o classificadas e que n o possuem nome s o estranhas n o existentes e ao mesmo tempo amea adora
187. contagion du lait maternel et leurs implications dans l impossibilit d allaitement de leurs fils et identifier des attitudes et des comportements exprim s par les femmes devant la contagion du lait maternel par le virus VIH et HTLV quand expos une situation hypoth tique Il a t r alis dans la ville de Salvador Bahia Br sil dans Centres de R f rences pour IST sida et HTLV et dans une Unit Pr natale du Filet Basique d Attention la Sant en ayant comme instructifs de 198 femmes s ron gatives et s ropositives pour le virus VIH et HTLV Comme strat gie de il rassemble d informations a t utilis une survey descriptive techniques projectives et une dynamique interactive Les informations arriv es de TALP ont t process s statistiquement par le logiciel Tri Deux Mots et soumises l Analyse Factorielle de Correspondance AFC arriv es de la survey ont t analys es au moyen de l analyse de contenu th matique questions ouvertes et par le Programme SPSS Statistical Package sera the Social Sciences des questions ferm es L thique a perme toute proc dure de la recherche comme la R solution 196 96 du Conseil National de Sant De l analyse des informations ont merg cinq cat gories revers et vieses la des connaissance comme cons quence de vies r critures allaiter un d fi des conna tre des raisons pour d cider choisir multiverses mani res de vivre la vie en tant s ropositive l
188. contaminar ele e as filhas dele Eu conversei com ele que o que vem pra mim pode vir para ele tamb m ele n o sabe do hoje e nem do amanh M E SP HIV 4 4 anos amamentou somente 3 dos 6 filhos sendo que o ltimo para n o contamin lo com HIV A objetiva o da mama com leite contaminado pelo v rus foi modelada de maneira disforme e inteiramente diferenciada da sua anatomia humana Figura 20 A mama modelada como uma aberra o do corpo feminino manifesta conte dos inconscientes fantasmag ricos de medo do estranho A discrimina o e preconceito exacerbam os temores internos gerando processos mentais de distor o do real Joffe 1995 analisa como a alteridade e o que estranho evocam afetos inconscientes e condutas de defesa 138 Figura 20 Representa o figurativa de uma mama V0 Aqui a mama da mulher a mama que isso aqui e aqui dos ladinhos o essas bolinhas s o os virus Se a gente der mama a crian a esses virus aqui todos v o para o organismo da crian a Ent o n o posso dar mama por causa disso aqui mesmo n o tem condi es de a m e dar mama a uma crian a assim Ent o este leite n o presta para dar melhor n o dar leite por causa disso aqui que isso aqui que vai praticamente matar um suicida Ent o a m e tem que ter consci ncia e n o dar Ent o eu imaginei que o leite era assim n o prestava para meu filho Quando eu passei pela situa o de n o amame
189. cos ao ser descrito de maneira minuciosa as caracter sticas visuais das mesmas Para tanto foi realizada a leitura flutuante das falas sempre remetendo s imagens das modelagens al m da escuta do material gravado de modo a deixar emergir os temas e An lise dos n veis de significa o Este est gio foi constru do a partir do invent rio denotativo Para tanto foi necess rio fazer aos elementos presentes em cada imagem uma s rie de perguntas relacionadas O que tal imagem conota que associa es s o trazidas mente Como os elementos se relacionam uns com os outros correspond ncias internas contrastes Que conhecimentos culturais s o exigidos a fim de ler o material No mbito da denota o para ler o que expressava a imagem foi preciso conhecer a linguagem escrita e falada No mbito da conota o foram necess rios v rios conhecimentos culturais sobre amamenta o n o amamenta o a infec o pelos v rus HIV e HTLV e o referencial te rico adotado no estudo bem como os conhecimentos e valores que as pesquisadoras os as leitores as e as mulheres que participaram da pesquisa possuem ao tempo em que foi sendo realizado o recorte e a categoriza o das unidades tem ticas e An lise e interpreta o dos conte dos tem ticos agrupados por categorias conforme modelo de an lise de conte do tem tica proposto por Minayo 2000 tendo como pano de fundo os objetivos da pesquisa e o referencial t orico adotado e
190. cuna da TRS n o possuir fronteiras claras e delimitadas No caso espec fico deste estudo a falta de divulga o sobre o v rus HTLV quer seja pela m dia ou pelos profissionais de sa de nos grupos de pertencimento das mulheres entrevistadas contribuiu para que elas n o obtivessem conhecimentos suficientes para compartilh lo e represent lo Desse modo a partir dos resultados apresentados pode se afirmar que e o saber do senso comum valorizado na TRS conduz a constru o de conhecimentos que fortalecem atitudes e guiam condutas e comportamentos a depender das representa es sociais que atribuimos a determinado objeto e o TALP forneceu informa es sobre a significa o a partir do conte do sem ntico da representa o revelando conhecimentos que extrapolam o dom nio cognitivo sobre o conhecimento que as mulheres t m a respeito do cont gio do leite materno e o MCMM extraiu do universo das mulheres os sentimentos recalcados e reprimidos ao trazer luz informa es sobre a afetividade Esses afetos foram expressos nas modelagens 214 construidas pelas mulheres que permitiram a objetiva o das representa es sociais sobre os virus e os sentimentos diante da n o amamenta o e a din mica interativa explorou as atitudes e comportamentos das mulheres diante do cont gio do leite materno pelos v rus na qual as suas representa es orientaram quanto escolha do tipo de leite a ser oferecido ao boneco rec m n
191. curecidas Semelhantes a essas s o as campanhas sobre a amamenta o pois n o divulgam a transmiss o vertical dos v rus atrav s do leite materno 210 Al m do vazio existente quando se trata do virus HTLV permanece uma disparidade de des conhecimento para o qual a maioria das mulheres soronegativas e soropositivas para o HIV declararam nunca terem ouvido falar sobre este v rus e entre as que j ouviram falar as informa es que obtiveram n o as permitiram apreender o conhecimento sobre o mesmo Somente as soropositivas para o v rus HTLV em sua totalidade ouviram falar do referido v rus sendo que a maioria passou a obter algum conhecimento quando se descobriram soropositivas na idade adulta Diferentemente do que se sabe sobre o HIV massivamente difundido pela m dia o que as mulheres sabem sobre o HTLV foi informado pelos profissionais de sa de quando se descobriram soropositivas Constata se uma lacuna na sociedade de modo geral carente de informa es relativas ao HTLV Desse modo evidencia se o desconhecimento da popula o sobre esse v rus que tem apenas uma pequena parcela de cidad os informados ap s terem sido acometidos da infec o o que aponta o abismo da impossibilidade de medidas preventivas para a sociedade A segunda categoria Amamentar ou n o um desafio des conhecer raz es para decidir escolher foi explicitamente demonstrada na din mica interativa quando as mulheres soropositivas e soronegat
192. da ai com esta doen a que ningu m pediu a Deus pra ter esta doen a mas aconteceu comigo aconteceu com muitas amigas minhas E eu pe o a Deus por mim e por elas tamb m Teve uma mesmo que ela se chama falou o nome da amiga ela est no estado terminal eu abracei ela beijei ela disse para ela que eu a amava e que ela pedisse perd o a Deus pelo que ela fez Mas hoje em dia eu n o tenho mais not cia dela n o sei se ela j morreu Penso muito nela e penso na minha vida tamb m Meu marido ele bebe dif cil ele vir aqui se tratar e se cuidar ele tamb m soropositivo dou muito conselho a ele que n o pegue ningu m que n o contamine ningu m Mas ele disse que n o pega ningu m mas Deus quem sabe o que ele faz por a M E SP HIV 4 189 eu n o tenho mais preconceito n o Eu j tenho 5 anos ou 6 Isso n o me impressiona mais n o Porque eu j sei sobre o v rus MULHER 34 SP HIV No primeiro discurso percebe se que a mulher utiliza se de mecanismos de defesas psicol gicas para controlar suas emo es ao fugir da realidade vivenciada ignorando a soropositividade e recusando se aceitar que soropositiva Ela sabe que portadora do v rus mas resiste em entrar em contato com uma realidade que lhe causa desespero impondo um novo direcionamento a sua vida ou seja ser soropositiva e negar a exist ncia da soropositividade No segundo discurso a informante passa a aceitar a doen a a partir do
193. de destas doen as urge a necessidade de uma pol tica espec fica para este v rus a fim de que possa se realizar uma sensibiliza o sobre a sua etiogenicidade uma 55 vez que ele desconhecido pela maioria da popula o Al m disso ainda se encontram m dicos e outros profissionais da rea de sa de que n o sabem o que o HTLV muito menos que pode ser transmitidos via vertical Enquanto a pandemia da aids capturou justificadamente a aten o dos cientistas e da popula o em todo mundo o HTLV n o despertou interesse correspondente permitindo a manuten o de endemia que causa doen as cr nicas s vezes fatais para as quais n o existe tratamento eficaz CATALAN SOARES CARNEIRO PROIETTI PROIETTI s d O HTLV al m de ser pouco conhecido pelos seus portadores pelos profissionais de sa de e pela popula o em geral ainda frequentemente confundido com o v rus HIV este ltimo infectou inicialmente pessoas conhecidas e influentes no Brasil dentre ele o Betinho e o Cazuza o que levou a comunidade cient fica e a sociedade organizada a liderarem um movimento em prol dos portadores de HIV o que pressionou o Governo brasileiro a implantar o Programa Brasileiro de HIV aids No caso do HTLV a maior parte dos portadores pertence classe social de baixa renda COELHO 2006 o que n o suscitou a mesma inqueta o no Governo brasileiro e nem entre a popula o em geral pemanencendo desta forma circunscrito apena
194. de do filho obrigou as a sufocar tal desejo Assim como o encontrado no estudo de Silva 2005 as m es que n o amamentaram vivenciaram a maternidade negando o leite materno ao seu filho o que significa a perda do sonho de colocar em pr tica suas habilidades e afetividades maternas simbolicamente representadas pelo ato de amamentar p 19 Destaca ainda que mesmo que ocorra a qualifica o desse leite como contaminado e impuro ainda permanece a imagem e desejo da amamenta o como parte das representa es de afetividade que a m e pode expressar para a crian a mas elas tamb m sufocaram o desejo pela necessidade de proteger a crian a tal como encontrado entre as mulheres deste estudo Para as mulheres soropositivas para o v rus HIV foi dif cil n o amamentar seus filhos especialmente quando eles choravam e elas sentiam o peito transbordando de leite que n o iria ser utilizado por estar carregando um v rus considerado mortal quando eu olhava para o meu peito que ficou cheio como o de uma vaca risos vendo aquele leite eu querendo amamentar eu olhava para meu filho sem eu poder dar a ele chegava a ficar toda desesperada tinha hora que eu chorava assim S que j passou n M E 33 SP HIV 192 Eu nunca passei por isso entendeu Me deu aquela coisa Todos os tr s filhos eu dei mama s esse aqui que eu n o vou poder dar Como que que pode uma coisa dessa Tinha vez que eu queria tirar pra dar
195. de m dia maior de aproximadamente 47 anos para o grupo de mulheres soropositivas para o HTLV A mediana das mulheres soropositivas para o HIV demonstra que elas t m idade at 32 anos enquanto que as soropositivas para o HTLV t m idade at 47 anos aproximadamente J para as soronegativas observa se que 50 t m idade at 27 anos A maior idade entre os grupos de mulheres para as soropositivas para o HTLV e corresponde a 71 anos Este grupo apresentou como valor extremo uma mulher de 86 anos Na figura 6 gr fico Box Plot Desenho Esquem tico observam se tamb m algumas medidas estat sticas mediana 1 e 3 quartis valores m nimo e m ximo observados da idade em cada grupo Outras caracter sticas sociodemogr ficas apresentadas pelas entrevistadas apontam que a renda familiar mensal variou de zero a 6 02 sal rios m nimos situando se entre de R 54 00 cinquenta e quatro reais e R 3 000 00 tr s mil reais Vale destacar que muitas mulheres conviviam com 5 a 6 pessoas no ambiente familiar O desemprego atingiu O sal rio m nimo vigente durante o per odo da coleta de informa es era de R 415 00 quatrocentos e quinze reais 106 aproximadamente 36 das mulheres que referiram desempenhar somente o trabalho dom stico Entre as mulheres soropositivas para o HIV a renda familiar mensal m dia foi de R 636 68 seiscentos e trinta e seis reais e sessenta e oito centavos variando entre R 60 00 sessen
196. de utiliz las para valida o e enriquecimento da an lise e assim compreender melhor o fen meno 99 O processo de explora o do material foi um processo lento longo e cansativo mas permeado por reflex es e entusiasmo ao ver as categorias se formando se atraindo e deixando mostrar o fen meno estudado O passo seguinte forma o das categorias e subcategorias foi sua valida o Para tanto foi discutido com a orientadora e outros pesquisadores da rea de enfermagem e da psicologia se constituindo em uma forma valiosa para identifica o de eventuais erros e assim poder corrigi los conforme orientado por Silva 2007 Ap s valida o pelos as pesquisadores as foi o momento de imers o da interpreta o das categorias e subcategorias a partir dos discursos mais significativos que emergiram das falas das mulheres interpretando de maneira qualitativa cada discurso com base na literatura sobre a tem tica nos objetivos do estudo e na Teoria das Representa es Sociais constituindo desse modo a fase de tratamento dos resultados obtidos e interpreta o Concordo com Polit Beck e Hungler 2004 ao afirmam que a an lise de dados qualitativos uma atividade intensiva que exige do a pesquisador a criatividade sensibilidade e trabalho rduo pois ela n o acontece de forma linear mas de forma complexa e desafiadora o que exigiu da pesquisadora grande responsabilidade no momento de transformar tudo o que me foi
197. degenerativo cr nico a mielopatia paraparesia esp stica tropical associada ao HTLV I HAM TSP e pelos v rus T linfotr pico humano tipo II HTLV II causadores de doen as neurol gicas similares a HAM TSP e leucemia de linf citos granulares tendo sido tamb m isolado ou detectado em pacientes com leucemia linfoc tica cr nica com neutropenia leucemia prolinfoc tica linfoma cut neo sindrome de S zary dermatite esfoliativa s ndrome da fadiga cr nica e dist rbios neurodegenerativos s bitos FERNANDES SILVA 2003 CENTRO DE CONTROLE DE DOEN AS 1993 BITTENCOURT PRIMO 2006 BRASIL 2004a 2006 Portanto com o advento das infec es pelos v rus HIV e HTLV promover proteger e apoiar a amamenta o passa a ter novo significado no qual n o se pode pensar somente na transmiss o dos v rus da m e para o filho mas sobretudo nas mulheres portadoras dessas infec es que est o enfrentando essa situa o um momento em que se faz necess rio a constru o desconstru o reconstru o de significados n o somente por parte das mulheres que deixar o de amamentar como tamb m por parte dos profissionais que sempre incentivaram esta pr tica e cobram sua total ades o Esta desconstru o reconstru o de significados no que se refere n o amamenta o faz parte tamb m do meu universo simb lico especialmente por ser uma profissional que 26 sempre promoveu incentivou e apoiou o processo de amamenta o n
198. delar e exprimir as rela es sociais Baseando se nesses princ pios surgiu esta CATEGORIA a qual se encontra sedimentada nas subcategorias Significados e significantes do HTLV e HIV defini o manifesta o o cognitivo e o f sico e Estrat gia de enfrentamento 179 consciencioso e driblando o consciente presentes na realidade e no imagin rio social das mulheres informantes desta pesquisa 7 3 1 Subcategoria Significado e significantes do HTLV e HIV defini o manifesta o o cognitivo e o f sico Nesta subcategoria encontram se os significados e significantes atribu dos pelas mulheres informantes aos v rus estes subjetivados nas imagens das modelagens por elas constru das Ao definirem os v rus as mulheres mostraram seus diversos olhares frente ao agente desestruturador do processo de viver humano saud vel Desse modo esta subcategoria discute as multiversas maneiras como se formaram as representa es sociais sobre os v rus doen as e os fatores que est o em sua g nese a partir de duas subdivis es definindo os v rus o olhar da mulher frente ao agente desestruturador do processo de viver humano saud vel e o corpo mente manifesta es expressas em significados e significantes e Definindo os v rus o olhar da mulher frente ao agente desestruturador do processo de viver humano saud vel As mulheres informantes utilizaram se de conceitos abstratos estruturados em forma de met foras e conceito
199. desconhecido e deve consistir de uma abordagem que d sustenta o formula o do problema de pesquisa e interpreta o an lise e discuss o dos resultados encontrados Desta forma para sustentar teoricamente esta pesquisa foi utilizada a Teoria das Representa es Sociais TRS tomando como fundamentos os conceitos discutidos na grande teoria proposta por Moscovici mas direcionando um olhar para a abordagem processual Esta vertente foi proposta por Moscovici e trabalhada por Jodelet Para esta autora as representa es sociais contribuem para a constru o e interpreta o da realidade social quando afirma que as representa es sociais s o uma forma de conhecimento socialmente elaborada e partilhada com um objetivo pr tico e que contribui para a constru o de uma realidade comum a um conjunto social JODELET 2001 p 22 Portanto por serem estruturas de conhecimento cognitivas afetivas e avaliativas oriundas da rela o de reciprocidade entre o indiv duo e a sociedade as RS orientam e organizam as condutas e as comunica es sociais facilitando o processo de informa o social Permitem ainda apreender uma riqueza de elementos figurativos do tipo informativos cognitivos ideol gicos normativos cren as valores atitudes opini es imagens dentre outros estes organizados sempre sob a apar ncia de um saber que diz algo sobre o estado da realidade JODELET 2001 4 1 A TEORIA DAS REPRESE
200. devido a um fracasso ou a uma falta de integra o social e portanto restaurar um grau de estabilidade interna Os grupos criam representa es para filtrar a informa o que prov m do meio ambiente e dessa maneira controlam o comportamento individual As RS funcionam como uma esp cie de manipula o do pensamento e da estrutura da realidade Estas hip teses tem a fraqueza comum de serem gerais e portanto n o explicam porque tais fun es devem ser satisfeitas por esse m todo de compreender e de comunicar e n o por algum outro como a ci ncia ou a religi o E portanto para este autor devemos pois procurar uma hip tese diferente menos geral e mais de acordo com o que os pesquisadores desse campo tem observado p 54 e exp e uma intui o e um fato que acredita ser verdadeiros que a finalidade de todas as representa es tornar familiar algo n o familiar ou a pr pria n o familiaridade p 54 grifos do autor 13 Assim quando algo parece ser vis vel sem o ser semelhante embora sendo diferente ser acess vel e no entanto ser inacess vel caracterizado por Moscovici 2003 como a n o familiaridade que atrai e intriga as pessoas e comunidades por m ao mesmo tempo as alarma as obriga a tornar expl citos os pressupostos impl citos que s o b sicos ao consenso Sendo assim o medo do que estranho ou estranhos profundamente arraigado p 56 E trazer tona as representa es do
201. do conforme descrito na fala dessa participante do estudo Elas deram leite para eu dar a meu filho Trouxeram foi no copinho com uma colherzinha Porque nem chuca tinha Eu tive que botar abrir a boca do meu menino rec m nascido e enfiar a colherinha e ele sem saber pegar e enfiando o leite dentro assim parecendo um passarinho porque elas n o me ensinaram a dar o leite disse que n o tinha chuca n o Mas depois eu peguei comprei uma chuca em casa e dei dava direto para n o morrer aquele leite caro gra as a Deus que eu vim aqui e fiquei recebendo aqui Mas gastei antes de ficar recebendo Todo m s eu vinha pegar 4 latas 5 latas uma vez at deu menos M E 5 SP HIV O Minist rio da Sa de recomenda que na maternidade o leite deve ser oferecido s crian as que n o podem ou n o devem ser amamentadas em um copinho para impedir que as normas e rotinas direcionadas para o amamentar e n o amamentar n o interfiram negativamente uma na outra Recomenda ainda que os profissionais sejam treinados e habilitados em aconselhamento sobre a alimenta o infantil em crian as expostas ao HIV ao HTLV ou outra condi o que contra indica a amamenta o para que eles possam orientar e ajudar as m es soropositivas BRASIL 2004c Entretanto percebe se a partir do discurso da informante que esta realidade ainda n o se faz presente nas maternidades 199 Com rela o s dificuldades financeiras em alimentar o filho garantido
202. do material coletado por meio da t cnica do MCMM utilizou o modelo proposto por Teixeira Paiva N brega constru do para este estudo a partir da adapta o do que prop em Coutinho 2001 e Penn 2002 para a an lise do desenho hist ria com tema e a an lise semi tica de imagens paradas respectivamente conforme descrito a seguir e Observa o sistem tica das modelagens ap s realiza o da t cnica as modelagens foram fotografadas e salvas em documento no word 97 2003 Em seguida foram arquivadas em envolopes numa caixa de papel o com identifica o individual por autoria e Escolha das modelagens para serem analisadas neste estudo optou se por utilizar todas as imagens das modelagens advindas do MCMM dado sua import ncia para apreens o do sentido das representa es sociais e Sele o das modelagens por semelhan a de simbologia ap s serem fotografadas as imagens foram agrupadas por semelhan a simb lica segundo enunciado nas falas das mulheres participantes do MCMM 96 e Invent rio denotativo foram acoplados os textos proveninetes das falas s imagens modeladas nos quais as mulheres descreveram o significado e o significante das modelagens para elas Comp e o est gio denotativo da an lise no qual realizada a cataloga o do sentido literal do material fornecido pelas mulheres utilizando se dos elementos textuais compreendidos da denota o lingu stico as palavras e dos elementos imag ti
203. do6 morte4 mortes morte naopa7 naoga3 ncura4 nsei6 nserv7 pior5 praze2 preco4 preco5 preju7 preve4 preves preve7 prob13 rejei3 ruim2 ruim4 ruim saudel saude2 semae2 sofri6 sofri temqa3 trans4 trans5 trans6 trans trist3 trist4 trists trist trist7 vidal 258 259 Modalit s en colonne Reste Lei se HE Sea Wi ei Re Nine Res ACT F 1 CPF F 2 CPF F 3 CPF F 4 CPE EE SS ps GS VS NEEE ES DA a a ap is ada e RER RS E re 0151 450 284 296 300 14 2 55 68 0152 46 3 415 560 97 65 44 43 0153 528 366 105 35 83 47 104 228 0161 152 70 20 3 30 14 59 168 0162 444 204 58 8 87 41 171 491 0171 127 35 91 44 187 390 6 1 0172 143 39 103 49 211 440 7 1 n E ESS Se Kaata ERG GA Mie ne ee Ms ie Bon en te EAR 1000 1000 1000 1000 Koss Sn Rome Ress L ae mi Pre arte Res vs Mt a Rae Fin normale du programme
204. dos demais instrumentos pela ambiguidade do material apresentado e pela liberdade que dada ao sujeito As referidas autoras afirmam ainda que este um m todo importante devido a sua aplicabilidade no qual perguntas e respostas n o diretas entram no campo metaf rico fazendo com que as pessoas ao inv s de dizer tudo revelem aquilo que escondem uma vez que a resposta surge do inconsciente As t cnicas projetivas foram escolhidas nesta pesquisa por sua possibilidade de fazer submergir as rela es entre os seres humanos e ao mesmo tempo pelas suas rela es com o mundo vivenciado Por meio delas as pessoas podem projetar o que acreditam ser o que gostariam de ser o que recusam ser e o que os outros s o ou deveriam ser em rela o a si mesmos Al m disso s o t cnicas recomendadas quando se investiga pessoas ou grupos possuidores de uma problem tica nas esferas psicol gicas e ou fisica org nica ou quando se escolhe uma abordagem multim todos COUTINHO N BREGA CAT O 2003 As t cnicas projetivas foram utilizadas neste estudo pela import ncia de seu uso na apreens o das representa es sociais especialmente quando trabalhamos com tem ticas que s o dif ceis de serem expressas pelos sujeitos especialmente as que envolvem o objeto deste estudo Al m disso as t cnicas projetivas s o preciosas quando analisadas conjuntamente com outras t cnicas n o projetivas COUTINHO 2005 85 A seguir ser apresentado c
205. du o do leite que continuam funcionando sendo necess ria uma interven o farmacol gica e mec nica para que este leite seque Al m 124 disso se confrontam com o processo de constru o social da amamenta o experienciado ao longo de suas vidas Enfrentar tudo isso n o tarefa f cil para as mulheres que precisam conviver com a n o amamenta o A tristeza esteve presente no cotidiano das mulheres soropositivas para o HIV pois elas vivenciaram a impossibilidade de amamentar os as filhos as gerando tamb m sofrimento Para elas foi triste ver algu m amamentar e n o poder fazer o mesmo principalmente quando essa mulher amamentou os outros filhos Foi triste ainda enfrentar o fracasso de n o poder nutrir o a filho a com o seu leite e assim contribuir para o seu crescimento e desenvolvimento saud veis A tristeza um estado afetivo duradouro em que a consci ncia se v invadida por um doloroso sentimento de insatisfa o sendo acompanhada de uma ideia de desvaloriza o da exist ncia e do real JAPIASSU MARCONDES 2006 p 271 Assim o sentimento de tristeza pode ocorrer em consequ ncia da ideia de desvaloriza o como mulher que se encontra impossibilitada de realizar um ato tido como natural pela sociedade e fonte de poder para quem o pratica Santos 2004 identificou que o sentimento de tristeza permeava o imagin rio das mulheres soropositivas para o HIV que participaram do seu estudo sendo que ess
206. e o para o leite secar e depois que cheguei em casa n o fiz nada M E SP HIV 10 Assim como nos estudos de Santos 2004 Moreno Rea e Felipe 2006 o enfaixamento das mamas foi descrito pelas mulheres como permeado por sentimentos de tristeza e dor imensa diante de uma medida que a impede de alimentar o filho Foi uma tristeza imensa quando enfaixou meu peito uma tristeza uma dor imensa Eu n o queria nem deixar mas a menina falou n o porque quando voc pegar ele ele vai ficar procurando o peito e n o pode n o pode Voc vai entender voc vai entender A ele est tomando outro leite M E 32 SP HIV Enfaixar as mamas para essa mulher representou fortemente o desejo sufocado de amamentar o filho de querer sentir se m e e proporcionar lhe o alimento mesmo estando consciente de sua soropositividade trazendo tona os elementos enraizados no mundo social que foram constru dos culturalmente e que exalta o papel da mulher que gesta pare e deve amamentar Para Santos 2004 p 272 a viv ncia de enfaixar as mamas desencadeia uma imagem do corpo pr prio centralizadora na mama que afeta a mulher m e nas suas diferentes dimens es f sica ps quica social e cultural estando intimamente relacionadas entre si O n o amamentar desencadeia tamb m dificuldades em lidar com a alimenta o do filho tanto no que concerne maneira na qual este alimento ser oferecido como financeiramente ser adquiri
207. e abaixo Porque uma m e que ama seu filho de cora o ela n o ia dar um leite contaminado a ele Ent o ela ia jogar no lixo mesmo que ele ficasse em falta ela ia sentir muito mas o leite era ruim n o valia a pena ela dar MULHER 10 SP HTLV 207 Pelo amor que eu tenho pela minha vida Quando eu penso no leite materno contaminado eu penso em n o d para meus filhos Relatando sobre este problema n o passar este leite contaminado para a crian a Procurar banco de leite Esta flor significa o amor que a m e d para o filho MULHER 7 SP HIV Para Santos 2004 p 284 em termos pr ticos ela pode sempre que tiver que fornecer o alimento para seu filho procurar faz lo pessoalmente buscando estabelecer com ele uma profunda rela o atrav s de um processo de intera o e transa o estabelecido por est mulos sensoriais auditivos t teis visuais e emocionais contato pele a pele olho a olho toque e outras modalidades de troca do mesmo modo que ocorre com a amamenta o natural Agindo assim poder estar amenizando para si e para o seu filho os efeitos da priva o do ato de amamentar Assim como no estudo de Silva 2005 a viv ncia do n o amamentar torna se uma parcela de tristeza mas ao mesmo tempo um ato de amor t o her ico quanto ao da m e sadia que supera todos os obst culos f sicos e sociais para amamentar seu filho p 20 Para as mulheres desse estudo d ficil n o ama
208. e aids modelando uma pessoa fraca e magrinha Figura 08 No in cio da d cada de 80 do s culo passado a televis o mostrou pessoas acometidas pelo v rus HIV e como estas se apresentavam quando desenvolviam a aids Lembra se neste momento o caso do cantor Cazuza desfigurado pelo emagrecimento acentuado As caracter sticas f sicas de emagrecimento foram as que mais penetraram no imagin rio social da popula o Sabe se que a aids n o se manifesta da mesma forma em todas as pessoas e que os sintomas iniciais se assemelham ao de v rias outras doen as quais sejam febre persistente calafrios dor de cabe a dor de garganta dores musculares manchas na pele e presen a de g nglios linf ticos infartados medida que a doen a vai progredindo e com o comprometimento do sistema imunol gico da pessoa infectada come am a aparecer as doen as oportunistas como tuberculose pneumonia c ncer toxoplasmose meningites dentre outras modificando os corpos das pessoas As representa es sobre a aids tamb m foram ancoradas em conhecimentos apreendidos pela pr pria conviv ncia com a doen a ou seus portadores conforme pode ser observado na fala desta informante ao relatar as consequ ncias da aids em seu pr prio corpo as quais continuaram guardadas de forma n tida em sua mem ria Quando eu descobri que eu era soropositiva eu senti muita coisa eu cheguei aqui sem vida nesta cl nica vegetando mesmo Eu pesava 30 kilos para perde
209. e and seroposite for HIV and HIV HTLV A descriptive survey projective techniques and a dynamic interactive were used as strategies for collecting information The information coming from TALP was statistically processed by the software Tri Deux Mots and submitted to correspondence factor analysis CFA and the resulting from the survey was analyzed through thematic content analysis open questions and SPSS Statistical Package for the Social Sciences closed questions The ethic permeated throughout the research process according to 196 96 Resolution of the National Health Council From the analysis emerged five categories setbacks and biases the lack of knowledge as a result of rewritten lives feeding a challenge not to know the reasons to decide choose distinct ways to live the life being HIV positive the difficult decision not to breastfeed valuable conflicts feelings of being a mother of children free of HIV and HTLV The results showed that the average age of these women was 31 4 years 50 said living together most reported having attended at elementary school and being unemployed The women represented the spread of breast milk with HIV and HTLV as a revival permeated of biological psychological psychosocial and economic difficulties however not to breastfeed was reframed and converted into an act of love for protecting the child by the virus contamination It s necessary to establish and implement public health policies
210. e educa o em sa de para o autocuidado das pessoas em sua atua o profissional Isso explica o desconhecimento do HTLV quase na totalidade entre as soronegativas e 2 3 das soropositivas para o HIV O desconhecimento sobre o v rus HTLV foi identificado na din mica interativa quando foi exposto s informantes a encena o e questionado o porqu da escolha da mamadeira contendo leite com HTLV as mulheres justificaram o motivo de sua escolha o fato do desconhecimento do HTLV uma vez que acreditavam saber mais sobre o v rus HIV e a letalidade deste para o seu processo de viver humano conforme observa se abaixo Ah pausa simples o conhecimento N o conhe o muito sobre o HTLV O pouco que ouvi falar sobre HTLV que ele menos agressivo que o HIV Como eu n o tenho op o tenho que escolher eu escolheria o HTLV por achar que seja mais f cil o tratamento MULHER 19 SP HIV Leite materno com HTLV O que isso perguntou surpresa Eu j sei que n o o HIV Ent o eu escolho a com HTLV porque o leite materno com HIV contaminado e o outro eu n o sei qual o significado e deve ser que n o contaminado MULHER 31 SP HIV Porque eu acho que sei l eu acho que n o tem o virus aqui Porque normalmente quando diz o HIV ele tem o v rus em tudo quanto parte n o Ent o como a mulher estava me explicando ela disse que o HTLV normalmente ele n o pega n o no leite materno Voc pode dar a crian
211. e existe um dilema e um drama das mulheres que se entristecem pela nega o do peito mas que elas compreendem a import ncia de n o amamentar convivendo com a incerteza do futuro para si e para seus suas filhos as A tristeza um sentimento presente o que significa perceber se com a dupla condena o de ser HIV positivo e transmitir o v rus para o filho levando a sentir se revoltada com medo e insegura por ela e para seu sua filho a J o estudo de Moreno Rea e Felipe 2006 realizado com 17 m es soropositivas demonstrou que a n o amamenta o por ser uma forma de impedir a infec o do beb pelo HIV transforma se em uma forma de eximi la da culpa ao obter o perd o da sociedade No entanto para as mulheres os sentimentos de n o se considerarem completas e valorizadas como m e estavam presentes e o vivenciar a n o amamenta o implica na reestrutura o da rela o m e beb al m de trazer preconceitos e discrimina o Outro fato destacado pelas m es do estudo a conduta de enfaixamento dos seios sendo esta considerada dolorosa e punitiva semelhante ao identificado no estudo de Santos 2004 Parece existir a falta de aten o dos profissionais de sa de aos sentimentos das m es que enfrentam o dilema da n o amamenta o sentimentos estes evidenciados nos discursos das mulheres Descrever a experi ncia da impossibilidade de amamentar foi penoso e desgastante uma vez que estas mulheres n o se sentem valor
212. e foi modelado de forma incompleta Isso indica a evoca o do medo expl cito verbalmente na representa o anterior relativa figura do bicho e omitido quando trata do explicitamente humano Em ambas as situa es de modelagem de bicho e figura humana aparecem inconscientemente os fantasmas como express es defensivas do medo O leite materno contaminado aparece nos discursos como respons vel no n vel consciente pela transmiss o vertical de doen as Os fantasmas s o indicadores da imputa o de castigo social por um crime cometido inconscientemente quando ela deixa de amamentar por contamina o envenenamento do leite materno Os fantasmas s o estruturas subjacentes aos conte dos manifestos DORON PAROT 1991 135 A MAMA como s mbolo de exclus o social Todos os grupos de mulheres SN SPHIV SPHTLV modelaram uma nica mama dissociada do corpo feminino que n o apresentavam a forma de peito exceto pelo fato de serem arredondadas Algumas continham mamilos outras n o e foram expressas como algo estranho e n o familiar s mulheres Este vazio pode ser sentido de forma significativa na categoria anterior na qual as figuras humanas foram modeladas desprovidas de aspectos essenciais caracteriza o da mulher a mama para amamentar assim como nenhuma delas apresentava rg os do aparelho genital para caracterizar a mulher m e como reprodutora A mama aparece sempre como uma coisa ruim inutilizada pelo
213. e sentimento vinha da dor que sentiam ao se verem privadas do ato de amamentar sentimento esse intensificado quando a mulher tinha consci ncia e reconhecia as vantagens da amamenta o e a superioridade do leite materno Uma das mulheres soropositivas para o HIV que n o amamentou por causa da soropositividade relatou que ela procurou evitar ver outras mulheres amamentando e isso a ajudou a diminuir o sentimento de inutilidade por n o estar amamentando o filho Outra mulher soropositiva gestante do seu segundo filho informou que se utilizaria da mesma estrat gia pois assim n o sentiria tanto o n o amamentar J para as mulheres soronegativas a n o amamenta o somente permitida quando a mulher tem algum problema seja no peito ou algum motivo que as leva a n o conseguir amamentar mesmo tendo leite Por outro lado justifica se tamb m quando n o podem ou n o conseguem mesmo desejando amamentar o a filho a Outra forma que permitido o n o amamentar pelas mulheres soronegativas quando ocorre rejei o por parte beb seja porque ele n o quer ou n o consegue pegar o peito para se alimentar Percebe se aqui que essas representa es encontram se no mbito do manifesto pois o conte do latente contradiz esse discurso e as mulheres fazem uso de condutas defensivas de racionaliza o podendo se inferir que necessariamente elas n o amamentariam 125 Surgiu ainda entre as soronegativas a possibilidade da n o
214. e trabalha com o 78 universo de significados motivos cren as valores e atitudes o que corresponde a um espa o mais profundo das rela es humanas que n o podem ser quantificados MINAYO 2002 Por outro lado a abordagem quantitativa utiliza experimentos lida com n meros usa modelos estat sticos para explicar os dados BAUER GASKELL ALLUM 2002 Segundo Turato 2003 embora as ci ncias humanas tenham requerido o uso dos m todos qualitativos para a compreens o de seus objetos de estudos na pr tica muitos pesquisadores deste campo cient fico especialmente a sociologia e a psicologia t m utilizado m todos quantitativos para abord los Segundo Polit Beck e Hungler 2004 alguns autores acreditam que os paradigmas subjacentes pesquisa quanti qualitativa s o fundamentalmente incompat veis No entanto outros acreditam que muitas reas de investiga o podem ser enriquecidas atrav s da mescla criteriosa dos dois tipos de dados ou seja a chamada pesquisa multim todo Para os autores citados acima as vantagens de um delineamento integrado complementam os dados qualitativos e quantitativos ao representar palavras e n meros como duas linguagens fundamentais da comunica o humana O uso de m ltiplos m todos permite que cada um desempenhe seu papel evitando as limita es da abordagem nica Outra vantagem a possibilidade de incremento caracterizada pela necessidade de uma vis o mais aprofundada pois as expe
215. e voc sentiu quando encontrou as mamadeiras com os r tulos e a boneca Ou o que voc sentiu quando me viu colocando a boneca e as mamadeiras com o r tulo na mesa 4 Informa es S cio demogr ficas Nome fict cio Idade Estado civil Escolaridade Profiss o Ra a Religi o Renda familiar Condi o de soropositividade Tempo de soropositividade 5 Informa es comportamentais Idade coitarca N parceiros sexuais Rela o anal Uso preservativo Trans Sangue IST Uso de drogas injeit veis 6 Informa es sobre a vida reprodutiva Gravidez Abortos N mero de gesta es ap s a soropositividade Partos N de filhos 7 Informa es sobre amamenta o 7 1 Foi amamentada 7 2 Amamentou todos os filhos Sim N o Se Sim Por quanto tempo Se N o Por que 7 3 Quando amamentava a senhora sentia Nunca Poucas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre 1 2 0 4 5 Nenhuma vez Raramente s vezes Maioria Todas as vezes 01 Satisfa o 02 Prazer 03 Realiza o 04 Alegria 05 Sofrimento 06 Dor 07 Outros 240 7 4 senhora optou pela amamenta o por que Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 1 2 3 4 5 01 Desejava amamentar 02 Melhor pa
216. eal do qual se tem a experi ncia direta da viv ncia De modo que o conhecimento est ligado diretamente cogni o atrav s da percep o do reconhecimento e da compreens o que convergir o para o julgamento atrav s do racioc nio para o aprendizado e a partir deste tomar decis es e chegar a solu es poss veis para tanto destaque o que o c rebro apreende e capta por meio dos rg os dos sentidos Com isso diz se que a cogni o mais do que aquisi o do conhecimento sobretudo a nossa adapta o ao meio e tamb m um mecanismo de convers o do modo de ser e viver o mundo como sujeito social WIKIPEDIA 2009 e HIV Como se sabe Quando se trata de saber sobre como foi adquirido o conhecimento sobre a infec o pelo HIV aids a televis o exerceu massivamente influ ncia sobre a aquisi o do saber relativo infec o pelo HIV aids No survey descritivo o grupo de mulheres soronegativas declarou que obteve informa es atrav s da televis o 45 8 sendo que as portadoras de HTLV foram informadas 66 7 pelo mesmo canal de comunica o assim como as portadoras de HIV 54 2 Foram mencionados outros ve culos de difus o em percentuais pouco significativos escola revista lar e rua Para precisar exatamente quem informou sobre o assunto mais uma vez prevaleceu a maioria influenciada pela m dia seguida por professores as profissionais de sa de familiares e amigos todos em percentuais em torno de 1
217. ealidade formar opini es Na verdade esta uma preocupa o fundamental MOSCOVICI 2003 p 70 Para Moscovici 2003 a objetiva o um processo mais atuante que a ancoragem Ela une a ideia de n o familiaridade com a de realidade tornando se a verdadeira ess ncia da realidade Portanto consiste em materializar as abstra es corporificar os pensamentos tornar f sico e vis vel o impalp vel enfim transformar em objeto o que representado N BREGA 2001 p 73 Afirma Moscovici 2003 p 71 que objetivar descobrir a qualidade ic nica de uma ideia ou ser impreciso reproduzir um conceito em uma imagem no processo de objetiva o que as palavras s o acopladas s coisas o abstrato tornado concreto o conceito transformado em uma imagem ou em um n cleo figurativo N BREGA 2001 p 73 considerado por Moscovici 2003 p 72 como um complexo de imagens que reproduzem visivelmente um complexo de ideias A objetiva o ocorre em tr s etapas 1 a constitui o seletiva o mecanismo utilizado pelo p blico consumidor dos meios de comunica o de massa para se apropriar do conhecimento te rico cient fico a sele o feita em fun o de crit rios culturais e normativos Os crit rios culturais s o determinados pelas desigualdades das condi es de acesso segundo o pertencimento do grupo Os crit rios normativos exercem a fun o de reten o dos elementos de informa
218. ec m nascido A seguir s o apresentadas as multit cnicas de coleta de informa es utilizadas neste estudo 5 5 1 Survey Descritivo Neste estudo o survey teve como finalidade aprofundar os conhecimentos sobre a tem tica e buscar melhor compreens o da an lise dos discursos 84 Uma pesquisa survey uma forma de coleta de informa es com a finalidade de produzir uma descri o quantitativa de alguns aspectos da popula o estudada Nesse estudo pretende se obter uma descri o aprofundada das informa es seguindo as sugest es de Temporini 2009 quando diz que essa t cnica aplica se tanto a estudos descritivos anal ticos ou explorat rios Assim o survey descritivo teve a finalidade de descrever como o fen meno do cont gio do leite materno ocorre na popula o de mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV possibilitando a identifica o de saberes atitudes e comportamentos com intuito de produzir uma id ia concreta da tem tica estudada Nesse estudo o survey foi desenvolvido a partir de uma entrevista guiada por um formul rio com quest es fechadas e abertas atrav s de um instrumento supervisionado no qual a entrevistadora fez os questionamentos garantindo que cada entrevistada respondesse a todas as perguntas conforme orienta o de Temporini 2009 5 5 2 As T cnicas Projetivas Coutinho N brega e Cat o 2003 p 51 declaram que as t cnicas projetivas distinguem se
219. ecessidade de se buscar estrat gias para desconstru o da naturaliza o da amamenta o 33 No entanto para se come ar a buscar estrat gias para a desconstru o da naturaliza o da amamenta o faz se necess rio criar instrumentos que possam dar suporte aos profissionais de sa de para que os mesmos possam ajudar as mulheres no enfrentamento da condi o de soropositividade e n o amamenta o preciso orientar como resolver os principais problemas de ordem biol gica social e econ mico A publica o do Guia pr tico de preparo de alimentos para crian as menores de 12 anos que n o podem ser amamentadas foi um instrumento valioso de apoio para os profissionais de sa de no que concerne orienta o de como a mulher deve preparar oferecer e alimentar adequadamente a crian a No entanto faz se necess rio levar em considera o as condi es sociais culturais e econ micas existentes em cada fam lia PADOIN 2006 Com rela o ao HTLV pouco se tem discutido mesmo tendo este v rus surgido antes do HIV Por isso mesmo foi atrav s dos estudos sobre o HIV que os as pesquisadores as descobriram semelhan as e diferen as entre eles Entretanto a realiza o de estudos e a disponibiliza o de dados sobre HTLV n o ocorre na mesma dimens o que para o HIV aids Segundo o Minist rio da Sa de a rela o dos retrov rus com as doen as permaneceu obscura at 1980 quando o v rus T linfotr pico humano tipo
220. ecimento ainda permeado de d vidas conforme pode ser observado no discurso dessa informante Eu fico em d vida sobre este tal de HTLV porque ainda n o tenho profundidade sobre o que significa este tipo de virus Para mim foi uma surpresa porque eu tive tanto filho e nunca constou isto Nesta gravidez que veio constar Ent o eu fico assim em d vida se realmente eu tenho isso Eu penso que n o pode dar o leite n o pode dar a crian a M E 28 SP HTLV SN HIV HTLV CONCORDA D VIDA CONCORDA D VIDA CONCORDA D VIDA TOTALMENTE TOTALMENTE TOTALMENTE TRANSMISS O 25 0 29 0 MOSQUITO SALIVA 20 8 33 3 TRANSMISS O 16 6 ne 87 5 M E FILHO ne LEITE 29 2 O 95 8 E MATERNO Quadro 7 Conhecimento de mulheres segundo condi o sorol gica sobre a transmiss o sexual e vertical do v rus HTLV Salvador Bahia 2009 Entre algumas mulheres soropositivas para o HTLV foi poss vel constatar que o conhecimento sobre as formas de transmiss o do v rus ainda eram permeadas de falsas cren as uma vez que algumas delas ainda duvidavam ou acreditavam que o v rus pode ser transmitido pela picada de mosquito 25 e saliva 20 8 Entretanto desacreditavam totalmente no cont gio pelo beijo aperto de m o abra o prato e talher 159 O virus HTLV desconhecido da popula o em geral e entre as mulheres soropositivas para o HIV e soronegativas o que foi evidenciado nos discursos dessas mu
221. egativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV se deu a partir da utiliza o das seguintes estrat gias T cnicas Projetivas Teste de Associa o Livre de Palavras TALP e a T cnica do Manuseio com Massa de Modelar MCMM desenvolvida por Teixeira 2005 em sua disserta o de mestrado uma din mica interativa seguida de um Survey que utilizou uma entrevista semiestruturada guiada por um formul rio com perguntas abertas e fechadas A din mica interativa teve como finalidade a transversalidade das duas primeiras estrat gias de coleta de informa es para o alcance do terceiro objetivo do estudo A entrevista foi realizada logo ap s a din mica interativa na tentativa de fazer emergir das mulheres os conhecimentos sobre a tem tica o cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV suas implica es na n o amamenta o e suas atitudes e comportamentos frente ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV quando expostas a uma situa o hipot tica A din mica interativa foi aplicada com o intuito de verificar as atitudes e comportamentos das mulheres frente a uma situa o hipot tica e facilitar a emers o dos significados do cont gio do leite materno pelos v rus Para tanto foi criado um cen rio especialmente para este estudo utilizando se de um boneco representando o rec m nascido e mamadeiras com r tulos identificando o tipo de leite que deveria ser escolhido pela mulher e oferecido ao boneco r
222. egue 7 2 3 Subcategoria Atributos valorativos negativos do leite materno Os atributos valorativos negativos revelam a outra face do leite materno quando carreia os v rus HIV e HTLV Santos 2004 destacou em seu estudo a ambival ncia vivida pelas mulheres soropositivas para o HIV diante da produ o l ctea de suas gl ndulas mam rias no qual por um lado elas tinham a percep o de que seu leite era normal e por outro adquiria caracter sticas que o desqualificava como leite impuro mortal contaminado infectado venenoso prejudicial causador de doen as transmissor de v rus que pode contaminar a crian a Neste estudo tal como no desenvolvido por Santos 2004 as mulheres tamb m destacaram os atributos valorativos negativos do leite materno com v rus sendo observado na din mica interativa conforme apresentado nos discursos abaixo Eu penso que o leite o sangue o sangue da gente e eu acho que est contaminado GESTANTE 34 SN Ele quando est contaminado n o serve para o nen A tem que dar outro tipo de leite porque o da m e est contaminado GESTANTE 20 SN Acho que ele leite materno com HIV n o bom Dar este daqui leite materno seria melhor Que d mais imuniza o para a crian a a crian a fica livre de muita bact ria fica mais saud vel GESTANTE 24 SN Porque um virus HTLV e est infectado MULHER 15 SP HTLV 176 Ele leite com HTLV prejudicial MULHER 27 SP HTLV
223. eguida foi realizada uma an lise descritiva das informa es Para tanto foi utilizado o SPSS vers o 11 0 O Programa SPSS Statistical Package for the Social Sciences utilizado para executar an lises estat sticas manipular dados e gerar tabelas e gr ficos que resumem os dados WAGNER MOTTA DORNELLES 2004 p 13 Descrevem ainda estes autores que as an lises variam entre as simples estat sticas descritivas m dia desvio padr o tabelas de frequ ncia at m todos avan ados de infer ncias estat sticas an lise de vari ncia modelos de regress o multivari vel an lise fatorial e outros Neste estudo foi utilizada a an lise estat stica simples descritiva valendo se de tabelas de frequ ncia 5 7 4 A T cnica de An lise de Conte do Tem tica transversaliza o dos resultados provenientes das din micas Para as informa es coletadas a partir da din mica criativa do MCMM e para as quest es abertas da entrevista foi utilizada a an lise de conte do tem tica proposta por Minayo 2000 A autora ressalta que esta t cnica vem sendo utilizada quando se busca alcan ar os significados manifestos e latentes no material qualitativo Afirma ainda que a no o de tema est ligada a uma afirma o a respeito de determinado assunto Ela comporta um feixe de rela es e pode ser graficamente apresentada atrav s de uma palavra uma frase ou um resumo p 208 A an lise tem tica consiste em descob
224. ei uma flor que significa o amor que eu tenho pela minha vida Quando eu penso no leite materno contaminado eu penso em n o d para meus filhos Relatando sobre este problema leite com o virus n o passar este leite contaminado para a crian a procurar banco de leite Que bom o leite saud vel Esta flor significa o amor que a m e d para o filho Eu senti tristeza por n o ter amamentando meu filho MULHER SP HIV 7 43 anos n o amamentou pois entregou os filhos para o pai criar A t cnica do manuseio com massa de modelar nos possibilita acessar conte dos latentes e subjacentes s figuras modeladas articuladas aos discursos das participantes que nos conduzem a an lises mais consistentes quando confrontadas com outras estrat gias metodol gicas utilizadas na pesquisa A associa o das mulheres soropositivas figura animal evidencia a necessidade de defesas sociais na medida em que existe uma separa o entre a natureza animal e a humana O grupo soropositivo exorcizado inclusive por ele mesmo Isso significa o medo do contato com a diferen a o estranho que remete a fantasmas arcaicos que s o ativados e re significados para explica o do real A mama deixa de ser qualificada positivamente para assumir uma significa o de elemento forasteiro que denuncia a diferen a precipitando a exclus o social Exclus o que evoca medo perda e morte Medo do outro o estranho que exila o eu de si mesmo 6 4 A DIN MICA I
225. em portadoras dos v rus e Como as mulheres soropositivas se sentem ao n o amamentarem seus suas filhos as estando numa sociedade que valoriza a maternidade e consideram o aleitamento materno como uma forma de afirmar se como mulher e m e 37 Portanto ao estudar a n o amamenta o a partir do advento da infec o pelo HIV e HTLV tem sido mais um desafio a ser enfrentado por mim como profissional de sa de que sempre olhei o leite materno como fonte de vida e sa de olhar a amamenta o pelo avesso ou seja enxergar o leite materno como fonte de cont gio que pode levar ao adoecimento e morte da crian a e que vem despertando nas mulheres sentimentos de impot ncia diante da impossibilidade de alimentar seu sua filho a com leite materno uma vez que a amamenta o possui uma constru o social e cultural fortes sendo vista como compromisso e obrigatoriedade que deve ser seguida a risca pelas mulheres Acredito que os aspectos subjetivos que permeiam a pr tica do aleitamento materno e a transmiss o da m e para filho a dos v rus HIV e HTLV por meio da amamenta o tem sido pouco explorados A nica medida de preven o conhecida a suspens o da amamenta o estas mulheres s o t o somente orientadas quanto a n o amamenta o sendo lhes disponibilizado o leite artificial somente para as portadoras do HIV aids para que alimente sua crian a durante os primeiros seis meses de vida conforme preconizado pelo Minist
226. em 1993 foi poss vel identificar pessoas por ele infectadas CENTRO DE CONTROLE DE DOEN AS 1993 Catalan Soares Carneiro Proietti e Proietti s d relataram que n o h consenso sobre a origem do HTLV I I Alguns autores t m sugerido que a infec o em humanos se originou na frica e foi levada para Am rica do Sul e para as ilhas do Caribe pelo tr fico de escravos e para o Jap o pela tripula o africana dos navios portugueses nos s culos XVI e XVII Outros advogam a presen a do v rus na popula o amer ndia nativa que teria migrado da sia em tempos pr colombianos Por m no caso espec fico do Brasil tamb m precisa ser considerada a imigra o japonesa no in cio do s culo XX Diferente do HIV que destr i as defesas do organismo e causa a aids o HTLV multiplica as c lulas de defesa Essa superprodu o pode se transformar em c ncer ou outras doen as mas est relacionado a um tipo de leucemia existente no Jap o e mais raro no Brasil a leucemia linfoma de c lulas T do adulto e paraparesia esp stica tropical O tratamento n o elimina o v rus do organismo mas melhora a qualidade de vida dos pacientes DI RIO OFICIAL DE PORTO ALEGRE 2005 O v rus pode levar mais de 80 anos para se manifestar e seu portador n o tem risco de morte aumentado exceto em circunst ncias especiais O HTLV menos contagioso que o HIV e os virus da hepatite B e C Enquanto 98 dos que t m HIV ter o aids cerca de 30 dos por
227. em das representa es Sociais do suic dio na imprensa escrita In MOREIRA Antonia Silva Paredes OLIVEIRA Denise Cristina Org Estudos interdisciplinares de Representa es Sociais 2 ed Rev Goi nia AB 2000 p 87 114 OLIVEIRA J F Mulheres com vivendo com drogas vulnerabilidade e representa es sociais sobre aids Salvador 2001 145p Disserta o Mestrado em Enfermagem Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia 2001 OLIVEIRA M I de 10 Passos para Centros Postos Unidades de Sa de da Fam lia Dispon vel em lt www aleitamento com a artigos asp id 1 amp id artigo 44 amp id subcategoria 2 2004 gt Acesso em 17 Jul 2005 OLIVEIRA A AM NCIO L A an lise fatorial de correspond ncias no estudo das representa es sociais as representa es sociais do suic dio na adolesc ncia In MOREIRA A S P Perspectivas te rico metodol gicas em representa es sociais Jo o Pessoa UFPB Universit ria 2005 ORGANIZA O MUNDIAL DE SA DE HIV and infant feeding framework for priority action Geneva WHO 2003 ORGANIZA O MUNDIAL DE SA DE OMS FUNDO DAS NA ES UNIDAS UNICEF Manual T cnico Manejo e promo o do aleitamento materno num Hospital Amigo da Crian a curso de 18 horas para equipes de maternidade Genebra OMS UNICEF 1993 225 ORGANIZA O MUNDIAL DA SA DE The optimal duration of exclusive breastfeeding Dipon vel em lt http www who int inf pr 20
228. enef cios que este ato proporciona ao desenvolvimento infantil Ap s a conclus o do curso de Gradua o iniciei minha experi ncia profissional como enfermeira assistencial em um Hospital Geral P blico no Munic pio de Jequi no interior da 22 Bahia onde atuei em diversos setores dentre eles a maternidade a partir das unidades de alojamento conjunto ber rio pr parto e sala de parto Decorridos tr s anos iniciei a minha atua o como docente na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB Campus de Jequi Em ambos os locais tive a oportunidade de desenvolver diversas a es de promo o de sa de junto s gestantes nutrizes e familiares que estavam vivenciando e ou experienciando ou iriam vivenciar e ou experienciar o processo da amamenta o Como enfermeira assistencial valorizava a pr tica da amamenta o por m foi como docente da Universidade ministrando aulas sobre o processo de amamenta o para os as alunos as do curso de gradua o em enfermagem que este interesse alcan ou uma dimens o maior Neste momento desenvolvi diversas atividades primeiro como membro da equipe executora e posteriormente coordenadora no Projeto de Extens o Vamos amamentar mam e cujo objetivo era promover meios para proteger e apoiar a pr tica do aleitamento materno na comunidade jequicense Na medida em que buscava atualiza o sobre a tem tica participando de encontros grupos de discuss es curs
229. enta es sobre o surgimento do HIV Os animais invertebrados entraram no campo met forico das mulheres informantes ao serem objetivados nas imagens de cobra e mosca Figuras 01 e 02 A cobra um animal pe onhento Desse modo quando a mulher se contamina transforma se em uma cobra que destila o veneno para o a filho a por meio do leite materno representado por um leite mal maligno e venenoso Por outro lado as moscas s o transmissoras de doen as Assim ao ser infectada pelos v rus a mulher transmite a doen a para seu filho por meio de um leite contaminado caso ela n o tenha ci ncia de sua contamina o O v rus HIV causador de doen as portanto requer preven o pois triste e ruim ser contaminado por eles Tais representa es foram evocadas pelas mulheres durante a realiza o do TALP ao verbalizarem as palavras que vinham sua mente quando foi 181 pronunciado o est mulo 4 HIV Por outro lado a aids foi representada por elas como uma doen a que n o tem cura SN considerada pior que o HIV SP HTLV e SP HIV e permeada de preconceito SP HIV No entanto requer preven o e as pessoas precisam se cuidar quando contaminadas SN O HTLV foi representado como sendo uma doen a SN desconhecida que causa tristeza sofrimento e medo Assim horr vel ser portadora dessa doen a Segundo Joffe 1995 p 298 objetos sociais estranhos evocam medo porque eles amea am o sentido de ordem das pessoas e
230. enta es sociais do cont gio do leite materno pelo v rus HIV e HTLV e suas implica es na n o amamenta o Ao trilhar este novo caminho a partir da revis o de literatura das discuss es com a orientadora e do encontro com 198 mulheres durante a coleta de informa es novos horizontes foram despontando novos significados foram sendo constru dos permitindo visualizar o rev s da amamenta o Construir desconstruir reconstruir os significados da n o amamenta o devido ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV n o foi tarefa f cil para mim como profissional de sa de que sempre promoveu protegeu e apoiou o aleitamento materno Entretanto segui guiada pelas quest es norteadoras do estudo como as mulheres significam e conferem sentido ao cont gio do leite materno e ao leite materno contaminado pelos v rus HIV e HTLV e como as mulheres expressam as atitudes e comportamentos frente ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV quando s o expostas a uma situa o hipot tica E pela Tese confirmada que ora defendo as RS que as mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV constroem sobre a infec o por estes v rus s o respons veis por atitudes de n o amamenta o frente ao cont gio do leite materno Para tanto foi necess rio adentrar o mundo imagin rio e real das mulheres soronegativas e soropositivas e percorrer junto com elas este novo caminho que se constituiu num trilha
231. enta o em uma perspectiva fenomenol gica social 2004 Disserta o Mestrado Coordenadoria Controle de Doen as da Secretaria Estadual da Sa de de S o Paulo Ci ncias SP 2004 HAMES M de L C Amamenta o conflito e harmonia no espa o interativo enfermeira pu rpera e sua fam lia 2001 141p Disserta o Mestrado Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis HEBLING E M Mulheres soropositivas para o HIV sentimentos associados maternidade e orfandade 2005 99p Tese Doutorado Universidade Estadual de Campinas Tocoginecologia Campinas IBFAM HIV alimenta o infantil e sa de da m e e da crian a Atualidades em Amamenta o n 30 2003 Dispon vel em lt www amamenta o com gt Acesso em 09 set 2003 ISHAK R et al Molecular evidence of mother to child transmission of HTLV IIc in the Hararao Village Kayapo in the Amazon Region of Brazil Rev Soc Bras Med Trop 34 6 519 525 nov dez 2001 222 JAVORSKI M Os programas nacionais de incentivo ao aleitamento materno uma an lise cr tica 2006 Dispon vel em lt www aleitamento com aartigos asp id 1 amp id artigo 1257 amp id subcategoria 1 gt Acesso em 12 Mar 2007 JAPIASS H MARCONDES D Dicion rio B sico de Filosofia 4 ed atualizada Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2006 JODELET D Representa es do cont gio e a AIDS In JODELET D MADEIRA M orgs Aids e representa es sociais
232. enta o por egoismo ou quando a mulher n o quer amamentar No entanto o n o querer amamentar para as soronegativas visto como uma forma de negar o alimento ao a filho a trazendo tona o sentimento de culpa por n o amamentar quando elas somente n o querem No entanto mesmo estando tal representa o presente no senso comum das soronegativas ela representa que as mulheres t m que amamentar t m que sentir o gosto de poder alimentar uma crian a com seu pr prio leite Para elas quando uma mulher n o 4 r amamenta como se alguma coisa faltasse pois amamentar essencial e faz parte da gravidez e portanto uma obriga o dela fornecer para o beb um alimento rico em vitaminas que tanto ele precisa constituindo se portanto uma necessidade da crian a No encontro com as representa es sobre os v rus podemos observar que para as soronegativas o HIV uma doen a transmiss vel grave ruim horr vel perigosa que n o tem cura e mata Esta doen a pode ser transmitida sexualmente de uma pessoa para outra Sendo assim preciso ter cuidado e aten o e se cuidar indo ao m dico se suspeitar que esteja com a doen a ir ao ginecologista fazer exame de sangue fazer o teste para descobrir cedo ainda na gravidez para poder se cuidar e proteger a fam lia Desta forma se previne e previne a contamina o de outras pessoas quando faz o tratamento durante a gravidez para o beb n o nascer com o v rus usando
233. entou os 4 filhos em media 8 meses A representa o da transmiss o do v rus pelo espermatoz ide Figura 28 aparece como estrat gia defensiva e de liberta o da culpa deslocando a para o sexo masculino acusando sempre o homem como respons vel pela origem da sua infec o e deteriora o do leite materno Em ltima inst ncia o homem seria o autor do crime do qual ela penalizada pela exclus o social 142 Figura 28 Representa o figurativa de um espermatoz ide Aqui mais ou menos o espermatoz ide que contaminado Que atrav s desse espermatoz ide contaminado que o leite ficou ruim isso que eu acho O leite contaminado uma doen a O virus que forte ai se o leite contaminar passa para beb e corre o risco de pegar a doen a nele N o isso Eu amamentei os outros tr s filhos mas a partir de agora eu n o vou poder amamentar ele Eu vou dar o leite que v o me dar no dia que ele nascer Vai me dar o rem dio tamb m Eu acho que n o amamentar certo porque pelo menos estou protegendo ele Ai ent o eu vou fazer tudo que o m dico pedir certinho n o dar mama Eu acho meio dificil porque eu n o moro aqui eu moro no interior Mas o que for preciso fazer pra ele n o ter o v rus eu fa o Eu venho sempre cuidar dele porque disse que ele tem que fazer o acompanhamento durante dois anos ai vou ter que seguir a regra certinha dos m dicos Eu queria perguntar assim se tem como a p
234. epresenta es interv m na avalia o da a o permitindo aos indiv duos explicar e justificar suas condutas em uma situa o ou face a seus parceiros ABRIC 1998 As RS s o socialmente elaboradas e coletivamente compartilhadas ao mesmo tempo em que s o concebidas como um processo de comunica o em desenvolvimento nos grupos sociais tamb m resultado desse processo WAGNER 1998 Para esse autor s pode ocorrer em grupos e sociedades onde o discurso social inclui a comunica o tanto de pontos de vista compartilhados quanto divergentes sobre muitos assuntos porque s o exatamente essa experi ncia e conhecimentos contradit rios que habilitam o tipo de discurso coletivo que cria o que chamamos de conhecimento ordin rio e de senso comum nas sociedades modernas WAGNER 1998 p 10 As RS s o importantes na vida cotidiana pois os indiv duos precisam estar informados sobre o mundo a sua volta a fim de se ajustarem a ele saber como se comportar e domin lo 72 fisica e intelectualmente identificar e resolver os problemas que se apresentarem e para isso precisam criar representa es frente a um mundo de objetos pessoas e acontecimentos ou ideias partilhando esse mundo com os outros que serve de apoio para compreend lo administr lo ou enfrent lo Elas guiam os indiv duos de modo a definir e nomear os diferentes aspectos da realidade di ria no modo de interpretar esses aspectos tomar decis es e event
235. eres soropositivas para o HTLV os mesmos direitos concedidos s soropositivas para o HIV Al m disso torna se imprescindivel que estas mulheres tenham conhecimento da pr pria mudan a de seus comportamentos e atitudes Diante do observado amamentar e n o amamentar um desafio a ser enfrentado pelas mulheres soropositivas aspectos que passar o a ser discorridos na categoria que se segue que nos traz como desafio lidar com a dupla direcionalidade entre o bom e o mal em ant nimos t nues para o aleitamento materno 167 7 2 SEGUNDA CATEGORIA AMAMENTAR OU N O UM DESAFIO DES CONHECER RAZ ES PARA DECIDIR ESCOLHER do senso comum que amamentar o ato de oferecer leite materno a uma crian a nos primeiros anos de vida e tamb m a melhor forma de nutrir e proteger a crian a contra infe es al m de promover uma troca afetiva entre m e e filho a O leite materno se constitui num importante alimento para as crian as devido s suas propriedades nutricionais bioqu micas e imunol gicas essenciais para a promo o e prote o sa de Amamentar traz beneficios para a sa de psicol gica das crian as e das mulheres refor ando o sentimento de seguran a e prote o do papel de m e As pesquisas comprovaram cientificamente a import ncia da amamenta o para a crian a mulher fam lia comunidade e o planeta terra O valor do leite materno para a sa de da crian a come ou a ser divulgado na m dia por meio de pol
236. erva a identidade social e oculta a identidade pessoal Com rela o ao est mulo indutor HTLV este foi representado pelas mulheres soropositivas para o HTLV como uma coisa horr vel e triste que elas n o sabem explicar uma crueldade e para muitas pessoas uma maldi o pois as deixam impossibilitadas e com medo Medo de desenvolver outras doen as medo da discrimina o medo de contaminar as pessoas e especialmente pavor por achar que poderia ter transmitido para os as filhos as Assim dif cil aceitar o HTLV pois ele causa sofrimento dor e um sentimento de perda que somente quem est infectado sabe o que passa Para elas o v rus muda a vida causa destrui o na vida das pessoas soropositivas uma vez que elas n o se divertem e sentem vontade de morrer logo para n o ficar sofrendo sendo preciso procurar um m dico para amenizar o sofrimento Mas para as soronegativas O HTLV outra doen a Doen a Pode ser uma doen a ven rea pode ser a s filis s sei que uma doen a qual tipo eu n o sei Mais uma vez percebe se o jogo de oposi o entre os dois grupos de mulheres para este est mulo indutor o que demonstra ser este um universo sem ntico desconhecido e estranho para as mulheres soronegativas e para o qual ainda n o possuem representa es elaboradas uma vez que este um v rus desconhecido entre a popula o Nota se que foi expresso no campo sem ntico destas mulheres que mesmo sabe
237. es advindas das quest es abertas do MCMM e em seguida as provenientes da din mica interativa Nesta fase pr anal tica foi determinada a unidade de registro frase a unidade de contexto delimita o do contexto de compreens o da unidade de registro os recortes a forma de categoriza o a modalidade de codifica o e os conceitos te ricos mais gerais que orientaram a an lise A explora o do material consistiu na opera o de codifica o momento em que foi realizada a transforma o dos dados brutos com o prop sito de alcan ar o n cleo de compreens o do texto Primeiramente foi realizado o recorte do texto em unidades de registro em segundo lugar foi realizado o agrupamento das unidades de registro e em terceiro lugar a classifica o e a agrega o das informa es escolhendo as categorias te ricas ou emp ricas que comandaram a especifica o dos temas Ap s o surgimento das unidades de registro de cada t cnica estas foram agregadas formando assim as categorias e subcategorias Neste momento foram utilizadas as informa es das unidades de registro de ambas as t cnicas Ao final do processo de categoriza o das entrevistas surgiram 5 categorias e 14 subcategorias Vale salientar que na medida em que as categorias e subcategorias iam sendo desveladas direcionava o olhar para as demais informa es advindas do TALP e das quest es fechadas da entrevista relacionando as e correlacionando as com intuito
238. es materializando as tamb m transportar para o n vel de observa o o que era apenas infer ncia ou s mbolo MOSCOVICI 1978 p 111 Por outro lado segue o autor dizendo na ancoragem a sociedade converte o objeto social num instrumento de que ela pode dispor e esse objeto colocado numa escala de prefer ncia nas rela es sociais existentes p 173 o objeto associado a formas conhecidas e reconsiderado atrav s delas p 174 No entanto representar uma coisa um estado n o consiste simplesmente em desdobr lo repeti lo ou reproduzi lo reconstitu lo retoc lo modificar lhe o texto p 58 Assim a fim de penetrar no universo de um indiv duo ou de um grupo o objeto entra numa s rie de relacionamentos e de articula es com outros objetos que a j se encontram dos quais toma as propriedades e aos quais acrescenta as dele Ao torna se pr prio e familiar o objeto transformado e transforma MOSCOVICI 1978 p 63 Desta forma respaldando se em Moscovici representar os virus doen as ao mesmo tempo conferir lhe o status de um signo conhec lo tornando o significante De um modo particular domin lo e interioriz lo faz lo nosso MOSCOVICI 1978 p 63 64 Segue este autor dizendo que a objetiva o demonstra como os objetos representados se integram a uma realidade social enquanto que a ancoragem retrata o modo como as representa es contribuem para mo
239. esenta es sociais Rio de Janeiro Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro 1997 22p FERNANDES L SILVA M A V rus T linfotr picos humanos HTLV I e ID Universidade de vora 2003 Dispon vel em lt http www htlv com br index htm gt Acesso em 12 Fev 2007 FINE A Leite envenenado sangue perturbado saber m dico e sabedoria popular sobre os humores femininos s culos XIX e XX In MATOS M I S de M SOIHET Org O corpo feminino em debate S o Paulo UNESP cap 4 2003 p 57 78 GIAMI A O anjo e a fera sexualidade defici ncia mental intitui o S o Paulo Casa do Psic logo 2004 203 pp GIUGLIANI E R J Amamenta o como e porque promover J Pediatri Rio J 1994 70 3 138 151 GIUGLIANI E R J Amamenta o exclusiva e sua promo o In CARVALHO M R TAMAZ N R Amamenta o bases cient ficas para a pr tica profissional Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002 GRIBBLE K D Mental health attachment and breastfeeding implications for adopted children and their mothers International Breastfeeding Journal 2006 1 5 Dipon vel em lt http www internationalbreastfeedingjournal com content 1 1 5 gt Acesso em 10 Out 2007 GOELLNER S V A produ o cultural do corpo In LOURO G FELIPE J GOELLNER S V Corpo g nero e sexualidade um debate contempor neo na educa o Petr polis RJ Vozes 2003 GOMES C C O dilema da n o amam
240. eservativo Trans Sangue IST Uso de drogas injeit veis 6 Informa es sobre a vida reprodutiva Gravidez Abortos N mero de gesta es ap s a soropositividade Partos N de filhos 7 Informa es sobre amamenta o 7 1 Foi amamentada 7 2 Amamentou todos os filhos Sim N o Se Sim Por quanto tempo Se N o Por que 7 3 Quando amamentava a senhora sentia Nunca Poucas vezes Algumas vzs Muitas vezes Sempre 1 Q 6 4 5 Nenhuma vez Raramente As vezes Maioria Todas as vezes 01 Satisfa o 02 Prazer 03 Realiza o 04 Alegria 05 Sofrimento 06 Dor 07 Outros 247 7 4 A senhora optou pela amamenta o por que Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 1 2 3 4 5 01 Desejava amamentar 02 Melhor para a crian a 03 As pessoas diziam que era bom dar de mamar 04 Os profissionais de sa de orientavam 05 bom para mulher 06 Toda mulher deve amamentar 07 Sen o amamentasse me sentiria menos mulher 08 M e sogra 8 Informa es sobre o v rus HIV aids 8 1 A senhora j ouviu falar sobre HIV aids Sim N o N o sei 8 2 Quando a senhora ouviu falar pela primeira vez sobre HIV aids Nainf ncia Na adolesc ncia Na idade adulta N
241. espes finfo4 fiobe3 fprot3 fvida3 harmo2 horri4 hosd13 impor2 indig6 inseg3 instm2 irres6 maeqa 7 mconf4 medo4 megos2 morte6 nalim2 namual naopa4 naoqa2 naturl ncuras5 netanl nmedo4 norma nruim4 nsei6 ntris3 ofracs paids perig4 persi2 phtis posdol prazel precos preju4 preme2 preoc7 preve6 proli6 purez2 rejei3 respol rigors ruim4 sacri2 santi2 saude3 segur2 semael siglas sofri4 sonpa2 surpr6 tediv6 trans4 traum3 trist6 verg4 vidac4 virus5 vorga2 fala fam3 fco2 fesl finl fiob fpro fvid harl horl hosd impl indi ins2 ins6 irr2 maeq mcon med2 mego mor3 nali nam3 nao2 nao6 natu ncul neta nmed norl nrui nse2 ntri ofra paid per2 per6 phtl posd praz prel pres pre9 re13 re17 pro2 pure reje resl rigo Fui sacr sanl sau3 segl sema sigl sofr sonp surp tedi tran tra4 ETIS verg vid3 viril vori A H fon m AWQHAQWQHOHHHHHSQHHHO HhAoOHHIHAQOHQHHHAHNHHHO HHHHIANNHANNONOGQNHHANHOHHOHSHHHA ps ES famor3 fcari3 fcont3 fexam4 finfos fitem6 fprot7 gestal hiv5 horri5 iht14 imuni4 injus3 inseg4 inter2 ladif7 maltc3 mcont medos morte3 morte namal nanal6 naopa6 naoga3 natur2 ncura6 nexpe nmedos norma4 nsabi7 nserv7 ntris4 opcao3 paral6 perig5 pervi6 pinut7 posub3 praze2 preco6 prejus preme3 preve3 preve7 promis purol rejei4 respo2 rigor6 ruim6 samar4 saudl seama4 sei6 semae2 s
242. essoa viver muito tempo assim com esse v rus Se n o morre logo risos porque tem pouco tempo que eu descobri Sou desinformada tamb m GESTANTE SP HIV 1 30 anos amamentou os 3 filhos durante os primeiros 3 anos n o amamentar 4 filho por sua condi o de soropositiva As representa es sociais s o contextualizadas expressando a inser o social dos indiv duos ou grupo de perten a Segundo Jovchelovitch 2008 p 91 a TRS deve muito fenomenologia ao mostrar que n s partimos da perten a n o do conhecimento Pertencemos a uma cultura a uma sociedade a uma fam lia a um tempo hist rico e esta perten a configura o conhecimento que constru mos desde o in cio A Figura 29 a seguir encerra o ciclo na simboliza o da morte A cruz evidencia a presen a do pensamento religioso significando sacrif cio e morte s mbolo universalmente conhecido Figura 29 Representa o figurativa de uma cruz Parece uma cruz pausa longa dor pausa sofrimento pausa porque com o leite contaminado como que vai dar mama Como que vai amamentar a crian a E a crian a precisa do leite materno GESTANTE SN 10 25 anos amamentou o primeiro filho De todas as representa es constru das apenas uma possui significa o positiva de vida esperan a e amor A flor ainda em bot o aguarda ser desabrochada para a beleza da vida plena 143 Figura 30 Representa o figurativa de uma flor Eu model
243. est o sadios e n o tem nada gra as a Deus Meus dois filhos n o mamaram e todo mundo dizia eles n o v o conseguir voc n o vai conseguir Ali eu vou conseguir Porque eu n o sou a primeira nem a ltima eu tenho que acreditar nisso E foi isso para mim isso ai n o foi barreira n o porque eu consegui Eu acho que o pior mesmo pra mim foi quando eu entrei que ela tava l o primeiro neto dela de todo mundo quem que n o quer ver Ela disse esse menino vai ter problema n o sei o que Ai eu disse ele n o vai ter nada Foi eu que quebrei logo o todo batente e ai pronto Meus filhos todos os dois s o sadio fortes e saud veis M E SP HIV 5 26 anos n o amamentou os filhos devido a sua condi o de soropositiva LEITE CONTAMINADO entidade isolada e exorcizada do corpo feminino Nas Figuras que se seguem o leite contaminado pelo v rus aparece como entidade inteiramente isolada e exorcizada fora da mama e desvinculado do corpo feminino H uma exacerba o do leite contaminado que aparece como uma fronteira que separa o sagrado do profano o leite coisificado na mulher impura e silenciada a ideia de conjunto da m e e da pr tica do aleitamento materno O leite da mulher soropositiva representado pela nulidade como um zero n o apenas do leite mas tamb m da mulher socialmente v tima de preconceito 139 Figura 21 Representa o figurativa de um zero Um zero significa que ruim Conta
244. fam lia O n o amamentar expressa constrangimento para uma mulher soropositiva ao se sentir cobrada de forma expl cita ou impl cita pelos profissionais de sa de familiares e amigos o porqu de tal comportamento Na grande maioria dos casos essas pessoas desconhecem a condi o de soropositividade da mulher e levam em considera o o dever de m e amamentar o a filho a Segundo Moreno Rea e Felipe 2006 devido import ncia da amamenta o em nossa sociedade comum uma mulher ser questionada o porqu de n o estar amamentando 201 No entanto devido a sua condi o de soropositiva a cobran a social as coloca em situa es constrangedoras e elas criam desculpas socialmente aceitas para justificar a n o amamenta o Tal como no estudo de Moreno Rea e Felipe 2006 as mulheres deste estudo foram obrigadas a criar est rias para justificar socialmente a n o amamenta o para n o sofrerem o preconceito de serem soropositivas conforme demonstrado no discurso abaixo E eu fico triste s vezes porque minha m e chega e fala fica falando amamente seu filho menina Que n o sei o que Eu n o falei ainda n o que soropositiva Minha irm que sabe Eu fico triste mas fazer o que Quando minha m e perguntou porque eu n o estou amamentando eu disse pra ela que o leite secou e eu n o vou amamentar ele e eu n o quero a ela disse que est muito triste Que o primeiro neto dela a ela falou que ta muit
245. faz se necess rio e refletir sobre as campanhas educativas sobre o aleitamento materno que s o veiculadas no sistema de comunica o de massa com intuito de implementar a es que contemplem as mulheres soropositivas para os v rus e elaborar campanhas educativas sobre HIV aids abordando todas as formas de transmiss o e preven o para este v rus e implantar pol ticas p blicas para as portadoras do HTLV especialmente para as mulheres que vivenciam a soropositividade e n o amamenta o e investir em campanhas educativas para divulga o de informa es sobre o HTLV em todo pa s especialmente nos estados onde h maior preval ncia e incid ncia como a Bahia 215 e implementar pol ticas p blicas abrangendo n o apenas a rea da sa de mas tamb m da educa o trabalho cultura e lazer e realizar medidas de preven o e controle da transmiss o vertical com detec o precoce da soropositividade das mulheres por meio de exames sorol gicos n o somente no pr natal mas nos servi os de planejamento familiar e tornar obrigat rio a sorologia para o virus HTLV nos servi os de pr natal de todo pa s e investir em servi os de aconselhamento e suporte socioeducacional s mulheres soropositivas n o somente fornecendo o leite mas ajudando as ressignificar a amamenta o e n o amamenta o orientando as na alimenta o adequada a ser oferecida ao a seu sua filho a e acima de tudo n o culpabilizar a mu
246. filho Figura 13 Representa o figurativa de um beb chorando Eu desenhei um beb chorando porque n o foi amamentado Porque ele deve sentir assim triste n o pode dizer nada mas que sente sente sente a tristeza por n o poder ter sido amamentado Pela m e e pelo filho tamb m n o Os dois devem sentir muito Eu mesma quando eu deixei de amamentar meu filho foi porque ele realmente rejeitou eu fiquei praticamente quase um dia para poder ele n o comer nada n o dei mingau n o dei nada suco n o dei nada para poder ver se ele voltava a amamentar a mamar e ele n o voltou a mamar ent o isso me entristeceu muito Ent o isso a crian a triste por n o receber o leite que muito importante para a sa de para intelig ncia educa o e tudo isso um todo Eu penso que o leite materno contaminado que um leite ruim n o Que melhor que ele seja amamentado por outro leite que seja bom n o Do que ele receber este leite que est contaminado porque sen o futuramente ele pode nem chegar a este futuro isso GESTANTE SN 5 31 anos amamentou o primeiro filho durante 4 meses A rela o m e soropositiva leite materno contaminado e filho encerrada na representa o da figura modelada do beb morto O leite aparece como significado de vida em 134 todas as representa es mas uma vez contaminado torna se agente de expropria o da vida do beb Figura 14 Representa o figurati
247. filhos Gr fico 4 Condi o de amamenta o em rela o ao n mero total de filhos das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 111 Entre as mulheres soronegativas e soropositivas para os virus HIV e HTLV 140 amamentaram os as filhos as Entretanto 42 SP HIV e 16 SP HTLV n o amamentaram os filhos ap s a descoberta da soropositividade Vale destacar que as mulheres infectadas pelos v rus que referiram ter amamentado todos os seus suas filhos as o fizeram antes da soropositividade ou da possibilidade de conhec la 6 2 T CNICA DE ASSOCIA O LIVRE DE PALAVRAS Dado a natureza projetiva desta t cnica durante sua aplica o foi considerado importante observar a forma como as mulheres reagiram estimula o provocada Ao utilizar os est mulos leite materno e amamenta o pode se perceber que os olhos das mulheres brilhavam elas sorriam demonstrando envolvimento emocional satisfat rio diante da palavra utilizada Em seguida ao pronunciar o est mulo n o amamenta o as mulheres se expressavam de maneira mais exaltada muitas delas verbalizando palavras que determinavam que tal fato n o poderia acontecer especialmente as mulheres soronegativas ou somente poderia acontecer em casos espec ficos e particulares mulheres soropositivas para os v rus HIV e HTLV Seguindo se a aplica o do TALP quando verbalizados os est mulos HIV aids HTLV e cont gio do leite materno as express es das mulheres se m
248. fomentadoras para o pensar agir refletir cr tico reflexivo da pesquisadora em fase de explos o dos conhecimentos para partilhar com outros sujeitos coletivos os resultados do que emergiu das estrat gias de coleta de informa es utilizadas na ptica da constru o do conhecimento que me foi poss vel adquirir nesta caminhada de sujeito inquieto no mundo da investiga o a busca de melhor inserir me e contribuir mesmo que ainda timidamente para a evolu o da ci ncia nessa rea do saber As representa es constru das socialmente pelas mulheres informantes nesse estudo permitiu apreender o conhecimento de qu o a exist ncia dos v rus HIV e HTLV influencia na tomada de decis o da mulher em n o amamentar o a filho a devido ao cont gio do leite materno mesmo que a amamenta o tenha sido constru da como uma forma de afirma o da maternidade no seu processo de viver humano Por m neste momento o n o amamentar para elas passa a ser aceito como um ato de amor tamb m A configura o da m e maternidade ou seja dar o peito cria t o valorizado culturalmente em nosso meio traz a princ pio nessas mulheres um sentimento de perda da maternidade mas t o logo reconhece o leite como agente potencializador de cont gio a decis o da n o amamentar reverte se em cuidado prote o sobreviv ncia dignidade e respeito vida adjetivos que v o ao encontro do que essas mulheres denominaram como um ato de AMOR ao a seu
249. fos do autor que est o presentes ou que s o lembrados atrav s de um ind cio do objecto Continua o autor referindo que quase tudo pode ser objeto de atitudes uma vez que temos atitudes face a entidades abstractas ou concretas a entidades espec ficas ou gerais e a comportamentos ou a classe de comportamentos VALA 2006 p 190 As atitudes podem ser avaliadas mediante a utiliza o das t cnicas de medi o das atitudes a depender de suas formas de express o cognitivas afetivas e comportamentais Neste estudo n o inten o nos determos nas explica es da maneira como estas t cnicas s o aplicadas mas saber us las na compreens o das representa es que emergiram das evoca es das informantes Entretanto vale salientar que ao ser realizada a din mica interativa foram obervados medidos e avaliados os conhecimentos que as mulheres possu am sobre os v rus as doen as decorrentes deles e as atitudes e comportamentos diante do cont gio do leite materno pelo HIV e HTLV Os significados abstra dos dos discursos das informantes demonstraram a import ncia de suas atitudes em suas representa es sociais orientando condutas e comportamentos frente ao cont gio do leite materno As escolhas emergiram a partir do julgamento de valor que 169 atribuiam ao leite materno e ao leite contendo os virus Quando unanimemente escolheram o leite materno sadio elas justificavam suas escolhas a partir da aus nci
250. gnificativa foi evocada para este est mulo No que se refere ao est mulo aids para as mulheres soronegativas a mulher tem que se prevenir e prevenir a fam lia ter cuidado ter aten o usar camisinha e ter uma rela o segura e acima de tudo saber com quem se envolve n o contaminar outras pessoas inocentes Assim a preven o o melhor caminho para n o contrair a doen a Al m disso quando se tem aids preciso cuidar pois esta uma doen a que tem chance de se cuidar quando se toma rem dios Portanto preciso procurar o m dico e fazer exames Mas para grupo de mulheres soropositivas para o HIV a aids uma doen a permeada pelo preconceito que pior do que ser soropositiva Ela causa afastamento dos amigos desprezo e faz as pessoas soropositivas se considerarem inferiores s outras pessoas pois quando chegam em algum lugar s o discriminadas e sentem se como criminosas O preconceito vivenciado dentro dos lares nos servi os de sa de nos ambientes de circula o p blica Para as pessoas soropositivas para o v rus HIV torna se necess rio esconder a sua condi o de soropositividade pois a infec o por este v rus afasta as pessoas inclusive os amigos e at mesmo os familiares ainda mais quando j desenvolveu a aids 126 Para estas mulheres ter aids ruim pior que o v rus Pior ainda porque j vem com a doen a com o agravo uma peste um est gio decadente Para as mulheres
251. has O HTLV um virus que a gente tem e contamina o leite ent o um leite que n o presta contaminado e n o podemos dar para o menino para n o contaminar eles e temos que deixar secar MULHER SP HTLV 8 69 anos amamentou os 7 filhos em media 12 meses Figura 11 Representa o figurativa de um menino Eu modelei um menino uma crian a Mas porque eu desenhei uma crian a Porque quando o seio est contaminado o que que n o passa para a crian a A doen a E como esta crian a vai crescer Doente cheia de problemas e com muitas dificuldades de sobreviver Ent o o que eu passei isso ai porque eu tenho filho e n o quero nem pensar que meus filhos est o contaminados Como eu n o fiz eu tinha que fazer sorologia para o HIV ter feito o exame antes no pr natal se n o fosse a m dica que fizesse na hora antes de eu ter o nen quer dizer meu filho hoje estaria com o v rus Quando eu n o amamentei meu filho eu sofri demais Sofri demais demais Eu vendo ter leite e n o poder dar aos meus meninos porque eu acho t o lindo Eu acho t o lindo quando eu vejo uma m e amamentando seu filho Eu sei que se ela est amamentando porque ela est saud vel e o filho fica mais saud vel ainda porque o leite materno sa de para a crian a E eu fiquei muito abalada mas n o pelo problema que eu estava mas por n o poder amamentar meus filhos L na maternidade quando acabei de ter o nen eles me
252. hecer que a comprovada efici ncia das medidas de preven o transmiss o do HIV da m e para o filho tem sido insuficiente para impedir que mais de 90 dos casos de aids em menores de 13 anos tenha como causa a transmiss o vertical Com base nessa informa o o Minist rio da Sa de criou o Projeto Nascer com o objetivo de diminuir a transmiss o vertical do HIV a morbi mortalidade causada pela s filis cong nita e melhorar a qualidade da assist ncia perinatal BRASIL 2003 Apesar de ser inquestion vel a import ncia desse projeto na preven o da transmiss o vertical Pra a 2007 afirma ser comum nas maternidades encontrar mulheres em trabalho de parto que n o apresentam resultados do teste anti HIV ainda que tenham sido testadas no pr natal Al m disso destaca tamb m a ocorr ncia de mulheres que n o realizaram o pr natal ou que n o foram testadas indicando a necessidade de submeter a parturiente ao teste r pido como uma medida preventiva de valor na transmiss o vertical durante o trabalho de parto parto e amamenta o Assim a mulher que n o foi testada para o HIV aids no pr natal dever ser submetida ao teste r pido no per odo do parto e se confirmado sua soropositividade deve se realizar procedimentos para inibi o da lacta o no puerp rio com medidas mec nicas ou medicamentos e oferecimento de f rmula infantil para alimenta o do lactente conforme preconizado pelo Minist rio da Sa de BRASIL
253. ho que ia estar prejudicando ela eu acho que ia estar sentindo o mesmo sintoma que eu senti quando a senhora me mostrou esta mamadeira com HIV MULHER 26 SP HTLV 185 O que eu senti que se ele tomar este leite vai ficar com o virus vai ficar doente e a n o vai se desenvolver porque ele vai estar com o virus HTLV Eu senti porque eu sou adulto Eu peguei este v rus at hoje n o me conformo choro Vai fazer tr s anos que eu descobri e me sinto como se fosse pessoas piores MULHER 30 SP HTLV Eu pensei assim que dificil ter uma crian a com um problema desse Quando eu vi escrito HIV eu pensei essa doen a Na verdade na verdade ningu m quer ficar doente S que quando a gente descobre que est com algum problema a gente n o a mesma pessoa gente corre atr s luta aumenta a f em Deus procura uma religi o Mas a gente sempre continua achando que n o deveria ter aquilo porque n o uma coisa boa MULHER 25 SP HTLV No interior dessas falas percebe se que o descobrir da soropositividade foi vivenciado pelas informantes deste estudo como um momento de desespero e descontrole n o se sentindo a mesma pessoa e n o se conformando com o diagn stico recebido tornando se um momento conflituoso Elas acreditavam que n o deveriam ter uma doen a considerada como uma coisa ruim Tal fato nos remete ao estudo de Joffe 1995 no qual a aids foi considerada como estrangeira e doen a do outro pelos participantes de
254. ia amamentar seu filho Tristeza Medo Culpa Incerteza Outros 10 5 O leite das mulheres portadoras do v rus HTLV Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 0 2 3 4 5 01 Normal 02 Bom 03 Envenenado 04 Contaminado 05 Presta 06 Outros 10 6 Quando lhe perguntaram por que a senhora n o amamentava o que voc respondia N o quero N o posso N o tenho leite Meu leite secou Estou tomando rem dio Tenho pouco leite Outras respostas Quais 10 7 Como a senhora alimentou seu filho Deu para outra mulher amamentar Deu leite artificial Deu suco Deu mingau Deu leite de vaca Outros alimentos Quais 10 8 Recebeu ajuda para alimentar seu filho Sim N o Se sim De quem Por quanto tempo 10 9 A senhora recebeu acompanhamento m dico Sim N o Se sim De quem Onde 10 10 E seu filho recebeu acompanhamento m dico Sim N o Se sim De quem Onde 252 10 11 A senhora acha que com o passar do tempo a mulher que n o p de amamentar seu filho com seu leite porque ele estava contaminado pelo v rus HIV ou HTLV sente se Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 1 2 3 4 5 01 In til 02 Menos mulher
255. ia que pegava desde quando ela fazia o tratamento Acho que quando a gente passa por isso acontece e a pessoa procura orienta o s passa a conhecer sobre a doen a n Estudar sobre a doen a Ent o ela sabia mas nem por isso ela disse que n o ia amamentar Ela amamentou at grande Agora como eu morava neste lugar e depois fui embora n o sei se as crian as pegaram ou n o MULHER 15 SP HIV Em nossa cultura por ser a maternidade considerada como ideal materno imprimem nas mulheres a obrigatoriedade de amamentar os as filhos as No estudo de Brasil 2000 das 15 mulheres entrevistadas 3 delas optaram em amamentar o a filho a mesmo conhecendo o seu estado sorol gico alegando que alimentaram os as filhos as devido o fator econ mico e press o familiar para que aleitasse Desse modo faz se necess rio investir em um modelo assistencial que contemple um cuidado integral s mulheres soropositivas para que sejam informadas sobre a melhor alternativa diante da soropositividade e amamenta o 7 4 4 Subcategoria A obscuridade diante da janela da vida desafio do preconceito social As mulheres soropositivas para os v rus enfrentaram o dilema de terem que justificar socialmente a n o amamenta o Sofrem duplamente por n o estarem amamentando os filhos e pela condena o da soropositividade Elas sentem medo do estigma e discrimina o social levando as a esconder o seu estado sorol gico inclusive para a pr pria
256. iada ao HTLV I paraparesia esp tica tropical HAM TSP dermatite infecciosa associada ao HTLV I DIH dentre outras A ATL uma malignidade nos linf citos T positivos para o CD4 A sobreviv ncia m dia de 11 meses a partir do diagn stico A quimioterapia convencional n o eficaz e registram se reca das frequentes e de progress o r pida embora a sobreviv ncia prolongada tenha sido registrada A ATL pode afetar 2 a 4 de pessoas em regi es onde o HTLV I end mico e onde a infec o precoce na inf ncia comum Ocorre frequentemente entre pessoas dos 40 aos 60 anos de idade sugerindo um per odo de lat ncia de algumas d cadas para o desenvolvimento da doen a FERNANDES SILVA 2003 Ap s a infec o com o HTLV I o per odo de lat ncia muito longo cerca de 50 anos indicando que at o desenvolvimento da ATL s o necess rios m ltiplos passos Durante o per odo de lat ncia acumulam se muta es gen ticas nas c lulas infectadas Entretanto a doen a se desenvolve em apenas 2 a 4 dos indiv duos infectados com HTLV I BANGHAM et al 2003 BRASIL 2006 Quanto HAM TSP caracterizada pela fraqueza progressiva dos membros inferiores perturba es sensoriais e incontin ncia urin ria Os sinais e sintomas s o progressivos os nervos cranianos n o s o envolvidos e a fun o cognitiva n o afetada A HAM TSP desenvolve se em menos de 1 das pessoas com HTLV I afetando mais mulheres do que homens
257. idade em que as pessoas se encontram conceito este vastamente utilizado nos dias atuais A vulnerabilidade vista como conjunto de fatores de natureza biol gica epidemiol gica social e cultural cuja intera o amplia ou reduz o risco ou a prote o de um grupo populacional frente a uma determinada doen a condi o ou dano BRASIL 2005 p 47 Quando se fala em vulnerabilidade est se identificando as situa es em que as pessoas correm maior ou menor risco de se exporem a determinadas doen as ao mesmo tempo em que se procura fornecer informa es de forma que as pessoas percebam se tem maior ou menor risco de se infectar A falta de acesso s a es e servi os de sa de e educa o s o fatores que ampliam a vulnerabilidade Outros fatores como idade g nero condi es de vida escolaridade acesso aos meios de informa es entre outros tamb m est o entre aqueles que t m influ ncia tanto no comportamento quanto na vulnerabilidade BRASIL 2005 No final da d cada de 80 do s culo XX a frequ ncia do n mero de casos de aids entre as mulheres aumentou de maneira consider vel quando a transmiss o heterossexual passou a ser a principal via De 1980 at junho de 2008 foram identificados 333 485 casos de aids no sexo masculino e 172 995 no sexo feminino observando se que a raz o de sexo M F passou de 15 1 1 em 1986 para 1 5 1 em 2006 BOLETIM EPIDEMIOL GICO 2008 Pra a 2007 relata que ao longo de dua
258. ido que contra indicam a amamenta o dentre elas a soropositividade de mulheres para os v rus HIV e HTLV Trata se de uma pesquisa quanti qualitativa fundamentada na Teoria das Representa es Sociais que teve como objetivos apreender os significados e sentidos expressos nas representa es sociais de mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV referentes ao cont gio do leite materno analisar o conte do das representa es sociais de mulheres soronegativas e soropositivas sobre o cont gio do leite materno e suas implica es na impossibilidade de amamenta o de seus filhos e identificar atitudes e comportamentos expressos pelas mulheres frente ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV quando expostas a uma situa o hipot tica Foi realizada na cidade de Salvador BA Brasil em Centros de Refer ncias para IST aids e HTLV e numa Unidade de Pr natal da Rede B sica de Aten o Sa de tendo como informantes 198 mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV Como estrat gia de coleta de informa es foi utilizado um survey descritivo t cnicas projetivas e uma din mica interativa As informa es advindas do TALP foram processadas estatisticamente pelo software Tri Deux Mots e submetidas An lise Fatorial de Correspond ncia AFC as advindas do survey foram analisadas por meio da an lise de conte do tem tica quest es abertas e pelo Programa SPSS Statistical Package for the
259. ids as diferen as por grupo e conte do se diferenciam Existe quase que uma certeza absoluta nos tr s grupos no que se refere transmiss o via contato sexual contamina o sangu nea e transfus o o que n o ocorre em rela o transmiss o vertical conforme quadro 4 SN HIV HTLV CONTATO SEXUAL 95 8 87 5 91 7 SANGUE CONTAMINADO 91 7 100 0 95 8 TRANSFUS O 91 7 91 7 95 8 Quadro 4 Conhecimento de mulheres segundo condi o sorol gica sobre a transmiss o sexual e sangu nea do v rus HIV Salvador Bahia 2009 154 Poderiamos afirmar que existe um consenso entre todos os grupos relativo s tr s formas de transmiss o acima destacadas No entanto a difus o e propaga o como formas de veicula o da informa o atinge diferentemente os grupos que constroem representa es espec ficas relativas a outras formas de transmiss o como se encontra configurado no quadro 5 SN HIV HTLV CONCORDA D VIDA CONCORDA D VIDA CONCORDA D VIDA TOTALMENTE TOTALMENTE TOTALMENTE SEXO ORAL 75 0 20 8 70 8 25 0 75 0 20 8 TRANSMISS O 62 5 16 7 50 0 292 87 5 E M E FILHO LEITE 54 2 33 0 87 5 100 MATERNO Quadro 5 Conhecimento de mulheres segundo condi o sorol gica sobre a transmiss o sexual e vertical do v rus HIV Salvador Bahia 2009 As representa es sobre transmiss o m e filho sexo oral e leite materno n o s o
260. idscongress net congressophp gt Acesso em 10 Jun 2007 SILVA A A M Amamenta o fardo ou desejo Estudo hist rico social dos saberes e pr ticas sobre aleitamento materno na sociedade brasileira Ribeir o Preto 1990 320p Disserta o Mestrado Faculdade de Medicina de Ribeir o Preto Universidade de S o Paulo SILVA I A Significados atribu dos abstin ncia de amamenta o por mulheres HIV positivas Rev Maring v 4 n 1 p 13 24 jan abril 2005 SILVA L W S A din mica das rela es da fam lia com o membro portador de diabetes Mellitus tipo 2 Tese Doutorado Florian polis SC UFSC PEN 2007 SIMONS D A Alimentos Complementares ao Desmame quais quando e como Introduzi los In REGO J D org Aleitamento Materno S o Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Atheneu 2000 227 SOUZA E Etal A constru o social da amamenta o por mulheres e sua rela o com a soropositividade para o HIV aids Relat rio preliminar do Programa de Bolsas de Inicia o Cientifica PIBIC Salvador BA 2007 SUCCI R C M Doen as maternas e aleitamento natural In REGO J D Aleitamento Materno S o Paulo Atheneu 2000 SONTAG S Doen a como met fora AIDS e suas met foras S o Paulo Companhia das Letras 2007 TEIXEIRA M A Meu neto precisa mamar E agora Construindo um cotidiano de cuidado junto a mulheres av s e sua fam lia em processo de amamenta o um modelo de cuidar em
261. ig ncia educa o e tudo GESTANTE 5 SN O choro do rec m nascido foi sinalizado pelas mulheres como decorrente da tristeza que sentiram ao n o serem alimentados com o leite materno e deixaram de receber o alimento essencial para sua sa de Algumas mulheres soropositivas declaram ter experimentado o sofrimento e frustra o diante da n o amamenta o Quando eu n o amamentei meu filho eu sofri demais viu Sofri demais demais Eu vendo ter leite e n o poder dar aos meus meninos Porque eu acho t o lindo eu acho t o lindo quando eu vejo uma m e amamentando seu filho Eu sei que se ela est amamentando porque ela est saud vel e o filho fica mais saud vel ainda porque o leite materno sa de pra a crian a E eu fiquei muito abalada mas n o pelo problema que eu tava mas por n o poder amamentar meus filhos MULHER 9 SP HIV N o amamentar uma frustra o a gente sabe que no fundo fica faltando um pedacinho como se voc tivesse deixado de dar alguma coisa pra ele Fora que tem todo o la o de afetividade Aquele momento ali um momento nico M E 8 SP HIV E comum uma pessoa expressar des nimo e frustra o em rela o a algu m ou algo que tinha valor para ela A amamenta o valorizada socialmente tal valor foi internalizado pelas mulheres como intr nseca do ser mulher m e Desse modo diante da impossibilidade da amamenta o se torna comum as mulheres desenvolverem sentimentos dor sofriment
262. iga me cinco palavras que vem a sua mente quando eu lhe digo AMAMENTA O 1 2 3 4 5 3 Diga me cinco palavras que vem a sua mente quando eu lhe digo N O AMAMENTA O 1 2 3 4 5 4 Diga me cinco palavras que vem a sua mente quando eu lhe digo HIV 1 2 3 4 5 5 Diga me cinco palavras que vem a sua mente quando eu lhe digo AIDS 1 2 3 4 5 6 Diga me cinco palavras que vem a sua mente quando eu lhe digo HTLV 1 2 3 4 5 7 Diga me cinco palavras que vem a sua mente quando eu lhe digo CONT GIO DO LEITE MATERNO 1 2 3 4 5 234 AP NDICE D ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM MULHERES SORONEGATIVAS MULHERES SORONEGATIVAS 1 Fale para mim os motivos de voc ter escolhido esta mamadeira 2 O que significa este leite materno contaminado 3 O que voc sentiu quando encontrou as mamadeiras com os r tulos e a boneca Ou o que voc sentiu quando me viu colocando a boneca e as mamadeiras com r tulos na mesa 4 Informa es S cio demogr ficas Nome fict cio Idade Estado civil Escolaridade Profiss o Ra a Religi o Renda familiar Condi o de soropositividade 5 Informa es comportamentais Idade coitarca N parceiros sexuais Rela o anal Uso preservativo Trans Sangue IST Uso de drogas injeit veis 6 Informa es sobre a vida reprodutiva Gravidez Abortos Partos N de filhos 7 Informa es sobre am
263. ignificados do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV expressos nas representa es sociais de mulheres 67 soropositivas e soronegativas foi possivel restaurar a consci ncia coletiva e individual das mulheres e lhe dar forma explicando o objeto de tal modo que eles se tornaram acess veis uma vez que foram extra das do universo consensual destas mulheres A TRS foi elaborada por Serge Moscovici em 1961 atrav s de sua obra seminal La psychanalyse son image et son public trazendo tona o interesse pelos fen menos coletivos especificamente pelas regras que regem o pensamento social tendo como essencial o estudo do pensamento ing nuo do senso comum ABRIC 1998 S 2002 Ela foi desenvolvida no campo das Ci ncias Sociais mais especificamente na Psicologia Social sendo definida como uma modalidade de conhecimento particular que tem por fun o a elabora o de comportamentos e a comunica o entre indiv duos MOSCOVICI 1978 p 26 Moscovici desenvolveu sua teoria apoiando se nos fundadores das Ci ncias Sociais na Fran a especialmente em Durkheim que trabalhou o conceito de representa es coletivas Ele resgata este conceito tomando o como ponto de partida e substitui o por representa es sociais Segundo Moscovici 2003 p 46 as representa es coletivas abrangiam uma cadeia completa de formas intelectuais que inclu am ci ncia religi o mito modalidades de tempo e espa o entre outras
264. imos meses de gesta o e 7 a 22 por meio do aleitamento materno BRASIL 2003 BOLETIM EPIDEMIOL GICO 2008 No entanto foi em 1996 que a infec o aumentou entre as mulheres feminiza o se dirigiu para os munic pios do interior dos estados brasileiros interioriza o e aumentou 31 significativamente na popula o de baixa escolaridade e renda pauperiza o aumentando portanto o risco de transmiss o vertical da m e para o filho a Essa transi o epidemiol gica se deu em decorr ncia da heterossexualiza o gerando o processo de feminiza o da epidemia como um reflexo do comportamento social e sexual da popula o associado aos aspectos de vulnerabilidade biol gica e de g nero o que facilita a dissemina o do virus em mulheres A vulnerabilidade definida como um conjunto de fatores de natureza biol gica epidemiol gica social e cultural cuja intera o amplia ou reduz o risco ou a prote o de um grupo populacional frente a uma determinada doen a condi o ou dano BRASIL 2005 p 47 E na transmiss o heterossexual a mulher atingida em plena fase reprodutiva uma vez que segundo o Boletim Epidemiol gico 2008 as faixas et rias que concentram maiores percentuais em mulheres s o as de 20 a 29 anos No Brasil de 2000 a junho de 2008 foram notificados 41 777 casos de gestantes soropositivas para o HIV destes 1 141 foram na Bahia BOLETIM EPIDEMIOL GICO 2008 Com rela o a
265. indrs sofris sprec4 tcons6 temqa3 transs C LSES brst vidal vidac5 virus vorga7 famo fcar fco3 fexa fin2 fite fprl gest hiv5 hor2 ihtl imun inju ins3 inte ladi malt mcol med3 mort mor4 nama nana nao3 nao natl ncu2 nexp nmel nor2 nsab nse3 ntrl opca para per3 per7 pinu posl pral pre2 pre6 rel0 rel4 re18 pro3 purl rejl res2 rigl rui3 sama saud seam sei6 semi sind sofl spre tcon temq tral tris tri4 vida vid4 vir2 vor2 w N BORN OMURNRNORHRNUVMMURNREBWONMENDMEGWUHNOEM ER MRRRURRRRN RE OO NHH HRIHIO N OH famor4 fcomp3 fconta3 fexam6 finfo6 forca4 frape6 gratil hiv6 horri6 imatu3 incap3 insat3 inseg5 irres3 lesal2 maltr3 medic3 medo6 morte4 munav2 nama2 naogol naopa nageol nbich3 ndoen6 nfexa4 nmedo6 norma6 nsei4 ntenhs obsta4 orgul2 perda perig6 pessol piors posub7 prazer2 precors preju6 preocs preve4 probl3 prontl qugsel remos4 respo4 ruim2 ruim samig2 saudel secle3 seiol serio4 sinfo4 sofri6 ssint6 tcura4 tenho4 trans trist4 vence2 vida2 vipar vital vulcas fami fcom fco4 fex1 fin3 forc frap grat hivl hor3 imat inca insa ins4 irre lesa mali medi med4 mori muna nami naog nao4 naqe nbic ndoe nfex nme2 nor3 nsei nten obst orgu perd per4 pess pior pos2 pra2 pre3 pre7 rell re15 prob pro4 quqs remo res3 ruim rui4 saml saul secl seil seri sin
266. ir escolher se mostrou nas nuances de suas subcategorias A representa o constru da pelas informantes nesta categoria retratou o processo de imbricamento que revelou a potencialidade de a o dos v rus frente ao amamentar ou n o amamentar A t nue linha entre as tr s subcategorias que emergiram desta dimens o chama a aten o para o pensar agir das participantes deste estudo de modo a refletir a pr xis cuidativa em sa de e nos programas de sa de e a veicula o da informa o pelo meio comunicacional existente e de alcance a diversas classes sociais e aos diversos sujeitos sociais em suas multivariadas culturas e posi es em suas rela es sociais Nesse sentido tais representa es s o constitu das na teia das informa es e cren as adquiridas pelas informantes as quais se manifestaram a partir das opini es elaboradas na sua rede cognitiva como elementos em conjuntos configurando assim os valores que expressaram diante dos v rus e da vida do seu filho Assim segundo Abric 1998 este processo constitui seu sistema s ciocognitivo neste caso da amamenta o aspecto que n o pode ser desvalorizado pelo contr rio uma vez que se refere s representa es que est o ancoradas em si e que mostram o eu particular mas tamb m o eu sujeito social Essa categoria permitiu a abertura para compreender as m ltiplas maneiras que as informantes deste estudo adquiriram ao viver com a soropositividade as quais s o descrita
267. is de sa de aconselh las e ap ia las para a tomada de decis o e aos governos apoiarem estes profissionais e estas mulheres que precisam estar cientes do risco de contamina o para seus filhos A constru o social da infec o pelos v rus HIV e HTLV demonstra claramente que a abordagem ou valoriza o dada a esses v rus tem sido de forma diferenciada apesar de possu rem o mesmo modo de transmiss o e serem consideradas infec es graves que levam os indiv duos a desenvolverem s rias doen as que ainda hoje n o t m cura 58 Com rela o infec o do HIV poss vel constatar que existe uma produ o de conhecimento ampla que vem contemplando aspectos cl nicos epidemiol gicos bioqu micos imunol gicos pol ticos econ micos e sociais No entanto com rela o ao HTLV apesar de sua gravidade ainda pouco se fala apesar de existirem alguns pesquisadores que v m desenvolvendo estudos referentes a esta infec o retratando os dados epidemiol gicos de diagn stico e tratamento de pessoas que j desenvolveram as doen as No que diz respeito preven o pouco se tem abordado e discutido especialmente sobre o impacto da infec o durante o processo de amamenta o Existem v rios estudos sobre a transmiss o vertical dos v rus HIV e HTLV No entanto ainda prevalecem os estudos com abordagens quantitativas e biologicistas privilegiando mais os aspectos referentes patog nese da infec o e os epidemiol
268. is e educacionais Dessa forma percebi que nesse processo de constru o desconstru o reconstru o de significados preciso levar em considera o a mulher que amamenta ela precisa decidir se 24 quer ou n o amamentar se quer ou n o ajuda para amamentar com sucesso e se porventura n o desejar amamentar que seja entendida e n o culpabilizada Cabe portanto ao profissional de sa de ajud la a tomar uma decis o de forma consciente e assim apoiar a forma que ela escolher para alimentar seu filho Ao tangenciar o olhar para a import ncia da mulher no processo de amamenta o deparei me com a influ ncia das quest es de g nero que permeiam este processo surgindo assim mais uma inquieta o na minha vida profissional como enfermeira pesquisadora o que garantiu o meu ingresso no Curso de Doutorado em Enfermagem do Programa de P s Gradua o em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia EEUFBA medida que cursava as disciplinas assistia s defesas de projetos e de disserta es lia sobre a tem tica e discutia com colegas e com a orientadora sobre o tema a ser pesquisado Assim novas inquieta es foram surgindo entretanto uma dentre elas me chamou a aten o a n o amamenta o devido ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV Surge assim um novo horizonte a ser visualizado pesquisado e discutido o qual emergiu das discuss es relacionadas transmiss o verti
269. ite e qual o verdadeiro leite que a gente pode dar ao filho M E 11 SP HIV A necessidade de saber sobre os v rus e como alimentar o filho com outro alimento que n o o leite materno demonstrada a partir dos discursos das mulheres denota preocupa o com o saber cuidar da crian a a partir de outras alternativas alimentares de modo que pudessem adquirir novos conhecimentos que as possibilitassem cuidar bem de seus filhos e nutr los e para tanto fazia se necess rio a aquisi o de novos saberes os quais n o eram disponibilizados emergindo assim uma multiplicidade de d vidas e insatisfa es diante de como fazer e saber cuidar dum ser t o delicado de total depend ncia de cuidados a serem dispensados em primeira inst ncia por elas m es A Constitui o da Rep blica Federativa do Brasil de 1988 estabelece em seu Art 227 os Direitos da Crian a no Brasil concretizado por meio do Estatuto da Crian a e do Adolescente Nesse documento no livro 1 Art 4 estabelece que dever da fam lia da comunidade da sociedade em geral e do poder p blico assegurar com absoluta prioridade a efetiva o dos direitos referentes vida sa de alimenta o educa o ao esporte ao lazer profissionaliza o cultura dignidade ao respeito liberdade e conviv ncia familiar e comunit ria e estabelece no cap tulo I Do Direito vida e sa de no Art 7 que a crian a e o adolescente tem direito prote
270. itir os v rus para seus suas filhos as 25 Segundo Lamonier Moulin e Xavier 2004 as doen as envolvendo tanto a m e quanto o rec m nascido podem constituir obst culos para a amamenta o sendo necess ria uma avalia o criteriosa por parte do profissional de sa de para orientar adequadamente a viabilidade ou n o do aleitamento materno A decis o pela suspens o tempor ria ou definitiva da amamenta o vai depender do tipo de infec o apresentada pela nutriz e de quando os sintomas da doen a come aram a surgir H casos em que a nutriz ao apresentar os sintomas j exp s seu filho ao agente patog nico sendo orientada manuten o do aleitamento materno No entanto existem determinadas situa es em que a suspens o da amamenta o uma necessidade imperiosa pois mesmo o leite materno contendo anticorpos c lulas nucleares e outros fatores de prote o part culas infecciosas da m e podem ser transferidas para o lactente LAMONIER MOULIN XAVIER 2004 Dentre as possibilidades de cont gio por doen as atrav s do leite materno tem destaque as causadas pelos retrovirus denominados de v rus da imunodefici ncia humana HIV respons veis pelo desenvolvimento da s ndrome da imunodefici ncia adquirida AIDS em seres humanos e pelos v rus T linfotr pico humano tipo I HTLV I que pode levar as pessoas a desenvolverem doen as como a leucemia linfoma de c lulas T do adulto ATL e um quadro neurol gico
271. itune 2005 os referentes a ser mulher e m e HIV positiva Pereira e Chaves 1999 Paiva 2000 Hebling 2006 e o cuidado profissional a mulheres soropositivas e a n o amamenta o Coelho 2008 Essas pesquisas demonstraram a necessidade e import ncia de se tecer um olhar para a subjetividade das mulheres que enfrentam a impossibilidade de amamentar seus suas filhos as por serem portadoras de v rus que causam s rios danos ao organismo dos seres 59 humanos S o doen as que apesar de a busca de controle sobre elas ainda n o se tem cura acarretando nos indiv duos s rios problemas de sa de quando do desenvolvimento de doen as graves como a aids a leucemia de c lulas T e a paraparesia esp stica dentre outras Com rela o s tem ticas abordadas nos estudos quantitativos foram encontrados estudos epidemiol gicos e estudos avaliativos de programas de preven o e medidas de controle o que demonstra a necessidade de se conhecer os mecanismos de transmiss o e preval ncia dos v rus especialmente o HTLV Estes estudos s o de extrema necessidade para a implanta o e implementa o de medidas preventivas e de controle Com rela o ao cont gio do leite materno por estes v rus apenas o estudo de Santos 2004 aborda o significado que as mulheres atribuem a tal fato Assim para os sujeitos deste estudo quando a mulher soropositiva e se encontra em processo de amamenta o elas veem o leite materno como sendo
272. ivas ao serem expostas encena o escolheram a mamadeira com LM HTLV por desconhecerem o v rus ou quando uma mulher soropositiva para o HIV escolheu a mamadeira com LM HIV por desconhecer o HTLV mas acreditando que quando a mulher apenas soropositiva para o HIV pode amamentar o a filho a Para as mulheres que det m algum conhecimento sobre os v rus a escolha do leite a ser oferecido foi balizada pelos significados atribu dos ao leite materno os quais se centraram nos atributos valorativos positivos enquanto o leite materno contaminado pelos v rus foi rejeitado pelos atributos valorativos negativos Desse modo amamentar e n o amamentar torna se um desafio para as mulheres que se veem encurraladas entre o desejo de amamentar e o desejo de manter a sa de do filho A terceira categoria Multiversas maneiras de viver a vida sendo soropositiva denotou as m ltiplas maneiras que as mulheres soropositivas encontraram para viver o cotidiano sendo soropositivas seja de forma consciente ou driblando o inconsciente como estrat gia de enfrentamento diante da soropositividade a partir das representa es sociais que elas possuem sobre os v rus A quarta categoria 4 dificil decis o de n o amamentar conflitos valorativos retratou como o processo de n o amamenta o devido ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV foi considerado dificil triste e rduo pelas mulheres soropositivas para estes v rus uma vez que elas vi
273. izadas como m es por serem 62 portadoras do v rus HIV MORENO REA FELIPE 2006 especialmente quando precisam inventar desculpas para o fato de n o estarem amamentando Ara jo 1992 desenvolveu um estudo no qual constatou que a mulher que amamenta vive uma contradi o entre o querer e o poder amamentar apesar de reconhecerem a import ncia do leite materno Identificou ainda a exist ncia de uma constru o social influenciada pela m dia tanto para a m e como para o a filho a e neste contexto as mulheres sentem se perdidas demonstrando claramente que esses fatores podem determinar suas representa es No entanto pensam de forma diferente quando podem amamentar mas n o querem e quando querem amamentar mas n o podem como no caso das soropositivas para os v rus Ao estudar os sentimentos expressos pela amamenta o Dias 1997 identificou que as nutrizes experimentaram sentimentos positivos e negativos referentes amamenta o Dentre os positivos as mulheres referiram sentirem se timas renovadas com vontade de viver protetoras e provedoras de alimentos para seus suas filhos as sendo que isso lhes dava a certeza de continuidade de suas vidas ao mesmo tempo em que se sentiam compromissadas com a sa de de seus filhos Quanto aos aspectos negativos foram descritos pelas mulheres frustra o culpa medo de ter pouco leite entre outros Por m os sentimentos positivos superam os negativos o que contribuiu
274. l sof2 ssin tEcur tenh tra2 Erid venc vidi vipa vita vulc w HH O1 Ne AVHQHHAQHHHGSANHHNHSHHHHANOQOHHHANHSHQREHAHAWOSHHANHHNIOHAQWQHHO HHHNJNHANHQHHHHHOSO HH famors fcons3 fespe4 finfo3 finfo7 fortal fratel harmol horri3 horri7 imporl incen4 insat4 inseg6 irres4 luta4 maser6 medo3 medo mortes nadag3 nama3 naogo2 naogal nasmr 5 ncura4 nega ngosi4 normal npands5 nseis ntenh6 odio3 pacie2 perig3 perig7 phive pior6 povnd5 preco4 preju3 preju7 preoc6 preves probl4 provas raiva6 respe4 revol4 ruim3 sablis sangul saude2 segurl seio2 sesol2 snapsl sofri super4 tcura6 tenhos trans ErISt vepodl vida4 virus4 vorgal fam2 fcol fesp finf fin4 forl fral harm horr hor4 impo incl insl ins5 L EL luta mase medi med5 mor2 nada nam2 naol naos nasm ncur nega ngos norm npan nsel ntel odio paci perl pers phiv piol povn prec pre4 pres re12 rel6 prol pros raiv resp revo ruil sabl sang sau2 segu sei2 seso snap sof3 supe tcul tenl tra3 tri2 vepo vid2 viru vorg H Ha ARSHAWUNHHHO HHHSSHAQHHHHANQOBOHRNHONHHANHAQHQGHHANQHSBNHHHQONHHOS EB NHHANNHHO m H w 255 256 Nombre de mots entr s 2206 Nombre de mots diff rents 419 Impression des tris plat Question 015 Position 15 Code max 3 Tot d 2 3 2206 745 725 736 100 33 8 32 9 33 4 Question 016 Position 16 Code max 2 Tot al 2 2206 1633
275. la diarreia e pela desnutri o de seus suas filhos as JAVORSKI 2006 Apesar da import ncia do aleitamento materno para a sa de da mulher e da crian a e das vantagens que este ato proporciona para a fam lia para a comunidade para a sociedade e para o planeta n o podemos nos esquecer de contemplar as especificidades da mulher tais como as condi es de vida de trabalho e a estrutura familiar 46 Em rela o s condi es de vida um fato social marca a d cada de 80 do s culo passado e envolve n o somente os condicionantes biol gicos mas sobretudo o social o cultural o econ mico e o espiritual a chamada pandemia do HIV aids que mobilizou a popula o os as pesquisadores ras estudiosos e governos do mundo inteiro SANTOS 2004 uma vez que esta infec o por ser transmitida via vertical traz consigo a orienta o quanto n o amamenta o Situa o diferente se deu com o v rus HTLV que embora descoberto antes do virus HIV continua circunscrito aos laborat rios de pesquisa e aos centros de tratamento e ausentes do imagin rio popular e por ser transmitido via vertical tamb m impossibilita a mulher de amamentar Assim os pesquisadores formuladores de pol tica de sa de e autoridades sanit rias mundiais tem demonstrado preocupa o com a pandemia da infec o do HIV aids e sua rela o com a amamenta o devido transmiss o vertical da m e para a crian a SANTOS 2004 Entretanto
276. leite Eu disse a elas eu preferia pegar uma farinha fazer uma papazinha e dar do que pegar o leite sabendo que o leite est contaminado contaminando a crian a tamb m Ningu m morre de fome logo um beb que a gente pode dar uma coisa e outra e pode enganar at dormir pra passar o tempo M E 3 SP HIV O Minist rio da Sa de baseado no protocolo ACTG 076 implementou medidas de preven o da transmiss o vertical da infec o pelo HIV aids dentre elas a supress o da amamenta o Para tanto oferece o leite artificial para as m es alimentarem seus filhos durante os primeiros meses de vida Entretanto vale salientar que tal medida est institu da apenas para as mulheres soropositivas para o HIV uma vez que n o existe pol tica p blica para as mulheres soropositivas para o v rus HTLV Para as mulheres soropositivas os v rus foram considerados como uma barreira que impede a mulher de ter um momento especial e de ser m e por inteira entretanto mesmo tendo vontade de amamentar melhor n o faz lo porque o leite contaminado com o v rus pode matar o filho evidenciado nos discursos das mulheres e materializado na modelagem de uma barreira Figura 26 criada por uma das mulheres SP HTLV As campanhas educativas sobre a amamenta o t m centrado o papel do aleitamento materno como desej vel e ideal para manuten o da sa de das crian as atribuindo mulher a responsabilidade de promov la Segundo Nakano 2003 em
277. lher por sua contamina o e pela contamina o do leite materno e implantar e implementar a es de aconselhamento para as IST AIDS e para o HTLV em todos os munic pios do pa s bem como servi os psicol gicos para suporte emocional s portadoras dos v rus e implementar a es de aconselhamento em alimenta o infantil conforme recomendado pelo Minist rio da Sa de e n o centralizar o cuidado aos procedimentos cl nicos mec ncios e farmacol gicos de inibi o da lacta o mas olhar a mulher em sua subjetividade e como um ser que requer cuidados psicossociais e capacitar recursos humanos para realizar o aconselhamento em HIV HTLV e alimenta o infantil no que concerne a crian as filhas de mulheres soropositivas para atendimento s mulheres que n o podem amamentar seus filhos e incentivar metodologias cuidativas que minimizem o preconceito a discrimina o e estigmatiza o das mulheres que n o amamentam seus suas filhos as em decorr ncia da soropositividade e utilizar a m dia escrita e falada na promo o de campanhas para minimizar o preconceito e a discrimina o s pessoas soropositivas para os v rus HIV e HTLV Apreender os significados do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV trouxe contribui es para refletir n o somente sobre as pol ticas p blicas de sa de existentes mas sobretudo as contribui es que o estudo trar para o ensino a pesquisa e a extens o especialmente para
278. lheres devido inexist ncia de campanhas educativas e de outros meios de informa o que possibilitem a constru o do saber sobre o virus HTLV A aus ncia de pol ticas p blicas de aten o s pessoas portadoras do v rus HTLV de veicula o de conte dos atrav s da m dia ou de profissionais de sa de pode favorecer a vulnerabilidade da popula o em geral em seus aspectos individuais sociais e program ticos Observa se portanto a aus ncia de representa o social relativa ao HTLV conforme pode ser constatado nos discursos desses dois grupos de mulheres que emergiram da din mica interativa Pelas informa es que eu tenho leite materno com HTLV tamb m n o recomendado s em ltimo caso mesmo quando a m e n o tem mesmo como n o dar leite materno para a crian a Eu n o sei o que HTLV quer dizer sei mas agora fugiu da mente GESTANTE 30 SN Agora eu n o entendo o significado desse a leite com HTLV Porque eu acho que este leite a como que se diz sadio MULHER 20 SP HIV As associa es quando existem s o imprecisas e gen ricas algumas difusamente relacionadas a outras doen as j o HIV eu sei que n o tem rem dio que n o tem vacina para isso e o outro HTLV j n o sei os tipos que causa se tem cura ou n o eu j n o sei GESTANTE 20 SN O HTLV n o aquela bact ria que d no tero que tem que fazer todo um tratamento especial que tipo um c ncer n o
279. lheres que constantemente vem se deparando com o fen meno da infec o pelos v rus HIV e HTLV consequentemente com o cont gio do leite materno e se veem impossibilitadas de amamentarem seus suas filhos as Assim busco num primeiro momento retratar a constru o social da amamenta o e em seguida a constru o social sobre o surgimento do HIV e HTLV bem como as consequ ncias provocadas por esses v rus tanto biol gico como sociocultural para os indiv duos tendo como base estudos que discutem e analisam a tem tica em foco 3 1 CONSTRU O SOCIAL DA AMAMENTA O Ao revisitar os fatos hist ricos que permeiam o processo de amamenta o ao longo dos anos percebem se as influ ncias de valores cren as tabus ideologias modismos e interesses o que tem possibilitado per odos de incentivo e desestimulo a essa pr tica criando uma constante incerteza na posi o a ser tomada pelas mulheres pelos profissionais de sa de e toda a sociedade demonstrando que o aleitamento materno em sua constru o social tem passado por transforma es atrav s dos tempos No Brasil a pr tica da amamenta o era vista como algo natural As ndias alimentavam seus suas filhos as por longos anos O desmame e a descren a no poder da amamenta o come ou a partir da incorpora o de um modelo de regime europeu onde o amor materno era ignorado o amamentar era algo indigno para uma dama da sociedade europ ia tarefa que era relegada
280. lheria nenhuma para dar ao nen porque est o contaminados e pode passar para a crian a M E 33 SP HTLV Mas os dois v o fazer mal a ele Eu n o ia escolher nenhuma Pelo menos eu n o amamentei a minha o m dico me orientou MULHER 22 SP HTLV Porque ele ia adoecer o beb MULHER 19 SP HTLV Porque os dois n o t m cura MULHER 20 SP HTLV Nessas falas pode se observar o emergir da teoria das representa es sociais quando nos coloca que as viv ncias cotidianas refletem as representa es que as pessoas constroem sobre as suas rela es sociais e afirmam se ancoradas no discurso socialmente elaborado Para essas mulheres soropositivas para o HTLV as representa es emergiram das manifesta es f sico corporais emocionais experienciadas com a viv ncia de serem portadoras dos v rus Moscovici 2003 refere se representa o como um sistema de classifica o e de denota o de aloca o de categorias e nomes onde cada objeto deve possuir um valor positivo ou negativo assumindo um lugar determinado numa escala hier rquica Neste sentido as mulheres que optaram por n o escolherem nenhum dos leites colocaram numa posi o superior hierarquicamente sa de dos as seus suas filhos as mantendo os n o portadores dos v rus O enunciado por Moscovici 2003 sobre valor positivo ou negativo tamb m apareceu fortemente neste estudo a exemplo do citado anteriormente para o qual as informantes atribuem valores positi
281. licitado que as mulheres dissessem 5 palavras que vinham a sua mente quando eu falava o est mulo 6 HTLV a maioria das mulheres soronegativas e soropositivas para o v rus HIV perguntavam o que isso Qual o significado disso Esses questionamentos foram verbalizados n o somente como uma demonstra o de desconhecimento do v rus mas e sobretudo como uma solicita o de informa o Tamb m na din mica interativa ao serem questionadas sobre o que sentiam diante da encena o algumas mulheres verbalizavam que gostariam de saber mais informa es sobre a tem tica especialmente as soronegativas J as soropositivas para os v rus HTLV e HIV demonstraram mais interesse em obter informa es sobre a alimenta o do beb uma vez que n o iriam poder aliment los com leite materno contaminado N o pensei assim saber mais algumas informa es al m do que eu j tenho saber mais algumas informa es dos v rus GESTANTE 30 SN Eu pensei que voc fosse explicar alguma coisa sobre isso aleitamento materno m e com HTLV porque n o pode amamentar Porque eu n o amamentei ela M E 16 SP HTLV 164 Eu pensei que voc ia explicar como dar de mamar para crian a como dar mamadeira ao beb das m es portadoras dos virus HIV e HTLV para ensinar amamentar M E 33 SP HTLV Pensei que fosse alguma pesquisa com minha filha eu entendi que era alguma coisa falando sobre o leite como voc pode adquirir o le
282. los v rus provoca um afastamento social Neste estudo esse afastamento aconteceu com as pessoas do conv vio familiar institucional e social acarretando dificuldades no enfrentamento da soropositividade Ser discriminado ser isolado da presen a daqueles que amamos sofrer uma morte social provocada por mais uma perda a perda afetiva dos amigos e familiares 188 A discrimina o surge tamb m a partir da autodiscrimina o associada ao isolamento social como uma maneira de lidar com a suposta discrimina o dos outros Muitas pessoas se isolam com medo de serem reconhecidas como desviantes e anormais se afastando do conv vio social para escaparem do julgamento moral da sociedade mas n o escapam do seu pr prio julgamento PEREIRA CHAVES 1999 As mulheres informantes deste estudo especialmente as soropositivas para o HTLV suportam toleram aguentam padecem sofrem e experimentam a dor f sica psicol gica e moral por serem portadoras dos v rus No entanto elas continuam em seu viver cotidiano buscando a cada dia estrat gias de enfrentamento seja consciencioso ou driblando o inconsciente na tentativa de assim viverem melhor mesmo sendo acometida pelos v rus que n o t m cura causam discrimina o preconceito isolamento social e uma morte social 7 3 2 Subcategoria Estrat gia de enfrentamento consciencioso e driblando o consciente Neste estudo o enfrentamento foi considerado como a forma encontrada pela
283. m deve amamentar dif cil n o poder amamentar leite materno dif cil n o poder amamentar amamenta o triste e dif cil n o poder amamentar n o amamenta o preconceito e pior aids contaminado e triste cont gio do leite materno Chama aten o o fato de que para o est mulo indutor 1 leite materno as mulheres soronegativas no eixo F1 e as mulheres soropositivas para o HTLV com idade de 40 e mais anos F1 n o evocaram nenhum palavra havendo no entanto signific ncia para as mulheres soropositivas para o HIV F2 e soronegativas F2 No que se refere ao est mulo 4 HIV nota se que as mulheres soropositivas para o HIV F2 n o evocaram nenhuma palavra 115 Quanto ao est mulo 7 cont gio do leite materno observa se que n o foram evocadas palavras significativas pelas mulheres soronegativas no eixo Fl No que se refere ao est mulo 6 HTLV v se que n o foram evocadas palavras significativas no eixo F2 para as mulheres soropositivas para o HIV nem para as mulheres soronegativas a O jogo de atra es e oposi es entre as mulheres soronegativas e soropositivas para o v rus HTLV com idade de 40 e mais anos Examinando a Figura 7 observa se que aparece em oposi o dois blocos de representa es configurados sobre o Fl No eixo esquerda F1 encontra se o campo sem ntico das representa es do cont gio do leite materno expressas no senso comum das mulheres soropositivas para o HTL
284. m algumas m es Eu mesma conhe o uma que pegou o virus do HIV engravidou e depois as crian as nasceram sem o virus e ela mesmo sabendo amamentou as crian as Ap s a realiza o da encena o proposta na din mica interativa foi realizada uma entrevista com perguntas fechadas com objetivo de fazer emergir das mulheres informantes o conhecimento sobre a amamenta o a n o amamenta o a soropositividade e os virus doen a e transmiss o vertical tais respostas ser o apresentadas na an lise e discuss o dos resultados 6 5 QUADRO DE CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS 149 QUADRO DE RELA O DE CATEGORIAS SUBTAGORIAS C DIGOS CATEGORIA C SUBCATEGORIA SC Reveses e vieses o RVV Conhecimento uma forma de preven o RVV des conhecimento como saberes versus fazeres PRE FPSF consequ ncia de vidas reescritas Entre a solicita o de informa o e a necessidade RVV de apreens o do saber para prevenir SINA Amamentar ou n o um desafio ARD A dupla direcionalidade do des conhecer os ARD des conhecer raz es para virus no limiar da tomada de decis o para a res a DDDA decidir escolher amamenta o Atributos valorativos positivos do leite materno ARD AVPL Atributos valorativos negativos do leite materno ARD com virus AVNL Multiversas maneiras de viver a vida MVS Significado e significantes do HTLV e HIV MVS sendo soropositiva defini o manifes
285. m corpo supostamente nu do mesmo modo que omitido o sexo As extremidades dos membros m os e p s tamb m foram exclu das Os olhos desproporcionais em rela o cabe a parecem saltar das rbitas e a boca n o marcada pelo tra o da alegria ou prazer Figura 08 Representa o figurativa de uma pessoa contaminada Uma pessoa contaminada pelo v rus ela j est ficando meio fraca magrinha e n o tem condi es de amamentar porque ela est contra da pelo virus dela e isso mesmo Quando uma pessoa fica contra da pelo virus e ai ela vai ficando mais fraca e vai emagrecendo Tem que se cuidar se alimentar melhor Eu penso que o leite dessa pessoa um leite contaminado que n o deve alimentar a crian a porque est o que est fraco e se alimentar a crian a ela vai ficar doente a mesma coisa S isso GESTANTE SN 4 32 anos amamentou o primeiro filho por 18 meses De maneira mais grave a configura o da m e que modelada na Figura 09 apresenta se com v rias partes do corpo mutiladas Nada indica a caracteriza o do sexo o tronco destitu do inclusive de mamas A figura do tronco pode evocar uma cruz apresentando se com os bra os abertos mais uma vez sem as m os Impossibilitada de locomo o com a omiss o de pernas e p s Como est desprovida de rosto olhos boca etc n o poss vel identificar se ela est de frente ou de costas e menos ainda seu estado emocional entretanto o di
286. m da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia e estou realizando uma pesquisa intitulada SOROPOSITIVIDADE DE MULHERES PARA O HIV E HTLV SIGNIFICADOS DO CONT GIO DO LEITE MATERNO tendo como orientadora a Prof Dr Mirian Santos Paiva A referida pesquisa tem com objetivos Apreender as representa es sociais de mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV aids e HTLV em rela o ao leite materno contaminado por estes v rus Analisar as implica es destas representa es na impossibilidade das mulheres de amamentar seus filhos Identificar rea es de cada mulher soronegativa e soropositiva para os v rus HIV aids e HTLV I frente ao cont gio do leite materno por estes virus A coleta de informa es ser feita mediante a realiza o de um experimento semelhante a uma pequena dramatiza o seguido de uma entrevista Esta pesquisa poder ser importante para as mulheres para a popula o em geral e para os profissionais de sa de o que possibilitar um repensar nas pol ticas p blicas e nos formas de cuidar que possam ajudar as mulheres que n o podem amamentarem seus filhos por serem portadoras dos v rus HIV aids e HTLV Estes v rus atacam as c lulas de defesa do corpo humano podendo levar as pessoas a ter doen as s rias e incur veis Sua participa o livre e voc poder desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem nenhum preju zo especialmente no acompanhamento que vem recebendo a
287. m enfrentar os conflitos que poder o surgir ao se descobrirem portadoras destes v rus durante o ciclo gr vido puerperal Atualmente na cidade de Salvador a solicita o de sorologia para o v rus HTLV vem sendo realizada nas unidades de pr natal contribuindo desta forma para a identifica o da mulher soropositiva e consequentemente implementar medidas preventivas da transmiss o vertical No entanto vale destacar que a cobertura do pr natal ainda est aqu m da desejada 2 3 O AVESSO DA AMAMENTA O UM OLHAR PARA A N O AMAMENTA O O cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV trouxe como consequ ncia a transmiss o vertical via amamenta o fazendo com que as mulheres busquem outras formas de alimentar seus filhos Com isso elas enfrentam conflitos e dificuldades que perpasam pelos 36 condicionantes biol gicos sociais econ micos e culturais assim como coloca os profissionais de sa de frente a uma problem tica existente e real o cont gio do leite materno por estes v rus sendo necess rio repensar e adotar medidas que ap iem e proporcionem subs dios para que as mulheres encontrem formas de enfrentar as adversidades advindas deste momento Diante disso preciso tecer um olhar e um cuidado diferenciado para as mulheres soropositivas no que concerne o promover proteger e apoiar outra forma para a mulher alimentar o a filho a que n o seja o aleitamento materno e que respeite
288. m socialmente a n o amamenta o as mulheres se valeram das alega es relacionadas condi o materna problema no pulm o a car no sangue com a baixa produ o de leite n o tenho leite leite pouco leite secou ou simplesmente porque n o queriam amamentar ou n o sabiam o porqu havia sido proibida de aleitar Das alega es relacionadas ao rec m nascido apenas foi citado a recusa ao peito No survey descritivo quando as mulheres foram questionadas sobre o que diriam para as pessoas quando fossem abordadas sobre o porqu de n o estarem amamentando das 72 mulheres que participaram dessa t cnica apenas uma SP HIV tr s SP HTLV e treze SN 202 informaram que diriam a verdade as demais 11 SN 22 SP HIV e 21 disseram que mentiriam As justificativas citadas por elas foram diversificadas conforme demonstrado no quadro abaixo SN SP HIV SP HTLV N o posso N o posso N o posso N o quero N o quero N o quero N o tenho leite N o tenho leite N o tenho leite Estou tomando rem dios Estou tomando rem dios Estou tomando rem dios Meu leite pouco Leite fraco Problema no sangue Meu leite n o serve Problema no leite O leite n o foi produzido O beb n o aceita Problema de sa de Anemia Para os peitos n o cairem Infec o puerperal Doen a N o gosto Hepatite Leite secou Quadro 10 Justificativas das mulheres diante da n o a
289. madeiras com leite materno quando foram solicitadas a escolher entre o leite materno e o leite materno com HIV Observa se assim que a tomada de decis o emerge de um saber constru do no imagin rio social em rela o ao v rus HIV que guia a atitude de n o transmitir a infec o ao a filho a No entanto essa escolha embora aparentemente f cil traduzia na maioria das vezes um sentimento de revolta e culpa pois o ato de amamentar para elas era inerente ao ser mulher m e Por outro lado observou se que as mulheres do estudo ressignificavam sua soropositividade pois maior que ser m e para amamentar era ser mulher para criar e educar o a filho a numa sociedade em que a estigmatiza o da doen a forte concorrente no conv vio social o que para elas era maior que o sofrimento que o v rus causava em seu organismo Sobre tudo isso se assentou a tomada de decis o n o amamentar No entanto n o se pode dizer que elas conhecem a transmiss o vertical dos v rus HIV e HTLV pois ainda existiam d vidas que pairavam sobre elas quando as mulheres foram submetidas encena o LM com HIV e LM com HTLV emergindo nos discursos 170 x interpreta es que demonstravam este estado de d vida frente escolha do leite a ser oferecido ao boneco rec m nascido como se pode observar nas falas que seguem Escolho essa daqui leite com HIV porque eu n o tenho conhecimento nenhum com a de c leite com HTLV entendeu Eu
290. mamenta o Salvador Bahia 2009 As mulheres soropositivas afirmaram que n o diriam a verdade acerca do porqu n o estariam amamentando por causa da discrimina o e preconceito para com as pessoas portadoras desses v rus al m de se sentirem envergonhadas por terem se contaminado Para as soronegativas o n o terem vivenciado estas situa es torna se mais f cil neste momento informar que diria a verdade Assim para n o sofrerem a discrimina o estigma e preconceito social as mulheres omitem o seu estado sorol gico utilizando se alega es comumente declaradas no senso comum e que n o s o justificadas cientificamente e aceit veis como essenciais para justificar a n o amamenta o salutar destacar que as poss veis contra indica es amamenta o est o associadas sa de infantil erros inatos do metabolismo galactosemia fenilceton ria e sindrome do xarope de bordo e materna infec o pelos v rus HIV e HTLV quimioterapia e radioterapia m es em exposi o ocupacional e ou ambiental a metais pesados como chumbo merc rio etc As demais contra indica es hepatite tuberculose varicela uso de alguns medicamentos temporariamente dentre outras devem ser avaliadas pelos profissionais de sa de para uma conduta adequada BRASIL 2004b 2004c 203 7 5 QUINTA CATEGORIA SENTIMENTOS E SENSA ES DE SER M E DE FILHOS LIVRES DOS V RUS HIV E HTLV Esta categoria revela o momento em que as mulhe
291. materno Por esta raz o o cuidado de enfermagem a ser oferecido e essas mulheres deve ser individualizado sem julgamentos e coer o e acima de tudo buscar n o culpabiliz las pela sua contamina o e pelo cont gio do leite materno Palavras chave Enfermagem Amamenta o HIV HTLV Representa es Sociais TEIXEIRA Marizete Argolo Women s seropositivity to HIV and HTLV virus meanings of the breast milk spread 2009 259f Thesis PhD Nursing College Federal University of Bahia Salvador 2009 ABSTRACT There are situations involving the mother and the newborn that contraindicate the breastfeeding among them women seropositive for HIV and HTLV This is a quantitative and qualitative research based on social representations theory that aimed to understand the meanings and feelings expressed in the social representations of women seronegative and seropositive for HIV and HTLV infection related to breast milk analyze the content of social representations of HIV seronegative and seropositive women about the spread of breast milk and its implications on the impossibility of feeding their children and identify behaviors and attitudes expressed by women against the spread of breast milk with HIV and HTLV when exposed to a hypothetical situation It was held in Salvador Bahia Brazil in the Reference Center for STI AIDS and HTLV and in a Prenatal Unit of the Health Care Primary Network it had as informants 198 women seronegativ
292. mentar mas renunciar a amamenta o um ato de amor nascido da necessidade de proteger a crian a de um v rus letal Desse modo a n o amamenta o ganha novas representa es novos saberes novos dizeres novas atitudes e novos comportamentos Assim faz se necess rio estudar as dimes es cognitivas afetivas e comportamentais que permeiam as intera es humanas e os processos comunicacionais quando se trata de vivenciar o cuidado s mulheres em seu ciclo gr vido puerperal em especial as soropositivas para os v rus HIV e HTLV Entretanto tal como no estudo de Silva 2005 a n o amamenta o vivenciada como benef cio para a crian a n o isenta a tristeza e o sentimento de perda da mulher fazendo se necess ria a busca de estrat gias de desconstru o do simbolismo do ideal da maternidade vinculado amamenta o 208 8 ALGUMAS CONSIDERA ES Teoricamente o processo de an lise nunca se exaure e por conseguinte nunca est completo BAUER GASKEL 2002 p 131 A inquietude em visualizar o rev s da amamenta o ou seja a n o amamenta o devido ao cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV despontou no curso de doutorado fazendo me trilhar por caminhos antes obscurecidos pelos significados que eu atribu a ao processo de amamenta o e n o amamenta o No entanto como toda pesquisa come a por uma incerteza e com um desafio me lancei neste universo para poder apreender e compreender as repres
293. mento adquirido a partir de si pr prio faz parte do vivenciado enquanto a experi ncia como o conhecimento a partir do outro 2 O desmame precoce a introdu o de qualquer tipo de alimento ou bebida al m do leite materno incluindo gua ch dentre outros na alimenta o da crian a antes dos seis meses de idade SIMONS 2000 23 influenciavam de forma negativa e assim contribuiam para aumentar o indice de desmame precoce A partir desse pressuposto ingressei no Mestrado pesquisando sobre a influ ncia das mulheres av s na pr tica do aleitamento materno assumindo uma postura de defensora da amamenta o e atribuindo a elas uma parcela de culpa pelo desmame precoce Tal perspectiva resultou num estudo qualitativo no qual eu implementei um Modelo de Cuidar em Enfermagem junto s fam lias em processo de amamenta o TEIXEIRA 2005 A implementa o do Modelo de Cuidar em Enfermagem junto a tr s mulheres av s e seus familiares para promo o prote o e apoio ao aleitamento materno na cidade de Florian polis permitiu a constata o do valor que elas t m no processo de cuidar de seus familiares contribuindo com seus conhecimentos suas cren as e valores As mulheres av s demonstraram possuir viv ncias e experi ncias que foram acumuladas ao longo de suas vidas permanecendo ao lado de suas filhas e noras em processo de amamenta o cuidando e promovendo a sa de dos membros de sua fam lia apesar de ainda traze
294. mo pode ser observado a partir destes discursos o valor que as informantes atribu ram ao leite materno sem o v rus estabeleceu que a amamenta o um fen meno natural que deve ser realizado tornando se obrigat rio como expressaram deve amamentar no TALP e tem que e dever tomar na din mica interativa Este sentido de obrigatoriedade 175 constru do ao longo dos anos no senso comum se revestiu em dificuldades no enfrentamento da soropositividade para os v rus e da n o amamenta o Tal fato foi evidenciado a partir das respostas evocadas pelas mulheres soropositivas para o HIV quando destacaram em express o dif cil n o poder amamentar quando solicitadas a emitir cinco palavras que viessem mente num momento de solicita o do est mulo 1 leite materno denotando dificuldade frente ao enfrentamento de n o amamentar Al m disso n o poder amamentar por ser soropositiva n o oferecer ao a filho a um leite rico em atributos valorativos positivos portanto n o proporcionar lhe sa de e prote o contra doen as No entanto embora conhecendo e acreditando no valor positivo do leite materno a maioria das mulheres o desqualificou quando este foi infectado pelos v rus expressando como vivenciavam o dilema de saber a import ncia do leite materno e por outro lado reconhecer o leite com os v rus remetendo assim aos atributos valorativos negativos os quais emergem neste estudo dando nome subcategoria que se s
295. mo se estivessem vivenciando uma situa o real diante do cen rio e da encena o Estas mulheres pegaram o boneco na mesa com cuidado colocaram em seus bra os e ofereceram a mamadeira escolhida como se estivesse realmente segurando um rec m nascido Outras seguraram o boneco por algum tempo durante a entrevista As mulheres soronegativas relataram ter relembrado o momento em que elas haviam amamentado os as filhos as e as gestantes soronegativas reportaram estar pensando no futuro pr ximo no qual estariam amamentando os seus suas filhos as Uma das mulheres disse eu senti assim uma emo o boa porque pensei no meu bebezinho No entanto as mulheres soropositivas para os v rus HIV e HTLV relembraram dos momentos que n o amamentaram os as filhos as devido soropositividade enquanto que as gestantes soropositivas lamentaram porque n o iriam poder amamentar seus filhos Assim uma delas relatou Eu senti vontade porque eu n o pude amamentar minha filha At hoje eu sinto esta vontade por que eu n o pude amamentar Eu lembrei logo que n o podia dar Eu senti que n o podia dar de jeito nenhum Por outro lado algumas mulheres informaram que ao visualizarem a mesa arrumada elas imaginaram que a pesquisadora iria fornecer informa es sobre o processo de amamenta o e n o amamenta o cuidados com a m e com HTLV e como alimentar uma crian a com mamadeira uma vez que as soropositivas n o podem amamentar seus filhos tendo
296. monstra que mesmo as mulheres n o sendo portadoras dos v rus HIV e HTLV desenvolvem sentimentos de tristeza e ang stia por n o poderem alimentar os as filhos as com leite materno sendo que o modelo de m e incorporado pela sociedade durante o seu processo de socializa o influencia o surgimento desses sentimentos Atualmente a conduta institu da de n o amamenta o para todas as mulheres portadoras dos v rus HIV e HTLV necess ria como preven o da transmiss o e dissemina o desses v rus No entanto desestimular as mulheres a n o amamentar n o um processo f cil uma vez que comprovada cientificamente a import ncia do leite materno e toda a constru o social acerca dos benef cios nutricionais e emocionais ligados boa conduta da m e amorosa Assim desconstruir esses significados que est o arraigados na cultura um processo complexo e lento porque s o significados que fizeram e fazem parte do imagin rio social principalmente das mulheres Portanto ao abordar as quest es que envolvem a amamenta o e a n o amamenta o deve se buscar conhecer a hist ria que permeia esta pr tica principalmente as quest es culturais e de g nero assim como se deve tangenciar um olhar para estas mulheres que necessitam de apoio para enfrentar os sentimentos de tristeza impot ncia e culpa at a n o afirma o de sua condi o de mulher decorrente da impossibilidade de oferecer ao seu sua filho a o leite materno
297. monstro N o tem como definir uma coisa bem feia Pensei em um bicho cheio de pernas e de bra os que mete medo S de pensar d medo Eu vejo o leite assim ele contaminado Se ele est contaminado vai amamentar o monstro como se diz est matando a outra vida Eu acho que quando uma m e n o amamenta deve ser horr vel deve se sentir in til ver outras m es amamentando e saber que n o pode amamentar a crian a GESTANTE SN 3 30 anos amamentou o primeiro filho por treze meses e o segundo por 20 meses Eu desenhei um bicho assim demonstrando o virus uma doen a que para mim um bicho que n o tem cura A possibilidade de ser curado s Jesus mesmo s Deus Para mim o leite materno saud vel e bom e se todas as m es bem soubessem amamentavam at os dois anos de idade por m quando o leite tem o v rus n o serve ruim mal como se fosse um bicho mesmo n o presta mesmo para ningu m que contagioso mesmo ruim mesmo aterrorizante J assistiu um filme de terror De Fred de Sexta feira 13 Hora do pesadelo um monstro mesmo Eu modelei um bicho em forma de pessoa porque geralmente segundo as pessoas falam que um bicho como se fosse uma pessoa 130 Por m um virus Eu gosto muito de filme cient fico que eles fazem experi ncias com as pessoas ent o eles p em o v rus naquela pessoa e aquela pessoa vira um bicho Para mim um bicho transformado numa pessoa Mas a gente n
298. muito divertidos regados por responsabilidade compromisso e amor pela pesquisa frutificados no conhecimento que esta Tese apresenta Prof Dr Luzia Wilma amiga e irm do cora o colega e companheira de profiss o obrigada pelos dias de conv vio regados de disciplina compet ncia paci ncia e carinho As tuas contribui es e amizade foram important ssimas neste meu caminhar Prof Dr Mariza Almeida pelo carinho amizade profisionalismo e contribui es nesta Tese Prof Dr Annete Leibing orientadora no Canad obrigada pelos ensinamentos e direcionamentos em minha estadia em Montr al Ao Prof Dr Michel Perreault pela conquista do doutorado sandwiche Ao Prof Dr Rafael Wolter pelas contribui es e direcionamento neste estudo s mulheres que participaram do estudo por dar forma a esta Tese e ter me conduzido neste novo caminho trilhado Universidade Federal da Bahia especialmente ao Programa de P s Gradua o em Enfermagem em nome das coordenadoras Enilda Rosendo e Mirian Paiva pelo envolvimento e dire o deste Programa com compet ncia e sabedoria Universit de Montr al em nome da cole Sciences des Infirmi res pelo acolhimento e direcionamento no Doutorado Sandwiche especilamente a Louise Berube Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia pelo apoio nos momentos que se fizeram necess rios especialmente Prof Joana Ang lica Andrade Dias A CAPES
299. mulher abandonado a sinon mia de m e nutriz respons vel pelo xito da amamenta o ou culpabilizada pelo seu insucesso H necessidade de se criar um novo modelo que compatibilize os determinantes biol gicos com os condicionantes socioculturais os quais poder o configurar a amamenta o como uma categoria h brida entre a natureza e a cultura ALMEIDA NOVAK 2004 Todos os programas e a es em prol da amamenta o embora importantes n o garantem o sucesso da amamenta o se n o levarem em considera o a postura e a capacita o t cnica dos profissionais Al m disso faz se necess rio inserir a fam lia nesse processo de sensibiliza o sobre a amamenta o incluindo nas pr ticas assistenciais os 45 determinantes socioculturais e a perspectiva da mulher m e e nutriz que est vivenciando esse processo JAVORSKI 2006 TEIXEIRA 2005 Embora o ato de amamentar seja considerado de responsabilidade de todos e n o apenas da mulher que amamenta essa ainda continua sendo cupabilizada e responsabilizada pelo insucesso da amamenta o Todavia o sucesso da amamenta o sempre colocado como dependente da mulher Apesar de ser a mulher quem decide se quer ou n o amamentar ela e seus familiares enfrentam problemas durante essa pr tica resultando quase sempre no desmame precoce TEIXEIRA 2005 As mulheres continuam a enfrentar dificuldades durante o processo de amamenta o as quais s o omitidas prevalecendo
300. mulher soropositiva a f rmula infantil Na maternidade no momento da alta devem ser oferecidas de 2 a 4 latas de leite a depender da log stica local em seguida a continuidade do fornecimento dever ocorrer em um Servi o de Sa de Especializado SAE at o sexto m s de vida do beb BRASIL 2004c Vale reafirmar que para as mulheres soropositivas para o HTLV n o existe uma pol tica espec fica para o atendimento de crian as expostas ao v rus Desse modo inexiste o oferecimento da f rmula infantil como preconizado para as portadoras do HIV Assim implementar pol ticas p blicas se faz necess rio para oferecer suporte s mulheres que n o podem amamentar al m de investimentos na capacita o profissional para torn los capazes de oferecer n o somente cuidados t cnicos mas sobretudo um cuidado sens vel e tico reorganizando pr ticas de cuidados que ajudem as mulheres ressignificarem a amamenta o e n o amamenta o 7 4 3 Subcategoria Constru o social da amamenta o O ato de amamentar antigo na civiliza o humana sofrendo oscila es ao longo dos tempos em diferentes sociedades No Brasil ao longo da hist ria a imagem da mulher est ligada de reprodutora ou seja aquela que gera pare amamenta e cria os filhos Estes pap is foram incorporados e naturalizados no cotidiano da mulher tornando a respons vel pela promo o da sa de de seu a filho a A representa o da amamenta o com
301. munica o de massa exercem influ ncia na constru o das representa es sociais na era digital da inform tica fazendo com que o estranho HIV HTLV adquira significa o quando acoplado ao familiar Assim como uma m quina programada para funcionar o indiv duo obedece mesma l gica a penetra o do v rus seja no computador ou no organismo humano deteriora tanto a m quina quanto o indiv duo Como um patinho fora d gua a mulher soropositiva torna se inadaptada e exclu da da vida coletiva que tenta se encontrar na des ordem de si mesma e dos outros Figura 25 Representa o figurativa de um patinho fora da lagoa Eu modelei um patinho porque quando algu m amamenta uma crian a com leite contaminado automaticamente a crian a ir ficar doente tamb m Bom seria que n s pud ssemos prevenir para que isso n o viesse acontecer cuidar de n s para poder cuidar da sa de da crian a Ent o esse leite n o serve est contaminado Eu penso que o pessoal quando pega aids fica descontrolado e desprogramado como um patinho fora da gua tentando se encontrar como eu estou aqui com HTLV procurando aceitar esta doen a e sem aceitar MULHER SP HTLV 4 50 anos amamentou os 2 filhos em media 12 meses 141 EXILADO DE EM SI MESMO o eu dividido O v rus aparece como um micr bio proveniente do mundo exterior e que penetra o corpo da mulher instalando se definitivamente sendo o leite respons vel pelo segred
302. n a diferentemente do que ocorre com o HTLV Embora a minha expectativa de pesquisadora guiasse o meu racioc nio no sentido de que as mamadeiras com os v rus HIV e HTLV seriam recusadas por essas mulheres tal fato n o ocorreu e elas preferiram a op o da mamadeira com virus HIV O que me levou indaga o por que em pleno s culo XXI pairam d vidas desta natureza nessas mulheres Penso que resposta a essa pergunta nesse estudo poder clarear alguns caminhos e embora n o alcancem todos os pontos escuros e obscuros na promo o de sua sa de e preven o de doen as favorecer o ao processo de viver humano de forma mais saud vel No entanto o alcance desse viver mais saud vel entre outros aspectos assenta se naquele que diz respeito apreens o do conhecimento para atitudes e comportamentos mais saud veis e a preocupa o com o social e em particular a educa o que vai ao encontro da cogni o remetendo necessidade da informa o e sua propaga o aspecto que n o foi bem enunciado nos saberes constitu dos dessas mulheres como pode ser observado no discurso da mulher 31 SP HIV a qual demonstrou conhecer o HIV e desconhecer o HTLV 171 voc botou duas mamadeiras e ent o essa dai eu observei que tinha o HIV o outro eu n o sei ent o veio o que na minha cabe a se eu tivesse um filho l gico eu ia escolher o outro que eu n o conhe o n o sei o significado do outro ainda Mas eu sei que com
303. n a tanto nas reas urbanas quanto nas reas rurais No entanto nos relatos das mulheres e dos m dicos este envenenamento estava relacionados com situa es que as m es vivenciavam como o estar nervosa contrariada triste com medo com raiva e sens vel demais o que tornava o leite ruim transformando o 60 em leite aguado e que n o servia para ser dado ao a filho a apesar de ser muito leite que jorrava da mama Assim mulheres sens veis que vivenciavam um desgosto poderiam provocar altera o no leite transformando o em veneno FINE 2003 p 58 Afirma ainda a autora que al m das emo es fortes outras situa es alteram o leite materno a sensa o de calor e frio as rela es sexuais muito frequentes ou excessivamente fogosas e o estar menstruada A autora identificou ainda outras circunst ncias capazes de alterar o leite materno o estar gr vida o recebimento de not cias tristes ou catastr ficas o amamentar estando com sangue quente dentre outras tido como situa es em que as mulheres vivenciam e que transforma o leite materno em algo ruim envenenado e que pode levar a adoecimento e morte da crian a No estudo realizado por Brasil 2000 com 15 gestantes soropositivas para o HIV identificou se que tr s delas amamentaram os as filhos as demonstrando que as cren as e valores se sobrepusseram possibilidade de infec o pelo HIV As mesmas citaram como Justificativa pr tica o descr dito
304. nana ae REVIS O DA LITERATURA sms CONSTRU O SOCIAL DA AMAMENTA O cms CONSTRU O SOCIAL DA INFEC O PELO HIV AIDS CONSTRU O SOCIAL SOBRE O V RUS HTLV TRANSMISS O VERTICAL DO HIV E HTLV POR MEIO DA ANANDA AMO CO ES E RS a a RR REFERENCIAL TEORICO sito Siri O De A TEORIA DAS REPRESENTA ES SOCIAIS COMO EIXO TE RICO OS MULTIM TODOS COMO EIXO METODOL GICO TIPO DE PESQUISA euina areena nbs ier tu tite her terrestre niet aaa iah OS CEN RIOS DA PESQUISA assita dois a l A ENTRADA NO CAMPO PARA COLETAR AS INFORMA ES Primeiro Passo ete risos amie ernn militant en Lanta ran aaa Segundo PASSO sie hante AR Me Mein E te nt ee enr te ire IRIKITA PASSO En da Aa A EE ras a nee AS MULHERES INFORMANTES DA PESQUISA ecrrrereeens ESTRAT GIAS PARA COLETA DE INFORMA ES COMBINANDO OS MULTIM TODOS E MULTIT CNICAS sn Survey DESCHVO er At UN RER ANA CERTA Mn en ie RU DN O o As T cnicas Proj tivas ts traine etienne En An TE A Dinamica Interativa mr sima sas ii names Hilaire sf OS ASPECTOS TICOS DA PESQUISA UM COMPROMISSO SOCIAL PROFISSIONAL E CIENTIFIC Ole ane detre ae ESTRAT GIAS PARA AN LISE DAS INFORMA ES LER ORGANIZAR LER SEPARAR LER JUNTAR LER ANALISAR E TECER O FIONA ANALISE cursos ati RO and Ra td ee TALP Tri Deux Mots An lise Fatorial de Correspond ncia AFC A t cnica de an lise utilizada para o M
305. ncluir que existe um dilema que circunda a tomada de decis o e este assenta se na necessidade de informa o Como destacado nas falas anteriores contaminam porque n o se previnem no entanto n o se previnem porque n o tem informa es e tamb m n o sabem de sua soropositividade Essas falas remetem ao discurso das mulheres deste estudo que de maneira geral ecoam grito necessidade do conhecimento O n o saber sobre a condi o sorol gica levou uma das informantes a amamentar os primeiros filhos meus outros filhos mamaram entendeu e eu n o sabia de nada ainda S vim saber depois que fiquei gr vida dele do ltimo filho M E 32 SP HIV O sentimento de descaso transmitido nesta fala busca na justificativa uma maneira de aceita o ainda que nebulosa da contamina o dos das filhos as Este fato chama nos a atenc o do papel do profissional de sa de e das pol ticas p blicas de sa de para as pessoas sua forma de estar e relacionar se com seus pares neste caso m e e filho a que de forma sutil deixa fluir nas entrelinhas de sua fala a pergunta se eu fosse informada sobre esse v rus talv s meus filhos n o seriam contaminados Esse questionamento nos remete a inquieta es e a saber qual o nosso papel enquanto sujeito do cuidado da sa de das pessoas Estamos de fato fazendo cuidado E se estamos segue o caminho correto ou seja a promo o da sa de 163 das pessoas A resposta a e
306. ndo que se trata de uma doen a n o sabem descrever de que tipo ao evocarem a palavra n o sei Assim para elas esta uma doen a desconhecida e confundida muitas vezes com o HPV com a s filis com o herpes ou outra doen a qualquer transmiss vel e moralmente temerosa representada como uma maldi o onde mais uma vez o poder das id ias religiosas se confunde e se sobrep e ao da sa de doen a e da ci ncia e senso comum para explicar o desconhecido o estranho e o amea ador Vale destacar que a maioria das mulheres exceto as mulheres HTLV positivas quando ouvia a palavra HTLV expressava em seus semblantes surpresa e perguntavam o que isso Essa eu n o sei ou essa eu nunca ouvi falar ou ainda eu fiz o exame mas n o sei o que Constatou se que n o foi poss vel para as mulheres soronegativas darem sentido e significado ao v rus HTLV uma vez que elas n o podem representar o que n o conhecem n o podem tornar familiar o que n o se ancorou e portanto n o podem objetivar o que n o se tornou familiar Existe apenas a germina o incipiente de associar o HTLV a um 121 microrganismo veiculador de doen as como a s filis ou a redu o a um virus como forma de apropria o generalizada das demais doen as citadas como est mulos indutores no TALP Pode se observar que as portadoras do HTLV tamb m n o t m uma representa o do que seja esse v rus mas inicia se a forma o da sua representa o
307. ndo somente a fase explorat ria de campo mas tamb m a defini o de instrumentos para an lise dos dados MINAYO 2000 DESLANDES 2002 Descrevo a seguir o caminho trilhado as t cnicas e os instrumentos utilizados para apreens o da realidade vivenciada pelas mulheres informantes deste estudo 5 1 TIPO DA PESQUISA Trata se de uma pesquisa quanti qualitativa na qual foram utilizados multim todos para coleta e an lise das informa es com a finalidade de melhor apreender as RS e consequentemente melhor compreender o fen meno estudado o significado do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV para mulheres soropositivas e soronegativas para estes v rus Conforme Minayo 2000 p 10 as abordagens qualitativas se constituem como aquelas capazes de incorporar a quest o do Significado e da Intencionalidade como inerentes aos atos s rela es e s estruturas sociais sendo estas ltimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua transforma o como constru es humanas significativas Assim o estudo qualitativo tenta compreender um problema da perspectiva dos sujeitos que o vivenciam ou seja parte de sua vida di ria sua satisfa o desapontamentos surpresas e outras emo es sentimentos e desejos assim como na perspectiva do pesquisador partindo do contexto social no qual o evento ocorre LEOPARDI 2002 Al m disso responde a quest es particulares preocupa se com um n vel de realidade qu
308. nfec o Para tanto sofreram no corpo e na mente as altera es f sico org nicas emocionais e psicossociais diante de sua decis o Esta CATEGORIA est descrita nas subcategorias Entre o desejo de amamentar e o desejo de manter a vida conflitos relacionais consigo mesma ser m e e ser soropositiva O que eu vejo no meu corpo altera es f sico org nicas diante da n o amamenta o Constru o social da amamenta o e A obscuridade diante da janela da vida desafio do preconceito social enfocando o desejo de amamentar da mulher soropositiva enovelado pela constru o social da amamenta o e pelas altera es fisico org nicas e psicossociais diante n o amamenta o 7 4 1 Subcategoria Entre o desejo de amamentar e o desejo de manter a vida conflitos relacionais consigo mesma ser m e e ser soropositiva As mulheres soropositivas vivenciaram o conflito entre o desejo de amamentar e o desejo de manter a sa de de seus filhos as ao optarem pela n o amamenta o Para elas o amamentar foi um sonho n o realizado uma vontade reprimida e um querer sufocado devido a sua soropositividade Tal fato pode ser explicado pelo significado que elas atribuem amamenta o como sendo mais importante que o parto e um momento de felicidade quando 191 pega o beb e p e no peito e divide o amor com ele No entanto bom que n o amamente mesmo porque a gente n o prejudica a crian a Desse modo evidenciam se nos discursos
309. nfec o por estes v rus organismo dos indiv duos infectados Em um estudo desenvolvido na B lgica em 1985 foi isolado o v rus HIV no leite materno de tr s mulheres sem deixar claro se podia ser transmitido ao rec m nascido Contudo em 1988 outro estudo realizado na Austr lia indicou que o HIV no leite materno podia ser transmitido por via vertical BERER MAY 1997 Desta forma percebe se que desde o surgimento do primeiro caso de transmiss o vertical v rios estudos v m sendo desenvolvidos a fim de esclarecer os mecanismos de transmiss o deste v rus por meio da amamenta o entretanto apesar de ainda permanecerem pouco compreendidos j poss vel afirmar que existem alguns fatores que afetam a transmiss o vertical do HIV por meio da amamenta o como a carga viral no leite materno infec o materna recente com HIV no periparto ou ap s o parto gravidade da infec o dura o da amamenta o aleitamento materno exclusivo ou misto condi es das mamas prematuridade baixo peso ao nascer e condi es da mucosa oral do beb BERER MAY 1997 UNICEF UNAIDS WHO 1998 SUCCI 2000 LANA 2001 BRASIL 2003 2007 CAMELO J NIOR FREITAS DA MOTTA 2004 A transmiss o do HIV por meio do leite materno pode ocorrer em qualquer fase durante a amamenta o mas parece ser mais eficaz nas primeiras semanas do puerp rio O HIV excretado no leite de mulheres infectadas assintom ticas ou n o por um per odo de 18 me
310. nho para ele porque eu acho que ele n o sentiu tanto a perda de ordem afetiva porque eu sempre procurei compensar de outras maneiras ficando perto mesmo tanto que ele muito apegado a mim est sempre junto eu brinco muito com ele fa o muito carinho n Mesmo sem o peito a gente vai compensando de outras formas M E 8 SP HIV Desse modo as mulheres soropositivas utilizaram de maneiras que as possibilitaram estarem pr ximas a seus suas filhos as utilizando se atitudes e a es que possam substituir o contato f sico e favorecer o desendolvimento psicol gico e social de seu sua filho a Diante da n o amamenta o a equipe de sa de dever se preocupar em estabelecer o v nculo m e beb ainda na sala de parto ap s os cuidados imediatos ao rec m nascido proporcionando o contato pele a pele manter a m e HIV positiva e rec m nascido em enfermarias de alojamento conjunto 24 horas por dia informar a m e maneiras de estimula o motora oral em filhos de m e HIV positivas e ensinar a m e como consolar o rec m nascido que n o pode ser amamentado no peito BRASIL 2004c As crian as que n o s o amamentadas correm um risco maior de n o receber suficiente aten o por isso necess rio que eles sejam aconchegados e consolados de v rias maneiras como sendo massageados agasalhados segurados no colo com mais frequ ncia embalados importante ainda orientar as m es ou outra cuidadora a cantar e falar para que o
311. nossa sociedade a maternidade tem sido valorizada e institu da como responsabilidade dever da mulher fundamentado na sua 193 capacidade de engravidar parir e amamentar e em constru es sociais de serem as mulheres que det m a ternura o carinho e habilidade para cuidar da prole TALP MCMM DIN MICA INTERATIVA TOTAL SP HIV 31 05 10 46 SP HTLV 09 03 08 20 TOTAL 40 08 18 66 Quadro 8 Mulheres que vivenciaram a amamenta o e ou n o amamenta o Salvador Bahia 2009 No TALP dentre as 40 mulheres soropositivas para o HIV 19 tinham amamentando seus filhos antes de descobrirem a soropositividade mas tamb m vivenciaram a n o amamenta o devido sua condi o sorol gica 12 n o amamentaram devido a soropositividade e apenas 09 n o vivenciaram a n o amamenta o pois haviam descoberto a soropositividade ap s j terem os filhos No que se refere din mica interativa 10 mulheres n o amamentaram seus filhos devido soropositividade dentre elas 03 nunca n o vivenciaram a amamenta o J para as 40 mulheres soropositivas para o HTLV que participaram do TALP 05 haviam amamentado seus filhos antes da soropositividade entretanto tamb m vivenciaram a n o amamenta o por serem soropositivas para o esse v rus 04 nunca amamentaram devido sua soropositividade e 31 amamentaram todos os filhos uma vez que havia descoberto a soropositividade ap s o per odo reprodutivo
312. ntar n o foi triste para mim n o porque l mesmo no m dico eles me deram sei l de que leite eu dei ao meu menino S que o preconceito foi quando eu cheguei em casa que minha sogra disse assim voc n o vai dar mama n o Ai falou assim D mama ao menino que o menino est chorando Aquilo ali para mim foi acho que eu queria ficar l na maternidade mesmo Ai depois ela disse v v Na frente de todo mundo assim a casa cheia Ai eu disse a ela n o vou dar agora n o vou tomar um banho e fui tirando ela de tempo sem machucar ela Vou tomar um banho cheguei agora estou suada Ai ela ficou assim meio assim e disse porque n o pode dar mama Meu marido falou assim porque ela tem um problema ai eu parei ele assim para ele n o contar a ela Ai eu disse a ela n o porque eu vou tomar banho agora depois eu dou Botei a crian a l esperei ir l na frente fiz o leite rapidinho botei na mamadeira dei ao menino e o menino parou de chorar Eu disse ao meu pai salva Foi ai que eu fui levando e toda vez que ela chegava e perguntava voc n o est dando mama a este menino n o Eu digo estou Ai eu fingia que estava dando botava ele o beb aqui e botava a chuquinha assim sabe Ai quando ela se distrai eu dava Mas o menino chorava muito chorava e o meu peito cheio meu peito inchou ficou inchado derramando leite s que eu consegui e comprei o rem dio tirei tudo Dei leite artificial e at hoje eles
313. ntar o a filho a de maneira segura pois adequada e mata a fome da crian a No entanto pode ser considerada uma coisa ruim conforme j descrito J para as soropositivas para o HIV quando ouviram o est mulo amamenta o surgiu no campo sem ntico destas mulheres a frase dif cil n o poder amamentar descrito pelas mesmas como uma sensa o de tristeza demonstrando o sufoco e sofrimento quando n o se pode amamentar pois o peito enche e elas n o v o amamentar mesmo tendo vontade e sabendo que seria uma experi ncia maravilhosa mas como n o podem dever o esquecer e se conformar por m reconhecem que dif cil n o poder amamentar especialmente para quem nunca amamentou Assim para as mulheres soropositivas para o HIV a n o amamenta o muito triste e causa na maioria das mulheres que n o podem amamentar uma tristeza e uma sensa o de derrota e portanto mais uma vez dif cil n o poder amamentar Se por um lado ruim amamentar para as mulheres soronegativas devido aos problemas que podem surgir principalmente no que se refere aos problemas com o mamilo fissuras e dor para as soropositivas para o HIV dif cil n o poder amamentar uma vez que o n o amamentar tamb m ocasiona problemas na mama peito enche e a gente n o pode dar peito enche d i e d febre As mulheres soropositivas n o podem e n o devem amamentar entretanto se defrontam com os mecanismos fisiol gicos de pro
314. nterior J entre as soronegativas verificou se que das 64 mulheres 24 37 5 tinham como ocupa o o trabalho dom stico 11 17 2 eram empregadas dom sticas e 9 14 1 exerciam como atividade remunerada o trabalho informal As demais desenvolviam atividades diversas semelhante s mulheres SP HIV e SP HTLV e apenas duas informaram ainda estar estudando Percebe se que grande n mero de mulheres exercia trabalho dom stico em suas pr prias resid ncias perfazendo um total de setenta e uma mulheres sendo este n mero mais elevado entre as mulheres SP HIV seguido pelas mulheres soronegativas Conforme constatado entre as mulheres SP HTLV a aposentadoria se configurou numa fonte de renda significativa para elas Al m disso algumas mulheres encontravam se percebendo o aux lio doen a e outras aguardando a libera o deste aux lio No entanto ainda existiam mulheres 107 que n o conseguiram o aux lio doen a e viviam em condi es desfavor veis ao enfrentamento da doen a Em rela o ao n vel de escolaridade oitenta e duas referiram ter cursado o Ensino Fundamental Incompleto EFI das quais trinta e tr s 47 1 eram SP HIV vinte e oito 43 8 soronegativas e vinte e uma 32 8 SP HTLV Entre as que cursaram o Ensino M dio EM cinquenta e tr s mulheres quatorze 20 eram SP HIV quinze 23 4 soronegativas e vinte e quatro 37 5 SP HTLV Nos extremos observa se que dez mulheres n o eram alf
315. nternal Medicine v 118 n 6 March 15 1993 Dipon vel em lt www htlv com br epidemiologia6 htm gt Acesso em 16 Fev 2007 COELHO Sarita O v rus negligenciado Dipon vel em lt http www portaldaretina com br home saibamais asp id 189 gt Acesso em 15 Fev 2007 220 COELHO Sinaide Santos Cerqueira Abordagem profissional no cuidado de mulheres portadoras do v rus HIV impossibilitadas de amamentar 2008 65p Disserta o Mestrado Escola de Enfermagem Universidade Federal da Bahia Salvador COSTA J F Ordem M dica e norma familiar Rio de Janeiro Graal 2004 COUTINHO M P L Uso de t cnicas projetivas na apreens o de representa es sociais da sintomatologia da depress o infantil Tese Doutorado S o Paulo Instituto de Psicologia da Universidade de S o Paulo 2001 Depress o Infantil e representa o Social 2 ed Jo o Pessoa Universit ria UFPB 2005 193p COUTINHO M P L N BREGA S M CAT O M F M Contribui es teorica metodol gicas acerca do uso dos instrumentos projetivos no campo das representa es sociais In COUTINHO M P L et al orgs Representa es sociais abordagem interdisciplinar Jo o Pessoa Universit ria UFPB 2003 p 50 66 DESLANDES S F A constru o do projeto de pesquisa In DESLANDES S F CRUZ NETO O GOMES R MINAYO M C Organizadora Pesquisa social teoria m todo e criatividade 21 ed Petr polis RJ Vozes 2002 DI RIO
316. ntificar e conhecer a forma atrav s da qual as mulheres situam se diante das dificuldades enfrentadas no processo de amamenta o n o amamenta o compartilhando as ou n o integrando as ou n o ao seu universo de significados e ao das pessoas com as quais convivem especialmente quando buscam os meios de enfrentamentos para a sua condi o de soropositividade e a n o amamenta o Conhecer as RS do cont gio do leite materno permitir perspectivar o modo amplo de perceber esta situa o compartilhada coletivamente e reconhecer em cada uma das mulheres um sujeito social Assim a realidade vivenciada pelas mulheres diante do cont gio do leite materno e da impossibilidade de amamentar reapropriada e reestruturada tanto individualmente como socialmente constituindo se a realidade em si mesma A representa o do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV uma forma de vis o global e unit ria do objeto e do 71 sujeito esta reestrutura a realidade para permitir a integra o das caracter sticas objetivas do objeto das experi ncias anteriores do sujeito e do seu sistema de atitudes e de normas ABRIC 1998 p 28 permitindo definir a representa o como uma vis o funcional do mundo fazendo com que o indiv duo ou grupo d sentido s suas condutas e possa assim compreender a realidade atrav s de seu pr prio sistema de refer ncias e consequentemente a adapta o do sujeito na realidade vivenciada AB
317. ntos de incerteza na escolha do alimento a ser oferecido ao rec m nascido A din mica interativa teve como finalidade identificar comportamentos manifestos pelas mulheres frente ao leite materno e ao leite materno contaminado e a possibilidade do boneco rec m nascido ingerir ou ter contato com os referidos leites facilitando desta forma o emergir dos significados atribu dos a esses leites Para compor o cen rio da din mica foram utilizadas mamadeiras de pl stico polietileno transparentes identificadas com r tulo com os dizeres LEITE MATERNO LM LEITE MATERNO com HIV LM HIV e LEITE MATERNO com HTLV LM HTLV Cada mamadeira continha o mesmo conte do de 100ml de leite tratava se de leite em p dilu do em gua cueiro de tecido branco de uso de rec m nascido como prote o sob o boneco e um boneco representando um rec m nascido em tamanho de um rec m nato conforme se pode observar nas Figuras 1 e 2 a Figuras 1 e 2 Fotografias do ambiente utilizado na din mica interativa 89 Essa din mica foi utilizada metaforicamente para identificar os significados que as mulheres davam ao leite materno e leite materno contaminado bem como suas atitudes e comportamentos frente ao cont gio do leite materno pelos virus Os cen rios de realiza o dessa t cnica foram os consult rios das institui es pesquisadas conforme descrito no item 5 2 sendo esse espa o preparado para atender a essa finalidade Participaram da
318. o tristeza ang stia e medo mesmo para aquelas que n o vivenciaram a n o amamenta o devido soropositividade conforme expressado no discurso abaixo Parece uma cruz pausa longa dor pausa sofrimento pausa porque com o leite contaminado como que vai dar mama Como que vai amamentar a crian a E a crian a precisa do leite materno GESTANTE 10 SN Assim quando uma m e n o amamenta foi representado como algo horr vel uma vez que as mulheres devem se sentir in til ao ver outras m es amamentado e n o poder amamentar seu filho conforme descrito no discurso abaixo 196 Eu acho que quando uma m e n o amamenta deve ser horr vel deve se sentir in til ver outras m es amamentando e saber que n o pode amamentar a crian a GESTANTE 3 SN A vis o da m e in til permeou o imagin rio social de uma pequena parcela das mulheres desse estudo Tal fato se deve constru o social da amamenta o que centra a mulher na condi o de respons vel pela alimenta o dos filhos Assim quando a mulher n o amamenta devido soropositividade invadida pelo sentimento de inutilidade por n o poder oferecer ao filho o alimento essencial para sua sa de Por outro lado uma das mulheres informantes declarou que n o foi triste para ela n o ter amamentado os filhos uma vez que ela recebeu leite artificial e conseguiu cri los com sa de conforme destaca a fala abaixo Quando eu passei pela situa o de n
319. o morte a gente j v assim diferente M E 32 SP HTLV Se tem um v rus se tem uma doen a contagiosa que uma doen a irrevers vel que uma doen a que pode passar o tempo todo sem se mostrar sem apresentar mas tem pessoas que apresentam Meu marido s o oito irm os e somente dois n o apresentou MULHER 29 SP HTLV Mesmo tendo sido os primeiros retrov rus humanos a serem descobertos e descritos pelos cientistas o v rus HTLV ainda nos dias atuais continua sendo distantemente relacionado ou confundido com o v rus HIV Outras vezes designado como uma doen a contagiosa que n o tem cura desconhecida e muitas vezes tamb m confundida com o v rus HPV 182 No entanto mesmo pertencendo fam lia dos retrovirus o HTLV carreia diferen as em rela o ao HIV Ao multiplicar os linf citos o HTLV pode desenvolver doen as que podem levar at 80 anos para se manifestar e o seu portador n o tem risco de vida aumentado O HTLV considerado menos contagioso que o HIV Enquanto 98 dos que tem HIV ter o aids cerca de 5 dos portadores do HTLV poder o desenvolver doen as a ele associado CENTRO DE CONTROLE DE DOEN AS 1993 FERNANDES SILVA 2003 BRASIL 2006 DI RIO OFICIAL DE PORTO ALEGRE 2005 Assim o HTLV ao ser menos contagioso que o HIV e por sua caracter stica de manifestar se em sintomatologia mais tarde do que o HIV torna o desconhecido entre a popula o dificultando sua preven o e controle
320. o preservando a coer ncia com o sistema de valores do pr prio grupo 2 a esquematiza o estruturante ou n cleo figurativo o elemento duro e mais est vel da representa o e corresponde ao consenso de todos sobre um determinado objeto 3 a naturaliza o confere uma realidade plena ao que era uma abstra o ao transformar as imagens em elementos da realidade N BREGA 2001 Segundo Moscovici 2003 da soma de experi ncias e mem rias comuns que n s extra mos as imagens linguagem e gestos necess rios para superar o n o familiar com suas consequentes ansiedades Elas n o s o inertes nem mortas ao contr rio s o din micas e imortais Portanto 75 ancoragem e objetiva o s o pois maneiras de lidar com a mem ria A primeira mant m a mem ria em movimento e a mem ria dirigida para dentro esta sempre colocando e tirando objetos pessoas e acontecimentos que ela classifica de acordo com um tipo e os rotula com um nome A segunda sendo mais ou menos direcionada para fora para outros tira da conceitos e imagens para junt los e reproduzi los no mundo exterior para fazer as coisas conhecidas a partir do que j conhecido MOSCOVICI 2003 p 78 A aids foi objetivada inicialmente como doen a de grupos de riscos sendo concretizada como doen a do outro Esta imagem ainda permanece na concep o de muitas pessoas contribuindo para aumentar a dissemina o da epidemia pela n o ado o de medidas
321. o HIV eu n o escolheria MULHER 31 SP HIV Por outro lado o conhecimento para determinar atitudes e comportamentos precisa ser objetivado e ancorado para se tornar familiar da porque poss vel inferir que como o HTLV ainda n o est ancorado no universo cognitivo destas mulheres ainda n o possui representa es sociais formadas para as mulheres soronegativas e para as soropositivas para o HIV e est o em processo de germina o para o grupo de mulheres soropositivas para o HTLV ou seja para muitas mulheres deste estudo o HTLV era algo estranho e desconhecido Segundo Moscovici 2003 as coisas que n o s o classificadas por serem estranhas possuem exist ncia considerada amea adoras Este autor segue afirmando que imposs vel classificar e ao mesmo tempo dar nomes ao que n o pode ser nomeado por ser an nimo ao que n o pode formar uma imagem comunic vel por n o estar ligada a outras imagens Embora os ensinamentos trazidos por Moscovici conduzam para a compreens o de que necess rio formar uma imagem para ancorar o saber o HTLV como ainda n o est ancorado no saber das mulheres deste estudo remetido para a compreens o e a imagem que elas t m do virus HIV Assim elas n o escolheram nenhuma das mamadeiras com os v rus por desconhecer a potencialidade de infec o do HTLV reconheciam o risco para o filho Isso conduz compreens o de que a imagem pode apresentar se fora de foco dupla emba ada mas ao longe
322. o WB era do sexo feminino com idade de 58 dias tendo feito uso de leite materno As autoras conclu ram que uma baixa taxa entre os rec m nascidos reflete uma baixa taxa entre as m es portanto sugere que a infec o pelo HTLV n o representa problema de sa de p blica na regi o pelo menos no seguimento populacional estudado e que dessa forma as m es n o devem ser estimuladas a se abster da amamenta o para prevenir uma poss vel transmiss o vertical do HTLV WANZELLER LINHARES 2002 Em outro estudo realizado por Ishak et al 2001 na Amaz nia com ndios nativos da aldeia Kararao Kayp utilizando m todos sorol gicos e moleculares para caracterizar e analisar a transmiss o do HTLV I os pesquisadores identificaram uma reatividade espec fica em 3 26 indiv duos estudados sendo que duas amostras eram de uma m e e seu filho confirmando a infec o pelo HTLV II devido a alta similaridade gen tica entre as amostras da m e e do filho Os autores conclu ram que este estudo fornece evid ncia molecular da transmiss o do HTLV II de m e para filho a um mecanismo que em grande parte respons vel pela endemicidade do HTLV nessas popula es epidemiologicamente fechadas e que embora a verdadeira via de transmiss o seja desconhecida a amamenta o materna poderia ser a mais prov vel Segundo Bittencourt 1998 a principal via de transmiss o vertical do HTLV I a amamenta o apesar de crian as n o amamentadas se
323. o aprovado no dia 15 05 2008 atrav s do Parecer n 001 2008 ANEXO A Ap s essa aprova o foi estabelecida a aproxima o com o campo de pesquisa e a identifica o das mulheres que obedeciam aos crit rios previamente estabelecidos Em seguida fiz a explana o sobre a pesquisa para cada uma das mulheres destacando os objetivos e a metodologia proposta bem como a relev ncia do estudo Ap s o consentimento verbal apresentei o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido AP NDICES A e B e ap s a leitura do mesmo pelas mulheres ou por mim mesma este foi assinado Al m disso foi solicitada a autoriza o para utilizar o gravador e a m quina fotogr fica para fotografar as constru es provenientes da massa de modelar garantindo se o sigilo o anonimato e a liberdade para participarem ou desligarem se do estudo a qualquer momento se assim desejassem A fim de assegurar o anonimato das mulheres informantes optou se por identific las com as siglas soropositivas para o HIV SP HIV soropositivas para o HTLV SP HTLV e soronegativas SN a fim de poder identificar os grupos de perten a quando foram descritas as informa es sobre o processo vivenciado por cada uma delas de forma nica e particular no cap tulo dos resultados 5 7 ESTRAT GIAS PARA AN LISE DAS INFORMA ES LER ORGANIZAR LER SEPARAR LER JUNTAR LER ANALISAR E TECER O FIO DA AN LISE A finalidade da an lise de dados organizar fornece
324. o como orientadora a Prof Dr Mirian Santos Paiva A referida pesquisa tem como objetivos Apreender as representa es sociais de mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV aids e HTLV em rela o ao leite materno contaminado por estes v rus Analisar as implica es destas representa es na impossibilidade das mulheres de amamentar seus filhos Identificar rea es de cada mulher soronegativa e soropositiva para os v rus HIV aids e HTLV I frente ao cont gio do leite materno por estes v rus A coleta de informa es ser feita mediante a realiza o de entrevistas e de uma oficina com manuseio de massa de modelar Esta pesquisa poder ser importante para as mulheres para a popula o em geral e para os profissionais de sa de o que possibilitar um repensar nas pol ticas p blicas e as formas de cuidar que possam ajudar as mulheres que n o podem amamentar seus filhos por serem portadoras dos v rus HIV aids e HTLV Estes v rus atacam as c lulas de defesa do corpo humano podendo levar as pessoas a ter doen as s rias e sem cura Sua participa o livre e voc poder desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem nenhum preju zo especialmente no acompanhamento que vem recebendo aqui nesta institui o A sua privacidade ser mantida atrav s da n o identifica o do seu nome e o que for discutido durante os encontros ser mantido em segredo Considero que a pesquisa n o confere risco par
325. o contaminado pelo virus HIV LM HIV e leite materno contaminado pelo v rus HTLV LM HTLV A din mica foi criada especialmente para este 2 3 Segundo Ximenes 2000 p 359 encenar p r em cena um espet culo Neste estudo a encena o foi considerada o momento no qual foi colocado um espet culo hipot tico apresentando s mulheres uma situa o na qual elas teriam que escolher uma mamadeira com um tipo de leite espec fico LM LM com HIV LM com HTLV para ser oferecido ao boneco beb com intuito de identificar as atitudes diante de tal situa o 88 estudo a fim de observar as atitudes e comportamentos das mulheres soronegativas e soropositivas para os virus HIV e HTLV frente ao cont gio do leite materno Para tanto esta din mica foi realizada de forma individual e balizada pelos pressupostos apresentados abaixo e as RS que mulheres soronegativas e soropositivas possuem sobre o leite materno comparado ao leite materno contaminado pelos v rus HIV e HTLV tem como consequ ncia a escolha exclusiva do leite materno e o comportamento de rejei o ao leite materno contaminado e as RS que as mulheres soronegativas e soropositivas possuem sobre o leite materno contaminado pelos v rus HIV e HTLV tem como consequ ncia comportamentos de escolhas diferenciadas em rela o aos tipos de v rus HIV e HTLV e o fato de preparar o ambiente para encena o diante das mulheres tem como consequ ncia comportame
326. o normal o leite materno saud vel uma coisa perfeita Quando eu n o amamentei eu sabia que era o melhor pra ele eu sabia que estava cuidado da sa de dele no geral Ent o eu j vinha me preparando desde o pr natal e sabia que eu n o ia poder amamentar Ent o a gente cuida da alimenta o dele de outras maneiras o melhor poss vel N o amamentar uma frustra o a gente sabe que no fundo fica faltando um pedacinho como se voc tivesse deixado de dar alguma coisa pra ele fora que tem todo o la o de afetividade aquele momento ali um momento nico Eu n o me senti menos m e e nem senti a falta de passar o carinho para ele porque eu acho que ele n o sentiu tanto a perda de ordem afetiva porque eu sempre procurei compensar de outras maneiras ficando perto mesmo tanto que ele muito apegado a mim e est sempre junto eu brinco muito com ele fa o muito carinho e mesmo sem o peito a gente vai compensando de outras formas M E SP HIV 8 36 anos amamentou os dois primeiros filhos e n o amamentou o terceiro Quando o beb foi modelado em sua forma mais humana ele aparece chorando tendo a l grima e os olhos desproporcionais em rela o ao tamanho do corpo Os aspectos ic nicos e verbais evidenciam a tristeza H uma refer ncia expl cita no discurso relativa tristeza do filho e da m e por ser soropositiva e impossibilitada de amamentar projetando a pr pria lamenta o por n o ter amamentado seu pr prio
327. o para o a filho a No caso da mosca por sua capacidade transmissora de doen as ela adentra o campo metaf rico das mulheres comparando se pela possibilidade de transmitir pelo leite sua infec o ao a filho a Com a utiliza o do microsc pio ocorreu uma compreens o mais precisa de que as doen as s o causadas por organismos espec ficos identific veis e vis veis s lentes deste aparelho mas que podem ser transportados para um papel atrav s de uma imagem SONTAG 2007 Assim a partir da divulga o dessas imagens pela m dia as met foras ganharam 128 precis o especialmente as relacionada aids Por m desenvolveu se o medo que permeia o imagin rio social e diz respeito amea a de invas o dos v rus como um agente infeccioso que vem de fora e se fixa em car ter permanente no corpo dos seres humanos As figuras 01 e 02 expressam essas met foras Figura 01 Representa o figurativa de um bicho Mosca Porque uma coisa pausa eu quero falar que em rela o a pausa eu pensei num bicho porque uma coisa nojenta uma mosca que eu tentei desenhar muito ruim a pessoa ter um leite contaminado uma coisa ruim Eu penso que o leite materno com o virus contaminado uma coisa que n o serve para nada que n o tem utilidade nenhuma ao contr rio arriscado contaminar uma crian a que a m e n o esteja ciente do problema que tem de sa de MULHER SP HTLV 3 65 anos amamentou os 4 filhos
328. o que se torna p blico e que revela a m e para o mundo arruinando a como elo social Desse modo surge uma divis o do eu colocando problemas psicossociais mais graves de uma dicotomia existente dentro da mulher soropositiva que se representa dividida e possuindo uma barreira interna Assim ao mesmo tempo em que se torna m e cumprindo sua fun o como respons vel pela preserva o da esp cie humana ela banida do social por colocar a sociedade em risco Figura 26 Representa o figurativa de uma barreira Eu acho que isso aqui doen a que a gente pega se transmite e fica no nosso leite uma barreira que fica dentro de n s que nos impede de ter um momento especial e de ser m e por inteira Eu acho isso Porque n o tem um momento melhor na sua vida do que voc ter um filho e poder dar mama a ele Ent o isso aqui uma barreira que te impede de ser m e por inteira M E SP HTLV 5 22 anos amamentou o primeiro filho e n o estava amamentando o segundo por sua condi o de soropositiva A divis o do eu tamb m simbolizada por uma arma letal o punhal Mais uma vez a modelagem dessa figura manifesta os temores da morte real e simb lica vasculhando conte dos inconscientes e fantasmag ricos Figura 27 Representa o figurativa de um punhal Eu modelei um punhal Ele significa morte Eu acho que o leite materno contaminado significa morte Uma punhalada nos inocentes MULHER SP HTLV 6 46 anos amam
329. o s mbolo da maternidade foi constru da social e culturalmente ao longo dos tempos centrada numa vis o biol gica No entanto ela n o se esgota apenas nos fatores biol gicos mas envolve dimens es culturais sociais e hist ricas MORENO REA FELIPE 2006 Na vis o biologicista ser m e um destino natural da mulher Desse modo normal e natural uma mulher amamentar seu sua filho a especialmente se ela saud vel para mim isso normal natural porque toda crian a tem que mamar Estando a m e tando saud vel importante dar o leite mas agora quando a m e j est com problema de sa de MULHER 29 SP HIV Dado a import ncia do leite materno para a sa de da crian a a mulher tem que amamentar o a filho a porque acredita que o leite materno bom especialmente pelo seu papel protetor contra infec o e alergias 200 O reconhecimento dos benef cios do leite materno para a sa de da crian a motivou algumas mulheres a optarem pela amamenta o mesmo conhecendo o seu estado sorol gico Assim o desejo de amamentar se sobrep e aos riscos que o leite contaminado pode causar ao organismo infantil conforme ilustra o discurso abaixo Pensei em algumas m es Eu mesma conhe o uma que pegou o virus do HIV engravidou e depois as crian as nasceram sem o virus e ela amamentou mesmo sabendo ela fazia o tratamento e tudo Mesmo sabendo ela amamentou as crian as com com o v rus Mas ela sab
330. o triste por isso Mas eu n o tive coragem ainda de contar a minha m e que soropositiva M E 2 SP HIV Eu senti que foi ruim n o amamentar foi uma coisa chata porque eu n o amamentei o povo fas colegas de quarto ficava perguntando porque n o amamentava l na maternidade e eu ficava com vontade de chorar porque eu n o podia falar ent o eu dizia que n o sei porque e que n o tinham me falado nada M E 10 SP HIV r Na tentativa de manter sigilo sobre sua situa o a mulher obrigada a buscar estrat gias para justificar socialmente a n o amamenta o e manter o sigilo sobre sua condi o de soropositiva Para tanto elas justificaram socialmente a n o amamenta o utilizando se de alega es que lhes pareciam plaus veis e que escondeu a sua condi o sorol gica conforme aparece nos discursos das mulheres que participaram do MCMM Quando as pessoas me perguntavam porque eu n o estava amamentando eu dizia porque eu tava com problema no pulm o Eu negava tinha vergonha de dizer como eu tenho at hoje MAE 4 SP HIV Quando minha m e perguntou porque eu n o estou amamentando eu disse para ela que o leite secou e eu n o vou amamentar ele e eu n o quero a ela disse que est muito triste que o primeiro neto dela a ela falou que est muito triste por isso mas eu n o tive coragem ainda de contar a minha m e que soropositiva M E SP HIV 2 Dessa forma para justificare
331. o v invis vel Gostei muito de ter participado e espero que voc n o se assombre com meu bicho GESTANTE SN 2 31 anos amamentou somente 2 dos 3 filhos o primeiro por um m s e o segundo por 13 meses O monstro tamb m materializado semelhan a de uma figura humana como mostra a modelagem acima Figura 06 Todas as partes do corpo encontram se deformadas a cabe a com tamanho desproporcional em rela o ao corpo o rosto com olhos lembrando uma caveira e o lugar da boca rasgado formando um conjunto visual da face como monstro devorador Um dos p s em posi o inversa ao modelo humano e o que corresponderia m o esquerda foi modelado outro tipo de deformidade sem o formato dos dedos Todas as representa es fantasmag ricas de bicho variando do v rus ao monstro possuem uma significa o de destitui o da condi o humana na medida em que h uma mudan a de natureza do ser que deixa de ser humano para ser representado como bicho Os atributos humanos s o substitu dos por caracter sticas animais e at mesmo metaf sicas presentes nos fantasmas dos monstros Resultados semelhantes foram encontrados nos estudos de Jodelet 2005 e Giami 2004 sobre a loucura e deficientes mentais respectivamente nos quais eles est o representados como animal FIGURA HUMANA Crime e castigo A representa o do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV como um bicho n o compartilhada pelas mulheres soropositiv
332. ocupacional psicologia laborat rio de patologia cl nica exames diagn sticos puericultura e vacina o Sua infraestrutura foi idealizada para atender aos pacientes com necessidades especiais inclusive pacientes de cadeiras de rodas Conta com uma recep o uma sala de administra o tr s consult rios uma sala para reuni es uma sala do servi o de psicologia uma sala de coleta e uma sala onde s o realizados os exames sorol gicos Nesse Centro est o matriculados cerca de 900 pacientes portadores as de HTLV 80 Um outro cen rio da pesquisa foi uma Unidade B sica de Sa de a partir do Servi o de Pr natal Este servi o funciona nos turnos matutino e vespertino com uma m dia de atendimento de 10 mulheres gestantes em cada per odo e se constitui uma porta de entrada para o sistema de sa de A Unidade B sica de Sa de pertence ao Distrito Barra Rio Vermelho considerado um dos mais populosos da cidade com rea de 2 117 km e com uma popula o estimada em 344 337 habitantes correspondendo a 12 9 da popula o total do munic pio Esta Unidade foi escolhida por possuir uma grande demanda ao pr natal e porque concentra atividades pr ticas e de pesquisa da EEUFBA o que favoreceu a aproxima o e entrada da pesquisadora no campo Al m disso a op o pelo servi o de pr natal se deu por ser um dos locais onde atualmente t m sido solicitados os exames de triagem sorol gica para os v rus HIV e HTLV garantindo
333. odificavam de tal forma como se uma cortina de fuma a descesse sobre suas faces Elas se tornavam tristes cabisbaixas em alguns momentos nem me olhavam nos olhos e por vezes choravam principalmente as soropositivas As respostas obtidas atrav s do TALP resultantes das evoca es aos est mulos indutores leite materno amamenta o n o amamenta o HIV aids HTLV e cont gio do leite materno foram agrupadas de acordo com a frequ ncia de repeti o de palavras que se impunham como categorias e inclu das as que tivessem a mesma similaridade sem ntica Em seguida foram organizados os dicion rios de respostas referentes a cada est mulo para serem submetidos ao processo estat stico de AFC com a utiliza o do software Tri deux Mots Os resultados do processamento estat stico permitiram colocar em evid ncia a oposi o de RS entre as mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV sobre o cont gio do leite materno por estes v rus Para fins de an lise e tratamento das informa es obtidas foram consideradas as respostas tendo como refer ncia a frequ ncia igual 112 ou superior a 8 oito vezes repetidas e evocadas em rela o a cada est mulo indutor de modo a assegurar a valida o estat stica considerando que foram evocadas 2 206 palavras pelas 120 mulheres constituintes da amostra das quais 419 foram diferentes Para processamento dos dados pelo Tri deux Mots foram utilizadas as seguintes
334. omendava era cautela e mais pesquisa sobre o assunto OMS 1998 p 1 32 Em 1992 a OMS convocou uma reuni o internacional de especialistas e com base em pesquisas que confirmaram a TVMC por meio da amamenta o recomendou em lugares com altas TMI Taxa de Mortalidade Infantil o risco de morrer por diarr ia com a n o amamenta o t o alto que pode ser maior que o risco da transmiss o do HIV pela m e pelo leite materno assim a amamenta o o m todo de escolha nessas comunidades Entretanto onde as TMI s o baixas e o uso de f rmula infantil seguro esta a alimenta o de escolha para crian as filhas de m e HIV OMS 1998 p 1 2 Passados alguns anos e com avan os nos estudos sobre a transmiss o vertical em 2003 a OMS reitera a pol tica sobre HIV e alimenta o infantil e p blica em documento oficial a recomenda o global de que quando a alimenta o a ser fornecida para a crian a em substitui o ao leite materno for aceit vel vi vel economicamente sustent vel e segura a amamenta o ao peito dever ser totalmente suprimida por parte das m es infectadas com HIV Caso contr rio a amamenta o exclusiva recomendada durante os primeiros meses de vida devendo ser interrompida t o logo seja poss vel OMS 2003 p 2 Essas recomenda es mostram uma dupla orienta o ou seja uma para mulheres de pa ses desenvolvidos e outra para mulheres de pa ses em desen
335. ontemplar somente os condicionantes biol gicos al m de tornar a mulher dependente do saber profissional ainda a responsabiliza pela sa de do seu sua filho a valendo se para isso da amamenta o A medicina determinou que a mulher deveria voltar a amamentar mas n o a ensinou como fazer nem como ela deveria enfrentar os conflitos que a amamenta o poderia trazer A mulher historicamente desconhecia o processo de amamenta o e quando n o conseguia amamentar com sucesso iniciava o processo de culpabilidade SILVA 1990 Nessa constru o social a amamenta o traz para a mulher compromisso obrigatoriedade e uma cobran a social muito intensa para que ela amamente e quando o desmame ocorre ela cupabilizada por tal processo Como sempre assumiu a responsabilidade pelos cuidados com os as filhos as especialmente o de aliment los encontra se sem apoio do companheiro que muitas vezes pelos pap is sociais constru dos n o participa do processo de amamenta o A representa o da mulher ideal no s culo XIX e que perdurou at quase metade do s culo XX compreendia uma mistura de imagens que englobavam a m e piedosa da Igreja a m e educadora do Estado positivista a esposa companheira do aparato m dico higienista JAVORSKI 2006 42 Com o saber m dico permeando a vida privada das familias atrav s da puericultura ocorreu a medicaliza o do ato de amamentar e o aleitamento materno deixou de ser ato natural
336. or meio da entrevista advindas das perguntas abertas foi utilizada a an lise de conte do tem tica proposta por Minayo 2000 As informa es provenientes das perguntas fechadas foram submetidas a an lise estat stica pelo softwere SPSS Statistical Package for the Social Sciences utilizando se a estat tica descritiva Abaixo ser o apresentadas algumas considera es te ricas e metodol gicas sobre as t cnicas de an lise das informa es coletadas a fim de que possam ser compreendidas 5 7 1 TALP Tri Deux Mots An lise Fatorial de Correspond ncia AFC As informa es apreendidas pelo TALP foram processadas estatisticamente pelo software Tri Deux Mots e analisadas por meio da An lise Fatorial de Correspond ncia AFC Com o software Tri Deux Mots foi poss vel verificar correla es entre grupos assim como visualizar as rela es de atra o e de afastamento entre os elementos do campo representacional acerca do objeto estudado o significado do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV Ao descrever a AFC Oliveira e Am ncio 2005 p 330 destacam ser ela um conjunto de t cnicas de estat stica descritiva multivariada que evidenciam as afinidades entre certas linhas e colunas de uma matriz de dados e que se baseiam na hip tese da independ ncia entre as linhas e as colunas dessa mesma tabela Para a utiliza o deste software inicialmente as informa es foram organizadas a partir da constru
337. ora elas ao inv s de me levantar ela me derrubou Eu disse a ela que horror Ela come ou a dizer voc vai ter que ficar nesse quarto sozinha que voc tem este problema e eu disse tem nada n o Eu conheci v rias meninas l ficou comigo elas n o sabiam disso a ficaram as enfermeiras l gritando ah est com aquela doen a a aids falou baixinho s ficava gritando A as meninas disseram tem algu m aqui na sala que t com aids falou baixinho a eu disse Quem Eu fiquei assim na minha ser que eu Que as enfermeiras sa ram por a espalhando Era um erro A as minhas colegas n o se ligou muito assim A eu fui fazer aqueles testes do pezinho que faz tudo l a elas disseram que n o podia n o porque meu menino tinha pouco peso a eu disse isso a preconceito eu acho que M E SP HIV 5 As pacientes com HTLV sentem discrimina o Sente Sente L mesmo onde eu moro eu tinha poucas amigas porque eu n o sou de andar nas portas mas as poucas amigas que ia na minha casa hoje j n o v o tanto Se elas me veem dar a m o ou ent o telefonam saber como eu estou Quando eu chego da radioterapia algumas ligam e a j chegou Tudo bem Tal mas ir l frequente como iam n o v o mais MULHER SP HTLV 10 Percebe se a partir desses discursos que a discrimina o e preconceito perpassam no viver cotidiano das mulheres soropositivas para o HIV e HTLV A confirma o da infec o pe
338. os simp sios e congressos e discutia com colegas ministrava aulas na gradua o cuidava de mulheres em processo de amamenta o fui adquirindo cada vez mais experi ncia em cuidar das mulheres fossem elas uma gestante uma parturiente ou uma nutriz Em 1996 ingressei no Curso de Especializa o em Aten o Sa de da Mulher com intuito de ampliar o conhecimento cient fico sobre essa tem tica e obter respaldo t cnico no cuidado s mulheres que estavam experienciando e vivenciando o ciclo gr vido puerperal especialmente as mulheres em trabalho de parto e parto Durante o percurso profissional muitas inquieta es sobre a pr tica da amamenta o surgiram por m a maior delas era o ndice elevado de desmame precoce entendendo ser esta uma situa o influenciada pelos fatores biol gicos sociais culturais e econ micos Ciente destes fatores o social e o cultural foram os que me despertaram maior interesse no que se refere ao estudo das quest es que permeiam o ato de amamentar uma vez que sempre me questionava sobre a influ ncia da mulher av na pr tica do aleitamento materno ao cuidarem de suas filhas noras netos as em processo de amamenta o acreditando que elas Segundo Ximenes 2000 a viv ncia a experi ncia da vida o que se viveu enquanto a experi ncia a a o ou efeito de experimentar Conhecimento pr tico adquirido ao longo da vida Neste estudo foi considerada a viv ncia como um conheci
339. os ajustes na aplica o dos instrumentos de coleta de informa es e outros que pudessem retratar as ocorr ncias nos cen rios de pesquisa Cada t cnica realizada com os instrumentos descritos fazia emergir nas mulheres inquieta es as quais eram discutidas com a pesquisadora ap s a realiza o da coleta de informa es Momento em que se aproveitava para fornecer esclarecimentos e sanar na medida do poss vel d vidas sobre a amamenta o a infec o pelos v rus HIV aids e HTLV Outro aspecto a destacar refere se necessidade de estar dispon vel para ouvir as hist rias de vida daquelas mulheres permeadas por ang stia tristeza sofrimento dio desespero dor inseguran a medo e d vidas especialmente das soropositivas para os v rus HIV e HTLV Tamb m houve momentos em que foram relatadas hist rias alegres divertidas contentamentos lutas principalmente das mulheres soronegativas e poucas advindas das soropositivas O uso das t cnicas projetivas possibilitou um maior aprofundamento sobre o tema pesquisado permitindo apreender as representa es sociais de diferentes maneiras abordando por meio das falas dos sujeitos elementos mais conscientes atitudes valores e opini es elementos inconscientes que muitas vezes n o est o de acordo com as normas contextuais com as quais os sujeitos convivem COUTINHO 2001 92 A din mica interativa foi de f cil aplicabilidade e uma ferramenta importante para faze
340. para que a amamenta o fosse estabelecida com sucesso para elas Padoin 2005 mostrou que as mulheres soropositivas para o HIV sentem dificuldades dor e tristeza pela impossibilidade de amamentar sentem se sozinhas escondem a soropositividade e mostram necessidade de ajuda dos familiares amigos e profissionais de sa de Almeida 1997 constatou em seu estudo que as mulheres vivenciam dificuldades falta de apoio social maternidade e amamenta o e que a amamenta o sofre influ ncias e mudan as de acordo com o interesse da sociedade Concluiu que n o se deve colocar a m e como nica respons vel pela amamenta o e pelo desmame que este processo precisa ser compartilhado por todos fam lia companheiro e sociedade evitando provocar nas m es sentimentos de culpa ansiedade ou sacrif cio e buscando articular a rela o existente entre o individual e o coletivo Cavalcante Shimo e Rolim 2003 identificaram em um estudo sobre amamenta o que as mulheres relacionam fatos ocorridos na sociedade a partir de suas experi ncias anteriores com as m es e av s sendo que neste contexto que se inicia o preparo para a amamenta o A representa o do leite materno est fortemente vinculada sa de do beb e a 63 m e deve se doar para que isso aconte a O per odo do desmame se mostrou o mais dif cil para a m e com tristeza incerteza e remorso sofrendo neste processo forte press o da comunidade Isso de
341. pode se observar que quando estas foram expostas primeira op o oito mulheres escolherem a mamadeira com LM igual n mero de mulheres na segunda op o escolheu a mamadeira com LM e na terceira op o elas n o escolheram nenhuma das mamadeiras apresentadas Simult neo escolha das mamadeiras era solicitado s mulheres que oferecessem ao boneco rec m nascido a mamadeira As rea es de oferecimento da mamadeira ao rec m nascido foram de tr s ordens algumas pegavam o boneco em seus bra os e ofereciam o leite outras apenas pegavam a mamadeira e as demais simplesmente apontavam a mamadeira escolhida Quando questionadas sobre os motivos que as levaram a escolher a mamadeira as respostas foram variadas e est o apresentadas no Quadro 1 LEITE MATERNO LEITE MATERNO COM LEITE MATERNO NENHUMA DAS HTLV COM HIV DUAS l Conhecimento sobre 1 Desconhecimento sobre 1 Desconhecimento 1 Conhecimento sobre os atributos valorativos os v rus doen as e sobre o v rus HTLV os v rus doen as e positivos do leite transmiss o vertical doen as e transmiss o transmiss o vertical materno vertical 2 Conhecimento dos 2 Desconhecimento 2 Conhecimento sobre atributos valorativos sobre a pasteuriza o do os atributos valorativos negativos do leite materno leite materno negativos do leite com HIV materno com os v rus HIV e HTLV 3 Conhecimento sobre o v rus HIV aids e 3
342. preventivas por determinados grupos OLIVEIRA 2001 dentre eles as mulheres e especialmente as casadas m es de fam lia donas de casa e sexualmente fi is aos seus companheiros o que facilitou e ainda facilita a dissemina o da infec o pelo HIV nesta popula o levando com isso ao aumento do n mero de crian as infectadas pelo v rus ao mesmo tempo em que desperta nas mulheres sentimentos de culpa por estar transmitindo o v rus para o filho ou de tristeza por n o poder amamentar o filho como forma de preven o numa sociedade onde a amamenta o ancorada como a melhor forma da m e alimentar uma crian a N brega 2001 destaca que as RS s o elaboradas no mbito dos fen menos comunicacionais que repercutem sobre as intera es sociais e mudan as sociais Desta forma a comunica o social determina a forma o do processo representacional este sendo estruturado nos n veis cognitivo forma o das RS e edifica o das condutas A autora descreve que o cognitivo refere se ao acesso desigual s informa es interesses ou implica es do sujeito bem como a necessidade de agir em rela o aos outros a forma o das RS se d por meio dos processos formadores objetiva o e ancoragem e a edifica o das condutas refere se s opini es atitudes e estere tipos As RS s o imersas nos meios comunicacionais que circulam nos discursos expressos pelas ideias e imagens que se materializam nas condutas Em rela o
343. que pode ser prevenida e 119 que a aids a pior coisa que poderia existir no mundo muito pior que ser somente soropositiva para o HIV O que podemos observar ao analisar o est mulo aids que para as soropositivas para o HTLV a aids pior uma doen a maligna terr vel e deprimente que ocasiona desespero e stress ao levar a pessoa ao fundo do po o ao fim da carreira ao fim do mundo e ao fim da vida Os est mulos HIV e aids s o representados diferentemente numa escala de gravidade na medida em que a aids associada ao universo fantasmag rico de poderes aterradores pela profundidade fundo do po o do que marcado pela aus ncia limites o infinito que desgoverna e impossibilita qualquer controle A ideia de doen a maligna possui conota o religiosa vagamente associada ao demoniaco fim do mundo os inocentes que foram tragados por essa coisa maligna De tal forma que parece uma trajet ria de quem transp e as barreiras do limite humano e ingressa num mundo que n o pertence mais natureza humana fim da vida Entretanto para as soronegativas quando uma pessoa tem aids deve procurar o m dico para fazer exames de sangue continuar fazendo o tratamento tomando os rem dios pois a aids d chance de cuidar e de ser tratada No entanto a aids tem preven o e para isso preciso ter cuidado e aten o para evitar contaminar outras pessoas preciso usar preservativo se proteger a partir de
344. qui nesta institui o A sua privacidade ser mantida atrav s da n o identifica o do seu nome e o que for discutido durante os encontros ser mantido em segredo Considero que a pesquisa n o confere risco para a senhora no que diz respeito sua integridade f sica e moral No entanto se a senhora durante a coleta de informa es sentir desconforto psicol gico ps quico moral intelectual social cultural ou espiritual poder desistir de participar da pesquisa e eu imediatamente acatarei a sua decis o Ao mesmo 232 tempo em que caso eu perceba tais desconfortos tamb m discutirei com a senhora sobre sua saida da pesquisa se assim for sua vontade e caso haja algum prejuizo decorrente da realiza o deste estudo ser providenciada a devida repara o dos danos pelas respons veis pela pesquisa Caso aceite participar desta pesquisa solicitamos ainda a autoriza o da senhora para usar o gravador Depois de analisados as informa es os resultados ser o utilizados para a produ o de artigos t cnicos e cient ficos e para apresenta o em congressos cient ficos A sua privacidade ser mantida n o s atrav s da n o identifica o do seu nome como a garantia de um espa o espec fico para a realiza o da coleta de informa es Agradecemos a participa o e colabora o da senhora Doutoranda Marizete Argolo Teixeira Orientadora Dra Mirian Santos Paiva Qualquer esclarecimento procurar a doutorand
345. r rduo especialmente pela pouca experi ncia no conv vio com mulheres portadoras dessas infec es que ainda nos dias atuais vivem a enfrentar o preconceito e estigma por serem portadoras dos v rus HIV e HTLV e s o impossibilitadas de amamentar seus suas filhos as No entanto ao construir um conhecimento sobre o cont gio do leite 209 materno por estes virus direciono um novo olhar para o cuidado de mulheres que vivenciam a soropositividade e a n o amamenta o Para alcan ar os objetivos da pesquisa fundamentei me na TRS e utilizei multim todos e mult cnicas para coleta das informa es Assim segui uma abordagem quanti qualitaitva ao utilizar o survey descritivo t cnicas projetivas TALP e MCMM e uma din mica interativa como t cnicas de coleta de dados A an lise resultou na constru o de categorias emp ricas que contemplaram as informa es advindas da transversaliza o das tr s t cnicas utilizadas para coletar os dados Do resultado dessa transversaliza o emergiram cinco categorias 1 Reveses e vieses o des conhecimento como consequ ncia de vidas reescritas 2 Amamentar ou n o um desafio des conhecer raz es para decidir escolher 3 Multiversas maneiras de viver a vida sendo soropositiva 4 A dif cil decis o de n o amamentar conflitos valorativos 5 Sentimentos e sensa es do ser m e de filhos livres dos v rus HIV e HTLV e suas respectivas subcategorias Essas categorias interrela
346. r MCMM A din mica criativa utilizada neste estudo com massa de modelar TEIXEIRA 2005 foi outro instrumento de valor para apreens o das RS uma vez que se constituiu na busca de elementos que se encontravam no inconsciente a partir de processos expressivo motores manuseio da massa de modelar e de processos perceptivos din micos verbaliza es sobre o que foi modelado assemelhando se t cnica do Desenho Est ria com Tema descrito por Coutinho N brega e Cat o 2003 diferenciando se apenas pelo material utilizado Por sua semelhan a com o Desenho Est ria com Tema salutar classific la como uma t cnica projetiva uma vez que a estrutura psicol gica das mulheres tornou se palp vel atrav s das cria es revelando o que se ocultava em seu inconsciente A ado o desta din mica possibilitou o desenvolvimento da criatividade da sensibilidade e da arte das mulheres o que permitiu que elas expressassem o sentido e o significado do cont gio do leite materno de maneira mais espont nea facilitando assim a express o verbal sobre o que haviam modelado e consequentemente sobre a tem tica abordada Esta t cnica pode ser realizada de forma individual ou em grupo e aplicada a todas as faixas et rias em ambos os sexos e em qualquer n vel mental socioecon mico e cultural Neste estudo a t cnica foi aplicada de maneira individual dado a dificuldade para se formar os grupos de mulheres nas institui es pesquisadas Es
347. r Sem contar que uma amamenta o bem sucedida desperta na mulher um sentimento de profunda liga o com o a filho a e de realiza o como mulher e m e OMS 1993 GIUGLIANI 1994 LANA 2001 M NDEZ ROMERO 2002 PAMPLONA 2002 resultado dos condicionantes de g nero No entanto cabe mulher decidir se quer ou n o amamentar Este um direito que lhe confere o poder de controlar seu corpo independente das press es exercidas pela sociedade especialmente a ordem m dica centrada em um modelo biom dico de domina o masculina com seu discurso higi nico machista e romantizado sobre a amamenta o comprometendo as mulheres com uma pol tica machista e fazendo as crer que na fun o de aleitar como um ato nobre AMIN 1995 COSTA 2004 Cabe destacar ainda os interesses comerciais que foram estabelecidos pelas ind strias de alimentos infantis consistindo se portanto em mais uma 29 forma de press o sobre a decis o da mulher de amamentar ou n o N o se pode deixar de falar sobre as vantagens do aleitamento materno para a sociedade como um todo especialmente do ponto de vista econ mico com a fam lia sendo a primeira beneficiada com esta pr tica Concordo com Giugliani 1994 ao relatar que num pa s onde muitas fam lias contam com escassos recursos para o sustento o fator econ mico n o pode deixar de ser considerado j que alimentar uma crian a com leite materno mais econ mico do que aliment la com leite a
348. r a perna que abriu toda em feridas com a garganta gengiva tudo abiu em feridas Eu cheguei aqui num estado de lamentar mesmo Quando as m dicas me olhavam assim s tinha mesmo os olhinhos batendo MULHER 6 SP HIV 184 As mulheres soropositivas para o HTLV tamb m vivenciaram os dist rbios f sicos provocados pelas doen as associadas ao HTLV como les o no corpo perda dos movimentos dos MMII e dos quadris perda de vis o incontin ncia urin ria dores nos ossos dentre outras Tal fato pode ser observado nos discursos dessas informantes Eu fa o radioterapia porque eu tenho uma les o no corpo um tipo de c ncer de pele raro por isso que eu fa o tratamento Talvez no dia 5 eu vou ficar sabendo se eu vou fazer a quimioterapia E a radioterapia eu j estou fazendo tem quase 9 meses A minha pele tem uma mancha aqui mostrou o local entre as coxas enorme outra aqui no bumbum e v rias pequenininhas assim pelo corpo Ela fica assim me mostrou a pele fica assim ressecada seca E depois do tratamento eu t bem melhor eu tomo o medicamento Eu j perdi o movimento de quase tudo A ltima semana eu estava caindo eu ia andando e ela moecava e eu ca MULHER 10 SP HTLV uma doen a que n o tem cura Eu perdi o equil brio das pernas dos quadris atacou minhas vistas os ossos que doem MULHER 30 SP HTLV A grande maioria dos portadores da infec o pelo HTLV permanece assintom tica Contudo
349. r com um leite estragado contaminado com o v rus n o pode a crian a tomar este leite porque se a crian a se alimentar ela vai ter a possibilidade de contrair o v rus tamb m n o isso Eu amamentei os dois filhos No tempo que eu amamentei n o tinha esse problema pelo que surgiu foi do segundo casamento Meus filhos n o tem nada a ver mas foi muito bom amamentar meus filhos foi muito maravilhoso mesmo eles cresceram com sa de e at hoje todo mundo sadio gra as a Deus O leite materno muito importante para a crian a rec m nascida o alimento melhor que tem para a crian a o leite materno Que eles mamavam e nem comia mais nada s o leite mesmo que eles tomavam um ano e seis meses s o leite n o comia mais nada sustentava no leite materno Este zero significa que leite estragado contaminado ruim mesmo ruim mesmo Leite que est com o problema do virus ruim e n o pode dar a crian a MULHER SP HIV 6 45 anos n o teve nenhuma gesta o ap s a soropositividade amamentou os 2 filhos Figura 22 Representa o figurativa de um leite borbulhando coalhado Penso no leite que a pessoa n o pode amamentar um leite borbulhado um leite que n o serve para o beb apesar de n o servir vai transmitir v rios tipos de doen as como infec o intestinal e outros tipos de doen as tamb m Borbulhando porque n o est servindo est coalhado e transmite s rios problemas para a crian a
350. r emergir os significados do cont gio do leite materno as atitudes comportamentais das mulheres frente ao leite materno e o leite materno contaminado pelos v rus face situa o imagin ria de oferecimento do leite ao boneco rec m nascido foi poss vel observar que a escolha diante do tipo de leite tinha rela o com as representa es sociais que essas mulheres constru ram acerca da amamenta o da infec o pelos v rus e do cont gio do leite materno A utiliza o dos instrumentos de investiga o possibilitou a abordagem de multim todos e multit cnicas condi o primordial no estudo das representa es sociais principalmente quando se quer trabalhar com um fen meno complexo e plural como o caso da tem tica em foco 5 6 OS ASPECTOS TICOS DA PESQUISA UM COMPROMISSO SOCIAL PROFISSIONAL E CIENT FICO A tica permeou todo o processo dessa pesquisa uma vez que houve preocupa o com os valores trazidos por cada mulher Segundo Lima 2004 p 17 a tica envolve ju zos de aprecia o isto envolve um julgamento e uma decis o Logo envolve consci ncia E consci ncia o atributo pelo qual o homem toma em rela o ao mundo e a seus interiores Portanto tica algo subjetivo depende do julgamento consciencioso de cada um um Julgamento individual A tica um compromisso social profissional e cient fico que o a pesquisador a tem com a melhoria da qualidade de vida da popula o
351. r estruturas e extrair significados dos dados de um estudo uma tarefa desafiadora para as os pesquisadoras es uma vez que n o existem regras sistem ticas para an lise e apresenta o dos resultados Al m do mais rduo o trabalho de organizar e dar sentido a grande quantidade de material narrativo desafiado pela tarefa de redu o dos dados para o relato final sem contudo perder a ess ncia ou deixar de relatar trechos desse material e n o perder a riqueza dos dados originais POLIT BECK HUNGLER 2004 94 A pesquisa produziu quatro tipos de dados brutos as informa es provenientes do TALP as transcri es das entrevistas perguntas abertas realizadas no MCMM e na din mica interativa o processamento estat stico perguntas fechadas e a an lise das imagens produzidas na modelagem Para tanto foi preciso elaborar um plano de tratamento e an lise das informa es com base no referencial te rico e metodol gico adotado bem como nos objetivos e pressupostos da pesquisa Dessa forma as informa es emergidas do TALP foram processadas estatisticamente por meio do softwere Tri Deux Mots e an lisadas mediante a an lise fatorial de correspond ncia AFC Para as informa es coletadas por meio do MCMM foi utilizada uma adapta o da an lise proposta por Coutinho 2001 para o desenho est ria com tema e do que prop e Penn 2002 para an lise semi tica de imagens paradas J para as informa es coletadas p
352. r infinito e incondicional sem Ele seria imposs vel chegar at aqui Aos meus pais Miguel e Margarida pelo meu existir e pelo incentivo e apoio durante minha vida profissional Aos meus irm os e irm s especialmente Margarete Marcelo e Lucas pelo apoio amor e for a concedidos nos momentos de ang stias solid o e luta neste meu caminhar Aos meus sobrinhos especialmente C ssio e Armando pelo cuidado com minha m e na minha aus ncia e pelos momentos de conv vio regados de incentivos carinhos conquistas e emo es minha orientadora Mirian Paiva fonte de sabedoria humildade paci ncia carinho e compet ncia pela condu o no caminho que trilhei durante o doutotorado repleto de lutas e conquistas Tu foste muito mais que uma orientadora foste uma amiga os anos ao teu lado foram vividos com suavidade mesmo diante de todas as adversidades que a vida nos apresentou Muito obrigada pela presen a constante e pelo meu crescimento pessoal e profissional Agradecimentos primeira fam lia do cora o Cla dia e Priscila os anos de conv vio nos tornam muito mais do que companheiras eles fortaleceram os nossos v nculos de amigas e irm s tamanha foi a cumplicidade que nos envolveu durante este per odo que desfrutamos da companhia uma da outra Prof Sheva N brega meu muito obrigada pelas contribui es t o valiosas neste estudo Tu s muito especial para mim e os momentos vivenciados juntas foram
353. ra a crian a 03 As pessoas diziam que era bom dar de mamar 04 Os profissionais de sa de orientavam 05 bom para mulher 06 Toda mulher deve amamentar 07 Sen o amamentasse me sentiria menos mulher 08 M e sogra 8 Informa es sobre o v rus HIV aids 8 1 senhora j ouviu falar sobre HIV aids Sim N o N o sei 8 2 Quando a senhora ouviu falar pela primeira vez sobre HIV aids Nainf ncia Na adolesc ncia Na idade adulta Na gravidez No parto No pu rperio 8 3 Quem Ihe falou sobre o HIV aids Familiares Quem dos familiares Professor Amigo Profissional de sa de Qual profissional de sa de Qual servi o de sa de Outro 8 4 O v rus HIV aids pega por Discordo Discordo Nem discordo nem Concordo Concordo totalmente concordo totalmente 1 2 3 4 5 01 Contato sexual 02 Transmiss o m e filho 03 Sangue contaminado 04 Leite materno 05 Compartilhando agulha contaminada 06 Beijando 07 Pegando na m o 08 Dando um abra o 09 Sentado no mesmo lugar 10 Comendo no mesmo prato e com os mesmos talheres 11 Sexo oral 12 Transfus o 13 Mosquito 14 saliva 8 5 A senhora sabe como se previne contra HIV aids Sim N o N o sei 8 6 A senhora se previne contra HIV aids 241 Nunca Poucas vezes Algumas vzs Muitas vezes Sempre 1 2
354. ra se organizada nas subcategorias Conhecimento uma forma de preven o saberes versus fazeres e Entre a solicita o de informa o e a necessidade de apreens o do saber para prevenir das mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV diante das representa es do cont gio do leite materno 7 1 1 Subcategoria Conhecimento uma forma de preven o saberes versus fazeres Na TRS Moscovici 1978 ao classificar e analisar os sistemas de comunica o produtores de representa es sociais caracteriza a difus o como respons vel pela gera o de opini es Esse modo espec fico de dissemina o pelos meios de comunica o constitui se numa forma bastante utilizada nas campanhas de sa de p blica como chamamento para a es preventivas a exemplo as campanhas empreendidas pelo Minist rio da Sa de do Brasil sobre a aids Os tr s grupos de mulheres SN SP HIV e SP HTLV constituintes da amostra quando interrogadas se j ouviram falar sobre o HIV foram un nimes em afirmar possuir informa es sobre o tema Sobre isto vale salientar que informa o uma palavra utilizada na linguagem comum e o seu conceito est sempre ligado ao significado e usado como sin nimo de mensagem not cia fatos e id ias que s o adquiridos e passados adiante como conhecimento MACHADO 2003 p 15 152 Por outro lado conhecimento est associado com pragm tica ou seja relaciona se a alguma coisa no mundo r
355. realizando atendimento ao a portador a da infec o pelo HIV aids atrav s de condutas de profissionais de sa de com crit rios t cnicos estabelecidos proporcionando uma homogeneiza o da aten o aos s pacientes facilitando a descentraliza o dos cuidados aos s portadores as desta infec o possibilitando aos mesmos acompanhamento m dico com infectologista dermatologista psiquiatra pediatra e ginecologista Conta ainda com profissionais da rea de enfermagem de nutri o de odontologia de terapia ocupacional de suporte psicol gico e de assist ncia social e farmac utica Al m do seu papel assistencial o Centro vem enfatizando a pesquisa cl nica onde busca novas op es terap uticas novas abordagens sociais e psicol gicas para o enfrentamento da epidemia enfatizando a import ncia da preven o das IST aids O Centro de Refer ncia para o HTLV foi criado em 2002 e conta com uma estrutura fisica e de pessoal apoiados por profissionais de uma Escola de Medicina Trata se de uma Unidade de Refer ncia para todo o Estado da Bahia tendo como objetivo prestar atendimento integrado e multidisciplinar visando ao bem estar fisico e mental dos pacientes assim como dos seus familiares Possui os servi os de diagn stico sorol gico testes atendimento m dico infectologia neurologia oftalmologia dermatologia obstetr cia gastroenterologia psiquiatria pediatria e urologia atendimento fisioter pico terapia
356. rem consigo muitos mitos tabus valores e cren as sobre o ato de amamentar o que de certa forma influenciava esta pr tica No entanto estes foram discutidos revistos e alguns modificados no momento em que o Modelo de Cuidar em Enfermagem foi implementado o que contribuiu para a promo o prote o e apoio ao aleitamento materno TEIXEIRA 2005 Assim neste percurso profissional e acad mico transcorrido pude construir desconstruir reconstruir os meus pr prios significados referentes s quest es que permeiam a pr tica do aleitamento materno especialmente o de acreditar que as mulheres av s interferiam no processo de amamenta o de forma negativa pressuposto esse defendido e percebido a partir de um contexto social que vivenciava no interior da Bahia Por m no desenvolvimento da pesquisa constatei que as mulheres av s interferem no processo de amamenta o de forma positiva por meio da promo o prote o e apoio a essa pr tica Essa descontru o reconstru o resultou no entendimento de que a amamenta o um processo complexo n o instintivo e que precisa ser aprendido que n o depende somente das mulheres mas sobretudo do apoio recebido do companheiro dos familiares e dos profissionais de sa de que as mulheres precisam ser cuidadas e n o precisam se sentirem culpadas pelo desmame uma vez que o amamentar n o um ato somente biol gico mas permeado e influenciado por quest es culturais econ micas socia
357. res ressignificaram a n o amamenta o por meio de sentimentos e sensa es de se tornarem m es de filhos as soronegativos as para os v rus Se para elas o amamentar s mbolo de completude troca de afetos e sinal de dever cumprido para com o filho por outro o n o amamentar ressignificado como um ato de amor no qual a sa de do a filho a foi preservada A caracter stica desta CATEGORIA aparece ilustrada nas subcategorias Conforto e al vio a tranquilidade de saber que os filhos est o livres dos v rus e N o amamentar um ato de amor em preserva o a sa de centradas nos sentimentos e sensa es do ser m e soropositiva de filhos as soronegativos as que n o foram contaminados devido s medidas profil ticas empregadas para impedir a transmiss o vertical dentre elas o n o amamentar 7 5 1 Subcategoria Conforto e al vio a tranquilidade de saber que os filhos est o livres dos v rus Paralelamente ao forte significado da amamenta o para as mulheres h evid ncias de que devido a sua condi o sorol gica a possibilidade de transmitir o v rus para o a filho a determina a decis o da mulher optar pela n o amamenta o Para as mulheres soropositivas o desejo de n o terem filhos as soropositivos as se sobrep e aos benef cios que a amamenta o pode proporcionar para o a filho a Desse modo elas seguem todos os protocolos estabelecidos pelo Minist rio da Sa de desejando que seus suas filhos
358. ri ncias subjetivas podem necessitar de testes cont nuos maior validade favorecida uma vez que a integra o dos dados qualitativos e quantitativos pode proporcionar oportunidades para testar interpreta es alternativas dos dados e para examinar em que medida o contexto modelou os resultados e a cria o de novas fronteiras momento em que os pesquisadores descobrem que os dados qualitativos e quantitativos s o inconsistentes entre si podendo ocorrer mais em estudos separados No entanto quando elas aparecem em um nico estudo as discrep ncias podem ser usadas como um trampolim para maior explora o POLIT BECK HUNGLER 2004 Considerando a utiliza o da TRS como fundamenta o te rica neste estudo optou se pela abordagem multim todos na qual foram privilegiadas as representa es apreendidas por meio do survey de t cnicas projetivas da din mica interativa da entrevista semiestruturada e especialmente pelos discursos das mulheres envolvidas na pesquisa 79 5 2 OS CEN RIOS DA PESQUISA A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Salvador BA Brasil onde residem aproximadamente 2 892 625 milh es de habitantes Integraram como cen rios desta pesquisa um Centro de Refer ncia Estadual para IST aids um Centro de Refer ncia para HTLV e uma Unidade B sica de Sa de a partir do Servi o de pr natal O Centro de Refer ncia Estadual para IST aids presta atendimento exclusivo pelo Sistema nico de Sa de SUS Vem
359. rian a mas antes a gente d o que tem para ele se alimentar do que o leite materno que est contaminado Eu penso que este leite n o serve para nada Para mim n o significa nada uma coisa que a gente tirou e jogou fora Quando eu n o amamentei eu fiquei muito triste apesar de a gente ter um filho que Deus deu a gente para dar amamentar Ent o a alimenta o dele seria o leite materno mas como n o podemos dar n o temos como dar melhor n o dar estragado Quando as pessoas perguntavam porque eu n o estava amamentando eu sempre eu dizia que 137 tava com problema de a car no sangue O sangue estava um pouco alterado e ai eu achava melhor eu n o d o m dico disse que n o mataria se eu desse o leite normal ai eu dei o leite normal Quando eu cheguei em casa eu dizia que n o podia Todo mundo que chegava era a mesma conversa porque melhor a gente mentir com a mesma conversa do que ficar mudando de conversa ai nego pode desconfiar as pessoas nunca acreditam M E SP HIV 3 30 anos n o amamentou por ser soropositiva Figura 18 Representa o figurativa de uma mama Eu modelei uma mama que n o vai poder ser utilizada para a crian a se alimentar Por qu Por causa do virus que eu tenho Ent o eu acho assim que tem muitas mulheres que podem amamentar suas crian as e n o amamentam por causa de vaidade Eu que tinha muita vontade de amamentar meu filho e n o vou poder por causa deste virus
360. rir os n cleos de sentido que comp em uma comunica o cuja presen a ou frequ ncia signifiquem alguma coisa para o objetivo anal tico visado Qualitativamente a presen a de determinados temas denota os valores de refer ncias e os modelos de comportamento presentes no discurso MINAYO 2000 p 209 98 Inicialmente as falas foram transcritas em documentos distintos as provenientes das quest es abertas do MCMM e da din mica interativa A operacionaliza o da an lise tem tica consistiu em tr s etapas a pr an lise a explora o do material e o tratamento dos resultados obtidos e interpreta o conforme descrita por Minayo 2000 Na pr an lise foram escolhidos todos os documentos para serem analisados foram retomadas as quest es norteadoras a tese e os objetivos da pesquisa confrontando os com o material coletado elaborando se indicadores para orientar a interpreta o final A pr an lise foi dividida da seguinte forma leitura flutuante de toda informa o coletada o que permite um contato exaustivo com o material levando impregna o por seu conte do correlacionando o com os objetivos e a teoria adotada constitui o do corpus nesta etapa foram organizadas as informa es com intuito de responder s normas de validade exaustividade representatividade homogeneidade e pertin ncia Para realizar esta etapa da an lise optei por faz la separadamente Primeiro foi organizada as informa
361. ro mulheres setenta e tr s 50 7 haviam tido pelo menos um abortamento O perfil reprodutivo destas mulheres traduz se de import ncia pois as infec es pelos v rus HIV e HTLV entre outras formas de transmiss o podem acometer o rec m nascido por via transplacent ria no parto e no puerp rio a partir do leite materno Por esta raz o foi solicitado s entrevistadas soropositivas para esses v rus que informassem o n mero de gesta es ocorridas ap s o diagn stico Gr fico 3 Vale destacar que o pr natal tem possibilitado o conhecimento destas infec es principalmente pelo HIV dado que s recentemente a solicita o do HTLV tem integrado a rotina de exames do pr natal no estado da Bahia O gr fico 3 retrata o n mero de gesta es ap s a soropositividade das mulheres para os v rus HIV e HTLV Percebe se que as mulheres soropositivas engravidaram entre uma e tr s vezes ap s a soropositividade ou se descobriram soropositivas durante a gesta o parto ou puerp rio O maior percentual de mulheres cursou apenas uma gesta o vinte e oito SP HIV e dezoito SP HTLV Entre as mulheres SP HIV dezessete gestaram 2 vezes e duas gestaram tr s vezes Entre as mulheres SP HTLV apenas uma engravidou tr s vezes O gr fico 4 apresenta as informa es relativas condi o de amamenta o das mulheres m soropoitivas HIV E soronegativas o soropositivas HTLV Sim N o Amamentou todos os
362. ropico para c lulas T humana tipos I e H HTLV II J Br s ginecol 108 6 187 94 jun 1998 BOLETIM EPIDEMIOL GICO Secret ria da Sa de do Estado da Bahia CREAIDS BA Centro de Refer ncia Estadual de Aids Salvador v 1 n 1 2006 BOLETIM EPIDEMIOL GICO AIDS Minist rio da Sa de Bras lia Ano V n 1 27 52 semanas epidemiol gicas julho a dezembro de 2007 e 01 26 semanas epidemiol gicas janeiro a junho de 2008 BRASIL Minist rio da Sa de Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno Bras lia 1991 Minist rio da Sa de Conselho Nacional de Sa de Resolu o n 196 96 sobre pesquisa envolvendo seres humanos Bio tica V 4 n 2 p 15 25 Suplemento 1996 Minist rio da Sa de Secret ria de Pol ticas de Sa de Departamento de Aten o B sica Sa de da Crian a acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil MS Secret ria de Pol ticas de Sa de Bras lia Minist rio da Sa de 2002 Minist rio da Sa de Secretaria de Vigil ncia em Sa de Programa Nacional de DST Aids Projeto Nascer Bras lia Minist rio da Sa de 2003 Guia de manejo cl nico do paciente com HTLV Brasilia Minist rio da Sa de 2004a Minist rio da Sa de Secretaria de Vigil ncia em Sa de Secret ria de Aten o Sa de Guia pr tico de preparo de alimentos para crian as menores de 12 meses que n o podem ser amamentadas Bras lia Minist rio da S
363. rticulariza cada um de n s enquanto atores sociais Contudo essa singularidade tecida no contexto social onde pap is expectativas e pressuposi es s o os mediadores na constitui o da subjetividade E uma subjetividade compartilhada cujo di logo se d na intersubjetividade BARROS SANTOS 1999 p 5 Assim foi no contexto vivenciado pelas mulheres soronegativas e soropositivas para os v rus HIV e HTLV e a partir de informa es e formas de interpreta es feitas por elas da realidade cotidiana que a busca dos significados advindos do senso comum revelou o mundo concreto vivenciado por elas que precisam conviver como portadoras dos v rus HIV e HTLV e que quando nutrizes se deparam com a impossibilidade de amamentar como forma de preven o da transmiss o dos v rus para os seus filhos 40 3 REVIS O DE LITERATURA Evitamos muitos erros quando temos a humildade de aprender da experi ncia dos outros Frei Anselmo Fracasso Para abordar as quest es referentes a fen menos complexos amamenta o e n o amamenta o transmiss o vertical cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV um passeio pela hist ria foi de extrema necessidade a fim de que pud ssemos visualizar como foram constru dos ao longo dos anos cren as valores e significados existentes no mundo social e que influenciaram e influenciam comportamentos individuais ao serem constru dos nos grupos especialmente no grupo de perten a de mu
364. rtificial Pouco se fala sobre o impacto do aleitamento materno na qualidade de vida das crian as e de suas fam lias pois esta uma vari vel dif cil ou mesmo imposs vel de ser medida No entanto seria f cil imaginar a melhoria da qualidade de vida se as fam lias fossem menos numerosas e n o tivessem que desviar os seus poucos recursos para comprar leite artificial se as crian as adoecessem menos e se hospitalizassem menos e se as mulheres se sentissem mais realizadas e pudessem ser poupadas da dor e do trauma da morte de uma crian a GIUGLIANI 1994 A amamenta o diminui os custos dos estabelecimentos de sa de e do Estado ao eliminar os gastos com leites artificiais mamadeiras com interna es hospitalares de crian as com a compra de f rmulas l cteas para suprir as necessidades decorrentes da pr tica do desmame precoce Ao diminuir o absente smo dos pais ao trabalho automaticamente se tem uma grande economia para o Estado uma vez que a crian a se mant m saud vel n o necessitando do afastamento dos mesmos para cuidarem das crian as doentes ou internadas GIUGLIANI 2002 RAMOS ALMEIDA 2003 A amamenta o um ato ecol gico porque o nico alimento produzido e entregue ao consumidor sem poluir sem provocar desperd cios e sem precisar de embalagem Ele um recurso renov vel e extremamente ben fico do ponto de vista da preserva o da natureza ALBUQUERQUE 2000 p 313 Diante de tantas vant
365. ruturada caracterizou se como uma conversa em que pesquisadora e pesquisada desenvolveram intera o positiva o que possibilitou a exposi o dos sentimentos de forma dialogada e contributiva para o prop sito do estudo Este momento foi ao encontro do que enunciado pela ampla literatura da rea de investiga o visto que a entrevista compreendida como a arte de fazer perguntas e ouvir a o outra o por m n o consiste num mero interrogat rio mas se caracteriza como uma conversa orientada para um objetivo determinado A entrevista ganha vida ao se iniciar o di logo entre a entrevistadora e a entrevistada Al m disso constitui condi o social de intera o humana sem a qual n o haver ambiente para produzir informa es fidedignas MINAYO 2000 LEOPARDI 2002 TRENTINI PAIM 2004 A entrevista foi capaz de captar informa es sobre a tem tica ao mesmo tempo em que permitiu identificar atitudes e comportamentos das pr ticas e das falas de cada mulher de maneira que possibilitou conhecer suas representa es frente ao cont gio do leite materno Al m destes instrumentos utilizou se um di rio de campo no qual foi registrado o que acontecia a cada dia de coleta de informa es utilizando para isso o exerc cio da mem ria recente Assim foram registradas hist rias contadas pelas mulheres que participaram do TALP d vidas inquieta es e impress es da pesquisadora diante das situa es vivenciadas pelas mulheres
366. s p 61 Afirmando ainda que imposs vel classificar sem ao mesmo tempo dar nomes p 66 e portanto o que an nimo o que n o pode ser nomeado n o se pode tornar uma imagem comunic vel ou ser facilmente ligado a outras imagens p 66 A ancoragem organizada sob tr s dimens es a primeira a atribui o de sentidos o momento em que o indiv duo se apropria de uma rede de significa es em que s o articulados e hierarquizados os valores j existentes na cultura a segunda a instrumentaliza o do saber a qual confere um valor funcional estrutura imageante da representa o medida que esta se torna uma teoria de refer ncia que permite aos indiv duos compreenderem a realidade e a terceira o enraizamento no sistema de pensamento que a incorpora o social da novidade atrelada a familiariza o do estranho a partir dos 74 mecanismos de classifica o de compara o e de categoriza o do novo objeto em julgamento N BREGA 2001 A TRS traz duas consequ ncias Ela exclui a ideia de pensamento ou percep o que n o possua ancoragem Os sistemas de classifica o e nomea o classificar e dar nome n o s o simplesmente meios de graduar e de rotular pessoas ou objetos considerados como 2 entidades discretas Seu objetivo principal facilitar a interpreta o de caracter sticas a compreens o de inten es e motivos subjacentes s a es das pessoas na r
367. s un stimulus janvier 1995 Renseignements Ph Cibois UFR Sciences sociales Paris V 12 rue Cujas 75005 PARIS Programme IMPMOT Le fichier de sortie mots courts tri s est mari DAT et servira d entr e pour TABMOT Le fichier de position en sortie sera mari POS et servira d entr e pour TABMOT Le fichier d impression est mari IMP Position de fin des caract ristiques 3 Nombre de lignes maximum par individu 4 Le stimulus est en fin de mot et sera report en fin de caract ristiques la position 4 il sera laiss en fin de mot Nombre de lignes lues en entr e 120 Nombre de mots crits en sortie 2206 Nombre de mots de longueur sup rieure 10 0 seuls les 10 premiers sont t imprim s D coupage en mots termin Tri termin Les mots sont mis en 4 caract res Impression de la liste des mots aband3 aban 1 admir2 admi 1 aids4 aids 2 aids6 aidl 3 aimel aime 1 alegrl aleg 2 alegr2 alel 6 alegri2 ale2 1 alima alim 1 alimel alil 27 alime2 ali2 18 amami amam 28 amam2 amal 10 amam3 ama2 2 amam ama3 1 ameac4 amea 1 ameac 5 amel 1 ameac6 ame2 1 amorl amor 24 amor2 amol 32 anali6 anal 1 angus4 angu 3 angus5 angl 1 ansiol ansi 1 ansio2 ansl 1 apavo6 apav 5 apoios apoi 1 apoio apol 1 apren4 apre 1 arras4 arra 1 arras5 arri 1 arrep4 arr2 2 assus4 assu 1 assuss assl 1 assus6 ass2 1 aturi6 atur T bacte4 bact 1 bebel bebe 12 bebe2 beb1 1 bebe3 beb2 1 bomi bomi 26 bom2 boml 17 bom3 bom2 2 bonitl boni 1 bonit2 boni 11 cacabs caca
368. s na pr xima categoria 7 3 TERCEIRA CATEGORIA MULTIVERSAS MANEIRAS DE VIVER A VIDA SENDO SOROPOSITIVA Neste estudo a palavra multiversas significa as m ltiplas maneiras utilizadas pelas mulheres para significarem e conferirem sentidos aos v rus e s doen as a eles associadas Denota ainda as m ltiplas maneiras que as mulheres soropositivas encontraram para viver seu cotidiano sendo soropositivas seja de forma consciente ou driblando o inconsciente como estrat gia de enfrentamento diante da soropositividade 178 Japiass Marcondes 2006 p 252 relataram que o linguista su o Ferdinand Saussure estabelece uma distin ao entre os significados e significante na qual o signo linguistico resulta da combina o de uma imagem ac stica o significante e de um conceito o significado que formam uma unidade indissol vel dois aspectos da mesma realidade do signo Neste sentido o significado apresenta o conceito ou ideia que as mulheres atribu ram aos virus doen as e sua viv ncia com a soropositividade enquanto o significante a imagem dada a estes objetos a partir das representa es que elas ancoram em seu sistema de refer ncia de acordo com seus conhecimentos adquiridos das experi ncias vividas no cotidiano Segundo Moscovici 2003 uma representa o social se elabora a partir de dois processos fundamentais a objetiva o e ancoragem Para este autor objetivar reabsorver um excesso de significa
369. s popula o portadora deste v rus e comunidade cient fica que se debru a sobre este conhecimento Desse modo faz se necess rio e imperioso tangenciar o olhar para esse v rus que se encontra no meio da popula o e vem infectando os indiv duos de forma silenciosa causando muitas vezes doen as graves que poderiam ser evitadas com medidas preventivas simples dentre elas a n o amamenta o al m disso h necessidade de implanta o de medidas de controle e assist ncia aos portadores do HTLV preciso ainda empreender esfor os pol ticos coletivos para que seja garantida uma pol tica p blica de sa de voltada para a preven o desse v rus e que as pessoas j contaminadas sejam atendidas e amparadas com a es mais proativas e proximais de forma que assim possam obter melhoria para sua qualidade de vida e que a dissemina o do v rus possa ser prevenida Para isto preciso investir em uma pol tica p blica semelhante desenvolvida para atender aos portadores do v rus HIV aids ou pelo menos que seja acoplado a este programa j que as formas de preven o transmiss o e apoio s o semelhantes 56 3 4 TRANSMISS O VERTICAL DOS V RUS HIV E HTLV POR MEIO DA AMAMENTA O A transmiss o vertical dos v rus HIV e HTLV por meio do leite materno tem sido objeto de estudo para diversos pesquisadores formuladores de pol ticas p blicas e organiza es nacionais e internacionais dado a preocupa o com a i
370. s BITTENCOURT 1998 Percebe se que al m de uma vasta literatura que aborda a transmiss o vertical do HIV aids h a disponibiliza o de uma pol tica de aten o voltada para a preven o da transmiss o por esta via No entanto no que diz respeito infec o pelo v rus HTLV apesar de possu rem como semelhan as a forma de transmiss o o tropismo pelas c lulas T de provocarem doen as incur veis e acometerem mais as mulheres ainda n o h uma pol tica espec fica de controle combate e preven o mesmo apresentando um percentual significativo de pessoas infectadas As mulheres soropositivas para o HTLV enfrentam s rios obst culos especialmente o econ mico uma vez que precisam adquirir leite artificial para alimentar o a filho a situa o que demanda uma boa parcela da renda familiar o que se torna dif cil para pessoas que muitas vezes sobrevivem com menos de um sal rio m nimo mensal Portanto a infec o pelo v rus HIV e HTLV constitui se um problema s rio de sa de p blica BITEENCOUT PRIMO OLIVEIRA 2006 tornando se necess rio implantar e implementar pol ticas p blicas n o somente em rela o transmiss o sexual como tamb m em rela o amamenta o MOXOTO et al 2007 especialmente no que concerne a medidas preventivas e de controle destacando se a solicita o de sorologia no pr natal e aconselhamento das soropositivas fornecendo se o suporte necess rio para que as mulheres possa
371. s o vertical Consolida se assim um novo dado epidemiol gico a contamina o das crian as via materna tornando as tamb m vulner veis doen a como consequ ncia da transmiss o vertical que se tornou respons vel pela quase totalidade de casos de aids em menores de 14 anos de idade BRASIL 2003 O primeiro caso de transmiss o vertical no Brasil foi registrado em 1985 no Estado de S o Paulo Atualmente na Am rica Latina estima se que de 1 7 milh es de adultos infectados com HIV 36 sejam mulheres O Brasil apresenta cifras parecidas pois dos aproximadamente 600 mil as mulheres representam 37 tendo como consequ ncia o aumento do n mero de crian as infectadas pela transmiss o vertical PRA A 2007 No entanto existem medidas eficientes que podem modificar esses n meros a realiza o de testes durante a gravidez e parto medica o profil tica na gravidez e no parto e a suspens o da amamenta o BRASIL 2007 A realiza o dos testes para detectar a presen a do virus de suma import ncia e devem ser realizados no pr natal e caso a mulher esteja infectada pelo v rus faz se necess rio a administra o da Zidovudina medica o que reduz a transmiss o vertical do HIV em 67 5 quando usado durante a gesta o trabalho de parto e parto e pelos rec m nascidos que devem ser alimentados exclusivamente com f rmula infantil BRASIL 2003 49 Entretanto segundo o Minist rio da Sa de alarmante recon
372. s concretos para conferirem significados aos v rus doen as materializando os por meio das imagens Na l ngua portuguesa a met fora um recurso do estilo em que se substitui a significa o natural de uma palavra por outra que apresenta rela o de semelhan a com ela XIMENES 2000 p 624 Para Japiass e Marcondes 2006 p 186 a met fora uma figura de ret rica pela qual se faz uma compara o utilizando se uma palavra que denota uma coisa para representar uma qualidade definidora de outra Vala 2006 considera que as met foras s o elementos centrais na produ o do conhecimento e Sontag 2007 p 81 afirma que imposs vel pensar sem met foras Neste estudo as met foras se caracterizaram nas express es de pensamentos permitindo que as mulheres transferissem sentidos e naturalizassem o abstrato em conceitos acoplando os s imagens de bichos e monstros conforme representado pelas modelagens de bichos e monstros criadas pelas mulheres informantes deste estudo na din mica do MCMM as quais j foram apresentadas no cap tulo 6 Figuras 01 a 06 180 Os virus foram objetivados nas imagens de bichos e monstros nas quais as mulheres materializaram o abstrato virus doen a tornando os f sico vis vel e palp vel por meio das imagens modeladas Elas uniram a ideia de n o familiaridade com a da realidade Assim elas descobriram a qualidade ic nica dos v rus HIV e HTLV ao reproduzirem um conceito
373. s d cadas os dados epidemiol gicos da aids mostraram que o envolvimento da mulher na cadeia de transmiss o do HIV tendeu para o 48 crescimento embora no Brasil a mulher tenha recebido aten o a partir da segunda metade da d cada de 1990 A feminiliza o da aids um reflexo do comportamento s cio sexual da popula o associado a aspectos de vulnerabilidade biol gica e de g nero Entre os indiv duos com mais de 8 anos de escolaridade observa se que diminuem os casos do sexo masculino o mesmo n o acontecendo com igual intensidade no sexo feminino A mulher considera se menos exposta ao risco talvez pela sua entrada mais tardia na din mica da epidemia n o se enquadrando nos inicialmente grupos de risco BRASIL 2003 p 11 O aumento da transmiss o heterossexual trouxe como consequ ncia o aumento substancial dos casos em mulheres e no Brasil foi considerado o mais importante fen meno da epidemia a feminiza o Devido pequena aten o dada a esses fatores por parte dos respons veis pelas respostas dos programas e pelas interven es as mulheres ficaram exclu das das campanhas educativas e das metas governamentais de assist ncia sa de e com a falta de controle e de medidas preventivas para a popula o feminina o que pode ser evidenciado com o aumento da dissemina o da aids entre mulheres especialmente entre as idades de 25 a 34 anos BRASIL 2003 trazendo como consequ ncia a transmis
374. s doen as cr nicas ligadas ao sistema imunol gico como doen as autoimunes doen a cel aca doen a de Cronh colite ulcerativa diabetes melitus linfoma osteoporose doen a cardiovascular e obesidade GIUGLIANI 1994 VICTORIA et al 1999 TERUYA COUTINHO 2000 BRASIL 2002 Observa se ainda o efeito da amamenta o sobre as fun es neurol gicas e cognitivas como melhor matura o visual e habilidade motora poucos problemas de ordem emocional e de comportamento menor ocorr ncia de dist rbios neurol gicos e melhores desempenhos em testes de intelig ncia Quanto aos aspectos psicol gicos s o citados o desenvolvimento do apego menor ndice de rejei o e abandono uma vez que ao amamentar se estabelecem trocas afetivas GIUGLIANI 1994 TERUY A COUTINHO 2000 Acrescentam al m das vantagens para a sa de da crian a a de proteger a sa de da m e ao reduzir o risco de c ncer de mama e de ov rio atua como m todo contraceptivo reduz a hemorragia p s parto por interm dio da contra o uterina sob a a o da ocitocina diminuindo a ocorr ncia de anemias e proporcionando uma sensa o de relaxamento sonol ncia bem estar e euforia aumentando o limiar para suportar a dor e o cansa o BRASIL 1995 LANA 2001 Amamentar traz tranquilidade para as m es porque as crian as adoecem menos al m disso muitas m es acham pr tico amamentar estando o leite pronto na temperatura adequada a qualquer hora e luga
375. s maneiras de se compreender a infec o pelo HIV PAULILO JEOL S 2005 p 19 podendo ainda intensificar o preconceito discrimina o e isolamento social das pessoas soropositivas Segundo Jodelet 2001 o ressurgimento de cren as arcaicas ocorre em virtude da falta de informa o e HTLV como sabe Diferentemente do que se sabe sobre o HIV massivamente difundido pela m dia o que as mulheres sabem sobre o HTLV foi informado pelos profissionais de sa de Assim 91 7 das soropositivas para o HTLV e 25 para as soropositivas para o HIV obtiveram conhecimento diretamente dos profissionais de sa de Constata se uma lacuna na sociedade em geral que carece de informa es relativas ao HTLV Desse modo evidencia se o desconhecimento da popula o sobre esse v rus que tem apenas uma pequena parcela de cidad os informados isso ap s terem sido acometidos pelo infort nio desse mal Tal fato lan a a sociedade no abismo da impossibilidade de medidas preventivas e HTLV o que se sabe Em rela o ao virus HTLV existe uma disparidade de des conhecimento 91 7 das mulheres soronegativas declaram nunca terem ouvido falar 66 7 das soropositivas para o 156 HIV tamb m desconhecem contra apenas 33 3 que t m conhecimento nesse grupo Somente as soropositivas para o virus HTLV em sua totalidade 100 ouviram falar do referido virus Quando interrogadas sobre o HTLV das 72 participantes da din mica interativa apen
376. s mulheres soropositivas para atacar de frente encarar afrontar com coragem os problemas que surgiram com a soropositividade para os v rus Para tanto elas buscaram estrat gias para de forma consciente ou driblando o consciente enfrentar tais problemas conforme descrito em seus discursos eu n o deixo isso entrar na minha cabe a que estou com esse problema ent o eu me considero uma pessoa como eu n o tenho isso da eu n o deixo entrar em minha cabe a ent o eu n o tenho Me cuido mas sem botar em minha cabe a que tenho o HIV Estou indo pro m dico eu t me cuidando mas eu n o deixo colocar em minha cabe a porque sen o eu tenho o maior desespero tudo eu fico nervosa a eu falo assim antes fazer de conta que eu n o tenho e sempre quando vem na minha cabe a eu penso em outra coisa M E 33 SP HIV Eu me contaminei com meu marido e n o sabia e hoje em dia eu vivo bem gra as a Deus J tentei me matar v rias vezes mas os meus filhos me ama Meu filho disse a mim que me ama do jeito que sou Que eu n o fizesse isso Ent o depois que eu conheci que tenho aids que tenho tratamento m dico tenho psiquiatra converso com eles meus problemas Vivo de rem dio controlado e estou vivendo minha vida Eu me cuido tomo rem dio n o estou tomando o coquetel ainda porque n o preciso mas estou me tratando com outros rem dios Pe o muito a Deus por n s todos que vivemos nesta vi
377. sa a ser estimulado e valorizado uma vez que contribuia para a sobreviv ncia infantil e transformaria as crian as em adultos robustos e sadios capazes de gerar riqueza para o Estado Brasileiro JAVORSKI 2006 Apesar dos esfor os empreendidos para valorizar a amamenta o natural foi not rio o seu decl nio com in cio na Europa no final do s culo XIX coincidindo com a Revolu o Industrial sendo intensificado no s culo XX ap s a Segunda Guerra Mundial Almeida 1999 destaca que o surgimento da mamadeira e das f rmulas industrializadas e as transforma es sociais e econ micas que levaram as mulheres a se inserir no mercado de trabalho e a duplicar o papel feminino de m e mulher nutriz e trabalhadora contribu ram para reduzir ainda mais o aleitamento materno Segundo Javorski 2006 este foi um momento em que os m dicos cederam propaganda das multinacionais e iniciaram a prescri o de leite em p nas maternidades A pr tica do aleitamento artificial influenciou as altas taxas de mortalidade infantil prejudicando a qualidade de vida das crian as principalmente no terceiro mundo onde as 43 fam lias vivem em condi es de mis ria que al m de n o terem condi es econ micas para adquirir o leite artificial em quantidades suficientes para alimentar a crian a ainda n o possu am saneamento b sico e gua pot vel para o preparo adequado das mamadeiras levando a um aumento da morbimortalidade infantil com
378. sangu nea do virus HTLV Salvador Bahia 2009 QUADRO 7 Conhecimento de mulheres segundo condi o sorol gica sobre a transmiss o sexual e vertical do virus HTLV Salvador Bahia 2009 QUADRO 8 Mulheres que vivenciaram a amamenta o e ou n o amamenta o Salvador Bahia 2009 sas ess nue nent tu Meia dan Pen artnet ne NOS rte QUADRO 9 Sentimentos citados pelas mulheres que n o amamentaram devido o cont gio do leite materno Salvador Bahia 2009 QUADRO 10 Justificativas das mulheres diante da n o amamenta o Salvador Bahia 145 146 149 153 154 158 158 193 193 LIST A DE SIGLAS AFC An lise Fatorial de Correspond ncia AIDS Sindrome da Imunodefici ncia Adquirida ATL Leucemia linfoma de C lulas T do Adulto CEP EEUFBA Comit de tica em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia CPF Contribui o para o Fator DIH Dermatite Infecciosa Associada ao HTLV I EEUFBA Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia EF Ensino Fundamental EM Ensino M dio ESI Ensino Superior Incompleto GAPA Grupo de Ap io de Preven o da Aids HAM TSP Mioelopatia papaparesia Esp stica Tropical HIV Virus da Imunodefici ncia Humana HIV Virus da Imunodefici ncia Humana HTLV Virus T linfotr pico Humano HTLV I Virus T linfotr pico Humano tipo 1 HTLV II Virus T linfotr pico Hum
379. scurso de quem a modelou explicita que se trata de uma m e muito triste 192 Figura 09 Representa o figurativa de uma m e triste Eu modelei uma m e muito triste por n o poder amamentar o filho porque o leite foi contaminado E o que eu penso deste leite contaminado Porque ele foi contaminado Por falta de preven o Eu acho que este leite n o presta n o isso Se est contaminado n o presta para dar a crian a Se eu n o pudesse amamentar por isso eu me sentiria muito triste O leite muito bom Saber que uma crian a vai ter que chorar saber que tem que mamar e n o vai poder mamar por causa de mim mesma n o Que provoquei e n o preveni GESTANTE SN 6 35 anos amamentou os 3 filhos por 24 meses Significativamente a figura humana foi modelada na forma de m e e de filho a ou crian a Assim como as m es os beb s tamb m possuem algumas partes do corpo mutiladas As figuras 10 11 e 12 a seguir possuem cabe a tronco e membros todos incompletos n o aparece rosto os membros com p s e m os decepadas e nenhuma indica o de sexo no beb Figura 10 Representa o figurativa de um filho Um filho que a gente tem e que agora a gente tenta dar amamentar e mais tarde eles v o servir para a gente vai nos ajudar Ent o eu amamentei e isso foi bom para eles pois o leite da m e um leite bom que alimenta e sustenta e cria o menino saud vel Quando as crian as n o amamentam ficam fraquin
380. senta o como doutoranda uma c pia do projeto de tese e o termo de aprova o do Comit de tica Vale destacar que a receptividade dos as coordenadores as das enfermeiras e demais funcion rios de cada institui o foi de grande relev ncia para este estudo Cada um contribuiu de forma especial e nica ora disponibilizando salas ora encaminhando as mulheres para participar da pesquisa 5 3 3 O Terceiro Passo Esse foi o momento da identifica o das mulheres Ao chegar na unidade eu me aproximava das mulheres que estavam aguardando atendimento me apresentava e informava que eu estava na unidade realizando uma pesquisa sobre a amamenta o e a n o amamenta o devido ao cont gio do leite materno por v rus Em seguida conferia se elas entrariam nos crit rios de inclus o requeridos para os sujeitos e em caso afirmativo as convidava para participar da pesquisa O passo seguinte era apresentar o TCLE AP NDICE A e B e proceder coleta de informa es Vale destacar que a coleta de dados se deu em local reservado a fim de manter a privacidade da mulher 5 4 AS MULHERES INFORMANTES DA PESQUISA Fizeram parte desta pesquisa 198 mulheres das quais 64 foram soronegativas 70 soropositivas para o HIV e 64 soropositivas para o HTLV independentemente da condi o relativa amamenta o da idade e do n mero de filhos as escolhidas aleatoriamente e que 82 aceitaram participar do estudo Dessas 79 estavam gest
381. senvolvimento da crian a Esse valor atribu do pelas mulheres foi validado nas t cnicas de coleta de informa es No TALP as palavras mais significativas evocadas naquelas soropositivas para o HIV referentes ao est mulo 1 leite materno foram bom deve amamentar e dif cil n o poder amamentar J no campo sem ntico daquelas soronegativas somente apareceu a palavra alimenta o no entanto nenhuma palavra significativa foi evocada pelas mulheres soropositivas para o HTLV Na din mica interativa as mulheres ao reconheceram o valor do leite materno para a sa de da crian a optaram por oferec lo ao boneco rec m nascido Assim o leite materno apareceu em suas falas como bom saud vel importante evita doen as sustenta vida tudo para a crian a No MCMM as informantes modelaram imagens que remetiam a figuras de crian as Figuras 10 e 12 e acopladas a elas suas significa es expressas nas representa es sociais ancoradas nos atributos valorativos do leite materno Nas falas das mulheres ficou evidenciado o significado positivo do leite materno sendo este o fator importante na sua decis o para a amamenta o n o s como fonte de nutri o para a crian a mas como perspectiva futura de subsist ncia familiar ou seja aquele que futuramente ir contribuir no apoio socioecon mico da fam lia ou seja como diz uma das entrevistadas um filho que a gente tem agora mais tarde eles v o servir para
382. ses ap s o parto tendo como porta de entrada do v rus a mucosa nasofar ngea e gastrintestinal do da rec m nascido a VAN DE PERRE 2000 O dano no revestimento intestinal da crian a pode se constituir em porta de entrada para os v rus especialmente se as crian as n o forem amamentadas de forma exclusiva no peito ocorrendo aumento da permeabilidade intestinal devido introdu o de outro alimento ou mesmo gua no in cio da amamenta o Assim na transmiss o do HIV por meio do leite materno a contamina o pelo v rus se daria quando o mesmo atravessasse os tecidos da boca do rec m nascido e do trato gastrintestinal podendo ser facilitado pela presen a de ferimentos les es ou outras inflama es na boca e garganta BERER RAY 1997 ROLLINS et al 2001 57 Segundo Lana 2001 em nutrizes j infectadas o risco de transmiss o por meio do leite materno baixo aumentando em caso de infec o materna prim ria no puerp rio indicando que se a m e adquire o v rus ap s o parto e est amamentando h risco maior de transmiss o para a crian a variando numa propor o de 14 a 50 Assim a transmiss o vertical do HIV aids por meio da amamenta o pode ocorrer desde aspectos relacionados com a crian a integridade da mucosa oral e intestinal permeabilidade intestinal a aspectos relacionados com a mulher carga viral no leite materno presen a de mastite Em rela o ao HTLV estudos comprovaram que cerca
383. seu estudo Para esta autora a aids ligada condi o de estrangeira como parte de uma estrat gia projetiva em face da amea a p 299 Desse modo assim como a aids a infec o pelo HTLV tamb m tido como uma doen a do outro quando uma das mulheres soropositivas diz a gente sempre continua achando que n o deveria ter aquilo como se ela estivesse imune para contrair o v rus por ser uma doen a do outro Esse meio de prote o a for a motora subjacente forma o das representa es sociais da aids que desvia a aten o da amea a colocada pela aids ao Fu e ao grupo e centra seu olhar sobre o outro amea ado e amea ador JOFFE 1995 p 299 Nesse sentido devido a algumas semelhan as entre os v rus podemos direcionar a assertiva de Joffe ao que acontece com os portadores do HTLV uma vez que representa es que vem surgindo sobre este v rus ancoram se na infec o pelo HIV Na din mica interativa a partir das perguntas fechadas da entrevistas as mulheres SP HIV e SP HTLV foram questionadas sobre os sentimentos diante da descoberta da soropositividade a maioria delas responderam que se sentiram desesperadas angustiadas tristes com medo da morte da discrimina o do preconceito n o acreditaram que estivesse acontecendo com elas e a metade delas informou que sentiram vontade de morrer Entretanto com o passar do tempo elas relataram que foram se acostumando com a situa o e foram
384. soa Universit ria UFPB 2005 p 191 210 ROLLINS N et al Feeding mode intestinal permeability and neopterin excretion a longitudinal study in infants of HIV infected South African woman J Acq Immune Deficiency Syndrome v 28 p 132 139 2001 RUFF A et al Prevalence of HIV 1 DNA and P24 antigen in breast milk and correlation with maternal factors Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome n 7 p 68 72 1994 REA M F SILVA S S B A posi o atual da OMS UNAIDS e UNICEF sobre m es HIV e alimenta o infantil Artigo traduzido e modificado do texto HIV and Infant feeding implementation of guidelines A report of the UNICEF WHO UNAIDS Tecnical Consultation on HIV and infant feeding Genebra 20 22 04 1998 S C P N cleo central das representa es sociais 2 ed Petr polis RJ Vozes 2002 A constru o do objeto de pesquisa em representa es sociais Rio de Janeiro EdUERIJ 1998 110p SANTOS E K A A expressividade corporal do ser mulher m e HIV positiva frente priva o do ato de amamentar a compreens o do significado pela enfermeira luz da teoria da express o de Merleau Ponty 2004 Tese Doutorado em Enfermagem Programa de P s Gradua o em Enfermagem Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis SC 2004 SILVA LS PAIVA M S Vulnerabilidade ao HIV aids entre mulheres e homens com mais de 50 anos 7 HIV AIDS Virtual Congress 2006 Dipon vel em lt www a
385. soropositiva 140 Como um efeito domin o virus se infiltra no organismo deteriora o leite e este exp e socialmente a mulher que dividida dentro de si mesma como consequ ncia da discrimina o social manifesta a repercuss o afetiva do mal biol gico transformado num mal social como expressa a Figura 24 a seguir Figura 24 Representa o figurativa de um cora o Porque uma m e que ama seu filho de cora o ela n o vai dar um leite contaminado a ele Ent o ela ia jogar no lixo mesmo que ele ficasse em falta ela ia sentir muito mas o leite ruim n o vale a pena ela dar eu acho isso Eu acho que se o leite contaminado pelo v rus ele n o serve para nada para usar para crian a nem para adulto para ningu m Mas se eu n o amamentasse por causa do v rus eu sentiria muita tristeza E a felicidade da gente quando a gente pega o beb e p e no peito e divide nosso amor com ele Se as pessoas ficassem me perguntando por que eu n o estou amamentando eu s iria dizer a verdade para minha fam lia ou at para ele quando ele entendesse Eu n o ia dizer para todo mundo porque eu n o amamentei porque a discrimina o hoje est um caso s rio As pacientes com HTLV sentem discrimina o Sente Sente MULHER SP HTLV 10 46 anos amamentou os 2 filhos em media 6 meses A analogia feita entre uma mulher soropositiva e uma m quina desprogramada na Figura 25 abaixo evidencia como os meios de co
386. ssas perguntas n o nossa preten o traz la clara mas antes deixar que os pr prios discursos das mulheres nos digam Em campo de pesquisa outras m es relataram terem amamentado pelo fato de n o conhecerem a sua soropositividade a exemplo de duas mulheres soropositivas para o HTLV A primeira amamentou as tr s filhas transmitindo o v rus para todas elas A segunda ao se deparar com a soropositividade do companheiro foi submetida sorologia para o HTLV sendo constatada sua contamina o No entanto tal constata o aconteceu havia oito meses de amamenta o de sua filha por m a crian a n o foi contaminada situa o que vai ao encontro do que rege a literatura cient fica quando diz que cerca de 78 de crian as amamentadas por m es soropositivas para o HTLV n o s o infectadas A rea o daquela mulher frente situa o foi de indigna o primeiro porque teve que desmamar a filha de forma abrupta e segundo porque exp s sua filha infec o pelo HTLV por falta de informa o referente preven o deste v rus e terceiro questionou as informa es veiculadas nas campanhas educativas sobre a amamenta o nas quais em nenhum momento discutem os riscos da transmiss o dos v rus HIV e HTLV por meio do leite materno A solicita o de informa es foi manifestada pelas mulheres especialmente quando questionado conhecimento sobre o v rus HTLV fato bastante enunciado na realiza o do TALP no qual foi so
387. staca ainda a import ncia de uma reflex o profunda e respons vel por parte dos diferentes segmentos da sociedade no que diz respeito dimens o atribu da a essa quest o Com esta revis o de estudos sobre a infec o pelos v rus HIV e HTLV foi poss vel perceber que pesquisadores as v m estudando os aspectos subjetivos referentes ao significado que a n o amamenta o desperta nas mulheres somente no que concerne transmiss o pelo HIV e quanto transmiss o pelo HTLV os estudos est o mais centrados nos aspectos epidemiol gicos demonstrando a necessidade de um aprofundamento nos aspectos subjetivos das mulheres Isto mostra a import ncia de apreender as representa es sociais do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV de mulheres soropositivas e soronegativas uma vez que s o poucos os trabalhos que abordam esta tem tica tendo como foco principal a mulher contemplada como protagonista central desse cen rio que envolve o processo de amamenta o e n o amamenta o 65 4 REFERENCIAL TE RICO realidade socialmente construida e o saber uma constru o do sujeito mas n o desligada de sua inser o social ARRUDA 2002 p 131 O referencial te rico direciona uma pesquisa desenvolvendo e organizando o corpo de conhecimentos e conferindo cientificidade ao estudo Trentini e Paim 2004 comentam que o referencial te rico est para o pesquisador como o mapa est para o viajante no lugar
388. sua filho a 7 1 PRIMEIRA CATEGORIA REVESES E VIESES O DES CONHECIMENTO COMO CONSEQU NCIA DE VIDAS REESCRITAS Olhar a vida nos direciona a pens la em m ltiplas faces que rev s em vieses na perspectiva de compreender dire es tomadas Olhar frente tempo futuro olhar para tr s 151 tempo passado olhar o momento tempo presente Pensar o tempo viver o tempo e olhar para o horizonte na busca de predizer o tempo Essas breves linhas introdut rias remetem a um pensar na busca de compreender o tempo no sentido em que este se reveste em apreens o de conhecimento a partir das hist rias de vidas constru das assimiladas e disseminadas Um olhar o tempo de constru o de saberes adquiridos e ancorados nas representa es que nos permite viver e reescrever novas hist rias de vida por m o viver socialmente nos traz o conhecimento mas tamb m desconhecimento Ambas as palavras ant nimas entre si no entanto o fio condutor do saber entre elas encontra se no limiar de como a apreens o cognitiva do conhecimento se configura para cada sujeito em seu ser particular de existir assim reveses e vieses foi a maneira encontrada para falar do tempo e do conhecimento ou desconhecimento palavras que gritaram no discurso das participantes desse estudo e que se mostraram como uma condi o sine qua non para apreender as representa es constru das por essas mulheres sobre o cont gio do leite Essa CATEGORIA encont
389. suas cren as valores e condi es socioecon micas Assim enquanto profissional de sa de que cuida de mulheres esta problem tica despertou me inquieta es diante de uma situa o que precisa ser vista a partir da viv ncia das mulheres sejam soropositivas ou soronegativas Esta problem tica vem me sensibilizando e me motivando a direcionar um novo olhar para as mulheres que enfrentam a soropositividade e a n o amamenta o Eu que durante toda minha vida profissional fui defensora do aleitamento materno sinto me instigada a buscar as representa es sociais expressas nos sentidos e significados que as mulheres atribuem ao cont gio do leite materno pelos virus HIV e HTLV Das muitas inquieta es que sugiram com o despertar da possibilidade de cont gio do leite materno algumas se tornaram mais significativas Interrogamos se e As mulheres acreditam que podem transmitir doen as por meio do leite materno Elas pensam que podem transmitir os v rus HIV e HTLV para seus filhos por meio do leite materno Como elas est o vivenciando o cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV e Quais os significados que elas atribuem ao leite materno e ao leite materno contaminado pelos virus HIV e HTLV e Como se sentem essas mulheres diante da impossibilidade de amamentarem seus suas filhos as mesmo sabendo da qualidade e import ncia do leite materno e Como as mulheres soropositivas justificam socialmente a n o amamenta o por ser
390. ta o o cognitivo e o fisico SSHH Estrat gia de enfrentamento consciencioso e MVS driblando o consciente EFDC A d ficil decis o de n o amamentar DNA Entre o desejo de amamentar e o desejo de DNA conflitos valorativos manter a vida conflitos consigo mesma ser m e DACR e ser soropositiva O que eu vejo no meu corpo altera es f sico DNA org nicas diante da n o amamenta o CAFO Constru o social da amamenta o CSA A obscuridade diante da janela da vida desafio DNA do preconceito social ODPS Sentimentos e sensa es do ser m e SMF Conforto e alivio a tranquilidade de saber que SMF de filhos livre dos v rus HIV e HTLV os filhos est o livre dos v rus TELV N o amamentar um ato de amor em SMF preserva o a sa de NAPS Quadro 3 Rela o de categorias subcategorias c digos Salvador Bahia 2009 150 7 AN LISE E DISCUSS O DOS RESULTADOS TRANSVERSALIZANDO IMAGENS DISCURSOS E REALIDADES A finalidade de todas as representa es tornar familiar algo n o familiar ou a pr pria n o familiaridade MOSCOVICI 2003 p 54 Este cap tulo apresenta a an lise das categorias e subcategorias resultantes da organiza o dos discursos das mulheres informantes advindos do MCMM transversalizadas com a din mica interativa e o TALP t cnicas apresentadas no cap tulo precedente que nesse momento do estudo faz se mostrar luz do referencial te rico e do estado da arte ferramentas
391. ta reais e R 2 500 00 dois mil e quinhentos reais Para as soronegativas a m dia foi de R 727 15 setecentos e vinte e sete reais e quinze centavos com renda m nima de R 54 00 cinquenta e quatro reais e m xima de R 2 000 00 dois mil reais J para as soropositivas para o HTLV estas cifras foram R 782 38 setecentos e oitenta e dois reais e trinta e oito centavos a m dia variando entre R 140 00 cento e quarenta reais a R 3 000 00 tr s mil reais No que se refere profiss o verificou se que entre as mulheres SP HIV treze 18 6 trabalhavam como empregada dom stica vinte e sete 38 6 exerciam trabalho dom stico em seus pr prios lares As demais mulheres tinham como atividade profissional uma variedade de fun es comerci ria costureira manicure gar onete agente de sa de e administrativa artes dentre outras Das setenta mulheres entrevistadas apenas tr s referiram ainda estar estudando Entre as mulheres SP HTLV das 64 mulheres informantes do estudo 21 32 8 encontravam se afastadas do mercado de trabalho por estarem aposentadas ou por estarem percebendo a pens o do companheiro ou o aux lio doen a 20 31 3 n o possu am atividade remunerada uma vez que exerciam trabalho dom stico nas suas resid ncias No entanto seis 9 4 trabalhavam como empregada dom stica e seis 9 4 desempenhavam atividades com trabalho informal As demais 11 17 2 desenvolviam atividades diversas como no grupo a
392. ta t cnica foi aplicada a 10 mulheres soronegativas 10 soropositivas para o v rus HIV e 10 soropositivas para o v rus HTLV Sendo que entre as mulheres soropositivas para o HIV 06 participaram apenas desta t cnica Ap s aplica o do TALP era oferecida a massa de modelar de diversas cores Em seguida lan ada a quest o norteadora o que significa para voc o cont gio do leite materno pelo v rus HIV e HTLV Era explicado que elas poderiam pensar em formas de materializar atrav s da modelagem o que significava para elas o cont gio do leite materno pelos v rus Ap s o t rmino da modelagem era solicitado o relato verbal sobre o que havia 87 sido modelado As falas foram gravadas transcritas e analisadas juntamente com a imagem das modelagens Ao serem estimuladas com a quest o norteadora as mulheres tornaram observ veis ao materializarem atrav s de suas modelagens os significados do cont gio do leite materno pelos v rus o que foi evidenciado atrav s da verbaliza o sobre o que significava a modelagem feita por elas Assim foi preciso estimular para se fazer materializar a imagem modelada para em seguida obter a comunica o verbal e registrar o que estava atuando sobre a estrutura psicol gica de cada mulher que participou do MCMM A massa de modelar tem como caracter stica permitir por sua maleabilidade flexibilidade sensa o t til de prazer e est mulo cognitivo a express o do inconsciente do eu self
393. tadores do v rus da hepatite C desenvolvem hepatite ou cirrose e o HTLV oferece risco inferior a 5 de o portador desenvolver doen as a ele associado DI RIO OFICIAL DE PORTO ALEGRE 2005 A preval ncia do HTLV aumenta com a idade superior nas mulheres e a transmiss o sexual mais eficiente de homens para mulheres Segundo Fernandes Silva 2003 esse fato foi confirmado em um estudo realizado no Jap o com casais cujo resultado demonstrou a efici ncia da transmiss o de homens para mulheres em 61 comparado a menos de 1 de mulheres para homens A larga distribui o de HLTV no mundo e o fato da infec o pelo HTLV estar difundida em popula es que aparentemente n o tem nenhuma inter rela o fez com que 52 alguns epidemiologistas concluissem que este virus est infectando seres humanos h muito mais tempo que o HIV BRASIL 2006 Os virus HTLV I II s o transmitidos por via sexual pela transfus o sangu nea pela partilha de agulhas contaminadas ou durante a amamenta o principal via de transmiss o da m e para o a filho a FERNANDES SILVA 2003 BITTENCOURT 1998 Foi realizado em Bel m PA um estudo com o objetivo de detectar a preval ncia de anticorpos para HTLV em 167 rec m nascidos com idade inferior a tr s meses sendo identificados 9 soropositivos pelo m todo imunoenzim tico Entretanto apenas 1 um foi confirmado pelo m todo de Western Blot WB sendo que este nico rec m nascido reativo pel
394. that address the needs of women that experience seropositivity and not breastfeeding considering the subjectivity of these women focusing on the socio historical context where the emergence of infections with HIV and HTLV requires a new look at the act of feeding not feeding due to the infection of breast milk For this reason the nursing care to be offered to these women should be individualized with no judgment and coercion and above all do not get them culpable for their contamination and for the spread of breast milk Key Word Nursing Breastfeeding HIV HTLV Social Representations TEIXEIRA Marizete Argolo La S ropositivit des femmes affect es par les virus VIH et HTLV signifi s de la contagion du lait maternel 2009 259f Th se Doctorat Ecole des Sciences Infirmi res Universit F d rale de Bahia Salvador 2009 R SUM Il y a des situations en impliquant la m re et le nouveau n qui contre indiquent l allaitement parmi elles s ropositivit de femmes pour le virus VIH et HTLV Il s agit d une recherche quanti qualitative bas e dans la Th orie des Repr sentations Sociales qui a eu comme des objectifs appr hender les significations et senties exprim es dans les repr sentations sociales de femmes des s ron gatives et des s ropositives pour le virus VIH et HTLV aff rent la contagion du lait maternel analyser le contenu des repr sentations sociales de femmes s ron gatives et s ropositives sur la
395. tilizando se de alega es que lhes parecem plaus veis escondendo dessa forma a sua condi o sorol gica Al m destas dificuldades as mulheres enfrentaram as press es sociais para amamentar seus filhos especialmente por parte das pessoas que desconhecem o seu estado sorol gico Com isso ao justificar socialmente o porqu da n o amamenta o sofrem ainda mais j que a cada justificativa elas se lembram que n o podem amamentar devido a sua soropositividade Nesse contexto representaram o leite materno contaminado pelos v rus HIV e HTLV como um leite que n o presta contaminado in til ruim venenoso que deve ser desprezado Jogado fora porque n o serve e por isso deve secar logo para que as mulheres n o se sintam tentadas a oferecer aos s seus suas filhos as A quinta categoria Sentimentos e sensa es do ser m e de filhos livres dos virus HIV e HTLV revelou o momento em que as mulheres ressignificaram a n o amamenta o por meio de sentimentos e sensa es de se tornarem m es de filhos as soronegativos as para os virus Se para elas amamentar s mbolo de completude troca de afetos e sinal de dever cumprido para com o a filho a por outro lado n o amamentar ressignificado como um ato de amor no qual a sa de do filho foi preservada A n o amamenta o vivenciada como benef cio para a crian a n o a isentou as mulheres da tristeza e do sentimento de perda o que indica a necessidade de se buscar
396. tivos no qual o objeto n o se encontra somente no terreno da Sociologia mas na intersec o insepar vel do individual e social A TRS possui como ponto de partida o abandono da dicotomia cl ssica entre o sujeito e objeto uma vez que n o existe separa o entre o universo interno e externo do indiv duo ou do grupo e o do objeto ABRIC 1998 Sendo assim n o h como separar as mulheres sujeitos do significado do cont gio leite materno pelos v rus HIV e HTLV objeto este est inscrito no contexto vivenciado pelas mulheres soropositivas individualmente e coletivamente sendo portanto um prolongamento do seu comportamento de suas atitudes e das normas s quais elas concebem Abric 1998 diz que ao se abandonar a dicotomia entre sujeito e objeto surge a realidade objetiva definida pelos componentes objetivos da situa o e do sujeito Para ele n o existe uma realidade objetiva a priori mas sim que toda realidade representada quer dizer reapropriada pelo indiv duo ou pelo grupo reconstru da no seu sistema cognitivo integrada no seu sistema de valores dependente de sua hist ria e do contexto social e ideol gico que o cerca p 27 69 4 Desta forma toda representa o constru da na rela o do sujeito com o objeto representado n o existindo representa o sem objeto da mesma forma que uma representa o n o pode ser compreendida enquanto pocesso cognitivo individual j que produzida nas
397. to Eu modelei um peito porque eu acho o peito importante por causa da amamenta o mas infelizmente eu n o estou podendo amamentar e para mim isso ruim porque eu fui contaminada e eu fico triste s vezes porque minha m e chega e fala fica falando amamente seu filho menina Que n o sei o que Sem saber da soropositividade Eu n o falei ainda n o que soropositiva Minha irm que sabe Eu fico triste mas fazer o que Quando minha m e perguntou por que eu n o estou amamentando eu disse para ela que o leite secou e eu n o vou amamentar ele e eu n o quero ai ela disse que est muito triste que o primeiro neto dela que n o amamenta Ai ela falou que est muito triste por isso mas eu n o tive coragem ainda de contar a minha m e que soropositiva Eu acho que o leite materno bom porque contra infec o alergia e tem que amamentar at os dois anos de idade Na maternidade as mo as as enfermeiras conversavam comigo e falou pra mim que eu n o podia amamentar Eu levei o xaropinho dele j daqui ele come ou a tomar desde quando nasceu e est tomando at hoje E elas me deram um comprimido para secar o leite depois com dois dias o meu peito inchou e depois ele secou Depois que desinchou come ou a co ar mas parecia que feria mas quando eu ia ver parecia que estava descascando o bico do peito depois ficou melhor s foi um o do lado direito o outro n o O outro co ou tamb m mas n o
398. tornarem portadoras do v rus indicando que existem outros meios de transmiss o vertical podendo ser via transplacent ria ou no canal de parto Declara a autora que preciso que as autoridades sanit rias brasileiras comecem a investigar com maior amplitude este tipo de transmiss o do HTLV e que os as obstetras possam come ar a incluir na sua rotina pr natal o estudo sorol gico para esta infec o em grupos de gestantes As infec es por HTLV s o diagnosticadas sorologicamente atrav s da pesquisa de anticorpos anti HTLV I II no soro Os testes atualmente utilizados para o diagn stico da 53 infec o pelo HTLV dividem se em dois grupos testes de triagem e testes confirmat rios O teste de triagem mais utilizado o ensaio imunoenzim tico ELISA caracteriza se pela sua alta sensibilidade No entanto necess rio confirmar o diagn stico com a t cnica de Western blot que permite a discrimina o entre os tipos I e II do HTLV A PCR outro m todo utilizado para diagnosticar a infec o pelo virus e deve ser realizado nas situa es em que n o poss vel nem a confirma o nem a discrimina o com o Western blot Este teste bem mais sens vel e espec fico para se identificar o HTLV FERNANDES SILVA 2003 BITTENCOURT PRIMO OLIVEIRA 2006 A maioria dos indiv duos infectados pelo HTLV permanecem assintom ticos No entanto esse v rus pode causar patologias graves dentre as quais ATL mieloplastia assoc
399. trevistadas Salvador Bahia 2009 103 104 109 144 144 LISTA DE GRAFICOS GR FICO 1 Distribui o da religi o das mulheres entrevistadas Salvador Bahia GR FICO 2 Distribui o do quesito ra a cor autodeclarada das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2000 eee rear aaaeererana GR FICO 3 Distribui o do n mero de Gesta es ap s a Soropositividade das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 GR FICO 4 Condi o de amamenta o em rela o ao n mero total de filhos das mulheres entrevistadas Salvador Bahia 2009 iii 107 108 109 110 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 Respostas das mulheres soronegativas e soropositivas para o virus HIV e HT QU LV sobre o motivo da escolha da mamadeira Salvador Bahia 2009 ADRO 2 Respostas das mulheres sobre o significado do leite materno e do leite materno contaminado pelos v rus HIV e HTLV Salvador Bahia 2009 QU ADRO 3 Rela o de categorias subcategorias c digos Salvador Bahia 2009 QUADRO 4 Conhecimento de mulheres segundo condi o sorol gica sobre a transmiss o sexual e sangu nea do v rus HIV Salvador Bahia 2009 QU ADRO 5 Conhecimento de mulheres segundo condi o sorol gica sobre a transmiss o sexual e vertical do v rus HIV Salvador Bahia 2009 QUADRO 6 Conhecimento de mulheres segundo condi o sorol gica sobre a transmiss o sexual e
400. trocas das rela es e comunica es sociais N BREGA 2001 Segundo S 1998 as proposi es originais b sicas de Moscovici a grande teoria das RS desdobram se em tr s correntes te ricas consideradas como complementares uma mais fiel teoria original liderada por Denise Jodelet outra que procura articul la com uma perspectiva mais sociol gica liderada por Willam Doise e uma que enfatiza a dimens o cognitivo estrutural das representa es liderada por Jean Claude Abric sendo que elas n o s o incompat veis entre si uma vez que prov m de uma mesma matriz A abordagem processual liderada por Denise Jodelet em Paris mantem a nfase moscoviciana original sobre a necessidade de asseverar uma ampla base descritiva dos fen menos de RS com vistas a uma cont nua elabora o da TRS Al m disso considera os suportes pelos quais as representa es s o veiculadas na vida cotidiana A abordagem societal liderada por Doise em Genebra enfatiza a influ ncia do metassistema social sobre o sistema cognitivo isto os elementos e rela es cognitivas que fazem o conte do de uma representa o trazem a marca de um condicionamento social que operaria no processo de sua forma o Por sua vez a abordagem estrutural liderada por Abric em Aix en Provence formalizou se como uma teoria a Teoria do N cleo Central TNC ocupando se mais especificamente do conte do cognitivo da representa o concebendo o
401. tua o foram apresentadas s mulheres duas mamadeiras em uma estava escrito LEITE MATERNO com HIV e na outra LEITE MATERNO com HTLV Cada mulher vivenciou uma das situa es e imediatamente era requerido que ela escolhesse uma das mamadeiras para oferecer ao boneco representando um rec m nascido O tempo para cada din mica durou em m dia 3 minutos B A mulher adentrava ao consult rio era solicitado a mesma que aguardasse sentada enquanto o cen rio era preparado em sua frente para que pudesse ir visualizando a movimenta o da pesquisadora com os recursos materiais da din mica Em seguida era 90 solicitado que ela escolhesse uma das mamadeiras e oferecesse o leite ao boneco beb conforme as situa es anteriormente descritas no item A Esse momento do estudo durou em m dia 5 minutos A Figura 3 ilustra as caracter sticas das mulheres grupos de procedimentos e situa es descritas a partir das condi es procedimentos e estrat gias utilizados na din mica interativa Caracteristica das mulheres B grupcs de procedimentos C Sitia oss B1 Pam er LN LMHIV 12 mulheres 24 Soronegativas LMI c2 LM LMHTLV B2 12 mulheres REZ E E C3 LMHIV LMHTLY 12 mulheres 24 soropositivas HIV 2 LMI o C2 LM LMHTLV B2 12 mulheres E LM HTLY L C3 LMHIV LMHTLY J cy LM LMHIV oc LM LMHIV 12 mulheres 24 soropositivas HTLY LM c2 LM LMH
402. u Jeyjo O WIND d TVL SEII L Sep ogsuso duro op opnoxprmos S v 2 N 2 3 l l 1 n IN O lt Vc lt LS lt OU FUVUZ UdCUA FELZUNDLENLI NLOLN 102 A Figura 5 apresenta a compreens o do jogo geom trico do diagrama de multit cnicas transversalizadas para conhecer compreender analisar as informa es das participantes do estudo Tranversalizar significa imbricar as informa es provenientes das tr s t cnicas A figura aproxima se de um tri ngulo ret ngulo no qual de um lado est a din mica interativa representada em forma circular pontilhada para favorecer ao fluxo de entrada e sa da de informa es entre as t cnicas de modo a conferir validade s informa es No outro lado est o semi c rculo de compreens o das t cnicas TALP e MCMM O centro compreende um ret ngulo com setas direcionadas para as t cnicas centro de conflu ncia das t cnicas da an lise e interpreta o dos dados No centro do tri ngulo ret ngulo est a an lise tem tica advinda dos discursos das mulheres informantes O processo din mico de an lise est dentro de um quadro de refer ncia que permitiu conhecer compreender e analisar as informa es das participantes do estudo 103 6 APRESENTA O INTERPRETATIVA DOS RESULTADOS O que vejo reflete a imagem que traduz significado e d signific ncia a busca da compreens o do fen meno estudado A apresenta o das t cnicas de coleta de informa es uma etapa
403. u falta de preven o foi fortemente evidenciado nas respostas das mulheres que participaram da din mica interativa survey descritivo ao serem questionadas sobre as formas que utilizam para prevenirem se contra os v rus ou reinfec es no caso das soropositivas A maioria das mulheres 95 SP HTLV e 100 SP HIV e SN afirmaram conhecer as formas de preven o contra o HIV aids citando a camisinha como a principal medida utilizada por elas Entretanto 50 das mulheres soropositivas para o HIV e 70 8 das soropositivas para o HTLV afirmaram que nunca utilizaram a camisinha Nesta subcategoria foi poss vel identificar a necessidade de uma interven o em sa de direcionada ao HIV e HTLV para que a promo o da sa de e prote o espec fica sejam desenvolvidas em conte dos que alcancem as popula es e que estas sejam capazes de apreender as informa es de modo a bem saber us las e assim promover sa de por meio de condutas preventivas e de controle dos v rus HIV e HTLV A subcategoria que se segue vem refor ar essa compreens o ao tempo em que alinhava as subsequentes que neste estudo mostram se como um sistema crescente que sai do est gio de chuva de inverno para tempestades de ver o 7 1 2 Subcategoria Entre a solicita o de informa o e a necessidade de apreens o do saber para prevenir Tempestades de ver o foi a met fora que respaldou a compreens o desta categoria que se mostra em suas sub
404. ualmente posicionar se frente a eles de forma defensiva JODELET 2001 Desse modo as representa es sociais do cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV serviram de guia para que as mulheres pudessem identificar e resolver os problemas que se apresentaram frente impossibilidade da amamenta o Essas representa es foram constru das socialmente por meio dos discursos nos grupos servindo lhes de apoio para que enfrentassem a realidade cotidiana diante das decis es tomadas quando vivenciavam a soropositividade e n o amamenta o Wagner 1998 destaca que as RS s o constru das por meio de discursos p blicos nos grupos a partir do conhecimento que as pessoas t m do seu universo e que foram discutidos e constru dos socialmente uma vez que este conhecimento criado pelo grupo Portanto os membros de um grupo criam o objeto representado d o lhe significado e realidade Assim uma representa o mais do que uma imagem est tica de um objeto na mente das pessoas ela compreende tamb m seu comportamento e a pr tica interativa de um grupo WAGNER 1998 p 11 Segundo Moscovici 2003 para se compreender o fen meno das representa es sociais preciso saber e entender porque uma pessoa ou um grupo procura criar imagens construir senten as que ir o tanto revelar quanto ocultar a sua ou as suas inten es todas as ideologias as concep es de mundo s o meios para solucionar tens es ps quicas e emocionais
405. ue ainda hoje circulam no meio cient fico nos meios de comunica o de massa e no pensamento popular O ato mesmo de constru o da representa o social como um todo relaciona se com o medo de impot ncia diante de um objeto social desconhecido A maioria das mulheres soropositivas relatou ter vivenciado mudan as em suas vidas ap s o diagn stico da soropositividade provocada pelas mudan as f sicas perda financeira diminui o da sa de desestrutura o psicol gica ou isolamento social este ltimo advindo da discrimina o e preconceitos social que permeiam o viver das pessoas soropositivas A discrimina o e o preconceito ocorreram nos lares nas institui es de sa de e na vizinhan a provocando isolamento social perdas de v nculos entre os familiares e amigos conforme relatado pelas mulheres informantes elas tinham preconceito comigo Quando eu tive o menino meu foi horr vel Elas enfermeiras e assistentes sociais ficavam toda hora perguntando como foi que voc pegou isso Parecia at que eu que tinha pegado aquilo porque eu quis Eu disse a ela n o sei N o sei Ela venha c converse aqui comigo direito como que voc pegou isso N o encosta junto dela n o Eu disse meu Deus que horror Esse povo hein Elas me chamaram no canto ficava parecendo at que eu era a nica no mundo que tinha isso Aquilo ali pra mim eu j fiquei deprimida porque a mulher quando pare fica sens vel toda hora ch
406. v rus HIV e HTLV e suas implica es na impossibilidade de amamenta o de seus suas filhos as tem se constitu do em um importante passo para repensar e empreender cuidados individualizados e humanizados que levem em considera o n o somente os fatores biol gicos mas sobretudo os socioculturais Acredito que devido a incipi ncia de estudos que abordam esta tem tica apreender os sentidos e significados do cont gio do leite materno para mulheres soronegativas e soropositivas para o HIV e para o HTLV se constituir de grande relev ncia para a comunidade cient fica e n o cient fica o que possibilitar um repensar nas pol ticas p blicas e nos modos de cuidar que possam dar suporte s mulheres que enfrentam a impossibilidade de amamentarem seus filhos Portanto a busca de significados para apreens o e apropria o da realidade uma atividade que permite n o s articular conte dos extra dos das situa es vivenciadas mas tamb m uma maneira de subjetivar a realidade fazendo a instituinte al m de institu da BARROS SANTOS 1999 p 5 E tem sido a partir das viv ncias e experi ncias das mulheres com a soropositividade e n o amamenta ao que esta realidade vem sendo aflorada e objetivada atrav s de suas representa es sobre o cont gio do leite materno pelos v rus HIV e HTLV como afirmam as autoras 39 A singulariza o dos fatos sociais expressos na significa o do vivido diferencia os homens e pa
407. va uma crian a morta Uma crian a precisando de vida e com leite materno contaminado tivesse assim oh morta Porque isso que a gente faz com os filhos da gente A gente mata os filhos da gente num momento que a gente sabe que est contaminada e continua amamentando Ent o eu n o vejo uma crian a com a vida que ele deve ter eu vejo a crian a como se tivesse morta como se a pr pria m e matasse seu pr prio filho ent o isso que sinto sabe MULHER SP HTLV 9 48 anos amamentou o filho por 12 meses As modelagens expressam a representa o da morte e do luto H uma experimenta o do luto de sua pr pria morte e da morte do beb isto porque o leite representado socialmente como vida e n o amamentar significa exilar o beb de sua pr pria vida conferindo m e culpa quando n o pode amamentar A experi ncia do luto reporta se a uma perda e embora na vida real o beb e a m e estejam vivos h uma perda simb lica da morte da mulher como m e e do filho que n o pode ser alimentado pelo seu pr prio leite Observa se ent o um duplo conflito a amamenta o mata metaforicamente por envenenamento transmiss o do v rus e n o amamenta o mata pela subnutri o ou fome supress o do alimento vida Em todas as modelagens da figura humana seja da m e ou do filho a mutila o aparece como caracter stica comum e central Esse aspecto demonstra a oculta o de conte dos latentes de culpa subjacente ao qu
408. val ncias aumentam com a idade em grupos de pessoas mais velhas e as taxas s o normalmente mais altas em mulheres CENTRO DE CONTROLE DE DOEN AS 1993 FERNANDES SILVA 2003 BRASIL 2004a 2006a No Brasil estima se que mais de dois milh es de pessoas estejam infectados pelo v rus HTLV Segundo estudo realizado por Dourado et al 2003 Salvador a cidade com maior porcentagem de indiv duos infectados pelo HTLV I com soropreval ncia alcan ando 1 76 sendo mais elevada em mulheres Mesmo assim somente recentemente rotina a solicita o de sorologia para este v rus em algumas unidades que atendem as mulheres especialmente as de pr natal Al m disso o HTLV n o se encontra na lista de doen as de notifica o compuls ria ocasionando dificuldade em se identificar a preval ncia e incid ncia desta doen a e como consequ ncia a falta de uma pol tica p blica espec fica de preven o e controle da dissemina o deste v rus especialmente na cidade de Salvador local de maior incid ncia e preval ncia Portanto diante da gravidade da infec o pelo v rus HTLV faz se necess ria a tomada de medidas que visem a sua preven o e controle O governo brasileiro e especificamente o baiano ainda n o se alertaram para tal fato o que pode ser confirmado pela aus ncia de uma 35 pol tica de sa de espec fica para controlar a transmiss o desse virus a exemplo do que vem sendo realizado com a infec o pelo HIV aid
409. venciaram o conflito entre o desejo de amamentar e o desejo de manter o 211 filho saud vel e livre da infec o Para tanto sofreram no corpo e na mente as altera es f sico org nicas emocionais e psicossociais diante de sua decis o pela n o amamenta o Para elas amamentar foi um sonho n o realizado uma vontade reprimida e um querer sufocado devido a sua soropositividade Tal fato pode ser explicado pelo significado que elas atribu ram amamenta o como sendo importante e natural na vida de uma mulher As mulheres soropositivas para o v rus HIV retrataram como foi dif cil n o amamentar seus filhos especialmente quando eles choravam e elas sentiam o peito transbordando de um leite que n o iria ser utilizado por estar carregando um v rus considerado mortal Para estas mulheres n o amamentar devido a sua condi o de soropositividade foi permeado de sentimentos de tristeza medo culpa e raiva Entretanto elas afirmaram unanimemente que se sentiram felizes por n o terem contaminado seus filhos com os v rus As mulheres soropositivas para os v rus enfrentaram o dilema de terem que justificar socialmente a n o amamenta o Com isso sofreram duplamente por n o estarem amamentando os filhos e pela condena o da soropositividade pelo medo do estigma e discrimina o social assim esconderam o seu estado sorol gico inclusive para a pr pria fam lia Para tanto elas justificaram socialmente a n o amamenta o u
410. versidade Federal da Bahia Programa de P s Gradua o em Enfermagem rea de Concentra o G nero Cuidado e Administra o em Sa de Linha de Pesquisa Mulher G nero e Sa de Aprovada em 30 de novembro de 2009 BANCA EXAMINADORA rms N Her Ce Tite ar U lt A a ProfDr Mirian Santos Et Doutora em Enfermagem Professora da Universidade Federal da Bahia Jurate e alaga Prof D Sheva Maia N brega Doutora em Psicologia Social e Professora da Universidade Federal de Pernambuco Prof Dr Rafael Moura Coelho Pecly Wolter Doutor em Psicologia Social e Professor da E ai PFP do Rio de Janeiro ProP Dr Luzia Wilma Santana Sie TR em Enfermagem e Professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia My Seli Prof Dr el Almeida Doutora em F infermagem e Professora da Universidade Federal da Bahia Prof Dr Maria da Penha Lima Coutinho Doutora em Psicologia c Professora da Universidade Federal da Paraiha Suplente Prof Dr Edm ia de Almeida Cardoso Coelho Doutora em Enfermagem e Professora da Universidade Federal da Bahia Suplente Dedico este trabalho s MULHERES participantes deste estudo que confiaram a mim suas hist rias com suas viv ncias e experi ncias permeadas de lutas derrotas preconceitos alegrias conquistas e aprendizagem Sem elas seria imposs vel ter constru do este conhecimento Agradecimentos Especiais A Deus fonte de luz sabedoria amo
411. volvimento OMS 1996 SANTOS 2004 demonstrando a dificuldade de se tomar uma decis o unificada frente s desigualdades sociais existentes entre os pa ses obrigando os a realizarem adapta es diante da recomenda o publicada Entretanto na maior parte dos lugares a tend ncia foi orientar a m e HIV a n o dar o leite de peito OMS 1998 p 2 No Brasil desde 1994 o Minist rio da Sa de assumiu e recomenda a n o amamenta o para mulheres soropositivas para o HIV no entanto ofereceu alternativas para as mulheres alimentarem seus suas filhos as ao instituir instrumentos de apoio alimenta o das crian as orienta o para o preparo e uso de f rmulas l cteas infantis incluindo a distribui o gratuita do leite artificial BRASIL 2004 2007 A recomenda o da n o amamenta o para as mulheres soropositivas para o HIV vem despertando nessas mulheres tristeza medo culpa incerteza e dor por n o poder amamentar o a filho a com o seu pr prio leite submetendo a ao desamparo e solid o Al m disso enfrentam a discrimina o diante da cobran a social para que amamentem ao mesmo tempo em que sofrem o preconceito por serem portadoras da infec o pelo HIV aids conforme demonstrado nos resultados de pesquisas realizadas por Moura 2002 Santos 2004 Gomes 2004 Preussier 2005 Hebling 2005 Silva 2005 Moreno Rea e Felipe 2006 e Padoin 2006 Coelho 2008 trazendo para a mulher soropositiva a n
412. vos e negativos para o leite materno Como num sistema de cascata est o demonstrados nas subcategorias subsequentes as quais refor am a escala hier rquica de valores referida por Moscovici 7 2 2 Subcategoria Atributos valorativos positivos do leite materno Conforme dito anteriormente a maioria das mulheres quando expostas primeira e segunda op o escolheu prontamente a mamadeira sem os v rus A decis o ancorava se nos atributos valorativos positivos do leite materno para a sa de da crian a Segundo Japiass e Macondes 2006 p 275 valor 173 aquilo que d a algo um car ter positivo A no o filos fica de valor est relacionada por um lado quilo que bom til positivo e por outro lado de prescri o ou seja de algo que deve ser realizado Do ponto de vista tico os valores s o os fundamentos da moral das normas e das regras que prescrevem a conduta correta e ju zo de valor ju zo que estabelece uma avalia o qualitativa sobre algo isto sobre a moralidade de um ato ou a qualidade est tica de um objeto ou ainda sobre a validade de um conhecimento ou teoria Ju zo que estabelece se algo deve ser objeto de elogio recomenda o ou censura Assim o valor atribu do ao leite materno pelas informantes deste estudo segue a compreens o de bom til e saud vel para a crian a refor ando desta maneira o j aceito no senso comum como atributos positivos ao crescimento e de
413. xcludentes para o estranho Assim os tr s grupos Soronegativas SP HIV e SP HTLV encontram se unidos e ao mesmo tempo em oposi o conforme as respectivas categorias O grupo das SP HTLV esbanja evoca es sobre o est mulo HTLV triste sofrimento medo e horr vel que o identifica entretanto excessivamente econ mico nas respostas sobre os outros est mulos particularmente HIV e AIDS Sintomaticamente o grupo das SP HIV comporta se em total mutismo quanto ao est mulo que marca sua identidade HIV e quase emudecido quanto ao est mulo AIDS deixando escapar fragilmente as respostas pior e preconceito O emudecer a evid ncia mais reveladora de conte dos afetivos de ang stia que se encontram no n vel latente cuidadosamente preservados longe da consci ncia para evitar o rememorar do que doloroso Diferentemente dos dois grupos anteriormente descritos o grupo das soronegativas posicionado dist ncia daqueles n o manifestam nenhuma precau o em se posicionar sobre os est mulos geradores de conflitos HIV AIDS HTLV HIV doen a cuidar preven o n o tem cura AIDS cuidar preven o e HTLV francamente afirmado que n o sabe o 127 que ou simplesmente acham que uma doen a Esse o nico grupo que atrav s do tratamento estat stico n o evidencia qualquer suscetibilidade em ser afetado nem se mostrou vulner vel emocionalmente diante das quest es que lhe foram colocadas sobre o objeto de

7ª def. de Tese - Marizete Teixeira - 30-11-09 (1)

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